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Numero do processo: 10925.001667/2009-06
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Data do fato gerador: 27/07/2009
AUTOS DE INFRAÇÕES - OMISSÃO DE DADOS EM GFIP - MULTA -AIOP CORRELATO - JULGADOS EM CONJUNTO - SUSPENSÃO - DESNECESSIDADE.
A sorte de auto de infração relacionado a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos auto de infração de obrigação principal lavrado sobre os mesmos fatos geradores, sendo julgados em conjunto, este anteriormente àquele, pelo princípio de economia processual, não há que se suspender o seus andamentos.
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-006.486
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar lhe provimento. Acordam ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator e Presidente em Exercício.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, a conselheira Adriana Gomes Rêgo.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Recorrentes FAZENDA NACIONAL COTRAMOL COOPERATIVA TRANSPORTE DE CARGAS DO MEIO OESTE CAT LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 27/07/2009 AUTOS DE INFRAÇÕES OMISSÃO DE DADOS EM GFIP MULTA AIOP CORRELATO JULGADOS EM CONJUNTO SUSPENSÃO DESNECESSIDADE. A sorte de auto de infração relacionado a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos auto de infração de obrigação principal lavrado sobre os mesmos fatos geradores, sendo julgados em conjunto, este anteriormente àquele, pelo princípio de economia processual, não há que se suspender o seus andamentos. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 16 67 /2 00 9- 06 Fl. 485DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar lhe provimento. Acordam ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negarlhe provimento. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator e Presidente em Exercício. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). Ausente, justificadamente, a conselheira Adriana Gomes Rêgo. Relatório Do auto de infração ao recurso voluntário Trata o presente processo de auto de infração de obrigação acessória AIOA, DEBCAD nº 37.154.3754, à efl. 02, no qual foram constituídos créditos referentes à multa em face da apresentação de Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. O auto de infração foi cientificado à contribuinte em 29/07/2009 e constituiu crédito de multa no valor de R$ 704.465,40, com tem seu relatório fiscal de infração posto às e fls. 101 a 121 e relatório de aplicação da multa às efls. 122 e 123. A contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, às efls. 130 a 137, em 26/08/2009. Em 05/10/2011, o presente processo foi apensado ao de nº 10925.001662/200953, conforme termo de efl. 208. Já a 5ª Turma da DRJ/FNS, no acórdão nº 0730.153, prolatado em 22/11/2012, às efls. 209 a 233, considerou, por unanimidade, improcedente a impugnação, mantendo integralmente o crédito tributário exigido. Inconformada, a contribuinte, interpôs recurso voluntário, em 12/04/2013, às efls. 247 a 281, argumentando, em síntese que extraímos do acórdão recorrido, que: 1. O fisco simplesmente ignora uma série de documentos apresentados pela requerente. , com fulcro na subjetiva ilação de que a cooperativa não distingue os prestadores de serviços em sua contabilidade, chega a exigir valores que não compõem a base de cálculo de contribuições. 2. Não verifica a inadimplência dos tributos em comento, simplesmente autua, sem observar que os mesmos podem ter sido recolhidos aos cofres públicos pelo próprio contribuinte individual. Fl. 486DF CARF MF Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 9202006.486 CSRFT2 Fl. 486 3 3. Em preliminar fala em nulidade, ao entendimento de abuso de poder da autoridade fiscal que agiu de forma ilegal e arbitrária no procedimento de fiscalização. 4. Cita que a empresa cumpriu todas as exigências e intimações no curso da fiscalização e que por várias vezes a autoridade fiscal invadiu a sede da recorrente, abrindo gavetas e arquivos, jogando papéis no chão e levandoos como se seu fossem. 5. improcedência da pretensão fiscal, além do teto limite.Que embora a Lei nº 8.212/91 em se art. 15 equipare a cooperativa a empresa, tal fato serve apenas para os fins desta lei, e não para a Lei nº 8.706/93 e, ainda, mesmo que equiparada por esta lei, tem que é irrelevante quando a contribuição é a devida pelos transportadores autônomos. 6. Aduz que o art. 2º do Decreto nº 1.007, de 13 de dezembro de 1993 é claro ao dispor que a responsabilidade é da pessoa jurídica tomadora dos serviços do transportador autônomo. 7. Discorre sobre as Sociedades Cooperativas, seus fins e que se trata de um sistema de ajuda mútua, mediante esforço comum de interessados, eliminando intermediários, que foi o motivo da criação da COTRAMOL, sociedade cooperativa de transporte, que pratica atos cooperados e não cooperados e que no seu caso, os fretes realizados pelos cooperados a tomadores de serviços são atos cooperados. 8. Que é uma sociedade cooperativa e não uma transportadora (sociedade empresária). 9. Fala que o lançamento é nulo porque contém valores a título de terceiros e esporádicos quando se trata de frete prestado por cooperado. 10. Diz que em inúmeros casos, a autoridade fiscal apura valores supostamente devidos quando o frete é prestado por Cooperado (C), lançando valores de fretes na coluna Cooperado e também na coluna Terceiro (T) e Esporádicos (E). 11. Fala em nulidade por tipificação indevida no fato que a legislação não se refere a matéria objeto do lançamento, aduzindo que o § 4° do art. 201 do Decreto 3.048/99 não se aplica a atividade de transporte rodoviário de cargas, mas sim de atividade remunerada de condutor autônomo de veiculo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor autônomo de veiculo rodoviário. 12. Aduz que não está obrigada a prestar informação em Guia de Recolhimento do FGTS e informações à Previdência Social (GFIP) sobre os valores que repassa a transportador autônomo cooperado e não cooperado; que não há fato gerador nestas operações e que informa corretamente em GFIP os segurados empregados e contribuintes individuais que lhe prestam serviços, remetendo aos argumentos da peça de impugnação que apresentou no Auto de Infração nº 37.180.7875, da mesma forma Fl. 487DF CARF MF 4 quanto a não exigência de contribuição ao SEST/SENAT conforme impugnação que apresentou no Auto de Infração 37.180.7867, que alega ter anexado. 13. Fala que inexiste crime contra a ordem tributária na sua conduta de não informar em GFIP, objeto da Representação Fiscal para Fins Penais nos processos nº 13982.000859/200909 e 13982.000860/200925 e que a fiscalização não indicou claramente qual seria o dolo ou evidente intuito de fraude praticado pela impugnante. 14. Por fim requereu a nulidade do procedimento fiscal e insubsistente o auto de infração, produção de todos os meios de provas, especialmente documental, bem como sejam as intimações encaminhadas aos advogados O recurso voluntário foi apreciado pela 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento em 23/01/2014, resultando no acórdão nº 401003.378, às efls. 336 a 355, que tem as seguintes ementas: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Data do fato gerador: 27/07/2009 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 OMISSÃO EM GFIP A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do autodeinfração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. Inobservância do art. 32, IV, § 5º da Lei n ° 8.212/1991, com a multa punitiva aplicada conforme dispõe o art. 284, II do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999.: “informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Incluído pela Lei 9.528, de 10.12.97)”. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA NÃO APRESENTAÇÃO DE INFORMAÇÕES E DOCUMENTOS ALEGAÇÕES DESPROVIDAS DE ELEMENTOS DE PROVA IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES Uma vez que a autoridade fiscal demonstrou de forma clara a falta descrita na autuação, bem como toda a fundamentação legal, incumbe ao recorrente comprovar a improcedência dos fatos descritos pela autoridade fiscal. Meras alegações de existência de documentos e folhas de pagamento à disposição da fiscalização não se prestam a Fl. 488DF CARF MF Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 9202006.486 CSRFT2 Fl. 487 5 desconstituir o lançamento, fundamentados em registros contábeis apurados nos livros dos recorrentes verificados durante o procedimento fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 27/07/2009 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, § 5º E ARTIGO 41 DA LEI N.º 8.212/91 C/C ARTIGO 284, II DO RPS, APROVADO PELO DECRETO N.º 3.048/99 AIOP CORRELATO A sorte de Autos de Infração relacionados a omissão em GFIP, está diretamente relacionado ao resultado dos AIOP lavrados sobre os mesmos fatos geradores, sendo que a procedência dos mesmos O acórdão teve o seguinte teor: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos: I) rejeitar as preliminares de nulidade; e II) no mérito, dar provimento parcial para excluir do lançamento os fatos geradores correspondentes as CTRC descritas na planilha fls. 16 do recurso voluntário. Ausente justificadamente o conselheiro Igor Araújo Soares. Embargos de declaração da Procuradoria Em 08/08/2014, a Procuradoria da Fazenda Nacional manejou embargos de declaração às efls. 356 a 357. Afirma a existência de omissão no acórdão embargado, quando este se omite em apreciar a existência do processo nº 10925.001666/200953 cuja solução definitiva poderia modificar a posição adotada no presente processo, gerando decisões contraditórias. Tal omissão dificulta uma possível impugnação do julgamento, e desse modo, cerceia o direito de defesa da Fazenda Nacional. A Presidente da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento apreciou os embargos, às efls. 358 a 360, na Informação nº 2401082 de 11/08/2015, e não encontrou omissão que levasse à reapreciação da decisão embargada, uma vez que até mesmo havia sido julgado o processo nº 10925.001666/200953, na mesma sessão. Foram assim rejeitados os embargos de declaração. RE da Fazenda A Procuradora da Fazenda interpôs recurso especial de divergência, em 24/09/2015, às efls. 362 a 369, divergindo do acórdão com relação a decisões proferidas em processos vinculados. Toma por paradigmas os acórdãos nº 30130.894 e nº 30333.772, que acolhem a tese de que decisão proferida em processo principal somente pode ser aplicada aos seus decorrentes após ter se tornado definitiva, enquanto o acórdão a quo se fundamentou em Fl. 489DF CARF MF 6 decisão do processo nº 10925.001666/200953 que não é definitiva, podendo vir a ser reformada por força de recurso da União. Assim, argumenta: Observese, por exemplo, que na eventualidade de se ter reformada a decisão proferida no processo em trâmite na Câmara Superior de Recursos Fiscais, o mesmo não poderá acontecer no presente feito, tendo em vista a impossibilidade de reversão da decisão nele proferida, se não acolhido o presente recurso. Argumenta que o aresto teria se tornado deficitário em expor os fundamentos que motivaram a exoneração do crédito tributário, fato este que ocasionaria a nulidade dessa parte do julgado. Por essas razões requer o conhecimento e o provimento do recurso para que esta Turma reforme a decisão recorrida seguindo o entendimento demonstrado neste apelo. Importante relatar, neste ponto, que em seu Recurso Especial a Fazenda Nacional limitouse a atacar o julgamento da multa sem o trânsito em julgado da decisão acerca do tributo, sem fazer qualquer referência a critério jurídico que pudesse alterar a decisão recorrida. O recurso especial de divergência da Fazenda foi também apreciado pela Presidente da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do CARF, nos termos dos arts. 67 e 68 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos 370 a 375, datado de 23/12/2015, entendendo por lhe dar seguimento, ao vislumbrar similitude fática entre os acórdãos recorrido e paradigma e o recurso especial cumprir os demais requisitos regimentais. RE da contribuinte A contribuinte foi intimada (efl. 376) do acórdão nº 2401003.378, da Informação nº 2401082, do Recurso especial de divergência da PFN e do despacho de admissibilidade de efls. 370 a 375, em 15/02/2016 (efl. 379), e interpôs recurso especial de divergência em 1º/03/2016, às efls. 433 a 442. A matéria recorrida, cuja divergência estaria posta nos acórdãos nº 2302 003.370 e 2301003.531 é a aplicação de multa pelo critério de retroatividade benigna, em face das alterações de penalidades da Lei nº 8.212/1991, trazidas pela Lei nº 11.491/2009. A recorrente alega que o acórdão a quo conclui pela aplicação de penalidade que atinge 75% da totalidade dos tributos lançados, pela incidência do art. 35A da Lei nº 8.212/1991. Os paradigmas afirmam que deva ser realizado o comparativo entre as penalidades do art. 32A, inc. I, da Lei nº 8.212/1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, com o art. 32, § 5º, da mesma lei, aplicandose a mais favorável ao contribuinte. Finaliza por requerer o conhecimento e o provimento do seu recurso especial de divergência para que se reforme cancele a exigência fiscal por vício de forma ou, alternativa e sucessivamente, consignar que, em atenção À retroatividade benigna , a multa aplicada seja a prevista no art. 32A da Lei nº 8.212/1991. No despacho de efls. 476 a 481, em 25/05/2016, a Presidente da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento, reconheceu a similitude das situações fáticas dos acórdãos paradigmas e do recorrido, com atendimento aos requisitos regimentais, e entendeu por dar Fl. 490DF CARF MF Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 9202006.486 CSRFT2 Fl. 488 7 seguimento ao recurso especial da contribuinte para que se rediscuta a matéria relativa à aplicação de multa com a consideração da penalidade mais benigna. Contrarrazões da Fazenda A Procuradoria da Fazenda Nacional manejou contrarrazões ao recurso em 08/07/2016, às efls. 482 a 484. Em seu arrazoado, a Procuradora afirma que a tese encampada pela recorrente não merece prevalecer, pois a forma de cálculo por ela defendida somente pode ser utilizada no caso em que tenha havido tãosomente lançamento de multa por descumprimento de obrigação acessória, com multa isolada prevista no artigo 32A da Lei nº 8.212/1991, recolhendose, contudo, as contribuições destinadas a Seguridade Social. Por outro lado, toda vez que houver o lançamento da obrigação principal, além do descumprimento da obrigação acessória, tal como no caso dos autos, a multa lançada será única, prevista no artigo 35ª Nessa linha de raciocínio, os Autos de Infração devem ser mantidos, com a ressalva de que, no momento da execução do julgado, a autoridade fiscal deverá apreciar a norma mais benéfica: se as duas multas anteriores (arts. 35, II e 32, IV, § 5º da Lei nº 8.212/1991) ou a do art. 35A incluída pela MP 449/2008. Ao final, requerer seja negado provimento ao recurso especial de divergência interposto pela contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Os recursos especiais da Procuradoria da Fazenda Nacional e da contribuinte são tempestivos, cumprem os requisitos regimentais e, por isso, deles conheço. RE da Fazenda Vinculação a processo não definitivamente julgado. Entendo correta a procuradora quanto afirma a necessidade de não contradição entre julgados que tem interdependência, invocando a definitividade da decisão do processo ao qual o presente está apenso, haja vista que aqui não se trata de multa isolada, mas sim de multa que deve ser calculada considerandose o valor do tributo mantido no auto de infração de obrigação principal. Todavia, não se pode concluir pela impossibilidade de julgamento de multa antes do trânsito em julgado administrativo da decisão no processo principal. Com efeito, o que não se admite é o julgamento, em qualquer instância, do acessório (multa) antes do julgamento do principal (tributo). Pelo contrário, o julgamento, seja em primeira ou segunda instância, bem como em instância especial pode e deve ser feito conjuntamente. Fl. 491DF CARF MF 8 No caso concreto, a decisão recorrida aplicou critério coerente com o julgamento do processo principal e, mesmo que este não tenha transitado em julgado, não houve prejuízo para as partes, visto que (a) abriuse prazo para recurso e (b) admitidos os recursos, os processos estão pautados para julgamento em conjunto. Observese que o processo nº 10925.001666/200953 consta da presente pauta de julgamento. Por outro lado, a suspensão deste processo nesta quadra apenas atrasaria seu andamento, contrariando o princípio de economia processual, sem qualquer ganho relativamente à situação material nele posta. Pelo exposto, voto por conhecer do recurso especial de divergência da Fazenda para negarlhe provimento, por despicienda a suspensão do processo de multa por descumprimento da obrigação acessória em face do julgamento prévio do recurso especial de divergência no processo do auto de infração de obrigação principal. RE da contribuinte Multas e retroatividade benigna A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, Fl. 492DF CARF MF Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 9202006.486 CSRFT2 Fl. 489 9 mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no auto de infração de obrigação acessória AIOA somado com a multa aplicada na NFLD do auto de infração da obrigação principal AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da Fl. 493DF CARF MF 10 contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, Fl. 494DF CARF MF Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 9202006.486 CSRFT2 Fl. 490 11 “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Fl. 495DF CARF MF 12 Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Fl. 496DF CARF MF Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 9202006.486 CSRFT2 Fl. 491 13 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as Fl. 497DF CARF MF 14 penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Dessarte, voto por negar provimento ao recurso da contribuinte, mantendo o critério do auto de infração ratificado pelo acórdão recorrido e que aplicava a retroatividade benigna em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04/12/2009. CONCLUSÃO Por todo o exposto, voto por conhecer de ambos os recursos especiais de divergência apresentados para: a) negar provimento ao recurso da Procuradoria da Fazenda Nacional para dar posseguimento ao julgamento do presente processo; b) negar provimento ao recurso especial de divergência da contribuinte, para manter o auto de infração e o acórdão a quo no que respeita às multas, por têlas apurando em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04/12/2009. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 498DF CARF MF Processo nº 10925.001667/200906 Acórdão n.º 9202006.486 CSRFT2 Fl. 492 15 Fl. 499DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.910365/2009-74
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Feb 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007
DCOMP - IPI - ERRO NO PREENCHIMENTO - VERDADE MATERIAL
Importa em reconhecimento do crédito, se constatado erro no preenchimento do PER/DCOMP
Numero da decisão: 3001-000.015
