Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,832)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,670)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (14,996)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,642)
- Primeira Turma Ordinária (11,720)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,276)
- Terceira Câmara (63,081)
- Segunda Câmara (50,556)
- Primeira Câmara (16,110)
- 3ª SEÇÃO (15,670)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,620)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,906)
- Segunda Seção de Julgamen (107,667)
- Primeira Seção de Julgame (70,831)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,539)
- Câmara Superior de Recurs (37,022)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,033)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,813)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,834)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,264)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,156)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,830)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,847)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10950.903157/2010-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS PROBATÓRIO DO INTERESSADO.
Recai sobre o contribuinte o ônus probatório quanto à certeza e liquidez do direito creditório pleiteado.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.084
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, vencida a Conselheira Sarah Maria L. de A. Paes de Souza que convertia o julgamento em diligência para apuração da base de cálculo devida.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201801
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS PROBATÓRIO DO INTERESSADO. Recai sobre o contribuinte o ônus probatório quanto à certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10950.903157/2010-93
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5838841
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3302-005.084
nome_arquivo_s : Decisao_10950903157201093.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : PAULO GUILHERME DEROULEDE
nome_arquivo_pdf_s : 10950903157201093_5838841.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, vencida a Conselheira Sarah Maria L. de A. Paes de Souza que convertia o julgamento em diligência para apuração da base de cálculo devida. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
id : 7153195
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:13:21 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009292767232
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1358; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10950.903157/201093 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3302005.084 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 30 de janeiro de 2018 Matéria DCOMP. PIS/COFINS Recorrente FERMENTOS BRASIL ESPANHA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS PROBATÓRIO DO INTERESSADO. Recai sobre o contribuinte o ônus probatório quanto à certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, vencida a Conselheira Sarah Maria L. de A. Paes de Souza que convertia o julgamento em diligência para apuração da base de cálculo devida. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 31 57 /2 01 0- 93 Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10950.903157/201093 Acórdão n.º 3302005.084 S3C3T2 Fl. 3 2 Trata o presente processo de PER/DCOMP (Pedido de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação), cujo crédito provém de pagamento indevido ou a maior de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. De acordo com o Despacho Decisório emitido pela unidade de origem, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PerDcomp. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando que, após profícuo e extenuante estudo, constatou que desde o advento da Lei 10.925, de 23 de Julho de 2004, estava recolhendo PIS e COFINS em desacordo com o citado diploma legal, haja visto que a peticionária comercializa, dentre outros, o produto popularmente conhecido como "fermento lático" cuja classificação no código NCM é 3002.90.99, código este contemplado pela referida lei através do seu Art º com alíquota 0 para PIS e COFINS incidentes na importação e sobre a receita bruta de vendas no mercado interno. Afirma ainda que após ser cientificada do DD, tentou retificar a DCTF sem êxito, haja vista o prazo já ter expirado. O contribuinte apresentou Solução de Consulta sobre classificação de mercadorias e notas fiscais (amostragem), requerendo a reavaliação do Despacho Decisório. Na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão nº 02052.056. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa, após ser cientificada, apresentou Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, no qual repisa os argumentos já aduzidos em sede de manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.066, de 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10950.900108/201180, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.066): "PRELIMINARES Dos requisitos de admissibilidade Fl. 125DF CARF MF Processo nº 10950.903157/201093 Acórdão n.º 3302005.084 S3C3T2 Fl. 4 3 O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Do pedido para juntada posterior de provas Protesta o Recorrente pela posterior juntada de novos documentos e provas que se fizerem necessárias ao deslinde do feito. Esclareçase que a juntada posterior ao momento impugnatório, de provas ao processo somente encontra amparo se comprovadas às condições impostas no § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, abaixo transcrito: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Observase no entanto, que não demonstrou o recorrente abrigarse na norma excepcional acima destacada. MÉRITO Da inexistência probatória Tendo em vista que a questão dos autos diz respeito ao instituto da compensação, forma de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156 do CTN, e disciplinada no art. 170 do referido diploma legal, há exigências fundamentais para que possa ser operacionalizada a compensação, no âmbito do Direito Tributário, sendo as principais: (1) a necessidade de lei que autorize a compensação; e (2) que os créditos de titularidade do sujeito passivo sejam líquidos e certos. Dizse assim que um crédito é certo quando não há dúvida relativa à sua existência e é líquido quando é conhecido seu exato valor, ou seja, a certeza diz respeito à existência do crédito e a liquidez diz respeito ao montante. Sendo líquido e certo o crédito do particular e existindo lei que preveja a compensação, procederseá ao encontro das dívidas. Nesse mister, a compensação está disciplinada nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Assim, no caso em apreço, quanto à questão meritória, destaca o recorrente que desde o advento da Lei nº 10.925, de 23 de Julho de 2004, estava recolhendo PIS e COFINS em desacordo com o citado diploma legal, haja vista que comercializa, dentre outros, o produto popularmente conhecido como "fermento lático" cuja classificação no código NCM é 3002.90.99, código contemplado pela referida lei com alíquota zero para PIS e COFINS incidentes na importação e sobre a receita bruta de vendas no mercado interno. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 10950.903157/201093 Acórdão n.º 3302005.084 S3C3T2 Fl. 5 4 Em se tratando de direito creditório pleiteado é importante demonstrar em breve abordagem a questão do ônus probatório. Utilizandose subsidiariamente as regras do Código de Processo Civil, vigente à época da apresentação da manifestação de inconformidade, verifica se: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados aprovarlhe as alegações. Disciplina o processo administrativo fiscal, Decreto nº 70.235, de 1972, em seu art. 9º que [a exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito]. Já o art. 16, III, do citado diploma legal estabelece que a impugnação mencionará [os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir]. Observese que a premissa para verificar a origem do crédito, que é a constatação do indébito, inexiste no presente caso, visto que restou demonstrado no citado despacho decisório que o suposto crédito estava totalmente utilizado para quitação de débitos do próprio contribuinte, não restando, assim, crédito disponível para compensação pretendida. Ressaltese que, no presente caso, a regra acima quanto ao ônus probatório, se inverte, cabendo ao requerente de um suposto direito creditório demonstrar ao fisco, os livros e documentos exigidos pela legislação para a comprovação de seu direito. Nesse sentido, o recorrente teve a oportunidade processual, visto que lhe foram assegurados o contraditório e ampla defesa, quando da apresentação da manifestação de inconformidade de apresentar documentos/livros que demonstrem à Administração Tributária o suposto o crédito pleiteado. Com efeito, pela minudência da fundamentação, reproduzo parcialmente excertos da decisão de piso: Se o Darf indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta.(grifei). Assim, para modificar o fundamento desse ato administrativo, cabe ao recorrente demonstrar erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Se não o fizer, o motivo do indeferimento permanece. Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10950.903157/201093 Acórdão n.º 3302005.084 S3C3T2 Fl. 6 5 No caso concreto, o contribuinte declarou em DIPJ e confessou em DCTF o tributo recolhido por meio do Darf apresentado como crédito para a compensação. Transmitiu o PerDcomp (...), mas não efetuou a retificação de suas declarações. Ressaltese que (...) retificou as DCTF (....) contudo sem alterar os valores em discussão. A Solução de Consulta de classificação serve para amparar a classificação da mercadoria ali descrita. As notas fiscais apresentadas, de acordo com o contribuinte, por amostragem comprovam a venda da mercadoria indicada na Solução de Consulta. Entretanto, o valor pleiteado como crédito é igual a 96% do Darf. Significa dizer que o contribuinte , praticamente, só comercializa o produto objeto da Solução de Consulta, informação que não foi prestada nem comprovada na manifestação. As provas apresentadas por amostragem são insuficientes para comprovar os fatos relatados e para conferir certeza e liquidez ao crédito pleiteado.(grifei). Ante o exposto, VOTO POR REJEITAR A PRELIMINAR SUSCITADA E NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar os fatos relatados e conferir certeza e liquidez ao crédito pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 128DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13841.001326/2009-41
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 31 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2005
DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE.
São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR).
A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
Numero da decisão: 2001-000.072
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para manter a glosa das despesas médicas relativas a Débora Helena Correa, no valor de R$6.000,00 e José Alvaro Vasconcellos de Almeida, no valor de 6.700,00, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
Fernanda Melo Leal - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira.
Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201710
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2005 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 23 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 13841.001326/2009-41
anomes_publicacao_s : 201804
conteudo_id_s : 5856108
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 24 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2001-000.072
nome_arquivo_s : Decisao_13841001326200941.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : FERNANDA MELO LEAL
nome_arquivo_pdf_s : 13841001326200941_5856108.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para manter a glosa das despesas médicas relativas a Débora Helena Correa, no valor de R$6.000,00 e José Alvaro Vasconcellos de Almeida, no valor de 6.700,00, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente Fernanda Melo Leal - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 31 00:00:00 UTC 2017
id : 7244769
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:16:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009295912960
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1685; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T1 Fl. 2 1 1 S2C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13841.001326/200941 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2001000.072 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 31 de outubro de 2017 Matéria IRPF: DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS Recorrente FRANCISCO DE ASSIS CARVALHO ARTEN Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2005 DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo anocalendário da obrigação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para manter a glosa das despesas médicas relativas a Débora Helena Correa, no valor de R$6.000,00 e José Alvaro Vasconcellos de Almeida, no valor de 6.700,00, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira, que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente Fernanda Melo Leal Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho e Jose Ricardo Moreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 1. 00 13 26 /2 00 9- 41 Fl. 84DF CARF MF 2 Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o auto de infração, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício de 2006, anocalendário de 2005, por meio do qual foi exigido crédito tributário no valor de R$4.867,50, mais a correspondente multa de ofício de 75% e juros de mora. De acordo com descrição dos fatos foram verificadas deduções indevidas de despesas médicas, no valor de R$ 17.700,00, por falta de comprovação de pagamento. O interessado foi cientificado da notificação e apresentou impugnação, conforme fls. 26 a 33. Alega, em síntese, que nenhuma irregularidade foi praticada, que a exigência decorre de mera suposição de irregularidade, que uma mera presunção que não pode prevalecer para fins de uma autuação, que não existe em nosso País qualquer legislação que proíbe que o pagamento seja efetuado em moeda corrente, ou em cheques de terceiros. Depois de diversas citações jurisprudenciais, conclui que o cancelamento do auto de infração lavrado se impõe para que o Direito seja devidamente resguardado. A DRJ São Paulo I, na análise da peça impugnatória, manifestou seu entendimento no sentido de que os comprovantes fornecidos e juntados ao processo pelo Contribuinte não seriam suficientes para comprovar as despesas, pois havia indícios de que os profissionais (prestadores dos serviços médicos em voga) emitiram recibos frios, e os recibos não estavam com o endereço do prestador e nem indicação do beneficiário. Além disso, comprova que o contribuinte foi intimado para fornecer mais provas a seu favor, intimação esta que não foi atendida. E, no Em sede de Recurso Voluntário, alega o contribuinte que legalmente não é exigido a comprovação das despesas médicas, motivo pelo qual deveria ser cancelado o lançamento em epígrafe. É o relatório. Voto Conselheira Fernanda Melo Leal Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Mérito Glosa de despesas médicas Nos termos do artigo 8°, inciso II, alínea "a", da Lei 9.250/1995, com a redação vigente ao tempo dos fatos ora analisados, são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física as despesas a título de despesas médicas, psicológicas e dentárias, quando os pagamentos são especificados e comprovados. Lei 9.250/1995: Fl. 85DF CARF MF Processo nº 13841.001326/200941 Acórdão n.º 2001000.072 S2C0T1 Fl. 3 3 Art. 8°. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. (...) § 2º O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: (...) II restringese aos pagamentos feitos pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro de Pessoas Jurídicas de quem recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” O Recorrente apresentou diversos recibos dos pagamentos relativos aos supostos tratamentos médicos, dentários, e psicoterápicos, sendo que boa parte deles estava sem a informação do endereço completo do prestador, SEM indicação do beneficiário, e com informação bem precária do serviço prestado. A decisão de primeira instancia sustentou que o Recorrente não comprovou as despesas médicas, nos seguintes termos: “[...] Em princípio, admitemse como prova idônea de pagamentos, os recibos fornecidos por profissional competente, legalmente habilitado desde que contenham o seu nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes – CGC, a especificação dos pagamentos efetuados, bem como a informação precisa dos serviços prestados e a identificação do beneficiário dos mesmos. As informações discriminadas no recibo e exigidas por lei são importantes para identificar se os serviços foram prestados pelo profissional ao contribuinte ou aos seus dependentes, uma vez que a dedução de despesas médicas do imposto de renda é legalmente permitida apenas nestas hipóteses. Fl. 86DF CARF MF 4 Fazse mister apontar que a dedução na Declaração de Rendimentos de despesas relativas a pagamentos efetuados no correspondente anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias não envolve apenas o contribuinte e o profissional de saúde, mas também o erário público, devendo o interessado acautelarse na guarda de elementos de prova da efetividade do serviço prestado e do pagamento efetuado. Neste sentido, a legislação exige de forma clara e inequívoca, a comprovação do contribuinte perante o fisco de que as deduções pleiteadas na declaração preenchem todos os requisitos exigidos, sob pena de serem consideradas indevidas e o valor pretendido como dedução seja apurado e lançado em procedimento de ofício, como disciplina o §3° art. 11, do Decreto Lei nº 5.844/1943. ....... Assim, quando os recibos apresentados à fiscalização não se enquadram nos critérios estabelecidos pelo artigo 8º, inciso II, alínea “a”, e § 2°, incisos II e III da Lei nº 9.250/1995, mostram se inábeis como prova de pagamento, cabendo ao contribuinte atender ao disposto no artigo 11, §3°, do Decreto Lei nº 5.844/1943, transcrito acima. [...]” No caso concreto, demonstrase, ao longo do processo, que a autoridade fiscal levantou dúvidas quanto à regularidade de determinadas despesas médicas pleiteadas, e, dentro de seu dever, solicitou comprovação e justificação de tais dispêndios, por meio de documentação hábil conforme estabelece o “caput” do artigo 73 de Regulamento do Imposto de Renda – Decreto nº 3.000/1999 (RIR / 99), que por sua vez reportase ao artigo 11, § 3º do DecretoLei nº 5.844 / 1943, como segue: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas à comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). Contudo, ainda que fossem os recibos emitidos com todas as formalidades, o que não ocorreu, a regra não dá aos recibos valor probante absoluto. A apresentação de documentos que corroborem a transferência de numerário, ou seja, o efetivo pagamento, como cópias microfilmadas de cheques nominais, transferências bancárias com identificação do emissor do pagamento e do beneficiário ou outros elementos, podem ser essenciais para a formação da convicção pela autoridade fiscal. Neste diapasão, merece trazer à baila o princípio pela busca da verdade material. Sabemos que o processo administrativo sempre busca a descoberta da verdade material relativa aos fatos tributários. Tal princípio decorre do princípio da legalidade e, também, do princípio da igualdade. Busca, incessantemente, o convencimento da verdade que, hipoteticamente, esteja mais aproxima da realidade dos fatos. De acordo com o princípio são considerados todos os fatos e provas novos e lícitos, ainda que não tragam benefícios à Fazenda Pública ou que não tenham sido declarados. Essa verdade é apurada no julgamento dos processos, de acordo com a análise de documentos, Fl. 87DF CARF MF Processo nº 13841.001326/200941 Acórdão n.º 2001000.072 S2C0T1 Fl. 4 5 oitiva das testemunhas, análise de perícias técnicas e, ainda, na investigação dos fatos. Através das provas, buscase a realidade dos fatos, desprezandose as presunções tributárias ou outros procedimentos que atentem apenas à verdade formal dos fatos. Neste sentido, deve a administração promover de oficio as investigações necessárias à elucidação da verdade material para que a partir dela, seja possível prolatar uma sentença justa. A verdade material é fundamentada no interesse público, logo, precisa respeitar a harmonia dos demais princípios do direito positivo. É possível, também, a busca e análise da verdade material, para melhorar a decisão sancionatória em fase revisional, mesmo porque no Direito Administrativo não podemos falar em coisa julgada material administrativa. A apresentação de provas e uma análise nos ditames do princípio da verdade material estão intrinsecamente relacionadas no processo administrativo, pois a verdade material apresentará a versão legítima dos fatos, independente da impressão que as partes tenham daquela. A prova há de ser considerada em toda a sua extensão, assegurando todas as garantias e prerrogativas constitucionais possíveis do contribuinte no Brasil, sempre observando os termos especificados pela lei tributária. A jurisdição administrativa tem uma dinâmica processual muito diferente do Poder Judiciário, portanto, quando nos depararmos com um Processo Administrativo Tributário, não se deve deixar de analisálo sob a égide do princípio da verdade material e da informalidade. No que se refere às provas, é necessário que sejam perquiridas à luz da verdade material, independente da intenção das partes, pois somente desta forma será possível garantir o um julgamento justo, desprovido de parcialidades. Somase ao mencionado princípio também o festejado princípio constitucional da celeridade processual, positivado no ordenamento jurídico no artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal, o qual determina que os processos devem desenvolverse em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do resultado alcançado ao final da demanda. Ratifico, ademais, a necessidade de fundamento pela autoridade fiscal, dos fatos e do direito que consubstancia o lançamento. Tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como na Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. Assim sendo, com fulcro nos festejados princípios supracitados, e baseando se na fundamentação consubstanciada do lançamento, bem como intenção do contribuinte para evidenciar a existência das despesas declaradas, sem atendimento, somado ao aludido fato de os recibos dos profissionais José Alvaro e Débora Helena estarem em desatendimento aos requisitos básicos e mínimos estabelecidos na supramencionada legislação. CONCLUSÃO: Diante tudo o quanto exposto, voto no sentido de, CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, mantendo a glosa das despesas médicas relativas a Débora Helena Correa, no valor de R$6.000,00 e José Alvaro Vasconcellos de Almeida, no valor de 6.700,00. Fl. 88DF CARF MF 6 Fernanda Melo Leal. Fl. 89DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.721731/2016-20
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2013
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ALUGUEL. ABATIMENTO DESPESAS. PESSOA JURÍDICA
As deduções relativas aos rendimentos auferidos por aluguel recebidos de imóvel locado a pessoa jurídica podem ser abatidas da base de cálculo do IRPF desde que suportadas e devidamente comprovadas pelo contribuinte.
