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7153195 #
Numero do processo: 10950.903157/2010-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS PROBATÓRIO DO INTERESSADO. Recai sobre o contribuinte o ônus probatório quanto à certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.084
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, vencida a Conselheira Sarah Maria L. de A. Paes de Souza que convertia o julgamento em diligência para apuração da base de cálculo devida. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE

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3302­005.084  –  3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária   Sessão de  30 de janeiro de 2018  Matéria  DCOMP. PIS/COFINS  Recorrente  FERMENTOS BRASIL ESPANHA LTDA.  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Ano­calendário: 2004  DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS PROBATÓRIO DO INTERESSADO.  Recai sobre o contribuinte o ônus probatório quanto à certeza e  liquidez do  direito creditório pleiteado.   Recurso Voluntário Negado  Direito Creditório Não Reconhecido      Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  maioria  de  votos,  em  rejeitar  as  preliminares  arguidas  e,  no  mérito,  negar  provimento  ao  recurso  voluntário,  vencida  a  Conselheira Sarah Maria L. de A. Paes de Souza que convertia o julgamento em diligência para  apuração da base de cálculo devida.  (assinado digitalmente)  Paulo Guilherme Déroulède ­ Presidente e Relator    Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  Conselheiros  Paulo  Guilherme  Déroulède,  José  Fernandes  do Nascimento,  José  Renato  Pereira  de Deus, Maria  do  Socorro  Ferreira  Aguiar,  Jorge  Lima  Abud,  Diego Weis  Júnior,  Sarah  Maria  Linhares  de  Araújo  e  Walker Araújo.  Relatório     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 31 57 /2 01 0- 93 Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10950.903157/2010­93  Acórdão n.º 3302­005.084  S3­C3T2  Fl. 3          2 Trata  o  presente  processo  de  PER/DCOMP  (Pedido  de  Ressarcimento  ou  Restituição e Declaração de Compensação), cujo crédito provém de pagamento indevido ou a  maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social ­ Cofins.  De  acordo  com  o  Despacho  Decisório  emitido  pela  unidade  de  origem,  a  partir  das  características  do  DARF  descrito  no  PerDcomp  foram  localizados  um  ou  mais  pagamentos,  mas  integralmente  utilizados  para  quitação  de  débitos  do  contribuinte,  não  restando crédito disponível para  compensação dos débitos  informados no PerDcomp. Assim,  diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA.  Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de  inconformidade  alegando  que,  após  profícuo  e  extenuante  estudo,  constatou  que  desde  o  advento  da  Lei  10.925,  de  23  de  Julho  de  2004,  estava  recolhendo  PIS  e  COFINS  em  desacordo com o citado diploma legal, haja visto que a peticionária comercializa, dentre outros,  o produto popularmente conhecido como "fermento lático" cuja classificação no código NCM  é 3002.90.99,  código este  contemplado pela  referida  lei  através do  seu Art  º  com alíquota  0  para PIS  e COFINS  incidentes  na  importação  e  sobre  a  receita  bruta de  vendas  no mercado  interno. Afirma ainda que após ser cientificada do DD, tentou retificar a DCTF sem êxito, haja  vista o prazo já ter expirado.  O  contribuinte  apresentou  Solução  de  Consulta  sobre  classificação  de  mercadorias e notas fiscais (amostragem), requerendo a reavaliação do Despacho Decisório.  Na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a manifestação de  inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão nº 02­052.056.  Assim,  inconformada com a decisão de primeira  instância,  a  empresa,  após  ser  cientificada,  apresentou Recurso Voluntário  a  este Conselho Administrativo  de Recursos  Fiscais  ­  CARF,  no  qual  repisa  os  argumentos  já  aduzidos  em  sede  de  manifestação  de  inconformidade.  É o relatório.  Voto             Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator.  O  julgamento  deste  processo  segue  a  sistemática  dos  recursos  repetitivos,  regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de  junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica­se o decidido no Acórdão 3302­005.066, de  30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10950.900108/2011­80, paradigma  ao qual o presente processo foi vinculado.  Transcreve­se,  como  solução  deste  litígio,  nos  termos  regimentais,  o  entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302­005.066):  "PRELIMINARES  Dos requisitos de admissibilidade  Fl. 125DF CARF MF Processo nº 10950.903157/2010­93  Acórdão n.º 3302­005.084  S3­C3T2  Fl. 4          3 O  Recurso  Voluntário  é  tempestivo,  trata  de  matéria  da  competência  deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto,  deve ser conhecido.  Do pedido para juntada posterior de provas  Protesta  o  Recorrente  pela  posterior  juntada  de  novos  documentos  e  provas que se fizerem necessárias ao deslinde do feito.  Esclareça­se  que  a  juntada  posterior  ao  momento  impugnatório,  de  provas  ao  processo  somente  encontra  amparo  se  comprovadas  às  condições  impostas no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, abaixo transcrito:   §  4º  A  prova  documental  será  apresentada  na  impugnação,  precluindo o direito de o impugnante fazê­lo em outro momento  processual, a menos que:  a)  fique  demonstrada  a  impossibilidade  de  sua  apresentação  oportuna, por motivo de força maior;  b) refira­se a fato ou a direito superveniente;  c) destine­se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas  aos autos.  Observa­se no entanto, que não demonstrou o recorrente abrigar­se na  norma excepcional acima destacada.  MÉRITO  Da inexistência probatória  Tendo  em  vista  que  a  questão  dos  autos  diz  respeito  ao  instituto  da  compensação, forma de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156 do  CTN,  e  disciplinada  no  art.  170  do  referido  diploma  legal,  há  exigências  fundamentais para que possa ser operacionalizada a compensação, no âmbito  do Direito Tributário, sendo as principais: (1) a necessidade de lei que autorize  a compensação; e  (2) que os créditos de titularidade do sujeito passivo sejam  líquidos e certos.  Diz­se assim que um crédito é certo quando não há dúvida relativa à sua  existência e é líquido quando é conhecido seu exato valor, ou seja, a certeza diz  respeito à existência do crédito e a liquidez diz respeito ao montante.  Sendo líquido e certo o crédito do particular e existindo lei que preveja a  compensação, proceder­se­á ao encontro das dívidas.  Nesse mister, a compensação está disciplinada nos arts. 73 e 74 da Lei  nº 9.430, de 1996.  Assim,  no  caso  em  apreço,  quanto  à  questão  meritória,  destaca  o  recorrente  que  desde  o  advento  da  Lei  nº  10.925,  de  23  de  Julho  de  2004,  estava  recolhendo PIS  e COFINS  em  desacordo  com o  citado  diploma  legal,  haja vista que comercializa, dentre outros, o produto popularmente conhecido  como "fermento lático" cuja classificação no código NCM é 3002.90.99, código  contemplado pela referida lei com alíquota zero para PIS e COFINS incidentes  na importação e sobre a receita bruta de vendas no mercado interno.  Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10950.903157/2010­93  Acórdão n.º 3302­005.084  S3­C3T2  Fl. 5          4 Em se  tratando de direito creditório pleiteado é importante demonstrar  em breve abordagem a questão do ônus probatório.  Utilizando­se  subsidiariamente  as  regras  do Código de Processo Civil,  vigente à época da apresentação da manifestação de inconformidade, verifica­ se:  Art. 333. O ônus da prova incumbe:  I ­ ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;   II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou  extintivo do direito do autor.  Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou  a resposta (art. 297), com os documentos destinados aprovar­lhe  as alegações.  Disciplina o processo administrativo fiscal, Decreto nº 70.235, de 1972,  em  seu  art.  9º  que  [a  exigência  do  crédito  tributário  e  a  aplicação  de  penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de  lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar  instruídos  com  todos  os  termos,  depoimentos,  laudos  e  demais  elementos  de  prova indispensáveis à comprovação do ilícito].  Já o art. 16, III, do citado diploma legal estabelece que a  impugnação  mencionará [os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de  discordância e as razões e provas que possuir].  Observe­se que a premissa para verificar a origem do crédito, que é a  constatação  do  indébito,  inexiste  no  presente  caso,  visto  que  restou  demonstrado  no  citado  despacho  decisório  que  o  suposto  crédito  estava  totalmente  utilizado  para  quitação  de  débitos  do  próprio  contribuinte,  não  restando, assim, crédito disponível para compensação pretendida.  Ressalte­se  que,  no  presente  caso,  a  regra  acima  quanto  ao  ônus  probatório, se inverte, cabendo ao requerente de um suposto direito creditório  demonstrar  ao  fisco,  os  livros  e  documentos  exigidos  pela  legislação  para  a  comprovação de seu direito.  Nesse sentido, o recorrente teve a oportunidade processual, visto que lhe  foram assegurados o contraditório e ampla defesa, quando da apresentação da  manifestação  de  inconformidade  de  apresentar  documentos/livros  que  demonstrem à Administração Tributária o suposto o crédito pleiteado.  Com efeito, pela minudência da fundamentação, reproduzo parcialmente  excertos da decisão de piso:  Se o Darf  indicado como crédito foi utilizado para pagamento  de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da  RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar  a compensação está correta.(grifei).  Assim,  para  modificar  o  fundamento  desse  ato  administrativo,  cabe ao  recorrente demonstrar  erro no  valor declarado ou nos  cálculos  efetuados  pela  RFB.  Se  não  o  fizer,  o  motivo  do  indeferimento permanece.  Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10950.903157/2010­93  Acórdão n.º 3302­005.084  S3­C3T2  Fl. 6          5 No caso concreto, o contribuinte declarou em DIPJ e confessou  em  DCTF  o  tributo  recolhido  por  meio  do  Darf  apresentado  como crédito para a compensação.  Transmitiu  o PerDcomp  (...), mas  não  efetuou  a  retificação  de  suas declarações.  Ressalte­se que (...) retificou as DCTF (....) contudo sem alterar  os valores em discussão.  A  Solução  de  Consulta  de  classificação  serve  para  amparar  a  classificação  da  mercadoria  ali  descrita.  As  notas  fiscais  apresentadas,  de  acordo  com  o  contribuinte,  por  amostragem  comprovam  a  venda  da  mercadoria  indicada  na  Solução  de  Consulta.  Entretanto,  o  valor  pleiteado  como  crédito  é  igual  a  96% do Darf. Significa dizer que o contribuinte  , praticamente,  só  comercializa  o  produto  objeto  da  Solução  de  Consulta,  informação  que  não  foi  prestada  nem  comprovada  na  manifestação.  As provas apresentadas por amostragem são insuficientes para  comprovar os fatos relatados e para conferir certeza e liquidez  ao crédito pleiteado.(grifei).  Ante o exposto, VOTO POR REJEITAR A PRELIMINAR SUSCITADA E  NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário."  Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o  contribuinte não  logrou  comprovar os  fatos  relatados  e conferir  certeza  e  liquidez  ao  crédito  pleiteado.  Aplicando­se  a  decisão  do  paradigma  ao  presente  processo,  em  razão  da  sistemática  prevista  nos  §§  1º  e  2º  do  art.  47  do  RICARF,  o  Colegiado  decidiu  negar  provimento ao recurso voluntário.  (assinado digitalmente)  Paulo Guilherme Déroulède                           Fl. 128DF CARF MF

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7244769 #
Numero do processo: 13841.001326/2009-41
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2005 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
Numero da decisão: 2001-000.072
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para manter a glosa das despesas médicas relativas a Débora Helena Correa, no valor de R$6.000,00 e José Alvaro Vasconcellos de Almeida, no valor de 6.700,00, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente Fernanda Melo Leal - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL

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2001­000.072  –  Turma Extraordinária / 1ª Turma   Sessão de  31 de outubro de 2017  Matéria  IRPF: DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS  Recorrente  FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO ARTEN  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Ano­calendário: 2005  DEDUÇÃO  DE  DESPESAS  MÉDICAS.  COMPROVAÇÃO.  DEDUTIBILIDADE.  São  dedutíveis  na  declaração  de  ajuste  anual,  a  título  de  despesas  com  médicos  e  planos  de  saúde,  os  pagamentos  comprovados  mediante  documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência  do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda ­ RIR).  A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte  está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano­calendário da  obrigação tributária.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento  parcial ao Recurso Voluntário para manter a glosa das despesas médicas relativas a Débora Helena  Correa,  no  valor  de R$6.000,00  e  José  Alvaro Vasconcellos  de Almeida,  no  valor  de  6.700,00,  vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento.  (assinado digitalmente)  Jorge Henrique Backes ­ Presidente  Fernanda Melo Leal ­ Relator.  Participaram  do  presente  julgamento  os  conselheiros:  Fernanda Melo  Leal,  Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira.        AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 1. 00 13 26 /2 00 9- 41 Fl. 84DF CARF MF     2 Relatório  Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o auto de infração, relativo ao  Imposto de Renda Pessoa Física, exercício de 2006, ano­calendário de 2005, por meio do qual foi  exigido crédito tributário no valor de R$4.867,50, mais a correspondente multa de ofício de 75% e  juros de mora.    De acordo  com descrição  dos  fatos  foram verificadas  deduções  indevidas  de  despesas médicas, no valor de R$ 17.700,00, por falta de comprovação de pagamento.     O  interessado  foi  cientificado  da  notificação  e  apresentou  impugnação,  conforme  fls.  26  a  33.  Alega,  em  síntese,  que  nenhuma  irregularidade  foi  praticada,  que  a  exigência  decorre  de mera  suposição  de  irregularidade,  que  uma mera  presunção  que  não  pode  prevalecer para fins de uma autuação, que não existe em nosso País qualquer legislação que proíbe  que o pagamento seja efetuado em moeda corrente, ou em cheques de terceiros. Depois de diversas  citações  jurisprudenciais,  conclui que o  cancelamento do auto de  infração  lavrado se  impõe para  que o Direito seja devidamente resguardado.     A  DRJ  São  Paulo  I,  na  análise  da  peça  impugnatória,  manifestou  seu  entendimento  no  sentido  de  que  os  comprovantes  fornecidos  e  juntados  ao  processo  pelo  Contribuinte  não  seriam  suficientes  para  comprovar  as  despesas,  pois  havia  indícios  de  que  os  profissionais (prestadores dos serviços médicos em voga) emitiram recibos frios, e os recibos não  estavam com o endereço do prestador e nem indicação do beneficiário. Além disso, comprova que  o  contribuinte  foi  intimado  para  fornecer  mais  provas  a  seu  favor,  intimação  esta  que  não  foi  atendida. E, no     Em  sede  de  Recurso  Voluntário,  alega  o  contribuinte  que  legalmente  não  é  exigido  a  comprovação  das  despesas  médicas,  motivo  pelo  qual  deveria  ser  cancelado  o  lançamento em epígrafe.     É o relatório.    Voto             Conselheira Fernanda Melo Leal ­ Relatora.  O  recurso  é  tempestivo  e  atende  às  demais  condições  de  admissibilidade.  Portanto, merece ser conhecido.    Mérito ­ Glosa de despesas médicas  Nos  termos  do  artigo  8°,  inciso  II,  alínea  "a",  da  Lei  9.250/1995,  com  a  redação  vigente  ao  tempo  dos  fatos  ora  analisados,  são  dedutíveis  da  base  de  cálculo  do  imposto  de  renda  pessoa  física  as  despesas  a  título  de  despesas  médicas,  psicológicas  e  dentárias, quando os pagamentos são especificados e comprovados.  Lei 9.250/1995:  Fl. 85DF CARF MF Processo nº 13841.001326/2009­41  Acórdão n.º 2001­000.072  S2­C0T1  Fl. 3          3 Art. 8°. A base de cálculo do imposto devido no ano­calendário  será a diferença entre as somas:  I ­ de todos os rendimentos percebidos durante o ano­calendário,  exceto  os  isentos,  os  não­tributáveis,  os  tributáveis  exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva;  II ­ das deduções relativas:  a)  aos  pagamentos  efetuados,  no  ano­calendário,  a  médicos,  dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas  ocupacionais  e  hospitais,  bem  como  as  despesas  com  exames  laboratoriais,  serviços  radiológicos,  aparelhos  ortopédicos  e  próteses ortopédicas e dentárias.  (...)  § 2º ­ O disposto na alínea ‘a’ do inciso II:  (...)  II  ­  restringe­se  aos  pagamentos  feitos  pelo  contribuinte,  relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes;  III ­  limita­se a pagamentos especificados e comprovados, com  indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro  de Pessoas Físicas ou no Cadastro de Pessoas Jurídicas de quem  recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação  do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.”  O  Recorrente  apresentou  diversos  recibos  dos  pagamentos  relativos  aos  supostos  tratamentos médicos,  dentários,  e  psicoterápicos,  sendo  que  boa  parte  deles  estava  sem a informação do endereço completo do prestador, SEM indicação do beneficiário, e com  informação bem precária do serviço prestado.   A decisão de primeira instancia sustentou que o Recorrente não comprovou  as despesas médicas, nos seguintes termos:     “[...]    Em princípio, admitem­se como prova idônea de pagamentos, os  recibos  fornecidos  por  profissional  competente,  legalmente  habilitado desde que contenham o seu nome, endereço e número  de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro  Geral de Contribuintes – CGC, a especificação dos pagamentos  efetuados, bem como a informação precisa dos serviços prestados  e a identificação do beneficiário dos mesmos.     As  informações  discriminadas  no  recibo  e  exigidas  por  lei  são  importantes para  identificar se os serviços  foram prestados pelo  profissional  ao  contribuinte  ou  aos  seus  dependentes,  uma  vez  que  a  dedução  de  despesas  médicas  do  imposto  de  renda  é  legalmente permitida apenas nestas hipóteses.    Fl. 86DF CARF MF     4 Faz­se  mister  apontar  que  a  dedução  na  Declaração  de  Rendimentos  de  despesas  relativas  a  pagamentos  efetuados  no  correspondente ano­calendário, a médicos, dentistas, psicólogos,  fisioterapeutas,  fonoaudiólogos,  terapeutas  ocupacionais  e  hospitais,  bem  como  as  despesas  com  exames  laboratoriais,  serviços  radiológicos,  aparelhos  ortopédicos  e  próteses  ortopédicas  e  dentárias  não  envolve  apenas  o  contribuinte  e  o  profissional  de  saúde, mas  também o  erário  público,  devendo o  interessado  acautelar­se  na  guarda  de  elementos  de  prova  da  efetividade do serviço prestado e do pagamento efetuado.    Neste sentido, a  legislação exige de forma clara e inequívoca, a  comprovação do contribuinte perante o fisco de que as deduções  pleiteadas na declaração preenchem todos os requisitos exigidos,  sob pena de  serem consideradas  indevidas  e o  valor pretendido  como  dedução  seja  apurado  e  lançado  em  procedimento  de  ofício,  como  disciplina  o  §3°  art.  11,  do  Decreto  Lei  nº  5.844/1943. .......    Assim,  quando  os  recibos  apresentados  à  fiscalização  não  se  enquadram  nos  critérios  estabelecidos  pelo  artigo  8º,  inciso  II,  alínea “a”, e § 2°, incisos II e III da Lei nº 9.250/1995, mostram­ se  inábeis  como  prova  de  pagamento,  cabendo  ao  contribuinte  atender  ao  disposto  no  artigo  11,  §3°,  do  Decreto  Lei  nº  5.844/1943, transcrito acima.     [...]”    No  caso  concreto,  demonstra­se,  ao  longo  do  processo,  que  a  autoridade  fiscal levantou dúvidas quanto à regularidade de determinadas despesas médicas pleiteadas, e,  dentro  de  seu  dever,  solicitou  comprovação  e  justificação  de  tais  dispêndios,  por  meio  de  documentação hábil conforme estabelece o “caput” do artigo 73 de Regulamento do Imposto  de Renda – Decreto nº 3.000/1999 (RIR / 99), que por sua vez reporta­se ao artigo 11, § 3º do  Decreto­Lei nº 5.844 / 1943, como segue:    Art.  73.  Todas  as  deduções  estão  sujeitas  à  comprovação  ou  justificação,  a  juízo  da  autoridade  lançadora  (Decreto­Lei  nº  5.844, de 1943, art. 11, § 3º).     Contudo, ainda que fossem os recibos emitidos com todas as formalidades, o  que  não  ocorreu,  a  regra  não  dá  aos  recibos  valor  probante  absoluto.  A  apresentação  de  documentos que corroborem a transferência de numerário, ou seja, o efetivo pagamento, como  cópias  microfilmadas  de  cheques  nominais,  transferências  bancárias  com  identificação  do  emissor  do  pagamento  e  do  beneficiário  ou  outros  elementos,  podem  ser  essenciais  para  a  formação da convicção pela autoridade fiscal.   Neste  diapasão,  merece  trazer  à  baila  o  princípio  pela  busca  da  verdade  material.  Sabemos  que  o  processo  administrativo  sempre  busca  a  descoberta  da  verdade  material  relativa  aos  fatos  tributários.  Tal  princípio  decorre  do  princípio  da  legalidade  e,  também, do princípio da igualdade. Busca, incessantemente, o convencimento da verdade que,  hipoteticamente, esteja mais aproxima da realidade dos fatos.   De acordo com o princípio são considerados todos os fatos e provas novos e  lícitos, ainda que não tragam benefícios à Fazenda Pública ou que não tenham sido declarados.  Essa verdade é apurada no julgamento dos processos, de acordo com a análise de documentos,  Fl. 87DF CARF MF Processo nº 13841.001326/2009­41  Acórdão n.º 2001­000.072  S2­C0T1  Fl. 4          5 oitiva das testemunhas, análise de perícias técnicas e, ainda, na investigação dos fatos. Através  das provas, busca­se a realidade dos fatos, desprezando­se as presunções tributárias ou outros  procedimentos  que  atentem  apenas  à  verdade  formal  dos  fatos.  Neste  sentido,  deve  a  administração  promover  de  oficio  as  investigações  necessárias  à  elucidação  da  verdade  material para que a partir dela, seja possível prolatar uma sentença justa.   A  verdade  material  é  fundamentada  no  interesse  público,  logo,  precisa  respeitar a harmonia dos demais princípios do direito positivo. É possível, também, a busca e  análise da verdade material, para melhorar a decisão sancionatória em fase revisional, mesmo  porque no Direito Administrativo não podemos falar em coisa julgada material administrativa.   A apresentação de provas e uma análise nos ditames do princípio da verdade  material estão intrinsecamente relacionadas no processo administrativo, pois a verdade material  apresentará  a  versão  legítima  dos  fatos,  independente  da  impressão  que  as  partes  tenham  daquela. A prova há de ser considerada em toda a sua extensão, assegurando todas as garantias  e  prerrogativas  constitucionais  possíveis  do  contribuinte  no  Brasil,  sempre  observando  os  termos especificados pela lei tributária.   A jurisdição administrativa tem uma dinâmica processual muito diferente do  Poder  Judiciário,  portanto,  quando  nos  depararmos  com  um  Processo  Administrativo  Tributário, não se deve deixar de analisá­lo sob a égide do princípio da verdade material e da  informalidade. No que se refere às provas, é necessário que sejam perquiridas à luz da verdade  material, independente da intenção das partes, pois somente desta forma será possível garantir  o um julgamento justo, desprovido de parcialidades.  Soma­se  ao  mencionado  princípio  também  o  festejado  princípio  constitucional da celeridade processual, positivado no ordenamento jurídico no artigo 5º, inciso  LXXVIII  da Constituição Federal,  o  qual  determina que  os  processos  devem desenvolver­se  em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do resultado alcançado ao final da demanda.   Ratifico,  ademais,  a necessidade de  fundamento pela  autoridade  fiscal,  dos  fatos e do direito que consubstancia o lançamento. Tal obrigação, a motivação na edição dos  atos administrativos, encontra­se tanto em dispositivos de lei, como na Lei nº 9.784, de 1999,  como  talvez  de  maneira  mais  importante  em  disposições  gerais  em  respeito  ao  Estado  Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle  jurisdicional.   Assim sendo, com fulcro nos festejados princípios supracitados, e baseando­ se na fundamentação consubstanciada do lançamento, bem como intenção do contribuinte para  evidenciar a existência das despesas declaradas, sem atendimento, somado ao aludido fato de  os  recibos  dos  profissionais  José  Alvaro  e  Débora  Helena  estarem  em  desatendimento  aos  requisitos básicos e mínimos estabelecidos na supramencionada legislação.     CONCLUSÃO:  Diante  tudo  o  quanto  exposto,  voto  no  sentido  de, CONHECER  e DAR  PROVIMENTO PARCIAL  ao  recurso  voluntário, mantendo  a  glosa  das  despesas médicas  relativas  a  Débora  Helena  Correa,  no  valor  de  R$6.000,00  e  José  Alvaro  Vasconcellos  de  Almeida, no valor de 6.700,00.   Fl. 88DF CARF MF     6 Fernanda Melo Leal.                                 Fl. 89DF CARF MF

