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Numero do processo: 13830.721107/2016-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)
Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012
PIS E COFINS. REGIME NÃO CUMULATIVO. CONCEITO DE INSUMO. CRITÉRIO DA ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA.
Deve-se observar, para fins de se definir insumo para efeito de constituição de crédito de PIS e de COFINS, se o bem e o serviço são considerados essenciais na prestação de serviço ou na produção e se a produção ou prestação de serviço demonstram-se dependentes efetivamente da aquisição dos referidos bens e serviços. No presente caso, os serviços utilizados, por não provar serem necessários e essencial à atividade da Contribuinte, não deve gerar crédito da contribuição do PIS e da COFINS.
AUTO DE INFRAÇÃO. GLOSA DE CRÉDITOS. CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE.
Cabe ao impugnante o ônus probatório daquilo que alega. É imprescindível que as alegações contraditórias a questões de fato tenham o devido acompanhamento probatório nos autos. Quem não prova o que afirma, não pode pretender ser tida como verdade a existência do fato alegado, para fundamentar uma solução que atenda ao pedido feito. Nos termos do art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, a apresentação de prova documental deve ser feita no momento da impugnação.
MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
O percentual da multa de ofício aplicada decorre de lei, não tendo a autoridade administrativa competência para afastá-lo sob qualquer alegação.
ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE.
Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado pronunciar-se sobre argüições de inconstitucionalidade de lei.
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012
PIS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA.
Aplica-se ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep o decidido em relação à COFINS lançada a partir da mesma matéria fática.
Recurso Voluntário Negado.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
Numero da decisão: 3402-006.684
Decisão: Relatório
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS) Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012 PIS E COFINS. REGIME NÃO CUMULATIVO. CONCEITO DE INSUMO. CRITÉRIO DA ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA. Deve-se observar, para fins de se definir insumo para efeito de constituição de crédito de PIS e de COFINS, se o bem e o serviço são considerados essenciais na prestação de serviço ou na produção e se a produção ou prestação de serviço demonstram-se dependentes efetivamente da aquisição dos referidos bens e serviços. No presente caso, os serviços utilizados, por não provar serem necessários e essencial à atividade da Contribuinte, não deve gerar crédito da contribuição do PIS e da COFINS. AUTO DE INFRAÇÃO. GLOSA DE CRÉDITOS. CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE. Cabe ao impugnante o ônus probatório daquilo que alega. É imprescindível que as alegações contraditórias a questões de fato tenham o devido acompanhamento probatório nos autos. Quem não prova o que afirma, não pode pretender ser tida como verdade a existência do fato alegado, para fundamentar uma solução que atenda ao pedido feito. Nos termos do art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, a apresentação de prova documental deve ser feita no momento da impugnação. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. O percentual da multa de ofício aplicada decorre de lei, não tendo a autoridade administrativa competência para afastá-lo sob qualquer alegação. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado pronunciar-se sobre argüições de inconstitucionalidade de lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012 PIS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA. Aplica-se ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep o decidido em relação à COFINS lançada a partir da mesma matéria fática. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
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REGIME NÃO CUMULATIVO. CONCEITO DE INSUMO. CRITÉRIO DA ESSENCIALIDADE E RELEVÂNCIA. Deve-se observar, para fins de se definir “insumo” para efeito de constituição de crédito de PIS e de COFINS, se o bem e o serviço são considerados essenciais na prestação de serviço ou na produção e se a produção ou prestação de serviço demonstram-se dependentes efetivamente da aquisição dos referidos bens e serviços. No presente caso, os serviços utilizados, por não provar serem necessários e essencial à atividade da Contribuinte, não deve gerar crédito da contribuição do PIS e da COFINS. AUTO DE INFRAÇÃO. GLOSA DE CRÉDITOS. CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE. Cabe ao impugnante o ônus probatório daquilo que alega. É imprescindível que as alegações contraditórias a questões de fato tenham o devido acompanhamento probatório nos autos. Quem não prova o que afirma, não pode pretender ser tida como verdade a existência do fato alegado, para fundamentar uma solução que atenda ao pedido feito. Nos termos do art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, a apresentação de prova documental deve ser feita no momento da impugnação. MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. O percentual da multa de ofício aplicada decorre de lei, não tendo a autoridade administrativa competência para afastá-lo sob qualquer alegação. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado pronunciar-se sobre argüições de inconstitucionalidade de lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012 PIS. LANÇAMENTO DECORRENTE DA MESMA MATÉRIA FÁTICA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 72 11 07 /2 01 6- 30 Fl. 879DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Aplica-se ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep o decidido em relação à COFINS lançada a partir da mesma matéria fática. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos. Relatório Por trazer uma síntese do processo e dos argumentos aventados em sede de Impugnação, peço vênia para adotar o relatório do Acórdão n.º 14-75.067 da 11ª Turma da DRJ em Ribeirão Preto/SP (fls. 751/762): A empresa qualificada em epígrafe foi autuada em virtude da apuração de falta de recolhimento da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e para a COFINS, no período de 31/01/2012 a 31/12/2012, exigindo-se-lhe contribuição para o PIS de R$627.388,01 e para a COFINS exigência de R$2.885.358,55. Os enquadramentos legais encontram-se nos autos de infração juntados às fls.604/617. A fiscalização teve início com o Termo de Início de Fiscalização de fls.02/07: 1. No exercício das funções de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, na forma do disposto no artigo 7°, inciso I, do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972, e com fundamento nos artigos 2° e 3° da Lei n° 11.457/2007 e no artigo 20 da Lei n° 10.865, de 30/04/2004 damos início à fiscalização do sujeito passivo acima identificado, relativamente a CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS e às contribuições sociais PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL E O PROGRAMA DE FORMAÇÃO DO PATRIMÔNIO DO SERVIDOR PÚBLICO - PIS/PASEP E CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL - COFINS, abrangendo o período de 01/2012 a 12/2012 (13°/2012 inclusive). E, em seguida, a autoridade fiscal especificou os termos da intimação, solicitando a documentação relativa às contribuições para o Pis e para a Cofins no item 4.(fl.05) Após a análise da documentação apresentada pela fiscalizada, as Autoridades Fiscais elaboraram o RELATÓRIO FISCAL - ANEXO AO AUTO DE INFRAÇÃO DE Fl. 880DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 02/09/2016 - PROCESSO 13830.721107/2016-30 (fls.618/632), no qual constam as intimações, as respostas do contribuinte para os esclarecimentos e as conclusões que suportam fundamentalmente os lançamentos. Informou, o Auditor-fiscal, que (item 3.2) o sujeito passivo, prestadora de serviços, possui contratos com diversas pessoas jurídicas para prestação de serviços em áreas diversas. No TIPF foi intimado a apresentar cópia dos contratos, tendo atendido tal intimação em 20/08/2015. O rol de tais contratos consta do referido Relatório Fiscal. Ademais, foi constatado que existiam outras contratos e outras atividades, confira-se: 3.2.1. O sujeito passivo também participa de consórcios que prestam serviços à PRODESP, implantando e administrando POUPATEMPO's. No ano-calendário de 2012, conforme consta da DIPJ entregue, o sujeito passivo participava dos seguintes consórcios prestando este tipo de serviços: Consorcio Integra Fácil (Bauru), Consórcio STTB – Engenharia em Atendimento (Osasco e São José do Rio Preto), Consocio TTBS – Jundiaí, Consórcio TTBS – Taubaté, Consórcio TTBS – Rio Claro, Consórcio TTBS – São Carlos, Consórcio TTBS – Franca, Consórcio TTBS – Araraquara, Consórcio TTBS – Presidente Prudente e Consórcio TTBS – Mogi das Cruzes. 3.2.2. Também participava do Consórcio Via Livre que prestava serviços à CET para remoção de veículos e do Consórcio TB Darwin que prestava serviços a SABESP para recuperação de créditos vencidos de clientes por meio de ações de cobrança administrativa e de serviços de engenharia de corte do fornecimento de água, supressão da ligação por débito, restabelecimento e religação de fornecimento de água. A autoridade administrativa transcreveu as normas de regência das contribuições em comento e concluiu: 3.3.3. Como se verifica da leitura do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, transcrito no subitem 3.3 para a utilização de créditos na modalidade da não-cumulatividade, os custos incorridos, além de estar inseridos na relação de bens e serviços capazes de gerar crédito, deverão estar empregados ou aplicados na atividade econômica exercida. Diante disso, relatou os itens que foram glosados: 3.4. Da relação de notas fiscais de serviços apresentadas pelo sujeito passivo que geraram créditos de PIS/PASEP e de COFINS, obtidas da EFD - Contribuições e da relação enviada pelo sujeito passivo, efetuamos pesquisa no banco de dados da RFB para verificação da atividade principal dos fornecedores e também intimamos o sujeito passivo a apresentar, por amostragem, cópias de Notas Fiscais de Serviços para verificação dos serviços prestados. Concluímos que foram descontados créditos de atividades econômicas que não se caracterizam como insumos visto que não se tratam de custos ou seja, não foram aplicadas ou consumidas nos serviços prestados pelo sujeito passivo que são, preponderantemente, serviços de limpeza, manutenção e conservação de prédios e parques, no qual o sujeito passivo, além da mão-de-obra, fornece os materiais necessários para sua execução. Também possui contratos para serviços de transporte mediante locação de veículos, remoção de veículos através de guinchos, mensageiros e distribuição de água potável. 3.4.1. Em relação aos consórcios constituídos para gestão, operação e manutenção de POUPATEMPO's dos quais o sujeito passivo é participante, os consorciados fornecem a adequação do espaço físico do imóvel, montagem dos mobiliários, implantação dos sistemas de informáticas, implantação de equipamentos, treinamento, fornecimento de Fl. 881DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 uniformes, crachás, comunicação visual e mão de obra e materiais para a manutenção das atividades desenvolvidas. 3.4.2. No entanto, verificamos que, entre outros, o sujeito passivo se creditou de despesas como cursos e seminários, honorários advocatícios e periciais, consultoria, serviços contábeis, assistência médicas, gastos com confraternizações, agências de notícias, agências de publicidades, organizações sindicais, que não são custos e/ou insumos consumidos nos serviços contratados pelos tomadores de serviços. 3.4.3. As NFPS desconsideradas como crédito das contribuições do PIS/PASEP e da COFINS estão relacionadas no ANEXO I deste Relatório Fiscal. Por fim, constam as informações: 3.4.5. Os valores mensais da base de cálculo para apuração dos créditos relativos a “SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS” descontados indevidamente e das contribuições ao PIS/PASEP e da COFINS estão demonstradas abaixo, salientando que para a apuração dos valores devidos foram abatidos dos valores pagos aos planos de saúde os reembolsos descontados dos funcionários: (...) 3.5. Da análise dos documentos verificamos as diferenças entre os valores informados na DACON e na EFD – CONTRIBUIÇÕES, subitens 1.1 e 1.2, se devem porque não foram considerados nos valores de aquisição de bens e serviços da EFD – CONTRIBUIÇÕES, as aquisições informadas pelo sujeito passivo no bloco F, registro F100, relativos as demais operações geradoras de créditos. Cientificada do Auto de Infração, e inconformada, a contribuinte apresentou a Impugnação de fls. 672/702. Inicialmente, a contribuinte faz um resumo dos acontecimentos, explica que o Auditor- fiscal fez a fiscalização à distância e "ele estava e ainda está sediado na Delegacia da Receita Federal de Marília-SP. enquanto a impugnante tem domicílio tributário na cidade de São Paulo-SP". Em ato contínuo, consta na peça recursal a forma de apresentação de sua argumentação: 2) PRELIMINARMENTE: a) Nulidade do Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal que determina a invalidez do processo administrativo e dos autos de infração. Explica que o levantamento tributário é ato plenamente vinculado e deve obedecer as normas, inclusive a parte final do artigo 3o e artigo o 142, complementados pelo artigo 100, todos do Código Tributário Nacional. A impugnante não ignora o fato de que pode ser fiscalizada por qualquer auditor da Receita Federal, como já consolidou a Súmula CARF n° 27: Súmula CARF n° 27: É valido o lançamento formalizado por Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo. "Argumenta que existem normas para ser fiscalizada por Fiscal de outra localidade, que não a do seu domicílio fiscal. Cita a Portaria RFB 1.687 de 17 de setembro de 2014 e completa: 2.4. Neste diapasão, de se dizer que o Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal n° 08.1.90.00-2015-01857-0 foi expedido pelo Superintendente da Receita Federal do Fl. 882DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Brasil, o que. à primeira vista, não implicaria em nulidade, não fosse o fato dele ter convocado o auditor Milton Manabo Doi, com supervisão de Paulo Roberto Magarotto (que foi substituído por João Bosco Fagundes em 20.09.2016) para o exercício da fiscalização (doe. 02), todos funcionários lotados na Delegacia da Receita Federal de Marília-SP, como se constata dos próprios autos de infração (fls. 604/610 e fls. 611/617). Em seguida afirma que para Auditores-fiscais prestarem serviço em Regiões Fiscais diversas, necessitaria de ato administrativo do Coordenador Geral de Fiscalização. Contudo, para que estes fiscais fossem cedidos para o trabalho em São Paulo, necessário que a Coordenação-Geral de Fiscalização emitisse antecipadamente uma Ordem de Serviço especifica (ou documento equivalente) autorizando a movimentação deles a fim de exercer a função fiscalizatória n'outra localidade, como ordenam os §§ 5° e 6o do artigo T da Portaria RFB 1.687/2014: § 5o A realização de procedimentos de fiscalização em uma região fiscal, por Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil em exercício em unidades de região fiscal diversa, será precedida de Ordem de Serviço ou documento equivalente do Coordenador-Geral de Fiscalização, do Coordenador-Geral de.Administração Aduaneira ou do Coordenador Especial de Ressarcimento, Compensação e Restituição, após manifestação da Superintendência que jurisdiciona o contribuinte. Nestes termos, defende que faltaria legitimidade para os Auditores-fiscais da Receita Federal do Brasil no feito. Em seguida, defende que a fiscalização somente poderia ocorrer "in loco" e nunca à distância. b) Nulidade da fiscalização promovida à distância. Esclarece que o domicílio fiscal da impugnante está fixado em São Paulo, nos termos do inciso II do artigo 127 do Código Tributário Nacional e que não se cogita que o ato fiscal se evolua à distância, uma vez que. sendo este um ato cogente (artigo 3º e 142 do CTN), exige-se a presença daquele que é responsável jurídico pelo serviço, sob pena de nulidade. Afirma que os termos a que se refere o artigo 196 do CTN serão lavrados, sempre que possível, em um dos livros fiscais exibidos livros fiscais dos contribuintes. Mas não é só. Mais que isso, o "caput" do artigo 10 do Decreto n° 70.235/1972 (recepcionado com força de lei pela Constituição Federal), que é regulamentado pelo artigo 6o do Decreto n° 7.574/2011, também exige a presença e a pessoalidade do fiscal nos atos que realiza, ao determinar: Cita o art. 10 do Decreto n° 70.235, de 1972, o inciso I do artigo 3° da Lei 9.784/1999, no qual consta que as autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações e que a falta de cumprimento indica a nulidade destes autos de infração. Em seguida, a Impugnante entende que o acesso ao SPED pelo Auditorfiscal caracteriza prova ilícita. c) Uso de prova ilícita - Acesso indevido a escrituração digital da impugnante. 2.17. Mais uma vez e certamente devido à falta de pessoalidade dos senhores fiscais e da distância existente entre eles. optou-se pelo acesso indevido da escrita digital da impugnante, o que tornou a prova colhida pelo Fisco ilícita e imprestável para todo o processo administrativo aqui em referencia. Fl. 883DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 2.18. Com efeito - e como declara o próprio auditor no seu Relatório Fiscal - a impugnante foi notificada do início da ação fiscal no dia 30 de julho de 2015, ocasião em que também tomou ciência de todos os arquivos da Escrituração Fiscal Digital - Contribuições e da Escrituração Contábil Digital - ECD já haviam "baixados" do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED, como se vê à fl. 619: Argúi que a Escrituração Fiscal Digital da impugnante é informação protegida pelo sigilo fiscal, cujo ingresso do servidor público deve seguir rigorosamente padrões legais, como ordena o "caput" e § 2° do artigo 198 do Código Tributário Nacional. Cita o artigo 4° do Decreto n° 6.022/2007 e entende que só é permitido que o servidor público tenha acesso à Escrituração Contábil Digital (ECD) após o inicio procedimento fiscal, nos termos do parágrafo único do artigo 7° da Instrução Normativa RFB n° 1.420 de 19 de dezembro de 2013. Defende que, somente após iniciado o procedimento fiscal o Auditor-fiscal poderia acessar as informações contidas no SPED. Caso contrário, só se pode concluir pela ilegalidade de todos os documentos digitais colhidos no Sistema Público de Escrituração Digital -SPED antes do início da ação fiscal, que, segundo informação do auditor. Nestes termos, caracterizaria provas obtidas por meios ilícitos, inadmissíveis no processo administrativo. No tópico seguinte, a Impugnante defende que o auto de infração está sema assinatura. d) Constituição do lançamento tributário através de instrumento errado - falta de assinatura do fiscal. 2.27. Por fim, certamente motivado pela distância, o auditor nomeado para o serviço errou de instrumento ao constituir o lançamento tributário, deixando de assinar o termo que embasaria a cobrança. 2.28. Segundo consta das fls. 604 e 611 deste processo administrativo, a pretensão do auditor da Receita Federal era constituir PIS e COFINS, além da multa de ofício e juros. Defende que o auto de infração não pode conter lançamento de tributo: 2.29. No entanto, lançamento de tributo, mesmo que acrescido de penalidade, deve ser feito por "notificação de lançamento", não por "auto de infração", que é reservado apenas para imposição de multa. Referidas diferenças podem ser observadas no artigo 9° do Decreto n° 70.235/72, que são regulamentadas pelo artigo 38 do Decreto n° 7.574/2011: Cita as normas que regem o auto de infração e a notificação de lançamento, concluindo: 2.31. E do cotejo destas normas, identifica-se com clareza que no "auto de infração" só se permite a descrição da disposição legal infringida e a penalidade aplicável, enquanto que na "notificação de lançamento'' se autoriza informar "o valor do crédito tributário" além da regra violada, o que revela a patente imprestabilidade do "auto de infração" para constituir tributo! 2.32. Assim, o "auto de infração" se reserva para o lançamento exclusivo de sanções, enquanto a "notificação de lançamento'' deve ser usada para constituição de tributo acrescido de penalidade contra o contribuinte. Ainda, entende que estaria autorizada "a remessa eletrônica sem a assinatura do fiscal apenas das "notificações de lançamento" (não dos autos de infração), o que também Fl. 884DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 vicia este processo administrativo em discussão, que além de eletrônicos, não foram assinados pelos agentes tributários". Após as considerações preliminares, a Impugnante inicia a sua argumentação no mérito. 3) MÉRITO: a) Excesso de lançamento - os créditos de PIS e COFINS da impugnante. 3.1. O presente lançamento se circunscreve a glosa de diversos créditos de PIS e COFINS formados pela impugnante ao longo do ano de 2012, que, no entender do senhor fiscal, não são insumos das suas receitas. A Impugnante apresenta relação que conteria valores em duplicidade: 3.3. Porém, antes disso, cumpre dizer que a planilha de fls. 633/665 apresenta diversas duplicidades e excessos, apontados no doc. 03, que certamente não existiriam se o fiscal tivesse conversado com os representantes da impugnante. Enumera os itens do objeto social constantes no contrato social: 1) locação de veículos, máquinas e equipamentos, com ou sem motoristas/operadores; 2) locação de veículos especiais e/ou adaptados; 3) logística e transporte de cargas e passageiros, por linhas e especiais; 4) operação portuária e aeroportuária; 5) limpeza pública e serviços similares, coleta de resíduos sólidos e líquidos, domiciliares, indústria e do serviço e saúde, operação de aterro sanitário, estações de tratamento de resíduos sólidos e/ou do serviços de saúde e valas assépticas; 6) gerenciamento e operação de serviços de asseio, limpeza e conservação em estabelecimentos comerciais, industriais, laboratoriais, hospitalares, educacionais, etc, compreendendo ainda dedetização, desratização e higienização de ambientes, aplicação de produtos saneantes e domissanitários; 7) elaboração, execução e gerenciamento de projetos de agronomia e paisagismo, limpeza, conservação e manutenção de áreas verdes e revestimento vegetal, inclusive em rodovias; 8) aplicação de produtos fitossanitários; 9) recrutamento, seleção de pessoal, especializado ou não especializado, efetivos ou temporários, gerenciamento e administração de recursos humanos, utilizando métodos e técnicas psicológicas; 10) gerenciamento e operação de praças de pedágio, envolvendo controle de fluxo de veículos, arrecadação de tarifas e tratamento de numerário, limpeza, segurança e manutenção das instalações físicas e de software; 11) gerenciamento e operação de postos de venda passes ou bilhetes, cartões magnéticos e outras mídias; 12) gerenciamento e operação de sistema de estacionamento fixo e rotativo em vias públicas, através de meios mecânicos, eletrônicos ou manuais, bem como da manutenção da estrutura móvel e da infraestrutura básica; Fl. 885DF CARF MF Fl. 8 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 13) gerenciamento e operação de armazéns gerais, para graneis e cargas convencionais; 14) movimentação de cargas e transbordo de produtos; 15) gerenciamento e operação de controle de acesso, vigilância e monitoramento eletrônico; 16) gerenciamento e operação de serviço de alimentação coletiva e copeiragem; 17) engenharia de construção civil; 18) elaboração e gerenciamento de projetos de engenharia civil; 19) manutenção civil e predial, em qualquer tipo de estrutura, inclusive em usinas geradores de energia elétrica, estações repetidoras e de rádio base; 20) conservação viária, especial e de rotina, em trechos urbanos e rodoviários; 21) serviços de terraplanagem; 22) apuração de consumo de água, gás e energia elétrica, através da leitura manual e informatizada, com ou sem impressão de faturas e pesquisa operacional; 23) recuperação de créditos de realização duvidosa de clientes do serviço público, envolvendo corte, supressão e restabelecimento de fornecimento de água, gás e energia elétrica; 24) remoção de pessoas por ambulância com ou sem assistência de profissional da área médica; 25) distribuição de água potável; 26) censo habitacional e serviço social para construção e comercialização e ocupação de habitações populares; 27) logística e distribuição de correspondências em geral, avisos, carnes, faturas, impostos, periódicos e etc; 28) serviços de apoio na área de telefonia, informática, preparação e arquivo de documentos e microfilmagem; 29) manutenção e conservação de veículos e equipamentos em geral; 30) serviços gráficos de cópias e encadernações; 31) participação em outras sociedades como sócia, acionista ou quotista; 32) serviços de recrutamento e seleção de mão-de-obra especializada ou não especializada, utilizando métodos e técnicas psicológicas; e 33) serviço de manutenção e sistema de monitoramento e de gestão de frotas com fornecimento de veículos. Discorda das glosas: 3.6. Com efeito, por vezes a impugnante necessita manter, por exemplo, sistemas de informática em dia e desenvolver outros para tentar vender serviços que nem sempre se realizam, contudo, a despesa sempre será efetivada. 3.7. Assim também ocorre com consultorias administrativas, jurídicas e arquitetônicas, que nem sempre dão certo, mormente quando se trata de participação em concorrências públicas. Fl. 886DF CARF MF Fl. 9 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Defende que, nos termos da legislação aplicável, as glosas estão equivocadas: 3.9. Sem qualquer razão, por conseguinte, a glosa de despesas: com organizações sindicais referentes à movimentação de mercadorias (itens 3 e 14); honorários advocatícios (itens 9, 23 e 32); serviços de entrega (itens 3, 14, 27, 28 e 30). serviços de informática não-customizados (itens 9 e 32), serviço de apoio administrativo (itens 9, 11 e 32), serviço de consultoria técnica específica (itens 6, 9, 12, 13, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 28 e 32), agência de publicidade (itens 6, 7, 9 e 30), serviços de agronomia e consultoria em atividades agrícolas e pecuárias (itens 7, 8 e 21), assistência médica (itens 5, 6, 8 e 24), aquisição de telefonia e de monitoramento de vigilância (itens 12 e 15) e serviços de construção civil (itens 17, 18 e 19). 3.10. De igual modo, justificável a formação de crédito por parte da impugnante a partir de despesas com hotéis (que não passam de locação civil), despesas médicas (utilizadas na manutenção de aterro sanitário, atendimento à saúde, valas assépticas), despesas jurídicas (havidas com a recuperação de créditos duvidosos e assessoramento para serviços de gestão), despesas administrativas e de consultoria diversas (para serviços de gestão em todas as áreas), despesas com publicidade (na manutenção da limpeza, distribuição de cobranças e correspondências e serviços gráficos), despesas com construção civil e agronômicas, mesmo que por vezes a impugnante tenha investido na preparação do serviço e não tenha sido contratada para executá-lo. Em seguida, a Impugnante entende que a multa não poderia ser de 75%: b) Excesso de multa - inexistência dolo, fraude ou simulação. 3.11. Por último, a fiscalização cobra da impugnante multa de 75% (setenta e cinco por cento), afirmando tratar-se de multa de ofício, como se observa às fls.605, fls. 607/609, fl. 612 e fls. 614/616, dando emprego ao inciso 1 do artigo 44 da Lei 9.430/96, que determina: (...) 3.13. Pelo contrário, a impugnante formou legalmente o crédito que as Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 lhe autorizavam, declarou rigorosamente tudo na DACON (Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais) de fls. 208/603 e pagou o tributo eventualmente resultante desta operação. 