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 DCOMP IPI ERRO NO PREENCHIMENTO VERDADE MATERIAL Importa em reconhecimento do crédito, se constatado erro no preenchimento do PER/DCOMP Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Renato Vieira de Avila, Cleber Magalhães e Cássio Schappo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da Delegacia Regional de Julgamento de Ribeirão Preto/RPO, cujo conteúdo declarou improcedente as razões da recorrente em Manifestação de Inconformidade referente ao ressarcimento de IPI. Despacho Decisório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 91 03 65 /2 00 9- 74 Fl. 123DF CARF MF 2 A fiscalização, em sede de análise do Pedido de Ressarcimento sob n.º 15428.99989.180208.1.1.015770, houve por bem considerar todo o crédito pleiteado, como apto ao seu integral reconhecimento. No entanto, de acordo com o despacho decisório, o saldo de crédito reconhecido, para efeito da compensação pretendida, foi considerado insuficiente para extinguir o débito informado pelo contribuinte, ora recorrente. Da Manifestação de Inconformidade O objeto da Manifestação de Inconformidade consiste, tão somente, na DCOMP sob número de registro 21971.03063.160408.1.3.012514, a qual considerada homologada parcialmente pelo Despacho Decisório. Em suas razões, alega a Recorrente a existência de Erro Material no preenchimento da DCOMP retro mencionada. Em síntese, sustenta que, por erro de digitação, onde deveria constar, no código da Receita 2089, a competência 01/2008, constou, equivocadamente, a competência 01/2007. Ao final, pleiteou a retificação, por parte da Receita Federal, do Despacho Decisório, no sentido de considerar a competência informada. Acórdão DRJ/RPO Regularmente impulsionado o feito, fora recebida a Manifestação de Inconformidade pela DRJ/RPO, a qual prolatou Acórdão 1464.754, da 2a. Turma, sob a seguinte ementa: Assunto: IPI DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO APÓS DESPACHO DECISÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. A Declaração de Compensação somente poderá ser retificada pelo sujeito passivo caso se encontre pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador. Em trecho de seu voto, a autoridade de primeira instância administrativa sustenta sua posição da impossibilidade de as alegações trazidas na manifestação de inconformidade não ter o condão de retificar a Declaração de Compensação. Recurso Voluntário O Recurso Voluntário trouxe aos autos o tema relativo ao Erro Material cometido, vez que indicou na Perd/Competência 21971.03063.160408.1.3.012514, período divergente, qual seja, a competência 01/2007, sendo, em verdade, o período de 01/2008, a competência originária do crédito apurado em favor próprio. Pugna, pela aplicação concreta do princípio da verdade material, aos eventos descritos e discutidos nesta seara. É o Relatório. Voto Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10865.910365/200974 Acórdão n.º 3001000.015 S3C0T1 Fl. 48 3 Conselheiro Renato Vieira de Avila Relator Tempestividade A Recorrente, segundo consta do Termo de Ciência de Abertura de Mensagem, mediante o respectivo DTE, tomou ciência do acórdão que julgou sua Manifestação de Inconformidade em 20 de março de 2017. O Recurso Voluntário foi protocolizado em 19 de abril de 2017. Tempestivo, portanto, Recurso Voluntário. Em decorrência, dele tomo conhecimento. Mérito Razão assiste à Recorrente. Em sede do processo administrativo tributário federal, é pacífica a busca pela verdade material, sendo válido, conforme se denota abaixo, reconhecer que houve, de fato, a troca da compentência 01/2008, pela competência 01/2007. Este tribunal, com supedâneo em farta jurisprudência, vem decidindo pela possibilidade em reconhecer os erros materiais de fácil verificação, como o caso destes autos: Acórdão 3201001.542 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI. RESSARCIMENTO. EQUÍVOCO NO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. VERDADE MATERIAL Reconhecido de forma inequívoca o direito creditório afirmado, deve haver a sua homologação, considerando a data dos pedidos originais, ainda que o pleito do contribuinte contenha erros procedimentais, posteriormente sanados pelo contribuinte. E, mais especificamente ao caso de Erro Material em PER/DCOMP relativo ao IPI: Acórdão: 3301002.369 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2001 a 31/12/2001 RESSARCIMENTO DE IPI. PER/DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO. Demonstrada a ocorrência de erro de preenchimento do PER/DCOMP, de fácil verificação, deve ser corrigido em nome da verdade material. Recurso Voluntário Provido Direito Creditório Reconhecido. Fl. 125DF CARF MF 4 Neste sentido, foto por conhecer do Recurso Voluntário para darlhe Provimento, determinando a alocação do saldo de crédito em favor do contribuinte, no limite do constante na competência 01/2008, conforme informado pelo contribuinte, em DCTF. (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Fl. 126DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.659068/2012-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.325
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Cuida o presente de Recurso Voluntário interposto contra Acórdão da DRJ que considerou improcedente Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório que não homologou a compensação pleiteada. Conforme o Despacho Decisório, o DARF identificado como origem do crédito vindicado havia sido integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível. Em sua manifestação de inconformidade, a contribuinte alega que: · importa mercadorias, referentes as NCMS n° 9021.1020 e revende a distribuidores e convênios médicos e hospitais; · de acordo com art. 8°, § 12, inciso XIX da Lei nº 10.865/04, incluído pela Lei nº 12.058/09 (vigência a partir de 01/01/2010), ficam reduzidas a 0% as alíquotas de PIS/COFINS importação, na hipótese de RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .6 59 06 8/ 20 12 -3 7 Fl. 285DF CARF MF Processo nº 10880.659068/201237 Resolução nº 3402001.325 S3C4T2 Fl. 3 2 importação de artigos e aparelhos ortopédicos ou para fraturas classificados na NCM 90.21.10; · Art. 28. Ficam reduzidas a 0% (zero) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno, de: XV artigos e aparelhos ortopédicos ou para fraturas classificados no código 90.21.10 da NCM; (Incluído pela Lei n°12.058, de 2009) (Produção de efeito); · a empresa durante o período de Janeiro/2010 a Abril/2012, continuou a recolher PIS/COFINS sobre as mencionadas mercadorias; · outrossim, o valor considerado como VALOR ORIGINAL TOTAL/UTILIZADO no despacho decisório está diferente do informado no PER/DCOMP; · portanto, acredita que faz jus ao crédito utilizado nos PER/DCOMP não homologados, para tanto anexando os documentos, assim especificados: a Cópia da Planilha com os valores dos créditos, tais como o número dos PER/DCOMP; b Cópia do livro de Saída do referido período; c Cópia dos Dacon com os valores de receita com alíquota zero; d Cópia dos Darf recolhidos do referido período; e Cópia da Lei nº 12.058 f Cópia do PER/DCOMP do período. A DRJ não reconheceu o direito creditório por entender que o contribuinte não havia comprovado a existência de crédito líquido e certo. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs o recurso voluntário, em que repisou os fundamentos trazidos em sua manifestação de inconformidade, com especial ênfase para o fato haver provado as retificações das declarações prestadas (DACON's e DCTF's) com operações sujeitas à alíquota zero para o período em análise, fato este que não poderia ter sido ignorado pela decisão atacada, sob pena de ofensa ao princípio da verdade material. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.316, de 22 de março de 2018, proferida no julgamento do processo 10880.659059/201246, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 286DF CARF MF Processo nº 10880.659068/201237 Resolução nº 3402001.325 S3C4T2 Fl. 4 3 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402001.316: "5. A questão aqui posta não demanda maiores digressões. Como visto alhures, no período de janeiro de 2010 a abril de 2012 o recorrente recolheu PIS/COFINS para mercadorias sujeitas a alíquota zero (art. 8°, § 12, inciso XIX e XV da Lei nº 10.865/04), o que fez com que apresentasse pedido de compensação para reaver o que pagou indevidamente. 6. Acontece que as sobreditas retificações foram apresentadas após o despacho decisório impugnado e, por isso, ignorados pela DRF. Ademais, a decisão recorrida aduz que além de tais retificações o contribuinte também deveria ter apresentado outros elementos de prova a atestar seu crédito, de modo a tornálo líquido e certo. 7. Já em sede de recurso voluntário o contribuinte trouxe outros documentos que aparentemente comprovam seu crédito, quais sejam, as notas fiscais de comercialização dos produtos desonerados e indevidamente tributados, bem como uma planilha em que correlaciona tais bens aos valores indevidamente pagos a título de tributo. 8. Percebese, pois, que diante dos fatos aqui expostos e dos documentos acostados nos autos, é possível vislumbrar que de fato o contribuinte possui um crédito em seu favor. Logo, levando ainda em consideração que no âmbito do processo administrativo vigora o princípio da verdade material1, e, ainda, com especial respeito aos valores da eficiência e da moralidade, que devem conformar as ações da Administração Pública, é salutar que o presente caso seja convertido em julgamento para que: · a unidade preparadora, com base nos documentos acostados nos autos, bem como outros que venha a solicitar junto ao contribuinte, analise se de fato o recorrente promoveu as retificações necessárias a demonstrar a existência do crédito aqui vindicado e, em caso positivo, detalhe analiticamente o impacto de tal crédito para a compensação promovida. 9. Elaborado o sobredito relatório fiscal, o contribuinte deverá ser intimado para, facultativamente, se manifestar a seu respeito em 30 (trinta) dias, exatamente como prescreve o parágrafo único do art. 35 do Decreto n. 7.574/2011." Importante frisar que os documentos juntados pela contribuinte no processo paradigma, como prova do direito creditório, encontram correspondência nos autos ora em 1 "Registrese, desde já, que este importante valor normativo não se assemelha a uma ferramenta mágica, como pretendem alguns, e, por óbvio, não tem a aptidão de "validar" preclusões e atecnias, nem de transformar tais defeitos em um processo administrativo "regular". Este tipo de interpretação a respeito do princípio da verdade material só se presta a apequenar esta importante norma. Assim, quando se fala em verdade material o que se quer exprimir é a possibilidade de reconstruir a relação jurídica de direito material conflituosa por intermédio de uma metodologia jurídica mais flexível, ou seja, menos apegada à forma, o que se dá pelas características peculiares do direito material vindicado processualmente, i.e., pela sua contextualização." (RIBEIRO, Diego Diniz. O CPC/2015 e seus reflexos no processo administrativo tributário. In: Paulo de Barros Carvalho, Priscila de Souza. (Orgs.). Racionalização do sistema tributário. São Paulo: Noeses, 2017, p. 219240.). Fl. 287DF CARF MF Processo nº 10880.659068/201237 Resolução nº 3402001.325 S3C4T2 Fl. 5 4 análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, DECIDO CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que unidade preparadora, com base nos documentos acostados nos autos, bem como outros que venha a solicitar junto ao contribuinte, analise se de fato o recorrente promoveu as retificações necessárias a demonstrar a existência do crédito aqui vindicado e, em caso positivo, detalhe analiticamente o impacto de tal crédito para a compensação promovida. Elaborado o sobredito relatório fiscal, o contribuinte deverá ser intimado para, facultativamente, se manifestar a seu respeito em 30 (trinta) dias, exatamente como prescreve o parágrafo único do art. 35 do Decreto n. 7.574/2011. (Assinado com certificado digital) Jorge Olmiro Lock Freire . Fl. 288DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.938800/2009-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 02 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.207
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do processo em diligência, nos termos do voto do relator.
(Assinado com certificado digital)
Waldir Navarro Bazerra - Presidente substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do processo em diligência, nos termos do voto do relator. (Assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bazerra - Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
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(Assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bazerra Presidente substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Marcos Roberto da Silva (suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Porto Alegre, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte sobre pedido de restituição de créditos IPI. O contribuinte apresentou PER/DCOMP informando como origem do direito creditório valores referentes a ressarcimento de crédito presumido de IPI. O Despacho Decisório Eletrônico da unidade local da Receita Federal reconheceu integralmente o direito creditório pleiteado, contudo, o mesmo foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados, resultando na não homologação parcial da compensação apresentada. Irresignado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade na qual informa que o valor do crédito foi considerado insuficiente para a quitação dos débitos RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .9 38 80 0/ 20 09 -1 7 Fl. 187DF CARF MF Processo nº 10980.938800/200917 Resolução nº 3402001.207 S3C4T2 Fl. 334 2 informados em razão de haver sido exigido, além dos juros de mora por ele calculados, também a multa moratória, que no seu entendimento seria indevida, já que encontrase ao amparo de denúncia espontânea, prevista no art. 138 do CTN. Discorre sobre o caráter punitivo da multa, aponta desrespeito aos princípios da legalidade, tipicidade, razoabilidade e proporcionalidade e defende ainda o direito a atualização monetária do crédito. Sobreveio então o Acórdão da 2ª Turma da DRJ/BHE, negando provimento à manifestação de inconformidade da Contribuinte. Na questão de fundo, entendeu o colegiado de primeiro grau estar correta a incidência de juros e multa de mora sobre os débitos compensados, desde o seu vencimento até a data da entrega da Declaração de Compensação. Entendeu ainda que a denúncia espontânea não ilide o pagamento da multa moratória. Irresignada, a Contribuinte interpôs Recurso Voluntário a este Conselho, no qual repisa os argumentos trazidos em sua impugnação ao lançamento tributário. É o relatório. Resolução Conselheiro Waldir Navarro Bazerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.188, de 29 de janeiro de 2018, proferida no julgamento do processo 10980.911025/200944, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu na Resolução 3402001.188: "O recurso é tempestivo, conforme o artigo 33 do Decreto 70.235/72, e preenche os demais requisitos de admissibilidade, de modo que dele tomo conhecimento. Como bem pontuado pelo Acórdão recorrido, o valor solicitado pela Recorrente por meio das PER/DOMPs foi integralmente reconhecido, não havendo o que reformar no Despacho Decisório no tocante ao crédito, inclusive quanto à atualização deste pela Taxa Selic. A principal discordância da Contribuinte diz respeito ao critério utilizado pelo Sistema de Controle de Créditos da RFB – SCC para a efetivação das compensações, o qual resultou em insuficiência do crédito para quitar integralmente os débitos declarados. Isto porque nas compensações de débitos na data de transmissão do PER/DCOMP o contribuinte apropriou apenas o principal e juros moratórios enquanto o SCC fez a imputação proporcional também de multa moratória. Assim, percebese que o ponto fulcral da lide é a capacidade da compensação tributária formalizada pela Recorrente implicar nos Fl. 188DF CARF MF Processo nº 10980.938800/200917 Resolução nº 3402001.207 S3C4T2 Fl. 335 3 efeitos da denúncia espontânea, já que tal instituto lhe exime do recolhimento de multa, nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional. Entretanto, ainda não é possível o julgamento do mérito do caso. Explico. De um lado, o acórdão recorrido afirma que: A título de esclarecimento, acrescentase que os débitos já vencidos que motivaram a presente controvérsia foram informados em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF – apresentada antes da transmissão do PERDCOMP em que foi declarada a compensação, estando correta a imputação feita pelo sistema de controle de créditos, sendo legítima a cobrança do saldo devedor remanescente especificado no DDE. A seu turno, a Recorrente em diversas passagens de sua peça dirigida ao CARF afirma que não havia declarado tais débitos em DCTF, vejase um exemplo: De fato a Recorrente ao efetuar a compensação do tributo a que estava em atraso ainda não o havia declarado incidindo, portanto, os exatos termos requeridos pela legislação de regência e interpretação jurisprudencial para a ocorrência da denúncia espontânea. Compulsando os autos, constato que não se encontra juntada a DCTF. Assim, havendo dúvidas sobre o direito da Recorrente e resguardando o futuro julgamento do Colegiado sobre o mérito, entendo que o julgamento deste processo deve ser convertido em diligência, com base no artigo 18 do Decreto 70.235/72, para a repartição fiscal de origem, a fim: i) de trazer aos autos cópia da DCTF do período em questão; ii) esclarecer em parecer circunstanciado se os débitos constantes das compensações que originaram o presente processo administrativo estavam declarados ou não antes do envio das PER/DCOMPs, e quaisquer outras informações pertinentes. Feito isso, dêse ciência desse parecer à Recorrente, abrindolhe o prazo regulamentar para manifestação, e devolvase o processo para esta 3ª TO/4ª C/2ª T/CARF, para prosseguimento do julgamento. É a resolução." Importante frisar que os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para a repartição fiscal de origem, a fim: i) de trazer aos autos cópia da DCTF do período em questão; Fl. 189DF CARF MF Processo nº 10980.938800/200917 Resolução nº 3402001.207 S3C4T2 Fl. 336 4 ii) esclarecer em parecer circunstanciado se os débitos constantes das compensações que originaram o presente processo administrativo estavam declarados ou não antes do envio das PER/DCOMPs, e quaisquer outras informações pertinentes. Feito isso, dêse ciência desse parecer à Recorrente, abrindolhe o prazo regulamentar para manifestação, e devolvase o processo para esta 3ª TO/4ª C/2ª T/CARF, para prosseguimento do julgamento. (Assinado com certificado digital) Waldir Navarro Bazerra Fl. 190DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.723725/2010-23
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 30/09/2005 a 31/12/2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Uma vez que o acórdão embargado não enfrentou uma das alegações trazidas no Recurso Voluntário, devem ser acolhidos os Embargos de Declaração opostos.
MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI. IMPOSTO COM COBERTURA DE CRÉDITO.
Correta a imposição de multa de oficio, proporcional ao valor do imposto que deixou de ser destacado na nota fiscal de saída (imposto não lançado), mesmo havendo créditos para abater parcela desse imposto.
Embargos acolhidos para sanar a omissão e negar provimento ao Recurso Voluntário quanto a multa aplicada.
Numero da decisão: 3402-005.022
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por acolher os Embargos de Declaração para sanar a omissão apontada e, em análise do argumento da multa, negar provimento ao Recurso Voluntário. Impedido o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire.
(Assinado com certificado digital)
Jorge Olmiro Lock Freire, - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 30/09/2005 a 31/12/2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Uma vez que o acórdão embargado não enfrentou uma das alegações trazidas no Recurso Voluntário, devem ser acolhidos os Embargos de Declaração opostos. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI. IMPOSTO COM COBERTURA DE CRÉDITO. Correta a imposição de multa de oficio, proporcional ao valor do imposto que deixou de ser destacado na nota fiscal de saída (imposto não lançado), mesmo havendo créditos para abater parcela desse imposto. Embargos acolhidos para sanar a omissão e negar provimento ao Recurso Voluntário quanto a multa aplicada.
