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Numero do processo: 16327.002326/00-10
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1996
RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO.
Não é conhecido recurso especial se não há divergência na interpretação da lei tributária.
Numero da decisão: 9101-003.423
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo -Presidente
(assinado digitalmente)
Cristiane Silva Costa - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: CRISTIANE SILVA COSTA
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1996 RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. Não é conhecido recurso especial se não há divergência na interpretação da lei tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 23 26 /0 0- 10 Fl. 374DF CARF MF 2 Relatório Tratase de processo originado pela lavratura de Auto de Infração de IRPJ, quanto ao anocalendário de 1996, com imposição de multa de 75% ao crédito tributário (Auto de Infração às fls. 68/71). Consta do Termo de Verificação Fiscal (fls. 64/65): No exercício das funções de Auditor Fiscal da Receita Federal, em prosseguimento aos trabalhos de fiscalização desenvolvidos junto ao Banco Fenícia S/A, sucedido pelo contribuinte acima identificado, verificamos, consoante se depreende da análise do item 28 da "Ficha 06 Demonstração do Lucro Liquido" da Declaração de Rendimentos de Imposto de Renda Pessoa Jurídica do anocalendário de 1996, exercício financeiro de 1997, a apropriação da Provisão para a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido no valor de R$ 3.860.582,47, superior, portanto, aos R$ 2.788.253,34 referentes A CSLL declarada no item 22 da "Ficha 11 Cálculo da CSLL", sem que tenha procedido à necessária adição ao Lucro Liquido no "Livro de Apuração do Lucro Real LALUR", da respectiva diferença no importe de R$ 1.072.329,13. Regularmente intimado a justificar seu procedimento, o fiscalizado respondeu, em resumo, que "...não há que se falar em erro no transporte da Linha 27 da Ficha 06 para a Linha 22 da Ficha 11 uma vez que, conforme consta do próprio manual de preenchimento da DIRPJ, o valor a ser apontado ai é o referente à soma das provisões para CSLL sobre os lucros real e diferido, enquanto que o valor apontado na Ficha 11 corresponde A CSLL efetivamente devida no período." (sic) Tendo em vista que o auditado não adicionou ao Lucro Liquido do AC/96 a referida importância de R$ 1.072.329,13, procederemos â sua adição através de lançamento de oficio, com a constituição do pertinente crédito tributário a ser consubstanciado pela lavratura do competente Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, do qual o presente "Termo" fará parte integrante. Enquadramento legal : Artigos 193, 194 e 195, Inciso I, todos do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 1.041, de 11.01.94 (RIR194), vigente à época da ocorrência do fato. O contribuinte apresentou impugnação administrativa (fls. 73), que foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (fls. 127/135): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Data do fato gerador: 31/12/1996 Ementa: IRPJ. LUCRO REAL. ADIÇÕES NÃO COMPUTADAS. Fl. 375DF CARF MF Processo nº 16327.002326/0010 Acórdão n.º 9101003.423 CSRFT1 Fl. 375 3 Na determinação do Lucro Real, é vedado deduzir do lucro liquido a contrapartida da provisão para pagamento da CSLL em anocalendário futuro. Apenas as provisões expressamente autorizadas no Regulamento e em ato do Ministro da Fazenda são dedutiveis para fins de apuração da base de cálculo do IRPJ. TAXA SELIC. APLICABILIDADE. A utilização da taxa SELIC para o cálculo dos juros de mora decorre de lei, sobre cuja aplicação não cabe aos órgãos do Poder Executivo deliberar. Lançamento Procedente Em recurso voluntário, o contribuinte sustenta, em síntese, (i) a correção das informações na DIPJ (linhas 6/28 e 11/22), diante do MAJUR; (ii) não se aplicaria o entendimento “a contrario sensu” de que teria registrado despesas para a formação de provisão par aa CSLL em valor superior ao da CSLL devida, por força do MAJUR mencionado, que validaria os lançamentos na forma do artigo 100, do Código Tributário Nacional; (iii) não haveria impactos de ordem tributária, tema que teria sido analisado em precedentes do CARF (10189.296); (iv) seria inaplicável a taxa de juros SELIC (fls. 144/160). A Turma a quo deu parcial provimento ao recurso voluntário, cancelando o auto de infração e reduzindo o saldo negativo de IRPJ, em acórdão cuja ementa se transcreve a seguir (fls. 242, volume 2): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1996 PROVISÃO DE CSLL DEDUTIBILIDADE A provisão que deve ser informada na Linha 06/28 da DIPJ/97 é a "soma das provisões para a contribuição social, calculada sobre o lucro do períodobase e sobre os lucros diferidos." 0 contribuinte deve calcular a CSLL sobre o lucro do períodobase e não realizar o cálculo com base em um lucro estimado por esta. IRPJ. AUTO DE INFRAÇÃO. REDUÇÃO DE SALDO NEGATIVO. EXIGÊNCIA DE TRIBUTO. Identificada a inclusão de deduções indevidas, devese, após a competente glosa, integrar o respectivo valor na apuração da base de cálculo para se encontrar o montante do tributo devido. Se remanesce negativo o saldo de tributo a pagar mesmo após a exclusão da dedução indevida, deve ser procedido o ajuste do saldo negativo do imposto, e não o lançamento do tributo que, ao final do período de apuração, mostrase indevido. Recurso procedente em parte. A Procuradoria foi intimada deste acórdão, sem que tenha apresentado recurso (fls 253). Fl. 376DF CARF MF 4 O contribuinte, intimado em 06/08/2012 (fls. 260, volume 2), apresentou embargos de declaração em 10/08/2012, no qual alega contradição no acórdão embargado. A Turma a quo acolheu os embargos para suprir omissão, sem efeitos infringentes, em acórdão ementado da forma seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1996 LANÇAMENTO FISCAL. REDUÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL. REDUÇÃO DE SALDO NEGATIVO. DIFERENÇA. No lançamento fiscal, a irregularidade de se lançar sem reduzir o prejuízo fiscal implica em erro na formação da própria base tributável, o que não é passível de correção por parte do julgador administrativo, que não pode alterar o lançamento. Neste sentido, a jurisprudência do CARF é tranqüila no sentido de se cancelar o auto de infração por inteiro. No caso de existência de saldo negativo, este não afeta a apuração da base de incidência do IRPJ e da CSLL, uma vez que o saldo negativo é crédito do contribuinte e que pode, inclusive, ser objeto de pedidos de compensação com outros tributos de outras espécies, por meio da apresentação da competente PER/DCOMP. Assim, caso se realize o lançamento e não se promova a absorção desse crédito, é dado ao julgador administrativo promover referida redução, que não afeta a formação da norma individual e concreta de tributação, mas apenas a composição do valor exigível a partir da autuação O contribuinte foi intimado quanto ao acórdão em 21/07/2014 (fls. 296), apresentando recurso especial em 05/08/2014 (fls. 298). Neste recurso, sustenta divergência com o paradigma 10323.605, no qual se decidiu que “se feita tal recomposição verificase que o auto de infração era para ter sido lavrado com redução de saldo negativo do IRPJ (...). Dessa forma, verificase que o auto de infração foi lavrado de forma completamente indevida, incluindo a cobrança de multa de ofício indevida, motivo pelo qual deve ser cancelado”. O recurso especial foi admitido, conforme razões a seguir reproduzidas pelo Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção (fls. 362/364) Com vistas à análise, transcrevo a ementa do acórdão indicado como paradigma, no que interessa ao exame da matéria: Acórdão nº 10323.605 16/10/2008 3ª Câmara/1º CC (...) Examinando o acórdão apresentado como paradigma, na íntegra, verificase que trata de situação similar à analisada no acórdão recorrido, com conclusão distinta. O acórdão paradigma, ao verificar que a recomposição do lucro realizada pelo Fisco ensejaria no máximo a lavratura do auto como redução de saldo negativo do 1RPJ, entendeu que o lançamento deveria ser cancelado, pois teria sido efetuado de forma indevida, inclusive com a cobrança de multa de ofício O acórdão recorrido, por sua vez, ao examinar situação similar entendeu que apesar de ser indevida a exigência da diferença do tributo lançado com multa de ofício, o saldo negativo do IRPJ Fl. 377DF CARF MF Processo nº 16327.002326/0010 Acórdão n.º 9101003.423 CSRFT1 Fl. 376 5 originalmente apurado deveria ser ajustado mediante a redução proporcional do IRPJ, apurado em face da glosa do excesso de compensação de prejuízos. Assim, entendo que restou caracterizada a divergência jurisprudencial alegada Em cumprimento ao disposto no art. 18, III, do Anexo II do RICARF, e com base nas razões retro expostas que aprovo e adoto como fundamentos deste despacho, DOU SEGUIMENTO ao recurso especial interposto pelo sujeito passivo. Os autos foram remetidos à Procuradoria em 21/03/2016, que apresentou contrarrazões em 31/03/2016, requerendo não seja conhecido o recurso, ou, subsidiariamente, sejalhe negado provimento. Em síntese, sustenta falta de similitude fática e divergência na interpretação da lei tributária, como também ausência de indicação do dispositivo legal aplicado de forma distinta pelos acórdãos recorrido e paradigma. Esclareçase, ainda, que a Procuradoria não questionou o mérito do recurso especial. É o relatório. Voto Conselheira Cristiane Silva Costa, Relatora O recurso especial do contribuinte é tempestivo. Passo, assim, à análise dos demais requisitos questionados expressamente pela Procuradoria recorrida. Legislação interpretada de forma divergente A Procuradoria questiona o conhecimento do recurso especial diante da ausência de indicação do dispositivo legal aplicado de forma distinta pelos acórdãos recorrido e paradigma. A Procuradoria questiona o conhecimento do recurso especial, sustentando que “a parte contribuinte sequer apontou qual o dispositivo legal teria sido aplicado diversamente.” (trecho das contrarrazões, fls. 371). Com efeito, o atual Regimento Interno do CARF (Portaria MF nº 343/2015) prevê tal exigência em seu artigo 67, §1º, verbis: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Fl. 378DF CARF MF 6 § 1º Não será conhecido o recurso que não demonstrar a legislação tributária interpretada de forma divergente. (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) A despeito disso, o RICARF (Portaria MF 256/2009) vigente ao tempo da interposição do recurso especial (05/08/2014) não exigia a “demonstração objetiva” da legislação interpretada de forma divergente. Sem que existisse norma expressando a exigência, não pode ser imposto aos recorrentes o ônus de seu cumprimento. Assim, rejeito a alegação da Procuradoria, passando à análise dos demais requisitos para conhecimento do recurso. Similitude Fática e Demonstração da Divergência A Procuradoria questiona, ainda, a similitude fática e demonstração da divergência quanto ao acórdão paradigma indicado pelo contribuinte. Lembro que o contribuinte apresentou recurso especial indicando como único paradigma o acórdão nº 10323.605 (Processo Administrativo nº 15374.001507/0019). Este acórdão paradigma tem a seguinte situação fática relatada pelo Conselheiro Relator da Turma julgadora: Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância: "Versa o presente processo sobre o auto de infração de fls. 61/62, lavrado pela DRF/RL em 05/06/2000, sendo exigido da interessada acima identificada Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), no valor de R$138.024,29, acrescido de multa de 75% e juros de mora. O crédito total lançado monta a R$306.455,32. O lançamento foi efetuado em virtude de ter a fiscalização verificado a prática de INFRAÇÃO NÃO SUJEITA A REDUÇÃO POR PREJUÍZO, por INOBSERVÂNCIA DO LIMITE DE 30%, resultando na GLOSA DE PREJUÍZOS COMPENSADOS INDEVIDAMEIVTE, na apuração dos seguintes fatos, conforme Termo de Verificação e Constatação Fiscal, de 05/06/2000, àfl.57: Compensação indevida do saldo, em 31/12/96, de prejuízos fiscais apurados pela incorporada LASA TRADING S/A, do 1° semestre/92 até o Anocalendário 1996, conforme controle registrado à fl. 19 do LALUR N° 6 (11.58), tendo em vista a inobservância do limite de compensação de 30% do lucro líquido, ajustado pelas adições e exclusões previstas e autorizadas pela legislação do Imposto de Renda. Enquadramento legal: artigos 196, inciso III, 197, parágrafo único, do RIR/94, aprovado pelo Decreto n° 1.041, de 11/01/1994, e artigo 15 e parágrafo único, da Lei n°9.065/95. A interessada juntou aos autos, em 28/06/2000, a impugnação de fls. 71/78, alegando, preliminarmente, que não pretende discutir o mérito objeto do Mandado de Segurança impetrado junto à 90 Fl. 379DF CARF MF Processo nº 16327.002326/0010 Acórdão n.º 9101003.423 CSRFT1 Fl. 377 7 Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro (processo n° 98.000.3943), através do qual visa obter autorização para compensar os prejuízos fiscais e a base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro, existentes em 31 de dezembro de 1996, com lucros apurados a partir de 01 de janeiro de 1997, sem a limitação de 30% determinada pela Lei n° 8.981/95. Aduziu pretender demonstrar que, apesar de contar com autorização para depósito judicial de todas as quantias questionadas, deixou de. efetuar o depósito judicial do IRPJ, por deter crédito legítimo de Imposto de Renda Retido na Fonte, o qual foi compensado com o Imposto de Renda de 1997, apurado sem o efeito da liminar relativa ao processo em referência, ou seja, o IRPJ integralmente devido foi pago, de forma absoluta, pela compensação do 1RRF retido, porquanto a impugnação deve ser conhecida e analisada. Diante deste quadro fático, a Turma prolatora do único acórdão paradigma (10323.605) decidiu que: Por outro lado, apesar de a recorrente ter enveredado por uma linha de defesa muito confusa, percebo que sua intenção seja mesmo de indicar a falta de recomposição do resultado final do IRPJ apurado no final do ano. E de fato tem ela razão se considerado sob essa outra ótica. De fato, o autuante não fez a recomposição do lucro real, quando da identificação da infração de compensação a maior de prejuízos fiscais (30%). Conforme ficha 08 da DIPJ/98 (fls.11) a recorrente possuía no referido anocalendário da autuação um saldo negativo de R$ 251.699,07 não observado pelo autuante. Posta essa premissa e se feita tal recomposição verificase que o auto de infração era para ter sido lavrado como redução de saldo negativo do IRPJ de R$ 251.699,07 para R$ 21.658,57, conforme cálculo abaixo, mas não foi isso que aconteceu: (...) Dessa forma, verificase que o auto de infração foi lavrado de forma completamente indevida, incluindo a cobrança de multa de oficio indevida, motivo pelo qual deve ser cancelado. Inclusive tal ajuste já foi efetuado contabilmente pela recorrente conforme consta de prova nos autos (doc. de fls. 42 — razão analítico), em que o imposto a recuperar foi diminuído. Lembro que o caso dos presentes autos é relatado da forma seguinte pelo acórdão recorrido (fls. 242, volume 2): Segundo se extrai do relatório proferido pela DRJ: (...) 2.1. Conforme descrito no Termo de Verificação (fly. 44): verificamos, consoante se depreende da análise do item 28 da "Ficha 06 Demonstração do Lucro Liquido" da Declaração de Rendimentos de Imposto de Renda Pessoa Jurídica do anocalendário de 1996, exercício financeiro de 1997, a apropriação da Provisão para a Contribuição Social sobre o Fl. 380DF CARF MF 8 Lucro Liquido no valor de R$ 3.860.582,47, superior, portanto, aos R$ 2.788.253,34 referentes it CSLL declarada no item 22 da "Ficha 11 — Cálculo da CSLL", sem que tenha procedido à necessária adição ao Lucro Liquido no "Livro de Apuração do Lucro Real — LALUR", da respectiva diferença no importe de R$ 1.072.329,13. Regularmente intimado a justificar seu procedimento, o fiscalizado respondeu, em resumo, que "...não há que se falar em erro no transporte da Linha 27 da Ficha 06 para aliriha 22 da Ficha 11 uma vez que, conforme consta do próprio manual de preenchimento da DIRPJ, o valor a ser apontado ai é o referente soma das provisões para a CSLL sobre os lucros real e diferido, enquanto que o valor apontado na Ficha 11 corresponde à CSLL efetivamente devida no período." (sic) Tendo em vista que o auditado não adicionou ao lucro Liquido do AC/96 a referida importância de R$ 1.072.329,13, procederemos a sua adição através de lançamento de oficio, com a constituição do pertinente crédito tributário a ser consubstanciado pela lavratura do competente Auto de Infracão de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, do qual o presente "Termo "fará parte integrante." A Turma a quo, no acórdão recorrido, decidiu assim cancelar o auto de infração e reduzir o saldo negativo do IRPJ, conforme voto do exConselheiro Relator, do qual se extrai: Neste momento, fazse mister ressaltar que as provisões são reduções de ativo ou acréscimos no passivo cujos valores não são ainda totalmente definidos. A medida que essas perdas tornamse definitivas, devem deixar de ser consideradas provisões, transformando em obrigações liquidas e certas, com valor já definido. Segundo esse raciocínio, quando da apuração do resultado anual (31/12/1996), a Recorrente deveria ter calculado o valor que seria devido a título de CSLL, uma vez que já dispunha da base de cálculo desta. Assim, deveria ter ajustado sua provisão para que espelhasse o valor realmente devido, após a apuração da CSLL. Não há como interpretar as regras do MAJUR como quer a Recorrente. A provisão que deve ser informada na Linha 06/28 é a "soma das provisões para a contribuição social, calculada sobre o lucro do períodobase e sobre os lucros diferidos." Ou seja, o contribuinte deve calcular a CSLL sobre o lucro do períodobase e não realizar o cálculo com base em um lucro estimado por esta. Ou seja: como ao final do anocalendário o contribuinte já possui dados suficientes para o cálculo da CSLL, esta deve ser avaliada e informada na DIPJ. Não cabe ao contribuinte manter uma provisão de CSSL, em 31 de dezembro, divergente da que realmente é devida, sendo que, nesta data, já é possível o cálculo do valor correto. Fl. 381DF CARF MF Processo nº 16327.002326/0010 Acórdão n.