3.14. Portanto, não há que se falar na aplicação da multa de ofício pretendida pelo fiscal se nem mesmo ele indicou qualquer falta de pagamento ou declaração inexistente ou inexata por parte da impugnante. Defende que se trata de compensação e não de exigência de crédito tributário. 3.15. A rigor, o fenômeno que se observa na espécie é o da compensação tributária, absolutamente permitida pelo regime de não cumulatividade das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 que seguramente EXTINGUIU TODO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EVENTUALMENTE EXISTENTE EM 2012, no contexto do inciso 11 do artigo 156 do Código Tributário Nacional: (...) 3.17. A propósito, o presente caso não comporta falar sequer em mora da impugnante, porquanto esta só ocorrerá após 30 dias após a intimação para pagamento da impugnante, na hipótese desta defesa ser rejeitada, uma vez que ela suspende a exigibilidade tributária, nos termos do § T do artigo 74 da Lei 9.430/96 e do inciso III do artigo 151 do Código Tributário Nacional: Assim, encerra com os pedidos: Fl. 887DF CARF MF Fl. 10 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 4) PEDIDO: Isto posto, requer a admissão destas razões, seja na forma de impugnação total (artigo 14 e 16 do Decreto 70.235/72), seja na forma de manifestação de inconformidade (§ 9o do artigo 74 da Lei 9.430/96), suspendendo a exigibilidade tributária de todo o tributo e acessórios lançados contra a impugnante, para o fim de: A) Preliminarmente: I) declarar a nulidade do Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal n° 08.1.90.00-2015-01857-0 em decorrência dele ter sido expedido sem Ordem de Serviço ou ato semelhante do Coordenador-Geral de Fiscalização, como exigem os §§ 5° e 6° da Portaria RFB 1.687/2014, o que determina a nulidade de todo o processo administrativo pela falta de investidura dos fiscais, na forma do artigo 3° e 142 do Código Tributário Nacional; II) declarar a nulidade do procedimento fiscal, que foi realizado em Marília-SP, apesar da impugnante ter sede fiscal em São Paulo-SP, o que desrespeita o inciso I do artigo 127 do Código Tributário Nacional, inciso I do artigo 3° da Lei 9.784/99 e parágrafo único e "caput" do artigo 6° do Decreto 7.574/2011; III) determinar o desentranhamento de toda a Escrita Digital juntada ao processo administrativo, que foi obtida ilicitamente, eis que comprovadamente alcançada antes do início do procedimento fiscal, o que viola o parágrafo único do artigo 7o da Instrução Normativa RFB 1.420/2013, o que deve determinar a nulidade dos autos de infração pela falta de provas, na forma do artigo 30 da Lei 9.784/99 e parágrafo único do artigo 24 do Decreto 7.574/2011, além do artigo 9° do Decreto 70.235/72 e 25 do Decreto 7.574/2011; e IV) declarar a nulidade dos autos de infração que não são instrumentos próprios para constituição tributária, como determinam os artigos 9, 10 e 11 do Decreto 70.235/72 e 38, 39 e 40 do Decreto 7.574/2011. B) Caso as preliminares sejam superadas, no mérito, que: I) sejam excluídas da planilha formulada pela fiscalização de fls. 633/665 todos os créditos computados em duplicidade ou em excesso, como demonstrado no documento 03, bem como que os demais créditos formados pela impugnante sejam declarados como legítimos, mantendo as compensações realizadas em 2012. uma vez que eles se relacionam com as atividades realizadas por ela (fls 14 e 15), como autorizam os inciso II, IV, VI, VII e IX do artigo 3° da Lei 10.637/2002 e incisos II, IV, VI, VII, IX e XI do artigo 3° da Lei 10.833/2003; e II) caso se supere esta parte do mérito, no todo ou em parte, que a multa seja excluída do lançamento tributário, uma vez que a impugnante não se tipifica na previsão do inciso I do artigo 44 da Lei 9.430/96. Por meio da Resolução 14-4.266, desta 11ª Turma da DRJ/RPO (fl.728), este processo foi encaminhado à autoridade preparadora para dirimir dúvida razoável no feito, quanto à possibilidade de terem sido glosadas notas duplicadas e/ou com valores divergentes daqueles contidos nelas, nos seguintes termos: Assim, faz-se necessário que, em diligência, os autos retornem à DRF de origem, Marília, a fim de que esta: a) pronuncie sobre as notas fiscais glosadas em duplicidade, bem como as diferenças entre as notas fiscais e o valores glosados nas demais notas constantes do anexo à impugnação de fls. 717/719 (RELATÓRIO DE APOIO PROC. 13830721107/2016-30 - GLOSA INDEVIDA COBRADO EM DUPLICIDADE); b) elabore relatório circunstanciado pronunciando-se sobre os resultados da análise de tais notas fiscais, indicando as razões se as notas em duplicidade forem mantidas Fl. 888DF CARF MF Fl. 11 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 no rol das glosas, assim como os valores glosados supostamente divergentes dos documentos apresentados. Em atendimento, a Fiscalização analisou os documentos e, quanto à possibilidade de duplicidade, constatou (fls. 741/747): 2.1. Analisando as notas fiscais constantes do demonstrativo das fls. 717 a 719, anexo da peça impugnatória, constatamos que efetivamente foram efetuados glosas de valores em duplicata ou com valores a maior. Assim tais valores, demonstrados no ANEXO 1 deste relatório fiscal, alteram os valores das glosas efetuadas e das contribuições ao PIS/PASEP e à COFINS apurados. Os valores das contribuições sociais ao PIS/PASEP e da COFINS a serem deduzidos dos valores apurados nos Autos de Infração ficam assim demonstrados: Quanto às diferenças entre as notas fiscais e os valores glosados nas demais notas constantes do anexo à impugnação de fls.717/719, o Auditor-fiscal assim se expressou: 2.3. Em relação ao ANEXO 1 deste relatório fiscal complementar esclarecemos que, para as notas fiscais de n's 6452070 da TOTVS SA e 24636, 24637, 20869 da APDATA, não foram consideradas na planilha em anexo a impugnação, enviada pelo sujeito passivo, os valores relativos a multa/juros em atraso incidentes sobre tais notas e que estão contabilizadas na conta "JUROS S ATRASO", conforme demonstrativo abaixo: Diante de tais constatações e alterações, os valores dos autos de infração foram recalculados pela Autoridade Fiscal e totalizaram para as contribuições para o PIS R$278.442,59 e para a Cofins R$1.280.523,41. Consta nos autos que o sujeito passivo teve ciência do resultado da diligência em 04/07/2017 (via postal) e não apresentou de manifestação complementar. É o relatório" (Grifei) Observa-se que a DRJ, em análise dos argumentos de mérito, discutindo, inicialmente a composição das glosas e apresentando relação que conteria valores em duplicidade, por meio da Resolução nº 14-4.266 (fl.728), o processo foi encaminhado à autoridade preparadora para dirimir dúvida no feito, quanto à possibilidade de terem sido glosadas notas duplicadas e/ou com valores divergentes daqueles contidos nelas. Em atendimento, a Fiscalização analisou os documentos e, quanto à possibilidade de duplicidade, constatou (fls. 741/747) que analisando as notas fiscais constantes do demonstrativo das fls. 717/719, anexo da peça impugnatória, efetivamente foram efetuados glosas de valores em duplicata ou com valores a maior. Quanto às diferenças entre as notas fiscais e os valores glosados nas demais notas constantes do anexo à impugnação de fls.717/719, a Fiscalização se expressou que, para as notas fiscais de nºs 6452070 da TOTVS SA e 24636, 24637, 20869 da APDATA, não foram consideradas na planilha em anexo a impugnação, enviada pelo sujeito passivo, os valores relativos a multa/juros em atraso incidentes sobre tais notas e que estão contabilizadas na conta "JUROS S ATRASO", conforme demonstrativos. Diante de tais constatações e alterações, os valores dos Autos de Infração foram recalculados pela Fiscalização e totalizaram para as contribuições para o PIS R$ 278.442,59 e para a COFINS R$ 1.280.523,41, nos exatos termos dos Anexo I do Relatório de Diligência elaborado pelo Fisco. As demais exigências foram mantidas. Fl. 889DF CARF MF Fl. 12 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Além disso, conforme se constatou, a Recorrente teve ciência do resultado da diligência em 04/07/2017 (via postal) e não apresentou recurso complementar. Ante esses fatos, o referido Acórdão ficou ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins não-cumulativa, entende-se como insumos utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda apenas as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012 CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos da Cofins não-cumulativa, entende-se como insumos utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda apenas as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 31/01/2012 a 31/12/2012 MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. O percentual da multa de ofício aplicada decorre de lei, não tendo a autoridade administrativa competência para afastá-lo sob qualquer alegação. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte. Fl. 890DF CARF MF Fl. 13 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Intimada desta decisão em 14/12/2017 (fl. 804), e empresa autuada apresenta Recurso Voluntário (fls. 807/872) em 12/01/2018 (fl. 805), repisando os termos de sua Impugnação, em síntese, que: REQUER que seja conhecido e provido o presente recurso, para que, seja reformado o acórdão de fls. 751/792, para o fim de que seja anulado o auto de infração, e: A) Preliminarmente: 1) sejam os autos remetidos ao Conselho Administrativo Recursos Fiscais - CARF, como autorizam os artigos 35 do Decreto nº 70.235/72 e 74 do Decreto nº 7.574/1, para que este reconheça a tempestividade do persente recurso (fls. 804); 2) declarar a nulidade do Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal nº 08.1.90.00-2015-01857-0, em decorrência dele ter sido expedido sem Ordem de Serviço ou ato semelhante do Coordenador-Geral de Fiscalização, como exigem os §§ 5º e 6º da Portaria RFB 1.687/2014, o que determina a nulidade de todo o processo administrativo pela falta de investidura dos fiscais, na forma do artigo 3º e 142 do CTN ou seja declarada a nulidade do procedimento fiscal, que foi realizado em Marília-SP, apesar da recorrente ter sede fiscal em São Paulo/SP, o que desrespeita o inciso II do artigo 127 do Código Tributário Nacional, inciso I do artigo 3º da Lei nº 9.784/99 e parágrafo único e “caput” do artigo 6º do Decreto 7.574/2011, ademais mister se reconhecer a nulidade do Termo de Distribuição do Procedimento Fiscal, já que não houve motivação ou qualquer lógica para a recorrente ser fiscalizada por DRF que estava a 422km de distância, quando a competência para fiscalizá-la seria da DRF de São Paulo; 3) determinar o desentranhamento de toda a Escrita Digital juntada ao processo, que foi obtida ilicitamente, eis que comprovadamente alcançada antes do início do procedimento fiscal, o que viola o parágrafo único do artigo 7º da Instrução Normativa RFB 1.420/2013, o que deve determinar a nulidade dos autos de infração pela falta de provas, na forma do artigo 30 da Lei 9.784/99 e parágrafo único do artigo 24 do Decreto 7.574/2011, além do artigo 9º do Decreto 70.235/72 e 25 do Decreto 7.574/2011; e 4) declarar a nulidade dos autos de infração que não são instrumentos próprios para constituição tributária, como determinam os artigos 9, 10 e 11 do Decreto 70.235/72 e 38, 39 e 40 do Decreto 7.574/2011. B) - MÉRITO, caso as preliminares sejam superadas: 5) que os demais créditos formados pela Recorrente sejam declarados como legítimos, mantendo as compensações realizadas em 2012, uma vez que eles se relacionam com as atividades realizadas por ela, como autorizam os inciso II, IV, VI, VII e IX do artigo 3º da Lei 10.637/2002 e incisos II, IV, VI, VII, IX e XI do artigo 3º da Lei 10.833/2003 e a SD COSIT nº 9, que vincula a RRB autoriza o creditamento de PIS/COFINS de mão de obra terceirizada como insumo desde que ligada a prestação de serviço; 6) na remota hipótese de as preliminares e o mérito serem ultrapassados, deve se declarar a ilegalidade da multa aplicada ao patamar de 75%, na forma do inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/96, para que a mesma seja aplicada somente após o deslinde da discussão entabulada nestes autos, limitando-se ao patamar de 20%, conforme definido pelo no § 2º do art. 61 da Lei nº 9.430/96, bem como pelo STF em sede de repercussão geral (RE 582.461/SP). Fl. 891DF CARF MF Fl. 14 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Em seguida, os autos foram remetidos para este CARF. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Waldir Navarro Bezerra I - DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Como relatado, a Recorrente foi autuada em virtude da apuração de falta de recolhimento da contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) e para a COFINS, no período de 31/01/2012 a 31/12/2012. Adentraremos em cada um dos argumentos aventados em sede Recursal a seguir. II - PRELIMINARES Preliminarmente, aduz a Recorrente em seu recurso que seja declarada a "nulidade do Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal (TDPF) nº 08.1.90.00-2015- 01857-0". Alega que em decorrência do TDPF ter sido expedido sem Ordem de Serviço ou ato semelhante do Coordenador-Geral de Fiscalização (COFIS), como exigem os §§ 5º e 6º da Portaria RFB 1.687/2014, o que determina a nulidade de todo o processo administrativo pela falta de investidura dos fiscais, na forma do artigo 3º e 142 do CTN ou seja declarada a nulidade do procedimento fiscal, que foi realizado em Marília-SP, apesar da recorrente ter sede fiscal em São Paulo/SP, o que desrespeita o inciso II do artigo 127 do Código Tributário Nacional, inciso I do artigo 3º da Lei nº 9.784/99 e parágrafo único e “caput” do artigo 6º do Decreto 7.574/2011, ademais mister se reconhecer a nulidade do Termo de Distribuição do Procedimento Fiscal, já que não houve motivação ou qualquer lógica para a recorrente ser fiscalizada por DRF que estava a 422km de distância, quando a competência para fiscalizá-la seria da DRF de São Paulo" Em suma, argumenta que existem normas para ser fiscalizada por Auditor-fiscal de outra localidade, que não a do seu domicílio fiscal, e que elas não foram respeitadas. Essa matéria (e demais preliminares) restou muito delineada pelo Acórdão recorrido, devendo ser adotado como fundamentos para decidir, com forte no artigo 50, §3º da Lei nº 9.784/99, o que faço no seguinte sentido: Fl. 892DF CARF MF Fl. 15 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Inicialmente, cabe ressaltar que o art. 6º, I, da Lei nº 10.593, de 2002 (com redação dada pelo art. 9º da Lei nº 11.457, 2007), define que a constituição do crédito tributário mediante lançamento é atribuição privativa dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. O art. 9º do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF), regulamenta a hipótese de formalização da exigência fiscal por servidor competente de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo, ou seja, por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil lotado em repartição fiscal que não jurisdiciona o contribuinte: Art. 9º- (...). § 2º Os procedimentos de que tratam este artigo e o art. 7º serão válidos, mesmo que formalizados por servidor competente de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo. § 3º. A formalização da exigência, nos termos do parágrafo anterior, previne a jurisdição e prorroga a competência da autoridade que dela primeiro conhecer. (Grifei). Como se vê do texto legal acima, o procedimento fiscal é válido mesmo quando formalizado por servidor competente de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo, pois a formalização da exigência previne a jurisdição e prorroga a competência da autoridade que dela primeiro conhecer. Em outra frente, afirma a Recorrente que para Auditores-fiscais prestarem serviço em Regiões Fiscais diversas, necessitaria de ato administrativo do Coordenador Geral de Fiscalização. No entanto, verifica-se que Ação Fiscal em tela, executada por auditores fiscais lotados na DRF/Marília/SP, encontra-se autorizada pelo Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal nº 08.1.90.00-2015-01857-0, emitido pela Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 8ª Região, localizada no Estado de São Paulo (fl.715). Veja-se que a 8ª Região Fiscal compreende todo o Estado de São Paulo e fica sob administração da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 8ª Região Fiscal (SRRF/8ªRF), região na qual está localizada geograficamente a cidade de Marília/SP, onde está localizada a DRF em Marília/SP e, ainda, coincidentemente, onde estão lotados os Auditores-fiscais encarregados do procedimento fiscal. Quanto à transferência de competências, tal possibilidade está prevista no art. 307 do Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF nº 587, de 21 de dezembro de 2010, vigente à época dos fatos. Portanto, também não se justifica a alegação da contribuinte, pois o Superintendente Regional pode, regimentalmente, transferir as competências e atribuições entre as unidades da RFB de sua jurisdição. Quanto a questão da alegada necessidade de Ordem de Serviço da Coordenação Geral de Fiscalização, tal requisita só é necessário, quando a realização de procedimentos de fiscalização em uma região fiscal, for executada por Auditores-Fiscais da RRB em exercício em unidades de região fiscal diversa, após manifestação da Superintendência que jurisdiciona o contribuinte, o que não é o caso, pois os servidores estão dentro da 8ª Região Fiscal (SRRF/8ªRF). Fl. 893DF CARF MF Fl. 16 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Por fim, este Conselho já definiu tais situações como válido o lançamento, conforme podemos verificar na Súmula CARF n° 27, que desta forma dispõe: "Súmula CARF n° 27: È valido o lançamento formalizado por Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo." Quanto a solicitação para que seja declarada a nulidade do procedimento fiscal, que foi realizado em Marília/SP, apesar da Recorrente ter sede fiscal em São Paulo/SP, o que desrespeita o inciso II do artigo 127 do Código Tributário Nacional, inciso I do artigo 3º da Lei nº 9.784/99 e parágrafo único e “caput” do artigo 6º do Decreto 7.574/2011, entendo que também não assiste razão à Recorrente. Verifica-se que os Autos de Infração foram lavrados cumprindo-se as formalidades legais essenciais previstas no art. 10 do PAF, tais como: a qualificação do autuado, o local, a data e a hora da lavratura, a descrição do fato, a disposição legal infringida e a penalidade aplicável, a determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná- la no prazo de 30 (trinta) dias e a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula, o Demonstrativo de Apuração dos tributos e o Demonstrativo de Multa e Juros de Mora, contendo as condições necessárias para produzir o efeito que lhes compete, conforme determina o art. 142 do CTN. Os respectivos Autos de Infração se fizeram acompanhar do RELATÓRIO FISCAL - anexo ao AUTO DE INFRAÇÃO de 02/09/2016, no qual foram descritos todos os fatos e apurações feitas pela fiscalização, todos os valores das receitas de juros omitidas, discriminados mês a mês. Consequentemente, não procedem as alegações da contribuinte pela necessidade da presença fiscal "in loco". A Recorrente foi regularmente intimada em várias oportunidades durante o procedimento fiscal, tendo a oportunidade de apresentar todos os esclarecimentos necessários ou comprovação e, depois da autuação, teve acesso aos documentos constantes dos autos, não se constatando qualquer empecilho relativo à produção de provas, como se percebe pelo teor e pela tempestividade de sua impugnação, que revelam que houve pleno conhecimento dos termos da autuação e da infração a ela imputada. Reitere-se que a Recorrente apresentou, até a presente fase processual, todas as peças recursais tempestivas, na qual combate o lançamento, demonstrando conhecer os elementos que compõem o processo. Por fim, este CARF, entende que o Auto de Infração pode ser lavrado fora do estabelecimento do contribuinte, confira-se: Súmula CARF nº 6: É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. Quanto ao requerimento para determinar o desentranhamento de toda a Escrita Digital juntada ao processo, que foi obtida ilicitamente, eis que comprovadamente alcançada antes do início do procedimento fiscal, o que viola o parágrafo único do artigo 7º da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013, o que deve determinar a nulidade dos Autos de Infração pela falta de provas, na forma do artigo 30 da Lei nº 9.784/99 e parágrafo único do artigo 24 do Decreto 7.574/2011, além do artigo 9º do Decreto 70.235/72 e 25 do Decreto 7.574/2011. Fl. 894DF CARF MF Fl. 17 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Como se vê, a Recorrente entende que o acesso ao SPED pela Fiscalização da RFB, caracteriza prova ilícita, nos termo pronunciados na peça recursal; tenho que não procede tal alegação. O procedimento fiscal foi realizado em estrita conformidade com as normas adjetivas que circunscrevem a fiscalização, com destaque, à época dos fatos, para os seguintes dispositivos do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 26/03/1999 - RIR/1999: Art. 927. Todas as pessoas físicas ou jurídicas, contribuintes ou não, são obrigadas a prestar as informações e os esclarecimentos exigidos pelos Auditores-Fiscais do Tesouro Nacional no exercício de suas funções, sendo as declarações tomadas por termo e assinadas pelo declarante (Lei nº 2.354, de 1954, art. 7º). Art. 928. Nenhuma pessoa física ou jurídica, contribuinte ou não, poderá eximir-se de fornecer, nos prazos marcados, as informações ou esclarecimentos solicitados pelos órgãos da Secretaria da Receita Federal (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 123, Decreto-Lei nº 1.718, de 27 de novembro de 1979, art. 2º, e Lei nº 5.172, de 1966, art. 197). (Grifei) Art. 931. Sem prejuízo do disposto na legislação em vigor, as instituições financeiras, as sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, as sociedades de investimento e as de arrendamento mercantil, os agentes do Sistema Financeiro da Habitação, as bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e instituições assemelhadas e seus associados, e as empresas administradoras de cartões de crédito fornecerão à Secretaria da Receita Federal, nos termos estabelecidos pelo Ministro de Estado da Fazenda, informações cadastrais sobre os usuários dos respectivos serviços, relativas ao nome, à filiação, ao endereço e ao número de inscrição do cliente no CPF ou no CNPJ (Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, art. 12). Art. 932. Havendo dúvida sobre quaisquer informações prestadas ou quando estas forem incompletas, a autoridade tributária poderá mandar verificar a sua veracidade na escrita dos informantes ou exigir os esclarecimentos necessários (Decreto-Lei nº 5.844, de 1943, art. 108, § 6º). (...) Como pode ser observado dos dispositivos acima, o Fisco está autorizada a requerer e acessar informações relativas à apuração dos tributos de todas as pessoas físicas e jurídicas diretamente ligadas ao fato investigado, mormente mediante a expedição de intimações às “entidades ou empresas que possam, por qualquer forma, esclarecer situações de interesse para a fiscalização do imposto”. Também, tem-se que inexiste vedação para que a autoridade fazendária investigue fatos ocorridos em períodos anteriores ou posteriores àqueles que foram objeto do lançamento de ofício, sendo-lhe vedado, tão-somente, constituir crédito tributário relativamente a períodos já alcançados pela decadência, o que não ocorreu no caso concreto. Vale registrar que o acesso a informações constantes dos sistemas informatizados da RFB, como é o caso das informações contidas no SPED, são atividades intrínsecas à auditoria-fiscal da pessoa jurídica fiscalizada e prescinde da emissão de Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal. Fl. 895DF CARF MF Fl. 18 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Em resumo, a utilização de informações ficais nos Sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, para fins de esclarecer situações de interesse para a fiscalização, não caracteriza quebra de sigilo fiscal ou obtenção de provas por meios ilícitos. Além disso, a autoridade fazendária agiu no estrito cumprimento de seu dever legal, concentrando esforços na auditoria-fiscal na apuração de créditos de insumos para as contribuições para o PIS e para a COFINS. A auditoria constatou inúmeras irregularidades relativas à apuração dos créditos e culminou no lançamento de ofício que é objeto dos presentes autos. Devem ser rejeitadas, pois, todas as alegações pertinentes ao presente tópico. Requer ainda a Recorrente, que seja declarada a nulidade dos autos de infração que não são instrumentos próprios para constituição tributária, como determinam os artigos 9, 10 e 11 do Decreto nº 70.235, de 1972 e 38, 39 e 40 do Decreto nº 7.574, de 2011. Sobre a alegação de que o instrumento correto do lançamento seria a "Notificação de Lançamento" e não "Auto de Infração", que é reservado apenas para imposição de multa, não se sustenta, uma vez que ambos instrumentos podem constituir o crédito tributário, consistindo no tributo em exame e a multa, além dos juros se previstos e aplicáveis. A diferença entre eles é que, conforme as normas citadas pela Recorrente, mormente as disposições contidas nos arts. 10 e 11 do Decreto nº 70.235, de 1972, o Auto de Infração deve ser lavrado por servidor competente, no caso o Auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil e se o instrumento escolhido for a Notificação de Lançamento, o próprio órgão que administra o tributo pode fazê-lo, constando o nome e a matrícula (número interno do registro no órgão do servidor) do dirigente do Órgão da RFB. Em suma, à luz do regramento procedimental vigente, o crédito tributário tanto pode ser formalizado através de Notificação de Lançamento como através de Auto de Infração. Há que ser observado as disposições contidas nos arts. 10 e 11 do Decreto nº 70.235, de 1972, se por Auto de Infração, que deve ser lavrado por servidor competente; se via a Notificação de Lançamento, esta deve ser expedida pelo órgão da RFB que administra o tributo. Concluindo, tem-se no caso em concreto, que não assiste razão à Recorrente. Para a formalização da exigência fiscal, não provada a violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, nem nos arts. 7º, 10 e 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se falar em nulidade, quer do lançamento, quer do procedimento fiscal que lhe deu origem. Correto a decisão de piso correto em manter o auto de infração para o lançamento em litígio. III - QUANTO AO MÉRITO Aduz a Recorrente que, caso as preliminares sejam superadas, que os demais créditos formados pela Recorrente sejam declarados como legítimos, mantendo as compensações realizadas em 2012, uma vez que eles se relacionam com as atividades realizadas por ela, como autorizam os inciso II, IV, VI, VII e IX do artigo 3º da Lei Fl. 896DF CARF MF Fl. 19 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 10.637/2002 e incisos II, IV, VI, VII, IX e XI do artigo 3º da Lei 10.833/2003 e a SD COSIT nº 9, que vincula a RRB autoriza o creditamento de PIS/COFINS de mão de obra terceirizada como insumo desde que ligada a prestação de serviço. Cabe ressaltar que quando da impugnação, foi reconhecida parcialmente pela decisão recorrida, em razão de valores calculados em duplicidade, o valor do Auto de Infração referente ao PIS foi recalculado para R$ 278.442,59 (o valor lançado foi de R$ 348.945,42) e para R$ 1.280.053,41 (o valor lançado foi de R$ 1.605.485,14) com relação à COFINS. Na decisão de piso a Turma Julgadora entendeu que insumos só podem ser considerados quanto esses bens sofrem alterações em sua estrutura física, tais como, desgaste, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas em função da atividade fim da empresa, conforme trecho abaixo destacado (fls. 776 e 785): "(...) Todavia, a legislação tratou de discriminar os bens e operações em relação aos quais se permite a apuração de créditos, em