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7174098 #
Numero do processo: 11065.721731/2016-20
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2013 IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ALUGUEL. ABATIMENTO DESPESAS. PESSOA JURÍDICA As deduções relativas aos rendimentos auferidos por aluguel recebidos de imóvel locado a pessoa jurídica podem ser abatidas da base de cálculo do IRPF desde que suportadas e devidamente comprovadas pelo contribuinte.
Numero da decisão: 2002-000.021
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar de nulidade da decisão de 1ª instância, com retorno dos autos à DRJ para novo julgamento. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI

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2002­000.021  –  Turma Extraordinária / 2ª Turma   Sessão de  26 de fevereiro de 2018            Matéria  IRPF ­ OMISSÃO DE RENDIMENTOS AUFERIDOS POR ALUGUEL  PERCEBIDO DE PESSOA JURÍDICA  Recorrente  ÉRICA MARIA SPENGLER  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA ­ IRPF  Ano­calendário: 2013  IRPF.  OMISSÃO  DE  RENDIMENTOS.  ALUGUEL.  ABATIMENTO  DESPESAS. PESSOA JURÍDICA  As  deduções  relativas  aos  rendimentos  auferidos  por  aluguel  recebidos  de  imóvel  locado  a  pessoa  jurídica  podem  ser  abatidas  da  base  de  cálculo  do  IRPF desde que suportadas e devidamente comprovadas pelo contribuinte.       Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.   Acordam  os membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  acolher  a  preliminar  de  nulidade  da  decisão  de  1ª  instância,  com  retorno  dos  autos  à  DRJ  para  novo  julgamento.   (assinado digitalmente)  Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez ­ Presidente    (assinado digitalmente)  Thiago Duca Amoni ­ Relator.         AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 17 31 /2 01 6- 20 Fl. 96DF CARF MF     2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira  Passos  da  Costa  Develly  Montez,  Fábia Marcília  Ferreira  Campelo,  Thiago  Duca  Amoni  e  Virgílio Cansino Gil.    Relatório  Notificação de lançamento  Trata  o  presente  processo  de  notificação  de  lançamento  –  NL  (e­fls.  30  a  33),  relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu autuação no valor de R$ 2.760, 94,  relativos a omissão de rendimentos auferidos por  recebimento de aluguéis de imóvel  locado a pessoa  jurídica no exercício de 2013.  Tal omissão gerou lançamento de imposto de renda pessoa física suplementar de R$  230,54,  acrescido  de  multa  de  ofício  no  importe  de  75%,  bem  como  juros  de  mora,  cientificado  o  contribuinte em 30/05/16 (e­fl. 35).   Impugnação   A notificação de lançamento foi objeto de impugnação, em 16/06/2016, à e­fl. 03 a  15  dos  autos.  A  impugnação  foi  apreciada  na  3ª  Turma  da  DRJ/SDR  que,  por  unanimidade,  em  04/01/2017, no acórdão 15­41.022, às e­fls. 44 a 46, julgou a impugnação improcedente, entendendo  ainda que a contribuinte omitiu valores superiores àqueles constantes no auto de infração.  Recurso voluntário  Ainda inconformado, a contribuinte, em 14/02/2017, apresentou recurso voluntário,  às e­fls. 52 a 58, no qual alega, em resumo, que:  § em  sede  de  preliminar,  suscita  nulidade  do  presente  processo  administrativo,  alegando  que  o  acórdão  da  DRJ  inovou  no  lançamento,  promovendo  reformatio  in  pejus  quanto  a  situação  do  contribuinte,  vez  que  incluiu,  equivocadamente,  os  aluguéis  percebidos  por  seu  filho,  Flávio  Luiz  Spengler,  considerando­o  seu  marido;  § Informa  que  seu  marido  é  Ermindo  Spengler  e  que  ambos  são  proprietários  do  imóvel  prédio  2866  e  que  o  filho  do  casal,  Flávio  Luiz  Spengler,  é  proprietário  do  prédio  imóvel  2876,  e,  como  o  contador da família é o mesmo, que tal situação levou a fiscalização a  erro;  § No mérito, alega que os valores omitidos são oriundos do pagamento  de IPTU pela contribuinte (locadora), despesa esta dedutível da base  de  cálculo  de  incidência  do  Imposto  de Renda  Pessoa Física,  assim  como as comissões pagas a intermediária (imobiliária).  § Menciona  jurisprudências  administrativas  deste  CARF  que  confortariam suas teses.   É o relatório.  Fl. 97DF CARF MF Processo nº 11065.721731/2016­20  Acórdão n.º 2002­000.021  S2­C0T2  Fl. 97          3 Voto             Conselheiro Thiago Duca Amoni ­ Relator  Pelo que consta no processo, o recurso é tempestivo, já que o contribuinte foi  intimado do  teor do acórdão da DRJ em 16/01/2017, e­fls. 49, e  interpôs o presente Recurso  Voluntário  em  14/02/2017,  e­flls.  52,  posto  que  atende  aos  requisitos  de  admissibilidade  e,  portanto, dele conheço.  Preliminar de nulidade  Em sede preliminar, a contribuinte suscita a nulidade do processo vez que, o  acórdão  da  DRJ  promoveu  uma  reformatio  in  pejus,  inovando  no  lançamento,  de  forma  majorar o tributo devido conforme se vê do trecho que se extrai da decisão a quo:    De  acordo  com  as  informações  prestadas  em DIRF  pela  Suzuki  Recicladora  e  Indústria  de  Máquinas  Ltda.  (fls.  42/43),  os  aluguéis  brutos  pagos  à  impugnante  e  ao  seu  cônjuge, Flávio Luiz Spengler,  foram respectivamente R$  40.165,90 e R$ 39.489,40. Em sua declaração Flávio Luiz  Spengler  declarara  haver  recebido  desta  fonte  R$  33.826,49.  Os  rendimentos  recebidos  pelo  casal  são  confirmados pelo documento às  fls.  13,  apresentado pela  própria  impugnante. Não caberia assim considerar que a  contribuinte  teria  o  direito  de  declarar  apenas  a metade  dos  rendimentos  informados  em  DIRF  em  seu  nome.  Conclui­se  que  os  rendimentos  omitidos  foram  de  fato  superiores ao valor considerado pela fiscalização, como  demonstrado a seguir.    A Aluguel informado pela fonte pagadora (DIRF)  40.165,90  B Comissão imobiliária 3.578,46  C Despesa de IPTU (fls. 10/14) 2.580,95  D Rendimentos a declarar (A ­ B ­ C) 34.006,49  E Aluguel declarado pela contribuinte 16.913,25  F Rendimentos omitidos (B ­ F) 17.093,24    Conforme apresenta em sede de Recurso Voluntário, de fato houve confusão  da  fiscalização,  considerando  o  senhor  Flávio  Luiz  Spengler  como  esposo  da  contribuinte,  quando, conforme fls. 62 (certidão de casamento), quem figura como seu cônjuge é o senhor  Ermindo Spengler. Ainda, alega que a família gerencia suas finanças com o mesmo contador, o  que levou a fiscalização a erro.  Fl. 98DF CARF MF     4 De fato o acórdão da DRJ não ataca o mérito da questão, vez que trata­se de  suposta omissão de rendimentos auferidos a título de aluguéis, conforme delimitado no auto de  infração lavrado.  Ao invés de atacar o mérito, a decisão é confusa e de fato comete erros em  relação ao grau de parentesco das pessoas acima destacadas. Ainda, erroneamente, informa que  os  valores  percebidos  a  título  de  aluguéis  de  imóveis  pertencentes  ambos  os  cônjuges  não  poderiam ser rateados nas declarações de cada um.  Se  a  unidade  alugada  é  de  propriedade  comum  do  casal,  o  que  podemos  presumir,  já  que  casados  em  1947,  os  rendimentos  recebidos  podem  ser  informados  na  declaração de um dos cônjuges ou dividido entre as duas declarações, como é feito, conforme  Declaração de Ajuste Anual da recorrente (e­fls. 19/26) e a de seu marido (e­fls. 70/81).   Diante  do  exposto,  para  não  haver  supressão  de  instâncias,  acolho  a  preliminar aventada, dando provimento parcial ao recurso interposto pelo Contribuinte quanto  a nulidade do acórdão da DRJ devolvendo os autos para que a Delegacia analise corretamente  o  mérito,  sobretudo  levando  em  consideração  a  confusão  cometida  entre  o  marido  da  contribuinte e seu filho, Flávio Luiz Spengler.    Thiago Duca Amoni­ Relator                                Fl. 99DF CARF MF

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Numero do processo: 10880.946345/2009-43
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 26 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.335
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: EVA MARIA LOS

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1201­000.335  –  2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária  Data  22 de fevereiro de 2018  Assunto  DIREITO CREDITÓRIO DE SN IRPJ  Recorrente  ORACLE DO BRASIL SISTEMAS LTDA  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o  julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora.  (assinado digitalmente)  Ester Marques Lins de Sousa ­ Presidente.   (assinado digitalmente)  Eva Maria Los ­ Relatora.  Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Ester Marques  Lins  de  Sousa  (Presidente),  Eva Maria  Los,  Paulo  Cezar  Fernandes  de  Aguiar,  Luis  Fabiano  Alves  Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa;  ausentes  justificadamente  José  Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.   1  Relatório  Trata  o  processo  de  Declarações  de  Compensação  ­  PER/DComp  em  que  o  contribuinte  requer  o  crédito  de  R$10.800.905,27  de  Saldo  Negativo  de  Imposto  de  Renda  Pessoa  Jurídica  ­  SN  IRPJ  do  período  de  apuração  encerrado  em  31/12/2005,  para  compensação de débitos; a composição do crédito requerido está demonstrada na PER/DComp  nº  05825.47495.310707.1.7.02­2009,  retificadora  da  nº  38951.93083.300506.1.3.02­6483,  de  30/05/2006, págs. 2/141.  O Despacho Decisório ­ DD, págs. 151, 154 e 198/201 não reconheceu crédito  de SN IRPJ de 31/12/2005 e não homologou as compensações declaradas; e exige o  total de  débitos não compensados de R$9.630.845,44, com juros e multa de mora.     RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 46 34 5/ 20 09 -4 3 Fl. 747DF CARF MF Processo nº 10880.946345/2009­43  Resolução nº  1201­000.335  S1­C2T1  Fl. 3          2 O contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade de págs. 156/164,  em relação à qual a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP ­ DRJ/SP1  emitiu  o  Acórdão  nº  16­33.623  de  6  de  setembro  de  2011,  considerando  improcedente  a  manifestação de inconformidade, nos seguintes termos:  Assunto:  Imposto  sobre  a  Renda  de  Pessoa  Jurídica  ­  IRPJ  Ano­ calendário:  2005  DESPACHO  DECISORIO  ELETRÔNICO.  NULIDADE.  INOCORRENCIA.  ­  Tendo o  contribuinte  sido  intimado  previamente a regularizar inconsistência relativa ao crédito oferecido  à compensação no PER/DCOMP, não há que se falar em nulidade do  ato administrativo corporificado em um despacho decisorio que negou  seu direito, quando não atendida a intimação.  SALDO NEGATIVO.  ­ O  saldo  negativo,  passível  de  compensação,  é  aquele  apurado  ao  final  do  período  a  partir  do  confronto  entre  o  imposto devido e as parcelas já antecipadas, cuja disponibilidade seja  passível de verificação.  Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não  Reconhecido  Cientificado  em  10/10/2011,  o  contribuinte  apresentou,  tempestivamente,  em  09/11/2011,  o  recurso  voluntário  de  págs.  664/675.  Advoga a nulidade do Despacho Decisório devido à  falta de descrição  clara  e  precisa  dos  argumentos  que  o  fundamentaram;  com  relação  ao  fato  de  que  o  recorrente  não  atendeu  a  intimações  recebidas  previamente,  esclarece  que  tais  notificações  supostamente  encaminhadas  pela  Receita  Federal,  foram  extraviadas,  motivo  pelo  qual  não  foram  respondidas  e  que,  em  que  pese  esse  fato,  o  envio  de  notificações  não  afasta  a  necessidade/dever de descrever de forma clara e precisa os argumentos que motivaram a não­ homologação do credito; que o teor das notificações foi: indicar que "o valor do saldo negativo  informado é diferente do apurado na DIPJ, e o(s) debito(s) por estimativa informado(s) na DIPJ  é(seio) diferente(s) do(s) valor(es) declarado(s) na(s) DCTF correspondente(s)."i,isto  é,  igual  ao  DD;  assevera  que  o  simples  fato  de  o  crédito  (saldo  negativo)  apurado  na  DIPJ  ser,  aparentemente,  menor  que  o  valor  informado  na  PER/DCOMP  não  implica  na  invalidação  desse crédito, sendo necessário indicar as razões que justificariam a invalidação ou inexistência  desse  crédito,  o  que  efetivamente  não  ocorreu;  requer  o  retorno  dos  autos  para  novo  DD,  devidamente fundamentado e comprovado.  Descreve que:  25. Com base  nessa  sistemática,  como a Recorrente  tinha prejuízo  e,  portanto,  não  tinha  imposto  a  pagar  no  ano  calendário  de  2005  (período de 1.1.2005 a 31.12.2005) ­ como se verifica nas fichas 11 e  12­A  e  da  sua  DIPJ  2006  (doc.  n°  6  da  Impugnação)­,  os  valores  recolhidos  antecipadamente  a  título  de  IRRF  e  IRPJ  por  estimativa  tornaram­se créditos a serem restituídos.  26.  Na  ocasião  foi  declarado  na  DIPJ­2006,  a  título  de  IRPJ­ estimativa, o valor de R$ 4.402.922,98 em maio de 2005 e, a título de  IRRF, o valor total de R$ 4.357.490,22.  27. Contudo, o V. Acórdão de fls. 653/661 (Acórdão n° 16­33.623) não  localizou o pagamento do IRPJ devido por estimativa referente ao mês  de Maio/2005, o qual compõe o saldo credor da Recorrente.  Fl. 748DF CARF MF Processo nº 10880.946345/2009­43  Resolução nº  1201­000.335  S1­C2T1  Fl. 4          3 28. Ocorre que, a estimativa de  IRPJ referente ao mês de Maio/2005  foi quitada por meio da compensação com saldo negativo relativo aos  períodos  anteriores,  conforme  declarado  na  anexa  PER/DCOMP  n°  24272.39105.310106.1.3.02­2043 (doc. n° 3).  29. Além do mais,  embora o V. Acórdão de  fls.  653/661  (Acórdão n°  16­33­623)  tenha  reconhecido  o  pagamento  antecipado  de  IRRF  no  montante  de  R$  4.368.599,75  (valor  este,  superior  ao  declarado  na  DIPJ/2006),  a  retenção  do  imposto  pelas  fontes  pagadoras,  na  verdade, perfaz o montante de R$ 7.010.823,92.  Em  relação  ao  IRRF,  argumenta  que  muitas  fontes  pagadoras  deixam  de  informar  as  retenções, mas  que  estas  podem  ser  provadas mediante  a  apresentação  de  notas  fiscais pelas Pessoas Jurídicas prestadoras dos serviços, com a retenção do Imposto de Renda  Fonte  ­  por  isso,  requer  diligência  nesse  sentido,  em  razão  do  volume  de  documentos  ser  demasiado elevado para uma simples juntada aos autos.  2  Voto  2.1  DESPACHO DECISÓRIO ­ DD. NULIDADE.  O  contribuinte  descreveu  a  composição  do  crédito  no  PER/Dcomp  nº  05825.47495.310707.1.7.02­2009:  IRRF  R$7.118.872,41  e  estimativa  mensal  de  05/2005,  compensada na PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.02­2043, de R$4.402.922,98; total de  R$11.521.795,39.  Contudo,  o  cruzamento  com  os  valores  informados  na  DIPJ  2006/2005,  evidenciou  que  nesta  constavam  créditos  no  total  de  R$8.760.413,70  e  Saldo  Negativo  de  R$3.293.504,88, divergente dos R$10.800.905,27 requeridos no PER/Dcomp.  À pág. 152,  consta Termo de  Intimação  ­  Irregularidade no Preenchimento de  PER/DCOMP,  requerendo  que  o  contribuinte  retificasse  a  DIPJ  ou  PER/Dcomp  indicando  corretamente o saldo negativo do período, dada a divergência entre a DIPJ e o PER/Dcomp.  Esta intimação foi recebida pelo contribuinte em 07/08/2009, pág. 153.  Não  consta  resposta  nos  autos  e  o  litigante  argumenta  que  não  recebeu  a  intimação.  No entanto, teve adicionalmente, ocasião para esclarecer e suprir as informações  requeridas na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário.  Cabe  concordar  com  a  conclusão  do  Acórdão  recorrido,  de  que  não  há  elementos para se considerar nulo o DD e tampouco que retornem os autos para novo DD.  2.2  SALDO NEGATIVO 31/12/2005.  A DRJ/SP1 analisou os valores dos créditos, na apuração do IRPJ do ano 2005,  que está às págs. 213/635 (doc 5):  Fl. 749DF CARF MF Processo nº 10880.946345/2009­43  Resolução nº  1201­000.335  S1­C2T1  Fl. 5          4 Pois  bem.  segundo  a  na  Ficha  12­A  da  DIPJ  2006  (AC  2005,  foi  informado saldo negativo no montante de R$ 3.293.504.88. como segue  (fl 153):  Ficha 12A ­ DIPJ/2006 ­ AC 2005 (RS)  IRPJ  3.321.367,85  Adicional  2.190.245,23  (­) Inc. Fiscais  44.704,26  (­) IRRF  0.00  (­) Estimativas mensais antecipadas  8.760.413,70  (=) Saldo negativo de IRPJ  ­3.293.504,88  As  estimativas,  por  sua  vez,  foram  apuradas  na  Ficha  11  da mesma  DIPJ. cí base em balanço/balancete susp/redução, como segue:  Ficha 11 (RS)  DIPJ Ficha 11  jan  fev  mar  Abr  mai  Jun  BC  ­16.223.203,57  ­3.497.656,55  ­5.738.774.34  ­20.169.901,29  35.153.957,46  27.592.464,25  IRPJ  0.00  0.00  0.00  0.00  5.273.093,62  4.138.869.64  Adicional  0.00  0.00  0.00  0.00  3.505.395,75  2.747.246.43  (­) Inc. Fiscais  0.00  0.00  0.00  0.00  18.075,67  22.107.81  (­) IR meses ant.  0.00  0.00  0.00  0.00  0.00  8.760.413.70  (­)IRRF  0.00  0.00  0.00  0.00  4.357.490,22  0.00  IR a pagar  0,00  0.00  0.00  0,00  4.402.922.98  ­1.896.405.44    DIPJ Ficha 11  jul  ago  set  out  nov  Dez  BC  3.451.153.96  14­843.932.17  5­047.988.42  1.748.310.96  17.161.711,52  22.142.452,73  IRPJ  517.673.09  2.226.589.83  757.198.26  262.246,64  2.574.256,73  3.321.367,91  Adicional  331.115.40  1.468.393.22  486.798.84  154.831.10  1.694.171,15  2.190.245,27  (­) Inc. Fiscais  20.706.92  30.026.41  30.287,93  10.489,87  40­816.59  44.704.26  (­) IR meses ant.  8.760.413,70  8.760.413.70  8.760.413,70  8.760.413,70  8.760.413,70  8.760.413.70  (­)IRRF  0.00  0.00  0.00  0.00  0.00  0.00  IR a pagar  ­7.932.332,13  ­5.095.457.06  ­7.546.704.53  ­8.353.825,83  ­4.532.802.41  ­3.293.504.78  Das Tabelas 1 e 2, vê­se que, o saldo negativo indicado na Ficha 12 A  decorre  da  compensação  de  IRRF  no  montante  de  R$  4.357.490,22,  bem como do saldo a pagar apurado no mês de maio no valor de RS  4.402.922,98.  O Acórdão DRJ/SP1, corretamente, apontou, em relação ao IRR que  Para  as  pessoas  jurídicas,  o  mesmo  tem  a  natureza  de  antecipação  imposto  devido  e  como  tal  deve  ser  compensado  na  DIPJ  correspondente ao ano de retenção observado o disposto no artigo 272  e parágrafo único do artigo 837 do RIR/1999   Também  que  a  retenção  é  comprovada  por  comprovante  emitido  pela  fonte  pagadora, o montante compensado deve ser individualizado por fonte pagadora, na Ficha 50 da  DIPJ,  e  destaca  que  o  total  de  IRRF  que  o  contribuinte  registrou  nessa  Ficha  foi  de  R$3.447.242,14, valor  inferior ao que o contribuinte informou na Ficha 11 (apuração do mês  05/2005), R$4.357.490,22.  Fl. 750DF CARF MF Processo nº 10880.946345/2009­43  Resolução nº  1201­000.335  S1­C2T1  Fl. 6          5 Como  se  vê  os  dados  informados  pelo  contribuinte  referentes  a  IRRF  são  discrepantes.  A  DRJ/SP1  apurou  IRRF  confirmado  de  R$4.368.599,75  e  afirmou  que  é  compatível  com  a  receita  de  serviços  informada  na  DIPJ,  por  isso,  considerou  correto  este  montante.  O  Recorrente,  por  sua  vez,  nenhum  documento  adicional  referente  ao  IRRF  apresentou.  2.2.1  Diligência.  Mas o contribuinte requer diligência a fim de que a RFB examine suas as notas  fiscais de prestação de serviços, para identificar os valores de IRRF ­ tal análise demanda não  só  o  exame  das  notas  fiscais, mas  também  das  contas  bancárias  onde  os  pagamentos  foram  recebidos,  a  fim  de  confrontar  o  montante  da  receita  bruta,  com  o  valor  líquido  recebido,  devido à retenção de imposto/contribuições, pelas fontes pagadoras.  Argumenta que o volume de documentos é excessivo para juntar ao processo; no  entanto,  trata­se  de  apenas  um  ano­calendário  e  o  interessado  sequer  apresentou  planilha  demonstrativa, acompanhada de pelo menos uma amostragem, o que poderia dar respaldo à sua  reivindicação.  Da forma como foi requerida, após já ter sido negada pela DRJ/SP1, evidencia­ se ser protelatória.  À vista desta constatação, cabe negar este pedido de diligência, por considerá­lo  sem fundamento.  2.3  ESTIMATIVAS MENSAIS OBJETO DE PER/DCOMP, NÃO HOMOLOGADAS. DILIGÊNCIA.  Sobre  a  estimativa  mensal  de  05/2005,  de  R$4.402.922,98,  o  contribuinte  informa  que  foi  compensada  na  PER/Dcomp  nº  24272.39105.310106.1.3.02­2043,  doc  3,  págs.711/..., no qual requereu crédito de Saldo Negativo de IRPJ do ano 2004, R$6.255.862,39  (comprovado pelo recolhimento de estimativa mensal nesse valor) e declarou a compensação  da estimativa mensal de 05/2005.  A DRJ/SP1 afirmou:  Sobre  o  pagamento  correspondente  ao  mês  de  maio,  o  extrato  da  DCTF, obtido no sistema SIEF, e anexado aos autos demonstra que o  débito  em  comento  foi  objeto  da  DCOMP  n°  38951.93083.300506.1.3.02­6483  que  por  sua  vez  foi  substituída  (retificada)  pela  DCOMP  nº  05825.47495.310707.1.7.02­2009  que  encontra­se sub­judice no presente processo (fl. 01).  No  caso  cumpre  observar  que  ao  retificar  a  DCOMP  n°  38951.93083.300506.1.3.02­6483  o  contribuinte  substituiu  o  débito  correspondente ao saldo de IRPJ devido por estimativa no mês de maio  de  2005  pelo  débito  correspondente  ao  saldo  de  IRPJ  devido  por  estimativa no mês de fevereiro de 2006.  Fl. 751DF CARF MF Processo nº 10880.946345/2009­43  Resolução nº  1201­000.335  S1­C2T1  Fl. 7          6 Observa­se que, mesmo que o contribuinte tivesse declarado a compensação do  débito  de  05/2005,  na  PER/Dcomp  n°  38951.93083.300506.1.3.02­6483,  posteriormente  retificado  e  eliminando  tal  compensação,  o  débito  da  estimativa  de  05/2005  já  constava  da  PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.02­2043, doc 3, a qual não foi objeto de análise pela  DRJ/SP1.  Ocorre que a PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.02­2043, doc 3, poderia  ter sido retificada, homologada, não homologada, estar em discussão administrativa ­ o que não  consta do processo e não foi objeto de análise pela DRJ/SP1.  À vista deste fato, proponho que os autos sejam devolvidos à DRF de jurisdição,  para que informe o status do PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.02­2043.  3  Conclusão  Voto por converter o julgamento na diligência descrita supra.  (assinado digitalmente)  Eva Maria Los    Fl. 752DF CARF MF