º 9101003.423 CSRFT1 Fl. 378 9 Diante do exposto, não acolho os argumentos de que o preenchimento da DIPJ se deu na forma determinada pelo Manual de Orientações para Preenchimento da Declaração de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (MAJUR). Alega, ainda, a Recorrente que não poderia a Fiscalização glosar os valores relativos à provisão constituída para fazer frente A. CSLL, em virtude na necessidade de verificação de oferecimento da provisão à tributação em consequencia de sua reversão (...) Ocorre que, ao analisar o Razão Analítico acostado aos autos pela Recorrente, não pode ser observado a reversão no valor de R$ 1.072.329,13 com o devido crédito no resultado. Além disso, mesmo que houvesse a comprovação da reversão dos valores provisionados, com o devido crédito no resultado, não há provas de que tais valores compuseram a base de cálculo do lucro real no ano seguinte. O simples fato de constar um crédito no resultado não significa que participou da formação da base de cálculo dos tributos do anocalendário subseqüente. Assim, não acolho tal argumento aventado pela Recorrente. Da mesma forma, improcede o alegado erro na apuração do IRPJ devido, para fins de cálculo do adicional, tendo em vista que a dedução da parcela de R$ 240.000,00 já havia sido procedida quando da apuração do IRPJ na Declaração apresentada pela contribuinte (Ficha 08 da DIPJ/97 — fl. 25). No entanto, compulsando o autos, verifico que, mesmo tomando como corretas as imputações realizadas pela Autoridade lançadora, a Recorrente apurou saldo negativo de IRPJ no anocalendário 1996, sendo que, após a glosa pretendido no presente auto de infração, remanesce negativo o imposto de renda devido no período. Disso decorre que o presente auto de infração não poderia ter sido lavrado como saldo de tributo a pagar, mas sim como redução de saldo negativo de IRPJ para os exercícios seguintes. Nesse sentido já se pronunciou o CARF, em situação com efeito semelhante, a saber: IRPJ. O lançamento deve ser cancelado quando o autuante não faz a recomposição do lucro real, quando da identificação da infração (compensação a maior de prejuízos fiscais 30%) e se verifica que a recomposição do lucro ensejaria no máximo a lavratura do auto como redução de saldo negativo do IRPJ . Ementario publicado no DOU n° 13 de 20/01/2009. Págs. 05/09 (acórdão 103 23605) Fl. 382DF CARF MF 10 Assim, deveria a Autoridade Fiscal ter procedido o ajuste do saldo negativo de IRPJ, e não o lançamento do tributo acrescido de multa e juros. Ora, identificada a inclusão de deduções indevidas, devese, após a competente glosa, integrar o respectivo valor na apuração da base de cálculo para se encontrar o montante do tributo devido. Se remanesce negativo o saldo de tributo a pagar mesmo após a exclusão da dedução indevida, deve ser procedido o ajuste do saldo negativo do imposto, e não o lançamento do tributo que, ao final do período de apuração, mostrase indevido. No caso dos autos, após a retificação dos valores constantes da DCTF, o IRPJ devido pela Recorrente encontrase negativo em R$1.201.1785,11, e não em R$ 1.456.757,38, como apontando na DIPJ. Esse valor é encontrado após a seguinte recomposição: (...) Diante do exposto, voto dar parcial provimento ao presente recurso, para cancelar o lançamento e reduzir o saldo negativo do anocalendário de 1996 para R$1.201.175,11 (um milhão, duzentos e um mil, cento e setenta e cinco reais e onze centavos), devendo a Autoridade Executora proceder a devida retificação no registro próprio. Em julgamento de embargos de declaração, o acórdão recorrido foi integrado para explicitar o quanto segue, conforme voto condutor: No primeiro caso prejuízo fiscal – a irregularidade de se lançar sem reduzir o prejuízo fiscal implica em erro na formação da própria base tributável, o que não é passível de correção por parte do julgador administrativo, que não pode alterar o lançamento. Neste sentido, a jurisprudência do CARF é tranqüila no sentido de se cancelar o auto de infração por inteiro: IRPJ. O lançamento deve ser cancelado quando o autuante não faz a recomposição do lucro real, quando da identificação da infração (compensação a maior de prejuízos fiscais 30%) e se verifica que a recomposição do lucro ensejaria no máximo a lavratura do auto como redução de saldo negativo do IRPJ . Ementario publicado no DOU nº 13 de 20/01/2009. Págs. 05/09. (acórdão 103.23605) Vejase: tratase da correta formação da matéria tributável, ou seja, na composição do quantum do tributo devido, dentro da formação da base de cálculo do tributo. No segundo caso, saldo negativo – a existência do saldo negativo não afeta a apuração da base de incidência do IRPJ e da CSLL, uma vez que o saldo negativo é crédito do contribuinte e que pode, inclusive, ser objeto de pedidos de compensação com outros tributos de outras espécies, por meio da apresentação da competente PER/DCOMP. Assim, caso se realize o lançamento e não se promova a absorção desse crédito, é dado ao julgador administrativo promover referida redução, que não afeta a formação da norma individual e concreta de tributação, mas Fl. 383DF CARF MF Processo nº 16327.002326/0010 Acórdão n.º 9101003.423 CSRFT1 Fl. 379 11 apenas a composição do valor exigível a partir da autuação. Vejase a jurisprudência do CARF. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJANOCALENDÁRIO: 2002 BASE DE CÁLCULO. RECOMPOSIÇÃO.AO REALIZAR O LANÇAMENTO DE OFICIO DO IRPJ E DA CSLL, DECORRENTE DA GLOSA DA PARTE DO PREJUÍZO FISCAL COMPENSADA PELA CONTRIBUINTE COM INOBSERVÂNCIA DO LIMITE DE 30% DO LUCRO LÍQUIDO AJUSTADOS PELAS ADIÇÕES E EXCLUSÕES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA, A AUTORIDADE TRIBUTÁRIA DEVERÁ APROVEITAR O SALDO NEGATIVO DO IRPJ E DA CSLL APURADOS PELO SUJEITO PASSIVO, EXCETO SE ESSES VALORES JÁ HOUVEREM SIDO OBJETO DE COMPENSAÇÃO. (acórdão 1201.00306) Neste sentido, promovese a absorção do lançamento pelo saldo negativo como mecanismo de liquidação, e não de composição da matéria tributável. Diante do exposto, voto por acolher os embargos sem efeitos infringentes, integrando a decisão proferida por meio do acórdão nº 140100.305 deste Colegiado. Notese que ao julgar os embargos de declaração, a Turma a quo, no acórdão recorrido, expressa entendimento sobre ser distinto o tratamento para o prejuízo fiscal e saldo negativo, mencionando exatamente o acórdão paradigma (10323605) para esclarecer que quanto ao prejuízo fiscal deveria ser cancelado o auto de infração por inteiro, entendimento não aplicável ao saldo negativo quando é matéria para liquidação, não alterando a matéria tributável. Diante disso, entendo que os acórdãos paradigma e recorrido são convergentes na interpretação da lei tributária. Assim, não conheço do recurso especial do contribuinte. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Fl. 384DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11543.005234/2002-01
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF
Ano-calendário: 1999, 2000
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INOCORRÊNCIA. SÚMULA CARF. APLICAÇÃO.
Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.
MULTA DE OFÍCIO. INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO. SÚMULA CARF. APLICAÇÃO.
É defeso a este colegiado administrativo de julgamento pronunciar-se sobre inconstitucionalidade de leis, aplicando-se ao caso a Súmula CARF nº 2.
Numero da decisão: 3302-005.368
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer, parcialmente, do recurso voluntário e, na parte conhecida, em negar-lhe provimento.
[assinado digitalmente]
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
[assinado digitalmente]
Maria do Socorro Ferreira Aguiar - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Raphael Madeira Abad e Walker Araújo.
Nome do relator: MARIA DO SOCORRO FERREIRA AGUIAR
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PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INOCORRÊNCIA. SÚMULA CARF. APLICAÇÃO. Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. MULTA DE OFÍCIO. INCONSTITUCIONALIDADE. CARÁTER CONFISCATÓRIO. SÚMULA CARF. APLICAÇÃO. É defeso a este colegiado administrativo de julgamento pronunciarse sobre inconstitucionalidade de leis, aplicandose ao caso a Súmula CARF nº 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer, parcialmente, do recurso voluntário e, na parte conhecida, em negarlhe provimento. [assinado digitalmente] Paulo Guilherme Déroulède Presidente. [assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior, Raphael Madeira Abad e Walker Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 54 3. 00 52 34 /2 00 2- 01 Fl. 262DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até o presente momento processual, os quais foram relatados de forma minudente, adoto o relatório da r. decisão recorrida, conforme a seguir transcrito: Por meio do Auto de Infração de fls. 3/15 da DRF Vitória, foi lançado o crédito tributário discriminado na tabela abaixo, referente a fatos geradores ocorridos entre 04/08/1999 e 02/08/2000: (...) O Auto de Infração foi assim motivado: Valor da CPMF apurado mediante informações encaminhadas pelas instituições responsáveis pela retenção e recolhimento da CPMF, relativamente aos contribuintes que se manifestaram em sentido contrário à retenção, bem assim àqueles que, beneficiados por medida judicial revogada, tenham encerrado suas contas antes de 29/09/2000; ou ainda contribuintes que não foram cobrados por apresentarem em suas contas insuficiência de fundos na data da retenção da contribuição, conforme Demonstrativo de fls. 2/3. (fl. 7). IMPUGNAÇÃO 3. O Interessado tomou ciência do Auto de Infração em 21/12/2002 (fl. 20) e, em 20/01/2003, interpôs a Impugnação de fls. 21/25, alegando, em síntese, que: 3.1 A exigência de CPMF, no período que vai até 31/10/2002, está sendo questionada perante a Justiça Federal do Espírito Santo, Mandado de Segurança (MS) 99.00051076, em que o Interessado pediu a concessão de liminar que impedisse o Delegado da Receita Federal em Vitória de exigir o desconto de CPMF; 3.2 A Sentença denegatória da segurança determinou que os bancos passassem a reter a CPMF. Todos os recolhimentos foram feitos em um depósito especial a favor do juízo, consoante determinado pelo juiz de 1ª instância; 3.3 Contra a decisão, foi interposta Apelação, em cujo julgamento, o TRF 2 determinou o desbloqueio dos depósitos a favor da União, logo todos os valores de CPMF foram recolhidos; Na Ação Civil Pública (ACP) 99.000.48873, movida pelo Ministério Público Federal do Espírito Santo (MPF/ES), foi concedida liminar afastando a exigibilidade da CPMF para todos os contribuintes daquele Estado, em 12/07/1999; 3.5 A constitucionalidade da prorrogação da CPMF pela Emenda Constitucional (EC) 21/99 está em discussão no STF (ADI 2.0315) ; 3.6 Entre o termo final da Lei n° 9.539/97, 23/01/1999, e o início da vigência da EC 21/99, 16/06/1999, não há base legal Fl. 263DF CARF MF Processo nº 11543.005234/200201 Acórdão n.º 3302005.368 S3C3T2 Fl. 13 3 para cobrança da CPMF; 3.7 Pede o cancelamento integral do Auto de Infração. 4. Anexada à Impugnação, há pesquisa sobre Acórdãos do TRF 2 em linha com as teses do Interessado (fls. 26/37). 5. Em 21/12/2005, por meio da Resolução DRJ/RJ1 155/2005, o julgamento foi convertido em diligência para que, preliminarmente, a unidade preparadora informasse se o Interessado realizou efetivamente depósitos judiciais, a título de CPMF. Como veremos mais adiante, a resposta foi negativa, de tal sorte que os demais quesitos não foram respondidos, pois se subordinavam a uma primeira resposta positiva (fl. 51). 6. Na fl. 99, consta despacho do Seort da DRF Vitória, parcialmente transcrito abaixo: Em atenção ao despacho que distribuiu a este servidor o Mandado de Intimação n° MAN.0001.0006037/ 2008, com cópia às fls. 51, informo que registrei no SICAJ o Acórdão do TRF 2a Região, cientificado a esta DRF Vitória (ES) pelo mandado mencionado. (...). Tal Acórdão, proferido nos autos do Mandado de Segurança n° 2000.50.01.0081739, negou provimento à Apelação da impetrante, interposta contra sentença que decretou a inépcia da inicial quanto ao pedido de inexigibilidade do valor principal da CPMF; além disso, esse acórdão deu provimento à Apelação da União e a remessa necessária, interpostas contra a referida sentença na parte que concedeu a segurança, "para determinar a autoridade impetrada que se abstenha de exigir os juros e a multa de mora incidentes sobre o valor da CPMF incidente sobre aplicações ou lançamentos verificados durante a vigência da medida liminar deferida no Mandado de Segurança n° 99.00051076". A decisão transitou em julgado em 12/02/2008, conforme extrato às fls.66. Informo, outrossim, que verificando o andamento do Mandado de Segurança n° 99.00051076, constatase dos documentos acostados às fls.75/85 que transitou em julgado, em 25/06/2007, decisão monocrática do TRF 2a Região, ratificando sentença que havia julgado improcedente o pedido da impetrante, em razão da constitucionalidade da cobrança da CPMF. Juntamos, por fim, os documentos de fls. 87/96, que noticiam decisões proferidas nos autos da Ação Civil Pública n° 99.00048873 que podem guardar relação com o crédito controlado pelo presente processo administrativo. 7. Na fl. 108, o despacho do Secat da DRF Vitória traz as seguintes informações: Trata o processo de Auto de Infração, relativo à CPMF, impugnado tempestivamente pelo interessado e convertido em Fl. 264DF CARF MF 4 diligência para manifestação quanto aos depósitos judiciais efetuados pela empresa. Complementando os esclarecimentos constantes do despacho às fl. 97 e em vista dos despachos SEORT e SEFIS, respectivamente às fl. fl. 98/99, anexei ao processo as pesquisas no sistema SIEF, SINAL 07 e SINALDEP com a informação de que não consta dos sistemas pagamentos ou depósitos referentes a CPMF no CNPJ da empresa interessada. 8. Cientificado do resultado da diligência em 10/06/2013 (fls. 112/114), o Interessado apresentou, em 09/07/2013, o Aditamento de fls. 116/118, no qual alega/informa/requer, em síntese, o que segue: 8.1 Foi incorporada pelo Supermercado São Silvano Ltda EPP, CNPJ 03.639.334/000106, que atualmente denominase Locação de Máquinas e Serviços Agropecuários São Silvano Ltda. EPP (fls. 127/147); 8.2 Consoante o PTA 10783.451731/200445 e a CDA 7260700119056, a incorporadora assumiu os débitos da incorporada, por sucessão. Em 21/05/2007, a PGFN protocolou execução em face da incorporadora, que recebeu o n° 2007.50.05.0002985 e, após digitalização, o n° 0000298.73.2007.4.02.5005. Em 14/08/2012, acolhendo proposta da PGFN, o juiz competente extinguiu o processo, por decadência do crédito executado, e o próprio exequente cancelou a inscrição 72.6.07.00119056 (doc. 4, fl. 148); 8.3 A RFB e a PGFN mantiveram os processos 10783.451731/200445 e 11543.005234/200201, que se referem aos mesmos fatos geradores de CPMF, em face respectivamente da incorporadora e da incorporada; A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento sintetizou, na ementa a seguir transcrita , a decisão proferida. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário:1999, 2000 CONCOMITÂNCIA ENTRE AÇÃO JUDICIAL E ADMINISTRATIVA A opção do contribuinte pela via judicial impede que se dê início ou continuidade à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI) EFEITOS SOBRE O PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL (PAF) A decisão transitada em julgado que declara inconstitucionalidade em sede de ADI, deve ser aplicada no PAF. Entretanto, se a inconstitucionalidade não for declarada, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) não gera efeito novo sobre o processo, haja vista que os julgadores Fl. 265DF CARF MF Processo nº 11543.005234/200201 Acórdão n.º 3302005.368 S3C3T2 Fl. 14 5 administrativos não podem afastar a aplicação de lei ou ato normativo, sob fundamento de inconstitucionalidade. QUESTÕES IMPERTINENTES NÃO CONHECIMENTO FALTA DE INTERESSE DE AGIR Questões que não tenham influência sobre o julgamento não devem ser conhecidas, por falta de interesse de agir. Em razão do exposto, requer a extinção do PTA 11543.005234/200201. 9. É o relatório. Assim, inconformada com a decisão de primeira instância, a empresa após ciência em 07/10/2013, conforme AR de fl. 214, apresenta em 06/11/2013, fl. 216/253 Recurso Voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, onde repisa os argumentos já colacionados em sede impugnatória. É o relatório. Voto Conselheira Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Relatora: Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Da Prescrição Intercorrente Quanto à prescrição intercorrente arguida no curso do processo administrativo fiscal, em razão da demora da Administração Pública para conclusão do processo administrativo, cabe destacar que embora a Lei nº 11.457, de 2007, tenha introduzido no âmbito administrativo um prazo para análise das petições e recursos, esse prazo é considerado impróprio para ultimar a tutela administrativa já que não existe nas normas especificas, ex vi do Decreto nº 70.235, de 1972, um lapso temporal para findar o processo administrativo fiscal. Assim, no curso do processo administrativo, não ocorre a prescrição intercorrente, pois, enquanto o recurso administrativo não for definitivamente julgado, a exigibilidade do crédito tributário permanece suspensa, não sendo possível falar em prescrição. Nesse sentido dispõe o seguinte julgado do STJ: TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. MULTA DO ART. 23, § 2º DA LEI 4.131/62. ARGUIÇÃO DE PRESCRIÇÃO ADMINISTRATIVA INTERCORRENTE. NÃO OCORRÊNCIA. TERMO INICIAL. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ARTIGO 174, DO CTN. (...). 7. O recurso administrativo suspende a exigibilidade do crédito tributário, enquanto perdurar o Fl. 266DF CARF MF 6 contencioso administrativo, nos termos do art. 151, III do CTN, desde o lançamento (efetuado concomitantemente com auto de infração), momento em que não se cogita do prazo decadencial, até seu julgamento ou a revisão ex officio, sendo certo que somente a partir da notificação do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazo prescricional, afastandose a incidência prescrição intercorrente em sede de processo administrativo fiscal, pela ausência de previsão normativa específica. (...). 1 (STJ, 1ª T., REsp 840.111/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, j. em 02/06/2009, DJe de 01/07/2009).(grifei). A matéria já foi sumulada por esse E. Conselho, nos termos a seguir transcritos: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Natureza confiscatória da multa Com relação à natureza confiscatória das multas, por forma regimental, é vedado ao julgador administrativo a análise dessa matéria, com matiz constitucional, por força do artigo 62 do RICARF, bem como em face da Súmula CARF nº 2, aplicada no tocante a essa matéria como razão de decidir: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Ante o exposto, VOTO POR CONHECER PARCIALMENTE O RECURSO VOLUNTÁRIO E NA PARTE CONHECIDA, NEGARLHE PROVIMENTO. [Assinado digitalmente] Maria do Socorro Ferreira Aguiar Fl. 267DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10280.904977/2011-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/08/2000
CONEXÃO. NÃO EXISTÊNCIA DE FATOS IDÊNTICOS. NÃO OCORRÊNCIA.