preterição à permissão genérica de creditamento em relação a todos os custos e despesas incorridos na atividade econômica do sujeito passivo (art. 3° da Lei n° 10.637, de 2002, art. 3° da Lei n° 10.833, de 2003). Referidas leis, ao definirem a possibilidade de creditamento de insumos, destacaram que estes serão, portanto, os bens e serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, utilizados na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda.” Aduz a Recorrente que os créditos devem ser considerados absolutamente legítimos, eis que a fiscalização e a Turma Julgadora não se deram ao trabalho de verificar os objetos sociais da empresa, todos declarados no contrato social de fls. 711/712, a saber: 1) locação de veículos, máquinas e equipamentos, com ou sem motoristas/operadores; 2) locação de veículos especiais e/ou adaptados; 3) logística e transporte de cargas e passageiros, por linhas e especiais; 4) operação portuária e aeroportuária; 5) limpeza pública e serviços similares, coleta de resíduos sólidos e líquidos, domiciliares, indústria e do serviço e saúde, operação de aterro sanitário, estações de tratamento de resíduos sólidos e/ou do serviços de saúde e valas assépticas; 6) gerenciamento e operação de serviços de asseio, limpeza e conservação em estabelecimentos comerciais, industriais, laboratoriais, hospitalares, educacionais, etc, compreendendo ainda dedetização, desratização e higienização de ambientes, aplicação de produtos saneantes e domissanitários; 7) elaboração, execução e gerenciamento de projetos de agronomia e paisagismo, limpeza, conservação e manutenção de áreas verdes e revestimento vegetal, inclusive em rodovias; 8) aplicação de produtos fitossanitários; 9) recrutamento, seleção de pessoal, especializado ou não especializado, efetivos ou temporários, gerenciamento e administração de recursos humanos, utilizando métodos e técnicas psicológicas; Fl. 897DF CARF MF Fl. 20 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 10) gerenciamento e operação de praças de pedágio, envolvendo controle de fluxo de veículos, arrecadação de tarifas e tratamento de numerário, limpeza, segurança e manutenção das instalações físicas e de software; 11) gerenciamento e operação de postos de venda passes ou bilhetes, cartões magnéticos e outras mídias; 12) gerenciamento e operação de sistema de estacionamento fixo e rotativo em vias públicas, através de meios mecânicos, eletrônicos ou manuais, bem como da manutenção da estrutura móvel e da infraestrutura básica; 13) gerenciamento e operação de armazéns gerais, para graneis e cargas convencionais; 14) movimentação de cargas e transbordo de produtos; 15) gerenciamento e operação de controle de acesso, vigilância e monitoramento eletrônico; 16) gerenciamento e operação de serviço de alimentação coletiva e copeiragem; 17) engenharia de construção civil; 18) elaboração e gerenciamento de projetos de engenharia civil; 19) manutenção civil e predial, em qualquer tipo de estrutura, inclusive em usinas geradores de energia elétrica, estações repetidoras e de rádio base; 20) conservação viária, especial e de rotina, em trechos urbanos e rodoviários; 21) serviços de terraplanagem; 22) apuração de consumo de água, gás e energia elétrica, através da leitura manual e informatizada, com ou sem impressão de faturas e pesquisa operacional; 23) recuperação de créditos de realização duvidosa de clientes do serviço público, envolvendo corte, supressão e restabelecimento de fornecimento de água, gás e energia elétrica; 24) remoção de pessoas por ambulância com ou sem assistência de profissional da área médica; 25) distribuição de água potável; 26) censo habitacional e serviço social para construção e comercialização e ocupação de habitações populares; 27) logística e distribuição de correspondências em geral, avisos, carnes, faturas, impostos, periódicos e etc; 28) serviços de apoio na área de telefonia, informática, preparação e arquivo de documentos e microfilmagem; 29) manutenção e conservação de veículos e equipamentos em geral; 30) serviços gráficos de cópias e encadernações; 31) participação em outras sociedades como sócia, acionista ou quotista; e 32) serviços de recrutamento e seleção de mão-de-obra especializada ou não especializada, utilizando métodos e técnicas psicológicas; e 33) serviço de Fl. 898DF CARF MF Fl. 21 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 manutenção e sistema de monitoramento e de gestão de frotas com fornecimento de veículos. Alega que o parâmetro usado pela Fiscalização de cotejar as receitas do contribuinte para identificar os seus insumos até pode funcionar em indústrias e comércio que não façam pesquisas, mas jamais dará certo para discernir os insumos dos prestadores de serviços, ainda mais quando eles possuem vasta gama de atividades a realizar, como no presente caso, algumas rentáveis e outras não. Por isso, discorda das glosas alegando que por vezes a Recorrente necessita manter, por exemplo, sistemas de informática em dia e desenvolver outros para tentar vender serviços que nem sempre se realizam, contudo, a despesa sempre será efetivada. Assim também ocorre com consultorias administrativas, jurídicas e arquitetônicas, que nem sempre dão certo, mormente quando se trata de participação em concorrências públicas. Defende que, nos termos da legislação aplicável (indicando respectivo serviço com o item de seu objeto social), as glosas das seguintes despesas estão equivocadas: a) com organizações sindicais referentes (artigo 3º alíneas j e gg) à movimentação de mercadorias a recorrente possui como objeto o transporte de cargas (artigo 3º alíneas d, e, o do seu Contrato Social); honorários advocatícios (itens 9, 23 e 32) - todos os serviços prestados pela recorrente necessitam de consultoria advocatícia o que justifica os honorários advocatícios; serviços de entrega (itens 3, 14, 27, 28 e 30); serviços de informática não-customizados (itens 9 e 32), serviço de apoio administrativo (itens 9, 11 e 32), serviço de consultoria técnica específica (itens 6, 9, 12, 13, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 28 e 32), agência de publicidade (itens 6, 7, 9 e 30), serviços de agronomia e consultoria em atividades agrícolas e pecuárias (itens 7, 8 e 21), assistência médica (itens 5, 6, 8 e 24), aquisição de telefonia e de monitoramento de vigilância (itens 12 e 15) e serviços de construção civil (itens 17, 18 e 19). b) De igual modo, despesas com hotéis (que não passam de locação civil), despesas médicas (utilizadas na manutenção de aterro sanitário, atendimento à saúde, valas assépticas), despesas jurídicas (havidas com a recuperação de créditos duvidosos e assessoramento para serviços de gestão), despesas administrativas e de consultoria diversas (para serviços de gestão em todas as áreas), despesas com publicidade (na manutenção da limpeza, distribuição de cobranças e correspondências e serviços gráficos), despesas com construção civil e agronômicas, mesmo que por vezes a impugnante tenha investido na preparação do serviço e não tenha sido contratada para executá-lo. c) que também é correto o creditamento de PIS/COFINS realizado pela recorrente dos dispêndios com a contratação de empresa terceirizada de trabalho temporário para disponibilização de mão de obra intermediária ou final aplicada diretamente na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços a terceiros. IV- Do Conceito de Insumos Neste ponto, o debate travado pela Recorrente centra-se no enquadramento no conceito de insumos dos serviços glosados no Auto de Infração que, em seu entender, geram direito aos créditos do PIS e da COFINS. Como se depreende do Relatório Fiscal (fls. 618/632), a Fiscalização glosou créditos de insumos baseado em conceito mais restritivo, no Fl. 899DF CARF MF Fl. 22 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 sentido de que poderão ser descontados créditos em relação a produtos/serviços que sejam aplicados ou consumidos em ação direta sobre o produto em fabricação. Este posicionamento, indicado nas Instruções Normativas SRF nºs 247/2002 e 404/2004, foi enfrentado pela Recorrente em sua defesa. Assim, antes do exame das questões fáticas envolvidas, importante que sejam feitas breves considerações acerca do conceito de insumo e a não cumulatividade do PIS e da COFINS (ambos com sistemática não cumulativa idêntica). As contribuições do PIS e da COFINS não cumulativas foram instituídas por diplomas legais ordinários, quais sejam, a Lei n.º 10.637/2002 (conversão da MP 66/2002 que instituiu o PIS não cumulativo - vigência a partir de 01/12/2002) e a Lei n.º 10.833/2003 (conversão da MP 135/2003 que instituiu a COFINS não cumulativa - vigência a partir de 01/02/2004). Como contribuições incidentes sobre a receita, na forma do art. 1º destes diplomas legais, a sistemática não cumulativa foi prevista para determinadas pessoas jurídicas sendo mantida, para as demais, a sistemática cumulativa do PIS e da COFINS incidentes sobre o faturamento. Tal como definido e para os fins a que se propõe o artigo 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, INSUMOS são apenas as mercadorias, bens e serviços que, assim como no comércio, estejam diretamente vinculados à operação na qual se realiza o negócio da empresa. Na atividade de comércio, sendo o negócio a venda dos bens no mesmo estado em que foram comprados, o direito ao crédito restringe-se ao gasto na aquisição para revenda. Na indústria, uma vez que a transformação é intrínseca à atividade, o conceito abrange tudo aquilo que é diretamente essencial a produção do produto final, conceito igualmente válido para as empresas que atuam na prestação de serviços. Somente a partir desta lógica é que os créditos admitidos na indústria e na prestação de serviços observarão o mesmo nível de restrição determinado para os créditos admitidos no comércio. É cediço que recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do REsp nº 1.221.170/PR, sob julgamento no rito do art. 543-C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015 - rito dos Recursos Repetitivos, decidiu no sentido de que o conceito de insumo deve ser aferido segundo os critérios de essencialidade ou relevância para o processo produtivo da contribuinte, bem como que há ilegalidade no conceito de insumo previsto nas Instruções Normativas SRF nºs 247/2002 e 404/2004. TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 Fl. 900DF CARF MF Fl. 23 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3º., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos relativos a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individual - EPI. 4. Sob o rito do art. 543-C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentam-se as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de não-cumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. (Resp n.º 1.221.170 PR (2010/02091150), Relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho). A Relatora do processo, Ministra Regina Helena Costa, reiterou os conceitos do que já vínhamos decidindo, definiu como conceito a essencialidade e relevância. Veja-se: Essencialidade considera-se o item do qual dependa, intrínseca e fundamentalmente, o produto ou o serviço, constituindo elemento estrutural e inseparável do processo produtivo ou da execução do serviço, ou, quando menos, a sua falta lhes prive de qualidade, quantidade e/ou suficiência; Relevância considerada como critério definidor de insumo, é identificável no item cuja finalidade, embora não indispensável à elaboração do próprio produto ou à prestação do serviço, integre o processo de produção, seja pelas singularidades de cada cadeia produtiva (v.g., o papel da água na fabricação de fogos de artifício difere daquele desempenhado na agroindústria), seja por imposição legal (v.g., equipamento de proteção individual EPI), distanciando-se, nessa medida, da acepção de pertinência, caracterizada, nos termos propostos, pelo emprego da aquisição na produção ou na execução do serviço. Não obstante o referido Acórdão do STJ não tenha transitado em julgado, de forma que, pelo Regimento Interno do CARF, ainda não vincularia os membros do CARF, a Procuradoria da Fazenda Nacional expediu a Nota SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFN-MF, com a aprovação da dispensa de contestação e recursos sobre o tema, com fulcro no art. 19, IV, da Lei nº 10.522, de 2002, c/c o art. 2º, V, da Portaria PGFN nº 502, de 2016, o que vincula a Receita Federal nos atos de sua competência. Portanto, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional publicou em data de 03/10/2018 a Nota Explicativa SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFN-MF, aceitando o conceito de insumos para crédito de PIS e Cofins fixado pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme Ementa abaixo transcrita: Documento público. Ausência de sigilo. Recurso Especial nº 1.221.170/PR Recurso representativo de controvérsia. Ilegalidade da disciplina de creditamento prevista nas IN SRF nº 247/2002 e 404/2004. Aferição do conceito de insumo à luz dos critérios de essencialidade ou relevância. Fl. 901DF CARF MF Fl. 24 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Tese definida em sentido desfavorável à Fazenda Nacional. Autorização para dispensa de contestar e recorrer com fulcro no art. 19, IV, da Lei n° 10.522, de 2002, e art. 2º, V, da Portaria PGFN n° 502, de 2016. Nota Explicativa do art. 3º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 01/2014. Com isso, o conceito de insumo deve ser aferido pelo Fisco à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de determinado item - bem ou serviço - para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. Em síntese, "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei 10.833/2003, são "todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes". Destarte, o STJ adotou conceito intermediário de insumo para fins da apropriação de créditos de PIS e COFINS, o qual não é tão restrito como definido na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados, nem tão amplo como estabelecido no Regulamento do Imposto de Renda, mas que privilegia a essencialidade e/ou relevância de determinado bem ou serviço no contexto das especificidades da atividade empresarial de forma particularizada. Neste aspecto, observa-se que se trata de matéria essencialmente de prova de ônus do contribuinte. V- Das Glosas efetuadas pelo Fisco - créditos pela aquisição de serviços Historicamente esta Turma, tem como regra e dever legal de debater "insumo" por "insumo", para aferir se de fato os supostos insumos são essenciais ao processo de produção ou na prestação do serviço da empresa. No caso, a Fiscalização apurou que a Recorrente é prestadora de serviços e possui contratos com diversas pessoas jurídicas para prestação de serviços em áreas diversas. A empresa foi intimado a apresentar cópia dos contratos e tendo atendido a solicitação verificou-se que o sujeito passivo prestava os seguintes serviços às respectivas empresas tomadoras do serviço (fls. 621/623): Fl. 902DF CARF MF Fl. 25 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Fl. 903DF CARF MF Fl. 26 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Fl. 904DF CARF MF Fl. 27 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 A fiscalização informa que apurou que a Recorrente também participa de consórcios que prestam serviços à PRODESP, implantando e administrando POUPATEMPO's. No ano-calendário de 2012, conforme consta da DIPJ entregue, o sujeito passivo participava dos seguintes consórcios prestando este tipo de serviços: Consorcio Integra Fácil (Bauru), Consórcio STTB - Engenharia em Atendimento (Osasco e São José do Rio Preto), Consocio Fl. 905DF CARF MF Fl. 28 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 TTBS - Jundiaí, Consórcio TTBS - Taubaté, Consórcio TTBS - Rio Claro, Consórcio TTBS - São Carlos, Consórcio TTBS - Franca, Consórcio TTBS - Araraquara, Consórcio TTBS - Presidente Prudente e Consórcio TTBS - Mogi das Cruzes. Verificou ainda que participava do Consórcio Via Livre que prestava serviços à CET para remoção de veículos e do Consórcio TB Darwin que prestava serviços a SABESP para recuperação de créditos vencidos de clientes por meio de ações de cobrança administrativa e de serviços de engenharia de corte do fornecimento de água, supressão da ligação por débito, restabelecimento e religação de fornecimento de água. Informa a Fiscalização em seu Relatório Fiscal, que "(...) da relação de notas fiscais de serviços apresentadas pelo sujeito passivo que geraram créditos de PIS/PASEP e de COFINS, obtidas da EFD - Contribuições e da relação enviada pelo sujeito passivo, efetuamos pesquisa no banco de dados da RFB para verificação da atividade principal dos fornecedores e também intimamos o sujeito passivo a apresentar, por amostragem, cópias de Notas Fiscais de Serviços para verificação dos serviços prestados. Concluímos que foram descontados créditos de atividades econômicas que não se caracterizam como insumos visto que não se tratam de custos ou seja, não foram aplicadas ou consumidas nos serviços prestados pelo sujeito passivo que são, preponderantemente, serviços de limpeza, manutenção e conservação de prédios e parques, no qual o sujeito passivo, além da mão-de-obra, fornece os materiais necessários para sua execução. Também possui contratos para serviços de transporte mediante locação de veículos, remoção de veículos através de guinchos, mensageiros e distribuição de água potável. Por fim, ressalta que as NFPS (notas fiscais de prestação de serviços) desconsideradas como crédito das contribuições do PIS/PASEP e da COFINS (informadas por atividade no cadastro da RFB e o tipo de serviço conforme diligência elaborada), estão separadas por mês, relacionadas no ANEXO I do Relatório Fiscal (fls. 633/665). Abaixo reproduzo uma folha como referência: Fl. 906DF CARF MF Fl. 29 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Pois bem. Como relatado nos autos, os serviços prestados pelo sujeito passivo são, preponderantemente, serviços de limpeza, manutenção e conservação de prédios e parques, no qual a empresa, além da mão-de-obra, fornece os materiais necessários para sua execução. Também possui contratos para serviços de transporte mediante locação de veículos, remoção de veículos através de guinchos, mensageiros e distribuição de água potável. Isto porque a atividade fim da empresa será importante referencial para se caracterizar um bem ou serviço como insumo ou não. Neste caso, insumo será aquele elemento que, em razão de sua função exercida sobre o serviço em andamento ou sobre o produto em fabricação, repercutirá no produto final ou na prestação de serviço final, e do qual decorrerá a receita ou faturamento. É cediço que a base de cálculo do PIS e da Cofins não é o lucro, mas sim a receita/faturamento obtida pela pessoa jurídica. Daí porque, para efeito de não cumulatividade do PIS e da COFINS, deve-se creditar apenas a aquisição daqueles bens e serviços necessários, essenciais e relevantes à produção dos bens e à prestação dos serviços objeto da pessoa jurídica, dos quais advém a receita da empresa. É da venda específica daquele bem ou daquele serviço, que se traduz no principal objeto da atividade da empresa, que surge o faturamento/receita. Vale ressaltar, aqui, a diferença contábil entre custo e despesa. Custos são as medidas monetárias resultantes da aplicação de bens e serviços na produção de outros bens ou serviços durante a fabricação. Despesas, por sua vez, são gastos que não se identificam com o processo de transformação ou produção dos bens e produtos, estando normalmente relacionadas com a estrutura administrativa e comercial da empresa. A classificação do bem ou serviço como custo ou despesa depende exclusivamente do destino a ele dado dentro da empresa, e o Professor Eliseu Martins da Fl. 907DF CARF MF Fl. 30 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 FEA/USP assevera que, apenas são custos de produção os gastos incorridos no processo de obtenção de produtos e serviços colocados à venda, não se incluindo nesse grupo as despesas financeiras, as despesas de venda e as de administração, as quais constituem, do ponto de vista contábil, as despesas da empresa. Como visto, a lei que instituiu a não cumulatividade do PIS e da COFINS determina que somente será insumo aquele bem ou serviço utilizado na prestação do serviço ou na fabricação do produto. Meras despesas, como relatado acima, por não terem relação com a produção em si (geradora do produto ou do serviço do qual advirá a receita da empresa), não podem, jamais, por impossibilidade ontológica, ser consideradas insumos. Neste diapasão e considerando as razões expostas em seu recurso voluntário em confronto com os elementos e provas trazidos pela Fiscalização, passo a analisar a relação dos insumos glosados. Os parâmetros para a verificação da aplicação das glosas, estão estabelecidos pela relação de todas as NFPS glosadas, que encontram-se discriminadas na Planilha denominada "DEMONSTRATIVO ANEXO I - NFPS DESCONSIDERADAS COMO CRÉDITO" (fls. 633/664), que a Fiscalização, para cada NF, demonstra nas respectivas colunas as seguintes informações: mês, nº da NF, data, CNPJ, Razão Social, Descrição da conta Contábil, Atividade informado na RFB conforme Cadastro, Serviço Prestado conforme Diligência e o Valor. Observando o demonstrativo na coluna "Serviço Prestado conforme Diligência" (fl. 633 e seg), fazendo uma pequena amostragem, podemos verificar alguns dos serviços que foram contratados. Veja-se o que informa o Fisco: PAGAMENTO DE HOTEL, MOVIMENTAÇÃO DE MERCADORIAS PRESTADOS POR AVULSOS, HONORÁRIOS PROFISSIONAIS, SERVIÇOS PRESTADOS POR MOTOBOY ... CONSULTORIA ... PLANOS DE MEDICINA E CONVÊNIOS PARA PRESTAÇÃO SERVIÇOS MÉDICOS ... COMPLEMENTO DE APRENDIZAGEM - ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA E EDUCACIONAL, HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS CONFORME CONTRATO, LEVANTAMENTO DE DADOS DE PROCESSO AVALIAÇÃO DE CUSTOS E DIGITALIZAÇÃO DE DADOS, PLANOS DE ASSISTÊNCIA ODONTOLÓGICA, ELABORAÇÃO DE LAUDO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA, SERVIÇOS DE CONSULTORIA (É DIRETORA DA EMPRESA), SERVIÇOS DE CONSULTORIA DE VENDAS, JORNAL MURAL, SOFTWARE AUDIT - SERVIÇO DE IMPLEMENTAÇÃO DO MODULO SPED PIS COFINS, MANUTENÇÃO DE PABX, etc. Objetivando comprovar a essencialidade e relevância dos serviços, no item 4.7 e 4.8 do recurso voluntário (fl. 853/854), informa a Recorrente que a empresa necessita "(...) manter sistemas de informática em dia e desenvolver outros para tentar vender serviços que nem sempre se realizam; contratar ou manter (item 3.7, do recurso) consultorias administrativas, jurídicas e arquitetônicas, que nem sempre dão certo." Pois bem. No entanto, no meu sentir, tais serviços não se enquadram no conceito de insumos delineada nestes autos, uma vez que trata-se de despesas/gastos administrativos, ou seja, não foram aplicadas ou consumidas nos serviços prestados pelo sujeito passivo, portanto, não geram direito aos créditos pleiteados. Fl. 908DF CARF MF Fl. 31 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 No mesmo sentido, não se enquadram no referido conceito as seguintes despesas elencadas abaixo (item 4.10, do recurso): a) com organizações sindicais, referentes à movimentação de mercadorias - a recorrente alega que possui como objeto o transporte de cargas (artigo 3º alíneas d, e, o, do seu Contrato Social); b) alega que todos os serviços prestados pela recorrente necessitam de consultoria advocatícia o que justifica os honorários advocatícios; c) serviços de entrega (artigo 3º alíneas d, o, z, bb); d) serviços de informática não-customizados (artigo 3º alíneas p, w, cc); e) serviço de apoio administrativo (artigo 3º alíneas g, h, j, k, l, m, n, bb, cc); f) serviço de consultoria técnica específica (artigo 3º alíneas g, h, dd, cc), g) agência de publicidade (artigo 3º alíneas ee ); h) serviços de agronomia e consultoria em atividades agrícolas e pecuárias; i) assistência médica; j) –aquisição de telefonia e de monitoramento de vigilância, e k) – serviços de construção civil (artigo 3º alínea h, g, r, s, t, u). Em relação aos consórcios constituídos para gestão, operação e manutenção de POUPATEMPO's dos quais a Recorrente é participante, a Fiscalização informa em seu Relatório Fiscal que "os consorciados fornecem a adequação do espaço físico do imóvel, montagem dos mobiliários, implantação dos sistemas de informáticas, implantação de equipamentos, treinamento, fornecimento de uniformes, crachás, comunicação visual e mão de obra e materiais para a manutenção das atividades desenvolvidas. No entanto, verificamos que, entre outros, o sujeito passivo se creditou de despesas como "cursos e seminários, honorários advocatícios e periciais, consultoria, serviços contábeis, assistência médicas, gastos com confraternizações, agências de notícias, agências de publicidades, organizações sindicais, que não são custos e/ou insumos consumidos nos serviços contratados pelos tomadores de serviços", e verifico estar correta as glosas perpetradas pelo Fisco. Da mesma forma, não se justifica a formação de crédito por parte da Recorrente a partir de despesas com hotéis (que não passam de locação civil), despesas médicas (utilizadas na manutenção de aterro sanitário, atendimento à saúde, valas assépticas), despesas jurídicas (havidas com a recuperação de créditos duvidosos e assessoramento para serviços de gestão), despesas administrativas e de consultoria diversas (para serviços de gestão em todas as áreas), despesas com publicidade (na manutenção da limpeza, distribuição de cobranças e correspondências e serviços gráficos), despesas com construção civil e agronômicas, mesmo que por vezes, informado pela Recorrente, tenha investido na preparação do serviço e não tenha sido contratada para executá-lo. Fl. 909DF CARF MF Fl. 32 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Por fim, cabe observar também que não é correto o creditamento de PIS/COFINS realizado pela Recorrente referente aos dispêndios com a contratação de empresa terceirizada de trabalho temporário para disponibilização de mão de obra intermediária ou final aplicada diretamente na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços a terceiros. Há que ser ressaltado que quando de sua Impugnação e agora nesta fase de Recurso, as alegações da Recorrente não foram acompanhadas de qualquer prova, ainda que indiciária, que pudesse corroborar, em específico, a versão apresentada pela empresa, tais como Notas Fiscais, contratos, cópia Livros contábeis, etc. No caso sob exame, o ônus da prova de tais fatos competiria à Recorrente, dado que não seria lícito atribuir à fiscalização o controle que as normas de escrituração contábil e fiscal exigem das sociedades empresárias. Muito embora trata-se de Auto de Infração, por envolver a fruição de créditos de PIS e da COFINS, cabe à postulante o ônus da comprovação da sua existência. Trata-se de postulado do Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), adotado de forma subsidiária na esfera administrativo-tributária. O art. 373 do CPC (Código de Processo Civil) disciplina a distribuição do ônus probatório da seguinte forma: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Como se vê, estatuiu-se por meio desta norma que o ônus da prova no processo civil incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito e ao réu quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Ou seja, cada interessado, portanto, tem o ônus de provar os pressupostos fáticos do direito que pretenda seja aplicado pelo julgador na solução do litígio. Trata-se de matéria de extremada importância em sede processual no que se refere à repartição do ônus da prova nas questões litigiosas. Com efeito, da delimitação do ônus probandi depende a definição de grande parte das responsabilidades processuais. Assim é nas relações de direito privado e, igualmente, nas relações de direito público, dentre as quais as relacionadas à imposição tributária. Neste campo, a legislação processual administrativo-tributária inclui disposições que, em regra, reproduzem aquele que, por assim dizer, o principio fundamental do direito probatório, qual seja o de que quem acusa e/ou alega deve provar. Assim é que, nos casos de lançamentos de oficio, não basta a afirmação, por parte da autoridade fiscal, de que ocorreu o ilícito tributário; pelo contrário, é fundamental que a infração seja devidamente comprovada, como se depreende da parte final do caput do artigo 9.