Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,798)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,669)
- Primeira Turma Ordinária (15,222)
- Segunda Turma Ordinária d (15,172)
- Primeira Turma Ordinária (15,138)
- Primeira Turma Ordinária (14,941)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,638)
- Primeira Turma Ordinária (11,706)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,248)
- Terceira Câmara (63,043)
- Segunda Câmara (50,463)
- Primeira Câmara (16,050)
- 3ª SEÇÃO (15,669)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,600)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,638)
- Segunda Seção de Julgamen (107,614)
- Primeira Seção de Julgame (70,765)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,505)
- Câmara Superior de Recurs (37,001)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,030)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,810)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,837)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,952)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,441)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,256)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,149)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,430)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,075)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,829)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,846)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10880.721175/2012-91
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO.
Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando, diante de situações fáticas dessemelhantes, não se pode comprovar o dissídio jurisprudencial alegado.
Numero da decisão: 9202-004.327
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. Votou pelas conclusões a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Eduardo Rocca, OAB-SP 237805, escritório Rocca, Stall, Zveibil, Marques Advogados.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra.
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201608
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando, diante de situações fáticas dessemelhantes, não se pode comprovar o dissídio jurisprudencial alegado.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Mon Sep 19 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10880.721175/2012-91
anomes_publicacao_s : 201609
conteudo_id_s : 5634245
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9202-004.327
nome_arquivo_s : Decisao_10880721175201291.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
nome_arquivo_pdf_s : 10880721175201291_5634245.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. Votou pelas conclusões a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Eduardo Rocca, OAB-SP 237805, escritório Rocca, Stall, Zveibil, Marques Advogados. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
id : 6497664
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691808403456
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1876; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 17.754 1 17.753 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10880.721175/201291 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202004.327 – 2ª Turma Sessão de 23 de agosto de 2016 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado RAIZEN ENERGIA S/A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. CONHECIMENTO. Não se conhece de Recurso Especial de Divergência, quando, diante de situações fáticas dessemelhantes, não se pode comprovar o dissídio jurisprudencial alegado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. Votou pelas conclusões a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fez sustentação oral o patrono do contribuinte, Dr. Eduardo Rocca, OABSP 237805, escritório Rocca, Stall, Zveibil, Marques Advogados. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 72 11 75 /2 01 2- 91 Fl. 17754DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 10880.721175/201291 Acórdão n.º 9202004.327 CSRFT2 Fl. 17.755 2 Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra. Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 2402004.339, prolatado pela 2a Turma Ordinária da 4a. Câmara da 2a Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na sessão plenária de 08 de outubro de 2014 (efls. 17707 a 17715). Ali, por unanimidade de votos, deuse provimento ao Recurso Voluntário por vício material no lançamento, na forma de ementa e decisão a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 PROCESSO JUDICIAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO. CONCOMITÂNCIA. SÚMULA N.º 05 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, com o mesmo objeto do processo administrativo. NULIDADE VÍCIO MATERIAL ERRO NA CONSTRUÇÃO DO LANÇAMENTO. Comprovado, em grau de recurso, a existência de erro material na base de cálculo do imposto lançado, resta nulo o Auto de Infração. Recurso Voluntário Provido. Decisão por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário por vício material no lançamento: Encaminharamse os autos à Fazenda Nacional para fins de ciência da decisão em 12/11/2014 (efl. 17716). Insurgindose contra o Acórdão, a PGFN apresentou, em 08/12/2014 (efl. 17725), Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009, então em vigor quando da propositura do pleito recursal (efls. 17717 a 17724 e anexos). Alegase, no pleito, divergência passível de apreciação por esta Turma em relação ao decidido, em 26/04/2006, no Acórdão 20179.213, de lavra da 1a. Câmara do então 2o. Conselho de Contribuintes e também em relação ao decidido pela 2a. Turma Ordinária da 1a. Câmara da 1a. Seção deste CARF, através do Acórdão 1102000.989, prolatado em 04 de setembro de 2013, de ementas e decisões a seguir transcritas: Acórdão 20179.213 COFINS. BASE DE CÁLCULO. ERRO DE APURAÇÃO. Constatado que houve erro na apuração da base de cálculo da Cofins por parte da Fiscalização, devese retificar o lançamento Fl. 17755DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 10880.721175/201291 Acórdão n.º 9202004.327 CSRFT2 Fl. 17.756 3 para excluir da base de cálculo os valores que não correspondem ao faturamento da fiscalizada. MULTA AGRAVADA. SITUAÇÃO FÁTICA NÃO CONFIGURADA. Incabível a imposição de multa agravada quando não restar configurado de forma clara e evidente o não atendimento pelo sujeito passivo às solicitações que lhe foram efetuadas.Recurso de ofício negado. Decisão: por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de oficio. Acórdão 1102000.989 ASSUNTO:CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário:1993 AÇÃO JUDICIAL. INEXISTÊNCIA EM RELAÇÃO AO ANO CALENDÁRIO AUDITADO.POSSIBILIDADE DE AUTUAÇÃO. Constatado erro de cálculo da CSLL, a contribuinte é passível de autuação, por não estar respaldada em medida judicial em relação ao anocalendário auditado. ASSUNTO:NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário:1993 REDUÇÃO DA EXIGÊNCIA FISCAL. A aplicação do princípio juris novit curia no processo administrativo fiscal autoriza a redução do valor da exigência quando uma simples operação aritmética pode assegurar com segurança a liquidez dos créditos tributários. JUROS SOBRE MULTA. POSSIBILIDADE. Os juros moratórios são devidos à taxa SELIC e sobre o crédito tributário. Este decorre da obrigação principal que, por sua vez, inclui também a penalidade pecuniária. Decisão: por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso, para fixar em 10% a alíquota da CSLL aplicável ao contribuinte, vencidos os conselheiros João Carlos de Figueiredo Neto (relator) e Antonio Carlos Guidoni Filho, que davam integral provimento ao recurso para cancelar a autuação, e o conselheiro Marcelo Baeta Ippolito, que cancelava os juros de mora sobre a multa de ofício. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Ricardo Marozzi Gregório. Em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda que deve ser promovida somente a retificação do lançamento e não sua anulação. Entende que se deva interpretar o art. 59 do Decreto no. 70.235, de 06 de março de 1972, à luz do princípio da Fl. 17756DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 10880.721175/201291 Acórdão n.º 9202004.327 CSRFT2 Fl. 17.757 4 instrumentalidade processual, só devendo ser declarada a nulidade de atos processuais quando existir prejuízo ao contribuinte e reconhecida a nulidade somente nas hipóteses previstas naquele artigo, o que não é o caso. Entende que se aplica ao feito o art. 60 do referido Decreto, devendose, assim, promover os ajustes necessários no lançamento, para sanar eventuais equívocos na determinação da matéria tributável. Ressalta que: "(...) Considerandose o equívoco na apuração do tributo devido pelo contribuinte e a patente necessidade de revisão, não havendo dúvida quanto à infração imputada ao contribuinte, o presente lançamento se torna necessário, com o intuito de se preservar o direito da Fazenda Pública na constituição do correto montante do crédito tributário. Tratase de mero ato para salvaguardar eventual crédito tributário representado pelo presente lançamento, não havendo razão plausível para de declarar a sua nulidade, se o mesmo pode ser ajustado. (...) Requer, assim, que o recurso seja admitido e provido, para reformar o acórdão recorrido, restabelecendose o lançamento, mediante os ajustes necessários ao correspondente crédito previdenciário. O recurso foi admitido pelo despacho de efls. 17727 a 17732. Encaminhados os autos à autuada para fins de ciência, ocorrida em 15/01/16 (efl. 17737), esta apresenta, em 29/01/16 (efl. 17738) contrarrazões de efls. 17739 a 17749, onde: a) Reitera que as operações de exportação objeto de tributação foram realizadas de forma direta, pela autuada e não por intermédio de trading companies. b) Insurgese, inicialmente, contra a admissibilidade do recurso, uma vez que: b.1) Faz notar que no Acórdão 20179.213 se tratou de simples erro de apuração de base de cálculo por se ter considerado valores que não correspondiam a faturamento do contribuinte, enquanto que, no presente caso, há um erro material diante do equívoco na matéria tributável e descrição dos fatos do AI; b.2) Quanto ao Acórdão 1.10200.989, ressalta que ali se discutiu a possibilidade de redução da base de cálculo por simples operação aritmética, uma vez que a fiscalização houvera aplicado a alíquota de 23%, quando deveria ter sido aplicada a alíquota de 10%., e não equivoco de matéria tributável e descrição dos fatos do AI; c) No mérito, reitera ter havido falha na descrição dos fatos, o que teria gerado ausência de motivação explícita, clara e congruente do auto, em violação ao art. 50, §1o. da Lei no. 9.784, de 1999, sendo imprescindível, in casu, que se tivesse enquadrado corretamente as exportações como diretas ou indiretas, a partir do disposto na IN SRP no. 03, de 2005; d) Colaciona jurisprudência que sustentaria a tese de nulidade, a qual defende, ressaltando também que inexistiriam ajustes a ser feitos ou lançamento suplementar Fl. 17757DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 10880.721175/201291 Acórdão n.º 9202004.327 CSRFT2 Fl. 17.758 5 uma vez que inexiste incidência sobre as exportações realizadas diretamente pela recorrente e, ainda, que já se teria encerrado o período para fazer a correta autuação, uma vez que já teria decaído o direito de lançamento, dada a inaplicabilidade ao art. 173, II do CTN à situação sob análise. Requer, assim, que seja julgado integralmente improcedente o Recurso Especial da Fazenda Nacional, mantendose integralmente o Acórdão Recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto a sua tempestividade e devida apresentação de paradigmas , o recurso atende a estes requisitos de admissibilidade. Todavia, quanto à existência de divergência interpretativa, entendo não haver como se concluir ter restado esta comprovada, com a devida vênia ao exame de admissibilidade de efls. 17727 a 17732. Explico. No presente caso, se está diante de lançamento realizado pela autoridade fiscal por conta de classificação, como oriundos de operações de exportações indiretas, dos valores listados àefl. 109 e constantes de demonstrativos de efls. 5 e 6, ou seja, tendo assumido a autoridade fiscal terem sido as operações de exportação que geraram tais receitas realizadas indiretamente, através de trading companies, daí a inaplicabilidade da imunidade estabelecida no art. 149, §2o. I, da CRFB/88, regulamentada à época também pelo art. 245 da IN SRP no. 03, de 2005. Todavia, concluiu o Colegiado recorrido no sentido de se tratarem os valores tributados como oriundos de exportações realizadas de forma direta pela recorrente, daí caracterizada a existência de vício no auto de infração (efl. 17713), verbis: "(...) Ou seja, com base nos dados acostados aos autos e ora minuciosamente analisados, verificase que as notas fiscais emitidas pela empresa Recorrente e enquadradas pela fiscalização como sendo referentes a exportações indiretas em verdade dizem respeito a exportações diretas realizadas pela Recorrente (consta nas NFs inclusive o destino das mercadorias). Portanto, viciado o auto de infração. (...)" Já analisando o teor do primeiro paradigma, Acórdão 20179.213, verifico se estar a tratar, ali, de prova material de inclusão, na base de cálculo da COFINS, de valores que não correspondiam ao faturamento da empresa, tais como devoluções de compras. Entendo assim, completamente inaceitável a argumentação que se poderia afirmar que o Colegiado paradigmático, ao se deparar com a presente situação dos autos, decidiria necessariamente pela Fl. 17758DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 10880.721175/201291 Acórdão n.º 9202004.327 CSRFT2 Fl. 17.759 6 inexistência de nulidade no presente auto, o que representaria o atendimento, por este primeiro paradigma, ao que se denomina de "teste de aderência". Na verdade, em meu entendimento, diante da dessemelhança de situações fáticas, não há como se afirmar qual seria o decisum, ao se transmudar o caso recorrido ao Colegiado do primeiro paradigma (nulidade ou não), daí de se rejeitar a configuração de divergência com fulcro neste primeiro Acórdão anexado como paradigma pela recorrente. Quanto ao Acórdão no. 1102000.989, também não assiste melhor sorte à recorrente. Noto que, ali, se está a tratar de mero erro na aplicação da alíquota de CSLL, diferentemente do caso em questão, onde se está diante de caracterização, pelo recorrido, de impropriedade na classificação, pela autoridade autuante, das receitas objeto de tributação, de forma a que possa passar a incidir, agora a partir da correta classificação, regra imunizadora, ainda que se tenha descrito o fato da comercialização da produção como hipótese de incidência. A propósito, independentemente do entendimento que se adote acerca do tema, ou seja, mesmo para os que entendem, como este Conselheiro, que a imunidade em questão não se aplicaria às contribuições previdenciárias objeto do presente feito (SENAR. dada sua característica de contribuição de interesse das categorias profissionais e econômicas), certo é que se estaria diante de inaceitável elastério hermenêutico caso se afirmasse que o Colegiado do segundo paradigma também decidiria pela não anulação do auto no presente caso, onde não se trata de correção, mediante simples operação aritmética, da base apurada, mas sim de, repitase, reclassificação da natureza das operações de exportação, de forma a que passe a se discutir a incidência de imunidade constitucional. Assim, rejeitada a similitude de situações fáticas, de forma a que se conclua o teste de aderência, também rejeito a existência de divergência interpretativa quanto a este segundo paradigma. Finalmente, ainda que não se aceda à não caracterização de divergência interpretativa aqui defendida, de se notar que, mediante análise dos elementos compulsados aos autos, é de se aceder à argumentação do recorrido e da autuada no sentido de que se tratam as operações de "exportações indiretas" objeto da presente tributação, em verdade, de operações de exportações diretas, onde, porém, se adquiriam os produtos posteriormente objeto de exportação junto a terceiros, com a autuada, posteriormente, figurando como exportadora final (vide planilha de efl. 109, planilha de efls. 345 a 355 e. exemplificativamente, docs. de efls. 504/505). Desta forma, a partir de tal constatação, de se notar que a retificação defendida pela recorrente a ser feita no presente AI levaria a que não restasse, naquele, qualquer valor tributável, por se encontrarem, a partir das evidências acima, todas as operações objeto de tributação agora albergadas, no que tange à incidência das contribuições objeto do presente feito, pela imunidade prevista no art. 149, §2o. I, da CRFB. Cediço, a propósito, não ter a autoridade autuante adotado a tese, defendida por este Conselheiro, de incidência do SENAR mesmo sobre as exportações realizadas diretamente (por restar ao SENAR, por sua natureza jurídica, inaplicável a imunidade), vedada a esta altura qualquer mudança de acusação pelo presente Colegiado (acusação, notese, limitada às operações de exportações indireta, consoante Relatório de efls. 16 a 26. Notar ainda que, caso contrário, as operações de efl. 108 também deveriam ter sido tributadas). Fl. 17759DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR Processo nº 10880.721175/201291 Acórdão n.º 9202004.327 CSRFT2 Fl. 17.760 7 Destarte, adicionalmente à impossibilidade de caracterização de divergência interpretativa, entendo ser também de não se conhecer o recurso, agora por inexistência de interesse recursal na retificação demandada. Assim, voto por não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 17760DF CARF MF Impresso em 19/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 19396.720017/2014-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/07/2010
EMBARGOS. OMISSÃO. ACOLHIMENTO.
Devem ser acolhidos os Embargos quando se constata omissão e obscuridade na decisão recorrida.
DECADÊNCIA.
Considerando os comprovantes de arrecadação juntados aos autos que indicam ter havido pagamento da contribuição social nesses meses de 2009, há que se determinar o prazo decadencial conforme a regra desse § 4º do art. 150 do CTN.
Numero da decisão: 3401-003.215
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos para rerratificar o julgamento do recurso de ofício, negando-lhe provimento
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: Relator Eloy Eros da Silva Nogueira
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201608
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2009 a 31/07/2010 EMBARGOS. OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Devem ser acolhidos os Embargos quando se constata omissão e obscuridade na decisão recorrida. DECADÊNCIA. Considerando os comprovantes de arrecadação juntados aos autos que indicam ter havido pagamento da contribuição social nesses meses de 2009, há que se determinar o prazo decadencial conforme a regra desse § 4º do art. 150 do CTN.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 19396.720017/2014-12
anomes_publicacao_s : 201609
conteudo_id_s : 5633127
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Sep 14 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3401-003.215
nome_arquivo_s : Decisao_19396720017201412.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : Relator Eloy Eros da Silva Nogueira
nome_arquivo_pdf_s : 19396720017201412_5633127.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos para rerratificar o julgamento do recurso de ofício, negando-lhe provimento Robson José Bayerl - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
dt_sessao_tdt : Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
id : 6491684
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:17 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691813646336
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1823; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19396.720017/201412 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3401003.215 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 23 de agosto de 2016 Matéria PIS E COFINS Embargante CONSELHEIRO Interessado BRASDRIL SOCIEDADE DE PERFURAÇÕES LTDA. E FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/07/2010 EMBARGOS. OMISSÃO. ACOLHIMENTO. Devem ser acolhidos os Embargos quando se constata omissão e obscuridade na decisão recorrida. DECADÊNCIA. Considerando os comprovantes de arrecadação juntados aos autos que indicam ter havido pagamento da contribuição social nesses meses de 2009, há que se determinar o prazo decadencial conforme a regra desse § 4º do art. 150 do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos para rerratificar o julgamento do recurso de ofício, negandolhe provimento Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 39 6. 72 00 17 /2 01 4- 12Fl. 3218DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Relatório Este processo retorna a este Colegiado por força de Embargos Inominados, ingressado nos termos do artigo 66 do RICARF em vigor. O objeto do processo é auto de infração que constituiu e exige COFINS para o período de apuração compreendido entre janeiro de 2009 e julho de 2010. A autoridade lançadora constatou que a contribuinte não incluiu na base de cálculo da apuração desse tributo os valores recebidos do exterior a título de 'reembolso de despesas'. Os julgadores de 1 º piso acolheram a preliminar de decadência do direito à promoção da constituição do crédito tributário para os meses de janeiro a março de 2009, pois a contribuinte tomou ciência da exigência em 03/04/2014, e verificaram que houve pagamentos da contribuição nesses meses, o que remeteria à regra de decadência do § 4º do art. 150 do CTN. Os julgadores de 1º piso, entretanto, não consideraram procedente o restante da impugnação da contribuinte e mantiveram parte do crédito exigido. O Acórdão n.º 01 30.177, proferido pela respeitável 3ª turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém em 30/09/2014, ficou assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2009 a 31/07/2010 PAF. ATOS ADMINISTRATIVOS. NULIDADE. HIPÓTESES. As hipóteses de nulidade encontramse no art. 59 do Decreto n. 70.235, de 1972. Consoante tal dispositivo, são nulos, além dos atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. O art. 60 do mesmo Decreto esclarece que as irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no art. 59 não importarão em nulidade, e, salvo se o sujeito passivo lhes houver dado causa, serão sanadas quando resultarem em prejuízo para este, ou quando não influírem na solução do litígio. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/07/2010 COFINS NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. A Cofins incide sobre o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Somente se faz autorizada a exclusão de receitas da respectiva base de cálculo submetida à alíquota positiva quando resulte cabalmente demonstrado que foram satisfeitas as disposições normativas estabelecidas à espécie. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2009 a 31/07/2010 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PAGAMENTO ANTECIPADO. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame Fl. 3219DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 19396.720017/201412 Acórdão n.º 3401003.215 S3C4T1 Fl. 3 3 da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Se a lei não fixar prazo para a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. JUROS DE MORA. DÉBITOS DECORRENTES DE TRIBUTOS. INCIDÊNCIA. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, quando não pagos no prazo, sofrerão incidência de juros de mora calculados com base na taxa Selic. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Os Julgadores de 1º piso recorreram de ofício à 2ª instância. Também a contribuinte ingressou com recurso voluntário. O Embargante afirma que o Acórdão não foi claro sobre a apreciação do Recurso de Ofício, havendo omissão no dispositivo conclusivo, na Ementa e na decisão constante da Ata. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Tempestivo e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. De fato, o contraditório foi apreciado na sessão de julgamento em 24 de fevereiro de 2016. A Ata dessa sessão registra a decisão tomada pelo Colegiado nos seguintes termos: Acórdão n.º 3401003.106 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria, dar parcial provimento nos seguintes termos: 1) quanto às preliminares argüidas, negouse provimento, por unanimidade, 2) no mérito, 2.1) quanto à caracterização dos reembolsos de despesas como receita, negouse provimento, pelo voto de qualidade, vencidos os Conselheiros Augusto Fiel Jorge d”Oliveira, Waltamir Barreiros, Elias Fernandes Fl. 3220DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 Eufrásio e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, e, 2.2) incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, deuse provimento, vencidos os Conselheiros Eloy Eros da Silva Nogueira (relator), Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl. Designado o Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco para redigir o voto vencedor. Como se pode ver, não há referência ao recurso de ofício na decisão. Entendo que o Acórdão contém omissão com relação à apreciação do recurso de ofício, razão por que, nos termos do artigo 66 do RICARF aprovado pela Portaria MF n.º 343 de 2015, rogo seja estes Embargos sejam recepcionados e acolhidos em sessão regular de julgamento, para sanear e superar essa omissão. Mérito Sobre o recurso de ofício: Os julgadores de 1º piso recorrem a este Colegiado por terem exonerado parte do crédito tributário da exigência objeto deste processo. Reconheceram, eles, que houve a decadência do direito da Fazenda Nacional constituir o crédito tributário relativo ao período de janeiro a março de 2009, com aplicação do disposto no § 4º do artigo 150 do CTN. De fato, considerando os comprovantes de arrecadação juntados aos autos que indicam ter havido pagamento da contribuição social nesses meses de 2009, há que se determinar o prazo decadencial conforme a regra desse § 4º acima citado. Considerando que a contribuinte tomou ciência do auto de infração em 03 de abril de 2014, já havia se passado o prazo fatal para os valores de tributo apurados como exigíveis de janeiro a março de 2009. Por essas razões, proponho que seja negado provimento ao recurso de ofício, e proponho que sejam acolhidos os embargos. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 3221DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10675.001945/00-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA.
