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Numero do processo: 13896.908080/2012-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 24 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.927
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade apresentada pelo contribuinte, que foi julgada improcedente, nos termos da ementa abaixo transcrita: (...) APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 08 08 0/ 20 12 -0 8 Fl. 381DF CARF MF Processo nº 13896.908080/201208 Resolução nº 3402001.927 S3C4T2 Fl. 3 2 débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração retificadora, bem como cópias de livros contábeis, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Tendo em vista a aludida decisão, o contribuinte interpôs o recurso voluntário, acompanhado de documentos fiscais, oportunidade em que reiterou a alegação de retificação da sua DCTF original e que os documentos acostados com o recurso fariam prova da correição do quantum vindicado a título de crédito. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.925, de 24 de abril de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 13896.908078/201221. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela resolução (Resolução nº 3402001.925): "5. Primeiramente, insta destacar que o despacho denegatório da compensação perpetrada (fl. 87) pautouse pelo fato do crédito utilizado pelo contribuinte ter sido supostamente utilizado para saldar outro débito apontado pelo próprio recorrente em DCTF. 6. Ciente deste despacho, o contribuinte retificou a DCTF sobredita, acostando documentos fiscais com sua manifestação de inconformidade e informando em suas razões que o débito para o qual o crédito foi originalmente utilizado era inexistente. 7. O acórdão recorrido, por seu turno, entendeu que o contribuinte não fez prova suficiente do seu direito, uma vez que a simples retificação da Fl. 382DF CARF MF Processo nº 13896.908080/201208 Resolução nº 3402001.927 S3C4T2 Fl. 4 3 DCTF não seria suficiente para atestar seu direito, a qual deveria ser acompanhada dos documentos fiscais aptos a demonstrar a devida apuração do pretenso crédito. 8. Assim, em sede de recurso voluntário, o contribuinte trouxe aos autos cópia de farta documentação fiscal (fls. 126/357) que comprovaria a correição do quantum vindicado a título de crédito. 9. Embora não se olvide do disposto no art. 16, §4o do Decreto n. 70.235/72, também não é demais frisar que no processo administrativo fiscal vige o princípio da verdade material1 que, por sua vez, reforça a existência de outro princípio que ganhou novo fôlego com o advento do CPC/2015: o princípio da primazia da decisão de mérito, que visa prestigiar a decisão que resolva definitivamente a lide posta para julgamento. 10. Assim, no presente caso, parecenos que a simples chancela da tecnicamente adequada decisão da DRJ de Brasília resultaria em um convite para que o contribuinte continuasse discutindo a presente demanda pelos mesmos fundamentos aqui expostos, só que agora em outro palco, i.e., no âmbito do Poder Judiciário. 11. Tal postura, pura e simples, implicaria em uma sobrecarga do já assoberbado Poder Judiciário, bem como da própria Procuradoria da Fazenda Nacional, além de poder redundar, em ultima ratio, em uma condenação da Fazenda Pública em honorários advocatícios que, diante do CPC/2015, pode ter impacto significativo aos cofres públicos em razão do disposto no art. 85, §3o da novel legislação2. Em suma, tal postura se demonstraria assaz afrontosa a ideia de interesse público primário3, bem como ao princípio da moralidade, que devem nortear a Administração Pública. Ademais, também conflitaria contra os 1 O princípio da verdade material é valor normativo que aqui se convoca não como uma ferramenta mágica, semelhante a uma "varinha de condão" dotada de aptidão para "validar" preclusões e atecnias e transformar tais defeitos em um processo administrativo "regular". Com a devida vênia, este tipo de interpretação a respeito do princípio da verdade material só se presta a apequenar e, até mesmo, achincalhar esta importante norma. Assim, quando se fala em verdade material o que se quer aqui exprimir é a possibilidade de reconstruir fatos sociais no universo jurídico por intermédio de uma metodologia jurídica mais flexível, ou seja, menos apegada à forma, o que se dá, preponderantemente, em razão da relevância do valor jurídico do fato social que se pretende provar juridicamente. Em outros termos, "verdade material" é sinônimo de uma maior flexibilização probante em sede de processos administrativos, o que, se for usado com a devida prudência à luz do caso decidendo, só tem a contribuir para a qualidade da prestação jurisdicional atipicamente prestada em tais processos. 2 "Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. (..). § 3o Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, a fixação dos honorários observará os critérios estabelecidos nos incisos I a IV do § 2o e os seguintes percentuais: I mínimo de dez e máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido até 200 (duzentos) saláriosmínimos; II mínimo de oito e máximo de dez por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 200 (duzentos) saláriosmínimos até 2.000 (dois mil) saláriosmínimos; III mínimo de cinco e máximo de oito por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 2.000 (dois mil) saláriosmínimos até 20.000 (vinte mil) saláriosmínimos; IV mínimo de três e máximo de cinco por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 20.000 (vinte mil) saláriosmínimos até 100.000 (cem mil) saláriosmínimos; V mínimo de um e máximo de três por cento sobre o valor da condenação ou do proveito econômico obtido acima de 100.000 (cem mil) saláriosmínimos." 3 O qual se configura como interesse de toda uma coletividade e não da Administração Pública enquanto parte (no caso, enquanto parte litigante). Fl. 383DF CARF MF Processo nº 13896.908080/201208 Resolução nº 3402001.927 S3C4T2 Fl. 5 4 desígnios da própria existência do processo administrativo, i.e., de promover um controle de legalidade do crédito tributário e evitar, sempre que possível,.a judicialização de demandas. 12. Diante de tais razões, entendo por bem converter o julgamento em diligência para que a unidade preparadora: (i) analise os documentos acostados aos autos e, sem prejuízo de outros que possam ser solicitados, verifique se o contribuinte faz ou não jus ao crédito vindicado, apresentando, inclusive, planilha analítica a fundamentar suas considerações. 13. Uma vez realizada a diligência acima (ii) o Recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. 14. É a resolução." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por determinar a realização de diligência para que a Unidade de Origem: (i) analise os documentos acostados aos autos e, sem prejuízo de outros que possam ser solicitados, verifique se o contribuinte faz ou não jus ao crédito vindicado, apresentando, inclusive, planilha analítica a fundamentar suas considerações. 13. Uma vez realizada a diligência acima (ii) o Recorrente deverá ser intimado para, facultativamente, manifestarse em 30 (trinta) dias a seu respeito, nos termos do art. 35 do Decreto nº 7.574/2011. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 384DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.687003/2009-86
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005
PRELIMINAR. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OCORRÊNCIA.
Encontra-se eivado de vício insanável o Acórdão que se fundamenta em situação diversa da realidade fática dos autos e não enfrenta a principal alegação da peça recursal.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3002-000.699
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, acatando a preliminar suscitada para reconhecer a nulidade do Acórdão recorrido, determinando a devolução do processo à instância a quo para que profira novo julgamento.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005 PRELIMINAR. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OCORRÊNCIA. Encontra-se eivado de vício insanável o Acórdão que se fundamenta em situação diversa da realidade fática dos autos e não enfrenta a principal alegação da peça recursal. Recurso Voluntário Provido em Parte
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, acatando a preliminar suscitada para reconhecer a nulidade do Acórdão recorrido, determinando a devolução do processo à instância a quo para que profira novo julgamento. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves.
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NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. OCORRÊNCIA. Encontrase eivado de vício insanável o Acórdão que se fundamenta em situação diversa da realidade fática dos autos e não enfrenta a principal alegação da peça recursal. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, acatando a preliminar suscitada para reconhecer a nulidade do Acórdão recorrido, determinando a devolução do processo à instância a quo para que profira novo julgamento. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 68 70 03 /2 00 9- 86 Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10880.687003/200986 Acórdão n.º 3002000.699 S3C0T2 Fl. 129 2 Relatório O processo administrativo ora em análise trata do PER/DCOMP (fl. 02/04), transmitido em 28/05/2007, cujo crédito teria origem em recolhimento do IPI efetuado de forma indevida. A compensação declarada não foi homologada, conforme despacho decisório (fl. 07), pelos seguintes motivos: "A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Após ser intimada da decisão em 06/11/2009, a ora recorrente apresentou tempestivamente Manifestação de Inconformidade (fl. 10/12), na qual informou que, realmente, cometeu um erro no pagamento e preenchimento da DCTF, pois estava sujeita ao pagamento dos impostos e contribuições pela sistemática do SIMPLES no anocalendário de 2005, logo, não seria devido o IPI declarado. Juntamente com sua Manifestação de inconformidade, o sujeito passivo anexou cópias das DCTF´s retificadoras e da Declaração Anual Simplificada 2006. Em seqüência, analisando as argumentações da contribuinte e os documentos juntados, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Recife (DRJ/RCE) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, por decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2005 COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DIREITO CREDITÓRIO INCOMPROVADO. NÃOHOMOLOGAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. PROCEDÊNCIA. A compensação, nos termos em que definida pelo artigo 170 do CTN só poderá ser homologada se o crédito do contribuinte em relação à Fazenda Pública estiver revestido dos atributos de liquidez e certeza. Procede o despacho decisório que nãohomologa a compensação de débitos com suposto direito creditório incomprovado pelo sujeito passivo. DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal, a exemplo da DCTF, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do Fisco (Inteligência da Súmula STJ nº 436). Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10880.687003/200986 Acórdão n.º 3002000.699 S3C0T2 Fl. 130 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Intimada dessa decisão, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fl. 88/97), no qual requereu a reforma do Acórdão recorrido, tecendo, em linhas gerais, os seguintes argumentos a seu favor: preliminarmente, a nulidade do Acórdão recorrido e, no mérito, repisou a alegação de estar submetida ao pagamento dos tributos federais pela sistemática do SIMPLES, portanto, sendo indevido o pagamento realizado do IPI. É o relatório, em síntese. Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O direito creditório envolvido no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Preliminar Nulidade do Acórdão recorrido De início, cumprenos analisar o argumento apresentado pela contribuinte no sentido de que o Acórdão recorrido teria incorrido em nulidade por ter deixado de analisar os documentos e alegações tecidas em sua peça recursal. Com efeito, da confrontação do teor da Manifestação de Inconformidade com o voto condutor do Acórdão recorrido, constatase que ocorreu discrepância entre a realidade fática do presente processo e a situação tratada no voto. Enquanto, em realidade, como já relatado, a principal alegação da contribuinte se refere ao fato de estar, supostamente, sujeita ao pagamento dos tributos federais pela sistemática do SIMPLES no ano de 2005, a análise realizada pelo relator daquele Acórdão considerou diversa situação e não adentrou no argumento trazido pela ora recorrente. Transcrevese, como exemplo, o seguinte excerto do relatório do Acórdão recorrido: Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10880.687003/200986 Acórdão n.º 3002000.699 S3C0T2 Fl. 131 4 "Devidamente cientificado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade (fl. 08/10) na qual, em síntese, aduz haver cometido erro atinente ao valor do débito declarado e providenciado (após ciência do despacho decisório) a apresentação de DCTF retificadora." (grifo nosso) Como já manifestado, para comprovar ser indevido o recolhimento do IPI, a ora recorrente trouxe como fundamental alegação ser optante do SIMPLES, dessa maneira, o Acórdão recorrido, ao não considerar essa situação em sua análise, se afasta da matéria a ser examinada na peça recursal. De fato, em realidade, não a enfrentou. Logo, não há como negar que, por ter se baseado em situação diversa da realidade fática dos autos, a motivação esposada no Acórdão recorrido encontrase eivada de vício insanável, pois cerceou os Direitos à Ampla Defesa e ao Contraditório. Por outro lado, a matéria que não foi objeto de exame pela Delegacia de Julgamento não pode ser apreciada por esta Turma, sob pena de incorrer em vedada supressão de instância. Assim, pelo exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao Recurso Voluntário, acatando a preliminar suscitada para reconhecer a nulidade do Acórdão recorrido, determinando a devolução do processo à instância a quo para que profira novo julgamento. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 131DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13808.001952/2001-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 02 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Ano-calendário: 1995
DECADÊNCIA.
Prazo dccadencial, IRPF.. Lançamento por homologação O acréscimo
patrimonial não .justificado somente se torna possível de apuração ao final do exercício . Logo, a contagem do prazo decadência. somente se inicia no 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO.
0 acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, isentos e tributados exclusivamente na fonte só pode ser elidido mediante documento hábil extreme de dúvidas.
Recurso voluntario provido.
Numero da decisão: 2101-000.905
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso para acolher a decadência do direito da Fazenda Nacional em constituir o crédito tributário nos termos do voto do Relator.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Ac.Patrim.Descoberto/Sinais Ext.Riqueza
Nome do relator: Odmir Fernandes
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ILIFGAMUNTO Processo n" 13808.001952/2001-96 Recurso 176,519 Vo un tári o Aciirdão 2101-00.905 — 1" Câmara / P Turma Ordinúria Sessão de 02 de dezembio de 2010 Matéria Tror Recorrente ARMANDO MELLAO NF - 1 - 0 Recorrida FAZENDA NACIONAI, ASSUNTO: IMPOST() SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - I RPE Ano -calendário: 1995 DE, CADNCIA.. Prazo dccadencial, fRPF.. Lançamento por hornoloacão 0 acresci mo patrimonial não .justificado somente se torna possível de apuração ao -final do exercício . Logo, a contagem do prazo decadência. somente Sc inicia no 1 0 dia do exercicio seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. AGRFSCIMO PATRIMONIAL A ..1)1SCOBERTO. 0 acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos nibuttivers, não tributáveis, isentos e tributados exclusivamente na fonte só pode ser elidido mediante doeu mento habit extreme de dúvidas.. Recurso voluntdrio provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.. A.cordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao teems° para acolher a decadência do direito da Fazenda Nacional em constitui r . o crédito tributarip-,--n s termos do voto do Relator.. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Caio Marcos Candido, José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage, Winn Fernandes e Ana Neyle Olímpio Holanda Relatório Trata-se de Recurso Voluntario da decisdo da 4' 1 Turma de Julgamento da DR1 de Sao Paulo iI, que manteve a autuaç:710 do WK. , do exercício de 1.995, decorrente da oinis,sdo de iendimentos recebidos dc pessoa COM VariaKiio patrimonial a descoberto, excess() de aplicae6es- sem oí icm CM rendimentos, no valor de la 83 302,47. A decisAo recorrida afastou o reconhecimento da decadência, pelo art. 173, 1, do CTN. No mérito, manteve a exigência da omissao de rendimentos pelo acréscimo patrimonial Fla° jaStifiCada, diante da ausência de provas. Nas razões de recurso sustenta que os fatos geradores ocorreram durante o ano de L995, assim o prazo decadencial passou a Hun cm 01.01 1996, findando-se ein 01.01.2001, iazíio pela qua!, em 27 04.2001, data da do lançamento, o crédito tributario do ano de 1995, encontrava-se extinto pela decadência. No mérito, sustenta que por lapso deixou de declarar a doaçao de seu avó, no valor de R$ 100,000,00, e a talta de document() nil() invalid a a doaçdo, pois a formalidade filiO pode suplantar o conteúdo do hirto ocorrido É o relatório. Voto Conselheiro Odmir Fernandes, Relator 0 recurs() preenche Os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Cuida-se de recurso de autuaçdo relativa a omissdo de rendimentos recebido s. de pessoa fisica, corn variaçao patrim.onial a descoberto, excesso de aplicações sem origem cm tenditnentos, no valor de R$ 83.302,47. Aprecio a decadência. A exigência é do exercício de 1995, sobre a omissdo de rendirnentos decorrente da variaçao patrimonial a descoberto. A noti fiend° do lançamento Corlett em 27.04..2001. A deeisdo recorria afastou a decadência sob o _fundament() de que o imposto de renda da pessoa tísica se ajusta ao final de cada ano, e o lançamento somente poderia ocorrer a partir de 30.04..1996, data da entrega da declaraçao anual de ajuste.. Com isso, no entender' da deeisdo reCarrida, o inicio da contagem do prazo decadencial seria o dia 01.01..1997.. Vemos que a decisdo recorrida nao agiu com o costumeno aceito e deve Ser relimmada, 2 Processo n" I 115 08 001952/2001-96 I ll A.córdi.io " 21 01-00»05 11 2 0 lançamento do imposto de renda é por declaração corn fato gerador anual, pot se natal de vendimentos omitidos decorrentes de acreschno patrimonial a descoberto, corn ajuste ao fina de cada ano. Assim, se o imposto devido, pela omissão de rendimentos, é do ano de 1995, a contagem do prazo se inicia em 01..(11.1996 e não em 3(1.04.1996, como entendeu a decisão fCConida. Corn isso, o Cisco deveria realizar o lanç,zirmerito (autuação) ate o dia 31.12.2000.. A data de 30..04..1996, ao contrario do que entendeu a decisão recorria, não possui reflexo na contagem do prazo decadencial. Fla é apenas a data fixada para o contribui nto fazei a entrega da Declaração de Ajuste Anual do lançamento de ajuste do imposto de renda pessoa fisica. No efetuada essa declaração ou feita COM .irregu 1 ay i (lade, cabe i fiscal ização realizar o lançamento suplementar, de oficio, corno ocorre com presente autuação. Destaco ainda quo houve pagamento do tributo no período da exigência . Con r01111.0 reconhece a prdpria autuação a lis. 1.34 dos autos. A autuação notificação do lançamento - acorreu no dia. 27.04.2001 e assim a exigência encontra-se, de fato, alcançada pela decadência. Ante o exposto, conheço e dot, provimento ao recurso para reconhecer a decadência do direito de a Fazenda Nacional constitui o credito tributirricr, coin retirrma d a . decisão recorrida e cancelamento da autuação.. 3
score : 1.0
Numero do processo: 13839.905357/2015-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2015 a 30/04/2015
ATO ADMINISTRATIVO. MOTIVAÇÃO SUCINTA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO E DO DIREITO DE DEFESA.
Decisão sucinta não é sinônimo de decisão imotivada, como já decidido pelo STF em sede de repercussão geral (AI 791.292). Inexistência de nulidade do despacho decisório que negou a compensação realizada pelo contribuinte. Inexistência de cerceamento de defesa
PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. Em se tratando de pedido de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados.
