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Numero do processo: 10680.006075/2003-05
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 9303-000.109
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, declinar a competência para a 1ª Seção de Julgamento, nos termos do art. 8º, I, Anexo II do RICARF, vencida a conselheira Semíramis de Oliveira Duro. Declarou-se impedida de participar do julgamento a conselheira Tatiana Midori Migiyama, substituída pela conselheira Semíramis de Oliveira Duro.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Demes Brito - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Andrada Márcio Canuto Natal, Semíramis de Oliveira Duro, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
Relatório
Trata-se de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e Contribuinte ao amparo do art. 67, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015 RI-CARF, contra Acórdão n° 203-12.060, de 23 de maio de 2007, fls. 1.007 a 1.013, que deu parcial provimento ao Recurso Voluntário para excluir a multa de ofício, que restou assim ementado:
DCTF. DECLARAÇÃO INEXATA. LANÇAMENTO EX OFFICIO. CABIMENTO. De acordo com o disposto no art. 90 da Medida Provisória n° 2.158/2001, serão objeto de lançamento de oficio as diferenças apuradas em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados.
MULTA DE OFICIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Exclui-se a multa de oficio lançada, com fundamento no art. 106, II, c, do CTN, pela aplicação retroativa do disposto no caput do art. 18 da Lei n° 10.833/2003.
Recurso provido em parte.
Não conformada com tal decisão, a Fazenda Nacional interpõe o presente Recurso Especial, ás fls. 1.039 a 1.040, para comprovar a divergência jurisprudencial, aponta como paradigma o acórdão nº 201-79.948, ás fls. 1003/1012, aduz em suas razões dissenso quanto ao descabimento da retroatividade benigna adotada no aresto recorrido, que o art. 18 da Lei n° 10.833/2003, foi introduzido para complementar a sistemática da PER/DCOMP instituída pela Lei n° 10.637/2002, e que a hipótese destes autos não se subsume a contemplada pelo art. 74 da Lei n° 9.430/96, após as alterações da MP n° 135/2003 (atual Lei n° 10.833/2003).
O Recurso teve seguimento nos termos do despacho de admissibilidade, ás fls. 1039/1040.
Devidamente cientificada, a Contribuinte opôs embargos de declaração, alegando omissão de enfrentamento da questão de que é o próprio Auto de Infração que traz expressamente em seu Termo de Verificação Fiscal a informação de que o Parecer-DIFIS s/n de 18 de março de 2009 é parte integrante do lançamento fiscal e seu único fundamento de fato e de direito; contradição com a Resolução nº 103-01.853, proferida na sessão de julgamento de 28/03/07, e; omissão de enfrantamento da questão levantada pelo Embargante em sua manifestação a respeito das conclusões da diligência, no sentido de que há um vício no procedimento de intimação da decisão que negou as compensações que deram ensejo ao auto de infração.
Os embargos foram rejeitados, nos termos do despacho de nº 3401, ás fls. 1069/1072.
Nada obstante, também não conformada com o decisium, a Contribuinte interpõe Recurso Especial, aduz quanto a possibilidade de se analisar, no âmbito do processo de determinação e exigência de crédito tributário (lançamento de débito), argüição de direito creditório por parte do contribuinte relativa a um procedimento de compensação em que a Receita não homologou o crédito.
Para comprovar o dissenso jurisprudencial, aponta como paradigmas, os acórdãos nºs 9303-002-901 e nº. 203- 09.264.
O Presidente da Quarta Câmara da Terceira Seção negou seguimento ao recurso, nos termo do Despacho de admissibilidade, ás fls. 1298, por não ter identificado divergência de qual dispositivo teria sido objeto de interpretação divergente.
Inconformada, a Contribuinte interpôs agravo, o qual foi provido para dar seguimento ao recurso, especialmente quanto a "possibilidade de se analisar, no âmbito do processo de determinação e exigência de crédito tributário (lançamento de débito), arguição de direito creditório por parte do contribuinte relativa a um procedimento de compensação em que a Receita não homologou o crédito".
Cientificada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, às fls.1327/1333.
No essencial é o Relatório.
Nome do relator: DEMES BRITO
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Declarouse impedida de participar do julgamento a conselheira Tatiana Midori Migiyama, substituída pela conselheira Semíramis de Oliveira Duro. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Demes Brito Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Andrada Márcio Canuto Natal, Semíramis de Oliveira Duro, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e Contribuinte ao amparo do art. 67, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015 – RICARF, contra Acórdão n° 20312.060, de 23 de maio de 2007, fls. 1.007 a 1.013, que deu parcial provimento ao Recurso Voluntário para excluir a multa de ofício, que restou assim ementado: DCTF. DECLARAÇÃO INEXATA. LANÇAMENTO EX OFFICIO. CABIMENTO. De acordo com o disposto no art. 90 da Medida Provisória n° 2.158/2001, serão objeto de lançamento de oficio as diferenças apuradas em RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .0 06 07 5/ 20 03 -0 5 Fl. 1335DF CARF MF Processo nº 10680.006075/200305 Resolução nº 9303000.109 CSRFT3 Fl. 1.336 2 declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados. MULTA DE OFICIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Excluise a multa de oficio lançada, com fundamento no art. 106, II, c, do CTN, pela aplicação retroativa do disposto no caput do art. 18 da Lei n° 10.833/2003. Recurso provido em parte. Não conformada com tal decisão, a Fazenda Nacional interpõe o presente Recurso Especial, ás fls. 1.039 a 1.040, para comprovar a divergência jurisprudencial, aponta como paradigma o acórdão nº 20179.948, ás fls. 1003/1012, aduz em suas razões dissenso quanto ao descabimento da retroatividade benigna adotada no aresto recorrido, que o art. 18 da Lei n° 10.833/2003, foi introduzido para complementar a sistemática da PER/DCOMP instituída pela Lei n° 10.637/2002, e que a hipótese destes autos não se subsume a contemplada pelo art. 74 da Lei n° 9.430/96, após as alterações da MP n° 135/2003 (atual Lei n° 10.833/2003). O Recurso teve seguimento nos termos do despacho de admissibilidade, ás fls. 1039/1040. Devidamente cientificada, a Contribuinte opôs embargos de declaração, alegando omissão de enfrentamento da questão de que é o próprio Auto de Infração que traz expressamente em seu Termo de Verificação Fiscal a informação de que o ParecerDIFIS s/n de 18 de março de 2009 é parte integrante do lançamento fiscal e seu único fundamento de fato e de direito; contradição com a Resolução nº 10301.853, proferida na sessão de julgamento de 28/03/07, e; omissão de enfrantamento da questão levantada pelo Embargante em sua manifestação a respeito das conclusões da diligência, no sentido de que há um vício no procedimento de intimação da decisão que negou as compensações que deram ensejo ao auto de infração. Os embargos foram rejeitados, nos termos do despacho de nº 3401, ás fls. 1069/1072. Nada obstante, também não conformada com o decisium, a Contribuinte interpõe Recurso Especial, aduz quanto a possibilidade de se analisar, no âmbito do processo de determinação e exigência de crédito tributário (lançamento de débito), argüição de direito creditório por parte do contribuinte relativa a um procedimento de compensação em que a Receita não homologou o crédito. Para comprovar o dissenso jurisprudencial, aponta como paradigmas, os acórdãos nºs 9303002901 e nº. 203 09.264. O Presidente da Quarta Câmara da Terceira Seção negou seguimento ao recurso, nos termo do Despacho de admissibilidade, ás fls. 1298, por não ter identificado divergência de qual dispositivo teria sido objeto de interpretação divergente. 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Com efeito, a extinta 3ª Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, deu provimento parcial ao Recurso Voluntário, para exonerar a multa de ofício, pois não se verifica nenhuma das hipóteses que ensejam a aplicação da penalidade prevista no art. 18 da Lei n° 10.833/2003, cabendo invocar o art. 106, inciso II do CTN, que prevê a retroatividade da lei, a ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Analisando a quaestio, observo que o lançamento decorre de inconsciências encontradas na Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF, apresentada pela Contribuinte, sendo efetuado lançamento com base no artigo 90 da Medida Provisória n°2.158 35, de 24 de agosto de 2001. A Fiscalização, na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal. Assim resumiu o feito fiscal: "valor apurado decorrente. da não homologação das compensações requeridas de Cofins nos processos de restituição / compensação n os 13603.000414/200181 e 13601.000094/200260". Quanto ao mérito da não homologação das compensações, em resumo, conforme parágrafos 35 a 46 do Parecer Difis S/N. de 18 de março de 2003, a Contribuinte constitui provisão de contingência CSLL nos anosCalendários de 1994 a 1997 em virtude de discussão judicial; que considerou parte da contingência realizada no anocalendário de 1998, revertendo no lucro liquido e excluindo na apuração do Lucro Real a parte não utilizada, mas não excluindo do lucro real utilizado; que devido a esse procedimento, entende ser cabível alterar a natureza das despesas de formação da provisão contingência CSLL nos anos de 1994 a 1997 para despesas de CSLL e encargos acessórios, fiscalmente dedutíveis, bastando retificar as declarações do período; que no entanto, essas despesas têm a natureza de provisões de contingências, por referiremse, no período, a uma situação indefinida, dependente de evento futuro e previsão legal para sua dedutibilidade para fins fiscais nos moldes dos arts. 193 a 196, 277 a 282, e especialmente o art 276, todos do Decreto 11.041. de 11 de janeiro de 1994 7 RIR/94, e ainda o art 13 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de I995; que, mesmo que, em tese, considerassemse essas despesas como tributos e contribuições e encargos acessórios, ainda assim permaneceria sua indedutibilidade nos anos de 1994 a 1997, tendo em vista seu Fl. 1337DF CARF MF Processo nº 10680.006075/200305 Resolução nº 9303000.109 CSRFT3 Fl. 1.338 4 pagamento apenas em 1999 e sua exigibilidade suspensa, nos moldes dos arts. 7º e 8º da Lei nº 8.541. de 1992, e art. 41 da Lei n" 8.981, de 1995. Os dispositivos legais infringidos constam na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal do referido auto de infração, conforme a seguir: art. 1º da Lei Complementar n° 70, de 1991; arts. 2 °, 3° e 8° da Lei n° 9.718, de 1998, com as alterações da Medida Provisória n° 1.807, de 1999, e suas reedições; arts. 193, 195. 196. 242 e 277 a 282 do Decreto no 1.041, de 11 de janeiro de 1994 — RIR/94; art. 13 da Lei 9.249. de 26 de dezembro de 1995; arts. 7 ° e 8° da Lei 8.541, de 23 de dezembro de 1992; art. 41 da Lei 8.981. de 20 de janeiro de 1995, e art. 90 da Medida Provisória 2.158, de 24 de agosto de 2001. Irresignada, tendo sido cientificada em 03/04/2003, a Contribuinte apresentou. em 02/05/2003, o arrazoado de fls. 806/825, acompanhado dos documentos de fls. 826/872, com as suas razões de defesa a seguir reunidas sucintamente. Narra a respeito da origem do crédito compensável, fato esse sobejamente tratado no Parecer Difis S/N, de 18 de marçO de 2003 (fls. 751 a 803). Conclui que os auditores fiscais entenderam não existir o referido crédito a compensar e. portanto. glosaram as compensações pleiteadas, por haver um vinculo entre a exclusão nas apurações fiscais e a realização do passivo pelo pagamento, tratado pelos mesmos corno provisão ou tributo com a exigibilidade suspensa. Como se vê, a discussão gira em torno de crédito compensável de CSLL, originado de lançamento por falta de pagamento de COFINS que foi objeto de não homologação do pedido de compensação de créditos de CSLL com débitos de COFINS. De modo que, por força do art. 8º, I, Anexo II do RICARF, concluise pela incompetência desta 3ª Seção para julgar o recurso sob comento. In verbis: Art. 8º Na hipótese prevista no § 1º do art. 7º, quando o crédito alegado envolver mais de um tributo com competência de diferentes Seções, a competência para julgamento será: I da 1ª (primeira) Seção de Julgamento, se envolver crédito alegado de competência dessa Seção e das demais; Dispositivo Ex positis, concluo por declinar o julgamento do presente recurso para a 1ª Seção de Julgamento, nos termos do art. 8º, I, Anexo II do RICARF. É como voto. (assinado digitalmente) Demes Brito Fl. 1338DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.720641/2011-25
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 31 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 23/03/2011
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DE CONHECIMENTO ELETRÔNICO.
A informação extemporânea da desconsolidação do conhecimento eletrônico de carga enseja a aplicação da penalidade aduaneira estabelecida no art. 107, IV, e do Decreto-lei no 37/66. Incabível os argumentos de denúncia espontânea por não se aplicar aos casos de descumprimento de prazos. Aplica-se o estabelecido na Súmula CARF no 126.
