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Numero do processo: 11442.000206/2010-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004
PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE VAREJISTA. INDEFERIMENTO.
No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, portanto, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente.
Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep e para a COFINS incidente sobre a venda de automóveis para o comerciante varejista.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-002.425
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O conselheiro Andrada Canuto Natal votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE VAREJISTA. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez, portanto, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep e para a COFINS incidente sobre a venda de automóveis para o comerciante varejista. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O conselheiro Andrada Canuto Natal votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 44 2. 00 02 06 /2 01 0- 37 Fl. 148DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl. Fl. 149DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 4 3 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento Eletrônico, por meio do qual a interessada requer o ressarcimento de créditos que julga possuir, oriundo de créditos da COFINS NãoCumulativa. A interessada não transmitiu Declarações de Compensação vinculadas ao Pedido de Ressarcimento acima citado. Intimada a apresentar documentos e informações a contribuinte informou que os supostos créditos pleiteados no PER foram motivados pela comercialização de veículos automotores classificados na Tabela TIPI nas classificações fiscais 87032100, 87043190, 87042190, 8704219001 e 8703231001, pleiteando seus créditos com base no artigo 17 da Lei n° 11.033, de 21 de dezembro de 2004. Indeferido o pedido apresentou Manifestação de Inconformidade solicitando a reforma do Despacho Decisório, com uma rica argumentação onde discorre sobre dois marcos normativos importantes que não teriam sido observados: o art. 17 da Lei 11.033, de 2004 que lhe daria o direito de se creditar da Cofins e do PIS incidente sobre a fase anterior em regime de substituição tributária; e o art. 42 da Lei 11.727, de 2008, que revogou a sistemática de não cumulatividade ainda mantida pelas leis 10.833, de 2003 e 10.637, de 2002 para alguns casos específicos previstos no inciso IV do § 3º do art. 1º e a alínea a do inciso VII do art. 8º das referidas leis, respectivamente para a Cofins e o PIS, o que teria eliminado qualquer discussão sobre as normas de não cumulatividade que, por princípio, devem permitir o crédito sobre as contribuições que incidiram na fase anterior da cadeia produtiva. A DRJ de Ribeirão Preto/SP julgou improcedente o pedido da contribuinte sendo o acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. VENDAS EFETUADAS COM ALÍQUOTA ZERO. MANUTENÇÃO DO CRÉDITO. COMERCIANTES ATACADISTAS E VAREJISTAS DE AUTOMÓVEIS E PEÇAS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO DE CRÉDITO. Em razão da técnica legalmente implementada de tributação concentrada nos fabricantes e importadores de automóveis e peças, as receitas auferidas pelos comerciantes atacadistas e varejistas com a venda desses produtos são submetidas à alíquota zero de PIS e Cofins, sendo expressamente vedado o aproveitamento de créditos em relação às aquisições desses bens. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 150DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 5 4 Inconformada apresenta a recorrente o presente recurso voluntário apontando as mesmas razões apontadas na Manifestação de Inconformidade. É o que importa relatar. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. A Recorrente pleiteou o ressarcimento dos valores atualizados da COFINS incidente sobre aquisição de veículos automotores classificados na Tabela TIPI nas posições 87032100, 87043190, 87042190, 8704219001 e 8703231001. No âmbito do PIS e da COFINS, os veículos automotores, bem como as autopeças mencionadas nos anexos I e II da lei n.° 10.485/2002, estão sujeitos ao regime de tributação monofásica desde o advento desse diploma legal, cujos artigos. 1º e 3º, após as alterações introduzidas pela lei n.º 10.865/2004, trazem a seguinte redação: Art. 1º. As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto n.º 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. (...) Art. 3º As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), respectivamente, nas vendas para fabricante: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) a) de veículos e máquinas relacionados no art. 1º desta Lei; ou (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) b) de autopeças constantes dos Anexos I e II desta Lei, quando destinadas à fabricação de produtos neles relacionados; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 152DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 7 6 II 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento) e 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), respectivamente, nas vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) § 1º Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtos discriminados nesta Lei, inclusive em decorrência de modificações na codificação da TIPI. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 10.865, de 2004) § 2º Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata:(Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) I o caput deste artigo; e II – o caput do art. 1º desta Lei, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001. O sistema de incidência monofásica consiste na concentração de tributação das contribuições do PIS e da COFINS no início da cadeia produtiva, isto é, ocorre a incidência de alíquotas mais elevadas nas etapas de produção e importação, desonerandose as fases seguintes da comercialização, mediante atribuição de alíquota zero. Vale dizer, o fato gerador ocorre uma única vez nas vendas realizadas pelos fabricantes/importadores, não havendo mais incidência dessas contribuições nas vendas realizadas nas etapas seguintes da cadeia econômica. A concentração funciona, assim, como uma antecipação da cobrança do tributo que normalmente seria cobrado nas operações subseqüentes à cadeia inicial. Essa sistemática foi instituída nos termos dos artigos acima apontados que estabeleceu o regime de incidência monofásica, na origem, ou seja, nos fabricantes e importadores, em conformidade com o previsto no art. 149, § 4º, da CF/1988, assim expresso: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (...) § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. Na incidência monofásica os fabricantes e importadores passaram a efetuar o recolhimento das citadas Contribuições somente na condição de contribuinte (de fato e direito), deixando de ser contribuintes substitutos dos demais intervenientes nas etapas de comercialização seguintes (as distribuidoras e os varejistas). Fl. 153DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 8 7 Em decorrência da nova modalidade de incidência, as receitas dos varejistas provenientes das vendas desses produtos ficaram excluídas do pagamento das referidas Contribuições, com base no regime da alíquota zero, conforme § 2º do artigo 3º, supra citado. Não é demais ressaltar que, a partir da nova forma de incidência a tributação dos fabricantes e varejistas passaram a ser realizadas de forma autônoma. Em decorrência, o que for recolhido pelo fabricante não mais significa antecipação do que seria devido nas etapas subseqüentes. Logo, a incidência das mencionadas contribuições sobre os fabricantes ou importadores, assim como os pagamentos por eles realizados são considerados definitivos, independentemente de qual seja o desfecho que venham ter os fatos geradores posteriores à aquisição dos produtos para revenda. Nesse sentido, é pertinente trazer à colação o entendimento dos renomados Professores Sacha Calmon Navarro Coêlho e Misabel Abreu Machado Derzi, externados no excerto extraído da Revista Dialética de Direito Tributário n.º 86, página 113, a seguir transcrito: “... cabe agora dizer que no caso em exame não temos substituição tributária e tampouco nãoincidência (imunidade, isenção ou alíquota zero), mas uma categoria jurídica diferente, a da tributação monofásica”. (grifos do original) Logo, a eficácia das modificações introduzidas pela MP n.º 1.99115, de 2000, no que tange à nova redação do art. 4º da Lei n.º 9.718, de 1998, conforme determinado no seu art. 46, II, verificouse, como já mencionado, desde 01/07/2000, não mais existindo, a partir daí, o regime de substituição tributária. Ressaltese, ainda, que o referido dispositivo constou em todas as reedições posteriores da citada MP, sendo repetido na atual MP n.º 2.158 35, de 24 de agosto de 2001 (art. 92, II), que em face do disposto no art. 2º da EC n.º 32/2001, não carece de reedição. Assim, a MP n.º 1.99115, de 2000, extinguiu o citado regime de substituição tributária aplicável às duas Contribuições, determinando a tributação em uma única fase (monofásica). Por sua vez, a MP 1.99118, de 2000, a Lei n.º 9.990, de 1990 e a Lei n.º 10.865, de 2004, sem alterar o regime jurídico de incidência monofásica, modificaram apenas as alíquotas aplicáveis as operações em análise. Nesse sentido, no regime monofásico de incidência não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez. No presente Recurso, sustentou a interessada que, a despeito da alíquota zero aplicável às operações de venda de veículos, ela teria direito ao crédito relativo às aquisições dos referidos produtos junto ao fabricante, conforme expressamente reconhecido no artigo 17 da Lei n.º 11.033, de 2004. Não assiste razão a Recorrente. O citado preceito legal, não comporta tal conclusão, conforme observase de sua redação, in verbis: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 9 8 Da leitura do transcrito comando legal, resta indubitável que ele se aplica, exclusivamente, a manutenção de créditos, calculados sobre custos, encargos e despesas que tenham antes sofrido a tributação das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, segundo sistemática da nãocumulatividade, ou seja, quando a cadeia de incidência não é a em exame. Além disso, por força do artigo 3º, inciso I, alínea “b”, da Lei n.º 10.637, de 2002 é expressamente vedado descontar créditos calculados em relação aquisições de veículos objetos da presente discussão. Assim, ao se referir à “manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados” às operações de vendas com isenção, alíquota zero ou nãoincidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, o dispositivo em análise, na verdade, está se referindo aos créditos relativos aos custos, encargos e despesas legalmente autorizados a gerar créditos das ditas Contribuições, no âmbito do regime de incidência nãocumulativa, sem contudo alterar a força normativa do inciso alínea “b” do I do art. 3º da Lei n.º 10.637, de 2002, e da Lei n.º 10.833, de 2003, que, de forma expressa, veda a utilização de crédito relativo às aquisições dos produtos revendidos, cuja receita está sujeita aos regimes especiais de tributação, especificamente, o de incidência monofásica em apreço. Ademais, tendo em conta a natureza específica de cada uma das formas de incidência — e não regime de tributação — das citadas Contribuições anteriormente abordadas, não vislumbro qualquer incompatibilidade entre o disposto na alínea “b” do inciso I do art. 3º das Leis n.ºs 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, e o estabelecido no art. 17 da Lei 11.033, de 2004. Na verdade, ambos os preceitos legais tratam de sistemáticas distintas de incidência, não podendo o regramento de uma ser invocado para fins de apuração e cobrança por meio de outra sistemática, sem que haja grave distorção nos regimes de apuração e cobrança das referidas Contribuições. Em consideração ao caso tomo a liberdade de apontar a expressão do parágrafo oito da exposição de motivos da MP 66/2002, convertida na Lei n.º 10.637/2002, a saber (os destaques são nossos): 8. Sem prejuízo de convivência harmoniosa com a incidência não cumulativa do PIS/Pasep, foram excluídos do modelo, em vista de suas especificidades, as cooperativas, as empresas optantes pelo Simples ou pelo regime de tributação do lucro presumido, as instituições financeiras e os contribuintes tributados em regime monofásico ou de substituição tributária. Esse foi o cuidado tomado pela Lei, explicitar que os regimes são distintos e não intersectáveis e na condição de Conselheiro, ao qual a discussão da óbvia inconstitucionalidade, não é permitida. Até tenho me posicionado que quando a empresa opera com produtos do sistema monofásico e no regime da nãocumulatividade, poderá descontar créditos quanto às máquinas e veículos utilizados como insumo na fabricação ou prestação de serviços, mas não como se pretende no presente caso, porque para a revenda esse aproveitamento é expressamente vedado. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 10 9 Assim, os comerciantes distribuidores, atacadistas e varejistas que comercializam mercadorias sujeitas ao regime de incidência monofásica — mecanismo de incidência monofásica, forma de incidência monofásica ou qualquer sinonímia que se queira dar à essa forma de incidir —, mesmo que submetidos ao regime nãocumulativo, são proibidos de descontar créditos em relação à aquisição de tais produtos quando adquiridos para revenda. Essa restrição é específica aos produtos sujeitos à incidência monofásica adquiridos para revenda, portanto, a aquisição de produtos submetidos à incidência monofásica para serem utilizados em processos de industrialização ou prestação de serviços (insumos), não estão abrangidos pela restrição. A título de exemplo, suponhamos que uma fábrica de automóveis adquira filtros de combustíveis, sujeitas à incidência monofásica, para serem empregadas na fabricação daquele produto. Nesta hipótese, a empresa poderá descontar créditos normalmente, sendo que as alíquotas aplicáveis no cálculo dos créditos serão de 1,65% para o PIS/Pasep e 7,60% para a Cofins, ou seja, não serão aplicadas as alíquotas diferenciadas. É verdade que a Presidência da República vem tentando, sistematicamente, restringir através de Medidas Provisórias (MP's), a apropriação dos créditos sobre os custos, despesas e encargos relacionados à venda dos produtos sujeitos ao regime monofásico, todavia, essa tentativa de restrição não perdurou nas respectivas conversões em Lei. Assim, podemos concluir que é admitido aos atacadistas e varejistas o desconto de créditos em relação aos demais custos, despesas e encargos relacionados à venda dos produtos sujeitos ao regime monofásico das contribuições, ou seja, a restrição abrange apenas a aquisição dos produtos adquiridos para revenda e não os utilizados como insumo. O referido artigo 17 foi antes da conversão da Lei expresso no artigo16 da MP 206/2004, cuja justificativa na exposição de motivos é simplória expressando que “as disposições do art. 16 visam esclarecer dúvidas relativas à interpretação da legislação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS”, no meu exame, serviu para informar que o crédito das contribuições relativos aos custos, encargos e despesas legalmente autorizados a gerar créditos devem permanecer e que a restrição é com relação aos produtos destinados à revenda. No mais, se serve para esclarecer dúvidas, não serve para inovar, garantindo um direito novo, diferente do ante existente. Cabe destacar ainda que existe uma diferença marcante entre a previsão de alíquota zero apontada no artigo 17 da Lei n.º 11.033, de 2004, e aquela outra estabelecida no inciso I do artigo 50 da Lei n.º 10.833, de 2003. A primeira visa exonerar determinadas receita de venda da cobrança das citadas Contribuições, ao passo que a segunda tem por objetivo a implementação da técnica de apuração e cobrança de forma concentrada ou monofásica. No caso em tela, caso fosse acatado o entendimento esposado pela Recorrente, o que se admite apenas para fins argumentativos, teria direito ao crédito tanto o comerciante atacadista, quando houver, como, por ex., no caso de distribuidoras de combustíveis, quanto o varejista. Em decorrência, com a fruição dos créditos por ambos os contribuintes, chegarse ia ao absurdo de a Fazenda Nacional recolher um valor para em seguida devolvêlo em dobro. Ante o exposto, fica demonstrado que, seja pelo prisma estritamente jurídico, seja pelo lado racional que norteia a técnica da tributação concentrada, as receitas dos comerciantes atacadistas e varejistas decorrentes das vendas de automóveis estão sujeitas à Fl. 156DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000206/201037 Acórdão n.º 3301002.425 S3C3T1 Fl. 11 10 alíquota zero das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, sendo expressamente vedado, de outra parte, o aproveitamento dos créditos atinentes às aquisições desses bens dos fabricantes e importadores, únicos responsáveis pela apuração e recolhimento das ditas Contribuições incidentes em toda a cadeia de venda. Tenho, por fim, que explicitar que o que existe é um mecanismo de incidência monofásica no qual alguns produtos se submetem à opção do legislador e o regime da nãocumulatividade que permite a apuração de créditos dentro dos limites também delimitados pelo legislador pátrio, estando os produtos sujeitos à incidência monofásica, quando adquiridos para revenda, fora dos permitidos para a apuração dos créditos. Assim, para esses, não há que se cogitar nem de débito nem de crédito das referidas Contribuições, por expressa determinação legal. Nesse sentido, voto por negar provimento ao presente Recurso Voluntário. Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 157DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 16561.000204/2007-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. TRATADOS INTERNACIONAIS. DUPLA TRIBUTAÇÃO. CONVENÇÃO BRASIL-ARGENTINA PARA EVITAR DUPLA TRIBUTAÇÃO. SEDE ANTERIOR NO URUGUAI.
Os resultados apurados e considerados disponibilizados enquanto a empresa mantinha sede no Uruguai não são afetados por acordo internacional firmado entre Brasil e Argentina.
TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS. LUCRO AUFERIDO POR CONTROLADA OU COLIGADA NO EXTERIOR. DISPONIBILIZAÇÃO.
Os lucros auferidos por pessoa jurídica controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados. Os lucros apurados até 31 de dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor.
DECADÊNCIA. ALTERAÇÃO DO SALDO DE PREJUÍZO FISCAL. GLOSA NO APROVEITAMENTO DE CONTROLADA NO EXTERIOR.
A contagem do prazo legal de decadência para que o fisco altere o valor do saldo de prejuízo fiscal deve ter início no período em que o prejuízo fiscal foi apurado e não o período em que o prejuízo fiscal foi aproveitado na compensação com lucro líquido.
COMPROVAÇÃO DO SALDO DE PREJUÍZO FISCAL DE CONTROLADA NO EXTERIOR. DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA.
O Fisco não poderia revisar valores constantes de balanço de empresa controlada estrangeira, que foram elaborados de acordo com as leis daquele País, sob o argumento de que os documentos apresentados pela controladora no Brasil não comprovavam o prejuízo apontado no balanço. Além disso, o legislador não exige qualquer documentação comprobatória além das demonstrações financeiras de filiais, sucursais, controladas e coligadas no exterior.
RESERVA LEGAL NO BALANÇO DE EMPRESA CONTROLADA NO EXTERIOR. MANUTENÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DA CONSTITUIÇÃO DA RESERVA.
O valor da reserva legal não deve ser excluído dos lucros da filial de sociedade estrangeira estabelecida no Brasil que podem ser considerados automaticamente disponibilizados à sua matriz no exterior, se ela não comprovou a obrigatoriedade da constituição da reserva.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. A tributação reflexa segue a mesma linha decisória quanto ao decidido no IRPJ.
Recurso voluntário provido parcialmente.
Numero da decisão: 1402-001.833
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito à compensação do saldo de prejuízos fiscais acumulados registrados na escrituração da empresa Hohneck. Os Conselheiros Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva e Leonardo de Andrade Couto acompanharam pelas conclusões. (assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto Presidente
(assinado digitalmente)
Carlos Pelá - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Paulo Roberto Cortez e Carlos Pelá.
