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Numero do processo: 10314.720382/2011-72
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010
RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DA DEMONSTRAÇÃO DA DIVERGÊNCIA. INADMISSIBILIDADE.
Não se admite recurso especial quando o recorrente não lograr demonstrar a divergência de interpretação da legislação tributária suscitada.
Numero da decisão: 9303-004.393
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado) e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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AUSÊNCIA DA DEMONSTRAÇÃO DA DIVERGÊNCIA. INADMISSIBILIDADE. Não se admite recurso especial quando o recorrente não lograr demonstrar a divergência de interpretação da legislação tributária suscitada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado) e Vanessa Marini Cecconello. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 03 82 /2 01 1- 72 Fl. 8010DF CARF MF Processo nº 10314.720382/201172 Acórdão n.º 9303004.393 CSRFT3 Fl. 8.011 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de divergência tempestivo interposto pela Fazenda Nacional (efls. 7979/ss), ao amparo do art. 67, Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 25 de junho de 2009, em face do Acórdão nº 3403002.716, de 29/01/2014, assim ementado, na parte de interesse do presente exame: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Exercício: 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 BENEFÍCIO FISCAL. REDUÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. CONDIÇÕES. REGULARIDADE FISCAL. REVISÃO ADUANEIRA. A apuração da regularidade fiscal constitui requisito à fruição de benefícios fiscais como a redução do imposto de importação proporcionada pelo “regime automotivo”, e pode ser fiscalizada em ato de revisão aduaneira, incumbindo ao beneficiário a guarda dos documentos correspondentes. DOCUMENTOS. SISTEMAS DA ADMINISTRAÇÃO. AÇÃO DE OFÍCIO. A partir do art. 37 da Lei no 9.784/1999, quando suscitado pelo interessado, incumbe à RFB prover de ofício dados registrados em sistemas da própria RFB, ou de outros órgãos da Administração. SUSPENSÃO. IPIIMPORTAÇÃO. REGIME AUTOMOTIVO. BENEFÍCIO FISCAL. AUSÊNCIA. A suspensão do IPIImportação no chamado “Regime Automotivo” (Leis no 9.826/1999 e no 10.182/2001) não constitui um benefício ou incentivo fiscal, restando inaplicável, salvo disposição legal específica, a exigência de regularidade fiscal. Em apertada síntese, na decisão recorrida tratouse dos benefícios concedidos no denominado “Regime Automotivo”, que consiste na concessão, na importação, de redução do imposto de importação e de suspensão do IPI incidente nessas operações. A fiscalização efetuou a autuação fiscal por entender que a empresa efetuou operações de importação, por meio do registro de diversas declarações de importação (efls. 7682/7684), sem estar amparada por Certidão de Regularidade do FGTS (CRF), como exigiria a legislação de regência da matéria. O Acórdão da DRJ – São Paulo deu procedência parcial à impugnação apresentada, restringindo a autuação apenas para as declarações de importação registradas no Fl. 8011DF CARF MF Processo nº 10314.720382/201172 Acórdão n.º 9303004.393 CSRFT3 Fl. 8.012 3 período compreendido entre 27/08/2009 a 15/10/2009. Dessa decisão foi apresentado Recurso de Ofício. O contribuinte também apresentou Recurso Voluntário (efls. 7934/ss). Restou assentado no voto vencedor do Acórdão recorrido, de lavra da i. Conselheiro Rosaldo Trevisan, o entendimento segundo o qual deveria ser afastada a cobrança do crédito tributário em relação ao IPI por entender que no caso foi concedida a suspensão do tributo, e não de “isenção ou redução”, de modo que não poderia ser tal hipótese enquadrada como incentivo ou benefício fiscal. Confiramse trechos do seu voto: (...) O art. 60 da Lei no 9.069/1995, o art. 27 da Lei no 8.036/1990 e o art. 47 da Lei no 8.212/1991 exigem a comprovação da regularidade, respectivamente, para “concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefício fiscal”, “obtenção de favores creditícios, isenções, subsídios, auxílios, outorga ou concessão de serviços ou quaisquer outros benefícios”, “recebimento de benefícios ou incentivo fiscal ou creditício”. O fisco não argumenta, no entanto, por que seria a suspensão um benefício fiscal, limitandose a afirmar que “os benefícios do ‘Regime Automotivo’ em análise consistem na suspensão do IPI e na redução do II durante uma importação” (fl. 7679). Recordese que o artigo 121 do Regulamento Aduaneiro, invocado na revisão, referese a “isenção ou redução” do imposto de importação. Fossem as suspensões benefícios fiscais, cabível seria a exigência de certidões de regularidade fiscal para todos os regimes aduaneiros especiais (nos quais há, em regra, suspensão do imposto de importação e do IPIimportação, entre outros). Mas a própria Receita Federal já se encarregou de, normativamente, atestar que os regimes aduaneiros especiais não constituem benefícios fiscais, por meio do Ato Declaratório Normativo COSIT no 22, de 16/09/1997: “COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o item II da Instrução Normativa SRF No 34, de 18 de setembro de 1974, e tendo em vista o que dispõe o art. 60 da Lei No 9.069, de 29 de junho de 1995, declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que a concessão e aplicação dos regimes aduaneiros especiais não está condicionada à comprovação pelo contribuinte da quitação de tributos e contribuições federais, por não se tratar de incentivo ou benefício fiscal.” Apesar de não ser o “Regime Automotivo” um regime aduaneiro especial, é inconcebível e incoerente que a suspensão de IPImportação seja um benefício fiscal aqui, e acolá não o seja. Devendo a fiscalização alinharse ao entendimento normativo da instituição, não poderia a autuação exigir IPIimportação em função de descumprimento de requisito afeto somente a benefícios ou incentivos fiscais. Fl. 8012DF CARF MF Processo nº 10314.720382/201172 Acórdão n.º 9303004.393 CSRFT3 Fl. 8.013 4 Reiterese, derradeiramente, que os requisitos para fruição da suspensão (destinação dos bens) sequer são questionados pelo autuante. Deve assim ser afastada a exigência em relação ao IPIimportação, removendose ainda seu reflexo em relação às contribuições (tendo em vista que o IPI compõe a base de cálculo do ICMS, que, por sua vez, integrava a base de cálculo das contribuições, à época ao menos enquanto não restar transitado em julgado o RE no 559.937). Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso de ofício e dar parcial provimento ao recurso voluntário, para afastar a exigência em relação ao IPIimportação e em relação à parcela das contribuições dele decorrente. (grifos são originais) A Fazenda Nacional apresentou Recurso Especial (vide efls. 7979/ss), indicando como paradigma o Acórdão nº 9303002.675, cuja ementa transcrevese abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 19/12/2003 REGIME AUTOMOTIVO. EXIGÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE REGULARIDADE FISCAL NO MOMENTO DO DESEMBARAÇO. Definido que ao benefício em discussão se aplica a disposição do art. 60 da Lei 9.069/95, cumulativamente à norma específica do regime, mostrase cabível a exigência de nova CND a cada desembaraço aduaneiro, em nada se opondo esse entendimento àquele oriundo do STJ, aplicável, este último, apenas ao drawback. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Para demonstrar a suposta divergência de interpretação dada a legislação tributária, a Recorrente citou o seguintes trechos do paradigma: (...) Completamente diversa é, no entanto, a situação do Regime Automotivo: a própria lei que o instituiu – art. 6º, I da Lei 10.182 – já exigiu a comprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais, aqui equiparada à exibição de CND (ponto sobre o qual também não se instaurou a divergência). Isso é, aliás, reconhecido pela própria recorrente. Ou seja, de um lado se tem um regime aduaneiro especial para cuja validade somente era originalmente exigida, grosso modo, a comprovação da efetiva exportação de certa quantidade de produtos, e ao qual se passou a aplicar adicionalmente a exigência genericamente prevista na Lei 9.069, e, do outro, um regime que, desde o seu nascedouro, já contém tal exigência de forma explícita. Notese que se trata de legislação posterior à Lei 9.069 e específica para o benefício. (...) E essa conclusão se vê reforçada pelo entendimento, já não mais objeto de controvérsia, de que a ele se aplica o art. 60 da Lei 9.069, em adição ou complemento à Lei 10.182, ainda que seja esta última específica do regime e Fl. 8013DF CARF MF Processo nº 10314.720382/201172 Acórdão n.º 9303004.393 CSRFT3 Fl. 8.014 5 posterior àquela e somente preveja a comprovação da regularidade no momento da habilitação. Por isso é que entendo que somente acatando a pretensão da empresa de que a Lei 9.069 não se aplica ao benefício em causa se poderia cogitar da dispensa da exigência debatida. Pacificada a questão, ao seu recurso especial há de ser negado provimento. (...) O contribuinte apresentou Contrarrazões ao Recurso Especial (efls. 7989/ss), onde repisa os mesmos argumentos já aduzidos no Recurso Voluntário. O Recurso Especial foi admitido (efls. 8005/8006), muito embora já tenha consignado no despacho de admissibilidade a existência de dúvida quanto a demonstração da divergência, verbis: (...) A decisão recorrida, compartimentando o programa, apartou os institutos previstos na legislação redução e suspensão do tributo , para concluir que o primeiro corresponderia a um benefício fiscal, enquanto o segundo, não; daí porque em relação a ele não haveria que se falar em “prova de regularidade fiscal” como requisito para sua utilização. Como se vê a questão tormentosa, todavia, nesta etapa processual, onde é realizado o juízo de prelibação do recurso, cuja verificação do cumprimento dos pressupostos é objetiva, a dúvida a respeito da divergência interpretativa favorece a sua admissão, ao passo que, aprofundar o debate, neste momento, equivaleria a usurpar competência regimental da Câmara Superior de Recursos Fiscais – CSRF. (grifos nossos) (...) É o Relatório. Fl. 8014DF CARF MF Processo nº 10314.720382/201172 Acórdão n.º 9303004.393 CSRFT3 Fl. 8.015 6 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal Relator O recurso embora tempestivo, não deve ser conhecido pelo fato de o Recorrente não ter logrado demonstrar a divergência de interpretação da legislação tributária suscitada. Como relatado, no acordão recorrido restou consolidado o entendimento segundo o qual deveria ser afastada a cobrança do crédito tributário em relação ao IPI, sob o fundamento que para este tributo foi concedida a suspensão de tributo, e não de “isenção ou redução”. Assim sendo, tal hipótese não poderia ser enquadrada como um incentivo ou benefício fiscal. Por conseguinte, não se tratando de incentivo ou benefício fiscal, no caso específico do IPIvinculado, não seria cabível a exigência de regularidade fiscal efetuada pela fiscalização na revisão aduaneira. Por sua vez, o acórdão paradigma trazido pela Recorrente, ao analisar a redução de alíquota do imposto de importação, decidiu que a fruição do Regime Automotivo exige a prova da regularidade fiscal, por expressa disposição legal do art. 6º, I, da Lei nº 10.182/2001. Portanto, a discussão nesse julgado restringiuse à necessidade da apresentação da prova de regularidade fiscal por meio da apresentação da devida certidão negativa de débitos (CND). Em suma, em ambos os acórdãos – recorrido e paradigma – decidiuse que há necessidade da apresentação de comprovação da regularidade fiscal para fins de usufruir da redução do imposto de importação previsto no art. 6º, I da Lei nº 10.182/2001. Porém no Acórdão recorrido teve uma discussão adicional se há ou não a necessidade de comprovação da regularidade fiscal para fins de usufruir da suspensão do IPI importação previsto no art. 5º, § 1º da Lei nº 9.826/99. Na leitura do acórdão paradigma essa discussão não foi efetuada. O uso genérico do termo "regime automotivo" usado no paradigma pode realmente levar a uma confusão de entendimentos, porém, de fato ele não se debruçou sobre a exigência ou não da certidão de regularidade fiscal para que se possa usufruir da suspensão do IPIimportação. Vêse, portanto, que a matéria tratada no acórdão recorrido – se a suspensão do IPIimportação enquadrase como um benefício ou incentivo fiscal – não é a mesma discutida no paradigma, que apenas restringiuse a discussão no tocante à necessidade da comprovação da regularidade fiscal para usufruir da redução do Imposto de Importação previsto no art. 6º, I da Lei nº 10.182/2001. Assim, diante do exposto, divergindo do exame de admissibilidade de efls. 8005/8006 voto por não conhecer do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, por não ter a Recorrente logrado demonstrar a divergência da interpretação da legislação tributária suscitada. Fl. 8015DF CARF MF Processo nº 10314.720382/201172 Acórdão n.º 9303004.393 CSRFT3 Fl. 8.016 7 (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 8016DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.934783/2009-31
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 08 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Nov 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/05/2002 a 31/05/2002
ENTIDADE DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. MENSALIDADES DE ALUNOS. ISENÇÃO. ATIVIDADE PRÓPRIA. ABRANGÊNCIA DO TERMO. POSSIBILIDADE DE SERVIÇOS CONTRAPRESTACIONAIS.
A entidade de educação sem fins lucrativos faz jus à isenção da Cofins sobre a receita relativa a sua atividade própria (aquela compatível com o seu objeto social), ainda que tenha origem em contraprestação direta dos beneficiários dos serviços prestados.
Recurso Especial do Contribuinte provido.
Numero da decisão: 9303-004.367
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/05/2002 a 31/05/2002 ENTIDADE DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. MENSALIDADES DE ALUNOS. ISENÇÃO. ATIVIDADE PRÓPRIA. ABRANGÊNCIA DO TERMO. POSSIBILIDADE DE SERVIÇOS CONTRAPRESTACIONAIS. A entidade de educação sem fins lucrativos faz jus à isenção da Cofins sobre a receita relativa a sua atividade própria (aquela compatível com o seu objeto social), ainda que tenha origem em contraprestação direta dos beneficiários dos serviços prestados. Recurso Especial do Contribuinte provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Relator Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello.
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ISENÇÃO. Recorrente SOCIEDADE PARANAENSE DE ENSINO E INFORMÁTICA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/05/2002 a 31/05/2002 ENTIDADE DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. MENSALIDADES DE ALUNOS. ISENÇÃO. ATIVIDADE PRÓPRIA. ABRANGÊNCIA DO TERMO. POSSIBILIDADE DE SERVIÇOS CONTRAPRESTACIONAIS. A entidade de educação sem fins lucrativos faz jus à isenção da Cofins sobre a receita relativa a sua atividade própria (aquela compatível com o seu objeto social), ainda que tenha origem em contraprestação direta dos beneficiários dos serviços prestados. Recurso Especial do Contribuinte provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial do Contribuinte e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 93 47 83 /2 00 9- 31 Fl. 171DF CARF MF 2 Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela contribuinte contra o Acórdão nº 3803004.384, de 25/07/2013, proferido pela 3ª Turma Especial da 3ª Seção deste CARF, que fora assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/05/2002 a 31/05/2002 INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. RECEITAS DAS ATIVIDADES PRÓPRIAS. ISENÇÃO. São isentas da Cofins somente as receitas decorrentes das atividades próprias das instituições de educação sem fins lucrativos, não abarcando as receitas obtidas na prestação de serviços com caráter contraprestacional. No Recurso Especial, por meio do qual pleiteou, ao final, a reforma do decisum, a Recorrente suscitou divergência em relação ao entendimento de que as receitas obtidas na prestação de serviços com caráter contraprestacional não são receitas decorrentes das atividades próprias da instituição. Visando comprovar as divergências, apresentou, como paradigmas, os Acórdãos nº 3801001.005 e 310201.333, cujas cópias de inteiro teor foram juntadas aos autos. O exame de admissibilidade do Recurso Especial encontrase às fls. 164/165. As contrarrazões apresentadas pela Fazenda Nacional, às fls. 167/169. É o Relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A questão é simples e não comporta maiores digressões. Restringese a saber se a isenção da Cofins para as entidades de educação sem fins lucrativos compreende ou não as receitas obtidas na prestação de serviços com caráter contraprestacional (no caso em exame, as mensalidades escolares). Conforme demonstrado no exame de sua admissibilidade, o recurso especial trouxe entendimentos divergentes adotados por Turmas diversas deste Conselho Administrativo. Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10980.934783/200931 Acórdão n.º 9303004.367 CSRFT3 Fl. 172 3 Conhecido, o recurso também deve ser provido. É que, como é do conhecimento de todos, a matéria já foi pacificada pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ, por meio de decisão submetida à sistemática dos recursos repetitivos, assim ementada: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. COFINS. CONCEITO DE RECEITAS RELATIVAS ÀS ATIVIDADES PRÓPRIAS DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS PARA FINS DE GOZO DA ISENÇÃO PREVISTA NO ART. 14, X, DA MP N. 2.15835/2001. ILEGALIDADE DO ART. 47, II E § 2º, DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF N. 247/2002. SOCIEDADE CIVIL EDUCACIONAL OU DE CARÁTER CULTURAL E CIENTÍFICO. MENSALIDADES DE ALUNOS. 1. A questão central dos autos se refere ao exame da isenção da COFINS, contida no art. 14, X, da Medida Provisória n. 1.858/99 (atual MP n. 2.15835/2001), relativa às entidades sem fins lucrativos, a fim de verificar se abrange as mensalidades pagas pelos alunos de instituição de ensino como contraprestação desses serviços educacionais. O presente recurso representativo da controvérsia não discute quaisquer outras receitas que não as mensalidades, não havendo que se falar em receitas decorrentes de aplicações financeiras ou decorrentes de mercadorias e serviços outros (vg. estacionamentos pagos, lanchonetes, aluguel ou taxa cobrada pela utilização de salões, auditórios, quadras, campos esportivos, dependências e instalações, venda de ingressos para eventos promovidos pela entidade, receitas de formaturas, excursões, etc.) prestados por essas entidades que não sejam exclusivamente os de educação. 2. O parágrafo § 2º do art. 47 da IN 247/2002 da Secretaria da Receita Federal ofende o inciso X do art. 14 da MP n° 2.158 35/01 ao excluir do conceito de "receitas relativas às atividades próprias das entidades", as contraprestações pelos serviços próprios de educação, que são as mensalidades escolares recebidas de alunos. 3. Isto porque a entidade de ensino tem por finalidade precípua a prestação de serviços educacionais. Tratase da sua razão de existir, do núcleo de suas atividades, do próprio serviço para o qual foi instituída, na expressão dos artigos 12 e 15 da Lei n.º 9.532/97. Nessa toada, não há como compreender que as receitas auferidas nessa condição (mensalidades dos alunos) não sejam aquelas decorrentes de "atividades próprias da entidade", conforme o exige a isenção estabelecida no art. 14, X, da Medida Provisória n. 1.858/99 (atual MP n. 2.158 35/2001). Sendo assim, é flagrante a ilicitude do art. 47, §2º, da IN/SRF n. 247/2002, nessa extensão. Fl. 173DF CARF MF 4 4. Precedentes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF: Processo n. 19515.002921/200639, Acórdão n. 203 12738, 3ª TURMA / CSRF / CARF / MF / DF, Rel. Cons. Rodrigo Cardozo Miranda, publicado em 11/03/2008; Processo n. 10580.009928/200461, Acórdão n. 3401002.233, 1ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Emanuel Carlos Dantas de Assis, publicado em 16/08/2013; Processo n. 10680.003343/200591, Acórdão n. 3201001.457, 1ªTO / 2ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Mércia Helena Trajano Damorim, Rel. designado Cons. Daniel Mariz Gudiño, publicado em 04/02/2014; Processo n. 13839.001046/200558, Acórdão n. 3202000.904, 2ªTO / 2ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF. Rel. Cons. Thiago Moura de Albuquerque Alves, publicado em 18/11/2013; Processo n. 10183.003953/200414 acórdãos 930301.486 e 9303001.869, 3ª TURMA / CSRF, Rel. Cons. Nanci Gama, julgado em 30.05.2011; Processo n. 15504.019042/201009, Acórdão 3403002.280, 3ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Ivan Allegretti, publicado em 01/08/2013; Processo: 10384.003726/200775, Acórdão 3302001.935, 2ªTO / 3ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Fabiola Cassiano Keramidas, publicado em 04/03/2013; Processo: 15504.019042/201009, Acórdão 3403 002.280, 3ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Ivan Allegretti, julgado em 25.06.2013; Acórdão 9303 001.869, Processo: 19515.002662/200484, 3ª TURMA / CSRF / CARF / MF, Rel. Cons. Julio Cesar Alves Ramos, Sessão de 07/03/2012. 5. Precedentes em sentido contrário: AgRg no REsp 476246/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJ 12/11/2007, p. 199; AgRg no REsp 1145172/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe 29/10/2009; Processo: 15504.011242/201013, Acórdão 3401002.021, 1ªTO / 4ª CÂMARA / 3ª SEJUL / CARF / MF, Rel. Cons. Odassi Guerzoin Filho, publicado em 28/11/2012; Súmula n. 107 do CARF: "A receita da atividade própria, objeto de isenção da COFINS prevista no art. 14, X, c/c art. 13, III, da MP n. 2.15835, de 2001, alcança as receitas obtidas em contraprestação de serviços educacionais prestados pelas entidades de educação sem fins lucrativos a que se refere o art. 12 da Lei n. 9.532, da 1997". 6. Tese julgada para efeito do art. 543C, do CPC: as receitas auferidas a título de mensalidades dos alunos de instituições de ensino sem fins lucrativos são decorrentes de "atividades próprias da entidade", conforme o exige a isenção estabelecida no art. 14, X, da Medida Provisória n. 1.858/99 (atual MP n. 2.15835/2001), sendo flagrante a ilicitude do art. 47, §2º, da IN/SRF n. 247/2002, nessa extensão. 7. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1353111/RS, rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, DJe 18/12/2015). Registrese que as decisões definitivas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça proferidas na sistemática prevista pelos artigos 543 Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10980.934783/200931 Acórdão n.º 9303004.367 CSRFT3 Fl. 173 5 B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), são de observância obrigatória no julgamento dos recursos administrativos pelo CARF, por imposição do art. 62 do Regimento Interno deste Colegiado (Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 – RICARF e alterações). Ademais, e em razão desta decisão judicial e de decisões administrativas antes proferidas, este Colegiado Administrativo, o CARF editou a Súmula nº 107, segundo a qual "A receita da atividade própria, objeto da isenção da Cofins prevista no art. 14, X, c/c art. 13, III, da MP nº 2.15835, de 2001, alcança as receitas obtidas em contraprestação de serviços educacionais prestados pelas entidades de educação sem fins lucrativos a que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997". Ante o exposto, conheço do recurso especial interposto pela contribuinte e, no mérito, doulhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 175DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.904914/2012-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2005
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado.
PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO
A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê-lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia.
PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.331
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê-lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário.