Quando os processos não se baseiam em fatos idênticos, apesar de ser a mesma matéria, pois os períodos de apuração são distintos, não se vislumbra a conexão.
PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. CRÉDITO. COMPROVAÇÃO EM DILIGÊNCIA.
Apesar de não ter ocorrido a retificação da DCTF, o que se fazia necessário, a diligência comprovou a existência do crédito em virtude do princípio da verdade material.
Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte.
Numero da decisão: 3302-005.260
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos da diligência efetuada.
(assinatura digital)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente
(assinatura digital)
Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Walker Araujo.
Nome do relator: SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA
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NÃO EXISTÊNCIA DE FATOS IDÊNTICOS. NÃO OCORRÊNCIA. Quando os processos não se baseiam em fatos idênticos, apesar de ser a mesma matéria, pois os períodos de apuração são distintos, não se vislumbra a conexão. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. CRÉDITO. COMPROVAÇÃO EM DILIGÊNCIA. Apesar de não ter ocorrido a retificação da DCTF, o que se fazia necessário, a diligência comprovou a existência do crédito em virtude do princípio da verdade material. Recurso Voluntário Provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos da diligência efetuada. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 90 49 77 /2 01 1- 13 Fl. 399DF CARF MF 2 Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e Walker Araujo. Relatório Adotase o relatório da resolução nº 3803000.532, relator Jorge Victor Rodrigues, fls.179/1841: A autoridade administrativa competente por meio de Despacho Decisório emitido em 01/11/2011, após análise do valor do direito creditório informado em Per/DComp, concluiu pela inexistência do crédito pleiteado, por conseguinte não homologando a compensação declarada. Manifestando a sua inconformidade com o decidido no referido despacho, a contribuinte aduziu sucintamente: (i) A despeito da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, a autoridade administrativa houve por bem indeferir o pedido de restituição apresentado, sem que fosse fundamentadas as razões para tanto, por conseguinte não reúne condições mínimas para prosperar, pois está em desacordo com a legislação vigente e jurisprudência já pacificada sobre o tema, impondose a restituição integral da quantia pleiteada no pedido de restituição apresentado. (ii) Em homenagem ao princípio da economia processual requer a reunião dos processos adiante listados para apreciação em julgamentos simultâneos, posto que possuem o mesmo objeto, fundamento legal e partes (conexão). São eles: 10850.906133/201103, 10850.906134/201140, 10280.904439/201129, 10280.904424/201161, 10280.904436/201195, 10280.904440/201153, 10280.904438/201184, 10280.904443/201197, 10280.904441/201106, 10280.904427/201102, 10280.904425/201113, 10280.904437/201130, 10280.904426/201150, 10280.904431/201162, 10280.906137/201183, 10280.906135/201194, 10280.906136/201139, 10280.906138/201128, 10280.906139/201172, 10280.904444/201131, 10280.904446/201121, 10280.904433/201151, 10280.904430/201118, 10280.904432/201115, 10280.904445/201186, 10280.904435/201141, 10280.904447/201175 e 10280.904442/201142 (28 PAF). (iii) Reclamou pela inexistência de realização de diligência ao seu estabelecimento para verificação da exatidão das informações prestadas, em contrariedade ao disposto no art. 65 da IN RFB nº 900/08, uma vez que não foi intimada para prestar quaisquer esclarecimentos acerca da higidez de seu crédito. 1 Todas as páginas, referenciadas no acórdão, correspondem ao eprocesso. Fl. 400DF CARF MF Processo nº 10280.904977/201113 Acórdão n.º 3302005.260 S3C3T2 Fl. 3 3 (iv) Com base no art. 195, I, CF/88 a LC nº 70/91 instituiu a Cofins sobre o faturamento mensal das pessoas jurídicas em geral, assim entendido "a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza". (v) O legislador ordinário pretendeu modificar a sistemática de apuração da contribuição em comento e ampliar a sua base de cálculo, o que foi feito por meio da Lei nº 9.718/98, notadamente através dos seus arts. 2º e 3º, inclusive o caput e § 1º, deste. (vi) Ao assim proceder o legislador ordinário afrontou o mandamento constitucional do inciso I do art. 195 da Constituição Federal, bem como contrariou a norma consubstanciada no art. 110 do CTN, que proíbe a alteração, pela lei tributária, da definição, do conteúdo e do alcance dos institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. (vii) Essa discussão se encontra totalmente superada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal quando, em sessão plenária, declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/99, mediante decisão proferida no julgamento do RE nº 390840/MG, em 09/11/05. Após o que inúmeros outros RE foram julgados no mesmo sentido a exemplo dos números 342.051/2006, 479.612/2006, 346.084/2005 e 585.235/2008, respectivamente, este considerado como de repercussão geral, com proposta de súmula vinculante a respeito do assunto. entendimento (sic) este que já foi pacificado por meio da Lei nº 11.941/09, que revogou o malsinado § 1º do art. 3º dessa Lei. (viii) a jurisprudência administrativa já se manifestou favoravelmente à aplicação pelo Fisco, das decisões prolatadas neste sentido no âmbito do poder Judiciário, conforme os acórdãos proferidos pela CSRF do CARF em destaque: 230378, 226802 e 239790/2010 (3ª T, CSRF), 142592 e 147967/2010 (1ª T, CSRF). (ix) Ademais disso, o inciso I, do § 6º, do art. 26A, do Dec. nº 70.235/72, incluído pela Lei nº 11.941/09, veda aos órgãos de julgamento, no âmbito do processo administrativo fiscal, afastar a aplicação ou deixar de observar tratado acordo internacional, lei ou ato normativo que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do STF, no mesmo sentido vai o art. 59 do Dec. nº 7.574/11, como também no caput do art. 62A do RICARF/09. (x) No caso concreto em comento a requerente faz jus a um crédito de R$ 5.388,86, valor que foi calculado sobre receita que não integra o seu faturamento, razão pela qual não é alcançada pela hipótese de incidência da mencionada contribuição. Fl. 401DF CARF MF 4 (xi) E para que não restem quaisquer dúvidas a esse respeito, a requerente acostou aos autos: a) cópia do respectivo DARF, o qual demonstra o recolhimento indevido (doc. 03); b) o demonstrativo por ela elaborado, onde está discriminado o valor que foi indevidamente computado à base de cálculo da COFINS (doc. 04); e c) cópia dos documentos contábeis com o registro dos valores que compõem o crédito aqui pleiteado (doc. 05). (xii) Requer provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, especialmente a produção de perícia, a realização de diligências e a juntada de documentos para, ao final, requerer pela reforma do despacho decisório. Conclusos foram os autos para apreciação pela 4ª Turma da DRJ/RPO/SP, que em sessão realizada em 18/04/13, julgou a manifestação de inconformidade improcedente, também não reconhecendo o direito creditório, consoante os termos vazados na ementa adiante transcrita: Assunto: Processo Administrativo Fiscal. Data do fato gerador: 31/03/1999 PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO. a prova documental do direito creditório deve ser apresentada na manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o contribuinte fazêlo em outro momento processual sem que verifiquem as exceções previstas em lei. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório não Reconhecido. Relativamente à questão atinente à reunião de processos o voto condutor mencionou o contido no inciso IV do art. 1º da Portaria SRF nº 666/2008, que disciplina a formalização de processos no âmbito da SRF, para fundamentar a rejeição ao pleito, eis que os processos não são oriundos do mesmo crédito, condição no seu entender sine qua non para o atendimento ao pleito formulado pela contribuinte. Acerca do motivo do indeferimento do pedido supôs o acórdão de piso que a interessada possa haver cometido erro no preenchimento do Per/DComp, razão pela qual não foi encontrado o DARF nele indicado, eis que do confronto das informações constantes do Per/DComp com as do DARF, verificouse que houve inversão entre as datas de arrecadação e de vencimento no preenchimento do pedido. Ademais disso, remanesceu a questão do direito creditório, eis que ao realizar pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse que a contribuinte confessou um débito de R$ 52.027,65 da Cofins para o mês de março de 1999, quitado com três DARF's, um deles no valor de R$ 45.396,03, que se encontra totalmente utilizado para quitar o referido débito, portanto dentre os débitos confessados pela própria contribuinte por meio de DCTF, em valor até superior ao do recolhimento objeto do Fl. 402DF CARF MF Processo nº 10280.904977/201113 Acórdão n.º 3302005.260 S3C3T2 Fl. 4 5 pedido de restituição. Não existe, portanto, saldo passível de restituição. Aduziu ainda o juízo de piso que para existir saldo a restituir seria necessário que a interessada houvesse retificado sua DCTF até a transmissão de seu PER/DCOMP, fazendo constar o suposto débito inferior ao declarado, o que faria exsurgir a possibilidade de se alegar pagamento a maior e, neste caso, a autoridade fiscal poderia determinar a realização de diligência nos estabelecimentos do sujeito passivo, a fim de que fosse verificada, mediante exame da sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas, conforme prevê o disposto no art. 65 da IN RFB nº 900/08, suscitada pela recorrente. No tocante à inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo, não se discute o entendimento do STF, exposto nos REs mencionados pela interessada, ou mesmo a vinculação do CARF em face da decisão plenária, na sistemática da repercussão geral. No entendimento vazado no acórdão de primeira instância apenas deve ser esclarecido que tal revogação não tem efeitos retroativos, e portanto não atinge o período a que se refere o PER/DCOMP em análise, isto consubstanciado em excertos do Parecer PGFN nº 2.025/11, que trata da repercussão no âmbito da inscrição, administração e cobrança administrativa e judicial da dívida ativa da União, nos casos de julgamentos submetidos à sistemática dos arts. 543B (repercussão geral) e 543C (recurso repetitivo) do CPC. Do referido Parecer concluiu a autoridade julgadora que: "podese afirmar que a adequação prática das atividades administrativas não significa concordância com a tese contrária à da Fazenda. Inexistindo alterações na legislação de regência, Parecer aprovado pelo PGFN, Súmula ou Parecer da AGU ou Súmula do CARF, que concluam no mesmo sentido do pleito do particular, não há razões jurídicas que obriguem a Fazenda Nacional a anuir à tese contrária aos interesses da União". Mencionou ainda que o contribuinte que houver pago crédito considerado indevido pelos tribunais Superiores, em virtude do julgamento proferido na forma dos art. 543B e 543C do CPC, não faz jus à restituição do montante pago, uma vez que: (i) a Fazenda Nacional, ao deixar de contestar e recorrer em razão de julgado oriundo da sistemática dos recursos extremos repetitivos, não manifesta concordância com a tese dos Tribunais Superiores. (ii) os fundamentos jurídicos que autorizam a Fazenda Nacional a absterse de cobrar não extravasam para o plano do direito material (não há remissão sem lei tributária específica). Fl. 403DF CARF MF 6 (iii) observe que o tributo é devido. A lei tributária não foi expurgada do ordenamento jurídico e o julgamento proferido na forma dos art. 543B e 543C, do CPC, embora revestido de força persuasiva qualificada, não tem propriamente efeito vinculante erga omnes. Em verdade, o que vincula a Fazenda Nacional é a decisão institucional de não contestar e não recorrer. Ademais, sobretudo para os créditos extintos por pagamento em momento anterior ao advento do julgado do STF ou STJ, não há como questionar a validade dos pagamentos efetuados. (iv) a restituição do indébito, em situações tais, dependeria de lei que considerasse indevidos os valores pagos quando houvesse julgamento na sistemática dos recursos extremos repetitivos. Dessa forma, seria possível o enquadramento nas hipóteses de restituição do art. 165, I, do CTN. Por derradeiro, ainda que os óbices quanto à utilização integral do recolhimento não existissem, e que fosse possível estender os efeitos do julgado do STF para o presente caso, a interessada não se desincumbiu de demonstrar e provar o suposto recolhimento a maior. A cópia parcial do balancete apresentada permite vislumbrar tão somente as receitas financeiras do período, mas não o faturamento da empresa. Assim, não haveria como se apurar o total da base de cálculo e a contribuição devida, para compará la com o recolhimento efetuado e concluirse pela eventual existência de recolhimento a maior, e em que montante. E mais, não tendo a interessada apresentado provas de seu suposto crédito, precluiu do direito de fazêlo em outro momento, a teor do disposto no art. 16 do Decreto nº 70.235. Cientificado da decisão de piso por meio de AR, em 30/08/13, e irresignada com o nela decidido, a contribuinte interpôs recurso voluntário em 25/09/13, para aduzir: · Relativamente à reunião de processos alegou a recorrente acerca da existência de conexão entre os mesmos, pois têm o mesmo objeto e causa de pedir, mencionando jurisprudência administrativa em prol de sua tese. · Houve falta de aprofundamento da investigação dos fatos – falta de retificação de DCTF, o que contraria o contido no art. 76 da IN RFB nº 1300/12, segundo o qual a autoridade competente para decidir sobre a restituição, o ressarcimento, o reembolso e a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas. Isto por força do contido no art. 142 do CTN. Notadamente porque a DCTF não é o Fl. 404DF CARF MF Processo nº 10280.904977/201113 Acórdão n.º 3302005.260 S3C3T2 Fl. 5 7 único meio hábil de prova da existência de crédito passível de restituição. · O art. 165 do CTN e nem o art. 74 da Lei nº 9.430/96 condicionam o reconhecimento do crédito à retificação de declarações. Trata se de formalidade, a qual não pode se sobrepor ao direito substantivo. · A exigência de retificação de declarações é medida que, além de não constar da lei tampouco das normas infralegais, decorre de excesso de formalismo, que restringe o direito à repetição de indébito, em detrimento do princípio da legalidade, que deve nortear não apenas a apuração de tributos, como sua restituição, além de também se distanciar do alcance do interesse público. · A recorrente, seja porque a lei não contém semelhante restrição, seja porque se trata de medida de formalismo excessivo, entendeu que a retificação de declarações não se afigura legítima como condição à restituição de indébito tributário, mencionando, inclusive jurisprudência e doutrina em defesa de sua tese. Analisando a situação por outro viés temse que o descumprimento de obrigação acessória não altera a disciplina referente à obrigação principal, e viceversa, o que, transportado ao caso em comento, significa dizer que a não retificação da DCTF não interfere na obrigação principal (recolhimento de imposto indevidamente) e, portanto, não impede o reconhecimento do direito creditório da recorrente. · A falta de retificação de uma declaração não tem o condão de tornar devido o que é indevido, sendo certo que o aproveitamento do crédito é corolário do princípio da legalidade. Além do mais, em matéria de fato, são válidos todos os meios de prova em direito admitidos, sendo certo que, desde o advento do Código Comercial de 1850, prescreve que a contabilidade em ordem faz prova em favor da pessoa jurídica, conforme se observa pela leitura de seu art. 23, III, não mais em vigor, por força do advento do Código Civil de 2002, entretanto em plena vigência e expressamente previsto no art. 923 do RIR/99 (art. 9º, § 1º, DL nº 1.598/77), citando jurisprudência administrativa em defesa de sua tese. · Acerca das provas juntadas para demonstrar a existência do crédito pleiteado, a decisão recorrida alegou a insuficiência para o intento, entretanto esse entendimento não merece prosperar, eis que os documentos colacionados são suficientes para a comprovação do direito de crédito alegado, eis que o valor em foco recolhido indevidamente sobre as receitas financeiras está devidamente lastreado nas receitas financeiras destacadas no balancete em anexo à Fl. 405DF CARF MF 8 manifestação de inconformidade, documento este obrigatório paras as pessoas jurídicas, possuindo, inclusive, força probante para recolhimento de estimativas em caso de pessoa jurídica optante pelo lucro real mensal, ex vi do art. 230 do RIR/99. · Com relação à preclusão da produção da prova, a alínea ‘c’ do §4º do art. 16 do Dec. nº 70.235/72, possibilita a produção de provas em outro momento processual, quando se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, o que ocorreu por ocasião da decisão contida no despacho decisório, o que se fez mediante a manifestação de inconformidade, inclusive para contrapor os argumentos aventados pelo acórdão recorrido, a recorrente requer com base neste fundamento, a juntada aos presentes autos do Livro Razão, o qual, por si só, tem o condão de comprovar o direito creditório ora postulado, posto que é documento obrigatório para todas as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, ex vi do art. 259, do RIR/99, que incorporou os art. 14 da Lei nº 8218/91 e 62 da Lei nº 8383/91. No mais, em relação à discussão de mérito, a recorrente reitera os termos expendidos na exordial, de maneira minudente, para postular ao final, pelo provimento do recurso, pela reforma do acórdão recorrido, com o reconhecimento do direito à plena restituição da Cofins, calculada sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento, diante da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, declarada pelo STF e já reconhecida pela jurisprudência administrativa. Conforme exposto anteriormente, o presente processo é um retorno de diligência, onde o relator reconheceu a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 no transcorrer do seu voto. Ele converteu o feito em diligência para, trechos in verbis, fls. 189: Assim oriento o meu voto pela conversão do julgamento em diligência à repartição de origem, para que possa ser efetivamente apurado e informado, DETALHADAMENTE, o valor do débito e do crédito existentes na data de transmissão dos PER/DCOMPs dos processos retromencionados. Vencida esta etapa deve a autoridade administrativa informar se há o direito creditório alegado pela contribuinte, se o mesmo é suficiente para a extinção do débito existente nessa data. A Recorrente foi intimada para apresentar o livro diário geral e o livro razão. Após a elaboração da informação fiscal, ela também foi intimada a manifestarse e assim o fez. Diante das informações prestadas pela Recorrente, o feito foi novamente convertido em diligência sob a minha relatoria, Resolução 3302000.649, para que: (...) aprecie a alegação da recorrente quanto à necessidade de exclusão do custo de aquisição da base de cálculo relativa à venda de veículos automotores usados. Fl. 406DF CARF MF Processo nº 10280.904977/201113 Acórdão n.º 3302005.260 S3C3T2 Fl. 6 9 Sobreveio a informação fiscal, fls. 364 e seguintes, sendo que houve ciência por parte da Recorrente, fls. 371, e manifestação pelo acolhimento da diligência. É o relatório. Voto Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Relatora. 1. Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, tratase, portanto, de recurso tempestivo e de matéria que pertence a este colegiado. 2. Preliminar 2.1. Da reunião de processos A Recorrente pleiteia pela reunião dos seguintes processos: 10850.906134/201140; 10850.906133/201103; 10280.904439/201129; 10280.904424/2011 61; 10280.904436/201195; 10280.904440/201153; 1280.904438/201184; 10280.904443/201197; 10280.904441/201106; 10280.904427/201102; 10280.904425/2011 13; 10280.904437/201130; 10280.904426/201150; 10280.904431/201162; 10850.906137/201183; 10865.906135/201194; 10850.906136/201139; 10850.906138/2011 28; 10850.906139/201172; 10280.904444/201131; 10280.904446/201121; 10280.904433/201151; 10280.904430/201118; 10280.904432/201115; 10280.904445/2011 86; 10280.904435/201141; 10280.904447/201175 e 10280.904442/201142. Afirma que os processos, acima listados, têm o mesmo objeto, qual seja a restituição de crédito, decorrente do recolhimento indevido da COFINS ou da contribuição para o PIS/Pasep, pautado na inconstitucionalidade do artigo 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. A Recorrente afirma que por serem idênticos, os processos devem ser reunidos. Pleiteia pela conexão dos processos a fim de cumprir o princípio constitucional da celeridade processual. A fim de verificar sobre a reunião ou dos processos, importante transcrever a Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015 RICARF: RICARF Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: §1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito Fl. 407DF CARF MF 10 passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e III reflexo, constatado entre processos formalizados em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. (grifos e sublinhados não constam no original) No caso em análise, não se trata de processos baseados em fatos idênticos, pois apesar de ser a mesma matéria, os períodos de apuração são distintos, portanto, rejeitase o pedido de reunião dos processos. 3. Do mérito 3.1. Das demais matérias e do resultado da diligência A Recorrente insurgese contra o tratamento dispensado ao seu caso, manifestando o fato de que a fiscalização deveria ter se aprofundado para verificar a existência do seu crédito. Afirma que não há necessidade de retificação da DCTF, tratandose de um formalismo exagerado, portanto, afronta o princípio da verdade material. Insurgese também contra a insuficiência de provas, conforme decidido pela DRJ/Ribeirão Preto, e afirma que fez a produção probatória necessária para lastrear a existência de seu crédito. Solicita pela complementação das provas e, posteriormente, faz longa explicação sobre a inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. No caso em análise, antes de adentrar no resultado da diligência propriamente dita, importante considerar o RE nº 585.2351/MG decidido sobre o regime da repercussão geral: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RE nº 585.2351/MG; Relator: Cezar Peluso: Data do julgamento: 10/09/2008) (grifos não constam no original) A declaração de inconstitucionalidade do parágrafo 1º, do artigo 3º, da Lei nº 9.718, de 1998, teve efeitos "erga omnes" e tal dispositivo foi revogado pela Lei nº 11.941, de 2009. Portanto, foi considerada inconstitucional a ampliação da base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e para COFINS. No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: Fl. 408DF CARF MF Processo nº 10280.904977/201113 Acórdão n.º 3302005.260 S3C3T2 Fl. 7 11 RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Portanto, é dever deste Tribunal Administrativo aplicar decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal que declarou dispositivo inconstitucional sob o regime de repercussão geral. Quanto ao prazo para pleitear a restituição, sua contagem somente ocorre a partir da revogação expressa da regra, que permitia o alargamento da base de cálculo, pela Lei nº 11.941, de 2009, sendo que somente a partir daí é que se tornou disponível o direito para postular pela restituição do pagamento indevido pela contribuinte. No que concerne às provas e aprofundamento da fiscalização, tais argumentos encontramse superados, uma vez que o feito foi convertido em diligência por dois momentos. Do resultado da segunda diligência, temse que, fls. 366: Através de pesquisas efetuadas no sistema SIEF Pagamentos localizamos um pagamento no valor total de R$92.135,18, data de arrecadação 15/09/2000, referente ao recolhimento da COFINS (2172), cujo valor foi utilizado para amortizar o débito confessado através da DCTF da COFINS (2172) do Período de Apuração do mês de agosto de 2000. Conforme demonstrado na planilha acima, o valor apurado a título de Cofins para o mês de agosto de 2000 foi de R$89.556,14, enquanto que o valor recolhido foi de R$92.135,18, pelo que, apuramos um recolhimento a maior de R$2.579,04. Desta forma, proponho que do valor pleiteado de R$3.658,77 seja reconhecido o valor parcial de R$2.579,04 do direito creditório pleiteado no PER nº 04044.28863.060605.1.2.04 0435, transmitido em 06/06/2005 (fls. 02/04) Fl. 409DF CARF MF 12 (grifos não constam no original) Apesar de não ter ocorrido a retificação da DCTF, o que se faz necessário, não se tratando de mero formalismo, reconhecese o crédito parcialmente pleiteado, conforme o resultado da diligência, em virtude do princípio da verdade material. 4. Conclusão Por todo o exposto, voto por conhecer o Recurso Voluntário, rejeitar a preliminar suscitada, e, no mérito, conceder provimento parcial. Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Fl. 410DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.007601/2007-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Ano-calendário: 2006
DEIXAR DE APRESENTAR DOCUMENTOS OU LIVRO SOLICITADO.