Numero da decisão: 2002-000.021
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar de nulidade da decisão de 1ª instância, com retorno dos autos à DRJ para novo julgamento.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2013 IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ALUGUEL. ABATIMENTO DESPESAS. PESSOA JURÍDICA As deduções relativas aos rendimentos auferidos por aluguel recebidos de imóvel locado a pessoa jurídica podem ser abatidas da base de cálculo do IRPF desde que suportadas e devidamente comprovadas pelo contribuinte.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 19 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 11065.721731/2016-20
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5843705
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2002-000.021
nome_arquivo_s : Decisao_11065721731201620.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : THIAGO DUCA AMONI
nome_arquivo_pdf_s : 11065721731201620_5843705.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar de nulidade da decisão de 1ª instância, com retorno dos autos à DRJ para novo julgamento. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
id : 7174098
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:14:09 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009304301568
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1259; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 96 1 95 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11065.721731/201620 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002000.021 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 26 de fevereiro de 2018 Matéria IRPF OMISSÃO DE RENDIMENTOS AUFERIDOS POR ALUGUEL PERCEBIDO DE PESSOA JURÍDICA Recorrente ÉRICA MARIA SPENGLER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2013 IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ALUGUEL. ABATIMENTO DESPESAS. PESSOA JURÍDICA As deduções relativas aos rendimentos auferidos por aluguel recebidos de imóvel locado a pessoa jurídica podem ser abatidas da base de cálculo do IRPF desde que suportadas e devidamente comprovadas pelo contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher a preliminar de nulidade da decisão de 1ª instância, com retorno dos autos à DRJ para novo julgamento. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 17 31 /2 01 6- 20 Fl. 96DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (efls. 30 a 33), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu autuação no valor de R$ 2.760, 94, relativos a omissão de rendimentos auferidos por recebimento de aluguéis de imóvel locado a pessoa jurídica no exercício de 2013. Tal omissão gerou lançamento de imposto de renda pessoa física suplementar de R$ 230,54, acrescido de multa de ofício no importe de 75%, bem como juros de mora, cientificado o contribuinte em 30/05/16 (efl. 35). Impugnação A notificação de lançamento foi objeto de impugnação, em 16/06/2016, à efl. 03 a 15 dos autos. A impugnação foi apreciada na 3ª Turma da DRJ/SDR que, por unanimidade, em 04/01/2017, no acórdão 1541.022, às efls. 44 a 46, julgou a impugnação improcedente, entendendo ainda que a contribuinte omitiu valores superiores àqueles constantes no auto de infração. Recurso voluntário Ainda inconformado, a contribuinte, em 14/02/2017, apresentou recurso voluntário, às efls. 52 a 58, no qual alega, em resumo, que: § em sede de preliminar, suscita nulidade do presente processo administrativo, alegando que o acórdão da DRJ inovou no lançamento, promovendo reformatio in pejus quanto a situação do contribuinte, vez que incluiu, equivocadamente, os aluguéis percebidos por seu filho, Flávio Luiz Spengler, considerandoo seu marido; § Informa que seu marido é Ermindo Spengler e que ambos são proprietários do imóvel prédio 2866 e que o filho do casal, Flávio Luiz Spengler, é proprietário do prédio imóvel 2876, e, como o contador da família é o mesmo, que tal situação levou a fiscalização a erro; § No mérito, alega que os valores omitidos são oriundos do pagamento de IPTU pela contribuinte (locadora), despesa esta dedutível da base de cálculo de incidência do Imposto de Renda Pessoa Física, assim como as comissões pagas a intermediária (imobiliária). § Menciona jurisprudências administrativas deste CARF que confortariam suas teses. É o relatório. Fl. 97DF CARF MF Processo nº 11065.721731/201620 Acórdão n.º 2002000.021 S2C0T2 Fl. 97 3 Voto Conselheiro Thiago Duca Amoni Relator Pelo que consta no processo, o recurso é tempestivo, já que o contribuinte foi intimado do teor do acórdão da DRJ em 16/01/2017, efls. 49, e interpôs o presente Recurso Voluntário em 14/02/2017, eflls. 52, posto que atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Preliminar de nulidade Em sede preliminar, a contribuinte suscita a nulidade do processo vez que, o acórdão da DRJ promoveu uma reformatio in pejus, inovando no lançamento, de forma majorar o tributo devido conforme se vê do trecho que se extrai da decisão a quo: De acordo com as informações prestadas em DIRF pela Suzuki Recicladora e Indústria de Máquinas Ltda. (fls. 42/43), os aluguéis brutos pagos à impugnante e ao seu cônjuge, Flávio Luiz Spengler, foram respectivamente R$ 40.165,90 e R$ 39.489,40. Em sua declaração Flávio Luiz Spengler declarara haver recebido desta fonte R$ 33.826,49. Os rendimentos recebidos pelo casal são confirmados pelo documento às fls. 13, apresentado pela própria impugnante. Não caberia assim considerar que a contribuinte teria o direito de declarar apenas a metade dos rendimentos informados em DIRF em seu nome. Concluise que os rendimentos omitidos foram de fato superiores ao valor considerado pela fiscalização, como demonstrado a seguir. A Aluguel informado pela fonte pagadora (DIRF) 40.165,90 B Comissão imobiliária 3.578,46 C Despesa de IPTU (fls. 10/14) 2.580,95 D Rendimentos a declarar (A B C) 34.006,49 E Aluguel declarado pela contribuinte 16.913,25 F Rendimentos omitidos (B F) 17.093,24 Conforme apresenta em sede de Recurso Voluntário, de fato houve confusão da fiscalização, considerando o senhor Flávio Luiz Spengler como esposo da contribuinte, quando, conforme fls. 62 (certidão de casamento), quem figura como seu cônjuge é o senhor Ermindo Spengler. Ainda, alega que a família gerencia suas finanças com o mesmo contador, o que levou a fiscalização a erro. Fl. 98DF CARF MF 4 De fato o acórdão da DRJ não ataca o mérito da questão, vez que tratase de suposta omissão de rendimentos auferidos a título de aluguéis, conforme delimitado no auto de infração lavrado. Ao invés de atacar o mérito, a decisão é confusa e de fato comete erros em relação ao grau de parentesco das pessoas acima destacadas. Ainda, erroneamente, informa que os valores percebidos a título de aluguéis de imóveis pertencentes ambos os cônjuges não poderiam ser rateados nas declarações de cada um. Se a unidade alugada é de propriedade comum do casal, o que podemos presumir, já que casados em 1947, os rendimentos recebidos podem ser informados na declaração de um dos cônjuges ou dividido entre as duas declarações, como é feito, conforme Declaração de Ajuste Anual da recorrente (efls. 19/26) e a de seu marido (efls. 70/81). Diante do exposto, para não haver supressão de instâncias, acolho a preliminar aventada, dando provimento parcial ao recurso interposto pelo Contribuinte quanto a nulidade do acórdão da DRJ devolvendo os autos para que a Delegacia analise corretamente o mérito, sobretudo levando em consideração a confusão cometida entre o marido da contribuinte e seu filho, Flávio Luiz Spengler. Thiago Duca Amoni Relator Fl. 99DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.946345/2009-43
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 26 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.335
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: EVA MARIA LOS
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 26 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10880.946345/2009-43
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5846472
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 27 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1201-000.335
nome_arquivo_s : Decisao_10880946345200943.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : EVA MARIA LOS
nome_arquivo_pdf_s : 10880946345200943_5846472.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
dt_sessao_tdt : Thu Feb 22 00:00:00 UTC 2018
id : 7182383
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:14:23 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009355681792
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1700; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.946345/200943 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1201000.335 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 22 de fevereiro de 2018 Assunto DIREITO CREDITÓRIO DE SN IRPJ Recorrente ORACLE DO BRASIL SISTEMAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Fabiano Alves Penteado, Luis Henrique Marotti Toselli, Gisele Barra Bossa; ausentes justificadamente José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima. 1 Relatório Trata o processo de Declarações de Compensação PER/DComp em que o contribuinte requer o crédito de R$10.800.905,27 de Saldo Negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica SN IRPJ do período de apuração encerrado em 31/12/2005, para compensação de débitos; a composição do crédito requerido está demonstrada na PER/DComp nº 05825.47495.310707.1.7.022009, retificadora da nº 38951.93083.300506.1.3.026483, de 30/05/2006, págs. 2/141. O Despacho Decisório DD, págs. 151, 154 e 198/201 não reconheceu crédito de SN IRPJ de 31/12/2005 e não homologou as compensações declaradas; e exige o total de débitos não compensados de R$9.630.845,44, com juros e multa de mora. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 46 34 5/ 20 09 -4 3 Fl. 747DF CARF MF Processo nº 10880.946345/200943 Resolução nº 1201000.335 S1C2T1 Fl. 3 2 O contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade de págs. 156/164, em relação à qual a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo/SP DRJ/SP1 emitiu o Acórdão nº 1633.623 de 6 de setembro de 2011, considerando improcedente a manifestação de inconformidade, nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: 2005 DESPACHO DECISORIO ELETRÔNICO. NULIDADE. INOCORRENCIA. Tendo o contribuinte sido intimado previamente a regularizar inconsistência relativa ao crédito oferecido à compensação no PER/DCOMP, não há que se falar em nulidade do ato administrativo corporificado em um despacho decisorio que negou seu direito, quando não atendida a intimação. SALDO NEGATIVO. O saldo negativo, passível de compensação, é aquele apurado ao final do período a partir do confronto entre o imposto devido e as parcelas já antecipadas, cuja disponibilidade seja passível de verificação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificado em 10/10/2011, o contribuinte apresentou, tempestivamente, em 09/11/2011, o recurso voluntário de págs. 664/675. Advoga a nulidade do Despacho Decisório devido à falta de descrição clara e precisa dos argumentos que o fundamentaram; com relação ao fato de que o recorrente não atendeu a intimações recebidas previamente, esclarece que tais notificações supostamente encaminhadas pela Receita Federal, foram extraviadas, motivo pelo qual não foram respondidas e que, em que pese esse fato, o envio de notificações não afasta a necessidade/dever de descrever de forma clara e precisa os argumentos que motivaram a não homologação do credito; que o teor das notificações foi: indicar que "o valor do saldo negativo informado é diferente do apurado na DIPJ, e o(s) debito(s) por estimativa informado(s) na DIPJ é(seio) diferente(s) do(s) valor(es) declarado(s) na(s) DCTF correspondente(s)."i,isto é, igual ao DD; assevera que o simples fato de o crédito (saldo negativo) apurado na DIPJ ser, aparentemente, menor que o valor informado na PER/DCOMP não implica na invalidação desse crédito, sendo necessário indicar as razões que justificariam a invalidação ou inexistência desse crédito, o que efetivamente não ocorreu; requer o retorno dos autos para novo DD, devidamente fundamentado e comprovado. Descreve que: 25. Com base nessa sistemática, como a Recorrente tinha prejuízo e, portanto, não tinha imposto a pagar no ano calendário de 2005 (período de 1.1.2005 a 31.12.2005) como se verifica nas fichas 11 e 12A e da sua DIPJ 2006 (doc. n° 6 da Impugnação), os valores recolhidos antecipadamente a título de IRRF e IRPJ por estimativa tornaramse créditos a serem restituídos. 26. Na ocasião foi declarado na DIPJ2006, a título de IRPJ estimativa, o valor de R$ 4.402.922,98 em maio de 2005 e, a título de IRRF, o valor total de R$ 4.357.490,22. 27. Contudo, o V. Acórdão de fls. 653/661 (Acórdão n° 1633.623) não localizou o pagamento do IRPJ devido por estimativa referente ao mês de Maio/2005, o qual compõe o saldo credor da Recorrente. Fl. 748DF CARF MF Processo nº 10880.946345/200943 Resolução nº 1201000.335 S1C2T1 Fl. 4 3 28. Ocorre que, a estimativa de IRPJ referente ao mês de Maio/2005 foi quitada por meio da compensação com saldo negativo relativo aos períodos anteriores, conforme declarado na anexa PER/DCOMP n° 24272.39105.310106.1.3.022043 (doc. n° 3). 29. Além do mais, embora o V. Acórdão de fls. 653/661 (Acórdão n° 1633623) tenha reconhecido o pagamento antecipado de IRRF no montante de R$ 4.368.599,75 (valor este, superior ao declarado na DIPJ/2006), a retenção do imposto pelas fontes pagadoras, na verdade, perfaz o montante de R$ 7.010.823,92. Em relação ao IRRF, argumenta que muitas fontes pagadoras deixam de informar as retenções, mas que estas podem ser provadas mediante a apresentação de notas fiscais pelas Pessoas Jurídicas prestadoras dos serviços, com a retenção do Imposto de Renda Fonte por isso, requer diligência nesse sentido, em razão do volume de documentos ser demasiado elevado para uma simples juntada aos autos. 2 Voto 2.1 DESPACHO DECISÓRIO DD. NULIDADE. O contribuinte descreveu a composição do crédito no PER/Dcomp nº 05825.47495.310707.1.7.022009: IRRF R$7.118.872,41 e estimativa mensal de 05/2005, compensada na PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.022043, de R$4.402.922,98; total de R$11.521.795,39. Contudo, o cruzamento com os valores informados na DIPJ 2006/2005, evidenciou que nesta constavam créditos no total de R$8.760.413,70 e Saldo Negativo de R$3.293.504,88, divergente dos R$10.800.905,27 requeridos no PER/Dcomp. À pág. 152, consta Termo de Intimação Irregularidade no Preenchimento de PER/DCOMP, requerendo que o contribuinte retificasse a DIPJ ou PER/Dcomp indicando corretamente o saldo negativo do período, dada a divergência entre a DIPJ e o PER/Dcomp. Esta intimação foi recebida pelo contribuinte em 07/08/2009, pág. 153. Não consta resposta nos autos e o litigante argumenta que não recebeu a intimação. No entanto, teve adicionalmente, ocasião para esclarecer e suprir as informações requeridas na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário. Cabe concordar com a conclusão do Acórdão recorrido, de que não há elementos para se considerar nulo o DD e tampouco que retornem os autos para novo DD. 2.2 SALDO NEGATIVO 31/12/2005. A DRJ/SP1 analisou os valores dos créditos, na apuração do IRPJ do ano 2005, que está às págs. 213/635 (doc 5): Fl. 749DF CARF MF Processo nº 10880.946345/200943 Resolução nº 1201000.335 S1C2T1 Fl. 5 4 Pois bem. segundo a na Ficha 12A da DIPJ 2006 (AC 2005, foi informado saldo negativo no montante de R$ 3.293.504.88. como segue (fl 153): Ficha 12A DIPJ/2006 AC 2005 (RS) IRPJ 3.321.367,85 Adicional 2.190.245,23 () Inc. Fiscais 44.704,26 () IRRF 0.00 () Estimativas mensais antecipadas 8.760.413,70 (=) Saldo negativo de IRPJ 3.293.504,88 As estimativas, por sua vez, foram apuradas na Ficha 11 da mesma DIPJ. cí base em balanço/balancete susp/redução, como segue: Ficha 11 (RS) DIPJ Ficha 11 jan fev mar Abr mai Jun BC 16.223.203,57 3.497.656,55 5.738.774.34 20.169.901,29 35.153.957,46 27.592.464,25 IRPJ 0.00 0.00 0.00 0.00 5.273.093,62 4.138.869.64 Adicional 0.00 0.00 0.00 0.00 3.505.395,75 2.747.246.43 () Inc. Fiscais 0.00 0.00 0.00 0.00 18.075,67 22.107.81 () IR meses ant. 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 8.760.413.70 ()IRRF 0.00 0.00 0.00 0.00 4.357.490,22 0.00 IR a pagar 0,00 0.00 0.00 0,00 4.402.922.98 1.896.405.44 DIPJ Ficha 11 jul ago set out nov Dez BC 3.451.153.96 14843.932.17 5047.988.42 1.748.310.96 17.161.711,52 22.142.452,73 IRPJ 517.673.09 2.226.589.83 757.198.26 262.246,64 2.574.256,73 3.321.367,91 Adicional 331.115.40 1.468.393.22 486.798.84 154.831.10 1.694.171,15 2.190.245,27 () Inc. Fiscais 20.706.92 30.026.41 30.287,93 10.489,87 40816.59 44.704.26 () IR meses ant. 8.760.413,70 8.760.413.70 8.760.413,70 8.760.413,70 8.760.413,70 8.760.413.70 ()IRRF 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00 IR a pagar 7.932.332,13 5.095.457.06 7.546.704.53 8.353.825,83 4.532.802.41 3.293.504.78 Das Tabelas 1 e 2, vêse que, o saldo negativo indicado na Ficha 12 A decorre da compensação de IRRF no montante de R$ 4.357.490,22, bem como do saldo a pagar apurado no mês de maio no valor de RS 4.402.922,98. O Acórdão DRJ/SP1, corretamente, apontou, em relação ao IRR que Para as pessoas jurídicas, o mesmo tem a natureza de antecipação imposto devido e como tal deve ser compensado na DIPJ correspondente ao ano de retenção observado o disposto no artigo 272 e parágrafo único do artigo 837 do RIR/1999 Também que a retenção é comprovada por comprovante emitido pela fonte pagadora, o montante compensado deve ser individualizado por fonte pagadora, na Ficha 50 da DIPJ, e destaca que o total de IRRF que o contribuinte registrou nessa Ficha foi de R$3.447.242,14, valor inferior ao que o contribuinte informou na Ficha 11 (apuração do mês 05/2005), R$4.357.490,22. Fl. 750DF CARF MF Processo nº 10880.946345/200943 Resolução nº 1201000.335 S1C2T1 Fl. 6 5 Como se vê os dados informados pelo contribuinte referentes a IRRF são discrepantes. A DRJ/SP1 apurou IRRF confirmado de R$4.368.599,75 e afirmou que é compatível com a receita de serviços informada na DIPJ, por isso, considerou correto este montante. O Recorrente, por sua vez, nenhum documento adicional referente ao IRRF apresentou. 2.2.1 Diligência. Mas o contribuinte requer diligência a fim de que a RFB examine suas as notas fiscais de prestação de serviços, para identificar os valores de IRRF tal análise demanda não só o exame das notas fiscais, mas também das contas bancárias onde os pagamentos foram recebidos, a fim de confrontar o montante da receita bruta, com o valor líquido recebido, devido à retenção de imposto/contribuições, pelas fontes pagadoras. Argumenta que o volume de documentos é excessivo para juntar ao processo; no entanto, tratase de apenas um anocalendário e o interessado sequer apresentou planilha demonstrativa, acompanhada de pelo menos uma amostragem, o que poderia dar respaldo à sua reivindicação. Da forma como foi requerida, após já ter sido negada pela DRJ/SP1, evidencia se ser protelatória. À vista desta constatação, cabe negar este pedido de diligência, por considerálo sem fundamento. 2.3 ESTIMATIVAS MENSAIS OBJETO DE PER/DCOMP, NÃO HOMOLOGADAS. DILIGÊNCIA. Sobre a estimativa mensal de 05/2005, de R$4.402.922,98, o contribuinte informa que foi compensada na PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.022043, doc 3, págs.711/..., no qual requereu crédito de Saldo Negativo de IRPJ do ano 2004, R$6.255.862,39 (comprovado pelo recolhimento de estimativa mensal nesse valor) e declarou a compensação da estimativa mensal de 05/2005. A DRJ/SP1 afirmou: Sobre o pagamento correspondente ao mês de maio, o extrato da DCTF, obtido no sistema SIEF, e anexado aos autos demonstra que o débito em comento foi objeto da DCOMP n° 38951.93083.300506.1.3.026483 que por sua vez foi substituída (retificada) pela DCOMP nº 05825.47495.310707.1.7.022009 que encontrase subjudice no presente processo (fl. 01). No caso cumpre observar que ao retificar a DCOMP n° 38951.93083.300506.1.3.026483 o contribuinte substituiu o débito correspondente ao saldo de IRPJ devido por estimativa no mês de maio de 2005 pelo débito correspondente ao saldo de IRPJ devido por estimativa no mês de fevereiro de 2006. Fl. 751DF CARF MF Processo nº 10880.946345/200943 Resolução nº 1201000.335 S1C2T1 Fl. 7 6 Observase que, mesmo que o contribuinte tivesse declarado a compensação do débito de 05/2005, na PER/Dcomp n° 38951.93083.300506.1.3.026483, posteriormente retificado e eliminando tal compensação, o débito da estimativa de 05/2005 já constava da PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.022043, doc 3, a qual não foi objeto de análise pela DRJ/SP1. Ocorre que a PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.022043, doc 3, poderia ter sido retificada, homologada, não homologada, estar em discussão administrativa o que não consta do processo e não foi objeto de análise pela DRJ/SP1. À vista deste fato, proponho que os autos sejam devolvidos à DRF de jurisdição, para que informe o status do PER/Dcomp nº 24272.39105.310106.1.3.022043. 3 Conclusão Voto por converter o julgamento na diligência descrita supra. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 752DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.912370/2009-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 18/12/2001
NULIDADE DA DECISÃO DA DRJ.
