Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,789)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,075)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,669)
- Primeira Turma Ordinária (15,222)
- Segunda Turma Ordinária d (15,150)
- Primeira Turma Ordinária (15,138)
- Primeira Turma Ordinária (14,941)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,600)
- Primeira Turma Ordinária (11,657)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,140)
- Terceira Câmara (63,037)
- Segunda Câmara (50,365)
- Primeira Câmara (16,033)
- 3ª SEÇÃO (15,669)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,564)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,567)
- Segunda Seção de Julgamen (107,512)
- Primeira Seção de Julgame (70,657)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,496)
- Câmara Superior de Recurs (36,965)
- Terceiro Conselho de Cont (25,918)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,028)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,810)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,839)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,952)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,441)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,256)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,149)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,774)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,430)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,075)
- 2021 (35,779)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,826)
- 2012 (23,619)
- 2023 (22,449)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,846)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10120.903068/2013-62
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 25 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.357
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos da voto da relatora. Vencida a conselheira Gisele Barra Bossa que dava provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 25 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10120.903068/2013-62
anomes_publicacao_s : 201805
conteudo_id_s : 5864845
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 25 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1201-000.357
nome_arquivo_s : Decisao_10120903068201362.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
nome_arquivo_pdf_s : 10120903068201362_5864845.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos da voto da relatora. Vencida a conselheira Gisele Barra Bossa que dava provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima.
dt_sessao_tdt : Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
id : 7293393
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:18:48 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309286166528
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1503; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10120.903068/201362 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1201000.357 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 23 de fevereiro de 2018 Assunto PER/DCOMP Recorrente KASA MOTORS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos da voto da relatora. Vencida a conselheira Gisele Barra Bossa que dava provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Eva Maria Los, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros José Carlos de Assis Guimarães e Rafael Gasparello Lima. Relatório Tratase de PER/DCOMP com demonstrativo de crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior, de IRPJ, referente ao período de apuração de outubro de 2009. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório eletrônico de não homologação da compensação, fundamentando sua decisão na alocação integral do pagamento a outros débitos, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 20 .9 03 06 8/ 20 13 -6 2 Fl. 300DF CARF MF Processo nº 10120.903068/201362 Resolução nº 1201000.357 S1C2T1 Fl. 3 2 Cientificada desse despacho, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que diante da não homologação, foi verificado que a empresa cometeu erro material ao declarar na DCTF um débito fictício, solicitando que seja, assim, processada e homologada a PER/DCOMP inicialmente apresentada, uma vez que, a empresa não deve ser apenada por esse equívoco formal que não desnatura a compensação realizada. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento em primeira instância e, por unanimidade de votos, a Manifestação de Inconformidade foi considerada improcedente face à ausência dos elementos de prova capazes de atestar a certeza e liquidez do crédito utilizado na compensação. A DRJ/RPO não acatou os argumentos da Recorrente, em síntese, sob os seguintes fundamentos: A não homologação da compensação decorreu da inexistência do crédito utilizado, pois o valor recolhido correspondeu ao débito expresso na DCTF que se achava ativa na data em que o despacho decisório foi emitido. Estando o pagamento integralmente alocado, não havia saldo disponível para suportar a extinção do crédito tributário pretendida pelo contribuinte. A partir da ciência do contribuinte do despacho decisório que negou a compensação requerida, deixa de existir a espontaneidade e a retificação da DCTF somente será válida caso esteja acompanhada de elementos de prova suficientes para o convencimento da autoridade fiscal quanto ao erro praticado no documento retificado, conforme disposto no artigo 9º, §§ 1º e 2º, da Instrução Normativa RFB nº 974/2009. De acordo com o §4º do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72, caberia ao contribuinte não só a juntada das declarações retificadoras, mas também a apresentação de outros elementos, tais como cópias de livros contábeis e fiscais com os lançamentos dos valores apropriados na apuração, capazes de demonstrar o propalado erro cometido no preenchimento da declaração original. Ao invés disso, o contribuinte limitouse a indicar o erro cometido na DCTF com base no balancete, o que não é suficiente para a comprovação do alegado erro praticado pelo sujeito passivo. Cientificada da decisão de primeira instância, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário reiterando as razões já expostas em sede de Manifestação de Inconformidade e reforçando que: (i) houve recolhimento a maior de IRPJ referente ao mês de outubro de 2009; (ii) o erro no preenchimento da DCTF acabou por refletirse no valor a maior constante do DARF; (iii) a partir da análise da DIPJ, LALUR e balancete de verificação é possível observar o valor do IRPJ apurado no mês de outubro de 2009. É o relatório. Fl. 301DF CARF MF Processo nº 10120.903068/201362 Resolução nº 1201000.357 S1C2T1 Fl. 4 3 Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa Relatora. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1201000.339, de 23.02.2018, proferida no julgamento do Processo nº 10120.903043/201369, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. No processo paradigma o contribuinte solicitou a compensação de débitos com crédito relativo a pagamento indevido ou a maior que o devido de IRPJ, do período de apuração de abril de 2007 e, nos presentes autos, o contribuinte solicita a compensação de débito com crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior que o devido de IRPJ do período de apuração de outubro de 2009. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1201000.339), adequandoa ao caso concreto: "[...] Conforme visto, a recorrente trouxe aos autos documentação robusta no que tange à apuração do IRPJ devido no mês em referência. No entanto, [...], há que se proceder à verificação quanto à liquidez e certeza do crédito, no que se refere aos demais períodos não incluídos nos presentes autos, considerandose, mutatis mutandis, o contido nas conclusões do Parecer Normativo Cosit nº 2/2015: a) as informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no § 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário; b) não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010; c) retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo; Fl. 302DF CARF MF Processo nº 10120.903068/201362 Resolução nº 1201000.357 S1C2T1 Fl. 5 4 Em face do exposto, voto pela conversão do presente julgamento em diligência, para que a unidade da Receita Federal da circunscrição da contribuinte: a) verifique as DCTFs retificadoras apresentadas, efetuando a apuração do crédito relativo a cada um dos meses, observandose, no que couber, as disposições da IN RFB nº 1.110/2010; b) faça o cotejamento desses créditos com as Dcomps relativas a pagamento a maior de estimativa de IRPJ do anocalendário em questão, procedendo à valoração para fins de verificação de suficiência destes, considerandose, inclusive, alguma Dcomp porventura já homologada. Para fins dessa verificação, a contribuinte poderá ser intimada a apresentar livros e documentos. Encerrada a diligência, a contribuinte deverá ser intimada para que, querendo, manifestese num prazo de trinta dias. Havendo ou não manifestação da contribuinte, após esgotado o prazo a ela concedido os autos devem retornar ao CARF para julgamento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, converto o julgamento em diligência, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 303DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.720190/2007-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
EMBARGOS INOMINADOS. INEXATIDÃO MATERIAL.
As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita existentes na decisão deverão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, mediante prolação de um novo acórdão. Art. 66 do Regimento Interno do CARF.
Numero da decisão: 2401-005.426
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos, na parte em que foram admitidos. No mérito, por maioria, em acolhê-los, sem efeitos modificativos, para sanar a inexatidão material e alterar o dispositivo do acórdão embargado. Vencidos os conselheiros Cleberson Alex Friess e Miriam Denise Xavier que negavam provimento aos embargos.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Francisco Ricardo Gouveia Coutinho - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Cleberson Alex Friess.
Nome do relator: FRANCISCO RICARDO GOUVEIA COUTINHO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201804
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2003 EMBARGOS INOMINADOS. INEXATIDÃO MATERIAL. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita existentes na decisão deverão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, mediante prolação de um novo acórdão. Art. 66 do Regimento Interno do CARF.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10530.720190/2007-25
anomes_publicacao_s : 201805
conteudo_id_s : 5862864
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2401-005.426
nome_arquivo_s : Decisao_10530720190200725.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : FRANCISCO RICARDO GOUVEIA COUTINHO
nome_arquivo_pdf_s : 10530720190200725_5862864.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos, na parte em que foram admitidos. No mérito, por maioria, em acolhê-los, sem efeitos modificativos, para sanar a inexatidão material e alterar o dispositivo do acórdão embargado. Vencidos os conselheiros Cleberson Alex Friess e Miriam Denise Xavier que negavam provimento aos embargos. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Francisco Ricardo Gouveia Coutinho - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Cleberson Alex Friess.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
id : 7286746
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:18:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309305040896
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 889; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 407 1 406 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10530.720190/200725 Recurso nº Embargos Acórdão nº 2401005.426 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 4 de abril de 2018 Matéria MALHA FISCAL ITR Embargante UNIBANCO UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS SA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 EMBARGOS INOMINADOS. INEXATIDÃO MATERIAL. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita existentes na decisão deverão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, mediante prolação de um novo acórdão. Art. 66 do Regimento Interno do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 72 01 90 /2 00 7- 25 Fl. 407DF CARF MF Processo nº 10530.720190/200725 Acórdão n.º 2401005.426 S2C4T1 Fl. 408 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos, na parte em que foram admitidos. No mérito, por maioria, em acolhêlos, sem efeitos modificativos, para sanar a inexatidão material e alterar o dispositivo do acórdão embargado. Vencidos os conselheiros Cleberson Alex Friess e Miriam Denise Xavier que negavam provimento aos embargos. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Francisco Ricardo Gouveia Coutinho Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier, Rayd Santana Ferreira, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Andrea Viana Arrais Egypto, Luciana Matos Pereira Barbosa e Cleberson Alex Friess. Fl. 408DF CARF MF Processo nº 10530.720190/200725 Acórdão n.º 2401005.426 S2C4T1 Fl. 409 3 Relatório Cuidase de embargos em face do Acórdão nº 2101002.394, da 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF (fls. 204/222), cuja ementa e dispositivo estão assim redigidos: NOTIFICAÇÃO DE LANÇAMENTO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Não é nulo o lançamento que preenche os requisitos do artigo 11 do Decreto n.º 70.235, de 1972, cujos fatos enquadrados como infração estão claramente descritos e adequadamente caracterizados, permitindo ao contribuinte o exercício da ampla defesa. SUJEIÇÃO PASSIVA. COMPROVAÇÃO DA PROPRIEDADE. São contribuintes do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Comprova a propriedade do bem imóvel a Certidão de Matrícula no Cartório de Registro de Imóveis competente. Na hipótese, não ficou comprovado que matrícula do imóvel rural tenha sido cancelada, na forma da lei. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DILIGÊNCIA OU PERÍCIA. A diligência ou perícia não se presta à produção de prova documental que deveria ter sido juntada pelo sujeito passivo para contrapor aquelas feitas pela fiscalização. ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. Admitese, para o cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, a exclusão da Área de Reserva Legal, desde que, em data anterior à da ocorrência do fato gerador do tributo, tenha sido averbada à margem da matrícula do imóvel rural no Cartório de Registro de Imóveis competente. Na hipótese, não se comprovou a averbação da área de reserva legal ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. Para a exclusão da Área de Preservação Permanente declarada da área total do imóvel rural, necessário apresentar Ato Declaratório Ambiental ADA protocolado junto ao órgão de controle do meio ambiente. Na hipótese, a interessada não logrou comprovar a Área de Preservação Permanente por meio de documento hábil. VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS SIPT. UTILIZAÇÃO DO VTN MÉDIO DECLARADO. O VTN médio declarado por Município, constante do SIPT, obtido com base nos valores informados na DITR, sem considerar levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura da Unidade Federada ou do Município, não pode ser utilizado para fins de arbitramento, por contrariar o disposto no artigo 14, § 1.º, da Lei n.º 9.393, de 1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em afastar a Fl. 409DF CARF MF Processo nº 10530.720190/200725 Acórdão n.º 2401005.426 S2C4T1 Fl. 410 4 alegação de nulidade do auto de infração, vencida a Conselheira Eivanice Canário da Silva e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário, para restabelecer o valor da terra nua declarado, vencida a Conselheira Eivanice Canário da Silva, que votou por dar provimento ao recurso. O juízo de admissibilidade dos embargos foi feito pelo Presidente da 2ª Seção de Julgamento do CARF, nos termos do despacho de fls. 401/406: [...] a) INEXATIDÃO MATERIAL No v. acórdão, ora embargado, a Conselheira Relatora esclareceu, em seu voto, que a decisão proferida pelo Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia(TJBA) determinou a suspensão do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural(ITR) correspondente à Fazenda Taboleirinho, objeto do presente processo, registrando que tal decisão deverá ser cumprida pela Receita Federal do Brasil. Confirase: "Salientamos, por fim, que a decisão proferida pelo Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, no processo administrativo n° 000920757.2013.8.05.0000, determinou a suspensão do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR correspondente aos imóveis cujas matrículas foram bloqueadas, decisão esta que deve ser cumprida pela repartição de origem, nos termos em que foi exarada." (Grifouse; fl. 222) Na ocasião do julgamento do recurso voluntário da ora EMBARGANTE, após ter sido debatida pelos integrantes dessa Ia Turma, a determinação referida acima foi acolhida por todos os Conselheiros. No entanto, tal determinação deixou de constar do respectivo acórdão. Confirase: "Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em afastar a alegação de nulidade do auto de infração, vencida a Conselheira Eivanice Canário da Silva e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário, para restabelecer o valor da terra nua declarado, vencida a Conselheira Eivanice Canário da Silva, que votou por dar provimento ao recurso.". b) ERRO DE FATO 01 10.Em seu voto. a Conselheira Relatora afirma que, embora entenda que há indícios veementes da ocorrência de fraude, em razão da constatação da inexistência da matrícula 5817, a qual originou as matrículas 1879 e 1927, a EMBARGANTE ainda Fl. 410DF CARF MF Processo nº 10530.720190/200725 Acórdão n.º 2401005.426 S2C4T1 Fl. 411 5 teria legitimidade passiva em relação à cobrança dos débitos de ITR lançados por meio da Notificação de Lançamento originária deste Processo Administrativo, pois ainda não haveria uma decisão definitiva da questão. [...] c) ERRO DE FATO 02 16.A respeito da comprovação da inexistência da matrícula 5817, a qual originou as matrículas 1879 e 1927 do imóvel em questão, consta o seguinte do v. acórdão embargado: "Às fls. 204, foi anexada Certidão do Cartório de Registro de Imóveis e Hipotecas do Primeiro Ofício da Comarca de Barreiras (BA), na qual certifica não constar, dos arquivos do Cartório, a ficha da matrícula Rl5817 em 4 de maio de 1983 Protocolo 13.632 de 29 de abril de 1983, em nome de Ahyrton Carvalho Franca. Por ser relevante para este processo, o documento será também considerado na presente análise. [...] O Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, no seu artigo 65, prevê a possibilidade dos embargos declaratórios. Transcrevemos. Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. Do b) ERRO DE FATO 01 e c) ERRO DE FATO 02 O art. 65 do RICARF permite os embargos de declaração quando revelados no acórdão proferido os vícios ali descritos, não se prestando a analisar inconformidade no decisum, a qual deve ser debatida em via própria. Os argumentos carreados informam que o embargante busca juízo de retratação da decisão, com exame de elementos de prova, através de meio que não tem o condão de alcançar esse fim. Assim, temos que não assiste razão ao embargante quanto aos vícios apontados, pois não restou demonstrado que o r. acórdão deixou de se pronunciar sobre alguma questão suscitada pelas partes, tampouco se apontou obscuridade ou contradição entre os fundamentos e a conclusão do julgado. Vejamos jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. ART. 535, I E II, DO CPC/1973. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. Fl. 411DF CARF MF Processo nº 10530.720190/200725 Acórdão n.º 2401005.426 S2C4T1 Fl. 412 6 AUSÊNCIA. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. DESCABIMENTO. 1. Os embargos de declaração, conforme dispõe o art. 535, I e II, do CPC/1973, destinamse a suprir omissão, afastar obscuridade ou eliminar contradição existente no julgado, o que não ocorre na hipótese em apreço. 2. Não são cabíveis os presentes embargos, haja vista que a real intenção da parte embargante não é sanar alguma omissão, contradição ou obscuridade no acórdão impugnado, e, sim, rediscutir o quanto decidido, buscando efeitos infringentes em situação na qual não são cabíveis. 3. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte. Nesse sentido: STJ, REsp 739.711/MG, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJU de 14/12/2006. 4. Registrese, ainda, que não se pode confundir decisão contrária ao interesse da parte com ausência de fundamentação ou negativa de prestação jurisdicional. Em tal sentido: STJ, REsp 801.101/MG, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJe de 23/4/2008. (...)(EDcl nos EDcl nos EREsp 784394 / RS , DJe 17/08/2016) (Grifouse.) Do que posto, temos que as matérias: b) ERRO DE FATO 01 e c) ERRO DE FATO 02, não são passíveis de análise via embargos de declaração, uma vez que não restou demonstrada nenhuma das hipóteses do art. 65 retro. Quanto ao tópico a) INEXATIDÃO MATERIAL, devem ser admitidos os aclaratórios para sanear a omissão da decisão proferida quanto a suspensão do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Conclusão Diante do exposto, devese acolher parcialmente os Embargos de Declaração, submetendo os autos novamente à apreciação do Colegiado, com vistas a sanar o vício apontado pelo Embargante, referente à matéria: a) INEXATIDÃO MATERIAL. É o relatório. Fl. 412DF CARF MF Processo nº 10530.720190/200725 Acórdão n.º 2401005.426 S2C4T1 Fl. 413 7 Voto Conselheiro Francisco Ricardo Gouveia Coutinho Tratamse de embargos de declaração (erros de fato 01 e 02) e embargos inominados (inexatidão material), que, nos termos do despacho de admissibilidade, foram apenas acolhidos os aclaratórios para sanar erro material constante na parte do dispositivo do Acórdão nº 2101002.394. Em relação aos Erros de Fato (01 e 02), apontados pelo recorrente, constatou se que não são passíveis de análise via embargos de declaração, uma vez que não restou demonstrada nenhuma hipótese do art. 65 do Regimento Interno do CARF. No tocante a INEXATIDÃO MATERIAL, embargo inominado (art. 66 do RICARF), verificouse a necessidade de sanear a omissão da decisão do Acórdão nº 2101 002.394 (fls. 204/222), quanto a suspensão do pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Compulsando os autos, verificase que sobre a matrícula do imóvel nº 1879, (NIRF nº 5.696.1642), objeto da notificação de lançamento, existe uma questão administrativa judicial a ser decidida no âmbito do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça da Bahia. Neste sentido, é teor do Acórdão no Recurso Administrativo nº 000920757.2013.8.05.0000, fls. 184/197. Portanto, devese alterar a parte do dispositivo, para que também seja incluído a informação referente à suspensão do pagamento do ITR, considerando que essa informação já consta dos fundamentos do acórdão referenciado. Onde se lê: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em afastar a alegação de nulidade do auto de infração, vencida a Conselheira Eivanice Canário da Silva e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário, para restabelecer o valor da terra nua declarado, vencida a Fl. 413DF CARF MF Processo nº 10530.720190/200725 Acórdão n.º 2401005.426 S2C4T1 Fl. 414 8 Conselheira Eivanice Canário da Silva, que votou por dar provimento ao recurso. Leiase Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em afastar a alegação de nulidade do auto de infração, vencida a Conselheira Eivanice Canário da Silva e, no mérito, por maioria de votos, em dar provimento em parte ao recurso voluntário, para, restabelecer o valor da terra nua declarado, vencida a Conselheira Eivanice Canário da Silva, que votou por dar provimento ao recurso, devendo a unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil de jurisdição adotar as providencias cabíveis, nos termos da decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (Acórdão Processo Administrativo nº 000920757.2013.8.05.0000), que suspendeu o pagamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR. Conclusão Em vista do exposto, voto no sentido de conhecer dos embargos e, no mérito, acolhêlos parcialmente a fim de sanar a INEXATIDÃO MATERIAL no Acórdão nº 2101 002.394, para incluir na parte do dispositivo conforme acima. (assinado digitalmente) Francisco Ricardo Gouveia Coutinho Fl. 414DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.001291/2006-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003, 2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO DISPOSITIVO DA DECISÃO. SANEAMENTO.
Acolhem-se os embargos de declaração para suprir omissão, com efeitos infringentes.
RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. RESP 923012/MG.
Numero da decisão: 1401-002.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos conhecer dos embargos para, no mérito, dar-lhes provimento e reconhecer a responsabilidade da sucessora em relação às multas punitivas conforme decisão paradigma proferida pelo STJ em sede de Acórdão de Recurso Especial com efeitos repetitivos.
