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Numero do processo: 19515.722788/2013-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jun 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009
NULIDADE. LANÇAMENTO. ANÁLISE DE DOCUMENTOS.
Estando devidamente circunstanciado no lançamento fiscal as razões de fato e de direito que o lastreiam, e não verificado cerceamento de defesa, não há motivos para decretação de sua nulidade, devendo ser as questões relacionadas à valoração das provas analisadas quando do exame do mérito das razões recursais.
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO E QUANTIFICADO NO ÂMBITO JUDICIAL. REAPRECIAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. DESCABIMENTO.
Tendo sido conferido ao direito creditório postulado pelo contribuinte não só a certeza, mas também a liquidez no âmbito judicial, não cabe a rediscussão administrativa da quantificação levada a efeito naquela esfera para fins de glosar compensação realizada.
RELATÓRIO DE CO-RESPONSÁVEIS E VÍNCULOS. CARÁTER INFORMATIVO. SÚMULA CARF Nº 88.
Consoante enuncia a Súmula CARF nº 88, "A Relação de Co-Responsáveis - CORESP, o Relatório de Representantes Legais - RepLeg e a Relação de Vínculos - VÍNCULOS, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa".
PEDIDO DE JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS E DE PERÍCIA. DESCABIMENTO.
Rejeita-se pedido genérico de juntada posterior de provas e perícia, mormente em etapa processual inapropriada do rito processual administrativo e desacompanhado de fundamentação.
INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONO DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO.
O art. 23 da Lei nº 70.235/72 não traz previsão da possibilidade de a intimação dar-se na pessoa do advogado do autuado, tampouco o RICARF apresenta regramento nesse sentido.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.253
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para que seja cancelada a exigência fiscal relativa ao lançamento DEBCAD nº 51.019757-4.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Ronnie Soares Anderson - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Malagoli da Silva, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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Recorrente KLABIN S/A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 NULIDADE. LANÇAMENTO. ANÁLISE DE DOCUMENTOS. Estando devidamente circunstanciado no lançamento fiscal as razões de fato e de direito que o lastreiam, e não verificado cerceamento de defesa, não há motivos para decretação de sua nulidade, devendo ser as questões relacionadas à valoração das provas analisadas quando do exame do mérito das razões recursais. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO E QUANTIFICADO NO ÂMBITO JUDICIAL. REAPRECIAÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. DESCABIMENTO. Tendo sido conferido ao direito creditório postulado pelo contribuinte não só a certeza, mas também a liquidez no âmbito judicial, não cabe a rediscussão administrativa da quantificação levada a efeito naquela esfera para fins de glosar compensação realizada. RELATÓRIO DE CORESPONSÁVEIS E VÍNCULOS. CARÁTER INFORMATIVO. SÚMULA CARF Nº 88. Consoante enuncia a Súmula CARF nº 88, "A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais RepLeg” e a “Relação de Vínculos VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa". PEDIDO DE JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS E DE PERÍCIA. DESCABIMENTO. Rejeitase pedido genérico de juntada posterior de provas e perícia, mormente em etapa processual inapropriada do rito processual administrativo e desacompanhado de fundamentação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 27 88 /2 01 3- 60 Fl. 6160DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 2 INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONO DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO. O art. 23 da Lei nº 70.235/72 não traz previsão da possibilidade de a intimação darse na pessoa do advogado do autuado, tampouco o RICARF apresenta regramento nesse sentido. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para que seja cancelada a exigência fiscal relativa ao lançamento DEBCAD nº 51.0197574. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Ronnie Soares Anderson Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Malagoli da Silva, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 6161DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 19515.722788/201360 Acórdão n.º 2402005.253 S2C4T2 Fl. 108 3 Relatório Examinase recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) DRJ/RPO, que julgou procedente lançamento DEBCAD 51.0197574, relativo a glosa de compensações de contribuições previdenciárias realizadas em GFIP com respaldo na existência de créditos decorrentes de contribuições incidentes sobre as remunerações de autônomos e administradores, realizadas com base na Lei nº 7.787/89, e lançamento DEBCAD 51.019.7582, atinente a contribuições para o SENAI do estabelecimento do CNPJ nº 89.637.490/09452, instalado na Bahia e para o qual não foi apresentada a comprovação da celebração de convênio. A autuação concernente ao DEBCAD 51.0197574, única objeto do recurso ora examinado, foi assim descrita pela instância recorrida: 4. A legislação com base na qual foi realizado o lançamento fiscal está enunciada no anexo “FLD – FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO”, que integra os autos, dos quais constitui as fls. 2.447/2.448. 5. A Fiscalização, quanto à apuração dos créditos compensáveis passa, então, a relatar as divergências, inconsistências, falhas e omissões constatadas, em relação aos respectivos documentos comprobatórios. Guias de Recolhimento 6. A compensação teria se dado com fundamento em ação distribuída em 28/09/98 e com trânsito em julgado em 23/01/2006, em relação a qual o Contribuinte apresentou à Fiscalização a “... petição inicial, sentença, acórdão, trânsito em julgado e cálculos de liquidação atualizados até dez/08...” (fl. 2.249), em cujo processo o Contribuinte contestou a incidência de contribuições previdenciárias sobre a remuneração de administradores e autônomos estabelecida pelo artigo terceiro da Lei n° 7.787/1989. 7. A Fiscalização, entretanto, concluiu que (fl. 2.249): 8.3 Apesar da decisão judicial ter sido favorável ao contribuinte, concedendolhe o direito à compensação, não conseguiu provar o montante do seu crédito, conforme demonstrado a seguir... . 8. A Fiscalização passa, então, a apresentar as razões que considerou presentes para tal conclusão. 9. Quanto às guias de recolhimentos que refletiriam os recolhimentos realizados, a Fiscalização relata (fl. 2.249): 8.3.1 Ao analisar as planilhas dos cálculos atualizados até dezembro/2008, constatamos que não elencou as guias demonstrando as atualização índice a índice, ficando impossível identificar o crédito. 10. E tal assertiva se assenta na constatação de que (fls. 2.249/2250): Fl. 6162DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 4 E ao conferir as guias de recolhimento apresentadas como sendo os documentos que dariam direito ao crédito ora compensado, verificamos a seguinte divergência: foram apresentadas guias de 23 CNPJ apenas enquanto que nas planilhas dos cálculos constam 57 CNPJ’s, ou seja, nas planilhas do cálculo do crédito há muito mais créditos que o documento físico (guia). 11. Na seqüência apresenta planilha com duas colunas: “Apresentou somente guias desses CNPJ’s” (com a indicação de 23 números de CNPJ) e “Planilha cálculo atualizado até dez/2008: diz que tem créditos desses CNPJ’s” (fls. 2.250/2.251), com indicação de 57 números de CNPJ. 12. Em face de tais divergências, a Fiscalização requisitou, então, planilhas com a discriminação de todas as guias de recolhimento que teriam sido incluídas no respectivo processo judicial e planilha que demonstrasse a composição do crédito consolidado em janeiro de 2009 e sua utilização nas compensações realizadas (fls. 2.251/2.252) 13. Além dessas requisições, a Fiscalização requereu que ficassem à disposição as correspondentes folhas de pagamento e respectivos resumos e a escrituração contábil (fl. 2.252). 14. Ao que, entretanto, o Contribuinte não apresentou todas as informações através das planilhas mencionadas às fls. 2.251/2.252, pois (fl. 2.252): Em atendimento ao item “a”, apresentou planilha (anexo IV) discriminado as competências e as filiais em que ocorreu a compensação e não das guias (do crédito) que foram usadas nesta compensação, impossibilitando a análise desse suposto crédito. Para o item “b” também apresentou planilha divergente do solicitado, vide anexo V. Estas planilhas, apesar de terem sido solicitadas impressas e assinadas pelo representante legal, foram entregues apenas em meio digital. 15. Ainda assim, tendo analisado o material apresentado, a Fiscalização relata a constatação de apresentação de guias de recolhimento que compreendiam apenas contribuições de segurados empregados, recolhimentos esses diversos daqueles que comporiam o crédito discutido. 16. Ainda, em relação às guias de recolhimento, foram constatados documentos em que as bases de cálculo das contribuições patronais e das contribuições sobre a remuneração de administradores e autônomos apresentavamse ilegíveis, o que impossibilitaria determinação do correspondente crédito específico efetivamente recolhido (fl. 2.252). Folhas de Pagamento e Resumos 17. Os correspondentes resumos das folhas de pagamento, requisitados pela Fiscalização deixaram de ser apresentados com a informação de que, estando arquivados em depósito terceirizado, foram destruídos em razão de incêndio ocorrido em 04/07/2011, fato este que constaria inclusive de boletim de ocorrência (fl. 2.253). Livros contábeis Fl. 6163DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 19515.722788/201360 Acórdão n.º 2402005.253 S2C4T2 Fl. 109 5 18. Em face da informada impossibilidade de apresentação dos resumos das folhas de pagamento, foram, então, requisitados os Livros Diários e cópias das páginas nas quais teriam sido realizados os respectivos lançamentos. Entretanto, tais livros também deixaram de ser apresentados, pois não teriam sido encontrados (fl. 2.253). Irresignado, o contribuinte apresentou impugnação (fls. 2460/2480), sintetizada da seguinte maneira pela DRJ/RPO: 1. As compensações seriam legítimas, pois fundadas em ação judicial transitada em julgado; inclusive, com o respectivo crédito corroborado por execução de sentença, “... na qual não houve qualquer impugnação dos valores e/ou das guias apresentadas pela autuada” (fl. 2.462). 2. Apesar de ter sido apresentada “... toda a documentação consistente nas guias e planilhas que apontam a existência do crédito, a fiscalização não reconheceu um só real (R$)...desconsiderou todas as guias apresentadas...” (fl. 2.462). 3. O crédito compensado seria incontestável, já que “... a União Federal efetuou o pagamento da sucumbência devida... ou seja, efetuou o pagamento após a execução de sentença e verificação do crédito existente em nome da autuada” (fl. 2.462). 4. Invocando as disposições do artigo 142 do CTN, do artigo 37 da Lei 8.212/91 e a Instrução Normativa RFB 971/09, defende que o lançamento fiscal estaria contaminado pela nulidade, pois (fl. 2463): No entanto, cumpre mencionar que a fiscalização teve acesso a todas as guias que deram origem ao crédito da impugnante, tanto que todas as guias encontramse anexadas aos presentes autos, assim como as planilhas de cálculo e demais cópias das decisões judiciais que deram origem ao crédito que fora compensado. Todavia, a impugnante não pode ter certeza dos efetivos fundamentos da autuação, já que o relatório fiscal não está em consonância com o relatório de fundamentos legais, uma vez que a fiscalização alega ter tido problemas em verificar uma ou outra guia, mas, de fato, glosou toda a compensação realizada pela ora impugnante. 5. Sustenta, então, a ocorrência de nulidade em face da falta de análise dos “documentos indispensáveis à lavratura da autuação” (fl. 2.464): Basta uma simples leitura da autuação para concluir que a fiscalização não só não expõe de maneira clara e precisa como apurou os valores lançados na notificação, como explicita no relatório fiscal que ignorou a análise dos documentos indispensáveis à verificação contábil da existência do crédito compensado pela impugnante. (...). Ora, pelo texto do relatório fiscal acima transcrito, resta claro que a agente fiscal, mesmo tendo em mão todos os Fl. 6164DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 6 documentos necessários à análise dos fatos geradores que embasaram a presente notificação (a impugnação não poupou esforços para apresentar todos os seus arquivos), preferiu ignorálos, seja por desídia, seja por puro desconhecimento. 6. Reafirmando que o respectivo processo judicial teria sido “... instruído com cópia de todas as guias capazes de demonstrar o crédito pretendido pela ora impugnante”, defende que “a fiscalização não está familiarizada” com as guias de recolhimento que dariam base às compensações, pois se trata de documentos relativos a competências de outubro de 1988 a julho de 1994 (fl. 2.465) e que: Como já transcrito acima, citou a agente fiscalizadora que a impugnante havia juntado aos autos guias de recolhimentos relativas aos ‘empregados/segurados’ e não relativa aos ’autônomos/administradores’” (fl. 2.466). 7. Passa, então, a discorrer sobre o conteúdo das guias de recolhimentos apresentadas (bases de cálculo e respectivas rubricas de recolhimentos), para concluir (fl. 2.466): E, é por essa razão que, para glosar as compensações feitas, a agente fiscal deveria ter efetuado os cálculos, competência por competência, estabelecimento por estabelecimento, pessoa jurídica por pessoa jurídica, como fez a impugnante quando apresentou a execução de sentença do julgado (planilhas de cálculo anexas), para receber seu crédito e respectivos honorários de sucumbência. 8. Novamente invocando o artigo 142 do CTN, afirma que a prática da Fiscalização teria caracterizado “exação draconiana” (fl. 2.466), além de infringir o princípio do contraditório (do que decorreria o cerceamento do direito de defesa) e que (fl. 2.467/2.468 – destaques no original): Se a lei diz que o lançamento é ato vinculado, não poderia a autoridade administrativa praticar ato discricionário ou ainda arbitrário, como ocorre na presente autuação. Se a fiscalização entende devido o crédito por ela lançado, deve mencionar de maneira minudente a origem do mesmo para que seja possível o atendimento do princípio do contraditório, sob pena de nulidade. Ou seja, deveria apontar as guias com as quais não concorda e seus respectivos créditos, e não glosar toda a compensação realizada pela impugnante, ignorando todas as guias e planilhas apresentadas. (...). Da forma como os fatos foram colocados e da forma com que o débito foi apurado não é possível saber sua origem, nem a razão de não haverem sido considerados nenhum dos valores compensados pela ora impugnante. 9. No “mérito”, passa a discorrer sobre a ação judicial que daria base às compensações glosadas, buscando destacar em seus desdobramentos as razões que dariam fundamento ao seu procedimento: decisão de procedência, com trânsito em Fl. 6165DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 19515.722788/201360 Acórdão n.º 2402005.253 S2C4T2 Fl. 110 7 julgado; promoção da execução da sentença, inclusive com o recebimento da sucumbência, para então concluir (fls. 2.469/2.472 – destaques no original): Contudo, agora, em 2013, a fiscalização diligenciou na empresa, recebeu todos os documentos e, de uma forma muito estranha e descabida, glosou toda a compensação realizada pela impugnante, não reconhecendo, sequer, um real do crédito apurado em ação judicial ..., é no mínimo estranho que um agente fiscal, munido de toda essa documentação, desautorize uma compensação realizada legitimamente, por decisão judicial transitada em julgado, sem apresentar qualquer fundamento para tanto. Não parece crível que, após toda a documentação, a fiscalização não encontrou nenhum crédito em nome da ora impugnante. (...). ... como o INSS autorizaria o pagamento de honorários advocatícios sobre crédito que não estivesse corretamente apurado ...?!?!?!?! (...). Sendo assim, para que a fiscalização pudesse glosar algo, deveria demonstrar a existência de divergências entre os valores compensados e os valores recolhidos, mas, como se vê na presente autuação, a fiscalização não apurou diferenças, mas glosou integralmente o crédito da impugnante, de forma que essa autuação beira a máfé! 10. Segue, contestando a multa de mora aplicada, que, com base nos dispositivos legais que alinha, entende ser devida apenas no percentual de 20% (fls. 2.472/2.474). 