Nome do relator: CARLOS PELA
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LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. TRATADOS INTERNACIONAIS. DUPLA TRIBUTAÇÃO. CONVENÇÃO BRASILARGENTINA PARA EVITAR DUPLA TRIBUTAÇÃO. SEDE ANTERIOR NO URUGUAI. Os resultados apurados e considerados disponibilizados enquanto a empresa mantinha sede no Uruguai não são afetados por acordo internacional firmado entre Brasil e Argentina. TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS. LUCRO AUFERIDO POR CONTROLADA OU COLIGADA NO EXTERIOR. DISPONIBILIZAÇÃO. Os lucros auferidos por pessoa jurídica controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados. Os lucros apurados até 31 de dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor. DECADÊNCIA. ALTERAÇÃO DO SALDO DE PREJUÍZO FISCAL. GLOSA NO APROVEITAMENTO DE CONTROLADA NO EXTERIOR. A contagem do prazo legal de decadência para que o fisco altere o valor do saldo de prejuízo fiscal deve ter início no período em que o prejuízo fiscal foi apurado e não o período em que o prejuízo fiscal foi aproveitado na compensação com lucro líquido. COMPROVAÇÃO DO SALDO DE PREJUÍZO FISCAL DE CONTROLADA NO EXTERIOR. DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA. O Fisco não poderia revisar valores constantes de balanço de empresa controlada estrangeira, que foram elaborados de acordo com as leis daquele País, sob o argumento de que os documentos apresentados pela controladora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 00 02 04 /2 00 7- 18 Fl. 836DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 3 2 no Brasil não comprovavam o prejuízo apontado no balanço. Além disso, o legislador não exige qualquer documentação comprobatória além das demonstrações financeiras de filiais, sucursais, controladas e coligadas no exterior. RESERVA LEGAL NO BALANÇO DE EMPRESA CONTROLADA NO EXTERIOR. MANUTENÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA OBRIGATORIEDADE DA CONSTITUIÇÃO DA RESERVA. O valor da reserva legal não deve ser excluído dos lucros da filial de sociedade estrangeira estabelecida no Brasil que podem ser considerados automaticamente disponibilizados à sua matriz no exterior, se ela não comprovou a obrigatoriedade da constituição da reserva. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. A tributação reflexa segue a mesma linha decisória quanto ao decidido no IRPJ. Recurso voluntário provido parcialmente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito à compensação do saldo de prejuízos fiscais acumulados registrados na escrituração da empresa Hohneck. Os Conselheiros Carlos Mozart Barreto Vianna, Moises Giacomelli Nunes da Silva e Leonardo de Andrade Couto acompanharam pelas conclusões. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto – Presidente (assinado digitalmente) Carlos Pelá Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Carlos Mozart Barreto Vianna, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Paulo Roberto Cortez e Carlos Pelá. Relatório Fl. 837DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 4 3 DO LANÇAMENTO Tratamse de autos de infração de IRPJ e de CSLL (fls. 181/192), cumulados de juros e multa de ofício, relativos ao anocalendário de 2002, com ciência em 21/12/2007, lavrados contra a COMPANHIA DE BEBIDAS DAS AMÉRICAS – AMBEV, na condição de responsável por incorporação da empresa COMPANHIA BRASILEIRA DE BEBIDAS – CBB, em razão da falta de adição ao lucro líquido de lucros auferidos no exterior por sua controlada, pelos quais foi determinada a realização de ajuste no valor do prejuízo fiscal e base de cálculo negativa da CSLL do ano de 2002. DA INFRAÇÃO APURADA Detalhando as infrações apuradas, contanos o Termo de Verificação Fiscal (fls. 193/204) que: Em 02/09/1999, a AMBEV adquiriu 100% das ações da empresa Hohneck S/A, situada no Uruguai, cujo capital social era de R$ 10.000,00. Em maio de 2002, a SKOL adquiriu ações da AMBEV, pelo valor de R$ 9.999,99, efetuou uma integralização de capital no valor de R$ 40.000,00 e fez um AFAC no valor de R$ 575.285.996,93. A partir dessa operação a SKOL passou a deter 99,9991% da participação acionária da Hohneck S/A e a AMBEV 0,0009%. Em julho de 2002, a Companhia Brasileira de Bebidas –CBB adquiriu ações da SKOL, no valor de R$ 25.345,47 e efetuou um AFAC de R$ 591.444.812,28. A participação acionária na Hohneck passou a ser a seguinte: SKOL 49,3082%; CBB 50,6909% e AMBEV 0,00001%. No mesmo mês a Hohneck efetuou empréstimo à Julua Spain S.L, sediada nas Ilhas Canárias, Espanha. Esse mútuo resultou uma receita financeira (variação cambial ativa) no montante de R$ 584.660.425,90. Os balanços da Hohneck foram, desde sua aquisição por parte da AMBEV, efetuados em reais, até 18/11/2002. A partir dessa data os balanços foram feitos em Pesos Uruguaios tendo em vista que a empresa foi transformada em SAFI (Sociedad Financiera de Inversión). Em 23/12/2002, a Hohneck foi transferida do Uruguai para a Argentina. Em 31/05/2005, a empresa CBB é incorporada pela AMBEV. Relata a autoridade fiscal autuante que, segundo balancete e balanço apresentados pela Contribuinte, a Hohneck apurou prejuízo fiscal nos anos de 1999, 2000 e 2001 e lucro no ano de 2002. Entretanto, por não ter sido apresentada a documentação que lastreou os registros contábeis, a fiscalização desconsiderou os prejuízos apurados nos anos de 1999, 2000 e 2001, observando ainda que alguns lançamentos contabilizados seriam “inverossímeis” ou “sem nenhum fundamento na contabilidade brasileira”. A autoridade fiscal constatou, ainda, que não houve pagamento de “imposto sobre o patrimônio”, no Uruguai, assim como também não houve disponibilização de lucros no exterior por parte da AMBEV. Fl. 838DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 5 4 Concluiu então que, a alienação pela AMBEV de 99,9991% das ações da Hohneck para a SKOL configurou a hipótese prevista nos artigos 25 da Lei nº. 9.249/95 e 1º da Lei nº. 9.532/97, implicando na disponibilização de lucro no montante de R$ 7.743.131,85 (item 2.5 do TVF), valor esse lançado pela Fiscalização e objeto do processo administrativo 16561.000197/200746. Outrossim, considerando que no anocalendário de 2002 a Hohneck teve um lucro de R$ 363.026.564,70, atribuiu à AMBEV o valor tributável de R$ 3.267,24, referente à sua participação acionária de 0,0009%, em razão da disponibilização desse lucro no final do exercício (art. 74 da MP 2.15835/01) (item 2.7 do TVF), valor esse que também é objeto de cobrança nos autos do processo administrativo 16561.000197/200746. Foi também lavrado em face da autuada (AMBEV), na condição de sucessora da CBB (incorporação ocorrida em maio de 2005), auto de infração referente a disponibilização do lucro auferido no exterior ao final do período (art. 74 da MP 2.15835/01), cujo valor tributável apurado foi de R$ 24.973.219,44, referente à participação acionária da CBB na Hohneck, de 50,6909% (item 2.6 do TVF), cobrança que integra o presente processo administrativo. De se ressaltar que, o processo administrativo 16561.000197/200746 foi julgado pela 2ª Turma Ordinária da 1ª Câmara desta 1ª Seção de julgamento do CARF em 08/08/2012, quando os membros do colegiado decidiram, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário da Contribuinte (Acórdão 110200.785, Relator Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé). Atualmente, os autos do processo administrativo 16561.000197/200746 encontramse aguardando julgamento de Recurso Especial interposto pela Contribuinte. Note se, contudo, que permanecem em discussão naqueles autos apenas os valores lançados relacionados à suposta disponibilização ocorrida com a “alienação” de investimento no exterior, uma vez que a Contribuinte manifestou desistência do recurso na parte que discutia os valores lançados referentes a disponibilização ficta do lucro da Hohneck no anocalendário 2002. DA IMPUGNAÇÃO A Contribuinte apresentou impugnação às fls. 209/242, acompanhada dos documentos de fls. 243/415, alegando, em síntese, o seguinte: a) O presente processo administrativo versa exclusivamente sobre a infração descrita no item 2.6 do TVF, pelo qual a Contribuinte responde na qualidade de sucessora por incorporação da empresa CBB. As infrações descritas nos itens 2.5 e 2.7 do TVF são objeto do processo 16561.000197/200746. Tratado entre Brasil e Argentina para evitar a dupla tributação b) A empresa Hohneck, conforme se verifica do item 1.7 do TVF, foi transferida para a Argentina. Em decorrência do Tratado BrasilArgentina (Decreto Legislativo 74, de 05/12/1981, promulgado pelo Decreto Presidencial n°. 87.976, de 22/12/1982), não se aplica o previsto no art. 74 da MP n° 2.158/2001. Fl. 839DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 6 5 c) Conforme art. 98 do CTN e art. 997 do RIR/99, os tratados e convenções devem prevalecer sobre a legislação tributária interna e, no presente caso, o Tratado Brasil Argentina impede a aplicação da ficção de disponibilização de lucro em 31/12/2002. d) O parágrafo 2° do art. 23 do Tratado prevê que os dividendos pagos na Argentina estão isentos de tributação no Brasil. e) O Tratado BrasilArgentina aplicase para a CSLL (interpretação do parágrafo 2° do art. 2° da Convenção). A CSLL é substancialmente semelhante ao IRPJ, porque possui essencialmente a mesma base de cálculo: o lucro. Cita entendimentos jurisprudenciais que reconhecem a identidade e/ou similitude do fato gerador e da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Da ilegalidade da disponibilização ficta do lucro f) A disponibilização fictícia do lucro prevista no art. 74 da MP n°. 2.158 35/01 viola o CTN, eis que altera o fato gerador do imposto de renda. A tributação da renda ou lucro só pode ocorrer quando efetivamente o contribuinte tenha disponibilidade econômica ou jurídica deles. Dos prejuízos acumulados g) Ainda que se entenda que as normas legais combatidas fossem válidas e aplicáveis ao caso concreto, o que se admite para argumentar, o Fisco deveria ter levado em consideração os prejuízos acumulados por Hohneck nos anos de 1999, 2000 e 2001. A glosa dos prejuízos fiscais não poderia ter ocorrido por três motivos distintos: (i) a revisão de balanço de empresa estrangeira não é possível e a Fiscalização não poderia desconsiderar os prejuízos que nele constavam; (ii) já havia ocorrido a decadência do direito do Fisco de glosar os prejuízos auferidos nos anos de 1999 a 2001, conforme art. 150, § 4°, e 173, I, do CTN; e (iii) a escrituração da empresa Hohneck não apresenta nada de inverossímil. O prejuízo apresentado foi originado de um contrato master de swap celebrado com o Banco Del Istmo em 1999. No ano de 2000, foram celebrados diversos contratos, que deram origem ao prejuízo em questão. O Auditor Fiscal comparou coisas diversas, o balanço de fl. 132 de Hohneck no período de 01/12/1999 a 30/11/2000, conforme legislação uruguaia, com o documento de fl. 135, este urna consolidação feita no Brasil pela AMBEV para fins gerenciais. Da reserva legal h) A reserva legal constante do balancete da empresa no mês de dezembro de 2001, no valor de R$ 11.324.466,32, deveria ter sido excluída dos lucros apurados. A reserva legal deve ser constituída antes de qualquer outra destinação, por ter destinação especifica e não podendo ser utilizada para qualquer outro fim. Cita julgamento do Conselho de Contribuintes favorável a sua tese. i) É descabida a multa aplicada à sucessora por fato ocorrido antes da incorporação. j) É descabida a cobrança de juros sobre multa de ofício. k) É ilegal a atualização dos juros de mora pela taxa Selic. Fl. 840DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 7 6 DA DECISÃO DA DRJ Em 15/03/2010, os membros da 3ª Turma de Julgamento da DRJ/SPO1 julgaram improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido nos termos da ementa a seguir reproduzida (fl. 427/464): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURDDCA IRPJ Anocalendário: 2002 TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. TRATADOS INTERNACIONAIS. DUPLA TRIBUTAÇÃO. Os acordos formulados por países para evitar a dupla tributação não impedem que os lucros auferidos no exterior por empresa controlada ou coligada sejam tributados no Brasil. A prova de que tenha havido tributação de rendimentos no exterior deve ser demonstrada pelo contribuinte. TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS. LUCRO AUFERIDO POR CONTROLADA OU COLIGADA NO EXTERIOR. DISPONIBILIZAÇÃO. Os lucros auferidos por pessoa jurídica controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados. Os lucros apurados até 31 de dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor. PERDA DO DIREITO DO FISCO DE REVISAR ATOS PASSADOS. DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. A perda do direito, decorrente da ocorrência do fato decadencial, de se praticar o ato de lançamento não se confunde com a possibilidade de correção de lançamentos contábeis incorretos que possuem implicações de ordem tributária. O direito de o Fisco averiguar fatos ocorridos em períodos passados está protegido pela lei, mormente quando esses fatos repercutem em lançamentos contábeis de exercícios futuros que implicam em pagamento a menor dos tributos devidos. PROVAS. DOCUMENTAÇÃO HABIL E IDÔNEA. DEVER DE APRESENTAÇÃO. As provas que comprovam o direito alegado devem ser apresentadas pelo contribuinte, através de documentação hábil e idônea, e de acordo com as normas brasileiras que regem o tema. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE DA COBRANÇA. A multa de oficio, sendo parte integrante do credito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento. Fl. 841DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 8 7 JUROS DE MORA. TAXA SELIC. CABIMENTO. Os juros de mora são devidos por expressa disposição legal, inclusive a utilização da taxa SELIC. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADES E/OU ILEGALIDADES. A apreciação de alegações de inconstitucionalidades e/ou ilegalidades é de exclusiva competência do Poder Judiciário. Matérias que as questionam não são apreciadas na esfera administrativa. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL. A tributação reflexa segue a mesma linha decisória quanto ao decidido no IRPJ. Impugnação Improcedente Credito Tributário Mantido DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a Contribuinte apresenta recurso voluntário (fls.), acompanhado dos documentos de fls. 509/802, sustentando que: a) O art. 74 da MP 2.15835/01 não é aplicável aos lucros auferidos pela Hohneck por força das disposições expressas da Convenção contra a Dupla Tributação celebrada entre Brasil e Argentina; b) Que mesmo que a ficção de pagamento de dividendos estabelecida pelo referido art. 74 seja considerada válida, com base no art. 23 § 2º da Convenção Brasil Argentina, aqueles dividendos seriam tributáveis apenas na Argentina, sendo isentos da tributação no Brasil, sem importar, para tanto, se o país da fonte dos rendimentos (Argentina) efetivamente tributa ou não tais dividendos; c) Que a CSLL também é regida pela Convenção BrasilArgentina; d) A SRF já reconheceu que as demonstrações financeiras das filiais, sucursais, controladas ou coligadas, no exterior, serão elaboradas segundo as normas da legislação comercial do país de seu domicílio (art. IN SRF 38/96, art. 10; IN SRF 213/2002), assim, não poderia a fiscalização aceitar o lucro constante do balanço da empresa Hohneck, em 2002 e, ao mesmo tempo, desconsiderar os valores dos prejuízos fiscais; e) Não poderia, em dezembro de 2007 (época da lavratura do auto de infração), o Fisco pretender glosar os prejuízos auferidos nos anos de 1999 a 2001, porque já decaiu desse direito, nos termos dos arts. 150, §4º e 173, I, do CTN; f) A infração imputada com base no art. 74 da MP 2.15835/01 viola o CTN (art. 43 “caput” e § 2º); g) Caso seja mantido o auto de infração, deve ser excluído o valor de R$ 11.324.466,32 referente à reserva legal, constante do balancete da empresa Hohneck no mês de dezembro de 2001. Fl. 842DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 9 8 Por meio dos documentos anexados ao recurso voluntário, a Recorrente pretende demonstrar a existência de prejuízos acumulados pela empresa Hohneck nos anos de 1999 a 2001. As demais matérias (a possibilidade de exigência de multa da sucessora por fato ocorrido antes da incorporação, a incidência de juros de mora sobre multa de ofício e a exigência de juros de mora com base na taxa Selic), embora tenham sido objeto de impugnação e análise da DRJ, não foram repisadas quando da interposição do recurso voluntário. CONTRARRAZÕES A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões às fls. 806/834, aduzindo, em resumo, que: a) A proteção dos tratados é voltada para as riquezas produzidas pelos residentes dos respectivos Estados contratantes. É evidente que o Tratado BrasilArgentina não foi celebrado com o escopo de beneficiar sociedades residentes em terceiro país. b) A Hohneck é uma holding que foi domiciliada no Uruguai até 23/12/2002, quando foi transferida para a Argentina. Dessa forma, é incontroverso que os lucros gerados pela Hohneck até 22/12/2002 não estão submetidos ao Tratado BrasilArgentina, na medida em que não foram produzidos por sociedade residente nos países signatários, mas por empresa sediada no Uruguai. c) A mudança da Hohneck para a Argentina não tem o condão de conferir efeitos retroativos ao tratado, ou seja, os lucros já apurados no Uruguai não passam a estar sob o abrigo da Convenção BrasilArgentina. d) Ainda que se admita a aplicação do tratado – apenas como exercício de argumentação –, os lucros auferidos pela Hohneck deveriam ser oferecidos à tributação no Brasil. O Artigo VII disciplina a tributação dos lucros de uma empresa residente num dos Estados contratantes. Assim, os lucros da Hohneck seriam tributáveis exclusivamente pela Argentina, desde que a controlada não possua estabelecimento permanente no Brasil. Ocorre que o art. 74 da MP nº 2.15835/01 não incide sobre uma pessoa jurídica residente no exterior, ou seja, a lei brasileira não “alcança” um residente no exterior, mas uma sociedade estabelecida no Brasil. Por outras palavras, a legislação nacional não determinou a tributação dos lucros da Hohneck, mas fixou que os lucros da contribuinte residente no Brasil também abrangem os lucros disponibilizados por sua controlada. e) Desse modo, conquanto a distinção seja sutil, não se pode confundir a tributação da própria controlada residente no exterior (o que é vedado pelo Art. VII), com a tributação da controladora sediada no país, cujos resultados englobam os lucros auferidos por intermédio da subsidiária estrangeira, nos termos da legislação tributária interna. f) As regras CFC’s não estão em conflito com os tratados porque está claro, no âmbito internacional, que cada país pode dispor livremente sobre a base de cálculo do imposto de renda devido pelo residente que investe no exterior, desde que impeça a dupla tributação. g) Para fins de aplicação do disposto no Artigo 10 do Tratado Brasil Argentina, o conceito de dividendos abrange todos os rendimentos provenientes de direitos de Fl. 843DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 10 9 participação nos lucros da sociedade. Por sua vez, dividendo pago é aquele a que o sócio tem direito, equivale dizer, que foi disponibilizado de alguma maneira ao sócio, ainda que em decorrência de presunção legal. Portanto, os lucros auferidos no exterior através da Hohneck enquadramse no conceito de dividendos previsto no item 4 do Art. 10 do Tratado. Ademais, por força do art. 74 da MP nº 2.15835/01, tais lucros são considerados pagos (i.e., disponibilizados) no momento em que foram apurados nos balanços, na proporção da participação societária da recorrente. h) O art. 74 da MP nº 2.15835/01 não viola o item 6 do Artigo 10, o qual impede a criação de “imposto sobre lucros não distribuídos”. Com efeito, o dispositivo em questão simplesmente regula a tributação no país da fonte pagadora dos dividendos – no caso, Argentina –, ou seja, não se destina ao país de residência do beneficiário dos dividendos. i) O art. XXIII deve ser aplicado quando se estiver diante de hipótese em que o mesmo contribuinte ou o mesmo rendimento é efetivamente tributado nos dois países, ao mesmo tempo. j) No caso, se os dividendos pagos pelas sociedades residentes na Argentina não sofreram a incidência do imposto de renda na fonte, afastada estará a dupla tributação que se quer evitar, tornandose tais quantias plenamente tributáveis no Brasil, nos termos do art. X. Por outro lado, se tais dividendos efetivamente foram objeto de tributação naquele país, aí sim será o caso de se aplicar o art. XXIII, isentandose a sua distribuição a pessoas residentes no Brasil do IRPJ. k) A interpretação sustentada pela Contribuinte não reúne condições de prosperar, na medida em que conduz à inexorável conclusão de que os arts. X e XXIII do Tratado são absolutamente incompatíveis e inconciliáveis, retirando do art. X qualquer perspectiva de aplicação. l) Como regra, na Argentina, não há tributação sobre os dividendos distribuídos a acionistas, quer sejam residentes, quer não. m) A Contribuinte nem mesmo a título de argumentação subsidiária fez menção à existência de pagamento do Impuesto a las Ganancias sobre os dividendos distribuídos pelas empresas residentes na Argentina, em clara indicação de que nada foi efetivamente tributado naquele país. Não havendo tributação sobre os dividendos na Argentina, não há que se falar em aplicação do art. XXIII do Tratado, devendo incidir sem quaisquer óbices o art. X da referida convenção. n) A Contribuinte simplesmente alega a impossibilidade do Fisco glosar os prejuízos fiscais, sem, no entanto, provar o fato constitutivo do seu direito, ou seja, provar que os prejuízos fiscais escriturados efetivamente ocorreram e, assim, tornar admissível a produção dos efeitos jurídicos tributários previstos na legislação. o) O presente auto de infração, do qual o contribuinte teve ciência em 21.12.2007, se reporta ao anocalendário de 2002 e tem como fato gerador a disponibilização de lucro auferido no exterior pela autuada, do que se percebe que o exercício, cujos efeitos são alcançados pelo prejuízo fiscal escriturado (fato passado), não foi atingido pela decadência, mesmo se considerada a regra mais favorável à contribuinte (art. 150, §4º, do CTN). Fl. 844DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 11 10 p) Com a argumentação sobre a suposta violação ao CTN pelo instituto da disponibilização fictícia prevista no art. 74 da MP 2.15835/01 a Contribuinte pretende afastar a aplicação de dispositivo legal sobre o qual paira uma presunção de constitucionalidade, o que não pode ser admitido. q) A exclusão da reserva legal da base apurada não encontra respaldo legal. É o Relatório. Voto Conselheiro CARLOS PELÁ, Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade. Deve, pois, ser conhecido. Da aplicação do Tratado BrasilArgentina Inicialmente, sustenta a Recorrente que não se aplica ao presente caso o previsto no art. 74 da Medida Provisória n° 2.15835/01, pois tratados e convenções devem prevalecer sobre a legislação tributária interna e o Tratado BrasilArgentina prevê que os dividendos pagos na Argentina estão isentos de tributação no Brasil. Nesse ponto, não merece razão a Recorrente, uma vez que o tratado em análise é aplicável exclusivamente aos resultados produzidos por pessoas jurídicas domiciliadas nos Estados contratantes, isto é, na Argentina e no Brasil. Conforme restou evidenciado nos autos, a Hohneck é uma holding que foi domiciliada no Uruguai até 23/12/2002, quando foi transferida para a Argentina. Dessa forma, é incontroverso que os lucros gerados pela Hohneck até 22/12/2002 não estão submetidos ao Tratado BrasilArgentina, na medida em que não foram produzidos por sociedade residente nos países signatários, mas por empresa sediada no Uruguai. Lembrando que, os lucros submetidos à tributação nestes autos são referentes à participação na Hohneck (50,6909%) que a Skol alienou à CBB em julho de 2002 e que foram considerados distribuídos fictamente em 31/12/2002, por força do art. 74 da MP nº. 215835/02. Como a Hohneck apresentou um lucro de R$ 313.760.879,07 até julho e de R$ 363.026.564,70 até o fim do exercício, a diferença (R$ 49.265.685,63) foi submetida à tributação na proporção das quotas da CBB. Bem assim, não há que se discutir, como pretendeu a defesa, se o referido Tratado Internacional para evitar a dupla tributação teria realmente derrogado o artigo 74 da MP nº. 2.15835/01, que considera a apuração dos lucros como momento de sua disponibilização. Notese que, a mudança da Hohneck para a Argentina não tem o condão de conferir efeitos retroativos ao tratado, ou seja, os lucros já apurados no Uruguai não passam a estar sob o abrigo da Convenção BrasilArgentina. Fl. 845DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 12 11 Não pode a Recorrente invocar em seu benefício o tratado celebrado entre os Estados acima, que visou evitar a dupla tributação dos lucros auferidos pelas sociedades residentes dos respectivos Estados, a fim de obter uma economia de imposto sobre lucros produzidos e auferidos pela sociedade controlada quando ela ainda residia num terceiro Estado. Não há como considerar ao abrigo do tratado BrasilArgentina os lucros auferidos num terceiro país sem tratado, eis que, pela regra disposta no art. 7º do Tratado, os lucros por ele abrangidos são apenas aqueles auferidos pelos Estados Contratantes. A eventual aplicação do acordo internacional nessa situação equivaleria a estender os seus efeitos para resultados apurados no Uruguai, em frontal contrariedade à finalidade do tratado para evitar a dupla tributação. Nesse sentido, a 1ª Câmara da 1ª Seção deste Conselho, julgando caso semelhante ao presente – em que se discutia a tributação de lucros de empresa controlada que, inicialmente, tinha sede nas Ilhas Cayman e que, em seguida, foi transferida para Luxemburgo, país com o qual o Brasil celebrou tratado para evitar a bitributação – concluiu que os efeitos do tratado apenas se verificariam quando a empresa já estivesse sediada em Luxemburgo. Vejamos: (...). CONVENÇÃO BRASILLUXEMBURGO PARA EVITAR DUPLA TRIBUTAÇÃO. SEDE ANTERIOR NAS ILHAS CAYMAN. Os resultados apurados e considerados disponibilizados enquanto a empresa mantinha sede nas Ilhas Cayman não são afetados por acordo internacional firmado entre Brasil e Luxemburgo. (...). (Acórdão nº. 110100.365 em 10/11/2010, Recorrente Camargo Corrêa, Relatora Conselheira Edeli Pereira Bessa) Da ilegalidade do art. 74 da MP nº. 215835/01 com o CTN Adiante, sustenta a Recorrente que é flagrante a violação ao CTN na medida em que: a) O § 2º do art. 43 do CTN não delegou à lei ordinária a competência para alterar o fato gerador do imposto de renda, ao contrário, reafirmou a necessidade da disponibilidade econômica e jurídica de renda, destinado à lei ordinária o poder de especificar o aspecto temporal da tributação; b) O art. 74 da MP 215835/01 desconsidera que a pessoa jurídica, mesmo sendo controladora ou coligada, não tem livre, imediata e incondicional disponibilidade sobre o montante relativo aos lucros auferidos por sua controlada ou coligada, cuja distribuição aos sócios