(assinado digitalmente)
Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin - Relatora.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Letícia Domingues Costa Braga, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201802
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2003, 2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO DISPOSITIVO DA DECISÃO. SANEAMENTO. Acolhem-se os embargos de declaração para suprir omissão, com efeitos infringentes. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. RESP 923012/MG.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed May 30 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 16327.001291/2006-12
anomes_publicacao_s : 201805
conteudo_id_s : 5865878
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu May 31 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1401-002.168
nome_arquivo_s : Decisao_16327001291200612.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
nome_arquivo_pdf_s : 16327001291200612_5865878.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos conhecer dos embargos para, no mérito, dar-lhes provimento e reconhecer a responsabilidade da sucessora em relação às multas punitivas conforme decisão paradigma proferida pelo STJ em sede de Acórdão de Recurso Especial com efeitos repetitivos. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin - Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Letícia Domingues Costa Braga, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
dt_sessao_tdt : Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
id : 7295235
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:18:59 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309308186624
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1689; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 659 1 658 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.001291/200612 Recurso nº Embargos Acórdão nº 1401002.168 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 23 de fevereiro de 2018 Matéria Embargos de Declaração Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado KIRTON BANK S.A. BANCO MULTIPLO ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003, 2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO NO DISPOSITIVO DA DECISÃO. SANEAMENTO. Acolhemse os embargos de declaração para suprir omissão, com efeitos infringentes. RESPONSABILIDADE POR SUCESSÃO. A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. RESP 923012/MG. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos conhecer dos embargos para, no mérito, darlhes provimento e reconhecer a responsabilidade da sucessora em relação às multas punitivas conforme decisão paradigma proferida pelo STJ em sede de Acórdão de Recurso Especial com efeitos repetitivos. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 12 91 /2 00 6- 12 Fl. 659DF CARF MF 2 Santos Mendes, Letícia Domingues Costa Braga, Abel Nunes de Oliveira Neto, Livia De Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. Fl. 660DF CARF MF Processo nº 16327.001291/200612 Acórdão n.º 1401002.168 S1C4T1 Fl. 660 3 Relatório Tratase de embargos de declaração interpostos pela Fazenda Nacional. Afirmase que a 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 1ª Seção do CARF, ao prolatar o Acórdão nº 1401001.761, incorreu em omissão quanto à aplicabilidade do art. 62, § 2º do RICARF, no que se refere à aplicação de tese assentada pela Corte Especial, sob a sistemática dos recursos repetitivos (art. 543C do antigo CPC). Em concreto, a questão gravita em torno do alcance da responsabilidade da pessoa jurídica sucessora pelo adimplemento tributário das dívidas herdadas da empresa sucedida. Enveredase na interpretação dos art. 132 e 133 do CTN, Mais especificamente porque no acórdão embargado constou a seguinte ementa: IRPJ RESPONSABILIDADE DA SUCESSORA. MULTA FISCAL PUNITIVA APÓS A INCORPORAÇÃO A responsabilidade da sucessora, nos estritos termos do art. 132 do Código Tributário Nacional e da lei ordinária (Decretolei n° 1.598/77, art. 5°), restringese aos tributos não pagos pela sucedida. A transferência de responsabilidade sobre a multa fiscal somente se dá quando ela tiver sido lançada antes do ato sucessório, porque, neste caso, tratase de um passivo da sociedade incorporada, assumido pela sucessora.(grifamos) Tal qual identificado pela Fazenda Nacional, a matéria suscitada no Acórdão embargado foi objeto de tese firmada pelo STJ na sistemática de precedentes afeita àquela corte, tendo como contexto o RE nº 923.012/MG. Nesse sentido, o teor da decisão paradigma difere das conclusões firmadas pela Turma quanto aos requisitos da obrigação tributária em análise. Resgatando o essencial que decorre desse julgado, temos: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. RESPONSABILIDADE POR INFRAÇÃO. SUCESSÃO DE EMPRESAS. ICMS. BASE DE CÁLCULO. VALOR DA OPERAÇÃO MERCANTIL. INCLUSÃO DE MERCADORIAS DADAS EM BONIFICAÇÃO. DESCONTOS INCONDICIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. LC N.º 87/96. MATÉRIA DECIDIDA PELA 1ª SEÇÃO, NO RESP 1111156/SP, SOB O REGIME DO ART. 543C DO CPC. 1. A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão. Fl. 661DF CARF MF 4 Notadamente, as decisões assemelhamse quanto à abrangência das rubricas transferidas de uma entidade a outra, conforme prescrevem os arts. 132 e 133 do CTN. Todavia, vemos objetivamente que, enquanto o Acórdão recorrido exige a constituição do crédito tributário mediante o lançamento para que se efetive o procedimento, a decisão em recurso repetitivo aponta que, tendo o fato gerador ocorrido anteriormente à transferência, há que se atribuir a responsabilidade pelo pagamento dos tributos, além dos eventuais acréscimos legais, à empresa sucessora. Na espécie, afirma a embargante: "No caso concreto, observase que o fato gerador das multas cobradas no auto de infração do presente feito, referente ao período de apuração de 2003, antecedem o evento sucessório ocorrido em 2005, pelo qual a empresa HSBC BANK BRASIL S/A – BANCO MÚLTIPLO adquiriu as ações do antigo BANCO LLOYDS TSB S/A". Diante disso, compreendemos a existência de semelhança de contexto entre o decisório decorrente do Recurso Especial nº 923.012/MG (recurso repetitivo) e o presente acórdão, bem como caminhos contrários em seus resultados que poderão porventura refletir em uma mudança de entendimento da Turma recorrida. Nos termos do art. 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015: Art. 62 [...] § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Justamente com base neste dispositivo foram admitidos os presentes embargos opostos pela Fazenda Nacional para que o Colegiado reexamine a questão referente à transferência da dívida tributária. É o relatório. Voto Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Relatora Os embargos são tempestivos, para preencher todos os requisitos de admissibilidade, há que se verificar a existência dos vícios apontados. Em apertada síntese, o feito diz respeito à responsabilidade do contribuinte por multas punitivas impostas a sucedida. O acórdão embargado foi decidido, por volto de qualidade, em favor do contribuinte sucessor, no sentido de que ele não poderia vir a ser responsabilizado por multas punitivas impostas à sucedida em razão de atos infracionais exclusivamente por ela praticados, embora em momento anterior à sucessão, pois como consta dos autos o fato gerador das multas Fl. 662DF CARF MF Processo nº 16327.001291/200612 Acórdão n.º 1401002.168 S1C4T1 Fl. 661 5 cobradas no auto de infração do presente feito, referente ao período de apuração de 2003, antecedem o evento sucessório ocorrido em 2005, pelo qual a empresa HSBC BANK BRASIL S/A – BANCO MÚLTIPLO adquiriu as ações do antigo BANCO LLOYDS TSB S/A. Contudo, tendo em vista o dever de reprodução, por parte dos Conselheiros CARF, das decisões de mérito proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática do art. 543C do CPC, conforme disposto no art. 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. Bem como, reconhecendo que o conteúdo do RESP 923012/MG, segundo o qual: " A responsabilidade tributária do sucessor abrange, além dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratórias ou punitivas, que, por representarem dívida de valor, acompanham o passivo do patrimônio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido até a data da sucessão", foi julgado pela sistemática do art. 543C do CPC, acolho os embargos opostos pela PGFG com efeitos infringentes Conheço, pois, os embargos nesse item para, no mérito, darlhes provimento e reconhecer a responsabilidade da sucessora em relação às multas punitivas conforme decisão paradigma proferida pelo STJ em sede de Acórdão de Recurso Especial com efeitos repetitivos. (assinado digitalmente) Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Fl. 663DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.917519/2009-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 08 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.454
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimaraes, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli.
Nome do relator: PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201805
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jun 08 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10830.917519/2009-56
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5867890
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jun 08 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1201-000.454
nome_arquivo_s : Decisao_10830917519200956.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
nome_arquivo_pdf_s : 10830917519200956_5867890.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimaraes, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli.
dt_sessao_tdt : Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
id : 7314383
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:19:20 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309338595328
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1591; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.917519/200956 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1201000.454 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 17 de maio de 2018 Assunto COMPENSAÇÃO Recorrente CITYGRÁFICA ARTES GRÁFICAS E EDITORA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimaraes, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli. Relatório Adotase o relatório da Resolução nº 1802000.617 da então 2ª Turma Especial deste CARF, com os complementos necessários a seguir: Cuidam os autos do Recurso Voluntário de efls. 87/88 contra decisão da 1ª Turma da DRJ/Belém (efls. 148/152) que julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 17 51 9/ 20 09 -5 6 Fl. 246DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 3 2 Quanto aos fatos, consta dos autos que: em 24/07/2009, utilizando o programa gerador PER/DCOMP, a contribuinte transmitiu pela internet a declaração de compensação nº 31534.83997.240709.1.3.04 7896 (efls. 113/118), informando: direito créditório utilizado na DCOMP: R$ 4.964,21 (valor original): que o direito creditório pleiteado decorreu de pagamento indevido ou a maior da CSLL do período de apuração 30/09/2008, código de receita 2372 (regime de apuração Lucro Presumido), data de arrecadação 31/10/2008, valor original do recolhimento – DARF R$ 23.397,19 (1ª quota). Total do crédito original na data da transmissão: R$ 23.397,19. Comprovante de pagamentoCópia DARF (efl. 218). débito compensado: CSLL (código de receita 2372 IRPJ PJ que apura imposto pelo Lucro Presumido), PA 2º trimestre 2009, data de vencimento 31/07/2009, assim discriminado: principal: R$ 5.380,71; multa: R$ 0,00; juros de mora: R$ 0,00; Total: R$ 5.380,71. Em 07/10/2009, houve emissão do Despacho Decisório (eletrônico), efl. 120, pela DRF/Campinas, denegando o direito creditório pleiteado, com a seguinte fundamentação: (...) 3FUNDAMENTACÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL Limite de crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data da transmissão informado no PER/DCOMP: 23;397,19. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada (...). Enquadramento legal: Arts. 165 e 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (...) Ciente dessa decisão em 19/10/2009 – Aviso de Recebimento – AR (efl. 140), a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 06/11/2009 (efls. 02/08), Fl. 247DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 4 3 despacho de expediente confirmando a tempestividade (efl. 145). A Contribuinte juntou, ainda, documentos de efls. 09/138. Razões aduzidas pela contribuinte, em resumo, são as seguintes: a) preliminarmente, suscitou nulidade do despacho decisório por falta de clareza na fundamentação que não reconheceu o crédito pleiteado, não homologando a compensação informada; que o ato administrativo deve ter motivação clara; b) origem e suficiência do crédito utilizado na compensação informada: que a empresa iniciou suas atividades no ramo gráfico em 16/06/1983 e sempre primou pelo atendimento das suas obrigações tributárias, trabalhistas, previdenciárias e outras das demais naturezas. Nessa condição, optou pela tributação do IRPJ e da CSLL com base no Lucro Presumido; que, por interpretação errônea da legislação, enquadrou e efetuou recolhimentos da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL durante longo período de forma equivocada e com os valores muito superiores aos que efetivamente seriam devidos; que, constatado esse erro e o conseqüente direito ao crédito, buscou então informações junto à RFB em Campinas, no sentido de ser orientada de como fazer para operacionalizar a compensação ou a devolução dos valores pagos a maior do que o devido; que foi orientada a tomar providências no sentido de a) fazer a declaração do imposto de renda DIPJ do exercício em que havia necessidade das correções e enviála à Receita Federal; b) refazer e enviar as DCTF do respectivo período de apuração, com a situação considerada correta e compatível com a DIPJ; c) emitir e enviar os PER/COMP, de forma a corroborar e evidenciar os créditos a serem compensados; que apurou valores a título de CSLL realmente recolhidos a maior do que o devido, apenas quanto ao anocalendário 2008; que, em relação ao 3º trimestre/2008, recolheu a título de CSLL R$ 70.191,57 (valor original), em três quotas de R$ 23.397,19, .e que o valor devido foi de apenas R$ 20.281,83 (planilha fl. 119); que existe crédito, então, suficiente para quitação do débito confessado na DCOMP objeto dos autos. A 1ª Turma da DRJ/Belém, enfrentanto o mérito das questões suscitadas pela contribuinte, julgou a manifestação de inconformidade improcedente, mantendo a denegação do crédito pleiteado conforme Acórdão, de 24/10/2013 (efls. 148/152), cuja ementa transcrevo a seguir, in verbis: (...) ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 30/09/2008 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Fl. 248DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 5 4 Comprovado que o Despacho Decisório motivou o não reconhecimento do direito creditório na alocação integral do pagamento a débito declarado pelo contribuinte, não há que se falar em nulidade. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. NÃO RECONHECIMENTO. Diante da ausência de provas robustas que justifiquem a redução do tributo inicialmente declarado e recolhido, o crédito não deve ser reconhecido. DCTF. APRESENTAÇÃO POSTERIOR AO DESPACHO DECISÓRIO. IMPRESTABILIDADE. A simples apresentação da DCTF retificadora posteriormente à ciência do Despacho Decisório que não reconheceu o direito creditório torna a mesma imprestável para o fim proposto. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido (...) Ciente desse decisum em 10/01/2014 por AR (efl. 155), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 05/02/2014 (efls. 158/172), juntando ainda documentos de efls. 173/219, aduzindo em suas razões, em resumo: que a atividade gráfica pode configurarse como industrial, comercial ou de prestação de serviços; que o serviço de gráfica pode ser equiparado ao de indústria e, assim, o coeficiente de presunção do lucro é de 12% para a CSLL quando atuar nas áreas comercial, industrial; que, no caso, a contribuinte entende que sua atividade de gráfica é equiparado a estabelecimento industrial; que relativo ao 3º trimestre/2008 confessou débito da CSLL na DCTF, mediante aplicação do coeficiente de presunção de 32%, quando deveria ter aplicado coeficiente de 12% para indústria; que na DIPJ o débito da CSLL foi apurado mediante aplicação do coeficiente de 12%; que, por conseguinte, apurou direito creditório da CSLL, por pagamento a maior; que o direito creditório pleiteado, quanto ao PA indicado, foi denegado pela decisão a quo pelo fato do pagamento/recolhimento estar integralmente alocado, consumido, por débito confessado na DCTF e que, por outro lado, a DCTF retificadora apresentada após ciência do despacho decisório da DRF/Campinas não pode ser aceita, pois não restou comprovado, com documentos da escrituração contábil, que houve erro material, erro de fato, na apuração e no preenchimento da DCTF primitiva que pudesse justificar a apresentação de DCTF retificadora; que, diversamente do entendimento da decisão recorrida, existe o direito creditório pleiteado; Fl. 249DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 6 5 que a decisão recorrida ofendeu ao princípio da verdade material, deixando de analisar, com profundidade, a lide; que, a despeito de não ter efetuado a retificação da DCTF antes da ciência do despacho decisório, não inviabiliza a existência do direito ao crédito pleiteado, uma vez que tem toda a documentação que legitima o seu direito, juntando ao recurso as seguintes provas da existência do crédito pleiteado: cópia da DIPJ original, data de recepção 23/06/2009 (efls. 193/196); cópia da DCTF retificadora, recepção 21/10/2009 (efls. 198/200); Cópia de algumas folhas dos livros Diário e Razão Analítico do 3º trimestre/2008 (efls. 202/215); Cópia do DARF de recolhimento das três quotas da CSLL do 3º trimestre/2008 (Débito confessado na DCTF primitiva) (efls. 217/219). que os precedentes jurisprudenciais do E. Conselho Adminstrativo – CARF apontam, indicam, que a documentação trazida, em sede de recurso, deve ser apreciada, quanto ao direito creditório pleiteado, decorrente de erro material (erro de fato) na apuração da exação fiscal, que implicou pagamento/recolhimento a maior ou indevido (Acórdão nº 130200.532); que a DIPJ, DCTF retificadora e os registros contábeis comprovam a efetividade do crédito pleiteado; que os registros contábeis fazem prova a favor do contribuinte (RIR/99, art. 923); que os precedentes jurisprudencias do CARF são nesse sentido (Acórdão nº 10196.402); que o erro de fato quanto ao débito informado na DCTF primitiva não configura confissão irretratável, podendo a contribuinte retificar essa declaração para sanar o erro cometido; que, nesse sentido, são os precedentes do CARF, realçando o princípio da verdade material (Acórdãos nºs 130201.015 e 20309.788); que a contribuinte tem toda a documentação contábil que demonstra a origem do crédito da CSLL do 3º trimestre/2008, e que a apresentação da DCTF retificadora, após a ciência do despacho decisório, não pode, por si só, restringir o direito creditório da recorrente; que, identificado o erro de fato, a Administração Tributária tem o dever observar o princípio da verdade material; que há precedentes do CARF admitindo a possibilidade de produção de provas em sede de recurso voluntário (Acórdãos nºs 10319.789 e 10809.655); que, sendo assim, os documentos hábeis trazidos pela recorrente no recurso devem ser apreciados; que, ainda assim, caso existir dúvida quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado, para que prevaleça o princípio da verdade material, que se converta o julgamento em diligência. Por tudo que foi exposto, a recorrente requer o reconhecimento do crédito pleiteado e a extinção do débito confessado, mediante homologação da compensação objeto dos autos. Por essa Resolução, os autos baixaram em diligência: Fl. 250DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 7 6 Como visto, há necessidade de saneamento do processo. Para evitar prejuízo à ampla defesa e ao contraditório e atento ao princípio da verdade material, propugno pela realização de instrução processual complementar, ou seja, baixar os autos do processo à unidade de origem da RFB, no caso DRF/Campinas a fim de que a fiscalização da RFB: a) intime a contribuinte a comprovar, à luz da escrituração contábil/fiscal (livros Caixa, Razão, Diário e Lalur) e respectivos documentos de suporte (por exemplo, notas fiscais de vendas, saídas): o alegado erro de fato na apuração da CSLL/preenchimento da DCTF primitiva, que justifique a DCTF retificadora apresentada reduzindo o débito da CSLL, gerando o crédito pleiteado; a natureza das receitas auferidas no 3º trimestre/2008, se decorrentes de atividades diversificaddas: (i) serviços gráficos de impressão operação por encomenda direta do consumidor/usuário final com ou sem fornecimento de material/oficina que forneça preponderantemente trabalho profissional; (ii) se de operação de comércio/indústria; (iii) ou se as receitas decorreram de todas essas atividades mencionadas; a segregação de receitas por atividade, no caso de atividades diversificadas: indicar em planilha –resumo do PA do crédito pleiteado: a data de cada operação, respectivo nº da nota fiscal, natureza da receita auferida na operação/atividade desenvolvida, valor da operação, destinatário, e respectivo coeficiente de presunção do lucro da CSLL; b) analise, verifique, audite, as notas fiscais do 3º trimestre/2008, no sentido de verificar se há faturamento de receitas de atividades diversificadas, sujeitas respectivamente a coeficientes de presunção do lucro da CSLL específicos, diversos, ou seja de 32% e de 12%; c) existindo receitas de atividades gráficas diversificadas devidamente identificadas, caracterizadas pela fiscalização (juntar por amostragem cópias de notas fiscais do período de apuração), verificar se houve, ou não, correta segregação das receitas na escrituração contábil/fiscal pela recorrente, para cada atividade desenvolvida no 1º trimestre/2008, e se houve, ou não, correta aplicação do coeficiente de presunção do lucro de 32% ou de 12%, conforme determina o § 3º do art. 518 do RIR/99, base legal Lei 9.249/95, art. 15, §2º, e para efeito de aferição da certeza e liquidez do crédito pleiteado; d) inexistindo atividades diversificadas, ou seja, existindo atividade única, qual a natureza das receitas auferidas pela recorrente no período de apuração objeto do crédito pleiteado e respectivo coeficiente de presunção da CSLL; e) apurar, caracterizar, se a contribuinte cometeu, ou não, erro de fato na apuração da CSLL do respectivo PA que justifique a DCTF retiticadora transmitida após ciência do despacho decisório e o pedido de restituição do crédito pleiteado; f) elabore, ao final do procedimento de diligência, relatório circunstanciado, pormenorizado, dos resultados da diligência em relação ao direito creditório pleiteado nos presentes autos (se o crédito demandado tem certeza e liquidez, se está ou disponível para ser utilizado para compensação do débito confessado na DCOMP objeto dos autos); Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 8 7 g) intime a contribuinte do relatório de diligência (resultado da diligência), abrindo prazo de 30 (trinta) dias a partir da ciência para manifestação nos autos, caso queira. Decorrido o prazo com ou sem manifestação da contribuinte, retornem os autos ao CARF para julgamento da lide. Segundo relata a autoridade fiscal encarregada da diligência, esta restou improfícua, muito embora todo o empenho demonstrado, como pode ser visto na Informação Fiscal (fl. 243): Todavia, em que pese ter encaminhado a correspondência ao endereço constante dos sistemas internos dessa RFB – uma vez que o sujeito passivo não possui Domicílio Tributário Eletrônico – o respectivo Aviso de Recebimento retornou a essa unidade fazendária, com a informação dos Correios de que inexistia o número indicado. Cumpre nesse instante assinalar que, pelas regras do Processo Administrativo Fiscal – PAF – quando a intimação resultar infrutífera, a autoridade administrativa determinará a publicação de edital eletrônico com o fito de dar ciência do ato à interessada. E tal foi feito. Entretanto, compulsando os autos, verifiquei que a autora havia registrado endereço distinto em seu Recurso Voluntário – Av. Mirandópolis, 187, Jd. Do Lago, CampinasSP. Assim, paralelamente à publicação do edital, encaminhei para este endereço a mesma intimação. Contudo, uma vez mais, não obtivemos êxito na tentativa, haja vista o retorno desse novo AR, agora com a informação “Mudouse”, conforme tela da página dos Correios na rede mundial de computadores. Isto posto, considerando as tentativas de contato com a contribuinte em endereços distintos e a publicação de edital em conformidade com o que reza o art. 23, do Decreto nº 70.235/72, todas infrutíferas, dou por encerrados os procedimentos diligenciais, informando à Ínclita Autoridade Julgadora a impossibilidade de cumprimento da demanda a nós encaminhada. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator. Admissibilidade. O recurso foi protocolado tempestivamente e atende aos demais requisitos estabelecidos na legislação, dele devendose conhecer. Diligência. A diligência demandada pela primeira Resolução não foi levada a efeito tendo se em vista que não foi possível intimarse a contribuinte. Como visto à fl. 237, o endereço constante no CNPJ é Rua Mal. Deodoro, nº 334, Sala B, Centro, Campinas/SP: Fl. 252DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 9 8 Ocorre que, conforme alterações contratuais devidamente registradas na JUCESP e constantes dos autos, houve ao menos duas mudanças de endereço: Alteração contratual de 1º de fevereiro de 2006 (fls 123 a 128): Alteração contratual de 21 de novembro de 2012 (fls. 178 a 182), anexa ao Recurso Voluntário: Muito embora tais alterações não tenham sido informadas à Receita Federal para fins de atualização cadastral, o fato é que o endereço mais recente não é nenhum dos dois aos quais foram enviadas as intimações por via postal. Como já salientado, embora todo o empenho da autoridade fiscal encarregada da diligência, inclusive tendo providenciado fosse publicado edital, a intimação a ela relativa (diligência) não foi endereçada corretamente. Notese que a intimação quanto à decisão de primeira instância já havia sido enviada à Rua Elton César, 261/281 (AR à fl. 155): Fl. 253DF CARF MF Processo nº 10830.917519/200956 Resolução nº 1201000.454 S1C2T1 Fl. 10 9 Fazse, pois, necessário o encaminhamento correto da intimação da diligência, sem prejuízo de representação à autoridade da DRF/Campinas responsável pelo CNPJ para as providências cabíveis. Conclusão. Em face do exposto, voto por converter o julgamento em diligência, nos mesmos termos da Resolução nº 1802000.617, devendo ser observado, para fins de intimação, o endereço constante na última alteração contratual da recorrente: Rua Elton César, 261/281. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Fl. 254DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.002197/97-25
