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Numero do processo: 19515.003831/2009-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jun 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa.
AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. INCORREÇÕES. LANÇAMENTOS PRINCIPAIS JÁ JULGADOS. RELAÇÃO DE CONEXÃO E ACESSORIEDADE. NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA MULTA QUANTO A RUBRICAS CONSIDERADAS COMO BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES E EXCLUSÃO QUANTO ÀS NÃO CONSIDERADAS COMO BASE. Tendo em vista que o presente lançamento é acessório ao processo principal no qual foram julgadas procedentes parte das contribuições previdenciárias que justificaram a aplicação da multa pelo descumprimento de obrigação acessória, outra não pode ser a conclusão, senão pela manutenção da multa aplicada no presente Auto de Infração relativamente às rubricas consideradas como base de cálculo das contribuições.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-004.985
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir do lançamento a multa relativa aos autos de Infração n. 37.242.470-8 e 37.242.471-6.
Ronaldo Lima Macedo - Presidente
Lourenço Ferreira do Prado - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Natanael Vieira dos Santos, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Marcelo Oliveira e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: LOURENCO FERREIRA DO PRADO
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OMISSÃO DE FATOS GERADORES Recorrente SARAIVA SA LIVREIROS E EDITORES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa. AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. INCORREÇÕES. LANÇAMENTOS PRINCIPAIS JÁ JULGADOS. RELAÇÃO DE CONEXÃO E ACESSORIEDADE. NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA MULTA QUANTO A RUBRICAS CONSIDERADAS COMO BASE DE CÁLCULO DAS CONTRIBUIÇÕES E EXCLUSÃO QUANTO ÀS NÃO CONSIDERADAS COMO BASE. Tendo em vista que o presente lançamento é acessório ao processo principal no qual foram julgadas procedentes parte das contribuições previdenciárias que justificaram a aplicação da multa pelo descumprimento de obrigação acessória, outra não pode ser a conclusão, senão pela manutenção da multa aplicada no presente Auto de Infração relativamente às rubricas consideradas como base de cálculo das contribuições. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 38 31 /2 00 9- 16 Fl. 178DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir do lançamento a multa relativa aos autos de Infração n. 37.242.4708 e 37.242.4716. Ronaldo Lima Macedo Presidente Lourenço Ferreira do Prado Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Natanael Vieira dos Santos, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Marcelo Oliveira e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 515 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por SARAIVA SA LIVREIROS E EDITORES, em face de acórdão que manteve a integralidade do Auto de Infração 37.198.9566 lavrado em razão de desobediência ao art. 32, inciso IV, parágrafo 5, da Lei 8.212/91, uma vez que a Recorrente apresentou as GFIPs das competências de 01/2005 a 12/2005, com dados não correspondentes aos fatos. Conforme dispõe o relatório fiscal: "Especificamente, a empresa não informa em GFIP/GRFP os valores pagos a alguns dos segurados empregados a título de Participação nos Lucros e Resultados PLR e Indenização, pagamentos estes considerados por essa ação fiscal como salário de contribuição. Anexamos ao presente Auto planilha nominal desses valores pagos a cada empregado, considerado por essa fiscalização como base de cálculo da contribuição previdenciária. Os valores devidos relativos a esses fatos geradores foram cobrados por meio dos Autos de Infração DEBCAD No. 37.242.4708 e 37.242.4716 lavrados nessa mesma ação fiscal. • Da mesma forma, a empresa deixa de informar em GFIP os pagamentos realizados a alguns contribuintes individuais trabalhadores autônomos relacionados nominalmente em planilha magnética elaborada pela prória empresa, posteriormente trabalhada pela fiscalização, e todas anexadas a esse Auto de Infração. O valor devido da contribuição previdenciária relativa a esse fato gerador foi lançado por meio dos Autos de Infração DEBCAD No. 37.198.9582 e 37.198.9590, nessa mesma ação fiscal. A empresa ainda realizou pagamentos a alguns de seus Administradores a título de "Participação de Administradores" no mês de 04/2005, sem, contudo, considerar tais pagamentos como base de cálculo de contribuição previdenciária e informar tais pagamentos em GFIP . O valor devido da contribuição previdenciária foi lançado nessa mesma ação fiscal por meio do Auto de Infração DEBCAD No. 37.198.9574. Sendo assim, elaboramos planilha magnética, também anexada a esse Auto de Infração, em que totalizamos os valores devidos não informados em GFIP relativos aos fatos geradores anteriormente citados, a fim de demonstrarmos o cálculo do valor da multa aqui aplicada. Sendo base de cálculo de contribuição previdenciária, tais valores pagos deveriam constar obrigatoriamente em GFIP.geradores de TODAS as contribuições previdenciárias." O lançamento compreende as competências de 04/2005 e 05/2005 tendo sido o recorrente cientificado do lançamento em 29/09/2009 (fls. 01). Fl. 180DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 4 O relatório fiscal também aponta que no presente caso fora observado o que disposto na Lei 11.941/09, de modo que, o valor da multa aplicado no presente Auto fora conforme a legislação anterior (FL 68 – Descumprimento de obrigação acessória de informação em GFIP) somada à multa de mora de 24%. Devidamente intimado do julgamento em primeira instância (fls.109), o contribuinte interpôs o competente recurso voluntário, através do qual sustenta, em síntese: 1. os valores alusivos aos segurados empregados a título de PLR e Indenização não poderiam constar em GFIP porquanto não constituem fato gerador para contribuição previdenciária; 2. que a Lei 10.101/00 dispositivo acima transcrito, em seu parágrafo primeiro, não traz qualquer vedação quanto ao fato dos instrumentos decorrentes da negociação entre as partes, no caso, as Convenções Coletivas, estabelecerem o pagamento de valores fixos a titulo de Participação nos Lucros ou Resultados; 3. que os pagamentos realizados a titulo de PLR nos meses de 01/05, 02/05, 03/05 e 05/05, não há que falar se em inobservância ao que preconiza a Lei 10.101/00, pois tratamse de pagamentos relativos aos Termos de Rescisões complementares, conforme demonstraram os documentos acostados ao referido auto. Portanto, não merece prevalecer o entendimento exposto na r. decisão ao afirmar que esses pagamentos integram o salário de contribuição e devem ser tributados pela contribuição previdenciária; 4. que o lançamento foi efetuado por presunção; 5. que as parcelas pagas as título de PLR possuem natureza indenizatória, não devendo ser consideradas como base de cálculo de contribuições previdenciárias, à luz da Constituição e da Lei; 6. que os pagamentos destinados como indenização referemse tão somente às verbas indenizatórias, sendo assim não são bases de cálculo para a incidência de qualquer contribuição previdenciária 7. No tocante a contribuição dos segurados empregados e da parte da empresa não pode haver incidência de contribuição previdenciária sobre verbas de natureza não remuneratória 8. que houve equívoco pela fiscalização se furtou a. compreender os critérios de contabilização dos valores pagos aos contribuintes individuais (autônomos) que prestaram serviços à Recorrente no período autuado, Fl. 181DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 516 5 negando aceitação aos mesmos, optando por lavrar o presente auto sem se ater à comprovação dos fatos 9. que os valores contabilizados como pagamentos feitos aos autônomos, compreenderam os pagamentos resultantes da prestação de serviço e encargos previdenciários incidentes, tanto referentes à parte da empresa, quanto à parte retida dos Segurados autônomos. 10. que não houve ausência de valores de contribuição previdenciária 11. que a autoridade fiscal, por mera presunção, considerou que a Recorrente deixou de recolher parte das contribuições previdenciárias; 12. que é sociedade anônima de capital aberto e sujeita às normas contábeis advindas da Lei 6.404/76 e normas complementares da Comissão de Valores Mobiliários CVM. Os registros contábeis obedecem rigorosamente às práticas contábeis adotadas no Brasil, consubstanciadas através de pronunciamentos técnicos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPC, legitimados pelo Conselho Federal de Contabilidade CFC e pela Comissão de Valores Mobiliários CVM. 13. que a multa aplicada pela autoridade fiscal só seria devida, se devidas fossem, as obrigações principais relacionadas, o que ficou comprovado não ser o caso, evidenciando que o lançamento foi realizado sem quaisquer critérios constantes de normas específicas, resultando em equivocada e presumida apuração de falta de recolhimento das contribuições sociais devidas à Receita Federal do Brasil, o que não guarda qualquer relação com a realidade dos fatos. 14. Ainda sobre a multa exigida no Auto de Infração, aduz a Recorrente que esta vai além do limite do razoável, passando a invadir o patrimônio da Recorrente, em total afronta ao que prescreve a Constituição Federal, portanto. não há falarse em autuação complementar, por equívoco cometido pela fiscalização em razão de aplicação de multa a menor, já que demonstrado que não houve qualquer descumprimento de obrigação acessória pela Recorrente. 15. que o auto de infração em tela deve ser declarado NULO de pleno direito, visto que a autoridade Fl. 182DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 6 administrativa não atendeu aos requisitos indispensáveis a regular constituição do crédito tributário previstos no artgo 142 do Código Tributário Nacional Processado o recurso sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 183DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 517 7 Voto Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, Relator CONHECIMENTO Tempestivo o recurso e presentes os demais requisitos de admissibilidade, dele conheço. PRELIMINARMENTE No que se refere ao pedido para o reconhecimento da nulidade do Auto de Infração, entendo que o mesmo deva ser rejeitado. Nada mais fez a fiscalização do que aplicar ao caso em concreto a legislação pertinente, atribuindo à recorrente, a responsabilidade pelo pagamento de contribuições previdenciárias por ela não adimplidas e declaradas, levando a efeito simplesmente aquilo que determinado pela Lei 8.212/91. Assim, uma vez que não houve qualquer transgressão a norma legal em vigor, não hã que se reconhecer a nulidade do lançamento. Logo, ao que se depreende do relatório fiscal, verificase ter sido observado o que disposto no art. 142 do CTN a seguir: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Da análise do relatório fiscal, verificase que este veio devidamente acompanhado de todos os anexos do Auto de Infração, sendo dele parte integrante, quando se percebe que todos foram concebidos em total observância às disposições do art. 142 do CTN e 37 da Lei n. 8.212/91, na medida em que todos os fundamentos de fato e de direito que ensejaram a lavratura do Auto restaram devidamente demonstrados, o que proporcionou e garantiu ao contribuinte a clara e inequívoca ciência e materialização da ocorrência do fato gerador e dos valores não recolhidos das contribuições sociais devidas. No caso, todos os fundamentos para a demonstração da forma de cálculo da multa devida consta dos autos e foram tempestiva e corretamente franqueados e cientificados à recorrente. Rejeito, pois, a preliminar. Fl. 184DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 8 MÉRITO Pois bem, conforme já relatado, o presente Auto de Infração fora lavrado para a cobrança de multa por ter a recorrente deixado de informar em GFIP todos os fatos geradores de contribuições a seu cargo. E os fatos geradores foram os seguintes: (i) participação nos Lucros e Resultados PLR e Indenização, aos seus segurados empregados, cobrados por meio dos Autos de Infração DEBCAD No. 37.242.4708 e 37.242.4716; (ii) pagamentos realizados a alguns contribuintes individuais trabalhadores cobradas por meio dos Autos de Infração DEBCAD No. 37.198.9582 e 37.198.9590; (iii) pagamentos a alguns de seus Administradores a título de "Participação de Administradores" cobrados por meio do Auto de Infração DEBCAD No. 37.198.9574; Fato é que o julgamento dos processos principais relacionados aos autos de infração supra mencionados já fora levada a efeito, sendo que os argumentos constantes no recurso voluntário que ora se examina, já foram objeto de decisão quando do julgamento dos processos principais, conforme se passa a demonstrar: (i) PLR paga a empregados A questão já foi objeto do julgamento nos autos do processo n. 19515.003836/200931 e 19515.003837/200985, sendo que o julgamento restou assim ementado: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PLR. CRITÉRIOS ESTABELECIDOS QUE NÃO ESTÃO EM DESACORDO COM A LEI 10.101/00. O art. 2o , §1o da Lei 10.101/01 não exige expressamente que os critérios fixados para o pagamento da PLR observem obrigatoriamente o que dispõe os seus incisos I e II, mas apenas que a fixação dos critérios, dentre outros pontos, poderá observar os índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa, programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Na oportunidade, os argumentos de decidir que culminaram na não incidência das contribuições sobre o pagamento de PLR aos empregados foram os seguintes: A questão de mérito do presente recurso repousa na tese de que a recorrente não infringiu o que determinado pela Lei 10.101/00, quando efetuou o pagamento da PLR a seus segurados empregados no ano de 2005. A recorrente e seus empregados elegeram como forma de regulação da PLR o formato de Convenção Coletiva de Trabalho, que assim dispõe sobre o tema: CLAUSULA 07 PARTICIPAÇÃO NOS RESULTADOS Fl. 185DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 518 9 Para os efeitos e na forma do artigo 7o incisos XI e XXVI, da Constituição Federal, bem como do artigo 2 0, inciso II da Lei n° 10.101, de 19.12.2000, que dispõem sabre a Participação dos Trabalhadores nos Lucros ou Resultados da Empresa, as partes ajustam o quanto segue: §1o A presente cláusula terá vigência por 02 (dois) anos, a contar de 17.NOV.2004, objetivando viabilizar o estabelecimento de critério pare o pagamento da participação nos resultados referente ao ano de 2005. § 2o Os empregados em atividade em 17.NOV.2004, receberão uma participação de natureza não salarial, referente ao ano de 2004, tendo em vista as regras abaixo: A) Pelas empresas que possuam até 19 (dezenove) empregados, o valor a ser pago será de R$ 315,00 (trezentos e quinze reais), em 2 (dues) parcelas de R$ 157,50 (cento e cinqüenta e sete reais e cinqüenta centavos); pelas empresas que possuam de 20 (vinte) a 49 (quarenta e nove) empregados, o valor a ser pago serei de R$ 342,00 (trezentos e quarenta e dois reais), em 2 (dues) parcelas de R$ 171,00 (cento e setenta e um reais); pelas empresas que possuam de 50 (cinquenta) a 99 (noventa e nove)empregados, o valor a ser pago serif de R$ 400,00 (quatrocentos reais) em 2 (dues) parcelas de R$ 200,00 (duzentos reais), e para aquelas que possuam 100 (cem) ou mais empregados, o valor a ser pago será de R$ 460,00 (quatrocentos e sessenta reais), em 2 (duas) parcelas de R$ 230,00 (duzentos e trinta reais), sendo que o pagamento de cada parcela será efetuado juntamente com os salários referentes aos meses de MARÇO e SETEMBRO de 2005. O pagamento da referida participação será efetuado tendo em vista as faltas injustificadas dos empregados nos períodos de 17.NOV.2003 a 15.MAI.2004 e 17.MAI.2004 a 16.NOV.2004 (base para pagamento da primeira e segunda parcelas, respectivamente), observada a tabela abaixo em cada um dos semestres, conforme acordado na Convenção Coletiva de Trabalho firmada em 28.NOV.2003: Antes ainda de analisar as disposições da convenção coletiva, cumpre asseverar que a Constituição Federal de 1988 (CF/88) estabelece em seu artigo 7°, inciso XI, norma relativa à Participação nos Lucros e/ou Resultados: Art. 7° Silo direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, alem de outros que visem melhoria de sua condição social: XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; Referida norma não possui aplicação imediata, mas depende da edição de Lei que a regulasse, na forma e modo proposto pelo Poder Legislativo, o que já foi objeto de decisão pelo próprio Poder Judiciário. Fl. 186DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 10 A incidência de contribuição previdenciária, portanto, só fica afastada nas hipóteses previstas no parágrafo 9°, do artigo 28, da Lei n° 8212/91, destacandose, no presente as , a alínea "j" do referido dispositivo legal. Após 29/12/1994, com a regulamentação do referido dispositivo constitucional (artigo 7°, inciso XI), e nos termos do artigo 28, parágrafo 9°, alínea "j" da Lei n.° 8.212/91, a seguir transcrito, a participação nos lucros ou resultados só não terá natureza jurídica salarial, e não integrará o saláriodecontribuição, se for paga em conformidade com o disposto na Medida Provisória 794 de 29/12/1994, e as que se lhe seguiram reeditando a matéria, finalmente convertidas na Lei n.° 10.101, de 19/12/2000. Art. 28. (..) § 9o Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (Redação dada pela Lei n°9.528, de 10.12.97) (..) j) a participação nos lucros ou resultados da empresa ,q uando paga ou creditada de acordo com lei especifica; (grifos nossos) O Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n° 3.048/99, por sua vez, discrimina em seu artigo 214, parágrafo 9°, quais as rubricas que não integram o salário de contribuição, dispondo o parágrafo 10° do mesmo artigo: Art. 214. (..) §1o . As parcelas referidas no parágrafo anterior, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, integram o saláriodecontribuição para todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações legais cabíveis E por fim, assim dispõe a Lei 10.101/00: Art.2° A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre e a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. §1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto a fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: Fl. 187DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 519 11 I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Pois bem, da análise de referido acordo, em contrapartida com o que determinado em Lei, a fiscalização entendeu que foram dois os motivos tidos como suficientes para que a verba paga viesse a ser considerada como base de cálculo das contribuições lançadas. O primeiro deles foi o fato de que o pagamento que deveria se dar em duas parcelas, fora efetuado em uma única parcela. E sobre o assunto, assim dispõe a Lei 10.101/00: "Art. 3o §2 É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil." Ao que se verifica, no presente caso o pagamento dos valores de PLR em parcela única, a toda evidência, não fere aquilo o que disposto em Lei. Ademais, como segundo e principal fundamento para o lançamento, a fiscalização também entendeu que o pagamento da PLR se deu em um valor fixo e desvinculado de qualquer índice de produtividade ou meta. Inicialmente há de se apontar que a mera estipulação do pagamento da PLR em um valor fixo é condição que não foi albergada ou imposta pela Lei 10.101/00, motivo pelo qual, não pode ser atribuída como irregularidade por este simples fato. Todavia, no caso dos autos, não foi apenas o fato de que a parcela foi paga de forma única que levou à conclusão de que não foram observados os requisitos constantes na Lei 10.101/00, mas, preponderantemente, o fato de que o seu pagamento não foi vinculado ou não possuiu correlação com qualquer índice de produtividade eleito pelas partes. Da leitura do Acordo Coletivo, verificase que as condições para o pagamento da PLR são aferidas considerados dois critérios: (i) o número de empregados que a empresa possui e o (ii) número de faltas atribuídas ao empregado no ano calendário anterior. A meu ver, os critérios são objetivos o bastante para adequarem se ao que determina o art. 2o da Lei da PLR, que por sua vez permitem aos trabalhadores aferir o cumprimento do acordado. E é o próprio artigo 2o, §1o,da Lei 10.101/00, que autoriza e permite que as partes envolvidas no acordo elejam Fl. 188DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 12 subjetivamente e a seu exclusivo julgamento, os critérios que pretendem sejam aqueles norteadores da negociação para o pagamento da PLR. Há também de se considerar que referido parágrafo não determina ou impõe às partes a obrigatoriedade de utilizarem como parâmetro os critérios de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa ou mesmo programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Para elucidar a questão, há de se conferir o que preceitua o artigo em comento: §1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto a fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Logo, verificase que a adoção dos critérios sugeridos pelos incisos I e II do 2o, §1o , da Lei 10.101/00, em momento algum é obrigatória, mas apenas facultativa, podendo outros critérios virem a ser fixados em comum acordo pelas partes envolvidas. Não entendo, pois, que a recorrente efetuou o pagamento da PLR de forma equivocada, exatamente pelo fato de que as justificativas