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Numero do processo: 13888.721682/2014-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.518
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RECOF. SUSPENSÃO DO PIS/COFINS. Recorrente WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). RELATÓRIO Por bem descrever os fatos do presente processo, reproduzo fragmentos do relatório da DRJ: Tratase de Pedido de Restituição de suposto pagamento indevido ou a maior formalizado em papel. Na apreciação do Pedido de Restituição, por meio do Despacho Decisório (...), a autoridade fiscal disse que, na inicial, a contribuinte destacou que um de seus principais clientes é a empresa Caterpillar Brasil Ltda, a qual, consoante Ato Declaratório Executivo ADE SRF nº 8, de 18/03/2004, é pessoa jurídica homologada no RECOF –Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .7 21 68 2/ 20 14 -1 3 Fl. 429DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 3 2 Explicou que, a Caterpillar, por ser homologada no RECOF, seu cliente usufrui, além da não incidência do IPI e ICMS, da suspensão do PIS e COFINS e ainda, informou que a peticionante, como fornecedor da Caterpillar, não aplicou a suspensão prevista em relação ao PIS e COFINS, apurando tais tributos a maior e os extinguindo por meio de compensação (Declaração de Compensação – DCOMP) com saldo de crédito proveniente de ressarcimento de IPI. O Auditorfiscal observou que no presente processo a interessada não pagou ou recolheu qualquer débito por meio de DARF ou GPS, mas, sim, realizou a declaração de compensação de débito de COFINS com crédito de ressarcimento de IPI, por meio de apresentação de DCOMP com crédito de ressarcimento de IPI e ainda: Embora tanto o pagamento como a compensação sejam modalidades de extinção do crédito tributário – conforme incisos I e II, do artigo 156 do CTN –, tais modalidades possuem institutos jurídicos distintos, não sendo possível a aplicação de um em outro. Tanto é assim que a compensação tem seu regramento fundamentado nos artigos 170 e 170A, os quais estão disciplinados, na esfera federal, no artigo 74 da Lei 9.430/96. Quanto ao pagamento, o regramento está disciplinado nos artigos 157 a 164 do CTN, e a restituição de eventual pagamento indevido encontrase nos artigos 165 a 169 do aludido diploma legal. A autoridade administrativa explicou que o crédito utilizado na compensação de débitos não se originou de pagamento indevido ou a maior, mas, sim, de ressarcimento de IPI e que ressarcimento não é sinônimo de restituição, uma vez que o ressarcimento tem natureza de beneficio fiscal, o qual decorre de política estatal, não havendo um prévio pagamento indevido ou a maior. Já a restituição pressupõe a existência de um prévio pagamento indevido, que foi, de fato, recolhido pelo contribuinte e completou: Portanto, além de a pretensão do contribuinte não se tratar de restituição de pagamento indevido ou a maior, tampouco a DCOMP, declarada pelo contribuinte, estava amparada em crédito de pagamento indevido ou a maior. Observou, também, que embora a contribuinte tenha solicitado a restituição do crédito (ressarcimento) informado sem amparo legal, não caberia atualização por falta de previsão legal. Situação diferente de quando o crédito é originado de pagamento indevido ou a maior, hipótese em que há previsão legal de atualização. O Auditorfiscal entendeu que outro óbice ao pedido seria o pedido ter sido protocolizado após a homologação da DComp pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, fato jurídico que não permitiria a retificação da DComp e a consequente redução do valor do débito, isto porque, a compensação declarada só poderá ser retificada na hipótese de a mesma se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador. (...) Cientificada do Despacho Decisório, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade (...), tecendo seus argumentos conforme segue: Inicialmente informa que a RKM Equipamentos Hidráulicos S/A passou a se denominar WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A. Após narrar os fatos contidos no processo, faz a abertura de sua argumentação em fase preliminar: Fl. 430DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 4 3 Da possibilidade de deferimento do pedido de restituição no formato realizado 1) Quitação dos tributos por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI – crédito oriundo do princípio da nãocumulatividade que pressupõe o pagamento antecipado pelo contribuinte 2) Artigo 165 do CTN que não contempla a restrição proposta – 3) Prevalência do direito material sobre o rigor formal – 4) Violação dos princípios que regem a Administração Pública (artigo 2º e seguintes da Lei nº 9.784/99) Explica que a negativa preliminar proposta pela autoridade fiscal se pauta no sentido da impossibilidade de deferimento do pedido de restituição formulado, uma vez que o indébito sustentado decorreu de uma compensação a maior realizada com crédito de ressarcimento de IPI e não por meio de recolhimento em DARF ou GPS. Para basear sua tese, sustenta que a IN RFB nº 1300/2012 apenas permite a restituição de valores pagos pelos contribuintes por meio de DARF ou GPS. Ainda, que a liquidação por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI não permitiria aludido pleito, uma vez que o ressarcimento teria natureza de benefício fiscal decorrente de política estatal, enquanto que a restituição pressupõe um prévio pagamento indevido, seu cliente (Caterpillar) está habilitado no regime do RECOF, ele, como fornecedor, deveria ter efetuado a venda com suspensão do PIS e COFINS. (...). Entende que os créditos originados dos pedidos de ressarcimento de IPI não decorrem de benefício fiscal, mas sim do estrito atendimento ao princípio da nãocumulatividade previsto na Constituição Federal, que visa evitar o efeito cascata da incidência tributária e não possui qualquer caráter de benesse estatal. Argúi que o caso em comento não guarda qualquer relação com o processo de ressarcimento de IPI, mas com pedido de restituição da COFINS que foi quitada por meio de PER/DCOMP com origem no ressarcimento de IPI. Sob essa premissa, o que foi pugnado junto à União Federal é a devolução de valor efetivamente quitado da COFINS, cujo montante restou reduzido após a recomposição de sua base de cálculo. Discorda do contido no Despacho Decisório, pois o Código Tributário Nacional não impõe qualquer restrição e/ou formato de quitação do tributo objeto do indébito: E nem se alegue que a limitação ao pleito se baseia exclusivamente no disposto pela IN RFB nº 1300/2012. Isto porque, é insuscetível a aplicação isolada de ato administrativo em desacordo com o contido no Código Tributário Nacional. Extraise do texto da lei, que de forma ampla estabeleceu regra geral quanto à possibilidade de restituição, não destacando nenhuma hipótese de exceção e/ou restrição, concernente ao formato de pagamento. Esposa o entendimento de que se o Código Tributário Nacional não pretendeu restringir os direitos dos contribuintes no exercício do direito de restituição dos valores indevidamente recolhidos aos cofres públicos, não poderia a Receita Federal, por meio de interpretação isolada em Instrução Normativa, sob o pretexto de regulamentação, impor limites à previsão legal e: O objetivo da lei sempre foi fornecer aos contribuintes mecanismos de reaver os valores indevidamente cobrados pela administração pública ou objeto de equívoco por parte dos sujeitos passivos. Fl. 431DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 5 4 Importante salientar, que na hipótese em comento, conforme já consignado no pleito de restituição, a única forma da Manifestante reaver o que lhe é de direito consistia no deferimento do pedido de restituição, sob pena de esvaziamento do direito legalmente assegurado. Isto porque, uma vez homologada a compensação que liquidou o débito a maior da COFINS, insuscetível de qualquer retificação/cancelamento, sendo