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Numero do processo: 10469.720409/2007-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2202-000.324
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Rafael Pandolfo.
Nome do relator: Não se aplica
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Helenilson Cunha Pontes e Rafael Pandolfo. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 69 .7 20 40 9/ 20 07 -8 7 Fl. 769DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 3 2 Relatório ARIMAR FRANCA FILHO, contribuinte inscrito no CPF/MF sob o nº 000.564.524 – 70, com domicílio fiscal na cidade de Natal, Estado Rio Grande do Norte, à AV. Presidente Getulio Vargas, n.º 558 – Ed. Luciano Barros Bairro Petrópolis, jurisdicionado a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Natal RN, inconformado com a decisão de Primeira Instância de fls. 214/222, prolatada pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife PE, recorre, a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pleiteando a sua reforma, nos termos da petição de fls. 233/245. Contra o contribuinte acima mencionado foi lavrado, em 04/10/2007, o Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (fls. 04/13), com ciência pessoal, em 08/10/2007 (fl. 04), exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 1.715.325,99 (padrão monetário da época do lançamento do crédito tributário), a título de Imposto de Renda Pessoa Física, acrescidos da multa de lançamento de ofício normal de 75% e dos juros de mora de, no mínimo, de 1% ao mês, calculado sobre o valor do imposto de renda relativo ao exercício de 2003, correspondente ao anocalendário de 2002. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização de revisão de Declaração de Ajuste Anual referente aos exercícios de 2003, onde a autoridade fiscal lançadora constatou omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em conta(s) de depósito ou de investimento, mantida(s) em instituição (ões) financeira(s), em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Infração capitulada no art. 849 do RIR, de 1999; art. 1° da Medida Provisória n° 22, de 2002 convertida na Lei n° 10.451, de 2002. A Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela constituição do crédito tributário lançado esclarece, ainda, através do próprio Auto de Infração que diante do exposto e considerando que desde março de 2006 o contribuinte vem sendo intimado e reintimado para comprovar a origem dos valores creditados em suas contas bancárias, e até o momento, não logrou comprovar mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Logo, ficou caracterizada a omissão de rendimentos visto que os valores creditados/depositados em conta(s) de depósitos ou de investimento, mantida(s) em instituição (ões) financeira(s), em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados nessas operações. Irresignado com o lançamento o autuado apresenta, tempestivamente, em 05/11/2007, a sua peça impugnatória de fls. 200/212, solicitando que seja acolhida a impugnação e determinado o cancelamento do crédito tributário amparado, em síntese, nos seguintes argumentos: que consta do auto de Infração relativo aos fatos geradores ocorridos no ano calendário de 2002, resta patente que o fisco não identificou a natureza jurídica dos rendimentos, fato que atrai a sistemática dos rendimentos sujeitos ao carnêleão, pois não restou comprovado que são originários de rendimentos percebidos em contrapartida de relação de emprego com ou sem vínculo; Fl. 770DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 4 3 que estando o vencimento da obrigação e a possibilidade do seu lançamento de ofício inseridos no próprio mêscalendário em que se deu a percepção dos rendimentos, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado resulta no primeiro dia do mês subseqüente; que não poderia, pois, a Fiscalização da Receita Federal em Natal/RN impor em 08/10/2007 Auto de Infração baseado em fato gerador ocorrido nos meses de janeiro/2002 a setembro/2002, eis que extinto pela presença irrefutável do instituto da decadência, nos termos do art. 150 § 4° c/c o art. 156, V, ambos do CTN; que o impugnante, explicou que os valores depositados nas contas bancária devassadas pelo Fisco integram o patrimônio da CIDA CENTRAL DE INDÚSTRIA DISTRIBUIÇÃO LTDA., CNPJ n° 02.101.466/000106, sendo seu mero mandatário; que o Fisco, porém, refutou tal argumentação não deu a menor importância aos argumentos acima expostos, dizendo que faltou a comprovação material; que à presunção de ocorrência do fato gerador ocultado terá que ser apreciada observandose o conjunto probatório em que se fundamenta. Somente com a convicção da ocorrência do fato gerador é que se poderá admitir a validade e a procedência do lançamento; que ao fisco também incumbe opor a contraprova, com elementos amplamente esclarecedores de que a prova carreada pela impugnante não tem força para infirmar os fundamentos do lançamento. Além disso, o princípio que prevalece na fase contenciosa é o da distribuição da justiça, que exige a descoberta da verdade em relação à suposta legitimidade do lançamento; que na análise da movimentação financeira de um contribuinte devemse considerar as movimentações positivas e negativas, ou seja, depósitos e saques. Só depois deste cotejamento podese concluir, se for o caso, que os recursos depositados pertencem ou não ao recorrente, pois vão e voltam "n" vezes; que em muitos casos, o mesmo dinheiro que foi sacado em um banco é depositado em outro banco, ou no mesmo banco, gerando um encadeamento de saques e depósitos, sem, contudo, tratarse de valores novos, ou melhor, de nova renda auferida. Em conseqüência, não se pode afirmar que o montante depositado se constitui em renda. Logo, não comprovada a percepção de riqueza nova, inexiste fato gerador; que embora o impugnante tenha efetivado vários depósitos bancários, também fez inúmeros saques, levando a movimentação financeira positiva e negativa praticamente à mesma proporção, numa clara demonstração da existência de um só recurso que entra e sai. O recurso que entra é o mesmo que sai. Ou, se preferir, o recurso que sai é o mesmo que retorna; que portanto, cada depósito não representa uma nova receita, nem tampouco cada saque significa renda consumida. Se de renda consumida se tratasse, não haveria necessidade dos recursos serem sacados e depositados novamente; que a simples constatação da existência de depósitos bancários não autoriza a dedução de que tais depósitos são rendimentos tributáveis, seja em razão das condições acima expostas e de muitas outras que podem ocorrer. Ainda que o art. 42 da Lei n° 9.430/96 admita a presunção dos mesmos como receita, jamais poderiam ser considerados como renda; Fl. 771DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 5 4 que se apresenta como ilegítimo o lançamento de imposto de renda que tomou como base de cálculo apenas os valores constantes de extratos ou depósitos bancários, por constituir simples presunção que não confere consistência ao lançamento. que o indício que leva à presunção de ocorrência do fato gerador ocultado terá que ser apreciado observandose o conjunto probatório em que se fundamenta a pretensão fiscal. Somente com a convicção da ocorrência do fato gerador é que se poderá admitir a validade, e a procedência do lançamento; que o Fisco Federal volta ao ataque e fundamentandose, exclusivamente, no art. 42 da Lei n° 9.430/96, lançou contra o impugnante um crédito tributário no montante de R$ 1.715..325,99, supondo a ocorrência de fato gerador, no caso de renda, em completo descompasso com a realidade fática, vez que a movimentação financeira se repetia com o vai e vem do recurso primitivo; que o direito ao sigilo bancário não é absoluto, isto é patente. Porém, por se tratar de um direito que tem status constitucional, sua quebra não pode ser feita por quem não tem o dever de imparcialidade. Somente a autoridade judiciária, que tem o dever de ser imparcial, por isso mesmo procederá com cautela, com prudência e com moderação; que as informações obtidas pelo Impetrado sobre o volume das operações bancárias da Impetrante, sem o prévio consentimento do Judiciário, revelam a presença de prova ilícita; que se chega à inarredável conclusão de que a ação fiscal iniciada com suporte em prova ilícita é desprovida de vitalidade jurídica e, conseqüentemente, improcedente. Após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pelo impugnante, os membros da Terceira Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento em Recife PE, concluíram pela improcedência da impugnação, com base, em síntese, nas seguintes considerações: que o fato de não ter sido especificada a natureza dos rendimentos não implica dizer que eles estavam sujeito a antecipações mensais do imposto. Mesmo que estivessem, o que se cogita para argumentar, não haveria falar em fato gerador mensal do IRPF. Como se sabe, o período de apuração do IRPF é anual, ocorrendo o fato gerador em 31 de dezembro de cada ano; que como não se passaram mais de cinco anos entre o dia 31 de dezembro de 2002 e a data da ciência do auto de infração, em 08 de outubro de 2007 (fl.04), não há falar em decadência; que cumpre à autoridade administrativa observar a lei nos termos em que é editada, salvo se, em conformidade com o que prevê o Decreto n° 2.346, de 10 de outubro de 1997, houver declaração de inconstitucionalidade em decisão definitivo do Supremo Tribunal Federal — o que não é o caso do dispositivo; que foi exatamente isso que ocorreu no caso em questão: à vista da não comprovação da origem de recursos utilizados em depósitos bancários (fato indiciário), concluiuse pela omissão de rendimento (fato indiciado), e efetuouse a pertinente constituição Fl. 772DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 6 5 do crédito por meio do lançamento, atividade da qual a autoridade administrativa não se pode esquivar, dado que vinculada e obrigatório consoante Parágrafo único do art. 142 do CTN; que, com efeito, todos os contribuintes, pessoas físicas ou jurídicas, estão obrigados a prestar informações ao Fisco sobre seus rendimentos e operações financeiras, tanto que apresentam regularmente declarações de ajuste, ficando sujeitos à auditoria das informações prestadas, momento em que pode serlhes exigida a documentação comprobatória. Pode ocorrer, no entanto, de o contribuinte negarse a apresentar tais comprovantes, ou até mesmo nem os possuir, restando ao Fisco buscálos nas instituições onde se deram as transações. Assim, o fornecimento de informações por instituições bancárias vem apenas substituir o dever ao qual estão sujeitos os contribuintes, por lei. Admitir o contrário implicaria autorização ao contribuinte de nem mesmo apresentar a declaração de ajuste, alegando o sigilo e a privacidade de suas transações; que cuidou, assim, o preceptivo legal em comento – que revogou expressamente, em seu art. 13, o art. 38 da Lei n° 4.595/1964 de chancelar uma exceção à regra do sigilo bancário, já prevista na lei anterior agora com toda a clareza, sem deixar margem à interpretação equivocada distorcida, ao declarar expressamente que o processo mencionado é o administrativo; que a autoridade competente, para os fins da lei, é a administrativa. Certamente, ao sopesar interesses opostos (públicos e privados), continuou a preponderar na tomada de decisão do legislado a preocupação com o interesse público e da coletividade. Deveras, se é a própria Constituição que confere competência aos entes da federação para instituir tributos, se é a própria Lei Maior que faculta à administração tributária identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, não seria razoável admitir que uma norma infraconstitucional viesse para aniquilar os meios mediante os quais poderão ser viabilizados os recursos financeiros dos entes federativos, provenientes de tributos, tão necessários à satisfação e ao atendimento de reclamos da coletividade, nas diversas áreas de atuação do Poder Público; que logo, restando caracterizado que não há necessidade de autorização judicial para que a Receita Federal tenha acesso aos dados relativos à movimentação financeira dos contribuintes, e desde que os extratos bancários foram apresentados pelo próprio contribuinte, não há que se falar em queira de sigilo bancário; A decisão de Primeira Instância está consubstanciada nas seguintes ementas: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. NÃO COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. Caracterizamse omissão de receita ou de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2002 LANÇAMENTO. ATIVIDADE ADMINISTRATIVA VINCULADA E OBRIGATÓRIA. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória. Assim, à vista de fato jurídico (substrato fático) a ensejar constituição de crédito tributário, a Fl. 773DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 7 6 autoridade administrativa é obrigada a efetuála, sob pena de responsabilidade funcional. Cumpre observar a lei nos termos em que é editada, salvo se, em conformidade com o que prevê o Decreto n° 2.346, de 10 de outubro de 1997, houver declaração de inconstitucionalidade em decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. DECADÊNCIA. FATO GERADOR ANUAL. O fato gerador do 1RRF é anual, isto é, ocorre em 31 de dezembro de cada ano, de maneira que o prazo "decadencial", nos termos de § 4° do art. 150 do CTN, tem como marco inicial essa data. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. REPASSE DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. A LC 105, de 2001, prevê, de forma expressa, que o repasse, pelas instituições financeiras, de informações solicitadas com suporte em seu art. 6° não configura quebra de sigilo bancário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado da decisão de Primeira Instância, em 28/10/2009, conforme Termo constante a fl. 227, e, com ela não se conformando, o recorrente interpôs, em tempo hábil (27/11/2009), o recurso voluntário de fls. 233/245, com instrução de documentos adicionais fls. 245/702, no qual demonstra irresignação contra a decisão supra ementada, baseado, em síntese, nas mesmas razões expendidas na fase impugnatória. É o relatório. Fl. 774DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 8 7 Voto Conselheiro Nelson Mallmann, Relator Do exame inicial dos autos verificase que existe uma questão prejudicial à análise do mérito da presente autuação, relacionada com sobrestamento de julgados. Observase no próprio Auto de Infração Fiscal os seguintes excertos (fls. 04/13): Dando continuidade ao procedimento fiscal iniciado em 14.03.2006, através do MPF em lide, que foi encerrado parcialmente em 20/09/2006, quando foi apurado imposto a pagar referente aos anos calendário de 2000 e 2001. Na oportunidade, através do Te mo de Início de Fiscalização, foi solicitado do contribuinte apresentação dos ex ratos bancários das contas movimentadas nos Bancos: Brasil S/A, Banco Bradesco S/A., UNIBANCO S/A e Sudameris Brasil S/A, no período de 01/01/2002 a 31/12/2002. Foi também solicitado do contribuinte comprovação da origem dos recursos movimentados nas referidas instituições financeiras, mediante documentação hábil e idônea. Mesmo pedindo prorrogação de prazo para cumprimento do procedimento fiscal, até o momento o contribuinte não apresentou nenhum extrato bancário, ou logrou comprovar a origem dos depósitos relativos às movimentações financeiras. De conformidade com o disposto no art.6° da Lei Complementar n°105, de 10 de janeiro de 2001 e do art.3°, inciso XI, § 2°,1 do Decreto n° 3.724, de 10 de janeiro de 2001, solicitamos às instituições financeiras as informações referentes às contas de depósitos inclusive em conta de poupança, movimentação de conta corrente de aplicações financeiras, movimentação com aquisição de moeda estrangeira em nome do contribuinte no período de 01/01/2002 e 31/12/2002, por considerarmos indispensáveis ao exame das informações relativas ao sujeito passivo em epígrafe, de forma a tributar corretamente os valores que originaram a movimentação financeira identificada. Às fls.30/37, constam as Requisições de Informações Sobre Movimentação Financeira n's 04.2.01.002006000297, 000300, 000319 e, 000327, emitida para os referidos bancos. Com visto, resta claro da análise dos autos, que a autoridade administrativa, através da Requisição de Movimentação Financeira – RMF solicitou diretamente às instituições financeiras os extratos bancários. Assim sendo, a discussão sobre os depósitos bancários lançados, por enquanto, não faz sentido haja vista que se trata de mais um caso de sobrestamento de julgado feito, por unanimidade de votos, por esta turma de julgamento, nos termos do art. 62A e parágrafos do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria Fl. 775DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 9 8 infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543 B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. É de se ressaltar, que a primeira orientação dada era de que se os extratos bancários fossem acostados aos autos mediante o atendimento da Solicitação de Emissão de Requisição de Movimentação Financeira (RMF) solicitada pela autoridade fiscal lançadora, com base no art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001, o processo deveria ser sobrestado até que a repercussão geral fosse julgada. Entretanto, na evolução da discussão sobre o assunto, surgiu a corrente que defende a tese de que somente é possível sobrestar as matérias que o próprio Supremo Tribunal Federal tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinário – RE. Para pacificar o assunto o Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) editou a Portaria CARF nº 001, de 03 janeiro de 2012, determinando os procedimentos a serem adotados para o sobrestamento de processos, da qual extraio os seguintes excertos: Art. 1º. Determinar a observação dos procedimentos dispostos nesta portaria para realização do sobrestamento do julgamento de recursos em tramitação no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em processos referentes a matérias de sua competência em que o Supremo Tribunal Federal – STF tenha determinado o sobrestamento de Recursos Extraordinários – RE, até que tenha transitado em julgado a respectiva decisão nos termos do art. 543B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Parágrafo único. O procedimento de sobrestamento de que trata o caput somente será aplicado a casos em que tiver comprovadamente sido determinado pelo Supremo Tribunal Federal – STF o sobrestamento de processos relativos à matéria recorrida, independentemente da existência de repercussão geral reconhecida para o caso. Resta evidente, nos autos, de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada, onde o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, foi realizada diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Ou seja, o fornecimento das informações sobre movimentação bancária do contribuinte foram obtidas pelo fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial, assunto na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314. Fl. 776DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 10 9 O Recurso Extraordinário (RE) 601314 chegou ao Supremo contra uma decisão que considerou legal o artigo 6° da Lei Complementar nº 105, de 2001, que permite a entrega das informações, por parte dos bancos, a pedido do Fisco. Para o autor do recurso, contudo, este dispositivo seria inconstitucional, uma vez que permite a entrega de informações de contribuintes, sem autorização judicial, configuraria quebra de sigilo bancário, violando o artigo 5°, X e XII da Constituição Federal. De acordo com o relator, a matéria discutida no RE 601314, a eventual inconstitucionalidade de quebra de sigilo bancário pelo Poder Executivo (Receita Federal) atinge todos os contribuintes, conforme a ementa, de 20/11/2009, abaixo transcrita: CONSTITUCIONAL. SIGILO BANCÁRIO. FORNECIMENTO DE INFORMAÇÕES SOBRE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA DE CONTRIBUINTES, PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, DIRETAMENTE AO FISCO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL (LEI COMPLEMENTAR 105/2001). POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI 10.174/2001 PARA APURAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A EXERCÍCIOS ANTERIORES AO DE SUA VIGÊNCIA. RELEVÂNCIA JURÍDICA DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. (RE 601314 RG, Relator (a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 22/10/2009, DJe218 DIVULG 19112009 PUBLIC 20112009 EMENT VOL0238307 PP01422) Em data posterior (15/12/2010) a decretação da repercussão geral o Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, por cinco votos a quatro, que a Receita Federal não tem poder de decretar, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário do contribuinte, durante julgamento do Recurso Extraordinário interposto pela GVA Indústria e Comércio contra medida do Fisco (RE 389.808), cuja ementa é a seguinte: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Observase que a discussão girou em torno do respaldo constitucional dos dispositivos da Lei nº 10.174, de 2001, da Lei Complementar nº 105, de 2001 e do Decreto nº 3.724, de 2001, usados pela Receita para acessar dados da movimentação financeira. O relator do caso, ministro Marco Aurélio, destacou em seu voto que o inciso 12 do artigo 5º da Constituição diz que é inviolável o sigilo das pessoas salvo duas exceções: quando a quebra é determinada pelo Poder Judiciário, com ato fundamentado e finalidade única de investigação criminal ou instrução processual penal, e pelas Comissões Parlamentares de Inquérito. “A inviabilidade de se estender essa exceção resguarda o cidadão de atos extravagantes do Poder Público, atos que possam violar a dignidade do cidadão”. Por maioria de votos, o STF entendeu ser indispensável à prévia manifestação do Poder Judiciário para que seja legítimo o acesso da Receita Federal às informações que se Fl. 777DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 11 10 encontram protegidas pelo sigilo bancário. E assim o fez em virtude de regra clara e inequívoca, constante do artigo 5º, inciso XII, da Constituição Federal, que prescreve que o sigilo de dados somente pode ser afastado mediante prévia autorização judicial. Em seu voto o ministro Celso de Mello, a equação direito ao sigilo — dever de sigilo exige — para que se preserve a necessária relação de harmonia entre uma expressão essencial dos direitos fundamentais reconhecidos em favor da generalidade das pessoas (verdadeira liberdade negativa, que impõe, ao Estado, um claro dever de abstenção), de um lado, e a prerrogativa que inquestionavelmente assiste ao Poder Público de investigar comportamentos de transgressão à ordem jurídica, de outro — que a determinação de quebra de sigilo bancário provenha de ato emanado de órgão do Poder Judiciário, cuja intervenção moderadora na resolução dos litígios, insistase, revelase garantia de respeito tanto ao regime das liberdades públicas quanto à supremacia do interesse público. Os efeitos dessa decisão por ora estão limitados ao caso concreto e não vinculam as instâncias inferiores. Porém, ela reafirma entendimento pacificado do Supremo Tribunal Federal. Não se pode esquecer, pois, que se trata de decisão do Pleno da mais alta corte do país e como tal deve ser entendida e respeitada. Isso quer dizer, na prática, que mesmo que o Supremo ainda não tenha julgado definitivamente a matéria (várias ações diretas de inconstitucionalidade contra a lei complementar ainda aguardam para ser julgadas na corte, além do Recurso Extraordinário 601.314), sua decisão em relação à Lei Complementar nº 105, de 2001, poderá ser o argumento para os próximos julgados. Em decisão monocrática publicada em março de 2011, a ministra Cármen Lúcia afirma categoricamente que não cabe mais discussão sobre o assunto. "No julgamento do Recurso Extraordinário 389.808 (…), com repercussão geral reconhecida, o Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários dos contribuintes", disse ela ao julgar o Recurso Extraordinário 387.604, verbis: RE 387.604 RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO PELA RECEITA FEDERAL: IMPOSSIBILIDADE. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região: “EMBARGOS INFRINGENTES. QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO PELA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA. COLISÃO DE DIREITOS FUNDAMENTAIS. INTIMIDADE E SIGILO DE DADOS VERSUS ORDEM TRIBUTÁRIA HÍGIDA. ART. 5º, X E XII. PROPORCIONALIDADE. 1. O sigilo bancário, como dimensão dos direitos à privacidade (art. 5º, X, CF) e ao sigilo de dados (art. 5º, XII, CF), é direito fundamental sob reserva legal, podendo ser quebrado no caso previsto no art. 5º, XII, 'in fine', ou quando colidir com outro direito albergado na Carta Maior. Neste último caso, a solução do impasse, mediante a formulação de um juízo de concordância prática, há de ser estabelecida através da devida ponderação dos Fl. 778DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 12 11 bens e valores, in concreto, de modo a que se identifique uma 'relação específica de prevalência' entre eles. 2. No caso em tela, é possível verificarse a colisão entre os direitos à intimidade e ao sigilo de dados, de um lado, e o interesse público à arrecadação tributária eficiente (ordem tributária hígida), de outro, a ser resolvido, como prega a doutrina e a jurisprudência, pelo princípio da proporcionalidade. 3. Com base em posicionamentos do STF, o ponto mais relevante que se pode extrair desse debate, é a imprescindibilidade de que o órgão que realize o juízo de concordância entre os princípios fundamentais a fim de aplicálos na devida proporção, consoante as peculiaridades do caso concreto, dandolhes eficácia máxima sem suprimir o núcleo essencial de cada um revistase de imparcialidade, examinando o conflito como mediador neutro, estando alheio aos interesses em jogo. Por outro lado, ainda que se aceite a possibilidade de requisição extrajudicial de informações e documentos sigilosos, o direito à privacidade, deve prevalecer enquanto não houver, em jogo, um outro interesse público, de índole constitucional, que não a mera arrecadação tributária, o que, segundo se dessume dos autos, não há. 4. À vista de todo o exposto, o Princípio da Reserva de Jurisdição tem plena aplicabilidade no caso sob exame, razão pela qual deve ser negado provimento aos embargos infringentes” (fl. 275). 