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OMISSÃO. Uma vez que o acórdão embargado não enfrentou uma das alegações trazidas no Recurso Voluntário, devem ser acolhidos os Embargos de Declaração opostos. MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI. IMPOSTO COM COBERTURA DE CRÉDITO. Correta a imposição de multa de oficio, proporcional ao valor do imposto que deixou de ser destacado na nota fiscal de saída (imposto não lançado), mesmo havendo créditos para abater parcela desse imposto. Embargos acolhidos para sanar a omissão e negar provimento ao Recurso Voluntário quanto a multa aplicada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por acolher os Embargos de Declaração para sanar a omissão apontada e, em análise do argumento da multa, negar provimento ao Recurso Voluntário. Impedido o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire. (Assinado com certificado digital) Jorge Olmiro Lock Freire, Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 37 25 /2 01 0- 23 Fl. 9479DF CARF MF 2 (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de Embargos de Declaração interpostos tempestivamente pelo contribuinte para sanar omissões no Acórdão 3402001.792, integrado pelo Acórdão n.º 3402 003.807 por meio do qual foi dado provimento aos embargos inominados interpostos pela autoridade administrativa para correção de erro material. No despacho de admissibilidade proferido às efls. 9.408/9.411 pelo então Presidente desta 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção, Antônio Carlos Atulim, os Embargos foram parcialmente conhecidos apenas para sanar a omissão quanto à análise do argumento da Recorrente quanto à multa proporcional de 75% por falta de destaque e de recolhimento do IPI. Nos termos daquele despacho: "A defesa alegou várias omissões na apreciação de argumentos relativos à questão de mérito, que consiste na incidência do IPI quando da saída do produto importado do estabelecimento do importador (equiparado compulsoriamente a estabelecimento industrial). A tese contida no recurso voluntário, em síntese, sustenta que, por força do art. 2º da Lei nº 4.502/64, não há previsão legal de ocorrência do fato gerador na saída do produto importado do estabelecimento que promoveu a importação. E a antítese sustentada no voto condutor do acórdão embargado é no sentido de que a previsão legal para essa incidência está contida no art. 51, II, do CTN1 e no art. 4º da Lei nº 4.502/642. Esse entendimento ficou bem claro na seguinte passagem do voto condutor do acórdão embargado, in verbis: "(...) Raymundo Clovis Mascarenhas, esclarece em seu livro ʺTudo sobre IPIʺ (MASCARENHAS. Raymundo Clovis do Valle Cabral. Tudo sobre IPI. V . 3ʹ ed. Distribuído pelo autor. 2000. p. 51 e 52; 56): “São contribuintes os importadores, tanto pessoa física quanto jurídica, não se levando em conta o destino a ser dado aos produtos importados (...). O importador, com relação ao fato de importar produto do exterior, não se caracteriza como estabelecimento equiparado a industrial. Tal caracterização somente ocorre quando ele dá saída, a qualquer titulo, a produto estrangeiro que tenha importado.” (...)" Sendo assim, não existem as omissões apontadas, pois a fundamentação existente no acórdão embargado é suficiente para repelir a tese recursal, restando cumprida a exigência contida no art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/993. (...) Por outro lado, verificase que no tópico "g" do recurso voluntário foram deduzidos argumentos contra a inflição da multa proporcional de 75% por falta de Fl. 9480DF CARF MF Processo nº 11080.723725/201023 Acórdão n.º 3402005.022 S3C4T2 Fl. 9.470 3 destaque e de recolhimento do IPI, que a defesa entende constituir duas multas distintas. O voto condutor do acórdão embargado não dedicou uma só linha ao enfrentamento desse argumento, razão pela qual está presente o pressuposto da omissão na apreciação de razões de defesa, previsto no art. 65 do RICARF. Com esses fundamentos, valhome do art. 65, § 3º do RICARF para dar seguimento aos embargos de declaração quanto à omissão na apreciação do argumento relativo à questão da multa (tópico "g" do recurso voluntário) e para negar seguimento aos embargos relativamente às demais questões suscitadas." (e fls. 9.408/9.411 grifei) Por meio do Despacho de 01/10/2017, em razão do potencial efeito modificativo das alegações da Embargante, foi aberto prazo para a manifestação pela Fazenda Nacional quanto aos aclaratórios. Após a manifestação da PGFN, os autos retornaram para julgamento. É o relatório. Voto Conselheira Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne Ultrapassada a admissibilidade dos Embargos de Declaração pelo despacho das efls. 9.408/9.411, adentro na omissão apontada pela Embargante que deve ser conhecida por este colegiado. Como indicado no despacho mencionado, verificase que o acórdão embargado não enfrentou as alegações trazidas pela ora Embargante no tópico "g" de seu Recurso Voluntário, quanto ao "Equívoco da multa aplicada" (efls. 9.148/9.152). Naquela oportunidade, sustentou a Recorrente que houve uma duplicidade na multa aplicada para os períodos posteriores a 31/01/2008, tendo sido aplicadas concomitantemente as duas multas aplicadas na autuação, quais sejam: (i) multa de 75% pelo não recolhimento do IPI e (ii) multa isolada sobre o valor do IPI apurado, na hipótese de ser apurado saldo credor do imposto. Nas palavras da Recorrente, ora Embargante: "Quer dizer, a despeito de o Fisco, em seus esclarecimentos, afirmar que a multa isolada será imposta para o período em que não há IPI exigido porque apurado saldo credor, mesmo para períodos em que há saldo devedor [competências de 01/2008 a 07/2008, 09/2008 a 12/2008, 04/2009 a 06/2009 e 09/2009 a 12/2009] impõe a multa isolada em questão. Há, portanto, um descompasso entre a motivação e o lançamento quando da aplicação da multa isolada. E, nesse caso, tratandose de penalidade, impõese aplicar, das duas, a que confere tratamento mais favorecido ao sujeito passivo por força do art. 112 do CTN. Em razão desse motivo, impõese afastar, já nessa parte, a multa isolada imposta para o período em que há saldo devedor, porque, para essas competências, além de lançar o IPI devido, já foi aplicada a multa de 75%" (efl. 9.151 grifei) Fl. 9481DF CARF MF 4 Entretanto, não merece provimento o argumento da empresa, conforme já decidido por esta turma no acórdão 3402003.181, de 21/07/2016, de relatoria da Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, cujas razões aqui adoto em conformidade com o art. 50, §1º da Lei n. 9.784/991: "1.3. Multa sobre o IPI não lançado com cobertura de crédito A argumentação apresentada pela Recorrente acerca da exigência de multa de ofício, prevista no artigo 80 da Lei n. 4.502/64, não merece acolhimento. Explico. A multa de ofício para a mencionada infração (IPI não lançado com cobertura de crédito) é sempre proporcional (75%) ao IPI não lançado na nota fiscal, incidindo sobre todas as operações praticadas pelo contribuinte com essa irregularidade. Com isso, a referida multa de ofício independe se, da reconstituição da escrita implementada pelo Fisco no período em que ocorreram as operações irregulares, foi apurado um eventual saldo devedor ou credor de IPI. A única implicação advinda dessa apuração de saldo devedor ou credor é uma divisão no auto de infração, meramente operacional, daquela multa de ofício sobre o IPI não lançado, feita pelo sistema eletrônico da Receita Federal que processa a lavratura do auto de infração. Tal sistema divide a aludida multa de ofício em duas rubricas no auto de infração:(i) multa de ofício sobre o IPI não lançado sem cobertura de crédito; e (ii) multa de ofício sobre o IPI não lançado com cobertura de crédito. A soma dos valores da multa ofício aplicada sobre o IPI não lançado sem cobertura de crédito e sobre o IPI não lançado com cobertura de crédito totaliza exatamente o montante da multa de ofício aplicada sobre todas as operações irregulares praticadas pela contribuinte em razão do não lançamento (destaque) do IPI nas notas fiscais de saída. Ou seja, a multa de ofício sobre o IPI não lançado é sempre o somatório dos valores alocados naquelas rubricas. Sobre o assunto, cabe destacar ementa do Parecer Normativo CST nº 39, de 1976, publicado no Diário Oficial da União em 23/06/1976: A multa, por falta de lançamento, apurada pela fiscalização, é sempre aplicável, independentemente do imposto não lançado estar ou não coberto por eventuais créditos. No sentido da aplicabilidade da multa em questão tem se manifestado esse Conselho, como se depreende da ementa a seguir destacada: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2008 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. TERMO INICIAL DO PRAZO DE DECADÊNCIA. Na falta de pagamento antecipado de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo quinquenal de decadência do direito de constituir o crédito tributário tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. DECADÊNCIA. CIÊNCIA DO AUTO DE INFRAÇÃO ANTES DE CONCLUÍDO O PRAZO QUINQUENAL. INOCORRÊNCIA. Não há decadência do direito de o fisco constituir o crédito tributário se lançamento foi concluído dentro do prazo qüinqüenal, contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. REDUÇÃO AO PERCENTUAL 1 "Art. 50. (...) § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato." Fl. 9482DF CARF MF Processo nº 11080.723725/201023 Acórdão n.º 3402005.022 S3C4T2 Fl. 9.471 5 NORMAL. POSSIBILIDADE. 1. A imposição de multa de ofício qualificada no percentual de 150% (cento e cinquenta por cento) somente é cabível nas situações em que haja comprovação da ação ou omissão dolosa do contribuinte, com evidente o intuito fraude. Na ausência de comprovação das condutas qualificadoras, o percentual da multa de ofício qualificada deve ser reduzido ao percentual normal de 75% (setenta e cinco por cento). MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LANÇAMENTO DO IPI NA NOTA FISCAL. PERCENTUAL NORMAL. CABIMENTO. A falta de lançamento do IPI nas respectivas notas fiscais de venda configura infração sancionada com a multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento). BIS IN IDEM. MULTA CALCULADA SOBRE BASE CÁLCULO DISTINTAS. INOCORRÊNCIA. Inexiste bis in idem se as multas aplicadas foram calculadas sobre valores distintos de base cálculo, consistentes nas parcelas do IPI não lançados nas notas fiscais com e sem cobertura de crédito. MULTA AGRAVADA. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE ESCLARECIMENTOS. POSSIBILIDADE. O percentual da multa da multa de ofício aplicada será majorado pela metade nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado pela autoridade fiscal, de intimação para prestar esclarecimentos. CONSTITUCIONALIDADE DE LEI TRIBUTÁRIA VIGENTE. APRECIAÇÃO PELO CARF. IMPOSSIBILIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). Recurso Voluntário Provido em Parte. (Processo n. 19515.720053/201211, Acórdão n. 3102002.211) Em suma, a aplicação das multas efetuadas pela fiscalização não encontram qualquer ilegitimidade ou ilegalidade. Portanto, não acolho a defesa da Recorrente nesse ponto." (grifei) E aqui esclareçase que, atentandose para o presente caso, vislumbrase que foi efetivamente cobrado apenas uma multa no percentual de 75% sobre o valor total do IPI autuado (com e sem cobertura de crédito). Com efeito, pela aplicação do percentual de 75% sobre o valor total do IPI apurado como devido (R$ 43.987.052,32) alcançase o montante de R$ 32.990.289,24, que corresponde exatamente à soma da multa de 75% aplicada com fulcro no art. 80, da Lei n.º 4.502/642 (R$ 13.352.025,11) e a multa isolada aplicada somente para o período de 31/01/2008 e 31/12/2009, com a alteração na redação pela Lei n.º 11.488/20073 (R$ 19.638.264,13). Assim, não merece reparo o cálculo da multa proporcional de 75% por falta de destaque e de recolhimento do IPI aplicada no presente caso. 2 "Art. 80. A falta de lançamento do valor, total ou parcial, do imposto sobre produtos industrializados na respectiva nota fiscal, a falta de recolhimento do imposto lançado ou o recolhimento após vencido o prazo, sem o acréscimo de multa moratória, sujeitará o contribuinte às seguintes multas de ofício:(Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996) I setenta e cinco por cento do valor do imposto que deixou de ser lançado ou recolhido ou que houver sido recolhido após o vencimento do prazo sem o acréscimo de multa moratória;(Redação dada pela Lei nº 9.430, de 1996)" 3 "Art. 80. (...) § 8o A multa de que trata este artigo será exigida: (Incluído pela Lei nº 11.488, de 2007) I juntamente com o imposto quando este não houver sido lançado nem recolhido; II isoladamente nos demais casos." Fl. 9483DF CARF MF 6 Diante do exposto voto por acolher os Embargos de Declaração para sanar a omissão apontada e, em análise do argumento da multa, negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora Fl. 9484DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.977029/2009-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2001
COFINS. DCTF. RETIFICAÇÃO PÓS DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA.
A retificação da DCTF pelo contribuinte, que reduz o valor devido de COFINS originariamente informado, não é pressuposto para reconhecimento do indébito relativo ao saldo credor. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da existência do crédito declarado, para possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
DCOMP. CRÉDITO. PROVAS NO PROCESSO TRIBUTÁRIO. EFEITOS
A falta de comprovação do crédito objeto da Declaração de Compensação apresentada impossibilita a homologação das compensações declaradas.
A mera alegação sem a devida produção de provas não é suficiente para conferir certeza às argumentações do recorrente. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendo-lhe vedado fundamentá-la em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-005.073
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2001 COFINS. DCTF. RETIFICAÇÃO PÓS DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA. A retificação da DCTF pelo contribuinte, que reduz o valor devido de COFINS originariamente informado, não é pressuposto para reconhecimento do indébito relativo ao saldo credor. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da existência do crédito declarado, para possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DCOMP. CRÉDITO. PROVAS NO PROCESSO TRIBUTÁRIO. EFEITOS A falta de comprovação do crédito objeto da Declaração de Compensação apresentada impossibilita a homologação das compensações declaradas. A mera alegação sem a devida produção de provas não é suficiente para conferir certeza às argumentações do recorrente. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendo-lhe vedado fundamentá-la em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam. Recurso Voluntário Negado.