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DCOMP. Recorrente ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazêlo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. PROVA DOCUMENTAL. PRINCÍPIO PROCESSUAL DA VERDADE MATERIAL. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação dos créditos alegados. Recurso Voluntário Negado. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário e Cassio Shappo. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 49 14 /2 01 2- 77 Fl. 110DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904914/201277 Acórdão n.º 3201002.331 S3C2T1 Fl. 0 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, José Luiz Feistauer de Oliveira, Paulo Roberto Duarte Moreira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Cássio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Tatiana Josefovicz Belisário. Relatório ELO COMERCIO DE COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o PIS/Pasep. A DRF LIMEIRA emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que comercializa alguns produtos sujeitos à tributação monofásica (alíquota zero sobre as suas vendas), que foram indevidamente tributados, o que deu origem aos créditos informados no PER/Dcomp. Procurando demonstrar a existência do direito creditório junta ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 08026.242. A DRJ fundamentou que a simples retificação da DCTF não é suficiente para comprovar o pagamento indevido ou a maior que o devido, e que a contribuinte não trouxe aos autos elementos comprobatórios do direito creditório utilizado na compensação declarada. Em seu recurso voluntário a Recorrente traz, em resumo, os seguintes argumentos: a) reitera que a origem de seu direito creditório decorre da inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição, de receitas oriundas da venda de produtos sujeitos à alíquota 0%, conforme anexo I da Lei nº 10.485/2002 (SILENCIOSO componente do sistema de escapamento NCM 87.08.92.00), que já teriam sofrido tributação obedecendo ao critério monofásico; b) afirma que procurou comprovar o direito creditório com a manifestação de inconformidade acompanhada da DCTF retificadora, mas que, agora, junta aos autos demonstrativo mais detalhado e minucioso (listagem de notas fiscais com indicação dos produtos vendidos com respectivas alíquotas aplicáveis, cópia do Registro de Saídas e da GIA correspondentes), servindo para o reconhecimento de seu direito de crédito ou, pelo menos, para justificar a realização de diligência (cita a Resolução nº 3803000.330 como precedente); c) caso o Colegiado decida pela realização de diligência, informa que todas as notas fiscais relacionadas nos demonstrativos estão sob sua guarda, à disposição do Fisco; Fl. 111DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904914/201277 Acórdão n.º 3201002.331 S3C2T1 Fl. 0 3 d) sustenta que a decisão recorrida negou seu direito atendose a aspecto meramente formal, sem observar o princípio da verdade material, que norteia o processo administrativo fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.316, de 24/08/2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.316): "Observados os pressupostos recursais, a petição de fls. 70 a 78 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJ/Fortaleza/3ª Turma, nº 0826.232, de 20 de agosto de 2013. No presente caso, a decisão recorrida não acolheu a alegação de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação da DCTF para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de manifestação de inconformidade, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia e não juntou nos autos seus registros contábeis e fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar o motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou mesmo para eventualmente comprovar a alegada inclusão indevida de valores na base de cálculo das contribuições, que poderiam levar à reduções de valores dos débitos confessados em DCTF. Agora, já no recurso voluntário, o interessado aporta aos autos novos documentos, que não haviam sido oferecidos à autoridade julgadora de primeira instância. A possibilidade de conhecimento desses novos documentos, não oferecidos à instância a quo, deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal. O PAF, assim dispõe, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...]Art. 16. A impugnação mencionará: [...]III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 112DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904914/201277 Acórdão n.º 3201002.331 S3C2T1 Fl. 0 4 [...]§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) [...]Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). O processo administrativo fiscal pode ser considerado como um método de composição dos litígios, empregado pelo Estado ao cumprir sua função jurisdicional, com o objetivo imediato de aplicar a lei ao caso concreto para a resolução da lide. Em razão de vários fatores, a forma como o processo se desenvolve assume feições diferentes. Humberto Theodoro Júnior em "Curso de Direito Processual Civil, vol. I" (ed. Forense, Rio de Janeiro, 2004, p.303) assim diz: “enquanto processo é uma unidade, como relação processual em busca da prestação jurisdicional, o procedimento é a exteriorização dessa relação e, por isso, pode assumir diversas feições ou modos de ser.”. Ensina o renomado autor que “procedimento é, destarte, sinônimo de ‘rito’ do processo, ou seja, o modo e a forma por que se movem os atos do processo”. Neste sentido, o procedimento está estruturado segundo fases lógicas, que tornam efetivos os seus princípios fundamentais, como o da iniciativa da parte, o do contraditório e o do livre convencimento do julgador. Conforme os antes transcritos artigos 14 e 15 do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal (PAF), é a impugnação da exigência, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, que instaura a fase litigiosa do procedimento. (grifei) Por sua vez, o art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972, estabelece que as provas devem ser apresentadas juntamente com a impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. O sistema da oficialidade, adotado no processo administrativo, e a necessidade da marcha para frente, a fim de que o mesmo possa atingir seus objetivos de solução de conflitos e pacificação social, impõem que existam prazos e o estabelecimento da preclusão. Contudo, uma fria análise da norma pode vir a chocarse com os princípios da verdade material e da ampla defesa. Vejamos que a Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo em geral, no art. 3º, possibilita a apresentação de alegações e documentos antes da decisão e, no art. 38, permite que documentos probatórios possam ser juntados até a tomada da decisão administrativa. Entretanto, conforme a melhor doutrina, deve ser aplicada ao caso a lei específica existente, Decreto nº 70.235/1972, que determina o rito do processo administrativo fiscal, em detrimento da lei geral. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904914/201277 Acórdão n.º 3201002.331 S3C2T1 Fl. 0 5 Neste ponto, sobre o momento da apresentação da prova no processo administrativo fiscal, cabe mencionar que de fato existe na jurisprudência uma tendência de atenuar os rigores da norma, afastando a preclusão em alguns casos excepcionais, que indicam trataremse daqueles que se referem a fatos notórios ou incontroversos, no tocante a documentos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador. Logo, o direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação e será determinado a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, bem como à percepção de que efetivamente houve um esforço na busca de comprovar o direito alegado, que é ônus daquele que objetiva a restituição, ressarcimento e/ou compensação de tributos. Como se vê, as alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não sendo praticado no tempo certo, surgem para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de fazêlo posteriormente, pois operase, nesta hipótese, o fenômeno da preclusão, isto porque, conforme já dito, o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. O § 4º do art. 16 do PAF estabelece que só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: relativas a direito superveniente, demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compete ainda ao julgador administrativo conhecer de ofício de matérias de ordem pública, a exemplo da decadência; ou por expressa autorização legal. Finalmente, o § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Especificamente no caso desses autos, o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904914/201277 Acórdão n.º 3201002.331 S3C2T1 Fl. 0 6 O recorrente tampouco comprovou a ocorrência de qualquer das hipóteses das alíneas “a” a “c” do § 4º do art. 16 do PAF, que justificasse a apresentação tão tardia dos referidos documentos. No caso, o acórdão da DRJ foi bastante claro ao fundamentar suas conclusões pela insuficiência da comprovação do direito creditório alegado quando afirmou: "a simples retificação da DCTF sem que o contribuinte tenha juntado aos autos documentos hábeis e idôneos que comprovem as alterações efetuadas não pode servir como justificativa de eventual erro no preenchimento da DCTF" (grifei). Ao final, a decisão recorrida novamente destaca: "a manifestação de inconformidade procura justificar o erro na declaração DCTF Original mediante retificação da DCTF, após a ciência do Despacho Decisório, sem apresentação de elementos comprobatórios do direito creditório pleiteado no citado PER/DCOMP. (grifei) A propósito dos documentos que instruem a peça recursal (demonstrativos do faturamento mensal, do cálculo dos créditos de PIS e Cofins e das compensações, bem como cópia do registro de saídas e da apuração do ICMS), verificase que o contribuinte anexou uma relação de Notas Fiscais de 7 (sete) páginas de extensão, fls. 79 a 85, afirmando que tal providência o dispensaria da anexação de todas estas notas emitidas no período, em face de seu "grande volume". Quanto à esta alegação, deve ser contraposto que o presente processo já foi instaurado na forma digital, o que em muito facilitaria a juntada da totalidade das referidas notas fiscais. Embora ressalte que todas estas Notas estariam sob sua guarda e poderiam ser imediatamente disponibilizadas na hipótese de realização de diligência, o interessado sequer procurou juntar algumas Notas como amostragem, o que ao menos denotaria um mínimo esforço no sentido de comprovar o efetivo teor das mesmas. Ainda, também não se preocupou em demonstrar a origem das mercadorias que teria revendido, mediante a apresentação das Notas Ficais de aquisição das mesmas, no sentido de comprovar que de fato o fabricante/fornecedor operava sob o regime da tributação monofásica. No caso, optou por reiterar suas alegações quanto à supremacia da verdade material sobre a verdade formal, quando deveria procurar demonstrar de maneira efetiva suas alegações juntando cópias de pelo menos parte de todas estas notas, para que o julgamento ocorresse com base em elementos concretos, capazes de comprovar a veracidade do alegado direito creditório. O recorrente invoca o princípio processual da verdade material. O que deve ficar assente é que o referido princípio destinase à busca da verdade que está para além dos fatos alegados pelas partes, mas isto num cenário dentro do qual as partes trabalharam proativamente no sentido do cumprimento do seu ônus probandi. Em outras palavras, o principio da verdade material autoriza o julgador a ir além dos elementos de prova trazidos pelas partes, quando tais elementos de prova induzem à suspeita de que os fatos ocorreram não da forma como esta ou aquela parte afirma, mas de uma outra forma qualquer (o julgador não está vinculado às versões das partes). Mas isto, à evidência, nada tem a ver com propiciar à parte que tem o ônus de provar o que alega/pleiteia, a oportunidade de produzir algo que, do ponto de vista estritamente legal, já deveria compor, como requisito de admissibilidade, o pleito desde sua formalização inicial. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904914/201277 Acórdão n.º 3201002.331 S3C2T1 Fl. 0 7 Dito de outro modo: da mesma forma que não é aceitável que um lançamento seja efetuado sem quaisquer provas e que se permita posteriormente, em sede de julgamento ou por meio de diligências, tal instrução probatória, também não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação. Pelo exposto, entendo que deve ser afastada a insinuação recursal, implícita no brado pelo princípio da verdade material, de que esta instância de julgamento estaria obrigada a acolher todos e quaisquer documentos que por ventura acompanhem o recurso, primeiro porque existe um evidente limite temporal para a apresentação de provas no rito instituído pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF que no presente caso é o momento processual da apresentação da manifestação de inconformidade, segundo porque o ônus probatório aqui é do contribuinte, quando este pleiteia um ressarcimento ou uma restituição de indébito, tem a obrigação de comprovar inequivocamente o seu alegado direito creditório no momento que contesta o despacho decisório e instaura o contencioso. Como se vê, a documentação juntada ao recurso voluntário não se revela suficiente para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandaria a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo, exceto em casos excepcionais. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito). Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno e nem mesmo agora em sede de recurso voluntário foi integralmente apresentada, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Sobre a jurisprudência trazida à colação pelo recorrente, inclusive a citada Resolução nº 3803000.330, devese contrapor que se tratam de decisões isoladas, que não se enquadram ao caso em exame e nem vinculam o presente julgamento, podendo cada instância decidir livremente, de acordo com suas convicções. Além disso, tratamse de precedentes que não constituem normas complementares, não têm força normativa, nem efeito vinculante para a administração tributária, pela inexistência de lei nesse sentido, conforme exige o art. 100, II, do CTN. Alertandose para a estrita vinculação das autoridades administrativas ao texto da lei, no desempenho de suas atribuições, sob pena de responsabilidade, motivo pelo qual tais decisões não podem ser aplicadas fora do âmbito dos processos em que foram proferidas. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10865.904914/201277 Acórdão n.º 3201002.331 S3C2T1 Fl. 0 8 Com essas considerações, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio e manter a não homologação das compensações. Winderley Morais Pereira Fl. 117DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2016 por EUNICE AUGUSTO MARIANO, Assinado digitalmente em 04/10/20 16 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 16004.720207/2012-46
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2010 a 30/09/2011
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO MATERIAL DO JULGADO. CABIMENTO.
Constatada, mediante embargos de declaração, a ocorrência de obscuridade, omissão ou contradição deve-se proferir novo Acórdão, para retificar o Acórdão embargado.
Hipótese em que, na decisão do acórdão embargado, informava-se incorretamente o período para o qual se excluiu a multa isolada por compensação indevida.
Numero da decisão: 9202-004.364
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher e prover os Embargos de Declaração para, sanando o vício apontado no Acórdão nº 9202-04.016, de 12/05/2016, corrigir a decisão, que passa a ser: "Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa do período de 09/2011. Vencidos os Conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martinez Lopez, que negaram provimento ao recurso. Nos termos do art. 60, votaram originalmente por dar provimento ao recurso, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Carlos Alberto Freitas Barreto. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior."
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra.
Nome do relator: Relator
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ERRO MATERIAL DO JULGADO. CABIMENTO. Constatada, mediante embargos de declaração, a ocorrência de obscuridade, omissão ou contradição devese proferir novo Acórdão, para retificar o Acórdão embargado. Hipótese em que, na decisão do acórdão embargado, informavase incorretamente o período para o qual se excluiu a multa isolada por compensação indevida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher e prover os Embargos de Declaração para, sanando o vício apontado no Acórdão nº 920204.016, de 12/05/2016, corrigir a decisão, que passa a ser: "Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa do período de 09/2011. Vencidos os Conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martinez Lopez, que negaram provimento ao recurso. Nos termos do art. 60, votaram originalmente por dar provimento ao recurso, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Carlos Alberto Freitas Barreto. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior." (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 72 02 07 /2 01 2- 46 Fl. 540DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 16004.720207/201246 Acórdão n.º 9202004.364 CSRFT2 Fl. 541 2 (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra. Relatório O Acórdão nº 920204.016, da 2a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado na sessão plenária de 12 de maio de 2016, por maioria de votos, deu provimento ao parcial ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, na forma de ementa e decisão a seguir (efls. 525 a 536): Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/06/2010 a 30/09/2011 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO PRINCIPAL COMPENSAÇÃO REQUISITOS. COMPROVAÇÃO CRÉDITOS LÍQUIDOS E CERTOS GLOSA DOS VALORES COMPENSADOS INDEVIDAMENTE. Somente as compensações procedidas pela contribuinte com estrita observância da legislação previdenciária, especialmente o artigo 89 da Lei n° 8.212/91, bem como pagamentos e/ou recolhimentos de contribuições efetivamente comprovados, deverão ser considerados pelo fisco quando da lavratura de Notificação Fiscal de Lançamento de DébitosNFLD/Auto de Infração, sendo aplicável a multa no caso de falsidade. MULTA ISOLADA QUALIFICADA. APLICABILIDADE. Quando comprovada a falsidade da declaração da compensação em GFIP a partir da caracterização de máfé do contribuinte, aplicável a multa no referido percentual de 150%, consoante disposto no art. 89, § 10 da Lei nº 8.212/91. Hipótese em que restou comprovada a consciência do sujeito passivo da impossibilidade da compensação conforme realizada, exceto para o período de apuração de 09/2011. Decisão: Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa do período de 09/2001(grifei). Vencidos os Conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martinez Lopez, que negaram provimento ao recurso. Nos termos do art. 60, votaram originalmente por dar provimento ao recurso, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Carlos Alberto Freitas Fl. 541DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 16004.720207/201246 Acórdão n.º 9202004.364 CSRFT2 Fl. 542 3 Barreto. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior. Entretanto, o Conselheiro redator do voto vencedor observou a existência de nítida contradição a ser sanada na decisão, constante da ata da sessão e reproduzida na parte dispositiva do Acórdão formalizado, uma vez que o Colegiado, em linha com a conclusão esposada pelo voto vencedor e corretamente refletida na Ementa, decidiu no sentido de dar provimento parcial ao pleito fazendário para manter a multa aplicada, excluindo tão somente o período de 09/2011 (e não o período de 09/2001, conforme constou no decisum registrado em ata e no Acórdão, período, que, notese, nem está abrangido no DEBCAD sob análise). Sendo patente a contradição, o despacho foi recebido como embargos de declaração, através de despacho de efl. 537 e incluído em pauta para correção. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. É patente a contradição no teor da decisão, no que diz respeito à divergência entre o período para o qual a multa foi afastada (ali constante) e aquele do voto vencedor, sendo, assim, necessária sua correção por meio deste novo Acórdão. Diante do exposto, voto por acolher os embargos de declaração, para retificar o decisum constante do Acórdão no 920204.016, de 12 de maio de 2016, com efeitos infringentes, a fim de que passe a constar em sua decisão: "Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso para excluir a multa do período de 09/2011. Vencidos os Conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martinez Lopez, que negaram provimento ao recurso. Nos termos do art. 60, votaram originalmente por dar provimento ao recurso, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Maria Helena Cotta Cardozo, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Carlos Alberto Freitas Barreto. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior." É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 542DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 16004.720207/201246 Acórdão n.º 9202004.364 CSRFT2 Fl. 543 4 Fl. 543DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 23/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 19/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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Numero do processo: 10711.723045/2011-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Oct 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 30/12/2008
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO.
É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto-Lei nº 37/66.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-003.478
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 30/12/2008 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitarse à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37/66. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo. Relatório Por bem retratar a realidade dos fatos, adoto e transcrevo, no que for relevante, o relatório da decisão de piso proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 72 30 45 /2 01 1- 54 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 3 2 O presente processo é referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. O lançamento, que totalizou R$ 5.000,00 à época de sua formalização, foi contestado pela empresa autuada. Da Autuação Antes de adentrar na descrição dos fatos que ensejaram a autuação, a autoridade lançadora fez longa explanação acerca do comércio marítimo internacional, na qual esclarece quem são os intervenientes nessa atividade, a documentação utilizada, as informações a serem prestadas e seus respectivos prazos e a sistemática de utilização delas. Foram apresentados tópicos específicos sobre a obrigatoriedade de prestar informação pelo transportador e sobre a importância, para o controle aduaneiro, de os dados exigidos serem prestados correta e tempestivamente. A fiscalização expôs detalhadamente quais as informações que devem ser prestadas e os respectivos prazos estabelecidos na legislação regente. Em seguida apresentou dispositivo legal que trata da denúncia espontânea esclarecendo que, depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior, esse instituto não é mais aplicável para infrações imputadas ao transportador, por força de expressa disposição do Regulamento Aduaneiro (art. 683, § 3°). Foi também comentado sobre os danos causados ao controle aduaneiro pelo descumprimento das normas referentes à prestação de informações pelos intervenientes no transporte internacional de cargas. Na sequência, a fiscalização discorreu sobre o tipo de infração verificada, inclusive no tocante a sua penalização. Depois, passou a demonstrar a irregularidade apurada que, de acordo com o relatado no tópico Dos Fatos, consistiu na prestação de informação intempestiva referente ao conhecimento eletrônico (CE) ali identificado. De acordo com a autoridade fiscal, a autuada deixou de atender ao prazo estabelecido no parágrafo único, inciso II, do art. 50 da Instrução Normativa RFB n° 800, de 27/12/2007. Assim, a fiscalização considerou caracterizada a infração tipificada no art. 107, IV, "e", do DecretoLei n° 37/1966, com redação dada pela Lei n° 10.833/2003, e aplicou a multa ali prescrita, que entende ser cabível para cada CE incluído ou retificado após o prazo para prestar informações. Da Impugnação O sujeito passivo foi cientificado da exação e, apresentou impugnação na qual aduz os seguintes argumentos. Inobservância do art. 50 da IN RFB 800/2007. Conforme disposto no caput do art. 50 da IN RFB n° 800/2007, os prazos de antecedência para prestação de informações a Receita Federal entraram em vigor apenas em 1° de abril de 2009, estando a impugnante dispensada de tal obrigação por ocasião do fato que deu ensejo ao Auto de Infração. Tratandose de dispensa do cumprimento de obrigação acessória, a lei tributaria deve ser interpretada literalmente, consoante dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional. Duplicidade de multa para o mesmo navio/viagem. O Auto de Infração tem objeto idêntico ao dos processos indicados, em que também é exigida multa pelo atraso na entrega de informação referente a carga transportada na mesma Fl. 122DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 4 3 embarcação a que se refere este processo, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) n° 8, de 14/2/2008. Ao final a impugnante requer que seja cancelado o lançamento. A Turma Julgadora "a quo", por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela Recorrente, mantendo integralmente o crédito constituído. Inconformada com o resultado do julgamento, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, reproduzindo os mesmos argumentos apresentados em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302003.395, de 28 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10711.006561/201030, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302003.395): 1. Tempestividade O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. 2. Preliminar 2.1 Duplicidade: Cobrança de múltiplas multas decorrente do mesmo fato gerador Em síntese apartada, alega a Recorrente que" O Auto de Infração tem objeto idêntico ao dos processos indicados em seu recurso voluntário, em que também é exigida multa pelo atraso na entrega de informação referente a carga transportada na mesma embarcação a que se refere este processo, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) n° 8, de 14/2/20081." 1 Trecho destacada no voto: Ora, o transportador que deixou de informar os dados de embarque de uma declaração de exportação e o que deixou de informar os dados de embarque sobre todas as declarações de exportação cometeram a mesma infração, ou seja, deixaram de cumpri a obrigação acessória de informar os dados de embarque. Nestes termos, a multa deve ser aplicada uma única vez por veículo transportador, pela omissão de não prestar as informações exigidas na forma e no prazo estipulados. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 5 4 Em relação ao primeiro ponto suscitado pela Recorrente, na parte em que ela afirma ser impossível existir mais de uma penalidade para o mesmo fato, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento decidiu da seguinte forma: "No caso sob análise não houve uma infração. Examinandose as ocorrências citadas pela fiscalização, verificase que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos. Sendo assim, não se pode afirmar sequer que as infrações são idênticas, uma vez que são diferente seus objetos materiais." Já em relação ao segundo ponto (aplicação da solução de consulta interna Cosit nº 8/2008), a fiscalização justificou seu afastamento com base nos seguintes argumentos. "Todavia, esse entendimento não é aplicável ao caso sob exame. As informações cujos atrasos na prestação deram ensejo ao lançamento são referentes a importação de mercadorias, enquanto a citada decisão soluciona consulta relativa à exportação. Cada um desses tipos de operações envolve peculiaridades próprias, especialmente no tocante ao controle administrativo, as quais se refletem na legislação regente e não podem ser desprezadas. O caso ora apreciado diz respeito à importação de cargas consolidadas, as quais são acobertadas por documentação própria, cujos dados devem ser informados de forma individualizada para a geração dos correspondentes conhecimentos eletrônicos (CE). Esses registros devem representar fielmente as correspondentes mercadorias, a fim de possibilitar à Aduana definir previamente o tratamento a ser adotado a cada caso, de forma a racionalizar procedimentos e agilizar o despacho aduaneiro. Nesses casos, não é viável estender a conclusão trazida na citada SCI, conforme se passa a demonstrar. Pois bem. Em que pese os argumentos explicitados pela Recorrente, fato é que não houve comprovação da existência de duplicidade de cobrança por parte da fiscalização, tampouco argumentos capazes de infirmar o lançamento fiscal ou contradizer os argumentos utilizados pela turma de origem que afirmou " que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos". Sequer um demonstrativo analítico, com os registros relativos as operações tratadas em cada processo apontado no recurso foram produzidas pela Recorrente, em total desrespeito ao artigo 16, inciso III e §4º, do inciso V , do Decreto nº 70.235/72, bem como do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil. Nestes termos, considerando que a Recorrente deixou inexplicavelmente de comprovar suas alegações, não há como acolher o pedido de nulidade do lançamento suscitado pela contribuinte, restando, assim, prejudicado a análise dos demais argumentos por ela suscitado. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 6 5 3. Mérito 3.1. Ilegalidade do Auto de Infração O presente processo administrativo diz respeito a exigência de multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, pelo fato da Recorrente ter prestado informações sobre a desconsolidação da carga fora do preceitos e prazos previstos nos artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007. Em sede Recursal a Recorrente alegou que "Conforme disposto no caput do art. 50 da IN RFB n° 800/2007, os prazos de antecedência para prestação de informações a Receita Federal entraram em vigor apenas em 1° de abril de 2009, estando a impugnante dispensada de tal obrigação por ocasião do fato que deu ensejo ao Auto de Infração. Tratandose de dispensa do cumprimento de obrigação acessória, a lei tributaria deve ser interpretada literalmente, consoante dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional". Como se vê, a multa sob análise foi aplicada com fundamento no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, que assim disciplina: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaa porta, ou ao agente de carga; Do que se extrai do artigo 77 alhures, é que sua finalidade visa penalizar os contribuintes que descumprirem as obrigações acessórias, na forma e nos prazos instituídos pelo legislador e/ou pela Receita Federal, com aplicação de multa. Além disso, a obrigação do agente de carga de prestar as informações à Receita Federal do Brasil está prevista no artigo 37, §1º, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo artigo 77, da Lei nº 10.833/2003, a saber: Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Fl. 125DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 7 6 § 1o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Já no que tange ao prazo e forma para prestar informações à fiscalização, os artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007, assim dispõem: Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: I as relativas ao veículo e suas escalas, cinco dias antes da chegada da embarcação no porto; e II as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: a) dezoito horas antes da saída da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, exceto quando se tratar de granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) b) cinco horas antes da saída da embarcação, para manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, quando toda a carga for granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) c) cinco (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com descarregamento em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. § 1o Os prazos estabelecidos neste artigo poderão ser reduzidos para rotas e prazos de exceção. § 2º As rotas de exceção e os correspondentes prazos para a prestação das informações sobre o veículo e suas cargas serão registrados no Siscomex Carga pela Coordenação Geral de Administração Aduaneira (Coana), a pedido da unidade da RFB com jurisdição sobre o porto de atracação, de forma a garantir a proporcionalidade do prazo em relação à proximidade do porto de procedência. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 8 7 (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 3o Os prazos e rotas de exceção em cada porto nacional poderão ser consultados pelo transportador. § 4º O prazo previsto no inciso I do caput reduzse a cinco horas, no caso de embarcação que não esteja transportando mercadoria sujeita a manifesto ou arribada. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 5º Os CE de serviço informados até a atracação ou registro do passe de saída serão dispensados dos prazos de antecedência previstos nesta Instrução Normativa. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 6º Para os manifestos de cargas nacionais, as informações a que se refere o inciso II do caput devem ser prestadas antes da solicitação do passe de saída. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) *** Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. Com todo respeito aos argumentos tecidos pela Recorrente, entendo que razão não lhe assiste. Com efeito, os prazos mínimos de prestação de informações à Receita Federal do Brasil (vide artigo 22, da IN 800/2007 e IN 899/2008), passaram a ser obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009, exceção feita as hipóteses dos incisos do artigo 50, a saber: (i) sobre a escala; e (ii) sobre as cargas transportadas, que permaneceram válidas e vigentes, produzindo seus efeitos legais e jurídicos. Ou seja, embora o prazo previsto no artigo 22 não se aplique a fatos ocorridos em data anterior a 1º de abril de 2009, a Recorrente deveria ter observado as demais obrigações previstas no parágrafo único do artigo 50, sob pena de ensejar a aplicação da multa em comento. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 9 8 Assim, considerando que a obrigação do agente de cargas de apresentar as informações antes da atracação da embarcação era obrigatória, entendo legítima a penalidade imposto à Recorrente. No mais, destacase que o artigo 37, §1º, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo artigo 77, da Lei nº 10.833/2003 define, igualmente ao previsto no artigo 2º, da IN 800/20072, o agente de carga como sendo " qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos". Ou seja, referido dispositivo equipara o agente de carga ao transportar para efeitos de aplicação da multa em comento. Este destaque se faz necessário na medida em que a Recorrente suscitou a aplicação do artigo 110, do Código Tributário Nacional, arguindo que a fiscalização ao equiparar o agente de cargas ao transportador, para efeito da obrigação tributária acessória em apreço que no seu texto normativo prevê a obrigação somente ao transportar distorce conceitos de direito privado, o que é expressamente vedado pelo referido artigo. Cita a definição de "transportar" e "agente de cargas" do Dicionário Aurélio como fonte de direito privado. O artigo 110 do CTN prevê: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e forma de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou do Municípios, para definir ou limitar competências tributária. Ao contrário do que explicitou a Recorrente, suas razões não merecem respaldo. A uma porque a definição de "transportar" e "agente de cargas" extraída do Dicionário Aurélio não é fonte de direito privado e, a duas porque a definição de "transportar" e "agente de cargas" não estão previstas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados, ou nas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou do Municípios. Portanto, considerando que o Decreto 37/66 e a IN 800/2007 não alteraram definição prevista nos diplomas legais citados no artigo 110, do CTN, fica afastada a alegação da Recorrente neste ponto. Por fim, não vejo que o artigo 150, inciso III, da Constituição Federal tenha aplicabilidade ao presente caso, posto que referido dispositivo impede a cobrança de tributo antes da vigência da lei que os instituiu, ao que passo que no presente a discussão corresponde a aplicação de multa administrativa por descumprimento de obrigação acessória, institutos estes totalmente distintos e que não se confundem. O artigo 3º, do Código Tributário Nacional é claro ao definir tributo como sendo "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituído em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada." 2 Art. 2o Para os efeitos desta Instrução Normativa definese como: § 1o Para os fins de que trata esta Instrução Normativa: IV o transportador classificase em: e) agente de carga, quando se tratar de consolidador ou desconsolidador nacional; Fl. 128DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.723045/201154 Acórdão n.º 3302003.478 S3C3T2 Fl. 10 9 Como se vê, o legislador ao estabelecer que tributo não constitui sanção de ato ilícito, faz a diferenciação fundamental entre tributo e multa, deixando cristalino que um não se confunde com o outro. Isso porque, tributo somente pode ter, por fato gerador, situação lícita, fato lícito, ao contrário da sanção, que por excelência tem o fato gerador proveniente de ato ilícito. Por todo exposto, rejeito a preliminar de nulidade e, no mérito, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, rejeitase a preliminar de nulidade e, no mérito, negase provimento ao recurso voluntário. Ricardo Paulo Rosa Fl. 129DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 18471.001976/2005-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2000
DEPÓSITOS BANCÁRIOS NO EXTERIOR. PROVA. Até que se prove o contrário, o documento emitido por administração pública nacional ou internacional tem fé pública e é considerado verídico e apto a dar suporte ao lançamento tributário deste processo. No caso dos autos, o lançamento foi efetuado com base em informações da Promotoria Distrital de Nova Iorque, Estados Unidos da América, que foram devidamente periciados e comprovados por laudo conclusivo pela Polícia Federal.
INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. Este Conselho, como órgão do poder executivo federal, não é competente para tratar sobre inconstitucionalidade de lei.
DECADÊNCIA. PAGAMENTO. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.
