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Numero do processo: 10580.732654/2010-56
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 30/01/2008 a 31/12/2008
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. CREDITAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONCEITO DE INSUMO. ABRANGÊNCIA. RASTREAMENTO. ESCOLTA. SEGURO.
A expressão insumo utilizado na prestação de serviços, na legislação que trata da Contribuição para o PIS/Pasep (e da Cofins), se refere aos bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços (desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado) e aos serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Tal conceito abarca as despesas com rastreamento e escolta realizadas por empresas de transporte de cargas.
Recurso Especial da Procuradoria negado.
Numero da decisão: 9303-004.342
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Redator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Luiz Augusto do Couto Chagas, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 30/01/2008 a 31/12/2008 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. CREDITAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONCEITO DE INSUMO. ABRANGÊNCIA. RASTREAMENTO. ESCOLTA. SEGURO. A expressão insumo utilizado na prestação de serviços, na legislação que trata da Contribuição para o PIS/Pasep (e da Cofins), se refere aos bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços (desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado) e aos serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Tal conceito abarca as despesas com rastreamento e escolta realizadas por empresas de transporte de cargas. Recurso Especial da Procuradoria negado.
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MULTA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado RODOVIÁRIO RAMOS LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/01/2008 a 31/12/2008 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. CREDITAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONCEITO DE INSUMO. ABRANGÊNCIA. RASTREAMENTO. ESCOLTA. SEGURO. A expressão “insumo utilizado na prestação de serviços”, na legislação que trata da Contribuição para o PIS/Pasep (e da Cofins), se refere aos bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços (desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado) e aos serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Tal conceito abarca as despesas com rastreamento e escolta realizadas por empresas de transporte de cargas. Recurso Especial da Procuradoria negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 73 26 54 /2 01 0- 56 Fl. 1859DF CARF MF 2 Charles Mayer de Castro Souza – Redator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Luiz Augusto do Couto Chagas, Júlio César Alves Ramos, Valcir Gassen, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto tempestivamente pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3403001.815, de 24/10/2012, proferido pela 4ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, que fora assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/01/2008 a 31/12/2008 Ementa: NULIDADES. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. As hipóteses de nulidade no processo administrativo fiscal são as estabelecidas no art. 59 do Decreto no 70.235/1972. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. CREDITAMENTO. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. VEDAÇÃO. É expressamente vedado o creditamento da Contribuição para o PIS/PASEP em relação a aquisições de pessoas físicas (art. 3o da Lei no 10.637/2002). CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. CREDITAMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. CONCEITO DE INSUMO. ABRANGÊNCIA. RASTREAMENTO. ESCOLTA. SEGURO. A expressão “insumo utilizado na prestação de serviços”, na legislação que trata da Contribuição para o PIS/Pasep (e da Cofins), se refere aos bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços (desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado) e aos serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Tal conceito abarca as despesas com rastreamento e escolta, mas não as referentes a contratos de seguro. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DE ICMS. Na sistemática da não cumulatividade, o valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep. Fl. 1860DF CARF MF Processo nº 10580.732654/201056 Acórdão n.º 9303004.342 CSRFT3 Fl. 1.860 3 MULTA DE OFÍCIO. NATUREZA. A multa de ofício referida no art. 44 da Lei no 9.430/1996 não possui natureza confiscatória. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. REQUISITO. A multa de ofício referida no art. 44 da Lei no 9.430/1996 só pode ser qualificada (duplicada) nos casos previstos nos art. 71 a 73 da Lei no 4.502/1964 (sonegação, fraude e conluio, caracterizados pela presença do intuito doloso). No Recurso Especial que apresentou, a Procuradoria da Fazenda Nacional – PFN pleiteia a reforma do decisum, suscitando divergência quanto ao entendimento adotado na decisão recorrida, que incluiu, no conceito de insumos, os serviços de rastreamento e escolta. Para comprovar a divergência, reproduz ementas dos Acórdãos nº 20312.448 e 3402001.694, integralmente reproduzidas no corpo da peça recursal (após o recurso, foram anexadas cópias das próprias decisões). O exame de admissibilidade do recurso apresentado pela PFN encontrase às fls. 1838/1839. Embora intimado, a contribuinte não apresentou contrarrazões. É o Relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso especial deve ser conhecido, mas a ele deve ser negado provimento. É o que se passa a demonstrar. No exame de sua admissibilidade, entendeu o il. Presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF que a divergência suscitada estaria plenamente comprovada, uma vez que, divergindo do entendimento esposado no acórdão recorrido, que incluiu, no conceito de insumos, despesas com rastreamento e escolta de cargas, outras decisões prolatadas por Turmas de Julgamento diversas, e não reformadas, consubstanciaram entendimento oposto: enquanto no Acórdão nº 203312.4.48, de 17/10/2007, aplicouse conceito mais restritivo para insumos, em conformidade com o que dispõem os atos normativos infralegais que disciplinam o regime não cumulativo de PIS/Cofins, no Acórdão nº 3402001.694, de 21/03/2012, decidiu se, mais especificamente, que os serviços de escolta não se incluiriam em tal conceito, em ordem a viabilizar o creditamento. A divergência, portanto, é manifesta. Mas, antes de adentrar no mérito do litígio, há de se fazer um esclarecimento: a contribuinte é pessoa jurídica que se dedica à prestação de serviços de transporte rodoviário de cargas. Nesse contexto, é que se deve perquirir se os serviços de rastreamento e escolta são, ou não, necessários à atividade que desenvolve, considerado o entendimento consolidado no CARF, no sentido que o conceito de insumo é mais abrangente que o conferido pela legislação do IPI, mas muito mais restritivo que o conceito empregado pela legislação do IRPJ, a abarcar todos os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de Fl. 1861DF CARF MF 4 serviços e para a obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado, conforme comprova a seguinte ementa de acórdão prolatado por esta mesma CSRF: PIS/COFINS NÃO CUMULATIVOS. APROPRIAÇÃO DE CRÉDITOS. As leis instituidoras da sistemática não cumulativa das contribuições PIS e COFINS, ao exigirem apenas que os insumos sejam utilizados na produção ou fabricação de bens, não condicionam a tomada de créditos ao "consumo" no processo produtivo, entendido este como o desgaste em razão de contato físico com os bens em elaboração. Comprovado que o bem foi empregado no processo produtivo e não se inclui entre os bens do ativo permanente, válido o crédito sobre o valor de sua aquisição. (Acórdão nº 9303003.478, de 25/02/2016). E, no caso, parecenos, sem sombra de dúvida, que os serviços de escoltas e rastreamentos são necessários, sim, à execução da atividade pela contribuinte. É intuitivo, ausentes tais serviços, acreditamos que, o mais das vezes, sequer o serviço de transporte de cargas seria contratado, uma vez que assim estaria desprovido de garantias mínimas para a sua execução. Não se pode olvidar, o setor da economia a que se dedica a contribuinte é um dos que mais tem sofrido com a situação de insegurança pública por que passa o país. Desconsiderar esse fato, amplamente divulgado na mídia, é desconectarse da realidade. Ante o exposto, conheço do recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional e, no mérito, negolhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 1862DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10675.000241/2001-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IM POSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF
Ano-calendário: 2000
MULTA DE MORA. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ.
Nos termos da Súmula 360/STJ, "o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, regularmente declarados, mas pagos a destempo." E que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo.
Decisão do STJ no Resp n° 962.379 submetida ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
Recurso negado
Numero da decisão: 2201-001.808
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso
Nome do relator: Pedro Paulo Pereira Barbosa
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ementa_s : IM POSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF Ano-calendário: 2000 MULTA DE MORA. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. Nos termos da Súmula 360/STJ, "o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, regularmente declarados, mas pagos a destempo." E que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais - DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS - GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo. Decisão do STJ no Resp n° 962.379 submetida ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Recurso negado
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Numero do processo: 10665.722022/2014-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013
PRÁTICA REITERADA. DOLO. SONEGAÇÃO.
A prática reiterada de cobrar o IPI destacado na nota fiscal e nada recolher ao Erário revela o intuito doloso da recorrente de retardar o conhecimento pela autoridade fiscal das circunstâncias materiais da ocorrência do fato gerador, caracterizando a sonegação, nos termos do art. 71 da Lei n° 4.502/1964.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.
O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo ou não pagos.
SÓCIO-ADMINISTRADOR. INFRAÇÃO A LEI. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.
Recursos Voluntários negados
Numero da decisão: 3201-002.386
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima ficou de apresentar declaração de voto.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente-Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Winderley Morais Pereira e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013 PRÁTICA REITERADA. DOLO. SONEGAÇÃO. A prática reiterada de cobrar o IPI destacado na nota fiscal e nada recolher ao Erário revela o intuito doloso da recorrente de retardar o conhecimento pela autoridade fiscal das circunstâncias materiais da ocorrência do fato gerador, caracterizando a sonegação, nos termos do art. 71 da Lei n° 4.502/1964. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo ou não pagos. SÓCIO-ADMINISTRADOR. INFRAÇÃO A LEI. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Recursos Voluntários negados
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima ficou de apresentar declaração de voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente-Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Winderley Morais Pereira e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo.