adotadas pela fiscalização para a consideração dos pagamentos como remuneração, não caracterizam ofensa às disposições da Lei 10.101/00. Assim não prospera a aplicação pela autoridade fiscal de multa no que se refere a verba em questão. Assim, não sendo devidas as contribuições, não havia a obrigatoriedade de informação dos valores em GFIP. (ii) Contribuinte Individuais A questão já foi objeto do julgamento nos autos do processo n. 19515.003833/200905 e 19515.003834/200941, sendo que o julgamento restou assim ementado: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS AUTÔNOMOS. INFORMAÇÕES PRESTADAS PELO PRÓPRIO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE ERRO. LANÇAMENTO. MANUTENÇÃO. NECESSIDADE. Em se tratando do lançamento efetuado em decorrência de informações prestadas pelo próprio contribuinte em documentação contábil apresentada à fiscalização, no caso os livros, DIPJ, DIRF e planilhas elaboradas, resta ao mesmo comprovar de forma inequívoca que Fl. 189DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 520 13 sua declaração estava eivada de vícios ou erros, sob pena de manutenção do lançamento efetuado. LANÇAMENTO. COMPARATIVO DE DOCUMENTAÇÃO CONTÁBIL APRESENTADA. A divergência de informações acerca de valores pagos a contribuintes individuais apurada em sede de ação fiscal autoriza o lançamento das diferenças, devidamente acrescida dos encargos legais previstos na legislação previdenciária. MULTA. FATOS GERADORES OCORRIDOS ANTES DA EDIÇÃO DA MP 449/08, CONVERTIDA NA LEI 11.941/09. PRINCÍPIO DO TEMPUS REGIT ACTUM. CÁLCULO QUE CONSIDERA A SOMA DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA. Nos termos do artigo 144 do CTN, o lançamento deve se reportar à legislação tributária válida no momento da ocorrência do fato gerador, mesmo que venha a ser posteriormente revogada. Se além do descumprimento da obrigação principal relativa ao adimplemento de contribuições devidas, deixou o contribuinte de informar tais fatos geradores em GFIP, em se tratando de fatos geradores ocorridos anteriormente à edição da MP 449/08, não pode a fiscalização considerar para fins de aplicação da multa mais benéfica a soma da obrigação acessória e da principal, eis que, à época dos fatos, possuíam fundamentação legal específica. Na oportunidade, os argumentos de decidir que culminaram no entendimento da incidência das contribuições sobre os pagamentos efetuados a contribuintes individuais foram os seguintes: O lançamento em tela decorre da ausência de informação em GFIP dos pagamentos realizados aos contribuintes individuais autônomos relacionados em planilha magnética pela própria Recorrente.com informações constantes de sua contabilidade. E sobre o assunto assim restou consignado pelo relatório fiscal: Da mesma forma, a empresa deixa de informar em GFIP os pagamentos realizados a alguns contribuintes individuais trabalhadores autônomos relacionados nominalmente em planilha magnética elaborada pela prória empresa, posteriormente trabalhada pela fiscalização, e todas anexadas a esse Auto de Infração. O valor devido da contribuição previdenciária relativa a esse fato gerador foi lançado por meio dos Autos de Infração DEBCAD No. 37.198.9582 e 37.198.9590, nessa mesma ação fiscal. A empresa ainda realizou pagamentos a alguns de seus Administradores a título de "Participação de Administradores" no mês de 04/2005, sem, contudo, considerar tais pagamentos como base de cálculo de contribuição previdenciária e informar tais pagamentos em GFIP . O valor devido da contribuição previdenciária foi lançado nessa mesma ação fiscal por meio do Auto de Infração DEBCAD No. 37.198.9574. Fl. 190DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 14 Sendo assim, elaboramos planilha magnética, também anexada a esse Auto de Infração, em que totalizamos os valores devidos não informados em GFIP relativos aos fatos geradores anteriormente citados, a fim de demonstrarmos o cálculo do valor da multa aqui aplicada. Sendo base de cálculo de contribuição previdenciária, tais valores pagos deveriam constar obrigatoriamente em GFIP.geradores de TODAS as contribuições previdenciárias." Pois bem, resta claro que a fiscalização analisou detidamente a documentação apresentada. Inicialmente foram verificadas diferenças entre valores pagos e constantes na escrituração contábil e GFIP, acusados também pelos valores declarados em DIPJ e DIRF. Verificando a impossibilidade de ligar referidos valores que constavam na contabilidade aos segurados empregados para a efetiva apuração da ocorrência ou não de divergências, fora requerido à recorrente por meio de novo TIAD, a apresentação de uma planilha nominal, identificando os beneficiários dos pagamentos constantes em sua contabilidade, juntamente com os valores pagos a cada um deles. E assim foi feito. A recorrente apresentou referida planilha. De posse de tal planilha, a fiscalização passou a comparála com os valores declarados em GFIP para cada um dos contribuintes autônomos por ela indicados. Em decorrência deste cotejamento, foram duas as conclusões: (i) existiam pagamentos efetuados a contribuintes que sequer constaram em GFIP e (ii) existiam diferenças quanto a valores de pagamentos informados em GFIP a outros contribuintes que também constavam de referida planilha. Ou seja, nada mais fez a fiscalização do que simplesmente lavrar o Auto de Infração com base em informações prestadas pela própria recorrente. E tal fato fica comprovado pela análise do relatório fiscal da infração. Ora, a recorrente é quem informou, em planilha por si própria elaborada, os valores das remunerações de seus segurados contribuintes individuais que estavam escrituradas em sua contabilidade, conforme requerido pela fiscalização, valores estes que foram comparados aos declarados em GFIP. Ao contribuinte foi dada a oportunidade de esclarecêlos quando intimado para a apresentação da planilha. E assim o fez, indicando um a um os valores da remuneração de seus segurados contribuintes individuais que lhe prestaram serviços. Em tendo agido desta forma, deveria a recorrente trazer aos autos prova cabal de que efetivamente laborou em equívoco, demonstrando não por simples exemplo, mas por documentos e pormenorizadamente que os valores indicados em suas contas contábeis e na planilha apresentada, apesar de maiores do que os declarados em GFIP, continham a parcela de Fl. 191DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 521 15 impostos e contribuições pagas incidentes sobre remuneração de menor valor. Sobre o assunto, bem decidiu o v. acórdão recorrido: “De acordo com os dispositivos legais transcritos, a simples apresentação, por parte da Defendente, de demonstração através da rubrica "Fornecedores Nacionais" do Razão Contábil, conta 2.1.3.01.01.99999, não mencionada pela fiscalização, nem citada nas planilhas entregues pela empresa durante a ação fiscal, não é capaz de repercutir na presente autuação. Ao contrário do que afirma o Contribuinte, lançamentos que porventura englobassem os valores pagos aos prestadores de serviço autônomos, somados a encargos previdenciários, não estariam de acordo com as exigências legais, uma vez que o grau de detalhamento dos registros contábeis, bem como a forma de proceder ao lançamento e a eleição dos títulos próprios, devem atender as obrigações da empresa previstas na legislação previdenciária. A fiscalização é competente para apurar as divergências entre os valores de remunerações de contribuintes individuais prestadores de serviço pessoa física, informados em planilhas elaboradas e fornecidas pela própria empresa (CDROM de fl. 47) e nos lançamentos contábeis, e as GFIP's, bem como lançar o crédito corresponde às diferenças das contribuições devidas. Deste modo, não merece reparo a metodologia adotada pela fiscalização para o cálculo das contribuições da parte da empresa, incidentes sobre remunerações de contribuintes individuais (prestadores de serviço pessoa física), objeto deste AI. Também não se justifica a alegação da Impugnante, de que o Auto de Infração foi lavrado com base em presunção, e que foi violado o Principio da Verdade Material, tendo em vista que a fiscalização analisou todos os documentos colocados à disposição pela empresa, procedendo a uma análise cuidadosa, e conferindolhes a qualificação jurídica apropriada. Ademais, o que não se pode discutir é que as declarações prestadas pela empresa através da DIPJ, DIRF, e GFIP's, sua contabilidade, bem como as planilhas de própria autoria, por si só, consubstanciamse na prova material necessária da ocorrência os eventos ali registrados. Restam descabidas, portanto, as alegações referentes A. fragilidade ou insuficiência do procedimento investigatório da fiscalização. Deste modo, o presente lançamento de crédito foi promovido nos termos do artigo 142 do CTN, e do artigo 37 da Lei n° 8212/91: Código Tributário Nacional Fl. 192DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 16 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Lei n.° 8212/91 Art. 37. Constatado o nãorecolhimento total ou parcial das contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na forma do art. 32 desta Lei, a falta de pagamento de beneficio reembolsado ou o descumprimento de obrigação acessória, será lavrado auto de infração ou notificação de lançamento. (Redação dada pela Lei n°11.941, de 2009).” Não obstante, o contribuinte sustenta que “os valores contabilizados como pagamentos feitos aos autônomos, compreenderam os pagamentos resultantes da prestação de serviço e encargos previdenciários incidentes, tanto referentes à parte da empresa, quanto à parte retida dos Segurados autônomos”, não havendo, consequentemente, “ausência de recolhimento de contribuições previdenciárias”. Pontua ainda que “as rubricas que norteariam as conclusões do I. Auditor Fiscal seriam as contrapartidas dos registros relacionados à despesa e/ou custo dos serviços prestados, representativas das obrigações a pagar, quais sejam: a rubrica representada pelo passivo com o prestador do serviço, base de calculo para o encargo previdenciário e a rubrica representada pelo passivo com a Previdência Social.” Entretanto, não há como se alegar que as contribuições previdenciárias ora exigidas não são devidas, pelo fato de que a empresa contabilizouas na conta do passivo “INSS a Recolher”, em contrapartida com a conta de “Fornecedores”, haja vista que o valor do serviço prestado é exatamente aquele escriturado na conta de “Custo do serviço prestado” (exemplo dado pela Recorrente à fl. 403). Ora, se a empresa realizou cálculo tendente a apurar o valor líquido que deveria ser pago aos segurados, o fez já com a ciência de que tais valores sofreriam a tributação. O fato da Recorrente tentar neutralizar o ônus tributário da operação, mediante contrato firmado com seus fornecedores e respectiva contabilização própria, em nada altera a relação jurídica tributária entre ela e o Fisco. Assim, é certo que a Recorrente deveria levar à tributação todo o valor devido ao segurado, sem creditar a conta de “INSS a Recolher” e debitar a conta de “Fornecedores”, ou seja, levandose em conta o valor bruto do serviço (seu custo total), e não apenas o valor líquido pago ao segurado, sob pena de reduzir indevidamente a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 522 17 Cumpre apontar que o contribuinte também não merece ter acatada sua tese de que o lançamento relativamente aos pagamentos que deixaram de ser informados em GFIP o foram com base em presunções, pois, do contrário também foram apurados através de informações por si prestadas, não tendo se desincumbido do ônus de comprovar o equívoco. Assim, uma vez mantida a incidência das contribuições sobre tais pagamentos, também é de ser mantida a multa objeto do presente Auto de Infração. (iv) PLR paga a administradores A questão já foi objeto do julgamento nos autos do processo n. 19515.003833/200905 e 19515.003834/200941, sendo que o julgamento restou assim ementado: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DIRETOR NÃO EMPREGADOPARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. Integra o conceito legal de Salário de Contribuição a parcela auferida pelos diretores não empregados segurados contribuintes individuais a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, eis que ostentam natureza remuneratória do trabalho e não se encontram abraçadas pela regra de não incidência legal prevista taxativamente no art.28,§9 da Lei n8.212/91. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. BASES DE CÁLCULO DISTINTAS. BIS IN IDEM INEXISTÊNCIA. Inexiste bis in idem nas hipóteses em que a exação incidir sobre bases de cálculo distintas. Recurso Voluntário Negado Na oportunidade, os argumentos de decidir que culminaram no entendimento da incidência das contribuições sobre os pagamentos de PLR efetuados a administradores autônomos, foram os seguintes: 2.1. DOS FATOS GERADORES O Recorrente concentra seu inconformismo na alegação de que os valores pagos aos seus diretores não empregados, a título de participação de administradores, não se configura salário de contribuição para fins de incidência de contribuições previdenciárias. Razão não lhe assiste. O punctum dolens da vertente lide se concentra na subsunção ou não dos valores vertidos aos administradores a título de “Participação de Administradores” ao conceito legal de Salário de Contribuição, para os fins exclusivos de incidência de contribuições previdenciárias. Grassa no seio dos que operam no mètier do Direito do Trabalho a serôdia ideia de que a remuneração do empregado é constituída, tão somente, por verbas representativas de contraprestação de serviços efetivamente prestados pelos empregados. A retidão de tal concepção poderia até ter sua primazia aferida ao tempo da promulgação do DecretoLei n.º 5.452 (nos idos de 1943), que aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho. [...] Todavia, como bem professava Heráclito de Ephesus, há 500 anos antes deCristo, Nada existe de permanente a não ser a eterna propensão à mudança. O mundo evolui, as relações jurídicas se transformam, acompanhando..., os conceitos evolvemse... Nesse compasso, a exegese das normas jurídicas não é, de modo algum, refratária a transformações. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 18 Ao contrário, tais são exigíveis. A sucessiva evolução na interpretação das normas já positivadas ajustam nas à nova realidade mundial, resgatando lhes o alcance visado pelo legislador, mantendo desarte o ordenamento jurídico sempre espelhado às feições do mundo real. Hodiernamente, o conceito de remuneração não se encontra mais circunscrito às verbas recebidas pelo trabalhador em razão direta e unívoca do trabalho por ele prestado ao empregador. Se assim o fosse, o décimo terceiro salário, as férias, o final de semana remunerado, as faltas justificadas e outras tantas rubricas frequentemente encontradas nos contracheques não teriam natureza remuneratória, já que não representam contraprestação por serviços executados pelo obreiro. Paralelamente, as relações de trabalho hoje estabelecidas tornaramse por demais complexas e diversificadas, assistimos à introdução de novas exigências de exclusividade e de imagem, novas rubricas salariais foram criadas para contemplar outras prestações extraídas do trabalhador que não o suor e o vigor dos músculos. Esses ilustrativos, dentre tantos outros exemplos, tornaram o ancião conceito jurídico de remuneração totalmente démodé. Antenada a tantas transformações, a doutrina mais balizada passou a interpretar remuneração não como a contraprestação pelos serviços efetivamente prestados pelo empregado, mas sim, as verbas recebidas pelo obreiro decorrentes do contrato de trabalho. Com efeito, o liame jurídico estabelecido entre empregador e empregado segue os contornos delineados no contrato de trabalho no qual as partes, observado o minimum minimorumlegal, podem pactuar livremente. No panorama atual, a pessoa física pode oferecer ao contratante, além do seu labor, também a sua imagem, o seu não labor nas empresas concorrentes, a sua disponibilidade, sua credibilidade no mercado, ceteris paribus. Já ocontratante, por seu turno, em contrapartida, pode oferecer não só o salário stricto sensucomo também uma série de vantagens diretas, indiretas, em utilidades, in natura, e assim adiante... Mas ninguém se iluda: Mesmo as parcelas oferecidas sob o rótulo de mera liberalidade, todas elas ostentam, em sua essência, uma nota contraprestativa. Todas elas colimam, inequivocamente, oferecer um atrativo financeiro/econômico para que o obreiro estabeleça e mantenha vínculo jurídico com o empregador. Por esse novo prisma, todas aquelas rubricas citadas no parágrafo precedente figuram abraçadas pelo conceito amplo de remuneração, eis que se consubstanciam acréscimos patrimoniais auferidos pelo empregado e fornecidas pelo empregador em razão do contrato de trabalho e da lei, muito embora não representem contrapartida direta pelo trabalho realizado. Nesse sentido, o magistério de Amauri Mascaro Nascimento: “Fatores diversos multiplicaram as formas de pagamento no contrato de trabalho, a ponto de ser incontroverso que além do saláriobase há modos diversificados de remuneração do empregado, cuja variedade de denominações não desnatura a sua natureza salarial ... Salário é o conjunto de percepções econômicas devidas pelo empregador ao empregado não só como contraprestação pelo trabalho, mas, também, pelos períodos em que estiver à disposição daquele aguardando ordens, pelos descansos remunerados, pelas interrupções do contrato de trabalho ou por força de lei” Nascimento, Amauri M. , Iniciação ao Direito do Trabalho, LTR, São Paulo, 31ª ed., 2005.” Fl. 195DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 523 19 Registrese por relevante, que o entendimento a respeito do alcance do termo “remuneração” esposado pelos diplomas jurídicos mais atuais se divorciou de forma substancial daquele conceito antiquado presente na CLT. O baluarte desse novo entendimento tem sua pedra fundamental fincada na própria Constituição Federal, cujo art. 195, I, alínea “a”, estabelece: [...] Do marco primitivo constitucional deflui que a base de incidência das contribuições em realce não é mais o salário, mas, sim, “folha de salários”, propositadamente no plural, a qual é composta, segundo a mais autorizada doutrina, pelos lançamentos efetuados em favor do trabalhador e todas as parcelas a este devidas em decorrência do contrato de trabalho, de molde que, toda e qualquer espécie de contraprestação paga pela empresa, a qualquer título, aos segurados obrigatórios do RGPS encontramse abraçadas, em gênero, pelo conceito de Salário de Contribuição. Em reforço a tal abrangência, de modo a espancar qualquer dúvida ainda renitente a cerca da real amplitude da base de incidência da contribuição social em destaque, o legislador constituinte fez questão de consignar no texto constitucional, de forma até pleonástica, que as contribuições previdenciárias incidiriam não somente a folha de salários como também sobre os “demais rendimentos do trabalho, pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício”. Tal compreensão caminha em harmonia com as disposições expressas no §11 do artigo 201 da Constituição Federal, que estendeu a abrangência da base de incidência das contribuições previdenciárias aos ganhos habituais do empregado, recebidos a qualquer título. [...] Contextualizado nesses termos o quadro jurídiconormativo aplicável ao caso espécie, visualizando com os olhos de ver a questão controvertida ora em debate, sob o foco de tudo o quanto até o momento foi apreciado, verificamos que a alínea ‘j’ do §9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91 estatuiu, de forma expressa, que não integram o Salário de contribuição, as importâncias recebidas a título de participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica, O Programa de Participação nos Lucros ou Resultados consubstanciase numa ferramenta de gestão que visa ao alinhamento das estratégias organizacionais com as atitudes e desempenho dos empregados dentro do ambiente de trabalho. Tratase de um instrumento gerencial bastante utilizado pelas empresas, mundialmente disseminado, que auxilia no cumprimento das metas e diretrizes das organizações, permitindo uma maior participação e empenho dos empregados na produtividade da empresa, proporcionando, dessarte, atração, retenção, motivação e comprometimento dos funcionários na busca de melhores resultados empresariais. Constituise o PLR num tipo de remuneração variável a ser oferecida àqueles que efetivamente colaboraram na obtenção de lucros e/ou no atingimento das metas pré estabelecidas pelo empregador. Fl. 196DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 20 Tratase de um Direito Social de matriz constitucional, tendo o Constituinte Originário, taxativamente, outorgado à lei ordinária a competência para a estipulação dos parâmetros legais da conformação do Direito dos trabalhadores, in verbis: [...] Tratandose de norma constitucional de eficácia limitada, esta depende da integração de documento normativo editado pelo órgão legislativo competente para que suas disposições possam produzir os efeitos jurídicos colimados pelo Constituinte. Tal matéria já foi bater às portas da Suprema Corte, cuja Segunda Turma, no julgamento do Agravo Regimental no Agravo Regimental no Recurso Extraordinário n° 505.597, pacificou o entendimento que deve prevalecer nas situações desse jaez. [...] Deflui dos termos do julgado suso transcrito que o direito social em debateé dirigido à classe de trabalhadores que laboram mediante o vínculo jurídico de uma relação de emprego, não abraçando as pessoas físicas que, assumindo o risco da atividade econômica, exercem por conta própria, determinada atividade profissional de natureza urbana, como é o caso dos Diretores não empregados, eis que entre estes e as respectivas empresas, não se formaliza vínculo de relação de emprego. Atentese, por relevante, que os direitos sociais estampados no art. 7º da CF/88 são dirigidos àquela categoria de trabalhadores que realizam seu labor profissional sob a égide de um vínculo empregatício, e não para aqueles que, por sua própria conta e risco, exercem atividade econômica de natureza urbana. A assertiva ora alinhada encontra amparo, igualmente, nas disposições insculpidas no §4º do art. 218 de nossa Lei Soberana, cuja norma de caráter programático prevê o apoio e estímulo às empresas que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho. [...] Das disposições plasmadas no caput do art. 2º do Diploma Legal acima desfiado erguese como fato incontroverso que o direito social objeto de regulamentação abarca, tão somente, os empregados da empresa, assim compreendidos os trabalhadores vinculados mediante um liame empregatício com a entidade empresarial em questão, não irradiando efeitos sobre as demais categorias de obreiros, aqui incluídos os segurados contribuintes individuais, como é o caso dos diretores não empregados. Cumpre observar que, nos termos do art. 111, II do CTN, devese emprestar interpretação restritiva às normas que concedam outorga de isenção. Nesse diapasão, em sintonia com a norma tributária há pouco citada, para se excluir da regra de incidência é necessária a fiel observância dos termos da norma de exceção, tanto assim que as parcelas integrantes do supra aludido §9º, quando pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, passam a integrar a base de cálculo da contribuição para todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações legais cabíveis Dado à exegese restritiva exigida pelo CTN, somente serão extirpadas da base de cálculo das contribuições previdenciárias as verbas pagas sob o rótulo de participação nos lucros e resultados (PLR) que forem pagas ou Fl. 197DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O Processo nº 19515.003831/200916 Acórdão n.