° do Decreto n.° 70.235/1972, que determina que os autos de infração e notificações de lançamento "deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito". De outro lado, ao contribuinte a legislação impõe o ônus de provar o que alega em face das provas carreadas pela autoridade fiscal, como expresso no inciso III do artigo 16 Fl. 910DF CARF MF Fl. 33 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 do mesmo Decreto n.° 70.235/1972, que determina que a impugnação conterá "os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir". No mesmo sentido se depreende da parte final do caput do art. 38, § 1º, do Decreto nº 7.574, de 2011, que determina que os autos de infração e notificações de lançamento deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do fato motivador da exigência. De outro lado, ao contribuinte a legislação impõe o ônus de provar o que alega em face das provas carreadas pela autoridade fiscal, como expresso no inciso III do art. 57 do mesmo Decreto, que determina que a impugnação conterá os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. Esse, portanto, o quadro nos lançamentos de oficio: à autoridade fiscal incumbe provar, pelos meios de prova admitidos pelo direito, a ocorrência do ilícito; ao contribuinte, cabe o ônus de provar o teor das alegações que contrapõe as provas encenadoras do lançamento. A distribuição do ônus da prova possui ainda certas características quando se trata de lançamentos tributários decorrentes de glosa de créditos de PIS/COFINS no regime da não-cumulatividade (possibilidade de dedução, do valor a ser recolhido, de créditos calculados sobre bens e serviços). No que se refere aos créditos, todavia, diante das particularidades deste regime tributário, verifica-se que eles se encontram na esfera do dever probatório dos contribuintes. Tal afirmação decorre da simples aplicação da regra geral, qual seja, de que àquele que pleiteia um direito tem o dever de provar os fatos que geram este direito. Sendo os créditos deste regime tributário um benefício que permite ao contribuinte diminuir o valor do tributo a ser recolhido, cumpre ao contribuinte que quer usufruir deste benefício o ônus de provar que possui este direito. Exige-se a apresentação de documentos comprobatórios da existência do direito creditório, ou seja, documentos que atestem, de forma inequívoca, a origem e a natureza do crédito pleiteado. Não comprovado possuir este direito, seus créditos devem ser cancelados, sendo exigida a contribuição devida que estava acobertada por estes créditos. No caso sob análise, a Fiscalização sustenta suas glosas com base nas informações buscadas pelos Termos de Intimação lavrados, documentos disponibilizados pela empresa, planos de contas, Livros contábeis e fiscais verificados durante o procedimento fiscal. Já a Recorrente, em regra, não apensou aos autos elementos necessários à comprovação de suas alegações de seu recurso voluntário, limitando-se, em muito, a protestar pela validade de créditos glosados e afirmando (sem anexar provas) que todos os custos e despesas se referem aos insumos intrinsecamente ligados à prestação dos serviços da Recorrente e que podem ser deduzidos como créditos na apuração do PIS e da COFINS, no termos do art. 3º, II, das Leis 10.637/02 e 10.833/03. Portanto, sem reparos a decisão de piso estando corretas as glosas e o lançamento dos Autos de Infração. Fl. 911DF CARF MF Fl. 34 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 VI- Da legalidade da Multa de Ofício aplicada Aduz a Recorrente em seu recurso que "(...) na remota hipótese de as preliminares e o mérito serem ultrapassados, deve se declarar a ilegalidade da multa aplicada ao patamar de 75%, na forma do inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/96, para que a mesma seja aplicada somente após o deslinde da discussão entabulada nestes autos, limitando-se ao patamar de 20%, conforme definido pelo no § 2º do art. 61 da Lei nº 9.430/96, bem como pelo STF em sede de repercussão geral (RE 582.461/SP)". Verifica-se no Auto de Infração que a fiscalização aplicou a Multa de Ofício por declaração inexata, isto é, apropriação de créditos para abatimento nos cálculo do tributo a pagar para as contribuições para o PIS e para a COFINS. A base legal explicitada para fundamentar a multa é o art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996, e §§ 1º e 2º, in verbis: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) Ressalte-se que para os casos de falta de declaração ou de declaração inexata, será aplicada a multa de 75%, a menos que o Fisco apure condutas dolosas definidas como sonegação, fraude ou conluio, consoante a Lei nº 4.502, de 1964. No presente caso, não foi constatado pelo Fisco, o dolo, fraude ou simulação, conforme entendeu a Recorrente, mas sim a constatação de declaração inexata. A legislação tributária é clara no sentido que o lançamento é atividade vinculada, nos termos do artigo 142 do Código Tributário Nacional (CTN) e a multa aplicada decorre de norma expressa, nos termos do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996, acima citada. Por fim, argumenta a Recorrente que, "portanto, inexistindo comprovação de dolo, fraude ou simulação nos autos do processo administrativo fiscal, ou a multa será moratória, ou, ultrapassando este percentual terá caráter confiscatório, o que é vedado pelo inciso IV do artigo 150 da Constituição Federal". Quanto ao alegado caráter confiscatório da multa aplicada, no que concerne aos órgãos julgadores administrativos de litígios fiscais, na área federal, estes estão jungidos à observância do contido no art. 26-A e § 6º do Decreto nº. 70.235, de 1972, com a redação dada pela Lei nº. 11.941, de 2009, in verbis: Art. 26-A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. No mesmo sentido, é vedado ao CARF se manifestar sobre a inconstitucionalidade de lei, nos termos da Súmula CARF nº 2, de observância obrigatória por parte deste Colegiado. Fl. 912DF CARF MF Fl. 35 do Acórdão n.º 3402-006.684 - 3ª Sejul/4ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 13830.721107/2016-30 Assim, a invalidade de normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico, como a que fixa os percentuais de multa de ofício, não podem ser apreciadas por essa instância administrativa, dada a competência constitucional do Poder Judiciário para apreciar alegações de inconstitucionalidade e/ou invalidade de normas. vii. Dispositivo Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo-se hígida a decisão recorrida. É como voto. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 913DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.720100/2012-60
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed May 15 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jul 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 31/01/2007 a 28/02/2008
REVENDA DE MERCADORIAS. CUSTOS/DESPESAS. CRÉDITO. DIREITO.
Na atividade comercial (revenda de bens/mercadorias), somente geram créditos da contribuição, passíveis de desconto do valor calculado sobre o faturamento mensal, os custos incorridos com as aquisições dos bens/ mercadorias revendidas e com as despesas de suas armazenagens e dos fretes na operação de suas revendas.
Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/01/2007 a 28/02/2008
Dada a correlação entre as normas que regem as contribuições, aplicam-se, na íntegra, as mesmas ementas e conclusões do PIS à Cofins.
REC Negado.
Numero da decisão: 9303-008.621
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto ao direito de crédito sobre insumos das operações comerciais, vencidos os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (relator) e Jorge Olmiro Lock Freire, que não conheceram do recurso. No mérito, na parte conhecida, por voto de qualidade, acordam em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana Midori Migiyama. Designado para redigir o voto vencedor, quanto ao conhecimento, o conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e relator.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Redator designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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CUSTOS/DESPESAS. CRÉDITO. DIREITO. Na atividade comercial (revenda de bens/mercadorias), somente geram créditos da contribuição, passíveis de desconto do valor calculado sobre o faturamento mensal, os custos incorridos com as aquisições dos bens/ mercadorias revendidas e com as despesas de suas armazenagens e dos fretes na operação de suas revendas. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/01/2007 a 28/02/2008 Dada a correlação entre as normas que regem as contribuições, aplicamse, na íntegra, as mesmas ementas e conclusões do PIS à Cofins. REC Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto ao direito de crédito sobre insumos das operações comerciais, vencidos os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (relator) e Jorge Olmiro Lock Freire, que não conheceram do recurso. No mérito, na parte conhecida, por voto de qualidade, acordam em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 01 00 /2 01 2- 60 Fl. 3458DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 3 2 Midori Migiyama. Designado para redigir o voto vencedor, quanto ao conhecimento, o conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e relator. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Redator designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de recurso especial interposto tempestivamente pelo contribuinte contra o Acórdão nº 3201002.505, de 20/02/2017, proferido pela Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). O Colegiado da Câmara Baixa, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário do contribuinte, nos termos da ementa transcrita na parte que interessa às matérias em litígio nesta fase recursal: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2007 a 28/02/2008 CRITÉRIO DE DETERMINAÇÃO DE CUSTOS INDIRETOS. REDE TELEMÁTICA. PROPORCIONALIZAÇÃO. É legítimo o critério de determinação dos custos, na utilização da rede telemática, dos serviços vendidos (operações on line), atividades e depreciação, com base nos controles do próprio contribuinte, que segregam as operações de mera revenda (operações off line), que não dão direito a crédito, no regime nãocumulativo. PIS E COFINS NÃOCUMULATIVOS. DEDUÇÃO DE CRÉDITOS. Só existe previsão legal para a apropriação de créditos sobre bens e serviços, utilizados como insumos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda." Intimado do acórdão, o contribuinte interpôs embargos de declaração, alegando omissão, quanto (a) à glosa proporcional dos créditos; e, (b) à apuração das contribuições com segregação das atividades, e contradição, em relação ao seu direito de créditos sobre insumos. Fl. 3459DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 4 3 Os embargos foram conhecidos somente em relação à suscitada contradição, nos termos do Despacho de Admissibilidade às fls. 3.227e/3232e. No entanto, analisados os embargos, os Membros da Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara, por unanimidade de votos, rejeitaramnos, sob o fundamento da inexistência da contradição suscitada, nos termos do Acórdão nº 3201003.608, datado de 21/03/2018, às fls. 3349e/3359e, sob a seguinte ementa: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 28/02/2008 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. Inexistente a contradição suscitada, rejeitamse os embargos de declaração." Intimado desse acórdão e conformado com a rejeição dos embargos, o contribuinte interpôs dois recursos especiais, um às fls. 3238e/3249e, datado de 09/11/2017 e juntado aos autos em 10/11/2017, e um segundo, às fls. 3370e/3378e, datado de 21/05/2018 e juntado aos autos em 22/05/2018. No recurso especial juntado em 10/11/2017, às fls. 3238e/3249e, suscitou divergência, em relação às matérias seguintes: "(i) segregação de atividades para apuração do PIS e da Cofins / proporcionalização de custos e (ii) direito de crédito sobre insumos nas operações comerciais"; já no segundo, juntado em 22/05/2018, às fls. 3370e/3378e, suscitou divergência, quanto ao seu direito de aproveitar créditos sobre os insumos utilizados para o desenvolvimento e manutenção da Rede GetNet, mais especificamente relacionados ao “direito de crédito de insumos dos gastos com o desenvolvimento e manutenção da Rede GetNet, mais especificamente relacionados aos gastos assumidos e incorridos mesmo sem a realização de atividade de recarga”; apresentando como paradigma o acórdão nº 9303004.790. Por meio do Despacho de Admissibilidade de Recuso Especial, datado de 16/07/2018, às fls. fls. 3399e/3402e, o Presidente da 2ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento negou seguimento ao recurso especial do contribuinte. Intimado desse despacho e inconformado com a rejeição do seu recurso especial, o contribuinte interpôs agravo (fls. 3411e/3421e), requerendo, em preliminar, a nulidade do despacho de admissibilidade da nulidade daquele despacho de admissibilidade, sob o argumento de que o recurso especial protocolado em 10/11/2017 não foi examinado, implicando cerceamento do direito de defesa; e, no mérito, defendeu a existência do dissídio jurisprudencial. Analisado o agravo, a Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) acolheuo em parte e determinou o retorno dos autos à 2ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento para que procedesse ao exame de admissibilidade do primeiro recurso especial (fls. 3.238e/3.249e) juntado aos autos em 10/11/2017, conforme Despacho em Agravo, às fls. 3426e/3429e, datado de 13/09/2018. Em cumprimento à determinação da Presidente da CSRF, o Presidente da 2ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento admitiu o recurso especial do contribuinte, em relação às matérias seguintes: "(i) segregação de atividades para apuração do PIS e da Cofins / Fl. 3460DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 5 4 proporcionalização de custos e (ii) direito de crédito sobre insumos nas operações comerciais", nos termos do despacho Exame de Admissibilidade de Recurso Especial, às fls. 3430e/3440e, datado de 25/10/2017. Em relação às matérias admitidas, o contribuinte alegou, em síntese, quanto ao item I), que a segregação das atividades para se apurar e aproveitar os créditos do PIS e da Cofins não encontra guarida na legislação que criou o regime não cumulativo para estas contribuições; assim, se existe o custo vinculado à atividade desenvolvida por ele, o crédito deve ser admitido sem qualquer restrição, por força do disposto no art. 3º das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003; ao item II), que, nos termos do art. 3º, inc. II; § 1º, inc. I; § 2º, inc. I; § 3º, inc. I a III; e 4º, dos referidos diplomas legais, não há qualquer limite ou vinculação à receita, na apuração dos créditos passíveis de descontos dos valores das contribuições calculadas sobre o faturamento mensal; assim, ainda que a atividade seja comercial, faz jus aos créditos sobre os insumos (despesas/custos) incorridos com essa atividade, ou seja, com revenda de mercadorias. Intimada dos acórdãos das Câmaras Baixas, do recurso especial do contribuinte e do despacho da sua admissibilidade, a Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões, requerendo, em preliminar, o seu não conhecimento, sob o fundamento de que não há similitude fática entre o acórdão recorrido e os paradigmas; e, no mérito, o seu desprovimento. Em síntese é o relatório. Voto Vencido Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator. O recurso interposto pelo contribuinte não deve ser conhecido, por não atender aos requisitos essenciais de admissibilidade, nos termos do art. 67 do Anexo II do RICARF. O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF) assim dispõe, quanto ao recurso especial: "Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1º Não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente. (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) (...). § 6º Na hipótese de que trata o caput, o recurso deverá demonstrar a divergência arguida indicando até 2 (duas) decisões divergentes por matéria. Fl. 3461DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 6 5 (...). § 8º A divergência prevista no caput deverá ser demonstrada analiticamente com a indicação dos pontos nos paradigmas colacionados que divirjam de pontos específicos no acórdão recorrido. (...)." A divergência suscitada pelo contribuinte foi, em relação as matérias seguintes: I) segregação de atividades para apuração do PIS e da Cofins/proporcionalização de custos; e, II) direito de crédito sobre insumos nas operações comerciais. Para comprovar a divergência suscitada em relação ao item I, necessidade da segregação de atividades, para efeito de apuração e aproveitamento dos créditos do PIS, apresentou os acórdãos paradigmas nº 3403.002.824 e nº 3402.004.074, cujas ementas assim dispõem: acórdão nº 3403.002.824: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2010 a 31/12/2010 REGIME NÃO CUMULATIVO. AGROINDÚSTRIA. Os arts. 3º, II, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 atribuem o direito de crédito em relação ao custo de bens e serviços aplicados na "produção ou fabricação" de bens destinados à venda. O art. 22A da Lei nº 8.212/91 considera "agroindústria" a atividade de industrialização da matériaprima de produção própria. Sendo assim, não existe amparo legal para que a autoridade administrativa seccione o processo produtivo da empresa agroindustrial em cultivo de matériaprima para consumo próprio e em industrialização propriamente dita, a fim de expurgar do cálculo do crédito os custos incorridos na fase agrícola da produção." acórdão nº 3402.004.074: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS. AGROINDÚSTRIA. DIREITO AO CRÉDITO. PIS. COFINS. Estão aptos a gerar crédito das Contribuições os bens e serviços aplicados na atividade da agroindústria, seja na fase agrícola ou na fase industrial, passíveis de serem enquadrados como custos de produção." Ambos os paradigmas são de acórdãos de duas empresas industriais que possuem processo industrial verticalizado, ou seja, produzem as suas próprias matériasprimas. Fl. 3462DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 7 6 O primeiro paradigma é de um acórdão de um processo de empresa produtora de celulose e o segundo de uma empresa produtora de álcool carburante e açúcar. A primeira produz a madeira utilizada para a produção de celulose, enquanto a segunda produz a canadeaçúcar utilizada na produção de álcool carburante e de açúcar. Nos acórdãos paradigmas, o respectivo Colegiado decidiu que não havia necessidade de segregação da atividade agrícola (custeio de produção da matériaprima) da atividade industrial, para se reconhecer o direito do aproveitamento de créditos sobre os custos com insumos para ambas as atividades, porque os insumos utilizados em ambas as atividades, agrícola e comercial, os custos/despesas incorridos com insumos dão direito a créditos. As duas empresas utilizam insumos, tanto para a produção das matériasprimas e como dos produtos industrializados e vendidos por elas. Assim, fazem jus aos créditos sobre os custos com os insumos utilizados na industrialização verticalizada, nos termo do art. 3º das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003. No presente caso, embora o contribuinte exerça duas atividades, prestação de serviços e comercial (revenda de mercadorias) tratase de situação fática totalmente diferente daquelas dos acórdãos paradigmas. Nos dois paradigmas apresentados, conforme demonstrado anteriormente, em nenhum deles se reconheceu o direito de se aproveitar créditos sobre custos/despesas de insumos vinculados à atividade comercial (revenda de mercadorias), mas tão somente à atividade produtiva, agrícola e industrial. Assim, demonstrado que em ambos os paradigmas não se tratou de créditos na atividade comercial, ou seja, na revenda de mercadorias, não servem para comprovar a suscitada divergência. Para a segunda divergência, crédito sobre insumos nas operações comerciais, o contribuinte apresentou os acórdãos paradigmas nº 3301002.978 e nº 3401002.213, cujas ementas transcritas na parte que interessa à matéria em discussão, assim dispõem: acórdão nº 3301002.978: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2009 COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITO. Para fins de apuração de crédito do PIS e da Cofins não cumulativa, adotase a interpretação intermediária construída neste CARF especificamente no que tange a tais contribuições, tornandose imperativa para o reconhecimento do direito ao crédito a análise da essencialidade da despesa para o auferimento da receita. Nesse contexto, no caso concreto analisado, há de ser reconhecido o direito ao crédito relativo às despesas com transportes, inclusive fretes entre filiais, aos produtos de informática, locação de veículos e demais itens correlatos, materiais de embalagem e despesas de armazenagem." acórdão nº 3401002.213: Fl. 3463DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 8 7 "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/06/2004 a 31/12/2004 PIS/COFINS NÃOCUMULATIVA. SEGURADORA DE GARANTIA ESTENDIDA. SERVIÇO DE VENDA DO SEGURO. GERAÇÃO DE CRÉDITO. POSSIBILIDADE. Devese considerar como insumo, para fins de crédito do PIS e da COFINS nãocumulativos, todo bem ou serviço essencial à atividade da empresa. In casu, a terceirização do serviço de prospecção e de venda do seguro é imprescindível à atividade da Recorrente, motivo pelo qual se classifica como insumo e gera crédito do PIS e da COFINS nãocumulativos." Também, em relação a essa divergência, os paradigmas apresentados não servem para comprovála. Conforme se verifica do conteúdo de suas ementas transcritas acima, em nenhuma delas se reconheceu o direito de pessoas jurídicas aproveitarem créditos sobre despesas/custos incorridos na comercialização de produtos adquiridos para revenda. O primeiro paradigma, acórdão nº 3301002.978, tratou de despesas de fretes para transportes de mercadorias entre filiais, produtos de informática, locação de veículos e demais itens correlatos, materiais de embalagem e despesas de armazenagem. O Colegiado considerou tais despesas como despesas de armazenagem das mercadorias vendidas e de fretes na operação de suas vendas, cujo aproveitamento de crédito está previsto no inciso X do art. 3º da Lei nº 10.833/2003. Por meio do art. 15, dessa mesma lei, esse aproveitamento foi estendo para o PIS. Já o segundo paradigma, acórdão nº 3401002.213, tratou de custos/despesas da atividade de prestação de serviços e não de atividade comercial. Assim, tais paradigmas não servem para comprovar a suscitada divergência, quanto ao aproveitamento de créditos sobre despesas consideradas como insumos na revenda de mercadorias, ou seja, na atividade comercial. Em face do exposto, NÃO CONHEÇO do recurso especial do contribuinte. Tendo sido vencido quanto ao conhecimento do recurso, enfrento o mérito da matéria conhecida, qual seja, possibilidade de aproveitar créditos sobre insumos nas operações comerciais. A glosa dos créditos sobre as despesas vinculadas à atividade comercial, ou seja, revenda de mercadorias, teve como fundamento o art. 3º das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003. O art. 3º dessas leis, assim dispunham no período, objeto dos lançamentos em discussão: "Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: Fl. 3464DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 9 8 a) no inciso III do § 2º do art. 1º desta Lei; e b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2o desta Lei; (...); IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. (...)." Ora, de acordo com estes dispositivos legais, somente geram créditos, na atividade comercial, os custos com as aquisições dos bens/mercadorias adquiridos para revenda e as despesas com suas armazenagens e com os fretes nas operações de vendas. Assim, inexiste amparo legal para se reconhecer o direito de o contribuinte apurar créditos sobre outros custos e despesas diferentes daqueles previstos nos incisos I e X, do art. 3º, citado e transcrito anteriormente. Ressaltese ainda que, para o presente caso, não se aplica a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no REsp nº 1.221.170/PR, na sistemática dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil. Essa decisão se aplica apenas e tão às atividades industriais, agrícolas, de prestação de serviços e de produção em geral que se utilizam de insumos para a produção/fabricação de bens e de serviços vendidos por elas. Na atividade comercial não se emprega insumos. Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 3465DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 10 9 Voto Vencedor Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal redator designado Com todo respeito ao voto do ilustre relator, mas discordo de sua decisão somente na parte em que não connheceu do recurso especial do contribuinte em relação à matéria: possibilidade de aproveitar créditos sobre insumos da atividade comercial. Acontece que a decisão recorrida restringiu o alcance do conceito de insumos de modo a não abranger aqueles aplicados na atividade comercial do contribuinte. Por sua vez os acórdãos paradigmas apresentados entenderam que, mesmo em atividades comerciais, observados os critérios da essencialidade dos gastos incorridos, seria possível a utilização desses créditos. De forma que está caracterizada a divergência na interpretação da legislação tributária. Assim conheço do recurso especial do contribuinte em relação a esta matéria. Adoto também como razões de decidir, parte do despacho de admissibilidade do recurso especial, efls. 3430 e seg. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Declaração de Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama Depreendendose da análise dos autos do processo, peço vênia ao ilustre relator presidente Rodrigo da Costa Pôssas para manifestar meu entendimento acerca da discussão envolvendo a possibilidade ou não de constituição de crédito de PIS e Cofins sobre despesas comerciais. Quanto às despesas comerciais, entendo que o decidido pelo REsp 1.221.170/PR se direcionou no sentido de possibilitar a constituição de crédito das contribuições sobre tais despesas, dependendo da atividade do sujeito passivo. Vêse que até mesmo para elucidar, resta importante trazer parte do próprio Parecer Cosit RFB 5/2018 (Grifos meus) quando trata somente da decisão do STJ: “[...] 6. Nos autos do Resp 1.221.170/PR, a recorrente, que se dedica à industrialização de produtos alimentícios, postulava em grau recursal direito de apurar créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins na forma do inciso II do caput do art. 3º Fl. 3466DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 11 10 da Lei nº 10.637, de 2002, e da Lei nº 10.833, de 2003, em relação aos seguintes itens: “ 'Custos Gerais de Fabricação' (água, combustíveis, gastos com veículos, materiais de exames laboratoriais, materiais de proteção EPI, materiais de limpeza, ferramentas, seguros, viagens e conduções) e 'Despesas Gerais Comerciais' (combustíveis, comissão de vendas a representantes, gastos com veículos, viagens e conduções, fretes, prestação de serviços PJ, promoções e propagandas, seguros, telefone, comissões)” (conforme relatado pela Ministra Assusete Magalhães, a fls 110 do inteiro teor do acórdão) 7. O acórdão proferido foi assim ementado: “TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3º, II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos relativos a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e Fl. 3467DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 12 11 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. ” [...] 23. Ademais, observase que talvez a maior inovação do conceito estabelecido pela Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça seja o fato de permitir o creditamento para insumos do processo de produção de bens destinados à venda ou de prestação de serviços, e não apenas insumos do próprio produto ou serviço comercializados, como vinha sendo interpretado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. 24. Nada obstante, salientase que o processo de produção de bens, em regra, encerrase com a finalização das etapas produtivas do bem e que o processo de prestação de serviços geralmente se encerra com a finalização da prestação ao cliente. Consequentemente, os bens e serviços empregados posteriormente à finalização do processo de produção ou de prestação não são considerados insumos, salvo exceções justificadas, como ocorre com a exceção abordada na seção GASTOS APÓS A PRODUÇÃO relativa aos itens exigidos pela legislação para que o bem ou serviço produzidos possam ser comercializados.” Vêse que antes de a RFB restringir o entendimento proferido pelo STJ, manifestando que os bens e serviços empregados posteriormente à finalização do processo de produção ou de prestação não são considerados insumos, a própria autoridade trouxe no início do parecer: “salientase que o processo de produção de bens, em regra, encerrase com a finalização das etapas produtivas do bem e que o processo de prestação de serviços geralmente se encerra com a finalização da prestação ao cliente.” Ou seja, a própria RFB traz que se encerra o ciclo de processo de prestação de serviço com a finalização da prestação ao cliente. Passadas tais considerações, importante recordar que o sujeito passivo exerce prestação de serviço e atividade comercial – revenda de mercadorias. Dessa forma, considerando o disposto no art. 3º da Lei 10.833/03 (Grifos meus): “Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) Fl. 3468DF CARF MF Processo nº 11065.720100/201260 Acórdão n.º 9303008.621 CSRFT3 Fl. 13 12 b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...]” Vêse que, para as atividades de revenda, a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a bens adquiridos para revenda. Ou seja, não restringe que a pessoa jurídica somente poderá constituir créditos sobre os bens adquiridos para revenda, MAS RELATIVOS A bens adquiridos para revenda. Ora, o termo “em relação” é mais amplo que “créditos calculados sobre”. Ademais, por serem tais despesas comerciais essenciais e pertinentes para a finalização da prestação de serviço, é de se constatar ser plenamente aplicável o inciso II do art. 3º da Lei 10.833/03 e da Lei 10.637/02, vez que tais gastos se enquadram como insumo na prestação de serviços. Ora sem as despesas comerciais não há comercialização (atividade do sujeito passivo), sendo essenciais e pertinentes para a sua atividade. Cabe ainda trazer que, conforme amplamente divulgado na imprensa (https://www.valor.com.br/legislacao/6252759/propagandageracreditosdepisecofins varejista), no processo 10540721182/201678, a 1ª Turma da DRJ de Juiz de Fora, por unanimidade de votos, anulou a autuação em relação a tomada de crédito sobre os gastos com propaganda e publicidade. Nesse julgamento, os auditores consideraram o que restou decidido pelo STJ, sendo ressaltado pelo relator que as despesas com publicidade e propaganda “em segmento altamente agressivo e competitivo como a que a impugnante atua, tornase essencial, não só para a sua atividade, como a sua própria sobrevivência”. Em vista de todo o exposto, com a devida vênia, dou provimento ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 3469DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14751.000086/2005-13