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MULTA Recorrente FERDIL PRODUTOS METALURGICOS EIRELI (SUJEITO PASSIVO SOLIDÁRIO: JOSÉ APARECIDO DE MIRANDA, CPF 257.619.356 00) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013 PRÁTICA REITERADA. DOLO. SONEGAÇÃO. A prática reiterada de cobrar o IPI destacado na nota fiscal e nada recolher ao Erário revela o intuito doloso da recorrente de retardar o conhecimento pela autoridade fiscal das circunstâncias materiais da ocorrência do fato gerador, caracterizando a sonegação, nos termos do art. 71 da Lei n° 4.502/1964. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo ou não pagos. SÓCIOADMINISTRADOR. INFRAÇÃO A LEI. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Recursos Voluntários negados AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 72 20 22 /2 01 4- 78 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos voluntários. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima ficou de apresentar declaração de voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza PresidenteRelator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano D'Amorim, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Cássio Schappo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisario, Winderley Morais Pereira e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo. Relatório Trata o presente processo de auto de infração lavrado contra a contribuinte acima identificada, constituindo crédito tributário decorrente do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, acrescido de multa de ofício e juros de mora, no valor total de R$ 8.787.477,78. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, transcrevo o Relatório da decisão de primeira instância administrativa, in verbis: Trata o presente processo do auto de infração de fls. 2 a 13 no qual consta a exigência do Imposto sobre Produtos Industrializados, cód. 2945, no valor de R$ 4.494.334,16, multa de ofício no percentual de 75% no valor de R$ 3.370.750,66, e juros moratórios, no valor de R$ 922.392,96. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal de fls. 18 a 20, o lançamento decorre de apuração de valores IPI a pagar relativamente aos períodos de apuração de janeiro de 2011 a novembro de 2012, janeiro a julho de 2013 e outubro a dezembro de 2013. Segundo a autoridade lançadora tais valores não foram recolhidos, compensados ou declarados em DCTF. Ainda segundo a autoridade autuante, o contribuinte confirmou não ter recolhido ou declarado valores relativos a débitos do IPI dos períodos de apuração fiscalizados (fl. 20). Assim, efetuouse o lançamento dos valores do IPI acrescidos de multa de ofício no percentual de 75%, além dos juros moratórios. O Auto de Infração consignou como autuado, além do estabelecimento da FERDIL PRODUTOS METALURGICOS EIRELI (CNPJ nº 04.766.768/000202), doravante FERDIL, o Sr. Jose Aparecido de Miranda, CPF nº 257.619.35600, administrador da mencionada pessoa jurídica. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10665.722022/201478 Acórdão n.º 3201002.386 S3C2T1 Fl. 135 3 Além disso, a autoridade fiscal entendeu que cabia a representação fiscal para fins penais contra o Sr. Jose Aparecido de Miranda pela caracterização da conduta descrita no inciso II do art. 2º da Lei nº 8.137/90 (processo apensado nº 10665.722034/201401). A FERDIL e o Sr. Jose Aparecido de Miranda apresentaram Impugnação (respectivamente, fls. 57 a 69, e fls. 70 a 75). Em síntese: Preliminarmente: a FERDIL tece algumas considerações sobre o histórico de sua atuação e afirma que a presente autuação poderá ser o marco delimitador para a continuidade de suas atividades. No mérito: A FERDIL afirma reconhecer que os valores de IPI devidos não foram recolhidos, declarados em DCTF ou compensados, mas argumenta que há diferenças entre os valores do imposto lançados no Auto de Infração e aqueles declarados em DIPJ, conforme planilha abaixo: (omissis) a FERDIL se insurge contra a multa de ofício alegando ofensa aos princípios constitucionais da vedação do confisco, da proporcionalidade e da equidade e defende a inaplicabilidade da Taxa Selic em matéria tributária. o Sr. Jose Aparecido de Miranda se insurge contra sua inclusão como sujeito passivo da obrigação tributária e contra a representação fiscal para fins penais. Enfim, requerem que seja: I julgado improcedente o Auto de Infração com relação às diferenças apuradas pela Ferdil, além de afastadas a multa de ofício e a incidência da Taxa Selic. II afastada a responsabilidade tributária do Sr. Jose Aparecido de Miranda bem como julgada insubsistente a representação fiscal para fins penais. É o relatório. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora julgou improcedente a impugnação, proferindo o Acórdão DRJ/JFA n.º 0957.970, de 19/6/2015 (fls. 81 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013 Fl. 136DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 4 MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. APLICAÇÃO. Ocorrendo o lançamento de ofício, a Administração Tributária deve observar a aplicação da multa de ofício e dos juros de mora previstos, respectivamente, no art. 80 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de1964, e no art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IPI COBRADO DOS ADQUIRENTES. SUJEIÇÃO PASSIVA DO ADMINISTRADOR. POSSIBILIDADE. Consoante o disposto no art. 8º do DecretoLei nº 1.736, de 20 de dezembro de 1979, é suficiente para a configuração da sujeição passiva do administrador a simples falta de recolhimento do IPI pela pessoa jurídica. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2011 a 30/11/2012, 01/01/2011 a 31/07/2013, 01/10/2013 a 31/12/2013 DIFERENÇAS ENTRE AS INFORMAÇÕES CONSTANTES DA ESCRITURAÇÃO FISCAL E DA DIPJ. PREVALÊNCIA DA ESCRITURAÇÃO FISCAL. Pelo fato de a escrituração fiscal ser a base de todas as declarações acessórias entregues à RFB, eventual divergência entre a escrituração fiscal e a DIPJ só pode acarretar a prevalência da primeira em detrimento da segunda. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, o recurso voluntário de fls. 112 e ss., por meio do qual alega: A sua escrituração contábil observa os Princípios Fundamentais da Contabilidade; Todos os documentos solicitados foram entregues tempestivamente; Está obrigada a apresentar DIPJ, onde deverão constar as informações individualizadas, quanto ao IPI, para cada estabelecimento; Apurou diferenças entre os valores lançados no auto de infração e os informados em DIPJ, que devem ser expurgados do lançamento; O IPI foi declarado em DIPJ, que é o meio idôneo para que se declare o imposto. Ante a denúncia espontânea, descabe a autuação; A multa aplicável, que tem caráter confiscatório, não podia ser aplicada; Descabe a aplicação da taxa Selic em matéria tributária. Também no prazo legal, o responsável solidário JOSÉ APARECIDO DE MIRANDA apresentou o recurso voluntário de fls. 104 e ss., no qual argumentou: Fl. 137DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10665.722022/201478 Acórdão n.º 3201002.386 S3C2T1 Fl. 136 5 A responsabilidade do administrador somente é direta e pessoal em face de conduta dolosa. Não é o simples recolhimento que constitui, em tese, uma ilicitude; Os arts. 134 e 135 exigem infração a lei, contrato social ou estatuto; A solidariedade não se presume. Resulta da vontade da lei ou das partes (reproduz ementas de decisões do CARF e do Superior Tribunal de Justiça); O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Afirma a fiscalização que, nos períodos de apuração objeto do lançamento, a Recorrente não recolheu e não declarou em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF ou em Declaração de Compensação DCOMP quaisquer valores de IPI apurados pelo estabelecimento filial. Nada obstante, vendeu produto de sua fabricação e destacou o valor do IPI devido nas notas fiscais de venda. É dizer, cobrouo do comprador e dele recebeu, mas não o repassou aos cofres públicos. Alega a Recorrente que o imposto devido foi declarado em DIPJ, no seu entender meio idôneo para que se o declare, de modo que restaria configurada a denúncia espontânea. Ora, a denúncia espontânea, nos termos em que delineada no art. 138 do CTN, só se configura quando acompanhada do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa. Como não houve o pagamento do IPI devido, mas tão só a sua informação na DIPJ, descabe falar na exclusão da responsabilidade da Recorrente. Assim consolidouse o entendimento no STJ, como se pode observar da Súmula nº 360, que, embora se refira a pagamento fora da data de vencimento, é óbvio que se aplica à situação em que sequer pagamento há. Confirase: “O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.” A aplicação da multa de ofício e da taxa Selic decorre da observância de dispositivos legais plenamente vigentes, cuja aplicação, é sabido, não pode ser afastada pelas autoridades administrativas (Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária). A Recorrente ainda sustenta ter apurado diferenças entre os valores lançados e os informados em DIPJ, os quais deveriam ser expurgados do lançamento. Não traz, todavia, prova documental demonstrando o erro. A fiscalização, contudo, extraiu os valores devidos a partir dos dados registrados pela própria Recorrente no Livro de Apuração do IPI RAIPI da Escrituração Fiscal Digital Fl. 138DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 6 EFD que fora transmitida à RFB. Os valores devidos constaram, inclusive, do Termo de Início da Ação Fiscal, e sobre eles não houve qualquer manifestação da Recorrente. A responsabilidade solidária do Sr. JOSÉ APARECIDO DE MIRANDA assentouse em dois fatos: na condição de sócioadministrador da Recorrente (art. 135, III, do CTN c/c art. 8º do DecretoLei 1.736, de 1979) e no fato da cobrança, mas não recolhimento ao Erário, do imposto pago por seus clientes. Notese que os períodos de apuração objeto dos autos vão de jan/2011 a nov/2012, jan/2013 a jul/2013 e out/2013 a dez/2013. Portanto, por três anos consecutivos a Recorrente promoveu a cobrança do IPI destacado nas notas fiscais que emitiu, mas nada recolheu ao Erário (tampouco declarou em DCTF). A só reiteração da conduta já autoriza concluir, sem maiores digressões, que o dolo, a vontade deliberada de nada recolher, se encontra plenamente configurado. Nesse sentido, é iterativa a jurisprudência administrativa: MULTA QUALIFICADA. IRPJ. Comprovado que o contribuinte omitiu integralmente suas receitas e o imposto de renda devido em suas declarações de rendimentos (DIPJ) e de tributos devidos (DCTF), durante períodos de apuração sucessivos, visando a retardar o conhecimento da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal pela autoridade fazendária, caracterizase a figura da sonegação descrita no art. 71 da Lei n° 4.502/196, impondose a aplicação da multa de ofício qualificada, prevista no § 1°do artigo 44 da Lei n° 9.430/1996. (Acórdão CSRF n° 9101001.002, de 24/05/2011) CSLL. DECLARAÇÕES APRESENTADAS, SISTEMATICAMENTE, COM RECEITA MENORES QUE AS ESCRITURADAS EM LIVROS FISCAIS – MULTA AGRAVADA CABIMENTO. O dolo, elemento imprescindível à caracterização das figuras que justificam a exasperação da penalidade, resta comprovado pela conduta reiterada e sistemática, consistente em calcular o imposto de renda e informalo nas Declarações de Rendimentos e nas DCTF, tomando como base para apuração do tributo receita bruta muito aquém da efetiva. (Acórdão CC n° 10708.542, de 27/04/2006) MULTA QUALIFICADA. OMISSÃO DE RECEITAS NA DECLARAÇÃO. PRÁTICA REITERADA. A apresentação sistemática e reiterada de declarações ao Fisco, nas quais informa receitas e tributos zerados, sem efetuar qualquer recolhimento de IRPJ e CSLL, ocultando os valores apurados na escrituração contábil e fiscal, revela o intuito doloso da recorrente de retardar o conhecimento pela autoridade fiscal das circunstâncias materiais da ocorrência do fato gerador, caracterizandose a figura da sonegação, descrita no art. 71 da Lei n° 4.502/1964, de forma que impõese a aplicação da multa de ofício qualificada. (Acórdão CARF nº 1301001.735, de 27/11/2014). De conseguinte, a reiteração da conduta em infringência à lei tributária e a condição de sócioadministrador do Sr. JOSÉ APARECIDO DE MIRANDA autorizam a responsabilização solidária deste pelo crédito tributário lançado. Fl. 139DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10665.722022/201478 Acórdão n.º 3201002.386 S3C2T1 Fl. 137 7 A propósito, muito embora assim não se tenha lançado, o contexto em que se revelaram os fatos autorizava a aplicação da multa de ofício no percentual majorado de 150%. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO aos recursos voluntários, para manter a exigência do IPI (principal), com os consectários legais, e a responsabilidade solidária do Sr. JOSÉ APARECIDO DE MIRANDA. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 140DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 1 1/10/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 10469.905877/2009-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO INCONTROVERSO.