11. A seguir, passa a discutir a “exclusão dos representantes legais da empresa” (fls. 2.475/2.479), para concluir que (fl. 2.479): Portanto, com a revogação do artigo 13, da Lei nº 8.620/93, a fiscalização só poderá incluir/manter corresponsável pessoa física se comprovar a prática de atos com excesso de poder, infração à lei, contrato social e estatutos, no período objeto da autuação, fatos que não ocorreram, sendo de rigor a exclusão das pessoas físicas mencionadas dos relatórios da presente autuação. Formula, finalmente, seu pedido de que os lançamentos sejam julgados insubsistentes e protesta pela produção de prova testemunhal (“notadamente a exibição e juntada posterior de documentos”), além da “... realização de perícia e tantas quantas forem às provas necessárias para a real apuração da verdade material” (fl. 2.480). Fl. 6166DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 8 Concluindo, requer que as notificações sejam expedidas também ao patrono da impugnante. A instância de primeiro grau manteve a exigência (fls. 5112/5145) observando não ter sido objeto de recurso o DEBCAD 51.019.7582 motivo pelo qual o contribuinte interpôs recurso voluntário em 2/7/2014 (fls. 5157/5138), repisando, em linhas gerais, os termos da impugnação. É o relatório. Fl. 6167DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 19515.722788/201360 Acórdão n.º 2402005.253 S2C4T2 Fl. 111 9 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O contribuinte defende haver nulidade absoluta do auto de infração por ausência de previsão legal e por suposta falta de análise dos documentos, mas, ao discorrer sobre o tema, acaba por abordar questões envolvendo a valoração das provas atinentes às planilhas, guias e decisões colacionadas, as quais, por serem matéria de mérito, como tal serão conhecidas e oportunamente examinadas. Vale anotar que o auto de infração está devidamente formalizado, estando claramente discriminadas as razões de fato e de direito que o fundamentaram, conforme se depreende da sua leitura, às fls. 2247/2257 e 2431/2449. Não se vislumbra, na espécie, qualquer das hipóteses ensejadoras da decretação de nulidade do lançamento consignadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/1972, havendo sido todos os atos do procedimento lavrados por autoridade competente, sem qualquer prejuízo ao direito de defesa do contribuinte, o qual recorre de seus termos evidenciando pleno conhecimento das exigências que lhe são imputadas. No tocante à questão de fundo, temse, em resumo, que o recorrente contesta a autuação alegando a existência de créditos já reconhecidos e quantificados na esfera judicial, relativos à contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração de administradores e autônomos estabelecida pelo art. 3º da Lei nº 7.787/89. Desse modo, coloca que a fiscalização deveria terse cingido à confrontar o valor do crédito homologado na ação judicial transitada em julgado com os débitos compensados no decorrer do anocalendário 2009. Diante disso, impende verificar os termos das decisões prolatadas nos autos da ação ordinária nº 98.00409300 (posteriormente nº 2000.03.99.07/2872) e da ação de embargos à execução nº 2007.61.00.0068581, ambas ajuizadas perante a 4ª Vara Cível de São Paulo/SP. Na ação declaratória cumulada com pedido de compensação e/ou repetição de indébito nº 98.00409300, o contribuinte formulou em 28/9/1998 demanda nos seguintes termos (fls. 2562/1581): a) declarar a inexistência de relação jurídicoprevidenciária que obrigasse as autoras no recolhimento das contribuições sociais sobre os autônomos e administradores... reconhecendose a inconstitucionalidade do inciso I, do artigo 3º da Lei 7.787/89 e inciso I do artigo 22 da Lei 8.212/91, relativamente aos vocábulos administradores (empresários) e autônomos. Fl. 6168DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 10 b) a declaração de serem compensáveis os créditos das autoras, representados pelos recolhimentos indevidos, compensação esta que será feita pelas autoras, por sua conta e risco, com parcelas da mesma espécie representadas pelas contribuições sociais vincendas incidentes sobre a folha de salários, cabendo à administração exercer seu direito de fiscalização no momento da homologação, se assim desejar, afastadas as regra infra legais editadas pela autoridade administrativa e observada a correção de conformidade com a Resolução nº 187, de 19.02.97, do Conselho de Justiça Federal... c) a condenação do Réu a suportar os efeitos da compensação, que estará sendo procedida pelas autoras nos termos constantes da letra b acima; d) a condenação do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS na repetição de todas as quantias indevidamente recolhidas, de forma que, ultimandose a restituição, deverá ser implementada pelo valor devidamente atualizado... e) a condenação do réu no pagamento das custas e honorários advocatícios, em percentual incidente sobre o valor total da condenação... O dispositivo da decisão de primeiro grau julgou procedente a ação em 21/9/1999 (fl. 1504): ... para declarar o direito das autoras de realizarem a compensação dos valores pagos indevidamente a título de contribuição previdenciária incidente sobre o pagamento realizado a autônomos, administradores e avulsos decorrente do artigo 3º da Lei nº 7.789/89, a partir de 90 dias da publicação desta lei e, decorrente do artigo 22, inciso I da Lei nº 8.212/91, somente com contribuições incidentes sobre a folha de salários, na forma da fundamentação, com correção nos moldes colocados, desde a data do recolhimento indevido, observando se as disposições das Leis 9.032/95 e 9.129/95, sem a incidência de juros. (grifei) Vejase que os termos da fundamentação, conforme o próprio comando judicial, são parte integrante do dispositivo da sentença. E como se manifesta o juízo acerca da compensação nessa fundamentação, no que interessa ao litígio em tela (fl. 1503): Resta claro que não pode o contribuinte realizar a compensação a seu bel prazer, independentemente da verificação da existência do direito e principalmente dos números corretos. Ocorre que, no presente caso, a compensação estará sendo feita judicialmente, com a apresentação das guias de recolhimento e o reconhecimento do pagamento indevido. Assim a compensação a ser realizada nestes autos, através de decisão judicial, com base nos valores expressos nas guias juntadas à inicial, tem a presença da autoridade fiscal representada pelos procuradores da ré que têm poderes para impugnar os cálculos. Ademais, a procedência da ação não Fl. 6169DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 19515.722788/201360 Acórdão n.º 2402005.253 S2C4T2 Fl. 112 11 impede o exercício da competência fiscalizatória com relação aos valores dos recolhimentos. Desta maneira, não há porque se negar a realização da compensação através desta ação ordinária, sendo que, no transcorrer do processamento, terá o INSS a possibilidade de verificação da exatidão dos valores. (grifei) A passagem colacionada acima é auto explicativa. Usualmente, as ações judiciais que têm por objeto o reconhecimento judicial do direito à compensação tributária não ingressam na seara condenatória, atendose a declarar tal direito e ressalvando a atividade fiscalizatória de homologação da atividade do contribuinte. Porém na espécie a decisão estabeleceu não apenas o direito em tese do contribuinte de se compensar dos valores postulados, mas também que o reconhecimento dos pagamentos indevidos seria efetuado no curso do próprio processo judicial, sendo o poder de fiscalização do INSS sobre os montantes controversos exercido no transcorrer do processamento do feito. Desse modo, e talvez em certa dissonância com o pleito de efeitos predominantemente declaratórios veiculado na inicial, foram atribuídos naquela decisão visíveis e inquestionáveis efeitos condenatórios, sendo a própria verificação do quantum creditório escopo do processo. Os subsequentes recursos interpostos por ambas as partes no âmbito dessa ação versaram não sobre a questão de fundo, mas sim sobre outros aspectos, tais como prescrição, honorários, correção monetária, etc. (fls. 1506/1649), havendo o acórdão de apelação transitado em julgado em 23/1/2006 (fl. 1667). Em 30/10/2006 o contribuinte apresentou seus cálculos de liquidação (fls. 1678/1747), trazendo o que considerava ser o valor atualizado de seu crédito com base nas guias GRPS carreadas, nos termos dos arts. 475A e 475B do Código de Processo Civil (CPC) então vigente. O total de crédito a compensar por ela apurado atingia R$ 14.976.536,53, naquela ocasião. Com efeito, vale repetir que a sentença exarada tinha natureza não somente declaratória, mas também condenatória, pois firmou o posicionamento de que o montante dos pagamentos indevidos tinha de ser apurado judicialmente, o que acarretou a necessidade de ser conferida liquidez ao título judicial obtido no processo de conhecimento, via liquidação a ser realizada nos próprios autos, consoante os dispositivos processuais anteriormente aludidos. Nesse ponto, vale registrar que não se pode concordar com a conclusão da DRJ/RPO de que as decisões judiciais jamais abordaram a questão dos créditos do contribuinte. Pelo contrário, a sentença manifestouse expressamente no sentido de que a aferição da compensação darseia nos próprios autos daquele processo. Além disso, na espécie seguiuse o procedimento de liquidação de título judicial, consoante regramento dado pela Lei nº 11.232/05 ao CPC (advento do chamado "processo sincrético"), no qual o próprio credor, quando a liquidez da decisão depende de mero cálculo aritmético, apresenta a discriminação do crédito, sem necessidade de participação de contador judicial. Eventual inconformidade do executado, quanto a tais cálculos, são manejados pela via dos embargos à execução. Fl. 6170DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON 12 Nesse rumo, então, o INSS interpôs os embargos à execução nº 2007.61.00.0068581 (fls. 1895/1899), alegando que a empresa havia exigido na execução créditos em valores superiores aos fixados no acórdão e na sentença, pois a Delegacia da Receita Previdenciária informara, em Parecer elaborado face à solicitação do Procurador Federal, que o autor "não teria direito a honorários nas guias de competência de 03/95 a 09/95, pois nestas guias não foi recolhido prólabore, e o autor calculou indevidamente o valor de honorários sobre estas guias", resultando em uma diferença de R$ 2.988,62 (fls. 1900/1901). Os embargos foram julgados procedentes, em 8/8/2008 (fls. 1935/1936). Assim, verificase que, tendo sido propiciada oportunidade para que o INSS questionasse o cálculo dos créditos levado a efeito pelo autor, ora recorrente, foi apontada tão somente uma diferença de R$ 2.988,62 em R$ 14.976.536,53, com decorrentes consequências no cálculo dos honorários. Destarte, ficou definido, na esfera judicial, ser o contribuinte detentor de um crédito de R$ 14.976.536,53 em virtude de ter realizado pagamentos indevidos de contribuições previdenciárias, no período de outubro de 1988 a outubro de 2006, consoante guias de recolhimento acostados. Por conseguinte, descabido, após consolidado o assunto na seara do poder judicante, buscar a administração fazendária questionar a efetiva existência dos referidos créditos, bem como sua consonância com a escrituração contábil e folhas de pagamento. Eventual discordância quanto aos efeitos condenatórios das decisões judiciais, face aos pedidos formulados na inicial, deveriam ter sido objeto de demanda judicial, o que não aconteceu. Assim, o momento oportuno para tal proceder já está precluso. Disso não decorre, à evidência, óbice irremediável ao poderdever do Fisco de fiscalizar as compensações efetivamente realizada pelo autuado, forte nos arts. 142 e 150 do Código Tributário Nacional. Nesse diapasão, poderia perfeitamente a autoridade lançadora ter verificado se o contribuinte se utilizara indevidamente de algum pretenso pagamento a maior não fundado em guia apresentada na ação ordinária, glosando compensação nele amparada. Por outra via, também lhe era facultado checar se a atualização dos créditos reconhecidos judicialmente fora feita de acordo com a legislação pertinente, e se o encontro de contas desses créditos com as contribuições compensadas em 2009 foi procedido de maneira escorreita. Todavia, a autoridade lançadora voltouse, como explanado, para o questionamento do montante dos créditos já abrigados pelo manto das decisões judiciais, sob os mais diversos enfoques ausência de livros de registro, não pagamento de outras contribuições, não apresentação de folhas de pagamento relativas aos períodos dos créditos, etc, extrapolando as possibilidades que lhe restavam facultadas para o exercício de suas prerrogativas, e culminando por desconsiderar todas as guias apresentadas como comprovantes do direito creditório do contribuinte. Face às razões acima vertidas, deva ser cancelada a exigência fiscal, nesse aspecto. Noutro giro, o recorrente defende, quanto à multa aplicada no lançamento DEBCAD 51.019.7574, que o percentual incidente deveria ser de 20% e não de 75%. Desnecessária a postulação vertida, pois, conforme já salientado pela decisão contestada, foi Fl. 6171DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON Processo nº 19515.722788/201360 Acórdão n.º 2402005.253 S2C4T2 Fl. 113 13 exatamente esse percentual de 20% que foi aplicado nesse lançamento (fls. 2432/2448). De todo modo, sendo cancelado o lançamento em comento, não mais subsiste a multa questionada. Deve ser observado, também, que não foi lavrado qualquer termo processual mediante o qual tenha sido imputada responsabilidade aos sócios do contribuinte; de sua parte, o relatório de vínculos combatido tem caráter meramente informativo, consoante entendimento aprovado pela Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais em sessão de 10/12/2012: Súmula CARF nº 88: A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais – RepLeg” e a “Relação de Vínculos – VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. De sua parte, o pleito genérico voltado ao protesto por produção de todas as provas admitidas em direito, juntada posterior de documentos, e de realização de perícia não merece guarida, por estar sendo formulado sem qualquer fundamentação consistente e em etapa descabida do rito processual, não observando o disposto no arts 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/1972. Por fim, registrese que é demandada a ciência pessoal do patrono do contribuinte, todavia os incisos I a III do art. 23 do Decreto nº 70.235/1972 estabelece que as intimações no decorrer do contencioso administrativotributário federal serão realizadas pessoalmente ao sujeito passivo, não a seu advogado, inexistindo tampouco permissivo para tanto no Regimento Interno do CARF RICARF (Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015). Ante o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, para fins de que seja cancelada a exigência relativa ao lançamento DEBCAD nº 51.0197574. Ronnie Soares Anderson. Fl. 6172DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 24/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/05/2016 por RONNIE SOARES ANDERSON
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Numero do processo: 12898.001542/2009-78
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004, 01/10/2004 a 31/10/2004, 01/04/2005 a 30/04/2005, 01/10/2005 a 31/10/2005, 01/04/2006 a 30/04/2006, 01/10/2006 a 31/10/2006, 01/04/2007 a 30/04/2007, 01/10/2007 a 31/10/2007, 01/04/2008 a 30/04/2008, 01/10/2008 a 31/10/2008
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
Se configurado o lançamento por homologação pelo pagamento antecipado do tributo, o prazo de decadência do direito do Fisco efetuar o lançamento de ofício rege-se pela regra do art. 150, § 4º do CTN, operando-se em cinco anos, contados da data do fato gerador - Precedente do STJ RESP 973.733.
Em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF, é de se reproduzir o entendimento manifestado pela maioria dos membros desse Colegiado. O que, por conseguinte, cabe refletir que a maioria dos conselheiros não coadunam com o entendimento de que o pagamento do tributo ocorre quando há efetiva extinção do débito tributário devido - seja através também da apuração do saldo devedor, com o pagamento efetivado através da utilização dos créditos admitidos nos termos da legislação vigente.
Numero da decisão: 9303-003.512
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. Os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Rodrigo da Costa Pôssas e Carlos Alberto Barreto votaram pelas conclusões. Esteve presente ao julgamento a Dra. Alessandra Chér, OAB/SP nº 127.56, advogada do sujeito passivo.