Cabem embargos de declaração para sanar eventual obscuridade, contradição ou omissão do julgamento. Sendo detectada omissão do órgão julgador entre a decisão e os seus fundamentos, cabível a retificação pretendida.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. CONCEITO DE MATÉRIA-PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. SÚMULA 19/CARF.
Combustíveis e lubrificantes, formulários contínuos, materiais de consumo, de expediente, elétricos, para construção, peças de reposição e manutenção, produtos de limpeza e uniformes dos empregados, ainda que sejam consumidos pelo estabelecimento industrial, por não serem consumidos nem entrarem em contato físico diretamente com o produto não se enquadram no conceito de matéria-prima, produto intermediário ou material de embalagem à luz da legislação do IPI, que se aplica expressamente ao crédito presumido instituído pela Lei n. 9.363. Súmula CARF n. 19.
Embargos acolhidos.
Numero da decisão: 3402-003.429
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para suprir a omissão apontada, negando-se provimento quanto à questão de mérito debatida. Esteve presente ao julgamento o Dr. Carlos Vitor Paulo, OAB/DF nº 51.827.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: Relator
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. Cabem embargos de declaração para sanar eventual obscuridade, contradição ou omissão do julgamento. Sendo detectada omissão do órgão julgador entre a decisão e os seus fundamentos, cabível a retificação pretendida. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. CONCEITO DE MATÉRIA-PRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. SÚMULA 19/CARF. Combustíveis e lubrificantes, formulários contínuos, materiais de consumo, de expediente, elétricos, para construção, peças de reposição e manutenção, produtos de limpeza e uniformes dos empregados, ainda que sejam consumidos pelo estabelecimento industrial, por não serem consumidos nem entrarem em contato físico diretamente com o produto não se enquadram no conceito de matéria-prima, produto intermediário ou material de embalagem à luz da legislação do IPI, que se aplica expressamente ao crédito presumido instituído pela Lei n. 9.363. Súmula CARF n. 19. Embargos acolhidos.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10675.001945/00-51
anomes_publicacao_s : 201610
conteudo_id_s : 5644483
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Oct 07 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3402-003.429
nome_arquivo_s : Decisao_106750019450051.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : Relator
nome_arquivo_pdf_s : 106750019450051_5644483.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para suprir a omissão apontada, negando-se provimento quanto à questão de mérito debatida. Esteve presente ao julgamento o Dr. Carlos Vitor Paulo, OAB/DF nº 51.827. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
dt_sessao_tdt : Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
id : 6515870
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:53:04 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691816792064
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2204; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 111 1 110 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10675.001945/0051 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3402003.429 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 29 de setembro de 2016 Matéria IPI Embargante GRANJA REZENDE S/A (sucedida por SADIA S/A) Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. Cabem embargos de declaração para sanar eventual obscuridade, contradição ou omissão do julgamento. Sendo detectada omissão do órgão julgador entre a decisão e os seus fundamentos, cabível a retificação pretendida. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. CONCEITO DE MATÉRIAPRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. SÚMULA 19/CARF. Combustíveis e lubrificantes, formulários contínuos, materiais de consumo, de expediente, elétricos, para construção, peças de reposição e manutenção, produtos de limpeza e uniformes dos empregados, ainda que sejam consumidos pelo estabelecimento industrial, por não serem consumidos nem entrarem em contato físico diretamente com o produto não se enquadram no conceito de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem à luz da legislação do IPI, que se aplica expressamente ao crédito presumido instituído pela Lei n. 9.363. Súmula CARF n. 19. Embargos acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para suprir a omissão apontada, negandose provimento quanto à questão de mérito debatida. Esteve presente ao julgamento o Dr. Carlos Vitor Paulo, OAB/DF nº 51.827. (Assinado com certificado digital) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 00 19 45 /0 0- 51 Fl. 465DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 2 Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de discussão que tem como origem pedido de ressarcimento de crédito presumido do IP1, nos moldes da Lei n° 9.363, de 16 de dezembro de 1996, para ressarcir o valor da Contribuição para o PIS/Pasep e para a Cofins, incidente na aquisição de insumos empregados na industrialização de produtos exportados, referente aos quatro trimestres do ano de 1997, conforme Pedido de Ressarcimento da fl. 01, apresentado em 21 de novembro de 2000. Pois bem. O presente processo já foi objeto de apreciação pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (“CARF”) em três oportunidades. Primeiramente deuse o julgamento do recurso voluntário (fls. 275/297 do e processo), em sessão de 13/02/08, que por maioria de votos negou provimento ao apelo da então Recorrente (Acórdão n. 1010.164, fls. 319/331), ora Embargante, como se depreende da ementa e decisão colegiada a seguir colacionados: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997 IPI. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. Não se justifica a correção em processos de ressarcimento de créditos incentivados, visto não haver previsão legal. Pela sua característica de incentivo, o legislador optou por não alargar seu beneficio. CRÉDITO PRESUMIDO. PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. A lei não autoriza o ressarcimento referente às aquisições que não sofreram incidência da contribuição ao PIS e da Cofins no fornecimento ao produtor exportador." Recurso negado.” Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da PRIMEIRA CÂMARA do SEGUNDO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo D'Eça (Relator) e Fabiola Cassiano Keramidas, que davam provimento parcial para admitir o crédito sobre insumos adquiridos de pessoas físicas e Fl. 466DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 10675.001945/0051 Acórdão n.º 3402003.429 S3C4T2 Fl. 112 3 cooperativas e correção pela Selic. Designado o Conselheiro Mauricio Taveira e Silva para redigir o voto vencedor.” Posteriormente foram opostos Embargos de Declaração pela Contribuinte (fls. 335/337), com fulcro no art. 57 do antigo Regimento Interno do Conselho de Contribuintes, alegando existirem as seguintes omissões no Acórdão nº 20180.927: a) no voto vencedor quanto ao direito ao ressarcimento de IPI nos casos de aquisição de combustíveis e lubrificantes, formulários contínuos, materiais de consumo, de expediente, elétricos, para construção, peças de reposição e manutenção, produtos de limpeza e uniformes dos empregados, que, segundo a embargante, se consomem no ciclo produtivo e deveriam ser computados no calculo do crédito presumido; e b) no voto vencido quanto à possibilidade de inclusão, na base de cálculo do crédito presumido, dos denominados materiais intermediários insumos e que a ementa sequer faz menção à aquisição destes. O então Relator, Conselheiro Fernando Luiz da Gama Lobo D’Eça, inicialmente não conheceu os Embargos declaratório por entender serem os mesmos intempestivos (Despacho de fls 351 353). Contudo, diante de novos embargos opostos pela Contribuinte (fls 361 a 365) alegando a tempestividade da anterior peça recursal, ato contínuo foi exarado novo Acórdão (n. 3402002.186, fls 372 a 374) reconhecendo o error in procedendo e tomando conhecimento dos embargos. É o relatório. Voto Conselheira Relatora Thais de Laurentiis Galkowicz Como se depreende do relato acima, muito embora pelo Acórdão n. 3402002.186 tenha sido anulada a decisão que não conhecera dos embargos apresentados pela Contribuinte, a 2ª Turma, da 4ª Câmara da Terceira Seção do CARF não julgou o mérito da questão. Cumpre então agora fazêlo. Já especificamente sobre a omissão apontada, segundo consta dos autos, pelo Despacho Decisório DRF/JOA n° 517, de 11 de agosto de 2006, da Delegacia da Receita Federal em Joaçaba, foram excluídos do cálculo do crédito presumido objeto de pedido de ressarcimento os valores de aquisição de outros materiais, como combustíveis e lubrificantes, formulários contínuos, materiais de consumo, de expediente, elétricos, para construção, peças de reposição e manutenção, produtos de limpeza e uniformes dos empregados, que, no entendimento da autoridade administrativa, não se enquadram no conceito de matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem, conforme dispõe o art. 2º da Lei n. 9.363, de 1996. É justamente o julgamento desse ponto que deve ser objeto de análise, como delineado pelo Despacho de admissibilidade dos Embargos de Declaração, in verbis: Como se verifica no acórdão ora embargado, no terceiro parágrafo do voto vencido (fl. 313), o Relator assim se manifestou: Fl. 467DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 4 "Da mesma forma é inquestionável a base de cálculo do crédito presumido do IPI através do qual se efetua o ressarcimento do PIS e da Cofins incidentes sobre as operações do ciclo de comercialização dos insumos integrantes dos produtos industrializados destinados à exportação , é o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, integrados no processo de produção do produto final destinado à exportação." No entanto, apesar de o Relator ter se manifestado favoravelmente à inclusão do valor total de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem integrados no cômputo do crédito presumido de IPI, este assunto deixou de ser apreciado pelo Colegiado. Também foi omitido na ementa do acórdão. Restando, portanto, comprovada a omissão alegada, devem os embargos dedeclaração ser submetidos à deliberação da Câmara. Ressaltese, por oportuno, que se o assunto não foi apreciado pelo Colegiado, não há que se falar em omissão deste no voto vencedor, cujo Conselheiro foi designado para redigir o voto apenas das matérias objeto de julgamento pela Câmara, a saber: crédito sobre insumos adquiridos de pessoas físicas e de cooperativas e correção pela taxa Selic. Ante o exposto, encaminhemse os autos ao ConselheiroRelator Fernando Luiz da Gama D'Eça para inclusão em pauta. A questão já é pacífica no Conselho. O parágrafo único do artigo 3º da Lei n° 9.363, de 1996,1 determina a utilização subsidiária da legislação do IPI com relação aos conceitos de produção, MP, PI e ME. A seu turno, artigo 82, inciso I, do Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados, aprovado pelo Decreto n°87.981, de 1982 (RIPI/82), vigente à época dos fatos geradores em questão, determinava que: Art. 82. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei n°4,502, de 1964, art, 25); I do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, exceto os de 1 Art. 3º. Para os efeitos desta Lei, a apuração do montante da receita operacional bruta, da receita de exportação e do valor das matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem será efetuada nos termos das normas que regem a incidência das contribuições referidas no art. 1o, tendo em vista o valor constante da respectiva nota fiscal de venda emitida pelo fornecedor ao produtor exportador. Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Fl. 468DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 10675.001945/0051 Acórdão n.º 3402003.429 S3C4T2 Fl. 113 5 ai/quota zero e os isentos, incluindose, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente Diante de muitas dúvidas e disputas, o alcance da expressão "consumidos no processo de industrialização", ela foi fixada no Parecer Normativo CST n° 65/79, nos seguintes termos: 10. Resumese, portanto, o problema na determinação do que se deva entender como produtos 'que embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização.' (...) 10.2 A expressão 'consumidos...' há de ser entendida em sentido amplo, abrangendo, exemplificativamente, o desgaste, o desbaste, o dano e a perda de propriedades físicas ou químicas, desde de que decorrentes de ação direta do insumo sobre o produto em fabricação, ou deste sobre o insumo. Também o Parecer Normativo CST nº 181, de 1974, publicado no DOU de 23.10.74, já dispunha que: “13 Por outro lado, ressalvados os casos de incentivos expressamente previstos em lei, não geram direito ao crédito do imposto os produtos incorporados às instalações industriais, as partes, peças e acessórios de máquinas equipamentos e ferramentas, mesmo que se desgastem ou se consumam no decorrer do processo de industrialização, bem como os produtos empregados na manutenção das instalações, das máquinas e equipamentos, inclusive lubrificantes e combustíveis necessários ao seu acionamento. Entre outros, são produtos dessa natureza: limas, rebolos, lâmina de serra, mandris, brocas, tijolos refratários usados em fornos de fusão de metais, tintas e lubrificantes empregados na manutenção de máquinas e equipamentos, etc.”. Em outros termos “devese considerar no conceito de MP e PI, em sentido amplo, os bens que, embora não se integrando ao novo produto, sejam consumidos no processo de industrialização, guardando semelhança com as MP e os PI em sentido estrito, semelhança esta que reside no fato de exercerem, na operação de industrialização, função análoga à das MP e PI, ou seja, se consumirem, em decorrência de um contato físico, ou melhor dizendo, de uma ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação ou desse sobre o insumo,” como bem ressaltou o Conselheiro Ivan Allegretti no Acórdão 3403003.446. Assim, tendo em vista a necessidade de que o insumo esteja atrelado ao consumo do produto em função de ação direta em sua fabricação para que seja legítimo o crédito presumido de IPI, resta claro que não merece reforma o acórdão recorrido quando não aceitou os créditos decorrentes dos produtos referidos no caso concreto (combustíveis e lubrificantes, formulários contínuos, materiais de consumo, de expediente, elétricos, para construção, peças de reposição e manutenção, produtos de limpeza e uniformes dos empregados). Fl. 469DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 6 Ressalto alguns dos precedentes deste Conselho a respeito do tema: Ementa(s) Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 Ementa: INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES (PESSOAS FÍSICAS) E IMPORTADOS Excluise da base de cálculo do crédito presumido do IPI as aquisições de insumos que não sofreram incidência das contribuições ao PIS e à COFINS no fornecimento ao produtorexportador. DESPESAS HAVIDAS COM LUBRIFICANTES, ÁGUA E PRODUTOS USADOS NO TRATAMENTO DE ÁGUAS E EFLUENTES. Somente podem ser incluídos na base de cálculo do crédito presumido as aquisições de matériaprima de produto intermediário ou de material de embalagem. Os lubrificantes, água e produtos usados no tratamento de águas e efluentes não caracterizam matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, pois não se integram ao produto final, nem foram consumidos, no processo de fabricação, em decorrência de ação direta sobre o produto final. COMPENSAÇÃO. As normas que regem a compensação são aquelas vigentes à data na qual o sujeito passivo a efetuou, informando ao Fisco por meio de DCOMP, e não aquele vigente à data de ocorrência dos fatos geradores dos quais originouse o credito usado na compensação. CORREÇÃO MONETARIA. À falta de disposição legal de amparo é inadmissível a aplicação de correção monetária no caso de ressarcimento de credito presumido do IPI. Recurso Negado. (Processo n. 10670.000480/200321, Data da Sessão 04/03/2009, Acórdão 2202000.032) Ementa(s) Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/10/1997 a 31/03/2004 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS I P I REGIME DE APURAÇÃO DE CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. LEI N.° 10.276, DE 2001 Uma vez exercida a opção para apuração do crédito presumido do IPI para o ano seguinte, esta é definitiva seja qual for o regime de apuração do crédito presumido do IPI pelo qual se opte. CRÉDITO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. Material de limpeza, itens de ativo permanente, material de uso veterinário, equipamentos de proteção, não revestem a condição de Fl. 470DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 10675.001945/0051 Acórdão n.º 3402003.429 S3C4T2 Fl. 114 7 matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, não podendo ser computados, no cálculo do crédito presumido. CRÉDITO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE PESSOAS FÍSICAS. AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. A propositura de ação judicial, antes ou após o procedimento fiscal do lançamento, com o mesmo objeto, implica a renúncia ao litígio administrativo e impede a apreciação das razões de mérito pela autoridade administrativa a quem caberia o julgamento.(Processo 11060.000698/2007 50, Data da Sessão 25/02/2015, Acórdão 3201001.899) Ementa(s) Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. CONCEITO DE MATÉRIAPRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO E MATERIAL DE EMBALAGEM. SÚMULA 19/CARF. A Súmula CARF nº 19 cristalizou o entendimento de que "não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário". O mesmo entendimento se aplica à lenha, aos lubrificantes, à água e aos gastos com telefone, por não serem consumidos nem entrarem em contato físico diretamente com o produto. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES. PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. Por força do art. 62A do Regimento Interno, reproduzse o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em Recurso Repetitivo (art. 543C do CPC), de que deve ser incluída na base de cálculo do crédito presumido o valor das aquisições de insumos que não sofreram a incidência do PIS/Cofins (REsp 993164/MG, DJe 17/12/2010). CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. APURAÇÃO CENTRALIZADA E DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO. CONCILIAÇÃO ENTRE O ART. 15, II, DA LEI 9779/99 E O ART. 2º DA LEI 9363/96. RECEITA OPERACIONAL BRUTA DO PRODUTOR EXPORTADOR. A apuração centralizada na matriz, prevista no art. 15, II, da Lei nº. 9.779/99, é uma exigência de controle fiscal que não pretendeu nem poderia acarretar a redução do coeficiente de exportação, cuja apuração permanece sob a regência do art. 2º da Lei nº 9.363/96, o qual dispõe que a receita de exportação deve ser confrontada com a receita operacional bruta do produtor exportador. Na apuração do coeficiente de exportação, o valor da receita Fl. 471DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 8 operacional bruta operacional deve restringirse aos mesmos estabelecimentos produtores exportadores dos quais se extraiu a receita de exportação, não se devendo incluir a receita de outros estabelecimentos que não realizam a atividade de produtor exportador. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. Por força do art. 62A do Regimento Interno, reproduzse o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça em Recurso Repetitivo (art. 543C do CPC), de que, nada obstante os créditos de IPI não estejam sujeitos à atualização por sua própria natureza, ou em si mesmo considerados, o contribuinte tem direito à atualização no período compreendido entre a data do protocolo do pedido de ressarcimento e a data do seu efetivo aproveitamento (na qual se concretizar o seu pagamento, ou for usado em compensação), em razão da demora a que dá causa o Estado em reconhecer o direito do contribuinte. Entendimento uniformizado pela Primeira Seção do STJ (EREsp 468926/SC, DJ 02/05/2005), o qual foi reiterado em recurso repetitivo (REsp 1035847/RS, DJe 03/08/2009; REsp 993164/MG, DJe 17/12/2010). (Processo 19515.008564/200884, Data da Sessão 10/12/2014, Relator(a) Acórdão 3403003.446) Por fim, destaco o conteúdo da Súmula CARF nº 19, cujo texto cristaliza o entendimento do nosso Tribunal Administrativo: "Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário" DISPOSITIVO Diante do exposto, voto para suprir a omissão apontada, porém negando provimento quanto à questão de mérito debatida. Relatora Thais de Laurentiis Galkowicz Fl. 472DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ
score : 1.0
Numero do processo: 13702.000182/2004-95
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF
Exercício:2002
LANÇAMENTO QUE CONSIDEROU COMO OMITIDOS VALORES ERRONEAMENTE DECLARADOS.