Inexiste falta de motivação ou violação de princípios constitucionais que maculem de nulidade a decisão recorrida em face do enfrentamento de todas as matérias suscitadas nas peças de defesa.
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado, cabe a este afastar os motivos que levaram ao não reconhecimento do crédito pretendido, comprovando a existência deste.
Numero da decisão: 1301-002.806
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto e Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 18/12/2001 NULIDADE DA DECISÃO DA DRJ. Inexiste falta de motivação ou violação de princípios constitucionais que maculem de nulidade a decisão recorrida em face do enfrentamento de todas as matérias suscitadas nas peças de defesa. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado, cabe a este afastar os motivos que levaram ao não reconhecimento do crédito pretendido, comprovando a existência deste.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 27 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 13896.912370/2009-42
anomes_publicacao_s : 201803
conteudo_id_s : 5847465
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 28 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1301-002.806
nome_arquivo_s : Decisao_13896912370200942.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
nome_arquivo_pdf_s : 13896912370200942_5847465.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto e Bianca Felícia Rothschild.
dt_sessao_tdt : Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
id : 7185375
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:14:29 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009359876096
conteudo_txt : Metadados => date: 2018-03-22T13:34:44Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2018-03-22T13:34:44Z; Last-Modified: 2018-03-22T13:34:44Z; dcterms:modified: 2018-03-22T13:34:44Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; xmpMM:DocumentID: uuid:31dad1e0-f46d-49e1-b2e3-69aa16e31ec0; Last-Save-Date: 2018-03-22T13:34:44Z; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2018-03-22T13:34:44Z; meta:save-date: 2018-03-22T13:34:44Z; pdf:encrypted: true; modified: 2018-03-22T13:34:44Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2018-03-22T13:34:44Z; created: 2018-03-22T13:34:44Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2018-03-22T13:34:44Z; pdf:charsPerPage: 1548; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2018-03-22T13:34:44Z | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 2 1 1 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.912370/200942 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 1301002.806 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 23 de fevereiro de 2018 Matéria DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Recorrente DIOSYNTH PRODUTOS FARMOQUIMICOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 18/12/2001 NULIDADE DA DECISÃO DA DRJ. Inexiste falta de motivação ou violação de princípios constitucionais que maculem de nulidade a decisão recorrida em face do enfrentamento de todas as matérias suscitadas nas peças de defesa. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado, cabe a este afastar os motivos que levaram ao não reconhecimento do crédito pretendido, comprovando a existência deste. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto e Bianca Felícia Rothschild. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 91 23 70 /2 00 9- 42 Fl. 170DF CARF MF Processo nº 13896.912370/200942 Acórdão n.º 1301002.806 S1C3T1 Fl. 3 2 Relatório Inicialmente, adotase o relatório da decisão recorrida, o qual bem retrata os fatos ocorridos e os fundamentos adotados até então: Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que não homologou a compensação declarada e, DCOMP nº 38257.39967.230806.1.3.043079, referente a alegado crédito de valor original na data transmissão de R$ 8.195,10, relativo a pagamento indevido ou a maior de código de receita nº 2484, DARF de valor total de R$ 17.062,6, período de apuração de 30/11/2001 e data de arrecadação de 30/11/2001. Segundo o Despacho Decisório de não homologação, o DARF informado na DCOMP foi integralmente utilizado na quitação de débitos da contribuinte, conforme processo nº 13896.004119/200821, não restando assim crédito disponível para a compensação do(s) débito(s) informado(s) na DCOMP. Em sua manifestação de inconformidade a interessada pediu a homologação da compensação. Para tanto, assim resumiu seus argumentos: a) A empresa possui crédito de Pagamento indevido ou a maior b) Os débitos foram compensados corretamente c) Excluir o lançamento referente à CSLL código 2484, da DCTF do 4 trimestre/2001, constante na página 31, no valor de R$ 17.062,6, pois esse valor não é devido para o período Novembro/2001. A decisão da autoridade de primeira instância julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte apresentou recurso voluntário, repisando os argumentos levantados em sede de manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301002.796, de 23.02.2018, proferido no julgamento do processo nº 13896.911728/200910, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 171DF CARF MF Processo nº 13896.912370/200942 Acórdão n.º 1301002.806 S1C3T1 Fl. 4 3 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301002.796): O recurso voluntário é TEMPESTIVO e uma vez atendidos também às demais condições de admissibilidade, merece, portanto, ser CONHECIDO. 1. Nulidade da decisão de 1a instancia por falta de motivação e inobservância ao principio da verdade material Alega a Recorrente que a decisão de primeira instancia violou os princípios constitucionais da ampla defesa e do devido processo legal, pois entendeu não estar clara a motivação que levou o julgador às conclusões exportas na parte dispositiva do julgamento. Defende que o argumento ensejador do não provimento da manifestação de inconformidade se baseou em alegações de que a recorrente não trouxe aos autos sua escrituração contábil, sem sequer analisar os documentos juntados a manifestação de inconformidade. Compulsandose os autos verificase que a recorrente descreve como documentos anexados a DCTF 4° trimestre/2001, DIPJ Anocalendário 2001, DARF no valor de R$ 11.161,18, Despacho Decisório n°. 848664496 de 07/10/2009, CNPJ, Última Alteração Contratual Consolidada e documentos do representante legal. No entanto, em linha com a decisão de primeira instancia, tais documentos não são capazes de comprovar os argumentos da Recorrente de que o valor do DARF relativo a pagamento de Dezembro 2001 não seria deveras devido. Contrariamente ao alegado, o julgador de primeira instancia, buscando a verdade material dos fatos, buscou nos sistemas disponíveis a Receita Federal informações detalhadas sobre o crédito tributário perquirido. Solicitou, ainda, desarquivamento do processo relativo ao restabelecimento da DCTF relativa que havia sido cancelada pela Recorrente. Em resumo, não vejo qualquer razão nos argumentos apresentados pela Recorrente que possam dar ensejo a nulidade da decisão de primeira instancia. 2. Compensação Em relação a compensação, sabese que o art. 170 do CTN determina que os créditos tributários líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda pública podem ser objetos de compensação, na forma que a lei estipular. Como liquido e certo, entendese aquele crédito tributário cuja existência seja garantida e cujo valor seja mensurável. No caso em tela, temse que a interessada não logrou êxito em comprovar a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Nos moldes do art. 214, do Código Civil, para a desconsideração da confissão de dívida por erro de fato, o equívoco deve ser devidamente comprovado, sendo do sujeito passivo (assim como ocorre em relação à comprovação do indébito) o encargo probante da circunstância, conforme Fl. 172DF CARF MF Processo nº 13896.912370/200942 Acórdão n.º 1301002.806 S1C3T1 Fl. 5 4 disposto no art. 333, I, do CPC. E isto deve ser feito por intermédio de documentos robustos, especialmente os contábeis e fiscais, não sendo suficiente, por si só, como prova, a mera apresentação da DIPJ, que, ao contrário da DCTF, não se constitui em instrumento de confissão de dívida. Diante de todo o acima exposto, voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade e no mérito NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. No presente caso verificase que a recorrente descreve como documentos anexados a DCTF 4 trimestre/2001, DIPJ Anocalendário 2001, DARF no valor de R$ 17.062,6, Despacho Decisório n°. 848664615 de 07/10/2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 173DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.676144/2009-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/10/2005
DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO. CONSEQUÊNCIAS.
A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457(2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade de autuação/despacho decisório, nem aproveitamento tácito de crédito.
PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO.
Nos processos referentes a pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes.
VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO.
A verdade material é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros).
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.088
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201710
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 31/10/2005 DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO. CONSEQUÊNCIAS. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457(2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade de autuação/despacho decisório, nem aproveitamento tácito de crédito. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros). Recurso Voluntário Negado
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10880.676144/2009-73
anomes_publicacao_s : 201802
conteudo_id_s : 5831416
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3401-004.088
nome_arquivo_s : Decisao_10880676144200973.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : ROSALDO TREVISAN
nome_arquivo_pdf_s : 10880676144200973_5831416.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
id : 7128475
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:12:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009366167552
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1698; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.676144/200973 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401004.088 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de outubro de 2017 Matéria DCOMP COFINS ELETRÔNICO Recorrente PROGRESS SOFTWARE DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/10/2005 DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO. CONSEQUÊNCIAS. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457/2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade de autuação/despacho decisório, nem aproveitamento tácito de crédito. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros). Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 67 61 44 /2 00 9- 73 Fl. 1042DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 3 2 Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de COFINS. Tendo sido localizado o pagamento nos sistemas da RFB, mas utilizado para saldar débitos outros da empresa, não restando saldo, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação de Inconformidade, na qual alegou, basicamente, que em decorrência de equívocos no preenchimento de suas obrigações acessórias DACON e DCTF (todo o valor recebido a título de “receita de prestação de serviços” foi declarado no campo pertinente ao regime nãocumulativo, sem discriminação das receitas que deveriam figurar no regime cumulativo) a empresa acabou por apurar valor a maior a titulo de COFINS, promovendo o pagamento indevido de tal exação, gerando crédito passível de utilização na compensação de seus débitos. A empresa promoveu a retificação de DACON, alterando o valor devido, à época, a título de COFINS, ainda restando recolhimento a maior, em montante diverso do demandado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) somente são passíveis de compensação os créditos líquidos e certos; (b) a existência de erro no preenchimento das obrigações acessórias DACON e DCTF, não foi acompanhada de qualquer documento retificador até a data da ciência do Despacho Decisório, e nem de documentos de amparo, posteriormente; e (c) não comprovado o erro cometido no preenchimento da DCTF, com documentação hábil, idônea e suficiente, a alteração dos valores declarados anteriormente não pode ser acatada. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, argumentando que: (a) foi descumprindo o prazo estabelecido no artigo 24 da Lei no 11.457/2007, havendo perda de direito por parte da Fazenda; (b) houve mero erro de preenchimento de DACON e DCTF, devendo prevalecer a verdade material, e serem os autos baixados em diligência; e (c) o artigo 147 do CTN se refere apenas a lançamento por declaração. Juntou, posteriormente, peça de defesa colacionando cópias de livros que se prestariam a demonstrar o valor declarado no DACON retificador. É o relatório. Fl. 1043DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.084, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10880.676139/200961, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.084): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Após a interposição de recurso voluntário, restam contenciosos no presente processo os seguintes temas: (a) descumprimento do prazo estabelecido no artigo 24 da Lei no 11.457/2007; (b) existência de mero erro de preenchimento de DACON e DCTF, em face da verdade material, com demanda por diligência; e (c) aplicação do artigo 147 do CTN. Do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457/2007 Na peça recursal, alega a empresa que a decisão da DRJ foi proferida depois de mais de 360 dias da interposição da manifestação de inconformidade, havendo perda de direito por parte da Fazenda, com fulcro no artigo 24 da Lei no 11.457/2007. O citado artigo 24 (texto transcrito abaixo) se aplica ao processo administrativo tributário, conforme decisão do STJ, na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.138.206/RS): “Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.” É cediço que o comando legal indicado inserese em um contexto que busca dotar de maior celeridade o processo administrativo, em consonância com os princípios constitucionais que regem a matéria. Contudo, é preciso reconhecer que não atribuiu o legislador consequência (v.g., reconhecimento tácito do crédito, como parece demandar a recorrente) ao processo em desacordo com o comando. E poderia têlo feito, se o desejasse, visto que a mesma Lei no 11.457/2007 promove alterações ao Decreto no 70.235/1972, que disciplina o processo administrativo fiscal. Fl. 1044DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 5 4 Neste Decreto é que se arrolam, por exemplo, as causas de nulidade (art. 59). Também é sabido que no processo há prazos próprios e impróprios, e que estes não acarretam consequências processuais, embora possam ensejar discussões sobre responsabilização funcional, caso o retardo não seja justificável. Vejase, a título ilustrativo, o art. 226 do novo Código de Processo Civil – CPC (artigo 189 do antigo CPC), que também tem por escopo a celeridade nos julgados: “Art. 226. O juiz proferirá: I os despachos no prazo de 5 (cinco) dias; II as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias; III as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.” Embora se possa entender o objetivo do artigo, afigurase irrazoável dele deduzir que um processo com decisão judicial proferida após trinta dias seria, por exemplo objeto de nulidade, ou subtração de custas ou atualizações, ou ainda reconhecimento de direitos de crédito. No mesmo sentido as observações em relação ao art. 24 da Lei no 11.457/2007. Ademais, o art. 24 da Lei no 11.457/2007 possuía dois parágrafos que foram vetados pelo Poder Executivo (veto mantido). Um deles exatamente porque atribuía efeitos ao processo no caso de descumprimento (o § 2o dispunha que “haverá interrupção do prazo, pelo período máximo de 120 dias, quando necessária à produção de diligências administrativas, que deverá ser realizada no máximo em igual prazo, sob pena de seus resultados serem presumidos favoráveis ao contribuinte”). Na mensagem no 140, de 16/3/2007, são esclarecidas as razões do veto presidencial, proposto pelos Ministérios da Fazenda e da Justiça: “Razões do veto “Como se sabe, vigora no Brasil o princípio da unidade de jurisdição previsto no art. 5o, inciso XXXV, da Constituição Federal. Não obstante, a esfera administrativa tem se constituído em via de solução de conflitos de interesse, desafogando o Poder Judiciário, e nela também são observados os princípios do contraditório e da ampla defesa, razão pela qual a análise do processo requer tempo razoável de duração em virtude do alto grau de complexidade das matérias analisadas, especialmente as de natureza tributária. Ademais, observase que o dispositivo não dispõe somente sobre os processos que se encontram no âmbito do contencioso administrativo, e sim sobre todos os procedimentos administrativos, o que, sem dúvida, comprometerá sua solução por parte da administração, Fl. 1045DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 6 5 obrigada a justificativas, fundamentações e despachos motivadores da necessidade de dilação de prazo para sua apreciação. Por seu lado, devese lembrar que, no julgamento de processo administrativo, a diligência pode ser solicitada tanto pelo contribuinte como pelo julgador para firmar sua convicção. Assim, a determinação de que os resultados de diligência serão presumidos favoráveis ao contribuinte em não sendo essa realizada no prazo de cento e vinte dias é passível de induzir comportamento não desejável por parte do contribuinte, o que poderá fazer com que o órgão julgador deixe de deferir ou até de solicitar diligência, em razão das consequências de sua não realização. Ao final, o prejudicado poderá ser o próprio contribuinte, pois o julgamento poderá ser levado a efeito sem os esclarecimentos necessários à adequada apreciação da matéria.” Derradeiramente, não devemos confundir a celeridade procedimental com a duração razoável do processo (ambas garantidas pelo Texto Constitucional): “Embora seja difícil conceituar precisamente a noção de razoável duração do processo, percebese que tal conceito não está relacionado única e exclusivamente ao “processo rápido” propriamente dito. O processo deve ser rápido o suficiente para dar a resposta apropriada à lide, porém adequadamente longo para garantir a segurança jurídica da demanda. Por tal motivo, o princípio da razoável duração do processo é dúplice, pois tanto a abreviação indevida como o alongamento excessivo são potencialmente danosos ao indivíduo.” 