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Numero do processo: 13839.000635/2003-57
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1999
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RECURSO ESPECIAL - INADMISSIBILIDADE - PARADIGMAS IMPRESTÁVEIS.
Para que seja admitido o Recurso Especial, o recorrente deve demonstrar a divergência trazendo paradigmas que tratem de situações fáticas e jurídicas semelhantes.
Quando os paradigmas apresentados não guardam qualquer semelhança fática e jurídica com o caso em questão, não se deve admitir o Recurso Especial.
Numero da decisão: 9202-004.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1999 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - RECURSO ESPECIAL - INADMISSIBILIDADE - PARADIGMAS IMPRESTÁVEIS. Para que seja admitido o Recurso Especial, o recorrente deve demonstrar a divergência trazendo paradigmas que tratem de situações fáticas e jurídicas semelhantes. Quando os paradigmas apresentados não guardam qualquer semelhança fática e jurídica com o caso em questão, não se deve admitir o Recurso Especial.
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Para que seja admitido o Recurso Especial, o recorrente deve demonstrar a divergência trazendo paradigmas que tratem de situações fáticas e jurídicas semelhantes. Quando os paradigmas apresentados não guardam qualquer semelhança fática e jurídica com o caso em questão, não se deve admitir o Recurso Especial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 06 35 /2 00 3- 57 Fl. 301DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 31 a 34, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 1999, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$34.820,38, acrescido de multa de ofício e juros de mora, em decorrência da constatação de omissão de rendimentos tributáveis caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação (fls. 39 a 70), acatada como tempestiva. A 2ª Turma da DRJ/Belo Horizonte/MG, conforme acórdão de fls. 102 a 123, julgou procedente o lançamento. Tempestivamente foi proposto Recurso Voluntário. Consoante decisão unânime da Turma, os autos foram baixados em diligência a fim de que a autoridade lançadora informasse se os cotitulares das contas foram intimados a prestar esclarecimento acerca da origem dos depósitos realizados em suas respectivas contas. Em resposta, foi constatada a ausência de qualquer documento que indicasse que os cotitulares das cotas bancárias teriam sido intimados. Nesse contexto, a 1ª Turma Especial, da 2ª Seção de Julgamento deste Tribunal, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso, para anular o lançamento, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1999 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONTAS CONJUNTAS. INTIMAÇÃO COTITULARES. AUSÊNCIA. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento (Súmula CARF nº 29). Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para anular o lançamento, nos termos do voto da Relatora. Regularmente intimada dessa decisão União opôs embargos de declaração, haja vista que a essência do julgamento seria a nulidade formal e não material, como subtende se do acórdão recorrido. Os embargos foram rejeitados pelo Presidente da Turma Especial, considerando que, por tratarse de lançamento referente ao anocalendário 1998, não seria possível expedir intimações aos cotitulares para prestarem esclarecimentos acerca dos fatos Fl. 302DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13839.000635/200357 Acórdão n.º 9202004.297 CSRFT2 Fl. 301 3 geradores, em virtude do transcurso do prazo decadencial. E, por esse motivo, discutir a natureza da nulidade que contaminou o lançamento, se formal ou material, não modificaria o prazo decadencial, que já teria se esgotado em relação aos demais titulares e, desta forma, não se poder intimálos para esclarecimento da origem dos recursos. Regularmente intimada da decisão dos embargos a União, tempestivamente, apresentou Recurso Especial de divergência, entendendo que, mesmo a Turma de Julgamento não especificando o tipo de vício que maculou o lançamento, a ausência dos requisitos prescritos como obrigatórios do auto de infração gera nulidade por vício formal. Para comprovar o dissídio jurisprudencial, cita os Acórdãos nº s 30240.005 e 10610.087. Em sua fundamentação a União alega que a intimação de todos os titulares de contas conjuntas, obrigação legitimada no § 6º, do artigo 42, da Lei 9.430/96 é elemento que determina como o ato administrativo deve exteriorizarse. Assim, tratase de elemento formal e sua inobservância enseja a anulação do lançamento por vício formal. Na análise de admissibilidade, foi dado seguimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda uma vez que, nos paradigmas os processos foram anulados por vício formal por não estarem alicerçados em provas, enquanto nestes autos a decisão recorrida decidiu pela anulação, considerando erro material. Regularmente intimado o Contribuinte apresentou Recurso Especial e contrarrazões. Seu Recurso Especial não foi conhecido, na forma regulamentar. Em sede de contrarrazões alega o contribuinte que tendo em vista o prazo em que lavrado o Auto de Infração em questão, já decaiu o direito da União de constituir o crédito tributário perante os cotitulares das contas, independentemente de ser considerado o vício aqui presente formal ou material. Alega ainda que a infração a mandamento contido no artigo 42, da Lei 9.430/96 é vício material e não formal. É o relatório. Voto Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Inicialmente, entendo ser prudente o debate acerca da admissibilidade do Recurso interposto pela União. Tratase o presente caso de infração ao artigo 42, § 6º, da Lei 9430/96, que determina que na hipótese de constatação de omissão de rendimentos em contas de depósito ou investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos dos titulares tenha sido apresentada em separado, o valor dos rendimentos será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos pela quantidade de titulares. Vale a transcrição de referido artigo: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente Fl. 303DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. § 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) No caso, não houve intimação dos demais titulares das contas analisadas, de modo que a divisão dos rendimentos da forma como prevista na Lei não foi realizada. Vale destacar, entretanto, que, apesar de não haver intimação dos demais titulares das contas em questão, o lançamento respeitou a proporção dos depósitos em relação à quantidade de titulares, para identificar a base de cálculo do imposto cobrado, conforme se pode depreender do Termo de Verificação Fiscal, às fls. 83. A par disso, percebam que o vício: falta de intimação dos demais titulares das contas está ligado ao elemento pessoal da obrigação tributária, qual seja, o sujeito passivo da obrigação tributária. Tratase de vício na identificação do sujeito passivo. O acórdão de nº 30240.005 trata de caso de não comprovação do compromisso de exportação em operação de Drawback. Vêse, da leitura do referido acórdão que o elemento que ensejou a nulidade do auto de infração foi que as provas juntadas não comprovavam a alegação. Nesse sentido vale a transcrição da seguinte passagem do voto: “A comprovação dos fatos investigados deve ser feita, portanto, de forma tal a tornar inteligível, para quem não esteve à frente do procedimento de ofício, a fundamentação de fato e de direito que dá base à exigência fiscal” A meu ver, estamos diante de duas situações totalmente distintas, de modo a ser impossível se caracterizar a divergência. Quando uma turma analisou o conjunto probatório utilizado para infirmar fechamento de operação de drawback, a outra analisa os efeitos jurídicos da não intimação de cotitulares de conta conjunta, para efeitos de apuração da base de cálculo do IRPF lançado por presunção de omissão de rendimentos. O acórdão 10610.087, por sua vez, tratase de decisão que anulou o Auto de Infração que não continha o local, a data e a hora de lavratura, ao fundamento de infração a requisito formal do artigo 10, II, do Decreto 70.235/72. Também nesse caso estamos diante de situações totalmente distintas. No caso do paradigma, clara infração à elementos formais trazidos no Decreto 70.235/72, enquanto que no presente caso, não intimação de contribuinte nos moldes do artigo 42, § 6º, da Lei 9.430/96. Portanto situações totalmente distintas cuja divergência não pode ser caracterizada. Assim sendo, entendo não poder ser admitido o recurso da União. Gerson Macedo Guerra Fl. 304DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13839.000635/200357 Acórdão n.º 9202004.297 CSRFT2 Fl. 302 5 Fl. 305DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por GERSON MACEDO GUERRA, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 19647.008801/2006-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2003 a 31/12/2003
PRECLUSÃO
Matéria de direito não articulada na impugnação não pode ser ventilada em sede recursal, pois preclusa.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
PRECLUSÃO
Matéria de direito não articulada na impugnação não pode ser ventilada em sede recursal, pois preclusa.
Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 3402-003.259
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da preclusão administrativa da matéria ventilada.
assinado digitalmente
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
assinado digitalmente
Jorge Olmiro Lock Freire - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2003 a 31/12/2003 PRECLUSÃO Matéria de direito não articulada na impugnação não pode ser ventilada em sede recursal, pois preclusa. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 PRECLUSÃO Matéria de direito não articulada na impugnação não pode ser ventilada em sede recursal, pois preclusa. Recurso não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da preclusão administrativa da matéria ventilada. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Presidente. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 88 01 /2 00 6- 40 Fl. 224DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19647.008801/200640 Acórdão n.º 3402003.259 S3C4T2 Fl. 225 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Versam os autos de lançamento de PIS e COFINS (fls. 6/23), calculados com base em omissão de receitas, conforme tabela "Levantamento da Receita Bruta" (fl.24). Informa a fiscalização (fls. 26/30) que, intimada, "a empresa apresentou correspondência em que relaciona a receita bruta mensal, de valor expressivamente superior ao escriturado nos livros Diário e Razão, conforme declaração juntada ao processo administrativo fiscal". Em relação às contribuições cobradas nestes autos, resume o Fisco: Não resignada, a empresa impugnou (fls. 193/197) a exação, alegando em relação às contribuições em exame, que a auditoria fez uso de alíquotas diferenciadas para a respectiva apuração, contestando esse critério e afirmando que "o correto e justo seria ter aplicado a não cumulatividade ou a tributação normal". Quanto à multa qualificada aplicada, cingiuse a alegar que a fiscalização agiu "com extremo excesso de exação". Por fim, concluiu: A DRJ Recife, em 11/12/2006 (fls. 199/204), julgou improcedente a impugnação, sendo a empresa cientificada de seu teor em 24/04/2009 (fl. 211). Apresentou o recurso voluntário de fl. 212, no qual, inovando em relação à peça impugnatória, solicita "uma consulta na tabela da TIPI para ver em que posição nossos produtos de encontram, por que a matéria prima denominada Cloridrato de Tetraciclina e Sulfadiazina Ácida constam neste Fl. 225DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19647.008801/200640 Acórdão n.º 3402003.259 S3C4T2 Fl. 226 3 código da tabela só que os mesmo (sic) transformado (sic) nos produtos tetraciclina e sulfadiazina, quando do processo de transformação são utilizados outros produtos", pelo que pede a "verificação do código em que nossos produtos se enquadram na tabela do (sic) TIPI". Alega que feita a reclassificação a alíquota do PIS seria corrigida para 3% e a da COFINS para 0,65%. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, Relator. Emerge do relatado que a empresa não nega os valores que ensejaram a base imponível da autuação, mas quer, somente agora em sede recursal, discutir a classificação fiscal das mercadorias que fabrica. Tal questão, alem de preclusa, demandaria por parte da recorrente consulta específica sobre classificação fiscal, pois a afirmação do libelo fiscal foi no sentido de que a empresa é "fabricante de medicamentos na posição 3003.39", o que, em momento algum, até a peça recursal, foi ventilado. Assim, entendo preclusa tal questão, alem do que não caberia nestes autos análise de classificação fiscal de mercadorias, uma vez que o Fisco não discordou da classificação que a própria recorrente adotava. Ante o exposto, não conheço do recurso por preclusa a matéria nele articulada. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Relator. Fl. 226DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 13962.000616/2008-10
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/01/2003 a 01/05/2006
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE
BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP
449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA
PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-005.057
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento.
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado WORLD BLUE INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 01/05/2006 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva - Relatora. A C Ó R D Ã O G E R A D O N O P G D -C A R F PR O C E SS O 1 39 62 .0 00 61 6/ 20 08 -1 0 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Especial do Procurador Especial do Procurador 2ª Turma 2ª Turma zembro de 2016 zembro de 2016 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS - APLICAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS - APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL WORLD BLUE INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES LTDA WORLD BLUE INDUSTRIA E COMERCIO DE CONFECCOES LTDA Fl. 481DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). Relatório Trata-se de Recurso Especial, de e-fls. 444/455, interposto pela Fazenda Nacional em face do acórdão nº 2301-002.546, julgado na sessão do dia 19 de janeiro de 2012, pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção, o qual deu parcial provimento ao Recurso Voluntário. A decisão restou assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Período de Apuração: 01/2003 a 05/2006 EXCLUSÃO DO SIMPLES. MATÉRIA OBJETO DE OUTRO PROCESSO ADMINISTRATIVO. MULTA DE MORA. LIMITE DE VINTE POR CENTO. Há óbice à apreciação da matéria relativa à exclusão da empresa do SIMPLES, pois a questão já foi discutida e definitivamente decidida na esfera administrativa. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61, § 2º, da Lei nº 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Na origem, trata-se de Auto de Infração, e-fls. 02, relativo às contribuições devidas à Seguridade Social pela empresa e As destinadas ao financiamento dos beneficios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais de trabalho - GILRAT, incidentes sobre as remunerações pagas e/ou creditadas aos segurados empregados - levantamento FP1 - e contribuintes individuais - levantamento FP2 -, além do levantamento "FP3 - Folha de Pagamento SAT GILRAT", conforme descrito no Relatório Fiscal. Diante de tal lançamento, o Contribuinte apresentou impugnação de e-fls. 306/345, requerendo a anulação e o arquivamento do Auto de Infração. A 6ª Turma da DRJ de Florianópolis/SC, conforme acórdão nº 07-18.300, de e-fls. 363/378, julgou procedente em parte o lançamento para excluir as competências 01/2003 a 11/2003, período em que foi mantida a opção da empresa pelo SIMPLES, bem como os levantamentos FP1 e FP3 em decorrência de nulidade. Intimado de tal decisão, houve a interposição de Recurso Voluntário, e-fls. 382/405, que deu origem ao Acórdão nº 2301-002.546, julgado na sessão do dia 19 de janeiro Fl. 482DF CARF MF Processo nº 13962.000616/2008-10 Acórdão n.º 9202-005.057 CSRF-T2 Fl. 482 3 de 2012, pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção, o qual deu parcial provimento Recurso para que fosse aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica ao Contribuinte. Após a decisão que deu parcial provimento ao Recurso Voluntário, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de e-fls. 444/455, requerendo a reforma do acórdão recorrido, no ponto que determinou a aplicação do art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91 (na atual redação conferida pela Lei nº 11.941/2009), em detrimento do art. 35-A, também da Lei nº 8.212/91, devendo-se verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a multa anterior (art. 35, II, da norma revogada) ou a do art. 35-A da Lei nº 8.212/91. Acórdão nº 2401-000.120, utilizado como paradigma, apresenta a seguinte ementa: SALÁRIO INDIRETO. CARTÕES DE PREMIAÇÃO PARCELA DE INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. JUROS SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. DECLARAÇÃO. VEDAÇÃO. DECADÊNCIA 1 - De acordo com o artigo 34 da Lei nº 8.212/91, as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas elo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal e lançamento, pagas com atraso ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. 2 - A teor do disposto no art. 49 do Regimento Interno deste Conselho é vedado ao Conselho afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto sob o fundamento de inconstitucionalidade, sem que tenham sido assim declaradas pelos órgãos competentes. A matéria encontra-se sumulada, de acordo com a Súmula nº 2 do 2º Conselho de Contribuintes. 3 - Tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria. Termo inicial: (a) Primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). No caso, trata-se de tributo sujeito a lançamento por homologação e houve antecipação de pagamento. Aplicável, portanto, a regra do art. 150, § 4 º do CTN 2 - Nos termos do artigo 28, inciso I, da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 457, § 1º, da CLT, integra o salário de contribuição, a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título aos segurados empregados, objetivando retribuir o trabalho. A verba paga pela empresa aos segurados empregados por intermédio de programa de incentivo, administrativo pela empresa INCENTIVE HOUSE é fato gerador de contribuição Fl. 483DF CARF MF 4 previdenciária. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE”. (Processo nº 37376.001287/2006-31) Conforme despacho de e-fls. 458/461, o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional foi admitido, sendo o processo encaminhado à origem para intimação do Contribuinte. O Contribuinte intimado, conforme AR de e-fls. 464, apresentou Contrarrazões de e-fls. 465/475, requerendo o não conhecimento do Recurso Especial da PGFN e caso seja conhecido que seja negado. É o relatório. Voto Conselheiro Patrícia da Silva - Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Cinge-se a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de defini-lo como infração; b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcreve-se: Fl. 484DF CARF MF Processo nº 13962.000616/2008-10 Acórdão n.º 9202-005.057 CSRF-T2 Fl. 483 5 AUTO DE INFRAÇÃO - OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - MULTA - APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 - APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL - RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA - COMPARATIVO DE MULTAS - APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32-A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35- A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5 o , ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35-A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5 o , ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35-A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35-A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente - descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal - deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32-A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no Fl. 485DF CARF MF 6 caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcreve-se excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavrava-se em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito - NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa - art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32-A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32-A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentá-la ou a prestar esclarecimentos e sujeitar-se-á às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não- apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e Fl. 486DF CARF MF Processo nº 13962.000616/2008-10 Acórdão n.º 9202-005.057 CSRF-T2 Fl. 484 7 II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35-A que dispõe o seguinte, “Art. 35-A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplica-se o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplica-se multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão leva-nos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, refere-se a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais - NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal - AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32-A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da Fl. 487DF CARF MF 8 contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observe-se que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32-A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 - que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Fl. 488DF CARF MF Processo nº 13962.000616/2008-10 Acórdão n.º 9202-005.057 CSRF-T2 Fl. 485 9 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35-A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput dar-se-á por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo dar-se-á: I - mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II - de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrar-se em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35-A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as Fl. 489DF CARF MF 10 penalidades previstas no art. 32-A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os não-impugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35- A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitar-se-á àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Em face ao exposto, dou provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Fl. 490DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.933955/2009-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INEXISTENTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Não se homologa compensação formalizada por meio de declaração que indique crédito inexistente.
Numero da decisão: 1301-002.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, vencido o Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Roberto Silva Junior.
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha Presidente
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator
(assinado digitalmente)
Roberto Silva Junior - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Flavio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo.