É de se reconhecer o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte quando ratificado pelo próprio Fisco em atendimento à diligência.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.278
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/07/2005 a 31/07/2005 COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO INCONTROVERSO. É de se reconhecer o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte quando ratificado pelo próprio Fisco em atendimento à diligência. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
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DIREITO CREDITÓRIO INCONTROVERSO. É de se reconhecer o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte quando ratificado pelo próprio Fisco em atendimento à diligência. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório A empresa em epígrafe enviou PER/DCOM, com base em crédito oriundo de suposto "pagamento indevido ou a maior". Foi exarado despacho decisório eletrônico que não homologou a compensação sob o fundamento de que só foram encontrados pagamentos, "mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 90 58 77 /2 00 9- 91 Fl. 2887DF CARF MF Processo nº 10469.905877/200991 Acórdão n.º 3402003.278 S3C4T2 Fl. 3 2 O contribuinte manifestou sua inconformidade contra esse despacho, alegando que havia calculado as contribuições PIS/COFINS sobre seu faturamento total, quando, na verdade, a grande maioria de suas vendas são de frutas e verduras, as quais têm sua alíquota reduzida a 0% quando destinadas ao mercado interno, conforme art. 28 da Lei 10.865/2004. Contudo, alega que recalculou os impostos mas não retificou a DCTF, pelo que a RFB não teria encontrado a existência de crédito. Informa que para corrigir a situação foi feita retificação na DCTF relativa ao período. A DRJ/Recife julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Contra essa decisão a empresa manejou recurso voluntário, no qual repisa o disposto em sua manifestação de inconformidade, juntando notas fiscais. A 2ª Turma Especial desta 3ª Seção, por meio da Resolução 3802000.047, converteu o julgamento em diligência nos seguintes termos: Assim, diante dos elementos constantes dos autos, voto para a conversão do presente julgamento em diligência a fim de que a unidade preparadora, frente à documentação anexa ao processo e demais documentos e esclarecimentos que julgar necessários indagar à suplicante, se manifeste sobre a COFINS efetivamente devida no período de que trata o pleito. Considerando que o presente é um dos 31 processos em nome da interessada que trata de aduzido direito creditório pelo pagamento indevido da COFINS nos anosbase de 2005 e de 2006, poderão ser elaborados, para fins de atendimento à presente diligência, relatório e, sendo o caso, planilha demonstrativa única, em que sejam discriminadas as bases de cálculo mensais, a COFINS efetivamente devida e a COFINS paga em cada um dos períodos correspondentes. Em seu Relatório de Diligência Fiscal, a DRF/Natal reconheceu o direito creditório do contribuinte, em montante suficiente para homologar a compensação declarada, assim concluindo: (...)Assim sendo, esta unidade preparadora oferece ao CARF parecer pugnando pelo provimento do Recurso Voluntário apresentado nos processos em epígrafe relacionados. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.260, de 27 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10469.903727/200943, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.260): Fl. 2888DF CARF MF Processo nº 10469.905877/200991 Acórdão n.º 3402003.278 S3C4T2 Fl. 4 3 "Emerge do relatado que a própria RFB entende que o contribuinte tem direito ao crédito utilizado na compensação declarada. Assim, diante do resultado da diligência fiscal, é de ser reconhecido o crédito utilizado na compensação declarada, cujo montante é suficiente para sua homologação. Diante do exposto, dou provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório utilizado na compensação declarada. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 2889DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.721052/2009-30
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Aug 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DE VÍCIO MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE.
Não cabe o reconhecimento de nulidade, por eventual vício material, quando a matéria não tiver sido devidamente admitida, como objeto do recurso especial.
IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA.
Incide o IRPF sobre os valores de natureza remuneratória, ainda que classificados como indenizatórios pela fonte pagadora.
Precedentes do STF e do STJ.
IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE.
Consoante decidido pelo STF através da sistemática estabelecida pelo art. 543-B do CPC no âmbito do RE 614.406/RS, o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado utilizando-se o regime de competência.
Recurso especial provido em parte.
Numero da decisão: 9202-004.054
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer a preliminar de nulidade por vício material suscitada de ofício pela Conselheira Ana Paula Fernandes, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López. Por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, pelo voto de qualidade, em dar-lhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Gerson Macedo Guerra.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
EDITADO EM: 17/08/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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IMPOSSIBILIDADE. Não cabe o reconhecimento de nulidade, por eventual vício material, quando a matéria não tiver sido devidamente admitida, como objeto do recurso especial. IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores de natureza remuneratória, ainda que classificados como indenizatórios pela fonte pagadora. Precedentes do STF e do STJ. IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Consoante decidido pelo STF através da sistemática estabelecida pelo art. 543B do CPC no âmbito do RE 614.406/RS, o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado utilizandose o regime de competência. Recurso especial provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 10 52 /2 00 9- 30 Fl. 275DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.721052/200930 Acórdão n.º 9202004.054 CSRFT2 Fl. 23 2 Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer a preliminar de nulidade por vício material suscitada de ofício pela Conselheira Ana Paula Fernandes, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López. Por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, pelo voto de qualidade, em darlhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Gerson Macedo Guerra. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator EDITADO EM: 17/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10580.720254/200964. O presente Recurso Especial trata de pedido de Análise de Divergência motivado pelo Contribuinte, em face de Acórdão proferido em julgamento de recurso voluntário. Tratase de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física dos exercícios 2005, 2006 e 2007, anoscalendário 2004, 2005, e 2006, em razão de a autoridade fiscal ter classificado como rendimentos tributáveis, valores declarados como isentos ou não tributáveis tal como informado pela Fonte Pagadora Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Referidos rendimentos correspondem a diferença entre a transformação de Cruzeiros Reais para Unidade Real de Valor – URV, reconhecidas e pagas em 36 meses, de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Estadual nº 8.730/2003 do Estado da Bahia. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas Fl. 276DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.721052/200930 Acórdão n.º 9202004.054 CSRFT2 Fl. 24 3 quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, consequentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. Foi interposta impugnação foi indeferida em sede de julgamento de primeira instância. O Contribuinte interpôs Recurso, ao qual foi dado parcial provimento ao recurso para tão somente excluir a multa de ofício. O Contribuinte apresentou Recurso Especial ao qual foi dado parcial seguimento, para reapreciação apenas da matéria questão da natureza indenizatória, ou não. Em reexame, o exame de admissibilidade foi confirmado pelo Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Apresentadas contrarrazões pela Fazenda Nacional, vieram os autos conclusos. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.026, de 21/06/2016, proferido no julgamento do processo 10580.720254/200964, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto vencedor proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.026): Em primeiro lugar, não conheço da preliminar de nulidade do lançamento, por vício material, suscitada de ofício pela Sra. Conselheira relatora. Com efeito, esta matéria não tendo sido admitida em sede de recurso especial, não está em discussão e, portanto, dela não conheço. Além disso, apenas para fins de esclarecimento, registrese que não vejo qualquer nulidade no lançamento da forma que ele foi realizado. Com efeito, o lançamento foi realizado com base em dispositivo vigente, cuja interpretação não havia sido considerada à época inconstitucional. Portanto, não há que se falar em nulidade. Entrando, agora, no mérito propriamente dito, entendo que a verba recebida tem caráter remuneratório e, assim, deve ser tributada. Questão dessa natureza já foi trazida, em 03/03/2015, Fl. 277DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.721052/200930 Acórdão n.º 9202004.054 CSRFT2 Fl. 25 4 à 2ª Turma desta Câmara Superior, no acórdão 9202003.585. Naquela ocasião, acompanhei o voto do relator Alexandre Naoki Nishioka, entendendo tratarse de verba de natureza remuneratória, e por isso peço vênia para adotar aqui os mesmos argumentos como razão de decidir, assim transcrevendoos: (...) Conforme dispõe o art. 2º da referida Lei, tais valores são relativos a “diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV”. Da leitura do artigo, denotase que o pagamento de tais valores deveuse à necessidade de manutenção do valor real do salário, de forma a corrigir erros anteriores no cálculo da conversão da moeda nacional. A lei estadual acima citada não buscou, por meio do pagamento das diferenças, a recomposição de um prejuízo, ou dano material, sofrido pelo contribuinte, mas a compensação em razão da ausência de oportuna correção no valor nominal do salário, verificada quando da alteração da moeda. Portanto, tais valores integram a remuneração percebida pelo contribuinte, constituindo parte integrante de seus vencimentos. Estáse diante, pois, de acréscimo patrimonial tributável pelo Imposto de Renda, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional, entendimento que fora inclusive salientado pelo acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA). Buscando reforçar o argumento, requereu o contribuinte a aplicação da Resolução n.