1 Improcedente, assim, o pleito no sentido de atribuição de efeitos à inobservância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457/2007. Reparese que nem a norma e nem o julgado na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.138.206/RS) objetivam as consequências da inobservância, como deseja a recorrente. Nesse sentido já me manifestei em processos julgados neste tribunal, sempre com acolhida unânime da turma, inclusive recentemente, com sete dos oito conselheiros que atualmente compõem o colegiado: DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA JULGAMENTO. CONSEQUÊNCIAS. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei n. 11.457/2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade, nem diminuição dos consectários legais do crédito tributário. (Acórdão no 3403 1 MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). 8.ed. São Paulo: Dialética, 2015, p.194195. Fl. 1046DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 7 6 002.782, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 25 fev. 2014) NULIDADE. DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA JULGAMENTO. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei n. 11.457/2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade. (Acórdão no 3403002.746, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 30 jan. 2014) NULIDADE. DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA JULGAMENTO. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei n. 11.457/2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade. (Acórdão no 3403002.374, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 24 jul. 2013) DESCUMPRIMENTO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO. CONSEQUÊNCIAS. A impossibilidade de observância do prazo estabelecido no art. 24 da Lei no 11.457/2007 no julgamento de processos administrativos fiscais não enseja nulidade de autuação/despacho decisório, nem aproveitamento tácito de crédito. (Acórdão no 3401003.517, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime, sessão de 25 abr. 2017) Portanto, não merecem prosperar as alegações de defesa no que se refere a prazos para a Administração se manifestar sobre pedidos de restituição/ressarcimento, ensejando consequências pelo descumprimento. Da existência de erro de preenchimento e da verdade material A recorrente alega que em decorrência de equívocos no preenchimento de suas obrigações acessórias DACON e DCTF (todo o valor recebido a título de “receita de prestação de serviços” foi declarado no campo pertinente ao regime não cumulativo, sem discriminação das receitas que deveriam figurar no regime cumulativo) acabou por apurar valor a maior a titulo de COFINS, promovendo o pagamento indevido de tal exação, gerando crédito passível de utilização na compensação de seus débitos, e que promoveu a retificação de DACON, sendo o valor correto devido, à época, a título de COFINS, diverso do pleiteado. Apresentou a empresa, então, indiscutivelmente, demanda de crédito em montante incorreto (a maior do que o que ela mesma reconhece como devido). E como prova de que teria incorrido em erro, não acrescentou nenhuma justificativa pormenorizada, limitandose, inicialmente, a informar que os documentos pertinentes estavam à disposição do fisco, e, posteriormente, após dois anos do decurso de prazo para interposição de recurso voluntário, a juntar cópias de livros e demandar, em adição, diligência, em caso de dúvida, para “apuração dos documentos que lastrearam os créditos”. Fl. 1047DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 8 7 Recordese que, nos processos, como o presente, que tratam de solicitação de compensação e demanda de crédito, a comprovação do direito aos créditos incumbe ao postulante, e é dever dele carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Assim vem decidindo unanimemente este CARF, inclusive na atual composição do colegiado (com sete dos oito componentes atuais): “ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DILIGÊNCIAS. A realização de diligências destinase a resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica.” (Acórdãos n. 3403 002.106 a 111, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânimes, sessão de 23.abr.2013) (grifo nosso) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos pedidos de compensação/ressarcimento, incumbe ao postulante a prova de que cumpre os requisitos previstos na legislação para a obtenção do crédito pleiteado.” (grifo nosso) (Acórdão n. 3403003.173, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 21.ago.2014) (No mesmo sentido: Acórdão n. 3403 003.166, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014; Acórdão 3403002.681, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 28.jan.2014; e Acórdãos n. 3403002.470, 471, 474, 475, 476 e 477, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes em relação à matéria, sessão de 24.set.2013)(grifo nosso) "PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. DILIGÊNCIAS. PERÍCIAS. DEFICIÊNCIA PROBATÓRIA. As diligências e perícias não se prestam a suprir deficiência probatória, seja em favor do fisco ou da recorrente. (Acórdãos n. 3403003.550 e 551, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 24.fev.2015) (grifo nosso) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação Fl. 1048DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 9 8 dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes.” (Acórdãos n. 3401003.784 a 787, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unanimidade – no que se refere à matéria) (grifo nosso) A diligência, como bem parece ter compreendido a 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF, e também esta 1ª Turma Ordinária, nos julgados com ementa aqui transcrita, não se presta a suprir deficiência probatória, seja da Fazenda ou do contribuinte. Cabe destacar que no último julgado transcrito, seis dos atuais oito conselheiros que compõem a turma expressamente concordaram com tal observação, dela dissentindo, em tese, o Conselheiro Augusto Fiel Jorge D’Oliveira. Temos que, nos processos do gênero, três cenários podem surgir: (a) a documentação apresentada na manifestação de inconformidade comprova o direito de crédito, caso em que se deve reconhecer tal direito, no julgamento; (b) a documentação apresentada na manifestação de inconformidade não comprova o direito de crédito, caso em que se deve negar tal direito, no julgamento; e (c) a documentação apresentada na manifestação de inconformidade gera, no julgador, dúvida em relação ao direito de crédito, dúvida essa que não é de direito, mas de fato, ensejando a realização de diligência ou perícia. Entendemos que a situação em análise melhor se amolda ao segundo cenário (‘b”), visto que nada de substancial se agregou na manifestação de inconformidade, havendo juntada de cópias de documentos – que, digase, sempre estiveram em poder da empresa – apenas dois anos após a interposição da peça recursal, documentos esses que sequer são suficientes para suscitar dúvida neste julgador, visto que não apontam, objetivamente, como se chegou nem aos valores originalmente demandados, nem àqueles que durante o contencioso a empresa sustentou estarem corretos. A ausência de dúvida torna impertinente invocar a verdade material, que não se apresenta como uma salvaguarda de quem não se desincumbe de seu ônus probatório, mas como um mecanismo do processo administrativo que permite sanar dúvidas com elementos adicionais diretamente obtidos, ou demandados às partes. A verdade material, como ensina James MARINS, é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros): “As faculdades fiscalizatórias da Administração tributária devem ser utilizadas para o desvelamento da verdade material e seu resultado deve ser reproduzido fielmente no bojo do procedimento e do Processo Administrativo. O dever de investigação da Administração e o dever de colaboração por parte do particular têm por finalidade Fl. 1049DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 10 9 propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.”2 No caso em análise, pouco contribuiu a recorrente para a identificação objetiva da incorreção que ela mesmo reconhece ter perpetrado, prejudicando a liquidez e a certeza do pedido. Não merece, assim, acolhida o pleito de diligência, nem a argumentação de defesa no sentido de que haveria sido comprovado o erro ou o direito de crédito. Do artigo 147 do CTN Alega a empresa, derradeiramente, em sede recursal, que o artigo 147 do CTN (abaixo transcrito) se refere apenas a lançamento por declaração. “Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1o A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2o Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.” (grifo nosso) É preciso esclarecer, inicialmente, que não se está aqui a tratar, propriamente, de lançamento, mas de demanda de crédito, de modo que o comando indicado não fundamenta exigência, mas é usado pela DRJ de modo acessório a seus argumentos pelo indeferimento do direito de crédito. No entanto, não se tem dúvidas da obviedade da parte inicial do comando do § 1o, que abstrai de considerações sobre eventual modalidade de lançamento: por certo que aquele que retifica sua declaração (qualquer que seja) ou as informações que presta ao fisco, deve justificar a retificação, fundandoa em elementos probatórios. Se a empresa deve, como qualquer postulante a crédito, provar a liquidez e a certeza de tais créditos, como aqui exposto, deve, ainda mais, provar eventuais retificações em seu pedido de crédito. Mas, no caso em análise, não prova a contento a empresa nem uma coisa nem outra, pelo que deve ser mantido o indeferimento do direito de crédito. 2 Direito Processual Tributário Brasileiro – Administrativo e Judicial, 8. Ed., São Paulo: Dialética, p. 174. Fl. 1050DF CARF MF Processo nº 10880.676144/200973 Acórdão n.º 3401004.088 S3C4T1 Fl. 11 10 Considerações Finais Diante do exposto, e restando ausentes a certeza e a liquidez do crédito postulado (requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação), voto por negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 1051DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.902323/2006-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Data do fato gerador: 10/05/2003
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. CONSTATAÇÃO DE OFÍCIO. VALIDADE DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO DA DCOMP. EXTINÇÃO DO DÉBITO VINCULADO.
Havendo a autoridade fiscal confirmado a validade do direito creditório do contribuinte, deve ser homologado o pedido de compensação nele embasado e extinto o débito vinculado.
Numero da decisão: 2201-004.354
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
EDITADO EM: 16/03/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201803
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Data do fato gerador: 10/05/2003 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. CONSTATAÇÃO DE OFÍCIO. VALIDADE DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO DA DCOMP. EXTINÇÃO DO DÉBITO VINCULADO. Havendo a autoridade fiscal confirmado a validade do direito creditório do contribuinte, deve ser homologado o pedido de compensação nele embasado e extinto o débito vinculado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 16327.902323/2006-91
anomes_publicacao_s : 201804
conteudo_id_s : 5853150
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2201-004.354
nome_arquivo_s : Decisao_16327902323200691.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 16327902323200691_5853150.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator. EDITADO EM: 16/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim
dt_sessao_tdt : Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
id : 7214745
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:15:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009385041920
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1485; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 913 1 912 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.902323/200691 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201004.354 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 07 de março de 2018 Matéria IRRF. COMPENSAÇÃO Recorrente BANCO SANTANDER BRASIL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Data do fato gerador: 10/05/2003 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. CONSTATAÇÃO DE OFÍCIO. VALIDADE DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO DA DCOMP. EXTINÇÃO DO DÉBITO VINCULADO. Havendo a autoridade fiscal confirmado a validade do direito creditório do contribuinte, deve ser homologado o pedido de compensação nele embasado e extinto o débito vinculado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. EDITADO EM: 16/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 23 23 /2 00 6- 91 Fl. 913DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 914 2 Relatório Trata se de Recurso Voluntário (fls. 43/51) interposto contra decisão da DRJSPOI (fls. 35/38) que julgou não homologada a compensação pretendida pelo RECORRENTE por não conhecer o crédito tributário declarado em PER/DCOMP nº 33913.17555.270803.1.3.048407, relativo à compensação de débito de CPMF da 3ºsem/agosto/2003, no montante de R$ 784.348,89 com o crédito oriundo de recolhimento a maior de IRRF, efetuada em 4/05/2003, no valor total do DARF recolhido de R$ 747.426,04. A partir desse ponto, considerando a clareza e didática do relatório dos fatos componentes do despacho de conversão do julgamento em diligência proferido por esta C. 1ªTurma da 2ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do E. CARF, acostado às fls. 739/742, passo a adotálo para relatar parte do presente relatório, na forma abaixo: Trata o processo de Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação – PER/DCOMP nº 33913.17555.270803.1.2.048407 de fls. 8, apresentado pelo Contribuinte – BANCO SANTANDER relativo à compensação de débito de CPMF da 3ªsem/agosto/2003, no montante de R$ 784.348,89, com crédito relativo a recolhimento indevido ou a maior de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), efetuado em 14/05/2003, sendo de R$ 747.426,04 o valor total do DARF recolhido. Por meio do Despacho Decisório de fls. 06, a Delegacia Especial de Instituições Financeiras na 8ª Região Fiscal – Deinf/SPO não reconheceu o direito creditório pleiteado e não homologou a compensação declarada, em face da constatação de que o alegado pagamento indevido ou a maior fora integralmente utilizado para a quitação de outros débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para a compensação dos débitos informados no PER/DCOMP em comento. Cientificado da decisão em 02/05/2008, o Contribuinte apresentou, em 30/05/2008 Manifestação de Inconformidade, de fls. 03 e seguintes, aduzindo que: Em decorrência de recálculo da base do imposto de renda foi feito recolhimento a maior, porém não houve a retificação da DCTF e não foi reconhecido o crédito informado na PERDCOMP. Assim, considerando o valor apontado na planilha (fls. 05) perceberseá que o Contribuinte tinha crédito para liquidar o débito compensado. Assim, requer que seja retificada a DCTF de oficio, de modo que conste o valor explicitado, bem