º 2402004.985 S2C4T2 Fl. 524 21 creditadas a segurados empregados, e em estreita e inafastável consonância com a lei específica que rege o benefício em pauta. Do contrário, não. Serão qualificadas como Salário de Contribuição. No caso vertente, do exame das folhas de pagamento e da contabilidade referente ao período de apuração, a Autoridade Lançadora constatou o pagamento, para os Diretores não empregados da empresa, da rubrica de folha código 4125 Participação de Administradores, na competência de 05/2005. Não procede, portanto, a alegação de que tal verba estaria excluída da base de cálculo das contribuições previdenciárias, ao fundamento da isenção prevista no art. 28, §9º, ‘j’ da Lei nº 8.212/91, uma vez que, conforme exaustivamente demonstrado, tal hipótese de não incidência tributária abraça, tão somente, a PLR auferida pelos segurados empregados da empresa e, mesmo assim, quando concedida em estrita consonância com a legislação específica. Não procede, igualmente, o argumento de que, não havendo lei para cobrançada contribuição previdenciária que regulamente a participação nos lucros paga aos empresários, o tributo não poderá ser exigido, sob pena de violação expressa ao principio da legalidade previsto no artigo 5º, II e 150, I da Constituição Federal. A regra geral da tributação em destaque encontra assento constitucional e legal nos artigos 195, I, ‘a’ e 201 da CF/88 e artigos 22, III e 28, caput da Lei nº 8.212/91, respectivamente, somente abrigandose da regra de incidência as verbas elencadas numerus claususo §9º do art. 28 da Lei Orgânica da Seguridade Social, na visão oclusiva exigida pelo art. 111, II do CTN. Improcedente se mostra, também, a cantilena de que a autuação fundamentou em presunção de ocorrência do fato gerador. Os fatos geradores em apreço foram apurados pelo auditor fiscal a partir do exame dos arquivos de folha de pagamento e contabilidade, elaborados pela própria empresa e sob sua integral responsabilidade, fornecidos à fiscalização em arquivos digitais padrão MANAD. Restou configurado o pagamento a diretores não empregados de remuneração sob o rótulo de Participação nos Resultados, rubrica essa integrante do conceito legal de Salário de Contribuição par fins de incidência de contribuições previdenciárias. Melhor sorte não se encontra reservada à ponderação erguida pela empresa de que a distribuição de lucro aos dirigentes não pode ser tributada por força da exceção prevista no §1º, in fine, do art. 201 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99. A regra exceptiva acima delineada referese unicamente à distribuição de lucros aos sócios ou acionistas da empresa decorrentes do capital, jamais do trabalho. No caso das sociedades por ações, os lucros decorrentes do capital são distribuídos aos acionistas mediante dividendos, título que corresponde à parcela de lucro líquido distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de ações detida, ao fim de cada exercício social, o qual não pode ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado da empresa. No caso em apreço, o item. 4.1.2. da Ata das Assembleias Gerais Ordinária e Extraordinária realizadas em 26 de abril de 2005, a fls. 21/22, aprovou a participação dos administradores no lucro do exercício, na Fl. 198DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O 22 importância de R$ 2.022.923,62 a ser distribuída entre eles no dia 31/05/2005, de acordo com as decisões a serem adotadas em reuniões do Conselho de Administração e da Diretoria. Tal verba não se refere a debêntures, de forma alguma. A uma, porque está sendo distribuída somente aos diretores enquanto que as debêntures beneficiam todos os acionistas. A duas, porque o valor distribuído representa, tão somente, 11,11% do Lucro líquido do exercício, enquanto que a lei determina ser de 25% o montante mínimo a ser distribuído aos acionistas na forma de debêntures. Com efeito, o art. 152 da Lei nº 6.404/76 prevê a competência da assembleia geral para fixar o montante global ou individual da remuneração dos administradores, inclusive benefícios de qualquer natureza e verbas de representação, tendo em conta suas responsabilidades, o tempo dedicado às suas funções, sua competência e reputação profissional e o valor dos seus serviços no mercado. Assim, fixada a remuneração dos administradores pela assembleia geral e não estando tal verba protegida pelo escudo protetor do §9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91, sobre ela incidirão as contribuições previstas na Lei Orgânica da Seguridade Social. Logo, diante de tais argumentos, uma vez que fora mantida a integralidade do lançamento da verba, também é de ser mantida a multa objeto do presente Auto de Infração. Ante todo o exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso para excluir do lançamento a multa relativa aos autos de Infração n. 37.242.4708 e 37.242.4716. Por fim, em resposta ao Oficio GAB/MPF/PR/SP 8849/2011, Autos re 3000.2010.0043701, GABPR29/SP21578/2011 enviado pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, com endereço na Rua Peixoto Gomide, 768 Cerqueira Cesar São Paulo, SP CEP 01409904, que seja enviado ao mesmo cópia do presente acórdão, juntamente com informação sobre o andamento do presente processo. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 199DF CARF MF Impresso em 10/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/0 6/2016 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 08/06/2016 por RONALDO DE LIMA MACED O
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Numero do processo: 10735.001831/2005-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jun 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 30/08/1998 a 30/09/2000
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. HIPÓTESES DE DECABIMENTO.
Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a turma.
Embargos de Declaração acolhidos.
Numero da decisão: 3201-002.214
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, nos termos do voto do relator. Ausentes, justificadamente, as Conselheiras Mércia Helena Trajano D'Amorim e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cássio Schappo.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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HIPÓTESES DE DECABIMENTO. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. Embargos de Declaração acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, sem efeitos infringentes, nos termos do voto do relator. Ausentes, justificadamente, as Conselheiras Mércia Helena Trajano D'Amorim e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Winderley Morais Pereira, Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cássio Schappo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 5. 00 18 31 /2 00 5- 81 Fl. 155DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 3/06/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA 2 Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pela Procuradoria da Fazenda Nacional – PFN, em face do Acórdão nº. 3201000.641, de 1/3/2011 (fls. 140 e ss.), cuja ementa abaixo se transcreve: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 30/08/1998 a 30/06/2000 DECADÊNCIA Por força da Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal, o prazo decadencial da COFINS é de 5 (cinco) anos a contar do respectivo fato gerador. MULTA DE OFICIO É cabível a cobrança de multa, no percentual de 75%, quando em lançamento de oficio, sempre que verificada a falta de pagamento ou recolhimento de contribuição nos termos do art. 44, inc. I da Lei 9430/96. Alega a PFN que o acórdão embargado contém uma obscuridade, a saber: no auto de infração, o período de apuração vai até 30/09/2000 (fl. 15), enquanto que, no referido acórdão, vai de 30/08/1998 a 30/06/2000 (fl. 140). O embargos de declaração foram, equivocadamente, como se verá, recebidos como inominados (fls. 152/153) O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Como já se antecipou, os embargos de declaração foram apresentados pela douta PFN porque, na ementa do Acórdão de nº 3201000.641, de 1/3/2011, informouse que o período de apuração compreenderia o período de agosto de 1998 a junho de 2000, enquanto que o lançamento compreendeu o período de agosto de 1998 até setembro de 2000. Com efeito, vêse que o relator do acórdão embargado não se atentou para o fato suscitado nos embargos, os quais, todavia, diferentemente do que declinado por nós mesmos no exame de sua admissibilidade, apresentam inquestionável natureza de embargos de declaração. Não há propriamente uma inexatidão material a ser sanada, tal como, apressadamente, nos pareceu – ou seja, apenas um erro de digitação na ementa do acórdão embargado –, mas, sim, a falta de esclarecimentos adicionais do relator a respeito de quais períodos de apuração estavam fulminados pela decadência e daqueles períodos em que se manteve hígida a cobrança. Como se reconheceu, na decisão embargada, que já se operara a decadência em relação ao período de cinco anos contados da data do fato gerador, e considerando que o lançamento foi cientificado à contribuinte em 15/7/2005 (fl. 22), já havia perecido o direito do Fl. 156DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 3/06/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 10735.001831/200581 Acórdão n.º 3201002.214 S3C2T1 Fl. 156 3 Fisco quanto aos fatos geradores ocorridos apenas até junho de 2000 (assim ficou registrado na ementa), mas em nenhum momento do voto foi explicitamente consignado que permanecera incólume o direito de lançar quanto ao meses de julho, agosto e setembro de 2000, motivo pelo qual, aliás, deuse provimento parcial ao recurso voluntário. Ante o exposto, nos termos do art. 65 do atual Regimento Interno deste Conselho Administrativo, acolho os embargos de declaração, sem efeitos modificativos, apenas para esclarecer que a decadência, tal como reconhecida no acórdão embargado, se operou apenas quanto aos fatos geradores ocorridos até junho de 2000, mas não quanto aos fatores geradores ocorridos nos meses de julho, agosto e setembro de 2000, daí que os valores da Cofins lançados nestes períodos foram mantidos, acrescidos de multa de ofício e juros de mora. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 157DF CARF MF Impresso em 03/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 0 3/06/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 13888.720903/2014-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 08 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Apr 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. DIRF DA FONTE PAGADORA.
Não apresentando o recurso quaisquer razões para infirmar o teor das informações prestadas pela fonte pagadora em Dirf, deve ser mantida a infração de omissão de rendimentos baseada naquela declaração.
MULTA DE OFÍCIO. DESCABIMENTO. ERRO ESCUSÁVEL INDUZIDO PELA. FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF Nº 73.
Não cabe a aplicação da multa de ofício de 75% na hipótese de erro escusável, decorrente das informações equivocadas disponibilizadas pela fonte pagadora. Aplicação da Súmula CARF nº 73: "Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício".
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-005.107
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir do lançamento somente a multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento).
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Ronnie Soares Anderson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. DIRF DA FONTE PAGADORA. Não apresentando o recurso quaisquer razões para infirmar o teor das informações prestadas pela fonte pagadora em Dirf, deve ser mantida a infração de omissão de rendimentos baseada naquela declaração. MULTA DE OFÍCIO. DESCABIMENTO. ERRO ESCUSÁVEL INDUZIDO PELA. FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF Nº 73. Não cabe a aplicação da multa de ofício de 75% na hipótese de erro escusável, decorrente das informações equivocadas disponibilizadas pela fonte pagadora. Aplicação da Súmula CARF nº 73: "Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício". Recurso Voluntário Provido em Parte.
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DIRF DA FONTE PAGADORA. Não apresentando o recurso quaisquer razões para infirmar o teor das informações prestadas pela fonte pagadora em Dirf, deve ser mantida a infração de omissão de rendimentos baseada naquela declaração. MULTA DE OFÍCIO. DESCABIMENTO. ERRO ESCUSÁVEL INDUZIDO PELA. FONTE PAGADORA. SÚMULA CARF Nº 73. Não cabe a aplicação da multa de ofício de 75% na hipótese de erro escusável, decorrente das informações equivocadas disponibilizadas pela fonte pagadora. Aplicação da Súmula CARF nº 73: "Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício". Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 72 09 03 /2 01 4- 28 Fl. 66DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 01/04/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir do lançamento somente a multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento). Ronaldo de Lima Macedo Presidente Ronnie Soares Anderson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 01/04/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 13888.720903/201428 Acórdão n.º 2402005.107 S2C4T2 Fl. 121 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (SP) – DRJ/SP, que julgou que julgou procedente Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) exigindo crédito tributário no valor total de R$ 15.233,32, relativo ao anocalendário 2010. O lançamento decorreu da constatação de omissão de rendimentos recebidos da São Paulo Previdência SPPREV, CNPJ nº 09.041.213/000136, no valor de R$ 27.626,01, com base em DIRF apresentada pela fonte pagadora (fls. 29/33). Em sua impugnação de fl. 2, a contribuinte alegou que não houve omissão, pois o valor declarado está de acordo com o informe de rendimentos recebido pela fonte pagadora, o qual anexou para comprovar a sua alegação. A contribuinte foi intimada pela Delegacia de origem (fl. 15), que informou quanto ao exercício que a referida apresentara o comprovante de apenas um benefício, porém no anocalendário anterior declarara dois benefícios pagos pela SPPREV. A exigência foi mantida pela instância de primeiro grau (fls. 43/45), sob o entendimento de que a contribuinte não logrou êxito em infirmar os dados constantes na Dirf, que consignaram o recebimento de R$ 77.706,90 da fonte pagadora em apreço. A contribuinte interpôs recurso voluntário em 18/2/2015, repisando as razões da impugnação, e afirmando que (...) o valor de R$ 27.626,01 reclamado por essa Receita como valor omitido pela recorrente na sua declaração de imposto de renda pessoa física, ano base 2010, exercício 2011, realmente não foi pago para a recorrente, tanto que somente agora no ano de 2014 é que foi apurado tal erro e certamente ele tenha sido incluído nos vencimentos de 2014 (embora a SPREV, até então não tenha feito qualquer comunicação oficial a recorrente). Esse valor, se pago efetivamente nesse exercício de 2014, a recorrente somente irá declarar neste exercício de 2015, e até 30 de abril, nos termos da lei". É o relatório. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 01/04/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 4 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Consoante informação da Dirf transmitida pela fonte pagadora São Paulo Previdência SPPREV, CNPJ nº 09.041.213/000136, constante às fls. 41/42, a recorrente recebeu no curso do anocalendário 2010 o valor de R$ 77.706,90 a título de rendimentos tributáveis. Tal declaração tem o caráter de retificadora, valendo esclarecer à contribuinte que o fato de ela ter sido entregue em 26/8/2014 não significa que se refira a rendimentos auferidos no anocalendário 2014; pelo contrário, está expressamente consignado na declaração retificadora que ela se reporta aos valores percebidos pela recorrente no anocalendário 2010. Sucede que a contribuinte foi a beneficiária dos rendimentos percebidos, sendo seu o dever de oferecêlos à tributação nos termos dos arts. 43 e 121 do Código Tributário Nacional (CTN). Consequentemente, também lhe cabe o ônus de comprovar que parte deles não ingressou efetivamente em sua disponibilidade jurídica ou econômica. Vale lembrar que, nos termos do art. 333 do Código de Processo Civil, o ônus da prova é de quem alega, e, não se desincumbindo desse encargo, deixou a contribuinte de usufruir da vantagem que a comprovação do erro da fonte pagadora lhe traria. A título de exemplo, poderia ter ela demandado junto a essa fonte comprovantes mensais dos rendimentos auferidos, para fins de atestar a incorreção das informações constantes na Dirf. A realidade é que não foi apresentada nenhuma evidência de que a informação prestada pela fonte pagadora contenha algum erro; houvesse a contribuinte diligenciado junto àquela para fins de obter explicações acerca do conteúdo da Dirf, poderia ainda serem suscitadas justificadas dúvidas sobre os eventos em questão, mas não isso não ocorreu no presente caso. Assim, havendo declarado a percepção de rendimentos na quantia de R$ 50.080,49 na DIRPF/2011, e não de R$ 77.706,90 informados pela fonte pagadora, correta a autuação no que tange à apuração de omissão de rendimentos. Merece realce, contudo, o fato de que a Dirf retificadora só foi transmitida no ano de 2014, enquanto que a Declaração de Ajuste Anual foi entregue pela contribuinte em 20/4/2011, e baseada em "Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte" então disponibilizado pela fonte pagadora, no qual constava o valor de R$ 50.080,89 a título de rendimentos tributáveis (fls. 11 e 14). Destarte, considero estarse diante de situação em que a notificada incorreu em erro escusável no preenchimento do campo "Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica pelo Titular", dado o teor das informações que lhe foram disponibilizadas pela fonte pagadora. Nesse toada, afasto o gravame referente à multa de ofício aplicando o entendimento constante na Súmula CARF nº 73, c/c o art. 72 do Anexo II do RICARF (Regimento Interno do CARF, Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015): Fl. 69DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 01/04/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 13888.720903/201428 Acórdão n.º 2402005.107 S2C4T2 Fl. 122 5 Súmula CARF nº 73: Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício. Ante o exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário, excluindo do lançamento contestado a multa de ofício de 75% (setenta e cinco por cento). Ronnie Soares Anderson. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 05/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 01/04/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 31/03/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON
score : 1.0
Numero do processo: 10980.723201/2011-15
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA DE EFEITOS INFRINGENTES.
Em tendo sido verificada omissão no acórdão embargado, quanto à argumentos expressamente apresentados em sede de contrarrazões ao Recurso Especial apreciado, é de se admitir os embargos opostos.
No caso em que a apreciação dos argumentos revela sua insuficiência para alterar a decisão embargada, é de se negar efeitos infringentes aos embargos.
Embargos acolhidos em parte.