º 245 do STF, assim como de consulta administrativa realizada pela Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, os quais disporiam acerca da remuneração dos magistrados. No entanto, mencionadas normas não se aplicam ao fim pretendido pelo contribuinte, ao contrário do que decidiu o acórdão recorrido. Inicialmente, cumpre salientar que a dita resolução dispôs acerca da forma de cálculo do abono salarial variável e provisório de que trata o art. 2º e parágrafos da Lei n.º10.474/2002, considerandoo como de natureza indenizatória. Neste sentido, o inciso I do art. 1º trouxe a forma de cálculo deste abono: “I apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002, da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº 235, de 2002), acrescidos das vantagens pessoais, e a remuneração mensal efetivamente percebida pelo Magistrado, a qualquer título, o que inclui, exemplificativamente, as verbas referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%)”. A própria redação da Resolução excluiu do valor integrante do abono as verbas referentes à diferença de URV, de onde Fl. 278DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.721052/200930 Acórdão n.º 9202004.054 CSRFT2 Fl. 26 5 se interpreta que esta não tem natureza indenizatória, mas de recomposição salarial. Tal tema inclusive já foi enfrentado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, tendo este reconhecido as diferenças entre o abono salarial tratado pela norma e a diferença da URV, conforme se verifica de voto da Ministra Eliana Calmon: “Na jurisprudência desta Casa, colho os seguintes precedentes, que sempre distinguiram as hipóteses de percepção das diferenças remuneratórias da URV do abono identificado na Resolução 245/STF: (...)” (STJ, Recurso Especial n.º 1.187.109/MA, Segunda Turma, Ministra Relatora Eliana Calmon, julgado em 17/08/2010) E tal também foi o entendimento do Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em decisão monocrática proferida nos autos do Recurso Extraordinário n.º 471.115, do qual se colaciona o seguinte excerto: “Os valores assim recebidos pelo recorrido decorrem de compensação pela falta de oportuna correção no valor nominal do salário, quando da implantação da URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos. As parcelas representativas do montante que deixou de ser pago, no momento oportuno, são dotadas dessa mesma natureza jurídica e, assim, incide imposto de renda quando de seu recebimento. No que concerne à Resolução no. 245/02, deste Supremo Tribunal Federal, utilizada na fundamentação do acórdão recorrido, temse que suas normas a tanto não se aplicam, para o fim pretendido pelo recorrido (...)” (STF, Recurso Extraordinário n.º 471.115, Ministro Relator Dias Toffoli, julgado em 03/02/2010) Concluise, portanto, pelo caráter salarial dos valores recebidos acumuladamente pelo Recorrente, razão pela qual deverão compor a base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional. Assim, com base na argumentação exposta, sendo verbas remuneratórias as diferenças de URV recebidas, sobre elas incide imposto de renda da pessoa física. Todavia, cumpre verificar o quantum devido. Entendo que o tributo devido deva ser calculado de acordo com as tabelas vigentes à época em que seriam devidas as diferenças recebidas. Sobre o tema, cabe referir a discussão travada no processo 11040.001165/200591, com voto vencedor da lavra do conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, cujos fundamentos, abaixo reproduzidos, acompanho. Fl. 279DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.721052/200930 Acórdão n.º 9202004.054 CSRFT2 Fl. 27 6 Verifico, a propósito, que a matéria em questão foi tratada recentemente pelo STF, no âmbito do RE 614.406/RS, objeto de trânsito em julgado em 11/12/2014, feito que teve sua repercussão geral previamente reconhecida (em 20 de outubro de 2010), obedecida assim a sistemática prevista no art. 543B do Código de Processo Civil vigente. Obrigatória, assim, a observância, por parte dos Conselheiros deste CARF dos ditames do Acórdão prolatado por aquela Suprema Corte em 23/10/2014, a partir de previsão regimental contida no art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Reportandome ao julgado vinculante, noto que, ali, se acordou, por maioria de votos, em manter a decisão de piso do STJ acerca da inconstitucionalidade do art. 12 da Lei no. 7.713, de 1988, devendo ocorrer a "incidência mensal para o cálculo do imposto de renda correspondente à tabela progressiva vigente no período mensal em que apurado o rendimento percebido a menor regime de competência (...)", afastandose assim o regime de caixa. Todavia, inicialmente, de se ressaltar que em nenhum momento se cogita, no Acórdão, de eventual cancelamento integral de lançamentos cuja apuração do imposto devido tenha sido feita obedecendo o art. 12 da referida Lei nº 7.713, de 1988, notese, diploma plenamente vigente na época em que efetuado o lançamento sob análise, o qual, ainda, em meu entendimento, guarda, assim, plena observância ao disposto no art. 142 do Código Tributário Nacional. A propósito, de se notar que os dispositivos legais que embasaram o lançamento constantes de efl. 12, em nenhum momento foram objeto de declaração de inconstitucionalidade ou de decisão em sede de recurso repetitivo de caráter definitivo que pudesse lhes afastar a aplicação ao caso in concretu. Deflui daquela decisão da Suprema Corte, em meu entendimento, inclusive, o pleno reconhecimento do surgimento da obrigação tributária que aqui se discute, ainda que em montante diverso daquele apurado quando do lançamento, o qual, repitase, obedeceu os estritos ditames da legalidade à época da ação fiscal realizada. Da leitura do inteiro teor do decisum do STF, é notório que, ainda que se tenha rejeitado o surgimento da obrigação tributária somente no momento do recebimento financeiro pela pessoa física, o que a faria mais gravosa, entendese, ali, inequivocamente, que se mantém incólume a obrigação tributária oriunda do recebimento dos valores acumulados pelo contribuinte pessoa física, mas agora a ser calculada em momento pretérito, quando o contribuinte fez jus à percepção dos rendimentos, de forma, assim, a restarem respeitados os princípios da capacidade contributiva e isonomia. Fl. 280DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.721052/200930 Acórdão n.º 9202004.054 CSRFT2 Fl. 28 7 Assim, com a devida vênia ao posicionamento do relator, entendo que, a esta altura, ao se esposar o posicionamento de exoneração integral do lançamento, se estaria, inclusive, a contrariar as razões de decidir que embasam o decisum vinculante, no qual, reitero, em nenhum momento, notese, se cogita da inexistência da obrigação tributária/incidência do Imposto sobre a Renda decorrente da percepção de rendimentos tributáveis de forma acumulada. Se, por um lado, manterse a tributação na forma do referido art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988, conforme decidido de forma definitiva pelo STF, violaria a isonomia no que tange aos que receberam as verbas devidas "em dia" e ali recolheram os tributos devidos, exonerar o lançamento por completo a esta altura significaria estabelecer tratamento antiisonômico (também em relação aos que também receberam em dia e recolheram devidamente seus impostos), mas em favor daqueles que foram autuados e nada recolheram ou recolheram valores muito inferiores aos devidos, ao serem agora consideradas as tabelas/alíquotas vigentes à época, o que deve, em meu entendimento, também se rechaçar. Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do RE do contribuinte na matéria admitida, por darlhe provimento em parte, para determinar o cálculo do crédito tributário devido, considerando o regime de competência. Em face do acima exposto, voto no sentido de não conhecer da preliminar de nulidade por vício material suscitada, conheço do Recurso Especial do Contribuinte para, no mérito, darlhe provimento parcial, para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 281DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 10820.720005/2006-56
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
LEGITIMIDADE PASSIVA. PROPRIEDADE RURAL INVADIDA POR TERCEIROS.
O proprietário de imóvel rural invadido por trabalhadores sem-terra possui legitimidade passiva em face do ITR, até que a propriedade seja declarada de interesse social para fins de reforma agrária, com imissão prévia do Poder Público na posse.
Numero da decisão: 9202-004.585
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado a quo para análise das demais questões postas no recurso voluntário, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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PROPRIEDADE RURAL INVADIDA POR TERCEIROS. O proprietário de imóvel rural invadido por trabalhadores semterra possui legitimidade passiva em face do ITR, até que a propriedade seja declarada de interesse social para fins de reforma agrária, com imissão prévia do Poder Público na posse. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado a quo para análise das demais questões postas no recurso voluntário, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 72 00 05 /2 00 6- 56 Fl. 554DF CARF MF 2 Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). Relatório Trata o presente processo, de exigência de Imposto Territorial Rural ITR, relativo ao exercício de 2003, acrescido de juros moratórios e multa de ofício, incidente sobre o imóvel rural denominado "Fazenda Nossa Senhora da Medalha Milagrosa" (NIRF 0.752.990 2), localizado no Município de Aripuanã/MT. A motivação da exigência foi a glosa das Áreas de Preservação Permanente, de Utilização Limitada e de Exploração Extrativa, bem como arbitramento do VTN Valor da Terra Nua. Em sessão plenária de 26/10/2011, foi dado provimento ao Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão 210201.635 (fls. 428 a 440), assim ementado: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ITR. ILEGITIMIDADE PASSIVA. ÁREA COMPROVADAMENTE INVADIDA POR INTEGRANTES DO MOVIMENTO SEMTERRA. Estando devidamente comprovado nos autos que o Recorrente não detinha, quando da ocorrência do fato gerador do ITR objeto deste lançamento, quer a posse, a propriedade ou o domínio útil do imóvel, não se pode exigir dele o pagamento do imposto." O processo foi enviado à PGFN em 22/05/2012 (Despacho de Encaminhamento de fls. 441). Assim, conforme o art. 7º, da Portaria MF nº 527, de 2010, a Fazenda Nacional poderia interpor Recurso Especial até 06/07/2012, o que foi feito em 19/06/2012 (fls. 442 a 452), conforme o Despacho de Encaminhamento de fls. 464. O apelo visa rever a questão da sujeição passiva, no caso de imóvel invadido por terceiros. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme despacho de 08/05/2013 (fls. 465 a 466). No Recurso Especial, a Fazenda Nacional alega, em síntese: a questão nuclear versa sobre a condição do proprietário de imóvel rural como contribuinte do Imposto sobre a Propriedade Rural, diante da invasão do imóvel por terceiros, ensejando a perda da posse do imóvel; transcrevese a seguir as hipóteses de incidência constantes os dispositivos legais que se subsumem ao fato concreto, para melhor elucidação do tema: CTN “Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, Fl. 555DF CARF MF Processo nº 10820.720005/200656 Acórdão n.