Turma: Primeira Turma Superior
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 02 00:00:00 UTC 1998
Numero da decisão: 101-02.295
Decisão: RESOLVEM os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: Edson Pereira Rodrigues
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 199806
turma_s : Primeira Turma Superior
numero_processo_s : 10480.002197/97-25
conteudo_id_s : 5871960
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 101-02.295
nome_arquivo_s : Decisao_104800021979725.pdf
nome_relator_s : Edson Pereira Rodrigues
nome_arquivo_pdf_s : 104800021979725_5871960.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : RESOLVEM os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
dt_sessao_tdt : Tue Jun 02 00:00:00 UTC 1998
id : 7335165
ano_sessao_s : 1998
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:20:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309358518272
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; pdf:docinfo:title: 10102295_104800021979725_199801; xmp:CreatorTool: Smart Touch 1.7; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dcterms:created: 2017-04-07T15:26:20Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; title: 10102295_104800021979725_199801; pdf:docinfo:creator_tool: Smart Touch 1.7; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:encrypted: false; dc:title: 10102295_104800021979725_199801; Build: FyTek's PDF Meld Commercial Version 7.2.1 as of August 6, 2006 20:23:50; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: ; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:subject: ; meta:creation-date: 2017-04-07T15:26:20Z; created: 2017-04-07T15:26:20Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; Creation-Date: 2017-04-07T15:26:20Z; pdf:charsPerPage: 738; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; pdf:docinfo:custom:Build: FyTek's PDF Meld Commercial Version 7.2.1 as of August 6, 2006 20:23:50; meta:keyword: ; producer: Eastman Kodak Company; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Eastman Kodak Company; pdf:docinfo:created: 2017-04-07T15:26:20Z | Conteúdo => • • Processo nO. Recurso nO. Matéria Recorrente Recorrida Sessão de MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CÂMARA : 10480.002197/97-25 : 114.474 : IRPJ E REFLEXOS - EXERCíCIOS DE 1993 E 1994 : ELETRO METALÚRGICA JACY LTOA. : DRJ em Recife - PE. : 02 de junho de 1998 RESOLUÇÃO NR. 101-02.295 • Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ELETRO METALÚRGICA JACY LTOA. RESOLVEM os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator . • RODRIGUES E RELATOR FORMALIZADO EM: o 8JUN 1998 •• Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: JEZER DE OLIVEIRA CÂNDIDO, FRANCISCO DE ASSIS MIRANDA, KAZUKI SHIOBARA, SEBASTIÃO RODRIGUES CABRAL, RAUL PIMENTEL, CELSO ALVES FEITOSA e SANDRA MARIA FARONI. • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 2 • Recurso Recorrente : 114.474 : ELETRO METALÚRGICA JACY LTOA. RELATÓRIO A contribuinte em epígrafe sofreu autuação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e reflexos (Contribuição Social, PIS, COFINS, e IR-Fonte) referente aos exercícios de 1993 e 1994 (anos-calendário de 1992 e 1993), às f1s08/44, na qual foi lançado o crédito tributário total de 1.254.331,28 UFIR, inclusos os consectários legais até 27/06/95, valor este discriminado às fls. 03/04. As irregularidades apontadas pela fiscalização, que se encontram minuciosamente descritas no termo de fls. 05/07, referem-se a: - Omissão de receita operacional - A Fiscalização constatou a emissão de • cheques da Metalúrgica Jacy S/A em favor de Eletro Metalúrgica Jacy Ltda, nos valores de Cr$ 184.500.000,00 (dezembro/92) e Cr$ 169.800.000,00 Ganeiro/93), para suposto pagamento de compras de equipamento de terceiros, sem confirmação da operação. Presumindo que os valores dos cheques depositados referiam-se a resultado da atividade da empresa beneficiária, considerou-os receita omitida . • Enquadramento legal artigos 157 e 9 1°, 175, 178, 179, 387, 11, do Regulamento do Imposto, aprovado pelo Decreto 85.450/80 - RIR/80; artigos 43 e 44 da Lei nO8.541/92. • O referido valor constituiu base tributável do IRPJ, IRRF, PIS, COFINS e da Contribuição SOCial.y • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 3 • • - Glosa de custos - comprovacão inidônea - referente contabilização de custos com matéria-prima apoiados em nota fiscal inidônea, "nota fria", cujo o valor e características da via em poder da Contribuinte, diferem da via fixa encontrada em poder da emitente . Segundo a Fiscalização, a Contribuinte não comprovou o efetivo pagamento das operações ou mesmo o recebimento das mercadorias. Além do que os supostos fornecedores reconhecem como verdadeiras apenas as operações registradas nas notas fiscais que se encontram em seu poder, negando responsabilidade pela emissão das vias apresentadas pela Contribuinte . Os valores tributados nos autos de infração do IRPJ, IRRF e Contribuição Social) são os seguintes (Cr$/CR$): • 06/92 12/92 01/93 02/93 03/93 04/93 05/93 06/93 08/93 85.117.344,00 718.261.410,80 390.142.660,00 155.882.350,00 1.402.032.800,00 85.991.319,06 704.926.422,70 2.509.837.680,00 2.074.080.00 • • Enquadramento legal: artigos 157, 9 1°, 158, 182, 183, I, 192 ele 197 e 387, I, do RIR/80; artigos. 3° e 25 da Lei 8.541/92. A infração sofreu a incidência da multa qualificada de 300%, prevista no artigo 4°, inciso li, da Lei 8.218/82, face à fraude. Tempestivamente, a contribuinte apresentou impugnação, às fls. 396/407, acompanhada dos documentos de fls. 408/506, contestando integralmente autos de infração, alegando, em síntese que:V • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 4 • - anexado aos autos a impugnação apresentada pela empresa Metalúrgica Jacy S/A, requerendo que as razões nela apresentadas no que lhe for referente, sejam consideradas como se estivessem transcritas na sua impugnação; - os cheques emitidos pela Metalúrgica Jacy S/A, em seu favor, correspondem a Cr$ 354.300.000,00, e foram destinados a pagamentos à Inconal - Indústria e Comércio Ltda., conforme recibos anexos, onde estão identificados os cheques, tendo havido quitação por parte da Inconal, através de duplicata, quando do último pagamento; - não são corretas as acusações fiscais de que a requerente não teria comprovado qualquer pagamento à Inconal, relativo à aquisição de equipamentos, ou de que tais equipamentos teriam sido adquiridos diretamente do fabricante. Quanto a isto esclarece que o contrato de compra entre Metalúrgica Jacy S/A eU. M. Cifali Construções não chegou a ser concluído, havendo sobre o mesmo um questionamento jurídico e o maquinário foi, efetivamente, negociado com a Inconal; • - destaca que os cheques emitidos por Metalúrgica Jacy não foram depositados em suas contas bancárias, apenas os recebeu e repassou à Inconal; •• • .- por outro lado, entende que mesmo que a acusação fiscal fosse procedente, deveria ter sido apurado o lucro líquido decorrente da suposta omissão, pois a acusação prevê que deve ser determinado como lucro o correspondente a 50% dos valores considerados omitidos, e cita o artigo 400, ~ 6°, do Regulamento do Imposto de Renda - RIR/80. No mesmo sentido, transcreve Acórdão do Tribunal Regional Federal - 5" Região; - considera que a fiscalização buscou a fórmula mais fácil e cômoda, porém improcedente, de concretizar a infração descrita neste item. Baseou-se em informações suspeitas tomadas de quem não tem interesse em esclarecer a verdade, para não se incriminar, e acusou-a de ser conivente ou autora dos artifícios denunciados sem pesquisar a "em ",OI•• ""pon",b"~'" pe'" ,••• ',.,,"'''' , •• _. """V • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 5 • • • - também não foi promovido o exame do volume de suas vendas para estabelecer uma correlação entre as matérias primas e os produtos finais. Se assim tivesse feito, certamente a conclusão seria de que não houve majoração de custos, porque a matéria prima foi adquirida regularmente; - entende que não pode ser punida em razão de afirmação de outros contribuintes. Neste sentido lembra que o Poder Judiciário tem decidido a favor de que o contribuinte não pode ser responsabilizado por irregularidades de seus fornecedores, e que a presunção de fraude deve ser reforçada com outras provas, inclusive a de que os produtos questionados não ingressaram fisicamente no estabelecimento mercantil; - é improcedente a afirmação fiscal de que não teria comprovado o pagamento das operações de compra de matéria prima aos fornecedores, nos valores registrados em sua contabilidade. Todas as duplicatas foram exibidas devidamente quitadas pelos referidos fornecedores; - constitui cerceamento ao direito de defesa a descrição contida na peça fiscal informando que "a requerente não teria logrado êxito na comprovação", porque além de lacônicos os termos, não se indicou qual o comprovante que deveria ter sido apresentado. Além disso, não ficou esclarecido se o valor apurado refere-se ao somatório das questionadas notas ou apenas as diferenças entre este e os valores considerados majorados, uma vez que a acusação é de apropriação indevida de custos majorados, não de "apropriação indevida da totalidade desses custos". Assim, conclui, deve ser considerado como custo/despesa pelo menos os valores considerados corretos pelos fornecedores; - entende também que mesmo procedentes os fatos descritos na peça fiscal, haveria que considerar o seu direito à redução ou isenção do imposto de renda sobre o lucro, em vista de que a legislação concessiva dos incentivos fiscais não distingue as receitas, nem ""';ao,•• g= 'o beneficioàq",.,'..,".m"". es""tu-V • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 6 • •• • • • - questiona a aplicação da alíquota de 25% no IRRF, prevista no artigo 8° do Decreto-lei nO2.065/83, quando a Lei nO7.713/88 fixou, em seu artigo 35, a alíquota de 8% ; - por outro lado, considera indevida a exigência, mesmo com base na alíquota de 8% alegando tratar-se de uma presunção juris tantum de distribuição de rendimentos aos sócios, quando está provado que tal distribuição não ocorreu. A decisão de primeira instância, anexada às fls. 515/524, julgou parcialmente procedente a ação fiscal, cancelando unicamente os valores do auto de infração do IR-Fonte, exigidos com base no Decreto-Lei 2.065/93, artigo 8°, assim ementada: "OMISSÃO DE RECEITA: A falta de comprovação da causa que deu origem à entrada de recursos em contas da empresa, presume receita de sua atividade sujeita à incidência do Imposto de Renda. MAJORAÇÃO DE CUSTOS: Comprovada a existência de notas fiscais de compra inidôneas apropriadas ao custo de produção, cabe a glosa com aplicação da multa agravada, quando não ficar descaraclerizada a responsabilidade do contribuinte pela falsificação. " Tendo tomado ciência da decisão em 21/10/96, conforme A.R. de fls. 528, verso, a contribuinte apresentou, em 11/11/96, recurso voluntário ao Conselho de Contribuintes, às fls. 530/539, com anexo de fls. 540/580 . A rigor, a contribuinte repetiu os mesmos argumentos da peça impugnatória, acrescentando que: - a despeito do que alega a douta Autoridade Julgadora, observa-se que a contabilidade comprova exatamente o contrário, ou seja, que os cheques emitidos pela Metalúrgica Jacy S/A, empresa coligada da recorrente, foram destinados a 1;nal' tendo • Processo nO : 10480.002197/97-25 7 Resolução nO : 101-02.295 esta firmado recibos específicos, cujas cópias encontram-se nos autos, jamais tendo os questionados cheques transitado sequer por conta bancária da Recorrente; - não cuidou o Auditor Tributário, responsável pela lavratura do Auto de Infração, sequer, de buscar outros indícios ou elementos de prova, que dessem respaldo à apressada conclusão de que os valores dos cheques, emitidos pela empresa coligada, correspondiam ao pagamento de vendas efetuadas. Em sua apressada conclusão, chegou até mesmo a, equivocadamente, afirmar que a Recorrente depositara os questionados cheques em sua conta bancária; - a Metalúrgica Jacy S/A, emissora dos cheques, exerce atividade industrial, não se mostrando razoável que viesse a adquirir os produtos fabricados pela Recorrente, sem nenhuma serventia para sua atividade fabril. O próprio montante, levantado pelo Fisco, desautorizaria tal conclusão. - o mesmo Auditor do Tesouro, também responsável pela lavratura de outro Auto de Infração, contra a Metalúrgica Jacy S/A, na mesma época, não detectou qualquer indício de que esta empresa industrial houvesse adquirido as mercadorias, cujas saídas da Recorrente foram dadas como omitidas. Não encontrou estas mercadorias no ativo da suposta adquirente, nem a acusou de eventual omissão de receita decorrente de sua alienação. Pelo contrário, o Auditor do Tesouro admitiu expressamente que se tratava de empresa ainda em face de implantação; - contrariamente ao afirmado na decisão recorrida, esta suposta irregularidade não se encontra alicerçada na fiscalização realizada na empresa coligada. O negócio firmado com a Inconal - Industrial e Comercial Ltda. existiu realmente e, atualmente, encontra-se expressamente reconhecido em sentença judicial confirmada pelo E. Tribunal de Justiça de Pernambuco, não tendo sido admitido o recurso especial interposto pela parte ,e";de:f! • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO: 101-02.295 8 • •• • •• • - faz anexar as razões do recurso voluntário, apresentado pela Metalúrgica Jacy, requerimento que as razões ali deduzidas. no que diz respeito à Recorrente, sejam consideradas como se aqui estivessem transcritas; - não se mostra correta. por igual, a afirmação contida na r. decisão recorrida, no sentido de que a redução da base de cálculo, em 50%, para apuração do imposto de renda. não seria aplicável nos casos de empresas que têm no lucro real a sua base de tributação. como seria o caso da Recorrente; - tal ilação não se compadece com a melhor leitura do texto legal. Trata-se de acusação de omissão de receita, apurada através de vias indiretas, com base no questionável critério de presunção. O Fisco não perquiriu se a Recorrente, para dispor das mercadorias que presume haverem sido comercializadas irregularmente. dispunha de matéria-prima suficiente, de recursos para tal aquisição, de mão-de-obra necessária. de capacidade do parque fabril e das demais condições indispensáveis à produção daqueles supostos bens. Sequer se identificou a natureza. ou a qualidade. ou a quantidade desses bens. Tudo foi fruto de presunção. - a apuração do "quantum", presumidae supostamente sonegado, resulta em inaceitável arbitramento. que necessariamente pressupõe o igual arbitramento dos custos necessários à produção daqueles bens. À falta de tal procedimento. teria de ser aplicada a regra do art. 400. S 6°. do RIR/80, onde expressamente está previsto que. ''verificada a ocorrência de omissão de receitas, será considerado lucro líquido o valor correspondente a 50% (cinqüenta por cento) dos valores omitidos". - a decisão recorrida não aceitou os argumentos da peça impugnatória, exigindo outras provas da aquisição e pagamento das mercadorias objeto das notas fiscais denunciadas. Não considerou suficiente a exibição das duplicatas liquidadas em carteira e em dinheiro, sem vinculação a cheque ou outra forma de pagamento. Acrescenta que a R"",,,ente"0'0 '" "'_" "" demo","""o pagem"",,! ,~-- i " • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 9 • • • - o julgador não detalhou quais as provas que considera eficazes, deixando a . recorrente em estado de dúvida, porquanto, ao que lhe consta, inexiste legislação que vede a empresa de pagar suas dívidas em dinheiro, mediante quitação no corpo do título de crédito. Apresentou, como comprovantes, os documentos que possuía, quais sejam as notas fiscais de compra e as duplicatas quitadas por seus fornecedores. - a decisão recorrida, invocando Parecer Normativo, entendeu que os benefícios fiscais que goza a Recorrente não alcançam parcelas do imposto calculado em função de receitas omitidas ou de custos indedutíveis. - não há, na legislação que rege o benefício fiscal, restrição a seu gozo quanto a lucros apurados em lançamento de ofício. Se, para apuração do lucro real, são acrescentadas as receitas omitidas, respeitando-se, inclusive, as amortizações de prejuízos de períodos anteriores, considerando-se lucro líquido apenas 50% dessas receitas, não há óbice para que, de igual forma, se proceda aos ajustes para apuração do lucro da exploração . - não ficou demonslrado que os sócios da Recorrente se apropriaram das receitas dadas como omitidas. Ainda que caracterizada a infração, somente poderia ser considerado como distribuído o percentual de 50%, porquanto somente esta parcela é admitida legalmente como lucro líquido . - conclui que a despeito da reconhecida cultura jurídica do Julgador Singular, julgou-se procedente a ação fiscal, reconhecendo como prova meros indícios, admitindo como certos fatos controvertidos, considerando como presunção jurídica meras presunções comuns, desprovidas de valor jurídico, dando tratamento tributário não previsto em lei, em clara afronta aos princípios constitucionais da legalidade estrita, da lipicidade cerrada e do devido processo legal, inerentes ao Direito TributáriO( 1 • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 10 •• • • • A Procuradoria da Fazenda Nacional em Pernambuco apresentou contra- razões, às fls. 589, solicitando seja mantido o que foi decido na primeira instância. É o relatório. r' I v • • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO: 101-02.295 VOTO Conselheiro EDISON PEREIRA RODRIGUES - Relator 11 • O recurso voluntário é tempestivo e preenche as condições de admissibilidade. Dele tomo conhecimento. As matérias fáticas tratadas nos autos referem-se a omissão de receitas verificada a partir de cheques destinados à contribuinte, emitidos por empresa coligada, não contabilizados e glosa de custos, segundo a fiscalização amparados em notas fiscais inidôneas. Quanto a glosa dos custos, a partir da análise dos documentos acostados aos autos, verifica-se que: - as notas fiscais consideradas inidôneas, que foram apreendidas no estabelecimento da recorrente e anexadas por cópia às fls. 134/222, teriam sido emitidas por três empresas diferentes: Proferro LIda., CINDFEL LIda. e D.S.T. LIda. Todas as empresas negam a emissão de tais notas e possuem contabilizadas notas fiscais com a mesma numeração, entretanto. com outros destinatários, valores e produtos, o que foi comprovado pelo fisco. Pode-se observar também que as notas inidôneas são bem diferentes das notas chamadas regulares (exemplo fls. 134/135), mas ambas possuem todas as características essenciais às notas fiscais; - as mercadorias que teriam sido adquiridas por meio das 27 notas são "mp"''' m•• m,,' ohopa fioo:V • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 12 • • • - não há dúvidas de que as notas apreendidas são inidôneas. O Fisco concluiu que a Recorrente é responsável pela fraude pelo fato de que não foi comprovada a entrega e o pagamento das mercadorias e, ainda, por ter encontrado em boa ordem a documentação dos supostos emitentes; - a recorrente defende-se afirmando que o fisco não procurou pesquisar a quem de fato cabia a responsabilidade pela fraude, aceitando comodamente as informações prestadas pelos supostos emitentes; - quanto ao pagamento, a recorrente reafirma que foram efetuados em. moeda corrente apresentando como quitação as duplicatas quitadas, cópia às fls. 466/498; - o julgador de primeira instância conclui que as duplicatas nada provam, pois uma vez que as notas fiscais são inidôneas as duplicatas também são. Dois princípios básicos de direito devem ser aplicados no julgamento desta lide: O primeiro é que o ônus da prova é sempre de quem acusa - no caso o fisco. O segundo é que fraude não se presume, mesmo com indícios veementes, sempre há que ser provada. O fisco trouxe aos autos a prova da fraude e reuniu fortes elementos de que a responsabilidade seja da recorrente . Por seu turno, a recorrente continua afirmando que pagou as aquisições em moeda corrente. Trata-se de quantia equivalente a 540.000 UFIR ou R$ 490.000,00. Em vista das características que revestem as operações entendo que há ",e",id,de de "",;,ação d, dm,ê""', ,,,,,,II,,.,io, """ ,.ta és •• "i""" """'~ ." Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO: 101-02.295 13 '. • • 1) efetuar exame pericial técnico em todas as notas fiscais e duplicatas inidôneas para verificar se foram preenchidas com a mesma máquina datilográfica, As duplicatas originais deveriam ser solicitadas à recorrente; 2) efetuar exame grafológico nas quitações das duplicatas visando esclarecer se todas teriam sido preenchidaspela mesma pessoa; 3) efetuar perícia na contabilidade da recorrente, confirmando, ou não, sea mesma poderia dispor de numerário em espécie para efetuar os pagamentos das duplicatas. Esta perícia deverá ser corroborada pela recorrente, 4) efetuar auditoria na produção da recorrente, confirmando, ou não, o consumo/estoque da quantidade de chapas finas adquiridas de que tratam as notas fiscais inidôneas; 5) efetuar diligência às empresas que teriam emitidas as notas fiscais confirmando, ou não, com documentos, se as mesmas comercializam "chapas finas" e se alguma vez realizaram operações comerciais com a recorrente, 6) acolher depoimento do Sr. "Amaro Arruda" que figura como responsável pelo transporte em todas as notas fiscais, indentificando-o, e, se possível confirmar com documentos se o mesmo encontrava-se em serviço nas datas das saídas das mercadorias. 7) identificar o veículo placa PT-0262, que figura como transportador em todas as notas fiscais, verificando se o mesmo suportaria as cargas e se estava em condições de uso nas datas das saídas das mercadorias, Cabe ainda ressaltar que os documentos originais do presente processo • compõe o processo nO10480.007071/95-11, que trata do recurso de ofício interposto pela DRF de Recife - PE, face a exoneração do IR-fonte lançado com base no artigofJdO 14 • • • Processo nO : 10480.002197/97-25 Resolução nO : 101-02.295 Decreto-lei 2.065/83. É de bom alvitre que o órgão preparador substituas as cópias deste processo pelos originais daquele, uma vez que o recurso de ofício não foi provido e processo será arquivado. Por estas razões, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que sejam cumpridas as providências acima descritas. Brasília - DF, em 02 de junho de 1998 00000001 00000002 00000003 00000004 00000005 00000006 00000007 00000008 00000009 00000010 00000011 00000012 00000013 00000014
score : 1.0
Numero do processo: 10580.905933/2008-21
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/12/2004
RECURSO ESPECIAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
Não pode ser conhecido o recurso especial quando não há demonstração e nem mesmo evidência de que as decisões comparadas tenham divergido sobre a correta aplicação da legislação tributária.