Constitui infração à legislação previdenciária deixar a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições para a Seguridade Social.
Numero da decisão: 2201-004.094
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
EDITADO EM: 07/03/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
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CFL 38 Recorrente MAXISERV MATERIAIS E SERVICOS LTDA ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Anocalendário: 2006 DEIXAR DE APRESENTAR DOCUMENTOS OU LIVRO SOLICITADO. Constitui infração à legislação previdenciária deixar a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições para a Seguridade Social. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. EDITADO EM: 07/03/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Ausente justificadamente a Conselheira Dione Jesabel Wasilewski AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 00 76 01 /2 00 7- 00 Fl. 71DF CARF MF Processo nº 11080.007601/200700 Acórdão n.º 2201004.094 S2C2T1 Fl. 72 2 Relatório Tratase de auto de infração DEBCAD 37.064.4778 lavrado em 30/04/2007 por ter deixado a RECORRENTE de apresentar à fiscalização os documentos e livros solicitados mediante TIAD – Termo de Intimação para Apresentação de Documentos, às fls. 15/16. A penalidade decorre do art. 283, II, “j”, do RPS (CFL 38). O crédito tributário objeto do presente processo administrativo é decorrente da imposição de penalidade pecuniária por descumprimento de obrigação acessória, cujo valor foi de R$ 11.951,21 (valor atualizado pela Portaria MPS/GM nº 142/2007). Conforme descrito no Relatório Fiscal de fls. 08/09, a autoridade fiscal realizou “verificouse infração ao disposto no artigo 33, parágrafo 22, da Lei 8.212/91, uma vez que a mesma não apresentou à fiscalização, dentro do prazo estipulado no Termo de Intimação de Apresentação de Documentos TIAD, o Livro Diário abrangendo o período de 01/01/2006 a 30/06/2006 e os Livros Razão de 2000 e 2006 (até 30/06/2006). Inferese que esta infração decorre do DEBCAD n° 37.064.4840 (relativo ao lançamento da obrigação principal). Em decorrência desta ação fiscal, foram realizadas as seguintes autuações: Da impugnação A RECORRENTE apresentou sua Impugnação de fls. 30/32, cujas razões de defesa foram assim resumidas pela DRJ de origem: “Alega em síntese que todos os documentos solicitados pela fiscalização foram colocados à disposição, não procedendo a afirmativa da não entrega dos Livros Diário e Razão; Refere que a ação fiscal foi desenvolvida dentro da sede empresa, com o exame de toda a documentação necessária. Acrescenta que certamente se não tivesse havido a disponibilização e o acesso aos documentos da empresa, a fiscalização não teria aferido as supostas faltas. Afirma que o agente fiscal recusouse a receber os documentos solicitados quando postos a sua disposição sem qualquer justificativa Fl. 72DF CARF MF Processo nº 11080.007601/200700 Acórdão n.º 2201004.094 S2C2T1 Fl. 73 3 plausível e que os livros encontramse à disposição da Previdência Social. Ressalta o fato de ser primária e de inexistir circunstâncias agravantes, conforme informado no relatório fiscal. Destaca o disposto no art. 291 do RPS, constituindo circunstância atenuante da penalidade ter o infrator corrigido a falta até a decisão da autoridade julgadora competente, devendo a multa ser relevada, mediante a ocorrência do pedido dentro do prazo de defesa, ainda que não contestada a infração, se o infrator for primário, tiver corrigido a falta e inexistirem circunstâncias agravantes. Em razão do exposto, requer a anulação do presente auto de infração por entender que inexiste fundamento legal para a autuação, ou preenchendo os requisitos legais indicados no art. 291 do RPS, que seja relevada a multa aplicada.” Da Decisão da DRJ A DRJ em Porto Alegre/RS julgou o lançamento procedente, mantendo o crédito tributário, conforme decisão de fls. 40/43, assim emendada: “Assunto: Descumprimento de obrigação acessória. Data do fato gerador: 01.04.2007 a 30.04.2007. AI n° 37.064.4778 Constitui infração à legislação previdenciária deixar a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições para a Seguridade Social Lançamento procedente” Do Recurso Voluntário A RECORRENTE, devidamente intimada da decisão da DRJ em 02/03/2009, conforme faz prova o “Aviso de Recebimento” de fl. 55, apresentou seu recurso voluntário de fls. 58/63 em 01/04/2009, oportunidade em que reafirmou os argumentos levantados em sede de impugnação. Este recurso de oficio compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório. Fl. 73DF CARF MF Processo nº 11080.007601/200700 Acórdão n.º 2201004.094 S2C2T1 Fl. 74 4 Voto Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. Em resumo, a recorrente volta a alegar que a fiscalização deixou de receber documentos sem que tivesse fundamentado sua recusa. Contudo, em momento nenhum do processo a RECORRENTE fez prova desta afirmação. A mesma sequer comprovou a existência de tais documentos referidos no Relatório Fiscal da Infração e no TIAD, anexandoos nos autos, o que permitiria a comprovação dos argumentos apresentados. No entanto, a mera alegação de que teria apresentado os documentos não é suficiente para afastar a penalização. Quando deixou de apresentar a documentação solicitada pela fiscalização (livros contábeis), a RECORRENTE infringiu a norma estabelecida no art. 33 da Lei 8.212/91, combinado com os arts. 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social – RPS (Decreto 3.048/99), o que ensejou a aplicação da multa nos termos do art. arts. 283, II, "j", cujo valor foi atualizado pela Portaria MPS/GM n° 142, de 11/04/07. A RECORRENTE solicita seja relevada a multa, com base no art. 291, § 1º do RPS (Revogado pelo Decreto nº 6.727, de 2009): Art. 291. Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até o termo final do prazo para impugnação. § 1 o A multa será relevada se o infrator formular pedido e corrigir a falta, dentro do prazo de impugnação, ainda que não contestada a infração, desde que seja o infrator primário e não tenha ocorrido nenhuma circunstância agravante. Contudo, para fazer jus ao benefício do referido dispositivo, a contribuinte deveria atender os seguintes requisitos: a) corrigir a falta; b) formulação do pedido de relevação (com a correção da falta) dentro do prazo de impugnação. No caso em questão, apesar de formulado o requerimento para relevação da multa, o contribuinte em momento algum corrigiu a falta que ensejou a aplicação da mesma, desta forma, o mesmo não faz jus ao benefício supramencionado. Portanto, entendo que deve ser mantida a multa do presente processo (DEBCAD n° 37.064.4778 – CFL 38), por expressa previsão legal, haja vista a não apresentação de documentos solicitados pela fiscalização. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 11080.007601/200700 Acórdão n.º 2201004.094 S2C2T1 Fl. 75 5 CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator Fl. 75DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.000880/2003-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Oct 23 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 28/02/2003
PIS. DECRETOS-LEI N° 2445/88 E 2449/88. PROCESSO JUDICIAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS. A decisão judicial deve ser reconhecida e devidamente aplicada pelo órgão administrativo de julgamento. Comprovado o recolhimento a maior a título de PIS, à época dos declarados inconstitucionais Decretos-Lei nº 2445/88 e 2449/88, resta evidente o direito à compensação de tais valores. Reconhecimento parcial do indébito alegado pelo contribuinte, conforme o demonstrado no procedimento de diligência fiscal. Crédito parcialmente extinto, nos termos do art. 156, II, do CTN.
PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA CARF Nº 15 (VINCULANTE). A base de cálculo do PIS das empresas industriais e comerciais, até a data em que passou a viger as modificações introduzidas pela Medida Provisória nº 1.212/95 (29/02/1996), era o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, podendo a semestralidade ser reconhecida de ofício. Aplicação da Súmula CARF nº 15, vinculante.
Recurso voluntário parcialmente provido.
Numero da decisão: 3301-004.085
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 28/02/2003 PIS. DECRETOS-LEI N° 2445/88 E 2449/88. PROCESSO JUDICIAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS. A decisão judicial deve ser reconhecida e devidamente aplicada pelo órgão administrativo de julgamento. Comprovado o recolhimento a maior a título de PIS, à época dos declarados inconstitucionais Decretos-Lei nº 2445/88 e 2449/88, resta evidente o direito à compensação de tais valores. Reconhecimento parcial do indébito alegado pelo contribuinte, conforme o demonstrado no procedimento de diligência fiscal. Crédito parcialmente extinto, nos termos do art. 156, II, do CTN. PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA CARF Nº 15 (VINCULANTE). A base de cálculo do PIS das empresas industriais e comerciais, até a data em que passou a viger as modificações introduzidas pela Medida Provisória nº 1.212/95 (29/02/1996), era o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, podendo a semestralidade ser reconhecida de ofício. Aplicação da Súmula CARF nº 15, vinculante. Recurso voluntário parcialmente provido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2060; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 1.305 1 1.304 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10855.000880/200378 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301004.085 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 23 de outubro de 2017 Matéria Contribuição para o PIS/Pasep Recorrente Catalent Brasil Ltda Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 28/02/2003 PIS. DECRETOSLEI N° 2445/88 E 2449/88. PROCESSO JUDICIAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS. A decisão judicial deve ser reconhecida e devidamente aplicada pelo órgão administrativo de julgamento. Comprovado o recolhimento a maior a título de PIS, à época dos declarados inconstitucionais DecretosLei nº 2445/88 e 2449/88, resta evidente o direito à compensação de tais valores. Reconhecimento parcial do indébito alegado pelo contribuinte, conforme o demonstrado no procedimento de diligência fiscal. Crédito parcialmente extinto, nos termos do art. 156, II, do CTN. PIS. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. SÚMULA CARF Nº 15 (VINCULANTE). A base de cálculo do PIS das empresas industriais e comerciais, até a data em que passou a viger as modificações introduzidas pela Medida Provisória nº 1.212/95 (29/02/1996), era o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, podendo a semestralidade ser reconhecida de ofício. Aplicação da Súmula CARF nº 15, vinculante. Recurso voluntário parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. Semíramis de Oliveira Duro Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 08 80 /2 00 3- 78 Fl. 1305DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.306 2 Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Adoto o relatório da decisão de efls. 549555, por bem descrever os fatos: Tratase de declaração de compensação de créditos relativos à contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) dos meses de outubro de 1990 a abril de 1994, com vistas a compensar créditos de PIS no valor de R$ 27.155,58 relativo ao período de apuração de fevereiro de 2003, previamente reconhecidos e apurados nos termos da Ação Ordinária n° 95.09044393, cujo acórdão transitou em julgado na data de 06/04/2000. Nos moldes em que a seguir se transcreve: "De outro modo, tendo em vista que o pagamento perseguido na exordial é a compensação dos valores recolhidos indevidamente a título de PIS com o próprio PIS, anulo a sentença na parte em que deferiu a compensação com COFINS, por ser ultra petita. Correção monetária dos valores a serem compensados deverá ser efetuada a partir do recolhimento indevido, nos termos da Súmula 162 do Superior Tribunal de Justiça, pelos mesmos índices que o fisco utiliza para a correção de seus créditos. (...) Por tais fundamentos, dou parcial provimento às apelações e à remessa oficial, para autorizar a compensação do PIS recolhido indevidamente apenas com valores do próprio PIS, na forma acima exposta, anulando a sentença na parte em que excedeu o pedido." Considerando a autorização contida no acórdão do TRF 3a Região, a RFB apurou o crédito relativo ao PIS recolhido indevidamente, nos termos da Lei Complementar n° 07/70, e legislação posterior, até a edição da Medida Provisória n° 1.212, de 28/11/1995, ou seja, os recolhimentos relativos aos períodos de apuração abril/1991 a setembro/1995, conforme demonstrativo de fls.61/66, observando que foi considerada como base de cálculo a mesma base informada nas respectivas DIRPJ para recolhimento do FINSOCIAL/COFINS. Ao constatar que os créditos apurados nos processos 10855.500983/200414 e 10855.500982/200470 seriam insuficientes para compensar o débito de PIS do período de apuração de fevereiro de 2003, a autoridade competente não homologou a declaração de compensação, conforme despacho decisório de fls. 77. Em seguida, após ciência do despacho retro (30/07/04 – fls.79), interpôs a interessada manifestação de inconformidade em 31/08/04 onde aduziu o seguinte: a) Que a decisão proferida nos autos da Ação Ordinária n° 95.09044393, com correção monetária pela taxa Selic, geroulhe um crédito de R$ 637.742,56 a ser compensado, conforme planilha anexa em fls. 04/06. Em contrapartida, o crédito apurado pela Receita Federal do Brasil efetivamente compensado revelou o montante de R$ 75.558,41; b) Que a diferença de R$ 562.184,15 entre os créditos apurados pelos interessados é mais do que suficiente para compensar o débito de R$ 27.165,58 relativo ao período de apuração de fevereiro de 2003; c) Como motivo determinante para a não homologação do crédito pleiteado, foi alegada a inobservância por parte da interessada, dos atos normativos posteriores Fl. 1306DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.307 3 aos referidos Decretos, os quais promoveram alterações quanto ao prazo de recolhimento do PIS. No entender da interessada, tais prazos foram atendidos, comprovando seus argumentos através dos DARFs anexos; d) Que a base de cálculo do PIS é fixada de acordo com o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador sem correção monetária; e) Que em restando demonstrado o correto recolhimento da contribuição, deverá ser homologada a mencionada declaração de compensação. Analisada a manifestação de inconformidade pela DRJ/RPO, acordaram os membros da 4a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, pela não homologação da compensação, entendendo, em síntese, que a base de cálculo do PIS é o faturamento do próprio mês de ocorrência do fato gerador, bem como pela inexistência de crédito a ser compensado. Cientificada em 08/03/07, a interessada interpôs recurso voluntário na data de 09/04/2007 oportunidade em que reforçou os argumentos utilizados em sede de manifestação de inconformidade, pleiteando ao final pelo acolhimento do pleito com a consequente homologação da DCOMP. A 3ª Turma Especial, por meio da Resolução n° 3803000.116, converteu o julgamento em diligência, para determinar: o retorno do processo à delegacia fiscal de origem, para que se proceda a apuração do crédito em questão, observandose a semestralidade da base de cálculo do PIS do período de outubro de 1990 a abril de 1994 e, ainda, a correção monetária do crédito, até a data da compensação do PIS da competência abril de 2003 objeto da presente demanda, com base na variação da taxa Selic, nos exatos termos da decisão judicial proferida pelo TRF 3ª Região. A diligência foi cumprida, nos termos da informação fiscal, efls. 1253 e s. Sobre o resultado, a empresa manifestouse, nas efls. 1296 e s., contestando a conversão de moeda, de cruzeiro real par real, o que implicaria, segundo alega, em valores menores do que teria direito. É o relatório. Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro O recurso voluntário é tempestivo e reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. É pacífico o entendimento de que a base de cálculo do PIS, sob o regime da Lei Complementar nº 7/70, é o faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, e, sendo inconstitucionais os Decretoslei nº 2445 e 2449/88, Fl. 1307DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.308 4 conforme a Resolução nº 49/95, deve prevalecer a LC, nos termos em que imposta até a edição da Medida Provisória nº 1.212/95, convertida na Lei nº 9.715/98. A matéria é inclusive tema da Súmula CARF nº 15 (vinculante): “A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária.” Por conseguinte, exsurgiu o direito de o contribuinte compensar os valores recolhidos indevidamente a título de PIS de acordo com os atos inconstitucionais, naquilo que superou o previsto na Lei Complementar n° 7/70. Andou bem a Resolução n° 3803000.116 ao determinar de ofício a aplicação da semestralidade. A compensação demanda suporte documental comprobatório dos direitos creditórios requeridos, para atestar a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte, nos termos do art. 170 do CTN. Isso porque, na compensação/restituição é do próprio contribuinte o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. Temse que todos os pagamentos informados foram considerados na auditoria fiscal. Por isso, a diligência para apuração do indébito da Recorrente utilizou as seguintes premissas: (i) período de apuração do fato gerador – 04/1991 a 10 /1994; (ii) atualização monetária – atualização padrão adotada pela RFB – Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 08, de 1997; (iii) aplicação da semestralidade, ou seja, considerando como base de cálculo o faturamento do 6º mês anterior ao mês da operação, sem correção, ou seja de 10/1990 a 04/1994; e (iv) base de cálculo considerada: mesma base informada nas respectivas DIRPJ para recolhimentos do FINSOCIAL/COFINS, efls. 1141/1143. Como resultado da diligência, a Delegacia competente verificou que quase a totalidade dos valores em litígio neste processo e em outros processos, foram objeto de compensação. Relata a autoridade fiscal que do confronto dos débitos apurados com os recolhimentos havidos no mesmo período, obtémse, como resultado, conforme relatório “Demonstrativo de Saldo de Pagamentos”, o montante de R$ 300.809,62 (trezentos mil, oitocentos e nove reais e sessenta e dois centavos) que corresponde ao efetivo direito creditório do contribuinte antes de realizadas as compensações por ele declaradas em DCTF e em Declarações de Compensação (a partir de 2003). Transcrevo parte do teor da informação fiscal: III – Das Compensações – Até o Limite do Crédito Apurado e Reconhecido As compensações foram realizadas até o limite do crédito apurado e reconhecido, por ordem direta dos períodos de apuração dos débitos de PIS informados/declarados pelo contribuinte, do mais antigo para o mais recente. No demonstrativo “Quadro Resumo – Demonstrativo de Utilização de Crédito do PIS para Compensação com o próprio PIS” juntado às fls. 1189, é possível se verificar a consumação do crédito apurado após a amortização de cada um dos Fl. 1308DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.309 5 débitos de PIS, até a sua completa exaustão. Nos demonstrativos, listagens e demonstrativos citados adiante, as compensações serão tratadas pormenorizadamente. Para fins de operacionalização e controle nos sistemas da Receita Federal do Brasil – RFB, as compensações informadas e declaradas pelo contribuinte foram divididas em dois períodos distintos, a saber: • período de apuração de 07/1996 a 10/2000 – compensações informadas em DCTF; • período de apuração de 02/2003 a 01/2004 – compensações declaradas em DCOMP. Para o primeiro conjunto – PA 07/1996 a 10/2000 – o crédito reconhecido foi suficiente para a amortização de todas as contribuições de PIS, conforme demonstrado nos seguintes relatórios: • Listagem de Créditos/Saldos Remanescentes, fls. 1190/1191; • Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes, fls. 1192/1193; • Demonstrativo Analítico de Compensação, fls. 1194/1230. Já para o segundo conjunto – PA 02/2003 a 01/2004 – o crédito apurado foi suficiente para a compensação total das contribuições do PIS relativas aos períodos de apuração de fevereiro/2003 até novembro/2003 e parcial do período de apuração dezembro/2003, conforme relatórios anexos: • Listagem de Créditos/Saldos Remanescentes II, fls. 1231; • Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes II, fls. 1232; • Demonstrativo Analítico de Compensação II, fls. 1233/1240. Dessa forma, conforme “Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes” de fls. 1232, remanesceram os débitos de PIS de dezembro/2003 (parcial), no valor de R$ 7.980,88, e janeiro de 2004, no valor de R$ 8.378,17, valores estes sujeitos à cobrança final e inscrição em dívida ativa. Entretanto, a Recorrente alega que a diferença a pagar se deve por erro na conversão entre as moedas, de cruzeiro real para real: Ocorre que, de acordo com os cálculos da ora Requerente (planilha juntada aos autos do processo, o direito creditório antes de realizadas as compensações corresponde ao valor de R$ 307.182,97 (trezentos e sete mil, cento e oitenta e dois reais e noventa e sete centavos), e não de R$ 300.809,62 (trezentos mil, oitocentos e nove reais e sessenta e dois centavos) como apontado pela autoridade administrativa. Aparentemente, a autoridade administrativa considerou todos os pagamentos realizados pela ora Recorrente, mas, ao converter os valores de Cruzeiros (CR$) para Reais (R$), na planilha denominada “Demonstrativos de Saldos e Pagamentos”, não mencionou a fórmula utilizada para tanto, o que impede a Requerente de contraditar os cálculos da Receita Federal e que implica em nítido cerceamento do direito de defesa. Com efeito, nos termos da informação fiscal, partindose do valor apurado pela Receita Federal antes das compensações (R$ 300.809,62), ao final, remanescerão os débitos de PIS de Fl. 1309DF CARF MF Processo nº 10855.000880/200378 Acórdão n.º 3301004.085 S3C3T1 Fl. 1.310 6 dezembro/2003, no valor de R$ 7.098,88 e janeiro de 2004, no valor de R$ 8.378,17, pois o crédito não seria suficiente para liquidar integralmente as compensações declaradas. Por outro lado, partindose do valor apurado pelo contribuinte (R$ 307.182,97), verificarseá que, realizadas as compensações, não remanescerá débito algum. Não há o que se deferir quanto ao pleito de esclarecimento do método de cálculo utilizado na conversão de valores de cruzeiros para reais, com o apontamento dos índices aplicados. Isso porque as conversões são realizadas automaticamente pelo sistema da Receita Federal, o SICALQ, que está, inclusive, disponível para download no site www.receita.fazenda.gov.br. De todo modo, o sistema atende ao comando da Medida Provisória n° 542/1994 e reedições e da Lei n° 9069/1995. As regras de conversão do cruzeiro real para real estão postas no art. 12 e seguintes da Lei n° 9069/1995. Logo, a argumentação da Recorrente não desqualificou o trabalho da auditoria fiscal. Diante disso, considerando as premissas apontadas pela Recorrente, a partir das quais a diligência foi efetuada (itens i a iv citados acima), bem como o resultado avalizado pela interessada, entendo que é imperioso reconhecer o indébito devidamente comprovado. Então, operouse a extinção do crédito, nos termos do art. 156, II, do CTN, até o limite reconhecido pela autoridade fiscal, no procedimento de diligência fiscal. Do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 1310DF CARF MF
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Numero do processo: 10166.908083/2009-94
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/05/2005 a 31/05/2005
DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO APÓS O DESPACHO DECISÓRIO.
A apresentação de DCTF retificadora, ainda que após a prolação de despacho decisório, desde que em hipótese não vedada pela legislação, substitui a original, constituindo-se em indício da certeza e liquidez do crédito tributário.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. APRESENTAÇÃO DE NOVOS ELEMENTOS DE PROVA APÓS A APRECIAÇÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE.
Novos elementos de prova apresentados no âmbito do recurso voluntário podem, excepcionalmente, ser apreciados nos casos em que fique prejudicado o amplo direito de defesa do contribuinte ou em benefício do princípio da verdade material.
Numero da decisão: 3001-000.269
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com retorno dos autos à Unidade de Origem para análise da DCTF retificadora e demais documentos probatórios juntados em fase recursal, vencido o conselheiro Renato Viera de Avila que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães.
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/2005 a 31/05/2005 DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE DE APRESENTAÇÃO APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. A apresentação de DCTF retificadora, ainda que após a prolação de despacho decisório, desde que em hipótese não vedada pela legislação, substitui a original, constituindose em indício da certeza e liquidez do crédito tributário. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. APRESENTAÇÃO DE NOVOS ELEMENTOS DE PROVA APÓS A APRECIAÇÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. POSSIBILIDADE. Novos elementos de prova apresentados no âmbito do recurso voluntário podem, excepcionalmente, ser apreciados nos casos em que fique prejudicado o amplo direito de defesa do contribuinte ou em benefício do princípio da verdade material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com retorno dos autos à Unidade de Origem para análise da DCTF retificadora e demais documentos probatórios juntados em fase recursal, vencido o conselheiro Renato Viera de Avila que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 80 83 /2 00 9- 94 Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10166.908083/200994 Acórdão n.º 3001000.269 S3C0T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cássio Schappo, Renato Vieira de Avila e Cleber Magalhães. Relatório Tratam os autos de recurso voluntário apresentado contra decisão proferida pela 4ª Turma da DRJ/BSB, que não reconheceu o direito creditório, considerando improcedente a Manifestação de Inconformidade. Dos Fatos O Contribuinte buscou via PER/DCOMP a compensação de débito de COFINS (cód.2172) do período de apuração 09/2006 com crédito de PIS/PASEP, por recolhimento a maior que o devido, via DARF, do período de apuração 05/2005, arrecadado na data de 15/06/2005. Do Despacho Decisório A DRF de Brasília em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório (efls.3), pela não homologação da compensação pretendida, em face de inexistência de crédito disponível, pois o valor do DARF discriminado na PER/DCOMP já havia sido integralmente utilizado para quitação de débito declarado para a competência 08/2005. Da Manifestação de Inconformidade Não satisfeito com a resposta, o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade (efls.2), justificando o ocorrido da seguinte forma: 1. que parte de sua receita, no período de janeiro de 2004 a fevereiro de 2006, estaria sujeita a alíquota zero de incidência do PIS e da COFINS, correspondente a produtos tributados no sistema monofásico, em face de grande volume de suas vendas serem Chopp, cervejas e refrigerantes; 2. por ter ocorrido a tributação normal de seu faturamento no período acima mencionado, efetuou o recolhimento de PIS e COFINS em valores maior que o devido; 3. constatado o erro na apuração dos impostos fez a retificação da DIPJ e passou a realizar as compensações a partir de março/2006 através de PER/DCOMP; 4. ao tomar conhecimento do Despacho Decisório procurou o Plantão Fiscal da Receita Federal e foi orientado a apresentar DCTF retificadora, para demonstrar o correspondente crédito passível de compensação; 5. ao final pede deferimento da compensação praticada; Do Julgamento de Primeiro Grau Encaminhado os autos à 4ª Turma da DRJ/BSB, esta julgou improcedente a manifestação de inconformidade, cujos fundamentos encontramse sintetizados na ementa assim elabora: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10166.908083/200994 Acórdão n.º 3001000.269 S3C0T1 Fl. 4 3 Anocalendário: 2005 APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAISDCTF RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábilfiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de DCTF retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Do Recurso Voluntário O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário (efls. 27) contra a decisão de primeiro grau, com o intuito de ver seu pedido atendido, repisa os fatos e apela para busca da verdade material no processo administrativo; menciona outros julgados do CARF condescendentes a juntada de novos documentos probatórios com o recurso voluntário; que em face de ter havido o pagamento a maior que o devido, como bem demonstra as planilhas anexadas, tem o direito de realizar compensações do tributo e espera a compensação do crédito informado em PER/DCOMP. Do julgamento do Recurso Voluntário A 3ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento do CARF, no acórdão de nº 3803003.620, sessão de 24/10/2012, negou provimento por unanimidade de votos, ratificando a decisão de piso. Do Recurso Especial Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10166.908083/200994 Acórdão n.º 3001000.269 S3C0T1 Fl. 5 4 Cientificado da decisão de Segundo Grau a interessada tempestivamente ingressou com Recurso Especial. Primeiramente expôs os pressupostos de admissibilidade e com base no formalismo moderado (Lei nº 9.784/99), também, no princípio da razoabilidade que se aplicado com cautela, equilíbrio, moderação e harmonia, bem pode conduzir aos efeitos desejados. Esclarece ainda, “que a juntada de novos documentos no Recurso Voluntário tem respaldo sim no processo administrativo fiscal, no princípio da legalidade e o da verdade material que orienta e autoriza a Administração Pública a aceitar e buscar as provas que venham a demonstrar, a posteriori, a existência de vícios que tornem ilegal o ato administrativo. Os processos administrativos de que resultem sanções ao contribuinte poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício”. Adota como paradigma decisões da 2ª Seção de Julgamento do CARF que demonstram divergência de entendimento, com relação a possibilidade de juntada de novos documentos com o recurso voluntário, onde se destaca o seguinte trecho: “Não sendo suficientes os documentos juntados com a impugnação, mas vindo o contribuinte a trazêlos na fase recursal, é de se acatar a prova apresentada, em homenagem ao princípio da instrumentalidade do processo e da busca da verdade material que orienta o processo administrativo tributário”. Em suas razões finais pede para declarar nulo o Acórdão da 3ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento do CARF, por ofensa aos princípios da busca da verdade material e do formalismo moderado. Do exame de Admissibilidade do Recurso Especial Presentes os pressupostos de admissibilidade o Recurso Especial foi admitido, pois “a matéria foi prequestionada no acórdão recorrido, os paradigmas apresentados foram proferidos por colegiados distintos do da decisão recorrida e não sofreram reforma, restou demonstrada a divergência alegada e não foi constatado que as teses paradigmas tenham sido superadas pela CSRF”. Com base no fundamento do RICARF o exame de admissibilidade foi submetido ao Presidente da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF, que aprovou e encaminhou à Câmara Superior de Recursos Fiscais (3ª Turma) para prosseguimento. Da ciência do Despacho pela PFN Cientificada a PFN, a mesma apresentou contra razões ao recurso especial, requerendo que seja negado provimento, uma vez que o contribuinte não se desincumbiu do ônus probatório a seu encargo, é imperiosa a manutenção do acórdão recorrido. Da decisão do Recurso Especial Levado a julgamento o presente Recurso Especial pela 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, na data de 16/05/2017, Acórdão nº 9303005.089, por unanimidade de votos, dele tomou conhecimento e no mérito deulhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado de origem para análise do mérito do recurso voluntário, afastando a preclusão das provas. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10166.908083/200994 Acórdão n.º 3001000.269 S3C0T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Com base nas decisões acima apresentadas, incorridas no presente processo, ficou superada a preclusão de provas no processo administrativo tributário na forma como conduzido pela recorrente em seu recurso voluntário. Da mesma forma é de se reconhecer como válida a DCTF retificadora para fins de análise e posterior homologação dos créditos pretendidos. Portanto, em cumprimento ao dispositivo de sentença prolatada pela CSRF, procedese a análise de mérito do recurso voluntário, que restou prejudicada na decisão contida no acórdão proferido pela 3ª Turma Especial da 3ª Seção de Julgamento do CARF. Em primeiro plano surgiu a apresentação de DCTF retificadora que tratou de acertar os corretos valores devidos de PIS e COFINS para o período de janeiro de 2004 a fevereiro de 2006. Por ter sido apresentada, a DCTF retificadora, em data posterior a emissão do Despacho Decisório, a DRJ/BSB – 4ª Turma sustentou que essa simples entrega, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior; que incumbe ao sujeito passivo fazer a demonstração das provas que alega possuir, para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Esse fato relacionado a apresentação de DCTF retificadora em data posterior a emissão de Despacho Decisório, já tem entendimento assentado na jurisprudência deste Conselho. Citase, por exemplo, o julgado da 3ª Turma da CSRF no acórdão nº 9303005.396, de 25/07/2017, que analisando caso semelhante manteve decisão proferida no acórdão da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário. De onde se extrai: “que a DCTF retificadora, nas hipóteses admitidas por lei, tem os mesmos efeitos da original, podendo ser admitida para comprovação da certeza e liquidez do crédito, ainda que transmitida após a prolação do despacho decisório”. Por outro lado “O crédito tributário da Contribuinte e seu direito à restituição/compensação não nascem com a apresentação da DCTF retificadora, mas sim com o pagamento indevido ou a maior”. A administração tributária nos dá orientação sobre o tema, através do Parecer Cosit nº 02/2015,de 28 de agosto de 2015, cuja ementa se deu nos seguintes termos: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10166.908083/200994 Acórdão n.