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Numero do processo: 11543.003094/2005-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3201-000.593
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator. Compareceu à sessão de julgamento o advogado Mário Junqueira Franco Jr., OAB/SP nº 140284.
Assinado digitalmente
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o recurso em diligência nos termos do voto do relator. Compareceu à sessão de julgamento o advogado Mário Junqueira Franco Jr., OAB/SP nº 140284. Assinado digitalmente Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Mércia Helena Trajano Damorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Tatiana Josefovicz Belisario e Cassio Shappo. Relatório Por bem descrever os fatos adoto, com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 43 .0 03 09 4/ 20 05 -7 1 Fl. 2713DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.713 2 "Tratase de pedido de reconhecimento de direito creditório do PIS decorrente do regime de nãocumulatividade, no período de 01/01/05 a 31/03/05, no valor de R$660.802,64 (fl. 2), para fins de compensação. A autoridade fiscal decidiu (fl. 171) homologar parcialmente as compensações efetuadas, porque entendeu que a contribuinte não possuía o direito creditório no montante declarado. Reconheceu, no entanto, o valor de R$443.321,19, argumentando por meio do Parecer SEORT/DRF/VIT/ES nº 2.976/09 (fls. 152 e ss), em resumo, que: 1. a requerente tem por objeto social o comércio atacadista de café, comércio atacadista de algodão em pluma, fabricação de óleos vegetais e fiação de fibras de algodão, todas atividades com vendas no mercado interno e no mercado externo; 2. em razão da atividade desenvolvida e tendo em vista a apuração do IRPJ com base no lucro real no anocalendário 2004, neste ano ficou sujeita ao regime de incidência nãocumulativa da contribuição; 3. a contribuinte informou despesas (manutenção e reparos) não passíveis de aproveitamento de crédito, visto que não se enquadraram na definição de insumos esboçada pela legislação tributária, e em outras situações, não discriminou os serviços efetivamente incorridos; 4. as vendas de mercadorias realizadas pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento não são tributadas, portanto, não fazem jus ao crédito; 5. há compras de mais de 200 diferentes fornecedores, porém, uma amostragem de mais de 80% das compras de café acabou por definir análise da situação dos 55 maiores fornecedores, 15 são cooperativas, 1 é empresa do poder público, restando 39 fornecedores; 6. aproximadamente, 72% destes fornecedores analisados, enquadramse como pessoas jurídicas que se declararam à Receita Federal do Brasil em situação de inatividade, ou simplesmente estão omissas perante o órgão, outras ainda, quando prestaram tais informações, o fizeram de maneira irregular, eis que a receita declarada é totalmente incompatível com o valor das vendas realizadas, isto considerando apenas as operações mercantis com a requerente; 7. registrase que as compras de café de cooperativas foram desconsideradas do cálculo por possuírem tratamento diferenciado no que tange a apuração das contribuições nãocumulativas; 8. se tomados os valores de aquisição que foram declarados, das empresas analisadas, o percentual de aquisições que, em tese, sofreu a incidência do PIS/Pasep na etapa anterior é de impressionantes 28,69%, sublinhando que o levantamento se contentou em esquadrinhar apenas os valores declarados, independentemente do efetivo recolhimento de tais exações; 9. no caso examinado há presunção de que a abertura destas "pessoas jurídicas" era meramente casuística, indicando objetivos escusos, bastando verificar que aproximadamente 31% (trinta e um inteiros percentuais) destas "sociedades" analisadas iniciaram suas "operações" após 09/2002, quando foi publicada a Medida Provisória n° 66/2002, que instituiu a nãocumulatividade para a contribuição para o PIS/Pasep, o que reforça ainda mais as suspeitas; 10. assim, o que se verifica deste quadro é que, a bem da verdade, estas "pseudopessoas jurídicas" são apenas figuras formais, longa manus de pessoas inescrupulosas, que as utilizam em suas práticas ilegais, onde funcionam como intermediárias, com o único propósito de "fabricar" créditos da Fl. 2714DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.714 3 nãocumulatividade para as contribuições em comento; 11. não se está afirmando que a requerente agiu em conluio ou mesmo que tivesse conhecimento de tal situação, ao passo que não houve investigação neste sentido e não há prova que aponte tal realidade, pois não é este o escopo deste trabalho; 12. nesse contexto, a ausência de provas que unam a requerente aos seus fornecedores gera uma presunção de boa fé em seu favor, todavia, em que pese tal circunstância, pressuposta inocência não pode lhe garantir o cômputo normal de tais créditos, justamente porque também foi vítima do procedimento ilegal; 13. não se concebe que a adquirente, neste ato requerente do crédito, possa transferir o seu pretenso prejuízo ao Estado, sob pena de se admitir a distribuição por toda a sociedade de um ônus individual; 14. nesta peça opinativa não se questiona a existência das operações de venda, mas sim, a inclusão das compras em debate no cálculo dos créditos a descontar dos valores devidos a título de PIS/Pasep e Cofins nãocumulativos, haja vista que sendo Fisco e contribuinte vítimas de um mesmo golpe, não é possível a socialização do prejuízo sofrido pelo adquirente, exigindose que o Estado arque com um prejuízo dobrado, qual seja, além de nada receber ainda ter de ressarcir aquilo que deveria ter sido recolhido e não foi, ainda que o adquirente tenha agido de boafé; 15. com estes fundamentos foi providenciado o reenquadramento dessas compras, consideradas irregulares pela presente fiscalização, para aquisições de pessoas físicas garantindose o direito ao crédito presumido, de acordo com a planilha de apuração das contribuições nãocumulativas; 16. o sujeito passivo apurou créditos referentes a embalagens adquiridas, de acordo com o DACON/Demonstrativo Analítico de apuração do PIS, referidas aquisições estão enquadradas nos CFOP de n°s 1920 e 2920, os quais se referem à entrada de sacaria e vasilhame; 17. foram desconsideradas as entradas de mercadorias sob os CFOP de n°s 1122, 2122, 1125 e 2125, visto que referidas aquisições foram contempladas no item Compras Terceiros PJ, conforme declaração do próprio contribuinte às fls. 191/192; 18. verificase, pelo somatório da documentação apresentada, que o contribuinte não logrou êxito em confirmar as despesas de aluguel informadas, razão pela qual essa diferença foi desconsiderada para fins de apuração dos créditos a descontar; 19. o contribuinte ofereceu à base de cálculo dos créditos despesas de condomínio, mas não há previsão no texto legal para a inclusão desta despesa no âmbito da despesa de aluguel, visto que possuem naturezas jurídicas distintas, desta forma, despesas de condomínio não foram consideradas como créditos passíveis de aproveitamento, tendo sido glosadas pela fiscalização; 20. procedeu se, então, à utilização dos créditos na dedução do débito do PIS apurado no mês, além dos créditos vinculados ao mercado interno, consumiramse, também, créditos atrelados ao mercado externo, de sorte que restou saldo credor, a ser utilizado nas compensações de outros tributos ao final do 1º Trimestre de 2005 no montante de R$443.321,19. Cientificada da Decisão (fl. 184), em 06/09/10, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 188 e seguintes), em 30/09/10, onde alegou, em resumo, que: 1. teve limitado seu direito a uma parcela do crédito pleiteado sem que tenham sido dados os fundamentos para a glosa, portanto, pleiteia a nulidade do processo; 2. o Parecer DRF/VIT/SEORT n° 2.976/2009 ora guerreado tem razões conexas aos Pareceres DRF/VIT/SEORT n.° 2.983/2009 Fl. 2715DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.715 4 e 1.672/2010, mister se faz o apensamento destes autos àqueles, tudo com vistas a que sejam julgados simultaneamente, evitando se, destarte, decisões conflitantes acerca da mesma matéria; 3. as despesas pagas às pessoas jurídicas responsáveis pela manutenção e reparos de seus ativos se enquadram verdadeiramente no conceito de insumos albergado pela legislação fiscal de regência; 4. o direito ao crédito da contribuição nascerá em relação a toda e qualquer aquisição de bens e serviços, desde que: (i) tratemse de elementos sem os quais a receita de vendas não se realizaria; e, (ii) não haja vedação legal à apropriação de créditos calculados sobre tais dispêndios; 5. a Requerente esclarece que as tais despesas são registradas na conta 752.600 e referemse à utilização de serviços no beneficiamento do algodão; 6. se o art. 3º, II da Lei n.° 10.637/02 não restringiu o direito ao crédito apenas para as hipóteses em que os serviços são aplicados ou consumidos na produção, o ato administrativo ora mencionado (IN nº 247/02 com redação dada pela IN º 358/03) não poderia criar este limite, sob pena de ofensa ao Princípio da legalidade, alçado a patamares constitucionais por força do art. 150, I da Constituição Federal; 7. de fato, o art. 3º, §2°, II da Lei n.° 10.637/02 (com a redação dada pelo art. 37 da Lei n.° 10.865/04), veda o direito ao crédito calculado em relação às aquisições de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, inclusive no caso de isenção; 8. no entanto, é imperioso atentar para o fato de que nos tributos em que o ônus financeiro é transferido ao adquirente (tributos indiretos) há a obediência ao chamado Princípio Constitucional da NãoCumulatividade, pelo qual o contribuinte possui o direito de abater o tributo cobrado em etapas anteriores do que for devido em decorrência de suas próprias operações; 9. a ideia materializada nesse princípio é a de evitar o chamado efeito cascata, isto é, a incidência de tributo sobre tributo; 10. em relação aos fornecedores inidôneos, a Requerente acosta notas fiscais, comprovantes de pagamentos e de entrada de mercadorias, que comprovam as transações elencadas pelo Sr. AFRF; 11. cumpre destacar que a Lei nº 10.637/2002 não condicionou a apropriação de créditos ao pagamento do produto adquirido, mas sim a sua aquisição; 12. exigir que a Requerente tome os créditos apenas de pessoas jurídicas que estejam em dia com suas obrigações tributárias (principais e acessórias) é no mínimo paradoxal, na medida em que a Requerente não dispõe do mesmo aparato que o Fisco detém para constatar irregularidades tributárias; 13. ainda que existisse regra condicionando o crédito ao pagamento na etapa anterior, tratar seia de dispositivo absolutamente inócuo, na medida em que em virtude do sigilo fiscal (arts. 198 e 199 do CTN) não há como a Requerente constatar se seus fornecedores estão em dia com o Fisco; 14. assim, solicita o cancelamento da glosa referente às aquisições de pessoas jurídicas inidôneas; 15. o Parecer equivocou se ao glosar o crédito pleiteado pela Requerente (registrado na linha 02 da ficha 04 do DACON), na medida em que as embalagens registradas nessa linha do DACON (contabilizadas na conta 755.000) referemse àquelas consumidas na industrialização do óleo de algodão, não guardando qualquer/relação com aquelas adquiridas, sob o CFOP n°s 1.122, 2122, 1125 e 2125; 16. as demais despesas com embalagens citadas referemse às aquisições de sacaria utilizada na exportação, de café (linha 01 do DACON); 17. não há registro em duplicidade e, Fl. 2716DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.716 5 consequentemente, não há valores à serem glosados; 18. os dispêndios de condomínio compõem o valor da própria despesa de aluguel e, dessa forma, também geram direito ao crédito. A Inconformada cita legislação e jurisprudência, requerendo, ao final, reconhecimento do direito de crédito e homologação das compensações efetuadas. O processo fora baixado em diligência (fl. 1.763) para a Unidade a quo examinar, em resumo, se há alguma repercussão na controvérsia aqui instaurada e no crédito pleiteado dos mesmos fatos apurados nas operações “Tempo de Colheita” e “Broca”, pedindo ainda esclarecimentos acerca de outros itens glosados. A Delegacia de origem no “Relatório Fiscal”, à fl. 2.092 e seguintes, responde positivamente a tal indagação, junta variados documentos, e, em síntese, justifica que: 1. a operação fiscal “TEMPO DE COLHEITA” foi deflagrada pela DRF/Vitória, em outubro de 2007, que resultou na operação BROCA parceria do Ministério Público, Polícia Federal, e Receita Federal, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão e prisão; 2. no rol de supostos fornecedores da contibuinte, é importante mencionar a ACÁDIA, COLÚMBIA, DO GRÃO, L&L, J.C. BINS e V. MUNALDI, hipotéticas atacadistas de café localizadas na cidade de COLATINA, norte do ES, uns dos principais alvos na “Operação Tempo de Colheita”, deflagrada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Vitória – ES; 3. a motivação da operação Tempo de Colheita foi a flagrante divergência entre as movimentações financeiras de pessoas jurídicas atacadistas – na ordem de 3 bilhões de Reais nos anos de 2003 a 2006 – e os valores insignificantes das receitas declaradas; 4. dezenove (53%) das empresas atacadistas fiscalizadas foram criadas a partir de 2002, e passaram a ter movimentação financeira crescente e vultosa a partir do ano de 2003; 5. ao contrário dos tradicionais atacadistas, tais empresas ocupam salas pequenas e acanhadas, sem qualquer estrutura física ou logística, nem dispõem de funcionários para operar como atacadistas; 6. entre os documentos obtidos ao longo da operação “TEMPO DE COLHEITA” estão declarações de produtores rurais, maquinistas, corretores, sócios e pessoas ligadas às empresas de fachada, e, ainda, documentos relacionados a tais empresas; 7. do Ministério Público e da Polícia Federal a Fiscalização recebeu documentos fiscais e contábeis em papel e meio magnético; 8. com o objetivo de colher provas sobre o modus operandi do esquema, coletouse, durante as mencionadas operações, documentos, além de realizar diligências nas atacadistas e principais empresas exportadoras de café; 9. junto aos produtores rurais foi apurado que havia uma negociação direta, ou por meio de corretores, entre os produtores rurais e tradicionais maquinistas e empresas do ramo atacadistas, exportadoras ou indústrias, porém, nas notas fiscais apareciam como compradores pseudoatacadistas, tais como, Colúmbia, Do Grão, V. Munaldi, JC Bins, e outras; 10. os produtores rurais, via de regra, não preenchiam as notas fiscais, sendo que as mesmas eram preenchidas nos escritórios dos corretores e/ou compradores; 11. os corretores de café convergiram para firmar os pontos levantados pelos produtores rurais, especialmente, no que tange à utilização das pseudoempresas jurídicas para intermediar a venda do café do produtor para a comercial atacadista, inclusive, do pleno conhecimento da empresa, ora autuada, de tais operações; 12. os corretores afirmaram que as próprias empresas tradicionais Fl. 2717DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.717 6 de exportação e industrialização do café passaram a dificultar a compra com nota fiscal do produtor rural, exigindo notas em nome de pessoas jurídicas; 13. os corretores afirmaram que algumas empresas foram constituídas com a única e exclusiva finalidade de vender notas fiscais, e, ainda, que as Exportadoras/Indústrias tinham pleno conhecimento do esquema fraudulento; 14. a migração para empresas laranjas foi um movimento orquestrado, onde exportadoras e indústrias caminharam no mesmo sentido, com exigência inclusive de que as notas fiscais anotassem ficticiamente a incidência do PIS/COFINS, bem como as mesmas cautelas adotadas de consultar os cadastros fiscais no momento do recebimento do café por meio de empresas laranjas na tentativa de evitar problemas futuros; 15. restou demonstrado que a EISA não só tinha pleno conhecimento do esquema fraudulento como dele se beneficiava, apropriandose de créditos fictícios sobre notas fiscais ideologicamente falsas gerados por empresas atacadistas de fachada. Intimada do resultado da diligência, a contribuinte ratificou os termos de sua Manifestação de Inconformidade, adicionando (fls. 2258 e ss), em resumo, que: 1. nenhum dos sócios, administradores ou empregados da Requerente foi investigado no âmbito do Inquérito Policial nº 541/2008 DPF/ SR/ES ou denunciado nos autos do Processo Criminal n° 2008.50.05.0005383, ou em qualquer outro processo criminal oriundo das operações "Tempo de Colheita" e "Broca"; 2. ao revés, em momento algum das investigações ocorridas houve a vinculação da Requerente ao suposto sistema fraudulento; 3. assim, resta evidente a precariedade da acusação da d. autoridade fiscal de que a Requerente teria se utilizado de empresas laranjas como intermediárias fictícias na compra de café de produtores, com o intuito exclusivo de apropriação de créditos da Contribuição ao PIS e da COFINS; 4. o volume de operações mantido com pessoas físicas pouco sofreu alterações com a instituição da nãocumulatividade das contribuições e previsão de direito ao crédito (anoscalendários 2002 e 2003), e com a mudança da legislação aplicável ao setor em 2012 (Lei n° 12.599/2012); 5. ainda que o nome do produtor rural, da fazenda de café e/ou da região fosse informado ao adquirente em referidas situações, como até hoje o é, este adquire o produto da empresa atacadista, que ao final é responsável pela entrega do produto em determinada quantidade, em boa qualidade e em determinado prazo e local; 6. as empresas atacadistas, comerciantes e exportadoras de café cru em grão não necessitam de estrutura física própria para operarem a não ser uma sala, onde localizado o estabelecimento comercial utilizado para a formalização da compra e venda do café, na medida em que referido produto, após adquirido, pode perfeitamente permanecer depositado em armazém geral até a ocasião da revenda; 7. em nenhum dos depoimentos constantes dos autos é feita menção à pessoa da Requerente ou de algum administrador/funcionário seu como participante do alegado esquema fraudulento; 8. em sendo inegável a boafé da Requerente, verificase a completa improcedência da glosa dos créditos apurados sobre aquisições de café cru em grão de pessoas jurídicas no período compreendido entre o 1º trimestre de 2004 e o 3° trimestre de 2005; 9. demonstrou a completa improcedência da glosa dos créditos originais das contribuições apurados pela Requerente sobre aquisições de café de pessoas jurídicas; 10. considerando a indiscutível boafé da Fl. 2718DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.718 7 empresa e nos termos do artigo 82, parágrafo único, da Lei n° 9.430/96, deve ser cancelada a glosa dos créditos levada a efeito em razão da suposta inidoneidade dos fornecedores da Requerente; 11. na remota hipótese da glosa em questão ser mantida, o que se admite apenas para fins de argumentação, há que ao mínimo se reconhecer o direito à apuração do crédito presumido de que trata a Lei n° 10.925/04, como fora inicialmente realizado pela d. autoridade fiscal; 12. ainda que não tivesse ocorrido a decadência para inovação dos fundamentos da glosa, apenas a título de argumentação, restará comprovado que a posição da 16ª Turma da DRJ/RJ1 quanto à apuração de crédito presumido de aquisições de café de produtores rurais não deve prosperar; 13. um dos requisitos para a apropriação do crédito presumido na aquisição de produto in natura consiste no fato de que o adquirente exerça a atividade agroindustrial, e a Requerente, na condição de encomendante, é considerada, para todos os fins fiscais, produtora de café e, por conseguinte, beneficiária do crédito presumido. Reitera, “com base nos argumentos constantes da Manifestação de Inconformidade apresentada, somados aos argumentos que aqui são apresentados”, pela reforma da decisão que não homologou os pedidos de compensação, a fim de que seja reconhecido o crédito pleiteado em sua integralidade." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve integralmente o despacho decisório. A decisão foi assim ementada: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 Créditos a Descontar. Incidência nãoCumulativa. Não dá direito a crédito gastos ou despesas com bens ou serviços utilizados nas atividades da Empresa, quando não corresponderem ao conceito de insumo ou a outra expressa hipótese legal. Aquisições. Nãosujeitas ao PIS. Crédito Vedado. A Partir de 01/08/04. A alteração promovida pela Lei nº 10.865, de 30 de abril 2004, na Lei nº 10.637, no sentido de vedar o direito ao crédito da não cumulatividade do PIS, nos casos de aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição, passou a produzir efeitos a partir de 01/08/04. Fraude. Dissimulação. Desconsideração. Negócio Ilícito. Comprovada a existência de simulação/dissimulação por meio de interposta pessoa, com o fim exclusivo de afastar o pagamento da contribuição devida, é de se glosar os créditos decorrentes dos expedientes ilícitos, desconsiderandose os negócios fraudulentos. Uso de Interposta Pessoa. Inexistência de Finalidade Comercial. Dano ao Erário. Caracterizado. Negócios efetuados com pessoas jurídicas, artificialmente criadas e intencionalmente interpostas na cadeia produtiva, sem qualquer finalidade comercial, visando reduzir a carga tributária, além de Fl. 2719DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.719 8 simular negócios inexistentes para dissimular negócios de fato existentes, constituem dano ao Erário e fraude contra a Fazenda Pública, rejeitandose peremptoriamente qualquer eufemismo de planejamento tributário. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte” Inconformada com a decisão da DRJ, foi interposto recurso voluntário repisando as alegações já apresentadas na manifestação de inconformidade. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Estáse as voltas novamente com a discussão sobre o creditamento de insumos para apuração das contribuições sobre o PIS e a COFINS. Matéria que tem sido objeto de julgamento em diversas turmas desta terceira seção. É cediço que a situação atual do julgamento no CARF é de aplicar o conceito de insumos em relação ao processo produtivo do contribuinte, adotando uma posição intermediária entre aquela considerada pela Receita Federal, com base na IN SRF 247/02 e IN SRF 404/04 e aquela defendida por muitos contribuintes em que todas as despesas e aquisições realizadas estariam incluídas no conceito de insumo. Em razão destes posicionamentos, nos deparamos com situações distintas no processo. A Fiscalização ao auditar a empresa, utilizando as regras constantes das instruções normativas da Receita Federal, não se atem ao exame detalhado da situação das aquisições e despesas incorridas no processo produtivo, utilizando critérios que ao sentir da Fiscalização são suficientes para afastar tais despesas do conceito de insumo, procedendo assim, as glosas aos créditos informados pelo contribuinte. De outro giro, o contribuinte ao se deparar com a posição adotada pelo Fisco e considerando o seu próprio entendimento sobre o conceito de insumo. Apresenta os seus recursos administrativos alegando que as aquisições de bens e serviços informados como insumo em sua totalidade são procedentes, aplicando um conceito amplo em que todas as despesas seriam aptas a serem consideradas para fruição dos créditos das contribuições. Conforme dito alhures, as turmas do CARF vem entendendo que para a definição das despesas com aquisição de bens e serviços que possam ser consideradas insumos para aproveitamento de créditos é necessária uma definição clara de quais produtos e serviços Fl. 2720DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 11543.003094/200571 Resolução nº 3201000.593 S3C2T1 Fl. 2.720 9 estão sendo pleiteados, além de identificar em qual momento e fase da processo produtivo eles estão vinculados. Assim, em muitas situações, tanto os relatórios e trabalhos de auditoria realizada pela Fiscalização da Receita Federal, quanto os documentos e argumentos apresentados pelos contribuintes em seus recursos, não são suficientes para a definição de quais despesas estariam incluídas no conceito de insumo a serem consideradas possíveis de gerar créditos no cálculo das contribuições do PIS e da COFINS não cumulativos. Nos termos aqui expostos, entendo que os documentos e informações constantes dos autos não são suficientes para definir com exatidão quais são os insumos glosados pela Fiscalização e quais deles o contribuinte tenta pleitear seus créditos. Assim, fazse necessário a baixa dos autos em diligência para que seja determinada com acuracidade, quais são as aquisições de bens e as despesas de serviços que foram utilizadas a título de crédito pela Recorrente, quais foram glosadas pela Fiscalização e qual a implicação destes bens e serviços no processo produtivo. Diante do exposto, buscando os esclarecimentos necessários ao prosseguimento do julgamento, voto no sentido de converter o julgamento em diligência a fim de que unidade preparadora: a) Intime a Recorrente para no prazo de 30 (trinta) dias prorrogável uma vez por igual período, detalhar o seu processo produtivo e indicar de forma minuciosa qual a interferência de cada um dos bens e serviços que pretende aferir créditos para apuração do PIS e a COFINS não cumulativos; b) A Receita Federal, deverá elaborar relatório identificando quais dos bens e serviços utilizados que foram objeto de glosa, indicando os motivos para tal indeferimento. Com a possibilidade, se julgar necessário, de manifestarse quanto as informações apresentadas, inclusive fazendo as diligências e intimações que julgar necessárias. Concluída tais verificações, os autos deverão ser devolvidos a este Conselho para prosseguimento do julgamento. Assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Fl. 2721DF CARF MF Impresso em 23/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 20/02/ 2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 15758.000573/2010-38
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Dec 28 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007, 2008, 2009
FALTA DE COMPROVAÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. PRÁTICA REITERADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. INOCORRÊNCIA.
Para que possa ser aplicada a penalidade qualificada prevista, à época do lançamento em apreço, no art. 44, inciso II, da Lei n° 9.430/96, a autoridade lançadora deve coligir aos autos elementos comprobatórios de que a conduta do sujeito passivo está inserida nos conceitos de sonegação, fraude ou conluio, tal qual descrito nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. O evidente intuito de deve ser demonstrado pela fiscalização.
No caso, o intuito doloso fica comprovado pela prática de inserção de dados sabidamente divergentes da verdade, por períodos consecutivos.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-003.677
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidas as Conselheiras Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez que negaram provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator
EDITADO EM: 14/12/2015
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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PRÁTICA REITERADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. INOCORRÊNCIA. Para que possa ser aplicada a penalidade qualificada prevista, à época do lançamento em apreço, no art. 44, inciso II, da Lei n° 9.430/96, a autoridade lançadora deve coligir aos autos elementos comprobatórios de que a conduta do sujeito passivo está inserida nos conceitos de sonegação, fraude ou conluio, tal qual descrito nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. O evidente intuito de deve ser demonstrado pela fiscalização. No caso, o intuito doloso fica comprovado pela prática de inserção de dados sabidamente divergentes da verdade, por períodos consecutivos. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidas as Conselheiras Patrícia da Silva e Maria Teresa Martinez Lopez que negaram provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 75 8. 00 05 73 /2 01 0- 38 Fl. 166DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 15758.000573/201038 Acórdão n.º 9202003.677 CSRFT2 Fl. 163 2 (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator EDITADO EM: 14/12/2015 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. Relatório O Acórdão nº 280201.338, da 2a Turma Especial da 2a Seção do Conselho de Administrativo de Recursos Fiscais (efls. 123 a 128), julgado na sessão plenária de 07 de fevereiro de 2012, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. Transcrevese a ementa do julgado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2007, 2008, 2009 Ementa: IRPF. MULTA QUALIFICADA. Qualquer circunstância que autorize a exasperação da multa de lançamento de ofício de 75%, prevista como regra geral, deverá ser minuciosamente justificada e comprovada nos autos. Além disso, para que a multa qualificada seja aplicada, exigese que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502, de 1964. A utilização de deduções indevidas, por si só, não caracteriza evidente intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei nº. 9.430, de 1996. Recurso provido. Cientificada dessa decisão a Fazenda Nacional manejou recurso especial de divergência (efls. 132 a 140), onde questiona a desqualificação da multa de ofício mesmo diante da conduta reiterada do autuado. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 15758.000573/201038 Acórdão n.º 9202003.677 CSRFT2 Fl. 164 3 Para a matéria, a recorrente apresentou os seguintes paradigmas: Acórdão 10422.441 GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. SÚMULA DE DOCUMENTAÇÃO TRIBUTARIAMENTE INEFICAZ. A existência de "Súmula de Documentação Tributariamente Ineficaz" e a declaração de inaptidão de empresa prestadora de serviços médicos impedem a utilização de documentos de emissão do respectivo profissional como prova de serviços prestados, quando apresentados isoladamente, sem apoio em outros elementos. Na falta de comprovação, por outros documentos hábeis, da efetiva prestação dos serviços médicos, é de se manter o lançamento nos exatos termos em que efetuado. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE. Tendo a fiscalização apresentado provas do cometimento da infração, a apresentação de contraprova, objetivando desacreditar o suporte probatório juntado aos autos, é do contribuinte. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. A validade da dedução de despesas médicas depende da comprovação do efetivo dispêndio do contribuinte. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. MULTA QUALIFICADA. A utilização de documentos inidôneos para a comprovação de despesas caracteriza o evidente intuito de fraude e determina a aplicação da multa de oficio qualificada. Recurso negado. Acórdão 10195.282 NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. CAPACIDADE DO AGENTE FISCAL —Não inquina de nulidade o lançamento, por eventuais incorreções apuradas no Mandado de Procedimento Fiscal, porquanto, o AuditorFiscal do Tesouro Nacional, devidamente, investido em suas funções, é competente para o exercício da atividade administrativa de lançamento. NOTIFICAÇÃO POR VIA POSTAL — ENDEREÇO INDICADO PELO CONTRIBUINTE Considerase válida a notificação encaminhada e recebida no domicílio indicado pelo contribuinte em sua última declaração de rendimentos entregue, se não informou ele a alteração de seu endereço junto à repartição fiscal. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa se a exigência fiscal sustentase em processo instruído com todas as peças indispensáveis e não se vislumbra nos autos que o sujeito passivo tenha sido tolhido no direito que a lei lhe confere para se defender. DECADÊNCIA — Na ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial deslocase do § 4°., art. 150, Fl. 168DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 15758.000573/201038 Acórdão n.º 9202003.677 CSRFT2 Fl. 165 4 para o disposto no inciso I, art. 173 do Código Tributário Nacional. OMISSÃO DE RECEITAS — DEPÓSITOS BANCÁRIOS Caracterizamse omissão de receita ou de rendimento, os valores creditados em conta de depósito ou investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. MULTA QUALIFICADA A prática reiterada de omissão de receitas caracteriza a conduta dolosa, justificando a penalidade agravada. DILIGÊNCIA Apesar de ser facultado ao sujeito passivo o direito de solicitar a realização de diligências ou perícias, compete à autoridade julgadora decidir sobre sua efetivação, podendo ser indeferidas as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. TRIBUTAÇÃO REFLEXA — Tratandose de exigência fundamentada na irregularidade apurada em ação fiscal realizada no âmbito do Imposto de Renda Pessoa Jurídica, o decidido quanto àquele lançamento é aplicável,no que couber, ao lançamento decorrente. Recurso Negado Entende a recorrente que “(...) diante da reiterada e sistemática insubordinação aos ditames da lei, não há como considerar involuntária a conduta do contribuinte, mas sim como uma conseqüência direta da intenção deliberada de deduzir, com documentação atestando fato inexistente, indevidamente valores do ajuste anual, o que torna perfeitamente aplicável a multa qualificada prevista no inciso II do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996”. O recurso especial foi admitido por meio do despacho de efls. 148 a 151, descartandose, porém, a existência de situação fática semelhante à do primeiro paradigma, reconhecendose, todavia, a divergência jurisprudencial em face do segundo (Acórdão no 101 95.282). Cientificado do acórdão e do recurso especial da Fazenda Nacional, o contribuinte apresentou contrarrazões ao Especial da Fazenda Nacional (efls. 158 a 162), onde reitera que contratou profissional para realizar suas Declarações de IRPF, inexistindo intenção de sua parte de fraudar o fisco. Defende, assim, a manutenção da desqualificação da multa. É o relatório. Fl. 169DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 15758.000573/201038 Acórdão n.º 9202003.677 CSRFT2 Fl. 166 5 Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Pelo que consta no processo, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. A discussão cingese à necessidade de qualificação da multa de ofício diante da existência de despesas declaradas a título de dedução e não comprovadas pelo contribuinte, por três anoscalendário consecutivos. Observese que a qualificação da multa de ofício, na presente autuação, se deu, sim, pela conduta reiterada, ou, como descrito no Termo de Verificação Fiscal (efl. 64), pela “contumácia da inclusão ilegal de despesas inexistentes, nos quadros próprios de suas declarações”, o que caracterizaria o dolo na conduta do autuado, conclusão mantida pela decisão de 1a instância. Dessa forma, a discussão se limita a saber se o lançamento, em diversos exercícios, de despesas médicas, declaradas a título de dedução e não comprovadas mediante regular intimação da autoridade fiscal, caracteriza o evidente intuito de fraude que permite a majoração multa de ofício para o percentual de 150%. Entendo, em que pese teoricamente, a mera reiteração não implicar a qualificação da multa por dolo, temos aqui uma situação específica. Entendo que, na hipótese, houve uma atuação específica do contribuinte de inserção de informações sobre fatos que sabidamente não ocorreram, inclusive a pessoas que não são dependentes. Isso afasta a possibilidade de erro na inserção de informações e certamente dificulta o conhecimento do fato gerador por parte do fisco. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, dar provimento ao recurso especial do Procurador da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 170DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO Processo nº 15758.000573/201038 Acórdão n.º 9202003.677 CSRFT2 Fl. 167 6 Fl. 171DF CARF MF Impresso em 28/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/12/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por CARLOS ALBERTO FREI TAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 13061.720039/2011-35
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2007
INTEMPESTIVIDADE. PRAZO RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO VOLUNTÁRIO.