2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 5º, inc. X e XII, da Constituição da República. Argumenta que “investigar a movimentação bancária de alguém, mediante procedimento fiscal legitimamente instaurado, não atenta contra as garantias constitucionais, mas configura o estrito cumprimento da legislação tributária. Assim, (...) mesmo se considerarmos o sigilo bancário como um consectário do direito à intimidade, não podemos esquecer que a garantia é relativa, podendo, perfeitamente, ceder, se houver o interesse público envolvido, tal como o da administração tributária” (fl. 284). Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO. 3. Razão jurídica não assiste à Recorrente. 4. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 389.808, Relator o Ministro Marco Aurélio, com repercussão geral reconhecida, o Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários de contribuintes: “O Plenário, por maioria, proveu recurso extraordinário para afastar a possibilidade de a Receita Federal ter acesso direto a dados bancários da empresa recorrente. Na espécie, questionavamse disposições legais que autorizariam a requisição e a utilização de informações bancárias pela referida entidade, Fl. 779DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 13 12 diretamente às instituições financeiras, para instauração e instrução de processo administrativo fiscal (LC 105/2001, regulamentada pelo Decreto 3.724/2001). Inicialmente, salientou se que a República Federativa do Brasil teria como fundamento a dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III) e que a vida gregária pressuporia a segurança e a estabilidade, mas não a surpresa. Enfatizouse, também, figurar no rol das garantias constitucionais a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas (art. 5º, XII), bem como o acesso ao Poder Judiciário visando a afastar lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV). Aduziuse, em seguida, que a regra seria assegurar a privacidade das correspondências, das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, sendo possível a mitigação por ordem judicial, para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal. Observouse que o motivo seria o de resguardar o cidadão de atos extravagantes que pudessem, de alguma forma, alcançálo na dignidade, de modo que o afastamento do sigilo apenas seria permitido mediante ato de órgão eqüidistante (Estadojuiz). Assinalouse que idêntica premissa poderia ser assentada relativamente às comissões parlamentares de inquérito, consoante já afirmado pela jurisprudência do STF”. O acórdão recorrido não divergiu dessa orientação. 5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente. 6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publiquese. Brasília, 23 de fevereiro de 2011. Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora. Nesta linha de raciocínio, é de se notar, ainda, que nas demais decisões o Supremo Tribunal Federal tem determinado o sobrestamento de tal matéria, conforme é possível se verificar nos julgados abaixo: Decisão: Vistos. Verifico que a discussão acerca da violação, ou não, aos princípios constitucionais que asseguram ser invioláveis a intimidade e o sigilo de dados, previstos no art. 5º, X e XII, da Constituição, quando o Fisco, nos termos da Lei Complementar 105/2001, recebe diretamente das instituições financeiras informações sobre a movimentação das contas bancárias dos contribuintes, sem prévia autorização judicial teve sua repercussão geral reconhecida no RE nº 601.314/SP, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski. Dessa forma, dados os reflexos da decisão a ser proferida no referido recurso, no deslinde do caso concreto, determino o sobrestamento do presente feito, até o julgamento do citado RE nº 601.314/SP. Publique se. Brasília, 13 de junho de 2012. Ministro Dias Toffoli Relator Documento assinado digitalmente (RE 410054 AgR, Relator(a): Min. Fl. 780DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 14 13 DIAS TOFFOLI, julgado em 13/06/2012, publicado em DJe120 DIVULG 19/06/2012 PUBLIC 20/06/2012). DECISÃO REPERCUSSÃO GERAL ADMITIDA – PROCESSOS VERSANDO A MATÉRIA – SIGILO DADOS BANCÁRIOS – FISCO – AFASTAMENTO – ARTIGO 6º DA LEI COMPLEMENTAR Nº 105/2001 – BAIXA À ORIGEM. 1. Reconsidero o ato de folhas 343 a 344. 2. O Tribunal, no Recurso Extraordinário nº 601.314/SP, relator Ministro Ricardo Lewandowski, concluiu pela repercussão geral do tema relativo à constitucionalidade de o Fisco exigir informações bancárias de contribuintes mediante o procedimento administrativo previsto no artigo 6º da Lei Complementar nº 105/2001. 3. Ante o quadro, considerado o fato de o recurso veicular a mesma matéria, havendo a intimação do acórdão de origem ocorrido posteriormente à data em que iniciada a vigência do sistema da repercussão geral, bem como presente o objetivo maior do instituto – evitar que o Supremo, em prejuízo dos trabalhos, tenha o tempo tomado com questões repetidas – , determino a devolução dos autos ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Façoo com fundamento no artigo 328, parágrafo único, do Regimento Interno deste Tribunal, para os efeitos do artigo 543B do Código de Processo Civil. 4. Publiquem. Brasília, 3 de novembro de 2011. Ministro MARCO AURÉLIO Relator(AI 714857 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, julgado em 03/11/2011, publicado em DJe 217 DIVULG 14/11/2011 PUBLIC 16/11/2011). Ora, o presente tema tem sido muito discutido após a Lei nº 10.174, de 2001 (que alterou a Lei nº 9.311, de 1996, e passou a admitir a utilização de dados da extinta CPMF para fins de apuração de outros tributos) e, sobretudo, a Lei Complementar nº 105, de 2001 (cujos artigos 5º e 6º admitem o acesso, pelas autoridades fiscais da União, Estados e municípios, das contas de depósito e aplicações financeiras em geral), tem reflexo direto em inúmeros lançamentos que são fundamentados na existência de movimentação bancária incompatível com os rendimentos e receitas declarados pelo contribuinte. Como visto, anteriormente, o primeiro julgamento de relevância adveio na ação cautelar nº 33 – ajuizada para o fim de atribuir efeito suspensivo a recurso extraordinário – em que, por seis votos a quatro, admitiuse a quebra independentemente de autorização judicial. Votaram a favor do Fisco os ministros Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Carmen Lúcia, Ayres Britto e Ellen Gracie, enquanto, contrariamente à quebra sem ordem judicial, posicionaramse os ministros Marco Aurélio, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello. Todavia, poucas semanas após o próprio recurso extraordinário (nº 389.808) veio a ser apreciado, desta vez com resultado diverso. O ministro Gilmar Mendes mudou de posição e, como o ministro Joaquim Barbosa não participou do julgamento, o placar foi favorável aos contribuintes, por cinco a quatro. Apesar da decisão monocrática da ministra Cármen Lúcia afirmado categoricamente que não cabe mais discussão sobre o assunto, entendo, que a questão não está resolvida. Tivesse o ministro Joaquim Barbosa participado do julgamento (no pleno do STF) e mantido sua posição adotada na cautelar, o resultado teria ficado empatado (cinco a cinco). Além disso, existem várias Adins que aguardam julgamento (nºs 2.386, 2.390, 2.397 e 4.010) e o tema já teve sua repercussão geral reconhecida (RE nº 601.314), porém, ainda pendente de julgamento. Fl. 781DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 15 14 Por outro lado, existe noticias na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que o mesmo tem determinado o sobrestamento de processos onde a discussão abrange o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Assim, resta evidente, que o assunto se encontra na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314 e que os processos estão sobrestados. É de se ressaltar, que caso a posição definitiva do Supremo Tribunal Federal STF seja no sentido da possibilidade da quebra sem autorização judicial, os autos de infração em curso deverão ser mantidos pelos órgãos administrativos de julgamento, o mesmo sucedendo com os processos judiciais, ressalvadas as questões peculiares envolvidas em cada caso. Contudo, se declarada a inconstitucionalidade dos diplomas que permitem a quebra pelas autoridades administrativas, será preciso verificar com maior critério as consequências nos procedimentos em curso. Isso porque nem sempre o lançamento é motivado apenas na existência de movimentação financeira incompatível com os rendimentos declarados. Nos casos, por exemplo, de omissão de receitas (artigo 42, da Lei nº 9.430, de 1996) fundamentados exclusivamente na existência de valores em instituições financeiras, não há dúvida de que, declarada a inconstitucionalidade da quebra sem autorização judicial, os lançamentos restarão viciados e deverão assim ser declarados pelo órgão administrativo ou judicial competente. No entanto, há casos em que a existência de recursos financeiros eventualmente não comprovados é apenas um dos indícios que fundamentam a ação fiscal. No caso em questão, resta claro, nos autos, de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada, onde o fornecimento das informações sobre a movimentação bancária do contribuinte, pelas instituições financeiras, foi realizada diretamente ao Fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001). Ou seja, os extratos bancários foram acostados aos autos mediante o atendimento da Solicitação de Emissão de Requisição de Movimentação Financeira (RMF) solicitada pela autoridade fiscal lançadora, com base no art. 3º do Decreto nº 3.724, de 2001. É conclusivo, que no julgamento do Recurso Extraordinário n. 389.808, não aplicável a repercussão geral, o Pleno do Supremo Tribunal Federal afastou a possibilidade de ter acesso a Receita Federal a dados bancários de contribuintes: SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – submetida ao crivo de órgão equidistante – o Judiciário – e, mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. Conflita com a Carta da República norma legal atribuindo à Receita Federal – parte na relação jurídicotributária – o afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. Decisão O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Senhor Ministro Marco Aurélio (Relator), deu provimento ao recurso extraordinário, contra os votos dos Senhores Ministros Dias Toffoli, Fl. 782DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 10469.720409/200787 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2202000.324 S2C2T2 Fl. 16 15 Cármen Lúcia, Ayres Britto e Ellen Gracie. Votou o Presidente, Ministro Cezar Peluso. Falou, pelo recorrente, o Dr. José Carlos Cal Garcia Filho e, pela recorrida, o Dr. Fabrício Sarmanho de Albuquerque, Procurador da Fazenda Nacional. Plenário, 15.12.2010. Naquele julgado, o Plenário, por maioria, proveu recurso extraordinário para afastar a possibilidade de a Receita Federal ter acesso direto a dados bancários da empresa recorrente. Na espécie, questionavamse disposições legais que autorizariam a requisição e a utilização de informações bancárias pela referida entidade, diretamente às instituições financeiras, para instauração e instrução de processo administrativo fiscal (Lei Complementar nº 105, de 2001, regulamentada pelo Decreto nº 3.724, de 2001). Não há duvidas de que o Supremo Tribunal Federal, em sua composição plenária, naquela ocasião, declarou, por maioria de votos, a impossibilidade de acesso aos dados bancários dos contribuintes através de procedimento administrativo efetuado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil diretamente as instituições financeiras, entretanto a decisão, ainda, não transitou em julgado e não se aplica na solução da repercussão geral em discussão, razão pela qual entendo que se faz necessário sobrestar o presente julgado até a solução final da repercussão geral em questão. Assim sendo, resta evidente nos autos de que se trata de imposto de renda incidente sobre depósitos bancários com origem não comprovada e parte da discussão se concentra sobre o fornecimento de informações sobre movimentação bancária do contribuinte obtida pelo fisco por meio de procedimento administrativo, sem prévia autorização judicial, assunto na esfera das matérias de repercussão geral no Supremo Tribunal Federal, conforme o recurso extraordinário 601314. A vista disso seja o presente processo encaminhado à Secretaria da 2ª Câmara da 2ª Seção para as devidas providencias no sentido de atender o sobrestamento do julgamento. Observando que, após solucionada a questão, o presente processo será novamente incluído em pauta publicada. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Fl. 783DF CARF MF Impresso em 23/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por NELSON MALLMANN
score : 1.0
Numero do processo: 10920.003338/2005-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 09 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Exercício: 2001
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. CRÉDITOS DECORRENTES DE PREJUÍZO FISCAL E BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DA CSLL. IMPOSSIBILIDADE, POR FALTA DE EXISTÊNCIA DE LEI PERMISSIVA, DA CONVERSÃO EM DIREITO CREDITÓRIO.
Os créditos decorrentes de prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL adquiridos de terceiros podem ser utilizados apenas para a quitação de multa e juros de débitos consolidados no Refis, nos limites dados pelo art. 2°., Parágrafos 7° e 8º da Lei no. 9.964/2000 A natureza do crédito não é transmudada em crédito passível de restituição apenas em razão de o
contribuinte ter adquirido prejuízos fiscais e bases de cálculo além do necessário para as quitações aludidas, ainda que sejam aquisições autorizadas por lei específica, conforme citada.
Numero da decisão: 1202-000.251
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: CSL- glosa compens. bases negativas de períodos anteriores
Nome do relator: Orlando José Gonçalves Bueno
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I l -Áli's-- ‘t MINISTÉRIO DA FAZENDA ÍS1:1`:S.,17.- CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS -i51A1 PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo n° 10920.003338/2005-16 Recurso n° 170.663 Voluntário Acórdão n° 1202-00.251 - 2' Câmara / r Turma Ordinária Sessão de 09 de março de 2010 Matéria IRPJ (Restituição) Recorrente Marisol S/A Recorrida 2a. Turma / DRJ - Curitiba/PR ASSENTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2001 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. CRÉDITOS DECORRENTES DE PREJUÍZO FISCAL E BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DA CSLL. IMPOSSIBILIDADE, POR FALTA DE EXISTÊNCIA DE LEI PERMISSIVA, DA CONVERSÃO EM DIREITO CREDITORIO. Os créditos decorrentes de prejuizos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL adquiridos de terceiros podem ser utilizados apenas para a quitação de multa e juros de débitos consolidados no Refis, nos limites dados pelo art. 2°., Parágrafos 7° e 8' da Lei no. 9.964/2000 A natureza do crédito não é transmudada em crédito passível de restituição apenas em razão de o contribuinte ter adquirido prejuízos fiscais e bases de cálculo além do necessário para as quitações aludidas, ainda que sejam aquisições autorizadas por lei específica, conforme citada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. iii_rNELSON SSO I., O — Presidente , ORLAN O JOSÉ NÇALVES BUENO - Relator EDITADO EM: ,_ Ü I MA! 2010 1 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cândido Rodrigues Neuber, Valéria Cabral Géo Verçoza, Carlos Alberto Donassolo, Nereida de Miranda Finamore Horta, Orlando José Gonçalves Bueno e Nelson ÇJ ásso Filho. Y. Processo n° 10920.00333812005-16 S1-C2T2 Acórdão rO 1202-00.251 Fl. 2 Relatório Por presentes os pressupostos de admissibilidade recursal, dele tomo conhecimento. Trata-se de pedido de restituição, relativo a multa e juros que o requerente alega ter pago indevidamente no Refis. A autoridade administrativa indeferiu o pedido, conforme razões elencadas a fls. 86/89. A Requerente apresentou sua manifestação de inconformidade, alegando o seguinte: - os valores de restituição são decorrentes da revisão do saldo devedor consolidado do Refis, parcialmente deferido no processo no. 10168.000200/2003-64; - as multas e juros dos débitos consolidados no Refis foram quitados com prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL adquiridos de terceiros, sendo que, parte foi objeto de compensações não deferidas, e outra parte objeto do presente pleito; - as compensações indeferidas estão sendo discutidas nos processos 10920.002315/2003-14 e 13973.000096/2004-92; - alega ter decisão judicial, transitada em julgado, favorável que permitiu o recalculo para adoção do IPC nas demonstrações financeiras do exercício de 1990; - que, por força da decisão judicial em comento, estornou o valor das multas e juros pagos no Refis, posto que os valores do RFT e CSLL também foram excluídos do Refis; - que o valor, objeto do presente pleito, relativo a multa e juros, já haviam sido compensados através da aquisição de prejuízos e bases negativas de terceiros que, em decorrência da decisão judicial, tomaram-se indevidos; - alega que se os valores de multa e juros já haviam sido compensados, e se os terceiros já haviam empregado definitivamente a benesse relativa à venda destes créditos, patente um crédito passível de restituição a seu favor; - argumenta que o despacho que indeferiu o pedido admite a possibilidade de quitar multas e juros consolidados no Refis, com créditos calculados sobre prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL; - alega, ao final, enriquecimento ilícito da Fazenda Nacional, posto que além de ter o beneficio de poder abster-se da restituição de prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas às empresas cedentes, também recebeu o pagamento da multa e juros insçfidos indevidamente no Refis e recusa a restituição ora postulada. pf • A DRJ de Curitiba decidiu manter o indeferimento da solicitação, adotando a seguinte ementa: "Assunto: Normas de Administraçáo Tributária. Ano-calendário:2000 RESTITUIÇÃO. REDUÇÃO DO SALDO CONSOLIDADO NO REFIS.UTILIZAÇÃO DE PREJUÍZO FISCAL E BASE NEGATIVA DE TERCEIROS. COMPENSAÇÃO COM MULTAS E JUROS. Os créditos decorrentes de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa adquiridos de terceiros somente podem ser utilizados para abatimento de multa e juros moratórios do Refis, inexistindo previsão legal para restituição ou compensação com outros débitos, ainda que o contribuinte tenha-os adquiridos em excesso, por motivo decisão judicial anterior, que provocou a redução do saldo consolidado do Refis." A Requerente interpôs, tempestivamente, seu recurso voluntário. Esclarece a Recorzente que, para o ano de 2000, a mesma fez seu balanço patrimonial sem os expurgos do Plano Verão (em relação ao que se insurgiu com ação judicial que lhe foi posteriormente favorável), e confessou os débitos de IRPJ e CSLL, aderindo ao Refis, computando o valor principal, multa e juros conforme sua apuração sem considerar os efeitos da decisão judicial definitiva. Esclarece, ainda, que os pagamentos do principal, multa e juros foram efetuados com prejuízos fiscais e base de cálculo negativas de CSLL adquiridos de terceiros. Com a decisão judicial definitiva (coisa julgada) a Requerente recalculou suas demonstrações financeiras de 2000, expurgando o percentual do Plano Verão e, ingressou com pedido junto ao Comité Gestor do Refis apontando o pagamento indevido, que foi parcialmente deferido, e resultou na apuração dos valores a compensar/restituir, em parte objeto do presente processo. Assevera a Requerente que não pretende a restituição/compensação dos créditos de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa adquiridos a maior do que o débito existente e, sim, pretende somente a restituição/compensação dos valores utilizados para quitar os débitos existentes de multa e juros, que após o trânsito em julgado da ação declaratória, tomaram-se indevidos. Reitera o argumento explicitado acima sobre o enriquecimento ilícito da Fazenda Nacional por entender ter ocorrido um pagamento indevido de multa e juros no Refis. 11 11 Eis o breve relato. () ,:, C71-1 , Processo .6) W920.003338/2005-16 S1-C2T2 Acórdão n:' 1202-00.251 Fl. 3 Voto Conselheiro Orlando José Gonçalves Bueno, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Como relatado, a controvérsia se delimita quanto a origem e a natureza do suposto direito credítório, sujeito, ou não, a restituição em face a alegação de pagamento indevido. Como bem explanou a autoridade julgadora de primeira instância, com o intuito de demonstrar a situação fática, ensejadora do presente processo, todo o litígio decorreu dos autos do processo no. 10168.000200/2003 (cópia a fls. 19/23), com o que a Recorrente pleiteou a exclusão de R$ 13.709.726,37 do saldo consolidado do Refis. Com a ação declaratório favorável, transitada em julgado, o contribuinte teve deferida revisão do saldo, parcialmente, posto que tal processo foi baixado em diligência para apuração dos valores efetivamente devidos de IRPJ e CSLL, resultando na decisão a fls. 41/44, sendo autorizada a exclusão do montante de R$ 12.985.846,95, sendo R$ 7.159.062,37 referente a multas e juros moratórios, tudo constante dos autos em referência. Desse modo, com estrita observância do disposto no art. 2° parágrafo 70 inciso II da Lei no. 9.964, de 10 de abril de 2000 o contribuinte adquiriu de terceiros de prejuízo fiscal e de base de cálculo negativa da CSLL o montante de R$ 12.075.074,68 e exerceu a faculdade de liquidação de multas e juros nos termos autorizados legalmente. Ocorre que, em decorrência do efeito da decisão judicial favorável, que acarretou a exclusão dos débitos de LRPJ, CSLL e respectivas multas e juros, surgiu a constatação do excesso do valor adquirido de prejuízo fiscal e base negativa, entendendo a Recorrente fazer jus a restituição da diferença, não compensada com multa e juros do Refis. Como bem salientado pela decisão "a quo", fls. 139, o aludido pleito foi objeto no processo no. 10168.000200/2003-64, assim como nos processos 10920.002315/2003-14 e 13971000096/2004-92, sem contudo ser deferido, pelo motivo fático de que o valor da aquisição foi opção do contribuinte, a seu arbítrio, sem qualquer participação do fisco, e como asseverado pela autoridade administrativa, os prejuízos fiscais e base negativa da CSLL não se converteram, automaticamente, em créditos passíveis de restituição em face ao excesso adquirido e o valor utilizado na liquidação das multas e juros do Refis. Entendo correto o entendimento da autoridade julgadora de primeira instância e, com isso, nada tenho a reparar quanto ao decidido. Fato inegável e comprovado nestes autos é a utilização de valor de prejuízo fiscal e base negativa da CSLL no pagamento de multas e juros do Refis, nos termos autorizados pela Lei no. 9.964/2000, como também o fato da decisão judicial produzir a revisão da base do Refis, com a incorporação do índice do plano verão no balanço da f) Requerente em 2000, com a redução do IRPJ, CSLL e multa e juros consolidados, contudoi a `ssim seja, a lei em epígrafe apenas previu a possibilidade de abatimento dos valores de multas 1,l' il, # s -N- \ I V e juros com o saldo de prejuízos fiscais e bases negativas da CSLL, o que foi efetuado corretamente pela autoridade gestora do Refis, sendo que o saldo remanescente, que é decorrente dos mesmos prejuízos fiscais e bases negativas, por sua própria natureza, permanecem como tal, sem se converterem, por absoluta falta de previsão e autorização legal, em direitos creditórios, passíveis de restituição, como pretende em vão sustentar a Recorrente. Ao contribuinte foi deferida a possibilidade de abatimento/compensação das multas e juros nos termos da Lei no. 9.964/2000, sendo que o saldo remanescente dos prejuízos fiscais e bases negativas da CSLL adquiridos de terceiros devem continuar a serem tratados como se constituem juridicamente, sem se converter em direitos creditórios, uma vez remanescente saldo superior ao aproveitado no Refis do mesmo. Por isso, não procede a acusação de enriquecimento ilícito do fisco, notadamente porque a aquisição dos prejuízos fiscais e bases negativas da CSLL de terceiro foi ato livre e espontâneo do contribuinte e não ato unilateral da Fazenda Nacional ou por força de determinação legal, simplesmente foi o exercício de uma faculdade atribuída por lei para tal situação fiscal/contábil perante os débitos fiscais, multas e juros devidos pela Recorrente. Não cabe competência, eis que somente a lei pode conferir direitos, a esta instância julgadora administrativa, criar e/ou reconhecer situação jurídica para converter uma determinada operação fiscal/contábil em direito creditório sem qualquer permissivo legal que contemple tal reconhecimento, notadamente em face a apuração de prejuízo fiscal e base negativa da CSLL,que foram adquiridos de terceiros, e que deve ser tratada como prescrevem as regras da legislação fiscal e contábil perante a situação fiscal da Recorrente e não podem ser convertida, por ato do julgador administrativo, em direito creditório, ainda que se instaure um procedimento administrativo conforme aqui realizado. Diante o exposto e mais o que consta dos autos, acompanho a decisão de primeira instância, para mantê-la e negar provimento ao recurso voluntário. Eis como voto. Sala das issões, em $.9 de março de 2010 Orlando osé Go ves Bueno - Relator
score : 1.0
Numero do processo: 13706.001924/2003-89
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2006
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL.