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri May 14 00:00:00 UTC 2010
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003, 2004
Ementa: ITR. EXERCÍCIO 2000. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO, PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO ART. 173, I, DO CTN.
A regra de incidência prevista na lei é que define a modalidade do lançamento, sendo irrelevante a existência, ou não, de pagamento. O lançamento do imposto é por homologação e se aperfeiçoa em primeiro de janeiro do exercício. Para esse tipo de lançamento, o qüinqüênio do prazo decadencial tem seu inicio na data do fato gerador, na forma do art. 150, § 4º, do CTN, exceto se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando tem aplicação o art, 173, I, do CTN.
BENFEITORIAS. COMPROVAÇÃO COM LAUDO TÉCNICO E COM NOTAS FISCAIS,
Comprovadas as inversões referentes as benfeitorias por notas fiscais e laudos técnicos, deve-se restabelecer o valor glosado, implicando na redução respectiva do valor da terra nua tributável.
PASTAGENS. UTILIZAÇÃO NA ATIVIDADE PRIMARIA, ÁREA UTILIZADA POR COMODATÁRIOS. COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO. INOCORRÊNCIA,
Não basta simplesmente alegar, sem nada provar, que pretensas áreas de pastagens glosadas eram utilizadas por terceiros comodatários. É necessário comprovar a utilização da área de pastagens na atividade primaria, para dai aumentar o grau de utilização da propriedade, com fruição de uma alíquota
do 1TR mais benigna.
Recurso parcialmente provido,
Numero da decisão: 2102-000.639
Decisão: ACORDAM os Membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar e no mérito em DAR parcial provimento ao que a decadência extinguiu o credito tributário do exercício 2000 e para restabelecer o valor declarado das benfeitorias (R$ 360.000,00), nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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ementa_s : Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 Ementa: ITR. EXERCÍCIO 2000. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO, PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO ART. 173, I, DO CTN. A regra de incidência prevista na lei é que define a modalidade do lançamento, sendo irrelevante a existência, ou não, de pagamento. O lançamento do imposto é por homologação e se aperfeiçoa em primeiro de janeiro do exercício. Para esse tipo de lançamento, o qüinqüênio do prazo decadencial tem seu inicio na data do fato gerador, na forma do art. 150, § 4º, do CTN, exceto se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando tem aplicação o art, 173, I, do CTN. BENFEITORIAS. COMPROVAÇÃO COM LAUDO TÉCNICO E COM NOTAS FISCAIS, Comprovadas as inversões referentes as benfeitorias por notas fiscais e laudos técnicos, deve-se restabelecer o valor glosado, implicando na redução respectiva do valor da terra nua tributável. PASTAGENS. UTILIZAÇÃO NA ATIVIDADE PRIMARIA, ÁREA UTILIZADA POR COMODATÁRIOS. COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO. INOCORRÊNCIA, Não basta simplesmente alegar, sem nada provar, que pretensas áreas de pastagens glosadas eram utilizadas por terceiros comodatários. É necessário comprovar a utilização da área de pastagens na atividade primaria, para dai aumentar o grau de utilização da propriedade, com fruição de uma alíquota do 1TR mais benigna. Recurso parcialmente provido,
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EXERCÍCIO 2000. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO, PRAZO DECADENCIAL ORDINÁRIO REGIDO PELO ART. 150, § 40, DO CTN. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO ART. 173, I, DO CTN. A regra de incidência prevista na lei é que define a modalidade do lançamento, sendo irrelevante a existência, ou não, de pagamento. lançamento do imposto é por homologação e se aperfeiçoa em primeiro de janeiro do exercício. Para esse tipo de lançamento, o qüinqüênio do prazo deculencial tern seu inicio na data do fato gerador, na forma do art. 150, § 4', do CTN, exceto se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando tem aplicação o art, 173, I, do CTN. BENFEITORIAS. COMPROVAÇÃO COM LAUDO TÉCNICO E COM NOTAS FISCAIS, Comprovadas as inversões referentes as benfeitorias por notas fiscais e laudos técnicos, deve-se restabelecer o valor glosado, implicando na redução respectiva do valor da terra nua tributável. PASTAGENS. UTILIZAÇÃO NA ATIVIDADE PRIMARIA, AREA UTILIZADA POR COMODATÁRIOS. COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO. INOCORRÊNCIA, Não basta simplesmente alegar, sem nada provar, que pretensas areas de pastagens glosadas eram utilizadas por terceiros comodatários. É necessário comprovar a utilização da area de pastagens na atividade primaria, para dai aumentar o grau de utilização da propriedade, coin fruição de uma aliquota do 1TR mais benigna. Recurso parcialmente provido, ACORDA REJEITAR a preliminar e que a decadência extin declarado das benfeitor Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em to, em DAR parcial provimento ao recurso para reconhecer to tributário do exsrcicio 2000 e para restabelecer o valor 00,00), nos term do voto do Relator. ES CAMPOS - Relator e Presidente Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Part a do presente julgamento os Conselheiros Nilbia de Matos Moura, Ewan Teles Aguiar, Rubens Mauricio Carvalho, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Roberta de Azeredo Feneira Pagetti e Giovanni Christian Nunes Campos Relatório Em face do contribuinte Companhia Paraiba de Cimento Portland, CNPJ/MF n° 10.804.300/0001-87, já qualificado neste processo, foi lavrado, em 09/12/2005, auto de infração (fls. 03 a 12), com ciência postal ern 16/12/2005, a partir de ação fiscal iniciada em 11/04/2005 (11. 33). Abaixo, discrimina-se o credito tributário constituído pelo auto de infração antes informado, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do credito: IMPOSTO R$ 94.640,00 MULTA DE OFICIO de 75% R$ 70.980,00 Conforme os demonstrativos de apuração do ITR lançado (fls. 06 a 10), referentes as DITR-exercício 2000 a 2004, do imóvel rural NIRF 1.769.249-0, denominado Cia Paraiba de Cimento Portland, localizado no município do Conde (PB), Area total de 154,1ha, vê-se que a autoridade fiscal tomou as seguintes providencias: • exercício 2000 - glosa integral das Areas ocupadas corn benfeitorias (3,0ha), com pastagens (111,011a), dos valores das benfeitorias (R$360.000,00) e das culturas/pastagens/florestas (R$60.000,00); 2 Compulsando os autos, verifica-se ajuntada dos seguintes documentos: e oficio da lavra do Sr. Aluisio Bonavides Barros, antigo proprietário do imóvel auditado, comunicando ao DRF de Joao Pessoa a alienação Processo n° 14751 000086/2005-13 S2-C1T2 AcOrao n ° 2102-00.639 Fl 269 • exercício 2001 — glosa integral das áreas ocupadas corn benfeitorias (3,0ha), utilizadas na atividade primária (111,1ha) e do valor das culturas/pastagens/florestas (R$60.000,00). Neste exercício não houve declaração do valor das benfeitorias; • exercício 2002 - glosa integral das Areas ocupadas corn benfeitorias (3,0ha), corn pastagens (111,1ha) e do valor das benfeitorias (R$360,000,00). Neste exercício não houve declaração do valor das culturas/pastagens/florestas; o exercício 2003 - glosa integral da Lea ocupada corn pastagens (111,1ha) e do valor das benfeitorias (R$360.000,00)„ Neste exercício não houve declaração do valor das culturas/pastagens/florestas ou da área ocupada com benfeitorias; • exercício 2004 - glosa integral das áreas ocupadas corn benfeitorias (3,0ha), corn pastagens (111,1ha) e do valor das benfeitorias (R$360.000,00), Neste exercício não houve declaração do valor das culturas/pastagens/florestas. Lendo o Termo de Verificação Fiscal que encerrou o procedimento de autuação (fls. 13 a 21), vê-se que o valor das benfeitorias (R$360,000,00) foi glosado em decorrência de a autoridade fiscal não ter ficado convencida de que a comprovação das inversões acostadas aos autos tivessem sido feitas na propriedade auditada (fls, 19, 94 a 120, 140 e 141), já que as notas fiscais respectivas tam como localidade de prestação de serviço a Fazenda de Caxitu, nome diverso do atual imóvel, isto aliado ao fato de o contribuinte ter outros imóveis no município do Conde — PB (Granjas Santo António e Nossa Senhora de Lourdes — fls. 138 e 139), na localidade denominada de Caxitu. Eis a motivação textual da autoridade (fl. 20 — destaques do original): o "Conclui-se que as notas fiscais poderiam refei ir-se a qualquer dos imóveis, já que tanto a Granja de Santo Antônio. e a Granjas Nossa Senhora de Lourdes se localizam no município do: Conde, em local, também, denominado Caxitu."; • "Ademais a informação prestada pela contribuinte referente propriedade em questão lls, 145, de "nossa intenção na época era utilizá-la como exploração de minerais, cujo projeto permanece aguardando o momento para ser posto em prática", nos leva a crer que os serviços referentes ás notas fiscais apresentadas, pela contribuinte, não teriam sido prestados na propriedade en: questão e que os documentos apresentados no decorrei- deste procedimento de fiscalização não foram suficientes para nos convencer do contrário, tendo sido desconsiderados, portanto, o valor que fora lançado nas D1TR's do período de 2000 a 2004, a titulo de benfeitorias" . do imóvel para o contribuinte aqui fiscalizado, desde 19/04/2000, e pedindo a baixa no cadastro do 1TR do imóvel denominado Fazenda São Bento da Vila. 0 oficio veio secundado com urna cópia da escritura pública de compra e venda respectiva (fIs. 22 a 25); • DITRs dos exercícios 2000 a 2004, originais, apresentadas em 26/04/2005, no curso da presente ação fiscal, nas quais o contribuinte não informou nenhuma área corno utilizada com benfeitorias e na atividade primaria, informando, outrossim, um valor de benfeitorias de RS 360,000,00 (fls. 34 a 55); • DITRs retificadoras dos exercícios 2000 a 2004, transmitidas em 16/05/2005, com as informações que foram auditadas (fls. 56 a 84); • Laudo técnico subscrito pelo Engenheiro José Teotônio Dantas Leite, CREA 5.374/PB, atestando as inversões executadas no imóvel denominado Fazenda Caxitu (Antiga Sao Bento da Villa), secundado pelas notas fiscais comprobatórias das inversões (fls. 89 a 121); • Certificado de Cadastro de Imóvel Rural —CCIR da propriedade São Bento da Vila, emitido pelo Incra (fls. 128 e 129), 0 contribuinte asseverou que tal propriedade é chamada de Fazenda Caxitn (nome fantasia), em decorrência da localidade onde se encontra no município do Conde (PB). Inconformado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida A Delegacia da Receita Federal de Julgamento. A la Turma de Julgamento da DM-Recife (PE), por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, em decisão de fls. 164 a 170, consubstanciada no Acórdão n° 11-22.087, de 28 de abril de 2008. 0 contribuinte foi intimado da decisão a quo ern 06/06/2008 (fl. 173). In esignado, interpôs recurso voluntário em 04/07/2008 (fl. 176). No voluntário, o recorrente alega, em síntese, que: • I. "Quanto as pastagens, estas existem, em sua forma nativa, totalizando 111,1 hectares, sendo utilizadas por terceiros, para alimentação de bovinos, de forma gratuita, tal qual comodato, sem, entretanto, haver qualquer contrato por escrito firmado entre as panes Para provar suas alega cães sobre as pastagens, a Recorrente requereu a realização de perícia no local, mas não fbi deferida, fato esse que caracteriza cerceamento ao amplo direito de defesa" (fl. 186, in fine); o prazo decadencial para o imposto lançado deve ser contado na forma do art, 150, § 4°, do CTN, com qüinqüênio decadencial contado a partir do fato gerador, o que, no presente caso, implica em considerar caduco o fato gerador de 1a/01/2000, já que a ciência do lançamento somente se aperfeiçoou em 16/12/2005, mais de um lustro após o fato tributário; 4 5 Processo n° 14751 000086/2005-13 S2-C1T2 Acórdlio n ° 2102-00,639 Fl 270 Ill, o contribuinte comprovou as inverses (benfeitorias) no imóvel auditado, conforme Laudo Técnico apresentado por profissional competente. Para desconsiderar o Laudo Técnico, mister a produção de prova contrária equivalente, ou seja, decorrente de vistoria in loco, o que não aconteceu no caso vertente. "Por outro lado, pelo que consta do referido Laudo Técnico, não existe nenhuma confusão entre o imóvel Fazenda Sao Bento da Vila e os demais imóveis situados também na região denominada CAelaTU, porque todas as benfeitorias foram devidamente identificadas como tendo sido implantadas na Fazenda São Bento da Vila. As notas fiscais de fls, 95/115 e 119/120, emitidas em nome da COMPANHIA PARA'. 11/1 DE CIMENTO PORTLAND — CIMEPAR, proprietária do imóvel sob análise, só poderiam ter o endereço da sede da Recorrente, porque esta é a responsável pelos pagamentos das faturas, visto que o imóvel Fazenda São Bento da Vila não realiza receita algunza e por esse motivo as faturas não poderiam ter seu CNPJ e endereço, visto que quem comprou os serviços e as benfeitorias realizadas .foi o estabelecimento sede, para implantação no estabelecimento rural supta. Não esta correto desconsiderar o Laudo Técnico por deduções de que estando as faturas em nome da Recorrente e com o endereço de sua sede, não teriam as benfeitorias sido realizadas na Fazenda Sao Bento da Vila. Essa ilação está desprovida de prova que possa contradizer o laudo Técnico" (fl. 186). Este recurso voluntário compôs o lote n° 04, sorteado para este relator na sessão pública da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção do CARP de 02/12/2009. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Declara-se a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão recorrida em 06/06/2008 (fl. 173), sexta-feira, e interpôs o recurso voluntário em 04/07/2008 (fl. 176), dentro do trintidio legal, este que teve seu termo final em 04/07/2008, sexta-feira. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passa-se a apreciar o apelo, como discriminado no relatório. Agora, passa-se à defesa do item I do relatório (cerceamento do direito de defesa do então impugnante em decorrência do indeferimento da perícia para confrontar a glosa da Lea de pastagens). Aqui o recorrente não fez qualquer prova de que as pastagens serviam para alimentação de gado de terceiros, em regime de comodato. Tratou-se de mera alegação, destituída de qualquer prova, o que impede o deferimento da pretensão recursal. Quanto a tese de cerceamento do direito de defesa em decorrência do indeferimento da prova pericial para provar o seu direito, também não pode ser acatada, já que o contribuinte deveria ter acostado toda a prova na impugnação, não havendo qualquer necessidade de dilação probatória adicional, pois a prova da utilização das pastagens poderia ser feita com declaração dos beneficiários, Laudo Técnico de Uso do Solo ou qualquer outra que comprovasse a utilização das pastagens na atividade primária. Ora, tais provas não foram produzidas, e o pedido de perícia é meramente procrastinatório e, assim, andou bem a decisão recorrida ao indeferir o pedido de perícia do então impugnante. Aqui, igualmente, indefere-se a conversão do feito ern diligência, e mantem- se a glosa das pastagens, já que restou não comprovada a utilização das pastagens na atividade primária. Passa-se a apreciar a defesa do item II do relatório (decadência). Deve-se anotar que o fator gerador do ITR se aperfeiçoa em 1° de janeiro de cada ano, consubstanciado na propriedade, no domínio útil ou na posse de imóvel localizado fora da zona urbana, na forma do art. 1 0, eaput, da Lei n° 9.393/96, verbis: Art, I" 0 Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do municipio, em 1° de janeiro de cada ano No caso destes autos, o lançamento do primeiro fato gerador versa sobre o 1TR do exercício 2000, cujo fato gerador se aperfeiçoou em 1°/01/2000 (fls. 05 e 06). IA o contribuinte foi cientificado do lançamento em 16/12/2005 (fl. 148), a qual teve origem na revisãoi na DITR/2000, que havia originalmente apurado um imposto devido de R$ 2,632,00 (fl. 06). Após as glosas perpétiadas pela fiscalização, apurou-se novo ITR devido, acrescido de multa de oficio de 75% (fl. 10), com auto de infração datado de 09/12/2005 (fl. 03). A lei é que define a modalidade do lançamento ao que o tributo se amolda, fato de haver pagamento não altera a natureza do lançamento. 0 lançamento por homologação, independentemente de haver ou não pagamento, amolda-se ao prazo decadencial do art. 150, § 40, do Código Tributário Nacional CTN, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando incide a regra decadencial do art 173, I, dp CTN. 0 art. 10 da Lei n° 9.393/96 não deixa qualquer dúvida que o lançamento do ITR é por homologação, como se pode ver pela estrita dicção legal, verbis: Art 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração trilnitciria, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitando-se a hornologacão posteilor, Sendo lançamento por homologação, o prazo decadencial amolda-se ao estatuído no art. 150, § 4°, do CTN, contado a partir do fato gerador, ou, se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, incide a regra decadencial do art. 173, I, do CTN. . No caso aqui em debate, como já dito, o fato gerador do ITR/2000 se aperfeiçoou em 1°/01/2000, e o qüinqüênio decadencial se finou em 31/12/2004, contado na forma do art. 150, § 4 0, do ci-N, já que o contribuinte foi apenado com a multa ordinária de oficio de 75%, ou seja, não restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o que faria incidir a regra do art. 173, I, do CTN. Assim, como o contribuinte foi cientificado da 6 Nocesso n0 14751.000086/2005-13 S2-C1T2 Acendffo n.° 2102-00.639 Fl. 271 autuação em 16/12/2005 (ft 148), forçoso reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário lançado do ITR-exercicio 2000, Deve-se ressalta que o entendimento acima era comungado no âmbito do Terceiro Conselho de Contribuintes, então competente para apreciar as controvérsias da legislação do TTR, corno se poder ver pelos arestos abaixo: Acórdão n° 301-34.789, sessão de 15/10/2008, unânime, relator o Conselheiro Luiz Roberto DOIlliIMO: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2000 ITR. MODALIDADE DE LANÇAMENTO. DECADÊNCIA - A partir do exercício de 1997, a modalidade de lançamento do o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural passou a ser por homologação. RECURSO VOLUNTAIO PROVIDO. Acórdão n° 303-35233, sessão de 24/04/2008, por maioria, relator o Conselheiro Nilton Luiz Burial!: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - 1T]? Exercício. 1999 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO O direito de constituição do crédito tributário pertencente a Fazenda Nacional, relativo aos lançamentos por homologação, como é o caso do ITR, decai no prazo de 5 anos contados da data da ocorréncia do fato gemdoi Inteligência do artigo 150, § 4" do CTN. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO Acórdão 303-35414, sessão de 19/06/2008, por maioria, relator o Conselheiro Hero/des Bahr Neto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício..' 1997 ITR197. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO, DECADÊNCIA DAS ÁREAS DE PASTAGEM O prazo decadencial do direito de a Fazenda constituir o crédito tributário, na hipótese dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, éregido pelo art. 150, § 4', do Código Tributário Nacional (CTN), ou seja, será de 5 (cinco) anos a* contar da ocorrência do fato gerador, o qual, a partir da vigência da Lei n° 9,393, de 19 de dezembro de 1996, se perfaz em 1"de janeiro de cada am. SUSPENSÃO DO RECURSO DE OFICIO ATE JULGAMENTO, PELA AUTORIDADE DE PRIMEIRA INSTANCIA, DOS PONTOS IMPUGNADOS PELA DEFESA, PERTINENTES ÁS ÁREAS DE RESERVA LEGAL E PRESERVAÇÃO PERMANENTE. RECURSO DE OFICIO PROVIDO EM PARTE Acórdão n° 392-00008, sessão de 23/09/2008, por maioria, relator o Conselheiro Francisco Eduardo Orcioli Pires e Albuquerque Pizzolante: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - 1TR Exercício.: 1999 DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO DO CREDITO TRIBUTÁRIO - INCIDÊNCIA DO DISPOSTO NO ART 150, § 4', DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. Area lindeira a reserva ecológica - limitação à sua utilização económica que promana de disposição legal, Apresentação do ato declaratório ambiental quando da declaração do imposta pelo contribuinte - desnecessidade. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Assim se deve reconhecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do exercício 2000. Agora, passa-se à defesa do item III (glosa do valor das benfeitorias). Aqui assiste razão ao recorrente. Explica-se. Na fase que antecedeu à autuação, o contribuinte acostou aos autos ura Laudo Técnico que demonstrava as inversões (benfeitorias) na propriedade auditada, secundado pelas notas fiscais respectivas (fls. 88 a 121), atendendo a uma intimação da autoridade fiscal (II. 85 a 87). 0 Laudo acima foi arrostado pela autoridade fiscal ao argumento de que o contribuinte teria outras propriedades na localidade denominada Caxitu, onde também se localizava o imóvel auditado, e os dispêndios poderiam ter sido empregados nos outros imóveis. Ora, no momento em que a autoridade fiscal exigiu um Laudo Técnico comprobatório das benfeitorias, não poderia simplesmente arrostá-lo ao argumento de que o contribuinte tem outras propriedades na localidade de nome Caxitu, no município do Conde (PB), até porque, neste caso, obrigatoriamente deveria ter qualificado a multa de oficio, já que este processo administrativo fiscal estaria eivado de provas com falsidade ideológica (Laudo Técnico e notas fiscais), ao se atestar a realização de dispendios em propriedades rurais outras, com o fito de reduzir o imposto devido. Ora, a autoridade não qualificou a multa de oficio, nem tampouco asseverou que o contribuinte tivesse incorrido em qualquer conduta fraudulenta da espécie. Aqui se deve observar que o ônus de acusar é da autoridade fiscal, devendo fazer prova iniludível das infrações fiscais, não sendo possível manter uma acusação fiscal, quando a autoridade assevera que os dispêndios das notas fiscais "poderiam" ter sido utilizados em outros imóveis e que a falta de utilização da propriedade na exploração de minerais "nos leva a crer que os serviços referentes as notas . fiscais apresentadas, pela contribuinte, não teriam sido prestados na propriedade enz questão", como se vê no Termo de Encerramento da Ação Fiscal., Tais afirmações estão contaminadas por dúvidas e incertezas, o que não se coaduna com a posição de um órgão acusador, que tem o dever de constituir o credito tributário pelo lançamento, na forma do art. 142 do crN, definindo claramente a matéria tributável. Havendo dúvida, a regra é resolvê-la ern favor do contribuinte, pela inteligência do art. 112 do CTN, e II:do o contrario, como ocorreu com a presente questão. Ademais, as notas fiscais NF juntadas indicam que os dispêndios foram executados na Fazenda denominada Caxitu, localidade onde se encontra o imóvel auditado, em período logo após a aquisição da propriedade, levada a efeito em 19/04/2000, como se pode ver pelas datas de emissão das NF's, fato corroborado pelo Laudo Técnico subscrito pelo Engenheiro Jose Teotônio Dantas Leite, o que fortalece a tese do contribuinte. E plausível o entendimento de que o contribuinte adquiriu o imóvel e fez investimentos para prepará-lo para exploração da atividade mineral, situação em linha com as atividades de um fabricante de cimento, corno o fiscalizado. Com as considerações acima, deve-se restabelecer o valor das benfeitorias (R$ 360.000,00), com a competente redução no valor da terra nua. Giovanni Chri ampos Processo no 14751.000086/2005-13 S2 - C1T2 Ac6rd[io n ° 2102 -00.639 Fl 272 Ante o exposto, voto no sentido de REJEITAR a preliminar e, no mérito, DAR parcial provimento ao recurso hecer que a decadência extinguiu o crédito tributário do exercício 2000 e ra restabele er o valor declarado das benfeitorias (R$ .360.000,00), corn a devida reçIiio do valor da . rra nua tributável. Sala s Sessões, e J de aio de 2010 9
score : 1.0
Numero do processo: 13881.000017/2007-15
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jul 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2001
OMISSÃO DE RENDIMENTOS
Os rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva recebidos pelos contribuintes e seus dependentes indicados na declaração de ajuste devem ser espontaneamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual.