ou acionistas fica sujeita à legislação do País onde estão situadas e dependerá, ainda, de deliberação dentro da própria empresa geradora dos lucros, tendo em vista suas conveniências e projetos de investimento; c) A norma contida no art. 74 da Mp 215835/01 instituiu uma exigência com base em mera previsão de futura ocorrência de fato jurídico tributário incerto, e impôs uma base de cálculo distorcida e distanciada da realidade, configurando a hipótese prevista no dispositivo em comento uma ficção normativa; e Fl. 846DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 13 12 d) Em consequência, a exigência em questão afigurase flagrantemente ilegal na medida em que viola o art. 43 “caput” e § 2º do CTN, que só autoriza a tributação do que seja renda ou lucro efetivos do contribuinte sobre os quais tenha disponibilidade econômica ou jurídica, como já decidiu o STF a propósito do ILL (RE 1720581). Pois bem. O Supremo Tribunal Federal, em sessão de julgamento realizada em 10/04/2013, concluiu o julgamento da ADI 2588 e dos Recursos Extraordinários nº 611.586 e 541.090, nos quais estava sendo discutida a constitucionalidade da regra instituída pelo artigo 74 da MP 2.15835/01. Ao proclamar o resultado do julgamento da ADI, o Plenário declarou, por maioria de votos, com relação às empresas controladas situadas em países classificados como “paraísos fiscais”, a constitucionalidade do artigo 74 da Medida Provisória 2.15835 de 2001. Já com relação às empresas coligadas que não estão situadas em países classificados como “paraísos fiscais”, o Supremo Tribunal Federal declarou ser inaplicável o artigo 74 da Medida Provisória nº 2.15835, ou seja, votou pela inconstitucionalidade do referido dispositivo. Após isso, analisando o RE 541.090, o Plenário da Corte considerou constitucional a tributação na forma do caput do artigo 74 para os investimentos em controladas fora de paraísos fiscais. Considerando esse entendimento, uma vez que a CBB possuía 50,6909% das ações da Hohneck em 31/12/2002 (portanto, era sua controlada) e, tendo em vista que o STF considerou constitucional o caput do art. 74 da MP 2.15835/2001, aderese a esse entendimento, para considerar que os lucros auferidos no Uruguai pela controlada Hohneck, devem ser considerados disponibilizados para a controladora na data do balanço no qual tiverem sido apurados. Segundo a Recorrente, a disponibilização ficta prevista no art. 74 da MP 2.15835/01 seria violadora do CTN, notadamente do art. §2º do art. 43 e a análise dessa questão não dependeria de qualquer exame de constitucionalidade, comportando solução no plano infraconstitucional. A despeito da argumentação, corroboro a assertiva da Fazenda Nacional no sentido de que, o que pretende a Recorrente, na verdade, é afastar a aplicação de um dispositivo legal declarado constitucional. Portanto, não merecem amparo seus apelos. Glosa de prejuízos fiscais acumulados pela investida Decadência Insurgese a Recorrente, ainda, alegando a impossibilidade de glosa dos prejuízos fiscais acumulados no período de 1999 a 2001, sob o argumento de que não poderia a fiscalização considerar o lucro registrado no balanço da Hohneck, tributandoo e, ao mesmo tempo, desconsiderar os prejuízos fiscais. Manifestase contrária à referida glosa também sob a afirmação de que teria havido a decadência do direito do Fisco de realizála. Nada obstante, tece argumentos e anexa documentos para comprovar os prejuízos fiscais registrados, bem assim como pleiteia, no Fl. 847DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 14 13 mínimo, a exclusão do valor de R$ 11.324.466,32 referente à reserva legal, constante do balancete da empresa Hohneck no mês de dezembro de 2001. Aqui, merece razão a Recorrente quando afirma que a autoridade fiscal autuante não poderia em dezembro de 2007, pretender glosar os prejuízos auferidos nos anos de 1999, 2000 e 2001, porque já teria decaído esse direito. Diversamente do que entendeu a decisão recorrida, a glosa dos prejuízos fiscais apurados entre 1999 e 2001, deveria ter se dado mediante lançamento, dentro do prazo decadencial de cinco anos a contar dos respectivos fatos geradores, tal como prescrito pelo art. 150 § 4º do CTN. Outrossim, e por consequência de ser assim, o entendimento jurisprudencial deste Conselho é no sentido de que a adição de valores futuros tidos como indedutíveis a períodos passados e alcançados pela decadência não pode ser admitida, já que se equipara a lançar valores naquele período. Vejamos algumas decisões nesse sentido: DECADÊNCIA ALTERAÇÃO DO SALDO DE PREJUÍZO GLOSA NO APROVEITAMENTO A contagem do prazo legal de decadência para que o fisco altere o valor do saldo de prejuízo fiscal deve ter início no período em que o prejuízo fiscal foi apurado e não o período em que o prejuízo fiscal foi aproveitado na compensação com lucro líquido. DECADÊNCIA CONTAGEM DE PRAZO REALIZAÇÃO MÍNIMA DO LUCRO INFLACIONÁRIO APLICAÇÃO DA SUMULA N. 10 O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos. Na íntegra: (...) Tenho para mim que a razão está com a recorrente. Isso porque, a meu ver, a decadência é algo que atinge todo o conjunto de informações que compuseram a atividade do lançamento efetuado em determinado período e que consta nos livros e documentos que integram a escrituração fiscal da empresa. O período atingido pela decadência, portanto, toma imutáveis os lançamentos feitos nos livros fiscais, não podendo ser mais alterados, seja pelo fisco, seja pelo contribuinte. (...) Essa questão, aliás, não é nova na jurisprudência administrativa. Vários precedentes já foram apreciados e o entendimento desta Corte é no sentido sustentado pela recorrente. Assim, é firme a orientação jurisprudencial que a contagem do prazo decadencial deve ter início na data em que o prejuízo é apurado A partir dessa data, tem o fisco cinco anos para verificar os critérios utilizados na quantificação do valor do prejuízo e questionar a forma como ele foi apurado. Passado esse prazo, o fisco não pode mais glosar o valor compensado. (Acórdão 10809.621, Relator João Francisco Bianco, DOU em 07.11.2008). RECURSO EX OFFICIO — DECADÊNCIA — EFEITOS — O alcance das regras de decadência previstas no CTN, não só obsta o direito de o Fisco constituir o crédito tributário de período já precluso, como também, o de alterar informações e Fl. 848DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 15 14 valores registrados em livros contábeis e fiscais, já alcançados pela homologação tácita. Homologado o crédito, por já estar extinto o direito de lançar pelo decurso de prazo previsto no CIN; homologada está toda a atividade praticada pelo contribuinte, vale dizer, todo o conjunto de informações contábeis e fiscais que a orientaram.(Acórdão 10196.265, Relator Paulo Roberto Cortez, DOU em 06/03/2008). DECADÊNCIA AJUSTES NO PASSADO COM REPERCUSSÃO FUTURA DECADÊNCIA Glosar no presente os efeitos decorrentes de valores formados no passado só é possível se a objeção do fisco não comportar juízo de valor quanto ao fato verificado em período já atingido pela decadência. (Acórdão 10707.819, Relator designado Natanael Martins, DOU em 01.04.2005). IRPF REVISÃO DO PREJUÍZO FISCAL COMPENSAÇÃO A Fazenda Nacional tem o prazo de cinco anos para rever o prejuízo fiscal apurado e adequadamente declarado. Incabível a glosa da compensação do prejuízo que, oportunamente, não foi revisto pela autoridade competente. Preliminar acatada.(Acórdão 10246.305, Relatora Maria Goretti de Bulhões Carvalho, DOU em 10/09/2004). CSLL BASE NEGATIVA AJUSTES NO PASSADO COM REPERCUSÃO FUTURA DECADÊNCIA Adicionar valores tidos como indedutíveis em um determinado período, provocando a diminuição do saldo de base negativa, embora resultando em efeitos futuros, na prática, eqüivale a efetuar um lançamento de ofício naquele período já atingido pela decadência. Vedação. (Acórdão 10706.572, Relator Luiz Martins Valero, DOU em 21/06/2002) DECADÊNCIA — ALTERAÇÃO DO SALDO DE PREJUÍZO — GLOSA NO APROVEITAMENTO — Existindo erro na apuração do prejuízo fiscal, o prazo legal da abrangência da decadência deve considerar o período em que o prejuízo fiscal foi apurado e não o período em que o prejuízo fiscal foi aproveitado na compensação com lucro líquido.(Acórdão 108 06.921, Relator José Henrique Longo, em 17/04/2002). DECADÊNCIA – IRPJ – PREJUÍZOS FISCAIS – GLOSA DE DESPESAS O direito de a Fazenda Pública constituir exigências tributárias relativas ao imposto de renda das pessoas jurídicas, extinguese após cinco anos da ocorrência do fato gerador, de acordo com o parágrafo 4º do artigo 150 do CTN. A glosa de despesas, ainda que implique apenas em redução de prejuízos fiscais, por comportar juízo de dedutibilidade, não provada a existência de fraude ou simulação, está impedida pelo decurso do prazo decadencial referido. (Acórdão nº : 107 06.061, Relator Luiz Martins Valero, DOU em 28/03/2001) Fl. 849DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 16 15 COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS EXERCÍCIOS DE 1989 E 1990 Incabível a glosa da compensação de prejuízo com o lucro real obtido em determinado exercício, quando o referido prejuízo, apurado na demonstração do lucro real, não tiver sido objeto de revisão por parte da autoridade lançadora no prazo decadencial. Recurso provido.(Acórdão 10318.623, Relator Cândido Rodrigues Neuber, em 14/05/1997). Reforçase, com isso, o entendimento que adoto para decidir que não é possível retroagir no tempo para, após cinco anos, alterar os lançamentos contábeis do sujeito passivo. Comprovação dos prejuízos Nada obstante, superada a argüição de decadência, entendo que o balanço da Hohneck para o ano de 2002 é prova hábil o suficiente para demonstrar os prejuízos fiscais incorridos que devem ser considerados. Aliás, o próprio TVF reconhece expressamente que os prejuízos fiscais glosados constam dos balanços da Hohneck juntados às fls. 131, 132 e 136 dos autos. Ora, da mesma forma como a fiscalização não questionou o valor dos lucros constantes no balanço da Hohneck, não deveria questionar o valor dos prejuízos fiscais. Sob esse prisma, mostrase inclusive a falta de razoabilidade da exigência fiscal. A Lei nº 9.249/95, no seu artigo 25, tratando dos documentos necessários à comprovação dos resultados das pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, assim dispôs: Art. 25. Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano. ... § 2º Os lucros auferidos por filiais, sucursais ou controladas, no exterior, de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real com observância do seguinte: .... IV – as demonstrações financeiras das filiais, sucursais e controladas que embasarem as demonstrações em Reais deverão ser mantidas no Brasil pelo prazo previsto no art. 173 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. ... § 3º Os lucros auferidos no exterior por coligadas de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real com observância do seguinte: ... IV a pessoa jurídica deverá conservar em seu poder cópia das demonstrações financeiras da coligada. Fl. 850DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 17 16 Da leitura do dispositivo verificase que o legislador não exige qualquer documentação comprobatória além das demonstrações financeiras de filiais, sucursais, controladas e coligadas no exterior. Isso porque, como a própria Receita Federal do Brasil reconhece: “as demonstrações financeiras das filiais, sucursais, controladas ou coligadas, no exterior, serão elaboradas segundo as normas da legislação comercial do país de seu domicílio” (IN nº. 38/96, art. 10 e IN nº. 213/02, art. 6º). E, consoante arts. 9º e 11 da Lei de Introdução do Código Civil: Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicarseá a lei do país em que se constituírem. Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. Portanto, não cabe ao Fisco brasileiro verificar toda a composição dos valores registrados em balanço estrangeiro. Nesses termos, oportuno transcrever a lição de Ricardo Mariz de Oliveira, citada pela Recorrente em sua peça recursal: Assim, esse dispositivo, que, como visto no capítulo I, não impede a competência da lei tributária brasileira para exigência do imposto de renda sobre fatos fora do território do Brasil, reconhece, não obstante, e em caráter expresso, a dependência que a lei tributária brasileira tem em relação à lei de outro país no qual se constitua a obrigação que deva se integrar ao fato gerador e à base de cálculo do tributo brasileiro. Em outras palavras, ser ou não tributável a renda ou provento obtido no exterior é matéria da competência exclusiva da lei brasileira, mas haver ou não haver a renda ou o provento é coisa que somente pode ser dita pela lei do país onde ocorre ou pode ocorrer a respectiva relação jurídica. No detalhe, a lei brasileira pode definir ser tributável a renda proveniente de participação em sociedade coligada ou controlada no exterior, e para tanto pode também definir as características em que exista a situação de coligação e de controle para fins dessa tributação. Mas a existência da relação jurídica de sociedade, e depois a existência da relação jurídica de que provém a renda que essa sociedade pode gerar, são matérias que somente a lei do respectivo país pode disciplinar, juntamente com o estatuto social da pessoa jurídica lá estabelecida, estatuto este também regrado por aquela lei. (“O Imposto de Renda e os Lucros Auferidos no Exterior”, In: Grandes Questões Atuais do Direito Tributário, 7º vol., Dialética, p. 357). Por isso é que o Fisco não poderia revisar valores constantes de balanço de empresa estrangeira, que foram elaborados de acordo com as leis daquele País, sob o argumento de que os documentos apresentados pela Recorrente não comprovavam o prejuízo apontado no balanço. Fl. 851DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 18 17 Nada obstante, vale acrescentar que, conforme esclarecido pela Recorrente, quanto ao lançamento no passivo de R$ 27.582.151,88 “que se transforma em prejuízo sem qualquer explicação”, nos dizeres do fisco, a explicação encontrase no investimento celebrado em 01/10/1999 com o Banco Del Istmo, atualmente integrante do grupo HSBC (fls. 278/282 – portanto, instituição financeira não relacionada com a Recorrente), um contrato master de swap, tipo de contrato aleatório, que poderia gerar resultados tanto positivos quanto negativos, e que, no ano de 1999, deu origem ao prejuízo em questão, conforme contratos às fls. 288/363 e planilhas demonstrativas às fls. 285/287 (docs. 4 e 5 da impugnação). A tradução juramentada de todos os contratos de swap firmados com o Banco Del Istmo e as cópias autenticadas desses contratos estão anexadas às fls. 510/602 e 603/678 (docs. 1 e 2 anexos ao recurso voluntário). Quanto ao fato apontado pelo Fisco, de que um dos demonstrativos de resultado do ano de 2000 apresenta um prejuízo de R$ 89.674.726,19 em 30 de novembro, e de R$ 45.689.957, 92 em dezembro, sem que tenha sido escriturado qualquer lucro no mês em questão, a “perplexidade” do ilustre fiscal autuante devese ao fato de que comparou coisas diversas. Enquanto o balanço de fls. 134 é o balanço da empresa Hohneck do período de 01/12/1999 a 30/11/2000 de acordo com a legislação uruguaia, o documento de fls. 136 é uma consolidação feita no Brasil pela AMBEV para fins gerenciais. Ademais, a Recorrente trouxe aos autos vasta documentação comprobatória, a saber: Em relação ao prejuízo de 1999 a) Balancete, devidamente chancelado pelo contador público uruguaio Sr. Nicolas Gandolfi Mello que, conforme as leis daquele País, é profissional concursado, com poderes especiais para autenticar documentos contábeis (fl. 679 e 682); b) “Informe de Compilação” assinado pelo mesmo contador acima aludido, no qual é atestada a compilação do Balanço Patrimonial da empresa Hohneck, relativo a 30/11/1999, em conformidade com a Norma Internacional sobre Serviços Relacionados nº. 4410, e Instrução nº. 7, do Instituto de Contadores e Economistas do Uruguai (fls. 683/687 e 700/705), no qual é devidamente demonstrado o prejuízo no valor de R$ 27.582151,99; c) Planilha de lançamentos contábeis (fls. 688/692); d) Diário analítico (fls. 693/699 e 706/725), também devidamente assinado pelo mesmo contador. Em relação ao prejuízo de 2000 a) Balancete, devidamente chancelado pelo contador público uruguaio Sr. Nicolas Gandolfi Mello, com prejuízo acumulado no valor de R$ 89.674.726,19 (fl. 680 e 682); b) Balanço consolidado em 30/11/2000, no qual é devidamente demonstrado o prejuízo no valor de R$ 45.689.957,92, acumulado até dezembro (fls. 778/780); Fl. 852DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 19 18 c) “Informe de Compilação” assinado pelo mesmo contador acima aludido, no qual é atestada a compilação do Balanço Patrimonial da empresa Hohneck, relativo a 30/11/1999, em conformidade com a Norma Internacional sobre Serviços Relacionados nº. 4410, e Instrução nº. 7, do Instituto de Contadores e Economistas do Uruguai (fls. 683/687 e 700/705), no qual é devidamente demonstrado o prejuízo no valor de R$ 89.674.726,19; d) Planilha de lançamentos contábeis (fls. 688/692); e) Diário analítico (fls. 693/699 e 706/725), também devidamente assinado pelo mesmo contador. Em relação ao prejuízo de 2001 a) Balancete, devidamente chancelado pelo contador público uruguaio Sr. Nicolas Gandolfi Mello (fl. 681/682); b “Informe de Compilação” assinado pelo mesmo contador acima aludido, no qual é atestada a compilação do Balanço Patrimonial da empresa Hohneck, relativo a 30/11/1999, em conformidade com a Norma Internacional sobre Serviços Relacionados nº. 4410, e Instrução nº. 7, do Instituto de Contadores e Economistas do Uruguai (fls. 683/687 e 700/705), no qual é devidamente demonstrado o prejuízo no valor de R$ 42.154.943,81); c) Planilha de lançamentos contábeis (fls. 688/692); d) Diário analítico (fls. 693/699 e 706/725), também devidamente assinado pelo mesmo contador. e) Protocolo de registro das demonstrações contábeis junto a “Auditoria Interna de La Nacion”, que certificou que a empresa Hohneck cumpriu a sua obrigação de registrar tais demonstrações relativas ao ano de 2001 (fl. 781/802). Portanto, se de um lado as assertivas apresentadas pelo agente fiscal autuante não justificam em absoluto a glosa dos prejuízos fiscais constantes do balanço da Hohneck, as provas apresentadas pela Recorrente comprovam os prejuízos acumulados, nos seguintes valores: Em 1999 no valor de R$ 27.582.151,99; Em 2000, no valor de R$ 89.674.726,19 até novembro e de R$ 45.689.957,92 até dezembro; Em 2001, no valor de R$ 42.154.943,81. Avançando, aduz a Recorrente sobre a necessidade de se excluir, do valor dos lucros considerados disponibilizados, o valor da reserva legal constante do balancete da empresa Hohneck do mês de dezembro/2001, no valor de R$ 11.324.466,32. Acrescenta que, em situação análoga, a 4ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes já decidiu, à unanimidade, que o valor da reserva legal deve ser excluído dos lucros da filial de sociedade estrangeira estabelecida no Brasil que podem ser considerados automaticamente disponibilizados à sua matriz no exterior, sujeitandose à incidência de Imposto de Renda retido na fonte (Acórdão n° 10421.893). Fl. 853DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA Processo nº 16561.000204/200718 Acórdão n.º 1402001.833 S1C4T2 Fl. 20 19 Ocorre que, a Recorrente não comprovou que estava obrigada pelas leis do Uruguai a constituir essa reserva legal. De fato, não se integram à base de cálculo dos tributos brasileiros os recursos transferidos para a constituição de reserva legal, dentro do limite estabelecido na Lei das Sociedades Anônimas (conforme arts. 189, 190, 191 e 193). No entanto, essa regra não se aplica a Hohneck que é empresa estrangeira. Assim, nesse ponto, não merece respaldo a Recorrente. Conclusão Por tudo quanto exposto, encaminho meu voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário para (i) manter a tributação, pelo IRPJ e pela CSLL, do valor proporcionalmente correspondente à participação da CBB no lucro disponibilizado fictamente pela Hohneck em 31/12/2002; (ii) afastar a glosa dos prejuízos fiscais ocorridos em 1999, 2000 e 2001 constantes do balanço da Hohneck, que deverão ser considerados no lançamento para redução do montante tributável; e (iii) excluir, do valor dos lucros considerados disponibilizados pela Hohneck em 31/12/2002, o valor da reserva legal constante do balancete da empresa Hohneck do mês de dezembro/2001, no valor de R$ 11.324.466,32. (assinado digitalmente) Carlos Pelá Fl. 854DF CARF MF Impresso em 05/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA, Assinado digitalmente em 05/02/2015 por LEON ARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 14/01/2015 por CARLOS PELA
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Numero do processo: 15540.000449/2010-18
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 30/06/2007
AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EXCLUSÃO DO SIMPLES NACIONAL. SUSPENSÃO DO DIREITO DE LANÇAMENTO DO FISCO. INOCORRÊNCIA
Sob pena de responsabilidade funcional, o Auditor Fiscal da Receita Federal tem a obrigação de efetivar o devido lançamento quando presentes as condições legais para tanto. A discussão, em diverso processo administrativo, acerca da exclusão do SIMPLES não tem efeito suspensivo, não obstacularizando o fisco de lançar o que devido, inclusive evitando a decadência de eventuais créditos.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-003.982
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 30/06/2007 AUTO DE INFRAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EXCLUSÃO DO SIMPLES NACIONAL. SUSPENSÃO DO DIREITO DE LANÇAMENTO DO FISCO. INOCORRÊNCIA Sob pena de responsabilidade funcional, o Auditor Fiscal da Receita Federal tem a obrigação de efetivar o devido lançamento quando presentes as condições legais para tanto. A discussão, em diverso processo administrativo, acerca da exclusão do SIMPLES não tem efeito suspensivo, não obstacularizando o fisco de lançar o que devido, inclusive evitando a decadência de eventuais créditos. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira.
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CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EXCLUSÃO DO SIMPLES NACIONAL. SUSPENSÃO DO DIREITO DE LANÇAMENTO DO FISCO. INOCORRÊNCIA Sob pena de responsabilidade funcional, o Auditor Fiscal da Receita Federal tem a obrigação de efetivar o devido lançamento quando presentes as condições legais para tanto. A discussão, em diverso processo administrativo, acerca da exclusão do SIMPLES não tem efeito suspensivo, não obstacularizando o fisco de lançar o que devido, inclusive evitando a decadência de eventuais créditos. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 54 0. 00 04 49 /2 01 0- 18 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15540.000449/201018 Acórdão n.º 2803003.982 S2TE03 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15540.000449/201018 Acórdão n.º 2803003.982 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o auto de infração lavrado, referente a contribuições devidas em razão de exclusão do SIMPLES – parte terceiros. O r. acórdão – fls 32 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o auto de infração lavrado. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: · Considerando que, o Sr.AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil, lavrou o auto de infração referente contribuições sociais Patronais, referente a período em que a empresa encontravase enquadrada no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte (SIMPLES) instituído pela Lei 9.317/96 e que a receita operacional bruta, oriunda da atividade comercial do período fiscalizado não excedeu o limite da receita bruta prevista pela legislação pertinentes aos contribuintes enquadrados no regime do SIMPLES instituído pela Lei9.317/96, conforme RECURSO VOLUNTÁRIO em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos FiscaisMFDF referente processos n° 10730.013250/200965 e 15540.000467/200966. Outrossim, a empresa, no prazo legal, com amparo no que dispõem o art. 15 do Dec.70235/72, protocolou impugnação em21/10/2010 junto à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Niterói RJ. o qual foi encaminhado para o Serviço de Controle e Julgamento DRJRJOIRJ) · Requer o provimento do recurso, com a declaração de nulidade do auto lavrado. É o relatório. Fl. 63DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15540.000449/201018 Acórdão n.º 2803003.982 S2TE03 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Os autos se referem ao período de 01/01/2006 a 30/06/2007. Observase assim que abrange período no qual a recorrente não se encontrava no referido regime diferenciado, em razão de sua exclusão através do Ato Declaratório Executivo ADE ADE n°77 de 03/O9/2009, com efeitos retroativos a partir de 01/01/2006. Sob pena de responsabilidade funcional, o Auditor Fiscal da Receita Federal tem a obrigação de efetivar o devido lançamento quando presentes as condições legais para tanto. A discussão, em outro processo administrativo fiscal, acerca da exclusão do SIMPLES, não tem efeito suspensivo, não obstacularizando o fisco de lançar o que devido, inclusive evitando a decadência de eventuais créditos, senão vejamos jurisprudência deste Colegiado. LANÇAMENTO DE OFICIO — ARGÜIÇÃO DE NULIDADE — DECISÃO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES — CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA — DESNECESSIDADE — É desnecessário que o Fisco percorra todas as instâncias administrativas com o processo de exclusão do SIMPLES para só então, com a decisão final desfavorável ao contribuinte, proceder ao lançamento de oficio. A tramitação conjunta dos processos de exclusão do SIMPLES e do auto de infração evita a ocorrência da decadência tributária. Assim sendo, considerados os fatos geradores em período não alcançado pela regular opção ao SIMPLES, procedente a autuação lavrada. (...).Processo n°. : 10166.016255/200225. Acórdão n°. :10808.231 de 16.03.2005 Nesse sentido, temos a súmula 77 do CARF: Súmula CARF nº 77: A possibilidade de discussão administrativa do Ato Declaratório Executivo (ADE) de exclusão do Simples não impede o lançamento de ofício dos créditos tributários devidos em face da exclusão. Não cabe a esta Turma, neste processo, se manifestar acerca das razões da exclusão do SIMPLES – o que já esta sendo feito em processo próprio – cabendolhe somente decidir acerca da procedência ou não dos autos lavrados nesta ação fiscal. Assim sendo, considerados os fatos geradores em período não alcançado pela regular opção ao SIMPLES, procedente a autuação lavrada. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 15540.000449/201018 Acórdão n.º 2803003.982 S2TE03 Fl. 6 5 CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negolhe provimento. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10830.912952/2012-09
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 22 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1802-000.609
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o processo em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa e Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira.