Cabem embargos inominados para sanar lapso manifesto na redação da ementa do julgado embargado.
Embargos acolhidos.
Numero da decisão: 3402-003.460
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem efeito modificativo, para sanar o vício apontado pelo embargante
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Período de apuração: 01/02/2006 a 31/12/2006 EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. Cabem embargos inominados para sanar lapso manifesto na redação da ementa do julgado embargado. Embargos acolhidos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem efeito modificativo, para sanar o vício apontado pelo embargante (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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ERRO MATERIAL. Cabem embargos inominados para sanar lapso manifesto na redação da ementa do julgado embargado. Embargos acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, sem efeito modificativo, para sanar o vício apontado pelo embargante (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 19 24 /2 00 3- 89 Fl. 829DF CARF MF 2 O despacho de admissibilidade do Presidente do Colegiado descreveu com exatidão o singelo ponto a ser enfrentado pelo Colegiado, de modo que peço vênia para utilizar suas palavras neste relatório: A Autoridade Administrativa regimentalmente incumbida da execução do Acórdão nº 3402002.511, de 14 de outubro de 2014, fls. 791 a 819, questiona a conveniência de se corrigir o erro material constante da ementa da decisão, vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 IPI RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO . Não se justifica a reforma da r. decisão recorrida quando tanto na fase instrutória, como na fase recursal, a Recorrente não apresenta nenhuma evidencia concreta e suficiente, cujo ônus lhe cabia (cf. art. 333, inc. I e 396 do CPC), para descaracterizar a motivação invocada pela d. Fiscalização para o indeferimento do ressarcimento. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Exonerado Nos termos do arrazoado de fls. 824, a decisão foi francamente desfavorável ao contribuinte. No entanto, a ementa contém a contraditória locução “Crédito Tributário Exonerado”. A Arguição da DEMAC é procedente. A conclusão do voto condutor da decisão, o resultado do julgamento constante do acórdão e mesmo o restante da ementa não deixam margem para dúvida: o recurso voluntário foi improvido. Ademais, não se trata de processo de determinação e exigência de crédito tributário, que ensejasse sua exoneração. Com essas considerações, forte no art. 66 do RICARF, acolho a manifestação da DEMARJO como embargos inominados, para que o Colegiado retifique o erro material, medinte a prlação de novo acórdão. É o relatório necessário. Voto Conselheira Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz Pelo relato acima, de pronto constatase que a manifestação da Autoridade Administrativa incumbida da execução do acórdão proferido por este Conselho deve ser Fl. 830DF CARF MF Processo nº 13706.001924/200389 Acórdão n.º 3402003.460 S3C4T2 Fl. 112 3 conhecida como embargos inominados, uma vez que trata de manifesto erro material na ementa do julgamento do recurso voluntário em questão. Vejase o teor do artigo 66 do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Com efeito, por este acórdão devese prover a correção da inexatidão material devida a lapso manifesto de erro de escrita na ementa, questão objetiva sobre a qual não paira dúvida. A leitura das razões de decidir do Acórdão 3402002.511, bem como o conteúdo da ementa e o dispositivo do julgado levam à hialina conclusão: o direito ao ressarcimento pretendido pela Contribuinte foi negado, tendo sido, portanto, negado provimento ao recurso voluntário. Destaco abaixo os últimos dizeres do Acórdão, bem como seu dispositivo: Não se justifica, assim a reforma da r. decisão recorrida que deve ser mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos, considerandose ainda que na fase instrutória, a ora a Recorrente não apresentou nenhuma evidencia concreta e suficiente cujo ônus lhe cabia (cf. art. 333, inc. I e 396 do CPC) para descaracterizar a motivação invocada pela d. Fiscalização, para o indeferimento do ressarcimento. Considerando a inexistência de créditos líquidos e certos contra a Fazenda Pública, os débitos eventual e indevidamente compensados, devem ser cobrados através do procedimento previsto nos §§ 7º e 8º do art. 74 da Lei nº 9.430/96 (redação da Lei nº 10.833, de 2003). Isto posto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para manter a r. decisão recorrida, por seus próprios e jurídicos fundamentos. Portanto, a menção à “crédito tributário exonerado” ao final da ementa do Acórdão 3402002.511 constitui evidente erro material, devendo ser sanado, pela sua retirada do texto em questão, a restar da seguinte forma: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/07/2002 a 30/09/2002 IPI RESSARCIMENTO/ COMPENSAÇÃO . Não se justifica a reforma da r. decisão recorrida quando tanto na fase instrutória, como na fase recursal, a Recorrente não apresenta nenhuma evidencia concreta e suficiente, cujo ônus lhe cabia (cf. art. 333, inc. I e 396 do CPC), para descaracterizar a motivação invocada pela d. Fiscalização para o indeferimento do ressarcimento. Recurso Voluntário Negado. Fl. 831DF CARF MF 4 Por tudo quanto exposto, voto no sentido de acolher os embargos inominados, para corrigir o erro material constante da Acórdão 3402002.511. Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz Fl. 832DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.009268/99-56
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1993, 1994
(1994: meses de janeiro a outubro)
TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DIES A QUO E PRAZO PARA EXERCÍCIO DO DIREITO. ART. 62, §2º, DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE.
Pedido de Restituição apresentado em 19/11/1999, cumulado com Pedido de Compensação apresentado em 18/05/2001.
O CARF está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e STJ, na sistemática prevista nos artigos 543-B e 543-C, do CPC (art. 62-A do Anexo II do RICARF). Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no RE nº 566.621-RS, bem como aquele esposado pelo STJ no REsp nº 1.269.570-MG, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, formalizados antes da vigência da Lei Complementar (LC) nº 118, de 2005, ou seja, antes de 09/06/2005, como no caso em tela, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação é de cinco anos, conforme o artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao prazo de cinco anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido. Tese dos 5 + 5. Somente com a vigência do art. 3º da LC nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado.
SÚMULA CARF Nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
Afastada a decisão que negou os pedidos de restituição/compensação em razão de prescrição, os autos devem retornar à DRF de origem para nova verificação do direito creditório.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1994
(meses de novembro e dezembro de 1994)
APURAÇÃO MENSAL. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO DE SALDOS NEGATIVOS DE IRPJ. PRESCRIÇÃO DO INDÉBITO AFASTADA. RECURSO ESPECIAL DA PGFN.
Uma vez afastada a prescrição, pelo acórdão recorrido, a decisão correta seria devolver os autos à DRF de origem para nova verificação do direito creditório, como está sendo feito agora em relação ao recurso especial da contribuinte, para o período de janeiro/1993 a outubro/1994. Relativamente aos meses de novembro e dezembro de 1994, cabe dar parcial provimento ao recurso especial da PGFN, não para negar o direito creditório (como pede a recorrente), mas para determinar o retorno dos autos à DRF de origem para nova verificação dos créditos reivindicados.
Numero da decisão: 9101-002.400
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer os Recursos Especiais do Contribuinte e da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhes provimento parcial com retorno dos autos à DRF de origem.
(documento assinado digitalmente)
Marcos Aurelio Pereira Valadão Presidente em exercício.
(documento assinado digitalmente)
Rafael Vidal De Araujo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO (Presidente em Exercício), ANDRE MENDES DE MOURA, ADRIANA GOMES REGO, RAFAEL VIDAL DE ARAÚJO, MARCOS ANTÔNIO NEPOMUCENO FEITOSA, LUIS FLÁVIO NETO, CRISTIANE SILVA COSTA, NATHÁLIA CORREIA POMPEU.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1993, 1994 (1994: meses de janeiro a outubro) TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DIES A QUO E PRAZO PARA EXERCÍCIO DO DIREITO. ART. 62, §2º, DO ANEXO II DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE. Pedido de Restituição apresentado em 19/11/1999, cumulado com Pedido de Compensação apresentado em 18/05/2001. O CARF está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e STJ, na sistemática prevista nos artigos 543B e 543C, do CPC (art. 62A do Anexo II do RICARF). Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no RE nº 566.621RS, bem como aquele esposado pelo STJ no REsp nº 1.269.570MG, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, formalizados antes da vigência da Lei Complementar (LC) nº 118, de 2005, ou seja, antes de 09/06/2005, como no caso em tela, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação é de cinco anos, conforme o artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao prazo de cinco anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido. Tese dos 5 + 5. Somente com a vigência do art. 3º da LC nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. SÚMULA CARF Nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 92 68 /9 9- 56 Fl. 470DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 3 2 Afastada a decisão que negou os pedidos de restituição/compensação em razão de prescrição, os autos devem retornar à DRF de origem para nova verificação do direito creditório. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1994 (meses de novembro e dezembro de 1994) APURAÇÃO MENSAL. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO DE SALDOS NEGATIVOS DE IRPJ. PRESCRIÇÃO DO INDÉBITO AFASTADA. RECURSO ESPECIAL DA PGFN. Uma vez afastada a prescrição, pelo acórdão recorrido, a decisão correta seria devolver os autos à DRF de origem para nova verificação do direito creditório, como está sendo feito agora em relação ao recurso especial da contribuinte, para o período de janeiro/1993 a outubro/1994. Relativamente aos meses de novembro e dezembro de 1994, cabe dar parcial provimento ao recurso especial da PGFN, não para negar o direito creditório (como pede a recorrente), mas para determinar o retorno dos autos à DRF de origem para nova verificação dos créditos reivindicados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. 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Fl. 471DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recursos especiais interpostos pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) e pela contribuinte acima identificada. O recurso especial da PGFN confronta "decisão nãounânime de Câmara, quando for contrária à lei ou à evidência da prova", e está fundamentado no art. 7º, I, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, c/c art. 3º da Portaria MF nº 343/2015, que aprova o atual Regimento Interno do CARF. Por meio desse recurso, questionase decisão que reconheceu direito creditório referente a saldo negativo de IRPJ nos meses de novembro e dezembro de 1994. Já o recurso especial da contribuinte, que está fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343/2015, suscita divergência jurisprudencial sobre a contagem de prazo de prescrição para a solicitação de direito creditório referente a saldos negativos de IRPJ nos meses de 1993 e nos meses de janeiro a outubro de 1994. Os referidos recursos buscam reverter o que foi decidido no Acórdão nº 107 09.156, de 13/09/2007, por meio do qual a Sétima Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes deu provimento parcial a recurso voluntário anteriormente apresentado pela contribuinte, para fins de "reconhecer o direito ao crédito dos meses de novembro e dezembro de 1994 constantes da DIRF não atingidos pela decadência". O acórdão recorrido possui a ementa e a parte dispositiva abaixo transcritas: RESTITUIÇÃO DECADÊNCIA. Tendo o lucro sido apurado pelo regime do Lucro Real mensal, na data do pedido de restituição já estava decaído seu direito, em relação aos fatos geradores ocorridos até outubro de 1994, em razão do disposto no art. 168, inciso I, c/c com o art. 165, 1, do CTN. IRRF — RETENÇÕES PROVADAS — Provadas as efetivas retenções do imposto, a alegação de que o contribuinte não teria declarado os rendimentos correspondentes, decorridos mais de cinco anos do fato gerador, não pode obstar o reconhecimento do direito creditório dos meses cujo pedido foi efetuado dentro do prazo legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por JATOBÁ ENGENHARIA REPRESENTAÇÕES E COMÉRCIO LTDA. ACORDAM os Membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para reconhecer o direito ao crédito dos meses de novembro e dezembro de 1994 constantes da DIRF não atingidos pela decadência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Albertina Silva Santos de Lima (Relatora) e Marcos Vinicius Neder de Lima. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Luiz Martins Valero. Fl. 472DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 5 4 RECURSO ESPECIAL DA PGFN Em seu recurso especial, a PGFN alega que o acórdão recorrido configura decisão nãounânime e contrária à lei e às provas dos autos, no que toca à parte da decisão que reconheceu direito creditório referente a saldo negativo de IRPJ nos meses de novembro e dezembro de 1994. Para o processamento de seu recurso, a PGFN desenvolve os argumentos descritos abaixo: foi dado provimento ao recurso do contribuinte independentemente de comprovação de recolhimento a maior de IRPJ nos meses de novembro e dezembro de 1994 ao argumento de que em sede recursal não se poderia questionar a ausência de prova se a instância inferior não o fez; com a devida vênia, é consabido que o órgão julgador de primeira ou de segunda instância não está obrigado a se debruçar sobre todos os argumentos veiculados pela parte se encontra fundamento suficiente para firmar convencimento, desde que este não seja abalado pelos argumentos não apreciados; no caso em tela o contribuinte firmou pedido de restituição de tributos do anocalendário de 1995. O pedido foi parcialmente atendido. Em manifestação de inconformidade o contribuinte esclarece que incluiu no pedido de 1995, também, créditos relativos aos anoscalendário de 1993 e 1994; outrossim, como poderia o fisco questionar a documentação dos anos de 1993 e 1994 se os esclarecimentos somente foram prestados após o deferimento parcial da restituição? bem fundamentou o órgão julgador de primeira instância, em fls. 302, que cabe ao contribuinte comprovar o fato constitutivo do seu direito de restituição, ou seja, deve comprovar que pagou o tributo indevidamente (IN SRF 21/97); inexistindo prova de pagamento a maior, não pode ser deferida a restituição, na medida em que não há segurança para a concessão do pleito; a falta de questionamento a respeito das provas pelo fisco no primeiro momento não autoriza a concessão da restituição como se provado estivesse o pagamento. Esse fato não supre o ônus da prova que é do contribuinte; caberia ao contribuinte instruir o seu pedido de restituição com toda a documentação pertinente, ou seja, a precariedade da instrução do processo pode ser averiguada a qualquer tempo pelos órgãos de julgamento, de ofício ou a pedido da procuradoria da fazenda; não há dúvida, portanto, de que o ônus da prova relativo ao pagamento a maior do tributo é do contribuinte, e o seu momento de produção se dá junto com o formulário de restituição; outrossim, deve ser reformado o v. acórdão recorrido, na medida em que a verificação da ausência de prova no curso do processo é mister do órgão julgador, e a sua Fl. 473DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 6 5 ocorrência somente em fase recursal ou impugnatória não afasta o ônus probatório do contribuinte; requer a Fazenda Nacional provimento ao presente recurso, para que seja reformado o r. acórdão proferido pela e. Câmara a quo, de modo que seja mantida a decisão de primeira instância. Quando do exame de admissibilidade do Recurso Especial da PGFN, o Presidente da Sétima Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes, por meio do Despacho nº DEF107150839_147, de 25/08/2008, admitiu o recurso especial, nos seguintes termos: [...] O acórdão desafiado trata do recurso para reconhecer o direito ao crédito de IRPJ relativo aos meses de novembro e dezembro de 1994, constantes da DIRF não atingidos pela decadência. O Procurador da Fazenda Nacional demonstra que cabe ao contribuinte comprovar o fato constitutivo do seu direito de restituição, ou seja, deve comprovar que pagou o tributo indevidamente (IN SRF 21/97), e o seu momento de produção se dá junto com o formulário de restituição. Inexistindo prova de pagamento, não pode ser deferida a restituição, na medida em que não há segurança para concessão do pleito. Sendo assim, estando atendidos os pressupostos legais de admissibilidade do Recurso Especial e demonstrada a situação definida no §1º do art. 15 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais RICSRF, aprovado pela Portaria MF n° 147, de 25/06/2007, no uso das prerrogativas regimentais que me são conferidas, DOU SEGUIMENTO ao requerido pelo Procurador da Fazenda Nacional. CONTRARRAZÕES DA CONTRIBUINTE Em 01/10/2008, a contribuinte foi intimada do despacho que admitiu o recurso especial da PGFN, e em 16/10/2008 ela apresentou tempestivamente as contrarrazões ao recurso, com os argumentos descritos a seguir: conforme cabalmente demonstrado no curso do presente processo, nos anos base de 1993, 1994 e 1995 a Recorrida sofreu retenções de IRRF em relação a (i) pagamentos recebidos de outras pessoas jurídicas para as quais prestou serviços, e também em relação a (ii) rendimentos auferidos em aplicações financeiras mantidas junto a determinadas instituições financeiras. Como, no entanto, nos referidos anosbase de 1993, 1994 e 1995 a Recorrida apurou saldo negativo de IRPJ, não pôde utilizar de imediato os seus créditos de IRRF decorrentes das retenções sofridas, mantendo, todavia, o seu direito de posteriormente compensar o montante de créditos acumulados, conforme autorizado pela legislação pertinente; apesar de ter sofrido retenções de IRRF nos anosbase de 1993, 1994 e 1995, as quais geraram crédito passível de posterior compensação, a Recorrida, por um lapso, deixou de informar as referidas retenções, assim como o respectivo crédito, nas Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) que apresentou nos exercícios de 1994 (relativa ao anobase de 1993) e 1995 (relativa ao anobase de 1994); Fl. 474DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 7 6 apenas no exercício de 1996, ao preencher a DIPJ a ser entregue naquele ano (relativa ao anobase de 1995), a Recorrida notou o equívoco cometido no preenchimento das DIPJs nos anos anteriores. Por conta disso, a Recorrida houve por bem incluir na DIPJ do exercício de 1996 (anobase de 1995) a integralidade do crédito de IRRF que apurara até aquele momento (decorrente das retenções sofridas nos anosbase de 1993, 1994 e também no próprio ano de 1995), no valor de R$ 29.923,42; como a Recorrida apurou, no anobase de 1995, um saldo de IRPJ a pagar de R$ 5.329,49, remanesceulhe um crédito de imposto de R$ 24.593,93, tendo a Recorrida posteriormente utilizado o referido crédito para realizar a compensação objeto do presente processo administrativo, nos termos dos artigos 73 e 74 da Lei 9.430/96 e da Instrução Normativa SRF 21/97, vigente à época; ocorre que, ao analisar o pedido de compensação apresentado pela Recorrida, a Delegacia da Receita Federal em Campinas (DRF/CPS) proferiu despacho decisório reconhecendo apenas parcialmente o direito de crédito da ora Recorrida, reduzindo o saldo negativo de IRPJ de R$ 24.593,93 para apenas R$ 1.445,69; inconformada, a ora Recorrida apresentou Manifestação de Inconformidade à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas (DRJ/CPS), a qual foi indeferida; contra a referida decisão, a Recorrida interpôs Recurso Voluntário ao E. Conselho de Contribuintes, o qual reconheceu o direito de crédito da ora Recorrida em relação aos meses de novembro e dezembro de 1994, os quais não tinham sido atingidos pela decadência à época da apresentação do pedido de compensação; insurgese agora a Procuradoria da Fazenda Nacional contra a referida decisão, alegando em síntese que mesmo o crédito formado por retenções de IRRF ocorridas nos meses de novembro e dezembro de 1994 não pode ser reconhecido quando não há prova de que os respectivos rendimentos foram submetidos à tributação pelo Imposto de Renda; não merece prosperar o entendimento manifestado pela Procuradoria da Fazenda Nacional. Isso porque o exercício do direito de compensação não está condicionado à comprovação documental de que os rendimentos que originaram as retenções de IRRF foram submetidos à tributação pelo IRPJ. Com efeito, como se sabe, em princípio a Receita Federal do Brasil possui todas as informações relativas tanto aos rendimentos submetidos à tributação pela pessoa jurídica como às retenções incidentes sobre tais rendimentos, até mesmo porque nas DIPJs entregues pelo contribuinte à Receita Federal constam todos os rendimentos que foram objeto de tributação. Apenas se existem dúvidas em relação à tributação ou não de determinado rendimento é que a Receita Federal então intima o contribuinte para apresentar eventuais documentos no curso do processo de compensação/restituição. Ora, no presente caso não houve qualquer solicitação de documentos à Recorrida por parte das autoridades julgadoras; de fato, embora a Recorrida tenha incluído os rendimentos que originaram as retenções de IRRF em sua base de cálculo do IRPJ, a verdade é que em nenhum momento dos autos lhe foi solicitado que comprovasse a tributação de tais rendimentos; se a comprovação da inclusão de tais rendimentos na base de cálculo do IRPJ fosse indispensável para viabilizar a compensação ora analisada, como pretende a Procuradoria da Fazenda Nacional, as autoridades fiscais deveriam, desde logo, ter intimado a Fl. 475DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 8 7 Recorrida para que apresentasse tais documentos à época da prolação do despacho decisório SEORT pela DRJ/CPS , o que não foi feito no presente caso; ao contrário, a Procuradoria da Fazenda Nacional esperou a prolação de decisão de segunda instância administrativa pelo Conselho de Contribuintes, momento processual em que a rigor sequer é possível anexar novos documentos aos autos, para só então questionar a falta de comprovação da tributação dos rendimentos que deram origem às retenções de IRRF; assim, é evidente que a Procuradoria da Fazenda Nacional escolheu um momento processual inadequado para suscitar a questão aqui tratada, na medida em que, caso houvesse dúvidas sobre a tributação dos rendimentos submetidos ao IRRF, a comprovação deveria haver sido solicitada pelas autoridades fiscais no momento processual adequado (i.e., no exame inicial da compensação realizada); a Procuradoria da Fazenda Nacional alega, nos itens 15 e 17 de seu Recurso Especial, que a falta de questionamento e/ou solicitação, em primeira instância, de documentos que comprovassem a tributação dos rendimentos que deram origem às retenções de IRRF não impede que a Câmara Superior de Recursos Fiscais exija essa comprovação posteriormente, tendo em vista que o ônus da prova compete ao contribuinte; de fato, o ônus da prova poderia até ser atribuído ao contribuinte, desde que tivesse havido uma solicitação de prova pelas autoridades que examinaram a compensação! Ocorre que tais autoridades nunca suscitaram qualquer dúvida a respeito da tributação dos rendimentos aqui tratados, certamente porque verificaram nas DIPJs apresentadas pela Recorrida que de fato houve tal tributação. Se a Recorrida não apresentou outros documentos adicionais aos já anexados a este processo é simplesmente porque as autoridades fiscalizadoras que examinaram a compensação originalmente nunca levantaram qualquer dúvida sobre ter havido ou não a tributação dos rendimentos submetidos ao IRRF que gerou o crédito; no presente caso, caso se desejasse a apresentação de qualquer nova prova por parte da Recorrida, a DRJ/CPS deveria ter (i) intimado a Recorrida para que apresentasse tais documentos; (ii) solicitado à DRF/CPS que verificasse em seus sistemas a inclusão dos respectivos rendimentos na DIPJ da Recorrida; ou (iii) convertido o julgamento em diligência, solicitando que fosse verificada a inclusão e o oferecimento à tributação de tais rendimentos; se assim não procedeu o Fisco durante o lapso decadencial, é evidente que não cabe agora pretender indeferir a compensação sob a alegação de que a Recorrida não provou a tributação dos rendimentos que deram origem às retenção de IRRF (sendo que no momento processual adequado nunca lhe foi solicitada qualquer apresentação de prova adicional quanto a este ponto!!); de todo modo, a Recorrida esclarece que ofereceu à tributação os rendimentos recebidos de outras pessoas jurídicas para as quais prestou serviços, bem como os rendimentos de aplicações financeiras, sendo que os valores de IRRF relativos a tais rendimentos não foram utilizados pela Recorrida para dedução do imposto de renda devido nos respectivos períodos. Tais créditos de IRRF não foram utilizados pela Recorrida nos respectivos períodos pois naqueles anos a Recorrida não apurou lucro tributável, conforme já mencionado anteriormente. A Receita Federal e a própria Procuradoria têm fácil acesso a todas essas informações através das DIPJs que foram regularmente apresentadas pela Recorrida; Fl. 476DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 9 8 por todo exposto, resta claro que não merece prosperar o argumento da Procuradoria da Fazenda Nacional no sentido de que o crédito formado por retenções de IRRF ocorridas nos meses de novembro e dezembro de 1994 não pode ser reconhecido por não haver prova de que os respectivos rendimentos foram submetidos à tributação pelo Imposto de Renda. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE Em seu recurso especial, a contribuinte também pretende reverter o que restou decidido pelo Acórdão nº 10709.156, mas nesse caso o inconformismo é em relação à parte da decisão que considerou decaído (prescrito) o direito de crédito decorrente dos saldos negativos de IRPJ nos meses de 1993 e nos meses de janeiro a outubro de 1994. Nesse intento, a contribuinte desenvolve os seguintes argumentos: o Acórdão nº 10709.156 merece ser reformado no que tange à suposta decadência do direito de a Recorrente pleitear a restituição do crédito tributário formado a partir de retenções de IRRF ocorridas no anocalendário de 1993 e nos meses de janeiro a outubro do anocalendário de 1994, pois, como reconhece outra Câmara do E. Conselho de Contribuintes, nos termos dos precedentes aqui juntados (docs. 01 e 02), no caso de tributo sujeito ao lançamento por homologação, o prazo decadencial para pleitear a restituição só se inicia após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais 5 anos, a partir da homologação tácita do lançamento; a Recorrente apresenta, anexo, o inteiro teor do Acórdão nº 30239.179, de 05/12/2007, e do Acórdão nº 30238.952, de 12/09/2007, ambos da Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes (paradigmas) (docs. 01 e 02), cujas ementas transcrevemos abaixo: Acórdão n° 30239179 "Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 08101/1992 a 30/11/1994 Ementa: FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO E/OU COMPENSAÇÃO. PRAZO PARA SOLICITAÇÃO DA REPETIÇÃO DE INDÉBITO. Segundo entendimento consolidado pelo STJ, está fluido o prazo para repetição de indébito após esgotado o prazo de 10 (dez) anos, contados do fato gerador, condizente à soma do prazo de 5 (cinco) anos, previsto no § 4º do artigo 150 do CTN, e de igual interstício (cinco anos) assinalado no artigo 168, I, do referido diploma. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO". Acórdão nº 30238952 "Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/12/1991 a 31/01/1992 Ementa: FINSOCIAL — PRAZO PARA RESTITUIÇÃO — DEZ ANOS DO PAGAMENTO No caso de lançamento tributário por homologação, como é o caso da contribuição ao Finsocial e havendo silêncio do Fisco, o prazo decadencial só se inicia após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais um qüinqüênio, a partir da homologação tácita do lançamento. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO". Fl. 477DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 10 9 como se vê, a decisão recorrida e os paradigmas acima citados versam sobre matéria idêntica, qual seja, o prazo decadencial para a repetição de indébito no caso de tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Entretanto, a decisão recorrida apresentou entendimento divergente daquele proferido pela Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes nos Acórdãos supra citados quanto à contagem do prazo decadencial para o contribuinte pleitear a restituição de tributos pagos a maior ou indevidamente de que trata o artigo 168, inciso I do CTN; a Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes entendeu que o termo inicial para a contagem do referido prazo decadencial de 5 anos seria a data do respectivo fato gerador. De forma divergente, a Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, nos paradigmas ora apresentados, entendeu que em vista das disposições do artigo 150, §4° do CTN, o prazo decadencial de 5 anos previsto no artigo 168, I, do CTN só começa a fluir após o decurso do prazo de 5 anos, contados do respectivo fato gerador, para a homologação do lançamento; nos termos do art. 168 do CTN, o direito de pleitear a restituição extingue se com o decurso do prazo de cinco anos contados da data da extinção do crédito tributário; no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, o crédito tributário extinguese não com o recolhimento do tributo, mas sim com a homologação, expressa ou tácita, do pagamento realizado, nos termos do que dispõem os artigos 150 e 156 do CTN; da leitura dos dispositivos do CTN extraise que o pagamento por si só não é apto para extinguir o crédito tributário, uma vez que se trata de mera antecipação, ainda sujeita ao exame da autoridade administrativa competente; apenas após a ratificação do pagamento realizado através da homologação, expressa ou tácita, é que de fato ocorre a extinção do crédito tributário, nos termos dos dispositivos acima transcritos; no presente caso não houve homologação expressa do pagamento realizado pela Recorrida, portanto, há que se aplicar o prazo de cinco anos contados do recolhimento previsto para a sua homologação tácita. Apenas após o decurso do lapso temporal necessário à homologação do pagamento é que se pode considerar extinto o respectivo crédito tributário e somente, nesse momento, iniciase a contagem do prazo de cinco anos para pleitear a restituição do valor indevidamente recolhido; o Superior Tribunal de Justiça também já se manifestou nesse sentido diversas vezes (AgRg no REsp 711477/SP, AgRg no REsp n° 903.842/SP e REsp 767.697/SC ementas transcritas no recurso); o art. 3° da Lei Complementar 118/05 não pode retroagir, eis que não é uma mera interpretação, como pretensamente afirma o próprio texto desse dispositivo legal. Na verdade, tal dispositivo é uma norma jurídica inovadora e só pode atingir fato gerador futuro; registrese a esse respeito que o Superior Tribunal de Justiça também já se manifestou nesse sentido (AgRg no REsp 7114771SP transcrição no recurso); da singela análise do trecho retro transcrito, não são necessárias maiores digressões para que se verifique que, de fato, a partir da edição da LC 118/05 (e apenas "a partir"), restou pacífico e obrigatoriamente aplicável o entendimento de que mesmo nos casos Fl. 478DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 11 10 de tributo sujeito ao lançamento por homologação a extinção do crédito ocorre no momento do pagamento antecipado. Todavia, esse entendimento, agora normatizado, não pode retroagir e alcançar fatos pretéritos, tais como o pedido de restituição formulado pela Recorrente no ano de 1999 e ora sob análise, o qual se refere a crédito tributário formado por retenções de IRRF ocorridas nos anoscalendário de 1993 e 1994; por todo exposto, resta claro que não merece prosperar a parte do Acórdão ora recorrido que entendeu ter decorrido o prazo decadencial para a Recorrente pleitear a restituição do crédito tributário formado a partir de retenções de IRRF ocorridas no anos calendário de 1993 e nos meses de janeiro a outubro do anocalendário de 1994. Quando do exame de admissibilidade do recurso especial da contribuinte, a Presidente da 4ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do CARF, por meio do Despacho nº 079, de 17/05/2010, admitiu o recurso após a seguinte análise sobre a divergência suscitada: [...] De acordo com o relatório do acórdão, o processo versa sobre pedido de restituição (fl.01), decorrente de saldo negativo de imposto de renda, cumulado com pedido de compensação de débitos de IRPJ (fl.38). No recurso, sustentase que o prazo decadencial para pleitear a restituição só se iniciaria após decorridos cinco anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos de mais 5 anos, a partir da homologação tácita do lançamento, conforme os seguintes precedentes: [...] Da leitura da ementas dos acórdãos paradigmas já é possível verificar a divergência de interpretação da lei tributária quanto à contagem do prazo para se pleitear a restituição e/ou compensação, nos casos de lançamento por homologação. [...] Com fundamento nas razões acima expendidas, nos termos do art. 68, §1°, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, ADMITO o recurso especial interposto. CONTRARRAZÕES DA PGFN Em 29/06/2010, a PGFN foi cientificada do despacho que admitiu o recurso especial da contribuinte, e em 01/07/2010 o referido órgão apresentou tempestivamente as contrarrazões ao recurso, com os argumentos descritos abaixo: de acordo com os artigos 168, caput e inciso I, 156, inciso I, do CTN, 3º e 4º da Lei Complementar 118/05, não pode prosperar a pretensão recursal veiculada pela contribuinte; o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 05 (cinco) anos, contados da data do pagamento do tributo indevido, conforme inteligência dos artigos 168, caput e inciso I, 165, inciso I, e 156, inciso I, do CTN; Fl. 479DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 12 11 considerando que as retenções de IRRF foram efetuadas nos anos calendário de 1993 e 1994, e tendo em vista que o presente pedido de restituição apenas foi protocolado na data de 19/11/1999, resta claro que está prescrita parte da pretensão de restituição dos valores pagos. O prazo de 5 (cinco) anos foi ultrapassado, sem que a contribuinte pleiteasse a restituição das quantias pagas a maior; para o Código Tributário Nacional, a causa do recolhimento indevido é irrelevante. Assim, fixado o dies a quo da prescrição como a data da extinção do crédito tributário, no caso o pagamento, não pode o intérprete se furtar de tal orientação, nem tampouco criar outros termos iniciais não previstos no CTN; também é certo que o referido termo não se altera em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, visto que, nesses casos, o pagamento extingue o crédito sob condição resolutória; seguindo esse raciocínio, concluise que, havendo pagamento indevido de tributo, é a partir desse momento que surge para o sujeito passivo a possibilidade de requerer, quer na via administrativa, quer na via judicial, a restituição do quantum pago indevidamente, já que é precisamente no instante do pagamento indevido que ocorre a violação do seu direito; o pagamento antecipado do tributo, efetuado pelo sujeito passivo, produz desde logo, e plenamente, o efeito de extinguir o respectivo crédito tributário, uma vez que a condição resolutória que lhe é imposta (posterior homologação pela autoridade fiscal), por sua própria natureza, não impede a produção dos regulares efeitos desse pagamento; no que toca aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, a data em que os mesmos foram indevidamente pagos (de forma antecipada) pelo sujeito passivo configurase como marco inicial para a contagem do prazo de 5 anos para se pleitear, administrativa ou judicialmente, a sua restituição/compensação; esse entendimento encontrase atualmente plasmado no art. 3º da LC 118/2005; com o advento da norma supramencionada, sepultouse, definitivamente, a controvérsia sobre o tema, sendo, a partir de então, indefensável considerar o "dies a quo" outra circunstância que não o pagamento antecipado; salientese, ainda, que o art. 3º do dispositivo legal em comento se aplica, inclusive, a ato ou fato pretérito, nos termos do art. 106, inciso I, do CTN. Conforme o art. 4º da mesma LC, tratase de norma expressamente interpretativa; partindose da premissa de que o termo inicial da contagem do prazo decadencial não pode ser outro senão a data do pagamento indevido, como muito bem decidiu a e. Câmara a quo, constatase que não merece qualquer respaldo jurídico a tese defendida pelo contribuinte no que tange ao prazo em si; não se vislumbra alicerce doutrinário e jurisprudencial para o recurso interposto, mostrandose isolada a interpretação da contribuinte sobre o prazo decenal de restituição; Fl. 480DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 13 12 a teor dessas considerações, requer a União (Fazenda Nacional), seja negado provimento ao recurso especial interposto pela contribuinte. É o relatório. Fl. 481DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 14 13 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator. Conheço dos recursos especiais, porque eles preenchem os requisitos de admissibilidade. O presente processo tem por objeto pedido de restituição apresentado em 19/11/1999 (fls. 01), cumulado com pedido de compensação apresentado em 18/05/2001 (fls. 38), pelos quais a contribuinte reivindicou direito creditório referente a saldo negativo de IRPJ apurado no anocalendário de 1995. A Delegacia de origem (DRF Campinas/SP), após pesquisar o IRfonte declarado pelas fontes pagadoras, não confirmou o valor declarado pela contribuinte a esse título, relativamente ao anocalendário de 1995. Considerando os valores de IRfonte informados pelas fontes pagadoras, o referido saldo negativo de IRPJ foi reduzido de R$ 24.593,93 (valor constante da DIRPJ) para R$ 1.445,69. Assim, houve reconhecimento parcial do crédito reivindicado, e a compensação foi homologada até o limite do crédito reconhecido, conforme despacho decisório exarado pela Delegacia de origem às fls. 101. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 06/09/2005, e nessa peça processual, entre outras coisas, ela esclareceu que no valor do saldo negativo reivindicado também haviam sido computadas retenções de IR ocorridas nos anoscalendário de 1993 e 1994. A Delegacia de Julgamento em Campinas (DRJ Campinas/SP) indeferiu a manifestação de inconformidade, argumentando em resumo: que a contribuinte não poderia simplesmente adicionar diretamente as retenções de 1993 e 1994 ao saldo negativo do anocalendário de 1995; que a contribuinte, ao detectar incorreções nas declarações referentes a períodos anteriores a 1995, deveria retificar aquelas declarações e pedir o reconhecimento de eventuais créditos nelas apontados, em vez de retificar a DIRPJ do anocalendário de 1995, englobando todo o pedido na retificadora, que também passou a ter incorreções; que acumular distintos créditos em um só anocalendário, como pretendia a contribuinte, importava admitir a transferência de créditos de períodos já decaídos para os períodos ainda passíveis de petição, o que violaria a regra de extinção do direito de restituição no prazo de cinco anos, prevista no art. 168 do CTN; Fl. 482DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 15 14 que o esclarecimento prestado apenas na manifestação de inconformidade constituía inovação do pleito original, o que corresponderia à protocolização de novos pedidos de restituição na data de 06/09/2005; que nessa data (06/09/2005) já se encontrava decaído o direito de pleitear a restituição de indébitos constituídos até agosto de 2000. Que, assim, não mais cabia a apreciação do pleito relativo aos períodos de janeiro de 1993 a dezembro de 1994; e que o litígio restringiase à análise acerca da certeza e liquidez de existência de crédito da contribuinte junto à Fazenda Pública no anocalendário de 1995. Nesse passo, examinando os vários aspectos que envolvem a apuração de saldo negativo de IRPJ em um determinado período (no caso, no anocalendário de 1995), considerando o valor do IRPJ apurado, o valor das retenções a serem descontadas, o oferecimento à tributação dos rendimentos correspondentes a essas retenções, etc., a DRJ manteve o valor do saldo negativo que havia sido reconhecido pela Delegacia de origem para o anocalendário de 1995. A Sétima Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes, por sua vez, ao examinar o recurso voluntário da contribuinte, deu provimento parcial a seu pleito, para fins de "reconhecer o direito ao crédito dos meses de novembro e dezembro de 1994 constantes da DIRF não atingidos pela decadência". O voto vencedor que orientou o Acórdão nº 10709.156 (acórdão recorrido) sustenta: que haveria prescrição do direito da contribuinte de pleitear retenções de imposto de renda na fonte de meses cujos períodos de apuração se deram a mais de cinco anos da data do pedido; que não haveria problema em se computar/incluir na DIRPJ do ano calendário de 1995 o imposto retido em 1993 e 1994, procedimento que, mesmo operacionalmente não sendo o mais indicado, não encontrava óbice, pois era uma forma que a contribuinte tinha para demonstrar o seu direito (o acórdão recorrido afastou o entendimento de que teria havido inovação do pleito original); que o problema era que a contribuinte ingressou com o pedido de restituição/compensação no ano de 1999, não se podendo aceitar que a inclusão de imposto retido em anos anteriores possibilitasse uma indevida renovação do prazo prescricional; que divergia do voto da relatora com relação ao não reconhecimento do direito creditório de meses ainda não atingidos pela prescrição, sob o argumento de que os rendimentos respectivos não foram oferecidos à tributação; que essa suspeita fora levantada na fase de julgamento, quando já ocorrida a decadência do direito do fisco de efetuar eventuais exigências tributárias; e que, assim, dava provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito creditório relativo ao IRF dos meses de novembro e dezembro de 1994. Fl. 483DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 16 15 O recurso especial da PGFN questiona a parte da decisão que reconheceu direito creditório referente a saldo negativo de IRPJ nos meses de novembro e dezembro/1994. Já o recurso especial da contribuinte contesta a parte da decisão que considerou decaído (prescrito) o direito de crédito decorrente dos saldos negativos de IRPJ nos meses de 1993 e nos meses de janeiro a outubro de 1994. Inverto a ordem de apreciação dos recursos, porque penso que isso facilitará a compreensão dos aspectos que são relevantes para a solução da controvérsia sob exame. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE Já foi mencionado que a contribuinte adotou o lucro real "mensal" nos anos calendário de 1993 e 1994. O pedido de restituição foi apresentado em 19/11/1999, e a negativa dos créditos referentes aos meses de janeiro/1993 a outubro/1994 (tanto para a decisão de primeira instância, quanto para a decisão de segunda instância) se deu em razão da prescrição do direito creditório. O acórdão recorrido contou o prazo de cinco anos previsto no art. 168, I, do CTN, levando em conta a data final de cada período de apuração mensal, de onde concluiu que a prescrição alcançaria os créditos relativos até o mês de outubro/1994. Por outro lado, os paradigmas indicados pela contribuinte aplicam a chamada tese dos "cinco mais cinco" para pedidos de restituição/compensação formalizados antes da entrada em vigor da LC nº 118/2005. A divergência entre o acórdão recorrido e os paradigmas cingese, basicamente, à fixação da data inicial para a contagem do prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação. Conforme o § 2º do artigo 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, esta Corte Administrativa deve reproduzir as decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF e STJ, na sistemática prevista nos artigos 543B e 543C, do CPC. No que tange ao objeto do presente recurso, houve pronunciamento do STF no julgamento do RE nº 566.621 Rio Grande do Sul, Relatora Exma. Ministra Ellen Gracie, bem como do STJ no julgamento do REsp nº 1.269.570 Minas Gerais, Relator Exmo. Ministro Mauro Campbell Marques, com efeito repetitivo, ao qual o CARF deve se curvar, conforme expressa disposição regimental. O entendimento exarado pelas Cortes Superiores é no sentido de que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, para os pedidos protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118, de 2005, ou seja, antes de 09/06/2005, como no caso, é de cinco anos, conforme o artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao prazo de cinco anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código. Tese dos 5 + 5. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 17 16 O referido acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) restou assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardando se, no mais, a eficácia da norma, permite se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, §3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” Segue a ementa do mencionado acórdão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que foi prolatado após a decisão do STF: Fl. 485DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 18 17 "CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C, DO CPC). LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 3º, DA LC 118/2005. POSICIONAMENTO DO STF. ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SUPERADO ENTENDIMENTO FIRMADO ANTERIORMENTE TAMBÉM EM SEDE DE RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. 1. O acórdão proveniente da Corte Especial na AI nos Eresp nº 644.736/PE, Relator o Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 27.08.2007, e o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009, firmaram o entendimento no sentido de que o art. 3º da LC 118/2005 somente pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. Sendo assim, a jurisprudência deste STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito é de cinco anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior. 2. No entanto, o mesmo tema recebeu julgamento pelo STF no RE n. 566.621/RS, Plenário, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 04.08.2011, onde foi fixado marco para a aplicação do regime novo de prazo prescricional levandose em consideração a data do ajuizamento da ação (e não mais a data do pagamento) em confronto com a data da vigência da lei nova (9.6.2005). 3. Tendo a jurisprudência deste STJ sido construída em interpretação de princípios constitucionais, urge inclinarse esta Casa ao decidido pela Corte Suprema competente para dar a palavra final em temas de tal jaez, notadamente em havendo julgamento de mérito em repercussão geral (arts. 543A e 543B, do CPC). Desse modo, para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplicase o art. 3º, da Lei Complementar n. 118/2005, contandose o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, §1º, do CTN. 4. Superado o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009. 5. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008." (Grifos no original) O entendimento acima foi inclusive sumulado por este Tribunal Administrativo: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Como o pedido de restituição foi apresentado em 19/11/1999, antes portanto de 09/06/2005, a contribuinte tinha o prazo de dez anos, a contar do fato gerador, para pleitear a restituição do tributo pago indevidamente ou a maior. Os indébitos que são objeto do recurso especial da contribuinte referemse aos fatos geradores ocorridos de janeiro/1993 a outubro/1994 e, assim, eles não estavam atingidos pela prescrição na data da apresentação do pedido de restituição (19/11/1999), e nem na data de apresentação do pedido de compensação (18/05/2001). Fl. 486DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 19 18 Nesse contexto, voto no sentido de DAR parcial provimento ao recurso especial da contribuinte, apenas para afastar a negativa dos pedidos de restituição/compensação fundamentada na prescrição do indébito, devendo os autos retornarem à DRF de origem para nova verificação do direito creditório. RECURSO ESPECIAL DA PGFN O recurso especial da PGFN questiona a parte do acórdão recorrido que reconheceu direito creditório referente a saldo negativo de IRPJ nos meses de novembro e dezembro/1994. Importante destacar que a negativa do direito creditório referente a esses períodos, pela decisão de primeira instância administrativa, também deuse em razão de prescrição, da mesma forma que fora decidido naquela instância para o período de janeiro/1993 a outubro/1994. É que a decisão de primeira instância entendeu que o esclarecimento prestado apenas na manifestação de inconformidade, em relação às retenções de 1993 e 1994, constituía inovação do pleito original, e que isso corresponderia à protocolização de novos pedidos de restituição na data de 06/09/2005. A conclusão foi de que nessa data de 06/09/2005 já se encontrava decaído o direito de pleitear a restituição de quaisquer indébitos relativos aos períodos de janeiro de 1993 a dezembro de 1994. Contudo, tal entendimento foi afastado pela decisão de segunda instância administrativa (acórdão recorrido), que considerou que o pedido de restituição apresentado em 19/11/1999 já englobava o imposto retido nos anos de 1993 e 1994. Desse modo, afastouse a idéia de que teria havido inovação do pleito original, e o acórdão recorrido fez a contagem da prescrição para os indébitos referentes aos anos de 1993 e 1994 adotando como marco temporal a apresentação do pedido de restituição (e não mais a data de apresentação da manifestação de inconformidade). Na presente fase processual, não cabe mais indagar se houve ou não inovação do pleito original, e se o pedido de restituição, da forma como foi apresentado, poderia ou não abranger retenções ocorridas em 1993 e 1994. É que esses pontos configuram questões já decididas no presente processo, as quais não são objeto do recurso especial da PGFN. Uma vez afastada a prescrição dos indébitos referentes a novembro e dezembro de 1994 (pelo acórdão recorrido), o que a PGFN questiona em seu recurso especial é: que inexistindo prova do pagamento a maior, não poderia ser deferida a restituição, na medida em que não há segurança para a concessão do pleito; que caberia à contribuinte comprovar que pagou tributo indevidamente (IN SRF 21/97); que a falta de questionamento a respeito das provas pelo fisco no primeiro momento não autoriza a concessão da restituição como se provado estivesse o pagamento; que a precariedade da instrução do processo pode ser averiguada a qualquer tempo pelos órgãos de julgamento, de ofício ou a pedido da procuradoria da fazenda; que a verificação da ausência de prova no curso do processo é mister Fl. 487DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 20 19 do órgão julgador; e que a verificação dessa ausência somente em fase recursal ou impugnatória não afasta o ônus probatório do contribuinte. Todo o questionamento da PGFN se dá em torno da comprovação do indébito a ser restituído/compensado. A comprovação de direito creditório decorrente de saldo negativo de IRPJ apurado pelo lucro real mensal abrange vários aspectos, entre eles: a verificação do tributo apurado em cada mês; a quantificação das retenções na fonte (que são consideradas como antecipação de pagamento) e dos pagamentos realizados pela própria contribuinte, que dão origem à formação do saldo negativo; a análise do montante das retenções que são passíveis de aproveitamento em cada período, tendo em vista o cômputo dos rendimentos a elas correspondentes; etc. Tais aspectos dizem respeito à verificação da própria existência do direito creditório a ser restituído/compensado. O que se questiona especificamente neste processo é a legitimidade do indébito a ser restituído/compensado. No plano da verificação da “existência” de pagamento a ser restituído/ compensado, corresponda ele a DARF ou retenção na fonte, não há que se falar em blindagem do direito creditório por decurso de prazo. Com efeito, a fluência do tempo pode sim homologar procedimentos, tornar definitivos os critérios e as interpretações utilizados na aplicação do direito etc., mas não tem o condão de fazer existir o que nunca aconteceu. É exatamente por isso que os aspectos acima apontados precisam ser verificados, antes que se autorize a restituição do indébito. É importante destacar mais uma vez que o litígio que chegou à Sétima Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes, relativamente aos indébitos referentes aos períodos de novembro e dezembro de 1994, abrangia apenas a questão da prescrição. Além disso, o esclarecimento (pela contribuinte) de que o pedido de restituição abrangia também direito creditório decorrente de retenções ocorridas em 1993 e 1994 veio só com a manifestação de inconformidade, de modo que tal informação não foi apreciada pela Delegacia de origem. Diante desse contexto, penso que uma vez afastada a prescrição, pelo acórdão recorrido, a decisão correta seria devolver os autos à DRF de origem para nova verificação do direito creditório, como foi feito para o período de janeiro/1993 a outubro/1994, no tópico anterior deste voto. Desse modo, voto no sentido de DAR parcial provimento ao recurso especial da PGFN, não para negar o direito creditório (como pede a recorrente), mas para determinar o retorno dos autos à DRF de origem para nova verificação dos créditos reivindicados. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O Processo nº 10830.009268/9956 Acórdão n.º 9101002.400 CSRFT1 Fl. 21 20 Resumindo, voto no sentido de: 1 relativamente aos meses de janeiro/1993 a outubro/1994, DAR parcial provimento ao recurso especial da contribuinte, apenas para afastar a negativa dos pedidos de restituição/compensação fundamentada na prescrição do indébito, devendo os autos retornarem à DRF de origem para nova verificação do direito creditório; e 2 relativamente aos meses de novembro e dezembro/1994, DAR parcial provimento ao recurso especial da PGFN, não para negar o direito creditório (como pede a recorrente), mas para determinar o retorno dos autos à DRF de origem para nova verificação dos créditos reivindicados. (documento assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 489DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/09/2016 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 23/09/20 16 por RAFAEL VIDAL DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADA O
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Numero do processo: 10715.006459/2009-61
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Aug 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/03/2005 a 31/03/2005
DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. CARACTERIZAÇÃO. REQUISITOS.