Numero da decisão: 3001-000.645
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Roberto da Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Marcos Roberto da Silva, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: MARCOS ROBERTO DA SILVA
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REGISTRO EXTEMPORÂNEO DE CONHECIMENTO ELETRÔNICO. A informação extemporânea da desconsolidação do conhecimento eletrônico de carga enseja a aplicação da penalidade aduaneira estabelecida no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/66. Incabível os argumentos de denúncia espontânea por não se aplicar aos casos de descumprimento de prazos. Aplicase o estabelecido na Súmula CARF no 126. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Marcos Roberto da Silva, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 06 41 /2 01 1- 25 Fl. 235DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário impetrado contra Acórdão de Impugnação emitido pela DRJ do Rio de Janeiro que decidiu pela improcedência da impugnação mantendo o crédito tributário lançado. O presente processo versa sobre auto de infração lavrado para exigência da multa aduaneira prevista no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/66, com redação dada pela Lei no 10.833/03. Afirma a fiscalização que o Agente de Carga AURUM FREIGHT INTERNATIONAL LTDA concluiu a desconsolidação relativa aos Conhecimentos Eletrônicos SubMasters MHBL 151105048132661, 151105048132408, 151105048133048, 151105048132580 e 151105048132319 a destempo a partir de 23/03/2011 09:08 cuja carga objeto da desconsolidação foi trazida ao Porto de Santos com atracação registrada em 25/03/2011 05:53. Insta registrar que o citado Conhecimento Eletrônico foi incluído em 17/03/2011 às 19:03, momento a partir do qual se tornou possível o registro do conhecimento eletrônico agregado. A perda do prazo ocorreu em virtude da inclusão do conhecimento eletrônico agregado em prazo inferior a quarenta e oito horas anteriores ao registro da atracação no porto de destino do conhecimento genérico. A Recorrente apresentou Impugnação em face do auto de infração alegando, em síntese, o seguinte: (i) que é parte ilegítima no auto de infração tendo em vista ser agente de carga e não transportador internacional; (ii) inexistência de atraso na conduta tendo em vista que a informação foi retificada nos sistemas antes da atracação do navio; (iii) a necessidade de análise da responsabilidade subjetiva na aplicação da multa; (iv) ausência de tipicidade e violação aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. A DRJ do Rio de Janeiro julgou improcedente a impugnação, mantendo o lançamento do auto de infração conforme Acórdão no 1297.006 a seguir transcrito: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 DISPENSA DE EMENTA Estão dispensados de ementa os acórdãos resultantes de julgamento de processos fiscais de valor inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), na forma da Portaria RFB nº 2724/2017. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Reproduzo ainda, para melhor elucidar, trechos do acórdão que destacam o entendimento adotado na decisão de primeira instância sobre a matéria. “Deixo de acolher as preliminares trazidas pela interessada, eis que as argüições de inconstitucionalidade ou ilegalidade não estão afetas ao julgador administrativo. Além disso, sequer se pode imaginar a ocorrência de denúncia espontânea, que justamente é regulada no artigo 138 do CTN e Fl. 236DF CARF MF Processo nº 11128.720641/201125 Acórdão n.º 3001000.645 S3C0T1 Fl. 236 3 tem seu escopo na infração que enseja o pagamento de tributo, não se aplicando esse instituto ao caso concreto. (...) Nesse sentido, o lançamento extemporâneo do conhecimento eletrônico, fora do prazo estabelecido na IN SRF nº 800/2007, por causar transtornos ao controle aduaneiro, deve ser mantido na presente autuação. Assim, DEIXO DE ACOLHER A IMPUGNAÇÃO e considero devido o crédito tributário lançado” Inconformada com a decisão da DRJ, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário contra a decisão de primeira instância repisando os argumentos apresentados em sede de Impugnação e alegando o seguinte: (i) a infração ficou prejudicada em razão da revogação dos art. 45 a 48 da IN SRF no 800/2007; (ii) de acordo com a Solução de Consulta COSIT 02/2016 não há infração na conduta da recorrente; (iii) a ocorrência do instituto da denúncia espontânea; (iv) inexistência de atraso na conduta tendo em vista que a informação foi retificada nos sistema antes da atracação do navio; (v) que o julgador de piso restringiuse a análise superficial dos fatos. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Marcos Roberto da Silva Da competência para julgamento do feito O presente colegiado é competente para apreciar o presente feito, em conformidade com o prescrito no artigo 23B do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, com redação da Portaria MF nº 329, de 2017. Conhecimento O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Fl. 237DF CARF MF 4 Mérito A discussão objeto da presente demanda versa sobre o cabimento da aplicação da multa aduaneira prevista no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/66 em virtude da inclusão do conhecimento eletrônico house fora do prazo estabelecido no art. 22 da IN SRF nº 800/2007. A Recorrente alega em seu Recurso Voluntário os seguintes motivos para cancelamento da penalidade: (i) A infração ficou prejudicada em razão da revogação dos art. 45 a 48 da IN SRF no 800/2007 e que de acordo com a Solução de Consulta COSIT 02/2016 não há infração na conduta da recorrente; (ii) A ocorrência do instituto da denúncia espontânea; (iii) A inexistência de atraso na conduta tendo em vista que a informação foi retificada nos sistemas antes da atracação do navio; (iv) Que o julgador de piso restringiuse a análise superficial dos fatos; (v) Antecipação da atracação do navio e irresponsabilidade da Recorrente. 1) A infração ficou prejudicada em razão da revogação dos art. 45 a 48 da IN SRF no 800/2007 e que de acordo com a Solução de Consulta COSIT 02/2016 não há infração na conduta da recorrente Neste item a recorrente alega que cabe a aplicação do instituto da retroatividade benigna tendo em vista que no ano de 2014 a IN SRFB no 1.473 revogou os artigos 45 e seguintes da IN SRF no 800/2007. Com isso, segundo a recorrente, a multa aplicada possuía como fundamento apenas a IN SRF no 800/2007 e que, antes da revogação, seria tida como ilegal. Afirma ainda que em 2016 a COSIT divulgou a Solução de Consulta 02 afastando a penalidade por retificação de informação. Este relator entende que, apesar de ter havido a revogação dos citados artigos da IN SRF no 800/2007, as regras de controle aduaneiro previstas antes da edição da IN SRFB no 1.473 em 2014 eram válidas no período em que a Recorrente incluiu as informações do conhecimento eletrônico house fora do prazo estabelecido no art. 22 da IN SRF no 800/2007. A recorrente afirma que se deve aplicar ao presente caso o estabelecido no art. 106, II, a do CTN, contudo, não há que se falar em extinção da penalidade. O que ocorreu com a edição da IN SRF no 1.473 foi a flexibilização dos controles aduaneiros legalmente estabelecidos e delegados à Secretaria da Receita Federal conforme determinado na própria alínea “e” do inciso IV do art. 107, in verbis: “Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Fl. 238DF CARF MF Processo nº 11128.720641/201125 Acórdão n.º 3001000.645 S3C0T1 Fl. 237 5 (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; (grifos da reprodução)” Portanto, não há que se falar em retroatividade benigna no presente caso. 2) A ocorrência do instituto da denúncia espontânea A Recorrente alega em seu Recurso Voluntário que as informações lançadas no sistema foram prestadas antes do início de qualquer ação fiscal. Invoca, para a presente argumentação, a aplicação do art. 138 do CTN bem como do §2º do art. 102 do Decretolei no 37/66. O objetivo da denúncia espontânea é estimular que o infrator informe à Administração Aduaneira a prática das infrações de natureza tributária e administrativa instituídas na legislação aduaneira. Destaquese que, para sua aplicação, é necessário que a infração (tributária ou administrativa) seja passível de denunciação por parte do infrator. Percebese que a infração objeto da presente lide, qual seja, condutas extemporâneas do sujeito passivo, naturalmente torna impossível a denunciação espontânea da infração tendo em vista o descumprimento da obrigação dentro do prazo estabelecido na legislação. Para estas infrações, a denúncia espontânea não poderá desfazer ou paralisar o fluxo inevitável transcurso do prazo, circunstância inexorável para ocorrência do instituto alegado. Portanto, nesta linha de entendimento, não há que se falar em denúncia espontânea para as infrações que tem por fundamento o descumprimento de prazos da obrigação acessória, tendo em vista que o núcleo do tipo infracional é o atraso no cumprimento da obrigação legalmente estabelecida. A Câmara Superior de Recursos Fiscais também tem se posicionado nesta mesma linha de interpretação, conforme pode ser evidenciado no Acórdão nº 9303003.552, de 26/04/2016, rel. Rodrigo da Costa Pôssas, cuja ementa segue reproduzida: “Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 07/06/2006 PENALIDADE ADMINISTRATIVA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO OU PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A modificação introduzida pela Lei 12.350, de 2010, no § 2º do artigo 102 do Decretolei 37/66, que estendeu às penalidades de natureza administrativa o excludente de responsabilidade da denúncia espontânea, não se aplica nos casos de penalidade decorrente do descumprimento dos prazos fixados pela Fl. 239DF CARF MF 6 Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira. Recurso Especial do Contribuinte Negado” Nessa esteira, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais editou a Súmula CARF nº 126, cuja observância é obrigatória pelos Conselheiros em seus julgamentos, conforme art. 72 do RICARF: Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Portanto, improcedente a alegação da Recorrente na aplicação do instituto da denúncia espontânea da infração no presente caso. 3) A inexistência de atraso na conduta tendo em vista que a informação foi retificada nos sistemas antes da atracação do navio A Recorrente alega ainda que a prestou as informações relativas à desconsolidação antes da atracação da embarcação, suscitando a aplicação do art. 683, §3º do Regulamento Aduaneiro. A descrição dos fatos constante do Auto de Infração, bem como pelos documentos acostados nos autos efl 21 a 65, comprovam que a recorrente efetuou os procedimentos de desconsolidação antes da atracação, contudo, conforme descrito alhures, A perda do prazo ocorreu em virtude da inclusão do conhecimento eletrônico agregado em prazo inferior a quarenta e oito horas anteriores ao registro da atracação no porto de destino do conhecimento genérico. Portanto, procede a aplicação da multa aduaneira prevista no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/66 em virtude da inclusão do conhecimento eletrônico house fora do prazo estabelecido no art. 22 da IN SRF nº 800/2007. 4) Que o julgador de piso restringiuse a análise superficial dos fatos Outra alegação da recorrente é que o julgador de piso proferiu decisão sucinta e genérica deixando de analisar pontos relevantes trazidos na contestação. Improcedente a alegação da Recorrente, visto que, encontrando o julgador fundamentos suficientes para justificar seu convencimento, tornase desnecessária a abordagem de outras alegações apresentadas pela parte, porque já estão inócuas frente à decisão proferida. Portanto, o julgador não está jungido às minúcias de todos os argumentos lançados pela parte, senão aquelas necessárias e suficientes aos deslinde da controvérsia. Reproduzo trechos da decisão recorrida que, a meu ver, foram objetivas e diretas em relação à controvérsia, apesar de não rebater pontoaponto os argumentos da Recorrente, tal qual este julgador o fez. Fl. 240DF CARF MF Processo nº 11128.720641/201125 Acórdão n.º 3001000.645 S3C0T1 Fl. 238 7 “De outra feita, qualquer alegação acerca de ausência de tipicidade e motivação também devem cair por terra, ou mesmo sobre ilegitimidade passiva ou mesmo de requerimento de relevação de penalidade, pois em nenhum dos casos há coaduação com o que se verifica dos autos, eis que o controle das importações deve ser feito pela autoridade aduaneira e seus prazos precisam ser cumpridos, até porque as multas nesses casos são aplicadas exatamente pelo fato de não possuir condições de realizar o efetivo controle se os prazos deixarem de ser cumpridos, no que toca, em especial, aos lançamentos extemporâneos dos conhecimentos eletrônicos, seja house, seja mercante ou do próprio manifesto em si. Senão vejamos. (…) Corroborando esse entendimento, o tipo infracional em que se enquadra a conduta da autuada dispõe expressamente que ele se aplica ao agente de carga, como se pode constatar da leitura do art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966, com redação dada pela Lei nº 10.833/2003, a seguir reproduzido: (…) Apenas para efeito de esclarecimento, informase que o fornecimento das informações exigidas, no âmbito do transporte internacional de cargas, objetiva proporcionar à Aduana subsídios para a análise de risco dessas operações, a ser realizada previamente ao embarque ou desembarque das mercadorias no País, de forma a racionalizar procedimentos e agilizar o despacho aduaneiro. Daí a necessidade de os dados exigidos serem prestados correta e tempestivamente” 5) Antecipação da atracação do navio e irresponsabilidade da Recorrente A Recorrente alega que a atracação do navio estava prevista para o dia 26/03/2011. Entretanto, ocorreu a antecipação da atracação para o dia 25/03/2011 às 5:45 e que, por conta deste evento imprevisível, não cumpriu o prazo de 48 horas antes da chegada da embarcação para apresentação do conhecimento eletrônico. Afirma ainda que que não poderia figurar no pólo passivo do presente auto de infração tendo em vista que estaria investido como agente de carga e na figura de “transportador internacional”. Destaquese que o lançamento do auto de infração tratou da presente matéria em tópico próprio na descrição dos fatos e enquadramento legal. Informou que a desconsolidação relativa aos Conhecimentos Eletrônicos SubMasters MHBL 151105048132661, 151105048132408, 151105048133048, 151105048132580 e 151105048132319 foi realizada a destempo pelo agente de carga a partir de 23/03/2011 09:08. Entretanto, não há que se discutir o prazo estabelecido na norma de controle aduaneiro, devendo ser cumprido conforme determinado. Corroboro com o entendimento exarado pela fiscalização de que o prazo de 48 horas para efetuar a desconsolidação do conhecimento eletrônico antes da atracação é mínimo, não devendo o agente deixar para a última hora para realizar o cumprimento de sua obrigação acessória. Ressaltese que a empresa de navegação ou seu representante insere seus documentos eletrônicos com a apresentação de uma estimativa quanto a data e a hora de sua atracação. Portanto, deveria a Recorrente, na condição de responsável pela desconsolidação do conhecimento eletrônico o fazer o quanto antes para não ser responsável pelo descumprimento dos prazos estabelecidos na legislação aduaneira, conforme ocorrido no presente caso. Por fim, destaco que a norma descrita no art. 37 do Decretolei no 37/66 é clara quanto a responsabilidade do agente de carga no presente caso: Fl. 241DF CARF MF 8 Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) § 1o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Não há que se falar em ofensa a princípios constitucionais tendo em vista que não compete a este tribunal administrativo a apreciação da constitucionalidade das disposições de ato legal vigente, qual seja, o Decretolei 37/66. Esta determinação encontrase disposta na Súmula CARF no 2 abaixo reproduzida: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário para manter na íntegra a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Fl. 242DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.720047/2017-68
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2002-000.048
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que informe se a fonte pagadora Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (CNPJ nº 03.066.219/0001-81) apresentou DIRF em nome de Bruna Stambassi Leite, de forma a esclarecer se o rendimento informado em DIRF para a contribuinte se confunde com aquele pago à sua filha ou se seriam rendimentos distintos, cada qual recebendo metade do benefício.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que informe se a fonte pagadora Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (CNPJ nº 03.066.219/000181) apresentou DIRF em nome de Bruna Stambassi Leite, de forma a esclarecer se o rendimento informado em DIRF para a contribuinte se confunde com aquele pago à sua filha ou se seriam rendimentos distintos, cada qual recebendo metade do benefício. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 40 .7 20 04 7/ 20 17 -6 8 Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10640.720047/201768 Resolução nº 2002000.048 S2C0T2 Fl. 3 2 Tratase de Recurso Voluntário (fls. 80/81) contra decisão de primeira instância (fls. 59/62), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da DRJ, que assim diz: A contribuinte supracitada foi intimada da exigência de imposto suplementar de R$ 3.852,95, com multa de ofício e juros de mora. A infração decorreu da omissão de rendimentos de R$ 27.357,38 e IRRF de R$ 492,18, do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro, CNPJ 03.066.219/000181, e de R$ 35.671,62 e IRRF de R$ 824,07, da Secretaria de Estado e Planejamento e Gestão, CNPJ 46.114.200/017010. A descrição dos fatos e o enquadramento legal constam da Notificação de Lançamento de efls.51 a 54. Apresentou impugnação tempestiva, de efl.4 , na qual contesta a omissão de rendimentos. Nesta, alega que é possui nefroplasia grave , que teria contraída em 2008, trazendo laudo médico, e que os rendimentos do esposo falecido devem ser isentos. Por sua vez, a contribuinte admite que os seus rendimentos são tributáveis, mas que já foi pago imposto de renda sobre este anocalendário. Tendo em vista o disposto na Portaria nº 453, de 11 de abril de 2013 (DOU 17/04/2013) e art.2º da Portaria RFB nº 1.006, de 24 de julho de 2013 (DOU 25/07/2013) e conforme definição da CoordenaçãoGeral de contencioso administrativo e judicial da RFB, o presente eprocesso foi encaminhado para esta DRJ/POA/RS para julgamento. Inconformada, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando as alegações da impugnação e, juntando documentos. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. A contribuinte foi notificada em 16/11/2017 (fl. 65); Recurso Voluntário protocolado em 27/11/2017 (fl. 68), assinado pela própria contribuinte. Responde a contribuinte pela seguinte infração: a) Rendimentos Indevidamente Considerados como Isentos por Moléstia Grave – Não Comprovação da Moléstia ou sua Condição de Aposentado, Pensionista ou Reformado. Duas são as fontes pagadoras, o Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (R$ 27.357,38); e Secretaria de estado de Planejamento e Gestão “ativa” (R$ 35.671,62). A contribuinte fez prova de que é portadora de moléstia grave desde Julho de 2008. Não comprova ser aposentada, reformada ou pensionista. Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10640.720047/201768 Resolução nº 2002000.048 S2C0T2 Fl. 4 3 O v. Acórdão julgou o referido processo, mantendo o crédito tributário e considerou a impugnação improcedente. A r. decisão fincou entendimento nos seguintes argumentos: a) Que no caso da omissão de R$ 27.357,38 e IRRF de R$ 492,18 do Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro, verificase que se trata de pensão para a filha Bruna Stambassi Leite, conforme comprovante de rendimentos de fl. 21. Como não é trazido aos autos laudo médico da filha, comprovando alguma das condições de isenção, mantevese a condenação. b) por sua vez, no caso da omissão de R$ 35.671,62 e IRRF de R$ 824,07, da Secretaria de Estado e Planejamento e Gestão, verificase que se trata de rendimento de funcionário ativo. Irresignada, a recorrente combate o mérito e junta novos documentos. Diz a recorrente, que os rendimentos referentes a sua filha Bruna Stambassi Leite, foram declarados pela mesma, conforme documentos juntados. Pois bem, o processo ainda não se encontra maduro para julgamento pois não é possível ter certeza se os valores pagos pelo Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro foram exclusivamente para a Sra. Bruna ou se para a contribuinte. Assim, fazse necessário baixar os autos em diligência. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que a Unidade da RFB de origem informe se a fonte pagadora Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (CNPJ nº 03.066.219/0001 81) apresentou DIRF em nome de Bruna Stambassi Leite, de forma a esclarecer se o rendimento informado em DIRF para a contribuinte se confunde com aquele pago à sua filha ou se seriam rendimentos distintos, cada qual recebendo metade do benefício. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 94DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13855.000726/2009-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2004, 2005
EXCLUSÃO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. INFRAÇÃO.
A participação excedente a dez por cento do capital de outra sociedade empresária, aliada à obtenção de receita bruta superior ao limite máximo permitido impedem a opção pelo Simples e ensejam a exclusão a partir do mês subseqüente em que ocorrer a situação excludente.