PROVA PERICIAL. DESNECESSIDADE. Não há necessidade de perícia quando os documentos constantes dos autos são passíveis de compreensão pelas autoridades fiscal e julgadora. Caso dos autos.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-004.531
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, pelo voto de qualidade, negar-lhe provimento. Vencidos os conselheiros Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Cleci Coti Martins - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Luciana Matos Pereira Barbosa, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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PROVA. Até que se prove o contrário, o documento emitido por administração pública nacional ou internacional tem fé pública e é considerado verídico e apto a dar suporte ao lançamento tributário deste processo. No caso dos autos, o lançamento foi efetuado com base em informações da Promotoria Distrital de Nova Iorque, Estados Unidos da América, que foram devidamente periciados e comprovados por laudo conclusivo pela Polícia Federal. INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. Este Conselho, como órgão do poder executivo federal, não é competente para tratar sobre inconstitucionalidade de lei. DECADÊNCIA. PAGAMENTO. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. PROVA PERICIAL. DESNECESSIDADE. Não há necessidade de perícia quando os documentos constantes dos autos são passíveis de compreensão pelas autoridades fiscal e julgadora. Caso dos autos. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 19 76 /2 00 5- 31 Fl. 600DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, pelo voto de qualidade, negarlhe provimento. Vencidos os conselheiros Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Maria Cleci Coti Martins Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Denny Medeiros da Silveira, Luciana Matos Pereira Barbosa, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira. Fl. 601DF CARF MF Processo nº 18471.001976/200531 Acórdão n.º 2401004.531 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em 16/10/2008 com o objetivo de reverter a decisão no Acórdão 1321.001 da 2a. Turma da DRJ/RJOII que considerou improcedente a impugnação do contribuinte para o lançamento tributário de ofício objeto deste processo administrativo fiscal. A ciência à decisão recorrida deuse em 18/09/2008. Este lançamento é um dos desdobramentos da operação Beacon Hill dentro da Receita Federal. Através da operação Beacon Hill foram descobertas remessas de quantias milionárias através de contas CC5 mantidas em instituições financeiras em Foz do Iguaçú. A suspeita fundada é de que, boa parte dessas transações poderiam ser ilícitas, visto que o titular do numerário não depositava diretamente na conta denominada CC5, assim agindo apenas através de interposta pessoa, um "laranja", que abria conta fraudulenta em uma instituição financeira, normalmente também em Foz do Iguaçu. Por exemplo, uma empresa com capital de R$ 10.000,00, que enviou para o exterior US $ 106.241.912,77 mediante contas CC5. Para descobrir o destino final do numerário e possivelmente os verdadeiros titulares, foi decretada a quebra de sigilo bancário das movimentações bancárias das agências suspeitas. Assim foi possível separar os ativos lícitos dos ilícitos. A empresa Beacon Hill foi condenada nos Estados Unidos por receber e transferir ilegalmente bilhões de dólares em transações offshores mantidas por casas de câmbios sulamericanas. Por força dessas investigações, autoridades brasileiras receberam das autoridades norteamericanas dados e documentos bancários relativos a várias dessas investigações. Assim, descobriuse no Brasil um verdadeiro sistema financeiro paralelo, à margem do sistema oficial. Sistema esse controlado por doleiros cujas transações por eles realizadas mantinhamse à margem de qualquer controle oficial, constituindo ambiente propício à sonegação fiscal, evasão de divisas e ainda, lavagem de dinheiro. O numerário total transacionado através da conta ELEVEN (utilizada pelo contribuinte) está à efl. 385 (US$ 124 milhões e US$ 221 milhões, crédito e débito, respectivamente, no período 1997 a 2002). As infrações lançadas neste processo se referem a: a) OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO RECEBIDOS DE PESSOAS JURÍDICAS — conforme apurado no item 9 do Termo de Constatação Fiscal de fls. 185 a 192 (anocalendário 2000); b) ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO — omissão de rendimentos tendo em vista a variação patrimonial a descoberto nos meses de janeiro a março e junho a dezembro do ano 2000, onde verificouse excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados, conforme descrição exposta no item 10 do Termo de Constatação Fiscal de fls. 185 a 192. As planilhas encontramse às fls. 201 a215; c) OMISSÃO DE GANHOS DE CAPITAL NA ALIENAÇÃO DE BENS E DIREITOS ADQUIRIDOS EM REAIS omissão de Fl. 602DF CARF MF 4 ganhos de capital obtidos na alienação de bens e direitos, conforme demonstrado no item 11 do Termo de Constatação Fiscal de fls. 185 a 192. Os fatos geradores são março e abril do ano 2000. A decisão recorrida está assim ementada. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA TRPF Anocalendário: 2000 NULIDADE NO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Comprovado que o procedimento fiscal foi feito regularmente, não se apresentando, nos autos, as causas apontadas no art. 59 do Decreto n° 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade processual, nem em nulidade do lançamento enquanto ato administrativo. CERCEAMENTO DE DEFESA. Somente a partir da lavratura do auto de infração é que se instaura o litígio entre o fisco e o contribuinte, inexistindo cerceamento do direito de defesa quando, na fase de impugnação, foi concedida oportunidade ao autuado de apresentar documentos e esclarecimentos. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (CTN, art. 173, I). A ciência do lançamento ocorre na data em que o contribuinte toma conhecimento do auto de infração. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. São tributáveis os valores relativos ao acréscimo patrimonial, quando não justificados pelos rendimentos tributáveis declarados, isentos/não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. ILEGITIMIDADE PASSIVA NEGADA. REMESSAS DE RECURSOS EFETUADAS AO EXTERIOR. PROVAS CONSTANTES DE ARQUIVOS MAGNÉTICOS ENVIADOS LEGALMENTE PARA O BRASIL. Os dados constantes de arquivos magnéticos e documentos, legalmente enviados ao Brasil pela Promotoria Distrital de Nova Iorque, Estados Unidos da América, periciados e objeto de laudo conclusivo pela Polícia Federal e fielmente reproduzidos no processo, constituemse em elementos de prova incontestes de que o sujeito passivo efetuou remessas de recursos, ao exterior. GANHOS DE CAPITAL. Deve ser mantido o ganho de capital lastreado em provas materiais para obtenção do valor de custo e alienação do bem. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Diante dos fatos que demonstram que o autuado recebeu os rendimentos considerados omitidos, há que ser mantida a infração tributária imputada ao contribuinte. MEIOS DE PROVA. A prova de infração fiscal pode realizarse por todos os meios admitidos em Direito, inclusive a presuntiva Fl. 603DF CARF MF Processo nº 18471.001976/200531 Acórdão n.º 2401004.531 S2C4T1 Fl. 4 5 com base em indícios veementes, sendo, outrossim, livre a convicção do julgador na apreciação das provas. PROVA ILÍCITA. Devem ser aceitas no processo administrativo fiscal as provas oriundas do exterior produzidas sem violação às leis material e processual. CITAÇÕES DOUTRINÁRIAS NA IMPUGNAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa apreciar alegações mediante juízos subjetivos, uma vez que a atividade administrativa deve ser exercida de forma plenamente vinculada, sob pena de responsabilidade funcional. DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões administrativas e judiciais não se constituem em normas gerais, razão pela qual seus julgados não se aplicam a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. A autoridade administrativa julgadora não é competente para se manifestar acerca da constitucionalidade de dispositivos legais, prerrogativa essa reservada ao Poder Judiciário. JUROS DE MORA. A partir de 01/04/1995, sobre os créditos tributários vencidos e não pagos incidem juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sendo cabível sua utilização, por expressa disposição legal. MULTA DE OFÍCIO DE 75%. A aplicação da multa de oficio decorre de expressa previsão legal, tendo natureza de penalidade por descumprimento da obrigação tributária. PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO. A vedação quanto à instituição de tributo com efeito confiscatório é dirigida ao legislador e não ao aplicador da lei. PERÍCIA OU DILIGÊNCIA. Indeferese o pedido de perícia ou diligência quando a sua realização revelese prescindível para a formação de convicção pela autoridade julgadora. O recorrente repisa as razões já analisadas na impugnação, a seguir sumarizadas. 1. Tendo em vista o retorno do processo para que lhe fosse dada a ciência e possibilidade de obtenção de cópia integral do processo, terselheia conferido prazo adicional que extrapolaria o prazo permitido para o fisco efetuar o lançamento tributário de ofício para o ano calendário 2000. Assim, a notificação válida do lançamento teria ocorrido somente após o prazo decadencial. 2. A tributação sobre o ganho de capital, por ser definitiva, não sujeita a ajuste na declaração e independe de prévio exame da autoridade administrativa, sendo que o prazo decadencial deve ser contado da ocorrência do fato gerador que ocorre na alienação do bem imóvel, ocorrida em março e abril de 2000. Assim, em 09/12/2005 já estaria fulminada pela decadência. Fl. 604DF CARF MF 6 3. Nulidade da decisão por ocorrência do cerceamento do direito de defesa em virtude da desconsideração dos pedidos de diligências e perícias solicitados. 4. Reitera a obrigatoriedade da Administração em reconhecer vício de inconstitucionalidade, pois a defesa da constituição deve ser exercida por todos os poderes da República. Assim, se a autoridade administrativa entende que a lei que lhe incumbe executar é inconstitucional, o remédio imediato está em não executála. Assim, a decisão recorrida deve ser anulada porque se absteve de analisar as matérias constitucionais apresentadas pelo recorrente. 5. Deveria o fisco ter comprovado o destino que foi dado às remessas/recebimentos de recursos enviados/recebidos ao/do exterior. Mais ainda, a apuração deveria ter sido anual e não mensal como ocorreu no lançamento. O acréscimo patrimonial deve ser verificado ao final do ano base, considerando também as dívidas e bens do contribuinte. 6. Não há qualquer suporte fático ou jurídicolegal para validar o procedimento fiscal atinente a pessoa do impugnante/recorrente. Também não existe determinação judicial autorizativa de quebra do sigilo fiscal do contribuinte. As remessas de divisas analisadas foram feitas através de uma subconta bancária ELEVAN FINANCE CORPORATION N. 310057, mantidas e administradas pela empresa Beacon Hill Service Corporation BHSC. O sigilo bancário dessa empresa teria sido quebrado e transferido para a Receita Federal, contudo não existe determinação judicial para a quebra de sigilo bancário do contribuinte. Tampouco qualquer vínculo entre a mencionada empresa e o impugnante/recorrente. O simples fato do nome do contribuinte constar nas mídias relativas às transferências de recursos da empresa Beacon Hill não atesta jamais o seu envolvimento e autoria em tais remessas. Os materiais constantes dos autos não são suficientes para firmar convicção de que o recorrente seria o titular das remessas de valores. A autoridade lançadora deve demonstrar com exatidão se os valores remetidos são rendimentos e a que título e ainda, a origem e destino dos mesmos. 7. Apesar de enviar correspondência ao banco Pactual, entidade arrolada no procedimento fiscal, não obteve êxito. Solicitou a interferência da autoridade fazendária para esclarecer os fatos, proceder diligências e perícias, mas não houve manifestação. 8. As remessas de valores expressivos para o exterior não guardam qualquer relação com a realidade patrimonial do recorrente. Desta forma, não pode prosperar o lançamento fiscal baseado em mera suposição de remessas, sem comprovação da realidade. 9. No direito brasileiro vigente, a presunção/mera suposição de renda não constitui fonte válida de obrigação tributária. Com relação ao lançamento sobre ganho de capital de bem imóvel, a legislação vigente não permite o arbitramento do custo de aquisição de um imóvel cuja construção foi suportada por pessoas distintas ao recorrente que se comprometeram a entregar a referida unidade inteiramente concluída conforme escritura de 21/05/1999. A autoridade fiscal utilizou o único valor de custo que tinha conhecimento, ou seja, o custo do terreno utilizado para a construção do apartamento 201 do edifício na avenida Lúcio Costa, 15.950, posteriormente alienado. Deve ser adicionado ao custo de aquisição o valor do ITBI, atualizado, o que não ocorreu. Assim, tal lançamento deve ser considerado nulo. A multa aplicada tem caráter confiscatório, pois inconstitucional, conforme cláusula proibitiva contida no inc. IV do art. 150 da CF/88. Fl. 605DF CARF MF Processo nº 18471.001976/200531 Acórdão n.º 2401004.531 S2C4T1 Fl. 5 7 A aplicação da taxa SELIC como forma de atualização dos valores devidos carece de legalidade e é inconstituicional. A Lei 9430/96 apenas determina a aplicação da mesma sem indicar qualquer percentual, delegando seu cálculo a ato governamental. Documento com assinatura do contribuinte está à efl. 18. O processo foi baixado em diligência para que a autoridade fiscal juntasse aos autos provas definitivas de que o contribuinte seria o responsável pelas referidas transferências, como por exemplo, ficha de abertura de conta nos bancos utilizados para enviar ou receber valores, aonde conste a assinatura do contribuinte. No retorno da diligência, a autoridade fiscal se limitou a informar as bases de informações sob as quais os procedimentos fiscais foram desenvolvidos. Corroborou o fato de que se trata de operação Beacon Hill, que visava o envio de recursos de clientes (como por exemplo, do fiscalizado) para o exterior através de contas a margem do sistema financeiro oficial. Auto de infração à efl. 234, seguindose o relatório fiscal. É o relatório. Fl. 606DF CARF MF 8 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e dele conheço. A diligência solicitada restou improfícua no sentido de que nenhum documento novo foi juntado aos autos, nem pela autoridade fiscal, nem pelo contribuinte. Desta forma, passo a analisar o recurso. O crédito foi constituído à luz de documentos judiciais, com fé pública e dos quais existe presunção de veracidade. A diligência era também uma oportunidade do contribuinte juntar aos autos documentos comprobatórios das alegações de que não seria o responsável pelas remessas ao exterior, ou alguma comprovação de que estaria buscando reparação de danos em função do mal uso do seu nome e o de sua família para operações ilegais. Trata o lançamento de evasão de divisas sem a confirmação de que tais valores são lícitos e que foram tributados no Brasil. O envio dos valores para a conta no exterior foi considerado como aplicação de recursos na planilha de variação patrimonial efls. 242 e 243, item <outros dispêndios/aplicações>. As ordens de remessa identificam claramente remetentes e destinatários. 1. Com relação à decadência, o auto de infração se refere a tributos devidos no ano calendário 2000. O auto de infração fora entregue via postal ao contribuinte no dia 09/12/2015 (efl. 433). Observo que o prazo para o fisco fazer o lançamento de ofício do crédito tributário, sem a ocorrência de dolo, e com pagamento parcial, é de 5 anos a contar do fato gerador, para tributos lançados por homologação. No caso do IRPF, o fato gerador se aperfeiçoou em 31/12/2000, e, portanto, o lançamento não estaria fulminado pela decadência quando da ciência do auto de infração. 2. Não foi questionada a decadência relativamente ao ganho de capital na impugnação e, portanto, entendo preclusa. Entretanto, por ser matéria que pode ser conhecida de ofício, passo a analisar. No presente caso, devemos observar o entendimento do STJ, o qual, através de sua Primeira Seção, no julgamento do REsp 973.733/SC de relatoria do Min. Luiz Fux, submetido ao rito dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), firmou entendimento no sentido de que, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, para a fixação do prazo decadencial para a constituição do crédito tributário é necessária a consideração sobre (i) constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, e (ii) a existência ou não de pagamento antecipado para se decidir sobre a aplicação do inciso I do art. 173 ou do § 4º do art. 150, ambos do CTN: "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A Fl. 607DF CARF MF Processo nº 18471.001976/200531 Acórdão n.º 2401004.531 S2C4T1 Fl. 6 9 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a Fl. 608DF CARF MF 10 obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial quinquenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” (REsp 973.733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) O lançamento relativo ao ganho de capital decorreu de venda de imóveis em março e abril de 2000. Conforme a decisão do STJ, o prazo decadencial iniciouse em 01/01/2001 e, portanto, não assiste razão ao recorrente. 3. A diligência é uma forma de esclarecer os julgadores sobre provas que exigiriam conhecimento especializado(art. 464 da lei 13105/2015). No caso dos autos, o contribuinte argue pela diligência para trazer aos autos provas que o mesmo deveria ter produzido. Todos os documentos e provas dos autos são passíveis de conhecimento tanto pela autoridade fiscal quanto pelas autoridades julgadoras. Assim, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação. § 1o O juiz indeferirá a perícia quando: I a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico; II for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III a verificação for impraticável. 4. Conforme Súmula CARF n. 2, este Conselho, por ser instância do Poder Executivo não possui competência para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei, nem mesmo para afastar a aplicação de lei vigente enquanto não declarada inconstitucional pelo poder competente. Assim, não pode este CARF se pronunciar sobre o caráter confiscatório da multa e nem sobre a aplicação da taxa SELIC, que o contribuinte considera inconstitucionais. Transcrevo o entendimento sumulado deste Conselho relativamente à taxa SELIC: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. 5. A apuração do acréscimo patrimonial a descoberto é feito observando o definido no inc. XIII, art. 55 do decreto 3000/99, a seguir transcrito. Os destinatários das Fl. 609DF CARF MF Processo nº 18471.001976/200531 Acórdão n.º 2401004.531 S2C4T1 Fl. 7 11 remessas estão expressos nos documentos oficiais, que, a princípio, têm fé pública. O contribuinte não indicou qualquer razão válida para que a apuração do acréscimo patrimonial a descoberto fosse apurado anualmente. Art. 55. São também tributáveis [...] XIII as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, apurado mensalmente, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva; 6. O fisco efetuou o lançamento com base em documentação oficial que, em princípio, possui fé pública. O contribuinte alega que o fato das suas informações pessoais constarem nos registros da empresa Beacon Hill Service Corporation BHSC não significa a existência de vínculo entre o mesmo e a empresa. Contudo, os esforços do contribuinte para contestar a documentação oficial foram mínimos, para não dizer, inexistentes. Bastante intrigante a inércia do contribuinte frente ao arguido uso indevido de suas informações pessoais e de sua família, num esquema criminoso e ilegal de transferência de divisas. Em 2005 teria enviado carta ao banco, contudo, nenhuma resposta recebera. Ora, a resposta do banco de que não possui informações de cadastro relativas ao contribuinte, juntada aos autos, já poderia ser uma prova positiva a favor do mesmo. Mas nem isso foi feito. Ou porque não houve interesse do contribuinte em perseguir a resposta, ou porque a resposta não o beneficiaria. Utilizando um paralelo com o entendimento deste Conselho na Súmula n. 32, a titularidade das remessas enviadas para o exterior pertencem ao contribuinte, salvo se comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. Súmula CARF nº 32: A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. 7. O contribuinte anexou aos autos carta que teria encaminhado ainda no ano 2005 ao Banco Pactual Overseas Bank and Trust Ltd., para que esclarecesse a transação datada de 31 de outubro de 2000, pois estaria surpreso por constar o seu nome como cliente da ordem. Ora, não me parece que uma carta datada de 2005 e, ainda sem resposta nos autos, seria propriamente o que se chama de indignação. Pois essa foi a única ação do contribuinte para tentar provar que não seria o envolvido nas remessas internacionais ilegais. 8. Alega o contribuinte que as remessas para o exterior não guardam qualquer relação com a sua realidade patrimonial. Entendo que tal argumento não se sustenta. O fato de estar enviando para o exterior recursos não declarados ao fisco impossibilita a averiguação do patrimônio do contribuinte com base nas informações contidas nas bases de dados da Receita Federal. Ora, hipoteticamente, se os valores foram obtidos à margem da tributação, é evidente que também não teriam sido declarados como existentes no exterior. 9. Sem razão o contribuinte, pois o lançamento tributário considera os depósitos bancários no exterior como origem de recursos que influenciaram na variação patrimonial. Observase, contudo, que ao contribuinte foi dada oportunidade para justificar a origem dos valores transferidos ao exterior. O aperfeiçoamento do lançamento decorre da não Fl. 610DF CARF MF 12 apresentação de documentação que justificasse tanto a origem dos recursos quanto a tributação dos mesmos. 10. No caso do item 10 do relatório, a autoridade fiscal utilizou as informações disponíveis para o cálculo do custo de aquisição do bem. Caberia ao contribuinte apresentar documentação hábil e idônea de que o custo de aquisição adotado pela autoridade fiscal estaria incorreto, o que não ocorreu. Argumenta ainda o recorrente que deveria ter sido adicionado ao custo de aquisição o valor do ITBI. Contudo, não anexou comprovante de que teria sido o responsável e efetivamente pagou o tributo. 19. Convém analisar os documentos probantes e o ônus da prova à luz do novo Código de Processo Civil, artigos 373 e 374, a seguir transcritos. Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2o A decisão prevista no § 1o deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3o A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I recair sobre direito indisponível da parte; II tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4o A convenção de que trata o § 3o pode ser celebrada antes ou durante o processo. Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I notórios; II afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III admitidos no processo como incontroversos; IV em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. Entendo que os documentos oficiais (tanto brasileiros quanto americanos) gozam de presunção de veracidade e, portanto, deveriam ter sido desconstituídos pelo contribuinte, o que não aconteceu. A anexação de uma simples carta solicitando informações à Fl. 611DF CARF MF Processo nº 18471.001976/200531 Acórdão n.º 2401004.531 S2C4T1 Fl. 8 13 entidade bancária envolvida, e sem qualquer resposta há mais de 5 anos não é suficiente para se aceitar que o recorrente empreendeu esforços no sentido de provar que não seria o mesmo o remetente dos valores ao exterior através das contas CC5. Ao recorrente foi dado o direito da ampla defesa para que apresentasse provas, no caso, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do seu direito. Contudo, a defesa do recorrente se resumiu a argumentar que não existem provas no processo de que seria o mesmo o responsável pelas remessas irregulares. Dado o exposto, voto por afastar as preliminares e, no mérito, por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Maria Cleci Coti Martins. Fl. 612DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.917852/2011-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004
COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98.
A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o faturamento, assim compreendido como a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado em 29/09/2006.
PER/DCOMP. DIREITO DEMONSTRADO. RECONHECIMENTO
Realidade em que o sujeito passivo, abrigado pela inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, demonstrou nos autos, o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do CTN, enseja o reconhecimento do direito à restituição pleiteada.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.498
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Proferiu sustentação oral pela Recorrente, o Dr. Maurício Bellucci, OAB nº nº 161.891 (SP).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2001, 2002, 2003, 2004 COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o faturamento, assim compreendido como a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado em 29/09/2006. PER/DCOMP. DIREITO DEMONSTRADO. RECONHECIMENTO Realidade em que o sujeito passivo, abrigado pela inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, demonstrou nos autos, o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do CTN, enseja o reconhecimento do direito à restituição pleiteada. Recurso Voluntário Provido.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o faturamento, assim compreendido como a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, afastado o disposto no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado em 29/09/2006. PER/DCOMP. DIREITO DEMONSTRADO. RECONHECIMENTO Realidade em que o sujeito passivo, abrigado pela inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, demonstrou nos autos, o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do CTN, enseja o reconhecimento do direito à restituição pleiteada. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 78 52 /2 01 1- 80 Fl. 3006DF CARF MF 2 Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Proferiu sustentação oral pela Recorrente, o Dr. Maurício Bellucci, OAB nº nº 161.891 (SP). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra Acórdão nº 0947.719, da 2a Turma da DRJ de Juiz de Fora (MG), a qual, por unanimidade de votos, indeferiu a Manifestação de Inconformidade formalizada pela interessada em face da não homologação de compensação declarada em PER/DECOMP nº 08273.26835.100506.1.2.040756,, visando a restituição do crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior a título de PIS/Pasep. A decisão de primeira instância, não reconheceu o direito creditório sob os argumentos sintetizados na Ementa do Acórdão abaixo transcrita: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI Não cabe ao julgador administrativo apreciar a matéria do ponto de vista constitucional. COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. CONTROLE DIFUSO. A decisão exarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito de recurso extraordinário, que reconheceu a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo das contribuições, surte efeitos jurídicos apenas entre as partes envolvidas no processo, eis que proferida em sede de controle difuso de constitucionalidade, não produzindo efeitos erga omnes, não podendo beneficiar ou prejudicar terceiros. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 3007DF CARF MF Processo nº 10830.917852/201180 Acórdão n.º 3402003.498 S3C4T2 Fl. 3.007 3 A ciência da decisão que indeferiu o pedido da Recorrente ocorreu em 07/12/2013 (fl. 71). Inconformada, apresentou em 18/12/2013, Recurso Voluntário (fls. 73/93), onde se insurge contra o indeferimento de seu pleito, argumentando, em síntese, que: a origem do crédito decorre da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, declarada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Informa que a contribuição em tela foi apurada sobre a “receita bruta”, com base no dispositivo referenciado ainda em vigor. Com a declaração de inconstitucionalidade do parágrafo acima, que promoveu o alargamento da base de cálculo do PIS/Pasep e da COFINS, houve por bem a recorrente efetuar uma revisão contábil interna, ocasião em que se constatou recolhimento a maior da contribuição no período mencionado; sustenta ainda que a decisão do STF deve ser reproduzida pelos Conselheiros do CARF, por força do disposto no artigo 62A, Regimento Interno (Portaria MF nº 256/09). Aduz a prescindibilidade da retificação da DCTF, apresentando, ao final, documentação contábil e fiscal, bem como demonstrativo do débito; informa que acosta aos autos (fls. 94/113) os seguintes documentos: demonstrativo denominado “Planilha de Apuração do PIS”, cópia do “Razão Contábil do Período” e cópia do “Comprovante de Arrecadação (DARF)”. Ao final, requer que seu recurso seja conhecido e provido, reformandose o acórdão recorrido e subsidiariamente, caso não seja esse o entendimento deste colegiado, o retorno do autos a DRJ de origem para que, em instancia inicial, proceda a análise de toda documentação apresentada, pugnando pela juntada posterior de documentos, bem como, sendo necessária, a conversão do julgamento em diligência. Os autos, então, foram encaminhados a este CARF para serem analisados. Como se sabe, o §1º do art. 3º da Lei no 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que Fl. 3008DF CARF MF 4 ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (STF. T. Pleno. RE 346.084/PR. Rel.Min. ILMAR GALVÃO. Rel. p/ Acórdão Min. MARCO AURÉLIO. DJ 01/09/2006). Esse entendimento foi reafirmado pela jurisprudência do STF no julgamento de questão de ordem no RE no 585.235/MG (questão constitucional versada nos RE nº 346.084/PR, 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG), decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B), no qual também foi deliberada a edição de súmula vinculante sobre a matéria: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS.COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (STF. RE 585235 RGQO. Rel. Min.CEZAR PELUSO. DJ 28/11/2008). Assim, apesar de ainda não editada a súmula vinculante, deve ser aplicado o disposto no §2º do art. 62 do Regimento Interno do CARF, o que implica o reconhecimento da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998. No entanto, o Colegiado entendeu que não seria possível, o exame das demais questões de mérito sem que as receitas especificadas nas contas juros recebidos, juros sobre aplicações, descontos obtidos, royalties, franquias e venda de sucata tenha sido efetivamente incluídas na base das contribuições do PIS/Pasep e da COFINS. Neste contexto, os membros da extinta 2ª Turma Especial, (Terceira Seção de julgamento), resolveram converter o julgamento em DILIGÊNCIA, conforme Resolução nº 3802000.185, de 27/05/2014, concluindo nos seguintes termos (fls. 127/129): "(...) Entendese, assim, que o julgamento deve ser convertido em diligência para que a unidade de origem verifique se as receitas contabilizadas nas contas em questão foram efetivamente incluídas na base de cálculo da contribuição, intimando o contribuinte e a Fazenda Nacional para se manifestarem". Com efeito, a Turma decidiu pela realização de diligência para verificar a legitimidade dos créditos de PIS e da COFINS, sobre as “outras receitas”, pleiteados pela Recorrente para o período abrangendo o período do crédito objeto do pedido controlado neste processo. Em cumprimento a solicitação do CARF, o Fisco emitiu o Termo de Intimação Fiscal nº 1275/2014 e 60/2015, o qual requereu planilhas demonstrativas da composição da base de cálculo das contribuições, acompanhadas da respectiva escrita contábil (Livro Razão, balanços/balancetes), e notas explicativas do conteúdo das rubricas utilizadas, assim como fundamentação acerca das receitas excluídas da base de cálculo das contribuições. Após a conclusão da Diligência a fiscalização formalizou suas conclusões constante na Informação Fiscal de fls. 2.914/2.915. Fl. 3009DF CARF MF Processo nº 10830.917852/201180 Acórdão n.º 3402003.498 S3C4T2 Fl. 3.008 5 Cientificada do resultado da Diligência, a Recorrente manifestouse, conforme documentos de fls. 2.920/2.923 e 2.950//2.952. Após o cumprimento do disposto na Resolução, o processo retornou a este CARF para prosseguimento. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Da admissibilidade Por conter matéria de competência deste Colegiado e presentes os demais requisitos de admissibilidade, conheço do Recurso Voluntário tempestivamente interposto pela Recorrente. MÉRITO Tratase de recurso voluntário interposto, em face da não homologação de Compensação declarada em PER/DCOMP, visando a restituição do crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior a título de PIS/Pasep. Como já relatado, a origem do crédito decorre da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, declarada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Os autos foram convertidos em diligência para retorno a Unidade origem a fim de se verificar, se as receitas financeiras e outras receitas não operacionais compuseram a base de cálculo das contribuições, e, caso positivo, seu montante, a fim de que se determine o valor do indébito correspondente a essas receitas. O Fisco, então, após concluir a diligência solicitada, prolatou a Informação Fiscal, concluindo o seguinte (fl. 2.915) grifei: "(...) Portanto, tendo em vista o prosseguimento do julgamento do documento de número 08273.26835.100506.1.2.040756, tratado pelo processo epigrafado, o qual requer R$ 722,54 referente a crédito de PIS/PASEP relativo ao período de apuração 05/2002, ao compararmos a base de cálculo declarada em DIPJ, no valor de R$ 6844083,68, com a calculada com base nos balancetes, no valor de R$ 6651635,99, concluise que integrou a base de cálculo o montante de R$ 111160,12 a título das receitas que se pretende excluir. Por conseguinte, temse que as receitas as quais alega inclusão indevida para o cálculo da PIS/PASEP totalizam R$ 111160,12. Assim, a parcela de PIS/PASEP relativa a essas receitas somam R$ 722,54. Após intimada desse relatório, a Recorrente, em sua manifestação de fl. 2.923, desta forma se pronunciou: Fl. 3010DF CARF MF 6 "(...) a Recorrente manifesta a sua concordância com o resultado da diligência e requer o reconhecimento de seu direito de crédito com base nas Informações Fiscais emitidas para os pedidos de restituição, bem como o posterior encaminhamento dos autos à DRF de origem para atualização e correção monetária dos valores que deverão restituídos a Recorrente, pois dados em valores históricos." Mais adiante, reitera o seu pedido, nos seguintes termos (fl. 2.952): "(...)Assim, vislumbrase que a própria Receita Federal do Brasil já reconheceu parcialmente os créditos ora discutidos, de forma que resta claro que a Recorrente possui o direito creditório da forma como apontado pelo órgão competente na diligência. Desse modo, considerando o resultado da diligência, requer o provimento do Recurso Voluntário para o devido reconhecimento do pleito restituitório, com base nas Informações Fiscais emitidas pela Receita Federal, para o pedido de restituição de COFINS relativo à competência de maio de 2002, no valor de R$ 722,54, (original), com o acréscimo de juros equivalentes à taxa referencial Selic, consoante os documentos anexos. Desta forma, conforme o resultado da apuração em diligência, restou comprovado que para os créditos pleiteados neste processo, a Recorrente possui o direito ao credito no valor de R$ 722,54, relativos a recolhimento indevido a título de PIS/Pasep. Conclusão Assim, voto para dar provimento à questão de direito aduzida no presente recurso, concernente à legitimidade da apuração do crédito em favor da recorrente, em vista da inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3º da Lei no 9.718/98, reconhecendose, neste PAF, o valor de R$ 722,54, referente ao recolhimento indevido de PIS/Pasep, com o acréscimo de juros equivalentes à taxa referencial SELIC, conforme legislação vigente. É como voto. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 3011DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13433.720319/2012-59
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006
SIMPLES FEDERAL. EMPRESA RESULTANTE DE DESMEMBRAMENTO. OPÇÃO VEDADA. EXCLUSÃO. CABIMENTO.