Numero da decisão: 9202-003.833
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher em parte os embargos de declaração para, rerratificando o Acórdão nº 9202-003.583, de 03/03/2015, suprir a omissão apontada, sem efeitos infringentes, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator
EDITADO EM: 17/03/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA DE EFEITOS INFRINGENTES. Em tendo sido verificada omissão no acórdão embargado, quanto à argumentos expressamente apresentados em sede de contrarrazões ao Recurso Especial apreciado, é de se admitir os embargos opostos. No caso em que a apreciação dos argumentos revela sua insuficiência para alterar a decisão embargada, é de se negar efeitos infringentes aos embargos. Embargos acolhidos em parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher em parte os embargos de declaração para, rerratificando o Acórdão nº 9202-003.583, de 03/03/2015, suprir a omissão apontada, sem efeitos infringentes, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator EDITADO EM: 17/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1596; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 821 1 820 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10980.723201/201115 Recurso nº Embargos Acórdão nº 9202003.833 – 2ª Turma Sessão de 09 de março de 2016 Matéria IRRF Recorrente WDL TÊXTIL LTDA. Interessado Fazenda Nacional ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. AUSÊNCIA DE EFEITOS INFRINGENTES. Em tendo sido verificada omissão no acórdão embargado, quanto à argumentos expressamente apresentados em sede de contrarrazões ao Recurso Especial apreciado, é de se admitir os embargos opostos. No caso em que a apreciação dos argumentos revela sua insuficiência para alterar a decisão embargada, é de se negar efeitos infringentes aos embargos. Embargos acolhidos em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher em parte os embargos de declaração para, rerratificando o Acórdão nº 9202003.583, de 03/03/2015, suprir a omissão apontada, sem efeitos infringentes, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 32 01 /2 01 1- 15 Fl. 809DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 822 2 (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator EDITADO EM: 17/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório Tratase dos embargos de declaração (ED às efls. 765 a 775) relativamente ao acórdão nº 9202003.583 (efls. 737 a 756), desta 2a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado na sessão de 03/03/2015, que deu provimento, por voto de qualidade, a recurso especial da Fazenda Nacional (RE), por isso restabelecendo a penalidade por falta de retenção de imposto de renda na fonte (IRRF), aplicada em auto de infração (efls. 003 a 016), mas afastada pelo acórdão nº 2201001.896 (efls. 681 a 690) da 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento. HISTÓRICO DO PROCESSO Para fins de contextualização, cabe relatar o desenrolar do processo. No acórdão nº 2201001.896, assim foi relatada a inconformidade da contribuinte para com o acórdão nº 0633.509 da 1ª Turma da DRJ/CTA: A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 21/09/2011 (fls. 175) e, em 21/10/2011, interpôs o recurso voluntário de fls. 177/191, que ora se examina, e no qual, observa, inicialmente, que a decisão de primeira instância, que manteve a exigência da multa isolada pela falta de retenção e recolhimento do IRRF, é incoerente com outra decisão da mesma turma que, ao analisar a autuação feita contra a empresa pela descaracterização do resultado apurado, acatou as alegações da defesa. Argúi, preliminarmente, a nulidade da decisão de primeira instância por alegado cerceamento de direito de defesa, caracterizado pela falta de apreciação de argumentos da impugnação. Referese especificamente ao pedido formulado na Fl. 810DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 823 3 impugnação de aplicação do art. 112 do CTN, em relação ao qual a DRJ não teria se pronunciado. Quanto ao mérito, reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. Já ao analisar o recurso voluntário, o relator afastou a preliminar de nulidade nele invocada, pela não apreciação do pedido de aplicação do art. 112 da Lei nº 5.172/1966 CTN. Em seguida, ele afirmou, como prejudicial de mérito, a inexistência de previsão legal para aplicação da multa objeto de discussão: Quanto ao mérito, independentemente das circunstância que levaram à conclusão, pela autoridade lançadora, de que houve distribuição de lucros em excesso e, portanto, passível de tributação, cumpre examinar, preliminarmente, a existência de previsão legal de aplicação da multa isolada nestes casos. Ao tratar dessa questão, o relator concluiu por dar provimento ao recurso voluntário: Assim, em conclusão, não há previsão legal para incidência da multa isolada pela falta de retenção do imposto de renda retido na fonte sobre rendimentos sujeitos ao ajuste anual. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade da decisão de primeira instância e, no mérito, dar provimento ao recurso. A decisão acima, acórdão em Recurso Voluntário, ficou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2007 DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Os órgãos julgadores não estão obrigados a examinar todos os argumentos aduzidos pela defesa, bastando que as decisões proferidas estejam devida e coerentemente fundamentadas. Não há falar em nulidade da decisão de primeira instância quando esta atende aos requisitos formais previstos no art. 31 do Decreto nº. 70.235, de 1972. IRRF. FALTA DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO. MULTA ISOLADA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. Por ausência de previsão legal, a multa de ofício, prevista no art. 9º da Lei nº 10.426, de 2002, com redação data pela Lei nº 11.488, de 2007, para os casos de falta de retenção e recolhimento do imposto pela fonte pagadora dos rendimentos, não é aplicável de forma isolada, quando o imposto não for mais exigível da fonte pagadora. Preliminar rejeitada. Fl. 811DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 824 4 Recurso provido. Em sede de Recurso Especial, a Fazenda, insurgindose contra os termos do acórdão que apreciou o recurso voluntário, alegou existência de previsão legal para a aplicação da multa, às efls. 693 a 705, e trouxe por paradigmas os acórdãos nºs 210200.465 e 2201 001.950, transcrevendo as seguintes ementas: Ac. nº 210200.465 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE ‑ IRRF Anocalendário: 2003 IRRF ‑ FALTA DE RETENÇÃO ‑ MULTA EXIGIDA DA FONTE PAGADORA Havendo previsão legal expressa para sua exigência, nos termos do art. 9º da Lei nº 10.426/2002, deve ser mantido o lançamento que exige da fonte pagadora a multa incidente sobre a falta de retenção e recolhimento do IRRF. MULTA DE OFICIO QUALIFICADA. EMPRESA DE MARKETING DE INCENTIVO. MANOBRA PARA OCULTAR A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. SONEGAÇÃO. HIGIDEZ DA QUALIFICAÇÃO DA MULTA LANÇADA. Os pagamentos feitos por intermédio do cartão de incentivo, com a utilização de empresa de marketing como intermediária são, na verdade, uma grosseira manobra diversionista com o fito de ocultar do fisco a tributação que deveria incidir sobre tais pagamentos. Hígida a qualificação da multa de oficio, já que se demonstrou à sociedade a manobra perpetrada pelo fiscalizado para simular situações não existentes, ocultando da fiscalização o conhecimento da ocorrência do fato gerador, que é o conhecido legalmente como sonegação (art. 71 da Lei n° 4.502/64). Recurso voluntário negado.” Ac. nº 2202001.950 “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 RESPONSABILIDADE DA FONTE. Compete à fonte reter e recolher o IRRF. BOLSA DE ESTUDOS, PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. ISENÇÃO. Não se aplica a isenção conferida às bolsas de estudos, pesquisa, extensão e de incentivo à inovação quando elas representarem pagamento de contraprestação por serviços prestados ou produzirem resultados econômicos para o doador (direto ou indireto). Fl. 812DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 825 5 IRRF. TABELA PROGRESSIVA. JUROS DE MORA. SELIC. A falta de recolhimento de IRRF no prazo determinado pela lei enseja a cobrança de juros de mora sobre o período compreendido entre o vencimento da obrigação e a data prevista para a entrega da declaração da pessoa física ou jurídica com base na variação da Selic. Os juros de mora são calculados com base na Selic e aplicáveis sobre o valor do tributo. FALTA DE RETENÇÃO OU RECOLHIMENTO DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE PELA FONTE PAGADORA IMPOSTO POR ANTECIPAÇÃO VERIFICAÇÃO DA FALTA OCORRE APÓS ENCERRAMENTO DO PERÍODO DE APURAÇÃO MULTA EXIGIDA DE FORMA ISOLADA PREVISÃO LEGAL Com a edição da Lei nº 10.426, de 2002, passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora pela falta de retenção ou recolhimento de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação. MULTA QUALIFICADA Não basta apenas o prejuízo ao fisco para tipificar a multa qualificada. Exigese o dolo e a fraude para a tipificação conforme art. 72, da Lei 4.502/64. A conduta deve ser elemento do tipo. O possível dolo ou fraude na distribuição de bolsa de estudos não pode tipificar a agravante, se não tiveram por finalidade a sonegação. Recurso parcialmente provido.” (g.n.) Para ambos transcreveu trechos dos votos que sustentariam seu entendimento relativamente à aplicação da multa afastada pelo acórdão recorrido. Despacho da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento da CARF, às efls. 708 a 713, deu seguimento ao Recurso Especial para rediscutir a exigência de multa isolada, pela falta de retenção e recolhimento do IRRF por parte da fonte pagadora. Em 02/10/2013, a contribuinte opôs contrarrazões ao Recurso Especial, às e fls. 718 a 725, alegando que o recurso não atenderia a requisitos formais e mesmo materiais para demonstração de divergência, infringindo as disposições do art. 67 do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256; em particular o § 9º do referido artigo que determina que se identifique a fonte de onde foram copiados os paradigmas. Argumenta que isso violaria o exercício do direito a ampla defesa, pois impossibilitaria verificar a data de sua publicação ou mesmo que foram diretamente extraídos do sítio do CARF na Internet. Naquela peça a autuada afirma que o primeiro paradigma indicado à fl. 695 tem numeração inexistente (nº 210200.465), sendo imprestável sua utilização para o Recurso Especial. Já o segundo acórdão paradigmático, ac. nº 2202001.950, que também não indicaria a fonte, não se manifesta quanto à aplicação do art. 112 do CTN, matéria discutida no recorrido, à efl. 688. Além disso, a tese desposada neste paradigma já estaria superada pela CSRF, conforme expresso em decisão de nº 920202.288, o que já havia sido reconhecido pelos conselheiros no próprio acórdão recorrido. Por fim, no mérito, afirma que o Recurso Especial não enfrentou a tese de revogação da legislação que suportava a multa aplicada a partir da incidência da Lei nº Fl. 813DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 826 6 11.488/2007, isso decorreria do preconizado nos arts. 106 e 112 da Lei nº 5.172/1966, nosso CTN. Conforme afirmado no início, a 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais deu provimento ao Recurso Especial, no acórdão nº 9202003.583, com a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2007 FALTA DE RETENÇÃO E DE RECOLHIMENTO. MULTA. OBRIGAÇÃO DA FONTE PAGADORA. Encerrado o prazo para entrega da declaração de pessoa física, a responsabilidade pelo pagamento do respectivo imposto passa a ser do beneficiário dos rendimentos, cabível a aplicação, à fonte pagadora, da multa pela falta de retenção ou de recolhimento, prevista no art. 9º, da Lei nº 10.426, de 2002, com a redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007, tendo ou não os rendimentos sido submetidos à tributação no ajuste. Recurso especial provido. DOS EMBARGOS OPOSTOS CONTRA O ACÓRDÃO DA CSRF Cientificada do acórdão nº 9202003.583, em 18/04/2015 (efls. 759 e 762), a contribuinte postou ED, em 22/04/2015, alegando obscuridade e omissão nessa decisão, decorrentes de alegada não apreciação, pelo voto vencedor, dos argumentos contidos nas contrarrazões por ela apresentadas. Admitidos os embargos, eles teriam efeitos infringentes, pois seria incompatível a manutenção do julgado embargado em face do provimento deles. A embargante mantém assim os argumentos das contrarrazões relativos a falta de requisitos para admissibilidade do RE, com desrespeito ao art. 67, § 9º, do RICARF pela falta de indicação válida de duas ementas. Entende que no tocante a esses aspectos, o voto vencedor é concordante ao vencido, pois apenas este trata de requisitos de admissibilidade. Aliás, a contribuinte afirma que o único paradigma apreciado no voto vencido (ac. nº 210200.465) para admitir o RE foi justamente aquele que, além de não ter a fonte citada, teve seu número de acórdão citado de forma errada. Sustenta ainda que o referido acórdão cuja única referência foi o número citado, não existe. Na sequência, a embargante volta a argumentar que o único acórdão com numeração por ela reconhecida já fora superado em decisão da CSRF, infringindo também, o § 10 do mesmo art. 67 do RICARF. Os dispositivos do RICARF que ela entende infringidos pelo Recurso Especial seriam fundamentais para identificação do contexto fático em que foram proferidos os paradigmas. Por fim, a contribuinte afirma que houve obscuridade no entendimento manifestado no acórdão embargado quanto ao art. 112 do CTN, que recomenda a interpretação mais favorável ao acusado em caso de aplicação de penalidade, entendimento expresso no acórdão recorrido, ao qual a própria relatora do voto vencedor aderira quando compôs aquela Fl. 814DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 827 7 Turma, mas agora, no embargado, nem mesmo tangencia. isso cercearia sua defesa, pois esse é o contexto da decisão reformada pelo acórdão embargado. Observese que não há embargos de qualquer parte relativamente às matérias não tratadas no acórdão recorrido e sobre as quais o acórdão embargado tampouco se manifesta. É o Relatório Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator A ciência do acórdão deuse em 18/04/2015, com a apresentação dos embargos por via postal em 22/04/2015, tempestivos, portanto. Como já relatado, o acórdão foi decidido, no mérito, por voto de qualidade, havendo voto do relator, vencido, e de relatora designada para o voto vencedor. Porém, salientese, o conhecimento pelo colegiado do recurso foi unânime. Assim, no voto vencedor, não há sequer manifestação quanto aos paradigmas e à admissibilidade do Recurso Especial. Por sua vez, no voto vencido, é analisando o acórdão paradigma nº 210200.465. A seguir, encontramse reproduzidos os termos dessa análise: Sustenta a Fazenda Nacional divergência entre o acórdão recorrido e o acórdão paradigma 210200.465, proferido pela 2ª Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Sessão deste CARF em processo que, tal como o presente, cuidava de auto de infração lavrado para a cobrança de multa isolada pela falta de retenção e recolhimento de IRRF que não podia mais ser exigido da fonte pagadora. (...) Se a divergência se instaurou quanto à qualificação da multa, pressuposto que deve ser admitido é que o colegiado concordou sobre ser aplicável a multa de ofício à fonte pagadora, nos casos em que não se lhe pode mais exigir o pagamento do principal de IRRF que não foi retido ou recolhido no prazo devido. Uma vez que a hipótese analisada pelo acórdão paradigma (multa isolada sobre valores de IRRF não retidos ou recolhidos) é comparável com a dos autos e que as conclusões adotadas no acórdão paradigma são suficientes para, se aplicadas ao caso dos autos, determinar a reforma do acórdão recorrido, entendo comprovada a divergência. Ao contrário do que afirma a embargante, houve a devida análise do paradigma, para conhecimento do Recurso Especial e seu número existe, conforme pode ser verificado em uma simples consulta ao sítio do CARF: http://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/ConsultarJurisprudencia/consultar JurisprudenciaCarf.jsf Fl. 815DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 828 8 No endereço acima, a consulta ao acórdão paradigma 210200.465, resulta na sequência de quadros abaixo: Fl. 816DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 829 9 Logo, o número de acórdão informado existia, se referia ao paradigma apresentado, sua ementa foi integralmente transcrita no corpo do recurso e o inteiro teor do acórdão estava à disposição em página do CARF na internet, buscandose por aquele número. Todavia, não se encontra no acórdão embargado qualquer referência ao fato de não ter sido apresentada, pela Fazenda Nacional, a fonte de onde teriam sido copiados os paradigmas. Esse ponto havia sido expressamente referido pela ora embargante, em sede de contrarrazões ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, sob o argumento de desrespeito ao § 9º do artigo 67 do Regimento Interno do CARF então vigente (aprovado pela Portaria MF n°256, de 2009), que determinaria essa identificação, o que em seu entender resultaria em prejuízo a seu direito de defesa. Assim, vejo efetivamente uma omissão a ser sanada. Nesse sentido, porém, cumpre esclarecer a legislação de regência aplicável ao caso. Com efeito, desde a alteração do Regimento Interno do CARF, de 2010, há não havia qualquer disposição regimental que exigisse a referência à fonte do acórdão cuja ementa tenha sido integralmente reproduzida no corpo do recurso especial. Salientese que a decisão objeto do Recurso Especial é de 2012, muito posterior à alteração do Regimento Interno do CARF. Para fins de esclarecimento, é reproduzida a redação dos parágrafos 7º, 8º e 9º do art. 67 do RICARF vigente à época da interposição do Recurso Especial: Art. 67 ... § 7° O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. § 8° Quando a cópia do inteiro teor do acórdão ou da ementa for extraída da Internet deve ser impressa diretamente do sítio do CARF ou da Imprensa Oficial. Fl. 817DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 830 10 § 9º As ementas referidas no § 7º poderão, alternativamente, ser reproduzidas no corpo do recurso, desde que na sua integralidade.I(Grifei.) Daí se conclui que basta a reprodução da integralidade das ementas no corpo do recurso para que os paradigmas sejam admitidos. Além disso, a apresentação deve ser de "até 2 (duas) ementas" ou seja, bastaria que um paradigma tivesse sido apresentado, apreciado e admitido, para que se desse seguimento ao Recurso Especial. Dessarte, não há reparos quanto ao preenchimento do requisito formal para apreciação do paradigma e seria despicienda a apreciação do segundo, de nº 2202001.950. Entendo, por fim, que as demais alegações consistem em mera tentativa de rediscussão do mérito da questão, o que não é possível pela estreita via dos embargos. Pelo exposto, voto por admitir os presentes embargos em parte e, na parte conhecida, darlhes provimento, para sanar a omissão apontada no acórdão nº 9202003.583, exclusivamente quanto à discussão sobre a indicação da fonte de consulta dos acórdãos paradigma, sem efeitos infringentes. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 818DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 10980.723201/201115 Acórdão n.º 9202003.833 CSRFT2 Fl. 831 11 Fl. 819DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/03/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO
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Numero do processo: 13888.002638/2004-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
Ementa:
PRAZO DECADENCIAL DOS ARTIGOS 150, §4º E 173 DO CTN. INAPLICABILIDADE PARA A VERIFICAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO PREVISTO NO ARTIGO 74 DA LEI Nº 9.430/1996.
A verificação da liquidez e certeza do direito creditório não se sujeita ao prazo decadencial previsto nos artigos 150, §4º e 173 do CTN. O prazo para homologação da compensação é de cinco anos contados da data de entrega da declaração de compensação, nos termos do artigo 74, §5º da Lei nº 9430/1996.
CRÉDITO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. ESTOQUE DE ABERTURA. INCLUSÃO DO VALOR DO ICMS. VEDAÇÃO.
O valor dos impostos recuperáveis não compõe o estoque de abertura de que trata o artigo 12 da Lei nº 10.833/2003, conforme os artigos 289, 290, 292, 293 e 294 do Decreto nº 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda).
CRÉDITO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DECORRENTES DE OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO PREVISTOS NO ARTIGO 15 DA LEI Nº 10.865/2004. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO PARA COMPENSAÇÃO APENAS PARA SALDOS CREDORES GERADOS A PARTIR DE 9/08/2004 EM VIRTUDE DO DISPOSTO NO ARTIGO 17 DA LEI Nº 11.033/2004. COMANDO DO ARTIGO 16 DA LEI Nº 11.116/2005.
Somente os saldos credores gerados a partir de 9/08/2004, decorrentes de créditos apurados na forma do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004 em virtude do disposto no artigo 17 da Lei nº 11.033/2004, podem ser objeto de compensação, podendo ser efetuada a partir de 19/05/2005.