EXCLUSÃO DE OFÍCIO. TRIBUTAÇÃO.
A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitar-se-á, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas.
ARBITRAMENTO DO LUCRO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS LIVROS.
Não tendo a pessoa jurídica comprovado reunir condições de submeter seus resultados pelo lucro real, obedecidas as obrigações acessórias próprias, tais como de opção na própria, escrituração do Livro Caixa, ou escrituração contábil completas, nos termos da legislação comercial e fiscal, cabível o arbitramento do lucro.
MULTA QUALIFICADA.
Cabível a aplicação da multa de ofício qualificada, quando apurado que o sujeito passivo valeu-se de artifício doloso, materializado na prática de infrações tributárias visando sonegação fiscal.
LANÇAMENTO REFLEXO. CSLL. PIS. COFINS.
Tratando-se de tributação reflexa de irregularidade descrita e analisada no lançamento de IRPJ, constante do mesmo processo, e dada a relação de causa e efeito, aplica-se o mesmo entendimento à CSLL, ao PIS e à Cofins.
Numero da decisão: 1201-002.319
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima (relator), Gisele Barra Bossa e Breno do Carmo Moreira Vieira, que davam parcial provimento, para afastar a qualificação da multa. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar. Ausentes justificadamente Ester Marques Lins de Sousa e Luis Fabiano Alves Penteado, substituídos respectivamente pelos conselheiros Lizandro Rodrigues de Sousa e Breno do Carmo Moreira Vieira.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rafael Gasparello Lima - Relator
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los (presidente em exercício), José Carlos de Assis Guimarães, Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado).
Nome do relator: RAFAEL GASPARELLO LIMA
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Recorrente JOSÉ EDUARDO ANIBAL ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2004, 2005 EXCLUSÃO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. INFRAÇÃO. A participação excedente a dez por cento do capital de outra sociedade empresária, aliada à obtenção de receita bruta superior ao limite máximo permitido impedem a opção pelo Simples e ensejam a exclusão a partir do mês subseqüente em que ocorrer a situação excludente. EXCLUSÃO DE OFÍCIO. TRIBUTAÇÃO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. ARBITRAMENTO DO LUCRO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS LIVROS. Não tendo a pessoa jurídica comprovado reunir condições de submeter seus resultados pelo lucro real, obedecidas as obrigações acessórias próprias, tais como de opção na própria, escrituração do Livro Caixa, ou escrituração contábil completas, nos termos da legislação comercial e fiscal, cabível o arbitramento do lucro. MULTA QUALIFICADA. Cabível a aplicação da multa de ofício qualificada, quando apurado que o sujeito passivo valeuse de artifício doloso, materializado na prática de infrações tributárias visando sonegação fiscal. LANÇAMENTO REFLEXO. CSLL. PIS. COFINS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 5. 00 07 26 /2 00 9- 80 Fl. 710DF CARF MF 2 Tratandose de tributação reflexa de irregularidade descrita e analisada no lançamento de IRPJ, constante do mesmo processo, e dada a relação de causa e efeito, aplicase o mesmo entendimento à CSLL, ao PIS e à Cofins. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima (relator), Gisele Barra Bossa e Breno do Carmo Moreira Vieira, que davam parcial provimento, para afastar a qualificação da multa. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar. Ausentes justificadamente Ester Marques Lins de Sousa e Luis Fabiano Alves Penteado, substituídos respectivamente pelos conselheiros Lizandro Rodrigues de Sousa e Breno do Carmo Moreira Vieira. 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Relatório Tratase de lançamento de ofício do Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e tributos reflexos sobre a receita omitida, conforme relatório do acórdão nº 1431.655, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Ribeirão Preto/SP (DRJ/RPO), que reproduzo a seguir: No âmbito do procedimento de fiscalização instituído pelo Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) n. 08123002009 001162 (fls. 17/18), lavrouse em 17/03/2009 a representação fiscal (fls. 01/03) que propôs a exclusão da contribuinte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples) e culminou com a edição do Ato Declaratório n. 2 (fl. 158), com efeitos a partir de 01/01/2004 ate' 31/12/2005. A exclusão baseouse nos seguintes normativos da Lei n. 9.317, de 1996: Art. 2°. Para os fins do disposto nesta Lei, considerase: Fl. 711DF CARF MF Processo nº 13855.000726/200980 Acórdão n.º 1201002.319 S1C2T1 Fl. 711 3 (...) II empresa de pequena parte a pessoa jurídica que tenha auferida, na anocalendário, receita bruta superior a R$120.000,00 (cento e vinte mil reais) e igual ou inferior a R$51.200. 000,00 (um milhão e duzentas mil reais). Art. 9. Não poderá optar pelo Simples, a pessoa jurídica: (...) IX cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa. desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do art. 2º; Segundo consta dos autos, no curso de fiscalização da contribuinte Flora Nectar Trading Ltda. CNPJ 05.333.639/0001 02, constatouse que o senhor José Eduardo Aníbal era sócio daquela sociedade empresária com participação de 50% do capital social (fl. 432). A sociedade declarara ter auferido rendimentos superiores ao teto estabelecido para permanência no sistema, nos anoscalendário de 2003 e 2004. Intimada da exclusão e a apresentar os esclarecimentos descritos no termo de intimação n. 03 (fls. 160/ 1), notadamente opção pelo lucro real, a contribuinte mantevese silente quanto ao afastamento do Sistema, bem assim alegou que não optaria por aquela sistemática de apuração e não apresentaria os livros diário e razão. Posteriormente ao processo de exclusão do Simples lavrouse auto de infração que lhe exigiu Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição ao Programa de Financiamento da Seguridade Social (Cofins), acrescidos de juros e multa agravada. A capitulação legal acha se descrita nos termos de apuração respectivos (fls. 381/431). Segue quadro discriminativo dos tributos lançados: Consta do Termo de Verificação Fiscal (fls. 432/439) que em face da exclusão do Simples e pelo fato de a contribuinte não optar pela apuração do resultado pela sistemática do lucro real, a apuração da base de cálculo deuse pelo arbitramento do Fl. 712DF CARF MF 4 lucro, resultante da receita operacional bruta descrita nas planilhas de fl. 436. Houve agravamento da multa de oficio pelo fato de que a autoridade fiscal entendeu ter havido intenção dolosa da contribuinte, materializada na apresentação de Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) sem o registro de qualquer valor a título de receita da atividade, o que caracteriza a figura típica de omissão de receita com o fim de usufruir vantagem decorrente de redução de tributos. Lavrou se representação fiscal para fins penais. Por entender existirem fatos que, em tese, configuram crime contra a ordem tributária, a autoridade fiscal lavrou representação fiscal para fins penais, cujo processo foi autuado sob n. 13855001737/200987. Cientificada da imposição tributária, ingressou a contribuinte com a impugnação de fl. 442/464 com alegação de que: não fora dada à impugnante a possibilidade de apurar seu resultado pela sistemática do lucro presumido; a impugnante presta serviços por encomenda, o que enseja enquadramento na alíquota de 8% para efeito de apuração do lucro presumido, diferentemente da prestação de serviços profissionais regulamentados, com alíquota de 32%, conforme classificou a autoridade fiscal; para efeito de tributação da CSLL deve ser considerada alíquota de 9% sobre a base de cálculo, em vista de que a atividade econômica da impugnante é a de apicultura, industrialização e embalamento (sic) de produtos apícolas, produtos naturais, higiene pessoal e alimentos em geral e não prestação de serviços, conforme classificou a autoridade tributária; é descabida a imposição de multa qualificada por inexistir intenção dolosa da impugnante; . Ao final, ao mesmo tempo em que propugnou por provar suas alegações por todos meios de prova, notadamente documentais e, periciais, requereu que as intimações fossem dirigidas ao seu representante. Pleiteou, também, fossem reconhecidos insubsistentes os autos de infração relativos ao presente processo; fosse admitido o direito à apuração de seu resultado pela sistemática do lucro presumido; fosse declarada insubsistente a alíquota de 38,4% que serviu à imposição tributária, bem assim a de 32% que se prestou ao lançamento da CSLL; fosse afastada a imposição no que diz respeito ao adicional do IRPJ do 2° e do 3° trimestres do ano de 2004; fosse afastada a conduta dolosa que serviu de base para a imposição da multa qualificada. Requereu seja lavrado auto de infração complementar para que incida novo prazo prescricional impugnatório. Fl. 713DF CARF MF Processo nº 13855.000726/200980 Acórdão n.º 1201002.319 S1C2T1 Fl. 712 5 Vindos os autos do processo para esta Delegacia de Julgamento, prolatouse a Resolução n. 1.330, de 26/01/2010 (fls. 541/546), que converteu o julgamento em diligência para que se verificasse se a matéria tributável, cujo percentual para efeito de apuração do lucro foi de 38,4%, referese à atividade decorrente de efetiva prestação de serviços ou de industrialização por encomenda. Em resposta a autoridade lançadora elaborou a informação fiscal autuada sob fls. 549/551, que considerou a atividade da contribuinte como de industrialização por encomenda e, consequentemente, alterouse o percentual de cálculo do lucro arbitrado, de 38,4% para 9,6% para o IRPJ e de 32% para 12% para a CSLL. Em decorrência da alteração dos valores de IRPJ e de CSLL os tributos que devem integrar o crédito tributário lançado correspondem às importâncias descritas no quadro a seguir: Notificada a manifestarse sobre a alteração verificada, a contribuinte mantevese silente. A impugnação foi julgada parcialmente procedente, com acórdão nº 14 31.655, ementado nos seguintes termos: Fl. 714DF CARF MF 6 Em 28 de dezembro de, 2010, o contribuinte foi intimado do referido acórdão e interpôs seu Recurso Voluntário em 25 de janeiro de 2010, reiterando sua exposição fática e jurídica mencionada no relatório acima, por fim, requerendo a improcedência do lançamento de ofício. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Rafael Gasparello Lima Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo, havendo os demais pressupostos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. O crédito tributário advém da exclusão do Recorrente do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples), vez que identificado o excesso de receita bruta, delimitado no artigo 9º, inciso IX, da Lei nº 9.317/1996: Art. 9. Não poderá optar pelo Simples, a pessoa jurídica: (...) IX cujo titular ou sócio participe com mais de 10% (dez por cento) do capital de outra empresa. desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de que trata o inciso II do art. 2º; O próprio Recorrente assumiu sua indevida continuidade no regime especial simplificado, respondendo ao Termo de Intimação Fiscal que “Não nos foi repassada as informações prestadas por V. Sa com relação ao Artigo 9º, inciso IX, da Lei 9.317/96, e como a empresa foi aberta desde a sua constituição como M/CROEMPRESA sempre manteve a mesma forma de tributação, pois para ela estava correta" (fls. 17 à 23). Contudo, o artigo 13 da Lei nº 9.317/1996, obrigatoriamente, determinava a exclusão do regime do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples), quando extrapolada a receita estabelecida no seu inciso II, alínea "b", exigindo a respectiva atualização cadastral (artigo 13, parágrafo primeiro, da Lei nº 9.317/1996): Fl. 715DF CARF MF Processo nº 13855.000726/200980 Acórdão n.º 1201002.319 S1C2T1 Fl. 713 7 Art. 13. A exclusão mediante comunicação da pessoa jurídica darseá: I por opção; II obrigatoriamente, quando: a) incorrer em qualquer das situações excludentes constantes do art. 9°; b) ultrapassado, no anocalendário de início de atividades, o limite de receita bruta correspondente a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período. b) ultrapassado, no anocalendário de início de atividades, o limite de receita bruta correspondente a R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) multiplicados pelo número de meses de funcionamento nesse período. (Vide Medida Provisória nº 275, de 2005) (Redação dada pela Lei nº 11.307, de 2006) § 1° A exclusão na forma deste artigo será formalizada mediante alteração cadastral. § 2o A microempresa que ultrapassar, no anocalendário imediatamente anterior, o limite de receita bruta correspondente a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) estará excluída do Simples nessa condição, podendo, mediante alteração cadastral, inscreverse na condição de empresa de pequeno porte.(Vide Medida Provisória nº 275, de 2005) (Redação dada pela Lei nº 11.307, de 2006) § 3° No caso do inciso II e do parágrafo anterior, a comunicação deverá ser efetuada: a) até o último dia útil do mês de janeiro do anocalendário subseqüente àquele em que se deu o excesso de receita bruta, nas hipóteses dos incisos I e II do art. 9°; b) até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que houver ocorrido o fato que deu ensejo à exclusão, nas hipóteses dos demais incisos do art. 9° e da alínea "b" do inciso II deste artigo. Em especial, quanto à movimentação financeira omitida, o Recorrente respondeu o Termo de Início de Ação Fiscal e Intimação, novamente, reconhecendo a ilicitude do seu procedimento (fls. 22): O arbitramento do lucro, estabelecido no artigo 530, inciso III, do RIR/99, caracteriza um procedimento lógico para apuração tributária, assim como explanado pelo ilustre conselheiro, Rafael Correia Fuso, quando da relatoria do acórdão nº 1201000.882, ressalvando que “ou se analisa e conhece a fundo, por meio de verificação de livros fiscais e contábeis os custos e despesas da contribuinte para fins de apuração do Lucro Real, ou se aplica o arbitramento quando não se conhece os custos e despesas.” Fl. 716DF CARF MF 8 O acórdão recorrido descreveu os fatos que impuseram o arbitramento do lucro, não havendo divergência sobre tal posicionamento, "in verbis": Outrossim, o artigo 42, da Lei nº 9.430/1996, preconiza que a omissão de receita é configurada pela existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento, mantida junto à instituição financeira, quando regularmente intimado, o contribuinte não comprove, mediante documentos hábeis e idôneos, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Em diligência solicitada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Ribeirão Preto/SP (DRJ/RPO), constatouse equívoco da base tributável do IRPJ e da CSLL, proporcionando sua revisão pelo ulterior acórdão recorrido, diminuindo o percentual sobre o lucro, compatível com atividade exercida pela Recorrente: Fl. 717DF CARF MF Processo nº 13855.000726/200980 Acórdão n.º 1201002.319 S1C2T1 Fl. 714 9 Por sua vez, a modificação do domicílio tributário foi rejeitada pelo acórdão recorrido, havendo minha concordância com sua exposição, incumbindome transcrevêla: Da alteração do domicílio tributário Rejeito o pedido formulado pelo patrono da contribuinte, no sentido de que as intimações sejam remetidas ao seu endereço, em face de que tal procedimento implicaria alterar o domicílio tributário da impugnante. Consoante as normas que dispõe sobre o Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), consubstanciadas na Instrução Normativa RFB n° 1.005, de 08/02/2010, eventual alteração dos dados lá inscritos deve ser formalizada pelo interessado e implicará mudança de seu domicílio para todos os atos praticados com o Poder Público. Permitome inferir que o mandatário louvouse, por analogia, nas regras que regem o Processo Civil, especificamente no art. 39, I, do Código de Processo Civil (CPC), que prescreve ser obrigação do advogado declarar o endereço em que receberá intimações. Estender tal regra, no âmbito da Administração Tributária, implicaria alterar o domicílio do contribuinte para considerar o endereço descrito na peça impugnatória como a sede jurídica para todos efeitos. Seria o local para onde seriam remetidas todas comunicações fiscais e onde o Fisco espera encontrar a pessoa, para satisfação dos mútuos interesses, como ensina Paulo de Barros Carvalho (in Curso de Direito Tributário, 8” ed., Saraiva, 1996, p. 210). Poderseia aceitar a mudança cadastral se no mandato concedido ao representante da contribuinte fosse expressamente Fl. 718DF CARF MF 10 prevista a prerrogativa de proceder a alteração de seus dados cadastrais, notadamente o domicilio tributário. Como não existe tal possibilidade, rejeito o pedido de alteração do domicílio tributário. Ressaltase que "É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário", consoante a jurisprudência uniformizada pela Súmula nº 9 deste Egrégio Conselho Administrativo (CARF). O Termo de Verificação Fiscal (TVF), às fls. 431, motivou a imposição da penalidade agravada, em síntese, ante a inicial omissão da Recorrente e, simultaneamente ao procedimento fiscal, a tardia retificação da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIPJ): Divergindo do meu entendimento, o acórdão recorrido convalidou a multa qualificada, constituída pelo lançamento de ofício. O agravamento da multa de ofício pressupõe a observância do artigo 10, III e IV, do Decreto nº 70.235/1972 e do artigo 50, II e seu parágrafo único da Lei nº 9.784/99: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: (...) III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; (...) Artigo. 50 Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...) II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; (...) Este Egrégio Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) uniformizou sua jurisprudência, considerando que a simples apuração da omissão de receita não viabiliza o agravamento da multa, quando não evidente o intuito de fraude, necessitando da Fl. 719DF CARF MF Processo nº 13855.000726/200980 Acórdão n.