A legislação do Simples Federal veda expressamente a opção ao regime simplificado feita por pessoa jurídica que seja resultante de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento da pessoa jurídica . Comprovado que a empresa resulta do desmembramento da atividade de outra pessoa jurídica com vistas a adesão ao regime tributário favorecido, correta a sua exclusão do Simples Federal.
Numero da decisão: 1302-001.985
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Marcelo Calheiros Soriano, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Talita Pimenta Félix e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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EMPRESA RESULTANTE DE DESMEMBRAMENTO. OPÇÃO VEDADA. EXCLUSÃO. CABIMENTO. A legislação do Simples Federal veda expressamente a opção ao regime simplificado feita por pessoa jurídica que seja resultante de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento da pessoa jurídica . Comprovado que a empresa resulta do desmembramento da atividade de outra pessoa jurídica com vistas a adesão ao regime tributário favorecido, correta a sua exclusão do Simples Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Marcelo Calheiros Soriano, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Talita Pimenta Félix e Luiz Tadeu Matosinho Machado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 72 03 19 /2 01 2- 59 Fl. 3296DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 13433.720319/201259 Acórdão n.º 1302001.985 S1C3T2 Fl. 3.294 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão nº 1142.856, de 20/09/2013, proferido pela 4ª Turma da DRJRecife que considerou improcedente a manifestação de inconformidade, sintetizado na seguinte ementa: SIMPLES FEDERAL E NACIONAL. EXCLUSÃO. EFEITOS. Não poderá optar pelo Simples Federal, a pessoa jurídica que seja resultante de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento da pessoa jurídica, salvo em relação aos eventos ocorridos antes da vigência da Lei n.º 9.317, de 1996. Excluída dos regimes simplificados de pagamento de tributos federais, fica a pessoa jurídica sujeita às normas aplicáveis às demais pessoas jurídicas, nos termos do art. 16 da Lei n.º 9.317, de 1996, e art. 32 da Lei Complementar n.º 123, de 2006. A empresa RESTAURANTE THERMAS LTDA (atualmente denominada THERMAS PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS EIRELI), foi excluída do regime simplificado de pagamento de tributos denominado Simples Federal, para o período de 1º/8/2000 a 30/06/2007, por configurarse a situação impeditiva prevista no art. 9º, XVII, da Lei n.º 9.317, de 1996. Os motivos da exclusão do Simples Federal são descritos no acórdão recorrido, do qual transcrevo, verbis: 2. O ato excludente formalizouse através do Despacho Decisório DRF/MOS n.º 381, de 2011 (fls. 1290/1298; ciência em 19/10/2011, conforme AR de fl. 1301), no qual estão consignadas, em síntese, as seguintes informações: 2.1. A empresa RESTAURANTE THERMAS LTDA é optante do Simples Federal desde a sua constituição, em 10/7/2000, tendo como endereço, desde então, a Av. Lauro Monte, 2001, Santo Antônio, Mossoró/RN. Até 15/03/2004, este também era o endereço da HOST ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA LTDA, CNPJ n.º 35.297.522/000181, antes denominada HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA, até 06/10/2000, com CNAE n.º 5511 (estabelecimento hoteleiro com restaurante), que em 15/03/2004 mudou seu endereço para Rua Jundiaí, 533, Tirol, Natal/RN, CEP 59.020120, e desde 03/06/2008 tem sede na Rua Conselheiro Brito Guerra, 1020, Tirol, Natal/RN; 2.2. Na mesma época em que foi criado o RESTAURANTE THERMAS LTDA, que teve como sócias as Sras. Ana Carla Matoso Barbosa de Azevedo, CPF 022.587.47414, e Taísa Matoso Barbosa, CPF 022.587.47414, esta saindo em 2004 para entrada da Sra. Riane Matoso Barbosa, também foi criado o HOTEL THERMAS LTDA, em 10/07/2000, tendo como sócios Patrícia Matoso Barbosa, CPF 031.431.59421, e Hidelbrando de Souza Matoso, CPF 003.459.034 04, com endereço na Av. Lauro Monte, 2001, sala 01, Santo Antônio, Mossoró/RN (mesmo endereço do Restaurante Thermas). Patrícia Matoso Barbosa, Ana Carla Matoso Barbosa de Azevedo e Taísa Matoso Barbosa são filhas do casal Raimundo Fl. 3297DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 13433.720319/201259 Acórdão n.º 1302001.985 S1C3T2 Fl. 3.295 3 Correia Barbosa Filho e Riane Matoso Barbosa, sócios da HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA; 2.3. Verificouse, no ano de 2000 (ano da criação das empresas HOTEL THERMAS LTDA e RESTAURANTE THERMAS LTDA), que a receita da HOST ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA LTDA. alcançou o montante de R$ 1,5 milhões. À época, o limite para ingresso no Simples Federal era R$ 1,2 milhões; 2.4. Tanto o HOTEL THERMAS LTDA, quanto o RESTAURANTE THERMAS LTDA, com o desmembramento das atividades antes exploradas pela empresa HOST ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA LTDA, passaram, isoladamente, a apresentar receita tributária inferior a R$ 1,2 milhão, limite máximo permitido para ingresso no regime simplificado. O desmembramento das atividades da empresa HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA, com a criação das empresas RESTAURANTE THERMAS LTDA e HOTEL THERMAS LTDA, propiciou condições a estas duas últimas empresas aderirem ao Simples, visto que os seus respectivos faturamentos ficaram abaixo do limite legal para o enquadramento (R$ 1,2 milhão); 2.5. Constatouse a existência de um contrato de locação de Bem Imóvel com Arrendamento de Equipamentos, Bens Móveis e Outros Utensílios Gerais, datado de 19/08/2000, celebrado entre a empresa HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA e a recente criada HOTEL THERMAS LTDA. Contrato de mesma natureza foi celebrado, na mesma data, entre as empresas HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA e o RESTAURANTE THERMAS LTDA. (ambos os contratos não foram registrados, nem constam testemunhas, havendo reconhecimento de firma no contrato com o Hotel Thermas Ltda apenas em 12/5/2009, ou seja, quase nove anos após a sua celebração, não havendo reconhecimento de firma no contrato com o Restaurante Thermas Ltda); 2.6. Há cláusula nos contratos determinando que os pagamentos dos referidos aluguéis sejam feitos diretamente na conta pessoal do Sr. Raimundo Correia Barbosa Filho, observando que as receitas tributáveis da empresa HOST ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA eram creditadas na conta de um de seus sócios, em desacordo com o princípio contábil da entidade. Após a celebração destes contratos, as receitas tributárias da empresa HOST ADMINISTRAÇÃO LTDA, declaradas em sua DIPJ, refletem apenas os valores advindos da empresa HOTEL THERMAS LTDA e RESTAURANTE THERMAS LTDA. Observando os comprovantes de pagamento destes contratos, verificouse serem amparados por ORDENS DE COMPRA que, apesar de emitidos por empresas diferentes (HOTEIS THERMAS LTDA e RESTAURANTE THERMAS LTDA), estampam o mesmo logotipo: “THERMAS HOTEL & RESORT”; 2.7. Pagamentos referentes aos contratos, conforme tabela anexa, ora eram pagos pelo HOTEL THERMAS LTDA ora pelo RESTAURANTE THERMAS LTDA, demonstrando que as mesmas não possuem segregação contábil. Em determinados meses não foi apresentada a documentação comprobatória dos pagamentos, em outros apenas os referentes aos pagamentos nas contas pessoais do Sr. Raimundo Correia Barbosa Filho (efetuadas pelo HOTEL THERMAS LTDA), sendo que algumas despesas pessoais da Sra. Riane Matos Cardoso foram pagas pelo HOTEL THERMAS LTDA e pelo RESTAURANTE THERMAS LTDA; 2.8. A partir de agosto de 2000, verificando as informações constantes da GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações da Previdência Social) apresentadas pela HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA., seus empregados Fl. 3298DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 13433.720319/201259 Acórdão n.º 1302001.985 S1C3T2 Fl. 3.296 4 foram transferidos para o HOTEL THERMAS LTDA. e o RESTAURANTE THERMAS LTDA; 2.9. No primeiro ofício de notas de Mossoró/RN consta o registro de uma PROCURAÇÃO, com data de 07/05/2002, na qual o RESTAURANTE THERMAS LTDA, através de sua sóciagerente Ana Carla Matoso Barbosa de Azevedo, outorga poderes amplos, gerais e ilimitados a Srª Auremiza Cordeiro Freitas da Paixão, configurando, assim, serem os mesmos sócios de fato do RESTAURANTE THERMAS LTDA. 2.10. A Sr.ª Auremiza Cordeiro Freitas da Paixão consta nas GFIP´s (Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social) como empregada da empresa RESTAURANTE THERMAS LTDA, com data de admissão em 09/10/1995 (o Restaurante Thermas Ltda foi criado no ano 2000). Até 06/2003, ela constava como empregada da empresa HOST ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA LTDA; 2.11. Procurações no mesmo sentido encontramse em nome do HOTEL THERMAS LTDA, indicando que o “grupo Thermas” tem comando único em sua Administração; 2.12. Outras procurações no mesmo sentido concedem poderes de administração e/ou gerência a PEDRO GOMES PEREIRA, CPF 057.008.68415 e MARCOS ROBERTO DE SOUZA, CPF 702.382.35491. Ambos eram empregados da empresa HOST ADMINISTRAÇÃO HOTELEIRA LTDA, até serem transferidos para a empresa HOTEL THERMAS LTDA; 2.13. Concluise ter ocorrido o desmembramento das atividades operacionais da empresa HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA, sendo essas atividades assumidas pelas empresas Restaurante Thermas Ltda e Hotel Thermas Ltda, com as seguintes evidências encontradas: a) a constituição de empresas novas por pessoas que mantém laços familiares com os sócios da empresa Host; b) a participação na administração e/ou gerência da empresa representada, através de procurações, de pessoas que mantêm vínculo contratual empregatício com a empresa Hotel Thermas Ltda; c) a evidenciação de se constituir essas empresas (Host Administração Hoteleira, Hotel Thermas e Restaurante Thermas) em um grupo econômico único em virtude de pessoa empregada da empresa Host Administradora Hoteleira ter poderes de administração e/ou gerência nas novas empresas através do uso de procurações, acarretando a ocultação do administrador de fato dessas novas sociedades; d) O uso de simulação de pagamentos de locação de imóvel e de arrendamento, com o fim de orquestrar a ocultação de pagamentos de rendimentos tributáveis através de pagamentos de suas despesas pessoais ao Sr. Raimundo Correia Barbosa Filho; e) a transferência de empregados da antiga empresa (HOST) para as novas empresas criadas de acordo com as informações contidas em GFIP; 2.14. A empresa RESTAURANTE THERMAS LTDA, juntamente com o HOTEL THERMAS LTDA, sucederam, de fato, a empresa HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA em suas operações comerciais com o fim de se aproveitar da Fl. 3299DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 13433.720319/201259 Acórdão n.º 1302001.985 S1C3T2 Fl. 3.297 5 sistemática de tributação mais favorável ditada pela Lei nº 9.317/96 e alterações posteriores; 2.15. Foi proposto e acatado que a empresa RESTAURANTE THERMAS LTDA, CNPJ 03.926.341/000180, seja excluída de ofício do Simples Federal com efeitos a partir de 1º/08/2000, por ser a mesma objeto de desmembramento de empresa anteriormente constituída, conforme representação fiscal constante dos autos, com respaldo no art. 9o, XVII, c/c art. 15, inciso II, ambos da Lei 9.317/96. Da manifestação de inconformidade apresentada pela empresa interessada, o acórdão recorrido sintetizou os seguintes argumentos, verbis: 3.1. a conclusão fiscal está absolutamente equivocada por calcarse em mera presunção sem amparo legal; 3.2. diz a fiscalização que a empresa é oriunda do desmembramento das atividades operacionais realizadas pela HOST HOTÉIS E TURISMO LTDA, que foram assumidas pelo RESTAURANTE THERMAS e pelo HOTEL THERMAS para viabilizar a permanência do grupo empresarial no Simples, no entanto, não há nos autos prova material da irregularidade; 3.3. inexiste na legislação do Simples Federal e do Simples Nacional amparo à exclusão mediante simples presunção de sucessão de fato; 3.4. a fiscalização tratou uma transferência normal de empresa familiar de pai para filhos como sendo atos fraudulentos; 3.5. a verdade é que as Srtas. Ana Carla Matoso Barbosa de Azevedo e Taisa Matoso Barbosa são filhas do Sr. Raimundo Correia Barbosa Filho e Riane Matoso Barbosa; 3.6. a empresa Host Hotéis e Turismo Ltda iniciou suas atividades na década de 1990, sendo que o Sr. Raimundo e a Sra. Riane exerciam atividades empresariais desde antes, tendo o casal resolvido no início da década de 2000 transferir a empresa para suas filhas para que desse continuidade aos negócios; 3.7. o casal possuía 3 filhas, razão da constituição das empresas Restaurante Thermas, Hotel Thermas e Planeta Água Bar e Restaurante, que a fiscalização de forma arbitrária e equivocada conclui tratarse de uma única empresa; 3.8. todas as alterações contratuais estão absolutamente de acordo com a legislação que rege a matéria, inexistindo motivos para desconsideração da personalidade jurídica dessas empresas; 3.9. requer que seja cancelado o ato declaratório de exclusão da contribuinte do Simples Federal em face da insuficiência de provas da irregularidade atribuída à empresa. A interessada foi intimada da decisão de primeiro grau em 16/01/2014 e interpôs recurso voluntário em 14/02/2014 no qual repete as mesmas alegações apresentadas na sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 3300DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 13433.720319/201259 Acórdão n.º 1302001.985 S1C3T2 Fl. 3.298 6 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado O recurso voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos legais e regimentais. Assim, dele conheço. A recorrente foi excluída do regime simplificado de pagamento de tributos denominado Simples Federal, para o período de 1º/8/2000 a 30/06/2007, por configurarse a situação impeditiva prevista no art. 9º, XVII, da Lei n.º 9.317, de 1996. A acusação fiscal é de que a empresa é resultante de um desmembramento irregular das atividades de hotelaria e restaurante exercidas até julho de 2000 pela empresa Host Hotéis e Turismo Ltda, mediante a criação de duas novas empresas que passaram a exercer separadamente as atividades de hotelaria (Hotel Thermas Ltda) e restaurante (Restautante Thermas Ltda), sendo esta última a interessada e ora recorrente neste processo. A empresa Host Hotéis e Turismo Ltda, que tem no seu quadro de sócios o Sr. Raimundo Correia Barbosa Filho e a Sra. Riane Matoso Barbosa, passou a ser denominada Host Administração Hoteleira Ltda e passou a arrendar o imóvel e instalações antes diretamente explorada por ela às duas novas empresas criadas: Hotel Thermas Ltda e Restautante Thermas Ltda. Os sócios das novas empresas criadas são filhas do casal Raimundo e Riane Barbosa, sócios da empresa Host. A receita da empresa Host Hotéis e Turismo Ltda que no ano de 2000 alcançou montante superior a R$ 1,5 milhões (acima do limite do Simples Federal que era de R$ 1,2 milhões naquele ano) e que até então era tributada pelo lucro real , foi reduzida drasticamente para registrar apenas os valores dos aluguéis recebidos das empresas que a sucederam na atividade. Estas, por sua vez, ao exercerem cada uma apenas parte da atividade da empresa Host, passaram a apresentar receitas em valores bem inferiores ao limite de tributação pelo Simples Federal (Vide tabelas na Representação Fiscal Exclusão do Simples efls. 11/13) A recorrente alega que a conclusão fiscal está amparada em mera presunção, sem amparo legal, pois não existe na legislação do Simples Federal amparo à exclusão mediante simples presunção de fato. Sustenta que o Fisco tratou uma mera sucessão de empresa familiar (de pai para filhos) como sendo ato fraudulento. Aduz que a empresa Host Hotéis e Turismo Ltda iniciou suas atividades na década de 1990, e que o Sr. Raimundo e a Sra. Riane exerciam atividades empresariais desde antes, tendo decidido no início da década de 2000 transferir a empresa para suas filhas para que desse continuidade aos negócios. Como o casal possuía 3 filhas, optouse pela constituição das empresas Restaurante Thermas, Hotel Thermas e Planeta Água Bar e Restaurante, que a fiscalização de forma arbitrária e equivocada conclui tratarse de uma única empresa. Fl. 3301DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 13433.720319/201259 Acórdão n.º 1302001.985 S1C3T2 Fl. 3.299 7 Conclui que todas as alterações contratuais estão absolutamente de acordo com a legislação que rege a matéria, inexistindo motivos para desconsideração da personalidade jurídica dessas empresas, impondose o cancelamento do Ato Declaratório de exclusão do regime simplificado. Entendo que não assiste razão à recorrente. A legislação do Simples Federal (Lei nº 9.317/1996) veda expressamente a opção pelo Simples por pessoa jurídica que seja resultante de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento da pessoa jurídica (art. 9º, inc. XVII). Com efeito, a fiscalização apresentou diversos elementos convergentes que demonstram que a empresa Restaurante Thermas Ltda é resultante de um desmembramento irregular das atividades da empresa Host Hotéis e Turismo Ltda, como o intuito deliberado de propiciar a sua opção ao regime de tributação simplificado e favorecido concedido pela legislação do Simples Federal. E que, não obstante a personalidade das pessoas jurídicas criadas, restou demonstrado que as atividades das pessoas jurídicas que sucederam a empresa Host Hotéis e Turismo Ltda permaneceram sendo desenvolvidas em conjunto, partilhando de administração comum e inclusive dos mesmos funcionários da empresa sucedida. Nos instrumentos de procuração obtidos pelo Fisco junto aos cartórios da comarca de Mossoró (efls. 1247/1284), verificase que foram concedidos poderes de administração cruzados entre as sócias das empresas Restaurante Thermas Ltda (sóciagerente Ana Carla Matoso Barbosa de Azevedo) e Hotel Thermas Ltda (sóciagerente Patricia Matoso Barbosa Barcellos Chaves). A fiscalização destaca também a existência de procuração com poderes de administração em face das duas empresas concedida à Sra. Auremiza Cordeiro Freitas da Paixão, que até junho de 2003 constava como empregada da empresa Host Administração Hoteleira Ltda, o que denota a administração partilhada dos empreendimentos (hotel e restaurante). Observo também, a existência de instrumento de mandato (efls. 1257) em favor do Sr. Raimundo Correia Barbosa Filho e a Sra. Riane Matoso Barbosa, sócios da empresa Host Administração Hoteleira, com amplos poderes de representação e administração em face da empresa Hotel Thermas Ltda. Outro indício da confusão operacional entre as empresas, apontado pela fiscalização, referese ao pagamento de diversas despesas e transferências de valores realizadas pela empresa Restaurante Thermas Ltda, em prol do Sr. Raimundo Correia Barbosa Filho, que teriam sido pagos por conta dos aluguéis devidos à empresa Host Administração Hoteleira, por ordem desta, em valores que em alguns meses são bastante superiores aos devidos contratualmente (vide como exemplos os meses de março e maio de 2005 item 1.10 do Despacho Decisório DRF/MOS Nº 381/2011 efls. 1294/1295). Observo que não se trata de desconsideração da personalidade jurídica das empresas envolvidas, como alega a recorrente. Não houve a desconsideração da personalidade jurídica das empresas por parte do Fisco, mas tão somente a constatação de que as empresas criadas (Restaurante Thermas Ltda e Hotel Thermas Ltda) decorrem do desmembramento das Fl. 3302DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 13433.720319/201259 Acórdão n.º 1302001.985 S1C3T2 Fl. 3.300 8 atividades da empresa Host Administração Hoteleira Ltda com vistas a inclusão no regime favorecido do Simples Federal; situação esta vedada legalmente. Não se discute o direito do contribuinte reorganizar seus negócios, inclusive do ponto de vista sucessório, como alegado. No entanto, restando comprovado que a empresa, ora recorrente, resulta do desmembramento das atividades de outra empresa com maior porte, com vistas a usufruir dos benefícios tributários destinados às empresas que se enquadrem no regime de tributação favorecido do Simples Federal, entendo correta a exclusão do regime, uma vez existente expressa disposição legal que veda a prática. Ante a todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, para manter a exclusão da interessada do Simples Federal. Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator Fl. 3303DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 07 /10/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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Numero do processo: 10768.007874/2002-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1997, 1998
INEXISTÊNCIA DE PRAZO PARA A AUTORIDADE FISCAL AFERIR A QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PLEITEADO
O prazo que para o Fisco rever o valor devido a título de tributo com o fito de aferir a quantia recolhida a maior não se confunde com o prazo para o Fisco constituir o crédito (no caso, decadencial), nem com o prazo cobrar este crédito (prescricional).
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO- COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS NA SUCESSÃO
Até o advento da Medida Provisória nº 1.858-6, de 1999, não existia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida.
Numero da decisão: 1401-001.674
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, AFASTAR a decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório decorrente do aproveitamento dos saldos negativos de CSLL da empresa incorporada no ano de 2007 e para realizar as compensações até o limite desse crédito.
(assinado digitalmente)
ANTONIO BEZERRA NETO - Presidente.
(assinado digitalmente)
GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO BEZERRA NETO (Presidente), LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, RICARDO MAROZZI GREGORIO, LUIZ RODRIGO DE OLIVEIRA BARBOSA, MARCOS DE AGUIAR VILLAS BOAS, AURORA TOMAZINI DE CARVALHO.