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
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CRÉDITO INEXISTENTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não se homologa compensação formalizada por meio de declaração que indique crédito inexistente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, vencido o Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza (Relator). Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Roberto Silva Junior. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Presidente (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator (assinado digitalmente) Roberto Silva Junior Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Flavio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 93 39 55 /2 00 9- 33 Fl. 147DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 148 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte acima identificado contra o acórdão 0235.483, proferido pela 2ª Turma da DRJ/BHE, na sessão de 11 de outubro de 2011, que, ao apreciar a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte, entendeu, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e não reconhecer o direito creditório. Pelo Despacho Decisório, eletrônico, de fls. 11, a Per/Dcomp foi sumariamente considerada improcedente e não homologada a compensação, por tratarse de inexistência de pagamento indevido ou a maior. A empresa manifestouse contrariamente ao despacho denegatório argumentando que cometeu o equívoco de solicitar restituição de estimativas mensais de tributos, quando deveria ter solicitado saldo negativo de CSLL apurado ao final do ano calendário. Critica o Despacho Eletrônico por extremamente sucinto e por não ter tido oportunidade de, antes de emitido, consertar o erro material de preenchimento, em apertada síntese. A manifestante juntou diversos documentos, tais como a Per/Dcomp, DCTF, DIPJ e outros para corroborar o que sustenta. Saliento que a autoridade preparadora não trouxe quaisquer informações a respeito das DCTF entregues originalmente pela manifestante. De igual forma, antes da emissão do Despacho Decisório não consta do processo que a declarante foi intimada a apresentar a contabilidade completa para analisarse a procedência do pedido. Às fls. 38 a 43, a 2ª Turma da DRJ/BHE proferiu o Acórdão nº 0235.483, entendendo, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e não reconhecer o direito creditório, por tratarse de pedidos de restituição de estimativa mensal e por inadmitir a alteração do pedido de estimativa para saldo negativo de CSLL, após a expedição do despacho decisório. Transcrevo a ementa do julgado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2006 Retificação da Declaração de Compensação. A retificação da DCOMP somente é possível na hipótese de inexatidões materiais cometidas no seu preenchimento, da forma prescrita na legislação tributária vigente e somente para as declarações ainda pendentes de decisão administrativa na data da sua apresentação. Declaração de Compensação Estimativa Mensal Paga a Maior. Fl. 148DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 149 3 Segundo as normas infralegais de regência, no caso de pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual, o valor pago indevidamente ou a maior a título de estimativas mensais somente poderá ser utilizado na dedução da CSLL devido ao final do respectivo período de apuração ou para compor o saldo negativo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Ciente do acórdão recorrido em 19/11/2011 sábado (fls. 48/49), e com ele inconformado, a recorrente apresentou em 21/12/2011 (fls 50), tempestivamente, recurso voluntário, através de representante regularmente constituído, pugnando por provimento, onde apresenta argumentos que serão apreciados quando do julgamento: É o relatório. Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 150 4 Voto Vencido Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos regimentais, portanto, dele conheço. Porém, do exame dos autos, considero que o processo não reúne condições de julgamento, pelos motivos que passo a expor. A decisão recorrida, manteve o Despacho Decisório ora contestado, que não homologou a compensação declarada, por inexistência de crédito disponível no PER/DCOMP. Antes, porém, de analisar os argumentos apresentados em sede de recurso, necessário pronunciarme sobre os novos documentos juntados pela recorrente, por ocasião do protocolo do recurso voluntário. DA EXCEPCIONAL ADMISSÃO DA JUNTADA DE PROVAS EM SEDE RECURSAL Uma questão inicial a ser considerada no presente feito, diz respeito à possibilidade da juntada, após a apresentação da competente impugnação, de documentos/provas necessários à defesa do contribuinte. Em relação a esse ponto, é importante destacar a disposição contida no §4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que trata da apresentação da prova documental na impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. Contudo, a jurisprudência do CARF vem temperando essa disposição em nome do princípio da verdade material para a consecução dos fins processuais. No caso, penso ser possível a análise dos documentos juntados pela recorrente, em eu recurso, quais eles, DIPJ 2006 (AC 2005); DARF´s IRPJ (código 5993); DARF´s CSLL (código 2484), pois não se trata de novos documentos, vez que são documentos de pleno conhecimento e posse da Administração Tributária. Aliás, não vejo impedimento em eventual requisição, por parte do julgador administrativo, a seu critério, para trazer aos autos documentos se façam necessários e que se encontrem sob a guarda da Administração Tributária, ainda que eles não tenham sido juntados pela interessada quando do protocolo de sua peça de impugnação. Tal iniciativa só vem a assegurar o equilíbrio entre as partes, celeridade e oficialidade, e a busca do Princípio da Verdade Material. Nesse sentido se encontra o disposto no art. 37, da Lei 9784/99, a seguir transcrito: Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 151 5 Diante dessas considerações, entendo admissível a juntada dos documentos apresentados pela recorrente quando da interposição de seu recurso voluntário, devendo estes serem aqui considerados na formulação deste julgamento. DA ANÁLISE INICIAL DO RECURSO DA POSSIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCOMP // DA COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS APURADOS Trata o presente litígio de não reconhecimento de direito creditório decorrente de saldo negativo de CSLL e consequente não homologação de compensação entre crédito e débito. Desde a sua peça inicial de defesa, a recorrente está a dizer que seu crédito é resultante de saldo negativo e não de pagamento a maior de estimativa, apesar de ter indicado equivocadamente a natureza de crédito decorrente de pagamento indevido de estimativa. Assim, evidenciase um erro formal na composição da Declaração de Compensação apresentada, onde a recorrente de forma equivocada pleiteou um crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior do que o devido, quando na verdade, se tratava de saldo negativo de CSLL. Penso haver mero erro formal no caso do contribuinte indicar nos PER/DCOMP recolhimentos individuais de estimativa em vez de indicar o saldo negativo formado pelo conjunto destas mesmas estimativas, como está a ocorrer no caso presente. Cabe registrar que o fato de a recorrente ter indicado na Declaração de Compensação o recolhimento de estimativa como origem do crédito, e não o saldo negativo do período, não prejudica o seu pleito, porque o art. 165 do Código Tributário Nacional CTN não condiciona o direito à restituição de indébito, fundado em pagamento indevido ou a maior, a requisitos meramente formais. O que realmente interessa, no meu entender, é verificar se houve ou não pagamento indevido ou a maior de um determinado tributo em um determinado período de apuração. No caso vertente, verifico que a fiscalização não aprofundou sua investigação acerca da liquidez e certeza do crédito pleiteado, quando desprezou completamente a DIPJ enviada pelo contribuinte que indicava saldo credor, em descompasso com a Per/Domp. apresentada. Ora, a Administração Tributária não pode limitar, em sua análise, apenas às informações prestadas em Dcomp, já que existiam informações provenientes de outras declarações nos bancos de dados da Receita que permitiam a análise quanto ao crédito pleiteado. Isto é, caberia à Fiscalização, ao menos, questionar a divergência existente entre as declarações (DIPJ e DComp) e proceder a intimação do contribuinte para retificar uma das declarações. Compulsando os autos, não encontro comprovação de ter sido intimado o contribuinte para proceder a retificação de quaisquer das declarações. Por consequência lógica, também não existe prova nos autos que o contribuinte quedouse inerte, em face de eventual Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 152 6 intimação para correção da divergência existente entre as duas declarações apresentadas pelo próprio contribuinte. Ressaltese que o procedimento de emitir Despachos Decisórios eletronicamente, sem a intimação prévia dos contribuintes para justificarem as Per/Dcomps que o sistema rejeita, tem causado vários transtornos. De um lado, indeferese o pedido de restituição e aproveitamento de estimativas porque foram alocadas automaticamente a débitos que constaram da DCTF, sem facultar ao contribuinte oportunidade para esclarecer a sua conduta. Por outro lado, impedese simultaneamente que, ao ser notificado do Despacho Decisório emitido de forma sumária, o contribuinte possa retificar ou até mesmo cancelar a Per/Dcomp para adequála de forma devida. E por fim, ainda que a unidade de jurisdição do contribuinte, ou a turma julgadora de primeira instância, verifiquem a sequência de Per/Dcomp emitidas pelos contribuintes solicitando a restituição das estimativas mensais pagas do mesmo anocalendário e tributos, não adaptam os pedidos, ex officio, para devolução do saldo negativo de IRPJ/CSLL apurado, retirando do administrado a repetição de possível indébito tributário, pela prescrição. A Administração Tributária consciente destes problemas modificou os Despachos Decisórios emitidos eletronicamente e o seu procedimento. Atualmente, ao verificar a inconsistência das Per/Dcomp com as informações registradas nos sistemas do fisco, antes de emitir o despacho denegatório intima o contribuinte para esclarecimentos. Se o contribuinte não responder à intimação fiscal, o Despacho é emitido, porém faculta ao contribuinte, no prazo de trinta dias após o recebimento, retificar as declarações entregues ao fisco para a compatibilização dos dados – DIPJ, DCTF e a própria Per/Dcomp. Superado o ponto da admissibilidade das Per/Dcomp, importa verificar a liquidez do crédito pleiteado. Isso porque se não ocorreu pagamento a maior das estimativas de CSLL, pode existir, em tese, saldo negativo de CSLL no período, situação esta que envolve inúmeras outras variáveis que devem ser levadas em conta para que se dê ou não a restituição/compensação perseguida. Se por um lado, a recorrente confundiu esses conceitos, por outro deixou inequívoco que sua intenção era mesma aproveitar crédito decorrente do referido saldo negativo formado pelo conjunto das estimativas. Em nome do princípio da verdade material e da fungibilidade, devese permitir a retificação da Per/Dcomp quando é patente o erro material no seu preenchimento, o que, segundo meu entendimento, ficou configurado no caso concreto em que há divergência perceptível entre o Per/Dcomp apresentado e o que queria ser apresentado, revelado no próprio contexto em que foi feita a declaração. Nesse contexto, inclinome pela realização de uma diligência específica para que seja adotada as seguintes providências pela Fiscalização: a) Transmutar a situação de pagamento indevido para compensação de saldo negativo de CSLL para o anocalendário de 2005, levando a PER/Dcomp a tratamento manual; b) Intimar o contribuinte a apresentar novas informações, esclarecimentos e retificações que entender pertinentes à solução da lide, inclusive a exibir a sua contabilidade, no que interessar, viabilizando a análise do mérito do pedido, ou seja, a origem e a procedência do crédito pleiteado, em face da sua contabilidade Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 153 7 c) Prosseguir na validação do saldo negativo informado pelo sujeito passivo na DIPJ através da análise das parcelas que compõem o crédito informadas no PER/DCOMP; d) Após as verificações acima, apurando a certeza e liquidez do crédito tributário em referência, verificar se ainda resta algum débito remanescente a ser coberto, refazendo todas as imputações utilizando o Sistema pertinente da Receita Federal do Brasil. e) A autoridade fiscal deverá elaborar relatório conclusivo das verificações efetuadas nos itens anteriores. No relatório ainda deve constar informações se o débito de CSLL mês apuração 03/2006 já foi quitado no PERD/COMP de nº20490.11239.280406.1.3.04032. f) Ao final do relatório conclusivo, o contribuinte deverá ser cientificado do seu resultado, facultandolhe a oportunidade de se manifestar nos autos sobre suas conclusões, no prazo de 30 dias, em conformidade com o parágrafo único, art. 35, do Decreto 7.574/2011. Na seqüência, o processo deverá retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento, sendo distribuído a este Conselheiro independentemente de sorteio. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Voto Vencedor Conselheiro Roberto Silva Junior, Redator designado Não obstante o voto do ilustre Conselheiro relator, que revela um acendrado espírito de justiça, peço licença para divergir. No caso em exame, a compensação formalizada em Dcomp não foi homologada porque indicava como crédito contra a Fazenda um valor que efetivamente não revestia essa condição. O pagamento apontado como indevido, na verdade, não o era. Não havia indébito. O direito creditório não existia. A recorrente alegou ter cometido erro ao identificar a natureza do crédito como pagamento indevido, quando o correto seria saldo negativo. Ocorre que na DIPJ, referente ao respectivo ano base, o saldo negativo apurado é diferente do valor inserido na Dcomp. Além disso, o código de receita informado na Dcomp é o código do pagamento por estimativa, e o período de apuração indicado também é o da estimativa, o que revela com clareza que o crédito pretendido pela recorrente era o pagamento feito por estimativa, e não o saldo negativo. Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 154 8 Não houve de erro de preenchimento. Tratase claramente de erro de direito. A inserção, no campo destinado ao crédito, de valor inexistente inviabiliza a própria Dcomp, sobretudo quando a essa incorreção se somam erros quanto à natureza do crédito, à data do pagamento, ao período de apuração, e ao código da receita. A correção de todos esses dados, como quer a recorrente, implicaria elaborar nova Dcomp, procedimento que não se permite a este órgão julgador, nem ao Delegado da Receita Federal. O erro, frisese, é admitido pela própria recorrente. É fato incontroverso. Porém, ao contrário do que ela sustenta, não se trata de mero erro material ou de forma. É erro de conteúdo ou substancial. Quando se examinam os dados informados na Dcomp, percebese claramente que a manifestação de vontade não tinha por objeto o saldo negativo. Portanto, não socorre a recorrente, no caso em exame, o princípio da verdade material. Cabe ressaltar que o indeferimento do direito creditório relativamente ao pagamento por estimativa não impedia que a recorrente, mediante apresentação de outra declaração de compensação, utilizasse o saldo negativo para compensar outros débitos, sem qualquer prejuízo a seu eventual direito creditório. Todavia, admitir que, no caso concreto, houve mero erro formal, reconhecendo direito creditório quanto ao pagamento por estimativa (como quer a recorrente), implica fragilizar o controle da Administração relativamente a tais valores, pois abre espaço para que sejam compensados, concomitantemente, tanto o saldo negativo, quanto os pagamentos por estimativa que o compõem, cada qual em Dcomps diferentes. Importa ressaltar que a Lei nº 9.430/1996, ao disciplinar a compensação, conferiu ao contribuinte verdadeiro direito potestativo, já que o exercício do direito, mesmo interferindo na esfera jurídica de outrem (no caso, o Fisco), depende apenas da vontade e da decisão do contribuinte. Nos termos da legislação em vigor, havendo pagamento indevido a título de tributo, pertence ao contribuinte decidir se vai fazer a compensação, definir em que momento ela será feita, e finalmente escolher quais os débitos serão compensados. A matéria está toda ela na esfera de discricionariedade do contribuinte, não cabendo ao Fisco interferir em nenhum desses três aspectos. Por outro lado, a compensação, que é formalizada unilateralmente mediante a mera entrega de uma declaração (Dcomp), produz imediato efeito extintivo do crédito tributário compensado, restando, nessa hipótese, ao Fisco verificar no prazo de cinco anos a regularidade da compensação, sob pena de homologação tácita, com o que tanto a compensação, quanto a extinção do crédito tributário se tornam definitivas. A amplitude desse poder, entretanto, cobra responsabilidades do contribuinte, que tem de suportar as consequências da demora em formalizar a compensação e as consequências de realizála de forma incorreta. No caso em exame, a contribuinte formalizou a compensação, indicando como crédito um valor que não revestia essa condição. Poderia ter apresentado nova declaração, mas não o fez. Assim, a pretensão deduzida no recurso voluntário, diante da falta de amparo legal, deve ser indeferida. Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10680.933955/200933 Acórdão n.º 1301002.168 S1C3T1 Fl. 155 9 Conclusão Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário, para no mérito negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Roberto Silva Junior Redator designado. Fl. 155DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10469.903723/2009-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. DIALETICIDADE.
O Contribuinte deve, em seu Recurso Voluntário, indicar os fundamentos de fato e de Direito pelos quais se insurge contra a decisão recorrida. Não pode ser conhecida a peça recursal que não traz qualquer fundamento, apenas pretendendo juntar novas provas.
RECONHECIMENTO EXPRESSO DA CORREÇÃO DA DECISÃO A QUO. PRESSUPOSTO RECURSAL NEGATIVO.
O reconhecimento pelo Recorrente da correção da decisão a quo é fato impeditivo de seu direito de recorrer.
Numero da decisão: 3402-003.252
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
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J. DE MEDEIROS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006 PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO VOLUNTÁRIO. DIALETICIDADE. O Contribuinte deve, em seu Recurso Voluntário, indicar os fundamentos de fato e de Direito pelos quais se insurge contra a decisão recorrida. Não pode ser conhecida a peça recursal que não traz qualquer fundamento, apenas pretendendo juntar novas provas. RECONHECIMENTO EXPRESSO DA CORREÇÃO DA DECISÃO A QUO. PRESSUPOSTO RECURSAL NEGATIVO. O reconhecimento pelo Recorrente da correção da decisão a quo é fato impeditivo de seu direito de recorrer. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 90 37 23 /2 00 9- 65 Fl. 1400DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão DRJ/RPO nº 1133.617 de 29/04/11 constante de fls. 33/37, e exarado pela da 4ª Turma da DRJ de RecifePE que, por unanimidade de votos, houve por bem “julgar improcedente” a manifestação de inconformidade de fls. 01, mantendo o r. Despacho Decisório (fls. 02) da DRF de Natal RN, que indeferiu os Pedidos de Restituição/Compensação – PER/DCOMP do PIS/COFINS (fls. 26/30), protocolados em 27/04/2006, relativamente a suposto crédito originário de pagamento indevido ou a maior do código de receita 6912, em razão de erros de calculo o PIS e Cofins sobre o faturamento total cometidos no período de 2005 a 2006, vez que, na verdade, a empresa teria “na sua grande maioria a venda de frutas e verduras, que tem sua alíquota 'reduzida a 0% para o PIS e Cofins quando destinadas ao mercado interno, conforme o art. 28 da Lei 10.865/2004”. Por seu turno a decisão de fls. 33/37, da 4ª Turma da DRJ de Recife PE, houve por bem “julgar improcedente” a manifestação de inconformidade de fls. 01, mantendo o r. Despacho Decisório (fls. 02) da DRF de Natal – RN, sob fundamento de ausência de provas do erro de fato no preenchimento da DCTF, nem do crédito oferecido para compensação na PER/DCOMP. O Contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls.4749) em que reconhece que a DRJ agiu corretamente em julgar improcedente a manifestação de inconformidade, pela ausência de provas, e afirma que: “Demonstrando total transparência e sem qualquer nova alegação, apresentamos as cópias das notas fiscais do período a que se refere a compensação, cópia do livro de registro de notas fiscais de saída, o relatório das vendas feitas no período, por produto e o balancete do mês. No mês de janeiro de 2006 a empresa efetuou de vendas o valor total de R$ 759.345,63 (setecentos e cinquenta e nove mil trezentos e quarenta e cinco reais e sessenta e três centavos), mas o valor das vendas tributadas pelo PIS e COFINS é de apenas R$ 34.574,61 (trinta e quatro mil quinhentos e setenta e quatro reais e sessenta e um centavos).” Afirmando ao fim que a juntada das novas provas seria suficiente para demonstrar a procedência da compensação efetuada. O relator anterior deste caso achou por bem converter em diligência o julgamento nos seguintes termos: Isto posto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que, depois de confrontar as Notas Fiscais com os registros fiscais da SRFB de recolhimentos e respectivas bases de cálculo efetuados pela Recorrente no período excogitado, com os recolhimentos e bases de cálculo registrados nos livros e documentos fiscais da Recorrente, a d. Fiscalização Fl. 1401DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10469.903723/200965 Acórdão n.º 3402003.252 S3C4T2 Fl. 3 3 informe conclusivamente (com demonstrativos) sobre a existência (ou não), a exatidão (ou não), bem como a origem do suposto crédito restituendo líquido contra a Fazenda invocado pela Recorrente, e a sua disponibilidade para a compensação pleiteada no presente processo. O despacho de diligência de fls.13731375 afirmou que a resposta do Contribuinte à intimação fiscal não esclarecia o período de apuração de Janeiro de 2016, pelo que realizou nova intimação para que justificasse a base de cálculo adotada para o cálculo do PIS não cumulativo daquele período, o que não foi feito pelo contribuinte no prazo solicitado. Em razão disso, aduziu que: Concluise, então, que a interessada não logrou comprovar o crédito alegado. Consequentemente o PIS devido referente ao mês de janeiro de 2006 permanece com o mesmo valor originalmente pago e declarado, de R$ 4.363,61. Assim sendo, esta unidade preparadora oferece ao CARF parecer pugnando pelo não provimento do Recurso Voluntário. Posteriormente, o Recorrente apresentou Requerimento de fls. 13801397, juntando extratos bancários com informações de pagamentos à COSERN que influíram na apuração dos créditos de PIS e COFINS do período de 01,02 e 03/2006. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto Em primeiro lugar, há que se questionar se estamos diante, efetivamente, de um Recurso Voluntário que mereça ser conhecido. Isso se dá pelo fato de o Recorrente reconhecer expressamente a correção da decisão a quo, reconhecendo que não juntou provas do crédito pleiteado, como se vê no trecho abaixo: Em seguida, deixa inequivocamente claro que a única função do seu "Recurso Voluntário" é servir de veículo para novas provas a serem juntadas: Fl. 1402DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 Para, ao final, alegar que essa juntada posterior de novas provas suprira as falhas probatórias e erros cometidos no desenrolar do processo. Pareceme haver dois problemas intransponíveis ao conhecimento desse Recurso Voluntário, a despeito de sua tempestividade. Em primeiro lugar, em razão da aplicação subsidiaria do art. 1000 do Código de Processo Civil, com fundamento no seu art.15, verbis: Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Entendo ser expressa a aceitação da decisão a quo e seus fundamentos no "Recurso Voluntário", especialmente no trecho citado anteriormente, de fls. 48, que caracteriza fato impeditivo do direito de recorrer, condição negativa de admissibilidade dos recursos. Por sua vez, o segundo trecho citado acima deixa claro que o "recurso" é mero invólucro para simples petição de juntada de documentos, não demonstrando discordância de qualquer ponto da decisão de 1ª instância. Carece de regularidade procedimental por ofensa ao princípio (rectius regra) da dialeticidade, que exige que o recurso indique os pontos de discordância da decisão a quo, requisito especificamente acatado pelo Código de Processo Civil em seus arts. 1002 e 1008, verbis: Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte. Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso. Como o julgamento do recurso tem efeito substitutivo da decisão recorrida, é essencial que o recurso ataque pontos dela. Tal requisito de admissibilidade decorre do próprio princípio do contraditório, expressamente aplicado ao processo administrativo por força do art.5º, LV da Constituição Federal, até mesmo para viabilizar, por exemplo, eventuais contrarrazões da Fazenda Pública. Desse modo, entendo não estarem presentes os requisitos de admissibilidade, voto por não conhecer do recurso voluntário. Ad argumentandum, reconhecendo este colegiado que o presente recurso deva ser conhecido, devese reconhecer que as provas acostadas aos autos não devem ser consideradas para fins de análise do caso, em razão de comando expresso do art.16, §§ 4º e 5º do Decreto 70.235/72: Fl. 1403DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10469.903723/200965 Acórdão n.º 3402003.252 S3C4T2 Fl. 4 5 § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. Além de não apresentar as provas no momento da manifestação de inconformidade, o Recorrente entendeu por bem juntálas no seu "Recurso Voluntário" sem, todavia, justificar de qualquer maneira a razão da juntada posterior, nos termos do §4º do art.16 do Dec. 70.235/72. Desse modo, há que se reconhecer a preclusão do direito de produzir provas documentais no processo administrativo, o que implica em manutenção da decisão a quo pelo seus próprios fundamentos (ausência de provas do crédito pretendido), a qual se remete com fulcro no art.50, §1º da Lei 9.784/99, verbis: Observase nos autos que os únicos documentos acostados pela contribuinte, além das declarações PER/Dcomp e da DCTF foram: uma cópia do documento de fl. 22, em que solicita à Junta Comercial do Rio Grande do Norte, 18/11/1984, a constituição da firma individual G. J. de Medereiros em Natal RN, e especifica como "Atividades Econômicas Principais" o "Comércio varejista de frutas e verduras"; e a cópia de fl. 23 referente ao requerimento de 21/08/2008 para abertura de filial também em Natal RN, com código de atividade "52117/01" e "Descrição do objeto" como sendo de "Depósito Fechado", o qual foi deferido em 18/09/2008. Percebese, portanto, que a contribuinte não demonstra qual e nem quanto foi a "grande maioria" da venda de frutas e verduras com alíquotas reduzidas a 0% (zero), muito menos que a totalidade das vendas teriam sido com alíquotas reduzidas a 0% (zero),observandose ainda que, de acordo com o referido art. 28 da Lei 10.865/2004, o que é passível de redução de alíquotas a zero para o PIS e Cofins é "a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno, de" "produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, (...), TIPI (...) Assim, não basta simplesmente alegar que é vendedor de "frutas e verduras", sem especificar quais sejam estas para que se pudesse verificar se atendem aos requisitos da lei em termos de classificação na TIPI e enquadramento para efeito redução da alíquota a zero, e sem demonstrar o destino das mercadorias, nem os seus quantitativos e valores. Além disso, tal especificação Fl. 1404DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 de produto, destino, quantidade e valores deveria estar lastreada ou corroborada em documentos fiscais, a exemplo de notas fiscais, e livros comerciais ou contábeis, a exemplo de livro Caixa para os contribuintes não tributados pelo lucro real. 11. Não se pode perder de vista que a compensação somente pode ser efetivada diante da liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, conforme disposto no art. 170 do Código Tributário Nacional CTN, in verbis: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento. 12. Portanto, tendo os pagamentos dos tributos PIS e Cofins sido efetuados e utilizados na quitação de débitos da contribuinte, para os quais a mesma não comprovou se tratarem de hipótese para a qual faria jus à redução das alíquotas desses tributos para zero, e não tendo sido apresentada qualquer documentação que sequer comprovasse as vendas para o mercado interno de mercadorias que "na sua grande maioria" estariam classificadas dentro da previsão legal de redução de alíquotas a zero, conclui se pela ausência de certeza e liquidez dos créditos. E não cabe, também, afirmar que há de se observar que o princípio da verdade material, pois este nada tem a ver com a preclusão temporal aplicada ao caso, com fulcro no art.16 do Decreto 70.235/72. Tal princípio diz respeito à chamada concepção aberta das provas, remontando às obras clássicas de Thayer, Bentham e Wigmore, caracterizandose por uma vinculação a nível de uma epistemologia geral do fenômeno probatório à busca da verdade (caracterizada como a correspondência entre os enunciados provados e os acontecimentos a que se referem), submetendoo à esfera da racionalidade instrumental, com a finalidade de superar a vetusta questão das provas atípicas, bem como às demais normas jurídicas restritivas da produção e valoração probatória. Opõese a essa concepção a chamada concepção fechada ou fragmentária das provas, defendida com maior rigor por Carnelutti e tributária de uma limitação da atividade probatória aos procedimentos previstos de fixação formal da verdade dos fatos. O óbice a superar com suporte em tal princípio não é de natureza probatória, mas sim procedimental, qual seja, o regime de preclusões relativas à apresentação de provas documentais, mais especificamente a chamada regra da concentração ou da eventualidade, essencial a um processo em contraditório que pretenda avançar em busca de uma solução. Naturalmente, como qualquer regra, comporta exceções previstas pelo próprio ordenamento, especialmente no §4º do art.16 do Dec. 70.235/72. Fl. 1405DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10469.903723/200965 Acórdão n.º 3402003.252 S3C4T2 Fl. 5 7 Em vista da situação em tela não se tratar de qualquer das exceções mencionadas, é imperioso que se aplique a regra da preclusão, não socorrendo ao pleito o princípio da verdade material por absoluta impertinência à questão. Por fim, ainda que superada a questão da admissibilidade das provas extemporâneas, o relatório da diligência fiscal é claro em demonstrar que o Recorrente, mesmo intimado a demonstrar o crédito, não logrou fazêlo: A resposta dada à intimação foi satisfatória para outros processos, que tratam do PIS CUMULATIVO, mas não para o período de apuração de janeiro de 2006, ora analisado, que trata de PIS NÃO CUMULATIVO. Por esse motivo foi emitida a segunda intimação, exigindo da contribuinte o detalhamento dos créditos utilizados, relativos à não cumulatividade do tributo. Para melhor clareza e contextualização transcrevese parcialmente a INTIMAÇÃO 002: “(...)Ocorre que no Recurso Voluntário dirigido ao CARF a declarante informa que o faturamento total de janeiro/2006 foi de R$ 759.345,63 e que o faturamento sujeito à tributação do PIS era somente de R$ 34.574,61. Ora, como o novo PIS NÃO CUMULATIVO informado é de R$ 157,25, calculado sob a alíquota de 1,65%, inferese que a Base de Cálculo utilizada foi de R$ 9.530,30. Resta saber, então, quais foram os créditos subtraídos do faturamento tributável (de R$ 34.574,61) para chegar à Base de Cálculo efetiva, de R$ 9.530,30. Isto posto, fica a contribuinte intimada a demonstrar a Base de Cálculo do PIS NÃO CUMULATIVO de janeiro/2006, detalhadamente e com prova documental, destacando, principalmente, os créditos utilizados na apuração do tributo. Como se confere nos autos a ciência (eletrônica) da Intimação 002 ocorreu, por presunção legal, em xxxxxxxx; em 11/01/2016, atendendo requerimento da interessada, o prazo da intimação foi prorrogado para 11/02/2016. Contudo, até a presente data a contribuinte não atendeu a intimação. Concluise, então, que a interessada não logrou comprovar o crédito alegado. Consequentemente o PIS devido referente ao mês de janeiro de 2006 permanece com o mesmo valor originalmente pago e declarado, de R$ 4.363,61. Assim sendo, esta unidade preparadora oferece ao CARF parecer pugnando pelo não provimento do Recurso Voluntário. Além disso, os extratos bancários juntados posteriormente ao relatório da diligência fiscal (fls.13801397) tampouco são suficientes para demonstrar a composição dos créditos utilizados no cálculo das contribuições sociais, pois "a olho nu" muito distam de justificar a diferença de quase R$ 25.000,00 entre o faturamento tributável e a base de cálculo efetivamente utilizada na DCTF Retificadora. Deste modo, restaria improcedente o Recurso Voluntário do Contribuinte. Ante o exposto, voto pelo não conhecimento do Recurso Voluntário. Fl. 1406DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 1407DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 10880.036101/96-66
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1992
INDÉBITO APURADO EM DIRPJ, PASSÍVEL DE RESTITUIÇÃO AUTOMÁTICA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE.