Numero da decisão: 9303-006.602
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que conheceu do recurso.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201804
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 15/12/2004 RECURSO ESPECIAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Não pode ser conhecido o recurso especial quando não há demonstração e nem mesmo evidência de que as decisões comparadas tenham divergido sobre a correta aplicação da legislação tributária.
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10580.905933/2008-21
anomes_publicacao_s : 201805
conteudo_id_s : 5863900
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 9303-006.602
nome_arquivo_s : Decisao_10580905933200821.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
nome_arquivo_pdf_s : 10580905933200821_5863900.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que conheceu do recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
id : 7289278
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:18:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309362712576
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1472; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 2 1 1 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10580.905933/200821 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9303006.602 – 3ª Turma Sessão de 10 de abril de 2018 Matéria PERDCOMP COFINS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado FLAMINGO'S PARADISE S/A INVESTIMENTOS ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/12/2004 RECURSO ESPECIAL. DISSENSO JURISPRUDENCIAL. DEMONSTRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Não pode ser conhecido o recurso especial quando não há demonstração e nem mesmo evidência de que as decisões comparadas tenham divergido sobre a correta aplicação da legislação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que conheceu do recurso. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 59 33 /2 00 8- 21 Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10580.905933/200821 Acórdão n.º 9303006.602 CSRFT3 Fl. 3 2 Tratase de recurso especial de divergência interposto Fazenda Nacional contra decisão tomada no Acórdão nº 330101.110, de 02 de setembro de 2011 (efolhas 119 e segs), que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/12/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO Provada a certeza e liquidez do crédito financeiro declarado no Pedido de Restituição/Declaração de Compensação (Per/Dcomp) transmitido, homologase a compensação do débito fiscal nele declarado. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO A divergência suscitada no recurso especial (efolhas 131 e segs) diz respeito à possibilidade de que seja reconhecido, no curso do processo administrativo fiscal, direito de crédito superior àquele originalmente pleiteado, apenas com base na retificação da DCTF, sem que tenha havido retificação da Dcomp. O Recurso especial foi admitido conforme despacho de admissibilidade de e folhas 152 e segs. A contribuinte não apresentou contrarrazões. É o Relatório. Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, Relator. Conhecimento do Recurso Especial Conforme acima, a exposição do dissenso jurisprudencial demonstrado no corpo do recurso especial, leva a crer que a divergência referese à possibilidade de que seja reconhecido, no curso do processo administrativo fiscal, direito de crédito maior do que o originalmente pleiteado apenas com base na retificação da DCTF, sem que tenha havido Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10580.905933/200821 Acórdão n.º 9303006.602 CSRFT3 Fl. 4 3 retificação da Dcomp. É o que se extrai da derradeira manifestação da recorrente, se não vejamos (efolhas 133). Entretanto, em que pese tenham enfrentado situações semelhantes, os acórdãos cotejados chegam a conclusões inteiramente distintas. Isso porque, enquanto o acórdão recorrido reconhece a alegação de erro no preenchimento da PER/DCOMP, para reconhecer o direito creditório nela apontado, o acórdão paradigma se manifestou pela impossibilidade da correção dos valores indicados na PER/DCOMP à luz de DCTF's retificadoras, sem a prévia retificação da própria declaração de compensação. Contudo, curiosamente, não foi esse o dissenso reconhecido no despacho de exame de admissibilidade do recurso. Observese a conclusão a que chega. Cotejandose o acórdão recorrido com os paradigmas inferese, de fato, que o acórdão recorrido entendeu ser possível deferir a compensação sem que o contribuinte tenha retificado a DCTF, enquanto os acórdãos paradigmas entenderam que após a ciência do despacho decisório não cabe alteração das DCTF apresentadas, restando patente a divergência jurisprudencial. O acórdão recorrido, por seu turno, nada fala a respeito da possibilidade de que a DCTF seja retificada antes ou depois do despacho decisório nem da necessidade de retificação das PER/Dcomp. Decide com base na liquidez e certeza do crédito, o que pode ser confirmado pela leitura da íntegra do voto condutor da decisão recorrida efolhas 120 e segs. Releva ponderar que o acórdão de manifestação de inconformidade, conforme consta à efolhas 90, fez menção à impossibilidade de que a DCTF seja retificada após o despacho decisório, se não vejamos. A DCTF retificadora não produz efeitos quando o contribuinte não mais goza de espontaneidade, conforme prevê o inciso III do § 2º do art. 11 da IN RFB nº 786, de 19 de novembro de 2007. Poderseia, assim, cogitar de que, se a decisão de primeira instância expressou tal entendimento e o acórdão recorrido superou o problema, ainda que Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10580.905933/200821 Acórdão n.º 9303006.602 CSRFT3 Fl. 5 4 silenciosamente, teria manifestado entendimento de que é possível retificar a DCTF após o despacho decisório. Contudo, essa seria uma interpretação, no mínimo, temerária. Primeiro, porque poderia tratarse de uma omissão não sanada. Segundo, porque não é a ratio dicendi do acórdão. A possibilidade de retificação da DCTF após o despacho decisório não é matéria tratada nem no relatório nem no voto do recorrido. Mas o problema é ainda muito maior. Como se disse, a recorrente pretendeu demonstrar o dissenso, apresentando um paradigma que decidiu sobre a impossibilidade da correção dos valores indicados na PER/Dcomp apenas com base em DCTF's retificadoras, sem que houvesse a prévia retificação da própria PER/Dcomp. Nesse processo, contudo, ninguém tratou desse assunto. Recapitulando. O acórdão recorrido reconheceu o direito da contribuinte porque, conforme cálculos apresentados no corpo do voto, havia disponibilidade real de crédito1. Não tratou, nem no relatório nem no voto, de retificação de documentos. O acórdão de manifestação de inconformidade também não decidiu sobre a possibilidade de homologação de crédito com base em DCTF retificada sem a retificação das PER/Dcomp. Assim, nem mesmo se poderia cogitar do reconhecimento silencioso dessa possibilidade pela Turma recorrida. O despacho de admissibilidade, por fim, entendeu que o dissenso foi demonstrado porque o recorrido teria admitido a compensação sem a retificação da DCTF, enquanto os paradigma entenderam que após a ciência do despacho decisório não cabe alteração das DCTF. Essa comparação, além de expressa e textualmente impossível, já que admitir a falta de retificação e admitir a retificação tardia não são, por si só, posições 1 No entanto, ao contrário do entendimento daquela DRF, os valores originais utilizados naqueles Per/Dcomps foram: a) nº 28671.81193.1.3.043846 (fls. 41/46): a.1) crédito (original) declarado: R$15.543,21; a.2) crédito (original) utilizado: R$10.047,99; a.3) crédito atualizado: R$11.546,15; a.4) débito declarado e compensado: R$11.546,00; a.5) saldo credor (original) R$5.495,22; e. b) nº 16550.02933.061104.1.3.045063 (fls. 34/39): b.1) crédito (original) declarado: R$5.495,22; b.2) crédito (original) utilizado: R$2.696,31 b.3) crédito atualizado: R$6.381,05; b.4) débito declarado e compensado: R$3.130,95; e, b.5) saldo credor: R$2.798,91. Somandose as duas parcelas dos créditos (originais) utilizados nas compensações declaradas em ambos os Per/Dcomps (10.047,99+2.696,31), apurase um total de R$12.7744,30 que deduzido do valor do crédito original de R$15.543,21, resulta no saldo credor de R$2.798,91, objeto do Per/Dcomp em discussão. Portanto, aquele valor constitui indébito tributário passível de repetição/compensação, mediante a transmissão de Per/Dcomp. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10580.905933/200821 Acórdão n.º 9303006.602 CSRFT3 Fl. 6 5 divergentes, também não guarda qualquer relação nem com o pedido, nem com o recorrido, nem com o paradigma. Isto tudo posto e, ainda, considerando que, na essência, a decisão recorrida apenas tratou do direito material da contribuinte, demonstrando que os valores originalmente pleiteados, corrigidos, são suficiente para extinção das sucessivas Dcomp apresentadas, sem nenhuma menção à necessidade ou não de serem retificadas, não vejo como se possa tomar conhecimento do recurso especial. Diante do exposto, voto pelo não conhecimento do recurso especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Fl. 166DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10950.720026/2016-68
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2012, 2013
DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE.
Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência.
INOVAÇÃO DE ARGUMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ALEGAÇÃO EM INSTÂNCIA A QUO.
A análise sobre a forma de cálculo dos juros não foi trazida à baila em sede de Impugnação, razão pela qual resta configurada a preclusão consumativa.
ARGÜIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE
Não compete à autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendo-lhe observar a legislação em vigor.
Numero da decisão: 1002-000.183
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer no que diz respeito da ocorrência de denúncia espontânea, bem como rejeitar a preliminar de inconstitucionalidade; e no mérito, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário.
Ailton Neves da Silva - Presidente.
Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes.
Nome do relator: BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201805
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2012, 2013 DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. INOVAÇÃO DE ARGUMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ALEGAÇÃO EM INSTÂNCIA A QUO. A análise sobre a forma de cálculo dos juros não foi trazida à baila em sede de Impugnação, razão pela qual resta configurada a preclusão consumativa. ARGÜIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE Não compete à autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendo-lhe observar a legislação em vigor.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10950.720026/2016-68
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5868964
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jun 13 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1002-000.183
nome_arquivo_s : Decisao_10950720026201668.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10950720026201668_5868964.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer no que diz respeito da ocorrência de denúncia espontânea, bem como rejeitar a preliminar de inconstitucionalidade; e no mérito, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário. Ailton Neves da Silva - Presidente. Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes.
dt_sessao_tdt : Wed May 09 00:00:00 UTC 2018
id : 7320392
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:19:53 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309364809728
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1579; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T2 Fl. 41 1 40 S1C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10950.720026/201668 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1002000.183 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 09 de maio de 2018 Matéria IRPJ. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Recorrente L C DINIZ TRANSPORTES LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2012, 2013 DCTF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. Comprovada a sujeição do contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. INOVAÇÃO DE ARGUMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE ALEGAÇÃO EM INSTÂNCIA A QUO. A análise sobre a forma de cálculo dos juros não foi trazida à baila em sede de Impugnação, razão pela qual resta configurada a preclusão consumativa. ARGÜIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE Não compete à autoridade administrativa a apreciação de constitucionalidade e legalidade das normas tributárias, cabendolhe observar a legislação em vigor. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, deixando de conhecer no que diz respeito da ocorrência de denúncia espontânea, bem como rejeitar a preliminar de inconstitucionalidade; e no mérito, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 72 00 26 /2 01 6- 68 Fl. 41DF CARF MF 2 Ailton Neves da Silva Presidente. Breno do Carmo Moreira Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efls. 35 à 37) interposto contra o Acórdão n° 0443.311, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande/MS (efls. 22 à 27), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela ora Recorrente, decisão esta ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2012 INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO. VEDAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa manifestarse quanto à inconstitucionalidade ou ilegalidade das leis, por ser essa prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. DCTF. CRIAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA POR MEIO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA. OFENSA DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. INEXISTÊNCIA. A criação de obrigações acessórias não precisa ser feita necessariamente por lei, no sentido estrito. Sua fonte, a rigor, é a “legislação tributária”, expressão que compreende leis, decretos e normas complementares, aí incluídos os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Os argumentos apresentados em sede de Recurso Voluntário giram em torno do pleito de afastamento da multa por descumprimento de obrigação acessória, por entender a Contribuinte a ocorrência de denuncia espontânea (art. 138 do CTN), quando da apresentação de suas DCTFs, mesmo que a destempo. Aduz, também, a preliminar de ilegalidade da Instrução Normativa n° 124/86, por entender que somente a lei (per se) pode instituir obrigações acessórias, sendo eivada de inconstitucionalidade. Voto Fl. 42DF CARF MF Processo nº 10950.720026/201668 Acórdão n.º 1002000.183 S1C0T2 Fl. 42 3 Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira Relator O presente Recurso Voluntário é tempestivo, contudo não atende por completo aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço em parte. Passo à análise dos pontos suscitados no Recurso. 1. Da ausência da denúncia espontânea preclusão Notase, pois, que o Recurso não atende a todos os pressupostos de admissibilidade intrínsecos. O recurso é cabível, há interesse recursal, a Recorrente detém legitimidade, inexiste fato impeditivo ou modificativo do poder de recorrer; mas, em contra fluxo, existe fato extintivo do poder de recorrer relativo a preclusão que se operou quanto a matéria não apresentada em impugnação e constante no Recurso Voluntário, qual seja, a alegação de denúncia espontânea. A possibilidade de conhecimento e apreciação de novas alegações e novos documentos deve ser avaliada à luz das normas que regem o Processo Administrativo Fiscal, instituído pelo Decreto n.º 70.235, de 1972, o qual dispõe: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei n.º 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei no 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei n.º 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei n.º 9.532, de 1997) (...) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei n.º 9.532, de 1997). Desta forma, nos termos dos arts. 14 a 17 do Decreto n.º 70.235/72, acima transcritos, a fase litigiosa do processo administrativo fiscal somente se instaura se apresentada a manifestação de inconformidade ou a impugnação, contendo as matérias que delimitam expressamente os limites da lide, sendo elas submetidas à primeira instância para apreciação e Fl. 43DF CARF MF 4 decisão, tornando possível a veiculação de recurso voluntário em caso de inconformismo, não se admitindo conhecer de inovação recursal. A competência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) circunscrevese ao julgamento de "recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial", de forma que não se aprecia a matéria não impugnada ou não recorrida. Se não foi impugnada ocorreu a preclusão consumativa, tornando inviável aventála em sede de recurso voluntário como uma inovação. Nesse sentido, o Egrégio CARF tem decidido por não conhecer de matéria que não tenha sido objeto de litígio no julgamento de primeira instância, a teor dos Acórdãos ns.º 9303004.566 (3.ª Turma/CSRF), 3301002.475 (3.ª Seção/3.ª Câmara/1.ª Turma Ordinária) e 3402004.013 (4.ª Câmara/2.ª Turma Ordinária). Portanto, não conheço do Recurso Voluntário, deixando de apreciar a referida matéria, inclusive, para evitar supressão de instância. 2. Preliminar de inconstitucionalidade De plano, reforço que não cumpre ao CARF exercer qualquer forma de controle de constitucionalidade. Logo, não há que se arguir nessa instância o eventual efeito inconstitucionalidade da Instrução Normativa SRF n° 124/86, ou seu suposto malferimento ao princípio da legalidade. Há, inclusive, enunciado sumular a reger o tema: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Afasto, portanto, a preliminar aduzida. Com tudo o que foi exposto nos tópicos anteriores, resta claro que os argumentos esposados pela Recorrente não merecem ser acolhidos. Portanto, VOTO pelo PARCIAL CONHECIMENTO do Recurso Voluntário, e, quanto à parte conhecida, NEGAR PROVIMENTO, afastando a preliminar de inconstitucionalidade, com a consequente manutenção da decisão de origem. Breno do Carmo Moreira Vieira Relator Fl. 44DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.675898/2009-14
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 30/11/2002
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE PELO CARF.
CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº2).
VALIDADE DA INTIMAÇÃO POSTAL
É válida a ciência do Despacho Decisório por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do
recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário (Súmula CARF nº 9).
Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 28/02/2002
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.
Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3001-000.323
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleber Magalhães - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Ávila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: CLEBER MAGALHAES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201805
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 30/11/2002 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE PELO CARF. CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº2). VALIDADE DA INTIMAÇÃO POSTAL É válida a ciência do Despacho Decisório por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário (Súmula CARF nº 9). Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 28/02/2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10880.675898/2009-14
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5868256
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3001-000.323
nome_arquivo_s : Decisao_10880675898200914.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : CLEBER MAGALHAES
nome_arquivo_pdf_s : 10880675898200914_5868256.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri - Presidente (assinado digitalmente) Cleber Magalhães - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Ávila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
dt_sessao_tdt : Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
id : 7315851
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:19:38 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309366906880
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1568; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 2 1 1 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.675898/200914 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3001000.323 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 15 de maio de 2018 Matéria COFINS Recorrente PLASTICOS MACHINI LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/11/2002 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE PELO CARF. CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº2). VALIDADE DA INTIMAÇÃO POSTAL É válida a ciência do Despacho Decisório por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário (Súmula CARF nº 9). ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 28/02/2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 67 58 98 /2 00 9- 14 Fl. 106DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Cleber Magalhães Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Ávila e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório Por bem resumir os fatos, adoto o relatório produzido pelo tribunal de origem, a 2ªTurma da DRJ/Belo Horizonte (efl. 67 e ss): DESPACHO DECISÓRIO O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório nº rastreamento 849905851 emitido eletronicamente em 23/10/2009, referente ao PER/DCOMP nº 16556.33788.120506.1.3.041636. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP com crédito de COFINS, Código de Receita 2172, no valor original na data de transmissão de R$606,14, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 30/11/2002. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN),art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório em 06/11/2009, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade em 01/12/2009, tendo indicado endereço para onde deverão ser enviadas todas as notificações e intimações referentes ao presente processo. Também aduziu que o débito decorrente da não homologação da compensação está com a sua exigibilidade suspensa, consoante legislação especificada. Em preliminar, argumenta que recebeu o despacho decisório questionado, mas o Aviso de Recebimento (AR) não foi juntado aos autos, como instrumento de prova, pelo fato de a Receita Federal não entregar cópia do documento em tempo hábil, Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10880.675898/200914 Acórdão n.º 3001000.323 S3C0T1 Fl. 3 3 apesar de solicitado pelo manifestante. Requer a anexação do termo de assinatura do AR pelos motivos que passa a discorrer. Alega que o despacho decisório teria sido recebido por pessoa não autorizada para recebimento da sua correspondência e que apenas o sócio, o representante legal da empresa ou qualquer pessoa legitimada poderiam ter recebido a correspondência que trata de intimação com aviso de recebimento. Defende que os princípios da verdade material e da legalidade impõem à Administração rever seus atos contrários ao ordenamento jurídico, o que a leva a requerer a anulação da notificação do despacho decisório. Na possibilidade de que não ser acolhida a preliminar suscitada, passa a discorrer sobre o mérito da compensação. Nas questões de fato, alega que efetuou compensação em conformidade com o disposto no artigo 66 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, tendo feito menção ainda ao Código Tributário Nacional (CTN) e às instruções normativas que regularam a matéria. O sistema, na hipótese de crédito proveniente de decisão judicial, apenas aceita a compensação se corretamente informada a data do trânsito em julgado da decisão judicial que reconheceu o direito creditório. Entende ser descabida tal exigência, na medida em que as compensações são realizadas dentro da sistemática do lançamento por homologação, na qual o contribuinte apura por sua conta e risco o valor devido ao Fisco. Argui que o processo eletrônico a impede de esclarecer a origem do crédito (“declaração expressa de inconstitucionalidade do STF”) e de exercer seu direito constitucional de petição, a qual somente pode ser providenciada com a interposição da manifestação de inconformidade. Na parte que trata dos fundamentos legais, assevera que recolheu a Cofins na forma prevista pela Lei nº 9.718, de 1998, a qual majorou a alíquota do tributo de 2% para 3%, inconstitucionalmente a seu ver, pois a Lei Complementar nº 70, de 1991, previa a alíquota de 2%. Assim, se viu obrigado a recuperar os valores indevidamente recolhidos por meio da compensação. Destaca que o legislador editou a Lei Complementar 70, de 1991, que descreveu minuciosamente a regra matriz da hipótese de incidência da Cofins, sendo sua base de cálculo o faturamento. Em seguida, o Poder Executivo, por meio da Medida Provisória nº 1.724, de 1998, teria alterado a base de cálculo da Cofins para receita bruta e majorado a alíquota para 3%, em afronta ao disposto no artigo 155 da Magna Carta, pois a tributação deveria recair apenas sobre o “faturamento”. Fl. 108DF CARF MF 4 Argumenta ainda que a inclusão das receitas financeiras no cálculo da Cofins somente foi permitida com a edição da Emenda Constitucional nº 20, de 1998. Contudo, a Lei nº 9.718, de 1998 foi editada em data anterior à emenda, e deveria ter respeitado o antigo texto do art. 195 da Constituição Federal, que não previa a cobrança de contribuições à seguridade social sobre receitas financeiras. Portanto, totalmente inconstitucional a alteração da base de cálculo da Cofins por lei ordinária, que não se convalida com a superveniência da Emenda Constitucional. Alega que a MP nº 1.724, de 1998, convertida na Lei nº 9.718, de 1998, que dispõe sobre a cobrança adicional de 1% da Cofins, fere o princípio da equidade na participação do custeio da seguridade social, tendo a Lei estabelecido que o acréscimo de 1% da Cofins deveria ser pago por todas as empresas, mas poderia ser compensado com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Com isso, as empresas altamente lucrativas não sofreram os efeitos do aumento da carga tributária; somente as empresas que tiveram prejuízos ou lucro baixo, como o manifestante, é que arcaram com a majoração da Cofins. Passa, na continuação, a tratar do prazo prescricional para a repetição do indébito tributário. Defende que, para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a extinção do crédito tributário se dá com a homologação, expressa ou tácita, do Fisco. Adotada esta premissa, o prazo prescricional para a recuperação de valores indevidamente recolhidos deveria ter início cinco anos após a data do efetivo pagamento (a chamada tese dos cinco mais cinco). Salienta que a empresa “efetuou a restituição do COFINS dentro do prazo prescricional” (sic), em conformidade com as jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho de Contribuintes, tendo o manifestante dez anos para pedir de volta o que foi pago indevidamente. Assevera que, para fundamentar sua decisão, o julgador monocrático aduziu que a Lei Complementar 118/05, dispondo sobre a interpretação do inciso I do art. 168, descreveu que a extinção do credito tributário nos tributos com lançamento por homologação ocorre no pagamento, entendimento que considera equivocado, uma vez que a lei interpretativa deve esclarecer o significado de texto legal controverso, o que não foi o caso, posto que a interpretação posta foi inovadora e contrária à jurisprudência. No Recurso Voluntário, a Recorrente, em suma, repete as alegações já expressas na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10880.675898/200914 Acórdão n.º 3001000.323 S3C0T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Cleber Magalhães Relator. O limite da competência das Turmas Extraordinárias do CARF é de sessenta salários mínimos, segundo o 23B, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, com redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017. O valor do saláriomínimo nacional é de R$ 954,00, segundo Decreto nº 9.255, de 29 de dezembro de 2017. Dessa forma, o limite de valor de litígio para processos a serem julgados pelas turmas extraordinárias é de R$ 57.240,00. Como o valor em litígio é de R$ 1.525,51 (efl. 2), a análise do p.p. está dentro da alçada das turmas extraordinárias. Da preliminar Da intimação por via postal Quanto à arguição de nulidade do Despacho Decisório, uma vez que teria sido recebido por pessoa não autorizada pela empresa, cumpre destacar o que prescreve o inciso II do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972: Art. 23. Farseá a intimação: [...]II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; Exige a norma legal que a entrega da intimação seja efetuada no domicílio eleito pelo sujeito passivo. Não se impõe que o sócio ou representante legal do sujeito passivo pessoa jurídica tenha diretamente recebido a intimação cientificada por via postal. O próprio CARF já se posicionou sobre o assunto, por intermédio da na Súmula nº 9, nos seguintes termos: Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Assim, voto por REJEITAR a preliminar de nulidade apresentada pela Recorrente. Do mérito Da Inconstitucionalidade da decorrente da alteração da base de cálculo da COFINS pela Medida provisória nº 1.724. Fl. 110DF CARF MF 6 No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, consoante o disposto no art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972, na redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, salvo os casos de declaração de inconstitucionalidade por decisão definitiva plenária do STF, e de edição de atos específicos do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional e da AdvocaciaGeral da União, nos estritos termos previstos no § 6º da referida norma legal. No mesmo sentido, assim determina a Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente pra se pronunciar sobre a constitucionalidade de lei tributária. Do não reconhecimento do crédito no montante postulado Em um processo de restituição, ressarcimento ou compensação, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação do PER/DCOMP, de tal sorte que, se a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) resistir à pretensão do interessado, indeferindo o pedido ou não homologando a compensação, incumbirá a ele – o contribuinte –, na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Levandose em conta que o crédito oferecido à compensação deve ser líquido e certo (art. 170 do CTN), concluise que deve a RFB não homologar a compensação se ficar configurada a falta de certeza e liquidez, notadamente com base em informações prestadas em DCTF, quando o contribuinte deixa de comprovar eventual erro cometido no preenchimento daquela declaração. Esse entendimento aplicase também à restituição. Compete ao contribuinte comprovar o direito ao crédito postulado na Declaração de Compensação. Não se encontram nos autos, entretanto, smj, nenhuma prova robusta do solicitado. Não pode a administração tributária aquiescer com o pedido da Recorrente sem que ela apresente elementos que comprovem a justiça de seu pleito. Não há, assim, como acatar o pedido de reforma da decisão do tribunal a quo. Assim, por todo o exposto, voto por REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10880.675898/200914 Acórdão n.º 3001000.323 S3C0T1 Fl. 5 7 (assinado digitalmente) Cleber Magalhães Fl. 112DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10850.721133/2011-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 30/04/1999 a 30/11/2002
Ementa:
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. EQUÍVOCO RECONHECIDO.
Identificado o erro material tal equívoco deve ser sanado, sem que isso implique em efeitos infringentes.
Embargos acolhidos apenas para fins de retificação de erro material.
Numero da decisão: 3402-005.252
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para retificar o erro material no acórdão embargado.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201805
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 30/04/1999 a 30/11/2002 Ementa: EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. EQUÍVOCO RECONHECIDO. Identificado o erro material tal equívoco deve ser sanado, sem que isso implique em efeitos infringentes. Embargos acolhidos apenas para fins de retificação de erro material.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10850.721133/2011-27
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5870895
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 3402-005.252
nome_arquivo_s : Decisao_10850721133201127.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : DIEGO DINIZ RIBEIRO
nome_arquivo_pdf_s : 10850721133201127_5870895.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para retificar o erro material no acórdão embargado. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
dt_sessao_tdt : Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
id : 7328681
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:20:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309378441216
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1434; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 1.328 1 1.327 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10850.721133/201127 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3402005.252 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 23 de maio de 2018 Matéria Erro material Embargante TITULAR DA UNIDADE DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ENCARREGADA DA LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO DO ACÓRDÃO Interessado G.V. HOLDING S/A ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 30/04/1999 a 30/11/2002 Ementa: EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. EQUÍVOCO RECONHECIDO. Identificado o erro material tal equívoco deve ser sanado, sem que isso implique em efeitos infringentes. Embargos acolhidos apenas para fins de retificação de erro material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para retificar o erro material no acórdão embargado. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 72 11 33 /2 01 1- 27 Fl. 1328DF CARF MF 2 Relatório 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que indeferiu pedido de restituição do contribuinte, manifestação essa julgada improcedente pela DRJ de Ribeirão Preto (acórdão n. 1444.842 fls. 948/955). 2. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs recurso voluntário alegando a legitimidade do seu crédito, bem como a submissão do Poder Executivo ao precedente vinculante do STF veiculado no âmbito do julgamento do RE n. 390.840/MG. Tal recurso foi provido por esta Turma julgadora, conforme retratado no acórdão n. 3402004.84 (fls. 1.315/1.318) 3. Ocorre que, em sede de cumprimento da decisão alhures mencionada, o titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão, interpôs os embargos de declaração de fls. 1.323/1.324, tendo por escopo suprir erro material. 4. Tal recurso foi admitido pelo r. despacho de fls. 1.326/1.327. 5. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 6. O recurso interposto é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. 7. No mérito tal recurso merece ser provido, já que de fato possui notório erro material. Isso porque, ao se analisar o teor do relatório do voto embargado, bem como sua parte dispositiva, este Relator, por um lapso, afirmou que o presente caso tratarseia de compensação declarada pelo contribuinte e não homologada pelo fisco, enquanto que, em verdade, o que se tem aqui é pedido de restituição indeferido pela fiscalização. 8. Tal lapso está presente tanto no relatório do voto, quando na sua parte dispositiva, motivo pelo qual os embargos inominados interpostos devem ser conhecidos e provido para a retificação do acórdão embargado. Dispositivo 9. Ante o exposto, voto por conhecer e dar provimento aos embargos inominados interpostos, sem efeitos infringentes, devendo o acórdão embargado ser retificado para que, onde se lê 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que não homologou compensação declarada pelo contribuinte... seja lido Fl. 1329DF CARF MF Processo nº 10850.721133/201127 Acórdão n.º 3402005.252 S3C4T2 Fl. 1.329 3 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que indeferiu pedido de restituição apresentado pelo contribuinte... bem como para que, onde se lê 10. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo a juridicidade do crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado. seja lido 10. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo a juridicidade do crédito por ele vindicado, de modo que o pedido de restituição apresentado pelo contribuinte seja analisado pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado. 10. É como voto. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator Fl. 1330DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.003869/2010-08
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006, 2007, 2008
COOPERATIVAS. ATOS COOPERATIVOS. REQUISITOS. DESCARACTERIZAÇÃO
Ao produzir e vender máquinas e equipamentos com utilização de mão de obra de cooperados e mão de obra de contratados pelo regime celetista, a cooperativa desfigurou, na parte em que se beneficiou do trabalho de terceirizados, os chamados atos cooperativos.
Desse modo, correto o procedimento fiscal que, mediante informações coletadas em órgãos públicos e junto à própria cooperativa, segregou a mão de obra de cooperados e a terceirizada, calculando, pelo sistema de rateio, a participação proporcional de cada uma das referidas mãos de obra no resultado final de receita auferida pela venda dos produtos fabricados, mantendo a não tributação em elação à primeira (de cooperados) e lançando, de ofício, a parcela gerada pela segunda (mão de obra de contratados pelo regime da CLT).
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS DE IRPJ E CSLL. COBRANÇA CONCOMITANTE COM MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO.
A partir do advento da Medida Provisória nº 351/2007, convertida na Lei nº 11.488/2007, que alterou a redação do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não há mais dúvida interpretativa acerca da inexistência de impedimento legal para a incidência, a partir de janeiro de 2007, da multa isolada cominada pela falta de pagamentos das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, concomitantemente com a multa de ofício imposta pelo não recolhimento do imposto e da contribuição devidos ao final do ano-calendário.
Cabe, todavia, exonerar os lançamentos pertinentes ao ano-calendário de 2006, a teor da Súmula CARF nº 105.
LANÇAMENTOS REFLEXOS.
Inexistindo fatos novos a serem apreciados, estendem-se aos lançamentos reflexos o decidido no lançamento matriz.
Numero da decisão: 1402-003.114
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em, i) negar provimento ao recurso voluntário em relação à infração nº 001- Exclusões não Autorizadas na Apuração do Lucro Real; ii) dar provimento parcial ao recurso voluntário em relação à infração nº 002 - multas isoladas, para excluir os valores de IRPJ (R$ 75.249,17) e de CSLL (R$ 32.182,07), relativos ao ano-calendário de 2006; e, iii) por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário relativamente aos lançamentos de multas isoladas dos anos-calendário 2007 e 2008, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone (presidente).
