Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,789)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,075)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,669)
- Primeira Turma Ordinária (15,222)
- Segunda Turma Ordinária d (15,150)
- Primeira Turma Ordinária (15,138)
- Primeira Turma Ordinária (14,941)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,600)
- Primeira Turma Ordinária (11,657)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,140)
- Terceira Câmara (63,037)
- Segunda Câmara (50,365)
- Primeira Câmara (16,033)
- 3ª SEÇÃO (15,669)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,564)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,567)
- Segunda Seção de Julgamen (107,512)
- Primeira Seção de Julgame (70,657)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,496)
- Câmara Superior de Recurs (36,965)
- Terceiro Conselho de Cont (25,918)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,028)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,810)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,839)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,952)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,441)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,256)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,149)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,774)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,430)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,075)
- 2021 (35,779)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,826)
- 2012 (23,619)
- 2023 (22,449)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,846)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10280.004248/2006-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000
PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMO EMPREGADO NO PROCESSO PRODUTIVO. CARÊNCIA PROBATÓRIA QUANTO À ATIVIDADE DE INDUSTRIALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
Impossibilidade de reconhecimento de crédito presumido de IPI objeto de pedido administrativo de ressarcimento na ausência de material probatório mínimo apto a fundamentar que as operações praticadas pela contribuinte consistiria em industrialização e não simples revenda de mercadoria.
Numero da decisão: 3401-003.236
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado da Primeira Turma da Quarta Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
LEONARDO OGASSAWARA DE ARAÚJO BRANCO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-presidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Rodolfo Tsuboi.
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000 PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMO EMPREGADO NO PROCESSO PRODUTIVO. CARÊNCIA PROBATÓRIA QUANTO À ATIVIDADE DE INDUSTRIALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Impossibilidade de reconhecimento de crédito presumido de IPI objeto de pedido administrativo de ressarcimento na ausência de material probatório mínimo apto a fundamentar que as operações praticadas pela contribuinte consistiria em industrialização e não simples revenda de mercadoria.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10280.004248/2006-06
anomes_publicacao_s : 201702
conteudo_id_s : 5681883
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-003.236
nome_arquivo_s : Decisao_10280004248200606.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
nome_arquivo_pdf_s : 10280004248200606_5681883.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado da Primeira Turma da Quarta Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente. LEONARDO OGASSAWARA DE ARAÚJO BRANCO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-presidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Rodolfo Tsuboi.
dt_sessao_tdt : Mon Sep 26 00:00:00 UTC 2016
id : 6652804
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:09 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948539654144
conteudo_txt : Metadados => date: 2017-02-13T12:30:29Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2017-02-13T12:30:29Z; Last-Modified: 2017-02-13T12:30:29Z; dcterms:modified: 2017-02-13T12:30:29Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; xmpMM:DocumentID: uuid:c195ad21-635e-47bb-a57d-9976d6aeb36f; Last-Save-Date: 2017-02-13T12:30:29Z; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2017-02-13T12:30:29Z; meta:save-date: 2017-02-13T12:30:29Z; pdf:encrypted: true; modified: 2017-02-13T12:30:29Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2017-02-13T12:30:29Z; created: 2017-02-13T12:30:29Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; Creation-Date: 2017-02-13T12:30:29Z; pdf:charsPerPage: 1582; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2017-02-13T12:30:29Z | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 654 1 653 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.004248/200606 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401003.236 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2016 Matéria IPI Recorrente TAPAJOS TIMBER COM IMP. E EXP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2000 a 31/12/2000 PEDIDO DE RESSARCIMENTO DE CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMO EMPREGADO NO PROCESSO PRODUTIVO. CARÊNCIA PROBATÓRIA QUANTO À ATIVIDADE DE INDUSTRIALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Impossibilidade de reconhecimento de crédito presumido de IPI objeto de pedido administrativo de ressarcimento na ausência de material probatório mínimo apto a fundamentar que as operações praticadas pela contribuinte consistiria em industrialização e não simples revenda de mercadoria. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado da Primeira Turma da Quarta Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. LEONARDO OGASSAWARA DE ARAÚJO BRANCO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vicepresidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Rodolfo Tsuboi. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 00 42 48 /2 00 6- 06 Fl. 655DF CARF MF 2 Relatório 1. Tratase de Pedido de Ressarcimento de Crédito Presumido de IPI, fundado nos dispositivos da Lei n° 9.363/96, relativo ao quarto trimestre de 2000, no valor de RS 347.612,53, formulado em 10/02/2005 por meio do programa PER/DCOMP. 2. Reproduzimos, abaixo, pela fidelidade aos fatos, trecho do relatório presente na Resolução n° 20300.920, julgada em sessão de 03/09/2008: "(...) diante da documentação obtida junto à interessada e carreada para o processo, a Seort indeferiu totalmente o pedido por meio de Despacho Decisório por entender que a empresa não realizou operações de industrialização e sim de simples revenda de mercadorias adquiridas no mercado interno. Para assim ter deliberado, fundamentouse nos fatos de que, tanto na DIPJ, quanto nos livros fiscais, não há a indicação de que tenha havido a industrialização, já que os campos próprios de preenchimento das respectivas informações estão zerados, bem como que, tanto nas notas fiscais de aquisição junto aos seus fornecedores, quanto nas suas notas fiscais de saídas para exportação, constava 'madeira serrada'. Além disso, no objetivo social constante do contrato social não consta a atividade de industrialização e tampouco a empresa escritura o Livro de Apuração do IP1. Na Manifestação de Inconformidade, a interessada, inicialmente, argumenta que se trata, sim, de uma empresa industrial exportadora e que opera com a finalidade precípua de industrialização da madeira, atuando, mais especificamente, na etapa final da cadeia produtiva, qual seja, o seu beneficiamento e o seu acondicionamento. Em sede de preliminar, pede a nulidade do Despacho Decisório por ter sido o mesmo elaborado sem que tivesse sido realizada uma diligência fiscal junto ao seu estabelecimento, o que, a seu ver, resultou numa análise superficial e rasteira dos documentos, com fundamentos de decisão neles garimpados e, por isso mesmo, insustentáveis perante os eventos legais e fáticos que amparam a sua pretensão. Outro motivo para justificar o pedido de nulidade se prende ao fato de que o agente julgador deveria ter inscrição no Conselho Regional de Contabilidade. No mérito, inicia transcrevendo dispositivos do Regulamento do IPI nos quais julga que suas atividades estejam subsumidas, as quais descreve em detalhes, para reforçar a ideia de que é uma empresa industrial. Diz ainda a Impugnante que o fato de as notas fiscais de aquisição conterem a expressão "madeira para exportação" não significa que as mesmas não possam vir a receber um processo de industrialização na etapa seguinte, e que, além disso, é norma da Secretaria Estadual de Fazenda fazer tal exigência por conta dos benefícios fiscais que concede aos produtores. Rechaça também o fundamento de que a coincidência de medidas da madeira, quer, na nota fiscal de entrada, quer na nota fiscal de Fl. 656DF CARF MF Processo nº 10280.004248/200606 Acórdão n.º 3401003.236 S3C4T1 Fl. 655 3 saída, estaria a indicar que não houve realmente a industrialização, visto que não houve a diligência fiscal para validar tal argumento e que o processo produtivo é mais complexo e não se limita a medidas das peças produzidas. Justifica a ausência de escrituração de livros relacionados à apuração do IPI por ter sua atividade voltada para a exportação, bem como pelo fato de seus fornecedores lhe venderem produtos NT. Assim, não lida com créditos nem com débitos do referido imposto, daí entender não se ver obrigado à escrituração. Ademais disso, sua condição de industrial não poderia ser retirada pela falta de cumprimento de mera obrigação acessória. Quanto à ausência de informações que pudessem conduzir ao entendimento que exerce a interessada atividade industrial, quer por conta das omissões na sua DIPJ, nos livros de entrada e de saída de mercadorias, nas notas fiscais de saída, e no seu contrato social, atribui a erros de preenchimento e a um "erro societário", não podendo os mesmos prevalecer sobre a realidade fática. Por fim, pede a Impugnante o reconhecimento também do direito à atualização monetária do crédito ora postulado, bem como a realização de perícia. A 3ª Turma da DRJ em Belém PA, entretanto, não considerou os argumentos da interessada, indeferindoos integralmente em decisão assim ementada: Acórdão DRJ nº 0110003 de 2007 Imposto sobre Produtos Industrializados IPI CREDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. O direito ao ressarcimento do crédito presumido do IPI, instituído pela Lei n." 9.363, de 1996, é condicionado à comprovação de que os produtos exportados foram efetivamente industrializados pela empresa, com a utilização dos insumos para tal adquiridos. PERÍCIA. PROVA. ENCARGO DO CONTRIBUINTE. DESNECESSIDADE. A diligência ou a perícia não se prestam para a produção de provas de encargo do sujeito passivo e que deveriam ter sido trazidas junto com a manifestação de inconformidade. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE DO LANÇAMENTO. COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL. Definidas em Lei, as atribuições do cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil são legítimas e, inexistindo quaisquer determinações acerca de formação específica e/ou registro em Conselho Regional para fins de regular exercício profissional, não subsiste qualquer alegação de nulidade dos lançamentos formalizados pelos agentes fiscais, no regular exercício de sua competência funcional. IPI CREDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. O direito ao ressarcimento do crédito presumido do IPI, instituído pela Lei n." 9.363, de 1996, é condicionado à comprovação de que os produtos Fl. 657DF CARF MF 4 exportados foram efetivamente industrializados pela empresa, com a utilização dos insumos para tal adquiridos. No Recurso Voluntário a interessada praticamente repete as argumentações postas na sua Manifestação de Inconformidade, enfatizando que o presente caso deve ter como norte a obediência ao princípio da primazia da realidade, ou seja, o que ocorre na prática deve prevalecer sobre os documentos, de sorte que reste caracterizada a sua condição de industrial e não de mero revendedor de mercadorias. Fez ajuntada de um "Laudo Técnico", elaborado por Engenheiro Florestal, segundo o qual fica demonstrado que efetivamente realiza a industrialização dos produtos que exporta. Aduz ainda, para refutar as coincidências de descrição da madeira nas notas fiscais de compra e de venda, que, segundo a TIPI, tanto a madeira simplesmente serrada que adquire e que constitui em sua matéria prima, quanto a madeira beneficiada (classificada, tratada quimicamente, secada/estufada, refilada, destapada e aplainada), possuem o mesmo código, qual seja '4407.24.10'". 3. O Conselheiro Odassi Guerzoni Filho, que nos antecedeu na presente relatoria, votou por condicionar o reconhecimento do direito ao ressarcimento a uma nova análise por parte da unidade de origem, convertendo, assim, o julgamento em diligência para nova análise nos cálculos que resultaram no montante pleiteado, nos seguintes termos: "Em face de todo o exposto, da documentação carreada ao processo, dos argumentos trazidos pela Recorrente, bem como do debate que travamos nesta Sessão, reconheço que suas atividades são de industrialização (beneficiamento), porém, condiciono o reconhecimento do direito ao ressarcimento a uma nova análise por parte da Unidade de origem, bem como que sejam procedidas às retificações nos livros Reg. de Entradas e de Saídas, que seja escriturado o Livro Reg. Apuração de IPI, conforme explicitado acima. Assim, fica o presente julgamento convertido em diligência para que a Unidade de origem, caso atendidas as condições acima, proceda a uma nova análise nos cálculos que resultaram no montante ora pleiteado. Nessa análise e a bem da ênfase, poderá a Unidade de origem fazer as considerações que julgar pertinentes acerca do processo produtivo da empresa, caso sua diligência resulte em informação relevante acerca do mesmo. A interessada deverá ser cientificada quanto ao resultado da diligência, podendo, no prazo de trinta dias, se manifestar a respeito". 4. O Serviço de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belém lavrou o termo de início de diligência fiscal, e intimou o contribuinte a apresentar (a) o livro Registro de Entradas dos anos calendário de 2000 e 2001, devidamente retificado e autenticado pelo órgão competente; (b) o livro Registro de Saídas dos anos calendário de 2000 e 2001, devidamente retificado e autenticado pelo órgão competente; e (c) o livro Registro de Fl. 658DF CARF MF Processo nº 10280.004248/200606 Acórdão n.º 3401003.236 S3C4T1 Fl. 656 5 Apuração do IPI dos anos calendário de 2000 e 2001, devidamente autenticado pelo órgão competente. 5. Entretanto, as tentativas de intimar a contribuinte se mostraram infrutíferas, o que culminou com a expedição de edital eletrônico: “(...) improfícuas as tentativas de localização do contribuinte no seu domicílio fiscal, mesmo por via postal. Constatouse que a PJ encontrase inativa desde o ano calendário de 2009 (vide relação de DIPJ’s em anexo). Por esta razão, a ciência do Termo de Início do Procedimento Fiscal se deu por Edital (Edital Eletrônico nº 000645759, em anexo), em 24/07/2014. 3) Esgotado o prazo concedido ao contribuinte para apresentação do Livro Registro de Entradas (retificado), do Livro Registro de Saídas (retificado) e do Livro Registro de Apuração do IPI, sem que o mesmo tenha se manifestado, consideramos não cumprida a condição para a realização de nova análise dos cálculos do Crédito Presumido do IPI pleiteado, motivo pelo qual deixamos de fazêla”. 6. Tendo retornado os autos a este Conselho, foi proferida a Resolução n° 3401000.885, julgada em sessão de 28/01/2015 para a finalidade de intimar a contribuinte no endereço de seus sócios. 7. Após restarem infrutíferas as tentativas de intimação postal no endereço dos sócios, foi lavrado o edital eletrônico. Decorrido o prazo legal para que a contribuinte se manifestasse, os autos retornaram. É o Relatório. Voto Leonardo Ogassawara de Araújo Branco 8. A contribuinte requereu o reconhecimento de sua condição como empresa exportadora, fazendo jus ao benefício fiscal instituído pela Lei nº 9.363/1996, e, em decorrência, que fosse reconhecida a totalidade do crédito pleiteado na PER/DCOMP, devidamente atualizado. 9. O processo de industrialização da recorrente é descrito da seguinte forma: (a) Compra e classificação da matériaprima: aquisição de madeira em bruto dos diversos centros produtores e sua reunião em local único, onde é feita a sua classificação. A classificação consiste em separálas por tipo, tamanho e qualidade, sendo, ao final, remetidas para a planta industrial. Fl. 659DF CARF MF 6 (b) Recepção e classificação da matériaprima: descarregamento e estocagem no pátio da indústria. Segunda classificação: as espécies e tamanhos de madeiras são classificadas em consonância com os tipos de pedidos efetuados pelos clientes e empilhadas para direcionamento para a próxima etapa. (c) Secagem: a madeira é colocada em estufas (próprias ou terceirizadas) nas quais é submetida a calor a vapor de modo a se obter o grau de umidade ideal para o produto final, ocorrendo aqui a primeira modificação em relação ao estágio da matériaprima no seu estágio inicial, visto que, nesta etapa, sua concentração de umidade, peso e espessura já não correspondem aos da matériaprima que iniciou o processo produtivo.Pode ser dar também ao ar livre. O tempo de secagem varia em função do tipo de madeira, umidade anterior e umidade desejada, podendo durar dias ou semanas. (d) Beneficiamento: após a secagem, a madeira é transportada para os equipamentos responsáveis pelo beneficiamento, onde sofre: (a.i) refilamento: transformação de uma pela de madeira em duas ou mais; (a.ii) destopo: corte transversal para determinar o comprimento da peça, transformando uma peça em uma ou mais peças com tamanho determinado; (a.iii) aplainamento: retoques em alguns ou em todos os lados do produto. Nesta fase fica a matériaprima já transformada em produto acabado com largura e comprimento determinado pelo adquirente através de pedido previamente formulado e diferente da matériaprima inicial, inclusive pela aplicação de materiais intermediários. (e) Embalagem: empilhados, embalados e transportados para embarque nos containeres para envio ao porto. 10. Em vista do laudo apresentado, que conta, ainda, com detalhes e fotos que lançam luz sobre o processo produtivo da empresa, associados à verossimilhança das alegações, parecenos inegável que a contribuinte realiza operações de industrialização nos termos da legislação pertinente, em especial, o art. 4º do Decreto nº 2.637/1998 (Regulamento do IPI), em vigor à época dos fatos: Decreto nº 2.637/1998 (Regulamento do IPI) Art. 4º Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo, tal como: I a que, exercida sobre matériaprima ou produto intermediário, importe na obtenção de espécie nova (transformação); II a que importe em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto (beneficiamento); III a que consista na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal (montagem); Fl. 660DF CARF MF Processo nº 10280.004248/200606 Acórdão n.