Relatório
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o processo em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa - Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa e Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. Relatório
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONVERTER o processo em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Correa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Henrique Heiji Erbano, José de Oliveira Ferraz Correa e Nelso Kichel. Ausente justificadamente o conselheiro Luis Roberto Bueloni Santos Ferreira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 12 95 2/ 20 12 -0 9 Fl. 129DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília (DF), que por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela ora Recorrente, não reconhecendo o dirito creditório da Recorrente. Por economia processual passo a adotar o suscinto relatório elaborado pela DRJ, in verbis: “Trata o presente processo de despacho decisório eletrônico (fl. 50), no qual a compensação realizada no Per/Dcomp nº 28546.77777.130910.1.2.044048, pela empresa acima identificada, não foi homologada por inexistência/insuficiência do crédito compensado, haja vista o pagamento relativo ao DARF ali discriminado, foi integralmente utilizado para quitar débito do CSLL, PA 31/12/2005, não restando saldo disponível. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 18/12/2012 (AR fl. 56). Inconformada, por intermédio de seu procurador (Gustavo Froner Minatel), apresentou manifestação de inconformidade (fls. 2 a 16) em 16/01/2013, na qual transcreve os fatos, dispositivos da legislação tributária e, em síntese, argumenta o seguinte: inicialmente no trimestre em análise apurou débito de CSLL, quitado da seguinte forma: (i) parte por retenções sofridas; e (ii) parte com DARF; revendo a apuração da CSLL, constatou que estava aplicando o percentual incorreto de presunção do lucro (32%), tendo em vista sua atividade ser enquadrada como serviços hospitalares, previsto no art. 15, §1°, III, combinado com o art. 20 da Lei n° 9.249/95. Diante do equívoco, aplicou o percentual correto (12%), e apurou CSLL devida de no trimestre, resultando pagamento a maior, e retificou a DIPJ do período para demonstrar o valor correto da CSLL; do valor pago, parte foi utilizada para liquidar a CSLL devida no trimestre e o restante pago a maior, pediu a restituição. No entanto, a DRF/Campinas indeferiu o pedido de restituição no despacho decisório, em flagrante desrespeito à legislação tributária, especialmente a que trata de necessidade de lançamento e de restituição (Arts. 142 e 165 do CTN) devendo ser reformado, porque não foi Fl. 130DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 4 3 considerado a DIPJ retificadora apresentada antes da emissão do despacho decisório; a autoridade fiscal não pode, a seu critério, efetuar lançamento ou deixar de fazêlo, porque sua atividade é vinculada e obrigatória. Com efeito, o artigo 15, parágrafo 1º, Inciso III, alínea "a" da Lei n° 9.249/951, vigente à época dos fatos, determinava que os prestadores de serviços hospitalares poderiam utilizar na apuração da CSLL na sistemática do lucro presumido percentual de 12% sobre a receita bruta (art. 20 da Lei 9.249/95); apesar da clareza na redação no que concerne à aplicação do percentual de 12% sobre a receita bruta na prestação de serviços hospitalares, o legislador não definiu o que seriam considerados serviços hospitalares para fins de aplicação do aludido percentual, questão essa central para o deslinde da controvérsia ora analisada; na busca de uma interpretação do alcance da norma, foram editados pela Receita Federal do Brasil uma série de atos normativos para regulamentar a questão e tentar definir o que seriam "serviços hospitalares", sendo o primeiro deles a IN SRF n° 306/2003 que em seu artigo 23 conceituou "serviços hospitalares" para fins do disposto no artigo 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249/95; a sua atividade estava expressamente listada no artigo 23, inciso V, alíneas "i" e "k", da IN SRF n° 306/2003, vigente à época dos fatos, e atendia a todos os requisitos mencionados no referido dispositivo, vez que os serviços eram prestados por pessoa jurídica que possuía estrutura física condizente para a execução e desenvolvimento das atividades de radioterapia e quimioterapia, tanto que autorizado seu funcionamento pela ANV1SA, o que confirma a aplicação do percentual de 12% na apuração da base de cálculo da CSLL apurado no anocalendário de 2004; assim, com base no artigo 15, § 1o, inciso III, alínea "a", da Lei n° 9.249/95 (redação original), confirmada pela IN SRF n° 306/03, refez o cálculo da CSLL de 2004, aplicando o percentual de 12% e constatou recolhimento a maior, devendo assim o crédito ser reconhecido e o pedido de restituição integralmente deferido; Fl. 131DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 5 4 diante de apuração, não desconstituída pelo Fisco, os valores de CSLL recolhidos a maior caracterizam se indébitos tributários, pois extrapolam o critério quantitativo da sua base de cálculo. Nesse sentido, são esclarecedoras as palavras do ilustre professor Paulo de Barros Carvalho. No PEDIDO, requer seja conhecida a Manifestação de Inconformidade, declarandose a ineficácia da decisão, a fim de que seja reconhecido integralmente o direito creditório com a consequ ente restituição do valor pleiteado, acrescido de juros SELIC, nos termos da legislação de regência. É o breve relatório.” A DRJ de Brasília (DF) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 PRESTADOR DE SERVIÇOS HOSPITALARES. PERCENTUAL DE LUCRO PRESUMIDO. REQUISITOS. Para serem considerados serviços hospitalares, as atividades dos contribuintes que desejem usufruir do benefício legal de redução de alíquota, em face da legislação tributária de regência e orientação traçada pela Administração tributária, devem atender cumulativamente todas às exigências e/ou requisitos previstos nos normativos, devidamente comprovada mediante documento competente expedido pela vigilância sanitária estadual ou municipal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” Dessa decisão da qual tomou ciência em 05/11/2013, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário em 04/12/2013. No Recurso faz extenso arrazoado sobre os motivos pelo qual o acórdão exerado pela DRJ não deve prosperar, reiterando em seguida as alegações feitas por ocasião da sua manifestação de inconformidade e, no fim, pugnando pelo provimento do seu Recurso Voluntário. É o relatório. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Relator. O Recurso é tempestivo, portanto dele tomo conhecimento. A presente lide consiste na interpretação da Delegacia da Receita Federal em Brasília que entendeu que a contribuinte, optante pelo lucro presumido, deveria utilizar o percentual de lucro de 32% sobre sua receita bruta de prestação de serviços hospitalares, portanto divergente do percentual de 12%, o qual a contribuinte utilizou entendendo ser pertinente às suas atividades. De acordo com o entendimento da fiscalização, a Lei nº 10.684/2003 criou a alíquota de 32% para a apuração da CSLL para as pessoas jurídicas optantes pelo Lucro Presumido, enquadradas na mesma situação da contribuinte, embora a mesma tenha continuado a utilizar a alíquota de 12%. Vejamos o diploma legal em questionamento: “Art. 22. O art. 20 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação: "Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. Parágrafo único. A pessoa jurídica submetida ao lucro presumido poderá, excepcionalmente, em relação ao quarto trimestrecalendário de 2003, optar pelo lucro real, sendo definitiva a tributação pelo lucro presumido relativa aos três primeiros trimestres." (NR) Passo portanto a análise do mérito. Para tanto colaciono o dispositivo questionado, constante da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995: “Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do ano calendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. (Redação dada Lei nº 10.684, de 2003) (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) (Vide Lei nº 11.119, de 205) (Vide Medida Provisória nº 627, de 2013) (Vigência)” Fl. 133DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 7 6 Reproduzindo também o dispositivo referente ao IRPJ, o qual ampara a CSLL: Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: [...] III trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) [...] Como de plano se observa, a Lei n° 11.727, de 23 de junho de 2008, promoveu alteração no sentido de adicionar atividades específicas no rol de exceções à aplicação da alíquota de 32%, sem adicionar contudo, os serviços radiológicos. Ocorre que tal alteração não afeta o caso em tela em virtude de: (I) não servir de caráter expressamente interpretativo para o termo “serviços hospitalares”, fato que poderia ensejar a retroatividade nos termos do art. 106, I, do Código Tributário Nacional; e (II) vir após a ocorrência dos fatos geradores que lhe deram causa (anos calendário de 2003, 2004, 2005 e 2006). Portanto, da análise devese verificar o texto legal vigente à época dos fatos geradores, que era “prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares”. Neste prisma, a Recorrente entende prestar serviços hospitalares e, nesta condição, entende que nos fatos geradores supra estaria na regra de exceção à aplicação da alíquota de presunção de lucro a 32%. Confrontada com idêntica situação, o STJ através do REsp n° 859.574, de relatoria do Ministro Castro Meira, julgado em 23/06/2009 se pronunciou no sentido de se interpretar o termo “serviços hospitalares” objetivamente. No voto do Ilustre Ministro, que também citou precedente do decidido no REsp 951.251/PR, concluiuse o seguinte: ... a Seção decidiu que o benefício fiscal de redução de base de cálculo foi concedido de modo objetivo, pois leva em consideração o serviço prestado e não a natureza ou estrutura do prestador. Nesses termos, Fl. 134DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 8 7 definiuse que a alíquota reduzida beneficia todos os prestadores de serviços tipicamente hospitalares – que são aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde , independentemente da complexidade ou da estrutura para internação de pacientes. A mens legis da norma em debate busca, através de um objetivo extrafiscal, minorar os custos tributários de serviços que são essenciais à população, não vinculando a prestação desses a determinada qualidade do prestador capacidade de realizar internação de pacientes , mas, sim, à natureza da atividade desempenhada. No julgamento citado, excetuaramse, apenas, as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos. Na oportunidade foram fixadas duas situações que convergem para a concessão do benefício: a prestação de serviços hospitalares e que esta seja realizada por instituição que, no desenvolvimento de sua atividade, possuía custos diferenciados do simples atendimento médico, sem, contudo, decorrerem estes necessariamente da internação de pacientes. No caso, tratase de entidade que presta serviços de radiologia, ultrassonografia e diagnóstico por imagens dentro do Hospital Geral pertencente à Associação de Caridade Santa Casa do Rio Grande, que não possui esses serviços e, portanto, os terceiriza à recorrente. Não se trata de simples consulta médica, mas de atividade que se insere, indubitavelmente, no conceito de “serviços hospitalares, já que demanda maquinário específico, geralmente adquirido por hospitais ou clínicas de grande porte.” É importante deixar consignado – por sugestão do Min. Teori Zavascki no julgamento do REsp 951.251/PR – que a redução da base de cálculo somente deve favorecer a atividade tipicamente hospitalar desempenhada pela recorrente – especificamente a prestação de serviços de radiologia, ultrassonografia e diagnóstico de imagens – excluídas as simples consultas e outras atividades de cunho administrativo. [...] (Grifouse) Retornando a matéria ao pleito do STJ, decidiu este pacificar seu entendimento no julgamento do REsp n° 1.116.399/BA, quando aplicou o regime do art. 543C do Código de Processo Civil, representativo da controvérsia, assim ementado: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 9 8 DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl.. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo Fl. 136DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 10 9 pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 24/02/2010) Tal decisão ainda foi consolidada pelo julgamento de Embargos Declaratórios, cuja ementa também transcrevo a seguir, por adicionar elementos interessantes, em especial, a inaplicação do conceito de “serviços hospitalares” para “consultas médicas”, vejamos: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Os embargos de declaração são cabíveis quando o provimento jurisdicional padece de omissão, contradição ou obscuridade nos ditames do art. 535, I e II, do CPC, bem como para sanar a ocorrência de erro material. 2. A parte embargante aduz que há no acórdão embargado, basicamente, três questões a serem esclarecidas, quais sejam: (i) a atividade de consulta médica realizada no interior dos hospitais por profissionais com vínculo com a instituição deve ser conceituada como serviços hospitalares para efeito de beneficiarse da redução da base de cálculo?; (ii) estão (ou não) abrangidas pelo benefício fiscal as consultas médicas prestadas em consultório médico não localizado no interior do hospital, mas com prestação de serviços que não a simples consulta médica?; e (iii) as consultas médicas prestadas em consultório médico de forma exclusiva se incluem no benefício? 3. No caso dos autos, o Colegiado foi claro e preciso ao afirmar que são excluídas dos benefícios tendentes à redução das alíquotas ora pleiteadas as atividades destinadas unicamente à realização de consultas médicas, de sorte que a conclusão ora buscada pela embargante decorre da simples leitura do acórdão embargado. 4. Não obstante, a fim de dirimir quaisquer dúvidas sobre o que foi efetivamente decidido pelo colegiado, prevenir interpretações errôneas do julgado, bem como o manejo de novos aclaratórios, devese esclarecer que a redução da base de cálculo de IRPJ na hipótese de prestação de serviços hospitalares prevista no artigo 15, § 1º, III, "a", da Lei 9.249/95, efetivamente, não abrange as simples atividades de consulta médica realizada por profissional liberal, ainda que no Fl. 137DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 11 10 interior do estabelecimento hospitalar. Por conseguinte, também é certo que o benefício em questão não se aplica aos consultórios médicos situados dentro dos hospitais que só prestem consultas médicas. 5. Ademais, por ocasião do julgamento dos embargos declaratórios opostos pela Fazenda Nacional em face do acórdão proferido no REsp 951.251PR, o eminente Ministro Relator afirmou que: "Não há que se estender o benefício aos consultórios médicos somente pelo fato de estarem localizados dentro de um hospital, onde apenas sejam realizadas consultas médicas que não envolvam qualquer outro procedimento médico." 6. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 1116399/BA, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/09/2010, DJe 29/09/2010) Como se observa, o entendimento jurisprudencial de “serviços hospitalares” ficou consolidado em sentido amplo, relacionandose ao serviço prestado, e não à natureza ou a estrutura do prestador. A interpretação do dispositivo, portanto, é objetiva. Ressaltese que o CARF se sujeita ao definido nos termos do art. 543C do Código de Processo Civil, nos termos da Portaria CARF n° 256, de 22 de junho de 2009: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. A contrario sensu, a DRJ havia entendido pela aplicação temporã dos fatos geradores, à luz das Instruções Normativas vigentes a cada tempo, que vinham restringindo o conceito de serviços hospitalares. “Seguindo este raciocínio, pacificouse no âmbito da administração tributária federal o entendimento de que serviços hospitalares são aqueles prestados em decorrência da internação e tratamento de doentes ou aqueles que necessitam de intervenções cirúrgicas em hospitais. Não se consideram como tais, para os fins específicos da tributação pelo imposto de renda e CSLL das pessoas jurídicas, mormente no regime do lucro presumido, os serviços ambulatoriais, os meros serviços de clínica médica, de exames clínicos, de análises clínicas (laboratoriais, radiológicas, ecográficas, de ressonância magnética, de tomografia computadorizada, etc.), de clínica odontológica que não necessitam de um complexo hospitalar, ou seja, dos recursos materiais e humanos próprios de um hospital, inclusive para promover a internação dos pacientes. Não bastassem estes argumentos, outra justificativa que aponta a intenção do legislador em distinguir, para fins tributários, os serviços profissionais de médico dos serviços hospitalares encontrase no custo suportado pelas pessoas jurídicas que atuam no ramo da saúde. Com efeito, os custos e despesas operacionais dos hospitais são bem superiores aos de outros serviços médicos/odontológicos/psicológicos Fl. 138DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 12 11 prestados em clínicas, consultórios médicos e laboratórios, o que fundamenta a diferenciação de percentual adotada pela lei para fixação do lucro presumido da pessoa jurídica. De fato, aos custos dos serviços prestados por hospitais, além dos gastos dos profissionais especializados e dos materiais empregados no atendimento, somamse, permanentemente, os custos de hotelaria, alimentação, enfermagem, lavanderia e pesquisa, além do que devem abranger o estado de prontidão para o atendimento a possíveis situações de emergência (atendimento 24 horas). Este, pois, é o sentido teleológico da norma: considerar como base de cálculo do imposto de renda uma porcentagem menor da receita bruta para quem atua no ramo de serviços hospitalares em relação aos serviços médicos ou odontológicos em geral, uma vez que seus custos são bem superiores aos serviços prestados em clínicas, ambulatórios, consultórios médicos ou laboratórios. Claro está, mais uma vez, a especificidade do conceito de serviços hospitalares para fins do artigo 15, III, a, in fine, da Lei nº 9.249/95. A INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF Nº 306/2003 E A PORTARIA GM Nº 1.884/1994 À época dos fatos, a CoordenaçãoGeral do Sistema de Tributação da Secretaria da Receita Federal do Brasil solicitou parecer ao Ministério da Saúde a respeito do conceito de “serviços hospitalares” com o desiderato de esclarecer caso concreto em solução de consulta a ela formulada, cuja resposta consubstanciada na Nota Técnica CGPI/DP/SIS/MS nº 020, de 18 de fevereiro de 2002, assim concluiu a questão: Conforme exposto acima podemos concluir que as definições sobre serviços hospitalares e serviços préhospitalares devem ser elaboradas a partir da normatização atualmente vigente, podendose resumir da seguinte forma: SERVIÇOS HOSPITALARES: para a verificação de serviços hospitalares, devese avaliar se no caso concreto a pessoa jurídica exerce uma das seguintes atribuições: i) promoção, prevenção e vigilância à saúde da comunidade; atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial; ii) atendimento imediato de assistência à saúde: prestação de atendimento de assistência à saúde em regime de internação por período superior a 24 horas; iii) atendimento a pacientes internos e externos em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do estado da saúde. Em face dessas conclusões, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio da Instrução Normativa SRF nº 306/2003, acolheu o posicionamento externado na Nota Técnica CGPI/DP/SIS/MS nº 020/2002, ao estabelecer em seu art. 23, as hipóteses em que os serviços prestados por determinadas pessoas jurídicas poderão ser considerados como serviços hospitalares, para os fins previstos no art. Fl. 139DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 13 12 15, § 1º, inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249/95. Eis o teor do dispositivo: Art. 23. Para os fins previstos no art. 15, § 1º inciso III, alínea "a", da Lei nº 9.249, de 1995, poderão ser considerados serviços hospitalares aqueles prestados por pessoas jurídicas, diretamente ligadas à atenção e assistência à saúde, que possuam estrutura física condizente para a execução de uma das atividades ou a combinação de uma ou mais das atribuições de que trata a Parte II, Capítulo 2, da Portaria GM nº 1.884, de 11 de novembro de 1994, do Ministério da Saúde, relacionadas nos incisos seguintes: I – realização de ações básicas de saúde, compreendendo as seguintes atividades: (...) II – prestação de atendimento eletivo de assistência à saúde em regime ambulatorial, compreendendo as seguintes atividades: (...) III – prestação de atendimento imediato de assistência à saúde, compreendendo as seguintes atividades: (...) IV – prestação de atendimento de assistência a saúde em regime de internação, compreendendo as seguintes atividades: (...) V – prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia, compreendendo as seguintes atividades: (...) Frise se: para que sejam considerados hospitalares, exigese que os serviços descritos nos incisos do art. 23 da IN SRF 306/2003 sejam prestados por estabelecimentos que possuam estrutura física condizente com as atividades que desempenha. Para que se verifique isso, fazse necessária a apresentação de provas que demonstrem que os estabelecimentos cumprem as condições exigidas em lei para ser considerado como estabelecimento assistencial de saúde (EAS). Neste ponto, a Portaria GM nº 1.884/94 disciplinou sobre a organização físicofuncional dos estabelecimentos assistenciais de saúde, determinando quais as condições necessárias exigidas para que um estabelecimento possa prestar serviço hospitalar. Lembrese, ainda, que o caput do art. 23 da IN SRF nº 306/2003, exige que o estabelecimento assistencial de saúde possua estrutura física condizente com as atividades que desempenha, sendo obrigatório, portanto, oferecer os seus serviços de maneira plena e integral. Além Fl. 140DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 14 13 disso, é imprescindível a pessoa jurídica contar com todas as instalações e os equipamentos adequados para a prestação do serviço hospitalar equiparado, devendo estar apta a prestar os serviços necessários para os quais foi criada e executálos em local onde se encontram seus equipamentos, materiais, mãodeobra especializada, etc., os quais justificam os custos assemelhados à atividade hospitalar. Se, porventura, o contribuinte tãosomente dispensa atendimentos superficiais, sendo incapaz de propiciar o efetivo diagnóstico e tratamento de seus pacientes, concluise que ela não possui uma estrutura capaz de usufruir os proveitos fiscais em análise. Aduziu, portanto, que a definição de empresário e sociedade empresária não se coaduna como elemento de empresa pela simples prestação de serviços profissionais na área médica, afastando pelas características estruturais o contribuinte da condição de estabelecimento hospitalar de que trata a lei. Ora, como já abordado, o STJ decidiu que o termo “serviços hospitalares” deve ser analisado objetivamente. No caso, houve uma interpretação subjetiva, levandose em conta outros fatores que não se relacionam à prestação do serviço, mas à estrutura e outras condições do estabelecimento, restringindo sua aplicação ao caso. Neste estigma, é oportuno ressaltar que este Conselho não se submete aos atos da Secretaria da Receita Federal, que é parte interessada na arrecadação, mas deve atenção ao conteúdo estabelecido por leis, decretos, tratados ou acordos internacionais, nos termos da Portaria CARF n° 256, de 22 de junho de 2009: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: [...] Assim, é de se afastar a interpretação restritiva emanada através do Ato Declaratório Interpretativo (ADI) SRF n° 18, de 23 de outubro de 2003, bem como, as Instruções Normativas SRF n° 306, de 12 de março de 2003, n° 480, de 15 de dezembro de 2004 e n° 539, de 25 de abril de 2005, que não se coadunam ao conceito objetivo de “serviços hospitalares” e se apegar ao precedente jurisprudencial representativo da controvérsia emanado pelo STJ supracitado. Por derradeiro, ainda que possam haver discussões, vale colacionar decisões deste Conselho já levadas a efeito nesta matéria que consolidam a interpretação esposada: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005 SERVIÇOS HOSPITALARES. ESPÉCIE DE SOCIEDADE. HIPÓTESE NÃO PREVISTA EM LEI. PERCENTUAL DE APURAÇÃO DO LUCRO PRESUMIDO. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 15 14 A expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva, ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte, porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Para a empresa que presta “serviços hospitalares”, o percentual de apuração do lucro presumido sobre as receitas da atividade, para os anos de 2002 a 2005, é de 8% para o IRPJ e de 12% para a CSLL, consoante arts. 15 e 20 da Lei nº 9.249/95. (Acórdão n° 1202000.584, Relator Conselheiro Carlos Alberto Donassolo, Segunda Câmara, Primeira Seção, julgado em 04/10/2011) IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005, 2006 LUCRO PRESUMIDO. CLÍNICA DE DIAGNÓSTICOS. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. COEFICIENTE No julgamento do Recurso Especial nº 1.116.399BA (2009/00064810), havido na sistemática dos recursos especiais repetitivos, o STJ decidiu, com a ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727 de 2008 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, que a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde), excluindose, contudo, as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004, 2005, 2006 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Subsistindo o lançamento principal, na seara do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica, igual sorte colhe o lançamento que tenha sido formalizado em legislação que toma por empréstimo a sistemática de apuração daquele. (Acórdão n° 1103000.552, Relator Conselheiro Jose Sergio Gomes, Primeira Câmara, Primeira Seção, julgado em 04/10/2011) Assim a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei nº 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva, ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte, porquanto a lei, ao conceder o menor percentual estimado de lucro, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Para a empresa Fl. 142DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA Processo nº 10830.912952/201209 Resolução nº 1802000.609 S1TE02 Fl. 16 15 que presta “serviços hospitalares”, o percentual de apuração do lucro presumido sobre as receitas da atividade é de 12% para a CSLL, consoante o art. 20 do mesmo diploma legal. Apesar de tudo o que foi dito o julgamento do presente processo necessita de uma instrução complementar para que se verifique a natureza do serviço prestados no período em que os créditos foram apurados. Isto posto, voto pela conversão do presente processo em diligência para que a Delegacia de origem verifique: a) através das notas fiscais de saída a natureza dos serviços que estão sendo faturados; b) a existência de ativos, próprios ou alugados de terceiros, condizentes com a prestação de serviços que tenham custos diferenciados em relação à simples consultas; c) demais elementos julgados pertinentes que possam esclarecer a natureza das receitas auferidas pera ora Recorrente, bem como o coeficiente para presunção do lucro. Concluída a diligência fiscal, a DRF deverá intimar a Recorrente para, querendo, se manifestar e lavrar relatório circunstanciado, pormenorizado e conclusivo dos resultados apurados. (documento assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 143DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 15/12/2014 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 21/12/2014 por JOSE DE OLI VEIRA FERRAZ CORREA
score : 1.0
Numero do processo: 10980.010765/2005-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 08 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Feb 09 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1201-000.133
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram este processo.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto Presidente
(documento assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Maria Elisa Bruzzi Boechat, Rafael Correia Fuso, André Almeida Blanco e Luis Fabiano Alves Penteado.