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DCTF. RETIFICAÇÃO PÓS DESPACHO DECISÓRIO. NECESSIDADE DE PROVA. A retificação da DCTF pelo contribuinte, que reduz o valor devido de COFINS originariamente informado, não é pressuposto para reconhecimento do indébito relativo ao saldo credor. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da existência do crédito declarado, para possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DCOMP. CRÉDITO. PROVAS NO PROCESSO TRIBUTÁRIO. EFEITOS A falta de comprovação do crédito objeto da Declaração de Compensação apresentada impossibilita a homologação das compensações declaradas. A mera alegação sem a devida produção de provas não é suficiente para conferir certeza às argumentações do recorrente. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendolhe vedado fundamentála em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 97 70 29 /2 00 9- 13 Fl. 139DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase o presente processo em que a empresa IOB INFORMAÇÕES OBJETIVAS PUBLICAÇÕES JURÍDICAS LTDA., ingressou com Declaração de Compensação alegando pagamento a maior de COFINS. Conforme o Despacho Decisório Eletrônico acostado aos autos, a compensação pleiteada não foi homologada, sob o fundamento de que a partir das características do DARF por meio do qual teria ocorrido o pagamento a maior ou indevido, o pagamento foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A Recorrente cientificada da decisão, apresentou Manifestação de Inconformidade tempestiva onde alega, em síntese, que: a) em procedimento de auditoria e verificação interna, verificouse que a empresa pagou COFINSa maior. Como a legislação lhe dá guarida, realizou compensação do valor apurado a maior, com demais tributos a pagar; b) desta forma, ingressou com Declaração de Compensação de pagamento a maior. Cita fundamentação do Despacho Decisório que não homologou a compensação. A RFB considerou que o pagamento realizado foi utilizado na quitação de débitos informados em DCTF, o que não ocorreu; c) alega que ao verificar que o tributo foi pago a maior, retificou DCTF. Desta forma, apropriouse integralmente do valor recolhido indevidamente. A única justificativa da Receita Federal ao proferir tal despacho, foi ter se baseado na DCTF original. Se tivesse considerado a declaração retificadora, não teria por que não homologar a compensação; e d) considerando a retificação da DCTF, requer a homologação da compensação realizada. A DRJ em São Paulo I (SP) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada por entender que a mera retificação da DCTF é insuficiente para o reconhecimento do direito creditório vindicado, quando desacompanhada de provas hábeis para tal. Cientificada da decisão de primeira instância, a contribuinte apresentou recurso voluntário, no qual alega em síntese que: ao verificar que o tributo foi pago a maior, retificou sua DCTF. Desta forma, apropriouse integralmente do valor recolhido a maior; que a única justificativa da RFB ao proferir o despacho decisório, foi ter se baseado na DCTF original e não considerar a DCTF retificadora. Caso tivesse considerado a declaração retificadora, não teria por que não homologar a compensação realizada; Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10880.977029/200913 Acórdão n.º 3402005.073 S3C4T2 Fl. 3 3 quanto a existência de documentos suficientes para análise do PER/DCOMP, aduz que a decisão recorrida não poderá prevalecer em relação à necessidade de juntada de novas provas, eis que a recorrente demonstrou o quantum que a RFB no Despacho Decisório, desconsiderou a DCTF retificadora na composição do saldo devedor. Nesse sentido, não há razão para se exigir outros documentos senão a DCTF desconsiderada na análise do PER/DCOMP insubsistente, nos termos da Instrução Normativa vigente na época da compensação; da demonstração da existência do Crédito Compensado: em caso da necessidade de a Recorrente juntar outros elementos para embasar a existência do crédito corretamente compensado, evidenciase o pagamento a maior e correspondente direito à compensação, existindo prova do crédito compensado pelos documentos ora juntados. Através dos correspondentes documentos juntados, resta claro que sobreveio o pagamento indevido e o direito ao crédito consubstanciado no art. 170 do CTN; não há como se admitir o não conhecimento da ulterior juntada de documentos no presente caso, eis que o despacho decisório era fundado em matéria estritamente formal (decorrente da divergência de DCTF); tal providencia, inclusive, vem ao encontro dos princípios da Verdade Real e Material, o qual baliza o reconhecimento de provas no processo administrativo fiscal (PAF); o CARF reconhece a ulterior juntada de provas em atendimento aos princípios do contraditório e ampla defesa; Ao final, considerando as provas carreadas nos autos, requerse o conhecimento e provimento do presente recurso voluntário, com a conseqüente homologação da compensação realizada. Os autos, então, foram encaminhados a este CARF para apreciação e julgamento do recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.069, de 22 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.977028/200979, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.069): "1 Da admissibilidade do Recurso Voluntário Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 142/147, é tempestiva e foi conhecida como recurso voluntário. 2 Objeto da lide Fl. 141DF CARF MF 4 A empresa ingressou com Declaração de Compensação através de PER/DCOMP nº 04014.84529.071205.1.3.048793, de pagamento a maior de COFINS, referente ao mês de março/2001, no valor (principal) de R$ 2.343,83. Ao verificar que o tributo foi pago a maior, retificou sua DCTF e apropriouse integralmente do valor recolhido a maior. No entanto, ao analisar os autos no Despacho Decisório, a RFB considerou que o pagamento realizado foi totalmente utilizado na COFINS devida, correspondente ao mês de março de 2001 (no valor de R$ 215.529,03), não homologando a compensação realizada. Como se vê, a lide diz respeito em que a Recorrente não apresentou prova documental juntamente com a Manifestação de Inconformidade, ou seja, não comprovou com a documentação correspondente, a existência do suposto crédito informado na Declaração de Compensação em exame. 3. Das provas trazidas aos autos Primeiramente, aduz a Recorrente em seu recurso que, a decisão recorrida não poderá prevalecer em relação à necessidade de juntada de novas provas, eis que a Recorrente demonstrou suficientemente que a RFB, em seu Despacho Decisório, desconsiderou a DCTF retificadora na composição do saldo supostamente devedor. Nesse sentido, não há razão para se exigir outros documentos senão a DCTF desconsiderada na análise do PEDCOMP supostamente insubsistente, nos termos da Instrução Normativa vigente na época da compensação. Pois bem. As normas de vigentes à época da apresentação da Declaração de Compensação e legislação superveniente, são: IN SRF 460, de 2004; IN SRF 600, de 2005, e IN RFB 900, de 2008. Na forma da legislação acima, eventual crédito passível de restituição ou ressarcimento pode ser utilizado na compensação com débitos do sujeito passivo. Contudo, a homologação da compensação está sujeita ao anterior reconhecimento do direito creditório, tendo em vista que a compensação somente pode ser efetuada com credito liquido e certo. Aduz a Recorrente que ao verificar que o tributo foi pago a maior, retificou a DCTF. Para tanto, junta aos autos, cópia da DCTF retificadora referente ao 10 trimestre de 2001, enviadas em 30/09/2009 (fls. 19/90). Como a justificativa da Fiscalização ao proferir o Despacho que não homologou a compensação, foi ter se baseado na DCTF original, se tivesse considerado a declaração retificadora, não teria por que não homologar a compensação. Há que se ressaltar que a Recorrente, em 30/09/2009, após a emissão do Despacho Decisório, de 24/08/2009, retificou as DCTFs referente ao 10 trimestre de 2001, na qual reduz o valor devido de COF1NS e pleiteia a compensação dos valores supostamente recolhidos a maior. É cediço que a Declaração retificadora apresentada, reduzindo o valor devido de COFINS, não é suficiente para demonstrar a Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10880.977029/200913 Acórdão n.º 3402005.073 S3C4T2 Fl. 4 5 existência do credito pleiteado, visto ser indispensável que a origem do credito seja comprovada por documentação hábil que de suporte aos valores declarados (necessidade de se apensar documentos, cópias da escrituração contábil, objetivando respaldar a retificação efetuada). O credito pleiteado somente fica assegurado, quando respaldado por documentação hábil e idônea. Agora, no recurso voluntário, visando demonstrar a existência do crédito compensado, a Recorrente alega "existir prova do crédito compensado pelos documentos ora juntados. Através dos correspondentes documentos juntados, resta claro que sobreveio o pagamento indevido e o direito ao crédito consubstanciado no art. 170 do CTN". Solicita o conhecimento de tais provas. No entanto, manuseando as peças dos autos, verifico que junto com o Recurso Voluntário, foram acostados as seguintes cópia de documentos: identificação da OAB do procurador; procuração; alteração do Contrato Social e cópia do Acórdão DRJ recorrido (documentos de fls. 148/170). Verificase que, diferente do alegado, a defesa não apresentou prova documental juntamente com a manifestação de inconformidade e nem em seu recurso, ou seja, não comprovou com a documentação correspondente, a existência do suposto crédito informado na declaração de compensação em exame. Continua aduzindo a Recorrente que: (...) Tal providencia, inclusive, vem ao encontro dos princípios da Verdade Real e Material, o qual baliza o reconhecimento de provas no processo administrativo fiscal (PAF), impondo a ampla análise e igualdade em oportunizar ao contribuinte opor se aos argumentos fazendários, os quais, no caso, apresentaram se no acórdão recorrido e não no despacho decisório escorreitamente, enfrentado pela manifestação de inconformidade". Sabemos que o momento apropriado para apresentação das provas que comprovem suas alegações é na propositura da Impugnação, no caso a Manifestação de Inconformidade. Temos conhecimento, também, que a regra fundamental do sistema processual adotado pelo Legislador Nacional, quanto ao ônus da prova, encontrase cravada no art. 373 do Novo Código de Processo Civil, in verbis: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo Fl. 143DF CARF MF 6 administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída para o Fisco quando realiza o lançamento tributário, e para o sujeito passivo, quando formula pedido de repetição de indébito. Em virtude dessas considerações, é importante relembrar alguns preceitos que norteiam a busca da verdade real por meio de provas materiais. A finalidade da prova é a formação da convicção do julgador quanto à existência dos fatos. Em outras linhas, um dos principais objetivos do direito é fazer prevalecer a justiça. Para que uma decisão seja justa, é relevante que os fatos estejam provados a fim de que o julgador possa estar convencido da sua ocorrência. A verdade encontrase ligada à prova, pois é por meio desta que se torna possível afirmar idéias verdadeiras, adquirir a evidência da verdade, ou certificarse de sua exatidão jurídica. Ao direito somente é possível conhecer a verdade por meio das provas. Posto isto, concluímos que a finalidade imediata da prova é reconstruir os fatos relevantes para o processo e a mediata é formar a convicção do julgador. Os fatos não vêm simplesmente prontos, tendo que ser construídos no processo, pelas partes e pelo julgador. Após a montagem desse quebracabeça, a decisão se dará com base na valoração das provas que permitirá o convencimento da autoridade julgadora. Assim, a importância da prova para uma decisão justa vem do fato dela dar verossimilhança às circunstâncias a ponto de formar a convicção do julgador. Regressando aos autos, como já mencionado, a Recorrente não apresentou indícios mínimos de prova seu direito (como planilha demonstrativa e cópia dos livros contábeis e fiscais), de sorte que me sinto na obrigação de julgar com os dados constantes nos autos. Neste contexto, não vislumbro razões para reformar a decisão de primeira instância uma vez que sua decisão foi baseada nos fundamentos jurídicos constantes dos autos e a consequente subsunção aos fundamentos legais que regiam a matéria à época dos fatos geradores. Diante desse quadro, entendo que a decisão da DRJ merece ser mantida pelos seus próprios fundamentos. 4. Conclusão Posto isto, voto no sentido de conhecer do Recurso Voluntário e NEGARLHE provimento, mantendose a decisão recorrida." Importa registrar que nos autos ora em apreço, assim como no paradigma, o interessado tampouco trouxe provas de seu direito (como planilha demonstrativa e cópia dos livros contábeis e fiscais), de tal sorte que há identidade na situação cotejada. Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10880.977029/200913 Acórdão n.º 3402005.073 S3C4T2 Fl. 5 7 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 145DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.900817/2010-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. INOCORRÊNCIA.
Não cabe declarar nulidade da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, mas sim afastar pontos incontroversos e seguir com a análise do mérito relativo à qualidade das provas apresentadas pela ora Recorrente para fins de demonstrar a origem do direito creditório, em observância ao disposto nos parágrafos 1º a 3º, do artigo 59, do Decreto nº 70.235/72.
DESCONSIDERAÇÃO DA PROVA E AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO POR PARTE DA AUTORIDADE FISCAL.
Somente diante da efetiva análise documental, das diligências necessárias à busca da verdade material, bem como mediante decisão fundamentada por parte das autoridades fiscais, apta a demonstrar que a documentação suporte apresentada pelo contribuinte é insuficiente para comprovar a origem do crédito e/ou não esclarece de forma assertiva e sem contradições a composição dos valores discutidos, que o direito creditório não merece ser reconhecido.
Nos termos do artigo, art. 3º, III, da Lei nº 9.784, de 1999, é direito do contribuinte ver a documentação probatória apresentada devidamente analisada pelo órgão competente, sob pena de afronta aos valores constantes dos artigos 5º ao 8º, da Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil), bem como no artigo 2º da Lei nº 9.784/1999.
RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. IRRF. COMPROVAÇÃO.
A efetiva ocorrência da retenção pode ser comprovada tanto através do Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte como a partir das consultas aos sistemas SRF SIEF DIRF SINAL, ofício dos órgãos da administração pública que efetuaram a retenção e por meio dos registros contábeis, fiscais e documentação que lhe sirva de suporte.
Numero da decisão: 1201-002.084
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gisele Barra Bossa - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: GISELE BARRA BOSSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2004 NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. INOCORRÊNCIA. Não cabe declarar nulidade da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, mas sim afastar pontos incontroversos e seguir com a análise do mérito relativo à qualidade das provas apresentadas pela ora Recorrente para fins de demonstrar a origem do direito creditório, em observância ao disposto nos parágrafos 1º a 3º, do artigo 59, do Decreto nº 70.235/72. DESCONSIDERAÇÃO DA PROVA E AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO POR PARTE DA AUTORIDADE FISCAL. Somente diante da efetiva análise documental, das diligências necessárias à busca da verdade material, bem como mediante decisão fundamentada por parte das autoridades fiscais, apta a demonstrar que a documentação suporte apresentada pelo contribuinte é insuficiente para comprovar a origem do crédito e/ou não esclarece de forma assertiva e sem contradições a composição dos valores discutidos, que o direito creditório não merece ser reconhecido. Nos termos do artigo, art. 3º, III, da Lei nº 9.784, de 1999, é direito do contribuinte ver a documentação probatória apresentada devidamente analisada pelo órgão competente, sob pena de afronta aos valores constantes dos artigos 5º ao 8º, da Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil), bem como no artigo 2º da Lei nº 9.784/1999. RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. IRRF. COMPROVAÇÃO. A efetiva ocorrência da retenção pode ser comprovada tanto através do Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte como a partir das consultas aos sistemas SRF SIEF DIRF SINAL, ofício dos órgãos da administração pública que efetuaram a retenção e por meio dos registros contábeis, fiscais e documentação que lhe sirva de suporte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
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INOCORRÊNCIA. Não cabe declarar nulidade da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, mas sim afastar pontos incontroversos e seguir com a análise do mérito relativo à qualidade das provas apresentadas pela ora Recorrente para fins de demonstrar a origem do direito creditório, em observância ao disposto nos parágrafos 1º a 3º, do artigo 59, do Decreto nº 70.235/72. DESCONSIDERAÇÃO DA PROVA E AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO POR PARTE DA AUTORIDADE FISCAL. Somente diante da efetiva análise documental, das diligências necessárias à busca da verdade material, bem como mediante decisão fundamentada por parte das autoridades fiscais, apta a demonstrar que a documentação suporte apresentada pelo contribuinte é insuficiente para comprovar a origem do crédito e/ou não esclarece de forma assertiva e sem contradições a composição dos valores discutidos, que o direito creditório não merece ser reconhecido. Nos termos do artigo, art. 3º, III, da Lei nº 9.784, de 1999, é direito do contribuinte ver a documentação probatória apresentada devidamente analisada pelo órgão competente, sob pena de afronta aos valores constantes dos artigos 5º ao 8º, da Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil), bem como no artigo 2º da Lei nº 9.784/1999. RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. IRRF. COMPROVAÇÃO. A efetiva ocorrência da retenção pode ser comprovada tanto através do Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte como a partir das consultas aos sistemas SRF AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 08 17 /2 01 0- 78 Fl. 1312DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 3 2 SIEF DIRF SINAL, ofício dos órgãos da administração pública que efetuaram a retenção e por meio dos registros contábeis, fiscais e documentação que lhe sirva de suporte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima. Relatório 1. Tratase de Pedido Eletrônico de Restituição Declaração de Compensação (PER/DCOMP nº 22436.45327.130206.1.3.020240, transmitido em 13/02/2006, fls. 01/59) de créditos relativos a saldo negativo de IRPJ, referente ao anocalendário de 2004 (exercício 2005), no valor original de R$ 5.164.107,12 (cinco milhões, cento e sessenta e quatro mil, cento e sete reais e doze centavos), refletido integralmente na página 11 da DIPJ 2005 ano calendário de 2004 (fls. 115/116). 2. Nesse documento eletrônico, a contribuinte requereu compensação parcial do referido crédito devidamente atualizado pela taxa SELIC no valor de R$ 2.299.700,00, com débitos de COFINS no valor de R$ 1.889.600,00 e de PIS no valor de R$ 410.100,00, ambos apurados em janeiro de 2006 (fls. 58/59), restando um crédito a compensar no valor original de R$ 3.225.231,83. 3. Em 15/03/2006, a ora Recorrente transmitiu o PER/DCOMP n° 33656.55543.150306.1.3.023998 / 35265.87436.150306.1.7.027206 (fls. 129 a 133), pleiteando a compensação do crédito devidamente atualizado pela taxa SELIC, no valor de R$ 2.461.200,00 (dois milhões, quatrocentos e sessenta e um mil e duzentos reais) com débitos de COFINS apurados em fevereiro /2006 no exato valor do crédito. 4. Por fim, em 13/04/2006, a ora Recorrente transmitiu o último PER/DCOMP n° 38306.83992.130406.1.3.021304 (fls. 135/142) pleiteando a compensação de saldo residual do crédito supracitado que, atualizado pela taxa SELIC remontou o valor de R$1.417.953,35 (um milhão, quatrocentos e dezessete mil, novecentos e cinquenta e três reais e trinta e cinco centavos) com débitos de COFINS no valor de R$ 968.353,35 e de PIS no valor de R$ 449.600,00, ambos apurados em março/2006. Fl. 1313DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 4 3 5. Dando continuidade ao relato e por bem descrever os fatos, adoto como parte deste, o relatório constante da decisão de primeira instância: “ A DEMAC/RJ, através do Despacho Decisório nº 880541525 (fls. 60/75), reconheceu crédito no valor de R$ 2.0l1.823,30, insuficiente para compensar integralmente os débitos informados, razão pela qual foi homologada parcialmente a compensação declarada no PER/DCOMP 35265.87436.150306.l.7.027206 e não foi homologada a compensação declarada no PER/DCOMP 38306. 