º 3401003.236 S3C4T1 Fl. 657 7 IV a que importe em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, salvo quando a embalagem colocada se destine apenas ao transporte da mercadoria (acondicionamento ou reacondicionamento); V a que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o produto para utilização (renovação ou recondicionamento). Parágrafo único. São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados. 11. Esta também foi a mesma conclusão a que chegou o conselheiro que nos antecedeu na presente relatoria, na fundamentação do voto que deu origem à Resolução n° 20300.920, julgada em sessão de 03/09/2008: "Do conjunto das informações e documentos constantes do processo, bem como do confronto do processo produtivo com os dispositivos do RIPI/98 que caracterizam a industrialização, especialmente o inciso II, do artigo 4o , acima reproduzido, me convenci de que as atividades da empresa são efetivamente a de industrialização (beneficiamento), não podendo ser tratada como mera revendedora de madeiras. Com esse entendimento, afasto a motivação dada pela autoridade fiscal para considerar que a empresa não é um estabelecimento industrial, qual seja: a) o fato de o contrato social não dispor sobre a atividade industrial; b) o fato de não possuir ela escrituração do Livro Reg. Apuração do IPI; c) o fato de o Livro Reg. de Entradas e o Livro Reg. de Saídas não conterem registros de operações relacionadas especificamente ao processo produtivo (respectivamente, operações registradas sob o CFOP 1.11 e 2.11, que se referem a compras para industrialização, sob o CFOP 7.11, que sé refere a vendas da produção do estabelecimento para o mercado externo); d) o fato de na DIPJ ter sido informado o valor do custo das mercadorias vendidas e não o custo de produção de fabricação própria, e também ter sido deixado em branco o campo correspondente às aquisições de matériaprima, material secundário e material de embalagem para utilização no processo produtivo; e) o fato de nas notas fiscais de aquisição constar como produto adquirido "madeiras serradas", sendo que idêntica expressão consta das notas fiscais de saída; e f) o fato de as notas fiscais de venda ter sido utilizado o código 7.12, que significa vendas de mercadorias adquiridas de terceiros para o mercado externo, em vez do código 7.11, que significa as vendas da produção do estabelecimento pra o mercado externo. Embora tenha de admitir que a empresa está completamente equivocada ao não seguir a determinação expressa contida no artigo 345 do RIPI/98 no sentido de que, em sendo um estabelecimento industrial, deva preencher corretamente os livros fiscais correspondentes, especialmente o Livro Reg. de Apuração do IPI, não creio que esse e os demais equívocos acima Fl. 661DF CARF MF 8 reproduzidos e assumidos pela empresa, possam inviabilizar o seu direito ao aproveitamento dos benefícios trazidos pela Lei nº 9.363, de 1996, caso, realmente, se confirmem procedente os valores pleiteados. Primeiro, porque, na linha do que alega a Recorrente, entendo que deva prevalecer a realidade fática sobre a realidade documental, embora, admita, não se possa ter isso como regra absoluta. Ocorre que neste processo e abstendome de considerar relevantes e prejudiciais os erros, aliás, confessos, da Recorrente, no preenchimento de notas fiscais, de livros, da DIPJ, contrato social etc., os documentos estão a demonstrar claramente quais foram os valores formadores do crédito presumido que ora pleiteia, de maneira que, corrigidos tais equívocos, nada estaria a impedir que seu pedido pudesse ser analisado, desta feita, sob o manto, ou melhor, tendo cumprido as formalidades mínimas exigidas para tal. Assim, não obstante as regras que tratam da concessão do crédito presumido de IPI, quer as estipuladas na própria Lei n° 9.363/96, quer as na IN SRF n" 419, de 10/05/2004 e na IN SRF n° 441, de 11/08/2004, não condicionarem a fruição do benefício à escrituração do RAIPI, por certo, esse procedimento é o mínimo que se pode esperar de um estabelecimentoque se diz industrial e que deseja se aproveitar dos benefícios legais. Para mim, não vale o argumento trazido pela DRJ de que o artigo 16 da citada IN SRF n° 419, de 2004, conteria a regra para a obrigatoriedade do RAIPI, visto que o referido dispositivo foi direcionado para empresas industriais que possuem mais de um estabelecimento7, o que, até onde se sabe pelos presentes documentos, não é o caso. Por conta desses argumentos, direciono meu voto no sentido de reconhecer que o estabelecimento é industrial, embora deva enfrentar outros argumentos do Fisco mais adiante (...). (...).Tampouco, acrescento, consta de sua razão social. Mas, para mim, isso não se reveste em condição essencial para que determinada empresa seja considerada ou não como executora de operações de industrialização; o que deve prevalecer são os atos que pratica, não os que se dispôs a praticar, embora seja salutar que haja tal coincidência entre ambos. Como dito acima, resta agora deliberar sobre o outro argumento utilizado pela DRF para negar o direito ao crédito presumido, qual seja, o fato de, nas notas fiscais de aquisição de matériaprima (madeira), constar a expressão "para exportação", o que estaria a indicar que o fornecedor não seria contribuinte do PIS/Pasep e da Cofins, e, portanto, não haveria que se falar em restituição de ditas contribuições sob a forma do crédito presumido de IPI em favor da ora Recorrente. Realmente, na totalidade das notas fiscais de aquisição de madeira consta, na descrição dos produtos, a expressão "madeira para exportação". Além disso, também consta no campo "Informações Complementares" das ditas notas fiscais, um carimbo com os dizeres: 'Mercadoria destinada à exportação. Não incidência do I.C.M.S. conforme Lei n](...)'. Fl. 662DF CARF MF Processo nº 10280.004248/200606 Acórdão n.º 3401003.236 S3C4T1 Fl. 658 9 A Recorrente se defende, primeiro, dizendo que os profissionais que preenchem os documentos fiscais nem sempre são providos de condições para compreender a língua portuguesa, que reputa complexa mesmo para especialistas, de modo que, onde está escrito "madeira para exportação", deve se entender "madeira tipo exportação". Ou seja, não seria a nota fiscal de entrada o fator determinante para se definir se haveria ou não industrialização por parte do adquirente. Divirjo da Recorrente quanto aos seus argumentos, mas, ao final das contas, concluo no mesmo sentido, já que, para mim, o significado daquela expressão "madeira para exportação" é um só, qual seja, tratase, efetivamente, de madeira que, industrializada ou não, terá como destino final o exterior, o que não significa dizer que o fornecedor emitente desta nota estará livre do pagamento do PIS/Pasep e da Cofins, pois, afinal, não terá sido ele o exportador, mas sim o estabelecimento para o qual ele forneceu as madeiras. Em outras palavras, o fornecedor da ora Recorrente, ao lhe vender as madeiras não incorreu numa operação imune à incidência do PIS/Pasep e da Cofins, já que realizou uma venda no mercado interno, e isso pode ser comprovado pela natureza da operação (venda) e o CFOP que inseriu nas suas notas fiscais (5.11, que indica venda no mercado interno). Assim, afasto também o argumento da autoridade fiscal de que as matérias primas adquiridas não sofreram a incidência do PIS/Pasep e da Cofins, podendo, em princípio integrar a base de cálculo para determinação do crédito presumido de IPI." (seleção e grifos nossos). 12. Contudo, ainda que concorde com os argumentos acima formulados, assiste razão à autoridade de primeira instância administrativa na medida em que a descrição do produto nas notas fiscais de entrada e nas notas fiscais de saída é praticamente a mesma, indício de que não teria ocorrido industrialização, mas simples operação de compra e venda, não sendo possível se afirmar, com clareza, se ocorreu uma ou outra. 13. Não havendo certeza sobre os fatos, o reconhecimento do direito ao ressarcimento está condicionado à produção de material probatório mínimo que dê sustentação às alegações formuladas pela recorrente, não sendo possível se afirmar com a clareza necessária nem o crédito a que a contribuinte teria direito, nem se a totalidade das matérias primas indicadas teriam efetivamente passado pelo processo de beneficiamento 14. Neste sentido, principalmente em razão da ausência dos livros Registro de Apuração do IPI e do Registro de Entradas e de Saídas, uma vez que as repetidas tentativas de intimação da contribuinte e da pessoa de seus sócios resultaram infrutíferas, e em que pese reconhecer expressamente a contribuinte como produtora exportadora, não há como reconhecer o crédito por ela pleiteado em virtude de carência de material probatório apto a fundamentar que as operações praticadas pela recorrente consistiram em industrialização e não simples revenda de mercadoria. 15. Assim, voto por conhecer e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário interposto. Fl. 663DF CARF MF 10 Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Fl. 664DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.721609/2013-04
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 1302-000.470
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO - Presidente.
(assinado digitalmente)
ALBERTO PINTO SOUZA JÚNIOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Terceira Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 16327.721609/2013-04
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5717515
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1302-000.470
nome_arquivo_s : Decisao_16327721609201304.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 16327721609201304_5717515.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO - Presidente. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JÚNIOR - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
dt_sessao_tdt : Tue Mar 21 00:00:00 UTC 2017
id : 6744307
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:59:09 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948571111424
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1522; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 22.911 1 22.910 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.721609/201304 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1302000.470 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 21 de março de 2017 Assunto Saneamento. Recorrente BANCO CITIBANK S/A Interessado FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, unanimidade de votos, em CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Presidente. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JÚNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (Relator), Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Versa o presente processo sobre recurso voluntário, interposto pelo contribuinte em face do Acórdão nº 1658.946 da 10ª Turma da DRJ/RJ2, o qual foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 DESPESAS OPERACIONAIS. COMPROVAÇÃO DO EFETIVO DESEMBOLSO E DA NECESSIDADE E USUALIDADE. A contribuinte deve comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, o efetivo desembolso dos valores deduzidos como despesas, bem como o atendimento aos requisitos legais de dedutibilidade dos valores. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 27 .7 21 60 9/ 20 13 -0 4 Fl. 22927DF CARF MF Processo nº 16327.721609/201304 Resolução nº 1302000.470 S1C3T2 Fl. 22.912 2 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2008 DEMAIS TRIBUTOS. MESMOS EVENTOS. DECORRÊNCIA. A ocorrência de eventos que representam, ao mesmo tempo, fato gerador de vários tributos impõe a constituição dos respectivos créditos tributários, e a decisão quanto à real ocorrência desses eventos repercute na decisão de todos os tributos a eles vinculados. Assim, o decidido quanto ao IRPJ aplicase à CSLL dele decorrente. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 PROVA DOCUMENTAL. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, exceto se a impugnante demonstrar, via requerimento à autoridade julgadora, a ocorrência das condições previstas na legislação para apresentação de provas em momento posterior. IMPUGNAÇÃO. ALEGAÇÕES DESACOMPANHADAS DE PROVA. A impugnação deve estar instruída com todos os documentos e provas que possam fundamentar as contestações de defesa. Alegações desacompanhadas de documentos comprobatórios não são suficientes para infirmar a procedência do lançamento questionado. AUTO DE INFRAÇÃO. VALIDADE. Satisfeitos os requisitos do art. 10 do Decreto 70.235/72 e não tendo ocorrido o disposto no art. 59 do mesmo decreto, válidos são os autos de infração. DOCUMENTO ELABORADO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA. NECESSIDADE DE TRADUÇÃO JURAMENTADA. Não se toma conhecimento de documento em idioma estrangeiro desacompanhado da respectiva tradução juramentada. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2008 CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. LANÇAMENTOS VÁLIDOS. Tendo a ciência da autuação ocorrido no prazo de cinco anos do fato gerador do IRPJ e da CSLL, são válidos os lançamentos, qualquer que seja a regra de contagem do prazo decadencial prevista no CTN. DESTRUIÇÃO DE DOCUMENTOS CONTÁBEIS E FISCAIS. A alegação de destruição de documentos em decorrência de incêndio não exonera a contribuinte de suas obrigações fiscais de conservação de livros e documentação de suporte se não observados os requisitos legais previstos em tais circunstâncias, quais sejam, publicar, em jornal de grande circulação do local do seu estabelecimento, aviso concernente ao fato e deste dar minuciosa informação, dentro de quarenta e oito horas, ao órgão competente do Registro do Comércio, remetendo cópia da comunicação ao órgão da Receita Federal de sua jurisdição. JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subsequente ao do vencimento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A recorrente, cientificada do Acórdão nº 1658.946 em 30/06/2014 (Termo a fls. 958), interpôs, em 31/07/2014 (vide Termo a fls. 1086), recurso voluntário (doc. a fls. 974 e segs.), o qual aduz, em apertada síntese, as seguintes razões de defesa: a) em preliminar, que o lançamento foi atingido pela decadência, pois, conforme se infere das telas obtidas pelo ECAC do recorrente no sítio da RFB, até 07/01/2014 Fl. 22928DF CARF MF Processo nº 16327.721609/201304 Resolução nº 1302000.470 S1C3T2 Fl. 22.913 3 não havia sido acostado nenhum documento ao processo administrativo ora combatido, pois o Auditor apenas inseriu os referidos documentos nos dias 09 e 10 de janeiro; b) quanto às provas apresentadas: b.1) que, não obstante o incêndio noticiado pela recorrente em 4 de julho de 2011 na empresa Interfile Gestão de Documentos e Processos Ltda., conforme notícia publicada no Diário Comércio Indústria & Serviços e respectivo Boletim de Ocorrência (documentos acostados ao presente processo administrativo), que destruiu seus documentos legais, contábeis e relativos a apuração de impostos federais e municipais, próprios e de terceiros, arquivados desde o ano de 1982 a 2011, o recorrente de boafé se empenhou ao máximo para apresentar todos os documentos solicitados pela fiscalização em tempo hábil, os quais sequer foram analisados de forma individualizada pela recorrida e pela Autoridade Julgadora; b.2) que não restou outra alternativa senão a contratação de empresa de auditoria (KPMG), para elaboração de Termo de Constatação e documentos anexos em mídia digital (Doc. 1) com a finalidade de verificação dos documentos disponibilizados pelo recorrente no curso da fiscalização, a fim de atestar o efetivo desembolso dos valores deduzidos com despesas pelo recorrente; b.3) que a recorrente apresenta ainda tradução juramentada do contrato da recorrida com a American Airlines (doc. 02), ressaltando, desde já que a cópia do contrato em inglês e português já foram acostadas quando da apresentação da impugnação; b.4) que, ainda que se considere que a documentação acostada aos autos pelo recorrente foi posteriormente à interposição de sua defesa inaugural, deve ser objeto de apreciação por esse Tribunal, conquanto que pertinentes e capazes de afastar parte ou integralmente a exigência fiscal consubstanciada no lançamento; c) quanto ao “Auto RewardsCards”: c.1) que tratase de um programa de recompensa vinculado ao uso dos cartões de crédito oferecidos pelo recorrente, pelo qual o cliente acumula pontos para o resgate na compra de um carro novo, contratação de seguro veículo e compra de peças para os automóveis; c.2) que a prática visa também a fidelização dos clientes, sendo que, como forma de prestigiar seus melhores clientes, a quantidade de pontos gerados nas compras varia de acordo com o tipo de cartão detido pelo cliente, que, por sua vez, depende da renda deste, conforme regulamento; d) quanto à “Divisão de Comissões e Soft Dolar (Cartão Afinidades)”: d.1) que se referem ao program de recompensas firmado entre o recorrente e a American Airlines; d.2) que, por esse programa, o valor da fatura do cartão de crédito é convertido em pontos, os quais, por sua vez, podem ser trocados por passagens aéreas; Fl. 22929DF CARF MF Processo nº 16327.721609/201304 Resolução nº 1302000.470 S1C3T2 Fl. 22.914 4 d.3) que a política de conversão entre o valor da fatura e pontos visa privilegiar os melhores clientes do recorrente, pois aqueles que possuem o cartão do tipo “Black”tem para cada USD 1,00 gasto, 1,5 milhas; o cliente que possui o cartão do tipo “International” tem para cada USD 1,00 gasto, 1 milha correspondente; e) quanto às “Despesas de Fidelização e Reembolso de CPMF”: e.1) que decorrem do produto “cash management”, o qual consiste na gestão de caixa de clientes do banco, além de serviços de cobrança, recebimentos e pagamentos; e.2) que o instrumento financeiro “cash management”oferecido pelo recorrente aos seus clientes do Corporate consiste numa forma de coordenação dos fluxos financeiros da carteira de contas a receber e a pagar e inclui a realização de cobranças, a efetivação de pagamentos, o envio de boletos e disponibilização de numerário (para liquidação de pagamentos), entre outros recursos, sendo que a relação é formalizada em contrato próprio junto aos clientes do recorrente, que o remuneram de acordo com os valores ali determinados; e.3) que, para angariar interessados no produto, o recorrente oferece um “bonus pela preferência” ou um rebate àqueles clientes que optam por direcionar seus fluxos de direitos e obrigações à instituição, sendo que o oferecimento desta vantagem fianceira tem como única finalidade a captação de recursos; f) quanto as despesas com os programas de recompensa “Auto Rewards Cards” e “Divisão de Comissões e Soft Dolar (Cartão Afinidades)”: f.1) que a autoridade julgadora aduz que os documentos apresentados no curso da fiscalização não se prestariam a comprovar o efetivo desembolso das despesas em análise e que não teria sido apresentada a tradução juramentada do contrato firmado entre o recorrente e a American Airlines, o que não se pode aceitar, conforme adiante será exposto; f.2) que reconheceu “a Autoridade Julgada que tais despesas cumpririam com todos os requisitos do art. 299/RIR, matéria não invocada e não contestada na decisão recorrida”[sic]; f.3) que alegam a Autoridade Fiscal e Julgadora que o recorrente não teria apresentado documentação hábil que comprovasse a efetividade da despesa, o que, data maxima vênia, não deve jamais prevalecer; f.4) que o recorrente apresentou, no curso da fiscalização: i) invoices (“Advantage Program Invoice”) que confirmam o efetivo pagamento à American Airlines da milhagem adquiridas pelos clientes do recorrente (documentos acostados ao processo administrativo), o que demonstrou que o montante pago através das invoices perfaz o valor constante da conciliação entregue à fiscalização quando da resposta ao Termo de Intimação nº 39; e ii) avisos de lançamentos, ou seja, documentação informando que os valores foram depositados na conta American Airlines; iii) cópia do contrato firmado com a American Airlines, no qual ficam estabelecidas as condições de pagamento da American Airlines; f.5) que não há como aceitar que deixou de ser comprovada a efetividade das despesas incorridas pelo recorrente, pela vasta documentação apresentada pelo recorrente no curso da fiscalização, o que foi, inclusive confirmado pelo relatório de constatação e documentos anexos em mídia digital (doc. 01) elaborado pela KPMG; Fl. 22930DF CARF MF Processo nº 16327.721609/201304 Resolução nº 1302000.470 S1C3T2 Fl. 22.915 5 f.6) que é importante ressaltar que ambas as despesas são decorrentes de parcerias entre o recorrente e terceiros, no qual o recorrente se compromete a pagar seus parceiros pelos benefícios gozados dos seus clientes, em outras palavras, os pontos angariados pelos clientes somente eram convertidos em benefícios, pois o recorrente pagava aos parceiros o montante correspondente aos pontos, sendo que, se não houvessem pagamentos por parte do recorrente, as parcerias teriam sido rompidas e os pontos não seriam convertidos; f.7) que, com relação às despesas de resgate “Auto RewardsCards”, a autoridade julgadora aduz que os documentos apresentados pelo recorrente não comprovam o efetivo desembolso das referidas despesas, o que o recorrente não pode concordar; f.8) que se trata de um programa de recompensa no qual o cliente acumula pontos para resgate na compra de “carro zero”, contratação de seguro automóvel e compra de peças e serviços para automóveis, conforme regulamento anexo ao presente recurso; f.9) que a contrapartida do lançamento é realizada na conta corrente do Banco, pois conforme fluxo operacional, o Black Office efetua débito dos pontos solicitados para resgate no sistema recompensa e efetua envio do valor para a conta corrente através de transferência bancárias (clientes do recorrente); f.10) que, com relação à despesa de Soft Dolar, é importante destacar que o Termo de Constatação elaborado por Auditores Independentes verificou que o saldo total registrado na conta “Despesa com Profit Sharing # 6.81.999.00.877.8” (R$ 36.766.578,36) contempla as despesas estimadas e não estornadas no ano de 2008, bem como os pagamentos efetivos realizados para determinados períodos; f.11) que tal estudo tomou por base a composição elaborada pela auditoria (valores registrados na conta Despesa com Profit Sharing com os valores informados na Base do Lançamento Contábil de Clientes Beneficiados da American Airlines de 2008) e, porintermédiodos valores dos benefícios mensais efetivamente pagos (descritos na “Base do Lançamento Contábil de Clientes Beneficiados da American Airlines de 2008”), realizando a reconciliação de todos os valores envolvidos e não verificou quaisquer diferenças não justificadas; f.12) que ficou demonstrado no Termo de Constatação o efetivo pagamento do recorrente à American Airlines no anocalendário de 2008, não constando qualquer relevante diferenças; g) quanto as Despeas de Fidelização e de Reembolso de CPMF: g.1) que a decisão recorrida igualmente aduz que a relação de documentos apresentados na impugnação (lançamento contidos nas listagens de fls. 888889) não comprovariam, por si só, o efetivo desembolso de cada valor deduzido como despesa, nem os respectivos créditos nas contas de cada cliente e que o simples registro contábil não constituiria elemento suficiente para a comprovação dos atos e fatos administrativos, devendo a escrituração ser fundamentada em comprovantes hábeis; g.2) que as despesas referentes à fidelização e reembolso de CPMF são rebates oferecidos aos clientes, ou seja, um percentual calculado sobre as receitas geradas por cada cliente que é devolvido; Fl. 22931DF CARF MF Processo nº 16327.721609/201304 Resolução nº 1302000.470 S1C3T2 Fl. 22.916 6 g.3) que os clientes do Corporate recebem de volta um pedaço da receita gerada por suas movimentações financeiras; g.4) que, no TIF nº 35, foi apresentado relação com 393 itens de despesas para 57 clientes, sendo que o total de despesas por clientes está conciliado com o total de despesas deduzidas; g.5) que apresentou ainda, relatório informando o total do crédito bruto, líquido, imposto de renda retido na fonte, data e número de conta, comprovante que os valores foram efetivamente creditados nas contas; g.6) que os Autuantes ignoraram a vasta documentação apresentada pela recorrente; g.7) que a decisão recorrida assevera que as referidas despesas não seriam dedutíveis, pois não são necessárias nem usuais à atividade da instituição financeira; g.8) que a operação realizada pelo recorrente trata justamente do momento em que a instituição angaria recursos, atraindo para a sua casa bancária a movimentação de numerário decorrente de contas a receber e a pagar de seus clientes para posterior aplicação por meio de diversos instrumentos; g.9) que é válido ressaltar que o produto de “cash management” ocorre no âmbito de uma contacorrente, que gera depósitos à vista para a instituição, sendo que o fulcro do referido bônus é atrair maiores volumes de depósitos; g.10) que o depósito à vista constituem a forma mais clássica de captação de recursos por parte dos bancos, neste sentido, ensina a doutrina econômica; g.11) que atividades como a realizada no âmbito do cash management são consideradas exclusivas de instituições financeiras, nos termo s do artigo 17, da Lei 4.595/64; g.12) que esse processo busca conferir maior eficiência na gestão do contas a pagar e a receber e, ao mesmo tempo, permite que a instituição financeira se beneficie dos recursos captados durante o período entre a coleta e o pagameno dos débitos (“float bancário”); g.13) que a alínea “m” do inciso II da Carta Circular BACEN/DENOR/BACEN nº 3.316/08 traz uma definição suficientemente ampla para abarcar as despesas incorridas pelo recorrente, aind aque ela fosse considerada uma mera prestação de serviços; g.14) que, em sede de impugnação, o recorrente apresentou todos os registros do ano de 2008 que refletem com precisão o efetivo desembolso das despesas por ele incorridas a título de fidelização e reembolso de CPMF que, somados ao relatório de constatação (e documentos anexo em mídia digital) demonstra total improcedência do lançamento fiscal ora combatido; g.15) que a escrituração regular faz prova a favor do contribuinte, conforme dispõe o art. 923 do RIR/99; Fl. 22932DF CARF MF Processo nº 16327.721609/201304 Resolução nº 1302000.470 S1C3T2 Fl. 22.917 7 g.16) que o mero fato de que o benefício de cash management ter sido oferecido para apenas 0,7% dos clientes Corporate não desnatura a sua essencialidade, haja vista se tratar de uma decisão de fidelização estratégica do recorrente que não cabe à autoridade julgadora analisar, razão pela qual deve ser considerada como uma despesa dedutível para fins de IRPJ e CSLL; h) que é impossível aplicar juros de mora sobre multa de ofício; i) que requer a nulidade do lançamento em razão da decadência do direito de constituir o crédito tributário e, caso assim não se entenda, que seja dado provimento integral ao recurso voluntário, para reconhecer a dedutibilidade das despesas em tela, bem como a inaplicabilidade dos juros sobre a multa de ofício; i.1) que, caso os Conselheiros entendam necessária a análise dos documentos fiscais e contábeis apresentados desde a impugnação e até agora ignorados pelas autoridades fiscais e julgadoras, a recorrente requer seja determinada diligência, para que se afaste qualquer dúvida sobre dedutibilidade das despesas em questão; i.2) que requer a juntada do Termo de Constatação elaborado pela KPMG e documentos anexos em mídia digital, bem como cópia da tradução juramentada do contrato da American Airlines. É o relatório. Conselheiro Alberto Pinto S. Jr.. A recorrente tomou ciência do Acórdão nº 1658.946 em 30/06/2014 (segundafeira), conforme Termo a fls. 958, logo, o prazo para interposição de recurso voluntário começou a correr em 01/07/2014 (terçafeira) e findou em 30/07/2014 (quartafeira), razão pela qual se conclui que é INTEMPESTIVO o recurso voluntário interposto em 31/07/2014 (quintafeira), conforme Termos a fls. 959 e 1086. No entanto, o Chefe da EAC1/Dicat/Deinf/SPO, no despacho a fls. 22875, sustenta que o recurso é tempestivo. Diante dessa contradição entre o despacho acima e os documentos que constam dos autos, voto por converter o julgamento em diligência, para que a DEINF/SPO se manifeste sobre as razões pelas quais considerou o recurso tempestivo em contradição ao que se conclui dos termos a fls. 959 e 1086. Após cumprida a diligência, a DEINF/SPO deve cientificar a recorrente do relatório final de diligência e concederlhe prazo para se manifestar nos autos. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 22933DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.009929/2004-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 15 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3402-001.006
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Esteve presente ao julgamento a Dra. Camila Abrunhosa Tapias, OAB/SP nº 224.124.
Antonio Carlos Atulim - Presidente
Diego Diniz Ribeiro - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 15 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10380.009929/2004-62
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5720423
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 15 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3402-001.006
nome_arquivo_s : Decisao_10380009929200462.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : DIEGO DINIZ RIBEIRO
nome_arquivo_pdf_s : 10380009929200462_5720423.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Esteve presente ao julgamento a Dra. Camila Abrunhosa Tapias, OAB/SP nº 224.124. Antonio Carlos Atulim - Presidente Diego Diniz Ribeiro - Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2017
id : 6750944
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:59:38 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948585791488
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1714; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10380.009929/200462 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402001.006 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 27 de abril de 2017 Assunto Decadência Recorrente M. DIAS BRANCO INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA Recorrida UNIÃO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Esteve presente ao julgamento a Dra. Camila Abrunhosa Tapias, OAB/SP nº 224.124. Antonio Carlos Atulim Presidente Diego Diniz Ribeiro Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório 1. Por bem retratar os fatos narrados nos autos, utilizo como meu o relatório desenvolvido pelo Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, quando da lavratura do acórdão n. 3402002.415 (fls. 928/936), o que passo a fazer nos seguintes termos: O processo trata de auto de infração formalizado para constituir os créditos tributários referentes às diferenças apuradas entre o valor escriturado e o valor declarado/pago, o procedimento de verificações obrigatórias. A 4ª Turma da Delegacia de Julgamento de São Paulo manteve em parte o lançamento tributário nos termos do Acórdão nº 6.274, de 20 de maio de 2005. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .0 09 92 9/ 20 04 -6 2 Fl. 1707DF CARF MF Processo nº 10380.009929/200462 Resolução nº 3402001.006 S3C4T2 Fl. 3 2 A 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário do sujeito passivo, nos termos do Acórdão nº 3402001.846, de 18 de julho de 2012, cuja ementa abaixo reproduzo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 Ementa: BASE DE CÁLCULO. ALARGAMENTO. APLICAÇÃO DE DECISÃO INEQUÍVOCA DO STF. POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, podese afastar a aplicação de dispositivo de lei que tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária do Supremo Tribunal Federal. Afastado o disposto no §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, com trânsito em julgado, a base de cálculo do PIS e da Cofins, até a vigência das Leis nº 10.637/2002 e nº 10.833/2003, voltou a ser o faturamento, assim compreendida a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e de mercadorias e de serviços. A Fazenda Pública opôs embargos de declaração sob alegação de omissão da decisão acima mencionada quanto a inclusão na base de cálculo da Cofins do ICMS –Substituição Tributária, da subvenção para custeio e investimento e das variações cambiais ativas. Segundo a embargante, a decisão deu provimento ao recurso sem, contudo, atentar para a natureza específica e peculiaridades das receitas envolvidas, variações cambiais, subvenção de custeio e investimento e ICMS – Substituição Tributária. Defende a embargante que a subvenção para custeio deve fazer parte da base de cálculo da Cofins por ser considerada receita operacional. As receitas oriundas das variações cambiais ativas, por se caracterizarem acessórias das receitas de exportações devem fazer parte do conceito de faturamento e ser tributada pela Cofins. Por derradeiro, afirma a embargante que o ICMS – Substituição Tributária deve fazer parte da base de cálculo da exação, uma vez que a legislação interna do Estado do Ceará não estipulou o quantum foi pago na condição de contribuinte e o quantum foi pago na condição de substituto tributário. (...). 2. Uma vez processado, os embargos de declaração interpostos pela União foram julgados procedentes, nos termos abaixo indicados: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 Ementa. Fl. 1708DF CARF MF Processo nº 10380.009929/200462 Resolução nº 3402001.006 S3C4T2 Fl. 4 3 CONSULTA. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. É de observância obrigatória a solução de consulta provocada pelo sujeito passivo, tanto para o consulente como para administração, uma vez que está vinculada a observar a decisão dada à consulta apresentada pelo consulente, já que expressa a sua interpretação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária do terceira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos de declaração e acolhêlos para sanar a omissão, com efeitos infringentes, para dar provimento parcial ao recurso apenas para afastar as receitas oriundas das variações cambiais e das subvenções para custeio e investimento da base de cálculo da Cofins, mantendo no cálculo da exação o valor do ICMS. Votou pelas conclusões o conselheiro Pedro Souza Bispo que entendeu que as subvenções de custeio fazem parte do faturamento, logo, haveria omissão quanto a essa matéria. Declarouse impedido o conselheiro Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva. 3. Não obstante, uma vez intimado desta decisão, o contribuinte interpôs os embargos de declaração de fls. 1.620/1.656 alegando, em suma, os seguintes vícios: · Vícios de Omissão · Ausência de análise do prazo decadencial que fulminou grande parte do crédito tributário · Falta de análise do histórico fático, normativo e legislativo · Não apreciação da efetiva fundamentação contida no auto de infração e da correspondente ausência de fundamentação quanto a suposta infração relacionada ao ICMSST · Desconsideração da mudança de entendimento do Fisco sobre o fundamento da Solução de Consulta n° 46/98 e o provimento judicial favorável à Embargante · Vícios de Contradição · Fundamentação legal diversa à que baseia a autuação · Submissão do contribuinte e do CARF às Soluções de Consulta 4. Em despacho de admissibilidade (fls. 1.676/1.81), o Presidente desta turma julgadora, Conselheiro Antonio Carlos Atulim, admitiu o recurso do contribuinte apenas para sanar suposta omissão em relação à discussão quanto à decadência, o que fez nos seguintes termos: Compulsando o recurso voluntário, fls. 940 a 970, verifico que o ora embargante ofereceu preliminar de decadência pela regra do § 4° do art. 150 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional CTN. Quanto ao mérito, arguiu a inconstitucionalidade declarada pelo STF da ampliação da base de cálculo da Contribuição. Fl. 1709DF CARF MF Processo nº 10380.009929/200462 Resolução nº 3402001.006 S3C4T2 Fl. 5 4 Apoiandose em decisão do STJ no REsp 601.741, a exigência feita no Estado do Ceará quanto à não exclusão dos valores de ICMS Substituição Tributária das bases de cálculo da Cofins é ilegal e dupla. Da mesma forma, insurgiuse contra a incidência da Cofins sobre receitas relativas aos programas de incentivo financeiro implementados pelos governos do Ceará e Rio Grande do Norte ("PROVIN", "PROADI" e "FDI"). Defendeu, de igual modo a exclusão da tributação das receitas de variação cambial. Finalmente, alegou que alguns valores de Cofins pagos pelo contribuinte não foram corretamente computados. Essa rápida revisão permite concluir que o embargante está correto ao inquinar o Acórdão nº 3402002.415 do vício de omissão, no que tange à arguição da preliminar de decadência. Tanto nesta decisão quanto na que ela integrou, a matéria não foi abordada. O vício merece saneamento e, desde já, admitese o apelo ao Colegiado Recursal para que ele seja saneado. A revisão também permite constatar que as demais omissões suscitadas resumemse, na verdade, em manifestações da insatisfação do embargante para com o que foi decidido pelo acórdão embargado. De omissões não se trata, posto que não foram arguidas no recurso voluntário, nem se trata de pontos sobre os quais o Colegiado deveria manifestarse de ofício. (...). A embargante ainda acusa a decisão recorrida de fundarse em legislação distinta da que embasou o lançamento e de vincular o contribuinte e o CARF a soluções de consulta que em nada se refere ao período de janeiro/99 a fevereiro/01, mas a período e norma muito diversos, ou seja, às normas do Protocolo ICMS 46/00 e ao período de março/2001 a dezembro/2003. Ab initio, cumpre gizar que a contradição que “autoriza os embargos de declaração é aquela interna ao acórdão, verificada entre a fundamentação do julgado e a sua conclusão, e não aquela que possa existir, por exemplo, com a prova dos autos” (STJ, REsp 322056), nem “a que porventura exista entre a decisão e o ordenamento jurídico; menos ainda a que se manifeste entre o acórdão e a opinião da parte vencida” (STF, Emb Decl RHC 79785). Assim, no caso, não vislumbro a contradição alegada pelo embargante, na medida em que, conforme consignado, o aludido vício de intelecção deve ser interno, aquilatável entre as proposições manifestadas pelo juízo naquele mesmo julgado, e não eventual divergência entre os fundamentos da decisão e demais provas e fatos do processo, isto é, externo ao julgado. (...). Com essas considerações, forte no § 3° e em face do que dispõe o § 7, todos do art. 65 do RICARF, com a redação que lhe foi dada pela Portaria MF nº 39, de 12 de fevereiro de 2016, admito os embargos interpostos, no que tange à omissão pela falta de apreciação da Fl. 1710DF CARF MF Processo nº 10380.009929/200462 Resolução nº 3402001.006 S3C4T2 Fl. 6 5 arguição de decadência, formulada no recurso voluntário. Portanto, incluase o presente processo em lote para sorteio a um dos conselheiros da 2ª TO/4ª C/3ª S/CARF. (grifos nosso). 5. Diante deste despacho decisório e, ainda, levando em consideração o potencial efeito infringente dos embargos interpostos, esta Turma julgadora, na sua atual composição, veiculou a Resolução n. 3402000.834 (fls. 1.688/1.692) para que a Procuradoria da Fazenda Nacional fosse intimada para, querendo, manifestarse a respeito do recurso interposto. 6. Devidamente intimada, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou sua manifestação as fls. 1.694/1698, oportunidade em que, em suma, alegou inexistir prova do pagamento de tributo a implicar a contagem do prazo decadencial pela regra do art. 150, § 4º do CTN, afastando, por conseguinte, o precedente do STJ formado sob o rito de recursos repetitivos e externado no REsp n. 973.733. 7. É o relatório. Resolução Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 8. O recurso interposto é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. 9. Em suma, a discussão em tela resumese a saber se há ou não razão para convocar a ratio decidendi do precedente exarado pelo STJ no REsp n. 973.733, precedente este que apresenta caráter vinculativo, já que produzido em sede recurso repetitivo. 10. O contribuinte alega que está sujeito a incidência do art. 150, § 4º do CTN, por ter feito pagamentos referentes à exigência de COFINS para o período em cobro (janeiro a setembro de 1999). 11. A União, por seu turno, alega que a simples declaração do tributo, por si só, não dá ensejo a prova de pagamento, a qual seria de responsabilidade do contribuinte, ora embargante. 12. Compulsando os autos, é possível encontrar declarações (DIPJ's e DCTF's) atestando a existência de débitos de COFINS e também de pagamentos deste tributo para os anos de 2000 e seguintes, mas não para o ano de 1999 que, segundo contribuinte, estaria fulminado pela decadência. 13. Tal documentos, embora não façam prova irrefutável do pagamento de COFINS no ano de 1999, são indícios de que, também para aquele período, tais pagamentos foram realizados. 14. Diante deste quadro, em respeito ao princípio da verdade material e, ainda, para evitar a judicialização de uma exigência fiscal que pode ser indevida, o que, por conseguinte, é ofensivo as ideias de eficiência e moralidade pública, entendo por bem converter em julgamento em diligência para que a unidade preparadora apresente nos autos os extratos de eventuais recolhimentos efetuados pelo contribuinte a título de COFINS para o período compreendido entre janeiro e setembro de 1999. Fl. 1711DF CARF MF Processo nº 10380.009929/200462 Resolução nº 3402001.006 S3C4T2 Fl. 7 6 15. Concluída a diligência, o Recorrente deverá ser intimado para eventual manifestação no prazo de 30 (trinta) dias, exatamente como prescreve o art. 35, parágrafo único do Decreto n. 7.574/2011. 16. É a resolução. Diego Diniz Ribeiro Relator. Fl. 1712DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14098.000111/2010-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 27 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007
LANÇAMENTO. DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES. QUANTIFICAÇÃO DA BASE TRIBUTÁVEL. FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
O fisco, ao narrar os fatos geradores e as circunstâncias de sua ocorrência, a base tributável e a fundamentação legal do lançamento, fornece ao sujeito passivo todos os elementos necessários ao exercício do seu direito de defesa, não havendo o que se falar em prejuízo a esse direito ou falta de motivação do ato, mormente quando os termos da impugnação permitem concluir que houve a prefeita compreensão do lançamento pelo autuado.