Nome do relator: GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES
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CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS NA SUCESSÃO Até o advento da Medida Provisória nº 1.8586, de 1999, não existia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, AFASTAR a decadência e, no mérito, DAR provimento PARCIAL ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório decorrente do aproveitamento dos saldos negativos de CSLL da empresa incorporada no ano de 2007 e para realizar as compensações até o limite desse crédito. (assinado digitalmente) ANTONIO BEZERRA NETO Presidente. (assinado digitalmente) GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 00 78 74 /2 00 2- 40 Fl. 1391DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO BEZERRA NETO (Presidente), LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, RICARDO MAROZZI GREGORIO, LUIZ RODRIGO DE OLIVEIRA BARBOSA, MARCOS DE AGUIAR VILLAS BOAS, AURORA TOMAZINI DE CARVALHO. Relatório Em relação às peças iniciais do presente feito, sirvome do relatório da autoridade a quo: 2. Feita a ressalva, trata o presente processo do Pedido de Restituição de fl. 05, apresentado em 15/05/2002, no qual a interessada acima identificada alega possuir crédito contra a Fazenda Pública decorrente de pagamento a maior da contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL (cód. 2484), no valor original de R$1.339.960,45, indicando os recolhimentos efetuados através dos documentos de arrecadação cujas cópias constam às fls. 10/11. 3. Utilizando o crédito que alega possuir, na mesma data em que apresentou o Pedido de Restituição a interessada apresentou os Pedidos de Compensação de fls. 03 e 164 convertidos em Declarações de Compensação DCOMPs com fundamento no § 4º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pela Lei nº 10.637/2002 – os quais foram retificados através das DCOMPs de fls. 278/279, apresentadas em 20/12/2006. Nestas últimas DCOMPs apresentadas se busca extinguir por compensação os débitos de abril e maio de 2002 da contribuição para o Pis/Pasep e da contribuição para o financiamento da seguridade social – Cofins, conforme adiante discriminado: (...) 4. Inicialmente a Divisão de Orientação e Análise Tributária – Diort da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária no Rio de Janeiro – Derat/RJ proferiu o Despacho Decisório nº 160/2002, de fl. 224, baseada no Parecer Conclusivo nº 160/2002, de fls. 217/219, reconhecendo integralmente o direito creditório pleiteado e, conseqüentemente, promovendo os cálculos e demais procedimentos administrativos relacionados à restituição e compensação, conforme documentos de fls. 225/246. 5. Posteriormente, a Diort/Derat/RJ emitiu o Parecer Conclusivo nº 67/2007, de fls. 425/438, que resultou no Despacho Decisório de fl. 439, onde são apontadasdiversas inconsistências na análise proferida no Parecer Conclusivo nº 160/2002, que resultou no Despacho Decisório nº 160/2002. Conseqüentemente, decidiuse “anular o Parecer Conclusivo nº 160/2002 e a Decisão nº 160/2002, de 05/09/2002, e tornar sem efeito a compensação dos débitos constantes dos Pedidos de Fl. 1392DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.392 3 Compensação às fls. 01 e 145 deste processo, bem assim dos débitos relacionados na Tabela 07 do Parecer Conclusivo nº 67/2007 acima aludido”. Restou determinada a necessidade de ser elaborado novo Parecer Conclusivo sobre o pleito, além de a interessada ser cientificada do ali decidido, ressalvando que quanto ao referido Despacho Decisório de fl. 439 não caberia a instauração de contraditório de que tratam os parágrafos 9º e 11 do art. 74 da Lei nº 9.430/96, mas tão somente a interposição do recurso previsto no art. 56 da Lei nº 9.784/1999. 6. Cientificada, a interessada apresenta a petição de fls. 699/705, que foi recepcionada como o recurso hierárquico previsto no art. 56 da Lei nº 9.784/1999. O referido recurso foi encaminhado ao Gabinete da SRRF/7ª RF, por força do disposto no § 1º do art. 56 da Lei nº 9.784/1999, através da Informação Fiscal de fls. 719/720. A Disit da SRRF da 7ª Região Fiscal se pronunciou sobre o recurso através do Parecer SRRF/7ª RF/Disit nº 41, de fls. 798/806, negando provimento ao mesmo. 7. Simultaneamente se iniciou, então, nova análise do direito creditório pela Diort/Derat/RJ, que proferiu o despacho de fls. 684/689, através do qual o processo foi remetido à Delegacia de Fiscalização no Rio de Janeiro – Defic/RJ para realização de diligências visando a elucidação de diversos questionamentos ali apontados. 8. Para efetivar a diligência determinada pela Diort/Derat/RJ foi expedido o Mandado de Procedimento Fiscal Diligência nº 07.1.90.002007013021, de fl. 722. Ato contínuo, a interessada foi intimada através do “Termo de Diligência Fiscal / Solicitação de documentos nº 0001”, de fls. 723/724, a esclarecer o seguinte: 8.1. Quanto ao Exercício de 1996: Compor o valor de R$44.886.058,51 constante da Ficha 11 linha 16 (fls. 398) da DIPJ do Exercício de 1996, identificando o(s) ano(s)calendário a que corresponde e justificar a não obediência ao limite de 30% estabelecido pelo artigo 16 da Lei nº 9.065/95. 8.2. Quanto ao Exercício de 1997: a) esclarecer as razões pelas quais não foi adicionado na Ficha 11 – linha 06 da DIPJ do Exercício de 1997 (fls. 458) o valor de R$4.129.112,24 relativo a resultado negativo em participação societária, apurado na Ficha 06 linha 18 da mesma DIPJ (fls. 425); b) esclarecer e justificar as divergências entre a DIPJ do Exercício de 1997 e as DCTFs correspondentes, conforme Demonstrativo I, anexo, comprovando a origem dos créditos compensados na DIPJ (fls. 438, 440, 442, 444, 446, 448, 450, 452, 454, 456) e planilha de folha 612. Na declaração do Exercício de 1996 não foi apurado saldo negativo de CSLL (Fls. 397 e 398). Fl. 1393DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 4 8.3. Quanto ao Exercício de 1998: a) informar a origem da exclusão do valor de R$11.765.398,61, efetuada na Ficha 11 linha 19 da DIPJ do Exercício de 1998 (fls.518); b) esclarecer e justificar as divergências entre a DIPJ do Exercício de 1998 e as DCTFs correspondentes, conforme Demonstrativo II, anexo, comprovando a origem dos créditos compensados na DIPJ (fls. 508 a 516) e planilha de folha 622. 8.4. Quanto ao Exercício de 1999: Informar qual o código de receita, data do pagamento e período de apuração dos créditos utilizados para compensar na DIPJ do Exercício de 1999 Ficha 29 – linha 08, nos meses de maio e junho de 1998 (fls. 572) e liquidar por compensação a CSLL apurada na linha 05, nos valores de R$ 155.159,62 e R$ 974.047,12, respectivamente. Não consta débito na DCTF do segundo trimestre de 1998 (fls. 358 e 359). 9. A interessada apresentou resposta ao Termo de Diligência Fiscal / Solicitação de documentos nº 0001 através da petição de fls. 726/730, acompanhada dos documentos de fls. 731/795. 10. Através do Parecer Conclusivo nº 278/2009, de fls. 853/890, foi proferido o Despacho Decisório de fl. 891 pela Derat, não reconhecendo qualquer valor a título de direito creditório e, conseqüentemente, não homologando as compensações. Além disso, o Despacho Decisório também decidiu não acolher a petição de fls. 807/818 e, ainda, determinou que se desse ciência à interessada do inteiro teor do Parecer SRRF/7ª RF/Disit nº 41, de fls. 798/806, que negou provimento ao recurso hierárquico. 11. As alegações para a não homologação das compensações constantes do Parecer Conclusivo nº 278/2009, de fls. 853/890, são as seguintes: 11.1. Que se infere do consignado nos itens 07 e 01 dos demonstrativos que se encontram, respectivamente, às fls. 08 e às fls. 09, que o direito creditório de R$2.462.456,54, cujo reconhecimento foi pleiteado no Pedido de Restituição às fls. 05, corresponde à totalização das importâncias de R$2.102.183,00 e R$360.273,54; ambas atualizadas até maio de 2002, mês em que o processo foi formalizado. A maior dessas duas quantias (R$2.102.183,00) foi determinada a partir da atualização, mediante o acréscimo de juros, de três parcelas distintas, que perfazem o montante de R$1.275.218,18, enquanto a menor delas (R$360.273,54) resultou da atualização da parcela única de R$192.145,89, conforme representado no quadro abaixo, o qual, em síntese, reproduz os dados constantes dos supracitados itens 07 e 01 dos demonstrativos às fls. 08 e 09: (...) 11.2. Que os cálculos versados nos itens 02; 03; 04; 05 e 06 do demonstrativo às fls. 07 e 08 e no item 01 do demonstrativo às fls. 09, em virtude de no campo 04 do Pedido de Restituição às fls. 05 ter sido assinalado que a ele foram anexados dois DARFs Fl. 1394DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.393 5 no valor total de R$1.339.960,45, induzem à conjectura de que o direito creditório reivindicado seria inerente a compensações e a pagamentos indevidos, envolvendo os recolhimentos efetuados pelos DARFs com cópia às fls. 10 e 11; o primeiro deles, no valor de R$192.145,89, em 28/11/1997, e o segundo, em 30/12/1997, no montante de R$1.147.814,56; ambos realizados sob o código de receita 2484 (CSLL Estimativa Mensal); 11.3. Que segundo os itens 03 e 05 do demonstrativo de fl. 07, parte do pagamento de R$1.147.814,56 teria sido utilizado na liquidação, por compensação, de dois débitos nos valores de R$155.159,62 e R$974.047,12. Após tais compensações, desse pagamento teria restado o saldo de R$146.011,44, o qual, de acordo com o registrado no quadro acima, constitui exatamente o valor histórico da primeira das parcelas que compõem o crédito postulado neste processo, das quais outras duas são constituídas pelos dois valores que teriam sido com ele compensados, ou seja, pelas importâncias de R$155.159,62 e R$974.047,12. A última parcela se refere ao pagamento de R$192.145,89 realizado por meio do DARF às fls. 07, que, consoante o demonstrativo às fls. 09, não foi utilizado em compensação alguma; 11.4. Que o recolhimento efetuado pelo DARF com cópia à fl. 11, no valor de R$1.147.814,56, de acordo com o nele assinalado e no extrato do sistema SINAL que o confirma, à fl. 191, diz respeito à CSLL de novembro de 1997. Relativamente a esse período de apuração, constatase na ficha 09 da Declaração de Rendimentos do exercício de 1998 (ano calendário de 1997), às fls. 569, que a interessada apurou na linha 25 o valor de R$1.147.874,23, bem assim que, na DCTF nº 0000.100.1998.00225894 (Original Ativa fls. 395; 402 e 406) e naquela de nº 0000.100.2000.38004623 (Complementar Ativa fls. 395; 404 e 407), declarou como débitos de CSLL os valores de R$1.147.814,56 e R$59,66, ambos liquidados por pagamento, os quais foram devidamente validados e utilizados pela Receita Federal do Brasil, em consonância com as declarações que a interessada prestou, como exibido nas telas do SIEF com cópia às fls. 680 e 681. Fica comprovado, portanto, que o pagamento de R$1.147.814,56, posto que efetivado como antecipação obrigatória, não pode ser caracterizado como indevido, e, por conseguinte, tampouco como passível de compensação direta com outros tributos e contribuições administrados pela R.F.B ou objeto de repetição; 11.5. Que o pagamento de R$192.145,89 realizado por meio do DARF de fl. 10, segundo os dados que ostenta e de acordo com o extrato do SINAL à fl. 192, relativo a sua confirmação, concernente à CSLL de outubro de 1997, conforme já dito, não foi utilizado em compensação alguma, motivo pelo qual, diferentemente do ocorrido com o pagamento de R$1.147.814,56, foi computado na determinação do direito creditório pleiteado pelo seu valor integral. Não obstante, na DCTF nº 0000.100.1998.00225894 (Original Ativa fls. 395; 402 e 405) a interessada declarou como débito de CSLL de outubro Fl. 1395DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 6 de 1997 precisamente o valor de R$192.145,89, bem como que o teria liquidado por pagamento, o qual de acordo com o estampado na tela do SIEF com cópia às fls. 679 foi validado e utilizado pela R.F.B em estrita consonância com o declarado naquela DCTF; fato que impede, incontinenti, que esse pagamento de R$192.145,89 possa ser considerado como indevido e, em decorrência, também que seja tido como passível de restituição ou compensação direta com outros tributos e contribuições administrados pela R.F.B; 11.6. Que as parcelas de R$155.159,62 e R$974.047,12 (parcelas 02 e 03 do Quadro constante do item 11.1.1. do relatório), não foram compensadas com o pagamento de R$1.147.814,56, como consta dos itens 03 e 05 do demonstrativo de fl. 07. Questionada através do Termo de Diligência Fiscal/Solicitação de Documentos nº 01 (fls. 723/724) a esclarecer o código de receita, data de pagamento e período de apuração dos créditos que teria utilizado para compensar na DIPJ do exercício de 1999 (ficha 29 Cálculo da CSLL Mensal por Estimativa/linha 08 Saldo Negativo de Períodos Anteriores, às fls. 626) as estimativas de maio e junho de 1998, nos valores de R$155.159,62 e R$ 974.047,12, a interessada respondeu, às fls. 726/730, mais especificamente no item 06, que as compensações de CSLL declaradas na DIPJ do exercício de 1999 (anocalendário de 1998) foram efetuadas com o saldo negativo de R$2.361.332,68 dessa mesma contribuição, apurado na ficha 11 (Cálculo da CSLL) da Declaração de Rendimentos do exercício de 1998 (anocalendário de 1997), cuja cópia, referenciada às fls. 729 como DOC 6a, encontrase às fls. 788. Para comprovar, a interessada apresentou os excertos do seu Razão às fls. 791/795, os quais denominou de DOCs 6d a 6h, correspondentes, respectivamente, à conta nº 1.1.18.3.18.01.0020 (Contribuição Social Crédito Fiscal Recolhido a Maior 96) e à conta nº 2.1.45.2.02.02.0010 (Contribuição Social Provisão); 11.7. Que a interessada reconheceu que compensou uma parte da CSLL de maio e junho de 1998 com o saldo negativo dessa mesma contribuição apurado na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998, anocalendário de 1997, o que conduz às conclusões que: a) os créditos reivindicados de R$155.159,62 e R$974.047,12 (parcelas 02 e 03 do Quadro constante do item 11.1 do relatório) não dizem respeito a indébitos, mas tãosomente a parcelas que compõem o saldo negativo de CSLL apurado na DIPJ do exercício de 1999, anocalendário de 1998, no montante de R$1.129.206,74; e b) o crédito de R$146.011,44 (parcela 01 do Quadro constante do item 11.1 do relatório) é uma parte do saldo negativo de CSLL de R$2.361.332,68 determinado na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998, anocalendário de 1997, às fls. 572, ou, mais precisamente, não é mais que o saldo remanescente da quantia de R$1.147.814,56 que o integra; resultante da compensação da CSLL de maio e junho de 1998; Fl. 1396DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.394 7 11.8. Que conforme a ficha 09 da Declaração de Rendimentos do exercício de 1998, a interessada, em todos os meses do ano calendário de 1997, determinou a base de cálculo da CSLL mediante o levantamento de balanço/balancete de suspensão/redução, resultando tal base de cálculo como positiva de abril a dezembro. Em novembro, a interessada declarou como contribuição devida a importância de R$4.002.531,06, que, após a dedução (linha 09/18 CSLL Devida em Meses Anteriores) da quantia de R$2.660.065,04, resultou na (linha 09/19) CSLL a Pagar no valor de R$1.342.466,06. Este valor foi parcialmente amortizado mediante a compensação na linha 09/20 (Compensação de Pagamentos Indevidos ou a Maior) do montante de R$194.591,79, restando o saldo de R$1.147.874,23, lançado na linha 09/25 (Saldo de CSLL), que foi liquidado pelos pagamentos de R$1.147.814,56 e R$59,66, conforme estampado nas telas do SIEF já aqui mencionadas. Por sua vez, na ficha 11 da Declaração de Rendimentos do exercício de 1998 (Cálculo da CSLL), verificase que o saldo negativo de R$2.361.332,68 decorreu da dedução na linha 11/22 (CSLL sobre o Lucro Mensal por Estimativa) da importância de R$4.002.531,06; a qual, segundo o exposto acima em relação à ficha 09, sem dúvida abarca o pagamento de R$1.147.814,56 efetivado para liquidar, com o devido complemento daquele de R$ 59,66, o saldo de CSLL de R$1.147.874,23; 11.9. Que na ficha 29 da DIPJ do exercício de 1999 (Cálculo da CSLL Mensal por Estimativa) a base de cálculo da CSLL foi determinada a partir do levantamento de balanço/balancete de suspensão/redução em todos os meses, resultando positiva em maio, junho, julho e novembro. Entretanto, apenas em maio e junho os valores apurados na linha 29/05 (CSLL a Pagar), isto é, R$155.159,62 e R$974.047,12, foram compensados com o saldo negativo de R$2.361.332,68 apurado na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998, anocalendário de 1997. Na ficha 30 (Cálculo da CSLL), o saldo negativo de CSLL determinado na linha 30/35 (Saldo de CSLL a Pagar), no valor de R$1.129.206,74, decorreu da dedução na linha 30/25 (CSLL Mensal Paga por Estimativa) da quantia de R$1.129.206,74, a qual, como se observa, corresponde precisamente à soma dos valores apurados na linha 29/05 (CSLL a Pagar) das fichas referentes a maio e junho, vale dizer: R$155.159,62 e R$974.047,12. Assim e em razão de a interessada ter admitido explicitamente que compensou tais débitos com o saldo negativo de R$2.361.332,68 relativo à CSLL do exercício de 1998 (ano calendário de 1997), ao solicitar a restituição das importâncias de R$155.159,62 e R$974.047,12, ela está a pleitear não mais que a repetição integral do saldo negativo de CSLL do exercício de 1999 (anocalendário de 1998), no valor de R$1.129.206,74; 11.10. Que o pleito deve ser analisado, com exceção do que tange à parcela de R$192.145,89, com fulcro na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998 e na DIPJ do exercício de 1999, a fim de atestar a efetiva procedência dos saldos negativos Fl. 1397DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 8 de CSLL nelas apurados; para o que será necessário, pelos motivos expostos no despacho às fls. 684/689, remontar ao exercício de 1996; 11.11. Quanto ao exercício de 1996 (anocalendário de 1995): 11.11.1. Que por intermédio do referido Termo de Diligência Fiscal/Solicitação de Documentos nº 0001 (fls. 723/724), a interessada foi intimada a compor o valor de R$44.886.058,51 constante da ficha 11 da linha 16 da DIRPJ do exercício de 1996, identificando o(s) ano(s)calendário a que corresponde, e justificar a não obediência ao limite de 30% estabelecido pelo artigo 16 da Lei nº 9.065/95. Segundo os esclarecimentos da interessada, deduzidos no item 01 do seu arrazoado, às fls. 726, a importância de R$44.886.058,51 corresponde à base de cálculo negativa de CSLL apurada no anocalendário de 1994 pela Globosat Comunicações Ltda, CNPJ nº 27.865.757/000102, sucessora, por incorporação, em 02/10/1995, de Globo Participações Ltda, CNPJ nº 92.724.178/000101, que utilizou, depois de atualizála monetariamente, para compensar a totalidade da base de cálculo da CSLL do anocalendário de 1995, com arrimo na antecipação de tutela que lhe foi conferida no âmbito da ação judicial nº 97.00125149; 11.11.2. Que relativamente à compensação assim procedida, foi verificado que em 05/08/1999 a interessada foi cientificada do Auto de Infração de que trata o do processo nº 15374.001425/9932, por força do qual a ficha 11 (Demonstração do Cálculo da CSLL) da sua Declaração de Rendimentos do exercício de 1996 (anocalendário de 1995), com cópia às fls. 731, mutatis mutandis, foi modificada da seguinte forma: (...) 11.11.3. Que consta desse Auto de Infração que a exigibilidade do crédito tributário nele lançado foi suspensa, por força da sentença proferida pela 11a Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro nos autos da acima mencionada ação ordinária nº 97.00125149 (fls. 39 do processo nº 15374.001425/9932 e fls. 750 do presente processo). Diante da impugnação apresentada em 02/09/1999 atacando esse Auto de Infração, o qual se encontra às fls. 44/47 do processo nº 15374.001425/9932, em 10/05/2002 a Terceira Turma de Julgamento da DRJ/RJOI editou o Acórdão nº 01.139, às fls. 60/65, também do processo nº 15374.001425/9932, em que declarou a constituição definitiva na esfera administrativa do crédito tributário, referente à CSLL do exercício de 1996, no valor de R$2.055.807,66; destacado na última linha/coluna do quadro supra; 11.11.4. Que através do requerimento de fls. 69 do processo nº 15374.001425/9932, recepcionado pelo CAC/IPANEMA em 07/08/2003, a interessada desistiu, expressa e irrevogavelmente, da impugnação acima referida, bem assim renunciou a quaisquer alegações de direito que fundamentam o processo nº 15374.001425/9932, na forma do disposto no art. 4o, inciso II, da Lei nº 10.684/2003, a fim de usufruir, no tocante ao crédito Fl. 1398DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.395 9 tributário lançado pelo respectivo Auto de Infração, do parcelamento especial previsto no art. 1º da referida Lei nº 10.684/2003. Com o mesmo objetivo, manifestou sua desistência quanto à ação ordinária nº 97.00125149, assim como a renúncia ao direito em que ela se funda. Do exposto, resulta a conclusão de que, malgrado ao que alude no item 01 dos esclarecimentos que prestou às fls. 726, a interessada não tem como se opor às modificações introduzidas na sua Declaração de Rendimentos do exercício de 1996 (anocalendário de 1995) pelo Auto de Infração de que trata o do processo nº 15374.001425/9932, sumariadas no quadro já apresentado; 11.12. Quanto ao exercício de 1997 (anocalendário de 1996): 11.12.1. Que a interessada foi intimada, através dos itens 02 e 03 do referido Termo de Diligência Fiscal/Solicitação de Documentos de fls. 723/724, a esclarecer as razões pelas quais não foi adicionado na ficha 11 linha 06 da Dirpj do exercício de 1997 o valor de R$4.129.112,24; relativo a resultado negativo em participação societária, apurado na ficha 06 linha 18 dessa mesma declaração; e justificar as divergências entre a Declaração de Rendimentos do exercício de 1997 e as DCTFs correspondentes, conforme indicado no Demonstrativo I de fls. 725, bem assim na planilha às fls. 667, comprovando a origem dos créditos compensados nessa Declaração de Rendimentos, tendo em vista que na Declaração de Rendimentos do exercício de 1996 não foi apurado saldo negativo de CSLL (fls. 450/451); 11.12.2. Que em resposta às indagações, às fls. 727 e 728 a interessada aduziu o seguinte: 11.12.2.1. Que de acordo com o registrado nos excertos do seu Razão, às fls. 762/763, o referido valor de R$4.129.112,24 concerne à amortização de ágio procedida antes da alienação do respectivo investimento (participação societária em "Globo Computação Gráfica"), informado corretamente na linha 06/18 (Resultados Negativos em Participações Societárias), em observância ao preconizado no Manual para Preenchimento da Declaração de Rendimentos (MAJUR 1997); amortização esta que, de acordo com a legislação pertinente, não é passível de adição na determinação da base de cálculo da CSLL; 11.12.2.2. Que as divergências existentes entre a Dirpj do exercício de 1997 e as correspondentes DCTFs advêm de erros cometidos no preenchimento destas últimas, que seriam sanados, "não fosse o decurso do prazo de cinco anos", que faz com que os sistemas atuais da R.F.B não aceitem retificações dessa natureza. Por sua vez, os créditos compensados na Declaração de Rendimentos do exercício de 1997 são referentes aos recolhimentos efetuados pelos DARFs com cópias às fls. 767/771, que foram utilizados da maneira discriminada na tabela abaixo: (...) Fl. 1399DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 10 11.12.2.3. Que desconhece os motivos que ocasionaram a glosa da exclusão da quantia de R$14.080.563,49, que, até então, figurava na linha 20 (Base de Cálculo Negativa de CSLL de Períodos Anteriores) da ficha 11 (Cálculo da CSLL) da sua Dirpj do exercício de 1997. 11.12.3. Quanto à afirmação da interessada de que desconheceria os motivos que levaram à glosa da exclusão da quantia de R$14.080.563,49, é feita a ressalva que essa glosa foi procedida pelo Auto de Infração que constitui o objeto do processo nº 15374.004558/200182, do qual a mesma foi regularmente cientificada. Após impugnação apresentada, a questão foi analisada e resolvida pelo Acórdão nº 6798, de 22/02/2005, a partir do qual a Décima Turma de Julgamento da DRJ/RJOI julgou procedente o Auto de Infração contestado e determinou que a autuada fosse intimada a ajustar seus registros contábeis e fiscais em consonância com os valores que dele constam; determinação esta que foi cumprida pela Intimação nº 181/05, às fls. 41 do processo nº 15374.004558/200182. Em face desse Auto de Infração sua Declaração de Rendimentos nº 8121590 do exercício de 1997 (anocalendário de 1996), foi alterada, em suma, da seguinte maneira: (...) É destacado, ainda, que a parcela de R$12.580.563,49, que compõe a exclusão glosada de R$14.080.563,49, corresponde exatamente à base de cálculo da CSLL do exercício de 1996 (anocalendário de 1995) que, de negativa, foi alterada para o valor positivo de R$22.613.884,32 pelo Auto de Infração referente ao processo nº 15374.001425/9932, já mencionado no item “11.11” e subitens do presente relatório. Entendese também que administrativamente não há mais o que discutir sobre as modificações introduzidas na Declaração de Rendimentos do exercício de 1997 nº 8121590 (anocalendário de 1996); resumidas no quadro acima. 11.12.4. Quanto às razões pelas quais não foi adicionado na ficha 11 linha 06 da Dirpj do exercício de 1997 o valor de R$4.129.112,24: 11.12.4.1. Que sobre aos valores que devem ser indicados na linha 06/18 (Demonstração do Lucro Líquido PJ em Geral/Resultados Negativos em Participações Societárias), assim preceitua o Manual de Preenchimento da Declaração de Rendimentos (MAJUR1997): (...) Linha 06/18 Resultados Negativos em Participações Societárias Indicar nessa linha: (...) c) as amortizações de ágios nas aquisições de investimentos avaliados pelo patrimônio líquido O valor amortizado deverá ser adicionado ao lucro liquido, para determinação do lucro real, e controlado na parte B do Livro de Apuração do Lucro Real até a alienação ou baixa da participação societária, quando, então, poderá ser Fl. 1400DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.396 11 excluído do lucro líquido, para determinação do lucro real do períodobase em que se computar o ganho ou perda de capital havido. 11.12.4.2. Que o Regulamento do Imposto de Renda 1994 (RIR/94), aprovado pelo Decreto nº 1.041/1994, vigente no ano calendário de 1996, assim determinava: "Art. 334. As contrapartidas da amortização do ágio ou deságio de que trata o art. 329 não serão computadas na determinação do lucro real, ressalvado o disposto no art. 376 (DecretoLei n1.598, de 1977, art. 25, e DecretoLei n° 1.730, de 1979, art. 1?, inciso III). Parágrafo único. Concomitantemente com a amortização, na escrituração comercial, do ágio ou deságio a que se refere este artigo, será mantido controle, no LALUR, para efeito de determinação do ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação do investimento (art. 376). Art. 376. O valor contábil para efeito de determinar o ganho ou perda de capital na alienação ou liquidação de investimento em coligada ou controlada avaliado pelo valor de patrimônio líquido (art. 328), será a soma algébrica dos seguintes valores (DecretoLei n1.598, de 1977, art. 33, e DecretoLei n1.730, de 1979, art. 1, inciso V): I valor de patrimônio líquido pelo qual o investimento estiver registrado na contabilidade do contribuinte; II ágio ou deságio na aquisição do investimento, ainda que tenha sido amortizado na escrituração comercial do contribuinte, excluídos os computados nos exercícios financeiros de 1979 e 1980, na determinação do lucro real; III provisão para perdas (art. 374) que tiver sido computada na determinação do lucro real. " 11.12.4.3. Que a Lei nº 8.981/1995, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 9.065/1995, assim dispõe: "Art. 57. Aplicamse à Contribuição Social sobre o Lucro (Lei n° 7.689, de 1988) as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei." 11.12.4.4. Que, em sentido bem diverso do entendimento da interessada, no anocalendário de 1996 a amortização do ágio registrada como despesa na contabilidade comercial deveria ser adicionada à base de cálculo da CSLL e, no caso de alienação ou liquidação do investimento, deveriam ser observadas as disposições do art. 426 do RIR/94. Consequentemente, a Declaração de Rendimentos do exercício de 1997 (ano Fl. 1401DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 12 calendário de 1996), a par das modificações introduzidas pelo Auto de Infração de que trata o processo nº 15374.004558/200182, retratadas no quadro de que trata o item 11.12.3. do relatório, deve assumir por ora, mediante a inclusão da adição da quantia de R$4.129.112,24 referente ao ágio amortizado, os seguintes valores: (...) 