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2195; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 301 1 300 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 12898.001542/200978 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9303003.512 – 3ª Turma Sessão de 15 de março de 2016 Matéria Cofins Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado VALEPAR S/A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004, 01/10/2004 a 31/10/2004, 01/04/2005 a 30/04/2005, 01/10/2005 a 31/10/2005, 01/04/2006 a 30/04/2006, 01/10/2006 a 31/10/2006, 01/04/2007 a 30/04/2007, 01/10/2007 a 31/10/2007, 01/04/2008 a 30/04/2008, 01/10/2008 a 31/10/2008 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Se configurado o lançamento por homologação pelo pagamento antecipado do tributo, o prazo de decadência do direito do Fisco efetuar o lançamento de ofício regese pela regra do art. 150, § 4º do CTN, operandose em cinco anos, contados da data do fato gerador Precedente do STJ RESP 973.733. Em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF, é de se reproduzir o entendimento manifestado pela maioria dos membros desse Colegiado. O que, por conseguinte, cabe refletir que a maioria dos conselheiros não coadunam com o entendimento de que o pagamento do tributo ocorre quando há efetiva extinção do débito tributário devido seja através também da apuração do saldo devedor, com o “pagamento” efetivado através da utilização dos créditos admitidos nos termos da legislação vigente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 8. 00 15 42 /2 00 9- 78 Fl. 306DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. Os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Rodrigo da Costa Pôssas e Carlos Alberto Barreto votaram pelas conclusões. Esteve presente ao julgamento a Dra. Alessandra Chér, OAB/SP nº 127.56, advogada do sujeito passivo. Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente Tatiana Midori Migiyama Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3102001.489, da 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que negou o Recurso de Ofício interposto pela Fazenda Nacional, entendendo que na data da lavratura do auto de infração – 28.9.2009 o crédito tributário de PIS e de Cofins relativos a fatos geradores ocorridos em Abril/2004 encontravase decaído. O Colegiado dessa turma considerou que no presente caso aplicarseia o disposto no art. 150, § 4º, do CTN, para fins de contagem decadencial, sendo publicado acórdão com a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004, 01/10/2004 a 31/10/2004, 01/04/2005 a 30/04/2005, 01/10/2005 a 31/10/2005, 01/04/2006 a Fl. 307DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 12898.001542/200978 Acórdão n.º 9303003.512 CSRFT3 Fl. 302 3 30/04/2006, 01/10/2006 a 31/10/2006, 01/04/2007 a 30/04/2007, 01/10/2007 a 31/10/2007, 01/04/2008 a 30/04/2008, 01/10/2008 a 31/10/2008 DECADÊNCIA. ARTIGOS 45 E 46 DA LEI Nº 8.212/91. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. SÚMULA VINCULANTE Nº 8. INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 103A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A Súmula Vinculante nº 8 do Supremo Tribunal Federal dispõe que são inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Recurso de Ofício Negado” Não obstante a decisão acordada pelo Colegiado, importante trazer parte do voto do relator, que contempla a particularidade do caso concreto (Grifos meus): “[...] A única ponderação que me parece prudente se faça, diz respeito ao entendimento, ao qual me filio, de que o lançamento por homologação somente se opera quando há o efetivo pagamento do tributo, sem o qual, deve ser aplicada a regra geral para contagem do prazo decadencial, que determina termo inicial a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele no qual o lançamento já poderia ter sido realizado. Inobstante, o que se discute no processo diz respeito a um tributo cujo pagamento periódico depende, ainda que de forma muito particular, da apuração de débitos e créditos. Assim, ainda que o pagamento correspondente à base de cálculo sub judice não tenha sido realizado, houve a apuração de valores e o resultado, se devedor, repercutiu no pagamento de tributo, mesmo que em valor inferior ao pretendido pelo Fisco. Quanto a isso, de se acrescentar que, admitamos que o saldo final não tenha sido devedor e, por conseguinte, não tenha havido o recolhimento da Contribuição, e ainda assim, observadas as disposições contidas na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados Fl. 308DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 4 Decreto 7.212/10, aplicáveis ao caso concreto por analogia, deverseia considerar o pagamento como realizado: Art. 183. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, no lançamento por homologação, aperfeiçoamse com o pagamento do imposto ou com a compensação deles, nos termos do art. 268 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofício da autoridade administrativa (Lei no 5.172, de 1966, art. 150, caput e § 1o, Lei no 9.430, de 1996, arts. 73 e 74, Lei no 10.637, de 2002, art. 49, Lei no 10.833, de 2003, art. 17, e Lei no 11.051, de 2004, art. 4o). Parágrafo único. Considerase pagamento: I – o recolhimento do saldo devedor, após serem deduzidos os créditos admitidos dos débitos, no período de apuração do imposto; II – o recolhimento do imposto não sujeito a apuração por períodos, haja ou não créditos a deduzir; ou III a dedução dos débitos, no período de apuração do imposto, dos créditos admitidos, sem resultar saldo a recolher. (grifos meus) Pelo exposto, acolho os fundamentos do voto condutor da decisão primeira instância e VOTO por NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício.” Irresignada, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de divergência, requerendo a reforma do acórdão recorrido, a fim de que a decadência na espécie seja contada na forma prevista no art. 173, inciso I, e não no art. 150, § 4º, ambos do CTN. Segundo a Fazenda Nacional, não se operou lançamento por homologação a possibilitar a aplicação da regra do referido artigo, uma vez que a contribuinte não antecipou o pagamento do tributo, tampouco operou de forma parcial. Assim alega que não restou demonstrada a existência da antecipação do pagamento com relação às contribuições apuradas, independentemente da aferição sobre a quem cabia o ônus da prova para a comprovação do pagamento. O que, por conseguinte, não estaria satisfeita o critério para se enquadrar ao prazo decadencial trazido pelo art. 150, § 4º, do CTN. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 12898.001542/200978 Acórdão n.º 9303003.512 CSRFT3 Fl. 303 5 O apelo fazendário foi admitido nos termos do despacho de fls. 225/228. O sujeito passivo tomou conhecimento, entre outros, do teor do Recurso Especial, Despacho de Admissibilidade e Acórdãos Paradigmas em 3.6.2014 – disponibilização dos documentos através da Caixa Postal, Modulo eCAC – sendo, assim, a data da ciência por decurso de prazo se conferiu no dia 18.6.2014. Contrarrazões vieram às fls. 240 a 253, onde o sujeito passivo, defende: · O não conhecimento do apelo fazendário, manifestando como fundamento autônomo que no caso concreto se aplica a regra do art. 150, § 4º, do CTN pois houve pagamento ainda que na forma dedução do débito apurado dos créditos admitidos e os acórdãos paradigmas tratam da ausência de pagamento e da consequente aplicação da regra do art. 173, inciso I, do CTN; · Sucessivamente, o não provimento desse recurso. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama. O recurso é tempestivo e ao contrário do alegado em contrarrazões, entendo que atende aos demais requisitos de admissibilidade, considerando que a divergência apontada foi descrita adequadamente no Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. O que, por conseguinte, é de se considerar que o apelo da Fazenda merece ser conhecido, pois os acórdãos paradigmas trazem que, se não houve pagamento, deve ser realizada a contagem do prazo decadencial de 5 anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado – sendo necessária a existência de pagamento, ainda que parcial, para se aplicar a contagem do prazo decadencial. Fl. 310DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 6 Elucidase que a Fazenda entende que caracterizaria o pagamento, a rigor, quando efetuada efetivamente em espécie – o que, conclui que não ocorreu no presente caso – ainda que a contribuinte tenha o feito de forma diversa. As contrarrazões apresentadas pelo sujeito passivo também devem ser consideradas, pois tempestivas. Passadas tais considerações, no que tange à decadência do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário, vêse que o cerne da lide se encontra na conceituação de pagamento para fins de aplicação do prazo decadencial, na forma decidida pelo STJ. Primeiramente, importante trazer que o tema abrangente do prazo – se aplicável os dez anos ou cinco anos, à época, foi amplamente debatido no CARF. Não obstante, em virtude da Súmula Vinculante nº 08 do STF, houve clarificação dessa questão, ao afastar o art. 45 da Lei 8.212/1991. Restando, portanto, a priori, analisar se o termo inicial dos 5 anos previstos no CTN considera a da data da ocorrência do fato gerador, conforme preceitua o art. 150, § 4º ou o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado, nos termos do art. 173, inciso I. Quanto ao termo inicial de contagem do prazo fatal para a constituição do crédito tributário, em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, temse que tal matéria encontrase pacificada com o entendimento expressado no item 1 da ementa da decisão do STJ, na apreciação do REsp nº 973.333SC, apreciado na sistemática de recursos repetitivos: “O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Fl. 311DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 12898.001542/200978 Acórdão n.º 9303003.512 CSRFT3 Fl. 304 7 Assim, nos termos da jurisprudência atual, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação será: I Em caso de dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN); I Nas demais situações: a) se houve pagamento antecipado ou declaração de débito: data do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN); b) se não houve pagamento antecipado ou declaração de débito: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). Vêse, então, que essa discussão não poderia mais ser apreciada no CARF, pois os Conselheiros, por força do art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno RICARF, estão vinculados ao que restou decidido no RESP 973.733. Destarte, se o STJ decidiu que o pagamento antecipado ou declaração de débito são relevantes para caracterizar o lançamento por homologação, importante discorrer se no presente caso ocorreu efetivamente o pagamento ou a declaração do tributo em discussão. Sendo assim, depreendendose da análise dos autos, é de se verificar que o lançamento se refere a Cofins não recolhido sobre a receita de JCP relativo ao período de abril/2004, não obstante, vêse que, consta da folha 121, DCTF relativa ao período sob análise contendo a informação do recolhimento da COFINS, no valor de R$ 18.200 e ademais, na folha 123, o recolhimento da Cofins na data de 14.5.2004. Considerando o prazo quinzenal para o recolhimento da contribuição, entendo que houve efetivamente o recolhimento dessa contribuição relativo ao período de abril/2004. Fl. 312DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 8 O que resta claro, a meu ver, que deverseia já aplicar o art. 150, § 4º, do CTN para se definir o termo inicial do prazo decadencial. Eis que a apuração das contribuições ocorrem de forma consolidada e sistematizada, bem como a dedução do crédito de PIS e Cofins sobre o valor “total” das contribuições apuradas como devidas. O crédito apurado das contribuições deve ser deduzido sobre o valor total das contribuições apuradas como devidas, não havendo previsão legal para se segregar a dedução por débitos apurados em cada evento específico e assim desconsiderar o pagamento antecipado de PIS e Cofins incidente sobre determinada receita, caso ocorresse a extinção desse débito com a dedução dos créditos. Independentemente desse entendimento, caso fôssemos além dos fatos apresentados, considerando que a lide restritivamente se consubstancia especificamente à Cofins incidente sobre a Receita de JCP, a discussão poderia se versar no conceito de pagamento para fins de aplicação das regras de decadência. Nessa parte, entendo que o pagamento do tributo ocorre quando há efetiva extinção do débito tributário devido. No caso vertente, não há como se ignorar que houve apuração do saldo devedor, com “pagamento” efetivado através da utilização dos créditos admitidos nos termos da legislação vigente, em respeito à inteligência do dispositivo trazido pelo relator do acórdão recorrido, qual seja, o art. 183 do Decreto 7.212/2010 (Grifos meus): “Art. 183. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, no lançamento por homologação, aperfeiçoamse com o pagamento do imposto ou com a compensação deles, nos termos do art. 268 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofício da autoridade administrativa (Lei no 5.172, de 1966, art. 150, caput e § 1o, Lei no 9.430, de 1996, arts. 73 e 74, Lei no 10.637, de 2002, art. 49, Lei no 10.833, de 2003, art. 17, e Lei no 11.051, de 2004, art. 4o). Parágrafo único. Considerase pagamento: I – o recolhimento do saldo devedor, após serem deduzidos os créditos admitidos dos débitos, no período de apuração do imposto; Fl. 313DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 12898.001542/200978 Acórdão n.º 9303003.512 CSRFT3 Fl. 305 9 II – o recolhimento do imposto não sujeito a apuração por períodos, haja ou não créditos a deduzir; ou III a dedução dos débitos, no período de apuração do imposto, dos créditos admitidos, sem resultar saldo a recolher.” Eis que o tributo questionado –Cofins não cumulativo – estão sujeitos a sistemática periódica de pagamentos com apuração de crédito e débitos. O que, com a dedução das contribuições apuradas com os créditos conferidos, inegável a ocorrência da satisfação da prestação pecuniária – extinção do crédito tributário. Ademais, quando o STJ trouxe a aplicação do prazo do art. 150, § 4º, do CTN quando houver pagamento antecipado, ainda que não tenha se aprofundado no termo “pagamento”, resta claro que sua pretensão não foi afastar outros tipos de eventos que objetivam a extinção do crédito tributário, pois, se assim fosse, tal decisão estaria dissonante com o próprio dispositivo – eis que, em sua literalidade, traz o termo “pagamento” para a satisfação pecuniária – extinção do crédito tributário. Com efeito, atendose à literalidade do art. 150, § 4º, do CTN, que traz o termo “extinção do crédito tributário”, é de se interpretar extensivamente a hipótese de pagamento antecipado trazido pelo STJ para fins de aplicação desse dispositivo sob o risco de se afrontar a Lei norteadora da aplicabilidade dos tributos, extensão, alcance, limites, direitos e deveres dos contribuintes. Dessa forma, podese considerar que o conceito de pagamento trazido pelo STJ para fins de aplicação do prazo decadencial do art. 150, § 4º, do CTN é extensiva àqueles eventos que extinguem o crédito tributário. E, por conseguinte, não há como se abster que, no caso vertente, ocorre a extinção do crédito tributário (liquidação) com a dedução das contribuições apuradas com os créditos conferidos, vez que o que se atinge com o “pagamento” é o Fl. 314DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 10 objeto da relação jurídica obrigacional – com a satisfação integral da prestação e a satisfação voluntária do crédito a ser considerado para a dedução das contribuições apuradas ou do conteúdo da obrigação pretendida. Importante lembrar que não há nesse processo discussão acerca da liquidez e certeza do crédito objeto da dedução das contribuições apuradas pelo contribuinte. Nesse sentido, é mister concluir que se configura pagamento, para fins de aplicação da regra prevista no art. 150, § 4º, do CTN, a dedução dos débitos apurados de Cofins com os créditos admitidos nos termos da legislação vigente. No entanto, independentemente dessa conselheira entender ainda que o pagamento do tributo ocorre quando há efetiva extinção do débito tributário devido – o que não haveria como ignorar que houve liquidação do débito através da apuração do saldo devedor, com “pagamento” efetivado através da utilização dos créditos admitidos nos termos da legislação vigente, é de se contemplar nesse voto os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros, em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF, in verbis: “Art. 63. As decisões dos colegiados, em forma de acórdão ou resolução, serão assinadas pelo presidente, pelo relator, pelo redator designado ou por conselheiro que fizer declaração de voto, devendo constar, ainda, o nome dos conselheiros presentes e dos ausentes, especificandose, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos. [...] § 8º Na hipótese em que a decisão por maioria dos conselheiros ou por voto de qualidade acolher apenas a conclusão do relator, caberá ao relator reproduzir, no voto e na ementa do acórdão, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros. [...]” Fl. 315DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 12898.001542/200978 Acórdão n.º 9303003.512 CSRFT3 Fl. 306 11 Sendo assim, é de se contemplar que a maioria dos conselheiros entendeu que, em respeito ao art. 62, § 2º, Anexo II, do Regimento Interno RICARF, estão vinculados ao que restou decidido no RESP 973.733, o que, considerando que houve pagamento da Cofins no mês em discussão – é de se aplicar, para fins de contagem do prazo decadencial, o art. 150, § 4º, do CTN. É de se destacar que a maioria dos conselheiros não coadunam com o entendimento dessa relatora de que o pagamento do tributo ocorre quando há efetiva extinção do débito tributário devido – seja através também da apuração do saldo devedor, com o “pagamento” efetivado através da utilização dos créditos admitidos nos termos da legislação vigente. Em vista de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda. É como voto. Tatiana Midori Migiyama Relatora Fl. 316DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 29/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO
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Numero do processo: 12448.720897/2013-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE
O art. 56 do Decreto 70.235/72 prevê que cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de decisão de primeira instância, dentro de trinta dias contados da ciência. Considera-se feita a intimação por via postal na data do recebimento.
Numero da decisão: 2202-003.280
Decisão: Recurso Voluntário Não Conhecido
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade.
(Assinado digitalmente)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA (Presidente), JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, PAULO MAURÍCIO PINHEIRO MONTEIRO, EDUARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARTIN DA SILVA GESTO, WILSON ANTÔNIO DE SOUZA CORRÊA (Suplente convocado) e MÁRCIO HENRIQUE SALES PARADA.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2010 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE O art. 56 do Decreto 70.235/72 prevê que cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de decisão de primeira instância, dentro de trinta dias contados da ciência. Considera-se feita a intimação por via postal na data do recebimento.
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decisao_txt : Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA (Presidente), JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, PAULO MAURÍCIO PINHEIRO MONTEIRO, EDUARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARTIN DA SILVA GESTO, WILSON ANTÔNIO DE SOUZA CORRÊA (Suplente convocado) e MÁRCIO HENRIQUE SALES PARADA.