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7185375 #
Numero do processo: 13896.912370/2009-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 18/12/2001 NULIDADE DA DECISÃO DA DRJ. Inexiste falta de motivação ou violação de princípios constitucionais que maculem de nulidade a decisão recorrida em face do enfrentamento de todas as matérias suscitadas nas peças de defesa. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado, cabe a este afastar os motivos que levaram ao não reconhecimento do crédito pretendido, comprovando a existência deste.
Numero da decisão: 1301-002.806
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto e Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO

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COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.   Constatada  a  inexistência  do  direito  creditório  por  meio  de  informações  prestadas pelo interessado, cabe a este afastar os motivos que levaram ao não  reconhecimento do crédito pretendido, comprovando a existência deste.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  negar  provimento ao recurso voluntário.    (assinado digitalmente)  Fernando Brasil de Oliveira Pinto ­ Presidente e Relator    Participaram do  presente  julgamento  os  conselheiros: Roberto Silva  Júnior,  José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de  Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto,  Fernando Brasil  de Oliveira Pinto  e  Bianca Felícia Rothschild.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 91 23 70 /2 00 9- 42 Fl. 170DF CARF MF Processo nº 13896.912370/2009­42  Acórdão n.º 1301­002.806  S1­C3T1  Fl. 3          2  Relatório  Inicialmente, adota­se o relatório da decisão recorrida, o qual bem retrata os  fatos ocorridos e os fundamentos adotados até então:  Trata­se  de  manifestação  de  inconformidade  contra  Despacho  Decisório  eletrônico  que  não  homologou  a  compensação  declarada  e,  DCOMP  nº  38257.39967.230806.1.3.04­3079,  referente  a  alegado  crédito  de  valor  original  na  data  transmissão de R$ 8.195,10, relativo a pagamento indevido ou a  maior de código de receita nº 2484, DARF de valor total de R$  17.062,6,  período  de  apuração  de  30/11/2001  e  data  de  arrecadação de 30/11/2001.   Segundo o Despacho Decisório de não homologação, o DARF  informado na DCOMP foi integralmente utilizado na quitação  de  débitos  da  contribuinte,  conforme  processo  nº  13896.004119/2008­21, não restando assim crédito disponível  para  a  compensação  do(s)  débito(s)  informado(s)  na  DCOMP.  Em sua manifestação de inconformidade a interessada pediu  a  homologação da  compensação. Para  tanto,  assim  resumiu  seus argumentos:   a) A empresa possui crédito de Pagamento indevido ou a maior   b) Os débitos foram compensados corretamente   c)  Excluir  o  lançamento  referente  à  CSLL  código  2484,  da  DCTF do 4 trimestre/2001, constante na página 31, no valor de  R$  17.062,6,  pois  esse  valor  não  é  devido  para  o  período  Novembro/2001.   A  decisão  da  autoridade  de  primeira  instância  julgou  improcedente  a  manifestação de inconformidade da contribuinte.  Cientificado  da  decisão  de  primeira  instância,  o  contribuinte  apresentou  recurso  voluntário,  repisando  os  argumentos  levantados  em  sede  de  manifestação  de  inconformidade.  É o relatório.  Voto             Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto ­ Relator  O  julgamento  deste  processo  segue  a  sistemática  dos  recursos  repetitivos,  regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de  junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica­se o decidido no Acórdão nº 1301­002.796,  de 23.02.2018, proferido no julgamento do processo nº 13896.911728/2009­10, paradigma ao  qual o presente processo foi vinculado.  Fl. 171DF CARF MF Processo nº 13896.912370/2009­42  Acórdão n.º 1301­002.806  S1­C3T1  Fl. 4          3  Transcreve­se,  como  solução  deste  litígio,  nos  termos  regimentais,  o  entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301­002.796):  O  recurso  voluntário  é  TEMPESTIVO  e  uma  vez  atendidos  também  às  demais  condições  de  admissibilidade,  merece,  portanto, ser CONHECIDO.  1. Nulidade da decisão de 1a instancia por falta de motivação e  inobservância ao principio da verdade material  Alega a Recorrente que a decisão de primeira instancia violou os  princípios constitucionais da ampla defesa e do devido processo  legal,  pois  entendeu  não  estar  clara  a  motivação  que  levou  o  julgador  às  conclusões  exportas  na  parte  dispositiva  do  julgamento.  Defende  que  o  argumento  ensejador  do  não  provimento  da  manifestação de inconformidade se baseou em alegações de que  a recorrente não trouxe aos autos sua escrituração contábil, sem  sequer  analisar  os  documentos  juntados  a  manifestação  de  inconformidade.  Compulsando­se os autos  verifica­se que a  recorrente descreve  como  documentos  anexados  a  DCTF  4°  trimestre/2001,  DIPJ  Ano­calendário  2001,  DARF  no  valor  de  R$  11.161,18,  Despacho  Decisório  n°.  848664496  de  07/10/2009,  CNPJ,  Última  Alteração  Contratual  Consolidada  e  documentos  do  representante legal.  No entanto, em linha com a decisão de primeira  instancia,  tais  documentos  não  são  capazes  de  comprovar  os  argumentos  da  Recorrente  de  que  o  valor  do  DARF  relativo  a  pagamento  de  Dezembro 2001 não seria deveras devido.  Contrariamente  ao  alegado,  o  julgador  de  primeira  instancia,  buscando  a  verdade  material  dos  fatos,  buscou  nos  sistemas  disponíveis  a  Receita  Federal  informações  detalhadas  sobre  o  crédito  tributário perquirido. Solicitou, ainda, desarquivamento  do processo relativo ao restabelecimento da DCTF relativa que  havia sido cancelada pela Recorrente.   Em  resumo,  não  vejo  qualquer  razão  nos  argumentos  apresentados pela Recorrente que possam dar ensejo a nulidade  da decisão de primeira instancia.   2. Compensação  Em  relação  a  compensação,  sabe­se  que  o  art.  170  do  CTN  determina que os créditos tributários líquidos e certos do sujeito  passivo  contra  a  Fazenda  pública  podem  ser  objetos  de  compensação,  na  forma  que  a  lei  estipular.  Como  liquido  e  certo,  entende­se  aquele  crédito  tributário  cuja  existência  seja  garantida e cujo valor seja mensurável.  No caso em tela,  tem­se que a interessada não  logrou êxito em  comprovar a liquidez e certeza do crédito pleiteado.   Nos  moldes  do  art.  214,  do  Código  Civil,  para  a  desconsideração  da  confissão  de  dívida  por  erro  de  fato,  o  equívoco  deve  ser  devidamente  comprovado,  sendo  do  sujeito  passivo  (assim  como  ocorre  em  relação  à  comprovação  do  indébito)  o  encargo  probante  da  circunstância,  conforme  Fl. 172DF CARF MF Processo nº 13896.912370/2009­42  Acórdão n.º 1301­002.806  S1­C3T1  Fl. 5          4  disposto  no  art.  333,  I,  do  CPC.  E  isto  deve  ser  feito  por  intermédio de documentos robustos, especialmente os contábeis  e  fiscais,  não  sendo  suficiente,  por  si  só,  como  prova,  a  mera  apresentação  da  DIPJ,  que,  ao  contrário  da  DCTF,  não  se  constitui em instrumento de confissão de dívida.  Diante  de  todo  o  acima  exposto,  voto  no  sentido  de  rejeitar  a  preliminar de nulidade e no mérito NEGAR PROVIMENTO ao  recurso voluntário.  No  presente  caso  verifica­se  que  a  recorrente  descreve  como  documentos  anexados  a  DCTF  4  trimestre/2001,  DIPJ  Ano­calendário  2001,  DARF  no  valor  de  R$  17.062,6, Despacho Decisório n°. 848664615 de 07/10/2009.  Aplicando­se  a  decisão  do  paradigma  ao  presente  processo,  em  razão  da  sistemática  prevista  nos  §§  1º  e  2º  do  art.  47  do  RICARF,  nego  provimento  ao  recurso  voluntário.    (assinado digitalmente)  Fernando Brasil de Oliveira Pinto                              Fl. 173DF CARF MF

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Numero do processo: 10880.676144/2009-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 31/10/2005 DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO. CONSEQUÊNCIAS. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457(2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade de autuação/despacho decisório, nem aproveitamento tácito de crédito. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros). Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.088
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN

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3401­004.088  –  4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária   Sessão de  24 de outubro de 2017  Matéria  DCOMP ­ COFINS ­ ELETRÔNICO  Recorrente  PROGRESS SOFTWARE DO BRASIL LTDA.  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Data do fato gerador: 31/10/2005  DESCUMPRIMENTO  DE  PRAZO  PARA  APRECIAÇÃO.  CONSEQUÊNCIAS.  A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no  11.457/2007  no  julgamento  de  processos  administrativos  fiscais  não  enseja  nulidade  de  autuação/despacho  decisório,  nem  aproveitamento  tácito  de  crédito.  PEDIDOS  DE  COMPENSAÇÃO.  RESSARCIMENTO.  ÔNUS  PROBATÓRIO.  Nos  processos  referentes  a  pedidos  de  compensação/ressarcimento,  a  comprovação  dos  créditos  ensejadores  incumbe  ao  postulante,  que  deve  carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes.  VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO.  A verdade material é  ladeada pelo dever de  investigação (da Administração  tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de  colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros).  Recurso Voluntário Negado      Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  negar  provimento ao recurso voluntário apresentado.  (assinado digitalmente)  Rosaldo Trevisan ­ Presidente e Relator  Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  Conselheiros  Rosaldo  Trevisan,  Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 67 61 44 /2 00 9- 73 Fl. 1042DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 3          2 Lemos,  Fenelon  Moscoso  de  Almeida,  Tiago  Guerra  Machado  e  Leonardo  Ogassawara  de  Araújo Branco.    Relatório  Versa  o  presente  sobre  PER/DCOMP  invocando  créditos  referentes  a  pagamento indevido ou maior de COFINS.  Tendo sido localizado o pagamento nos sistemas da RFB, mas utilizado para  saldar débitos outros da empresa, não restando saldo, o crédito foi indeferido e a compensação  não  homologada,  por  Despacho  Decisório  Eletrônico,  tendo  a  empresa  apresentado  Manifestação  de  Inconformidade,  na  qual  alegou,  basicamente,  que  em  decorrência  de  equívocos no preenchimento de  suas obrigações  acessórias  ­ DACON e DCTF (todo o valor  recebido a  título de  “receita de prestação de  serviços”  foi  declarado no  campo pertinente  ao  regime  não­cumulativo,  sem  discriminação  das  receitas  que  deveriam  figurar  no  regime  cumulativo) ­ a empresa acabou por apurar valor a maior a titulo de COFINS, promovendo o  pagamento indevido de tal exação, gerando crédito passível de utilização na compensação de  seus débitos. A empresa promoveu a retificação de DACON, alterando o valor devido, à época,  a título de COFINS, ainda restando recolhimento a maior, em montante diverso do demandado.  A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da  manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) somente são passíveis de  compensação  os  créditos  líquidos  e  certos;  (b)  a  existência  de  erro  no  preenchimento  das  obrigações  acessórias  ­  DACON  e  DCTF,  não  foi  acompanhada  de  qualquer  documento  retificador  até  a  data  da  ciência  do  Despacho  Decisório,  e  nem  de  documentos  de  amparo,  posteriormente;  e  (c)  não  comprovado  o  erro  cometido  no  preenchimento  da  DCTF,  com  documentação hábil, idônea e suficiente, a alteração dos valores declarados anteriormente não  pode ser acatada.  Ciente  da  decisão  de  piso,  a  empresa  interpôs  Recurso  Voluntário,  argumentando  que:  (a)  foi  descumprindo  o  prazo  estabelecido  no  artigo  24  da  Lei  no  11.457/2007,  havendo  perda  de  direito  por  parte  da  Fazenda;  (b)  houve  mero  erro  de  preenchimento de DACON e DCTF, devendo prevalecer a verdade material, e serem os autos  baixados  em  diligência;  e  (c)  o  artigo  147  do  CTN  se  refere  apenas  a  lançamento  por  declaração.  Juntou, posteriormente, peça de defesa colacionando cópias de livros que se  prestariam a demonstrar o valor declarado no DACON retificador.  É o relatório.        Fl. 1043DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 4          3 Voto             Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator  O  julgamento  deste  processo  segue  a  sistemática  dos  recursos  repetitivos,  regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de  junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica­se o decidido no Acórdão 3401­004.084, de  24  de  outubro  de  2017,  proferido  no  julgamento  do  processo  10880.676139/2009­61,  paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.  Transcreve­se,  como  solução  deste  litígio,  nos  termos  regimentais,  o  entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401­004.084):  "O  recurso  voluntário  apresentado  preenche  os  requisitos  formais  de  admissibilidade  e,  portanto,  dele  se  toma  conhecimento.  Após a  interposição de  recurso voluntário,  restam contenciosos  no presente processo os seguintes temas: (a) descumprimento do  prazo  estabelecido  no  artigo  24  da  Lei  no  11.457/2007;  (b)  existência de mero erro de preenchimento de DACON e DCTF,  em face da verdade material, com demanda por diligência; e (c)  aplicação do artigo 147 do CTN.  Do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457/2007  Na  peça  recursal,  alega  a  empresa  que  a  decisão  da  DRJ  foi  proferida  depois  de  mais  de  360  dias  da  interposição  da  manifestação  de  inconformidade,  havendo  perda  de  direito  por  parte  da  Fazenda,  com  fulcro  no  artigo  24  da  Lei  no  11.457/2007.  O  citado  artigo  24  (texto  transcrito  abaixo)  se  aplica  ao  processo administrativo tributário, conforme decisão do STJ, na  sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.138.206/RS):  “Art.  24.  É  obrigatório  que  seja  proferida  decisão  administrativa  no  prazo  máximo  de  360  (trezentos  e  sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou  recursos administrativos do contribuinte.”  É cediço que o comando legal indicado insere­se em um contexto  que busca dotar de maior celeridade o processo administrativo,  em consonância  com os princípios  constitucionais que  regem a  matéria.  Contudo,  é  preciso  reconhecer  que  não  atribuiu  o  legislador  consequência  (v.g.,  reconhecimento  tácito  do  crédito,  como  parece demandar a recorrente) ao processo em desacordo com o  comando. E poderia tê­lo feito, se o desejasse, visto que a mesma  Lei  no  11.457/2007  promove  alterações  ao  Decreto  no  70.235/1972,  que  disciplina  o  processo  administrativo  fiscal.  Fl. 1044DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 5          4 Neste  Decreto  é  que  se  arrolam,  por  exemplo,  as  causas  de  nulidade (art. 59).  Também  é  sabido  que  no  processo  há  prazos  próprios  e  impróprios,  e  que  estes  não  acarretam  consequências  processuais,  embora  possam  ensejar  discussões  sobre  responsabilização funcional, caso o retardo não seja justificável.  Veja­se,  a  título  ilustrativo,  o  art.  226  do  novo  Código  de  Processo Civil – CPC (artigo 189 do antigo CPC), que também  tem por escopo a celeridade nos julgados:  “Art. 226. O juiz proferirá:  I ­ os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;  II ­ as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;  III ­ as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.”  Embora  se  possa  entender  o  objetivo  do  artigo,  afigura­se  irrazoável  dele  deduzir  que  um  processo  com  decisão  judicial  proferida após trinta dias seria, por exemplo objeto de nulidade,  ou  subtração  de  custas  ou  atualizações,  ou  ainda  reconhecimento  de  direitos  de  crédito.  No  mesmo  sentido  as  observações em relação ao art. 24 da Lei no 11.457/2007.  Ademais,  o  art.  24  da  Lei  no  11.457/2007  possuía  dois  parágrafos  que  foram  vetados  pelo  Poder  Executivo  (veto  mantido).  Um  deles  exatamente  porque  atribuía  efeitos  ao  processo  no  caso  de  descumprimento  (o  §  2o  dispunha  que  “haverá interrupção do prazo, pelo período máximo de 120 dias,  quando  necessária  à  produção  de  diligências  administrativas,  que deverá ser realizada no máximo em igual prazo, sob pena de  seus resultados serem presumidos favoráveis ao contribuinte”).  Na mensagem no 140, de 16/3/2007,  são esclarecidas as  razões  do veto presidencial, proposto pelos Ministérios da Fazenda e da  Justiça:  “Razões do veto “Como se sabe, vigora no Brasil o princípio  da unidade de  jurisdição previsto no art. 5o,  inciso XXXV,  da  Constituição  Federal.  Não  obstante,  a  esfera  administrativa  tem  se  constituído  em  via  de  solução  de  conflitos  de  interesse,  desafogando  o  Poder  Judiciário,  e  nela também são observados os princípios do contraditório e  da  ampla  defesa,  razão  pela  qual  a  análise  do  processo  requer tempo razoável de duração em virtude do alto grau de  complexidade das matérias  analisadas,  especialmente as de  natureza tributária.  Ademais,  observa­se que o dispositivo não dispõe somente  sobre  os  processos  que  se  encontram  no  âmbito  do  contencioso  administrativo,  e  sim  sobre  todos  os  procedimentos  administrativos,  o  que,  sem  dúvida,  comprometerá  sua  solução  por  parte  da  administração,  Fl. 1045DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 6          5 obrigada  a  justificativas,  fundamentações  e  despachos  motivadores  da  necessidade  de  dilação  de  prazo  para  sua  apreciação.   Por  seu  lado,  deve­se  lembrar  que,  no  julgamento  de  processo  administrativo,  a  diligência  pode  ser  solicitada  tanto pelo  contribuinte como pelo  julgador para  firmar  sua  convicção. Assim,  a  determinação  de  que  os  resultados  de  diligência  serão  presumidos  favoráveis  ao  contribuinte  em  não  sendo  essa  realizada  no  prazo  de  cento  e  vinte  dias  é  passível de  induzir comportamento não desejável por parte  do  contribuinte,  o  que  poderá  fazer  com  que  o  órgão  julgador  deixe  de  deferir  ou  até  de  solicitar  diligência,  em  razão das consequências de  sua não  realização. Ao  final, o  prejudicado  poderá  ser  o  próprio  contribuinte,  pois  o  julgamento  poderá  ser  levado  a  efeito  sem  os  esclarecimentos  necessários  à  adequada  apreciação  da  matéria.”  Derradeiramente,  não  devemos  confundir  a  celeridade  procedimental  com  a  duração  razoável  do  processo  (ambas  garantidas pelo Texto Constitucional):  “Embora  seja  difícil  conceituar  precisamente  a  noção  de  razoável  duração  do  processo,  percebe­se  que  tal  conceito  não  está  relacionado  única  e  exclusivamente  ao  “processo  rápido”  propriamente  dito.  O  processo  deve  ser  rápido  o  suficiente  para  dar  a  resposta  apropriada  à  lide,  porém  adequadamente  longo para garantir  a  segurança  jurídica da  demanda. Por tal motivo, o princípio da razoável duração do  processo é dúplice, pois tanto a abreviação indevida como o  alongamento  excessivo  são  potencialmente  danosos  ao  indivíduo.” 1  Improcedente, assim, o pleito no sentido de atribuição de efeitos  à  inobservância  do  prazo  estabelecido  no  art.  24  da  Lei  no  11.457/2007.  Repare­se  que  nem  a  norma  e  nem  o  julgado  na  sistemática  dos  recursos  repetitivos  (REsp  no  1.138.206/RS)  objetivam  as  consequências  da  inobservância,  como  deseja  a  recorrente.  Nesse  sentido  já  me  manifestei  em  processos  julgados  neste  tribunal,  sempre  com  acolhida  unânime  da  turma,  inclusive  recentemente,  com  sete  dos  oito  conselheiros  que  atualmente  compõem o colegiado:  DESCUMPRIMENTO  DE  PRAZO  PARA  JULGAMENTO.  CONSEQUÊNCIAS.  A  impossibilidade  de  observância  do  prazo  estabelecido  no  art.  24  da  Lei  n.  11.457/2007  no  julgamento  de  processos  administrativos  fiscais  não  enseja  nulidade,  nem  diminuição  dos  consectários legais do crédito tributário.  (Acórdão no 3403­                                                             1 MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). 8.ed. São Paulo: Dialética,  2015, p.194­195.  Fl. 1046DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 7          6 002.782, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan,  unânime,  sessão  de  25 fev. 2014)  NULIDADE.  DESCUMPRIMENTO  DE  PRAZO  PARA  JULGAMENTO.  A  impossibilidade  de  observância  do  prazo  estabelecido  no  art.  24  da  Lei  n.  11.457/2007  no  julgamento  de  processos  administrativos  fiscais  não  enseja  nulidade.  (Acórdão  no  3403­002.746,  Rel.  Cons.  Rosaldo  Trevisan, unânime, sessão de 30 jan. 2014)  NULIDADE.  DESCUMPRIMENTO  DE  PRAZO  PARA  JULGAMENTO.  A  impossibilidade  de  observância  do  prazo  estabelecido  no  art.  24  da  Lei  n.  11.457/2007  no  julgamento  de  processos  administrativos  fiscais  não  enseja  nulidade.  (Acórdão  no  3403­002.374,  Rel.  Cons.  Rosaldo  Trevisan, unânime, sessão de 24 jul. 2013)  DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO.  CONSEQUÊNCIAS.  A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no  art.  24  da  Lei  no  11.457/2007  no  julgamento  de  processos  administrativos  fiscais  não  enseja  nulidade  de  autuação/despacho decisório, nem aproveitamento  tácito de  crédito.  (Acórdão  no  3401­003.517,  Rel.  Cons.  Rosaldo  Trevisan, unânime, sessão de 25 abr. 2017)  Portanto, não merecem prosperar as alegações de defesa no que  se  refere  a  prazos  para  a  Administração  se  manifestar  sobre  pedidos  de  restituição/ressarcimento,  ensejando  consequências  pelo descumprimento.  Da existência de erro de preenchimento e da verdade material  A  recorrente  alega  que  em  decorrência  de  equívocos  no  preenchimento de suas obrigações acessórias ­ DACON e DCTF  (todo  o  valor  recebido  a  título  de  “receita  de  prestação  de  serviços”  foi  declarado  no  campo  pertinente  ao  regime  não­ cumulativo, sem discriminação das receitas que deveriam figurar  no  regime  cumulativo)  ­  acabou  por  apurar  valor  a  maior  a  titulo  de  COFINS,  promovendo  o  pagamento  indevido  de  tal  exação, gerando crédito passível de utilização na compensação  de seus débitos, e que promoveu a retificação de DACON, sendo  o valor correto devido, à época, a título de COFINS, diverso do  pleiteado.  Apresentou  a  empresa,  então,  indiscutivelmente,  demanda  de  crédito em montante incorreto (a maior do que o que ela mesma  reconhece  como  devido).  E  como  prova  de  que  teria  incorrido  em erro, não acrescentou nenhuma justificativa pormenorizada,  limitando­se,  inicialmente,  a  informar  que  os  documentos  pertinentes  estavam  à  disposição  do  fisco,  e,  posteriormente,  após dois anos do decurso de prazo para interposição de recurso  voluntário,  a  juntar  cópias  de  livros  e  demandar,  em  adição,  diligência, em caso de dúvida, para “apuração dos documentos  que lastrearam os créditos”.  Fl. 1047DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 8          7 Recorde­se que, nos processos, como o presente, que tratam de  solicitação  de  compensação  e  demanda  de  crédito,  a  comprovação do direito aos créditos incumbe ao postulante, e é  dever  dele  carrear  aos  autos  os  elementos  probatórios  correspondentes.  Assim  vem  decidindo  unanimemente  este  CARF,  inclusive  na  atual composição do colegiado (com sete dos oito componentes  atuais):  “ÔNUS  DA  PROVA.  FATO  CONSTITUTIVO  DO  DIREITO  NO  QUAL  SE  FUNDAMENTA  A  AÇÃO.  INCUMBÊNCIA  DO  INTERESSADO.  Cabe  ao  interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO  PROBATÓRIA.  DILIGÊNCIAS.  A  realização  de  diligências  destina­se  a  resolver  dúvidas  acerca  de  questão  controversa  originada  da  confrontação  de  elementos  de  prova  trazidos  pelas  partes,  mas  não  para  permitir  que  seja  feito  aquilo  que  a  lei  já  impunha  como  obrigação,  desde  a  instauração  do  litígio,  às  partes  componentes  da  relação  jurídica.”  (Acórdãos  n.  3403­ 002.106  a  111,  Rel.  Cons.  Alexandre  Kern,  unânimes,  sessão de 23.abr.2013) (grifo nosso)  “PEDIDOS  DE  COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO.  ÔNUS  PROBATÓRIO.  Nos  pedidos  de  compensação/ressarcimento,  incumbe  ao  postulante  a  prova  de  que  cumpre  os  requisitos  previstos  na  legislação  para  a  obtenção  do  crédito  pleiteado.”  (grifo  nosso)  (Acórdão  n.  3403­003.173,  Rel  Cons.  Rosaldo  Trevisan,  unânime  ­  em  relação  à  matéria,  sessão  de  21.ago.2014)  (No  mesmo  sentido:  Acórdão  n.  3403­ 003.166, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime ­ em relação  à  matéria,  sessão  de  20.ago.2014;  Acórdão  3403­002.681,  Rel  Cons.  Rosaldo  Trevisan,  unânime  ­  em  relação  à  matéria, sessão de 28.jan.2014; e Acórdãos n. 3403­002.470,  471,  474,  475,  476  e  477,  Rel  Cons.  Rosaldo  Trevisan,  unânimes  ­  em  relação  à  matéria,  sessão  de  24.set.2013)(grifo nosso)  "PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO.  Nos  processos  derivados  de  pedidos  de  compensação/ressarcimento,  a  comprovação  dos  créditos  ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos  autos  os  elementos  probatórios  correspondentes.  DILIGÊNCIAS.  PERÍCIAS.  DEFICIÊNCIA  PROBATÓRIA. As diligências e perícias não se prestam a  suprir  deficiência  probatória,  seja  em  favor  do  fisco  ou  da  recorrente.  (Acórdãos  n.  3403­003.550  e  551,  Rel  Cons.  Rosaldo Trevisan, unânime ­ em relação à matéria, sessão de  24.fev.2015) (grifo nosso)  “PEDIDOS  DE  COMPENSAÇÃO.  RESSARCIMENTO.  ÔNUS  PROBATÓRIO.  Nos  processos  referentes  a  pedidos  de  compensação/ressarcimento,  a  comprovação  Fl. 1048DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 9          8 dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve  carrear  aos  autos  os  elementos  probatórios  correspondentes.”  (Acórdãos  n.  3401­003.784  a  787,  Rel  Cons. Rosaldo Trevisan, unanimidade – no que se  refere  à  matéria) (grifo nosso)  A  diligência,  como  bem  parece  ter  compreendido  a  3ª  Turma  Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF, e também esta 1ª  Turma Ordinária, nos julgados com ementa aqui transcrita, não  se presta a suprir deficiência probatória, seja da Fazenda ou do  contribuinte.  Cabe  destacar  que  no  último  julgado  transcrito,  seis  dos  atuais  oito  conselheiros  que  compõem  a  turma  expressamente  concordaram  com  tal  observação,  dela  dissentindo,  em  tese,  o  Conselheiro  Augusto  Fiel  Jorge  D’Oliveira.  Temos  que,  nos  processos  do  gênero,  três  cenários  podem  surgir:  (a)  a  documentação  apresentada  na  manifestação  de  inconformidade  comprova  o  direito  de  crédito,  caso  em  que  se  deve reconhecer tal direito, no julgamento; (b) a documentação  apresentada na manifestação de  inconformidade não comprova  o  direito  de  crédito,  caso  em  que  se  deve  negar  tal  direito,  no  julgamento; e (c) a documentação apresentada na manifestação  de  inconformidade  gera,  no  julgador,  dúvida  em  relação  ao  direito de crédito, dúvida essa que não é de direito, mas de fato,  ensejando a realização de diligência ou perícia.  Entendemos  que  a  situação  em  análise  melhor  se  amolda  ao  segundo cenário (‘b”), visto que nada de substancial se agregou  na manifestação de inconformidade, havendo juntada de cópias  de  documentos  –  que,  diga­se,  sempre  estiveram  em  poder  da  empresa  –  apenas  dois  anos  após  a  interposição  da  peça  recursal,  documentos  esses  que  sequer  são  suficientes  para  suscitar  dúvida  neste  julgador,  visto  que  não  apontam,  objetivamente,  como  se  chegou  nem  aos  valores  originalmente  demandados, nem àqueles que durante o contencioso a empresa  sustentou estarem corretos.  A  ausência  de  dúvida  torna  impertinente  invocar  a  verdade  material, que não se apresenta como uma salvaguarda de quem  não  se  desincumbe  de  seu  ônus  probatório,  mas  como  um  mecanismo  do  processo  administrativo  que  permite  sanar  dúvidas  com  elementos  adicionais  diretamente  obtidos,  ou  demandados às partes.  A verdade material, como ensina James MARINS, é ladeada pelo  dever  de  investigação  (da  Administração  tributária,  que  encontra  limitações  de  ordem  constitucional),  e  pelo  dever  de  colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros):  “As  faculdades  fiscalizatórias  da  Administração  tributária  devem  ser  utilizadas  para  o  desvelamento  da  verdade  material  e  seu  resultado deve  ser  reproduzido  fielmente no  bojo  do  procedimento  e  do  Processo  Administrativo.  O  dever  de  investigação  da  Administração  e  o  dever  de  colaboração  por  parte  do  particular  têm  por  finalidade  Fl. 1049DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 10          9 propiciar  a  aproximação  da  atividade  formalizadora  com  a  realidade dos acontecimentos.”2  No  caso  em  análise,  pouco  contribuiu  a  recorrente  para  a  identificação  objetiva  da  incorreção  que  ela  mesmo  reconhece  ter perpetrado, prejudicando a liquidez e a certeza do pedido.  Não  merece,  assim,  acolhida  o  pleito  de  diligência,  nem  a  argumentação  de  defesa  no  sentido  de  que  haveria  sido  comprovado o erro ou o direito de crédito.  Do artigo 147 do CTN  Alega  a  empresa,  derradeiramente,  em  sede  recursal,  que  o  artigo  147  do  CTN  (abaixo  transcrito)  se  refere  apenas  a  lançamento por declaração.  “Art.  147.  O  lançamento  é  efetuado  com  base  na  declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou  outro, na forma da  legislação  tributária, presta à autoridade  administrativa  informações  sobre  matéria  de  fato,  indispensáveis à sua efetivação.  § 1o A retificação da declaração por  iniciativa do próprio  declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só  é  admissível  mediante  comprovação  do  erro  em  que  se  funde, e antes de notificado o lançamento.  §  2o  Os  erros  contidos  na  declaração  e  apuráveis  pelo  seu  exame  serão  retificados  de  ofício  pela  autoridade  administrativa  a  que  competir  a  revisão  daquela.”  (grifo  nosso)  É preciso esclarecer, inicialmente, que não se está aqui a tratar,  propriamente,  de  lançamento,  mas  de  demanda  de  crédito,  de  modo que o comando indicado não fundamenta exigência, mas é  usado  pela  DRJ  de  modo  acessório  a  seus  argumentos  pelo  indeferimento do direito de crédito.  No entanto, não se tem dúvidas da obviedade da parte inicial do  comando  do  §  1o,  que  abstrai  de  considerações  sobre  eventual  modalidade de lançamento: por certo que aquele que retifica sua  declaração (qualquer que seja) ou as informações que presta ao  fisco,  deve  justificar  a  retificação,  fundando­a  em  elementos  probatórios.  Se a empresa deve, como qualquer postulante a crédito, provar a  liquidez  e  a  certeza  de  tais  créditos,  como  aqui  exposto,  deve,  ainda  mais,  provar  eventuais  retificações  em  seu  pedido  de  crédito.  Mas, no caso em análise, não prova a contento a empresa nem  uma coisa nem outra, pelo que deve ser mantido o indeferimento  do direito de crédito.                                                              2 Direito Processual Tributário Brasileiro – Administrativo e Judicial, 8. Ed., São Paulo: Dialética, p. 174.  Fl. 1050DF CARF MF Processo nº 10880.676144/2009­73  Acórdão n.º 3401­004.088  S3­C4T1  Fl. 11          10 Considerações Finais  Diante do exposto, e restando ausentes a certeza e a liquidez do  crédito postulado (requisitos essenciais à acolhida de pedidos de  compensação), voto por negar provimento ao recurso voluntário  apresentado."  Aplicando­se  a  decisão  do  paradigma  ao  presente  processo,  em  razão  da  sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao  recurso voluntário.  (assinado digitalmente)  Rosaldo Trevisan                                  Fl. 1051DF CARF MF

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Numero do processo: 16327.902323/2006-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Data do fato gerador: 10/05/2003 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. CONSTATAÇÃO DE OFÍCIO. VALIDADE DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO DA DCOMP. EXTINÇÃO DO DÉBITO VINCULADO. Havendo a autoridade fiscal confirmado a validade do direito creditório do contribuinte, deve ser homologado o pedido de compensação nele embasado e extinto o débito vinculado.
Numero da decisão: 2201-004.354
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator. EDITADO EM: 16/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM

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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator. EDITADO EM: 16/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim

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2201­004.354  –  2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária   Sessão de  07 de março de 2018  Matéria  IRRF. COMPENSAÇÃO  Recorrente  BANCO SANTANDER BRASIL S/A  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE ­ IRRF  Data do fato gerador: 10/05/2003  COMPENSAÇÃO.  PAGAMENTO  A  MAIOR.  CONSTATAÇÃO  DE  OFÍCIO.  VALIDADE  DO  DIREITO  CREDITÓRIO.  HOMOLOGAÇÃO  DA DCOMP. EXTINÇÃO DO DÉBITO VINCULADO.  Havendo  a  autoridade  fiscal  confirmado  a  validade do  direito  creditório  do  contribuinte, deve ser homologado o pedido de compensação nele embasado  e extinto o débito vinculado.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  dar  provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.  (assinado digitalmente)  Carlos Henrique de Oliveira ­ Presidente.   (assinado digitalmente)  Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim ­ Relator.    EDITADO EM: 16/03/2018  Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Carlos  Henrique  de  Oliveira,  José  Alfredo  Duarte  Filho,  Douglas  Kakazu  Kushiyama, Marcelo Milton  da  Silva  Risso, Dione  Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto  do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes  Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 23 23 /2 00 6- 91 Fl. 913DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 914          2   Relatório  Trata  se  de  Recurso  Voluntário  (fls.  43/51)  interposto  contra  decisão  da  DRJSPO­I  (fls.  35/38)  que  julgou  não  homologada  a  compensação  pretendida  pelo  RECORRENTE  por  não  conhecer  o  crédito  tributário  declarado  em  PER/DCOMP  nº  33913.17555.270803.1.3.04­8407,  relativo  à  compensação  de  débito  de  CPMF  da  3ºsem/agosto/2003, no montante de R$ 784.348,89 com o crédito oriundo de  recolhimento a  maior de IRRF, efetuada em 4/05/2003, no valor total do DARF recolhido de R$ 747.426,04.  A partir desse ponto, considerando a clareza e didática do relatório dos fatos  componentes  do  despacho  de  conversão  do  julgamento  em  diligência  proferido  por  esta  C.  1ªTurma da 2ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do E. CARF, acostado às fls. 739/742,  passo a adotá­lo para relatar parte do presente relatório, na forma abaixo:  Trata  o  processo  de  Pedido  de  Ressarcimento  ou  Restituição/Declaração  de  Compensação  –  PER/DCOMP  nº  33913.17555.270803.1.2.04­8407  de  fls.  8,  apresentado  pelo  Contribuinte – BANCO SANTANDER relativo à compensação de  débito  de  CPMF  da  3ªsem/agosto/2003,  no  montante  de  R$  784.348,89,  com  crédito  relativo  a  recolhimento  indevido  ou  a  maior de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), efetuado em  14/05/2003,  sendo  de  R$  747.426,04  o  valor  total  do  DARF  recolhido.  Por  meio  do  Despacho  Decisório  de  fls.  06,  a  Delegacia  Especial  de  Instituições  Financeiras  na  8ª  Região  Fiscal  –  Deinf/SPO não  reconheceu  o  direito  creditório  pleiteado e  não  homologou  a  compensação  declarada,  em  face  da  constatação  de  que  o  alegado  pagamento  indevido  ou  a  maior  fora  integralmente  utilizado  para  a  quitação  de  outros  débitos  do  contribuinte, não restando saldo disponível para a compensação  dos débitos informados no PER/DCOMP em comento.  Cientificado  da  decisão  em  02/05/2008,  o  Contribuinte  apresentou, em 30/05/2008 Manifestação de Inconformidade, de  fls. 03 e seguintes, aduzindo que:  ­ Em decorrência de recálculo da base do  imposto de renda  foi feito recolhimento a maior, porém não houve a retificação  da  DCTF  e  não  foi  reconhecido  o  crédito  informado  na  PERDCOMP.  ­ Assim, considerando o valor apontado na planilha (fls. 05)  perceber­se­á que o Contribuinte tinha crédito para liquidar  o débito compensado.    ­  Assim,  requer  que  seja  retificada  a  DCTF  de  oficio,  de  modo que conste o valor explicitado, bem como reconhecido  Fl. 914DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 915          3 o direito do crédito, haja vista a compensação procedia por  meio da DCTF com crédito suficiente para suportá­la.  A  10ª  Turma  da  DRJ/SPOI,  na  sessão  de  22/04/2009,  pelo  Acórdão  nº  16­21.127,  de  fls.  35  e  seguintes,  julgou  a  compensação não homologada nos seguintes termos:  ASSUNTO:  IMPOSTO  SOBRE  A  RENDA  RETIDO  NA  FONTE  IRRF­  Data  do  fato  gerador:  14.05.03  COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.  ERRO DE FATO. ONUS DA PROVA.  O  Erro  de  fato  no  preenchimento  da  DCTF  deve  ser  comprovado  pelo  sujeito  passivo  por  meio  de  documentos  hábeis  e  idôneos. A ausência de prova de que o pagamento  foi  efetuado  indevidamente  ou  em  valor  superior  ao  devido  impõe a não homologação da compensação a ele vinculada.  O Contribuinte foi notificado do Acórdão pelo AR de fls. 42, em  06/05/2009,  vindo  apresentar  Recurso  Voluntário,  às  fls.  43  e  seguintes, em 05/06/2009, aduzindo:  ­ O Contribuinte  é administrador de  fundos de  investimento  financeiro  Santander  XXXVIII  (FIF  VIP  38).  O  fundo  foi  tratado  como  fundo  de  investimento  para  não  residentes,  assim, o IRRF sobre o ganho financeiro era cobrado apenas  no momento do resgate das quotas.  ­ Em razão de auditoria interna, o Contribuinte detectou que  o  FIF  VIP  38  deveria  ser  tributado  segundo  as  regras  aplicadas  aos  residentes  no  Brasil.  Neste  contexto,  a  tributação  dos  ganhos  financeiros  deveria  ser  feita  mensalmente,  com  base  na  diferença  positiva  entre  o  valor  patrimonial da quota apurada mensalmente.  ­ Esta divergência de critérios resultou falta de pagamento do  IRRF para alguns meses (meses em que não houver resgate)  e no pagamento a maior de IRRF em outros meses (meses em  que o valor do resgate foi superior à variação acumulada).  ­  Os  valores  não  adimplidos  foram  quitados,  com  seus  acréscimos  legais. E,  os pagamentos a maior, ao  seu  turno,  tornaram­se  créditos  do  Contribuinte,  passíveis  de  aproveitamento  para  compensação  om  outros  tributos  federais.  ­  Assim,  o Contribuinte  apresentou Pedido  de Restituição  e  Compensação  eletrônico  objetivando  extinguir  crédito  tributário  de  IRRF  com  crédito  relativo  a  recolhimento  a  maior de IRRF.  ­  Aponta  que  o  entendimento  da  DRJ  não  pode  prosperar  uma  vez  que  apenas  por  equívoco  a  recorrente  deixou  de  retificar  a  DCTF  de  março  de  2003,  o  que  resultou  na  suposta  exigibilidade  dos  valores  declarados  naquela  oportunidade.  Fl. 915DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 916          4 ­  Passa  a  discorrer  sobre  a  existência  do  crédito  e  a  não  ocorrência do fato gerador do IRRF no montante indicado na  DCTF, juntando documentos.  ­  Requer  a  reforma  do  Acórdão  recorrido  para  fins  de  reconhecer o direito de crédito da recorrente e homologar as  compensações.  Em 28/03/2011, às fls. 103 e seguintes, o Contribuinte apresenta  aditivo  ao  Recurso  Voluntário  esclarecendo  a  origem  de  seu  crédito, agora, com base no parecer de auditoria  independente  anexa à referida petição, juntando documentos.  É o relatório.”  Em 17/06/2014, às fls. 723/726, o RECORRENTE protocolou manifestação  informando que a RFB ­ DEINF realizou análise conclusiva acerca da existência do seu direito  creditório, após confrontar créditos e débitos no âmbito do sistema SAPO (folhas 1652 a 1759)  do E­Dossiê 10080.000984/0913­20), vindo constatar a extinção total do valor que havia sido  mantido em cobrança contra o si.  Ato  contínuo,  diante  das  informações  prestadas  pelo  RECORRENTE,  esta  Turma de Julgamento propôs a conversão do julgamento em diligência (fls. 739/742) para que  a  autoridade  preparadora:  i)  verificasse  a  liquidez  e  certeza  do  crédito  alegado  em  face  da  documentação acostada aos autos pelo Contribuinte, bem como que procedesse à solicitação de  outros documentos que entendesse necessários;  ii) verificasse  junto à DIORT a existência de  despacho certificando a existência do alegado crédito do RECORRENTE; iii) verificasse se os  créditos não eram objeto de processo judicial; iv) promovesse relatório consubstanciado acerca  da existência do crédito de IRRF pago a maior.  Por sua vez, o RECORRENTE apresentou Memoriais ao Recurso Voluntário  (fls. 744/757), nos seguintes termos:   1.   Não  há  que  se  falar  em  renúncia  ao  direito  de  discussão  administrativa  em  razão  da  propositura  de  demanda  judicial  que  discuta seu direito creditório;  2.   Não  foi  proposta  demanda  judicial  para  reconhecer  o  direito  de  crédito deste processo administrativo;  3.  O fundamento da discussão judicial é o mesmo (erro na apuração do  IRRF das operações do fundo VIP 38). Porém, são diferentes: (a) os  períodos de apuração do crédito; (b) os pagamentos indevidos; (c) as  PERDCOMP;  (d)  os  tributos  compensados;  (e)  os  períodos  de  apuração  dos  tributos  compensados  são  completamente  distintos,  o  que  afasta  qualquer  questionamento  quanto  renúncia  do  direito  de  discussão administrativa;  4.   O  erro  cometido  no  preenchimento  da  DCTF,  cuja  retificação  espontânea  pelo  RECORRENTE  foi  vedada  pela  RFB  por  já  haver  despacho  decisório  negando  compensação  pretendida,  não  pode  ser  utilizado  como  subterfugio  para  negar  o  direito  subjetivo  do  Fl. 916DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 917          5 contribuinte em ter devolvido valores recolhidos a maior, sob pena de  enriquecimento ilícito do erário;  5.   Nestes  casos,  é  dever  da Administração  Tributária  (à  luz  do  artigo  149,  inciso  V,  e  150  do  CTN)  proceder  com  a  revisão  de  oficio,  conforme determina o Parecer Normativo PGFN 8/14;  6.   A  manifestação  de  inconformidade  equipara  se  à  impugnação  administrativa,  permitindo  que  o  contribuinte,  em  atenção  ao  princípio da ampla defesa, demonstre a existência do direito creditório  pleiteado, por meio de todas as provas cabíveis;  7   Ao final, o RECORRENTE elencou todas as provas que já juntou aos  autos que, no seu  entender, demonstram a existência do seu crédito,  como:  i)  Parecer  DEINF  emitido  pelo  DIORT,  reconhecendo  seu  direito creditório ;  8  .  Por  força  do  ingresso  da  ação  anulatória  0017586­ 15.2010.4.03.6100, ajuizada pela RECORRENTE em face da União,  visando  cancelar  os  débitos  controlados  nos  PAs  (16327.902325/2006­80,  16327.902311/2006­66  e  16327.904398/2006­14),  a  DEINF  viu  se  compelida  a  analisar  os  argumentos e demais provas acerca do direito creditório fruto do erro  na  apuração  do  IRRF  do  Fundo  VIP  38.  Todos  os  cálculos  do  procedimento  compensatório  foram  realizados  no  sistema  SAPO  (folhas  1.652  a  1.759  do  E­Dossie  10080.000984/091320)  Como  resultado  dessa  análise,  a  DEINF,  por  meio  do  Chefe  da  DIORT,  Auditor Fiscal Sr. Eduardo Cerqueira Leite, concluiu pela existência  de  praticamente  todo  o  indébito  pleiteado,  com  a  manutenção  de  apenas uma pequena parte da cobrança;  9  O valor da exigência  tributária mantida, segundo cálculos e critérios  da própria DEINF, para todos os demais processos administrativos foi  zero;  10  Após  análise  de  todos  os  documentos  carreados  aos  autos  da  mencionada  ação  anulatória,  o  perito  judicial  nomeado no  processo,  Sr.  Aléssio  Mantovani  Filho,  emitiu  laudo  atestando  que  o  RECORRENTE  pagou  a  maior  a  quantia  de  R$  24.329.562,73  (em  agosto/2003),  apurada  mediante  recomposição  de  todo  patrimônio  líquido  do  fundo VIP  38,  identificação  do  IRRF  devido  seguindo  o  critério de come cotas e comparação do resultado obtido com aquele  erroneamente apurado inicialmente pelo RECORRENTE com base no  regime de caixa;  11  .  O  relatório  da  auditoria  independente  informou  a  composição  das  aplicações do Fundo FIF VIP 38, bem como a evolução do patrimônio  líquido  e  do  resultado  do  período  de  01/01/01  até  29/08/03,  tendo  definido o real valor devido a  título de IRRF, em razão da alteração  na  sistemática  de  tributação  feita  pelo  RECORRENTE,  e  concluiu  reportando um indébito R$ 24.533.958,00 (em agosto/2003);;  Fl. 917DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 918          6 12  . Os valores identificados pelo perito técnico judicial e pela empresa  de auditoria independente foram suficientes para confortar e extinguir  as compensações realizadas pelo RECORRENTE;  13   Ao  final,  requereu  provimento  ao  recurso  voluntário,  com  o  reconhecimento do seu direito creditório e extinção das compensações  realizadas, bem como dos débitos cobrados, além da baixa dos autos  para realização de diligência, caso necessário.  A  pedido  da  PFN,  requerido  nos  autos  da  ação  anulatória  0017586­ 15.2010.4.03.6100 em razão do questionamento judicial levado a efeito pelo RECORRENTE,  a  DEINF/SPO  foi  instada  a  se  manifestar  acerca  da  validade  da  inscrição  das  dívidas  reclamadas.  Em 23/06/2016, através do Termo de Intimação nº 124 (fls. 891), a DIORT­ DEINF requereu a apresentação de novos documentos para o RECORRENTE, sob a alegação  de que os documentos até então apresentados eram insuficientes à produção de um relatório de  auditoria fiscal que se prestasse ao reconhecimento da liquidez e certeza do crédito tributário  que o mesmo almejava.  O  agente  preparador  vinculado  à  DIORT­DEINF  apresentou  o  Despacho  Decisório de fls. 880/890, elaborado a partir de minuciosa análise dos pedidos de restituição e  declarações  de  compensação  do  RECORRENTE,  em  que  foram  contemplados  todos  os  processos  ligados  ao  fato  em  análise.  A  conclusão  do  aludido  despacho  considerou  que  o  procedimento adotado pelo contribuinte se encontrava de acordo com a legislação de regência  do  Imposto  de  Renda  Pessoa  Jurídica,  e  após  elaboração  dos  cálculos  usuais,  decidiu  por  reconhecer  a  liquidez  e  certeza  do  crédito  tributário  relativo  a  diversas  DCOMP,  dentre  as  quais encontra­se a Declaração objeto do presente processo.  Em  razão  disso,  com  fundamento  no  despacho  mencionado,  no  corpo  do  relatório  acima  mencionado,  a  DIORT/DEINF/SPO  respondeu  aos  quesitos  formulados  por  esta 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do E. CARF, tendo: i)  confirmado que a DIORT reconheceu a certeza e liquidez do crédito tributário reclamado pelo  RECORRENTE  e,  assim,  homologou  a  DCOMP  nº  33913.17555.270803.1.3.04­8407,  controlada no presente processo, mas que, por falha da DIORT, esta deixou de implementar, na  prática,  os  efeitos  da  decisão;  ii)  respondido  o  quesito  2  formulado  por  esta  C.  Turma,  informando  a  existência  de Despacho Decisório  de Reconhecimento  do Direito Creditório  e  homologação das compensações controladas no presente processo; iii) constatado que o crédito  controlado  no  presente  processo  não  é  objeto  de  discussão  judicial;  e  iv)  proposto  que  a  DIORT/DEINF/SPO  procedesse  à  execução  das  compensações  conforme  constatações  do  Despacho Decisório proferido nos autos, proposta que foi aprovada e determinada no bojo do  mesmo documento, sendo requerida, na sequência, ciência do seu teor ao RECORRENTE para,  após decorrido o prazo com ou sem manifestação deste, os autos serem encaminhados a esta C.  Turma, conforme fls. 892/901.  É o relatório.    Voto             Fl. 918DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 919          7 Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim – Relator  O  recurso  voluntário  é  tempestivo  e  preenche  os  demais  requisitos  de  admissibilidade. Portanto, dele conheço.   Pela  análise  dos  documentos  produzidos  ao  longo  deste  procedimento  e  encartados  aos  autos,  entendo os mesmos  terem  cumprido  sua  função de  esclarecimento dos  fatos e formação da convicção deste julgador (Dec. nº 70.235/72, art. 29), proporcionando aos  autos condição de julgamento. Assim, passo a fazê­lo.  No  curso  do  presente  processo,  ocorreram  diligências  para  que  o  RECORRENTE  apresentasse  documentos  relacionados  ao  deslinde  dos  fatos,  bem  como  sobrevieram trabalhos fiscais, todos de extrema importância e relevância para o esclarecimento  dos fatos e contribuição para o deslinde do caso.  Merece destaque o Despacho Decisório de fls. 880/890, que por sua leitura se  percebe  ter  sido  confeccionado  a  partir  de  minuciosa  análise  dos  pedidos  de  restituição  e  declarações  de  compensação  do  RECORRENTE,  em  que  foram  contemplados  todos  os  processos  e  documentos  vinculados  ao  fato  em  análise  (DARFs, manifestações  fiscais  e  do  RECORRENTE),  o  qual  esclareceu  e  concluiu  o  quanto  ocorrido  neste  processo  e  que,  por  conta disso, elejo para fundamentar as razões do voto. Vejamos.  Decorre da análise do Despacho Decisório que o agente preparador vinculado  à DIORT­DEINF examinou  todos os PER/DCOMPs do RECORRENTE,  tendo vinculado as  declarações  de  compensação  com  os  respectivos  pedidos  de  ressarcimento,  identificando  os  tributos envolvidos, seus códigos de arrecadação, períodos de apuração, valores e vencimentos,  todos resumidos no Quadro 01 (fls. 880).  Em  seguida,  foram  indicadas  as  contas  contábeis  utilizadas  para  a  composição  da  base  de  cálculo  do  IRRF  no  regime  de  competência  no  período  em  que  se  constatou diferenças de  recolhimento do  imposto pelo  fundo de  investimento  (agosto/2000 a  julho/2003),  cujos  dados  foram  extraídos  dos  balancetes  mensais  do  RECORRENTE  constantes do E­Dossiê nº 10080.000984/0913­20 e descritos nos itens A, B, C e D do Quadro  02  do  despacho  (fl.  882),  cujos  itens G  e H  informaram,  respectivamente,  a  correta  base  de  cálculo reconstituída e o valor do IRRF efetivamente devido.  Ato contínuo,  foram identificados os pagamentos de  IRRF do período, com  base nos relatórios apresentados pelo RECORRENTE e no acesso ao sistema da RFB, o qual  confirmou os pagamentos reportados, dessa análise gerando o Quadro 03 (fls. 884/886).  Posteriormente,  foram  realizadas  as  alocações  possíveis,  restando,  todavia,  saldos não extintos dos créditos tributários de IRRF recalculados, os quais foram, em momento  seguinte,  integralmente  extintos,  mediante  alocação  de  outros  pagamentos  que  haviam  sido  efetuados pelo RECORRENTE (estranhos ao caso), fato que embasou o despacho a declarar a  extinção dos créditos tributários apurados conforme o correto regime de tributação.  Em momento seguinte, o trabalho fiscal passou a checar a eventual extinção,  por  compensação,  dos  débitos  informados  pelo  RECORRENTE  nas  suas  declarações  de  compensação  e  pedidos  de  ressarcimento,  os  quais  foram  confrontados  mediante  processamento  feito  pelo  sistema  SAPO  da  RFB  (folhas  1652  a  1759  do  E­Dossiê  nº  10080.000984/0913­20)  ,  com a  relação  de pagamentos  confirmados  também em  sistema da  Fl. 919DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 920          8 RFB  (reportados  no  Quadro  03),  tendo  como  resultado  as  informações  do  Quadro  04  do  despacho  (fls.  887),  que  evidenciaram  a  extinção  parcial  ou  total  dos  débitos  do  RECORRENTE.  Após  isso,  o  despacho  trouxe  o  Quadro  05  (fls.  889),  com  o  resultado  da  análise dos PER/DCOMP apresentados pelo RECORRENTE em face do indébito apurado no  cálculo e no recolhimento  indevido do IRRF em nome do Fundo de  Investimento Financeiro  VIP 38, cuja análise permite verificar não ter restado valor em aberto passível de cobrança com  relação à PER/DCOMP nº 33913.17555.270803.1.3.04­8407, objeto de análise deste processo.  Ao final, a conclusão do aludido despacho (que está registrada no E­Dossiê  n°  10080.000.984/0913­20)  considerou  que  o  procedimento  adotado  pelo  contribuinte  se  encontrava de  acordo  com  a  legislação  de  regência  do  Imposto  de Renda Pessoa  Jurídica,  e  após  elaboração  dos  cálculos  usuais,  decidiu  por  reconhecer  a  liquidez  e  certeza  do  crédito  tributário  relativo  a  diversas  DCOMP,  dentre  as  quais  encontra­se  a  Declaração  objeto  do  presente processo.  Neste ponto, entendo que estas conclusões advindas do Despacho Decisório  de  fls.  880/890  são  suficientes  e  comprovam  realmente  a  validade  do  direito  creditório  do  RECORRENTE, capaz de legitimar seus pedidos de compensação e extinguir seu débito.  Dessa forma, pelo que foi exposto, tendo as autoridades fiscais competentes  constatado a liquidez e certeza do crédito tributário relativo à DCOMP objeto de análise neste  expediente, e restando comprovada a extinção do débito do RECORRENTE, entendo por dar  provimento ao recurso voluntário.  Contudo, cumpre fazer a ressalva de que o débito objeto do presente processo  já  foi  extinto  através  do  E­Dossiê  nº  10080.000984/0913­20,  tendo  em  vista  que  houve  a  homologação  da  compensação  nos  autos  do  mencionado  processo.  Conforme  já  explanado  acima,  a  DIORT  reconheceu  a  certeza  e  liquidez  do  crédito  e,  assim,  homologou  a  compensação  pleiteada  pelo  contribuinte.  Neste  sentido,  resta  configurado  que  o  pedido  do  contribuinte já foi acatado nos autos do E­Dossiê nº 10080.000984/0913­20.  É  importante  fazer  a  ressalva  acima  a  fim  de  evitar  o  reconhecimento  do  crédito em duplicidade ao contribuinte.    Conclusão  Diante  de  todo  o  exposto,  voto  por  conhecer  e  DAR  PROVIMENTO  ao  Recurso Voluntário.  (assinado digitalmente)  Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim ­ Relator                Fl. 920DF CARF MF Processo nº 16327.902323/2006­91  Acórdão n.º 2201­004.354  S2­C2T1  Fl. 921          9                   Fl. 921DF CARF MF

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Numero do processo: 19679.009916/2004-12
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 1999 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O conhecimento do recurso está condicionado à satisfação do requisito de admissibilidade da tempestividade, estando ausente este, por interposição extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972. É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida efetivada por via postal. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Dicção da Súmula n.º 9 do CARF. Demonstrado nos autos que o recurso foi interposto após vencido o prazo, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento.
Numero da decisão: 1002-000.076
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins - Presidente. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: LEONAM ROCHA DE MEDEIROS

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1002­000.076  –  Turma Extraordinária / 2ª Turma   Sessão de  8 de março de 2018  Matéria  Processo Administrativo Fiscal. Intempestividade. DCTF. Multa por Atraso na  Entrega. Mérito não conhecido.  Recorrente  BARRETO ENGENHARIA LTDA.  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Ano­calendário: 1999  PROCESSO  ADMINISTRATIVO  FISCAL.  RECURSO  VOLUNTÁRIO.  JUÍZO  DE  ADMISSIBILIDADE.  INTEMPESTIVIDADE.  NÃO  CONHECIMENTO.   O  conhecimento  do  recurso  está  condicionado  à  satisfação  do  requisito  de  admissibilidade  da  tempestividade,  estando  ausente  este,  por  interposição  extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do  Decreto n.º 70.235, de 1972.  É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo  de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida efetivada  por via postal. É válida  a ciência da notificação por via postal  realizada no  domicílio  fiscal  eleito  pelo  contribuinte,  confirmada  com  a  assinatura  do  recebedor da correspondência,  ainda que este não seja o  representante  legal  do destinatário. Dicção da Súmula n.º 9 do CARF.  Demonstrado  nos  autos  que  o  recurso  foi  interposto  após  vencido  o  prazo,  sem  que  tenha  sido  apresentado  qualquer  prova  de  ocorrência  de  eventual  fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  unanimidade  de  votos,  em  não  conhecer do Recurso Voluntário.    (assinado digitalmente)  Julio Lima Souza Martins ­ Presidente.      AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 99 16 /2 00 4- 12 Fl. 65DF CARF MF     2  (assinado digitalmente)  Leonam Rocha de Medeiros ­ Relator.    Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Julio  Lima  Souza  Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha  de Medeiros.    Relatório  Cuida­se, o caso versando, de Recurso Voluntário (fls. 41/46), interposto com  fulcro no art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo  administrativo  fiscal,  protocolado  pela  recorrente,  indicada  no  preâmbulo,  devidamente  qualificada  nos  fólios  processuais,  relativo  ao  inconformismo  com  a  decisão  de  primeira  instância (fls. 33/36), datada de 07/11/2006, consubstanciada no Acórdão n.º 16­11.491, da 5.ª  Turma  da  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento  I  em  São  Paulo/SP  (DRJ/SPOI),  que,  por unanimidade  de votos,  julgou  procedente  o  lançamento  efetivado  pela  fiscalização da administração fazendária decorrente da aplicação de multa por atraso na entrega  da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) do 1º, 2.º, 3º e 4.º Trimestres  do  Ano  Calendário  1999  (fl.  16),  deixando  de  acolher  a  impugnação  apresentada  pela  recorrente (fl. 01/04), tendo sido assim ementada a decisão vergastada:  ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS  ANO CALENDÁRIO: 1999  MULTA POR ATRASO NA DECLARAÇÃO.  O  cumprimento  da  obrigação  acessória  ­  apresentação  de  declarações  (DCTF)  ­  fora  dos  prazos  previstos  na  legislação  tributária, sujeita o infrator à aplicação das penalidades legais.  Lançamento Procedente.   O auto de infração em espécie foi  lavrado em 09/07/2003, na DEFIC ­ São  Paulo/SP,  por  Auditor  Fiscal  da  Receita  Federal,  sumariando  o  seguinte  contexto  e  enquadramento  para  aduzida  infração  à  legislação  tributária  e  respectivo  demonstrativo  do  crédito tributário:  Descrição dos fatos:  A  entrega  da  Declaração  de  Débitos  e  Créditos  Tributários  Federais  (DCTF)  fora  do  prazo  fixado  na  legislação  enseja  a  aplicação de multa (...).  Fundamentação:  Art. 113, § 3.º e 160 da Lei n.º 5.172, de 26/10/66 (CTN); art. 11  do Decreto­Lei n.° 1.968 de 23/11/82, com a redação dada pelo  art. 10 do Decreto­Lei n.º 2.065, de 26/10/83; art. 30 da Lei n.º  9.249 de 26/12/95; art. 1.º da Instrução Normativa SRF n.º 18,  de 24/02/2000; art. 7.º da Lei n.º 10.426, de 24/04/2002 e art. 5.º  da Instrução Normativa SRF n.º 255, de 11/12/2002.  Demonstrativo:  1.º Trimestre/1999, Multa Mínima R$200,00  2.º Trimestre/1999, Multa Mínima R$500,00  3.º Trimestre/1999, Multa Mínima R$500,00  4.º Trimestre/1999, Multa R$487,39 (17xR$57,34=R$974,78 x 50%)  Fl. 66DF CARF MF Processo nº 19679.009916/2004­12  Acórdão n.º 1002­000.076  S1­C0T2  Fl. 55          3 A  impugnação  instaurou  a  fase  litigiosa  do  procedimento  alegando  a  recorrente, em síntese, que não se enquadrava em nenhuma das condições de obrigatoriedade  de  apresentação de DCTF previstas no  artigo 2.º  da  IN SRF 73/1996,  assim como ponderou  que estaria dispensada da entrega da DCTF por não ter valores mensais de tributos superiores a  R$  10.000,00.  Igualmente,  vindicou  a  aplicação  do  dispositivo  que  trata  da  denúncia  espontânea.  Não acolhida  a  impugnação  sobreveio o  recurso  voluntário,  após  intimação  postal com aviso de recepção assinado por pessoa presente na sede da empresa.  No recurso voluntário,  inconformado com a decisão a quo, além de reiterar  os  termos  da  impugnação,  sustentou,  novamente,  a  aplicação  do  instituto  da  denúncia  espontânea e afirmou que a Instrução Normativa deveria ter tratado de dispensa da entrega da  declaração para empresas de baixo faturamento. Também, vindicou que não foi intimado para  apresentar a DCTF, pois o art. 7.º da IN 225/02 estabelece que o sujeito passivo que deixa de  apresentar a declaração é intimado para fazê­lo. A multa só teria sido facultada posteriormente.  Também,  afirmou  que  a  IN  301,  de  2003,  implantou  sistema  de  entrega  aplicável  a  fatos  pretéritos, desde o 1.º trimestre de 1999, pelo que não poderia prosperar a multa.  Em  sequência  procedimental  houve  despacho  exarado  nos  autos  acerca  da  intempestividade  do  recurso  voluntário  (fl.  52),  embora  atestando  a  aplicação  do  art.  35  do  Decreto  n.º  70.235,  de  1972,  no  sentido  de  que  o  recurso,  mesmo  perempto,  deve  ser  encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção.   Os  autos,  então,  foram  encaminhados  para  este  Egrégio  Conselho  Administrativo de Recursos Fiscais, sendo, posteriormente, distribuído para este relator.  É o que importa relatar. Passo a devida fundamentação analisando os juízos  de admissibilidade e, se superado este último, o mérito, finalizando em dispositivo.  Voto             Conselheiro Leonam Rocha de Medeiros, Relator  O  Recurso  Voluntário  não  atende  ao  pressuposto  de  admissibilidade  extrínseco  relativo  a  tempestividade,  uma  vez  que  foi  interposto  após  o  trintídio  legal  estabelecido  no  art.  33  do  Decreto  n.º  70.235,  de  1972,  que  dispõe  sobre  o  processo  administrativo fiscal.  Deveras,  observo  a  confirmação  da  entrega  da  intimação  postal,  dando  ciência da decisão de primeira  instância,  em 13/12/2007, conforme aviso de  recebimento  colacionado nos  autos  (fls.  38/v),  no  entanto  o  recurso  voluntário  só  foi  apresentado  em  16/01/2008 (fl. 41), quando já vencido o prazo. Portanto, não é possível conhecê­lo.  Registre­se, por oportuno, que este Conselho Administrativo de Recurso  Fiscais possui súmula confirmando a validade da intimação por via postal entregue na sede  da empresa, a teor da Súmula n.º 9, veja­se:  Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via  postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte,  Fl. 67DF CARF MF     4 confirmada  com  a  assinatura  do  recebedor  da  correspondência,  ainda  que  este  não  seja  o  representante  legal do destinatário.   A referida súmula teve por suporte os seguintes paradigmas: Acórdão n.º  102­46574,  de  01/12/2004,  Acórdão  n.º  104­20408,  de  26/01/2005,  Acórdão  n.º  106­ 14266, de 21/10/2003, Acórdão n.º 107­07076, de 20/03/2003, Acórdão n.º 108­07562, de  16/10/2003,  Acórdão  n.º  201­68026,  de  20/05/1992,  Acórdão  n.º  202­08457,  de  21/05/2003,  Acórdão  n.º  202­09572,  de  14/10/1997,  Acórdão  n.º  201­71773,  de  02/06/1998, Acórdão n.º 203­06545, de 09/05/2000.  Demais disto, estabelece o Decreto n.º 70.235, de 1972, que os prazos são  contínuos,  excluindo­se na  sua contagem o dia do  início  e  incluindo­se o do vencimento  (art. 5.º, caput) e que os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no  órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato (art. 5.º, parágrafo único), mas,  ainda assim, mantém o recurso intempestivo e, por outro lado, o recorrente não apresentou  qualquer  prova  de  ocorrência  de  eventual  fato  impeditivo  ao  manejo  do  seu  recurso  a  tempo e modo esperado.  Por  conseguinte,  não  há  que  se  admitir  recurso  extemporâneo,  caso  contrário, estaria sendo declarada uma inconstitucionalidade incidenter tantum do Decreto  n.º 70.235, de 1972, vedada no Regimento Interno do CARF (art. 62, Anexo II, aprovado  pela Portaria MF n.º 343, de 2015) e pela súmula a seguir deste Egrégio Conselho: "Súmula  CARF n.º 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade  de lei tributária."   Destaco, por oportuno, que, a despeito de não conhecer o mérito, entendo  ser  importante  registrar  que  para  a  temática  da  denúncia  espontânea,  relativa  a  entrega  extemporânea  de  declaração,  este  Conselho  já  possui  enunciado  sumular,  nestes  termos:  "Súmula CARF n.º 49: A denúncia espontânea  (art. 138 do Código Tributário Nacional)  não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração."   A mencionada  súmula  foi  lavrada  com base  nos  seguintes  paradigmas:  Acórdão  n.º  CSRF/04­00.574,  de  19/06/2007,  Acórdão  n.º  192­00.096,  de  06/10/2008,  Acórdão n.º 192­00.010, de 08/09/2008, Acórdão n.º 107­09.410, de 30/05/2008, Acórdão  n.º 102­49.353, de 10/10/2008, Acórdão n.º 101­96.625, de 07/03/2008, Acórdão n.º 107­ 09.330, de 06/03/2008, Acórdão n.º 107­09.230, de 08/11/2007, Acórdão n.º 105­16.674,  de  14/09/2007,  Acórdão  n.º  105­16.676,  de  14/09/2007,  Acórdão  n.º  105­16.489,  de  23/05/2007,  Acórdão  n.º  108­09.252,  de  02/03/2007,  Acórdão  n.º  101­95.964,  de  25/01/2007,  Acórdão  n.º  108­09.029,  de  22/09/2006,  Acórdão  n.º  101­94.871,  de  25/02/2005.  Por conseguinte, não conseguiu  a  recorrente  se desincumbir do ônus de  demonstrar a tempestividade de seu recurso voluntário, pelo que dele não conheço.  Considerando  o  até  aqui  esposado  e  enfrentado,  mas  não  superado,  o  juízo de admissibilidade, entendo pela manutenção do julgamento da DRJ.  Ante o exposto, de livre convicção, relatado, analisado e por mais o que  dos autos constam, voto em não conhecer do Recurso Voluntário, por ausência do requisito  de  admissibilidade  extrínseco  da  tempestividade,  consequentemente  mantendo  íntegra  a  decisão recorrida e o crédito tributário lançado na forma constante do auto de infração.  É como Voto.  Fl. 68DF CARF MF Processo nº 19679.009916/2004­12  Acórdão n.º 1002­000.076  S1­C0T2  Fl. 56          5   (assinado digitalmente)  Leonam Rocha de Medeiros ­ Relator                              Fl. 69DF CARF MF