Numero da decisão: 3402-006.494
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. A Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula acompanhou o relator pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/04/2015 a 30/04/2015 ATO ADMINISTRATIVO. MOTIVAÇÃO SUCINTA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO E DO DIREITO DE DEFESA. Decisão sucinta não é sinônimo de decisão imotivada, como já decidido pelo STF em sede de repercussão geral (AI 791.292). Inexistência de nulidade do despacho decisório que negou a compensação realizada pelo contribuinte. Inexistência de cerceamento de defesa PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA. Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. Em se tratando de pedido de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. A Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula acompanhou o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
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MOTIVAÇÃO SUCINTA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO E DO DIREITO DE DEFESA. Decisão sucinta não é sinônimo de decisão imotivada, como já decidido pelo STF em sede de repercussão geral (AI 791.292). Inexistência de nulidade do despacho decisório que negou a compensação realizada pelo contribuinte. Inexistência de cerceamento de defesa PER/DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA. Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. Em se tratando de pedido de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. A Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula acompanhou o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 90 53 57 /2 01 5- 60 Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13839.905357/201560 Acórdão n.º 3402006.494 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo do PER/DCOMP transmitido pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a compensação de COFINS paga indevidamente a maior. O Despacho Decisório proferido pela unidade de origem concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER/DCOMP, sob o fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado desta decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade tempestiva, alegando, em resumo: Preliminarmente, a violação ao principio da ampla defesa e ao princípio do devido processo legal. Afirma que a decisão originária se apresenta genérica, lacônica, beira as raias da inépcia e torna difícil a contra argumentação da recorrente. Afirma também que haviam vários outros elementos que poderiam, e deveriam, ser analisados, e se os fossem, certamente permitiriam inferirse de modo diverso, e que esta decisão (do Despacho Decisório) deve ser anulada. No mérito, afirma possuir direito a crédito a ser utilizado e homologado, pois pagou indevidamente ou a maior as contribuições para o PIS e a COFINS ao não excluir de suas bases de cálculo os valores ali embutidos referentes ao ICMS. O valor do ICMS não pode ser incluído na base de cálculo do PIS e da COFINS por não integrar conceito de "faturamento", pois esse valor de ICMS é mero "ingresso" na escrituração contábil das empresas. A este respeito cita o voto proferido pelo Min. Luiz Gallotti no Recurso Extraordinário nº 71.758 no STF e o Recurso Extraordinário nº 240785 no STF que tem por relator o Ministro Marco Auréio. Requer, que fique sobrestada qualquer eventual cobrança para o pagamento de impostos atinentes ao caso vertente até o julgamento em definitivo no âmbito administrativo do referido processo. Requer também PROVIMENTO TOTAL à Manifestação de Inconformidade, para ser acatada a matéria preliminar e anulada a decisão, ou, que seja reformada a decisão para HOMOLOGAÇÃO da compensação. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pelo DRJ, nos termos do Acórdão nº 12091.498. Devidamente intimado, o contribuinte interpôs o recurso voluntário ora em apreço, oportunidade em que continuou alegando que despacho decisório seria nulo, porque carente de motivação, o que, por seu turno, implicaria cerceamento de defesa em prejuízo do recorrente, bem como defendeu a juridicidade do seu crédito, decorrente da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13839.905357/201560 Acórdão n.º 3402006.494 S3C4T2 Fl. 4 3 É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.481, de 24 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 13839.905347/201524, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3402006.481): "5. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. I. Preliminarmente (i) Da pretensa ausência de motivação do despacho decisório e suposta ofensa ao direito de defesa do contribuinte 6. A título de preliminar de mérito, o contribuinte se apega ao pretenso fundamento de que o despacho decisório que implicou a denegação da compensação por ele perpetrada seria carente de motivação. Acontece que, apesar de sucinto, o citado despacho é claro ao expor o motivo da denegação aqui combatida: o contribuinte compensou o pretenso crédito com outro débito, sendo este o teor do referido despacho: 7. Embora sucinto, o despacho é claro em apontar o motivo para não homologar o crédito do contribuinte: o pretenso crédito teria sido utilizado para a quitação de outros débitos para com a Receita Federal do Brasil. Aliás, precisando tal assertiva, o citado despacho aponta que tal crédito teria sido Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13839.905357/201560 Acórdão n.º 3402006.494 S3C4T2 Fl. 5 4 utilizado para o pagamento de n. 43687704232, com código n. 2172, referente a processo administrativo de compensação de 30/04/2015. Tais informações são suficientes para identificar o débito para o qual o "crédito" indicado neste processo administrativo foi previamente utilizado. 8. Apesar da objetividade do referido despacho, tal ato atende a exigência da motivação de todo e qualquer ato administrativo, na medida em que justifica em concreto a recusa da compensação efetuada pelo contribuinte no presente caso. O fato de ser sucinta não implica, per si, a nulidade da decisão por carência de motivação, como aliás já decidiu o Supremo Tribunal Federal em sede de recurso julgado sob repercussão geral, in verbis: 1. Questão de ordem. Agravo de Instrumento. Conversão em recurso extraordinário (CPC, art. 544, §§ 3° e 4°). 2. Alegação de ofensa aos incisos XXXV e LX do art. 5º e ao inciso IX do art. 93 da Constituição Federal. Inocorrência. 3. O art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas, nem que sejam corretos os fundamentos da decisão. 4. Questão de ordem acolhida para reconhecer a repercussão geral, reafirmar a jurisprudência do Tribunal, negar provimento ao recurso e autorizar a adoção dos procedimentos relacionados à repercussão geral. (STF; AI 791.292 QORG, Relator: Min. GILMAR MENDES, j. em 23/06/2010, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe149 DIVULG 12082010 PUBLIC 1308 2010) (grifos nosso). 9. É também neste diapasão o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, bem como deste CARF, conforme se observa das ementas exemplarmente colacionadas abaixo: AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. ART. 620 DO CPC/1973. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS N. 282 E 356 DO STF. REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7 DO STJ. ALEGAÇÃO DE NULIDADE DA DECISÃO. MOTIVAÇÃO SUCINTA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. 1. A ausência de prequestionamento de dispositivo legal tido por violado impede o conhecimento do recurso especial. Incidem as Súmulas n. 282 e 356 do STF. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 13839.905357/201560 Acórdão n.º 3402006.494 S3C4T2 Fl. 6 5 2. Não cabe, em recurso especial, reexaminar matéria fáticoprobatória (Súmula n. 7/STJ). 3. A decisão que se mostra fundamentada, ainda que de forma sucinta, não dá ensejo ao decreto de nulidade. 4. Agravo interno a que se nega provimento. (STJ; AgInt no AREsp 1.004.066/SP, Rel. Min. MARIA ISABEL GALLOTTI, 4a T., j. em 22/05/2018, DJe 01/06/2018) (g.n.). Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2001, 2002 NULIDADE. ACÓRDÃO DA DRJ. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. Não é nulo acórdão da DRJ fundamentado, ainda que de forma sucinta. A fundamentação breve não caracteriza ausência de motivação. IRPF. COMPROVAÇÃO. DEPÓSITO EM CONTA DE PESSOA FÍSICA. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. O depósito em conta bancária de pessoa física, sócia de empresa prestadora de serviço, caracteriza a pessoa física como beneficiária da renda, sendo devido IRPF sobre os valores recebidos. Registros contábeis e contratos não são capazes de elidir a natureza fática do depósito bancário. IRPF. REMUNERAÇÃO INDIRETA. DESPESAS COM VIAGEM, ESTADIA E ALIMENTAÇÃO. CUSTEADAS PELA CONTRATANTE. AUSÊNCIA DE FATO GERADOR. Despesas de locomoção, hospedagem e alimentação quando incorridas pelo contratante dos serviços em benefício do prestador do serviço para viabilizar a prestação do serviço não caracterizam remuneração indireta. COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS PAGOS. O CARF não é órgão competente para promover de ofício compensação do crédito tributário mantido em sede de processo administrativo em face de eventuais valores que o contribuinte detenha a seu favor junto a autoridade tributária. (CARF; Processo n. 11080.011496/200614; acórdão n. 2201002.349; Data da sessão: 19/03/2014) (g.n.). Fl. 64DF CARF MF Processo nº 13839.905357/201560 Acórdão n.º 3402006.494 S3C4T2 Fl. 7 6 10. Ressaltese, por fim, que nem sede de manifestação de inconformidade nem no âmbito do recurso voluntário, o contribuinte trouxe qualquer contraprova no sentido de refutar a motivação do ato administrativo, limitandose a aduzir, genericamente, que tal despacho seria carente de motivação. Convém lembrar, todavia, que o presente caso é um pedido de compensação, cabendo ao contribuinte o ônus de provar o fato constitutivo do seu direito, i.e., seu crédito, exatamente como estipulado no art. 373, inciso I do CPC1. 11. Nesse sentido, não há que se falar em nulidade do despacho decisório proferido no presente caso, muito menos em ofensa ao direito de defesa do contribuinte, devendo o r. acórdão recorrido ser mantido em sua íntegra. II. Mérito (i) A exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS e a ausência de prova 12. Quanto ao mérito, convém novamente repisar que o contribuinte figura como titular da pretensão de compensação e, como tal, possui o ônus de prova quanto ao fato constitutivo de seu direito. Em outras palavras, o sujeito passivo possui o encargo de comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, a existência do direito creditório, demonstrando que o direito invocado existe. 13. Assim, caberia ao sujeito passivo trazer aos autos os elementos aptos a comprovar a existência de direito creditório, capazes de demonstrar, de forma cabal, que a fiscalização incorreu em erro ao não homologar a compensação pleiteada, em conformidade com os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/19722. Em outros termos, o ônus probatório nos processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito, no entendimento reiterado desse Conselho: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. 1 "Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor." 2 “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;" Fl. 65DF CARF MF Processo nº 13839.905357/201560 Acórdão n.º 3402006.494 S3C4T2 Fl. 8 7 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...) (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifos nosso). 14. Atentandose para o presente caso, não se vislumbra qualquer fundamento fático ou jurídico trazido pela recorrente capaz de alterar a conclusão em torno do direito ao crédito alcançada no despacho decisório e mantida pela decisão recorrida, a qual limitase a discutir, em abstrato, a validade material do suposto crédito por ela vindicado. Dispositivo 15. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 66DF CARF MF
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Numero do processo: 13977.000018/2005-39
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
PIS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO. CONCEITO DE INSUMO.
Para que determinado bem ou prestação de serviço seja considerado insumo na sistemática da não-cumulatividade das Contribuições para o PIS e da COFINS, imprescindível a sua essencialidade ao processo produtivo ou prestação de serviço, direta ou indiretamente.
PIS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO. FRETES, DESPESAS FINANCEIRAS DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS, ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO, MATERIAIS DE USO E CONSUMO E COMBUSTÍVEIS.
A não apresentação de elementos indispensáveis à correlação das glosas efetuadas pela fiscalização com o processo produtivo da recorrente implica ausência de demonstração mínima da essencialidade dos produtos objeto da glosa com a atividade produtiva da empresa. Compete ao contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, o que, no presente caso, não ocorreu.
PIS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO. ENERGIA ELÉTRICA.
O desconto de créditos na apuração das contribuições para o PIS e da COFINS são calculados em relação à energia elétrica consumida no mês conforme determinado pelo art. 3º, § 1º, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003.
PIS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO. ENERGIA ELÉTRICA - COSIP.
A contribuição para custeio do Serviço de Iluminação Pública COSIP não está diretamente relacionada à produção de qualquer empresa, mas sim em relação à sua localização em determinado município, conforme disposto no art. 149A da Constituição Federal, não podendo ser utilizada no creditamento das contribuições para o PIS e da COFINS.
Numero da decisão: 3001-000.783
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso.
(assinado digitalmente)
Marcos Roberto da Silva Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva (Presidente), Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche.
Nome do relator: MARCOS ROBERTO DA SILVA
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CRÉDITO. CONCEITO DE INSUMO. Para que determinado bem ou prestação de serviço seja considerado insumo na sistemática da nãocumulatividade das Contribuições para o PIS e da COFINS, imprescindível a sua essencialidade ao processo produtivo ou prestação de serviço, direta ou indiretamente. PIS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO. FRETES, DESPESAS FINANCEIRAS DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS, ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO, MATERIAIS DE USO E CONSUMO E COMBUSTÍVEIS. A não apresentação de elementos indispensáveis à correlação das glosas efetuadas pela fiscalização com o processo produtivo da recorrente implica ausência de demonstração mínima da essencialidade dos produtos objeto da glosa com a atividade produtiva da empresa. Compete ao contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, o que, no presente caso, não ocorreu. PIS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO. ENERGIA ELÉTRICA. O desconto de créditos na apuração das contribuições para o PIS e da COFINS são calculados em relação à energia elétrica consumida no mês conforme determinado pelo art. 3º, § 1º, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. PIS NÃO CUMULATIVO. CRÉDITO. ENERGIA ELÉTRICA COSIP. A contribuição para custeio do Serviço de Iluminação Pública COSIP não está diretamente relacionada à produção de qualquer empresa, mas sim em relação à sua localização em determinado município, conforme disposto no AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 7. 00 00 18 /2 00 5- 39 Fl. 471DF CARF MF 2 art. 149A da Constituição Federal, não podendo ser utilizada no creditamento das contribuições para o PIS e da COFINS. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva (Presidente), Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche. Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento cumulado com declaração de compensação tendo por base créditos de PIS/PASEPExportação do 4º Trimestre de 2004 no valor original total de R$40.685,10, por meio da PER/DCOMP no 29171.52054.150806.1.3.085270. A DRF de Blumenau/SC, em apreciação ao pleito da contribuinte, proferiu Despacho Decisório (efl. 389) reconhecendo parcialmente o direito creditório no valor de R$38.455,35 a título de mercado externo. Cientificada do despacho decisório, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade alegando, em breve síntese, o seguinte: a) Ser legítimo todo o crédito expurgado, pautado no princípio da não cumulatividade e na legislação ordinária; b) Na sistemática da incidência nãocumulativa, a regra é que o tributo incidente na etapa anterior seja sempre aproveitado pelo contribuinte na etapa subseqüente e que a vedação ao crédito, por qualquer motivo que seja, é exceção à regra geral, não podendo prevalecer caso não esteja constitucionalmente autorizada; c) Que o padrão constitucional do regime jurídico da nãocumulatividade do ICMS e do IPI aplicase também à Cofins e ao PIS; d) Que todas as mercadorias, insumos, custos e demais despesas que concorram para a obtenção das receitas tributáveis devem gerar direito a crédito, sob pena de não se estar tributando apenas o valor agregado ou adicionado na operação pelo contribuinte, impedindose a implementação da nãocumulatividade tributária em toda a sua plenitude e extensão; e) Nas glosas de fretes, despesas financeiras de empréstimos e financiamentos, encargos de depreciação e materiais de uso e consumo, a contribuinte alega que, como consequência do exposto no item anterior, não se fazem necessárias maiores considerações para estas glosas, pois o direito ao crédito é amplo e irrestrito, de Fl. 472DF CARF MF Processo nº 13977.000018/200539 Acórdão n.º 3001000.783 S3C0T1 Fl. 326 3 sorte que as glosas em virtude de restrições impostas pela legislação ordinária não podem prevalecer; f) Contra à glosa relativa a uma despesa de R$ 32.285,29 de energia elétrica, computada sem que se apresentasse a correspondente nota fiscal (outubro), alegando que a fatura se refere ao mês de setembro (3°. Trimestre), que acabou chegando em atraso, somente sendo possível a sua escrituração e pagamento no mês de outubro, ou seja, em um único mês escriturou duas faturas de energia elétrica, em estrita observância aos princípios contábeis inerentes à espécie. Como comprovante da lisura do crédito, argumenta que, no despacho decisório relativo ao 3° trimestre de 2004, não foi lançada a energia elétrica objeto do presente pedido; g) Ainda sobre a energia elétrica, destaca que o expurgo da COSIP do cálculo conspira contra a finalidade da própria legislação ordinária, que permite o crédito de todas as despesas relacionadas e necessárias ao fornecimento. Aduz que a empresa não poderia receber energia elétrica sem o pagamento da COSIP, pois é uma despesa necessária para que obtenha o fornecimento de energia elétrica, por conta de dispositivos legais municipais; h) No item que aborda a “Diferença entre a LRE e a memória de cálculo”, para destacar que esta diferença decorre de combustíveis utilizados na atividade produtiva da empresa, não escriturados no livro registro de entradas, os quais são indispensáveis à atividade Produtiva da empresa, onerando o crédito correlato. A DRJ de Florianópolis/SC julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório conforme Acórdão no 0730.619 a seguir transcrito: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2004 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. SERVIÇOS. Para efeito da nãocumulatividade das contribuições, há de se entender o conceito de insumo não de forma genérica, atrelandoo à necessidade na fabricação do produto e na consecução de sua atividadefim (conceito econômico), mas adstrito ao que determina a legislação tributária (conceito jurídico), vinculando a caracterização do insumo à sua aplicação direta ao produto em fabricação. INÇIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA, CONSUMO DE ENERGIA ELETRICA. Não geram direito aos créditos as contribuições municipais relacionadas aos serviços de fornecimento de iluminação pública, mas apenas os valores atribuídos à energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica, conforme literalmente disposto na legislação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇAO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÓNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE Fl. 473DF CARF MF 4 No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com a decisão da DRJ, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário contra a decisão de primeira instância que em síntese repisa os mesmos argumentos apresentados em sede de manifestação de inconformidade. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Marcos Roberto da Silva Da competência para julgamento do feito O presente colegiado é competente para apreciar o presente feito, em conformidade com o prescrito no artigo 23B do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, com redação da Portaria MF nº 329, de 2017. Conhecimento O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito A discussão objeto da presente demanda versa sobre o conceito de insumos das contribuições para o PIS e da COFINS conforme disposto nas Leis nos 10.637/02 e 10.833/03. A DRJ apresentou em sua decisão, em síntese, o seguinte entendimento: “A legislação pertinente ao PIS/Pasep e à Cofins enumera quais os insumos que podem gerar créditos na nova sistemática: quantos aos insumos diretos, a previsão está expressa no art. 3°., II da Lei n°. 10.637/2002 e' da Lei n° 10.833, de 2003 , respectivamente, e são considerados, com algumas exceções, “os bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de Fl. 474DF CARF MF Processo nº 13977.000018/200539 Acórdão n.º 3001000.783 S3C0T1 Fl. 327 5 bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes”; quanto aos insumos indiretos, são restritos àqueles previstos nos demais incisos” Entretanto a Recorrente entende que, dentro da sistemática da não cumulatividade, resta evidente que tanto as regulamentações quanto as alterações posteriores devem estar em harmonia e compatibilidade com este primado constitucional. Também em síntese, afirma que: “No caso da COFINS e do PIS, tratandose de tributos incidentes sobre o faturamento e a receita, para que a nãocumulatividade seja efetivamente implementada, devese outorgar créditos sobre todas as mercadorias, insumos, custos e demais despesas incorridas ou pagas que se mostrem necessárias à obtenção dos recursos tributáveis por essas exações, sob pena de tornar sua incidência, ainda que parcialmente, cumulativa, e, portanto, ilegítima” Antes de adentrarmos nas discussões referentes aos itens glosados pela fiscalização, mantidos em sede de manifestação de inconformidade e questionados pela Recorrente em seu Recurso Voluntário, cabe aqui apresentar o posicionamento majoritário do CARF a respeito da definição de insumos para fins de incidência das contribuições para o PIS e da COFINS, bem como seus respectivos aproveitamentos de créditos, instituídas pelas Leis nos 10.637/02 e 10.833/03. A sistemática da nãocumulatividade para as contribuições do PIS e da COFINS foi instituída, respectivamente, pela Medida Provisória nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002 (PIS) e pela Medida Provisória nº 135/2003, convertida na Lei nº 10.833/2003 (COFINS). O art. 3º, inciso II de ambas as leis autoriza a apropriação de créditos calculados em relação a bens e serviços utilizados como insumos na fabricação de produtos destinados à venda. A Emenda Constitucional nº 42/2003 estabeleceu no §12º, do art. 195 da Constituição Federal o princípio da nãocumulatividade das contribuições sociais, consignando a sua definição por lei dos setores de atividade econômica. Portanto, a constituição deixou a cargo do legislador ordinário a regulamentação da sistemática da nãocumulatividade do PIS e da COFINS. A Secretaria da Receita Federal apresentou nas Instruções Normativas nos 247/02 e 404/04 uma interpretação sobre o conceito de insumos passíveis de creditamento pelo PIS e pela COFINS um tanto restritiva, semelhante ao conceito de insumos empregado para a utilização dos créditos do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados, previsto no art. 226 do Decreto nº 7.212/2010 (RIPI). Este entendimento extrapola as disposições previstas nas Leis nos 10.637/02 e 10.833/03, contrariando o fim a que se propõe a sistemática da não cumulatividade das referidas contribuições. Nesta mesma linha de entendimento, igualmente incorre em erro quando se utiliza a conceituação de insumos conforme estabelecido na legislação do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, visto que esta seria demasiadamente ampla. Segundo o RIR/99, aprovado pelo Decreto nº 3.000/99, poderseia enquadrar como insumo todo e qualquer custo da pessoa jurídica, ou seja, seria insumo na sistemática da não cumulatividade das contribuições sociais todos os bens ou serviços integrantes do processo de fabricação ou da prestação de serviços. Portanto, é entendimento deste Conselho que o conceito de insumos para efeitos do art. 3º, inciso II, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, deve ser interpretado Fl. 475DF CARF MF 6 seguindo o critério da essencialidade. Este critério busca uma posição "intermediária" construída pelo CARF na definição insumos, com vistas a alcançar uma relação existente entre o bem ou serviço, utilizado como insumo e a atividade realizada pelo Contribuinte. Reproduzo a seguir um conceito de insumo consignado no Acórdão nº 9303003.069, construído a partir da jurisprudência do próprio CARF, e que vem servindo de base para os julgamentos dos processos deste Conselho: [...] Portanto, "insumo" para fins de creditamento do PIS e da COFINS não cumulativos, partindo de uma interpretação histórica, sistemática e teleológica das próprias normas instituidoras de tais tributos (Lei no. 10.637/2002 e 10.833/2003), deve ser entendido como todo custo, despesa ou encargo comprovadamente incorrido na prestação de serviço ou na produção ou fabricação de bem ou produto que seja destinado à venda, e que tenha relação e vínculo com as receitas tributadas (critério relacional), dependendo, para sua identificação, das especificidades de cada processo produtivo. (grifos da reprodução) Sintetizando, para que determinado bem ou prestação de serviço seja considerado insumo na sistemática da nãocumulatividade das Contribuições para o PIS e da COFINS, imprescindível a sua essencialidade ao processo produtivo ou prestação de serviço, direta ou indiretamente, bem como haja a respectiva prova. O Superior Tribunal de Justiça adota o mesmo entendimento conforme pode ser observado no julgamento do recurso especial nº 1.246.317MG, cuja ementa segue abaixo reproduzida: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535, DO CPC. VIOLAÇÃO AO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 98/STJ. CONTRIBUIÇÕES AO PIS/PASEP E COFINS NÃOCUMULATIVAS. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. ART. 3º, II, DA LEI N. 10.637/2002 E ART. 3º, II, DA LEI N. 10.833/2003. ILEGALIDADE DAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS SRF N. 247/2002 E 404/2004. 1. Não viola o art. 535, do CPC, o acórdão que decide de forma suficientemente fundamentada a lide, muito embora não faça considerações sobre todas as teses jurídicas e artigos de lei invocados pelas partes. 2. Agride o art. 538, parágrafo único, do CPC, o acórdão que aplica multa a embargos de declaração interpostos notadamente com o propósito de prequestionamento. Súmula n. 98/STJ: "Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não têm caráter protelatório". 