O prazo para interposição de Recurso Voluntário é de trinta dias a contar da ciência da decisão recorrida.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2202-003.106
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio De Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado) e Márcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
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PRAZO RECURSAL. NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. O prazo para interposição de Recurso Voluntário é de trinta dias a contar da ciência da decisão recorrida. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio De Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antônio de Souza Corrêa (Suplente Convocado) e Márcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 06 1. 72 00 39 /2 01 1- 35 Fl. 84DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 13061.720039/201135, em face do acórdão nº 1037.330, julgado pela 4ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Porto Alegre (DRJ/POA), na sessão de julgamento de 14 de março de 2012, no qual os membros daquele colegiado entenderam julgar improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: Trata o presente processo de impugnação a notificação de lançamento de fls. 08 a 12, na qual é exigido imposto de renda pessoa físicasuplementar (cod Darf 2904) no valor de R$234,69 acrescido de multa de ofício e de juros de mora e imposto de renda pessoa física (cod Darf 0211) no valor de R$2.615,66 acrescido de multa e juros de mora, relativo ao anocalendário 2007, em decorrência de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica em ação trabalhista e compensação indevida de imposto de renda retido na fonte. Discordando da notificação o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 02. Suas alegações estão, em síntese, a seguir descritos. 1. Não houve omissão de rendimentos pois foi recebido apenas o valor declarado. 2. Sobre o imposto de renda retido, se houve erro foi por parte do Hospital Santa Lucia que não lhe forneceu o comprovante de rendimentos. 3. Em nenhum momento teve intenção de sonegar tributo. Todavia, a 4ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Porto Alegre entendeu pela improcedência da impugnação apresentada pelo contribuinte. Colaciono a ementa do referido julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário:2007 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS AÇÃO TRABALHISTA. O rendimento tributável é o valor bruto (valor líquido recebido + imposto retido na fonte+INSS do reclamante) deduzidas as despesas com ação judicial necessárias ao recebimento dos rendimentos. RESPONSABILIDADE. RENDIMENTOS SUJEITOS AO AJUSTE ANUAL. A responsabilidade pelas informações Fl. 85DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO Processo nº 13061.720039/201135 Acórdão n.º 2202003.106 S2C2T2 Fl. 85 3 prestadas na declaração de ajuste anual é do declarante, independentemente de erro ou falta do comprovante de rendimentos fornecido pela fonte pagadora. IMPOSTO RETIDO NA FONTE. O imposto pago ou retido na fonte, correspondente a rendimentos incluídos na base de cálculo, será deduzido do imposto progressivo para fins de determinação do saldo do imposto a pagar ou a ser restituído, na declaração de rendimentos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado com a improcedência da impugnação, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário à fl. 76, onde são reiterados os argumentos já lançados na impugnação, requerendo que a multa aplicada seja imputada à empresa Hospital Santa Lúcia. É o relatório. Voto Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator. O recurso voluntário de fl. 76 foi apresentado em 23/04/2012, conforme se verifica pelo Extrato do Processo de fls. 77. No presente caso, a ciência se deu por via postal comprovada por aviso de recebimento –AR com data de 21/03/2012, conforme fl. 74. O despacho de encaminhamento de fl. 78 informa que o recurso voluntários pelo contribuinte é intempestivo. Assim, considerandose que o contribuinte tomou ciência do resultado do acórdão ora recorrido em 21/03/2012 (quartafeira), iniciase o prazo recursal em 22/03/2012 (quintafeira), tendo por término 20/04/2012 (sextafeira). Não sendo feriado em nenhuma das datas referidas, temse que o recurso voluntário apresentado em 23/04/2012 é intempestivo e, portanto, não deve ser conhecido. Os artigos 5° e 33 do Decreto 70.235, de 1972 estabelecem as regras para contagem do prazo de interposição do recurso voluntário: Art. 5° Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia de início e incluindo se o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. ... Fl. 86DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO 4 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Ante o exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário por intempestivo. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 21/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO
score : 1.0
Numero do processo: 14033.000697/2010-26
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Sep 24 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2803-000.283
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolve o colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora intime a parte da oportunidade de apresentar as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) conexos supra mencionados, no prazo de 30 (trinta) dias, decorrido o prazo que o processo seja remetido à autoridade fiscal para que: (1) indiferentemente da relação massa salarial e faturamento, analise se a contribuinte apresentou pedido de restituição que cumpre todos os requisitos para o reconhecimento do direito, condições para a restituição e o valor de restituição, conforme a legislação de regência; (2) havendo qualquer carência de requisitos ou documentos, que seja informada a requerente, instruindo-a de como retificar, e concedido prazo para realizar a retificação; (3) responda todos os questionamentos complementares trazidos pela petição protocolizada antes da presente resolução, bem como analise as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) de restituição conexo caso sejam efetivamente apresentadas pela parte; (4) após, emita informação fiscal analítica e motivada, observando os itens anteriores, inclusive sobre o valor a ser restituído, sendo a contribuinte intimada para manifestar-se, no prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos para apreciação da presente Turma Especial.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos
PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator ad hoc na data da formalização.
Participaram da sessão os seguintes conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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(assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 33 .0 00 69 7/ 20 10 -2 6 Fl. 975DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 14033.000697/201026 Resolução nº 2803000.283 S2TE03 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Participaram da sessão os seguintes conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA. Tratase de recurso voluntário, de autoria da contribuinte. Esclareço e registro que fui designado, conforme consta nos autos, relator AD HOC, para formalização da resolução proferida. A designação ocorreu pelo motivo do relator responsável original ter deixado o CARF antes da formalização da resolução, não possuindo mais competência para tanto. Ocorre que o relator responsável original pelo processo não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, o relatório, histórico, análise que fez dos autos, que levaram o colegiado a decidir pelo que consta em ata. Conseqüentemente, por não possuir competência para tanto, registro o ocorrido, a fim de que as partes interessadas tenham ciência dos fatos. É o relatório. Fl. 976DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 14033.000697/201026 Resolução nº 2803000.283 S2TE03 Fl. 4 3 Conselheiro Marcelo Oliveira Relator designado ad hoc na data da formalização. Esclareço que o conselheiro relator não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, sua resolução, com suas razões, que levaram o colegiado a decidir pelo resultado consignado em ata. Conseqüentemente, reproduzo somente o resultado, a fim de não extrapolar a determinação e a competência que possuo. CONCLUSÃO: Devido ao exposto, reproduzo o resultado devidamente consignado em ata, que foi, por em converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora intime a parte da oportunidade de apresentar as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) conexos supra mencionados, no prazo de 30(trinta) dias, decorrido o prazo que o processo seja remetido à autoridade fiscal para que: (1)indiferentemente da relação massa salarial e faturamento, analise se a contribuinte apresentou pedido de restituição que cumpre todos os requisitos para o reconhecimento do direito, condições para a restituição e o valor de restituição, conforme a legislação de regência; (2) havendo qualquer carência de requisitos ou documentos, que seja informada a requerente, instruindoa de como retificar, e concedido prazo para realizar a retificação; (3) responda todos os questionamentos complementares trazidos pela petição protocolizada antes da presente resolução, bem como analise as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) de restituição conexo caso sejam efetivamente apresentadas pela parte; (4) após, emita informação fiscal analítica e motivada, observando os itens anteriores, inclusive sobre o valor a ser restituído, sendo a contribuinte intimada para manifestarse, no prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos para apreciação da presente Turma Especial. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Fl. 977DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10120.723314/2011-32
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
INCONSTITUCIONALIDADE - IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA - SÚMULA Nº 2 DO CARF
A verificação de inconstitucionalidade de ato normativo é inerente ao Poder Judiciário, não podendo ser apreciada pelo órgão do Poder Executivo.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Especial do Procurador Provido
A Decisão proferida pelo STF no bojo do acórdão do RE 363.852/MG que declarou a inconstitucionalidade descreve expressamente "até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição. A lei 10.256/2001 conferiu legitimidade a cobrança de contribuições sobre a aquisição do produtor rural pessoa física, por derradeiro, não tendo o RE 363.852 declarado a inconstitucionalidade do art. 30, IV da lei 8212/91, a subrrogação consubstanciada neste dispositivo encontra-se também legitimada.
As contribuições destinadas ao SENAR não foram objeto de reconhecimento de inconstitucionalidade no Recurso Extraordinário n 363.852, não existindo questionamento acerca da legitimidade de sua cobrança.
Numero da decisão: 9202-003.707
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Vencidos os Conselheiros Patrícia da Silva e Gerson Macedo Guerra, que negaram provimento ao recurso. Votou pelas conclusões a Conselheira Ana Paula Fernandes.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente.
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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LEI Nº 10.256/2001 CONTRIBUIÇÃO TERCEIROS SENAR INAPLICABILIDADE DO RE 363.852/MG DO STF A contribuição do empregador rural pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea "a" do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social e ao financiamento das prestações por acidente do trabalho, é de 2% e 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção, respectivamente, nos termos do art. 25 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 10.256/2001. A não apreciação no RE 363.852/MG dos aspectos relacionados a inconstitucionalidade do art. 30, IV da Lei 8212/2001; sendo que o fato de constar no resultado do julgamento “inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com redação atualizada até a Lei nº 9.528/97” não pode levar a interpretação extensiva de que fora declarada também a inconstitucionalidade do art. 30, IV, considerando a ausência de fundamentos jurídicos no próprio voto condutor. A sistemática de subrrogação e recolhimento das contribuições pela aquisição da produção rural de pessoas físicas encontra respaldo não apenas no inciso IV do art. 30 da lei 8212/91, bem como no inciso III, o que de pronto afasta a argumentação do acordão recorrido de que a incontitucionalidade do art. 30, IV teria inviabilizado a adoção de subrrogação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 72 33 14 /2 01 1- 32 Fl. 618DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 2 A Decisão proferida pelo STF no bojo do acórdão do RE 363.852/MG que declarou a inconstitucionalidade descreve expressamente "até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição”. A lei 10.256/2001 conferiu legitimidade a cobrança de contribuições sobre a aquisição do produtor rural pessoa física, por derradeiro, não tendo o RE 363.852 declarado a inconstitucionalidade do art. 30, IV da lei 8212/91, a subrrogação consubstanciada neste dispositivo encontrase também legitimada. As contribuições destinadas ao SENAR não foram objeto de reconhecimento de inconstitucionalidade no Recurso Extraordinário n 363.852, não existindo questionamento acerca da legitimidade de sua cobrança. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 INCONSTITUCIONALIDADE IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA SÚMULA Nº 2 DO CARF A verificação de inconstitucionalidade de ato normativo é inerente ao Poder Judiciário, não podendo ser apreciada pelo órgão do Poder Executivo. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Especial do Procurador Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Vencidos os Conselheiros Patrícia da Silva e Gerson Macedo Guerra, que negaram provimento ao recurso. Votou pelas conclusões a Conselheira Ana Paula Fernandes. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra. Fl. 619DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório O presente processo envolve a lavratura dos Autos de Infração de Obrigações Principais, em desfavor do recorrente, que têm por objeto AI nº 37.331.6070 às contribuições para a Seguridade Social no percentual de 2% (devidas pela empresa na condição de sub rogada, relativas a produção rural art. 25, inciso I, da Lei nº 8.212, de 1991), 0,1% destinado ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, sobre a receita bruta proveniente da aquisição de produção rural de produtor rural pessoa física, subrogadas na pessoa jurídica adquirente de produção rural, bem como, AI n.º 37.331 6089 à contribuição de 0,2% destinada ao SENAR, no período compreendido entre 01/2007 e 12/2008. Ainda conforme o Relatório Fiscal, fls. 73 a 81, conforme a análise dos documentos apresentados, a contribuinte Boi Brasil adquiriu produto rural (bovinos) de pessoa física, constituindo fato gerador de contribuição previdenciária. O lançamento fundamentouse no art. 25, com redação dada pela lei 10.256/2001 Em sessão plenária de 23/01/2013, foi dado provimento ao Recurso Voluntário, prolatandose o Acórdão nº 2401002.843 (fls. 546 a 553), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2007 a 31/12/2008 SUBROGAÇÃO NA PESSOA DO ADQUIRENTE DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS INCIDENTES SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL POR PESSOAS FÍSICAS. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO STF. IMPROCEDÊNCIA Declarada pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão plenária (RE n.º 363.852/MG), a inconstitucionalidade do art. 1.º da Lei n. 8.540/1992 e as atualizações posteriores até a Lei n. 9.528/1997, as quais, dentre outras, deram redação ao art. 30, IV, da Lei n. 8.212/1991, são improcedentes as contribuições sociais exigidas dos adquirentes da produção rural da pessoa física na condição de subrogado. Recurso Voluntário Provido O processo foi encaminhado à PGFN em 27/02/2013 (Despacho de Encaminhamento de fls. 554) e, em 14/02/2014, foi interposto o Recurso Especial de fls. 555 a 574 (Despacho de Encaminhamento de fls. 279), com fundamento no artigo 67, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, visando rediscutir a extensão, à Lei nº 10.256, de 2001, da inconstitucionalidade declarada pelo STF no RE nº 363.852/MG, relativamente ao artigo 1º da Lei nº 8.540, de 1992. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho fls. 577 a 580. Em seu apelo, a Fazenda Nacional alega: Fl. 620DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 4 · Em primeiro lugar, cabe apontar que o lançamento foi efetuado com lastro na Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001 (DOU de 10/07/2001), conforme aponta o Relatório Fiscal e o anexo Fundamentos Legais do Débito – FLD. · O deslinde da controvérsia passa pela correta interpretação do alcance da proferida pelo Plenário do STF no RE n.º 363.852/MG, cujo trânsito em julgado se operou em 06/05/2011. · Da análise da ementa do julgado é possível depreender como determinante à conclusão da Corte Constitucional, no que interessa à presente lide, a necessidade de lei complementar para instituição da contribuição, à luz do art. 195, §4º, da Constituição. · Nesse contexto, o posicionamento da Corte referiuse ao entendimento de que a exigência de lei complementar decorreria do art. 195, §4º, da Constituição (na sua redação original, antes do advento da EC nº 20/1998), uma vez que se que a base econômica sobre a qual incide a contribuição não estaria prevista na Constituição na data de sua instituição pela Lei nº 8.540/92. · Sendo assim, por se tratar de exercício da competência tributária residual da União, imprescindível a utilização de lei complementar para instituição da contribuição previdenciária. · Aduziuse que o texto constitucional, até a edição da Emenda Constitucional nº 20 de 1998, não previa a receita como base tributável, existindo tão somente a alusão ao faturamento, lucro e folha de salários no inciso I do art. 195. · Importante registrar que o Recurso Extraordinário n.º 363.852/MG tem origem no MSG n.º 1998.38.00.0339353, impetrado perante a 16ª Vara Federal da Seção Judiciária de Minas Gerais, em 27/08/1998, cuja causa de pedir foram as Leis n.º 8.540/92 e 9.528/97, · Portanto, como a Lei nº 8.540/92, alterando o disposto no art. 25 da Lei 8.212/91, fixou a base de cálculo da contribuição como sendo a "receita bruta proveniente da comercialização" da produção rural, teria havido afronta ao texto constitucional, "até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição tudo na forma do pedido inicial (...)". · Essa ressalva foi reiterada pelo Relator Ministro Marcos Aurélio, por ocasião do julgamento dos embargos de declaração da Fazenda Nacional(...) · Apenas essa lei – Lei nº 8.540/92 – foi objeto da decisão proferida no RE nº 363.852/MG, fundamento da decisão ora recorrida, tendo decidido o Supremo Tribunal Federal pela sua inconstitucionalidade. Ocorre que a Suprema Corte não se pronunciou sobre a atual redação do art. 25 da Lei nº 8.212/91 a qual, hodiernamente, dá suporte para a cobrança da contribuição. Fl. 621DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 4 5 · Portanto, atualmente, a contribuição previdenciária do empregador rural pessoa física é recolhida com base na redação do art. 25 da Lei nº 8.212 conferida pela Lei nº 10.256/01 –cuja constitucionalidade não foi apreciada pelo STF. · Isso porque, nos termos do RE nº 363.852/MG, a superveniência de lei ordinária, posterior à EC nº 20 de 1998, seria suficiente para afastar a pecha de inconstitucionalidade da contribuição previdenciária do empregador rural pessoa física. Com a edição da Lei nº 10.256, no ano de 2001, sanouse o referido vício. · Acerca da alegação de que mesmo que ultrapassada a questão da constitucionalidade após a EC nº 20/98 que mesmo após a edição desse diploma legal, a cobrança da contribuição seria indevida pelo fato de ter sido alterado somente o caput do art. 25 da Lei n.º 8.212/91, mantida a redação dos incisos e do art. 30, IV, da LCPS, conferida pelas Leis declaradas inconstitucionais pelo STF. · (...) · Se a inconstitucionalidade decretada no RE nº 363.852/MG em nada afetou o segurado especial, por conseguinte, mantiveramse hígidos os incisos do art. 25, da Lei n.º 8.212/91. Então, intuitivo concluir que o fato da Lei n.º 10.256/2001 ter alterado apenas o caput do art. 25 da LCPS em nada obsta a cobrança da contribuição substitutiva da folha de pagamento a cargo do empregador rural pessoa física, pois à exação se aplicam os mesmos incisos do art. 25 que permaneceram vigendo no ordenamento jurídico relativamente ao segurado especial. · Igual raciocínio se aplica para o art. 30, IV, da Lei n.º 8.212/91, que também se trata de norma dirigida tanto ao empregador rural pessoa física como o segurado especial. · A obrigação tributária por subrogação do adquirente quanto ao segurado especial não restou prejudicada pelo RE nº 363.852/MG. Nesse sentido, o art. 30, inciso IV, da Lei n.º8.212/91 permaneceu produzindo seus efeitos no ordenamento jurídico. Despiciendo, portanto, que a redação conferida pela Lei n.º 9.528/97 não tenha sido alterada pela Lei n.º 10.256/2001. · Dessa forma, não foi declarada a inconstitucionalidade da subrogação após a edição da lei nova (Lei nº 10.256/2001) a que se referiu o Relator em seu pronunciamento constante do acórdão a que faz referência a decisão hostilizada (RE nº 363.852/MG). · O referido dispositivo continua tendo utilidade prática em relação aos tributos recolhidos pelos segurados especiais e dos empregadores rurais depois da edição da Lei nº 10.256/2001, que adequou a técnica de tributação à nova redação constitucional. Fl. 622DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 6 · Em outros termos, a declaração de inconstitucionalidade foi apenas parcial, permanecendo válidos e constitucionais os incisos I e II do artigo 25. Da mesma forma, o art. 30, inciso IV, da Lei n.º 8.212/91 somente deixa de ser aplicado nos limites da declaração de inconstitucionalidade, ou seja, apenas em relação ao empregador rural pessoa física e se existente o mesmo contexto jurídico analisado no julgamento do STF. · No caso concreto, os fatos geradores que deram origem à obrigação tributária ocorreram no período de 07/2007 a 12/2008. Ou seja, após a Lei n.º 10.256/2001, editada com arrimo na EC nº 20/98, de forma que é plenamente válida a cobrança dos créditos tributários constituídos pelo auto de infração. · Assim, ainda que se valendo do disposto no RICARF (art. 62, inciso I ou art. 62A ou mesmo outro dispositivo), o CARF deve aterse aos estritos limites objetivos da demanda, não sendo lícito fazer ilações para, mediante interpretação extensiva, alcançar situações não previstas, não alijadas pela pecha de inconstitucionalidade e assim declaradas pelo Poder incumbido pela Constituição Federal de tal mister. Tal situação se revela ainda de maior gravidade quando se constata que a decisão utilizada como parâmetro de referência foi tomada em controle incidental de constitucionalidade, com efeitos inter partes, portanto, antes da edição de Resolução pelo Senado Federal. · Logo, por todas as razões acima expostas, impõese a reforma do aresto, de forma a restabelecer a decisão de primeira instância, mantendose o lançamento em sua integralidade. Foram apresentados contrarrazões, fls. 609 a 613 onde o contribuinte traz as mesmas alegações apresentadas em seu recurso voluntário, pleiteado basicamente a manutenção da decisão originária face encontrarse acertada a decisão que acatou o entendimento de que o mecanismo de recolhimento por subrrogação fundamentado pelo art. 30, IV da lei 8212/91 foi declarado inconstitucional pelo RE 363.852/MG. O SSTF não validou a redação do art. 25, II e §§ 3º e 4º para o período posterior a EC nº 20/98 porque não existe constitucionalização superveniente, conforme precedentes. A legislação posterior, inclusive 11.718/08 não alterou a redação dos incisos I e II nem do §§ 3º do art. 25, epígrafe. Estes dispositivos de 1992 e 1997 continuam em plena vigência e formalmente inconstitucionais. Ao final, a Contribuinte pede a manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Fl. 623DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 5 7 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. DO MÉRITO DA ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADDA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA BRUTA PROVENIENTE DA AQUISIÇÃO DE PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA A base do Recurso referese a discussão não apenas da aplicação de decisão do STF, bem como a delimitação do alcance da referida decisão, e quais os dispositivos legais teriam sido efetivamente declarados inconstitucionais pelo STF, por meio do RE 363.852/MG. Assim, quanto ao mérito da questão cumprenos apreciar não apenas os dispositivos legais que abarcam a matéria, mas também as decisões emanadas pelo STF a respeito da questão, considerando o recurso apresentado pela PFN, bem como a decisão exarada pelo Acórdão nº 2401002.843 . A presente autuação referese a contribuições devidas à seguridade social, parcela devida pelo produtor rural, pessoa física (conforme relatório fiscal), incidentes sobre o valor da receita bruta proveniente da comercialização da produção rural, (compra de bovinos para abate) bem como da contribuição destinada ao SENAR e ao SAT/RAT no período de 01/2007 e 12/2008. A contribuição sobre a comercialização da produção está descrita no art. 25 da Lei 8212/91, conforme identificado pela autoridade fiscal: Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea "a" do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de: (Redação alterada pela Lei nº 10.256/01. Vigência a partir de 01/11/01, ver § 3º do art. 4º da MP nº 83/02, convertida na Lei nº 10.666/03 e nota no final do art I 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; (Redação alterada pela Lei nº 9.528/97. Vigência a partir de 11/12/97 II 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para o financiamento das prestações por acidente do trabalho. (Redação alterada pela MP nº 1.523/96, reeditada até a conversão na Lei nº 9.528/97 Fl. 624DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 8 A subrrogação descrita neste AIOP está respaldada no que dispõe o art. 30, III, da Lei 8.212/91, com redação da lei 9528/97, conforme relatório de fundamentos legais FLD, fls. 67: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação alterada pela Lei nº 8.620/93) III a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25 até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de essas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em regulamento; IV a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa ficam subrogadas nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; (Redação alterada pela MP nº 1.5239/97 e reeditada até a conversão na Lei nº 9.528/97) Sobre tais valores foi aplicada a alíquota de 0,1% até 12/2001 e 0,2% a partir de 01/2002, de acordo com o FPAS 744. A alíquota de contribuição devida ao SENAR foi alterada face nova redação dada pelo art. 3º da Lei 10.256/2001 no art. 6º da Lei 9.528/1997. "Art.6º A contribuição do empregador rural pessoa física e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, para o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), criado pela Lei nº 8.315, de 23 de dezembro de 1991, é de zero vírgula dois por cento, incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural." (NR) Com base no exposto, devidamente respaldado encontrarseia o trabalho da auditoria fiscal. O problema surge face o julgamento pelo STF o Recurso Extraordinário nº 363.852, cujo Plenário deu provimento ao recurso em acórdão com a seguinte ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO – PRESSUPOSTO ESPECÍFICO – VIOLÊNCIA À CONSTITUIÇÃO – ANÁLISE – CONCLUSÃO – Porque o Supremo, na análise da violência à Constituição, adora entendimento quanto à matéria de fundo extraordinário, a conclusão a que chega deságua, conforme sempre sustentou a melhor doutrina – José Carlos Barbosa Moreira , em provimento ou desprovimento do recurso, sendo impróprias as nomenclaturas conhecimento e não conhecimento. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – COMERCIALIZAÇÃO DE BOVINOS – PRODUTORES RURAIS PESSOAS NATURAIS – SUBROGAÇÃO – LEI Nº 8.212/91 – ART. 195, INCISO I, DA CARTA FEDERAL – PERÍODO ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98 – UNICIDADE DE INCIDÊNCIA – EXCEÇÕES – COFINS E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL Fl. 625DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 6 9 PRECEDENTE – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – Ante o texto constitucional, não subsiste a obrigação tributária subrogada do adquirente, presente a venda de bovinos, por produtores rurais, pessoas naturais, prevista os artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e 9.528/97. Aplicação de leis no tempo – considerações (g.n.) Discutese, naqueles autos, a constitucionalidade da contribuição exigida com base no art. 25 da Lei n° 8.212/91, com redação dada pelas Leis 8.540/1992 e 9.528/97, incidente sobre o valor da comercialização da produção rural, tendo como contribuinte o Empregador Rural Pessoa Física. Confesso que a interpretação trazido pelo acordão recorrida realmente foi por mim adotada em relação aos primeiros processos analisados acerca do tema, todavia, após um estudo mais sistematizado acerca da matéria, considerando diversas ponderações trazidas por conselheiros deste Conselho, tive a oportunidade de alterar meu entendimento acerca do tema, conforme posicionamento adotado em diversos outros votos aos quais tive a oportunidade de relatar. Dessa forma, passo a proferir meu entendimento acerca do tema, que encontrase em consonância com os argumentos colacionados pela PFN. É sabido que a Constituição da República de 1988 estabeleceu a tributação incidente sobre a comercialização da produção rural para os casos de economia familiar (art. 195, § 8° da CR). Em face disso, a Lei n° 8.212/91, art. 25, originariamente determinava que apenas os segurados especiais (produtor rural individual, sem empregados, ou que exerce a atividade rural em regime de' economia familiar) passariam a contribuir de forma diversa, mediante a aplicação de uma alíquota sobre a comercialização da produção. Todavia, com a edição das Leis n. 8.540, 9.528, que alteraram a redação do art. 25 da Lei n° 8.212/91, passouse a exigir tanto do empregador rural pessoa física como do segurado especial a contribuição com base no valor da venda da produção rural. Quanto a este ponto o Supremo Tribunal Federal manifestouse pela inconstitucionalidade da exação questionada, conforme decisão proferida no RE 363.852, no sentido de que houve a criação de uma nova fonte de custeio da Previdência Social e que tal iniciativa teria de ser tomada mediante a aprovação de lei complementar, conforme prevê o § 4° do art. 195 da Constituição da República. Impende saber se este modelo previdenciário trazido pela atual redação do art. 25 da Lei n° 8.212 (introduzida pela Lei 10.256 e demais dispositivos já mencionados) se amoldaria aos preceitos constitucionais previstos no art. 195 da Constituição Federal. Portanto, de pronto, podemos concluir que a exigência de contribuições sobre a aquisição da produção rural de pessoas físicas até a edição da lei 10.256/2001, ou seja, para lançamentos que envolvem competências até a edição da referida lei, encontramse abarcada pelo manto da inconstitucionalidade conforme decisão proferida pelo STF, acima transcrita. Dita decisão merece ser levada em consideração nos presentes autos, uma vez o Regimento Interno do CARF, art. 62A, parágrafo 1º, in verbis, dispõe: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça Fl. 626DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 10 em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. {2} Notase que o objeto do RE 363.852 referese à discussão da constitucionalidade dos dispositivos da Lei nº 8.212/1991 nas redações dadas pelas Leis 8.540/1992 e 9.528/1997, ambas anteriores à Emenda Constitucional nº 20/1998. Portanto, decidiu o STF que a inovação da contribuição sobre comercialização de produção rural da pessoa física não encontrava respaldo na Carta Magna até a Emenda Constitucional 20/98, decidindo expressamente pela inconstitucionalidade acerca das Leis 8.540/92 e 9.528/97, razão pela qual compete a este Conselho, em observância ao art. 62A determinar a improcedência dos lançamento envolvendo períodos anteriores. Confirmando, ainda mais o posicionamento a ser adotado o referido precedente RE 363.852 foi ao depois aplicado em regime de repercussão geral por meio do julgamento do Recurso Extraordinário nº 596.177/RS (art. 543B do Código de Processo Civil)5, cuja ementa encontrase abaixo transcrita: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA.INCIDÊNCIA SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO.ART. 25 DA LEI 8.212/1991, NA REDAÇÃO DADA PELO ART. 1º DA LEI 8.540/1992. INCONSTITUCIONALIDADE. I – Ofensa ao art. 150, II, da CF em virtude da exigência de dupla contribuição caso o produtor rural seja empregador. II – Necessidade de lei complementar para a instituição de nova fonte de custeio para a seguridade social. III – RE conhecido e provido para reconhecer a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei 8.540/1992, aplicandose aos casos semelhantes o disposto no art. 543B do CPC. (RE 596177, Relator Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL – MÉRITO, DJe165 de 29082011) Vale também transcrever posição do Dr. Rafael de Oliveira Franzoni, Procurador da Fazenda Nacional, que em seu artigo: “A CONSTITUCIONALIDADE DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DO EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA: Análise da jurisprudência do STF e do TRF da 4ª Região”, assim conclui acerca das deciões proferidas no âmbito do STF: Ou seja, o que era apenas um precedente tornouse um posicionamento consolidado no âmbito do Supremo Tribunal Federal sobre a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária prevista no art. 25 da Lei nº 8.212/1991, inclusive com as alterações decorrentes das Leis nºs 8.540/1992 e 9.528/1997, no que atine ao empregador rural pessoa física. Fl. 627DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 7 11 Sendo assim, em face da força persuasiva especial e diferenciada6 proveniente dos julgamentos proferidos sob a nova sistemática da repercussão geral, é muito provável que seja tal entendimento seja seguido pelos demais órgãos do Poder Judiciário, independentemente da não existência de efeito vinculante a qualificar o controle difuso de constitucionalidade. Vale registrar, por oportuno, que a contribuição previdenciária do segurado especial, também regulada pelo art. 25 da Lei nº 8.212/1991, não foi afetada pela decisão da Suprema Corte no Recurso Extraordinário nº 596.177/RS, haja vista que o seu fundamento constitucional é distinto e independente da exação incidente sobre o empregador rural pessoa física. O daquela reside ele no § 8º; ao passo que o desta, no inciso I, ambos do art. 195 do Texto Magno. Se assim é, a declaração de inconstitucionalidade de que se cuida foi parcial, isto é, apenas parte da norma contida no texto do já citado art. 25 foi julgada nula e, portanto, extirpada do ordenamento jurídico. Mas este ponto será mais amiudemente examinado em tópico apartado. Assim, até a edição da Emenda Constitucional nº 20/98 o art. 195, inciso I, da CF previa como bases tributáveis de contribuições previdenciárias a folha de salários, o faturamento e o lucro, não havendo qualquer menção à receita como base tributável, o que macula a contribuição criada com base na receita da comercialização. Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998 Assim, há que se destacar que a Lei nº 10.256/2001, deu nova redação ao art. 25 da Lei nº 8.212/1991 que passou a assim vigorar: Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de: (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 2001). Fl. 628DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 12 I 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). II 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações por acidente do trabalho. Assim, a partir da referida lei, existiria respaldo para o lançamento de contribuições, conforme acima descrito e consolidado tal entendimento por decisão proferida pelo Ministro Joaquim Barbosa no julgamento do RE 585684, senão vejamos: No julgamento do RE 363.852 (rel. min. Marco Aurélio, DJe de 23.04.2010), o Pleno desta Corte considerou inconstitucional o tributo cobrado nos termos dos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com as redações decorrentes das Leis nº 8.540/92 e nº 9.528/97. Assim, o acórdão recorrido divergiu dessa orientação. Ante o exposto, conheço do recurso extraordinário e doulhe parcial provimento, para proibir a cobrança da contribuição devida pelo produtor rural empregador pessoa física, cobrada com base na Lei 8.212/1991 e as que se seguiram até a Lei 10.256/2001. [grifo nosso] (RE 585684, Relator Min. JOAQUIM BARBOSA, julgado em 10/02/2011, publicado no DJe038 de 25/02/2011) Isto posto, com a entrada em vigor da Lei nº 10.256/2001, editada sob o manto constitucional aberto pela Emenda Constitucional nº 20/98, passam a ser devidas as contribuições sociais a cargo do empregador rural pessoa física, às alíquotas de 2% e 0,1% incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da sua produção, nos termos assinalados no art. 25 da Lei nº 8.212/91, com a redação que lhe foi introduzida pela Lei nº 10.256/2001. O caso ora sob análise, conforme acima destacamos, envolve contribuições para o período de 01/01/2007 a 31/12/2008, ou seja, em período integralmente coberto pela regência da Lei nº 10.256/2001, não havendo que se falar em inconstitucionalidade da exação, pois esta decorre diretamente da norma tributária inserida no ordenamento pelo diploma legal, e não sob as contribuições descritas nas leis nº 8.540/92 e 9.528/97, declaradas inconstitucionais pelo STF. Esse entendimento já vinha sendo corriqueiramente aplicado nos julgados desta turma do colegiado, contudo, ao adentrarmos a questão da subrrogação descrita no art. 30, IV da lei 8212/91, nas redações dadas pelas leis nº 8.540/92 e 9.528/97, entendeu a decisão a quo, que a subrrogação, acabou no resultado do julgamento sendo por derradeira também declarada inconstitucional, o que resultava na inviabilizando da utilização da sistemática de subrrogação nos casos de aquisição de produção rural de produtores rurais pessoas físicas. Todavia, as decisões proferidas no âmbito dos Tribunais Regionais Federais ao apreciar diversos casos incidentais envolvendo a mesma questão, bem como a decisão de outras turmas deste mesmo Conselho, nos levaram a reapreciar posicionamento antes adotado e a interpretar a decisão do próprio STF sob outra ótica, como passamos abaixo a discorrer. Cite se do TRF: “TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO INCIDENTE SOBRE A COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL. PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA EMPREGADOR. PRESCRIÇÃO. LC 118/05. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. 1 O STF, ao julgar o RE nº 363.852, declarou inconstitucional as alterações trazidas pelo Fl. 629DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 8 13 art. 1º da Lei nº 8.540/92, eis que instituíram nova fonte de custeio por meio de lei ordinária, sem observância da obrigatoriedade de lei complementar para tanto. 2 Com o advento da EC nº 20/98, o art. 195, I, da CF/88 passou a ter nova redação, com o acréscimo do vocábulo "receita". 3 Em face do novo permissivo constitucional, o art. 25 da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 10.256/01, ao prever a contribuição do empregador rural pessoa física como incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da sua produção, não se encontra eivado de inconstitucionalidade.” (Apelação nº 000242212.2009.404.7104, Rel. Des. Fed. Mª de Fátima Labarrère, 01ª Turma do TRF4, julgada em 11/05/10) Quanto a este ponto, apreciando os diversos julgamentos realizados no âmbito do CARF, valhome de um especificamente, do ilustre Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, datado de 18 de abril de 2013 – Acórdão 230202.445, da FRIGO VALE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CARNES LTDA, que de forma fantástica analisou profundamente os efeitos das decisões dos tribunais sobre a sistemática da SUBRROGAÇÃO, determinando a procedência da autuação. O posicionamento referenciado no acórdão mostroume muito mais acertada, do que aquele até então por mim adotado, razão pela qual adotoo como razão de decidir, transcrevendo a parte pertinente abaixo: 3.1.4.DA SUBROGAÇÃO Por derradeiro, mas não menos importante, restanos apreciar a questão atávica à subrogação do adquirente, do consignatário ou da cooperativa pelo cumprimento das obrigações do empregador rural pessoa física e do segurado especial assentadas no art. 25 da Lei nº 8.212/91. Verificase no voto condutor acima revisitado, que a matéria atinente à sub rogação em momento algum foi discutida no julgamento do Supremo Sodalício. Com efeito, o Supremo não se pronunciou acerca de nenhum vício de inconstitucionalidade a macular a subrogação, até porque esta foi expressamente prevista na própria Lex Excelsior. Constituição Federal, de 03 de outubro de 1988 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) §7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Assim proclamou o Min. Marco Aurélio, ad litteris et verbis: “Ante esses aspectos, conheço e provejo o recurso interposto para desobrigar os recorrentes da retenção e do recolhimento da Fl. 630DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 14 contribuição social ou do seu recolhimento por subrogação sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural” de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, declarando a inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com redação atualizada até a Lei nº 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição, tudo na forma do pedido inicial, invertidos os ônus da sucumbência.” Olhando com os olhos de ver, o Min. Marco Aurélio não declarou a inconstitucionalidade do inciso IV do art. 30 da Lei nº 8.212/91, mas, tão somente, a inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº 8.540/92, o qual, dentre outras tantas providências, “deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91”. Lei nº 8.540, de 22 de dezembro de 1992 Art. 1º A Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar com alterações nos seguintes dispositivos: Art. 12. ................................................... V ............................................. a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral garimpo , em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, este quando por ela mantido, salvo se filiado obrigatoriamente à Previdência Social em razão de outra atividade, ou a outro sistema previdenciário, militar ou civil, ainda que na condição de inativo; d) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por sistema próprio de previdência social; e) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por sistema de previdência social do país do domicílio; Art. 22. ....................................................................... §5º O disposto neste artigo não se aplica à pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 desta Lei. Fl. 631DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 9 15 Art. 25. A contribuição da pessoa física e do segurado especial referidos, respectivamente, na alínea "a" do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de: I dois por cento da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; II um décimo por cento da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento de complementação das prestações por acidente de trabalho. §1º O segurado especial de que trata este artigo, além da contribuição obrigatória referida no "caput", poderá contribuir, facultativamente, na forma do art. 21 desta Lei. §2º A pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12, contribui, também, obrigatoriamente, na forma do art. 21 desta Lei. §3º Integram a produção, para os efeitos deste artigo, os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação, embalagem, cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem, torrefação, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos através desses processos. §4º Não integra a base de cálculo dessa contribuição a produção rural destinada ao plantio ou reflorescimento, nem sobre o produto animal destinado a reprodução ou criação pecuária ou granjeira e a utilização como cobaias para fins de pesquisas científicas, quando vendido pelo próprio produtor e quem a utilize diretamente com essas finalidades, e no caso de produto vegetal, por pessoa ou entidade que, registrada no Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, se dedique ao comércio de sementes e mudas no País. § 5º (VETADO) (...) Art. 30. .................................................... IV o adquirente, o consignatário ou a cooperativa ficam sub rogados nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; X a pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição de que trata o art. 25 desta Lei no prazo estabelecido no inciso III deste artigo, caso comercializem a sua produção no exterior ou, diretamente, no varejo, ao consumidor.” Fl. 632DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 16 Ora, caros leitores, o fato de o art. 1º da Lei nº 8.540/92 ter sido declarado, na via difusa, inconstitucional, não implica ipso facto que todas as modificações legislativas por ele introduzidas sejam tidas por inconstitucionais. A pensar assim, seria inconstitucional a fragmentação da alínea ‘a’ do inciso V do art. 12 da Lei nº 8.212/91, nas alíneas ‘a’ e ‘b’ do mesmo dispositivo legal, sem qualquer modificação em sua essência, assim como a renumeração das alíneas ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do mesmo inciso V acima citado para ‘c’, ‘d’ e ‘e’, respectivamente, sem qualquer modificação de texto. (...) E o que falar, então, sobre a constitucionalidade do Inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212/91, o qual, embora citado pelo Sr. Min. Marco Aurélio, sequer se houve por tocado pelo art. 1º da Lei nº 8.540/92. Seria, assim, o Inciso VII do art. 12 da Lei nº 8.212/91 inconstitucional simplesmente e tão somente porque fora citado pelo Min. Marco Aurélio em seu voto? Não nos parece ser essa a melhor exegese do caso em debate. (...) Aditese que o inciso IX do art. 93 da CF/88 determina, taxativamente, que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário, aqui incluído por óbvio o STF, devem ser públicos, e fundamentadas todas as suas decisões, sob pena de nulidade. Ora ... No julgamento do RE 363.852/MG inexiste qualquer menção, ínfima que seja, a possíveis vícios de inconstitucionalidade na subrogação encartada no inciso IV do art. 30 da Lei nº 8.212/91. Aliás, o vocábulo “subrogação” assim como a referência ao “inciso IV do art. 30 da Lei nº 8.212/91” somente são mencionados na conclusão do Acórdão, ocasião em que o Sr. Min. Relator desobriga os recorrentes do RE 363.852/MG da retenção e do recolhimento da contribuição social ou do seu recolhimento por sub rogação sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural” de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, e que é declarada inconstitucionalidade do art. 1º da Lei nº 8.540/92, o qual deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com redação atualizada até a Lei nº 9.528/97. Realmente, enquanto relatora de processo envolvendo questão idêntica, tive a oportunidade de verificar o texto integral da decisão do Ministro Marco Aurélio no acórdão RE 363.852, o mesmo não adentrou em momento algum a apreciação da inconstitucionalidade do art. 30, III e IV da lei 8212/91, o que ao meu ver, impede a extensão dos efeitos da inconstitucionalidade das contribuições instituídas lei 8.540/92, o qual deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com redação atualizada até a Lei nº 9.528/97, para as contribuições lançadas após a lei 10.256/2001. Todavia, não foi apenas esse fato mencionado no voto do ilustre Conselheiro Arlindo da Costa, que me levou a alterar o posicionamento até então adotado. Senão vejamos, outro texto do acórdão que novamente adoto como razões de decidir: A quatro, porque a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições de que trata o art. 25 da Lei nº 8.212/91 foi determinada ao adquirente, ao consignatário e à cooperativa, expressamente, pelo inciso III do art. 30 da Lei nº 8.212/91, o qual não foi igualmente atingido, sequer de raspão, pelos petardos da declaração de inconstitucionalidade aviada no RE nº 363.852/MG, permanecendo tal obrigação tributária ainda vigente e eficaz, mesmo em relação ao empregador rural pessoa física após a publicação da Lei nº 10.256/2001, produzindo todos os efeitos jurídicos que lhe são típicos. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 25. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. Fl. 633DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 10 17 22, e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 desta Lei, destinada à Seguridade Social, é de: (Redação dada pela Lei nº 10.256/2001). I 2% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção; (Redação dada pela Lei nº 9.528/97). II 0,1% da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção para financiamento das prestações por acidente do trabalho. (Redação dada pela Lei nº 9.528/97). Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas, observado o disposto em regulamento: (...) III a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25, até o dia 2 do mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de estas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528/97) IV a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa ficam subrogadas nas obrigações da pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do art. 12 e do segurado especial pelo cumprimento das obrigações do art. 25 desta Lei, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, exceto no caso do inciso X deste artigo, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528/97) É certo que o disposto no inciso IV do art. 30 da Lei nº 8.212/91 já seria bastante e suficiente para impingir ao adquirente, consumidor, consignatário e à cooperativa o dever jurídico de recolher as contribuições incidentes sobre a comercialização de produção rural. Mas o Legislador Ordinário foi mais seletivo: Isolou, propositadamente, no inciso III do art. 30 da Lei de Custeio da Seguridade Social, a obrigação tributária do adquirente, do consumidor, do consignatário e da cooperativa de recolher a contribuição de que trata o art. 25 dessa mesma lei, no prazo normativo, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, outorgando ao Regulamento da Previdência Social a competência para dispor sobre a forma de efetivação de tal obrigação acessória. Acomodou no inciso IV do art. 30 da Lei nº 8.212/91, de maneira genérica, a subrogação do adquirente, do consumidor, do consignatário e da cooperativa nas demais obrigações, de qualquer naipe, do empregador rural pessoa física e do segurado especial decorrentes do art. 25 desse Diploma Legal, independentemente Fl. 634DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 18 de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física. Da análise dos dispositivos legais acima selecionados, restou visível que a obrigação da empresa adquirente, consumidora, consignatária e a cooperativa pelo recolhimento das contribuições previstas no art. 25 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 10.256/2001, decorre não da norma inscrita no inciso IV do art. 30 da Lei de Custeio da Seguridade Social, mas, sim, do preceito assentado no inciso III desse mesmo dispositivo legal, em atenção ao princípio jurídico da especialidade na solução dos conflitos aparentes de normas jurídicas, que faz com que a norma específica prevaleça sobre aquela editada de maneira genérica, princípio eternizado no brocardo latino “lex specialis derogat generali”. A cinco, porque o próprio dispositivo do Acórdão do RE 363.852/MG declara a “inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com redação atualizada até a Lei nº 9.528/97, até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição, tudo na forma do pedido inicial”. Salta aos olhos que a sanatória da inconstitucionalidade vislumbrada pela Suprema Corte depende, tão somente, da promulgação de legislação nova, arrimada na EC n° 20/98, que institua a contribuição então viciada. Tais exigências houveramse por integralmente supridas com a promulgação da Lei nº 10.256, de 09 de julho de 2001, sob cuja égide ocorreram todos os fatos geradores contidos no presente lançamento tributário. (...) Avulta, de todo o exposto, que o provimento permeado no Acórdão do STF em tela visou a desobrigar o recorrente do RE 363.852/MG da retenção e do recolhimento da contribuição social sobre a “receita bruta proveniente da comercialização da produção rural” de empregadores, pessoas naturais, fornecedores de bovinos para abate, ou do seu recolhimento por subrogação, não por defeito jurídico no instituto da subrogação, mas, sim, por vício de inconstitucionalidade da própria exação em si considerada. Ou seja, face aos argumentos colacionados pelo voto condutor no processo acima transcrito, concluo que deve ser julgado procedente o lançamento por subrrogação em relação a aquisição da produção rural do produtor rural pessoa física sob os seguintes aspectos. a) Primeiramente a não apreciação no RE 363.852/MG dos aspectos relacionados a inconstitucionalidade do art. 30, IV da Lei 8212/2001; sendo que o fato de constar no resultado do julgamento “inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos V e VII, 25, incisos I e II, e 30, inciso IV, da Lei nº 8.212/91, com redação atualizada até a Lei nº 9.528/97” não pode levar a interpretação extensiva de que fora declarada também a inconstitucionalidade do art. 30, IV, considerando a ausência de fundamentos jurídicos no próprio voto condutor. b) Segundo, o próprio dispositivo do Acórdão do RE 363.852/MG que declarou a inconstitucionalidade fez constar: “até que legislação nova, arrimada na Emenda Constitucional nº 20/98, venha a instituir a contribuição”. Ou seja, considerando que a lei 10.256/2001, cobriu de legitimidade a cobrança de contribuições sobre a aquisição do produtor rural pessoa Fl. 635DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 11 19 física, por derradeiro, não tendo o RE 363.852 declarado a inconstitucionalidade do art. 30, IV da lei 8212/91, a subrrogação consubtanciada neste dispositivo encontra se também legitimada. Ademais a obrigação legal de arrecadar as contribuições descritas no art. 25 não encontra respaldo apenas no art. 30, IV da lei 8212/91, mas também na obrigação legal esculpida no inciso III do mesmo artigo (conforme relatório FLD): “III a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 25, até o dia 2 do mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção, independentemente de estas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com intermediário pessoa física, na forma estabelecida em regulamento; (Redação dada pela Lei 9.528/97) (grifos nossos) Quanto a utilização do inciso III do art. 30 da lei 8212/91, como fundamento para legitimação da sistemática de adoção da subrrogação, destacamos, que esse critério só precisa ser utilizado, caso se entendesse que realmente o art. 30, IV da lei 8212/91, tivesse sido declarado inconstitucional no RE 363.852, fato, que no meu entender restou superado, pelos argumentos trazidos anteriormente no presente voto. Conforme destacado no trecho do inciso III, a lei remeteu a regulamento a instituição da sistemática, para que a empresa adquirente promova o recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da lei 8212/91. Na função de regulamentar não apenas o inciso III, mas inúmeros outros pontos da lei 8212/91, foi editado o Decreto nº 3.048/1999, aprovando o Regulamento da Previdência Social, ainda hoje em vigor, cujos artigos 200, 200A e 216 instituíram a obrigação acessória da empresa adquirente, consumidora, consignatária ou da cooperativa, na condição de subrogada, a arrecadar, mediante desconto e a recolher as contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta oriunda da comercialização da produção devidas pelo produtor rural pessoa física e pelo segurado especial. Senão vejamos: Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99 Art. 200. A contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam o inciso I do art. 201 e o art. 202, e a do segurado especial, incidente sobre a receita bruta da comercialização da produção rural, é de: (Redação dada pelo Decreto nº 4.032, de 2001) I dois por cento para a seguridade social; e II zero vírgula um por cento para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho. (...) §4º Considerase receita bruta o valor recebido ou creditado pela comercialização da produção, assim entendida a operação de venda ou consignação. §5º Integram a produção, para os efeitos dos incisos I e II do caput, os produtos de origem animal ou vegetal, em estado Fl. 636DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 20 natural ou submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, lenhamento, pasteurização, resfriamento, secagem, socagem, fermentação, embalagem, cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento, destilação, moagem e torrefação, bem como os subprodutos e os resíduos obtidos através desses processos. (...) §7º A contribuição de que trata este artigo será recolhida: I Pela empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa, que ficam subrogadas no cumprimento das obrigações do produtor rural pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do caput do art. 9º e do segurado especial, independentemente de as operações de venda ou consignação terem sido realizadas diretamente com estes ou com intermediário pessoa física, exceto nos casos do inciso III; (grifos nossos) II pela pessoa física não produtor rural, que fica subrogada no cumprimento das obrigações do produtor rural pessoa física de que trata a alínea "a" do inciso V do caput do art. 9º e do segurado especial, quando adquire produção para venda, no varejo, a consumidor pessoa física; ou III pela pessoa física de que trata alínea "a" do inciso V do caput do art. 9º e pelo segurado especial, caso comercializem sua produção com adquirente domiciliado no exterior, diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial. §8º O produtor rural pessoa física continua obrigado a arrecadar e recolher ao Instituto Nacional do Seguro Social a contribuição do segurado empregado e do trabalhador avulso a seu serviço, descontandoa da respectiva remuneração, nos mesmos prazos e segundo as mesmas normas aplicadas às empresas em geral. Art. 200A. Equiparase ao empregador rural pessoa física o consórcio simplificado de produtores rurais, formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores rurais, na condição de empregados, para prestação de serviços, exclusivamente, aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos. (Incluído pelo Decreto nº 4.032/2001) §1º O documento de que trata o caput deverá conter a identificação de cada produtor, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo registro no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária ou informações relativas à parceria, arrendamento ou equivalente e à matrícula no INSS de cada um dos produtores rurais. (Incluído pelo Decreto nº 4.032/2001) §2º O consórcio deverá ser matriculado no INSS, na forma por este estabelecida, em nome do empregador a quem hajam sido Fl. 637DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 12 21 outorgados os mencionados poderes.(Incluído pelo Decreto nº 4.032/2001) Art. 200B. As contribuições de que tratam o inciso I do art. 201 e o art. 202, bem como a devida ao Serviço Nacional Rural, são substituídas, em relação à remuneração paga, devida ou creditada ao trabalhador rural contratado pelo consórcio simplificado de produtores rurais de que trata o art. 200A, pela contribuição dos respectivos produtores rurais. (Incluído pelo Decreto nº 4.032/2001) Art. 216. A arrecadação e o recolhimento das contribuições e de outras importâncias devidas à seguridade social, observado o que a respeito dispuserem o Instituto Nacional do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal, obedecem às seguintes normas gerais: I A empresa é obrigada a: (...) III a empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa são obrigadas a recolher a contribuição de que trata o art. 200 no prazo referido na alínea "b" do inciso I, no mês subsequente ao da operação de venda ou consignação da produção rural, independentemente de estas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor ou com o intermediário pessoa física; (grifos nossos) IV o produtor rural pessoa física e o segurado especial são obrigados a recolher a contribuição de que trata o art. 200 no prazo referido na alínea "b" do inciso I, no mês subsequente ao da operação de venda, caso comercializem a sua produção com adquirente domiciliado no exterior, diretamente, no varejo, a consumidor pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial; V o produtor rural pessoa física é obrigado a recolher a contribuição de que trata o inciso II do caput do art. 201 no prazo referido na alínea "b" do inciso I; (Revogado pelo Decreto nº 3.452/2000) (...) §5º O desconto da contribuição e da consignação legalmente determinado sempre se presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, pelo empregador doméstico, pelo adquirente, consignatário e cooperativa a isso obrigados, não lhes sendo lícito alegarem qualquer omissão para se eximirem do recolhimento, ficando os mesmos diretamente responsáveis pelas importâncias que deixarem de descontar ou tiverem descontado em desacordo com este Regulamento. CONTRIBUIÇÕES DESTINADAS AO SENAR Quanto às contribuições destinadas ao Senar, as mesmas possuem previsão no art. 6º da Lei n 9.528 de 1997, nestas palavras: Fl. 638DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 22 Art. 6º A contribuição do empregador rural pessoa física e a do segurado especial, referidos, respectivamente, na alínea a do inciso V e no inciso VII do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, para o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), criado pela Lei no 8.315, de 23 de dezembro de 1991, é de zero vírgula dois por cento, incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção rural. (Redação dada pela Lei nº 10.256, de 9.7.2001) Essas contribuições não foram objeto de reconhecimento de inconstitucionalidade no Recurso Extraordinário n 363.852. Desse modo, permanece a exação tributária. Porém, tais contribuições eram recolhidas pelo substituto tributário e não pelos produtores rurais; a transferência da responsabilidade para os substitutos está prevista no art. 94 da Lei n 8.212, art. 3º da Medida Provisória n 222 de 2004, combinado com o art. 30, inciso IV da Lei n 8.212 de 1991. Uma vez tendo sido afastada a dúvida acerca da declaração de inconstitucionalidade do art. 30, inciso III e IV plenamente respaldado encontrase o exigência legal objeto do presente lançamento. DAS INCONSTITUCIONALIDADES APONTADAS Face todo o exposto, no que tange a argüição de inconstitucionalidade de legislação previdenciária não pode a autoridade administrativa recusarse a cumprir norma cuja constitucionalidade seja questionada, razão pela qual são aplicáveis os prazos e regras regulados na Lei n ° 8.212/1991. Dessa forma, quanto à inconstitucionalidade/ilegalidades não há razão para a recorrente. Toda lei presumese constitucional e, até que seja declarada sua inconstitucionalidade pelo órgão competente do Poder Judiciário para tal declaração ou exame da matéria, deve o agente público, como executor da lei, respeitála. Nesse sentido, entendo pertinente transcrever trecho do Parecer/CJ n ° 771, aprovado pelo Ministro da Previdência Social em 28/1/1997, que enfoca a questão: Cumpre ressaltar que o guardião da Constituição Federal é o Supremo Tribunal Federal, cabendo a ele declarar a inconstitucionalidade de lei ordinária. Ora, essa assertiva não quer dizer que a administração não tem o dever de propor ou aplicar leis compatíveis com a Constituição. Se o destinatário de uma lei sentir que ela é inconstitucional o Pretório Excelso é o órgão competente para tal declaração. Já o administrador ou servidor público não pode se eximir de aplicar uma lei, porque o seu destinatário entende ser inconstitucional, quando não há manifestação definitiva do STF a respeito. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. No mesmo sentido posicionase este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF ao publicar a súmula nº. 2 aprovada em sessão plenária de 08/12/2009, sessão que determinou nova numeração após a extinção dos Conselhos de Contribuintes. SÚMULA N. 2 Fl. 639DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10120.723314/201132 Acórdão n.º 9202003.707 CSRFT2 Fl. 13 23 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Com o objetivo de melhor esclarecer ao recorrente a fundamentação das contribuições ora exigidas, valhome da própria legislação do lançamento, que embora questionada pelo recorrente, encontrase em vigor, razão pela qual é suficiente para manutenção do lançamento em questão. Face ao exposto, entendo que não há qualquer reparo a ser feito na decisão de primeira instância, razão pela qual nego provimento ao recurso do recorrente. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL interposto pela Fazenda Nacional, considerandose válida a exigência em tela. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 640DF CARF MF Impresso em 25/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 22/02/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 24/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 16561.720009/2011-86
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Jan 08 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2202-000.618
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
RESOLVEM os Membros da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Fizeram sustentação oral: pelo contribuinte, o advogado RICARDO LACAZ MARTINS, OAB /SP nº 113.694 e, pela Fazenda Nacional, RODRIGO DE MACEDO E BURGOS (Procurador da Fazenda Nacional).
Assinado digitalmente
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente e Relator