O fato de o crédito de IRPJ estar em processamento de restituição automática não obsta a sua compensação com débito do mesmo imposto. Se o contribuinte manifesta por escrito sua desistência da restituição em tempo hábil (antes que ela seja realizada), não há porque negar o encontro de contas (artigo 66 da Lei n° 8.383/91, e artigos 9º e 11 da IN DRF nº 67/1992).
Numero da decisão: 9101-002.441
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(documento assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício.
(documento assinado digitalmente)
Rafael Vidal De Araujo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal De Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Demetrius Nichele Macei, Luis Flavio Neto, Cristiane Silva Costa.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1992 INDÉBITO APURADO EM DIRPJ, PASSÍVEL DE RESTITUIÇÃO AUTOMÁTICA. COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. O fato de o crédito de IRPJ estar em processamento de restituição automática não obsta a sua compensação com débito do mesmo imposto. Se o contribuinte manifesta por escrito sua desistência da restituição em tempo hábil (antes que ela seja realizada), não há porque negar o encontro de contas (artigo 66 da Lei n° 8.383/91, e artigos 9º e 11 da IN DRF nº 67/1992). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. (documento assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão – Presidente em exercício. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal De Araujo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em Exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal De Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Demetrius Nichele Macei, Luis Flavio Neto, Cristiane Silva Costa. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 03 61 01 /9 6- 66 Fl. 347DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.036101/9666 Acórdão n.º 9101002.441 CSRFT1 Fl. 3 2 Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em que se alega divergência jurisprudencial relativamente à compensação de crédito de IRPJ apurado quando a legislação previa restituição automática para esse tipo de crédito, a partir do processamento da DIRPJ. A recorrente insurgiuse contra o Acórdão nº 120100.083, de 15/05/2009, pelo qual a 1a Turma Ordinária da 2a Câmara da 1a Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, deu provimento parcial a recurso voluntário da contribuinte acima identificada, para fins de, entre outras coisas, concluir que era possível a compensação dos créditos de IRPJ apurados nos anosbase de 1988 e 1991, mesmo estando eles em processamento de restituição automática. O acórdão recorrido foi assim ementado, na parte que ora interessa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1992 Ementa: IRPJ. TRIBUTO OBJETO DE RESTITUIÇÃO AUTOMÁTICA. COMPENSAÇÃO POSSIBILIDADE. O fato de o crédito de IRPJ estar em processamento de restituição automática não obsta a sua compensação com débito de IRPJ. (Inteligência do art. 66 da Lei n° 8.383/91). A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à lei tributária interpretação divergente da que tem sido dada em outros processos, especificamente quando admitiu a compensação de débito de IRPJ do anocalendário de 1992 com créditos apurados em anos anteriores, para os quais a legislação previa restituição automática a partir do processamento da DIRPJ. Para o processamento de seu recurso, a PGFN desenvolve os argumentos descritos abaixo: e. Turma Ordinária a quo deu provimento parcial ao recurso interposto pelo contribuinte, para reconhecer o direito à compensação de tributo objeto de restituição automática, entendendo pela ilegalidade da restrição imposta pela IN nº 67/92; o v. acórdão ora recorrido acolheu o entendimento de que o fato de o crédito de IRPJ estar em processamento de restituição automática não obsta a sua compensação com débito de IRPJ, uma vez que a IN n° 67/92 estabeleceu uma restrição que o legislador não criou, invadindo, portanto, competência e atribuição privativas do legislador ordinário (art. 48 C.F.), sendo, portanto, ilegal (fls. 238, 245); diversamente, a Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes proferiu paradigma, no qual ficou expresso o entendimento segundo o qual a restrição prevista pela IN nº 67/92, qual seja, de impossibilidade de compensação quando o tributo for objeto de restituição automática é legal, sendo decorrência direta da previsão constante do Art. 66, §4º, da Lei 8.383/91, que expressamente dispôs: "O Departamento da Receita Federal e o Instituto Nacional do Seguro Social INSS expedirão as instruções necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo"; Fl. 348DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.036101/9666 Acórdão n.º 9101002.441 CSRFT1 Fl. 4 3 eis a ementa do referido julgado: Acórdão nº 10512.668 COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS ARTIGO 66 DA LEI N.e 8.383/91 A compensação de tributos e contribuições, sob a égide do art. 66 da Lei n.° 8.383/91, deverá observar as suas normas e disposições. Tratandose de valores apurados em declaração de rendimentos de IRPJ, com previsão de restituição automática por processamento eletrônico, não cabe a iniciativa unilateral do contribuinte. Recurso negado. o CTN previu a compensação como forma de extinção do crédito tributário. Todavia, em atendimento ao princípio da legalidade, determinou que a extinção do crédito tributário por essa modalidade depende de lei autorizadora, que estabeleceria as condições e as garantias em que poderia ocorrer a compensação ou atribuiria à autoridade administrativa o estabelecimento dessas condições e garantias; a fim de normatizar a forma pela qual se daria a compensação no âmbito tributário, foram editadas leis, dentre as quais se destaca a de nº 8.383/91; inferese da leitura do §4º do art. 66 da referida lei que a compensação de créditos tributários seria objeto de regulamentação por meio de instrução normativa; com efeito, a IN nº 67/92 em seu artigo 9° previu expressamente a não possibilidade de compensação de créditos tributários objeto de restituição automática por processamento eletrônico; a realização da compensação em desrespeito a tal previsão não pode, portanto, ser admitida, devendo neste caso ser adotado o entendimento divergente já acima transcrito; ex positis, a União (Fazenda Nacional) requer seja conhecido e provido o presente recurso para reformar o respeitável acórdão, restabelecendo a decisão de primeira instância. Quando do exame de admissibilidade do Recurso Especial da PGFN, a Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, por meio do Despacho nº 1200 0.475/2009, de 24/11/2009, admitiu o recurso com base na seguinte análise sobre a divergência suscitada: [...] Confrontando os acórdãos, constato que o indicado como paradigma realmente diverge do ora recorrido pois enquanto este entendeu que a restrição prevista na IN n° 67/92 é legal, sendo decorrência direta da previsão constante do Art. 66, §4° da Lei 8.383/91, considerando, portanto, ser impossível a compensação quando o tributo for objeto de restituição, o recorrido considerou que tal instrução normativa ilegal e, por conseguinte, admitiu a compensação nesses casos. Registrese que o acórdão paradigma foi proferido por colegiado distinto. Fl. 349DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.036101/9666 Acórdão n.º 9101002.441 CSRFT1 Fl. 5 4 Assim, preenchidos os requisitos de admissibilidade, no uso da competência estabelecida pelo art. 68, §1°, do RICARF, DOU SEGUIMENTO ao recurso interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Em 01/02/2012, a contribuinte foi intimada do Acórdão nº 120100.083, do recurso especial da PGFN e do despacho que admitiu esse recurso. A contribuinte não apresentou recurso especial, nem contrarrazões ao recurso da PGFN, e na seqüência, o processo retornou ao CARF. É o relatório. Fl. 350DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.036101/9666 Acórdão n.º 9101002.441 CSRFT1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. Conheço do recurso, pois este preenche os requisitos de admissibilidade. O presente processo teve por objeto lançamento a título de IRPJ e outros tributos sobre fatos geradores ocorridos no anocalendário de 1992. Um dos itens do lançamento de IRPJ foi motivado pelo fato de a contribuinte ter pretendido quitar parte do imposto com créditos de IRPJ apurados em anos anteriores (1988 e 1991), para os quais a legislação previa restituição automática a partir do processamento da declaração DIRPJ. A compensação, realizada pela contribuinte com base no art. 66 da Lei nº 8.383/1991, não foi admitida pela fiscalização, em razão da vedação contida no art. 9º da IN DRF nº 67/1992: Art. 9º Os créditos relativos ao imposto de renda das pessoas físicas e jurídicas, apurados em declaração e objeto de restituição automática por processamento eletrônico, não serão compensáveis, permanecendo sujeitos às normas previstas na legislação de regência. Contudo, o acórdão recorrido concluiu que era possível a compensação dos créditos de IRPJ apurados nos anosbase de 1988 e 1991, mesmo estando eles em processamento de restituição automática, e cancelou o lançamento nessa parte. O recurso especial da PGFN busca reverter exatamente esse aspecto do acórdão recorrido, para fins de restabelecer o item do lançamento de IRPJ referente à compensação que foi considerada indevida. Para o exame da divergência é interessante transcrever o art. 66 da Lei 8.383/1991 e também outros dispositivos da IN DRF nº 67/1992, que devem orientar a aplicação do referido art. 9º da mesma IN: Lei 8.383/1991 Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos e contribuições federais, inclusive previdenciárias, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a períodos subseqüentes. § 1° A compensação só poderá ser efetuada entre tributos e contribuições da mesma espécie. § 2° É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. § 3° A compensação ou restituição será efetuada pelo valor do imposto ou contribuição corrigido monetariamente com base na variação da Ufir. Fl. 351DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.036101/9666 Acórdão n.º 9101002.441 CSRFT1 Fl. 7 6 § 4° O Departamento da Receita Federal e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) expedirão as instruções necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo. IN DRF nº 67/1992 Art. 1º A partir de 1º de janeiro de 1992, os contribuintes pessoas físicas e jurídicas, com direito à restituição de tributos e contribuições federais por recolhimento ou pagamento indevido ou a maior, poderão compensar esses valores no recolhimento ou pagamento de tributos e contribuições apurados em períodos subseqüentes, nos termos desta Instrução Normativa, facultada a opção pelo pedido de restituição em processo específico. § 1º Entendese por recolhimento ou pagamento indevido ou a maior aquele proveniente de: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributos e contribuições federais, quando efetuados por erro, ou em duplicidade, ou sem que haja débito a liquidar, em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; [...] § 2º A compensação só poderá ser efetuada com débitos supervenientes ao recolhimento ou pagamento indevido ou a maior. Art. 2º A compensação de débitos vencidos a partir de 1º de janeiro de 1992 poderá ser efetuada por iniciativa do próprio contribuinte, independentemente de prévia solicitação à unidade da Receita Federal, ressalvado o disposto no Art. 3º, incisos II e III. Art. 3º Dependerá de solicitação à unidade da Receita Federal jurisdicionante do domicílio fiscal do contribuinte, cabendo à projeção local do Sistema de Arrecadação analisar a procedência do pedido e realizar os procedimentos necessários, quando a compensação referirse aos seguintes casos: I se o vencimento do débito objeto da compensação ocorreu antes de 1º de janeiro de 1992; II se o débito ou o crédito, ou ambos, tiveram origem em processo fiscal; [...] Art. 9º Os créditos relativos ao imposto de renda das pessoas físicas e jurídicas, apurados em declaração e objeto de restituição automática por processamento eletrônico, não serão compensáveis, permanecendo sujeitos às normas previstas na legislação de regência. [...] Art. 11. Se o contribuinte pretender compensar valores que já foram objeto de pedido de restituição, ainda pendente de decisão administrativa, deverá manifestar por escrito sua desistência da mencionada restituição. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.036101/9666 Acórdão n.º 9101002.441 CSRFT1 Fl. 8 7 Vêse que o art. 66 da Lei 8.383/1991 não estabeleceu restrição à compensação pelo fato de o crédito constar de DIRPJ apresentada pelo contribuinte, cujo processamento, à época, poderia resultar em restituição automática do indébito (se confirmada a apuração contida na referida declaração). Tal restrição foi introduzida especificamente pelo art. 9º da IN DRF nº 67/1992, quando regulamentou a aplicação do art. 66 da Lei 8.383/1991. Mas a regra do referido art. 9º deve ser harmonizada com os demais dispositivos da mesma IN. A indicação contida na norma regulamentadora do que se deveria entender por recolhimento ou pagamento indevido ou a maior, para fins de aplicação do art. 66 da Lei 8.383/1991, inclui perfeitamente os indébitos apurados em declaração. Também não há dúvida de que o procedimento de compensação poderia abranger créditos apurados em períodos anteriores a 1992. Por último, o art. 11 da IN DRF nº 67/1992 estabelece que "se o contribuinte pretender compensar valores que já foram objeto de pedido de restituição, ainda pendente de decisão administrativa, deverá manifestar por escrito sua desistência da mencionada restituição". Esse aspecto foi considerado pelo acórdão recorrido, que assinalou o seguinte: Outrossim, se o objetivo da vedação à compensação de créditos sujeitos à restituição automática é o controle da administração tributária dos créditos do sujeito passivo para que não fossem utilizados valores em duplicidade, ou seja, receber a restituição do imposto ou contribuição e efetuar a compensação com os mesmos valores, tal mister foi cumprido no caso concreto na medida em que consta nos autos petição datada de 07/05/1993, fls. 02 e 03, formalizando a desistência por parte da contribuinte de receber as restituições do IRPJ e da CSSL, consignadas em suas declarações. De fato, a contribuinte apresentou em 07/05/1993 uma petição por escrito, pela qual: requereu o benefício da denúncia espontânea previsto no art. 138 do CTN; informou a compensação em questão; e renunciou expressamente ao pedido de restituição (que estava configurado nas DIRPJ dos anosbase 1988 e 1991). A Declaração de IRPJ (DIRPJ) referente aos anosbase anteriores a 1992, cujo processamento poderia resultar em "restituição automática" de indébito (se confirmada a apuração contida na declaração), caracterizavase também como um pedido de restituição. Penso que a composição entre os artigos 9º e 11 da referida IN propicia uma adequada harmonia entre o conteúdo da lei e o de sua norma regulamentadora. Não seria razoável que o contribuinte realizasse compensação de um indébito cuja restituição poderia ser feita pela Receita Federal, a partir de um pedido de restituição pendente de análise. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10880.036101/9666 Acórdão n.º 9101002.441 CSRFT1 Fl. 9 8 Esse, a meu ver, é exatamente o sentido da restrição contida no referido art. 9º da IN DRF nº 67/1992. Contudo, se o contribuinte manifesta por escrito sua desistência da restituição em tempo hábil (antes que ela seja realizada), como ocorreu no presente caso, não há porque negar o encontro de contas. O acórdão recorrido não merece reparo. Se o crédito não for confirmado, ou for insuficiente para a quitação do débito, cabe exigir este último, na parte que restar em aberto, pelo próprio auto de infração contido nestes autos. Desse modo, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso especial da PGFN. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 354DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 04/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O
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Numero do processo: 15374.724431/2009-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Dec 21 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3401-000.953