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INTEMPESTIVIDADE O art. 56 do Decreto 70.235/72 prevê que cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de decisão de primeira instância, dentro de trinta dias contados da ciência. Considerase feita a intimação por via postal na data do recebimento. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestividade. (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA (Presidente), JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, PAULO MAURÍCIO PINHEIRO MONTEIRO, EDUARDO DE OLIVEIRA, JOSÉ ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARTIN DA SILVA GESTO, WILSON ANTÔNIO DE SOUZA CORRÊA (Suplente convocado) e MÁRCIO HENRIQUE SALES PARADA. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 08 97 /2 01 3- 44 Fl. 67DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 3 1/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 2 Adoto o relatório do acórdão proferido pela Delegacia Regional de Julgamento de Porto Alegre (RS) O interessado acima qualificado recebeu a notificação de lançamento em que foi lhe exigido o imposto suplementar no valor de R$ 14.069,62, relativo ao anocalendário 2010, em virtude da apuração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica e dedução indevida de despesas médicas, na forma dos dispositivos legais sumariados na peça fiscal (fls. 06 e seguintes). O contribuinte, à(s) fl(s). 02, impugna tempestivamente o lançamento, fazendo, em síntese, as alegações a seguir descritas. Omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica concorda com a infração. Dedução indevida de despesas médicas – o valor referese a despesas do próprio contribuinte. O contribuinte solicita prioridade no julgamento, com base no Estatuto do Idoso. A Delegacia Regional de Julgamento julgou parcialmente procedente a Impugnação, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 ESTATUTO DO IDOSO. PRIORIDADE NO JULGAMENTO. Constatandose que o contribuinte tenha mais de 60 anos, concedese a ele o direito assegurado no artigo 71 da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), que assegura prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. São dedutíveis as despesas médicas, odontológicas e de hospitalização e os pagamentos feitos a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura destas despesas, quando relativas ao próprio tratamento do contribuinte e ao de seus dependentes e devidamente comprovadas com documentação hábil e idônea. DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. UNIDADE FAMILIAR. São dedutíveis as despesas com plano de saúde relativas ao tratamento do declarante ou de seus dependentes, cujo ônus tenha sido suportado por um terceiro. No entanto, caso o titular do plano não seja integrante da unidade familiar, é necessária a prova de que o contribuinte tenha assumido o ônus financeiro da despesa. Impugnação Procedente em Parte. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 3 1/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 12448.720897/201344 Acórdão n.º 2202003.280 S2C2T2 Fl. 68 3 No voto condutor do acórdão a DRJ reconhece a legitimidade da dedução das despesas médicas no total de R$ 1.100,00, sendo R$ 400,00 pago a Pedro Saraiva urologista (fls. 13) e R$ 700,00, a Marcos Gonçaves cardiologista (fls. 14 e 15). Indeferiu, todavia, as demais despesas por entender que "não há comprovação nem indícios de que a titular do plano seja integrante da unidade familiar como também não há prova de que o impugnante tenha assumido o ônus financeiro da despesa. Proferido o acórdão de fls. 3639 , foi expedido o AR de fls. 47 endereçado ao Recorrente para o endereço da Rua Ataulfo de Paiva, nº 221, Apto 701, Leblon, Rio de Janeiro, recebido em 17/04/2015. Em 01/06/2015, o Recorrente apresentou o recurso de fls. 50 a 52 no qual procura justificar a tempestividade do recurso. De acordo com o Recorrente: "Na impossibilidade de ser atendido pela internet por não haver nunca vagas para ao impugnação (sic) recorri ao telefone quando consegui para o dia 18 de Maio na agência Ipanema. Lá chegando fui muito bem atendido, porém o agendamento pela atendente para a pessoa jurídica, lá permaneci até as 11hs da manhã, conformente me aconselharam porém não tinha vaga alguma para nenhuma outra CAC. Somente no dia 21/05/15, após chegar as 6,30 hs no CAC de Ipanema consegui que as 9,22hs me agendassem par ao dia 25/05/15 Como estava sem internet em casa fiz esta declaração à mão que não foi aceita, pois minha letra não estava legível. Esperei até as 11hs do mesmo dia e após IMPLORAR a atendente conseguiu um agendamento para 0106 conforme as palavras dela SOMENTE PARA ÀS 8HS DA MANHÃ" Quanto ao mérito requereu a dedução das despesas mantidas pela DRF e a juntada, em fase recursal, dos seguintes documentos: a) Senha de atendimento emitida pela RFB para o dia 25/05/2015 (fls. 53) b) Senha de atendimento emitida pela RFB para o dia 01/06/2015 (fls.54) Declarações de IRPF de Celita Reismann (sua esposa) e Alessandra Drumond (sua enteada) b) Certidão de nascimento de Alessandra Drumond para provar que é filha da sua esposa Celita Reismann. c) Certidão de Casamento da sua mulher com o ex marido para provar que Alessandra é filha de Celita. É o relatório Voto Fl. 69DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 3 1/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 4 Conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Relatora Temse que o presente recurso requer verificação mais apurada do cumprimento de pressuposto recursal, qual seja, a tempestividade. Temse que no presente caso, aplicase o disposto no art. 56 do Decreto 70.235/72, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, e dá outras providências: Art. 56. Cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de decisão de primeira instância, dentro de trinta dias contados da ciência. Conforme documentação acostada aos presentes autos (fls. 4144), o Recorrente foi devidamente intimado da decisão de julgamento de sua impugnação em 17/04/2015, sextafeira, estando o AR juntado às fls. 47. Aplicase também à espécie o art. 23, II e §2º, II do Decreto supramencionado, in verbis: Art. 23. Farseá a intimação: (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (...) § 2° Considerase feita a intimação: II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Dessa forma, de acordo com o disposto nos artigos acima transcritos o prazo para interposição do Recurso Voluntário se encerraria 19/05/2015 (terçafeira) Entretanto, alega em síntese o contribuinte que tendo procurado tempestivamente (18/05/2015) o órgão a fim de protocolar seu Recurso Voluntário, tal não foi possível em decorrência de que o agendamento teria supostamente sido feito em nome de pessoa jurídica, razão pela qual foi necessário novo agendamento para a aludida interposição. Todavia, não juntou ao recurso a prova do comparecimento alegado. O primeiro agendamento juntado aos autos (fls. 53) foi emitido em 25/05/2015, já transcorridos, portanto, 7(sete) dias do prazo final de interposição. Pelo exposto, não conheço do Recurso Voluntário interposto em face da sua intempestividade. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio Fl. 70DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 3 1/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 12448.720897/201344 Acórdão n.º 2202003.280 S2C2T2 Fl. 69 5 Fl. 71DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 3 1/03/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 16327.904580/2009-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 11 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jul 07 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2401-000.513
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, e em converter o julgamento em diligência nos termos do voto da relatora.
Maria Cleci Coti Martins
Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rosemary Figueiroa Augusto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, e em converter o julgamento em diligência nos termos do voto da relatora. Maria Cleci Coti Martins Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rosemary Figueiroa Augusto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário, e em converter o julgamento em diligência nos termos do voto da relatora. Maria Cleci Coti Martins Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Miriam Denise Xavier Lazarini, Cleberson Alex Friess, Theodoro Vicente Agostinho, Rosemary Figueiroa Augusto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 27 .9 04 58 0/ 20 09 -1 8 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 07/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 03/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 16327.904580/200918 Resolução nº 2401000.513 S2C4T1 Fl. 3 2 Relatório Recurso voluntário interposto em 01/02/2013 em face do acórdão.... relativo a pedido de compensação (Per/Dcomp) de pagamento indevido ou a maior de imposto de renda na fonte sobre operações de CDB relativamente ao recolhimento datado de 3/09/2003, que foi compensado com débito de mesma natureza. A ciência da decisão recorrida ocorreu através da disponibilização no endereço tributário eletrônico do contribuinte (início dia 20/12/2012 e fim dia 04/01/2013). Conforme o contribuinte, o despacho decisório não homologou as referidas compensações porque o pagamento indevido ou a maior não foi informado em DCTF orginal. A decisão de primeira instância indeferiu a Manifestação do contribuinte pois considerou que não foram trazidos aos autos os documentos que comprovam a existência do direito creditório. O recorrente alega o que segue: Efetuou recolhimento a maior de R$ 61.481,53 de IRF relacionado a operação de CDB do cliente Roeltex Com. e Adm. de Bens Ltda. Teria recolhido R$ 109.751,26, quando o correto seria R$ 48.269,72. O recorrente regularizou a operação na conta do cliente e compensou o recolhimento indevido. Os valores das operações sob análise são: Valor líquido do CDB resgatado: R$ 8.821.923,82 (doc 9 extrato do cliente) Valor bruto = R$ 8.931.675,08, com IRF de R$ 109.751,26 (doc 7 ) Valor líquido correto: R$ 8.393.078,91 (doc. 8consulta no sistema do banco após a retificação da operação) Valor bruto correto: R$ 8.441.348,64 e IRF de R$ 48.269,73. (fls. 40 e 41) efetivado R$ correto R$ CDB valor líquido 8.821.923,82 (doc.9) 8.393.078,91 (doc.8) CDB valor bruto 8.931.675,08 8.441.348,64 IRF 109.751,26 48.269,73 (O IRF é sobre o ganho na aplicação.. qual a taxa de juros? não informou? Para corrigir o erro, a recorrente debitou na conta do cliente no dia 10/09/2003 o montante de R$ 428.844,91 (doc.9), que corresponderia a diferença entre os valores líquidos de IRF (R$ 8.393.078,91 R$ 8.821.923,82) Fl. 134DF CARF MF Impresso em 07/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 03/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 16327.904580/200918 Resolução nº 2401000.513 S2C4T1 Fl. 4 3 Desta forma, comprova, com base nos dados do sistema do banco e no extrato do cliente que foi retido a maior do cliente o montante de R$ 61.481,33(diferença entre R$ 109.751,26 e R$ 48.269,73), sendo que o valor foi devolvido ao cliente no lançamento do dia 10/09/2003. A DRJ alegou que a recorrente não havia juntado documento que comprove que o tributo recolhido a maior no montante de R$ 109.751,26 estaria contido no DARF de R$ 534.055,56. O recorrente então apresenta tabela contendo informações sobre os razões contábeis (doc.10) das contas de IRRF a recolher, cujo somatório é R$ 837.231,63,conforme tabela a seguir: O contribuinte alega que o Total a Recolher corresponde a dois DARF´s, um de R$ 303.176,07 e o outro de R$ 534.055,56 (doc. 10). O valor de R$ 109.751,26 estaria contido nos saldos informados nesses razões contábeis. Cita decisões deste Conselho sobre erro de fato e solicita sejam feitas diligências para a comprovação das alegações antes mencionadas. É o relatório. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 07/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 03/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 16327.904580/200918 Resolução nº 2401000.513 S2C4T1 Fl. 5 4 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e dele conheço. O contribuinte apresenta documentos relativos à devolução de valor de aplicação em CDB ao cliente e também documentos comprobatórios. Contudo, a autoridade de primeira instância constatou que não houve a comprovação do recolhimento dos valores de IRF, conforme excerto daquela decisão a seguir transcrito. Entretanto, a requerente não trouxe nenhuma comprovação de que o Darf recolhido em 03/09/2003 no montante de R$534.055,56 efetivamente contemplou o IRRF de R$109.751,26 calculado no resgate do CDB do referido cliente. Não consta dos autos qualquer demonstrativo de composição do IRRF de código 3426 da 5ª semana de agosto/2003 que evidenciasse o alegado recolhimento a maior. Conforme art. 29 e 37 da Lei 9784/1999, a autoridade fiscal deveria juntar aos autos as informações sobre a alegação do contribuinte, cujos registros encontramse nas bases de dados da Secretaria da Receita Federal. Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1oO órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. ... Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Desta forma, entendo que o processo deve ser baixado em diligência para que a autoridade fiscal analise os documentos e dados apresentados pelo contribuinte, à luz da escrituração contábil e fiscal aonde estão tais registros inseridos, considerando inclusive o rendimento da aplicação e taxa de juros aplicada (fl. 40), e também junte aos autos informações sobre os tributos e seus fatos geradores quitados nos DARF´s informados pelo contribuinte (R$ 303.175,07 e R$ 534.055,56), conforme tabela acima. Neste caso, deve a autoridade fiscal se pronunciar de forma conclusiva sobre se o recolhimento do valor R$109.751,26 está incluído nos referidos documentos de arrecadação. O resultado da diligência deve ser cientificado ao contribuinte que poderá se manifestar no prazo regulamentar. Maria Cleci Coti Martins. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 07/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 03/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS
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Numero do processo: 10640.722658/2012-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon May 30 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI N° 7.713/l988. SÚMULA CARF N° 63. PROVA DOCUMENTAL
Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser. devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos.
ALIENAÇÃO MENTAL. CURATELA.
Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para a definição dos respectivos efeitos tributários.
Recurso Provido
Numero da decisão: 2301-004.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora.
(Assinado digitalmente)
João Bellini Júnior - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Alice Grecchi - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Alice Grecchi, Amilcar Barca Teixeira Junior, Ivacir Julio da Rosa, Fabio Piovesan Bozza, Andrea Brose Adolfo, Gisa Barbosa Gambogi Neves, Julio Cesar Vieira Gomes
Nome do relator: ALICE GRECCHI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI N° 7.713/l988. SÚMULA CARF N° 63. PROVA DOCUMENTAL Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser. devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. ALIENAÇÃO MENTAL. CURATELA. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para a definição dos respectivos efeitos tributários. Recurso Provido
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ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI N° 7.713/l988. SÚMULA CARF N° 63. PROVA DOCUMENTAL Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser. devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. ALIENAÇÃO MENTAL. CURATELA. Os princípios gerais de direito privado utilizamse para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para a definição dos respectivos efeitos tributários. Recurso Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) João Bellini Júnior Presidente. (Assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 72 26 58 /2 01 2- 36 Fl. 216DF CARF MF Impresso em 30/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior (Presidente), Alice Grecchi, Amilcar Barca Teixeira Junior, Ivacir Julio da Rosa, Fabio Piovesan Bozza, Andrea Brose Adolfo, Gisa Barbosa Gambogi Neves, Julio Cesar Vieira Gomes Relatório Contra a contribuinte acima qualificada, foi lavrada a Notificação de Lançamento, às fls. 71 a 76, exigindo o crédito tributário de R$ 9.653,73. O lançamento decorreu da revisão efetuada na Declaração de Ajuste Anual do Exercício 2011 retificadora (fls. 61 a 69). Conforme informações, às fls. 73/74, houve: • omissão de rendimentos tributáveis (R$ 335.966,18): “Conforme Parecer Médico Pericial nº 031310, de 30/05/2010, emitido pelo Núcleo de Saúde e Perícia da Divisão de Recursos Humanos/Gerencial Regional de Administração do Ministério da Fazenda em Minas Gerais (cópia anexada ao dossiê), a contribuinte não se enquadra como portadora de doença grave elencada na Lei 7.713/88 e alterações posteriores. ” • compensação indevida de IRRF (R$ 4.119,93): “Valor compensado indevidamente ...referente ao décimo terceiro salário, tributado exclusivamente na fonte. ” Irresignada, a contribuinte apresentou impugnação (fls. 02/10), em conjunto com seu representante (fls. 12/13), expondo suas razões de discordância quanto ao lançamento. Juntou documentos (fls. 14/58). Em sua defesa, alega ser portadora de moléstia grave, fazendo jus ao benefício da isenção. Informa que no Acórdão nº 09.39.504 4ª Turma DRJ/JFA, em relação a exercícios anteriores de sua declaração, já foi objeto de análise, tendo sido o pleito indeferido, com base no fato de que a requerente é pessoa absolutamente incapaz para os atos da vida civil. Aduz a requerente que no Acordão referido, "restou completamente provado o fato de a Requerente ser portadora de transtorno bipolar, possuindo, desse modo, direito à restituição como pleiteado, mas que foi indeferido com essa 4ª DRJ/JFA tendo por base a suposta incapacidade da contribuinte para outorgar procuração a terceiros a fim de ser representada na impugnação." Discorre a contribuinte acerca da declaração de incapacidade, ressaltando como errôneo o entendimento do julgador de primeira instância, posto que a alegação de que a requerendo é incapaz por ser portadora do transtorno bipolar é exclusividade do juiz e não da Turma Julgadora. Traz arrestos sobre o tema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Repisa o não cabimento de interdição aos portadores de transtorno bipolar e discorre acerca da capacidade da requerente de subscrever sua defesa. Colaciona jurisprudência administrativa em casos semelhantes. A Turma de Primeira Instância não conheceu a impugnação ementando conforme segue ( fl. 79). Exercício: 2011 Fl. 217DF CARF MF Impresso em 30/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 10640.722658/201236 Acórdão n.º 2301004.701 S2C3T1 Fl. 192 3 IMPUGNAÇÃO NÃO CONHECIDA. REPRESENTAÇÃO. ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. Não se conhece da impugnação ao lançamento dada a ilegitimidade do subscritor, pois, tendo em vista tratarse de absolutamente incapaz, a defesa deveria ter sido apresentada por um curador, judicialmente nomeado. Impugnação Não Conhecida Crédito Tributário Mantido A contribuinte foi cientificada do Acórdão 0943.124 4ª Turma da DRJ/JFA em 25/03/2013 (fl. 85). Sobreveio recurso voluntário em 11/04/2013 (fl. 88). A recorrente rebateu os fundamentos do Acórdão recorrido, discorrendo sobre interdição civil, incapacidade civil, curatela, necessidade de decisão judicial, interdição de portadores de transtorno bipolar e capacidade da recorrente para assinar o presente recurso para postular seu recebimento e provimento, reformando, consequentemente, o débito fiscal em litígio. Juntou decisões do CARF referente a casos análogos da mesma contribuinte (fls 125/139, 142/166, 170/187). É o relatório. Passo a decidir. Voto Conselheira Relatora Alice Grecchi O presente recurso possui os requisitos de admissibilidade previstos no art. 33, do Decreto nº 70.235/1972, merecendo ser conhecido. O acórdão hostilizada não conheceu a impugnação apresentada, pois conclui o julgador que não poderia aceitar Procuração de fl. 12, lavrada em 10/05/2011, a qual nomeia como procurador o Sr. Rodrigo Souza Lima. Isso porque, de acordo com o art. 1767 do Código Civil de 2002, por ser a recorrente portadora de alienação mental, está sujeita a curatela, necessitando, consequentemente, que seu representante seja um curador judicialmente nomeado. Verificase, pois, que a Turma Julgadora reconheceu que a contribuinte é portadora de moléstia grave, definida em Lei e que se manifestou em 2004. Para bem ilustrar, colacionase excertos da decisão " a quo": [...] No Parecer Médico Pericial nº 0313/10, emitido pela Gerência Regional de Administração do Ministério da Fazenda/MG – Núcleo de Saúde e Perícia, datado de 30/05/20101 (fl. 57), Fl. 218DF CARF MF Impresso em 30/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 asseverouse que a contribuinte não se enquadra como portadora de doença grave elencada na Lei 7.713/88 e posteriores alterações. Já o Parecer Médico Pericial, emitido pelo Ministério da Fazenda – Superintendência de Administração em MG – Divisão de Recursos Humanos – Núcleo de Saúde e Perícia, datado de 20/10/2011 (fls. 55/56), que faz referência ao de nº 0313/10, concluiu que a requerente não era alienada mental. Ora, tomandose por base estes pareceres, resta tão somente ratificar os termos da notificação de lançamento. Todavia, pelo laudo médico oficial de fl. 50, emitido por CAPS – Casa Viva – DSM/SUS – Juiz de Fora/MG, datado de 13/07/2010, e pelo de fl. 58, emitido pela Secretaria de Saúde, Saneamento e Desenvolvimento Ambiental – SUS/SSSDAUF – Juiz de Fora/MG, datado de 17/11/2009, verificase que a Sra. Amarylles Delgado é portadora de alienação mental desde janeiro de 2004. Tal entendimento é o mesmo exposto no Acórdão nº 0939.504, exarado em 16/03/2012, por esta 4ª Turma de Julgamento (vide fls. 26 a 41). [...] Verificase, também, que a Requerente é aposentada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais desde 09/07/1982, conforme cópia de Diário Oficial, à fl. 52, sendo, portanto, seus proventos provenientes de aposentadoria. Em fl. 45/46 a recorrente outorgou procuração por Escritura Pública ao contador Rodrigo Souza Lima, CRC /MG nº 085.796/O2, CPF nº 013.721.94665 e ao contador Jose Mozart de Souza, CRC/MG nº 29.047, CPF nº 167.851.77634. A Impugnação foi assinada pelo procurador Rodrigo Souza Lima e pela Recorrente. A lavratura de procuração por Escritura Pública por si só demonstra a capacidade civil da recorrente, uma vez que o tabelião, que tem fé pública, reconheceu a plenitude de seu discernimento: "...a presente reconhecida como própria através dos documentos de identificação que ora exibe, do que dou fé. Então, pela outorgante me foi dito, em seu pleno discernimento, que por este instrumento nomeia e constitui seus procuradores..."(grifei) No julgamento do processo nº 10640.721534/201152 da mesma Contribuinte, realizado na sessão de 03 de dezembro de 2014, a decisão restou assim ementada: Processo nº 10640.721534/201152 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2801¬003.892 – 1ª Turma Especial Sessão de 03 de dezembro de 2014 Matéria IRPF Recorrente AMARYLLES DELGADO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008, 2009 Fl. 219DF CARF MF Impresso em 30/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 10640.722658/201236 Acórdão n.º 2301004.701 S2C3T1 Fl. 193 5 MOLÉSTIA GRAVE. ISENÇÃO. CONDIÇÕES. LEI Nº 7.713/1988. SÚMULA CARF Nº 63. PROVA DOCUMENTAL Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A isenção passa a ser reconhecida a partir da presença cumulativa desses dois requisitos. ALIENAÇÃO MENTAL. CURATELA. Os princípios gerais de direito privado utilizamse para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para a definição dos respectivos efeitos tributários. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. FORMALISMO MODERADO. VERDADE MATERIAL. Conforme ensinou o Mestre Hely Lopes Meirelles: "o princípio do informalismo dispensa ritos sacramentais e formas rígidas para o processo administrativo, principalmente para os atos a cargo do particular.... Garrido Falla lembra, com oportunidade, que este princípio é de ser aplicado com espírito de benignidade e sempre em benefício do administrado, para que por defeito de forma não se rejeitem atos de defesa e recursos mal qualificados." (in Direito Administrativo Brasileiro, 32ª edição, atualizada. São Paulo: Malheiros, 2006, p.687) Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Peço vênia para adotar como razões de decidir, os fundamentos utilizados pelo Ilustre Conselheiro Relator do Acórdão, Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada: O Recurso rebate esse entendimento, dizendo que a curatela somente é estabelecida por ato judicial e que a doença não é incapacitante para "todos os atos da vida civil". A ciência do Auto de Infração foi dada por via postal..; sendo o recebedor Ronaldo Almeida, que não é o curador. É pacifico neste CARF que a notificação entregue no endereço informado pelo contribuinte é válida como ciência, ainda que o recebedor não seja o próprio, mas entendo que tal raciocínio não se aplicaria a uma pessoa reputada plenamente incapaz. ... mas não se conhece da Impugnação subscrita pelo mesmo, por não ser curador de pessoa reputada "plenamente incapaz". Pareceme que existe uma incongruência ao se reputar válidos os atos do Fisco, efetuados através de terceiros que não são o "curador judicial" de pessoa acometida de doença mental, mas se reputar inválidos os atos dessa pessoa e de seus procuradores Fl. 220DF CARF MF Impresso em 30/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 constituídos, pelos mesmos motivos, ou seja, a ausência de curatela. Creio que bastava isso para se entender então que os atos praticados pela contribuinte e seus procuradores, que a Administração reputou inválidos, como a ciência do Auto de Infração e do Acórdão recorrido anulariam todo o procedimento fiscal. Mas entendo de forma diversa, a partir da realidade dos autos, e, seguindo a doutrina de Hely Lopes Meirelles, temos que: "o princípio do informalismo dispensa ritos sacramentais e formas rígidas para o processo administrativo, principalmente para os atos a cargo do particular .... Garrido Falla lembra, com oportunidade, que este princípio é de ser aplicado com espírito de benignidade e sempre em beneficio do administrado, para que por defeito de forma não se rejeitem atos de defesa e recursos mal qualificados." (in Direito Administrativo Brasileiro, 32° edição, atualizada. São Paulo: Malheiros, 2006, p.687) Temeroso o Julgador partir para conceitos e conteúdos do direito civil, como a incapacidade civil absoluta/relativa e a curatela, para rechaçar uma reclamação de cunho administrativotributário, estabelecendo, a partir de Laudo Médico que tem o objetivo de enquadrar a doença como moléstia grave isenta do imposto de renda, que seja a Recorrente absolutamente incapaz e passível de curatela, para invalidar atos por ela praticados, sem que haja prova de vício de vontade ou deforma tampouco sentença judicial declarando a medida da incapacidade e a necessidade da curatela. o que se observa é que os atos praticados nos autos visam a defender de fato os interesses da Contribuinte. Se já foi reconhecida a presença dos requisitos formais para o gozo da isenção, injustificável a não aceitação da impugnação, que assim enriquece sem causa o Fisco. Com efeito, me filio ao entendimento esposado do Ilustre Conselheiro, cujas conclusões transcrevo: Quanto à infração intitulada "rendimentos indevidamente considerados como isentos por moléstia grave ", temse que a autoridade fiscal norteouse no Parecer Médico Pericial n° 031310, fl. 90, emitido pela Junta Médica da SAMF/MG Divisão de Recursos Humanos Núcleo de Saúde e Perícia, a pedido da DRF/JFA, cuja conclusão foi de que a Sra. Amarylles Delgado "não se enquadra como portadora de doença grave elencada na Lei". A compensação indevida de 1RRF está também diretamente relacionada a esta questão, pois o valor glosado referese ao imposto de renda incidente sobre o 13° salário (ou gratificação natalina). Inferese da Descrição dos Fatos de fl. 69 que a condição de ser a contribuinte aposentada já fora admitida pela Fiscalização. O Fl. 221DF CARF MF Impresso em 30/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 10640.722658/201236 Acórdão n.º 2301004.701 S2C3T1 Fl. 194 7 cerne da discussão prendese tão somente à comprovação, ou não de ser a requerente portadora de alienação mental. No processo n° 10640.721534/20lJ52, em nome da mesma interessada, esse assunto foi examinado, cuja conclusão desta relatora foi que a notificada (aposentada) é portadora de moléstia grave (alienação menta!), desde janeiro/2004. Concluise, pois, que a situação da peticionária, em relação aos proventos de aposentadoria recebidos, no anocalendário de 2009, do TJMG, bem assim a gratificação natalina (ou 13° salário), enquadrase, efetivamente, naquela prevista no art. 39, XXXIl1, do RIRl99. Tais rendimentos, portanto, estão isentos de tributação. O Laudo de fl. 50 comprova que desde 01/2004 até a presente data (13/07/2010) a Recorrente e portadora de moléstia grave (alienação Mental). Sendo aposentada e portadora de moléstia grave faz jus a isenção. Em conclusão, não tendo a decisão "a quo" analisado o mérito da questão, entendo que a mesma deveria ser anulada para que outra fosse proferida, com manifestação sobre a questão da isenção por moléstia grave. Entretanto, considerando o art. 59 § 3º do Decreto nº 70.235/72, VOTO por DAR PROVIMENTO ao recurso para cancelar as exigências fiscais, considerando as razões acima expendidas. (Assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora Fl. 222DF CARF MF Impresso em 30/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/05/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 30/05/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
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Numero do processo: 10580.720313/2009-02
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Aug 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA - PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
Sem a comprovação da divergência, não há de ser conhecido o recurso especial interposto para a uniformização de interpretação de legislação tributária.
Hipótese em que o acórdão recorrido deixou de tributar os rendimentos recebidos acumuladamente no mês do recebimento, nos termos do art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988, em virtude do disposto no recurso repetitivo do STJ no Resp nº 1.118.429 e da permissão contida no o art. 62-A do Regimento Interno do CARF, tendo os paradigmas do recurso especial de divergência sido proferidos antes da publicação desses atos.
Assim, não é possível dizer que os paradigmas interpretaram a lei tributária de forma divergente do acórdão recorrido, pois, na ocasião em que foram proferidos, não existiam os fundamentos da decisão atacada, não sendo possível se comparar situações absolutamente diversas.
Numero da decisão: 9202-004.186
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO (Presidente), HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, ANA PAULA FERNANDES, ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, MARIA HELENA COTTA CARDOZO, PATRICIA DA SILVA, LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, GERSON MACEDO GUERRA.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA - PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Sem a comprovação da divergência, não há de ser conhecido o recurso especial interposto para a uniformização de interpretação de legislação tributária. Hipótese em que o acórdão recorrido deixou de tributar os rendimentos recebidos acumuladamente no mês do recebimento, nos termos do art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988, em virtude do disposto no recurso repetitivo do STJ no Resp nº 1.118.429 e da permissão contida no o art. 62-A do Regimento Interno do CARF, tendo os paradigmas do recurso especial de divergência sido proferidos antes da publicação desses atos. Assim, não é possível dizer que os paradigmas interpretaram a lei tributária de forma divergente do acórdão recorrido, pois, na ocasião em que foram proferidos, não existiam os fundamentos da decisão atacada, não sendo possível se comparar situações absolutamente diversas.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO (Presidente), HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, ANA PAULA FERNANDES, ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, MARIA HELENA COTTA CARDOZO, PATRICIA DA SILVA, LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, GERSON MACEDO GUERRA.
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Hipótese em que o acórdão recorrido deixou de tributar os rendimentos recebidos acumuladamente no mês do recebimento, nos termos do art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988, em virtude do disposto no recurso repetitivo do STJ no Resp nº 1.118.429 e da permissão contida no o art. 62A do Regimento Interno do CARF, tendo os paradigmas do recurso especial de divergência sido proferidos antes da publicação desses atos. Assim, não é possível dizer que os paradigmas interpretaram a lei tributária de forma divergente do acórdão recorrido, pois, na ocasião em que foram proferidos, não existiam os fundamentos da decisão atacada, não sendo possível se comparar situações absolutamente diversas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 03 13 /2 00 9- 02 Fl. 225DF CARF MF Impresso em 04/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.720313/200902 Acórdão n.º 9202004.186 CSRFT2 Fl. 3 2 (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO (Presidente), HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, ANA PAULA FERNANDES, ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, MARIA HELENA COTTA CARDOZO, PATRICIA DA SILVA, LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, GERSON MACEDO GUERRA. Relatório Trata o presente processo de exigência de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescido de juros de mora e multa de ofício, tendo em vista classificação indevida de rendimentos na declaração de imposto de renda de pessoa física DIRPF, conforme auto de infração de efls. 02 a 10, cientificado em 09/02/2009. A contribuinte teria classificado indevidamente como rendimentos isentos e não tributáveis os rendimentos auferidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, a título de "Valores Indenizatórios de URV", a partir de informações a ele fornecidas pela fonte pagadora Os referidos rendimentos decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para a Unidade Real de Valor URV em 1994, reconhecidas e pagas em 36 parcelas iguais no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Ordinária do Estado da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. O agente fiscal entendeu que estas verbas têm natureza eminentemente salarial e que a competência legislativa dos estados não permite que estes emitam normas sobre isenção de imposto de renda, sendo irrelevante que a lei estadual denominasse essas verbas como isentas. O auto de infração foi objeto de impugnação pelo contribuinte, em 27/02/2009, às efls. 48 a 93 dos autos. Ao analisar a impugnação e o AI, a 3ª Turma da DRJ/SDR constatou que os rendimentos objeto da autuação se referiam a diferenças apuradas no período de 01/04/1994 a 31/07/2001 e que foram recebidos acumuladamente em 36 parcelas nos anos de 2004 a 2006, conforme disposto no art. 4º da Lei nº 8.730/2003 do estado da Bahia. Por se tratarem de rendimentos recebidos acumuladamente, o crédito tributário lançado foi apurado com base nas tabelas e alíquotas vigentes nos anos dos recebimentos, conforme disposto no art. 56 do Decreto nº 3.000 de 26/03/1999 RIR/99. Ocorre que em 13/05/2009, foi publicado o Despacho do Ministro da Fazenda que aprovou o Parecer PGFN/CRJ/Nº 287 de 12/02/2009 que concluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já Fl. 226DF CARF MF Impresso em 04/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.720313/200902 Acórdão n.º 9202004.186 CSRFT2 Fl. 4 3 interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visem obter a declaração de que, no cálculo do imposto de renda incidente sobre e rendimentos pagos acumuladamente, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global. Em vista disso, a 3ª Turma emitiu o despacho de nº 256, em 03/08/2009, visando ao retorno do processo à DRF de origem para que houvesse ajustamento do lançamento fiscal ao disposto no Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009. A impugnação foi apreciada na 3ª Turma da DRJ em Salvador, em 07/07/2011, que, inicialmente, esclareceu ter a diligência fiscal ficado prejudicada com a edição do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2.331/2010, de 26/10/2010, ao concluir pela suspensão das medidas propostas pelo Parecer PGFN/CRJ/Nº 287/2009 até que a questão fosse apreciada pelo Supremo Tribunal Federal e, por unanimidade, julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário lançado, conforme acórdão n° 1527.642, às efls. 95 a 116. Inconformada, a contribuinte, em 06/09/2011, apresentou recurso voluntário, às efls. 120 a 157, no qual sustentou, em resumo: · nulidade do acórdão de impugnação por não atender a pedido de perícia na impugnação ; · nulidade da autuação fiscal que deveria ter incidido sobre a fonte, o estado da Bahia, ou no mínimo que esse retificasse as DIRFs para que a contribuinte retificasse sua DIRPF; · que as referidas diferenças da conversão de moeda para URV foram determinadas em ação judicial indenizatória promovida pela Associação dos Magistrados da Bahia, e que a Lei Estadual veio apenas para cumprir tal decisão; · o entendimento do STJ, relativamente a julgados procedentes do estado do Maranhão, pela isenção de tais recebimentos relativos às diferenças de URV; · a ilegitimidade ativa da União para exigir o imposto de renda retido na fonte cujo produto pertence ao estado da Bahia, de acordo com o art, 157, inc, I, da CRFB; · que não fosse aplicada multa por inexistir intenção de a contribuinte omitir os valores devidos a título de imposto de renda, quando ela, de boafé, atendeu às informações prestadas pela própria fonte pagadora, o que é até mesmo reconhecido pelo Advogado Geral da União em parecer. A 1ª Turma Especial da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF julgou o recurso voluntário em 18/03/2014, resultando no acórdão n° 2801003.448, às efls. 159 a 166, que deu a ele provimento, por maioria de votos. Esse acórdão recebeu a seguinte ementa: Fl. 227DF CARF MF Impresso em 04/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.720313/200902 Acórdão n.