Numero da decisão: 2201-003.421
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM.
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201702
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 LANÇAMENTO. DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES. QUANTIFICAÇÃO DA BASE TRIBUTÁVEL. FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O fisco, ao narrar os fatos geradores e as circunstâncias de sua ocorrência, a base tributável e a fundamentação legal do lançamento, fornece ao sujeito passivo todos os elementos necessários ao exercício do seu direito de defesa, não havendo o que se falar em prejuízo a esse direito ou falta de motivação do ato, mormente quando os termos da impugnação permitem concluir que houve a prefeita compreensão do lançamento pelo autuado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Mar 27 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 14098.000111/2010-79
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5701435
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Mar 27 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2201-003.421
nome_arquivo_s : Decisao_14098000111201079.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : DANIEL MELO MENDES BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 14098000111201079_5701435.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Carlos Henrique de Oliveira - Presidente Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARCELO MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
id : 6691349
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:57:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948597325824
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1608; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 159 1 158 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 14098.000111/201079 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201003.421 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 07 de fevereiro de 2017 Matéria Contribuições Sociais Previdenciárias Recorrente AGROMON S/A AGRICULTURA E PECUARIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 LANÇAMENTO. DESCRIÇÃO DOS FATOS GERADORES. QUANTIFICAÇÃO DA BASE TRIBUTÁVEL. FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O fisco, ao narrar os fatos geradores e as circunstâncias de sua ocorrência, a base tributável e a fundamentação legal do lançamento, fornece ao sujeito passivo todos os elementos necessários ao exercício do seu direito de defesa, não havendo o que se falar em prejuízo a esse direito ou falta de motivação do ato, mormente quando os termos da impugnação permitem concluir que houve a prefeita compreensão do lançamento pelo autuado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Carlos Henrique de Oliveira Presidente Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ, DIONE JESABEL WASILEWSKI, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARCELO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 09 8. 00 01 11 /2 01 0- 79 Fl. 159DF CARF MF Processo nº 14098.000111/201079 Acórdão n.º 2201003.421 S2C2T1 Fl. 160 2 MILTON DA SILVA RISSO, CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, DANIEL MELO MENDES BEZERRA e RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão nº 1450.837 7a Turma da DRJ/RPO, que julgou improcedente a impugnação. O lançamento em questão referese a contribuições sociais devidas correspondentes à referentes à parte dos segurados incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados e contribuintes individuais, não descontadas pela empresa e não declaradas em Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, relativas ao período de 01 a 12/2007, tudo conforme o Relatório Fiscal – RF e anexos que compõem o AIOP, no montante de R$ 64.435,24 (sessenta e quatro mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e vinte e quatro centavos), consolidado em 17/06/2010. Informa o Relatório Fiscal que os fatos geradores da contribuições aqui cobradas estão detalhados no anexo Relatório de Lançamentos RL, identificando os levantamentos utilizados. Registra ainda o Relatório Fiscal que as GFIP consideradas pela fiscalização foram as últimas transmitidas pela autuada antes do início do procedimento fiscal, que todos os recolhimentos efetuados em GPS, código 2100, assim como os créditos oriundos de LDC – Lançamento de Débito Confessado foram devidamente considerados e aproveitados aos débitos originados pelas informações declaradas em GFIP e os saldos remanescentes foram aproveitados aos débitos constituídos pelos lançamentos relativos aos levantamentos GS e NE, dos quais os recolhimentos efetuados em 31/01/2008 em GPS – competência 03/2007, foram transferidos para as competências 04 e 05/2007, para um melhor aproveitamento do crédito. Relaciona a documentação apresentada pela empresa e que serviu de base para o presente lançamento, entre elas, as folhas de pagamento de 01 a 12/2007, GPS e GFIP de 01/2006 a 12/2007, Livros Diários e Razão 2006 e 2007 e Livros de Entradas, Saídas e Apuração de ICMS 2006 e 2007. O crédito tributário lançado encontrase fundamentado na legislação constante no Fundamentos Legais do Débito FLD. Aduz ainda acerca da formalização de Representação Fiscal para Fins Penais – RFFP, em virtude de ter o sujeito passivo, em tese, incorrido no crime de sonegação de contribuições previdenciárias. Apresentada impugnação ao lançamento, a decisão de primeira instância (fls.96/100) restou ementada nos termos abaixo: CUSTEIO. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DOS SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados e contribuintes individuais a seu serviço e recolher o produto arrecadado. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 14098.000111/201079 Acórdão n.º 2201003.421 S2C2T1 Fl. 161 3 Cientificado do acórdão de primeira instância em 17/07/2014 (fl.102), o sujeito passivo apresentou Recurso Voluntário (fls.103/105) por via postal, tempestivamente, em 18/08/2014, alegando, em síntese, que: A decisão deve ser inteiramente reformada tendo em vista que o lançamento não foi claramente fundamentado. Os fatos geradores não foram apresentados e explicitados pela fiscalização, além de não ter sido indicadas as contas contábeis e os livros que serviram de apoio para a apuração da base de cálculo das contribuições previdenciárias lançadas sobre os pagamentos a contribuintes individuais e relativas às contribuições cobradas incidentes sobre a comercialização e aquisição de produção rural. Reitera os argumentos apresentados na impugnação, alegando que a autuação dever ser cancelada por estar eivada de vícios insanáveis de legalidade e de forma. Por fim, requer o acolhimento e provimento do presente recurso para o fim de que seja cancelado o débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Daniel Melo Mendes Bezerra, Conselheiro Relator Admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Da Alegação de Nulidade do Lançamento A insurgência da recorrente fundase exclusivamente em atacar os aspectos formais do lançamento. No seu entendimento, não houve a devida fundamentação. Os fatos geradores não foram apresentados e explicitados de forma adequada, além de não ter sido indicadas as contas e os livros contábeis que serviram de apoio para a apuração da base de cálculo das contribuições previdenciárias lançadas sobre os pagamentos a contribuintes individuais e relativas às contribuições cobradas incidentes sobre a comercialização e aquisição de produção rural. Tais fatos, no seu entendimento, acarretam cerceamento ao direito de defesa, eivando o lançamento de vício insanável que levaria a sua nulidade. Essas questões, já apresentadas por ocasião da impugnação, são renovadas em sede recursal. Tais argumentos foram rechaçados com propriedade pela decisão de piso, nos termos seguintes: Os valores lançados através do levantamento GS, referemse a fatos geradores informados em GFIP entregue em 15/04/2009 e, posteriormente, substituída pela empresa, com a entrega de nova GFIP. A identificação de que a GFIP considerada foi a entregue nesta data está no Relatório de Lançamentos – RL, mês a mês, onde a fiscalização aponta que ali obteve os valores Fl. 161DF CARF MF Processo nº 14098.000111/201079 Acórdão n.º 2201003.421 S2C2T1 Fl. 162 4 que serviram de base para os montantes cobrados sob este levantamento. Em consulta aos sistemas informatizados da Receita Federal do Brasil – RFB, sistema GFIP Web, temse que os segurados empregados informados nesta GFIP não se encontram informados na GFIP considerada pela fiscalização durante a ação fiscal, qual seja, a última entregue antes do início do procedimento fiscalizatório. Assim, em todos os meses de 2007, a empresa informou na GFIP de 15/04/2009 uma relação de empregados que não se encontram informados na GFIP válida. Por isso, a identificação do levantamento GS, como sendo de remunerações de segurados empregados declarados em GFIP substituída. Todas as informações relativas às GFIP foram produzidas pela própria empresa, portanto, são de seu domínio esses fatos, o que descarta a alegação de cerceamento de defesa. Já com relação ao levantamento NE, os valores aqui considerados estão demonstrados no Anexo I ao Termo de Intimação Fiscal TIF nº 1, de 16/03/2010, de fls. 37 e 38, e que a própria empresa, em resposta ao referido TIF, às fls. 44 a 46, reconhece a divergência encontrada pela fiscalização entre a folha de pagamento e a GFIP, e dispõe que tal fato ocorreu por desatenção do departamento de processamento da folha de pagamento. Ou seja, a própria empresa reconhece a incorreção verificada pela fiscalização, demonstrada no Anexo I, e cobrada através do levantamento NE, não cabendo, novamente, se falar em cerceamento de defesa da impugnante. Em continuidade, aduz ainda a impugnante que não houve a indicação do objeto dos serviços prestados pelos contribuintes individuais e, que na relação das bases de cálculo informadas no RL, constam Notas Fiscais de Pessoas Jurídicas, incompatíveis com serviços prestados por pessoas físicas. Não merecem prosperar tais argumentações. A fiscalização informou no item 5 do RF quais os documentos examinados que subsidiaram a ação fiscal e o presente lançamento, indicando as folhas de pagamento de 01 a 12/2007, GPS e GFIP de 01/2006 a 12/2007, Livros Diários e Razão 2006 e 2007 e Livros de Entradas, Saídas e Apuração de ICMS 2006 e 2007. Estão indicados no RF os Livros contábeis utilizados no lançamento, além das folhas de pagamento, GFIP e GPS e há a indicação das contas contábeis onde se constatou os serviços prestados por contribuintes individuais, na planilha Anexo II do TIF nº 1, datado de 16/03/2010. Além disso, analisandose o Relatório de Lançamentos – RL e as planilhas que fizeram parte do TIF nº 01, verificase a identificação dos segurados contribuintes individuais, referências ao serviço prestado em diversos casos, e/ou referências à numeração do documento que embasou a cobrança, valores de base de cálculo, não vislumbra este julgador qualquer óbice à defesa da autuada. Assim, estão Fl. 162DF CARF MF Processo nº 14098.000111/201079 Acórdão n.º 2201003.421 S2C2T1 Fl. 163 5 suficientemente identificados os fatos geradores que motivaram o presente AIOP relativamente aos contribuintes individuais. Registrese ainda que a resposta da empresa ao TIF nº 1, às fls. 44 a 46, informa que os contribuintes individuais que lhe prestaram serviços, constantes na relação fornecida pela fiscalização no Anexo II ao TIF e que embasam o presente AIOP, não foram incluídos em GFIP e folha de pagamento, por se tratarem de valores pequenos e que foram pagos pelo escritório administrativo localizado no MT, e que, por erro de procedimento, essas informações não foram repassadas ao escritório do Rio de Janeiro. Portanto, a própria empresa assume que os serviços foram efetivamente prestados e nenhuma razão existe para que se declare improcedente os respectivos lançamentos. Também a alegação genérica da impugnação de que existiriam Notas Fiscais de Serviço de pessoas jurídicas na relação das bases de cálculo apresentadas pela fiscalização no RL, não se mostra adequada, já que analisando as informações contidas no referido anexo, este julgador não identificou a qual serviço prestado aqui lançado se referiu a defendente, não se constata o afirmado pela empresa, nem ela traz elementos que comprovem suas alegações. Por fim, a disposição da impugnante de que a fiscalização não identificou se a alíquota utilizada para determinação das contribuições aqui lançadas relativamente aos contribuintes individuais foi a mínima ou se os descontos foram apurados em alguma documentação, também não prospera, Primeiro, porque a alíquota que a empresa deveria ter retido das remunerações dos contribuintes individuais a seus serviços é única no montante de 11%, e, segundo, porque o anexo Fundamentos Legais do Débito FLD informa toda a legislação que embasa essa cobrança, inclusive sobre a alíquota a ser aplicada, não cabendo se acatar a alegação da impugnante. Incabível, assim, a alegação de que estamos diante de lançamentos maculados por vício insanável em decorrência de cerceamento de defesa da impugnante. Não há qualquer dúvida nos autos que os lançamentos efetuados foram devidamente motivados, de forma clara e com fatos geradores explicitados conforme disposto acima, não cabendo se acatar o requerido pela empresa, que, em função de cerceamento do seu direito de defesa, se declare a improcedência dos AIOP que compõem este processo. A recorrente não contra argumentou nenhum aspecto abordado na decisão de primeira instância, limitandose a renovar as alegações esposadas na peça defensiva. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 14098.000111/201079 Acórdão n.º 2201003.421 S2C2T1 Fl. 164 6 Asseverou que a Autoridade Fiscal não se desvencilhou do ônus de provar a ocorrência do fato gerador, por esse motivo o lançamento estaria irremediavelmente marcado com a pecha da nulidade. No entender da recorrente, a nulidade seria também uma decorrência da falta de motivação do ato administrativo de lançamento. A princípio cabe verificar se o presente lançamento foi confeccionado em consonância com o art. 142 do CTN, in verbis: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Do dispositivo transcrito verificase que um dos requisitos indispensáveis ao lançamento é a verificação da ocorrência do fato gerador. De fato, se o fisco não se desincumbir do ônus de demonstrar que efetivamente a hipótese de incidência tributária se concretizou no mundo fático, o lançamento é imprestável. Todavia, não é essa situação que os autos revelam. O relato da auditoria aponta que os fatos geradores das contribuições lançadas foram as remunerações pagas ou creditadas a segurados empregados a contribuintes individuais, reconhecendo a própria recorrente que tais valores não foram pagos. A comprovação do pagamento das referidas parcelas foi obtida com esteio na documentação fornecida pela notificada no decorrer da auditoria, mormente as folhas de pagamento e os registros contábeis. Nesse sentido, vejo que o Auto de Infração e seus anexos demonstram a contento a situação fática que deu ensejo à exigência fiscal, inclusive os elementos que foram analisados para se identificar a ocorrência dos fatos geradores. Não é exaustivo salientar que as bases de cálculo se encontram bem explicitadas no Relatório de Lançamentos. As alíquotas podem ser visualizadas sem dificuldades pela leitura do Discriminativo Analítico o Débito DAD. O Relatório Fundamentos Legais do Débito traz a discriminação, por período, da base legal utilizada para constituição do crédito previdenciário, além de que no próprio corpo do relatório fiscal houve menção aos dispositivos que levaram a auditoria a concluir pela concretização da hipótese de incidência tributária. Por outro lado, o sujeito passivo, embora alegue o defeito no lançamento, não especifica qual o ponto que, por não ter a clareza e precisão suficientes, veio a acarretar prejuízo ao seu direito de defesa. Assim, não enxergo motivo para que se anule o Auto de Infração sob julgamento, posto que os requisitos formais e a motivação apresentadas foram suficientes para Fl. 164DF CARF MF Processo nº 14098.000111/201079 Acórdão n.º 2201003.421 S2C2T1 Fl. 165 7 que o sujeito passivo exercesse o seu direito de defesa com amplitude, nem mereça reforma a decisão de primeira instância. Conclusão Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Fl. 165DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.726141/2014-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2201-000.247
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência nos termos do voto do Relator
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10830.726141/2014-41
conteudo_id_s : 5715105
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 02 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2201-000.247
nome_arquivo_s : Decisao_10830726141201441.pdf
nome_relator_s : CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
nome_arquivo_pdf_s : 10830726141201441_5715105.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência nos termos do voto do Relator
dt_sessao_tdt : Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
id : 6735143
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:51 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948713717760