Recurso Voluntário Negado.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3302-003.132
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa
Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède
Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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INAPLICABILIDADE PARA A VERIFICAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO PREVISTO NO ARTIGO 74 DA LEI Nº 9.430/1996. A verificação da liquidez e certeza do direito creditório não se sujeita ao prazo decadencial previsto nos artigos 150, §4º e 173 do CTN. O prazo para homologação da compensação é de cinco anos contados da data de entrega da declaração de compensação, nos termos do artigo 74, §5º da Lei nº 9430/1996. CRÉDITO DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITO PRESUMIDO. ESTOQUE DE ABERTURA. INCLUSÃO DO VALOR DO ICMS. VEDAÇÃO. O valor dos impostos recuperáveis não compõe o estoque de abertura de que trata o artigo 12 da Lei nº 10.833/2003, conforme os artigos 289, 290, 292, 293 e 294 do Decreto nº 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda). CRÉDITO DA NÃOCUMULATIVIDADE. CRÉDITOS DECORRENTES DE OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO PREVISTOS NO ARTIGO 15 DA LEI Nº 10.865/2004. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO PARA COMPENSAÇÃO APENAS PARA SALDOS CREDORES GERADOS A PARTIR DE 9/08/2004 EM VIRTUDE DO DISPOSTO NO ARTIGO 17 DA LEI Nº 11.033/2004. COMANDO DO ARTIGO 16 DA LEI Nº 11.116/2005. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 26 38 /2 00 4- 21 Fl. 732DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 733 2 Somente os saldos credores gerados a partir de 9/08/2004, decorrentes de créditos apurados na forma do artigo 15 da Lei nº 10.865/2004 em virtude do disposto no artigo 17 da Lei nº 11.033/2004, podem ser objeto de compensação, podendo ser efetuada a partir de 19/05/2005. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, Jose Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Trata o presente de Declarações de Compensação com utilização de créditos da nãocumulatividade de Cofins, relativo ao terceiro trimestre de 2004. A fiscalização efetuou as seguintes glosas, reconhecidas em despacho decisório, cientificado em 26/11/2009: 1. Glosa da inclusão do ICMS na base de cálculo do crédito presumido do estoque de abertura, por entender que o ICMS, sendo tributo recuperável, não compõe o valor do estoque, conforme artigo 12, §1º da Lei nº 10.833/2003 e artigo 289, §3º do Decreto nº 3.000/1999 (RIR/99); 2. Glosa de créditos de importação vinculados a receitas de exportação, no período entre 1º/05/2004 a 8/08/2004, por falta de previsão legal. Em manifestação de inconformidade, a recorrente, alegou: 1. A decadência do direito de glosar os referidos créditos por aplicação do art. 150, §4º do CTN; 2. A necessidade de se incluir o ICMS na base de cálculo do crédito presumido relativo ao estoque de abertura, em razão de que este valor compôs a base de cálculo das contribuições incidentes na receita do vendedor, por ocasião das aquisições; Fl. 733DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 734 3 3. A possibilidade de aproveitamento de créditos de importação vinculados a receitas de exportação, em virtude de inexistência de norma jurídica que condicione o aproveitamento a receitas tributadas; A Quinta Turma da DRJ em Ribeirão Preto proferiu o Acórdão nº 1435.926, cuja ementa transcrevese: Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 31/07/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PEDIDO DE PERÍCIAS E DE JUNTADA DE DOCUMENTOS. A perícia deve ser solicitada e a documentação comprobatória das alegações deve ser juntada quando da apresentação da manifestação de inconformidade, ou posteriormente nas condições do disposto no artigo 57 do Decreto nº 7.574, de 2001. COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. PRAZO. O prazo para a homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo é de cinco anos contados da data da apresentação da declaração. Base Legal: Art. 94, § 5º, da Lei nº 9.430, de 1996. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/07/2004 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. CRÉDITO PRESUMIDO. ESTOQUE DE ABERTURA. INCLUSÃO DO VALOR DO ICMS. VEDAÇÃO. Não se inclui no saldo do estoque de abertura existente em 30/04/2004 o valor dos impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal. Base legal: Art. 289 do RIR/99. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. VALOR PAGO NA IMPORTAÇÃO. O saldo acumulado dos créditos relativos as importações sujeitas ao pagamento do PIS e Cofins, apurados a partir de 09/08/2004, poderão ser utilizados em compensação ou ressarcimento somente a partir de 19/05/2005. Base legal: Art. 16, parágrafo único, da Lei nº 11.116, de 2005. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 734DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 735 4 Irresignada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reprisando as alegações deduzidas na manifestação de inconformidade. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède. O recurso voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. A recorrente, preliminarmente, arguiu a decadência do direito de reajustar a base de cálculo, glosando créditos. A compensação submetida à Administração Tributária mediante a entrega de Declaração de Compensação sujeitase ao prazo homologatório de cinco anos a partir da data de entrega da referida declaração, conforme artigo 74, §5º da Lei nº 9.430/96.1 A homologação compreende, dentre outros, a verificação dos pressupostos jurídicos e fáticos atinentes ao direito creditório e sua análise é prerrogativa da Administração Tributária e não configura lançamento de ofício, mas procedimento para aferir a certeza e liquidez do direito creditório pleiteado. A recomposição da base de cálculo, seja na base de receita seja no creditamento da nãocumulatividade, pode ser efetivada sem a necessidade de lavratura de Auto de Infração, pois é condição para se concluir pela procedência do pedido. Por outro lado, a tese defendida pela recorrente não se aplica ao caso presente, pois o prazo decadencial previsto no artigo 150, §4º e no artigo 173 do CTN se refere ao direito de constituir o crédito tributário e não de glosar o crédito escriturado. Ressalvase que um lançamento de ofício seria inócuo, pois não há constituição de crédito tributário e serviria apenas para estabelecer o contraditório e ampla defesa, o que já está garantido em análises de declarações de compensação, pois que submetidas ao rito processual do Decreto nº 70.235/1972, a teor do §11 do artigo 74 da Lei nº 9.430/1996. Neste sentido, citase julgado desta turma: 1 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) (Vide Medida Provisória nº 608, de 2013) (Vide Lei nº 12.838, de 2013) [..] § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) [...] § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) Fl. 735DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 736 5 Acórdão nº 3302002.353: PEDIDO DE RESSARCIMENTO. PIS NÃO CUMULATIVO. BASE DE CÁLCULO. APURAÇÃO DE DIFERENÇAS. Apurando o Fisco diferença entre o valor pleiteado e o valor que entende devido a título de ressarcimento de PIS ou Cofins, não pode a Autoridade Fazendária efetuar o pagamento do valor pleiteado, posto que ilíquido e indevido. Há que ser firmado o entendimento sobre o valor exato do crédito a ressarcir. A apuração darseá por meio de discussão em lançamento de ofício ou por meio de glosa efetuada no próprio pedido de ressarcimento. Rejeitase, assim, a prejudicial argüida. Inclusão do ICMS na base de cálculo do estoque de abertura. O artigo 12 da Lei nº 10.833/2003dispõe que a pessoa jurídica possui direito à apuração de crédito presumido correspondente ao estoque de abertura de bens na data do início da incidência nãocumulativa da contribuição, conforme transcrito abaixo: Art. 12. A pessoa jurídica contribuinte da COFINS, submetida à apuração do valor devido na forma do art. 3o, terá direito a desconto correspondente ao estoque de abertura dos bens de que tratam os incisos I e II daquele mesmo artigo, adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País, existentes na data de início da incidência desta contribuição de acordo com esta Lei. (Produção de efeito) § 1o O montante de crédito presumido será igual ao resultado da aplicação do percentual de 3% (três por cento) sobre o valor do estoque. § 2o O crédito presumido calculado segundo os §§ 1o, 9o e 10 deste artigo será utilizado em 12 (doze) parcelas mensais, iguais e sucessivas, a partir da data a que se refere o caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.925, de 2004) (Vide Lei nº 10.925, de 2004) § 3o O disposto no caput aplicase também aos estoques de produtos acabados e em elaboração. Por sua vez, os artigos 289, 290, 292 a 294 estabelecem: Art. 289. O custo das mercadorias revendidas e das matérias primas utilizadas será determinado com base em registro permanente de estoques ou no valor dos estoques existentes, de acordo com o Livro de Inventário, no fim do período de apuração (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 14). § 1º O custo de aquisição de mercadorias destinadas à revenda compreenderá os de transporte e seguro até o estabelecimento do contribuinte e os tributos devidos na aquisição ou importação (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13). Fl. 736DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 737 6 § 2º Os gastos com desembaraço aduaneiro integram o custo de aquisição. § 3º Não se incluem no custo os impostos recuperáveis através de créditos na escrita fiscal. Art. 290. O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 13, § 1º): I o custo de aquisição de matériasprimas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior; [...] Art. 292. Ao final de cada período de apuração do imposto, a pessoa jurídica deverá promover o levantamento e avaliação dos seus estoques. Art. 293. As mercadorias, as matériasprimas e os bens em almoxarifado serão avaliados pelo custo de aquisição (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, §§ 3º e 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, inciso II). Art. 294. Os produtos em fabricação e acabados serão avaliados pelo custo de produção (Lei nº 154, de 1947, art. 2º, § 4º, e Lei nº 6.404, de 1976, art. 183, inciso II). Depreendese, pois, que os estoques são avaliados pelos custos de aquisição, não se incluindo nos referidos os impostos recuperáveis, como é o caso do ICMS de que trata a lide. Neste sentido, citamse os Acórdãos nº 3403003.305, proferido em 14/10/2014 e nº 3801001.796, proferido em 20/03/2013, cujas ementas transcrevemse: Acórdão nº 3403003.305: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. ESTOQUE DE ABERTURA. ICMS. EXCLUSÃO. Na composição do estoque de abertura de que trata o art. 11 da Lei no 10.637/2002 deve ser excluído o ICMS, conforme art. 289 do Regulamento do Imposto de Renda. Acórdão nº 3801001.796: CRÉDITO PRESUMIDO ESTOQUE DE ABERTURA VALORAÇÃO DO ESTOQUE LEGISLAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. O estoque de abertura deve ser valorado segundo os critérios adotados para fins do imposto de renda e o valor do ICMS, quando recuperável, não integra o valor dos estoques a ser utilizado como base de cálculo do crédito presumido. Fl. 737DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 738 7 A recorrente alega que o crédito está diretamente relacionado à incidência na etapa anterior. Entretanto, o regime de creditamento é delineado pelas hipóteses previstas, as quais definem a base de cálculo e as alíquotas e, não necessariamente, se vinculam diretamente à incidência na etapa anterior. Exemplo é a aquisição de insumo adquirido de um fornecedor tributado pelo lucro presumido (portanto, tributado a 3% para a Cofins), cujo crédito ocorre a 7,6% no adquirente sujeito à nãocumulatividade. Outro exemplo, diametralmente oposto à questão do ICMS aqui tratado, referese ao IPI não recuperável, o qual compõe o custo de aquisição gerando crédito da nãocumulatividade2, apesar de consistir em exclusão da base de cálculo da incidência da exação3. Destarte, nego provimento ao recurso nesta matéria. Direito à compensação de saldos credores relativos a créditos de importação vinculados a receitas de exportação, no período entre 1º/05/2004 a 8/08/2004 O direito ao creditamento em operações de importação surgiu com a instituição da incidência das contribuições para o PIS/PasepImportação e CofinsImportação pela Lei nº 10.865/2004, e foi delineado nos artigos 15 a 18 da referida lei. O artigo 15 dispõe: Art. 15. As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos termos dos arts. 2o e 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1o desta Lei, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) (Regulamento)(grifo não original) Observase que a lei não mencionou os artigos 5º da Lei nº 10.637/2002 e 6º da lei 10.833/2003, e, conforme ocorrido nestas leis, o regramento do creditamento vinculado à exportação foi estabelecido à parte dos artigos terceiros, a saber: Art. 5o A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: Produção de efeito I exportação de mercadorias para o exterior; II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1o Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3o para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; 2 Art. 66, §3º da IN SRF nº 247/2002 3 Art. 24, inciso III da IN SRF n º 247/2002 Fl. 738DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 739 8 II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2o A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1o, poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Art. 6o A COFINS não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: (Produção de efeito) I exportação de mercadorias para o exterior; II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1o Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3o, para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2o A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1o poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Destacase que o §1º de cada artigo vincula o creditamento à exportação, apurado na forma do art. 3º das referidas leis, delimitando o alcance dos créditos vinculados às receitas de exportação, bem como definindo a forma de utilização de tais créditos, o que impede a aplicação dos artigos 5º e 6º acima transcritos aos créditos de importação. Entretanto, em 9/08/2004, foi publicada a MP nº 206/2004, cujo art. 16 dispunha: Art. 16. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou nãoincidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. A exposição de motivos desta medida provisória estabelece no item 19 que “As disposições do art. 16 visam esclarecer dúvidas relativas à interpretação da legislação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS.”, conferindo caráter interpretativo ao Fl. 739DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 740 9 dispositivo. O artigo 16 tornouse artigo 17 na conversão da medida provisória na Lei nº 11.033/2004, mantendose a redação. Assim, as exportações não impedem a manutenção dos créditos a ela vinculados sejam decorrentes dos artigos 3º das Leis nº 10.637/2002 ou da Lei 10.833/2003, sejam decorrentes do art. 15 da Lei nº 10.865/2004. A manutenção implica a possibilidade de desconto das contribuições sujeitas à incidência nãocumulativa, mas não possibilita, por si, a compensação ou o ressarcimento. Neste sentido, em 19/05/2005, foi publicada a Lei 11.116/2005, a qual estipulou em seu artigo 16 as formas de utilização de determinados créditos em vista do disposto no artigo 17 da Lei nº 11.033/2004, nos seguintes termos: Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei no 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto no art. 17 da Lei no 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei.(grifo não original) Inferese que o artigo 16 da Lei nº 11.116/2005, em seu parágrafo único, restringiu a utilização para compensação ou ressarcimento apenas dos saldos credores gerados a partir de 9/08/2004, com pedidos formulados a partir de 19/05/2005, o que torna indevida a compensação realizada pela recorrente com saldos credores apurados no período de 1º/07/2004 a 8/08/2004, ressalvada, porém, a possibilidade de utilização destes saldos para desconto. Diante do exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 740DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13888.002638/200421 Acórdão n.º 3302003.132 S3C3T2 Fl. 741 10 Fl. 741DF CARF MF Impresso em 12/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 22/03 /2016 por PAULO GUILHERME DEROULEDE, Assinado digitalmente em 02/04/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 19515.721331/2012-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jun 08 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1301-000.230
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em Converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
VALMAR FONSECA DE MENEZES - Presidente.
(Assinado digitalmente)
CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Carlos Augusto de Andrade Jenier, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimaraes, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em Converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes (Presidente), Carlos Augusto de Andrade Jenier, Paulo Jakson da Silva Lucas, Wilson Fernandes Guimaraes, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .7 21 33 1/ 20 12 -5 7 Fl. 490DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.721331/201257 Resolução nº 1301000.230 S1C3T1 Fl. 3 2 Relatório Por bem analisar os elementos contidos nos autos, reproduzo aqui o relatório trazido pela r. decisão de primeira instância: DA AUTUAÇÃO Conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 214/218, em procedimento de revisão interna das DIPJ do anocalendário de 2008 da contribuinte acima identificada constatouse a compensação indevida de prejuízos fiscais de períodos anteriores (IRPJ), conforme a seguir sintetizado: DAS AUTUAÇÕES ANTERIORES A contribuinte sofreu as seguintes autuações do IRPJ, que trouxeram as alterações nas declarações entregues, conforme consta no “Histórico da Compensação de Prejuízos Fiscais” (fls. 198/201): Processo n° 16561.000076/200885: anoscalendário 2003 e 2006; Processo n° 16561.000083/200887: anocalendário 2006; Processos n°s 16561.000086/200811 e 16561.000087/200865: anocalendário 2007. A fiscalização deixou de mencionar que no processo nº 16561.000087/200865 também houve autuação relativa ao período de 01/01/2008 a 01/02/2008. PREJUÍZOS COMPENSADOS INDEVIDAMENTE – PERÍODO DE APURAÇÃO 01/01/2008 A 01/02/2008 (CISÃO PARCIAL DIPJ/2008) A contribuinte apresentou sua DIPJ/2008, Situação Especial Cisão Parcial, período de apuração 01/01/2008 a 01/02/2008, tendo sido verificada a compensação a maior de prejuízo fiscal de períodos anteriores, na apuração do Lucro Real Anual (Ficha 9A – linha 55), conforme a seguir sintetizado (valores em reais): PREJUÍZOS COMPENSADOS INDEVIDAMENTE – PERÍODO DE APURAÇÃO 02/02/2008 a 31/12/2008 (DIPJ/2009) O contribuinte apresentou sua DIPJ/2009, relativa ao anocalendário 2008 (período de apuração 02/02/2008 a 31/12/2008), tendo sido verificada a compensação a maior de prejuízo fiscal de períodos anteriores, na apuração do Lucro Real Anual (Ficha 9A – linha 74), conforme a seguir sintetizado (valores em reais): Fl. 491DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.721331/201257 Resolução nº 1301000.230 S1C3T1 Fl. 4 3 DOS VALORES TRIBUTÁVEIS Os valores tributáveis estão a seguir demonstrados (valores em reais): DOS LANÇAMENTOS Em face do acima exposto, foram efetuados os seguintes lançamentos, relativos aos anoscalendário de 2008: DA IMPUGNAÇÃO Cientificada dos lançamentos em 13/06/2012 (fl. 231), a contribuinte, por meio de sua representante legal, apresentou, em 10/07/2012, a impugnação de fls. 236/247, alegando, em síntese, o seguinte: DO STATUS DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS CORRELATOS O presente referência decorre de ajustes do saldo de prejuízo fiscal decorrentes das glosas operadas em Autos de Infração anteriores, abaixo listados, os quais ainda se encontram pendentes de julgamento definitivo perante as instâncias administrativas. Isso, a toda evidência, autoriza a imediata suspensão do presente processo, até que se resolva cada uma das lides relacionadas. Processo n° 16561.000076/200885 (doc. 03): Esse processo, após tramitar pela primeira instância administrativa, foi submetido ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para julgamento do RecursoVoluntário, sendo que, após a prolação do acórdão pela Primeira Turma Ordinária da Terceira Fl. 492DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.721331/201257 Resolução nº 1301000.230 S1C3T1 Fl. 5 4 Câmara, foram interpostos Embargos de Declaração, em 17/10/2011, o qual ainda pende de julgamento, conforme comprovam os documentos anexos. Este processo, portanto, ainda não transitou em julgado. Processos n°s 16561.000083/200887 (doc. 04): 16561.000086/200811 (doc. 05) e 16561.000087/200865 (doc. 06): Esses processos foram apensados ao processo n° 16561.000076/200885, pois tratase de autuação decorrente. Os autos encontramse no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aguardando julgamento dos Embargos de Declaração interpostos no referido processo n° 16.561.000076/200885. Por força de todos os mencionados Autos de Infração, que caminham reunidos para julgamento, o saldo de prejuízo fiscal da impugnante foi sendo alterado ao longo dos anos, conforme se vê às fls. 242/243, pela evolução da recomposição desse estoque, preparada pela própria RFB nos Autos de Infração anteriores: De todo exposto, depreendese que a exigência ora perpetrada não poderá ser julgada até que sobrevenha a decisão final do processo administrativo que desencadeou a alteração do prejuízo fiscal, ou seja, do processo 16561.000076/200885, e dos respectivos apensos. Com efeito, o correto procedimento que haveria de ser tomado pela fiscalização seria o de constituir o crédito tributário supostamente devido apenas e tão somente para evitar a decadência e, em seguida, determinar a imediata suspensão dos trâmites administrativos do presente feito, uma vez que o julgamento do caso acima mencionado é condição sine qua non para se analisar a legalidade do lançamento em questão. Tanto assim o é que, em inúmeros outros casos semelhantes, o Conselho de Contribuintes reconhece a existência dessa relação de causa e efeito entre o processo em que se originou a glosa de prejuízos fiscais (e base negativa da CSLL) e aqueles que dele decorrem (fls. 244/246). DA DUPLICIDADE DE COBRANÇA PERÍODO DE 01/01/2008 A 01/02/2008 Paralelamente à questão acima exposta, é de se destacar que parte da exigência constituída no Auto de Infração ora impugnado deve ser cancelada, pois representa duplicidade na cobrança de IRPJ. O valor tributável relativo ao período de 01/01/2008 a 01/02/2008 já é objeto da cobrança consignada no processo nº 16561.000087/200865 conforme se comprova pelo documento anexo (doc. 06). Para que não restem dúvidas do lapso cometido pela fiscalização, notese o Quadro III, constante no Termo de Verificação Fiscal, que demonstra a glosa efetuada no presente caso, a seguir sintetizado (valores em reais): Notese que a única diferença entre o valor ora autuado e aquele objeto do processo nº 16.561.000087/200865 consiste na consideração, neste processo, do montante de R$ 45.528,51 que consta como saldo disponível nos controles da Receita Federal. Ou seja, Fl. 493DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.721331/201257 Resolução nº 1301000.230 S1C3T1 Fl. 6 5 no processo nº 16.561.000087/200865, a autoridade fiscal considerou o valor tributável de R$ 1.250.273,39 e, no presente caso, o Fisco considerou o mesmo valor, porém, subtraindo R$ 45.528,51. Portanto, diante do exposto, requerse o imediato cancelamento desta parte da cobrança por evidente duplicidade do objeto autuado. DO PEDIDO Diante do exposto, a contribuinte requer: a imediata suspensão do curso do presente processo até o definitivo julgamento dos processos correlatos (n°s 16561.000076/200885, 16561.000083/200887, 16561.000086/200811 e 16561.000087/200865); uma vez findos com êxito as discussões daqueles processos, que seja determinada, nos presentes autos, a recomposição de saldo de prejuízo fiscal para o anocalendário de 2008; caso findos sem êxito os processos correlatos, que seja determinado o cancelamento da parte do Auto de Infração em duplicidade (IRPJ relativo ao período de 01/01/2008 a 01/02/2008). Por fim, protesta pela produção de provas e alegações adicionais como também todos os meios de defesa, em especial em razão de a autuação envolver a análise dos valores autuados em outros processos administrativos. Analisando as razões aduzidas pela contribuinte, entendeu, entretanto, a douta DRJ de origem pela PROCEDÊNCIA PARCIAL das suas razões, assentando, na ementa do acórdão lavrado, o seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 PREJUÍZOS FISCAIS. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. LANÇAMENTO. SUSPENSÃO. Constando compensações indevidas, decorrentes de autuações anteriores, a autoridade fiscal deve efetuar o lançamento correspondente, mesmo que essas autuações estejam pendentes de confirmação, para prevenir a decadência. Desnecessária a suspensão do presente processo, visto que, caso a decisão administrativa final relativa às autuações anteriores seja favorável à contribuinte, a presente autuação deverá ser revista para se adequar à nova situação. DUPLICIDADE. EXONERAÇÃO PARCIAL. Constatada a duplicidade de parte do lançamento em relação a outro processo, exonerase parcialmente a exigência. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Regularmente intimada, a contribuinte apresenta o seu Recurso Voluntário, destacando os termos da decisão prolatada (especialmente na parte que lhe fora favorável) e, na essência, redargui aquilo antes pretendido em sua impugnação, sobretudo no que tange à necessidade do reconhecimento da conexão entre as discussões havidas nos presentes autos, e aqueloutra mantida nos autos dos processos correlatos indicados. Fl. 494DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.721331/201257 Resolução nº 1301000.230 S1C3T1 Fl. 7 6 É o relatório. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES Processo nº 19515.721331/201257 Resolução nº 1301000.230 S1C3T1 Fl. 8 7 Voto Conselheiro CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Relator. Sendo tempestivo o recurso voluntário interposto, dele conheço. A discussão travada nos presentes autos, pelo que se verifica, diz respeito ao apontamento da invalidade dos aproveitamentos de crédito promovidos pela contribuinte, tidos como indevidos pelos agentes da fiscalização, especificamente em face das glosas de prejuízos fiscais declaradamente decorrentes de outras autuações fiscais então especificamente lavradas, no caso, objetivamente para prevenir a decadência dos referidos créditos tributários. A conexão entre a consistência do presente lançamento e a matéria discutida nos autos dos processos n. 16561.000076/200885 (anoscalendário 2003 a 2006), 16561.000083/200887 (anocalendário 2006), 16561.000086/200811 e 16561.000087/2008 64 (anocalendário 2007) é evidente. Analisando as circunstâncias próprias daqueles autos, entretanto, verifico que, conforme indicado no Recurso Interposto, todos eles encontramse vinculados ao processo matriz, que, no caso, tratase do PAF n. 16561.000076/200885, atualmente aguardando a apreciação e julgamento do Recurso Especial interposto. Com base nessa verificação, e, tendo em vista o claro e inequívoco apontamento contido nos autos de que aqui se trata de lançamento decorrente, penso que a apreciação da matéria aqui tratada pende de solução, ainda, daqueles outros feitos, o que, por esta razão, impõeme, no caso, o reconhecimento da necessária "conexão", e, com isso, a determinação das anexação deste processo ao PAF n. 16561.000076/200885, assim como promovido, inclusive, com todos os outros processos mencionados. Em face dessas considerações, conduzo o meu voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, determinando que o presente feito seja anexado ao PAF n. 16561.000076/200885, devendo, assim, ser então apreciado após a decisão definitiva exarada naquele feito, por se tratar de lançamento diretamente decorrente daqueles outros mencionados. É como voto. (Assinado digitalmente) CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER Relator Fl. 496DF CARF MF Impresso em 08/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente e m 27/01/2015 por CARLOS AUGUSTO DE ANDRADE JENIER, Assinado digitalmente em 12/05/2015 por VALMAR FO NSECA DE MENEZES
score : 1.0
Numero do processo: 13888.724000/2011-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 11 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jun 02 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM DECORRÊNCIA DE DECISÃO JUDICIAL.