º 3001000.269 S3C0T1 Fl. 7 6 força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. (...) Como antes dito, a liquidez e certeza do crédito tributário não se encerra com a simples DCTF retificadora, há outros indicativos a serem seguidos, sendo, por exemplo, os livros contábeis e fiscais, DIPJ, que de acordo com as razões recursais foram parâmetros utilizados para atestar o erro de declaração cometido. Nesse sentido, em respeito ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa, na busca da verdade real no processo administrativo tributário, é cabível oportunizar à Recorrente uma melhor análise pela unidade de origem quanto ao crédito pleiteado. Ademais, não pode o CARF suprir deficiência instrutória ainda que em sede de compensação, pois à luz do art. 10 da IN RFB nº 903/2008: "Os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna". De se observar que procedimento algum fora realizado em relação à apuração dos valores da compensação, sejam débitos ou créditos. Não podem as autoridades administrativas omitirse de analisar a materialidade dos débitos e créditos em compensação, eis que do contrário comprometem a regularidade do processo administrativo de restituição e compensação de tributos, cuja implicação é a manifesta nulidade nos termos do art. 59, II do PAF. A premissa menor que compõe a ementa do acórdão do Recurso Especial, tratado nesse processo, resume com precisão a questão que envolve a apresentação de prova no processo administrativo tributário, “verbis”: Novos elementos de prova apresentados no âmbito do recurso voluntário, após o julgamento de primeira instância administrativa, podem excepcionalmente ser apreciados nos casos em que fique prejudicado o amplo direito de defesa do contribuinte ou em benefício do princípio da verdade material. Situação que se apresenta comum quando o indeferimento da compensação é efetuado por meio de Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10166.908083/200994 Acórdão n.º 3001000.269 S3C0T1 Fl. 8 7 despacho decisório eletrônico no qual não são apresentadas ao contribuinte orientações completas quanto aos documentos necessários à comprovação do direito de crédito. Merece ser reproduzido aqui, por oportuno, parte em destaque dos fundamentos do acórdão do Recurso Especial que determinou a análise de mérito nos presentes autos: A análise da compensação operada pelo contribuinte da qual resulta o despacho decisório, bem poderia conformarse ao mesmo modelo do procedimento de determinação e exigência de crédito tributário, caso fosse precedido de Termo de Verificação Fiscal, em procedimento manual, em que ficassem evidenciados os erros em que incorrera o contribuinte e a forma e providências necessárias que deveria suprir para elidir a apuração fiscal. É evidente que o despacho decisório eletrônico não cumpre esse desiderato, sendo sintética a formatação da decisão e o teor da sua intimação para a apresentação de defesa, não fornece ao contribuinte todos os elementos de que deve o interessado valerse, e exigíveis pela Administração, para subsidiála. Somente na decisão de primeira instância é que o julgador levanta a exigência das provas, por vezes apenas de forma genérica, diferentemente do que se deu no acórdão ora recorrido, que especificou ser este respaldo a escrita contábil/fiscal. Desse modo, o art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72 deve ser interpretado com parcimônia para este modelo de rito processual administrativo, sobretudo quando o conteúdo da sua letra “c” permite o enquadramento desta situação, quando sobreleva o risco de cerceamento da ampla defesa do contribuinte, quando irrelevase o princípio da verdade material, que informa o PAF, e o da moralidade, que rege os atos da Administração, a impedir a exigência de tributo já quitado ou não repetir o indébito. O fato material que resultou em revisão de base de cálculo do PIS/COFINS, diz respeito a não exclusão do total de suas vendas mensais realizadas no período de janeiro de 2004 a fevereiro de 2006, dos valores correspondentes às saídas de produtos enquadrados no regime MONOFÁSICO de tributação, instituído pela Lei 10.147/2000. Tal regime consiste em mecanismo semelhante à substituição tributária, pois atribui a um determinado contribuinte a responsabilidade pelo tributo devido em toda cadeia produtiva ou de distribuição subsequente. O art. 2º da Lei 10.147/2000 define que: “São reduzidas a zero as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda dos produtos tributados na forma do inciso I do art. 1o, pelas pessoas jurídicas não enquadradas na condição de industrial ou de importador”. Com respaldo nessa previsão legal a recorrente sustentou em sua manifestação de inconformidade, que realizou grande volume de vendas de Chopp, cervejas e refrigerantes, sujeitos ao regime monofásico e que efetivamente foram tributados pelo regime normal de incidência do PIS/COFINS. A revisão de cálculo dessas contribuições é que Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10166.908083/200994 Acórdão n.º 3001000.269 S3C0T1 Fl. 9 8 redundou em saldo credor pelo pagamento a maior que o devido e objeto dos pedidos de compensação via PER/DCOMP. As DCTFs retificadoras nada mais representam, conforme os argumentos de defesa, do que o repasse ao fisco dos corretos valores devidos de PIS e COFINS do período antes mencionado. Caso a unidade julgadora de primeiro grau tivesse remetido os autos a unidade de origem para que promovesse a análise das DCTFs retificadoras, talvez o deslinde do litígio tivesse outro rumo. As razões recursais reforçam essa tese com a juntada de provas que evidenciam as operações com produtos enquadrados no regime monofásico, planilhas e livros fiscais, plenamente vinculados ao objeto da recorrente. Não reconhecer a análise de mérito de todas as operações realizadas pelo sujeito passivo para o período que deu causa ao levantamento do crédito pleiteado, é incorrer em cerceamento do amplo direito de defesa, desrespeito ao princípio da verdade material e o da moralidade que rege os atos da Administração Pública, em não impedir exigência de tributo já quitado ou não repetir o indébito. Ante o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para que a unidade de origem aprecie a DCTF retificadora com relação ao crédito pleiteado, juntamente com as provas disponibilizadas pela recorrente ou requerendo outras que entender pertinente e lhe confira liquidez e certeza para a realização da compensação requerida. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 114DF CARF MF
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Numero do processo: 10410.721488/2010-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Mar 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2006
Ementa:
PROCESSUAL - CONSTITUCIONAL - LEI COMPLEMENTAR 105 E O SIGILO BANCÁRIO
Em 2016, por meio do RE de nº 601.314/SP, convalidou as disposições da Lei Complementar 105/01, art. 5º, declarando a sua constitucionalidade e a inocorrência de violação à garantia constitucional ao sigilo bancário, decisão cuja observância é obrigatória pelos órgão Colegiados do CARF por força das disposições do art. 62, § 1º, II, "b", do RICARF
Numero da decisão: 1302-002.584
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Guimarães da Fonseca - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Rogério Aparecido Gil, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Carlos César Candal Moreira Filho e Gustavo Guimarães da Fonseca. Ausente justificadamente o Conselheiro Flavio Machado Vilhena Dias Dias, substituído pelo Conselheiro Suplente Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: GUSTAVO GUIMARAES DA FONSECA
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2006 Ementa: PROCESSUAL - CONSTITUCIONAL - LEI COMPLEMENTAR 105 E O SIGILO BANCÁRIO Em 2016, por meio do RE de nº 601.314/SP, convalidou as disposições da Lei Complementar 105/01, art. 5º, declarando a sua constitucionalidade e a inocorrência de violação à garantia constitucional ao sigilo bancário, decisão cuja observância é obrigatória pelos órgão Colegiados do CARF por força das disposições do art. 62, § 1º, II, "b", do RICARF
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EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2006 Ementa: PROCESSUAL CONSTITUCIONAL LEI COMPLEMENTAR 105 E O SIGILO BANCÁRIO Em 2016, por meio do RE de nº 601.314/SP, convalidou as disposições da Lei Complementar 105/01, art. 5º, declarando a sua constitucionalidade e a inocorrência de violação à garantia constitucional ao sigilo bancário, decisão cuja observância é obrigatória pelos órgão Colegiados do CARF por força das disposições do art. 62, § 1º, II, "b", do RICARF Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Rogério Aparecido Gil, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Lizandro Rodrigues de Sousa (Suplente convocado), Carlos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 41 0. 72 14 88 /2 01 0- 14 Fl. 514DF CARF MF 2 César Candal Moreira Filho e Gustavo Guimarães da Fonseca. Ausente justificadamente o Conselheiro Flavio Machado Vilhena Dias Dias, substituído pelo Conselheiro Suplente Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Cuida o processo de autos de infração lavrados em desfavor do recorrente a fim de se lhe exigir o IRPJ, a CSLL, as contribuições para o PIS e a COFINS e, ainda, a CPP (INSS), no anocalendário de 2006. Os créditos ora polemizados foram constituídos a partir da omissaõ de receitas caracterizada pela divergência entre os valores declarados pelo contribuinte em DSPJ, a título de receita bruta, e os valores apurados a partir das informações obtidas pela Fiscalização junto às administradoras de cartão de crédito Cielo, Redcard e Hipercard que prontamente as prestaram após a lavratura da competente emissão de Requisições de Informações sobre Movimentações Financeiras (RMF’s). Vale dizer que o Fisco adotou o procedimento acima apenas porque, a despeito de sucessivas intimações encaminhadas ao contribuinte para explicar as divergências indiciariamente apuradas, o mesmo quedouse inerte, limitandose a apresentar Livros Diário, Razão e de apuração de ICMS. Uma vez que o recorrente não cuidou de comprovar os motivos das divergências encontradas pela D. Auditoria Fiscal, lavrouse os autos de infração ora polemizados. O insurgente apresentou sua impugnação administrativa limitandose a questionar a inconstitucionalidade da quebra de seu sigilo bancário, nada dizendo, provando ou demonstrando acerca da omissão de receitas apontada pela Fiscalização. A DRJ/Fortalaza, instada a se pronunciar sobre a impugnação oposta, houve por bem julgála improcedente, mantendo, na íntegra, as exigências fiscais. O contribuinte foi cientificado do resultado do julgamento em 05 de dezembro de 2014 (AR de fl. 474), tendo interposto seu recurso voluntário em 06 janeiro de 2015 (conforme carimbo de fl. 476), por meio do qual reiterou, ipses literis, os fundamentos de sua impugnação. Este, o relatório.[Clique aqui para iniciar o Relatório] Voto Conselheiro Gustavo Guimarães da Fonseca Relator O recurso é tempestivo, motivo pelo qual, dele conheço. Fl. 515DF CARF MF Processo nº 10410.721488/201014 Acórdão n.º 1302002.584 S1C3T2 Fl. 515 3 Conforme descrito no relatório, acima, o recorrente, em qualquer momento, discute ou se opõe às conclusões fiscais, deixando de refutar a constatação de omissão de receitas decorrente da constatação de divergências entre os valores por ele declarado em sua DSPJ e o extratos fornecidos administradoras de cartão de crédito com quem mantém contrato. Em sua impugnação, e também neste recurso voluntário, o contribuinte cinge a questionar a imprestabilidade das provas obtidas pela fiscalização a partir dos citados RMFs sob o argumento de inconstitucionalidade do procedimento por violação à garantia constitucional do sigilo bancário, sendo este, exclusivamente, o objeto deste julgamento. Isto posto, esclareço que á época da oposição da impugnação e, inclusive, deste próprio recurso voluntário, a validade ou não, em especial, dos preceitos dos arts. 5º e 7º da Lei Complementar 105/01 não tinha ainda encontrado uma solução definitiva, ao menos, não no Poder Judiciário. Daí a existência de inúmeros recursos e discussões neste Conselho versando sobre a temática. Em fevereiro do ano passado, todavia, o Supremo Tribunal Federal pôs um ponto final no assunto ao julgar, sob regime de repercussão geral, o Recurso Extraordinário de nº 601.314/SP, relatado pelo Min. Edson Fachin, entendendo, então, pela plena constitucionalidade da Lei Complementar supra. E aqui, inclusive para atender ao comando inserto no art. 62, §2º, do RICARF, transcrevo a seguir a respectiva ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO AO SIGILO BANCÁRIO. DEVER DE PAGAR IMPOSTOS. REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RECEITA FEDERAL ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ART. 6º DA LEI COMPLEMENTAR 105/01. MECANISMOS FISCALIZATÓRIOS. APURAÇÃO DE CRÉDITOS RELATIVOS A TRIBUTOS DISTINTOS DA CPMF. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA NORMA TRIBUTÁRIA. LEI 10.174/01. 1. O litígio constitucional posto se traduz em um confronto entre o direito ao sigilo bancário e o dever de pagar tributos, ambos referidos a um mesmo cidadão e de caráter constituinte no que se refere à comunidade política, à luz da finalidade precípua da tributação de realizar a igualdade em seu duplo compromisso, a autonomia individual e o autogoverno coletivo. 2. Do ponto de vista da autonomia individual, o sigilo bancário é uma das expressões do direito de personalidade que se traduz em ter suas atividades e informações bancárias livres de ingerências ou ofensas, qualificadas como arbitrárias ou ilegais, de quem quer que seja, inclusive do Estado ou da própria instituição financeira. 3. Entendese que a igualdade é satisfeita no plano do autogoverno coletivo por meio do pagamento de tributos, na medida da capacidade contributiva do contribuinte, por sua vez vinculado a um Estado soberano comprometido com a satisfação das necessidades coletivas de seu Povo. 4. Verificase que o Poder Legislativo não desbordou dos parâmetros constitucionais, ao exercer sua relativa liberdade de conformação da ordem jurídica, na medida em que estabeleceu requisitos objetivos para a requisição de informação pela Administração Tributária às instituições financeiras, assim como manteve o sigilo dos dados a respeito das transações financeiras do contribuinte, Fl. 516DF CARF MF 4 observandose um translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal. 5. A alteração na ordem jurídica promovida pela Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, uma vez que aquela se encerra na atribuição de competência administrativa à Secretaria da Receita Federal, o que evidencia o caráter instrumental da norma em questão. Aplicase, portanto, o artigo 144, §1º, do Código Tributário Nacional. 6. Fixação de tese em relação ao item “a” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “O art. 6º da Lei Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a igualdade em relação aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 7. Fixação de tese em relação ao item “b” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “A Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, tendo em vista o caráter instrumental da norma, nos termos do artigo 144, §1º, do CTN”. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento (RE 601.314/SP, Relator Min. Edson Fachin, sessão de 24/02/2016, Tribunal Pleno, publicado no DJe198, divulgado em 1509 2016 e Publicado em 16092016). Roma locuta questio finita. Não há mais o que se discutir acerca das disposições da Lei Complementar em análise, muito menos neste Conselho, em especial a vista dos preceitos do já citado art. 62, § 1º, II, "b", do RICARF. As provas obtidas pela fiscalização para fundamentar as conclusões exaradas no TVF são válidas, mormente à luz da decisão do STF acima reproduzida, não carecendo de reforma, pois, a decisão ora combatida Diante disto, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca Fl. 517DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16696.720410/2016-03
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS.
São consideradas dedutíveis na apuração do imposto as despesas médicas desde que comprovadamente despendidas pelo contribuinte com ele e seus dependentes. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, a critério da autoridade lançadora.
DEDUÇÃO. PENSÃO JUDICIAL.
A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida, em face das normas do Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário. Súmula CARF nº98.