de rigor o único formato adotado pela Manifestante, que, inclusive, se baseou em orientação verbal da própria Receita Federal em atendimento no plantão fiscal. Cita a os princípios constitucionais (artigo 37, da CF) que regem a relação entre fisco e contribuintes e a Lei nº 9.784/99, afirmando que tais comandos devem ser seguidos, pois são os pilares do ordenamento jurídico. Entende que em nenhum momento o texto da lei estabelece que somente será passível de restituição os valores pagos em DARF ou GPS, tal como fez crer a autoridade fiscal em seus fundamentos e também: Na hipótese tratada, a violação ao princípio da legalidade potencializase na medida em que o pedido de restituição era a única forma da Manifestante buscar seu direito em face da União Federal, uma vez não previsto na legislação qualquer outro formato para as circunstâncias narradas. Entende cabíveis os princípios da proporcionalidade, razoabilidade, oficialidade e da verdade material e que não podem ser mitigados pelo formalismo: Para que o formalismo não se torne um instrumento que restringe a observância da forma e distancia a verdade material, deve a administração alcançar a função social do processo para que haja a prevalência da justiça sobre a forma, uma vez que está submissa ao princípio da legalidade, sendolhe imposto, inclusive, para o alcance da norma, o poderdever de revisão de ofício seus próprios atos. Em outras palavras, não deve o formalismo se sobrepor à matéria e à verdade dos fatos e a autoridade tem o dever de buscar a verdade material, não devendo se satisfazer com as informações trazidas pelas partes. Cita doutrina e jurisprudência que entende aplicáveis ao caso e conclui: Diante dos argumentos traçados, com amparo na melhor doutrina e jurisprudência pátrias, inconteste a possibilidade da administração pública analisar os pleitos dos contribuintes evitandose o formalismo excessivo e considerando a boafé das relações, tudo em busca ao alcance da verdade material e respeito aos preceitos estampados no artigo 37, da Constituição Federal e artigo 2º, da Lei nº 9.784/99. Após ou argumentos preliminares, a interessada continua sua defesa com o título "Do direito": Do efetivo amparo legal para suspensão de PIS e COFINS objeto de venda realizada à empresa habilitada no RECOF – Inexistência de obrigatoriedade de cohabilitação para fornecimento – Benefícios legais destinados à compradora que produzem efeitos automáticos – Direito material que pode ser aferido com base nos elementos probatórios ainda que existente erro formal no preenchimento das Notas Fiscais. Inicialmente a interessada explica que no exercício de suas atividades dentro dos períodos de 2007 a 2011, a Manifestante realizou diversas vendas em favor da Caterpillar Brasil Ltda, inscrita no CNPJ sob nº. 61.064.911/000177, que, por sua vez, consoante Ato Declaratório Executivo SRF nº 8, de 18 de março de Fl. 432DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 6 5 2004 e Ato Declaratório Executivo SRF nº 53, de 24 de julho de 2006 é homologada no RECOF (Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado) (doc. anexo aos autos) instituído através do Decreto n° 2.412 de 3 de Dezembro de 1997. Expõe sua compreensão do funcionamento do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (RECOF), o qual permite à empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à exportação ou mercado interno. É também permitido que Parte da mercadoria admitida no regime, no estado em que foi importada ou depois de submetida a processo de industrialização, seja despachada para consumo. A mercadoria, no estado em que foi importada, poderá também ser exportada, reexportada ou destruída. Desta feita, informa os benefícios: Na época dos fatos em exame, o RECOF era regulamentado pela Instrução Normativa SRF 757/2007, que, além de estabelecer todos os requisitos impostos às empresas habilitadas, dentre vários benefícios oferecidos pelo regime é de que a empresa homologada goza da permissão de importar todos os insumos com suspensão de II, IPI e PIS/COFINS, bem como efetuar compras nacionais com a suspensão do IPI e PIS/COFINS, conforme estabelecido em seu artigo 28. Diante dos benefícios contidos nas normas citadas, a interessada defende que em que pese ter fornecido para empresa homologada no RECOF – Caterpillar do Brasil Ltda, não excluiu de sua base de cálculo tributável a suspensão de PIS e COFINS previstas na legislação, mas sim, equivocadamente, apurou e recolheu A MAIOR os citados tributos. Em outras palavras, ao constituir sua base de cálculo de PIS e do COFINS não desconsiderou as vendas para a Caterpillar Brasil Ltda, portanto, a empresa recolheu mais do que deveria. É certo, que os valores das vendas com suspensão de PIS e COFINS não podem contemplar a base de cálculo para fins de tributação dessas contribuições, sob pena de esvaziamento da benesse legal/normativa do RECOF. A interessada cita a SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 28 de 26 de Setembro de 2007 ASSUNTO: Regimes Aduaneiros EMENTA: Regime Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado Recof. Somente as mercadorias de origem nacional remetidas às empresas autorizadas a operar o regime Recof poderão sair do estabelecimento do fornecedor nacional com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A venda de mercadorias de origem nacional à empresas que estão no regime Recof, com suspensão do IPI e das Contribuição para o PIS/Pasep e da cofins, não geram direito à manutenção dos créditos. E conclui que diante do equívoco no cômputo na base de cálculo das contribuições das vendas a Caterpillar com suspensão de PIS e COFINS, a Manifestante reconstituiu sua escrita suprimindo essas operações da base tributável, o que motivou a redução dos valores devidos na competência objeto dos presentes autos. Informa que retificou a Dacon e a DCTF do período e ainda que: Fl. 433DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 7 6 Por outro lado, a fim de complementar as informações e documentos anexados aos autos, que por si só comprovariam o direito sustentado, a Manifestante apresenta “Laudo Técnico Contábil”, assinado por profissional devidamente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade – CRC/SP, contratado para fins de corroborar as questões trazidas à julgamento, que, além das informações constantes do seu corpo, contempla documentação anexa que permite essa conclusão, com o fito de exaustivamente comprovar a origem e procedência do direito creditório. Entende que os fornecedores de mercadorias às empresas habilitadas no RECOF não necessitam de cohabilitação no regime, uma vez que nessa hipótese os únicos beneficiados da operação são as adquirentes dos bens: A cohabilitação prevista pelos artigos 8º e seguintes, da IN RFB nº 757/2007, além de facultativa, permite aos fornecedores industriais das empresas habilitadas se beneficiarem conjuntamente dos benefícios do regime do RECOF, com a aquisição/importação de partes, peças e componentes necessários à produção dos bens que industrializar também com suspensão tributária prevista na legislação. (...) A interpretação contida no despacho decisório impugnado é deveras equivocada, uma vez ausente a imposição de cohabilitação em toda a legislação do RECOF para os casos de simples fornecimento às empresas habilitadas. Até porque, caso a legislação exigisse a cohabilitação de todos os fornecedores das empresas habilitadas, o RECOF não sairia do papel, uma vez que dificilmente as empresas de porte inferior que fornecem os bens contemplariam todos os requisitos impostos pelos artigos 4º e 5º, da IN RFB 757/2007. Argumenta que a falta de registro nas notas fiscais de saída dos produtos com suspensão das referidas contribuições, seria somente formalidade, confirase: Por sua vez, é sabido que também existe a exigência do artigo 28, do mesmo texto normativo, que indica as informações a serem imprimidas nas Notas Fiscais de saída dos fornecedores (“Saída