83992.l30406. l.3.021304. O despacho decisório contém a seguinte fundamentação: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado e considerando que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação do imposto devido e a apuração do saldo negativo, verificouse: PARCELAS DE COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO INFORMADAS NO PER/DCOMP Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$5.164.107,12 Valor da DIPJ: R$5.164.107,12 Somatório das parcelas de composição do crédito na DIPJ: R$5.164.107,12 IRPJ devido: R$0,00 Valor do saldo negativo disponível = (Parcelas confirmadas limitado ao somatório das parcelas na DIPJ) (IRPJ devido) limitado ao menor valor entre o saldo negativo DIPJ e PER/DCOMP, observado que quando este cálculo resultar negativo, o valor será zero. Valor do saldo negativo disponível: R$2.011.823,30 O interessado, cientificado em 21/09/2010 (fl. 77), apresentou, em 21/10/2010, manifestação de inconformidade (fls. 78/92). Nesta peça, alega, em síntese, que: por não conseguir vislumbrar todas as retenções sofridas, a autoridade fiscal não reconheceu integralmente o direito creditório; com relação ao montante de IRRF apresentado na linha 13 da ficha 12 A da DIPJ, não foi reconhecido R$ 490.726,37 (doc. 8), Fl. 1314DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 5 4 cujos comprovantes de recolhimento darf se encontram anexados (doc. 9); com respeito ao IRRF por Entidades da Administração Pública Federal, o despacho apresenta inconsistências: junta comprovantes de retenção em valor superior ao confirmado (doc. 10) e, também, comprovantes de retenção para os CNPJs não confirmados (doc. 11 e 12) e, ainda, “detalhes por documento fiscal, que não deixam dúvidas quanto à veracidade dos créditos pleiteados (doc. 13 anexo IV)”; da análise dos comprovantes juntados, pode se verificar a apuração de crédito, que pode ser utilizado para compensação com outros tributos; deve a autoridade julgadora abrir mão do formalismo, requerendo diligências necessárias à verificação da sua verdadeira situação. Encerra protestando por todas as provas admissíveis." 6. Em sessão de 18 de janeiro de 2011, a 1ª Turma da DRJ/RJ1, por maioria de votos, julgou não homologada a compensação excedente pleiteada na Manifestação de Inconformidade (fls. 78/92) relativa ao saldo negativo de IRPJ, anocalendário 2004, permanecendo, pois, inalterado teor do Despacho Decisório nº 880541525 (fls. 60/75), nos termos do Acórdão nº 1235.225 (fls. 593/596), cuja ementa recebeu o seguinte descritivo: “ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. COMPROVAÇÃO. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” 7. Restou vencido o julgador Ney Câmara de Castro, que considerou confirmados os valores cujos comprovantes de retenção emitidos pelas fontes pagadoras foram juntados aos autos. 8. A única motivação para o deferimento parcial foi a não confirmação integral das retenções sofridas, obtida através de consulta às DIRFs processadas. Restou, portanto, não reconhecido direito creditório decorrente de saldo negativo de IRPJ, relativo ao anocalendário 2004, no montante de R$ 3.152.283,80. Natureza do Crédito DIPJ Reconhecido Não Reconhecido IRRF outros 618.977,61 128.251,24 490.726,37 IRRF ent. Adm. Pública 4.545.129,51 1.883.572,08 2.661.557,43 Fl. 1315DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 6 5 Total 5.164.107,12 2.011.823,32 3.152.283,80 9. Cientificada da decisão, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário (fls. 625/646) em 02/03/2011 (AR de 31/01/2011, fls. 603), reiterando as razões fáticas e jurídicas expostas em sede de manifestação de inconformidade (fls. 78/92). É o relatório. Voto Conselheira Gisele Barra Bossa, Relatora 10. O recurso é tempestivo e cumpre os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. Preliminar de Nulidade 11. O contribuinte invoca ser nula a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento porque o voto condutor teria fundado suas razões, para manutenção do Despacho Decisório de fls. 60/75, em questão incontroversa. 12. De fato, o litígio surge com a manifestação de inconformidade tempestiva, e fica limitado à questão controvertida que motivou o não reconhecimento do direito creditório da ora Recorrente constante do teor do Despacho Decisório. 13. Portanto, desconsidero o argumento constante do voto condutor no sentido de que "o IRRF não pode ser deduzido sem a prova do oferecimento à tributação dos rendimentos (prova que não ocorreu)”, isso porque, em termos fáticos, a DEMAC Rio de Janeiro reconheceu o direito creditório do montante de R$ 2.013.823,30, para os quais entendeu comprovada a retenção. 14. Se a DEMAC Rio de Janeiro não exigiu a comprovação de que os rendimentos (sobre os quais foi feita a retenção) compuseram a declaração de rendimentos da pessoa jurídica no ano de 2004, foi porque, a partir de informações contidas nos arquivos e dados dos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, formou seu convencimento. 15. Do contrário, teria indeferido o pedido de compensação como um todo, solicitado documentação complementar e/ou determinado diligência pela fiscalização (artigo 65, da IN 900), o que não ocorreu. 16. De acordo com a jurisprudência desse E. Conselho, é fundamental que o contribuinte comprove (i) a efetiva ocorrência da retenção e (ii) que tais rendimentos foram oferecidos à tributação. Essa, inclusive, parece a melhor interpretação da Súmula do CARF nº 80, segundo a qual: "Na apuração do IRPJ, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor do imposto de renda retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do imposto." 17. Contudo, eventual divergência relativa ao item (ii) deveria ter sido levantada pela DEMAC Rio de Janeiro quando do Despacho Decisório. Diante dessa realidade Fl. 1316DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 7 6 fática, considero incontroversa a questão e, como consequência, cumprido o requisito (item (ii)) pela ora Recorrente para fins de reconhecimento do seu direito creditório. 18. Apenas à título de argumento, a própria Recorrente, quando teve oportunidade (Recurso Voluntário de fls. 625/646), apresentou sólidos esclarecimentos e instruiu a peça com documentação fiscal e contábil idônea, o que por si só já justifica o preenchimento do requisito constante no item (ii). 19. No mais, do ponto de vista do processo administrativo fiscal federal, ao desconsiderar o argumento do voto condutor no sentido de que a Recorrente não teria comprovado que os rendimentos alvo das retenções foram levados à tributação e, no item subsequente, passar a analisar o mérito do fundamento constante da ementa, segundo o qual o sujeito passivo não teria apresentado provas hábeis da composição e da existência do crédito que alega possuir (item (i)), fica respeitado o disposto no artigo 59, do Decreto nº 70.235/72, verbis: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (grifos nossos) 20. No presente caso, não cabe declarar nulidade da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, mas sim afastar pontos incontroversos e seguir com a análise do mérito relativo à qualidade das provas apresentadas pela ora Recorrente para fins de demonstrar a origem do direito creditório. Mérito 21. Inicialmente, cumpre consignar que somente diante da efetiva análise documental, das diligências necessárias à busca da verdade material, bem como mediante decisão fundamentada por parte das autoridades fiscais, apta a demonstrar que a documentação suporte apresentada pelo contribuinte é insuficiente para comprovar a origem do crédito e/ou não esclarece de forma assertiva e sem contradições a composição dos valores discutidos, que o direito creditório não merece ser reconhecido. Nos termos do artigo, art. 3º, III, da Lei nº 9.784, de 1999, é direito do contribuinte ver a documentação probatória apresentada devidamente analisada pelo órgão competente. Fl. 1317DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 8 7 22. Mesmo diante das hipóteses previstas no §4º, do artigo 38, da Lei nº 9.784/1999, em que as provas poderão ser recusadas, o normativo dispõe sobre a necessidade de decisão fundamentada por parte da autoridade fiscal. Constam do rol as provas "ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias", incidências que fogem a realidade do presente caso. 23. No mais, em caso de dúvidas quanto à exatidão da informações prestadas, deve a autoridade fiscal: (i) condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios adicionais; (ii) realizar diligência fiscal no estabelecimento do contribuinte; (iii) oficiar aos órgãos da administração pública que efetuaram a retenção; e (iv) buscar informações através de consultas aos sistemas internos SRF SIEF DIRF SINAL, com fundamento no artigo 65, da IN RFB 900/2005 e nos artigos 36 e 37 da Lei nº 9.784/1999, verbis: IN RFB 900/2005 Art. 65. A autoridade da SRF competente para decidir sobre a restituição poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas." Lei nº 9.784/1999 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. 24. Tratase de um poder/dever da autoridade fiscal hábil a garantir o direito ao contraditório, a ampla defesa e, fundamentalmente, a busca da verdade material. Sob esse aspecto, é cediça a jurisprudência administrativa e não poderia ser diferente. Os atos praticados pela administração tributária devem ser norteados pelo princípio da verdade material, sob pena de enriquecimento ilícito da União. 25. O atendimento dos pressupostos constantes do item 20 e 21 garante isonomia aos litigantes, o pleno exercício da boafé, da cooperação processual e do contraditório efetivo. São mecanismos importantes capazes levar a verdade material e trazer satisfatividade às decisões proferidas, conforme prevê os artigos 5º ao 8º, da Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil), bem como no artigo 2º da Lei nº 9.784/1999, verbis: Lei nº 13.105/2015 Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportarse de acordo com a boafé. Fl. 1318DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 9 8 Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. Lei nº 9.784/1999 Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 26. Não é porque estamos diante de direito creditório do contribuinte que podemos olvidar dos princípios que regem a Administração Pública, em especial do princípio da eficiência. 27. De acordo com Prof. Doutor Humberto Ávila1 " para que a administração esteja de acordo com o dever de eficiência, não basta escolher meios adequados para promover seus fins. A eficiência exige mais o que mera adequação. Ela exige satisfatoriedade na promoção dos fins atribuídos à administração. Escolher um meio adequado para promover um fim, mas que promove o fim de modo insignificante, com muitos efeitos negativos paralelos ou com pouca certeza, é violar o dever de eficiência administrativa. O dever de eficiência traduzse, pois, na exigência de promoção satisfatória, para esse propósito, a promoção minimamente intensa e certa do fim”. 28. Nessa linha, e em última análise, deixar de observar os preceitos aqui descritos viola o princípio da eficiência, pois os litígios acabam sendo levados para o âmbito do Poder Judiciário. Para além do ônus suportado pelas partes, temos o ônus para o própria Administração Pública. O Estado é um só e os custos do contencioso são suportados por todos os cidadãos brasileiros. A eficiência de gestão dos recursos públicos e o cuidado na busca de soluções satisfativas são valores legais necessários à promoção do interesse público e não podem ser considerados incompatíveis com esse objetivo. 29. Outro aspecto relevante diz respeito à necessária aplicação do artigo 29, da Lei nº 9.784/992. Em que pese o interessado tenha o dever de provar os fatos que alega 1 ÁVILA, HUMBERTO. Moralidade, Razoabilidade e Eficiência na Atividade Administrativa. In: Revista Eletrônica sobre a Reforma do Estado, nº 04, out/nov/dez 2005, p. 2324. Disponível em: https://goo.gl/Hn3CpK. Acesso em: 01/01/2018. 2 Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizarse do modo menos oneroso para estes. Fl. 1319DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 10 9 (artigo 36, da Lei n º 9.784/99), as atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão devem ser realizadas de ofício e os atos de instrução que exijam a atuação do interessado devem realizarse de modo menos oneroso para estes. 30. Em termos práticos, as autoridades fiscais dispõem de eficientes meios para obtenção de determinadas provas, compartilham dados e informações entre órgãos da administração pública e possuem plataformas tecnológicas de dados alimentadas pelos órgãos e pelos próprios contribuintes, capazes de viabilizar a segura tomada decisão pelo julgador, reduzir os custos procedimentais e estruturais, bem como garantir que os atos sejam realizados de modo menos oneroso às partes. 31. Não foi por acaso que a Lei nº 13.105/2015 (Código de Processo Civil), em seu artigo 373, trouxe a possibilidade de distribuição diversa do ônus da prova diante da impossibilidade ou excessiva dificuldade da parte de cumprir o encargo. Essas medidas cooperativas trazem maior equilíbrio entre as partes, celeridade na condução e assertividade nas decisões. 32. Tendo essas premissas em mente, passamos à análise do caso concreto. 33. Em termos fáticos, a Recorrente apresentou vasta documentação em sede de Manifestação de Inconformidade (fls. 78/92) e, complementarmente, no seu Recurso Voluntário (fls. 625/646). 34. Dividiu a construção do suporte probatório em quarto circunstâncias: (i) comprovantes das retenções efetuadas por pessoas jurídicas em geral (códigos 3426 e 1708); (ii) comprovantes das retenções feitas por entidades integrantes da administração pública confirmados apenas parcialmente pela autoridade; (iii) comprovantes das retenções feitas por entidades integrantes da administração pública não confirmadas pela autoridade, e para as quais a Recorrente possui o documento emitido pela fonte; e (iv) comprovação das retenções feitas por entidades integrantes da administração pública e para as quais a Recorrente não obteve o documento emitido pela fonte. I. Das retenções efetuadas por pessoas jurídicas em geral (códigos 3426 e 1708) 35. Com relação ao montante do IRRF no valor de R$ 618.977,61, como a autoridade fiscal não reconheceu o crédito de R$ 490.726,37, a contribuinte anexou o demonstrativo com os dados das fontes pagadoras, códigos de retenção, CNPJs, total retido, valores confirmados e valor não confirmados (fls. 144/145), bem como os respectivos comprovantes de recolhimento DARFs (fls. 147/171). 36. A Recorrente asseverou em suas peças de defesa que essas retenções não reconhecidas ou parcialmente reconhecidas incidiram sobre rendimentos de juros relativos aos contratos de mútuo com as coligadas Xerox Desenvolvimento de Sistemas e Tecnologia Ltda e Xerox Participações Ltda. e sobre prestação de serviços à empresa Astor Adm. de Bens e Participações Ltda. 37. No mais, o valor total de IRRF foi devidamente informado na Linha 13 da Ficha 12A da DIPJ, tendo sido o rendimento bruto e as retenções de IRRF abertos detalhadamente, por fonte pagadora, na Ficha 53 da DIPJ anocalendário de 2004 (Doc. B, fls. Fl. 1320DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 11 10 654/660), em conformidade com a documentação suporte apresentada às fls. 144/145, fls. 147/171 e fls. 662/663. 38. A decisão proferida pela DRJ aponta que os DARFs juntados "não demonstram a vinculação do interessado com as retenções". Contudo, a documentação fiscal apresentada (DIPJ), bem como os DARFs com o registro da natureza dos rendimentos "IRRF s/JUROS MÚTUO XCI" e "IRRF S. PREST SERVIÇOS XCI", comprovam a retenção e o consequente direito da Recorrente à compensação. 39. Complementarmente, a Recorrente comprova, por amostragem, mediante a apresentação do Livro Diário relativo aos meses de Março, Abril, Maio, Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro/2004 (Doc. D, fls. 665/684), que os juros que serviram de base para a retenção do IRRF foram devidamente registrados na conta de resultado n. 6320.22.01 (Receita de Juros de Afiliadas) pelo seu valor bruto, o qual confere com os rendimentos brutos indicados na Ficha 53 da DIPJ. 40. Não bastasse a comprovação de que os rendimentos sujeitos à retenção foram registrados no resultado do exercício, a Recorrente indica ainda o saldo verificado em Dezembro/2004 na conta de ativo na qual as retenções de IRRF sobre os rendimentos eram registradas, Conta n. 14122212 (IRRF s/ Rendimento de Mútuo), cujo saldo de encerramento no exercício de 2004 foi de R$ 12.252.456,31, com a respectiva abertura dos lançamentos conforme relatório extraído de seu sistema contábil com a movimentação desta conta no período (Doc. E, fls. 686/688). 41. Neste relatório podem ser identificados os lançamentos a débito do IRRF registrados mensalmente sobre os mútuos na conta de ativo, assim como o somatório das movimentações que totaliza o saldo final do exercício indicado no Livro Diário, no valor de R$ 12.252.456,31. 42. Portanto, deve ser reconhecido complementarmente o crédito correspondente ao valor de R$ 490.726,37 (quatrocentos e noventa mil, setecentos e vinte e seis reais e trinta e sete centavos). II. Das retenções feitas por entidades integrantes da administração pública 43. Com respeito ao montante do IRRF efetuado por Entidades da Administração Pública Federal (Lei nº 10.833/2003, códigos 6190 e 6147) no valor de R$ 4.545.129,51, dos quais o despacho decisório deixou de reconhecer R$ 2.661.557,43, a Recorrente apresentou três pontos de esclarecimento. II. 1. Das retenções confirmadas pela autoridade fiscal em valor inferior ao efetivamente retido pela fonte pagadora 44. Quanto às "Parcelas Confirmadas" constantes da "Análise das Parcelas de Crédito" (fls. 61/73), a Recorrente identificou, em relação a 15 fontes pagadoras da administração pública, que o valor reconhecido pela Secretaria da Receita (R$ 123.565,05) foi inferior ao efetivamente retido (R$ 226.871,80), havendo uma diferença a favor da contribuinte de R$ 103.306,75. 45. Instruiu a manifestação de inconformidade com o demonstrativo de tais diferenças (fls. 173), planilha com os dados das fontes pagadoras, códigos de receita, total dos Fl. 1321DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 12 11 rendimentos pagos, total do imposto retido e da parcela de retenção relativa ao IRPJ (fls. 174), bem como juntou os respectivos comprovantes de retenção fornecidos pelas fontes (fls. 175/188). 46. Acerca desse item, considero válidas as provas apresentadas e reconheço a diferença creditória apontada no valor de R$ 103.306,75 (cento e três mil, trezentos e seis reais e setenta e cinco centavos). II. 2. Das retenções não confirmadas pela autoridade e para as quais a Recorrente possui o documento emitido pela fonte pagadora 47. Quanto às “Parcelas Confirmadas Parcialmente ou Não Confirmadas" constantes da "Análise das Parcelas de Crédito” (fls. 61/73), a Recorrente juntou os comprovantes de retenção para os CNPJ's não identificados pela autoridade fiscal, conforme demonstrado às fls. 190/438, totalizando um crédito de IR de R$ 868.815,73. 48. No entanto, na mesma linha do que ocorre nos itens anteriores e se verificará no item subsequente, não se constata nos autos a existência de intimação para que o contribuinte preste eventuais esclarecimentos, a realização de diligência fiscal, a emissão de ofícios aos órgãos de estado envolvidos, tampouco ampla consulta aos sistemas SRF SIEF DIRF SINAL. 49. Assim, uma vez que a Recorrente juntou os comprovantes de retenção às fls. 190/438 e a decisão da DRJ (fls. 593/596) não trouxe qualquer justificativa hábil a desconsiderar tais provas, reconheço o crédito respectivo à luz dos pressupostos constantes dos itens 20 a 30. II. 3. Das retenções não confirmadas pela autoridade e para as quais a Recorrente não possui o documento emitido pela fonte pagadora 50. Para as demais retenções não confirmadas pela autoridade fiscal que perfazem a diferença de R$ 1.689.434,95 (Diferença total não reconhecida de IRRF órgãos públicos: R$ 2.661.557,43 R$ 103.306,75 (itens 43 a 45) R$ 868.815,73 (itens 46 a 48) = R$ R$ 1.689.434,95), a contribuinte apresentou os detalhes por documento fiscal (fls. 440/477). O demonstrativo identifica o cliente, o tipo e n° do documento, a data do pagamento, o banco, agência e n° da conta onde foi feito o pagamento, o valor da nota e o valor pago (líquido da retenção do imposto). 51. Por mais que tal detalhamento tenha sido apresentado em sede de manifestação de inconformidade, a douta DRJ limitouse a consignar que " incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e da existência do crédito que alega possuir" ao invés de (i) condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios adicionais; (ii) realizar diligência fiscal no estabelecimento do contribuinte; (iii) oficiar aos órgãos da administração pública que efetuaram a retenção; e (iv) buscar informações através de consultas aos sistemas internos SRF SIEF DIRF SINAL, com fundamento no artigo 65, da IN RFB 900/2005 e nos artigos 36 e 37 da Lei nº 9.784/1999. 52. Importante reforçar, em consonância com o consagrado princípio da verdade material, que a efetiva ocorrência da retenção pode ser comprovada tanto através do Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda Fl. 1322DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 13 12 na Fonte como a partir das consultas aos sistemas SRF SIEF DIRF SINAL, para a matriz e filiais, conforme códigos de receita 6147, 6190 (beneficiários órgãos públicos), e por meio dos registros contábeis, fiscais e documentação que lhe sirva de suporte. 53. No caso das retenções efetuadas por órgãos públicos, ainda que a autoridade fiscal não localize em seus sistemas os comprovantes de retenção, mas o contribuinte apresente documentação comprobatória idônea, a douta autoridade fiscal deve, no mínimo, certificarse junto ao outro ente estatal. 54. No presente caso, não há indícios de que a douta autoridade tenha sequer verificado em seus sistemas as incidência constantes do demonstrativo por documento fiscal apresentado à fls. 440/477. 55. Ainda assim, em plena demonstração de boafé, a Recorrente, em sede de Recurso Voluntário (fls. 625/646), procurou justificar a origem das retenções através de documentação fiscal e contábil idônea, bem como trouxe ponderações fáticas acerca do ônus excessivo e não razoável de apresentar a totalidade dos documentos fiscais que compõem o valor em análise. 