º 9202004.186 CSRFT2 Fl. 5 4 IRPF. RENDIMENTO RECEBIDO ACUMULADAMENTE. APLICAÇÃO DO REGIME DE COMPETÊNCIA. Conforme entendimento fixado pelo STJ, em sede de recursos repetitivos, o imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente deve ser calculado pelo regime de competência, tendo em vista que o art. 12 da Lei nº 7.713/1988 disciplina o momento da incidência, e não a forma de calcular o imposto. Recurso Voluntário Provido O acórdão foi assim redigido: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso para cancelar a exigência fiscal. Votou pelas conclusões o Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada. Vencido o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida que dava provimento parcial ao recurso para cancelar a multa de ofício de 75%. RE da Fazenda A Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência, às efls. 168 a 174, em 23/07/2014, entendendo que o acórdão recorrido merece ser reformado, tendo em vista que a concepção aludida diverge da interpretação proferida nos acórdãos paradigmas: nº 3804 00.031 da 4ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento do CARF, de 19/03/2009, e nº 10615.987 da 6ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, de 09/11/2006. Ambos indicam que o imposto de renda incidiria sobre o total dos rendimentos recebidos acumuladamente no mês do recebimento ou crédito, independentemente do período a que se refiram, pois o fato gerador do IRPF só ocorreria no momento desse crédito ou recebimento. Em 24/04/2015, o atual relator, na competência de Presidente da 1ª Câmara, da 2ª Seção do CARF, no despacho de efls. 177 a 179, deu seguimento ao recurso, por entender que, a interpretação dada à lei tributária nos acórdãos recorrido e paradigma é divergente, na forma dos arts. 67 e 68 do Anexo II do Regimento Interno do CARF. Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009. A contribuinte recebeu a Intimação DRF/SDR/SECAT nº 0926/2015 (efl. 181) para ciência do acórdão do recurso voluntário, do RE da Fazenda e do despacho de sua admissibilidade em 21/05/2015 (efl. 182). Contrarrazões Em 03/06/2015 (efl. 183), foram juntadas aos autos contrarrazões da contribuinte, às efls. 184 a 208. Maneja contrarrazões com três preliminares: inadmissibilidade do RE em face do disposto no art. 62A do RICARF então vigente; existência de vício no lançamento na determinação da hipótese de incidência que impediria que fosse refeito e por isso seria nulo; e ainda que se pretendesse a revisão do que foi lançado, se faria necessário novo lançamento cujo direito estaria decaído. Caso vencidas as preliminares, retoma a discussão sobre os paradigmas, que teriam sido prolatados antes do advento do art. 62A do Fl. 228DF CARF MF Impresso em 04/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.720313/200902 Acórdão n.º 9202004.186 CSRFT2 Fl. 6 5 RICARF bem como ao decidido em recurso repetitivo no STJ e por isso não deve ser provido o RE da Fazenda. (Resp 1118429/SP trânsito em julgado em 17/06/2010) É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Preliminarmente, cabe aferir acerca dos pressupostos de admissibilidade do Recurso Especial de Divergência, interposto pela Fazenda Nacional, com vistas a verificar se o apelo merece ser conhecido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. De plano, constatase a tempestividade do recurso, restando analisar se foi efetivamente demonstrado o alegado dissídio jurisprudencial e, nesse sentido, altero meu entendimento exposto no despacho que admitiu o RE. Antes de proceder ao exame dos paradigmas, importa reiterar que se trata de Recurso Especial de Divergência, assim entendida a diversidade de interpretações, obviamente que em face do mesmo arcabouço normativo. Com efeito, não haveria qualquer sentido em estabelecerse dissídio jurisprudencial em face de arcabouços normativos diversos, estruturados em momentos distintos. Destarte, tornase imprescindível perquirir sobre o arcabouço normativo que teria orientado os julgados recorrido e paradigmas. No caso do acórdão recorrido, tratase de rendimentos recebidos acumuladamente e não oferecidos à tributação, por alegada isenção em face de legislação estadual, cujo julgamento pelo CARF ocorreu em 18/03/2014, portanto, já sob a égide de decisões em recurso repetitivo do STJ: Resp nº 1.118.429, transitado em julgado em 17/06/2010, e estando em vigor o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009, com a redação dada pela Portaria MF nº 586 de 21/12/2010. Aliás a base normativa é afirmada pelo relator do recorrido da seguinte maneira: É de se concluir, portanto, que, na espécie, existe erro de cunho material na apuração do imposto devido, por aplicação incorreta do art. 12 da Lei nº 7.713/1988, consoante interpretação dada pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de Recurso Especial com a atribuição da sistemática do artigo 543C do CPC, e que deve ser de aplicação obrigatória pelos Conselheiros do CARF, conforme disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010,... (Grifei.) Quanto aos paradigmas, foram indicados os acórdãos: nº 380400.031 da 4ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento do CARF, de 19/03/2009, e nº 10615.987 da 6ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, de 09/11/2006, portanto ambos prolatados anteriormente à edição da norma regimental e ao trânsito em julgado do acórdão em recurso repetitivo no STJ que orientaram o acórdão recorrido. Apesar da similitude fática, os acórdãos paradigmas analisam a aplicação do art. 12 da Lei 7.713/1988 desconhecendo a norma Fl. 229DF CARF MF Impresso em 04/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.720313/200902 Acórdão n.º 9202004.186 CSRFT2 Fl. 7 6 regimental que vinculava o julgador do CARF à decisão do STJ em sede de Recurso Especial sob a sistemática do art. 543C do CPC. Constatase, assim, que os paradigmas dizem respeito a julgamentos anteriores à publicação do regimento e do acórdão judicial que orientaram o recorrido, portanto não poderiam conferirlhes interpretação diversa da contida no acórdão recorrido, simplesmente porque tais dispositivos sequer então existiam. Com efeito, os votos condutores dos paradigmas tratam da interpretação pura e simples do art. 12 da Lei 7.713, de 1988, que, quando daqueles julgamentos, era o dispositivo aplicável, com distintas possibilidades de interpretações, porém, afastadas à época da prolação do acórdão recorrido pelo novo arcabouço normativo. Diante do exposto, revejo a posição anteriormente assumida e voto por não conhecer do Recurso Especial, interposto pela Fazenda Nacional, por falta de demonstração de divergência de interpretação nos fatos frente às normas que embasam os paradigmas. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Fl. 230DF CARF MF Impresso em 04/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.720313/200902 Acórdão n.º 9202004.186 CSRFT2 Fl. 8 7 Fl. 231DF CARF MF Impresso em 04/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 11/07/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10166.012190/2005-91
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2001
Ementa:
A multa por atraso na entrega da DITR tem por base de cálculo o valor do ITR devido, informado na declaração, respeitando-se o limite mínimo de R$ 50,00. Não há base legal que admita o lançamento dessa multa sobre o imposto lançado de ofício.
Recurso não provido.
Numero da decisão: 9202-003.966
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente.
(assinado digitalmente)
GERSON MACEDO GUERRA - Relator.
EDITADO EM: 04/07/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente. (assinado digitalmente) GERSON MACEDO GUERRA - Relator. EDITADO EM: 04/07/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra.
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Não há base legal que admita o lançamento dessa multa sobre o imposto lançado de ofício. Recurso não provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente. (assinado digitalmente) GERSON MACEDO GUERRA Relator. EDITADO EM: 04/07/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gerson Macedo Guerra. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 01 21 90 /2 00 5- 91 Fl. 135DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 14/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA 2 Relatório Tratase de Auto de infração lavrado contra o contribuinte em epígrafe para cobrança de multa por atraso na entrega da DITR. Conforme se pode depreender dos autos, a multa aplicada teve como base de cálculo o valor do imposto lançado em Auto de Infração lavrado em conjunto com o presente, não o valor declarado em DITR pelo sujeito passivo. No julgamento da impugnação administrativa, a DRJ competente decidiu pela procedência total do Auto de Infração. Inconformado o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, cuja análise pela 1ª 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara, da 2ª Sessão do CARF redundou em seu provimento, por unanimidade, conforme ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2001 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. VALOR DECLARADO. Por falta de previsão legal para a imposição de multa por atraso na entrega de Declaração do Imposto sobre a Propriedade Rural sobre o valor lançado de oficio, tal multa tem por base de cálculo o valor do ITR devido, informado na declaração, respeitandose o limite mínimo de R$ 50,00. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso para considerar o imposto devido declarado como base de cálculo da multa por atraso na entrega da declaração, respeitandose o limite mínimo de R$ 50,00. Inconformada com essa decisão a União, tempestivamente, apresentou Recurso Especial de divergência, nos termos do artigo 67, do RICARF então vigente. Visando demonstrar a admissibilidade de seu recurso, a União trouxe aos autos o Acórdão nº 303 35.338. Na análise de admissibilidade do Recurso Especial, o Presidente da 1ª Câmara da 2ª Sessão, entendeu que há divergência jurisprudencial entre o acórdão recorrido e o acórdão paradigma no que tange à interpretação do artigo 7º da Lei n° 9.393, de 1996, tendo em vista que o paradigma considerou que a base de cálculo da multa por atraso na entrega da DITR é o valor do imposto devido apurado no lançamento de ofício, enquanto o acórdão recorrido manifestou o entendimento de que a base de cálculo é o valor do imposto devido informado na declaração em atraso. Intimado da decisão e do Recurso da Fazenda, o contribuinte não apresentou e contra razões. É o relatório. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 14/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA Processo nº 10166.012190/200591 Acórdão n.º 9202003.966 CSRFT2 Fl. 136 3 Voto Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade, deve ser admitido o recurso da União. A multa em questão deve ser apurada sobre o valor do imposto devido, sem prejuízo da multa e dos juros devidos pela insuficiência de recolhimento do imposto ou quota, conforme previsto nos arts. 7º e 9º da Lei nº 9.393, de 1996, que assim dispõe: “Art. 7º No caso de apresentação espontânea do DIAC fora do prazo estabelecido pela Secretaria da Receita Federal, será cobrada multa de 1% (um por cento) ao mês ou fração sobre o imposto devido não inferior a R$ 50,00 (cinqüenta reais), sem prejuízo da multa e dos juros de mora pela falta ou insuficiência de recolhimento do imposto ou quota. (...) Art. 9º A entrega do DIAT fora do prazo estabelecido sujeitará o contribuinte à multa de que trata o art. 7º, sem prejuízo da multa e dos juros de mora pela falta ou insuficiência de recolhimento do imposto ou quota.” Como se pode ver, a norma em questão traz a multa pelo atraso na entrega da declaração, que é composta pela DIAC e pela DIAT, sobre o valor do imposto devido e este, pela interpretação da norma, somente pode ser o valor do imposto declarado. Partese da premissa de que o que foi declarado é o valor correto. E isso não pode ser diferente, pois não se pode presumir a má fé do contribuinte, essa deve ser provada. Como já decidido em diversas ocasiões anteriores, não há base legal para se calcular referida multa sobre outra base. Frisese que a maioria das decisões desse Conselho tem caminhado nesse sentido. Até mesmo a própria CSRF, por unanimidade, já se posicionou nesse sentido, conforme se pode depreender do Acórdão 920200.280, cuja ementa segue abaixo transcrita: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2001 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DIAC. BASE DE CÁLCULO. VALOR DECLARADO. Por falta de previsão legal para a imposição de multa por atraso na entrega da DIAC sobre o valor lançado de oficio, tal multa tem por base de cálculo o valor do ITR devido, informado na declaração. Recurso especial provido. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 14/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA 4 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Nesse contexto, voto por negar provimento ao recurso da União, mantendo, in totum, a decisão a quo. Gerson Macedo Guerra Relator Fl. 138DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 14/07/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 04/07/2016 por GERSON MACEDO GUERRA
score : 1.0
Numero do processo: 10640.722223/2012-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 11 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jun 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece do recurso quanto interposto fora do prazo legal de 30 dias após a intimação pessoal do contribuinte.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2401-004.371
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade.
Maria Cleci Coti Martins - Presidente
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rosemary Figueiroa Augusto, Theodoro Vicente Agostinho, Miriam Denise Xavier Lazarini, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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Não se conhece do recurso quanto interposto fora do prazo legal de 30 dias após a intimação pessoal do contribuinte. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade. Maria Cleci Coti Martins Presidente Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rosemary Figueiroa Augusto, Theodoro Vicente Agostinho, Miriam Denise Xavier Lazarini, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 72 22 23 /2 01 2- 91 Fl. 109DF CARF MF Impresso em 23/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 0/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/06/2016 por MARIA CLECI COT I MARTINS 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeiro grau que negou provimento à impugnação apresentada pelo contribuinte. Em 21/05/2011, foi lavrada notificação de lançamento referente ao exercício de 2011, AnoCalendário 2010, na qual foi constatada a omissão de rendimentos recebidos a título de resgate de Contribuições à Previdência Privada, Plano Gerador de Benefício Livre e aos Fundos de Aposentadoria Programada Individual, no valor de R$ 288,96 (duzentos e noventa e oito reais e noventa seis centavos), e omissão de rendimentos recebidos acumuladamente em virtude de ação judicial federal, no valor de R$ 35.939,02 (trinta cinco mil, novecentos e trinta nove reais e dois centavos), recebidos pelo titular. Inconformado com a notificação apresentada, o contribuinte protocolizou impugnação alegando que os rendimentos em análise eram isentos. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora (MG) manteve o crédito tributário, com a seguinte consideração: “RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. TRIBUTAÇÃO NO AJUSTE ANUAL. OPÇÃO. Devem ser submetidos à tributação na declaração de ajuste anual, juntamente com os demais rendimentos recebidos pelo contribuinte, os rendimentos recebidos acumuladamente, no período compreendido de 1º de janeiro a 20 de dezembro de 2010, quando o contribuinte não fez a opção pela tributação exclusiva na fonte, dentro do prazo para entrega da declaração OMISSÃO DE RENDIMENTOS. INFORMAÇÕES EM DIRF EMITIDA PELA FONTE PAGADORA. Os valores recebidos de pessoa jurídica, informados em DIRF pela fonte pagadora, assim devem ser considerados, salvo prova em contrário. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE POR PROCURADOR. DECISÃO JUDICIAL. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá no mês do recebimento, sobre o total dos rendimentos. O mandatário é o responsável pelo que o mandante realizar em seu nome. RENDIMENTOS ISENTOS. MOLÉSTIA GRAVE. REQUISITOS. Para os rendimentos recebidos acumuladamente por contribuinte portador de moléstia grave serem considerados “rendimentos isentos e não tributáveis”, é necessário que o interessado comprove tratarse de proventos de aposentadoria, mediante apresentação de documentação hábil para tanto. IMPUGNAÇÃO. AUSÊNCIA DE CONTRADITÓRIO. OMISSÃO DE RENDIMENTO. RESGATE DE CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA PRIVADA. Reconhecendo o interessado a omissão, por equívoco, pela não inclusão do rendimento tributável em sua declaração, não se instaura o litígio e consolidase administrativamente o lançamento quanto à matéria não impugnada.” Fl. 110DF CARF MF Impresso em 23/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 0/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/06/2016 por MARIA CLECI COT I MARTINS Processo nº 10640.722223/201291 Acórdão n.º 2401004.371 S2C4T1 Fl. 3 3 Posteriormente, o contribuinte foi intimado no dia 15 de fevereiro de 2013, por AR às fls. 40 e não apresentou recurso, conforme certificado às fls. 41. Intimado novamente para efetuar o pagamento da dívida em 12 de abril de 2013, às fls. 46, apresentou petição informando ser portador de moléstia grave desde 2002 e juntando cópia da Ação Judicial Federal que deu origem ao valor que gerou o crédito tributário. Por fim, foi apresentada informação Fiscal declarando que após analisar os documentos entendeu que ficou comprovado os dois requisitos básicos para que o contribuinte tenha direito a isenção, ser portador de uma das doenças especificas em lei, e ser aposentado, os rendimentos recebidos em decorrência de Ação Judicial Federal no valor de R$35.939,02 é isento do imposto de renda. É o relatório. Fl. 111DF CARF MF Impresso em 23/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 0/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/06/2016 por MARIA CLECI COT I MARTINS 4 Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa, Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O Recorrente foi cientificado da r. decisão em debate no dia 15/02/2013, conforme AR às fls. 40, o prazo para interposição do recurso esgotouse em 19/03/2013, e o presente recurso foi apresentado, INTEMPESTIVAMENTE, no dia 18/04/2013, razão pela qual NÃO CONHEÇO DO RECURSO já que ausentes s os requisitos de admissibilidade. 2. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, NÃO CONHEÇO do Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que acompanham o presente julgado. É como voto. Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 23/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 0/06/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 22/06/2016 por MARIA CLECI COT I MARTINS
score : 1.0
Numero do processo: 10932.000087/2009-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA.
É vedado aos membros das turmas de julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.
Súmula CARF nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3302-003.102
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinatura digital)
Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator
EDITADO EM: 23/03/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. É vedado aos membros das turmas de julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Súmula CARF nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator EDITADO EM: 23/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares Araújo e Walker Araújo.