com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, para estabelecimento habilitado ao Recof ADE SRRF nº xxx, de xx/xx/xxxx"), as quais de fato não compuseram as notas emitidas pela Manifestante. Porém, consoante já sustentado nesta peça, a formalidade de informação em Nota Fiscal não pode se sobrepor ao direito material decorrente do RECOF, haja vista inequívoca comprovação de que a destinação das mercadorias objeto de análise foram à empresa devidamente habilitada no regime (Caterpillar), a qual é a efetiva destinatária da norma e não pode ser prejudicada por eventual lapso de informação na Nota Fiscal de compra. É certo, portanto, que eventual equívoco formal não deve prevalecer sobre a verdade material consubstanciada nos demais meios probatórios existentes no processo administrativo fiscal, sobretudo quando não há prejuízo a fazenda nacional. Cita jurisprudência administrativa na qual consta que demonstrados nos autos os erros nos procedimentos adotados pelo contribuinte, há que ser reapreciado o pleito desconsiderandose tais equívocos, haja vista inexistir prejuízo à fazenda nacional e conclui: Fl. 434DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 8 7 Nesse sentido, em que pese as Notas Fiscais emitidas à Caterpillar não terem feito menção à saída com suspensão de PIS e COFINS, restando comprovada a destinação das mercadorias no formato da legislação à empresa habilitada no RECOF, é de rigor seja admitido o lançamento da suspensão prevista na legislação, que, conforme parágrafo único, do artigo 27, da IN RFB 757/2007 se consuma automaticamente. Por fim, solicita: Preliminarmente: 1) Considerando todas as premissas adotadas, com convicção acerca da possibilidade de análise material do direito de restituição pleiteado pela Manifestante, ainda que sob outra roupagem ou mesmo sobre o formato de revisão da compensação que liquidou a maior o valor objeto do pedido, em como a busca pela verdade material e formalismo moderado, é de rigor seja admitida a aferição material do pleito realizado. No mérito: 1) Diante da inexistência de obrigatoriedade da Manifestante se cohabilitar no regime do RECOF para fornecimento à empresa habilitada, sem prejuízo da insofismável viabilidade de mitigação de erro formal no preenchimento das Notas Fiscais de saída, prestigiandose a verdade material, necessário se faz o reconhecimento do direito creditório sustentado, com o consequente deferimento da restituição pleiteada. Seguindo a marcha processual normal, irresignado com r. decisão proferida pela DRJ/Ribeirão Preto, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário repisando os argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade, requerendo total reforma do julgado. VOTO Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3201001.492, de 24/10/2018, proferida no processo 13888.721005/201497, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3201001.492): "O Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. No caso em tela reclama o Contribuinte que efetuava venda de produtos para empresa Caterpillar Brasil, qual era detentora do RECOF. Que a Caterpillar como adquirente de produtos da Contribuinte, a saída dos produtos teria isenção tributária. Em caso idêntico, o assunto foi enfrentado por esse CARF no acórdão no. 3401001.275, com o seguinte fundamento: Fl. 435DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 9 8 "(...) observo que o fundamento inicial da não homologação da compensação realizada se lastreou em uma suposta utilização do direito creditório para “quitação” de outros tributos, de forma tal que não haveria saldo disponível para a compensação realizada. Na linha adotada pela decisão de primeira instância, o acolhimento da manifestação de inconformidade, em situações como estas, exigiria a demonstração cabal dos argumentos deduzidos, através de documentação hábil suficiente a amparálos. Todavia, entendo draconiano impor ao sujeito passivo a intuição de qual acervo probatório deveria dispor para atender suficientemente as expectativas do julgador administrativo. É inconteste que, tratandose de restituição de tributos, é do contribuinte o encargo de provar o direito vindicado, ex vi do art. 36 da Lei nº 9.784/99 e art. 373, I, do novo Código de Processo Civil, de tal sorte que deveria haver uma prova mínima das razões aventadas, não sendo suficiente a tal desiderato a mera juntada de declarações retificadoras, pois, como adrede exposto, não amparam direito à restituição de tributo pago indevidamente. No caso vertente, entretanto, constam dos elementos coligidos aos autos, ainda na manifestação de inconformidade, cópias das notas fiscais de venda à CATERPILLAR, empresa beneficiária do RECOF e, por conseqüência, com benefício da suspensão do PIS/Pasep e Cofins em suas aquisições no mercado interno, com discriminação dos documentos e a pretensa demonstração que essas faturas compuseram a base de cálculo daquelas exações. Como pontuado alhures, não é possível exigir que o sujeito passivo traga, de imediato, toda a documentação, que reputa o julgador necessária à demonstração do indébito, em um extremado exercício de predição. Nessa toada, à luz dos termos do despacho decisório eletrônico, parecialhe suficiente a justificativa da retificação, a demonstração dos cálculos e as notas fiscais respectivas, agregandose, após decisão de primeiro grau administrativo, o extrato do livro Registro de Saídas. Poderseia indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental complementar, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, como fez a decisão recorrida, contudo, não se pode olvidar que o despacho decisório contestado é fruto de verificações automáticas de sistema, realizadas a partir de declarações prestadas pelo contribuinte, sem qualquer participação das autoridades administrativas, que sequer assinam o despacho decisório, pois validado por meio de chancela eletrônica. Não se deseja, aqui, ser refratário à modernidade ou às inovações tecnológicas, porém, não se pode perder de vista os princípios norteadores do processo administrativo fiscal, valendo registrar que esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem orientado sua jurisprudência no sentido que, em situações como a deste processo, onde há um robusto princípio de prova, formado não apenas por declarações ou debates eminentemente retóricos, deve o julgamento ser convertido em diligência para análise da procedência do direito postulado. (...) Com isso, adoto nos exatos termos como fundamento os argumentos exteriorizado pelo Conselheiro Robson José Bayerl, para converter o feito em diligência para a unidade preparadora realize: Fl. 436DF CARF MF Processo nº 13888.721682/201413 Resolução nº 3201001.518 S3C2T1 Fl. 10 9 Aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Após, vista ao contribuinte se manifestar pelo prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos a este Conselho." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem realize: a) aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, d) elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas; e) após, vista ao contribuinte para se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. Cumprida a diligência, os autos devem retornar a este Conselho para julgamento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 437DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13811.002356/2003-36
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1003-000.025
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para saber se a Recorrente estava ou não enquadrada no Simples no ano-calendário 1999.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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Numero do processo: 19740.000103/2008-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 09 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1998 a 28/02/2000, 01/04/2000 a 31/08/2007
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIDO.
Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Recurso de Ofício interposto da decisão da DRJ (fls. 342) não atingiu o limite legal. Recurso de Ofício não conhecido.
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. SÚMULA CARF nº 99.
Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, mesmo que parcial, do tributo na competência do fato gerador a que se referir a autuação. Havendo evidência de recolhimento antecipado por depósito judicial em demanda que trata a exigibilidade do tributo, deve ser aplicada, para fins de reconhecimento de eventual decadência, o disposto no citado art. 150, § 4°, do CTN.
DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO. IMPOSSIBILIDADE DE SE EXIGIR MULTA E JUROS DE MORA
Havendo decisão judicial que suspende a exigibilidade do crédito tributário, só poderão ser objeto do lançamento, visando a prevenir a decadência, os acréscimos legais que não tiverem um caráter punitivo/sancionatório, já que o contribuinte não pode ser prejudicado por estar cumprindo uma decisão judicial que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário, ainda mais se realizou o pagamento, por depósito judicial, antes do vencimento. Portanto, com base no artigo 63 da Lei 9.430/96, no lançamento preventivo, não cabe a multa de ofício, assim como, não há razão para o lançamento dos juros de mora, uma vez que não houve mora passível de gerar acréscimos moratórios em função da suspensão da exigibilidade do crédito tributário por depósito do montante
Numero da decisão: 2301-005.552
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício e dar provimento ao recurso voluntário, para reconhecer a decadência do poder-dever de constituir o crédito tributário pela regra do art. 150, § 4º, e cancelar a multa e juros lançados.
.
(assinado digitalmente)
João Bellini Junior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Juliana Marteli Fais Feriato- Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, João Maurício Vital, Antônio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, Reginaldo Paixão Emos e Wesley Rocha.
Nome do relator: JULIANA MARTELI FAIS FERIATO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1998 a 28/02/2000, 01/04/2000 a 31/08/2007 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIDO. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Recurso de Ofício interposto da decisão da DRJ (fls. 342) não atingiu o limite legal. Recurso de Ofício não conhecido. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. SÚMULA CARF nº 99. Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, mesmo que parcial, do tributo na competência do fato gerador a que se referir a autuação. Havendo evidência de recolhimento antecipado por depósito judicial em demanda que trata a exigibilidade do tributo, deve ser aplicada, para fins de reconhecimento de eventual decadência, o disposto no citado art. 150, § 4°, do CTN. DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO. IMPOSSIBILIDADE DE SE EXIGIR MULTA E JUROS DE MORA Havendo decisão judicial que suspende a exigibilidade do crédito tributário, só poderão ser objeto do lançamento, visando a prevenir a decadência, os acréscimos legais que não tiverem um caráter punitivo/sancionatório, já que o contribuinte não pode ser prejudicado por estar cumprindo uma decisão judicial que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário, ainda mais se realizou o pagamento, por depósito judicial, antes do vencimento. Portanto, com base no artigo 63 da Lei 9.430/96, no lançamento preventivo, não cabe a multa de ofício, assim como, não há razão para o lançamento dos juros de mora, uma vez que não houve mora passível de gerar acréscimos moratórios em função da suspensão da exigibilidade do crédito tributário por depósito do montante
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NÃO CONHECIDO. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Recurso de Ofício interposto da decisão da DRJ (fls. 342) não atingiu o limite legal. Recurso de Ofício não conhecido. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. SÚMULA CARF nº 99. Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, mesmo que parcial, do tributo na competência do fato gerador a que se referir a autuação. Havendo evidência de recolhimento antecipado por depósito judicial em demanda que trata a exigibilidade do tributo, deve ser aplicada, para fins de reconhecimento de eventual decadência, o disposto no citado art. 150, § 4°, do CTN. DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO. IMPOSSIBILIDADE DE SE EXIGIR MULTA E JUROS DE MORA Havendo decisão judicial que suspende a exigibilidade do crédito tributário, só poderão ser objeto do lançamento, visando a prevenir a decadência, os acréscimos legais que não tiverem um caráter punitivo/sancionatório, já que o contribuinte não pode ser prejudicado por estar cumprindo uma decisão judicial que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário, ainda mais se realizou o pagamento, por depósito judicial, antes do vencimento. Portanto, com base no artigo 63 da Lei 9.430/96, no lançamento preventivo, não cabe a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 74 0. 00 01 03 /2 00 8- 08 Fl. 329DF CARF MF 2 multa de ofício, assim como, não há razão para o lançamento dos juros de mora, uma vez que não houve mora passível de gerar acréscimos moratórios em função da suspensão da exigibilidade do crédito tributário por depósito do montante Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício e dar provimento ao recurso voluntário, para reconhecer a decadência do poderdever de constituir o crédito tributário pela regra do art. 150, § 4º, e cancelar a multa e juros lançados. . (assinado digitalmente) João Bellini Junior Presidente. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, João Maurício Vital, Antônio Sávio Nastureles, Alexandre Evaristo Pinto, Reginaldo Paixão Emos e Wesley Rocha. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 278 e ss.) interposto em face da decisão da DRJ (fls. 264) proferida pela 10ª Turma da DRJ/RJOI, Acórdão 1219.959 de 10/07/2008, que indeferiu em parte a Impugnação e determinou a procedência em parte do lançamento, cuja Ementa: Assumo: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/1998 a 31/08/2007 CRÉDITO COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL AÇÃO JUDICIAL EM CURSO. DECADÊNCIA PARCIAL. ACRÉSCIMOS LEGAIS. I A propositura, pelo sujeito passivo, de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo importa em renúncia ao contencioso administrativo. Ocorre, todavia, a instauração do contencioso somente em relação à matéria distinta daquela discutida judicialmente. Fl. 330DF CARF MF Processo nº 19740.000103/200808 Acórdão n.