conteudo_txt : Metadados => date: 2017-03-31T16:38:18Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; pdf:docinfo:title: RICARDO FORTUNADO ZEGANIN.pdf; xmp:CreatorTool: PDFCreator Version 1.4.2; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CARF; dcterms:created: 2017-03-31T16:38:18Z; Last-Modified: 2017-03-31T16:38:18Z; dcterms:modified: 2017-03-31T16:38:18Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; title: RICARDO FORTUNADO ZEGANIN.pdf; xmpMM:DocumentID: uuid:f23deb56-188b-11e7-0000-d4878b41c87f; Last-Save-Date: 2017-03-31T16:38:18Z; pdf:docinfo:creator_tool: PDFCreator Version 1.4.2; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2017-03-31T16:38:18Z; meta:save-date: 2017-03-31T16:38:18Z; pdf:encrypted: true; dc:title: RICARDO FORTUNADO ZEGANIN.pdf; modified: 2017-03-31T16:38:18Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CARF; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CARF; meta:author: CARF; dc:subject: ; meta:creation-date: 2017-03-31T16:38:18Z; created: 2017-03-31T16:38:18Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; Creation-Date: 2017-03-31T16:38:18Z; pdf:charsPerPage: 2146; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CARF; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2017-03-31T16:38:18Z | Conteúdo => S2-C2T1 Fl. 69 1 68 S2-C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.726141/2014-41 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2201-000.247 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 16 de março de 2017 Assunto IRPF Recorrente RICARDO FORTUNADO ZEGANIN Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Ana Cecilia Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório Trata o presente da Notificação de Lançamento nº 2013/207922308802980, fl. 26 a 30, originária de procedimento efetuado em sede de antecipação Malha Fiscal em que a Autoridade Administrativa identificou infrações à legislação tributária que levaram à seguinte alteração na Declaração apresentada pelo recorrente: a) glosa de IRRF de R$ 3.621,72 incidente sobre os rendimentos recebidos de DESIGN & ARTE - TECNOLOGIA EM SERVIÇOS DIGITAIS LTDA - EPP, CNPJ 08.987.540/0001-12, por não ter o contribuinte comprovado, por meio de documentação hábil, o efetivo ônus do tributo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .7 26 14 1/ 20 14 -4 1 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .7 26 14 1/ 20 14 -4 1 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária março de 2017 RICARDO FORTUNADO ZEGANIN RICARDO FORTUNADO ZEGANIN FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. julgamento em diligência nos termos do voto do Relator. julgamento em diligência nos termos do voto do Relator. Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10830.726141/2014-41 Resolução nº 2201-000.247 S2-C2T1 Fl. 70 2 Inconformado com o lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação de fl. 2, na qual alegou que o valor glosado consta do extrato fornecido pela fonte pagadora, fl. 3, emitido em nome de Anna de Lourdes Ansetti Zeganin. No julgamento em 1ª instância, a Delegacia da Recita Federal de Julgamento em Salvador/BA considerou improcedente a impugnação, por entender que o extrato apresentado não supria a exigência da legislação para fins de comprovação do imposto retido, por não ter sido emitido pela fonte pagadora do rendimento, mas sim pela imobiliária que administra o contrato de locação. Ciente do Acórdão da DRJ em 18 de dezembro de 2014, por meio do recebimento de cópia do processo solicitada em fl. 42, tempestivamente, o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fl. 53, no qual afirma que o IRRF em questão seria decorrente de contrato de aluguel de imóvel de propriedade conjunta com sua esposa. Junta o contrato de locação (fl. 55) e alega que não o apresentou antes por entender que apenas o comprovante apresentado seria suficiente, por já tê-lo apresentado em exercícios anteriores. É o relatório necessário. Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azerdo Embora não conste dos autos, tendo em vista que o recorrente incluiu como dependente a titular dos rendimentos de aluguel em comento, entendo dispensável a comprovação da propriedade conjunta do imóvel alugado. Analisando o Contrato de Locação apresentado, nota-se que o valor da locação seria pago mediante boleto bancário em favor da Administradora Tempus Imóveis. Contudo, não foram apresentados tais documentos ou a comprovação de que o ônus do tributo tenha sido suportado pelo recorrente. Assim, considerando que não há nos sistemas da RFB informações em DIRF que pudessem corroborar o documento juntado em fl. 3, tampouco existem recolhimentos compatíveis com os valores supostamente retidos, voto pela conversão do julgamento em diligência para que a unidade responsável pela administração do tributo adote as seguintes ações: a) Intimar a Administradora Tempus Imóveis para apresentar cópias dos boletos bancários mensais relativos ao aluguel de que trata o contrato de fl. 55, pagos no ano de 2012, em que fiquem demonstrado o valor bruto de cada mensalidade, o valor do IRRF e o valor líquido efetivamente pago pela locatária. Ademais, a Administradora deverá comprovar o depósito em favor da locadora do imóvel, já descontada a taxa de administração e o eventual valor do IRRF; b) Intimar a empresa DESIGN & ARTE - TECNOLOGIA EM SERVIÇOS DIGITAIS LTDA - EPP, CNPJ 08.987.540/0001-12, para apresentar os boletos de quitação do aluguel de que trata o contrato de fl 55 (para toda a vigência do contrato), bem assim para comprovar a declaração do valores em questão em DIRF e o recolhimento dos respectivos IRRF. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10830.726141/2014-41 Resolução nº 2201-000.247 S2-C2T1 Fl. 71 3 Juntados aos autos os documentos acima, o processo deverá retornar a este Conselho para prosseguimento do julgamento, com a ressalva de que, caso a Administradora Tempus Imóveis apresente toda a documentação solicitada e a empresa DESIGN & ARTE - TECNOLOGIA EM SERVIÇOS DIGITAIS LTDA - EPP, CNPJ 08.987.540/0001-12 não demonstre o efetivo recolhimento do tributo retido, cópia do presente deverá ser encaminhada à projeção de Programação para avaliação se a materialidade tributária envolvida justifica a inclusão do contribuinte em Programa de Fiscalização. É como voto. Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Relator Fl. 71DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.726869/2011-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 15/12/2004, 15/01/2005
COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. TRIBUTOS DA MESMA ESPÉCIE.
O aproveitamento do pagamento a maior de um débito para extinção de outros débitos, ainda que do mesmo tributo, só se faz por compensação, incidindo, portanto, os acréscimos legais devidos na compensação após o vencimento do débito.
COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
A correta declaração e o pagamento ou compensação antes de qualquer medida de fiscalização são requisitos para o reconhecimento da denúncia espontânea.
Numero da decisão: 3301-003.218
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pela Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
Liziane Angelotti Meira- Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Valcir Gassen, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
Nome do relator: LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201702
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 15/12/2004, 15/01/2005 COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. TRIBUTOS DA MESMA ESPÉCIE. O aproveitamento do pagamento a maior de um débito para extinção de outros débitos, ainda que do mesmo tributo, só se faz por compensação, incidindo, portanto, os acréscimos legais devidos na compensação após o vencimento do débito. COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A correta declaração e o pagamento ou compensação antes de qualquer medida de fiscalização são requisitos para o reconhecimento da denúncia espontânea.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue May 02 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10680.726869/2011-91
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5715668
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 02 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3301-003.218
nome_arquivo_s : Decisao_10680726869201191.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10680726869201191_5715668.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pela Companhia Energética de Minas Gerais - CEMIG, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente. Liziane Angelotti Meira- Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Valcir Gassen, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 22 00:00:00 UTC 2017
id : 6736026
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:52 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948720009216
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1752; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 338 1 337 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.726869/201191 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3301003.218 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 22 de fevereiro de 2017 Matéria Contribuição para o PIS/Pasep Embargante COMPANHIA ENERGETICA DE MINAS GERAISCEMIG Interessado Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 15/12/2004, 15/01/2005 COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. TRIBUTOS DA MESMA ESPÉCIE. O aproveitamento do pagamento a maior de um débito para extinção de outros débitos, ainda que do mesmo tributo, só se faz por compensação, incidindo, portanto, os acréscimos legais devidos na compensação após o vencimento do débito. COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A correta declaração e o pagamento ou compensação antes de qualquer medida de fiscalização são requisitos para o reconhecimento da denúncia espontânea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pela Companhia Energética de Minas Gerais CEMIG, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. Liziane Angelotti Meira Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcelo Giovani Vieira, Valcir Gassen, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 68 69 /2 01 1- 91 Fl. 338DF CARF MF Processo nº 10680.726869/201191 Acórdão n.º 3301003.218 S3C3T1 Fl. 339 2 Relatório Por economia processual, adoto o relatório da DRJ/BHE no Acórdão 02 46.467 1ª Turma da DRJ/BHE (fls. 231/236): (...) Inicialmente, em 31/08/2007, a interessada transmitiu PER/Dcomp, visando a compensar o(s) débito(s) nele declarado(s), com crédito oriundo de pagamento a maior de PIS, efetuado em 15/07/2004, relativo ao período de apuração de 30/06/2004. A Delegacia da Receita Federal em Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico (fl. 32), em 07/10/2009, no qual não homologa a compensação declarada, sob o argumento de que o pagamento havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação. Em 20/10/2009, a contribuinte tomou ciência do Despacho Decisório (tela à fl. 63) e apresentou, em 19/11/2009, a Manifestação de Inconformidade de fls. 03/06, alegando, em síntese, que a não homologação ocorreu em virtude da não retificação da DCTF referente ao 2º trimestre de 2004, pelo que, para sanar a irregularidade, apresentou, em 04/11/2009, DCTF retificadora, alterando o valor devido da contribuição e apurando, assim, um crédito a compensar, no valor de R$ 448.801,15. Em 27/06/2011, a 1ª Turma desta Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ/BHE) proferiu o Acórdão nº 0233.027, reconhecendo o direito creditório alegado. Em 20/10/2011, a DRF/BHE notificou a contribuinte do Acórdão e da cobrança do saldo devedor remanescente da compensação efetuada. De acordo com o termo de ciência e notificação, a contribuinte teria o prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência, para, “se for o caso”, apresentar Recurso Voluntário ao CARF. Em 24/11/2011, a contribuinte apresentou o Recurso Voluntário (fls. 70/81), em que, em resumo, questiona a incidência de multa e juros de mora sobre os valores compensados, o que resultou na homologação apenas parcial dos débitos, por insuficiência do crédito reconhecido pela DRJ. Em 22/08/2012, a Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) proferiu o Acórdão nº 3302001.773 (fls. 123/128), onde decidiu por não conhecer do Recurso Voluntário, com a orientação de que a petição seja apreciada e decidida inicialmente pela autoridade da RFB de 1ª Instância. Cientificada do Acórdão em 07/05/2013 (AR às fls. 140/141), a contribuinte apresentou nova Manifestação de Inconformidade, Fl. 339DF CARF MF Processo nº 10680.726869/201191 Acórdão n.º 3301003.218 S3C3T1 Fl. 340 3 em 06/06/2013, com os mesmos argumentos já apresentados no documento denominado “Recurso Voluntário”, em discordância à incidência de multa e juros de mora sobre os valores dos débitos informados na Dcomp, sintetizados a seguir. Aduz que o que a empresa fez foi realocar os pagamentos de PIS realizados anteriormente na modalidade nãocumulativa, transferindoos para a modalidade cumulativa, motivo pelo qual não seria razoável admitir a exigência de multa, já que não houve ausência de recolhimento, mas simples recolhimento em modalidade diversa. Também defende que, na apresentação do PER/Dcomp, a empresa efetuou Denúncia Espontânea dos débitos, nos termos do art. 138 do Código Tributário Nacional, o que afastaria a exigência da multa, devendo o tributo ser recolhido apenas com o acréscimo dos juros de mora, conforme foi efetuado. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte (MG) considerou a manifestação de inconformidade improcedente e não reconheceu o direito creditório, com a seguinte Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 15/07/2004 COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. TRIBUTOS DA MESMA ESPÉCIE. O aproveitamento do pagamento a maior de um débito para extinção de outros débitos, ainda que do mesmo tributo, só se faz por compensação, incidindo, portanto, os acréscimos legais devidos na compensação após o vencimento do débito. COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Não se considera ocorrida a denúncia espontânea, quando o contribuinte compensa o débito mediante apresentação de DCOMP. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls 242/251) e alegou em síntese que: Não incidiria a multa de mora sobre seu débito porque não se caracterizaria a mora. Afirmou que houve efetivo pagamento no regime da nãocumulatividade, quando o correto seria o regime cumulativo. Assim, "o que ocorreu na compensação foi, tão somente, uma realocação de pagamento de PIS/PASEP e não um pagamento em atraso da contribuição a ensejar a aplicação de multa" e concluiu que "não há justificativa para a incidência de multa, devendo a mesma ser decotada do 'débito' apurado pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte". Por outro lado, segundo a contribuinte, a compensação dos débitos em pauta equipararseia à denúncia espontânea, nos termos do art. 138 do Código Tributário Nacional, o que excluiria qualquer a imputação da multa. Afirma que "os valores compensados relativos aos débitos de PIS/PASEP com fato gerador ocorrido em novembro e dezembro de 2004, Fl. 340DF CARF MF Processo nº 10680.726869/201191 Acórdão n.º 3301003.218 S3C3T1 Fl. 341 4 foram pagos em 15/07/2004. Desta forma, o pagamento ocorreu antecipadamente, antes do vencimento. Apenas as retificações ocorreram em momento posterior. E mesmo que o pagamento tenha sido realizado antes do vencimento, os juros de mora foram devidamente quitados, conforme comando do art. 138 do CTN". O pedido da contribuinte foi o seguinte: Em face do exposto, a Recorrente pede o provimento do presente Recurso, e assim seja homologada integralmente a compensação pleiteada por meio da PERD/COM no 39731.77768.310807.1.3.040040, sem aplicação de multa sobre os débitos declarados, de acordo com as razões apontadas. (grifos no original) A 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais negou o recurso voluntário com a seguinte Ementa (fl. 305): Data do fato gerador: 15/12/2004, 15/01/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). NÃO HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO FINANCEIRO INEXISTENTE. FALTA DE CONTESTAÇÃO. A falta de contestação do fundamento utilizado para a não homologação da Dcomp prejudica a apreciação e julgamento das demais razões mérito expendidas no recurso voluntário. DÉBITOS. DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. A apreciação e julgamento da incidência de multa de mora, na extinção de débitos tributário, mediante Dcomp não homologada, sob o argumento de que ocorreu a denúncia espontânea dos créditos tributários correspondentes aos débitos cuja compensação não foi homologada, ficou prejudicada. Recurso Voluntário Negado. A contribuinte tomou ciência da decisão (fl. 313) e apresentou recurso voluntário (fls 316/318), alegando que: Dessa forma, resta claro que a Delegacia da Receita Federal reconheceu o direito creditório da Embargante, entretanto, deixou de homologar integralmente a compensação declarada, em razão de atribuir multa de mora aos débitos compensados, já que não reconheceu a denúncia espontânea realizada pela Embargante. Assim, observase que a Embargante efetivamente atacou todos os argumentos que foram objeto da decisão proferida pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal, deixando este Colegiado de se manifestar sobre os mesmos, o que pretende sanar por meio da oposição dos presentes embargos. O pedido da contribuinte foi de que os embargos fossem "conhecidos e providos, de modo que a argumentação acerca da aplicação do instituto da denúncia espontânea seja conhecida, consubstanciandose no cancelamento da multa aplicada e na homologação integral da compensação pleiteada." Fl. 341DF CARF MF Processo nº 10680.726869/201191 Acórdão n.º 3301003.218 S3C3T1 Fl. 342 5 Considerando que houve omissão que "implicou desenvolvimento equivocado do voto e das respectivas conclusões", os embargos de declaração foram admitidos pelo Despacho S/Nº – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária (fls. 333/337). Voto Os presentes embargos são tempestivos e se verifica na decisão embargada omissão que gerou desenvolvimento equivocado do voto e das respectivas conclusões. Desse modo, os embargos da contribuinte preenchem os requisitos de admissibilidade e deles tomo conhecimento. Primeiramente, sobre a alegação de que teria havido uma mera realocação de pagamentos, devido ao recolhimento pela modalidade equivocada, cumpre as disposições dos §§ 1º e 2º do art. 74 da Lei nº 9.430, 1996: § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. A Instrução Normativa SRF nº 600, de 2005, vigente à época do envio do PER/Dcomp, assim dispunha sobre a matéria: Art. 28. Na compensação efetuada pelo sujeito passivo, os créditos serão valorados na forma prevista nos arts. 52 e 53 e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais, na forma da legislação de regência, até a data da entrega da Declaração de Compensação. § 1º A compensação total ou parcial de tributo ou contribuição administrados pela SRF será acompanhada da compensação, na mesma proporção, dos correspondentes acréscimos legais. (...) Art. 29. A autoridade da SRF que não homologar a compensação cientificará o sujeito passivo e intimáloá a efetuar, no prazo de trinta dias, contados da ciência do despacho de não homologação, o pagamento dos débitos indevidamente compensados. (...) Art. 30. O tributo ou contribuição objeto de compensação não homologada será exigido com os respectivos acréscimos legais. (grifos nossos) Fl. 342DF CARF MF Processo nº 10680.726869/201191 Acórdão n.