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APLICAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. PRINCÍPIO DISPOSTIVO. A decisão judicial deve ser interpretada em conformidade com o pedido do autor. Uma vez que a inicial tenhase limitado a requerer o ressarcimento do valor pleiteado, não há como admitir a compensação desse valor na escrita fiscal do contribuinte. Os fundamentos da decisão não fazem coisa julgada, mesmo que importantes na determinação do alcance da parte dispositiva da sentença. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 MULTA DE OFÍCIO. PREVISÃO LEGAL. EXIGÊNCIA. Sobre o valor dos tributos e contribuições constituídos em auto de infração, por falta de pagamento ou declaração inexata, será exigida multa no percentual de setenta e cinco por cento do imposto ou contribuição que deixou de ser pago ou declarado. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. É vedado aos membros das turmas de julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 2. 00 00 87 /2 00 9- 02 Fl. 331DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA 2 Súmula CARF nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa – Presidente e Relator EDITADO EM: 23/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, Domingos de Sá, José Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares Araújo e Walker Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o Relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Inicialmente, cabe esclarecer que, em razão deste processo administrativo ter sido digitalizado e materializado na forma eletrônica, todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo digital. Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado para o lançamento do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, constituindose os respectivos créditos tributários, em desfavor da contribuinte BOMBAS GRUNDFOS DO BRASIL LTDA, CNPJ 02.599.337/000192, relativamente aos períodos de apuração compreendidos de 01/01/2004 a 31/12/2005, no montante de R$ 1.333.405,13 (um milhão, trezentos e trinta e três mil, quatrocentos e cinco reais, treze centavos), conforme demonstrativo consolidado de fl. 1 (inclusos multa de ofício e juros de mora). De acordo com a narrativa no Termo de Verificação e Constatação de Ação Fiscal (fls. 181/192), ocorreram os seguintes fatos: ● A contribuinte ajuizou Ação Ordinária n° 9300097970, em 14/04/1993, requerendo a condenação da União “a pagar a correção monetária dos créditos ressarcidos em espécie, equivalente a 260.104,5047 UFIR, desde a data do requerimento até o pagamento efetivo da correção monetária” (fl. 28). A decisão, favorável à impetrante, transitou em julgado em 22/06/2001. Na fase de liquidação e execução de sentença, expediuse ofício precatório à autora da ação. Em consulta ao sítio da Justiça Federal sobre o processo, realizada em 15/01/2009, consta que houve requisição de pagamento de precatório remetida ao TRF. ● Não obstante a tramitação do processo de execução de sentença, de nº 2005.61.00.0037022, a contribuinte aproveitou os créditos discutidos em juízo na Fl. 332DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10932.000087/200902 Acórdão n.º 3302003.102 S3C3T2 Fl. 3 3 escrituração fiscal, efetuando seu lançamento na rubrica “Outros Créditos” do RAIPI e compensando os débitos de IPI no decorrer de 2004 e 2005. ● Por intermédio do Termo de Solicitação de Esclarecimentos nº 001 (fl. 162), a Fiscalização intimou a empresa a justificar a escrituração dos valores sub judice. Em sua resposta, a intimada esclareceu que o trânsito em julgado do processo se fez em 22/06/2001 e que a compensação fundamentouse no art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Acrescentou que “não há dispositivo em lei que prevê a obrigatoriedade da comprovação da homologação judicial da desistência da Execução, estando sendo executado somente a verba honorária” (fl. 166). ● Por intermédio do Termo de Solicitação de Esclarecimentos nº 002 (fl. 169/170), a Fiscalização questionou a empresa sobre a natureza do pagamento do precatório mencionado na Certidão de Objeto e Pé, bem como sobre a necessária declaração contendo as informações a respeito dos créditos utilizados e respectivos débitos compensados, nos termos em que preceitua o art. 74, § 1º da Lei nº 9.430, de 1996. Em sua resposta, a intimada afirmou que o precatório expedido referiase aos honorários advocatícios e que a compensação na escrita fiscal não teve seu embasamento na Lei nº 9.430, de 1996, como informado anteriormente, mas sim no art. 66 da Lei nº 8.383, de 1991, e art. 207 do RIPI/2002 (Decreto nº 4.544, de 2002). ● Considerando a legislação de regência e ainda: (a) O pedido formulado no processo n° 9300097970 requer a condenação da União a pagar a correção monetária dos créditos ressarcidos em espécie, não cogitando de compensação na forma escritural; (b) Não houve nenhuma decisão que autorizasse a escrituração e compensação na escrita fiscal dos valores discutidos; (c) A interessada não comprovou qualquer desistência formal da execução de sentença; (d) A interessada não comprovou que seguiu os trâmites administrativos regulares que permitissem a realização da compensação; a autoridade fiscal procedeu à glosa dos créditos apropriados indevidamente no RAIPI, reconstituiu a escrituração e apurou saldo devedor de IPI em diversos períodos – objeto do lançamento formalizado pelo Auto de Infração. Regularmente cientificada do lançamento em 31/03/2009, a interessada apresentou a impugnação de fls. 248/282, sendo atestada a sua tempestividade pela unidade preparadora (fl. 286). Em síntese, traz as seguintes alegações: DIREITO AO CRÉDITO O pedido principal da Autora foi o de ter reconhecido o direito de se creditar da atualização monetária relativa ao prazo transcorrido entre a escrituração dos créditos de IPI, originários da aquisição de insumos, e o efetivo ressarcimento dos mesmos pela Fazenda. Após o trânsito em julgado da ação, efetuou o lançamento dos créditos relativos aos valores objeto da lide de forma escritural no Livro RAIPI. UTILIZAÇÃO DO CRÉDITO NA COMPENSAÇÃO COM DÉBITOS DE IPI Fl. 333DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA 4 Não há que se falar em compensação, pois é notório que não se trata de valores com esta natureza. A real natureza dos valores em discussão são, indiscutivelmente, valores relativos ao IPI da aquisição de insumos, dos quais se admite o respectivo crédito do IPI, lançados no RAIPI extemporaneamente, no período de março de 2004 a julho de 2005, a título de outros créditos. O procedimento utilizado pela contribuinte está de acordo com a disposição do Convênio CONFAZ datado de 15/12/1970, que trata da escrituração fiscal das empresas. O parágrafo único do seu art. 77 estabelece que serão registrados no RAIPI os débitos e os créditos fiscais do Imposto sobre Produtos Industrializados. Igualmente, o Regulamento do IPI (Decreto nº 4.544, de 2002), em diversos artigos, prescreve que sejam registrados no RAIPI os débitos e os créditos do IPI, quando for este admitido. As regras pertinentes à compensação de tributos federais, com a apresentação da declaração, somente teria sentido caso houvesse a pretensão de compensar outros tributos que não o IPI, pois o crédito do próprio IPI já tem regra específica para a sua apropriação, que é o lançamento no livro fiscal, como fez a interessada. MULTA DE OFÍCIO A multa aplicada de 75% configurase num verdadeiro abuso do poder fiscal do Estado, na exata medida em que seu montante é excessivo e despropositado. A Constituição Federal veda a utilização de tributo com efeito de confisco. É pacífica a jurisprudência do Colendo Supremo Tribunal Federal neste sentido, a qual determina reduzir as multas excessivas aplicadas pelo fisco. Deve ser ressalvado que a Medida Provisória nº 303, de 2006, entre outras medidas, extinguiu a multa isolada de 75% para os casos de recolhimento de tributos a destempo, sendo cabível apenas a multa de 20%. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 CRÉDITOS RECONHECIDOS JUDICIALMENTE. ESCRITURAÇÃO NO RAIPI. COMPENSAÇÃO. A decisão judicial transitada em julgado tem força de lei entre as partes. Se o pedido, na inicial, era o de receber, em espécie, as diferenças a título de correção monetária de ressarcimentos já recebidos, e a decisão transitada em julgado deferiu o pedido como efetuado, fica patente a impossibilidade de consentir com o procedimento de o sujeito passivo se creditar, na escrita fiscal, dos valores requeridos na esfera judicial. Estando a liquidação e execução de sentença tramitando pela competente Vara da Justiça Federal, não poderia o sujeito passivo apropriarse dos pretensos créditos na escrituração, eis que incorreria no aproveitamento em duplicidade dos valores em questão. Não podendo proceder à escrituração e devendo aguardar o pagamento dos precatórios, se pretendesse, alternativamente, executar a sentença judicial no âmbito administrativo, a interessada deveria observar os dispositivos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. CONSTITUCIONALIDADE. A multa de ofício no lançamento de crédito tributário que deixou de ser recolhido ou declarado deve ser aplicada utilizando o percentual determinado Fl. 334DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10932.000087/200902 Acórdão n.º 3302003.102 S3C3T2 Fl. 4 5 expressamente em lei. É dever da autoridade fiscal, bem como do julgador administrativo, a aplicação da norma legal sem qualquer juízo dos aspectos de sua validade. Uma vez positivada a norma, é dever da autoridade fiscal aplicála sem perquirir acerca da justiça ou injustiça dos efeitos que gerou. Insatisfeita com a decisão de primeira instância administrativa, o contribuinte apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, no qual, em linhas gerais, repisa os argumentos presentes na impugnação ao lançamento fiscal. É o Relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. A Recorrente sagrouse vencedora em ação judicial que lhe reconheceu o direito à correção monetária de créditos de IPI que lhe haviam sido ressarcidos em espécie, calculada para o período compreendido entre o requerimento dos créditos e o seu efetivo pagamento e trânsito em julgado da ação. Embora o direito que lhe foi garantido na ação judicial fizesse referência ao pagamento do valor pleiteado, utilizouo em sua escrita fiscal, lançandoo na rubrica “Outros Créditos” do RAIPI, compensandoo, assim, com os débitos de IPI no decorrer de 2004 e 2005. A Administração não contesta, na essência, o direito ao valor provido em juízo. O problema, segundo o Fisco, foi que o contribuinte, além de não ter requerido o direito à compensação perante o Poder Judiciário, deixou de observar os procedimentos obrigatórios para o exercício desse direito, o que acarretou a constituição do crédito tributário em auto de infração. De fato, um dos apontamentos presentes no relato do Fisco diz respeito ao fato de que provimento jurisdicional não tratou de direito de compensação, mas de restituição dos valores. A Recorrente, contesta. Afirma que, desde o início, pretendeu creditarse da correção monetária incidente sobre o valor do ressarcimento. A esse respeito, considero que são cristalinos e insofismáveis os apontamentos feitos em sede de primeira instância de julgamento. Reproduzoos. Aduz a impugnante que o pedido principal na ação ordinária nº 930009797 0 foi o de ter reconhecido o direito de se creditar da atualização monetária relativa ao prazo transcorrido entre a escrituração dos créditos de IPI, originários da aquisição de insumos, e o efetivo ressarcimento dos mesmos pela Fazenda (fl. 249). Cópia da petição inicial encontrase às fls. 22/28. A fim de melhor analisar a questão, mister se faz lançar luz sobre o conteúdo da peça inaugural da demanda jurisdicional. Consta em sua Parte I – DOS FATOS, (fls. 23/24): Ao serem efetuados os ressarcimentos, a RéUnião Federal não incluiu nos respectivos valores a Fl. 335DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA 6 corresponde correção monetária, calculada em 260.104,5047 UFIRs, de que resultou ponderável redução do valor do incentivo, ficando, assim, contrariado o objetivo da Lei n. 8.191/91, que era o desenvolvimento da indústria nacional. (grifouse) A presente ação visa, pois, forçar a RéUnião Federal a efetuar o pagamento à Autora da correção monetária relativa aos ressarcimentos efetuados sem a restauração do valor real dos incentivos no período que medeou o requerimento do ressarcimento e sua efetivação e da data desta até o trânsito em julgado da presente ação. (grifou se) A pretensão aí delineada foi ratificada pelo pedido, posto nos seguintes termos (fl. 28): Diante do exposto e considerando que a ausência de correção monetária no ressarcimento em espécie dos créditos beneficiados do Imposto sobre a Produção Industrial IPI, nos termos do art. 1º da Lei n. 8191/91, resulta em redução indevida do valor real do estímulo fiscal concedido à Autora, esta REQUER: 1) a condenação da RéUnião Federal a pagar a correção monetária dos créditos ressarcidos em espécie, equivalente a 260.104,5047 UFIRs, desde a data do requerimento até o pagamento efetivo da correção monetária à Autora; (grifouse) (...) Sem maiores exercícios de raciocínio, salta evidente que a pretensão da requerente foi a de obter o pagamento complementar, a título de correção monetária, de ressarcimentos de IPI, cujos valores de principal tiveram pagamentos em espécie já efetivados pela Administração. Tal constatação contraria frontalmente a alegação de que o pedido principal no processo judicial foi o de ter reconhecido o direito de se creditar, na escrituração fiscal, da atualização monetária pleiteada. No mesmo sentido seguiu a decisão de primeira instância (fl. 31): Isto posto, JULGO PROCEDENTE o pedido, pelo que CONDENO a ré a restituir à autora as importâncias correspondentes à correção monetária, incidente a partir dos pagamentos indevidos, até a efetiva restituição do montante questionado na inicial, consoante a variação da UFIR e os documentos juntados, acrescidas de correção monetária a partir do ajuizamento da ação e juros legais, a contar da citação. Do que não difere a sentença de 2º grau, que foi assim ementada (fl. 32) e transitada em julgado: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AÇÃO DE COBRANÇA. VALORES RESTITUÍDOS ADMINISTRATIVAMENTE. CORREÇÃO MONETÁRIA. CABIMENTO. SÚMULA 162 DO STJ. ART. 66, §3º DA LEI Nº 8.383/91. JUROS DE MORA. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10932.000087/200902 Acórdão n.º 3302003.102 S3C3T2 Fl. 5 7 INAPLICAÇÃO DO CTN. PREVALÊNCIA DA LEI CIVIL. VERBA HONORÁRIA. I. Os valores restituídos administrativamente devem ser acrescidos de atualização monetária, a partir do pagamento indevido, conforme jurisprudência que anteriormente já a consagrava pelo luzeiro 46 do extinto TFR e à atualidade através da Súmula 162 do STJ. Como se sabe, conforme Código do Processo Civil, a sentença faz lei entre as partes1. Por conta disso e, também, por ser, como o é toda norma individual, uma exceção à regra geral, ela deve ser tomada na sua literalidade. Em outra perspectiva, a Recorrente sustenta que sua conduta tem amparo legal nas disposições normativas que disciplinam o lançamento do Imposto. Referese aos artigos 195, 207 e 399 do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados vigente à época, aprovado pelo Decreto nº 4.544/02. Chama a atenção o disposto no artigo 207, no qual o próprio contribuinte destacou as palavras "independentemente de requerimento", contidas no caput do artigo. In verbis. Art. 207. Nos casos de pagamento indevido ou a maior do imposto, inclusive quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o valor correspondente poderá ser utilizado, mediante compensação, para pagamentos de débitos do imposto do próprio sujeito passivo, correspondentes a períodos subseqüentes, independentemente de requerimento (Lei nº 5.172, de 1966, art. 165, Lei nº 8.383, de 1991, art. 66, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 73). (grifos no original) § 1º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição (Lei nº 8.383, de 1991, art. 66, § 2º). § 2º Parte legítima para efetuar a compensação ou pleitear a restituição é o sujeito passivo que comprove haver efetuado o pagamento indevido, ou a maior. Ocorre que a base legal do disposto no artigo 207 do RIPI é o artigo 73 da Lei nº 9.4302, de 1996, que referese à faculdade que o Fisco detém de, independentemente de requerimento, proceder à compensação de ofício do crédito do contribuinte com débitos seus. Observese. Lei nº 9.430/96 Art. 73. Para efeito do disposto no art. 7º do Decretolei nº 2.287, de 23 de julho de 1986, a utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal, observado o seguinte: 1 Art. 468. A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões decididas. 2 Exclusivamnte ele, pois o procedimento especificado no artigo 66 da Lei 8.383/91 foi derrogado. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA 8 I o valor bruto da restituição ou do ressarcimento será debitado à conta do tributo ou da contribuição a que se referir; II a parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou responsável será creditada à conta do respectivo tributo ou da respectiva contribuição. Decretolei nº 2.287/86 Art. 7o A Receita Federal do Brasil, antes de proceder à restituição ou ao ressarcimento de tributos, deverá verificar se o contribuinte é devedor à Fazenda Nacional. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Existindo débito em nome do contribuinte, o valor da restituição ou ressarcimento será compensado, total ou parcialmente, com o valor do débito. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 2o Existindo, nos termos da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966, débito em nome do contribuinte, em relação às contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, ou às contribuições instituídas a título de substituição e em relação à Dívida Ativa do Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, o valor da restituição ou ressarcimento será compensado, total ou parcialmente, com o valor do débito. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 3o Ato conjunto dos Ministérios da Fazenda e da Previdência Social estabelecerá as normas e procedimentos necessários à aplicação do disposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) E, de fato, é de amplo conhecimento que, à data da ocorrência dos fatos apurados no processo, o único procedimento de iniciativa do contribuinte aceito para compensação de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal era o previsto na Lei e 10.637/02, com a entrega à Secretaria, pelo sujeito passivo, da declaração correspondente3. E nem se diga que o procedimento do contribuinte não seja de compensação, mas de apuração do valor do Imposto devido em sua escrita fiscal. Ainda que, um última análise, o valor provido em juízo seja consectário de créditos do Imposto, não guarda nenhuma semelhança com o procedimento ordinário de apuração decorrente da aquisição de matériasprimas, produtos intermediários ou material de embalagem. Mas para além da insubmissão à forma prescrita, o que se observa é que o contribuinte adotou um procedimento do qual poderia resultar apropriação em duplicidade dos valores concedidos em juízo. Essa questão também foi observada no voto condutor da decisão recorrida. Os documentos acostados às fls. 42/86 e 178/180 mostram que houve prosseguimento da liquidação e execução de sentença. A certidão juntada à fl. 84 confirma a expedição dos precatórios: 3 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (...) Fl. 338DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10932.000087/200902 Acórdão n.º 3302003.102 S3C3T2 Fl. 6 9 (...) fls. 335: despacho determinando a expedição de ofício precatório para o autor; fls. 359: foi expedido ofício precatório dos honorários advocatícios; fls. 401: foi expedido ofício precatório para o autor; fls. 406: houve pagamento do ofício precatório dos honorários advocatícios; fls. 410: os autos foram sobrestados aguardando o pagamento do ofício precatório expedido; fase atual: juntado extrato de pagamento de precatório em 05/02/2009. (...) (grifouse) De todo o quanto exposto, fica patente a impossibilidade de consentir com o procedimento tomado pela impugnante, qual seja, o de se creditar, na escrita fiscal, dos valores requeridos na esfera judicial. Sabendo, ou, no mínimo, devendo saber, que o objetivo da ação era o de receber, em espécie, as diferenças a título de correção monetária de ressarcimentos já recebidos, e que a liquidação e execução de sentença já tramitava na 14ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, não poderia apropriarse dos pretensos créditos na escrituração, eis que incorreria no aproveitamento em duplicidade dos valores em questão. Por esta perspectiva, irretocável a glosa efetuada pela autoridade fiscal diante da inexistência de autorização judicial a admitir o creditamento no Livro Registro de Apuração do IPI (RAIPI) dos valores discutidos. Não é por outra razão que, antes mesmo da entrada em vigor das regras que ao tempo dos fatos apurados no processo disciplinavam a compensação de tributos, a regulamentação então vigente, Lei 8.383/814 (segundo a defesa, base legal do procedimento adotado), exigia a comprovação da desistência à execução do título judicial e proibia o pedido de restituição, ressarcimento ou compensação para os créditos decorrentes de títulos judiciais já executados, com ou sem emissão de precatório. Nada disso foi observado pela parte, que, conforme petição anexada ao recurso voluntário (folhas 321 e seguintes), cuidava, ainda no ano de 2009, de tornar sem efeito o ofício precatório expedido em juízo, providência que, aliás, somente adotou depois do início da ação fiscal. É ainda de se observar, que, tendo em conta toda a argumentação expendida em sede de recurso voluntário, a Recorrente aparentemente ignora também que, ainda que tivesse o direito de agir do modo como agiu, não poderia executar o precatório correspondente aos honorários advocatícios, tal como requereu. 4 Art. 17. Para efeito de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou de ressarcimento uma cópia do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito e da respectiva sentença, determinando a restituição, o ressarcimento ou a compensação. Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou ressarcimento uma cópia da sentença e do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito. § 1° No caso de título judicial em fase de execução, a restituição, o ressarcimento ou a compensação somente poderão ser efetuados se o contribuinte comprovar junto à unidade da SRF a desistência, perante o Poder Judiciário, da execução do título judicial e assumir todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios. § 2° Não poderão ser objeto de pedido de restituição, ressarcimento ou compensação os créditos decorrentes de títulos judiciais já executados perante o Poder Judiciário, com ou sem emissão de precatório. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA 10 Por todo o exposto, não vejo nenhuma possibilidade de que a conduta do contribuinte possa ser considerada regular e aceita como forma de extinção do crédito tributário controvertido nos autos. Finalmente, no que se refere à multa imposta e seu efeito confiscatório, necessário relembrar que alegado desrespeito à constituição federal e aos princípios nela resguardados não é matéria compreendida dentre as competência destes Tribunal Administrativo. De fato, falece competência a este Conselho para deixar de aplicar a lei por alegação de inconstitucionalidade, conforme art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais; matéria que está, inclusive, sumulada. Súmula CARF nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Uma vez que haja, como já se mostrou sobejamente que há, previsão legal para imposição da multa, ela deve ser exigida. VOTO por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Relator Fl. 340DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 23/03/2016 p or RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 15771.721631/2011-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 17/05/2011
MULTA POR EMBARAÇO À FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA. COMPROVADA A AÇÃO DE EMBARAÇAR, DIFICULTAR OU IMPEDIR A REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO FISCAL. CABIMENTO.