Relatório
Nome do relator: ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram este processo. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Maria Elisa Bruzzi Boechat, Rafael Correia Fuso, André Almeida Blanco e Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório
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IMP. E EXP. LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram este processo. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto – Presidente (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, Maria Elisa Bruzzi Boechat, Rafael Correia Fuso, André Almeida Blanco e Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório Tratase de pedido de restituição de multas moratórias da COFINS, CSLL, IRPJ e de PIS recolhidas no período de janeiro/98 a maio/2005, no montante de R$ 105.081,36, que RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .0 10 76 5/ 20 05 -3 8 Fl. 782DF CARF MF Impresso em 09/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 27/11 /2014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10980.010765/200538 Resolução nº 1201000.133 S1C2T1 Fl. 3 2 seriam indevidas ante o fato de que a Recorrente teria efetuado o pagamento a destempo, porém, de modo espontâneo, na forma do artigo 138 do CTN. Em 26 de setembro de 2006 a Delegacia da Receita Federal de Cascavel intimou o Contribuinte a apresentar esclarecimentos quanto ao crédito pleiteado. Em 13 de outubro de 2006 o Contribuinte protocolizou documentos, apresentou argumentos e prestou as informações que julgou pertinentes. Em 19 de outubro de 2006 houve despacho decisório da DRF em Cascavel (PR), que indeferiu o pedido de restituição, sob o argumento de que a legislação não autoriza a interpretação de que é indevido o pagamento da multa moratória exigida pela Secretaria da Receita Federal, pois a multa de mora não se constitui em penalidade por infração à legislação tributária, não se confundindo, pois, com a multa de ofício, esta sim revestida de caráter punitivo. A Recorrente tomou ciência do Despacho Decisório no dia 27 de outubro de 2006 e protocolizou Manifestação de Inconformidade em 8 de novembro de 2006, com os seguintes argumentos: 1. Que os tribunais pátrios reiteradamente abalizam a recuperação proposta; 2. Que a tese em voga também é amparada pelas cortes administrativas de julgamento; 3. Que a doutrina é favorável à tese ora advogada; 4. Que o caráter espontâneo incide quando inexiste qualquer procedimento fiscal a exigir a multa; 5. Todo o crédito pleiteado advém do pagamento efetivo, em DARF, dos tributos recolhidos em atraso, à vista e espontaneamente. A 1ª Turma da DRJ em Curitiba, ao analisar a impugnação apresentada pelo Contribuinte, decidiu, em 27 de agosto de 2009, por unanimidade de votos, indeferir a restituição e considerar não homologada a compensação objeto da manifestação de inconformidade apresentada. A Recorrente foi intimada da decisão e interpôs Recurso Voluntário, em 20 de outubro de 2009, no qual alega, em síntese, que: 1. Restou incontroverso o fato de o contribuinte ter efetivado o pagamento dos tributos em atraso, à vista, com os respectivos juros e mediante o acréscimo da multa de mora. 2. A Delegacia de Julgamento denegou o direito do contribuinte, mesmo diante da solidez jurídica e documental colacionada aos autos; 3. Que restou provado, nos autos, que o contribuinte pagou à vista todos os seus tributos, acrescidos de juros, correção e multa moratória, antes de iniciado qualquer procedimento fiscal a reclamar o débito; 4. A assertiva de que a denúncia espontânea exclui apenas a multa de ofício (art. 44, da Lei 9.430/96) é carente de verossimilhança, pois esta Fl. 783DF CARF MF Impresso em 09/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 27/11 /2014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10980.010765/200538 Resolução nº 1201000.133 S1C2T1 Fl. 4 3 sequer EXISTE NO CASO CONCRETO, porquanto é aplicada, nos termos da lei, quando da LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO, não havendo falar em espontaneidade nesta hipótese, sendo tal argumentação dissociada da quaestio em análise. Esta Turma do CARF decidiu, em 25 de maio de 2011, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, para que: 1. A recorrente seja intimada para apresentar em 30 dias a comprovação de que os valores pagos a destempo, e sobre os quais incidiram as multas de mora repetidas, não haviam sido declarados em DCTF anteriormente aos recolhimentos; 2. A recorrente indique minudentemente os valores dos débitos quitados, cotejando com as respectivas DCTFs, a fim de deixar bem documentado que, quando do recolhimento, os créditos tributários não estariam constituídos; 3. Se as DCTF apresentadas forem retificadoras, o contribuinte deverá apresentar e fazer o cotejo também da DCTF original, comprovando a inexistência de declaração desde a emissão da primeira DCTF; 4. A Procuradoria da Fazenda Nacional se manifeste no mesmo prazo sobre a prova documental. 5. Ao fim, devem os autos ser devolvidos ao CARF, para julgamento. O termo de intimação fiscal foi expedido em 27 de setembro de 2011 e entregue em 14 de outubro de 2011, conforme comprovante de entrega dos correios. A Recorrente se manifestou em 16 de novembro de 2011 e, em cumprimento ao termo de intimação fiscal, apresentou documentos e informações, bem assim anexou planilhas descritivas em que constam os impostos e contribuições, com os períodos de apuração, datas de pagamento e datas de entrega das DCTF originais. Os autos foram devolvidos ao CARF para prosseguimento. Na sessão de 07 de agosto de 2013 esta Turma decidiu, por unanimidade, converter novamente o julgamento em diligência para que: a) A autoridade fiscal elaborasse parecer conclusivo, sobre os pagamentos efetuados e os cálculos relativos às multas repetidas, com base nos documentos apresentados pela Recorrente; b) Após tal providência, os autos fossem remetidos para ciência e manifestação da Procuradoria da Fazenda Nacional, conforme determinou a Resolução anterior, de n.° 1201 000.048/2011; A ciência à Procuradoria da Fazenda Nacional se deu em 23 de outubro de 2013, conforme memorando de fls. 778 do processo digital. Quanto à análise dos documentos apresentados pela Recorrente e as conclusões da autoridade fiscal, convém reproduzir parte do parecer elaborado às fls. 774/775: Fl. 784DF CARF MF Impresso em 09/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 27/11 /2014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10980.010765/200538 Resolução nº 1201000.133 S1C2T1 Fl. 5 4 Uma superficial análise das informações e documentos apresentados pela interessada revela que: a) os pagamentos que constam das planilhas de cálculo apresentadas (fls. 102/110) não correspondem fielmente aos pagamentos que constaram do relatório de atualização anexados originalmente pela interessada ao pedido (fls. 11/15); b) os comprovantes dos pagamentos (DARFs) não foram apresentados; c) embora os pagamentos refiramse, de acordo com o referido relatório de atualização de pagamentos (fls. 12/15), a débitos de períodos de apuração dos anos de 1996 (10), 1997 (10 e 12) 1999 (01 a 03 e 08), 2000 (02, 05, 10 e 12), 2001 (01,04, 06, 09 e 12), 2002 (11 e 12), 2003 (01, 09 a 12) e 2004 (01), as seguintes DCTFs foram apresentadas: 4o trimestre de 2000 (fls. 117/152); 1o ao 4o trimestres de 2001 (fls. 153/292); 3o e 4o trimestres de 2002 (fls. 419/454 e 293/334); 1o, 3o e 4o trimestres de 2003 (fls. 335/375, 376/418 e 455/500); e 1o trimestre de 2004 (fls. 501/560). Concluise, pois, que as informações e documentos apresentados pela interessada são insuficientes ou deficientes para atender a exigência do CARF. Diante dessa constatação, e partindo do relatório de atualização de pagamentos (fls. 12/15) originalmente anexado pela interessada ao pedido, foram realizadas consultas aos sistemas da Receita Federal, cujas telas foram juntadas às fls. 570/660. Com as informações obtidas, foi elaborado o demonstrativo de fls. 661/662 visando a atender a exigência contida na Resolução n° 1201 000.048/2011 do CARF (fls. 95/101), devendo ser observado, nesse demonstrativo, que a apuração do valor de R$ 302,85 em face da denúncia espontânea (débito: CSLL código: 2484 período de apuração: 04/2001) foi apurado sobre o valor de R$ 1.514,28 (fl. 641), que corresponde à diferença entre o débito original declarado de R$ 2.330,00 e o débito posteriormente declarado (como complementar) de R$ 3.844,28. Adotadas as providências, os autos foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Roberto Caparroz de Almeida – Relator O recurso foi apresentado de forma tempestiva e atende aos pressupostos legais, de forma que dele tomo conhecimento. De plano, a análise dos autos nos leva a concluir que não foi dada ciência à Recorrente, para que esta se manifeste sobre as conclusões da diligência. Fl. 785DF CARF MF Impresso em 09/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 27/11 /2014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10980.010765/200538 Resolução nº 1201000.133 S1C2T1 Fl. 6 5 Assim, antes de ingressar no mérito da questão entendo que tal providência deva ser adotada, de forma que voto por CONVERTER o julgamento em diligência, para que a autoridade de jurisdição da Recorrente abra prazo, de trinta dias, para que esta se manifeste, se assim desejar, sobre as conclusões da diligência. Adotada a providência acima, os autos deverão retornar a este Conselho e Relator, para apreciação e julgamento. É como voto. (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida – Relator Fl. 786DF CARF MF Impresso em 09/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por POLIANNA DA SILVA RIBEIRO, Assinado digitalmente em 27/11 /2014 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 09/02/2015 por MARCELO CUBA NETTO
score : 1.0
Numero do processo: 10850.001860/2004-45
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 13 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 22 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3801-000.861
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Ausente o Conselheiro Paulo Antonio Caliendo Velloso Da Silveira.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Sérgio Celani, Marcos Antonio Borges, Cassio Schappo, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Ausente o Conselheiro Paulo Antonio Caliendo Velloso Da Silveira. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Sérgio Celani, Marcos Antonio Borges, Cassio Schappo, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente).
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. Ausente o Conselheiro Paulo Antonio Caliendo Velloso Da Silveira. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Sérgio Celani, Marcos Antonio Borges, Cassio Schappo, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 50 .0 01 86 0/ 20 04 -4 5 Fl. 902DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.001860/200445 Resolução nº 3801000.861 S3TE01 Fl. 903 2 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Trata o presente de pedido de restituição (fl. 1) de créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), advindos de compensação a maior com créditos do Finsocial, referente ao período de setembro de 1999 a janeiro de 2000. Posteriormente, foram apresentadas Declarações de Compensação (DComp) aproveitando o mesmo crédito. A DRF/São José do Rio Preto, por meio do despacho decisório de fls. 76/84, indeferiu o pedido de restituição e deixou de homologar as compensações, por inexistência de crédito. Cientificada do despacho e inconformada com o indeferimento de seu pedido, a interessada apresentou a manifestação de inconformidade às fls. 94/103, alegando, em resumo, que a ampliação da base de cálculo da contribuição, prevista no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 390840/MG e que o art. 26A do Processo Administrativo Fiscal (PAF) determina que nos casos em que a lei tenha sido declarada inconstitucional por decisão definitiva plenária do STF, os órgãos de julgamento da Administração Federal devem afastar sua aplicação. Assim, requer a restituição da parcela da contribuição apurada sobre as receitas que não compõem o faturamento. A 1ª Turma de Julgamento desta Delegacia de Julgamento, conforme resolução de fls. 693/698, por entender que, em tese, a contribuinte teria direito à restituição de valores da contribuição calculados sobre receitas diferentes do faturamento, determinou o retorno do presente à unidade de origem para que a interessada fosse intimada a apresentar cópias de sua escrituração contábil de modo a demonstrar a liquidez e certeza do crédito requerido. Após ser intimada, a contribuinte apresentou os documentos de fls. 703/748. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1999 a 31/01/2000 DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE EM CONTROLE DIFUSO. EFEITOS. A competência para suspender a execução de uma lei declarada inconstitucional incidentalmente, em controle difuso, é privativa do Senado Federal e gera sempre efeitos ex nunc. Fl. 903DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.001860/200445 Resolução nº 3801000.861 S3TE01 Fl. 904 3 AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. A inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Cofins e da contribuição para o PIS/Pasep, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em sede de recurso extraordinário, não gera efeitos erga omnes, sendo incabível sua aplicação a contribuintes que não façam parte da respectiva ação. REDUÇÃO DE BASE DE CÁLCULO SEM LEI ESPECÍFICA. VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL. Permanecendo válida a lei com todos os seus efeitos, enquanto não retirada do mundo jurídico, a Constituição Federal veda expressamente a redução de base de cálculo de impostos, taxas ou contribuições sem uma lei específica que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho alegando, na essência: · que o crédito pleiteado se refere à inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição Cofins, de receitas estranhas ao conceito de faturamento dada a inconstitucionalidade do artigo 3o, parágrafo 1o, da Lei n. 9718/98; · que, após ser intimada, apresentou os documentos de fls. 703/748, juntando toda a documentação necessária para comprovar o direito creditório; · que a retificação de declarações não se configura legitima como condição para repetição do indébito; · que essa discussão se encontra totalmente superada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que, em sessão plenária, declarou a inconstitucionalidade do parágrafo 1o, do art. 3o, da Lei n. 9718/98; bem como em recurso em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria; · que a jurisprudência administrativa já se manifestou favoravelmente à aplicação, pelo fisco, das decisões que declararam a inconstitucionalidade do parágrafo 1o, do art. 3o, da Lei 9718/98, com fulcro no inciso I, do parágrafo 6o, do art. 26A, incluído no Decreto n. 70235, de 6.3.1972, pela Lei n. 11941, de 27.5.2009 e também no Regimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), no seu art. 62, parágrafo 1o, inciso I, aprovado pela Portaria MF n. 256, de 22.6.2009; Fl. 904DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.001860/200445 Resolução nº 3801000.861 S3TE01 Fl. 905 4 Assim, postula a reforma da decisão a quo, a fim de que seja deferido o direito creditório pleiteado. É o Relatório. Fl. 905DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.001860/200445 Resolução nº 3801000.861 S3TE01 Fl. 906 5 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A questão posta em discussão cingese ao direito ao crédito de COFINS pago com base no art. 3º, § 1, da Lei n° 9.718, de 1998, que foram posteriormente declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. A Lei nº 9.718/98, conversão da Medida Provisória nº 1.724/98, estendeu o conceito de faturamento, base de cálculo das contribuições PIS e Cofins, definindoo no §1º do art. 3º como a receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Todavia, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, que instituiu nova base de cálculo para a incidência de PIS e da Cofins, no julgamento dos RE 357.950, 390.840, 358.273 e 346.084, conforme ementa abaixo: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (STF, RE 390.840, j. em 09/11/2005) Destaquese que o STF, no julgamento do RE nº 585.235, publicado no DJE nº 227 do dia 28/11/2008, reconheceu a repercussão geral da questão constitucional e reafirmou a Fl. 906DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.001860/200445 Resolução nº 3801000.861 S3TE01 Fl. 907 6 jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98. Segue a ementa, in verbis: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Neste sentido, entendo estarmos diante da hipótese prevista no artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria nº 256/2009 do Ministro da Fazenda, com alterações das Portarias 446/2009 e 586/2010, que dispõe que os Conselheiros têm que reproduzir as decisões do STF proferidas na sistemática da repercussão geral, conforme colacionado acima. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF No mais, o artigo 26A do Decreto nº 70.235/72, na redação dada pela Lei nº 11.941 de 27/05/2009 e o artigo 62 do RICARF, estabelecem estar vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, com exceção dos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal, no que também se amolda o presente caso. Desta forma, deve ser reconhecido o direito creditório do Recorrente caso exista, em seu favor, crédito oriundo de recolhimentos efetuados a título de COFINS na forma da Lei nº 9.718/98, excluindose da sua base de cálculo as receitas não compreendidas no conceito de faturamento nos moldes da Lei Complementar nº 70/91, nos termos dos conceitos já firmados pelo Supremo Tribunal Federal. No entanto, ultrapassada a questão prejudicial relacionada à incompetência para a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, verificamos que a decisão recorrida considerou como impedimento para o deferimento do pleito o fato do contribuinte não ter retificado a DCTF até a transmissão do PERDCOMP. Para embasar o seu direito a recorrente apresentou Balancete do livro diário relativo ao período 09/1999 a 01/2000, bem como o termo de abertura e fechamento comprovando devido registro no órgão competente, Balancete analítico da comprovação de apuração das receitas oriundas de prestação de serviço e Planilha de apuração da origem do crédito. Da análise da documentação apresentada, verificase que outras receitas compuseram a base de cálculo da contribuição em desacordo com o conceito de faturamento Fl. 907DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.001860/200445 Resolução nº 3801000.861 S3TE01 Fl. 908 7 adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), qual seja, a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. A recorrente alega que a não retificação da DCTF não interfere na obrigação principal (recolhimento do imposto indevidamente) e, portanto, não impede o reconhecimento do direito creditório da recorrente e que o direito ao aproveitamento do crédito é corolário do princípio da legalidade. De fato, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, que ademais é um dos princípios que regem o processo administrativo, não havendo norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à prévia retificação de DCTF, embora seja este um procedimento lógico, devendo ser considerada a documentação comprobatória apresentada,como indício de prova dos créditos sem no entanto conferir a liquidez e certeza necessários ao reconhecimento do direito creditório advindo do pagamento a maior. No entanto, em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados são insuficientes para se apurar a correta composição da base de cálculo da contribuição COFINS e eventuais pagamentos a maior, procedimento esse que compete à Delegacia de origem. Outra questão que não foi enfrentada pela autoridade julgadora a quo é que no caso vertente a recorrente informa que o parte do indébito no qual se lastreia o crédito nele pleiteado não foi realizado por meio de recolhimento com guia DARF, mas através de compensação, formalizada por meio da declaração de compensação eletrônica, colacionando extrato de Declaração de Compensação DCOMP e DCTF onde constam os débitos compensados.. Conforme consta no Despacho Decisório e na documentação acostada aos autos os créditos em questão decorrem de pagamento/compensação indevido ou a maior do tributo COFINS código da receita 2172, referente aos períodos de apuração de setembro/1999 a janeiro/2000, que foram totalmente extintos com vinculação: parte por meio de pagamento com DARF, e o restante por meio de compensação com créditos referentes ao processo judicial n° 94.07032434, cuja apreciação se deu por meio da formalização do Processo Administrativo n°° 10850.001021/9827. Para evitar supressão de instância, superada a questão prejudicial relacionada à incompetência para a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998 e a comprovação do valores compensados a maior, caso não se possa decidir do mérito a favor do sujeito passivo, entendo que devem os autos retornar à instância a quo para exame dessa matéria. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que a Delegacia de origem: a) apure a composição da base de cálculo da Contribuição COFINS com base na documentação apresentada e na escrita fiscal e contábil, relativo aos períodos de apuração apontados nos pedidos de restituição, e a correção dos valores inicialmente pleiteados correspondentes à indevida ampliação da base de cálculo do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98; Fl. 908DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.001860/200445 Resolução nº 3801000.861 S3TE01 Fl. 909 8 b) cientifique a interessada quanto ao teor dos cálculos para, desejando, manifestarse no prazo de dez dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 909DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 17/12/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10384.722227/2011-67
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/2010 a 28/02/2011
GLOSA. CRÉDITOS NÃO COMPROVADOS
A compensação sem a devida comprovação dos créditos correspondentes, ou antes do trânsito em julgado da decisão que a autoriza, nos termos do art. 170-A do CTN, autoriza a glosa respectiva.
MULTA QUALIFICADA.
Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado da contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação da multa de ofício qualificada de 150%, prevista artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-003.965
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/2010 a 28/02/2011 GLOSA. CRÉDITOS NÃO COMPROVADOS A compensação sem a devida comprovação dos créditos correspondentes, ou antes do trânsito em julgado da decisão que a autoriza, nos termos do art. 170-A do CTN, autoriza a glosa respectiva. MULTA QUALIFICADA. Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado da contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação da multa de ofício qualificada de 150%, prevista artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996. Recurso Voluntário Negado
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CRÉDITOS NÃO COMPROVADOS A compensação sem a devida comprovação dos créditos correspondentes, ou antes do trânsito em julgado da decisão que a autoriza, nos termos do art. 170A do CTN, autoriza a glosa respectiva. MULTA QUALIFICADA. Se os fatos apurados pela Autoridade Fiscal permitem caracterizar o intuito deliberado da contribuinte de subtrair valores à tributação, é cabível a aplicação da multa de ofício qualificada de 150%, prevista artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 4. 72 22 27 /2 01 1- 67 Fl. 866DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 3 2 Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira. Fl. 867DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve os autos de infração lavrados, referentes a glosa de compensação e aplicação de multa isolada. Reproduzo excerto do relatório da r. decisão, que bem esclarece a situação posta. No curso do procedimento de fiscalização, o sujeito passivo foi intimado por meio do TIPF – Termo de Início de Procedimento Fiscal de 09/09/2011, para apresentar documentos que comprovassem a regularidade da compensação. Em auditoria na documentação apresentada Aviso Prévio, Recibos de Férias, Resumos de Folha de Pagamento e GFIP , a fiscalização identificou a ocorrência de compensação indevida, caracterizando, inclusive, prestação de declaração falsa. No Relatório Fiscal a autoridade fazendária descreve os elementos que comprovam a compensação indevida: 1. o sujeito passivo apresentou memória de cálculo dos valores compensados – arquivo 05, fls 648/652. Nos anos 1999/2003 os valores a título de 1/3 de férias foram triplicados, pois se referem às férias, cujos valores estão zerados no período 01/1999 a 09/2003. O contribuinte apresentou sentença da Justiça Federal, não transitada em julgado, que atribui à empresa, após o trânsito em julgado, o direito de compensarse de 1/3 de férias, mas não da rubrica férias. Diante disso, constatouse a hipótese de dolo por parte do contribuinte, culminando na aplicação da multa isolada prevista no § 10º, art. 89, da Lei nº 8.212/91. 2. nos meses 09/2003 a 12/2003 a empresa informou erroneamente a rubrica férias na tabela de crédito (arquivo 05), visto que se referem ao salário maternidade – arquivo 04; 3. no período de 01/2006 a 12/2006 as verbas salário maternidade, férias e 1/3 de férias foram informadas incorretamente na tabela de crédito, conforme verificase por meio do confronto com a folha de pagamento. O salário maternidade foi informado como férias e esta como 1/3 de férias; 4. Na justificativa apresentada à fiscalização, no curso do procedimento fiscal, o contribuinte alega que em decorrência do recolhimento indevido de contribuições previdenciárias, ajuizou o MS nº 2007.40.00.0018241 na 1ª Vara Federal em Teresina/PI, pleiteando a inexigibilidade das verbas requeridas, obtendo liminar substitutiva no TRF 1ª Região e sentença favorável concessiva da segurança, confirmada pelo TRF da 1ª Região; Fl. 868DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 5 4 5. Não obstante, as decisões supra não foram deferidas na forma pleiteada pelo impetrante. A liminar substitutiva do TRF, reformadora da decisão da 1ª Vara Federal do Estado do Piauí, a qual indeferiu o Mandado de Segurança que requeria a suspensão da exigibilidade de contribuição previdenciária sobre auxílio doença/ acidente, salário maternidade, férias e adicional de férias, foi deferida apenas para suspender a exigibilidade da contribuição previdenciária sobre o auxílio doença/acidente e adicional de férias; 6. Esclarece a autoridade fiscal que a matéria objeto do Mandado de Segurança 2007.40.00.0018241 está com exigibilidade suspensa até exaurida a discussão, por força da decisão exarada na 1ª Vara Federal do Estado do Piauí; 7. Conclui a fiscalização que a glosa empreendida não está com exigibilidade suspensa, vez que o direito a compensação, conforme decisão judicial, somente poderia ser exercido após o trânsito em julgado da sentença (art. 170ª do CTN) e sobre as verbas 1/3 de férias e auxíliodoença/acidente; 8. Os fatos geradores foram categorizados nos levantamentos: G2 – GLOSA DE COMPENSAÇÃO INDEVIDA – competência mensal da declaração realizada na GFIP de referência no período de 10/2009 a 02/2011; M2 – MULTA ISOLADA POR COMPETÊNCIA COM FALSIDADE – competência mensal de envio da GFIP de referência da compensação realizada no período de 11/2009 a 03/2011. 9. A base de cálculo do lançamento e os respectivos períodos, bem como o valor da multa isolada, estão nos relatórios DDDiscriminativo do Débito. O r. acórdão – fls 811 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: · A decisão recorrida indeferiu o pedido de produção de prova pericial formulado pela Recorrente no sentido de averiguar que o aproveitamento do crédito foi feito com base em decisão judicial para tanto. · Possibilidade de apresentação posterior de documentos. · Legalidade da compensação. desnecessidade de autorização judicial · Suspensão da exigibilidade do crédito tributário. mandado de segurança. Fl. 869DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 6 5 · Não incidência da contribuição previdenciária sobre férias e 15 (quinze) primeiros dias de afastamento do trabalhador doente ou acidentado. · Invalidade da multa isolada aplicada em dobro 5.1. da DEBCAD N° 51.013.3614. · Requer o provimento ao presente recurso voluntário para REFORMAR a decisão recorrida, julgando no todo IMPROCEDENTE esta ação fiscal DEBCADS n°s 51.013.3606 e 51.013.3614 e que o advogado que a presente subscreve seja intimado a comparecer na seção de julgamento deste Recurso, para que possa sustentar oralmente as suas razões de defesa. É o relatório. Fl. 870DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. DO PEDIDO DE CITAÇÃO PESSOAL DOS PROCURADORES DA DATA DE JULGAMENTO O pedido formulado não encontra amparo na legislação vigente. A publicação da pauta de julgamento é normatizada pelo parágrafo único do art. 55 do regimento interno do CARF, aprovado pela portaria GMF no. 256, de 22 de junho de 2009, que transcrevo. Art. 55 ... Parágrafo único. A pauta será publicada no Diário Oficial da União com 10 (dez) dias de antecedência e divulgada no sítio do CARF na Internet. Ante o exposto, indefiro o pedido formulado DA PROVA PERICIAL APRESENTAÇÃO POSTERIOR DE DOCUMENTOS O decreto 70.235/72, que regula o processo administrativo fiscal, em seu art. 16 menciona os requisitos da impugnação. O inciso III determina que a peça já deve trazer os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. O inciso IV regula os pedidos de diligência ou perícia e, por fim os §§1º e 4º consideram não formulados os pedidos que não atendam aos requisitos elencados e determinam que toda prova seja apresentada quando da impugnação. Transcrevemos. Art. 16. A impugnação mencionará: ... III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 871DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 8 7 § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) ... § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Uma vez que o requerente não seguiu o previsto no prefalado art. 16, sem a indicação a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados e a indicação do nome, endereço e qualificação profissional do seu perito.aplicase a regra do § 1º, considerandose não formulado o pedido de perícia. A fase de juntada de documentos está preclusa conforme art. 16,III do decreto 70.235/72, uma vez que é na impugnação o momento oportuno a apresentação das provas cabíveis. Igualmente não se comprova nenhuma das hipóteses excepcionais trazidas no citado §4º. Ad argumentandum tantum, a realização de diligências ou perícias não se presta a desencadear desnecessária refiscalização, mormente se não há fatos documentais que a justifiquem, nem a produzir provas ou documentos cuja responsabilidade de guarda e manejo é do contribuinte, que os deveria ter apresentado tempestivamente na fase impugnatória. DA AUTUAÇÃO Tratase de auto de infração lavrado em razão da glosa de compensação. Como decorrência, também foi lavrado auto de infração com multa isolada. O recorrente impetrou ação judicial visando o afastamento de cobrança previdenciária sobre várias rubricas, sendo deferida apenas a não incidência sobre auxílio doença/acidente nos quinze primeiros dias de afastamento e 1/3 de férias, sendo que tal compensação somente poderia ocorrer após o trânsito em julgado da sentença. A compensação, efetuada entre 2007 e 2011 foi realizada antes do trânsito em julgado da decisão, em afronta ao previsto no art. 170A do CTN: Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, Fl. 872DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 9 8 antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) O auditor fiscal demonstra que os valores compensados se referiam também a parcelas não deferidas na decisão judicia. Houve compensação triplicada da parcela 1/3 férias – ao invés de 1/3, deduziuse o total da rubrica, além de compensação do salário maternidade, bem como informou de set a dez/03, valores nas rubricas FÉRIAS, que se referiam a SALÁRIO MATERNIDADE. De JAN a DEZ/06 os valores de FÉRIAS, SALÁRIO MATERNIDADE e 1/3 FÉRIAS foram indevidamente informados na tabela de crédito apresentada pela recorrente, conforme dados nas folhas de pagamento. O acórdão do TRF1 é claro no que diz respeito ao art. 170A: 5 A compensação sujeitarseá ao trânsito em julgado do acórdão, nos termos do art. 170A, do Código Tributário Nacional.. Resta demonstrado que as irregularidades apontadas justificam as glosas efetivadas pela fiscalização. Sobre multa isolada prevista no art. 89, §10º da Lei 8.212/91, c/c Inciso I do caput do art. 44 da Lei 9.430/96, a autoridade fiscal assim a justifica: 1. A Tabela de Crédito entregue pela empresa (Arquivo 05 do Procedimento Fiscal), contendo a memória de cálculo dos valores compensados, apresenta erros evidentes, na apuração dos dados. Nos anos de 1999 a 2003 os valores registrados na rubrica "1/3 FÉRIAS" da Tabela de Crédito foram super estimados (triplicados), uma vez que na realidade, os mesmos dizem respeito aos valores da rubrica "FÉRIAS" (com valores zerados no período de jan/1999 a set/2003 da tabela); conforme corroborado por Aviso Prévio/Recibo de Férias e Resumo Folha de Pagamento (Arquivos 02, 03 e 04 do Procedimento Fiscal), Mais adiante, veremos que a Justiça Federal proferiu Sentença (não transitada em julgado), relativa ao direito à compensação pela empresa (somente após o trânsito em julgado da Sentença) dos valores referentes à rubrica *l/3 FÉRIAS", e negou ó direito à compensação dos valores inerentes à rubrica "FÉRIAS"; daí a hipótese de dolo praticado pelo sujeito passivo, em super estimar (triplicar) os valores referentes à rubrica "1/3 FÉRIAS". Nos meses de set/2003 a dez/2003 os valores da rubrica ''FÉRIAS" da Tabela de Crédito apresentada pelo sujeito passivo foram informados erroneamente, visto que os mesmos se referem aos valores da rubrica auxílio "SALÁRIOMATERNIDADE", consoante o Resumo Folha de Pagamento (Arquivo 04 do Procedimento). Nos meses de jan/2006 a dez/2006 os valores das rubricas "SALÁRIOMATERNIDADE", "FÉRIAS" e "1/3 FÉRIAS" foram informados incorretamente na Tabela de Crédito apresentada pela empresa, conforme confronto realizado com os dados apurados do Resumo Folha de Pagamento (Arquivo 04 do Procedimento Fiscal). Os valores da rubrica Fl. 873DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10384.722227/201167 Acórdão n.º 2803003.965 S2TE03 Fl. 10 9 "SALÁRIOMATERNIDADE" da tabela, referemse, na verdade, aos valores da rubrica "FÉRIAS, que por sua vez, dizem respeito aos valores corretos da rubrica "1/3 FÉRIAS". (...) Entende ainda a r. decisão que: Ao elevar os valores da verba 1/3 de férias, com o fito de aumentar quantia a ser compensada, restou caracterizada a apresentação de declaração com falsidade, sujeitando o contribuinte à multa prevista no art. 89, § 10º da Lei 8.212/91. Não há, portanto, o que retificar na aplicação da multa, vez que a fiscalização comprovou que a declaração prestada pelo contribuinte para justificar a compensação não refletia os valores reais do adicional de 1/3. Sem reproche a conclusão esposada, a qual incorporo a este voto, justificando a multa isolada aplicada. Dessa feita, tenho que não há reparo a ser efetivado no r. acórdão. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negolhe provimento. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 874DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10660.900394/2006-81
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 10/06/1999
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. IMPROCEDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVAS.
Cabe ao interessado provar os fatos que tenha alegado.
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.602
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinatura digital)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinatura digital)
Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira - Redator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 10/06/1999 ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. IMPROCEDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVAS. Cabe ao interessado provar os fatos que tenha alegado. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis. Recurso Voluntário Negado.
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FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. IMPROCEDÊNCIA. AUSÊNCIA DE PROVAS. Cabe ao interessado provar os fatos que tenha alegado. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinatura digital) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 0. 90 03 94 /2 00 6- 81 Fl. 339DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 12 2 (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Redator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 13 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo contra o acórdão julgado pela 2ª. Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Juiz de Fora (DRJ/JFA), na sessão de julgamento de 27 de fevereiro de 2014, em que indeferiu as preliminares e julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia Regional de Julgamento de origem, que assim relatou os fatos: “O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório nº rastreamento 41976784 emitido eletronicamente em 03/01/13, referente ao PER/DCOMP nº 30649.18212.170408.1.3.040461. “Tratase de Pedido Eletrônico de Restituição (Per) que visou à restituição de crédito de Cofins (código de arrecadação 2172) oriundo de pagamento indevido/a maior. Referido Per foi indeferido à razão de que, dadas as características do Darf ali discriminado, localizouse pagamento integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível para a restituição postulada. Na manifestação de inconformidade foi defendido em síntese que: a Medida Provisória nº 2.15835/ 2001 determinou que a partir de 1º/02/1999, as fundações de direito privado estão isentas da Cofins sobre as receitas provenientes de suas atividades próprias; “Por se tratar de isenção, a contribuinte passou a ser exonerada da obrigação de efetuar o pagamento do tributo, surgindo, incontinenti, o direito de ser restituída dos valores que recolheu aos cofres públicos à título de COFINS”; “providenciou o requerimento através do PER/DCOMP número15693.47903.150703.1.2.047803) sendo surpreendida com o indeferimento do Pedido de Restituição”; “os rendimentos indevidamente tributados não se referem a ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável ou à receitas estranhas às suas atividades próprias”; Ao final, requer: alternativamente “lhe seja reconhecido e autorizado o direito de compensar o seu crédito com outros débitos de competência da Receita Federal do Brasil”; “produção de prova técnica pericial, com a finalidade de demonstrar que se trata de tributo calculado e recolhido tendo em conta as receitas provenientes de suas atividades próprias” Fl. 341DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 14 4 Em razão de Resolução dessa 2ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, o julgamento foi convertido em diligência, em síntese, no sentido de que fossem determinadas quais as receitas isentas da contribuinte, nos termos do § 2º do art. 47 da IN/SRF nº 247/2002. Na Informação Processual da DRFVAR/SAORT/GEDOC, em resumo, foram contextualizados os procedimentos fiscais visando ao cumprimento daquela Resolução, dentre os quais: a solicitação de esclarecimento endereçada à contribuinte a apresentar documentos/informações, bem como a insuficiência dos documentos apresentados em decorrência. Aberta a oportunidade para tanto, em face daquela Informação Processual, a contribuinte apresentou suas razões adicionais de defesa. É o relatório.” A DRJ de Juiz de Fora (DRJ/JFA) decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. Colaciono a ementa do referido julgado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 10/06/1999 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROVA DO PAGAMENTO INDEVIDO/A MAIOR. INOCORRÊNCIA. INDEFERIMENTO. Não comprovado documentalmente o direito creditório postulado, malgrado as oportunidades conferidas à contribuinte para esse mister, há que se manter o indeferimento operado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com improcedência de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, enfatizando que deve ser reformada a decisão de primeira instância, sendo injusto o indeferimento da restituição por não haver juntado as notas fiscais que embasaram o lançamento. É o sucinto relatório. Fl. 342DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 15 5 Voto Conselheiro Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira Relator. O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Preliminares de Nulidade O recorrente afirma que a decisão não respeitou os princípios basilares do processo administrativo, assim como carece de fundamentação aviltando o direito a ampla defesa e contraditório, sendo, portanto, nulo. Preliminarmente cabe serem afastadas as alegações de nulidade. A recorrente invoca genericamente que o auto de infração é nulo por desatender os princípios basilares do processo administrativo fiscal, dentre eles: o da verdade material, da legalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. Apesar de discorrer longamente sobre a ausência de fundamentação do ato administrativo e o seu desvio de finalidade, por ausência do dever administrativo de instruir, tenho consagrado que compete ao requerente de crédito líquido e certo que traga os elementos essenciais para a prova de sua certeza e liquidez. Não considero assim, que no presente caso, que o princípio da verdade material entre em contradição com o princípio da iniciativa da prova. Por fim, cabe afastar a alegação de inaplicabilidade da multa em face do princípio constitucional de vedação de confisco. Cabe esclarecer que a multa aplicada possui natureza moratória e não punitiva. De outro lado, determina a Súmula n. 02 a vedação à apreciação por este órgão julgador das matérias constitucionais em conflito. Sendo assim, deixo de apreciar esta matéria por expressa proibição no CARF. Razões de Mérito Analisandose os autos, verificase que o processo se iniciou com uma PER/DCOMP transmitida pela contribuinte, no qual informou ela ter realizado pagamento indevido ou a maior de COFINS. A RFB constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido. O contribuinte foi intimado, via solicitação de Esclarecimento, a fornecer nova documentação em que contasse descritivamente: 1 – Planilhas e/ou demonstrativos de apuração das receitas próprias (isentas da COFINS com base no artigo 14, inciso X, c/c o artigo 13, inciso VIII da Medida Provisória nº 2.15835/ 2001) e das demais receitas, referentes aos períodos de apuração dos supostos créditos objetos das Manifestações de Inconformidades, constantes dos processos acima citados. Fl. 343DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 16 6 2 – Cópias dos Livros Contábeis / Fiscais onde constem os lançamentos das receitas mencionadas no item “1”, acompanhados dos documentos que embasaram os lançamentos e que comprovem a natureza das referidas receitas; 3 – Maiores esclarecimentos, que entenderem necessários, para subsidiar as análises e os julgamentos. Em resposta ao solicitado, o contribuinte limitouse a colacionar os mesmos documentos e informa que não possui mais as notas fiscais pertinentes ao fato gerador objeto do pedido de restituição, por entender ser desobrigado de manter esta documentação tão logo tenha decorrido 5 anos. Em divergência do alegado a Nota Cosit nº 338/2007 estabelece que a obrigatoriedade da guarda de documentos fazse necessária até o término da decisão, conforme abaixo, parcialmente transcrito: “A Nota COSIT nº 338, de 2 de outubro de 2007, ratifica a SCI COSIT nº 11 de, 24 de julho de 2006 (...) 2.10 Quanto ao prazo estabelecido que o contribuinte tem obrigação de guardar os documentos relativos a DIRPF apresentada, não se pode olvidar a necessidade do exame dos saldos de Imposto a Restituir apurados pelo contribuinte mesmo após o prazo decadencial para o lançamento, considerando que toda restituição envolve saída de valores dos Cofres Públicos e deve, portanto, ser respaldada em procedimentos capazes de verificar a procedência ou não da respectiva restituição, e, portanto, a restituição pleiteada mediante a DIRPF deve ser pautada nos mesmos procedimentos a que estão sujeitos os demais pedidos de restituição, no sentido de que o interessado deve manter todos os documentos relativos à restituição solicitada enquanto o pedido não tiver sido analisado e decidido.”. Deste modo, carece de direito creditório o contribuinte, não havendo, pois, apresentando a documentação idônea, completa e capaz de comprovar o direito creditório alegado, devendo ser ressaltado que a delegacia de julgamento propiciou ao contribuinte oportunidade para fazêlo e o recorrente se limitou a apresentar os mesmos documentos outrora colacionados no processo. Assim, com base nestas constatações, no fato de a legislação tributária dispor que a DCTF é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário (art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984) e que a compensação de débitos tributários somente pode ser efetuada mediante existência de créditos líquidos e certos do interessado perante a Fazenda Pública (art. 170 do CTN), e de a lei que trata do processo administrativo tributário federal estabelecer que a prova documental deve ser apresentada na impugnação (art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235, de 1972), a DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade. Fl. 344DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 17 7 Apesar de a decisão de primeira instância ter sido fundamentada de modo a dar a conhecer à contribuinte as razões de fato e de direito que levaram ao indeferimento de sua manifestação de inconformidade, no recurso voluntário afirmase apenas que são infundadas as alegações da RFB de que não resta crédito disponível para compensação e que o DARF informado no PER/DCOMP seria suficiente para comprovar a existência do crédito. A recorrente nada diz sobre ter retificado a DCTF, tampouco sobre eventual erro na DCTF considerada pela DRF na verificação da existência de crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Logo, não foi contestada a utilização do crédito para compensação de crédito confessado em DCTF. Diante dos fatos, passível de conclusão de que a recorrente concorda, haja vista não ter apresentado em suas razões recursais impugnação específica, quanto à necessidade de comprovação documental por meio de apresentação da escrituração contábil e fiscal na data final para apresentação da manifestação de inconformidade. Portanto, restarseá, tão somente, verificar se é procedente a alegação de que o DARF citado no PER/DCOMP é suficiente para comprovar a existência do crédito. Contudo, o despacho decisório é claro ao atestar que o pagamento informado como indevido ou a maior foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte e que não sobrou crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Conforme afirmou a Auditora Relatora do acórdão recorrido, a conclusão emitida pela autoridade fiscal da DRF de origem baseouse em dados constantes dos sistemas informatizados da RFB, alimentados por informações prestadas pelos próprios contribuintes por meio de declarações fiscais próprias. Assim, temse que, no caso, o pagamento informado como indevido ou a maior estava totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF como devido. Por consequência, o DARF a ele relativo não prova a existência de crédito algum. A contribuinte não comprovou possível erro na DCTF original que permitisse considerar que o valor pago por meio do DARF informado foi indevido ou a maior. Não tendo ficado provado o fato constitutivo do direito de crédito alegado, então, com fundamento nos artigos 170 do CTN e 333 do CPC, devese considerar correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada. Compartilho do entendimento de que o fato do contribuinte ter retificado a DCTF após a ciência do despacho decisório, por si só, não é motivo suficiente para provocar o não reconhecimento do seu crédito. Logo, entendo como indispensável à apresentação de provas suficientes a justificar o erro de cálculo inicialmente cometido, nos termos do § 1º do artigo 147 do CTN: “Art. 147”. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. §1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento.”. Fl. 345DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 18 8 Ocorre que a contribuinte não logrou êxito ao apresentar provas contábeis e fiscais suficientes para a comprovação do crédito, carreando aos autos tão somente cópia do DARF e cópia do PER/DCOMP, pelo que, tornase impossível reconhecer o crédito pretendido sem os elementos de prova indispensáveis. Logo, deixou transcorrer a contribuinte a sua oportunidade de produzir provas que sustentassem as suas alegações, ônus que lhe competia, não sendo os documentos juntados em anexo ao recurso voluntário suficientes para provar o direito alegado. Assim, temos que no processo administrativo fiscal, tal qual no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, in casu, da contribuinte. Neste sentido, prevê a Lei n° 9.784/99 em seu art. 36: “Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei.” Em igual sentido, temos o art. 333 do CPC: “Art. 333 O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito. II – ao réu, quanto à existência de fato impeditiva, modificativa ou extintiva do direito do autor.” Observo que a turma tem admitido a DCTF retificadora mesmo quando posterior à ciência do despacho decisório, porém, somente quando acompanhada da prova de erro na DCTF retificada, por meio da escrituração e dos documentos fiscais e contábeis, o que não ocorreu no caso dos autos por silente o contribuinte. Assim, conforme a jurisprudência deste Egrégio Conselho, somente se admite a redução do valor débito informada na DCTF retificadora, apresentada após a ciência do Despacho Decisório, quando a contribuinte apresentar a documentação adequada e suficiente para provar que houve pagamento indevido ou maior. Quanto ao argumento do contribuinte de que por se tratar de isenção, a contribuinte passou a ser exonerada da obrigação de efetuar o pagamento do tributo, entendo que esse fato não afasta o seu dever de cumprimento de obrigações acessórias. Determina o art. 14, inc. III do CTN que as entidades protegidas pela imunidade e mais ainda aquelas abrangidas pela isenção possuem o dever de: “III manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão”. Este dever implica não somente a escrituração e guarda dos livros, mas também dos documentos correspondentes que confirmem as informações contábeis registradas. Deste modo, deixando o contribuinte de trazer aos autos elemento que possa comprovar a sua pretensão, concluo por não ter sido comprovado o direito creditório pretendido, ainda que invocado o princípio da verdade material. Assim, entendo inaplicável ao presente caso o princípio da verdade material, pois ciente a contribuinte de seu dever de trazer aos autos documentação hábil para comprovar seu direito, optou por assim não o fazer. Fl. 346DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA Processo nº 10660.900394/200681 Acórdão n.º 3801004.602 S3TE01 Fl. 19 9 Desta forma, em especial pela não comprovação da existência de direito de crédito líquido e certo, entendo que deve ser negado provimento ao presente recurso voluntário, mantendose a decisão que não reconheceu o direito de credito pleiteado e não homologou a compensação a ele vinculada. Em face do exposto, encaminho o voto para NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. É assim que voto. (assinatura digital) Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira – Relator. Fl. 347DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO ANTONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA, Assinado digi talmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 21/11/2014 por PAULO AN TONIO CALIENDO VELLOSO DA SILVEIRA
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Numero do processo: 16327.720777/2012-93
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 07 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3101-000.403
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Por unanimidade de votos, converteu-se o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. Acompanharam o julgamento a Dra. Marise Ferreira de Oliveira, OAB/SP nº 225.008, advogada do sujeito passivo, e a Dra. Luciana Ferreira Gomes, Procuradora da Fazenda Nacional.