º 9202004.585 CSRFT2 Fl. 554 3 como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município.” “Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, titular de seu domínio útil, ou seu possuidor a qualquer título.” “Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente.” “Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.” “Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I tratandose de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II tratandose de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.” “Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz se: I contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.” Lei n° 9.393/96 “Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. § 1º O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse.” “Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.” no caso em comento, verificase a ocorrência dos aspectos de incidência tributária, referentes à relação jurídicotributária do ITR, quais sejam, aspectos material (o que fato gerador), espacial (onde território em que ocorrendo o fato terá repercussão tributária), Fl. 556DF CARF MF 4 temporal (quando momento em que se deve considerar ocorrido o fato gerador), pessoal (quem sujeito ativo e passivo da relação tributária) e quantitativo (quanto critérios para cálculo da prestação devida: base de cálculo e alíquota); o ITR possui fato gerador continuado, que não se consubstancia num ato ou negócio jurídico, mas numa situação jurídica: a propriedade, o domínio útil ou a posse do imóvel situado fora da zona urbana do Município; assim, verificase o fato gerador do imposto sobre a propriedade territorial rural, diante da concretização da situação jurídica, referente à aquisição de propriedade, posse ou domínio útil, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável, segundo preceitua o art. 116 do CTN; quanto ao aspecto temporal, temos que o fato gerador do ITR é do tipo continuado, ou seja, situação que se perdura no tempo; o aspecto temporal da hipótese de incidência do ITR consta, ainda, no art. 1° da Lei 9.393/96, que estabelece como fato gerador a “propriedade, o domínio útil ou a posse (...) em 1º de janeiro de cada ano”, sendo o imposto, por força desta disposição, exigido anualmente (periodicidade); assim, verificada a propriedade em 1° de janeiro, situação necessária e suficiente para o surgimento da obrigação tributária, o fato de, posteriormente, durante o ano, vir a ocorrer descontinuidade na titularidade, não tem qualquer implicação sobre a obrigação tributária, não ensejando repetição parcial do tributo (TRF4, 1ª Turma, maioria, AI 2000.04.01.1028580/PR, rel. Des. Fed. Wellington M. de Almeida, ago/02). quanto ao aspecto territorial consiste no território nacional, eis que se trata de tributo de competência da União, logo, verificada a propriedade de imóvel situado em zona rural no território nacional, em 1° de janeiro de cada ano, surge a obrigação de pagar o ITR; no que concerne ao aspecto quantitativo, o art. 30 do CTN estabelece seu arquétipo, dispondo acerca da perspectiva dimensível do fato gerador; nos termos do art. 11 da Lei 9.393/96, a base de cálculo do ITR consiste no valor da terra nua tributável (VTNt); as alíquotas, por sua vez, constam na tabela de alíquotas anexa à Lei 9.393/96, variando conforme o tamanho o imóvel, em hectares, e o grau de utilização; o aspecto pessoal consiste no sujeito ativo e passivo da relação obrigacional; sujeito ativo é a União, segundo, inclusive, o art. 15 da Lei 9.393/96; quanto aos sujeitos passivos, questão nuclear dos presentes autos, dispõem os arts. 4° e 5° da Lei 9.393/96, em que o contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor qualquer título; pois bem, alega a interessada não ser sujeito passivo da relação tributária por ter perdido a posse do imóvel pela invasão de trabalhadores sem terra; ocorre que, ainda que detentor de apenas um dos aspectos da propriedade, caberá ao contribuinte o recolhimento do Imposto Territorial Rural, nos termos do artigo 29 e do artigo 31 do Código Tributário Nacional, que determina que o “contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título”; Fl. 557DF CARF MF Processo nº 10820.720005/200656 Acórdão n.º 9202004.585 CSRFT2 Fl. 555 5 a propriedade, o domínio útil e a posse são conceitos que o Direito Tributário vai buscar no Direito Civil, segundo art. 110 do CTN, para o fim de definir precisamente os fatos geradores do ITR; de acordo com a legislação civil, o proprietário do bem é aquele que pode dele fazer uso, pode perceberlhe os frutos, e pode dele desfazerse como bem desejar, salvo cláusula específica de inalienabilidade, de origem legal ou contratual; nestes termos, o conceito de propriedade não está expresso na legislação, defluindo de preceito do Código Civil, que consagra o direito de propriedade, ao dispor que “o proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavêla de quem quer que injustamente a possua ou detenha”; portanto, ainda que o contribuinte, proprietário do imóvel rural, tenha sofrido turbação de sua posse por terceiros, pelo fato de o registro do imóvel ter como titular da propriedade seu nome, nos termos do Registro do Imóvel, legítima e legal é a exação tributária do ITR, mormente quando a declaração para fins de reforma agrária se deu somente em 2003, bem como o Mandado de Imissão na posse expedido em 2004; ademais, teria a interessada salvaguarda na legislação de regência, para propor medida judicial com fito de proteger seu direito de propriedade, do qual se infere o direito de reavêlo de quem quer que injustamente a possua ou detenha; ressaltese que a lei dispôs que o ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse; a mens legis é de que o ITR incide sobre propriedade até a perda da posse pela imissão do prévia ou provisória do Poder Público ou até a data a perda do direito da propriedade pela transferência ou pela incorporação do imóvel ao patrimônio do Poder Público; ora, segundo interpretação do bom direito, podese afirmar que no ano calendário de 2000, exercício de 2001, a interessada era proprietária do imóvel rural do qual decorreu o auto de infração, não tendo havido, ainda, desapropriação propriamente dita, nem a imissão prévia na posse em favor da expropriantes, bem como não havia sido declarado de utilidade ou necessidade pública ou interesse social, para fins de reforma agrária; assim, configurada como contribuinte do ITR, já que proprietária do imóvel; finalmente, no sentido do exposto no que concerne ao sujeito passivo do ITR, citase entendimento também da antiga Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, que afastou a preliminar de ilegitimidade passiva, para o contribuinte que argumentou, como preliminar, não ser o sujeito passivo da obrigação tributária, alegando que, apesar de ter adquirido o imóvel, nunca obteve a posse do mesmo, posto que este sempre esteve na posse de terceiros de boafé, além de invadida por integrantes do Movimento dos Sem Terra MST: Processo nº 13116.000247/200593 Matéria: IMPOSTO TERRITORIAL RURAL Texto da Decisão: Por unanimidade de votos, afastouse a preliminar de ilegitimidade passiva. Por voto de qualidade, deu Fl. 558DF CARF MF 6 se provimento parcial ao recurso voluntário para excluir a exigência relativa à área de reserva legal, vencidos os Conselheiros Silvio Marcos Barcelos Fiúza, Nanci Gama e Nilton Luiz Bartoli, relator, que afastavam também a exigência da área de preservação permanente, e o Conselheiro Tarásio Campelo Borges, que negava provimento. Designado para redigir o voto o Conselheiro Sérgio de Castro Neves. Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR Exercício: 2002 Ementa: ITR/2002. SUJEITO PASSIVO. Rejeitada a preliminar quanto à argüição de ilegitimidade da parte passiva, posto que o contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título, nos termos dos artigos 29 e 31 do Código Tributário Nacional. ÁREAS DE PASTAGEM, VALOR TOTAL DO IMÓVEL E VALOR DA TERRA NUA. (...)ÁREA DE RESERVA LEGAL (ARL). (...)ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. (...).” desse modo, há que ser reformado o acórdão vergastado para afastar a preliminar de ilegitimidade passiva. Ao final, a Fazenda Nacional pede que seja admitido e provido o Recurso Especial, reconhecendose a legitimidade passiva do autuado mesmo diante da turbação da posse. Cientificado do acórdão, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do despacho que lhe deu seguimento em 24/09/2013 (AR Aviso de Recebimento de fls. 472), o Contribuinte ofereceu, em 30/09/2013, as Contrarrazões de fls. 474 a 479, contendo os seguintes argumentos, em resumo: o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional não deve merecer provimento, a despeito de atender ao requisito de sua admissibilidade quanto a haver a decisão recorrida dado interpretação à lei tributária divergente da que lhe fora dada por outra câmara; não se compadece com a melhor forma de distribuir justiça a decisão que, de forma incondicional, só pelo fato de existir decisão conflitante, decidir no mesmo sentido do julgado paradigma; isso uniformizaria as decisões por um de dois caminhos igualmente possíveis, sem se preocupar com as peculiaridades de cada caso; é perfeitamente possível que na decisão paradigma, diante da situação fática específica, o melhor entendimento tenha sido o de considerar a legitimidade passiva do recorrente, e que, no caso dos autos, tendo em vista igualmente a especial situação de fato, o melhor entendimento seja considerar a ilegitimidade da parte passiva; no presente caso está claro que a exigência não pode ser mantida, pelo fato evidente e sobejamente comprovado de que o Contribuinte não tinha a posse do imóvel nem condição de exercer qualquer das faculdades inerentes à propriedade, como a de usar ele próprio o bem, de gozar da condição de proprietário, v.g. arrendandoo, de dele dispor, visto que seria ilusória a tentativa de querer alienálo, e, por fim, de usar o direito de reavêlo dos Fl. 559DF CARF MF Processo nº 10820.720005/200656 Acórdão n.