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201804
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2006, 2007, 2008 COOPERATIVAS. ATOS COOPERATIVOS. REQUISITOS. DESCARACTERIZAÇÃO Ao produzir e vender máquinas e equipamentos com utilização de mão de obra de cooperados e mão de obra de contratados pelo regime celetista, a cooperativa desfigurou, na parte em que se beneficiou do trabalho de terceirizados, os chamados atos cooperativos. Desse modo, correto o procedimento fiscal que, mediante informações coletadas em órgãos públicos e junto à própria cooperativa, segregou a mão de obra de cooperados e a terceirizada, calculando, pelo sistema de rateio, a participação proporcional de cada uma das referidas mãos de obra no resultado final de receita auferida pela venda dos produtos fabricados, mantendo a não tributação em elação à primeira (de cooperados) e lançando, de ofício, a parcela gerada pela segunda (mão de obra de contratados pelo regime da CLT). MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS DE IRPJ E CSLL. COBRANÇA CONCOMITANTE COM MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. A partir do advento da Medida Provisória nº 351/2007, convertida na Lei nº 11.488/2007, que alterou a redação do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não há mais dúvida interpretativa acerca da inexistência de impedimento legal para a incidência, a partir de janeiro de 2007, da multa isolada cominada pela falta de pagamentos das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, concomitantemente com a multa de ofício imposta pelo não recolhimento do imposto e da contribuição devidos ao final do ano-calendário. Cabe, todavia, exonerar os lançamentos pertinentes ao ano-calendário de 2006, a teor da Súmula CARF nº 105. LANÇAMENTOS REFLEXOS. Inexistindo fatos novos a serem apreciados, estendem-se aos lançamentos reflexos o decidido no lançamento matriz.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 13888.003869/2010-08
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5870831
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1402-003.114
nome_arquivo_s : Decisao_13888003869201008.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : PAULO MATEUS CICCONE
nome_arquivo_pdf_s : 13888003869201008_5870831.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em, i) negar provimento ao recurso voluntário em relação à infração nº 001- Exclusões não Autorizadas na Apuração do Lucro Real; ii) dar provimento parcial ao recurso voluntário em relação à infração nº 002 - multas isoladas, para excluir os valores de IRPJ (R$ 75.249,17) e de CSLL (R$ 32.182,07), relativos ao ano-calendário de 2006; e, iii) por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário relativamente aos lançamentos de multas isoladas dos anos-calendário 2007 e 2008, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone (presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
id : 7328617
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:20:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050309396267008
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 28; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2168; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 668 1 667 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.003869/201008 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402003.114 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 11 de abril de 2018 Matéria IRPJ/CSLL Recorrente COOP.PROD. E SERV.METALÚRGICOS SÃO JOSÉ Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007, 2008 COOPERATIVAS. ATOS COOPERATIVOS. REQUISITOS. DESCARACTERIZAÇÃO Ao produzir e vender máquinas e equipamentos com utilização de mão de obra de cooperados e mão de obra de contratados pelo regime celetista, a cooperativa desfigurou, na parte em que se beneficiou do trabalho de terceirizados, os chamados atos cooperativos. Desse modo, correto o procedimento fiscal que, mediante informações coletadas em órgãos públicos e junto à própria cooperativa, segregou a mão de obra de cooperados e a terceirizada, calculando, pelo sistema de rateio, a participação proporcional de cada uma das referidas mãos de obra no resultado final de receita auferida pela venda dos produtos fabricados, mantendo a não tributação em elação à primeira (de cooperados) e lançando, de ofício, a parcela gerada pela segunda (mão de obra de contratados pelo regime da CLT). MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS DE IRPJ E CSLL. COBRANÇA CONCOMITANTE COM MULTA DE OFÍCIO. CABIMENTO. A partir do advento da Medida Provisória nº 351/2007, convertida na Lei nº 11.488/2007, que alterou a redação do art. 44 da Lei nº 9.430/96, não há mais dúvida interpretativa acerca da inexistência de impedimento legal para a incidência, a partir de janeiro de 2007, da multa isolada cominada pela falta de pagamentos das estimativas mensais do IRPJ e da CSLL, concomitantemente com a multa de ofício imposta pelo não recolhimento do imposto e da contribuição devidos ao final do anocalendário. Cabe, todavia, exonerar os lançamentos pertinentes ao anocalendário de 2006, a teor da Súmula CARF nº 105. LANÇAMENTOS REFLEXOS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 38 69 /2 01 0- 08 Fl. 668DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 669 2 Inexistindo fatos novos a serem apreciados, estendemse aos lançamentos reflexos o decidido no lançamento matriz. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em, i) negar provimento ao recurso voluntário em relação à infração nº 001 Exclusões não Autorizadas na Apuração do Lucro Real; ii) dar provimento parcial ao recurso voluntário em relação à infração nº 002 multas isoladas, para excluir os valores de IRPJ (R$ 75.249,17) e de CSLL (R$ 32.182,07), relativos ao anocalendário de 2006; e, iii) por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário relativamente aos lançamentos de multas isoladas dos anoscalendário 2007 e 2008, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone (presidente). Fl. 669DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 670 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte acima identificada em face de decisão exarada pela 3ª Turma da DRJ/RPO em sessão de 15 de dezembro de 2010 (fls. 599/623)1, que julgou improcedente a impugnação apresentada e manteve os lançamentos de IRPJ e de CSLL perpetrados pelo Fisco, anoscalendário 2006/2007 e 2008, incluindo multas isoladas, relativamente às seguintes infrações estampadas nos autos de infração (fls. 416/437), assim resumidas: 1 — Imposto sobre a renda de pessoa jurídica (IRPJ) — fls. 342 a 352. Imposto: R$ 1.648.870,02 Juros de mora: R$ 295.155,06 Multa. Proporcional: R$ 1.236.652,50 Multa exigida isoladamente: R$ 878.054,91 Total: R$ 4.058.732,49 Enquadramento legal do imposto: Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999, (Regulamento do Imposto de Renda — RIR, de 1999), arts. 182, 183, 11, 222, 250 e 843 c/c art. 44, § ]°, IV, da Lei n° 9.430, de 1996, alterado pelo art. 14 da Lei n° 11.488, de 2007, c/c art. 106, I1, c, da Lei n° 5:172, de 1966; Lei n° 5.764, de 16 de dezembro de 1971, arts. 7°, 79, 86, 87 e 111. 2 — Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) fls. 353 a 363: Contribuição: R$ 644.818,99 Juros de mora: R$ 115.944,72 Multa Proporcional: R$ 483.614,24 Multa Exigida Isoladamente: R$ 341.818,49 Total: R$ 1.586.196,44 Enquadramento legal da contribuição: Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988, art. 2° e §§; Lei n° 9.430, de 1996, arts. 28; Lei n° 10.637, de 2002, art. 37; Lei n° 10.865, de 2004, _ arts. 39 e 48; RIR, de 1999, arts. 222 e 843 c/c art. 44, § l°, IV, da Lei n° 9.430, de 1996, alterado pelo art. 14 da Lei n° 11.488, de 2007. c/c art. 106, II, c, da Lei n° 5.172, de 1966. Pelo amplo detalhamento dos fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, com eventuais acréscimos, se necessário: DA ACUSAÇÃO FISCAL (TVF fls. 438/459) Conforme bem resumido pelo relatório da decisão a quo, aqui adotado, os fatos podem ser descritos na forma abaixo narrada. Relata o autuante que uma parcela significativa da receita da cooperativa advém do labor de trabalhadores empregados (não associados ou não cooperados) e que vem diminuindo a quantidade de cooperados e aumentando a de empregados. Esclarece que o RIR, de 1999, no art. 183, II, é claro ao dispor que as sociedades cooperativas pagarão imposto calculado sobre os resultados positivos em operações como a de fornecimento de bens e serviços a não associados, para atender aos objetivos sociais e que a Lei n° 5.764, de 1971, no art. 111, diz que serão 1 A numeração referida das fls., quando não houver indicação contrária, é sempre a digital Fl. 670DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 671 4 considerados como renda tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas operações com não associados. O autuante informa que, como a contribuinte não segregou, em sua contabilidade, as receitas e custos dos atos cooperativos e não cooperativos, foi feito o rateio das receitas na proporção da massa salarial dos empregados do setor industrial em relação à massa salarial total do mesmo setor. A contribuinte foi intimada e apresentou demonstrativos anuais de resultado, rateando as receitas e despesas com base na massa salarial dos empregados da indústria em relação à massa salarial total do mesmo setor; apurando prejuízos compensáveis em 2004 e2005 e resultados positivos tributáveis em 2006, 2007 e 2008. Apresentou, também, demonstrativos mensais para o citado período com base no mesmo método de rateio. Narra o autuante que a cooperativa apurou resultados financeiros negativos nos anoscalendário de 2004 a 2008, que foram imputados apenas na apuração do resultado não cooperativo, diminuindo os resultados positivos tributáveis de 2006 a 2008. A fiscalização, entretanto, submeteu tais resultados ao mesmo rateio dos demais custos e despesas, com exceção dos ingressos com aplicações financeiras, que foram segregados e imputados apenas ao cálculo do resultado não cooperativo. Expôs que, efetuando o rateio do resultado financeiro negativo na apuração do resultado em 31/12/2004 e em 31/12/2005 e considerando o resultado positivo de aplicação financeira do ano de 2005 apenas na apuração do resultado não cooperativo, foi alterado o saldo de prejuízo fiscal e base negativa da CSLL a ser compensado em períodos subseqüentes para R$ 817.964,65. DA IMPUGNAÇÃO (fls. 463/484) Ainda de acordo com o relatório da decisão recorrida, os argumentos apresentados pela autuada na defesa inaugural estão a seguir expressos. “• É uma cooperativa de produção e não unia prestadora de serviços. Segundo o art. 1º, § 3% da Lei n° 10.666, de 8 de maio de 2003, "considerase cooperativa de produção aquela em que seus associados contribuem com serviços laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens, quando a cooperativa detenha por qualquer forma os meios de produção"; • A maior parte da receita da cooperativa de produção provém da matéria prima e dos insumos e a mãodeobra equivale apenas a 10% do preço dos bens produzidos. Se a cooperativa depende da contratação de empregados para a consecução de seu objeto social, tal contratação há de ser entendida como inerente aos seus objetivos que, em última análise, resumemse à fabricação de um equipamento, sendo, portanto, em sua totalidade um ato cooperativo; • O Fisco entende que, ao admitir empregados para o setor industrial, a cooperativa estaria prestando um serviço a ele, ou melhor, disponibilizandolhe seus bens, tal como ocorre com os associados. Na verdade, não existe qualquer tipo de prestação de serviço ou disponibilização de bens a não associado. O que existe entre a cooperativa e empregados é uma mera relação de ordem trabalhista, com pagamento de salários por obrigação legal e não em razão da receita que ele produziu ou do tempo efetivo de trabalho. A disponibilização de seus bens para o trabalho existe apenas em relação aos associados que Fl. 671DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 672 5 recebem pelo tempo que trabalham e assumem os riscos de não terem remuneração em caso de prejuízo; • Falsa noção de privilégio na tributação das cooperativas. As "empresas comuns" recolhem os tributos sobre o seu lucro, mas quando o distribuem a seus sócios, tal operação é isenta. Já as cooperativas, embora não tenham suas sobras tributadas, devem reter e recolher o IRPF de seus associados que, na imensa maioria dos casos, representa 27,5% do valor recebido. Assim, ao pretender tributar, ainda que parcialmente, o resultado positivo da cooperativa, no qual está incluído não apenas o trabalho (mãodeobra), mas principalmente o valor da matéria prima e insuetos empregados, e depois tributálo, novamente, no momento do rateio às pessoas físicas dos associados, o Fisco está praticando bis inidem,_ou seja; cobrando duas vezes ó tributo sobre uni mesmo fato; • Quanto ao argumento da fiscalização de que o número de associados vem diminuindo, segundo a Lei n° 5.764, de 1971, art. 6°, 1, o número mínimo é de 20 associados, o que sempre foi cumprido. Além disso, essa mesma lei, em seu art. 31, prevê a possibilidade de o associado tornarse empregado. A Assembléia geral extraordinária decidiu que eventuais interessados em serem associados da cooperativa devem passar por um período de experiência e avaliação mínimo de dois anos; • A autuação fere os arts. 174, § 2% 146, III, c, 170. III, da Constituição Federal (CF); • Como demonstrado, a segregação das receitas não se aplica às cooperativas de produção, tendo em conta as peculiaridades da sua atividade, bem assim o fato de que o concurso de empregados no setor industrial não descaracteriza o ato cooperativo, tendo em conta que tais funcionários não recebem qualquer serviço da cooperativa (somente seus salários, por obrigação legal), apenas auxiliando os associados para a consecução do objeto social; • O cálculo adotado pelo Fisco, que rateia as receitas tributáveis em razão da massa salarial do setor industrial (empregados x associados), distorce a natureza da atividade realizada pela contribuinte, fazendo parecer que se trata de uma mera prestadora de serviços, de modo que suas receitas decorreriam, exclusivamente, ou do trabalho do associado ou do trabalho do empregado; • Na verdade, é uma indústria que adquire matériaprima e insumos para que seus associados possam fabricar e vender, também em seu nome, os equipamentos produzidos. Assim, o critério de rateio não poderia ser aquele adotado nos autos de infração, pois nas operações realizadas pela cooperativa, em regra, a mãodeobra representa cerca de 10% do valor do equipamento vendido. Tal método não é compatível com as cooperativas de produção que fornecem mercadorias produzidas com a colaboração de seus associados, devendo ser considerado o que a mãodeobra efetivamente representa nas receitas da cooperativa; • As receitas financeiras foram lançadas na coluna destinada aos atos cooperativos (portanto, não tributáveis) porque, atendendo às normas contábeis, os valores lançados são líquidos, e já foram tributadas mediante retenção na fonte. Já as despesas financeiras, por serem decorrentes de atos realizados entre a cooperativa e terceiros não associados e que não se Fl. 672DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 673 6 relacionam com seu objeto social, foram lançadas como atos não cooperativos, reduzindo, portanto, o lucro do exercício; • Se a fiscalização entende que as receitas financeiras são atos não cooperativos, não há razão para segregar proporcionalmente as despesas. Obviamente, elas também serão atos não cooperativos, reduzindo a base de cálculo dos tributos supostamente devidos; • Quanto às multas isoladas, são indevidas, pois o IRPJ e a CSLL não são devidos, não podendo se falar em recolhimento de estimativas mensais. E mesmo que se possa aceitar como devidos tais tributos, ainda assim tais multas são indevidas, pois, somente nesse momento, diante do fato de ter sido descaracterizada parte das suas receitas como ato cooperativo é que os tributos em questão passaram á ser devidos; • Protesta pela produção de todos os meios de prova possíveis, especialmente perícia, oitiva de testemunhas, juntada de novos documentos, entre outras”. DA DECISÃO RECORRIDA (fls. 599/623) Apreciando a lide, a 3ª Turma da DRJ/RPO, depois de fazer um amplo retrospecto e estudo sobre a evolução histórica do cooperativismo, assentou: “Concluise do acima transcrito que são atos cooperativos todos aqueles que englobam operações efetuadas com os cooperados ou desta resultem, não abrangendo as operações efetuadas com não associados sem que nestas haja participação dos cooperados, ainda que estas operações se realizem para atender ao objetivo social da cooperativa. Ressaltese que, as operações com não associados constantes dos artigos 85 e 86 são legalmente permitidas, no entanto os resultados positivos obtidos com estas operações serão oferecidos à tributação, conforme dispõe o artigo 111. No âmbito administrativo, visando esclarecer dúvidas acerca da base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica nos atos nãocooperativos, foi editado o Parecer Normativo (PN) da Coordenação do Sistema de Tributação CST n° 38, de 30 de outubro de 1980, publicado no Diário Oficial de 5 de novembro de 1980, que, após definir, em seu item 2.11, os atos cooperativos que seguem a conceituação dada pelo art. 79 da Lei n° 5.764, de 1971, esclarece: (...) Exemplificando os atos não cooperativos, podemos citar, no caso específico das cooperativas de produção, a disponibilização dos meios de produção a terceiros nãocooperados para a fabricação de produtos que posteriormente possam ser vendidos pela cooperativa. Estes sim, atos não cooperativos típicos, sujeitos à escrituração em separado para regular tributação. No presente caso, a estrutura da cooperativa foi colocada à disposição de trabalhadores não cooperados, contratados para desempenhar funções próprias dos cooperados, ou seja, realizar a atividadefim da cooperativa que é a geração de receitas e não apenas para viabilizar o trabalho dos cooperados. Referidos atos são não cooperativos e sujeitos à tributação em consonância com as disposições da legislação comercial e fiscal. Para isso é indispensável que a cooperativa mantenha o registro contábil em separado dos atos cooperados e dos atos não cooperados. Se a escrita lastreada em documentação hábil, não especificar com clareza quais as receitas dos atos cooperativos e quais as dos atos não cooperativos, terseá como integralmente Fl. 673DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 674 7 tributado o resultado da sociedade, por ser impossível a determinação da parcela não alcançada pela não incidência tributária. A contribuinte não procedeu à segregação dos resultados com cooperados e não cooperados, ficando sujeita à tributação integral de seu resultado. Entretanto, o autuante, para apurar os resultados cooperativos e os não cooperativos, fez o rateio das receitas e custos na proporção da massa salarial dos trabalhadores não associados em relação à massa salarial total do setor industrial. O critério adotado pelo Fisco é plenamente aceitável, tendo em vista que os trabalhadores não cooperados participam da atividadefim da cooperativa ,juntamente com os cooperados, contribuindo para a produção das receitas e para consecução dos objetivos da contribuinte. Além disso, a mãodeobra utilizada é o fator determinante na especificação de quais atos são cooperativos e de quais não são. Tal procedimento tem sido confirmado por recentes decisões do Conselho de Contribuintes, de acordo com a ementa a seguir transcrita: (...) Diante do exposto, não há que se falar em alteração do procedimento adotado pela fiscalização. Quanto aos ingressos com aplicações financeiras, a contribuinte alega que, se a fiscalização entende que as receitas delas decorrentes são atos não cooperativos, não há razão para segregar proporcionalmente as despesas. Obviamente, elas também serão atos não cooperativos, reduzindo a base de cálculo dos tributos supostamente devidos. Cabe esclarecer que a fiscalização considerou como receita proveniente de atos não cooperativos o resultado positivo obtido em aplicações financeiras. O rateio foi feito sobre o valor dos demais itens incluídos no resultado financeiro (juros sobre empréstimos e financiamentos, juros passivos, dispêndios bancários, descontos concedidos a clientes. IOF sobre operações financeiras, CPMF — operações financeiras, variação cambial, descontos obtidos, juros sobre duplicatas, juros ativos, seguro fiança), portanto, não relacionados com aplicações financeiras. Tal como consta no Termo de Verificação Fiscal, tais valores (juros sobre financiamentos, descontos concedidos, etc.) são normais e correntes, assim como despesas administrativas e de vendas, devendo sofrer o rateio para a apuração dos resultados cooperativos e não cooperativos. A respeito do tema, o PN CST n° 04, de 1986, assim dispõe: (...) Assente, na legislação, que o resultado positivo obtido com aplicações financeiras não provém de atos cooperativos segundo a definição dada pelo art. 79 da Lei n° 5.764, de 1971, devendo ser submetido à incidência de IRPJ e CSLL. Com relação a esses rendimentos de aplicação financeira, tendo em vista que o assunto em discussão já foi exaustivamente abordado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, mediante Acórdão CSRF/0101.972, de 08/07/1996, adotamse as mesmas razões de decidir expostas no voto do ilustre relator, CÂNDIDO RODRIGUES NEUBER, transcritas abaixo: (...) A Secretaria da Receita Federal do Brasil— RFB, quando da edição da Instrução Normativa SRF n° 333, de 23 de junho de 2003, afastou qualquer dúvida que pudesse ainda existir Fl. 674DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 675 8 quanto ao entendimento esposado pela Administração Tributária acerca da matéria. É o seguinte o teor da Instrução Normativa: (...) Dessa forma, não se altera o lançamento”. Finalmente, acerca das multas isoladas, manteve os lançamentos considerando que “no presente caso, a contribuinte obteve resultados mensais tributáveis derivados de atos não cooperativos e não efetuou o recolhimento das estimativas fixadas na legislação acima transcrita, ficando sujeita à exigência da multa isolada sobre o IRPJ e CSLL”. Concluindo, afastou os pedidos de perícia e o pleito de oitiva de testemunhas formulados pela defesa e finalizou improvendo a impugnação e mantendo os lançamentos, em decisão assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006. 2007, 2008 SOCIEDADES COOPERATIVAS. BASE DE CÁLCULO. A prestação de serviços por terceiros não associados não se enquadra no conceito de atos cooperativos, sendo, portanto, tributáveis os rendimentos correspondentes. APLICAÇÕES FINANCEIRAS. TRIBUTAÇÃO. As receitas de aplicações financeiras não estão abrangidas pela não incidência que ampara os resultados provenientes de ato cooperativo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006, 2007, 2008 LANÇAMENTO REFLEXO. CSLL.' O decidido quanto ao lançamento do I J deve nortear a decisão do lançamento decorrente, dada a relação que o vincula. JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTAÇÃO. Ajuntada posterior de documentação só é possível em casos especificados na lei. PERICIA. REQUISITOS. Considerase não formulado o pedido de perícia que deixe de atender os requisitos legais. PROVA TESTEMUNHAL. Inexiste previsão legal para oitiva de testemunhas no julgamento administrativo em primeira instância. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006, 2007, 2008 MULTA DE OFÍCIO ISOLADA. BASE ESTIMADA. IRPJ. CSLL O não recolhimento do imposto e da contribuição devidos por estimativa sujeita a pessoa jurídica à multa de oficio isolada. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGÜIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar argüição de inconstitucionalidade de lei. Fl. 675DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 676 9 Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido DO RECURSO VOLUNTÁRIO (fls. 634/654) Cientificada do R. decisum em 14/01/2011 (fls. 633), a recorrente interpôs Recurso Voluntário em 14/02/2011 (fls. 634/654), no qual contrapôsse ao decidido em 1ª Instância e, quanto às matérias tratadas nos lançamentos, basicamente repete o aduzido na impugnação. De seu arrazoado, merecem destaque os seguintes pontos: “1 os nobres julgadores revelam que não estão considerando o fato de a CSJ ser uma cooperativa de produção e de desenvolver atividade industrial, cujo preço do produto final é composto 90% por matériaprima e insumos e 10% pela mãodeobra; 2. numa cooperativa de produção, existe a possibilidade de empregados fazerem parte dos meios que a cooperativa disponibiliza a seus associados para a consecução de seus objetivos; 3. fato de existirem empregados e associados na mesma área industrial da recorrente revela —que há, sim, participação dos associados na atividade realizada pelos empregados e viceversa; 4. como se vê, não se pode falar que a CSJ põe à disposição dos empregados seus meios de produção; na verdade, ela põe seus meios de produção à disposição dos seus associados, incluindo nesses meios de produção o empregado, que nenhuma outra relação tem com a cooperativa senão a trabalhista; 5. repisese que a CSJ é uma cooperativa de produção , e não de serviços, muito menos de serviço pessoal, como ocorre com as cooperativas de serviços médicos. 6. de antemão já é possível notarse que a fiscalização distorce por completo o objeto social da CSJ, dando a entender que ela seria uma cooperativa prestadora de serviço! E mais: compara ou melhor, praticamente iguala tal "serviço" com o que é realizado pela Unimed, prestadora de serviços médicos, o que acabou também sendo feito pela decisão recorrida, tanto que transcreveu julgado da UNIMED no acórdão. 7. em primeiro lugar,como já afirmado, a CSJ não é uma cooperativa de prestação de serviços, mas sim uma cooperativa de produção; 8. a própria Receita Federal, no âmbito administrativo, reconhece a evidente distinção entre as cooperativas de produção e as demais; 9. de fato, não é sem motivo que as atividades das cooperativas de produção devem ser analisadas de forma diversa das demais, especialmente das médicas. Nestas, se tem um serviço; naquelas, indústria; 10. no caso de uma cooperativa de produção como a CSJ, a situação é completamente diferente; em primeiro lugar, a maior parte da receita da cooperativa de produção não provém nem do esforço dos associados, nem do trabalho dos empregados, mas sim da matériaprima e dos insumos que são adquiridos para compor os equipamentos fabricados e vendidos pela CSJ; Fl. 676DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 677 10 11. com efeito, as folhas de estudo (orçamentos), acompanhadas das respectivas ordens de serviço e notas fiscais de venda de alguns dos equipamentos que foram produzidos pela autuada, as quais encontramse encartadas aos autos, revelam que, na composição do preço de tais bens, a mão de obra equivale a cerca de 10% do seu valor. Todo o restante provêm do material que é adquirido para compor o equipamento a ser vendido; 12. segregar as receitas da CSJ equivale, absurdamente, a classificar a matériaprima empregada na produção como "associada" ou "nãoassociada", o que não faz o menor sentido!; 13. diferentemente de outras atividades que envolvem apenas prestação de serviços, o objeto social da CSJ fabricação de equipamentos de grande porte consiste na compra de matériaprima e insumos para que seus associados possam fabricar os bens a serem posteriormente vendidos em nome da CSJ; 14. diferentemente da prestação de serviços como ocorre com os médicos, por exemplo , as cooperativas de produção, em regra, não podem contar apenas com a força de trabalho de seus associados, pois, se assim o fosse, sua atividade se comprometeria com a eventual inexistência do número mínimo de associados necessários à fabricação, por exemplo, de um equipamento cuja matériaprima já tenha sido adquirida. Por isso o estatuto da CSJ prevê, em seu Capítulo IX (artigo 65, caput), que “a cooperativa poderá contratar empregados para atender suas demandas”; 15. se a cooperativa depende da contratação de empregados para a consecução de seu objeto social, ou seja, se contrata funcionários não por mera liberalidade , mas por necessidade para atingir sua finalidade institucional e possibilitar o trabalho de seus associados, tal contratação há de ser entendida como inerente aos seus objetivos que, em última análise, resumemse à fabricação de um equipamento, sendo, portanto, em sua totalidade, um ato cooperativo; 16. não existe qualquer tipo de prestação de serviço ou disponibilização de bens a não associado. O que existe entre cooperativa e empregados é uma mera relação de ordem trabalhista, de modo que a CSJ paga os salários a seus funcionários por obrigação legal, e não em razão da receita que ele produziu ou do tempo efetivo de trabalho; 17. o ato é sempre cooperativo nas cooperativas de produção como a CSJ, pois decorrem de uma relação entre ela e seus associados para a consecução do objeto social, contando com a colaboração de empregados em todas as áreas, inclusive na industrial, na qual, se não houver o número necessários de pessoas trabalhando — lembrando que não se pode obrigar alguém a entrar na cooperativa como um associado —, a produção ficará comprometida”. Depois de tecer considerações sobre os atos cooperativos, a recorrente passa a rebater o trabalho fiscal no que tange ao critério de rateio assumido, apontando: “18. como visto, a defesa subsidiária da recorrente, relativa à forma como o rateio das despesas foi feito, também não foi analisada pela Delegacia de Julgamento, embora imprescindível ao correto deslinde desta questão. 20. por cautela, em sua impugnação, a CSJ questionou o método de rateio utilizado, uma vez que a fiscalização se baseou exclusivamente em critérios aplicáveis Fl. 677DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 678 11 à mera prestação de serviços (Unimed), na qual facilmente se identifica qual receita proveio do associado e qual adveio do nãoassociado, por conta da pessoalidade que existe nos serviços médicos; 21. o rateio das receitas tributáveis em razão da massa salarial do setor industrial (empregados x associados) distorce a natureza da atividade realizada pela CSJ , fazendo parecer que se trata de uma mera prestadora de serviços, de modo que suas receitas decorreriam, exclusivamente, ou do trabalho do associado, ou do trabalho do empregado, o que não corresponde à realidade; 22. Na verdade, como exaustivamente demonstrado, a CSJ é uma indústria, que, como não poderia deixar de ser, adquire, em seu nome, matériaprima e insumos para que seus associados possam fabricar e vender, também em seu nome, os equipamentos produzidos; 23. ainda que por hipótese fosse possível aceitar a tese da fiscalização de que as receitas devem ser segregadas em razão da existência de empregados no setor industrial da CSJ, o critério de rateio não poderia ser aquele adotado no auto de infração e acolhido pela Delegacia de Julgamento. Isso porque, como visto, nas operações realizadas pela CSJ, em regra, a mão de obra representa cerca de 10% do valor do equipamento vendido; 24. considerando a título ilustrativo, que a CSJ possui o mesmo número de empregados e de associados em seu setor industrial, estarseia falando em aproximadamente 5% das suas receitas como sendo decorrentes de supostos atos não cooperativos; 25. nessa situação, ou se está diante da nulidade do auto de infração, haja vista a manifesta incorreção dos cálculos que o embasa, ou se está diante, em último caso, da necessidade de se adequar seu valor à realidade de uma cooperativa de produção”. Para finalizar, contrapõese à imposição sobre as receitas financeiras que entende já tributadas na fonte de modo que, a se aceitar a tese do Fisco, estaria havendo uma “bitributação” (RV – fls. 651) e, no que pertine às despesas financeiras, aponta que, “se a fiscalização entende que as receitas financeiras são atos nãocooperativos, não há razão para segregar proporcionalmente as despesas! Obviamente, elas também serão atos nãocooperativos e, portanto, reduzirão a base de cálculo dos tributos supostamente devidos”. (ibidem – fls. 652). E conclui enfrentando os lançamentos de multas isoladas de IRPJ e de CSLL que entende indevidos. É o relatório do essencial, em apertada síntese. Fl. 678DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 679 12 Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O Recurso Voluntário é tempestivo (ciência da decisão recorrida em 14/01/2011 – fls. 633, protocolização do RV 14/02/2011 – fls. 438), a recorrente está corretamente representada (fls. 510/513) e os demais pressupostos exigidos para admissibilidade foram atendidos, de modo que o recebo e dele conheço. Não havendo preliminares, passo ao mérito. Antes, porém, imperioso se pontuem algumas digressões sobre os padrões que comportam o chamado “cooperativismo”, que, aliás, ainda está em franca evolução doutrinária e jurisprudencial, de forma a criar um pano de fundo para o que se apreciará no mérito. Como ponto de partida, sirvome das lições do eminente Conselheiro Demetrius Nichele Macei, desta 2ª Turma 4ª Câmara 1ª Seção de Julgamento do CARF (com o qual tenho a honra de compartilhar a bancada de julgadores) que em seu livro “Ato Cooperativo e Tributação” (Juruá Editora – 2ª Ed. 2014), depois de lembrar que “o surgimento do cooperativismo como empreendimento socioeconômico aconteceu na Inglaterra em 1884, na cidade de Rochdale, perto de Manchester”, apontou como causa desta novel (à época) atividade econômica, “a crescente ameaça de [28 tecelões] serem substituídos pelas máquinas a vapor”, o que os levou a “buscar outra alternativa de trabalho e sobrevivência” (obra citada, pg. 16). Ainda segundo Demetrius Nichele Macei (op. cit. – pg. 18) podese definir cooperativismo como “sistema de organização econômica, baseada em um conjunto de princípios fundamentais, e que visa eliminar a mera intermediação, comercial e de mão de obra, característica do sistema capitalista”. Assim, em breve síntese, correto afirmar que o cooperativismo tem como objetivo difundir os ideais em que se baseia, no intuito de atingir o pleno desenvolvimento financeiro, econômico e social de todas as sociedades cooperativas. A cooperação sempre existiu nas sociedades humanas desde as eras mais remotas. Menos evoluído, menos agressivo, mas sempre como a resultante de necessidades imperiosas de sobrevivência. No Brasil, as primeiras e incipientes cooperativas surgiram nos estertores do século XIX e aurora do século XX e ganharam formatação legal em 1971, com a promulgação da Lei nº 5.764/1971 e, mais recentemente, a Lei nº 12.690/2012. Nesta linha do tempo, uma ação ganha destaque por ter resultado em dado histórico fundamental para o registro da primeira cooperativa no Brasil: a criação da Associação Cooperativa dos Empregados da Companhia Telefônica, em Limeira, São Paulo, isso no ano de 1891. Posteriormente, o cooperativismo veio a se consolidar no Brasil com a vinda dos imigrantes alemães, italianos e japoneses, que se estabeleceram no sul e sudeste do país. O Fl. 679DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 680 13 grande marco, porém, que levou decisivamente à consolidação do cooperativismo no país, foi a promulgação do Decreto nº 22.239, de 19 de dezembro de 1932, a Primeira Lei Orgânica do Cooperativismo Brasileiro. Definido brevemente “cooperativismo”, de se destacar que, de outra banda, “sociedades cooperativas” são, no dizer literal da Lei nº 5.764/1971, art. 4º, “...sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindose das demais sociedades pelas seguintes características”. Por seu turno, “atos cooperativos” são todos aqueles “praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associadas, para a consecução dos objetivos sociais” (art. 79, da Lei nº 5.764/1971). Com a explícita eleição feita pelo seu parágrafo único: Parágrafo único. O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. A evolução legislativa, jurisprudencial e doutrinária, aliada aos avanços havidos nas atividades econômicas praticadas pelos homens nos últimos cento e cinquenta anos acabaram por levar ao aparecimento de diversos tipos de cooperativas, valendo destacar as principais. Na visão de De Plácido e Silva2, três seriam os grupos de cooperativas a considerar – de consumo, de produção e de crédito. Para a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a subdivisão abarcaria treze espécies, dentre elas, as agropecuárias, de consumo, de trabalho e, no que importa ao caso concreto, “de produção”, esta com a seguinte definição: “Cooperativas de Produção: aquelas que se destinam a beneficiar e industrializar os produtos fabricados pelos cooperados”. Finalmente, para fechar este breve intróito, não se pode deixar de lembrar que os atos cooperativos (e não as cooperativas propriamente ditas) é que têm tratamento tributário especial, contemplado na área federal (Imposto de Renda) no artigo 182, do diploma regulamentar (RIR/1999): Art.182. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica não terão incidência do imposto sobre suas atividades econômicas, de proveito comum, sem objetivo de lucro (Lei nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, art. 3º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 69). Esta não incidência implica em que as cooperativas pratiquem “atos cooperativos”, digase, ocorrendo situação diversa, a tributação seguirá a regra geral, posto que se estará diante de operação comercial lucrativa, definhando a “ausência de fins lucrativos”, sustentáculo do cooperativismo. 2 In Vocabulário Jurídico – 11ª Ed. RJ – Forense – 1989, volume 1, pg. 561/565 Fl. 680DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 681 14 Feitas estas ponderações prefaciais, passase à análise do caso concreto. Os autos tratam de operações realizadas pela Cooperativa de Produção e Serviços Metalúrgicos São José, conhecida com “CSJ” e que se define estatutariamente como “cooperativa de produção” e, nesse segmento, produz e comercializa máquinas e equipamentos que têm como destinatárias, basicamente, grandes usinas de açúcar e álcool. Para a consecução de seus objetivos, além da matéria prima e outros insumos que ela (CSJ) adquire no mercado, utilizase da mão de obra de “cooperados” (vinculados estatutariamente à cooperativa e na maior parte qualificados como profissionais do ramo metalúrgico) e “nãocooperados” (no caso, trabalhadores com formação técnica semelhante aos cooperados, mas, contratados pelo regime de CLT). Ao longo de todo o período fiscalizado, a CSJ construiu e vendeu aos clientes (como dito, grandes usinas) diversas máquinas e equipamentos, dando a estas operações de saídas, tratamento de não incidência de IRPJ e de CSLL, sob o entendimento de se estar praticando “atos cooperativos”, por isso, ao abrigo do artigo 182, do RIR/1999. Como exemplo – nf. nº 0019101 (fls. 523): Excluindo este valor (e todos os outros do período) no resultado do exercício DIPJ Fichas 06A, 09A e 12A (fls. 281/283 e 288). Submetida a cooperativa ao crivo de auditoria realizada pela RFB, constatouse que os produtos industrializados e que geraram a receita da entidade, foram obtidos com a utilização laboral dos trabalhadores cooperados e não cooperados, estes contratados sob as normas da CLT; com isso, no dizer do Fisco, embora a lei não proíba tal prática, a receita proporcionada por estes trabalhadores deve ser normalmente oferecida à tributação, como ocorre com qualquer outra empresa, posto se estar diante de desvirtuamento da prática de atos cooperativos. Ainda na dicção fiscal (TVF – fls. 440/441): Fl. 681DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 682 15 “As cooperativas são sociedades sem fins lucrativos criadas para prestar serviços aos seus associados e não o contrário. Elas servem para facilitar e viabilizar a que os cooperados vendam sua força de trabalho, captando negócios e cuidando dos assuntos administrativos, por isso as suas receitas são isentas do imposto de renda. Quando as cooperativas contratam empregados para desempenhar funções próprias dos cooperados, elas se transformam em empresas comuns, pelo menos na proporção da receita gerada por estes empregados. Se assim não fosse elas concorreriam desigualmente com empresas do mesmo ramo que não são cooperativas. Por isso a Lei não veda, mas impõe a segregação destas receitas para fins de tributação. A CSJ vem sistematicamente diminuindo a quantidade de cooperados e aumentando a de empregados. No período fiscalizado não houve sequer uma admissão de cooperado, apenas exclusões, enquanto que o número de empregados aumentou consideravelmente. O Estatuto da CSJ prevê a admissão de novos cooperados apenas após uma experiência de dois anos, condicionada a sua conveniência, mas esta previsão estatutária, que de fato nunca ocorreu, não elimina a obrigação legal de recolher os tributos incidentes sobre a receita gerada por não associados”. Nessa linha, não tendo a recorrente segregado as receitas, o Fisco definiu como critério de rateio a proporção entre cooperados e não cooperados em relação ao total da massa salarial utilizada na produção das máquinas e equipamentos vendidas, aplicando o percentual obtido sobre as receitas da entidade; com esse proceder, manteve longe da tributação a parcela representativa à participação dos cooperados na geração da receita e procedeu, de ofício, aos lançamentos sobre a parcela vinculada aos trabalhadores celetistas contratados. Não concordando com a acusação, a recorrente rebateu tenazmente a imputação ao longo de suas peças de defesa, e que, em resumo, fundamentamse nas seguintes premissas: a) a maior parte da receita da cooperativa de produção não provém nem do esforço dos associados, nem do trabalho dos empregados, mas sim da matériaprima e dos insumos que são adquiridos para compor os equipamentos fabricados e vendidos pela CSJ; b) na composição do preço dos bens produzidos, a mão de obra equivale a cerca de 10% do seu valor. Todo o restante provém do material que é adquirido para compor o equipamento a ser vendido; c) segregar as receitas como fez a Fiscalização, equivale, absurdamente, a classificar a matériaprima empregada na produção como "associada" ou "nãoassociada", o que não faz o menor sentido! d) o objeto social da CSJ fabricação de equipamentos de grande porte consiste na compra de matériaprima e insumos para que seus associados possam fabricar os bens a serem posteriormente vendidos em nome da CSJ; e) a cooperativa depende da contratação de empregados para a consecução de seu objeto social, ou seja, se contrata funcionários não o faz por mera liberalidade, mas por necessidade, para atingir sua finalidade institucional e possibilitar o trabalho de seus Fl. 682DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 683 16 associados; tal contratação há de ser entendida como inerente aos seus objetivos que, em última análise, resumemse à fabricação de um equipamento, sendo, portanto, em sua totalidade, um ato cooperativo; f) não existe qualquer tipo de prestação de serviço ou disponibilização de bens a não associado. O que existe entre cooperativa e empregados é uma mera relação de ordem trabalhista, de modo que a CSJ paga os salários a seus funcionários por obrigação legal, e não em razão da receita que ele produziu ou do tempo efetivo de trabalho; g) o ato é sempre cooperativo nas cooperativas de produção como a CSJ, pois decorrem de uma relação entre ela e seus associados para a consecução do objeto social, contando com a colaboração de empregados em todas as áreas, inclusive na industrial, na qual, se não houver o número necessários de pessoas trabalhando — lembrando que não se pode obrigar alguém a entrar na cooperativa como um associado —, a produção ficará comprometida. Pois bem, que as cooperativas, melhor dizendo, os “atos cooperativos” têm tratamento tributário diferenciado, inexistem dúvidas, como exaustivamente atrás já se destacou. Todavia, indiscutível também, os atos cooperativos devem ser efetivamente “atos cooperativos” e não apenas possuírem uma “formatação legal”, digase, não basta “aparentarem ser”, o que “efetivamente não são”. Nessa linha, não é demais lembrar que a jurisprudência pátria evoluiu para considerar que a essência se sobrepõe à forma, ou seja, insuficiente que uma formalidade legal esteja corretamente satisfeita se os fatos estampados mostram outra realidade. No caso dos autos, é incontroverso que a recorrente foi constituída inicialmente como uma cooperativa de produção, fato aceito inclusive pelo Fisco, de forma expressa. Também certo, pela leitura dos atos constitutivos e alterações, que os primeiros componentes (cooperados) eram, em sua esmagadora maioria, trabalhadores com qualificação profissional do ramo de metalurgia que, por isso mesmo, propuseramse a constituir uma cooperativa na qual exerceriam suas especificidades técnicas, transformação de insumos como ferro, aço e semelhantes em máquinas e equipamentos e posterior venda dos produtos acabados a terceiros, geralmente usinas de açúcar e álcool. Dentro deste cenário, ainda que este Relator tenha sérias restrições a que este tipo de cooperativa possa ser taxada como “de produção” ainda assim, considerando a complexidade dos produtos a serem manufaturados, o alto grau de especialização exigido da mão de obra e o mercado e clientes do segmento onde atuaria, é possível entender que a receita obtida – desde que para a sua geração tenham contribuído somente cooperados – seria “ato cooperativo”. Esse padrão é a base e essência não só do cooperativismo como, especificamente, das “cooperativas de produção”. Bem a propósito, sirvome do painel traçado por Demetrius Nichele Macei, (obra citada – pg. 105) que resume como seria, sem desvios ou desvirtuamentos, uma Fl. 683DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 684 17 cooperativa de produção. Escreve o autor: “O surgimento do cooperativismo se deu na Inglaterra em 1844, na cidade de Rochdale, perto de Manchester. (...). Tal sociedade caracterizouse por reunir 28 tecelões no intuito de adquirir insumos em conjunto, com preços mais acessíveis, correspondendo ao que hoje chamamos “cooperativa de consumo”. Com o sucesso da idéia, a organização agregou a cooperação para a venda dos produtos desenvolvidos, por meio da atuação em comum e sem intermediários. Assim, a mesma sociedade, além da compra em conjunto, passou a vender em conjunto, germinando o que chamamos de “cooperativa de produção”. Concretamente, se a receita tivesse origem na utilização exclusiva de mão de obra dos cooperados, sem intermediários, com atuação em comum, ainda que a cooperativa realizasse a compra das matérias primas e assumisse os encargos com os trabalhadores das ditas “atividadesmeio” (administrativas, por exemplo), licito admitir tratarse de atos cooperativos. Todavia, como se lê nos autos, grande parte dos cooperados iniciais foi sendo, paulatina e sistematicamente, substituída por mão de obra com qualificação semelhante, MAS NÃO COOPERADA, ou seja, celetista. Este