º 1201002.319 S1C2T1 Fl. 715 11 comprovação das hipóteses dos artigos 71 a 73 da Lei nº 4.502/1964, como se extrai das Súmulas nºs 14 e 25: Súmula CARF nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Súmula CARF nº 25: A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. O Recorrente não demonstrou nítido intuito de dolo ou fraude, durante o procedimento fiscal, que antecedeu a constituição do crédito tributário. Ao contrário, o próprio Recorrente admitiu seu erro na continuidade pela opção pelo regime simplificado e, surpreendentemente, declarou que não escriturou a movimentação bancária no livro caixa, porque "não enviou os extratos ao escritório de contabilidade e os mesmos também não os solicitou". As considerações acima são bastante para meu convencimento, prescindindo de qualquer perícia ou outra diligência, como preconizado no artigo 18 do Decreto nº 70.235/1972. A análise jurídica dos fatos e dos demais documentos nos autos endossam a procedência do Auto de Infração, exaustivamente, impugnado pela Recorrente no exercício do contraditório e da ampla defesa. Isto posto, voto pelo conhecimento do Recurso Voluntário e, no mérito, DOULHE PROVIMENTO PARCIAL, reduzindo a multa qualificada de 150% para 75%. É como voto. (assinado digitalmente) Rafael Gasparello Lima Fl. 720DF CARF MF 12 Voto Vencedor Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Redator desinado. Peço vênia do i. relator para discordar do seu voto no que tange à qualificação da multa de ofício. Conforme consta no relatório da decisão de piso (fl. 550): Houve agravamento da multa de oficio pelo fato de que a autoridade fiscal entendeu ter havido intenção dolosa da contribuinte, materializada na apresentação de Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) sem o registro de qualquer valor a título de receita da atividade, o que caracteriza a figura tipica de omissão de receita com o fim de usufruir vantagem decorrente de redução de tributos. Lavrouse representação fiscal para fins penal. Na referida representação (processo nº 13355.001737/200987), está consignado (fls. 6 e 7): Intimado a apresentar a escrituração contábil/fiscal, o contribuinte informou que não fará a opção pelo lucro real, deixando de apresentar os documentos/livros solicitados. Assim sendo, não nos resta outra alternativa a não ser proceder o arbitramento das receitas auferidas pelo contribuinte, por infração ao disposto no Art. 530, inciso I e II, do Decreto 3.000, de 26 de março de 1999 RIR/99. O contribuinte apresentou Declaração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica “zeradas", nos anos de 2004 e 2005. Em 17/02/2009, após a primeira intimação, em 09/02/2009, retificou as declarações apresentando os valores devidos. Não tinha efetuado nenhum pagamento do SIMPLES até o início da ação fiscal do citado período, conforme consulta no Sistema SRF SINAL O8. Efetuou os pagamentos das competências 02/2004, 01/2005, 04/2005, O6/2005, 08/2005 e 09/2005, somente em 12/03/2009. Portanto, o contribuinte omitiu as receitas auferidas nos 24 meses em que foi fiscalizado, com o propósito exclusivo de usufruir vantagem traduzida pela dedução do montante do imposto devido, caracterizando evidente intuito de fraude e justificando a aplicação da multa qualificada. A prática reiterada destes atos demonstra a presença do DOLO, o que justifica a aplicação da multa qualificada de 150%. Em face desses fatos, correta a conclusão da decisão de piso, cujos fundamentos (fls. 557 e 558) são adotados como razões de decidir: Da multa qualificada e da alegação de ausência de dolo ou fraude. No que toca à majoração da multa de oficio, de 75% para 150%, conforme se observa, 0 inciso Il do artigo 44 da Lei n.° 9.430, de 1996, há uma figura jurídica em comum: o dolo. Portanto, para que se possa agravar a multa, necessario que esteja presente a figura dolosa. Sobre dolo, De Plácido e Silva, em sua publicação “Vocabulário Jurídico, 126 Edição, Vol. II, Forense, 1993, pág. 120”, transcrevemse as seguintes considerações: DOLO. Do latim dolus (artifício, manha. esperteza. ...) na terminologia jurídica, é empregado para indicar toda espécie de artifício, engano, ou manejo astucioso promovido por uma Fl. 721DF CARF MF Processo nº 13855.000726/200980 Acórdão n.º 1201002.319 S1C2T1 Fl. 716 13 pessoa, com a intenção de induzir outrem à prática de um ato jurídico, em prejuízo deste e proveito próprio ou de outrem. [...] Na acepção civil, o dolo é vício do consentimento, sendo seu elemento dominante a intenção de prejudicar (animus dolandi). É um ato de máfé, razão por que se diz fraudulento, sendo, como é, o intuito da própria fraude, de fraudar, pois sem fraude ou prejuízo preconcebido não se terá dolo em seu exato sentido. O conceito de dolo, para os fins de tipificação do delito em apreço, encontrase no inciso I do art. 18 do Código Penal, ou seja, crime doloso é aquele em que o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo. A lei penal brasileira adotou, para a conceituação do dolo, a teoria da vontade. Isto significa que o agente do crime deve conhecer os atos que realiza e a sua significação, além de estar disposto a produzir o resultado deles decorrente. Em outras palavras, podemos dizer que os elementos componentes do dolo, de acordo com a teoria da vontade são: a) vontade de agir ou de se omitir; b) consciência da conduta (ação ou omissão) e do seu resultado; c) consciência de que esta ação ou omissão vai levar ao resultado (nexo causal). Entendo que esse animus, vontade de querer o resultado, ou assumir o risco de produzilo, ficou evidenciado e provado nos autos, em face da entrega de Declarações Simplificadas de Pessoa Jurídica destituídas de qualquer infomtação sobre receita e posteriormente retificadas para incluir receita bruta quando principiou o procedimento fiscal. Esses procedimentos que evidenciam consciente intuito de não pagar ou pagar menos tributos e contribuições enquadramse perfeitamente à hipótese de fraude prevista na Lei n.° 4.502, de 30 de novembro de 1964, a saber: Lei nº 4.502, (de 1964): Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Acrescentese que tais fatos identificam tipos penais definidos na Lei n. 8.137, de 1990, a saber: Fl. 722DF CARF MF 14 Art. 1° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei n° 9.964, de 10.04.2000): I omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias: II fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal: Art. 2° Constitui crime da mesma natureza: (Vide Lei n° 9. 964, de 10.04.2000): I fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre retidas, bens ou fatos. ou empregar outra fraude, para eximirse, total ou parcialmente, de pagamento de tributo; Portanto, não há reparos ao procedimento da fiscalização em aplicar a multa qualificada de 150% sobre o crédito tributário apurado. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Fl. 723DF CARF MF
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Numero do processo: 16366.720035/2015-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ACÚMULO EM RAZÃO DE EXPORTAÇÃO. POSSIBILIDADE. SALDO APURADO ATÉ 01/01/2012.
O crédito presumido da contribuição (PIS/Cofins) para a agroindústria apurado conforme o que estabelece o art. 8º da Lei nº10.925/2004 só pode ser compensado com débitos próprios da contribuição. A Lei nº 12.995/2014, art. 7º-A, permitiu que fosse objeto de pedido de ressarcimento o saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012.
O legislador escolheu um momento no tempo, como um incentivo fiscal, permitindo que o saldo de crédito presumido apurado e existente na escrita fiscal em 01/01/2012 pudesse ser objeto de pedido de ressarcimento ou para compensar com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Impossibilidade de ressarcir créditos apurados em outra data, na medida em que a lei escolheu uma data específica.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-005.442
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ACÚMULO EM RAZÃO DE EXPORTAÇÃO. POSSIBILIDADE. SALDO APURADO ATÉ 01/01/2012. O crédito presumido da contribuição (PIS/Cofins) para a agroindústria apurado conforme o que estabelece o art. 8º da Lei nº10.925/2004 só pode ser compensado com débitos próprios da contribuição. A Lei nº 12.995/2014, art. 7º-A, permitiu que fosse objeto de pedido de ressarcimento o saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012. O legislador escolheu um momento no tempo, como um incentivo fiscal, permitindo que o saldo de crédito presumido apurado e existente na escrita fiscal em 01/01/2012 pudesse ser objeto de pedido de ressarcimento ou para compensar com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Impossibilidade de ressarcir créditos apurados em outra data, na medida em que a lei escolheu uma data específica. Recurso Voluntário Negado
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 8º DA LEI 10.925/2004. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ACÚMULO EM RAZÃO DE EXPORTAÇÃO. POSSIBILIDADE. SALDO APURADO ATÉ 01/01/2012. O crédito presumido da contribuição (PIS/Cofins) para a agroindústria apurado conforme o que estabelece o art. 8º da Lei nº10.925/2004 só pode ser compensado com débitos próprios da contribuição. A Lei nº 12.995/2014, art. 7ºA, permitiu que fosse objeto de pedido de ressarcimento o saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012. O legislador escolheu um momento no tempo, como um incentivo fiscal, permitindo que o saldo de crédito presumido apurado e existente na escrita fiscal em 01/01/2012 pudesse ser objeto de pedido de ressarcimento ou para compensar com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Impossibilidade de ressarcir créditos apurados em outra data, na medida em que a lei escolheu uma data específica. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 36 6. 72 00 35 /2 01 5- 44 Fl. 155DF CARF MF Processo nº 16366.720035/201544 Acórdão n.º 3301005.442 S3C3T1 Fl. 3 2 Angelotti Meira, Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de indeferimento do Pedido de Ressarcimento (PER) de Crédito Presumido da Contribuição (PIS/Cofins), em virtude do fato de que o art. 8º da Lei nº 10.925/2004 autorizava a utilização do crédito presumido somente para dedução das próprias contribuições não cumulativas. De acordo com a repartição de origem, a Lei 12.995/2014 passou a autorizar que empresas da agroindústria que possuíssem, em 01/01/2012, saldo de crédito presumido calculado e acumulado na forma da Lei 10.925/2004 pudessem utilizar esse saldo via compensação ou ressarcimento. Contudo, ainda de acordo com a autoridade administrativa de origem, no presente caso, mesmo preenchendo todos os requisitos legais para apuração e aproveitamento dos créditos em referência, o requerimento do ressarcimento fora protocolizado após o prazo prescricional de cinco anos. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte arguiu que a lei que concedera o direito ao ressarcimento do crédito presumido acumulado havia sido publicada em 18/06/2014, inexistindo, até então, direito ao ressarcimento, apenas sendo possível o aproveitamento com débitos das contribuições (PIS/Cofins), em razão do quê, somente se aplicaria a regra da prescrição a partir daquela data. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 14062.934, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando que o prazo para se pedir ressarcimento de créditos da não cumulatividade, básicos ou presumidos, é de cinco anos contados da data de sua apuração. Em suas razões de voto, a DRJ trouxe os seguintes argumentos: a) no formulário do pedido, consta “CRÉDITO PRESUMIDO vinculado à receita de exportação com base na Lei nº 12.995/2014”; b) cita o Decreto nº 20.910/1932, em que se prevê, em seu art. 1º, que qualquer dívida da União, de qualquer natureza, prescreve em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem; c) a possibilidade de crédito prevista no art. 7ºA da Lei nº 12.599/2012 (acrescentado pela Lei nº 12.995/2014), e de seu ressarcimento, é um direito “novo” e não a implementação de uma condição suspensiva que impedia o referido aproveitamento; d) a norma que instituiu o aproveitamento dos referidos créditos presumidos, expressamente previu a aplicação da prescrição; Fl. 156DF CARF MF Processo nº 16366.720035/201544 Acórdão n.º 3301005.442 S3C3T1 Fl. 4 3 e) cita o art. 29D da Instrução Normativa RFB nº 1.300/2012, onde resta previsto que o ressarcimento do saldo de créditos presumidos de que trata o caput pode ser solicitado somente para créditos apurados até 5 (cinco) anos anteriores, contados da data do pedido. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e repisou os argumentos trazidos em sua Manifestação de Inconformidade, insistindo que a Lei nº 12.995/2014, ao acrescentar o art. 7A à Lei nº 12.599/2012, conferira o direito ao contribuinte de obter créditos que, até então, não podiam ser utilizados, não tendo ocorrido, portanto, a prescrição. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3301005.430, de 25/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 10930.721698/201467, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3301005.430): O recurso voluntário foi interposto no prazo e reúne os pressupostos legais de interposição, portanto, merece conhecimento. A partir do relato acima, constatase que a discussão dos autos não está na legitimidade ou não do montante de crédito, pois este foi conferido e admitido pelo Fisco. Centrase a discussão em saber se o pedido de ressarcimento formulado pela Recorrente está prescrito ou não. Assim, para fins de realizar uma análise do prazo prescricional, necessário traçar a linha do tempo. Até 18 de junho de 2014, a pessoa jurídica que desenvolvesse atividades agroindustriais, poderia apurar crédito presumido de PIS e COFINS, na forma como previsto no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, para compensar, exclusivamente, com débitos destas mesmas contribuições (caput). No dia 18 de junho de 2014 entrou em vigor a Lei nº 12.995/2014 que acrescentou o art. 7ºA na Lei nº 12.599/2012, permitindo que o saldo de créditos presumidos apurados na forma do art. 8º da Lei nº 10.925/2004 até 01/01/2012 pudessem ser compensados com quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil, vencidos ou vincendos, ou ainda requerer o ressarcimento em dinheiro, observandose a legislação aplicável sobre os prazos extintivos: Art. 7ºA. O saldo do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, apurado até 1o de janeiro de 2012 em relação Fl. 157DF CARF MF Processo nº 16366.720035/201544 Acórdão n.º 3301005.442 S3C3T1 Fl. 5 4 à aquisição de café in natura poderá ser utilizado pela pessoa jurídica para: (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria, inclusive quanto a prazos extintivos; ou (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria, inclusive quanto a prazos extintivos. (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) (grifei) Em 26/08/2014 a Recorrente protocolizou seu pedido de ressarcimento de créditos apurados na forma do art. 8º da Lei nº 10.925/2004, conforme permissivo implementado pela novel Lei nº 12.995/2014. Resta, portanto, determinar quando surge o direito de ressarcimento de crédito, para fins de contagem da prescrição, se de sua apuração ou da publicação da lei que confere o direito, e qual é o prazo prescricional, bem como determinar o que se entende por "saldo de crédito presumido" apurado até 01/01/2012. I) Do prazo de prescrição e de seu marco inicial A prescrição é um instituto jurídico previsto no ordenamento jurídico com a finalidade de fornecer estabilidade às relações jurídicas, em homenagem à segurança jurídica, estabelecendo um prazo para o exercício de um direito. A premissa é que não se tem como desejável a permanência indefinida de um direito, estabelecendose, assim, um prazo para o exercício de sua pretensão. Caso o titular de um direito não exerça este direito no prazo, isto é, não exercite sua pretensão para ver satisfeito seu direito, considerase extinta esta pretensão, impossibilitandose que este direito seja, juridicamente, exercido. Com isso, para que o prazo prescricional tenha início, é preciso haver um direito, a possibilidade de exercêlo (pretensão) e a inércia do titular deste direito. Neste sentido, Caio Mário da Silva Pereira1: O sujeito não conserva indefinidamente a faculdade de intentar um procedimento judicial defensivo de seu direito. A lei, ao mesmo tempo em que o reconhece, estabelece que a pretensão deve ser exigida em determinado prazo, sob pena de perecer. Pela prescrição, extinguese a pretensão, nos prazos que a lei estabelece. (...) É, então, na segurança da ordem jurídica que se deve buscar o seu verdadeiro fundamento. O direito exige que o devedor cumpra o obrigado e permite ao sujeito ativo (credor) valerse da sanção contra quem quer que vulnere o seu direito. Mas se ele se mantém inerte, por longo tempo, deixando que se constitua uma situação contrária ao seu direito, permitir que mais tarde reviva o passado é deixar em perpétua incerteza a vida social. Há, pois, um interesse de ordem pública no afastamento das incertezas em torno da existência e eficácia dos direitos, e este interesse justifica o instituto da prescrição, em sentido genérico. Na seara tributária o instituto da prescrição se funda, também, na segurança jurídica, conforme ensinamentos de Luís Eduardo Schoueri, no 1 PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Teoria Geral de Direito Civil. Volume 1. 26ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2013. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 16366.720035/201544 Acórdão n.º 3301005.442 S3C3T1 Fl. 6 5 sentido de que a prescrição surge "da necessidade de garantir a desejada estabilidade das relações jurídicas"2. No direito tributário, portanto, também há prazos extintivos por prescrição tanto para o crédito tributário, conforme art. 156, V do CTN, extinguese o próprio direito de crédito da Fazenda Pública, como há também prazo de prescrição extintivo do direito de requerer (pretensão) a restituição de um indébito, ou de cobrar créditos que o particular tenha contra a Fazenda Pública. Assim, a hipótese de incidência da prescrição é a existência de um direito sem que seja exercido por seu titular, tendo como consequente a extinção do respectivo direito. Discutiase se o prazo prescricional para ressarcimento de créditos acumulados seria aquele do art. 168, CTN, no qual tinha início com o pagamento indevido, ou se seria outro, como o do artigo 1º do Decreto nº 20.910/1932. Não me parece adequado que o prazo prescricional, bem como seu marco de início de contagem, sejam aqueles previstos no CTN para a repetição do indébito, na medida que o pedido de ressarcimento não se funda em pagamento indevido. Assim, o crédito presumido é, veramente, um direito de crédito que o particular possui contra a Fazenda Pública em razão de alguma determinação legal. Portanto, se é um direito de crédito contra a Fazenda Pública, não decorrente de pagamento indevido, mas por alguma disposição legal, creio ser mais adequada aplicação do prazo prescricional existente no Decreto nº 20.910/1932 para a cobrança das dívidas passivas das entidades públicas. Neste diapasão, de acordo com o Decreto nº 20.910/1932, as dívidas passivas da União Federal, bem como qualquer direito ou ação contra a Fazenda Nacional, seja qual for a sua natureza, prescrevem em 5 anos, contados da data do ato ou fato do qual se originaram, verbis: Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem. (grifei) A Câmara Superior de Recursos Fiscais, para um caso de crédito presumido de IPI, em sessão de 15/03/2018, proferiu o Acórdão CSRF nº 9303006.519, de relatoria do ilustre Conselheiro Rodrigo da Costa Possas, onde restou consignado que o prazo prescricional para ressarcimento deste crédito presumido observa o Decreto nº 20.910/1932: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/1995 a 31/12/1995 RESSARCIMENTO. PEDIDO FEITO EM RAZÃO DE OUTRO ANTERIOR INDEFERIDO. SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO DURANTE A ANÁLISE DO PRIMEIRO. INOCORRÊNCIA. Conforme art. 1º do Decreto nº 20.910/32 , prescreve em cinco anos o direito à apresentação de Pedido de Ressarcimento de créditos contra a Fazenda Pública, contados da data do fato do qual se originarem. Tendo sido feito um pedido considerado pela Administração como em desacordo com a legislação 2 SCHOUERI, Luís Eduardo. Direito tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 16366.720035/201544 Acórdão n.