como reconhecido Fl. 914DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 915 3 o direito do crédito, haja vista a compensação procedia por meio da DCTF com crédito suficiente para suportála. A 10ª Turma da DRJ/SPOI, na sessão de 22/04/2009, pelo Acórdão nº 1621.127, de fls. 35 e seguintes, julgou a compensação não homologada nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Data do fato gerador: 14.05.03 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. ERRO DE FATO. ONUS DA PROVA. O Erro de fato no preenchimento da DCTF deve ser comprovado pelo sujeito passivo por meio de documentos hábeis e idôneos. A ausência de prova de que o pagamento foi efetuado indevidamente ou em valor superior ao devido impõe a não homologação da compensação a ele vinculada. O Contribuinte foi notificado do Acórdão pelo AR de fls. 42, em 06/05/2009, vindo apresentar Recurso Voluntário, às fls. 43 e seguintes, em 05/06/2009, aduzindo: O Contribuinte é administrador de fundos de investimento financeiro Santander XXXVIII (FIF VIP 38). O fundo foi tratado como fundo de investimento para não residentes, assim, o IRRF sobre o ganho financeiro era cobrado apenas no momento do resgate das quotas. Em razão de auditoria interna, o Contribuinte detectou que o FIF VIP 38 deveria ser tributado segundo as regras aplicadas aos residentes no Brasil. Neste contexto, a tributação dos ganhos financeiros deveria ser feita mensalmente, com base na diferença positiva entre o valor patrimonial da quota apurada mensalmente. Esta divergência de critérios resultou falta de pagamento do IRRF para alguns meses (meses em que não houver resgate) e no pagamento a maior de IRRF em outros meses (meses em que o valor do resgate foi superior à variação acumulada). Os valores não adimplidos foram quitados, com seus acréscimos legais. E, os pagamentos a maior, ao seu turno, tornaramse créditos do Contribuinte, passíveis de aproveitamento para compensação om outros tributos federais. Assim, o Contribuinte apresentou Pedido de Restituição e Compensação eletrônico objetivando extinguir crédito tributário de IRRF com crédito relativo a recolhimento a maior de IRRF. Aponta que o entendimento da DRJ não pode prosperar uma vez que apenas por equívoco a recorrente deixou de retificar a DCTF de março de 2003, o que resultou na suposta exigibilidade dos valores declarados naquela oportunidade. Fl. 915DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 916 4 Passa a discorrer sobre a existência do crédito e a não ocorrência do fato gerador do IRRF no montante indicado na DCTF, juntando documentos. Requer a reforma do Acórdão recorrido para fins de reconhecer o direito de crédito da recorrente e homologar as compensações. Em 28/03/2011, às fls. 103 e seguintes, o Contribuinte apresenta aditivo ao Recurso Voluntário esclarecendo a origem de seu crédito, agora, com base no parecer de auditoria independente anexa à referida petição, juntando documentos. É o relatório.” Em 17/06/2014, às fls. 723/726, o RECORRENTE protocolou manifestação informando que a RFB DEINF realizou análise conclusiva acerca da existência do seu direito creditório, após confrontar créditos e débitos no âmbito do sistema SAPO (folhas 1652 a 1759) do EDossiê 10080.000984/091320), vindo constatar a extinção total do valor que havia sido mantido em cobrança contra o si. Ato contínuo, diante das informações prestadas pelo RECORRENTE, esta Turma de Julgamento propôs a conversão do julgamento em diligência (fls. 739/742) para que a autoridade preparadora: i) verificasse a liquidez e certeza do crédito alegado em face da documentação acostada aos autos pelo Contribuinte, bem como que procedesse à solicitação de outros documentos que entendesse necessários; ii) verificasse junto à DIORT a existência de despacho certificando a existência do alegado crédito do RECORRENTE; iii) verificasse se os créditos não eram objeto de processo judicial; iv) promovesse relatório consubstanciado acerca da existência do crédito de IRRF pago a maior. Por sua vez, o RECORRENTE apresentou Memoriais ao Recurso Voluntário (fls. 744/757), nos seguintes termos: 1. Não há que se falar em renúncia ao direito de discussão administrativa em razão da propositura de demanda judicial que discuta seu direito creditório; 2. Não foi proposta demanda judicial para reconhecer o direito de crédito deste processo administrativo; 3. O fundamento da discussão judicial é o mesmo (erro na apuração do IRRF das operações do fundo VIP 38). Porém, são diferentes: (a) os períodos de apuração do crédito; (b) os pagamentos indevidos; (c) as PERDCOMP; (d) os tributos compensados; (e) os períodos de apuração dos tributos compensados são completamente distintos, o que afasta qualquer questionamento quanto renúncia do direito de discussão administrativa; 4. O erro cometido no preenchimento da DCTF, cuja retificação espontânea pelo RECORRENTE foi vedada pela RFB por já haver despacho decisório negando compensação pretendida, não pode ser utilizado como subterfugio para negar o direito subjetivo do Fl. 916DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 917 5 contribuinte em ter devolvido valores recolhidos a maior, sob pena de enriquecimento ilícito do erário; 5. Nestes casos, é dever da Administração Tributária (à luz do artigo 149, inciso V, e 150 do CTN) proceder com a revisão de oficio, conforme determina o Parecer Normativo PGFN 8/14; 6. A manifestação de inconformidade equipara se à impugnação administrativa, permitindo que o contribuinte, em atenção ao princípio da ampla defesa, demonstre a existência do direito creditório pleiteado, por meio de todas as provas cabíveis; 7 Ao final, o RECORRENTE elencou todas as provas que já juntou aos autos que, no seu entender, demonstram a existência do seu crédito, como: i) Parecer DEINF emitido pelo DIORT, reconhecendo seu direito creditório ; 8 . Por força do ingresso da ação anulatória 0017586 15.2010.4.03.6100, ajuizada pela RECORRENTE em face da União, visando cancelar os débitos controlados nos PAs (16327.902325/200680, 16327.902311/200666 e 16327.904398/200614), a DEINF viu se compelida a analisar os argumentos e demais provas acerca do direito creditório fruto do erro na apuração do IRRF do Fundo VIP 38. Todos os cálculos do procedimento compensatório foram realizados no sistema SAPO (folhas 1.652 a 1.759 do EDossie 10080.000984/091320) Como resultado dessa análise, a DEINF, por meio do Chefe da DIORT, Auditor Fiscal Sr. Eduardo Cerqueira Leite, concluiu pela existência de praticamente todo o indébito pleiteado, com a manutenção de apenas uma pequena parte da cobrança; 9 O valor da exigência tributária mantida, segundo cálculos e critérios da própria DEINF, para todos os demais processos administrativos foi zero; 10 Após análise de todos os documentos carreados aos autos da mencionada ação anulatória, o perito judicial nomeado no processo, Sr. Aléssio Mantovani Filho, emitiu laudo atestando que o RECORRENTE pagou a maior a quantia de R$ 24.329.562,73 (em agosto/2003), apurada mediante recomposição de todo patrimônio líquido do fundo VIP 38, identificação do IRRF devido seguindo o critério de come cotas e comparação do resultado obtido com aquele erroneamente apurado inicialmente pelo RECORRENTE com base no regime de caixa; 11 . O relatório da auditoria independente informou a composição das aplicações do Fundo FIF VIP 38, bem como a evolução do patrimônio líquido e do resultado do período de 01/01/01 até 29/08/03, tendo definido o real valor devido a título de IRRF, em razão da alteração na sistemática de tributação feita pelo RECORRENTE, e concluiu reportando um indébito R$ 24.533.958,00 (em agosto/2003);; Fl. 917DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 918 6 12 . Os valores identificados pelo perito técnico judicial e pela empresa de auditoria independente foram suficientes para confortar e extinguir as compensações realizadas pelo RECORRENTE; 13 Ao final, requereu provimento ao recurso voluntário, com o reconhecimento do seu direito creditório e extinção das compensações realizadas, bem como dos débitos cobrados, além da baixa dos autos para realização de diligência, caso necessário. A pedido da PFN, requerido nos autos da ação anulatória 0017586 15.2010.4.03.6100 em razão do questionamento judicial levado a efeito pelo RECORRENTE, a DEINF/SPO foi instada a se manifestar acerca da validade da inscrição das dívidas reclamadas. Em 23/06/2016, através do Termo de Intimação nº 124 (fls. 891), a DIORT DEINF requereu a apresentação de novos documentos para o RECORRENTE, sob a alegação de que os documentos até então apresentados eram insuficientes à produção de um relatório de auditoria fiscal que se prestasse ao reconhecimento da liquidez e certeza do crédito tributário que o mesmo almejava. O agente preparador vinculado à DIORTDEINF apresentou o Despacho Decisório de fls. 880/890, elaborado a partir de minuciosa análise dos pedidos de restituição e declarações de compensação do RECORRENTE, em que foram contemplados todos os processos ligados ao fato em análise. A conclusão do aludido despacho considerou que o procedimento adotado pelo contribuinte se encontrava de acordo com a legislação de regência do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, e após elaboração dos cálculos usuais, decidiu por reconhecer a liquidez e certeza do crédito tributário relativo a diversas DCOMP, dentre as quais encontrase a Declaração objeto do presente processo. Em razão disso, com fundamento no despacho mencionado, no corpo do relatório acima mencionado, a DIORT/DEINF/SPO respondeu aos quesitos formulados por esta 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do E. CARF, tendo: i) confirmado que a DIORT reconheceu a certeza e liquidez do crédito tributário reclamado pelo RECORRENTE e, assim, homologou a DCOMP nº 33913.17555.270803.1.3.048407, controlada no presente processo, mas que, por falha da DIORT, esta deixou de implementar, na prática, os efeitos da decisão; ii) respondido o quesito 2 formulado por esta C. Turma, informando a existência de Despacho Decisório de Reconhecimento do Direito Creditório e homologação das compensações controladas no presente processo; iii) constatado que o crédito controlado no presente processo não é objeto de discussão judicial; e iv) proposto que a DIORT/DEINF/SPO procedesse à execução das compensações conforme constatações do Despacho Decisório proferido nos autos, proposta que foi aprovada e determinada no bojo do mesmo documento, sendo requerida, na sequência, ciência do seu teor ao RECORRENTE para, após decorrido o prazo com ou sem manifestação deste, os autos serem encaminhados a esta C. Turma, conforme fls. 892/901. É o relatório. Voto Fl. 918DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 919 7 Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim – Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Pela análise dos documentos produzidos ao longo deste procedimento e encartados aos autos, entendo os mesmos terem cumprido sua função de esclarecimento dos fatos e formação da convicção deste julgador (Dec. nº 70.235/72, art. 29), proporcionando aos autos condição de julgamento. Assim, passo a fazêlo. No curso do presente processo, ocorreram diligências para que o RECORRENTE apresentasse documentos relacionados ao deslinde dos fatos, bem como sobrevieram trabalhos fiscais, todos de extrema importância e relevância para o esclarecimento dos fatos e contribuição para o deslinde do caso. Merece destaque o Despacho Decisório de fls. 880/890, que por sua leitura se percebe ter sido confeccionado a partir de minuciosa análise dos pedidos de restituição e declarações de compensação do RECORRENTE, em que foram contemplados todos os processos e documentos vinculados ao fato em análise (DARFs, manifestações fiscais e do RECORRENTE), o qual esclareceu e concluiu o quanto ocorrido neste processo e que, por conta disso, elejo para fundamentar as razões do voto. Vejamos. Decorre da análise do Despacho Decisório que o agente preparador vinculado à DIORTDEINF examinou todos os PER/DCOMPs do RECORRENTE, tendo vinculado as declarações de compensação com os respectivos pedidos de ressarcimento, identificando os tributos envolvidos, seus códigos de arrecadação, períodos de apuração, valores e vencimentos, todos resumidos no Quadro 01 (fls. 880). Em seguida, foram indicadas as contas contábeis utilizadas para a composição da base de cálculo do IRRF no regime de competência no período em que se constatou diferenças de recolhimento do imposto pelo fundo de investimento (agosto/2000 a julho/2003), cujos dados foram extraídos dos balancetes mensais do RECORRENTE constantes do EDossiê nº 10080.000984/091320 e descritos nos itens A, B, C e D do Quadro 02 do despacho (fl. 882), cujos itens G e H informaram, respectivamente, a correta base de cálculo reconstituída e o valor do IRRF efetivamente devido. Ato contínuo, foram identificados os pagamentos de IRRF do período, com base nos relatórios apresentados pelo RECORRENTE e no acesso ao sistema da RFB, o qual confirmou os pagamentos reportados, dessa análise gerando o Quadro 03 (fls. 884/886). Posteriormente, foram realizadas as alocações possíveis, restando, todavia, saldos não extintos dos créditos tributários de IRRF recalculados, os quais foram, em momento seguinte, integralmente extintos, mediante alocação de outros pagamentos que haviam sido efetuados pelo RECORRENTE (estranhos ao caso), fato que embasou o despacho a declarar a extinção dos créditos tributários apurados conforme o correto regime de tributação. Em momento seguinte, o trabalho fiscal passou a checar a eventual extinção, por compensação, dos débitos informados pelo RECORRENTE nas suas declarações de compensação e pedidos de ressarcimento, os quais foram confrontados mediante processamento feito pelo sistema SAPO da RFB (folhas 1652 a 1759 do EDossiê nº 10080.000984/091320) , com a relação de pagamentos confirmados também em sistema da Fl. 919DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 920 8 RFB (reportados no Quadro 03), tendo como resultado as informações do Quadro 04 do despacho (fls. 887), que evidenciaram a extinção parcial ou total dos débitos do RECORRENTE. Após isso, o despacho trouxe o Quadro 05 (fls. 889), com o resultado da análise dos PER/DCOMP apresentados pelo RECORRENTE em face do indébito apurado no cálculo e no recolhimento indevido do IRRF em nome do Fundo de Investimento Financeiro VIP 38, cuja análise permite verificar não ter restado valor em aberto passível de cobrança com relação à PER/DCOMP nº 33913.17555.270803.1.3.048407, objeto de análise deste processo. Ao final, a conclusão do aludido despacho (que está registrada no EDossiê n° 10080.000.984/091320) considerou que o procedimento adotado pelo contribuinte se encontrava de acordo com a legislação de regência do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, e após elaboração dos cálculos usuais, decidiu por reconhecer a liquidez e certeza do crédito tributário relativo a diversas DCOMP, dentre as quais encontrase a Declaração objeto do presente processo. Neste ponto, entendo que estas conclusões advindas do Despacho Decisório de fls. 880/890 são suficientes e comprovam realmente a validade do direito creditório do RECORRENTE, capaz de legitimar seus pedidos de compensação e extinguir seu débito. Dessa forma, pelo que foi exposto, tendo as autoridades fiscais competentes constatado a liquidez e certeza do crédito tributário relativo à DCOMP objeto de análise neste expediente, e restando comprovada a extinção do débito do RECORRENTE, entendo por dar provimento ao recurso voluntário. Contudo, cumpre fazer a ressalva de que o débito objeto do presente processo já foi extinto através do EDossiê nº 10080.000984/091320, tendo em vista que houve a homologação da compensação nos autos do mencionado processo. Conforme já explanado acima, a DIORT reconheceu a certeza e liquidez do crédito e, assim, homologou a compensação pleiteada pelo contribuinte. Neste sentido, resta configurado que o pedido do contribuinte já foi acatado nos autos do EDossiê nº 10080.000984/091320. É importante fazer a ressalva acima a fim de evitar o reconhecimento do crédito em duplicidade ao contribuinte. Conclusão Diante de todo o exposto, voto por conhecer e DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator Fl. 920DF CARF MF Processo nº 16327.902323/200691 Acórdão n.º 2201004.354 S2C2T1 Fl. 921 9 Fl. 921DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19679.009916/2004-12
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1999
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
O conhecimento do recurso está condicionado à satisfação do requisito de admissibilidade da tempestividade, estando ausente este, por interposição extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972.
É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida efetivada por via postal. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Dicção da Súmula n.º 9 do CARF.
Demonstrado nos autos que o recurso foi interposto após vencido o prazo, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento.