O dissídio jurisprudencial apto a ensejar a abertura da via recursal extrema consiste na interpretação divergente da mesma norma aplicada a fatos iguais ou semelhantes, o que implica a adoção de posicionamento distinto para a mesma matéria versada em hipóteses semelhantes na configuração dos fatos embasadores da questão jurídica. A dessemelhança nas circunstâncias fáticas sobre as quais se debruçam os acórdãos paragonados impede o estabelecimento de base de comparação para fins de dedução da divergência arguida.
Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido
Numero da decisão: 9303-003.911
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso especial, por falta de divergência jurisprudencial. Vencidas as Conselheiras Érika Costa Camargos Autran e Tatiana Midori Migiyama, que conheciam e davam provimento.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/03/2005 a 31/03/2005 DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. CARACTERIZAÇÃO. REQUISITOS. O dissídio jurisprudencial apto a ensejar a abertura da via recursal extrema consiste na interpretação divergente da mesma norma aplicada a fatos iguais ou semelhantes, o que implica a adoção de posicionamento distinto para a mesma matéria versada em hipóteses semelhantes na configuração dos fatos embasadores da questão jurídica. A dessemelhança nas circunstâncias fáticas sobre as quais se debruçam os acórdãos paragonados impede o estabelecimento de base de comparação para fins de dedução da divergência arguida. Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso especial, por falta de divergência jurisprudencial. Vencidas as Conselheiras Érika Costa Camargos Autran e Tatiana Midori Migiyama, que conheciam e davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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CARACTERIZAÇÃO. REQUISITOS. O dissídio jurisprudencial apto a ensejar a abertura da via recursal extrema consiste na interpretação divergente da mesma norma aplicada a fatos iguais ou semelhantes, o que implica a adoção de posicionamento distinto para a mesma matéria versada em hipóteses semelhantes na configuração dos fatos embasadores da questão jurídica. A dessemelhança nas circunstâncias fáticas sobre as quais se debruçam os acórdãos paragonados impede o estabelecimento de base de comparação para fins de dedução da divergência arguida. Recurso Especial do Contribuinte Não Conhecido Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso especial, por falta de divergência jurisprudencial. Vencidas as Conselheiras Érika Costa Camargos Autran e Tatiana Midori Migiyama, que conheciam e davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 5. 00 64 59 /2 00 9- 61 Fl. 297DF CARF MF Impresso em 18/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10715.006459/200961 Acórdão n.º 9303003.911 CSRF‐T3 Fl. 3 2 Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de Auto de Infração que exige da contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DL 37, de 1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. Julgando o feito, a Turma recorrida negou provimento ao recurso voluntário, nos termos do Acórdão 3202001.000. Cientificada do acórdão mencionado o Contribuinte apresentou recurso especial suscitando divergência quanto à exoneração da penalidade em comento por aplicação da denúncia espontânea prevista no art. 102, § 2º, do DecretoLei nº 37/1966, com a nova redação dada pela Lei 12.350, de 2010. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.901, de 07/06/2016, proferido no julgamento do processo 10715.001384/201065, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303003.901): "A maioria do Colegiado, ao investigar o atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade, entendeu não estarem todos presentes, fato que impossibilitou a análise do mérito. Compulsando o voto condutor da decisão recorrida, constatase que o Colegiado a quo entendeu não ser aplicável no presente caso o instituto da denúncia espontânea, uma vez que foi requerido pela recorrente quando da interposição do recurso. Na visão da turma julgadora essa não é uma matéria de ordem pública. No acórdão trazido a baila como paradigma, em momento algum foi decidido que a denuncia espontânea é matéria de ordem pública. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 18/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10715.006459/200961 Acórdão n.º 9303003.911 CSRF‐T3 Fl. 4 3 É de meridiana obviedade que não há similitude fática entre as lides propostas no acórdão vergastado e no paradigma apresentado. Em se tratando de espécies díspares nos fatos embasadores da questão jurídica, não há como se estabelecer comparação e deduzir divergência. Neste sentido, reportome ao Acórdão nº CSRF/010.956, de 27/11/89: “Caracterizase a divergência de julgados, e justificase o apelo extremo, quando o recorrente apresenta as circunstâncias que assemelhem ou identifiquem os casos confrontados. Se a circunstância, fundamental na apreciação da divergência a nível do juízo de admissibilidade do recurso, é “tudo que modifica um fato em seu conceito sem lhe alterar a essência” ou que se “agrega a um fato sem alterálo substancialmente” (Magalhães Noronha, in Direito Penal, Saraiva, 1o vol., 1973, p. 248), não se toma conhecimento de recurso de divergência, quando no núcleo, a base, o centro nevrálgico da questão, dos acórdãos paradigmas, são díspares. Não se pode ter como acórdão paradigma enunciado geral, que somente confirma a legislação de regência, e assente em fatos que não coincidem com os do acórdão inquinado.” Com essas considerações, não conheço do recurso especial do sujeito passivo por falta de comprovação da divergência jurisprudencial." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, não se conhece do recurso interposto pelo contribuinte, por falta de comprovação da divergência jurisprudencial. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 299DF CARF MF Impresso em 18/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 12898.000209/2010-85
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO MATERIAL.
Cabível a interposição de embargos de declaração para segregar o registro da decisão que equivocadamente registrou em conjunto o julgamento de dois recursos tratados em processos distintos.
Numero da decisão: 1402-002.351
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento aos embargos de declaração para confirmar o teor do voto condutor proferido no Acórdão 1402-002.273 e segregar o registro da decisão de forma a indicar que foi negado provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: Leonardo de Andrade Couto
1.0 = *:*
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005, 2006, 2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ERRO MATERIAL. Cabível a interposição de embargos de declaração para segregar o registro da decisão que equivocadamente registrou em conjunto o julgamento de dois recursos tratados em processos distintos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento aos embargos de declaração para confirmar o teor do voto condutor proferido no Acórdão 1402-002.273 e segregar o registro da decisão de forma a indicar que foi negado provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
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ERRO MATERIAL. Cabível a interposição de embargos de declaração para segregar o registro da decisão que equivocadamente registrou em conjunto o julgamento de dois recursos tratados em processos distintos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento aos embargos de declaração para confirmar o teor do voto condutor proferido no Acórdão 1402002.273 e segregar o registro da decisão de forma a indicar que foi negado provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 8. 00 02 09 /2 01 0- 85 Fl. 4472DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 17/10 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 Relatório Reproduzo o despacho em embargos que implicou nova submissão dos autos ao Colegiado: No julgamento de recurso voluntário de que tratam os autos foi também apreciado o recurso voluntário interposto contra a exigência do PIS e da Cofins objeto do processo 12898.000210/201018. O colegiado decidiu pela manutenção da exigência do IRPJ e da CSLL e pelo cancelamento das autuações do PIS e da Cofins. Daí porque a decisão foi no sentido de dar provimento parcial ao recurso. Entretanto, ainda que os processos estejam apensados e tratem de autuações relacionadas, são independentes e devem ter seguimentos distintos. Sob essa ótica, a forma correta de registrar o julgamento seria com uma decisão específica para cada um deles. Sendo assim, ambos os processos devem retornar à pauta para que a decisão seja cindida, sem alteração do teor. É o Relatório. Fl. 4473DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 17/10 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 12898.000209/201085 Acórdão n.º 1402002.351 S1C4T2 Fl. 4.473 3 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto Conforme relatório, no julgamento do recurso voluntário aqui tratado foi também julgado o recurso voluntário interposto contra a exigência do PIS e da Cofins objeto do processo 12898.000210/201018. Ainda que os recurso tenham sido julgados separadamente, o registro da decisão foi feito apenas neste processo e de forma equivocada, eis caberia aqui o registro do decidido face às exigências do IRPJ e da CSLL (recurso negado) , enquanto no processo 12898.000210/201018 deveria ser registrado a decisão em relação às exigências do PIS e da Cofins (recurso provido). Sendo assim, retificase o registro da decisão proferida no Acórdão 142 002.2273 nos seguintes termos: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento aos embargos de declaração para confirmar o teor do voto condutor proferido no Acórdão 1402002.273 e segregar o registro da decisão de forma a indicar que foi negado provimento ao recurso voluntário. É como voto. Leonardo de Andrade Couto Relator Fl. 4474DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 17/10 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003629/2010-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 31 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
DECADÊNCIA. CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE DECLARAÇÃO PRÉVIA DO DÉBITO. APLICABILIDADE DO ART. 150, § 4º, DO CTN. DECISÃO DO STJ NO REGIME DO ART. 543-C DO CPC. APLICABILIDADE DO ART. 62-A DO RICARF
O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Decisão do Superior Tribunal de Justiça no REsp nº 973.733, no regime do art. 543-C do CPC. Aplicabilidade do art. 62-A do Regimento Interno do CARF. No caso concreto, a prova nos autos da existência de declaração prévia do débito em DCTF foi decisiva para que a contagem do prazo decadencial fosse feita a partir da data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN.
Numero da decisão: 1301-002.163
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, ACOLHER os embargos para esclarecer obscuridades sem efeitos modificativos, vencido o Conselheiro Roberto Silva Júnior (Relator) que lhes emprestava efeitos modificativos. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza.
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Presidente.
(assinado digitalmente)
Roberto Silva Junior - Relator.
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Flavio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior e Milene de Araújo Macedo. Ausente momentaneamente o Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro.
Nome do relator: ROBERTO SILVA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 DECADÊNCIA. CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE DECLARAÇÃO PRÉVIA DO DÉBITO. APLICABILIDADE DO ART. 150, § 4º, DO CTN. DECISÃO DO STJ NO REGIME DO ART. 543-C DO CPC. APLICABILIDADE DO ART. 62-A DO RICARF O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Decisão do Superior Tribunal de Justiça no REsp nº 973.733, no regime do art. 543-C do CPC. Aplicabilidade do art. 62-A do Regimento Interno do CARF. No caso concreto, a prova nos autos da existência de declaração prévia do débito em DCTF foi decisiva para que a contagem do prazo decadencial fosse feita a partir da data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, ACOLHER os embargos para esclarecer obscuridades sem efeitos modificativos, vencido o Conselheiro Roberto Silva Júnior (Relator) que lhes emprestava efeitos modificativos. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha - Presidente. (assinado digitalmente) Roberto Silva Junior - Relator. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza - Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Flavio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior e Milene de Araújo Macedo. Ausente momentaneamente o Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro.