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Esteve presente ao julgamento o advogado Marcelo Rodrigues de Siqueira, OAB/MG no 106.133.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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PETROBRAS Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Esteve presente ao julgamento o advogado Marcelo Rodrigues de Siqueira, OAB/MG no 106.133. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre declaração de compensação (DCOMP transmitida em 30/05/2008 fls. 5 a 91) de créditos decorrentes de recolhimento a maior da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa (referente a abril de 2005, utilizado o valor de R$ 10.323.625,16), com débito de IRPJ referente a abril de 2008. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 53 74 .7 24 43 1/ 20 09 -3 1 Fl. 6570DF CARF MF Processo nº 15374.724431/200931 Resolução nº 3401000.953 S3C4T1 Fl. 6.571 2 No despacho decisório de fl. 2435, não é reconhecido o direito creditório e, por consequência, não é homologada a compensação efetuada na DCOMP no 35335.46500.300508.1.3046845. O Termo de Verificação Fiscal que ampara o despacho (fls. 2414 a 2434) trata ainda das compensações efetuadas por meio dos processos administrativos no 15374.724330/200960 e no 15374.724427/200972, e aponta que: (a) os créditos foram apurados a partir de retificações em DACON, que aumentaram expressivamente os descontos de créditos da não cumulatividade, e reduziram o valor devido a título de PISCombustíveis e COFINSCombustíveis; (b) a empresa foi intimada pelo fisco a justificar as alterações, apresentando a documentação correspondente, tendo deixado de apresentar parte da documentação solicitada; (c) a empresa sequer conseguiu identificar os serviços (indicados como insumo) aplicados em cada etapa de seu processo produtivo, o que leva à impossibilidade de tratálos como insumos diretamente aplicados ou consumidos no processo produtivo; (d) há serviços que flagrantemente não atendem aos requisitos para serem considerados como insumos (v.g., conservação e melhoria das instalações, hospedagem, exames clínicos, digitalização de documentos, regência de coral, gastos com publicidade, serviços médicos), sendo glosados; (e) foram ainda glosados os valores de serviços para os quais não restou caracterizada a aquisição dentro do mês de apuração do crédito; (f) os créditos referentes a “despesas de armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda” abarcaram gastos de transporte que comprovadamente não se referem a operações de venda (como transporte de pessoas ou apoio aéreo logístico), ou para os quais não restou comprovada a relação com a operação de venda; (g) em relação às importações de mercadorias, foram glosados os valores referentes a aquisições decorrentes de importações não efetuadas no próprio mês (abril/2005); (h) no que se refere à importação de serviços, a empresa não comprovou os pagamentos efetuados nas importações; (i) os créditos descontados em relação a “aquisições de bens para revenda” também acabaram abarcando valores referentes a meses diversos do de apuração, ensejando a glosa; e (j) a redução do valor das contribuições a pagar em abril restou comprovada, exceto para vendas de gasolinas (salvo de aviação) e óleo diesel. Apresentada a manifestação de inconformidade (fls. 2439 a 2459), em 06/12/2012 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 2539 a 2554), no qual se acorda unanimemente que "para fins de apuração de créditos da não cumulatividade, consideramse insumos os bens e serviços diretamente aplicados ou consumidos na fabricação do produto"; que "na apuração não cumulativa da contribuição para o PIS, os créditos a descontar devem ser calculados em relação às aquisições de insumos ou bens para revenda ocorridas no próprio mês de apuração"; que "somente os valores das despesas realizadas com fretes contratados para a entrega de mercadorias ou produtos diretamente aos clientes adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pela pessoa jurídica vendedora, é que geram direito a créditos a serem descontados do PIS devido", e que "somente se admitem os créditos decorrentes da importação de serviços quando comprovados os efetivos recolhimentos do PIS Importação". Esclareceu ainda o julgador de piso que "a prova deve ser apresentada na manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, por força do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72" e que se operamse "os efeitos preclusivos previstos nas normas do processo administrativo fiscal em relação à matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante". Cientificada da decisão de piso em 29/03/2013 (por decurso do prazo de 15 dias da disponibilização em caixa postal, no módulo eCAC do sítio da RFB fl. 2561), a empresa apresenta recurso voluntário (fls. 2563 a 2583), em 12/04/2013, sustentando, em síntese, que: (a) a viabilização da atividade econômica é pressuposto lógico para a cadeia de produção de bens e serviços, necessariamente albergandose ao conceito de insumo todos os custos Fl. 6571DF CARF MF Processo nº 15374.724431/200931 Resolução nº 3401000.953 S3C4T1 Fl. 6.572 3 imprescindíveis, a fim de concretizar a não cumulatividade delineada nas Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003; (b) as apropriações referentes a períodos anteriores resultam de mero erro de preenchimento do DACON, o que não obsta a homologação, comprovada a existência de saldo credor, em nome da verdade material; (c) os gastos suportados com fretes passíveis de geração de créditos de PIS/COFINS não se restringem aos envolvidos na entrega de mercadorias e produtos aos adquirentes, estando intimamente ligados ao seu contexto na cadeia produtiva; e (d) na medida em que o pagamento da Contribuição para o PIS/PASEP constitui requisito ao desembaraço, na importação, irrazoável exigirse prova do recolhimento de tal tributo se a mercadoria efetivamente foi desembaraçada. Em 22/10/2013, o CARF converte o julgamento em diligência, por meio da Resolução no 3403000.509 (fls. 2659 a 2662), para que se aguardasse o resultado da diligência efetuada nos processos administrativos de no 15374.724330/200960 e no 15374.724427/200972, aproveitando seu teor no presente processo, visto versarem os três processos sobre direito de crédito fundado em uma mesma origem, objeto de uma mesma fiscalização, que culminou em um mesmo despacho decisório, no qual foram glosados itens que impactam igualmente nas três compensações. No Relatório de Encerramento de Diligência Fiscal, lavrado em 11/05/2016 (fls. 6557 a 6563), referente ao processo no 15374.724427/200972 (relativo à COFINS, no mesmo período de abril/2005), em endosso a outra anteriormente efetuado no âmbito do processo no 15374.724330/200960, conclui a fiscalização que: (a) não houve aproveitamento, nos meses anteriores, das aquisições glosadas pela fiscalização, coincidindo os valores com os declarados pela empresa; (b) as aquisições de insumos no mercado interno tratamse, em verdade, de aquisições de partes e peças (juntas, filtros, cartuchos, rolamentos etc.); (c) à exceção de uma (NF no 31168), foram anexadas as notas fiscais relativas a despesas com táxi aéreo; e (d) sobre as despesas de serviços prestados pela empresa "Transpetro S.A.", declaradas em DACON como referentes a armazenagem e fretes na operação de venda, nenhuma nota fiscal relativa à prestação de tais serviços foi fornecida, mesmo após intimação, percebendose que os serviços eram de "afretamento a casco nu de navios tanque ou de navios transportadores de gás", e de "transporte e movimentação do petróleo e seus derivados dos campos de produção para os terminais ou de lá para refinarias e das refinarias para as distribuidoras, realizados por meio de dutos ou terminais", havendo ainda uma nota de débito (125/2004) para a qual não se pode atestar a natureza do serviço, em função da não apresentação de contrato pela empresa, e outras notas de débito não apresentadas, relacionadas à fl. 6562. O processo retorna ao CARF em 28/06/2016, sendo distribuído a este relator, em virtude da relatoria no julgamento original do processo, quando da conversão em diligência. É o relatório. Voto Fl. 6572DF CARF MF Processo nº 15374.724431/200931 Resolução nº 3401000.953 S3C4T1 Fl. 6.573 4 Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como se esclareceu na conversão em diligência, o Termo de Verificação Fiscal utilizado no despacho decisório de que trata este processo foi igualmente utilizado nos processos administrativos no 15374.724330/200960 e no 15374.724427/200972. Isso resta claro logo ao início do termo (fl. 2414): Assim, os três processos tratam de direito creditório fundado em uma mesma origem, objeto de uma mesma fiscalização, que culminou em um mesmo despacho decisório, no qual foram glosados itens que impactam nas três compensações. Daí o julgamento dos três processos em primeira instância ter sido efetuado em uma mesma ocasião (em 06/12/2012), pela mesma turma de julgamento (17ª Turma da DRJ/RJ1). Basta a observação do resultado de tais julgamentos, e do teor dos recursos voluntários apresentados em todos os processos, para que se visualize inequivocamente a unidade temática. Ocorre que, no CARF, os processos foram distribuídos de forma diferente. Enquanto o presente foi analisado pela extinta 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara (sob minha relatoria), os processos administrativos no 15374.724330/200960 (referente a COFINS/abril 2005, Resolução no 3401000.763) e no 15374.724427/200972 (referente a COFINSoutras receitas/abril2005, Resolução no 3401000.764) foram julgados em 25 de setembro de 2013, na 1ª Turma Ordinária desta 4ª Câmara, tendo o relator (Cons. Robson José Bayerl) proposto a baixa em diligência, no que foi unanimemente acompanhado pela turma. O fundamento do direito creditório analisado no presente processo, reiterese, foi exatamente o mesmo daqueles, tendo sido glosados os mesmos itens. Daí ter sido Fl. 6573DF CARF MF Processo nº 15374.724431/200931 Resolução nº 3401000.953 S3C4T1 Fl. 6.574 5 demandado o relatório da diligência efetuada naqueles processos, trasladandose aos presentes autos o relatório das diligências e as eventuais manifestações da recorrente sobre tais relatórios. Pelo fato de não se agregar elemento novo, dispensada restou a abertura de prazo de 30 dias para manifestação da empresa, nos termos do parágrafo único do artigo 35 do Decreto no 7.574/2011. Quanto ao desfecho dos dois processos administrativos citados, efetuamos consulta no sistema "eprocessos", em nome da verdade material, verificando que ambos tiveram o mesmo destino: nova conversão em diligência, em sessões desta primeira turma da quarta câmara da terceira seção do CARF, com a participação deste relator, que acordou com a conversão. O processo administrativo no 15374.724330/200960 (referente a COFINS/abril 2005, com julgamento inicialmente convertido em diligência pela Resolução no 3401000.763) foi apreciado por esta turma na sessão de 27/04/2016, acordandose unanimemente pela nova conversão em diligência, nos seguintes termos: Cumprida a diligência, digase, com esmero digno de elogio, constatouse que as notas fiscais, isoladamente consideradas, conforme documentos de fls. 2789/2883, não são tão esclarecedoras a respeito do questionamento, porquanto trazem a descrição dos serviços da seguinte forma, exemplificativamente: “Fixo mensal e horas voadas ...” (fls. 2789/2802), “Valor correspondente ao bônus ...” (fls. 2803/2092), “Afretamento de aeronave” (fls. 2808/2812), “Serviço de afretamento ...” (fls. 2813/2821), “Serviço de transporte aéreo ...” (fls. 2840/2876), etc. Então remanesce a dúvida de saber se se trata de afretamento de aeronave, como ocorre nas operações com os navios da TRANSPETRO, ou serviços de transporte aéreo, de maneira que há necessidade de verificar os contratos firmados entre a PETROBRÁS e as empresas de táxi aéreo e cotejálos com os documentos fiscais pertinentes. Em face de todo o exposto, voto por converter novamente o julgamento em diligência para que sejam trazidos aos autos os contratos firmados e vigentes no período de apuração requerido (Abril/2005), entre a recorrente, PETROBRÁS, e as seguintes empresas, correspondentes às notas fiscais apresentadas (fls. 2789/2883): AERÓLEO TÁXI AÉREO S/A, APUÍ TÁXI AÉREO LTDA., ATLAS TÁXI AÉREO LTDA., BHS – BRAZILIAN, HELIVIA AERO TÁXI LTDA., LÍDER TÁXI AÉREO S/A – AIR BRASIL, NORTH STAR TÁXI AÉREO LTDA., OMNI TÁXI AÉREO LTDA. e SÊNIOR TÁXI AÉREO EXECUTIVO LTDA. Após a adoção das medidas, encaminhese o processo ao CARF para continuidade do julgamento." (grifo nosso) O processo administrativo no 15374.724427/200972 (referente a COFINS outras receitas/abril2005, com julgamento inicialmente convertido em diligência pela Resolução no 3401000.764) foi apreciado por esta turma na sessão de 23/08/2016, acordando se unanimemente pela nova conversão em diligência, nos seguintes termos: Fl. 6574DF CARF MF Processo nº 15374.724431/200931 Resolução nº 3401000.953 S3C4T1 Fl. 6.575 6 Entretanto, cumprida a diligência, digase de passagem, com esmero digno de elogio, constatouse que as notas fiscais, isoladamente consideradas, conforme documentos de fls. 2720/2814 e 2850/2856, não são tão esclarecedoras acerca do questionamento, porquanto trazem a descrição genérica dos serviços, exemplificativamente: “Fixo mensal e horas voadas...” (fls. 2720/2733), “Valor correspondente ao bônus ...” (fls. 2734/2738), “Afretamento de aeronave” (fls. 2742/2743), “Serviço de afretamento ...” (fls. 2744/2756), “Serviço de transporte aéreo ...” (fls. 2770/2807), etc. Então remanesce a dúvida, se se trata de afretamento de aeronave ou serviços de transporte aéreo, de maneira que há necessidade de verificar os contratos firmados entre a PETROBRAS e as empresas de táxi aéreo e cotejálos com os documentos fiscais pertinentes. Outro ponto diz respeito aos contratos de afretamento de embarcação, firmados com a TRANSPETRO. Consoante informação fiscal, fls. 5366 e ss., tratarseia de afretamento a casco nu de navios tanque ou de navios transportadores de gás, mediante pagamento de taxa diária de aluguel. (...) Então, no afretamento dito “a casco nu” o proprietário disponibiliza exclusivamente a embarcação, desprovida de comandante, tripulação e demais itens necessários a navegação. Já no afretamento por tempo, a embarcação é entregue armada, equipada e em condição de navegabilidade. Esses conceitos foram reproduzidas na Lei nº 9.432/97, que versa sobre a ordenação do transporte aquaviário (...) (...) Pois bem, compulsando os autos, verifico que, para certas embarcações, há um contrato de afretamento a casco nu, denominado “Standard Bareboat Charter – Code Name ‘BARECON 89’”), e, firmado na mesma data e para o mesmo barco, um contrato de afretamento por tempo (“Time Charter Party”), ambos em língua inglesa (e.g. fls. 3064/3091 – Navio Cantagalo; 3202/3229 – Navio Caravelas; 3272/3299 – Navio Carioca; 3519/3546 – Navio Guaporé; 3773/3788 – Navio Itabuna e 4625/4648 – Navio Nara). Há também situações para as quais foram apresentados apenas os contratos de afretamento por tempo (“Time Charter Party”), como, exemplificativamente, os documentos de fls. 2878/2899 – Navio Bicas; 2933/2954 – Navio Camocim; 3126/3134 – Navio Carangolas; 4080/4095 – Navio Lages; 4126/4147 – Navio Lambari e 4242/4250 – Navio Lindóia BR. Dadas as especificidades e sutis diferenças destes tipos de contrato, não fica claro, no caso dos autos, quem arca com as despesas de manutenção da tripulação e da embarcação, por exemplo, de modo a permitir a identificação da real natureza da operação, por exemplo, se se trata de mero aluguel de embarcação, como ocorre no afretamento a Fl. 6575DF CARF MF Processo nº 15374.724431/200931 Resolução nº 3401000.953 S3C4T1 Fl. 6.576 7 casco nu, ou a utilização dos serviços do navio, como no contrato de afretamento por tempo. Em face de todo o exposto, voto por converter novamente o julgamento em diligência para que seja providenciado o seguinte: 1. Os contratos firmados e vigentes no período de apuração requerido (Abril/2005), entre a recorrente, PETROBRAS, e as seguintes empresas, correspondentes às notas fiscais apresentadas (fls. 2720/2814 e 2850/2856): AERÓLEO TÁXI AÉREO S/A, APUÍ TÁXI AÉREO LTDA., ATLAS TÁXI AÉREO LTDA., BHS – BRAZILIAN HELICOPTER SERVICES TÁXI AÉREO LTDA., CASTLE AIR TÁXI AÉREO LTDA., HELIVIA AERO TÁXI LTDA., LÍDER TÁXI AÉREO S/A – AIR BRASIL, NORTH STAR TÁXI AÉREO LTDA., OMNI TÁXI AÉREO LTDA. e SÊNIOR TÁXI AÉREO EXECUTIVO LTDA; 2. Informar qual a modalidade de contrato firmado entre PETROBRAS e TRANSPETRO, considerando a existência de contratos DE afretamento a casco nu e contratos por tempo (TCP), como destacado no voto; 3. Informar a quem pertence a responsabilidade, nos contratos firmados entre a PETROBRAS e a TRANSPETRO, pela tripulação (administração, manutenção e remuneração), manutenção da embarcação e demais despesas necessárias à sua operação e navegabilidade, bem assim, qual das contratantes efetivamente opera as embarcações; 4. Elaborar relatório circunstanciado com as observações reputadas necessárias; 5. Franquear vista ao contribuinte, no prazo de 30 (trinta) dias, para apresentação de manifestação, caso queira. Após a adoção das medidas, encaminhese o processo ao CARF para continuidade do julgamento. (grifo nosso) É de se recordar que o presente processo foi baixado em diligência uma vez para que a ele fosse carreado o resultado da diligência efetuada nos processos administrativos de no 15374.724330/200960 e no 15374.724427/200972, aproveitando seu teor no presente processo. E, quando retornou da diligência o presente processo, em maio de 2016, o julgamento processo de no 15374.724330/200960 já havia sido novamente convertido em diligência, pela turma, com expressa aquiescência deste relator. Pelo exposto, reiterase a demanda por diligência, nos mesmos moldes da anterior, para que sejam carreados ao presente processo os resultados das diligências efetuadas nos processos administrativos de no 15374.724330/200960 e no 15374.724427/200972. Destaco que a demanda por diligência, tanto aqui como naqueles processos, não decorre de insuficiência no atendimento da solicitação anterior, por parte da unidade local da RFB, que, como bem narrado naqueles autos, efetuou trabalho detalhado e documentado, mas tão somente da necessidade de formação de convicção do colegiado acerca de alguns aspectos referentes, especificamente, às glosas relativas a serviços de afretamento e de táxi aéreo. Fl. 6576DF CARF MF Processo nº 15374.724431/200931 Resolução nº 3401000.953 S3C4T1 Fl. 6.577 8 Evitando novos desencontros entre os processos, proponho que retornem a este CARF de forma conjunta e que, aqui, sejam pautados para uma mesma sessão de julgamento, visto serem os relatores dos três processos desta mesma turma de julgamento. Diante do exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência, para que sejam carreados ao presente processo os resultados das novas diligências efetuadas nos processos administrativos de no 15374.724330/200960 e no 15374.724427/200972. Rosaldo Trevisan Fl. 6577DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.720125/2006-14
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 30 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Ano-calendário: 2003
ITR.. ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA - RESERVA LEGAL. CERTIDÃO DE REGISTRO OU CÓPIA DA MATRÍCULA DO IMÓVEL COM AVERBAÇÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL; - DATA ANTERIOR AO FATO GERADOR - ATO CONSTITUTIVO.