56. Conforme se verificará no itens a seguir, a Recorrente instruiu a peça recursal com substanciais esclarecimentos, planilhas de lançamentos fiscais e amostragens documentais aptas a compor a origem dos créditos. 57. A Recorrente esclareceu que, de acordo com o relatório de retenções extraído pelo sistema contábil da Sociedade, conforme as informações das faturas emitidas, cruzadas com os recebimentos registrados nos controles de contas a receber, o valor controvertido é composto de mais de 21.590 documentos fiscais. 58. Devido à grande quantidade de registros, para facilitar a apreensão e o cruzamento das informações, a Recorrente totalizou os valores por fonte pagadora, listados do maior valor para o menor, de modo a cruzálos com os valores indicados na DCOMP apresentada, conforme demonstrativo anexo de fls. 691/694 (Doc. G). Os valores indicados como declarados na DCOMP decorrem do somatórios dos valores declarados por fonte pagadora, conforme raiz do CNPJ, totalizados na anexa planilha de fls. 696/702 (Doc. H), que espelha os 433 registros indicados na DCOMP. 59. A título exemplificativo, a Recorrente apresenta a composição agrupada registro a registro, dos valores relativos às principais fontes com menor número de registros, conforme seu relatório, quais sejam: 1. BANCO DO BRASIL S/A, CNPJ Raiz n. 00.000.000: R$ 491.201,59 (542 Registros, DOC. I, fls. 704/715 ); 2. SENADO FEDERAL, CNPJ Raiz n. 00.530.279: R$ 261.743,20 (134 Registros, DOC. J, fls. 717/720); 3. CÂMARA DOS DEPUTADOS, CNPJ Raiz n. 00.530.352: R$ 148.140,25 (66 Registro, DOC. K, fls. 722/724); e, 4. PETRÓLEO BRASILEIRO S/A, CNPJ Raiz n. 33.000.167: R$ 104.293,50 (68 Registros, DOC. L, fls. 726/72). 60. O documento de fls. 730/793 (Doc. M), a Recorrente apresenta relação de 60 notas fiscais referentes à Câmara dos Deputados, cujos valores conferem com aqueles apresentados e nas quais pode ser verificada também a indicação do imposto a ser retido nos termos do art. 64 da Lei n. 9.430/1996 ou do art. 34 da Lei n. 10.833/2003. Fl. 1323DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 14 13 61. Por mais que a Recorrente não possua os comprovantes de retenção de parte dos documentos indicados, foi apresentado relatório contábil onde há expressa indicação dos tributos a serem retidos na fonte nas faturas e a respectiva base legal, bem como o confronto entre os valores totais da notas fiscais e os valores recebidos, o que demonstra, em termos fáticos, o recebimento da receita líquida das retenções. 62. Toda receita operacional líquida, advinda das vendas de mercadorias e prestações de serviços, no valor de R$ 1.211.746.778, conforme balanço patrimonial de 31.12.2004 (Doc. N, fls. 795/797), foi submetida à tributação na DIPJ 2005, anocalendário de 2004, onde se verifica o mesmo valor na Linha 17 da FICHA 06A (Doc. O, fls. 799/800). 63. Portanto, tendo sido a integralidade da receita operacional líquida do período submetida à tributação na DIPJ e estando todas as faturas e notas fiscais emitidas pela Recorrente contempladas nesta mesma receita, é válida a origem/composição do saldo negativo de IRPJ, anocalendário 2004. 64. No mais, às fls. 804/860 (Doc. P) a Recorrente demonstra para cinco documentos fiscais todos os elementos comprobatórios do registro da receita e da retenção efetuada: 64. 1. PETRÓLEO BRASILEIRO S/A. CNPJ. N. 33.000.167/013270. Fatura FS 105.452. Valor: R$ 46.772,48; Registro da receita na conta n. 3305.22.01: R$ R$ 46.772,48; Valor pago cf. Extrato Bancário: R$ 39.971,09 (pág 4) Os valores referentes à Petrobrás foram parcialmente reconhecidos: R$ 99.107,66 de R$ 104.293,50 (itens 315 e 316 da DCOMP); 64. 2. DATAPREV EMPRESA DE PROC. DE DADOS DA PREV. SOCIAL. CNPJ. N. 42.422.530/000527. Fatura FS 227.448. Valor: R$ 56.993,43; Registro da receita na conta n. 3305.22.01: R$ 49.150,05; Valor pago cf. Extrato Bancário: R$ 39.971,09 (pág 6 de 7) Os valores referentes à DATAPREV foram integralmente reconhecidos: R$ 47.697,38 (itens 374 e 375 da DCOMP); 64. 3. DATAPREV EMPRESA DE PROC. DE DADOS DA PREV. SOCIAL. CNPJ. N. 42.422.530/000527. Fatura FS 222.368. Valor: R$ 54.648,28; Registro da receita na conta n. 3305.22.01: R$ 54.648,28; Valor pago cf. Extrato Bancário: R$ 49.484,02 (pág 2 de 7) Os valores referentes à DATAPREV foram integralmente reconhecidos: R$ 47.697,38 (itens 374 e 375 da DCOMP); 64. 4. DATAPREV EMPRESA DE PROC. DE DADOS DA PREV. SOCIAL. CNPJ. N.42.422.530/000527. Fatura FS 232.053. Valor: R$ 80.193,51; Registro da receita a conta n. 3305.22.01: R$ R$ 80.193,51; Valor pago cf. Extrato Bancário: R$ 9.157,35 (pág 6 de 7) Os valores referentes à DATAPREV foram integralmente reconhecidos: R$ 47.697,38 (itens 374 e 375 da DCOMP); 64. 5. FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FUB. CNPJ. N. 00.038.174/0005 77. Fatura FS 008.134. Valor: R$ 124.922,51; Registro da receita na conta n. 33052201: R$ R$ 124.922,51; Valor pago cf. Extrato Bancário: R$ 113.117,33 (pág 3 de 6) Os valores referentes à FUB foram parcialmente reconhecidos: R$ 22.229,86 de R$ 92.978,37 (itens 47 e 48 da DCOMP); Fl. 1324DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 15 14 65. Apesar do procedimento adotado ser idêntico, assim como as comprovações efetuadas, a r. decisão recorrida e o despacho decisório afastaramse da verdade material ao limitarem sua análise ao confronto das informações com as DIRFs. De fato, foram atribuídas consequências jurídicas distintas (DATAPREV integralmente reconhecida e PETROBRÁS e FUP parcialmente reconhecidas) às retenções comprovadas pelos documentos apresentados pela contribuinte. 66. Sobre esse tema, Ilma. Conselheira Sandra Maria Faroni, acompanhada pela Primeira Turma do E. Primeiro Conselho, proferiu assertivo voto sobre a matéria, verbis: A divergência entre o valor declarado pelo contribuinte como imposto retido e o informado na DIRF pela fonte retentora não é suficiente para que se conclua estar claramente demonstrada a infração. Assim. deveria o auditor intimar o contribuinte para explicar a divergência. Se o tivesse feito, o contribuinte poderia ter trazido o documento de fls. 60/61 antes da lavratura do auto de infração. E o auditor poderia, se entendesse necessário, intimar o Banco do Brasil para prestar esclarecimentos. Tal como feito, o lançamento carece de certeza. não podendo prosperar. Dou provimento ao recurso". (Primeiro Conselho de Contribuintes/MF). Primeira Câmara. Processo n. 10280000686/200182. Recurso Voluntário n. 144.239. Conselheira Rel. Sandra Maria Faroni. Julgado em 18.08.2006). 67. É certo que, o contribuinte não pode ser onerado e ver preterido seu direito creditório por divergências nos dados apresentados nas DIRFs das próprias entidades integrantes da administração pública. Além de um contrassenso, configura enriquecimento ilícito da União. 68. Ainda, a Recorrente comprova que todos os valores informados como retenções à título de IRRF sobre suas faturas, com fundamento no art. 34 da Lei nº 10.833/2003, foram devidamente registrados a débito na conta de ativo n. 14122203 (Retenção de IRPJ Art. 34 Lei n. 10.833/03), cujo saldo em dezembro de 2004 era de R$ 7.918.758,62. Tal saldo é comprovado pelo Livro Diário anexo (Doc. P, fls. 804/860), acompanhado de relatório da movimentação mensal da conta, cujo valor total monta aos R$ 7.918.758,62, e cujos lançamentos mensais conferem com a totalização mensal do relatório extraído de seu contas a receber (Doc. Q, fls. 862/872). 69. Por fim, às fls. 874/890 (Doc. R), a Recorrente demonstra que os totais mensais do relatório de notas fiscais conforme contas a receber, conferem com os totais mensais debitados na conta de ativo nº 14122203. 70. Portanto, diante das premissas constantes dos itens 20 a 30, das robustas provas apresentadas pela Recorrente e da ausência de pedido de esclarecimentos, realização de diligências, análise sistêmica e/ou emissão de ofícios às próprias entidades da administração pública por parte da autoridade fiscal, é inevitável reconhecer a fragilidade e incerteza das decisões que desconsideram o respectivo direito creditório. 71. Diante do exposto, VOTO por DAR PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO, para reconhecer a integralidade do direito creditório relativo ao saldo Fl. 1325DF CARF MF Processo nº 16682.900817/201078 Acórdão n.º 1201002.084 S1C2T1 Fl. 16 15 negativo de IRPJ, referente ao anocalendário de 2004 (exercício 2005), decorrente de retenções efetuadas por órgãos da administração pública e por outras pessoas jurídicas. É como voto. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Fl. 1326DF CARF MF
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Numero do processo: 10665.907552/2009-27
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
DECADÊNCIA. PEDIDO DE RESSARCIMENTO.
O prazo para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento.
IPI. RESSARCIMENTO. PRODUTO NÃO TRIBUTÁVEL.
Uma vez que a mercadoria elaborada pela recorrente está fora do campo de incidência do imposto, não há que se falar em sistema de crédito e débito do imposto, e via de consequência, de direito a ressarcimento de IPI.
Numero da decisão: 3001-000.286
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães.
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 DECADÊNCIA. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. O prazo para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento. IPI. RESSARCIMENTO. PRODUTO NÃO TRIBUTÁVEL. Uma vez que a mercadoria elaborada pela recorrente está fora do campo de incidência do imposto, não há que se falar em sistema de crédito e débito do imposto, e via de consequência, de direito a ressarcimento de IPI. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 90 75 52 /2 00 9- 27 Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10665.907552/200927 Acórdão n.º 3001000.286 S3C0T1 Fl. 3 2 Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 3ª Turma da DRJ/JFA, que não reconheceu o direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos Fatos O Contribuinte, na data de 19/12/2006, transmitiu PER/DCOMP nº 25807.94623.191206.1.1.013104 referente pedido de ressarcimento de crédito de IPI acumulado do 4º Trimestre de 2005, no valor de R$ 6.920,63 vinculando cinco pedidos de compensação de débitos PER/DCOMP 09525.09687.200508.173.017165 e 35782.94679.121108.1.7.018748. Do Despacho Decisório A DRF de Divinópolis, em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório (efls.70), pelo não reconhecimento do crédito declarado com base no Termo de Verificação Fiscal de fls. 54, tendo por consequência a não homologação das compensações realizadas Da Manifestação de Inconformidade O sujeito passivo da obrigação tributária foi cientificado do Despacho Decisório e apresentou manifestação de inconformidade (fls.73). Aborda em primeiro plano a decadência, pela inercia do Ente Público, devendo ser decretada a decadência e a homologação tácita do crédito apresentado, em benefício dos princípios da segurança jurídica e da paz social (CTN art.156 e 150, § 4º e art. 74 da Lei 9.430/96); que o prazo para a RFB analisar o pedido de crédito é de 05 (cinco) anos contado da data da entrega dos PER/DCOMP’s, 19 de dezembro de 2006, a intimação do despacho decisório ocorreu em 15/02/2012, quando já havia ocorrido a decadência; No mérito defende o direito ao crédito de IPI pela característica própria atinente ao seu processo de produção, de onde se retira que o minério denominado “pedra britada” é produto industrializado (beneficiado), nos termos do RIPI/02; Que tratandose de produto mineral está imune à incidência do IPI por previsão Constitucional (art.155) e que a TIPI/02 aprovada pelo Decreto 4.542/02 não utiliza o termo imunidade para descrever o produto desonerado do imposto, mas tão somente à alíquota zero ou N/T (não tributado); Que a partir da vigência da Lei nº 9.779/99 ficou assegurado a recuperação e manutenção dos créditos de IPI, mesmo que o produto saído fosse isento ou tributado à alíquota zero desse imposto, desde que mantidas três características, quais sejam: que as aquisições sejam matériaprima, produto intermediário e material de embalagem; que esses produtos sejam utilizados no processo de industrialização; e que o produto industrializado seja isento ou tributado à alíquota zero de IPI; Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10665.907552/200927 Acórdão n.º 3001000.286 S3C0T1 Fl. 4 3 Quanto ao Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 5/2006, entende a manifestante que essa norma não alcança os créditos escriturados de IPI, por ser de data posterior ao aproveitamento; Que exigir o crédito da forma como pretendido pela RFB é interferir na livre concorrência entre empresas do mesmo ramo de atividade, pois várias empresas mineradoras obtiveram solução de consulta favorável ao aproveitamento do crédito de IPI na aquisição de MP, PI e ME adquiridos para serem empregados na industrialização de minério; Por fim, elenca vasta jurisprudência de tribunais superiores, julgando de forma favorável ao aproveitamento do crédito de IPI, na forma como procedido pela Manifestante e pugna pela homologação das compensações requeridas. Do Julgamento de Primeiro Grau Encaminhado os autos à 3ª Turma da DRJ/JFA, esta decidiu pelo não reconhecimento do crédito tributário pleiteado e pela não homologação da compensação realizada, cujos fundamentos foram sintetizados na ementa assim elaborada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 RESSARCIMENTO DE CRÉDITO. PRODUTOS NT. IMPOSSIBILIDADE. Não há direito a crédito de IPI em relação às aquisições de MP, PI e ME aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT, pelo que cabe indeferir o pedido de ressarcimento que se funda no citado direito creditório não reconhecido. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 1. DECADÊNCIA/ANÁLISE DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO. Por falta de previsão legal, o prazo para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. 2. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGALIDADE. Não cabe à esfera administrativa questionar ou negar aplicação às normas e determinações da legislação tributária que se encontram revestidas validade e eficácia. Sendo assim, as arguições que, direta ou indiretamente, versem sobre matéria atinente à inconstitucionalidade ou de ilegalidade da legislação tributária válida e eficaz não se submetem à competência de julgamento da autoridade administrativa, sendo exclusiva do Poder Judiciário. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10665.907552/200927 Acórdão n.º 3001000.286 S3C0T1 Fl. 5 4 Direito Creditório Não Reconhecido Do Recurso Voluntário Em grau de recurso voluntário a recorrente limitase a repisar todos os argumentos e teses de sua Manifestação de Inconformidade, com o qual espera ver reformada a decisão recorrida em prol da homologação do crédito pretendido. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA Discutese no presente processo preliminar de decadência por inércia do Ente Público de não se manifestar no prazo estabelecido por lei, nos casos de pedidos de compensação. De acordo com o entendimento da Recorrente teria ultrapassado o prazo de 05 (cinco) anos da data de transmissão da PER/DCOMP (19/12/2006) e a data de cientificação do despacho decisório (15/02/2012). Primeiramente cabe aqui destacar que o presente processo reúne uma PER/DCOMP nº 25807.94623.191206.1.1.01.3104 referente pedido de ressarcimento de crédito de IPI, vinculando dois pedidos de compensação de débitos PER/DCOMP 09525.09687.200508.173.017165 e 35782.94679.121108.1.7.018748. Vêse que os pedidos de compensação são de data distinta do pedido de ressarcimento. Nesse sentido convém reproduzir excertos de decisões proferidas em processos da mesma recorrente, pela clareza de exposição do tema: O contribuinte apresenta argumento preliminar acusando a decadência do Pedido de Ressarcimento. A interpretação é de que há um paralelo entre o exame do lançamento por homologação e o exame de Pedido de Ressarcimento. Para ambos, foi estipulado o prazo de cinco anos. Para o lançamento por homologação, no art. 150, §4º, do Código Tributário Nacional, CTN. Para o pedido de Ressarcimento, no art. 74, §5º, da Lei nº 9.430, de 27/12/1996. O ato foi redigido com o seguinte teor: § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10665.907552/200927 Acórdão n.º 3001000.286 S3C0T1 Fl. 6 5 Da leitura do §5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, é fácil deduzir a confusão feita pelo contribuinte. O prazo de que trata o referido dispositivo é para a homologação da compensação, a que se dá o nome de homologação tácita, isto é, homologação pelo decurso do prazo de cinco anos da apresentação da declaração de compensação, sem que sobre ela tenha havido a oportuna manifestação da autoridade competente. Não trata o dispositivo legal de prazo para o exame do Pedido de Ressarcimento, que obviamente é objetivo distinto da compensação, não obstante a declaração de compensação ser precedida de análise de crédito, no caso presente, saldo credor de IPI. Só se dispensará o exame de Pedido de Ressarcimento, ou melhor, do saldo credor, se coincidirem em seus montantes crédito requerido e débitos a compensar. Contrário senso, o pedido de ressarcimento sempre será examinado, independentemente do momento em que o faça a autoridade competente, o que não ocorre com a declaração de compensação que poderá ser homologada tacitamente. Se o interesse do contribuinte é de que seja declarada a homologação tácita, há de se verificar a ocorrência do instituto previsto na Lei nº 9.430, de 1996, ainda mais porque é questão de ordem pública e deve sempre ser apreciada pela autoridade administrativa, ainda que não mencionada pelo contribuinte. Verificase que as DCOMP em litígio foram transmitidas pelo contribuinte, respectivamente, em 20/05/2008 e 20/11/2008. Já o Despacho Decisório foi entregue ao contribuinte em 15/02/2012, conforme Aviso de RecebimentoAR de fls.72. Confrontandose as datas de transmissão das DCOMP e do recebimento do Despacho Decisório, é patente que não ocorreu homologação tácita em relação a nenhuma das declarações de compensação. Em não havendo previsão legal para a homologação tácita de pedidos de ressarcimento e provado que não houve homologação tácita em relação a compensação, que neste processo não foi declarada, válido é o Despacho Decisório. DO RESSARCIMENTO DE CRÉDITO DE IPI Em questão de mérito, a discussão gira em torno do direito a manutenção do crédito de IPI incidente nas aquisições de matérias primas (MP), produtos intermediários (PI) e materiais de embalagens (ME), utilizados na produção (beneficiamento) de produtos que possui anotação N/T na TIPI, no caso dos autos “pedra britada” classificada na posição 2517.10.00.00 da TIPI. A recorrente apurou crédito de IPI sobre aquisições de MP, PI e ME ocorridas no 4º trimestre de 2005 e buscou a compensação com fundamento no art. 11 da Lei nº 9.779/99, cuja redação assim se apresenta: Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10665.907552/200927 Acórdão n.º 3001000.286 S3C0T1 Fl. 7 6 embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei n.º 9.430, de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal – SRF, do Ministério da Fazenda. Importante destacar que o Ato Declaratório Interpretativo nº 5/2006 veio consignar que: Art. 1° Os produtos a que se refere o art. 4° da Instrução Normativa SRF n° 33, de 4 de março de 1999, são aqueles aos quais a legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) garante o direito à manutenção e utilização dos créditos. Art. 2º O disposto no art. 11 da Lei n° 9. 779, de 11 de janeiro de 1999, no art. 5° do Decretolei n° 491, de 5 de março de 1969, e no art. 4° da Instrução Normativa SRF n° 33, de 4 de março de 1999, não se aplica aos produtos: I com a notação "NT" (nãotributados, a exemplo dos produtos naturais ou em bruto) na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto n° 4.542, de 26 de dezembro de 2002; II amparados por imunidade; III excluídos do conceito de industrialização por força do disposto no art. 5° do Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002 Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (RIPI). Parágrafo único. Excetuamse do disposto no inciso II os produtos tributados na Tipi que estejam amparados pela imunidade em decorrência de exportação para o exterior." A muito que o entendimento firmado em nível de CARF é no sentido contrário ao interesse do contribuinte, tanto que a matéria veio a ser simulada no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, pelo não reconhecimento do crédito pleiteado na PER/DCOMP (ressarcimento) e por consequência a não homologação das PER/DCOMP’s (compensação) a ela atreladas. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10665.907552/200927 Acórdão n.º 3001000.286 S3C0T1 Fl. 8 7 Fl. 170DF CARF MF
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Numero do processo: 10680.012876/2005-63
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2000
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO CONSTANTE NA IMPUGNAÇÃO QUE INSTAUROU O LITÍGIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
O contencioso administrativo instaura-se com a impugnação ou manifestação de inconformidade, que devem ser expressas, considerando-se preclusa a matéria que não tenha sido diretamente indicada ao debate. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria nova não apresentada por ocasião da impugnação ou manifestação de inconformidade. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada em impugnação, verificando-se a preclusão consumativa em relação ao tema. Impossibilidade de apreciação da temática, inclusive para preservar as instâncias do processo administrativo fiscal. Não conhecimento do recurso voluntário neste particular.