Na hipótese de apuração pelo Fisco de omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, cabe a adição do valor omitido à base de cálculo do imposto, com a multa de ofício ou ajuste do valor do IRPF a Restituir declarado.
Numero da decisão: 2002-001.181
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Recorrente JAIME RIBEIRO DA SILVA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2001 OMISSÃO DE RENDIMENTOS Os rendimentos tributáveis sujeitos à tabela progressiva recebidos pelos contribuintes e seus dependentes indicados na declaração de ajuste devem ser espontaneamente oferecidos à tributação na declaração de ajuste anual. Na hipótese de apuração pelo Fisco de omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, cabe a adição do valor omitido à base de cálculo do imposto, com a multa de ofício ou ajuste do valor do IRPF a Restituir declarado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 1. 00 00 17 /2 00 7- 15 Fl. 45DF CARF MF Processo nº 13881.000017/200715 Acórdão n.º 2002001.181 S2C0T2 Fl. 46 2 Relatório Auto de Infração Trata o presente processo de auto de infração – AI (fls. 11/18), relativo a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu a alterações na declaração de ajuste anual do contribuinte acima identificado, relativa ao exercício de 2002. A autuação implicou na alteração do resultado apurado de saldo de imposto a restituir declarado de R$5.044,42 para saldo de imposto a pagar de R$8.418,70. A notificação noticia omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, no valor de R$55.380,00 (fl.14). Impugnação Cientificado ao contribuinte em 20/12/2006, o AI foi objeto de impugnação, em 16/1/2007, às fls. 3/18 e 25/28 dos autos, assim sintetizada na decisão recorrida: 4 O interessado apresentou, em 16/01/2007, impugnação de fls. 01/03, questionando inicialmente a forma de encaminhamento da notificação por via postal, contestando a autuação, quase na fluência do prazo decadencial, que resultou em valores absurdos e confiscatórios e que conflita, inclusive com o estatuto do idoso, à medida que impõe tamanho ônus. 5 Alega, quanto ao direito: 5.1 Em preliminar, violação ao inciso II do artigo 23 cc o inciso I do § 2°; por ter sido notificada terceira pessoa, uma vez que fora entregue A vizinhança; 5.2 No mérito, a caducidade da exigência fiscal, dada a decadência; cita o § 4° do artigo 150 do CTN; A impugnação foi apreciada na 6ª Turma da DRJ/SPOII que, por unanimidade, afastou as preliminares arguidas e, no mérito, considerou improcedente a impugnação, em decisão assim ementada (fls. 30/35): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2001 NULIDADE. NOTIFICAÇÃO ENTREGUE A TERCEIROS. Confirmado o encaminhamento do auto de infração no domicilio eleito pelo contribuinte e à medida que o mesmo impugnou o lançamento, independentemente de quem recebeu a correspondência, não há que se falar em nulidade. DECADÊNCIA Fl. 46DF CARF MF Processo nº 13881.000017/200715 Acórdão n.º 2002001.181 S2C0T2 Fl. 47 3 Intimado o contribuinte dentro do prazo estabelecido no artigo 150 do CTN, não se configura a decadência. ESTATUTO DO IDOSO. O estatuto do idoso prioriza o atendimento diante dos órgãos públicos, não imunizando o idoso das infrações observadas. OMISSÃO DE RENDIMENTOS A comprovação de rendimentos auferidos e não declarados pelo contribuinte, informados pelas fontes pagadoras na Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte, caracteriza omissão de rendimentos. Recurso voluntário Ciente do acórdão de impugnação em 15/7/2009 (fl. 38), o contribuinte, em 24/7/2009 (fl. 40), apresentou recurso voluntário, às fls. 40/42, no qual alega, em síntese: o crédito tributário exigido seria surpreendente e irreal dado os valores do imposto, multa e juros cobrados. o ordenamento jurídico pátrio vedaria esse tipo de cobrança, de intuito confiscatório. a cobrança abalaria suas finanças e causaria transtornos à manutenção pessoal e familiar, além de contrariar dispositivos do Estatuto do Idoso. a exigência estaria alcançada pelo benefício da anistia prevista na Lei nº 11.941, de 2009. a teor do artigo 150, §4º, do CTN, o prazo decadencial quinquenal havia transcorrido quando da notificação. Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. No tocante à Lei nº 11.941, de 2009, a qual dispôs sobre remissão de débitos com a Fazenda Nacional, esclareço que se trata de questão atinente ao controle do crédito tributário, que compete à Unidade da Receita Federal do Brasil RFB de origem. Assim, tal pleito deve ser direcionado pelo recorrente à Unidade da RFB de jurisdição do seu domicílio tributário. Fl. 47DF CARF MF Processo nº 13881.000017/200715 Acórdão n.º 2002001.181 S2C0T2 Fl. 48 4 Quanto à alegação de decadência, nos casos de lançamento por homologação, como é o caso do Imposto de Renda, devese aplicar à espécie o REsp nº 973.733/SC, julgamento sob o rito do art. 543C do CPC (art. 62A do RICARF). Na ocasião, o STJ decidiu que, na hipótese de ocorrer a antecipação do pagamento do imposto, ainda que parcial, o dies a quo deve ser contado a partir da data do fato gerador, conforme prevê § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional (CTN), devendo o termo inicial da decadência somente ocorrer no último dia daquele anocalendário, quando se aperfeiçoa o fato gerador. Isto porque, de acordo com o art. 2° da Lei n° 7.718/1988, a tributação do IRPF só se torna definitiva com o ajuste anual, na forma dos arts. 2°, 10 e 11 da Lei n° 8.134/1990, corroborada por Leis posteriores. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O lançamento recai sobre o anocalendário 2001. A autuação confirma que o contribuinte sofreu a retenção na fonte do imposto de renda nesse anocalendário (fl.15), inclusive incluindo IRRF relativo às omissões apuradas. Desse modo, como houve antecipação do imposto, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial iniciase, para o anocalendário 2001, em 31 de dezembro de 2001 (art.150, § 4º, do CTN) com termo final em 31/12/2006. Como o contribuinte foi cientificado da autuação em 20/12/2006, não há que se falar em decadência do crédito tributário consubstanciado no auto de infração objeto destes autos. Quanto à cobrança da multa de ofício, sua exigência advém da apuração pela fiscalização da omissão de rendimentos, fato que ensejou o lançamento. Os juros de mora, exigíveis decorrem, por sua vez, do não pagamento do tributo no prazo fixado. Se a infração atribuída ao contribuinte tivesse sido desqualificada, o que não ocorreu, a exigência do tributo seria cancelada, bem como a exigência da multa e dos juros. Deste modo, cabe a aplicação da legislação que prevê a exigência da multa e dos juros no lançamento de ofício, não podendo o julgador administrativo deixar de aplicála. Esclareço ainda que não cabe discutir em instância administrativa alegação de ilegalidade e/ou inconstitucionalidade de normas regularmente editadas ou alegação de sua incompatibilidade com os princípios constitucionais, prevalecendo a vinculação à lei, que Fl. 48DF CARF MF Processo nº 13881.000017/200715 Acórdão n.º 2002001.181 S2C0T2 Fl. 49 5 marca a atividade de lançamento e de julgamento administrativo e que conduz à obrigatoriedade da exigência da multa de ofício e juros de mora nos percentuais especificados. Por fim, observo que a autuação consignou a infração apurada, bem como o enquadramento legal da exigência, dentro da estrita legalidade. Como consignado na decisão recorrida, inexiste no Estatuo do Idoso qualquer previsão para não aplicação da legislação tributária aos idosos. Assim, tendo sido apurada infração à legislação tributária, ao Fisco cabe a formalização da exigência, sendo irrelevante o fato de o sujeito passivo estar inserido no Estatuto do Idoso. Ressalto que o Estatuto do Idoso dispõe sobre a prioridade no atendimento junto aos órgãos públicos. No entanto, da análise desses autos, constatase que o contribuinte não juntou qualquer solicitação de prioridade. Dessa feita, não há reparos a se fazer à decisão de piso. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 49DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10140.721462/2014-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 11 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Jul 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)
Exercício: 2011
CONTENCIOSO FISCAL. INOVAÇÃO.
Não se conhece do recurso voluntário quando este, de forma exclusiva, tratar de temas estranhos ao contencioso fiscal instaurado pela impugnação ao lançamento.
Numero da decisão: 2201-005.307
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por tratar de temas estranhos ao contencioso instaurado com a impugnação.
(documento assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano Dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente),.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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INOVAÇÃO. Não se conhece do recurso voluntário quando este, de forma exclusiva, tratar de temas estranhos ao contencioso fiscal instaurado pela impugnação ao lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por tratar de temas estranhos ao contencioso instaurado com a impugnação. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Francisco Nogueira Guarita, Douglas Kakazu Kushiyama, Débora Fófano Dos Santos, Sávio Salomão de Almeida Nóbrega, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente),. Relatório O presente processo trata da Notificação da Lançamento nº 9021.00020/2014 (fl. 2 a 6), pela qual a Autoridade fiscal lançou crédito tributário relativo a Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural no valor originário de R$ 1.494.411,22, já incluídos Multa de Ofício de 75% e juros de mora de calculados até agosto de 2014. O lançamento é relativo ao exercício de 2011 e o imóvel rural em questão está identificado na Receita Federal do Brasil pelo número 4.241.364-8 e com o nome de Fazenda Panamá. Ao descrever os fatos que levaram ao lançamento, fl. 4/5, o Auditor-Fiscal sustenta que o contribuinte, mesmo regularmente intimado, não comprovou a área efetivamente utilizada com pastagens, a qual foi glosada. Ademais, não comprovou o Valor da Terra Nua - AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 72 14 62 /2 01 4- 27 Fl. 98DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 2201-005.307 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10140.721462/2014-27 VTN informado em sua DITR, sendo o mesmo arbitrado com base no Sistema de Preços de Terras - SIPT. Ciente do lançamento em 11 de agosto de 2014, fl 8, o contribuinte, inconformado, apresentou tempestivamente a impugnação de fl. 21/22, na qual expôs as razões e os fundamentos que entende lastrear a insubsistência do lançamento, as quais foram assim sintetizadas pela Decisão de 1ª Instância: - discorre sobre o procedimento e informa que, além de a referida glosa ter desconsiderado o rebanho existente, por erro formal não foi declarada a área de reserva legal, constante das DITRs 2009/2010 e do ADA/2011, alterando a alíquota de cálculo de 0,30% para 8,60% e o VTN embasado no SIPT, com o qual concorda, desde que seja restabelecida a alíquota original; - cita legislação de regência, para referendar seus argumentos. Debruçada sobre a matéria, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF exarou o Acórdão de fl. 59/65, acatado por unanimidade de votos, em que considerou improcedente a impugnação. As conclusões do voto condutor podem ser assim resumidas: Da Perda da Espontaneidade para Retificação da DITR e da Hipótese do Erro de Fato (...) Assim, conclui-se que a partir do momento em que o contribuinte foi cientificado do início do procedimento fiscal em 31/03/2014 (fls. 12), pelo termo de intimação de fls. 09/111, excluiu-se a espontaneidade para a retificação da DITR/2011. Portanto, não serão enfrentadas neste julgamento as alegações do impugnante no que se refere à pleiteada área ambiental, pois, ainda que houvesse a possibilidade de retificação da DITR/2011, a hipótese de erro de fato deveria estar comprovada pela averbação tempestiva dessa área, além do Ato Declaratório Ambiental – ADA protocolado em tempo hábil. Da Área de Pastagens (...) Dessa forma, por falta de documentos hábeis para comprovar a existência de bovinos no imóvel, no período de 01/01/2010 a 31/12/2010, entendo que deva ser mantida a glosa da área de pastagens declarada (4.649,4 ha), para o ITR/2011 da "Fazenda Panamá" (NIRF 4.241.364-8), no teor da citada legislação. Do Valor da Terra Nua – VTN (...) Nesta fase, o impugnante apenas alega que concorda com o VTN arbitrado, desde que seja restabelecida a alíquota original, o que não ocorreu. (...) Como não foi apresentado o laudo técnico de avaliação com as exigências apontadas anteriormente, e sendo tal documento imprescindível para demonstrar o valor fundiário da área total do imóvel, compatível com a distribuição das suas áreas e de acordo com suas características particulares, deve ser mantido o VTN arbitrado com base no SIPT. Da Instrução da Peça Impugnatória (...) Portanto, compete ao requerente apresentar a prova documental, dentro do prazo legal previsto para a impugnação, a menos que houvesse ocorrido a demonstração das condições exigidas nesses parágrafos do art. 16 do referido Decreto. Ciente do Acórdão da DRJ em 17 de julho de 2018, fl. 72, o contribuinte apresentou, tempestivamente, o Recurso Voluntário de fl. 75/92, em que apresenta peça recursal em que trata, além dos temas tratados em sede de impugnação, de argumentos novos. É o relatório necessário. Fl. 99DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 2201-005.307 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10140.721462/2014-27 Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Relator Em razão de ser tempestivo e por preencher demais condições de admissibilidade, conheço do presente Recurso Voluntário. Após breve resumo da lide administrativa, a recorrente afirma apresenta suas razões para a reforma da decisão recorrida. Do valor da Terra Nua Inicia afirmando que o valor da terra nua é, nos termos da legislação, atribuído pelo próprio contribuinte por meio de auto-avaliação. Sustenta que não se pode imaginar que o preceito legal que atribui ao contribuinte a tarefa de realizar a auto avaliação a preço de mercado possa, concomitantemente, autorizar o Fisco a exigir laudo técnico com requisitos emanados pela ABNT, para confirmar o VTN lançado pelo contribuinte. Se assim fosse, restaria sem validade a previsão legal. Afirma que a prova da desqualificação da auto-avaliação deveria partir do fisco, bem assim que o arbitramento verificado nos autos não guarda qualquer fundamentação legal, já que o SIPT constitui verdadeira incógnita, cercada de mistérios, protegida pela própria RFB, que fez questão de declarar na Portaria SRF nº 447/2002 que o acesso ao referido sistema só é possível a usuário devidamente habilitado. Aduz que não são necessárias maiores investigações para perceber que o sistema vigente, ainda hoje, não carrega elementos mínimos para garantir a necessária segurança jurídica aos contribuinte, diante da inexistência de um padrão para identificação das diversas qualidades de terras existentes em uma dada região ou em uma dada propriedade. O recorrente alega que, apenas com o advento da IN 1562/2015, é que se regulamentou a forma com que Municípios e Distrito Federal devem prestar informações sobre o Valor da Terre Nua à RFB. Apresenta considerações relacionadas à legislação correlata para concluir que há critérios a serem seguidos para a apuração do VTN e que não houve menção sobre a localização do imóvel e da aptidão agrícola do imóvel rural, fato determinante para se chegar ao VTN por hectare. Afirma que o VTN com base no SIPT é ilegal, especialmente no presente caso, em que não foram respeitadas as características regionais, a aptidão agrícola, suas dimensões, etc. Do Excesso de Cobrança da Multa Moratória. Afirma o recorrente que, superado o argumento relacionado ao SIPT, que a multa seja deduzida ao patamar de 20%, já que se tal penalidade tem caráter moratório, já que não se apontou dolo, simulação ou fraude. São estas as razões da defesa. Como se viu no Relatório Supra, em sua peça impugnatória, que contou com apenas duas folhas, em relação ao VTN, o contribuinte penas pontuou: Fl. 100DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 2201-005.307 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10140.721462/2014-27 Já com relação à cobrança em excesso de multa moratória, nada foi tratado na impugnação. Portanto, na impugnação, o contribuinte não trouxe qualquer consideração que apontasse sua discordância em relação ao VTN com base no SIPT ou mesmo em relação ao citado excesso de exigência de multa. Não obstante, no recurso voluntário, inova seus argumentos dedicando 28 páginas para se contrapor a tais exigências. Não enfrentou em nenhum momento uma única conclusão do Julgador de 1ª Instância. Neste sentido, importante destacar o que prevê o Decreto 70.235/72: Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; IV - as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito.(...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira-se a fato ou a direito superveniente; c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (...) Art. 17.Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Portanto, devem ser consideradas não impugnadas as matérias que não tenham siso expressamente contestadas na impugnação, por falta de competência deste Conselho em avaliar questões que estejam fora da lide instaurada pelo contencioso administrativo. De tal conclusão, decorre o não conhecimento do presente recurso e a definitividade do lançamento neste tema. Ainda assim, apenas por simpatia ao debate e privilegiando a transparência que deve reger a relação fisco/contribuinte, importante trazer à balha algumas considerações sobre tais matérias, bem assim sobre a legislação de regência: Art. 8º O contribuinte do ITR entregará, obrigatoriamente, em cada ano, o Documento de Informação e Apuração do ITR - DIAT, correspondente a cada imóvel, observadas data e condições fixadas pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O contribuinte declarará, no DIAT, o Valor da Terra Nua - VTN correspondente ao imóvel. § 2º O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir o DIAT, e será considerado auto-avaliação da terra nua a preço de mercado. (...) Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela Fl. 101DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 2201-005.307 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10140.721462/2014-27 instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. § 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos noart. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993 "Art. 12. Considera-se justa a indenização que reflita o preço atual de mercado do imóvel em sua totalidade, aí incluídas as terras e acessões naturais, matas e florestas e as benfeitorias indenizáveis, observados os seguintes aspectos:(...) § 1º Verificado o preço atual de mercado da totalidade do imóvel, proceder-se-á à dedução do valor das benfeitorias indenizáveis a serem pagas em dinheiro, obtendo-se o preço da terra a ser indenizado em TDA. § 2º Integram o preço da terra as florestas naturais, matas nativas e qualquer outro tipo de vegetação natural, não podendo o preço apurado superar, em qualquer hipótese, o preço de mercado do imóvel. § 3º O Laudo de Avaliação será subscrito por Engenheiro Agrônomo com registro de Anotação de Responsabilidade Técnica ART, respondendo o subscritor, civil, penal e administrativamente, pela superavaliação comprovada ou fraude na identificação das informações." No que tange ao arbitramento do Valor da Terra Nua, como visto nos excertos da legislação acima colacionados, a norma prevê tal possibilidade nos casos de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas. Prevê, ainda, que o VTN refletirá o valor de mercado de terras apurado em 1º de janeiro do ano a que se referir o DIAT e será considerado auto-avaliação. Assim, como o próprio contribuinte é que faz a avaliação do imóvel para fins de declaração, nada mais adequado que a Receita Federal abra espaço para demonstrar a forma como chegou a tais valores, assim como o fez, por meio de procedimento de intimação que, conforme já visto acima, tem plena regularidade. É evidente que há situações em que imóveis com características muito semelhantes apresentem valores de mercado muito diferentes, sejam por conta de limitações decorrentes da legislação ambiental, seja por características de relevo, acesso, transportes, etc. Assim, objetivando alcançar maior justiça fiscal, é que a norma legal trouxe mais liberdade para o proprietário rural, abrindo a possibilidade de avaliação regular do seu imóvel para que o tributo incida sobre uma base cada vez mais próxima da realidade particular de sua propriedade. Contudo, ao mesmo tempo em que a norma dá liberdade ao sujeito passivo, impõe o dever de acompanhar o mercado imobiliário ano a ano, para apurar o valor total de sua propriedade e de suas benfeitorias para, ao fim, chegar ao VTN a ser declarado. Portanto, a obrigação de demonstrar o valor declarado é do contribuinte, restando ao Agente Fiscal, quando não comprovadas as informações, efetuar o arbitramento nos termos da legislação supracitada. Neste sentido, após a efetiva intimação ao contribuinte para comprovar o VTN declarado, sem sucesso, correto é o procedimento da fiscalização de socorrer-se do sistema criado pela Portaria SRF 447/2002 (SIPT), que nada tem de ilegal, já que expressamente previsto no art. 14 da Lei 9.393/96. Ademais, os valores arbitrados decorrem de informações prestadas pelas Secretarias de Agricultura ou entidades correlatas, bem assim de valores de terra nua declarados por contribuintes da mesma região em DITR. Fl. 102DF CARF MF Fl. 6 do Acórdão n.º 2201-005.307 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10140.721462/2014-27 Naturalmente, tratando-se de valores médios, pode ocorrer alguma divergência, para mais ou para menos, de acordo com as peculiaridades de cada propriedade. Contudo, a comprovação dos valores declarados ou a adequação dos valores lançados pelo fisco ao valor considerado adequado pelo proprietário do imóvel dependerá de apresentação de laudo devidamente formalizado para este fim, o qual deve considerar os requisitos mínimos para documentos dessa natureza. Ocorre que o contribuinte informou em sua DITR um VTN que deveria ter sido por ele, à época, apurado e, ainda hoje, embora incialmente concordando com o arbitramento, o contribuinte opta por inovar suas alegações quando poderia comprovar como efetuou a apuração do valor então informado. Em relação ao pleito de redução da multa moratória ao para o patamar de 20%, este não merece prosperar em razão de que a multa moratória imposta pela autuação fiscal já conta com tal limitação. Mas esta não se confunde com a penalidade de ofício, de caráter punitivo, a que alude o inciso I do art. 44 da lei 9.430/96 1 , a qual não necessita de qualquer evidenciação de dolo fraude ou simulação, a menos que fosse aplicada de forma qualificada nos ermos do § 1º do mesmo artigo, mas não é este o caso da presente autuação. Assim, não conheço das alegações recursais. Conclusão Tendo em vista tudo que consta nos autos, bem assim na descrição e fundamentos legais acima expostos, não conheço dos argumentos veiculados no recurso voluntário por tratarem de temas estranhos ao contencioso instaurado com a impugnação, do que resulta a definitividade do lançamento fiscal. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo 1 Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Fl. 103DF CARF MF Fl. 7 do Acórdão n.º 2201-005.307 - 2ª Sejul/2ª Câmara/1ª Turma Ordinária Processo nº 10140.721462/2014-27 Fl. 104DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.983050/2011-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 13 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 30 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006
SIMPLES. RECOLHIMENTO DO TRIBUTO DEVIDO NO PRAZO LEGAL, SOB O CÓDIGO DE RECEITA INCORRETO. APRESENTAÇÃO INDEVIDA DE PER/DCOMP. ERRO DE FATO. ACRÉSCIMOS LEGAIS EXIGIDOS. NÃO CABIMENTO.