A averbação no registro de imóveis da área eleita pelo proprietário/possuidor é ato constitutivo da área de reserva legal; portanto, somente após a sua prática é que o sujeito passivo poderá suprimi-Ia da base de cálculo para apuração do ITR, independentemente da apresentação do ADA.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9202-004.385
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Ano-calendário: 2003 ITR.. ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA - RESERVA LEGAL. CERTIDÃO DE REGISTRO OU CÓPIA DA MATRÍCULA DO IMÓVEL COM AVERBAÇÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL; - DATA ANTERIOR AO FATO GERADOR - ATO CONSTITUTIVO. A averbação no registro de imóveis da área eleita pelo proprietário/possuidor é ato constitutivo da área de reserva legal; portanto, somente após a sua prática é que o sujeito passivo poderá suprimi-Ia da base de cálculo para apuração do ITR, independentemente da apresentação do ADA. Recurso Especial do Procurador Negado
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ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA RESERVA LEGAL. CERTIDÃO DE REGISTRO OU CÓPIA DA MATRÍCULA DO IMÓVEL COM AVERBAÇÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL; DATA ANTERIOR AO FATO GERADOR ATO CONSTITUTIVO. A averbação no registro de imóveis da área eleita pelo proprietário/possuidor é ato constitutivo da área de reserva legal; portanto, somente após a sua prática é que o sujeito passivo poderá suprimiIa da base de cálculo para apuração do ITR, independentemente da apresentação do ADA. Recurso Especial do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 72 01 25 /2 00 6- 14 Fl. 480DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Fl. 481DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10183.720125/200614 Acórdão n.º 9202004.385 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de notificação de lançamento (fls. 01/05) relativo ao Imposto Territorial Rural – ITR, relativo ao exercício de 2003, do imóvel denominado Glebas Raposo Tavares e Santa Rosa, (NIRF 6.417.3429), localizado no município de Apiacás/MT, por meio do qual se exige crédito tributário no valor de R$ 3.966.490,11, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Conforme descrição dos fatos, o contribuinte, intimado a apresentar documentos para comprovar a isenção relativa às áreas de preservação permanente e utilização limitada, não logrou apresentálos, e por isso, os valores referentes a esses itens foram alterados para cobrança do imposto suplementar conforme prevista em lei. Da mesma forma, o VTN declarado foi desconsiderado e arbitrado o valor constante do Laudo Técnico apresentado pelo contribuinte. A autuada apresentou impugnação (fls. 20/47), tendo a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande/MS julgado o lançamento procedente, mantendo o imposto total. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. No Acórdão de Recurso Voluntário, o Colegiado, por unanimidade de votos, deu parcial provimento ao recurso para restabelecer a área averbada de reserva legal de 37.500 hectares e adotar o VTN de R$ 12,02/hectare. Portanto, em sessão plenária de 21/10/2010, deuse parcial provimento ao recurso, prolatandose o Acórdão nº 2101000.844, assim ementado, fls.. 398/: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ITR INFORMAÇÕES PRESTADAS NA DECLARAÇÃO. Cabe ao fisco verificar a exatidão das informações prestadas pelo sujeito passivo na declaração do tributo, sendo que os meios utilizados para tal aferição devem ser aqueles determinados pela lei, no sentido de que o declarante, quando solicitado, apresente os documentos de suporte aos dados declarados. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL EXECÍCIO POSTERIOR A 2001 EXIGIBILIDADE. Para fins de exclusão da base de cálculo do ITR, após a vigência da Lei n° 10.165, de 27/12/2000, se tornou imprescindível a Fl. 482DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 informação em ato declaratório ambiental protocolizado no prazo legal. ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA RESERVA LEGAL AVERBAÇÃO ATO CONSTITUTIVO. A averbação no registro de imóveis da área eleita pelo proprietário/possuidor é ato constitutivo da reserva legal; portanto, somente após a sua prática é que o sujeito passivo poderá suprimila da base de cálculo para apuração do ITR. VALOR DA TERRA NUA VTN LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. O laudo técnico emitido por entidade de reconhecida capacidade técnica ou profissional devidamente habilitado, apto a demonstrar as características particulares desfavoráveis do imóvel, é documento hábil ao embasamento da revisão do VTN. Recurso Provido em Parte.” O processo foi encaminhado para ciência da Fazenda Nacional, em 15/02/2011 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional opôs, tempestivamente, no mesmo dia, Embargos de Declaração alegando omissão do acórdão ao não se pronunciar a respeito da exigência do ADA protocolado tempestivamente para o reconhecimento das referidas áreas como Reserva Legal; e a respeito do atendimento, pelo laudo de fls. 98/145 (e anexos) utilizando para a revisão do VTN, das normas da ABNT; sobre o fato do documento não se reportar à data do fato gerador e ter sido elaborado com base em opiniões de informantes, sem apresentação de documentos comprobatórios; e sobre a falta de pesquisa de valores e demonstração das peculiaridades do imóvel que justificassem sua valoração inferior aos demais imóveis do município. Tais embargos foram rejeitados de acordo com o despacho s/nº da 1ª Câmara, de 04/09/2012. Novamente intimada, em 02/10/2012, para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010, a Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 04/10/2012, o Recurso Especial. Em seu recurso visa a reforma da decisão recorrida, mantendose a glosa referente à área indicada como de reserva legal. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho s/nº da 1ª Câmara, de 22/06/2015. Em seu Recurso Especial, a Recorrente traz as seguintes alegações: que da análise das alegações e da documentação apresentadas pelo contribuinte, cuja finalidade é ver reconhecida a isenção sobre a área apontada, confirmase o não cumprimento, de forma tempestiva, da exigência da protocolização do Ato Declaratório Ambiental – ADA, perante o IBAMA ou órgão conveniado, relativamente ao ITR do exercício de 2003. que a Lei nº 9.393/96 prevê a exclusão das áreas de preservação permanente e reserva legal da incidência do ITR, em seu art. 10, inciso II, in verbis: "Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos Fl. 483DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10183.720125/200614 Acórdão n.º 9202004.385 CSRFT2 Fl. 4 5 pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1° Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: I VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; e) pastagens cultivadas e melhoradas; d) florestas plantadas; II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei n° 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei IV 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, agrícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) sob regime de servidão florestal ou ambiental; e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; (...).” que o citado dispositivo legal trata de concessão de benefício fiscal, razão pela qual deve ser interpretado literalmente, de acordo com o art. 111 do Código Tributário Nacional, e que, inclusive, o CARF editou a Súmula nº 41 sobre o tema: “A não apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) emitido pelo IBAMA, ou órgão conveniado, não pode motivar o lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000”. que, pelo enunciado transcrito acima podemos deduzir que, se a ausência do ADA não poderia motivar lançamento de ofício relativo a fatos geradores ocorridos até o exercício de 2000, após este período, com a publicação da Lei nº 10.165/00, que alterou o conteúdo do art. 17O, §1º da Lei nº 6.938/81, o lançamento pode e deve ser feito, como ocorreu no caso dos autos. que a Lei nº 10.165/00, ao alterar o conteúdo do art. 17O, §1º da Lei nº 6.938/81 não fez qualquer ressalva quanto a casos em que a apresentação do ADA seria dispensável, não cabendo ao intérprete da lei, no caso o I. relator, fazêlo. que, para efeito de exclusão das áreas de reserva legal e de preservação permanente da incidência do ITR, é necessário que o contribuinte comprove o reconhecimento formal específica e individualmente da área como tal, apresentando o ADA respectivo ou protocolizando requerimento de ADA perante o IBAMA ou em órgãos ambientais delegados por meio de convênio, no prazo de seis meses, contado a partir do término do prazo fixado para a entrega da declaração, conforme IN SRF nº 43/97, com redação dada pela IN SRF nº 67/97. que a Instrução Normativa SRF nº 73, de 18/07/2000, ao tratar da matéria, confirma, em seu art. 17, inciso II, a exigência relativa ao prazo de seis meses, contados da data final de entrega de DITR, para que o contribuinte protocolizasse o requerimento do ADA junto ao Ibama. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 que, da mesma forma, a IN SRF nº 60, de 06/06/2001, que revogou a IN SRF n° 73/2000, consolidou, em seu art. 17, caput e incisos, a exigência de lei, in verbis: "Art. 17. Para fins de apuração do ITR, as áreas de interesse ambiental, de preservação permanente ou de utilização limitada serão reconhecidas mediante ato do IBAMA ou órgão delegado por convênio, observado o seguinte: I as áreas de reserva legal e de servidão florestal, para fins de obtenção do ato declaratório do IBAMA, deverão estar averbadas à margem da inscrição da matricula do imóvel no registro de imóveis competente, conforme preceitua a Lei If 4.771, de 1965; II o contribuinte terá o prazo de seis meses, contado a partir da data final da entrega da DITR, para protocolizar requerimento do ato declaratório junto ao IBAMA; III se o contribuinte não requerer, ou se o requerimento não for deferido pelo IBAMA, a Secretaria da Receita Federal fará lançamento suplementar, recalculando o ITR devido." que, de igual modo, a IN SRF nº 256/2002, posteriormente editada, prevê a obrigatoriedade do ADA, e que, ao estabelecer a necessidade de reconhecimento pelo Poder Público, a Administração Tributária, por meio de ato normativo, fixou condição para a não incidência tributária sobre as áreas de preservação permanente e de utilização limitada, elencadas e definidas no Código Florestal e na legislação do ITR. que a exigência do ADA não caracteriza obrigação acessória, visto que a sua exigência não está vinculada ao interesse da arrecadação ou da fiscalização de tributos, nem se converte, caso não apresentado ou não requerido a tempo, em penalidade pecuniária, definida no art. 113, §§ 2° e 3º, da Lei n°5.172/1966 (Código Tributário Nacional — CTN), ou seja, a ausência do ADA não enseja multa regulamentar o que ocorreria caso se tratasse de obrigação acessória , mas sim incidência do imposto. que é equivocado o entendimento de que não existe mais a exigência de prazo para apresentação de ADA, em virtude do disposto no §7º do art. 10 da Lei n° 9.393/1996, incluído pelo art. 3º da Medida Provisória n° 2.16667, de 24/08/2001, que assim dispõe: " §7º A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "c" do inciso II, § 1°, deste artigo, não está sujeita à previa comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis." que o que não é exigido do declarante é a prévia comprovação das informações prestadas, ficando o contribuinte responsável por preencher os dados relativos às áreas de preservação permanente e de utilização limitada, apurar e recolher o imposto devido, e apresentar a sua DITR, sem que lhe seja exigida qualquer comprovação naquele momento; e somente se solicitado pela Secretaria da Receita Federal, o contribuinte deverá apresentar as provas das situações utilizadas para dispensar o pagamento do tributo. Fl. 485DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10183.720125/200614 Acórdão n.º 9202004.385 CSRFT2 Fl. 5 7 que o prazo para apresentação do requerimento para emissão do ADA jamais deixou de existir, tanto que o Decreto nº 4.382, de 19/09/2002, que regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do ITR (Regulamento do ITR), e que consolidou toda a base legal deste tributo, assim dispõe em seu art. 10: "Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas: I de preservação permanente (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Código Florestal, arts. 2º e 3º, com a redação dada pela Lei n° 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1°); II de reserva legal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 16, com a redação dada pela Medida Provisória n° 2.16667, de 24 de agosto de 2001, art. 1º); III de reserva particular do patrimônio natural (Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, art. 21; Decreto n° 1.922, de 5 de junho de 1996); IV de servidão florestal (Lei nº 4.771, de 1965, art. 44A, acrescentado pela Medida Provisória n° 2.16667, de 2001); V de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas nos incisos I e II do caput deste artigo (Lei n° 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II, alínea " b" ); VI comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual (Lei n" 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II, alínea " c" ). (...) § 2º A área total do imóvel deve se referir à situação existente na data da efetiva entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural DITR. § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 170, § 5°, com a redação dada pelo art. 1º da Lei n° 10.165, de 27 de dezembro de 2000); e II estar enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a VI em 1° de janeiro do ano de ocorrência do fato gerador do ITR.” que a CoordenaçãoGeral de Tributação (Cosit), que tem a competência regimental de interpretar a legislação tributária no âmbito da Secretaria da Receita Federal, Fl. 486DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 8 editou a Solução de Consulta Interna n° 12, de 21/05/2003, que ratifica o entendimento acima exposto, sendo oportuna a transcrição do trecho final do citado ato: “3.1. Diante do exposto, concluise que, para fins de exclusão das áreas não tributáveis da incidência do ITR, o sujeito passivo deverá, cumulativamente: a) atender a todas as condições exigidas para a caracterização de cada área declarada como não tributável; e b) informar, obrigatoriamente, as áreas mencionadas no item "a" em ADA, protocolado no lbama no prazo de seis meses, contado a partir do término do período de entrega da declaração, obrigatoriedade esta que foi imposta desde o exercício de 1997, com base na Instrução Normativa SRF nº 43/97, com a redação dada pela Instrução Normativa SRF nº 67/97, ambas de 1997; na Instrução Normativa SRF ni° 73/00, de 2000, e a partir do exercício de 2001, com base na Lei n° 6.938, de 1981, com a redação dada pela Lei n° 10.165, de 2000, e Instruções Normativas SRF nº 60, de 2001, e nº 256, de 2002. 3.2. Portanto, respondendo às questões formuladas na Consulta Interna: a) a falta de ADA, protocolado no lbama, implica o não reconhecimento pela SRF das áreas de preservação permanente ou de utilização limitada; b) a SRF deve exigir toda a documentação comprobatória das áreas de preservação permanente ou de utilização limitada, inclusive o ADA protocolado tempestivamente no lbama, sendo que este não substitui os demais documentos exigíveis; c) alem de todos os demais documentos comprobatórios das áreas de preservação permanente ou de utilização limitada, deverá ser apresentada pelo contribuinte cópia do ADA entregue ao lbama, não sendo suficiente a apresentação do protocolo de entrega, sendo que, na hipótese de descumprimento de tais exigências, ou se, após vistoria realizada pelo lbama, seus técnicos verificarem que os dados constantes no Ato não coincidem com os efetivamente levantados e, por conseqüência, lavrarem, de oficio, novo ADA, contendo os dados reais, deverá ser apurado o ITR efetivamente devido e efetuado, de oficio, o lançamento da diferença de imposto com os acréscimos legais cabíveis." que a exigência do ADA encontrase consagrada na Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 170, §1º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27/12/2000, e que esse diploma reitera os termos da Instrução Normativa n° 43/97, no que concerne ao meio de prova disponibilizado aos contribuintes para o reconhecimento das áreas de preservação permanente e de utilização limitada, com vista à redução da incidência do ITR. que a obrigatoriedade da apresentação do ADA não representa qualquer violação de direito ou do princípio da legalidade, pelo contrário, alinhase com a norma que consagrou o benefício tributário (art. 10, §1º, II da Lei nº 9.393/96), apontando os meios para a comprovação da existência das áreas de preservação permanente e de utilização limitada. Fl. 487DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10183.720125/200614 Acórdão n.º 9202004.385 CSRFT2 Fl. 6 9 que a obrigatoriedade do ADA, portanto, não desborda da regulamentação dos dispositivos legais, porquanto não viola direitos do contribuinte, alem de lhe ser claramente favorável; e que o contribuinte não pode querer valerse da exclusão das áreas tributáveis da incidência do ITR sem cumprir as exigências previstas na legislação. que não é juridicamente sustentável a tese segundo a qual, diante da declaração do contribuinte de que sua propriedade está inserida em área de utilização limitada e de preservação permanente, não possa a autoridade pública exigir a comprovação do alegado através da documentação competente, uma vez que o direito ao beneficio legal deve estar documentalmente comprovado, e que o ADA, apresentado tempestivamente, é o documento exigido para tal fim. que, no presente processo, não se discute a materialidade, ou seja, a existência efetiva das áreas de reserva legal (utilização limitada), e sim buscase o cumprimento de uma obrigação prevista na legislação, referente à área de que se trata, para fins de exclusão da tributação. que, no caso concreto, o Recorrente não apresentou o ADA, razão pela qual deve ser mantida a glosa efetivada pela fiscalização. Cientificado do Acórdão nº 2101000.844, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN, em 10/09/2015, o contribuinte não apresentou contrarrazões. É o relatório. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 10 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Da análise dos autos, vêse que a discussão trata da necessidade de protocolização tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA) junto ao IBAMA e de averbação tempestiva no registro de imóvel para fins dedução de área de Reserva Legal, quando da apuração da base de cálculo do ITR, relativo ao exercício de 2003, do imóvel denominado Glebas Raposo Tavares e Santa Rosa. É sabido que na legislação que abarca a matéria a Reserva Legal tem por requisito formal, ou seja, condição para sua consideração tributária, ou seja, dedução da área para apuração do ITR, a existência dos seguintes procedimentos: (a) apresentação tempestiva de requerimento ao IBAMA de Ato Declaratório Ambiental (ADA), no qual é informada a metragem da área destinada à Reserva Legal que, de acordo com a localização, corresponde a um percentual da área do imóvel; e, (b) a averbação dessa área na matrícula da propriedade rural no Registro de Imóveis antes da ocorrência do fato gerador, em 1º de janeiro do ano calendário. Salientese que o ADA somente passou a ser requisito com o advento da Lei no 10.165, de 27 de dezembro de 2000, e a averbação, com o advento da Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989 Vejamse os seguintes dispositivos extraídos da Lei nº 9.393/96: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012 b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; Fl. 489DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10183.720125/200614 Acórdão n.º 9202004.385 CSRFT2 Fl. 7 11 c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) sob regime de servidão ambiental; e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público. (...) § 7o A declaração para fim de isenção do ITR relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" e "d" do inciso II, § 1o, deste artigo, não está sujeita à prévia comprovação por parte do declarante, ficando o mesmo responsável pelo pagamento do imposto correspondente, com juros e multa previstos nesta Lei, caso fique comprovado que a sua declaração não é verdadeira, sem prejuízo de outras sanções aplicáveis. O artigo 17O da Lei nº 6.938/81, com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 10.165/2000, passou a prever que: Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1º A. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do imposto proporcionada pelo ADA.(Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória.(Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) Percebese que a apresentação do ADA pelo contribuinte ao IBAMA ou órgão conveniado – até que haja uma vistoria pelo órgão competente e a ratificação ou retificação das declarações ali contidas – restringese a informações prestadas pelo próprio contribuinte ao órgão ambiental acerca da existência de áreas que possuem algum interesse ecológico. Tenho que o § 1º do art. 17O instituiu a obrigatoriedade apenas para situações em que o benefício de redução do ITR ocorra com base no ADA, ou seja, depende do reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público. Quanto aos documentos necessários para comprovação da ARL área de Reserva Legal podemos concluir que a própria Administração Pública entende que o ADA tem efeito meramente declaratório, não sendo o único documento comprobatório da área de Fl. 490DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 12 preservação permanente, podendo ser levando em conta, dentre outros, ∙ Certidão de registro ou cópia da matrícula do imóvel com averbação da Área de Reserva Legal, , que especifique e discrimine a área de interesse ambiental. Assim, no exame do caso concreto, se faz necessário investigar se o contribuinte, até o início do procedimento fiscal – 11 de abril de 2006 (fls. 11/12), data da ciência da intimação, já havia informado a órgão ambiental estadual ou federal a existência das áreas de reserva legal pleiteadas, se houve averbação da área de reserva legal, e se tais áreas estão devidamente identificadas e passíveis de serem ratificadas pelos órgãos competentes. Compulsandose os autos verificase que o ADA relativo ao exercício de 2000 fora apresentado ao IBAMA em 30 de maio de 2007 (fls.383), ou seja, posteriormente ao início da ação fiscal (11/04/2006). Com o objetivo de comprovar a existência da área de reserva legal, o contribuinte fez prova do registro da área no Registro de imóveis. Na espécie, às folhas 87 e seguintes, consta que a área de reserva legal de 37.500 hectares (48.871,38 (50%)+26.128,62 50%)=TOTAL 37.500 foi objeto de averbação no CRI em 17/04/1998, caracterizando a espontaneidade do contribuinte em face da autoridade fiscalizadora tributária, tendo em vista ser esse a averbação em data anterior ao fato gerador. Neste sentido, é o entendimento do seguinte julgado: Acórdão nº 210101.862, sessão de 12 de março de 2012 (excerto de ementa) ÁREA DE RESERVA LEGAL. NECESSIDADE OBRIGATÓRIA DA AVERBAÇÃO À MARGEM DA MATRÍCULA DO IMÓVEL RURAL NO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS. HIGIDEZ. AVERBAÇÃO ATÉ O MOMENTO ANTERIOR AO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL. NECESSIDADE. O art. 10, § 1º, II, “a”, da Lei nº 9.393/96 permite a exclusão da área de reserva legal prevista no Código Florestal (Lei nº 4.771/65) da área tributável pelo ITR, obviamente com os condicionantes do próprio Código Florestal, que, em seu art. 16, § 8º, exige que a área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas no Código Florestal. A averbação da área de reserva legal no Cartório de Registro de Imóveis – CRI é uma providência que potencializa a extrafiscalidade do ITR, devendo ser exigida como requisito para fruição da benesse tributária. Afastar a necessidade de averbação da área de reserva legal é uma interpretação que vai de encontro à essência do ITR, que é um imposto essencialmente, diria, fundamentalmente, de feições extrafiscais. De outra banda, a exigência da averbação cartorária da área de reserva legal vai ao encontro do aspecto extrafiscal do ITR, devendo ser privilegiada. Ainda, enquanto o contribuinte estiver espontâneo em face da autoridade fiscalizadora tributária, na forma do art. 7º, § 1º, do Decreto nº 70.235/72 ( O início do procedimento excluía a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, Fl. 491DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10183.720125/200614 Acórdão n.º 9202004.385 CSRFT2 Fl. 8 13 independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas), poderá averbar no CRI a área de reserva legal, podendo fruir da benesse tributária. Porém, iniciado o procedimento fiscal para determinado exercício, a espontaneidade estará quebrada, e a área de reserva legal deverá sofrer o ônus do ITR, caso não tenha sido averbada antes do início da ação fiscal. Acórdão nº 210201.815, sessão de 8 de fevereiro de 2012 (excerto). Aliás esse já foi o entendimento adotado pela câmara a quo, onde trecho voto da relatora, que também utilizado como razões de decidir: Quanto à Área de Utilização Limitada — Reserva Legal, necessária a sua averbação à margem da matricula do imóvel, para comprovar a sua exclusão na base de cálculo do tributo. O mandamento que determinou a averbação da área de reserva legal à margem da inscrição de matricula do imóvel, no registro de imóveis competente, foi inserido no § 8% do artigo 16 da Lei n° 4.771, de 15/09/1965 o chamado Código Florestal, pelo artigo V da Medida Provisória n° 2.16667, de 24/0812001, litteris: Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: § 8° A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (destaques da transcrição) Nestes termos, a averbação AV2/11.560 (fl. 83verso), aos 17/04/1998, à Matrícula n° 11.560, do 1° Serviço Notarial e Registral da Comarca de Alta Floresta (MT), em que está gravada a área de 24.435,69 lia corno de Reserva Legal, e a averbação AV2/11.567 (fl. 84verso), aos 17/04/1998, à Matricula n° 11.567, do 1° Serviço Notarial e Registral da Comarca de Alta Floresta (MT), em que está gravada a área de 13.064,31 lia corno de Reserva Legal, o que é suficiente para que se restabeleça a exclusão na base de cálculo do ITR, no valor total de 37.500,00 lia. Por oportuno, cabe ressaltar que a averbação de determinada área imobiliária como reserva legal não se trata de formalidade, mas sim de ato constitutivo, vez que modifica o direito real sobre o imóvel, conforme determina o artigo 1.227 do Código Civil: Fl. 492DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 14 Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts.1.245 a 1.247), .salvo os casos expressos neste Código. Adernais, que é urna peculiaridade da reserva legal a eleição, pelo proprietário, da parcela do imóvel, não inferior a 20%, que será reservada para a proteção ambiental, por tal, somente se constitui reserva legal com a averbação daquela área no registro de imóveis, o que lure revestirá dos efeitos contra terceiros. Assim, a Lei n° 4.771, de 15/09/1965, passou a exigir a averbação no registro público, o que implica que a sua utilização se submeta às limitações legais. Nesse sentido, o entendimento do Supremo Tribunal Federal rio julgamento do Mandado de Segurança n° 226889/PB, de relatoria do Ministro Moreira Alves (DJ de 28/04/2000), em que se discutiam os efeitos da constituição de reserva legal sobre o cálculo da produtividade de imóvel ern processo de desapropriação para fins de reforma agrária, cuja ementa a seguir se transcreve: EMENTA: Mandado de Segurança. Desapropriação de imóvel rural para fins de reforma agrária. Preliminar de perda de objeto da segurança que se rejeita. No mérito, não fizeram os impetrantes prova da averbação da área de reserva legal anteriormente à vistoria do imóvel, ci jo laudo (fls. 71) é de 09.05.96, ao passo que a averbação existente nos autos data de 26.11.96 (fls. 73verso), posterior inclusive ao Decreto em causa, que é de 06.09.96. Mandado de segurança indeferido. Em votovista, proferido naquele julgamento, o Ministro Sepúlveda Pertence assim se pronunciou: Entendo que esse dispositivo não se refere a rara fração ideal do imóvel, mas as áreas identificadas ou identificáveis. Desde que sejam conhecidas as áreas de efetiva preservação permanente e as protegidas pela legislação ambiental devem ser tidas como aproveitadas. Assim, por exemplo, as matas ciliares, as nascentes, as margens de cursos de água, as áreas de encosta, os manguezais. A reserva legal não é uma abstração matemática. Há de ser entendida conto tinta parte determinada do imóvel. Sent que esteja identificada, não é possível saber se o proprietário veirn cumprindo as obrigações positivas e negativas que a legislação annbiental lhe impõe. Por outro lado, se sabe onde concretamente se encontra a reserva, se ela não foi medida e demarcada, enz caso de divisão ou desmembramento de imóvel, o que dos novos proprietários só estaria obrigado por a preservar vinte cento da sua parte. Fl. 493DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10183.720125/200614 Acórdão n.º 9202004.385 CSRFT2 Fl. 9 15 Desse modo, a cada nova divisão ou desmembramento, haveria uma diminuição do tamanho reserva, proporcional à diminuição do tamanho do imóvel, com o que restaria frustrada a proibição da mudança de sua destinação nos casos de transmissão a qualquer titulo ou de desmembramento, que a lei florestal prescreve. Estou assim em que, sem a averbação determinada pelo §2° do art. 16 da Lei n° 4.771165, não existe a reserva legal. [...] Sob estes entendimentos, somente deve ser subtraída da área total do imóvel para o fim de cálculo da incidência do 1TR a área de reserva florestal identificada no registro imobiliário. [...] Com o objetivo de esclarecer indico os pontos relevante: DT DO FATO GERADOR: 01/01/2003 REGISTRO 17/04/1998 , FL. 87 e seguintes: 48.871,38 (50%) + 26.128,62 (50%) = TOTAL 37.500 DATA DO PROTOCOLO DO ADA (FLS. 383/386 DT 29/05/2007 ÁREA DE RESERVA LEGAL 13.064,31 C/REGISTRO + 24.435,69 C/REGISTRO = 37.500,00 14.661,41 SEM REGISTRO 7.838,59 SEM REGISTRO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL AO INÍCIO DA AÇÃO FISCAL (11/04/2006) Nestes termos, conforme descrito no acórdão recorrido, restando comprovada a averbação da área de reserva legal em data anterior ao fato gerador, devem ser computadas as áreas de reserva legal 37.500/ ha , excluindoas desse modo, da área tributável do ITR no exercício em exame, posto ser esse instrumento capaz de constituir, independente da apresentação do ADA. Esse só se faria exigível caso foi o instrumento adotado pelo sujeito passivo como elemento único e suficiente para comprovar a área descrita na DITR. CONCLUSÃO Face todo o exposto voto por CONHECER DO RECURSO da procuradoria, para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Fl. 494DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 16 (assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 27/09/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 15165.003460/2008-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 15/12/2004 a 05/04/2005
Ementa:
ACUSAÇÃO DE SIMULAÇÃO EM COMÉRCIO EXTERIOR. PROVAS ILÍCITAS RECONHECIDAS JUDICIALMENTE. NULIDADE DA AUTUAÇÃO FISCAL.