Não houve demonstração pelo declarante da plausibilidade do engano que gerou o equívoco na declaração de ajuste a fim de caracterizar o erro de fato, tendo em vista que, em obediência ao princípio da verdade material, somente o erro de fato cabalmente demonstrado enseja à revisão da declaração pela autoridade julgadora.
Recurso especial conhecido e provido.
Numero da decisão: 9202-004.515
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento.
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201610
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício:2002 LANÇAMENTO QUE CONSIDEROU COMO OMITIDOS VALORES ERRONEAMENTE DECLARADOS. Não houve demonstração pelo declarante da plausibilidade do engano que gerou o equívoco na declaração de ajuste a fim de caracterizar o erro de fato, tendo em vista que, em obediência ao princípio da verdade material, somente o erro de fato cabalmente demonstrado enseja à revisão da declaração pela autoridade julgadora. Recurso especial conhecido e provido.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
numero_processo_s : 13702.000182/2004-95
conteudo_id_s : 5659217
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9202-004.515
nome_arquivo_s : Decisao_13702000182200495.pdf
nome_relator_s : PATRICIA DA SILVA
nome_arquivo_pdf_s : 13702000182200495_5659217.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
id : 6570841
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:54:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691822034944
conteudo_txt : Metadados => date: 2016-11-15T23:59:58Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; pdf:docinfo:title: 9202004515_13702000182200495_201610.pdf; xmp:CreatorTool: PDFCreator Version 1.4.2; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CARF; dcterms:created: 2016-11-15T23:59:58Z; Last-Modified: 2016-11-15T23:59:58Z; dcterms:modified: 2016-11-15T23:59:58Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; title: 9202004515_13702000182200495_201610.pdf; xmpMM:DocumentID: uuid:1de1d1e0-adeb-11e6-0000-07c93385c14e; Last-Save-Date: 2016-11-15T23:59:58Z; pdf:docinfo:creator_tool: PDFCreator Version 1.4.2; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2016-11-15T23:59:58Z; meta:save-date: 2016-11-15T23:59:58Z; pdf:encrypted: true; dc:title: 9202004515_13702000182200495_201610.pdf; modified: 2016-11-15T23:59:58Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CARF; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CARF; meta:author: CARF; dc:subject: ; meta:creation-date: 2016-11-15T23:59:58Z; created: 2016-11-15T23:59:58Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2016-11-15T23:59:58Z; pdf:charsPerPage: 1710; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CARF; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2016-11-15T23:59:58Z | Conteúdo => CSRF-T2 Fl. 6 1 5 CSRF-T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 13702.000182/2004-95 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202-004.515 – 2ª Turma Sessão de 25 de outubro de 2016 Matéria IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado MARIA DAS DORES TRINDADE ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício:2002 LANÇAMENTO QUE CONSIDEROU COMO OMITIDOS VALORES ERRONEAMENTE DECLARADOS. Não houve demonstração pelo declarante da plausibilidade do engano que gerou o equívoco na declaração de ajuste a fim de caracterizar o erro de fato, tendo em vista que, em obediência ao princípio da verdade material, somente o erro de fato cabalmente demonstrado enseja à revisão da declaração pela autoridade julgadora. Recurso especial conhecido e provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Patrícia da Silva – Relatora A C Ó R D Ã O G E R A D O N O P G D -C A R F PR O C E SS O 1 37 02 .0 00 18 2/ 20 04 -9 5 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Especial do Procurador Especial do Procurador 2ª Turma 2ª Turma ubro de 2016 ubro de 2016 IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS IRPF – OMISSÃO DE RENDIMENTOS FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL MARIA DAS DORES TRINDADE MARIA DAS DORES TRINDADE AA Fl. 79DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Trata-se de Recurso Especial, de fls. 53/59 do e-processo, interposto pela Fazenda Nacional em face do acórdão nº 2802-00.979, julgado na sessão do dia 24 de agosto de 2011, pela 2ª Turma Especial da 2ª Seção, o qual julgou parcialmente procedente o Recurso Voluntário. A decisão restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS RECEBIDOS DE PJ. Mantém-se a parcela dos rendimentos lançados como tributáveis, tal como constante na documentação apresentada e reconhecida pela própria recorrente. Recurso Voluntário Provido em Parte. Na origem, trata o presente processo de Auto de Infração, de fls. 06/14 e- processo, para exigência de IRPF Suplementar, multa de ofício e juros de mora. A autuação decorreu da revisão eletrônica da DAA2002 da Contribuinte, quando foram alterados os valores dos rendimentos tributáveis recebidos de pessoas jurídicas e do IRPF para R$ 24.976,96 e R$ 333,73, respectivamente. Diante de tal lançamento, a Contribuinte apresentou impugnação de fls. 3 do e-processo, alegando que houve engano na DAA2002, pois, não auferiu nenhum rendimento de pessoa física no AC2001. Descreve, ainda, que gostaria de ver retificada a sua DAA2002 para que fossem incluídas as despesas apresentadas de fls. 17/19. A 1ª Turma da DRJ de Juiz de Fora/MG, conforme acórdão nº 09-16.863, de fls. 30/33, julgou parcialmente procedente o lançamento, eximindo a Contribuinte do recolhimento do imposto suplementar no valor de R$ 2.608,49. Intimado de tal decisão, houve a interposição de Recurso Voluntário, fls. 37, que foi julgado pela 2ª Turma Especial da 2ª Seção, na sessão do dia 24 de agosto de 2011, sendo dado parcial provimento ao recurso, para excluir dos rendimentos tributáveis o valor de R$ 21.006,26. Após a decisão que deu provimento parcial ao Recurso Voluntário, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de fls. 53/59, requerendo o seu acolhimento e o seu provimento para que seja reformada a decisão recorrida e reestabelecido o Auto de Infração. Apresentou como paradigma o Acórdão nº 102-46.092, referente ao processo administrativo nº 11618.002251/2001-86, conforme ementa transcrita abaixo: Fl. 80DF CARF MF Processo nº 13702.000182/2004-95 Acórdão n.º 9202-004.515 CSRF-T2 Fl. 7 3 IRPF - OMISSÃO DE RECEITAS - Constatada mediante informações da fonte pagadora a existência de outros rendimentos não declarados pelo contribuinte, cabe sua tributação como omissão de receita, mormente quando o contribuinte não apresenta prova documental. Recurso negado. Conforme despacho de fls. 70/71, o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional foi admitido, sendo o processo encaminhado à origem para intimação do Contribuinte. A Contribuinte foi intimada para apresentar Contrarrazões, conforme AR de fls. 74 do e-processo, porém não o fez. É o relatório. Voto Conselheira Patrícia da Silva – Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual o conheço. Em seu Recurso Voluntário, a Contribuinte alega os seguintes pontos, conforme foi descrito pela Turma julgadora: - Ter-se equivocado ao indicar rendimentos recebidos de pessoas físicas, o que nunca aconteceu, assim como errou ao indicar o valor de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas no valor de R$ 21.006,26; - Ter recebido valores do Ministério da Saúde e do Exército que somariam o montante de R$ 24.976,96; - Que o valor recebido do Exército foi indicado erroneamente no campo isentos e não tributáveis Diante de tais fatos a decisão apresentou as seguintes razões ao decidir: Do recurso voluntário verifica-se que a contribuinte, informando erros cometidos, alega não ter recebido qualquer valor de pessoas físicas, reconhecendo, no entanto, os valores recebidos do Ministério da Saúde bem como do Exército, entendendo resultar no total acrescido na autuação de R$ 24.976,96. Conclusão.Desta feita, inexistindo prova do recebimento no total de R$ 36.497,83, mas considerando que a mesma reconheceu o valor dos rendimentos no total de R$ 24.976,96, voto por considerar tal valor como de rendimentos tributáveis, como a seguir; Fl. 81DF CARF MF 4 Ano Calendário DIRPF ORIGINAL auto Decisão RV Rendi_Incluído 24.976,96 15.491,57 Rendi PF 21.006,26 21.006,26 21.006,26 Rendimentos Trib 21.006,26 45.983,22 36.497,83 24.976,96 Ante o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para excluir dos rendimentos tributáveis o valor de R$21.006,26 (vinte e um mil, seis reais e vinte e seis centavos). Verificando nos autos, não consta documentação que comprovação e que serve de suporte para desconsiderar o erro alegado pelo Contribuinte. Há apenas suas alegações, sem nenhum elemento concreto capaz de suprimir a omissão verificada pela Receita Federal. Neste sentido, cito de forma exemplificativa o Acórdão nº 2201-003.136, julgado na sessão do dia 10 de maio de 2016, referente ao processo nº 11040.721456/2014-61, apenas em relação a demonstração de plausibilidade do engano que gerou o equívoco na declaração: DIRPF. ERRO DE FATO NÃO CARACTERIZADO. LANÇAMENTO QUE CONSIDEROU COMO OMITIDOS VALORES ERRONEAMENTE DECLARADOS. Não houve demonstração pelo declarante da plausibilidade do engano que gerou o equívoco na declaração de ajuste a fim de caracterizar o erro de fato, tendo em vista que, em obediência ao princípio da verdade material, somente o erro de fato cabalmente demonstrado enseja à revisão da declaração pela autoridade julgadora. Diante do exposto, assiste razão a Fazenda Nacional devendo o acórdão recorrido ser reformado em relação a este ponto em relação a exclusão do valor de R$ 21.006,26. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Fl. 82DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10280.721814/2009-82
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 30 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
ARL-ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. IMPRESCINDIBILIDADE
A falta de averbação da ARL-Área de Reserva Legal na matrícula do imóvel inviabiliza a sua exclusão da tributação do ITR.
Recurso especial conhecido e negado.
Numero da decisão: 9202-004.368
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva (relatora) e Ana Paula Fernandes, que lhe deram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício
(Assinado digitalmente)
Patrícia da Silva - Relatora
(Assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Redatora-Designada
EDITADO EM: 11/09/2016
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Ausente, justificadamente o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201608
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2005 ARL-ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. IMPRESCINDIBILIDADE A falta de averbação da ARL-Área de Reserva Legal na matrícula do imóvel inviabiliza a sua exclusão da tributação do ITR. Recurso especial conhecido e negado.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Fri Sep 30 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10280.721814/2009-82
anomes_publicacao_s : 201609
conteudo_id_s : 5642920
dt_registro_atualizacao_tdt : Sat Oct 01 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9202-004.368
nome_arquivo_s : Decisao_10280721814200982.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : PATRICIA DA SILVA
nome_arquivo_pdf_s : 10280721814200982_5642920.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva (relatora) e Ana Paula Fernandes, que lhe deram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em Exercício (Assinado digitalmente) Patrícia da Silva - Relatora (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Redatora-Designada EDITADO EM: 11/09/2016 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Ausente, justificadamente o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
dt_sessao_tdt : Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
id : 6509476
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:46 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691826229248
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1671; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 9 1 8 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10280.721814/200982 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9202004.368 – 2ª Turma Sessão de 25 de agosto de 2016 Matéria ITR – AVERBAÇÃO ARL Recorrente JAMEF TRANSPORTES LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 ARLÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. IMPRESCINDIBILIDADE A falta de averbação da ARLÁrea de Reserva Legal na matrícula do imóvel inviabiliza a sua exclusão da tributação do ITR. Recurso especial conhecido e negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva (relatora) e Ana Paula Fernandes, que lhe deram provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 18 14 /2 00 9- 82 Fl. 192DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA 2 (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em Exercício (Assinado digitalmente) Patrícia da Silva Relatora (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – RedatoraDesignada EDITADO EM: 11/09/2016 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em Exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Ausente, justificadamente o conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Cuidase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo Contribuinte contra o Acórdão nº 2802001.207 da 2ª Turma Especial da 2ª Seção de Julgamento do CARF, julgado na sessão de 30 de novembro de 2011, que restou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 SUJEIÇÃO PASSIVA, POSSUIDOR A QUALQUER TITULO. Comprovado nos autos que o contribuinte detinha a posse do imóvel rural à época do fato gerador, é ele o sujeito passivo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural na qualidade de possuidor a qualquer título, sendo irrelevante a existência de documento legítimo de propriedade. ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA RESERVA LEGAL — AVERBAÇÃO ATO CONSTITUTIVO. A averbação no registro de imóveis da área eleita pelo proprietário/possuidor é ato constitutivo da reserva legal; portanto, somente após a sua prática é que o sujeito passivo poderá suprimila da base de cálculo para apuração do ITR. VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO. A menos que o contribuinte apresente Laudo Técnico de Avaliação, elaborado por engenheiro agrônomo ou florestal, com elementos de convicção suficientes para demonstrar que o valor da terra nua é inferior ao valor constante do Sistema de Preços de Terras da Secretaria da Receita Federal SIPT, mantémse o valor arbitrado pela fiscalização. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA Processo nº 10280.721814/200982 Acórdão n.º 9202004.368 CSRFT2 Fl. 10 3 Recurso Negado Na origem, tratase de Notificação de Lançamento nº 01.246344, que tem por objeto Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural incidente sobre o imóvel rural denominado “Fazenda Jamef IV”, com NIRF – Número do Imóvel na Receita Federal 5.458.6569, referente ao exercício 2005, a título de glosa de valores de “área de reserva legal” e “alteração do valor da terra nua”. Os fatos geradores foram assim descritos pela autoridade fiscal (fl. 3): Área de Reserva Legal não comprovada Descrição dos fatos: Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da área declarada a título de reserva legal no imóvel rural. O documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. ART 10 PAR 1 E INC II E AL "A" L 9393/96 Valor da Terra Nua declarado não comprovado Descrição dos Fatos: Após regularmente intimado, o sujeito passivo não comprovou por meio de Laudo de Avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.6533 da ABNT, o valor da terra nua declarado. No Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT), o valor da terra nua foi arbitrado, tendo como base as informações do Sistema de Preços de Terra – SIPT da RFB. Os valores do DIAT encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Complemento da Descrição dos Fatos: Os valores apurados neste Lançamento de Oficio decorrem da falta de recolhimento do ITR em virtude' da glosa (total) (e) (parcial), (respectivamente), das áreas declaradas exclusas da tributação a titulo de (Áreas de Preservação Permanentes e de Utilização Limitada Área de Reserva Legal), e sua conseqüente reclassificação como área tributável, tendo em vista que o contribuinte não logrou êxito, mediante documentação comprobatória prevista na legislação do imposto em epigrafe, na isenção das áreas supramencionadas, conforme os procedimentos de auditoria interna de Malhas da RFB, mediante verificação dos dados informados na Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR DIAC/DIAT). O processo judicial alegado pela empresa ainda não transitou em julgado (Comarca de Igarapé Miri n° 2001.1.0000053). O contribuinte apresentou impugnação requerendo a improcedência da notificação fiscal, pois aduz que, em que pese ter firmado contrato de compra e venda do bem, não houve, por impossibilidade jurídica, a transferência da propriedade e o notificado jamais tomou posse do bem, nem a título precário, razão pela qual não pode ser enquadrado como sujeito passivo do crédito tributário. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA 4 A impossibilidade jurídica decorre de uma ação judicial ajuizada pelo Instituto de Terras do Pará (ITERPA) perante a Comarca de IgarapéMiri, visando a nulidade e cancelamento da matrícula, transcrições e averbações da propriedade, na qual foi concedida a liminar para impedir eventuais anotações na matrícula desde a aquisição originária em 1967. Em que pese os impedimentos, o contribuinte alegou ter recolhido os tributos incidentes sobre o imóvel, a fim de resguardar os seus interesses, mas, por não ser proprietário, não pode ser responsabilizado pelo lançamento suplementar. Aduziu, também: a decadência do lançamento, pois decorreram cinco anos entre o fato gerador, exercício 2005, e o lançamento por arbitramento suplementar, em 08/06/2009; que a exigência do ADA com base na IN/SRF fere o princípio da legalidade; que a forma de cálculo do VTN seguindo a NBR 14.6533 da ABNT afronta o princípio da legalidade. Ao examinar a impugnação, a Delegacia Regional de Julgamento julgou improcedente, mantendo o crédito tributário, motivando a interposição do Recurso Voluntário, apenas reiterando os argumentos. Do julgamento do Recurso Voluntário, os membros da Turma, por unanimidade, acordaram por negar provimento ao recurso por entender que: as provas nos autos comprovam que o contribuinte detinha a posse do imóvel, a qualquer título, sendo ele o sujeito passivo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural; é imprescindível a averbação no registro do imóvel da área de reserva legal para obter a isenção do imposto; o valor da terra nua arbitrado pela fiscalização deve ser mantido diante da ausência de apresentação de Laudo Técnico de Avaliação válido. Contra a r. decisão, o contribuinte opôs Embargos de Declaração aduzindo que “não há comprovação de qualquer ato condizente com o exercício da posse” e requerendo manifestação expressa a este respeito, mas o recurso não foi admitido. Inconformado, o contribuinte interpôs Recurso Especial visando rediscutir a necessidade de averbação tempestiva da área de Reserva Legal para exclusão da tributação do ITR, suscitando como paradigma os acórdãos nºs 30237.930 e 210100.406. Devidamente intimada, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, reiterando os termos da decisão recorrida. É o relatório. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA Processo nº 10280.721814/200982 Acórdão n.º 9202004.368 CSRFT2 Fl. 11 5 Voto Vencido Conselheira Patrícia da Silva Relatora Quanto à admissibilidade, entendo cumpridos todos os requisitos e delimito a matéria sobre a necessidade ou não de averbação em registro de imóveis de área de reserva legal. Da Área de Utilização Limitada/Reserva Legal A glosa deuse por não ter sido atendida à averbação de reserva legal, no Cartório de Registro de Imóveis, à época do fato gerador do ITR, no caso, em 1 de janeiro de 2005. Outrossim, lembro que a reserva legal, por definição de lei, é a área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Quanto à necessidade de averbação da área de reserva legal em Cartório, esta Câmara Superior de Recursos Fiscais, proferido no RP/303123968, de autoria do Ilustre Conselheiro Otacílio Dantas Cartaxo, in verbis: A matéria subjudice foi abordada de forma analítica e exaustiva no acórdão n° 30331.340 pelo ilustre Conselheiro Zenaldo Loibman, que passou a modelar a jurisprudência deste egrégio Conselho, e tomo de empréstimo suas razões de julgar, verbis: Para analisar a questão das áreas de reserva legal, de preservação permanente e de interesse ecológico, devo dizer que a matéria esteve pacificada no âmbito deste Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes por algum tempo no sentido de se entender dispensável a averbação da área de reserva legal à margem do registro no Cartório competente, mas recentemente levantouse questão sobre uma nova interpretação defendida pela emérita Conselheira Anelise D. Prieto, a respeito do § 7o do art. 10 introduzido na Lei 9.393/96 pela MP 2.166 67/2001, quando confrontado com o que determina a Lei 4.771/66, com a redação dada pela MP 1.511/96 e alterações posteriores determinadas pela própria MP 2.16667/2001. Analisemos com cuidado. Uma consulta ao texto da Medida Provisória n° 2.16667, publicada no DOU de 25/08/2001, esclarece que ela determinou alterações na Lei 4.771/65 (arts. Io , 4o, 14, 16 e 44) e também acrescentou um § 7o ao art. 10° da Lei 9.393/1996. Sublinhese que o mesmo texto normativo, a MP 2.16667/2001, determinou alterações na Lei 4.771/65 (Código Florestal) e na Lei 9.393/96, incluindo Fl. 196DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA 6 neste um § 7o que trata especificamente de declaração para fim de isenção de áreas de preservação permanente, reserva legal e de servidão florestal. A questão que se pretende levantar como uma nova interpretação a ser dada ao disposto no referido § 7o , seria a de que a redação da Lei 4.771/65 manteria a exigência de averbação à margem da matrícula do imóvel no cartório de registro de imóveis, e que a não satisfação de tal exigência desautorizaria o reconhecimento de isenção das áreas mencionadas no cálculo do ITR. Uma interpretação sistemática e teleológica do dispositivo legal não autoriza tal entendimento. Como se justificaria que o mesmo texto legal, a MP 2.166 67/2001, pudesse ao recomendar alterações no Código Florestal pretender que se observasse como requisito para o reconhecimento da isenção do ITR a averbação da áreas mencionadas e, em outra passagem destinar comando que alteração a redação da Lei 9.393/96 para introduzir precisamente o § 7o do art. 10, com a determinação de que a declaração para o fim de isenção do ITR, relativa às áreas de que tratam as alíneas "a" (preservação permanente e reserva legal) e "d" (servidão florestal) do inciso II, § I o do art. 10, não está sujeita à previa comprovação por parte do declarante, acrescentando, ainda, que é de responsabilidade do declarante qualquer comprovação posterior, pelo fisco, de inveracidade da declaração. De fato não há contradição na MP citada. As referências que existem na Lei 4.771/65 (Código Florestal), já consideradas as alterações introduzidas pela MP, são claramente voltadas ao cuidado de manter tais áreas sob preservação, onde a averbação da área de reserva legal ou de servidão florestal devem ser feitas para que conste nos termos de transmissão do imóvel a qualquer título. Observase idêntica preocupação quanto à posse do imóvel rural, conforme art. 16, § 10 da Lei 4.771/65, quando, por não ser viável a providência da averbação na matrícula do imóvel, assegurase a área de reserva legal mediante Termo de Ajustamento de Conduta firmado pelo possuidor com o órgão ambiental competente. Ora, se não há obrigatoriedade sequer de prévia comprovação para o fim especificado de informar a existência de áreas legalmente isentas de ITR, muito menos há de que as respectivas áreas estejam averbadas no Cartório de Imóveis. O comando da averbação tem como finalidade, distinta do aspecto tributário, qual seja a segurança ambiental, a conservação do estado das áreas na hipótese de transmissão a qualquer título, para que se confirme, civil e penalmente, a responsabilidade de terceiros eventuais adquirentes. Tanto é assim que mesmo no caso em que não se pode falar em averbação na matrícula do imóvel no CRI, quando por exemplo se trate de posse, ainda assim devese garantir o que interessa ao Código Florestal, a garantia da responsabilidade do posseiro e de eventuais adquirentes do imóvel, a qualquer título, o que se faz por outro instrumento, o Termo de Ajustamento de Conduta, a ser firmado pelo possuidor com o órgão ambiental competente. Consiste numa declaração de compromisso de conservação de características ecológicas básicas e proibição de supressão de vegetação, constando evidentemente a localização da reserva legal, porque é ela que define o caráter da área, previsto em lei. Fl. 197DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA Processo nº 10280.721814/200982 Acórdão n.º 9202004.368 CSRFT2 Fl. 12 7 E frágil e superficial, concentrar na averbação do ADA junto à matrícula do imóvel ou no Termo de Ajustamento de Conduta perante o IBAMA, a responsabilidade de constituição do direito de isenção. A exclusão de tais áreas do universo tributável pelo ITR, não se dá por benesse do IBAMA ou da SRF, mas exclusivamente por se tratar de área definida legalmente, em termos de características ecológicas e localização especifica no território nacional. Por meio da IN SRF 60/2001, a administração tributária tentou estabelecer um vínculo entre a necessidade de averbação do ADA e o gozo da isenção. Ocorre que a averbação prevista, na Lei 4.771/65, visava tãosomente a responsabilizar o proprietário e eventuais adquirentes pela conservação ambiental. Com isso o procedimento da SRF feriu de morte o princípio da legalidade. Não há base legal para tal procedimento. É até possível entender asua utilidade para um controle tributário que além de se municiar de ato declaração do contribuinte (que se fosse só por isso seria inútil), vise, isto sim, a seleção de contribuintes para fiscalização. Não se pode admitir é a política de omissão em fiscalizar o ITR, assim como não se justifica a omissão do IBAMA em termos de fiscalização ambiental. No entanto, é para isso que aponta a mencionada IN SRF, parece esperar que apenas uma providência cartorial e burocrática de declaração do IBAMA mediante informações prestadas pelo contribuinte, averbada em Cartório de Imóveis, possa ter a virtude de constituir uma exclusão tributária. Agir assim é faltar ao compromisso social de fiscalização do tributo, e, principalmente, é afastarse perigosamente do Estado de Direito. É por suas características e localização, que a área indicada se enquadra ou não na definição legal de utilização limitada ou de preservação permanente, e por esse motivo está ou não excluída de tributação, e a constatação disso assim como não deve se restringir à leitura da DITR, não deve se restringir ao ADA, esteja ou não averbado. A primeira vista nada impede a SRF de estabelecer penalidade por descumprimento de obrigação acessória, motivada pela não apresentação de ADA averbado, ou de Termo de Ajustamento de Conduta protocolado junto ao IBAMA, no prazo fixado pela própria SRF, mas apenas por que este fato pode representar um entrave ao procedimento de fiscalização, a infração ao prazo ou à averbação exigida por ato normativo expedido pela SRF não pode de forma alguma ter o alcance de criar, além da lei, requisito ou condição para o gozo de isenção. Poderia, no máximo, além de motivar uma multa por descumprimento de obrigação acessória, constituir critério de prioridade para a seleção de contribuintes a serem fiscalizados. Entender diferente, que um aspecto tributário importante como definir um requisito para o beneficio da isenção, mesmo se dispondo de um ambiente legal construído, específico e em vigor na Lei 9.393/96, pudesse estar transferido, injustificadamente, para outro diploma legal, cuja finalidade é absolutamente distinta da tributária, é forçar demasiadamente Fl. 198DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA 8 um raciocínio que erige um castelo de areia para explicar que o ato de averbar, neste caso do ADA, de alguma forma pudesse ser importante para a isenção do ITR. Ao contrário, é da tradição tributária brasileira que, independentemente do título do rendimento, ele deve ser tributado, a renda independentemente de sua origem, é tributada. Da mesma foram no ITR, em que o proprietário, enfiteuta ou possuidor a qualquer título (inclusive usufrutuário), é contribuinte. Por outro lado, nada impede que, eventualmente, a administração tributária possa pôr em dúvida, serem as áreas declaradas efetivamente de preservação permanente ou de reserva legal, ou de servidão florestal, mesmo quando reconhecidas por via de ato declaratório ambiental do IBAMA averbado. Nesse caso cabe investigar, solicitar comprovações idôneas a demonstrar o estado da propriedade. O que não se admite é que se afirme sustentação legal no Código Florestal, inexistente, para exigir averbação das áreas isentas do ITR, como précondição, obstáculo ao reconhecimento, dessa áreas como isentas no cálculo do ITR. O parágrafo 8º do artigo 16, do Código revogado, após redação dada pela Medida Provisória 2.16667, de 2001, determinava que a área de reserva legal deveria ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel no registro de imóveis competente. O intuito desse dispositivo era trazer ao fólio real importante informação quanto aos limites da reserva, uma vez que averbação no registro público garantiria publicidade irrestrita, oponível a todos, erga omnis. Esse tipo de infração ao disposto no Código Florestal pode e deve acarretar sanção punitiva, mas que não atinge em nada o direito de isenção do ITR quanto a essas áreas se elas forem de fato de preservação permanente, de reserva legal ou de servidão federal, conforme definição dada na Lei 4.771/65 (Código Florestal). A infração cometida contra a Lei 4.771/65 por aquele que não obedece a limitação de uso de propriedade, é crime ambiental, não tributário, não tem o condão de desfazer a condição de área sob reserva legal, ainda que o proprietário lhe tenha dado indevidamente destinação ilícita^deve dar motivo a sanção apropriada que por certo não é de caráter tributário. Esse entendimento se dá em razão da peculiar situação do contribuinte quanto a impossibilidade prática de realizar os registros. Assim voto por DAR PROVIMENTO ao recurso do Contribuinte. (Assinado digitalmente) Patrícia da Silva Fl. 199DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA Processo nº 10280.721814/200982 Acórdão n.º 9202004.368 CSRFT2 Fl. 13 9 Voto Vencedor Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Designada Primeiramente, cabe esclarecer que a matéria do presente Recurso Especial interposto pelo Contribuinte, conforme o Despacho de Admissibilidade, é unicamente a necessidade de averbação tempestiva da área de Reserva Legal, para exclusão da tributação do ITR. Quanto à matéria ora tratada, discordo do posicionamento da Ilustre Conselheira Relatora, no sentido da desnecessidade de averbação da ARLÁrea de Reserva Legal na matrícula do imóvel, para exclusão da tributação do ITRImposto Territorial Rural. O acórdão recorrido assim registrou: "No caso dos autos, a contribuinte não comprovou a averbação da reserva legal à margem da matrícula do imóvel à época do fato gerador nem tampouco apresentou Termo de Ajustamento de Conduta firmado até aquela data, razão pela qual mantémse a glosa efetuada. Destarte, na espécie, não cabe excluir qualquer área ambiental declarada do ITR/2005, para efeitos de exclusão de tributação, mantendose a glosa da área de reserva legal declarada de 7.400,0 há efetuada pela fiscalização." Assim, no que diz respeito à ARLÁrea de Reserva Legal, há um requisito específico para a sua exclusão da tributação do ITR, qual seja, a averbação no registro de imóveis competente. Tal obrigação encontra amparo na Lei nº 4.771, de 1965 (Código Florestal), com a redação dada pela Medida Provisória nº 16667, de 24/08/2001, conforme a seguir: “Art. 16 As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (...) § 8º A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código." Como o lançamento se reporta à data de ocorrência do fato gerador do tributo (art. 144 do CTN) e, no que tange ao ITR/2005, este foi fixado em 1º/01/2005 (art. 1º da Lei nº. Fl. 200DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA 10 9.393, de 1996), a averbação da ARL deveria ter sido providenciada até esta data, porém tal providência não foi adotada no presente caso. A despeito das alegações do Contribuinte, no sentido de dispensa da averbação, em função da localização do imóvel na Amazônia Legal, não há previsão legal para o seu acolhimento. E tratandose de exclusão da base de cálculo de tributo, não há que se alargar a interpretação da lei, que é por demais clara no sentido da exigência ora questionada. O Contribuinte alega também que o art. 10 da Lei nº 9.393, de 1996, com as alterações da Medida Provisória nº 2.16667/2001, teria dispensado a averbação da ARLÁrea de Reserva Legal na matrícula do imóvel, para fins de sua exclusão da tributação do ITR. Entretanto, dito dispositivo legal não teve tal escopo, visando tãosomente sedimentar a alteração da modalidade de lançamento anterior do ITR (por declaração, conforme a Lei nº 8.847, de 1994), para lançamento por homologação. Assim, a dispensa de comprovação prévia nada tem a ver com dispensa de averbação, e sim com a sistemática de lançamento, igualando o à modalidade dos demais tributos administrados pela Receita Federal. Destarte, tendo em vista que não foi cumprido requisito essencial para a exclusão da ARLÁrea de Reserva Legal da tributação do ITRImposto sobre a Propriedade Territorial Rural, nego provimento ao Recurso Especial interposto pelo Contribuinte. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 201DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 30/09/2 016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por PATRICIA DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 11128.720111/2012-68
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Jan 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Data do Fato Gerador: 10/08/2011
EXCEÇÃO TARIFÁRIA. INTERPRETAÇÃO LITERAL.
A interpretação literal do Ex tarifário 067 da NCM 8453.10.90 permite o enquadramento neste Ex de máquina que, atendidas as demais condições do Ex, realize automaticamente a formação de lotes de peles, ainda que a embalagem destes lotes se faça manualmente.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3802-001.809
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, que negava provimento. Designado o Conselheiro Paulo Sérgio Celani para redigir o voto vencedor.
assinado digitalmente
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS- Presidente.
assinado digitalmente
PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA - Redator ad hoc.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, Paulo Sérgio Celani, Bruno Mauricio Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo.
Nome do relator: CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201305
ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Data do Fato Gerador: 10/08/2011 EXCEÇÃO TARIFÁRIA. INTERPRETAÇÃO LITERAL. A interpretação literal do Ex tarifário 067 da NCM 8453.10.90 permite o enquadramento neste Ex de máquina que, atendidas as demais condições do Ex, realize automaticamente a formação de lotes de peles, ainda que a embalagem destes lotes se faça manualmente. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Segunda Turma Especial da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jan 05 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 11128.720111/2012-68
anomes_publicacao_s : 201701
conteudo_id_s : 5670335
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jan 05 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3802-001.809
nome_arquivo_s : Decisao_11128720111201268.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 11128720111201268_5670335.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, que negava provimento. Designado o Conselheiro Paulo Sérgio Celani para redigir o voto vencedor. assinado digitalmente RODRIGO DA COSTA PÔSSAS- Presidente. assinado digitalmente PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA - Redator ad hoc. Participaram do presente julgamento os conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, Paulo Sérgio Celani, Bruno Mauricio Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo.