3. São ilegais o art. 66, §5º, I, "a" e "b", da Instrução Normativa SRF n. 247/2002 Pis/Pasep (alterada pela Instrução Normativa SRF n. 358/2003) e o art. 8º, §4º, I, "a" e "b", da Instrução Normativa SRF n. 404/2004 Cofins, que restringiram indevidamente o conceito de "insumos" previsto no art. 3º, II, das Leis n. 10.637/2002 e n. 10.833/2003, respectivamente, para efeitos de creditamento na sistemática de nãocumulatividade das ditas contribuições. 4. Conforme interpretação teleológica e sistemática do ordenamento jurídico em vigor, a conceituação de "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei n. 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei n. 10.833/2003, não se identifica com a conceituação adotada na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, posto que excessivamente restritiva. Do mesmo modo, não corresponde exatamente aos conceitos de "Custos e Despesas Operacionais" utilizados na legislação do Imposto de Renda IR, por que demasiadamente elastecidos. Fl. 476DF CARF MF Processo nº 13977.000018/200539 Acórdão n.º 3001000.783 S3C0T1 Fl. 328 7 5. São "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei n. 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei n. 10.833/2003, todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. 6. Hipótese em que a recorrente é empresa fabricante de gêneros alimentícios sujeita, portanto, a rígidas normas de higiene e limpeza. No ramo a que pertence, as exigências de condições sanitárias das instalações se não atendidas implicam na própria impossibilidade da produção e em substancial perda de qualidade do produto resultante. A assepsia é essencial e imprescindível ao desenvolvimento de suas atividades. Não houvessem os efeitos desinfetantes, haveria a proliferação de microorganismos na maquinaria e no ambiente produtivo que agiriam sobre os alimentos, tornandoos impróprios para o consumo. Assim, impõese considerar a abrangência do termo "insumo" para contemplar, no creditamento, os materiais de limpeza e desinfecção, bem como os serviços de dedetização quando aplicados no ambiente produtivo de empresa fabricante de gêneros alimentícios. 7. Recurso especial provido. (REsp 1246317/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/05/2015, DJe 29/06/2015) Diante do exposto, verificase a improcedência dos argumentos apresentados pela Recorrente quando afirma que o seu “direito ao crédito é amplo e irrestrito”. Não serão objeto de creditamento na nãocumulatividade das contribuições para o PIS e da COFINS “todas as mercadorias, custos e demais despesas que concorram para a obtenção das receitas tributáveis”, mas somente aqueles gastos que sejam essenciais, pertinentes ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviço da empresa. Portanto, após o relato do entendimento predominante a respeito da conceituação de insumos na sistemática da nãocumulatividade das Contribuições para o PIS e para a COFINS, adentremos nas circunstâncias que regem o caso concreto. As glosas de fretes, despesas financeiras de empréstimos e financiamentos, encargos de depreciação e materiais de uso e consumo A Recorrente firmou entendimento de que todo e qualquer custo ou despesas que concorra para a formação da receita deve gerar crédito. Diante deste posicionamento, não buscou trazer quaisquer outras evidências que fossem necessárias para combater as provas e elementos juntados aos autos sobre o presente tema. Destaco que a fiscalização afirma, em consonância com o posicionamento a respeito da definição de insumos para fins de creditamento na tributação das contribuições para o PIS e da COFINS, que as seguintes despesas não são passíveis de gerar créditos: fretes que foram contratados para operações de transporte de materiais para reparos, de amostras grátis, brindes, produtos de demonstração, devoluções de vendas, de produtos que não se caracterizavam como insumos utilizados na sua produção ou que se destinavam ao ativo imobilizado, dentre outros; despesas que foram apropriadas como energia elétrica apenas porque constavam da conta, mas que se tratam de outras taxas ou pagamentos que não tem relação com o consumo; despesas financeiras lançadas a título de empréstimos e Fl. 477DF CARF MF 8 financiamentos, mas que se tratam de despesas bancárias com cobrança, despesas de exportação, juros sobre recolhimentos de guias de pagamento de impostos, despesas de cartório, juros com fornecedores, dentre outros; encargos de depreciação de bens que não são utilizados diretamente na produção; inclusão de materiais de consumo no cômputo dos valores consignados a título de estoque de abertura. Portanto, entendo que a Recorrente não apresenta elementos indispensáveis à correlação das glosas efetuadas pela fiscalização com o processo produtivo da recorrente. Sendo necessária a demonstração mínima da essencialidade dos produtos objeto da glosa com a atividade produtiva da empresa. Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário neste particular. Energia Elétrica Tratase de glosa de crédito de energia elétrica no valor de R$32.285,29 relativo à fatura do mês de setembro/2004 e que foi utilizada como crédito no mês de outubro/2004. Alega a recorrente que a fatura foi recebida e paga em atraso e que o entendimento firmado pela decisão de piso está dotada de formalismo exacerbado, sem suporte na legislação de regência. Afirma ainda que é uma despesa real e paga, pautada na estrita observância aos princípios contábeis inerentes à espécie. Com a devida vênia, este relator entende de forma diferente. Não se pode confundir o aproveitamento do remanescente saldo credor da contribuição existente no final do período de apuração (crédito com os atributos da certeza e liquidez), previsto nos art. 3º, § 4º, da Lei 10.833/2003, com o registro de determinadas operações no Dacon, que asseguram a apropriação de crédito. Estamos diante de casos distintos nos quais o primeiro pressupõe o confronto de débitos e créditos e apuração, no final do período, de saldo credor remanescente, o segundo representa apenas o registro do valor de determinadas operações que comporão a base de cálculo de apuração dos referidos créditos. Percebase que o registro extemporâneo de créditos vai contra o determinado no art. 3º, § 1º, das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003. Registrese ainda que este registro extemporâneo também poderia ocasionar uma dificuldade no controle das operações com direito a crédito. Caso houvesse tal permissão, maior ainda seriam as dificuldades em saber se as operações registradas extemporaneamente não foram registradas anteriormente no mês correspondente e nos seguintes. Diante do exposto, nego provimento ao recurso neste particular. Energia Elétrica COSIP Tratase de glosa de crédito de energia elétrica referente ao pagamento da COSIP (Contribuição para o custeio do Serviço de Iluminação Pública). Fl. 478DF CARF MF Processo nº 13977.000018/200539 Acórdão n.º 3001000.783 S3C0T1 Fl. 329 9 Alega a recorrente que pela empresa ser obrigada a esta despesa, para ter acesso à energia elétrica, o direito à inclusão do respectivo valor no cálculo do crédito presumido deveria ser reconhecido. A DRJ entende que de fato não há dúvida de que o fornecimento de energia elétrica ficaria comprometido sem o pagamento desta contribuição, conforme explanado pela própria interessada. Entretanto, apesar de serem despesas operacionais de uma empresa, necessárias e até mesmo imprescindíveis, no âmbito da legislação relativa ao de PIS/Pasep e da Cofins, não geram créditos no regime da nãocumulatividade. Correto o posicionamento exposto pela decisão de piso. A contribuição para custeio do Serviço de Iluminação Pública COSIP não está diretamente relacionada à produção de qualquer empresa, mas sim em relação à sua localização em determinado município, conforme disposto no art. 149A da Constituição Federal, in verbis: “Art. 149A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002) Portanto, essa contribuição não depende da produção nem está diretamente vinculada à energia elétrica aplicada na produção. Com isso, pelo fato de visar apenas à iluminação pública, ainda que seja um custo para a empresa, não poderá ser utilizada no creditamento das contribuições para o PIS e da COFINS. Diferença entre LRE e memória de cálculo A DRJ julgou também improcedente este item tendo em vista que já havia explanado exaustivamente ao longo do voto no sentido de que as despesas operacionais podem até ser necessárias ou indispensáveis para o funcionamento de uma empresa, entretanto, para o aproveitamento dos créditos é necessário estar em consonância com a legislação do que rege as contribuições para o Pis/Pasep e da Cofins. Afirma ainda que os dispêndios com combustíveis somente podem gerar créditos quando empregados como insumo direto na prestação de serviços e/ou na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, bem como quando houver ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. A Recorrente alega em seu Recurso Voluntário que esta diferença entre o LRE e a memória de cálculo decorre de combustíveis utilizados na atividade produtiva da empresa e não escriturados no livro de registro de entradas se limitando a afirma que estes créditos são indispensáveis à atividade produtiva da empresa. Novamente tenho que destacar que a recorrente apenas argumenta que os combustíveis são indispensáveis à atividade produtiva e que é dever do fisco averiguar as procedências das provas. Acontece que, do mesmo modo dos itens anteriores, não há a Fl. 479DF CARF MF 10 apresentação de elementos indispensáveis à correlação das glosas efetuadas pela fiscalização com o processo produtivo da recorrente. Sendo necessária a demonstração mínima da essencialidade dos produtos objeto da glosa com a atividade produtiva da empresa. Cabe ainda destacar que o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, o que, no presente caso, não ocorreu. Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Fl. 480DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11070.001508/2007-01
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 15 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004
CRÉDITO PRESUMIDO DE PIS/COFINS. EMPRESA CEREALISTA.
É beneficiada pelo crédito presumido empresaa que realiza processos de limpeza, secagem, padronização, armazenamento e comercialização de cereais, não constando dos autos qualquer documento que permita inferir-se a situação de industrialização, ou seja, não há qualquer indicativo de que a interessada modifique, aperfeiçoe ou, de qualquer forma, altere o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência dos produtos que adquiriu (beneficiamento). Mostra correta a glosa efetivada.
Numero da decisão: 3003-000.238
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Marcos Antônio Borges - Presidente.
(assinado digitalmente)
Müller Nonato Cavalcanti Silva - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Vinícius Guimarães, Márcio Robson Costa e Müller Nonato Cavalcanti Silva.
Nome do relator: MULLER NONATO CAVALCANTI SILVA
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EMPRESA CEREALISTA. É beneficiada pelo crédito presumido empresaa que realiza processos de limpeza, secagem, padronização, armazenamento e comercialização de cereais, não constando dos autos qualquer documento que permita inferirse a situação de industrialização, ou seja, não há qualquer indicativo de que a interessada modifique, aperfeiçoe ou, de qualquer forma, altere o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência dos produtos que adquiriu (beneficiamento). Mostra correta a glosa efetivada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Marcos Antônio Borges Presidente. (assinado digitalmente) Müller Nonato Cavalcanti Silva Relator. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 15 08 /2 00 7- 01 Fl. 76DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antônio Borges (presidente da turma), Vinícius Guimarães, Márcio Robson Costa e Müller Nonato Cavalcanti Silva. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra acórdão proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Porto Alegre DRJ/POA, no bojo de procedimento de ressarcimento/compensação (PER/DCOMP), que visa o reconhecimento de créditos presumidos pela atividade de cerealista (beneficiamento de soja, trigo, milho e demais grãos cereais) e por suposta exportação dos bens. Por bem retratar o histórico dos autos, adoto o relatório formulado no acórdão de manifestação de inconformidade: O presente processo foi formalizado pela DRF/Santo Ângelo (RS) visando a análise e acompanhamento de pedido de ressarcimento de créditos de PIS nãocumulativo efetuado mediante PER/DCOMP transmitido eletronicamente em 20/11/2006, relativo ao primeiro trimestre de 2004, totalizando o valor de R$ 15.524,36, conforme cópia de declaração nas fls. 02/05. A SAORT da DRF/Santo Ângelo (RS) encaminhou o processo à SAFIS para conferir a procedência do crédito informado pela contribuinte, sendo que essa Seção realizou a necessária fiscalização, emitindo e anexando documentos, tendo produzido o relatório fiscal de fls. 21/22, onde, em especial, assentou: O Contrato Social UI. 17) informa que o objetivo social da empresa será “comércio e representações de soja, trigo, milho e canola, importação de soja, trigo, milho e canola, depósito de soja, trigo, milho e canola da própria empresa e de terceiros e beneficiamento de soja, trigo, milho e canola da empresa e de terceiros”; na Alteração Contratual (fl. 18) foi acrescentado ao objeto social a atividade de transporte rodoviário de cargas. [ntimada a informar qual atividade exercida que motivou a apuração de Crédito Presumido (fl. 19), declarou que: efetua os processos de limpeza, secagem, padronização, armazenagem e comercialização de cereais (fl. 20). O exposto no presente parágrafo deixa claro que, para fins de cálculo de Crédito Presumido da Contribuição para o PIS, a contribuinte se enquadra como Cerealista (como definido no § 11 do art. 3° da Lei 10,833/2003). (fl. 21) Muito embora nos meses de Fev/2004 e Mar/2004 estivesse em vigor o § 11 do art. 3°. da Lei 10,833/2003, a apuração de Crédito Presumido por Cerealistas, relativamente as compras de produtos de origem vegetal de pessoas fisicas, so' poderia ser efetuado relativamente as vendas realizadas no mercado interno para as pessoas jurídicas a que se refere o § 5° da mesma lei, não podendo ser apurado sobre vendas destinadas ao mercado externo. (tl. 22) Nas fls. 25/27 está anexado Despacho Decisório onde a autoridade administrativa de origem, adotando como fundamentos para não reconhecer o direito creditório pretendido, os motivos de fato e de direito expostos no relatório fiscal, indeferiu o pedido de ressarcimento a que se refere o Fl. 77DF CARF MF Processo nº 11070.001508/200701 Acórdão n.º 3003000.238 S3C0T3 Fl. 3 3 presente processo. Detemiinou fosse a contribuinte cientificada, inclusive do relatório fiscal. A contribuinte foi cientificada em 18/O8/2008 (AR de fl. 28) e, não se conformando com 0 decidido administrativamente, apresentou, através de procurador, em 16/09/2008 fls. 29/37 sua manifestação contrária (impugnação), onde assenta, em síntese, suas alegaçoes: conforme atestado, ao adquirir cereais de seus fornecedores realiza as operações industriais de secagem, padronização, limpeza, armazenamento e, posteriormente, comercialização; consoante o disposto nos arts. 3° e 4° do RIPI, aprovado pelo Decreto n° 4.544, de 2002, a empresa é produtora de alimentos para consumo cuja matériaprima são os cereais adquiridos de seus fornecedores, razão pela qual faz jusaos créditos de PIS quando da aquisição de cereais, forte no que determina o § 10 do art. 3° da Lei n° 10.637, de 2002, na redação dada pelo art. 25 da Lei n° 10.684, de 2003; pelo entendimento da autoridade fiscalizadora, a empresa não teria direito ao crédito, eis que não haveria autorização legal para a manutenção dos créditos presumidos, sendo que, no entendimento fiscal, tal autorização somente se deu em 01/02/2004 (até 31/07/2004); a autoridade fiscalizadora, ao fundamentar sua decisão, partiu da premissa de que a empresa apenas realizava atividade de comercialização dos cereais adquiridos dos fornecedores pessoas físicas. A interpretação meramente literal levou a autoridade fiscal a concluir que o pleito e o direito da empresa estariam amparados no § 11 do art. 3° da Lei n° 10.833, de 2003, sendo que a conclusão errônea dos fatos prejudicou a correta aplicação do direito; a empresa, ao adquirir cereais, em especial o soja, realiza as atividades industriais de secagem, padronização, limpeza e armazenamento, para posterior comercialização. Ao assim proceder, não restam dúvidas de que a empresa realiza a industrialização dos cereais que adquire de seus fornecedores pessoas físicas; conforme os arts. 3° e 4° do RIPI, os processos de secagem, padronização e limpeza caracterizamse atividades que implicam industrialização dos cereais, na modalidade de beneficiamento, não havendo como negar que a empresa efetua a produção (industrialização por beneficiamento) dos cereais que adquire; a empresa é produtora de mercadorias de origem vegetal destinadas à alimentação, vez que realiza industrialização (beneficiamento), sendo inexorável 0 seu direito ao crédito presumido do PIS, consoante o que dispõe o § 10 do art. 3° da Lei n° 10.637, de 2002; não se deve alegar que a empresa não detém o direito ao crédito em face de que exporta seus produtos, tendo em vista que, aplicando~se a norma às empresas cerealistas, essas, exportando os cereais adquiridos diretamente de pessoas físicas têm o direito de utilizar o crédito do PIS. Isso porque o direito ao crédito e' decorrente da exportação, e não de cerealista; toda pessoa juridica, seja ela cerealista ou não, seja ela comercial ou industrial, que vender mercadorias para o exterior, direta (inciso 1) ou indiretamente (inciso 111), poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3”; 0 não restam dúvidas acerca do direito da empresa ao crédito presumido do PIS, consoante as razoes aduzidas. _ Ao finalizar, requer: Fl. 78DF CARF MF 4 1. o recebimento e processamento de sua manifestaçao, com os documentos que a acompanham; 2. seja dado provimento a sua impugnação para o fim de, reformandose o Despacho Decisório: a) sejam homologados os dados inseridos pela empresa e apurados nas DACONS que comprovam o direito ao crédito; b) por conseqüência, seja reformada a decisão proferida, reconhecendose o direito creditório em favor da empresa. Junto à manifestação a contribuinte apresentou os documentos de fls. 38/46. A repartição de origem anexou o Termo de Juntada de Documentos de fl. 47 e despachou na fl. 48. A DRJ/POA, ao proferir o acórdão de manifestação de inconformidade, apurou de forma detida a documentação levada aos autos pela Recorrente e, confrontandoa com a legislação vigente entendeu pela total improcedência da Manifestação de Inconformidade. Inconformada a Recorrente apresentou a este Tribunal Administrativo Recurso Voluntário trazendo as exatas mesas razões da Manifestação de Inconformidade. São os fatos. Voto Conselheiro Müller Nonato Cavalcanti Silva Relator. O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos formais de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DAS RAZÕES DE RECURSO VOLUNTÁRIO Ao constatar que não há em sede de razões recursais qualquer matéria que não tenha sido apreciada pela Instância de Piso, valhome do artigo 57, §3º do RICARF para adotar como razões de decidir o acórdão da DRJ/POA, pois comungo do entendimento esboçado pelos julgadores de primeira instância. No que se refere ao presente processo se mostra correta a glosa efetivada, ela Fiscalização relativamente ao crédito presumido vinculado a produtos agrícolas adquiridos de pessoas físicas e revendidos na condição de cerealista. Isso porque: I. ao que se infere da manifestação apresentada, a contribuinte entende ser agroindústria e não cerealista. Tal entendimento não pode ser aceito porquanto a empresa, conforme seu contrato social (fl. 16 ~ Cláusula segunda), tem por objeto o comércio, representação, importação, Fl. 79DF CARF MF Processo nº 11070.001508/200701 Acórdão n.º 3003000.238 S3C0T3 Fl. 4 5 armazenamento e beneficiamento de cereais, seus e de terceiros. Além disso, na Declaração de fl. 19 consta que a interessada realiza processos de limpeza, secagem, padronização, armazenamento e comercialização de cereais, não constando dos autos qualquer documento que permita inferirse a situação de industrialização, ou seja, não há qualquer indicativo de que a interessada modifique, aperfeiçoe ou, de qualquer forma, altere o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência dos produtos que adquiriu (beneficiamento), não se encontrando configurada a hipótese prevista no inciso II do art. 4° do Decreto n° 4.544, de 2002. No caso, permanece válida a afirmação da Fiscalização assentada na fl. 20: O Contrato Social Úl. 16) informa que o objetivo social da empresa será “comércio e representações de soja, trigo, milho e canola, importação de soja, trigo, milho e canola, depósito de soja, trigo, milho e canola da própria empresa e de terceiros e beneficiamento de soja, trigo, milho e canola da empresa e de terceiros”; na Alteração Contratual (fl. 17) foi acrescentado ao objeto social a atividade de transporte rodoviário de cargas. Intimada a informar qual atividade exercida que motivou a apuração de Crédito Presumido (fl. 18), declarou que: efetua os processos de limpeza, secagem, padronização, armazenagem e comercialização de cereais (fl. 19). O exposto no presente parágrafo deixa claro que, para fins de cálculo de Crédito Presumido da Contribuição para o PIS, a contribuinte se enquadra como Cerealista (como definido no § 11 do art. 3° da Lei 10.833/2003). Isso observado, verificase que a vigente IN SRF n° 660, de 17/07/2006 (art. 3°, § 1°, inciso I), de observação obrigatória pelas Delegacias de Julgamento (DRJs) conforme as determinações contidas no art. 7° da Portaria MF n° 58, de 17/03/2006 (dispõe que o julgador deve observar o disposto no art. 116, III, da Lei n° 8.112, de 1990, bem assim o entendimento da SRF expresso em atos normativos), define que cerealísta é a pessoa jurídica que exerce cumulativamente as atividades de limpar, padronizar, armazenar e comercializar produtos in natura de origem vegetal, donde se pode inferir que a contribuinte não se enquadra no conceito de agroindústria, como pretende. De ver, ainda, que tal definição constou do art. 8°, § 1°, inciso I, da Lei n° 10.925, de 2004 (com a redação que lhe deu a Lei n° 11.196, de 2005). Fl. 80DF CARF MF 6 II. para o período de apuração em questão (4° trimestre de 2003), não havia fundamentação legal para que as cerealistas apurassem crédito presumido decorrente da aquisição de produtos agrícolas diretamente de pessoas físicas. Verificase que a legislação de regência somente permitiu tal apuração a partir de fevereiro de 2004 (até julho de 2004), quando, para as empresas com natureza jurídica de cerealístas, somente era possível a utilização de créditos advindos de compras de produtos de origem vegetal in natura, se as vendas se dessem às chamadas agroindústrias, como bem determinava 0 § 11 do art. 3° da Lei n° 10.833, de 2003, a seguir transcrito: § 11. Sem prejuízo do aproveitamento dos créditos apurados na forma deste artigo, as pessoas jurídicas que adquiram diretamente de pessoas físicas residentes no País produtos in natura de origem vegetal, classificados nas posições 10. 01 a 10. 08 e 12.01, todos da NCM, que exerçam cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar tais produtos, poderão deduzir da COFINS devida, relativamente às vendas realizadas às pessoas jurídicas a que se refere o § 5”, em cada período de apuração, crédito presumido calculado à alíquota correspondente a 80% (oitenta por cento) daquela prevista no art. 2° sobre o valor de aquisição dos referidos produtos in natura. (esse artigo foi posteriormente revogado pela Lei n° 10.925, de 2004) No caso em tela, tal artigo deve ser conjugado com o art. 15 da mesma Lei, mostrandose correto, portanto, 0 entendimento da fiscalização, no sentido de que os mencionados créditos presumidos não podiam ser calculados sobre aquisições realizadas antes de fevereiro de 2004. Como referido, o crédito presumido decorrente da aquisição de produtos agrícolas de origem vegetal, adquiridos diretamente de pessoas físicas residentes no País, teve vigência no período de 1°/02/2004 a 31/07/2004, visto que os §§ 5° e 6° do art. 3° da Lei n° 10.833, de 2003, foram revogados pela MP n° 183, de 2004, posteriormente convertida na Lei n° 10.925, de 2004. Assim, a partir de 1°/08/2004, 0 crédito presumido decorrente da aquisição produtos agropecuários utilizados como insumos na fabricação de mercadorias de origem animal ou vegetal destinadas ã alimentação humana ou animal, passou a ser tratado pelo art. 8° da Lei n° 10.925, de 2004 (com a redação dada pelo art. 29 da Lei n° 11.051, de 2004 e art. 63 da Lei n° 11.196, de 2005). Assim, observada a legislação tida pela contribuinte como embasadora de seu pedido (§ 10 da Lei n° 10.637, de 2002, com a redação dada pelo art. 25 da Lei n° 10.684, de 2003 Fl. 81DF CARF MF Processo nº 11070.001508/200701 Acórdão n.º 3003000.238 S3C0T3 Fl. 5 7 fl. 29) e confirmado o entendimento de que essa se referia somente às agroindústrias (... as pessoas jurídicas que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal...), temse correta a glosa efetivada pela Fiscalização relativamente aos créditos presumidos apurados relativamente às compras de produtos agrícolas de origem vegetal, adquiridos diretamente de pessoas físicas residentes no País, atentandose que o caso em questão não trata de créditos básicos, estes passíveis de apuração em relação a bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica domiciliada no País ou a custos e despesas incorridos, pagos ou creditados à pessoa jurídica domiciliada no País. Ante o exposto, voto no sentido da improcedência da manifestação de inconformidade apresentada, com a integral manutenção do Despacho Decisório proferido pela autoridade administrativa a quo. Por fim, no tocante ao requerimento de intimação pessoal para fins de sustentação oral formulado no Recurso Voluntário, indefiro vez que há de se lembrar o que dispõe o art. 61A, §2º., do Anexo II do Regimento do Interno do CARF (RICARF): Art. 61A. As turmas extraordinárias adotarão rito sumário e simplificado de julgamento, conforme as disposições contidas neste artigo. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) § 1º Os processos serão pautados em reunião composta por sessões não presenciais virtuais. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) § 2º A pauta da reunião será elaborada em conformidade com o disposto no art. 55, dispensada a indicação do local de realização da sessão, e incluída a informação de que eventual sustentação oral estará condicionada a requerimento prévio, apresentado em até 5 (cinco) dias da publicação da pauta, e ainda, de que é facultado o envio de memoriais, em meio digital, no mesmo prazo. (Redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017) Pelas razões de decidir acima apostas, voto pela adoção integral do Acórdão de Manifestação de Inconformidade e sua manutenção por expressar o melhor Direito. Por todo o exposto, conheço do Recurso Voluntário e no mérito, negolhe provimento. \ Müller Nonato Cavalcanti Silva Relator. (assinado digitalmente) Fl. 82DF CARF MF 8 Fl. 83DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.912559/2009-72
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
NÃO HOMOLOGAÇÃO DE PER/DCOMP. CRÉDITO DESPIDO DOS ATRIBUTOS LEGAIS DE LIQUIDEZ E CERTEZA. CABIMENTO.