Numero da decisão: 1002-000.076
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Julio Lima Souza Martins - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonam Rocha de Medeiros - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: LEONAM ROCHA DE MEDEIROS
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201803
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 1999 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O conhecimento do recurso está condicionado à satisfação do requisito de admissibilidade da tempestividade, estando ausente este, por interposição extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972. É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida efetivada por via postal. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Dicção da Súmula n.º 9 do CARF. Demonstrado nos autos que o recurso foi interposto após vencido o prazo, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 19679.009916/2004-12
anomes_publicacao_s : 201804
conteudo_id_s : 5853251
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1002-000.076
nome_arquivo_s : Decisao_19679009916200412.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : LEONAM ROCHA DE MEDEIROS
nome_arquivo_pdf_s : 19679009916200412_5853251.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins - Presidente. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
dt_sessao_tdt : Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
id : 7217171
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:15:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009390284800
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1811; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T2 Fl. 54 1 53 S1C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19679.009916/200412 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1002000.076 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 8 de março de 2018 Matéria Processo Administrativo Fiscal. Intempestividade. DCTF. Multa por Atraso na Entrega. Mérito não conhecido. Recorrente BARRETO ENGENHARIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1999 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O conhecimento do recurso está condicionado à satisfação do requisito de admissibilidade da tempestividade, estando ausente este, por interposição extemporânea, não se conhece o mérito recursal. Dicção dos arts. 5.º e 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972. É assegurado ao Contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da ciência da decisão recorrida efetivada por via postal. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Dicção da Súmula n.º 9 do CARF. Demonstrado nos autos que o recurso foi interposto após vencido o prazo, sem que tenha sido apresentado qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo, não é admissível o seu conhecimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 99 16 /2 00 4- 12 Fl. 65DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Cuidase, o caso versando, de Recurso Voluntário (fls. 41/46), interposto com fulcro no art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, protocolado pela recorrente, indicada no preâmbulo, devidamente qualificada nos fólios processuais, relativo ao inconformismo com a decisão de primeira instância (fls. 33/36), datada de 07/11/2006, consubstanciada no Acórdão n.º 1611.491, da 5.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento I em São Paulo/SP (DRJ/SPOI), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento efetivado pela fiscalização da administração fazendária decorrente da aplicação de multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) do 1º, 2.º, 3º e 4.º Trimestres do Ano Calendário 1999 (fl. 16), deixando de acolher a impugnação apresentada pela recorrente (fl. 01/04), tendo sido assim ementada a decisão vergastada: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS ANO CALENDÁRIO: 1999 MULTA POR ATRASO NA DECLARAÇÃO. O cumprimento da obrigação acessória apresentação de declarações (DCTF) fora dos prazos previstos na legislação tributária, sujeita o infrator à aplicação das penalidades legais. Lançamento Procedente. O auto de infração em espécie foi lavrado em 09/07/2003, na DEFIC São Paulo/SP, por Auditor Fiscal da Receita Federal, sumariando o seguinte contexto e enquadramento para aduzida infração à legislação tributária e respectivo demonstrativo do crédito tributário: Descrição dos fatos: A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação de multa (...). Fundamentação: Art. 113, § 3.º e 160 da Lei n.º 5.172, de 26/10/66 (CTN); art. 11 do DecretoLei n.° 1.968 de 23/11/82, com a redação dada pelo art. 10 do DecretoLei n.º 2.065, de 26/10/83; art. 30 da Lei n.º 9.249 de 26/12/95; art. 1.º da Instrução Normativa SRF n.º 18, de 24/02/2000; art. 7.º da Lei n.º 10.426, de 24/04/2002 e art. 5.º da Instrução Normativa SRF n.º 255, de 11/12/2002. Demonstrativo: 1.º Trimestre/1999, Multa Mínima R$200,00 2.º Trimestre/1999, Multa Mínima R$500,00 3.º Trimestre/1999, Multa Mínima R$500,00 4.º Trimestre/1999, Multa R$487,39 (17xR$57,34=R$974,78 x 50%) Fl. 66DF CARF MF Processo nº 19679.009916/200412 Acórdão n.º 1002000.076 S1C0T2 Fl. 55 3 A impugnação instaurou a fase litigiosa do procedimento alegando a recorrente, em síntese, que não se enquadrava em nenhuma das condições de obrigatoriedade de apresentação de DCTF previstas no artigo 2.º da IN SRF 73/1996, assim como ponderou que estaria dispensada da entrega da DCTF por não ter valores mensais de tributos superiores a R$ 10.000,00. Igualmente, vindicou a aplicação do dispositivo que trata da denúncia espontânea. Não acolhida a impugnação sobreveio o recurso voluntário, após intimação postal com aviso de recepção assinado por pessoa presente na sede da empresa. No recurso voluntário, inconformado com a decisão a quo, além de reiterar os termos da impugnação, sustentou, novamente, a aplicação do instituto da denúncia espontânea e afirmou que a Instrução Normativa deveria ter tratado de dispensa da entrega da declaração para empresas de baixo faturamento. Também, vindicou que não foi intimado para apresentar a DCTF, pois o art. 7.º da IN 225/02 estabelece que o sujeito passivo que deixa de apresentar a declaração é intimado para fazêlo. A multa só teria sido facultada posteriormente. Também, afirmou que a IN 301, de 2003, implantou sistema de entrega aplicável a fatos pretéritos, desde o 1.º trimestre de 1999, pelo que não poderia prosperar a multa. Em sequência procedimental houve despacho exarado nos autos acerca da intempestividade do recurso voluntário (fl. 52), embora atestando a aplicação do art. 35 do Decreto n.º 70.235, de 1972, no sentido de que o recurso, mesmo perempto, deve ser encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção. Os autos, então, foram encaminhados para este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, sendo, posteriormente, distribuído para este relator. É o que importa relatar. Passo a devida fundamentação analisando os juízos de admissibilidade e, se superado este último, o mérito, finalizando em dispositivo. Voto Conselheiro Leonam Rocha de Medeiros, Relator O Recurso Voluntário não atende ao pressuposto de admissibilidade extrínseco relativo a tempestividade, uma vez que foi interposto após o trintídio legal estabelecido no art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal. Deveras, observo a confirmação da entrega da intimação postal, dando ciência da decisão de primeira instância, em 13/12/2007, conforme aviso de recebimento colacionado nos autos (fls. 38/v), no entanto o recurso voluntário só foi apresentado em 16/01/2008 (fl. 41), quando já vencido o prazo. Portanto, não é possível conhecêlo. Registrese, por oportuno, que este Conselho Administrativo de Recurso Fiscais possui súmula confirmando a validade da intimação por via postal entregue na sede da empresa, a teor da Súmula n.º 9, vejase: Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, Fl. 67DF CARF MF 4 confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. A referida súmula teve por suporte os seguintes paradigmas: Acórdão n.º 10246574, de 01/12/2004, Acórdão n.º 10420408, de 26/01/2005, Acórdão n.º 106 14266, de 21/10/2003, Acórdão n.º 10707076, de 20/03/2003, Acórdão n.º 10807562, de 16/10/2003, Acórdão n.º 20168026, de 20/05/1992, Acórdão n.º 20208457, de 21/05/2003, Acórdão n.º 20209572, de 14/10/1997, Acórdão n.º 20171773, de 02/06/1998, Acórdão n.º 20306545, de 09/05/2000. Demais disto, estabelece o Decreto n.º 70.235, de 1972, que os prazos são contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento (art. 5.º, caput) e que os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato (art. 5.º, parágrafo único), mas, ainda assim, mantém o recurso intempestivo e, por outro lado, o recorrente não apresentou qualquer prova de ocorrência de eventual fato impeditivo ao manejo do seu recurso a tempo e modo esperado. Por conseguinte, não há que se admitir recurso extemporâneo, caso contrário, estaria sendo declarada uma inconstitucionalidade incidenter tantum do Decreto n.º 70.235, de 1972, vedada no Regimento Interno do CARF (art. 62, Anexo II, aprovado pela Portaria MF n.º 343, de 2015) e pela súmula a seguir deste Egrégio Conselho: "Súmula CARF n.º 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." Destaco, por oportuno, que, a despeito de não conhecer o mérito, entendo ser importante registrar que para a temática da denúncia espontânea, relativa a entrega extemporânea de declaração, este Conselho já possui enunciado sumular, nestes termos: "Súmula CARF n.º 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração." A mencionada súmula foi lavrada com base nos seguintes paradigmas: Acórdão n.º CSRF/0400.574, de 19/06/2007, Acórdão n.º 19200.096, de 06/10/2008, Acórdão n.º 19200.010, de 08/09/2008, Acórdão n.º 10709.410, de 30/05/2008, Acórdão n.º 10249.353, de 10/10/2008, Acórdão n.º 10196.625, de 07/03/2008, Acórdão n.º 107 09.330, de 06/03/2008, Acórdão n.º 10709.230, de 08/11/2007, Acórdão n.º 10516.674, de 14/09/2007, Acórdão n.º 10516.676, de 14/09/2007, Acórdão n.º 10516.489, de 23/05/2007, Acórdão n.º 10809.252, de 02/03/2007, Acórdão n.º 10195.964, de 25/01/2007, Acórdão n.º 10809.029, de 22/09/2006, Acórdão n.º 10194.871, de 25/02/2005. Por conseguinte, não conseguiu a recorrente se desincumbir do ônus de demonstrar a tempestividade de seu recurso voluntário, pelo que dele não conheço. Considerando o até aqui esposado e enfrentado, mas não superado, o juízo de admissibilidade, entendo pela manutenção do julgamento da DRJ. Ante o exposto, de livre convicção, relatado, analisado e por mais o que dos autos constam, voto em não conhecer do Recurso Voluntário, por ausência do requisito de admissibilidade extrínseco da tempestividade, consequentemente mantendo íntegra a decisão recorrida e o crédito tributário lançado na forma constante do auto de infração. É como Voto. Fl. 68DF CARF MF Processo nº 19679.009916/200412 Acórdão n.º 1002000.076 S1C0T2 Fl. 56 5 (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator Fl. 69DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.722788/2010-62
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/1996 a 28/02/2001
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INEXISTÊNCIA.
A Administração Pública não responde solidariamente por créditos previdenciários devidos pela empresa contratada para prestação de serviços de construção civil, reforma ou acréscimo, exceto nos casos de cessão de mão-de-obra.
Numero da decisão: 9202-006.589
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 11080.722524/2010-17, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201803
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/11/1996 a 28/02/2001 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INEXISTÊNCIA. A Administração Pública não responde solidariamente por créditos previdenciários devidos pela empresa contratada para prestação de serviços de construção civil, reforma ou acréscimo, exceto nos casos de cessão de mão-de-obra.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 11080.722788/2010-62
anomes_publicacao_s : 201804
conteudo_id_s : 5854137
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 9202-006.589
nome_arquivo_s : Decisao_11080722788201062.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
nome_arquivo_pdf_s : 11080722788201062_5854137.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 11080.722524/2010-17, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
dt_sessao_tdt : Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
id : 7233649
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:15:57 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009396576256
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1717; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11080.722788/201062 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9202006.589 – 2ª Turma Sessão de 20 de março de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA Recorrente BANCO DO BRASIL S.A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1996 a 28/02/2001 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. CONSTRUÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INEXISTÊNCIA. A Administração Pública não responde solidariamente por créditos previdenciários devidos pela empresa contratada para prestação de serviços de construção civil, reforma ou acréscimo, exceto nos casos de cessão de mãodeobra. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 11080.722524/201017, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 27 88 /2 01 0- 62 Fl. 375DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Contribuinte contra o Acórdão de Recurso Voluntário, no qual restou consignada a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1996 a 28/02/2001 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CONSTRUÇÃO CIVIL. SOLIDARIEDADE. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. PARECER AGU AC 55/ 2006. ALCANCE. Os efeitos do Parecer AGU nº AC55/ 2006 DOU de 24/11/2006 alcançam, tão somente, os Contratos Administrativos celebrados pela Administração Pública direta, circunstância em que Poder Público atua com supremacia sobre as empresas privadas contratadas, mediante cláusulas e preceitos de Direito Público previstos no Capítulo III da Lei nº 8.666/93, não irradiando efeitos sobre as Sociedades de Economia Mista, pessoas jurídicas de direito privado, eis que tais empresas atuam no mercado de bens e serviços em igualdade de condições que as demais empresas privadas, e cujos contratos regemse pelas normas de Direito Privado. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. NFLD. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Tendo em vista o consagrado atributo da presunção de veracidade que caracteriza os atos administrativos, gênero do qual o lançamento tributário é espécie, operase a inversão do encargo probatório, repousando sobre o Notificado o ônus de desconstituir o lançamento ora em consumação. Havendo um documento público com presunção de veracidade não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há de ser em favor dessa presunção. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CONSTRUÇÃO CIVIL. O proprietário, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CONSTRUÇÃO CIVIL. ARBITRAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. LEGALIDADE. Nas hipóteses em que o cálculo do tributo tiver por base, ou tomar em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, Fl. 376DF CARF MF Processo nº 11080.722788/201062 Acórdão n.º 9202006.589 CSRFT2 Fl. 3 3 serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, poderá arbitrar o valor da base de cálculo ou os aludidos preços, sempre que forem omissos ou não merecerem fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado. Em caso de recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o fisco federal pode inscrever de ofício importância que reputar devida, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. A utilização de percentual definido em ato normativo, incidente sobre o valor dos serviços contidos em notas fiscais, para fins de apuração indireta da base de cálculo das contribuições previdenciárias, constitui procedimento que observa os princípios da legalidade e da proporcionalidade. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITO. ELISÃO DA SOLIDARIEDADE. IMPOSSIBILIDADE. A CND apenas certifica que, no momento de sua emissão, não havia crédito tributário formalmente constituído em desfavor da empresa signatária da certidão, circunstância que não afasta o direito da Fazenda Pública de constituir e cobrar qualquer débito eventualmente apurado após a sua emissão, conforme ressalvado na própria CND. A apresentação de CND emitida em nome de empresa prestadora de serviços não é suficiente para elidir a responsabilidade solidária na construção civil. A elisão somente é possível com a comprovação do recolhimento da contribuição devida, pela apresentação dos documentos exigidos pela legislação de regência. Recurso Voluntário Negado Conforme consta do auto de infração, os objetos dos lançamentos são as contribuições sociais destinadas à Seguridade Social correspondentes a: II remuneração paga aos segurados empregados das empresas executoras de obras de construção civil, incluída em notas fiscais, faturas e recibos, pelas quais o Banco do Brasil, na condição de contratante dos serviços, responde solidariamente, haja vista que não houve elisão da responsabilidade solidária nos termos da legislação aplicável, a seguir fundamentada, cujo lançamento está codificado como “SC1 – SOLIDA. CONST. CIVIL ANTES 1999”; III remuneração paga aos segurados empregados das empresas prestadoras serviços com cessão de mãodeobra, incluída em notas fiscais, faturas e recibos, pelas quais o Banco do Brasil, na condição de contratante dos serviços, responde solidariamente, haja vista que não houve elisão da responsabilidade solidária nos termos da legislação aplicável, a seguir fundamentada, cujo lançamento está codificado como “SM1 – SOLIDARIEDADE CMO ANTES 1999”. Fl. 377DF CARF MF 4 Especificamente quanto aos fatos geradores da Solidariedade na Construção Civil e por Cessão de MãodeObra: a) fazem parte do crédito previdenciário as contribuições devidas pela notificada, destinadas à Seguridade Social, correspondentes à parte da empresa (FPAS) e dos segurados empregados, ao financiamento da complementação das prestações por acidente do trabalho (Seguro de Acidente de TrabalhoSAT) e ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa; b) as contribuições previdenciárias destinadas a Terceiros não foram incluídas na presente notificação, tendo em vista o entendimento do Parecer CJ/MPAS n.º 1.710/99. Irresignada, a ora Recorrente impugnou a autuação alegando, em síntese: a necessidade de chamamento ao processo da empresa executora, responsável pelo recolhimento tributário, a fim de que se apurasse a real existência dos débitos autuados, em observância aos princípios da garantia de defesa e da verdade material; a impossibilidade de enquadrar o Impugnante como responsável solidário, já que a responsabilidade pelo recolhimento do tributo foi assumida pela empresa contratada, esta na forma de licitação pública; a autuação indevida, por não lhe ter sido garantido o benefício de ordem, cobrando em primeiro lugar, da contribuinte propriamente dita, já que a redação do art. 30, inciso IV da Lei n. 8.212/91, até dezembro de 1997 não vedava sua aplicação; e a irregularidade na apuração do lançamento do crédito tributário. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento entendeu pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o crédito tributário exigido, o que gerou a interposição de Recurso Voluntário, ao qual foi negado provimento. Posteriormente, foi interposto Recurso Especial pela Contribuinte, no qual, acerca da divergência, a Recorrente sustenta que o Acórdão de Recurso Voluntário adotou entendimento divergente da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF (acórdão n.º 2401003.200), merecendo, por isso, reanálise do tema: responsabilidade solidária de sociedade de economia mista na contratação de obra de construção civil. Foi realizado exame de admissibilidade, restando disposta a seguinte conclusão: Do exposto, verificase que foram atendidos os pressupostos de admissibilidade do recurso especial previstos nos arts. 67 e 68 do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343 de 09/06/2015, razão pela qual é de se DAR SEGUIMENTO ao pedido do recorrente para que seja reapreciada a seguinte matéria: responsabilidade solidária de sociedade de economia mista na contratação de obra de construção civil art. 30,VI da lei 8212/91. Cabe destacar que o acórdão paradigma trata de situação fática idêntica a dos autos, referindose ao mesmo tributo e à mesma parte (Banco do Brasil). No que se referem às razões de reforma do Acórdão vergastado, a Recorrente aduz, em síntese, que: Fl. 378DF CARF MF Processo nº 11080.722788/201062 Acórdão n.º 9202006.589 CSRFT2 Fl. 4 5 a) considerando que o lançamento objurgado não se refere a contratos formados por cessão de mãodeobra, mas sim, exclusivamente, para realização de obras de construção civil contratadas mediante empreitada, cujo conceito não se equipara a celebração de contratos mediante cessão de mãodeobra, há que se reconhecer a inexistência de responsabilidade solidária; b) com base no Parecer AGU n.º AC55/2006 e respaldado no entendimento deste Conselho (Súmula CARF n.