Devem ser excluídos da base de cálculo os valores comprovadamente referentes as verbas de períodos pretéritos e dentro do limite de isenção, pois, embora a incidência ocorra no mês do pagamento, o cálculo do imposto deverá considerar os meses a que se referem os rendimentos. Precedentes do STJ sujeitos ao regime do art. 543-C do Código de Processo Civil; portanto, de aplicação obrigatória nos julgamentos do CARF por força do art. 62-A de seu Regimento Interno.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-004.688
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencida a Conselheira Alice Grecchi, que dava provimento ao recurso voluntário.
João Bellini Junior - Presidente
Julio Cesar Vieira Gomes - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: JOAO BELLINI JUNIOR, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, ALICE GRECCHI, ANDREA BROSE ADOLFO, FABIO PIOVESAN BOZZA, IVACIR JULIO DE SOUZA, GISA BARBOSA GAMBOGI NEVES e AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Devem ser excluídos da base de cálculo os valores comprovadamente referentes as verbas de períodos pretéritos e dentro do limite de isenção, pois, embora a incidência ocorra no mês do pagamento, o cálculo do imposto deverá considerar os meses a que se referem os rendimentos. Precedentes do STJ sujeitos ao regime do art. 543C do Código de Processo Civil; portanto, de aplicação obrigatória nos julgamentos do CARF por força do art. 62A de seu Regimento Interno. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencida a Conselheira Alice Grecchi, que dava provimento ao recurso voluntário. João Bellini Junior Presidente Julio Cesar Vieira Gomes Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 72 40 00 /2 01 1- 73 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: JOAO BELLINI JUNIOR, JULIO CESAR VIEIRA GOMES, ALICE GRECCHI, ANDREA BROSE ADOLFO, FABIO PIOVESAN BOZZA, IVACIR JULIO DE SOUZA, GISA BARBOSA GAMBOGI NEVES e AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13888.724000/201173 Acórdão n.º 2301004.688 S2C3T1 Fl. 55 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que manteve em parte o lançamento do IRPF incidente sobre rendimento omitido da DAA, sendo reconhecido o direito de dedução dos honorários advocatícios pagos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2009. Os rendimentos referentes a diferenças ou atualizações de salários, proventos ou pensões, recebidos acumuladamente até 31 de dezembro de 2009 pela pessoa física, em decorrência de decisão judicial, devem ser tributados no mês do recebimento ou crédito, nos termos do art. 12 da Lei no 7.713, de 1988, bem como ser declarados como tributáveis na declaração de ajuste anual, admitida a dedução das concernentes despesas judiciais incorridas. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE AÇÃO TRABALHISTA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente em função de ação judicial, poderá ser excluído, para efeito de tributação na declaração de ajuste anual, o valor das respectivas despesas judiciais necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização, desde que devidamente comprovadas por documentos hábeis. Impugnação Procedente em Parte ... 1.1. Conforme a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 06), a exigência decorreu da seguinte infração à legislação tributária: 1.1.1. Omissão de Rendimentos do Trabalho com Vínculo e/ou sem Vínculo Empregatício ... Cabe observar que os rendimentos recebidos acumuladamente, até 31 de dezembro de 2009, integravam a base de cálculo mensal do imposto, conforme disciplinado pelo artigo 12 de Lei nº 7.713 / 1988, transcrito a seguir: Fl. 56DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. ... Somente após a publicação da Lei nº 12.350, de 2010, que incluiu o artigo 12A na Lei nº 7.713 / 1988, com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2010, é que passou a haver previsão legal autorizando a tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente, de forma diferenciada. Verificase por meio do documento de fls. 11 que o pagamento dos valores a título de revisão de benefício pago pela Previdência Social (processo nº 1.163/96) ocorreu durante o anocalendário 2006, tendo sido paga a quantia de R$ 43.554,69 a título de honorários advocatícios, conforme documento de fls.09. ... Quanto á alegação de que tratase de rendimento isento, por corresponder a proventos de aposentadoria de declarante com 65 anos ou mais, a mesma não procede, pois conforme documento de fls. 20, a ora impugnante completou 64 anos no anocalendário em questão. Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário alegando em síntese as razões trazidas na impugnação: 2. O contribuinte apresentou a impugnação de fls. 02/03, com os documentos de fls. 09/21, alegando que os rendimentos apontados como omitidos correspondem ao pagamento integral de 102 parcelas de provento de benefícios devidos pelo INSS, referente ao período de agosto/95 a maio/2003, recebidas por força da ação judicial na 3ª Vara Cível, processo nº 1.263/96, e incluem honorários advocatícios e outras despesas com a ação judicial. Alega, ainda, que os rendimentos são isentos por tratarse de proventos de aposentadoria de declarante com 65 anos ou mais. Também sustenta que de acordo com a planilha para liquidação de sentença às fls. 13, a verba se refere a diferenças de benefício previdenciário do RGPS cujos valores mensais estão sob abrigo da isenção e, portanto, de acordo com a jurisprudência consolidada do STJ seria incabível a tributação do somatório percebido em uma única vez. É o Relatório. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13888.724000/201173 Acórdão n.º 2301004.688 S2C3T1 Fl. 56 5 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Atendidos os pressupostos processuais, conheço do recurso. Constato se tratar de verba decorrente da ação judicial em que se reconheceu ao recorrente o direito a percepção de benefícios previdenciários relativos ao período de 08/95 a 05/2003 e os valores, de acordo com a tabela progressiva à época, estariam sob o manto da isenção, fls. 12 e seguintes. De fato, os rendimentos recebidos acumuladamente até 31 de dezembro de 2009 integravam a base de cálculo mensal do imposto, conforme disciplinado pelo artigo 12 de Lei nº 7.713 / 1988, transcrito a seguir: Lei nº 7.713/1988: Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. A modificação da regra somente veio com a Medida Provisória nº 497, de 2010: Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, quando correspondentes a anoscalendários anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. (Incluído pela Medida Provisória nº 497, de 2010) § 1o O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito, e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. (Incluído pela Medida Provisória nº 497, de 2010) § 2o Poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. (Incluído pela Medida Provisória nº 497, de 2010) Fl. 58DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 Posteriormente modificada pela Lei nº 13.149, de 2015: Art. 12A. Os rendimentos recebidos acumuladamente e submetidos à incidência do imposto sobre a renda com base na tabela progressiva, quando correspondentes a anoscalendário anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. (Redação dada pela Lei nº 13.149, de 2015) Portanto, para o anocalendário a que se refere o lançamento seria aplicado o artigo 12 da Lei nº 7.713/1988 em sua redação original. Contudo, a jurisprudência do STJ se consolidou no sentido de que o momento do recebimento dos rendimentos define a ocorrência do fato gerador, porém no cálculo do tributo aplicamse as alíquotas e tabelas próprias das competências a que os valores se referem (RESP 424.225/SC e RESP 901.945). Por corresponder ao meu entendimento sobre a matéria, adoto e reproduzo aqui o acórdão nº 280200.650, julgamento em 09/11/2011, da relatoria do ilustre Conselheiro Jorge Claudio Duarte Cardoso: Até então vinha fundamentando meus votos a partir das seguintes premissas: a) consolidação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) do entendimento acerca dos rendimentos recebidos acumuladamente; b) decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que negou repercussão geral ao tema; e c) publicação do Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009, do Despacho do Ministro da Fazenda SN/2009, do Ato Declaratório PGFN nº 1, de 27 de março de 2009 e do Parecer PGFN /CAT 815/2010, editados com fulcro na Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002. O referido Ato Declaratório autorizava a dispensa de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, "nas ações judiciais que visem obter a declaração de que, no cálculo do imposto renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global", mencionando os seguintes julgados do STJ: Resp 424225/SC (DJ 19/12/2003); Resp 505081/RS (DJ 31/05/2004); Resp 1075700/RS (DJ 17/12/2008); AgRg no REsp 641.531/SC (DJ 21/11/2008); Resp 901.945/PR (DJ 16/08/2007). Ocorre que recentemente o STF decidiu por reconhecer repercussão geral ao tema e com isso a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) suspendeu a eficácia do Parecer PGFN/CRJ nº 287/2009, e conseqüentemente tornou insubsistentes o Ato Declaratório PGFN nº 1, de 27 de março de 2009 e o Parecer PGFN /CAT 815/2010. A mudança da posição do STF ocorreu no AgRQO/ RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010, (RE614232 e RE 614406) em que se enfrentou questão provocada pelo fato de o TRF da 4ª Região ter declarado a inconstitucionalidade, sem redução de texto, do art. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13888.724000/201173 Acórdão n.º 2301004.688 S2C3T1 Fl. 57 7 12 da Lei 7.713/88, o qual determina a incidência do Imposto de Renda no mês do recebimento de valores acumulados sobre o total dos rendimentos. Cabe então enfrentar novamente o tema com esses novos dados. Os casos que deram origem à jurisprudência em apreço referiamse a revisão de benefícios previdenciários mensais, benefícios previdenciários mensais reconhecidos e pagos com atraso, reajustes mensais de servidores públicos pagos em atraso e pagamentos mensais em atraso devido a retorno ao serviço ativo. Em todos eles os valores são reconhecidos por competência, possibilitando aplicar a norma tributária a cada caso, implicando em reconhecer que os valores estavam isentos ou definir a alíquota correspondente a cada mês. A título ilustrativo, é possível cotejar alguns do principais julgados que consolidaram a jurisprudência do STJ: a) aposentadoria por tempo de serviço concedida e paga pelo INSS com anos de atraso RESP 758.779/SC; b) revisão de benefícios mensais do INSS – RESP 492.247/RS (Relator Ministro Luiz Fux); RESP 719.774/SC Ministro Teori Zavascki; RESP 901.945 – Relator Ministro Teori Zavascki; RESP 1.088.739/SP– decisão monocrática Ministro Francisco Falcão; c) diferenças salariais mensais da URP – RESP 424.225/SC (Relator Ministro Teori Zavascki); RESP 383.309/SC (Relator Ministro João Otávio Noronha; d) valores mensais de Benefícios previdenciários e assistenciais pagos por precatório – RESP 505.081/RS (Relator Ministro Luiz Fux); e) valores mensais de benefícios previdenciários RESP 1.075.700/RS (Relatora Ministra Eliana Calmon); RESP 723.196/RS – Relator Ministro Franciulli Netto; RESP 667.238/RJ; RESP 667.238/RJ (Relato Ministro José Delgado); RESP 613.996/RS Relator Ministro Arnaldo Esteves Lima; RESP 783.724/RS Relator Ministro Castro Meira; f) Valores mensais de rendimentos de servidor público – AgReg. AI 766.896/SC, Relator Ministro José Delgado. Na linha do que decidido pelo STJ, entendo que o caso dos autos amoldase perfeitamente ao mesmo quadro fático dos julgados acima referidos. Entretanto, com a suspensão da eficácia do Parecer PGFN 287/2009, devese cautelosamente observar que, de acordo com o art. 62 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria nº 256, de 22 de junho de 2009, é vedado aos membros do CARF afastar a aplicação de lei ou decreto (no caso dos autos tratase do art. 12 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988) por inconstitucionalidade, motivo que justifica esmiuçar os fundamentos do STJ para não aplicar o regime de caixa puro, e sim um regime de competência para a apuração do imposto e de caixa para definir a ocorrência do fato gerador. Entre inúmeros julgados do Tribunal Superior, elenco alguns para deles extrair os respectivos fundamentos adotados: Fl. 60DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 8 a) RESP 758.779/SC; tratamento justo ao caso (equidade); b) RESP 492.247/RS; princípios da legalidade e da isonomia.; c) RESP 719.774/SC; princípios da legalidade e da isonomia e vedação ao enriquecimento sem causa da Administração; d) RESP 901.945 – resolução de aparente antinomia entre o art. 521 do RIR1980 (Decreto 85.450/80) e o art. 12 da Lei 7.713/88 se resolve pela seguinte exegese: este último disciplina o momento da incidência; o outro, o modo de calcular o imposto. (Precedentes citados: REsp 617081/PR, 1ª T, Min. Luiz Fux, DJ 29.05.2006 e Resp 719.774/SC, 1ª T, Min. Teori Albino Zavascki, DJ 04.04.2005.); e) RESP 424.225/SC ao dispor sobre os rendimentos recebidos acumuladamente, o art. 12 da Lei 7.713/88 disciplina o momento da incidência do Imposto de Renda, porém nada diz a respeito da alíquota aplicável a tais rendimentos, adotou a jurisprudência dominante e assentou que não havia declaração de inconstitucionalidade da lei d) RESP 505.081/RS – se o rendimento mensalmente era isento, ao ser recebido de uma só vez não perde essa natureza; e e) RESP 1.075.700/RS não há violação do art. 12 da Lei n.º 7.713∕88 e art. 56, do Decreto n.º 3.000∕99, pois o acórdão recorrido está alinhado com a jurisprudência. Considero que afastar a aplicação do art. 12 da Lei n.º 7.713∕88 com fulcro em ofensa à legalidade, à isonomia e mesmo sob o fundamento de buscar o tributo justo está foram da órbita de competência dos membros desse Conselho. Outrossim, há vedação legal expressa quanto ao emprego da equidade para dispensar a exigência de tributo (§2º do art. 108 do CTN). Registro algumas razões a serem consideradas para a seguir expor a solução que adoto: a) está implícita na função do CARF contribuir para a segurança jurídica em matéria tributária; b) essa Turma já se posicionou uniformemente sobre esse tema; c) é competência constitucional do STJ atuar como guardião e intérprete da lei federal; e d) há jurisprudência consolidada da jurisprudência do STJ sobre o tema. Destarte, reputo que a melhor interpretação para essa matéria encontrase nos acórdãos do STJ que se fundamentaram na interpretação do art. 12 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, no sentido de que o momento do recebimento dos rendimentos define a ocorrência do fato gerador, porém no cálculo do tributo aplicamse as alíquotas e tabelas próprias das competências a que os valores se referem (RESP 424.225/SC e RESP 901.945) Cheguei a essa conclusão após ter verificado que o STF tem reconhecido que com esse fundamento o STJ não está declarando a inconstitucionalidade da norma legal, mas apenas interpretando a legislação infraconstitucional aplicável ao caso. Com isso, baseado em jurisprudência pacífica da Corte Suprema, o STF tem decidido pelo não cabimento de recurso extraordinário nesses casos. (RE 572580/RS, Relator(a): Min. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13888.724000/201173 Acórdão n.º 2301004.688 S2C3T1 Fl. 58 9 Ricardo Lewandowski, julgado em 03/06/2008. No mesmo sentido: RE 563.347/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 660.020/SC, Rel. Min. Ricardo Lewandowski e AI 636303/SC, Relator(a): Min. Cármen Lúcia, julgado em 01/07/2008). Teria a admissão de repercussão geral o condão de afastar a aplicação do entendimento adotado no STJ e inviabilizar sua aplicação pelo CARF? É relevante, então, investigar as razões do deferimento da repercussão geral, qual seja, a declaração de inconstitucionalidade superveniente e a relevância jurídica correspondente à presunção de constitucionalidade das leis, a necessidade de garantir a unidade do ordenamento jurídico, a uniformidade da tributação federal (art. 151, I da Constituição) e a isonomia (art. 150, II da Constituição) (RE 614232 AgRQO/ RS, rel. Min. Ellen Gracie, 20.10.2010, RE614232). Não obstante, constato que o panorama não se modificou, pois se não está sendo afastada aplicação da lei, mas tão somente dando ao dispositivo legal vigente a interpretação pacificada no âmbito de seu intérprete mais abalizado. Na mesma linha da jurisprudência consolidada no STJ, uma interpretação sistemática e não apenas literal, devese implementar essa exegese nos casos que com ela for compatível, como é o caso dos autos. Ademais, a tese consolidada no STJ foi proferida no REsp 1118429/SP, cujo Relator foi o Ministro Herman Benjamin, em 24/03/2010, em acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008, o que de acordo com o art. 62A do Regimento Interno do CARF, introduzido pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, publicada no DOU de 22.12.2010, exige sua aplicação pelos Conselheiros do CARF: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Ao mesmo tempo, não compete ao órgão de julgamento refazer o lançamento com outros critérios jurídicos, mas tão somente afastar a exigência indevida. Não cabendo a tributação nos moldes em que ocorreu, perde sentido a discussão sobre a glosa do IRRF (questão menor que fica absorvida), bem como ficam prejudicados os demais argumentos trazidos com a peça recursal. Diante do exposto, REJEITO as preliminares e, no mérito, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 10 Fazse necessário em complemento aos elucidativos fundamentos no citado acórdão trazer que recentemente o STF apreciou a questão submetida à repercussão geral e confirmou o entendimento na jurisprudência do STJ: STJ: Resp. 1.118.429SP, julgado em 24/03/2010 e transitado em julgado em 17/06/2010, o qual recebeu a seguinte ementa: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. AÇÃO REVISIONAL DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS DE FORMA ACUMULADA. 1. O Imposto de Renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente. Precedentes do STJ. 2. Recurso Especial não provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e do art. 8º da Resolução STJ 8/2008. ... STF: RE 614406 / RS RIO GRANDE DO SUL RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. ROSA WEBER Relator(a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO Julgamento: 23/10/2014 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Publicação ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe 233 DIVULG 26112014 PUBLIC 27112014 Parte(s) RECTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL RECDO.(A/S) : GERALDO TEDESCO ADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO LUNELLI Ementa IMPOSTO DE RENDA – PERCEPÇÃO CUMULATIVA DE VALORES – ALÍQUOTA. A percepção cumulativa de valores há de ser considerada, para efeito de fixação de alíquotas, presentes, individualmente, os exercícios envolvidos. ... ARE 817409 AgR / SE SERGIPE AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVORelator(a): Min. LUIZ FUXJulgamento: 07/04/2015 Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação PROCESSO ELETRÔNICO DJe075 DIVULG 22042015 PUBLIC 23042015 Parte(s) AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) : PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL AGDO.