Correta a não homologação de declaração de compensação, quando comprovado que o crédito nela pleiteado não possui os requisitos legais de certeza e liquidez, visto que fora integralmente utilizado para a quitação de débito com características distintas.
Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Ano-calendário: 2005
PER/DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. ONUS PROBANDI DO RECORRENTE.
Compete ao Recorrente o ônus de comprovar inequivocamente o direito creditório vindicado, utilizando-se de meios idôneos e na forma prescrita pela legislação.
Ausentes os elementos mínimos de comprovação do crédito, não cabe realização de auditoria pelo julgador do Recurso Voluntário neste momento processual, eis que implicaria o revolvimento do contexto fático-probatório dos autos.
Numero da decisão: 1002-000.665
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo.
Nome do relator: AILTON NEVES DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2005 NÃO HOMOLOGAÇÃO DE PER/DCOMP. CRÉDITO DESPIDO DOS ATRIBUTOS LEGAIS DE LIQUIDEZ E CERTEZA. CABIMENTO. Correta a não homologação de declaração de compensação, quando comprovado que o crédito nela pleiteado não possui os requisitos legais de certeza e liquidez, visto que fora integralmente utilizado para a quitação de débito com características distintas. Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Ano-calendário: 2005 PER/DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. ONUS PROBANDI DO RECORRENTE. Compete ao Recorrente o ônus de comprovar inequivocamente o direito creditório vindicado, utilizando-se de meios idôneos e na forma prescrita pela legislação. Ausentes os elementos mínimos de comprovação do crédito, não cabe realização de auditoria pelo julgador do Recurso Voluntário neste momento processual, eis que implicaria o revolvimento do contexto fático-probatório dos autos.
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CRÉDITO DESPIDO DOS ATRIBUTOS LEGAIS DE LIQUIDEZ E CERTEZA. CABIMENTO. Correta a não homologação de declaração de compensação, quando comprovado que o crédito nela pleiteado não possui os requisitos legais de certeza e liquidez, visto que fora integralmente utilizado para a quitação de débito com características distintas. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 2005 PER/DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. ONUS PROBANDI DO RECORRENTE. Compete ao Recorrente o ônus de comprovar inequivocamente o direito creditório vindicado, utilizando se de meios idôneos e na forma prescrita pela legislação. Ausentes os elementos mínimos de comprovação do crédito, não cabe realização de auditoria pelo julgador do Recurso Voluntário neste momento processual, eis que implicaria o revolvimento do contexto fáticoprobatório dos autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 25 59 /2 00 9- 72 Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 96 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo. Relatório Por bem sintetizar os fatos até o momento processual anterior ao do julgamento da Manifestação de Inconformidade contra a não homologação da compensação, transcrevo e adoto o relatório produzido pela DRJ/BHE: Em 8 de janeiro de 2007 a interessada apresentou a Declaração de Compensação numerada 24880.97758.080107.1.7.049050 (PER/DCOMP juntado às fls. 10/15) valendose de direito creditório referente a pagamento indevido ou a maior, no valor original de R$ 1.226,83. A mencionada compensação não foi homologada pela DRF de origem, conforme Despacho Decisório nº 831223591, datado de 9 de abril de 2009 (fls. 7), sob o seguinte argumento: Ciente da não homologação da compensação em 30 de abril de 2009, conforme doc. de fls. 45, a interessada apresentou, em 1º de junho de 2009, a manifestação de inconformidade de fls. 1/6, com os argumentos a seguir transcritos: A empresa recebeu em 04.05.2009 despacho decisório não homologando a compensação declarada no PER/DCOMP nº Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 97 3 24880.97758.080107.1.7.049050 ao argumento de que;não existiria o crédito utilizado no valor de R$ 1.226,83 (...). Entretanto, conforme restará comprovado, o crédito de R$ 1.226,83 (...) existe em virtude de pagamento a maior de CSLL, Cofins e PIS/Pasep Retenção quinzenal sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica, código 5952. Tal recolhimento foi feito de forma equivocada em virtude de erro na apuração do valor a recolher. Relativamente ao mês de Fevereiro de 2005, o valor devido de CSLL, Cofins e PIS/Pasep – Retenção quinzenal sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica, código 5952, foi R$ 10.498,27 (...) e quitado da seguinte forma: Portanto, apreendese que o recolhimento efetuado através de DARF referente à 2ª quinzena do mês de Fevereiro de 2005, no valor de R$ 3.426,64 (...) foi efetuado a indevidamente, gerando um crédito de R$ 1.226,83 (...). Esse equívoco se deveu, em virtude de erro na apuração do valor a recolher, já que não era devido o recolhimento de CSRF para a empresa Samedlar Soluções em Saúde Ltda., CNPJ: 02.965.832/000178 na 1ª quinzena do mês de Fevereiro de 2005. Dessa forma, sendo que a empresa efetuou recolhimento a maior em razão de erro na apuração do valor a recolher, não há dúvidas acerca da existência do crédito de R$ 1.226,83 (...), devidamente utilizado na Declaração de Compensação nº 24880.97758.080107.1.7.049050. DO ERRO NA DCTF 1º SEMESTRE/2005 As informações da ficha 'débito apurado e créditos vinculados' do mês de Fevereiro/2005, referente à CSLL, Cofins e PIS/Pasep Retenção quinzenal sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica, código 5952, foram inseridas de forma equivocada, uma vez que o débito apurado representa R$2.199.81 (...) e não R$ 3.426,64 (...), Por essa razão, a DCTF relativa ao 1º semestre de 2005 foi devidamente retificada para constar que do recolhimento de R$ 3.426,64 (...), é devido tão somente, R$ 2.199,81 (...). DO ERRO NA DIRF – ANO CALENDÁRIO 2005 Fl. 97DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 98 4 A Declaração do Imposto de Renda.Retido na Fonte DIRF 2006, ano .calendário, 2005 foi preenchida de forma equivocada, em virtude de erro na apuração do valor a recolher, tendo em vista que o valor recolhido de CSLL, Cofins e PIS/Pasep Retenção quinzenal sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica, para a empresa Samedlar Soluções em Saúde Ltda., CNPJ: 02.965.832/000178, não era devido. Por essa razão, a DIRF 2006 anocalendário 2005 foi devidamente retificada para constar que não há retenção de CSLL, Cofins e PIS/Pasep Retenção quinzenal, sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica para a empresa Samedlar Soluções em Saúde Ltda., CNPJ: 02.965.832/000178 na 1ª quinzena do mês de Fevereiro de 2005. Em seguida, reitera que tem direito à restituição/compensação, com base no art. 165 do Código Tributário Nacional, que transcreve. Sintetiza sua inconformidade nos seguintes pontos: a) O crédito. utilizado na declaração de compensação 24880.97758.080107.1.7.049050 existe em razão de pagamento a maior; b) A DCTF do 1° semestre de 2005 foi devidamente retificada para fins de demonstrar a existência do crédito de R$ 2.199,81 (...); c) A DIRF 2006 anocalendário 2005 foi devidamente retificada para constar que não há retenção de CSRF para a empresa Samedlar Soluções em Saúde Ltda., CNPJ: 02.965.832/0001 78 na 1ª quinzena do mês de Fevereiro de 2005 d) O referido crédito é passível de compensação pelo sujeito passivo Para comprovar suas alegações, junta os seguintes documentos: Cópias dos Documentos de Arrecadação de Receitas Federais (DARFs), referentes ao mês de apuração Fevereiro de 2005, CSLL, Cofins e PIS/Pasep Retenção quinzenal sobre .pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica o PIS, código 5952 Cópia da PER/DCOMP 24880.97758.080107.1.7.049050; Recibo de retificação da DCTF do 1º semestre de 2005, e respectiva ficha de débitos de CSLL, Cofins e PIS/Pasep Retenção quinzenal sobre pagamentos de pessoa jurídica a pessoa jurídica o PIS, código 5952. Recibo de retificação da DIRF 2006, anocalendário 2005, e respectivo Relatório Total Mensal por código, cód. 1708, da Declaração do imposto de Renda Retido na Fonte DIRF 2006, anocalendário 2005. Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 99 5 A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente pela DRJ/BHE, conforme acórdão n. 0236.713 (efl. 47), que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 11/03/2005 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DÉBITO CONFESSADO. PROVA. Para fins de restituição ou compensação de valor pago indevidamente, a apresentação de DCTF retificadora é insuficiente como prova da redução do valor de débito já extinto mediante pagamento. Neste caso, é imprescindível a efetiva comprovação do direito creditório pleiteado. Irresignado, o ora Recorrente apresenta Recurso Voluntário (efls. 59), no qual propõe os fundamentos de fato e de direito abaixo sintetizados: Em preliminar de mérito, o Recorrente afirma que "Conforme ADI RFB nº. 09 de 2007, artigo 1º, 'não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do Recurso Voluntário'". No mérito, o Recorrente diz que "Conforme documentação acostada quando da Manifestação a recorrente possui crédito de R$ 1.226,83 (Mil duzentos e vinte e seis reais e oitenta e três centavos), advindo de pagamento a maior Pis/Pasep Retenção quinzenal sobre pagamentos de pessoa jurídica Código 5952" e que " Tal recolhimento foi feito equivocadamente, devido a erro na apuração do valor". Sustenta que "...a decisão ora combatida não apresenta argumentos sólidos e sustentáveis, eis que inclusive ignorou as DCTF's retificadoras juntadas aos autos no momento da apresentação da Manifestação de Inconformidade". Consigna que "Conforme planilha e cópias das notas fiscais juntadas ao presente recurso, visualizamse as retenções feitas sobre cada pagamento, de forma que se chega ao valor informado na DCTF retificadora, correspondente ao crédito utilizado pela recorrente..." e que "...não há que se falar em inexistência de prova tendo em vista a comprovação, não somente através da DCTF retificadora já constante nos autos, mas também materializada pelas cópias acostadas ao presente Recurso". Ao final requer o acolhimento do presente recurso para o fim de homologação integral da compensação declarada. É o Relatório do essencial. Voto Conselheiro Aílton Neves da Silva Relator Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 100 6 Admissibilidade Inicialmente, reconheço a plena competência deste Colegiado para apreciação do Recurso Voluntário, na forma do art. 23B da Portaria MF nº 343/2015 (Regimento Interno do CARF), com redação dada pela Portaria MF n.º 329/2017. Demais disso, observo que o recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Preliminar Como preliminar de mérito o Recorrente alega a inexigibilidade do arrolamento de bens para seguimento do recurso voluntário, lastreado no ADI RFB nº. 09 de 2007. Assiste razão ao Recorrente quanto a esse ponto. De fato, o referido ADI reza em seu art. 1º que não será exigido o arrolamento de bens e direitos para seguimento de Recurso Voluntário, configurando matéria pacificada não só em âmbito administrativo, mas também no judicial, motivo porque não requer maiores digressões. Mérito Quanto ao mérito, constato que o ora Recorrente não teve homologado o PER/DCOMP nº 24880.97758.080107.1.7.049050 transmitido em 08/01/2007, conforme mostra o excerto do Despacho Decisório Eletrônico abaixo: Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 101 7 Como se observa, o suposto crédito de R$ 1.226,83 informado no mencionado PER/DCOMP decorreria de pagamento indevido ou a maior, e a circunstância fática que motivou seu não reconhecimento está inequivocamente registrada no Despacho Decisório Eletrônico, qual seja: a utilização anterior do crédito pleiteado no pagamento de tributo de código 5952 (Retenção de Contribuições pagamento de PJ a PJ de Direito Privado CSLL/COFINS/PIS), do período de apuração de 28/02/2005. Em suas razões de defesa, o Recorrente, em suma, afirma que houve erro na apuração do valor das retenções e que, por isso, apresentou DCTF retificadora contendo os valores corretos, bem como planilha e notas fiscais correspondentes que dariam suporte ao crédito pretendido no citado PER/DCOMP. Em que pese os documentos juntados aos autos, vejo que não são suficientes para infirmar a decisão de indeferimento da Manifestação de Inconformidade contra a não homologação do PER/DCOMP proferida pela instância de origem. Isto porque a apresentação da DCTF retificadora em 26/05/2009 (efls. 16) foi feita em data posterior à de ciência do Despacho Decisório Eletrônico de não homologação da compensação, ocorrida em 30/04/2009 (efls. 45), caracterizando a perda da espontaneidade do Recorrente na entrega daquela declaração. Nesta hipótese, a DCTF em questão só poderia ser aceita mediante comprovação inequívoca do erro de preenchimento cometido na DCTF retificada, conforme reza a IN RFB nº 1.599/2015 (destaques deste relator): Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I redução dos débitos relativos a impostos e contribuições: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização; e II alteração dos débitos de impostos e contribuições em relação aos quais o sujeito passivo tenha sido intimado de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para Fl. 101DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 102 8 inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário correspondente àquela declaração. Por ocasião da apresentação da Manifestação de Inconformidade, além da DCTF retificadora enviada após a ciência do despacho decisório de não homologação da compensação, o então manifestante apresentou, tão somente, relatório denominado "Total Mensal por Código" extraído dos dados informados na DIRF original, ambos desacompanhados de quaisquer provas documentais provenientes de sua escrituração contábil fiscal; agora, no Recurso Voluntário, limitouse a juntar aos autos planilha demonstrativa das retenções efetuadas e cópia de notas fiscais de serviços (efls. 65 a 71), ignorando por completo o registro do voto condutor do acórdão recorrido alertando para a necessidade de apresentação de cópias autenticadas das páginas dos livros contábeis e fiscais que guardassem relação com a retificação pretendida e/ou outros documentos que comprovassem a ocorrência do suposto erro cometido. De fato, esse arcabouço probatório seria imprescindível ao batimento dos dados constantes da DCTF retificadora com os da escrituração do contribuinte, para efeito de comprovar a regular transcrição, idoneidade e identidade dos registros e atestar o oferecimento à tributação de receitas que ensejaram retenções legais do período, de modo a permitir, assim, a formação de juízo conclusivo quanto ao reconhecimento do direito creditório postulado. Demais disso, os valores de retenções constantes da DIRF são inconsistentes com os apresentados no demonstrativo apresentado pelo Recorrente e a informação prestada pelo então manifestante de que a retificou com os valores corretos das retenções correspondentes ao código de recolhimento 5952 não condiz com a realidade, conforme aponta o registro seguinte, extraído do acórdão recorrido (destaques do original): "A contribuinte alega ter retificado a DIRF 2006 'já que não era devido o recolhimento de CSRF para a empresa Samedlar Soluções em Saúde Ltda., CNPJ: 02.965.832/000178' e informa ter anexado o 'Recibo de retificação da DIRF 2006, ano calendário 2005, e respectivo Relatório Total Mensal por código, cód. 1708, da Declaração do imposto de Renda Retido na Fonte DIRF 2006, anocalendário 2005' A respeito dessa prova, que a interessada menciona ter juntado ao processo, cabem algumas considerações: 1. Compulsando os autos, foi encontrado um único documento relacionado a retenções na fonte (doc. de fls. 21), o relatório 'Total Mensal por Código', extraído dos dados informados na DIRF original, e não retificadora. 2. Nesse documento, constam somente informações relativas aos códigos 5952 e 5960. Considerando que o crédito informado na DCOMP analisada envolve pagamento correspondente ao código de recolhimento 5952, não foi possível identificar o Fl. 102DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 103 9 motivo de a impugnante se referir ao código 1708 a fim de justificar um suposto erro de preenchimento da DIRF. 3. Ao consultar os sistemas informatizados da RFB, não foram encontradas, para o período em exame e para o código 5952, alterações relativas ao rendimento e à retenção nas DIRFs retificadoras apresentadas. (...) Do exame do relatório consolidado das retenções 'Total Mensal por Código' trazido aos autos pela própria impugnante (fls. 21), cujos valores para o período em exame não foram retificados por declarações posteriormente apresentadas, verificase que os rendimentos sob o código 5952 para o mês de fevereiro de 2005 perfizeram um total de R$ 269.784,07. Aplicandose o percentual de 4,65% ao rendimento informado, nos termos do art. 2º da IN SRF nº 459, de 2004, obtémse uma retenção de R$ 12.544,96. Entretanto, na DIRF 2006 foi informado o valor de apenas R$ 12.498,27, sendo que, em sua defesa, a impugnante não comprova a origem dessa diferença, limitandose a mencionar que 'não era devido o recolhimento de CSRF para a empresa Samedlar Soluções em Saúde Ltda., CNPJ: 02.965.832/0001 78'." Acrescento que os requisitos de liquidez e certeza do crédito são exigências legais para deferimento da homologação da compensação, a teor do que dispõe o artigo 170 do Código Tributário Nacional CTN (grifos nossos): Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. De resto, é de se ressaltar que não compete a este relator sanar possíveis erros de preenchimento de PER/DCOMP ou demonstrar que a não homologação da compensação foi equivocada, a uma, porque há comprovação evidente e insofismável nos autos de que o suposto crédito foi alocado a outro débito e, a duas, porque o ônus probatório do direito vindicado é do Recorrente, conforme prevê a legislação1 e de acordo com forte corrente jurisprudencial deste CARF, da qual colaciono, como exemplos, os Acórdãos 3201002.303 e 3001000.312: ACÓRDÃO 3201002.303 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992 1 Lei nº 9.784/99: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Fl. 103DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 104 10 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. EXIGÊNCIA DE PROVA. Não pode ser aceito para julgamento a simples alegação sem a demonstração da existência ou da veracidade daquilo alegado. (...) Recurso Voluntário Negado Acórdão n.º 3001000.312 Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2004 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. INDISPENSABILIDADE. Nos processos que versam a respeito de compensação, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Logo, deve o contribuinte demonstrar que o crédito que alega possuir é capaz de quitar, integral ou parcialmente, o débito declarado em Per/Dcomp. Salientese que alegações desprovidas de indícios mínimos para ao menos evidenciar a verdade dos fatos ou colocar dúvida quanto à acusação fiscal de insuficiência de crédito, uma vez a análise fiscal é realizada sobre informações prestadas pelo contribuinte, colhidas nos sistemas informatizados da RFB, carece de elementos que justifica a autorização da realização de diligência, pois esta não se presta a suprir deficiência probatória. À vista do exposto, o improvimento do recurso é medida que se impõe. Dispositivo Considerando que o artigo 170 do CTN só autoriza a compensação de débitos tributários com créditos líquidos e certos dos interessados frente à Fazenda Pública; que o suposto crédito de R$ 1.226,83 constante do PER/DCOMP de nº 24880.97758.080107.1.7.04 9050 fora integralmente utilizado na quitação de débitos de tributo do código 5952 de período de apuração de 28/02/2005; e, ainda, que o Recorrente não traz elemento de prova capaz de infirmar os fatos aqui narrados, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, mantendo integralmente a decisão de piso. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 104DF CARF MF Processo nº 10680.912559/200972 Acórdão n.º 1002000.665 S1C0T2 Fl. 105 11 Aílton Neves da Silva Fl. 105DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.904645/2009-25
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. PROVAS DO ERRO COMETIDO. NÃO HOMOLOGAÇAO.
A retificação da DCTF, após a emissão do despacho decisório, não há de impedir o deferimento do pleito. Entretanto, a retificação deve estar acompanhada de provas documentais hábeis e idôneas que comprovem a erro cometido no preenchimento da declaração original. Não comprovada a existência do crédito originário do pagamento indevido informado como suporte para o crédito mencionado na declaração de compensação, não há que se falar em homologação da compensação.
Numero da decisão: 3001-000.785
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso.
(assinado digitalmente)
Marcos Roberto da Silva Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva (Presidente), Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche.