MÉRITO. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. DCTF. PREVISÃO LEGAL.
A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários (DCTF) após o prazo previsto pela legislação tributária sujeita a contribuinte à incidência da multa correspondente.
É cabível a imposição de penalidade quando da entrega extemporânea da DCTF, haja vista que a obrigatoriedade de apresentação da DCTF, bem como a aplicação de penalidade em razão do descumprimento de tal obrigação instrumental, regulamentadas pelas Instruções Normativas 73/96 e 126/1998, têm supedâneo legal no Decreto-lei n.º 2.124, de 13/06/1984, com fundamento de validade no art. 34, § 5.º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
DCTF. INATIVIDADE. FATO IMPEDITIVO. ÔNUS DA PROVA. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
A dispensa na entrega da DCTF, para fins da IN SRF 126/1998, relativa as pessoas jurídicas tidas por inativas, pressupõe a não realização de qualquer atividade operacional, não-operacional, financeira ou patrimonial no período.
Incumbe a quem alega a inatividade, na forma definida pela legislação, o ônus de provar a ocorrência desse fato impeditivo. Não sendo comprovada a inatividade há que se manter a sanção pecuniária.
Numero da decisão: 1002-000.084
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer no que se refere à denúncia espontânea e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Julio Lima Souza Martins - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonam Rocha de Medeiros - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: LEONAM ROCHA DE MEDEIROS
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2000 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO CONSTANTE NA IMPUGNAÇÃO QUE INSTAUROU O LITÍGIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. O contencioso administrativo instaura-se com a impugnação ou manifestação de inconformidade, que devem ser expressas, considerando-se preclusa a matéria que não tenha sido diretamente indicada ao debate. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria nova não apresentada por ocasião da impugnação ou manifestação de inconformidade. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada em impugnação, verificando-se a preclusão consumativa em relação ao tema. Impossibilidade de apreciação da temática, inclusive para preservar as instâncias do processo administrativo fiscal. Não conhecimento do recurso voluntário neste particular. MÉRITO. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. DCTF. PREVISÃO LEGAL. A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários (DCTF) após o prazo previsto pela legislação tributária sujeita a contribuinte à incidência da multa correspondente. É cabível a imposição de penalidade quando da entrega extemporânea da DCTF, haja vista que a obrigatoriedade de apresentação da DCTF, bem como a aplicação de penalidade em razão do descumprimento de tal obrigação instrumental, regulamentadas pelas Instruções Normativas 73/96 e 126/1998, têm supedâneo legal no Decreto-lei n.º 2.124, de 13/06/1984, com fundamento de validade no art. 34, § 5.º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. DCTF. INATIVIDADE. FATO IMPEDITIVO. ÔNUS DA PROVA. FALTA DE COMPROVAÇÃO. A dispensa na entrega da DCTF, para fins da IN SRF 126/1998, relativa as pessoas jurídicas tidas por inativas, pressupõe a não realização de qualquer atividade operacional, não-operacional, financeira ou patrimonial no período. Incumbe a quem alega a inatividade, na forma definida pela legislação, o ônus de provar a ocorrência desse fato impeditivo. Não sendo comprovada a inatividade há que se manter a sanção pecuniária.
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Normas Gerais de Direito Tributário. Processo Administrativo Fiscal. Recorrente PARATI EMPREEND PARTICIPACOES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2000 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO CONSTANTE NA IMPUGNAÇÃO QUE INSTAUROU O LITÍGIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. O contencioso administrativo instaurase com a impugnação ou manifestação de inconformidade, que devem ser expressas, considerandose preclusa a matéria que não tenha sido diretamente indicada ao debate. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria nova não apresentada por ocasião da impugnação ou manifestação de inconformidade. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada em impugnação, verificandose a preclusão consumativa em relação ao tema. Impossibilidade de apreciação da temática, inclusive para preservar as instâncias do processo administrativo fiscal. Não conhecimento do recurso voluntário neste particular. MÉRITO. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. DCTF. PREVISÃO LEGAL. A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários (DCTF) após o prazo previsto pela legislação tributária sujeita a contribuinte à incidência da multa correspondente. É cabível a imposição de penalidade quando da entrega extemporânea da DCTF, haja vista que a obrigatoriedade de apresentação da DCTF, bem como a aplicação de penalidade em razão do descumprimento de tal obrigação instrumental, regulamentadas pelas Instruções Normativas 73/96 e 126/1998, têm supedâneo legal no Decretolei n.º 2.124, de 13/06/1984, com fundamento de validade no art. 34, § 5.º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 28 76 /2 00 5- 63 Fl. 75DF CARF MF 2 DCTF. INATIVIDADE. FATO IMPEDITIVO. ÔNUS DA PROVA. FALTA DE COMPROVAÇÃO. A dispensa na entrega da DCTF, para fins da IN SRF 126/1998, relativa as pessoas jurídicas tidas por inativas, pressupõe a não realização de qualquer atividade operacional, nãooperacional, financeira ou patrimonial no período. Incumbe a quem alega a inatividade, na forma definida pela legislação, o ônus de provar a ocorrência desse fato impeditivo. Não sendo comprovada a inatividade há que se manter a sanção pecuniária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer no que se refere à denúncia espontânea e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins Presidente. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Ailton Neves da Silva, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Cuidase, o caso versando, de Recurso Voluntário ― autorizado nos termos do art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, interposto com efeito suspensivo e devolutivo ―, protocolado pela recorrente, indicada no preâmbulo, devidamente qualificada nos fólios processuais, relativo ao inconformismo com a decisão de primeira instância, datada de 04/07/2007, consubstanciada no Acórdão n.º 0214.659, da 3.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG (DRJ/BHE), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento efetivado pela fiscalização da administração fazendária decorrente da aplicação de multa por atraso na entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) do 1.º, 2.º, 3.º e 4.º Trimestres do Ano Calendário 2000, deixando de acolher a impugnação apresentada pela recorrente, tendo sido assim ementada a decisão vergastada: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS AnoCalendário: 2000 DCTF. MULTA POR ATRASO. O contribuinte que está obrigado a entregar DCTF sujeitase às penalidades previstas na legislação vigente, quando deixar de apresentála ou apresentála em atraso. Lançamento Procedente Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10680.012876/200563 Acórdão n.º 1002000.084 S1C0T2 Fl. 68 3 O auto de infração em espécie foi lavrado em 10/06/2005, na DRF Belo Horizonte, por Auditor Fiscal da Receita Federal, sumariando o seguinte contexto e enquadramento para aduzida infração à legislação tributária e respectivo demonstrativo do crédito tributário: Descrição dos fatos: A entrega da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) fora do prazo fixado na legislação enseja a aplicação de multa correspondente (...). Fundamentação: Art. 113, § 3.º e 160 da Lei n.º 5.172, de 26/10/66 (CTN); art. 4.º combinado com o art. 2.º da Instrução Normativa SRF n.º 73, de 1996; art. 6.º da Instrução Normativa SRF n.º 126, de 30/10/98 combinado com item I da Portaria MF n.º 118/84, art. 5.º do DL 2124/84 e art. 7.º da MP n.º 16/01 convertido na Lei n.º 10.426, de 24/04/2002. Demonstrativo: 1.º Trimestre/2000, Multa Mínima R$200,00 2.º Trimestre/2000, Multa Mínima R$200,00 3.º Trimestre/2000, Multa R$286,70 4.º Trimestre/2000, Multa R$200,69 A impugnação instaurou a fase litigiosa do procedimento, no entanto não foi acolhida pela DRJ. O recurso voluntário, inconformado com a decisão a quo, reiterando os termos da impugnação, argumentou que não havia previsão legal para a exação, sendo a lei posterior, não podendo retroagir. Também, argumenta que não teria tido atividade no primeiro e segundo trimestre, o que ensejaria dispensa da entrega. Por fim, inovando, sustentou que a entrega, ainda que extemporânea, foi voluntária a exigir a aplicação da denúncia espontânea. Os autos foram encaminhados para este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), sendo, posteriormente, distribuído para este relator. É o que importa relatar. Passo a devida fundamentação analisando os juízos de admissibilidade e de mérito para, posteriormente, finalizar em dispositivo. Voto Conselheiro Leonam Rocha de Medeiros, Relator O Recurso Voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade extrínsecos, pois há regularidade formal e apresentase tempestivo, tendo respeitado o trintídio legal, na forma exigida no art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal. Observo, ainda, a plena competência deste Colegiado, na forma do art. 23B do Regimento Interno, com redação da Portaria MF n.º 329, de 2017. No entanto, o recurso não atende a todos os pressupostos de admissibilidade intrínsecos. O recurso é cabível, há interesse recursal, a recorrente detém legitimidade, inexiste fato impeditivo ou modificativo do poder de recorrer, mas, em contra fluxo, existe fato extintivo do poder de recorrer relativo a preclusão consumativa que se Fl. 77DF CARF MF 4 operou quanto a matéria não apresentada em impugnação e constante no recurso voluntário, qual seja, a alegação de denúncia espontânea. Portanto, conheço parcialmente do recurso voluntário, deixando de apreciar a referida matéria, inclusive, para evitar supressão de instância. A possibilidade de conhecimento e apreciação de novas alegações e novos documentos deve ser avaliada à luz das normas que regem o Processo Administrativo Fiscal, instituído pelo Decreto n.º 70.235, de 1972, o qual dispõe: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei n.º 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei no 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei n.º 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei n.º 9.532, de 1997) (...) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei n.º 9.532, de 1997). Desta forma, nos termos dos arts. 14 a 17 do Decreto n.º 70.235/72, acima transcritos, a fase litigiosa do processo administrativo fiscal somente se instaura se apresentada a manifestação de inconformidade ou a impugnação, contendo as matérias que delimitam expressamente os limites da lide, sendo elas submetidas à primeira instância para apreciação e decisão, tornando possível a veiculação de recurso voluntário em caso de inconformismo, não se admitindo conhecer de inovação recursal. A competência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) circunscrevese ao julgamento de "recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial", de forma que não se aprecia a matéria não impugnada ou não recorrida. Se não foi impugnada ocorreu a preclusão consumativa, tornando inviável aventála em sede de recurso voluntário como uma inovação. Nesse sentido, o Egrégio CARF tem decidido por não conhecer de matéria que não tenha sido objeto de litígio no julgamento de primeira instância, a teor dos Acórdãos ns.º 9303004.566 (3.ª Turma/CSRF), 3301002.475 (3.ª Seção/3.ª Câmara/1.ª Turma Ordinária) e 3402004.013 (4.ª Câmara/2.ª Turma Ordinária). Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10680.012876/200563 Acórdão n.º 1002000.084 S1C0T2 Fl. 69 5 Por conseguinte, não conheço da inovação recursal trazida no recurso voluntário relativo a temática da denúncia espontânea. De toda sorte, destaco, por oportuno, que este Egrégio Conselho tem o seguinte enunciado sumular tratando da matéria: "Súmula CARF n.º 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração." A mencionada súmula foi lavrada com base nos seguintes paradigmas: Acórdão n.º CSRF/0400.574, de 19/06/2007, Acórdão n.º 19200.096, de 06/10/2008, Acórdão n.º 19200.010, de 08/09/2008, Acórdão n.º 10709.410, de 30/05/2008, Acórdão n.º 10249.353, de 10/10/2008, Acórdão n.º 10196.625, de 07/03/2008, Acórdão n.º 107 09.330, de 06/03/2008, Acórdão n.º 10709.230, de 08/11/2007, Acórdão n.º 10516.674, de 14/09/2007, Acórdão n.º 10516.676, de 14/09/2007, Acórdão n.º 10516.489, de 23/05/2007, Acórdão n.º 10809.252, de 02/03/2007, Acórdão n.º 10195.964, de 25/01/2007, Acórdão n.º 10809.029, de 22/09/2006, Acórdão n.º 10194.871, de 25/02/2005. Conheço e passo a analisar toda a matéria do recurso voluntário que esteve contida na lide delimitada pela impugnação. No juízo de mérito, não assiste razão a recorrente. É que não se discute nos autos a apresentação extemporânea da DCTF, nem se desincumbiu a recorrente de comprovar fato impeditivo, modificativo ou extintivo de tal obrigação. A fim de enfrentar todos os argumentos da defesa, passamos a analisálos. Pois bem. Primeiro, os fundamentos corretos de validade do auto de infração são os seguintes normativos: Art. 113, § 3.º e 160 da Lei n.º 5.172, de 26/10/66 CTN; art. 4.º combinado com o art. 2.º da Instrução Normativa SRF n.º 73, de 1996; art. 6.º da Instrução Normativa SRF n.º 126, de 30/10/98 combinado com item I da Portaria MF n.º 118/84, art. 5.º do DL 2124/84. Todos eles estão presentes no auto de infração. Apresentamse adequados e pertinentes ao caso em comento. O fato de ter sido citado no auto de infração o art. 7.º da MP n.º 16/01, convertido na Lei n.º 10.426, de 24/04/2002, não o anula. Não há ofensa a irretroatividade, pois não se aplica estes, mas sim aqueloutros. Pretender discutir a constitucionalidade das normas vigentes da época (Art. 113, § 3.º e 160 da Lei n.º 5.172, de 26/10/66 CTN; art. 4.º combinado com o art. 2.º da Instrução Normativa SRF n.º 73, de 1996; art. 6.º da Instrução Normativa SRF n.º 126, de 30/10/98 combinado com item I da Portaria MF n.º 118/84, art. 5.º do DL 2124/84), veiculados no auto de infração, não é possível por expressa vedação sumular deste Conselho, dispondo a Súmula CARF n.º 2 que: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." A referida súmula teve por suporte os seguintes paradigmas: Acórdão n.º 10194876, de 25/02/2005, Acórdão n.º 10321568, de 18/03/2004, Acórdão n.º 105 14586, de 11/08/2004, Acórdão n.º 10806035, de 14/03/2000, Acórdão n.º 10246146, de 15/10/2003, Acórdão n.º 20309298, de 05/11/2003, Acórdão n.º 20177691, de 16/06/2004, Acórdão n.º 20215674, de 06/07/2004, Acórdão n.º 20178180, de 27/01/2005, Acórdão n.º 20400115, de 17/05/2005. Fl. 79DF CARF MF 6 Por corolário lógico, não há que se admitir a discussão de constitucionalidade e limites constitucionais para a obrigação imposta de apresentar a DCTF, sob pena de sanção, caso contrário, estaria sendo declarada uma inconstitucionalidade incidenter tantum da norma infraconstitucional que impôs a multa e a referida obrigação, o que é vedado no Regimento Interno do CARF (art. 62, Anexo II, aprovado pela Portaria MF n.º 343, de 2015), havendo que se respeitar, demais disto, o enunciado da Súmula CARF n.º 2, acima mencionado. Observese, igualmente, o disposto no art. 26A do Decreto n.º 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, com redação dada pela Lei n.º 11.941, de 2009, que enuncia o mesmo entendimento ao dispor que: "No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade." Portanto, havia, sim, norma vigente a impor a obrigação (Art. 113, § 3.º e 160 da Lei n.º 5.172, de 26/10/66 CTN; art. 4.º combinado com o art. 2.º da Instrução Normativa SRF n.º 73, de 1996; art. 6.º da Instrução Normativa SRF n.º 126, de 30/10/98 combinado com item I da Portaria MF n.º 118/84, art. 5.º do DL 2124/84) e, neste caso, não há que se falar em retroatividade da lei posterior (art. 7.º da MP n.º 16/01, convertido na Lei n.º 10.426, de 24/04/2002). Vejase. O auto de infração aponta as instruções normativas e demais normativos vigentes à época e não só a lei posterior, não aplicável, exceto para beneficiar. Conforme se observa, as multas foram aplicadas de acordo com a legislação vigente da época. O fato de ter sido mencionado a legislação posterior não trouxe prejuízo à defesa, nem nulidade para o auto de infração, eis que presente também a fundamentação correta. Não se observa preterição do direito de defesa, pois a descrição pormenorizada dos fatos, que motivaram a lavratura do Auto de Infração, e a capitulação legal permitem à contribuinte contestar todas razões de fato e de direito elencadas na autuação, além do que resta evidenciado que o contribuinte entendeu suficientemente os motivos da imputação fiscal. Importa acrescentar que a ninguém é permitido deixar de cumprir as normas legais alegando que não as conhece, consoante se extrai do art. 3.º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, constante do DecretoLei n.º 4.657, de 4 de setembro de 1942. Dito isto, apesar de ter sido sustentado, pela recorrente, que não está obrigado a entrega da DCTF, a IN SRF 126 exigia a entrega e estava vigente na época dos fatos. Ponderese, pela oportunidade, que a dita norma tem como último suporte de validade o art. 34, § 5.º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição, de 1988, que enuncia: "Art. 34, § 5.º, Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação da legislação anterior, no que não seja incompatível com ele e com a legislação referida nos § 3.º e § 4.º." Deveras, a Instrução Normativa SRF n.º 126, de 30 de outubro de 1998, com fundamento de validade no art. 34, § 5.º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, combinado com o art. 5.º, caput e § 3.º, do Decretolei n.º 2.124, de 13 de junho de 1984, e com a Portaria MF n.