Exigência fiscal pautada em provas produzidas em processo criminal que, por sua vez, foram reconhecidas com ilícitas no âmbito judicial. Ante a impossibilidade de segregar as provas que seriam lícitas daquelas reconhecidas como ilícitas, todo o acervo probatório é contaminado pela ilicitude, o que se dá por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada).
Numero da decisão: 3402-003.195
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Os Conselheiros Jorge Freire e Waldir Navarro Bezerra declararam que deram provimento com base na informação fiscal prestada em diligência, no sentido da impossibilidade de segregação das provas ilícitas. Esteve presente ao julgamento o Dr. Fernando Luiz da Gama Lobo D' Eça, OAB/SP nº 66.899.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Diego Diniz Ribeiro- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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PROVAS ILÍCITAS RECONHECIDAS JUDICIALMENTE. NULIDADE DA AUTUAÇÃO FISCAL. Exigência fiscal pautada em provas produzidas em processo criminal que, por sua vez, foram reconhecidas com ilícitas no âmbito judicial. Ante a impossibilidade de segregar as provas que seriam lícitas daquelas reconhecidas como ilícitas, todo o acervo probatório é contaminado pela ilicitude, o que se dá por derivação (teoria dos frutos da árvore envenenada). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Os Conselheiros Jorge Freire e Waldir Navarro Bezerra declararam que deram provimento com base na informação fiscal prestada em diligência, no sentido da impossibilidade de segregação das provas ilícitas. Esteve presente ao julgamento o Dr. Fernando Luiz da Gama Lobo D' Eça, OAB/SP nº 66.899. Antonio Carlos Atulim Presidente. Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 16 5. 00 34 60 /2 00 8- 40 Fl. 14151DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 2 Relatório 1. Por bem relatar os fatos me valho de parte do relatório desenvolvido na Resolução n. 3101000.295 (fls. 14.007/14.018), o que faço nos seguintes termos: – Do Crédito Tributário O processo iniciase com o Mandado de Procedimento Fiscal Fiscalização n° 09.1.52.002008004245 que amparou a verificação do valor aduaneiro das 04/12817238, 04/13286856, 05/02711986, 05/03214757 e 05/03427572, registradas na IRF/Curitiba e na DRF/Maringá, entre 15.12.2004 a 05.04.2005, que culminou na lavratura dos Autos de Infração de fls. 02 a 84, integrados pelo "Relatório Fiscalização NETWORK 1" de fls. 85 a 247. Nos referidos Autos de Infração foram lavrados para a cobrança do (i) Imposto de Importação (II), acrescido de multa de lançamento de oficio qualificada e de juros de mora, calculados até 30.11.2008; (h) da Multa do Controle Administrativo das Importações devida sobre a diferença entre o preço declarado e o preço efetivamente praticado na importação ou entre o preço declarado e o preço arbitrado; (iii) do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI vinculado), acrescido de multa de lançamento de oficio qualificada e de juros de mora, calculados até 30.11.2008; (iv) da Multa Regulamentar do IPI, proporcional ao valor aduaneiro da mercadoria; (v) da Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (COFINSImportação), acrescida de multa de lançamento de oficio qualificada e de juros de mora, calculados até 30.11.2008; e (vi) da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEPImportação), acrescida de multa de lançamento de oficio qualificada e de juros de mora, calculados até 30.11.2008; totalizando um montante de crédito tributário apurado de R$ 6.703.896,91 (fl. 84). Dos Fundamentos dos Lançamentos As autoridades lançadoras aduzem que as exigências fiscais em trato decorreram da ocorrência de subfaturamento nas importações processadas com o registro das DI's acima listadas, cuja materialidade se deu com o uso de faturas comerciais falsas ocasionando a declaração inexata dos valores de transação e, por conseguinte, a insuficiência de recolhimento dos tributos aduaneiros. Reportandonos ao "Relatório Fiscalização NETWORK 1", convém salientar que, por ora, evidenciaremos seus principais tópicos com vista a demonstrar, sinteticamente, os fatos que ensejaram à autuação em trato, visto que a abordagem analítica dos fundamentos da ação fiscal e, por conseguinte, dos respectivos lançamentos tributários será especificamente tratada quando da análise pormenorizada dos argumentos de defesa apresentados pela contribuinte e demais responsáveis solidários. Fl. 14152DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 3 3 Nesse passo, a fiscalização prontamente informa que o relatório, além subsidiar a presente ação fiscal, serviu de fundamento para as ações efetuadas em desfavor das seguintes empresas: (i) Tumiza Importação e Exportação Ltda. (PAF n° 15165.000119/200913), (h) Mercotex do Brasil Ltda. (PAF n° 15165.003462/200839), (iii) Intersmart Comércio, Importação e Exportação de Produtos Eletrônicos Ltda. (PAF n° 15165.000120/200948), (iv) Muchmore Comercial Ltda. (PAF n° 15165.003455/200837), (v) Cotia Trading S/A (PAF n° 15165.003461/200894), (vi) Proxim Importadora e Exportadora Ltda. (PAF n° 15165.003459/200815) e (vii) Iacex Importação e Exportação Ltda. (PAF n° 15165.003458/200871). Os autuantes esclarecem também que instruem os autos, além dos dossiês cadastrais de todas as pessoas jurídicas e físicas indicadas na investigação e das cópias das declarações de importação analisadas, os documentos extraídos do inquérito instaurado pela Polícia Federal na denominada operação "DILÚVIO" (IPL 0 009/2008DPF/PGAPR), extração estas devidamente permitida pela autoridade judicial (processo n° 2006.70.00.00224356, em tramitação à época na 3' Vara Criminal de Curitiba), bem assim, as cópias dos Autos de Apreensão efetuados também pela Polícia Federal, relativamente às empresas Mercotex e Opus e ao contribuinte Marcelo Ralo e do Memorando n° 1.411/07 SETEC/SR/DRP/PR. Prosseguindo, a fiscalização apresenta um resumo das declarações de importação registradas pelas empresas mencionadas nas ações fiscais deflagradas na "Operação Dilúvio", esclarecendo que os valores apresentados referemse tãosomente àqueles declarados pelas empresas autuadas para as mercadorias importadoras. A fiscalização também descreve os fatos que ensejaram a acusação de fraude do valor declarado das mercadorias importadas, evidenciado pela confrontação da verdade formal consignada nos documentos que instruíram respectivos despachos com a verdade material efetivamente verificada, evidenciando Grupo de forma inelutável a (i) vinculação existente entre as empresas exportadoras e o Network 1; (ii) os reais proprietários e controladores das empresas exportadoras; (iii) a efetiva composição societária do Grupo Network 1; (iv) o modo de agir adotado para o cometimento dos ilícitos fiscais perpetrados; (v) a falsidade dos valores declarados pelos importadores; (vi) os valores de transação efetivamente praticados; (vii) o real destino dos bens importados; (viii) os responsáveis pela prática das infrações tributárias; (ix) o montante de tributos sonegados; (x) os contribuintes e demais responsáveis solidários; e (xi) as infrações e penalidades cometidas. Relativamente às empresas exportadoras, a fiscalização informa que do total de 216 DI's analisadas, somente 04 (quatro) referemse à empresa Ali Tradelogistic Corporation, sendo que Fl. 14153DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 4 as demais dizem tinham como interessadas as empresas Shellton Inc., Nations Inc., Ali Network Inc., Neils Trading Corporation. Com referência ao funcionamento do Grupo Network 1, a fiscalização esclarece que da análise dos documentos e das provas que se encontram acostadas aos autos foi possível mostrar que: (i) o grupo é controlado por Marcelo Adorno e William Haddad Uzum, sendo, por conseguinte, os reais proprietários das empresas que o integram; (h) Marcelo Ralo é quem o administra, respondendo de fato pelo controle financeiro do grupo, notadamente, naquelas operações fraudulentas; (li) Sílvia Helena Disperatti é responsável pelo controle administrativo, auxiliando, por conseguinte, Marcelo Ralo em sua atividade. Quanto à exportadora Neils Trading Corporation, as autoridades fiscais esclarecem, com base nos documentos acostados "que a NEILS é que detém o poder de controle sobre todas as pretensas exportadoras e sobre o destino dos bens, vez que a ela compete formular as ordens e compra, determinar os embarcadores/exportadores, efetuar o pagamento dos bens e, ainda, fixar o preço aviltado pelo qual serão refaturados". Com relação às exportadoras Shellton Inc., Nations Inc., Ali Network Inc., Neils Trading Corporation, a fiscalização demonstra que seu controle financeiro e bancário é exercido pelo Grupo Network 1, sob o comando de Marcelo Adorno e William Haddad Uzum (reais proprietários); ou de Marcelo Ralo, Sílvia Helena Disperatti e Gladys Blézio (prepostos destes últimos). Nesse passo, a fiscalização afirma que os documentos constantes dos autos, notadamente inúmeras Cartas de Fianças e Acordos firmados entre distribuidores e fabricantes, além de reforçar a acusação anteriormente citada, confirmam a vinculação das empresas exportadoras com as sociedades empresariais que integram o Grupo Network 1 no Brasil. Com vista a demonstrar o padrão de comportamento adotado na quase totalidade das operações de importação realizadas por empresas do próprio Grupo Network 1 ou por meio de terceiros importadores (Grupo MAM), que resultou no subfaturamento do Valor Aduaneiro das mercadorias, as autoridades lançadoras trouxeram como exemplo a operação de venda de produtos da marca Juniper para a Petrobrás ("PO#JUNO21/05 Petrobras Case"), cujo memorial, além de trazer informações sobre o Grupo Network 1, informa a logística da operação, prazos, fluxo de caixa, etc, indicando que a importação foi formalizada através da ora autuada (Opus), ressaltando o modus operandi empregado pelo grupo para reduzir dolosamente a base de cálculo dos tributos aduaneiros em percentuais que variaram entre 30% (trinta por cento) e 85% (oitenta e cinco por cento) do valor efetivamente negociado. Pelo fato de o "Relatório Fiscalização NETWORK 1", referirse a diversas autuações, no Tópico que trata da metodologia de apuração do Valor Aduaneiro, a fiscalização esclarece assim se pronuncia: Fl. 14154DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 4 5 "Considerando a existência de centenas de ordens de compra (PO), não há meios ou necessidade de se repetir individualmente a demonstração de subfaturamento apontada no tópico anterior. Por essa razão, os cálculos que serão exibidos posteriormente farão menção apenas aos valores declarados pelo importador e aos fixados com base nas POs utilizadas como paradigma, que serão devidamente anexadas para comprovação. Ressaltamos, ainda, que não nos valemos apenas de POs para definição dos valores aduaneiros, haja vista termos localizado outros documentos, de idêntico conteúdo, que, a exemplo das ordens de compra, atestam o valor real de transação. Como exemplo podese citar a planilha "resumo de compras 1999 até hoje.xls", que discrimina todos os pagamentos efetuados para o fornecedor JUNIPER, contendo indicação sobre os bens, valor FOB, quantidades, números de invoice, datas de embarque, adquirentes, etc. Outro ponto que necessita ser explicitado diz respeito aos critérios de arquivamento dos documentos comprobatórios do valor aduaneiro, que foram ordenados por fabricante (e não por importador). A decisão em questão se pauta no princípio da economia processual, tendo presente o fato de que bens constantes de uma mesma PO, por vezes, foram enviados de forma fracionada, o que significa dizer que uma única PO pode se referir a mais de uma declaração de importação e, não raro, a mais de um importador. Assim, evitase a inserção repetida de documentos no processo. Em termos práticos, suponhamos que a IACEX tenha importado bens de diversos fabricantes, dentre os quais a JUNIPER. No tópico referente à IACEX haverá uma planilha, ordenada por DI, detalhando todos os itens pertinentes à valoração, dentre os quais os fabricantes. Para localizar a PO em questão, devese procurar a pasta do fabricante JUNIPER, onde haverá também uma planilha, ordenada por importador, estabelecendose assim uma referência cruzada. Eventuais esclarecimentos sobre os critérios de valoração serão informados nesta pasta. Informamos, ainda, que em razão da limitação do campo da planilha destinado à descrição dos bens, alguns deles não se mostram completos. Nessas hipóteses, em caso de dúvidas, deverão ser consultadas as declarações de importação em anexo, onde se poderá comprovar que se tratam dos mesmos bens descritos nas ordens de compra ou documento de efeito equivalente". Destaca o Fisco que identificados os valores reais de transação, conforme consignados nas PO's (ordens de compra), além de outros documentos trazidos aos autos, deixou de utilizar os Fl. 14155DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 6 preços de referência apurados preliminarmente no "Relatório de Triagem", uma vez que se mostraram inferiores aos efetivamente praticados, importando, inclusive, na não consideração, como espontânea, a denuncia oferecida pela empresa EBIS, conforme se depreende do item 3.7.1 do "Relatório Fiscalização Network 1". A fiscalização, com vista a demonstrar mais amiúde o conluio existente entre os autuados, pontifica algumas circunstâncias que vieram a baila durante os procedimentos investigatórios. Especificamente em relação à contribuinte ora autuada (OPUS), esclarece que os bens importados formalmente pela adquirente LANSARET, participe do Grupo MAM, juntamente com as empresas MEGA e CONTROL, deram entrada na EBIS, ou seja, a real adquirente, que se ocultou para não deixar transparecer a simulação perpetrada. No item 4.5 do Relatório de Fiscalização (fls. 174 a 179 dos autos) a fiscalização procura demonstrar atuação dos responsáveis solidários, evidenciando a condição de gerente destes, vejamos: 4.5 Das Importadoras do GRUPO MAM Antes de detalharmos as operações realizadas por meio da OPUS e MERCOTEX; evidenciaremos o papel desempenhado pelos senhores MARCO ANTONIO MANSUR FILHO, MARCIO BUENO MORIKOSHI e FERNANDO MARQUES DA COSTA no tocante ao cometimento dos atos ilícitos praticados em nome dessas sociedades. MARCO ANTÔNIO MANSUR FLHO (MAR QUITO), coordena as operações de importação do GRUPO MAM realizadas nos portos e aeroportos do estado do Paraná e Santa Catarina. É o elo de ligação entre clientes, MARCO ANTONIO MANSUR seu pai, as importadoras e o pessoal administrativo e operacional destas empresas. Coordena as atividades por meio de três gerentes principais, que atuam segundo suas instruções. Na importadora MERCOTEX (Maringá/PR), atua ROSILENE SIQUEIRA FERREIRA DA SILVA, gerente operacional; Na importadora OPUS TRADING (Maringá/PR), temos MARCIO BUENO MORIKOSHI; Na importadora MERCOTEC (Itajaí/SC), atua seu sócio JAIME DE AZEVEDO LIMA FILHO. MÁRCIO BUENO MORIKOSHL como dito, é gerente do departamento operacional da Opus Trading, atuando nas operações de comércio exterior da empresa, tendo pleno conhecimento e controle das operações efetuadas pela trading. Exerceu as mesmas funções na LANSARET. Fl. 14156DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 5 7 Verificase pela documentação acostada ao RELATÓRIO DE TRIAGEM de fls.1144 a 1284, mencionado no item 3.4 desta Parte IV, que as operações da MERCOTEX aqui analisadas também foram conduzidas pelo senhor MÁRCIO. Transcrevemos parte dos emails juntados ao referido relatório para comprovação do alegado. No primeiro, verificase que MÁRCIO tinha o controle das operações, mas MAR QUITO é que tomava as decisões finais, principalmente no que se refere ao subfaturamento: No tocante ao Sr. FERNANDO MARQUES DA COSTA, como informamos, é o responsável pelo agenciamento das operações M13. No email abaixo se verifica a vinculação desse senhor com MAR QUITO e MÁRCIO, onde se discute sobre a emissão de faturas falsas da ALL NETWORK e sobre a elaboração de duas faturas, uma com valores reais e outra com valores subfaturados. [...] Alem dos emails juntados ao RELATÓRIO DE TRIAGEM, outras mensagens concernentes ao Sr. FERNANDO foram localizadas (lis. 1464 a 1482). Elas comprovam: Que ele agenciou as operações da M13 e com esse fim manteve contatos com MAR QUITO e MÁCRIO MORIKOSHI; Que o Sr. FERNANDO se utilizava os domínios "rcil ", "rci2", "rci3" e "rc4", todos @terra.com.br, através dos quais ele próprio e suas funcionárias MARIANE (Campos) e WALKIRIA contatavam MAR QUITO e MÁRCIO MORIKOSHI, ocasião em que se definia o valor do subfaturamento. Que o Sr. FERNANDO está intimamente ligado ao Sr. MARCELO ADORNO, que afirma tratarse de um primo seu, conhecido pelo codinome 'MOITA". [...] Contudo a atuação de FERNANDO "MOITA" vai muito além dos fatos aqui narrados. O documento intitulado "empresas fernando.xls", de jls. 1483 a 1505, discrimina, na pasta "Tabela" quais empresas eram operadas por ele e qual o montante adquirido pelo GRUPO NETWORK 1. Vejamos o seu teor: [...] Outra pasta desse mesmo documento, "dados", discrimina todos os detalhes dessas operações, indicando numero das notas fiscais, valores, datas de emissão, nome dos fornecedores, número dos pedidos e principalmente, o Fl. 14157DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 8 nome das empresas do GRUPO NETWORK 1 para as quais foram enviadas as mercadorias importadas pelas empresas do FERNANDO. Não se pode olvidar que são essas as MESMAS EMPRESAS constantes do documento "diversos.xls", mencionado no tópico 4.3 desta Parte IV, que informa sobre as fraudes cambiais. Confirmase, assim, que as sociedades operadas por FERNANDO "MOITA" foram largamente utilizadas pelo GRUPO NETWORK 1, que delas se valeu para se apropriar de notas fiscais frias (triangulação), para realizar remessas irregulares de divisas e para realizar importações fraudulentas com o fito de acobertar a sua condição de real adquirente das mercadorias introduzidas no País. Importante destacar que um passivo tributário gigantesco foi "enterrado" com essas empresas, tendo presente o fato de que parte expressiva dos créditos tributários devidos se perdeu em face do instituto da decadência. Consignamos, por fim, que MARCELO RALO faltou com a verdade ao afirmar às autoridades policiais que desconhecia a pessoa de FERNANDO. O email em anexo (fls.1506), por ele enviado, comprova o contrário. Na ocasião se negociava alguns embarques realizados via OPUS e MERCOTEX. Entendemos como inequívocas as provas relativas à responsabilidade dos senhores MARCO ANTONIO MANSUR FILHO, MARCIO BUENO MORIKOSHI e FERNANDO MARQUES DA COSTA, razão pela qual foram arrolados como solidários pelos créditos devidos pelas sociedades OPUS e MERCOTEX, nos termos definidos nos itens 3.1 e 3.3 desta Parte IV. Particularmente, em relação à autuada (OPUS TRADING AMÉRICA DO SUL LTDA.), as autoridades lançadoras constataram o cometimento de irregularidades em 05 (cinco) declarações de importação subfaturadas, cujos bens se destinam à empresa M13 Tecnologia, participe do Grupo Network 1, apontada como cliente do Grupo MAM, é o que se depreende do subitem 4.5.2 do referido Relatório de Fiscalização (fl. 185 dos autos), vejamos: 4.5.2 OPUS Em nome da empresa OPUS foram registradas 05 (cinco) declarações de importação subfaturadas cujos bens se destinaram ao GRUPO NETWORK 1. Logicamente, tratase aqui do que foi apurado, de sorte que outras operações poderão vir a ser identificadas. Ressaltamos que o Sr. MARCELO RALO reconheceu que os bens deram entrada na EBIS, fato comprovado também pelos emails elencados no caput do tópico 4.5 retro e Fl. 14158DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 6 9 através dos documentos apreendidos junto à OPUS (lis. 1522 a 1531). De igual modo, os sócios dessa empresa SÍLVIO PARADISO e ROBERTO WAGNER DUS concorrem com seus atos ou omissões para realização das operações fraudulentas realizadas em nome da sociedade OPUS, acobertando seus reais proprietários, em particular, MARCO ANTÔNIO MANSUR FILHO, e os clientes dessa empresa. Objetivando demonstrar sinteticamente o valor aduaneiro apurado no procedimento fiscal sob exame, as autoridades lançadoras elaboraram o demonstrativo acostado às fls. 185 a 190 do "RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO NETWORK 1". Sintetizando, as autoridades lançadoras demonstram a cessão da Opus para acobertar operações fraudulentas realizadas por terceiros, reais interessados, razão por que a fiscalização arrola com responsáveis pelos créditos devidos os sócios de direito e de fato, pelo fato de se beneficiarem da respectiva prática delituosa (Ebis Empresa Brasileira de Comércio, Integração e Serviços de Tecnologia Ltda., Marcelo Adorno, William Haddad Uzum, Marcelo Ralo, Sílvio Paradiso, Roberto Wagner Dus, Marco Antônio Mansur Filho, Márcio Bueno Marikoshi e Fernando Marques da Costa). Na primeira tabela são informados o número da declaração de importação e respectiva adição, a data de seu registro, o importador, o exportador, a descrição da mercadoria, sua quantidade, valor unitário e valor total, expresso em dólar estadunidense e em real, apurando o montante declarado de R$ 318.018,60. Na segunda tabela, contrapondo as informações declaradas pela autuada, a fiscalização apresenta o valor efetivo das referidas transações, para tanto, utiliza como paradigma às "Ordens de Compra P0 's", documento que tornou possível verificar o verdadeiro valor da mercadoria importada, informandoos tanto em dólar estadunidense como em real, apurando, por conseguinte, um montante de R$ 2.066.132,32 (fl. 110 do Relatório de Fiscalização). A fiscalização esclarece, também, que as mencionadas Ordens de Compra (PO's) e demais documentos de efeito equivalentes utilizados como subsídio à identificação do valor de