º 3301005.442 S3C3T1 Fl. 7 6 tributária, não fica suspensa a prescrição para a apresentação de um novo, relativo ao mesmo crédito, após o indeferimento do primeiro, não se aplicando o art. 4º do mesmo Decreto, pois quem deu causa foi o sujeito passivo, além do que a não é líquida a dívida passiva da União. Recurso Especial do Procurador Provido. No mesmo sentido, o Acórdão CSRF nº 9303006.519, proferido em sessão de 21/03/2017, de relatoria do Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. O direito de pleitear o ressarcimento do crédito presumido do IPI prescreve em cinco anos contados do último dia do trimestre em que se deu a entrada dos insumos no estabelecimento industrial. Aplicação do Decreto n° 20.910, de 1932, combinado com Portaria MF n° 38/97. Recurso Especial do Contribuinte negado Em síntese, para que seja possível se falar em prescrição, necessário, preliminarmente, a existência de um direito. Somente após verificada a existência de um direito é que passa a ser possível se falar em início de prazo prescricional, extinguindose este direito caso não exercido por seu titular. No caso dos autos, é preciso discernir, o direito que se pleiteia não é o crédito presumido em si, qual seja, o crédito presumido apurado da forma em que previsto no art. 8º da Lei 10.925/2004 e passível de utilização desde 2004. Repitase, não é esse o direito que se pretende exercer. O direito que se discute nestes autos é o direito de utilizar este crédito para compensar com quaisquer tributos administrados pela Receita Federal, bem como o direito de requerer o ressarcimento em dinheiro deste crédito. E este direito apenas surgiu no ordenamento jurídico quando da publicação Lei nº 12.995 em 18 de junho de 2014. Não se pode admitir o fluxo do lapso temporal para a prescrição extintiva de um direito se o direito não existia e não podia ser exercido. Não se trata de causa interruptiva ou suspensiva da prescrição, mas sim da própria impossibilidade de início do curso do prazo diante da inexistência do direito a ser exercido. Não há como falar de inércia do titular do direito se direito não havia. Como dito, para se falar em prescrição é preciso que o direito exista e que o titular deste direito fique inerte por certo período de tempo. Assim, o ato ou fato que origina este direito, para utilizar a dicção do Decreto nº 20.910/1932, é a Lei nº 12.995 que permite novas formas de utilização de um crédito, criando, portanto, um novo direito a ser exercido. Desta feita, se o direito de ressarcimento em dinheiro do crédito presumido apenas surgiu em 18 de junho de 2014, é a partir deste momento que o prazo de prescrição tem início. No entanto, não se quer dizer, com Fl. 160DF CARF MF Processo nº 16366.720035/201544 Acórdão n.º 3301005.442 S3C3T1 Fl. 8 7 isso, que o crédito presumido que se quer ver ressarcido é irrelevante, muito ao contrário, a meu ver, a lei estabeleceu um marco temporal para o crédito presumido para que o direito de ver este crédito ressarcido em dinheiro possa ser fruído a partir de 18 de junho de 2014. II) Do saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012 A apuração do PIS e da COFINS no regime não cumulativo se faz no confronto dos débitos decorrentes de receitas auferidas em face de créditos apurados em razão de custos e despesas permitidos na legislação. Incluem se nestes créditos, os créditos presumidos permitidos pela lei. Ao final do período de apuração, o saldo de débito é levado à DCTF e recolhido pelo contribuinte, mas o saldo de crédito, por sua vez, pode ser mantido e transferido para o próximo período de apuração, e assim indefinidamente por tantos quantos períodos de apuração sejam necessários até que o montante de débito supere o montante de crédito. No caso em análise, a Recorrente pretende ver ressarcido um montante de crédito presumido apurado no primeiro trimestre de 2009. A fiscalização afirma nestes autos, fls. 151156, que este crédito presumido foi apurado conforme o que estabelece o art. 8º da Lei nº 10.925/2004. Entretanto, salvo melhor juízo, não foi o crédito presumido apurado em seu respectivo período de apuração que a Lei nº 12.995/2014 permitiu que fosse objeto de pedido de ressarcimento, mas sim o saldo de crédito presumido que permaneceu escriturado em 01/01/2012, vejamos: Art. 7ºA. O saldo do crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, apurado até 1º de janeiro de 2012 em relação à aquisição de café in natura poderá ser utilizado pela pessoa jurídica para: (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014) Ao que parece, o problema não é de prescrição. O legislador escolheu um momento no tempo, como um incentivo fiscal, permitindo que o saldo de crédito presumido apurado e existente na escrita fiscal em 01/01/2012 pode ser objeto de pedido de ressarcimento ou para compensar com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Desta feita, não se permitiu ressarcir o montante de crédito de cada período de apuração, individualmente, até 01/01/2012, mas sim o saldo ainda existente nesta data. Até porque, conforme salientado acima, a apuração do PIS e da COFINS se faz por confronto de créditos e débitos por período de apuração, podendose manter escriturado o saldo de crédito para abatimento das contribuições devidas nos próximos períodos de apuração. Desta feita, não há como identificar nestes autos se este crédito presumido apurado no primeiro trimestre de 2009 já não foi superado por algum montante de débito de algum período de apuração que o sucedeu até janeiro de 2012. Nem poderia ser assim, já que não me parece ter sido esta a escolha do legislador, já que foi definido um momento específico no tempo. Com isso, creio que o pedido de ressarcimento está equivocado, pois o que deve ser objeto de ressarcimento é o saldo de crédito presumido apurado até 01/01/2012. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 16366.720035/201544 Acórdão n.º 3301005.442 S3C3T1 Fl. 9 8 Isto posto, conheço do recurso voluntário para, no mérito, negar provimento. Importa registrar que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 162DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10320.902603/2012-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 31 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/11/2010 a 30/11/2010
FALTA DE RETIFICAÇÃO NA DCTF.
Nos pedidos de restituição e compensação PER/DCOMP, a falta de retificação da DCTF do período em análise não é impedimento para deferimento do pedido, desde que o contribuinte demonstre no processo administrativo fiscal, por meio de prova idônea, contábil e fiscal, a existência da liquidez e certeza do crédito pleiteado.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/11/2010 a 30/11/2010
COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE.
Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar que as receitas (de natureza diversa das de vendas de mercadorias e de serviços) afastadas da incidência foram incluídas indevidamente na base de cálculo da contribuição.
Numero da decisão: 3301-005.550
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/11/2010 a 30/11/2010 FALTA DE RETIFICAÇÃO NA DCTF. Nos pedidos de restituição e compensação PER/DCOMP, a falta de retificação da DCTF do período em análise não é impedimento para deferimento do pedido, desde que o contribuinte demonstre no processo administrativo fiscal, por meio de prova idônea, contábil e fiscal, a existência da liquidez e certeza do crédito pleiteado. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/11/2010 a 30/11/2010 COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar que as receitas (de natureza diversa das de vendas de mercadorias e de serviços) afastadas da incidência foram incluídas indevidamente na base de cálculo da contribuição.
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Nos pedidos de restituição e compensação PER/DCOMP, a falta de retificação da DCTF do período em análise não é impedimento para deferimento do pedido, desde que o contribuinte demonstre no processo administrativo fiscal, por meio de prova idônea, contábil e fiscal, a existência da liquidez e certeza do crédito pleiteado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2010 a 30/11/2010 COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. A mera alegação do direito creditório, desacompanhada de provas baseadas na escrituração contábil/fiscal do período, não é suficiente para demonstrar que as receitas (de natureza diversa das de vendas de mercadorias e de serviços) afastadas da incidência foram incluídas indevidamente na base de cálculo da contribuição. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 90 26 03 /2 01 2- 21 Fl. 356DF CARF MF 2 SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior Relatório Tratase de pedido de compensação realizado pela contribuinte no PER/DCOMP 34391.31936.021112.1.3.044669 (fls. 26) transmitida em 02/11/2012, informando um recolhimento a maior, à título de COFINS na monta de R$ 111.019,56 (cento e onze mil, dezenove reais e cinquenta e seis centavos) por DARF em quitada em 24/12/2010 para o período de apuração 30/11/2010, no montante de R$ 215.192,32, sendo que o devido para o período era R$ 104.172,76. Deste suposto crédito, utilizou R$ 110.812,90 para compensação nesta DCOMP. Para utilizar este suposto crédito, a Recorrente então transmitiu a DCOMP acima mencionada, informando um crédito original na data da transmissão no montante de R$ 111.019,56 para compensar com um débito de COFINS não cumulativo devido no período de apuração de abril/2010 no montante de R$ 131.989,24, com juros e multa. Em 03/01/2013 (fl. 7), a Secretaria da Receita Federal do Brasil proferiu despacho decisório para NÃO HOMOLOGAR a compensação declarada, sob o fundamento de que foram localizados um ou mais pagamentos integralmente utilizados para quitação dos débitos declarados pelo contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados, verbis: A análise do direito creditório está limitada ao valor do "crédito original na data de transmissão" informado no PER/DCOMP, correspondendo a 111.019,56 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Intimada da decisão, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 1415) para instaurar o contencioso administrativo, afirmando que enviou a DACON de novembro de 2010 em 27 de novembro de 2012 (fls. 1718), bem como a DCTF retificadora (fls. 1920), requerendo a suspensão do despacho decisório até que se analise estes documentos. Fl. 357DF CARF MF Processo nº 10320.902603/201221 Acórdão n.º 3301005.550 S3C3T1 Fl. 357 3 Em 27/07/2016, a 1ª Turma da DRJ/JFA julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada, nos termos do acórdão 0960.556 (fls. 2530), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 23/12/2010 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A inexistência de direito creditório impede a homologação da compensação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 23/12/2010 DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A retificação de DCTF com o objetivo de alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em suas razões de voto, a DRJ afirmou que segundo as informações constantes da DCTF original e da primeira retificadora apresentadas pelo contribuinte e constantes dos sistemas até 14/02/2013, não havia pagamento a maior ou indevido quando da apresentação do PER/DCOMP que respaldasse o crédito utilizado na compensação. Afirmou ainda caber ao interessado a prova de que cometeu erro de preenchimento na DCTF original e da primeira retificadora (datadas de 20/01/2011 e 31/08/2011) e que o valor efetivamente devido é menor e corresponde àquele informado em sua segunda DCTF retificadora apresentada em 15/02/2013, posteriormente à ciência, em 21/01/2013, do Despacho Decisório eletrônico, que não homologou a compensação. Inconformada da r. decisão, a contribuinte apresentou, no prazo, seu Recurso Voluntário, que ora se analisa (fls. 3641), trazendo as seguintes argumentações: Fl. 358DF CARF MF 4 a DACON e DCTF retificadora foi transmitida antes da decisão não homologatória da compensação e, por força do princípio da verdade material, deveria ter ser observado referido demonstrativo do crédito evidenciado na DACON. Há pagamento a maior que deve ser analisado pelo Fisco, que não pode se enriquecer sem causa; Argumenta pela obrigação funcional da Administração em apurar a verdade material e o princípio da moralidade; O dever de o Fisco confirmar as informações do contribuinte, bem como o dever de fazer cumprir a verdade material que norteia o processo administrativo; Juntou com o recurso o livro razão da conta contábil "3.3.1.09.0006 COFINS VDA.TRATORES INDUST.SDLG" do exercício de 2010 (fls. 4252), uma extensa listagem de compras de matéria príma, material de embalagem e produto intermediário supostamente utilizados em sua produção no período de março/2010, devolução de vendas, frete, serviços tomados e demais despesas incorridas para comprovar seus créditos da não cumulatividade das contribuições, bem como listagem de venda de produtos e serviços (fls. 54 353). Apresentou também uma planilha demonstrativa para pretender evidenciar seu crédito (fls. 53) É a síntese do necessário Voto Conselheiro Salvador Cândido Brandão Junior O recurso voluntário é tempestivo, merecendo ser conhecido e analisado em seu mérito. Neste ponto, é relevante a análise da decisão que indeferiu o pedido de restituição, sob a fundamentação de que foi efetuada uma declaração por DCTF e a DARF discriminada no PER/DCOMP foi inteiramente utilizada para quitar o débito do contribuinte, não restando crédito para a restituição, verbis: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. O significado que se extrai deste despacho decisório é que a Recorrente apresentou o PER/DCOMP, mas não realizou a retificação da DCTF do período correspondente. Desta feita, a DARF do período vinculada à COFINS foi utilizada para cobrir integralmente um débito declarado, não havendo excesso resultante do pagamento indevido. A Recorrente informa e trouxe aos autos a DCTF retificadora (fls. 1920) informando que o montante de COFINS efetivamente devido para novembro/2010 era de R$ 104.172,76. Esta retificadora foi entregue após a transmissão do PER/DCOMP em análise, mas antes do despacho decisório. Fl. 359DF CARF MF Processo nº 10320.902603/201221 Acórdão n.º 3301005.550 S3C3T1 Fl. 358 5 Ressaltese, no entanto, que a retificação da DCTF, apresentada antes ou depois do despacho decisório, por si só, não se presta para solidificar a liquidez e certeza do crédito pleiteado pelo contribuinte, sendo indispensável a apresentação de prova idôneas, tais como demonstrativos contábeis, para aferição do crédito. Neste sentido, já se pronunciou a Câmara Superior de Recursos Fiscais deste E. CARF, no julgamento do processo 10909.900175/200812, manifestando o entendimento no acórdão nº 9303005.520 (sessão de 15/08/2017), no sentido de que, mesmo no caso de uma a retificação posterior ao Despacho Decisório, como é o caso em análise, não há impedimento para o deferimento do pedido quando acompanhada de provas documentais comprovando a erro cometido no preenchimento da declaração original, comparecendo nos autos com qualquer prova documental hábil a demonstrar o erro que cometera no preenchimento da DCTF (escrita contábil e fiscal): Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/02/2004 a 29/02/2004 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITOS. A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição não é suficiente para a comprovação do crédito, sendo indispensável a comprovação do erro em que se funde. Recurso Especial do Contribuinte negado. Esta colenda 1ª TO da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF tem manifestado entendimento no mesmo sentido, segundo a qual, em razão da verdade material, a liquidez e certeza do crédito pleiteado pelo contribuinte pode ser demonstrada por outros elementos de prova, independentemente da retificação da DCTF, conforme é possível constatar pelo recente acórdão relatado pela ilustre conselheira Semíramis de Oliveira Duro: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 2012 COMPENSAÇÃO. APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. Se transmitida a PER/Dcomp sem a retificação ou com retificação após o despacho decisório da DCTF, por imperativo do princípio da verdade material, o contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. (...) Recurso Voluntário provido. (Número do Processo 11060.900738/201311. Relatora SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO.Data da Sessão 17/04/2018. Nº Acórdão 3301004.545) Cabe, portanto, à Recorrente, a demonstração da origem e liquidez de seu crédito pleiteado. A Recorrente trouxe aos autos, em seu recurso voluntário, livro razão que parece não ter a menor pertinência para o deslinde da causa. Apresentou também extensa listagem de compras, serviços e receita bruta. No entanto, caberia à Recorrente realizar uma Fl. 360DF CARF MF 6 conciliação com a escrita fiscal e contábil, que, aliás, foi apresentada de forma insuficiente, com vistas a esclarecer os fatos de seu interesse e respaldar o direito de seu pedido. Nem mesmo diligência fiscal poderia esclarecer e confirmar a existência do crédito pleiteado, pois as informações prestadas estão sem referência sobre o que se tratam. É de total interesse da Recorrente, em casos de pedidos de ressarcimento e compensação, o esclarecimento e a prova de seu crédito. Apenas apresentar documentos aleatórios, como o livro razão de uma única conta contábil, o que não se mostra suficiente para a causa, ou invocar a verdade material para afirmar que é dever da fiscalização analisar a documentação e conferir com a DACON não são suficientes para evidenciar a liquidez e certeza de seu crédito.. É assente o entendimento de que, nos pedidos de restituição e compensação, o ônus da prova da existência do crédito é do contribuinte, não tendo a Recorrente se desincumbido de tal tarefa. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/2006 a 30/06/2006 PROVA. APRECIAÇÃO INICIAL EM SEGUNDA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. LIMITES. PRECLUSÃO. A apreciação de documentos não submetidos à autoridade julgadora de primeira instância é possível nas hipóteses previstas no art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972 e, excepcionalmente, quando visem à complementar instrução probatória já iniciada quando da interposição da manifestação de inconformidade. COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. (Número do Processo 10880.674831/200954. Relatora LARISSA NUNES GIRARD. Data da Sessão 13/06/2018. Nº Acórdão 3002000.234) (grifos não constam do original) Neste diapasão, é de se negar o direito creditório pleiteado Conheço do recurso voluntário, mas nego provimento. Salvador Cândido Brandão Junior Relator Fl. 361DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.011182/2006-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2000, 2001
MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO. MATÉRIA SUMULADA.