Nome do relator: MARCOS ROBERTO DA SILVA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. PROVAS DO ERRO COMETIDO. NÃO HOMOLOGAÇAO. A retificação da DCTF, após a emissão do despacho decisório, não há de impedir o deferimento do pleito. Entretanto, a retificação deve estar acompanhada de provas documentais hábeis e idôneas que comprovem a erro cometido no preenchimento da declaração original. Não comprovada a existência do crédito originário do pagamento indevido informado como suporte para o crédito mencionado na declaração de compensação, não há que se falar em homologação da compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva (Presidente), Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 90 46 45 /2 00 9- 25 Fl. 183DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação com saldo credor de PIS/COFINS no 1º Trimestre de 2005, tendo por base pagamentos indevidos ou a maior, no valor original total de R$12.509,48 por meio das Declaração de Compensação 34182.44873.290607.1.3.048095. A DRF de Feira de Santana/BA, em apreciação ao pleito da contribuinte, proferiu Despacho Decisório (efl. 5) não homologando a compensação declarada tendo em vista que a inexistência do crédito utilizado. Afirma que foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/Dcomp. Cientificada do despacho decisório, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade, alegando em síntese o seguinte: “que sua empresa é possuidora do crédito, conforme está discriminado na DCTF retificadora datada de 19/11/2009, sendo que na época em que apurou o crédito deixou de efetuar as devidas retificações, as quais foram efetuadas somente nesta data”. A DRJ de Salvador/BA julgou improcedente a manifestação de inconformidade, não reconhecendo o direito creditório conforme Acórdão no 1523.176 a seguir transcrito: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 29/06/2007 DCTF RETIFICADORA POSTERIOR À CIÊNCIA DE DESPACHO DECISORIO. NÃO ADMISSÃO. Não cabe reparo a despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que O recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado para a quitação de débito confessado. COMPENSAÇÃO O crédito usado em compensação tem que estar disponível na data da transmissão do PER/DCOMP. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com a decisão da DRJ, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário contra a decisão de primeira instância apresentando os argumentos de que ocorreu tão somente vício procedimental por não efetuar a retificação da DCTF de modo a adequar os valores por ventura devidos de PIS/COFINS tendo em vista que incluiu na base de cálculo das citadas contribuições as receitas de vendas de produtos beneficiados pela Lei no 10.925/04 com a alíquota zero. Fl. 184DF CARF MF Processo nº 10530.904645/200925 Acórdão n.º 3001000.785 S3C0T1 Fl. 326 3 Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Marcos Roberto da Silva Da competência para julgamento do feito O presente colegiado é competente para apreciar o presente feito, em conformidade com o prescrito no artigo 23B do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, com redação da Portaria MF nº 329, de 2017. Conhecimento O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito A discussão objeto da presente demanda versa sobre declaração de compensação com saldo credor de PIS/COFINS no 1º Trimestre de 2005, tendo por base pagamentos indevidos ou a maior, no valor total de R$12.509,48 por meio das Declaração de Compensação 34182.44873.290607.1.3.048095, e que a recorrente afirma ter havido erro formal no preenchimento dos valores devidos declarados em DCTF. A decisão de piso afirmou que a DCTF retificadora não produz efeitos quando o contribuinte não mais goza de espontaneidade, conforme previsto no inciso III do § 2° do art. 11 da IN RFB n° 786, de 19 de novembro de 2007. Inconformada, a Recorrente alega em sua peça processual que efetuou a retificação da DCTF do 1° Trimestre de 2005. Afirma ainda que a Receita Federal não encaminhou intimação para corrigir o procedimento de compensação ou realizar a apresentação de quaisquer documentos. Que a Receita desconsiderou o direito subjetivo, comprovado por documentos idôneos. Que o indeferimento se deu equivocadamente com base no art. 11, §2º, III da IN SRF 786/2007, tendo em vista que a IN foi publicada após a declaração da PER/DCOMP e que o dispositivo se refere a perda da espontaneidade após o início do procedimento de fiscalização. Por fim afirma que um mero erro formal não pode cercear direito subjetivo de crédito da recorrente. Fl. 185DF CARF MF 4 Incialmente cabe ressaltar que a assiste razão à recorrente no que se refere ao ponto relacionado à retificação da DCTF. Este Conselho tem decidido que a retificação da DCTF, após a emissão do despacho decisório, não há de impedir o deferimento do pleito. Entretanto, a retificação deve estar acompanhada de provas documentais hábeis e idôneas que comprovem a erro cometido no preenchimento da declaração original, tal como estabelecido no §1º do art. 147 do CTN, in verbis: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Insta ainda destacar que o presente Colegiado tem acompanhado a tendência de se mitigar os rigores das regras preclusivas contidas no processo administrativo fiscal, para acolher as provas apresentadas nesta instância recursal. Contudo, para sua aplicação é necessária a apresentação pormenorizada por parte da recorrente dos elementos necessários e indispensáveis para comprovação das suas alegações, em especial dos créditos efetivamente pretendidos. A Recorrente alega que incluiu na base de cálculo das citadas contribuições as receitas de vendas de produtos beneficiados pela Lei no 10.925/04 com a alíquota zero, entretanto não apresentou qualquer documentação que comprovasse suas afirmações e pudesse demonstrar a certeza e liquidez do crédito. Frisese que, em termos de direito creditório, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, o que, no presente caso, não ocorreu. Portanto, não havendo demonstração do crédito favorável ao contribuinte, tal qual informado em sua PER/DCOMP, não há que se falar em homologação da compensação do débito declarado. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Fl. 186DF CARF MF
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Numero do processo: 13888.002723/2009-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 03 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1302-000.736
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo nº 13888.900876/2012-11, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado
Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1781; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 2 1 1 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.002723/200901 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1302000.736 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 17 de abril de 2019 Assunto IRPJ Lucro Presumido Recorrente CPA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS RADIOLÓGICOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo nº 13888.900876/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório O presente processo administrativo tratase de pedido de compensação transmitido pelo contribuinte CPA Prestação de Serviços Radiológicos Ltda., ora Recorrente, no qual pretende pagar débitos próprios com créditos de IRPJ, que foram objeto de anterior pedido de restituição formulado através de PER/DCOMP. Em despacho decisório proferido pela DRF de origem, a compensação pretendida não foi homologada, sob o fundamento de que " foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .0 02 72 3/ 20 09 -0 1 Fl. 358DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 3 2 contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Não concordando com a decisão proferida, o Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, na qual demonstrou que o seu direito creditório decorreria do fato de ter considerado, na apuração da base de cálculo do lucro presumido, o equivocado percentual de 32% (trinta e dois por cento), "quando os serviços prestados pela mesma se enquadram em serviços hospitalares, impondose a aplicação do benefício fiscal concedido pela Lei 9.249/95, com a consequente utilização de alíquota de 8% (oito por cento) para fins de aferimento do tributo". Para comprovar que o seu objeto social se enquadra no conceito de "serviços hospitalares", o Recorrente acostou aos autos farta documentação. Por outro lado, também demonstrou que, à época em que o pedido de restituição do indébito, promoveu a retificação de sua DIPJ, considerando aquele percentual de 8%, nos termos que determina a legislação. Contudo, ao analisar a Manifestação de Inconformidade, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) entendeu por bem negar provimento ao apelo do contribuinte. Em seu longo arrazoado, em um primeiro momento, aquela DRJ invocou uma suposta decadência do direito creditório do Recorrente. Ademais, mesmo tendo levantado a referida preliminar de ofício, os julgadores a quo, com base, em especial, em normativos internos da Receita Federal, consideraram que os serviços prestados pelo Recorrente não estariam englobados no conceito de "serviços hospitalares" definidos pela legislação, o que imporia no indeferimento do pleito do contribuinte. Vejase, neste sentido, a ementa do acórdão proferido: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2000 RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. O legislador complementar interpretou (Lei Complementar nº 118, de 2005), com efeitos pretéritos, que a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado, de sorte que o direito de pleitear restituição de tributo pago a maior ou indevidamente extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados da data desse evento. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 PRESTADOR DE SERVIÇOS HOSPITALARES. PERCENTUAL DE LUCRO PRESUMIDO. REQUISITOS. Considerase prestador de serviços hospitalares, sobre cuja receita caberá a aplicação do percentual de 8% (oito por cento), para fins de determinação da base de cálculo do lucro presumido, o estabelecimento assistencial de saúde que atender aos requisitos previstos no art. 27 da IN SRF nº 480, de 2004, com a alteração introduzida pelo art. 1º da IN SRF nº 539, de Fl. 359DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 4 3 2005 e sigam os dispositivos emanados no ADI nº 19 de 10/12/2007. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o Recorrente apresentou Recuso Voluntário, no qual, em síntese, rebate todos os argumentos apresentados no acórdão recorrido, junta documentos para combater alegações daquela DRJ e, ao final, pede o reconhecimento do seu direito creditório, com a consequente homologação da compensação apresentada. Posteriormente, os autos foram distribuídos a este Conselheiro para julgamento. Este é o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1302000.735, de 17/04/2019, proferida no julgamento do Processo nº 13888.900876/201211, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1302000.735): DA TEMPESTIVIDADE Como se denota dos autos, o Recorrente foi intimado do teor do acórdão recorrido em 18/10/2013, apresentando o Recurso Voluntário ora analisado no dia 19/11/2013, ou seja, dentro do prazo de 30 dias, nos termos do que determina o artigo 33 do Decreto nº 70.235/72. Portanto, sem maiores delongas, é tempestivo o Recurso Voluntário apresentado pelo Recorrente e, por isso, uma vez cumpridos os demais pressupostos para a sua admissibilidade, deve ser analisado por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Fl. 360DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 5 4 DA PRELIMINAR DE DECADÊNCIA LEVANTADA PELA DRJ. Antes de se enfrentar o mérito da discussão, importante demonstrar que não subsiste a preliminar de decadência levantada de ofício no acórdão proferido pela DRJ de Ribeirão Preto (SP). Em seu longo arrazoado, após discorrer sobre o processo de compensação e os dispositivos legais que regulam o instituto, em especial os que determinam o ônus da prova para comprovar o direito creditório, aquela DRJ alega que " se esvai com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário, o direito de o sujeito passivo pleitear a restituição total ou parcial de recolhimento de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido". Aliado a este entendimento, a DRJ, mesmo citando o precedente do STF (RE 566.621/RS) que afasta o caráter interpretativo da Lei Complementar 118/05 e aplica o prazo de 10 anos para os pedidos de restituição formulados antes da entrada em vigor da nova imposição legislativa, afirma que o precedente da mais alta Corte de Justiça no Brasil não se aplica aos pedidos administrativos de restituição do indébito tributário. Com base nestas premissas, a DRJ alega que o pedido de restituição do contribuinte foi formulado fora do prazo de 05 anos e, por isso, o direito creditório estaria fulminado pela decadência. Neste sentido, vejase a conclusão contida no acórdão recorrido: Portanto, tendo alegado direito creditório surgido em 31/7/2000 (data da extinção do crédito tributário do IRPJ), excluindose tal dia da contagem do prazo (dia de início da contagem), o prazo para se pedir restituição se extinguiu cinco anos após a data, ou seja, cinco anos após o pagamento dito indevido. Conseqüentemente, tendo a contribuinte apresentado o Pedido de Restituição em 23/10/2009, inferese que o seu direito de pleitear o reconhecimento do direito creditório para fins de restituição ou de compensação estava extinto pelo decurso do prazo decadencial. Contudo, com toda vênia, é patente o equívoco da DRJ. Explicase. Como se observa da documentação acostada aos autos, no pedido de compensação apresentando pelo contribuinte (PER/Dcomp de nº 29018.44299.231009.1.3.040150 transmitida em 23/10/2009), este indica como direito creditório aquele objeto do pedido de restituição consubstanciado na PER/DComp de nº 07198.52146.130404.1.2.049632, que foi transmitido no dia 14/04/2004. Ora, se o direito creditório surgiu em 31/07/2000 (data de pagamento do indébito), como a própria DRJ afirma e pelo o (SIC) que se depreende da documentação em análise, e sendo o pedido de restituição formulado em 13/04/2004, não se tem dúvidas de que não se aplica, no presente caso, a decadência alegada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP), uma vez que o pedido de restituição foi feito dentro do prazo de 05 anos. Não se rebaterá, neste voto, a afirmação do julgador a quo de que o entendimento do STF, consubstanciado no RE 566.621/RS, não se aplica aos pedidos administrativos de repetição do indébito feitos administrativamente pelos contribuintes, até mesmo porque o CARF já pacificou essa discussão, quando da edição da Súmula nº 91 que tem a seguinte redação: Fl. 361DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 6 5 "Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador." Como o pedido de restituição formulado pelo Recorrente (transmissão da PER/Dcomp em 14/04/2004, reiterese) foi realizado dentro do prazo de 05 anos, contados do pagamento indevido ao a maior (31/07/2000), o afastamento da decadência levantada pela DRJ é medida que se impõe ao presente caso. DO DIREITO CREDITÓRIO DO RECORRENTE. DA NECESSIDADE DE CONVERSÃO EM DILIGÊNCIA O JULGAMENTO. Ao proferir o acórdão recorrido, a DRJ de Ribeirão Preto, em caráter subsidiário, uma vez que entendia pela decadência do direito creditório, alegou que o Recorrente não faria jus à aplicação do percentual de 8% na apuração da base de cálculo do lucro presumido, como determina a Lei nº 9.249/95. Para fundamentar a negativa, aquela Turma Julgadora argumenta que os normativos internos da Receita Federal do Brasil, que interpretaram o alcance do disposto no artigo 15, § 1º, III, a), da Lei nº 9.249/95, são todos no sentido de que "não são considerados serviços hospitalares, para fins de determinação do lucro presumido, os serviços prestados exclusivamente pelos sócios da empresa ou referentes unicamente ao exercício de atividade intelectual, de natureza científica dos profissionais envolvidos". Prosseguindo, após citar diversos normativos internos da RFB e alegando que a "discussão sobre incompatibilidade de atos normativos expedidos no âmbito da RFB com demais dispositivos legais e/ou regulamentares, é matéria que extrapola a esfera de competência do julgador administrativo de 1ª instância", o julgador a quo elenca os requisitos que, ao seu sentir, devem ser cumpridos pelos contribuintes, para que possa aplicar o percentual de 8% na determinação da base de cálculo do lucro presumido. Vejase quais seriam esses requisitos: a) desempenhar uma ou mais das atribuições do inciso I, do art. 27 da IN SRF nº 480, de 2004, com a alteração introduzida pelo art. 1º da IN SRF nº 539, de 2005, ou, no caso da atribuição “Prestação de Atendimento de Apoio ao Diagnóstico e Terapia”, exercer uma ou mais das atividades descritas nos itens 4.1 a 4.14, da RDC nº 50, de 2002, da Anvisa; b) prestar os serviços em ambientes desenvolvidos de acordo com a Parte II Programação Físico Funcional dos Estabelecimentos de Saúde, item 3 Dimensionamento, Quantificação e Instalações Prediais dos Ambientes, da RDC nº 50, de 2002, da Anvisa, com a alteração introduzida pela RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002, e pela RDC nº 189, de 18 de julho de 2003, cuja comprovação deve ser feita por meio de documento competente expedido pela vigilância sanitária estadual ou municipal; e c) ser empresário ou pessoa jurídica constituída sob a forma de sociedade empresária, nos termos do Ato Declaratório Interpretativo (ADI) SRF nº 18, de 23 de outubro de 2003, e do Novo Código Civil. d) que os estabelecimentos hospitalares (em regime de atendimento de urgência ou não), sigam os dispositivos emanados no ADI nº 19 de 10/12/2007, aqui para efeito de cálculo do percentual reduzido de IRPJ, a ser utilizado por empresas prestadoras de tais serviços, nas condições previstas nas leis e dispositivos sobre o assunto. Fl. 362DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 7 6 Ocorre que, a par de toda a discussão acerca da legalidade dos normativos internos da Receita Federal e sua aplicação em detrimento do que determina a legislação, a discussão em comento ganhou novos contornos, quando chegou ao Poder Judiciário, culminado em julgamento proferido pelo STJ, afetado pela sistemática dos Recursos Repetitivos. O denominado Tribunal da Cidadania entendeu, em síntese, que os serviços hospitalares "se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde, de sorte que, em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar". Vejase a ementa que recebeu o julgado proferido nos autos do RE nº 1.116.399/BA: anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". Fl. 363DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 8 7 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) (destacouse) E as decisões preferidas por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, inclusive desta Turma de Julgamento, vão ao encontro, como não poderia deixar de ser, tendo em vista o caráter vinculante do precedente, do que decidiu o STJ. Confirase a ementa de dois julgados, sendo que um deles, proferido pela CSRF, tem como parte o próprio Recorrente: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2003 SERVIÇOS HOSPITALARES. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MÉDICOS POR IMAGEM. A contribuinte que executa prestação de serviços médicos por imagem, conforme restou confirmado nos autos, está submetida ao coeficiente do lucro presumido aplicável aos serviços hospitalares. Aplicação do entendimento exarado pelo STJ no REsp nº 1.116.399 BA. (Acórdão nº 9101003.329 CSRF Contribuinte CPA Prestação de Serviços Radiológicos Ltda. Julgamento em 17/01/2018). ......................................................................................................... Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 30/09/2001, 31/12/2001, 31/03/2002, 30/06/2002, 30/09/2002, 31/12/2002, 31/03/2003, 30/06/2003 JULGAMENTO STJ. SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO. VINCULAÇÃO. A decisão do STJ na sistemática do recurso repetitivo é de observância obrigatória dos Conselheiro do CARF. DELIMITAÇÃO DA LIDE Restringindose os fundamentos do não reconhecimento do direito creditório ao conceito de "serviços hospitalares", nada sendo tratado em relação à segregação as receitas, no caso de haver atividade distintas, não cabe, em sede de julgamento de Recurso Voluntário, inovar sobre a causa. Fl. 364DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 9 8 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Data do fato gerador: 30/09/2001, 31/12/2001, 31/03/2002, 30/06/2002, 30/09/2002, 31/12/2002, 31/03/2003, 30/06/2003 LUCRO PRESUMIDO. COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO. SERVIÇOS HOSPITALARES.Enquadrandose a Recorrente no conceito legal de "serviços hospitalares", conforme tese firmada no julgamento do leading case do tema/repetitivo 217, deve ser corrigido o coeficiente de determinação do lucro presumido para o percentual de 8%. (Acórdão nº 1302002.979 2ª Turma, da 3ª Câmara, da 1ª Seção Julgamento em 26/07/2018) No que tange ao Recorrente em específico, não restam dúvidas, pelo conjunto probatório acostados aos autos, que ele cumpre os requisitos elencados pelo STJ para que possa se valer do percentual de 8% para determinação da base de cálculo do IRPJ no lucro presumido. Como relatado alhures, a sociedade é constituída na forma de "sociedade limitada", tendo como sócios médicos, devidamente inscritos no CRM. O objeto social, por sua vez, é o de "Prestação de serviços radiológicos em geral", sendo para a prestação dos serviços depende de qualificação, pessoal e maquinário especializado e de alto custo. Consta dos autos a comprovação dos CNAE's da Matriz e da Filial do Recorrente, em que se pode observar que ele presta serviços "de diagnóstico por imagem com uso de radiação ionizante – exceto tomografia" (CNAE Principal 86.402 05) e “de tomografia” (CNAE Secundário nº 86.40204) e "radioterapia” (CNAE Secundário nº 86.40211). Ainda, o Recorrente apresentou alvará de autorização de funcionamento emitido pela Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba (SP), em que se depreende sua atividade econômica como sendo de "Atividade médica ambulatorial com recursos para realização de exames complementares". Como se não bastasse, o Recorrente também apresentou cópia do livro razão, que comprova a prestação de serviços, nos termos do seu objeto social. Ressaltase, neste ponto, que o STJ, no precedente acima citado, classifica como "serviços hospitalares" aqueles se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde. Quanto ao local de prestação, a Corte afirma que são prestados dentro dos hospitais, em regra, mas não necessariamente. Por fim, não se pode deixar de mencionar que o Recorrente retificou sua DIPJ (acostada aos autos) antes de ser proferido o despacho decisório combatido. E naquela retificação, o Recorrente apurou o IRPJ devido com base no percentual de 8%, como determina a legislação. Assim, é patente que a Recorrente exerce a prestação de serviços Radiológicos, de alta complexidade, não se enquadrando em simples consultas médicas e, por isso, deve apurar a base de cálculo do IRPJ no lucro presumido com base no percentual de 8%, nos termos autorizados pela Lei nº 9.249/95. Tendo em vista, contudo, a impossibilidade de confrontar a documentação acostada aos autos, em especial a DIPJ original e a retificadora, para se ter certeza de que os cálculos (redução do percentual de 32% para 8% para fins de mensuração da base de cálculo do lucro presumido) estão corretos, entendese pela conversão do julgamento em diligência. Fl. 365DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 10 9 Há de se ressaltar que, ao não retificar a DCTF antes de enviar o PER/DCOMP, o contribuinte acabou por concorrer com para a primeira negativa da compensação pleiteada. Contudo, essa ausência de retificação, aliada ao fato de o Recorrente ter retificado sua DIPJ e, principalmente, pelo o que restou decidido pelo STJ, não pode lhe retirar o direito de ver restituídos os tributos pagos a maior ou indevidamente. Assim, a conversão do julgamento seria apenas e tão somente para confirmar (i) se os cálculos elaborados pelo contribuinte, quando da retificação da sua DIPJ, estão corretos e (ii) para se ter certeza que o direito creditório pleiteado não foi utilizado e consumido em outros pedidos de compensação eventualmente elaborados pelo próprio contribuinte. Para que se tenha certeza sobre esses pontos, entendese pela conversão do julgamento em diligência, para que a unidade de origem intime o contribuinte a juntar aos autos cópia da DIPJ original referente ao anocalendário objeto do pedido de restituição. Com base nestes elementos e com demais informações que entenda ser necessária verifique e informe: 1) a receita bruta, a base de cálculo e o respectivo IRPJ devido no pedido de restituição do indébito tributário, considerando o valor do saldo a pagar, após as deduções legais; 2) esclareça os critérios de cálculo e rubricas que geraram a diferença entre a DIPJ/original e a DIPJ/retificadora quanto à apuração do saldo a pagar de IRPJ, informando se os cálculos do lucro presumido, com base no percentual de 8%, estão corretos; 3) informe se o direito creditório invocado no presente processo administrativo já foi utilizado e consumido em outros pedido de compensação apresentados pelo contribuinte; 4) Sendo a resposta ao item anterior positiva, informe qual o saldo remanescente do direito creditório e se esse saldo é suficiente para quitar os débitos indicados na Per/Dcomp de compensação apresentada. 5) apresente relatório conclusivo sobre os pontos mencionados acima, esclarecendo, em especial, o crédito decorrente de pagamento a maior de IRPJ e qual o seu valor; 6) cientifique o contribuinte do relatório, para que ela possa se manifestar no prazo de 30 dias. Após, retornem os autos a este colegiado, para prosseguimento do julgamento. É como encaminho o julgamento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, entendese pela conversão do julgamento em diligência, para que a unidade de origem intime o contribuinte a juntar aos autos cópia da DIPJ original referente ao anocalendário objeto do pedido de restituição. Com base nestes elementos e com demais informações que entenda ser necessária verifique e informe: 1) a receita bruta, a base de cálculo e o respectivo IRPJ devido no pedido de restituição do indébito tributário, considerando o valor do saldo a pagar, após as deduções legais; Fl. 366DF CARF MF Processo nº 13888.002723/200901 Resolução nº 1302000.736 S1C3T2 Fl. 11 10 2) esclareça os critérios de cálculo e rubricas que geraram a diferença entre a DIPJ/original e a DIPJ/retificadora quanto à apuração do saldo a pagar de IRPJ, informando se os cálculos do lucro presumido, com base no percentual de 8%, estão corretos; 3) informe se o direito creditório invocado no presente processo administrativo já foi utilizado e consumido em outros pedido de compensação apresentados pelo contribuinte; 4) Sendo a resposta ao item anterior positiva, informe qual o saldo remanescente do direito creditório e se esse saldo é suficiente para quitar os débitos indicados na Per/Dcomp de compensação apresentada.; 5) apresente relatório conclusivo sobre os pontos mencionados acima, esclarecendo, em especial, o crédito decorrente de pagamento a maior de IRPJ e qual o seu valor; 6) cientifique o contribuinte do relatório, para que ela possa se manifestar no prazo de 30 dias. Após, retornem os autos a este colegiado, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 367DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11829.720050/2017-46
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Ano-calendário: 2011, 2012, 2013
DRAWBACK SUSPENSÃO. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL.