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CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE DECLARAÇÃO PRÉVIA DO DÉBITO. APLICABILIDADE DO ART. 150, § 4º, DO CTN. DECISÃO DO STJ NO REGIME DO ART. 543C DO CPC. APLICABILIDADE DO ART. 62A DO RICARF O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Decisão do Superior Tribunal de Justiça no REsp nº 973.733, no regime do art. 543C do CPC. Aplicabilidade do art. 62A do Regimento Interno do CARF. No caso concreto, a prova nos autos da existência de declaração prévia do débito em DCTF foi decisiva para que a contagem do prazo decadencial fosse feita a partir da data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, ACOLHER os embargos para esclarecer obscuridades sem efeitos modificativos, vencido o Conselheiro Roberto Silva Júnior (Relator) que lhes emprestava efeitos modificativos. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 36 29 /2 01 0- 10 Fl. 799DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 800 2 Waldir Veiga Rocha Presidente. (assinado digitalmente) Roberto Silva Junior Relator. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Flavio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior e Milene de Araújo Macedo. Ausente momentaneamente o Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro. Relatório Tratase de embargos de declaração interpostos pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 1301001.427, da 1ª Turma Ordinária, da 3ª Câmara, da Primeira Seção de Julgamento do CARF. Os embargos foram admitidos pelo despacho de fls. 780 a 784, abaixo reproduzindo: Tratase de embargos de declaração interpostos pela Procuradoria da Fazenda Nacional PFN (fls. 773 a 775), em face da decisão da 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara, da Primeira Seção de Julgamento do CARF, proferida no Acórdão nº 1301 001.427 (fls. 760 a 771), cuja ementa se encontra assim redigida: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 NULIDADE. MPF. INOCORRÊNCIA. Descabe pretender discutir nulidade de auto de infração alegando suposto vício que não se concretizou. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese, segundo o previsto pelo artigo 150 do CTN, em cinco anos contados da ocorrência do fato gerador do tributo, em razão da ocorrência de pagamento (recolhimento) efetuado por parte do contribuinte. No caso de não haver pagamento ou de haver a ocorrência de situação prevista para qualificação da multa de ofício, aplicase o previsto no artigo 173 do CTN. SIGILO BANCÁRIO. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. E lícito ao Fisco requisitar dados bancários, sem autorização judicial (art. 6o da Lei Complementar 105 2001), quando configurada situação definida como caracterizadora da indispensabilidade do respectivo exame. MULTAS AGRAVADAS E QUALIFICADAS. Fl. 800DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 801 3 Não compete à instância administrativa negar aplicação à legislação tributária vigente sob a alegação de inconstitucionalidade e/ou ilegalidade, prerrogativa do Poder Judiciário. MULTA QUALIFICADA. Se a autoridade fiscal não aponta, objetivamente, qualquer motivação para a caracterização da fraude, que não seja a constatação de omissão de receita, não prevalece a qualificação da multa. MULTA AGRAVADA. NÃO ATENDIMENTO A INTIMAÇÃO PARA APRESENTAR ARQUIVOS. O não atendimento, no prazo marcado, para apresentação dos arquivos contábeis em meio magnético configura justificativa legal para agravamento da penalidade. AUTOS REFLEXOS. PIS. COFINS. CSLL. O decidido quanto ao IRPJ aplica se à tributação dele decorrente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3a Câmara / 1a Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos. DAR provimento PARCIAL ao recurso. Alega a PFN que a decisão contém obscuridade. Diz a embargante que o colegiado deu provimento ao recurso voluntário para reconhecer a decadência parcial do crédito tributário, com fulcro no art. 150, §4º, do Código Tributário Nacional CTN. No entanto, o voto condutor da decisão restou obscuro em relação a dois pontos. O primeiro diz respeito ao ônus da prova da realização de pagamento antecipado; o segundo se refere ao que pode ser considerado pagamento para fins de aplicação do art. 150, §4º, do CTN. No voto, afirmouse que “a autoridade fiscal não informa a inocorrência de pagamento”; mas, no mesmo voto, dizse que “o contribuinte, em grau de recurso, contesta a inocorrência de pagamento antecipado, mas também não traz prova de suas alegações”. O confronto dessas duas assertivas, segundo a embargante, não permite saber ao certo a quem caberia o ônus probatório. Quanto ao segundo ponto, não ficou claro se a mera declaração dos débitos em DCTF equivaleria a pagamento para fins de contagem de prazo decadencial. Em síntese, são esses os pontos suscitados pela embargante. O despacho de fls. 772 dá notícia de que os autos foram encaminhados em 10/11/2014 à PFN. De acordo com o disposto no art. 7º, §§ 3º e 5º, da Portaria MF nº 527/2010, a intimação presumida da Fazenda Nacional ocorre com o término do prazo de trinta dias contados da data em que os autos forem entregues à PFN. No caso concreto, a intimação se presume realizada em 10/12/2014. Como os embargos de declaração foram apresentados em 15/12/2014, têmse como tempestivos, porquanto interpostos dentro do prazo estabelecido no art. 65, §1º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. Fl. 801DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 802 4 Nos termos do art. 65 do Anexo II do RICARF, (que tem redação idêntica à do art. 65 da Portaria MF nº 256/2009, então vigente), cabem embargos de declaração nas hipóteses em que o acórdão contenha obscuridade; contradição entre a decisão e seus fundamentos; ou omissão acerca de ponto sobre o qual o órgão julgador deveria pronunciarse. No caso tela, o fundamento dos embargos é a obscuridade. O voto condutor da decisão, quando trata de decadência, menciona o Recurso Especial nº 973.333/SC, que teria sido julgado pelo E. Superior Tribunal de Justiça STJ, na sistemática de recursos repetitivos. Desse julgado, reproduziuse no voto o item 1 da ementa, assim redigido: “O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito” (g.n.) A ementa deixa assentado que o prazo decadencial contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, em duas hipóteses: a) quando a lei não prevê o pagamento antecipado; b) quando, a despeito de previsão legal nesse sentido, o pagamento não é realizado. Ao interpretar a jurisprudência, porém, o voto condutor do Acórdão nº 1301 001.427 coloca no mesmo plano o pagamento antecipado e a declaração de débito: "Assim, nos termos da jurisprudência atual, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação será: I em caso de dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN); II nas demais situações: a) se houve pagamento antecipado ou declaração de débito: data do fato gerador (art. 150, §4º, do CTN); b) se não houve pagamento antecipado ou declaração de débito: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN)." (fls. 766 e 767) (g.n.) Observese que na ementa do Acórdão nº 1301001.427, não há referência à declaração ou confissão de débito como circunstância relevante para definir o termo inicial do prazo de decadência: "O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese, segundo o previsto pelo artigo 150 do CTN, em cinco anos contados da ocorrência do fato gerador do tributo, em razão da ocorrência de pagamento (recolhimento) efetuado por parte do contribuinte. No caso de não haver pagamento ou de haver a Fl. 802DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 803 5 ocorrência de situação prevista para qualificação da multa de ofício, aplicase o previsto no artigo 173 do CTN." (g.n.) Não obstante o E. STJ falar em pagamento antecipado e a ementa do acórdão embargado se referir tãosomente à figura do pagamento antecipado, o voto aceitou, para antecipar o termo a quo do prazo decadencial, a mera confissão de dívida feita em DCTF. Aparentemente existe contradição, pois o julgado estabelece para a aplicação do art. 150, §4º, do CTN, um determinado requisito, mas ao final aceita outro. No que diz respeito ao ônus da prova, a decisão também está a merecer esclarecimento. O voto afirma de forma literal que o "...contribuinte, em grau de recurso, contesta a inocorrência de pagamento antecipado, mas também não traz prova de suas alegações" (g.n.). Afirma, mas não demonstra a veracidade daquilo que se diz. Em regra, o ônus da prova recai sobre quem alega o fato. Na decisão embargada, a distribuição do ônus da prova não ficou clara. A recorrente contestou a "inocorrência de pagamento", ou seja, afirmou de forma indireta existir pagamento, mas não fez a demonstração da veracidade do fato. No âmbito do processo administrativo, assim como no processo judicial, quando um fato resta sem comprovação, a decisão, pelo menos nessa parte, há de ser contrária àquele a quem competia fazer a prova. Portanto, aqui também o acórdão está a merecer integração via embargos de declaração. Por fim, cabe dizer que a PFN afirmou que o acórdão padece de obscuridade; a mim parece que o problema é de contradição. Mas essa é uma divergência menor. Como diz o professor Marcus Vinicius Rios Gonçalves, "uma decisão que contenha contradições é também obscura, porque aquilo que não tem coerência não pode ser tido por claro". Entretanto, como se disse, essa é uma questão irrelevante. Seja obscuridade, seja contradição, o importante não é qualificar, mas apontar o vício, e este, no caso em exame, está devidamente caracterizado. Portanto, atendidos os requisitos de admissibilidade, proponho que sejam admitidos os embargos de declaração. Os embargos foram admitidos pelo Presidente da 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara, que no mesmo despacho determinou fossem os embargos submetidos à apreciação do colegiado. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Roberto Silva Junior, Relator. Buscase por meio de embargos eliminar o que a embargante entendeu ser um vício de obscuridade, cuja correção exige que se esclareçam duas questões: a) definir se a Fl. 803DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 804 6 declaração do débito tem o mesmo efeito, para fins de aplicação do art. 150,§4º, do CTN, do pagamento; e b) esclarecer a quem incumbe a prova desse pagamento. Declaração ou confissão de débito não é pagamento. Entendese por pagamento, conforme definição extraída do Vocabulário Jurídico De Plácido e Silva, a execução da obrigação, ou a sua extinção, operada pelo cumprimento da prestação que forma seu objeto. Em outras palavras, há pagamento quando o devedor entrega ao credor aquilo que constitui o objeto da prestação (pagar quantia, entregar coisa, fazer ou não fazer). Sendo o tributo uma prestação pecuniária, só haverá pagamento, em sentido estrito, com a entrega de dinheiro. A declaração do débito pelo contribuinte não é pagamento; e, não sendo pagamento, a ele não se equipara para fins de decadência, dada a ausência de disposição legal nesse sentido. A decisão do E. STJ, proferida no REsp 973.733 SC, não autoriza a conclusão em sentido oposto. A ementa do acórdão, naquilo que diz respeito ao problema aqui tratado, tem a seguinte redação: 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. (g.n.) Observese que a expressão "inexistindo declaração prévia do débito", no final do texto, indica que, existindo aquela declaração, o lançamento é dispensável, porquanto o crédito tributário já estará constituído por confissão de dívida, sendo assim desnecessário qualquer ato do Fisco nesse sentido. É o que diz a Súmula 436 do E. STJ: Súmula 436. A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. Além disso, a leitura do voto condutor da decisão proferida no REsp 973.733 SC deixa claro que nenhuma afirmação existe ali no sentido de que a mera declaração de débito se equipare a pagamento para fins de aplicação da norma contida no §4º do art. 150. O segundo ponto a ser examinado diz respeito ao ônus da prova do pagamento. Acerca dessa matéria, o Código de Processo Civil CPC assim dispõe: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 804DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 805 7 Por analogia, é correto afirmar que ao sujeito passivo da relação tributária incumbe o ônus da prova do fato extintivo do direito de o Fisco constituir o crédito mediante lançamento. Portanto, se o fato extintivo do direito do Fisco é o "pagamento antecipado" a que se refere o caput do art. 150 do CTN, é ao sujeito passivo que cabe a prova; sobretudo, porque entender de foram diferente seria obrigar a Fiscalização a fazer prova de fato negativo. Em suma, a declaração do débito não se equipara ao pagamento antecipado referido no caput e no parágrafo 1º do art. 150 do CTN; e o ônus da prova da realização do pagamento antecipado cabe ao sujeito passivo. Conclusão Pelo exposto, voto por dar provimento aos embargos para, eliminando a obscuridade e a contradição, com efeitos infringentes, afastar a decadência. (assinado digitalmente) Roberto Silva Junior Relator Voto Vencedor Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Redator designado Inobstante às razões de direito trazidas do ilustre Relator, o Colegiado entendeu de forma diferente, em conformidade com as razões a seguir descritas. A embargante se insurge em relação a dois pontos: 1) ônus da demonstração da ocorrência/inocorrência de pagamento antecipado; 2) o que pode ser considerado pagamento para fins da aplicação do art. 150, § 4º do CTN. Entende a embargante que diante da dúvida acerca da existência ou não de pagamento, não restou claro o entendimento da Turma acerca de a quem caberia o ônus probatório, o que s.m.j., mostrase relevante para fins de eleição da regra decadencial aplicável. Além disso, no que toca ao segundo ponto, sustenta que não restou claro se a mera declaração de débitos em DCTF equivale a pagamento para fins de contagem da decadência Realmente, cabe o ônus probatório a quem alega o direito, porém, a existência ou não de pagamento antecipado, no caso, mostrase irrelevante, vez que o acórdão recorrido não fundamentou a aplicação do artigo 150, 4º, do CTN, no fato de haver ou não pagamento antecipado, e sim no fato de ter existido declaração prévia do débito. Confira trecho do votocondutor do acórdão embargado: A questão relativa ao termo inicial de contagem do prazo fatal para a constituição do crédito tributário em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação encontrase pacificada pela recente jurisprudência deste CARF que, em comprimento ao art. 62 A do Regimento, acolhe o entendimento expressado no item 1 da ementa da decisão do STJ, na apreciação do REsp nº 973.333SC, na sistemática de recursos repetitivos, no sentido de que “O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) Fl. 805DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 806 8 contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito” (grifo original) Assim, nos termos da jurisprudência atual, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação será: (g.m) I em caso de dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN); II nas demais situações: a) se houve pagamento antecipado ou declaração de débito: data do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN); (g.m) b) se não houve pagamento antecipado ou declaração de débito: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). (...) Consta, às fls. 17/42, cópia da DCTF juntada pelo auditor, com débitos declarados para o 1º e 2º trimestres de 2005, relativos ao IRPJ e CSLL (fls. 30, 19, 32 e 24, respectivamente) e para os meses de janeiro a dezembro de 2005, para o PIS (fls. 25, 33, 26, 27, 34, 28, 41, 37, 40, 42 e 39, respectivamente). (g.m) A partir desses fatos, uma primeira conclusão que se tira é que, para esses tributos e esses períodos de apuração, a decadência só se regerá pelo art. 173, I, se caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o que seria poderseia inferir a partir da imposição da multa qualificada. (g.m.) (...) Para avaliar a incidência do art. 173, I, do CTN, fazse necessário analisar se a conduta do contribuinte se caracteriza como dolosa, o que, por conseqüência, implica também a qualificação da multa. (g.m) Portanto, do que consta do TVF, temse que a caracterização da fraude, pela autoridade fiscal, teve como fundamento, exclusivamente, a constatação de omissão de receita. A Súmula CARF nº 14 enuncia: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Embora a súmula trate de qualificação da multa, por óbvio ela se presta para a averiguação da decadência. (g.m) Assim, entendo inaplicáveis a qualificação da multa e o art. 173, I, do CTN, estando alcançados pela decadência todos os lançamentos de PIS e os lançamentos e IRPJ e CSLL relativos aos dois primeiros trimestres de 2005. (g.m.) Fl. 806DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 807 9 Do exame do trecho acima, em especial a parte destacada, vêse que a aplicação do artigo 150, parágrafo 4º, do CTN teve como motivação o fato de ter ocorrido declaração prévia de débito via DCTF e que não ocorreu hipótese de dolo, fraude ou simulação, o que deslocou o termo a quo do período decadencial para a data do fato gerador. Não quis o acórdão recorrido equiparar pagamento à declaração de débito, mas reconhecer que, com relação aos efeitos de contagem da decadência, embora não se tratar da mesma coisa, tanto o pagamento antecipado como a declaração prévia, se equivalem. Tanto que após invocar o precedente repetitivo do STJ, o Relator utilizouse da conjunção "ou" (veja item "II, a", citação acima). Por fim, necessário corrigir a ementa do acórdão embargado, pois ela não reflete que a motivação utilizada para reconhecer a aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, pousou no fato de existir comprovação nos autos de declaração prévia de débito no período, relativos ao tributo e contribuições exigidas no presente lançamento. Assim, o acórdão embargado, em sua ementa, deve possuir a seguinte redação: Ao invés de: DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese, segundo o previsto pelo artigo 150 do CTN, em cinco anos contados da ocorrência do fato gerador do tributo, em razão da ocorrência de pagamento (recolhimento) efetuado por parte do contribuinte. No caso de não haver pagamento ou de haver a ocorrência de situação prevista para qualificação da multa de ofício, aplicase o previsto no artigo 173 do CTN. Passa a ser: DECADÊNCIA. CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. EXISTÊNCIA DE DECLARAÇÃO PRÉVIA DO DÉBITO. APLICABILIDADE DO ART. 150, § 4º, DO CTN. DECISÃO DO STJ NO REGIME DO ART. 543C DO CPC. APLICABILIDADE DO ART. 62A DO RICARF O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Decisão do Superior Tribunal de Justiça no REsp nº 973.733, no regime do art. 543C do CPC. Aplicabilidade do art. 62A do Regimento Interno do CARF. No caso concreto, a prova nos autos da existência de declaração prévia do débito em DCTF foi decisiva para que a contagem do prazo decadencial fosse feita a partir da data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN. Conclusão Pelo exposto, voto por acolher os embargos para esclarecer as obscuridades, sem emprestarlhes efeitos infringentes. Fl. 807DF CARF MF Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301002.163 S1C3T1 Fl. 808 10 (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Redator designado. Fl. 808DF CARF MF
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Numero do processo: 10882.000656/00-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1993
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DECLARADO NULO. LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. VÍCIO FORMAL. INEXISTÊNCIA.
1. O lançamento substituído não contém a materialidade do fato gerador, de tal forma que o vício nele contido não é meramente formal, mas sim material.
2. O novo lançamento não pode conter inovações materiais.
3. Inaplicabilidade do inc. II do art. 173 do CTN.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.383
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário.
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente
João Victor Ribeiro Aldinucci - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Natanael Vieira dos Santos, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 1993 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DECLARADO NULO. LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. VÍCIO FORMAL. INEXISTÊNCIA. 1. O lançamento substituído não contém a materialidade do fato gerador, de tal forma que o vício nele contido não é meramente formal, mas sim material. 2. O novo lançamento não pode conter inovações materiais. 3. Inaplicabilidade do inc. II do art. 173 do CTN. Recurso Voluntário Provido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 12; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1330; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10882.000656/0053 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402005.383 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 12 de julho de 2016 Matéria IRPF. GLOSA. CONTRIBUIÇÃO DE INCENTIVO À CULTURA Recorrente ARGEMIRO SCATOLINI NETO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1993 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DECLARADO NULO. LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. VÍCIO FORMAL. INEXISTÊNCIA. 1. O lançamento substituído não contém a materialidade do fato gerador, de tal forma que o vício nele contido não é meramente formal, mas sim material. 2. O novo lançamento não pode conter inovações materiais. 3. Inaplicabilidade do inc. II do art. 173 do CTN. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 06 56 /0 0- 53 Fl. 100DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário. Kleber Ferreira de Araújo Presidente João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Natanael Vieira dos Santos, Tulio Teotonio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felicia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10882.000656/0053 Acórdão n.º 2402005.383 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 7ª Turma da DRJ/SPOII, cuja ementa e resultado são os seguintes: PRELIMINAR. DECADÊNCIA. Declarada a nulidade do lançamento por vício formal, a Fazenda Nacional dispõe do prazo de cinco anos para efetuar novo lançamento, contado da data de decisão declaratória da nulidade. INCENTIVO À CULTURA. ADMISSIBILIDADE. A dedução a título de incentivo às atividades culturais só é cabível quando o contribuinte lograr comprovar que a doação tenha sido feita em conformidade com as normas estabelecidas na Lei nº 8.313/91. Lançamento Procedente Assim, foi mantida integralmente a exigência do crédito tributário constituído através de Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 1994, no valor total de R$ 8.859,91, decorrente da seguinte acusação: a) dedução indevida do imposto com contribuição de incentivo à cultura; b) o contribuinte deu entrada em 26/05/95 no processo administrativo de impugnação nº 13.896.000232/9552 do lançamento de ofício efetuado em 12/04/95, mediante notificação declarada nula em 10/07/97. Para julgar improcedente a impugnação, a decisão da DRJ se sustentou basicamente nas seguintes premissas: Preliminar: c) quanto a afirmação do contribuinte de que o lançamento de ofício foi atingido pela decadência, visto que o termo inicial da contagem se deu com a entrega da DAA em 31/05/94 e que não se aplica o inciso II, do artigo 173, do CTN, vez que o lançamento não visou corrigir vício de forma do lançamento originário, mas para inoválo: o novo lançamento de ofício não alterou nem o critério jurídico do lançamento anulado, nem foi implementada modificação em sua estrutura. Ao contrário, tratou exatamente da mesma matéria do lançamento anulado (dedução indevida do imposto com contribuição de incentivo à cultura). Ademais, o crédito constituído foi exatamente no mesmo valor do lançamento anulado; Fl. 102DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 d) quanto à contestação de alteração no enquadramento legal do lançamento: observase que eventual imprecisão no enquadramento legal do lançamento anulado pode e deve ser corrigida no novo lançamento, sem prejuízo do fato de se tratar, na essência, do mesmo lançamento; e) considera como dies a quo do prazo decadencial, a data da lavratura da referida decisão que anulou o primeiro lançamento (DRJ/SPO/SP/nº 14.451/9712.8539), ou seja, 17/10/97. Não tendo decorrido o prazo previsto no inciso II, do artigo 173, do CTN, até a data da ciência pelo contribuinte do presente Auto de Infração, ou seja, em 26/03/2000, devese afastar a tese de decadência levantada pelo contribuinte; f) a respeito da afirmação de que há dois lançamentos autônomos sobre o mesmo fato gerador, o que provocaria a nulidade do segundo lançamento: o primeiro lançamento foi declarado nulo por ato administrativo válido e eficaz. A administração simplesmente eliminou do mundo jurídico ato administrativo anterior (notificação de lançamento) que ela própria reconheceu como defeituoso. Assim, o lançamento de ofício corporificado no primeiro lançamento deixou de existir como norma jurídica concreta e individualizada; g) a autoridade tributária autuante agiu com estrita observância das normas legais que regem a matéria, não tendo como prosperar as alegações de nulidade. Não ocorreram no procedimento fiscal os pressupostos do artigo 59, do Decreto nº 70.235/72, pois todos os termos foram lavrados por Auditor Fiscal da Receita Federal (servidor competente), perfeitamente identificado pelo nome, matrícula e assinatura em todos os atos no decorrer da fiscalização. Ademais, foi concedida a oportunidade do contribuinte se manifestar e apresentar, ainda na fase de instrução do processo, esclarecimentos e documentos, exercendo amplamente o seu direito ao contraditório e ampla defesa; Mérito: h) afirma o contribuinte que além do recibo da empresa beneficiada, não tem outros documentos comprobatórios a apresentar. Contudo, salienta que no próprio manual “Instruções para Preenchimento da Declaração de Ajuste” referente ao exercício de 1994, recomendava que os documentos comprobatórios fossem guardados até 31/12/99, data anterior à intimação fiscal; i) o contribuinte ainda afirma que a obrigação de comprovação dos valores deduzidos era do Fisco e também questiona como poderia saber da situação fiscal ou cadastral irregular da entidade beneficiada com a doação (inapta, omissa, contumaz e com CGC expirado em 30/06/92); j) só serão permitidas as deduções de doações em favor de projetos culturais aprovados de acordo com o disposto na Lei nº 8.313/91, cabendo ao doador, interessado em fazer uso deste benefício fiscal, apurar a observância dos requisitos legais exigidos, antes de efetuar sua doação (artigo 26 e artigo 19, § 6°, ambos da Lei nº 8.313/91); Fl. 103DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10882.000656/0053 Acórdão n.