A indevida apresentação de Declaração de Compensação de tributo pago pelo sistema SIMPLES, sob o código incorreto, ao invés de apresentação de pedido de retificação do DARF, caracteriza um erro de fato.
Não há, in casu, que se cogitar de tributo não pago no prazo previsto na legislação específica (Simples), pois o foi, sendo inequívoca a intenção do contribuinte de apurá-lo e recolhê-lo, no período de apuração, na forma fixada pelo sistema Simples.
A exigência de acréscimos legais sobre o tributo já recolhido e outra vez confessado na DCOMP configuraria claro bis in idem e enriquecimento sem causa por parte da Fazenda Nacional, posto que o crédito tributário a que teria o direito de constituir e exigir foi satisfeito pelo contribuinte dentro do prazo legal.
Trata-se de situação absolutamente atípica, não prevista nas normas complementares emanadas da administração tributária que, em atenção aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e equidade, cuja aplicação é prevista no art. 108 do CTN, impõem o cancelamento dos acréscimos legais exigidos.
Numero da decisão: 1302-003.693
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.983040/2011-37, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(documento assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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RECOLHIMENTO DO TRIBUTO DEVIDO NO PRAZO LEGAL, SOB O CÓDIGO DE RECEITA INCORRETO. APRESENTAÇÃO INDEVIDA DE PER/DCOMP. ERRO DE FATO. ACRÉSCIMOS LEGAIS EXIGIDOS. NÃO CABIMENTO. A indevida apresentação de Declaração de Compensação de tributo pago pelo sistema SIMPLES, sob o código incorreto, ao invés de apresentação de pedido de retificação do DARF, caracteriza um erro de fato. Não há, in casu, que se cogitar de tributo não pago no prazo previsto na legislação específica (Simples), pois o foi, sendo inequívoca a intenção do contribuinte de apurálo e recolhêlo, no período de apuração, na forma fixada pelo sistema Simples. A exigência de acréscimos legais sobre o tributo já recolhido e outra vez confessado na DCOMP configuraria claro bis in idem e enriquecimento sem causa por parte da Fazenda Nacional, posto que o crédito tributário a que teria o direito de constituir e exigir foi satisfeito pelo contribuinte dentro do prazo legal. Tratase de situação absolutamente atípica, não prevista nas normas complementares emanadas da administração tributária que, em atenção aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e equidade, cuja aplicação é prevista no art. 108 do CTN, impõem o cancelamento dos acréscimos legais exigidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 98 30 50 /2 01 1- 72 Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10880.983050/201172 Acórdão n.º 1302003.693 S1C3T2 Fl. 3 2 processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10880.983040/201137, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão da 2ª Turma da DRJ/Belo Horizonte/MG, que considerou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo contra o Despacho Decisório que reconheceu o direito creditório pleiteado relativo a recolhimento do Simples, mas homologou apenas parcialmente a compensação uma vez que o crédito reconhecido revelouse insuficiente para quitar os débitos informados no PER/DCOMP. Cientificada do acórdão recorrido, a recorrente interpôs recurso voluntário tempestivamente, no qual alega, em síntese: a) que apurou e recolheu o imposto relativo ao Simples na forma devida e dentro do prazo legal; b) que cometeu mero erro no preenchimento do código do DARF e prontamente ao identificálo apresentou a DCOMP para corrigir o erro visando a extinção do tributo com o código correto; c) que não há que se falar em acréscimos legais em razão do pagamento fora do prazo, uma vez que o tributo foi liquidado dentro do prazo legal previsto; d) que o entendimento veiculado no acórdão recorrido que manteve a incidência dos acréscimos previstos no art. 61 da Lei nº 9.430/1996, vai de encontro ao princípio da razoabilidade, ao desconsiderar o pagamento realizado em razão da ocorrência de um simples erro formal que nenhum prejuízo causou aos cofres públicos. É o relatório. Fl. 62DF CARF MF Processo nº 10880.983050/201172 Acórdão n.º 1302003.693 S1C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302003.682, de 13/06/2019, proferido no julgamento do Processo nº 10880.983040/2011 37, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302003.682): O recurso voluntário é tempestivo e atende aos pressupostos legais e regimentais. Assim, dele conheço. A questão controvertida nos autos referese ao fato de, em que pese tenha sido reconhecido o direito creditório pleiteado pelo contribuinte, a autoridade administrativa competente homologou apenas parcialmente a compensação pleiteada, tendo em vista a incidência de acréscimos legais em face do pagamento do débito compensado a destempo, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430/1996. A recorrente se rebela contra o fato de a autoridade ter considerado a quitação do débito objeto de compensação fora do prazo de vencimento, por se tratar do mesmo tributo apurado e recolhido no prazo legal, porém com o código de receitas incorreto. Com efeito, examinando o PER/DCOMP verificase que o crédito informado referese à pagamento do Simples sob o código 7104 (grupo do tributo: Lançamento de Ofício), relativo ao período de apuração encerrado em 31/01/1996 e vencimento em 20/02/2006, no valor de R$ 1.476,91. Por outro lado, a contribuinte informa como débito compensado na DCOMP o valor devido a título de Simples sob o código 6106 (grupo de tributo: Simples) período de apuração: Janeiro de 2006 com vencimento em 20/02/2006, no valor de R$ 1.476,91. Verificase a quase absoluta identidade entre o crédito e débito pleiteado na PER/DCOMP, com exceção unicamente do código de recolhimento. O contribuinte recolheu o tributo sob o código equivocado, embora do mesmo tributo, pertencente ao grupo de código relativos a lançamento de ofício, quando o correto seria preencher com o código relativo ao grupo do tributo próprio do Simples. É gritante que a contribuinte adotou o procedimento equivocado para corrigir o seu erro no preenchimento do DARF. Bastava ter apresentado um pedido de REDARF na unidade de origem e a situação teria sido prontamente corrigida. Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10880.983050/201172 Acórdão n.º 1302003.693 S1C3T2 Fl. 5 4 Ao utilizarse do instrumento da PER/DCOMP para tentar solucionar o erro cometido, a contribuinte acabou por confessar a liquidação do mesmo tributo (Simples), só que desta feita à destempo. Aplicandose friamente a norma, e observandose puramente o formalismo, não haveria outra opção senão imputar os acréscimos legais ao débito compensado. Todavia, penso que a solução para o presente caso deve ser feita com alguma temperança, posto que se encontra evidenciado um erro de fato por parte do contribuinte quando do cumprimento de sua obrigação de apurar e recolher o tributo devido no regime adotado (Simples). A rigor, o contribuinte cumpriu, embora com erro (na indicação do código da receita), a obrigação de adimplir sua obrigação de recolher o tributo dentro do prazo legal. Ao tentar corrigir o erro (no preenchimento do DARF), acabou confessando o mesmo débito (por meio da DCOMP), só que desta feita já fora do prazo de vencimento. O art. 61 da Lei nº 9.430/1996, estabelece a cobrança de juros e multa sobre os tributos pagos em atraso, verbis: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Entendo que, desta feita, não há que se cogitar de tributo não pago no prazo previsto na legislação específica (Simples), pois o foi. Ainda que feito com a indicação incorreta do código de recolhimento resta inequívoca a intenção do contribuinte de recolher o tributo devido no sistema Simples, naquele período de apuração. Assim, exigir acréscimos legais sobre o tributo confessado na DCOMP configuraria, ao meu ver, claro bis in idem, posto que se trata de tributo já recolhido no prazo legal, repito, ainda que sob o código errado. Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10880.983050/201172 Acórdão n.º 1302003.693 S1C3T2 Fl. 6 5 A imposição de penalidade de juros e multa de mora no presente caso configuraria, também, um enriquecimento sem causa por parte da Fazenda Nacional, posto que o crédito tributário a que teria o direito de constituir e exigir foi satisfeito pelo contribuinte, ora recorrente, dentro do prazo legal. Não se desconhece aqui os efeitos da declaração de compensação apresentada pelo contribuinte, mas sim de considerar o erro de fato cometido pelo contribuinte como um ato que não trouxe prejuízo ao Fisco. Entendo que teria sido o caso de cancelamento da declaração de compensação, indevidamente apresentada, posto que instrumento inábil para corrigir o erro cometido no recolhimento, seguido da simples retificação do código de recolhimento. A desistência do pedido de compensação, todavia, é vedada pelas normas que regem a compensação1, uma vez proferido o despacho decisório e, ainda, tal análise compete à autoridade administrativa. Releva observar, que o tratamento da compensação foi feito por meio dos sistemas eletrônicos da Receita Federal. Houvesse o tratamento manual dos dados, a autoridade administrativa poderia, ela mesma, ter constatado o equívoco do contribuinte na apresentação da DCOMP e intimálo a adotar o procedimento correto que seria a solicitação de retificação do código do DARF (REDARF). Tratase de situação absolutamente atípica, não prevista nas normas complementares emanadas da administração tributária, mas que demanda um solução que atenda aos interesses do Fisco e do contribuinte. Assim, com base nos princípios da razoabilidade, proporcionalidade e equidade, cuja aplicação é prevista no art. 108 do CTN2, entendo que os acréscimos legais exigidos devem ser cancelados, homologandose integralmente a compensação pleiteada. Ante ao exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. 1 IN.RFB nº 900/2008: CAPÍTULO XII DA DESISTÊNCIA DE PEDIDO DE RESTITUIÇÃO, DE PEDIDO DE RESSARCIMENTO, DE PEDIDO DE REEMBOLSO E DE COMPENSAÇÃO Art. 82. A desistência do pedido de restituição, do pedido de ressarcimento, do pedido de reembolso ou da compensação poderá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à RFB do pedido de cancelamento gerado a partir do programa PER/DCOMP ou, na hipótese de utilização de formulário em meio papel, mediante a apresentação de requerimento à RFB, o qual somente será deferido caso o pedido de restituição, o pedido de ressarcimento, o pedido de reembolso ou a compensação se encontre pendente de decisão administrativa à data da apresentação do pedido de cancelamento ou do requerimento. Parágrafo único. O pedido de cancelamento da Declaração de Compensação será indeferido quando formalizado após intimação para apresentação de documentos comprobatórios da compensação. 2 CTN: Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada: I a analogia; II os princípios gerais de direito tributário; III os princípios gerais de direito público; IV a eqüidade. § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei. § 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido. Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10880.983050/201172 Acórdão n.º 1302003.693 S1C3T2 Fl. 7 6 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 66DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.920277/2012-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jul 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS)
Data do fato gerador: 15/03/2005
CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. PRECLUSÃO.
O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. A juntada dos documentos deve observar a regra prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto 70.235/72.
Numero da decisão: 3302-007.081
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator e Presidente Substituto
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Denise Madalena Green.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS) Data do fato gerador: 15/03/2005 CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. PRECLUSÃO. O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. A juntada dos documentos deve observar a regra prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto 70.235/72.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator e Presidente Substituto Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Denise Madalena Green.
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ÔNUS DA PROVA. PRECLUSÃO. O contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado mediante a apresentação de escrituração contábil e fiscal, lastreada em documentação idônea que dê suporte aos seus lançamentos. A juntada dos documentos deve observar a regra prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto 70.235/72. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator e Presidente Substituto Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (presidente substituto), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Denise Madalena Green. Relatório Trata o presente processo de manifestação de inconformidade apresentada em face do despacho decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Curitiba, o qual indeferiu o pedido de restituição efetuado por meio eletrônico (PER). Após análise automática foi proferido despacho decisório indeferindo o pedido. Como justificativa para o indeferimento foi apontado o fato de que, embora localizado o pagamento indicado no PER como origem do crédito, referido valor teria sido totalmente utilizado na extinção de outro débito de contribuições (PIS e/ou Cofins). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 92 02 77 /2 01 2- 60 Fl. 78DF CARF MF Fl. 2 do Acórdão n.º 3302-007.081 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920277/2012-60 Devidamente cientificada, a recorrente interpôs Manifestação de Inconformidade, na qual relata que apurou crédito tributário de PIS e de Cofins em razão da declaração de inconstituicionalidade do art. 3º, da Lei nº 9.718, de 1998, proferida pela Supremo Tribunal Federal no RE 457553-1 em Sessão Plenária de 09/11/05 e aproveitou parte do referido crédito para compensar débitos, conforme lhe faculta o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Acredita que a razão de o PER haver sido indeferido estaria no fato de que referido crédito não consta nas bases de dados da Receita Federal do Brasil. Explica que extinguiu os déditos de PIS e Cofins conforme declarado em DCFT e, posteriormente, com a declaração de inconstituicionalidade do art. 3º § 1º da Lei nº 9.718, de 1998, surgiu o crédito oponível ao Fisco incidente sobre as receitas financeiras. Ocorre que no processamento do PER, o sistema da RFB não localizou o crédito porque na DCTF o débito foi declarado integralmente, inclusive com a parcela inconstituicional incidente sobre as receitas financeiras. Por seu turno, embora tenha reconhecido a inconstitucionalidade apontada pela recorrente, e declarada pelo Supremo Tribunal Federal, a DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade, por entender inexistir nos autos prova da origem do crédito apurado pela Recorrente. Em sua decisão, observou que, para fins de deferimento de pedido de restituição, o recolhimento indevido ou a maior, em virtude da declaração de inconstitucionalidade de dispositivo relativo ao alargamento da base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, deve ser comprovado mediante documentação hábil e idônea. Novamente cientificada, a recorrente interpôs Recurso Voluntário, alegando, em síntese: (i) que caso a Fiscalização entenda que a documentação apresentada pela recorrente não exaure a questão controvertida contida no Pedido de Restituição, com supedâneo na legislação de regência do processo administrativo fiscal, a Autoridade Administrativa pode determinar diligências com a finalidade de investigar e concluir o procedimento fiscal com o máximo de elementos para firmar a convicção que deve fundamentar o ato administrativo; (ii) não se alegue a impossibilidade de se admitir os documentos apresentados na atual etapa processual. Isto porque, somente por ocasião da prolação do acórdão recorrido, pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Curitiba, é que o direito creditório buscado pela recorrente foi indeferido com base na alegada ausência de comprovação dos recolhimentos da COFINS sobre as receitas financeiras; (III) que o crédito apurado diz respeito ao PIS/Cofins incidente sobre receitas financeiras; e (iv) qualquer conclusão diversa constituirá violação ao direito de defesa da contribuinte, resultando em vício insanável que gera a nulidade fixada no artigo 59, II do Decreto 70.235/1972: Juntou documentos para respaldar suas pretensões. É o relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, Fl. 79DF CARF MF Fl. 3 do Acórdão n.º 3302-007.081 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920277/2012-60 de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão 3302- 007.050, de 22 de maio de 2019, proferido no julgamento do processo 10980.920245/2012-64, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevem-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3302-007.050): O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Conforme exposto anteriormente, a Recorrente apresentou o PER/DCOMP nº 27989.81927.250108.1.2.04-4061 para compensar seu débito com crédito de COFINS. O crédito apurada pela Recorrente foi indeferido e sua declaração de compensação foi considerada "não homologado", considerando que o crédito já havia sido utilizado para quitação de outros débitos do contribuinte. Irresignada com a decisão, Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, alegando que com a declaração de inconstituicionalidade do art. 3º § 1º da Lei nº 9.718, de 1998, surgiu o crédito oponível ao Fisco incidente sobre as receitas financeiras no valor de R$ R$ 6.135,06. Não juntou documentos na manifestação de inconformidade para comprovar seu direito. A decisão recorrida, por sua vez, afastou as pretensões da Recorrente, por entender que não restou comprovado o direito almejado pelo contribuinte, por total ausência de documentos comprobatórios, cujas razões peço vênia para colacionar: Ocorre que para se aferir qual o valor exato da base de cálculo do PIS e da COFINS que deve ser afastado, é necessário que a contribuinte informe e comprove qual o montante total das receitas, para se apartar o faturamento das demais receitas. No caso presente, verificou-se que nenhum documento comprobatório que pudesse comprovar inequivocamente a ocorrência de pagamentos indevidos em razão do alargamento da base de cálculo foi apresentado pela requerente. A propósito, o § 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, abaixo transcrito, dispõe que são aplicadas às manifestações de inconformidade as mesmas regras do Processo Administrativo Fiscal, previstas no Decreto nº 70.235, de 1972: Art. 74. (...) § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de inconformidade contra a não-homologação da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) (...) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. E de acordo com o que estabelece o Decreto n.º 70.235, de 1972, a impugnação formalizada deve ser instruída com os documentos em que fundamente suas alegações: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 80DF CARF MF Fl. 4 do Acórdão n.º 3302-007.081 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920277/2012-60 (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refira-se a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (...) Grifou-se As disposições do Decreto n.º 70.235, de 1972 foram consolidadas pelo Decreto nº 7.574 de 29/09/2011, que mantém o entendimento da norma citada: Art. 56. A impugnação, formalizada por escrito, instruída com os documentos em que se fundamentar e apresentada em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil com jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo, bem como, remetida por via postal, no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da intimação da exigência, instaura a fase litigiosa do procedimento (Decreto no 70.235, de 1972, arts. 14 e 15). (...) Art. 57. A impugnação mencionará (Decreto no 70.235, de 1972, art. 16, com a redação dada pela Lei no 8.748, de 1993, art. 1o, e pela Lei no 11.196, de 2005, art. 113): (...) III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: (...) Art. 119. É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no art. 110, apresentar manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação (Lei no 9.430, de 1996, art. 74, § 9o, incluído pela Lei no 10.833, de 2003, art. 17). (...) § 2o A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam o caput e o § 1o obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 1972 (Título II deste Regulamento), e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei nº 5.172, de 1966 - Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação (Lei no 9.430, de 1996, art. 74, § 11, incluído pela Lei no 10.833, de 2003, art. 17). Além disso, é bom lembrar o que está disposto no art. 333 do Código de Processo Civil, ou seja, de que o ônus de provar o fato constitutivo de seu direito é do próprio autor do pedido. Art. 333 – O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II – ao réu, quanto a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Desse modo, tendo em vista que a manifestante não apresentou os elementos probatórios hábeis a comprovar a origem do indébito tributário, não há como reconhecer o direito creditório vindicado. Já em sede recursal, a Recorrente traz argumentos mais robustos sobre o direito ao crédito, bem como sobre o erro na base de cálculo da contribuição apurada, acompanhado de documentos para embasar suas pretensões. Fl. 81DF CARF MF Fl. 5 do Acórdão n.º 3302-007.081 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920277/2012-60 Contudo, entendo que os documentos carreados autos pela Recorrente, ainda que se prestem à comprovar seu pretenso direito, não devem ser considerados para julgamento do presente processo, considerando a preclusão prevista no §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/72, que assim preceitua: Art. 16. A impugnação mencionará: I - a autoridade julgadora a quem é dirigida; II - a qualificação do impugnante; III - os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV - as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) V - se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1º Considerar-se-á não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 2º É defeso ao impugnante, ou a seu representante legal, empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao julgador, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 3º Quando o impugnante alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro, provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o determinar o julgador. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refira-se a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Com efeito, os documentos carreados no recurso deveriam ter sido trazidos em sede de manifestação de inconformidade, admitindo, no caso de negativa por parte da DRJ, a juntada complementar de documentos para contrapor as razões da decisão recorrida. No presente caso, a Recorrente não trouxe nenhum documento em sua manifestação para comprovar seu direito, sendo, totalmente, inadmissível o fazer nessa faze processual, em razão da preclusão prevista no §4º daquele dispositivo. Fl. 82DF CARF MF http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11196.htm#art113 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art81ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art81ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art81ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art81ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art81ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art16§4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9532.htm#art81ii Fl. 6 do Acórdão n.º 3302-007.081 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 10980.920277/2012-60 Por fim, não vejo que a decisão proferida por este relator, seja ela qual for, acarreta alguma hipótese de nulidade prevista no artigo 59, do Decreto nº 70.235/1972, principalmente aquelas elencadas no inciso II, considerando inexistir despachos e decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Neste cenário, não vejo como acolher as pretensões da Recorrente . Diante do exposto, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a decisão no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicando-se a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário do contribuinte. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator Fl. 83DF CARF MF
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Numero do processo: 11065.916920/2009-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jun 17 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jul 30 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3302-001.153
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em DILIGÊNCIA, para discriminar as receitas contidas na conta "outras receitas", nos termos do voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente), Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Denise Madalena Green..