º 66), resta indene de dúvida que a Administração Pública não responde solidariamente por créditos previdenciários de empresas contratadas para prestação de serviços de construção civil, como é exatamente o caso das contratações realizadas pelo Recorrente, sociedade de economia mista; c) deve ser promovido o cancelamento do crédito legal constituído, com o reconhecimento da nulidade da autuação. Foram apresentadas contrarrazões pela Procuradoria da Fazenda Nacional, nas quais expressamente restou consignada a concordância com a demonstração da divergência jurisprudencial apontada pela Recorrente, nos seguintes termos: O cotejo levado a cabo pela Recorrente permite constatar que efetivamente foi demonstrada a alegada divergência jurisprudencial: enquanto no caso do acórdão recorrido entendeuse que sociedade de economia mista responde solidariamente por contratação de obra de construção civil em razão do art. 30,VI da lei 8212/91, o paradigma decidiu em sentido contrário. Quanto às razões do improvimento do Recurso Especial interposto pelo contribuinte, a Procuradoria dispôs, em síntese: a) o alegado pelo contribuinte de que o próprio STJ confirma a não aplicabilidade da Responsabilidade Solidária em relação à sociedade de economia mista não procede para o caso em tela, eis que o citado acórdão do Superior Tribunal de Justiça trata da Responsabilidade Solidária prevista quando da contratação de serviços mediante cessão de mãodeobra (REsp 417.794RS, Relator Min. Luiz Fux. – 1ª Turma); b) não é possível aceitar os argumentos expostos no tópico anterior, uma vez que o lançamento de que trata este processo não é de responsabilidade solidária decorrente da execução de contrato de cessão de mão de obra, de acordo com o artigo 31 da Lei 8.212/1991, mas de responsabilidade solidária decorrente de serviços de construção civil, de acordo com o artigo 30, VI, da Lei 8.212/1991. Fazse necessário destacar que o Recurso Especial sob análise tratase de Paradigma, de modo que o resultado consignado no presente julgamento será aplicado aos demais processos com fundamento em idêntica questão de direito que foram distribuídos no mesmo lote, consoante o disposto no art. 47, § 1º e §2º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), abaixo transcrito: Fl. 379DF CARF MF 6 Art. 47. Os processos serão sorteados eletronicamente às Turmas e destas, também eletronicamente, para os conselheiros, organizados em lotes, formados, preferencialmente, por processos conexos, decorrentes ou reflexos, de mesma matéria ou concentração temática, observandose a competência e a tramitação prevista no art. 46. § 1º Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o Presidente de Turma para o qual os processos forem sorteados poderá sortear 1 (um) processo para definilo como paradigma, ficando os demais na carga da Turma. § 2º Quando o processo a que se refere o § 1º for sorteado e incluído em pauta, deverá haver indicação deste paradigma e, em nome do Presidente da Turma, dos demais processos aos quais será aplicado o mesmo resultado de julgamento. Portanto, aplicase ao presente a sistemática de recursos repetitivos prevista no Regimento Interno da Casa. É o relatório. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202006.580, de 20/03/2018, proferido no julgamento do processo 11080.722524/201017, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202006.580): Conheço do recurso, pois se encontra tempestivo e presentes os requisitos de admissibilidade. De conformidade com o narrado, a divergência objeto da controvérsia é a responsabilidade solidária da sociedade de economia mista na contratação de obra de construção civil. Sobre a aptidão da mencionada divergência suscitada pela Recorrente para fins de conhecimento do Recurso, houve concordância da Procuradoria da Fazenda Nacional. Apesar da referida concordância, a Procuradoria da Fazenda, durante a sustentação oral proferida, quando do início do julgamento do recurso sob análise, suscitou o seu não conhecimento. Não assiste razão à Fazenda Nacional, tendo em vista que restou configurada a divergência argüida, pois o acórdão paradigma Fl. 380DF CARF MF Processo nº 11080.722788/201062 Acórdão n.º 9202006.589 CSRFT2 Fl. 5 7 (n.º 2401003.200) trata de situação fática idêntica, mesmo tributo e mesma parte, inclusive (Banco do Brasil), em que foi aplicado entendimento jurídico diverso do posicionamento adotado pelo acórdão recorrido (sobre o art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/91). Desse modo, assentou o colegiado pelo conhecimento do Recurso Especial interposto pela Contribuinte. No que se refere ao mérito do recurso, assevera a Recorrente que, com base no Parecer AGU n.º AC55/2006 e respaldado no entendimento deste Conselho (Súmula CARF n.º 66), resta indene de dúvida que a Administração Pública não responde solidariamente por créditos previdenciários de empresas contratadas para prestação de serviços de construção civil, como é exatamente o caso das contratações realizadas pelo Recorrente, sociedade de economia mista. Por outro lado, a PFN alega a impossibilidade de aceitação dos argumentos da Contribuinte, uma vez que o REsp 417.794RS citado no Recurso sob análise trata da responsabilidade solidária prevista quando da contratação de serviços mediante cessão de mãodeobra, de acordo com o art. 31 a Lei 8.212/91, não sendo o caso dos autos, que dispõe, na realidade, sobre a responsabilidade solidária decorrente de serviços de construção civil, de acordo com o art. 30, VI, da Lei 8.212/91. Assim, assevera a Procuradoria que: modificar o julgado importaria em violação ao referido dispositivo legal, o que não pode ser feito na via administrativa (Súmula n. 2 do CARF). Estabelecidos os contornos da controvérsia, impende discorrer sobre a natureza jurídica do Banco do Brasil S.A, que é uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertencem em sua maioria à União, enquadrandose, nos termos do DecretoLei 200/1967, como sociedade de economia mista. Pleiteia a Recorrente a aplicação, ao presente caso, do Enunciado de Súmula CARF 66 abaixo transcrito: Súmula CARF nº 66: Os Órgãos da Administração Pública não respondem solidariamente por créditos previdenciários das empresas contratadas para prestação de serviços de construção civil, reforma e acréscimo, desde que a empresa construtora tenha assumido a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o contrato integralmente. Tendo em vista que, ao editar os enunciado de súmula, os tribunais devem aterse às circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação, nos termos do art. 926, § 2º, do CPC, para melhor avaliar a subsunção do presente caso ao disposto na Súmula CARF n.º 66, foi realizado o distinguishing entre o caso concreto analisado e os paradigmas que orientaram a formação da Súmula mencionada. Fl. 381DF CARF MF 8 Um dos paradigmas relevantes é o Acórdão n.º 20600.611, da Fundação Clóvis Salgado e Outros, que nega provimento a Recurso de Ofício em razão da inexistência de responsabilidade solidária na construção civil, conforme a ementa baixo transcrita: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/11/1997 a 31/07/1998 Ementa: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA — CONSTRUÇÃO CIVIL — ÓRGÃO PÚBLICO — FUNDAMENTO LEGAL ART. 30, INCISO VI LEI 8.212/1991 —INEXISTÊNCIA. Diante do que prevê o artigo 71, § 2° da Lei n° 8.666/93, com a redação dada pela Lei n° 9.032/95, somente nas situações previstas no art. 31 da Lei n° 8.212/1991, a Administração passou a responder solidariamente com o contratado pelas contribuições previdenciárias por ele devidas. Recurso de Oficio Negado Convém salientar que a contribuinte no referido processo é uma Fundação Estadual pertencente à administração indireta, da mesma forma que a Recorrente (Sociedade de Economia Mista). Nesse contexto, pareceme que a Súmula 66 trata da Administração pública direta e indireta, mas, impropriamente, se utiliza da expressão "órgão público". Sobre a abrangência do conceito de órgão público, José dos Santos Carvalho Filho, esclarece: Enquanto a Administração Direta é composta de órgãos internos do Estado, a Administração indireta se compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de entidades. De acordo com o art. 4º, II, do Decretolei n.º 200/1967, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas, como faz questão de consignar a lei, de personalidade jurídica própria: a) as autarquias; b) as empresas públicas; c) as sociedades de economia mista; e d) as fundações públicas. Considerando o paradigma utilizado para a formação da Súmula 66, a interpretação mais adequada é a de que o Enunciado trata da Administração pública como um todo, não apenas de órgão público; compartimento na estrutura estatal a que são cometidas funções determinadas, sendo integrado por agentes que, quando as executam, manifestam a própria vontade do Estado; alcançando as entidades da administração pública indireta. Portanto, considero perfeitamente aplicável o referido Enunciado, desde que a empresa construtora tenha assumido a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o contrato integralmente. O requisito citado não foi objeto de discussão nos autos, pois a controvérsia se instaurou de forma mais ampla, existência ou não de responsabilidade da SEM na Construção Civil. Fl. 382DF CARF MF Processo nº 11080.722788/201062 Acórdão n.º 9202006.589 CSRFT2 Fl. 6 9 Pelo fato de o Banco do Brasil tratarse de sociedade de economia mista, fazendo parte da Administração Pública Federal, ele está submetido ao regramento especial disposto Lei nº 8666/93: Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (...). Parágrafo único. Subordinamse ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O citado diploma dispõe, em seu art. 71, que as responsabilidades pelos encargos decorrentes da execução dos contratos firmados com a Administração Pública deverão ser atribuídas apenas ao contratado, exceto nos casos em que a execução do contrato seja realizada mediante a cessão de mão deobra, assim vejamos: Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 2° A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 19911. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995). Assim, em razão de os contratos realizados com a Recorrente serem regidos pela Lei de Licitações, entendo cumprido o requisito previsto na Súmula em questão, em razão da natureza do contrato administrativo realizado a partir do procedimento licitatório, bem como diante da objeto social do Banco (operações bancárias ativas, passivas e acessórias, a prestação de serviços bancários, de intermediação e suprimento financeiro sob suas múltiplas formas e o exercício de quaisquer atividades facultadas às instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional). Conforme já identificado nos Fundamentos Legais do Débito, fls. 8 e 9, a responsabilidade solidária atribuída à Recorrente foi Fl. 383DF CARF MF 10 fundamentada no art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/91, que assim dispõe: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: VI o proprietário, o incorporador definido naLei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem;(...). Cumpre elucidar que a previsão trazida na Lei 8.666/93 tratase de norma especial que rege a responsabilidade dos entes da Administração Pública sobre encargos administrativos, devendo prevalecer sobre o art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/91, que prescreve norma geral sobre responsabilidade solidária pelos débitos previdenciários decorrentes das obras de construção civil, independente de quem seja o contratante, o que se consubstancia na aplicação do princípio da especialidade, lex specialis derrogat generali. Vale destacar a aplicabilidade do Parecer AC nº 055/2006 da Advocacia Geral da União (AGU), aprovado pelo Presidente da República, também consolidando o entendimento de que a Administração Pública não poderá responder por créditos previdenciários devidos pela empresa contratada para prestação de serviços de construção civil, reforma ou acréscimo, nos termos do art. 30, VI da Lei 8.212/91, conforme ementa abaixo transcrita: PREVIDENCIÁRIO. ADMINISTRATIVO. CONTRATOS. OBRAS PÚBLICAS. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA E RETENÇÃO. DEFINIÇÃO. I Desde a Lei nº 5.890/73, até a edição do DecretoLei nº 2.300/86, a Administração Pública respondia pelas contribuições previdenciárias solidariamente com o construtor contratado para a execução de obras de construção, reforma ou acréscimo de imóvel, qualquer que fosse a forma da contratação. II Da edição do DecretoLei nº 2.300/86, até a vigência da Lei nº 9.032/95, a Administração Pública não respondia, nem solidariamente, pelos encargos previdenciários devidos pelo contratado, em qualquer hipótese. Precedentes do STJ. III A partir da Lei nº 9.032/95, até 31.01.1999 (Lei nº 9.711/98, art. 29), a Administração Pública passou a responder pelas contribuições previdenciárias solidariamente com o cedente de mãodeobra contratado para a execução de serviços de construção civil executados mediante cessão de mãodeobra, nos termos do artigo 31 da Lei nº 8.212/91 (Lei nº 8.666/93, art. Fl. 384DF CARF MF Processo nº 11080.722788/201062 Acórdão n.º 9202006.589 CSRFT2 Fl. 7 11 71, § 2º), não sendo responsável, porém, nos casos dos contratos referidos no artigo 30, VI da Lei nº 8.212/91 (contratação de construção, reforma ou acréscimo). IV Atualmente, a Administração Pública não responde, nem solidariamente, pelas obrigações para com a Seguridade Social devidas pelo construtor ou subempreiteira contratados para a realização de obras de construção, reforma ou acréscimo, qualquer que seja a forma de contratação, desde que não envolvam a cessão de mãodeobra, ou seja, desde que a empresa construtora assuma a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o contrato integralmente (Lei nº 8.212/91, art. 30, VI e Decreto nº 3.048/99, art. 220, § 1º c/c Lei nº 8.666/93, art. 71). V Desde 1º.02.1999 (Lei nº 9.711/98, art. 29), a Administração Pública contratante de serviços de construção civil executados mediante cessão de mãodeobra deve reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia dois do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa contratada, cedente da mãodeobra (Lei nº 8.212/91, art. 31). Em virtude de a Advocacia Geral da União ter reconhecido, por meio de Parecer aprovado pelo Presidente da República, que a responsabilidade da Administração sobre as contribuições previdenciárias decorrentes dos contratos administrativos é restrita apenas aos casos de cessão de mãodeobra, tal entendimento deve ser seguido pelos órgãos da Administração, conforme determina o art. 40, §1º da Lei Complementar nº 73/93 abaixo transcrito: Art. 40. Os pareceres do Advogado Geral da União são por este submetidos à aprovação do Presidente da República. § 1º O parecer aprovado e publicado juntamente com o despacho presidencial vincula a Administração Federal, cujos órgãos e entidades ficam obrigados a lhe dar fiel cumprimento. Considerando que a matéria recorrida não se refere à execução de contratos mediante cessão de mãodeobra, concluise que, no presente caso, não há que se falar em responsabilidade solidária da Contribuinte pelos débitos previdenciários decorrentes de obras de construção civil, fundamentada no art. 30, inciso VI da Lei 8.212/12. Ademais, acerca dos argumentos da Procuradoria, tornase imperioso elucidar que a Recorrida centraliza suas contrarrazões na impossibilidade de aceitação dos argumentos da Contribuinte, uma vez que o REsp 417.794RS não seria aplicável ao caso, contudo a Recorrente não faz menção ao julgado citado, de modo que rejeito as sintéticas argumentações da Fazenda. Fl. 385DF CARF MF 12 Diante do exposto, voto por conhecer do recurso especial interposto pela Contribuinte e, no mérito, darlhe provimento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, voto em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar lhe provimento. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 386DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.922517/2013-70
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2012
RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA ALHEIA À MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE OU AO ACÓRDÃO RECORRIDO. PRECLUSÃO.
É precluso o direito de se apresentar argumentos que não tenham sido suscitados na manifestação de inconformidade e na decisão recorrida.
RECURSO NÃO APRESENTA NOVAS RAZÕES. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS.
O recorrente, afora os argumentos não suscitados na decisão recorrida, apresenta recurso que basicamente repete e reitera as razões da manifestação de inconformidade. Nestes termos, cumpre ressaltar a faculdade garantida ao julgador da segunda instância, pelo Regimento Interno do CARF, da proposta de manutenção da decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos.
Numero da decisão: 3001-000.241
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, deixando de conhecer em relação à preclusão do direito de defesa, vencido o conselheiro Renato Vieira de Avila que conheceu totalmente do Recurso. No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
1.0 = *:*
toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201803
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2012 RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA ALHEIA À MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE OU AO ACÓRDÃO RECORRIDO. PRECLUSÃO. É precluso o direito de se apresentar argumentos que não tenham sido suscitados na manifestação de inconformidade e na decisão recorrida. RECURSO NÃO APRESENTA NOVAS RAZÕES. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. O recorrente, afora os argumentos não suscitados na decisão recorrida, apresenta recurso que basicamente repete e reitera as razões da manifestação de inconformidade. Nestes termos, cumpre ressaltar a faculdade garantida ao julgador da segunda instância, pelo Regimento Interno do CARF, da proposta de manutenção da decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos.
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10880.922517/2013-70
anomes_publicacao_s : 201804
conteudo_id_s : 5851360
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3001-000.241
nome_arquivo_s : Decisao_10880922517201370.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : ORLANDO RUTIGLIANI BERRI
nome_arquivo_pdf_s : 10880922517201370_5851360.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, deixando de conhecer em relação à preclusão do direito de defesa, vencido o conselheiro Renato Vieira de Avila que conheceu totalmente do Recurso. No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
id : 7198487
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:15:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050009407062016
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1859; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 58 1 57 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.922517/201370 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3001000.241 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 13 de março de 2018 Matéria DCOMP ELETRÔNICO RESSARCIMENTO DE IPI Recorrente JADE AZ COMERCIAL DE ALIMENTOS EIRELI EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2012 RECURSO VOLUNTÁRIO. MATÉRIA ALHEIA À MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE OU AO ACÓRDÃO RECORRIDO. PRECLUSÃO. É precluso o direito de se apresentar argumentos que não tenham sido suscitados na manifestação de inconformidade e na decisão recorrida. RECURSO NÃO APRESENTA NOVAS RAZÕES. DECISÃO RECORRIDA. MANUTENÇÃO PELOS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. O recorrente, afora os argumentos não suscitados na decisão recorrida, apresenta recurso que basicamente repete e reitera as razões da manifestação de inconformidade. Nestes termos, cumpre ressaltar a faculdade garantida ao julgador da segunda instância, pelo Regimento Interno do CARF, da proposta de manutenção da decisão recorrida pelos seus próprios fundamentos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Voluntário, deixando de conhecer em relação à preclusão do direito de defesa, vencido o conselheiro Renato Vieira de Avila que conheceu totalmente do Recurso. No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 25 17 /2 01 3- 70 Fl. 58DF CARF MF 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão 0258.356, da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG DRJ/BHE que, em sessão de julgamento realizada no dia 29.07.2014, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconheceu o direito creditório postulado e, por decorrência, não homologou a compensação pleiteada. Dos fatos Por bem sintetizar os fatos, transcrevo o relatório do acórdão recorrido (efls. 30 a 37): Relatório DESPACHO DECISÓRIO O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório com número de rastreamento 57873045, emitido eletronicamente em 02/08/2013, referente ao PER/DCOMP nº 27140.36510.310712.1.3.049412. O PerDcomp foi transmitido com o objetivo de compensar o(s) débito(s) nele discriminado(s) com crédito de COFINS, Código de Receita 2172, no valor de R$4.999,63, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 25/04/2012. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE O interessado apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese, o que se segue: que a alegação de que não restou crédito disponível não pode ser entendida como fundamento para o DD; que a autoridade administrativa quedouse inerte na análise de qualquer situação que legitima o crédito postulado; que o processo administrativo no âmbito federal tem regulamentação própria e deve ser observada pela autoridade julgadora; Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10880.922517/201370 Acórdão n.