transação praticado pelas empresas que registraram as declarações de importação elencadas no relatório em apreço encontramse juntados às fls. 1.593 a 2.270, sendo que, para uma melhor visualização, foram ordenadas pelos respectivos fabricantes das mercadorias importadas. Nesse diapasão, a fiscalização concluiu que as operações de importação realizadas em favor do Grupo Network 1 foram efetivadas de forma irregular e fraudulenta, pelos motivos a seguir sintetizados: (i) As declarações de importação e os correspondentes documentos instrutivos dos despachos foram produzidos no intuito de burlar os controles exercidos pela Fl. 14159DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 10 Aduana brasileira, logo são ideologicamente falsos; (ii) As notas fiscais referentes à venda no mercado interno são inidôneas, não servindo de elementos de prova em favor das empresas importadoras de direito, uma vez que foram fraudulentamente emitidas para "esquentar" o valor das mercadorias e ocultar os reais adquirentes (importadores de fato); e (iii) A entrega a consumo dos bens irregularmente importados constituiu prática predatória que transgride a livre concorrência e o mercado interno. Das Impugnações Intimados das presentes exações, ingressaram com impugnação: Marcelo Adorno (fls. 2.296 a 2.352), William Haddad Uzum (fls. 2.443 a 2.499). Marcelo Ralo (fls. 2.588 a 2.631), Ebis Empresa Brasileira de Comércios Integração e Serviços de Tecnologia Ltda. (fls. 2.721 a 2.765), e Fernando Marques da Costa (fls. 4.163 a 4.177), conforme se sintetiza o documento de fl. 4.275. Síntese das alegações apresentadas pelos sujeitos passivos indicados como responsáveis solidários De esclarecer que perscrutando as impugnações apresentadas pelos autuados William Haddad Uzum, Marcelo Ralo, Marcelo Adorno e Ebis Empresa Brasileira de Comércio, Integração e Serviços de Tecnologia Ltda., indicados como responsáveis solidários pelo crédito tributário lançado em desfavor da empresa Opus, depreendese que os argumentos de defesa são idênticos, razão por que serão tratados conjuntamente. De início, em sede de preliminar, alegam a nulidade dos lançamentos porquanto não participaram dos procedimentos concernentes à investigação fiscal que culminou com a lavratura dos Autos de Infração em apreço, o que caracteriza o cerceamento do direito de defesa (o art. 5 0, LV, da CF/88 e art. 7 0, I, do Decreto n° 70.235/72 PAF); nessa linha de argumentação, reclamam também da exigüidade do prazo concedido para apresentar defesa consistente, tendo em vista a amplitude e complexidade da matéria tratada; bem assim, que lhe foram sonegado conhecerem a defesa apresentada pela autuada (Opus). Noutra preliminar, aduzem a ilegitimidade e ilegalidade para compor o pólo passivo da presente relação jurídica, na condição de responsáveis solidários. Com arrimo nos arts. 121 e 129 a 134 do CTN, alegam a impossibilidade de serem incluídos como responsáveis, independentemente da modalidade atribuída, ou seja, por substituição, transferência ou sucessão. Não obstante concordarem que o artigo 128 do CTN admite à atribuição da responsabilidade tributária à terceira pessoa vinculada ao fato gerador, aduzem que mencionada condição não ocorreu no caso presente, pois não registraram qualquer declaração de importação, não adquiriram ou comercializaram no mercado interno as mercadorias importadas e bem assim em dezembro de 2002 deixaram de manter vínculo com a EBIS, conforme evidencia a DIRPF 2002, Exercício 2003. No mérito, alegam que a fiscalização não efetuou o procedimento de valoração aduaneira para o fim de imputar o Fl. 14160DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 7 11 subfaturamento para as mercadorias importadas pela Opus, contrariando o disposto nos artigos 20 e 148 do CTN; nos artigos 76 a 82 do Decreto n° 4.543/02 (RA/02); na IN/SRF n° 327/03, bem assim o regulamento estatuído pelo AVA/GATT, padecendo o lançamento de vício insanável, devendo ser decretada sua nulidade. Ainda com relação ao procedimento de valoração aduaneira, não reconhecem as imputações que lhes são feitas por meio do "Relatório Fiscalização NETWORK 1", pois do item 002 da descrição dos fatos constante nos Autos de Infração depreende se que é inconsistente o subfaturamento do valor das mercadorias importadas pela Opus, pois referese a fatos ocorridos em outubro de 2005, quando a acusação está fundamentada em circunstâncias supervenientes àquelas narradas na autuação, pois os fatos imponíveis ocorreram em 15 e 30 de dezembro de 2004 e em 16 e 31 de março de 2005, devendo, por conseguinte, ser a aplicada norma do artigo 112 do CIN. Prosseguindo, afirmam que não obstante sempre terem atendido os pleitos formulados pelo Fisco, em momento algum foram cientificados dos procedimentos fiscais que precederam a autuação. Logo, entendem ser incabível o agravamento da multa prevista no artigo 44, § 2°, da Lei n° 9.430/96. Demais disso, alegam que a fraude deve ser provada, pois a legislação de regência não admite sua ocorrência por meio da presunção, razão por que não reconhecem as imputações levadas a efeito na autuação. Por fim, alegam que é inadequado o uso taxa Selic na apuração do juros de mora, pois na espécie de ser aplicada a taxa de juros em percentual de 1% ao mês, acrescida de correção monetária, por se tratar do indexador de débitos de natureza tributária, pois a referida taxa Selic contraria o princípio da legalidade, uma vez que é fixada por ato normativo do Banco Central do Brasil (BCB) ao invés de lei. Em face de todo o exposto, requerem a insubsistência dos lançamentos. Síntese das alegações apresentadas pelo responsável solidário Fernando Marques da Costa De imediato, o Impugnante requer o reconhecimento da ilegitimidade para figurar no pólo passivo da presente demanda fiscal, posto que nunca participou dos contratos sociais, da administração ou negócios das empresas autuadas, desconhecendo inteiramente os fatos apontados na autuação. Salienta que sua relação com referidas pessoas se restringe única e exclusivamente ao seu parentesco com o sr. Marcelo Adorno, seu primo, portanto, de natureza meramente familiar; que sua participação se restringiu à simples indicação, contato e apresentação de pessoas para aquele, além da realização de uma cotação referente á venda de rádios, para posterior intermediação, circunstância corroborada pela absoluta falta de Fl. 14161DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 12 prova de qualquer participação sua nos fatos imputados na respectiva ação fiscalizadora. Adverte que sua trazida para o pólo passivo dessa relação jurídica, está calcada em indícios vagos e imprecisos, uma vez que fundado em trocas de emails por pessoas que desconhece, documentos que são passíveis de ser enviados por qualquer pessoa, posto se tratar de correspondência de domínio público. Ademais, acrescenta que dos autos constatase a absoluta falta de documento apontando ter usufruído qualquer beneficio econômico ou praticado atos no intuito de lesar o Fisco. Nesse sentido, como já pacificado na doutrina e na jurisprudência, a responsabilidade é subjetiva, importando, por conseguinte, a demonstração cabal da intenção do agente com o objetivo de suprimir o pagamento de tributos, conforme dispõe o inciso III, do artigo 135 do CTN. De outra parte, alega que não obstante desconhecer os fatos imputados na presente autuação e, por conseguinte, não tem condições de discutir o mérito da exação, os autos contêm elementos visivelmente precários e incorretos, decorrentes de simples erros aritméticos, como se observa da planilha intitulada "IMPORTADOR: MERCOTEX — Valor de Transação Efetivamente Praticado" (fl. 97 do Relatório de Fiscalização Network 1), onde a somatória do montante em moeda nacional indica quase o triplo do valor correto, qual seja, R$ 3.616.927,83, quando a soma das adições indica que o valor é R$ 1.290.289,50. Outro exemplo de erro, na planilha intitulada "IMPORTADOR: OPUS Valores Declarados Subfaturados" (fl. 103 do Relatório de Fiscalização Network 1), o valor total em reais indicado é R$ 318.018,60, quando a soma correta é R$ 25.230,64. Já na planilha intitulada "IMPORTADOR: OPUS Valores de Transação Efetivamente Praticado" ( também à fl. 103 do Relatório de Fiscalização Network 1), o valor total em reais indicado é R$ 2.066.132,32, quando a soma correta é R$ 155.497,51. Portanto, alega o Impugnante que tais erros matemáticos compromete a liquidez e certeza do Auto de Infração, requisito necessário à sua validade. Por fim, entende o autuado que a manutenção dos Autos de Infração acarretalhe prejuízo, vez que não cometeu nenhuma infração a justificar a imposição fiscal em tela, e que, portanto, não sendo cancelado a respectiva exação recorrerá ao Poder Judiciário para pleitear o ressarcimento do aventado prejuízo, conforme consagrado nos artigos 5°, inciso XXXV e 37, § 6°, da Constituição Federal. Nesse sentido, requer a acolhida da impugnação para o fim de determinar a improcedência dos lançamentos. Submetidas as impugnação à apreciação a Turma de Julgamento da DRJ Florianópolis proferiu o Acórdão nº 0718.020, de 06/11/2009 (fls. 4326/4373), julgouas improcedentes, com base nos fundamentos consubstanciados na seguinte ementa: Fl. 14162DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 8 13 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 15/12/2004 a 05/04/2005 NULIDADES Em sede de processo fiscal tributário são nulos somente os atos e termos lavrados por agente incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa ou ainda poderão ser cominados com nulidade os lançamentos que contenham vícios formais relevantes à matéria deduzida na autuação, logo, demais óbices são considerados irregularidades que deverão ser saneadas se causarem efetivamente prejuízo ao interessado. RESPONSABILIDADE. SUJEIÇÃO PASSIVA. ADMINISTRADORES DE FATO E DE DIREITO. São responsáveis pelos créditos decorrentes de obrigações tributárias não adimplidas, os administradores que tenham pleno domínio dos atos imputados como fraudulentos e praticam atos comi excesso de poder ou infração de lei, contrato social ou estatutos, ainda que não figurem formalmente nos documentos constitutivos das sociedades empresariais. OCULTAÇÃO DO REAL ADQUIRENTE NA IMPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. FRAUDE. O descumprimento de obrigação aduaneira pertinente à importação por conta e ordem e a conduta dolosa que resulta no fornecimento de informações falsas nas declarações de importação caracteriza fraude e ocultação do real adquirente das mercadorias importadas. FATURA COMERCIAL. FRAUDE. SUBFATURAMENTO. Caracteriza evidente intuito de fraude o desembaraço aduaneiro de mercadorias importadas instruído com faturas cOmerciais inidôneas. A comprovação da existência do subfaturamento do preço das mercadorias importadas, bem assim a vinculação entre exportadores e importadores ocultos caracteriza a falsidade ideológica desses documentos. VALORAÇÃO ADUANEIRA. DESCARACTERIZAÇÃO DO PRIMEIRO MÉTODO. FRAUDE. Em regra, a valoração aduaneira de mercadorias importadas se rege pelas normas do Acordo de Valoração Aduaneira, implementado pelo GATT; porém, na hipótese de fraude do valor aduaneiro os procedimentos de valoração são regulados por regras especificas. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO CONFIGURAÇÃO. O lançamento é ato no qual a Fazenda deduz sua pretensão quanto ao crédito tributário apurado em procedimento de oficio, cujo aperfeiçoamento ocorre com a ciência do sujeito passivo, hipótese em que encerra a fase denominada inquisitória. Por sua Fl. 14163DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 14 vez, a apresentação de impugnação pelo contribuinte, dá inicio à fase seguinte, denominada litigiosa, momento em que o acusado deve exercer seu direito de defesa. Desta feita, a não participação do investigado na fase inquisitorial não contraria o principio constitucional do contraditório e ampla defesa. PENALIDADES APLICADAS. ARGÜIÇÃO DE EFEITO CONFISCATÓRIO. As multas administrativas e/ou fiscais não têm natureza confiscatória, pois alcançam somente os infratores, notadamente, com maior intensidade os que agiram com fraude. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. A cobrança dos juros de mora em percentual equivalente à taxa Selic está conforme a legislação de regência da matéria. Impugnação Improcedente Inconformados os Recorrentes apresentaram seus Recursos Voluntários Ebis Empresa Brasileira de Comércio, Integração e Serviços de Tecnologia Ltda. (fls. 4359/4386), Fernando Marques da Costa (fls. 4454/4475), Silvio Paradiso (fls. 4487/4500), Marcelo Adorno (fls. 4507/4534), Marcelo Ralo (fls. 4539/4560), William Haddad Uzum (fls. 4565/4595), Marco Antonio Mansur Filho (fls. 4604/4631), apresentaram Recurso Voluntário repisando os argumentos apresentados na inicial. Às fls. 9957 e seguintes foram trazidas cópias do HC n° 142.045/PR, julgado no STJ, em 15.04.2010, cuja 6° Turma ao analisar concedeu a ordem de habeas corpus para declarar a nulidade das provas obtidas por meio das Federal, que foi a base para a ação fiscal deste autos. Informa que o Acórdão decidiu que: "Comunicações telefônicas (interceptação). Investigação criminal/instrução processual penal (prova). Limitação temporal (prazo). Lei ordinária (interpretação). Principio da razoabilidade (violação). 1. É inviolável o sigilo das comunicações telefônicas, admitindose, porém, a interceptação "nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer". 2. A Lei n° 9.296, de 1996, regulamentou o texto constitucional especialmente em dois pontos: primeiro, quanto ao prazo de quinze dias; segundo, quanto à renovação, admitindoa por igual período, "uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova". 3. Inexistindo, na Lei n° 9.296/96, previsão de renovações sucessivas, não há como admitilas. Se não de trinta dias, embora seja exatamente esse o prazo da Lei n° 9.296/96 (art. 5°), que sejam, então, os sessenta dias do estado de defesa (Constituição, art. 136, § 2°) e que haja decisão exaustivamente fundamentada. Há, neste caso, se não explicita ou implícita violação do art. 5° da Lei n° 9.296/96, evidente violação do principio da razoabilidade. 4. Ordem concedida a fim de se reputar ilícita a prova resultante de tantos e tantos e tantos dias de interceptação das comunicações telefônicas, devendo os autos retornar às mãos do Juiz originário para determinações de direito." Fl. 14164DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 9 15 Diante disso requer, em face da novel decisão, “a declaração da nulidade do auto de infração em relação ao peticionário, dado que foi reconhecida a nulidade de todas as provas obtidas no IP n° 009/2006, as embasaram a presente ação fiscal e a responsabilização imputada ao peticionário.”. Junta cópias das decisões do Eg. STJ7. (grifos nosso). 2. Diante deste quadro, o então Relator do caso, Conselheiro Luiz Roberto Domingo, propôs a diligência de fls. 14.007/14.018, no que foi acompanhado pela então Turma julgadora para que o processo fosse baixado à origem para as seguintes providências: (...). Diante do exposto, voto por converter o presente julgamento em diligência, para o retorno dos autos à repartição de origem para que a autoridade competente: (i) Identifique as provas utilizadas para o lançamento que tenham sido direta ou indiretamente, originadas das interceptações ocorridas após o transcurso do prazo legal de 30 (trinta) dias, ou seja, aquelas que efetivamente foram consideradas ilícitas pelo STJ, segregandoas das outras que não foram contaminadas; (ii) Identifique as provas que derivaram do primeiro período de trinta dias da interceptação telefônica; (iii) Anexe as transcrições das escutas telefônicas referentes ao período de interceptação validado pelo STJ (os primeiros trinta dias);e (iv) Elabore relatório fiscal pormenorizado acerca das provas não decorrerem, direta ou indiretamente, do quanto conhecido a partir das interceptações realizadas ilegalmente, justificandoas. Após a conclusão da diligência, os contribuintes e responsáveis solidários deverão ser intimados do inteiro teor do resultado da diligência, para, querendo, manifestemse no prazo de trinta dias para pronunciarse sobre o feito. Após todos os procedimentos, os autos devem ser devolvidos ao CARF para prosseguimento do rito processual. 3. Em cumprimento a tal diligência adveio as informações de fls. 14.025/14.027, oportunidade em que foram fornecidas as seguintes respostas: (...). No presente caso, a descoberta dos fatos narrados na autuação somente foi possível com base na prova resultante das interceptações telefônicas e nas delas decorrentes, pois sem o empréstimo das investigações criminais, haja vista a extensão e complexidade das organizações, não haveria como descobrilas. Não há conhecimento de outras fontes independentes, ainda que apenas no âmbito fiscal. Desta forma não há o que se atender para os quesitos (i) e (ii), seu resultado é um conjunto vazio de elementos. Quanto ao (iii) tornase sem efeito já que, nos primeiros 60 dias de interceptações, período considerado válido, em nada Fl. 14165DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 16 vinculase ao grupo NETWORK 1 face a embrionária fase que se encontrava a investigação. Resta, por decorrência, prejudicado o atendimento ao quesito (iv) já que as provas obtidas através das interceptações alcançam a todo o material probante acostado aos autos. (..) (g.n.). 4. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Diego Diniz Ribeiro 5. Os recursos interpostos preenchem os pressupostos formais de admissibilidade, razão pela qual passo a conhecêlos a seguir. I. Do reconhecimento judicial quanto à ilicitude das provas produzidas 6. Apesar da dimensão do presente caso, em especial por conta da complexidade das operações que foram objeto de investigações pela Polícia Federal e que redundaram na presente exigência fiscal, tenho para mim que o presente julgamento não demanda maiores digressões, haja vista o teor da decisão exarada pelo Superior Tribunal de Justiça vis a vis da resposta pertinentemente ofertada pela fiscalização em razão da determinação de diligência emanada deste CARF. 7. Conforme se observa dos autos, o Superior Tribunal de Justiça, no âmbito do HC n. 142.045/PR, assim decidiu: Ementa Comunicações telefônicas (interceptação). Investigação criminal/instrução processual penal (prova). Limitação temporal (prazo). Lei ordinária (interpretação). Princípio da razoabilidade (violação). 1. É inviolável o sigilo das comunicações telefônicas, admitindo se, porém, a interceptação "nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer". 2. A Lei nº 9.296, de 1996, regulamentou o texto constitucional especialmente em dois pontos: primeiro, quanto ao prazo de quinze dias; segundo, quanto à renovação, admitindoa por igual período, "uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova". 3. Inexistindo, na Lei nº 9.296/96, previsão de renovações sucessivas, não há como admitilas. Se não de trinta dias, embora seja exatamente esse o prazo da Lei nº 9.296/96 (art. 5º), que sejam, então, os sessenta dias do estado de defesa (Constituição, art. 136, § 2º) e que haja decisão exaustivamente fundamentada. Há, neste caso, se não explícita ou implícita violação do art. 5º da Lei nº 9.296/96, evidente violação do princípio da razoabilidade. Fl. 14166DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 10 17 4. Ordem concedida a fim de se reputar ilícita a prova resultante de tantos e tantos e tantos dias de interceptação das comunicações telefônicas, devendo os autos retornar às mãos do Juiz originário para determinações de direito. (STJ; HC 142.045/PR, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), Rel. p/ Acórdão Ministro NILSON NAVES, SEXTA TURMA, julgado em 15/04/2010, DJe 28/06/2010) (grifos nosso). 7. Em voto vencedor, assim se manifestou o Ministro Nelson Naves: (...). Voto, pois, pela concessão da ordem com o intuito de, à vista do precedente, a saber, do estatuído no HC76.686 (6ª Turma, sessão de 9.9.08), reputar ilícita a prova resultante de tantos e tantos e tantos dias de interceptação das comunicações telefônicas; consequentemente, a fim de que "toda a prova produzida ilegalmente a partir das interceptações telefônicas" seja, também, considerada ilícita (tal o pedido formulado na impetração), devendo os autos retornar às mãos do Juiz originário para determinações de direito. (...). 8. Ressaltese, inclusive, que referida ordem foi objeto de pedido de extensão, o que foi deferido pelo STJ, consoante se observa abaixo: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PEDIDO DE EXTENSÃO. SIMILITUDE DE SITUAÇÃO PROCESSUAL. INEXISTÊNCIA DE EMPECILHO INERENTE A CIRCUNSTÂNCIA DE CARÁTER EXCLUSIVAMENTE PESSOAL. APLICAÇÃO DO ARTIGO 580 DO CPP. POSSIBILIDADE. PEDIDO DEFERIDO. 1. Demonstrada a similitude da situação processual dos requerentes com a dos pacientes, devese estender a ordem, eis que não se verifica a existência de qualquer circunstância de caráter exclusivamente pessoal que a obstaculize, sendo aplicável, portanto, o artigo 580 do Código de Processo Penal. 2. Dada a documentação acostada aos autos, excepcionalmente, entendese que os efeitos dessa decisão devem ser estendidos também aos demais corréus da ação penal, pois, evidenciandose o semelhante contexto no que tange à medida constritiva telefônica, o deferimento se lhes alcança. 3. Pedido de extensão deferido em relação aos peticionários, bem como aos demais corréus em idêntica situação, nos termos do primevo voto concessivo, para "reputar ilícita a prova resultante de tantos e tantos e tantos dias de interceptação das comunicações telefônicas; consequentemente, a fim de que 'toda a prova produzida ilegalmente a partir das interceptações telefônicas' seja, também, considerada ilícita (tal o pedido Fl. 14167DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 18 formulado na impetração), devendo os autos retornar às mãos do Juiz originário para determinações de direito". (STJ; PExt no HC 142.045/PR, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 24/05/2016, DJe 10/06/2016) (g.n.). 