dt_sessao_tdt : Wed May 22 00:00:00 UTC 2013
id : 6603481
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:54:57 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691853492224
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1526; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE02 Fl. 289 1 288 S3TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11128.720111/201268 Recurso nº 893.063 Voluntário Acórdão nº 3802001.809 – 2ª Turma Especial Sessão de 22 de maio de 2013 Matéria IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO COFINSIMPORTAÇÃO PIS IMPORTAÇÃO Recorrente JBS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do Fato Gerador: 10/08/2011 EXCEÇÃO TARIFÁRIA. INTERPRETAÇÃO LITERAL. A interpretação literal do “Ex tarifário 067” da NCM 8453.10.90 permite o enquadramento neste “Ex” de máquina que, atendidas as demais condições do “Ex”, realize automaticamente a formação de lotes de peles, ainda que a embalagem destes lotes se faça manualmente. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, que negava provimento. Designado o Conselheiro Paulo Sérgio Celani para redigir o voto vencedor. assinado digitalmente RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. assinado digitalmente PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA Redator ad hoc. Participaram do presente julgamento os conselheiros Regis Xavier Holanda, Francisco José Barroso Rios, Paulo Sérgio Celani, Bruno Mauricio Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 01 11 /2 01 2- 68 Fl. 289DF CARF MF Processo nº 11128.720111/201268 Acórdão n.º 3802001.809 S3TE02 Fl. 290 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário oposto com o objetivo de reformar o Acórdão nº 1637.636, de 13 de abril de 2012, proferido pelos membros da 23ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (DRJ/SP1), em que, por unanimidade de votos, julgaram a impugnação improcedente, sendo mantido o crédito tributário exigido. Foi lavrado Auto de Infração contra a recorrente, no valor de R$ 114.062, 32 (cento e catorze mil, sessenta e dois reais e trinta e dois centavos), referente aos valores das diferenças do Imposto de Importação, PIS, COFINS e multas que decorreram do desenquadramento da mercadoria em ex tarifário. Pelo que consta do Auto de Infração, quando do registro da declaração de importação 11/14985467 – adição 01, junto a Alfândega do Porto de Santos, o recorrente pleiteou o benefício da redução tarifária previsto no EX 067 da NCM 8453.10.90, constante do Anexo II da Resolução CAMEX 68/2010 com vigência até 30/06/2010, permitindo, assim, a redução da alíquota do Imposto de Importação de 14% para 2%. Consta ainda que, após a conferência documental, foi realizado exame pericial para verificar se o equipamento importado se ajustava aos moldes de benefício pleiteado. Feito o trabalho pericial, o entendimento da Receita Federal foi o de desconsiderar o ex tarifário dado que o equipamento importado não possuía a capacidade de realizar o empacotamento automático, de forma a não atender a literalidade do ex tarifário nº 67 da Resolução CAMEX nº 68/2010. A DRJ, por sua vez, entendeu o litígio, consoante ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do Fato Gerador: 10/08/2011 INDICAÇÃO INDEVIDA DE EX TARIFÁRIO. DECLARAÇÃO INEXTA. PENALIDADES. Constandose que as características do equipamento importado não se encaixam perfeitamente e literalidade ao ex tarifário, procedese ao desenquadramento da mercadoria, exigindose as eventuais diferenças apuradas e as penalidades cabíveis. Multa de ofício. A declaração inexata da mercadoria enseja a aplicação da multa prevista no artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96. Foi apresentado recurso voluntário contra a decisão de primeira instância administrativa, no qual são repetidos os argumentos da impugnação. É o relatório. Fl. 290DF CARF MF Processo nº 11128.720111/201268 Acórdão n.º 3802001.809 S3TE02 Fl. 291 3 Voto Vencido Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, redator ad hoc Por intermédio do Despacho de fl. 288, nos termos do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, incumbiume o Presidente Substituto da Segunda Câmara da Terceira Seção do CARF a formalizar o presente acórdão. Ressaltese que o relator original, Conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, apresentou a minuta de seu voto, que, todavia, ficou com pendência de assinatura. Em virtude de sua renúncia ao mandato não foi possível concluir a formalização da decisão destes autos. Desta forma, adotase o voto entregue pelo relator original. "O presente Recurso foi apresentado por parte legítima em tempo hábil, preenche os demais requisitos de admissibilidade e trata de matéria da competência deste Colegiado e que se enquadra dentro do seu limite alçada, portanto, dele tomo conhecimento. No presente caso, a grande questão é saber se a mercadoria importada pelo recorrente atende ao ex tarifário nº 67 da NCM 8453.10.90, constante do Anexo II da Resolução CAMEX. Assim entendida a questão, me parece que nenhuma razão assiste ao recorrente, já que a regra de regência determina que: 8453.10.90 Ex 067 – Máquinas automáticas compactadas de medição, empilhamento, sincronizado, dobra e empacotamento automático de peles de couro semiacabadas e/ou acabadas, com diferentes combinações de dobra e empilhamento, com largura de trabalho igual ou superior a 2.700mm, com sistema controlado por um computador industrial com microprocessadores contendo o aplicativo para a automação e interfaceamento com sistemas de gestão e controle de produção, sensores infravermelhos espaçados em 20mm para a medição precisa. Para interpretar o ex tarifário acima citado, o enunciado prescrito de regência é o artigo 111 do CTN que dispõe: Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: I – suspensão ou exclusão de crédito tributário; II – outorga de isenção III – dispensa do cumprimento de obrigação principal Nesse sentido, há clara indicação de que a máquina importada, para ser beneficiária de redução de alíquota, teria que ter empacotamento automático, o que de fato, não acontece. Conforme consta do Laudo Técnico SAT 4821/11 – EQCOF e seu aditamento, o processo operacional da máquina importada é realizado em 04 (quatro) módulos, sendo que o módulo 04 (quatro), onde os lotes formados pelo módulo anterior são embalados para a Fl. 291DF CARF MF Processo nº 11128.720111/201268 Acórdão n.º 3802001.809 S3TE02 Fl. 292 4 expedição, é realizado de forma manual, em que pese o recorrente entender que o empacotamento acontece na operação realizada no módulo 03 (três). No processo administrativo fiscal temse como regra geral que aquele que alega um fato constitutivo de direito deve proválo de forma eficiente e suficiente para que suas pretensões sejam passíveis de aceitação por parte do julgador. Desse modo, o ônus da prova recaiu sobre o recorrente que, durante o regular desenvolvimento do processo, deveria ter apresentado prova robusta que fosse apta a demonstrar tecnicamente o seu direito ao crédito. Fabiana Del Padre Tomé (2012:92) esclarece que a prova diz respeito ao efeito que o resultado do procedimento probatório exerce sobre a convicção do destinatário. Seria o fenômeno psicológico provocador da convicção acerca da existência ou inexistência de certos fatos, de modo que, conquanto haja enunciados linguísticos produzidos com o intuito de fazer prova dos fatos alegados, se estes não forem aptos a convencer o sujeito a que se destinam, descaberá falar em prova. Essa é a definição adotada por João de Castro Mendes, para quem “prova é o pressuposto da decisão jurisdicional que consiste na formação, através do processo, no espírito do julgador, da convicção de que certa alegação singular de fato é justificavelmente aceita como fundamento da mesma decisão”. É a prova tomada como resultado (produto), porém com ênfase em seu aspecto subjetivo, apresentandose como sinônimo de êxito ou de valoração, consubstanciado na convicção do destinatário. Sobre os aspectos objetivo e subjetivo da prova jurídica, Tércio Sampaio Ferraz Jr. discorre: “No sentido etimológico do termo – probatio advém de probus, que deu, em português, prova e probo – provar não significa apenas uma constatação demonstrada de um fato ocorrido – sentido objetivo – mas também aprovar ou fazer aprovar – sentido subjetivo. Fazer provar significa a produção de uma espécie de simpatia, capaz de sugerir confiança, bem como a possibilidade de garantir, por critérios de relevância, o entendimento dos fatos num sentido favorável (o que envolve questões de justiça, equidade, bem comum etc)”. Em sentido subjetivo, prova é o meu de convencimento do destinatário. Para alcançar o objetivo colimado, o recorrente deveria terse utilizado de prova completa e atual para infirmar suas pretensões, por via inversa, a recorrida, além de seu próprio laudo técnico, buscou socorro em máquinas similares (fls. 156), e a conclusão foi a mesma: “a operação de empacotamento é a que se faz ao final do processo, módulo 04 (quatro), onde todo o processo é manual. Neste estágio de produção tanto as peles dobradas, como as empilhadas são empacotadas, embaladas e etiquetadas para a expedição. Logo a descrição apresentada na adição 01 da D.I. 11/149854467 para o equipamento encontrase incorreta, pois a função de equipamento não é automática. Portanto, não há como reconhecer a procedência da tese exposta pelo recorrente em sede recursal, já que afronta as normas regulamentadoras da situação fática aqui experimentada. Da conclusão. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao presente Recurso, para manter exigível a cobrança crédito tributário complementar lançado, nos termos da decisão recorrida." Com base nestes fundamentos, o relator original negou provimento ao recurso voluntário, mas não foi acompanhado pelos demais integrantes do Colegiado. Fl. 292DF CARF MF Processo nº 11128.720111/201268 Acórdão n.º 3802001.809 S3TE02 Fl. 293 5 assinado digitalmente Paulo Roberto Duarte Moreira redator ad hoc Voto Vencedor Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, redator ad hoc Como antes mencionado, por intermédio do Despacho de fl. 288 incumbiu me o Presidente Substituto da Segunda Câmara da Terceira Seção do CARF a formalizar o presente acórdão. Ressaltese que o redator do voto vencedor, Conselheiro Paulo Sérgio Celani, entregou a minuta do voto vencedor, mas o acórdão ficou com pendência da assinatura do relator original, que renunciou ao mandato. Desta forma, adotase, o voto vencedor entregue pelo redator designado. "A questão a ser decidida é se a máquina importada pela recorrente enquadrase na exceção tarifária 67 da NCM 8453.10.90, constante do Anexo II da Resolução Camex 68/2010, que possui o seguinte texto: “8453.10.90 Ex 067 – Máquinas automáticas compactadas de medição, empilhamento sincronizado, dobra e empacotamento automático de peles de couro semiacabadas e/ou acabadas, com diferentes combinações de dobra e empilhamento, com largura de trabalho igual ou superior a 2.700mm, com sistema controlado por um computador industrial com 2 microprocessadores contendo o aplicativo para automação e interfaceamento com sistemas de gestão e controle de produção, sensores infravermelhos espaçados em 20mm para uma medição precisa”. A autoridade fiscal entendeu que a máquina não realiza a etapa de empacotamento automático. Por isso, desenquadroua da exceção tarifária, que permitia aplicação de alíquota de Imposto de Importação menor do que a normal, e exigiu a diferença de tributos e consectários legais. A recorrente alega que o termo “empacotamento”, diferentemente do que entendeu a fiscalização, possui outros significados além de embrulhar e embalar e que a máquina, por efetuar automaticamente formação de pacotes realiza de fato o empacotamento automático. A questão, então, se resume ao significado do termo “empacotamento”. No Laudo Técnico SAT 4821/11 – EQCOF, fls. 123 e seguintes, aditado conforme Aditamento ao Laudo de Vistoria Técnica, fls. 159 e seguintes, o assistente técnico atestou que a máquina opera com os seguintes módulos: Módulo 1: realiza automaticamente a medição do formato e a área das peles de couro. Fl. 293DF CARF MF Processo nº 11128.720111/201268 Acórdão n.º 3802001.809 S3TE02 Fl. 294 6 Módulo 2: realiza automaticamente a marcação da peça de couro por um carimbo e possui sensores infravermelhos, fotocélulas que gerenciam os procedimentos do módulo seguinte. Módulo 3: realiza automaticamente atividades de empilhamento das peles de couro, as dobras das peles e a formação de lotes de peles dobradas, que são transferidas para o módulo seguinte. Módulo 4: etiqueta e embala manualmente os lotes formados no módulo anterior para expedição. A questão se reduz a: O termo “empacotamento” abrange a formação de lotes de peles dobradas, realizada automaticamente no módulo 3? Se a resposta for “sim”, a importação da máquina pode ser enquadrada na exceção tarifária. Segundo o Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa1: i) Empacotar pode significar embalar, embrulhar, enfardar e enfardelar. ii) Fardo é substantivo masculino que significa coisa ou conjunto de coisas, mais ou menos volumosas ou pesadas que se destinam a transporte. Significa também pacote, embrulho, volume. iii) Pacote, entre outras coisas, pode significar uma combinação de elementos que se relacionam e que são tomados como um todo. iv) Lote significa determinada quantidade de objetos, geralmente da mesma natureza. O texto da Exceção Tarifária não utiliza os termos “embalagem”, “acondicionamento” ou “embrulho”, que resultariam um alcance mais restrito da exceção. Utiliza o termo “empacotamento”, logo, devem ser aceitas todas as acepções deste termo, derivado do verbo “empacotar”, não apenas aquelas que implicariam a necessidade de que os bens fossem envolvidos por uma embalagem. Disto decorre que não é correto afirmar que o “Ex” exclui a máquina descrita na Declaração de ImportaçãoDI nº 11/14985467 pelo fato de a embalagem se dar manualmente. Pelo contrário: a interpretação literal do Ex tarifário 067 impõe que se aceite como suscetível de fruição desta exceção máquinas que realizem automaticamente formação de lotes de peles, desde que atendidas as demais condições. No presente caso, em que o fundamento para a lavratura do auto de infração foi apenas o de que a operação de formar lotes, realizada automaticamente no módulo 3, não poderia ser considerada uma operação de empacotamento, fundamento este que não se sustenta, o auto de infração não pode se manter. 1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3ª ed. Curitiba. Positivo. 2004. Fl. 294DF CARF MF Processo nº 11128.720111/201268 Acórdão n.º 3802001.809 S3TE02 Fl. 295 7 Por estas razões, voto por dar provimento ao recurso voluntário." Com base nestes fundamentos, o redator designado para o voto vencedor deu provimento ao recurso voluntário, sendo acompanhado pela maioria do Colegiado. assinado digitalmente Paulo Roberto Duarte Moreira redator ad hoc Fl. 295DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.004899/2003-99
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2010
Ementa: ANO CALENDÁRIO: 1997
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO.
PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO. PEREMPÇÃO.
Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo assinalado no artigo 33 do Decreto n°. 70.235/72 (30 dias).
Numero da decisão: 1802-000.335
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr.
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPJ - restituição e compensação
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201001
ementa_s : ANO CALENDÁRIO: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO. PEREMPÇÃO. Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo assinalado no artigo 33 do Decreto n°. 70.235/72 (30 dias).
turma_s : Segunda Turma Especial da Primeira Seção
numero_processo_s : 10480.004899/2003-99
conteudo_id_s : 5639420
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 1802-000.335
nome_arquivo_s : Decisao_10480004899200399.pdf
nome_relator_s : Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr.
nome_arquivo_pdf_s : 10480004899200399_5639420.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2010
id : 6503822
ano_sessao_s : 2010
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691858735104
conteudo_txt : Metadados => date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.6; pdf:docinfo:title: ; xmp:CreatorTool: CNC PRODUÇÃO; Keywords: ; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; subject: ; dc:creator: CNC Solutions; dcterms:created: 2010-03-30T22:53:49Z; Last-Modified: 2010-03-30T22:53:49Z; dcterms:modified: 2010-03-30T22:53:49Z; dc:format: application/pdf; version=1.6; Last-Save-Date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:docinfo:creator_tool: CNC PRODUÇÃO; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:keywords: ; pdf:docinfo:modified: 2010-03-30T22:53:49Z; meta:save-date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:encrypted: false; modified: 2010-03-30T22:53:49Z; cp:subject: ; pdf:docinfo:subject: ; Content-Type: application/pdf; pdf:docinfo:creator: CNC Solutions; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; creator: CNC Solutions; meta:author: CNC Solutions; dc:subject: ; meta:creation-date: 2010-03-30T22:53:49Z; created: 2010-03-30T22:53:49Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; Creation-Date: 2010-03-30T22:53:49Z; pdf:charsPerPage: 1284; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; meta:keyword: ; Author: CNC Solutions; producer: CNC Solutions; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: CNC Solutions; pdf:docinfo:created: 2010-03-30T22:53:49Z | Conteúdo => SI-TE02 Fl. 1 . MINISTÉRIO DA FAZENDA, CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS . PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 10480.004899/2003-99 Recurso n° 157.370 Voluntário Acórdão n° 1802-00.335 — 2. Turma Especial Sessão de 26 de janeiro de 2010 Matéria [RH Recorrente Frigorifico lberico Ltda. Recorrida 35 Turrna/DRJ - Recife/PE. ANO CALENDÁRIO: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO. PEREMPÇÃO. Não se conhece do Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo assinalado no artigo 33 do Decreto n°. 70.235/72 (30 dias). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. ct,rz T • ..l t 'SUES L D-'e ZA -Presit te EDWAL CASONI D IdoritARNANDES JUNIOR —Relator — ma ,- , EDITADO EM: I LÊ* II; a 7'. ..••••""."- ( Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Ester Marques Lins de Sousa (Presidente da Turma), João Francisco Bianco (Vice-Presidente), José de Oliveira Ferraz Corrêa, Natanael Vieira dos Santos (Suplente convocado), Nelso Kichel (Suplente convocado) e Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Ausente justificadamente o conselheiro Leonardo Lobo de Almeida.. Processo it 10480.00489912003-99 81-TE02 Acórdão a° 1802-00335 Fl. 2 Relatório Cuida-se de Recurso Voluntário apresentado pelo contribuinte acima qualificado, pretendendo assim, reformar decisão proferida pela DRJ de Recife/PE que indeferiu-lhe a solicitação apresentada em sede de Manifestação de Inconformidade. A matéria ventilada relaciona-se à Pedido de Restituição (fl. 01), cuja pertinência foi afastada por meio do Despacho Decisório de folha 371, e a irresignação do contribuinte exteriorizada, como dito, na Manifestação de inconformidade de folhas 40 a 55. Frente o indeferimento de sua solicitação, cuja ciência do recorrente se deu em 07 de fevereiro de 2007 (fl. 80), apresentou-se Recurso Voluntário (fls. 81 — 85) tecendo seus argumentos e pugnando por provimento. É a síntese do necessário. Processo n° 10480.004899/2003-99 SI-TE02 Acórdão n.° 1802-00.335 Fl. 3 VOTO Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior, Relator Sem embargo às considerações da recorrente, ao menos quanto ao mérito dessas, o presente Recurso Voluntário não pode ser conhecido, porquanto apresentado a destempo. Com efeito, assim entabula o artigo 33 do Decreto 70.235/72, in verbis: Artigo 33. Da decisão caberá recurso voluntário total ou parcial, com efeito suspensivo dentro dos trinta dias sepuintes à ciência da decisão. (meus os grifos e as supressões) Tal prazo, como cediço, conta-se nos termos do artigo 50 do já referido Decreto, que assim versa: Artigo 5°. Os prazos serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia do inicio e incluindo-se o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Observe-se que a recorrente tomou ciência do acórdão recorrido em 07 de fevereiro de 2007 (quarta-feira), conforme aviso de recebimento de folha 80, e protocolizou o recurso em 15 de março do mesmo ano (quinta-feira), conforme consta da primeira página de se recurso, dai porque, forçoso é considerá-lo perempto, posto que ultrapassada a data limite de sua interposição. Consigna-se ainda, que a mera alegação genérica de que a pessoa que assinou o aviso de recebimento não tinha poderes para tanto, não se apresenta suficientemente robusta para demonstrar que a recorrente não tomou ciência. Frente ao exposto, não conheço do Recurso Voluntário. Sala das Sessões, u 26 de j: eira de 2010. Edwal Casoni de 13 -: .• . . es Junior 3 Processo n° 10480.004899/2003-99 51-TE02 Acórdão n.° 1802-00335 Fl. 4 4
score : 1.0
Numero do processo: 10850.001860/99-26
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Apr 23 00:00:00 UTC 2007
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 01/01/1993 a 30/09/1995
PIS/FATURAMENTO. DECADÊNCIA.
Decai em cinco anos, na modalidade de lançamento de ofício, o direito à Fazenda Nacional de constituir os créditos relativos Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetivado, conforme preceitua o artigo 173, I, do CTN.
Recurso Especial do Procurador Provido em Parte.
Numero da decisão: CSRF/02-02.658
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso especial, para afastar a decadência em relação aos períodos de apuração de dezembro de 1993 a agosto de 1994. Vencidos os Conselheiros Antonio Carlos Atulim e Antonio Bezerra Neto (Relator), que davam provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Dalton Cesar Cordeiro de Miranda.
Nome do relator: Antonio Bezerra Neto
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 200704
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1993 a 30/09/1995 PIS/FATURAMENTO. DECADÊNCIA. Decai em cinco anos, na modalidade de lançamento de ofício, o direito à Fazenda Nacional de constituir os créditos relativos Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetivado, conforme preceitua o artigo 173, I, do CTN. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte.
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
numero_processo_s : 10850.001860/99-26
conteudo_id_s : 5619764
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : CSRF/02-02.658
nome_arquivo_s : Decisao_108500018609926.pdf
nome_relator_s : Antonio Bezerra Neto
nome_arquivo_pdf_s : 108500018609926_5619764.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso especial, para afastar a decadência em relação aos períodos de apuração de dezembro de 1993 a agosto de 1994. Vencidos os Conselheiros Antonio Carlos Atulim e Antonio Bezerra Neto (Relator), que davam provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Dalton Cesar Cordeiro de Miranda.