º 3001000.241 S3C0T1 Fl. 59 3 que a Lei 9784, de 1999, no art. 2, inciso VIII, dispõe, entre outros, sobre os princípios da legalidade, motivação e observância das formalidades; que a autoridade não se deu nem sequer ao trabalho de motivar seu despacho; que se torna evidente que a não homologação desta compensação ocorreu por uma questão de sistema de informática, porque o crédito propriamente dito nem sequer foi apreciado; que a autoridade administrativa limitouse a verificar se o pagamento realizado estava disponível em seus sistemas; que diversas situações que acarretariam na restituição do valor recolhido, seja pela inclusão indevida de valores na base de cálculo, seja por erro de fato na apuração do imposto, seja por situações que autorizam o contribuinte a reduzir valores da base de cálculo, hipóteses que são regulamentadas pela IN 1.300/2012; que a autoridade administrativa furtouse em analisar qualquer das possibilidades que ensejaria a restituição postulada; que simplesmente não homologar a compensação sem explicar os motivos da suposta indisponibilidade do crédito, torna a decisão totalmente nula, por não oferecer os elementos necessários para que a empresa possa promover sua defesa e a prova da existência deste crédito; que houve cerceamento de direito de defesa, porque a autoridade nem sequer intimou a empresa a prestar os esclarecimentos necessários; em observância ao princípio constitucional da eficiência, a administração está obrigada a intimar o interessado a fazer os esclarecimentos necessários e comprovar o alegado, sempre que lhe restar dúvidas; que ficou impossibilitada a oportuna apresentação de prova do direito alegado, já que nem a autoridade administrativa sabe o motivo do indeferimento, tampouco a impugnante; há de ser aplicada a regra autorizadora da produção posterior de provas, para o momento em que a lide esteja delineada em seus termos. Ao final, pedese que seja determinada a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, que seja acatada a preliminar de nulidade, que sejam promovidas as diligências necessárias à comprovação do crédito, que este seja reconhecido e que a compensação seja homologada. Da decisão de 1ª Instância Fl. 60DF CARF MF 4 A 2ª Turma da DRJ/BHE, ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade, exarou citado acórdão, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2012 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência de crédito líquido e certo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do recurso voluntário Irresignado com os termos do acórdão vergastado, o requerente interpôs recurso voluntário. Saliento, de plano, que referida peça é composta por dois conjuntos de argumentos, um primeiro no qual aduz que a autoridade administrativa deixou de apreciar o processo judicial 001862627.2013.4.03.6100, que segundo alega, está em trâmite na 22ª Vara Federal da Capital/SP e que julgou o pedido procedente, bem como determinou a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins do recorrente; e um segundo em que, fazendo uso de outras palavras, desenvolve os mesmos questionamentos, ou seja, aqueles já apresentados na sua manifestação de inconformidade. No que confere identidade com as alegações suscitadas em ambas as peças (manifestação de inconformidade e recurso voluntário), a fim de evidenciála, tomo a liberdade de transcrever os itens do recurso voluntário a seguir, ipsis litteris: (...) 11. Pois bem, no despacho que indeferiu o pedido da recorrente ficou consignado; A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando credito(sic) disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Grifei 12. Dessa forma, estamos diante de um ato administrativo vinculado, sendo necessário preencher os requisitos atribuídos por lei, isto é, não houvera a fundamentação de quais foram os pagamentos localizados, visto que simplesmente noticia por meio da margem da discricionariedade que foram localizados um ou mais pagamentos. 13. Dessa forma, a violação de qualquer dos princípios da Administração ou do direito administrativo, assim como suas regras, pode inibir a edição do ato, a violação isolada ou conjuntamente, sugere o exercício do controle dos atos da Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10880.922517/201370 Acórdão n.º 3001000.241 S3C0T1 Fl. 60 5 administração, seja por meio da aplicação dos princípios da auto tutela e tutela. 14. Deve a Recorrida rever seus próprios atos, seja para revogá los (quando inconvenientes) seja para anulálos (quando ilegais). "..." (Sumula(sic) 473 do Supremo Tribunal Federal))(sic). 15. A atuação administrativa desconforme, ou contraria aos princípios enunciados, carreta (sic), por isso, ao ato a invalidade dos efeitos almejados pelo agente ou pela Administração. 16. Como sabemos, a Constituição da República, em norma revestida de conteúdo VEDATÓRIO (CF, art. 5º, LVI), desautoriza, por incompatível com os postulados que regem uma sociedade fundada em bases democráticas (CF, art. 1º), qualquer prova cuja obtenção, pelo Poder Público, derive de transgressão a cláusulas de ordem constitucional, repelindo, por isso mesmo, quaisquer elementos probatórios que resultem de violação do direito material (ou, até mesmo, do direito processual), não prevalecendo, em consequência, no ordenamento normativo brasileiro, em matéria de atividade probatória, a fórmula autoritária do 'male captum, bene retetum'.(sic) 18.(sic) Assim, esse tipo de procedimento que indeferiu o pedido do contribuinte por meio de um ato discricionário e noticia que foram localizados um ou mais pagamentos, por meio de sua administração tributária, vais ao desencontro aos postulados consagrados pela Constituição da República, e revelamse inaceitáveis e não são corroborados pelo Supremo Tribunal Federal, conforme jurisprudência in verbi(sic): (...) Do encaminhamento O presente processo digital, então, foi encaminhado para ser analisado por este CARF na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Orlando Rutigliani Berri, Relator Da tempestividade O contribuinte em 24.05.2016, segundo o "Termo de Abertura de Documento", tomou conhecimento do acórdão de manifestação de inconformidade (efl. 41). Fl. 62DF CARF MF 6 Irresignado com a referida decisão, o recorrente em 12.06.2016, conforme o "Termo de Análise de Solicitação de Juntada" (efl. 56), registrou a solicitação de juntada do recurso voluntário apresentado (efls. 43 a 50). No caso, compulsando as datas acima destacadas e confrontandoas com a legislação processual de regência, concluise que o recurso voluntário é tempestivo. Do não conhecimento Proferida decisão de primeira instância administrativa que seja total ou parcialmente desfavorável ao contribuinte, desta caberá recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, nos termos do artigo 33 do Decreto 70.235 de 06.03.1972: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. O dispositivo acima transcrito não deixa dúvida de que os motivos de fato ou de direito, os pontos de discordância e as razões e provas que o sujeito passivo possuir devem ser apresentados em sede de impugnação/manifestação de inconformidade. Quanto ao recurso voluntário, este deve ser interposto em face da decisão de piso (recorrida), restando precluso o direito de se trazer argumentos que não tenham sido suscitados na impugnação/manifestação de inconformidade ou no decisum a quo. No entanto, compulsando a manifestação de inconformidade e o recurso voluntário constatase, conforme já evidenciado no relatório deste acórdão, que, ainda que em sede de manifestação de inconformidade o recorrente tenha se ocupado em rebater as razões de decidir do despacho decisório, para nela suscitar o acatamento das diversas preliminares aduzidas, no intuito de pretender a declaração de nulidade do despacho, por entender que este está eivado de vício insanável, em face da suposta ausência da exposição dos fundamentos que culminaram com a não homologação da compensação declarada, bem assim, para que fosse determinada a remessa dos autos para a unidade de origem, a fim de esta realizar as diligências necessárias à comprovação do alegado crédito, no recurso voluntário, para além de reprisálas circunstância que será devidamente tratada no próximo tópico, traz argumento sobre o qual foi silente na manifestação de inconformidade, qual seja, a que diz respeito ao fato de que "a autoridade administrativa" deixar "apreciar o processo judicial em tramite(sic) na 22ª Vara Federal da Capital/SP, processo n. 001862627.2013.4.03.6100, que julgou o pedido procedente, bem como determinou a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins". Vejase que, embora desprovidos de consistência, não há como conhecer do argumento contido no recurso voluntário que trata do aventado processo judicial 0018626 27.2013.4.03.6100, eis que a questão nele abordada não foi objeto da manifestação de inconformidade, tampouco da decisão recorrida. Isto porque não pode o recorrente modificar o pedido ou invocar outra causa petendi (causa de pedir) nesta fase do contencioso administrativo, sob pena de violação do princípio da congruência e ofender aos preceitos gravados nos artigos 16 e 17 do Decreto 70.235 de 1972 e nos artigos 141, 223, 329 e 492 do Código de Processo Civil, mormente quando falece razão para somente agora trazer aduzir estes novos questionamentos. Por decorrência, a matéria ventilada no recurso voluntário deve limitarse àquela trazida pelo recorrente em sua manifestação de inconformidade, posto que é defeso à parte contrária ser surpreendida com novos argumentos nesta fase processual, sob pena de violar o princípio do contraditório e da ampla defesa, da supressão de instância e da lealdade Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10880.922517/201370 Acórdão n.º 3001000.241 S3C0T1 Fl. 61 7 processual, que deve preponderar entre as partes e ser incentivada e supervisionada pelo órgão julgador. Da manutenção dos fundamentos da decisão recorrida Dispõe o artigo 57 do Anexo II do RICARF (Portaria MF 343 de 09.06.2015), in verbis: Art. 57. Em cada sessão de julgamento será observada a seguinte ordem: (...) § 1º A ementa, relatório e voto deverão ser disponibilizados exclusivamente aos conselheiros do colegiado, previamente ao início de cada sessão de julgamento correspondente, em meio eletrônico. (...) § 3º A exigência do § 1º pode ser atendida com a transcrição da decisão de primeira instância, se o relator registrar que as partes não apresentaram novas razões de defesa perante a segunda instância e propuser a confirmação e adoção da decisão recorrida. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) (grifei) Nos termos do faculdade garantida ao julgador do colegiado ad quem, pela norma acima transcrita e, em especial, a grifada, a decisão recorrida deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos no que se refere (i) ao pedido de posterior juntada de prova e realização de diligência, (ii) à arguição de nulidade do despacho decisório, (iii) à motivação do despacho decisório, (iv) à falta de intimação para prestar esclarecimentos e, por fim, (v) ao ônus da prova, razão pela qual transcrevo na íntegra seu voto condutor. Vejamos: Voto A manifestação de inconformidade é tempestiva e dela tomase conhecimento. PEDIDO DE POSTERIOR JUNTADA DE PROVA E DILIGÊNCIA O momento oportuno para a juntada de provas em que se fundamentam as alegações é quando da apresentação da impugnação (art. 15 do Dec. n.º 70.235, de 1972). O § 4º e o § 5º do art. 16 do Dec. n.º 70.235, de 1972, instituídos pelo art. 67 da Lei n.º 9.532, de 10 de dezembro de 1997, estabelecem a preclusão da juntada de prova documental depois de trazida a impugnação, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. Sem a comprovação da ocorrência de uma dessas condições, não há falar em juntada de novos documentos. Fl. 64DF CARF MF 8 Alegase que a apresentação de provas não foi possível, porque o interessado não sabe o motivo da não homologação da compensação. O alegado desconhecimento não se justifica, conforme se demonstra no tópico seguinte deste voto. Da mesma forma, considerase não formulado o pedido de diligência que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16 do Dec. n.º 70.235, de 1972, acrescido pelo art. 1.º da Lei n.º 8.748, de 09 de dezembro de 1993 (§ 1º do mesmo art. 16). O pedido de diligência deve conter os motivos que o justifiquem e os quesitos referentes aos exames desejados, não sendo admitido quando efetuado de forma genérica. De toda sorte, o pedido de diligência deve ser indeferido, por ser prescindível. Não cabe a realização de diligência para sanar a insuficiência de prova das alegações do contribuinte. A diligência só se justifica quando há dúvida diante dos fatos; ela visa a fornecer ao julgador informações necessárias para a formação da sua convicção que não estejam a sua disposição. No caso, há nos autos elementos suficientes para a solução da lide. ARGÜIÇÃO DE NULIDADE DO DESPACHO DECISÓRIO Quanto à argüição de nulidade do despacho, ela é descabida. A matéria é regida pelos arts. 59 e 60 do Dec. n.º 70.235, de 1972, abaixo transcritos: "Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. ................................................... Art. 60 As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio." O despacho contestado não é nulo, porque não observadas as hipóteses do inciso II do art. 59 acima transcrito. O ato foi lavrado por autoridade competente e não houve preterição do direito de defesa. A alegada falta de motivação do despacho não se confirma e a falta de intimação prévia não prejudica a defesa, conforme será demonstrado em tópico mais adiante deste voto. Outras irregularidades, incorreções e omissões não importam nulidade, mas saneamento, quando muito. Entretanto, nada há que demande o saneamento previsto no art. 60 do Dec. n.º 70.235, de 1972, transcrito no item anterior deste voto. No ato contestado não há o que prejudique o próprio processo, ou o estabelecimento da relação jurídica processual, nele constando todas as formalidades exigidas na legislação para que seja considerado válido ou juridicamente perfeito. Em verdade, não se verificam, no despacho decisório, irregularidades, Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10880.922517/201370 Acórdão n.º 3001000.241 S3C0T1 Fl. 62 9 incorreções nem omissões que prejudiquem o reclamante, ou influam na solução do litígio. Motivação do Despacho Decisório O despacho não deixa dúvida quanto à sua motivação: o fundamento de fato para a não homologação é a inexistência do crédito utilizado na compensação; o fundamento legal é, entre outros, o art. 74 da Lei n.º 9.430, de 1996. O caput do referido artigo diz que o sujeito passivo que apurar crédito passível de restituição ou de ressarcimento poderá utilizálo na compensação de débitos próprios. Isso significa que, se o sujeito passivo não apurar crédito passível de restituição ou ressarcimento, não poderá fazer compensação. Portanto, a inexistência do crédito utilizado no PER/DCOMP é fundamento de fato legítimo e suficiente para a não homologação. O despacho decisório explicita de maneira fundamentada, como se concluiu pela inexistência do crédito utilizado. Lá consta que o Darf apresentado como origem do crédito foi utilizado para pagamento de tributo declarado. Entre as informações nele apresentadas, estão o valor original do débito declarado, seu período de apuração e o código do tributo. Demonstrase, assim, que o despacho traz, de forma explícita, a motivação da não homologação. A exposição é clara e exaustiva, não havendo preterição do direito de defesa. A análise da motivação é questão de mérito. Sua eventual improcedência não é motivo de nulidade e não afeta o estabelecimento da relação jurídica processual. Falta de Intimação Para Prestar Esclarecimentos Pelo que dispõe o Decreto nº 70.235, de 1972, não constitui irregularidade a falta de oportunidade para a manifestação do sujeito passivo antes da ciência do despacho decisório de não homologação da compensação. O Decreto nº 70.235, de 1972, rege o processo administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União e o de consulta sobre a aplicação da legislação tributária federal (art. 1º). A sua sistemática compreende a existência de autos de infração ou notificações de lançamento, que formalizam a exigência de crédito tributário, a retificação de prejuízo fiscal e a aplicação de penalidade isolada, nos termos de seu art. 9º, com a redação data pela Lei nº 8.748, de 1993. No caso, não se trata de processo de exigência de crédito tributário, mas de não homologação de compensação. Outras normas facultaram a apresentação de reclamação contra atos administrativos distintos do lançamento e imputaram a competência de seu julgamento, em 1ª instância, também às Delegacias da Receita Federal de Julgamento. Diz o § 9º do art. 74 da Lei n.º 9.430, 27 de dezembro de 1996, que é facultado ao sujeito passivo, apresentar manifestação de inconformidade Fl. 66DF CARF MF 10 contra a nãohomologação da compensação. De acordo com o § 11 do mesmo artigo 74, a manifestação de inconformidade de que trata o § 9º segue o Decreto n.º 70.235, de 1972. O Dec. n.º 70.235, de 1972, tratou da lide fiscal como algo que gira em torno da exigência fiscal e é por ela delimitada. Antes da formalização da exigência, com a ciência do auto de infração, não há o que contestar, não há do que se defender, não há litígio. Intimações para prestar esclarecimentos, quando feitas no curso das investigações, não conferem contraditório; respostas a elas dadas não constituem defesa, pois sem auto de infração, não há acusação do que se defender. A impugnação da exigência é que instaura a fase litigiosa do procedimento (art. 14 do Dec. n.º 70.235, de 1972). O direito ao contraditório e a ampla defesa surgem com a ciência do lançamento. No processo de nãohomologação de compensação não há auto de infração nem lançamento. O despacho decisório não constitui “decisão” no processo administrativo, e sim ato contra o qual se instaura o litígio. O tratamento que o Decreto determina para o auto de infração deve ser dado ao despacho decisório contestado (ato de nãohomologação da compensação); o tratamento determinado para a impugnação deve ser dado à manifestação de inconformidade. Assim sendo, o litígio só se instaura com a apresentação da manifestação de inconformidade. Antes da ciência do despacho decisório, não há falar em contraditório, muito menos em oportunidade para o sujeito passivo se manifestar contra a motivação da nãohomologação da compensação. Assim sendo, é despropositada a alegação de falta de oportunidade para defesa. A oportunidade foi dada pelo despacho decisório, no qual o sujeito passivo é alertado para o direito ao contraditório que lhe assiste. Tal direito foi exercido com a apresentação de manifestação de inconformidade. A análise que aqui se faz da manifestação de inconformidade comprova que o direito de defesa e o devido processo legal estão sendo respeitados. ÔNUS DA PROVA É condição indispensável para a homologação da compensação pretendida, que o crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Pública seja líquido e certo (art. 170 do CTN). Em um processo de restituição, ressarcimento ou compensação, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação do PER/DCOMP, de tal sorte que incumbirá a ele o contribuinte demonstrar seu direito. Levandose em conta que o crédito oferecido à compensação deve ser líquido e certo, concluise que a RFB deve indeferir o pedido ou não homologar a compensação, quando não há certeza e liquidez, como ocorre nos casos de contradição do próprio contribuinte em suas declarações. Se o Darf indicado como origem do crédito utilizado no PER/DCOMP foi anteriormente vinculado em DCTF pelo Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10880.922517/201370 Acórdão n.º 3001000.241 S3C0T1 Fl. 63 11 próprio sujeito passivo a um débito nela declarado, a decisão da RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta. A DCTF tem a natureza jurídica de confissão de dívida e é instrumento hábil e suficiente para a exigência do débito nela confessado. A declaração presumese verdadeira em relação ao declarante (CC, art. 219 e CPC, art. 368). A declaração válida, oportunamente transmitida, faz prova do valor do débito contra o sujeito passivo e em favor do fisco. Assim, para contestar o fundamento do despacho decisório, cabe ao recorrente demonstrar erro ou a falsidade de sua DCTF. Se não o fizer, o motivo do indeferimento permanece. O contribuinte não trouxe aos autos nenhum documento contábil ou fiscal que demonstrasse suas afirmações genéricas. Ele alega que há situações que podem dar ensejo à restituição, como a inclusão indevida de valores na base de cálculo, erro material na apuração do imposto e reduções de valores da base de cálculo que são autorizadas. Contudo, não prova nenhuma situação concreta que o favoreça e que não tenha sido considerada na apuração do débito confessado em DCTF. As verificações efetuadas nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e nos autos desse processo podem ser assim consolidadas: (...) Ainda que o DARF utilizado constituísse pagamento indevido, não seria suficiente para fazer frente a tantas compensações com ele pretendidas. O mesmo DARF, no valor de R$8.427,06, foi utilizado em 15 PER/DCOMP para compensar débitos que somam R$104.391,80, conforme abaixo discriminado: (...) SOMA 104.391,80 Isto porque, ao meu sentir resta absolutamente demonstrado (i) a lisura do procedimento que culminou no despacho decisório, (ii) seus aspectos intrínsecos e extrínsecos e, de resto, (iii) a ausência de fundamentos jurídicos e fáticos que pudessem dar guarida às pretensões do recorrente, posto que não logrou, seja em sede de manifestação de inconformidade seja em fase recursal, comprovar, de forma mínima sequer, a existência do suposto crédito, informado no PER/DCOMP 27140.36510.310712.1.3.049412. Por todos esses fatos, não tenho como chegar a outra conclusão senão a de que a decisão contida no acórdão recorrido é inelutável. Da conclusão Diante do exposto, voto no sentido de não conhecer da parte do Recurso Voluntário apresentado que trata da não apreciação do processo judicial 0018626 27.2013.4.03.6100, em face da preclusão, e na parte conhecida negarlhe provimento. Fl. 68DF CARF MF 12 (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Fl. 69DF CARF MF
score : 1.0