Composição do Colegiado: participaram da sessão de julgamento os Conselheiros MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA (Presidente), JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, PAULO MAURÍCIO PINHEIRO MONTEIRO, EDUARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), WILSON ANTONIO DE SOUZA CORRÊA (Suplente convocado), MARTIN DA SILVA GESTO e MÁRCIO HENRIQUE SALES PARADA.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. RESOLVEM os Membros da 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Fizeram sustentação oral: pelo contribuinte, o advogado RICARDO LACAZ MARTINS, OAB /SP nº 113.694 e, pela Fazenda Nacional, RODRIGO DE MACEDO E BURGOS (Procurador da Fazenda Nacional). Assinado digitalmente MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente e Relator Composição do Colegiado: participaram da sessão de julgamento os Conselheiros MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA (Presidente), JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, PAULO MAURÍCIO PINHEIRO MONTEIRO, EDUARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), WILSON ANTONIO DE SOUZA CORRÊA (Suplente convocado), MARTIN DA SILVA GESTO e MÁRCIO HENRIQUE SALES PARADA. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 65 61 .7 20 00 9/ 20 11 -8 6 Fl. 2285DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.286 2 RELATÓRIO Foi lavrado Auto de Infração (fls. 1.027 a 1.035) contra a contribuinte COSTA CRUZEIROS AGÊNCIA MARÍTIMA E TURISMO LTDA., CNPJ 61.450.292/000159, relativo ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), referente aos anoscalendário 2007 e 2008, por meio do qual lhe é exigido crédito tributário no montante de R$ 128.897.840,32 (CENTO E VINTE E OITO MILHÕES, OITOCENTOS E NOVENTA E SETE MIL, OITOCENTOS E QUARENTA REAIS E TRINTA E DOIS CENTAVOS), dos quais R$ 60.243.186,98 correspondem ao imposto, R$ 45.182.390,26 à multa de ofício no percentual de 75%, e R$ 23.472.263,08 aos juros de mora, calculados até 10/2011. O lançamento foi referente à infração "Imposto de renda na fonte sobre renda e proventos de qualquer natureza de residentes ou domiciliados no exterior", por inobservância da legislação tributária pelos pagamentos efetuados ao exterior, sem a retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), em virtude de contratação de prestação de serviços de caráter geral. Também foram lavrados Autos de Infração relativos ao PIS Importação e à COFINSImportação, os quais se encontram no presente processo e totalizam os seguintes créditos tributários: PISImportação: R$ 6.807.482,47, incluídos multa e juros de mora até 10/2011 (fls. 1.037 a 1.047); COFINSImportação: R$ 31.355.676,75, incluídos multa e juros de mora até 10/2011 (fls. 1.048 a 1.058). Da autuação Conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal (fls. 994 a 1.026), o procedimento autorizado pelo Mandado de Procedimento Fiscal MPF nº 08.1.85.002010002668 teve como escopo a verificação da correta apuração da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio Público incidente na Importação de Produtos Estrangeiros ou Serviços PIS/PASEPImportação, da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo Importador de Bens Estrangeiros ou Serviços no Exterior COFINSImportação e do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF sobre remessas ao exterior, no período compreendido entre 01/2007 e 12/2008. No decorrer da ação fiscal, a Fiscalização constatou que a Contribuinte efetuou diversas remessas para o exterior, conforme planilha de fl. 35. Em seu relatório, a autoridade fiscal dividiu as remessas, para efeito de tributação, em dois tipos: a) Remessas cuja natureza da operação é descrita nos Fl. 2286DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.287 3 contratos de câmbio como "Serv. Div. Serviços Turísticos"; b) Remessas cuja natureza da operação é descrita nos contratos de câmbio como "Transp Fretamento Marítimo"; tendo afirmado o seguinte: a) Remessas cuja natureza da operação é descrita nos contratos de câmbio como "Serv. Div. Serviços Turísticos": Tais remessas estão contabilizadas como REMESSAS PACOTES INTERNACIONAIS e ICO C. CROCIERE PAGTO DE INTERCOMPANY, conforme cópias do Livro Razão, constando no histórico de que se tratam de remessas referentes a cruzeiros internacionais. Essas remessas são relativas a venda de pacotes turísticos de cruzeiros marítimos realizados no exterior, a bordo dos navios da COSTA CROCIERE SPA, descontadas da comissão do agente, que é a fiscalizada. Por se tratar de empresa domiciliada no exterior, a COSTA CROCIERE SPA recebia as receitas das vendas de seus cruzeiros em moeda estrangeira, por meio de remessas em que a fiscalizada figurava como remetente, sendo tais rendimentos oriundos da prestação de serviços de turismo. Essas remessas foram objeto do presente lançamento de ofício em relação ao IRRF, mas não foram tributadas quanto ao PISImportação e à COFINSImportação. b) Remessas cuja natureza da operação é descrita nos contratos de câmbio como "Transp Fretamento Marítimo": Essas remessas tiveram como beneficiária a empresa COSTA CROCIERE SPA e tiveram como base os contratos firmados entre essa empresa e a fiscalizada e com terceiros nos quais a fiscalizada aparece como representante legal da COSTA CROCIERE. Tais contratos são denominados "Contrato de Reserva e Bloqueio de Cabinas de Navios de Passageiros" e têm como objeto a reserva e o bloqueio de cabines de navios de passageiros para a realização de cruzeiros turísticos. Foi verificado pela análise das cláusulas contratuais que a empresa COSTA CROCIERE SPA também presta serviços de acomodação, entretenimento e alimentação aos passageiros dos cruzeiros marítimos, sendo responsável também pela folha de pagamento da tripulação dos navios e de terceiros contratados. A COSTA CROCIERE SPA assume a obrigação de colocar o navio à disposição da fiscalizada e prestar os serviços citados, os quais são vendidos aos consumidores finais pela COSTA CRUZEIROS como "pacotes turísticos". Essa prestação de serviços prepondera nos contratos firmados, pois o viajante ao adquirir os "pacotes turísticos" é atraído pelos serviços de acomodações de luxo, alimentação e lazer, prestados pela COSTA CROCIERE SPA e não simplesmente pelo deslocamento marítimo entre o local de embarque e desembarque. Tais serviços são prestados na costa brasileira, conforme consta nas cláusulas contratuais referentes ao itinerário. Fl. 2287DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.288 4 Essa questão já foi enfrentada pelo Judiciário conforme consta nos autos do Mandado de Segurança n° 2009.61.00.0267987, impetrado por COSTA CRUZEIROS AGENCIA MARÍTIMA E TURISMO LTDA, no qual ela pede a concessão de ordem para não recolher o PISImportação e a COFINSImportação nos pagamentos, à Costa Crociere S.p.A. dos "Contratos de reserva de navio de passageiros" (afretamentos) acordados entre as empresas. O pedido foi julgado improcedente e a segurança denegada pelo Juiz da 8ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, conforme sentença às fls.151/165. A par das demais obrigações que porventura estejam incluídas no contrato, existe uma preponderância no objeto com natureza de prestação de serviços, como os descritos no contrato firmado pela fiscalizada com a empresa COSTA CROCIERE SPA, a título de acomodação, entretenimento e alimentação dos passageiros, não sendo possível separar os valores contratuais relativos àqueles serviços. Por se tratarem de remessas cujo beneficiário está sediado na Itália, devese observar a Convenção BrasilItália destinada a evitar a dupla tributação. Pela leitura da Convenção, os rendimentos oriundos da prestação de serviços de turismo não se encontra expressamente mencionados no texto legal para evitar a dupla tributação, o que significa que os valores percebidos pela empresa no exterior a título de pacotes turísticos, por sua natureza, não estão enquadrados na dispensa de retenção de imposto de renda, ou seja, não está expressamente dito que somente serão tributados no Estado sede da empresa (exterior). O artigo 22 da Convenção é conclusivo quando afirma "Os rendimentos de um residente de um Estado Contratante não expressamente mencionados nos Artigos precedentes da presente Convenção são tributáveis em ambos os Estados Contratantes." Assim, por serem preponderantemente contratos de prestação de serviços, ocorre a incidência do PIS/PASEPImportação e da COFINSImportação sobre o valor global pago ou remetido ao exterior embasado nos aludidos "Contratos de Reserva e Bloqueio de Cabinas de Navios de Passageiros", ficando sujeita ainda à incidência do IRRF, com base no art. 685, inc. II, alínea a, do Decreto n° 3000, de 1999, à alíquota de 25 (vinte e cinco) por cento sobre as remessas a título de prestação de serviços em caráter geral. A base de cálculo relativa ao IRRF foi reajustada de acordo com o artigo 725 do RIR/99 e o valor líquido da remessa em reais foi obtido a partir da aplicação da taxa de câmbio determinada na Instrução Normativa IN 41/99 e no artigo 3º da Lei nº 10.305/2001. BC reajustada = Valor líquido remetido / (1 25/100) Os valores apurados encontramse na tabela de fls. 1.015 a 1.017. Da impugnação Em 31/10/2011, a Contribuinte foi cientificada por meio de seu procurador (fl. 1.028), tendo apresentado impugnação em 30/11/2011, por intermédio de seus advogados (fls. 1.061 a 1.132). Fl. 2288DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.289 5 Da decisão de primeira instância A 9ª Turma da DRJ/SP1, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação, cujo Acórdão nº 1638.341 foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2007, 2008 REMESSAS AO EXTERIOR. DISPENSA DE RETENÇÃO. INCISO VIII DO ARTIGO 690 DO DECRETO N.º 3000, DE 1999. INAPLICABILIDADE. A dispensa de retenção do IRRF, aludida no inciso VIII do art. 690 do Decreto n.º 3.000, de 1999, quanto às remessas destinadas ao exterior, está dirigida apenas às remessas realizadas por pessoa física, é dizer, pessoa natural. Não pode pessoa jurídica valer se desse dispositivo normativo para afastar a incidência desse imposto para remessas realizadas nos exercícios em tela. REMESSAS AO EXTERIOR. ARTIGO 22 DO DECRETO N.º 85.985, DE 1981. APLICABILIDADE. As remessas destinadas a pessoa física ou jurídica residente no exterior, em contrapartida pela venda de pacotes turísticos de cruzeiros marítimos, estão sujeitos à incidência na fonte, à alíquota de 25%, tal como determina a alínea “a” do inciso II do art. 685 do Decreto n.º 3.000, de 1999, por conta da aplicação do art. 22 da Convenção entre Brasil e Itália, destinada a evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de imposto sobre a renda, promulgada pelo Decreto n.º 85.985, de 1981, que estabelece que os rendimentos de residente de um Estado contratante não expressamente mencionado nos artigos da convenção são tributáveis em ambos os Estados contratantes. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Exercício: 2007, 2008 SERVIÇO DE CRUZEIRO MARÍTIMO. SERVIÇO PRESTADO NO TERRITÓRIO NACIONAL. INCIDÊNCIA DE PISIMPORTAÇÃO. É alcançado pela definição estabelecida pela Lei n.º 10.865, de 2004, o serviço de cruzeiro marítimo oferecido, no território nacional, por empresa estrangeira. Tratase de serviço executado no País, que provém do exterior, é dizer, é prestado por pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior. A remuneração desse serviço sofre incidência de PIS Importação, cujo fato gerador se dá pela ocorrência do pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação pelo serviço prestado. PISIMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ISS. Na importação de serviços, para fins de apuração da base de cálculo do PISImportação, considerase o imposto sobre serviço de qualquer Fl. 2289DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.290 6 natureza, em observância ao disposto na Instrução Normativa n.º 572, de 2005, da então Secretaria da Receita Federal. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Exercício: 2007, 2008 SERVIÇO DE CRUZEIRO MARÍTIMO. SERVIÇO PRESTADO NO TERRITÓRIO NACIONAL. INCIDÊNCIA DE COFINS IMPORTAÇÃO. É alcançado pela definição estabelecida pela Lei n.º 10.865, de 2004, o serviço de cruzeiro marítimo oferecido, no território nacional, por empresa estrangeira. Tratase de serviço executado no País, que provém do exterior, é dizer, é prestado por pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior. A remuneração desse serviço sofre incidência de COFINS Importação, cujo fato gerador se dá pela ocorrência do pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação pelo serviço prestado. COFINSIMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ISS. Na importação de serviços, para fins de apuração da base de cálculo da COFINSImportação, considerase o imposto sobre serviço de qualquer natureza, em observância ao disposto na Instrução Normativa n.º 572, de 2005, da então Secretaria da Receita Federal. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Exercício: 2007, 2008 FASE LITIGIOSA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. Durante a fase litigiosa do processo administrativo fiscal, a apresentação de provas é definida pelo disposto no parágrafo 4º do art. 16 do Decreto n.º 70.235, de 1972 e alterações posteriores. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Do Recurso de Ofício A decisão de primeira instância exonerou os créditos tributários relativos às remessas ao exterior referentes aos contratos em que a Contribuinte consta como representante legal da empresa estrangeira Costa Crociere S.p.A. Em relação ao Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), foram exonerados R$ 2.421.875,59 de imposto e R$ 1.816.406,69 de multa de ofício. Tendo em vista que o crédito tributário exonerado foi superior ao limite de alçada previsto na Portaria MF nº 03/2008, foi submetido à apreciação do CARF o recurso de ofício. Fl. 2290DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.291 7 Do Recurso Voluntário Cientificada da decisão em 17/07/2012, por via postal (fls. 1.631 e 1.632), a Contribuinte interpôs recurso voluntário em 16/08/2012, por meio de seus advogados (fls. 1.633 a 1.736), no qual alega, em síntese: A) Remessas relativas a cruzeiros internacionais 1 Nãoincidência do IRRF sobre remessas ao exterior destinadas à cobertura de gastos pessoais de pessoas físicas O artigo 690, VIII, do RIR/99, estabelece que não integra o escopo de incidência do IRRF as remessas feitas para a cobertura de gastos pessoais de pessoas físicas no exterior, inclusive quando em viagens de turismo, o que abrange as remessas realizadas pela Recorrente, sob a égide do Contrato de Representação. A Recorrente agiu como mera agente de pagamento do turista, tendo efetuado por sua conta e ordem, o pagamento de despesas deste, no exterior, em favor do prestador de serviços ali estabelecido. As remessas realizadas por agência de viagem (empresas que desempenham atividade análoga à sua) são destinadas à cobertura de despesas de pessoas físicas no exterior, e já faziam jus à não incidência, mesmo antes da edição das novas regras (art. 60 da Lei nº 12.249/2010 e IN nº 1.119/2011), confirmando a aplicação do artigo 690 do RIR/99 à época dos fatos geradores ora autuados. Portanto, tais remessas devem ser abrangidas pela regra de não incidência veiculada no artigo 690, inciso VIII, do RIR/99, razão pela qual deve ser cancelado o Lançamento naquela parte. 2 Argumentos subsidiários 2.1 Ilegitimidade passiva da Recorrente a Recorrente não possui legitimidade para figurar no polo passivo da cobrança veiculada pelo Auto de Infração, pois atuou como mera representante da Costa Crociere ao efetuar a remessa de valores ao exterior. 2.2. NãoIncidência do IRRF sobre remessas ao exterior destinadas ao pagamento de despesas terrestres relacionadas com pacotes turísticos O inciso XIV do art. 690 do RIR/99, interpretado segundo o artigo 111 do CTN, afasta a incidência do IRRF nas remessas destinadas ao exterior para pagamento de despesas terrestres relacionadas com pacotes turísticos. A menção a despesas terrestres são relativas aos eventos cujos resultados se verificam no exterior (conhecidas no jargão das empresas de turismo como "parte terrestre"), não devendo ser confundida como uma oposição entre "terrestre" e "marítimo". Fl. 2291DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.292 8 2.3 Isenção do IRRF sobre remessas ao exterior destinadas a empresas de navegação marítima Ainda que se entendesse o não reconhecimento da nãoincidência do IRRF para as remessas relativas a cruzeiros internacionais, não haveria tributação, por força do artigo 85 da Lei nº 9.430/96, que isenta daquele tributo os rendimentos pagos a empresas de navegação marítima por nãoresidentes. O parágrafo único do artigo 85 da Lei nº 9.430/96 estabelece, como requisitos à isenção do IRRF, um elemento subjetivo (os beneficiários da isenção serem companhias aéreas e marítimas) e outro objetivo (o país em que os beneficiários da isenção estão sediados não tributar rendimentos auferidos por companhias aéreas e marítimas residentes no Brasil, em razão de lei interna ou de acordo internacional). Nesse caso, a Costa Crociere é uma empresa que explora a navegação marítima e a Itália, onde ela está sediada, não tributa os rendimentos auferidos por companhias marítimas residentes no Brasil que exercem atividade de navegação marítima. Estando presentes os dois requisitos previstos pelo parágrafo único do artigo 85 da Lei n° 9.430/96, devem ser considerados isentos os rendimentos pagos pela Recorrente, uma vez que destinados a empresa marítima situada em país (Itália) que não tributa os rendimentos de empresas brasileiras que exerçam a mesma atividade. 2.4 Aplicação do Tratado BrasilItália O artigo 8º do Tratado BrasilItália dispõe que "lucros provenientes da exploração, no tráfego internacional, de navios" só serão tributáveis no Estado da sede de direção efetiva da empresa que realizar a atividade. Ao contrário do que pretende a decisão recorrida, o acordo Brasil Itália não estabelece hierarquia entre as atividades exercidas com o uso do navio, apenas exige, de forma objetiva, que o navio seja explorado economicamente em atividade que implique transporte, pressuposto implícito em qualquer cruzeiro marítimo. Subsidiariamente, caso não se entenda aplicável o art. 8º, nas remessas para cruzeiros marítimos realizados no exterior não se aplica o artigo 22, suscitado pela Fiscalização e pela decisão da DRJ, relativo a "rendimentos não expressamente mencionados" no acordo, mas sim o artigo 7º, o qual trata da tributação dos lucros das empresas em geral. O artigo 7º do acordo de bitributação dispõe que, a não ser que disposto diferentemente em outro dispositivo do acordo, os "lucros de uma empresa" serão apenas tributáveis pelo Estado em que se situar sua residência. Fl. 2292DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.293 9 O termo "lucros", quando usado nesse artigo e em qualquer outro lugar na Convenção, tem um significado amplo, incluindo todos os rendimentos derivados da condução de um negócio. 2.5 Subsidiariamente: Aplicação da alíquota de IRRF de 15% Artigo 85 da Lei 9.430/96. Há regra específica para as empresas de navegação marítima não residentes, que limita o IRRF a 15%, conforme dispõe o artigo 85 da Lei nº 9.430/96, a qual prevalece sobre qualquer legislação de caráter geral, mesmo quando a lei geral seja superveniente à lei especial. B) Remessas relativas a afretamentos de embarcações cruzeiros no Brasil 3. Concomitância com o Mandado de Segurança impetrado pela Recorrente A decisão recorrida concordou com os argumentos da impugnação, tendo concluído não haver concomitância entre o recurso e o Mandado de Segurança nº 2009.61.00.0267987, seja quanto ao IRRF seja quanto ao PIS/COFINSImportação. 4 Objeto dos contratos de reserva e bloqueio de cabinas de navios de passageiros Os contratos de reserva e bloqueio de cabinas de navios de passageiros são firmados entre a Recorrente (Contratante) e a Costa Crociere (Contratada), tendo por objeto a reserva e bloqueio de cabinas de navios de passageiros para a realização de cruzeiros turísticos em datas e períodos predeterminados, mediante uma remuneração global fixa, calculada em função do custo diário de cada cruzeiro, variável por itinerário. Durante o período do bloqueio das cabinas, a Costa Crociere (Contratada) obrigase a manter o navio disponível para a utilização acordada e a Recorrente (Contratante) promove a comercialização dos "pacotes" turísticos de hotelaria marítima, auferindo em nome próprio as receitas das vendas dos bilhetes e assumindo integralmente os riscos decorrentes da obrigação de pagar a remuneração global fixa à Contratada, seja qual for o resultado das vendas ao público. 5 Contrato de afretamento turístico O afretamento convive com a prestação de serviços. Logo, não o desnatura o fato de a tripulação, cedida pelo fretador, desempenhar atividades a bordo, em favor dos passageiros. Como visto, é natural, nos afretamentos "por tempo", e "por viagem", a colocação da tripulação à disposição do afretador, para que realize as atividades por estes ditadas. Fl. 2293DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.294 10 A possibilidade de se dar o afretamento de embarcações para a exploração de atividades de cruzeiros marítimos já foi expressamente reconhecida pelo Poder Executivo, conforme artigos 37 e 39 do Decreto nº 7.381/10. É possível que uma embarcação estrangeira seja contratada para a realização de cruzeiros marítimos, envolvendo um conjunto de serviços e, ainda assim, ela será objeto de afretamento. 6 A qualificação dos contratos Recorrente/Costa Crociere 6.1 Questionamentos da DRJ quanto à natureza dos contratos entre a Recorrente e a Costa Crociere O item 9.9 da decisão recorrida afirma que as cláusulas 1.3 a 1.6 do contrato de afretamento estabeleceriam uma série de obrigações da Costa Crociere para com os passageiros, afastando assim a natureza jurídica de contrato de afretamento celebrado com a Recorrente. As cláusulas mencionadas pela decisão para descaracterizar a natureza dos contratos como de Afretamento, na verdade demonstram a quase exclusiva responsabilidade da Recorrente perante os passageiros e até mesmo perante as autoridades competentes, reforçando a natureza de afretamento dos contratos entre ela e a Costa Crociere. 6.2 Confusão da DRJ acerca da natureza de afretamento ou de transporte Relativamente aos cruzeiros internacionais, a decisão alega que não seria aplicável o artigo 8º do Tratado Brasil Itália, pois este somente se aplicaria aos contratos de transportes e os contratos em análise teriam natureza diversa. Analisando os contratos entre as mesmas partes, mas que contratavam cruzeiro nacional, a decisão afirma que não se aplica o inciso I do artigo 691 do RIR, pois referidos contratos não são de afretamento, mas são "contrato de adesão, que trata de transporte marítimo de passageiros e sua bagagem". Tal afirmativa da DRJ revela a adoção de "dois pesos e duas medidas" para a aferição de grandezas iguais, porquanto os contratos em questão, sejam relativos a cruzeiros nacionais, sejam relativos a cruzeiros internacionais, possuem a mesma natureza jurídica, diferindo apenas quanto ao itinerário. Não se pode assim atribuir a eles naturezas jurídicas diversas conforme seja mais conveniente ao Fisco. Caso os referidos contratos sejam de transportes, deverseia aplicar o Tratado BrasilItália para os contratos relativos a cruzeiros internacionais. 6.3 O parecer do Ilustre Professor Luiz Olavo Baptista Fl. 2294DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.295 11 Segundo o parecerista, os contratos em questão são contratos complexos, de afretamento de um bem móvel com destinação específica, que não podem ser confundidos com simples contratos de prestação de serviços. Analisando as características gerais dos contratos de afretamento em comparação com os contratos especificamente em questão, o parecer liquida quaisquer dúvidas remanescentes quanto à natureza de afretamento de referidos contratos, bem como quanto à autonomia destes para com os contratos celebrados entre a Recorrente e os passageiros. 6.4 Conclusão acerca da natureza dos contratos Podese concluir que os contratos celebrados entre a Recorrente e a Costa Crociere possuem natureza de afretamento, independentemente de a eles estarem associadas obrigações de fazer. Esse entendimento já foi adotado pelo Primeiro Conselho de Contribuintes, com relação a contratos da própria Costa Crociere, firmados com a Recorrente (Acórdão n° 10418.892), quando foram examinadas operações idênticas às aqui abordadas, não restando, naquela ocasião, dúvidas de que se estava diante de afretamentos. 7 Aplicandose o critério da "Prevalência", confirmase a natureza dos afretamentos contratados pela Recorrente Se fosse o caso de se utilizar a lógica da "preponderância", como defende a Fiscalização, não haveria dúvidas quanto a se concluir que prevalecem, nos contratos entre a Recorrente a Costa Crociere, as prestações relacionadas intrinsecamente ligadas ao afretamento, tais como navegação, cessão do uso de cabines, cessão do uso de áreas comuns, alimentação, limpeza, abastecimento e manutenção. 8 IRRF 8.1 Alíquota zero Fincada a premissa de que os contratos entre a Recorrente e a Costa Crociere possuem natureza de afretamento nada obstante envolverem a prestação de serviços deve ser rechaçada a incidência do IRRF em virtude do artigo 691, I, do RIR/99. 8.2 Subsidiariamente: isenção do IRRF sobre remessas ao exterior destinadas a empresas de navegação marítima Como já visto, o parágrafo único do artigo 85 da Lei nº 9.430/96 estabelece, como requisitos à isenção do IRRF, um elemento subjetivo, e outro objetivo. O elemento subjetivo já foi devidamente evidenciado no tópico 2.3, acima. Ali foram ofertadas as provas de que a Costa Crociere é uma empresa que explora a navegação marítima. Fl. 2295DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.296 12 No que se refere ao elemento objetivo (a nãotributação de empresas residentes no Brasil que explorem a navegação marítima), a Itália não tributa os rendimentos auferidos por companhias fretadoras nãoresidentes, nos termos da Circular n° 47, de 02/11/2005 ("Circolare dei 02/11/2005 n. 47") Doc. 06 da Impugnação. 8.3 Subsidiariamente: aplicação do Tratado BrasilItália Diferentemente do tópico anterior, referente a cruzeiros marítimos realizados no exterior, não deve ser discutida a aplicação do artigo 8º do Acordo de Bitributação entre o Brasil e a Itália, visto que as operações em comento na hipótese de afretamento apenas se realizam na costa brasileira, não sendo, portanto, um "tráfego internacional" no sentido que o acordo prevê. Entretanto, essa circunstância em nada afeta a conseqüência tributária da questão, pois o artigo 7º continua a se aplicar, tendo em vista que, independentemente de onde o navio é operado, o afretamento e atividades correlatas são prestados e devidos à receptora Costa Crociere. 8.4 Subsidiariamente: aplicação da alíquota de IRRF de 15% Conforme já demonstrado no item 2.5, devese, ao menos, proceder à redução do montante autuado sobre as remessas relativas a cruzeiros internacionais, em razão da aplicação da alíquota de IRRF de 15%, no lugar da alíquota de 25%, em virtude do artigo 85 da Lei nº 9.430/96. Tal argumento é reforçado em função da vigência da Lei n° 10.332/01, a qual incluiu, na Lei n° 10.168/00, o artigo 2°A, que reduziu para 15%, a partir de 1º de janeiro de 2002, a alíquota do IRRF para os serviços de assistência administrativa e semelhantes. 9 PIS/COFINS Importação 9.1 Alíquota Zero Foram autuadas remessas realizadas pela Recorrente entre os anos de 2007 e 2008, sobre contratos de afretamento de embarcações, as quais se beneficiavam da alíquota zero de PIS/COFINSimportação, prevista no artigo 8º, § 14, da Lei n° 10.865/04, posto que era inexistente, à época, o § 17 que viria a restabelecer a incidência aos patamares normais, somente a partir de 1º/05/2008. 9.2 Subsidiariamente: descabimento do reajustamento da base de cálculo do IRRF para fins de incidência do PIS/COFINSImportação Mesmo que se admitisse a cobrança das contribuições após maio de 2008, não poderia prevalecer o cálculo efetuado pela autoridade fiscal, pois ela inovou no cálculo das contribuições, tentando trazer para o âmbito do PIS/COFINSimportação a mesma sistemática de reajustamento de base de cálculo que impera no cálculo do IRRF, não havendo, porém, base legal para tanto. Fl. 2296DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.297 13 9.3 Subsidiariamente: impossibilidade de inclusão do ISS na base de cálculo do PIS/COFINSimportação Ainda que os argumentos anteriores não fossem acolhidos, o que se admite apenas a título argumentativo, deve ser cancelada, ao menos em parte, a exigência relativa a PIS/COFINSimportação, em razão da indevida inclusão do ISS na sua base de cálculo. Deve ser revista e reduzida a base de cálculo do auto de infração, no que se refere ao PIS/COFINSimportação, pelos seguintes motivos: (i) não incide o ISS sobre os contratos em questão, por serem complexos, e, portanto, não serem enquadráveis em nenhum item da lista do ISS; (ii) a autoridade fiscal não comprovou qualquer montante pago pela Recorrente a título de ISS sobre os referidos contratos; e (iii) não há previsão legal para a inclusão, na base de cálculo dos PIS/COFINSimportação, de ISS presumido ou fictício. 10 Subsidiariamente: Ilegitimidade passiva em relação ao IRRF e PIS/COFINSImportação A decisão recorrida deve ser louvada por ter reconhecido que a Recorrente não estaria obrigada a efetuar o recolhimento do IRRF e do PIS/COFINSimportação relativos aos contratos de afretamento celebrados pela Costa Crociere com terceiras empresas brasileiras, nos quais a atuação da Recorrente restringese ao papel de representante legal da Costa Crociere. Conforme se afirma no item 2.1, o reconhecimento da ilegitimidade passiva da Recorrente deve ser estendido aos casos de contratação de cruzeiros internacionais, nos quais a Recorrente atuou como mera representante legal da Costa Crociere perante os passageiros contratantes. De acordo com o artigo 721 do RIR/99, a regra é a irresponsabilidade do procurador do nãoresidente sobre as remessas relativas a montantes recebidos em nome do representado, salvo nos casos de aluguéis de imóveis, e quando a fonte não tiver conhecimento de que o titular do rendimento é residente no exterior. No caso dos contratos mencionados, não consistia o objeto da avença na disponibilização de imóveis, e os contratantes terceiros não tinham qualquer dúvida da condição de nãoresidente da Costa Crociere, uma vez que firmaram os contratos diretamente com aquela. Como o fato gerador do IRRF é o crédito, assim entendido como o surgimento do direito ao rendimento, por parte do nãoresidente, no caso dos contratos de afretamento celebrados entre a Costa Crociere e terceiros, o fato gerador ocorre antes mesmo da intervenção da Recorrente, o que reforça a percepção de que ela não é o contribuinte do imposto. Idêntica conclusão deve ser aplicada para as exigências relativas ao PIS/COFINSimportação, pois o aspecto material da regra matriz de incidência desses tributos consiste na importação de bens ou serviços. Dessa forma, no caso Fl. 2297DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.298 14 de serviços provenientes do exterior, o contribuinte é o contratante desses serviços. 10.2 Remessas cuja vinculação aos contratos não ficou clara à DRJ A decisão recorrida não cancelou o Auto de Infração relativamente a todas as remessas decorrentes da atuação da Recorrente como representante legal da Costa Crociere, sob a alegação de que as remessas possuem valores diferentes dos mencionados nos respectivos contratos. Porém, os valores contratados são meramente estimados e podem variar, para mais ou para menos, conforme critérios contratualmente estabelecidos. Assim, passase à demonstração de referida vinculação, após a qual restará patente a necessidade de se cancelar o Auto de Infração. 10.2.1 Doc. 08 contrato com a Scania Administradora de Consórcios Ltda. A aparente ausência de vinculação alegada na decisão decorreria do fato de que o valor previsto no contrato de afretamento, de US$ 2.120.329,00 é muito maior do que o montante objeto do Contrato de Câmbio anexo (Doc. 01), de US$ 17.148,29. A despeito da transferência ter se dado em valor menor que o previsto no contrato de afretamento, o Contrato de Câmbio é claro ao mencionar, no item "outras informações", que o montante por ele transferido se deve a pagamento de frete do navio Costa Fortuna em virtude de contrato de afretamento firmado entre a Scania Administradora de Consórcios Ltda e a Costa Crociere S.p.A, no qual a Recorrente atuou como representante legal, exatamente conforme prevê o contrato de afretamento em questão. O contrato de Câmbio ainda menciona referirse à Fatura ("Invoice") n° 677, a qual segue anexa (Doc. 02). A suposta divergência resultou da necessidade de pagamento de complemento pelas contratantes à Costa Crociere, conforme previam as cláusulas 8 e 13 dos respectivos contratos de afretamento, pois o valor previsto no contrato engloba as taxas portuárias e gorjetas devidas por passageiro ocupante no navio, sendo natural que, caso o número de passageiros extrapole o previsto, seja necessário que a contratante complemente o montante previsto inicialmente no contrato. Por outro lado, caso o número efetivo de passageiros seja menor que o previsto, o montante devido pela contratante será menor que o estimado no contrato. 10.2.2 Doc. 11 da Impugnação contrato com a Net Serviços de Comunicação S/A A aparente ausência de vinculação alegada na decisão decorreria do fato de que o valor previsto contratualmente de US$ 578.517,60 é maior do que o montante objeto da do Contrato de Câmbio anexo (Doc. 03), US$ 561.233,60. Fl. 2298DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.299 15 A despeito da transferência ter se dado em valor menor que o previsto no contrato de afretamento, o Contrato de Câmbio é claro ao mencionar, no item "outras informações", que o montante por ele transferido se deve a pagamento de frete do navio Costa Victoria em virtude de contrato de afretamento firmado entre a Net Serviços de Comunicação S/A e a Costa Crociere S.p.A, no qual a Recorrente atuou como representante legal, exatamente conforme prevê o contrato de afretamento em questão. O contrato de Câmbio ainda menciona referirse ao número da "Invoice" n° 677, a qual segue anexa (Doc. 04), porém sendo de data anterior ao Contrato de Câmbio, esta Invoice possui o mesmo valor do contrato de afretamento e não o valor efetivamente transferido, constante do Contrato de Câmbio. a suposta divergência resultou da necessidade de pagamento de complemento pelas contratantes à Costa Crociere, conforme previam as cláusulas 8 e 13 dos respectivos contratos de afretamento. 10.2.3 Doc. 12 da Impugnação contrato com a Pra Eventos Ltda. A divergência existente quanto ao contrato firmado com a Pra Eventos Ltda. é porque a DRJ não se atentou para o fato de que o valor previsto no contrato de afretamento em questão fora composto por 4 transferências, das quais apenas uma não foi reconhecida pela decisão. Somandose os valores reconhecidos pela decisão (US$ 96.750,00 + US$ 96.750,00 + R$ 210.549,24), com o montante cuja vinculação não foi reconhecida pela decisão (US$ 451.500,00) chegase exatamente ao valor previsto no contrato de afretamento respectivo, de US$ 855.549,24. Por isso, o Contrato de Câmbio (Doc. 05) se remete à Invoice n° 807 (Doc. 06), o que demonstra a vinculação da transferência em tela com o contrato de afretamento. Vale esclarecer que o Contrato de Câmbio contem um erro material na menção da Invoice, pois menciona a inexistente Invoice n° 8072, quando quis mencionar a Invoice n° 807, porém, esse erro de digitação não pode afastar a vinculação do Contrato de Câmbio com o contrato de afretamento em questão, pois há outros elementos suficientes à comprovação desse vínculo, quais sejam, a descrição, no item "outras especificações", de que o contrato de câmbio referese a contrato de afretamento entre a Pra Eventos Ltda e a Costa Crociere, que consta a Recorrente como representante legal da Costa Crociere e tem como navio pretendido o Costa Victoria. Tratase dos mesmos termos presentes no contrato de afretamento. Ademais, o Contrato de Câmbio que traz a transferência de USD 210.549,24 (Doc. 07) relativa a este mesmo contrato de afretamento, faz menção à mesma Invoice, dessa vez corretamente mencionada sob o n° 807. 10.2.4 Doc. 13 contrato com a Lowell Cosméticos do Brasil Ltda. Fl. 2299DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.300 16 A suposta divergência resultou da necessidade de pagamento de complemento pelas contratantes à Costa Crociere, conforme previam as cláusulas 8 e 13 dos respectivos contratos de afretamento. O Contrato de Câmbio (Doc. 08) referese a uma Invoice própria (Doc. 09), emitida justamente em caráter complementar ao valor inicialmente estimado no contrato de afretamento, enquanto o Contrato de Câmbio ora anexo como Doc. 10 e sua respectiva Invoice (Doc. 11) possuem o valor integral do contrato de afretamento em questão. O item "outras especificações" presente nos Contratos de Câmbio deixa clara sua relação com o contrato de afretamento indicado, mencionando as partes, o navio e o representantes legal envolvidos; todos idênticos aos termos do contrato de afretamento. 10.2.5 Doc. 15 da Impugnação contrato com a Amizade Empreendimentos e Participações Ltda. O pagamento dos 1.540.966,64 dólares previstos no contrato foi feito por meio de quatro transferências que totalizam exatamente o montante previsto contratualmente. Os quatro contratos de câmbio (Docs. 11 a 14) relativos a cada uma das 4 transferências em questão, fazem remissão à mesma Invoice de número 1944 (Doc. 15), a qual possui o valor equivalente ao total previsto no contrato sob análise, de US$ 1.540.966,64. Além disso, os referidos contratos de câmbio mencionam no item denominado "outras especificações" qual o navio pretendido pela contratante, qual a Fatura/Invoice relativa àquela transferência e quais as partes envolvidas (contratada, contratante e representante legal), sendo todos estes importantes elementos idênticos aos constantes no contrato de afretamento em questão. Essencial esclarecer que, a despeito da identidade de valores, a remessa efetuada em virtude do contrato de afretamento n° 14 nada tem a ver com as 4 remessas oriundas do contrato de câmbio de n° 15 objeto deste tópico. Aquele foi corporificado por um só contrato de câmbio, anexo (Doc. 16) e guarda relação com a Invoice n° 269. 10.3 Conclusão acerca do item 10 Ainda que não se reconheça a vinculação das remessas em questão com os contratos de afretamento apresentados, ficou demonstrado que os contratos de Câmbio que corporificam essas remessas, todos registrados no SISBACEN, mencionam em seu corpo que referidas remessas decorrem de contrato de afretamento celebrado entre a Costa Crociere e um terceiro residente no Brasil, no qual a Recorrente atuou como representante legal da Costa Crociere, não podendo essas remessas serem objeto da cobrança de IRRF e PIS/COFINS Importação. Fl. 2300DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.301 17 11 Subsidiariamente aplicação da interpretação mais favorável ao contribuinte Afirmouse, ainda, que não seria possível segregar, dentre as remessas efetuadas, os montantes que seriam relativos à prestação de serviços, e aqueles que diriam respeito aos demais objetos dos contratos. Assim, o total das remessas deveria ser ligado à prestação preponderante nas atividades desempenhadas pela Costa Crociere, ou seja, a prestação de serviços. Não se pode cogitar a adoção deste raciocínio, pois viola o artigo 112, inciso I, do CTN, ao interpretar a legislação tributária da maneira mais gravosa ao contribuinte, havendo dúvida quanto à capitulação legal dos fatos. 