11.12.5. Quanto às divergências entre a Dirpj/97 e as DCTFs correspondentes, e a comprovação da origem dos créditos compensados na Declaração de Rendimentos: 11.12.5.1. Que uma vez que a Dirpj/97 foi entregue em 28/04/1997 e as DCTFs pertinentes ao anocalendário de 1996 o foram no período de 07/06/1996 a 16/12/1997, as divergências entre tais declarações são há muito conhecidas. Carece assim de fundamento o alegado pela interessada de que, pelo decurso do prazo de cinco anos, ficou impedida de proceder às retificações necessárias a sua conciliação, até porque sua DCTF ativa de dezembro de 1996 é uma retifícadora. Diante disso, assim como da não apresentação de documentos comprobatórios hábeis e idôneos capazes de dirimilas, permanecem injustificadas as divergências entre a Declaração de Rendimentos do exercício de 1997 e as DCTFs do ano calendário de 1996; retratadas no Termo de Diligência Fiscal/Solicitação de Documentos nº 0001, de fls. 723/724, a saber: (...) 11.12.5.2. Que o cotejo do quadro de que trata o item “11.12.2.2” do presente relatório com o quadro acima (item “11.12.5.1”) evidencia que a interessada: a) Compensou os débitos declarados na linha 09/13 da Dirpj/97 com os saldos dos recolhimentos efetuados pelos DARFs com cópia às fls. 767/771, recolhimentos estes que, dada a inexistência de débitos de CSLL nas DCTFs relativas aos períodos de apuração de março a julho e setembro de 1996 (fls. 442/446), não foram alocados a débito algum e, por isso, encontramse disponíveis; b) Para compensar o débito de R$538.143,04 declarado na linha 09/13 da ficha referente a setembro, lançou mão do saldo de R$532.814,90 pertinente ao recolhimento de R$981.863,17; em que pese este ter sido alocado integralmente ao débito de mesmo valor constante da DCTF daquele mês; c) Aproveitou o saldo de R$173.395,33 do pagamento de R$550.770,26 para compensar o débito de R$175.129,28 declarado linha 09/13 da ficha atinente a outubro, e, para liquidar o débito de R$1.486.357,77 declarado na linha 09/14, utilizou o pagamento de R$1.512.922,38; apesar deste ter sido também totalmente alocado ao débito com igual valor constante da DCTF desse mesmo mês. 11.12.5.3. Que uma vez que a DCTF constitui confissão de dívida, não é admissível que pagamentos integralmente alocados a débitos que dela constam, portanto indisponíveis, sejam Fl. 1402DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.397 13 compensados com débitos de outros períodos de apuração, ainda que referentes ao mesmo tributo, tal como ocorrido com saldo de R$532.814,90 do pagamento de R$981.863,17, sem a indispensável e inequívoca comprovação de que efetivamente são indevidos; 11.12.5.4. Que, pelo exposto, os débitos de R$915.517,97 e R$1.661.487,05, relativos a setembro e outubro de 1996, não podem ser tidos como integralmente liquidados, porque isso implicaria não só validar a compensação efetuada com o saldo de R$532.814,90 relativo ao pagamento de R$981.863,17, não caracterizado como indevido por falta de comprovação nesse sentido, bem como a realizada com o saldo de R$173.395,33 do pagamento de R$550.770,26, sabendose que esse saldo, invalidada a compensação efetivada com aquele de R$532.814,90, desaparece. Nesse sentido, na impossibilidade do aproveitamento dos saldos de R$532.814,90 e R$173.395,33, concluise que dos débitos de R$915.517,97 e R$1.661.487,05, de setembro e outubro de 1996, restam sem amortização as parcelas de R$364.747,71 e R$148.564,67, determinadas da seguinte forma: (...) 11.12.5.5. Consequentemente, a quantia de R$6.677.634,58, deduzida na linha 11/13 da Dirpj/97, deve ser alterada para R$6.164.332,20, e o saldo negativo de R$ 614.486,50, provisoriamente determinado no quadro constante do item “11.12.4.4” do relatório, deve ser modificado para (R$101.174,12), como demonstrado a seguir: (...) 11.13. Quanto ao exercício de 1998 (anocalendário de 1997), o Parecer Conclusivo nº 278/2009 esclarece o seguinte: 11.13.1. Que a interessada foi intimada, através dos itens 04 e 05 do Termo de Diligência Fiscal/Solicitação de Documentos nº 0001, de fls. 723/724, a esclarecer e justificar a exclusão da importância de R$11.765.398,61 efetuada na linha 11/19 (Cálculo da CSLL/Base de Cálculo Negativa de CSLL de Períodos Anteriores) da Dirpj/98, bem como as divergências existentes entre a já mencionada Dirpj/98 e as DCTFs do ano calendário de 1997, conforme discriminado no Demonstrativo II, às fls. 725, bem como na planilha às fls. 677; com a comprovação dos créditos compensados na linha 20 (Compensação de Pagamentos Indevidos ou a Maior) da ficha 09 (IR e CSLL Mensal por Estimativa/Antecipações Obrigatórias) dessa declaração; 11.13.2. Que em resposta oferecida às fls. 728/729 (itens 4 e 5), a interessada argumenta que: a) A exclusão da quantia de R$11.765.389,61 se refere à base negativa de CSLL, transferida de empresa incorporada “Sul América Participações de São Paulo S/A – SASP”, cuja Fl. 1403DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 14 utilização, no anocalendário de 1997, não era vedada, pois nessa ocasião o DecretoLei nº 2.341/87 impedia à sucessora somente a compensação de prejuízos fiscais nos casos de incorporação, fusão e cisão. Aduz que este impedimento foi estendido à base de cálculo negativa de CSLL apenas através do art. 22 da Medida Provisória nº 1.99116/2000, não convertida em lei, conforme preceituado na Medida Provisória nº 2.15835/2001 atualmente em vigor; b) As divergências observadas entre a Dirpj/98 e as respectivas DCTFs dizem respeito a erros cometidos no preenchimento destas últimas, enquanto o crédito compensado na primeira corresponde ao saldo negativo de CSLL apurado no ano calendário de 1996, ou seja, aquele de R$ 1.963.351,36; o qual foi aproveitado para compensar os débitos de abril, maio e agosto de 1997, respectivamente nos montantes de R$501.719,35; R$1.711.668,93 e R$19.261,77. 11.13.3. Que relativamente à CSLL de novembro de 1997, em que a interessada também teria compensado a parcela de R$194.591,79 (fls. 569), não é feita qualquer menção nos esclarecimentos prestados; 11.13.4. Que no que diz respeito à afirmação da interessada de ter aproveitado base negativa de CSLL apurada por empresa incorporada, a Lei nº 6.404/76 estipula no art. 227 que “a incorporação é a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações”. Há menção ao disposto no art. 509 do RIR/94, segundo o qual “a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão não poderá compensar prejuízos fiscais da sucedida (Decretolei n.°2.341/87, art. 33). Conclui estar claro que apesar de as incorporadoras sucederem as empresas absorvidas em todo os direitos e obrigações, estão explicitamente impedidas de compensar prejuízos fiscais apurados pelas respectivas sucedidas, consoante a legislação tributária; 11.13.5. Que relativamente acerca da compensação de base negativa de CSLL, o art. 22 da Medida Provisória nº 2.15835/2001, cuja origem remonta ao art. 20 da MP nº 1.8586, de 29/06/1999, determina que “aplicase à base de cálculo negativa da CSLL o disposto nos arts. 32 e 33 do Decreto lei nº 2.341, de 29 de junho de 1987”, e que tal dispositivo se enquadraria no âmbito de regra meramente interpretativa ou declaratória e, como tal, veio apenas esclarecer que também se aplica à CSLL a proibição contida no art. 33 do DecretoLei nº 2.341/1987, matriz legal do art. 509 do RIR/94; 11.13.6. Que, conseqüentemente, a ficha 11 (Cálculo da CSLL) da Dirpj/98, às fls. 572, que já fora modificada pelo Auto de Infração de que trata o processo nº 18471.000771/200377, deve ser mais uma vez alterada, de modo que passe a ostentar os seguintes valores: 11.13.7. Que não se esgotam nesse ponto, contudo, as alterações que devem ser introduzidas na Dirpj/98, pois devese considerar que a quantia de R$4.002.531,06 deduzida na linha 11/22 Fl. 1404DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.398 15 (Cálculo da CSLL/CSLL sobre o Lucro Mensal por Estimativa) comporta: a) As compensações dos débitos de R$501.719.35; R$1.711.668,93 e R$19.261,77 referentes à CSLL relativa a abril; maio e agosto de 1997, procedidas com o saldo negativo de CSLL originalmente apurado na Dirpj/97 no valor de R$ 1.963.351,36; o qual deve ser alterado para R$ 101.174,12; conforme quadro constante do item 11.12.5.5 do presente relatório; b) A compensação do débito de R$194.591,79 constante da linha 20 (Compensações de Pagamentos Indevidos ou a Maior) da ficha 09 (IR e CSLL Mensal por Estimativa/Antecipações Obrigatórias) de novembro, às fls. 569, sobre a qual a interessada, conforme antecipado (item 11.13.3 do relatório), não prestou esclarecimento algum; 11.13.8. Que o saldo negativo de CSLL de R$ 101.174,12 relativo ao exercício de 1997 (conforme quadro constante no item 11.12.5.5 do relatório) é suficiente para compensar não mais que a parcela de R$110.998,12 pertinente ao débito de R$501.719,53 referente à CSLL de abril de 1997, conforme calculado no quadro abaixo: (...) 11.13.9. Que, conseqüentemente, nas estimativas da CSLL de abril; maio; agosto e novembro de 1997 não foram liquidadas os seguintes valores: (...) 11.13.10. Que o saldo negativo de R$ 1.420.100,79 atinente à CSLL do exercício de 1998 (anocalendário de 1997), determinado na última coluna do quadro constante do item “11.13.6” do relatório, em decorrência direta da dedução na linha 11/22 (Cálculo da CSLL/CSLL sobre o Lucro Mensal por Estimativa) da quantia de R$4.002.531,06, deve ser adicionado das estimativas não quitadas, no valor de R$2.316.243,90, alterando o valor da CSLL a pagar, que de saldo credor passa a devedor, no montante de R$896.143,11, conforme demonstrado no quadro adiante: (...) 11.13.11. Que na parte inicial do parecer foi comprovado que a parcela de R$146.011,44 do direito creditório solicitado pela interessada nada mais seria que uma parte do saldo negativo de R$ 2.361.332,68; originalmente apurado na sua Declaração de Rendimentos do exercício de 1998. Assim, diante da comprovação das modificações que devem ser introduzidas na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998, fica evidenciado que, no que concerne a esse exercício, a interessada não faz jus ao reconhecimento de direito creditório algum. Fl. 1405DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 16 11.14. Quanto ao exercício de 1999 (anocalendário de 1998): 11.14.1. Que no item 06 do arrazoado às fls. 729, a interessada afirmou que utilizou uma parte do acima referido saldo negativo de CSLL de R$ 2.361.332,68 para compensar a CSLL dos períodos de apuração de maio e junho de 1998, mais precisamente os débitos de R$155.159,62 e R$974.047,12, os quais, como já visto, representam as duas parcelas que compõem o saldo negativo de CSLL apurado na DIPJ do exercício de 1999 (anocalendário de 1998), ou seja, aquele de R$ 1.129.206,74 (fls. 630); 11.14.2. Que as instruções de preenchimento da DIPJ/99 determinam que o valor a ser deduzido na linha 30/25 (Cálculo da CSLL/CSLL Mensal Paga por Estimativa) deve corresponder àquele efetivamente pago por antecipação e que, no caso da DIPJ/99 apresentada pela interessada (fls. 624/629), fica reduzida à totalização daqueles constantes da linha 08 da Ficha 29 (Cálculo da CSLL Mensal por Estimativa/Saldos Negativos de Períodos Anteriores) das fichas referentes a maio e junho, isto é, à soma dos débitos de R$155.159,62 e R$974.047,12, os quais, reiterese, teriam sido compensados com o saldo negativo de CSLL de R$ 2.361.332,68 originalmente apurado na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998. Neste sentido, em virtude das modificações procedidas na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998 (anocalendário de 1997), as quais provocaram a modificação do saldo negativo de CSLL de R$ 2.361.332,68 para o valor positivo de R$896.143,11, o saldo negativo de R$ 1.129.206,74 apurado na linha 30/35 da DIPJ/99 deve ser anulado, como demonstrado a seguir: do exercício de 1998. Assim, diante da comprovação das modificações que devem ser introduzidas na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998, fica evidenciado que, no que concerne a esse exercício, a interessada não faz jus ao reconhecimento de direito creditório algum. 11.14. Quanto ao exercício de 1999 (anocalendário de 1998): 11.14.1. Que no item 06 do arrazoado às fls. 729, a interessada afirmou que utilizou uma parte do acima referido saldo negativo de CSLL de R$ 2.361.332,68 para compensar a CSLL dos períodos de apuração de maio e junho de 1998, mais precisamente os débitos de R$155.159,62 e R$974.047,12, os quais, como já visto, representam as duas parcelas que compõem o saldo negativo de CSLL apurado na DIPJ do exercício de 1999 (anocalendário de 1998), ou seja, aquele de R$ 1.129.206,74 (fls. 630); 11.14.2. Que as instruções de preenchimento da DIPJ/99 determinam que o valor a ser deduzido na linha 30/25 (Cálculo da CSLL/CSLL Mensal Paga por Estimativa) deve corresponder àquele efetivamente pago por antecipação e que, no caso da DIPJ/99 apresentada pela interessada (fls. 624/629), fica reduzida à totalização daqueles constantes da linha 08 da Ficha 29 (Cálculo da CSLL Mensal por Estimativa/Saldos Negativos de Períodos Anteriores) das fichas referentes a maio e junho, isto é, à soma dos débitos de R$155.159,62 e R$974.047,12, os quais, reiterese, teriam sido compensados com o saldo negativo de Fl. 1406DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.399 17 CSLL de R$ 2.361.332,68 originalmente apurado na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998. Neste sentido, em virtude das modificações procedidas na Declaração de Rendimentos do exercício de 1998 (anocalendário de 1997), as quais provocaram a modificação do saldo negativo de CSLL de R$ 2.361.332,68 para o valor positivo de R$896.143,11, o saldo negativo de R$ 1.129.206,74 apurado na linha 30/35 da DIPJ/99 deve ser anulado, como demonstrado a seguir: (...) 11.14.3. Que, do mesmo modo que o verificado e concluído quanto ao exercício de 1998, relativamente à CSLL do exercício de 1999 (anocalendário de 1998) a interessada também não faz jus ao reconhecimento de direito creditório algum em seu favor. 11.15. Que, com a desconstituição dos atos levados a efeito com base na denominada "Decisão Favorável" (Decisão nº 160/2002), não foram apenas os Pedidos de Compensação formulados pela peticionária que ficaram pendentes de apreciação, mas também as Declarações de Compensação de fls. 278/279, apresentadas para substituílos por retificação. Deste modo, concluise que tais Declarações de Compensação não foram homologadas tacitamente, pois foram recepcionadas em 20/12/2006. 12. Superadas as questões trazidas no Parecer Conclusivo nº 278/2009, de fls. 853/890 que dizem respeito à compensação propriamente dita, com análise do direito creditório alegado pela interessada e a nãohomologação da compensação, cabe lembrar que, conforme já abordado nos itens 5 e 6 do presente relatório, o Despacho Decisório de fl. 439, através o Parecer Conclusivo nº 67/2007, de fls. 425/438, decidiu pela anulação do Parecer Conclusivo nº 160/2002 e do Despacho Decisório nº 160/2002, de fl. 224. Contra a decisão que anulou a decisão anteriormente favorável a interessada apresentou recurso administrativo, sendo certo que o Despacho Decisório ora analisado também decidiu não acolher a petição de fls. 807/818 e, ainda, determinou que se desse ciência à interessada do inteiro teor do Parecer SRRF/7ª RF/Disit nº 41, de fls. 798/806, que negou provimento ao recurso hierárquico. 13. Conforme documentos de fls. 960 e 961, a interessada foi pessoalmente cientificada do Despacho Decisório de fl. 891 e do Parecer Conclusivo nº 278/2009, de fls. 853/890, em 28/09/2010. 14. Inconformada, a interessada interpôs a manifestação de inconformidade de fls. 990/1030, aditada pela petição de fls. 952/955, nas quais, inicialmente, faz um histórico dos procedimentos já relatados, envolvendo a apresentação do pedido de restituição com o pedido de compensação a ele vinculado; o deferimento de sua solicitação através do Parecer Conclusivo nº 160/2002 e do Despacho Decisório nº 160/2002, de fl. 224; a alteração dos valores dos débitos compensados do Pis e da Cofins, que estariam vinculados à ação judicial nº Fl. 1407DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 18 99.00091175; o Despacho Decisório amparado no Parecer Conclusivo nº 67/2007, de fls. 425/438, que decidiu pela anulação da decisão favorável prolatada através do Despacho Decisório nº 160/2002; chegando, por fim, a questões relacionadas ao Parecer Conclusivo nº 278/2009 e ao Despacho Decisório a ele vinculado, que não reconheceram qualquer valor a título de direito creditório e, consequentemente, não homologaram as compensações apresentadas. 15. A seguir passo a relatar, em síntese, as alegações da interessada trazidas na manifestação de inconformidade: 15.1. Que é tempestiva a manifestação de inconformidade, uma vez que em 28.09.2010 teve vista do processo, ocasião em que tomou ciência do correspondente Despacho Decisório; 15.2. Quanto à anulação do Despacho Decisório nº 160/2002 (que a interessada denomina de “decisão favorável”) através do Despacho Decisório de fl. 439, amparado no Parecer Conclusivo nº 67/2007: 15.2.1. Que, diferentemente do que afirma o Parecer Conclusivo nº 278/2009, a petição com os esclarecimentos complementares ao Recurso Hierárquico apresentado contra a decisão que anulou a decisão favorável proferida através do Despacho Decisório nº 160/2002 foi protocolada antes da prolação da decisão da SRRF 7a RF nº 41, pois enquanto os referidos esclarecimentos adicionais foram apresentados em 26.10.2007, a decisão da SRRF 7a RF nº 41 foi prolatada em 29.10.2007; 15.2.2. Que a referida decisão da SRRF 7a RF nº 41 não abordou os argumentos apresentados nos seus esclarecimentos complementares, não podendo prevalecer o entendimento adotado no Parecer Conclusivo nº 278/2009, de que os esclarecimentos complementares não poderiam ser acolhidos e julgados em face de sua intempestividade, porque se aplica ao processo e aos atos administrativos em geral o princípio da verdade material, segundo o qual a Administração Pública, no decorrer do processo administrativo, deve analisar todos os elementos envolvidos na questão em análise, e interpretação diversa levaria ao absurdo de se admitir que a Administração deixe de revogar a decisão anulatória, mesmo sabendo da procedência dos esclarecimentos complementares apresentados, que demonstrariam a evidente ilegalidade daquela; 15.2.3. Que é equivocada a afirmação feita pelo Parecer Conclusivo nº 278/2009, de que seria inócua a apreciação isolada dos esclarecimentos complementares, em face do reexame de todo o direito creditório por ele promovida, tendo em vista que nesses esclarecimentos complementares demonstra a ilegalidade da decisão anulatória e porque eventual invalidação da referida decisão anulatória resultaria na automática manutenção da decisão favorável e, portanto, no cancelamento do novo Despacho Decisório; 15.2.4. Que as razões apresentadas em seus esclarecimentos complementares, as quais não foram apreciadas, são as seguintes: Fl. 1408DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.400 19 15.2.4.1. Que teria decaído o direito de a autoridade administrativa anular a decisão favorável, na medida em que: a) a análise de todo e qualquer pedido de compensação/restituição pressupõe a verificação de quanto tributo seria efetivamente devido pelo contribuinte e quanto foi por ele pago nos períodos em que apurados os créditos, o que tipicamente configura procedimento de lançamento previsto no art. 142 do CTN; b) a anulação da decisão favorável e o conseqüente reexame do pedido de restituição e dos pedidos de compensação apresentados configura procedimento de revisão de lançamento tributário, que somente pode ser efetuado enquanto não extinto o direito de a Fazenda Nacional constituir o respectivo crédito tributário (parágrafo único do art. 149 do CTN); 15.4. Que o questionamento do saldo negativo pode decorrer de dois fundamentos: da alegação de inexistência de pagamentos antecipados de CSLL ao longo do períodobase (estimativas e CSLL retida na fonte); e do fato de a CSLL devida no encerramento daquele mesmo períodobase ter sido incorretamente apurada pelo contribuinte. Assim, embora a exigência de comprovação dos pagamentos antecipados de CSLL possa ser feita por meio de despacho decisório e no prazo de análise do pedido de restituição ou compensação de saldo negativo, o questionamento do valor da CSLL apurada pelo próprio contribuinte, por configurar novo lançamento (de ofício), jamais poderia estar materializado num Despacho Decisório prolatado em processo de compensação, já que demandaria lavratura de auto de infração (forma solene prescrita em lei), além de, necessariamente, ser efetuado no prazo de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4°, do CTN. Por estes motivos, não poderia a DERAT/RJ, a pretexto de verificar a liquidez e certeza do direito creditório pleiteado, promover as seguintes glosas: 15.4.1. da despesa decorrente do ágio pago na aquisição de investimento, reduzindo o saldo negativo de CSLL do ano calendário de 1996, que só poderia ser efetuado no prazo de cinco anos contados do encerramento do anocalendário de 1996; 15.4.2. da dedução de base negativa de CSLL de períodos anteriores advinda de empresa incorporada e, consequentemente, alterar o valor da CSLL apurada ao final do anocalendário de 1997 para, desta forma, diminuir o valor do saldo negativo daquele período; 15.5. Quanto ao saldo negativo do anocalendário de 1996: 15.5.1. Que mesmo que se entenda que o Despacho Decisório possa promover alterações nas bases de cálculos de tributos, ainda assim seria descabida a glosa na base de cálculo da CSLL no anocalendário de 1996 de despesas com amortização de ágio pago na aquisição de investimento, uma vez que, no que se refere Fl. 1409DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 20 à CSLL, não há, à semelhança do que ocorre na legislação do IRPJ, norma que determine a adição do ágio amortizado à base de cálculo, fazendo com que a amortização do ágio afete a base de cálculo da CSLL independentemente da liquidação ou da alienação do investimento. Adverte que o ágio pago na aquisição de investimentos é fundamentado nas perspectivas de rentabilidade da investida, devendo ser amortizado pela investidora na medida e na proporção em que espera recuperar o valor pago pela existência de lucros futuros, como decorrência da aplicação de princípio de contabilidade geralmente aceito expresso na Instrução Normativa da Comissão de Valores Mobiliários ("CVM") nº 247, de 27.03.1996, e em todos manuais de contabilidade. A amortização de ágio pago na aquisição de investimento é prevista na legislação do imposto de renda, mais especificamente, no art. 391 do RIR/99, segundo o qual, para efeitos da determinação do lucro real o produto da amortização do ágio há que ser adicionado ao lucro líquido, registrado na parte "B" do Livro de Apuração do Lucro Real ("LALUR") e considerado na apuração de ganho ou perda de capital da investidora, por ocasião da liquidação ou da alienação do investimento (parágrafo único do art. 391). Ou seja, a amortização do ágio vinculado a participações societárias não interfere na determinação do lucro real; 15.5.2. Que, segundo o Parecer Conclusivo que fundamentou o Despacho Decisório, na análise do saldo negativo do ano calendário de 1996 não teriam sido confirmadas estimativas no valor total de R$513.312,38; relacionadas a divergências entre as DCTFs e a DIPJ, no que diz respeito aos meses de agosto, setembro e outubro, com a consequente redução do saldo negativo apurado, passando de R$614.486,50 para R$101.174,12. Entende a interessada que ainda que os valores pagos (por meio de DARFs) em referência aos meses de agosto e outubro de 1996 sejam imputados integralmente aos montantes equivocadamente informados em suas DCTFs, deveriam tais montantes ser considerados como antecipações realizadas a maior nos mencionados meses. Desse modo, as antecipações (mediante compensação) que o Despacho Decisório entende terem sido realizadas a menor, em função da ausência de saldo remanescente de meses anteriores (nos quais os valores recolhidos teriam sido alocados integralmente aos montantes declarados em DCTF), não impactariam de qualquer forma o saldo negativo de CSLL a ser apurado no encerramento do ano calendário de 1996, porque tais antecipações supostamente quitadas (por compensações) a menor seriam integralmente contrabalançadas pelas antecipações a maior realizadas naqueles meses em que DARFs, em montantes superiores aos devidos (declarados em DIPJ), teriam sido totalmente alocados às DCTFs dos meses em causa, as quais apresentam valores equivocadamente majorados. Argumenta a interessada que o valor devido a título de CSLL ao final do anocalendário de 1996 se mantém, e não poderia a mera alocação de antecipações de CSLL, entre os meses do referido exercício, impactar o valor líquido apurado a título de saldo negativo de CSLL para o período; 15.6. Que já teria ocorrido a homologação tácita das compensações das estimativas dos anoscalendários de 1997 e Fl. 1410DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.401 21 1998. A interessada defende que tais compensações foram efetuadas com base no art. 66 da Lei n° 8.383/91, segundo o qual o contribuinte poderia efetuar a compensação dos créditos que acreditava fazer jus com os débitos que porventura apurasse, sem qualquer requerimento ou pedido à autoridade competente; ou seja, o contribuinte deveria efetuar a compensação que entendia possível sob sua conta e risco, cabendo às autoridades competentes analisar o procedimento adotado e, se for o caso, não homologálo. Argumenta que a compensação ou o pagamento, enquanto hipóteses de extinção do crédito tributário, seriam reconhecidos por meio de homologação da autoridade fazendária, o qual deverá ser feito no prazo de cinco anos contados da data do fato gerador; e que o regime estabelecido pelo referido art. 66 da Lei nº 8.383/91 é idêntico ao estabelecido pelo art. 74 da Lei nº 9.430/96, o qual extingue o débito compensado sob condição resolutória de posterior homologação. Com efeito, nos termos do § 2º do art. 74 da Lei nº 9.430/96, "a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação". Isso significa que, enquanto não proferida decisão indeferindo a compensação, ela produz todos os efeitos legais, seja no que se refere à extinção do débito quitado por compensação, seja no que se refere à extinção do crédito compensável. Neste sentido, em razão do decurso do prazo decadencial de cinco anos contados da data dos respectivos fatos geradores, a fiscalização não poderia mais questionar a compensação das estimativas dos anoscalendário de 1997 e 1998 e, por conseqüência, considerálas não quitadas. Decorre dessa afirmação que: (i) todo o saldo negativo do ano calendário de 1998, constituído por estimativas quitadas por compensação, deve ser reconhecido; e (ii) a diminuição do valor do saldo negativo do anocalendário de 1997, efetuada pela exclusão das estimativas compensadas que o constituíram, não pode ser aceita; 15.7. Que entende equivocado o entendimento exposto no Despacho Decisório, no sentido de que o valor recolhido a título de estimativa de CSLL do mês de outubro de 1997, no montante de R$192.145,89, não corresponderia a um pagamento indevido, pelo fato de o referido valor estar declarado na DCTF do quarto trimestre de 1997 como estimativa efetivamente devida. Argumenta que é irrelevante, no caso, o fato de a estimativa então recolhida decorrer de uma obrigação efetiva ou não, pois o que importaria é saber se, do confronto da totalidade das estimativas pagas com o tributo definitivamente apurado ao final do anocalendário, haveria saldo credor e, portanto, crédito a favor do contribuinte passível de restituição ou compensação; 15.8. Que é descabida a glosa promovida pelo Despacho Decisório da base negativa de CSLL que foi transferida à interessada por conta da incorporação da empresa “Sul América Participações de São Paulo SA – SASP”, e que foi utilizada para compensar parte da base de cálculo de CSLL do anocalendário de 1997. Entende a interessada que improcede o argumento de que em 1997 já não era permitido pela legislação tributária o Fl. 1411DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 22 aproveitamento de bases negativas de CSLL de anos anteriores decorrentes de empresa incorporada, uma vez que somente a partir de 30.06.1999 (dia seguinte ao da publicação da MP n° 1.8586) é que passou a ser vedado o aproveitamento da base negativa da CSLL de sucedida. Refuta o entendimento do Parecer Conclusivo no sentido de a referida norma poder ser aplicada retroativamente por ser interpretativa; 15.9. Que o Despacho Decisório reduziu o saldo negativo de CSLL apurado no anocalendário de 1997, de R$2.361.332,68 para R$2.194.829,88, mencionando como fundamento a existência do auto de infração de que trata o processo nº 18471.000771/200377. Referido auto de infração glosou parte do valor de base negativa de CSLL de períodos anteriores utilizado para diminuir a base de cálculo da CSLL do ano calendário de 1997, em razão de não respeitar a "trava" de 30% prevista nas Leis n°s 8.981/95 (art. 58) e 9.065/95 (arts. 16 e 18). Conseqüentemente, a base de cálculo da CSLL após a compensação restou alterada do valor declarado de R$11.765.398,61 para R$9.684.113,51. Entretanto, argumenta que a retificação promovida pelo referido auto de infração, se considerada isoladamente, não importaria na desconsideração dos créditos pleiteados, uma vez que o valor do saldo negativo de CSLL do anocalendário de 1997 retificado pelo referido auto de infração (R$2.194.829,88) seria suficiente para lastrear os seguintes créditos pleiteados: a) parte do saldo negativo do próprio anocalendário de 1997, no montante de R$146.011,44; e b) o saldo negativo do anocalendário de 1998 que, como visto, foi constituído pelas estimativas quitadas, por compensação, com outra parte do saldo negativo do anocalendário de 1997, no montante de R$1.129.206, 74; 15.10. Que, ao contrário do que afirma o Parecer Conclusivo, o auto de infração de que trata o processo n° 18471.000771/2003 77 não reduziu o saldo negativo apurado no anocalendário de 1997, uma vez que a fiscalização lançou todo o valor do tributo supostamente devido em função da nãoobservância da "trava" de 30% prevista no art. 58 da Lei n° 8.981/95 e arts. 16 e 18 da Lei nº 9.065/95, exigindoo diretamente, e não por meio da redução do saldo negativo apurado no anocalendário de 1997. Alega que o o débito de CSLL lançado no referido auto de infração foi posteriormente confessado, tendo sido incluído inicialmente, no Parcelamento Especial PAES, de que trata a Lei nº 10.684, de 30 de maio de 2003, e, posteriormente, no Programa de Parcelamento de Débitos Tributários de que trata a Lei nº 11.941/2009, razão pela qual vem sendo quitado mensalmente. Assim, no caso concreto, a glosa de parcela do saldo negativo do anocalendário de 1997 em razão da alteração do montante de CSLL devido naquele período pelo referido auto de infração implicaria em sua dupla penalização e em enriquecimento ilícito por parte da Fazenda Nacional, uma vez que vem pagando o tributo lançado. Complementa dizendo que não pode prevalecer o entendimento adotado pelo Parecer Conclusivo, no sentido de que os valores objeto do auto de infração em causa deveriam reduzir o saldo negativo de CSLL do anocalendário de 1997 (o qual foi utilizado para quitar, por compensação, estimativas de CSLL do anocalendário de 1998), uma vez que: (i) o auto de infração não reduz o saldo negativo Fl. 1412DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.402 23 do anocalendário de 1997, tendo sido expressamente lançado o valor considerado devido a titulo de CSLL daquele periodo; e (ii) os valores lançados no auto de infração estão sendo mensalmente quitados no âmbito de parcelamentos especiais. Da decisão de primeiro grau A decisão de primeiro grau (fls. 1.2371.282) deu provimento parcial à manifestação de inconformidade nos seguintes termos de sua ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 DIREITO CREDITÓRIO ALEGADO. RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. COMPETÊNCIA DE JULGAMENTO DAS DRJ. O art. 66 da IN RFB nº 900/2008 limita a competência de atuação das Delegacias de Julgamento da Receita Federal do Brasil, nos casos de procedimentos de restituição e compensação, ao julgamento de questionamentos relacionados ao não reconhecimento do direito creditório ou a não homologação da compensação. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2002 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DA CSLL. DESNECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO PARA VERIFICAÇÃO DA REGULARIDADE NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. PRAZO. A verificação da base de cálculo do tributo é cabível para fundamentar lançamento de oficio, mas deve ser feita, também, no âmbito da análise dos pedidos de restituição e das declarações de compensação, para efeito de determinação da certeza e liquidez do crédito alegado. O procedimento de homologação do pedido de restituição/compensação consiste em atestar a regularidade do crédito, ainda que tal análise implique em verificar fatos ocorridos há mais de cinco anos, respeitado apenas o prazo de homologação tácita da compensação requerida. Com o transcurso do prazo decadencial, apenas o dever/poder de constituir o crédito tributário estaria obstado, tendo em conta que a decadência é uma das modalidades de extinção do crédito tributário. APURAÇÃO ANUAL DA CSLL. DEDUTIBILIDADE DE ESTIMATIVAS EFETIVAMENTE QUITADAS. IRRELEVÂNCIA DAS DIVERGÊNCIAS ENTRE A DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS E A DCTF. Fl. 1413DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 24 Ao se proceder à análise de direito creditório decorrente de saldo negativo, o aspecto mais relevante não é o valor devido da estimativa mensal informado, seja na Dirpj ou na DCTF correspondente, mas o valor efetivamente recolhido, posto que tal valor recolhido é que, dotado dos atributos de liquidez e certeza previstos no art. 170 do CTN, pode compor, ao final, eventual valor total pago a maior da contribuição. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 1997, 1998 AMORTIZAÇÃO DE DESPESA DE ÁGIO. FALTA DE PREVISÃO PARA ADIÇÃO À BASE DE CÁLCULO DA CSLL. O fato de a legislação do IRPJ determinar a adição das amortizações de despesas de ágio ao lucro real não impõe, a priori, igual tratamento à CSLL, já que se tratam de tributos de diferentes espécies, com bases de cálculos específicas e determinadas por leis próprias. BASE DE CÁLCULO NEGATIVA APURADA POR EMPRESA INCORPORADA. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO PELA INCORPORADORA. A permissão legal para compensação de base de cálculo negativa se restringe à apurada pelo próprio contribuinte, sendo inadmissível a dedução da base de cálculo negativa proveniente de outra pessoa jurídica, mesmo que tenha sido incorporada. Os ajustes da base de cálculo da CSLL (adições, exclusões e compensações) tem de estar previstos na lei tributária para que o contribuinte possa efetuálos, sendo vedado ao mesmo, por vontade própria, retirar da base de cálculo determinado valor por compensação sem previsão legal expressa para fazêlo. O fato de não existir lei que proíba determinada exclusão da base de cálculo de um tributo não autoriza o contribuinte a fazêla. Do recurso voluntário Contra a decisão de primeiro grau, foi oferecido recurso voluntário tempestivo às fls. 1.3041.348. Na referida peça, tece minucioso histórico do processo, inclusive do deferimento parcial do seu pedido pela DRJ para, em seguida, sintetizar os pontos que pretende combater no recurso. Abaixo, segue a reprodução dessa parte: Fl. 1414DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.403 25 Com relação ao primeiro item, afirma que "o questionamento do valor da CSLL apurada pelo próprio contribuinte, por configurar novo lançamento (de ofício), somente pode ser efetuado no prazo de cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN". Com relação ao segundo item, aduz que as compensações de estimativas realizadas nos anoscalendário de 1997 e 1998 foram realizadas sob a égide do art. 66 da Lei 8.383/91, pois se compensou com saldo negativo de CSLL do anocalendário anterior. Desse modo, com o transcurso do lapso temporal de 5 (cinco) anos tais valores já estavam extintos pela homologação tácita e, portanto, não poderiam mais ser revistos. O regime da época seria idêntico àquele que vigora hoje (ou seja, havia homologação tática) sob a disciplina do art. 74 da Lei nº 9.430/96. Com relação ao terceiro item, assevera que poderia aproveitar as bases de cálculo de empresas controladas em 1997, pois a vedação legal só foi implementada pela MP nº 1.8586, de 29061999. Por fim, com relação ao quarto item, informou que a autoridade fiscal, ao confeccionar o auto de infração consignado no processo administrativo nº 15374.004558/2001 82 aproveitou o valor do saldo negativo do período para reduzir o valor lançado e determinou ao contribuinte que desconsiderasse esse valor para a realização de compensações. Nada obstante, tal procedimento foi equivocado, pois as compensações já haviam sido realizadas por ocasião do auto de infração. Fl. 1415DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 26 É o relatório do essencial. Voto Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Adotarei no meu voto a mesma seqüência dos argumentos apresentados pela defesa. Primeiro argumento: decadência O interessado aduz que o Fisco não poderia mais rever o valor do tributo devido no período para fins de aferir o indébito tributário. Já aduzi em diversas oportunidades que os lapsos temporais previstos nas regras gerais de direito tributário são todas extintivas de direito, no caso, de lançar e de cobrar. O prazo que para o Fisco rever o valor devido a título de tributo com o fito de aferir a quantia recolhida a maior não se confunde com o prazo para o Fisco constituir o crédito (no caso, decadencial), nem com o prazo cobrar este crédito (prescricional). A se entender que a Fazenda Pública, com o fito de aferir o valor indevidamente pago, estaria submetida ao prazo qüinqüenal para constituir o crédito tributário, deveria então devolver todos os pagamentos realizados não amparados por declarações entregues pelos sujeitos passivos. Segundo argumento: compensações homologadas tacitamente O segundo argumento da recorrente foi o de que as compensações realizadas nos anoscalendário de 1997 e 1998 não poderiam mais ser revistas, porque já teriam sido homologadas. Para tal, aduz que tais compensações seguiram a regência do art. 66 da Lei 8.383/91, que seria similar ao regime do atual art. 74 da Lei nº 9.430/96. Ora, uma comparação nos permite elucidar a presente situação. O pagamento é a forma típica de extinção das obrigações pecuniárias. Isso se dá também com as estimativas. Estas são tipicamente extintas por meio de pagamento. Pois bem, haveria prazo para a autoridade fiscal verificar se os pagamento foram realmente realizados? Deveria a autoridade fiscal, na sua atribuição de verificar o indébito tributário, acatar os registros de pagamentos, sem adentrar na comprovação da sua materialidade, se tais registros foral realizados a mais de cinco anos? A resposta é óbvia. Claro que interessado deve efetivamente comprovar a realização de pagamentos para fazer jus a que estimativas extintas por pagamento sejam levadas para compor o saldo credor pleiteado. Pois bem, se a modalidade típica de extinção deve ser comprovada, independentemente do tempo da sua realização, porque seria diferente em relação às compensações. Como bem consignou a autoridade recorrida, passados os prazos decadenciais e prescricionais, o Fisco não pode exigir valores dos particulares, mas isso não Fl. 1416DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10768.007874/200240 Acórdão n.º 1401001.674 S1C4T1 Fl. 1.404 27 significa que fica impossibilitado de analisar supostos direitos de restituição de quantias. Estas devem ser materialmente verificadas a qualquer tempo e isso independe da modalidade de compensação; se foi por pedido, por declaração ou por registro na escrituração. Terceiro argumento: bases negativas de sucedidas De fato, a autoridade julgadora considerou correto o despacho decisório que, para fins de aferição do saldo negativo da CSLL de 1997, glosou base de cálculo negativa advinda de empresa incorporada. Aduziu que só seria válida essa compensação se houvesse expressa previsão legal que a autorizasse. É relevante destacar que a proibição expressa só foi empreendida pela Medida Provisória nº 1.8586, de 29 de junho de 1999, cujo art. 20 determinou a aplicação para fins de apuração da base de cálculo da CSLL, o disposto no art. 33 do DecretoLei 2.341/87, que veda a compensação de prejuízos fiscais da sucedida. A jurisprudência deste colegiado se assentou no sentido de que, até o advento do referido diploma legal, a compensação era permitida. Reproduzo acórdão paradigma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que foi decidido por unanimidade: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO — COMPENSAÇÃO DE BASES DE CÁLCULO NEGATIVAS NA SUCESSÃO — Até o advento da Medida Provisória n.1.8586, de 1999, não existia qualquer impedimento legal para que a sociedade sucessora por incorporação, fusão ou cisão pudesse compensar a base de cálculo negativa da CSLL, apurada pela sucedida, a partir de janeiro de 1992 (AC 9101 001.515, de 20 de novembro de 2012) Nessa parte, a recorrente tem razão. Assim, faz jus a mais o reconhecimento do valor original de R$ 774.729,09 (correspondente à diferença entre o valor de R$ 2.194.829,88 e R$ 1.420.100,79) para o ano calendário de 1997, exercício de 1998, o qual deve repercutir na compensação das estimativas do anocalendário de 1998, exercício de 1999, e conseguintemente no saldo negativo a que faz jus neste período. Quarto argumento Com relação ao quarto e último argumento suscitado, há que se registrar que, se a autoridade fiscal, ao lançar, não tivesse aproveitado o saldo negativo do período em questão, e sim verificado se este já havia sido usado pelo sujeito passivo para compensar outros tributos, haveria um ônus maior para o sujeito passivo. Afinal, nesse caso, a multa aplicada sobre o valor seria de, no mínimo, 75%, enquanto no caso ora em exame o sujeito passivo só se submete à imposição moratória de 20%. Pede, pois, que o procedimento mais gravoso lhe seja aplicado. Fl. 1417DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 28 Claro que este pedido advém do fato de saber que a Fazenda não mais dispões de prazo para lançar os 75% de multa, nem o tributo. Todavia, a consideração mais relevante não é a de que o procedimento da autoridade fiscal foi mais proveitoso para o sujeito passivo, mas sim que foi o legalmente correto. Uma vez que a autoridade fiscal constatou que foram pagos valores a título de CSLL no período, só lhe restava considerálos como tal e reduzir o valor da autuação. Se o sujeito passivo empregou tais quantias como valores pagos indevidamente para fins de realizar compensações, agiu com erro, o qual deveria ser corrigido. Conclusão Por todo o exposto, voto para afastar a alegação de decadência, para dar provimento parcial ao recurso voluntário com o fito de reconhecer o direito creditório decorrente do aproveitamento dos saldos negativos de CSLL da empresa incorporada no ano de 2007 e para realizar as compensações até o limite desse crédito. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator Fl. 1418DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/09/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO
score : 1.0
Numero do processo: 12266.722104/2012-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Sep 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 31/01/2008 a 31/12/2009
NULIDADE. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CASOS. OUTRAS IRREGULARIDADES.
As nulidades no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são aquelas arroladas no artigo 59 do Decreto no 70.235/1972 (vinculadas a incompetência e a cerceamento de defesa). Fora destes casos, conforme artigo 60 do mesmo decreto, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio.
COMPETÊNCIA. ZONA FRANCA DE MANAUS. FISCALIZAÇÃO E CONTROLE. BENEFÍCIOS FISCAIS.
A disposição estabelecida artigo 18 do Decreto no 6.008/2006, sobre competência da SUFRAMA, para "fiscalização da execução dos PPB", deve ser lida à luz do artigo 51 do próprio decreto, e dos comandos normativos que lhe são hierarquicamente superiores, como a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional, sendo inequívoca a competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para fiscalizar e controlar qualquer benefício fiscal relativo aos tributos federais, no território nacional, que inclui a Zona Franca de Manaus.
PPB. "COMPONENTE EM NÍVEL BÁSICO". DEFINIÇÃO. TECLADO. EXCLUSÃO.
A definição de "componente em nível básico" é jurídica, e obtida a partir de interpretação sistemática da legislação que rege a Zona Franca de Manaus e o PPB. E, nesse contexto, o produto "teclado", inclusive o EPP, não é um "componente em nível básico". O simples fato de o teclado ter sido montado no exterior a partir de "componentes em nível básico", ainda que não possa mais ser aberto ou desmontado sem prejuízo do conteúdo, já demonstra que ele não é, em si, um "componente em nível básico".
MULTAS. RAZOABILIDADE. PROPORCIONALIDADE.
Ao julgador administrativo é defeso cogitar sobre a razoabilidade ou a proporcionalidade de penalidade expressamente fixada em comando legal. A multa é simplesmente aquela que a lei estabelece, descabendo ao julgador administrativo ponderá-la ou discutir sua constitucionalidade (cf. Súmula CARF n. 2).
NORMAS COMPLEMENTARES. PRÁTICAS REITERADAS. ADMINISTRAÇÃO. INEQUÍVOCO CONHECIMENTO.
O comando do art. 100, III do CTN aplica-se somente a casos em que a Administração tenha inequivocamente tomado conhecimento da prática.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA CARF N. 4.
Conforme Súmula CARF no 4, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela RFB são devidos, no período de inadimplência, à taxa SELIC, a partir de 01/04/1995.
Numero da decisão: 3401-003.220
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício, e, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencido o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, que dava provimento parcial para reconhecer a nulidade da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins e a improcedência da autuação, em relação aos teclados EPP e àqueles alegadamente não empregados nos produtos finais. Fez sustentação oral, pela recorrente, Douglas Mota, OAB-SP no 171.832.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CASOS. OUTRAS IRREGULARIDADES. As nulidades no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são aquelas arroladas no artigo 59 do Decreto no 70.235/1972 (vinculadas a incompetência e a cerceamento de defesa). Fora destes casos, conforme artigo 60 do mesmo decreto, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio. COMPETÊNCIA. ZONA FRANCA DE MANAUS. FISCALIZAÇÃO E CONTROLE. BENEFÍCIOS FISCAIS. A disposição estabelecida artigo 18 do Decreto no 6.008/2006, sobre competência da SUFRAMA, para "fiscalização da execução dos PPB", deve ser lida à luz do artigo 51 do próprio decreto, e dos comandos normativos que lhe são hierarquicamente superiores, como a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional, sendo inequívoca a competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para fiscalizar e controlar qualquer benefício fiscal relativo aos tributos federais, no território nacional, que inclui a Zona Franca de Manaus. PPB. "COMPONENTE EM NÍVEL BÁSICO". DEFINIÇÃO. TECLADO. EXCLUSÃO. A definição de "componente em nível básico" é jurídica, e obtida a partir de interpretação sistemática da legislação que rege a Zona Franca de Manaus e o PPB. E, nesse contexto, o produto "teclado", inclusive o EPP, não é um "componente em nível básico". O simples fato de o teclado ter sido montado no exterior a partir de "componentes em nível básico", ainda que não possa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 6. 72 21 04 /2 01 2- 89 Fl. 6875DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 2 mais ser aberto ou desmontado sem prejuízo do conteúdo, já demonstra que ele não é, em si, um "componente em nível básico". MULTAS. RAZOABILIDADE. PROPORCIONALIDADE. Ao julgador administrativo é defeso cogitar sobre a razoabilidade ou a proporcionalidade de penalidade expressamente fixada em comando legal. A multa é simplesmente aquela que a lei estabelece, descabendo ao julgador administrativo ponderála ou discutir sua constitucionalidade (cf. Súmula CARF n. 2). NORMAS COMPLEMENTARES. PRÁTICAS REITERADAS. ADMINISTRAÇÃO. INEQUÍVOCO CONHECIMENTO. O comando do art. 100, III do CTN aplicase somente a casos em que a Administração tenha inequivocamente tomado conhecimento da prática. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. SÚMULA CARF N. 4. Conforme Súmula CARF no 4, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela RFB são devidos, no período de inadimplência, à taxa SELIC, a partir de 01/04/1995. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício, e, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencido o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira, que dava provimento parcial para reconhecer a nulidade da exigência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins e a improcedência da autuação, em relação aos teclados EPP e àqueles alegadamente não empregados nos produtos finais. Fez sustentação oral, pela recorrente, Douglas Mota, OABSP no 171.832. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Fl. 6876DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.871 3 Versa o presente sobre o Autos de Infração de fls. 2 a 481, lavrados em 30/07/2012, para exigência de Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição para o PIS/PASEP"importação" e COFINS "importação", acrescidos de juros de mora e multa de ofício (75% da diferença) por descumprimento das regras para fruição de benefícios previstos no DecretoLei no 288/1967, para o regime relativo à Zona Franca de Manaus (ZFM), no que se refere ao Processo Produtivo Básico (PPB), em 2008 e 2009, totalizando, já com acréscimos, R$ 270.569.370,84. Narrase, na autuação, que a empresa importou teclados em estado acabado, em desacordo com as regras relativas ao PPB, conforme legislação de regência, deixando de fazer jus aos benefícios da ZFM (redução do imposto de importação, isenção do imposto sobre produtos industrializados e redução das contribuições), dando ensejo à exigência das quantias não recolhidas, com acréscimo de multa de ofício e juros de mora. Cientificada da autuação em 10/08/2012 (fl. 982), a empresa apresentou Impugnação em 10/09/2012 (fls. 992 a 1040), argumentando, em síntese, que: (a) atua na fabricação e venda de equipamentos de informática, em especial no que tange ao segmento de automação bancária; (b) sem sequer informar as regras do PPB, a fiscalização afirma que a empresa as descumpriu, por ter supostamente se valido de determinado teclado importado em estado acabado, quando deveria ter realizado a montagem em solo nacional; (c) os benefícios previstos nos artigos 3o, 7o e 9o do DecretoLei no 288/1967, no artigo 6o do DecretoLei no 1.435/1975 e no artigo 2o da Lei no 8.387/1991, permitem, na ZFM: (c1) isenção do Imposto de Importação, relativo a matériasprimas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de origem estrangeira utilizados na industrialização de produtos destinados a consumo interno na ZFM; (c2) redução do Imposto de Importação, relativo a matériasprimas, produtos intermediários, materiais secundários e de embalagem, componentes e outros insumos de origem estrangeira utilizados na industrialização de produtos destinados a consumo em outros pontos do território nacional; e (c3) isenção do IPI, relativo a produtos produzidos na ZFM, destinados à comercialização em qualquer ponto do território nacional; (d) o Decreto no 6.008/2006, que regulamentou dispositivos que tratam do benefício fiscal concedido às empresas que produzam bens de informática na ZFM, prevê: (d1) que os bens de informática (tal como supõe sejam aqueles tratados na autuação ora combatida) industrializados na ZFM com projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) terão isenção do IPI e redução do Imposto de Importação (artigo 3o); (d2) que a isenção do IPI e a redução do Imposto de Importação somente contemplará os bens de informática relacionados pelo Poder Executivo, produzidos na ZFM conforme PPB, estabelecido em portaria conjunta dos Ministros de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e da Ciência e Tecnologia (artigo 4o); e (d3) que a fiscalização da execução dos PPB é da competência da SUFRAMA (artigo 18); (e) os projetos aprovados pela SUFRAMA obedecem à Resolução MDIC/SUFRAMA no 202/2006, que fixa as condições para concessão dos benefícios relativos ao Imposto de Importação e ao IPI, entre os quais figura o atendimento ao PPB exigido para os respectivos produtos; (f) os produtos que se supõe serem objeto da autuação são todos enquadrados como bens de informática (§ 2oA, do artigo 2o da Lei no 8.387/1991 e Decreto no 5.906/06), com projeto aprovado pelo Conselho de Administração da SUFRAMA (v.g., Resoluções no 239/1992, 295/2007, 34/1998, 112/1999, 16/2000, 112/2009, 99/2011 e 116/2011, e Portaria no 357/1995), não havendo qualquer questionamento da fiscalização afora o descumprimento do 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 6877DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 4 PPB; (g) nos termos do artigo 7o, II, "b" do DecretoLei no 288/1967, "processo produtivo básico é o conjunto mínimo de operações, no estabelecimento fabril, que caracteriza a efetiva industrialização de determinado produto"; (h) a fiscalização não indicou exatamente quais os PPB e normas legais aplicáveis a que pretendeu se referir como descumpridos, pelo que a empresa, de modo exemplificativo, faz referência às Resoluções no 119/1999 e 16/2000, que dizem respeito a projetos industriais aprovados pela SUFRAMA em relação aos PPB de parte dos produtos por ela fabricados; (i) no que se refere às contribuições, os benefícios figuram na Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003 (artigos 2o, § 4o); (j) a autuação é nula em função da ausência de fundamentação adequada, ocasionando cerceamento de defesa (artigo 10, III e IV, do Decreto no 70.235/1972); (k) a empresa, no desenvolvimento de suas atividades, realiza a importação de diversos tipos de itens, com destinações diversificadas, possuindo mais de um PPB, e realizando a industrialização de diversos produtos, movimentando milhares de itens em seu estoque, mas a autuação faz menção genérica a suposto descumprimento de PPB pela importação de teclados montados, sem mencionar especificamente a qual teclado, a qual PPB e a qual produto industrializado se refere; (l) em relação às contribuições, a irregularidade foi maior, sequer se esclarecendo se a autuação se refere a Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, ou a Contribuição para o PIS/PASEPimportação e COFINSimportação; (m) a autoridade da Receita Federal não é competente para apurar o não atendimento ao PPB, tendo em vista o disposto no artigo 194 do Código Tributário Nacional e na legislação que rege os benefícios da ZFM, sendo a fiscalização da execução dos PPB de competência da SUFRAMA, conforme precedentes que colaciona; (n) a autuação é motivada pelo fato de teclados serem importados já montados, mas não indica quais normas exigiriam que o teclado, quando importado para utilização em produção dos bens fabricados pela empresa, deveriam vir desmontados; (o) apesar de não existir qualquer obrigação legal nesse sentido, e qualquer exigência de importação de teclados desmontados para fim de cumprimento de PPB, vale esclarecer que a empresa, de fato, trouxe teclados desmontados para utilização em seu processo de produção, assim como também se utilizou de teclados adquiridos no mercado local, dados que foram totalmente ignorados pelo agente fiscal; (p) sobre o PPB, a empresa informa que será elaborado laudo específico apenas para complementar a demonstração já feita na defesa, documento que ainda será anexado em momento oportuno, tendo em vista a complexidade do assunto; (q) há ainda cobranças em duplicidade, em função de cômputo de notas de venda a ordem, cumuladas com notas de transporte das mesmas mercadorias; (r) há erro nas quantidades constantes da "demonstração do cálculo do II", referentes a internações, conforme tabela de fl. 1031; (s) ainda que houvesse o descumprimento, os valores cobrados deveriam ser referentes aos produtos para os quais houve o descumprimento, e não aos demais bens a eles agregados; (t) a legislação que rege as contribuições não faz referência ao PPB; e (u) não cabe a aplicação de multa e juros, vez que a empresa se limitou a seguir os procedimentos aceitos pela SUFRAMA (artigo 100, III do Código Tributário Nacional), agindo em plena boafé. Em 08/05/2013, a DRJ converte o julgamento em diligência (fls. 1314 a 1317), para que a unidade preparadora juntasse aos autos os atos administrativos relativos aos PPB cujas regras teriam sido descumpridas, vinculando as mercadorias constantes da autuação a tais PPB, bem assim os canais de conferência para os quais foram selecionadas as declarações, manifestação sobre a alegação de duplicidade em relação a notas fiscais de "venda a ordem" e sobre a alegação de equívoco na