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7233649 #
Numero do processo: 11080.722788/2010-62
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/11/1996 a 28/02/2001 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INEXISTÊNCIA. A Administração Pública não responde solidariamente por créditos previdenciários devidos pela empresa contratada para prestação de serviços de construção civil, reforma ou acréscimo, exceto nos casos de cessão de mão-de-obra.
Numero da decisão: 9202-006.589
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 11080.722524/2010-17, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS

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9202­006.589  –  2ª Turma   Sessão de  20 de março de 2018  Matéria  CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA  Recorrente  BANCO DO BRASIL S.A  Interessado  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período de apuração: 01/11/1996 a 28/02/2001  CONTRIBUIÇÕES  SOCIAIS  PREVIDENCIÁRIAS.  SOCIEDADE  DE  ECONOMIA  MISTA.  CONSTRUÇÃO  CIVIL.  RESPONSABILIDADE  SOLIDÁRIA. INEXISTÊNCIA.  A  Administração  Pública  não  responde  solidariamente  por  créditos  previdenciários  devidos  pela  empresa  contratada  para  prestação  de  serviços  de  construção  civil,  reforma  ou  acréscimo,  exceto  nos  casos  de  cessão  de  mão­de­obra.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do  Recurso  Especial  e,  no  mérito,  em  dar­lhe  provimento.  O  julgamento  deste  processo  segue  a  sistemática  dos  recursos  repetitivos.  Portanto,  aplica­se  o  decidido  no  julgamento  do  processo  11080.722524/2010­17, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.    (assinado digitalmente)  Maria Helena Cotta Cardozo ­ Presidente em exercício e Relatora     Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Elaine  Cristina  Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes,  Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza  Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 27 88 /2 01 0- 62 Fl. 375DF CARF MF   2   Relatório  Trata­se de Recurso Especial  interposto pela Contribuinte contra o Acórdão  de Recurso Voluntário, no qual restou consignada a seguinte ementa:  ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS  Período de apuração: 01/11/1996 a 28/02/2001  CONTRIBUIÇÕES  PREVIDENCIÁRIAS.  CONSTRUÇÃO  CIVIL.  SOLIDARIEDADE.  ADMINISTRAÇÃO  PÚBLICA.  PARECER AGU AC 55/ 2006. ALCANCE.  Os efeitos do Parecer AGU nº AC55/ 2006 DOU de 24/11/2006  alcançam, tão somente, os Contratos Administrativos celebrados  pela Administração Pública direta, circunstância em que Poder  Público  atua  com  supremacia  sobre  as  empresas  privadas  contratadas, mediante  cláusulas  e  preceitos  de Direito Público  previstos  no  Capítulo  III  da  Lei  nº  8.666/93,  não  irradiando  efeitos  sobre  as  Sociedades  de  Economia  Mista,  pessoas  jurídicas  de  direito  privado,  eis  que  tais  empresas  atuam  no  mercado de  bens  e  serviços  em  igualdade  de  condições  que  as  demais  empresas  privadas,  e  cujos  contratos  regem­se  pelas  normas de Direito Privado.  LANÇAMENTO  TRIBUTÁRIO.  NFLD.  ATO  ADMINISTRATIVO.  PRESUNÇÃO  DE  VERACIDADE  E  LEGALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.  Tendo  em  vista  o  consagrado  atributo  da  presunção  de  veracidade  que  caracteriza  os  atos  administrativos,  gênero  do  qual o  lançamento  tributário  é  espécie,  opera­se a  inversão do  encargo  probatório,  repousando  sobre  o  Notificado  o  ônus  de  desconstituir o lançamento ora em consumação.  Havendo  um  documento  público  com  presunção  de  veracidade  não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há  de ser em favor dessa presunção.  CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RESPONSABILIDADE  SOLIDÁRIA. CONSTRUÇÃO CIVIL.  O  proprietário,  o  dono  da  obra  ou  condômino  da  unidade  imobiliária,  qualquer  que  seja  a  forma  de  contratação  da  construção,  reforma  ou  acréscimo,  são  solidários  com  o  construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das  obrigações para com a Seguridade Social,  admitida a  retenção  de  importância  a  este  devida  para  garantia  do  cumprimento  dessas  obrigações,  não  se  aplicando,  em  qualquer  hipótese,  o  benefício de ordem.  RESPONSABILIDADE  SOLIDÁRIA.  CONSTRUÇÃO  CIVIL.  ARBITRAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. LEGALIDADE.  Nas  hipóteses  em  que  o  cálculo  do  tributo  tiver  por  base,  ou  tomar  em  consideração,  o  valor  ou  o  preço  de  bens,  direitos,  Fl. 376DF CARF MF Processo nº 11080.722788/2010­62  Acórdão n.º 9202­006.589  CSRF­T2  Fl. 3          3 serviços  ou  atos  jurídicos,  a  autoridade  lançadora,  mediante  processo regular, poderá arbitrar o valor da base de cálculo ou  os aludidos preços, sempre que forem omissos ou não merecerem  fé  as  declarações  ou  os  esclarecimentos  prestados,  ou  os  documentos  expedidos  pelo  sujeito  passivo  ou  pelo  terceiro  legalmente  obrigado.  Em  caso  de  recusa  ou  sonegação  de  qualquer  documento  ou  informação,  ou  sua  apresentação  deficiente,  o  fisco  federal  pode  inscrever  de  ofício  importância  que  reputar  devida,  cabendo  à  empresa  o  ônus  da  prova  em  contrário.  A utilização de percentual definido em ato normativo,  incidente  sobre o valor dos serviços contidos em notas fiscais, para fins de  apuração  indireta  da  base  de  cálculo  das  contribuições  previdenciárias,  constitui  procedimento  que  observa  os  princípios da legalidade e da proporcionalidade.  CERTIDÃO  NEGATIVA  DE  DÉBITO.  ELISÃO  DA  SOLIDARIEDADE. IMPOSSIBILIDADE.  A CND apenas  certifica  que,  no momento de  sua  emissão,  não  havia crédito tributário formalmente constituído em desfavor da  empresa signatária da certidão, circunstância que não afasta o  direito  da  Fazenda  Pública  de  constituir  e  cobrar  qualquer  débito  eventualmente  apurado  após  a  sua  emissão,  conforme  ressalvado na própria CND.  A  apresentação  de  CND  emitida  em  nome  de  empresa  prestadora  de  serviços  não  é  suficiente  para  elidir  a  responsabilidade solidária na construção civil. A elisão somente  é possível com a comprovação do recolhimento da contribuição  devida,  pela  apresentação  dos  documentos  exigidos  pela  legislação de regência.  Recurso Voluntário Negado  Conforme  consta  do  auto  de  infração,  os  objetos  dos  lançamentos  são  as  contribuições sociais destinadas à Seguridade Social correspondentes a:  II ­ remuneração paga aos segurados empregados das empresas  executoras  de  obras  de  construção  civil,  incluída  em  notas  fiscais,  faturas  e  recibos,  pelas  quais  o  Banco  do  Brasil,  na  condição de  contratante dos  serviços,  responde  solidariamente,  haja  vista  que  não  houve  elisão  da  responsabilidade  solidária  nos termos da legislação aplicável, a seguir fundamentada, cujo  lançamento  está  codificado  como  “SC1  –  SOLIDA.  CONST.  CIVIL ANTES 1999”;  III ­ remuneração paga aos segurados empregados das empresas  prestadoras  serviços  com  cessão  de  mão­de­obra,  incluída  em  notas fiscais, faturas e recibos, pelas quais o Banco do Brasil, na  condição de  contratante dos  serviços,  responde  solidariamente,  haja  vista  que  não  houve  elisão  da  responsabilidade  solidária  nos termos da legislação aplicável, a seguir fundamentada, cujo  lançamento  está  codificado  como  “SM1  –  SOLIDARIEDADE  CMO ANTES 1999”.  Fl. 377DF CARF MF   4 Especificamente quanto aos fatos geradores da Solidariedade na Construção  Civil e por Cessão de Mão­de­Obra:  a)  fazem  parte  do  crédito  previdenciário  as  contribuições  devidas  pela  notificada,  destinadas  à  Seguridade  Social,  correspondentes  à  parte  da  empresa  (FPAS)  e  dos  segurados  empregados,  ao  financiamento  da  complementação  das  prestações  por  acidente  do  trabalho  (Seguro  de  Acidente  de  Trabalho­SAT) e ao financiamento dos benefícios concedidos em  razão do grau de incidência de incapacidade laborativa;  b)  as  contribuições  previdenciárias  destinadas  a  Terceiros  não  foram  incluídas  na  presente  notificação,  tendo  em  vista  o  entendimento do Parecer CJ/MPAS n.º 1.710/99.  Irresignada,  a ora Recorrente  impugnou  a  autuação  alegando,  em  síntese:  a  necessidade de chamamento ao processo da empresa executora, responsável pelo recolhimento  tributário, a fim de que se apurasse a real existência dos débitos autuados, em observância aos  princípios  da  garantia  de  defesa  e  da  verdade  material;  a  impossibilidade  de  enquadrar  o  Impugnante como responsável solidário, já que a responsabilidade pelo recolhimento do tributo  foi assumida pela empresa contratada, esta na forma de licitação pública; a autuação indevida,  por  não  lhe  ter  sido  garantido  o  benefício  de  ordem,  cobrando  em  primeiro  lugar,  da  contribuinte propriamente dita,  já que a  redação do art. 30,  inciso  IV da Lei n. 8.212/91, até  dezembro de 1997 não vedava sua aplicação; e a irregularidade na apuração do lançamento do  crédito tributário.  A Delegacia da Receita Federal de Julgamento entendeu pela improcedência  da  impugnação  apresentada,  mantendo  o  crédito  tributário  exigido,  o  que  gerou  a  interposição de Recurso Voluntário, ao qual foi negado provimento.  Posteriormente, foi interposto Recurso Especial pela Contribuinte, no qual,  acerca  da  divergência,  a  Recorrente  sustenta  que  o  Acórdão  de  Recurso  Voluntário  adotou  entendimento divergente da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do  CARF (acórdão n.º 2401­003.200), merecendo, por  isso,  reanálise do  tema: responsabilidade  solidária de sociedade de economia mista na contratação de obra de construção civil.  Foi  realizado  exame  de  admissibilidade,  restando  disposta  a  seguinte  conclusão:  Do exposto, verifica­se  que  foram atendidos  os  pressupostos  de admissibilidade do recurso especial previstos nos arts. 67 e  68  do  Anexo  II  do  RICARF,  aprovado  pela  Portaria MF  nº  343  de  09/06/2015,  razão  pela  qual  é  de  se  DAR  SEGUIMENTO  ao  pedido  do  recorrente  para  que  seja  reapreciada  a  seguinte  matéria:  responsabilidade  solidária  de  sociedade de economia mista na contratação de obra de  construção civil ­ art. 30,VI da lei 8212/91.  Cabe destacar que o acórdão paradigma trata de situação fática idêntica a dos  autos, referindo­se ao mesmo tributo e à mesma parte (Banco do Brasil).  No que se referem às razões de reforma do Acórdão vergastado, a Recorrente  aduz, em síntese, que:  Fl. 378DF CARF MF Processo nº 11080.722788/2010­62  Acórdão n.º 9202­006.589  CSRF­T2  Fl. 4          5 a)  considerando  que  o  lançamento  objurgado  não  se  refere  a  contratos  formados  por  cessão  de  mão­de­obra,  mas  sim,  exclusivamente,  para  realização  de  obras  de  construção  civil  contratadas mediante empreitada, cujo conceito não se equipara  a celebração de contratos mediante cessão de mão­de­obra, há  que se reconhecer a inexistência de responsabilidade solidária;  b)  com base  no Parecer AGU n.º AC­55/2006  e  respaldado no  entendimento  deste  Conselho  (Súmula  CARF  n.º  66),  resta  indene  de  dúvida  que  a  Administração  Pública  não  responde  solidariamente  por  créditos  previdenciários  de  empresas  contratadas  para  prestação  de  serviços  de  construção  civil,  como  é  exatamente  o  caso  das  contratações  realizadas  pelo  Recorrente, sociedade de economia mista;  c)  deve  ser  promovido  o  cancelamento  do  crédito  legal  constituído, com o reconhecimento da nulidade da autuação.  Foram apresentadas contrarrazões  pela Procuradoria da Fazenda Nacional,  nas quais expressamente restou consignada a concordância com a demonstração da divergência  jurisprudencial apontada pela Recorrente, nos seguintes termos:  O  cotejo  levado  a  cabo  pela Recorrente  permite  constatar  que  efetivamente  foi  demonstrada  a  alegada  divergência  jurisprudencial:  enquanto  no  caso  do  acórdão  recorrido  entendeu­se  que  sociedade  de  economia  mista  responde  solidariamente por  contratação de obra de  construção civil  em  razão  do  art.  30,VI  da  lei  8212/91,  o  paradigma  decidiu  em  sentido contrário.  Quanto  às  razões  do  improvimento  do  Recurso  Especial  interposto  pelo  contribuinte, a Procuradoria dispôs, em síntese:   a) o alegado pelo contribuinte de que o próprio STJ confirma a  não aplicabilidade da Responsabilidade Solidária em relação à  sociedade de economia mista não procede para o caso em tela,  eis que o  citado acórdão do Superior Tribunal de  Justiça  trata  da  Responsabilidade  Solidária  prevista  quando  da  contratação  de serviços mediante cessão de mão­de­obra (REsp 417.794­RS,  Relator Min. Luiz Fux. – 1ª Turma);  b)  não  é  possível  aceitar  os  argumentos  expostos  no  tópico  anterior,  uma vez que o  lançamento de que  trata este processo  não é de  responsabilidade solidária decorrente da execução de  contrato de cessão de mão de obra, de acordo com o artigo 31  da Lei 8.212/1991, mas de responsabilidade solidária decorrente  de serviços de construção civil, de acordo com o artigo 30, VI,  da Lei 8.212/1991.  Faz­se  necessário  destacar  que  o  Recurso  Especial  sob  análise  trata­se  de  Paradigma,  de  modo  que  o  resultado  consignado  no  presente  julgamento  será  aplicado  aos  demais  processos  com  fundamento  em  idêntica questão  de direito  que  foram  distribuídos  no  mesmo  lote,  consoante o disposto no  art.  47,  § 1º  e §2º,  do Regimento  Interno do Conselho  Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), abaixo transcrito:  Fl. 379DF CARF MF   6 Art.  47.  Os  processos  serão  sorteados  eletronicamente  às  Turmas e destas, também eletronicamente, para os conselheiros,  organizados  em  lotes,  formados,  preferencialmente,  por  processos  conexos,  decorrentes  ou  reflexos,  de  mesma  matéria  ou  concentração  temática,  observando­se  a  competência  e  a  tramitação prevista no art. 46.   § 1º Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento  em  idêntica  questão  de  direito,  o  Presidente  de  Turma  para  o  qual  os  processos  forem  sorteados  poderá  sortear  1  (um)  processo para defini­lo  como paradigma,  ficando os demais na  carga da Turma.   §  2º Quando o  processo a  que  se  refere  o  §  1º  for  sorteado  e  incluído  em  pauta,  deverá  haver  indicação  deste  paradigma  e,  em  nome  do  Presidente  da  Turma,  dos  demais  processos  aos  quais será aplicado o mesmo resultado de julgamento.  Portanto, aplica­se ao presente a sistemática de recursos repetitivos prevista  no Regimento Interno da Casa.  É o relatório.    Voto             Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo ­ Relatora  Este  processo  foi  julgado  na  sistemática  dos  recursos  repetitivos,  regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de  junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica­se o decidido no Acórdão 9202­006.580, de  20/03/2018, proferido no julgamento do processo 11080.722524/2010­17, paradigma ao qual o  presente processo foi vinculado.  Transcreve­se,  como  solução  deste  litígio  nos  termos  regimentais,  o  inteiro  teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202­006.580):  Conheço do recurso, pois se encontra tempestivo e presentes os  requisitos de admissibilidade.  De  conformidade  com  o  narrado,  a  divergência  objeto  da  controvérsia  é  a  responsabilidade  solidária  da  sociedade  de  economia mista na contratação de obra de construção civil.  Sobre  a  aptidão  da  mencionada  divergência  suscitada  pela  Recorrente  para  fins  de  conhecimento  do  Recurso,  houve  concordância da Procuradoria da Fazenda Nacional.  Apesar  da  referida  concordância,  a  Procuradoria  da  Fazenda,  durante  a  sustentação  oral  proferida,  quando  do  início  do  julgamento  do  recurso  sob  análise,  suscitou  o  seu  não  conhecimento.  Não assiste razão à Fazenda Nacional, tendo em vista que restou  configurada  a  divergência  argüida,  pois  o  acórdão  paradigma  Fl. 380DF CARF MF Processo nº 11080.722788/2010­62  Acórdão n.º 9202­006.589  CSRF­T2  Fl. 5          7 (n.º  2401­003.200)  trata  de  situação  fática  idêntica,  mesmo  tributo  e mesma parte,  inclusive  (Banco do Brasil),  em que  foi  aplicado  entendimento  jurídico  diverso  do  posicionamento  adotado pelo  acórdão  recorrido  (sobre o  art.  30,  inciso VI,  da  Lei 8.212/91).  Desse  modo,  assentou  o  colegiado  pelo  conhecimento  do  Recurso Especial interposto pela Contribuinte.   No  que  se  refere  ao mérito  do  recurso,  assevera  a  Recorrente  que, com base no Parecer AGU n.º AC­55/2006 e respaldado no  entendimento  deste  Conselho  (Súmula  CARF  n.º  66),  resta  indene  de  dúvida  que  a  Administração  Pública  não  responde  solidariamente  por  créditos  previdenciários  de  empresas  contratadas  para  prestação  de  serviços  de  construção  civil,  como  é  exatamente  o  caso  das  contratações  realizadas  pelo  Recorrente, sociedade de economia mista.  Por outro lado, a PFN alega a impossibilidade de aceitação dos  argumentos  da  Contribuinte,  uma  vez  que  o  REsp  417.794­RS  citado  no  Recurso  sob  análise  trata  da  responsabilidade  solidária  prevista  quando da  contratação  de  serviços mediante  cessão de mão­de­obra, de acordo com o art. 31 a Lei 8.212/91,  não  sendo o  caso dos  autos,  que  dispõe,  na  realidade,  sobre  a  responsabilidade solidária decorrente de serviços de construção  civil, de acordo com o art. 30, VI, da Lei 8.212/91.  Assim,  assevera  a  Procuradoria  que:  modificar  o  julgado  importaria em violação ao referido dispositivo legal, o que não  pode ser feito na via administrativa (Súmula n. 2 do CARF).  Estabelecidos  os  contornos  da  controvérsia,  impende  discorrer  sobre  a  natureza  jurídica  do  Banco  do  Brasil  S.A,  que  é  uma  entidade  dotada  de  personalidade  jurídica  de  direito  privado,  criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a  forma  de  sociedade  anônima,  cujas  ações  com  direito  a  voto  pertencem em sua maioria à União, enquadrando­se, nos termos  do Decreto­Lei 200/1967, como sociedade de economia mista.  Pleiteia  a  Recorrente  a  aplicação,  ao  presente  caso,  do  Enunciado de Súmula CARF 66 abaixo transcrito:  Súmula CARF nº 66: Os Órgãos da Administração Pública não  respondem  solidariamente  por  créditos  previdenciários  das  empresas contratadas para prestação de serviços de construção  civil,  reforma  e  acréscimo,  desde  que  a  empresa  construtora  tenha  assumido  a  responsabilidade  direta  e  total  pela  obra  ou  repasse o contrato integralmente.  Tendo  em  vista  que,  ao  editar  os  enunciado  de  súmula,  os  tribunais devem ater­se às circunstâncias fáticas dos precedentes  que  motivaram  sua  criação,  nos  termos  do  art.  926,  §  2º,  do  CPC,  para  melhor  avaliar  a  subsunção  do  presente  caso  ao  disposto na Súmula CARF n.º 66,  foi realizado o distinguishing  entre o caso concreto analisado e os paradigmas que orientaram  a formação da Súmula mencionada.  Fl. 381DF CARF MF   8 Um dos paradigmas  relevantes  é o Acórdão n.º  206­00.611, da  Fundação  Clóvis  Salgado  e  Outros,  que  nega  provimento  a  Recurso de Ofício em razão da inexistência de responsabilidade  solidária  na  construção  civil,  conforme  a  ementa  baixo  transcrita:  Assunto:  Contribuições  Sociais  Previdenciárias  Período  de  apuração:  01/11/1997  a  31/07/1998  Ementa:  RESPONSABILIDADE  SOLIDÁRIA  —  CONSTRUÇÃO  CIVIL  —  ÓRGÃO  PÚBLICO  —  FUNDAMENTO  LEGAL  ART.  30,  INCISO  VI  LEI  8.212/1991  —INEXISTÊNCIA.  Diante  do  que  prevê o artigo 71, § 2° da Lei n° 8.666/93, com a redação dada  pela Lei n° 9.032/95, somente nas situações previstas no art. 31  da  Lei  n°  8.212/1991,  a  Administração  passou  a  responder  solidariamente  com  o  contratado  pelas  contribuições  previdenciárias  por  ele  devidas.  Recurso  de  Oficio  Negado  Convém salientar que a contribuinte no referido processo é uma  Fundação  Estadual  pertencente  à  administração  indireta,  da  mesma forma que a Recorrente (Sociedade de Economia Mista).  Nesse  contexto,  parece­me  que  a  Súmula  66  trata  da  Administração pública direta e indireta, mas, impropriamente, se  utiliza da expressão "órgão público".  Sobre  a  abrangência  do  conceito  de  órgão  público,  José  dos  Santos Carvalho Filho, esclarece:  Enquanto  a  Administração  Direta  é  composta  de  órgãos  internos  do  Estado,  a  Administração  indireta  se  compõe  de  pessoas jurídicas, também denominadas de entidades.  De  acordo  com  o  art.  4º,  II,  do  Decreto­lei  n.º  200/1967,  a  Administração  Indireta  compreende  as  seguintes  categorias  de  entidades,  dotadas,  como  faz  questão  de  consignar  a  lei,  de  personalidade jurídica própria:  a) as autarquias;  b) as empresas públicas;  c) as sociedades de economia mista; e d) as fundações públicas.  Considerando o paradigma utilizado para a formação da Súmula  66, a interpretação mais adequada é a de que o Enunciado trata  da Administração pública como um  todo, não apenas de órgão  público; compartimento na estrutura estatal a que são cometidas  funções determinadas, sendo integrado por agentes que, quando  as  executam,  manifestam  a  própria  vontade  do  Estado;  alcançando as entidades da administração pública indireta.  Portanto,  considero  perfeitamente  aplicável  o  referido  Enunciado, desde que a  empresa construtora  tenha assumido a  responsabilidade direta e  total pela obra ou repasse o contrato  integralmente.  O requisito citado não foi objeto de discussão nos autos, pois a  controvérsia  se  instaurou  de  forma  mais  ampla,  existência  ou  não de responsabilidade da SEM na Construção Civil.   Fl. 382DF CARF MF Processo nº 11080.722788/2010­62  Acórdão n.º 9202­006.589  CSRF­T2  Fl. 6          9 Pelo  fato  de  o  Banco  do  Brasil  tratar­se  de  sociedade  de  economia  mista,  fazendo  parte  da  Administração  Pública  Federal, ele está submetido ao regramento especial disposto Lei  nº 8666/93:  Art.  1º  Esta  Lei  estabelece  normas  gerais  sobre  licitações  e  contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive  de  publicidade,  compras,  alienações  e  locações  no  âmbito  dos  Poderes  da  União,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dos  Municípios. (...).  Parágrafo único. Subordinam­se ao regime desta Lei, além dos  órgãos  da  administração  direta,  os  fundos  especiais,  as  autarquias,  as  fundações  públicas,  as  empresas  públicas,  as  sociedades  de  economia mista  e  demais  entidades  controladas  direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e  Municípios.  O  citado  diploma  dispõe,  em  seu  art.  71,  que  as  responsabilidades  pelos  encargos  decorrentes  da  execução  dos  contratos  firmados  com  a  Administração  Pública  deverão  ser  atribuídas  apenas  ao  contratado,  exceto  nos  casos  em  que  a  execução do contrato seja realizada mediante a cessão de mão­ de­obra, assim vejamos:  Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,  previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do  contrato.  §  1º  A  inadimplência  do  contratado,  com  referência  aos  encargos  trabalhistas,  fiscais  e  comerciais  não  transfere  à  Administração  Pública  a  responsabilidade  por  seu  pagamento,  nem  poderá  onerar  o  objeto  do  contrato  ou  restringir  a  regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante  o  Registro  de  Imóveis.  (Redação  dada  pela  Lei  nº  9.032,  de  1995)  §  2°  A  Administração  Pública  responde  solidariamente  com  o  contratado  pelos  encargos  previdenciários  resultantes  da  execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de  24 de julho de 19911. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).  Assim,  em  razão  de  os  contratos  realizados  com  a  Recorrente  serem  regidos  pela  Lei  de  Licitações,  entendo  cumprido  o  requisito previsto na Súmula em questão, em razão da natureza  do  contrato  administrativo  realizado  a  partir  do  procedimento  licitatório,  bem  como  diante  da  objeto  social  do  Banco  (operações bancárias ativas, passivas e acessórias, a prestação  de serviços bancários, de intermediação e suprimento financeiro  sob suas múltiplas formas e o exercício de quaisquer atividades  facultadas  às  instituições  integrantes  do  Sistema  Financeiro  Nacional).  Conforme já identificado nos Fundamentos Legais do Débito, fls.  8  e  9,  a  responsabilidade  solidária  atribuída  à  Recorrente  foi  Fl. 383DF CARF MF   10 fundamentada no art. 30,  inciso VI, da Lei 8.212/91, que assim  dispõe:  Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de  outras  importâncias  devidas  à  Seguridade  Social  obedecem  às  seguintes normas:  VI  ­ o proprietário, o  incorporador definido naLei nº 4.591, de  16  de  dezembro  de  1964,  o  dono  da  obra  ou  condômino  da  unidade  imobiliária,  qualquer que  seja a  forma de  contratação  da  construção,  reforma  ou  acréscimo,  são  solidários  com  o  construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das  obrigações  para  com  a  Seguridade  Social,  ressalvado  o  seu  direito  regressivo  contra  o  executor  ou  contratante  da  obra  e  admitida a retenção de importância a este devida para garantia  do  cumprimento  dessas  obrigações,  não  se  aplicando,  em  qualquer hipótese, o benefício de ordem;(...).  Cumpre elucidar que a previsão trazida na Lei 8.666/93 trata­se  de  norma  especial  que  rege  a  responsabilidade  dos  entes  da  Administração Pública sobre encargos administrativos, devendo  prevalecer  sobre  o  art.  30,  inciso  VI,  da  Lei  8.212/91,  que  prescreve  norma  geral  sobre  responsabilidade  solidária  pelos  débitos  previdenciários  decorrentes  das  obras  de  construção  civil,  independente  de  quem  seja  o  contratante,  o  que  se  consubstancia  na  aplicação  do  princípio  da  especialidade,  lex  specialis derrogat generali.  Vale  destacar  a  aplicabilidade  do  Parecer  AC  nº  055/2006  da  Advocacia Geral da União (AGU), aprovado pelo Presidente da  República,  também  consolidando  o  entendimento  de  que  a  Administração  Pública  não  poderá  responder  por  créditos  previdenciários devidos pela empresa contratada para prestação  de  serviços  de  construção  civil,  reforma  ou  acréscimo,  nos  termos do art. 30, VI da Lei 8.212/91, conforme ementa abaixo  transcrita:  PREVIDENCIÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONTRATOS. OBRAS  PÚBLICAS.  CONTRIBUIÇÕES  PREVIDENCIÁRIAS.  ADMINISTRAÇÃO  PÚBLICA.  RESPONSABILIDADE  SOLIDÁRIA E RETENÇÃO. DEFINIÇÃO.  I  Desde  a  Lei  nº  5.890/73,  até  a  edição  do  Decreto­Lei  nº  2.300/86,  a  Administração  Pública  respondia  pelas  contribuições  previdenciárias  solidariamente  com  o  construtor  contratado para a execução de obras de construção, reforma ou  acréscimo de imóvel, qualquer que fosse a forma da contratação.  II Da edição do Decreto­Lei nº 2.300/86, até a vigência da Lei nº  9.032/95,  a  Administração  Pública  não  respondia,  nem  solidariamente,  pelos  encargos  previdenciários  devidos  pelo  contratado, em qualquer hipótese. Precedentes do STJ.  III A partir da Lei nº 9.032/95, até 31.01.1999 (Lei nº 9.711/98,  art.  29),  a  Administração  Pública  passou  a  responder  pelas  contribuições  previdenciárias  solidariamente  com  o  cedente  de  mão­de­obra  contratado  para  a  execução  de  serviços  de  construção  civil  executados  mediante  cessão  de  mão­de­obra,  nos termos do artigo 31 da Lei nº 8.212/91 (Lei nº 8.666/93, art.  Fl. 384DF CARF MF Processo nº 11080.722788/2010­62  Acórdão n.º 9202­006.589  CSRF­T2  Fl. 7          11 71,  §  2º),  não  sendo  responsável,  porém,  nos  casos  dos  contratos  referidos  no  artigo  30,  VI  da  Lei  nº  8.212/91  (contratação de construção, reforma ou acréscimo).  IV  Atualmente,  a  Administração  Pública  não  responde,  nem  solidariamente, pelas obrigações para com a Seguridade Social  devidas  pelo  construtor  ou  sub­empreiteira  contratados  para  a  realização  de  obras  de  construção,  reforma  ou  acréscimo,  qualquer  que  seja  a  forma  de  contratação,  desde  que  não  envolvam  a  cessão  de  mão­de­obra,  ou  seja,  desde  que  a  empresa  construtora  assuma  a  responsabilidade  direta  e  total  pela obra ou repasse o contrato integralmente (Lei nº 8.212/91,  art.  30,  VI  e  Decreto  nº  3.048/99,  art.  220,  §  1º  c/c  Lei  nº  8.666/93, art. 71).  V Desde 1º.02.1999  (Lei nº 9.711/98, art. 29), a Administração  Pública  contratante  de  serviços  de  construção  civil  executados  mediante  cessão  de mão­de­obra  deve  reter  onze  por  cento  do  valor bruto da nota  fiscal ou  fatura de prestação de  serviços  e  recolher a importância retida até o dia dois do mês subseqüente  ao da emissão da respectiva nota  fiscal ou  fatura, em nome da  empresa  contratada,  cedente  da mão­de­obra  (Lei  nº  8.212/91,  art. 31).  Em virtude de a Advocacia Geral da União ter reconhecido, por  meio de Parecer aprovado pelo Presidente da República, que a  responsabilidade  da  Administração  sobre  as  contribuições  previdenciárias  decorrentes  dos  contratos  administrativos  é  restrita  apenas  aos  casos  de  cessão  de  mão­de­obra,  tal  entendimento  deve  ser  seguido  pelos  órgãos  da Administração,  conforme determina o art. 40, §1º da Lei Complementar nº 73/93  abaixo transcrito:  Art. 40. Os pareceres do Advogado Geral da União são por este  submetidos à aprovação do Presidente da República.  §  1º  O  parecer  aprovado  e  publicado  juntamente  com  o  despacho  presidencial  vincula  a  Administração  Federal,  cujos  órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento.  Considerando que a matéria recorrida não se refere à execução  de contratos mediante cessão de mão­de­obra, conclui­se que, no  presente caso, não há que se falar em responsabilidade solidária  da  Contribuinte  pelos  débitos  previdenciários  decorrentes  de  obras de construção civil, fundamentada no art. 30, inciso VI da  Lei 8.212/12.  Ademais,  acerca  dos  argumentos  da  Procuradoria,  torna­se  imperioso  elucidar  que  a  Recorrida  centraliza  suas  contrarrazões  na  impossibilidade  de  aceitação  dos  argumentos  da  Contribuinte,  uma  vez  que  o  REsp  417.794­RS  não  seria  aplicável  ao  caso,  contudo  a  Recorrente  não  faz  menção  ao  julgado citado, de modo que rejeito as sintéticas argumentações  da Fazenda.   Fl. 385DF CARF MF   12 Diante  do  exposto,  voto  por  conhecer  do  recurso  especial  interposto pela Contribuinte e, no mérito, dar­lhe provimento.  Aplicando­se  a decisão  do paradigma ao presente processo, nos  termos dos  §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, voto em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar­ lhe provimento.  (assinado digitalmente)  Maria Helena Cotta Cardozo                                Fl. 386DF CARF MF