No regime aduaneiro especial de drawback, na sua modalidade de suspensão, o dies a quo para contagem do prazo decadencial quinquenal para que a Fazenda Nacional possa formalizar crédito tributário, por lançamento, dos tributos cuja exigibilidade estava suspensa em função da característica de benefício fiscal típica do regime, se dá no primeiro dia do exercício seguinte ao dia imediatamente posterior ao trigésimo dia da data de validade do Ato Concessório, por aplicação do inciso I do artigo 173 da Lei nº 5.172/1966 - Código Tributário Nacional c/c o artigo 138 do Decreto-lei nº 37/1966 e o inciso I do § 3º do artigo 752 do Decreto nº 6.759/2009 - Regulamento Aduaneiro.
DRAWBACK SUSPENSÃO. COMPETÊNCIAS PARA CONCESSÃO DO REGIME E PARA APLICAÇÃO DO REGIME, FISCALIZAÇÃO E LANÇAMENTO DOS TRIBUTOS RELATIVOS AO REGIME.
Compete á Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) a concessão do regime de drawback, na modalidade suspensão, conforme determina o artigo 386 do Decreto nº 6.759/2009 - Regulamento Aduaneiro.
Compete á Secretaria da Receita Federal a aplicação do regime e a fiscalização dos tributos, compreendendo esta competência a do lançamento do crédito tributário, sua exclusão em razão do reconhecimento do benefício e a verificação, a qualquer tempo, do regular cumprimento, pela importadora, dos requisitos e condições fixados pela legislação de regência, conforme determina o artigo 15 e seu parágrafo único do Decreto nº 6.759/2009 - Regulamento Aduaneiro c/c o artigo 3º da Portaria MEFP nº 594/1992.
Aplicação da Súmula nº 100 do CARF (com efeito vinculante, conforme Portaria MF nº 277/2018), que dispõe: O Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil tem competência para fiscalizar o cumprimento dos requisitos do regime de drawback na modalidade suspensão, aí compreendidos o lançamento do crédito tributário, sua exclusão em razão do reconhecimento de beneficio, e a verificação, a qualquer tempo, da regular observação, pela importadora, das condições fixadas na legislação pertinente.
DRAWBACK SUSPENSÃO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO FÍSICA ENTRE INSUMOS IMPORTADOS E PRODUTOS EXPORTADOS. ÔNUS DA PROVA.
Para que se resolva a condição de suspensão dos tributos relativos ao regime de drawback , na modalidade suspensão, é fundamental a aplicação do Princípio da Vinculação Física entre os insumos importados com suspensão da exigibilidade dos tributos a ele relativos e os produtos exportados, em cumprimento ao compromisso assumido pelo importador, para gozo do benefício fiscal, pela comprovação por meio idôneo, da exportação do produto obtido com tais insumos.
DRAWBACK SUSPENSÃO. PERDAS DE INSUMOS NO PROCESSO PRODUTIVO.
O inadimplemento de condição essencial ao regime de Drawback, na modalidade suspensão, como compromisso de exportação estabelecido em Ato Concessório, enseja a exigibilidade dos tributos incidentes, uma vez que a suspensão de sua exigibilidade se extingue, relativo ás mercadorias importadas. Conforme disposição contida no inciso II do artigo 78 do Decreto-Lei nº 37/1966, poderá ser concedida suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada á fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado, portanto, na falta de comprovação de perdas de insumos no processo produtivo, são devidos os tributos na inadimplência do regime, ou seja, na não comprovação da exportação dos insumos
Numero da decisão: 3301-006.033
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, , por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira - Presidente.
assinado digitalmente
Ari Vendramini - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Ari Vendramini (Relator)
Nome do relator: ARI VENDRAMINI
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DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. No regime aduaneiro especial de drawback, na sua modalidade de suspensão, o dies a quo para contagem do prazo decadencial quinquenal para que a Fazenda Nacional possa formalizar crédito tributário, por lançamento, dos tributos cuja exigibilidade estava suspensa em função da característica de benefício fiscal típica do regime, se dá no primeiro dia do exercício seguinte ao dia imediatamente posterior ao trigésimo dia da data de validade do Ato Concessório, por aplicação do inciso I do artigo 173 da Lei nº 5.172/1966 Código Tributário Nacional c/c o artigo 138 do Decretolei nº 37/1966 e o inciso I do § 3º do artigo 752 do Decreto nº 6.759/2009 Regulamento Aduaneiro. DRAWBACK SUSPENSÃO. COMPETÊNCIAS PARA CONCESSÃO DO REGIME E PARA APLICAÇÃO DO REGIME, FISCALIZAÇÃO E LANÇAMENTO DOS TRIBUTOS RELATIVOS AO REGIME. Compete á Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) a concessão do regime de drawback, na modalidade suspensão, conforme determina o artigo 386 do Decreto nº 6.759/2009 Regulamento Aduaneiro. Compete á Secretaria da Receita Federal a aplicação do regime e a fiscalização dos tributos, compreendendo esta competência a do lançamento do crédito tributário, sua exclusão em razão do reconhecimento do benefício e a verificação, a qualquer tempo, do regular cumprimento, pela importadora, dos requisitos e condições fixados pela legislação de regência, conforme determina o artigo 15 e seu parágrafo único do Decreto nº 6.759/2009 Regulamento Aduaneiro c/c o artigo 3º da Portaria MEFP nº 594/1992. Aplicação da Súmula nº 100 do CARF (com efeito vinculante, conforme Portaria MF nº 277/2018), que dispõe: “ O AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil tem competência para fiscalizar o cumprimento dos requisitos do regime de drawback na modalidade suspensão, aí compreendidos o lançamento do crédito tributário, sua exclusão em razão do reconhecimento AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 82 9. 72 00 50 /2 01 7- 46 Fl. 679DF CARF MF 2 de beneficio, e a verificação, a qualquer tempo, da regular observação, pela importadora, das condições fixadas na legislação pertinente. “ DRAWBACK SUSPENSÃO. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO FÍSICA ENTRE INSUMOS IMPORTADOS E PRODUTOS EXPORTADOS. ÔNUS DA PROVA. Para que se resolva a condição de suspensão dos tributos relativos ao regime de drawback , na modalidade suspensão, é fundamental a aplicação do Princípio da Vinculação Física entre os insumos importados com suspensão da exigibilidade dos tributos a ele relativos e os produtos exportados, em cumprimento ao compromisso assumido pelo importador, para gozo do benefício fiscal, pela comprovação por meio idôneo, da exportação do produto obtido com tais insumos. DRAWBACK SUSPENSÃO. PERDAS DE INSUMOS NO PROCESSO PRODUTIVO. O inadimplemento de condição essencial ao regime de Drawback, na modalidade suspensão, como compromisso de exportação estabelecido em Ato Concessório, enseja a exigibilidade dos tributos incidentes, uma vez que a suspensão de sua exigibilidade se extingue, relativo ás mercadorias importadas. Conforme disposição contida no inciso II do artigo 78 do DecretoLei nº 37/1966, poderá ser concedida suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada á fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado, portanto, na falta de comprovação de perdas de insumos no processo produtivo, são devidos os tributos na inadimplência do regime, ou seja, na não comprovação da exportação dos insumos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, , por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Presidente. assinado digitalmente Ari Vendramini Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Ari Vendramini (Relator) Relatório 1. Os presentes autos versam sobre autuação perpretada em função de descumprimento, por parte da recorrente, de requisitos que permitissem a fruição, por Fl. 680DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 680 3 completo, do benefício fiscal da suspensão de tributos na importação de insumos para beneficiamento e produção de produto final, que, concedida através do regime aduaneiro especial de Drawback, na sua modalidade suspensão, se transmutaria em isenção. 2. Por ser tal regime caracterizado como contrato de adesão ás condições estabelecidas em lei e atos normativos regulatórios, sendo tais condições de natureza resolutiva, nos termos do artigo 127 do Código Civil ( Art 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercerse desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido ), somente com o seu adimplemento é que se resolve o regime, ou seja, a suspensão dos tributos se transmuda em isenção com a exportação do produto final. 3. Em caso de inadimplemento de tais condições, o regime não se resolve, o regime deixa de existir ou o contrato caracterizase como não cumprido, ensejando a exigibilidade dos tributos, acrescidos de juros de mora e multa de ofício previstos em texto legal. 4. É o que ocorreu nos presentes autos. 5. Por economia processual e por descrever claramente os fatos, adoto o relatório do Acórdão DRJ/RECIFE de nº 11058.251, contra o qual se insurge a recorrente : Tratase de Auto de Infração referente a "INADIMPLEMENTO DO COMPROMISSO DE EXPORTAR DRAWBACK SUSPENSÃO". Aduz a Autoridade Fiscal que "O importador, por meio de DIs registradas entre os anos de 2011 e 2013, submeteu ao regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade suspensão, 25.704,35 toneladas de tereftalato de polietileno, classificável na Tarifa Externa Comum no código 3907.60.00, por meio de 35 Atos Concessórios, sendo concedido prazo para a utilização daqueles insumos no processo produtivo do beneficiário, sendo que ao seu término, deveria ocorrer a exportação" Acrescenta que "No entanto, foi constatado que a autuada não levou a cabo as exportações prometidas, como pode ser comprovado pela ausência de baixa nos Atos Concessórios pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e conforme será demonstrado..". Informa que intimou o contribuinte a: 1) informar se já havia sido autuado por alguma unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil ou se existia algum processo judicial ou administrativo em andamento ou encerrado, que tivesse relação com a matéria objeto da ação fiscal; 2) preencher planilha relacionando os atos concessórios de Drawback objetos de análise desta ação fiscal com as respectivas importações de insumos, as notas fiscais de entrada dos insumos e as comprovações da exportações das mercadorias manufaturadas; 3) apresentar os seguintes arquivos digitais previstos no Ato Declaratório Executivo (ADE) Cofis nº 15/2001: a. Arquivo de Controle de Estoque; b. Arquivo de Registro de Inventário; c. Arquivo de Insumos Relacionados; d. Tabela de Mercadorias / Serviços; 4) apresentar cópia das ordens de produção dos produtos exportados; 5) informar o tempo médio de produção dos produtos exportados; Fl. 681DF CARF MF 4 6) informar os motivos para as perdas serem consideradas irrecuperáveis, caso tenha sido informado percentual de perda no Arquivo de Insumos Relacionados; 7) apresentar relação de subprodutos, resíduos e sobras com valor comercial, decorrentes do processo produtivo; 8) apresentar comprovação de devolução dos insumos ao exterior, se for o caso; 9) apresentar comprovação de destruição dos insumos, se for o caso; 10) apresentar comprovação de recolhimento espontâneo dos tributos suspensos na importação dos insumos, se for o caso; 11) apresentar justificativa caso tenha utilizado um único Registro de Exportação (RE) para baixa de mais de um Ato Concessório. Em resposta, o contribuinte assim se manifestou: 1) os atos concessórios listados não foram objeto de fiscalização, nem possui decisão judicial; 2) a planilha foi preenchida apenas com os códigos dos insumos e as respectivas notas fiscais de entrada, sem as informações dos produtos manufaturados e registros de exportação; 3) não apresenta nenhum dos arquivos digitais solicitados, apenas informa que o único produto da empresa é “tereftalato de polietileno” e que não realiza controle de estoque; 4) não apresenta ordem de produção; 5) não informa o tempo médio de produção; 6) informa que o percentual de perda é 17,01% e decorre de evaporações e fios descontínuos; 7) informa que não há subprodutos; 8) informa que não houve devolução de insumos; 9) informa que não houve destruição de insumos; 10) informa que não houve recolhimento espontâneo; 11) informa que não utilizou mais que um ato concessório. Em seguida, a Autoridade Fiscal faz uma explanação acerca do Regime Aduaneiro Especial de Drawback, tratando da modalidade Suspensão, da competência para fiscalizar o adimplemento do regime, da vinculação entre insumos importados e produtos exportados, da vinculação documental do ato concessório na importação e exportação, da condição resolutiva e da isenção e, por fim, da decadência. São apresentados os 35 atos concessórios analisados no curso do procedimento fiscal, com datas de deferimento, registro e validade, todos com a situação "INADIMPLENTE TOTAL". É informado que "Todas as importações autorizadas pelos Atos Concessórios analisados tratamse de “TEREFTALATO DE POLIETILENO EM FORMA PRIMARIA POLIMERO POLIESTER GRANULADO SEMIOPACO, AMORFO, VISCOSIDADE INTRINSECA: DL/G 0.640 (+) 0,015 (NOME COMERCIAL: CHIPS DE POLIESTER) PARA PRODUÇÃO DE ARTIGOS TÊXTEIS”. "Da mesma forma, todos os produtos autorizados a serem produzidos e exportados a partir daqueles insumos importados tratamse de “FIO TEXTURIZADO DE POLIESTERES FIO DE FILAMENTO SINTETICO, 100% POLIESTER, CONTINUO, TEXTURIZADO, CRU E TINTO, EM TITULAGENS DIVERSAS A SEREM ESPECIFICADAS NOS REGISTROS DE EXPORTAÇAO” Apresenta, a título de exemplo, no caso do ato concessório nº 20100075690, as telas do sistema DrawbackWeb que mostram os valores dos insumos autorizados e efetivamente importados e os valores das mercadorias que deveriam ser exportadas e o que de fato foi exportado. Neste exemplo, "é possível ver que todo o insumo autorizado foi efetivamente importado (com suspensão dos tributos), mas as exportações exigidas não foram levadas a cabo. Isto se repetiu para todos os atos concessórios aqui examinados, ou Fl. 682DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 681 5 seja, nenhuma exportação do produto acabado foi realizada pelo beneficiário do regime. Por esta razão, o regime é considerado pela própria Secex como Inadimplemento Total". São apresentadas as 55 Declarações de Importação amparadas pelos 35 Atos Concessórios analisados. A Fiscalização informa, ainda, que foram solicitados arquivos digitais, "todos listados no Anexo Único do Ato Declaratório Executivo (ADE) Cofis nº 15/2001, com redação dada pelo ADE Cofis nº 25/2010, como obrigatória sua apresentação mediante intimação, conforme o art. 1º daquele ADE". Contudo, "A empresa não apresentou qualquer um dos arquivos digitais solicitados, alegando não possuir sistema de controle de estoque". Devido ao citado no parágrafo precedente e, "em face do disposto no art. 44 da Lei nº 9.430/1996. a multa aplicada ao lançamento de ofício será aumentada de metade". "Salientese que, em suma, a empresa não prestou qualquer informação que esclareça o destino que foi dado àqueles insumos importados ao amparo do Drawback, se foram ou não industrializados, em que quantidade, para onde e quando foi dada saída dos produtos resultantes etc. Assim, resta configurada a falta de prestação de esclarecimentos, bem como falta de apresentação dos arquivos digitais de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei nº 8.218/1991". A autoridade fiscal, considerando que a condição resolutória (exportação de produtos manufaturados) não foi cumprida no prazo estabelecido, lançou: Imposto de Importação (II) suspenso, com acréscimo de multa de ofício de 112,5% e juros; Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) suspenso, com acréscimo de multa de ofício de 112,5% e juros; PisImportação suspenso, com acréscimo de multa de ofício de 112,5% e juros; CofinsImportação suspenso, com acréscimo de multa de ofício de 112,5% e juros; Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) suspenso, com acréscimo de multa de mora de 20% e juros; Por fim, são feitas considerações acerca da natureza objetiva da infração. Contraditando a autoridade fiscal, a impugnante inicia sua peça alegando que "a Fiscalização está autuando a Impugnante com lançamento de créditos tributários decorrentes de eventos já decaídos". Afirma que o lançamento poderia ter sido efetuado 30 (trinta) dias após o fim do ato concessório, cujo prazo é regido pelo artigo 388 do Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6759/2009), como sendo de apenas 1 (um) ano. Dessa forma, "nas importações dos anos de 2010, os atos concessórios venceram em 2011. Logo, os lançamentos poderiam ter sido efetuados a partir de 1º de janeiro de 2012. Assim, o prazo decadencial se encerra em 1º de janeiro de 2017". Alega que o lançamento foi efetuado apenas em 07/2017, dessa forma estaria evidente o transcurso do prazo decadencial e perda do direito da RFB de lançar os referidos créditos tributários. Assevera, ainda, ser defeso à Autoridade Fiscal desconstituir atos praticados pela Secretaria de Comércio Exterior. Segundo a impugnante, "a Fiscalização acabou por desconsiderar atos concessórios fiscalizados, regularmente autorizados pela SECEX e fundamentado em lei, e com base nesta ilegal desconsideração, concluiu que a Impugnante não teria efetuado as exportações no prazo originalmente previsto". "Embora a Receita Federal possua competência para fiscalização dos tributos aduaneiros incidentes nas operações de drawback, e isto não se Fl. 683DF CARF MF 6 discute, COMPETE À SECEX À CONCESSÃO DO REGIME ADUANEIRO, BEM COMO A AFERIÇÃO DE SUA REGULARIDADE, conforme afirma a própria decisão recorrida". Afirma que à RFB não é permitido revisar a concessão do benefício nem a aferição da regularidade do ato concessório, tampouco questionar o adimplemento dos compromissos então assumidos, atos estes de competência da SECEX. "Portanto, a desconsideração unilateral dos prazos de validade dos atos concessórios da Impugnante pela Receita Federal é absolutamente ilegal, razão pela qual os autos de infração seguem a mesma sorte, devendo ser julgados insubsistentes, o que se pede com o provimento da presente". Alega que o Auto de Infração é nulo visto que a Autoridade Fiscal deixou de comprovar, através de documentos hábeis, a ocorrência da infração apontada. "Com efeito, os autos de infração não estão instruídos com qualquer documento válido, apto a ensejar foro de veracidade às alegações fiscais tidas como praticadas, limitandose a demonstrar que a Impugnante não teria demonstrado a exportação dos insumos importados em regime de suspensão". Alega ainda que a Autoridade Fiscal efetuou a glosa total das renúncias fiscais, sem considerar a quebra existente na industrialização dos produtos manufaturados pela Impugnante. Afirma que, no curso do procedimento fiscalizatório, informou que "o processo de manufatura seu produto final acarreta em perda de 17,01% do insumo denominado Teraftalato de Polietileno". "Assim, as perdas no processo de industrialização, devem ser consideradas por ocasião do lançamento dos tributos incidentes sobre os produtos supostamente não exportados pela Impugnante no prazo regulamentar, de forma a diminuir o montante, eis que estes insumos jamais seriam exportados". Alega ainda que a "multa aplicada, também merece ser revista, eis que acima do patamar jurisprudencialmente aceitável". Informa que, no presente caso, a multa foi aplicada no patamar superior ao montante do tributo exigido, ou seja, em percentual acima de 100%. Afirma que esta multa teria natureza confiscatória, o que é vedado pela Constituição. "Portanto, na eventualidade de ser mantida a autuação, a multa imposta deve ser reduzida para patamares razoáveis, estes representados pelo percentual cobrado a título de multa não superior a 20% (vinte por cento) do valor do tributo, prestigiandose os comandos constitucionais que, no caso em tela, viramse contrariados, o que se pede seja feito com o provimento do presente recurso voluntário". Por fim, pede que sejam julgados improcedentes todos os autos de infração, tendo em vista: a) a decadência do direito de lançar, b) a incompetência do auditor fiscal para desconsiderar os atos da SECEX e c) ausência de provas das infrações de não exportação dos insumos. Alternativamente, pede que sejam reduzidos os lançamentos fiscais mediante: d) a consideração do percentual médio de 17,01% de perda dos materiais importados, por ocasião da glosa das quantias que foram consideradas como não exportadas; e por fim, f) que seja afastada a imposição da multa de ofício, "reduzindoa para patamares razoáveis, estes representados pelo percentual cobrado a título de multa não superior a 20% (vinte por cento) do valor do tributo". É o que importa relatar. 6. Assim restou ementada a decisão da DRJ/FNS : Assunto: Regimes Aduaneiros Anocalendário: 2011, 2012, 2013 Fl. 684DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 682 7 DECADÊNCIA. DRAWBACK O prazo de decadência no regime especial de Drawback suspensão se inicia a partir do 1º dia do ano seguinte ao do conhecimento do inadimplemento do compromisso de exportar. DRAWBACK. ÔNUS DA PROVA Cabe o ônus da prova ao beneficiário do regime e na falta de comprovação das exportações perante o órgão competente, subsiste a conclusão da fiscalização acerca do seu inadimplemento. DRAWBACK. COMPETÊNCIA PARA FISCALIZAR Muito embora a Secex tenha competência para conceder o Regime de Drawback Suspensão, sua aplicação e fiscalização compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), como determina a Portaria MEFP nº 594/1992 DRAWBACK. PERDAS NÃO COMPROVADAS. O inadimplemento do compromisso de exportação estabelecido no Ato Concessório da Secex/Decex ensejam a cobrança dos impostos, relativo às mercadorias importadas, no regime aduaneiro especial de Drawback modalidade suspensão. São devidos os tributos aduaneiros suspensos pela aplicação do regime aduaneiro especial de drawback, relativamente às perdas previstas no processo produtivo, quando as mesmas não se confirmarem. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido 7. Inconformado com tal decisão, o requerente apresentou Recurso Voluntário, onde traz, como razões de defesa os mesmos fundamentos e argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade dirigida á DRJ. 8. Os autos foram então a mim distribuídos. É o relatório. Voto Conselheiro ARI VENDRAMINI O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. 