º 2402005.383 S2C4T2 Fl. 4 5 k) a entidade beneficiada (S.N.D.C.B – Serviço Nacional de Divulgação Cultural Brasileiro) não mais existia de fato à época da emissão do recibo (anocalendário 1993), conforme apurado na Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz, decorrente de ação fiscal específica que visou apurar a regularidade da emissão de recibos, os quais são utilizados na DAA como dedução da base de cálculo ou do imposto apurado; l) a Súmula, assim como todos os documentos e provas que lhe fundamentaram, compõem os autos do referido processo administrativo nº 13805.004451/9447, cuja vista é franqueada não somente ao interessado direto, como também a todos os contribuintes atingidos por seus efeitos. Não se trata tal ato, portanto, de arbitrariedade da Fiscalização e nem a presente glosa fruto de presunção ilegal, mas sim de atos administrativos revestidos de todos os requisitos legais de validade. Sempre que a Fiscalização se deparar com documentos de emissão de empresas/pessoas físicas sumuladas, poderá recorrer à respectiva Súmula, sem a necessidade de realizar novas diligências para apurar os mesmos fatos já conhecidos. Para a descaracterização dos recibos emitidos pela citada entidade, é desnecessário que o contribuinte tenha sido parte investigada na citada Súmula; m) a entidade foi objeto de profunda investigação por parte da Delegacia da Receita Federal em SP, que constatou que a mesma não existia de fato à época da doação, estando desativada desde 03 de janeiro de 1991. Assim, chegouse à conclusão de que “sempre que restar apurada a imputação de deduções por doações de incentivo cultural, quer de pessoa física ou jurídica, de documentos emitidos por S.N.D.C.B., a partir de 03 de janeiro de 1991, data da inexistência de fato da empresa em referencia, deverá a fiscalização impugnar por indedutíveis [...]”; n) a doação efetuada pelo contribuinte não atende aos requisitos legais (artigos 18, 19 e 26 da Lei nº 8.313/91), o recibo apresentado não se enquadra nas normas de emissão de comprovantes (artigo 6o, da Instrução Normativa Conjunta RF/SC (PR) nº 83/92) e, em virtude da Súmula, os recibos emitidos pela entidade beneficiada foram declarados inidôneos a partir de 1991 (artigo 11, § 3% do Decreto n° 5.844/43). Também, não serão consideradas para fins de comprovação do incentivo, as contribuições que não tenham sido depositadas e movimentadas em conta bancária específica, em nome do beneficiário (artigo 29 da Lei nº 8.313/91); o) o contribuinte não traz aos autos prova alguma da efetividade da doação efetuada em favor de S.N.D.C.B. Caberia a ele demonstrar mediante apresentação de comprovante da data da publicação da aprovação do projeto cultural, prova do depósito e movimentação dos recursos em conta corrente específica e exclusiva do responsável pelo projeto cultural, além da prova da efetiva transferência do valor doado (parágrafo único, do artigo 29, da Lei nº 8.313/91); p) as alegações de boa fé e regularidade da doação tornamse meramente protelatórias, na medida em que cabe ao contribuinte se certificar da Fl. 104DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 idoneidade da empresa antes de nela depositar sua confiança e seus recursos, para que possa se aproveitar da permissão legal de redução do imposto de renda apurado na DAA. O contribuinte tomou ciência da decisão em 01/10/2010 (fl. 70) e interpôs recurso voluntário em 03/11/2010 (fl. 73), alegandose em síntese que: Preliminar: q) a decisão que anulou o primeiro lançamento não menciona, especificamente, onde se encontrava o vício formal na Notificação Eletrônica. É absurdo o argumento da decisão recorrida de que o novo lançamento tudo pode, desde que não se altere sua essência, ainda se aceitando juntada de provas e alterando (incluindo) novos fundamentos para o lançamento refeito; r) o contribuinte já vinha discutindo a exação no procedimento administrativo originário e o fisco já conhecia parte de suas razões de defesa, o que caracteriza deslealdade processual; s) no lançamento originário, anulado por vício formal, além de não haver a “descrição dos fatos”, para dar supedâneo à exação, consta como enquadramento legal: “RIR/94 aprovado pelo Decreto 1.041 de 11/01/94, artigo 837, 838, 840, 883, 884, 885, 886, 887, 889, 896, 900, 923, 984, 985, 992, I, 993, 995, 996, 997 e 999, Lei nro. 8.981, artigo 84, parágrafo 5.”. t) os fatos geradores ocorreram no anocalendário de 1993 e o lançamento louvase no RIR/94, aprovado pelo Decreto 1.041, de 11/01/94, sendo que, se fosse o caso, deveriam ser aplicadas as normas cabíveis no regulamente então vigente à época (RIR/80); u) todos os dispositivos apontados tratam da administração do IR e de multas por lançamento de ofício, nenhum tratando especificamente sobre glosas de deduções legais; v) o artigo 84, § 5o, da Lei 8.981, que apenas dispõe sobre cobrança de juros de mora, só foi editado em 20 de janeiro de 1995, sendo afronta à moralidade pública utilizar a lei de forma retroativa; w) depois do lançamento refeito (Auto de Infração), quanto aos fatos descritos e enquadramento legal (arts. 18, 19, 21, 23, 24, 26, 27 e 30, da Lei nº 8.313/91; art 2º do Decreto 372/91; art 1º do Decreto 745/93), as normas da Lei nº 8.313/91 apontadas não tratam da infração aludida pela fiscalização, não se sabendo onde reside a infringência; x) quanto ao enquadramento legal expresso nos termos dos Decretos nºs 372/91 e 745/93, que tratam tão somente de dedução de doação acima do limite legal, em primeiro lugar, verificase que o limite máximo de dedução fixado no Decreto referese ao anocalendário de 1992 e o que se discute neste processo são fatos geradores relativos ao anocalendário de 1993. Em segundo lugar, este limite percentual foi alterado para o anocalendário de 1993, como se verá adiante. Em terceiro lugar, a fiscalização deveria demonstrar onde ocorreu o excesso de Fl. 105DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10882.000656/0053 Acórdão n.º 2402005.383 S2C4T2 Fl. 5 7 dedutibilidade que ultrapassou e o permissivo legal, o que também, sem dúvida, inocorreu; y) o enquadramento legal com base no Decreto nº 372/91 é totalmente impertinente à matéria objeto da autuação. O único dispositivo, se fosse o caso, que deveria ser adotado como norma infringida é o artigo 1º do Decreto nº 745/93; z) mas a fiscalização não apontou, objetivamente, onde estava o ilícito tributário que pudesse ensejar a glosa da dedução do IR, exigido com acréscimos legais; aa) constatase que o valor deduzido corresponde a 6,87% da renda tributável, abaixo dos 10% permitidos; bb) ficou demonstrado que todos os dispositivos tidos como infringidos no enquadramento legal nada tem a ver com os fatos narrados, que ensejaram o lançamento de ofício; cc) o Auto de Infração alterou sim a essência do lançamento originário. A autoridade julgadora laborou com manifesta intenção de blindar a ação fiscal, inclusive inovando, deslealmente, o segundo lançamento. Houve alteração no suporte fático da matéria tributável e no enquadramento legal, motivos suficientes e bastantes para que o lançamento não encontre guarida nas disposições do art. 173, II, do CTN; dd) como se passaram mais de 15 anos para a DRJ decidir a questão fiscal em primeira instância, colacionou decisões do 1º Conselho de Contribuintes, o qual, em suma, entende que “para reconhecimento da inovação realizada pela fiscalização no segundo lançamento, haja vista a mudança de critério jurídico. É inegável que os lançamentos são diferentes também no que se refere à materialidade. Nesse caso, não se pode – buscar abrigo na norma do art. 173, II, da Lei 5.172/66 (CTN – Código Tributário Nacional), cuja interpretação contempla apenas as retificações de vícios de ordem formal”; ee) assim, só pode prevalecer o entendimento de que o segundo lançamento não só corrigiu o vício formal, mas também inovou e alterou o fundamento jurídico do lançamento originário anulado. Como nada interrompe a decadência, e com fulcro na atual e unânime jurisprudência do CARF, a decadência tributária operouse em 31.12.1998, nos termos do disposto no artigo 150, § 4º, do CTN; Mérito: ff) a decisão recorrida destaca a necessidade da aprovação do projeto cultural ou beneficente, que passa a ensejar o recebimento de contribuições e doações e, por decorrência, beneficia o doador com incentivo fiscal em sua DIRPF: as normas ínsitas nos comandos integrantes do artigo 19, § 6º, da Lei nº 8.313/91, nitidamente, estão dirigidas à instituição responsável pelo projeto. Sequer há uma palavra Fl. 106DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 8 que obriga o doador. O dispositivo trata sobre a eficácia do projeto após cumpridas as formalidades legais pela instituição que arrecadar recursos; gg) o comando da norma legal não é endereçado ao doador e o dispositivo trata da administração dos recursos arrecadados pela instituição beneficiária; hh) o artigo 940 do Código Civil de 1916 (vigente à época dos fatos) dispunha sobre o comprovante (no caso o recibo) como quitação de pagamento da obrigação; ii) nenhum cidadão/administrado tem o poder de polícia para fiscalizar outras pessoas físicas ou jurídicas nos moldes do Estado. Verificar se o valor pago pelo recorrente foi ou não depositado na conta corrente bancária da sociedade sem fins lucrativos é prerrogativa única da RFB e, se fosse o caso, investigar os administradores da mesma a responderem por qualquer ilícito fiscal; jj) a fiscalização tentou transferir ao contribuinte o ônus da prova ao intimá lo para apresentar a comprovação da inscrição no CPC do Ministério da Cultura, da entidade que havia sido beneficiada com o valor doado; kk) é inaceitável o fato das autoridades fazendárias lançar nas costas dos cidadãos atribuições que lhe são próprias e intransferíveis (artigo 37 da Lei nº 9.784/99); ll) a decisão se escuda na Súmula Administrativa de Documentação Tributariamente Ineficaz para poder declarar que o recibo apresentado é inidôneo. Colacionou decisão do Primeiro Conselho de Contribuinte (fl. 89) entendendo que: “a Súmula não é conclusiva de molde a afastar a presunção estabelecida em favor do contribuinte. Ali são feitas considerações genéricas acerca da atuação ilícita envolvendo entidades, mas, em nenhum momento, fezse menção aos documentos específicos acostados a este processo. Sequer se pode concluir, do texto da Súmula, que a falsidade ideológica contamina todos os recibos lavrados pelas entidades [...]”; mm) a máfé não se presume, sendo ônus processual do fisco comprovar as alegações; nn) no novo lançamento, foi alterado critério jurídico do lançamento anteriormente anulado. Deveriam ser obedecidos os precisos limites da acusação originária. Mencionou decisões do Primeiro Conselho de Contribuintes nesse sentido. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10882.000656/0053 Acórdão n.º 2402005.383 S2C4T2 Fl. 6 9 Voto Conselheiro João Victor Ribeiro Aldinucci Relator 1 Conhecimento O recurso voluntário é tempestivo e estão presentes os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. 2 Preliminar de decadência O recorrente suscita preliminar de decadência, tecendo as considerações constantes do relatório desta decisão. Conforme se vê nos autos em apenso, Processo Administrativo Fiscal nº 13896.000232/9552, o sujeito passivo foi inicialmente notificado nos seguintes termos (fl. 13): Sobreveio, posteriormente, a decisão da DRJ de fls. 27/28 daquele processo, que declarou a nulidade do lançamento nos seguintes termos: Fl. 108DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 10 O presente processo versa sobre lançamento suplementar de Imposto de Renda, cuja notificação não observou os requisitos estabelecidos no artigo 142 do Código Tributário Nacional e no artigo 11 do Decreto n° 70.235/72, de 06.03.72. Em conformidade com o artigo 6° da Instrução Normativa SRF n° 54/97, publicada no DOU de 16.06.97, os lançamentos efetuados em desacordo com as normas legais supracitadas, quando impugnados, serão declarados nulos pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento, mesmo que essa preliminar não tenha sido suscitada pelo sujeito passivo. Isto posto: Considerando que, quanto ao exame de mérito, dele não resultaria decisão que totalmente beneficiasse o impugnante, ficando, assim, prejudicado o disposto no art. 59, § 3o, do Decreto nc 70.235/72, acrescentada pela Lei n° 8.748/93; Considerando que as normas inseridas na IN SRF n° 54/97 têm caráter interpretativo, operando, pois, efeitos retroativos, conforme, aliás, achase expressamente consagrado no artigo 6 o , § 2 o , que determina sua aplicação aos processos pendentes de julgamento; Considerando que o inciso IV da Portaria SRF n° 3.608, de 06.07.94, preconiza a observância, por parte das Delegacias da Receita Federal de Julgamento, do entendimento da Secretaria da Receita Federal, expresso em atos normativos; Considerando que a declaração de nulidade, quando for o caso, não impede a emissão de nova notificação de lançamento, enquanto não ocorrido o termo decadencial; Considerando tudo o mais que do processo consta, Decido tomar conhecimento da impugnação, por tempestiva e, declarar, de ofício, a nulidade do lançamento contestado. Como se vê, a DRJ não chegou a se pronunciar sobre a natureza da nulidade do lançamento anteriormente efetuado, se formal ou material. Ressalvou, apenas, a possibilidade de novo lançamento "enquanto não ocorrido o termo decadencial". Ocorre que aquela notificação não descreveu os fatos que ensejaram a constituição do crédito tributário. Não houve, nem minimamente, a verificação da ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, tampouco da matéria tributável. Simplesmente se mencionou o Regulamento do Imposto de Renda, sem mencionar os fatos que ensejaram a cobrança, fatos estes ora constantes da nova autuação, encartada às fls. 15 e seguintes destes autos. Expressandose de outra forma, o lançamento substituído não contém a materialidade do fato gerador, de tal forma que o vício nele contido não é meramente formal, mas sim material. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10882.000656/0053 Acórdão n.º 2402005.383 S2C4T2 Fl. 7 11 Vício formal, como sabido, é mácula inerente ao procedimento e ao documento que tenha formalizado a existência do crédito, ao passo que vício material é aquele relativo à validade e à incidência da lei. Vejase, nesse sentido, a doutrina de Leandro Paulsen1: Os vícios formais são aqueles atinentes aos procedimentos e ao documento que tenha formalizado a existência do crédito tributário. Vícios materiais são os relacionados à validade e incidência da lei. No caso in concreto, como não houve a determinação da materialidade do fato gerador, houve vício na incidência da lei, não se vislumbrando simples erro de forma (incompetência da autoridade lançadora, incorreção do documento que formalizou o lançamento, etc). Cumpre lembrar que lançamento é justamente o procedimento administrativo (ou ato administrativo) tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível, na dicção do art. 142 do CTN. A inobservância de tal norma implica, indubitavelmente, vício de natureza material, e não meramente formal. Mas não é só. Nem mesmo se pode dizer que o lançamento substitutivo deixou de inovar as circunstâncias materiais do lançamento substituído, vez que este careceu de qualquer circunstância material, ausente a descrição do fato que o ensejou. É assente, no âmbito deste Conselho, que o novo lançamento não pode inovar materialmente. Vejase: CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO DECLARADO NULO. LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO OU NOVO LANÇAMENTO. A reabertura do prazo para a feitura de um novo lançamento destina se apenas a permitir que seja sanada a nulidade do lançamento anterior, mas não autoriza um lançamento diverso, abrangente do que não estava abrangido no anterior. Assim, o novo lançamento, de caráter substitutivo, que se faz em decorrência do lançamento anterior, anulado por vício formal, não pode trazer inovações materiais, mas apenas corrigir o vício apontado. Recurso Voluntário Provido. (Acórdão nº 2202003.126, sessão de 28 de janeiro de 2016, redator designado Marcio Henrique Sales Parada) Deste Colegiado, vale transcrever o seguinte e recente julgado: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO. VÍCIO FORMAL X MATERIAL. AUTUAÇÃO SUBSTITUTIVA. 1 PAULSEN, Leandro. Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 10. ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, ESMAFE, 2008, p. 1164. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 12 ALTERAÇÃO MATÉRIA TRIBUTÁVEL. NOVO LANÇAMENTO. NÃO APLICAÇÃO ARTIGO 173, II, CTN.Na hipótese vertente, declarada a insubsistência da execução fiscal, diante da ausência de liquidez e certeza da CDA, em razão da inclusão indevida de segurados ao Regime Geral da Previdência Social, não se cogita em vício formal, mas, sim, material, em razão da mácula na necessária descrição clara e precisa do fato gerador e matéria tributável das contribuições previdenciárias lançadas, o que afasta de plano a aplicação do artigo 173, inciso II, do CTN. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL.O prazo decadencial para a constituição dos créditos previdenciários é de 05 (cinco) anos, nos termos dos dispositivos legais constantes do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria. In casu, constatouse a decadência sob qualquer fundamento legal que se pretenda aplicar (artigo 150, § 4º ou 173, do CTN). Recurso Voluntário Provido. (Acórdão nº 2402005.189, Rel. Lourenço Ferreira do Prado, sessão de 12 de abril de 2016) Sendo assim, e a despeito do muito bem fundamentado acórdão a quo, a decadência não deve ser contada na forma do inc. II do art. 173 do CTN. E considerandose que o fato gerador ocorreu no ano de 1993 (vide fls. 15/16) e que o presente lançamento foi comunicado ao sujeito passivo somente em 26/03/2000 (vide fl. 21 e relatório de fl. 56, item 3), quando já transcorrido o prazo de cinco anos, seja contado na forma do inc. I do art. 173, seja na forma do § 4º do art. 150, ambos do Código, deve ser declarada a decadência do crédito constituído nestes autos, dandose provimento ao recurso voluntário. 3 Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR TOTAL PROVIMENTO ao recurso voluntário. João Victor Ribeiro Aldinucci Relator Fl. 111DF CARF MF Impresso em 11/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 2 8/07/2016 por JOAO VICTOR RIBEIRO ALDINUCCI, Assinado digitalmente em 30/07/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
score : 1.0
Numero do processo: 18336.001615/2004-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 14 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Data do fato gerador: 15/03/2002, 29/07/2003
PRODUTO PARA LAVAGEM. DESCONTAMINAÇÃO. PELE E OLHOS. USO EMERGENCIAL.
Os produtos comercialmente denominados "Diphoterine", destinados à lavagem emergencial da área do corpo atingida em casos de acidente com projeção de substâncias corrosivas e irritantes, os quais agem no sentido de neutralizar ou amenizar os efeitos dessas substâncias nocivas para evitar queimaduras químicas na pele ou nos olhos, não encontram enquadramento fiscal adequado na posição 3304, reservada aos produtos de beleza ou de maquilagem e às preparações para a conservação ou cuidados da pele.
Recurso Voluntário provido
Numero da decisão: 3402-003.699
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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DESCONTAMINAÇÃO. PELE E OLHOS. USO EMERGENCIAL. Os produtos comercialmente denominados "Diphoterine", destinados à lavagem emergencial da área do corpo atingida em casos de acidente com projeção de substâncias corrosivas e irritantes, os quais agem no sentido de neutralizar ou amenizar os efeitos dessas substâncias nocivas para evitar queimaduras químicas na pele ou nos olhos, não encontram enquadramento fiscal adequado na posição 3304, reservada aos produtos de beleza ou de maquilagem e às preparações para a conservação ou cuidados da pele. Recurso Voluntário provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 33 6. 00 16 15 /2 00 4- 69 Fl. 222DF CARF MF 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia de Julgamento Fortaleza que julgou procedente o lançamento (fls. 53/64), conforme ementa abaixo: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 15/03/2002, 29/07/2003 PRODUTOS PARA PROTEÇÃO DA PELE. O código NCM "3304.99.90 Outros" inclui os produtos para proteção da pele, não incluídos nos códigos anteriores. CLASSIFICAÇÃO ERRÔNEA DE MERCADORIA. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. A insuficiência de recolhimento, decorrente de classificação errônea de mercadoria, enseja o lançamento da diferença do imposto que deixou de ser recolhida, acrescida de juros de mora e multa de 75%. Para os fatos geradores ocorridos após 27/08/2001, aplicase ainda a multa de 1% sobre o valor aduaneiro da mercadoria. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 15/03/2002, 29/07/2003 IPI Não havendo impugnação especifica relativamente a esse tributo, a mesma motivação referente ao II aplicase, mutatis mutandis, no julgamento desse imposto. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/03/2002, 29/07/2003 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. Erros formais na emissão ou execução do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) não têm o condão de inquinar de nulidade o lançamento correspondente. Lançamento Procedente Contra a empresa foram lavrados autos de infração para a exigência de Imposto sobre a Importação, IPI, multa de ofício, multa de 1% sobre o valor aduaneiro por erro de classificação e juros de mora, em face da constatação de que houve falta de recolhimento desses impostos em razão de a contribuinte haver utilizado alíquota menor decorrente de classificação fiscal incorreta do produto que a interessada como “DIPHOTERINE, agente de proteção de pele contra ação de soda cáustica – spray com 100ml”. Embora se tratando da mesma mercadoria, o importador utilizou classificações distintas nas importações, nessa forma: a) NCM 3402.11.90 nas DIs de nºs 02/02291833, registrada em 15/03/2002, e 02/04118624, registrada em 09/05/2002; e b) NCM 3401.20.90 na DI de nº 03/06362214, registrada em 29/07/2003. A fiscalização, no entanto, entendeu ser incorreto os enquadramentos indicados nas DIs, reclassificando as mercadorias para o código NCM 3304.99.90. Cientificada dos lançamentos, a contribuinte apresentou sua impugnação, alegando, em síntese: i) nulidade parcial do lançamento em face de irregularidade no MPF; ii) falta de comprovação pela fiscalização de que o produto se tratava de um produto de beleza; e iii) falta de fundamentação na reclassificação fiscal, que não foi precedida de um necessário exame técnico, para saber se o produto em questão era ou não sabão, se era ou não “produto de Fl. 223DF CARF MF Processo nº 18336.001615/200469 Acórdão n.