1. É cabível a aplicação da multa por embaraço a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira.
2. Se comprovado, nos autos, que a autuada, de forma intencional e deliberada, embaraçou, dificultou e impediu a ação de fiscalização aduaneira, mediante a não apresentação de documentos e informações reiteradamente solicitados por meio de termos de intimação, considera-se legítima a cobrança da multa aplicada por embaraço a fiscalização.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-003.235
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, José Luiz Feistauer de Oliveira, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 17/05/2011 MULTA POR EMBARAÇO À FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA. COMPROVADA A AÇÃO DE EMBARAÇAR, DIFICULTAR OU IMPEDIR A REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO FISCAL. CABIMENTO. 1. É cabível a aplicação da multa por embaraço a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira. 2. Se comprovado, nos autos, que a autuada, de forma intencional e deliberada, embaraçou, dificultou e impediu a ação de fiscalização aduaneira, mediante a não apresentação de documentos e informações reiteradamente solicitados por meio de termos de intimação, considera-se legítima a cobrança da multa aplicada por embaraço a fiscalização. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, José Luiz Feistauer de Oliveira, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 17/05/2011 MULTA POR EMBARAÇO À FISCALIZAÇÃO ADUANEIRA. COMPROVADA A AÇÃO DE EMBARAÇAR, DIFICULTAR OU IMPEDIR A REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO FISCAL. CABIMENTO. 1. É cabível a aplicação da multa por embaraço a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira. 2. Se comprovado, nos autos, que a autuada, de forma intencional e deliberada, embaraçou, dificultou e impediu a ação de fiscalização aduaneira, mediante a não apresentação de documentos e informações reiteradamente solicitados por meio de termos de intimação, considerase legítima a cobrança da multa aplicada por embaraço a fiscalização. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 77 1. 72 16 31 /2 01 1- 73 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01 /07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROS A 2 Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Paulo Guilherme Déroulède, Lenisa Rodrigues Prado, José Luiz Feistauer de Oliveira, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araújo. Relatório Tratase de Auto de Infração (fls. 2/18), em que exigida a multa regulamentar por embaraço à fiscalização, no valor de R$ 5.000,00, estabelecida no art. 107, IV, “c” do Decretolei 37/1966, com redação dada pelo art. 77 da Lei 10.833/2003. De acordo com a descrição dos fatos que integra o referido auto de infração, verificase que motivo da aplicação da referida penalidade foi o não atendimento às solicitações de documentos e informações formalizadas pela fiscalização da Alfândega da Receita Federal do Brasil em São Paulo, por meio dos Termo de Início de Procedimento Especial de Controle Aduaneiro e Intimação Fiscal SEPEA nº 30/2011, e reiteradas por intermédio dos Termos de Constatação SEPEA nºs 50/2011, 52/2011 e 53/2011 (fls. 19/41), para fim de verificação da comprovação da regularidade da importação, realizada por meio da Declaração de Importação (DI) nº 11/05191305. Após ciência da autuação, a autuada apresentou a impugnação de fls. 47/55, em que, em síntese, apresentou as seguintes razões de defesa: a) não deixara de atender, deliberadamente, as exigências feitas pela fiscalização, mas apenas destacara e comprovara que o procedimento fiscal fora realizado ao arrepio da lei e com flagrante violação ao devido processo legal; b) a instauração válida do procedimento especial de fiscalização, estabelecido na Instrução Normativa RFB 1.169/2011, dependia da existência de decisão administrativa, com fundamentos de fato e direito que apontasse, concretamente, quais os indícios de infração punível com a pena de perdimento; c) respondera às intimações que lhe foram endereçadas, porém, aduzindo que a ausência da mencionada decisão prejudicava o seu direito de defesa; d) não havia motivação que levasse à abertura do procedimento fiscal em foco, mas apenas a citação de hipóteses sujeitas a aplicação da penalidade de perdimento; e) reiterara sua manifestação, em 15/6/2011, sobre a necessidade da referida decisão administrativa, todavia, a fiscalização, por meio do Termo de Constatação nº 53/2011, limitarase a reiterar a exigência dos documentos, conforme Termo nº 30/2011, sem que fizesse qualquer menção à citada decisão; f) a fiscalização se negara a receber a nova petição apresentada em resposta ao Termo de Constatação nº 53/2011 e assim impedira que houvesse o restabelecimento do devido processo legal, violando o direito de petição assegurado pelo artigo 5º, XXXIV, da Constituição Federal; g) ajuizara perante a 14ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal a Ação Ordinária nº 4088323.2011.4.01.34.00, para fim de discutir tais fatos; e Fl. 134DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01 /07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 15771.721631/201173 Acórdão n.º 3302003.235 S3C3T2 Fl. 133 3 h) o não atendimento à intimação fiscal, por si só, não era hábil a ensejar a aplicação da questionada multa, que demandava a comprovação de que a conduta omissiva do contribuinte dificultara a ação da autoridade aduaneira. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 89/96), em que, por unanimidade de votos, a impugnação foi julgada improcedente, com base nos fundamentos resumidos no enunciado da ementa que segue transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 17/05/2011 NÃO ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO NO INÍCIO DE PROCEDIMENTO FISCAL MULTA POR EMBARAÇO Á FISCALIZAÇÃO Não atendimento à intimação feita no início de procedimento fiscal, no prazo concedido, enseja a aplicação de multa por embaraço à fiscalização. Não há de se falar em direito ao contraditório e ampla defesa no procedimento especial de fiscalização aduaneira, pois este tem caráter investigatório e natureza inquisitiva, desta forma visa somente verificar se procedem suspeitas de irregularidades puníveis com a pena de perdimento, e não a aplicação da pena. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos (art. 195 do CTN). Em 4/4/2012, a recorrente foi cientificada da referida decisão (fls. 97/100). Inconformada, em 3/5/2012, apresentou o recurso voluntário de fls. 112/121, em que reafirmou as razões de defesas aduzidas na peça impugnatória. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Além disso, por tratar de matéria distinta da multa objeto da autuação em apreço, inexiste concomitância entre este processo e o processo judicial, relativo à citada a Ação Ordinária ajuizada pela recorrente, o que, certamente, não impede à apreciação do presente litígio por este Conselho. De acordo com a descrição dos fatos que integra o vergastado auto de infração, a aplicação da imposição da multa em questão foi motivada pela falta de atendimento às solicitações de documentos e informações, regularmente formalizadas por meios dos Termos Fl. 135DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01 /07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROS A 4 de Intimação de fls. 19/41, o que, segundo a fiscalização, acarretara o impedimento da respectiva ação fiscal, conduta que se enquadrava no art. 107, IV, "c", do Decretolei 37/1966, com a nova redação, a seguir transcrito: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) [...] IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) [...] c) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de nãoapresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal; [...] (grifos não originais). Inicialmente, verificase que o procedimento fiscal em questão foi desenvolvido em perfeita consonância com o disposto no art. 53 do Decretolei 37/1966, combinado com o estabelecido no art. 68 da Medida Provisória 2.15835/2001. Portanto, descabida a alegação da recorrente de que o referido procedimento fora realizado ao arrepio da lei. Também não procede a alegação da recorrente de que a fiscalização agira de forma arbitrária e com desvio ou abuso de poder, haja vista que o questionado procedimento fiscal fora realizado com estrita observância dos procedimentos determinados nos arts. 65 a 69 da Instrução Normativa SRF 206/2002, vigente na época dos fatos. Da mesma forma, ante natureza inquisitória do procedimento fiscal, não assiste razão à alegação da recorrente de que, no curso procedimento fiscal em destaque, houve agressão ao devido processo legal, haja vista que, sabidamente, a fase do contraditório e do exercício de defesa iniciase com término do citado procedimento e a apresentação da contestação/impugnação do autuado, que instaura a fase litigiosa do processo, nos termos art. 14 do Decreto 70.235/1972. A recorrente ainda incorre em equívoco ao alegar, com base na no art. 50 da Lei 9.784/1999 e no art. 68 da Medida Provisória 2.15835/2001, que a instauração do procedimento especial de controle aduaneiro, previsto nos arts. 65 a 69 da Instrução Normativa SRF 206/2002, dependia de prévia decisão administrativa de perdimento da mercadoria. Com efeito, o primeiro preceito legal trata da motivação dos atos administrativos em geral, ao passo que o segundo determina a retenção da mercadoria pela fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), quando existente indícios de infração punível com a pena perdimento. Ora, se o referido procedimento destinavase à apuração e comprovação dos fatos, com vistas a aplicação da referida pena de perdimento, por óbvio, revelase completamente sem sentido a pretensão da recorrente no sentido de que lhe fosse apresentado a decisão sobre a aplicação da referida penalidade, que estava ainda na fase de apuração e, portanto, se sequer fora aplicada. Além disso, com base nos argumentos apresentados, a recorrente revela desconhecer a diferença entre retenção e pena de perdimento. A primeira, sabidamente, tratase de medida preparatória e acautelatória com vista à aplicação da pena de perdimento. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01 /07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 15771.721631/201173 Acórdão n.º 3302003.235 S3C3T2 Fl. 134 5 Todavia, apesar do suposto equívoco, de forma clara, por meio do Termo de Constatação nº 50/2001 (fls. 28/30), atendendo solicitação da recorrente formulada na petição de fls. 27/27, a fiscalização esclareceulhe a motivação do referido procedimento fiscal e que a sua realização prescindia da alegada decisão administrativa. Ao final, a fiscalização reiterou os termos da intimação anterior e alertou a recorrente de que o não apresentação das referidas informações e documentos caracterizava embaraço à fiscalização, passível das sanções previstas no art. 77 e 78 da Lei 10.833/2003. Entretanto, apesar sabedora das implicações que poderiam resultar da sua omissão, ao invés de atender ao solicitado, a intimada, com nítido objetivo protelatório e sem qualquer fundamento ou razão plausível, reiterou o pedido anteriormente, desta feita por meio da petição de fls. 31/32. Em resposta, por intermédio do Termo de Constatação nº 52/2011 (fls. 33/30), a fiscalização, mais uma vez, reafirmou os esclarecimentos anteriores e alertou novamente que a omissão quanto ao não atendimento do solicitado implicaria na imposição da multa por embaraço à fiscalização aduaneira, estabelecida no art. 107, IV, "c", do Decretolei 37/1966. Em face da continuada ausência de resposta, na tentativa de demover a resistência da recorrente, a fiscalização envioulhe o Termo de Constatação nº 53/2011 (fls. 37/38), em que reiterou o embasamento legal do procedimento e novamente ressaltou que o não atendimento da intimação resultaria na imposição da multa em apreço. Mais uma vez, a recorrente não atendeu a solicitação da fiscalização e, sem nenhuma justificativa plausível, por meio da petição de fls. 40/41, reiterou o pedido anteriormente formulado, o que evidencia uma atitude de total menosprezo às intimações e esclarecimentos prestados pela fiscalização. Com esse procedimento, a recorrente não só demonstrou menoscabo em relação ao trabalho da fiscalização como ainda, de forma intencional e deliberada, dificultou e impediu que a fiscalização tivesse acesso aos documentos e informações solicitados, condutas que se subsome, perfeitamente, à hipótese fática infração descrita no art. 107, IV, "c", do Decretolei 37/1966. E não desnatura imposição da penalidade em questão, o fato de, conforme alegou a recorrente, a fiscalização ter procedido a lavratura do auto de infração, para fim de aplicação da pena de perdimento das mercadorias descritas na DI nº 11/05191305, haja vista que a aplicação da referida penalidade fora motivada, exatamente, por falta de apresentação de documentos hábeis e idôneos demonstrassem a real origem dos recursos financeiros utilizados pela autuada nas operações de comércio exterior referentes à referida DI. Aliás, em consulta ao processo nº 15771.721621/201138, verificase que o trata do Auto de Infração e Termo de Apreensão e Guarda Fiscal (AITAGF) nº 0817900/09036/11, lavrado em 21/10/2011, que trata das referidas mercadorias já foi definitivamente julgado procedente e, portanto, mantida pena perdimento, inclusive as mercadorias já foram incorporadas e destinadas, nos termos da legislação vigente. A recorrente ainda confunde o direito de petição previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, com o comportamento de protelar e dificultar os trabalhos da fiscalização, mediante reiteração de pedidos já analisados e indeferidos pela fiscalização, e Fl. 137DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01 /07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROS A 6 assim pretender justificar a não apresentação das informações e documentos a que estava obrigada, na forma da legislação vigente, em especial, por força do disposto no art. 195 do CTN. Enfim, por falta de provas, também não tem qualquer relevância a alegação de que a fiscalização havia se negado a receber documento da intimada. Aliás, sequer a recorrente mencionou qual o documento que não fora recebido pela fiscalização. Por todo o exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao recurso, para manter na íntegra a decisão recorrida. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 138DF CARF MF Impresso em 06/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 01 /07/2016 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 05/07/2016 por RICARDO PAULO ROS A
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