12 Pedido de Diligência Artigo 85, Parágrafo Único, da Lei n° 9.430/96 Para a eventualidade de os Srs. Julgadores nutrirem qualquer eventual dúvida a respeito da configuração do elemento objetivo requerido para a aplicação do artigo 85, parágrafo único, da Lei n° 9.430/96, qual seja, a prática italiana consistente em não cobrar o imposto de renda de empresas residentes no Brasil que explorem atividade de navegação marítima, a Recorrente roga pela determinação de realização de diligência. Ao final, requer que seja provido o recurso para se cancelar integralmente o Auto de Infração, além de solicitar que todas as intimações e notificações a serem feitas, relativamente às decisões proferidas neste processo, sejam encaminhadas aos seus procuradores, bem como sejam enviadas cópias à Recorrente, no endereço constante dos autos. Das contrarrazões ao Recurso Voluntário e das razões ao Recurso de Ofício, apresentadas pela PFN A Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) apresentou contrarrazões ao Recurso Voluntário e razões ao Recurso de Ofício (fls. 1.835 a 1.863), com as seguintes alegações, em resumo: I. Dos fatos Sintetiza os fatos relacionados com a lide. II. Do Direito 1. Remessas referentes a cruzeiros marítimos a serem prestados no exterior Ao contrário do que entende a Recorrente, as hipóteses dos incisos VIII e XIV, do artigo 690 do RIR/99, não tratam de nãoincidência, mas de dispensa de retenção. A incidência existe, nos termos do art. 97, alínea "a", do DL 5.844/43, a responsabilidade pela retenção e recolhimento é da fonte pagadora ou remetente, como dispõem os arts. 100 e 101, porém a legislação dispensa a fonte da obrigação de efetuar a retenção. Tratase, portanto, de dispensa do cumprimento de obrigação tributária acessória, o que enseja a interpretação literal tratada no art. 111, III, do Fl. 2301DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.302 18 CTN, o que leva à conclusão de que o caso dos autos não se subsume nem ao inciso VIII e tampouco ao inciso XIV. Não se cuida de remessas destinadas à “cobertura de gastos pessoais de pessoas físicas em viagens de turismo”, pois essa cobertura não se confunde com a própria contratação da viagem de turismo. Ainda que se admitisse a remessa feita por pessoa jurídica, há que se refletir sobre o uso da particular expressão “cobertura de gastos pessoais, no exterior”. Tal expressão evidencia que, sobretudo, o destinatário das remessas deve ser a pessoa física situada no exterior, buscando conferir um caráter não comercial à remessa, no intuito de que a pessoa física destinatária use os recursos como lhe aprouver, na cobertura de seus gastos no exterior. Os contratos firmados entre a autuada e a Costa Crociere também distinguem o cruzeiro marítimo das excursões terrestres que poderão ser oferecidas ao longo da viagem (carta partida, parte II, cláusula 4.2 e anexo A, item C.7). Portanto, não procede a alegação da autuada que o legislador, ao se referir a "despesas terrestres", quisesse se referir também à parte marítima dos pacotes turísticos. Quanto ao artigo 85, parágrafo único, da Lei 9.430/96, ele se refere exclusivamente aos rendimentos recebidos por companhias de navegação aérea e marítima domiciliadas em países que não tributam tais rendimentos. Contudo, não são todas e quaisquer receitas das companhias de navegação que são abrangidas pela norma, mas apenas aquelas afeitas ao seu objeto, qual seja, o transporte marítimo ou aéreo, de cargas ou passageiros. Não existe nenhuma prova concreta de que a Itália não tribute os rendimentos das empresas de turismo náutico brasileiras (ou de que ela considera o lucro de tais empresas como proveniente do tráfego internacional de navios). Não há como acolher a argumentação da Recorrente de que seja aplicável o artigo 8º do Tratado BrasilItália, pois a expressão "tráfego internacional" não abrange a prestação de serviços turísticos, ainda que dentro de um navio. Sobre a alegada aplicação do artigo 7º do Tratado BrasilItália, visando a afastar a incidência do IRRF, é forçoso reconhecer que, à luz da legislação pátria, os valores recebidos pelas empresas estrangeiras pertencem à categoria "receita" e não "lucro". Nesse caso, deve incidir a tributação sobre os rendimentos remetidos, por fonte situada no Brasil, a pessoa física ou jurídica residente no exterior (art. 685 do RIR/99), e não sobre lucro, seja ele real, operacional, bruto, ou qualquer que seja. Em virtude da ausência de menção expressa ao termo "receita" ou a qualquer outro termo que abranja os valores pagos a pessoas jurídicas estrangeiras para prestações de serviços ou pela contraprestação de aluguéis no país do contratante, devese aplicar o disposto no artigo 22 do Tratado, que trata Fl. 2302DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.303 19 de "outros rendimentos", sendo tributáveis os rendimentos no Brasil, onde está situada a fonte pagadora. Ainda que não se entenda o rendimento em apreço enquadrável no artigo 22 da Convenção, há que se considerar, subsidiariamente, as disposições do protocolo adicional ao tratado, parte integrante do Tratado. Como forma de preservar a tributação na fonte desses rendimentos e, ao mesmo tempo, não romper a estrutura do modelo da OCDE, o Brasil buscou como solução incorporar, por meio do protocolo adicional, os rendimentos de serviços técnicos no artigo 12 (royalties), cujo parágrafo 2º permite a tributação no país da fonte. No presente caso, tratase de serviço técnico, marcado pelos conhecimentos específicos e pela autonomia técnica dos responsáveis pela condução dos navios. Desse modo, ainda que não se considere o presente rendimento enquadrável no artigo 22 da Convenção, como “outros rendimentos”, ele deve pelo menos ser considerado abrangido pelo artigo 12 da Convenção, por força do disposto no item 5 do protocolo adicional ao tratado, devendo o rendimento remetido ficar sujeito à tributação pela alíquota máxima de 15% (alínea b do parágrafo 2 do artigo 12). 2. Remessas a título de "afretamentos" de embarcações Das cláusulas do "contrato de reserva e bloqueio de cabines de navio de passageiros (carta partida)", vêse que a execução de quase todas as atividades a serem desenvolvidas a bordo pertencem à parte que cede o bem (contratada) a participação da contratante praticamente se limita a realizar os pagamentos ajustados e viabilizar a prestação dos serviços pela contratada (fornecer a listagem dos passageiros, assegurar que estejam portando os documentos necessários etc). Estão sob encargo da contratada (Costa Crociere S.p.A, empresa italiana) o fornecimento e gerenciamento das acomodações, do entretenimento a bordo e da alimentação dos clientes da contratante; a designação e remuneração dos tripulantes; além de lhe ser expressamente permitido prestar outros serviços aos passageiros, cobrandoos à parte. Ou seja, a contratada não apenas "cede" o navio, como também executa ela própria o objeto principal do cruzeiro marítimo. Resta evidente que se trata da importação de serviços turísticos, prestados no Brasil por pessoa jurídica estrangeira, e portanto sujeitos à incidência de PIS/COFINSimportação (arts. 1° e 3° da Lei 10.865/04) e de IRRF (art. 7° da Lei 9.779/99). Tais contratos, de forma alguma, podem ser considerados afretamentos, pois extrapolam em muito a natureza desta modalidade contratual. Ainda que se admita, no afretamento por tempo ou por viagem, que a embarcação venha armada e tripulada, isto não implica admitir que sob a roupagem do Fl. 2303DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.304 20 afretamento esteja abrangido todo e qualquer serviço prestado a bordo de embarcações. O que se tem visto, atualmente, é que a redução a zero da alíquota no afretamento e aluguel de embarcações, com o fim de estimular e facilitar o transporte marítimo, tem levado alguns contribuintes a buscar uma universalização do conceito de afretamento, de modo a abranger tudo quanto ocorra em território marítimo. Assim, petrolíferas não contratam mais serviços de perfuração ou de pesquisa sísmica do solo marítimo e empresas de turismo não vendem cruzeiros marítimos. Todas essas atividades, sobre as quais normalmente incide PIS, COFINS (seja prestada por residente no exterior ou não) e IRRF (quando prestada por residente no exterior) têm sido substituídas pelo afretamento de embarcação, livre dos tributos referidos. Uma breve análise dos contratos denominados "afretamentos" mostra que a finalidade perseguida pela parte contratante não é dispor da embarcação, mas sim usufruir dos resultados dos serviços que supostamente lhe são conexos. Ou seja, os serviços prestados pela tripulação, admitidos lateralmente num verdadeiro contrato de afretamento, passam a se sobrepor à própria disponibilidade da embarcação. A prevalência da prestação de serviços sobre o suposto aluguel do navio também foi detectada pelo magistrado de primeira instância que julgou o Mandado de Segurança 2009.61.00.0267987, desfavoravelmente à autuada. Os contratos analisados naquela oportunidade em nada diferem dos que instruem o presente processo. Portanto, não deve prevalecer o pleito da recorrente no sentido de que se considere as remessas realizadas a título de "afretamento" como incursas nos artigos 691, I, do RIR/99 (IRRF) e 8°, § 14, da Lei 10.865/04 (PIS/COFINS). Em relação ao suposto reajustamento indevido da base de cálculo do PIS/COFINS, valendose de regras pertinentes ao cálculo da base do IRRF, não se verifica sua ocorrência, pois a autoridade fiscal seguiu as orientações normativas da Receita Federal, feitas especificamente para cada espécie tributária, não havendo que se falar no uso indevido de regras do IRRF para o cálculo do PIS/COFINS. 3 Remessas para pagamento de cruzeiros contratados por terceiras empresas nacionais, valendose da autuada como representante legal da Costa Crociere S.p.A. A DRJ acolheu a tese de que há contratos celebrados diretamente entre a empresa italiana e terceiras empresas brasileiras, que efetuaram o pagamento à recorrente para que esta encaminhasse os valores àquela, tendo a Recorrente agido como mero representante legal, não estando obrigada a efetuar o recolhimento do IRRF ou do PIS/COFINS importação. Fl. 2304DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.305 21 Com relação aos contratos ajustados por empresas nacionais diretamente com a Costa Crociere S.p.A., mediante intervenção da autuada na condição de representante legal, também se aplica o disposto na seção anterior no que se refere à sua natureza: tratase de prestação de serviços e não de afretamento. Segundo os contratos firmados entre Costa Crociere S.p.A. e as empresas nacionais, a primeira autoriza, já no ato da contratação, a cessão do crédito decorrente do contrato à autuada. É o que consta da cláusula 9 dos referidos contratos. Ou seja, concomitantemente à assinatura do contrato, a contratada autoriza que o crédito a ela devido pela contratante seja pago à sua representante legal, em nome próprio, e não em benefício da contratada (ela desde já declara à contratante ceder o crédito do contrato à autuada). Dessa forma, verificase que o recebimento, pela autuada, se dá em nome próprio. Ela não recebe o pagamento em nome de Costa Crociere, pois os créditos lhe foram cedidos concomitantemente à assinatura dos contratos. O valor pago pela contratante à autuada não configura rendimento de pessoa jurídica estrangeira, senão rendimento da própria autuada, que recebeu, por cessão, o direito relativo àqueles créditos. Observase também que o rendimento da Costa Crociere S.p.A. só se verifica quando a autuada remete, total ou parcialmente (descontada eventual comissão), os valores referentes aos créditos que lhe haviam sido cedidos. Nesse momento é que surge o fato gerador da obrigação tributária acessória de reter o tributo. As empresas nacionais que contrataram os serviços da Costa Crociere S.p.A. não lhe remeteram, creditaram ou pagaram nenhum rendimento. A elas foi possibilitado se desincumbir de sua obrigação contratual efetuando pagamento a terceiro, pessoa jurídica domiciliada no país, que recebeu, concomitantemente ao surgimento da obrigação, o direito sobre os créditos decorrentes dela. Devese, portanto, dar provimento ao recurso de ofício em relação ao IRRF e PIS/COFINS lançados sobre os contratos firmados entre Costa Crociere S.p.A. e empresas nacionais, intermediados pela autuada na condição de representante legal. Ao final, a PFN requer que seja negado provimento ao recurso voluntário e dado provimento ao recurso de ofício, mantendose o lançamento fiscal. Petições da Recorrente Em 1º/03/2013, a Recorrente apresentou petição (fls. 1.987 a 1.992), na qual retifica alguns equívocos que cometera na referenciação dos documentos anexados, assim como requer a juntada do doc. 17 (Invoice nº 269), que não fora apresentado junto com o recurso voluntário, por impossibilidade de obtenção junto aos contratantes, naquele momento. Fl. 2305DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.306 22 Em 21/01/2014, a Recorrente requereu a juntada do Parecer Jurídico elaborado pelo Doutor Ricardo Mariz de Oliveira (fls. 1.995 a 2.166). Em 24/02/2014, a Recorrente requereu a juntada de resposta do Fisco italiano, decorrente de consulta feita pela Confederação Italiana de Armadores, sobre a tributação dos rendimentos de companhias de navegação marítima brasileiras que forneçam seu serviços na Itália (fls. 2.169 a 2.180). A Recorrente defende que a prova apresentada não está maculada pela preclusão, pelas seguintes razões: (i) negativa da autoridade fiscal em oficiar a autoridade fiscal italiana; (ii) a posterior e contraditória alegação da PFN de que tal documento seria essencial para comprovação das alegações da Recorrente; (iii) a inviabilidade de produção da prova diretamente pela Requerente, tendo sido necessária a mobilização da Confederação Italiana de Armadores. Em 05/08/2014, a Recorrente apresentou nova petição (fls. 2.183 a 2.220), na qual requereu a juntada do Parecer da PGFN/CAT nº 2.263/2013, alegando que tal parecer reconheceu que as remessas ao exterior relativas à prestação de serviços técnicos ou assistência técnica sem transferência de tecnologia não são tributadas de acordo com o artigo 21 da Convenção Modelo da OCDE (art. 22 do Tratado Brasil Itália), mas sim em conformidade com seu artigo 7º, o que determina a tributação de tais pagamentos apenas no país de residência do prestador do serviço. Manifestação da PFN Cientificado dos documentos adicionais apresentados pela Recorrente após as contrarrazões, a PFN apresentou manifestação (fls. 2.224 a 2.233), com os seguintes argumentos, em resumo: O Parecer PGFN/CAT n.º 2.363/2013, de fato, concluiu ser equivocada a restrição da expressão “Lucro” referida no artigo 7º dos tratados, que visava adequála ao conceito interno de Lucro, aproximandoo ao nosso Lucro Real, entendendo que as remessas ao exterior decorrentes de contratos de prestação de assistência técnica e de serviços técnicos sem transferência de tecnologia melhor se enquadram no artigo 7º (“Lucros das Empresas”) do que nos arts. 21 ou 22 (“Rendimentos não Expressamente Mencionados”). O Parecer, contudo, não impede que seja aplicado aos rendimentos provenientes da prestação de assistência técnica e serviços técnicos, o tratamento dispensado aos royalties, nas transações referentes a países cujos tratados assim o preveja em seus protocolos adicionais, ficando o rendimento remetido sujeito à tributação pela alíquota máxima de 15%, conforme já exposto nas contrarrazões. Em relação à manifestação do Fisco italiano, ela tampouco afeta o presente lançamento, pois, como mencionado nas contrarrazões, os contratos sobre os quais versa a autuação não se configuram como contratos de transporte, propriamente ditos. Tratase da prestação de serviços turísticos, o que afasta a subsunção do caso à norma do art. 85 da Lei 9.430/96. Fl. 2306DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.307 23 Cumpre, ainda, fazer algumas observações sobre a resposta à consulta apresentada. O objeto da consulta, e bem assim aquilo que a autoridade fiscal se preocupou em responder objetivamente, era a possível incidência do art. 25, § 4º do Decreto Presidencial n.º 600/73 aos contratos de voyage charter e time charter de navios de cruzeiro. A resposta foi negativa, não porque não há tributação sobre essas formas de contratação, mas porque elas não se subsumem ao fato hipotético desta norma específica, qual seja, o uso ou concessão de uso. Neste sentido, a menção, en passant, de que o artigo 8º da Convenção Modelo é aplicável ao aluguel de navios in charter, com o devido respeito aos esforços envidados pela recorrente, não transmite a devida convicção de que aquele país não tributaria os rendimentos auferidos por empresas brasileiras que exercem o mesmo tipo de atividade em território italiano. Mesmo que tal documento comprovasse a nãotributação pela Itália, ainda assim a tributação no Brasil seria devida, por não se tratar o caso da hipótese do art. 85 da Lei 9.430/96 (tratase de receita da venda de serviços turísticos, e não de navegação marítima). Sobre a norma do art. 8º da Convenção BrasilItália, é de se repetir tudo quanto já se disse nas contrarrazões. Em suma, pela legislação tributária brasileira não é dado confundir serviços de transporte com serviços turísticos. Logo, a hipótese dos autos não se subsume ao art. 8º da Convenção. Por fim, reitera a PFN os pedidos de desprovimento do Recurso Voluntário e provimento do Recurso de Ofício. Manifestação da Recorrente Em 27/07/2015, a Recorrente apresentou petição sobre a manifestação apresentada pela PFN, tendo exposto os seguintes argumentos, em um breve resumo (fls. 2.241 a 2.271): Em razão do Parecer PGFN/CAT nº 2.363/2013 e da própria manifestação da PFN nestes autos, tornouse incontroversa a inaplicabilidade do artigo 22 do Tratado BrasilItália ao caso concreto. Recentemente, a Coordenação Geral de Tributação da Receita Federal do Brasil emitiu a Solução de Consulta nº 153, de 17 de junho de 2015, afastando a obrigação de retenção do imposto sobre a renda, nos moldes do artigo 21 da Convenção Modelo da OCDE, em prol da aplicação do seu artigo 7º, cuja conclusão foi a mesma defendida pela Recorrente. A inclusão feita pelo item 5 do protocolo adicional deve ser entendida com ressalvas, pois não é toda e qualquer assistência técnica ou serviço técnico que poderá receber o tratamento do artigo 12. Fl. 2307DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.308 24 Os termos "prestação de assistência técnica" e "serviços técnicos" devem ser compreendidos dentro de um contexto de complementaridade ou instrumentalidade, ou seja, devem ser acessórios ao contrato de know how. Nesse caso, o Fisco procura enquadrar os contratos de afretamento de embarcações e os contratos de venda de cruzeiros internacionais no conceito de "serviços técnicos" mencionado no item 5 do protocolo adicional, porém esses serviços técnicos consistem em instrumentos ou meios de transmissão da tecnologia em que consiste o know how. Subsidiariamente, na remota hipótese da turma julgadora entender que é possível acolher o pedido da PFN, deve ser aplicado o artigo 12 do referido tratado, restando descartada a aplicação do artigo 22, limitandose a alíquota do imposto a 15%. Ao contrário do que entende a PFN, a resposta do Fisco italiano é clara ao afirmar que as companhias marítimas não residentes, que atuam em território italiano, não estão sujeitas à retenção disposta no artigo 25, § 4º, do Decreto Presidencial nº 600/73. A autoridade fiscal italiana reconhece que tais operações recebem o tratamento tributário contido no artigo 8º do Tratado BrasilItália. A Itália não exige a retenção na fonte das empresas marítimas não residentes, devendo, assim, ser reconhecida a isenção prevista no parágrafo único do artigo 85 da Lei nº 9.430/96. Ao final, renova todos os argumentos apresentados nos autos e pede o cancelamento do auto de infração, ou a sua redução, de forma subsidiária. Em 10/11/2015, a Recorrente peticiona fls. 2.275 a 2.283 requerendo a suspensão da incidência dos juros de mora sobre o crédito tributário ora discutido, até que seja julgado o Recurso Voluntário, sob o argumento de que a Administração Pública descumpriu o prazo de 360 dias prescrito pelo artigo 26 da Lei nº 11.457/07. Afirma que se trata de um fato superveniente, tendo em vista que tal omissão restou caracterizada a partir de 16/08/2013. É o relatório. VOTO Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator O presente recurso voluntário é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Portanto, deve ser conhecido por esta Turma de Julgamento. Fl. 2308DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.309 25 Conforme relatado, tratase de lançamentos fiscais contra a Contribuinte COSTA CRUZEIROS AGÊNCIA MARÍTIMA E TURISMO LTDA., relativos ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), PISImportação e COFINSImportação, referentes aos anoscalendário 2007 e 2008, por meio do qual lhe é exigido crédito tributário correspondente a imposto, contribuições sociais, multa de ofício no percentual de 75% e juros de mora, calculados até 10/2011. Os lançamentos foram decorrentes da inobservância da legislação tributária pelos pagamentos efetuados ao exterior, sem a retenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e sem o pagamento do PISImportação e da COFINSImportação, em virtude de contratação de prestação de serviços de cruzeiros marítimos. Inicialmente, cabe analisar a competência desta Turma para julgar os Autos de Infração relativos ao PIS/COFINSimportação. Os artigos 3º e 4º do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, assim dispõem sobre as competências das 2ª e 3ª Seções de Julgamento: Art. 3º À 2ª (segunda) Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância que versem sobre aplicação da legislação relativa a: I Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (IRPF); II IRRF; III Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR); IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3º da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007; e V penalidades pelo descumprimento de obrigações acessórias pelas pessoas físicas e jurídicas, relativamente aos tributos de que trata este artigo. Art. 4º À 3ª (terceira) Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância que versem sobre aplicação da legislação referente a: I Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, inclusive quando incidentes na importação de bens e serviços; [...] (destaquei) Concluise, portanto, que o julgamento relativo aos lançamentos dos tributos PIS e COFINS são de competência da 3ª Seção de Julgamento, conforme art. 4º, I. Fl. 2309DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.310 26 Observase que a formalização do presente processo pela autoridade lançadora ocorreu sem obediência à Portaria RFB nº 666, de 24 de abril de 2008, que dispõe sobre a formalização de processos relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Assim estabelece o seu artigo 1º: Art. 1º Serão objeto de um único processo administrativo: I as exigências de crédito tributário do mesmo sujeito passivo, formalizadas com base nos mesmos elementos de prova, referentes: a) ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e aos lançamentos dele decorrentes relativos à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), à Contribuição para o PIS/Pasep ou à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); b) à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, que não sejam decorrentes do IRPJ; c) à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins devidas na importação de bens ou serviços; d) ao IRPJ e à CSLL; ou e) às Contribuições Previdenciárias da empresa, dos segurados e para outras entidades e fundos; ou (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 2324, de 02 de dezembro de 2010) f) ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples); (Incluído(a) pelo(a) Portaria RFB nº 2324, de 02 de dezembro de 2010) II a suspensão de imunidade ou de isenção ou a não homologação de compensação e o lançamento de ofício de crédito tributário delas decorrentes; III as exigências de crédito tributário relativo a infrações apuradas no Simples que tiverem dado origem à exclusão do sujeito passivo dessa forma de pagamento simplificada, a exclusão do Simples e o lançamento de ofício de crédito tributário dela decorrente; IV os Pedidos de Restituição ou de Ressarcimento e as Declarações de Compensação (Dcomp) que tenham por base o mesmo crédito, ainda que apresentados em datas distintas; V as multas isoladas aplicadas em decorrência de compensação considerada não declarada. § 1º O disposto no inciso I aplicase inclusive na hipótese de inexistência de crédito tributário relativo a um ou mais tributos. § 2º Também deverão constar do processo administrativo a que se referem os incisos I, II e III as exigências Fl. 2310DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.311 27 relativas à aplicação de penalidade isolada em decorrência de mesma ação fiscal. § 3º Sendo apresentadas pelo sujeito passivo manifestação de inconformidade e impugnação, as peças serão juntadas aos processos de que tratam os incisos II e III. § 4º As DComp baseadas em crédito constante de pedido de restituição ou ressarcimento indeferido ou em compensação não homologada pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), apresentadas após o indeferimento ou não homologação, serão objeto de processos distintos daquele em que foi prolatada a decisão. § 5º Para efeito do disposto nos incisos II e III, havendo lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ou da Contribuição Previdenciária, estes deverão constituir processos distintos. Verificase, pois, que não há previsão de que integrem um único processo os lançamentos referentes a IRRF e a PIS/COFINS, mesmo que formalizados com base nos mesmos elementos de prova. E isso tem uma razão de ser. É justamente devido ao fato de que as competências para julgamento no CARF são distribuídas entre as Seções, por matéria. Ou seja, existe uma coerência entre o estabelecido na Portaria RFB nº 666/2008 e as competências estipuladas no Regimento Interno do CARF, visando exatamente economia e celeridade no fluxo processual. Dessa forma, o presente processo deve ser desdobrado em dois: um referente ao PIS e à COFINS, o qual deve ser encaminhado para a 3ª Seção de Julgamento e outro referente ao IRRF, de competência da 2ª Seção e cujos recursos serão julgados por esta Turma. Tendo em vista os princípios da eficiência e da economia processual e considerando o estado em que se encontra o processo, entendo que o presente julgamento deverá prosseguir em relação ao IRRF e, após a formalização do Acórdão ou Resolução, deverá a autoridade preparadora proceder ao desdobramento do processo com o devido encaminhamento à Terceira Seção da parte relativa a PIS/COFINS. IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE Em relação ao Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), entendo que inicialmente cabe analisar a questão das remessas cuja vinculação aos contratos não foi acatada pela decisão de primeira instância, em relação a qual a Recorrente apresentou os seguintes argumentos, segregados por contratante: Contrato com a Scania Administradora de Consórcios Ltda.: Alega a Recorrente que o montante objeto do contrato de câmbio, cuja remessa não foi acatada pela decisão da DRJ (US$ 17.148,29), foi referente à Fatura (Invoice) nº 677, que corresponde ao pagamento do complemento pelas Fl. 2311DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.312 28 contratantes à Costa Crociere, conforme previam as cláusulas 8 e 13 dos respectivos contratos de afretamento, no tocante às taxas portuárias e gorjetas dos passageiros excedentes ao previsto no contrato. Contrato com a Net Serviços de Comunicação S/A Defende a Recorrente que a aparente ausência de vinculação alegada na decisão decorreria do fato de que o valor previsto contratualmente de US$ 578.517,60 é maior do que o montante objeto da do Contrato de Câmbio (fls. 1.744 a 1.746), no valor de US$ 561.233,60, porém o Contrato de Câmbio é claro ao mencionar, no item "outras informações", que o montante por ele transferido se deve a pagamento de frete do navio "Costa Victoria" em virtude de contrato de afretamento firmado entre a Net Serviços de Comunicação S/A e a Costa Crociere S.p.A, no qual a Recorrente atuou como representante legal, exatamente conforme prevê o contrato de afretamento em questão. Afirma que a suposta divergência resultou da necessidade de pagamento de complemento pelas contratantes à Costa Crociere, conforme previam as cláusulas 8 e 13 dos respectivos contratos de afretamento. Contrato com a Pra Eventos Ltda. A Recorrente argumenta que a DRJ não se atentou para o fato de que o valor previsto no contrato de afretamento em questão fora composto por 4 (quatro) transferências, das quais apenas uma não foi reconhecida pela decisão. Afirma que ao se somar os valores reconhecidos pela decisão (US$ 96.750,00 + US$ 96.750,00 + R$ 210.549,24), com o montante cuja vinculação não foi reconhecida pela decisão (US$ 451.500,00), todos referentes à invoice nº 807, chegase exatamente ao valor previsto no contrato de afretamento respectivo, de US$ 855.549,24. Esclarece que o Contrato de Câmbio (fls. 1.751 a 1.755) contém um erro material na menção da invoice, pois menciona a inexistente invoice n° 8072, quando quis mencionar a invoice n° 807 (fl. 1.757). Contrato com a Lowell Cosméticos do Brasil Ltda. Argumenta a Contribuinte que o Contrato de Câmbio (fls. 1.764 a 1.768) referese a uma invoice própria (fl. 1.770), no valor de US$ 35.979,28, emitida justamente em caráter complementar ao valor inicialmente estimado no contrato de afretamento, enquanto o Contrato de Câmbio das fls. 1.772 a 1.775 e sua respectiva invoice (fl. 1.777) possuem o valor integral do contrato de afretamento em questão (US$ 547.857,00). Contrato com a Amizade Empreendimentos e Participações Ltda. A Recorrente alega que o pagamento dos 1.540.966,64 dólares previstos no contrato foi feito por meio de quatro transferências, conforme os contratos de câmbio (fls. 1.779 a 1.795), todos fazendo remissão à mesma invoice de número 1944, a qual possui o valor equivalente ao total previsto no contrato sob análise. Fl. 2312DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.313 29 Acrescenta que os referidos contratos de câmbio mencionam no item denominado "outras especificações" qual o navio pretendido pela contratante, qual a Fatura/Invoice relativa àquela transferência e quais as partes envolvidas (contratada, contratante e representante legal), sendo todos estes importantes elementos idênticos aos constantes no contrato de afretamento em questão. As remessas cuja vinculação aos contratos não foi acatada pela decisão de primeira instância e que estão sendo questionadas no presente recurso, estão relacionadas na tabela abaixo: Tabela I Relação das remessas questionadas no Recurso Voluntário Data da Remessa Valor Líquido da Remessa (em US$) Valor Líquido da Remessa (em R$) Empresa nacional contratante 02/04/2008 17.148,29 29.994,07 Scania Adm. de Consórcios Ltda. 20/03/2008 561.233,60 977.668,93 Net Serviços de Comunicação S/A 03/09/2007 451.500,00 892.931,55 Pra Eventos Ltda. 01/02/2007 547.857,00 1.168.524,20 Lowell Cosméticos do Brasil Ltda. 03/09/2007 35.979,28 71.156,22 Lowell Cosméticos do Brasil Ltda. 25/09/2007 600.000,00 1.119.900,00 Amizade Emp. e Participações Ltda. 02/10/2007 177.000,00 325.485,30 Amizade Emp. e Participações Ltda. 06/11/2007 333.000,00 581.418,00 Amizade Emp. e Participações Ltda. 20/03/2008 430.966,64 750.743,89 Amizade Emp. e Participações Ltda. Pela análise dos documentos acostados aos autos, mais especificamente os contratos de câmbio, os "contratos de reserva e bloqueio de cabinas de navio de passageiros" e as faturas (invoices), entendo que ainda restam dúvidas e o processo ainda não se encontra em condições de ter um julgamento justo. Como exemplo, cito a remessa de 06/11/2007, no valor de R$ 96.750,00, referente ao contrato firmado com a empresa nacional Pra Eventos Ltda., a qual a Recorrente alega ser referente à contratação do navio "Costa Victoria", cuja fatura (invoice) seria a de nº 807. A decisão da DRJ admite que essa remessa é relativa ao contrato de fl. 1.395, conforme tabela I da decisão (fl. 1.561), contrato esse alusivo ao navio "Costa Victoria". Contudo, a planilha de fl. 35 informa que tal remessa é referente à fatura nº 17320, enquanto o contrato de câmbio (fls. 290 a 292) faz referência à fatura nº 270 e ao navio "Costa Romântica". A Recorrente alega, ainda, que o contrato de câmbio (fls. 1.751 a 1.755) contém um erro material, pois menciona a fatura (invoice) nº 8072, que é inexistente, quando o correto seria a fatura nº 807, porém não é possível se chegar a uma conclusão com os documentos que constam dos autos. Diante dos fatos, para que não reste qualquer dúvida no julgamento, voto no sentido de convertêlo em diligência, para que sejam tomadas as seguintes providências pela repartição de origem: Fl. 2313DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.314 30 1 a autoridade preparadora faça o desdobramento do processo em dois: um referente ao PIS e à COFINS, o qual deve ser encaminhado para a 3ª Seção de Julgamento e outro referente ao IRRF, o qual terá prosseguimento em relação às providências abaixo; 2 a autoridade fiscal elabore relatório circunstanciado e conclusivo sobre as remessas relacionadas na tabela I, acima, vinculandoas com os respectivos "contratos de reserva e bloqueio de cabinas de navio de passageiros" e faturas (invoices), podendo realizar intimações e diligências junto às empresas nacionais contratantes, julgadas necessárias para formação de convencimento; 3 seja concedida vista à Recorrente para, querendo, se pronunciar, no prazo de 30 (trinta) dias. Após vencido esse prazo, os autos deverão retornar a esta Turma para inclusão em pauta de julgamento. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Relator Fl. 2314DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 16561.720009/201186 Resolução nº 2202000.618 S2C2T2 Fl. 2.315 31 Fl. 2315DF CARF MF Impresso em 08/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 15586.721073/2013-03
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Mar 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009, 2010
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO-CONHECIMENTO.
O sujeito passivo pode apresentar recurso voluntário frente a decisão de primeira instância no prazo de trinta dias contados a partir da ciência da decisão, não sendo conhecido recurso protocolizado após ultrapassado este prazo.
INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. OPÇÃO. VALIDADE.
É válida a intimação por meio magnético quando a contribuinte regularmente opta pela utilização do Domicílio Tributário Eletrônico.
Numero da decisão: 3201-002.049
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os conselheiros Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo, que o conheciam.
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cassio Schappo, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Winderley Morais Pereira.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2009, 2010 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO-CONHECIMENTO. O sujeito passivo pode apresentar recurso voluntário frente a decisão de primeira instância no prazo de trinta dias contados a partir da ciência da decisão, não sendo conhecido recurso protocolizado após ultrapassado este prazo. INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. OPÇÃO. VALIDADE. É válida a intimação por meio magnético quando a contribuinte regularmente opta pela utilização do Domicílio Tributário Eletrônico.