quantidade de mercadoria internada, anexando ainda cópia do arquivo digital que acompanha o "Termo de Solicitação de Manifestação ao Levantamento Fiscal". Na Informação Fiscal de fls. 2025 a 2028, de 17/12/2013, a fiscalização relata que anexou os documentos demandados, indicando as folhas onde se encontram, nos autos, e exclui do lançamento diversos produtos e saídas (v.g., declarações de importação nas quais não se declarasse expressamente que os teclados eram "montados"), chegando a nova planilha de cálculo, no qual o valor originário (sem multas e juros) lançado foi reduzido de R$ Fl. 6878DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.872 5 129.698.571,51 para R$ 5.886.851,54. Na informação, noticiase que as importações de "teclados montados" destinaramse apenas aos produtos "servidor de arquivo" e "dispensador de notas", e colacionamse as normas que conteriam a previsão do descumprimento do PPB: Anexo VIII do Decreto no 783/1993; Resoluções SUFRAMA no 239/1992, no 34/1998; no 112/1999; e no 16/2000; e Portarias Interministeriais no 118/2007; no 69/2008; e no 7/2009, que exigem (artigo 1o, II) a "montagem das partes elétricas e mecânicas, totalmente descarregadas, em nível básico de componentes". A empresa apresenta documentos e esclarecimentos complementares, ainda em 17/12/2013 (fls. 2030 a 2043), antes de ser cientificada do resultado da diligência, acrescentando que: (a) não foram considerados teclados fabricados pela empresa na ZFM (MD CRIPTEC II/C INOX), anexando laudo, que trata ainda das vendas a ordem que ensejaram duplicidade de lançamento; e (b) caso a imputação de descumprimento do PPB se refira ao Anexo VIII do Decreto no 783/1993, informa que os teclados EPP são componentes "de nível básico", não se confundindo com os CRIPTEC II/C INOX, conforme laudo técnico que anexa. Cientificada da diligência em 20/12/2013 (fl. 6656), a empresa sobre ela apresenta manifestação em 20/01/2014 (fls. 6659 a 6678), no sentido de que é perceptível que o próprio Auditor Fiscal se deu conta dos equívocos contidos na autuação original, tendo realizado correções, em linha com o alegado pela empresa. No entanto, a autuação, inexplicavelmente, ainda: (a) manteve parte da cobrança em relação aos produtos "Servidor de Arquivo" (NCM 8471.50.10) e "Dispensador de Notas" (NCM 8472.90.10); (b) não reconheceu a alegação de duplicidade de cobrança em relação às operações de venda a ordem; (c) não acatou a alegação de equívocos na apuração do Imposto de Importação, em virtude de erro quanto às quantidades de produtos consideradas na apuração; e (d) não reconheceu os demais argumentos apresentados pela empresa. Assim, a autuação deve ser integralmente cancelada, por: (e) não ter tomado em conta os laudos anexados posteriormente; (f) continuar a não ser indicado qual norma exige que os teclados sejam importados desmontados; (g) a autuação foi mantida em relação aos teclados (g1) CD 3675F (TAASF) BB 2008; (g2) DT 9850119/HWUBB; (g3) DTN 9928/HW KUG PC P4 ATM 4000 + EPP5 HSBC; e (g4) MT 9850088/WVHB FDE I ADM; (h) os itens "g1" e "g3" se referem a teclados EPP, objeto do laudo do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) apresentado, e que são componentes em nível básico; (i) o item "g2" foi comercializado sem teclado, pelo que não procede a exigência; (j) no item "g4" houve a importação de teclados montados, mas isso não implica descumprimento do PPB; e (k) a duplicidade, no lançamento, ainda persiste em relação às Notas Fiscais no 107712 e no 107713, as quais documentaram a mesma operação de venda. Em 30/05/2014 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 6726 a 6751), no qual se decide unanimemente pela parcial procedência da impugnação, sob os seguintes fundamentos: (a) apesar de não figurar na autuação especificação do PPB infringido, produto fabricado em desconformidade com o PPB ou tipo de teclado importado, o que acabou por motivar a diligência, não houve cerceamento de defesa, visto que os demonstrativos anexados pela autoridade fiscal ao auto de infração contêm relação das notas fiscais de internação dos produtos objeto de autuação, inclusive com a transcrição da “descrição da mercadoria” adotada pelo sujeito passivo, e com a numeração das declarações de importação nas quais foram declarados "teclados montados"; (b) as contribuições exigidas não são as relativas à importação, como se percebe em análise integral da autuação, não havendo prejuízo à defesa na incorreção no formulário eletrônico utilizado na autuação; (c) a competência atribuída À SUFRAMA não se refere a temas tributários, matéria de competência exclusiva da Receita Federal, como se esclarece no artigo 12 do Decreto no 61.244/1967, que regulamenta o Fl. 6879DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 6 DecretoLei no 288/1967, e no artigo 51 do Decreto no 6.008/2006, que regulamenta o benefício fiscal para bens de informática, além dos artigo 142 e 179 do Código Tributário Nacional; (d) da leitura do PPB previsto no Decreto no 782/1993, extraise que os teclados, tratandose de componente mecânico/eletrônico, deveriam ser montados no Brasil; (e) o laudo técnico do INT apresentado não se presta a comprovar que os teclados importados montados, descritos como EPP, ao serem incorporados aos produtos fabricados pela impugnante estariam em consonância com as exigências do PPB (pelo contrário, extraise dos laudos em questão novos elementos que mais uma vez demonstram que o PPB deixou de ser cumprido); (f) a caracterização de que os teclados incorporados aos produtos fabricados teriam sido importados montados baseouse, essencialmente, na própria descrição das mercadorias nas respectivas declarações de importação, formuladas pela própria empresa; (g) a própria fiscalização afastou o lançamento em relação aos teclados para os quais não se indicava nas declarações estarem "montados"; (h) a alegação de que o item "DT 9850119/HWUBB" foi comercializado sem teclado resta desamparada de prova; (i) as Notas Fiscais no 107712 e no 107713, supostamente computadas em duplicidade, não foram localizadas nos autos, sendo carente de prova os argumentos da defesa nesse aspecto, assim como os relativos a quantificação nas internações, que foram obtidos a partir de declarações da própria empresa; (j) a fiscalização efetuou o lançamento do Imposto de Importação apenas em relação aos teclados importados montados, não estendendo a exigência a nenhum outro componente importado que tenha sido agregado ao produto internado; (k) havendo o descumprimento do PPB, cabível a exigência também do IPI; (l) não cabe à autoridade fiscal determinar, de ofício, a compensação das contribuições apuradas com eventuais créditos disponíveis; e (m) os juros e a multa decorrem de expressa previsão legal. Em virtude do montante exonerado, houve recurso de ofício. Cientificada da decisão da DRJ em 22/10/2014 (fl. 6769), a empresa apresentou Recurso Voluntário em 19/11/2014 (fls. 6772 a 6835), basicamente reiterando as razões expressas em sua impugnação, e acrescentando que: (a) a própria autoridade julgadora reconhece a ausência de fundamentação adequada, mas, ainda assim, mantém a autuação; (b) ainda que fosse possível à empresa compreender a razão da autuação, a ausência de fundamento ensejaria nulidade, sendo a matéria regulada no artigo 10 do Decreto no 70.235/1972 e no artigo 50 da Lei no 9.784/1999, e na jurisprudência; e (c) a DRJ tentou desqualificar o laudo técnico do INT sob o pretexto de que ele estaria a interpretar as normas sobre benefícios, mas o laudo é eminentemente técnico, e o conceito do que é um "componente em nível básico" não é normativo, mas técnico. Em 09/12/2015 o processo foi distribuído a este relator, por sorteio (fl. 6869). O processo foi pautado para as sessões de junho e de julho de 2016, sendo, em ambas as ocasiões, retirado de pauta por motivo de falta de tempo para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator Fl. 6880DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.873 7 Os recursos de ofício e voluntário preenchem os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, deles se toma conhecimento. 1. Recurso de Ofício A DRJ afirma ter exonerado créditos em patamar superior ao limite para interposição de recurso de ofício. No entanto, a DRJ, em verdade, limitouse a reconhecer o resultado da diligência por ela solicitada, quando a própria autoridade fiscal que havia lavrado a autuação a reduziu de R$ 129.698.571,51 para R$ 5.886.851,54, conforme tabela abaixo: Assim, o que se está a apreciar é tomado como recurso de ofício tão somente por que a DRJ assim o intitulou, mas sequer caberia a este tribunal, ou à DRJ, reformar "in pejus" as conclusões da própria fiscalização, que, de fato, acabou por rever, de ofício, o lançamento efetuado. Negase, assim, provimento ao recurso de ofício, acolhendose o resultado da informação fiscal. 2. Recurso Voluntário No recurso voluntário, a empresa se manifesta sobre a parte remanescente da autuação, após a diligência fiscal solicitada pela instância de piso. Subdividimos, aqui, as razões de defesa em: (1) "preliminares" (relativas a alegações de nulidade, em função de fundamentação inadequada e incompetência); (2) "considerações sobre o processo produtivo básico" (tratando das normas que exigem o cumprimento dos requisitos referidos na autuação); e (3) "quantificação da autuação" (sobre as alegações de cobrança em duplicidade, de erro em demonstrativo, e de multa e juros). 2.1. Preliminares Alega a empresa, inicialmente, que a autuação é nula em função da ausência de fundamentação adequada, ocasionando cerceamento de defesa (artigo 10, III e IV, do Decreto no 70.235/1972), pois, no desenvolvimento de suas atividades, realiza a importação de diversos tipos de itens, com destinações diversificadas, possuindo mais de um PPB, e realizando a industrialização de diversos produtos, movimentando milhares de itens em seu Fl. 6881DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 8 estoque, mas a autuação faz menção genérica a suposto descumprimento de PPB pela importação de teclados montados, sem mencionar especificamente a qual teclado, a qual PPB e a qual produto industrializado se refere. E que, em relação às contribuições, a irregularidade foi maior, porque sequer se esclareceu se a autuação trata da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, ou da Contribuição para o PIS/PASEPimportação e da COFINSimportação. Sobre tais alegações, não podemos deixar de notar que a autuação, apesar do significativo montante lançado, é deveras sintética, a ponto de poder ser integralmente reproduzida a seguir, em relação aos quatro tributos lançados: Imposto sobre Produtos Industrializados (fl. 10) Imposto de Importação (fl. 21) COFINS"importação" (fl. 32) Fl. 6882DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.874 9 Contribuição para o PIS/PASEP"importação" (fl. 43) Também não podemos deixar de perceber que, apesar de os títulos relativos às contribuições incluírem a palavra "importação", a simples leitura do contexto da autuação, que expressamente menciona a incidência sobre a receita bruta decorrente de venda, aliada à composição das bases de cálculo, e ao enquadramento legal indicado nas autuações (Leis no 10.833/2003 e no 10.637/2002) expurga qualquer dúvida sobre a natureza da exigência, que é relativa à COFINS e à Contribuição para o PIS/PASEP, e não à COFINSImportação e à Contribuição para o PIS/PASEPImportação (estas previstas na Lei no 10.865/2004). Adiante se, então, que, em tal incorreção, nos títulos, não se vislumbra qualquer vestígio de nulidade. Quanto às alegações de nulidade, é de se retomar os comandos dos artigos 59 e 60 da norma de estatura legal aplicável na seara tributária, o Decreto no 70.235/1972, que, no tema, não demanda aplicação subsidiária de outros dispositivos da lei geral do processo administrativo federal (Lei no 9.784/1999): “Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” Fl. 6883DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 10 “Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio.” (grifo nosso) No presente processo, as alegações se referem tanto a incompetência quanto a preterição do direito de defesa. A preterição do direito de defesa estaria presente na afirmação da empresa de que houve ausência de fundamentação adequada (artigo 10, III e IV, do Decreto no 70.235), e a incompetência, na arguição de que a autoridade competente para fiscalizar o processo produtivo básico não seria a autoridade fazendária. Vejase que as demais irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio, conforme o citado artigo 60. E, apesar de breve, a autuação aponta a fundamentação legal em relação a todos os tributos, e discrimina, nas planilhas demonstrativas individualizadas, a matéria tributável. Está cristalino, pela autuação, que a empresa importou "teclados montados", em desacordo com o processo produtivo básico autorizado. E o fato de que a empresa realiza a importação de diversos tipos de itens, com destinações diversificadas, possuindo mais de um PPB, não obsta que ela, nas planilhas anexas, verifique, de forma individualizada, quais operações foram objeto da autuação. Em adição, destaquese que a eventual ocorrência de fundamentação inadequada, em si, ensejaria a improcedência da autuação, e não sua nulidade. Apenas quando cumulada com a preterição do direito de defesa é que a fundamentação inadequada, ou qualquer outra mácula, na autuação, acarretaria a nulidade processual. O caráter sintético da autuação parece ter acarretado mais prejuízo à autoridade julgadora de piso do que à autuada, já familiarizada com os códigos dos produtos que transaciona, com os PPB que possui, e com as declarações de importação que registra, o que se percebe tanto pela baixa em diligência, quanto pelas considerações iniciais efetuadas no julgamento da DRJ (fl. 6737): Não se percebe, assim, elemento da autuação que possa ter operado como preterição do direito de defesa, sendo nítido que a impugnação apresentada toca especificamente em todas as matérias que são objeto da imputação fiscal, antes e depois da baixa em diligência. Aliás, depois da baixa em diligência, pela DRJ, a própria autoridade fiscal parece ter contemplado alguns dos argumentos da defesa em revisão da autuação, expurgando, v.g., todos os teclados para os quais não estivesse, na declaração de importação, presente a palavra "montados". Não se está, então, diante de preterição do direito de defesa. Fl. 6884DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.875 11 Sobre a alegação de incompetência da autoridade fiscal, temos que resulta de incompreensão das funções de cada uma das autoridades governamentais atuantes na Zona Franca de Manaus. Quando o artigo 18 do Decreto no 6.008/2006 trata da competência da SUFRAMA para "fiscalização da execução dos PPB", por certo não está, e nem poderia, operar tal competência em prejuízo da tarefa constitucionalmente atribuída à Fazenda, no artigo 237 da Constituição Federal, nem das atribuições previstas em normas de estatura superior ao decreto, como o Código Tributário Nacional, no qual o papel do artigo 194 está longe de ser o que lhe empresta a interpretação albergada pela empresa, bastando o cotejo de tal comando, v.g., com os artigos 142 e 179 da mesma codificação, para que se perceba que um decreto não teria o condão de deslocar competência legalmente (e constitucionalmente) estatuída. Isso resta claro na redação do artigo 51 do próprio decreto invocado pela empresa, de no 6.008/2006, que esclarece que as competências da SUFRAMA serão exercidas "sem prejuízo das atribuições de outros órgãos da administração pública". Assim, a disposição estabelecida no Decreto obviamente deve ser lida à luz dos comandos normativos hierarquicamente superiores, sendo inequívoca a competência da Secretaria da Receita Federal para fiscalizar e controlar qualquer benefício fiscal relativo aos tributos federais, como as quatro espécies que figuram na autuação. Inexistente, por consequência, a segunda nulidade apontada. No recurso voluntário, a empresa acrescenta que a própria autoridade julgadora teria reconhecido a ausência de fundamentação adequada, mas, ainda assim, manteve a autuação, e que, ainda que fosse possível à empresa compreender a razão da autuação, a ausência de fundamento ensejaria nulidade, sendo a matéria regulada no artigo 10 do Decreto no 70.235/1972 e no artigo 50 da Lei no 9.784/1999, e na jurisprudência. Sobre tais alegações, é de se destacar que ao ler a decisão da DRJ, não percebo que esta expressamente reconheça "ausência de fundamentação adequada", mas sim a conclusão de que a omissão de determinados dados "no corpo do auto de infração" (fl. 6736) não obstou o direito de defesa da empresa, tendo em vista que as planilhas complementavam a autuação de modo a permitir a ciência da matéria tributável, permitindo o direito de defesa, que foi plenamente exercido, antes e depois da diligência, de forma semelhante. Os dois dispositivos normativos citados não estão relacionados nas respectivas normas legais nos comandos que tratam de nulidade (artigo 59 do Decreto no 70.235/1972 e artigos 53 e 54 da Lei no 9.784/1999). Ademais, a jurisprudência colacionada, além de não vincular o julgamento deste colegiado, tem pouca relação específica com o caso concreto que se está a analisar. Pelo exposto, não assiste razão à empresa, no que se refere às alegações de caráter preliminar referente a nulidades. 2.2. Considerações sobre o Processo Produtivo Básico Fl. 6885DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 12 Como já mencionava a empresa em sua impugnação, apesar de indicar que era mera "suposição" (fls. 1004 e 1005), a autuação, motivada pelo fato de teclados serem importados já montados, estava relacionada à disposição constante do Anexo VIII do Decreto no 783/1993. E isso deriva do simples fato de o PPB se referir a bens de informática, o que é inconteste, nos autos. O Decreto no 783/1993 "fixa o processo produtivo básico para os produtos industrializados na Zona Franca de Manaus", tratando dos bens de informática em seu artigo VIII: "ANEXO VIII Produto : Bens de Informática a) montagem e soldagem de todos os componentes nas placas de circuito impresso; b) montagem das partes elétricas e mecânicas, totalmente desagregadas, em nível básico de componentes; c) integração das placas de circuito impresso e das partes elétricas e mecânicas na formação do produto final, montadas de acordo com os itens a e b acima; (...) Observação: 1) Ficam temporariamente dispensados da montagem os seguintes módulos ou subconjuntos: a) mecanismos para impressoras do tipo não impacto (engine); b) mecanismos para facsimile e scanner; c) placas de circuito impresso montadas com componentes SMD (Surface Mounted Device) ou outras com tecnologias não disponíveis, para produtos definidos em ato conjunto dos Ministério da Integração Regional/Superintendência da Zona Franca de Manaus, Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo e Ministério da Ciência e Tecnologia, a ser baixado em até 120 (cento e vinte) dias a contar da data de publicação deste decreto. 2) Para o cumprimento do disposto neste Anexo VIII será admitida a utilização de subconjuntos montados no País, por terceiros, preferencialmente instalados na Zona Franca de Manaus; 3) Os subconjuntos industrializados por terceiros, na Zona Franca de Manaus, deverão atender ao processo produtivo básico; 4) As empresas estão dispensadas de atender ao item a, deste Anexo VIII, quando os bens de informática utilizarem placas de circuito impresso montadas, importadas, de acordo com o disposto na Resolução nº 7 do Conselho Nacional de Informática e Automação (Conin), de 10 de julho de 1991." (grifo nosso) A simples leitura do dispositivo permite concluir que os processos de industrialização de bens de informática, demandam determinados requisitos, entre os quais a "montagem das partes elétricas e mecânicas, totalmente desagregadas, em nível básico de componentes", excepcionada somente nas hipóteses contempladas ao final do anexo, entre as Fl. 6886DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.876 13 quais não consta a situação narrada nestes autos (importação de mercadorias declaradas pela própria empresa como "teclados montados"). A empresa, inicialmente, apesar de sustentar não existir na legislação que rege o PPB a vedação à importação de teclados montados, informou que importava apenas teclados desmontados (fl. 1025) : Tais fatos poderiam até ser ignorados pelo agente fiscal antes da diligência, mas após a diligência a autuação quedou restrita a teclados para os quais a própria declaração de importação registrada pela empresa atestava estarem "montados". E a manifestação da empresa, ainda antes da diligência, já dava conta de que apenas parte dos teclados seria um "componente em nível básico" (fl. 2041): Fl. 6887DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 14 Na manifestação posterior à diligência, a empresa agrega a sua defesa a informação de que a autuação deveria ser cancelada por não tomar em conta o laudo anexado posteriormente (o que é absolutamente desprovido de lógica, inclusive cronológica), mas revela que, dos quatro grupos de teclados relacionados na autuação, após a revisão (g1) CD 3675F TAASF BB 2008; (g2) DT 9850119/HWUBB; (g3) DTN 9928/HW KUG PC P4 ATM 4000 + EPP5 HSBC; e (g4) MT 9850088/WVHB FDE I ADM o primeiro e o terceiro se referem a teclados EPP, objeto do laudo do Instituto Nacional de Tecnologia (INT) apresentado, e que são componentes em nível básico. A afirmação do técnico de que o fato de que a segurança do produto não permite abrilo ou desmontálo, tornandoo inútil, de forma alguma tem o condão de classificá lo no comando normativo que trata de componentes em nível básico. Na parte em que o técnico trata de matéria técnica, a ele assiste razão. Não se questiona, assim, o resultado, em seus aspectos técnicos, crendose que se o produto for aberto ou desmontado, seu conteúdo será prejudicado. No entanto, não cremos que o mesmo técnico classificaria um computador integralmente montado em que concorressem as mesmas circunstâncias (impossibilidade de abertura ou desmonte sem prejuízo ao conteúdo) como um "componente em nível básico". Isso porque a acepção que se daria a "componente em nível básico" com tais requisitos deturparia toda a disciplina do PPB na Zona Franca de Manaus. O simples fato de o teclado ter sido montado no exterior a partir de "componentes em nível básico", ainda que não possa mais ser aberto ou desmontado sem prejuízo do conteúdo, já demonstra que ele não é, em si, um "componente em nível básico". Sustentar que "componente em nível básico" abrange inclusive componentes montados, pelo simples fato de não poderem ser desmontados sem prejuízo do conteúdo, equivale a permitir sua montagem no exterior, e não na Zona Franca de Manaus, alargando indevidamente a introdução de produtos já industrializados no país, o que destoa dos objetivos do PPB, cabendo destacar que a legislação expressamente excepciona as hipóteses em que permite a entrada de produtos já montados, ou componentes que não estejam "em nível básico", não estando o teclado nas exceções. Ao contrário do que sustenta a empresa, inclusive questionando a decisão de piso, a definição de "componente em nível básico" é jurídica, e obtida a partir de interpretação sistemática da legislação que rege a Zona Franca de Manaus e o PPB. E, nesse contexto, o produto "teclado", inclusive o EPP, não é um "componente em nível básico". Como bem atesta a DRJ, a respeito das conclusões da perícia demandada pela empresa (fl. 6742): Na realidade, extraise do trecho transcrito que, tacitamente, o perito reconhece que o EPP não é um componente de nível básico, mas sugere que ele poderia ser assim considerado, pelas razões anteriormente mencionadas. Ao fazêlo, o perito extrapola sua atividade, emitindo juízo acerca da aplicação da legislação tributária. Quanto aos demais teclados, recordese que a própria empresa assumiu que apenas parte dos produtos (exatamente os teclados EPP) era "componentes em nível básico". Assim, estáse, nos casos dos grupos g2 e g4, a tratar de mercadorias que não cumprem o PPB. Sobre tais mercadorias, afirma a empresa (fls. 6673 e 6821): Fl. 6888DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.877 15 Ocorre que a primeira afirmação é desamparada de prova, e a segunda, incompatível com as próprias conclusões de que apenas o "teclado montado EPP" seria um "componente em nível básico". Como vimos no Anexo VIII do Decreto no 783/1993, não sendo a montagem referente a "componente de nível básico", resta descumprido o PPB. Não afasta, no mérito, a autuação, portanto, nenhum dos argumentos externados nas peças de defesa. 2.3. Quantificação da autuação A empresa alega ainda que houve cobranças em duplicidade, em função de cômputo de notas de venda a ordem, cumuladas com notas de transporte das mesmas mercadorias, especialmente em relação às Notas Fiscais no 107712 e no 107713, e que há erro nos demonstrativos nas quantidades constantes da "demonstração do cálculo do II", referentes a internações. Sobre a duplicidade e os erros, a DRJ se manifesta no sentido de que as Notas Fiscais no 107712 e no 107713, supostamente computadas em duplicidade, não foram localizadas nos autos, sendo carente de prova os argumentos da defesa nesse aspecto, assim como os relativos a quantificação nas internações, que foram obtidos a partir de declarações da própria empresa. Esperavase, assim, que a empresa trouxesse, em sede recursal, as respectivas notas, assim como a motivação da divergência surgida de suas próprias declarações. Mas tal expectativa é frustrada, não havendo nenhum elemento adicional que possibilite alcançar a conclusão almejada pela empresa em suas peças de defesa. Igual destino deve ter a afirmação de que estaria havendo autuação em relação à integralidade dos valores, no que se refere ao imposto de importação, refutada pela DRJ. E, no que se refere ao Imposto sobre Produtos Industrializados, a exigência integral se deve ao descumprimento do PPB, em obediência ao artigo 9o do DecretoLei no 288/1967, expressamente citado como fundamento na autuação (fls. 11/12). A empresa alega, em relação às contribuições, que a legislação de regência traz redução de alíquota a zero "para empresas estabelecidas na ZFM, decorrentes de venda de produção própria, consoante projeto aprovado pelo Conselho de Administração da Fl. 6889DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 16 SUFRAMA", seja ou não cumprido o PPB. Sobre o tema, a decisão de piso sustenta não haver sentido na redução, se esta for vinculada a mera aprovação de projeto. De fato, não só por "não fazer sentido", mas pelo fato de as leis de regência demandarem expressamente "venda de produção própria, consoante projeto aprovado", ou seja, venda de produtos industrializados em obediência ao projeto aprovado, deve ser cumprido o PPB também para fruição do benefício relativo às contribuições, pelo que não prospera a argumentação de defesa. Por fim, busca a empresa afastar a multa e os juros aplicados, sob o argumento de que aquela fere a razoabilidade/proporcionalidade, e que os procedimentos por ela adotados eram de boafé, e aceitos pela SUFRAMA, invocando o artigo 100, III do Código Tributário Nacional (CTN), que trata de "práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas". Contudo, resta ostensivamente claro que o comando do CTN não se aplica a práticas infracionais que não tenham sido detectadas pela Administração, como a tratada neste processo. Raciocínio contrário nos levaria ao desparate de crer que qualquer conduta irregular constituiria uma norma complementar se o infrator a cometesse durante algum tempo sem ser descoberto pela fiscalização. Não há, ainda, que se cogitar administrativamente sobre a razoabilidade/proporcionalidade decorrente de disposição expressa de comando legal. A multa é simplesmente aquela que a lei expressamente estabelece, descabendo ao julgador administrativo ponderála ou discutir sua constitucionalidade, como estabelece a Súmula CARF no 2. Não goza de acolhida, assim, a argumentação da recorrente em relação à classificação como norma complementar derivada de prática reiterada, ou a violações aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Por fim, também já se encontra sumulada neste tribunal a questão referente à possibilidade de aplicação da Taxa SELIC a título de juros de mora: “Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” 3. Conclusões Pelo exposto, voto pela negativa de provimento aos recursos de ofício e voluntário. Rosaldo Trevisan Fl. 6890DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 12266.722104/201289 Acórdão n.º 3401003.220 S3C4T1 Fl. 6.878 17 Fl. 6891DF CARF MF Impresso em 14/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL
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