Henrique Pinheiro Torres Presidente
Rodrigo Mineiro Fernandes Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Elias Fernandes Eufrasio, José Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres.
Relatório
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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Por unanimidade de votos, converteuse o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. Acompanharam o julgamento a Dra. Marise Ferreira de Oliveira, OAB/SP nº 225.008, advogada do sujeito passivo, e a Dra. Luciana Ferreira Gomes, Procuradora da Fazenda Nacional. Henrique Pinheiro Torres – Presidente Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri, Elias Fernandes Eufrasio, José Mauricio Carvalho Abreu e Henrique Pinheiro Torres. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do Acórdão n° 0732.286 da 4ª Turma da DRJ/FNS, de 23/08/2013 (fls. 943 a 962), que manteve o auto de infração lavrado pela fiscalização para constituir o crédito referente ao valor do PIS e da COFINS devidos sobre receita auferida nas operações de vendas das ações recebidas com a transformação dos títulos patrimoniais associativos a que a Recorrente detinha perante a Bovespa Holding S/A e BM&F S/A (desmutualização), por entender que não poderiam ser classificados como ativo permanente. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 63 27 .7 20 77 7/ 20 12 -9 3 Fl. 1052DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 16327.720777/201293 Resolução nº 3101000.403 S3C1T1 Fl. 4 2 A contribuinte recorre alegando, em síntese, que procedeu à venda de parte das ações da Bovespa Holding S/A e da BM& S/A sem, legitimamente, incluir tais receitas na base de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins, pois, seja por força da disposição inserta no inciso IV do § 2° do art. 3º da Lei n° 9.718/98, que exclui da receita bruta a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente, seja por não se adequar ao conceito de faturamento contido na mesma norma. A manutenção do Auto de Infração teve como fundamento o quanto restou consignado na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário:2007 TÍTULOS MOBILIÁRIOS. REGISTRO. ATIVO CIRCULANTE. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. INEXISTÊNCIA. Ações da Bovespa Holding S/A e da BM&F S/A, recebidas em decorrência da operação denominada desmutualização da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo (BM&F), quando negociadas dentro do mesmo ano de seu recebimento, devem ser registradas no Ativo Circulante, inexistindo hipótese de exclusão dos ganhos auferidos por seus detentores da base de cálculo da Cofins. VENDA DE AÇÕES. RECEITA OPERACIONAL. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. A receita financeira proveniente da venda de ações auferida por instituição financeira, cuja atividade empresarial inclui negociação e intermediação com títulos e valores mobiliários e mercadorias negociáveis em bolsas de valores e bolsas de mercadorias e futuros, integra a base de cálculo da Cofins, enquanto receita operacional da instituição. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2007 TÍTULOS MOBILIÁRIOS. REGISTRO. ATIVO CIRCULANTE. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. INEXISTÊNCIA. Ações da Bovespa Holding S/A e da BM&F S/A, recebidas em decorrência da operação denominada desmutualização da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da Bolsa de Mercadorias & Futuros de São Paulo (BM&F), quando negociadas dentro do mesmo ano de seu recebimento, devem ser registradas no Ativo Circulante, inexistindo hipótese de exclusão dos ganhos auferidos por seus detentores da base de cálculo da Contribuição para o PIS. VENDA DE AÇÕES. RECEITA OPERACIONAL. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO. A receita financeira proveniente da venda de ações auferida por instituição financeira, cuja atividade empresarial inclui negociação e intermediação com títulos e valores mobiliários e mercadorias Fl. 1053DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 16327.720777/201293 Resolução nº 3101000.403 S3C1T1 Fl. 5 3 negociáveis em bolsas de valores e bolsas de mercadorias e futuros, integra a base de cálculo da Contribuição para o PIS, enquanto receita operacional da instituição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2007 MULTA DE OFÍCIO. AGRAVADA. Caracterizado o reiterado atraso na prestação de informações solicitadas pela fiscalização, o reiterado descumprimento das exigências postas nos termos de intimação fiscal e a reiterada omissão de informações solicitadas pela fiscalização, sem justificativa e sem solicitação de prazo de prorrogação, configurada está a hipótese legal para a aplicação da multa de ofício agravada, no percentual de 112,5% do valor da contribuição devida. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário, reapresentando os mesmos argumentos aduzidos na impugnação, requerendo a reforma do Acórdão da DRJ para cancelar integralmente o auto de infração lavrado. A Repartição de origem encaminhou os autos, com o Recurso Voluntário, para apreciação do órgão julgador de segundo grau. É o relatório. Voto Versa o presente processo sobre o lançamento de ofício das contribuições do PIS e da COFINS sobre a receita auferida com as operações de alienação das ações da Bovespa Holding S/A e BM&F S/A, recebidas em razão do processo conhecido como “desmutualização”, consistente em um conjunto de alterações societárias ocorridas na Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F) que deixaram de ser associações sem fins lucrativos e se transformaram em sociedade anônimas. Como consequência do processo de desmutualização, os detentores dos Títulos Patrimoniais da Bovespa e da BM&F receberam ações representativas do capital da Bovespa Holding S/A e da BM&F Holding S/A, que foram posteriormente vendidas. A autoridade fiscal alega que as ações recebidas deveriam compor o “ativo circulante” e, quando da venda, haveria a incidência das contribuições; a Recorrente entende que as ações deveriam ser classificados no “ativo permanente”, da mesma forma que os títulos anteriormente possuídos, e, quando da venda, não sofreriam a incidência das contribuições. A análise do processo demonstrou que, para verificar a natureza jurídica da receita obtida com a venda das ações, é imprescindível conhecer como se deram as alterações Fl. 1054DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 16327.720777/201293 Resolução nº 3101000.403 S3C1T1 Fl. 6 4 societárias das parte envolvidas, em especial, das associações para empresas sociedade anônimas. Diante do exposto, converto o julgamento em diligência à repartição de origem para que sejam juntados aos autos os atos societários e associativos relativos ao processo de “desmutualização” das pessoas jurídicas objetivadas na alegada “transferência de ativos” quais sejam: Bolsa de Valores de São Paulo – BOVESPA (associação), Bolsa de Mercadorias & Futuros –BM&F (associação), CBLC, Bovespa Holding S/A e BM&F S/A. Após a juntada dos atos societários, intimem a Recorrente para, querendo, manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, e retornem os autos para julgamento. Sala das sessões, 10 de dezembro de 2014 Rodrigo Mineiro Fernandes [assinado digitalmente] Fl. 1055DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/01/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/01 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
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Numero do processo: 19311.000384/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE.
Descabe a alegação de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais e o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento.
IRPJ.CSLL. ARBITRAMENTO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS FISCAIS E CONTÁBEIS.
É cabível o arbitramento do lucro se a pessoa jurídica, durante a ação fiscal, deixar de exibir a escrituração que a ampararia na tributação com base no lucro real.
ARBITRAMENTO DE LUCROS
A desclassificação da escrita para fins de arbitramento de lucros não significa que devam ser desconsideradas as receitas escrituradas e declaradas pelo sujeito passivo
ARBITRAMENTO. INCONDICIONALIDADE.
Inexiste arbitramento condicional, sendo inócua a pretensão do contribuinte em apresentar a escrituração depois do lançamento para efeito de verificação da apuração do lucro real.
Numero da decisão: 1401-001.329
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Jorge Celso Freire da Silva Presidente
(assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Maurício Pereira Faro, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva.
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Nome do relator: Antonio Bezerra Neto
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Descabe a alegação de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais e o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento. IRPJ.CSLL. ARBITRAMENTO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS FISCAIS E CONTÁBEIS. É cabível o arbitramento do lucro se a pessoa jurídica, durante a ação fiscal, deixar de exibir a escrituração que a ampararia na tributação com base no lucro real. ARBITRAMENTO DE LUCROS A desclassificação da escrita para fins de arbitramento de lucros não significa que devam ser desconsideradas as receitas escrituradas e declaradas pelo sujeito passivo ARBITRAMENTO. INCONDICIONALIDADE. Inexiste arbitramento condicional, sendo inócua a pretensão do contribuinte em apresentar a escrituração depois do lançamento para efeito de verificação da apuração do lucro real.
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NULIDADE. Descabe a alegação de nulidade quando o auto de infração preenche os requisitos legais e o processo administrativo proporciona plenas condições à interessada de contestar o lançamento. IRPJ.CSLL. ARBITRAMENTO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS FISCAIS E CONTÁBEIS. É cabível o arbitramento do lucro se a pessoa jurídica, durante a ação fiscal, deixar de exibir a escrituração que a ampararia na tributação com base no lucro real. ARBITRAMENTO DE LUCROS A desclassificação da escrita para fins de arbitramento de lucros não significa que devam ser desconsideradas as receitas escrituradas e declaradas pelo sujeito passivo ARBITRAMENTO. INCONDICIONALIDADE. Inexiste arbitramento condicional, sendo inócua a pretensão do contribuinte em apresentar a escrituração depois do lançamento para efeito de verificação da apuração do lucro real. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 31 1. 00 03 84 /2 00 9- 21 Fl. 3193DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Jorge Celso Freire da Silva – Presidente (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto, Maurício Pereira Faro, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Karem Jureidini Dias e Jorge Celso Freire da Silva. . Fl. 3194DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário contra o Acórdão nº 0528.038, da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em CampinasSP. Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância: Trata o processo 19311.000384/200921 dos Autos de Infração relativos a Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ, fls. 355/358) e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL, fls. 362/366), do anocalendário de 2005, cientificados em 22/10/2009, formalizando crédito tributário no valor total de R$ 13.187.033,90 (fls. 01), aí incluídos principal, multa de ofício proporcional de 75% e juros de mora calculados até 30/09/2009, em decorrência de o contribuinte não manter a escrituração a que está obrigado na forma das leis comerciais e fiscais, ficando sujeito ao arbitramento do lucro. Em decorrência da mesma ação fiscal, foram também formalizadas, no processo 19311.000385/200976, exigências de Cofins e de Contribuição ao PIS, referentes ao anocalendário 2005, bem como, em vista da não apresentação dos arquivos digitais solicitados, exigência de multa isolada, cientificadas em igual data (22/10/2009) e formalizando crédito tributário de R$ 9.382.344,18 (= R$ 1.444.012,92 a título de PIS e correspondentes acréscimos + R$ 6.664.675,77 a título de COFINS e correspondentes acréscimos + R$ 1.273.655,49 a título de multa isolada). A ação fiscal está amparada por Mandado de Procedimento Fiscal (fls. 02/03 do processo 19311.00384/200921) contemplando: (i) Imposto de Renda Retido na Fonte do anocalendário de 2004 (redundando em exigência formalizada no processo 19311.000037/200907), (ii) a contribuição ao PIS e a COFINS do ano calendário de 2005 e, também, (iii) verificações obrigatórias em relação aos tributos e contribuições administrados pela RFB nos últimos cinco anos e no período de execução do Procedimento Fiscal. As constatações que ensejaram a autuação aqui tratada foram contextualizadas no Termo de Verificação de fls. 328/348 do processo 19311.000384/200921, sendo descritas, de forma detalhada, sob os seguintes títulos: (1) Descrição dos Fatos; (2) Fundamentação; (2.1) Tributação com base no lucro arbitrado; (2.1.1) Base de Cálculo quando conhecida a Receita Bruta; (2.2) Alteração do Regime de Incidência das contribuições; (2.3) Sistema Escriturai Eletrônico; (2.3.1) Multa isolada; (3) Verificações Obrigatórias; (4) Conclusão. Após descrever minuciosamente o procedimento fiscal, as reiteradas intimações para apresentação de documentação, os diversos pedidos de prorrogação de prazo e respectivas concessões, sem que houvesse atendimento integral, concluiu a fiscalização que: ... o contribuinte ignora as disposições das leis comerciais e fiscais, não mantém escrituração contábil e fiscal, não mantém os arquivos digitais e sistemas da Fl. 3195DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 5 4 escrituração eletrônica, e com intuito de retardar o andamento do presente procedimento fiscal, apresentou alegações e prorrogações de prazos meramente protelatórios, prejudicando os trabalhos desta fiscalização, ensejando tributação do IRPJ e da CSLL pela lucro arbitrado, com base no art. 530,1, do RIR/99. Acerca da base de cálculo para o IRPJ e CSLL, objeto do presente processo 19311.000384/200931, esclarece a fiscalização ter observado o art. 532 do RIR/99 e que: Para determinação da receita bruta e das outras receitas, considerouse o Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais (DACON) e não a Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), em virtude daquele conter informações mensais necessárias à apuração trimestral do lucro arbitrado, e esta, informações anuais, por conta do período anual de apuração do IRPJ e da CSLL. Desta forma, conforme demonstrado no anexo ao presente termo, denominado "Tabela 1 Base de Cálculo do IRPJ e CSLL Lucro arbitrado", o lucro arbitrado foi constituído pela somatória: do resultado da aplicação do percentual de 9,6 sobre a receita bruta, constituída pelas receitas de revenda, e as outras receitas, que constituem acréscimos ci base de cálculo. (...) Em oposição à exigência, o contribuinte, por intermédio de seu procurador (procuração às fls. 388 do processo 19311.000384/200921), protocolizou, em 23/11/2009, a impugnação de fls. 371/387, acompanhada dos documentos de fls. 388/402, com as razões de defesa a seguir sintetizadas. Impugnação de igual teor foi também protocolizada, na mesma data, no processo 19311.000385/200976 (fls. 376/392. acompanhada dos documentos de fls. 393/407). Alega, de início, não ter a fiscalização demonstrado que poderia realizar o lançamento na modalidade de arbitramento como o fez. Classifica de longa e confusa a descrição contida no Termo de Verificação Fiscal 001, a qual teria apenas o propósito de tentar confundir até levar a erro o julgador, porque o conduziria a entender que o contribuinte não atendeu as solicitações e que o Sr. AFRF não dispunha de elementos para apurar o lucro real, o que não é verdade ... Ressalta que a fiscalização relacionada ao IRRF do exercício 2005 foi encerrada em 05/02/2009 com a lavratura de auto de infração sobre a problemática do cartão de incentive house, tendo a ação fiscal prosseguido em relação à contribuição para o PIS e COFINS no exercício 2006, anocalendário de 2005. Argumenta que, ao invés de focar seu trabalho no que realmente constava do MPF (PIS e COFINS), a ação fiscal foi direcionada para outros elementos, com a finalidade de fazer as verificações obrigatórias, tendo sido solicitado em 13 de março de 2009 os arquivos digitais contábeis de janeiro 2004 a dezembro de 2008 e a disponibilização dos livros de apuração do IPI e do LALUR, passando a intercalar solicitações da fiscalização específica (PIS e COFINS) com as denominadas verificações obrigatórias, deixando o contribuinte ainda mais confuso. Fl. 3196DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 6 5 Reportase a algumas das intimações efetuadas pela fiscalização, alegando, em síntese, que: em 27/08/2009, o contribuinte entregou os arquivos digitais contábeis solicitados anos 2004 a 2007, valendo destacar que foi parcial o ano de 2004 e na íntegra os demais, especialmente o do ano 2005, objeto da fiscalização do PIS e da COFINS; em 18/09/2009, entregou os arquivos digitais do ano de 2004 completo (fls. 08 do termo fiscal); consta de fls. 08 do Termo Fiscal que foram realizados os cotejos das informações dos arquivos digitais contábeis do contribuinte com a DCTF e foi reconhecida a sua consistência; foram efetivamente entregues para a fiscalização os livros diário e razão de 2004 e de janeiro a julho de 2005; tendo sido apenas solicitado fosse entregue a íntegra do ano de 2005 no dia 23/09/09; também apenas no dia 03/09/2009foi solicitado pela fiscalização layout padronizados 4.1 a 4.9 do ano calendário 2005 (fls. 08 termo fiscal), para fins de correta apuração do PIS e COFINS e dos seus créditos; conforme se depreende de fls. 16 do Termo Fiscal, o contribuinte já havia apresentado, no formato e layout exigido pela fiscalização, o livro de registro de entrada e saída do ano de 2005, que seriam suficientes para verificar os créditos e a apuração do PIS e COFINS; no dia 23/09/09 o contribuinte esteve perante a AFRF e apenas foi solicitado a íntegra do ano de 2005 do livro diário e razão, entendendo superada a exigência de 03/09/2009; indagada se, diante dos elementos até então entregues, não seriam dispensáveis os livros impressos, a fiscal esclareceu que assim também entendia mas como estaria previsto na legislação que deve o contribuinte também ter o livro em papel impresso ela entendia ser necessário sua entrega com as formalidades legais: o contribuinte acenou com o prazo de entrega de todos os anos pedidos até 2007 de até 45 dias, mas antes disso foi surpreendido com a autuação por arbitramento, sob alegação de que o contribuinte não entregou o arquivo exigido no termo fiscal de 03/09/09 (superado pela conversa do dia 23/09/09 e por já ter sido entregue o LRE e LRS no formato por ela exigido) e justamente por não ter entregue o livro impresso de agosto a dezembro de 2005. Discorda do arbitramento, argumentando tratarse de forma de tributação excepcional, aplicável somente quando preenchidos os requisitos legais. Acrescenta que: fez apuração pelo lucro real, conforme DIPJ, tendo entregue todos os arquivos digitais solicitados pela fiscalização, exceção apenas ao layout padrão 4.1 a 4.9 da intimação 03/09/09 que ficou superado com a lembrança de que havia entregue o LRE e o LRS Fl. 3197DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 7 6 no formato por ela anteriormente solicitado, bem como, possuiu todos os livros e documentos contábeis hábeis para suportar a sua opção pelo lucro real, jamais tendo se recusado a exibilos para a fiscalização; se a fiscalização entendeu arbitrar o lucro relativo ao ano de 2005, até por questão de coerência e certeza, não poderia mencionar de forma contraditória que os arquivos contábeis digitais, inclusive o do ano de 2005, seriam consistentes inclusive quanto aos cotejos realizados, por análise e reanálise minuciosa realizada, conforme consta do termo de verificação fiscal fls. 20 e 21; são dispensáveis os arquivos solicitados em 03/09/09 para ter certeza das bases de cálculo de PIS e Cofins, notadamente, ST, alíquota zero, não incidência e etc, pois a Tabela 2 anexa ao termo de verificação fiscal 001 de 21/10/09, chega a contemplar coluna com exclusão da base de cálculo relativa a receitas isentas, suspensão e etc, apenas do período de janeiro a julho de 2005 obtida na DACON e das planilhas memórias de cálculo entregue pela contribuinte e dos arquivos anteriormente entregues; com as informações de que dispunha a fiscalização, tanto que as utilizou e deu por consistente e bom em cotejo minucioso e até mesmo para servir de exclusão de base de cálculo do PIS e COFINS, além da nítida contradição da fiscalização o que compromete sua autuação, verificamos que todos os livros ou documentos que foram disponibilizados para a fiscalização o Sr. AFRF poderia apurar o lucro... real e não optar pelo arbitramento; a fiscalização sequer era relativa ao IRPJ e à CSLL, mas foi realizado arbitramento, ainda que tenha dado por consistente os arquivos digitais entregues e, sobretudo, por ser a fiscalização apenas do PIS e COFINS; possuindo a empresa contabilidade e sendo possível apurar o lucro real, descabe lançamento com base no lucro arbitrado, conforme aponta a jurisprudência do Conselho de Contribuintes, que cita; ainda que por hipótese houvesse a falta de comparecimento e apresentação dos documentos e livros, o que não é o caso, ainda assim o Conselho de Contribuintes tem afastado o lançamento por arbitramento, conforme ementas de acórdãos que menciona; tanto é compatível, consistente e boa a contabilidade e as informações prestadas pela empresa que a fiscalização até de forma contraditória com o lançamento pelo lucro arbitrado, não apenas utilizouse de suas informações, como deu por boa e consistente a contabilidade digital entregue e realizou exclusões da base de cálculo do Pis e Cofins; nesse ponto, ao tratar das exclusões da base de cálculo do Pis e Cofins, a contradição fiscal é extremada, pois ainda que considerasse ser possível num lançamento arbitrado exclusões, se utilizou as informações para as exclusões da DACON entregue, qual a razão de não considerar os meses de agosto a dezembro? Entende ser indevido e nulo o lançamento com base no lucro arbitrado do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS e a multa isolada. Requer a realização de diligência e perícia para apuração do lucro real de acordo com a realidade de sua escrituração contábil, nos seus livros, registros e documentos, que encontramse à disposição na sua sede social. Para demonstrar a ilegalidade da não concessão de produção de provas no processo administrativo, Fl. 3198DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 8 7 reportase aos arts. 2° e 3o da Lei 9.874/99, a dispositivos constitucionais e a excertos doutrinários e de decisões judiciais. Opõese à caracterização de falta de entrega de arquivo digital e considera indevida a multa lançada reprisando argumentos já explanados contra o arbitramento bem como a conclusão de que entregou todos os arquivos digitais solicitados, inclusive LRE e LRS no formato e layout exigido pela própria fiscalização, sendo interessante ressaltar que a contabilidade digital entregue dos anos de 2004 a 2007foi dada por consistente em minuciosa análise de reanálise e cotejo fiscal, conforme consta das fls. 20 e 21, devendo a mesma ser afastada. Discorda do lançamento do PIS e da COF1NS, argumentando não poder sofrer tributação de forma cumulativa com base em sua receita bruta em razão do indevido lançamento arbitrado. Alega afronta ao princípio da capacidade contributiva e de nãoconfisco, desconsideração da opção externada nas declarações, impossibilidade de desconsideração de pagamentos aos fornecedores e créditos na atual sistemática não cumulativa. Entende que se havia uma forma para ser realizado o lançamento com base nas informações prestadas pela própria empresa de forma menos gravosa, esta deveria ter sido inicialmente utilizada, independentemente de qualquer outro fato do procedimento. Acrescenta que: não foram observadas pela fiscalização as diretrizes da decisão do E. STF que, ao julgar Recurso Extraordinário, declarou a inconstitucionalidade do § Io do art. 3o da Lei 9.718/98, devendo ser excitadas da base de cálculo do PIS e da COFINS outras receitas que não sejam decorrentes de seu faturamento, não prevalecendo até a edição das leis 10.637/02 e 10.833/03 o conceito de faturamento ampliado para a totalidade das receitas, sendo somente nesse ponto nulo o lançamento; devem ser excluídos da base de cálculo do PIS e da Cofins os valores do ICMS, sob pena de incidirem as contribuições não sobre o faturamento mas sobre o imposto, o que não é tolerado pelo ordenamento e também não é condizente com o conceito de faturamento. A DRJ, manteve integralmente o lançamento, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 FALTA DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS FISCAIS E CONTÁBEIS. ARBITRAMENTO. IRPJ. CSLL. É cabível o arbitramento do lucro se a pessoa jurídica, durante a ação fiscal, deixar de exibir a escrituração que a ampararia na tributação com base no lucro real. Inexistindo arbitramento condicional, inócua