9. Está a se discutir nestes autos o descumprimento de condições pactuadas quando da adesão a regime aduaneiro especial denominado drawback, modalidade suspensão, que, como benefício fiscal, se caracteriza por renúncia fiscal como incentivo á exportação, para proporcionar ao exportador a possibilidade de adquirir, com exigibilidade suspensa de tributos (Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, PISImportação, COFINS Importação, alcançando inclusive o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante AFRMM) incidentes sobre os insumos importados para serem incorporados ao produto a ser exportado, ou para serem utilizados na sua industrialização, como material de embalagem. Fl. 685DF CARF MF 8 10. A condição fundamental do regime é que os insumos importados sejam utilizados integralmente no processo produtivo e o produto final seja exportado, de acordo com o que o próprio exportador declara, ao aderir ao regime, sendo que tais informações passam a constar do sistema informatizado, para controle pela SECEX e pela Secretaria da Receita Federal. 11. Portanto, o regime aduaneiro especial de drawback, na modalidade suspensão, caracterizase como um verdadeiro contrato de adesão, com condições de natureza resolutiva que, se forem cumpridas, o contrato se resolve, transmudando a suspensão da exigibilidade do tributo em isenção. Caso contrário, o não cumprimento de tais condições, caracterizam o inadimplemento do contrato, qual seja a extinção do regime por descumprimento, ensejando a exigibilidade imediata dos tributos, acrescido de juros de mora e de penalidade descrita em texto legal. 12. Como já delineado no muito bem elaborado TVF, no Acórdão DRJ, tratase de auto de infração lavrado para constituir créditos tributários dos seguintes tributos : Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PISImportação, COFINS Importação e Adiconal de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRRM). 13. Tais autuações se referem a 55 (cinquenta e cinco) Declarações de Importação descritas no auto de infração e se devem pelo inadimplemento total do regime aduaneiro especial de drawback suspensão, pois, a recorrente assumiu o compromisso de importar insumo classificado na NCM 3907.60.00 – FORMAS PRIMÁRIAS DE POLITEREFTALATO DE ETILENO, com a exigibilidade de tais tributos suspensa, para, após sua industrialização, exportar o produto final classificado na NCM 5402.33.00 – FIOS TEXTURIZADOS DE POLIÉSTERES, dentro dos prazos e condições aceitas quando da adesão ao regime, compromisso este consubstanciado em 35 (trinta e cinco) Atos Concessórios expedidos pela SECEX – Secretaria de Comércio Exterior. 14. Intimada a recorrente a apresentar comprovação da exportação dos produtos finais, através de RE – Registros de Exportação , ou a sua destruição ou devolução ao exterior, não houve a apresentação de qualquer documento que comprovasse o adimplemento das condições de cumprimento do regime, dessa forma, como não ocorreu a exportação dos produtos finais pela ausência de baixa dos respectivos Atos Concessórios efetuada pela SECEX, o regime se extinguiu e os tributos, outrora com sua exigibilidade suspensa, tornaram se exigíveis. 15. Importante ressaltar a informação contida no TVF : “ Inicialmente, desde a edição do DecretoLei nº 37/1966, em seu art. 78, inc. II, o Drawback Suspensão previa apenas a suspensão do pagamento de tributos na importação de mercadorias para emprego ou consumo na industrialização de produto a ser exportado (Drawback Suspensão). Em 2008, com a edição da Medida Provisória nº 451/2008, convertida na Lei nº 11.945/2009, especificamente em seu art. 12, passou a ser permitida também a aquisição dos insumos no mercado interno, com suspensão dos tributos (Drawback Integrado Suspensão). Como forma de regulamentar a legislação relacionada ao assunto, a Receita Federal, em conjunto com a Secex, editou a Portaria Conjunta RFB/Secex nº 467/2010, detalhando alguns assuntos já discriminados na Lei nº 11.945/2009 e a Portaria Secex nº 23/2011, ambas vigentes até a presente data. Alguns dos atos concessórios analisados neste procedimento fiscal foram concedidos ou tiveram parte de seu período de validade ocorrendo durante as vigências das Portarias Secex nº 36/2007 (vigência de 22/11/2007 a 27/11/2008), nº 25/2008 (vigência de 28/11/2008 a 24/05/2010) e nº 10/2010 (vigência de 25/05/2010 a 18/07/2011).' 16. Destacamos, também por oportuno, as seguintes informações contidas em cartilha publicada no endereço eletrônico da Secretária do Comércio Exterior (SECEX) do Fl. 686DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 683 9 Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (WWW.MDIC.GOV.BR) sobre drawback : Criado em 1966, o Regime de Drawback possibilita importações desoneradas de tributos vinculadas a um compromisso de exportação. Ao longo do tempo, as modificações na legislação, bem como o aperfeiçoamento das Tecnologias de Informação e Comunicação, possibilitaram a evolução do regime até chegar ao modelo atual de Drawback Integrado que permite, também, a desoneração de tributos na aquisição de insumos no mercado interno. Atualmente, há duas modalidades de Drawback Integrado: Suspensão e Isenção. O Regime de Drawback Integrado Suspensão foi instituído em 25 de março de 2010, com base na Lei no 11.945 de 2009. Já o Drawback Integrado Isenção tem por base a Lei no 12.350 de 2010. Esta cartilha foi concebida com o propósito de apresentar o Drawback Integrado às empresas exportadoras brasileiras e assim promover a melhoria da competitividade de seus produtos no comércio internacional. Esperamos que a cartilha possa auxiliar os empresários e empreendedores na utilização deste importante instrumento de estímulo às exportações. A empresa beneficiária assume junto ao Governo um compro misso de exportação. A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) autoriza a importação e/ou aquisição no mercado interno, com a suspensão dos tributos, após análise do pleito. Toda a operação é registrada na Internet por meio do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX). A figura seguinte exemplifica o processo geral do Drawback integrado suspensão, desde a solicitação feita pela empresa (1), até a comprovação pela SECEX (6). Fl. 687DF CARF MF 10 Antes da exportação do produto final, os insumos importados ou adquiridos no mercado interno sob amparo do regime, de forma combinada ou não, deverão ser submetidos a, pelo menos, um dos processos de industrialização abaixo relacionados: 1) Transformação: de matériaprima ou produto intermediário gerando um novo bem. Ex.: tecido em camiseta; 2)Beneficiamento: modifica ou aperfeiçoa o funcionamento, utilização, acabamento ou aparência do produto. Ex.: de tecido cru para tecido tinto; 3) Montagem: de produto, peças ou partes que resulte em novo produto ou unidades autônomas. Ex.: partes e peças (chassis, motores, etc.) em automóvel; 4) Renovação ou recondicionamento: de produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado à renovação ou restauro do produto para utilização. Ex.: recondicionamento de máquinas industriais; 5) Acondicionamento ou reacondicionamento: altera a apresentação do produto pela colocação de embalagem, exceto quando a embalagem for destinada exclusivamente ao transporte. Ex.: embalagens plásticas de alimentos para venda no varejo. Fl. 688DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 684 11 HABILITAÇÃO AO DRAWBACK INTEGRADO SUSPENSÃO As empresas interessadas em utilizar o Drawback deverão estar devidamente habilitadas pela Receita Federal do Brasil RFB a operar no SISCOMEX. Não há possibilidade de pessoa física ser contemplada com o regime, mesmo aquelas admitidas como exportadoras. O Ato Concessório de Drawback deverá ser solicitado à SECEX via SISCOMEX DRAWBACK WEB. O acesso a esse sistema é feito na própria página eletrônica do MDIC (www.mdic.gov.br). Grande parte dos pedidos é efetivada instantaneamente, após registro no SISCOMEX. Para a concessão do regime, serão avaliados: 1) A relação entre o insumo a ser importado ou adquirido no mercado interno e o produto destinado à exportação; 2) O histórico da empresa exportadora em termos de regularidade no cumprimento do regime (se já usufruir do mesmo); 3) A agregação de valor e resultado da operação (o total das exportações deduzido dos insumos adquiridos deve ser positivo COMPROVAÇÃO A liquidação do compromisso, na modalidade suspensão, é obrigatória e ocorrerá mediante a exportação efetiva do produto previsto no Ato Concessório na quantidade, valor e prazo fixados. Não há necessidade de apresentação de documentos impressos na habilitação e comprovação das operações de Drawback. Contudo, durante cinco anos, as empresas deverão manter em seu poder as Declarações de Importação (DI), os Registros de Exportação (RE) averbados e as Notas Fiscais (NF), tanto de venda no mercado interno quanto de aquisição. Caso a empresa não consiga exportar, deverá adotar uma das providências a seguir, em até 30 dias, contados a partir do fim da validade do Ato Concessório: 1) Devolução ao exterior do insumo importado não utilizado; 2) Destruição do insumo, sob controle aduaneiro; 3) Nacionalização com recolhimento dos tributos suspensos da parte importada dos insumos remanescentes; 4) Recolhimento dos tributos, destruição ou devolução do insumo adquirido na mercado interno, observada a legislação de cada tributo envolvido. Essas providências deverão ser informadas no SISCOMEX Drawback WEB, na comprovação do Ato Concessório, no detalhamento de baixa. 17. Assim delineado o fato em exame, passamos a tratar das razões recursais. PRELIMINAR – DECADÊNCIA 18. Defende a recorrente que nas importações do ano de 2010, os respectivos Atos Concessórios teriam vencido nos anos 2017, razão pela qual a ciência do lançamento em 07/2017 implicaria a decadência dos fatos geradores dos tributos autuados, afirmando que “ com efeito, as operações de importação realizadas sob o regime de drawback ocorrem nos anos de 2010/2011 e 2012. Neste sentido, para que seja possível a averiguação do prazo decadencial, devese aplicar o artigo 173, I do CTN, o que a Fiscalização e o v. acórdão recorrido não discordam, com início do marco para contagem do prazo sendo aquele do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. E o Fl. 689DF CARF MF 12 lançamento poderia ter sido efetuado, como expõe a própria Fiscalização e o v. acórdão recorrido, 30 (trinta) dias após o fim do ato concessório, cujo prazo é regido pelo art. 388 do Regulamento Aduaneiro (Decreto nº 6759/09), como sendo de apenas 1 (um) ano. Logo, nas importações dos anos de 2010, os atos concessórios venceram em 2011. Logo, os lançamentos poderiam ter sido efetuados a partir de 1º de janeiro de 2012. Assim, o prazo decadencial se encerra em 1º de janeiro de 2017. No entanto, tendo sido o lançamento efetuado apenas em 07/2017, é evidente o transcurso do prazo decadencial e a perda do direito da RFB de lançar os referidos créditos tributários. 19. Sem maiores digressões sobre a matéria, o STJ, no REsp nº 766.050/PR, já consolidou o entendimento de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, em não ocorrendo pagamento antecipado, a regra aplicável é a constante do inciso I do artigo 173 do Código Tributário Nacional, ainda que o fato gerador do tributo tenha ocorrido em momento anterior. 20. No caso específico do drawback suspensão, embora o fato gerador dos tributos ocorra na data do registro da respectiva Declaração de Importação, o termo a quo do prazo decadencial quinquenal considerando que nessa modalidade não há pagamento antecipado de tributos aduaneiros, diante da suspensão de sua exigibilidade, pois o tributo não é devido enquanto não findar o prazo de vigência do Ato Concessório – devese aplicar as regras estabelecidas no citado inciso I do artigo 173 do CTN conjugada com o disposto no artigo 138 do Decretolei nº 37/1966, considerado o fundamento básico do direito aduaneiro. CTN Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; ………………………………………………………………………………… ………. DL nº 37/1966 Art. 138 O direito de exigir o tributo extinguese em 5 (cinco) anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) Parágrafo único. Tratandose de exigência de diferença de tributo, contarseá o prazo a partir do pagamento efetuado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) 21. Portanto, o prazo quinquenal para o lançamento dos tributos suspensos no regime de drawback iniciase no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos mesmos termos do inciso I do art. 173 do CTN. 22. O regime de drawback suspensão, poer se caracterizar como benefício fiscal, possui regras específicas, mormente para comprovação da liquidação do compromisso de exportar : nas operações de exportação, o artigo 136 da Portarias SECEX n° 25/2008 e o artigo 148 da Portaria SECEX n° 10/2010 estabeleceram a utilização da data de averbação do Registro de Exportação (RE), a partir de 19/07/2011, o artigo 153 da Portaria SECEX n° 23/2011, estabeleceu data de embarque da mercadoria para fins de comprovação; Fl. 690DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 685 13 o artigo 164 da Portaria SECEX n° 10/2010, estabeleceu que a liquidação do compromisso de exportar no regime de drawback, modalidade suspensão, ocorrerá das seguintes formas: I exportação efetiva do produto previsto no ato concessório de drawback, na quantidade,valor e prazo nele fixados, na forma do art. 131 desta Portaria; II adoção de uma das providências abaixo, no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da datalimite para exportação: a) devolução ao exterior da mercadoria não utilizada; b) destruição da mercadoria imprestável ou da sobra, sob controle aduaneiro; c) destinação da mercadoria remanescente para consumo interno, com a comprovação do recolhimento dos tributos previstos na legislação. Nos casos de mercadoria sujeita a controle especial na importação, a destinação para consumo interno dependerá de autorização expressa do órgão responsável. 1. nos respectivos comprovantes de recolhimento deverão constar informações referentes ao número do ato concessório, da declaração de importação, da quantidade e do valor envolvidos na nacionalização; 2. poderá a beneficiária apresentar declaração contendo as informações acima requeridas,quando não for possível o seu detalhamento no respectivo comprovante de recolhimento. III liquidação ou impugnação de débito eventualmente lançado contra a beneficiária. atualmente, a liquidação do compromisso está regida pelos artigos 171 e 176A da Portaria SECEX n° 23/2011: Art. 171. A liquidação do compromisso de exportação no regime de drawback, modalidade suspensão, ocorrerá mediante a exportação efetiva do bem previsto no ato concessório de drawback, na quantidade, valor e prazo nele fixados. (Redação dada pela Portaria SECEX nº 44, de 2012) ( …..) Art. 176A. Na hipótese da não realização da exportação efetiva da totalidade dos bens previstos no ato concessório, a empresa deverá adotar o procedimento indicado abaixo no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da data limite para exportação: (Incluído pela Portaria SECEX nº 44, de 2012) I – em relação aos bens importados (art. 390 do Decreto nº 6.759, de 2009): a) devolução ao exterior do bem não utilizado; b) destruição, sob controle aduaneiro, às expensas do interessado; c) destinação para consumo dos bens remanescentes, com o pagamento dos tributos suspensos e dos acréscimos legais devidos; ou d) entrega dos bens à Fazenda Nacional, livres de quaisquer despesas e ônus, desde que a autoridade aduaneira concorde em recebêlos. II – em relação aos bens adquiridos no mercado interno, pagamento de tributos, destruição ou devolução ao fornecedor do bem, observada a legislação de cada tributo envolvido. como esclarecido no TVF, findo o prazo de validade do Ato Concessório, acrescido de 30 (trinta) dias, se o beneficiário não realizou a exportação efetiva das mercadorias fabricadas com os insumos importados ao amparo do Regime, bem como não regularizou a situação dos Fl. 691DF CARF MF 14 insumos não utilizados mediante devolução ao exterior, destruição ou destinação para consumo interno, com o prévio recolhimento dos tributos devidos, será declarado o inadimplemento do Regime, que será considerado (arttigo 155 da Portaria Secex n° 25/2008, artigo 167 da Portaria Secex n° 10/2010 e artigo 174 da Portaria Secex n° 23/2011): total, se não houver nenhuma exportação que comprove a utilização dos insumos importados ou parcial, se existir exportação efetiva que comprove a utilização de parte dos insumos importados. 23. Quanto ao prazo de validade do Ato Concessório do regime, dentro do qual deverão ser importados os insumos e exportados os produtos a partir deles produzidos, o artigo 388 do Decreto n° 6.759/2009 – Regulamento Aduaneiro, dispõe : Art. 388. O prazo de vigência do regime será de um ano, admitida uma única prorrogação, por igual período, salvo nos casos de importação de mercadorias destinadas à produção de bens de capital de longo ciclo de fabricação, quando o prazo máximo será de cinco anos (DecretoLei n o 1.722, de 3 de dezembro de 1979, art. 4º, caput e parágrafo único). Parágrafo único. Os prazos de que trata o caput terão como termo final o fixado para o cumprimento do compromisso de exportação assumido na concessão do regime. 24. No caso presente em exame, os Atos Concessórios constam das fls. numeradas como 275/309 dos autos digitais, digitalizados como “Documentos Comprobatórios – Outros DOC 6 Telas dos ACs no Drawback Web “. A recorrente se insurge apenas contra os Atos Concessórios emitidos em 2010. Estes possuem as seguintes datas de validade : ATO CONCESSÓRIO Nº DATA REGISTRO DATA VALIDADE 20100075690 09/12/2010 10/12/2013 20100076181 13/12/2010 12/12/2013 20100078222 27/12/2010 26/12/2013 25. Portanto, o que se verifica é que as datas de validade foram alvo de prorrogação, a pedido da recorrente, pois conforme estabeleceu o artigo 87 da Portaria SECEX nº 10/20010 e os artigos 97 e 98 da Portaria SECEX nº 23/2011, o pedido de prorrogação deve ser formulado até o último dia de validade do Ato, ou no primeiro dia subsequente, caso o vencimento tenha ocorrido em dia não útil, sendo que, deferido o pedido, o novo prazo de validade é contado a partir do deferimento do Ato Concessório. 26. Com relação á exigência dos tributos, o prazo decadencial está definido no inciso I do § 3º do artigo 752 do Decreto nº 6.759/2009 – Regulamento Aduaneiro : Art. 752. O direito de exigir o tributo extinguese em cinco anos, contados (DecretoLei nº 37, de 1966, art. 138, caput, com a redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 1988, art. 4º; e Lei nº 5.172, de 1966, art. 173, caput): (...) § 3º No regime de drawback, o termo inicial para contagem a que se refere o caput é, na modalidade de: I suspensão, o primeiro dia do exercício seguinte ao dia imediatamente posterior ao trigésimo dia da data limite para exportação Fl. 692DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 686 15 27 Como se afere da tabela acima, os prazos de validade se encontram no intervalo entre 10/12/2013 e 26/12/2013. Em se aplicando a regra contida no inciso I do artigo 173 do CTN (primeiro dia do exercício seguinte ao imediatamente posterior ao 30º – trigésimo dia da data de validade do Ato Concessório – data limite para a exportação do produto final), teríamos as datas de termo inicial de contagem de prazo decadencial em 01/01/2015, sendo que o prazo decadencial quinquenal se expiraria em 31/12/2019. 28. Tendo o auto de infração sido lavrado 20/07/2017, portanto tempestivamente, não foi atingido pela decadência. 29. Com base nestes dispostos, rejeito a preliminar de decadência. PRELIMINAR – INSUBSITÊNCIA DA AUTUAÇÃO POR INCOMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL PARA LANÇAMENTO DE TRIBUTOS E DESCONSIDERAÇÃO DOS ATOS SECEX 30. Defende a recorrente que a autoridade fiscal seria incompetente para efetivar o lançamento dos tributos objeto destes autos, por entender que a autoridade não poderia desconstituir os atos emitidos pela SECEX. 31. Desde já se esclarece que a autoridade fiscal não desconstituiu ou desconsiderou os Atos Concessórios emitidos pela SECEX, ao contrário, a autoridade fiscal os utilizou como fundamento para autuação, na sua forma original, pois que extraídos de sistema informatizado disponível para a SECEX e para a Secretaria da Receita Federal, portanto, carece de fundamento tal afirmação apresentada pela recorrente. 32. A concessão do Regime Aduaneiro Especial de Drawback Suspensão, mediante emissão do Ato Concessório, é competência da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), conforme determina o art. 338 do Decreto n° 4.543/2002, mantido no art. 386 do Decreto n° 6.759/2009: Art. 386. A concessão do regime, na modalidade de suspensão, é de competência da Secretaria de Comércio Exterior, devendo ser efetivada, em cada caso, por meio do SISCOMEX. § 1º A concessão do regime será feita com base nos registros e nas informações prestadas,no SISCOMEX, pelo interessado, conforme estabelecido pela Secretaria de Comércio Exterior. § 2º O registro informatizado da concessão do regime equivale, para todos os efeitos legais,ao ato concessório de drawback. § 3º Para o desembaraço aduaneiro da mercadoria a ser admitida no regime, será exigido termo de responsabilidade na forma disciplinada em ato normativo da Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 4º Quando constar do ato concessório do regime a exigência de prestação de garantia, esta só alcançará o valor dos tributos suspensos e será reduzida à medida que forem comprovadas as exportações. 33. O mesmo Regulamento Aduaneiro define a competência para a fiscalização dos tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior : Fl. 693DF CARF MF 16 Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro (Constituição, art. 237). Parágrafo único. As atividades de fiscalização de tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior serão supervisionadas e executadas por AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (Lei no 5.172, de 1966, arts. 142, 194 e 196; Lei no 4.502, de 1964, art. 93; Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, art. 6o, com a redação dada pela Lei no 11.457, de 16 de março de 2007, art. 9o). 