º 2301005.552 S2C3T1 Fl. 317 3 II A suspensão da exigibilidade do crédito tributário não é óbice ao lançamento, uma vez que a formalização do crédito não implica, necessariamente, na sua exigência imediata. III o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 5 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ser constituído. IV Tratandose de lançamento destinado resguardar o crédito dos efeitos da decadência, justificase acautelar tanto a importância principal quanto os seus consectários legais, visto que indisponível o interesse público subjacente controvérsia. Lançamento procedente em parte Crédito Tributário Mantido Conforme consta da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito de fls.2 e ss. (DEBCAD n. 37.061.1788), a Contribuinte foi condenada ao pagamento de crédito tributário na importância correspondente a R$ 21.932.805,31, sendo R$13.629.709,36 de imposto a recolher, R$6.258.639,53 de juros e R$2.044.456,42 de multa, referente a omissões de recolhimento de Contribuição Social proveniente de depósito judicial à autônomos, apurado de 01/02/1998 a 31/08/2007. Segundo o relatório fiscal de fls. 55 e ss., a notificada ingressou com duas demandas judiciais, a primeira para que fosse declarada a inexigibilidade de contribuição à seguridade social dos pagamentos efetuados a corretores autônomos, quando a Contribuinte ainda era denominada Companhia União de Seguros Gerais e a outra, um mandado de segurança. A primeira demanda, autos n° 1996.00095159, tramitou perante a 7ª Vara Federal, da Seção Judiciária do Distrito Federal. Embora negada a antecipação da tutela, foi deferido o depósito judicial integral do montante discutido. O processo foi julgado improcedente, assim como negado provimento ao Recurso de Apelação, Recurso Especial e Recurso Extraordinário, estando o processo em cumprimento de sentença. Além desta demanda, a Companhia União de Seguros Gerais também propôs ação semelhante, autos n. 2000.71.00.0099859, que tramitou perante a 8ª Vara Federal de Porto Alegre/RS, sendo julgado improcedente, negado provimento ao recurso de apelação e ao recurso especial. O Recurso Extraordinário foi julgado recentemente, aguardandose o transcurso do prazo. Em 28/09/2001 (fl. 61 a 67), a empresa NOVO HAMBURGO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS foi incorporada à COMPANHIA UNIÃO DE SEGUROS GERAIS, quando houve a alteração da denominação social para UNIÃO NOVO HAMBURGO SEGUROS S/A. Posteriormente, houve nova mudança da denominação social, novamente, que passou a reger pela atual denominação, Bradesco Auto/Re Companhia de Seguros. Antes da incorporação de 28/09/2001, a empresa NOVO HAMBURGO COMPANHIA DE SEGUROS GERAIS também ingressou com ação semelhante processo n° 2000.71.08.0028905, com pedidos similares ao da COMPANHIA UNIÃO DE SEGUROS Fl. 331DF CARF MF 4 GERAIS, não obtendo êxito, sendo realizado depósito judicial da quantia devida de contribuições sociais mensalmente. Destacase que, a partir de 10/2001, com a incorporação, os depósitos judiciais desta demanda começaram a ser efetuados nos autos 2000.71.00.0099859. Já os depósitos anteriores à incorporação, os do período de 04/2000 a 09/2001, foram apropriados ao processo n° 2000.71.08.0028905. Portanto foi efetuado lançamento na presente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito com o intuito de prevenir a decadência, referente às contribuições sobre as remunerações de corretores autônomos, para as quais houve depósito judicial, autorizado nos autos dos processos 96.00095159 e 2000.71.00.0099859. Nas fls. 57/59 a Autoridade Fiscal aponta em uma planilha simplificada a competência e os valores dos Depósitos Judiciais Autônomos efetuados em ambos os processos, lançando o valor final de R$ 21.932.805,31 como débito da infração. Nas fls. 68/152 constam os comprovantes de depósitos judiciais efetuados em ambos os processos. Na Impugnação juntada nas fls. 156/168, a Contribuinte alega decadência do período de fevereiro de 1998 a fevereiro de 2000 e de abril de 2000 a novembro de 2002, por se tratar de contribuição previdenciária de tributo sujeito a lançamento por homologação, nos termos do artigo 150, § 4°, do CTN; e requer a exclusão da multa e dos juros impostos, diante da suspensão da exigibilidade do crédito, nos termos do artigo 63 da Lei n° 9.430/1996. Nos termos da decisão da DRJ, fls. 264/273, a Autoridade Fiscal entendeu pela procedência parcial da impugnação, na seguinte razão: A) A existência de ação judicial não impede o desenvolvimento regular da sequência lógica de atos que perfazem o contencioso fiscal, sendo que a renúncia total ao contencioso só ocorrerá quando a ação judicial tiver por objeto “idêntico pedido” sobre o qual versa o processo administrativo (art. 126, § 3° da Lei 8.213/1991), sendo que se na impugnação também for deduzida matéria distinta da discutida em juízo, o sujeito passivo terá direito ao contencioso administrativo para que seja apreciada a matéria diferenciada, como ocorre no presente processo; B) Com relação à decadência suscitada, não cabe a aplicação do artigo 150, § 4°, do CTN, citado pelo contribuinte em sua defesa, que diz respeito ao prazo de cinco anos ofertado à Fazenda Pública para homologar o lançamento no qual o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento do tributo, quando a lei não determinar prazo diverso, sendo que, no presente caso, têm se um lançamento de oficio, previsto no artigo 149, inciso V do CTN, lavrado em vista da omissão ou inexatidão por parte do contribuinte no exercício da atividade, sendo que os lançamentos de oficio, arrolados no artigo 149 do CTN, sujeitamse ao prazo decadencial estipulado no artigo 173, inciso I do CTN. Tendo em vista que o lançamento ocorreu em 18/12/2007, contribuições lançadas no período de 02/1998 até 11/2001, ocorreu a decadência do direito de a Fazenda Pública efetuar o lançamento, sendo estas, portanto excluídas do levantamento, já as contribuições previdenciárias relativas às competências de 12/2001 a 08/2007, permanece válido o lançamento. Fl. 332DF CARF MF Processo nº 19740.000103/200808 Acórdão n.º 2301005.552 S2C3T1 Fl. 318 5 C) Com relação aos juros, improcede a alegação de que não há incidência de juros em virtude da suspensão da exigibilidade do crédito por decisão judicial, eis que a decisão eventualmente deferida no curso do processo é passível de reforma, sendo que a única forma de ser afastada a incidência dos juros seria o contribuinte efetuar, concomitantemente à ação judicial, o depósito integral do montante discutido; D) Com relação à multa, o “caput” do art. 63 da Lei 9.430/96 prevê a dispensa da multa de ofício no lançamento de crédito tributário destinado a prevenir a decadência, que não se aplica às contribuições analisadas no processo, uma vez que essa figura (multa de oficio) é estranha aos lançamentos formalizados através de NFLD. E) Por conta do reconhecimento da decadência parcial, o lançamento ficou retificado conforme demonstrativo DADR DISCRIMINATIVO ANALÍTICO DO DÉBITO RETIFICADO – de fls. 232/244. Nas fls. 278/288, a Contribuinte junta seu Recurso Voluntário alegando: A) Tendo em vista que se trata de contribuição previdenciária de tributo sujeito a lançamento por homologação, deveria ter sido aplicado o §4º do art. 150 do CTN, deve ser reconhecida a decadência do lançamento fiscal do período consistente de dezembro de 2001 a novembro de 2002 B) Indevido o lançamento dos juros de mora e multa moratória em face do reconhecimento do depósito judicial da contribuição previdenciária, na totalidade do imposto exigido; Nas fls. 285, houve a juntada de manifestação por parte do FISCO, na qual requer o reconhecimento de que, de acordo com o disposto no parágrafo único do art. 42 do Decreto n° 70.235/72, estão constituídos definitivamente na esfera administrativa, os créditos previdenciários correspondentes aos períodos de dezembro de 2002 a agosto de 2007, visto que não foram objeto de recurso, embora estejam suspensos, nos termos do Art. 151, II do CTN. Este é o relatório Voto Conselheira Juliana Marteli Fais Feriato Relatora ADMISSIBILIDADE Conforme consta das fls. 256, a Contribuinte tomou ciência da decisão em 