é a pretensão do contribuinte em apresentar a escrituração que dispõe ou requerer diligência ou perícia para verificação da apuração do lucro real. Irresignada com a decisão de primeira instância a interessada interpôs recurso voluntário a este CARF, repisando os tópicos trazidos anteriormente na impugnação. É o relatório. Fl. 3199DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 9 8 Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator. O recurso reúne as condições de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Delimitação da lide O presente processo de nº 19311.000384/200921 trata dos Autos de Infração relativos ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, do anocalendário de 2005, em decorrência de o contribuinte não manter a escrituração a que está obrigado na forma das leis comerciais e fiscais, ficando sujeito ao arbitramento do lucro. Não faz parte da lide deste processo, portanto, as exigências de Cofins e de Contribuição ao PIS, referentes ao anocalendário 2005, bem como, multa isolada pela não apresentação dos arquivos digitais solicitados que estão formalizados no processo 19311.000385/200976, em decorrência da mesma ação fiscal. Portanto, os argumentos trazidos a esse respeito não serão aqui tratados, muito embora a DRJ tenha julgado os dois processos de forma única. Apesar do presente processo ter sido formalizado em decorrência da mesma ação fiscal relativa ao PIS e COFINS, não vejo prejuízo algum em julgálo separadamente preservando as competências originais de cada uma das respectivas seções de julgamento (1a Seção – IRPJ/CSLL e 3a Seção – PIS e COFINS), em face das peculiaridades que o caso apresenta. Isso porque os fatos que motivaram o lançamento do IRPJ e CSLL, necessidade ou não do arbitramento, diz respeito e interfere apenas com esses tributos (IRPJ/CSLL) em nada afetando a análise do PIS e COFINS. Todo o procedimento iniciouse no bojo da fiscalização do PIS e COFINS. O IRPJ e a CSLL veio apenas a reboque, no fim desse procedimento, sendo lhe de uma certa forma até “acessório” ao procedimento das Contribuições. Outrossim, o processo n 19311.000385/200976 já está distribuído a outro julgador que iniciou o julgamento sobrestando o feito em função da Repercussão Geral, esta também já resolvida com a mudança dos dispositivos regimentais que comandavam esse sobrestamento. Portanto, diante dessas peculiariedades e apesar de ter havido uma resolução de conexão em sentido contrário desta mesma Turma, reavaliando os fatos, afasto essa necessidade. Preliminar de nulidade Preliminarmente, a recorrente imputa o presente AI com o vício da nulidade, em face das inconsistências da fiscalização durante o processo inquisitivo, levandoo à hipótese equivocada de arbitramento. Fl. 3200DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 10 9 Apenas para um melhor esclarecimento sobre o assunto, transcrevese o dispositivo que rege a matéria no processo administrativo fiscal. Prescreve o art. 59 do Decreto 70235/72 com a nova redação dada pela Lei 8748/93: Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa; Por conseguinte, considerase nulo o ato, se praticado por pessoa incompetente ou com preterição do direito de defesa, não tendo se caracterizado quaisquer das situações, pois não se põe em dúvida a competência do autor, nem há que se falar em preterição do direito de defesa, vez que os fatos apurados foram descritos com o respectivo enquadramento legal, e levados ao conhecimento, da autuada, levando a mesma a defenderse plenamente através da peça impugnatória acostada aos autos. Acrescentese que, quando muito, em se admitindo o fato da autoridade lançadora ter cometido algum engano com relação à matéria de fato ou a sua subsunção à norma, tratarseia então de questão de mérito e não de preliminar de nulidade. E como ficará bem demonstrado mais adiante, nem mesmo isso aconteceu. Outrossim, a fase preliminar do procedimento fiscal tem natureza inquisitorial não se aplicando nesse momento o princípio do contraditório e da ampla defesa. Assim, rejeito a preliminar de nulidade suscitada MÉRITO Arbitramento Em relação aos questionamentos preliminares em relação à inexistência de fatos suficientes a levar ao arbitramento, o Termo de Verificação Fiscal de fls. 328/348, por si só, é esclarecedor, descreve detalhadamente a seqüência dos acontecimentos e refuta a defesa da Recorrente: Inicialmente, o contribuinte foi intimado a apresentar determinados documentos, dos quais merecem destaque: Livro Diário, Razão, Registro de Entradas, Registro de Saídas do período de 01/01/2005 a 31/12/2005; Deixar a disposição desta fiscalização os Livros Diário, Razão e de Apuração do Lucro Real (LALUR) dos anoscalendário de 2003 a 2008, para fins de execução das verificações obrigatórias previstas no procedimento fiscal Em resposta ao termo de intimação foram entregues diversos documentos, no entanto os Livros em comento não foram apresentados. Fl. 3201DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 11 10 Mediante o Termo de Intimação Fiscal nº 0001, intimouse o contribuinte a apresentar, memoriais de Apuração da Base de Cálculo dos Créditos a Descontar (planilhas, memórias, observações, ajustes etc), em papel e/ou meio digital, nos quais se baseou o contribuinte no preenchimento do item 01 (...) ao 14 (...) das fichas 06 (...) a 12 (...) Apuração dos Créditos da Contribuição para o PIS/Pasep e Apuração dos Créditos da COFINS Regime NãoCumulativo (Incidência Total ou Parcial), respectivamente, dos Demonstrativos de Apuração das Contribuições Sociais (DACON), discriminando a composição de cada item e seus respectivos valores, relativamente a janeiro, junho, agosto e dezembro de 2005. Decorridos 61 (....) dias sem que qualquer manifestação por parte do contribuinte, este foi reintimado a apresentar os elementos ora solicitados. Transcorridos 28 (...) dias , sem qualquer manifestação por parte do fiscalizado, foi enviada nova reintimação, solicitandose os mesmos documentos e esclarecimentos. Fazse necessário observar que, decorridos 89 (...) dias, o contribuinte sequer entregou a escrituração contábil e fiscal que está obrigado a manter em observância às disposições das leis comerciais e fiscais. Com o fim de executar as verificações obrigatórias determinadas no procedimento fiscal, intimouse o contribuinte a apresentar os arquivos digitais contábeis (Livro Diário, Livro Razão, Plano de Contas e Lançamentos), em consonância com o padrão definido pela IN SRF n° 86/2001, e ADE Cofis n° 15/2001, bem como, deixar à disposição desta fiscalização os Livros de Apuração do Lucro Real (LALUR) e os Livros de Apuração do IPI, todos referentes ao período de janeiro/2004 a dezembro/2008. O contribuinte compareceu a esta DRF e alegou que por motivos internos não havia possibilidade de entregar os arquivos digitais contábeis solicitados, bem ainda, que não mantinha os livro contábeis e fiscais impressos para apresentação. Ante o exposto, o contribuinte foi advertido da sua obrigação em manter a escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, e pelo fato de utilizar sistema de processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicas, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal, estar obrigado a manter, em meio magnético ou assemelhado, à disposição da RFB, os respectivos arquivos e sistemas durante o prazo de cinco anos, e estar sujeito à imposição de penalidades no caso de sua inobservância. O contribuinte prontificouse em atender às intimações até o final do mês de abril/2009. Findo o prazo ajustado, o contribuinte não se manifestou e nada apresentou a esta fiscalização. Aos 18 de maio de 2009, o contribuinte compareceu novamente a esta DRF, alegou problemas para apresentar os arquivos digitais contábeis e a escrituração contábil e fiscal emitida graficamente, e solicitou prazo suplementar de 30 (...) dias. Mediante o Termo de Reintimação Fiscal n° 003, o contribuinte foi reintimado e advertido do não atendimento integral ao Termo de Intimação Fiscal n° 0001, Termo de Reintimação Fiscal n° 0001 e do Termo de Reintimação Fiscal n° 0002. Fl. 3202DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 12 11 Aos 22 de maio de 2009, foram entregues diversos documentos, inclusive alguns de período não compreendido no presente procedimento fiscal, não obstante, a documentação solicitada não foi apresentada. Finalmente, decorridos aproximadamente 10 (dez) meses da intimação datada de 07/08/2008, aos 03 de junho de 2009, foram apresentados os memoriais de apuração dos créditos da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS nos quais se baseou o contribuinte no preenchimento das fichas 06 (seis) e 12 (doze) do DACON, referentes ao anocalendário 2005. Intimado e reintimado desde março/2009, a apresentar os arquivos digitais contábeis (Livro Diário, Livro Razão, Plano de Contas e Lançamentos), em consonância com o padrão definido pela IN SRF n° 86/2001, e ADE Cofis n° 15/2001, os quais está obrigado a manter conforme advertido, aos 23 de junho de 2009, decorridos 102 dias, o contribuinte protocolizou requerimento de prorrogação de prazo por mais 90 (noventa) dias, alegando dificuldades na geração dos arquivos. Inadequado seria deixar de ressaltar que, por inúmeras vezes esta fiscalização concedeu extensos prazos e deferiu prorrogações, bem como, diversas oportunidades para regularizar a escrituração comercial e fiscal, contudo o contribuinte tem atendido as intimações de forma insatisfatória, incompleta, bem ainda, com inobservância da legislação comercial e fiscal Ademais, aos 16 de maio de 2008, através do Termo de Início do Procedimento Fiscal, o contribuinte foi intimado a deixar à disposição desta fiscalização os Livros Diário, Razão e LALUR referentes aos anoscalendário de 2003 a 2008. Desde então, decorrido mais de 1 (um) ano, demandados longos e exaustivos períodos de intimações, reintimações, concessões de prorrogações de prazo e protelações, nada foi apresentado. Feita essa observação, mediante Termo de Reintimação n° 0004, novamente reintimouse o contribuinte .... Na data de 08 de julho de 2009, o contribuinte apresentou somente arquivos digitais referentes ao período de abril a dezembro de 2004. E, ainda, solicitou novo prazo de prorrogação por mais 90 (noventa) dias para atendimento à intimação. Diante da postura reiterada de protelar e embaraçar o procedimento fiscal, através do termo de Reintimação Fiscal n° 0005, mais uma vez o contribuinte foi advertido de sua obrigação em manter a escrituração com observância das leis comerciais e fiscais, conforme disposto nos arts. 259 e 260 do RIR/99,... Ressaltouse que a inobservância das disposições legais supra citadas o sujeitaria à apuração do lucro com base nos critérios do lucro arbitrado, consoante previsto no art. 530 do RIR/99, abaixo transcrito: Do mesmo modo o contribuinte foi advertido que, pelo fato de utilizar sistema de processamento eletrônico .... estar obrigado a manter, em meio magnético ou assemelhado, à disposição da RFB, os respectivos arquivos e sistemas durante o prazo decadência!, e estar sujeito à imposição de penalidades no caso de sua inobservância, em consonância com o disposto nos arts. 11 e 12 da Lei 8.218, de 29 de agosto de 1991, abaixo transcritos: Fl. 3203DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 13 12 No dia 05 de agosto de 2009, o contribuinte compareceu a esta DRF alegando entrega dos arquivos digitais, contudo, com pretexto de retardar ainda mais o andamento da ação fiscal, nada trouxe. No dia seguinte, 06 de agosto de 2009, protocolizou nesta DRF a seguinte alegação, "ipsis litteris", "... possui seus arquivos magnéticos e a devida escrituração contábil". Contraditoriamente, nada apresentou e ainda, solicitou prazo adicional de 20 (vinte ) dias. Ante os fatos descritos, constatase que, exaustivamente, o contribuinte foi advertido por esta fiscalização a regularizar a sua situação, e para tanto, foram concedidas incontáveis prorrogações de prazos. Por esta razão, mediante o Termo de Constatação Fiscal n° 0002, o contribuinte foi intimado a apresentar a documentação solicitado no Termo de Reintimação Fiscal n° 0005 no prazo improrrogável de 5 (cinco) dias, conforme abaixo discriminado: Livro Diário, Livro Razão, Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) e Livro de Apuração de IPI referentes aos anoscalendário de 2004 a 2007; Arquivos digitais contábeis (...) em, consonância com o padrão definido pela IN SRF n° 86, de 2001, e ADE Cofis n° 15, de 2001, referentes aos anos calendário de 2004 a 2007. De forma enfadonha, reiterouse .... sob pena de sujeição ao arbitramento e à imposição de multa isolada. Expirado o prazo para atendimento à intimação supra, aos 24 de agosto de 2009, na data seguinte compareceu a esta DRF, o mencionado consultor em T. I. com alegação de que os elementos solicitados estavam concluídos para serem entregues. Contudo, nada apresentou. Determinouse desta forma, que a entrega dos aludidos documentos/elementos seria às 10:00 (dez) horas do dia 27 de agosto de 2009, nesta DRF. .... o contribuinte não compareceu no horário avençado, vindo a apresentarse às 12:18 horas, consoante carimbo do setor de protocolo, na ausência desta autoridade fiscal. Foram deixados os documentos abaixo discriminados, conforme posteriormente verificado: 1) Arquivos Digitais contendo "Plano de Contas Diário Geral, Centro de Custos, Lançamentos Diário Geral" referentes aos anoscalendário de 2005, 2006 e2007. Com referência a 2004 ... nada foi entregue 2) Livros Diário referentes ao anocalendário de 2004:... 3) Livros Diário referentes ao anocalendário de 2005: janeiro a julho ¡2005: 9 volumes numerados de 71 a 79 4) Livros Razão referentes ao anocalendário de 2004 ... Fl. 3204DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 14 13 Registrese que, após reiteradas intimações e prorrogações de prazo, a documentação foi entregue incompleta, tanto relativamente à escrituração contábil e fiscal, quanto aos arquivos digitais contábeis, conforme abaixo especificado: Os Livros Diário relativos ao anocalendário 2005 estão incompletos, ou seja, faltavam os meses de agosto a dezembro; Não foram entregues os Livros Razão referentes ao anocalendário 2005; Não foram entregues os Livros de Apuração do Lucro Real (LALUR) e os Livros de Apuração do IPI referentes aos anoscalendário de 2004, 2005, 2006 e 2007. Dessa forma, através do Termo de Constatação Fiscal n° 0003, o contribuinte foi intimado a regularizar a sua escrituração, bem ainda, tendo em vista os arquivos digitais relativos ao LRE e LRS serem insuficientes para a apuração da contribuição para o PIS e da COFINS e para a apuração dos créditos das referidas contribuições, em virtude da necessidade da discriminação das mercadorias por regimes tributários das contribuições sociais — substituição tributária, tributação monofásica, suspensão, alíquota zero, isenção, não incidência, intimouse o contribuinte a apresentar arquivos digitais em consonância com o padrão definido pela Instrução Normativa SRF n° 86, de 2001, e Ato Declaratório Executivo Cofis n° 15, de 2001, referentes ao anocalendário de 2005, contendo informações em conformidade com os itens abaixo especificados do Anexo Único do aludido Ato Declaratório Executivo, imprescindíveis para a correta apuração da contribuição para o PIS e da COFINS e dos créditos das referidas contribuições: Na data de 11 de setembro de 2009, o contribuinte entregou no setor de protocolo desta DRF requerimento para prorrogação de prazo para restituição dos aludidos Livros Diário. Relevante observar que as informações solicitadas no Termo supracitado são concernentes a registros contábeis, a fornecedores e clientes, a documentos fiscais, a controle de estoque, a relação de insumos e produtos, entre outros, ou seja, dados intrinsecamente relacionados à atividade comercial do fiscalizado, e conforme estabelece os arts. 11 e 12 da Lei n° 8.212, de 29 de agosto de 1991, o contribuinte está obrigado a manter esses arquivos digitais e sistemas à disposição da RFB. Aos 18 de setembro de 2009, o contribuinte entregou ao setor de protocolo desta DRF, os arquivos digitais referentes ao período de janeiro a dezembro de 2004. No que concerne aos Livros Diário, apenas solicitouos para regularização, no entanto, não mostrouse empenhado em reavêlos, porquanto não compareceu para retirálos e não indicou data para restituição dos mesmos. Foi necessário que esta autoridade fiscal entrasse em contato por telefone para que o contribuinte comparecesse a esta DRF para a retirada dos aludidos Livros. Determinouse que fossem regularizados e devolvidos a esta fiscalização no prazo de 5 (cinco) dias. No mesmo prazo , reintimouse o contribuinte a apresentar todos os Livros Diário e Razão relativo ao anocalendário 2005. No entanto, até a presente data não houve qualquer manifestação por parte do contribuinte e nada foi apresentado a esta fiscalização. Ante todo o exposto e considerando os fatos ocorridos durante o procedimento fiscal, constatouse que o contribuinte ignora as disposições das leis Fl. 3205DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 15 14 comerciais e fiscais, não mantém escrituração contábil e fiscal, não mantém os arquivos digitais e sistemas da escrituração eletrônica, e com intuito de retardar o andamento do presente procedimento fiscal, apresentou alegações e prorrogações de prazos meramente protelatórios, prejudicando os trabalhos desta fiscalização. Fica fácil perceber que inúmeras foram as vezes em que a fiscalização concedeu extensos prazos e deferiu prorrogações, bem assim, diversas oportunidades para regularizar a escrituração comercial e fiscal, sem contudo o contribuinte ter logrado êxito em aproveitar tais oportunidades. Como bem frisou o autuante, aos 16 de maio de 2008, através do Termo de Início do Procedimento Fiscal (fl.178), o contribuinte foi intimado a deixar da fiscalização os Livros Diário, Razão e LALUR referentes aos anoscalendário de 2003 a 2008. Decorreuse mais de 1 (um) ano, onde foi demandado longos e exaustivos períodos de intimações, reintimações, concessões de prorrogações de prazo e protelações e nada foi apresentado. Deixouse de apresentar os livros obrigatórios: Razão, Diário (parcial) e LALUR e por motivos injustificáveis: “O contribuinte compareceu a esta DRF e alegou que por motivos internos não havia possibilidade de entregar os arquivos digitais contábeis solicitados, bem ainda, que não mantinha os livro contábeis e fiscais impressos para apresentação.” (grifei) Quanto à apresentação incompleta do Livro Diário há de se aduzir em complemento que tal livro também não atendia as condições impostas pela legislação de regência. A esse respeito a DRJ foi bastante peremptória: Os Livros Diário relativos ao anocalendário 2005 estavam incompletos, ou seja, faltavam os meses de agosto a dezembro; os Livros Diário relativos ao período de janeiro a julho de 2005, não estavam assinados pelo contador, outrossim, não foram autenticados no órgão competente, conforme disposição legal do art. 251 do RIR/99 e do ,sç 4°, art. 258 do mesmo Regulamento; lido foram entregues os Livros de Apuração do Lucro Real (LALUR) e os Livros de Apuração do IPI referentes aos anoscalendário ..., 2005 Cabe salientar que todos os três livros são obrigatórios (artigos 258 a 260 do RIR/99), independentemente da apresentação de outros livros (entrada e saída) ou de arquivos magnéticos. O Art. 260, por exemplo, é bastante claro a esse respeito da necessidade do Lalur, entre outros, além dos livros contábeis, Diário e Razão. O art. 264 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) também deixa bem claro que “a pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar a sua situação patrimonial.” Cabe salientar que o arbitramento é uma medida de salvaguarda do crédito tributário, não cabendo ao fiscal autuante permanecer à espera de que o contribuinte cumprisse suas obrigações fiscais quando lhe fosse conveniente. Diante desse contexto, nada mais restou a autoridade fiscal, senão arbitrar o lucro, com fundamento no artigo 530, inciso I do RIR/1999, abaixo transcrito: Fl. 3206DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 16 15 Art.530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º): (...) I o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real ou submetido ao regime de tributação de que trata o DecretoLei n" 2.397, de 1987, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; (...) A DRJ esclarece e refuta de forma pertinente alguns pontos colocados pelo contribuinte, cabendo aqui adotar suas considerações: Ainda observese que o fato de ter sido imputada ao contribuinte multa por falta de apresentação de arquivos magnéticos em nada afeta a obrigatoriedade de arbitramento dos lucros quando configurada hipótese do art. 530 do RIR/99, mesmo porque referida multa, como será abordado adiante, decorreu do não atendimento da intimação acerca de outros arquivos que não os contábeis, os quais se mostraram necessários para apuração do PIS e da COFINS e não do IRPJ e da CSLL. Quanto à alegação de que somente em 23/09/2009 teria sido solicitada a íntegra dos livros do anocalendário de 2005, não se confirma, tendo em conta que, por meio do próprio Termo de Início cientificado em 16/05/2008, foi o contribuinte intimado a apresentar Livros Diário, Razão, Registro de Entradas e Registro de Saídas relativamente ao período de 01/01/2005 a 31/12/2005 (fls. 179). E, desde então, decorridos mais de 01 (um) ano até a formalização da autuação, não logrou o contribuinte apresentálos de forma integral. Cai por terá, portanto, toda argumentação da Recorrente no sentido de que o lançamento não deveria ter sido arbitrado. Contestação da Receita Conhecida adotada pela fiscalização Quanto à esse aspecto, a jurisprudência já sinalizou também que a desclassificação da escrita fiscal para fins de arbitramento de lucro não tem o condão de afastar a eficácia das receitas escrituradas, para fins de enquadramento no art. 532 do RIR/99, conforme ementa abaixo reproduzida: IRPJ ARBITRAMENTO DE LUCROS A desclassificação da escrita para fins de arbitramento de lucros não significa que devam ser desconsideradas as receitas escrituradas e declaradas pelo sujeito passivo. (1ºCC Ac. 10706845, 7ª C., Rel. Francisco de Assis Vaz Guimarães, data da sessão 17/10/2002). O comando do art. 535 do RIR/99 destinase à situação em que não se conhece a receita bruta. Em relação à argumentação de que os livros e documentos foram disponibilizados para a fiscalização, o que permitiria a apuração do lucro real, não se confirma Fl. 3207DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 17 16 tal assertiva pois, como visto, não há evidência alguma no processo de apresentação de Livro Razão e de LALUR para o anocalendário de 2005 nem de Livro Diário para o período de agosto a dezembro de 2005 e, ainda, mesmo em relação ao período de janeiro a julho de 2005, Livro Diário apresentado não atendia as condições impostas pela legislação. Também em sua defesa a Recorrente não traz provas de que teria apresentado os livros exigidos. Dessa forma, também deve ser afastada essa contestação. Arbitramento Condicional Também não socorre a Recorrente pleitear a apresentação da escrita contábil após o lançamento, pois não existe lançamento condicional. O momento próprio para apresentação da escrita contábil e fiscal é durante o procedimento de fiscalização. Nesse mesmo passo tem se posicionado o CARF: ARBITRAMENTO DO LUCRO FALTA DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS A falta de apresentação de livros e documentos à autoridade fiscal é motivo suficiente para que se arbitre o lucro da pessoa jurídica. (Acórdão 10517.186, Sessão de 17/09/2008) IRPJ ARBITRAMENTO DE LUCRO FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS LIVROS OBRIGATÓRIOS E DOCUMENTOS PERTINÊNCIA Cabe o arbitramento do lucro quando o Contribuinte, apurando lucro real, não apresentou os Livros Contábeis e Fiscais que suportaram a declaração apresentada. Correto o procedimento que tomou como base de cálculo do lançamento a receita bruta declarada. (Acórdão n° 10807765, Sessão de 14/04/2004). Do pedido de diligência Nesse contexto, também se nega o pedido de diligência por prescindível à solução da lide. Verificase que o pleito formulado diz respeito a questões que, substancialmente, foram apreciadas nesse voto, bem assim refutadas em face da inexistência de arbitramento condicional. Além disso, como bem colocou a DRJ, “as providências requeridas resultariam na análise de elementos de natureza documental, os quais o interessado sequer prova existirem, à semelhança do ocorrido no curso do procedimento fiscal.” Fl. 3208DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 19311.000384/200921 Acórdão n.º 1401001.329 S1C4T1 Fl. 18 17 Lançamentos Reflexo (CSLL) Por estar sustentado na mesma matéria fática, os mesmos fundamentos devem nortear a manutenção da exigência lançada por via reflexa. Por todo o exposto, rejeito a preliminar de nulidade e, no mérito, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 3209DF CARF MF Impresso em 04/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 04/02/2015 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ANTONIO BEZERRA NETO
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