º 3402003.699 S3C4T2 Fl. 223 3 beleza”, ou se era um protetor da pele com características de equipamento de proteção do trabalho. A Delegacia de Julgamento decidiu no sentido de que: Conforme descrito pelo importador, os produtos são cremes de proteção da pele, utilizados pela empresa para poupar seus empregados de problemas de saúde e consequentes afastamentos, neutralizando a ação de agentes químicos; por conseguinte, não se trata de produto do Capítulo 34, que agrupa produtos da indústria de sabão e tem como principais características a função de limpeza em geral e ser composto de um ou mais ácidos graxos. No caso dos autos, é desnecessária a realização de análise laboratorial das mercadorias ora submetidas à classificação fiscal, sendo que para o correto enquadramento na posição NCM 3304, basta conhecer a descrição, a função e as propriedades dos produtos importados, uma vez que as subdivisões da referida posição não cuidam da composição química dos mesmos. Conjugandose o alcance da posição 3304 e suas subposições, com a aplicação das RGI 1 e RGI 6, chegase à conclusão de que o código "3304.99.10 — Cremes de beleza e cremes nutritivos; loções tônicas" inclui unicamente as preparações para conservação ou cuidado da pele (produtos destinados ao tratamento da pele). Como não se trata de creme de beleza, creme nutritivo ou loção tônica, e abrangido pelo desdobramento residual, resulta que o produto deve ser classificado no código 3304.99.90 (“Outros”), referente aos demais produtos que não se destinam ao tratamento da pele, mas desempenham outras funções, desde que não estejam previstos nas subposições anteriores. Cientificada da decisão de primeira instância em 20/08/2008 (fl. 68), a contribuinte apresentou recurso voluntário em 19/09/2008, mediante a qual alega, em síntese: ● a DRJ incorreu em erro ao afirmar que os produtos são cremes de proteção de pele e que, por conseguinte, não se tratam de produto da indústria do sabão, que tem como principais características possuir função de limpeza em geral; ● o Diphoterine Spray, além de logicamente não ser um creme como mencionado na decisão, possui exatamente a função de lavagem, limpeza após contato da pele ou olhos com produtos químicos; ● o produto é uma solução aquosa utilizado logo após a queimadura, ficando clara a função de limpeza, lavagem, remoção da soda cáustica; ● o representante do Diphoterine no Brasil, por meio de seu engenheiro, enviou nota de esclarecimento sobre o produto, onde afirma que "O Diphoterine é uma solução para lavagem descontaminante, utilizada em primeiros socorros em casos de projeção de produtos químicos na pele e olhos. É fabricado pela Prevor (França) e é classificado como produto para saúde, correlato médico, registrado na ANVISA sob o no 80260110001 e na Comunidade Européia (CE) sob o no 459 e como tal está enquadrado na classificação 3402.90.90”; ● dessa forma, resta demonstrado o acerto da Recorrente em classificálo no Capítulo 34. Mediante a Resolução nº 3202000.025 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, de 03 de fevereiro de 2011, o julgamento no âmbito do CARF foi convertido em diligência nesses termos: (...) Cumpre ressaltar que produtos como o objeto de lide têm a particularidade de poderem ter classificação fiscal em várias posições da NCM/SH suscetíveis de serem tomadas em consideração, dependendo de sua identificação e composição química. Fl. 224DF CARF MF 4 No caso em exame, as informações constantes dos autos não trazem informações seguras e suficientes para assegurar ao julgador a necessária convicção para a classificação da mercadoria importada. Pelo exposto, entendo que o julgamento deve ser convertido em diligência à unidade da RFB de origem, para que seja: I) providenciada a elaboração de laudos técnicos pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), sobre o produto “Diphoterine em spray com 100ml” a partir de amostras específicas (para a pele e para os olhos) a serem solicitadas pela RFB à recorrente, observadas as cautelas devidas, para as providências e respostas aos quesitos que seguem: a) identificação, características, apresentação, composição química e utilização/aplicação dos produtos; b) se se trata de um composto de constituição química definida apresentado isoladamente, segundo os ditames do Sistema Harmonizado, que estabelece que “um composto de constituição química definida apresentado isoladamente é uma substância constituída por uma espécie molecular (covalente ou iônica, especialmente) cuja composição é definida por uma relação constante entre seus elementos e que pode ser representada por um diagrama estrutural único”. c) se se trata de produto ou preparação orgânica tensoativa para lavagem da pele; d) se se trata de produtos adicionados de substância (s) medicamentosa (s); em caso positivo, de qual (quais) substância (s); e II) intimada a recorrente a juntar ao processo o registro do (s) produto (s) na ANVISA (no 80260110001) como correlato médico, conforme alegado em seu recurso, bem como das informações prestadas a esse órgão, para efeitos desse registro. Deverá ser dada ciência dessa diligência à recorrente a fim de que, se for de seu interesse, apresente os quesitos que entender relevantes para os laudos ora solicitados. Antes do retorno do processo a este Conselho, deverá a recorrente ser informada do inteiro teor dos laudos, a fim de que possa se manifestar a respeito, se for do seu interesse. (...) O processo retornou ao CARF com cópias dos documentos relativos ao registro do produto na ANVISA e com a informação de que o Instituto Nacional de Tecnologia não efetuava análise para o produto "Diphoterine em spray com 100 ml", o que resultou na solicitação de nova diligência pela Resolução nº 3202000.208 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, para que o laudo técnico fosse efetuado por instituto competente e confiável, de preferência entidade pública ou ligada ao setor público. O Laudo Técnico apresentou, dentre outras, as seguintes informações: Fl. 225DF CARF MF Processo nº 18336.001615/200469 Acórdão n.º 3402003.699 S3C4T2 Fl. 224 5 Após a disponibilização de cópia do Laudo Técnico à autuada, o processo retornou a este CARF para prosseguimento, sem manifestação da recorrente. É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Atendidos os requisitos de admissibilidade, tomase conhecimento do recurso voluntário. Com amparo no §3º do art. 59 do Decreto nº 70.235/721, passo diretamente à análise de mérito, deixando de analisar as preliminares alegadas, bem como a questão relativa à ausência nos autos de intimação à recorrente no encerramento da diligência para manifestação, nos termos do art. 35 do Decreto nº 7574/20112. Nos termos da Regra Geral de Interpretação nº I: " Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos têm apenas valor indicativo. Para os efeitos legais, a classificação é determinada pelos textos das posições e das notas de seção e de capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e notas, pelas regras seguintes". 1 Art. 59. São nulos: (...) § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) 2 Art. 35. A realização de diligências e de perícias será determinada pela autoridade julgadora de primeira instância, de ofício ou a pedido do impugnante, quando entendêlas necessárias para a apreciação da matéria litigada (Decreto no 70.235, de 1972, art. 18, com a redação dada pela Lei no 8.748, de 9 de dezembro de 1993, art. 1o). Parágrafo único. O sujeito passivo deverá ser cientificado do resultado da realização de diligências e perícias, sempre que novos fatos ou documentos sejam trazidos ao processo, hipótese na qual deverá ser concedido prazo de trinta dias para manifestação (Lei no 9.784, de 1999, art. 28). Fl. 226DF CARF MF 6 Adicionalmente, há que se recorrer ao texto das Notas Explicativas ao Sistema Harmonizado (NESH), aplicáveis por força do Decreto nº 435/92. Entende a fiscalização autuante que a classificação fiscal adequada seria na posição 3304, cuja texto é: "PRODUTOS DE BELEZA OU DE MAQUILAGEM PREPARADOS E PREPARAÇÕES PARA CONSERVAÇÃO OU CUIDADOS DA PELE (EXCETO MEDICAMENTOS), INCLUÍDAS AS PREPARAÇÕES ANTISOLARES E OS BRONZEADORES; PREPARAÇÕES PARA MANICUROS E PEDICUROS". A NESH da posição 3304 esclarece que: A. PRODUTOS DE BELEZA OU DE MAQUILAGEM PREPARADOS E PREPARAÇÕES PARA CONSERVAÇÃO OU CUIDADOS DA PELE, INCLUÍDAS AS PREPARAÇÕES ANTI SOLARES E OS BRONZEADORES Incluemse na presente posição: 1) Os batons e outros produtos de maquilagem para os lábios. 2) As sombras para os olhos, máscaras, lápis para sombrancelhas e outros produtos de maquilagem para os olhos. 3) Os outros produtos de beleza ou de maquilagem preparados e as preparações para conservação ou cuidados da pele (exceto os medicamentos), tais como: os pósdearroz e as bases para o rosto, mesmo compactos, os talcos para bebês (incluído o talco não misturado, nem perfumado, acondicionado para venda a retalho), os outros pós e pinturas para o rosto, os leites de beleza ou de toucador, as loções tônicas ou loções para o corpo; a vaselina acondicionada para venda a retalho e própria para os cuidados da pele, os cremes de beleza, os cold creams, os cremes nutritivos (incluídos os que contêm geléia real de abelha); os cremes de proteção para evitar as irritações da pele; as preparações para o tratamento da acne (exceto os sabões da posição 34.01) próprios para limpeza de pele e que não contenham ingredientes ativos em quantidades suficientes para que se considerem como tendo uma ação essencialmente terapêutica ou profilática sobre a acne; os vinagres de toucador, que são misturas de vinagre ou de ácido acético com álcool perfumado. Este grupo compreende igualmente as preparações antisolares (filtros solares) e os bronzeadores.” O Laudo Técnico elaborado na diligência é expresso no sentido de que "não se trata de preparação com características de cosmético, preparação antisolar, produto de beleza ou maquilagem" e também de que "não se trata de produto adicionado de substâncias medicamentosas". Em descrição bem lacônica, consta no laudo que: "Tratase de preparação, na forma de solução aquosa, contendo agente sequestrante, aminoácido e substâncias inorgânicas à base de cloreto e sódio, qualquer outra preparação para conservação e cuidados da pele, na forma de aerossol, acondicionada em embalagem para venda a retalho". Descartados os outros itens da posição, vejamos se o produto diphoterine poderia ser considerado como "PREPARAÇÕES PARA CONSERVAÇÃO OU CUIDADOS DA PELE (EXCETO MEDICAMENTOS)". Fl. 227DF CARF MF Processo nº 18336.001615/200469 Acórdão n.º 3402003.699 S3C4T2 Fl. 225 7 Na Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico, fornecida pela Globaltek, representante do produto no Brasil, consta a seguinte indicação de uso do produto (fl. 78): Na fl. 123 constam informações sobre a função e atuação do produto, fornecidas, conforme alega a recorrente, pela Globaltek à ANVISA: Dessa forma, vêse que o diphoterine tem clara função de lavagem emergencial de produtos corrosivos e irritantes para evitar queimaduras químicas na pele e nos olhos em caso de acidentes. O diphoterine age no sentido de neutralizar ou amenizar os efeitos da substância nociva em contato com a pele, reagindo diretamente com essa substância. No estudo do enquadramento na posição 3304 para "PREPARAÇÕES PARA CONSERVAÇÃO OU CUIDADOS DA PELE (EXCETO MEDICAMENTOS)", por hipótese, tendo em mente também a descrição na NESH dessa posição, poderíamos aventar na possibilidade de se tratar de cremes de proteção ou conservação para a pele ou de preparação própria para limpeza de pele (exceto os sabões, sem ação terapêutica ou profilática). O primeiro elemento para descartar tais classificações é que o diphoterine não é de uso contínuo, como comumente são produtos cosméticos dessa natureza. Também não se trataria de um creme de proteção para a pele (para evitar irritações, por exemplo) ou de conservação, mas de um produto que reage diretamente com a substância química nociva sobre a pele, para evitar graves queimaduras químicas, sendo apenas um produto seguro para uso externo na pele, ou seja, que não causaria danos à pele segundo as especificações que constam nos autos. Ademais, os produtos de limpeza de pele são para a remoção de acúmulo de oleosidade ou resíduos de maquiagem, poluentes, poeira, etc; que rotineiramente estão sobre a Fl. 228DF CARF MF 8 pele, não sendo o caso, obviamente, de remoção emergencial de uma substância química agressiva para descontaminação. Assim, seja porque o diphoterine não possui característica de coméstico, conforme apurado no laudo técnico; seja porque não é de uso contíno, mas de caráter apenas emergencial; ou seja porque não consta que aja diretamente sobre a pele, mas somente sobre a substância nociva no sentido de removêla ou neutralizar ou reduzir seus efeitos sobre a pele e os olhos; entendo que não seria adequado o enquadramento na posição 3304, reservada aos produtos de beleza ou de maquilagem e às preparações para a conservação ou cuidados da pele. Nessa esteira, o produto poderia, por hipótese, ter alguma classificação fiscal que se aproximasse da função dos sabões ou de soluções destinadas à limpeza, vez que a sua característica principal é a descontaminação ou remoção de agentes danosos, porém de forma segura para o uso externo sobre a pele. Entretanto, é de se ressalvar que não cabe aqui, em sede de julgamento de segunda instância, conjecturar sobre qual seria a classificação fiscal adequada para o produto, mas tão somente analisar se haveria nos autos elementos suficientes para subsidiar o enquadramento adotado pela fiscalização autuante, o que, conforme exposto acima, não se concretizou. Assim, pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para exonerar integralmente o crédito tributário. (Assinatura Digital) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Fl. 229DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11040.001458/2004-68
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/03/1998, 30/06/1998, 30/09/1998
CSLL. Decadência. Lançamento Por Homologação. Dolo, Fraude, Simulação
Com a edição da Súmula Vinculante no 8 pelo Supremo Tribunal Federal, o artigo 45 da Lei no 8.212/1991 não pode mais ser aplicado pela Administração Pública.
Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial rege-se pelo art. 173, inciso I, do CTN. Inteligência da Súmula CARF nº 72.
Numero da decisão: 9101-002.499
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento parcial.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luís Flávio Neto, Rafael Vidal De Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada em substituição à Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/03/1998, 30/06/1998, 30/09/1998 CSLL. Decadência. Lançamento Por Homologação. Dolo, Fraude, Simulação Com a edição da Súmula Vinculante no 8 pelo Supremo Tribunal Federal, o artigo 45 da Lei no 8.212/1991 não pode mais ser aplicado pela Administração Pública. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial rege-se pelo art. 173, inciso I, do CTN. Inteligência da Súmula CARF nº 72.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em dar-lhe provimento parcial. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luís Flávio Neto, Rafael Vidal De Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada em substituição à Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
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PARTICIPAÇÕES Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/03/1998, 30/06/1998, 30/09/1998 CSLL. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DOLO, FRAUDE, SIMULAÇÃO Com a edição da Súmula Vinculante no 8 pelo Supremo Tribunal Federal, o artigo 45 da Lei no 8.212/1991 não pode mais ser aplicado pela Administração Pública. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial regese pelo art. 173, inciso I, do CTN. Inteligência da Súmula CARF nº 72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em darlhe provimento parcial. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Adriana Gomes Rêgo, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luís Flávio Neto, Rafael Vidal De Araújo, Lívia de Carli Germano (suplente convocada em substituição à Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio) e Demetrius Nichele Macei (suplente convocado). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 00 14 58 /2 00 4- 68 Fl. 1746DF CARF MF Processo nº 11040.001458/200468 Acórdão n.º 9101002.499 CSRFT1 Fl. 1.746 2 Relatório JOSAPAR JOAQUIM OLIVEIRA S.A. PARTICIPAÇÕES recorre a este Colegiado, por meio do Recurso Especial de fls. 1.320 e ss, do volume 8 digitalizado, contra o Acórdão nº 10708.867 (fls. 1.286 e ss do volume 7 digitalizado) que, por unanimidade de votos, deu parcial provimento ao Recurso Voluntário para declarar a decadência do lançamento do IRPJ atinente aos três primeiros trimestres do anocalendário 1998. Transcrevese a ementa do acórdão recorrido: IRPJ/CSLL VARIAÇÃO CAMBIAL DEDUTIBILIDADE A variação cambial é, em princípio, dedutível da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social, desde que verdadeiramente incorrida, ou seja, é preciso, obviamente, que o ingresso de recursos provenientes do exterior tenha como contrapartida conta passiva que represente obrigação real não meramente escritural valorada em moeda estrangeira. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por JOSAPARJOAQUIM OLIVEIRA S.A. PARTICIPAÇÕES ACORDAM os Membros da Sétima Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, REJEITAR as preliminares de nulidade. Quanto ao IRPJ, por unanimidade de votos, ACOLHER a preliminar de decadência dos trimestres do anocalendário de 1998 e REJEITAR a preliminar de decadência quanto ao ano de 1999. Quanto à CSLL, por maioria de votos, REJEITAR a preliminar de decadência. Vencidos os conselheiros Natanael Martins, Hugo Correia Sotero e Selma Fontes Ciminelli. E, no mérito, por unanimidade de votos NEGAR provimento ao recurso de IRPJ e CSLL, nos termos do relatório voto que passam a integrar o presente julgado A Recorrente apontou divergência jurisprudencial em relação aos seguintes temas: (i) decadência do lançamento da CSLL, (ii) inocorrência de simulação na efetivação de contrato de compra e venda de títulos e, (iii) ausência do evidente intuito de para qualificação da penalidade. Foram indicados acórdãos paradigmas para todas as matérias apontadas como divergentes. Pelo Despacho de Exame de Admissibilidade de Recurso Especial de fls. 1.514/1.521, do volume 8 digitalizado, a presidência da então 7ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, deu seguimento ao Recurso Especial apenas em relação ao primeiro tema decadência do lançamento da CSLL por entender que foi a única divergência caracterizada. Em relação às outras matérias, a decisão foi por negar seguimento ao apelo. Cientificada desse despacho, a interessada apresentou agravo (fls. 1.533 e ss do volume 8 digitalizado), pugnando pelo conhecimento e seguimento do Recurso Especial em relação aos demais temas apontados como divergente. Pelo despacho de Reexame de Admissibilidade de Recurso Especial (efls. 1.727/1.734), o Presidente da 1ª Turma da CSRF do CARF rejeitou o pedido da interessada. Fl. 1747DF CARF MF Processo nº 11040.001458/200468 Acórdão n.º 9101002.499 CSRFT1 Fl. 1.747 3 Quanto à questão que permaneceu para reapreciação pela CSRF, e que se refere à decadência do lançamento da CSLL, aduziu a recorrente que referido tributo sujeitase ao lançamento por homologação e, nessas condições, o prazo decadencial encontra disciplina no art. 150, § 4º, do CTN, e não na Lei nº 8.212/91, tomada como norma reguladora da questão pelo colegiado a quo. Afirma, ainda, que na hipótese de ser mantida a imputação de simulação, ainda assim o prazo decadencial seria regido pelo CTN, na regra prevista no art. 173, I. Relata que, no anocalendário de 1998, apurou os tributos, que incidem sobre o lucro, por períodos trimestrais e, de acordo com esta opção, os fatos geradores ocorreram em cada um dos trimestres. Assim, o lançamento da CSLL, nos termos do art. 173, I, do CTN, como pior hipótese, poderia ter sido formalizado até 31 de dezembro de 2003. Contudo, os lançamentos foram formalizados em 20 de dezembro de 2004. Observou que o STF já se manifestou a respeito da inconstitucionalidade do prazo decadencial da CSLL previstos nos arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91. Indicou como paradigmas o Acórdão nº CSRF/0105.137, o Acórdão nº CSRF/0104661 e o Acórdão nº CSRF/0105.525, além de citar ementas de outros julgados e colacionou doutrina e jurisprudência do STJ e STF. No despacho de admissibilidade do Recurso Especial restou consignado que o regimento interno do CARF admite somente a indicação de até 2 (dois) acórdãos à guisa de paradigmas. Nessas condições foram analisados, para o tema, os dois primeiros acórdãos indicados, no caso, o Acórdão nº CSRF/0105.137 e o Acórdão nº CSRF/0104.661: CSRF/0105.137 CSLL DECADÊNCIA LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO 1) A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que tem a natureza de tributo, antes do advento da Lei n° 8.383, de 30/12/91, a exemplo do Imposto de Renda, estava sujeita a lançamento por declaração, operandose o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, consoante o disposto no art. 173 do Código Tributário Nacional. A contagem do prazo de caducidade seria antecipado para o dia seguinte à data da notificação de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento ou da entrega da declaração de rendimentos (CTN, art. 173 e seu par. ún., c/c o art. 711 e §§ do RIR/80. A partir do anocalendário de 1992, exercício de 1993, por força das inovações da referida lei, o contribuinte passou a ter a obrigação de pagar o imposto e a contribuição, independentemente de qualquer ação da autoridade administrativa, cabendolhe então verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular e, por fim, pagar o montante do tributo devido, se desse procedimento houvesse tributo a ser pago. E isso porque ao cabo dessa apuração o resultado poderia ser deficitário, nulo ou superavitário (CTN., art. 150). 2) CSLL As contribuições de seguridade social, dada sua natureza tributária, estão sujeitas ao prazo decadencial estabelecido no Código Tributário Nacional, lei complementar competente para, nos termos do artigo 146, III, "b", da Constituição Federal, dispor Fl. 1748DF CARF MF Processo nº 11040.001458/200468 Acórdão n.º 9101002.499 CSRFT1 Fl. 1.748 4 sobre a decadência tributária. 3) Tendo sido o lançamento de ofício efetuado, em 05/04/2001, após a fluência do prazo de cinco anos contados da data do fato gerador referente ao ano calendário de 1995, ocorrido em 31/12/1995, operouse a caducidade do direito de a Fazenda Nacional lançar a contribuição. Recurso negado CSRF/0104.661 Decadência CSLL A referida contribuição, por sua natureza tributária, fica sujeita ao prazo decadência de 5 anos. Ao final, pede pela desconstituição do crédito tributário lançado. Na seqüência, a PFN apresenta Contrarrazões (fls. 1.524 e ss do volume 8 digitalizado). Nas razões recursais aduz, resumidamente, que: (i) foi constatada a prática de dolo, fraude e simulação, situações em que deve ser aplicado o prazo decadencial previsto no art. 173, do CTN; (ii) o fundamento da autuação não considerou, exclusivamente, o art. 45, da Lei nº 8.212/91. Ao final, requer que seja negado provimento à insurgência, mantendose, in totum, o acórdão proferido pela Câmara a quo. É o relatório. Voto Conselheira Adriana Gomes Rêgo Relatora O Recurso é tempestivo, já que a recorrente teve ciência do Acórdão nº 107 08.867, em 30/08/2007, conforme Aviso de Recebimento AR às fls. 1.319, e ingressou com a peça de defesa em 12/09/2007, conforme carimbo constante às fls. 1320, portanto dentro do prazo regimental de 15 (quinze) dias estabelecido pelo Regimento Interno do CARF. A questão do prazo decadencial da CSLL foi dirimida e pacificada pelo Supremo Tribunal Federal, com a publicação da Súmula Vinculante nº 8: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto Lei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Sendo assim, não há mais que se falar em 10 (dez) anos para contagem do prazo decadencial para lançamento da CSLL, pela suspensão da eficácia normativa do art. 45 da Lei n° 8.212/91, aplicandose, ao referido tributo, as disposições do Código Tributário Nacional. Aliás, o Pleno da CSRF, julgou o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, em face do Acórdão CSRF/0105.137, indicado pela recorrente como paradigma, confirmando o entendimento proferido neste último, como demonstra a ementa seguinte: CSRF/0000.074 Fl. 1749DF CARF MF Processo nº 11040.001458/200468 Acórdão n.º 9101002.499 CSRFT1 Fl. 1.749 5 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE LUCRO LÍQUIDO. DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE N° 8 STF. O prazo para a constituição do credito tributário findase com o decurso de prazo de 5 anos constados da data do fato gerador da contribuição em causa, nos termos do artigo 150, § 4°, do CTN. Recurso extraordinário conhecido e, no mérito, negado. Solucionada essa questão, resta saber se, no presente caso, se operou a decadência em relação à CSLL lançada. Observo que não está em discussão se houve, ou não, a prática de conduta dolosa, por parte do sujeito passivo. Tal questão já fora solucionada pelo Colegiado a quo, que entendeu comprovada a prática de simulação em contratos de mútuo firmados com sua coligada localizada nas Ilhas Cayman, que geraram as despesas com variações cambiais glosadas. Nessas condições, o litígio é solucionado pela aplicação da Súmula CARF nº 72, que dispõe: Súmula CARF nº 72: Caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial regese pelo art. 173, inciso I, do CTN. Para não deixar de mencionar o dispositivo, transcrevoo: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; [...] Notese que o próprio Colegiado a quo pronunciouse nesse sentido, quando analisou o prazo decadencial para lançamento do IRPJ. A regra só não foi aplicada à CSLL porque, à época, vigoravam as disposições da Lei nº 8.212/91, que no art. 45, posteriormente declarado inconstitucional pelo STF, determinava que o prazo decadencial para lançamento da CSLL era de 10 (dez) anos. No tocante à contagem do prazo decadencial, nas situações em que se aplica o art. 173 do CTN, I, do CTN, o "primeiro dia do exercício seguinte" deve ser entendido como o primeiro dia do anocalendário seguinte ao de ocorrência do fato gerador. Assim, tratandose de apuração trimestral, para os fatos geradores ocorridos ao final de cada trimestre, a contagem do prazo decadencial tem início em 1º de janeiro do ano calendário seguinte àquele formado pelos trimestres de apuração. Sendo a apuração do imposto de renda anual, o fato gerador se dá em 31 de dezembro, logo o início do prazo decadencial também se dará em 1° de janeiro do anocalendário seguinte. No caso, para os três primeiros trimestres de 1998, como o lançamento poderia ter sido efetuado no próprio anocalendário 1998, então o prazo decadencial passou a correr de 1º de janeiro de 1999, exaurindose 31/12/2003. Fl. 1750DF CARF MF Processo nº 11040.001458/200468 Acórdão n.º 9101002.499 CSRFT1 Fl. 1.750 6 Para o último trimestre de 1998, o lançamento somente poderia ter sido efetuado em 1999, iniciandose a contagem do prazo decadencial no primeiro dia do exercício seguinte 1º/01/2000, encerrandose em 31/12/2004. No anocalendário 1999 a pessoa jurídica optou pela apuração anual. Assim, o lançamento somente poderia ter ocorrido no anocalendário 2000, sendo, o primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado, o dia 1º/01/2001. Assim, neste caso, o prazo extinguiuse em 31/12/2005. Como o lançamento da CSLL foi formalizado em 20/12/2004, temse decaídos os fatos geradores ocorridos em 31/03/1998, 30/06/1998 e 30/09/1998. Os demais períodos mantémse incólumes. Ante todo o exposto, voto no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao Recurso Especial da Contribuinte, declarando a decadência dos lançamentos de CSLL em relação aos fatos geradores ocorridos em 31/03/1998, 30/06/1998 e 30/09/1998, e mantenho a decisão do colegiado a quo nas demais questões. É como voto. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Fl. 1751DF CARF MF
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