º 118, de 28 de junho de 1984, trouxe o seguinte conjunto de enunciados: Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10680.012876/200563 Acórdão n.º 1002000.084 S1C0T2 Fl. 70 7 Art. 1.º Fica instituída a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF. Art. 2.º A partir do anocalendário de 1999, as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar, trimestralmente, a DCTF, de forma centralizada, pela matriz. § 1.º Para efeito do disposto nesta Instrução Normativa, serão considerados os trimestres encerrados, respectivamente, em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário. (...) Art. 3.º Estão dispensadas da apresentação da DCTF, ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo: (...) III as pessoas jurídicas inativas, assim consideradas as que não realizaram qualquer atividade operacional, não operacional, financeira ou patrimonial, conforme disposto no art. 4.º da Instrução Normativa SRF n.º 28, de 05 de março de 1998; (...) Art. 6.º A falta de entrega da DCTF ou a sua entrega após os prazos referidos no art. 2.º, sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento da multa (...). (...) § 2.º As multas de que trata este artigo serão exigidas de ofício. Constróise, a partir do texto acima transcrito, a norma jurídica instituidora do dever instrumental de entregar declaração, a instituidora da regramatriz sancionadora da violação deste dever instrumental e a instituidora da regramatriz da lavratura da autuação. Estas, em conjunto, atuando sistemicamente, regulam, de modo objetivo e transpessoal, as condutas intersubjetivas, via modal deôntico Obrigatório, no sentido de que, uma vez descumprida a obrigação de dar/entregar, a qual estava obrigado a contribuinte, impõese a autoridade lançadora o dever de constituir a relação jurídica que impõe a obrigação de pagar a multa. Se havia o dever jurídico de adimplir a obrigação de entregar a DCTF, no prazo estabelecido, descumprido o comando normativo, surge para a administração tributária o direito subjetivo de exigir o adimplemento da multa, sendo, em verdade, o agente competente obrigado a proceder com o lançamento, sob pena de violar a norma enunciada no parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN). Quanto a dispensa da entrega, esta prescinde da demonstração da completa ausência de movimento operacional, nãooperacional, financeiro e patrimonial, o que não está evidenciado nos autos. Realmente, não houve demonstração cabal quanto a inatividade operacional, nãooperacional, financeira ou patrimonial que dispensa a apresentação da DCTF, de modo que a decisão de primeira instância se apresenta correta para o contexto probatório que lhe foi apresentado, pois, em regra, a entrega da DCTF é obrigatória, sob pena de sanção pecuniária. Esclareçase que o termo "inatividade" presente no auto de infração é relativo a inexistência de movimentação de débitos e créditos tributários para o período, Fl. 81DF CARF MF 8 não se confundindo com a eventual inatividade operacional, nãooperacional, financeiro ou patrimonial que dispensa a apresentação da DCTF. O fato de ter havido inexistência de movimentação de débitos e créditos tributários para o período (inatividade tributária) não significa que não possa ter havido movimento, ainda que nãooperacional na empresa, como, por exemplo, pagamento de eventuais taxas de registro da empresa e de sua legalização de sua abertura, pagamento de taxas de registro do termo de abertura dos livros fiscais, integralização de capital, pagamento de serviços contábeis, abertura de conta bancária com pagamento de taxas correlatas e depósitos para composição de saldo positivo para disponibilidades, pagamento de eventual prólabore ao administrador e outros mais. A DIPJ, por si só, não é suficiente para demonstrar a inatividade apta a dispensar a apresentação da declaração em comento. Poderia a contribuinte ter anexado seu livro diário para demonstrar se houve, ou não, ausência de movimento operacional, não operacional, financeiro ou patrimonial. Somese a isto, o fato de que este Conselho possui jurisprudência sedimentada no sentido de que opera a preclusão quando as provas não são produzidas quando da apresentação da impugnação, a teor do art. 16, primeira parte do § 4.º, do Decreto n.º 70.235, de 1972, assim precluindo para o contribuinte o direito de fazêlo em outro momento. Ao seu turno, se é verdade que a administração tributária não pode cobrar mais do que lhe é efetivamente devido, também não pode cobrar menos do que lhe é ordenado exigir em atividade vinculada e obrigatória de lançamento. No caso em comento, observo a atuação dentro dos padrões delineados pelo campo da legalidade. Somese a isto o fato de que a análise deve seguir o critério objetivo, não sendo necessário perquirir sobre a existência de eventuais prejuízos pela não entrega da declaração. A sanção quedase alheia à vontade do contribuinte ou ao eventual prejuízo derivado da inobservância das regras de cumprimento do dever instrumental. A responsabilidade no campo tributário independe da intenção do agente ou do responsável, bem como da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, conforme estabelece expressamente o art. 136 do CTN. Destaco, outrossim, que a própria natureza da obrigação acessória representa um viés autônomo do tributo. Nessa trilha, quando se descumpre a indigitada obrigação, exsurge a possibilidade da constituição de um direito autônomo à cobrança, pois pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal, relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, § 3°, do CTN). Isto porque, o art. 113 do CTN ao enunciar que “a obrigação tributária é principal ou acessória” estabeleceu que, para fins de cobrança, o direito de exigir o pagamento de tributo ou o direito de exigir o adimplemento em pecúnia do valor equivalente a multa imposta por descumprimento de dever instrumental devem ser tratados de igual maneira para todos os fins de exigibilidade. A importância do cumprimento do dever instrumental devese a necessidade de transportar para o mundo jurídico, via linguagem competente, elementos enriquecedores para que seja possível a instauração da pretensão tributária, principalmente facilitando o estabelecimento de “fatos jurídicos”, após o relato dos eventos em linguagem competente. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10680.012876/200563 Acórdão n.º 1002000.084 S1C0T2 Fl. 71 9 Aliás, este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), analisando caso semelhante, já decidiu no mesmo sentido. Peço vênia para transcrever a ementa, verbo ad verbum: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2001 DCTF. ENTREGA EXTEMPORÂNEA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. MULTA PECUNIÁRIA. O retardamento da entrega de DCTF constitui mera infração formal. Não sendo a entrega serôdia infração de natureza tributária, e sim infração formal por descumprimento de obrigação acessória autônoma, não abarcada pelo instituto da denúncia espontânea, é legal a aplicação da multa pelo atraso de apresentação da DCTF. As denominadas obrigações acessórias autônomas são normas necessárias ao exercício da atividade administrativa fiscalizadora do tributo, sem apresentar qualquer laço com os efeitos do fato gerador do tributo. A multa aplicada decorre do exercício do poder de polícia de que dispõe a Administração Pública, pois o contribuinte desidioso compromete o desempenho do fisco na medida em que cria dificuldades na fase de homologação do tributo. (...) ÔNUS DA PROVA. Para elidir o fato constitutivo do direito do fisco, incumbe ao sujeito passivo o ônus probatório da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo. (CARF, Recurso Voluntário, Acórdão 1802001.539 2ª Turma Especial, Rel. Conselheiro Nelso Kichel, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 06/02/2013) Valhome aqui, de igual modo, dos precedentes desta 2.ª Turma Extraordinária, desta Primeira Seção de Julgamentos do CARF, que nos Acórdãos ns. 1002000.006, 1002000.007, 1002000.009, 1002000.010, 1002000.011, 1002000.012, 1002000.013 e 1002000.016 seguiram a tese de que a entrega extemporânea da DCTF enseja a aplicação de multa. Destarte, o controle de legalidade do ato administrativo de lançamento, ora exercido por força da devolutividade recursal, aponta, em nossa análise, a correta aplicação do direito, não havendo reparos a serem efetivados. Por conseguinte, a recorrente não conseguiu se desincumbir do ônus probatório que lhe competia de demonstrar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da administração tributária de lhe exigir a entrega da declaração, a tempo e modo, sob pena de sanção. Demais disto, observo que o Superior Tribunal de Justiça possui precedente acerca da legalidade da exigibilidade da multa por descumprimento do dever instrumental de entregar declaração, vejase: Fl. 83DF CARF MF 10 TRIBUTÁRIO. MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUSÊNCIA DE ENTREGA DE DCTF. ARTIGO 11, §§ 1º e 3º, DO DECRETOLEI 1.968/82 (REDAÇÃO DADA PELO DECRETOLEI 2.065/83). 1. A multa pelo descumprimento do dever instrumental de entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF regese pelo disposto no § 3º, do artigo 11, do DecretoLei 1.968/82 (redação dada pelo DecretoLei 2.065/83), verbis: "Art. 11. A pessoa física ou jurídica é obrigada a informar à Secretaria da Receita Federal os rendimentos que, por si ou como representante de terceiros, pagar ou creditar no ano anterior, bem como o Imposto de Renda que tenha retido. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 1º A informação deve ser prestada nos prazos fixados e em formulário padronizado aprovado pela Secretaria da Receita Federal. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 2º Será aplicada multa de valor equivalente ao de uma OTRN para cada grupo de cinco informações inexatas, incompletas ou omitidas, apuradas nos formulários entregues em cada período determinado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 3º Se o formulário padronizado (§ 1º) for apresentado após o período determinado, será aplicada multa de 10 ORTN, ao mêscalendário ou fração, independentemente da sanção prevista no parágrafo anterior. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 4º Apresentado o formulário, ou a informação, fora de prazo, mas antes de qualquer procedimento ex officio, ou se, após a intimação, houver a apresentação dentro do prazo nesta fixado, as multas cabíveis serão reduzidas à metade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983)." 2. Deveras, o artigo 11, do DecretoLei 1.968/82, instituiu o dever instrumental do contribuinte (pessoa física ou jurídica) da entrega de informações, à Secretaria da Receita Federal, sobre os rendimentos pagos ou creditados no ano anterior e o imposto de renda porventura retido (caput). 3. As aludidas informações são prestadas por meio de formulário padronizado, sendo certo que a Instrução Normativa SRF nº 126/1998 instituiu a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF a ser apresentada pelas pessoas jurídicas. 4. O inadimplemento da obrigação de entrega da DCTF, no prazo estipulado, importa na aplicação de multa de 10 ORTN's (§ 3º, do artigo 11, do DL 1.968/82), independentemente da sanção prevista no § 2º (multa de 1 ORTN para cada grupo de cinco informações inexatas, incompletas ou omitidas, apuradas em cada DCTF). 5. Conseqüentemente, revelase escorreita a penalidade aplicada para cada declaração apresentada extemporaneamente. 6. Recurso especial desprovido. (REsp 1081395/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/06/2009, DJe 06/08/2009) Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10680.012876/200563 Acórdão n.º 1002000.084 S1C0T2 Fl. 72 11 Pela oportunidade, destaco que a Doutrina se posiciona no seguinte sentido acerca das infrações às normas instrumentais enunciadas na legislação, chegando a apontar a sua importância para a sistemática da administração tributária: Professor Paulo de Barros Carvalho1: O antecedente da regra sancionatória descreve fato ilícito qualificado pelo descumprimento de um dever estipulado no consequente da regramatriz de incidência. É a não prestação do objeto da relação jurídica. Essa conduta é tida como antijurídica, por transgredir o mandamento prescrito, e recebe um nome de ilícito ou infração tributária. Atrelada ao antecedente ou suposto da norma sancionadora está a relação deôntica, vinculando, abstratamente, o autor da conduta ilícita ao titular do direito violado. No caso das penalidades pecuniárias ou multas fiscais, o liame também é de natureza obrigacional, uma vez que tem substrato econômico, denominase relação jurídica sancionatória e o pagamento da quantia estabelecida é promovida a título de sanção. Professor Sacha Calmon Navarro2: Podemos, então, sem medo de errar, afirmar que a infração fiscal configurase pelo simples descumprimento dos deveres tributários de dar, fazer e não fazer, previstos na legislação. Esta a sua característica básica. (...) É preciso ver que a sanção, em Direito Tributário, cumpre relevante papel educativo. Noutras palavras, provoca na comunidade dos obrigados a necessidade de inteirarse dos deveres e direitos defluentes da lei fiscal, certo que o erro ou a ignorância possuem total desvalia como excludente de responsabilidade, ... Por fim, entendo que o dever instrumental é necessário ao controle das atividades estatais de arrecadação no livre mercado, perfectibilizando as exigências das leis tributárias, sendo o direito aplicado de igual modo para todos. A multa nasce a partir de uma conduta contrária à legislação tributária, conduta esta que pode ser evitada com uma boa governança tributária, logo é possível ficar livre da sanção fiscal, caso siga o caminho regulamentar, dirigindo sua atuação conforme a disciplina normativa correta e atuando com o dever de ofício que lhe impõe a lei. Vale dizer, o contribuinte só eventualmente é onerado pela multa e isto se deve as suas escolhas, a sua governança tributária, considerando que não há punição sem culpa, decorrente de um agir ou de uma omissão quando estava obrigado ao exercício de uma conduta e não a executou. Por isso, no caso em apreço, o controle de legalidade se apresenta correto. Considerando o até aqui esposado e enfrentadas todas as questões necessárias para a decisão, entendo pela manutenção do julgamento da DRJ. 1 CARVALHO, Paulo de Barros Curso de Direito Tributário, São Paulo: Saraiva, 1999, p. 465 e 466. 2 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Teoria e prática das multas tributárias. 2ª ed. Rio de Janeiro, Forense. 2001, p.29. Fl. 85DF CARF MF 12 Ante o exposto, de livre convicção, relatado, analisado e por mais o que dos autos constam, voto em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer no que se refere à denúncia espontânea e, no mérito, em negarlhe provimento, mantendo íntegra a decisão recorrida e o crédito tributário lançado na forma constante do auto de infração. É como Voto. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator Fl. 86DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.003126/2009-44
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE.
Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, resta a apreciação das provas,.que foram suficientes para a caracterização de despesas médicas.
Numero da decisão: 2001-000.218
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Relator
Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JORGE HENRIQUE BACKES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007 DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, resta a apreciação das provas,.que foram suficientes para a caracterização de despesas médicas.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1432; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T1 Fl. 2 1 1 S2C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11065.003126/200944 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2001000.218 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 29 de janeiro de 2018 Matéria IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA Recorrente MARIO LUIZ GERBER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, resta a apreciação das provas,.que foram suficientes para a caracterização de despesas médicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Relator Participaram das sessões virtuais não presenciais os conselheiros Jorge Henrique Backes (Presidente), Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira, Fernanda Melo Leal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 31 26 /2 00 9- 44 Fl. 52DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento relativa à Imposto de Renda Pessoa Física. Destacamos algumas passagens do Acórdão de Impugnação: Em Acórdão de Impugnação do mesmo contribuinte para o ano calendário de 2007 consta: Os fundamentos do lançamento, que se encontram na Notificação de Lançamento, são os seguintes: Fl. 53DF CARF MF Processo nº 11065.003126/200944 Acórdão n.º 2001000.218 S2C0T1 Fl. 3 3 Apresentamos abaixo documentos e algumas passagens do Recurso Voluntário apresentados pelo contribuinte: Voto Conselheiro Jorge Henrique Backes, Relator Verificada a tempestividade do recurso voluntário, dele conheço e passo à sua análise. Tratase lançamentos de 4 anoscalendários desse mesmo contribuinte, Processos nºs: 11065.003123/200919, 11065.003124/200955 11065 .003125/200908 e 11065.003126/200944. O contribuinte apresentou ficha financeira onde consta desconto de plano de saúde, sob rubrica FAS, pleiteando tratarse de despesas médicas. Fl. 54DF CARF MF 4 Diante da inexistência de procedimento de verificação sobre os documentos apresentados, resta o exame dos mesmos, havendo indicações claras de que se trata de despesas médicas. O contribuinte declara que seja despesa de plano de saúde; a sigla FAS significa Fundo Assistencial de Saúde; esse valor foi descontado do contribuinte; é comum a prática das empresas de descontar plano de saúde. Assim, não existindo indicação em contrário, e na livre apreciação da prova entendemos que se trata de despesas médicas. Conclusão Em razão do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Relator Fl. 55DF CARF MF
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