painel está minuciosamente detalhado nos apontamentos fiscais e resumido nas planilhas que mostram o percentual de mão e obra cooperada e celetista (fls. 195 e 319/320), a partir de dados extraídos dos registros da fiscalizada e do banco de dados da Receita Federal, incluindo GFIP, incontroversos, pois (TVF – fls. 449). Vejase, exemplificativamente, a evolução do percentual participativo da massa salarial (cooperada e não cooperada) da recorrente: Com isso, ainda que a recorrente se irresigne fortemente contra as colocações fiscais, fato é que a saída dos cooperados e sua substituição por outros trabalhadores, neste caso contratados de acordo com as leis trabalhistas, mudou a configuração e o perfil da cooperativa e, via de consequência, de seus atos, ao menos de forma parcial, isso porque cambiouse a relação cooperativa, sem vínculo subordinativo algum, para verdadeira norma trabalhista, com poder de mando e subordinação, alterando frontalmente o espírito do cooperativismo. E tudo isso independente do alegado pela defesa de que, “se não houver o número necessários de pessoas trabalhando, a produção ficará comprometida”. Em outro dizer, “quando as cooperativas contratam empregados para desempenhar funções próprias dos cooperados, elas se transformam em empresas comuns, pelo menos Fl. 684DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 685 18 na proporção da receita gerada por estes empregados” (cf. TVF – fls. 441). Realidade que não se altera sob a argumentação de que a mão de obra celetista se fazia imprescindível para que a produção não fosse interrompida. Neste ponto, como bem ensina Demetrius Nichele Macei, já citado, “quanto ao serviço prestado ao não associado [e produção industrial não deixa de ser “serviço”], a cooperativa foge de seu objeto social”, assumindo “a figura do intermediário, agregando valor à operação com o objetivo de remunerála” e revelando “o aspecto lucrativo da operação”. Para completar perguntando: “se a cooperativa, por vezes, age com o fim de obter lucro, isto não a descaracterizaria como tal?” E responder: “A rigor, sim”. (obra referida, pg. 56 – destacouse). Então, no fundo, ainda que veementemente repudiado pela defesa e mesmo que formalmente possa ser intitulada como uma “cooperativa de produção”, na essência, pelo que consta dos autos e pelos aspectos fáticos envolvidos, a CSJ tem muito mais características de prestação de serviço, até porque esse o grande mote que levou à sua constituição: utilizar a mão de obra especializada de metalúrgicos (possivelmente extrabalhadores em empresas deste segmento, por isso com knowhow elevado na área) para construir máquinas e equipamentos, sendo que a participação dos cooperados restringirseia ao trabalho manual, cabendo à cooperativa os demais atos (de verdadeira mercancia) como adquirir matérias primas, angariar clientes, contratar a chamada “mão de obrameio”, atuar no mercado, etc. Cenário muito bem observado no Ac. 1302002.113, relatoria do Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, assim sintetizado: “A legislação do Imposto de Renda estabelece que a incidência do IRPJ das sociedades cooperativas se dará apenas sobre os “resultados positivos das operações e atividades estranhas à sua finalidade". (...) Não me parece que a venda de serviços que serão executados pelos seus associados se enquadra neste conceito, pois é este o objeto e a razão de ser da cooperativa. A oferta dos serviços (prestados pelos cooperados) a terceiros e sua contratação para execução por estes, me parece constituir o cerne da existência de uma cooperativa de serviços. Acho até mesmo impróprio chamálo de negócio –meio para atingir o atofim, pois se a cooperativa não presta este serviço (de intermediação dos serviços) qual outro serviço prestaria? Assim, me parece que o "fornecimento de bens ou serviços a não associados para atender aos objetivos sociais", que ensejaria o alcance pela tributação do IR, seria o repasse dos serviços (contratados) a terceiros não associados, para cumprimento de contrato firmado pela cooperativa com os tomadores de serviços (para atender aos objetivos sociais). O resultado (se positivo) dessas operações derivadas do repasse desses serviços, no meu entender, é que deve ser alcançado pela tributação do imposto de renda”. (destaques acrescidos). Fl. 685DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 686 19 Entendimento em consonância com o artigo 183, do RIR/1999, que dispõe: Art. 183. As sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica pagarão o imposto calculado sobre os resultados positivos das operações e atividades estranhas à sua finalidade, tais como (Lei nº 5.764, de 1971, arts. 85, 86, 88 e 111, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 2º): I de comercialização ou industrialização, pelas cooperativas agropecuárias ou de pesca, de produtos adquiridos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou para suprir capacidade ociosa de suas instalações industriais; II de fornecimento de bens ou serviços a não associados, para atender aos objetivos sociais; III de participação em sociedades não cooperativas, públicas ou privadas, para atendimento de objetivos acessórios ou complementares. Resumindo, não é defeso à cooperativa de produção (ainda que, como dito antes, este Relator tenha restrições a considerar a recorrente com esta especificação), não é defeso, repitase, que ela pratique verdadeiros atos mercantis, desde que, no fundo e como corolário, esteja buscando trazer benefícios aos associados, como adquirir por bons preços para as matérias prima, aglutinar clientes, etc. O que é defeso é que a mão de obra dos cooperados (essência, princípio e fim de uma cooperativa) seja substituída por trabalhadores contratados pelo regime celetista (ou outro qualquer), comprometendo toda a estrutura do cooperativismo e transformando a instituição “cooperativa” em verdadeiro agente econômico com todas as nuances de empresa mercantil. A se aceitar este procedimento e considerando o processo de diminuição dos cooperados e substituição pelos celetistas, poderseia chegar a um estado em que, contando com um único cooperado de um lado e com centenas de contratados de outro, a recorrente produziria e venderia máquinas e equipamentos, auferiria receita e ficaria ao largo de qualquer tributação, sob o manto de um possível “ato cooperativo”. Uma situação inimaginável não apenas sob o aspecto do cooperativismo como da concorrência de mercado, já que empresas do mesmo segmento econômico arcariam com a tributação e a cooperativa estaria ao abrigo da não incidência. Pelo estampado, frágil, diria mais, fragilíssimo é o argumento da recorrente de que, como a mão de obra (cooperada e celetista) representa em torno de 10% do preço de venda dos produtos, enquanto a matéria prima atingiria 90%, o raciocínio desenvolvido pelo Fisco não teria substância e fulminaria o rateio aplicado. Muito ao contrário. Na verdade, a participação da matéria prima (em 90 ou 80 ou x%) só tem relevância para a composição do custo do produto, jamais para a projeção que o Fisco fez em relação às receitas auferidas pela entidade na venda das máquinas e equipamentos que, não Fl. 686DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 687 20 fosse, repitase, a presença residual de parte da mão de obra cooperada significaria pura e simples venda mercantil, elevando a “cooperativa” ao status de verdadeira empresa industrial, com fins lucrativos. Dentro desta fotografia, o entendimento da recorrente de que, como a mão de obra total representou 10% do produto construído (industrializado) e a participação dos celetistas ficou em torno de 44% da massa salarial em 2006 e 55% em 2007 e 2008, só se deveria tributar o que esta fatia impactou na produção, ou seja, aplicar apenas 4,4% (2006) e 5,5% (2007/2008) sobre o valor total da receita auferida, revelase despropositado! Efetivamente, não se está questionando a composição do “custo” da máquina vendida pela cooperativa, mas, sim, o quanto (percentualmente) a participação da mão de obra de terceiros, não cooperados, contribuiu para a entrada dos recursos. Exemplificando: Uma máquina pode ter custo de R$ 100 (R$ 90 de matéria prima e R$ 10 de mão de obra, sendo esta dividida em 4% de cooperados e 6% de celetista). O que releva apurar é o quanto (percentual) cada mão de obra (cooperados e não cooperados) representou na confecção do produto vendido (fonte da receita obtida), chegandose, assim, aos montantes (dentro da receita total do período) do que ficaria sob o manto da não incidência e o que será tido como “atos nãocooperativos”, por isso, tributados. SÃO ESTES percentuais que devem ser aplicados sobre o valor da venda e não o que representam no custo. Assim, se a alienação for feita por 120, 40% (R$ 48 da receita) advirão de atos cooperativos, por isso, não sofrerão tributação de IRPJ e CSLL e 60% (R$ 72) representarão receita de “atos nãocooperativos”, tributáveis, portanto . Nesse ponto, voltase ao exemplo inicial para fechar o raciocínio: quanto, na receita apurada pela venda feita pela cooperativa ao seu cliente “Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool – nf. 0019101 – 31/07/2008 – vlr. R$ 1.450.000,00 corresponderia a ato cooperativo, porque fruto do trabalhado de cooperados na produção da máquina vendida e quanto seria resultado da mão de obra de não cooperados que permitiram auferir este rendimento? A resposta, à falta de segregação na escrituração por parte da cooperativa, deve ser buscada no trabalho parcimoniosos e meticuloso do Fisco que proporcionalizou, comparativamente, os índices da massa salarial da entidade, com a subdivisão em mão de obra cooperada e nãocooperada (planilha antes exibida). No caso, como a venda realizouse em julho/2008, quadro elaborado pelo Fisco mostra o resultado (fls. 320): Fl. 687DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 688 21 Portanto: a) R$ 1.450,000,00 (X) 47% = R$ 681.500,00 (ato cooperativo – não incidência de IRPJ e de CSLL); b) R$ 1.450.000,00 (X) 53% = R$ 768.500,00 (ato nãocooperativo – tributado) A partir destes dados o Fisco recompôs a apuração do resultado dos períodos 2006/2007 e 2008, subdividindo as receitas em dois tomos: atos cooperativos e não cooperativos. Vejase: Anocalendário 2006: Recomposição feita pelo Fisco a partir da utilização proporcional da mão de obra de cooperados e nãocooperados (fls. 339): Assim, dos R$ 75,6 milhões, o Fisco aceitou como não sujeitas à tributação a parcela de R$ 42,7 milhões, e considerou tributável o valor remanescente (R$ 32,9 milhões). E calculou o IRPJ (e reflexamente a CSLL) devidos, objeto dos lançamentos de ofício (fls. 343): Fl. 688DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 689 22 Que correspondem ao auto de infração (fls. 418): Os demais períodos seguem o mesmo raciocínio. Por tudo o que se expôs, não há ressalvas ao trabalho fiscal que, além de parcimonioso e cuidadoso, como antes dito, agiu com profundo bom senso e sensatez não descaracterizando integralmente as operações da cooperativa, mas, levou em conta a presença, ainda que em franca redução, da mão de obra de cooperados, cingindo a parcela da receita para a qual estes associados deram sua contribuição (tratandoos como atos cooperativos e mantendo os rendimentos ao largo da tributação) e tão somente perpetrando os lançamentos sobre a parcela advinda da mão de obra celetista. De se destacar que essa posição do Fisco (mantendo parte da receita como não tributável), ao revés do reclamo da recorrente, lhe favoreceu, na medida em que há inúmeras decisões administrativas que autorizam a tributação da totalidade do resultado das cooperativas quando não for possível determinar a parcela do lucro alcançada pela não tributação. Nesse sentido, o Ac. 10195.742, 1ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes: Fl. 689DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 690 23 SOCIEDADES COOPERATIVAS – ATOS NÃO COOPERADOS TRIBUTAÇÃO As sociedades cooperativas estão amparadas pela não incidência do imposto de renda apenas em relação aos resultados positivos das suas atividades específicas. Porém, a falta de destaque das receitas segundo a sua origem (atos cooperativos e não cooperativos) autoriza a tributação da totalidade dos seus resultados, por ser impossível a determinação da parcela desse lucro alcançada pela não incidência tributária. Como é óbvio, todo rateio, pela sua própria conceituação, sujeitase a não ter uma mensuração matemática absolutamente definitiva, comportando contraditas. Todavia, no caso presente, não apenas estas contraditas não ocorreram (a massa salarial assumida está consistente com os dados da cooperativa e com os registros nos órgãos competentes, inclusive GFIP), como a recorrente não conseguiu trazer outro critério que substituísse o assumido pela Fiscalização, limitandose a alegar que a mão de obra representava apenas 10% do valor do produto, tema já tratado e refutado neste voto. E, não se olvide, certamente a recorrente possuía – ou deveria possuir – apontamentos que mensuravam o quanto cada trabalhador (cooperado ou não) participou no processo produtivo. Acresçase ainda, por mais que a recorrente se irresigne, não há dúvidas de que a base tomada pelo Agente Fiscal tem uma lógica fortemente sustentável: medir o quanto – percentualmente – cada um dos tipos de mão de obra representou no produto final o que, em última análise, mostra a efetiva participação dos “cooperados” no resultado da “cooperativa”, ou seja, na consecução da “atividadefim” da entidade. Acerca da outra parcela que compôs os lançamentos, no caso, as receitas e despesas financeiras, como bem pontuado pela decisão recorrida, cabe esclarecer que a fiscalização considerou como receita proveniente de atos não cooperativos o resultado positivo obtido em aplicações financeiras. O rateio foi feito sobre o valor dos demais itens incluídos no resultado financeiro (juros sobre empréstimos e financiamentos, juros passivos, dispêndios bancários, descontos concedidos a clientes. IOF sobre operações financeiras, CPMF — operações financeiras, variação cambial, descontos obtidos, juros sobre duplicatas, juros ativos, seguro fiança), portanto, não relacionados com aplicações financeiras. Tal como consta no Termo de Verificação Fiscal, tais valores (juros sobre financiamentos, descontos concedidos, etc.) são normais e correntes, assim como despesas administrativas e de vendas, devendo sofrer o rateio para a apuração dos resultados cooperativos e não cooperativos. Em síntese, no primeiro caso, sem nenhuma dúvida, as receitas financeiras devem compor a base imponível das cooperativas. Neste sentido, a Súmula 262, do STJ: INCIDE O IMPOSTO DE RENDA SOBRE O RESULTADO DAS APLICAÇÕES FINANCEIRAS REALIZADAS PELAS COOPERATIVAS. Quanto às despesas financeiras, pela mesma lógica, o raciocínio aplicado de ratear proporcionalmente as receitas em função da mão obra cooperada e nãocooperada aponta no mesmo sentido para os gastos, na linha do pensamento adotada por Hiromi, Fábio e Celso Higuchi: “O PN nº 49/87 não esclareceu sobre o critério de rateio de despesas e custos indedutíveis, mas o rateio será feito com base nos resultados das operações com cooperados e não cooperados. Assim, se o valor dos Fl. 690DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 691 24 resultados com não cooperados corresponder a 10% do valor dos resultados, 10% do valor das despesas e custos indedutíveis deverão adicionados na determinação do lucro real” (Imposto de Renda das Empresas – Interpretação e Prática – 35ª Ed – SP – IR Publicações – pg. 187). Pelo exposto, encaminho meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário em relação à infração nº 001 – Exclusões não Autorizadas na Apuração do Lucro Real (AI – fls. 418). DA MULTA ISOLADA Finalmente, cabe apreciar os lançamentos de multas isoladas, nascidos pela insuficiência ou falta de recolhimentos estimados mensais, fruto da infração antes analisada. A respeito de uma possível concomitância dos lançamentos de multas isoladas com a multa de ofício presente nos autos de infração, de minha parte sempre perfilei com os que entendem estarse diante de imposições diferentes, com fatos geradores diferentes, tipificações legais diferentes e motivações fáticas diferentes, ou seja, da leitura artigo 44, da Lei nº 9.430/1996, com suas alterações, inferese que, uma vez constatada falta ou insuficiência de pagamento de estimativa, será exigida a multa isolada. Se, além disso, tiver ocorrido falta de recolhimento do imposto devido com base no lucro real anual, o lançamento abrangerá também o valor do imposto, acompanhado de multa de ofício e juros, pois a determinação legal de imposição de tal penalidade, quando aplicada isoladamente, prescinde da apuração de lucro ou prejuízo no final do período anual, inexistindo, portanto, a cumulação de penalidades para uma mesma conduta, como argúem os contribuintes. Em síntese, não tendo as referidas multas a mesma hipótese de incidência, nada há a barrar a imposição concomitante da multa isolada com a multa de ofício devida pela apuração e recolhimento a menor do imposto e contribuição devidos na apuração anual. Posição plenamente avalizada a partir da nova redação do dispositivo em comento, estabelecida pela MP nº MP 351, de 22/01/2007; convertida na Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, onde fica clara a distinção: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (...) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (destaquei) Fl. 691DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 692 25 Registrese, essa nova redação não impõe nova penalidade ou faz qualquer ampliação da base de cálculo da multa; simplesmente tornou mais clara a intenção do legislador. Por pertinentes, faço minha as palavras do ilustre Conselheiro GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES deste CARF que, de forma precisa, analisou o tema no Acórdão nº 10323.370, Sessão de 24/01/2008: “Nada obstante, as regras sancionatórias são em múltiplos aspectos totalmente diferentes das normas de imposição tributária, a começar pela circunstância essencial de que o antecedente das primeiras é composto por uma conduta antijurídica, ao passo que das segundas se trata de conduta lícita. Dessarte, em múltiplas facetas o regime das sanções pelo descumprimento de obrigações tributárias mais se aproxima do penal que do tributário. Pois bem, a Doutrina do Direito Penal afirma que, dentre as funções da pena, há a PREVENÇÃO GERAL e a PREVENÇÃO ESPECIAL. A primeira é dirigida à sociedade como um todo. Diante da prescrição da norma punitiva, inibese o comportamento da coletividade de cometer o ato infracional. Já a segunda é dirigida especificamente ao infrator para que ele não mais cometa o delito. É, por isso, que a revogação de penas implica a sua retroatividade, ao contrário do que ocorre com tributos. Uma vez que uma conduta não mais é tipificada como delitiva, não faz mais sentido aplicar pena se ela deixa de cumprir as funções preventivas. Essa discussão se torna mais complexa no caso de descumprimento de deveres provisórios ou excepcionais. Hector Villegas, (em Direito Penal Tributário. São Paulo, Resenha Tributária, EDUC, 1994), por exemplo, nos noticia o intenso debate da Doutrina Argentina acerca da aplicação da retroatividade benigna às leis temporárias e excepcionais. No direito brasileiro, porém, essa discussão passa ao largo há muitas décadas, em razão de expressa disposição em nosso Código Penal, no caso, o art. 3º: Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplicase ao fato praticado durante sua vigência. O legislador penal impediu expressamente a retroatividade benigna nesses casos, pois, do contrário, estariam comprometidas as funções de prevenção. Explico e exemplifico. Como é previsível, no caso das extraordinárias, e certo, em relação às temporárias, a cessação de sua vigência, a exclusão da punição implicaria a perda de eficácia de suas determinações, uma vez que todos teriam a garantia prévia de, em breve, deixarem de ser punidos. Fl. 692DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 693 26 É o caso de uma lei que impõe a punição pelo descumprimento de tabelamento temporário de preços. Se após o período de tabelamento, aqueles que o descumpriram não fossem punidos e eles tivessem a garantia prévia disso, por que então cumprir a lei no período em que estava vigente? Ora, essa situação já regrada pela nossa codificação penal é absolutamente análoga à questão ora sob exame, pois, apesar de a regra que estabelece o dever de antecipar não ser temporária, cada dever individualmente considerado é provisório e diverso do dever de recolhimento definitivo que se caracterizará no ano seguinte”. Aduzase ainda, mesmo abstraindo questões conceituais envolvendo aspectos do direito penal, que a Lei nº 9.430/96, ao instituir a multa isolada sobre irregularidades no recolhimento do tributo devido a título de estimativas, não estabeleceu qualquer limitação quanto à imputação dessa penalidade juntamente com a multa exigida em conjunto com o tributo, de modo que, sob esta ótica, a Fiscalização simplesmente aplicou norma abstrata plenamente vigente no mundo jurídico a caso concreto que se estampou. Nessa linha, a evolução da jurisprudência, inclusive na CSRF, conforme recentes decisões, como a abaixo reproduzida: MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. CONCOMITÂNCIA COM A MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. A alteração legislativa promovida pela Medida Provisória nº 351, de 2007, no art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996, deixa clara a possibilidade de aplicação de duas penalidades em caso de lançamento de ofício frente a sujeito passivo optante pela apuração anual do lucro tributável. A redação alterada é direta e impositiva ao firmar que "serão aplicadas as seguintes multas". A lei ainda estabelece a exigência isolada da multa sobre o valor do pagamento mensal ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base negativa no anocalendário correspondente, não havendo falar em impossibilidade de imposição da multa após o encerramento do anocalendário. No caso em apreço, aplicase a Súmula CARF nº 105 apenas para períodos anteriores à publicação da Medida Provisória nº 351, de 2007. (Ac. 9101003.307 1ª Turma Sessão de 17/01/2018 Relatora Adriana Gomes Rêgo): Cabe, entretanto, exonerar os lançamentos pertinentes ao anocalendário de 2006 em face da edição da Súmula CARF nº 105: Súmula CARF nº 105 : A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Pelos motivos elencados, entendo devam ser excluídos os valores relativos às multas isoladas de 2006, abaixo descritos: Fl. 693DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 694 27 a) IRPJ: b) CSLL: Concluindo, voto no sentido de: i) NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário em relação à infração nڍ 001 – Exclusões não Autorizadas na Apuração do Lucro Real, mantendo integralmente os lançamentos; ii) NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário em relação à infração nº 002 – multas isoladas, relativamente aos lançamentos dos anoscalendário de 2007 e 2008; iii) DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário em relação à infração nº 002 – multas isoladas, para excluir os valores de IRPJ (R$ 75.249,17) e de CSLL (R$ 32.182,07), relativos ao anocalendário de 2006, conforme acima reproduzidos. É como voto. Brasília (DF), em 11 de abril de 2018. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 694DF CARF MF Processo nº 13888.003869/201008 Acórdão n.º 1402003.114 S1C4T2 Fl. 695 28 Fl. 695DF CARF MF
score : 1.0