Numero da decisão: 2002-000.041
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento parcial.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente e Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: CLAUDIA CRISTINA NOIRA PASSOS DA COSTA DEVELLY MONTEZ
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DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. PENSÃO ALIMENTÍCIA JUDICIAL. Recorrente PAULO CESAR RIOS DA SILVEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 DEDUÇÃO. DESPESAS MÉDICAS. São consideradas dedutíveis na apuração do imposto as despesas médicas desde que comprovadamente despendidas pelo contribuinte com ele e seus dependentes. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, a critério da autoridade lançadora. DEDUÇÃO. PENSÃO JUDICIAL. A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida, em face das normas do Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário. Súmula CARF nº98. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 69 6. 72 04 10 /2 01 6- 03 Fl. 74DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 75 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni, que lhe deu provimento parcial. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente e Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campêlo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Fl. 75DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 76 3 Relatório Tratase de lançamento decorrente de procedimento de revisão interna da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física DIRPF, referente ao exercício de 2014, ano calendário 2013, tendo em vista a apuração de deduções indevidas de: dependentes, despesas médicas e pensão judicial. O contribuinte apresentou impugnação (fls.4/32), indicando a juntada de documentação comprobatória dos valores declarados. Na sua defesa, o sujeito passivo concorda com a glosa de dependente e contesta as demais glosas integralmente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) deu parcial provimento à impugnação (fls. 49/54), em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerase como nãoimpugnada a parte do lançamento com a qual o contribuinte não se manifesta expressamente. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO. Na falta da comprovação do efetivo pagamento das despesas médicas informadas, é de se manter a glosa nos exatos termos em que efetuada. ALIMENTANDO. DEPENDENTE. Os alimentandos não podem ser considerados dependentes para o fim de apuração do imposto de renda. PENSÃO ALIMENTÍCIA. COMPROVAÇÃO. A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda, somente é cabível se comprovado o efetivo pagamento. Cientificado dessa decisão em 9/5/2017 (fl.59), o contribuinte formalizou, em 31/5/2017 (fl.61), Recurso Voluntário (fls. 61/71), no qual apresenta as seguintes alegações: argumenta que as despesas médicas foram anteriormente comprovadas, sendo incabível a utilização do termo indevidas para as mesmas. em relação a Célia Gonçalves de Oliveira, os gastos totalizaram R$13.000,00 e estão descritos no documento emitido pela profissional. Fl. 76DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 77 4 a despesa com Fábio Marques Pitman, de R$800,00, foi comprovada mediante recibo. a despesa efetuada com o Centro de Odontologia e Radiologia Oral Cabral e Oliveira e Ltda, de R$50,00, também foi comprovada por meio da apresentação de recibo. em relação à pensão paga a Arlinda Celeste Alves da Silveira, indica a juntada de recibo emitido pela beneficiária. aduz que todas as informações anteriores podem ser apuradas, averiguadas e confrontadas junto às fontes pagadoras, nos recibos e nas declarações. requer que seu recurso seja acolhido, com consequente cancelamento do débito exigido. É o relatório. Fl. 77DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 78 5 Voto Conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Relatora Admissibilidade O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, assim, dele tomo conhecimento. Mérito Despesas Médicas Sobre dedução de despesas médicas, dispõe a Lei nº 9.250, de 1995, em seu artigo 8º, inciso II, alínea "a" e §2º: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: ... II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; .... § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro Fl. 78DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 79 6 de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; IV não se aplica às despesas ressarcidas por entidade de qualquer espécie ou cobertas por contrato de seguro; V no caso de despesas com aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias, exigese a comprovação com receituário médico e nota fiscal em nome do beneficiário. Por seu turno, o artigo 73 do Decreto nº 3000, de 26 de março de 1999 (RIR – Regulamento do Imposto de Renda, dispõe que “ todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora”. Em sede de impugnação, o sujeito passivo juntou os recibos emitidos por Célia Gonçalves de Oliveira, Fabio Marques Pitman e Centro de Odontologia e Radiologia Oral Cabral e Oliveira Ltda. À vista dos documentos juntados, a DRJ/CTA decidiu: 13. O impugnante juntou, às fls. 26 a 32, uma série de recibos de despesas médicas, mas não comprovou que arcou com o efetivo pagamento, aliás, como já exigido pela autoridade fiscal. Neste aspecto, nada acresceu à impugnação. 14. É cediço que o procedimento administrativo fiscal é em tudo semelhante a um ato administrativo, havendo até alguns autores de renome nacional que chegam a denominálo de ato administrativo simples, como Paulo de Barros Carvalho, in verbis: Paulo de Barros Carvalho1 define lançamento como “o ato jurídico administrativo, da categoria dos simples2, modificativos ou assecuratórios e vinculados3 mediante o qual se declara o acontecimento do fato jurídico tributário, se identifica o sujeito passivo da obrigação correspondente, se determina a base de cálculo e a alíquota aplicável, formalizando o crédito e estipulando os termos de sua exigibilidade”. Posteriormente, tratarseá, novamente, desta definição. 15. A doutrina denomina como atributos do ato administrativo as diferenças entre este e o ato jurídico civil. Um desses atributos, relevante para o caso posto, é a presunção de veracidade, que significa a inversão do ônus probatório da Administração Pública para o administrado. 16. Assim, ao constituir o crédito tributário vergastado, por meio do ato formal desenhado por lei, respeitando a plenitude de defesa, a autoridade fiscal emantouo com os atributos da veracidade e da legitimidade, cabendo ao afetado implantar nos autos uma prova enraizada de forma robusta, capaz de suportar o peso da verdade inquestionável. Fl. 79DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 80 7 17. Logo, em face da ausência da prova exigida pela autoridade fiscal, só nos resta confirmar a autuação e declarar a improcedência da impugnação quanto às despesas médicas. Em seu recurso, o contribuinte indica a juntada dos mesmos elementos de prova, quais sejam, os recibos emitidos pelos profissionais. A autuação aponta que, no curso da ação fiscal, o contribuinte fora intimado a comprovar o efetivo pagamento dessas despesas (fl.11). A teor da legislação reproduzida, é prerrogativa da autoridade lançadora decidir se cabe ou não exigir a comprovação de uma dedução pleiteada e, se esta, no caso em tela, considerou que a dedução de despesas médicas constitui fato passível de comprovação, não pode o contribuinte eximirse de apresentála. Assim, a apresentação de recibos de pagamento têm potencialidade probatória relativa, não impedindo a autoridade fiscal de coletar outros elementos de prova com o objetivo de formar convencimento a respeito da prática da infração. Nesse sentido, o artigo 73, caput e § 1º do RIR/1999, autoriza a fiscalização a exigir provas complementares. No caso, não tendo o contribuinte logrado comprovar o efetivo pagamento dessas despesas, como exigido pela autoridade fiscal, não há reparos a se fazer à decisão de piso, mantendo suas glosas. Nesse sentido, já decidiram a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) e a 1ª Turma da 4ª Câmara da 2ª Seção do CARF: IRPF. DESPESAS MÉDICAS.COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvida razoável quanto à sua efetividade. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para suprir a não comprovação dos correspondentes pagamentos. (Acórdão nº9202005.323, de 30/3/2017) Segue ementa de julgado do CARF nesse mesmo sentido: IRPF. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS E DO CORRESPONDENTE PAGAMENTO. A Lei nº 9.250/95 exige não só a efetiva prestação de serviços como também seu dispêndio como condição para a dedução da despesa médica, isto é, necessário que o contribuinte tenha usufruído de serviços médicos onerosos e os tenha suportado. Tal fato é que subtrai renda do sujeito passivo que, em face do permissivo legal, tem o direito de abater o valor correspondente da base de cálculo do imposto sobre a renda devido no ano calendário em que suportou tal custo. Fl. 80DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 81 8 Havendo solicitação pela autoridade fiscal da comprovação da prestação dos serviços e do efetivo pagamento, cabe ao contribuinte a comprovação da dedução realizada, ou seja, nos termos da Lei nº 9.250/95, a efetiva prestação de serviços e o correspondente pagamento. (Acórdão nº2401004.122, de 16/2/2016) Pensão Judicial O contribuinte informou o pagamento de pensão no montante de R$25.647,17. Na impugnação, em relação a beneficiária Patricia Angela Cassia, juntou comprovantes de rendimentos de fls. 15/18 e sentença proferida em ação de alimentos (fls.19/22). Em relação a beneficiária Arlinda Celeste, juntou a petição inicial da separação consensual do casal (fls.23/25). A DRJ/CTA restabeleceu parcialmente a dedução, consignando: 12. Quanto à pensão judicial, a motivação fiscal foi a não comprovação do efetivo pagamento. Dos documentos acostados às fls. 15 a 18, depreendese que o Impugnante teve descontado de seus vencimentos a importância de R$ 19.887,28, devendo, assim, a glosa ser reduzida para R$ 5.759,89. Agora, em seu recurso, o contribuinte alega ter efetuado os pagamentos a Arlinda em espécie, não juntando qualquer comprovação de pagamento. As deduções legais em Declaração de Ajuste se lastreiam no art. 8º da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, que à época da lavratura do lançamento dispunha no tocante à dedução de pensão alimentícia: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: ... f) às importâncias pagas a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, inclusive a prestação de alimentos provisionais, de acordo homologado judicialmente, ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil; ... Fl. 81DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 82 9 § 3º As despesas médicas e de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial ou de acordo homologado judicialmente, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto de renda na declaração, observado, no caso de despesas de educação, o limite previsto na alínea b do inciso II deste artigo. (destaques acrescidos) Repisese que o art 73 do RIR exige que o interessado faça comprovação das deduções pleiteadas em Declaração de Ajuste. Do regramento acima exposto, é possível extrair três condicionantes para a dedução de pensão alimentícia em Declaração de Ajuste, quais sejam: 1) o dever de pensionar decorre de decisão judicial; 2) o fundamento para pagamento da pensão deriva das normas do Direito de Família; e 3) deve haver prova do efetivo pagamento. No caso, como consignado na decisão de primeira instância, o contribuinte não comprovou o efetivo pagamento do valor declarado. Em seu recurso, junta o recibo de fl. 67, emitido por Arlinda Celeste Alves da Silveira. Primeiro ponto a ser observado é que, da leitura da petição inicial da separação (fls.23/25), constatase que o cônjuge mulher abriu mão do recebimento da pensão, tendo sido acertado o pensionamento para os filhos, à época, menores. No anocalendário 2012, ora em exame, os filhos contavam com 33 e 28 anos. Assim, se de fato persiste a obrigação judicial, caberia aos filhos maiores darem a quitação dos valores e não o excônjuge. E, ainda que assim não fosse, tal qual nas despesas médicas, o recibo ora juntado não se revela hábil a comprovar o efetivo pagamento da despesa. Os recibos constituem declaração particular, com eficácia entre as partes. Em relação a terceiros, comprovam a declaração e não o fato declarado. E o ônus da prova do fato declarado compete ao contribuinte, interessado na prova da sua veracidade (artigo 408 do Código de Processo Civil e artigos 219 e 221 do Código Civil). Como destacado na legislação transcrita, a dedução da pensão alimentícia judicial na Declaração de Imposto de Renda está sujeita à comprovação, havendo referência expressa a “importâncias pagas”. Nesse sentido, é o entendimento manifestado na Súmula CARF nº98, que deve ser observada por este Colegiado: Súmula CARF nº 98: A dedução de pensão alimentícia da base de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Física é permitida, em face das normas do Direito de Família, quando comprovado o seu efetivo pagamento e a obrigação decorra de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente, bem como, a partir de 28 Fl. 82DF CARF MF Processo nº 16696.720410/201603 Acórdão n.º 2002000.041 S2C0T2 Fl. 83 10 de março de 2008, de escritura pública que especifique o valor da obrigação ou discrimine os deveres em prol do beneficiário. Dessa forma, não tendo o sujeito passivo logrado comprovar o efetivo pagamento dessa pensão, não há reparos a se fazer a decisão de piso. Conclusão Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER do recurso para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Fl. 83DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720906/2009-61
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA SOBRE JUROS DE MORA.
Como a verba principal não é isenta ou fora do campo de incidência do IR, bem como não é oriunda de rescisão do contrato de trabalho, há incidência do imposto de renda sobre os juros.
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA.
Deve ser aplicado o regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, diante exercício do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal.
Numero da decisão: 9202-006.408
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para aplicar o regime de competência ao cálculo do tributo devido, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento. Acordam ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes, que lhe negaram provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
EDITADO EM: 25/02/2018
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2004, 2005, 2006 INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA SOBRE JUROS DE MORA. Como a verba principal não é isenta ou fora do campo de incidência do IR, bem como não é oriunda de rescisão do contrato de trabalho, há incidência do imposto de renda sobre os juros. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. Deve ser aplicado o regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, diante exercício do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para aplicar o regime de competência ao cálculo do tributo devido, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento. Acordam ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes, que lhe negaram provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora. EDITADO EM: 25/02/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício).
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Como a verba principal não é isenta ou fora do campo de incidência do IR, bem como não é oriunda de rescisão do contrato de trabalho, há incidência do imposto de renda sobre os juros. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. REGIME DE COMPETÊNCIA. Deve ser aplicado o regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, diante exercício do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para aplicar o regime de competência ao cálculo do tributo devido, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, que lhe deram provimento. Acordam ainda, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento, vencidas as conselheiras Patrícia da Silva e Ana Paula Fernandes, que lhe negaram provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 09 06 /2 00 9- 61 Fl. 490DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. EDITADO EM: 25/02/2018 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pelo Contribuinte e de Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional contra o Acórdão n.º 2802001.839 proferido pela Segunda Turma Especial da Segunda Seção de Julgamento do CARF, em 18 de setembro de 2012, no qual restou consignada a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2004, 2005, 2006 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ALEGAÇÃO DE OMISSÃO NA DECISÃO RECORRIDA, POR FALTA DE ANÁLISE DA TESE DE NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE JUROS DE MORA RECEBIDOS PELO CONTRIBUINTE EM RENDIMENTOS RECEBIDOS A DESTEMPO. RECURSO DE QUE SE CONHECE QUANTO A ESTE FUNDAMENTO. Não tendo sido enfrentada a alegação de não incidência do IRPF sobre os juros moratórios decorrente do pagamento a destempo das verbas pagas pelo Estado da Bahia, é de se acrescer à decisão recorrida fundamentação no sentido do cabimento de tal tese. JUROS DE MORA INCIDENTES SOBRE VERBAS PAGAS A DESTEMPO. RECURSO ESPECIAL Nº 1.227.133/RS JULGADO EM REGIME DE RECURSO REPETITIVO. Nos termos da decisão do Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 1.227.133/RS, proferido em cuja Ementa é “JUROS DE MORA LEGAIS. NATUREZA INDENIZATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA. Não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais em decorrência de sua natureza e função indenizatória ampla” o qual, tendo sido julgado sob o rito do art. 543C do Código de Processo Civil, é de observância obrigatória para os membros deste Colegiado (art. 62A do Regimento Interno do CARF), deve ser excluída da base de cálculo a parcela correspondente aos juros de mora das parcelas de natureza remuneratória pagas a destempo. Fl. 491DF CARF MF Processo nº 10580.720906/200961 Acórdão n.º 9202006.408 CSRFT2 Fl. 3 3 Embargos acolhidos com efeitos infringentes. A decisão ensejadora dos embargos (opostos pela Contribuinte) analisados no mencionado acórdão foi sintetizada na seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2005, 2006, 2007 IRPF. ABONO PERCEBIDO PELOS INTEGRANTES DA MAGISTRATURA DO ESTADO DA BAHIA (LEI ESTADUAL nº 8.730, de 08 de setembro de 2003) As verbas percebidas pelos Magistrados do Estado da Bahia, resultantes da diferença apurada na conversão de suas remunerações da URV para o Real, ainda que recebidas em virtude de decisão judicial, têm natureza salarial e, portanto, estão sujeitas à incidência de Imposto de Renda. Precedentes do C. STJ e deste E. Sodalício. JUROS DE MORA. Sobre tributo pago em atraso incidem juros de mora conforme previsão legal, não sendo lícito ao julgador administrativo afastar a exigência MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL. Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas por sua fonte pagadora, que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício. Recurso provido em parte Conforme a descrição dos fatos e o enquadramento legal constantes do auto de infração, fls. 3 a 12, o crédito tributário fora constituído em razão de ter sido apurada uma classificação supostamente indevida de rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual da ora Recorrente como sendo rendimentos isentos e não tributáveis. Tais rendimentos correspondiam aos valores recebidos pela Recorrente, membro do Ministério Público do Estado da Bahia, a título de "Valores Indenizatórios de URV", em 36 (trinta e seis) parcelas, no período de janeiro de 2004 e dezembro de 2006. Irresignada, a ora Recorrente impugnou a autuação requerendo, em síntese: a declaração da sua ilegitimidade passiva, em face da responsabilidade pelo pagamento do Estado da Bahia; o reconhecimento do caráter indenizatório da verba referente às diferenças de URV e sua exclusão da base de cálculo do Imposto de Renda, nos anos 2004, 2005 e 2006; subsidiariamente, a exclusão da multa de ofício de 75%, dos juros de mora constantes do auto de infração e dos valores referentes a 13º salários e abonos férias sujeitos à tributação exclusiva e isentos, respectivamente. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento entendeu pela procedência parcial da impugnação apresentada para, tão somente, excluir da base de cálculo do imposto Fl. 492DF CARF MF 4 os valores correspondentes ao 13º salário e às férias indenizadas, mantendo, parcialmente, o crédito tributário exigido, o que gerou a interposição de Recurso Voluntário, ao qual foi dado provimento parcial para a exclusão da multa de ofício aplicada, bem como dos juros de mora, após a análise dos Embargos de Declaração opostos pela Contribuinte. Posteriormente, foi interposto Recurso Especial da Procuradoria da Fazenda Nacional, com o fito de rediscutir a incidência do imposto de renda sobre os juros de mora, no qual, acerca da divergência, a Recorrente Sustenta que o Acórdão recorrido adotou entendimento divergente do posicionamento adotado nos Acórdãos nºs 2101002.018 e 2801 002.871. Foi realizado exame de admissibilidade, fls. 335 a 339, sendo dado seguimento ao citado Recurso para a rediscussão da questão atinente à incidência do Imposto de renda sobre juros de mora, com base no segundo paradigma (Acórdão n.º 2801002.871 da 1ª Turma Especial). Por meio de contrarrazões, fls. 422 a 441, a Contribuinte sustentou a manutenção do Acórdão recorrido, no que diz respeito à exclusão dos juros incidentes sobre as verbas recebidas, bem como alegou a fragilidade dos Acórdãos paradigmas indicados para embasar a divergência jurisprudencial, diante da superveniência da decisão proferida, em sede de repetitivo, pelo STJ, no REsp n.º 1.227.133/RS. No que se refere ao Recurso Especial interposto pela Contribuinte, fls. 345 a 379, o apelo visa rediscutir: a não incidência do imposto de renda sobre diferenças de URV, que teriam natureza indenizatória; e a necessidade de cancelamento do lançamento, por não ter sido utilizada a forma correta para cálculo do imposto. Com a análise da divergência jurisprudencial, pelo Despacho de Admissibilidade, fls. 471 a 474, relativamente à não incidência do IR sobre as diferenças de URV, foi indicado como paradigma o Acórdão n.º 210201.687, todavia, antes de interposto o presente recurso, o referido Acórdão fora reformado pelo acórdão da CSRF n.