9. Deferida a citada ordem, referida decisão foi objeto de análise pelo juízo criminal de 1a. instância, onde corria a ação criminal correlata (autos n. 2007.70.00.019704 7/PR). Nesta oportunidade, assim se manifestou o juízo de 1a. instância: (...) A despeito de este juízo ter considerado inicialmente válidas as interceptações telefônicas realizadas nos primeiros sessenta dias da medida, o parquet apontou a impossibilidade de separação das provas colhidas, nos moldes pretendidos. Isso porque foram os elementos colhidos em todo o período em que perduraram as interceptações, analisados em conjunto, que deram suporte às medidas de busca e apreensão posteriormente deferidas que, por sua vez, deram ensejo à colheita de elementos representativos da materialidade do crime de descaminho e de falsidade ideológica, tais como notas fiscais e dados armazenados em computadores. A esse respeito, colhese da manifestação ministerial: Sem as provas conseguidas através da interceptação, não seria possível a obtenção dos mandados de busca e apreensão; sem as provas carreadas aos autos com o cumprimento destes, não seria possível a apreensão, para dizer o mínimo, de centenas de milhares de notas fiscais/computadores contendo os verdadeiros preços das mercadorias descaminhadas; sem a análise destes, pela Receita Federal, em conjunto com os inúmeros emails interceptados, os laudos que acompanham as denúncias não teriam sido produzidos. Insistindo; a pretendida separação é impossível. Dessa forma, temse que até mesmo naqueles casos em que houve constituição do crédito tributário, esta se deu com suporte em prova eivada pelo vício da ilicitude, não podendo subsistir, ante a aplicação da "teoria dos frutos da árvore envenenada" (art. 157, §1°, CPP). Em conclusão, não subsistem razões para continuidade da persecução penal em relação aos crimes de descaminho e de falsidade ideológica, ante a ausência de elementos representativos da materialidade delitiva. Por conseqüência, também não subsiste a imputação relativamente ao delito de quadrilha. Com efeito, a denúncia imputou aos réus a associação "para o cometimento de diversos delitos de falsidade ideológica e descaminho". Não configurados os delitos para os quais pretensamente a quadrilha se formara, não há que se falar na prática do delito de quadrilha. Por todo o exposto, ante a ausência de elementos que indiquem a materialidade delitiva dos crimes descritos na denúncia, a Fl. 14168DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO Processo nº 15165.003460/200840 Acórdão n.º 3402003.195 S3C4T2 Fl. 11 19 absolvição sumária dos acusados, com supedâneo nos artigos 386, III, e 397, III, ambos do CPP, é medida que se impõe. (...). Dispositivo Ante o exposto: a) absolvo sumariamente os réus Roberto Graziano, Enrico Luglio Neto, Jacob Magid, Roberto Peretz, Maria das Graças Beniz da Silva, Álvaro Regis de Menezes, Flavio Neves da Silva, Adriana de Melo Carneiro, Luiz Gabriel, Carlos Alberto Pintor e Márcio Machado Volpe, da prática dos crimes previstos nos artigos 288, 299 e 334, caput, todos do Código Penal, com supedâneo nos artigos 386, III, e 397, III, ambos do CPP; b) absolvo sumariamente os réus Marco Antônio Mansur, Marco Antônio Mansur Filho, Antonio Carlos Barbeito Mendes e Alessandra Salewski da prática dos crimes previstos nos artigos 299 e 334, caput, ambos do CP, com supedâneo nos artigos 386, III, e 397, III, ambos do CPP. (..). (fls. 14.033/14.034) (g.n.). 10. A conclusão que decorre da diligência determinada por este Tribunal vai no mesmo sentido. É o que se depreende do seguinte trecho da manifestação fiscal (fls. 14.025/14.027): (...). No presente caso, a descoberta dos fatos narrados na autuação somente fora possível com base na prova resultante das interceptações telefônicas e nas delas decorrentes, pois sem o empréstimo das investigações criminais, haja vista a extensão e complexidade das organizações, não haveria como descobrilas. Não há conhecimento de outras fontes independentes, ainda que apenas no âmbito fiscal. Desta forma não há o que se atender para os quesitos (i) e (ii), seu resultado é um conjunto vazio de elementos. Quanto ao (iii) tornase sem efeito já que, nos primeiros 60 dias de interceptações, período considerado válido, em nada vinculase ao grupo NETWORK 1 face a embrionária fase que se encontrava a investigação. Resta, por decorrência, prejudicado o atendimento ao quesito (iv) já que as provas obtidas através das interceptações alcançam a todo o material probante acostado aos autos. (..) (g.n.). 11. Ora, se o Ministério Público, a Justiça Federal e, até mesmo a fiscalização, entendem ser impossível separar eventuais provas lícitas daquelas declaradas Fl. 14169DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO 20 ilícitas (ainda que por derivação) pelo STJ, não resta alternativa senão reconhecer a ilicitude de todas as provas produzidas no presente processo administrativo, anulando, por conseguinte, o lançamento perpetrado, o que reconheço em face de todos os autuados, i.e.: (i) OPUS TRADING AMÉRICA DO SUL LTDA; (ii) EBIS EMPRESA BRASILEIRA DE COM. INTEG. E SERV. DE TECNOLOGIA LTDA.; (iii) SILVIO PARADISO; (iv) ROBERTO WAGNER DUS; (v) MARCELO ADORNO; (vi) WILLIAM HADDAD UZUM; (vii) MARCELO RALO; (viii) MARCO ANTÔNIO MANSUR FILHO; (ix) MARCIO BUENO MARIKOSHI; e (x) FERNANDO MAROUES DA COSTA. 12. Não ignoro o fato de apenas (ii) EBIS EMPRESA BRASILEIRA DE COM. INTEG. E SERV. DE TECNOLOGIA LTDA.; (iii) SILVIO PARADISO; (v) MARCELO ADORNO; (vi) WILLIAM HADDAD UZUM; (vii) MARCELO RALO; (viii) MARCO ANTÔNIO MANSUR FILHO; e (x) FERNANDO MARQUES DA COSTA terem interposto Recurso Voluntário. Todavia, a extensão da decisão aqui veiculada, reconhecida de ofício, é medida imperiosa, haja vista que estamos diante de típica hipótese de responsabilidade solidária. 13. É bem verdade que, sob uma perspectiva estritamente processual, não há dúvida acerca da preclusão para aqueles que não interpuseram seus respectivos recursos. Ocorre que, exceção feita a empresa OPUS, todos os demais responsabilizados assim foram inseridos no presente processo administrativo por conta de reconhecida solidariedade. Assim, sob uma perspectiva de direito material (solidariedade) o resultado da presente demanda afeta diretamente todos os responsabilizados naquilo em que lhe aprouver. Tratase de questão ínsita do instituto da solidariedade1. Dispositivo 14. Ex positis, reconheço a ilicitude (por derivação) das provas produzidas no presente processo administrativo e, por conseguinte, anulo o lançamento aqui tratado. 15. É como voto. Relator Diego Diniz Ribeiro 1 Só não há esta extensão quanto aos efeitos materiais da decisão se, para proferir a decisão do caso, o julgador leva em consideração características pessoais de um dos responsáveis. Fl. 14170DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO
score : 1.0
Numero do processo: 10325.000244/00-66
Turma: Sexta Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Fri Mar 07 00:00:00 UTC 2008
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1998
CESSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO SEM ÔNUS PARA A
ENTIDADE CEDENTE- RESSARCIMENTO DOS
ESTIPÊNDIOS PAGOS PELA ENTIDADE CEDENTE FEITO
PELO PRÔPRIO SERVIDOR PÚBLICO ÔNUS
SUPORTADO PELO SERVIDORO
servidor público cedido não pode acumular os proventos do
cargo originário e do desempenhado na entidade cessionária.
Caso o servidor público efetivamente comprove que devolveu
pessoalmente os estipêndios pagos pela entidade cedente,
suportando o ônus desse encargo, é de se abater do rol dos
rendimentos tributáveis os valores ressarcidos.
Recurso voluntário parcialmente provido.
Numero da decisão: 106-16.826
Decisão: ACORDAM os membros da Sexta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir dos rendimentos tributáveis o valor de RS9.163,55, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPF- ação fiscal - omis. de rendimentos - PF/PJ e Exterior
Nome do relator: Giovanni Christian Nunes Campos
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1998 CESSÃO DE SERVIDOR PÚBLICO SEM ÔNUS PARA A ENTIDADE CEDENTE- RESSARCIMENTO DOS ESTIPÊNDIOS PAGOS PELA ENTIDADE CEDENTE FEITO PELO PRÔPRIO SERVIDOR PÚBLICO ÔNUS SUPORTADO PELO SERVIDORO servidor público cedido não pode acumular os proventos do cargo originário e do desempenhado na entidade cessionária. Caso o servidor público efetivamente comprove que devolveu pessoalmente os estipêndios pagos pela entidade cedente, suportando o ônus desse encargo, é de se abater do rol dos rendimentos tributáveis os valores ressarcidos. Recurso voluntário parcialmente provido.
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Caso o servidor público efetivamente comprove que devolveu pessoalmente os estipêndios pagos pela entidade cedente, suportando o ônus desse encargo, é de se abater do rol dos rendimentos tributáveis os valores ressarcidos. Recurso voluntário parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por PAULO SÉRGIO RODRIGUES DA SILVA. ACORDAM os membros da Sexta Cãmara do Plimeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir dos rendimentos tributáveis o valor de RS9.163,55, nos temlOSdo relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. A-h" ...• ANA Nífl{)À R Presidente GI ANNI CHRI R ator , . Processo n' 10325.000244/00.66 Acórdào n.o 106-16.826 FORMALIZADO EM: o 5 MA I 2008 CCOI/C06 Fls. 99 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Antonio de Paula, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Ana Neyle Olimpio Holanda, Lumy Miyano Mizukawa e Janaina Mesquita Lourenço de Souza. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Gonçalo Bonet Allage. Relatório Em face do contribuinte PAULO SERGIO RODRIGUES DA SILVA, CPF/MF nO238.942.021-49, já qualificado nestes autos, foi lavrado, em 01112/2000, Auto de Infração (fls. 09 ), sem registro de ciência nos autos. Inconfonnado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação de fls. O I a 09. Para explicitar os motivos da impugnação, bem como delimitar o objeto da autuação, transcrevemos o relatório da decisão a quo, que teve como relatora a AFRFB Cláudia Márcia Brasileira de Sant'Anna Caetano, verbis: Contra o contribuinte. acima identificado. foi lavrado Auto de Inji'ação de Imposto - Imposto de Renda Pessoa Físíca, fls. 09 e 49/50, ano-calendário de 1997, exercicio de 1998, para formalizaçcio de exígência e cobrança de crédito tributário nele estipulado no valor de R$ 6.832,74, incluindo multa de oficio e juros de mora calculados até fevereiro de 2000. 2. A in/i'açcio apurada pela fiscalização, relatada no Demonstrativo das Infrações, extrato fls. 49, foi "ollussao de rendimentos recebidos de pessoa jurídica ou fisica, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício. Valores informados pela Prefeitura Municipal de Imperatriz e Centro Fed de Educ Tecnol do MA ", encontrando-se os dispositivos legais infringidos discriminados às fls. 49. 3. Inconformado com a e.tlgencia, o contribuinte apresentou impugnação em 03/05/2000. fls. 01102, com as alegações a seguir resumidas: 3.1. não miferíu rendimentos cumulatívos como afirma as Dilfs apresentadas na Secretaria da Receita Federal; 3.2. é funcionário público federal e pertence ao quadro do Centro Federal de Educaçcio Tecnológica do Maranhão e foi cedido a Prefeitura Municipal de Imperatriz, cOliforme Oficio n° 011197-G.P .. de 20/0111997, onde passou a exercer funções municipais a partir desta data. Logo, a Dilf iI?formada pela Prefeitura Municipal de Imperatriz diz a verdade; 3.3. a remuneração auferida do Centro Federal de Educaçüo Tecnológica do Maranlu;o foi restituída ao mesmo pela Prefeitura Municipal de Imperatriz, mediante depósito em conta bancária, , , Processo n" 10325,000244/00.66 Acórdào n.o 106-16.626 conforme Certidão expedida pela administradora daquele Centro, comprovando que o contribuinte não acumulou rendimentos de duas fontes pagadoras; 3,4, o problema ocorreu em função das duas Di/f apresentadas pelas duas fontes pagadoras, porém o impugnante junta provas reais quefoi beneficiário apenas de umafonte de rendimentos. 4. Esta Delegacia da Receita Federal de Julgamento - DRJ, a fim de juntar elementos necessários à sua convicçiio quanto ao exame do mérito, baixou o presente processo em diligência para que fosse acostado aos ali/os prova de que o contribuinte não recebera cumulativamente valores pagos pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão e pela Prç{eitura Municipal de Imperatriz, uma vez que os depósitos juntados pelo impugnante ás fls. 05/08, apenas comprovam o ressarcimento feito por aquela Prefeitura ao órgão federal, fazendo-se necessário esclarecer se o contribuinte recebeu valores das duas fontes pagadoras e se procedeu á devohlção do recebimento indevido, referente a uma das fontes. 5. Em atendimento à solicitação, a Delegacia da Receita Federal em Imperatrizjuntou os documentos dejls. 20/47, CCOl/C06 Fls, 100 A la Tunna de Julgamento da DRJ-Fortaleza (CE), por unanimidade de votos, considerou procedente em parte o lançamento, em decisão de fls. 51 a 54. A decisão foi consubstanciada no Acórdão nO7.840, de 8 de fevereiro de 2006, que foi assim ementado: Omissão de Rendimentos. Caracteriza-se omissão de rendimentos, sujeito a lançamento de oficio, os rendimentos recebidos a título de trabalho assalariado e não oferecidos à tributação. Transcrevemos excerto da decisão recorrida que espelha sua fundamentação: 13. Da leitura tios llOClIl1IC/ltos acima transcritos, é forçoso concluir, de pronto, que o ôuus ,Ia de},'o!uçào dos rendimentos pago." pelo Cefet/fr,fA ao contribuillte recaiu sobre a Prefeitura JHullicipal de Imperatriz e não sobre o contribuinte. 14, Observa-se que tendo a Prç{eitura Municipal de Imperatriz ressarcido ao Cefet/MA os rendimentos que este pagou ao contribuinte, é como se a Prefeitura tivesse pago indiretamente o valor que o impugnante recebeu do Cefet/MA no ano-calendário de 1997 (R$ 15.271,25). além dos R$ 43.630,30 que informara na Dirf e no Comprovante de Rendimentos, jls, 14 e 32, respectivamente. Ressalta- se que nos autos não há elementos de prova de que os R$ 15.271,25 encontram-se já inseridos no valor de R$ 43,630.30, 15. Assim sendo, entende-se que. no ano-calendário de 1997, o contribuinte auferiu rendimentos pagos pela Prefeitura Municipal de Imperatriz, no valor de R$ 43,630,30 e pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão, no valor de R$ 15.271,25, cabendo esclarecer ao interessado que o fato de a Prefeitura haver ressarcido o Cefet/MA não o desobrigava de oferecer à tributação os 3 .. Processo n° 10325.000244100-66 Acórdão n.o 106-16.826 rendimentos recebidos deste órgào federal. usuji-uirados referidos rendimentos. uma vez que, de fato, CCOI/C06 Fls. 101 16. Porfim, cabe observar que, quando da diligência efetuadapela Delegacia da Receita Federal em Imperatriz, o contribuinte intimado a apresentar documentos que comprovassem que ele efetivamente havia devolvido aos coji-espúblicos o valor dos rendimentos recebidos do CefetlMA, limitou-se a informar que já havia atendido o solicitado quando de sua impugnaçào. 17. Por todo o exposto, votopor julgar procedente o lançamento. (grifei) O contribuinte foi intimado do Acórdão a quo em 09/03/2006 (fls. 58). Em 06/04/2006, interpôs recurso voluntário de fls. 59 a 89. No voluntário, deduziu os seguintes argumentos: • o ente público de direito intemo jamais iria depositar ou restituir recursos financeiros diretamente em conta de terceiros, sem empenho, sem emissão de cheques, o que confirma que os depósitos acostados aos autos foram efetivamente feitos pelo recorrente; • a Prefeitura Municipal de Imperatriz (MS) nunca ressarciu o ônus financeiro referente aos estipêndios pagos ao recorrente pelo Cefet-MA; • "O certificado do CEFET afirma que o servidor vem restituindo seus vencimentos através de depósitos bancários, só que não pela prefeitura como afirma o certificado, e sim pelo próprio servidor, conforme prova de depósitos bancários juntado nos autos, onde na CEF percebiam seus vencimentos e de simultaneamente repassa para o CEFET' (fls. 60); • requereu os extratos à Caixa Econômica Federal, porém essa informou que os extratos demorariam 45 dias, o que exauriria o prazo para interposição desse recurso voluntário. Acostará os extratos aos autos oportunamente; • juntou cópia de oficio emitido pela Prefeitura de Imperatriz (MA) que informa que, após pesquisas nos arquivos dessa Prefeitura, não foi encontrado nenhum documento ou nota de empenho no qual conste o ressarcimento por parte dessa prefeitura ao Cefet-MA em decorrência da cessão do recorrente. O recorrente não juntou copia dos extratos da Caixa Econômica nos qUais constariam os débitos e créditos em sua conta-corrente. O processo foi distribuído a este Conselheiro numerado até às t1s. 97 (última). É o relatório. 4 Processo n° 10325.000244/00-66 Acórdão n.o 106-16.826 Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator CCOliC06 Fls. 102 Declara-se a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão a quo em 09 de março de 2006 (fls. 58) e interpôs o recurso voluntário em 06 de abril de 2006 (fls. 59), dentro do trintídio legal. Atendidos os demais requisitos legais, dele tomo conhecimento. Toda a controvérsia dos autos cinge-se à definição de quem devolveu os estipêndios reccbidos pelo recorrente do Cefet-MA: se o próprio recorrente ou a Prefeitura Municipal de Imperatriz (MA), entidade que solicitou a cessão do servidor público, ora recorrcnte, ao seu órgão de origem, no caso, o Cefet-MA. o recorrente argumenta que jamais a Prefeitura de Imperatriz (MA) poderia devolver os recursos ao Cefet-MA sem o prévio empenho. Ademais, juntou oficio emitido pela Prefeitura de Imperatriz (MA), no qual essa informa que, após pesquisas em seus arquivos, não foi encontrado qualquer documento ou nota de empenho, no qual conste o ressarcimento em debate, da Prefeitura para o Cefet-MA (fls. 89). Para a realização da despesa pública, três etapas, chamadas estágios da despesa pública, devem ser obrigatoriamente seguidas: o empenho, a liquidação e o pagamento. O empenho é o primeiro estágio da despesa pública. É ato emanado de autoridade competente que cria, para o Estado, obrigação de pagamento pendente, ou não, de implemento de condição. É a garantia de que existe o crédito necessário para a liquidação de um compromisso assumido. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho. A liquidação é o segundo estágio da despesa pública. É o procedimento realizado sob a supervisão e responsabilidade do ordenador de despesas para verificar o direito adquirido pelo credor, ou seja, que a despesa foi regularmente empenhada e que a entrega do bem ou serviço foi realizada de maneira satisfatória, tendo por base os títulos e os documentos comprobatórios da despesa. Essa verificação tem por fim apurar: a) a origem e o objeto do que se deve pagar; b) a importância exata a pagar; e c) a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação. O pagamento é o último estágio da despesa pública. É quando se efetiva o pagamento ao ente responsável pela prestação do serviço ou fornecimento do bem, recebendo a devida quitação. Caracteriza-se pela emissão do cheque ou ordem bancária em favor do credor, facultado o emprego de suprimento de fundos, em casos excepcionais. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado e após sua regular liquidação. A Ordem Bancária é o documento utilizado para o pagamento de compromissos, bem como à liberação de recursos para fins de adiantamento (suprimento de fundos). Assim, necessariamente, o processo de devolução dos estipêndios recebidos pelo recorrente do Cefet (MA) pela Prefeitura de Imperatriz (MA) deveria seguir o trâmite empenho, liquidação e pagamento. No momento em que a Prefeitura informou que jamais emitiu um empenho para ressarcir o Cefet (MA) dos estipêndios pagos ao recorrente, 5 (}t- Processo n' 10325.000244/00-66 Acórdão n.o 106.16.826 CCOI/C06 Fls. 103 arço de 2008(}' absolutamente plausível que tal ressarcimento tenha sido efetuado diretamente pelo contribuinte. Ressalte-se que, em um dos depósitos, o nome do recorrente aparece como remetente no recibo de depósito (fls. 76). Dessa forma, entendo que somente os valores efetivamente devolvidos ao Cefet (MA) pelo recorrente, no montante de R$ 9.163,35, conforme estampados na diligência levada a efeito pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Imperatriz (MA), devem ser excluídos do rol dos rendimentos tributáveis do ano-calendário 1997 (fls. 47). Por tudo o antes exposto, voto no sentido de DAR parcial provimento ao recurso interposto, para excluir dos rendimentos tributáveis do ano-calendário 1997 o valor de R$ 9.163,55. 6 MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES Processo nO:10325.000244/00-66 Recurso nO:151164 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no ~ 3° do art. 61 do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, aprovado pela Portaria Ministerial n° 147, de 25 de junho de 2007, intime-se oCa) Senhor(a) Procurador(a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Sexta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, a tomar ciência do Acórdão n° 106-16826. Brasília, O5 MA I 2008 ANA r:dii'ftitrn.riós REIS Presidente da Sexta Câmara Ciente, com a observação abaixo: [ ] Apenas com Ciência ] Com Recurso Especial ] Com Embargos de Declaração Data da ciência: --------/--------/-------- Procurador(a) da Fazenda Nacional 00000001 00000002 00000003 00000004 00000005 00000006 00000007
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