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INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O sujeito passivo pode apresentar recurso voluntário frente a decisão de primeira instância no prazo de trinta dias contados a partir da ciência da decisão, não sendo conhecido recurso protocolizado após ultrapassado este prazo. INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. OPÇÃO. VALIDADE. É válida a intimação por meio magnético quando a contribuinte regularmente opta pela utilização do Domicílio Tributário Eletrônico. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencidos os conselheiros Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo, que o conheciam. CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Cassio Schappo, Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Mércia Helena Trajano Damorim, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Winderley Morais Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 72 10 73 /2 01 3- 03 Fl. 18172DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.173 2 Relatório Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. A contribuinte acima identificada teve contra si lavrados os autos de infração relativos à contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins (AIs e demonstrativos às fls. 17.463 a 17.516) em decorrência de insuficiência de recolhimentos no período de abril de 2009 a dezembro de 2010. A apuração das contribuições foi efetuada segundo a incidência não cumulativa padrão. Em relação à contribuição para o PIS/Pasep, foi constituído o crédito tributário no valor de R$ 27.985.174,44, sendo R$ 9.830.658,35 de contribuição, R$ 3.408.528,50 de juros de mora e R$ 14.745.987,59 de multa qualificada (150%). Quanto à Cofins, o crédito tributário lançado foi no valor de R$ 128.875.495,41, sendo R$ 45.271.452,18 de contribuição, R$ 15.696.864,91 de juros de mora e R$ 67.907.178,32 de multa qualificada (150%). Os fundamentos legais encontramse nos próprios autos de infração. O total do crédito tributário lançado e controlado neste processo é de R$ 156.860.669,85. Os juros foram calculados até dezembro de 2013. Consta no Termo de Verificação Fiscal (fls. 17.418 a 17.462), em resumo: a) a contribuinte já teve contra si lavrados autos de infração conforme processos nº 15521.000124/200504, 15521.000127/200963, 19295.000024/201262 e 19395.720263/201212; b) contratos de afretamento de plataformas e de prestação de serviços firmados entre a Petrobras e a empresa estrangeira do Grupo Noble (fretadora) e com a empresa nacional do grupo (fiscalizada), respectivamente, foram utilizados para segregar uma única prestação de serviços (perfuração de poços de petróleo) em duas: afretamento de plataformas (cerca de 90% da remuneração) e serviços (10%); c) parte dos recursos encaminhados ao exterior retorna com denominações diversas (reembolso de custos, empréstimos e, nos anoscalendário 2007 a 2010, como prestação de serviços ao exterior), artifício utilizado para evitar a tributação da totalidade do faturamento pela contribuição ao PIS/Pasep e Cofins; d) “há o interesse de empresa estrangeira em prestar serviços de prospecção, perfuração, avaliação, completação e "workover" para a PETROBRAS, em território brasileiro”; Fl. 18173DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.174 3 e) “foi criada uma empresa no Brasil, cujo controle acionário ou de cotas pertence às empresas estrangeiras do Grupo Noble”, f) “na fase de elaboração do contrato de prestação dos serviços que interessam à PETROBRAS são feitos dois contratos distintos, um com a empresa estrangeira do Grupo Noble, a título de afretamento de embarcações, e outro com a empresa criada no Brasil, que alcança prestação dos serviços de que necessita a PETROBRAS”; g) “o contrato de afretamento envolve os grandes valores, em torno de 90% da soma dos dois contratos firmados em conformidade com o item "3", enquanto o contrato firmado com a empresa do Grupo Noble sediada no Brasil prevê pagamentos da ordem de 10% da mesma soma”; h) “a partir dos elementos obtidos, depreendese, na prática, que uma mesma prestação de serviços é seccionada em duas, propiciando o envio para o exterior da maior parte dos valores envolvidos, mediante enquadramento indevido quase da totalidade dos valores (soma dos valores dos contratos de afretamento e de prestação de serviços) sob o alcance de alíquota zero que obsta a retenção na fonte de imposto de renda para receitas de afretamento de embarcações marítimas (Lei n° 9.481/97, art. 1o, inciso I)”; i) “verificase que, uma vez criada enorme defasagem entre os valores dos serviços a serem prestados e o afretamento da embarcação, cumpre à empresa estrangeira do Grupo Noble (fretadora) subvencionar/reembolsar valores à fiscalizada, para cobrir os custos e despesas, bem como para efeito de custeio operacional pois de outra forma a fiscalizada não sobreviveria sem o apelo à falência ou concordata , o que é feito através de transferências bancárias de contas no exterior para contas em bancos no Brasil, com registro contábil em conta denominada "conta corrente" no caso da escrita fiscal da NOBLE, para que esta possa manterse regularmente em atividade”; j) de 2008 a 2010, a conta “Receitas Intercompany” passou a ser denominada “Prestação de Serviços – Controladoras – MI” e a anterior “contacorrente” passou a ser chamada de “EMPRESA”; k) “... a fiscalizada, dando continuidade à sua conduta de se abster ou reduzir o recolhimento dos tributos federais, deliberadamente passou a interpretar os valores advindos do exterior como "pagamentos por serviços prestados à empresa domiciliada no exterior", para que assim pudesse atribuir o caráter de isento que caberia às Contribuições para o PIS e COFINS correspondentes às receitas de exportação de serviços, além de aproveitar créditos dos custos e insumos com os quais, segundo seus critérios, correlacionavamse às referidas receitas”; Fl. 18174DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.175 4 l) os trabalhos de fiscalização foram baseados nos elementos obtidos após intimações à fiscalizada e em diligência realizada junto à empresa Petróleo Brasileiro S/A PETROBRAS; m) os recursos remetidos pela empresa estrangeira do grupo foram incluídos como “Receita de Exportação”; os dispêndios supostamente realizados por conta e ordem dessa empresa estrangeira (afretadora) como “Custos/despesas”; n) “neste novo contexto fabricado, verificase que não há mais necessidade de ocorrer prejuízos contábeis ou fiscais sucessivos, visto que os ingressos de divisas decorrentes de prestação de serviços a domiciliado no exterior possuem isenção para tributação do PIS e COFINS nãocumulativos e as aquisições vinculadas a estes serviços ainda geram créditos, sendo utilizados para desconto, ressarcimento ou compensação dos tributos federais”; o) “... o fiscalizado desconsidera o caráter de reingresso de divisas dos recursos advindos do exterior. Devido à enorme defasagem entre os valores dos serviços a serem prestados e o afretamento da embarcação, cumpre à empresa estrangeira do Grupo Noble (fretadora) remeter valores à fiscalizada para cobrir o custeio operacional”; p) “verificase que nos anoscalendário de 2009 e 2010 a relação percentual das custos/despesas escriturados como vinculados aos serviços prestados à PETROBRAS sobre as correspondentes receitas auferidas desta empresa é muito superior aos 100%, isto é, a Noble do Brasil Ltda teria cerca de 370% (2009) e 176% (2010) de "prejuízo" sobre as receitas auferidas junto à PETROBRAS, confirmando novamente que, sem os ingressos dos recursos remetidos pela Noble Drilling B. V. a empresa nacional do Grupo Noble não teria condição financeira para cumprir as obrigações firmadas com a PETROBRAS”; q) “denotase mais uma vez o firme propósito da fiscalizada de não efetuar o recolhimento de tributos federais devidos (IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IRRF e CSRF), tendo em vista que, mesmo após ter sido autuado em 2005 e posteriormente em 2009 e 2012, continua considerando os recursos remetidos pela empresa estrangeira do Grupo Noble como uma suposta prestação de serviços ao exterior, visando obter indevidamente isenção de tais recursos para fins de apuração do PIS e da COFINS e o aproveitamento de créditos destes tributos sobre os custos/despesas escriturados, através de pedidos eletrônicos de compensação (PER/DCOMP)”; r) “a desproporcionalidade das remunerações pagas pela PETROBRAS às empresas do Grupo Noble por si só já evidencia que valores relativos à prestação dos serviços realizados em poços de petróleo/gás estão inseridos nos contratos de afretamento. Tanto que a empresa estrangeira do Grupo durante anos consecutivos necessita enviar recursos do exterior para que Fl. 18175DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.176 5 a fiscalizada “deficitária” desde 1992, cumpra as obrigações firmadas com a PETROBRAS”; s) os contratos de prestação de serviços firmados entre as empresas do Grupo Noble possuem cláusulas genéricas, que englobam quaisquer serviços. Nas notas fiscais emitidas pela Noble do Brasil a discriminação dos serviços prestados é genérica: “Serviços Prestados ao exterior conforme ordem de serviço”. Nas ordens de serviço, as solicitações são também genéricas, inclusive com texto padronizado; t) “um elemento que evidencia unicidade da prestação de serviços de perfuração, avaliação, completação, etc, pelo Grupo Noble à PETROBRAS, além de confirmar a dependência técnica e financeira da fiscalizada com seu Grupo estrangeiro é o "Contrato de Cooperação Técnica", firmado em 05/09/2006, entre as empresas Noble International Limited e a Noble do Brasil Ltda.”; u) “constatase aqui a incoerência no argumento da fiscalizada de que presta serviços à fretadora, vez que outra empresa estrangeira do mesmo Grupo Noble Corporation, a Noble International Limited, afirmando também ter interesse na atividade de perfuração no Brasil, firma contrato de cooperação técnica com a fiscalizada, prevendo fornecimento de cooperação técnica isento de pagamento, envio de pessoal qualificado e arcando com todos os custos (salários, refeições, seguros, viagem, hospedagem, etc), para depois a fiscalizada, empresa nacional do Grupo Noble cobrar “remuneração” por serviços prestados à fretadora, também empresa estrangeira do Grupo Noble Corporation. Ressaltese que a suposta remuneração na realidade sempre tratouse de subvenção para custeio remetida pela fretadora”; v) foi obtido junto à PETROBRAS cópia dos cadastros dos contratados correspondentes à tripulação vinculada aos contratos firmados entre a PETROBRAS e as empresas estrangeiras do grupo Noble; w) nesses contratos, apesar de constar em cláusulas contratuais (3.3.2, 3.3.9, 3.8, do contrato de afretamento), a PETROBRAS afirma que não há tripulação vinculada ao contrato de afretamento e que toda a tripulação está vinculada ao contrato de serviços; informa ainda no item 2.1 de sua resposta que o Anexo V (Relação do Pessoal Especializado) integra tanto o contrato de afretamento quanto o contrato de serviços, estando efetivamente ligado a esse último pela natureza de seu objeto; x) do exame das relações de pessoal alocado aos contratos, apresentadas pela Noble do Brasil Ltda (fichas de Registro de Empregados, relação de pessoal dos contratos de prestação de serviços celebrados entre a Noble do Brasil Ltda e a Petrobras e arquivos digitais das folhas de pagamento) em confronto com as cópias dos cadastros de contratados apresentadas pela Petrobras, constatase que muitos tripulantes estrangeiros são Fl. 18176DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.177 6 registrados na ficha de empregados da fiscalizada, não constando, entretanto, de suas folhas de pagamento; y) “... denotase que os serviços decorrentes do contrato de prestação de serviços celebrados com a Petrobras estariam sendo executados também por funcionários vinculados à empresa estrangeira do Grupo Noble (contratos de afretamento). A própria Petrobras afirma que não há tripulação vinculada ao contrato de afretamento, sendo toda tripulação vinculada ao contrato de serviços, o que novamente confirma que os serviços em poços de petróleo/gás realizados à PETROBRAS foram prestados conjuntamente pelas duas empresas contratadas de forma unificada, havendo inclusive tripulantes do contrato de afretamento inseridos nas fichas de registros de empregados da fiscalizada, ocupando cargos inerentes à perfuração, avaliação, etc, de poços de petróleo/gás, mas sendo remunerados pelas empresas estrangeiras do Grupo Noble”; z) “ outro elemento contundente que revela o caráter de prestação de serviços das atividades desenvolvidas em coordenação harmônica pelas empresas NOBLE DO BRASIL LTDA e NOBLE DRILLING NEDERLAND B.V. (peças do conglomerado Noble Corporation), nos contratos assinados com a PETROBRAS de afretamento e de prestação de serviços, é a enorme disparidade entre os valores contidos nos contratos de afretamento com os valores das embarcações declarados pelo contribuinte nos pedidos de concessão e prorrogação de admissão temporária ...”; aa) “... caso se tratasse tão somente de afretamento, a PETROBRÁS compraria diversas embarcações. Por qual motivo pagaria em contratos de afretamentos valor seis a treze vezes maior do que o da própria unidade flutuante? E por períodos médios de 11 anos? Fica evidente que nos valores relativos aos contratos de afretamento estão inclusos os serviços de perfuração, avaliação, completação e workover de poços de petróleo/gás. E. nesse contexto figura a empresa do Grupo Noble, situada no Brasil, prestando os serviços de perfuração de poços de petróleo, em conjunto com a empresa estrangeira do Grupo, e se submetendo a ajustes contratuais econômica e financeiramente inviáveis a qualquer empresa, pois, o resultado positivo dos contratos será direcionado para o GRUPO NOBLE, no exterior. (...) não haveria nada a reprovar em relação ao procedimento negocial e à engenharia de operações utilizados pelos contratados e contratantes, desde que fossem pagos os tributos e contribuições devidos, reconhecida a materialização dos fatos geradores respectivos (renda e faturamento) o que acabou não acontecendo durante anos”; bb) “... chegase a conclusão que no valor pago pela PETROBRAS à Noble Drilling Nederland B V , ainda que sob a rubrica de afretamento, de fato, está inserida a contraprestação Fl. 18177DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.178 7 de serviços de perfuração de poços de petróleo realizada pelo Grupo Noble”; cc) após intimações à Noble do Brasil e à Petrobras, constatou se “que tanto os contratos de afretamento como os contratos de serviço de perfuração foram remunerados obedecendo a sistemática de se utilizar as mesmas taxas aplicadas e as mesmas horas trabalhadas constantes dos Atestados Diários de Perfuração (ADP) que é um documento único e serve para a remuneração dos dois tipos de contratos sendo consolidadas nos Boletins de medição (BM). de forma única e indistinta. Embora os BM sejam distintos para cada tipo de contrato, as horas e as taxas aplicadas utilizadas neles são as mesmas para os dois tipos de contrato (afretamento e prestação de serviços)”; dd) analisadas “as cópias das invoices emitidas pela empresa estrangeira do grupo Noble (contratos de afretamento) e das notas fiscais emitidas pela Noble do Brasil Ltda (contratos de serviços), verificase que diversas delas são assinadas pelas mesmas pessoas”; ee) “... confirmase que além de não haver independência entre as empresas do Grupo Noble Corporation por conta de serem pessoas ligadas, também não há autonomia entre as modalidades contratadas, chegando ao ponto da remuneração dos contratos de afretamento estarem vinculados à execução dos serviços de perfuração de poços”; ff) “do exame da escrituração contábil digital do fiscalizado (anoscalendário 2009 e 2010), das planilhas das Notas Fiscais apresentadas, contendo informações sobre os valores (custos/despesas) que compuseram as linhas 02, 03 e 06 das fichas 06A e 16A (“Apuração dos Créditos de Pis/Pasep Aquisições no Mercado Interno” e “Apuração dos Créditos da COFINS Aquisições no Mercado Externo”) dos DACON relativos aos meses de ABR/2009 a DEZ/2010, para comprovar os valores exclusivamente vinculados às receitas auferidas em operações no mercado interno e externo, sujeitas ao regime de apuração não cumulativa do PIS/COFINS, verificouse: ff.1) “da análise da relação das Notas Fiscais e das descrições dos serviços, fica a fiscalização impossibilitada de afirmar que tratamse de prestação dos serviços de perfuração, avaliação, completação, “workover”, conforme Contratos de Prestação de Serviços firmados com a PETROBRAS”; ff.2) “da mesma forma que detectado no procedimento fiscal relativo aos anoscalendário de 2007, 2008 e 1o trimestre de 2009, os lançamentos contábeis de custos/despesas dos anos base de 2009 e 2010 também não fazem remissão aos números das notas fiscais e são efetuados pelo valor total da nota fiscal de entrada ou de forma consolidada e agrupada, não sendo possível localizar a escrituração de valores referentes a inúmeras notas fiscais. Verificase ainda que vultosos valores são contabilizados em contas transitórias (conta n° 123201001 EMPRESA, denominada em anos anteriores de contacorrente Fl. 18178DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.179 8 (191000 e 190000), conta nº 112105001 COLIGADAS/CONTROLADAS, etc), transitam em contas de despesas (512202002 TELEFONE), sendo posteriormente distribuídas de forma consolidada para contas de resultado, como por exemplo, as contas n° 341301006 CSP PREST. SERV. MANUT. e n° 512105003 MANUTENÇÃO – OUTRAS” gg) “... conforme já relatado no presente Termo, nos anos calendário de 2009 e 2010 o fiscalizado não efetuou segregação de custos/despesas por centros de custos em sua Escrituração Contábil Digital para demonstrar vinculação às receitas de exportação e às auferidas no mercado interno, bem como tentar comprovar a existência da alegada prestação de serviços da fiscalizada à empresa estrangeira do Grupo Noble e se aproveitar de créditos de PIS/COFINS vinculados a estas receitas do exterior” hh) “nos anosbase de 2009 e 2010 a Noble do Brasil, além de não escriturar os alegados centros de custos, também já não põe a referida expressão nos históricos dos valores de custos/despesas vinculados às supostas receitas de exportação”; ii) “... dos levantamentos acima descritos, do conjunto de evidências elencadas, do material probatório obtido em diligências realizadas, bem como dos elementos obtidos no curso do procedimento fiscal, fica exaustivamente comprovado que a empresa NOBLE DO BRASIL LTDA, dando continuidade a sua conduta de se abster do recolhimento dos tributos federais, deliberadamente passou a atribuir de forma reiterada e dissimulada caráter de isento aos recursos remetidos pela empresa estrangeira do Grupo Noble, que caberia às contribuições do PIS e da COFINS correspondentes às receitas de exportação de serviços com ingresso de divisas, além de se aproveitar de créditos dos custos e insumos com os quais, segundo seus critérios, correlacionavamse às referidas receitas”; jj) “dessa forma, o não oferecimento destes recursos remetidos do exterior pela empresa estrangeira do Grupo Noble para fins de apuração do PIS e COFINS, enseja lavratura de Auto de Infração, visto que tais valores foram remetidos com a finalidade de fazer face ao conjunto de custos/despesas necessários à consecução das obrigações firmadas com a PETROBRAS, que há vários anos consecutivos são maiores que as receitas auferidas, ou seja, possuem natureza de subvenções para custeio ou operação, bem como recuperação de custo/despesas, enquadrandose no disposto no art. 392 do Decreto n° 3.000/99, e não como “prestação de serviços à domiciliado no exterior, com ingresso de divisas”; kk) “o negócio de fato conta com dois polos, a PETROBRAS, contratante, e as empresas do Grupo NOBLE CORPORATION, contratadas. Assim, não há espaço para interpretar qualquer exportação de serviços alcançada pela isenção em relação a PIS e COFINS”; Fl. 18179DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.180 9 ll) não cabe isenção, pois reingresso de divisas, já que os recursos referentes a pagamento à empresa controlada saíram do Brasil, através de desequilíbrio contratual; mm) quanto ao fato de que, às vezes, é a própria Petrobras quem estabelece os percentuais entre os contratos, descabe proveito em favor da contestação da obrigação tributária, pois o fato gerador, percepção de receita e renda, ocorreu, e, não obstante o que preconizam os contratos, deveria o sujeito passivo, controlada, oferecer à tributação as verdadeiras bases de cálculo, antecipando á ação fiscal, como determina o art. 118, I, da Lei nº 5.172/66 (CTN); nn) para fins de apuração das contribuições a pagar não foram considerados os créditos relativos a supostas receitas de exportação apurados pelo fiscalizado; oo) nas bases de cálculo foram incluídos os valores advindos do exterior, pois se tratam de subvenção para custeio/reembolso e não receita de exportação, estando sujeitos à tributação do PIS/Cofins; pp) a moldura do art. 44 da Lei nº 9.430/96, combinada com as definições contidas nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, ajustase à conduta do contribuinte fiscalizado, pois este se apropriou indevidamente do instituto da isenção de PIS e Cofins própria da exportação de serviços que represente ingresso de divisas no País; qq) deixou, ainda, de considerar que os valores que recebe do Grupo Noble representam reingresso de divisas, e, como já visto, não fossem as remessas de numerário, a fiscalizada continuaria a apresentar os prejuízos consecutivos fictos que vinha apresentando desde 1992; rr) a ação fraudulenta consiste na triangulação do valor, que é pago pela Petrobras à fretadora, e retorna para a fiscalizada, o que, não obstante a participação da Petrobras na formação dos contratos, poderia e deveria ter sido ajustado pela empresa autuada, mediante a tributação dos valores que sabe corresponderem a receitas suas, mas, ao contrário, e de forma passiva, a empresa, associada ao Grupo que é ligada, vem manipulando em seu favor a (não) tributação de seu faturamento; ss) ficam materializadas, portanto, as hipóteses descritas de sonegação no art. 71, de fraude, no art. 72, e de conluio, no art. 73, da Lei nº 4.502/64, definindo o evidente intuito de fraude necessário para a aplicação do §1º do art. 44, da Lei nº 9.430/96. A ciência quanto aos autos de infração ocorreu em 23 de dezembro de 2013, por via postal (AR à fl. 17.517). Em 21 de janeiro de 2014, foi protocolada a impugnação (fls. 17.520 a 17.572), na qual, em apertada síntese, é aduzido: Fl. 18180DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.181 10 a) o argumento básico da fiscalização é de que os valores recebidos pela impugnante pela prestação de serviços a empresas estrangeiras do Grupo seriam repatriação de divisas de valores que deveriam ter sido pagos diretamente pela Petrobras a Noble do Brasil; b) foi aplicada multa qualificada sob alegação de sonegação, fraude e conluio; c) a impugnante recebe há muito tempo ingressos do exterior, sendo que até 2005 tratava tais ingressos como reembolso de despesas incorridas, em favor da Noble B.V., esta na condição de fretadora, ou em favor de outras pessoas jurídicas do Grupo; d) em 2000 foi fiscalizada pela RFB, tendo sido esta informada que tais ingressos referiamse a despesas incorridas em favor de outras pessoas jurídicas do Grupo, mas nada foi questionado e, assim, continuou a dar o mesmo tratamento a tais ingressos; e) em 2005, a RFB concluiu que, na verdade, a impugnante prestava serviço às suas coligadas e, assim, os ingressos deveriam transitar pelo resultado do exercício, lavrando autos de infração; f) houve, então, por bem mudar o tratamento dado a tais ingressos a fim de ajustarse ao entendimento da RFB, retificando declarações, e escrita contábil, pagando os tributos com acréscimos e celebrando contrato com Noble B.V para ratificar todos os serviços com a nova qualificação dada pela RFB; g) agora a RFB entende que tais ingressos não são “receita de exportação”, não se traduzem em prestação de serviços, ao contrário do que antes afirmava, o que ofende a segurança jurídica, devendo assim ser cancelado o auto de infração; h) o tom trazido pelo fiscal é de litígio e não de fiscalização, utilizandose de autuações que nem tiveram decisão administrativa final i) a violação ao princípio da impessoalidade está clara quando o fiscal faz juízo de valor e trata a impugnante como “manipuladora”, “dissimulada” e “fraudadora”; j) se os fatos acima descritos já não fossem suficientes, a autoridade fiscalizadora ainda acusa a impugnante, sem qualquer comprovação, de fraudar o processo de licitação da Petrobras; k) o auto de infração deve ser cancelado por violar os princípios da moralidade e impessoalidade; l) a autoridade fiscal não poderia aplicar seu novo entendimento a fatos pretéritos, sob pena de ofensa ao Princípio da Proteção à Confiança (art. 146 do CTN); m) o objeto principal dos contratos entre o impugnante e a Petrobras é a prestação de serviços de perfuração, avaliação, completação e “workover”, mas nos referidos contratos há Fl. 18181DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.182 11 também um rol de obrigações que se traduz em prestação de serviços, os quais devem ser assumidos pelo impugnante; n) além dos serviços prestados no âmbito dos contratos firmados com a Petrobras, seja por meio de prestação de serviço direta a esta ou por intermediação dos serviços inerentes aos contratos de afretamento, a Noble do Brasil também gerencia e intermedeia reformas das embarcações, de propriedade de outras empresas do Grupo, em estaleiros brasileiros, devendo ser ressaltado que tais serviços não guardam qualquer relação com os serviços prestados no âmbito dos contratos com a Petrobras, tratandose, de fato, de reformas e melhorias dos naviossonda, as quais a administração do Grupo Noble julgou conveniente realizar no Brasil, mas que poderiam ter sido realizadas em qualquer outra parte do mundo; o) ao contrário do que diz o autuante, as informações contidas nas ordens de serviço não são genéricas; os serviços são semelhantes e alguns são realizados todos os meses e as notas fiscais e as ordens de serviços não poderiam ser ignoradas pela autoridade fiscal; p) os serviços de suporte local às empresas estrangeiras fretadoras das embarcações e gerenciamento e intermediação de reformas das embarcações de propriedade de outras empresas do grupo, não se relacionam aos serviços prestados à Petrobras; q) há que se ressaltar ainda que no período em que os navios ficaram em reforma, atracados no porto, não houve aferição de receitas decorrentes do contrato de afretamento, bem como do contrato de prestação de serviços com a Petrobras; r) os recursos oriundos da afiliada estrangeira foram regularmente tributados pelo IRPJ e CSLL, todavia, no que tange ao PIS e à COFINS, a legislação tributária prevê a isenção dessas contribuições para as receitas auferidas em decorrência da prestação de serviços para o exterior (art. 14, III, da MP nº 1.8586, de 29/06/99; art. 5º, II, da Lei nº 10.637/02; art. 6º, II, da Lei nº 10.833/03); s) depreendese dos dispositivos legais e em consonância com decisões administrativas, que há somente dois requisitos para a isenção: (I) o adquirente seja pessoa estrangeira; e (II) o ingresso de divisas no País, e, uma vez que os serviços prestados pelo impugnante para afiliadas estrangeiras preenchem os requisitos previstos em lei, o direito à isenção lhe assiste, do mesmo modo como também lhe assiste o direito de se apropriar de créditos de PIS e COFINS; t) a autoridade fiscal não foi capaz de comprovar qualquer conduta da Impugnante que pudesse ensejar a evasão de divisas; u) por força do regulamento do Repetro, a Noble do Brasil Ltda, não poderia figurar no contrato de afretamento; Fl. 18182DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.183 12 v) a teoria da autoridade fiscal que aponta simulação fiscal no tocante a celebração de dois contratos distintos com a Petrobras é mera presunção, por isso o auto de infração deve ser cancelado; w) além disso, a Petrobras ressaltou ser esta a prática: a de separação dos contratos de afretamento e da prestação de serviços; x) não procede a alegação do autuante de que haveria discrepância entre os valores das embarcações e os valores dos afretamentos, o que comprovaria que o valor pago pelo afretamento incluiria a prestação de serviços; y) a Autoridade Fiscal, sem qualquer fundamentação legal ou fática, afirma que, caso fosse apenas pagamento pelo afretamento, a Petrobras compraria as embarcações, pois o valor do afretamento seria superior ao valor da embarcação; z) ainda que por absurda hipótese se entenda que a Impugnante poderia ser responsabilizada pela forma de contratação da Petrobras, o que se admite apenas para fins de argumentação, o simples fato de as embarcações se tratarem de ativos caros, com manutenção de alto custo e que se tornam obsoletos depois de certo tempo, tendo de ser substituídos, já justificaria a escolha da Petrobras de firmar contratos de afretamento; aa) também poderseia justificar tal decisão da Petrobras pelo fato de que as remessas para pagamento do afretamento de embarcação de empresa estrangeira estão sujeitas à alíquota zero do imposto de renda retido na fonte (IRRF) e a importação do bem (ainda que fosse possível) estaria sujeita à tributação; bb) há previsão legal para que os valores remetidos ao exterior em pagamento pelo afretamento sejam tributados à alíquota zero; cc) a inclusão da cláusula sobre “incidências fiscais” é padrão nos contratos celebrados com a Petrobras; dd) não houve qualquer pagamento à Noble International Limited em face do contrato de cooperação técnica celebrado entre esta e a autuada; ee) mesmo que os serviços prestados à Petrobras fossem realizados em conjunto com funcionários de ambas as empresas do Grupo Noble, não haveria prejuízo ao Fisco, uma vez que o custo com a remuneração dos funcionários é suportado pela empresa no exterior; ff) como conclui a própria Autoridade Fiscal, o custo pelo pessoal especializado é suportado pela Noble no exterior e independe do serviço, já que essa empresa é a proprietária da embarcação e tem interesse que esta seja operada e administrada por tripulação de sua confiança; Fl. 18183DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.184 13 gg) a idéia de se trazer expatriados é justamente utilizálos para que o conhecimento seja transferido para pessoal brasileiro; hh) em relação às autorizações de trabalho, que são apenas quatro, anteriores ao contrato de afretamento, é importante deixar claro que as negociações se iniciaram antes da assinatura do contrato e a Noble no exterior queria garantir que os seus funcionários estariam no Brasil para operar as embarcações quando essas chegassem; ii) em resposta ao Termo de Intimação datado de 20/04/2012, a Noble do Brasil informou que a conta nº "123201001 EMPRESA" possui a mesma natureza contábil e utilidade que a conta nº "190000 Contacorrente" possuía no anocalendário 2007, ou seja, é uma conta contábil meramente transitória, utilizada pela Noble do Brasil para fins de controle interno e gerencial; jj) nesta rubrica são registradas diariamente as operações com as empresas estrangeiras do Grupo Noble e, ao final de cada mês, os valores registrados a débito ou a crédito nesta conta são reclassificados para o Resultado do Exercício, mediante lançamento a crédito em conta de receita ou débito em conta de custo, respectivamente; kk) dessa forma, importante ressaltar que todos os valores contabilizados nesta conta transitória impactaram o Resultado do Exercício nos anoscalendário 2009 e 2010, através do correspondente débito em conta de custo ou crédito em conta de receita, sendolhes dispensado o devido tratamento fiscal; ll) a impugnante faz a segregação contábil entre os custos associados à prestação de serviços para a Petrobras e os custos de prestação de serviços para o exterior; mm) o fato de não constarem os centros de custos na ECD não significa e nem permite concluir que a Noble do Brasil não tenha centros de custos em sua contabilidade, ou mesmo controles que identifiquem os gastos por centros de custos; nn) a legislação que rege o regime nãocumulativo de tributação do PIS e da COFINS não estabelece que a informação de centros de custos na ECD seja condição para apropriação de créditos relacionados a estas contribuições, razão pela qual a mera inexistência desta informação neste arquivo não serviria de base para desqualificar a totalidade dos créditos da Impugnante; oo) nos anoscalendário 2009 e 2010, como é notório, houve um agravamento da crise internacional, o que levou a alta dos preços praticados em diversos setores da economia, inclusive na cotação do dólar, o que poderia explicar a elevação dos custos de prestação dos serviços à Petrobras; tais altas, todavia, não foram repassadas para fins de reajuste dos preços contratualmente acordados entre as partes; Fl. 18184DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.185 14 pp) o autuante não levou qualquer destes aspectos em consideração quando da formulação de sua teoria conspiratória, alegando simplesmente que a Impugnante opta por ter prejuízos nos serviços prestados à Petrobras com o único objetivo de ludibriar o fisco brasileiro, o que, por todo exposto, mostrase absurdo e infundado; qq) mesmo que se admitisse que os dispêndios relativos aos serviços prestados a empresas sediadas no exterior de fato fossem relativos a serviços prestados no mercado interno, os créditos de PIS/Pasep e Cofins deveriam ser utilizados no cálculo dessas contribuições; rr) impõese o afastamento da multa qualificada imposta pela autoridade autuante, pois a divisão de valores entre os contratos de afretamento e serviços não deriva de um estratagema tributário criado pela impugnante ou suas coligadas para não pagar tributos, mas, isto sim, de exigência licitatória padrão da própria Petrobras; ss) além disso, o comportamento do impugnante não pode ser enquadrado como sonegação, fraude ou conluio, que pressupõem dolo ou má fé; tt) ainda que o impugnante entenda cristalina a inexistência de fraude, há que se invocar ao menos o artigo 112 do CTN, que impõe a interpretação mais favorável ao infrator quando da existência de dúvida acerca da aplicação de penalidades; uu) anteriormente, em julgamento d outro processo relativo à autuada, em primeira instância foi rechaçada a acusação de fraude por inexistência de provas, já que a fiscalização utilizou se dos dados fornecidos pela própria empresa que acusou ser fraudadora, exatamente como na hipótese desses autos; vv) a jurisprudência do contencioso administrativo federal é clara e farta no sentido de que a ocorrência de fraude apta a justificar a aplicação de multa agravada não se presume e tem que ser provada; ww) como poderia haver “evidente intuito de fraude” se os contratos e o propósito das remessas do exterior, declarados pelo impugnante, eram conhecidos da fiscalização desde o procedimento fiscal feito em 2000 e foram mantidos desde então; xx) a aplicação de penalidade efetuada pela autoridade fiscal se deveu à desconsideração do negócio jurídico apresentado pelo contribuinte, com uma requalificação dos ingressos recebidos, e, nesse diapasão, a doutrina esclarece que, a boafé do contribuinte deve ser protegida, e a exigência tributária deve ser feita sem a aplicação de penalidades, pois não houve conduta ilícita; yy) quanto à absurda alegação de reincidência vale ressaltar que a autuada nunca foi condenada sequer em âmbito administrativo. Fl. 18185DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.186 15 Ao final é requerida a declaração de improcedência dos autos de infração. Requerse, ainda, a produção de prova documental com a juntada à impugnação de vários documentos listados. Sobreveio decisão da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande/MS, que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a Impugnação. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2009, 2010 NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. PIS/PASEP. ISENÇÃO. PRESSUPOSTOS NÃO COMPROVADOS. Não se cogita de isenção da contribuição para o PIS/Pasep, na ausência de comprovação da existência de serviços prestados a pessoa jurídica residente ou domiciliada no exterior. CRÉDITOS. APURAÇÃO NÃO CUMULATIVA. O crédito das contribuições no regime nãocumulativo é reconhecido se possível a identificação clara de todas as operações que lhe dão origem. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. A multa de ofício qualificada deve ser aplicada quando ocorre a prática de ato destinado a retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da Administração Fiscal da existência do fato gerador. COFINS. SIMILITUDE DOS MOTIVOS DE AUTUAÇÃO E DAS RAZÕES DE IMPUGNAÇÃO. Aplicamse à Cofins os mesmos argumentos expendidos quanto à contribuição para o PIS/Pasep em face da similitude dos motivos de autuação e das razões de impugnação. A contribuinte, intimada do resultado do julgamento por meio de disponibilização em sua caixa postal (eCAC) no dia 07/05/2014, com ciência por decurso de prazo o dia 22/05/2014, apresentou recurso voluntário em 10/07/2014. A recorrente sustenta a tempestividade de seu recurso voluntário, pois teria tido acesso à decisão apenas em 03/07/2014, momento em que entrou no sistema e abriu o acórdão. Fl. 18186DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.187 16 Afirma ainda não ter optado por esse meio de comunicação para o presente processo. Esclarece ter aderido ao domicílio tributário eletrônico (DTE) em 06/12/2013, em razão da determinação contida na IN RFB n. 1.415/2013, a qual versa exclusivamente sobre a habilitação e aplicação do regime aduaneiro do REPETRO. Por conseguinte, na sua visão, somente foi intimada no dia 03/07/2014, quando efetivamente abriu o arquivo contendo a decisão de primeira instância. A PGFN apresentou contrarazões, sustentando a intempestividade do recurso voluntário, em obediência ao previsto no artigo 23, §4º, inciso II do Decreto nº 70.235/72. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Antes do ingresso nas questões de mérito mostrase necessária a verificação da tempestividade do recurso voluntário apresentado pela recorrente. No que tange ao presente julgamento, inexiste dúvida quanto à recorrente ter recebido, em seu domicilio tributário eletrônico, a intimação acerca do acórdão ora recorrido, bem como em relação ao recurso voluntário ter sido apresentado fora do prazo legal. A discussão se trava na licitude da intimação por meio eletrônico em relação ao processo em análise. No tocante à matéria, o artigo 23, §4º, inciso II, e §5º do Decreto nº 70.235/72, suscitados pela PGFN, exigem para que seja válida a intimação por meio eletrônico que o sujeito passivo a autorize em seu endereço eletrônico: Art. 23. Farseá a intimação: [...] III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Redação do inc. III dada pelo art. 113 da Lei n.º 11.196/2005) [...] § 4.º. Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I – o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Redação Fl. 18187DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.188 17 de todo o parágrafo 4.o dada pelo art. 113 da Lei n.º 11.196/2005) § 5o O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) A Portaria SRF nº 259, de 13/03/2006, com redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 574, de 10/02/2009, dispõe sobre a prática de atos e termos processuais, de forma eletrônica, no âmbito da RFB. Transcrevese, abaixo, os artigos 1º, 2º, 3º e 4º desta Portaria: Art. 1º O encaminhamento, de forma eletrônica, de atos e termos processuais pelo sujeito passivo ou pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) será realizado conforme o disposto nesta Portaria. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 1º Os atos e termos processuais praticados de forma eletrônica, bem como os documentos apresentados em papel, digitalizados pela RFB, comporão processo eletrônico (e processo). (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 2º Os documentos produzidos eletronicamente e juntados aos processos digitais com garantia da origem e de seu signatário serão considerados originais para todos os efeitos legais. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 3º Para efeito do disposto no caput, a RFB informará ao sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica. (Incluído(a) pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) Art. 2º A impugnação, o recurso e os demais atos e termos processuais produzidos eletronicamente deverão ser assinados mediante utilização de certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICPBrasil) e serão enviados à RFB por meio do Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (eCAC), disponível na Internet, no endereço http://www.receita.fazenda.gov. br. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 1º A comprovação do envio dos documentos darseá de forma eletrônica, mediante recibo . (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 2º O teor e a integridade dos arquivos enviados, bem assim a observância dos prazos, é de inteira responsabilidade do sujeito passivo. § 3º A utilização de meio eletrônico desobrigará o sujeito passivo de protocolar os documentos em papel na RFB. Fl. 18188DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.189 18 (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 4º Os meios de prova que não puderem ser apresentados em forma eletrônica serão protocolados em unidade da RFB. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 5º Os comprovantes originais de deduções, os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Art. 3º A impugnação, o recurso e os documentos que os instruem serão protocolados de forma eletrônica, considerando se como data de protocolo a data e hora de recebimento dos dados pelo eCAC. § 1º O recebimento pelo eCAC será efetuado das 8 às 20 horas, horário de Brasília. § 2º Para efeito do disposto no caput e no § 1º, o horário estará sincronizado em conformidade com o disposto na Resolução nº 16, de 10 de junho de 2002, do Comitê Gestor da ICPBrasil. § 3º A tempestividade da impugnação ou do recurso será aferida pela data e hora referida no caput. Art. 4º A intimação por meio eletrônico, com prova de recebimento, será efetuada pela RFB mediante: (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) I envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou II registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. § 1º Para efeito do disposto no inciso I, considerase domicílio tributário do sujeito passivo a Caixa Postal a ele atribuída pela administração tributária e disponibilizada no eCAC, desde que o sujeito passivo expressamente o autorize. § 2º A autorização a que se refere o § 1º darseá mediante envio pelo sujeito passivo à RFB de Termo de Opção, por meio do e CAC, sendolhe informadas as normas e condições de utilização e manutenção de seu endereço eletrônico. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 3º A intimação mediante registro em meio magnético ou equivalente será efetuada nos casos de aplicação de penalidade pela entrega de declaração após o prazo estabelecido na legislação. § 4º Após concluída a transmissão da declaração do sujeito passivo à RFB, o aplicativo por ele utilizado para gerar a declaração exibirá o recibo de entrega e a intimação a que se Fl. 18189DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.190 19 refere o § 3º, bem como possibilitará sua impressão. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) Do exposto, resta claro a licitude do procedimento da RFB da prática de intimação de atos e termos processuais de forma eletrônica. Encontramse positivados, da mesma forma, os atos praticados pelos contribuintes de forma eletrônica, como o protocolo de impugnações, recursos e os documentos que os instruem. No tocante a intimação de atos processuais, é necessário, para a validade do procedimento, que o sujeito passivo autorize a intimação em sua caixa postal disponibilizada na plataforma eCAC. O parágrafo 3º do artigo 1º explicita ainda que a RFB irá informar aos sujeitos passivos os processos em que será permitida a prática de atos de forma eletrônica. Pois bem, os procedimentos acima citados foram delineados pela Instrução Normativa RFB nº 1.077, de 29 de outubro de 2010, que dispõe sobre o Centro Virtual de Atendimento da Secretaria da Receita Federal do Brasil (eCAC). O eCAC tem como objetivo propiciar o atendimento de contribuintes de forma interativa, por intermédio da Internet, no sítio da RFB. Corresponde, portanto, a um Portal na Internet no qual os contribuintes, entre outras funcionalidades, tem acesso a sua caixa postal eletrônica, podendo acessar avisos enviados pela RFB e receber intimações de forma eletrônica. Para sua utilização são necessárias algumas formalidades, como a posse de certificados digitais válidos emitidos por Autoridades Certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICPBrasil) ou código de acesso gerado pela RFB. Transcrevese, abaixo, os artigos 1º, 2º, 5º e 17 da na IN RFB nº 1.077/2010, bem como excertos de seu anexo II, dada a pertinência da matéria à lide: Art. 1 º O Centro Virtual de Atendimento (eCAC) tem como objetivo propiciar o atendimento de forma interativa, por intermédio da Internet, no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>. § 1 º O acesso ao eCAC será efetivado pelo próprio contribuinte, mediante a utilização de: I certificados digitais válidos emitidos por Autoridades Certificadoras integrantes da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICPBrasil): eCPF, ePF, eCNPJ ou ePJ, observado o disposto no art. 1 º do Decreto n º 4.414, de 7 de outubro de 2002; e II código de acesso gerado na página da RFB, na Internet, no endereço constante do caput deste artigo. § 2 º No caso de utilização de certificado digital, o acesso ao e CAC poderá ser feito, também: Fl. 18190DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.191 20 I por procurador legalmente habilitado em procuração eletrônica outorgada pelo contribuinte; II pelo representante da empresa responsável perante o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ); III pela matriz, no caso de filial; e IV pela sucessora, no caso de sucedida. Art. 2 º No eCAC estão disponíveis as seguintes opções de acesso aos serviços: I por meio de certificado digital ou código de acesso, os serviços elencados no Anexo I; II exclusivamente por meio de certificado digital, os serviços elencados no Anexo II. [...] Art. 5 º O titular do código de acesso ou do certificado eCPF ou eCNPJ, bem como o seu procurador, é responsável por todos os atos praticados perante a RFB com a utilização do referido código ou do certificado e sua correspondente chave privada, devendo adotar as medidas necessárias para garantir a confidencialidade desse código e da chave, e requerer, imediatamente, ao emitente a revogação de seu código ou certificado, em caso de comprometimento de sua segurança. [...] Art. 17. A inclusão de novos serviços no eCAC, para acesso através de código de acesso, será efetivada mediante Ato Declaratório da CoordenaçãoGeral responsável pelo serviço. Parágrafo único. O Ato Declaratório de que trata o caput deve ser precedido de: I consulta à CoordenaçãoGeral de Tributação (Cosit) sobre a classificação da informação, e II parecer da CoordenaçãoGeral de Auditoria Interna (Audit) sobre a análise de riscos institucionais. [...] ANEXO II APLICAÇÕES DO eCAC ACESSADAS EXCLUSIVAMENTE COM CERTIFICADO DIGITAL NOME DO SISTEMA Tipo de Contribuinte DESCRIÇÃO Cópia de Declaração PF e PJ Este serviço possibilita ao contribuinte certificado recuperar cópia do arquivo de Fl. 18191DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.192 21 declaração transmitida à RFB, via Receitanet, dos últimos anos dos impostos IRPF, IRRF, ITR e IRPJ e da DCTF. As pessoas físicas possuidoras de certificado digital poderão obter cópia de suas declarações de IRPF, Dirf e de ITR. As pessoas jurídicas poderão obter cópia de suas declarações de ITR, DIRF, DIPJ ou PJ Simplificada, e DCTF, conforme o caso. Pagamento Consulta Comprovante de Arrecadação PF e PJ Este serviço possibilita ao contribuinte certificado solicitar a emissão de comprovantes de arrecadação de pagamentos, realizados através de Darf ou de Documento de Arrecadação do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (DarfSimples), e de depósitos realizados em Depósitos Judiciais ou Extrajudiciais à Ordem e à Disposição da Autoridade Judicial ou Administrativa Competente (DJE). Pagamento Retificação de Documento de Arrecadação (Redarf) PF e PJ Este serviço possibilita ao contribuinte certificado retificar erros cometidos no preenchimento de Darf ou de DarfSimples. Parcelament o de Débitos PF e PJ Permite ao contribuinte certificado realizar pedido de parcelamento pela Internet. [...] PERD/COM P: Consulta Processamen to, Despacho Decisório e Intimação PF e PJ Permite às pessoas físicas ou jurídicas visualizar via web o detalhamento, impressão de 2ª (segunda) via e detalhamento da compensação, valores devedores e emissão de Darf do despacho decisório. Fl. 18192DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.193 22 Consultar aos PER/DCOMP com intimação emitida eletronicamente, para emissão da 2ª via e informações complementares. Processos Digitais PF e PJ Permite ao contribuinte consultar seus processos administrativos criados EM MEIO DIGITAL na RFB, no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) e na PGFN. O inteiro teor dos processos digitalizados só podem ser acessados pelo contribuinte que tiver preenchido o Termo de Opção por Domicílio Tributário Eletrônico, disponível no link Caixa Postal, e por meio de certificado digital. [...] Caixa Postal Mensagens de Comunicado de Ato Oficial PF e PJ Possibilita o recebimento de mensagens enviadas pela RFB. As mensagens podem ser genéricas, cujo conteúdo é de interesse da RFB divulgar, ou pessoais, isto é, direcionadas diretamente ao detentor da Caixa Postal. Caixa Postal Termo de Opção pelo Domicílio Tributário Eletrônico PF e PJ Este serviço possibilita optar pelo recebimento ou cancelamento de comunicações de atos oficiais por meio eletrônico através do sistema Caixa Postal. Esclarecese ainda que a autorização para intimação pela caixa postal eletrônica é efetuada por meio de um documento eletrônico, denominado Termo de Opção, no próprio Portal eCAC (Centro Virtual de Atendimento. Do exposto, constatase que a sistemática de intimação de atos processuais, em que pese relativamente recente, já se encontra sedimentada na legislação processual tributária federal, sendo o rol de serviços constantemente ampliado. Esta ampliação de serviços e espécies de processos em que se permite a prática de atos de forma eletrônica, tanto pelos contribuintes como pela RFB, vem sendo uma das diretrizes do Fisco, que acompanha a evolução da sociedade. Fl. 18193DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.194 23 Em se tratando de atos relacionados ao Processo Administrativo Fiscal Federal, a RFB segue o modelo adotado com sucesso pela Justiça Federal de nosso país, sendo que hoje praticamente todo e qualquer ato pode ser efetivado por meio eletrônico. Neste sentido entendese a previsão contida no parágrafo 3º do artigo 1º da Portaria SRF nº 259/2006. Tratase de informar aos sujeitos passivos em que tipos, que espécies de processos, é permitida a prática de atos de forma eletrônica. Interpretar tal dispositivo restritivamente, como sendo uma obrigação da RFB de informar individualizadamente os números dos processos em que serão permitidos os atos por meio eletrônico, resultaria na total inviabilidade do sistema eletrônico de formalização de atos administrativos, o que impede tal interpretação. Percebase ainda que o mesmo dispositivo diz respeito tanto a atos praticados pelo Fisco como pelos contribuintes. Levada a cabo tal interpretação, não seria permitido aos contribuintes a prática de atos como o pedido de cópia de declarações informadas ao Fisco, a solicitação de cópia de comprovantes de arrecadação, a retificação de documentos de arrecadação, o pedido de parcelamento de débitos, ou até mesmo a consulta de seus processos digitais sem que antes a RFB tenha, expressa e individualizadamente, permitido aos contribuintes tal ato. Inviável, portanto, tal entendimento, sendo inclusive contrário ao objetivo de facilitação do relacionamento entre o Fisco e o contribuinte. A RFB informou aos contribuintes os processos em que podem ser praticados atos de forma eletrônica por meio dos anexos I e II da IN RFB nº 1.077/2010, que inclusive vem sendo constantemente alterados, com a ampliação dos serviços, e pela emissão de atos declaratórios. Tratamse de atos gerais, e não individuais, como não poderiam deixar de ser. Retornando a lide, constatase que a recorrente não contesta ter aderido ao Domicílio Tributário Eletrônico; sustenta, contudo, que sua adesão foi motivada por exigência para habilitação ao REPETRO, e desta forma apenas as correspondências vinculadas a este regime é que poderiam ser encaminhadas por este meio. Tomando por base os apontamentos já trazidos neste voto, mostrase claro o equívoco de parte da contribuinte ao entender que sua opção ao DTE seria restrita aos documentos referentes ao REPETRO. Ao aderir ao Domicílio Tributário Eletrônico, a recorrente cria uma caixa postal para receber a comunicação de atos oficiais enviados pela RFB, independente do tema objeto desta: ela é utilizada, portanto, para o envio de intimações relacionadas a todos os processos fiscais dos contribuintes. O fato de a contribuinte ter aderido ao DTE apenas para atender a condição exigida para gozar de benefícios fiscais não tem o condão de restringir seu domicílio fiscal apenas as correspondências relacionadas ao benefício. Como já esclarecido, o DTE possui regramento definido pelo Decreto nº 70.235/72, pela Portaria SRF nº 259/2006 e pela Instrução Normativa RFB nº 1.077/2010, e os Fl. 18194DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.195 24 mesmos em nenhum momento restringem o benefício a apenas os atos referentes ao REPETRO ou a qualquer outro benefício fiscal. Na verdade, a recorrente, em suas manifestações, com o objetivo de invalidar sua adesão ao DTE, ataca o sistema como um todo, buscando interpretações que o inviabilizem. O Fisco, a seu turno, vem, paulatinamente, ampliando a utilização desta forma de intimação, de forma proporcional ao número crescente de adesões. Os contribuintes, desta forma, e dada a licitude do procedimento, a fim de evitar prejuízos, devem ser diligentes, estabelecendo procedimentos internos para recebimento de intimação não só por via postal mas também por meio digital. Em não adotando as medidas necessárias, sujeitamse ao risco de serem intimados e não conhecer do conteúdo da intimação antes de ultrapassado o prazo para manifestação, como no presente caso. Quanto à alegação da recorrente de que deveria ser citada apenas da forma como sempre vinha sendo intimada, qual seja pessoalmente ou por via postal, esclarecese que o Fisco pode efetuar a intimação de seus atos por qualquer das formas prevista nos incisos I (pessoal), II (via postal) e III (meio eletrônico) do artigo 29 do Decreto nº 70.235, sem ordem de preferência, sendo que apenas a intimação por edital que exige o prévio resultado improfícuo um destes meios. O Decreto nº 70.235/72 é explícito quanto a isso, não podendo este colegiado julgar diferente sem violar dispositivo literal de lei, qual seja o seu artigo 23, º3º: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) (grifo nosso) Fl. 18195DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Processo nº 15586.721073/201303 Acórdão n.º 3201002.049 S3C2T1 Fl. 18.196 25 Não há, portanto, que se falar em qualquer tipo de nulidade no ato de intimação, já que a contribuinte foi notificada regularmente, conforme previsto no art. 23, inciso III do Decreto nº 70.235/72. Ante ao exposto, voto pelo não conhecimento do recurso voluntário decorrente de sua apresentação intempestiva. Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Fl. 18196DF CARF MF Impresso em 10/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/03/2016 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digitalmente em 09/03/2016 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Numero do processo: 11516.723069/2012-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009
AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE.
Não há que se cogitar de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais, o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento e inexiste qualquer indício de violação às determinações contidas no art. 142 do CTN ou nos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 1972.
COFINS. BASE DE CÁLCULO. COMERCIALIZAÇÃO DE VEÍCULOS. RECEITAS AUFERIDAS DE ATIVIDADES DE INTERMEDIAÇÃO DE FINANCIAMENTOS E VENDAS DE SEGUROS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. REGIME MONOFÁSICO. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS.
A atividade de intermediação de negócios (financiamentos e seguros), exercida por concessionárias de veículos caracteriza como receita da prestação de serviços e não existe previsão legal para excluí-la da base de cálculo do PIS e da Cofins no regime da não-cumulatividade. Também não se insere no contexto da tributação monofásica a que estão vinculados os veículos.
CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. BÔNUS SOBRE VENDAS CONCEDIDOS PELOS FABRICANTES. CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS.
Os bônus conferidos pelas montadoras de automóveis aos seus concessionários, em função de vendas realizadas sob determinadas condições, caracterizam-se como receitas destes últimos e, como tais, sujeitas à incidências das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, devendo compor sua base de cálculo.
MULTA QUALIFICADA. APLICAÇÃO. ELEMENTOS DE PROVA. FRAUDE.
Não estando comprovado com elementos contundentes o intuito de fraude, deve ser afastada a aplicação da multa qualificada.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 3301-002.738
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso voluntário.
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente e relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco José Barroso Rios, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, José Henrique Mauri, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Luiz Augusto do Couto Chagas e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Não há que se cogitar de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais, o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento e inexiste qualquer indício de violação às determinações contidas no art. 142 do CTN ou nos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 1972. COFINS. BASE DE CÁLCULO. COMERCIALIZAÇÃO DE VEÍCULOS. RECEITAS AUFERIDAS DE ATIVIDADES DE INTERMEDIAÇÃO DE FINANCIAMENTOS E VENDAS DE SEGUROS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. REGIME MONOFÁSICO. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. A atividade de intermediação de negócios (financiamentos e seguros), exercida por concessionárias de veículos caracteriza como receita da prestação de serviços e não existe previsão legal para excluí-la da base de cálculo do PIS e da Cofins no regime da não-cumulatividade. Também não se insere no contexto da tributação monofásica a que estão vinculados os veículos. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. BÔNUS SOBRE VENDAS CONCEDIDOS PELOS FABRICANTES. CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS. Os bônus conferidos pelas montadoras de automóveis aos seus concessionários, em função de vendas realizadas sob determinadas condições, caracterizam-se como receitas destes últimos e, como tais, sujeitas à incidências das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, devendo compor sua base de cálculo. MULTA QUALIFICADA. APLICAÇÃO. ELEMENTOS DE PROVA. FRAUDE. Não estando comprovado com elementos contundentes o intuito de fraude, deve ser afastada a aplicação da multa qualificada. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte
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NULIDADE. Não há que se cogitar de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais, o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento e inexiste qualquer indício de violação às determinações contidas no art. 142 do CTN ou nos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 1972. COFINS. BASE DE CÁLCULO. COMERCIALIZAÇÃO DE VEÍCULOS. RECEITAS AUFERIDAS DE ATIVIDADES DE INTERMEDIAÇÃO DE FINANCIAMENTOS E VENDAS DE SEGUROS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. REGIME MONOFÁSICO. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. A atividade de intermediação de negócios (financiamentos e seguros), exercida por concessionárias de veículos caracteriza como receita da prestação de serviços e não existe previsão legal para excluíla da base de cálculo do PIS e da Cofins no regime da nãocumulatividade. Também não se insere no contexto da tributação monofásica a que estão vinculados os veículos. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. BÔNUS SOBRE VENDAS CONCEDIDOS PELOS FABRICANTES. CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS. Os bônus conferidos pelas montadoras de automóveis aos seus concessionários, em função de vendas realizadas sob determinadas condições, caracterizamse como receitas destes últimos e, como tais, sujeitas à incidências das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, devendo compor sua base de cálculo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 30 69 /2 01 2- 63 Fl. 1432DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.433 2 MULTA QUALIFICADA. APLICAÇÃO. ELEMENTOS DE PROVA. FRAUDE. Não estando comprovado com elementos contundentes o intuito de fraude, deve ser afastada a aplicação da multa qualificada. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento parcial ao recurso voluntário. Andrada Márcio Canuto Natal Presidente e relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Francisco José Barroso Rios, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, José Henrique Mauri, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Luiz Augusto do Couto Chagas e Semíramis de Oliveira Duro. Fl. 1433DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.434 3 Relatório Trata o presente processo de auto de infração do PIS e da Cofins, no sujeito passivo acima qualificado, cuja atividade preponderante é a venda de carros novos, sendo concessionária da rede GM Motors. O total da autuação, já incluído juros e multa de ofício foi de R$ 1.662.194,80 e referese aos anos calendários de 2008 e 2009. Foi lhe imputado três tipos de infrações: 1) Exclusão indevida de receitas decorrentes de comissões sobre financiamentos e seguros. De acordo com a fiscalização, o sujeito passivo, reiteradamente, por dois anos consecutivos excluiu da base de cálculo do PIS e Cofins as receitas originadas das comissões sobre intermediação de negócios entre os clientes da Autuada (adquirentes de veículos novos e usados) e as instituições financeiras (financiadoras da compra de veículos e/ou seguros). A fiscalizada justificou o não oferecimento dessas receitas à tributação, argumentando tratarse de receitas de natureza financeira e, assim, albergadas pelo Decreto nº 5.164/2004, que reduziu a zero as alíquotas do PIS e da COFINS, incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas à incidência nãocumulativa daquelas contribuições. A fiscalização concluiu que “intermediações de negócios”, “corretagens”, ou “comissões” são RECEITAS DE SERVIÇOS e, como tais, compõem a RECEITA OPERACIONAL BRUTA de qualquer entidade que se preste a esse fim, mesmo que esta não seja especificamente sua atividade principal, como é o caso das concessionárias de veículos. Via de consequência, as receitas de serviços de intermediação, estão sujeitas à incidência das contribuições para o Pis e da Cofins, nos termos da legislação aplicável. Entendeu a fiscalização que tendo sido o procedimento reiterado por 24 meses seguidos, caracterizando a intencionalidade de se esquivar da tributação sobre referidas receitas, pela aplicação da multa de ofício qualificada nos termos do § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430/96. 2) Exclusão de Receitas oriundas de Incentivos de Vendas no Varejo, Campanhas promocionais e Premiações e Bônus Adicionais. O sujeito passivo não estava tributando os valores recebidos da General Motors do Brasil, ao qual se denominou de "Bônus por Incentivo de Vendas", cujos valores foram contabilizados como "redução de custos". No entender da fiscalização, tais incentivos são, em sua essência, “Bônus de Produtividade” pagos pela montadora (GMB) quando a concessionária atinge certas metas de vendas e, nesta condição, devem ser classificados como receitas operacionais, sujeitas à tributação do PIS e da COFINS. Cita Acórdão (unânime) da 1ª Turma do TRF da 4ª Região Fl. 1434DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.435 4 proferido na Apelação Cível nº 500053729.2010.404.7107/RS e acrescenta que as bonificações foram registradas na contabilidade da General Motors do Brasil na conta “PROV. P/INCENTIVO DE VENDAS”, cujas contrapartidas foram debitadas na conta “DESPESAS COM CAMPANHA DE VENDAS” devendo, por conseguinte, ser contabilizadas em contas de RECEITA nas concessionárias recebedoras das bonificações (nunca como redutoras de custos). 3) Exclusão de Receitas oriundas de “Bonificações Adicionais” ao Plano de Capitalização (Bônus de Adimplência) O lançamento referente a esta infração foi cancelado no julgamento da DRJ e não foi objeto de recurso de ofício, pois não era cabível em face do valor dispensado. Assim esta infração está excluída do objeto do presente julgamento, de forma que nenhuma referência a ela será efetuada doravante. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação, cujo resumo transcrevo do relato do acórdão recorrido: I – DA SISTEMÁTICA DE TRIBUTAÇÃO A QUE SE SUBMETE A AUTUADA • A Impugnante explora o comércio varejista de automóveis, camionetas e utilitários novos da marca Chevrolet e está sujeita ao regime nãocumulativo de apuração das contribuições sociais PIS e Cofins. • A fim de evitar o aumento progressivo da carga tributária, decorrente da cumulação de incidência em cada fase da cadeia econômica, esse método adota duas diferentes técnicas, quais sejam, o sistema de creditamento e a tributação monofásica. • Na condição de revendedora, a Autuada está inserida no regime da não cumulatividade pela adoção da técnica da incidência monofásica (Lei nº 10.485, de 2002 e Lei nº 10.865, de 2004). Esse tipo de tributação concentra a cobrança do tributo em uma única etapa, pois atribui a um contribuinte a responsabilidade pelos tributos devidos por toda cadeia econômica, com alíquota única, diferenciada e mais elevada, eximindo intermediários e revendedores do pagamento. Portanto, não há que se falar em incidências múltiplas ao longo do ciclo de comercialização de veículos novos. • Como concessionária de veículos e peças, além de outras atividades inerentes ao ramo, exclui da base de cálculo do Pis e da Cofins toda a receita bruta decorrente da atividade de venda de veículos novos, eis que essas alíquotas foram reduzidas a zero de acordo com a legislação de regência e também pelo fato de a responsabilidade pelos pagamentos caber, no regime monofásico, unicamente ao fabricante ou importador, no caso, a General Motors do Brasil. Nesse contexto, as receitas que amparam a autuação já foram tributadas ou estão sujeitas à alíquota zero. II – DA PRELIMINAR DE NULIDADE – ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DA MATÉRIA TRIBUTÁVEL • O lançamento é ato jurídico de aplicação da lei tributária ao caso concreto e deve conter, entre outros, a adequada apuração do montante do tributo devido, através da correta aplicação da base de cálculo e da alíquota previstas em lei. Fl. 1435DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.436 5 • Não se admite a revisão de lançamento que contenha erro de direito (falso conhecimento, interpretação equivocada ou aplicação errônea da norma jurídica), consoante doutrina especializada e julgados do Supremo Tribunal Federal. Esse é o caso dos autos, já que a autoridade interpretou erroneamente a legislação de regência, equivocandose na identificação da matéria tributável em todas as três infrações. • Nas infrações 1 (Omissão de Receitas de Comissões de Intermediação) e 2 (Exclusão de Receitas de Incentivos de Vendas no Varejo) foram tributadas receitas submetidas à alíquota zero por expressa previsão legal. • Na infração 3 foram tributados os resgates de aplicações efetuadas pela própria empresa no Plano de Capitalização, segundo metodologia de retenção de margem de lucro para posterior devolução, conhecido como Hold Back. • Tais erros levam à contaminação da exigência com vício insanável de ilegalidade, o que a torna nula de pleno direito. O erro cometido na apuração da base de cálculo do tributo é típico erro de direito, que não pode ser aperfeiçoado, por não se enquadrar nas hipóteses previstas no art. 145 do CTN. III – DA ACUSAÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITAS RECEBIDAS DE BANCOS SEGURADORAS E AFINS • As receitas tidas por omitidas, de fato não o foram, posto que foram contabilizadas como receitas financeiras e oferecidas à tributação do IRPJ e da CSLL, só não foram incluídas nas bases de cálculo do Pis e da Cofins. • A sujeição dessa classe de receitas à alíquota zero está prevista no § 2o do art. 27 da Lei nº 10.865, de 2004 e no Decreto nº 5.442, de 2005. Julgados do CARF vão ao encontro desse argumento. • Ainda que se entenda o contrário, a classificação contábil adotada não importa, tendo em vista que esses valores integram a cadeia de receitas da venda de veículos novos, sujeitas à tributação monofásica, cuja responsabilidade de pagamento das contribuições cabe unicamente à montadora. • Portanto, não houve omissão, mas, tãosomente, a exclusão de valores recebidos dos bancos e seguradoras da base de cálculo das contribuições em exame, devido às vendas de veículos novos, sujeitos à tributação monofásica junto à montadora. IV – DA IMPROCEDÊNCIA DA APLICAÇÃO DA MULTA QUALIFICADA SOBRE A RECEITAS TIPIFICADAS NA INFRAÇÃO 1 • Descabe a qualificação da multa de oficio, porque todas as receitas recebidas de bancos, seguradoras e afins foram contabilizadas e tributadas pelo IRPJ e CSLL e somente foram excluídas da tributação de PIS e Cofins, pelo fato de a Impugnante têlas contabilizado como receitas financeiras, as quais são tributadas à alíquota zero daquelas contribuições. • O que a impugnante fez por convicção não pode, de modo algum, caracterizar o dolo, vez que nenhuma fraude foi cometida. Se era esse o entendimento da empresa, era natural repetir o procedimento adotado nos meses seguintes. • A qualificação da penalidade se aplica somente nos casos de simulação, fraude ou conluio e a fiscalização não apontou qual desses casos teria motivado a Fl. 1436DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.437 6 sua aplicação. Os singelos fundamentos utilizados não apontam em qual conduta se enquadra o ilícito imputado à Autuada, transferindo à defesa a tarefa de descobrilo. • A acusação só pode estar se referindo à fraude, porque de simulação e conluio não se trata. Cabe, entretanto, distinguir entre fraude e erro ou entendimento da Contribuinte acerca de um determinado fato. • No caso de fraude, a comprovação do dolo é essencial. Consoante doutrina especializada, dolo é a consciência e a vontade de realização da conduta descrita como infração. • A fiscalização não demonstrou a existência do dolo necessário para a qualificação da multa, pois limitouse a afirmar que a prática reiterada de um procedimento que a empresa tinha como escorreito o teria caracterizado. • Ressalta que as receitas que ampararam, no entender do fisco, a qualificação da penalidade foram inclusive informadas no Dacon, com reflexos na DCTF. Acrescenta que essas mesmas receitas foram tributadas pelo IRPJ e pela CSLL, o que demonstra que a ausência de tributação de PIS e Cofins nada teve de dolosa, mas, quando muito, de erro de interpretação. • Para a aplicação da sanção administrativa de natureza “penaltributária” há que se verificar, além da infração à lei tributária em si, também a participação e a vontade do agente. Se assim não for, não se fará possível diferenciar as causas da constituição do credito tributário das causas da qualificação da multa aplicada, fatos jurídicos que não se confundem. A simples ausência de recolhimento somente autoriza a exigência de multa de ofício em seu percentual padrão (75%). Julgados do CARF e da CSRF corroboram essa tese. V – DOS INCENTIVOS DE VENDAS NO VAREJO, CAMPANHAS PROMOCIONAIS E PREMIAÇÕES E BÔNUS ADICIONAIS. • Segundo orienta o “Plano de Contas Padronizado para Concessionárias GMB”, fl. 250, as bonificações pagas pela GMB e quaisquer outros incentivos de vendas recebidos sobre veículos devem ser contabilizadas como redutores de custo, ou seja, não constituem receitas para o cálculo do PIS e da Cofins. • Isso decorre do regramento da tributação monofásica, pela qual toda a receita de vendas de veículos novos das concessionárias está sujeita à alíquota zero, ao passo que os fabricantes e importadores desses veículos, relativamente às receitas de vendas deles decorrentes, ficam sujeitos ao pagamento de Cofins e PIS às alíquotas de 9,6% e 2%, respectivamente. • Assim, toda receita recebida pelas concessionárias em decorrência do exercício da atividade de venda de veículos novos, independente do nome que receber, mesmo que a título de bônus, tendo por base a meta de vendas, são tributadas à alíquota zero de Pis e Cofins. • O que a GMB chama de bônus é, na verdade, um “desconto” sobre o preço pago pela concessionária na compra do veiculo; só que esse “desconto” é concedido, via de regra, após a efetivação da venda e do recebimento de seu preço. Com efeito, se o veiculo foi faturado, cobrado, pela GMB, não cabe mais reduzir o seu custo por meio de descontos. Desta forma, o modo que a GMB encontrou para operacionalizar estes descontos foi efetuar a restituição de parte do valor cobrado, sob a forma de “incentivos de venda” ou de “bônus” dos mais variados tipos, sempre vinculados ao Fl. 1437DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.438 7 faturamento dos veículos beneficiados. Por isso os incentivos não podem ser concedidos sob a forma de descontos incondicionais. • O valor de compra do veículo (transação concessionária/montadora) foi base de cálculo para a incidência monofásica das contribuições. Portanto, mesmo que não se admita a contabilização dos bônus como redução de custo, ainda assim não cabe a exigência ora impugnada já que, na concessionária, esses valores seriam submetidos à alíquota zero. • Ao bonificar um veículo que permanece muito tempo em estoque (e que se pretende “desovar”) a GMB nada mais faz do que ofertar um “desconto incondicional”, que não pode mais ser incluído na nota fiscal por ela já ter sido emitida e cobrada, no mais das vezes em períodos de apuração de tributos já encerrados. Analisando referida impugnação, a 1ª Turma da DRJ/Belo HorizonteMG deu provimento parcial excluindo da tributação a infração de número 3, já referenciada. Transcrevese abaixo a ementa do Acórdão nº 0260.294, de 15/09/2014, objeto do presente recurso. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009 COFINS. BASE DE CÁLCULO. COMERCIALIZAÇÃO DE VEÍCULOS. RECEITAS AUFERIDAS DE ATIVIDADES DE INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS. REGIME MONOFÁSICO. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. A atividade de intermediação de negócios (financiamentos e seguros), exercida por concessionárias, não está diretamente inserida no ciclo econômico da comercialização de veículos e, portanto, não está sujeita ao regime de tributação monofásica das contribuições para o Pis e da Cofins. MULTA QUALIFICADA. Cabível a qualificação da multa quando evidenciado nos autos que a ação sistemática e reiterada do contribuinte teve o propósito deliberado de impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. BÔNUS SOBRE VENDAS CONCEDIDOS PELOS FABRICANTES. CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS. Os bônus conferidos pelas montadoras de automóveis aos seus concessionários, em função de vendas realizadas sob determinadas condições, caracterizamse como receitas destes últimos e, como tais, sujeitas à incidências das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, devendo compor sua base de cálculo. BASE DE CÁLCULO. COFINS. RESGATES. HOLD BACK. Fl. 1438DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.439 8 Os valores recebidos relativos ao chamado “hold back”, referentes à retenção da margem de lucro pertencente à concessionária, não integram a base de cálculo da Cofins por estas devida, em face da aplicação do regime de tributação monofásica. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009 PIS. BASE DE CÁLCULO. COMERCIALIZAÇÃO DE VEÍCULOS. RECEITAS AUFERIDAS DE ATIVIDADES DE INTERMEDIAÇÃO DE NEGÓCIOS. REGIME MONOFÁSICO. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. A atividade de intermediação de negócios (financiamentos e seguros), exercida por concessionárias, não está diretamente inserida no ciclo econômico da comercialização de veículos e, portanto, não está sujeita ao regime de tributação monofásica das contribuições para o Pis e da Cofins. MULTA QUALIFICADA. Cabível a qualificação da multa quando evidenciado nos autos que a ação sistemática e reiterada do contribuinte teve o propósito deliberado de impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS. BÔNUS SOBRE VENDAS CONCEDIDOS PELOS FABRICANTES. CONTRIBUIÇÕES PARA O PIS/PASEP E COFINS. Os bônus conferidos pelas montadoras de automóveis aos seus concessionários, em função de vendas realizadas sob determinadas condições, caracterizamse como receitas destes últimos e, como tais, sujeitas à incidências das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, devendo compor sua base de cálculo. BASE DE CÁLCULO. PIS. RESGATES. HOLD BACK. Os valores recebidos relativos ao chamado “hold back”, referentes à retenção da margem de lucro pertencente à concessionária, não integram a base de cálculo do Pis por estas devida, em face da aplicação do regime de tributação monofásica. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009 FASE IMPUGNATÓRIA. REVISIBILIDADE DO LANÇAMENTO. ERRO DE DIREITO.NULIDADE. Na fase impugnatória o lançamento é plenamente revisível e a constatação de eventual erro de direito em sua feitura não implicará em nulidade. Fl. 1439DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.440 9 NULIDADE. ERRO DE DIREITO. FENÔMENO DISTINTO DA MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. POSSIBILIDADE DE REVISÃO DE LANÇAMENTO. É possível a revisão do lançamento em face de erro de direito, porquanto se trata de fenômeno distinto da mudança de critério jurídico (art. 146 do CTN): o erro de direito ocorre quando não seja aplicada a lei ou quando a má aplicação desta seja notória e indiscutível, enquanto a mudança de critério jurídico ocorre, basicamente, com a substituição, pelo órgão de aplicação do direito, de uma interpretação por outra, sem que se possa dizer que qualquer delas seja incorreta. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Não concordando com referido julgamento o contribuinte apresentou recurso voluntário, por meio do qual, apresenta exatamente as mesmas questões colocadas em sua impugnação e que podem ser vistas no resumo da impugnação, acima transcrito. É o relatório. Fl. 1440DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.441 10 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso deve ser conhecido. 1) Nulidade do lançamento. Em apertada síntese o contribuinte afirma que o lançamento é nulo porque foi constituído com erro de direito, tendo a autoridade fiscal interpretado "erroneamente a legislação de regência, equivocandose na identificação da matéria tributável nas duas infrações mantidas pela DRJ". Acrescenta que foram tributadas receitas submetidas à alíquota zero por dispositivo expresso de lei, posto que submetidas à tributação monofásica, já que sua atuação é na revenda de veículos novos. Afirma que o erro na identificação das receitas tributáveis é um flagrante desrespeito ao art. 142 do CTN. Discordo inteiramente da tese do contribuinte. Estamos analisando uma preliminar de nulidade do lançamento fiscal. Não estamos adentrando ao mérito da autuação. A prevalecer a sua tese, teríamos que inverter a lógica do julgamento, primeiro analisase o mérito da acusação fiscal, para posteriormente, constatado algum erro de direito, declarar a sua nulidade. Por esta razão a legislação tributária estabeleceu as situações em que há nulidade do auto de infração. Esclareço que não vislumbrei nos autos de infração constante do presente processo, qualquer mácula que pudesse tornálos nulos. Prescreve o art. 59 do Decreto nº 70.235/72, com a redação dada pela Lei nº 8.748/93: Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa; Todos os atos praticados no presente processo foram executados por pessoa competente e sem preterição do direito de defesa. Cumpre verificar que foram observados os requisitos fundamentais à validade do ato administrativo. Art. 10, inc. III e IV do Decreto 70.235/72: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: (...). III a descrição do fato; Fl. 1441DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.442 11 IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável. Verificase que constam adequadamente descritos os fatos apurados pela autoridade, a fundamentação legal, a matéria tributável, os valores apurados e os fatos motivadores da autuação, permitindo ao contribuinte conhecer todos os elementos componentes da ação fiscal e, assim, propiciandolhe todos os meios para livre e plenamente manifestar suas razões de defesa. As questões apontadas pelo contribuinte referemse à divergência de entendimento quanto à correta aplicação da legislação tributária, que são relativas ao mérito da autuação. Não há nem incerteza e nem falta de liquidez na autuação, pois o valor exigido está apontado e a matéria tributável devidamente caracterizada e fundamentada. A análise de mérito destas questões podem levar à improcedência do lançamento e não a sua nulidade. Portanto afasto a preliminar de nulidade dos autos de infração. Mérito 1) Receitas recebidas de bancos e seguradoras O contribuinte obteve receitas das Instituições Financeiras em decorrência de sua intermediação para concessão de financiamentos e contratação de seguros por parte de seus clientes adquirentes de veículos. O contribuinte deixou de incluílas na base de cálculo do PIS e da Cofins. Estes fatos são incontroversos. A defesa alega que, por se tratar de receitas financeiras, são tributadas à alíquota zero por expressa determinação do Decreto nº 5.442/2005, uma vez que está sujeita ao regime de incidência nãocumulativa do PIS e da Cofins. Completa que, independentemente de serem ou não receitas financeiras, elas integram a cadeia de receitas da venda de veículos novos, estando sujeitas á tributação monofásica, cuja responsabilidade pelo pagamento das contribuições caberia unicamente à montadora. Inicialmente então devemos buscar qual a abrangência do termo "receitas financeiras" no contexto das normas de tributação. O art. 373 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000/99, dispõe que são receitas financeiras os juros recebidos, os descontos obtidos, o lucro na operação de reporte e o prêmio de resgate de títulos ou debêntures e os rendimentos nominais relativos a aplicações financeiras de renda fixa, auferidos pelo contribuinte no período de apuração. Confesso que nem na doutrina pude constatar que valores recebidos na intermediação de concessão de contratos de financiamento para aquisição de veículos e contratação de seguros pudessem ser conceituados como receitas financeiras. Veja como o Manual das Sociedades por Ações 6ª EdiçãoFIPECAFI, páginas 355 e 356, relaciona os tipos de receitas financeiras: Descontos obtidos, oriundos normalmente de pagamentos antecipados de duplicatas de fornecedores e de outros títulos. Juros recebidos e auferidos, conta em que se registram os juros cobrados pela empresa de seus clientes, por atraso no pagamento, postergação de vencimento de títulos e outras operações similares. Fl. 1442DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.443 12 Receitas de títulos vinculados ao mercado aberto, que abrigam toda receita financeira em Open Market, ou seja, a diferença total entre o valor do resgate e o de aplicação. Receitas sobre outros investimentos temporários, em que são registradas as receitas totais nos demais tipos de aplicações temporárias de Caixa, como em Letras de Câmbio, Depósito a Prazo Fixo etc. Prêmio de resgate de títulos e debêntures, conta que registra os prêmios auferidos pela empresa em tais resgates, operações essas relativamente incomuns." Evidente que a intermediação onerosa de contratos de financiamentos e de seguros entre seus clientes e as instituições financeiras não encaixam no conceito de receitas financeiras adotadas pela legislação do imposto de renda e também pela doutrina especializada. Como bem concluiu a fiscalização e foi confirmado pela decisão recorrida, esta intermediação nada mais é do que uma prestação de serviços, confirmada inclusive pela emissão em nome das referidas instituições financeiras da correspondente nota fiscal de prestação de serviços. O único elemento que poderia dar algum liame com o adjetivo "financeira" seria o fato de os recursos terem sido recebidos de instituições financeiras, mas esta tese beira o absurdo, pois fosse assim qualquer pagamento efetuado pelos bancos poderiam ser classificados como receitas financeiras. Por exemplo o valor recebido por uma empresa de engenharia por reformas efetuadas, ou os valores recebidos pelos Correios para entrega das correspondências bancárias, etc. Afastada a possibilidade de se classificar esta prestação de serviços como "receitas financeiras", ainda assim, o contribuinte defende que estes recebimentos estão sujeitos à tributação monofásica, cujas alíquotas foram reduzidas a zero nas concessionárias tendo em vista que ela está embutida na cadeia de receitas da venda de veículos novos, cuja responsabilidade pelo pagamento das contribuições caberia unicamente à montadora. Temos que buscar então a legislação que estabeleceu o regime de tributação monofásica para a venda de veículos novos. Veja o que dispõe a Lei nº 10.485/2002: Art. 1o As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto no 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) Fl. 1443DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.444 13 Art. 3o As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) § 2o Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) (...) II o caput do art. 1o desta Lei, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória no 2.18949, de 23 de agosto de 2001. (Redação dada pela Lei nº 10.925, de 2004) Por uma leitura direta destes dispositivos legais constatase unicamente que os veículos novos estão submetidos à tributação monofásica com alíquotas diferenciadas de PIS e Cofins incidentes nas vendas destes produtos. Em decorrência o inciso II do § 2º do art. 3º, acima transcrito, estabeleceu alíquota zero na venda destes produtos efetuada por comerciantes atacadistas ou varejistas. Veja bem, a lei não autorizou alíquota zero para todos os tipos de operações destes atacadistas e varejistas. Autorizou somente sobre a receita obtida na venda destes produtos. Se quisesse excluir mais alguma receita da base de cálculo do PIS e da Cofins teria que ser feito expressamente, como o fez o próprio inc. II do § 2º do art. 2º da mesma Lei, que determinou alíquota zero nos valores recebidos pelas concessionárias a título de intermediação nas vendas diretas ao consumidor efetuadas pelo fabricante. Então, se não houve determinação de exclusão da base de cálculo ou de aplicação de alíquota zero, deve ser obedecida a regra geral de tributação para o PIS e Cofins determinados pelos art. 1º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 que é a incidência não cumulativa sobre o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. No § 1º esclarece ainda que o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Assim evidente que está incluída na tributação as receitas oriundas da prestação de serviços efetuados pelo contribuinte correspondente à intermediação onerosa de contratos de financiamentos e de seguros entre seus clientes e as instituições financeiras, não podendo, por absoluta falta de previsão legal, estender a alíquota zero determinada somente para a venda dos veículos novos com o simplório argumento de que tais serviços englobam a "cadeia de receitas da venda de veículos novos". 2) Aplicação da Multa Qualificada A aplicação da multa qualificada está assim descrita no Termo de Verificação Fiscal (efl. 1035): Fl. 1444DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.445 14 (...) Tratandose de uma infração REITERADA (24 meses a fio), no qual a contribuinte esquivouse de tributar as comissões de intermediação na base de cálculo do PIS e da COFINS, DE FORMA INTENCIONAL (excluiu da base de cálculo, na DACON E NA DCTF, mesmo tendo emitido, ela mesma, notas fiscais de comissões, tendo sido inclusive retida na fonte sob a rubrica de “intermediação”, o que demonstra todo o seu conhecimento sobre o fato gerador em si), aplicase a multa agravada prevista no artigo 44, parágrafo primeiro da Lei 9.430/96 e seus ajustes: § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) O contribuinte defendese, pedindo o cancelamento da multa, alegando que não houve dolo, já que nenhuma fraude foi cometida e que o procedimento foi reiterado pois tratava se de repetir um entendimento quanto à não tributação daquelas receitas que tinham sido contabilizadas como receitas financeiras. Afirma que a fiscalização não teria apontado qual a conduta dos art. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64 ele se enquadraria. Afirma que a fiscalização só pode estar se referindo a fraude, porque de simulação e conluio não se trata. Se for fraude a comprovação do dolo é essencial. Afirma que estas receitas foram escrituradas, contabilizadas, informadas no Dacon e foram tributadas pelo IRPJ e CSLL, o que comprova que a não tributação do PIS e Cofins só pode ser decorrente de erro e nunca intencional. Aduz que não estando comprovada a vontade do agente não é possível a aplicação da referida multa. Aqui reputo ter razão o contribuinte. A qualificação da multa prevista no § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430/96 pressupõe que houve uma conduta intencional com a prática de atos de sonegação, fraude e conluio nos termos especificados nos art. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, in verbis: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art. 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do Imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento.: Art. 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 7l e 72. Fl. 1445DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.446 15 Aqui, entendo que a acusação tem que ser lastreada em provas contundentes para demonstrar o evidente intuito de fraude. A não tributação das referidas receitas de forma reiterada, por 24 meses, serve para caracterizar de fato uma ação intencional sim do contribuinte. Mas a fiscalização tem que comprovar se a intenção encaixase com o objetivo de sonegação, fraude ou conluio. Já de início erra a fiscalização em não identificar em quais destes tipos penais se encaixa a ação produzida pelo sujeito passivo. Somente a título de exemplo, se o contribuinte entende certo o seu procedimento, natural que ele se repita por vários e vários anos, caracterizando aqui uma intenção legítima ao procedimento adotado. O procedimento e o entendimento adotado pelo contribuinte em relação à tributação dessas receitas está evidenciado na sua escrituração contábil e nas respostas às intimações. No meu ponto de vista a fiscalização comprovou que o entendimento do contribuinte estava errado, mas faltou comprovar que o procedimento foi efetuado com intuito doloso de fraude ou sonegação. Portanto, voto por afastar a aplicação da multa de ofício qualificada de 150%, mantendoa no patamar de 75%. 3) Exclusão de Receitas oriundas de Incentivos de Vendas no Varejo, Campanhas promocionais e Premiações e Bônus Adicionais. Neste caso também os fatos são incontroversos. O contribuinte contabilizou os valores recebidos da General Motors do Brasil que foram pagos a título de incentivo de vendas como redutor de custos, sendo que a fiscalização entende que estes incentivos nada mais são do que "Bônus de Produtividade" e devem ser classificados como receitas operacionais, sujeitas à tributação pelo PIS e pela Cofins. Em apertada síntese o sujeito passivo defende que o bônus é um “desconto” sobre o preço pago pela concessionária na compra do veículo; só que esse “desconto” é concedido, via de regra, após a efetivação da venda e do recebimento de seu preço. Sendo assim, o modo que a GMB encontrou para operacionalizar estes “descontos” foi efetuar a restituição de parte do valor cobrado, sob a forma de “incentivos de venda” ou de “bônus” dos mais variados tipos, sempre vinculados ao faturamento dos veículos beneficiados, por parte das concessionárias. Em complemento destaca que, mesmo não admitida a contabilização dos bônus como redução de custos, ainda assim não caberia a exigência ora impugnada porque o bônus estaria incluído no valor de compra do veículo (transação concessionária/montadora) e, portanto, já tributado na base de cálculo para a incidência monofásica das referidas contribuições. De fato, a GMB, em razão de especificidades mercadológicas, oferece à sua rede de concessionárias incentivos financeiros para que elas incrementem a venda de alguns de seus produtos em determinados períodos. Só que estes produtos não pertencem mais à GMB. Já foram vendidos, recebido o preço integral, e pertencem às concessionárias. Então de forma alguma, não se pode falar que este bônus é um desconto aplicado ao preço de compra destes produtos. Não se trata efetivamente de desconto e muito menos de desconto incondicional, o que poderia determinar a sua exclusão da base de cálculo do PIS e Cofins, ante o disposto no art. 1º, § 3º, inc. V, "a" da Lei nº 10.833/2003 (Cofins) e Lei nº 10.637/2002 (PIS). Não é possível, juridicamente, a GMB dar desconto sobre um bem que não mais lhe pertence. Denotase daí que esse bônus não pode ser feito mediante redução no preço de compra dos veículos, uma vez que tais compras já haviam sido realizadas, com preço pago e Fl. 1446DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11516.723069/201263 Acórdão n.º 3301002.738 S3C3T1 Fl. 1.447 16 com característica de serem definitivas. O preço de compra já havia sido acordado e estabelecido antes que ocorressem as vendas dos veículos aos consumidores finais, não podendo, portanto, o bônus influenciar o preço de compra. Por consequência, temos aí um negócio jurídico realizado entre fabricante e concessionária que não tem nenhum vínculo com a compra do veículo. É um negócio posterior e que atende aos interesses de ambos. Ao fabricante, porque aumenta a visibilidade de sua marca, permite o aumento da demanda de seus produtos, estimula a reposição dos estoques das concessionárias, demanda o aumento de sua produção e vendas, etc. As Concessionárias ganham com o valor financeiro do bônus e em outras operações ligadas às vendas dos veículos, como por exemplo, comissões de financiamento e seguros, prestação de serviços de sua oficina, etc. A conclusão que chego é que o "bônus de produtividade" concebido da forma como relatado, não pode ser contabilizado como redutor de custos, pois não integra o valor de compra dos veículos, sendo por consequência uma receita obtida pelas concessionárias em razão de sua atividade operacional. Não se aplica a alíquota zero pois não se trata da venda de produtos sujeitos à tributação monofásica, não havendo qualquer previsão legal para sua exclusão da tributação para o PIS e a Cofins, ante o disposto na legislação de regência art. 1º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 cuja determinação é a incidência nãocumulativa sobre o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. No § 1º esclarece ainda que o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário do contribuinte, somente para afastar a aplicação da multa de ofício no percentual de 150%, mantendoa em 75%. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 1447DF CARF MF Impresso em 04/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 03/ 02/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
score : 1.0
Numero do processo: 10980.001117/2002-48
Turma: Terceira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Oct 08 00:00:00 UTC 2008
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997
PRAZOS. INTEMPESTIVIDADE. PEREMPÇÃO.
O prazo para a apresentação do Recurso Voluntário é de trinta
dias, contado da ciência da decisão de primeira instância. No
caso, o Aviso de Recebimento indica que esta • se deu em
22/01/2007, enquanto que o Recurso Voluntário foi apresentado
no dia 23/02/2007, depois de transcorrido o prazo legal.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 203-13.362
Decisão: ACORDAM os Membros da TERCEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por ser intempestivo
Matéria: DCTF_IPI - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (IPI)
Nome do relator: Gilson Macedo Rosenburg Filho
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MINISTÉRIO DA FAZENDA SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES • TERCEIRA CÂMARA Processo n° 10980.001117/2002-48 Recurso e 139.411 Voluntário Matéria IPI - Acórdão n° 203-13.362 Sessão de 08 de outubro de 2008 Recorrente METALKRAFT S/A INJEÇÃO E USINAGEM Recorrida DRJ-Ribeirão Preto/SP ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997 PRAZOS. INTEMPESTIVIDADE. PEREMPÇÃO. O prazo para a apresentação do Recurso Voluntário é de trinta dias, contado da ciência da decisão de primeira instância. No caso, o Aviso de Recebimento indica que esta • se deu em 22/01/2007, enquanto que o Recurso Voluntário foi apresentado no dia 23/02/2007, depois de transcorrido o prazo legal. Recurso Voluntário Não Conhecido. - Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da TERCEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por ser intempestivo. 7ON MAgE ROSENBURG FILHO ME-SECON—r)CONsra--ui4 isNTES CONFERE COMO /Presidente/Relator Brasília, R , , Matilde Cu o de Ofiveire _ Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Eric Moraes de Castro e Silva, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, José Adão Vitorino de Morais, Fernando Marques Cleto Duarte e Dalton Cesar - Cordeiro de Miranda. -- - - Processo n° 10980.001117/2002-48 CCO2/CO3 Acórdão n.° 203-13.382 Fls. 101 MF-SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES - CONFERE COMO ORIGINAL Matilde C ele 00~ Mat. Siai* 91650 Relatório Como forma de elucidar os fatos ocorridos até a decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, colaciono o relatório do Acórdão recorrido, in verbis: Em auditoria interna de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) de que tratam a IN SRF n° 045, de 1998, e a IN SRF n" 077, de 1998, foi constatado falta de pagamento, relativamente ao ano de 1997, consoante capitulação legal consignada àfl.06 (quadro 10 do auto de infração) e, então, foi lavrado o auto de infração para exigir R$15.967,60, inclusos multa de mora e juros. A empresa apresentou a impugnação de fi. 01, na qual contestou a exigência, alegando que os valores foram recolhidos. Para provar o alegado, anexou cópias das guias de recolhimento (Dad) ao processo. Considerando os fatos trazidos ao processo pela manifestante, o lançamento foi revisto de oficio pela autoridade administrativa, com a proposta de cancelamento dos créditos constantes nos demonstrativos de fis. 26 a 29, considerados improcedentes e de manutenção do saldo remanescente. Em Informação Fiscal de fl. 25, constou que o Darf apresentado como pagamento do IPI referente ao 1" decêndio de outubro de 1997 está integralmente alocado para o débito do IPI apurado no 3° decêndio de setembro de 1997, com vencimento em 10/10/1997 Por intermédio do Acórdão n° 14-14024 de 01/11/2006, às fls. 38/40, a DRJ de Ribeirão Preto julgou o lançamento procedente, com a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Ano-calendário: 1997 DCTF. FALTA DE PAGAMENTO. Não comprovado o pagamento do imposto, mantém-se a exigência, que deverá ser recolhida juntamente com os acréscimos legais. Lançamento Procedente - Descontente com a decisão de primeira instância, o sujeito passivo protocolou petição de fl. 44, na qual afirma: "o DARF apresentado como pagamento do IPI referente ao primeiro decêndio de outubro de 1997, no valor de R$ 4.073,46, _realmente está alocado integralmente ao débito do IPI apurado T-1-6 ter—Celfo-Ele—céndio de setembro de 1997. Ocorre que, j- por um erro no preenchimento da DCTF do 4° trimestre de 1997, o débito foi novamente informado como devido no primeiro decêndio de outubro de 1997, sendo que neste período a empresa apresentou saldo credor de IPI. Assim, foi realizada a retificação da DCTF do quarto - - - - 2 Processo no 10980.001117/200248 CCO2/CO3 Acórdão n.• 203-13.362 Ás. 102 trimestre, desconsiderando débito indevido do IPI para o primeiro decêndio de outubro de 1997". É o relatório MP-SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES • CONFERE COMO ORIGINAL • • Brasília 0e91 1/ i ol Matilde Ctft de 011veira • Mat. Siam 91650 •• _ _ 3 , Processo n°10980.001117/2002-48 CCO2/CO3 Acórdão n.• 203-13.382 Fls. 103 Voto Conselheiro GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Relator O Aviso de Recebimento que comprova de forma apodíctica que a data da ciência da decisão de primeira instância se deu em 22/01/2007 (fl. 43). Contudo, a Recorrente apresentou sua petição recursal em 23/02/2007, deixando de observar o prazo de trinta dias estipulado pelo artigo 33 do Decreto n°70.235, de 1972. Neste contexto, deixo de conhecer do recurso em face de sua perempção. Sala d..d.. - - ões, e 0: de outu • jr, d 2008 II,',FP; ._ iN • - 'O ROSENBURG FILHO MF-SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES CONFERE COMO ORIGINAL Bras% 02 1? / ti / Og Matilde CS° de Oliveira Mat. Sopra 91550 4 Page 1 _0023000.PDF Page 1 _0023100.PDF Page 1 _0023200.PDF Page 1
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Numero do processo: 10865.001510/2004-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 15/08/2003 a 15/10/2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA DE MATÉRIA DISCUTIDA NA ESFERA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL RENÚNCIA TÁCITA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. SÚMULA CARF Nº 1
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Recurso Voluntário não conhecido.
Numero da decisão: 3402-002.866
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 15/08/2003 a 15/10/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA DE MATÉRIA DISCUTIDA NA ESFERA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL RENÚNCIA TÁCITA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. SÚMULA CARF Nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso Voluntário não conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 15/08/2003 a 15/10/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA DE MATÉRIA DISCUTIDA NA ESFERA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL RENÚNCIA TÁCITA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. SÚMULA CARF Nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso Voluntário não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 00 15 10 /2 00 4- 10 Fl. 199DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 2 Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 1a Turma da DRJ de Ribeirão Preto SP (fls. 171/178), a qual, por unanimidade de votos, julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do acórdão assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 15/08/2003 a 15/10/2004 AÇÃO JUDICIAL. COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS. VEDAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. A compensação de crédito financeiro contra a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, mediante a entrega de Declaração de Compensação (Dcomp), está condicionada ao trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. AÇÃO JUDICIAL. PROPOSITURA. EFEITOS. A propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Pública, de ação judicial por qualquer modalidade e a qualquer tempo, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, aplicandose ao caso a decisão judicial. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 15/08/2003 a 15/10/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. A homologação de compensação de débitos fiscais, mediante a entrega de Declaração de Compensação (DComp), depende da certeza e liquidez do crédito financeiro utilizado pelo contribuinte. Solicitação Indeferida. Por muito bem retratar os fatos, transcrevo, a seguir, o relatório objeto da decisão recorrida: A interessada acima qualificada ingressou com os Pedidos de Restituição/ Declarações de Compensação (Per/Dcomps) às fls. 02/65, transmitidos via Intemet, a partir de 28/08/2003 a 15/10/2004, visando à homologação da compensação dos débitos fiscais vencidos de sua responsabilidade, no valor total de R$ 944,78 (novecentos e quarenta e quatro reais e setenta e oito centavos), com vencimentos a partir de 15/08/2003 a 15/10/2004, indicando como créditos financeiros parte do montante de R$ 2.087,59 (dois mil oitenta e sete reais e cinqüenta e nove centavos) decorrentes de pagamentos indevidos a titulo de contribuição para o PIS nos termos dos indigitados Decretoslei n° 2.445 e n° 2.449, ambos de 1988. Por meio do Despacho Decisório às fls. 123/125, datado de 08/07/2005, de cuja ciência a interessada foi intimada em 02/08/2005, a DRF em Limeira, SP, não homologou a compensação dos débitos declarados sob o argumento de que créditos financeiros, objeto de discussão judicial, somente podem ser compensados, após o trânsito em julgado da Fl. 200DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10865.001510/200410 Acórdão n.º 3402002.866 S3C4T2 Fl. 200 3 respectiva decisão que reconheceu o direito de o contribuinte repetilos/compensálos. Cientificada daquele despacho decisório, inconformada, a interessada interpôs a manifestação de inconformidade às fls. 128/135, requerendo a esta DRJ a sua reforma para que lhe seja deferida a compensação dos débitos fiscais declarados, alegando, em síntese, que, não obstante a decisão judicial que lhe serviu de amparo para efetuar a compensação dos débitos fiscais, objeto dos Per/Dcomps em discussão, não tenha transitado em julgado, possui direito à compensação dos créditos financeiros utilizados naqueles Per/Dcomps, tendo em vista que, no presente caso, não se aplicaria o Código Tributário Nacional (CTN) art. 170A, porque os créditos financeiros surgiram antes do advento da vigência deste dispositivo legal, sendo que sua aplicação ao presente caso configuraria retroatividade da Lei com prejuízo ao seu patrimônio. É o relatório. Como visto, tratase de recurso contra o indeferimento dos Pedidos de Compensação (Per/Dcomp) realizados pela Recorrente, com amparo em decisão judicial proferida em sede de Mandado de Segurança Coletivo (MSC), impetrado pela Associação Comercial e Industrial de Americana (SP). A ciência da decisão que manteve a exigência formalizada contra a recorrente ocorreu em 15/05/2009 (fl. 182). Inconformada, a mesma apresentou, em 01/06/2009 (fls. 184), o recurso voluntário de fls. 184/194, onde assevera o seguinte: a) alega o Fisco que a Recorrente não poderia ser beneficiada pela decisão judicial em caráter coletivo, posto que a decisão judicial não transitou em julgado. Ocorre que, comprovou a requerente estar devidamente inscrita entre os associados da Associação Comercial e Industrial de Americana (SP), pelo que, não havendo qualquer limitação de ordem temporal na decisão judicial destacada, não teria fundamento a negativa do direito à compensação. b) portanto, o indeferimento (não homologação) dos procedimentos de compensação revelase arbitrários, posto que não observou as delimitações impostas pela decisão judicial. Ademais, também não seria cabível a não homologação da compensação, com fundamento na ausência de liquidez e certeza do crédito, tendo em vista que a decisão proferida nos autos do Mandado de Segurança Coletivo ainda não transitara em julgado, já que o presente caso não importa na aplicação de oficio do disposto no artigo 170A, do CTN. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 201DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 4 O recurso voluntário é tempestivo e foi apresentado por parte legítima. Quanto à matéria, esta se encontra dentre dos assuntos que são da competência desta Turma de julgamento. O crédito financeiro indicado pela interessada nos Per/Dcomp em discussão, decorre de pagamentos indevidos a título de contribuição para o PIS, cujo direito à compensação está sendo discutido no Mandado de Segurança Coletivo interposto, pela Associação Comercial e Industrial de Americana (SP), da qual é associada, perante a 2ª Vara da Justiça Federal em Piracicaba (SP) sob o n° 1999.61.09.0014932. A ação judicial tem como objeto o reconhecimento da inconstitucionalidade da alteração na sistemática de pagamento do PIS determinada pelos Decretoslei nº 2.445 e nº 2.449, ambos de 1988, e o provimento que garanta aos associados da parte impetrante o direito de continuar se submetendo aos ditames das Leis Complementares (LCs) nº 7, de 1970, e nº 17, de 1973, bem como compensar o que teriam recolhido a maior, a título do PIS, com outros tributos e contribuições sociais da mesma espécie. Indeferida a liminar, na sentença de mérito (cópia às fls. 99/106), o MM Juiz Federal concedeu a segurança, reconhecendo aos associados da impetrante o direito de apurar e pagar o PIS nos termos das LC n° 7, de 1970, e n° 17, de 1973, e a compensar os créditos decorrentes dos pagamentos a maior, efetuados nos termos daqueles Decretoslei, em relação à contribuição devida segundo estas leis complementares, com débitos do próprio PIS vincendos ou com débitos de outros tributos e contribuições sociais administrados pela RFB, condicionando, contudo, a realização da compensação somente depois do trânsito em julgado da decisão judicial, conforme estabelece o CTN, em seu artigo 170A: Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído pela Lei Complementar nº 104, de 10.1.2001). A Recorrente, informa em seu recurso que “(...) No entanto, quanto a observância do artigo 170A, do Código Tributário Nacional disposta na r. sentença de mérito proferida no mandamus coletivo, é de se destacar que a matéria encontrase sub judice, por força de Recurso de Apelação interposto pela impetrante (associação de classe), tendo em vista tratarse de hipótese em inaplicável o mencionado dispositivo legal, senão vejamos: (...)” No julgamento, a 3ª Turma do TRF (3ª Região), por unanimidade, deu provimento à remessa oficial e julgou prejudicadas as apelações, nos termos do relatório e voto, partes integrantes do presente julgado. Em seu voto o Exmo. Senhor Desembargador Federal assim se manifestou: “(...) independentemente do exame da questão da inexigibilidade do crédito tributário, não existe direito líquido e certo à compensação sem que o contribuinte comprove, primeiramente, que efetivou o recolhimento do tributo impugnado, através da juntada das guias fiscais próprias (DARF). Embora seja evidente que o mandado de segurança não tem o escopo de discutir valores, mas apenas o direito à compensação, em si, é certo que este somente pode ser assegurado se comprovado que houve o recolhimento do tributo impugnado, sob pena de terse a hipótese de impetração contra lei em tese”. Fl. 202DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10865.001510/200410 Acórdão n.º 3402002.866 S3C4T2 Fl. 201 5 Ainda, insatisfeita, a interessada interpôs recurso especial, processo nº CNJ 000400565.2008.4.03.0000, tramitou no TRF da 3ª Região, conforme Consulta Processual efetuada, em 18 de janeiro de 2016, à página desse Tribunal na Internet. O processo retornou para origem, Justiça Federal de Piracicaba (SP), onde se encontra com decisão e arquivado em 28/05/2013, conforme se verifica na pesquisa pela internet no site da Justiça Federal – Seção Judiciária de São Paulo. Como é sabido, é irrelevante, na espécie, que o processo judicial tenha sido decidido sem a resolução de mérito, na forma do art. 267 do CPC, pois as renuncias às instâncias administrativas, em decorrência da opção pela via judicial, é definitiva, insuscetível de retratação. Por outro giro, como já disposto, a Recorrente efetuou compensação de indébitos tributários advindos do recolhimento indevido da Contribuição ao PIS, nos moldes dos DecretosLeis nºs 2.445 e 2.449, de 1988, com amparo em sentença concessiva de segurança. Portanto, no que tange à suposta legitimidade das compensações, não conheço dos argumentos desenvolvidos pelo sujeito passivo uma vez que o objeto do presente processo administrativo foi integralmente submetido a exame pelo Poder Judiciário. Como se vê, na informação fiscal de fl. 2 e nas DComp (fls. 3/66), que os créditos tributários objeto do presente processo, foram tratados nos termos deferidos pelo Poder Judiciário (créditos oriundos de ações judiciais), não se podendo mais admitir que essa questão seja rediscutida na instância administrativa. De fato, tendo em vista a concomitância entre as demandas judicial e administrativa, a instância recorrida não se manifestou sobre as questões submetidas ao Poder Judiciário, tendo entendido pela renúncia à instância administrativa, o que fez com fundamento nos termos da Lei n° 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único e do Decretolei n° 1.737, de 1979, art. 1°, § 2°, bem como no Ato Declaratório Normativo COSIT nº 03/1996 a época vigente, atualmente revogado pelo Parecer Normativo Cosit nº 7, de 22 de agosto de 2014. Notese que o fez corretamente, em respeito ao princípio da unidade de jurisdição, previsto no artigo 5o, inciso XXXV, da Constituição Federal. Essa questão, inclusive, já está pacificada no âmbito do CARF, cuja Súmula no 1, estabelece o seguinte: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Desta forma, não se pode, pois, conhecer do mérito relacionado às compensações guerreadas pelo sujeito passivo. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA 6 Da conclusão Com a entrada em vigor da Lei Complementar nº 104/2001, de 11/01/2001, passou a ser vedada compensação objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo antes do transito em julgado da decisão judicial, com a introdução da letra ‘A’ no artigo 170 do CTN. Diante do acima exposto e com base na Súmula CARF nº 1, voto por não conhecer do recurso, negandolhe provimento. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator Fl. 204DF CARF MF Impresso em 03/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/02/20 16 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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