dt_sessao_tdt : Mon Apr 23 00:00:00 UTC 2007
id : 6466412
ano_sessao_s : 2007
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:51:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691860832256
conteudo_txt : Metadados => date: 2015-09-09T19:53:46Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; xmp:CreatorTool: Microsoft® Word 2010; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; language: pt-BR; dcterms:created: 2015-09-09T19:53:46Z; Last-Modified: 2015-09-09T19:53:46Z; dcterms:modified: 2015-09-09T19:53:46Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; Last-Save-Date: 2015-09-09T19:53:46Z; pdf:docinfo:creator_tool: Microsoft® Word 2010; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2015-09-09T19:53:46Z; meta:save-date: 2015-09-09T19:53:46Z; pdf:encrypted: true; modified: 2015-09-09T19:53:46Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; dc:language: pt-BR; meta:creation-date: 2015-09-09T19:53:46Z; created: 2015-09-09T19:53:46Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; Creation-Date: 2015-09-09T19:53:46Z; pdf:charsPerPage: 1987; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2015-09-09T19:53:46Z | Conteúdo => CSRF/T02 Fls. 317 _________ 1 nfls txtfls316 CSRF/T02 OOlldd MMIINNIISSTTÉÉRRIIOO DDAA FFAAZZEENNDDAA CCÂÂMMAARRAA SSUUPPEERRIIOORR DDEE RREECCUURRSSOOSS FFIISSCCAAIISS SSEEGGUUNNDDAA TTUURRMMAA PPrroocceessssoo nnºº 10850.001860/99-26 RReeccuurrssoo nnºº 202-123.765 Especial do Procurador MMaattéérriiaa PIS AAccóórrddããoo nnºº 02-002.658 SSeessssããoo ddee 23 de abril de 2007 RReeccoorrrreennttee FAZENDA NACIONAL IInntteerreessssaaddoo TIGRINHO AUTO POSTO LTDA. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1993 a 30/09/1995 PIS/FATURAMENTO. DECADÊNCIA. Decai em cinco anos, na modalidade de lançamento de ofício, o direito à Fazenda Nacional de constituir os créditos relativos Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetivado, conforme preceitua o artigo 173, I, do CTN. Recurso Especial do Procurador Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso especial, para afastar a decadência em relação aos períodos de apuração de dezembro de 1993 a agosto de 1994. Vencidos os Conselheiros Antonio Carlos Atulim e Antonio Bezerra Neto (Relator), que davam provimento integral. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Dalton Cesar Cordeiro de Miranda. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente Antonio Bezerra Neto - Relator Antonio Carlos Atulim - Redator ad hoc Fl. 317DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10850.001860/99-26 Acórdão n.º 02-002.658 CSRF/T02 Fls. 318 _________ 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Josefa Maria Coelho Marques, Gileno Gurjão Barreto, Antonio Carlos Atulim, Maria Teresa Martínez López, Antonio Bezerra Neto, Dalton Cesar Cordeiro de Miranda, Henrique Pinheiro Torres, Flávio de Sá Munhoz, Mário Junqueira Franco Júnior e Manoel Antônio Gadelha Dias (Presidente à época do julgamento). Relatório Trata-se de Auto de Infração decorrente de falta de recolhimento da contribuição para o Programa de Integração Social - PIS, referente aos períodos de apuração de janeiro de 1993 a setembro de 1995. Em julgamento, de fls. 225 a 237, os membros da Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, deram provimento parcial ao recurso, para reconhecer a decadência parcial com base no art. 173 do CTN para os períodos janeiro de 1993 e agosto de 1994 e, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso na parte remanescente. Às fls. 240 a 257, o representante da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de divergência, cujos acórdãos paradigmas abraçam o prazo decadencial de 10 anos para o fisco efetuar o lançamento da contribuição social em causa, ex vi art. 45 da Lei nº 8.212/91. Às fls. 263 a 265, consta despacho da Sr. Presidente da Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes dando seguimento ao Recurso Especial do Procurador no que concerne à decadência dos tributos lançados por homologação. Contra-razões às fls. 274/285. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator O recurso especial da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional pode ser admitido nos termos do art. 32, II, do Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, aprovado pela Portaria MF nº 55/98, e, portanto, dele tomo conhecimento. Como relatado, no recurso especial apresentado a esta Câmara Superior de Recursos Fiscais, a PGFN pede a aplicação do prazo de dez anos na decadência do direito da Fazenda Nacional em constituir crédito tributário relativo à contribuição para o Programa de Integração Social PIS. Sendo o PIS Contribuição sujeita ao lançamento por homologação, o prazo para extinção do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito é definido pelo § 4º do art. 150 do CTN, que via de regra o fixa em 5 anos. Fl. 318DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10850.001860/99-26 Acórdão n.º 02-002.658 CSRF/T02 Fls. 319 _________ 3 “Art. 150. O lançamento por homologação (...) § 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será de 5 (cinco) anos, a contar da ocorrência do fato gerador, expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” (grifei) Porém da simples leitura do § 4º, verifica-se que o CTN, em verdade, também faculta à lei a prerrogativa de estipular prazo diverso, maior ou menor, para a ocorrência da extinção do direito da Fazenda Pública. E razoável é que assim seja, posto que, como se sabe, cada exação, além de possuir distintos níveis de complexidade – demandando, portanto, procedimentos de administração, fiscalização e arrecadação de características também distintas -, pode trazer atrás de si interesses públicos de diferenciados matizes, justificando tais circunstâncias a adoção de diferentes prazos decadenciais (como é o caso do FGTS, que por voltar-se à proteção do trabalhador, possui o prazo bem mais amplo de 30 anos, ou as próprias contribuições sociais, que por destinarem-se ao financiamento da seguridade social – função estatal de indiscutível relevância e prioridade -, tiveram o prazo estendido para 10 anos). Dessa forma, deve-se aplicar à Contribuição para o PIS as regras gerais das Contribuições para a Seguridade Social, que estão dispostas na Lei nº 8.212/91. Sobre decadência, dispõe o art. 45, I, da Lei nº 8.212/91, verbis: “Art. 45. O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extingue-se após 10 (dez) anos contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído.” E não se venha alegar que o PIS não estaria abrangido pelo prazo de dez anos previsto na referida Lei, vez que este diploma não mencionaria expressamente predita contribuição social, senão vejamos. O PIS classifica-se como Contribuição para a Seguridade Social. Nesse sentido manifesta o Excelentíssimo Ministro do Supremo Tribunal Federal, Dr. Carlos Veloso, no voto do julgamento do RE nº 138284-8/CE: “O PIS e o PASEP, passam, por força do disposto no art. 239 da Constituição, a ter destinação previdenciária. Por tal razão, as incluímos entre as contribuições de seguridade social. Sua exata classificação seria entretanto, ao que penso não fosse a disposição inscrita no art. 139 da Constituição, entre as contribuições sociais gerais.” Confirma essa tese o fato de que, nos termos do 239 da Constituição Federal, a contribuição para o PIS destina-se ao financiamento do abono salarial e do seguro desemprego, que são atribuições da previdência social, nos termos do art. 201, incisos III e IV da Constituição Federal, verbis: Fl. 319DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10850.001860/99-26 Acórdão n.º 02-002.658 CSRF/T02 Fls. 320 _________ 4 Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (...) III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Outrossim, o PIS é uma contribuição social incidente sobre o faturamento, que é uma das bases de financiamento da seguridade social, ex vi art. 195, da Carta Magna. Portanto, o art. 45 da referida Lei inclui também nesse prazo o PIS. Observa-se, também, que esse entendimento está em consonância com o art. 146, III, “b”, da Constituição Federal de 1988, uma vez que o CTN dispõe sobre normas gerais em matéria de decadência, ao passo que a Lei nº 8.212, de 1991, contém normas específicas, expressamente previstas no § 4º do art. 150 do CTN. Roque Antônio Carraza leciona nesse sentido, quando afirma que à lei de normas gerais não cabe fixar prazos decadencial e prescricional. “... a lei complementar, ao regular a prescrição e decadência tributárias, deverá limitar-se a apontar diretrizes e regras gerais (...) Não é dado, porém, a esta mesma lei complementar entrar na chamada ‘economia interna’, vale dizer, nos assuntos de peculiar interesse das pessoas políticas. (...) a fixação dos prazos prescricionais e decadenciais depende de lei da própria entidade tributante. Não de lei complementar. (...) Falando de modo mais exato, entendemos que os prazos de decadência e prescrição das ‘contribuições previdenciárias’, são agora, de 10 (dez) anos, a teor, respectivamente, dos arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que, segundo procuramos demonstrar, passam pelo teste de constitucionalidade.” (Apud Leandro Paulsen, Direito Tributário. Constituição e Código Tributário à luz da Doutrina e da Jurisprudência, 6. ed. Ver. Atual., Porto Alegre, Livraria do Advogado. ESMAFE, 2004, p. 1182) Não é só na doutrina que tal entendimento tem se mostrado presente. Exemplar neste sentido é a recente decisão unânime da 1.ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, prolatada nos autos do Recurso Especial n.º 189.151/SP, de 02/08/1999, que teve como relator o Min. Humberto Gomes de Barros, e que ficou assim ementada: “PROCESSUAL TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO DA COBRANÇA DE TRIBUTOS FISCAIS (Lei 6.830/80). POSSIBILIDADE DE SER TRATADA EM LEI ORDINÁRIA. Os dispositivos que tratam da prescrição da ação de cobrança de tributos não Fl. 320DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10850.001860/99-26 Acórdão n.º 02-002.658 CSRF/T02 Fls. 321 _________ 5 constituem normas gerais de direito tributário. Podem, assim ser tratados em lei federal ordinária. Precedentes do STJ.” Como se percebe, também no âmbito de nossos tribunais superiores a tese exposta encontra acolhida. Certo é que o acórdão refere-se à prescrição, mas a analogia com a decadência é evidente. Por seu turno, vale acrescentar que o Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002 (DOU de 18/12/2002), que regulamenta a Contribuição para o PIS/PASEP e a COFINS devidas pelas pessoas jurídicas em geral, reza: “Art. 95. O prazo para constituição de créditos do PIS/Pasep e da Cofins extingue-se após 10 (dez) anos, contados (Lei nº 8.212, de 1991, art. 45): I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído;” Dessa forma, verifico que não houve a decadência dos créditos da Contribuição para o PIS relativos aos períodos de apuração janeiro de 1993 a setembro de 1995, já que a Contribuinte teve ciência do Auto de Infração em 09/08/1999, antes do prazo de dez anos do art. 45, I, da Lei nº 8.212/91. Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. É assim como voto. Antonio Bezerra Neto Voto Vencedor Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Redator ad hoc Nos termos do art. 17, III, do RICARF 1 , incumbiu-me o Senhor Presidente do Colegiado de formalizar o presente acórdão, tendo em vista que o redator designado para o voto vencedor, Conselheiro Dalton César Cordeiro de Miranda, deixou o colegiado antes da formalização e assinatura do acórdão. No que diz respeito ao prazo decadencial para lançamento do tributo, adoto como razões de decidir os argumentos utilizados pelo I. Conselheiro Dalton César Cordeiro de Miranda, transcritos a partir da decisão a quo: "A jurisprudência majoritária do Egrégio Conselho de Contribuintes, com relação à questão do prazo decadencial para a constituição de tributos sujeitos ao lançamento 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III - designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazê-lo ou não mais componha o colegiado; Fl. 321DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10850.001860/99-26 Acórdão n.º 02-002.658 CSRF/T02 Fls. 322 _________ 6 por homologação – como é o caso do PIS –, posiciona-se no sentido de que o prazo é de cinco anos. Confira-se: "PIS - PRELIMINAR DE DECADÊNCIA - ANO DE 1991 - Ao tributo sujeito modalidade de lançamento por homologação, que ocorre quando a legislação impõe ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, aplica-se a regra essencial de decadência insculpida no parágrafo 4º do artigo 150 do CTN, refugindo à aplicação do disposto no art. 173 do mesmo Código. Nesse caso, o lapso temporal de cinco anos tem como termo inicial a data de ocorrência do fato gerador." (Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, Ac. n° 108-06027, Rel. Conselheira Tânia Koetz Moreira, Sessão de 24.2.2000) (destacamos); - PIS/REPIQUE - Decadência - Os tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa amoldam-se à sistemática de lançamento denominado de homologação, prevista no art. 150 do CTN, hipótese em que o prazo decadencial tem como termo inicial a data da ocorrência do fato gerador. Para o IRPJ e PIS, esse prazo é de cinco anos, consoante § 4° do artigo 150 do CTN." (Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, Ac. nº 108-05237, Sessão de 15.7.1998)(destacamos); e "LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO - DECADÊNCIA - A regra de incidência de cada tributo é que define a sistemática de seu lançamento. 0 imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ), a contribuição social sobre o lucro (CSLL), o imposto de renda incidente na fonte sobre o lucro liquido (ILL) e a contribuição para o FINSOCIAL são tributos cujas legislações atribuem ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, pelo que amoldam-se à sistemática de lançamento impropriamente denominada de homologação, onde a contagem do prazo decadencial desloca- se da regra geral (173 do CTN), para encontrar respaldo no § 4° do artigo 150, do mesmo Código, hipótese em que os cinco anos têm como termo inicial a data da ocorrência do fato gerador, ressalvada a existência de multa agravada por dolo, fraude ou simulação." (Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, Ac. n° 108-05241, Rel. Conselheiro Luiz Alberto Cava Maceira, Sessão de 15.7.1998) (destacamos). O prazo decadencial para o PIS é de cinco anos, devendo-se subordinar a Fiscalização para fins de preservar seu direito de efetuar o lançamento (de ofício) ao disposto nos artigos 150, § 4º; e 173, inciso I, ambos do Código Tributário Nacional, ou seja, aplicáveis quando houver pagamento ou não do tributo em questão, respectivamente. Feitas tais considerações, que já nos permitem definir o termo inicial de contagem do prazo decadencial do PIS, cumpre que se façam agora algumas observações complementares acerca da extensão em si deste prazo, sobre os créditos constituídos no presente Fl. 322DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10850.001860/99-26 Acórdão n.º 02-002.658 CSRF/T02 Fls. 323 _________ 7 processo. E que remanescem dúvidas, entre tantos quantos operam a legislação tributária, quanto ao prazo de decadência para esta contribuição, em razão da superveniência de vários atos legais que versam direta, ou indiretamente, sobre a matéria. De se ver. Antes de nada, reafirme-se o óbvio: as contribuições parafiscais, das quais a Contribuição para o PIS é um exemplo, estão expressamente incluídas na Carta Magna de 1988, em seu artigo 149, que as recepcionou e deu-lhes nova vestimenta, mesmo que não lhes tenha transmutado suas naturezas jurídicas. Se tal inclusão, no entanto, é certamente suficiente para qualificá-las como tributos, exteriorizada fica, ao menos, a preocupação do constituinte em submetê-las à influência de alguns ditames da legislação tributária, entre os quais, por força da remissão feita pelo dispositivo retrocitado ao inciso III do artigo 146 da mesma lei máxima, inclui-se a submissão aos prazos decadenciais e prescricionais do CTN 2 . No entanto, ao contrário do que ocorreu com as demais contribuições (FINSOCIAL, COFINS e CSLL), que tiveram, por força de discutível legislação superveniente — Lei n° 8.212/91 — seus prazos de decadência alterados para 10 (dez) anos, tal não ocorreu com o PIS, mantido então para tal exação os prazos decadenciais e prescricionais do CTN (arts. 150 e 173). E tal afirmativa resta corroborada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal que sobre a matéria, prazo de decadência do PIS, assim concluiu: "(...) As contribuições sociais, falamos, desdobram-se em a.I . contribuições de seguridade social: estão disciplinadas no art. 195, I, II e III, da Constituição. São as contribuições previdenciárias, as contribuições do FINSOCIAL, as da Lei 7.689, o PIS e o PASEP (C.F., art. 239). (...). A sua instituição, todavia, está condicionada à observância da técnica da competência residual da União, a começar, para a sua instituição, pela exigência de lei complementar (art. 195, parág. 4º; art. 154, I); (...). (...) Todas as contribuições, sem exceção, sujeitam-se à lei complementar de normas gerais, assim ao C.T.N. (art. 146, III, ex vi do disposto no art. 149). (...). A questão da prescrição e da decadência, entretanto, parece-me pacificada. É que tais institutos são próprios da lei complementar de normas gerais (art. 146, III, "b"). Quer dizer, os prazos de decadência e de prescrição, inscritos na lei complementar de normas gerais (CTN) são aplicáveis, agora, por expressa previsão constitucional, as contribuições parafiscais (C.F., art. 146, III, b; art. 149). 2 É princípio de Direito Público que a prescrição e a decadência tributárias são matérias reservadas a lei complementar, segundo prescreve o artigo 146, III, "b", da CF. (..). " Agravo de Instrumento n° 468.723-MG, Ministro relator Luiz Fux, r. decisão publicada no DJU, I, de 25.3.2003, fls. 216/217 Fl. 323DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10850.001860/99-26 Acórdão n.º 02-002.658 CSRF/T02 Fls. 324 _________ 8 (...) O PIS e o PASEP passam, por força do disposto no art. 239 da Constituição, a ter destinação previdenciária. Por tal razão, as incluímos entre as contribuições da seguridade social." 3 Alias, o Superior Tribunal de Justiça também já encampou a aludida tese sustentada pela Corte Suprema, em parte acima transcrita, conforme se pode depreender da leitura da ementa referente ao acórdão publicado no D.J.U., Seção I, de 04/11/2002: "TRIBUTÁRIO — CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO DECADÊNCIA I. 0 fato gerador faz nascer a obrigação tributária, que se a perfeiçoa com o lançamento, ato pelo qual se constitui o crédito correspondente à obrigação (arts. 113 e 142 CTN). 2. Dispõe a FAZENDA do prazo de cinco anos para exercer o direito de lançar, ou seja, constituir o seu crédito tributário. 3. 0 prazo para lançar não se sujeita a suspensão ou interrupção, nem por ordem judicial, nem por depósito do devido. 4. Com depósito ou sem depósito, após cinco anos do fato gerador, sem lançamento, ocorre a decadência. 5. Recurso especial provido." 4 3 In casu, portanto e em razão do acima exposto — observada a aplicação do artigo 173, inciso I, do CTN -, quanto a todos créditos tributários objetos do Auto de Infração cientificado o recorrente em agosto de 1999, tenho que decaídos os períodos janeiro de 1993 a agosto de 1994, (...)" Com esses fundamentos, a Câmara Superior de Recursos Fiscais deu provimento parcial ao recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional. Antonio Carlos Atulim 3 2 RE 148754-2/RJ, Min. Relator Francisco Rezek, acórdão publicado no DJU de 4/3/1994, Ementário n° 1735-2; e, RE 138284-8/CE, Min. Relator Carlos Velloso, acórdão publicado no DJU de 28/8/1992, Ementário n° 1672-3 4 Recurso Especial n° 332.693/SP, Ministra relatora Eliana Calmon, Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça Fl. 324DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/09/201 5 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 09/09/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 11/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 13227.720149/2008-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
ITR. DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 150, § 4, CTN.
O prazo para o Fisco homologar expressamente a declaração realizada pelo contribuinte ou cobrar eventual diferença do crédito tributário é de cinco anos a contar do fato gerador do tributo, que para o ITR é o primeiro dia de cada ano (propriedade de imóvel rural, em 1º de janeiro de cada exercício).
Ultimado o prazo qüinqüenal o crédito tributário extingue-se definitivamente pela denominada homologação tácita.
Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário não Conhecido
Numero da decisão: 2301-004.846
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, e negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto da relatora.