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Interessado FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em DILIGÊNCIA, para discriminar as receitas contidas na conta "outras receitas", nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho – Relator e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Participaram do presente julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho (Presidente), Corintho Oliveira Machado, Walker Araujo, Luis Felipe de Barros Reche (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Denise Madalena Green.. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Compensação de créditos de PIS/Pasep, transmitido por meio de PER/DCOMP. Após análise eletrônica, a DRF de origem emitiu Despacho Decisório no qual informa que foram localizados um ou mais pagamentos, porém estes teriam sido integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Devidamente cientificada, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, em que afirma que sempre agiu em conformidade com a lei e, por consequência, recolheu indevidamente as contribuições calculadas nos termos do § 1, art. 3, da Lei 9.718/98, cuja inconstitucionalidade foi reconhecida pelo STF. Acrescenta que em virtude desse entendimento procedeu à compensação administrativa, por meio de DCOMPs, dos recolhimentos indevidos da contribuição ao PIS sobre a parcela da base de cálculo excedente ao faturamento, assim entendido como as receitas decorrentes da venda de bens e prestação de serviços. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 65 .9 16 92 0/ 20 09 -5 0 Fl. 150DF CARF MF Fl. 2 da Resolução n.º 3302-001.153 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 11065.916920/2009-50 Nesse trilhar, aponta ainda nulidade do procedimento por erro na capitulação legal. Faz um arrazoado sobre a validade do ato processual administrativo tributário, defendendo que o Despacho Decisório, para ser válido e eficaz, deve conter os requisitos fundamentais: agente capaz, forma prescrita ou não defesa em lei e objeto lícito. Por seu turno, a DRJ entendeu que a recorrente deveria ter realizado a plena prova do seu direito, com a juntada da documentação comprobatória do crédito, quando da apresentação da Manifestação de Inconformidade. Concluiu pela improcedência da Manifestação, por não se admitir compensação cuja existência não seja comprovada. Irresignada, a recorrente insurgiu-se contra esta decisão por meio de Recurso Voluntário, no bojo do qual reiterou os argumentos da Manifestação de Inconformidade, ao qual anexou documentos fiscais e demonstração contábil. Alegou ainda que, em se tratando, de despacho eletrônico, foi apenas quando da interposição do Recurso que teve a oportunidade de apresentar tais provas. É o breve relatório. VOTO Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido no Acórdão 3302-001.133, de 17 de junho de 2019, proferido no julgamento do processo 13051.720137/2011-91, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcreve-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302-001.133). A discussão do processo diz respeito inicialmente, a (i) qual seria a documentação suficiente a comprovar tal crédito e o momento processual de sua apresentação e, (ii) eventual necessidade de retificação de DCTF e (iii) a análise das receitas que não se amoldam ao conceito de faturamento. Momento da produção da prova no Processo Administrativo Fiscal. Para a análise do direito creditório da Recorrente é necessário que ela se desincumba do seu ônus de provar o recolhimento a maior, o que deve ser realizado na primeira oportunidade processual, qual seja no pedido de compensação. Contudo, sabe-se que o sistema eletrônico não admite juntada de documentação quando do pedido de compensação, e que a primeira oportunidade que a recorrente teve para fazê-lo foi quando da apresentação da manifestação de inconformidade. Nesta ocasião a Recorrente apresentou os documentos que entendeu suficientes para a demonstração do seu direito, tendo feito com aquilo que julgou que seria suficiente, ou seja declaração de compensação e demonstrativo de débito, que constitui uma prova indiciária, todavia por sua pouca robustez, a Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil entendeu que tais documentos eram insuficientes, julgando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Fl. 151DF CARF MF Fl. 3 da Resolução n.º 3302-001.153 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 11065.916920/2009-50 Desta forma, foi apenas no Recurso Voluntário que a Recorrente pode apresentar a documentação, razão pela qual se admite que tenham sido trazidas apenas neste momento processual. Desnecessidade de retificação de DCTF Neste momento processual também cabe analisar se existe ou não necessidade do contribuinte realizar a retificação da DCTF como requisito para o exercício do direito de compensação. Em relação a este ponto, este colegiado possui entendimento no sentido de que a retificação da DCTF não é um requisito intransponível para a realização do pedido de compensação, razão suficiente a que seja analisado o pedido que constitui o cerne do presente processo. Análise das receitas que a Recorrente apontou como não sendo faturamento. A Recorrente fez acompanhar a sua Manifestação de Inconformidade com uma tabela onde elenca valores que entende não se subsumirem ao conceito de faturamento. Dentre tais valores há alguns que, por uma análise superficial é possível perceber tratar- se de receitas que não se amoldam ao conceito de “faturamento” de uma empresa que fabrica máquinas, como rendimento de aplicações financeiras, juros de mora e variações cambiais sobre exportações, apenas para citar três exemplos relevantes. Todavia há alguns sobre os quais recai dúvida acerca da natureza, se faturamento ou receita bruta, taxativamente: (i) descontos recebidos, (ii) rendas diversas, (iii) incentivos de exportação e (iv) deságio na devolução de mercadorias. Desta feita, a fim de melhor subsidiar o julgamento da lide e de se evitar a exigência de tributo sobre base de cálculo distinta do faturamento, ou de evitar que seja não seja exigido tributo sobre uma receita tributável, voto no sentido de converter o julgamento em diligência à repartição de origem para que a autoridade administrativa adote as seguintes providências: a) intimar o autuado a fazer prova cabal de que os valores recebidos a título de (i) descontos recebidos, (ii) rendas diversas, (iii) incentivos de exportação e (iv) deságio na devolução de mercadorias não se subsumem ao conceito de faturamento, alertando-se o contribuinte de que a atividade de provar não se limita a simplesmente juntar documentos nos autos, sem a necessária conciliação entre os registros contábeis fiscais e os documentos que os legitimam, evidenciando o indébito; b) com base na prova produzida nesses termos pelo contribuinte, reconstituir a escrita fiscal dos períodos de apuração alvo, excluindo-se os débitos porventura indevidamente lançados; c) repercuta a reconstituição da escrita no lançamento de ofício ora sub judice, em parecer circunstanciado, em que deverão ser mencionadas também quaisquer outras informações pertinentes; d) dar ciência desse parecer ao autuado, abrindo-lhe o prazo regulamentar de trinta dias para manifestação, e; e) atendida a diligência, encaminhar o processo a este colegiado, onde terá prosseguimento. É como voto. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Fl. 152DF CARF MF Fl. 4 da Resolução n.º 3302-001.153 - 3ª Sejul/3ª Câmara/2ª Turma Ordinária Processo nº 11065.916920/2009-50 Aplicando-se a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por afastar a presunção de duplicidade e converter o julgamento em DILIGÊNCIA, para que a autoridade administrativa adote as seguintes providências: a) intimar o autuado a fazer prova cabal de que os valores recebidos a título de (i) descontos recebidos, (ii) rendas diversas, (iii) incentivos de exportação e (iv) deságio na devolução de mercadorias não se subsumem ao conceito de faturamento, alertando-se o contribuinte de que a atividade de provar não se limita a simplesmente juntar documentos nos autos, sem a necessária conciliação entre os registros contábeis fiscais e os documentos que os legitimam, evidenciando o indébito; b) com base na prova produzida nesses termos pelo contribuinte, reconstituir a escrita fiscal dos períodos de apuração alvo, excluindo-se os débitos porventura indevidamente lançados; c) repercuta a reconstituição da escrita no lançamento de ofício ora sub judice, em parecer circunstanciado, em que deverão ser mencionadas também quaisquer outras informações pertinentes; d) dar ciência desse parecer ao autuado, abrindo-lhe o prazo regulamentar de trinta dias para manifestação, e; e) atendida a diligência, encaminhar o processo a este colegiado, onde terá prosseguimento. Após sanadas essas dúvidas, que seja elaborado relatório fiscal, deve ser acultando à recorrente o prazo de trinta dias para se pronunciar sobre os resultados obtidos, nos termos do parágrafo único do artigo 35 do Decreto nº 7.574/2011. Posteriormente aos procedimentos, que sejam devolvidos os autos ao CARF para prosseguimento do rito processual. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 153DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13603.000686/2008-57
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 18 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Jul 05 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-002.114
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório 1. Por bem retratar os fatos aqui debatidos, utilizo como meu parte do relatório desenvolvido pela DRJ de Recife (acórdão n. 09-30.276 - fls. 281/287), o que faço nos seguintes termos: Trata-se de processo formalizado para analisar a declaração de compensação (DCOMP) n° 23778.38143.310706.1.3.01-1854,, transmitida pelo estabelecimento matriz, cujo objeto foi a compensação de débitos próprios da COFINS e do PIS/PASEP no RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 36 03 .0 00 68 6/ 20 08 -5 7 Fl. 328DF CARF MF Processo nº 13603.000686/2008-57 Resolução nº 3402-002.114 S3-C4T2 Fl. 515 2 total de R$2.l07.931,75 (fl. 119), com crédito de IPI informado à fl. 02, atinente ao 1° trimestre-calendário de 2006 e apurado pelo estabelecimento filial de CNPJ 01.134.263/0002-37,, tendo como amparo normativo o art. 11 da Lei n° 9.779, de 1999. Para verificação da legitimidade do direito creditório a lastrear a compensação declarada foi instaurado procedimento fiscal cujos resultados estão consolidados no relatório verificação fiscal de fls. 122/126, no qual constou, em síntese, que: - as verificações fiscais abrangeram o período de janeiro/2005 a junho/2005, estando o procedimento detalhado no processo n° l0976.000282/2009-44. sendo que, no período de que trata o presente processo. houve apropriações de créditos de IPI não legitimados pela legislação de regência; - o direito ao creditamento em questão também estava sendo discutido perante o Poder Judiciário' sem que a autora tivesse obtido medida liminar ou decisão favorável ao seu pleito, além da inexistência de trânsitos em julgado. Foram. então, glosados de oficio da escrita fiscal os referidos créditos; - como decorrência das glosas efetuadas, foi inteiramente reconstituída a escrituração do livro fiscal registro de apuração do IPI (RAIPI) no período de janeiro/2005 a junho/2006, conforme indicado nos tópicos da fl. 125-verso e na tabela de fl. 126, redundando na apuração de saldo credor do imposto ao final do 1° trimestre de 2006 no valor de R$253.535,06; - propôs-se, então, o reconhecimento parcial, no valor acima, do direito creditório pretendido e, consequentemente, a homologação parcial das compensações declaradas. A proposição acima foi integralmente ratificada pelo despacho decisório de fls. 132/133, que, outrossim, reconheceu parcialmente o direito creditório pretendido e homologou em parte as compensações declaradas, conforme indicado na tabela de fls. 132-verso, com efetivação pelas telas de fls. 128/131. Por sua vez, a interessada apresentou às fls. 137/155 sua manifestação de inconformidade ao despacho decisório, tendo focado seus argumentos, essencialmente, no sentido de que: (...) (grifos nosso). 2. A sobredita impugnação foi julgada improcedente pelo referido acórdão, conforme se observa da ementa abaixo transcrita: Assumo: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2006 COMPENSAÇÃO DECLARADA. AÇÃO JUDICIAL. Tendo em vista que a compensação declarada tem como lastro o ressarcimento de créditos do IPI discutidos judicialmente, sem que Fl. 329DF CARF MF Processo nº 13603.000686/2008-57 Resolução nº 3402-002.114 S3-C4T2 Fl. 516 3 haja o trânsito em julgado de decisão favorável, e' de indeferir o ressarcimento e não homologar as compensações. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. 3. Irresignado, o contribuinte apresentou o recurso voluntário de fls. 296/312, oportunidade em aduziu que as ações judiciais por ele propostas teriam um caráter preventivo e, por conta disso, não se contraporiam ao presente processo administrativo em particular, o que afastaria a ocorrência da concomitância. 4. Não obstante, após a interposição do citado recurso, o presente processo foi apensado aos PTA's n. 10976.000382/2009-44 (auto de infração), 13603.000696/2008-92 (compensação) e 13603.000717/2008-70 (compensação). 5. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro - Relator 6. Conforme se observa do relatório acima desenvolvido, a manifestação de inconformidade apresentada pelo contribuinte não foi conhecida ao fundamento de que a discussão nela travada já estria sendo discutida em uma das ações judiciais propostas pelo contribuinte (autos n. 2003.38.00.027343-2; 2004.38.00.003560 e 2004.38.00.011214-5) e referidas no relatório fiscal. 7. Em suma, o contribuinte vindica o crédito do IPI nas aquisições de sucatas classificadas na TIPI como NT e adquiridas de não-contribuintes do IPI, o que já estaria sendo objeto de discussão no âmbito das sobreditas ações judiciais. 8. Ocorre que, compulsando os autos, bem como os anexos, não há cópias das iniciais e das decisões judiciais proferidas em tais processos judiciais. Os únicos documentos que se referem a tais demandas são as certidões de inteiro teor acostados as fls. 222/224 do PTA n. 10976.000382/2009-44 (auto de infração). 9. Neste sentido, é temerário afirmar se de fato há ou não concomitância entre as instâncias judicial e administrativa sem que esta Turma julgadora tenha acesso a íntegra de tais documentos. Logo, resolvo converte o presente julgamento em diligência para que sejam tomadas as seguintes providências: (i) seja providenciada a juntada de cópias das iniciais e decisões judiciais (sentenças e acórdão) veiculadas nos autos n. 2003.38.00.027343-2; 2004.38.00.003560 e 2004.38.00.011214-5, bem como as respectivas certidões de inteiro teor devidamente atualizadas; (ii) ato contínuo, o recorrente deverá ser intimado para que facultativamente apresente manifestação no prazo de 30 (trinta) dias, exatamente como prescreve o art. 35, parágrafo único do Decreto n. 7.574/2011. 10. É a resolução. Fl. 330DF CARF MF Processo nº 13603.000686/2008-57 Resolução nº 3402-002.114 S3-C4T2 Fl. 517 4 (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro. Fl. 331DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.904692/2012-10
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 25 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. AUSÊNCIA DE PROVA DO CRÉDITO.
O reconhecimento de direito creditório decorrente de pagamento a maior exige, para sua liquidez e certeza, a demonstração do valor do débito correspondente na escrituração contábil-fiscal.
Numero da decisão: 1001-001.272
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson Presidente
(assinado digitalmente)
Andréa Machado Millan - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Andréa Machado Millan, Jose Roberto Adelino da Silva e André Severo Chaves.
Nome do relator: ANDREA MACHADO MILLAN
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. AUSÊNCIA DE PROVA DO CRÉDITO. O reconhecimento de direito creditório decorrente de pagamento a maior exige, para sua liquidez e certeza, a demonstração do valor do débito correspondente na escrituração contábil-fiscal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Presidente (assinado digitalmente) Andréa Machado Millan - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Andréa Machado Millan, Jose Roberto Adelino da Silva e André Severo Chaves.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1277; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T1 Fl. 70 1 69 S1C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10855.904692/201210 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1001001.272 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 04 de junho de 2019 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente LISY SOLUÇÕES EM METALURGIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. AUSÊNCIA DE PROVA DO CRÉDITO. O reconhecimento de direito creditório decorrente de pagamento a maior exige, para sua liquidez e certeza, a demonstração do valor do débito correspondente na escrituração contábilfiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Sérgio Abelson – Presidente (assinado digitalmente) Andréa Machado Millan Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Andréa Machado Millan, Jose Roberto Adelino da Silva e André Severo Chaves. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 90 46 92 /2 01 2- 10 Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10855.904692/201210 Acórdão n.º 1001001.272 S1C0T1 Fl. 71 2 O presente processo trata de declaração de compensação (fls.02 a 06) que têm por objeto pagamento a maior de CSLL efetuado em 30/10/2009, referente ao período de apuração do terceiro trimestre de 2009, no valor de R$ 27.010,35. Transcrevo, abaixo, o relatório da decisão de primeira instância (fls. 32 a 37), Acórdão 1449.220, proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) em Ribeirão Preto SP, em sessão de 17/03/2014, que resume o pleito: Tratase de Declaração de Compensação – DCOMP, com base em suposto crédito de CSLL do 3º trimestre de 2009, decorrente de pagamento indevido ou a maior. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório eletrônico de não homologação da compensação, fundamentando: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 27.010,35 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada desse despacho, a interessada apresentou manifestação de inconformidade alegando: DOS FATOS: A empresa é tributada pelo Lucro Real Trimestral, porém, por um lapso entregou a sua DCTF referente ao 3º trimestre/2009 com a apuração dos seus impostos sobre o faturamento bruto, razão pela qual o valor referente a CSLL, código 6012 apresentado na DCTF é de R$ 27.010,35 (Vinte e sete mil, dez reais e trinta e cinco centavos), sendo o valor devidamente recolhido conforme DARF anexo. A diferença de valores só foi constatada pela empresa após levantamento interno, onde se constatou que em sua DIPJ sobre o Lucro Real ano base 2009 exercício de 2010, o valor apurado corretamente e de acordo com a sua forma de tributação era de R$ 13.947,72 (Treze mil, novecentos e quarenta e sete reais e setenta e dois centavos), dando a mesma o direito ao crédito de R$ 13.062,63 (Treze mil, sessenta e dois reais e sessenta e três centavos), razão pela qual a mesma entregou o PERD/COMP em epigrafe, buscando a compensação do seu crédito. O problema foi que a mesma solicitou ao escritório de contabilidade responsável pelas informações prestadas e o mesmo inadvertidamente protocolou o PERD/COMP sem efetuar a retificação da DCTF correspondente e desta forma, o auditor Fiscal da Receita Federal indeferiu as compensações apresentadas. DOS PEDIDOS Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10855.904692/201210 Acórdão n.º 1001001.272 S1C0T1 Fl. 72 3 A empresa pede autorização para retificar a sua DCTF do segundo semestre/2009, para a devida correção do valor devido e respectivo recolhimento, onde retratará o seu direito ao crédito. Pede também, que seja reconsiderada a decisão da NÃO HOMOLOGAÇÃO de sua compensação sobre o PERD/COMP 05324.55140.050710.1.3.04 4600, reconhecendo o seu direito ao crédito, bem como a compensação pretendida. O Acórdão da DRJ não reconheceu o direito creditório, julgando a manifestação de inconformidade improcedente. Abaixo, sua ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado para a quitação de débitos confessados. A alegação de erro no preenchimento do documento de confissão de dívida deve ser acompanhada de provas que atestem a declaração a maior de tributo a pagar, justificando a alteração dos valores registrados em DCTF. Sem a comprovação da liquidez e certeza quanto ao direito de crédito não se homologa a compensação declarada. No voto, ponderou que o sucesso do contribuinte em ver homologada a compensação condicionase à comprovação da liquidez e certeza do direito de crédito. Que a manifestação de inconformidade, embutindo solicitação de desconstituição de confissão de dívida anterior, deve atestar que o direito de crédito tem apoio legal e documental. Que, por isso, não basta a mera retificação da declaração para comprovação do crédito. Argumentou que os registros contábeis acerca do real valor devido a título da contribuição apurada para o período em questão são indispensáveis para que se comprove a existência do direito creditório. Que, no caso dos autos, a contribuinte não apresentava nenhum documento que comprovasse o seu direito. Ressaltou que o débito apurado em DIPJ seria de R$ 13.947,72, o que lhe teria gerado o direito creditório de R$ 13.062,63 em face do pagamento de R$ 27.010,35. Que, contudo, na DCOMP a interessada havia informado como direito creditório o valor integral do DARF, utilizandoo integralmente na declaração. Assim, concluiu pelo não reconhecimento do direito creditório. Cientificado da decisão de primeira instância em 19/04/2014 (Termo de Ciência por Decurso de Prazo à fl. 43), o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 16/05/2014 (recurso às fls. 45 a 50, Termo de Análise de Solicitação de Juntada à fl. 64). Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10855.904692/201210 Acórdão n.º 1001001.272 S1C0T1 Fl. 73 4 Nele repete o já alegado na manifestação de inconformidade, e apresenta demonstrativo de cálculo em que, considerando a informação da declaração retificadora, e efetuando a redistribuição do valor pago entre os quatro períodos trimestrais do ano, conclui que resta uma diferença a ser paga na importância de R$ 619,10: Receita Trim/2009 Valor Débito Valor Recolhido Recolhido a maior Valor total devido 6012 1º R$ 3.170,00 6012 3º R$ 13.947,72 R$ 27.010,35 R$ 13.062,60 6012 4º R$ 10.511,76 R$ 619,10 Alega que, ante a ocorrência de erro de fato, apresentou DCTF retificadoras para o primeiro e o segundo semestres de 2009, o que considera que liberou o crédito em seu favor. Para comprovação, anexa ao recurso cópia do DARF objeto do crédito alegado (fl. 54), e as referidas DCTF retificadoras, entregues em 15/05/2014 (fls. 55 a 57) e 16/05/2014 (fls. 58 a 63). Argumenta que a perda de prazo para retificação dos documentos fiscais, no âmbito administrativo, não causa a preclusão da possibilidade de discussão da matéria, podendo ser reconhecido, na via judicial, o direito à retificação diante da comprovação de recolhimento a maior e da não ocorrência de fato gerador. Pede o reconhecimento dos valores declarados na DCTF retificadora, para que sejam sanados os erros de preenchimento ocorridos, determinandose a compensação requerida. É o Relatório. Voto Conselheira Andréa Machado Millan, Relatora O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativofiscal (PAF). Dele conheço. Cabe aqui um parêntese para esclarecer que, embora a unidade de origem não tenha sido atendida ao intimar a empresa a sanar a falta de assinatura no Recurso Voluntário, conforme Despacho de Encaminhamento à fl. 68, o recurso foi juntado através de certificado digital (Termo de Análise de Solicitação de Juntada à fl. 64). Assim, considerase o documento regularmente assinado, nos termos do art. 10, § 1º, da MP 2.2002/2001, e art. 2º da Portaria MF nº 527/2010. Dito isso, passemos ao mérito. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10855.904692/201210 Acórdão n.º 1001001.272 S1C0T1 Fl. 74 5 Conforme relatório acima, a DRJ argumentou que os registros contábeis acerca do real valor devido a título de CSLL para o período de apuração do terceiro trimestre de 2009 são indispensáveis para que se comprove a existência do direito creditório. Apesar disso, a empresa não juntou ao Recurso Voluntário qualquer registro contábil ou fiscal que pretendesse comprovar o valor da CSLL devida no período. Limitouse a reafirmar seu direito, juntando apenas DARF e DCTF retificadoras. Ocorre que o art. 9º, § 3º, da IN RFB nº 1.110/2010, substituído pelo art. 9º, § 3º, da IN RFB nº 1.599/2015, estabeleceu que a retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração: § 3 A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário correspondente àquela declaração. Nesse contexto, a partir da ciência do despacho decisório, o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a apuração da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, verificandose a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e comparálo ao pagamento efetuado. Conforme art. 373, inciso I, do novo Código de Processo Civil – CPC (Lei nº 13.105/2015), que reproduz o art. 333, I, do antigo CPC, ao autor incumbe o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito. E de acordo com 967 do Regulamento do Imposto de Renda – RIR/2018 (Decreto nº 9.580/2018), que reproduz o art. 923 do antigo RIR/1999, a escrituração mantida em observância às disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis. Assim, tinha razão a DRJ ao afirmar que os registros contábeis são indispensáveis para a comprovação do direito creditório. No mesmo sentido, o Parecer Normativo Cosit nº 2/2015, acima citado pelo relator, em seu item 13 afirma: DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. No entanto, os únicos documentos anexados pela empresa com objetivo de provar seu direito, na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário, foram as DCTF retificadoras e o DARF. Assim, não restou comprovado o direito creditório alegado. Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10855.904692/201210 Acórdão n.º 1001001.272 S1C0T1 Fl. 75 6 Diante do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Andréa Machado Millan Fl. 76DF CARF MF
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