º 9202003.659, na matéria que aproveitaria a Contribuinte. Assim, o paradigma foi desconsiderado para fins de demonstração da divergência suscitada. A respeito da matéria que trata da necessidade de cancelamento do lançamento, por não ter sido utilizada a forma correta para o cálculo do imposto, a Contribuinte indicou como paradigma o Acórdão n.º 2801003.595, sendo dado seguimento ao REsp, nesse ponto. No que se refere ao mérito, a Recorrente aduz, em síntese: a) as parcelas referentes às diferenças de URV, em verdade, não representam qualquer acréscimo patrimonial, produto do capital ou do trabalho, mas constituem ressarcimento pelo erro no cálculo da remuneração, na oportunidade da conversão de cruzeiro real para URV e, conseqüentemente, reposição de quantias que deveriam integrar a remuneração ao longo do tempo passado, na tentativa de reparar prejuízos; b) o Ministério Público da União, por força da simetria verificada pela Lei n.º 10.477/2002, também é contemplado com a isenção que cuida a resolução n.º 245/2002; c) a impossibilidade de tratamento desigual entre os membros do Ministério Público da União e dos Estados, ainda que as Fl. 493DF CARF MF Processo nº 10580.720906/200961 Acórdão n.º 9202006.408 CSRFT2 Fl. 4 5 parcelas recebidas pelos mesmos possuam denominação distintas, pois a verba é a mesma e, portanto, deve receber o mesmo tratamento; d) deve ser aplicado o regime de competência para apuração dos rendimentos recebidos acumuladamente, em detrimento do regime de caixa, o qual foi adotado pela autoridade administrativa na elaboração do auto de infração, devendo este ser cancelado, uma vez que maculado por erro material. Foram apresentadas contrarrazões pela Procuradoria da Fazenda Nacional, fls. 482 a 485, somente com relação ao mérito, com as seguintes alegações: a) a necessidade de mudança na forma de tributação não acarreta qualquer prejuízo ao contribuinte ou mácula ao lançamento, na medida em que se impõe tão somente o recálculo do montante devido, sem majoração da exigência tributária; b) o próprio Acórdão apontado como paradigma pela Contribuinte foi, posteriormente interposição do recurso, reformado pela e. CSRF, por meio do Acórdão nº 9202 004.200, que afastou a apontada nulidade e determinou o retorno dos autos à origem, para analisar os demais argumentos suscitados no recurso voluntário; c) acórdão recorrido merece ser mantido neste ponto pois o lançamento se encontra em consonância com a legislação tributária. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora 1. Recurso Especial do Contribuinte Conheço do recurso especial, pois se encontra tempestivo e presentes os requisitos de admissibilidade. Acerca do conhecimento do Recurso, convém destacar, consoante relatado, que, com a análise da divergência jurisprudencial, pelo Despacho de Admissibilidade, fls. 471 a 474, relativamente à não incidência do IR sobre as diferenças de URV, foi indicado como paradigma o Acórdão n.º 210201.687, todavia, antes de interposto o presente recurso, o referido Acórdão fora reformado pelo acórdão da CSRF n.º 9202003.659, na matéria que aproveitaria a Contribuinte. Assim, o paradigma foi desconsiderado para fins de demonstração da divergência suscitada. A respeito da matéria que trata da necessidade de cancelamento do lançamento, por não ter sido utilizada a forma correta para o cálculo do imposto, a Fl. 494DF CARF MF 6 Contribuinte indicou como paradigma o Acórdão n.º 2801003.595, sendo dado seguimento ao REsp, nesse ponto. Em sede de contrarrazões, não houve insurgência da Procuradoria quanto ao conhecimento. Nesse contexto, expresso concordância com o Despacho de Admissibilidade do Recurso Especial da Contribuinte. 1. 1. Do Regime de Competência RRA Pugna a Recorrente pela aplicação do regime de competência para apuração dos rendimentos recebidos acumuladamente, em detrimento do regime de caixa, o qual foi adotado pela autoridade administrativa na elaboração do auto de infração, devendo este ser cancelado, uma vez que maculado por erro material. Em sede de contrarrazões, a Procuradoria da Fazenda Nacional sustenta que a necessidade de mudança na forma de tributação não acarreta qualquer prejuízo ao contribuinte ou mácula ao lançamento, na medida em que se impõe tão somente o recálculo do montante devido, sem majoração da exigência tributária. Muito se discute, neste Colegiado, sobre os efeitos da aplicação do RE 614.406/RS, com repercussão geral reconhecida, que tratou da controvérsia referente aos regime de cobrança do imposto de renda incidente "sobre as verbas recebidas, de forma acumulada, em ação judicial", se regime de caixa, previsto no art. 12 da Lei 7.713/88 ou de competência (posteriormente positivado pelo art. 12A do mesmo diploma legal). Com o reconhecimento da inconstitucionalidade parcial sem redução de texto do art. 12 da Lei 7.713/88, o que determinou a orientação para aplicação do regime de competência, para alguns Conselheiros, os lançamentos relativos aos períodos anteriores à MP 497/2010, que alterou a redação do art. 12A da Lei 7.713/88, devem ser desconstituídos em sua integralidade, pois eivado de vício material, em razão da utilização de critério jurídico equivocado (regime de caixa, quando deveria ser regime de competência). Por outro lado, há entendimento diverso no sentido da manutenção parcial do lançamento com a adequação do lançamento ao regime de competência. Compulsandose o RE 614.406/RS, temse que a inconstitucionalidade reconhecida foi parcial e sem redução de texto, ou seja, em uma interpretação conforme a constituição, como se extrai do trecho abaixo da ementa do Acórdão do TRF4, objeto análise pelo mencionado Recurso Extraordinário: 3. Afastado o regime de caixa, no caso concreto, situação excepcional a justificar a adoção da técnica de declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto ou interpretação conforme a constituição, diante da presunção de legitimidade e constitucionalidade dos atos emanados do Poder Legislativo e porque casos símeis a este não possuem espectro de abrangência universal. (...). Segundo ensina Pedro Lenza, o STF pode determinar que a mácula da inconstitucionalidade reside em determinada aplicação da lei, ou em dado sentido interpretativo. Neste último caso, o STF indica qual seria a interpretação conforme, pela qual não se configura a inconstitucionalidade. Fl. 495DF CARF MF Processo nº 10580.720906/200961 Acórdão n.º 9202006.408 CSRFT2 Fl. 5 7 Assim, observase que não foi declarada a inconstitucionalidade do artigo de lei, mas sim aplicada uma interpretação conforme, o que afasta a existência de nulidade do texto de lei. Corroborando o exposto, cabe mencionar o art. 97 da CF que estabelece a cláusula de reserva de plenário, de modo que "somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público". Destacase a existência de mitigação da mencionada cláusula, dentre outras, quando o Tribunal utilizar a técnica de interpretação conforme a Constituição, pois não haverá declaração de inconstitucionalidade propriamente dita. Portanto, restou decidida, na ocasião do julgamento do RE em comento, a aplicação do regime de competência, quando da cobrança do imposto de renda, diante exercício do dever fundamental de pagar o tributo, em observância aos princípios constitucionais da isonomia, da capacidade contributiva e da proporcionalidade, sendo mantida a exação, naquele caso, em razão da interpretação atribuída. Diante do exposto, entendo inexistente vício insanável apto a macular o lançamento, sendo imperiosa apenas a aplicação do regime de competência, a fim de atender a interpretação conforme a constituição decorrente da decisão proferida no RE 614.406/RS. 1.2. Conclusão Assim, voto por conhecer do Recurso Especial da Contribuinte, em concordância com o Despacho de Admissibilidade, e, no mérito, darlhe provimento parcial para aplicar o regime de competência, devendo ser retificado o montante do crédito tributário com a devida aplicação das tabelas progressivas e das alíquotas vigentes à época em que deveriam ter sido recebidos os rendimentos. 2. Recurso Especial da Fazenda Nacional 2.1. Do Conhecimento Conforme relatado, foi interposto Recurso Especial da Procuradoria da Fazenda Nacional com o fito de rediscutir a incidência do imposto de renda sobre os juros de mora, no qual, acerca da divergência, a Recorrente Sustenta que o Acórdão recorrido adotou entendimento divergente do posicionamento adotado nos Acórdãos nºs 2101002.018 e 2801002.871. Foi realizado exame de admissibilidade, fls. 335 a 339, sendo dado seguimento ao citado Recurso para a rediscussão da questão atinente à incidência do Imposto de renda sobre juros de mora, com base no segundo paradigma (Acórdão n.º 2801002.871 da 1ª Turma Especial). Por meio de contrarrazões, fls. 422 a 441, a Contribuinte sustentou a manutenção do Acórdão recorrido, no que diz respeito à exclusão dos juros incidentes sobre as verbas recebidas, bem como alegou a fragilidade dos Acórdãos paradigmas indicados para embasar a divergência jurisprudencial, diante da superveniência da decisão proferida, em sede de repetitivo, pelo STJ, no REsp n.º 1.227.133/RS. Fl. 496DF CARF MF 8 Não obstante os argumentos da Recorrida, entendo que restou devidamente demonstrada a divergência jurisprudencial com base no Acórdão Paradigma nº 2801002.871, conforme se extrai do seguinte trecho da ementa: JUROS DE MORA. DECISÃO DO STJ EM SEDE DE RECURSO REPETITIVO. A decisão do STJ, em sede de recurso repetitivo, que excluiu a exigência do imposto de renda sobre juros de mora, se restringiu aos pagamentos efetuados em virtude de decisão judicial proferida em ação de natureza trabalhista, devidos no contexto de rescisão de contrato de trabalho, por força da norma isentiva prevista no inciso V do art. 6º da Lei nº 7.713/1988. Notase que o Acórdão recorrido, consignou entendimento, em sentido contrário, inclusive com base no mesmo Recurso Repetitivo (interpretado de modo diverso), como se verifica da parte da ementa abaixo transcrita: Nos termos da decisão do Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 1.227.133/RS, proferido em cuja Ementa é “JUROS DE MORA LEGAIS. NATUREZA INDENIZATÓRIA. NÃO INCIDÊNCIA DE IMPOSTO DE RENDA. Não incide imposto de renda sobre os juros moratórios legais em decorrência de sua natureza e função indenizatória ampla” o qual, tendo sido julgado sob o rito do art. 543C do Código de Processo Civil, é de observância obrigatória para os membros deste Colegiado (art. 62A do Regimento Interno do CARF), deve ser excluído da base de cálculo a parcela correspondente aos juros de mora das parcelas de natureza remuneratória pagas a destempo. Cabe salientar que ambos os casos tratam da situação fática atinente ao recebimento das diferenças de Unidade Real de Valor. Portanto, observase a existência de divergência apta a ensejar o conhecimento do recurso interposto pela Fazenda Nacional. 2.2. Dos juros de mora No que se referem aos juros de mora, aplico o posicionamento da Primeira Seção do STJ, no Recurso Repetitivo n.º 1.227.133/RS, no sentido da incidência do imposto de renda sobre tais juros, em regra, não incidindo, excepcionalmente, quando decorrentes da rescisão do contrato de trabalho ou quando a verba principal for isenta ou fora do campo de incidência do IR. Portanto, como a verba principal não é isenta ou fora do campo de incidência do IR, bem como não é oriunda de rescisão do contrato de trabalho, há incidência do imposto de renda sobre os juros. Reafirmando o exposto, temos que as verbas pagas a título de juros de mora seguem a mesma natureza das verbas principais a que se referem. Tal situação está expressamente prevista no art. 55, inciso XIV, do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto n.º 3.000/99): Fl. 497DF CARF MF Processo nº 10580.720906/200961 Acórdão n.º 9202006.408 CSRFT2 Fl. 6 9 “Art. 55. São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, § 2º, inciso IV, e 70, § 3º, inciso I): (...) XIV os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aqueles correspondentes a rendimentos isentos ou não tributáveis;” (Grifamos) Convém lembrar que os juros de mora relativos ao recebimento em atraso de verbas de natureza salarial são tributáveis, nos termos do art. 43, §3º do Decreto 3.000/99 (RIR) e do art. 16, parágrafo único, da Lei n.º 4.506/64: “Art. 43. São tributáveis os rendimentos provenientes do trabalho assalariado, as remunerações por trabalho prestado no exercício de empregos, cargos e funções, e quaisquer proventos ou vantagens percebidos, tais como (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, Lei nº 8.383, de 1991, art. 74, e Lei nº 9.317, de 1996, art. 25, e Medida Provisória nº 1.76955, de 11 de março de 1999, arts. 1º e 2º): (...) § 3º Serão também considerados rendimentos tributáveis a atualização monetária, os juros de mora e quaisquer outras indenizações pelo atraso no pagamento das remunerações previstas neste artigo (Lei nº 4.506, de 1964, art. 16, parágrafo único).” “Art. 16. serão classificados como rendimentos do trabalho assalariado tôdas as espécies de remuneração por trabalho ou serviços prestados no exercício dos empregos, cargos ou funções referidos no artigo 5º do Decretolei número 5.844, de 27 de setembro de 1943, e no art. 16 da Lei número 4.357, de 16 de julho de 1964, tais como: (...) Parágrafo único. Serão também classificados como rendimentos de trabalho assalariado os juros de mora e quaisquer outras indenizações pelo atraso no pagamento das remunerações previstas neste artigo.” (Grifamos) No presente caso os juros moratórios em questão são acessórios de verbas de natureza salarial. Assim, por óbvio, também têm natureza salarial, e, sendo assim, configuram acréscimo patrimonial sujeito à tributação por parte do Imposto de Renda. 2.3. Da conclusão Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do Recurso Especial da Fazenda e, no mérito, darlhe provimento. Fl. 498DF CARF MF 10 (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Fl. 499DF CARF MF
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Numero do processo: 10945.721076/2012-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2008, 2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Havendo omissão, contradição ou obscuridade, os embargos devem ser providos para saneamento.
Numero da decisão: 3201-003.269
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos Declaratórios .
(assinatura digital)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto.
(assinatura digital)
PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2008, 2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Havendo omissão, contradição ou obscuridade, os embargos devem ser providos para saneamento.
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Havendo omissão, contradição ou obscuridade, os embargos devem ser providos para saneamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos Declaratórios . (assinatura digital) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto. (assinatura digital) PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 72 10 76 /2 01 2- 16 Fl. 4958DF CARF MF 2 Tratamse de Embargos de Declaração opostos pela União em fls. 4940 em face do Acórdão deste Conselho de fls. 4919, em razão de omissão. O Presidente desta Turma de julgamento admitiu os Embargos de Declaração conforme Despacho de admissibilidade fls. 4946, transcrito a seguir: "Tratase de Embargos de Declaração opostos tempestivamente pela Fazenda Nacional, em face do Acórdão nº 3201002.235, de 22/06/2016, cuja ementa abaixo transcrevese: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Ano calendário: 2008, 2009 CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. IMPOSSIBILIDADE. Por não integrarem o conceito de insumo utilizado na produção e nem corresponderem a uma operação de venda, as despesas com o frete contratado para promover a transferência de mercadorias entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram créditos do PIS e da Cofins. CRÉDITOS DE PIS. RATEIO PROPORCIONAL. RECEITAS FINANCEIRAS. ALÍQUOTA ZERO. INCLUSÃO NO CONCEITO DE RECEITA BRUTA TOTAL. O art. 3º, § 8º, II, da Lei nº 10.833/2003 não fala em receita bruta total, ujeita ao pagamento do PIS e da Cofins, não cabendo ao intérprete criar distinção onde a lei não o faz. Impõese o cômputo das receitas financeiras no cálculo da receita brutal total para fins de rateio proporcional dos créditos de PIS e de Cofins não cumulativos. VENDAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Consideramse isentas da contribuição para o PIS e para a Cofins as receitas de vendas efetuadas com o fim específico de exportação somente quando comprovado que os produtos tenham sido remetidos diretamente do estabelecimento industrial para embarque de exportação ou para recintos alfandegados, por conta e ordem da empresa comercial exportadora. CEREALISTA. VENDAS COM SUSPENSÃO PARA AGROINDÚSTRIA. VEDAÇÃO AO CRÉDITO. É vedado o crédito em relação às vendas efetuadas por cerealistas, com suspensão, para as agroindústrias. CRÉDITOS A DESCONTAR. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. INSUMOS. PROCESSO PRODUTIVO. UTILIZAÇÃO. Para efeitos de apuração dos créditos do PIS não cumulativo e da COFINS não cumulativa, entendese que produção de bens não se restringe ao conceito de fabricação ou de industrialização, bem como que os insumos utilizados na fabricação ou na produção de bens destinados a venda não se Fl. 4959DF CARF MF Processo nº 10945.721076/201216 Acórdão n.º 3201003.269 S3C2T1 Fl. 4.959 3 restringem apenas às matérias primas, aos produtos intermediários, ao material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, mas alcança os fatores necessários para o processo de produção ou de prestação de serviços e obtenção da receita tributável, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008, 2009 COFINS. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO PELA TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do art. 13 da Lei nº 10.833, de 2003, é vedada a correção monetária e a aplicação de juros sobre os valores ressarcidos do PIS e da Cofins. Recurso voluntário provido em parte. Alega a embargante ter havido omissão no acórdão recorrido. É que a parte dispositiva do voto contém decisão em seu item “a” que não consta do resultado do julgamento do acórdão. Razão está com a embargante. A parte dispositiva do voto assim estabelece: “Ante o exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para: a) reconhecer a inclusão das receitas financeiras no cálculo da receita brutal total para fins de rateio proporcional dos créditos do PIS não cumulativo; b) reconhecer o crédito presumido de que trata o art. 8º da Lei 10.925, de 2004, sobre as aquisições de bens, de pessoas físicas ou cooperativas, empregados na produção (beneficiamento) de mercadorias classificadas nos Capítulos 10 e 12 da NCM;” Por sua vez, o decidido no item “a” da parte dispositiva não consta do resultado do julgamento do acórdão, que assim se mostra transcrito: “Acordam os membros do Colegiado, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos : a) por voto de qualidade, afastouse a alegação de retroatividade do art. 56A da Lei nº 12.350, de 2010. Vencidos, no ponto, os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo; b) por maioria de votos, mantiveramse as glosas sobre as exportações realizadas por terceiros e sobre o transporte entre os estabelecimentos da Recorrente. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo. Ausentes, justificadamente, as Conselheiras Fl. 4960DF CARF MF 4 Tatiana Josefovicz Belisário e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o procurador Everdon Schlinewein” Pelo exposto, ADMITO os embargos de declaração, com fundamento no § 1º do art. 65 do Anexo II do atual Regimento Interno do CARF. Encaminhese o presente processo à unidade preparadora para cientificar a contribuinte. Após, promovase, mediante sorteio, a distribuição do processo, uma vez que o relator originário está temporariamente relatando na Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF." Após, os autos foram distribuídos e pautados nos moldes do regimento interno deste Conselho. Relatório proferido. Voto Conselheiro Relator Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme portaria de condução e Regimento Interno deste Conselho, apresentase este voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e presentes os requisitos de admissibilidade, os tempestivos Embargos de Declaração devem ser conhecidos. Relatada a omissão na decisão a quo, é possível verificar pelo confronto do Recurso voluntário de fls. 4836 com a decisão de primeira instância proferida pela DRJ/SP de fls. 4811 que a inclusão das receitas financeiras, sujeitas à incidência à alíquota zero, no somatório da receita bruta total, para fins de rateio proporcional, é um dos pedidos do contribuinte. A matéria ficou clara no corpo do texto do voto do relator da decisão a quo, que inclusive citou precedente desta turma de julgamento (Acórdão 3202000.597), oportunidade em que foi reconhecido, por unanimidade, a inclusão das receitas financeiras, sujeitas à incidência à alíquota zero, no somatório da receita bruta total, para fins de rateio proporcional. Assim, considerando o precedente desta Turma, o voto do relator e Presidente desta Turma na decisão a aquo, é importante considerar como reconhecida a inclusão das receitas financeiras, sujeitas à incidência à alíquota zero, no somatório da receita bruta total, para fins de rateio proporcional. Feita esta análise, com o objetivo de sanar a omissão, o dispositivo da decisão a quo de fls. 4919 passará a constar com o seguinte texto: Fl. 4961DF CARF MF Processo nº 10945.721076/201216 Acórdão n.º 3201003.269 S3C2T1 Fl. 4.960 5 “Acordam os membros do Colegiado, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos : a) por voto de qualidade, afastouse a alegação de retroatividade do art. 56A da Lei nº 12.350, de 2010. Vencidos, no ponto, os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo; b) por maioria de votos, mantiveramse as glosas sobre as exportações realizadas por terceiros e sobre o transporte entre os estabelecimentos da Recorrente. Vencidos os Conselheiros Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Cássio Schappo; c) Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário em relação à inclusão das receitas financeiras, sujeitas à incidência à alíquota zero, no somatório da receita bruta total, para fins de rateio proporcional. Ausentes, justificadamente, as Conselheiras Tatiana Josefovicz Belisário e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Fez sustentação oral, pela Recorrente, o procurador Everdon Schlinewein” Diante de todo o exposto, votase para DAR PROVIMENTO aos Embargos de Declaração, para que seja corrigido o texto do dispositivo do Acórdão a quo. Voto proferido. (assinatura digital) Conselheiro Relator – Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Fl. 4962DF CARF MF
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