Imputação de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativas mensais, e lançamento de multa de ofício. Sendo os fatos geradores anteriores ao ano de 2007, aplica-se a Súmula nº 105 do CARF, sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007, para afastar a multa isolada.
Numero da decisão: 9101-003.775
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10508.000384/2006-15, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araújo - Relator e Presidente em exercício
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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score : 1.0
Numero do processo: 13971.003122/2002-92
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
ano-calendário: 1992, 1993, 1994, 1995
PRESCRIÇÃO DECENAL. CONSAGRAÇÃO DA TESE DOS 'CINCO MAIS CINCO". DECADÊNCIA. INDÉBITO. RESSARCIMENTO.
A jurisprudência do STF, do STJ e da própria CSRF já consagrou o entendimento de que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos "cinco mais cinco", desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso temporal.
ARTIGO 62-A DO RICARF. OBSERVÂNCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES PELOS CONSELHEIROS DO CARF.
Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Numero da decisão: 3001-000.448
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Francisco Martins Leite Cavalcante - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: FRANCISCO MARTINS LEITE CAVALCANTE
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário ano-calendário: 1992, 1993, 1994, 1995 PRESCRIÇÃO DECENAL. CONSAGRAÇÃO DA TESE DOS 'CINCO MAIS CINCO". DECADÊNCIA. INDÉBITO. RESSARCIMENTO. A jurisprudência do STF, do STJ e da própria CSRF já consagrou o entendimento de que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos "cinco mais cinco", desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso temporal. ARTIGO 62-A DO RICARF. OBSERVÂNCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES PELOS CONSELHEIROS DO CARF. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2018-10-10T17:35:48Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2018-10-10T17:35:48Z; Last-Modified: 2018-10-10T17:35:48Z; dcterms:modified: 2018-10-10T17:35:48Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; xmpMM:DocumentID: uuid:295a86d6-c827-40ca-8109-a7369eb53e1d; Last-Save-Date: 2018-10-10T17:35:48Z; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2018-10-10T17:35:48Z; meta:save-date: 2018-10-10T17:35:48Z; pdf:encrypted: true; modified: 2018-10-10T17:35:48Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2018-10-10T17:35:48Z; created: 2018-10-10T17:35:48Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; Creation-Date: 2018-10-10T17:35:48Z; pdf:charsPerPage: 1768; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2018-10-10T17:35:48Z | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 2 1 1 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13971.003122/200292 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3001000.448 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 14 de agosto de 2018 Matéria PIS DECADÊNCIA. Recorrente COMÉRCIO E TRANSPORTE RAMTHUM LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO anocalendário: 1992, 1993, 1994, 1995 PRESCRIÇÃO DECENAL. CONSAGRAÇÃO DA TESE DOS 'CINCO MAIS CINCO". DECADÊNCIA. INDÉBITO. RESSARCIMENTO. A jurisprudência do STF, do STJ e da própria CSRF já consagrou o entendimento de que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos "cinco mais cinco", desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso temporal. ARTIGO 62A DO RICARF. OBSERVÂNCIA DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS SUPERIORES PELOS CONSELHEIROS DO CARF. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 31 22 /2 00 2- 92 Fl. 68DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório Adoto, por transcrição, o sucinto e bem elaborado relatório (fls. 47) que ilustrou a decisão recorrida, consubstanciada no Acórdão nº 079.969, de 15.01.2007, proferido pela DRJ/FNS (fls. 46/50), verbis. Tratase de manifestação de inconformidade (fls. 31 a 41), apresentada em 28/01/2005, contra despacho decisório (fls. 21 a 23), cientificado em 17/0112005, que indeferiu, em razão de decadência, pedido de restituição de Contribuição para o Programa de Integração Social Pis, relativo a pagamentos a maior efetuados de 11/1992 á 09/1995, que visava a compensação de débitos próprios da contribuinte, consignados em Declarações de Compensação DComp apresentadas em 03/12/2002 (fl. 01) e 21/02/2003 (fl. 01 do Processo n° 13971.000476/200366, em apenso). Irresignada com a decisão, a interessada alega inocorrência da decadência do direito de pleitear a restituição, pois entende que o prazo decadencial para reaver as quantias indevidamente pagas, a título de contribuição para o Pis, é de cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, somados mais cinco, contados da homologação tácita do lançamento, ou seja, dez anos (tese dos "cinco mais cinco'). A pretensão do contribuinte foi negada pela decisão recorrida, ao argumento de que a reportase aos períodos de 11/1992 a 09/1995, e as DCOMP foram apresentadas somente em 03/12/2001 e 21/02/2003, operandose a decadência (fls. 47/50), com os argumentos sintetizados na seguinte ementa (fls. 46), verbis. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período : 1992, 1993, 1993, 1994, 1995 RESTITUIÇÃO. PIS. PRAZO DECADENCIAL. O direito de pleitear a restituição de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF extinguese com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data da extinção do crédito Tributário. Solicitação Indeferida Em 18.07.2007 o contribuinte teve ciência do Acórdão nº 079.969 3ª Turma da DRJ/FNS, proferido em 18.07.2007 (fls. 51/53), tendo ingressado com Recurso Voluntário em 11.08.2007 (fls. 54), reiterando seus argumentos de que nos tributos lançados por homologação o prazo é de 10 e não de 5 anos para reaver os indébitos fiscais, posto que, nos termos da lei, tal prazo só começa a contar da data da extinção do crédito tributário, como se depreende da interpretação combinada dos arts. 156VII e 168I, ambos do Código Tributário Nacional., consoante o magistério do juiz Leandro Paulsen ("Direito Tributário, Fl. 69DF CARF MF Processo nº 13971.003122/200292 Acórdão n.º 3001000.448 S3C0T1 Fl. 3 3 Constituição, Código Tributário e Lei de Execução Fiscal às Luz da Doutrina e da Jurisprudência" fls. 57), verbis. "Art. 168, 1 do CTN: Tributos sujeitos a lançamento por homologação. Contase do término do prazopara homologação do pagamento. 5 + 5 = 10 anos. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o STJ tem entendido que, na ausência de homologação expressa, o prazo somente começa a contar após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, pois nesse momento é que se considera extinto o crédito tributário. Com isso, na prática, teremos 10 anos de prazo para a repetição, cinco dos quais relativos à homologação tácita e cinco de prazo decadencial propriamente dito. A respeito, consultese o art. 156, inciso Vil, combinado com o art. 150, parágrafos 1 0. e 4°., do CTN. Vejamse, ainda, as seguintes ementas. (o. cit, 4ª ed. rev.atual. Porto Alegre, Livraria do Advogado, ESMAFE, 2002). 2 Prossegue transcrevendo farta jurisprudência dos Tribunais regionais federais e do próprio Superior tribunal de Justiça favorável à sua tese dos 5+5=10, que podem ser resumidas na seguinte ementa emanada do E. STJ (fls. 60), verbis. "TRIBUTO HOMOLOGAÇÃO DECADÊNCIA. O prazo qüinqüenal deve ser contado a partir da homologação do lançamento do crédito tributário. Se a lei não fixar prazo para a homologação, será ele de 05 (cinco) anos a contar da ocorrência do fato gerador. O prazo decadencial só começa a correr após decorridos 05 (cinco) anos da data do fato gerador, somados mais 05 (cinco) anos. Recurso improvido." (REsp n. 137.700/PR, STJ, v.u. em 07.11.97, DJU1 em 02.02.98). Pugnando pelo recebimento, apreciação e provimento do seu Recurso Voluntário, assim conclui a empresa recorrente (fls. 63), verbis. Concluise, então, ser inegável que o prazo decadencial para reaver as quantias indevidamente recolhidas, a título de contribuição para o PIS, é de cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, somados de mais cinco anos, contados da homologação tácita do lançamento, ou seja 10 (dez) anos. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco Martins Leite Cavalcante Relator Fl. 70DF CARF MF 4 O contribuinterecorrente tomou conhecimento da decisão recorrida em 18 de julho de 2007 e ingressou com Recurso Voluntário em 11 de agosto de 2007, pelo que o recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. Como relatado, verificase que a discussão reside exclusivamente na aplicação ou não da conhecida tese dos "cinco mais cinco) relativamente à prescrição e decadência. O voto condutor do acórdão recorrido, delimitou a questão processual neste sentido (fls. 47), verbis. Como do relatório se depreende, a única questão a ser apreciada referese ao prazo decadencial para pleitear a restituição da contribuição em discussão, que a contribuinte entende ser de cinco anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, somados mais cinco, contados da homologação tácita do lançamento, ou seja, dez anos (tese dos "cinco mais cinco"). Registrese também que o v. Acórdão recorrido negou guarida à pretensão da empresa por entender que decorreram mais de 5 (cinco) anos e, portanto, o seu direito fora fulminado pela decadência, uma vez que a pretensão deduzida "reportase aos períodos de apuração de contribuição para o PIS de novembro de 1992 a setembro de 1995, e as Dcomp foram apresentadas somente em 03/12/2002 e 21/02/2003, dúvida não resta de que o direito de pleitear a restituição foi atingido pela decadência" (fls. 49). Entretanto, a jurisprudência do STF, do STJ, do CARF e da CSRF é firme no sentido de que, realmente, nos tributos objeto de lançamento por homologação, como é o caso do PIS, o prazo somente começa a contar após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, pois nesse momento é que se considera extinto o crédito tributário. Com isso, na prática, teremos 10 anos de prazo para a repetição, cinco dos quais relativos à homologação tácita e cinco de prazo decadencial propriamente dito. No julgamento de Recurso Especial da Fazenda Nacional, através do Acórdão nº 9900000.624, de 29 de agosto de 2012, em decisão unânime de que foi Relator o eminente Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, a Câmara Superior de Recursos Fiscais consagrou, no âmbito do CARF, a conhecida tese dos "cinco mais cinco", para todas as demandas propostas antes do vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005, ou seja, antes de 9 de junho de 2005. No voto do mencionado Acórdão 9900000.624CSRF, foi transcrita consagradora jurisprudência emanada do Superior Tribunal de Justiça, cujos itens finais peço vênia para transcrever, verbis. 5. Consectariamente, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos cinco mais cinco, desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso temporal (regra que se coaduna com o disposto no artigo 2.028, do Código Civil de 2002, segundo o qual: "Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada."). 6. Desta sorte, ocorrido o pagamento antecipado do tributo após a vigência da aludida norma jurídica, o dies a quo do prazo prescricional para a repetição/compensação é a data do recolhimento indevido. 6. Desta sorte, ocorrido o pagamento antecipado do tributo após a vigência da aludida norma jurídica, o dies a quo do prazo Fl. 71DF CARF MF Processo nº 13971.003122/200292 Acórdão n.º 3001000.448 S3C0T1 Fl. 4 5 prescricional para a repetição/compensação é a data do recolhimento indevido. 7. Recurso especial provido, nos termos da fundamentação expendida. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009) [grifamos] Por outro lado, na sessão do último dia 13 de junho próximo passado, fui relator de Recurso objeto do Processo nº 10920.002800/200479, ocasião em que, por decisão unânime, foi proferido o Acórdão nº 3001000.393Turma Extraordinária/1ª Turma, onde a tese dos "cinco mais cinco" também restou confirmada, pelos fundamentos sintetizados na seguinte ementa, verbis. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/1994 a 30/09/2004 REVOGAÇÃO DA LC 70/91 PELA LEI 9.430/96. ISENÇÃO REVOGADA A PARTIR DE JANEIRO DE 1997. PRESCRIÇÃO DECENAL RECONHECIDA. A jurisprudência é firme no sentido de que a Lei Ordinária 9.430/1996 revogou a isenção de COFINS concedida às sociedades civis prestadoras de serviço objeto da Lei Complementar 70/1991. A jurisprudência também consagrou o entendimento de que "o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos "cinco mais cinco", desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso temporal. Conjugada as duas teses (prescrição decenal e revogação da isenção) temse que prevaleceu o gozo do benefício isencional da COFINS às sociedades civis prestadoras de serviço até a revogação da LC 70/91 pela lei ordinária nº 9.430/96. (Destacamos). A tese dos "cinco mais cinco" também já foi unanimemente acolhida pela E. Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 326.415 (Processo 10875.000397/9917), proferiu o Acórdão nº 9900000.624, de 29.08.2012, pelos fundamentos sintetizados na seguinte ementa, verbis. Recorrida INDÚSTRIA GALVANOMECÂNICA ROGER LTDA. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992 Fl. 72DF CARF MF 6 FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS “CINCO MAIS CINCO”. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, entendeu, quanto ao prazo para pedido de restituição de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a chamada tese dos “cinco mais cinco” (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009). DIREITO TRIBUTÁRIO. LEI INTERPRETATIVA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. DESCABIMENTO. VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACATIO LEGIS. APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM REPERCUSSÃO GERAL PELO STF. O Supremo Tribunal Federal, ao seu turno, declarou a inconstitucionalidade do artigo 4º, segunda parte, da Lei Complementar nº 118/2005, considerando válida a aplicação do novo prazo de 5 anos para restituição tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. (RE 566621, Rel. Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, DJe195 DIVULG 10/10/2011). Recurso Extraordinário Negado. Diante do exposto, e tendo em conta que a pretensão deduzida pelo contribuinte, na dicção do próprio Acórdão recorrido, "reportase aos períodos de apuração de contribuição para o PIS de novembro de 1992 a setembro de 1995, e as Dcomp foram apresentadas somente em 03/12/2002 e 21/02/2003", e em obediência aos ditames do art. 62A do RICARF, entendo que o indébito fiscal objeto do presente processo não foi fulminado pela decadência, a teor da consagrada tese dos "cinco mais cinco", razão pela qual, também desta feita, voto no sentido de dar provimento ao recurso do contribuinte. (assinado digitalmente) Conselheiro Francisco Martins Leite Cavalcante Relator Fl. 73DF CARF MF Processo nº 13971.003122/200292 Acórdão n.º 3001000.448 S3C0T1 Fl. 5 7 Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11610.723311/2013-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
IRPF. OMISSÃO DE RECEITA/RENDIMENTOS. ÔNUS DA PROVA PELO INTERESSADO.