(A/S) : JOSE JOAQUIM DE ALMEIDA SANTOS ADV.(A/S) : LEONARDO DA COSTA E OUTRO(A/S) Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. MODO DE CÁLCULO. RENDIMENTOS PAGOS EM ATRASO E ACUMULADAMENTE. REPERCUSSÃO GERAL Fl. 63DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13888.724000/201173 Acórdão n.º 2301004.688 S2C3T1 Fl. 59 11 RECONHECIDA PELO STF. TEMA Nº 368. JULGAMENTO DE MÉRITO NO RE 614.406. ALEGADA INDIFERENÇA NA APLICAÇÃO DO REGIME DE CAIXA OU DE COMPETÊNCIA AO CASO. INCURSÃO NO ACERVO FÁTICOPROBATÓRIO DOS AUTOS. SÚMULA Nº 279 DO STF. INCIDÊNCIA. 1. Os valores recebidos em atraso e acumuladamente por pessoas físicas devem se submeter à incidência do imposto de renda segundo o regime de competência, consoante decidido pelo Plenário do STF no julgamento do RE 614.406, Rel. Min. Rosa Weber, Redator do acórdão o Min. Marco Aurélio, DJe de 27/11/2014, leading case de repercussão geral, Tema nº 368. 2. A indiferença na aplicação dos regimes de caixa ou de competência, quando controversa a existência de prejuízo ao contribuinte, não enseja o cabimento de recurso extraordinário, por demandar a incursão no acervo fáticoprobatório dos autos, o que atrai o óbice da Súmula nº 279 do STF. Precedentes: ARE 859.231, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 9/2/2015; ARE 858.992, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJe de 20/2/2015; e ARE 840.647AgR, Rel. Min. Roberto Barroso, Primeira Turma, julgado em 3/3/2015. 3. In casu, o acórdão recorrido extraordinariamente assentou: “TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DERENDA SOBRE VALORES RECEBIDOS ACUMULADAMENTE (GDPST E GACEN). FORMA DE CÁLCULO APLICADA AO CASO, "REGIME DE COMPETÊNCIA" (RENDIMENTOS PAGOS SERÃO CONSIDERADOS NOS MESES A QUE SE REFERIREM). PROVIMENTO DO(S) RECURSO(S). I – Sobre a matéria em discussão venho reiteradamente decidindo que o regime a ser adotado é o regime de competência. II – Com a devida vênia ao ilustre magistrado de primeiro grau, entendo que deve ser rejeitada a tese da União, acatada por Vossa Excelência, uma vez que não logrou comprovar que seria indiferente ao caso vertente aplicar o regime de caixa ou o regime de competência. III – Provimento do(s) recurso(s).” 4. Agravo regimental DESPROVIDO. Por tudo, aplicase ao caso o artigo 62A do Regimento Interno do CARF: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Resta, contudo, a elucidação dos critérios de atualização monetárias até à época do pagamento. Sobre a questão, o STJ também firmou jurisprudência na sistemática dos recursos repetitivos. Tratase do REsp nº 1.470.720RS, in verbis: RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PROCESSUAL CIVIL. VIOLAÇÃO AO ART. 535, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA N. 284/STF. TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO DE SENTENÇA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA IRPF. VERBAS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. CORREÇÃO MONETÁRIA. FACDT. SELIC. ... Em razão dessa jurisprudência já consolidada, surgiu em inúmeros processos a discussão a respeito do modo com que se Fl. 64DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 12 daria o cálculo dessa diferença de imposto de renda a ser paga pelo contribuinte ou a ele repetida pelo fisco, nos casos em que o Imposto de Renda incide sobre verbas trabalhistas pagas em atraso de forma acumulada, ou verbas de outra natureza também pagas em atraso de forma acumulada. Esse modo não poderia descurar da forma com que calculado o imposto nas declarações de ajuste, respeitandose a lógica do imposto e de sua repetição. Dito de outra forma, para respeitar a sistemática de apuração do Imposto de Renda e ao mesmo tempo o regime de competência, havia a necessidade de se estabelecer uma forma retroativa de cálculo do tributo que deveria ter sido pago ao tempo em que deveria ter sido recebido o rendimento (regime de competência) e apurar a diferença em relação ao que retido posteriormente na fonte (regime de caixa), o que carece da aplicação de um critério único de correção monetária, a fim de se equalizar as bases de cálculo do Imposto de Renda através do tempo (a base de cálculo do imposto que deveria ter sido pago sob o regime de caixa deve ser equalizada à base de cálculo do imposto pago sob o regime de competência) e definir a diferença do tributo a pagar ou restituir. Assim, o que se discute é o índice a ser fixado para a correção da base de cálculo do tributo e não do tributo devido ou do indébito a ser restituído. No caso das verbas trabalhistas, sabese que a Justiça do Trabalho utiliza para atualização dos débitos (base de cálculo do Imposto de Renda) a chamada Tabela FACDT (Fator de Atualização e Conversão dos Débitos Trabalhistas), que tem por objetivo assegurar, "com base no índice oficial da inflação do mês anterior, o valor monetário dos créditos do trabalhador até o primeiro dia do mês seguinte" (Agravo de Petição n. 718903, TRT4, Sexta Turma, Rel. Juiz João Ghisleni Filho, julgado em 19.11.1998). Sendo assim, sua natureza é de fator de correção monetária, não se tratando de juros de mora, que tem por objetivo punir o devedor pela mora, acrescendo ao débito uma indenização a título de lucros cessantes. Do mesmo modo, no caso de verbas previdenciárias, a Justiça Federal faz uso do IGPDI e, mutatis mutandis, em outros casos fazse uso de índices diversos judicialmente fixados e transitados em julgado. A jurisprudência então caminhou para a seguinte forma de cálculo: resgatase o valor original da base de cálculo (após, portanto, as deduções legais) declarada pelo sujeito passivo em sua Declaração de Ajuste Anual relativa ao anocalendário a que o rendimento corresponde (A) e adicionase o valor do rendimento recebido acumuladamente relativo ao mesmo ano (excluídos atualização monetária e juros) (B). Assim, chegase ao valor da base de cálculo que seria declarada se o rendimento tivesse sido percebido na época própria (C = A + B). Sobre esta base de cálculo aplicase a tabela progressiva vigente no ano a que o rendimento corresponde. Com a aplicação da alíquota da tabela progressiva sobre a base de cálculo (C), chegase a um resultado de imposto devido à época. Desse resultado se subtrai o imposto efetivamente pago calculado com os valores da época. Essa diferença corresponde ao cálculo da Fl. 65DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13888.724000/201173 Acórdão n.º 2301004.688 S2C3T1 Fl. 60 13 diferença de imposto correspondente (D). Este cálculo deverá ser feito para cada anocalendário referente aos rendimentos percebidos acumuladamente (Dl, D2, etc). Esta diferença de imposto de renda (D), apurada em cada ano (D1, D2, etc), será atualizada pelo índice que melhor reflita a correção monetária para o débito em questão (no caso de débitos trabalhistas, utilizase o Fator de Atualização e Conversão dos Débitos Trabalhistas FACDT, como visto) a partir de 30 de abril do ano subseqüente ao anocalendário respectivo. Cada uma das diferenças anuais (Dl, D2) será atualizada pelo índice referido até 30 de abril do ano subseqüente àquele em que ocorreu o recebimento dos valores acumulados e somadas entre si, constituindo o somatório de diferenças de imposto de renda (E =" Dl + D2 + etc.). O montante total das diferenças (E) será compensado com o total do imposto que foi indevidamente retido na fonte sob o regime de caixa por força do recebimento de rendimentos acumulados, perfazendo o saldo de imposto de renda (F), a pagar (se E > imposto indevidamente retido na fonte sob o regime de caixa) ou a restituir (se E < imposto indevidamente retido na fonte sob o regime de caixa). Sobre (F), incidirá a taxa SELIC a partir de 1º de maio do ano subsequente ao do recebimento dos rendimentos acumulados porque, ou constitui (F) uma diferença de imposto não pago pelo contribuinte (situação em que incidem o art. 13, da Lei n. 9.065/95 e o art. 61, §3º, da Lei n. 9.430/96), ou constitui um valor de indébito a ser repetido pelo Fisco ao contribuinte (situação em que incide o art. 39, §4º, da Lei n. 9.250/95). ... De observar que a taxa SELIC não incide em nenhum momento anterior porque antes de 1º de maio do ano subsequente ao do recebimento dos rendimentos acumulados o que ocorre é apenas uma equalização da base de cálculo do imposto de renda e não a mora, seja do contribuinte, seja do Fisco. Quanto a alegação de isenção em razão da idade, de fato, à época do ano calendário, a recorrente, nascida em 24/09/1942, ainda não havia completado 65 anos de idade, fls. 24. Em razão do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário para que o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente seja calculado utilizandose as tabelas e alíquotas do imposto vigentes mês a mês a que se refere a verba reconhecida em juízo, contudo observados os critérios de atualização pelo Resp. 1.470.720. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 66DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 14 Fl. 67DF CARF MF Impresso em 02/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 30/05/ 2016 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/06/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
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Numero do processo: 10314.725762/2014-46
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Jun 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2010, 2011
IRRF. PAGAMENTOS SEM CAUSA.
1. O art. 674 do RIR/99 e seu § 1º estabelecem, para o sujeito passivo, o ônus de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, os beneficiários dos pagamentos realizados, assim como as suas causas subjacentes.
2. Em não havendo comprovação das causas, tais pagamentos são tributados exclusivamente na fonte, à alíquota de 35%.
3. Portanto, a falta de comprovação das causas dos pagamentos permite a aplicação da presunção legal, para viabilizar a incidência do IRRF.
4. A entrega de bens ou direitos a sócio ou acionista a título de redução de sua participação no capital social da sociedade não caracteriza pagamento sem causa.
Recurso de Ofício Negado.
Numero da decisão: 2402-005.263
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado, João Victor Ribeiro Aldinucci, Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Malagoli da Silva, Marcelo Oliveira e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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PAGAMENTO SEM CAUSA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado DSM PRODUTOS NUTRICIONAIS BRASIL S/A ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2010, 2011 IRRF. PAGAMENTOS SEM CAUSA. 1. O art. 674 do RIR/99 e seu § 1º estabelecem, para o sujeito passivo, o ônus de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, os beneficiários dos pagamentos realizados, assim como as suas causas subjacentes. 2. Em não havendo comprovação das causas, tais pagamentos são tributados exclusivamente na fonte, à alíquota de 35%. 3. Portanto, a falta de comprovação das causas dos pagamentos permite a aplicação da presunção legal, para viabilizar a incidência do IRRF. 4. A entrega de bens ou direitos a sócio ou acionista a título de redução de sua participação no capital social da sociedade não caracteriza pagamento sem causa. Recurso de Ofício Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 57 62 /2 01 4- 46 Fl. 3131DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. Ronaldo de Lima Macedo Presidente João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado, João Victor Ribeiro Aldinucci, Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Malagoli da Silva, Marcelo Oliveira e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 3132DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 10314.725762/201446 Acórdão n.º 2402005.263 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso de ofício interposto em face de acórdão da 3ª Turma da DRJ/RPO, cuja ementa e resultado são os seguintes: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2010, 2011 PAGAMENTO SEM CAUSA. A entrega de bens ou direitos a acionista a título de devolução de investimento, com a respectiva redução na participação do capital social, não caracteriza pagamento sem causa. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado Sendo assim, a contribuinte foi exonerada do crédito decorrente do Auto de Infração, que exigiu crédito tributário de R$ 188.440.633,36, sendo IRRF no valor de R$ 90.540.224,76, multa de ofício de 75% no valor de R$ 67.905.168,57 e juros de mora no montante de R$ 29.995.240,03 (até agosto de 2014). O lançamento se baseou nas seguintes acusações: a) pagamentos sem causa, nos valores de R$ 135.241.884,53 e R$ 32.904.247,16, realizados pela TORTUGA CIA ZOOTÉCNICA AGRÁRIA, antiga denominação da contribuinte, em favor de sua sócia controladora INGÁ EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, a título de redução/devolução de capital; b) a sócia controladora INGÁ EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA reduziu sua participação no capital social da contribuinte em R$ 135.241.884,53, mediante o recebimento de diversas glebas, sem que tenha havido comprovação da sua efetiva incorporação ao capital da controlada, em 2005, nem, pelos mesmos motivos, na redução do capital, em 2010; c) a sócia controladora INGÁ EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA reduziu sua participação no capital social da contribuinte em R$ 32.904.247,16, mediante o recebimento de quotas da empresa TORTUGA AGROPECUÁRIA LTDA, as quais estavam registradas no ativo imobilizado da contribuinte, sem que tenha havido qualquer justificativa para a redução; Fl. 3133DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 4 d) as duas operações de redução de capital possibilitaram que a contribuinte retirasse aproximadamente R$ 140.000.000,00 de seu patrimônio, sendo d.1) duas Fazendas, que originariamente pertenceram ao sócio fundador, Sr. MAX FABIANE, já reavaliadas e no valor contábil de RS 135.241.884,53; d.2) as quotas de outra sociedade do Grupo Tortuga, a TORTUGA AGROPECUÁRIA, no valor contábil de R$ 32.904.247,16. Para acolher a impugnação e cancelar o auto, a decisão da DRJ adotou os fundamentos: e) os pagamentos efetuados com bens e direitos também podem representar um pagamento sem causa; f) diante da vasta argumentação do Fisco e da impugnante, cumpre verificar se o fato de ter ocorrido redução de capital da autuada, mediante entrega de recursos (bens e direitos) à sua controladora, a INGÁ, encontra subsunção à hipótese de ocorrência do fato gerador do IRRF, contida no art. 61 da Lei nº 8.981, de 1995; g) verificase, de acordo com o contido nos autos e nos demonstrativos elaborados pelo Fisco no TVF, que o quadro societário da TORTUGA (antiga denominação da contribuinte) e o seu capital, antes da sua redução, em 14/12/2010, era o seguinte: h) após a redução de capital nessa data, a situação da autuada passou a ser a seguinte: i) portanto, constatase que a entrega dos recursos à INGÁ deuse em virtude da redução de sua participação na TORTUGA e que dessas operações ocorreram apenas fatos permutativos no patrimônio da INGÁ, pois a redução de sua participação societária na TORTUGA ocorreu em troca de imóveis e ações de outra empresa do grupo, não resultando em acréscimo patrimonial; Fl. 3134DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 10314.725762/201446 Acórdão n.º 2402005.263 S2C4T2 Fl. 4 5 j) assim sendo, apesar das incontestáveis irregularidades constatadas pelo Fisco, formais e legais, que deveriam ter sido observadas para as operações realizadas, não se vislumbra, no presente caso, a hipótese de incidência do IR prevista no art. 61 da Lei n° 8.981, de 1995, posto não ter resultado dessas operações rendimento ou aumento patrimonial para a INGÁ. Os autos vieram a este Conselho por força de recurso de ofício. É o relatório. Fl. 3135DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 6 Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci Relator 1 Conhecimento O recurso de ofício deve ser conhecido, visto que a decisão recorrida exonerou o sujeito passivo de crédito tributário superior a R$ 1.000.000,00. Nesse sentido, eis o teor do art. 1º da Portaria MF nº 03/2008: Art. 1º. O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). 2 Pagamento sem causa O art. 674 do RIR/99 e seu § 1º estabelecem, para o sujeito passivo, o ônus de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, os beneficiários dos pagamentos realizados, assim como as operações e suas causas subjacentes. Art.674.Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 61). §1ºA incidência prevista neste artigo aplicase, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa (Lei nº 8.981, de 1995, art. 61, §1º). Em não havendo comprovação, tais pagamentos são tributados exclusivamente na fonte, à alíquota de 35%. A norma se justifica porque tais pagamentos poderiam ser atinentes a pró labore, prestação de serviços, entre outros, que estariam sujeitos à retenção do IR na fonte e até mesmo à incidência de contribuições previdenciárias. Ademais, em razão da falta de identificação do beneficiário, o Fisco se vê impedido de alcançálo de forma direta, impondose a tributação na pessoa da fonte pagadora. Nas hipóteses do § 1º, ainda pode persistir dúvida sobre a natureza do rendimento vinculado ao referido pagamento, sendo justificável a tributação na fonte. A falta de comprovação, portanto, permite a aplicação da presunção legal sob comento, para viabilizar a incidência do IRRF. Fl. 3136DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 10314.725762/201446 Acórdão n.º 2402005.263 S2C4T2 Fl. 5 7 No caso dos autos, a acusação se funda apenas na suposta inexistência de causa do pagamento. Contudo, não se vê razão para modificar as conclusões da DRJ. Os pagamentos foram realizados mediante a entrega de imóveis e quotas à INGÁ EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA, em função de simples redução de sua participação no capital social da recorrida. O montante dessa redução correspondeu exatamente aos bens que lhe foram dados em pagamento, tendo inexistido a obtenção de riqueza nova passível de tributação (CTN, art. 43). Nos dizeres incensuráveis da DRJ, "ocorreram apenas fatos permutativos no patrimônio da INGÁ, pois a redução de sua participação societária na TORTUGA ocorreu em troca de imóveis e ações de outra empresa do grupo, não resultando em acréscimo patrimonial". Destarte, inexiste a subsunção do fato controvertido à norma do art. 674 do Regulamento. 3 Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício, nos termos da fundamentação. João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 3137DF CARF MF Impresso em 14/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 4/05/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 24/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO
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Numero do processo: 11610.727854/2012-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
DEDUÇÃO COM DEPENDENTE. INCAPACITADO FÍSICA OU MENTALMENTE PARA O TRABALHO. NÃO COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS DE COMPLETUDE E DE CONGRUÊNCIA DA PROVA.