º 3301003.218 S3C3T1 Fl. 343 6 Convém lembrar que as regras contidas nesses dispositivos da IN SRF foram mantidas nas IN RFB de nº 900, de 30 de dezembro de 2008 (arts. 36 a 38) e 1.300, de 20 de novembro de 2012 (arts. 43 a 45), que substituíram a IN SRF nº 600/2005. Dessa forma, a legislação é clara e direta ao determinar que somente a compensação declarada à Secretaria da Receita Federal do Brasil extingue o crédito tributário e que, se houver interregno de tempo entre o vencimento do débito e a compensação, são devidos os acréscimos legais. Portanto, conforme concluiu a DRJ/BH "enquanto a compensação não for declarada, o débito que se pretende compensar encontrase em aberto e, se a compensação se fizer depois do vencimento fixado em lei, a extinção do débito compensado terá sido com atraso" e, consequentemente, são devidos os acréscimos legais. Quanto ao reconhecimento da denúncia espontânea com base no art. 138 do Código Tributário, cabe retomar a cronologia dos fatos e, para tanto, transcrevemos trecho da Manifestação de Inconformidade (fl. 4) Foi emitido o Despacho Decisório n° 848544105, (doe. 02), que não homologou a compensação objeto do PER/DCOMP 39731.77768.310807.1.3.040040, transmitido em 31/08/2007 (doe. 03). A Requerente apurou no mês de junho/2004 o montante devido de R$ 10.875.988,13 referente à PIS/PASEP (Código: 6912) e em 15.07.2004 efetuou o recolhimento por meio de DARF (doe. 04), entregou a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, referente ao 2 o trimestre de 2004 em tempo hábil. Todavia, em virtude de ter sido constatado erro na apuração da base de cálculo desta Contribuição, a Requerente efetuou nova apuração do PIS/PASEP referente ao período de junho/2004, perfazendo um valor de R$ 10.388.200,52, gerando o recolhimento a maior de R$ 487.787,61, porém por erro material, não efetuou a retificação da DCTF correspondente, no entanto já havia efetuado a retificação da DACON Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais referente ao 2o trimestre de 2004 (doe. 05). Em 31/08/2007 a Requerente por meio do PER/DCOMP n° 39731.77768.310807.1.3.040040, pleiteou a compensação do crédito original na data da transmissão de R$ 448.801,16 com os seguintes débitos: > PIS/PASEP fato gerador de novembro/2004 código 8109 Valor principal: R$ 38.245,31 e encargos de R$ 15.122,20 perfazendo um total de R$ 53.367,51; > PIS/PASEP fato gerador de dezembro/2004 código 8109 Valor principal: R$195.202,60 e encargos de R$ 74.489,31 perfazendo um total de R$ 269.691,91. Fl. 343DF CARF MF Processo nº 10680.726869/201191 Acórdão n.º 3301003.218 S3C3T1 Fl. 344 7 Essas compensações podem ser comprovadas na DCTF Retificadora 4o trimestre 2004 (doc.07) e DACON Retificadora 4o Trimestre 2004 (doe. 08). No entanto, a autoridade fiscal não homologou a compensação por meio do Despacho Decisório em epígrafe, adotando como fundamento legal o disposto nos Art. 165 e 170, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN) e Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Complementamos com excerto do Relatório do Acórdão 0246.467 1ª Turma da DRJ/BHE (fl. 232): A Delegacia da Receita Federal em Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico (fl. 32), em 07/10/2009, no qual não homologa a compensação declarada, sob o argumento de que o pagamento havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação. Em 20/10/2009, a contribuinte tomou ciência do Despacho Decisório (tela à fl. 63) e apresentou, em 19/11/2009, a Manifestação de Inconformidade de fls. 03/06, alegando, em síntese, que a não homologação ocorreu em virtude da não retificação da DCTF referente ao 2º trimestre de 2004, pelo que, para sanar a irregularidade, apresentou, em 04/11/2009, DCTF retificadora, alterando o valor devido da contribuição e apurando, assim, um crédito a compensar, no valor de R$ 448.801,15. (grifos nossos). Colacionamos o art. 138 do Código Tributário Nacional: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. No caso em análise, a contribuinte verificou erro na apuração dos tributos, realizou a retificação do DACON em 18/09/2007 (conforme documento às fls. 44), mas somente apresentou a DCTF retificadora depois de cientificada da não homologação da compensação pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A entrega do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon) era uma obrigação acessória, cujo descumprimento implicava multa pecuniária, e sua função era subsidiar a fiscalização dessas contribuições; fiscalização que é realizada com base na declaração do contribuinte (DCTF). O Dacon não tem o condão de substituir a declaração da Fl. 344DF CARF MF Processo nº 10680.726869/201191 Acórdão n.º 3301003.218 S3C3T1 Fl. 345 8 contribuinte; a declaração é indispensável, por natureza, para o regular pagamento ou compensação de tributo sujeito a lançamento por homologação. Desse modo, como a correta declaração e o pagamento ou compensação antes de qualquer medida de fiscalização são requisitos para o reconhecimento da denúncia espontânea, esta não se aplica ao presente caso. Em face do exposto, voto no sentido de conhecer dos embargos de declaração, por serem tempestivos e por se configurar a omissão alegada, e rejeitálos pelas razões de mérito expostas. Sala de Sessões, em 22 de fevereiro de 2017. (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Relatora Fl. 345DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.000364/2007-04
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004
CSLL. COOPERATIVAS. SÚMULA CARF Nº 83.
O resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas nas operações realizadas com seus cooperados não integra a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, mesmo antes da vigência do art. 39 da Lei nº 10.865, de 2004.
NÃO ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ESPECIAL.
Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso (RICARF, anexo II, art. 67, § 3º). Verificada a incidência da Súmula CARF nº 83 ao caso, o recurso especial não deve ser conhecido.
Numero da decisão: 9101-002.685
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinatura digital)
Carlos Alberto Freitas Barreto, Presidente.
(assinatura digital)
Luís Flávio Neto, Relator.
EDITADO EM: 12/04/2017
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: LUIS FLAVIO NETO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : 1ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 CSLL. COOPERATIVAS. SÚMULA CARF Nº 83. O resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas nas operações realizadas com seus cooperados não integra a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, mesmo antes da vigência do art. 39 da Lei nº 10.865, de 2004. NÃO ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ESPECIAL. Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso (RICARF, anexo II, art. 67, § 3º). Verificada a incidência da Súmula CARF nº 83 ao caso, o recurso especial não deve ser conhecido.
turma_s : 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10925.000364/2007-04
anomes_publicacao_s : 201704
conteudo_id_s : 5713589
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 9101-002.685
nome_arquivo_s : Decisao_10925000364200704.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : LUIS FLAVIO NETO
nome_arquivo_pdf_s : 10925000364200704_5713589.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinatura digital) Carlos Alberto Freitas Barreto, Presidente. (assinatura digital) Luís Flávio Neto, Relator. EDITADO EM: 12/04/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
dt_sessao_tdt : Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
id : 6727451
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:45 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948727349248
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1531; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 1.189 1 1.188 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10925.000364/200704 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9101002.685 – 1ª Turma Sessão de 16 de março de 2017 Matéria CSLL. Ato cooperado. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado COOPERATIVA DE CREDITO DE LIVRE ADMISSAO DE ASSOCIADOS AURIVERDE SICOOB CREDIAL/SC ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003, 2004 CSLL. COOPERATIVAS. SÚMULA CARF Nº 83. O resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas nas operações realizadas com seus cooperados não integra a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, mesmo antes da vigência do art. 39 da Lei nº 10.865, de 2004. NÃO ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ESPECIAL. Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso (RICARF, anexo II, art. 67, § 3º). Verificada a incidência da Súmula CARF nº 83 ao caso, o recurso especial não deve ser conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinatura digital) Carlos Alberto Freitas Barreto, Presidente. (assinatura digital) Luís Flávio Neto, Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 03 64 /2 00 7- 04 Fl. 1189DF CARF MF 2 EDITADO EM: 12/04/2017 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flávio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Conselheiro Luís Flávio Neto, Relator. Tratase, em brevíssima síntese, de recurso especial interposto pela PROCURADORIA DA FAZENDA NACIONAL (doravante chamada de “PFN” ou “Recorrente”), em face do acórdão nº 140200.417 (doravante acórdão a quo ou acórdão recorrido), proferido pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara (doravante “Turma a quo”), o qual julgou procedente o recurso voluntário apresentado pela COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL AURIVERDE LTDA. (doravante “COOPERATIVA” ou “Recorrida”), no processo nº 10925.000364/200704. O caso trata da cobrança de CSLL supostamente apurada a menor, devido à não inclusão, em sua base de cálculo, de receitas decorrentes de ato cooperado, bem como de multa isolada, pelo recolhimento a menor das antecipações da referida contribuição. Em face da impugnação administrativa apresentada pelo contribuinte (efls. 1048 e seg.), a DRJ proferiu o acórdão n. 1216.954, assim ementado (efls. 1126 e seg.): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – CSLL Anocalendário: 2002, 2003 e 2004 ATOS COOPERADOS. INCIDÊNCIA. A CSLL incide sobre a totalidade do resultado apurado pela cooperativa no períodobase, o qual inclui as receitas decorrentes de atos cooperativos e não cooperativos. CF de 1988, artigo 195, I e parágrafo 7º, Lei nº 7.689, de 1988 com alterações da Lei nº 8.034, de 1990, artigo 2º, parágrafo 1º, letra “c” e artigo 4º; IN SRF nº 198/88, item 9; e Parecer CST nº 1.061, de 1995. ATOS COOPERADOS. ISENÇÃO. Somente a partir de 01012005, conforme artigo 39 e 48 da Lei nº 10.865, de 2004, é que ocorreu a isenção da CSLL relativamente aos atos cooperados. DOLO. INEXISTÊNCIA. Não há evidente intuito de fraude quando a controvérsia diz respeito, fundamentalmente, a questão jurídicas, de direito, de lei, de interpretação e ou aplicação de preceitos normativos. A cooperativa interpôs recurso voluntário (efls. 1.148 e seg.), em face do qual foi proferida a decisão ora recorrida, que restou assim ementada (efls. 1.162 e seg.): Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL Anocalendário: 2002, 2003 e 2004 CSLL. COOPERATIVAS. OPERAÇÕES COM COOPERADOS. SOBRAS LÍQUIDAS. NÃO INCIDÊNCIA. Em relação aos atos cooperativos, os resultados positivos da sociedade cooperativa não tem natureza de lucros como definido na legislação tributária e comercial, Fl. 1190DF CARF MF Processo nº 10925.000364/200704 Acórdão n.º 9101002.685 CSRFT1 Fl. 1.190 3 não se subsumindo a norma de incidência da contribuição social sobre o lucro. A PFN interpôs, então, recurso especial (efls. 1170 e seg.), o qual foi integralmente admitido por despacho (efls. 7 e seg.), no qual suscita a divergência jurisprudencial “quanto à possibilidade de os resultados positivos relacionados aos atos cooperados integrarem a base de cálculo da CSLL”. Notese ser incontroversa a natureza de “ato cooperativo” quanto às receitas obtidas pela cooperativa. Em apertada síntese, sustenta a recorrente que: A incidência de CSLL sobre as “sobras” das cooperativas encontra embasamento nas leis 7.689/88 (a qual institui o tributo) e 5.764/61 (a lei das cooperativas) que, de acordo com a recorrente, afastaria apenas a incidência do imposto sobre a renda auferida com atos cooperados; A “sobras líquida” seria equivalente ao lucros líquido, aspecto material do fato gerador da CSLL; A CSLL deveria ser pagar por sociedades cooperativas, independente dos atos que geraram as “sobras”, com fundamento no art. 10 da Lei 8.212/91, art. 4º da Lei 7.689/88 e IN SRF nº 198/88). A recorrida apresentou contrarrazões ao recurso especial (efls. 1.019 e seg.), arguindo, em apertada síntese, que: O art. 57 da Lei nº 8.981/95 afirma que se aplicam à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas; A não incidência do Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica em relação aos atos cooperativos encontra sua fundamentação no art. 182 e seguintes do Decreto 3.000/99, aplicandose o mesmo com relação à CSLL; As cooperativas objetivariam lucro por impedimento legal, assim, as “sobras” não poderiam ser chamadas de lucro. Destacase que a recorrida não se opôs, em suas contrarrazões, à admissibilidade do recurso especial interposto pelo contribuinte. Concluise, com isso, o relatório. Voto Conselheiro Luís Flávio Neto, relator. Fl. 1191DF CARF MF 4 O recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional é tempestivo, bem como a divergência de entendimento entre Turmas deste Tribunal foi adequadamente demonstrada. No entanto, o recurso não deve ser conhecido por força do artigo 67, § 3º, do anexo II do Regimento Interno do CARF: “Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso”. Ocorre que deve ser aplicado ao presente caso Súmula n. 83 do CARF: “Súmula CARF n. 83: O resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas nas operações realizadas com seus cooperados não integra a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, mesmo antes da vigência do art. 39 da Lei no 10.865, de 2004.” As súmulas do CARF assumem a feição de precedentes com “força necessária para servir como ratio decidendi para o juiz subsequente”1. Com a súmula, os fundamentos adotados nos acórdãos paradigmáticos que provocaram a sua enunciação passam a ser aplicados em todos os demais casos que vierem a ser submetidos ao CARF com a discussão de questões semelhantes. Portanto, a compreensão dos acórdãos paradigmas da Súmula n. 83 do CARF é fundamental para a correta aplicação desta. Entre estes, destacase o acórdão n. 910100.308, de 25 de agosto de 2009, assim ementado: CSLL. COOPERATIVAS. O resultado positivo obtido pelas sociedades cooperativas nas operações realizadas com seus associados, os chamados atos cooperados, não integram a base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Recurso provido. Também merece destaque o acórdão n. 910100.207, de 27 de julho de 2009, assim ementado: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL Exercício: 1992 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. COOPERATIVA DE CRÉDITO. A exigência da Contribuição Social sobre o Lucro das Cooperativas de Crédito só tem fundamento quando determinada sobre o resultado oriundo das operações realizadas com não cooperados, não podendo prosperar o lançamento que toma por base o resultado líquido apurado com atos cooperativos, conceituados como sobras, em virtude de não estar configurada a hipótese de incidência desta contribuição, pela inexistência de lucros. A circunstância de as cooperativas de crédito enquadraremse como instituições financeiras, segundo o artigo 22, § 1º, da Lei nº 8.212/91, não resulta em legitimar a tributação segundo o resultado dos atos cooperados. 1 À semelhança do que ocorre com os recursos repetitivos do STJ. A respeito destes, vide: MESQUITA, José Ignácio Botelho et al. A repercussão geral e os recursos repetitivos: economia, direito e política, In: Revista de Processo, São Paulo, v. 38, n. 220, p. 1332, jun. 2013, p. 29 Fl. 1192DF CARF MF Processo nº 10925.000364/200704 Acórdão n.º 9101002.685 CSRFT1 Fl. 1.191 5 Verificase, portanto, que o presente caso é semelhante aos julgados que motivaram a edição Súmula n. 93, inserindose entre aqueles que reclamam a sua incidência. Nesse seguir, voto por NÃO CONHECER o recurso especial interposto. (assinatura digital) Luís Flávio Neto Fl. 1193DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.917584/2010-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 11 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
SALDO NEGATIVO IRPJ. IRRF NÃO CONFIRMADO
A retenção de Imposto de Renda na Fonte cujo direito creditório pleiteia não está comprovada por pagamentos relativos a retenções que efetuou sobre pagamentos que efetuou a outras pessoas jurídicas, por serviços prestados.
SALDO NEGATIVO IRPJ. IRRF RECEITAS NÃO OFERECIDAS À TRIBUTAÇÃO.
Inexistindo comprovação de que parte dos rendimentos que deram origem às retenções componentes do saldo negativo 2002 foram oferecidos à tributação em 2001, mantém-se a glosa.
Numero da decisão: 1201-001.645
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer R$ 3.471,44 de crédito de saldo negativo do IRPJ de 31/12/2002, adicionais. Fez sustentação oral o Dr. Antonio Carlos Gonçalves, OAB/DF n. 33.766.
(assinado digitalmente)
Roberto Caparroz De Almeida - Presidente.