º 9202004.585 CSRFT2 Fl. 556 7 invasores, que injustamente o detinham, pois todas as tentativas nesse afã, até mesmo pela via judicial e obtenção de sentença nesse sentido, foram infrutíferas; deveras, está registrado e comprovado nos autos que nem mesmo medidas policiais e sentença de manutenção de posse tiveram força para desalojar os invasores; eis o que a respeito consta da petição de recurso do sujeito passivo (assim mesmo, em caracteres azuis): "Repisando o que expôs este contribuinte na petição de resposta à intimação anterior ao lançamento, vêse pela cópia do Boletim de Ocorrência (B.O.) n° 168/98, lavrado em 8 de setembro de 1998 pela Delegacia Metropolitana de Polícia Judiciária Civil de Cuiabá, que no dia 25 de agosto de 1998 o imóvel foi invadido por grande número de pessoas ligadas a movimento de semterras, as quais estavam munidas de armas e ferramentas e passaram a fazer demarcações e a construir barracos no local. Como líder ou entre os cabeças do movimento encontravase Antônio Pires Moreira, referido no B.O. como Antônio Pires, em outro documento contido nos autos, da lavra do Sr. Prefeito Municipal de Aripuanã, o Sr. Antônio Pires Moreira está qualificado como brasileiro, desquitado, residente e domiciliado no município de Aripuanã (MT), titular da cédula de identidade RG n° 36437510 (SSPPR), CPF n° 524.554.75972. Em razão da invasão, ocorrida no dia 25 de agosto de 1998, o impugnante ingressou, em 9 de setembro de1998, na Justiça Estadual da Comarca de Juína (MT), jurisdicionante do município de Aripuanã, com ação de manutenção de posse, conforme cópia da inicial nos autos. Como se colhe dos termos de outra petição, de 9 de novembro de 1998, em nome deste contribuinte dirigida por advogado à MMa Juíza da causa, igualmente com cópia nos autos, foi deferido mandado de manutenção de posse, cumprido por oficial de justiça em 7 de outubro de 1998. Contudo, os invasores não desocuparam o imóvel, como noticia a petição. Aliás, nunca mais saíram dele, e o reclamante nunca mais nele entrou, para não pôr sua vida em risco. Vêse da cópia da carta, juntada na resposta a intimação, que em 26 de julho de 1999 o requerente endereçou a autoridade do INCRA, Sr. Sérgio Paganini, Chefe do Departamento de Aquisição de Assentamento, que já naquela época havia 470 famílias de invasores no local. (...)) "Estando o impugnante desapossado do imóvel, sem condições de ao menos nele entrar, pena de pôr sua vida em risco, como foi alertado na ocasião da invasão, além de não ter assim a posse do imóvel, ficou sem poder exercer qualquer dos atributos inerentes ao domínio, tais o de dispor, usar, fruir e reaver o bem de quem injustamente o possua ou detenha. Dispor não podia, porque a alienação seria inquinada de nula, e se pudesse seria inútil, visto que o adquirente ficaria na mesma situação de impotência em que se encontra ele impugnante; tentar usar o imóvel seria um suicídio; fruir de suas utilidades, como v.g. Fl. 560DF CARF MF 8 arrendálo, impossível; reavêlo de quem, como é o caso, injustamente o detém (como atestado pela decisão judicial), está provado ser impossível, diante das forças que, embora à margem da lei, a isso se opõem." por certo o ilustre Procurador da Fazenda, em meio à sua azáfama, não terá tido o tempo necessário para se deter na análise do caso dos autos e tomar ciência do verdadeiro calvário por que passou o Contribuinte durante o episódio que levou à usurpação de seu imóvel rural pelos invasores, e das injustiças que padeceu; se tivesse em mente todos esses percalços sofridos pelo Contribuinte, por certo teria concluído que aplicar a decisão paradigma ao seu caso seria forma de afrontar princípios constitucionais que condicionam a administração pública, previstos no caput do artigo 37 da Carta; um desses princípios suscetíveis de afetação é o da legalidade, visto no seu aspecto mais amplo, abrangendo o direito, entidade jurídica que está acima da lei; o fato de o Superior Tribunal de Justiça, a mais alta instância na matéria, vir reiteradamente decidindo sobre a ilegitimidade do Contribuinte para responder pelo Imposto Territorial Rural lançado sobre o imóvel invadido demonstra como se deve interpretar a lei nesta parte; e o caso do Contribuinte, na sua condição de proprietário alijado de seu imóvel, é de uma gravidade incomparavelmente maior do que todos os exemplos a que se referem as decisões do E. STJ; outro princípio constitucional que vincula a administração pública e resultará desatendido é o da eficiência; sabido que, mantida a exigência na esfera administrativa, ela não passaria incólume pela judicial, insistir na manutenção do lançamento seria, desnecessariamente, acarretar ao Poder Público gastos inúteis com o tempo e os serviços a serem despendidos pelos servidores públicos, os gastos com sucumbência, e causa de mais atravancamento do Judiciário; por fim, haveria igualmente afronta ao princípio da moralidade; de fato, tangeria as raias da imoralidade se o Poder Público, que se omitiu em sua obrigação de garantir ao administrado o direito de propriedade, pudesse cobrar imposto sobre a propriedade do bem durante o tempo da invasão que não evitou; o administrado ficou privado do bem e de seu uso e do direito de dispor da coisa; falhou o Poder Público competente, que não impediu o esbulho e não cumpriu a ordem judicial de desocupação pelos invasores; não é demais repisar que se omitiram as autoridades competentes, e que para a espoliação do administrado concorreram políticos interessados nos votos vislumbrados nos numerosos invasores e familiares deles; Fl. 561DF CARF MF Processo nº 10820.720005/200656 Acórdão n.º 9202004.585 CSRFT2 Fl. 557 9 o administrado, por sua vez, sofreu ameaças de morte e teve sua vida em efetivo risco, e, mesmo com ordem judicial, não conseguiu que as autoridades do Poder Executivo recobrassemlhe a posse do imóvel; sendo assim, seria mesmo imoral esse Poder Público vir ainda cobrarlhe tributo pela "propriedade" do imóvel. Ao final, o Contribuinte pede a manutenção da decisão recorrida. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Trata o presente processo, de exigência de Imposto Territorial Rural ITR, relativo ao exercício de 2003, acrescido de juros moratórios e multa de ofício, incidente sobre o imóvel rural denominado "Fazenda Nossa Senhora da Medalha Milagrosa" (NIRF 0.752.990 2), localizado no Município de Aripuanã/MT. A motivação da exigência foi a glosa das Áreas de Preservação Permanente, de Utilização Limitada e de Exploração Extrativa, bem como arbitramento do VTN Valor da Terra Nua. O tributo foi exigido do proprietário do imóvel, que alegou ilegitimidade passiva, tendo em vista a área encontrarse invadida por trabalhadores semterra. A Fazenda Nacional, por sua vez, alega a legitimidade passiva da proprietária. A Lei nº 5.172, de 1966 CTN, assim dispõe, relativamente ao ITR: Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. (...) Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. (grifei) A Lei nº 9.393, de 1996, que regulamentou o ITR, assim estabeleceu: "Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. § 1º O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse. (...) Fl. 562DF CARF MF 10 Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título." De plano, cabe destacar que a lei não estabelece qualquer benefício de ordem, no que tange ao contribuinte do ITR. Nesse passo, ressaltase que o próprio Contribuinte qualificouse como tal, ao apresentar a DITR/2003 em seu nome, apurando inclusive o tributo que considerou devido (fls. 04). Com efeito, a irresignação acerca da sujeição passiva somente ocorreu quando dele foi exigida a diferença de imposto. Assim, não há que se falar em ilegitimidade passiva, já que o Contribuinte detinha a propriedade do imóvel, o que já é suficiente para, no presente caso, caracterizar a sujeição passiva. Quanto ao acórdão recorrido, o fundamento para a declaração de ilegitimidade passiva foi o fato de, à época do fato gerador, a Fazenda encontrarse na posse de trabalhadores semterra, sendo que, por força de decreto de 24/11/2005, o imóvel foi declarado de interesse social, para fins de reforma agrária. Entretanto, a Lei nº 9.393, de 1996, assim determina: "Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. § 1º O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária, enquanto não transferida a propriedade, exceto se houver imissão prévia na posse. (...) Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título." Regulamentando a lei, o Decreto nº 4.382, de 19/09/2002, foi claríssimo: Art. 2º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1o de janeiro de cada § 1º O ITR incide sobre a propriedade rural declarada de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, inclusive para fins de reforma agrária: I até a data da perda da posse pela imissão prévia do Poder Público na posse; II até a data da perda do direito de propriedade pela transferência ou pela incorporação do imóvel ao patrimônio do Poder Público." (grifei) No caso em apreço, tratase do ITR/2003, sendo que o imóvel somente foi declarado de interesse social para fins de reforma agrária em 24/11/2005, portanto após a ocorrência do fato gerador. Assim, conforme o dispositivo legal acima destacado, somente a Fl. 563DF CARF MF Processo nº 10820.720005/200656 Acórdão n.º 9202004.585 CSRFT2 Fl. 558 11 partir dessa data poderia se cogitar de não exigência do tributo em face do autuado, e mesmo assim caso restasse comprovada a imissão prévia na posse. Destarte, a sujeição passiva, no caso do ITR, não comporta benefício de ordem, sendo que a regra geral é a exigência do ITR em face do proprietário, enquanto não transferida a propriedade, o que no presente caso legitima o Contribuinte como sujeito passivo do ITR/2003. Com efeito, ao tempo de ocorrência do fato gerador, o imóvel em questão não se enquadrava na excepcionalidade que eximiria o proprietário da exigência do tributo: imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária com imissão prévia do Poder Público na posse. Em sede de Contrarrazões, o Contribuinte apresenta uma série de argumentos que, a despeito de sua legitimidade, não possuem o condão de afastar a lei, cujo cumprimento vincula o julgamento administrativo. Quanto às decisões exaradas pelo STJ, trazidas em Contrarrazões e juntadas após a interposição do Recurso Especial da Fazenda Nacional, estas não se revestem da característica de efeito repetitivo, que vincularia os Conselheiros do CARF (art. 62 do RICARF). No que tange aos princípios da moralidade, da boafé, do bomsenso, e outros que se entenda aplicáveis ao presente caso, ressaltese que ao Julgador Administrativo é vedado afastar a lei, e esta é clara no sentido de que o autuado possui legitimidade passiva, relativamente ao ITR/2003. Sobre o princípio da eficiência, evitandose custos com eventual ação judicial, argumento também oferecido em sede de Contrarrazões, esclareçase que tal juízo de oportunidade e conveniência não cabe ao Julgador Administrativo, adstrito à lei, e sim à parte envolvida, Fazenda Nacional, que até o momento não exarou qualquer ato nesse sentido. Com efeito, ao Julgador Administrativo cabe aplicar a legislação que rege a matéria, e esta não autoriza posicionamento diverso do adotado no presente voto. Finalmente, no que tange e eventuais decisões divergentes acerca da mesma matéria, tratase de situação inerente aos tribunais, cabendo à Instância Especial dirimir eventual divergência. Diante do exposto, conheço do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento, afastando a ilegitimidade passiva e determinando o retorno dos autos ao Colegiado de origem, para julgamento das demais questões objeto do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 564DF CARF MF 12 Fl. 565DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10930.903583/2012-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 13 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 12 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Fato Gerador: 08/09/2005
PIS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA.
Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazê-lo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas.
PIS - IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO.
Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.554
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
(Assinado com certificado digital)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA. Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas. PIS IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negarlhe provimento. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 35 83 /2 01 2- 27 Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10930.903583/201227 Acórdão n.º 3402003.554 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata os presentes autos de Pedido de Restituição (PER), por meio do qual a Recorrente solicita a restituição do crédito decorrente do pagamento de PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. No Despacho Decisório, a autoridade competente da DRF em Londrina/PR, indeferiu o pleito da interessada, uma vez que o DARF informado como origem do crédito estava integralmente utilizado para quitação de débitos da própria contribuinte, "não restando crédito disponível para restituição". Inconformada com a decisão proferida, a empresa apresentou manifestação de inconformidade na qual esclarece tratarse de pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi. Consigna que a Lei nº 10.865/2004 instituiu as contribuições do PIS e da COFINS sobre a importação de bens e serviços, mas não foi clara em relação à incidência sobre as quantias remetidas ao exterior a representantes comerciais a título de comissões sobre vendas, o que fez com que a Recorrente optasse por recolher as contribuições sobre essas operações. Entretanto, a Receita Federal do Brasil, em resposta a diversas consultas (cita duas), passou a vazar o entendimento de que as comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior, não estão sujeitas à incidência do PIS e da COFINS Importação. Isso porque, anota a Recorrente, essas operações não configuram hipótese de serviços prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Assim, uma vez ter efetuado o pagamento de tributo indevido, tem o direito à restituição na forma prevista no art. 165 do Código Tributário Nacional CTN, devidamente corrigido pela taxa SELIC, conforme prescreve a Lei nº 9.250, de 1995, "ainda que informado o débito em DCTF". Sobreveio, então, o Acórdão nº 06045.925, da DRJ em Curitiba (PR), negando provimento à Manifestação de Inconformidade. Irresignada com a referida decisão, foi interposto o presente recurso voluntário, cujas razões, em suma, são as seguintes: (i) diferente do que entendeu a autoridade julgadora, a empresa recorrente comprovou ser pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi; (ii) que demonstrou que a Lei n° 10.865, de 2004, que instituiu as contribuições ao PIS/Pasep e COFINS sobre a importação de bens e serviços, não foi clara ao determinar a incidência sobre as quantias pagas, ou remetidas ao exterior, a representantes comerciais domiciliados no exterior a título de comissões sobre vendas; Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10930.903583/201227 Acórdão n.º 3402003.554 S3C4T2 Fl. 4 3 (iii) para não sofrer sanções, optou por recolher as contribuições sobre as quantias remetidas ao exterior (para representantes domiciliados no exterior) incidentes sobre comissões sobre vendas, conforme (DARF's) apresentados; (iv) ocorre que, posteriormente, a própria RFB, através de inúmeras respostas a Soluções de Consultas, passou a definir que as "comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior não estão sujeitas à incidência da COFINS/PISImportação", por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Reproduz algumas dessas Solução de Consulta. (v) que o processo administrativo sempre deve buscar a verdade real ou material relativa aos fatos tributários, em decorrência da estrita legalidade tributária, que devem nortear todos os atos da administração fiscal. Com isto, não basta simplesmente argumentar que "prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido", para negar a existência do direito creditório; (vi) frisa que os erros contidos em declaração podem e devem ser retificados de ofício, por força da estrita legalidade tributária e nos moldes do art. 147, § 2º do CTN. (vii) que seja reconhecido que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis em valores devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95; (viii) requer que seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova ou esclarecimento de dúvidas relativas aos fatos trazidos neste processo. À vista do exposto, espera e requer seja julgado integralmente procedente o presente recurso, a fim de que seja reconhecido o direito creditório e assegurada a restituição das quantias recolhidas indevidamente. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.529, de 13 de dezembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10930.903656/201281, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.529): Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10930.903583/201227 Acórdão n.º 3402003.554 S3C4T2 Fl. 5 4 Emerge do relatado, que o objeto do pedido de ressarcimento tem como fundamento o indébito de PIS/Pasep sobre comissão de venda paga a representantes comerciais residentes/domiciliados no exterior. No referido Despacho Decisório restou consignado que, "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição". Consta dos autos que o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. Ou seja, ao que tudo indica, o contribuinte não retificou a DCTF no que pertine ao pleito em questão, por isso a conclusão do despacho decisório vestibular que o valor sob pedido de ressarcimento foi "integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte". Por outro lado, a Recorrente tenta demonstrar em seu recurso, que não há incidência de contribuições para o PIS Importação sobre remessas realizadas para o exterior para pagamento de comissões à agentes no exterior a título de comissões ali realizadas, por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique, e que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis e em montantes devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95. Tudo com base na Lei nº 10.865, de 2004 e Soluções de Consultas emitidas pela RFB que cita. Contudo, se de um lado a decisão recorrida tenha asseverado que "(...) como se vê uma das hipóteses de ocorrência do fato gerador das contribuições ao PIS e a COFINS, sobre importação de serviços, é a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação pelo serviço prestado", como alega a peticionante, por outro giro, deixou patente que o ônus da prova quanto ao indébito seria da ora Recorrente, nos seguintes termos: "(...) Mas, para a verificação se os valores remetidos ao exterior atendem às condições estabelecidas em lei para a incidência das contribuições sobre a importação de serviços ou, não se caracterizando o fato gerador da obrigação tributária, há, de fato, o indébito reclamado pela interessada, é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. Ocorre que, no presente caso, prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido. Nesse sentido, é bom lembrar que não se permite, depois de iniciado qualquer procedimento fiscal, que seja retificada declaração quando vise a reduzir ou a excluir tributo, a não ser mediante a comprovação do erro em que se funde. É o que Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10930.903583/201227 Acórdão n.º 3402003.554 S3C4T2 Fl. 6 5 determina o art. 147, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25/10/1966. E, como visto, o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. (sublinhei) E conclui a decisão a quo: "(...) Assim, instaurado o contencioso administrativo, as alegações quanto ao suposto crédito decorrente de recolhimento indevido ou a maior, como no caso em análise, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da contribuinte. Dessa forma, uma vez que a conclusão emitida pela autoridade administrativa teve como pressuposto as informações prestadas pela própria interessada em declarações fiscais válidas a produzir efeitos na data da emissão do Despacho Decisório e não havendo prova hábil que contrarie as informações prestadas espontaneamente, demonstrando o pagamento indevido do tributo, é de se manter o indeferimento da restituição pleiteada". Portanto, a lide se resume na questão de atendimento de condições estabelecidas em lei e provas documentais trazidos aos autos, pois para o deslinde do litígio é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, mormente quando o pedido versa sobre suposto pagamento indevido. No caso em análise, por se tratar de pedido de restituição, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da recorrente. Documentação essa, frisese, de posse da recorrente por determinação legal, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. É de conhecimento que a regra fundamental do sistema processual adotado pelo legislador nacional, quanto ao ônus da prova, encontrase cravada no art. 373 do novo Código de Processo Civil, in verbis: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída para o Fisco quando realiza o lançamento tributário e para o sujeito passivo, quando formula pedido de repetição de indébito. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 10930.903583/201227 Acórdão n.º 3402003.554 S3C4T2 Fl. 7 6 E, no presente caso, é fato que prova alguma foi trazida aos autos pela Recorrente que comprovem que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora ela tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, quer na impugnação, quer agora na fase recursal. Demais disso, o fundamento da decisão recorrida foi justamente este, qual seja, a falta de prova. Mas, contrariando os ditames do ônus da distribuição da prova para provar fato constitutivo de seu direito, insiste que "seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova". Ora, se toda a documentação para provar o direito que alega está em seu poder, deveria ter a Recorrente produzido tal prova quando da manifestação de inconformidade, ou mesmo em sede de recurso voluntário, o que não ocorreu. Diante desse quadro, entendo que a decisão da DRJ é merecedora de ser mantida pelos seus próprios fundamentos. Conclusão Assim, concluo que por falta de prova hábil acostadas nos autos, ônus seu de produzir, deve ser negado seu pleito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 61DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11610.009805/2003-16
Turma: Primeira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2008
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/07/1989 a 30/09/1995
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
A discussão concomitante de matérias nas esferas judicial e administrativa enseja a renúncia nesta, pelo princípio da inafastabilidade e unicidade da jurisdição, salvo nos casos em que a matéria suscitada na impugnação ou recurso administrativo se prenda a competências privativamente atribuídas pela lei à autoridade administrativa, como é da compensação, que, consubstanciando forma de extinção da obrigação tributária, é matéria examinável na esfera administrativa, eis que somente a autoridade administrativa (e não a judicial) detém competência, quer para homologar o lançamento do crédito compensado em declaração do contribuinte, extinguindo a obrigação tributária, quer para efetuar o lançamento de eventuais diferenças, tenha a compensação sido determinada por ordem judicial ou administrativa (arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN).
PIS. RESTITUIÇÃO. PRAZO DECADENCIAL.
O prazo decadencial de 5 (cinco) anos previsto no art. 168 do CTN para pedidos de restituição do PIS recolhido a maior com base nos Decretos-Leis nºs 2.445/88 e 2.449/88 e devido com base na Lei Complementar n- 7/70 conta-se a partir da data do ato que definitivamente reconheceu ao contribuinte o direito à restituição, assim entendida a data da publicação da Resolução do Senado Federal nº 49/95, de 09/10/95, extinguindo-se, portanto, em 10/10/2000.
COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS CONTRA A FAZENDA EXTINTOS PELA DECADÊNCIA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA.
Assim como não se confundem o direito à repetição do indébito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) com as formas de sua
execução, que se pode dar mediante compensação (arts. 170 e 170-A do CTN; 66 da Lei n5 8.383/91; e 74 da Lei n^ 9.430/96), não se confundem os prazos para pleitear o direito à repetição do indébito (art. 168 do CTN) com os prazos para a homologação de compensação ou para a ulterior verificação de sua regularidade (arts. 156, inciso II, parágrafo único, do CTN; e 74, § 5º, da Lei 9.430/96, com redação dada pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003 -DOU de 30/12/2003). Ao pressupor a existência de créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN), a lei desautoriza a homologação de compensação em pedidos que tenham por objeto créditos contra a Fazenda, cujo direito à restituição ou ao ressarcimento já se ache extinto pela decadência (art. 168 do CTN).
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 201-81.673
Decisão: ACORDAM os Membros da PRIMEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: PIS - proc. que não versem s/exigências de cred. Tributario
Nome do relator: Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/1989 a 30/09/1995 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA. A discussão concomitante de matérias nas esferas judicial e administrativa enseja a renúncia nesta, pelo princípio da inafastabilidade e unicidade da jurisdição, salvo nos casos em que a matéria suscitada na impugnação ou recurso administrativo se prenda a competências privativamente atribuídas pela lei à autoridade administrativa, como é da compensação, que, consubstanciando forma de extinção da obrigação tributária, é matéria examinável na esfera administrativa, eis que somente a autoridade administrativa (e não a judicial) detém competência, quer para homologar o lançamento do crédito compensado em declaração do contribuinte, extinguindo a obrigação tributária, quer para efetuar o lançamento de eventuais diferenças, tenha a compensação sido determinada por ordem judicial ou administrativa (arts. 142, 145, 147, 149 e 150 do CTN). PIS. RESTITUIÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. O prazo decadencial de 5 (cinco) anos previsto no art. 168 do CTN para pedidos de restituição do PIS recolhido a maior com base nos Decretos-Leis nºs 2.445/88 e 2.449/88 e devido com base na Lei Complementar n- 7/70 conta-se a partir da data do ato que definitivamente reconheceu ao contribuinte o direito à restituição, assim entendida a data da publicação da Resolução do Senado Federal nº 49/95, de 09/10/95, extinguindo-se, portanto, em 10/10/2000. COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS CONTRA A FAZENDA EXTINTOS PELA DECADÊNCIA. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. Assim como não se confundem o direito à repetição do indébito tributário (arts. 165 a 168 do CTN) com as formas de sua execução, que se pode dar mediante compensação (arts. 170 e 170-A do CTN; 66 da Lei n5 8.383/91; e 74 da Lei n^ 9.430/96), não se confundem os prazos para pleitear o direito à repetição do indébito (art. 168 do CTN) com os prazos para a homologação de compensação ou para a ulterior verificação de sua regularidade (arts. 156, inciso II, parágrafo único, do CTN; e 74, § 5º, da Lei 9.430/96, com redação dada pela Lei nº 10.833, de 29/12/2003 -DOU de 30/12/2003). Ao pressupor a existência de créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN), a lei desautoriza a homologação de compensação em pedidos que tenham por objeto créditos contra a Fazenda, cujo direito à restituição ou ao ressarcimento já se ache extinto pela decadência (art. 168 do CTN). Recurso voluntário negado.