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Numero do processo: 10880.922517/2013-70
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2012 RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA ALHEIA À MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE OU AO ACÓRDÃO RECORRIDO. PRECLUSÃO. É precluso o direito de se apresentar argumentos que não tenham sido suscitados na manifestação de inconformidade e na decisão recorrida. RECURSO NÃO APRESENTA NOVAS RAZÕES. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. O recorrente, afora os argumentos não suscitados na decisão recorrida, apresenta recurso que basicamente repete e reitera as razões da manifestação de inconformidade. Nestes termos, cumpre ressaltar a faculdade garantida ao julgador da segunda instância, pelo Regimento Interno do CARF, da proposta de manutenção da decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos.
Numero da decisão: 3001-000.241
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, deixando de conhecer em relação à preclusão do direito de defesa, vencido o conselheiro Renato Vieira de Avila que conheceu totalmente do Recurso. No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI

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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2012 RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA ALHEIA À MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE OU AO ACÓRDÃO RECORRIDO. PRECLUSÃO. É precluso o direito de se apresentar argumentos que não tenham sido suscitados na manifestação de inconformidade e na decisão recorrida. RECURSO NÃO APRESENTA NOVAS RAZÕES. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. O recorrente, afora os argumentos não suscitados na decisão recorrida, apresenta recurso que basicamente repete e reitera as razões da manifestação de inconformidade. Nestes termos, cumpre ressaltar a faculdade garantida ao julgador da segunda instância, pelo Regimento Interno do CARF, da proposta de manutenção da decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos.