Ao fisco cabe comprovar a ocorrência do fato gerador do imposto; ao contribuinte, cabe o ônus de provar que o rendimento tido como omitido tem origem em rendimentos tributados ou isentos, ou que pertence a terceiros.
Por presunção legal o ônus da prova é do contribuinte. Portanto, cabe a ele a prova da origem dos recursos informados para afastar a acusação da omissão de rendimentos.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 2301-005.691
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente).
João Bellini Júnior - Presidente
(assinado digitalmente)
Wesley Rocha - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (Suplente convocado), Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, João Bellini Júnior (Presidente).
Nome do relator: WESLEY ROCHA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 IRPF. OMISSÃO DE RECEITA/RENDIMENTOS. ÔNUS DA PROVA PELO INTERESSADO. Ao fisco cabe comprovar a ocorrência do fato gerador do imposto; ao contribuinte, cabe o ônus de provar que o rendimento tido como omitido tem origem em rendimentos tributados ou isentos, ou que pertence a terceiros. Por presunção legal o ônus da prova é do contribuinte. Portanto, cabe a ele a prova da origem dos recursos informados para afastar a acusação da omissão de rendimentos. Recurso Voluntário negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente). João Bellini Júnior - Presidente (assinado digitalmente) Wesley Rocha - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (Suplente convocado), Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, João Bellini Júnior (Presidente).
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OMISSÃO DE RECEITA/RENDIMENTOS. ÔNUS DA PROVA PELO INTERESSADO. Ao fisco cabe comprovar a ocorrência do fato gerador do imposto; ao contribuinte, cabe o ônus de provar que o rendimento tido como omitido tem origem em rendimentos tributados ou isentos, ou que pertence a terceiros. Por presunção legal o ônus da prova é do contribuinte. Portanto, cabe a ele a prova da origem dos recursos informados para afastar a acusação da omissão de rendimentos. Recurso Voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente). João Bellini Júnior Presidente (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Wesley Rocha, Reginaldo Paixão Emos (Suplente convocado), Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, João Bellini Júnior (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 72 33 11 /2 01 3- 10 Fl. 80DF CARF MF Processo nº 11610.723311/201310 Acórdão n.º 2301005.691 S2C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por SAMIR SAFADI, contra o Acórdão de julgamento (efls. 45, e seguintes), que julgou improcedente a impugnação apresentada. O Acórdão recorrido, relata o seguinte: Contra o Contribuinte acima qualificado foi lavrada a Notificação de Lançamento do anocalendário de 2010 às fls. 6/10, tendo sido apuradas as seguintes infrações: Omissão de rendimentos de ação judicial federal no valor de R$ 170.400,31 tendo sido compensado o imposto de renda retido na fonte de R$ 5.112,01 (fl. 7); e, Compensação indevida de fonte de R$ 360,54 (fl. 8). De acordo com a complementação da descrição dos fatos e enquadramento legal o contribuinte não apresentou documentação comprobatória comprovando a origem dos rendimentos recebidos da justiça federal, e nem comprovou a retenção de fonte da S. VERRESCHI SOCIEDADE DE ADVOGADOS. O contribuinte por meio de seu procurador devidamente habilitado (fl. 12), contesta o lançamento impugnação de fls. 2 e 4, alegando em síntese que a omissão de rendimentos apurada referese à indenização recebida por seu cliente Fábio David Assali CPF nº 022.176.07847; e, em relação à compensação indevida de fonte, se exime da responsabilidade com base no disposto no art. 717 do Regulamento de Imposto de Renda". Em Recurso Voluntário apresentado nas fls. 54/58, o recorre alega que não recebeu a verba dos valores apontados pela fiscalização, uma vez que parte da quantia Lançada decorreria de direito de cliente seu. Portanto, menciona que errou a fiscalização, pois não considerou as parcelas que eram sua e de seu cliente. Juntou os respectivos alvarás para a referida comprovação. Alega também prescrição da ação investigatória do fisco, e pede o cancelamento da exigência fiscal. Diante dos fatos narrados, é o relatório. Voto Conselheiro Wesley Rocha Relator O recurso voluntário é tempestivo. Assim, passo a analisálo. Inicialmente, cumpre esclarecer que diferentemente do que alega o recorrente, em processo administrativo fiscal não ocorre a figura jurídica da prescrição. Portanto, não há falar em prescrição nessa fase do processo administrativo fiscal. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 11610.723311/201310 Acórdão n.º 2301005.691 S2C3T1 Fl. 4 3 Isso porque, o artigo 151, inciso IV, do CTN, impõe a suspensão do crédito por meio das reclamações ou recurso. Direito que assiste ao recorrente, mas que afasta o instituto em questão. Assim, para ocorrer a figura da prescrição deve haver necessariamente a constituição definitiva do crédito, transcorrido os direitos da ampla defesa e contraditório, para aí sim exigir por meio de processo judicial competente o crédito fiscal, se assim for o caso. Posteriormente, conforme o enquadramento legal da Notificação de Lançamento de efl. 08, a exigência decorre de omissão de rendimento percebido de pessoa jurídica, em que possivelmente o recorrente é sócio, ou associado, e não decorrente de pessoas físicas, como aduz o contribuinte. As pessoas físicas mencionadas pelo recorrente, para comprovar os valores apurados pela fiscalização, não são os que foram identificados. Inclusive, a quantia apresentada pelo contribuinte está em descompasso com o valor apurado pela fiscalização, não havendo procedência quanto a isso. Nesse sentido, a DRJ de origem apurou de forma minuciosa os fatos alegados pelo recorrente, conforme transcrição abaixo de parte do Acórdão proferido em primeira instância: "Da Omissão de rendimentos de ação judicial federal no valor de R$ 170.400,31 tendo sido compensado o imposto de renda retido na fonte de R$ 5.112,01 (fl. 7): Em relação à omissão de rendimentos apurada, o contribuinte junta aos autos a TED de fl. 14 e o Alvará de fl. 15, vinculadas ao Processo nº 013682767.1979.403.6100 que não são os processos informados nas DIRFs transmitidas aos sistemas da RFB. A omissão apurada com base no resultado da pesquisa DIRF obtida nos sistemas da RFB (fls. 40 a 43) no CPF do interessado, referese a decisão de dois processos distintos, a saber: * processo nº 200901981102055 (fls. 40 e 41) e processo nº 2001103000086127 (fls. 42 e 43). Ressaltese que as DIRFs de fls. 42 e 40, acusam o recebimento da quantia de R$ 156.333,57 no mês de maio de 2010 e a quantia de R$ 14.066,74 no mês de setembro de 2010 e a TED e o Alvará de fls. 14 e 15 trazidos aos autos pelo contribuinte, além de estarem vinculados a processo distinto, datam o mês de setembro de 2010 e somente a quantia de R$ 136.791,89. Sendo assim, com base na pesquisa DIRF (fls. 40 a 43) restou comprovado que o contribuinte furtouse em informar rendimentos recebidos, decorrentes de ações distintas no Justiça Federal, cabendo dessa forma, manter a omissão apurada pela autoridade lançadora". Em análise das informações prestadas pelo recorrente, concluo igualmente a mesma conclusão que a DRJ de origem, uma vez que os processos informados e os valores indicados são diferentes do Lançado pela autoridade fiscal. Assim, a omissão não foi afastada pelo contribuinte, e, tampouco, teve a acusação afastada pelo contribuinte, por meio de documentos idôneos, ou indicação da fonte. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 11610.723311/201310 Acórdão n.º 2301005.691 S2C3T1 Fl. 5 4 Em processo administrativo fiscal, tal qual, como no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, in casu, do contribuinte ora recorrente. Neste sentido, prevê a Lei n° 9.784/99, em seu art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. Em igual sentido, temos o art. 373, inciso I, do CPC: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Encontrase sedimentada a jurisprudência deste Conselho, consoante se verifica pelo decisum abaixo transcrito: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2005 ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. (Acórdão nº 3803004.284 – 3ª Turma Especial. Sessão de 26 de junho de 2013, grifouse). Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário e NEGAR PROVIMENTO no mérito, mantendose a exigência fiscal. (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator Fl. 83DF CARF MF Processo nº 11610.723311/201310 Acórdão n.º 2301005.691 S2C3T1 Fl. 6 5 Fl. 84DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16306.000184/2010-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.655
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, sobrestar o julgamento até o retorno do PAF nº 16306.000.185/2010-38 ao CARF, após concluídas as diligência determinadas naquele processo, para julgamento conjunto com o PAF nº 10880.900390/2011-76.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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Resolvem os membros do colegiado, sobrestar o julgamento até o retorno do PAF nº 16306.000.185/201038 ao CARF, após concluídas as diligência determinadas naquele processo, para julgamento conjunto com o PAF nº 10880.900390/201176. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram do julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 06 .0 00 18 4/ 20 10 -9 3 Fl. 440DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 441 2 RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão nº 1636.106 da 4ª Turma da DRJ/SP1, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra o despacho decisório que reconheceu parcialmente o direito creditório pleiteado em Per/Dcomp, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. A legislação prevê que a partir de 01/10/2002, a compensação de débitos junto à RFB passou a depender da apresentação de DCOMP, na qual deve constar informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 DIREITO CREDITÓRIO. Foi apurado crédito em favor do contribuinte, no mesmo valor reconhecido pela Autoridade Administrativa, razão pela qual mantém se a decisão recorrida. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em 14 de abril e 2014, o colegiado desta turma conheceu do recurso e proferiu a Resolução nº 1302000.300. Na referida resolução descrevese o litígio, mediante a transcrição de trechos do acórdão recorrido, e as razões recursais, verbis: Para melhor entendimento da questão, peço vênia para transcrever trechos do voto proferido pelo Relator do Acórdão nº 1636.106, in verbis: 6. Pelo acima relatado, temse, em resumo, que o Despacho Decisório reconheceu parcialmente o direito creditório (crédito pleiteado de R$5.178.232,43) e homologou as compensações declaradas até o limite do valor reconhecido (R$2.728.872,62), por entender que não foi confirmada a compensação (no Processo n.° 11831.000350/200361) do valor de R$2.449.164,75 referente à estimativa de fevereiro de 2003, tendo este débito sido inscrito na ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional. 6.1. Por sua vez, a Recorrente informa que: 6.1.1. o montante de R$2.449.164,75 foi devidamente compensado com o SNIRPJ do AC 2001, que está sendo controlado no PA n° 11831.000350/200361 (conforme DCTF do 1º Trim/2003). Referido processo controla o SNIRPJ do AC 2001 Fl. 441DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 442 3 que monta em R$52.687.754,33. Após o julgamento da DRJ, referido crédito já homologado somou R$ 50.481.112,15. A Recorrente comprova que detém crédito suficiente para compensar a antecipação de R$2.449.164,75; 6.1.2. comprova “contabilmente” que efetuou a compensação do IRPJ de fevereiro de 2003 no montante de R$ 2.449.164,75; 6.1.3. o valor de R$2.449.164,75 não foi homologado e está sendo cobrado via a CDA n° 8020602210869 (PA n° 10880.531292/200617). O indeferimento do direito creditório da Recorrente no montante de R$2.449.164,75 (inscrito em dívida ativa) acarreta em cobrança em duplicidade. Na hipótese dos D. Julgadores não aceitarem os argumentos acima, o presente processo deve ficar suspenso até o deslinde do PA n° 10880.531292/200617; e, 6.1.4. no caso em questão, não ocorreram as circunstâncias que a própria lei estabelece como necessárias a gerar incidência tributária. A Recorrente apenas deixou de protocolar a DCOMP. Tal erro foi devidamente sanado no momento em que informou em sua DCTF a compensação do IRPJ de fevereiro de 2003. Portanto, ocorreu um erro formal (erro de fato), mas na realidade o crédito realmente existe e por isso a Requerente deve ter seu direito creditório reconhecido. … 8.1.3.2.3. Assim, temse que, diferentemente do que concluiu a Recorrente (subitem 3.10.), também não restou comprovado que ela detivesse crédito suficiente para compensar a antecipação de IRPJ de fev/2003, no montante de R$ 2.449.164,75. 8.1.3.2.4. Tanto é assim que tal débito está sendo cobrado via a CDA n° 8020602210869 (PA n° 10880.531292/200617; subitem 3.14.), ou seja, não por conta de DCOMP apresentada (o que, como visto, não ocorreu), mas em função da informação prestada em DCTF, que constitui confissão de dívida (subitem 7.3.). Portanto, nesta hipótese, repetese, temse que ocorreu circunstância prevista em lei, necessária e suficiente para a incidência tributária. 8.1.4. Assim, não tendo sido apresentada DCOMP em que compensado o débito de R$2.449.164,75, referente ao período de apuração fev/2003, código 2362, temse que este valor não pode compor o SNIRPJ AC 2003.” A recorrente tomou ciência da decisão recorrida e interpôs recurso voluntário, no qual alega, em apertada síntese, as seguintes razões de defesa: “No presente caso, a Fiscalização glosou parcela da estimativa que integrava o Saldo Negativo de IRPJ do AC 2003, por ter interpretado a decisão proferida nos autos do processo administrativo no. 11831.000350/200361 de forma equivocada... Não bastasse esta interpretação equivocada, a Fiscalização ainda justificou que o débito relativo a estimativa de IRPJ de fevereiro de 2003 no montante de R$ 2.449.164,75 já estava inscrito em divida ativa em razão da informação prestada por meio da DCTF. Não procede, no entanto, tal afirmativa, como será demonstrado... Não bastasse a estimativa do IRPJ de fevereiro de 2003 já ter sido expressamente homologada nos autos do processo administrativo n° 11831.000350/200361, conforme amplamente demonstrado acima, referido débito no montante de R$ 2.449.164,75 foi indevidamente inscrito em dívida ativa sob o n° 80.2.0602210869... Tão logo constatado este equívoco, o Recorrente houve por bem distribuir Ação Cautelar Preparatória (Processo no. 2006.61.00.009981O), com o objetivo de suspender a exigibilidade do crédito tributário referente a diversas CDA'S, dentre elas, a CDA de n° 80.2.0602210869... Fl. 442DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 443 4 Em consequência, foi distribuída Ação Anulatória por dependência da Ação Cautelar (Processo no. 2006.61.00.0138669 doc. 5), onde o Recorrente, dentre outros argumentos, sustentou a existência do crédito e a inscrição equivocada do débito do IRPJ de fevereiro de 2003, no montante de R$ 2.449.164,75, assim como demonstrou que somente após a edição da IN n° 343/2003 é que se tornou obrigatória a apresentação de Declaração de Compensação para tributos da mesma espécie... Nos autos da Ação Anulatória o Recorrente requereu a produção de prova pericial (doc. 6), que foi deferida pelo MM. Juizo (doc. 7), tendo sido nomeado como perito do Juizo o Sr. Waldir Luis Bulgarelli para a realização da perícia contábil... Conforme se verifica pelo laudo preliminar apresentado pelo (doc. 8.1 fl. 12), restou confirmado que não havia débito de IRPJ ou de CSLL, uma vez que o crédito do Autor seria superior ao débito, tendo assim concluido: “Assim, tendo em vista que foi apurado crédito em valor superior ao débito tributário indicado, é possível afirmar que o Autor procedeu à compensação de forma regular.”