(Assinado digitalmente)
João Bellini Júnior - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Alice Grecchi - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Gisa Barbosa Gambogi Neses, Julio Cesar Vieira Gomes, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi, Fabio Piovesan Bozza
Nome do relator: ALICE GRECCHI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2003 ITR. DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 150, § 4, CTN. O prazo para o Fisco homologar expressamente a declaração realizada pelo contribuinte ou cobrar eventual diferença do crédito tributário é de cinco anos a contar do fato gerador do tributo, que para o ITR é o primeiro dia de cada ano (propriedade de imóvel rural, em 1º de janeiro de cada exercício). Ultimado o prazo qüinqüenal o crédito tributário extingue-se definitivamente pela denominada homologação tácita. Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário não Conhecido
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 13227.720149/2008-61
anomes_publicacao_s : 201610
conteudo_id_s : 5644348
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Oct 07 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 2301-004.846
nome_arquivo_s : Decisao_13227720149200861.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : ALICE GRECCHI
nome_arquivo_pdf_s : 13227720149200861_5644348.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, e negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) João Bellini Júnior - Presidente. (Assinado digitalmente) Alice Grecchi - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Gisa Barbosa Gambogi Neses, Julio Cesar Vieira Gomes, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi, Fabio Piovesan Bozza
dt_sessao_tdt : Thu Sep 22 00:00:00 UTC 2016
id : 6515735
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:55 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691866075136
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1776; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 154 1 153 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13227.720149/200861 Recurso nº De Ofício e Voluntário Acórdão nº 2301004.486 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 22 de setembro de 2016 Matéria ITR Recorrentes DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE JULGAMENTO EM BRASÍLIA (DF) BENEDITO BATISTA DOS SANTOS ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ITR. DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 150, § 4, CTN. O prazo para o Fisco homologar expressamente a declaração realizada pelo contribuinte ou cobrar eventual diferença do crédito tributário é de cinco anos a contar do fato gerador do tributo, que para o ITR é o primeiro dia de cada ano (propriedade de imóvel rural, em 1º de janeiro de cada exercício). Ultimado o prazo qüinqüenal o crédito tributário extinguese definitivamente pela denominada homologação tácita. Recurso de Ofício Negado e Recurso Voluntário não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, e negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) João Bellini Júnior Presidente. (Assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 72 01 49 /2 00 8- 61 Fl. 154DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Gisa Barbosa Gambogi Neses, Julio Cesar Vieira Gomes, Andrea Brose Adolfo, Alice Grecchi, Fabio Piovesan Bozza Relatório Contra o contribuinte acima referido, foi lavrada Notificação de Lançamento, de fls. 40/43, emitido em 06/10/2008, com intimação para recolher o crédito tributário referente ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício de 2003, tendo como objeto o imóvel denominado “Fazenda Rio Corumbiara”, cadastrado na RFB sob o nº 4.981.0413, com área declarada de 48.000,0 ha, localizado no Município de Cerejeiras – RO. O crédito tributário apurado pela fiscalização compõese de diferença no valor do ITR de R$ 1.092.445,49 que, acrescida dos juros de mora, calculados até 31/10/2008 (R$ 785.796,04) e da multa proporcional (R$ 819.334,11), perfaz o montante de R$ 2.697.575,64. Através do Termo de Intimação Fiscal de fls. 03 a 04, recebido em 24/09/2007 (fls. 05), o Contribuinte foi intimado a apresentar, relativamente a DITR, do exercício de 2003, no prazo de 20 (vinte) dias, os seguintes documentos de prova: cópia do Ato Declaratório Ambiental – ADA requerido junto ao IBAMA; Laudo Técnico emitido por profissional engenheiro agrônomo/florestal, com ART devidamente anotada no CREA, para comprovar a área de preservação permanente existente no imóvel, de que trata o art. 2º da Lei 4.771/65 (Código Florestal), identificando o imóvel rural através de memorial descritivo, de acordo com o art. 9º do Decreto 4.449/2002; Certidão do órgão público competente, caso o imóvel ou parte dele esteja inserido em área declarada como de preservação permanente, nos termos do art. 3º da Lei 4.771/65 (código florestal), acompanhado do ato do poder público que assim o declarou, e Laudo Técnico de Avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.653 da ABNT, com Fundamentação e Grau de Precisão II, com ART, contendo todos os elementos de pesquisa identificados, sob pena de arbitramento de novo VTN, com base no SIPT da RFB. Em resposta, o contribuinte encaminhou JUSTIFICATIVA de fls. 06/09, acompanhada dos documentos de fls. 12/13, 14, 15/38 e 39, informando que "os documentos solicitados referente às DITR exercícios 2003, 2004 e 2005, são os mesmos que encontramse em discussão no Recurso Voluntário referente ao Processo nº 13227.000.707/200445, onde para tanto, estamos encaminhando cópia para uma melhor apreciação". Analisando os documentos e os dados da correspondente DITR/2003, a autoridade fiscal lavrou a presente Notificação, sendo integralmente glosadas as áreas declaradas de preservação permanente, de 41.950,0 ha, além de rejeitado o VTN declarado, de R$ 1.754.000,00 ou R$ 36,54/ha, e arbitrado o valor de R$ 5.467.200,00 ou R$ 113,90/ha, com base no Sistema de Preço de Terras – SIPT, da Receita Federal, com conseqüentes aumentos do VTN tributável/alíquota de cálculo, disto resultando o imposto suplementar de R$ 1.092.445,49, conforme demonstrado às fls. 42. Resumo da autuação: Distribuição da Área do Imóvel Rural (ha) Declarado Apurado Fl. 155DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13227.720149/200861 Acórdão n.º 2301004.486 S2C3T1 Fl. 155 3 01. Área Total do Imóvel 48.000,0 48.000,0 02. Área de Preservação Permanente 41.950,0 0,0 03. Área de Utilização Limitada 0,0 0, 0 04. Área Tributável (01 02 03) 6.050,0 48.000,0 05. Área Ocupada com Benfeitorias Úteis e Necessárias Destinadas à Atividade Rural 4,0 4,0 06. Área Aproveitável ( 04 05) 6.046,0 47.996,0 Cálculo do Valor da Terra Nua (R$) Declarado Apurado 14. Valor Total do Imóvel 1.920.000,00 5.633.200,00 15. Valor das benfeitorias 120.000,00 120.000,00 16. Valor das Culturas, Pastagens Cultivadas e Melhoradas e Florestas Plantadas 46.000,00 46.000,00 17. Valor da Terra Nua (14 15 16) 1.754.000,00 5.467.200,00 A descrição dos fatos e os enquadramentos legais das infrações, da multa de ofício e dos juros de mora constam às fls. 41 e 43. O contribuinte foi cientificado do lançamento, em 21/10/2008 (fls. 49). A impugnação consta do processo apenso nº 13227.000025/200947 (fls. 03/08). Foi apresentada em 19/11/2008 (envelope fl. 41 processo apenso) acompanhada de documentos de fls. 09/10, 11/34 e 35/37 (todas do processo apenso). Em síntese, alega e requer o seguinte: que a intenção do agente fiscalizador é tão somente punitiva, visto que não levou em consideração as justificativas apresentadas tempestivamente, quando da resposta ao Termo de Intimação Fiscal nº 02502/00005/2007; que os documentos mencionados no Complemento da Descrição dos Fatos são os mesmos que se encontram em discussão no Recurso Voluntário referente ao Processo nº 13227.000707/200445; Fl. 156DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 4 juntou cópia do Recurso Voluntário do processo 13227.000707/200445, juntamente com a justificativa da não apresentação dos documentos elencados no respectivo Termo de Intimação Fiscal; que é pacífico o entendimento que o Estado de Rondônia, mediante a edição do Decreto nº 4.576/1990, declarou toda a área como de preservação ambiental; solicita que se aguarde o julgamento do recurso voluntário já interposto nos autos do processo mencionado anteriormente, nos termos do Decreto nº 70.235/72, face tratar se da mesma matéria; Por fim, entende que ficou demonstrada a insubsistência total do lançamento, requerendo o acolhimento da impugnação. O débito formalizado por meio do presente processo foi inscrito em Dívida Ativa da União (fls. 56/59 e 71/72) e, após a constatação da interposição de impugnação tempestiva, por meio do processo apenso, conforme exarado no despacho de fls. 60, a PFN/MT providenciou a extinção dessa inscrição (às fls. 46/47 do processo apenso). A Turma de Primeira Instância julgou procedente a impugnação apresentada, extinguindo o crédito tributário, conforme decisão abaixo ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO DECADÊNCIA Na modalidade do lançamento por homologação, o prazo qüinqüenal legalmente previsto para revisão do valor do ITR apurado e recolhido, mesmo que parcialmente, pelo contribuinte, dentro do próprio exercício de referência do imposto, iniciase na data da ocorrência do respectivo fato gerador. Cabe ser admitida, de ofício, a hipótese de decadência, quando constatado que o crédito tributário foi constituído após o prazo decadencial legalmente previsto, a contar de 1º/01/2003. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado Houve RECURSO DE OFÍCIO, tendo em vista que foi exonerado crédito tributário em limite superior ao estabelecido pela Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008. O contribuinte foi cientificado do Acórdão 0352.264 1ª Turma da DRJ/BSB em 19/12/2013 (fl. 95). Não obstante a decisão de improcedência do lançamento, com a conseqüente extinção do crédito tributário, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário às fls. 96/144. Em suas razões, rebate o Acórdão 0352.265, evidenciando que equivocou se ao fazer a juntada de recurso voluntário no presente processo, uma vez que o Acórdão 0352.265 referese ao processo nº 13227.720153/200820 em que discutese o ITR do exercício de 2004. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13227.720149/200861 Acórdão n.º 2301004.486 S2C3T1 Fl. 156 5 É o relatório. Voto Conselheira Alice Grecchi Tratase de Recurso de Ofício, interposto face a decisão de Primeira Instância ter exonerado crédito tributário em valor superior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais). A decisão recorrida exonerou o crédito tributário, ante a ocorrência de decadência. Abaixo, colaciono excertos dos fundamentos da decisão "a quo": [...] No presente caso, o imposto apurado pelo Contribuinte na sua DITR/2003, no valor de R$ 994,51, foi dividido em 04 (quatro) quotas de R$ 248,62; sendo que, em consulta ao Sistema SINAL – 01, constatouse que a primeira parcela foi paga no vencimento, em 30/09/2003, conforme Tela/Sinal 01 – Imagem digitalizada de fls. 86, trazida aos autos. Conforme o entendimento da Cosit, acima exposto, mesmo em caso de pagamento em atraso, ainda que parcialmente efetuado, desde que realizado antes do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, a contagem do prazo decadencial, para fins de lançamento ex officio do ITR, iniciase na data da ocorrência do fato gerador do imposto. Assim, considerandose que parte do débito (1ª quota) foi efetivamente pago, na data de vencimento, dentro do próprio exercício, não há razão para descaracterizar o lançamento por homologação. Por sua vez, no que tange ao fato gerador do ITR, o mesmo encontrase previsto no caput do art. 1º da já referida Lei nº 9.393/96, que assim dispõe: “Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano”. (Sublinhouse) Assim sendo, comprovado que houve pagamento de parte do débito dentro do próprio exercício a que se refere o imposto e sabendose que o termo inicial da contagem do prazo da decadência, em se tratando do ITR do exercício de 2.003, ocorreu em 1º de janeiro de 2.003, deveria a autoridade administrativa manifestarse, no sentido de expressamente homologar o pagamento feito ou constituir crédito tributário suplementar, até 31 de dezembro de 2007 – 05 anos a partir da ocorrência do fato gerador, sob pena de homologação tácita. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 6 Por outro lado, por se tratar de Lançamento, é sabido que esse apenas se torna perfeito e acabado com a ciência, ao sujeito passivo, do seu instrumento materializador, qual seja, a Notificação de Lançamento. Observase que no presente caso o próprio lançamento foi constituído após o prazo decadencial legalmente previsto (até 31/12/2007), em 06 de outubro de 2008 (às fls. 40), com a ciência do autuado, em 21 de outubro de 2008 (Extrato/Sucop de fls. 49), não restando dúvidas de que, nessas datas, o direito de efetuar o lançamento já havia decaído. Sendo assim, não há como deixar de reconhecer, de ofício, que o crédito tributário em questão foi constituído após o prazo decadencial legalmente previsto, de acordo com o entendimento da própria Receita Federal do Brasil, manifestado na citada Solução de Consulta Interna nº 16, de 05.06.2003, editada pela Coordenação Geral de Tributação (Cosit), que não pode ser aqui ignorado, sob pena de contrariar o disposto nos incisos IV e V, do art. 7º da Portaria MF nº 341, de 12.07.2011, transcritos a seguir: Art. 7º São deveres do julgador: (...) IV cumprir e fazer cumprir as disposições legais a que está submetido; e V observar o disposto no inciso III do art. 116 da Lei nº 8.112, de 1990, bem como o entendimento da RFB expresso em atos normativos. Dessa forma, reconhecese que o crédito tributário em questão foi constituído após o prazo decadencial legalmente previsto, conforme § 4º do art. 150 da Lei nº 5.172/1966 – CTN, tornando se desnecessária a apreciação das matérias de mérito argüidas pelo requerente. Isso posto, considerando tudo o mais que do processo consta, voto no sentido de que seja considerada procedente a impugnação apresentada pelo Contribuinte (às fls. 03/08 do processo apenso, de nº 13227.000025/200947), para considerar extinto, por motivo de decadência, o crédito tributário consubstanciado na Notificação de Lançamento de fls. 40/43, relativa ao ITR do exercício de 2003, desconsiderandose a exigência. [...] No caso em exame, houve comprovação do pagamento, ainda que parcial relativo a 2003. Portanto, ocorrido pagamento, o termo inicial do prazo decadencial deve ser aquele previsto no art. 150, § 4º, do CTN. O fato gerador do ITR, o mesmo encontrase previsto no caput do art. 1º da já referida Lei nº 9.393/96, que assim dispõe: “Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o Fl. 159DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR Processo nº 13227.720149/200861 Acórdão n.º 2301004.486 S2C3T1 Fl. 157 7 domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano”. (GRIFEI) Assim, contando o prazo decadencial a partir da ocorrência do fato imponível, no caso em análise, relativamente aos fatos geradores ocorridos no exercício de 2003, o prazo decadencial se esgotaria em 31/12/2007. Assim, considerando que o Recorrente foi cientificado do lançamento em 21/10/2008, verificase que estava DECAÍDO o direito do Fisco de constituir o crédito tributário pelo lançamento em relação ao ano de 2003. Portanto, bem exarada a decisão " a quo", a qual deve ser mantida. No que tange à apreciação do recurso voluntário acostado ao presente processo, dele não conheço por combater decisão estranha ao presente e por falta de interesse recursal, condição inerente à admissibilidade dos recursos. Nesse sentido, confiramse os ensinamentos de Bernardo Pimentel Souza1: O requisito de admissibilidade do interesse recursal está consubstanciado na exigência de que o recurso seja útil e necessário ao legitimado. O recurso é útil se, em tese, puder trazer alguma vantagem sob o ponto de vista prático ao legitimado. É necessário se for a única via processual hábil à obtenção, no mesmo processo, do benefício prático almejado pelo legitimado (...) Ausente a utilidade ou a necessidade, o recurso deve sofrer prejuízo negativo de admissibilidade, como bem revela o parágrafo único do artigo 577 do Código de Processo Penal, com aplicação analógica em prol do direito processual civil: ‘Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. (grifei). E também nessa mesma linha, Fredie Didier Jr. e Leonardo José Carneiro da Cunha2: O exame do interesse recursal segue a metodologia do exame do interesse de agir (condição da ação). Para que o recurso seja admissível, é preciso que haja utilidade – o recorrente deve esperar, em tese do julgamento do recurso, situação mais vantajosa, do ponto de vista prático, do que aquela em que o haja posto a decisão impugnada – e necessidade – que lhe seja preciso usar as vias recursais para alcançar este objetivo. Portanto, inexistente interesse recursal do contribuinte, uma vez que a decisão lhe foi favorável, não conheço do recurso voluntário. 1 SOUZA, Bernardo Pimentel. Introdução aos Recursos Cíveis e à Ação Rescisória. 4. ed. atual., São Paulo: Saraiva, 2007, p. 50 2 DIDIER JR., Fredie; CUNHA, Leonardo José Carneiro da. Curso de Direito Processual Civil. Vol. 3. 7 ed., Salvador: JusPODIVM, 2009, p. 51. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR 8 Ante todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício, mantendo a decisão recorrida por seus próprios fundamentos, bem como NÃO CONHEÇO o recurso voluntário interposto. (Assinado digitalmente) Alice Grecchi Relatora Fl. 161DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por ALICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por AL ICE GRECCHI, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por JOAO BELLINI JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720391/2009-07
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
IRPF. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE - - MAGISTRADOS DA BAHIA - ISENÇÃO. NECESSIDADE DE LEI FEDERAL.
Inexistindo lei federal reconhecendo a isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda, tendo em vista a competência da União para legislar sobre essa matéria.
IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV.
Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos a incidência de Imposto de Renda nos termos do art. 43 do CTN.
Recurso Especial do Procurador Provido
Numero da decisão: 9202-004.198
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos à turma a quo, para análise das demais questões postas no recurso voluntário, vencidos os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe negaram provimento.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201606
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 IRPF. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE - - MAGISTRADOS DA BAHIA - ISENÇÃO. NECESSIDADE DE LEI FEDERAL. Inexistindo lei federal reconhecendo a isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda, tendo em vista a competência da União para legislar sobre essa matéria. IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV. Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos a incidência de Imposto de Renda nos termos do art. 43 do CTN. Recurso Especial do Procurador Provido
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10580.720391/2009-07
anomes_publicacao_s : 201608
conteudo_id_s : 5618537
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Aug 12 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9202-004.198
nome_arquivo_s : Decisao_10580720391200907.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10580720391200907_5618537.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos à turma a quo, para análise das demais questões postas no recurso voluntário, vencidos os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe negaram provimento. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente (Assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra.