34. A já citada Portaria MEFP nº 594/1992, assim estabelece no seu artigo 3º : Art. 3o Constitui atribuição do Departamento da Receita Federal DpRF a aplicação do regime e a fiscalização dos tributos, nesta compreendidos o lançamento de crédito tributário, sua exclusão em razão de reconhecimento do benefício e a verificação, a qualquer tempo, do regular cumprimento, pela importadora, dos requisitos e condições fixados pela legislação pertinente. 35. Definindo a questão no âmbito deste CARF, foi exarada a Súmula nº 100, que assim estabelece ; O AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil tem competência para fiscalizar o cumprimento dos requisitos do regime de drawback na modalidade suspensão, aí compreendidos o lançamento do crédito tributário, sua exclusão em razão do reconhecimento de beneficio, e a verificação, a qualquer tempo, da regular observação, pela importadora, das condições fixadas na legislação pertinente. “ 36. Diante de tais dispositivos, rejeito a preliminar de incompetência da autoridade fiscal para efetivar a constituição dos créditos tributários, por lançamento. PRELIMINAR – NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO POR AUSÊNCIA DE PROVAS DAS INFRAÇÕES APONTADAS PELA AUTORIDADE FISCAL. 37. A recorrente sustenta que ha nulidade na autuação por ausência de provas que confirmem a infração objeto da acusação fiscal. 38. Afirma a recorrente que “ de rigor salientar que a autuação é nula de pleno direito, visto que o Agente Fiscal deixou de comprovar, através de documentos hábeis, a ocorrência da infração apontada que pudesse justificar a glosa, o que, segundo o artigo 142 do CTN, é sua obrigação. Com efeito, os autos de infração não estão instruídos com qualquer documento válido, apto a ensejar foro de veracidade às alegações fiscais tidas como praticadas, limitandose a demonstrar que a Recorrente não teria demonstrado a exportação dos insumos importados em regime de suspensão. Desta forma, não há nos autos uma prova sequer apta à demonstrar que a Recorrente não teria efetuado qualquer operação de exportação e que nestas exportações não teriam sido utilizados os insumos importados pela Recorrente. De fato, o Auditor Fiscal, em clara violação ao artigo 142 do CTN, repassa à Recorrente o ônus da prova, o que foi confessado expressamente no TVF anexo aos autos. Ocorre que a total ausência de provas da efetiva ocorrência dos fatos geradores impõe a nulidade do lançamento. A Fiscalização, aqui, inverteu totalmente o ônus da prova, impondo Fl. 694DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 687 17 ao contribuinte o dever de provar a regularidade das exportações e cumprimento dos atos concessórios de suspensão, quando o correto é justamente o contrário! Caberia à Fiscalização apurar e comprovar cabalmente que os insumos importados sob o regime de suspensão não teriam sido integrados a produtos exportados, demonstrando ainda que teriam sido comercializados no mercado interno, prova essa que em momento algum ocorreu nos autos!. “ 39. A recorrente cataloga o argumento sob o manto da nulidade. Entretanto, de nulidade não se trata, pois o assunto revolve o mérito da acusação fiscal, isto é, a existência ou não de provas capazes de alicerçar a autuação, contidas na fundamentação recursal, depende, necessariamente, de adentrar o acervo probatório dos autos e identificar as provas carreadas pela autoridade fiscal, examinálas à luz da legislação tributária e realizar um exercício de silogismo para fins de conclusão acerca da legalidade da autuação fiscal. 40. A recorrente invoca ferimento ao artigo 142 do CTN que determina : “ Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. “ 41. Ao contrário do que defende a recorrente, não correu nos presentes autos tal ferimento, pois a autuação foi perpretada por autoridade fiscal competente para tanto, houveram as necessárias diligências para verificar o fato gerador das obrigações tributárias envolvidas, foi de forma clara e devida demonstrada a matéria tributável, foi demonstrado o cálculo dos tributos devidos e foi imposta a penalidade definida em texto legal, totalmente em conformidade com o disposto no artigo 142 do CTN, houve ainda a abertura para o pleno exercício do direito constitucional ao contraditório e 'a ampla defesa, pela recorrente/autuada, conforme se verifica do longo texto impugnatório e das razões recursais apresentadas. Ainda a autoridade fiscal, através de intimações, ofereceu á recorrente a oportunidade de oferecer seus argumentos e provas cabais que comprovassem o seu direito. 42. No âmbito do Processo Administrativo Fiscal as hipóteses de nulidade são tratadas de forma específica no art. 59, do Decreto nº 70.235/1972 e os aspectos formais do auto de infração devem obedecer ao comando inserto no artigo 10 do mesmo diploma legal: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Fl. 695DF CARF MF 18 (…) Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. 43. Na autuação objeto dos presentes autos não ocorreu nenhuma das nulidades descritas noa artigo 59 transcrito e o auto de infração, como ato administrativo, está revestido das formalidades exigidas pelo artigo 10 também transcrito. 44. Portanto, não correu a nulidade da autuação. 45. Quanto ao fato aventado pela recorrente, de ausência de provas, devese esclarecer que no caso em análise, a modalidade adotada foi o drawbacksuspensão, desse modo, ao conceder o benefício fiscal da suspensão dos tributos quando da importação de mercadorias, a inteligência do regime indica que a respectiva mercadoria beneficiada seja vinculada ao processo produtivo do bem objeto da exportação, quer seja integrandose a este bem, quer seja consumindose no processo de sua produção. 46. Para esta modalidade de drawback, devese atentar para o comando disposto no artigo 389 do Decreto nº 6.759/2009 Regulamento Aduaneiro : Art. 389. As mercadorias admitidas no regime, na modalidade de suspensão, deverão ser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias a serem exportadas. Parágrafo único. O excedente de mercadorias produzidas ao amparo do regime, em relação ao compromisso de exportação estabelecido no respectivo ato concessório, poderá ser consumido no mercado interno somente após o pagamento dos tributos suspensos dos correspondentes insumos ou produtos importados, com os acréscimos legais devidos (d. n.). 47. Ou seja, diante deste comando legal, há que se entender que, por se tratar de legislação tributária que dispõe sobre suspensão do crédito tributário, como é o caso do drawback suspensão, devese interpretar tal dispositivo literalmente, por força do artigo 111 da Lei nº 5.1721966 – Código Tributário Nacional : Fl. 696DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 688 19 Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. 48. Estabelecida assim a aplicação do Princípio da Vinculação Física ao drawback suspensão, que estabelece a vinculação física entre os insumos importados e sua integração no processo de beneficiamento, industrialização ou mesmo na sua utilização como embalagem ou acondicionamento do produto final, portanto, a vinculação referida é sempre de natureza física, qual seja, o bem importado deve ser obrigatoriamente exportado ou os insumos importados devem ter sido ou devem ser totalmente utilizados na industrialização de bens já exportados ou a exportar. 49. Por caracterizarse o drawback suspensão como um contrato de adesão, ao solicitar o regime, pelo sistema informatizado SISCOMEX, o requerente já assume o compromisso de demonstrar que fez jus ao benefício fiscal, através do Registro de Exportação, quando, no momento da sua averbação, as autoridades fiscais poderão certificar a exportação do produto final, verificando o correto enquadramento da operação e sua vinculação ao Ato Concessório do regime. Sem tal procedimento o Fisco não tem como atestar o cumprimento da lei, ou seja, a vinculação física entre insumos importados e produto final exportado. O ônus probante é todo do requerente, que, por certo, tem todo interesse em demonstrar a efetividade do cumprimento das regras para obter a plenitude do benefício fiscal. 50. A própria autoridade fiscal autuante foi precisa ao mencionar no TVF (fls. 12 do TVF, fls 544 dos autos digitais) a necessidade de tal comprovação pelo requerente : ' O beneficiário deve provar que os produtos exportados até o prazo limite para exportação definida no Ato Concessório foram fabricados com os insumos importados sob o Regime de Drawback Suspensão, e que todos os insumos importados ao amparo do Regime foram destinados ao mercado externo, no prazo de vigência do Ato Concessório ou provar que foram regularmente “baixados” nas formas previstas na legislação (vide tópico 3.1)”. 51. O princípio básico para o adimplemento do regime de drawback suspensão é o da vinculação física, que compreende a obrigatoriedade de os insumos anteriormente importados terem sido efetivamente utilizados na confecção dos produtos exportados. Para tanto, a legislação do regime de drawback exige que conste do ato concessório correspondente a indicação das Declarações de Importação e dos respectivos Registros de Exportação, providência esta destinada a comprovar que naqueles produtos exportados foram utilizados os insumos importados ao abrigo do regime, ali indicados. É certo, ademais, que a Consolidação das Normas do Regime de Drawback continuou a se pautar na vinculação física entre as importações e exportações prévias, cuja comprovação é prérequisito essencial à concessão do drawback suspensão. Fl. 697DF CARF MF 20 52. No mesmo TVF, ás fls, 546/547 dos autos digitais, a autoridade fiscal bem descreveu a existência de regras que determinam tal comprovação : Já na exportação, a vinculação deverá atender dois requisitos: o preenchimento do campo 2a do Registro de Exportação (RE) com o código de enquadramento 81101 (relativo ao Drawback Suspensão) e o preenchimento do campo 24 (Dados do fabricante), conforme Portaria Secex N°10/2010, ANEXO G: Art. 4º Somente será aceito para comprovação do regime, modalidade suspensão, RE contendo, no campo 2a, o código de enquadramento do drawback constante da tabela de enquadramento da operação do SISCOMEX Exportação, quando de sua efetivação, bem como as informações exigidas no campo 24 dados do fabricante. § 1º Considera se exportado o produto cujo RE no SISCOM EX encontrese na situação averbado. § 2º O efetivo embarque do produto para o exterior, consignado no campo 28 b deverá ter ocorrido dentro do prazo de validade do respectivo ato concessório de drawback. § 3º Para efeito de comprovação do regime, na falta da data de embarque mencionada no parágrafo anterior, será considerada a data de averbação do RE consignada no campo 28g. (grifouse) A obrigatoriedade da vinculação do RE ao Ato Concessório também está definida no art. 400 do Decreto n° 6.759/2009. Devese atentar para o comando deste artigo: “será registrada”. É impositivo, não facultativo. Art. 400. A utilização do regime previsto neste Capítulo será registrada no documento comprobatório da exportação. (grifouse) As Portarias Secex vigentes à época dos Atos Concessórios fiscalizados ainda estipulam os seguintes requisitos: ∙ Na comprovação do Regime de Drawback, os documentos eletrônicos registrados no SISCOMEX utilizarão somente um Ato Concessório; ∙ Não serão aceitos para comprovação do regime, RE que possuam um único CNPJ vinculado a mais de um Ato Concessório de Drawback; ∙ Um mesmo RE não poderá ser utilizado para comprovação de atos concessórios de Drawback distintos de uma mesma beneficiária. De acordo com o SECEX, o Sistema providenciará a transferência automática dos RE averbados e devidamente vinculados no campo 24 ao ato concessório no momento da efetivação dos aludidos RE’s, e das DI’s vinculadas ao regime, para efeito de comprovação do AC. 53. Por derradeiro, há que se esclarecer que a autoridade fiscal solicitou tal comprovação ao recorrente, através de intimação, como descreve o TVF, em seu item DO PROCEDIMENTO FISCAL : A ação fiscal foi iniciada com a tomada de ciência pelo fiscalizado do Termo nº 1 Início de Ação Fiscal e Intimação em 29/05/2017 (DOC 2). A ciência foi realizada através do domicílio tributário eletrônico (DTE), por meio do Dossiê Digital de Atendimento à Fiscalização nº 1012003045/051796, face à opção explícita feita pela empresa por esta forma de comunicação com a Receita Federal do Brasil (DOC 1). O Termo nº 1 concedia prazo de 20 dias para o importador: Fl. 698DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 689 21 1) informar se já havia sido autuado por alguma unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil ou se existia algum processo judicial ou administrativo em andamento ou encerrado,que tivesse relação com a matéria objeto da ação fiscal; 2) preencher planilha relacionando os atos concessórios de Drawback objetos de análise desta ação fiscal com as respectivas importações de insumos, as notas fiscais de entrada dos insumos e as comprovações da exportações das mercadorias manufaturadas; 3) apresentar os seguintes arquivos digitais previstos no Ato Declaratório Executivo (ADE) Cofis nº 15/2001: a. Arquivo de Controle de Estoque; b. Arquivo de Registro de Inventário; c. Arquivo de Insumos Relacionados; d. Tabela de Mercadorias / Serviços; 4) apresentar cópia das ordens de produção dos produtos exportados; 5) informar o tempo médio de produção dos produtos exportados; 6) informar os motivos para as perdas serem consideradas irrecuperáveis, caso tenha sido informado percentual de perda no Arquivo de Insumos Relacionados; 7) apresentar relação de subprodutos, resíduos e sobras com valor comercial, decorrentes do processo produtivo; 8) apresentar comprovação de devolução dos insumos ao exterior, se for o caso; 9) apresentar comprovação de destruição dos insumos, se for o caso; 10) apresentar comprovação de recolhimento espontâneo dos tributos suspensos na importação dos insumos, se for o caso; 11) apresentar justificativa caso tenha utilizado um único Registro de Exportação (RE) para baixa de mais de um Ato Concessório. Em 30/05/2017, a empresa foi cientificada por decurso de prazo do Termo nº 2 – Identificação do Patrimônio Conhecido (DOC 3), o qual solicitava à empresa que apresentasse relação de bens e direitos de sua propriedade, integrantes do ativo não circulante. Em 25/05/2017, a POLYENKA apresentou resposta (DOC 4) ao Termo nº 2, relacionando um único bem imóvel de valor superior a 27 milhões de reais e anexando a matrícula do imóvel e o demonstrativo do valor venal para a prefeitura do município. 54. No mesmo item do TVF a autoridade fiscal descreve a resposta oferecida pela recorrente : Em 29/05/2017, a POLYENKA apresentou resposta (DOC 5) ao Termo nº 1, conforme os itens solicitados 1) os atos concessórios listados não foram objeto de fiscalização, nem possui decisão judicial; 2) a planilha foi preenchida apenas com os códigos dos insumos e as respectivas notas fiscais de entrada, sem as informações dos produtos manufaturados e registros de exportação; 3) não apresenta nenhum dos arquivos digitais solicitados, apenas informa que o único produto da empresa é “tereftalato de polietileno” e que não realiza controle de estoque; 4) não apresenta ordem de produção; 5) não informa o tempo médio de produção; Fl. 699DF CARF MF 22 6) informa que o percentual de perda é 17,01% e decorre de evaporações e fios descontínuos; 7) informa que não há subprodutos; 8) informa que não houve devolução de insumos; 9) informa que não houve destruição de insumos; 10) informa que não houve recolhimento espontâneo; 11) informa que não utilizou mais que um ato concessório 55. Portanto, sendo o ônus probatório da recorrente, foi a própria recorrente que confessou não ter cumprido as regras vigentes sobre o drawback suspensão, e não as tendo cumprido sujeitase ás suas consequências, como a extinção do regime e a exigência dos tributos vinculados á importação dos insumos não exportados no prazo contratual constante dos Atos Concessórios. 56. Citamos, por fim, o Acórdão nº 3302002.656, exarado pela 2ª Turma Ordinária desta 3ª Câmara – 3ª Seção de Julgamento: ASSUNTO:REGIMES ADUANEIROS DRAWBACK SUSPENSÃO. O descumprimento das condições estabelecidas em Ato Concessório emitido pelo órgão competente concedente do regime de drawback suspensão, com o não atendimento da legislação de regência, conduz à exigência do crédito tributário suspenso. COMPROVAÇÃO DO CUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova do cumprimento das condições estipuladas no ato concessório do regime drawback suspensão, visando descaracterizar as infrações devidamente comprovadas na autuação, compete a quem alega. Para que haja a correta extinção do regime e consequente reconhecimento da isenção, é imprescindível que se demonstre que a mercadoria importada foi efetivamente empregada na fabricação daquela que foi exportada e que tal demonstração siga o rito preconizado pela legislação de regência. 57. Por todo o exposto, rejeito a preliminar de nulidade por ausência de provas alegada pela recorrente. DA IMPOSSIBILIDADE DE TRIBUTAÇÃO DO PERCENTUAL DE QUEBRA DAS MERCADORIAS IMPORTADAS 58. Alega a recorrente em suas razões de defesa que “ O v. acórdão também afirmou que a Recorrente não teria comprovado a exportação dos produtos manufaturados, a destruição ou a devolução ao exterior dos insumos importados admitidos no regime, razão pela qual não haveria “que se falar em índice de perdas na industrialização dos produtos que deveriam ser exportados. Ademais, o impugnante não trouxe aos autos nenhum laudo ou prova nesse sentido.” No entanto, também merece reforma o v. acórdão neste ponto. Com efeito, nos casos acima indicados, o i. Auditor Fiscal efetuou a glosa TOTAL das renúncias fiscais, em razão de entender não ter havido exportações no período de vigência dos atos concessórios. Todavia, ao assim proceder, deixou de considerar a quebra existente na industrialização dos produtos manufaturados pela Recorrente. A Recorrente chegou a se manifestar durante o processo fiscalizatório, informando que o processo de manufatura seu produto final acarreta em perda de 17,01% do insumo importado denominado Teraftalato de Polietileno. Ou seja, ao contrário do entendido, a verdade é que a Recorrente realmente demonstrou o índice de perdas na industrialização dos produtos. Assim, as perdas no processo de industrialização, devem ser consideradas por ocasião do ançamento dos tributos Fl. 700DF CARF MF Processo nº 11829.720050/201746 Acórdão n.º 3301006.033 S3C3T1 Fl. 690 23 incidentes sobre os produtos supostamente não exportados pela Recorrente no prazo regulamentar, de forma a diminuir o montante, eis que estes insumos jamais seriam mesmo exportados. “ 59. Não cabe razão á recorrente, uma vez que devese interpretar literalmente a legislação que rege a matéria drawback suspensão, por força do artigo 111 do CTN. Nesse diapasão, o artigo 389 do Decreto nº 6.759/2009 – Regulamento Aduaneiro determina expressamente que as mercadorias admitidas no regime, na modalidade de suspensão, deverão ser integralmente utilizadas no processo produtivo ou na embalagem, acondicionamento ou apresentação das mercadorias a serem exportadas e o excedente de mercadorias produzidas ao amparo do regime, em relação ao compromisso de exportação estabelecido no respectivo ato concessório, poderá ser consumido no mercado interno somente após o pagamento dos tributos suspensos dos correspondentes insumos ou produtos importados, com os acréscimos legais devidos, portanto não há previsão para tais quebras a serem descontadas no processo produtivo. 60. O inadimplemento de condição essencial ao regime de Drawback, na modalidade suspensão, como compromisso de exportação estabelecido em Ato Concessório, enseja a exigibilidade dos tributos incidentes, uma vez que a suspensão de sua exigibilidade se extingue, relativo ás mercadorias importadas. Conforme disposição contida no inciso II do artigo 78 do DecretoLei nº 37/1966, poderá ser concedida suspensão do pagamento dos tributos sobre a importação de mercadoria a ser exportada após beneficiamento, ou destinada á fabricação, complementação ou acondicionamento de produto exportado, portanto, na falta de comprovação de perdas de insumos no processo produtivo, são devidos os tributos na inadimplência do regime, ou seja, na não comprovação da exportação dos insumos. 61. Ademais, a recorrente traz um número percentual de 17.01% sem carrear aos autos documentação que comprove tal percentagem ou laudo técnico pericial que demonstre como se chegou a tal percentual nas perdas durante o processo produtivo. 62. Assim, nego provimento recurso neste quesito. A ILEGALIDADE DA MULTA APLICADA 63. A Recorrente defende a ilegalidade da multa aplicada por tal sido aplicada em percentual superior ao montante do tributo exigido, caracterizandose como penalização confiscatória., invocando fundamentos de inconstitucionalidade da lei tributária. 64. As penalidades impostas pela autoridade fiscal estão previstas em atos legais, devidamente descritos no TVF e no auto de infração. 65. Com relação aos órgãos julgadores, em obediência ao disposto no art. 26A do Decreto nº 70.235/72 – Regulamento do Processo Administrativo Fiscal, na ausência das hipóteses descritas no § 6º do mesmo artigo – é defeso à autoridade julgadora afastar a aplicação de lei ou decreto ou se manifestar sobre a sua constitucionalidade: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) . 66. Ademais, no âmbito deste colegiado, aplicase a Súmula CARF nº 2 : “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a Fl. 701DF CARF MF 24 inconstitucionalidade de lei tributária” 67. Portanto, nego provimento ao recurso neste quesito. Conclusão 68. Por todo o exposto, rejeito as preliminares de nulidade e, no mérito, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. É o meu voto Assinado digitalmente Ari Vendramini Relator Fl. 702DF CARF MF
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