... Posteriormente, foi apresentado um laudo complementar (doc. 8.2 fl. 15), que inclusive serviu de base para a prolação da sentença de procedência, tendo concluído, especificamente em relação ao débito inscrito em dívida ativa sob o n° 80.2.06022108 69, relativo ao IRPJ de fevereiro de 2003, o que segue: “f.1) Em relação à CDA n° 80.2.0602210869 (IRPJ) (II) o débito de IRPJ referente que remanescem inscritos, O referente às competências de novembro de 2002 (R$ 551.595,28) e fevereiro de 2003 (R$ 2.449.164,75) constam da relação de compensações apresentadas pelo Autor à Secretaria da Receita Federal e vinculada ao saldo negativo de IRPJ do ano calendário de 2001, no montante de R$ 50.481.112,15, já homologado pela Ré, a luz do que se extrai do Acórdão DRJ n° 16.021.588 (fls. 608 dos autos)”... E foi com base no laudo do perito nomeado pelo MM. Juizo que foi proferida sentença julgando procedente o pedido, tanto na Ação Cautelar (doc. 9), quanto na Ação Anulatória (doc. 10)... De acordo com a decisão proferida nos autos da Ação Anulatória, o pedido foi julgado procedente para desconstituir o crédito objeto das CDA's 80.6.0603438854; 80.2.0602210869; 80.6.0603438935 e 70.6.0600639675... Apesar da referida decisão ainda não ter transitado em julgado, em razão, de reexame necessário e interposição de recurso de apelação pela União (doc. 11), certo é que a estimativa do IRPJ de fevereiro de 2003 foi confirmada... Na remota hipótese de não ser confirmada a estimativa do IRPJ de fevereiro de 2003 também tratada nos autos do PA n° 11831.000350/2003 61, o presente processo administrativo, quando menos, deverá permanecer suspenso até que a Ação Anulatória seja definitivamente julgada. É importante esclarecer que o Judiciário corroborou os argumentos do Recorrente no sentido de que a estimativa do IRPJ de fevereiro de 2003 já havia sido homologada expressamente pela DRJ nos autos do PA no. 11831.000350/200361 (doc. 3).” O relator da referida resolução, Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior, analisou as questões suscitadas no recurso pela recorrente e propôs o sobrestamento do feito até o julgamento definitivo do Processo Administrativo 11831.000350/200361 e o trânsito em julgado da Ação Anulatória objeto do Processo 2006.61.00.0138669, então pendente de julgamento no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, verbis: [...] Fl. 443DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 444 5 Ao analisar a questão, verifico que não é caso de concomitância entre os processos judicial e administrativo, pois o que a recorrente pleiteia é parcela do SNIRPJ AC 2003 no montante de R$ 2.449.164,75, o que tem como questão prejudicial a compensação do IRPJ – estimativa de fevereiro de 2003 com o SNIRPJ AC 2002. Com efeito, o processo judicial tem por objeto questão prejudicial ao reconhecimento do direito creditório pleiteado pela recorrente, ou seja, ao reconhecimento da parte do SNIRPJ AC 2003 não reconhecida pela DRJ. Ademais, o que vier a ser decidido, em última instância, no PAF 11831.000350/200361 será também prejudicial à questão ora posta em julgamento nestes autos. Destarte, em razão das questões prejudiciais acima apontadas, voto por converter o processo em diligência, com o fito de que; a) os autos sejam remetidos à unidade da RFB em São Paulo que jurisdiciona a contribuinte, para lá ficar aguardando: a.1) o trânsito em julgado da Ação Anulatória objeto do Processo 2006.61.00.0138669, hoje pendente de julgamento no Tribunal Regional Federal da 3ª Região; a.2) e a decisão final nos autos do Processo Administrativo 11831.000350/2003 61 (hoje em trâmite no CARF); b) após o trânsito em julgado da referida ação anulatória e do PAF 11831.000350/200361, a Unidade Preparadora junte cópia das referidas decisões nestes autos e se pronuncie sobre a extinção ou não do débito relativo à IRPJ – Estimativa de fevereiro de 2003; e c) seja dada ciência à recorrente, concedendolhe prazo para se manifestar nos autos e, posteriormente, retorne estes autos ao CARF, para prosseguimento do feito. Em 02 de julho de 2018, a unidade preparadora encaminhou os autos a este CARF, sugerindo a continuidade do julgamento em face da informação prestada no Relatório Fiscal Despacho em Diligência (fls. 432/433), do qual se extrai, verbis: [...] Dito isso, passo a análise da situação da parcela – estimativa IRPJ PA Fevereiro de 2003, que compõe o SN de ac 2003, por meio dos PAF abaixo: I) 11831.000.350/200361: Direito creditório SN IRPJ ac 2001. Processo encontrase encerrado e arquivado. Extinto por compensação o débito estimativa IRPJ Fev 2003, com créditos de saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2001, conforme despacho anexado de fls. 404 a 407 (produzido nos autos dos PAF nºs 10880.531.292/200617 e 10880.531.294/200614). No sentido de confirmar esta informação, a leitura do item documentos comprobatórios aponta para a extinção de débitos o débito de IRPJ estimativa 02/2003 (ver cópia de fls. 408 e 424); II) 10880.721.774/201477: Tratase de processo de cobrança que se encontra encerrado. Nele foi recebido controle do crédito tributário 2362 PA Fev/2003, no valor R$ 2.449.164,75. Como consequência do despacho no PAF 11831.000.350/200361 (fls. 404 a 407), a DIORT/DEINF informa à PGFN a possibilidade de excluir os débitos de IRPJ PA Fev/02 da inscrição em dívida ativa da União, visto que entende estar ele liquidado. Cópias foram anexadas a este processo, fls. 425 a 429. O processo de inscrição DAU foi protocolizado sob nº 10880.531.292/200617 e nele se encontra Fl. 444DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 445 6 informada a necessidade de retificação da inscrição em Dívida Ativa DAU nº 80.2.06.02210869 (fls 1.421 e 1.422) no sentido de excluir o valor de R$ 2.449.164,75, referente à parcela de Fev/2003; III) 10880.531.292/200617 – Processo de inscrição em Dívida Ativa da União que abarcava a parcela – estimativa IRPJ PA Fev 2003, no valor de R$ 2.449.164,75. Conforme dito acima, nele se encontra informada a necessidade de retificação da inscrição em Dívida Ativa DAU nº 80.2.06.02210869 (fls 1.421 e 1.422); IV) 2006.61.00.0138669 Processo Judicial: Localização atual: TRF. O número original de primeira instância é 001386679.2006.4.03.6100. Da leitura dos extratos obtidos por meio do site www.trf3.jus.br/ , ainda não ocorreu o trânsito em julgado desta Ação (até a data de 06/06/2018). Em razão do exposto, no que pese a Resolução 1302000.300 do CARF solicite aguardar o trânsito em julgado da Ação Anulatória nº 2006.61.00.0138669 (que, de fato, ainda não ocorreu), decido encaminhar o presente processo à 3ª Câmara/2ª Turma do CARF para que avalie a possibilidade de retomar a análise do crédito tributário aqui discutido, em razão da alteração da situação da parcela questionada para liquidada por compensação (estimativa IRPJ PA Fev 2003, no valor de R$ 2.449.164,75), conforme relatório acima, motivada pelas decisões produzidas nos Processos Administrativos PAF nºs 11831.000.350/200361, 10880.721.774/201477 e 10880.531.292/200617. Retornando os autos ao CARF, foram distribuídos a este relator por sorteio, em face de que o Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior não pertence mais aos quadros do CARF. É o relatório. Fl. 445DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 446 7 VOTO O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos legais e regimentais, tendo sido devidamente conhecido por ocasião do proferimento da Resolução nº 1302000.300, pelo colegiado desta turma em 09 de abril de 2014. A querela sob exame referese ao não reconhecimento do direito creditório decorrente de compensação de estimativa mensal do IRPJ do mês de fevereiro de 2003, que não foi confirmada no Processo n.° 11831.000350/200361, resultando na inscrição do respectivo débito sob o n.° 8020602210869 pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Em que pese o presente processo esteja maduro para julgamento, uma vez consideradas as informações contidas no relatório da diligência contido no despacho de devolução dos autos ao CARF, a decisão deste processo impacta diretamente o julgamento do PAF nº 10880.900390/201176, cujo julgamento foi sobrestado nesta mesma sessão em face da diligência determinada em outro PAF (nº 16306.000.185/201038), também prejudicial ao processo nº 10880.900390/201176, conforme transcrição do voto abaixo, verbis: Conforme relatado o crédito discutido diz respeito à composição do Saldo Negativo de IRPJ, apurado no período de 01/01/2005 a 31/12/2005. Após a decisão de primeiro grau remanesce o litígio quanto ao direito ao crédito relativo às seguintes parcelas originadas de estimativas quitadas mediante compensações não homologadas: PAF 16306000184/201093 10880.939473/200931 16306000185/201038 10880980760/200926 10880980758/200957 10880982496/200965 10880980763/200960 10880980761/200971 10880982498/200954 No despacho de diligência encaminhado pela unidade preparadora, a autoridade administrativa aponta que a maior parte dos créditos acima apontados foram extintas por quitação ou homologação, restando apenas três parcelas em litígio, discutidas nos PAFs nº 16306.000.184/201093 e 16306.000.185/201038, verbis: II Da extinção dos débitos de estimativas IRPJ ac 2005 e relacionadas aos PAF acima: Jun 2005..R$ 788,44 extinto por homologação – Dcomp 38018.77657 Fl. 446DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 447 8 Ago 2005..R$ 521.264,92 – informação prestada ao CARF 16306.000.184/2010 93 Set 2005..R$ 1.010.068,80 informação prestada ao CARF 16306.000.184/201093 Set 2005..R$ 763.023,59 pendente decisão CARF 16306.000.185/201038 Out 2005..R$ 34.020,04 recolhido anistia PAF 10880.980.760/200926 Out 2005..R$ 38.425,09 recolhido anistia PAF 10880.980.758/200957 Out 2005..R$ 12.823,65 recolhido anistia PAF 10880.982.496/200965 Out 2005..R$ 184.348,37 recolhido anistia PAF 10880.980.763/200960 Out 2005..R$ 38.155,72 recolhido anistia PAF 10880.980.761/200971 Out 2005..R$ 3.202,08 recolhido anistia PAF 10880.982.498/200954 Nov 2005..R$ 5.941.893,70 extinto por homologação PAF 10880.939.473/200931 Total.......R$ 11.733.348,40, dos quais R$ 2.294.357,31 ainda se encontram pendentes de decisão final. Desta feita, verificase que a indefinição do litígio subsiste apenas em face dos créditos cuja discussão se desenrola nos PAF's nºs 16306.000.185/201038 e 16306.000.184/201093. Nesta mesma sessão, este colegiado apreciou, o recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo no âmbito do PAF nº 16306.000.185/201038, tendo acordado por unanimidade em converter o julgamento em diligência, nestes termos: [...] Como se denota do acórdão recorrido, a discussão no presente processo referese ao não reconhecimento de parte do SNCSLL referente a fevereiro de 2003, no valor de R$649.185,19. Vejase o que constou daquela decisão: 8.1.1.1. Conforme Despacho Decisório e tabela do subitem 2.6.6., temse que: (i) foi informado na Ficha 17, linha 38, o montante de R$1.707.736,54 à título de CSLL Mensal Paga por Estimativa (jan = R$1.059.153,95; fev = R$648.582,59), mas somente foi confirmada compensação de R$1.058.551,35 referente a janeiro; e (ii) como a CSLL apurada na linha 36 foi R$623.101,30, restou comprovado um SNCSLL de R$435.450,05, ou seja, não foi reconhecido o montante de R$649.185,19. Contudo, como se depreende da decisão proferida nos autos do PAF nº 11831.000350/200361, houve o reconhecimento do direito creditório, tendo a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I (SP), após reconhecer a maior parte do direito creditório do contribuinte, se manifestado pela homologação da "compensação dos débitos indicados nas DCOMP objeto da presente análise, até o limite do direito creditório reconhecido, após compensados os débitos objeto de compensação sem processo referidos no subitem 11.7, devendose prosseguir na cobrança dos débitos remanescentes". Por outro lado, a autoridade preparadora, em despacho de diligência acostado aos autos do processo nº 16306.000184/201093, confirmou o reconhecimento do direito creditório e a homologação da referida Fl. 447DF CARF MF Processo nº 16306.000184/201093 Resolução nº 1302000.655 S1C3T2 Fl. 448 9 compensação da estimativa de fevereiro de 2003 no âmbito do PAF. Nº 11831.000350/200361, tendo sido comunicada à PGFN da necessidade de excluir os débitos de IRPJ PA Fev/02 da inscrição em dívida ativa da União, visto que entender que o mesmo encontrase liquidado e informada a necessidade de retificação da inscrição em Dívida Ativa DAU nº 80.2.06.02210869, controlada no PA nº 10880.531.292/200617. Em que pese o referido despacho não tratar especificamente do presente processo, os fatos e elementos (em especial a decisão proferida nos autos PAF. nº 11831.000350/200361) são idênticos à presente discussão. Contudo, para que não haja dúvidas quanto reconhecimento do direito creditório ora em discussão (SNCSLL referente a fevereiro de 2003) e, principalmente, porque este direito foi reconhecido em outro processo administrativo, entendese que, por prudência, o julgamento deste PAF deve ser convertido em diligência, para que a Delegacia da Receita Federal do Brasil confirme, via relatório conclusivo, qual o valor de SNCSLL referente a fevereiro de 2003 foi reconhecido no PAF 11831.000350/200361 e se este valor é suficiente para homologar as compensações apresentadas pelo Recorrente. Após a intimação do contribuinte para se manifestar sobre o resultado da diligência, os autos deverão retornar a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para julgamento. Em face das diligências acima referidas, determinadas no PAF nº 16306.000.185/201038, nesta mesma assentada este colegiado decidiu sobrestar o julgamento do PAF nº 10880.900390/201176, verbis: [...] Considerando a evidente prejudicialidade entre os processos 16306.000.185/201038 e 16306.000.184/201093 com o presente, revelase de todo conveniente e necessário que o julgamento dos três processos sejam realizados em conjunto numa mesma sessão de forma a viabilizar sua discussão conjunta em caso de eventuais recursos que possam ser interpostos em face das decisões neles contidas. Isto posto voto no sentido de sobrestar o julgamento do presente processo até o retorno do PAF nº 16306.000.185/201038 ao CARF para julgamento, após concluídas as diligência determinadas naquele processo, devendo ambos serem incluídos na mesma pauta de julgamento. juntamente com o PA nº 16306.000.184/201093, que também deve ser sobrestado. Ante ao exposto, tendo em vista a necessidade de julgamento conjunto deste processo com os outros acima referidos, voto no sentido de sobrestar o presente julgamento até o retorno do PAF nº 16306.000.185/201038 ao CARF, após concluídas as diligência determinadas naquele processo, devendo ambos serem incluídos na mesma pauta de julgamento, juntamente com o PAF nº 10880.900390/201176. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 448DF CARF MF
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