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Numero do processo: 10283.720753/2007-44
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 17 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano-calendário: 2002 DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. COBRANÇA. INCONGRUÊNCIA. Os problemas surgidos pela não observância da autoridade competente daquilo que foi decidido em primeira instância não constitui matéria de litígio, visto que a contribuinte recebeu provimento de suas razões de defesa, sendo-lhe exonerado o crédito tributário. Compete à unidade de jurisdição retificar os procedimentos de cobrança indevida, ocorridos por manifesto lapso.
Numero da decisão: 1801-000.727
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição para acatar o decidido em primeira instância, nos termos do voto da Relatora.
Matéria: IRPJ - AF - lucro real (exceto.omissão receitas pres.legal)
Nome do relator: Ana de Barros Fernandes
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. COBRANÇA. INCONGRUÊNCIA. Os problemas surgidos pela não observância da autoridade competente daquilo que foi decidido em primeira instância não constitui matéria de litígio, visto que a contribuinte recebeu provimento de suas razões de defesa, sendolhe exonerado o crédito tributário. Compete à unidade de jurisdição retificar os procedimentos de cobrança indevida, ocorridos por manifesto lapso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, e determinar o retorno dos autos à unidade de jurisdição para acatar o decidido em primeira instância, nos termos do voto da Relatora. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Magda Azario Kanaan Polanczyk, Edgar Silva Vidal e Ana de Barros Fernandes. Relatório Fl. 357DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 21/10/2 011 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 A empresa interpõe o Recurso de fls. 170 e 171 para requerer o acatamento do decidido no Acórdão nº 0111.423/08 exarado pela Primeira Turma de Julgamento da DRJ em Belo Horizonte/MG, fls. 163 e seguintes, que declarou o lançamento tributário improcedente, consubstanciado no Auto de Infração lavrado para a exigência fiscal de IRRF relativa ao anocalendário de 2002. Aproveito trechos do relatório do aresto vergastado para historiar os fatos: “Segundo a fiscalização, a exigência se deu com base em pagamentos a beneficiários não identificados. Em 28.12.2007, o sujeito passivo foi cientificado do lançamento através do Termo de Recusa de fls. 10 e 11 e, em 28.1.2008, apresentou impugnação de fls. 127 a 138, pela qual aduz, cm síntese que a exigência não deve prosperar pois não existem nos autos provas que identifiquem a autuada como a remetente de valores ao exterior.” Aquela turma julgadora assim deliberou, em suma: “[...] Diante da natureza da exação lançada de ofício (exigências fundadas em presunção legal), tenho para mim que é de extrema importância a identificação precisa da autoria dos pagamentos realizados. Isso porque o IRRF exigido de ofício já encerra em si mesmo uma severa presunção contra o sujeito passivo, qual seja, presume que qualquer transferência de valor que este tenha efetuado a terceiros, sem causa justificada ou decorrente de operação não comprovada, esse valor seja considerado como renda daquele terceiro. Conseqüentemente, o autor daquela transferência passa a ser responsável pelo recolhimento do IRRF resultante da tributação do rendimento presumido daquele terceiro ou sócio. [...] A impugnante voltase contra as provas contidas nos autos, que não comprovariam, sem margem de dúvidas, o ordenador dos pagamentos. Com efeito, as ordens de pagamento de fls. 103 a 114 são cópias reprográficas de solicitações enviadas à empresa Beacon Hill, sediada em Nova Iorque (Estados Unidos da América), que atuava como preposto bancáriofinanceiro de pessoas físicas e jurídicas junto ao JP Morgan Chase Bank. Esses valores chegaram ao exterior por meio do banco Banestado S. A., episódio de grande repercussão nacional, alvo de Comissão Parlamentar dc Inquérito etc. Os referidos valores foram debitados na conta "CB Financial". [...] O mais seguro, no meu entender, é que esses indícios subsidiassem uma ação fiscal a fim de verificar a efetiva omissão de receitas, até mesmo por meio de outras presunções disponibilizadas pelo legislador, tais como depósitos bancários sem comprovação de origem, saldo credor de caixa etc. [...] Entendo, portanto, que a exigência fiscal está ao desamparo de provas que apontem a impugnante de maneira inequívoca como a efetiva ordenadora dos pagamentos em tela. CONCLUSÃO Fl. 358DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 21/10/2 011 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 10283.720753/200744 Acórdão n.º 180100.727 S1TE01 Fl. 177 3 Isto posto, voto no sentido de julgar IMPROCEDENTE o lançamento.” A despeito da decisão supra, a unidade de jurisdição da contribuinte prosseguiu na cobrança do crédito tributário, ensejando a interposição do recurso, fls. 170 a 173, que ora passase a analisar. É o relatório. Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes, Relatora A recorrente interpôs o presente Recurso em resposta à Carta de Cobrança de fls. 168 e 169, em prazo de defesa hábil, todavia, para recorrer à própria unidade de jurisdição que está a cobrar equivocadamente o crédito tributário deste processo administrativo fiscal. A empresa tomou ciência do Acórdão nº 0111.423 em 18/08/2008 (fls. 165 vº) e não recorreu no prazo legal, pois a decisão lhe foi totalmente favorável, não havendo qualquer motivação para recorrer. Por conseguinte, não há litígio a ser dirimido neste processo, somente manifesto lapso por parte da unidade de jurisdição da empresa que deve proceder às retificações necessárias no sistema de controle de crédito/débito em relação à mesma, cancelando as exigências no que concerne ao presente processo administrativo fiscal. Nos termos do artigo 45, caput, do PAF – Decreto nº 70.235/72 compete à unidade preparadora exonerar de ofício dos gravames do litígio. Não conheço do recurso, por dirigido equivocadamente a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e de forma intempestiva, mas determino a devolução dos autos ao SECAT de origem para providências quanto ao acatamento do decidido em primeira instância, no sentido de exonerar a empresa da exigência fiscal debatida neste processo. Cientifiquese a recorrente. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes – Relatora Fl. 359DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 21/10/2 011 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Fl. 360DF CARF MF Emitido em 21/10/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 21/10/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 21/10/2 011 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 13811.001358/2002-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 17 00:00:00 UTC 2010
Numero da decisão: 3301-000.039
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: Antonio Lisboa Cardoso
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. .., , 4,13, Rodrigo a C ta ôssas - Presidente : -..W \ '\'' \ k " l'lA O) Antônio Lisboa Cardoso - kelat r p Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Maria Teresa Martinez López, José Adão Vitorino de Morais, Gustavo Kelly Alencar e Antônio Lisboa Cardoso, Relatório Trata-se de recurso em face do acórdão da DR1 de Santa Maria (RS), que indeferiu a solicitação de restituição/compensação de débitos de PIS e Cofins, referente ao ''\\\ 1 período de apuração de 01/03/2002 a 30/04/2002, utilizando, para esse fim do direito creditório reconhecido no processo administrativo if 13656.000500/2001-78. Os pedidos de compensação foram recebidos como Declaração de Compensação, nos teiinos do art, 74, da Lei n° 9,430, de 1996, com a redação dada pelo art. 49, da Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002, requerido pela empresa AMCOR PET PACKAGING DO BRASIL LTDA (atual razão social de INJEPET EMBALAGENS LTDA), sucessora por incorporação de BRASPET IND. E COM. DE EMBALAGENS PLÁSTICAS LTDA. Às fls., 194/196, consta cópia do acórdão recorrido, sintetizado na ementa a seguir reproduzida: "Assunto Normas de Administração Tributézria Período de apuração: 01/03/2002 a 30/04/2002 Ementa: DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NÃO- HOMOLOGAÇÃO. Está correto o Despacho Decisório que não homologou a compensação procedida pelo contribuinte, quando o direito creditório correspondente não foi reconhecido em valores bastantes para cobrir o montante do débito. Solicitação Indeferida Cientificada em 08/08/2007 (AR — fl. 197), foi apresentado o recurso voluntário de fis, 201/249, em 10/09/2007, alegando, em síntese, o seguinte: Preliminarmente, nulidade do processo em razão de ausência de manifestação quanto às compensações de créditos de IPI através do pedido de ressarcimento n° 13656,000033/2002-67; Necessidade de sobrestamento do presente processo até decisão final dos processos n° 13656,000500/2001-78 e 13656.000033/2002-67, porquanto as compensações decorrem dos créditos de IPI discutidos nos aludidos processos; Alega inexigibilidade dos créditos tributários de PIS e COFINS para os períodos de apuração de março e abril de 2002, tendo em vista que decorrem de compensações realizadas nos processos n's 13656,000500/2001-78 e 13656.000033/2002-67, cuja exigibilidade também se encontra suspensa. É o relatório. Voto , Conselheiro Antônio Lisboa Cardoso, Relator O recurso é tempestivo e cumpre os requisitos legais para ser admitido, pe o: \ I dele conheço. O presente processo (13811,001358/2002-27) decorreu do fato de ter sido indeferido o pedido de ressarcimento de saldo de IPI, referente às aquisições da empresa Comércio de Embalagens Plásticas Minasul Ltda (CNRT n° 0.3,940,311/0001-29), pelo fato da mesma encontrar-se inapta. O pedido de ressarcimento foi discutido no processo n° 13656.000500/2001-78. .., •:...''',' -:..-..... Processo n" 13811.001358/2002-27 S3-C3T1 Resolução n 3301-00.039 Fl 252 Ocorre, porém que, nesta mesma sessão o julgamento do recurso alusivo ao processo ri' 13656.000500/2001-78, foi convertido em diligência, a fim de que fossem analisados os documentos apresentados pela recorrente, sobretudo os cheques nominais emitidos em favor da empresa M1NASUL, pois, pra que a declaração de inaptidão possa alcançar terceiros, nos termos do art, 82, parágrafo único da Lei n° 9.430,d e 26, de dezembro de 1996, é necessário que o adquirente das mercadorias ou tomador de serviços, não logre êxito em comprovar a efetivação do pagamento do preço respectivo, e o efetivo recebimento das mercadorias, em conformidade com o referido dispositivo legal: "Art, 82, Além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes tenha sido considerada ou declarada inapta, Parágrafo única O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços," (grifas acrescidos) Assim sendo, como o processo onde se trava a discussão quanto aos créditos da recorrente desceu em diligência, entendo, também ser necessário o retorno do presente processo em diligência, a fim de que as informações prestadas no processo n° 13656.000500/2001-78 (pedido de ressarcimento de IPI), sejam juntadas por cópia no presente processo. Da mesma forma, todos os pedidos de compensação 54i guardam alguma correlação de estreita dependência com o processo n° 13656M0050042001-78, deverão aguardar o resultado daquele (são os seguintes os processos que /cuidíim de pedido de compensação: 13656,000033/2002-67, 13811.001358/2002-27 e 1365 0420/2002-41). %14 \- ‘ çrotel,0 torno Lisboa Cardoso — 1 3
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