(assinado digitalmente)
Eva Maria Los- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Luiz Paulo Jorge Gomes, José Carlos de Assis Guimarães
Nome do relator: EVA MARIA LOS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2002 SALDO NEGATIVO IRPJ. IRRF NÃO CONFIRMADO A retenção de Imposto de Renda na Fonte cujo direito creditório pleiteia não está comprovada por pagamentos relativos a retenções que efetuou sobre pagamentos que efetuou a outras pessoas jurídicas, por serviços prestados. SALDO NEGATIVO IRPJ. IRRF RECEITAS NÃO OFERECIDAS À TRIBUTAÇÃO. Inexistindo comprovação de que parte dos rendimentos que deram origem às retenções componentes do saldo negativo 2002 foram oferecidos à tributação em 2001, mantém-se a glosa.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 15 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10880.917584/2010-20
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5720376
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 15 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1201-001.645
nome_arquivo_s : Decisao_10880917584201020.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : EVA MARIA LOS
nome_arquivo_pdf_s : 10880917584201020_5720376.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer R$ 3.471,44 de crédito de saldo negativo do IRPJ de 31/12/2002, adicionais. Fez sustentação oral o Dr. Antonio Carlos Gonçalves, OAB/DF n. 33.766. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz De Almeida - Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los- Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Luiz Paulo Jorge Gomes, José Carlos de Assis Guimarães
dt_sessao_tdt : Tue Apr 11 00:00:00 UTC 2017
id : 6750786
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:59:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948743077888
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1649; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T1 Fl. 2 1 1 S1C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.917584/201020 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1201001.645 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 11 de abril de 2017 Matéria DIREITO CREDITÓRIO DE SN IRPJ Recorrente CPFL Energia S/A, CNPJ 02.429.144/000193 Recorrida UNIÃO ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 SALDO NEGATIVO IRPJ. IRRF NÃO CONFIRMADO A retenção de Imposto de Renda na Fonte cujo direito creditório pleiteia não está comprovada por pagamentos relativos a retenções que efetuou sobre pagamentos que efetuou a outras pessoas jurídicas, por serviços prestados. SALDO NEGATIVO IRPJ. IRRF RECEITAS NÃO OFERECIDAS À TRIBUTAÇÃO. Inexistindo comprovação de que parte dos rendimentos que deram origem às retenções componentes do saldo negativo 2002 foram oferecidos à tributação em 2001, mantémse a glosa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para reconhecer R$ 3.471,44 de crédito de saldo negativo do IRPJ de 31/12/2002, adicionais. Fez sustentação oral o Dr. Antonio Carlos Gonçalves, OAB/DF n. 33.766. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz De Almeida Presidente. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 75 84 /2 01 0- 20 Fl. 296DF CARF MF Processo nº 10880.917584/201020 Acórdão n.º 1201001.645 S1C2T1 Fl. 3 2 Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Luiz Paulo Jorge Gomes, José Carlos de Assis Guimarães Relatório Trata o processo da Declaração de Compensação PER/DComp nº 31006.69990.291105.1.3.025227, de 29/11/2005, págs. 2/4, em que o contribuinte requer o crédito de R$590.490,65 de Saldo Negativo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica SN IRPJ do período de apuração encerrado em 31/12/2002, para compensação de débitos. 2. O Despacho Decisório págs. 6/7, reconheceu o crédito de SN IRPJ de R$345.660,01 e homologou em parte a PER/Dcomp; o contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade de págs. 9/17, em relação à qual a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belém/PA DRJ/BEL emitiu o Acórdão nº 0126.869, de 14 de agosto de 2013, págs. 181/186, considerando improcedente a manifestação, nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário:2002 SALDO NEGATIVO IRPJ. RETENÇÕES NÃO CONFIRMADAS EM DIRF. GLOSA.MANUTENÇÃO. Não tendo sido apresentados documentos hábeis e idôneos para comprovar as retenções glosadas, estas devem ser mantidas. SALDO NEGATIVO IRPJ. RECEITAS NÃO OFERECIDAS À TRIBUTAÇÃO.GLOSA DA RETENÇÃO CORRESPONDENTE. MANUTENÇÃO. Inexistindo comprovação de que parte dos rendimentos que deram origem às retenções componentes do saldo negativo 2002 foram oferecidos à tributação em 2001, mantémse a glosa. DILIGÊNCIA. CONFIRMAÇÃO DAS RETENÇÕES. INDEFERIMENTO. O procedimento de diligência não se presta a suprir falha do contribuinte na comprovação do direito creditório pleiteado. JURISPRUDÊNCIAS ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. INAPLICABILIDADE. São improfícuas as jurisprudências administrativas trazidas pelo sujeito passivo,porque essas decisões, mesmo que proferidas por órgãos colegiados, sem uma lei que lhes atribua eficácia, não constituem normas complementares do Direito Tributário. O mesmo se opera com relação às jurisprudências judiciais suscitadas pelo litigante posto que se aplicam somente às partes envolvidas naquele litígio específico. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido 3. Cientificado em 26/08/2013, o contribuinte apresentou, tempestivamente, em 20/09/2013, o recurso voluntário de págs. 191/205. 4. Sendo a causa do não reconhecimento do total do crédito requerido, o não reconhecimento de parte do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF: (1) CNPJ 33.050.196/000188, código 3426, R$478,19, receita correspondente oferecida parcialmente à tributação; Fl. 297DF CARF MF Processo nº 10880.917584/201020 Acórdão n.º 1201001.645 S1C2T1 Fl. 4 3 '2) CNPJ 58.160.789/000128, código 3426, R$239.690,68, receita correspondente oferecida parcialmente à tributação; (3) CNPJ 50.750.298/000125, código 8045, R$327,47, retenção na fonte não comprovada; (4) CNPJ 59.588.111/000103, código 8045, R$3.471,44, retenção na fonte não comprovada; e (5) CNPJ 60.503.859/000180, código 8045, R$862,86, retenção na fonte não comprovada. 5. Sobre o não reconhecimento do SN, devido a IRRF não comprovado, no total de R$4.661,77, apresentou às págs. 108, 110, 111 e 112, os comprovantes, que foram rejeitados por não terem sido autenticados; por isso, anexaas novamente, agora autenticadas. 6. Sobre o não reconhecimento do SN, devido a suposta não tributação das receitas que deram origem às retenções, diz que se referem a retenções de R$239.6903,68 pelo Banco Safra (CNPJ n° 58.160.789/000128) sobre resgates de aplicações financeiras, e de R$478,19, não reconhecido, do total de R$1.166,42, pela Companhia Paulista de Força e Luz (CNPJ n° 33.050.196/000188) em virtude de contrato de mútuo entre esta Companhia e a Recorrente; relata que apresentou cópias de documentos contábeis (contas do razão dos anos de 2001 e 2002), para demonstrar o oferecimento das respectivas receitas à tributação, o que não foi acolhido, e argumenta: Voto Conselheiro Relator Eva Maria Los 1 IRRF não comprovado 7. CNPJ 50.750.298/000125, código 8045, R$327,47, retenção na fonte não comprovada: a. à pág. 239, cópia Comprovante Anual de IR recolhido pelo CNPJ 50.750.298/000125, emitido pela SRF, anocalendário 2002, cód. 8045, IR recolhido R$327,47 este documento comprova que a Recorrente pagou R$125.810,93 à agência de propaganda do citado CNPJ, e que foram recolhidos R$327,47 de IR; não se trata de IR retido na fonte por aquela (agência), sobre pagamento que tivesse feito à Recorrente (anunciante), a ensejar direito à compensação. 8. CNPJ 59.588.111/000103, código 8045, R$3.471,44, retenção na fonte não comprovada: a. à pág. 240/241, Comprovantes Anuais De Rendimentos Pagos Ou Creditados E De Retenção De Imposto De De Renda Na Fonte Pessoa Jurídica Ano Calendário 2002, cópias simples de documentos autenticados, emitidos pela SRF, fonte pagadora supra, beneficiário a Recorrente, IRRF R$3.375,00 e R$96,44 comprovam as retenções. 9. CNPJ 60.503.859/000180, código 8045, R$862,86, retenção na fonte não comprovada: Fl. 298DF CARF MF Processo nº 10880.917584/201020 Acórdão n.º 1201001.645 S1C2T1 Fl. 5 4 a. à pág. 242, cópia Comprovante Anual de IR recolhido pelo CNPJ supra, emitido pela SRF, anocalendário 2002, cód. 8045, IR recolhidos R$862,86 este documento comprova que a Recorrente pagou R$(ilegível) à agência de publicidade do citado CNPJ, e que foram recolhidos R$862,86 de IR; não se trata de IR retido na fonte por aquela (agência), sobre pagamento que tivesse feito à Recorrente (anunciante), a ensejar direito à compensação. 2 Não tributação das receitas que deram origem às retenções 10. R$239.690,68 pelo Banco Safra (CNPJ n° 58.160.789/000128) sobre resgates de aplicações financeiras: i. pág. 248, extrato Banco Safra, Aplicações em Renda Fixa, IRRF cód. 3426 R$(11.720,90+1.757,79+3.125,10+568.058,22)=584.662,01 relativo a Rend Nominal R$(58.604,56+8.788,97+15.625,55+2.840.291,24)=2.923.310,32, em 2002; ii. pág. 249, pág. 246, Ficha 43 Demonstrativo de IRRF, retenção cód 3426, em 2002, de R$584.662,46 relativa à receita de R$2.923.312,30; iii. págs. 250/253, Razão 3210401 Receitas de Aplicações Financeiras, de 05/2001 a 06/2002 para o anocalendário 2002, constam receitas CDI Safra + CDB Safra acumuladas de R$916.558,56. b. A recorrente requereu R$584.662,46, tendo sido reconhecidos R$344.971,78 pelo DD, pág. 6, restando R$239.690,68 não reconhecidos, porque a receita não foi oferecida à tributação; c. o extrato, comprova a retenção do R$584.662,01, em 2002; constam da DIPJ os valores da receita e da retenção em valores quase idênticos; a contabilidade aponta R$916.558,56 de receita financeira em 2002 e acumulada total R$(11.949,92+162.637,99+381.092,57+315.300,47+356.297,19+313.082,55+ 307.597,54)=1.847.958,23 , mais os R$916.558,56, resulta em R$2.764.516,79, inferior ao extrato e DIPJ; d. Concluise que o banco reteve o IRRF quando do término da aplicação; a empresa contabilizou a receita no regime de competência; não há informação se a receita e IRRF teriam sido também declarados por competência no ano precedente, 2001, em conformidade com a contabilização, ou não, o que foi apontado pela DRJ, que entendeu que, até seria aceitável a dedução do IRRF, se as parte das receitas tivesse sido oferecida à tributação em 2001 e o restante em 2002, para aproveitamento do total do IRRF em 2002; o que não respondido pela Recorrente. 11. R$478,19, do total de R$1.166,42, pela Companhia Paulista de Força e Luz (CNPJ n° 33.050.196/000188) em virtude de contrato de mútuo entre esta Companhia e a Recorrente: a. pág. 243, cópia de cópia autenticada de Livro Diário, anocalendário 2002, lançamentos 31/12/2002, de lançamento a crédito conta 2120101IRRF s/ atualização mútuo CPFL out/2002, R$1.166,42 e R$2.830,27; Fl. 299DF CARF MF Processo nº 10880.917584/201020 Acórdão n.º 1201001.645 S1C2T1 Fl. 6 5 b. pág. 245, Comprovante Anual De Rendimentos Pagos Ou Creditados E De Retenção De Imposto De De Renda Na Fonte Pessoa Jurídica Ano Calendário 2002, do CNPJ supra, IRRF R$1.166,42; c. pág. 246, Ficha 43 Demonstrativo de IRRF, retenção de R$1.166,42 relativa à receita de R$5.832,10. 12. Junto com a manifestação de inconformidade, a litigante apresentou a DIPJ do ano calendário 2002, onde consta da FichA 06A Demonstração do Resultado, a linha 24. Outras Receitas Financeiras (referente a renda fixa) o valor declarado de R$1.728.300,20, pág. 57; 13. À pág. 98, listou os rendimentos e IRRF de aplicações financeiras renda fixa: a. CNPJ 33.050.196/000188, COMPANHIA PAULISTA DE FORCA E LUZ, Código da Receita: 3426 Aplicações financeiras de renda fixa, Rendimento Bruto R$5.832,10, Imposto de Renda Retido na Fonte, R$1.166,42; b. CNPJ 58.160.789/000128, BANCO SAFRA S.A, código da Receita: 3426 Aplicações financeiras de renda fixa, Rendimento Bruto R$2.923.312,30, Imposto de Renda Retido na Fonte R$584.662,46 c. Totalizam R$2.929.144,40, e a receita oferecida à tributação foi de 59% desta, enquanto que o DD reconheceu R$((688,23+344.971,78)/(1.166,42+584.662,46))=59% do IRRF. d. Conclui que não há reparo a fazer ao DD e ao Acórdão DRJ 14. Concluise que resultam comprovados R$3.471,4, da fonte CNPJ 59.588.111/000103, código 8045, adicionais. 3 Conclusão. 2. Voto por dar provimento em parte ao recurso voluntário, para reconhecer R$3.471,44 de crédito de SN IRPJ de 31/12/2002, adicional. (assinado digitalmente) Eva Maria Los Fl. 300DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.003485/2007-67
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/2007 a 31/08/2007
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-004.933
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201612
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/08/2007 a 31/08/2007 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 13839.003485/2007-67
anomes_publicacao_s : 201702
conteudo_id_s : 5676850
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 9202-004.933
nome_arquivo_s : Decisao_13839003485200767.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
nome_arquivo_pdf_s : 13839003485200767_5676850.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
dt_sessao_tdt : Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
id : 6643256
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:55:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948758806528
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1650; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13839.003485/200767 Recurso nº 1 Especial do Procurador Acórdão nº 9202004.933 – 2ª Turma Sessão de 12 de dezembro de 2016 Matéria RETROATIVIDADE BENIGNA, NATUREZA DA MULTA NOS LANÇAMENTOS PREVIDENCIÁRIOS ANTERIORES A MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI 11.941/2009 Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CLUBE DE CAMPO FAZENDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/2007 a 31/08/2007 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 34 85 /2 00 7- 67 Fl. 746DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10380.005876/200753. A divergência em exame reportase à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial requerendo que a retroatividade benigna fosse aplicada, essencialmente, pelos critérios constantes na Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Cientificado, o sujeito passivo não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.792, de 12/12/2016, proferido no julgamento do processo 10380.005876/200753, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.792): O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Fl. 747DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 3 Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 748DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Fl. 749DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 5 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Fl. 750DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 6 § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há Fl. 751DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 7 que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 752DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 8 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 753DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 9 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 754DF CARF MF Processo nº 13839.003485/200767 Acórdão n.º 9202004.933 CSRFT2 Fl. 0 10 Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Em face do acima exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 755DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.908447/2011-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2010 a 30/06/2010
CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL.
A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não-cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009).
Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3401-003.367
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl acompanharam pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201701
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 30/06/2010 CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL. A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não-cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009). Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10882.908447/2011-65
anomes_publicacao_s : 201702
conteudo_id_s : 5682000
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Feb 17 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3401-003.367
nome_arquivo_s : Decisao_10882908447201165.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROBSON JOSE BAYERL
nome_arquivo_pdf_s : 10882908447201165_5682000.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl acompanharam pelas conclusões. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge DOliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
id : 6653798
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:15 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048948766146560
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2047; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10882.908447/201165 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3401003.367 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de janeiro de 2017 Matéria IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO. SELIC. Recorrente PROCOLOR QUÍMICA INDUSTRIAL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 30/06/2010 CRÉDITO DE IPI. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA SELIC. OPOSIÇÃO ESTATAL. A resistência ilegítima, oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da nãocumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), sendo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009). Nos pedidos de ressarcimento para utilização em declaração de compensação, de forma diferente do que ocorre com pedidos de ressarcimento em espécie, não há que se falar em aplicação da taxa SELIC. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, sendo que os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl acompanharam pelas conclusões. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D’Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 84 47 /2 01 1- 65 Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de PER/DCOMP cujo direito creditório utilizado na compensação é oriundo de saldo credor do IPI referente ao período de apuração de 01/04/2010 a 30/06/2010. Conforme despacho decisório exarado pelo Seort/DRF/Osasco, apesar de o crédito alegado pela Recorrente ter sido integralmente reconhecido (pelo valor original do saldo credor solicitado em ressarcimento PER), parte das compensações declaradas não foi homologada, pois o montante dos débitos informados para compensação, vinculados ao saldo credor do período de apuração sob análise, superou o valor do crédito solicitado e reconhecido. Após ser intimada, a ora Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto por intermédio do Acórdão 14053.024, que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2010 a 30/06/2010 NULIDADES. As causas de nulidade no âmbito do processo administrativo fiscal são somente aquelas elencadas na legislação de regência. O Despacho Decisório devidamente fundamentado é regularmente válido. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. JUROS SELIC. É incabível, por falta de previsão legal, a atualização monetária dos valores objeto de pedido de ressarcimento de créditos do IPI. Dessa decisão, a ora Recorrente foi intimada no dia 16/10/2014, apresentando tempestivo Recurso Voluntário no dia 14/11/2014, pelo qual requereu a reforma do acórdão recorrido, "para o fim de reconhecer e deferir o direito de correção monetária dos créditos de IPI, pois deixaram de ser escriturais, bem como aplicar a taxa SELIC, com a posterior homologação das compensações na integralidade", com base nos seguintes argumentos: (i) nulidade da decisão que não reconheceu o direito de crédito da Recorrente, por falta de fundamentação e por não ter intimado a Recorrente para esclarecer os motivos de ter pleiteado o ressarcimento; (ii) aplicação da correção monetária pela utilização da taxa SELIC em créditos objeto de pedidos de ressarcimento junto a Receita Federal. É o relatório. Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401003.340, de 25 de janeiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10882.908423/201114, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401003.340): "O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para a sua admissibilidade, de modo que dele tomo conhecimento. Como relatado, a interposição do Recurso Voluntário pelo contribuinte coloca duas matérias para exame desse Colegiado: (i) nulidade da decisão que não reconheceu o direito creditório da Recorrente; e (ii) aplicação da Taxa Selic para atualização de crédito básico de IPI em pedidos de ressarcimento. Nulidade O Recorrente defende a nulidade da decisão que não homologou as compensações declaradas e indeferiu o pedido de ressarcimento, alegando que a fundamentação da decisão não é adequada, pois não permite à Recorrente conhecer os seus motivos, e que não foi intimada para esclarecer aspectos do pedido de ressarcimento por ela realizado, o que seria determinado à autoridade fiscal pelo artigo 65 da Instrução Normativa nº 900/2008. Esse argumento foi rejeitado pela decisão recorrida, pelas seguintes razões: "De plano não constato qualquer irregularidade que possa acarretar a nulidade do Despacho Decisório, claramente foi demonstrado no Despacho Decisório (Divergências na Compensação) que o direito creditório oferecido e reconhecido era inferior ao montante de débitos que a interessada quer compensar. (...) Pois bem, atendendo ao princípio da eficiência, as PERDCOMPs são processadas eletronicamente visando atender ao contribuinte agilmente e, para atingir tal fim, a busca da certeza e liquidez do crédito se dá, num primeiro momento, pelo cruzamento das informações prestadas pelo próprio interessado à SRF, ou seja, confrontandose o direito creditório pedido com os dados fornecidos pelo interessado na PERDCOMP. Ou seja, a verificação da certeza e liquidez do direito creditório alegado pelo contribuinte, que nada mais é que o estrito cumprimento da lei e a obediência ao princípio da verdade material, baseiase nas obrigações acessórias realizadas pelo próprio". Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 5 4 No que se refere à fundamentação inadequada do despacho decisório eletrônico que, segundo a Recorrente, não permitiria o pleno conhecimento dos motivos para o indeferimento total do seu pleito, com os prejuízos daí decorrentes para o exercício regular de sua defesa, não vejo como acompanhar a Recorrente. Apesar de o despacho decisório de fls. 75 ser bem objetivo, pelo seu exame, é possível a compreensão dos motivos que levaram à decisão: a Recorrente apurou determinado saldo credor de IPI em seus livros e pleiteou o ressarcimento, que foi deferido até o exato montante do crédito por ela apurado e solicitado, sendo indeferido pelo despacho decisório a compensação de débitos, assim como um pedido de ressarcimento, em montante superior ao crédito solicitado. Desse modo, estando devidamente fundamentada, não há que se falar em prejuízo à defesa da Recorrente que, conhecendo os motivos do indeferimento, apresentou defesa explicando que a divergência entre crédito e débito se deu pela não aplicação da taxa SELIC nos créditos básicos de IPI objeto de ressarcimento que, uma vez, aplicados, segundo a Recorrente, permitiriam a validação de todas as compensações vinculadas ao crédito de IPI. Não há, portanto, qualquer violação ao artigo 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/1972, a ensejar a decretação de nulidade da decisão. Com relação à necessidade de intimação da Recorrente antes de qualquer decisão indeferindo o seu direito creditório, oportuno citar o dispositivo invocado pela Recorrente, que tem a seguinte redação: "Art. 65. A autoridade da RFB competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas". (Instrução Normativa RFB nº 900/2008) Pela leitura do dispositivo, entendo que se trata de um direito da autoridade fiscal, que pode ser exercido ou não, não podendo ser encarado tal dispositivo como uma obrigação da autoridade fiscal de intimar o contribuinte antes de toda e qualquer análise de pedidos de reconhecimento de direito de crédito. A Receita Federal poderá, nas hipóteses em que entender cabível, intimar o contribuinte para apresentar esclarecimentos ou realizar diligências adicionais, para fim de confirmar a existência do direito de crédito pleiteado. Por conseguinte, a ausência de intimação da Recorrente antes do não reconhecimento de crédito por ela pleiteado não implica nulidade da decisão tomada nesse sentido, motivo pelo qual proponho ao Colegiado rejeitar a nulidade também por esse segundo fundamento. Aplicação da Taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de crédito de IPI A Recorrente alega que, se aplicada a correção monetária pela taxa SELIC no saldo credor, as compensações declaradas teriam sido homologadas, não havendo qualquer valor a ser cobrado pela Receita Federal. Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 6 5 Para tanto, invoca como fundamento o artigo 153, parágrafo 3º, inciso II, da Carta da República, artigo 49 do Código Tributário Nacional ("CTN"), artigo 11 da Lei nº 9.779/1999, afirmando que, na hipótese de ressarcimento e/ou compensação, "o crédito de IPI deixa de ser crédito escritural e passa a ser um crédito oponível à União Federal para restituição ou compensação, do qual deverá sofrer a incidência da correção monetária, como qualquer outro crédito passível de restituição/compensação". Além disso, defende a Recorrente que "será totalmente inócua a utilização de valores de créditos sem a cobertura do desgaste inflacionário, ou seja, a devida correção monetária entre o período em que houve o acúmulo do crédito até o momento da utilização, sob pena de enriquecimento ilícito por parte da União Federal", afirmando ser aplicável a taxa SELIC que é a mesma que é aplicada pelo Fisco na correção de seus créditos. A decisão recorrida rejeitou esse argumento da Recorrente, fazendo a distinção entre os casos de ressarcimento de IPI e restituição, conforme a seguir: "(...) a atualização monetária não é aplicável à hipótese vertente, isto é, de crédito escritural suscetível de ressarcimento, pois a norma do art. 66, § 3º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, e alterações, conforme orientação interna transmitida pelo Boletim Central nº 46, de 25 de março de 1992, abarca tãosomente as hipóteses de atualização monetária referentes à restituição, nos casos em que menciona". Ademais, a decisão recorrida fundamenta a impossibilidade de correção monetária no ressarcimento de IPI, com base em normas infra legais como o artigo 38, § 2º, da IN SRF nº 210, de 2002; e artigo 51, § 5º, da IN SRF nº 460, de 2004, sucedida pelo artigo 52 da IN SRF nº 600, de 2005; artigo 72, § 5º, da IN RFB nº 900/2008 e alterações posteriores, manifestandose ainda pela impossibilidade de correção de créditos escriturais de IPI. Sobre o tema, pedido de atualização pela SELIC de valores objeto do pedido de ressarcimento de IPI, oportuno mencionar que já foi pacificado pelo e. Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento do Recurso Especial nº 1.035.847 RS, de relatoria do Ministro Luiz Fux, cujo acórdão foi submetido ao regime de recursos repetitivos do artigo 543C, do CPC. Essa decisão teve a seguinte ementa: "PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 7 6 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008". (REsp 1035847/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/06/2009, DJe 03/08/2009) Em julgados mais recentes, o STJ deixou claro que (i) a atualização dos pedidos de ressarcimento de IPI aplicase também aos processos administrativos iniciados antes da vigência da Lei nº 11.457/2007, que estipula em seu artigo 24 que os pedidos administrativos deveriam ser apreciados dentro do prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias1; e (ii) o termo inicial para aplicação da SELIC, índice a ser adotado a partir de 1996, é a data de protocolo do pedido de ressarcimento. Nesse sentido, podese citar o precedente abaixo, de relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques: "TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE RESSARCIMENTO DOS CRÉDITOS DE IPI. CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO INICIAL. PROTOCOLO DOS PEDIDOS ADMINISTRATIVOS DE RESSARCIMENTO. 1. Em que pese o julgamento do Recurso Representativo da Controvérsia REsp. n. 1.138.206/RS (Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 9.8.2010), onde se definiu que o art. 24 da Lei 11.457/2007 se aplica também para os feitos inaugurados antes de sua vigência, o prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias para o fim do procedimento de ressarcimento não pode ser confundindo com o termo inicial da correção monetária e juros SELIC. "Quanto ao termo inicial da correção monetária, este deve ser coincidente com o termo inicial da mora. Usualmente, tenho conferido o direito à correção monetária a partir da data em que os créditos poderiam ter sido aproveitados e não o foram em virtude da ilegalidade perpetrada pelo Fisco. Nesses casos, o termo inicial se dá com o protocolo dos pedidos administrativos de ressarcimento" (EAg nº 1.220.942/SP, 1 Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 8 7 Primeira Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10.04.2013). 2. Agravo regimental não provido". (AgRg no REsp 1554806/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/10/2015, DJe 05/11/2015) O assunto já foi, inclusive, apreciado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, que, em recente julgado2, negou provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, pois "especificamente no presente caso, verificase que houve oposição estatal, mas, ou seja, o pedido de ressarcimento de créditos escriturais de IPI foi expressamente rejeitado pela autoridade competente (despacho decisório de fls. 480 a 499), o que ocasionou, portanto, oposição injustificada a impedir o gozo do direito. Existindo oposição estatal injustificada, há incidência de atualização pela SELIC do crédito de IPI". Esse posicionamento decorre da distinção entre créditos escriturais de IPI e créditos não escriturais. Os créditos escriturais, ou seja, aqueles recebidos e inseridos na escrita fiscal da empresa em um período de apuração para efeito de dedução dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos industrializados em períodos de apuração subseqüentes, não são passíveis de atualização, por ausência de previsão legal. Situação distinta ocorre com os créditos escriturais que passam a ser objeto de pedido de ressarcimento, em razão da impossibilidade de serem utilizados na dedução de débitos de IPI, quando as saídas estão sujeitas à alíquota zero ou à isenção, ou quando a diferença entre o volume de créditos e débitos resulta na acumulação de saldo credor. Nessa hipótese, tais créditos deixam de ser escriturais e passam a ser um direito de crédito do contribuinte contra o Fisco, que deve ser atualizado, desde o protocolo do pedido, pois, caso contrário, haveria um enriquecimento sem causa do Fisco. É que, nessas hipóteses, em que há "pedido de ressarcimento de créditos de IPI, PIS/COFINS (em dinheiro ou via compensação com outros tributos) e esses créditos são reconhecidos pela Receita Federal com mora, essa demora no ressarcimento enseja a incidência de correção monetária, posto que caracteriza a chamada "resistência ilegítima" (REsp 1216129/SC, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/03/2011, DJe 15/03/2011), a atrair a aplicação da Súmula STJ nº 411, com a seguinte redação: "É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco". Oportuno destacar que a resistência ilegítima fica caracterizada pelo reconhecimento do pedido, com mora, porém, em valor histórico, o que gera uma defasagem no valor do crédito a ser recebido pelo contribuinte, não havendo que se esperar determinado lapso de tempo na apreciação do pedido para que a mora fique caracterizada. 2 Processo nº 13678.000141/0076; Acórdão nº 9303003.253; 3ª Turma; Sessão de 03 de fevereiro de 2015; Matéria TAXA SELIC; Recorrente FAZENDA NACIONAL. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 9 8 A respeito, merece destaque a doutrina de Eduardo Domingos Bottallo3, ao tratar da correção monetária nos pedidos de restituição, mas que, pelos mesmos fundamentos, entendo se aplicar aos casos de pedidos de ressarcimento: "A ausência de correção monetária nas obrigações pecuniárias em geral, inclusive, as de índole tributária, acarreta enriquecimento ilícito do devedor, ao que se soma, quando se trata do Poder Público, verdadeiro confisco. Ao revés, sua incidência não configura aumento patrimonial, porém simples mecanismo tendente a retratar, em unidades monetárias atuais, o valor representado por uma quantia identificada no passado. Na antiga lição de Amílcar de Araújo Falcão, ela é a técnica pelo direito consagrada de traduziremse em termos de idêntico poder aquisitivo, quantias ou valores que, fixados pro tempore, se apresentam expressos em moeda sujeita à depreciação. (...) Portanto, se os débitos fiscais ficam sujeitos a atualização monetária a partir do momento que devem ser satisfeitos, o mesmo há de ocorrer com os créditos dos contribuintes, até por força da analogia (ubi eadem ratio, ibi eadem juris dipositio), e da própria regra de isonomia que deve orientar as ações do Poder Público em seu relacionamento com a sociedade: "mais do que ninguém, o administrador público tem o dever de probidade e de seriedade no trato com a coisa pública. Em conseqüência, não pode pensar em não pagar a correção monetária de seus débitos, sob pena de se beneficiar indevidamente com o atraso no pagamento". Como se verifica, se o contribuinte deixa de adimplir sua obrigação tributária dentro do prazo de vencimento está sujeito ao recolhimento do tributo com a aplicação da SELIC, correta a aplicação do mesmo índice para atualização do crédito detido pelo contribuinte contra a Fazenda, pago no âmbito de pedidos de ressarcimento de IPI. Ademais, o artigo 11, da Lei nº 9.779/1999 prevê que o saldo credor do IPI "poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996", que são as normas que tratam da compensação e restituição de tributos federais. Por sua vez, o artigo 39, § 4º, da Lei nº 9.250/1995, estabelece que "§ 4º A partir de 1º de janeiro de 1996, a compensação ou restituição será acrescida de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir da data do pagamento indevido ou a maior até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que estiver sendo efetuada". Desse modo, se a aplicação da SELIC aos pedidos de ressarcimento de IPI já não tivesse fundamento no princípio da isonomia e no que veda o enriquecimento sem causa, a própria remissão do artigo 11, da Lei nº 9.779/1999 às normas que tratam de restituição e compensação seria fundamento legal suficiente ao seu reconhecimento. 3 Bottalo, Eduardo Domingos. "Fundamentos do IPI". São Paulo. Editora Revista dos Tribunais. 2002. p. 136137. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 10 9 Contudo, em que pese ter razão, em tese, o Recorrente quando defende a possibilidade de aplicação da taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento, em seu caso concreto, fixado o entendimento de que a taxa SELIC deve ser aplicada desde a data de protocolo do pedido até o efetivo pagamento do ressarcimento pela Receita Federal, o pedido do Recorrente não merece prosperar. É que no caso da Recorrente não se trata de pedido de ressarcimento em espécie, mas de pedido de ressarcimento para utilização em declarações de compensação contemporâneas ao pedido de ressarcimento. Ora, nesse caso, não há que se falar em oposição injustificada da Receita Federal, pois o valor objeto de ressarcimento é utilizado no exato momento da apresentação do pedido. Em conseqüência, não há qualquer justificativa para a aplicação da taxa SELIC. E, se a Recorrente pretendia a aplicação da taxa SELIC desde a data da escrituração dos créditos nos livros fiscais até a data de apresentação do pedido de ressarcimento, o que não se depreende da defesa apresentada, tratarseia, de qualquer modo, de aplicação da taxa SELIC sobre o crédito escritural de IPI, o que é vedado, por ausência de previsão legal, como já exposto nas linhas acima. Ante o exposto, embora tenha o entendimento pela aplicação da taxa SELIC nos pedidos de ressarcimento de crédito de IPI, penso que esse entendimento não se aplica ao caso concreto, que trata de declaração de compensação contemporânea ao pedido de ressarcimento, motivo pelo qual voto pelo não provimento do Recurso Voluntário." Deixase de transcrever a íntegra da declaração de voto apresentada pelo Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira por ter sido apresentada no Acórdão 3401003.340 (processo paradigma), e por não ser essencial à solução do presente litígio. Transcrevese, tão somente, o seguinte fragmento da declaração de voto, que resume o entendimento do Conselheiro sobre a questão: "Data vênia do entendimento esposado pelo ilustre relator, a jurisprudência que acomete a atualização SELIC para o ressarcimento do IPI é justificada pela resistência da administração em reconhecer o direito creditório e efetivar o ressarcimento. Mas ela não acolhe a SELIC para os casos em que não se configure essa resistência da administração fazendária. Vejamos trecho das ementas dos citados julgados: (...) Além disso, a contribuinte aproveitou o crédito do ressarcimento do IPI imediatamente por meio de declaração de compensação, não havendo oposição por parte da administração tributária para essa compensação, nem postergação do aproveitamento do crédito por parte da contribuinte. Não houve desrespeito ao prazo de 360 dias posto pela Lei 11.457 de 2007. Não há que se falar em resistência da administração ao caso de modo a se justificar aplicar o entendimento jurisprudencial. Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10882.908447/201165 Acórdão n.º 3401003.367 S3C4T1 Fl. 11 10 O texto do artigo 24 da Lei n. 11.457, de 2007, invocado pela contribuinte, não a socorre. Além do fato que o prazo de 360 dias não foi desrespeitado, a simples leitura desse artigo afasta a proposição da contribuinte de que o descumprimento do prazo máximo para a autoridade administrativa decidir implicaria em reconhecimento do seu direito. Essa é uma interpretação equivocada. Basta ler o artigo citado para se ver, indubitavelmente, que esse texto não autoriza a aplicação da taxa SELIC aos casos de ressarcimento." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 139DF CARF MF
score : 1.0