29/08/2008, apresentando Recurso Voluntário em 30/09/2008 (fls. 238). Fl. 333DF CARF MF 6 Nos termos do Art. 5º do Decreto 70.235/1972 em que determina que “os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento”, verificase que o Recurso Voluntário foi interposto dentro do prazo recursal, visto que o dia 29/08/2008 foi uma sextafeira, iniciandose o prazo na segundafeira, 01/09, encerrando no dia 30/09, data do protocolo. Portanto, reconheço a tempestividade do Recurso Voluntário apresentado pela Contribuinte, passando à análise de seu mérito. MÉRITO Do Recurso de Oficio Conforme consta da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito de fls.2 e ss. (DEBCAD n. 37.061.1788), a Contribuinte foi condenada ao pagamento de crédito tributário na importância correspondente a R$ 21.932.805,31, sendo R$13.629.709,36 de imposto a recolher, R$6.258.639,53 de juros e R$2.044.456,42 de multa, referente a omissões de recolhimento de Contribuição Social proveniente de depósito judicial à autônomos, apurado de 01/02/1998 a 31/08/2007. No julgamento da DRJ, modificouse o valor, exonerando a Contribuinte em parte do valor lançado: “(...) Acordam, por unanimidade de votos, (...), julgar, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado, PROCEDENTE EM PARTE o lançamento efetuado, para considerar devidas as contribuições sociais previdenciárias, no valor de R$12.184.009,99, acrescidos de juros e multa a serem calculados no ato da liquidação (...)”. Portanto, exonerou a contribuinte em R$ 1.445.699,37 (hum milhão quatrocentos e quarenta e cinco mil seiscentos e noventa e nove reais e trinta e sete centavos), que na época ultrapassava o teto de alçada previsto no art. 1º da Portaria MF n. 3 de 03/01/2008. Nos termos da Súmula deste Conselho: Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. O valor de alçada modificou. Conforme constata a Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017: O MINISTRO DE ESTADO DA FAZENDA, no uso da atribuição que lhe confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e tendo em vista o disposto no inciso I do art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, resolve: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). Fl. 334DF CARF MF Processo nº 19740.000103/200808 Acórdão n.º 2301005.552 S2C3T1 Fl. 319 7 § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União. Art. 3º Fica revogada a Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008. Conforme visto na DRJ, o valor exonerado ao Contribuinte é inferior ao limite legal de R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), conforme previsto na Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017 e, com fulcro na Súmula CARF nº 103, não conheço do Recurso de Ofício. Do Recurso de Voluntário Tratase de Recurso Voluntário que requer o reconhecimento da decadência do lançamento fiscal do período consistente de dezembro de 2001 a novembro de 2002 e da retirada dos juros e multa moratória, diante do depósito judicial integral da cobrança. Com relação à decadência suscitada, necessário destacar que o presente processo diz respeito ao lançamento de crédito tributário de contribuições previdenciárias não recolhidas pela Contribuinte. Na DRJ, o FISCO entendeu que o lançamento das contribuições previdenciárias são de oficio, nos termos artigo 149 do CTN, sujeitandose ao prazo decadencial estipulado no artigo 173, inciso I do CTN e não no §4º do art. 150 do CTN. Já a Contribuinte requer a aplicação do §4º do art. 150 do CTN. A Súmula 99 deste Conselho determina: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração Assim como, em consulta às jurisprudências consolidadas deste Conselho, verificase a aplicação do §4º do art. 150 do CTN, quando há o recolhimento do imposto, mesmo que parcial: Fl. 335DF CARF MF 8 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Aplicação da Súmula CARF nº 99. Acórdão nº 9202003.572 Sessão de 29 de janeiro de 2015 ................. DECADÊNCIA. ENUNCIADO DA SÚMULA CARF Nº 99. O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/1991, devendo ser observadas as regras do Código Tributário Nacional CTN. Além disso, o enunciado da Súmula CARF nº 99 dispõe que “Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração”. Acórdão nº 9202003.313 16/09/2014 .................... TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. Inexistindo a comprovação de ocorrência de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte, o termo inicial será: (a) o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) o Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). Os documentos constantes nos autos, especificamente, o Relatório de Documentos Apresentados RDA (fls. 58) consta a relação dos documentos de recolhimento de contribuições previdenciárias referentes à competência 12/1999. Para fins de averiguação da antecipação de pagamento, as contribuições previdenciárias a cargo da empresa incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados do Regime Geral da Previdência Social RGPS devem ser apreciadas como um todo. Segregandose, entretanto, a contribuição a cargo do próprio segurado e as contribuições para terceiros. Portanto, concluo que, pelo menos, houve a ocorrência da questionada antecipação de pagamento. Acórdão nº 9202 002.928, Sessão de 05 de novembro de 2013. Fl. 336DF CARF MF Processo nº 19740.000103/200808 Acórdão n.º 2301005.552 S2C3T1 Fl. 320 9 .................. PRAZO DECADENCIAL. CONCLUSÃO ACERCA DE ANTECIPAÇÃO DE RECOLHIMENTO. CONTAGEM A PARTIR DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. Quando se conclui, com esteio nos elementos constantes dos autos, que houve antecipação de pagamento das contribuições, aplicase, para fins de contagem do prazo decadencial, o critério previsto no § 4.º do art. 150 do CTN, ou seja, cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Acórdão nº 2401 003.198, Sessão de 17 de setembro de 2013. .................. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. Inexistindo a comprovação de ocorrência de dolo, fraude ou simulação por parte do contribuinte, o termo inicial será: (a) o Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) o Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). No caso dos autos, verificase que o lançamento referese a contribuição incidente sobre valores reembolsados a título de auxílio excepcional. Para fins de averiguação da antecipação de pagamento, as contribuições previdenciárias a cargo da empresa incidentes sobre a remuneração dos segurados do Regime Geral da Previdência Social RGPS devem ser apreciadas como um todo. Segregandose, entretanto, a contribuição a cargo do próprio segurado e as contribuições para terceiros. Os documentos constantes nos autos, especificamente o Termo de Encerramento da Ação Fiscal TEAF (fls. 66/67), possibilitam concluir que houve antecipação de pagamento de contribuições previdenciárias por parte do sujeito passivo no período em discussão, tendo em vista o fato de que o referido termo aponta que para o período fiscalizado foram examinados as Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP) e os respectivos comprovantes de recolhimento do período em questão e, ainda, que os créditos tributários constituídos referemse, exclusivamente, a parcelas que o fisco considerou haver incidência de contribuições previdenciárias, ao contrário do contribuinte. Assim, na data em que o sujeito passivo foi cientificado do lançamento, em 02/10/2007, as contribuições com fatos geradores ocorridos até a competência 09/2002 encontravamse fulminados pela decadência. Acórdão nº 240101.981, Sessão de 22 de agosto de 2011. Fl. 337DF CARF MF 10 ............... SÚMULA CARF nº 99. Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. No presente caso, existe, nos autos, evidência de recolhimento antecipado para as competências lançadas, devendose assim aplicar, para fins de reconhecimento de eventual decadência, o disposto no citado art. 150, § 4°, do CTN. Acórdão nº 9202 003.355, Sessão de 17 de setembro de 2014. Verificase que a Contribuinte recolheu judicialmente as contribuições previdenciárias exigidas no lançamento, conforme comprovam os depósitos judiciais juntados nas fls. 68/152. Inclusive consta na manifestação do FISCO de fls. 310 que o depósito efetuado pela contribuinte foi no montante integral da NFLD lançada. Portanto, tendo a Contribuinte recolhido o imposto exigido no presente processo administrativo, imputase a aplicação do §4º do Art. 150 do CTN para o cômputo da Decadência, ou seja: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação Tendo em vista que o lançamento ocorreu em 12/2007, verificase a decadência das contribuições previdenciárias que tiveram fatos geradores anteriores a 12/2002. Portanto, permanecem válidas apenas as contribuições previdenciárias relativas às competências que vão de 12/2002 a 08/2007, reconhecendo a decadência das anteriores, ou seja, das contribuições previdenciárias relativas às competências de 12/2001 a 11/2002. Ante ao exposto voto por conhecer e dar procedência ao Recurso Voluntário, no que consiste a decadência alegada pela Contribuinte, no intuito de determinar a validade das contribuições previdenciárias relativas às competências que vão de 12/2002 a 08/2007. Com relação ao pedido de exclusão da multa e dos juros moratórios lançados nos presentes autos, verificase entendimento sumulado por este Conselho: Súmula CARF nº 5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que Fl. 338DF CARF MF Processo nº 19740.000103/200808 Acórdão n.º 2301005.552 S2C3T1 Fl. 321 11 suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Súmula CARF n° 17 (VINCULANTE): Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo Assim como, utilizo do julgamento deste Conselho para apresentar o presente Voto: Ementa(s) Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2006 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Na existência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão proferido os embargos devem ser acolhidos. DECADÊNCIA Os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91 que fixavam em dez anos o prazo para o INSS constituir e cobrar seus créditos, tiveram sua aplicação obstada pela edição da Súmula Vinculante n° 8 do Supremo Tribunal Federal STF, que firmou entendimento sobre a inconstitucionalidade desses artigos, publicada no DOU de 20/06/2008. Portanto, com base na legislação precedente, cabe revisão do lançamento fiscal a luz do Código Tributário Nacional CTN, observandose a vinculação das decisões administrativas ao enunciado das Súmulas Vinculantes editadas pelo Supremo Tribunal Federal STF e o Parecer PGFN/CRJ/CDA N° 143712008, estão decadentes todas as competências objeto neste Auto de Infração, anteriores a 15 de dezembro de 2003, isto porque há de ser aplicado o artigo 150, § 4° do CTN, eis que a Recorrente é contribuinte geral, ou seja, antecipou de uma certa forma parte das contribuições e, não olvidemos que foi lançamento para prevenir decadência. DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO LANÇADO. IMPOSSIBILIDADE DE SE EXIGIR MULTA E JUROS DE MORA Nos presentes autos a matéria discutida é diferente da que foi debatida na ação Judicial nos autos do MS sob n° 2000.38.00.0131552, razão pela qual não há que se falar em renúncia à esfera administrativa. Ou seja, no RV não discute a legitimidade da cobrança da contribuição previdenciária, mas apenas a incidência da multa e dos juros moratórios sobre crédito cuja exigibilidade encontrase suspensa por depósito judicial. Fl. 339DF CARF MF 12 De fato, de fundamental importância é quando diz respeito à definição do que deva ser objeto do lançamento tributário, se tão somente o principal corrigido, ou se deverão ser incluídos os acréscimos moratórios (juros de mora e multa de mora) e penalidades (descumprimento de obrigações acessórias, infrações à lei tributária). A situação do caso é que há uma decisão judicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, que só poderão ser objeto do lançamento visando a prevenir a decadência os acréscimos que não tiverem um caráter punitivo/sancionatório, já que o contribuinte não pode ser prejudicado por estar cumprindo uma decisão judicial que suspendeu a exigibilidade do crédito tributário. Sobretudo porque realizou antes do vencimento. Por fim, deve ser mencionado que, na área federal, existe legislação específica que trata do ponto aqui examinado, qual seja, a Lei 9.430/96, artigo 63. Esse artigo estabelece, em seu caput, que não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos cuja exigibilidade tiver sido suspensa por liminar em Mandado de Segurança. Com base na Lei 9.430/96, artigo 63, no lançamento preventivo, como é o caso em tela não cabe a multa de ofício. Razão, portanto, assiste a Recorrente. Também não há razão para o lançamento dos juros de mora, uma vez que não houve mora passível de gerar acréscimos moratórios em função da suspensão da exigibilidade do crédito tributário por depósito do montante integral. Recurso Voluntário Provido em Parte. CARF. Acórdão 2301005.009. 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária/ 2ª Seção. Autos 15504.021489/200815. Seção 09/05/2017. Verificase nos autos, na petição de fls. 310 que a própria Autoridade Fiscal reconheceu o recolhimento total do imposto cobrado pela Contribuinte, comprovado pelos depósitos judiciais juntados nas fls. 68/152. Os depósitos judiciais foram efetuados, inclusive, antes do início do procedimento fiscal. Portanto, a Contribuinte nunca esteve em mora com o recolhimento, visto que, embora suspensa a exigibilidade do tributo, efetuou seu pagamento por intermédio dos depósitos judiciais. Além das súmulas supramencionadas, observa o art. 63 da Lei 9.430/96 aplicável ao presente caso. Por esta razão entendo ser indevida a imposição de juros e multa moratória nos termos da legislação, visto que houve recolhimento integral do imposto cobrado. Diante do exposto, voto por dar provimento ao pedido. CONCLUSÃO Fl. 340DF CARF MF Processo nº 19740.000103/200808 Acórdão n.º 2301005.552 S2C3T1 Fl. 322 13 Ante o exposto, voto por nao conhecer o recurso de oficio; conhecer do recurso voluntário e dar provimento ao mesmo, para que se reconheça a decadência das competências anteriores a 12/2002 nos termos do artigo 150, parágrafo 4 do CTN e cancelar a multa e os juros lançados. É como voto. (assinado digitalmente) Juliana Marteli Fais Feriato – Relatora. Fl. 341DF CARF MF
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Numero do processo: 12493.720071/2017-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. GLOSA DE COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IRRF
No ano calendário de 2012 já estava vigente a legislação que estabelecia que os rendimentos recebidos acumuladamente provenientes de pensão, correspondentes a anos calendário anteriores, seriam tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês.