Não havendo comprovação ou indício contemporâneo ao fato gerador que a patologia acometida pela dependente a impossibilitava de trabalhar, não se admite a dedução do imposto de renda relativa à dependente supostamente incapacitada mentalmente para o trabalho após o momento da ocorrência do fato gerador. Inteligência do art. 77 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR).
DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. DEPENDENTE. NÃO COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE.
São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR).
A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea da dependência de sua filha no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
DEDUÇÃO DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. DEPENDENTE. NÃO COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE.
As despesas com instrução são dedutíveis na declaração de ajuste anual para pagamentos devidamente comprovados, efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação pré-escolar, de 1º, 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual estabelecido em lei. Inteligência do art. 81 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR).
A dedução de despesas com instrução na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea da dependência de sua filha no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-005.020
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Lourenço Ferreira do Prado, João Victor Ribeiro Aldinucci e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: RONALDO DE LIMA MACEDO
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DEDUÇÃO DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO E MÉDICAS Recorrente SALADINO ESGAIB Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 DEDUÇÃO COM DEPENDENTE. INCAPACITADO FÍSICA OU MENTALMENTE PARA O TRABALHO. NÃO COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS DE COMPLETUDE E DE CONGRUÊNCIA DA PROVA. Não havendo comprovação ou indício contemporâneo ao fato gerador que a patologia acometida pela dependente a impossibilitava de trabalhar, não se admite a dedução do imposto de renda relativa à dependente supostamente incapacitada mentalmente para o trabalho após o momento da ocorrência do fato gerador. Inteligência do art. 77 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR). DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. DEPENDENTE. NÃO COMPROVAÇÃO. INDEDUTIBILIDADE. 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As despesas com instrução são dedutíveis na declaração de ajuste anual para pagamentos devidamente comprovados, efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação préescolar, de 1º, 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 72 78 54 /2 01 2- 17 Fl. 65DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO 2 até o limite anual individual estabelecido em lei. Inteligência do art. 81 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR). A dedução de despesas com instrução na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea da dependência de sua filha no mesmo anocalendário da obrigação tributária. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Lourenço Ferreira do Prado, João Victor Ribeiro Aldinucci e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 11610.727854/201217 Acórdão n.º 2402005.020 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2009, ano calendário de 2008, onde, em procedimento de revisão de Declaração de Ajuste Anual (DAA), foram glosadas dedução de dependente no valor de R$1.655,88, por falta de prova de incapacidade física ou mental, despesas com instrução no valor de R$2.592,29, por ser da filha cuja dependência não foi comprovada (Deborah Torres) e despesas médicas no valor de R$7.992,21, por se tratar de despesas de não dependente (Deborah Torres), acrescentado de multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Inconformado(a) com a exigência, o(a) contribuinte apresentou impugnação, conforme fls. 03/07, alegando, em síntese, a glosa é indevida porque tratase da filha Deborah Torres Esgaib incapacitada para o trabalho, por ser portadora de patologia psiquiátrica grave (Transtorno Bipolar Tipo I CID10 F31.7), conforme conteúdo do laudo médico do Prof. Dr. Beny Lafer – CRM 57.815, que a assiste desde o ano de 2001, não havendo assim fundamento jurídico para a glosa de dependente e também das despesas com instrução e despesas médicas que se referem à mesma, em conformidade com o artigo 8º, inciso II, alínea “b” e “a”, da Lei 9.250/95. Junta documentos e pede prioridade na análise com base no Estatuto do Idoso. A decisão de primeira instância julgou improcedente a impugnação, mantendose as glosas apontadas pelo Fisco. Cientificado da decisão de primeira instância em 15/07/2014 (fl. 50), o interessado interpôs, em 13/08/2014, o recurso de fls. 53/57. Nas razões recursais aduz que a autuação decorreu de apuração de dedução indevida a título de dependente, pois sua filha não exerce sua profissão por total impossibilidade psíquica, conforme atestado médico que ora apresenta, pretendendo que assim seja restabelecida a correspondente dedução de dependente, bem como as deduções com despesas médicas e com instrução da dependente. Ao fim, requer seja acolhido o presente recurso para cancelar o débito fiscal reclamado. É o relatório. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO 4 Voto Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. GLOSAS DO DEPENDENTE E DESPESAS DE INSTRUÇÃO E MÉDICAS DO DEPENDENTE A decisão de primeira instancia entendeu que o Recorrente não comprovou as despesas realizadas a título de dependente (filha Deborah Torres Esgaib, CPF 570.981.74149) e despesas de instrução e médicas desse dependente, nos seguintes termos: “5. O contribuinte diz que dependente é sua filha Deborah Torres Esgaib – CPF 570.981.74149, que é incapacitada para o trabalho, juntando a certidão de nascimento e Atestado Médico comprovando a incapacidade física ou mental, comprovantes relativos à instrução e despesas médicas. 6. Comprovando a incapacidade física ou mental a tempo da exigência, não caberia o lançamento das glosas em questão, porém, o documento juntado foi emitido em 23 de maio de 2.012 para declarações de ajuste do imposto de renda do exercício de 2009. Não há no documento indicação do período em que ocorreu a incapacidade, embora o contribuinte diga que está sob a assistência médica do mesmo profissional desde 2001, não trouxe nenhuma prova disso e de quando teve início e o tempo da permanência da incapacidade, razão porque não é aceita. 7. Com relação às despesas médicas e de instrução, estas estão vinculadas à comprovação da dependência da filha Deborah.” Em sede de recurso, o interessado apresenta, à fl. 56, o atestado emitido, em 12/08/2014 e em complemento ao atestado de 23/05/2012, pelo Professor Dr. Beny Lafer (CRM 57.815), o qual afirma que Deborah Torres Esgaib está sob seus cuidados e, em virtude da gravidade de sua enfermidade, a sua incapacidade para o exercício de atividades profissionais persiste desde o início de seu tratamento médico (2001), por apresentar CID10 F31.7 (Transtorno Bipolar Tipo I). Com isso, o Recorrente alega a improcedência do lançamento fiscal. Entendo que não assiste razão o Recorrente, pois o documento de fl. 56 apenas complementa o atestado emitido em 23/05/2012 (fl. 15) e sinaliza que a incapacidade laboral persiste desde o ano de 2001, entretanto não existe qualquer documento contemporâneo ou anterior ao fato gerador que a patologia acometida pela dependente a impossibilitava de trabalhar. Em outras palavras, os documentos acostados aos autos, que sinalizam a incapacidade laboral da dependente, são extemporâneos a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária do anocalendário de 2008, pois foram emitidos em 23/05/2012 (fl. 15) e 12/08/2014 (fl. 56). Logo, os atestados médicos emitidos exclusivamente após a ocorrência do fato gerador não são suficientes, por si sós, para firmar juízo de certeza ou juízo de Fl. 68DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 11610.727854/201217 Acórdão n.º 2402005.020 S2C4T2 Fl. 4 5 convencimento da incapacidade para o trabalho da dependente (filha maior de 25 anos) no ano calendário da obrigação tributária, necessitando de outras provas que a corroborem. Por sua vez, os documentos de pagamentos efetuados em favor da Universidade Paulista (UNIP), referentes à educação de 3° grau, curso de Direito, da dependente Sra. Deborah Torres Esgaib (fl. 22) apontam que a dependente exercia atividade educacional. Isso permite afirmar que os elementos de prova contêm contradições internas entre o exercício de atividade para o trabalho e o exercício de atividade acadêmica, materializandose na incoerência ou na incongruência dos elementos juntados aos autos. Nessa senda da incongruência probatória, o que se percebe é a identidade entre o fato da filha maior de 25 anos ser incapacitada para o trabalho, decorrente da doença transtorno bipolar tipo I, e o fato de estar exercendo normalmente atividade acadêmica, sem qualquer evidência nos autos de que ela não levava uma vida além das normalidades do diaa dia, ou sem qualquer evidência do uso de medicamentos. Com isso, dentro dos elementos de valoração da prova de completude1 e de coerência, impõese afirmar que o Recorrente não se desincumbiu de comprovar a incapacidade para o trabalho de sua filha Deborah Torres Esgaib e, por consectário lógico, esta não é sua dependente, a teor do art. 77, § 1o e inciso III, do RIR/1999, aprovado pelo Decreto 3.000/1999, e do inciso III do art. 35 da Lei 9.250/1995. Isso porque inexistem documentos ou indícios nos autos, anteriores ou contemporâneos ao anocalendário 2008, que atestem a incapacidade laboral da dependente. Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de RendaRIR): Dependentes Art. 77. Na determinação da base de cálculo sujeita à incidência mensal do imposto, poderá ser deduzida do rendimento tributável a quantia equivalente a noventa reais por dependente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso III). § 1o Poderão ser considerados como dependentes, observado o disposto nos arts. 4º, § 3º, e 5º, parágrafo único (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35): I o cônjuge; II o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho; III a filha, o filho, a enteada ou o enteado, até vinte e um anos, ou de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; IV o menor pobre, até vinte e um anos, que o contribuinte crie e eduque e do qual detenha a guarda judicial; V o irmão, o neto ou o bisneto, sem arrimo dos pais, até vinte e um anos, desde que o contribuinte detenha a guarda judicial, ou 1 Completude da prova: se todas as provas disponíveis nos autos forem levadas em consideração na decisão. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO 6 de qualquer idade quando incapacitado física ou mentalmente para o trabalho; VI os pais, os avós ou os bisavós, desde que não aufiram rendimentos, tributáveis ou não, superiores ao limite de isenção mensal; VII o absolutamente incapaz, do qual o contribuinte seja tutor ou curador. § 2o Os dependentes a que referem os incisos III e V do parágrafo anterior poderão ser assim considerados quando maiores até vinte e quatro anos de idade, se ainda estiverem cursando estabelecimento de ensino superior ou escola técnica de segundo grau (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 1º). § 3º Os dependentes comuns poderão, opcionalmente, ser considerados por qualquer um dos cônjuges (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 2º). § 4º No caso de filhos de pais separados, poderão ser considerados dependentes os que ficarem sob a guarda do contribuinte, em cumprimento de decisão judicial ou acordo homologado judicialmente (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 3º). § 5 É vedada a dedução concomitante do montante referente a um mesmo dependente, na determinação da base de cálculo do imposto, por mais de um contribuinte (Lei nº 9.250, de 1995, art. 35, § 4º). Portanto, considerando que o contribuinte não comprovou dentro do ano calendário de 2009, por meio de documentos idôneos e hábeis, que a patologia acometida pela dependente a impossibilitava de trabalhar, não se admite a dedução do imposto de renda relativa à referida dependente. Resta apreciar, ainda, a glosa de despesas com instrução e médicas da suposta dependente. Nos termos do artigo 8°, inciso II, alínea "b", da Lei 9.250/1995, com a redação vigente ao tempo dos fatos ora analisados, são dedutiveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física, a título de despesas com instrução, os pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação préescolar, de 1°, 2° e 3° graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes. Lei 9.250/1995: Art. 8°. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: II das deduções relativas: b) a pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação préescolar, de 1°, 2°, e 3° graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de um mil e setecentos reais. (g.n.) Fl. 70DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 11610.727854/201217 Acórdão n.º 2402005.020 S2C4T2 Fl. 5 7 O Recorrente apresentou cópias dos pagamentos efetuados em favor da Universidade Paulista (UNIP), referentes à educação de 3° grau, curso de Direito, da dependente Sra. Deborah Torres Esgaib (fl. 22). No mesmo caminho, a cópia documental de fl. 17 aponta os pagamentos realizados em favor da Sul América Companhia de Seguro de Saúde, referentes ao plano de saúde da dependente Sra. Deborah Torres Esgaib (fl. 17). Diante desse contexto, com relação às despesas médicas (fl. 17) e de instrução (fl. 22), estas estão vinculadas à comprovação da dependência da filha Deborah e como não foi demonstrada a dependência, impõese afirma que o Recorrente também não se desincumbiu satisfatoriamente do ônus de provar que tais despesas são dedutíveis do imposto de renda de pessoa física e, com isso, essas despesas médicas e de instrução não atendem as regras dos arts. 80 e 81 do RIR/1999. Assim, deve ser mantida a glosa oriunda das despesas médicas (fl. 17) e de instrução (fl. 22), referentes às despesas da filha cuja dependência não foi comprovada. Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de RendaRIR): Despesas Médicas Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). § 1o O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exigese a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO 8 § 2 Na hipótese de pagamentos realizados no exterior, a conversão em moeda nacional será feita mediante utilização do valor do dólar dos Estados Unidos da América, fixado para venda pelo Banco Central do Brasil para o último dia útil da primeira quinzena do mês anterior ao do pagamento. § 3º Consideramse despesas médicas os pagamentos relativos à instrução de deficiente físico ou mental, desde que a deficiência seja atestada em laudo médico e o pagamento efetuado a entidades destinadas a deficientes físicos ou mentais. § 4o As despesas de internação em estabelecimento para tratamento geriátrico só poderão ser deduzidas se o referido estabelecimento for qualificado como hospital, nos termos da legislação específica. § 5º As despesas médicas dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo da declaração de rendimentos (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 3º). Despesas com Educação Art. 81. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados a estabelecimentos de ensino relativamente à educação préescolar, de 1º, 2º e 3º graus, cursos de especialização ou profissionalizantes do contribuinte e de seus dependentes, até o limite anual individual de um mil e setecentos reais (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "b"). CONCLUSÃO: Voto no sentido de CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto. Ronaldo de Lima Macedo. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 07/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 10/03/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO
score : 1.0
Numero do processo: 13819.721085/2013-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 13 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue May 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2201-003.063
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo.
Assinado digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Presidente.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente), Carlos Henrique de Oliveira, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ana Cecília Lustosa da Cruz.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo. Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente), Carlos Henrique de Oliveira, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ana Cecília Lustosa da Cruz. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 72 10 85 /2 01 3- 13 Fl. 130DF CARF MF Impresso em 03/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13819.721085/201313 Acórdão n.º 2201003.063 S2C2T1 Fl. 130 2 Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 5ª Turma da DRJ/SDR(Fls. 58), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Tratase de Notificação de Lançamento (NL), para constituição do crédito tributário correspondente ao Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza da Pessoa Física (IRPF) relativo ao exercício de 2012 anocalendário de 2011 no valor de R$ 28.551,79, incluídos os acréscimos legais, calculados até 28/03/2013. O lançamento foi efetuado em razão do seguinte: ∙ Glosa do valor de R$ 1.889,64, correspondente à dedução indevida com dependente; ∙ Glosa do valor de R$ 2.958,23, indevidamente deduzido a título de despesa com instrução, por falta de comprovação ou por falta de previsão legal para sua dedução; ∙ Glosa do valor de R$ 36.000,00, indevidamente deduzido a título de pensão alimentícia, por falta de comprovação ou por falta de previsão legal para sua dedução; ∙ Glosa do valor de R$ 16.170,48, indevidamente deduzido a título de Despesas Médicas, por falta de comprovação do efetivo pagamento das despesas: ○ Qualicorp Administradora de Benefícios – R$ 13.858,98; ○ Qualicorp Administradora de Benefícios – R$ 2.311,50. O sujeito passivo foi cientificado por via postal com aviso de recebimento da NL em 27/03/2013 e apresentou impugnação em 25/04/2013, alegando, em síntese, o seguinte: Que, conforme certidão de nascimento de seu filho (Luiz Henrique Forte Colacique), a despesa realizada e comprovada (comprovante de pagamento de despesas de instrução Meritum Educacional Educ. Inf. e Ens. Fund. Ltda. (CNPJ nº 01.633.377/000221), diz respeito aos gastos de educação com o filho; O valor de R$ 36.000,00, referese à pensão alimentícia paga em cumprimento de decisão judicial, ou ainda por escritura pública, é dedutível para fins de apuração do imposto de renda na fonte e na Declaração de Ajuste Anual (onde transcreve a legislação a respeito de dedutibilidade no imposto de renda pessoa física); Informa, também, que acostou ao processo as certidões de nascimento das duas filhas (Caroline Gracia Plena Sol Colacique e Stella Gracia Plena Sol Colacique), duas respectivas Declarações referentes a Pensão Alimentícia, e a cópia da homologação do divórcio, que dispõe as informações sobre os saldos pagos e acordado celebrado judicialmente; Fl. 131DF CARF MF Impresso em 03/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13819.721085/201313 Acórdão n.º 2201003.063 S2C2T1 Fl. 131 3 Afirma que as despesas médicas oriundas da prestação de serviços realizada pela empresa Qualicorp Administradora foram devidamente comprovadas pela documentação juntada ao processo e que, diante de todos os documentos comprobatórios anexos e descritos, concluise indevida a cobrança disposta na Notificação de Lançamento; Por fim, requer a improcedência da ação fiscal, cancelamento do débito reclamado. Passo adiante, a 5ª Turma da DRJ/SDR entendeu por bem julgar a impugnação procedente em parte, em decisão que restou assim ementada: DEDUÇÃO NA DECLARAÇÃO DE AJUSTE. Todas as deduções pleiteadas na declaração de ajuste estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora. O restabelecimento só será possível quando comprovada documentalmente a dedução glosada. DEDUÇÕES. INADMISSIBILIDADE. Inadmissíveis as deduções se não comprovadas as exigências legais para a dedutibilidade. Cientificado em 10/10/2013 (Fls. 66), o Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 12/11/2013 (fls. 68 a 79), reforçando os argumentos apresentados quando da impugnação. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Do exame dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com a preclusão do prazo para interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A decisão de Primeira Instância foi recebida no endereço do contribuinte, via correio, em 10/10/2013, conforme doc. de fls.66. A peça recursal somente foi protocolizada em 12/11/2013, conforme atesta documento de fls. 68 a 79, portanto, fora do prazo fatal que seria dia 11/11/2013 (segunda feira). Nos termos do artigo 33 do Decreto n 70.235/1972, que regula o processo administrativo fiscal, o prazo para interposição do recurso é de trinta dias, a contar da ciência da decisão da DRJ; in verbis: Fl. 132DF CARF MF Impresso em 03/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 13819.721085/201313 Acórdão n.º 2201003.063 S2C2T1 Fl. 132 4 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Caberia ao recorrente adotar medidas necessárias ao fiel cumprimento das normas legais, observando o prazo fatal para interpor a peça recursal. Assim, não se conhece de recurso contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância quando apresentado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. Nestes termos, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário, por intempestivo. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Fl. 133DF CARF MF Impresso em 03/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 28/ 04/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
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