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3001­000.241  –  Turma Extraordinária / 1ª Turma   Sessão de  13 de março de 2018  Matéria  DCOMP ­ ELETRÔNICO ­ RESSARCIMENTO DE IPI  Recorrente  JADE AZ COMERCIAL DE ALIMENTOS ­ EIRELI ­ EPP  Recorrida  FAZENDA NACIONAL    ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL  Ano­calendário: 2012  RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA ALHEIA À MANIFESTAÇÃO DE  INCONFORMIDADE OU AO ACÓRDÃO RECORRIDO. PRECLUSÃO.  É  precluso  o  direito  de  se  apresentar  argumentos  que  não  tenham  sido  suscitados na manifestação de inconformidade e na decisão recorrida.  RECURSO  NÃO  APRESENTA  NOVAS  RAZÕES.  DECISÃO  RECORRIDA. MANUTENÇÃO PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.  O  recorrente,  afora  os  argumentos  não  suscitados  na  decisão  recorrida,  apresenta recurso que basicamente repete e reitera as razões da manifestação  de inconformidade. Nestes termos, cumpre ressaltar a faculdade garantida ao  julgador da segunda instância, pelo Regimento Interno do CARF, da proposta  de manutenção da decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos.      Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.  Acordam  os  membros  do  colegiado,  por  maioria  de  votos,  em  conhecer  parcialmente do Recurso Voluntário, deixando de conhecer em relação à preclusão do direito  de defesa, vencido o conselheiro Renato Vieira de Avila que conheceu totalmente do Recurso.  No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negar provimento ao Recurso Voluntário.    (assinado digitalmente)  Orlando Rutigliani Berri ­ Presidente e Relator  Participaram  da  sessão  de  julgamento  os  conselheiros:  Orlando  Rutigliani  Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.     AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 25 17 /2 01 3- 70 Fl. 58DF CARF MF     2 Relatório  Cuida­se de recurso voluntário interposto contra o Acórdão 02­58.356, da 2ª  Turma  da  Delegacia  da  Receita  Federal  do  Brasil  de  Julgamento  em  Belo  Horizonte/MG  ­ DRJ/BHE­ que, em sessão de julgamento realizada no dia 29.07.2014, julgou improcedente a  manifestação  de  inconformidade,  não  reconheceu  o  direito  creditório  postulado  e,  por  decorrência, não homologou a compensação pleiteada.  Dos fatos  Por bem sintetizar os fatos, transcrevo o relatório do acórdão recorrido (efls.  30 a 37):  Relatório  DESPACHO DECISÓRIO  O  presente  processo  trata  de Manifestação  de  Inconformidade  contra  o  Despacho  Decisório  com  número  de  rastreamento  57873045, emitido eletronicamente em 02/08/2013, referente ao  PER/DCOMP nº 27140.36510.310712.1.3.04­9412.  O PerDcomp  foi  transmitido  com o objetivo de  compensar o(s)  débito(s) nele discriminado(s)  com crédito de COFINS, Código  de  Receita  2172,  no  valor  de  R$4.999,63,  decorrente  de  recolhimento com Darf efetuado em 25/04/2012.  De  acordo  com  o  Despacho  Decisório,  a  partir  das  características  do  DARF  descrito  no  PER/DCOMP  acima  identificado,  foram  localizados  um  ou  mais  pagamentos,  mas  integralmente  utilizados  para  quitação  de  débitos  do  contribuinte, não restando crédito disponível para compensação  dos débitos informados no PER/DCOMP.  Assim,  diante  da  inexistência  de  crédito,  a  compensação  declarada NÃO FOI HOMOLOGADA.  Como enquadramento  legal citou­se: arts. 165 e 170, da Lei nº  5.172 de 25 de outubro de 1966  (Código Tributário Nacional  ­  CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.  MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE  O  interessado  apresentou  manifestação  de  inconformidade  alegando, em síntese, o que se segue:  ­ que a alegação de que não restou crédito disponível não pode  ser entendida como fundamento para o DD;  ­ que a autoridade administrativa quedou­se inerte na análise de  qualquer situação que legitima o crédito postulado;  ­  que  o  processo  administrativo  no  âmbito  federal  tem  regulamentação  própria  e  deve  ser  observada  pela  autoridade  julgadora;  Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10880.922517/2013­70  Acórdão n.º 3001­000.241  S3­C0T1  Fl. 59          3 ­  que  a Lei  9784,  de 1999,  no  art.  2,  inciso VIII,  dispõe,  entre  outros,  sobre  os  princípios  da  legalidade,  motivação  e  observância das formalidades;  ­ que a autoridade não se deu nem sequer ao trabalho de motivar  seu despacho;  ­  que  se  torna  evidente  que  a  não  homologação  desta  compensação  ocorreu  por  uma  questão  de  sistema  de  informática, porque o crédito propriamente dito nem sequer foi  apreciado;  ­  que  a  autoridade  administrativa  limitou­se  a  verificar  se  o  pagamento realizado estava disponível em seus sistemas;  ­ que diversas situações que acarretariam na restituição do valor  recolhido,  seja  pela  inclusão  indevida  de  valores  na  base  de  cálculo, seja por erro de fato na apuração do imposto, seja por  situações que autorizam o contribuinte a reduzir valores da base  de  cálculo,  hipóteses  que  são  regulamentadas  pela  IN  1.300/2012;  ­ que a autoridade administrativa furtou­se em analisar qualquer  das possibilidades que ensejaria a restituição postulada;  ­ que simplesmente não homologar a compensação sem explicar  os  motivos  da  suposta  indisponibilidade  do  crédito,  torna  a  decisão  totalmente  nula,  por  não  oferecer  os  elementos  necessários para que a empresa possa promover sua defesa e a  prova da existência deste crédito;  ­  que  houve  cerceamento  de  direito  de  defesa,  porque  a  autoridade  nem  sequer  intimou  a  empresa  a  prestar  os  esclarecimentos necessários;  ­  em  observância  ao  princípio  constitucional  da  eficiência,  a  administração está obrigada a  intimar o  interessado a  fazer os  esclarecimentos necessários e comprovar o alegado, sempre que  lhe restar dúvidas;  ­ que ficou impossibilitada a oportuna apresentação de prova do  direito alegado,  já que nem a autoridade administrativa sabe o  motivo do indeferimento, tampouco a impugnante;  ­ há de ser aplicada a regra autorizadora da produção posterior  de  provas,  para  o momento  em  que  a  lide  esteja  delineada  em  seus termos.  Ao  final,  pede­se  que  seja  determinada  a  suspensão  da  exigibilidade do crédito tributário, que seja acatada a preliminar  de nulidade, que sejam promovidas as diligências necessárias à  comprovação  do  crédito,  que  este  seja  reconhecido  e  que  a  compensação seja homologada.  Da decisão de 1ª Instância   Fl. 60DF CARF MF     4 A  2ª  Turma  da  DRJ/BHE,  ao  julgar  improcedente  a  manifestação  de  inconformidade, exarou citado acórdão, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos:  ASSUNTO:  CONTRIBUIÇÃO  PARA  O  FINANCIAMENTO  DA SEGURIDADE SOCIAL ­ COFINS  Ano­calendário: 2012  DECLARAÇÃO  DE  COMPENSAÇÃO.  PAGAMENTO  INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.  Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a  existência de crédito líquido e certo.  Manifestação de Inconformidade Improcedente  Direito Creditório Não Reconhecido  Do recurso voluntário  Irresignado  com  os  termos  do  acórdão  vergastado,  o  requerente  interpôs  recurso voluntário.  Saliento,  de  plano,  que  referida  peça  é  composta  por  dois  conjuntos  de  argumentos,  um primeiro no qual  aduz que  a  autoridade  administrativa deixou de  apreciar o  processo judicial 0018626­27.2013.4.03.6100, que segundo alega, está em trâmite na 22ª Vara  Federal da Capital/SP e que julgou o pedido procedente, bem como determinou a exclusão do  ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins do recorrente; e um segundo em que, fazendo uso  de outras palavras, desenvolve os mesmos questionamentos, ou seja, aqueles já apresentados na  sua manifestação de inconformidade.  No que confere  identidade com as  alegações  suscitadas  em ambas  as peças  (manifestação de inconformidade e recurso voluntário), a fim de evidenciá­la, tomo a liberdade  de transcrever os itens do recurso voluntário a seguir, ipsis litteris:  (...)  11. Pois bem, no despacho que indeferiu o pedido da recorrente  ficou consignado;  A  partir  das  características  do  DARF  discriminado  no  PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou  mais pagamentos,  abaixo  relacionados, mas  integralmente  utilizados  para  quitação  de  débitos  do  contribuinte,  não  restando  credito(sic)  disponível  para  compensação  dos  débitos informados no PER/DCOMP. Grifei  12.  Dessa  forma,  estamos  diante  de  um  ato  administrativo  vinculado,  sendo  necessário  preencher  os  requisitos  atribuídos  por lei,  isto é, não houvera a fundamentação de quais foram os  pagamentos localizados, visto que simplesmente noticia por meio  da margem da discricionariedade que  foram localizados um ou  mais pagamentos.  13.  Dessa  forma,  a  violação  de  qualquer  dos  princípios  da  Administração  ou  do  direito  administrativo,  assim  como  suas  regras,  pode  inibir  a  edição  do  ato,  a  violação  isolada  ou  conjuntamente,  sugere  o  exercício  do  controle  dos  atos  da  Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10880.922517/2013­70  Acórdão n.º 3001­000.241  S3­C0T1  Fl. 60          5 administração,  seja  por  meio  da  aplicação  dos  princípios  da  auto tutela e tutela.  14. Deve a Recorrida rever seus próprios atos, seja para revogá­ los  (quando  inconvenientes)  seja  para  anulá­los  (quando  ilegais).  "..."  (Sumula(sic)  473  do  Supremo  Tribunal  Federal))(sic).  15.  A  atuação  administrativa  desconforme,  ou  contraria  aos  princípios enunciados, carreta (sic), por isso, ao ato a invalidade  dos efeitos almejados pelo agente ou pela Administração.  16.  Como  sabemos,  a  Constituição  da  República,  em  norma  revestida  de  conteúdo  VEDATÓRIO  (CF,  art.  5º,  LVI),  desautoriza, por incompatível com os postulados que regem uma  sociedade  fundada  em  bases  democráticas  (CF,  art.  1º),  qualquer  prova  cuja  obtenção,  pelo  Poder  Público,  derive  de  transgressão a cláusulas de ordem constitucional, repelindo, por  isso  mesmo,  quaisquer  elementos  probatórios  que  resultem  de  violação  do  direito  material  (ou,  até  mesmo,  do  direito  processual),  não  prevalecendo,  em  consequência,  no  ordenamento  normativo  brasileiro,  em  matéria  de  atividade  probatória,  a  fórmula  autoritária  do  'male  captum,  bene  retetum'.(sic)  18.(sic) Assim, esse tipo de procedimento que indeferiu o pedido  do contribuinte por meio de um ato discricionário e noticia que  foram  localizados  um  ou  mais  pagamentos,  por  meio  de  sua  administração  tributária,  vais  ao  desencontro  aos  postulados  consagrados  pela  Constituição  da  República,  e  revelam­se  inaceitáveis  e  não  são  corroborados  pelo  Supremo  Tribunal  Federal, conforme jurisprudência in verbi(sic):  (...)  Do encaminhamento  O  presente  processo  digital,  então,  foi  encaminhado  para  ser  analisado  por  este CARF na forma regimental.  É o relatório.  Voto             Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator  Da tempestividade  O  contribuinte  em  24.05.2016,  segundo  o  "Termo  de  Abertura  de  Documento", tomou conhecimento do acórdão de manifestação de inconformidade (efl. 41).  Fl. 62DF CARF MF     6 Irresignado com a referida decisão, o recorrente em 12.06.2016, conforme o  "Termo de Análise de Solicitação de  Juntada"  (efl. 56),  registrou a solicitação de  juntada do  recurso voluntário apresentado (efls. 43 a 50).  No  caso,  compulsando  as  datas  acima  destacadas  e  confrontando­as  com  a  legislação processual de regência, conclui­se que o recurso voluntário é tempestivo.  Do não conhecimento  Proferida  decisão  de  primeira  instância  administrativa  que  seja  total  ou  parcialmente  desfavorável  ao  contribuinte,  desta  caberá  recurso  voluntário  ao  Conselho  Administrativo de Recursos Fiscais, nos termos do artigo 33 do Decreto 70.235 de 06.03.1972:  Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial,  com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência  da decisão.  O dispositivo acima transcrito não deixa dúvida de que os motivos de fato ou  de direito, os pontos de discordância e as razões e provas que o sujeito passivo possuir devem  ser apresentados em sede de impugnação/manifestação de inconformidade. Quanto ao recurso  voluntário, este deve ser interposto em face da decisão de piso (recorrida), restando precluso o  direito de se trazer argumentos que não tenham sido suscitados na impugnação/manifestação de  inconformidade ou no decisum a quo.  No  entanto,  compulsando  a  manifestação  de  inconformidade  e  o  recurso  voluntário constata­se, conforme já evidenciado no relatório deste acórdão, que, ainda que em  sede de manifestação de inconformidade o recorrente tenha se ocupado em rebater as razões de  decidir  do  despacho  decisório,  para  nela  suscitar  o  acatamento  das  diversas  preliminares  aduzidas, no intuito de pretender a declaração de nulidade do despacho, por entender que este  está eivado de vício insanável, em face da suposta ausência da exposição dos fundamentos que  culminaram  com  a  não  homologação  da  compensação  declarada,  bem  assim,  para  que  fosse  determinada a remessa dos autos para a unidade de origem, a fim de esta realizar as diligências  necessárias à comprovação do alegado crédito, no recurso voluntário, para além de reprisá­las ­ circunstância que será devidamente tratada no próximo tópico­, traz argumento sobre o qual foi  silente  na  manifestação  de  inconformidade,  qual  seja,  a  que  diz  respeito  ao  fato  de  que  "a  autoridade  administrativa"  deixar  "apreciar  o  processo  judicial  em  tramite(sic)  na  22ª  Vara  Federal  da  Capital/SP,  processo  n.  0018626­27.2013.4.03.6100,  que  julgou  o  pedido  procedente, bem como determinou a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins".  Veja­se que, embora desprovidos de consistência, não há como conhecer do  argumento  contido  no  recurso  voluntário  que  trata  do  aventado  processo  judicial  0018626­ 27.2013.4.03.6100,  eis  que  a  questão  nele  abordada  não  foi  objeto  da  manifestação  de  inconformidade, tampouco da decisão recorrida.  Isto porque não pode o recorrente modificar o pedido ou invocar outra causa  petendi  (causa  de  pedir)  nesta  fase  do  contencioso  administrativo,  sob  pena  de  violação  do  princípio  da  congruência  e  ofender  aos  preceitos  gravados  nos  artigos  16  e  17  do  Decreto  70.235  de  1972  e  nos  artigos  141,  223,  329  e  492  do Código  de  Processo Civil, mormente  quando falece razão para somente agora trazer aduzir estes novos questionamentos.  Por  decorrência,  a  matéria  ventilada  no  recurso  voluntário  deve  limitar­se  àquela  trazida pelo  recorrente em sua manifestação de  inconformidade, posto que é defeso  à  parte  contrária  ser  surpreendida  com  novos  argumentos  nesta  fase  processual,  sob  pena  de  violar o princípio do contraditório e da ampla defesa, da supressão de instância e da lealdade  Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10880.922517/2013­70  Acórdão n.º 3001­000.241  S3­C0T1  Fl. 61          7 processual, que deve preponderar entre as partes e ser incentivada e supervisionada pelo órgão  julgador.  Da manutenção dos fundamentos da decisão recorrida  Dispõe  o  artigo  57  do  Anexo  II  do  RICARF  (Portaria  MF  343  de  09.06.2015), in verbis:  Art.  57.  Em  cada  sessão  de  julgamento  será  observada  a  seguinte ordem:  (...)  §  1º  A  ementa,  relatório  e  voto  deverão  ser  disponibilizados  exclusivamente  aos  conselheiros  do  colegiado,  previamente  ao  início  de  cada  sessão  de  julgamento  correspondente,  em  meio  eletrônico.  (...)  § 3º A exigência do § 1º pode ser atendida com a transcrição da  decisão  de  primeira  instância,  se  o  relator  registrar  que  as  partes  não  apresentaram  novas  razões  de  defesa  perante  a  segunda  instância  e  propuser  a  confirmação  e  adoção  da  decisão recorrida. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de  2017) (grifei)  Nos  termos do  faculdade garantida ao  julgador do colegiado ad quem,  pela  norma  acima  transcrita  e,  em  especial,  a  grifada,  a decisão  recorrida  deve  ser mantida  pelos  seus  próprios  fundamentos  no  que  se  refere  (i)  ao  pedido  de  posterior  juntada  de  prova  e  realização de diligência, (ii) à arguição de nulidade do despacho decisório, (iii) à motivação do  despacho  decisório,  (iv)  à  falta  de  intimação  para  prestar  esclarecimentos  e,  por  fim,  (v)  ao  ônus da prova, razão pela qual transcrevo na íntegra seu voto condutor. Vejamos:  Voto  A manifestação  de  inconformidade  é  tempestiva  e dela  toma­se  conhecimento.  PEDIDO  DE  POSTERIOR  JUNTADA  DE  PROVA  E  DILIGÊNCIA  O  momento  oportuno  para  a  juntada  de  provas  em  que  se  fundamentam  as  alegações  é  quando  da  apresentação  da  impugnação (art. 15 do Dec. n.º 70.235, de 1972). O § 4º e o § 5º  do art. 16 do Dec. n.º 70.235, de 1972, instituídos pelo art. 67 da  Lei  n.º  9.532,  de  10  de  dezembro  de  1997,  estabelecem  a  preclusão  da  juntada  de  prova  documental  depois  de  trazida a  impugnação,  a  menos  que:  a)  fique  demonstrada  a  impossibilidade de sua apresentação por motivo de força maior;  b)  refira­se  a  fato  ou  a  direito  superveniente;  c)  destine­se  a  contrapor  fatos  ou  razões  posteriormente  trazidos  aos  autos.  Sem a comprovação da ocorrência de uma dessas condições, não  há falar em juntada de novos documentos.  Fl. 64DF CARF MF     8 Alega­se que a apresentação de provas não foi possível, porque  o  interessado  não  sabe  o  motivo  da  não  homologação  da  compensação.  O  alegado  desconhecimento  não  se  justifica,  conforme se demonstra no tópico seguinte deste voto.  Da  mesma  forma,  considera­se  não  formulado  o  pedido  de  diligência  que  deixar  de  atender  aos  requisitos  previstos  no  inciso IV do art. 16 do Dec. n.º 70.235, de 1972, acrescido pelo  art.  1.º  da  Lei  n.º  8.748,  de  09  de  dezembro  de  1993  (§  1º  do  mesmo art.  16). O pedido de diligência deve  conter os motivos  que o justifiquem e os quesitos referentes aos exames desejados,  não sendo admitido quando efetuado de forma genérica.  De toda sorte, o pedido de diligência deve ser indeferido, por ser  prescindível. Não cabe a  realização de diligência para sanar a  insuficiência  de  prova  das  alegações  do  contribuinte.  A  diligência só se justifica quando há dúvida diante dos fatos; ela  visa  a  fornecer  ao  julgador  informações  necessárias  para  a  formação  da  sua  convicção  que  não  estejam  a  sua  disposição.  No  caso,  há  nos  autos  elementos  suficientes  para  a  solução da  lide.  ARGÜIÇÃO DE NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO  Quanto à argüição de nulidade do despacho, ela é descabida. A  matéria é regida pelos arts. 59 e 60 do Dec. n.º 70.235, de 1972,  abaixo transcritos:  "Art. 59 ­ São nulos:  I ­ os atos e termos lavrados por pessoa incompetente;  II  ­  os  despachos  e  decisões  proferidas  por  autoridade  incompetente ou com preterição do direito de defesa.  ...................................................  Art.  60  ­  As  irregularidades,  incorreções  e  omissões  diferentes  das  referidas  no  artigo  anterior  não  importarão  em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo  para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa,  ou quando não influírem na solução do litígio."  O  despacho  contestado  não  é  nulo,  porque  não  observadas  as  hipóteses  do  inciso  II  do  art.  59  acima  transcrito.  O  ato  foi  lavrado  por  autoridade  competente  e  não  houve  preterição  do  direito de defesa. A alegada falta de motivação do despacho não  se confirma e a falta de intimação prévia não prejudica a defesa,  conforme será demonstrado em tópico mais adiante deste voto.  Outras  irregularidades,  incorreções  e  omissões  não  importam  nulidade, mas  saneamento,  quando muito.  Entretanto,  nada  há  que  demande  o  saneamento  previsto  no  art.  60  do  Dec.  n.º  70.235, de 1972,  transcrito no  item anterior deste  voto. No ato  contestado  não  há  o  que  prejudique  o  próprio  processo,  ou  o  estabelecimento  da  relação  jurídica  processual,  nele  constando  todas  as  formalidades  exigidas  na  legislação  para  que  seja  considerado válido ou  juridicamente perfeito. Em verdade, não  se  verificam,  no  despacho  decisório,  irregularidades,  Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10880.922517/2013­70  Acórdão n.º 3001­000.241  S3­C0T1  Fl. 62          9 incorreções  nem  omissões  que  prejudiquem  o  reclamante,  ou  influam na solução do litígio.  ­ Motivação do Despacho Decisório  O  despacho  não  deixa  dúvida  quanto  à  sua  motivação:  o  fundamento de fato para a não homologação é a inexistência do  crédito  utilizado  na  compensação;  o  fundamento  legal  é,  entre  outros, o art. 74 da Lei n.º 9.430, de 1996. O caput do referido  artigo  diz  que  o  sujeito  passivo  que  apurar  crédito  passível  de  restituição  ou  de  ressarcimento  poderá  utilizá­lo  na  compensação de débitos próprios. Isso significa que, se o sujeito  passivo  não  apurar  crédito  passível  de  restituição  ou  ressarcimento,  não  poderá  fazer  compensação.  Portanto,  a  inexistência do crédito utilizado no PER/DCOMP é fundamento  de fato legítimo e suficiente para a não homologação.  O despacho decisório explicita de maneira fundamentada, como  se concluiu pela inexistência do crédito utilizado. Lá consta que  o Darf  apresentado  como  origem  do  crédito  foi  utilizado  para  pagamento  de  tributo  declarado.  Entre  as  informações  nele  apresentadas,  estão  o  valor  original  do  débito  declarado,  seu  período de apuração e o código do tributo.  Demonstra­se, assim, que o despacho traz, de forma explícita, a  motivação da não homologação. A exposição é clara e exaustiva,  não havendo preterição do direito de defesa.  A  análise  da  motivação  é  questão  de  mérito.  Sua  eventual  improcedência  não  é  motivo  de  nulidade  e  não  afeta  o  estabelecimento da relação jurídica processual.  ­ Falta de Intimação Para Prestar Esclarecimentos  Pelo  que  dispõe  o  Decreto  nº  70.235,  de  1972,  não  constitui  irregularidade  a  falta  de oportunidade para  a manifestação  do  sujeito passivo antes da  ciência do despacho decisório de não­ homologação da compensação.  O Decreto nº 70.235, de 1972, rege o processo administrativo de  determinação e exigência dos créditos  tributários da União e o  de  consulta  sobre  a  aplicação  da  legislação  tributária  federal  (art. 1º). A sua sistemática compreende a existência de autos de  infração  ou  notificações  de  lançamento,  que  formalizam  a  exigência de crédito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e  a  aplicação  de  penalidade  isolada,  nos  termos  de  seu  art.  9º,  com a redação data pela Lei nº 8.748, de 1993.  No  caso,  não  se  trata  de  processo  de  exigência  de  crédito  tributário,  mas  de  não  homologação  de  compensação.  Outras  normas  facultaram  a  apresentação  de  reclamação  contra  atos  administrativos  distintos  do  lançamento  e  imputaram  a  competência  de  seu  julgamento,  em  1ª  instância,  também  às  Delegacias da Receita Federal de Julgamento. Diz o § 9º do art.  74 da Lei n.º 9.430, 27 de dezembro de 1996, que é facultado ao  sujeito  passivo,  apresentar  manifestação  de  inconformidade  Fl. 66DF CARF MF     10 contra a não­homologação da compensação. De acordo com o §  11  do  mesmo  artigo  74,  a  manifestação  de  inconformidade  de  que trata o § 9º segue o Decreto n.º 70.235, de 1972.  O Dec. n.º 70.235, de 1972, tratou da lide fiscal como algo que  gira em torno da exigência fiscal e é por ela delimitada. Antes da  formalização  da  exigência,  com  a  ciência  do  auto  de  infração,  não  há  o  que  contestar,  não  há  do  que  se  defender,  não  há  litígio.  Intimações  para  prestar  esclarecimentos,  quando  feitas  no  curso  das  investigações,  não  conferem  contraditório;  respostas a elas dadas não constituem defesa, pois sem auto de  infração, não há acusação do que se defender. A impugnação da  exigência é que instaura a fase litigiosa do procedimento (art. 14  do  Dec.  n.º  70.235,  de  1972).  O  direito  ao  contraditório  e  a  ampla defesa surgem com a ciência do lançamento.  No processo de não­homologação de compensação não há auto  de infração nem lançamento. O despacho decisório não constitui  “decisão” no processo administrativo, e sim ato contra o qual se  instaura o litígio. O tratamento que o Decreto determina para o  auto de infração deve ser dado ao despacho decisório contestado  (ato  de  não­homologação  da  compensação);  o  tratamento  determinado para  a  impugnação deve  ser  dado à manifestação  de  inconformidade. Assim sendo, o  litígio  só  se  instaura  com a  apresentação  da  manifestação  de  inconformidade.  Antes  da  ciência  do  despacho  decisório,  não  há  falar  em  contraditório,  muito  menos  em  oportunidade  para  o  sujeito  passivo  se  manifestar  contra  a  motivação  da  não­homologação  da  compensação.  Assim  sendo,  é  despropositada  a  alegação  de  falta  de  oportunidade  para  defesa.  A  oportunidade  foi  dada  pelo  despacho decisório, no qual o sujeito passivo é alertado para o  direito ao contraditório que  lhe assiste. Tal direito  foi exercido  com  a  apresentação  de  manifestação  de  inconformidade.  A  análise  que  aqui  se  faz  da  manifestação  de  inconformidade  comprova que o direito de defesa e o devido processo legal estão  sendo respeitados.  ÔNUS DA PROVA  É condição indispensável para a homologação da compensação  pretendida,  que  o  crédito  do  sujeito  passivo  contra  a  Fazenda  Pública seja líquido e certo (art. 170 do CTN). Em um processo  de  restituição,  ressarcimento ou  compensação, é o  contribuinte  que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento  do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer  por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação  do  PER/DCOMP,  de  tal  sorte  que  incumbirá  a  ele  ­  o  contribuinte ­ demonstrar seu direito. Levando­se em conta que o  crédito  oferecido  à  compensação  deve  ser  líquido  e  certo,  conclui­se que a RFB deve indeferir o pedido ou não homologar  a compensação, quando não há certeza e liquidez, como ocorre  nos  casos  de  contradição  do  próprio  contribuinte  em  suas  declarações.  Se  o  Darf  indicado  como  origem  do  crédito  utilizado  no  PER/DCOMP  foi  anteriormente  vinculado  em  DCTF  pelo  Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10880.922517/2013­70  Acórdão n.º 3001­000.241  S3­C0T1  Fl. 63          11 próprio sujeito passivo a um débito nela declarado, a decisão da  RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a  compensação está correta.  A  DCTF  tem  a  natureza  jurídica  de  confissão  de  dívida  e  é  instrumento  hábil  e  suficiente  para  a  exigência  do  débito  nela  confessado. A declaração presume­se verdadeira em relação ao  declarante (CC, art. 219 e CPC, art. 368). A declaração válida,  oportunamente transmitida, faz prova do valor do débito contra  o  sujeito  passivo  e  em  favor  do  fisco.  Assim,  para  contestar  o  fundamento  do  despacho  decisório,  cabe  ao  recorrente  demonstrar erro ou a falsidade de sua DCTF. Se não o  fizer, o  motivo do indeferimento permanece.  O contribuinte não trouxe aos autos nenhum documento contábil  ou fiscal que demonstrasse suas afirmações genéricas. Ele alega  que  há  situações  que  podem  dar  ensejo  à  restituição,  como  a  inclusão  indevida  de  valores  na  base  de  cálculo,  erro material  na  apuração  do  imposto  e  reduções  de  valores  da  base  de  cálculo  que  são  autorizadas.  Contudo,  não  prova  nenhuma  situação  concreta  que  o  favoreça  e  que  não  tenha  sido  considerada na apuração do débito confessado em DCTF.  As verificações efetuadas nos sistemas da Secretaria da Receita  Federal do Brasil  (RFB) e nos autos desse processo podem ser  assim consolidadas:  (...)  Ainda  que  o  DARF  utilizado  constituísse  pagamento  indevido,  não seria suficiente para fazer frente a tantas compensações com  ele  pretendidas.  O  mesmo  DARF,  no  valor  de  R$8.427,06,  foi  utilizado  em  15  PER/DCOMP  para  compensar  débitos  que  somam R$104.391,80, conforme abaixo discriminado:  (...)  SOMA 104.391,80  Isto  porque,  ao meu  sentir  resta  absolutamente  demonstrado  (i)  a  lisura  do  procedimento que culminou no despacho decisório, (ii) seus aspectos intrínsecos e extrínsecos  e,  de  resto,  (iii)  a  ausência  de  fundamentos  jurídicos  e  fáticos  que  pudessem  dar  guarida  às  pretensões  do  recorrente,  posto  que  não  logrou,  seja  em  sede  de  manifestação  de  inconformidade  seja  em  fase  recursal,  comprovar,  de  forma mínima  sequer,  a  existência  do  suposto crédito, informado no PER/DCOMP 27140.36510.310712.1.3.04­9412.  Por  todos esses  fatos, não  tenho como chegar a outra conclusão senão a de  que a decisão contida no acórdão recorrido é inelutável.  Da conclusão  Diante  do  exposto,  voto  no  sentido  de  não  conhecer  da  parte  do  Recurso  Voluntário  apresentado  que  trata  da  não  apreciação  do  processo  judicial  0018626­ 27.2013.4.03.6100, em face da preclusão, e na parte conhecida negar­lhe provimento.  Fl. 68DF CARF MF     12   (assinado digitalmente)  Orlando Rutigliani Berri                              Fl. 69DF CARF MF

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