dt_sessao_tdt : Tue Jun 21 00:00:00 UTC 2016
id : 6462916
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:51:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048691880755200
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1647; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10580.720391/200907 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202004.198 – 2ª Turma Sessão de 21 de junho de 2016 Matéria IRPF RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado MARIA DE LOURDES PINHO MEDAUAR ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 IRPF. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE MAGISTRADOS DA BAHIA ISENÇÃO. NECESSIDADE DE LEI FEDERAL. Inexistindo lei federal reconhecendo a isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda, tendo em vista a competência da União para legislar sobre essa matéria. IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV. Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos a incidência de Imposto de Renda nos termos do art. 43 do CTN. Recurso Especial do Procurador Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 03 91 /2 00 9- 07 Fl. 238DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por voto de qualidade, em darlhe provimento, com retorno dos autos à turma a quo, para análise das demais questões postas no recurso voluntário, vencidos os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe negaram provimento. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra. Fl. 239DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720391/200907 Acórdão n.º 9202004.198 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de auto de infração relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por meio do qual se exige crédito tributário no valor de R$ 152.160,99, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal constantes no auto de infração, o crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurada classificação indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Os rendimentos foram recebidos do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia a título de “Valores Indenizatórios de URV”, em 36 (trinta e seis) parcelas no período de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, em decorrência da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003. Essas diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, e conseqüentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda. A autuada apresentou impugnação, tendo a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador/BA julgado o lançamento procedente em parte, mantendo o imposto no valor R$ 61.146,24, e exonerando o valor de R$ 11.442,74, juntamente com os acréscimos legais devidos. Apresentado Recurso Voluntário pela autuada, os autos foram encaminhados ao CARF para julgamento do mesmo. Em julgamento realizado em 09/02/2012 (Resolução 2101000.053) a Turma Julgadora entendeu por bem sobrestar o julgamento do recurso voluntário, por força do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 62A do Regimento Interno do CARF. Com a revogação dos dispositivos regimentais que determinavam o sobrestamento de recursos sempre que o STF tomasse a mesma providência em relação aos recursos extraordinários que versassem sobre a mesma matéria, o presente processo foi, então, distribuído para relato e julgamento. No Acórdão de Recurso Voluntário, o Colegiado, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso. Portanto, em sessão plenária de 14/08/2013, deuse provimento ao recurso, prolatandose o Acórdão nº 2102002.663, assim ementado: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Exercícios: 2005, 2006, 2007 RESOLUÇÃO STF Nº 245/2002. DIFERENÇAS DE URV CONSIDERADAS PARA A MAGISTRATURA DA UNIÃO E Fl. 240DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 4 PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COMO VERBAS ISENTAS DO IMPOSTO DE RENDA PELO PRETÓRIO EXCELSO. DIFERENÇAS DE URV PAGAS AOS MAGISTRADOS DA BAHIA. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003 pagou as diferenças de URV aos Membros da Magistratura local, as quais, no caso dos Membros do Ministério Público Federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003, endossado pelo Sr. Ministro da Fazenda. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas a mesmo título aos Membros da Magistratura da Bahia, na forma da Lei Estadual da Bahia nº 8.730/2003. Recurso Voluntário Provido.” O processo foi encaminhado, para ciência da Fazenda Nacional, em 30/10/2013 para cientificação em até 30 dias, nos termos da Portaria MF nº 527/2010. A Fazenda Nacional interpôs, tempestivamente, em 04/11/2013, o Recurso Especial. Em seu recurso visa restabelecer o lançamento em sua integralidade, reconhecendose a incidência do imposto de renda sobre a parcela recebida pela contribuinte. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho s/nº, de 03/02/2014. O recorrente traz como alegações, que: · a Segunda Turma da Primeira Câmara da Segunda Seção do CARF incorreu em grave equívoco ao atender o pleito do contribuinte, uma vez que tal medida implica em evidente ofensa ao art. 111 do CTN – que prevê que a concessão de isenção exige interpretação literal e ao art.150, §6º da CF que prevê a necessidade de lei específica para concessão de isenção. · que as diferenças reconhecidas através da Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20/2003 tinham, em sua origem, natureza eminentemente salarial, por se incorporarem à remuneração, uma vez que o abono pecuniário substitutivo do reajuste salarial, revela nítido aumento patrimonial, exsurgindo o fato gerador do imposto de renda e formando o montante atualizado da base de cálculo do Imposto de Renda. · que não pode prosperar o entendimento de que haveria isenção com base na Resolução do STF nº 245, de 2002 (que reconheceu a isenção do abono vinculado a diferenças de URV conferido aos magistrados federais), pois tal resolução não pode ser estendida às verbas pagas Fl. 241DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720391/200907 Acórdão n.º 9202004.198 CSRFT2 Fl. 4 5 aos membros da Magistratura Estadual, pois isto resultaria na concessão de isenção sem lei específica. · que, para a Magistratura Federal, há lei federal específica prevendo o abono e que, por entendimento já manifestado pelo Supremo Tribunal Federal, tal abono tem natureza indenizatória e assim detém o benefício da isenção. · que devese guardar obediência ao artigo 111 do Código Tributário Nacional, no sentido de que todo dispositivo legal que disponha sobre isenção, suspensão, exclusão de crédito tributário deve receber interpretação restritiva, e portanto, descabido, conferir às leis mencionadas alcance que não contêm. · que o acórdão recorrido incorre em evidente ofensa á lei tributária, especificamente no que diz respeito aos dispositivos indicados acima. Cientificado do Acórdão nº 2102002.663, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade admitindo o Resp da PGFN, em 11/06/2014, o contribuinte apresentou contrarrazões em 30/06/2014. Alega que, em virtude dos jogos da copa do mundo, o expediente da Receita Federal foi suspenso total ou parcialmente nos dias 12 (quintafeira – abertura da copa), 13 (sextafeira – jogo em Salvador), 16 (segundafeira – jogo em Salvador) e 17 (terçafeira – jogo do Brasil) de junho, e consoante Portaria MPOG 113/2014 e Decreto nº 24.887/2014/PMS, a contagem do prazo para apresentação de contrarrazões iniciase dia 18 de junho de 2014. Portanto, o contribuinte apresentou contrarrazões tempestivamente. Em suas contrarrazões, o contribuinte alega que: · tendo em mente o princípio da isonomia (art. 150, inciso II da CF) que deve reger todo o sistema legal brasileiro e a unicidade da magistratura, cai por terra o argumento da Procuradoria de que o acórdão recorrido estaria por estender os limites da não incidência tributária sem previsão de lei federal para tal, devendo ser preservada a decisão recorrida. · o princípio da isonomia vem sendo violado em casos como o presente auto pela Procuradoria, que limitase a promover ações judiciais apenas contra Magistrados e membros do Ministério Público do Estado da Bahia, deixando de lado os casos dos Magistrados Federais, que da mesma forma, receberam a multicitada indenização. · é público e notório o fato de que não houve tributação das indenizações pagas aos Membros da Magistratura e do Ministério Público da União a título de URV (nem mesmo qualquer ação fiscal nesse sentido), diante da edição, pelo próprio STF, da Resolução nº 245, de 12/12/2002, que autorizou o pagamento da verba da URV aos Magistrados da União como indenizatória e, portanto, não passível de incidência de imposto de renda, reconhecendo a recomposição do patrimônio afetado pela não concessão de direito creditório. Fl. 242DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 6 · o STJ, no julgamento do Resp nº 1.187.109, entendeu pela aplicabilidade da Resolução nº 245 do STF também aos magistrados estaduais, e que a Lei Complementar do Estado da Bahia nº 20/2003 determinou o pagamento das diferenças da URV, as quais, no caso dos membros do Ministério Público Federal, haviam sido excluídos da incidência do IRPF, pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com fulcro na resolução citada acima. · os efeitos do art. 2º da Lei Federal nº 10.477/2002 e da Lei Complementar Estadual nº 20/2003 são idênticos, no caso das diferenças da URV, beneficiando destinatários diversos, não podendo o imposto de renda incidir sobre diferenças de uma, sendo afastado de outra. É o relatório. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720391/200907 Acórdão n.º 9202004.198 CSRFT2 Fl. 5 7 Voto Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL Pressupostos de Admissibilidade O Recurso Especial interposto pelo Contribuinte é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, conforme despacho de Admissibilidade, a fls. 217/219. Assim, não havendo qualquer questionamento acerca do conhecimento e concordando com os termos do despacho proferido, passo a apreciar o mérito da questão. DO MÉRITO DELIMITAÇÃO DA LIDE Em face do RE e do conteúdo do acórdão recorrido, cingese a discussão ao caráter indenizatório dos rendimentos relativos aos pagamentos recebidos pelos membros do Magistratura da Bahia. A base do fundamento do acórdão recorrido encontrase na própria ementa do acórdão, fls. 195/204, assim descrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 RESOLUÇÃO STF Nº 245/2002. DIFERENÇAS DE URV CONSIDERADAS PARA A MAGISTRATURA DA UNIÃO E PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL COMO VERBAS ISENTAS DO IMPOSTO DE RENDA PELO PRETÓRIO EXCELSO. DIFERENÇAS DE URV PAGAS AOS MAGISTRADOS DA BAHIA. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003 pagou as diferenças de URV aos membros da magistratura local, as quais, no caso dos membros do ministério público federal, tinham sido excluídas da incidência do imposto de renda pela leitura combinada das Leis nº 10.477/2002 e nº 9.655/98, com supedâneo na Resolução STF nº 245/2002, conforme Parecer PGFN nº 923/2003, endossado pelo Sr. Ministro da Fazenda. Ora, se o Sr. Ministro da Fazenda interpretou as diferenças do art. 2º da Lei federal nº 10.477/2002 nos termos da Resolução STF nº 245/2002, excluindo da incidência do imposto de Fl. 244DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 8 renda, exemplificadamente, as verbas referentes às diferenças de URV, não parece juridicamente razoável sonegar tal interpretação às diferenças pagas a mesmo título aos membros da magistratura da Bahia, na forma da Lei Estadual da Bahia nº 8.730/2003. Recurso Voluntário Provido. COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR SOBRE IR Primeiramente, conforme descrito no acórdão a Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003., consignaria o caráter indenizatório dos rendimentos, todavia, entendo que a competência para legislar sobre imposto de renda é da União, conforme disposto no art. 153, IV, da CF/88. Dessa forma, fazse necessário realizar a análise da natureza jurídica dos valores recebidos, de forma a se determinar seu caráter indenizatório ou salarial. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: [...] III renda e proventos de qualquer natureza; [...[ § 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. § 2º O imposto previsto no inciso III: I será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; Neste ponto, convém diferenciar a natureza salarial que se subsume ao citado dispositivo face a configuração de nítido acréscimo patrimonial das verbas com natureza indenizatórias, cujo fundamento para exclusão configurase como a reparação por um dano sofrido, ou mesmo as verbas legalmente descritas como indenizatórias. Nessa linha de raciocínio, entendo que a referida lei estadual não buscou, por meio do pagamento das diferenças, a recomposição de um prejuízo, ou dano material sofrido pelo contribuinte, mas a compensação em razão da ausência da devida correção salarial decorrentes de alteração da moeda. Portanto, tais valores integram a remuneração percebida pelo sujeito passivo, constituindo parte integrante de seus vencimentos. Concluindo, em relação a este item, entendo incabível tomar como absoluta para exclusão da incidência do IR lei de outro ente da federação (no caso, o Estado da Bahia), face a competência instituída pelo texto constitucional. INCIDÊNCIA SOBRE VALORES DE DIFERENÇAS DE URV Quanto ao mérito, é sabido que as verbas recebidas a título de “Valores Indenizatórios de URV” advêm de diferenças salariais decorrentes da conversão da remuneração dos servidores beneficiados, quando da implantação do Plano Real. Em função disso, constatase que tais valores tem ligação direta com a remuneração, ou seja, se referem a remuneração (vencimentos) não percebidos anteriormente e acabam por importar diferenças ao longo dos anos subseqüentes. Fl. 245DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720391/200907 Acórdão n.º 9202004.198 CSRFT2 Fl. 6 9 Nesse sentido, podemos concluir que o objetivo de ações judiciais sob esse fundamento ou mesmo da Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003, da Bahia (que apenas reconheceu esse direito) foi simplesmente pagar ao recorrente aquilo que antes deixou de ser pago, ou seja, diferença de salários. Considerando o nítido caráter salarial diferenças pagas a posteriori, penso que a verba trazida à discussão encontrase sujeita à incidência do IR, conforme dispõe o art. 43 do CTN: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Nesse sentido, estáse diante de acréscimo patrimonial tributável pelo Imposto de Renda, entendimento que fora inclusive salientado pelo acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA). Frente as considerações acima, também afasto os fundamentos adotados pelo julgador da turma a quo para definir a natureza das diferenças de URV. Segundo o acórdão recorrido a verba recebida pelos servidores estaduais possui a mesma natureza daquela percebida pelos seus pares da União e, portanto, não se poderia dispensar tratamento diferenciado àqueles que se encontram em mesma situação. Entendo, que não há como igualar as situações dos membros do Ministério Público Federal e Magistratura Federal com os pertencentes aos quadros do Estado da Bahia, haja vista inexistir lei federal determinando o mesmo tratamento tributário, pois a norma que concede isenção deve ser interpretada sempre literalmente, conforme inciso II do art. 111 do CTN. Com efeito, o Código Tributário Nacional veda o emprego da analogia ou de interpretações extensivas para alcançar sujeitos passivos em situação semelhantes. Pensar diferente implicaria concessão de isenção sem lei federal própria, o que ofenderia o § 6º do art. 150 da CF e o art. 176 do CTN. Dessa forma, ao contrário do exposto pelo julgador a quo entendo que ao adotar mesmo tratamento tributário, alterando a natureza dos pagamentos, estaria sim, me valendo da analogia para definir fato gerador e base de cálculo de imposto sob a competência da União. A Resolução do Supremo Tribunal Federal (STF) nº 245/2002 conferiu natureza jurídica indenizatória ao abono variável apenas aos Magistrados do Poder Judiciário Federal e, posteriormente, aos membros do Ministério Público da União (Lei nº 9.655/1998 e Lei nº 10.474/2002). No mesmo sentido, a PGFN, por meio do Parecer PGFN/Nº 529/2003, aprovado pelo Ministro da Fazenda, reconheceu a natureza indenizatória do abono apenas para Fl. 246DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 10 a Magistratura Federal e MP Federal, respeitando a interpretação do STF, contudo, tal verba não pode ser confundida com as diferenças decorrentes de URV, ora sob análise. Por fim, cumpre salientar que a dita resolução dispôs acerca da forma de cálculo do abono salarial variável e provisório de que trata o art. 2º e parágrafos da Lei n.º 10.474/2002, considerandoo como de natureza indenizatória. Neste sentido, o inciso I do art. 1º trouxe a forma de cálculo deste abono: “I apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002, da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº 235, de 2002), acrescidos das vantagens pessoais, e a remuneração mensal efetivamente percebida pelo Magistrado, a qualquer título, o que inclui, exemplificativamente, as verbas referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%)”. A própria redação da Resolução excluiu do valor integrante do abono as verbas referentes à diferença de URV, de onde se interpreta que esta não tem natureza indenizatória, mas de recomposição salarial. Tal tema inclusive já foi enfrentado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, tendo este reconhecido as diferenças entre o abono salarial tratado pela norma e a diferença da URV, conforme se verifica de voto da Ministra Eliana Calmon: “Na jurisprudência desta Casa, colho os seguintes precedentes, que sempre distinguiram as hipóteses de percepção das diferenças remuneratórias da URV do abono identificado na Resolução 245/STF: (...)” (STJ, Recurso Especial n.º 1.187.109/MA, Segunda Turma, Ministra Relatora Eliana Calmon, julgado em 17/08/2010) E tal também foi o entendimento do Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em decisão monocrática proferida nos autos do Recurso Extraordinário n.º 471.115, do qual se colaciona o seguinte excerto: “Os valores assim recebidos pelo recorrido decorrem de compensação pela falta de oportuna correção no valor nominal do salário, quando da implantação da URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos. As parcelas representativas do montante que deixou de ser pago, no momento oportuno, são dotadas dessa mesma natureza jurídica e, assim, incide imposto de renda quando de seu recebimento. No que concerne à Resolução no. 245/02, deste Supremo Tribunal Federal, utilizada na fundamentação do acórdão recorrido, temse que suas normas a tanto não se aplicam, para o fim pretendido pelo recorrido (...)” (STF, Recurso Extraordinário n.º 471.115, Ministro Relator Dias Toffoli, julgado em 03/02/2010) Concluise, portanto, pelo caráter salarial dos valores recebidos acumuladamente pelo Recorrente, razão pela qual deverão compor a base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Fl. 247DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720391/200907 Acórdão n.º 9202004.198 CSRFT2 Fl. 7 11 Pessoa Física, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional. Pelos fundamentos expostos, entendo que a verba em exame deve ser tributada. Quanto ao caráter salarial das verbas pagas a título de URV, já se pronunciou este conselho em outras ocasiões acerca do tema, ao qual cito julgados que corroboram com o encaminhamento aqui formulado: ACÓRDÃO 9202003.659 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores indenizatórios de URV, em virtude de sua natureza remuneratória. Recurso especial provido. ACÓRDÃO 9202.003.585 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores indenizatórios de URV, em virtude de sua natureza remuneratória. Precedentes do STF e do STJ. Recurso especial provido. ACÓRDÃO 2201002.491 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 PAF. NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INOCORRÊNCIA. Fl. 248DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 12 O julgador administrativo não está obrigado a rebater todas as questões levantadas pela parte, mormente quando os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO. INCOMPETÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 2. Falece competência a este órgão julgador para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. RESPONSABILIDADE. SÚMULA CARF Nº 12. “Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção”. IRRF. COMPETÊNCIA. A repartição do produto da arrecadação entre os entes federados não altera a competência tributária da União para instituir, arrecadar e fiscalizar o Imposto sobre a Renda. IMPOSTO DE RENDA. DIFERENÇAS SALARIAIS. URV. Os valores recebidos por servidores públicos a título de diferenças ocorridas na conversão de sua remuneração, quando da implantação do Plano Real, são de natureza salarial, razão pela qual estão sujeitos aos descontos de Imposto de Renda. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE LEI. Inexistindo lei federal reconhecendo a isenção, incabível a exclusão dos rendimentos da base de cálculo do Imposto de Renda. IRPF. PARCELAS ATRASADAS RECEBIDAS ACUMULADAMENTE. TABELA MENSAL. APLICAÇÃO DO ART. 62A DO RICARF. O imposto de renda incidente sobre os rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente deve ser calculado com base nas tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, conforme dispõe o Recurso Especial nº 1.118.429/SP, julgado na forma do art. 543C do CPC. Aplicação do art. 62A do RICARF (Portaria MF nº 256/2009). IRPF. MULTA. EXCLUSÃO. SÚMULA CARF Nº 73. Fl. 249DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.720391/200907 Acórdão n.º 9202004.198 CSRFT2 Fl. 8 13 “Erro no preenchimento da declaração de ajuste do imposto de renda, causado por informações erradas, prestadas pela fonte pagadora, não autoriza o lançamento de multa de ofício”. IRPF. JUROS DE MORA SOBRE VERBAS TRIBUTADAS. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. No julgamento do REsp 1.227.133/RS, sob o rito do art. 543C do CPC, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que apenas os juros de mora pagos em virtude de decisão judicial proferida em ação de natureza trabalhista, por se tratar de verba indenizatória paga na forma da lei, são isentos do imposto de renda, por força do inciso V do art. 6º da Lei n° 7.713/1988. Frente as questões colocadas acima, entendo que as verbas recebidas a título de “Valores Indenizatórios de URV" consistem em diferenças salariais sujeitas a incidência de IR, sendo incabível acatar a argumentação de que a natureza salarial da referida verba seja alterada por legislação estadual, qual seja, a Lei Estadual da Bahia nº 8.730, de 08 de setembro de 2003, ou mesmo que Resolução nº 245 do STF lastreada em Lei federal com destinação específica possa ser aplicada por analogia a outros casos que não os expressamente nela descritos. QUANTO A NECESSIDADE DE PRÉVIA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI ESTADUAL Quanto a argumentação de que necessário, antes de efetivar ao lançamento, ter declarada a inconstitucionalidade da lei Estadual, entendo não ser esse o melhor entendimento aplicável. Conforme acima esclarecido a competência para legislar sobre IR recai sobre a União, não podendo ser alterada a natureza jurídica da verba para efeitos de definição do fato gerador. Contudo, não pode o agente fiscal entender ou mesmo questionar a constitucionalidade de lei Estadual, cujo ente Estadual possui competência para definir não apenas a natureza jurídica da verba, como a incidências sobre os tributos cuja competência para legislar esteja sob sua égide. Por exemplo, a definição da natureza jurídica para efeitos de definição da natureza tributos de´contribuição previdenciária para regime próprio de previdência. Assim, ao fisco Federal compete apreciar se a verba recebida pelos Magistrados da Bahia, encontrase abarcada como fato gerador de IR, utilizandose dos fundamentos dessa legislação para apuração do fato gerador, da natureza jurídica do pagamento e da base de cálculo e montante do tributos apuráveis. Dessa forma, afasto a argumentação, de que necessário primeiramente declarar a constitucionalidade da legislação estadual. Quanto a incompetência do CARF para afastar lei sob o fundamento de inconstitucionalidade, entendo não ser essa a questão aplicável ao caso concreto. Realmente nos termos do art. 62 do CARF: "é vedado aos membros das turmas de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob o fundamento de inconstitucionalidade", todavia, a competência básica dos membros desse colegiado é identificar se o lançamento se amolda as exigências legais e se os argumentos apontados pelo recorrente seriam suficientes para a desconstituição do lançamento. Bem, conforme foi apreciado acima, entendo correto o procedimento adotado pela autoridade fiscal ao lançar as contribuições, posto que os valores recebidos, pela análise da Fl. 250DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 14 legislação aplicável ao caso concreto, quais sejam, CF/88, CTN e legislação do IR incorreto considerar os rendimentos como isentos ou não tributáveis. Assim, esse julgador em momento algum descumpri ou fere dispositivo regimental, pelo contrário, entendo que ao acatar os argumentos do recorrente pela aplicabilidade da legislação estadual e resolução 245/STF, aí sim, estaria afastando dispositivo legal. Quanto as demais questões trazidas em sede de contrarrazões deixou de apreciálas, considerando a existência de outros argumentos trazidos ainda em sede de recurso voluntário, mas não apreciados pela turma a quo frente ao encaminhamento do relator de no mérito dar provimento ao recurso. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional, para no mérito DARLHE PROVIMENTO, determinando o retorno dos autos à turma a quo, para analisar as demais questões trazidas no recurso voluntário do contribuinte. É como voto. (Assinado digitalmente) Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira. Fl. 251DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 10/08/2016 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 10/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0