Na apuração do imposto devido não foi incluído o valor da indenização paga em decorrência do naufrágio do Bateau Mouche, mas tão somente os valores pagos a título de pensão sobre os ganhos da vítima do acidente, considerando o período correspondente a 264 meses. Foi compensado o IRRF sobre os rendimentos omitidos.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXCLUSÃO DA BASE TRIBUTÁVEL
No que tange aos honorários advocatícios, o § 2º do artigo 12-A da Lei nº 7.713/88 estabelece que "poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização", razão porque deve ser excluído da base de cálculo dos RRA.
Devem ser excluídas da base tributável os honorários sobre o montante recebido a título de RRA.
Numero da decisão: 2401-005.775
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para que seja deduzido da base de cálculo dos rendimentos recebidos acumuladamente os honorários pagos a advogado, no montante de R$ 259.747,20
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente Convocada), Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente)
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2013 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. GLOSA DE COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IRRF No ano calendário de 2012 já estava vigente a legislação que estabelecia que os rendimentos recebidos acumuladamente provenientes de pensão, correspondentes a anos calendário anteriores, seriam tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. Na apuração do imposto devido não foi incluído o valor da indenização paga em decorrência do naufrágio do Bateau Mouche, mas tão somente os valores pagos a título de pensão sobre os ganhos da vítima do acidente, considerando o período correspondente a 264 meses. Foi compensado o IRRF sobre os rendimentos omitidos. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXCLUSÃO DA BASE TRIBUTÁVEL No que tange aos honorários advocatícios, o § 2º do artigo 12-A da Lei nº 7.713/88 estabelece que "poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização", razão porque deve ser excluído da base de cálculo dos RRA. Devem ser excluídas da base tributável os honorários sobre o montante recebido a título de RRA.
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GLOSA DE COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IRRF No ano calendário de 2012 já estava vigente a legislação que estabelecia que os rendimentos recebidos acumuladamente provenientes de pensão, correspondentes a anos calendário anteriores, seriam tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. Na apuração do imposto devido não foi incluído o valor da indenização paga em decorrência do naufrágio do Bateau Mouche, mas tão somente os valores pagos a título de pensão sobre os ganhos da vítima do acidente, considerando o período correspondente a 264 meses. Foi compensado o IRRF sobre os rendimentos omitidos. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXCLUSÃO DA BASE TRIBUTÁVEL No que tange aos honorários advocatícios, o § 2º do artigo 12A da Lei nº 7.713/88 estabelece que "poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização", razão porque deve ser excluído da base de cálculo dos RRA. Devem ser excluídas da base tributável os honorários sobre o montante recebido a título de RRA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 49 3. 72 00 71 /2 01 7- 63 Fl. 227DF CARF MF Processo nº 12493.720071/201763 Acórdão n.º 2401005.775 S2C4T1 Fl. 3 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para que seja deduzido da base de cálculo dos rendimentos recebidos acumuladamente os honorários pagos a advogado, no montante de R$ 259.747,20 (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andréa Viana Arrais Egypto, Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente Convocada), Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente) Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília – DF (DRJ/BSB) que julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido, conforme ementa do Acórdão nº 0377.115 (fls. 195/202): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2013 OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE DE PESSOA JURÍDICA A TÍTULO DE PENSÃO. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA. Os rendimentos recebidos de pessoa jurídica, de forma acumulada, a título de pensão, decorrentes de ação judicial, são tributados na sistemática prevista no art. 12A da Lei nº 7.713, de 1988, isto é, estão sujeitos à tributação exclusiva na fonte. COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE IRRF. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Fl. 228DF CARF MF Processo nº 12493.720071/201763 Acórdão n.º 2401005.775 S2C4T1 Fl. 4 3 RENDIMENTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE. Mantémse a infração apurada quando a retenção do valor informado a título de IRRF na Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física não é comprovada, de forma hábil e idônea. É vedada a compensação de Imposto incidente sobre rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O presente processo trata de Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) referente ao Exercício 2013, anocalendário 2012 (fls. 164/173), lavrada em 03/07/2017, por meio da qual foi apurado crédito tributário no montante total de R$ 1.151.440,91, conforme descrito abaixo: Imposto de Renda Pessoa Física – Suplementar: R$ 515.532,09; · Multa de Ofício (75%), passível de redução: R$ 386.649,06; · Juros de Mora, calculados até 31/07/2017: R$ 249.259,76. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fls. 165/168), a fiscalização afirma que da análise das informações e documentos apresentados pela Contribuinte e das informações constantes dos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, constatouse: 1. Compensação indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF, no valor de R$80.903,68, tributados como rendimentos recebidos de forma acumulada (fl. 165); 2. Omissão de rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente, sujeitos à tributação exclusiva na fonte, no valor de R$ 2.977.945,99. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF sobre os rendimentos omitidos, no valor de R$103.213,45 (fl. 167); 3. Do valor de R$3.721.983,36, referente ao total da indenização paga aos parentes de vítimas do naufrágio do "Bateau Mouche", foi considerado como rendimento isento a parcela referente aos danos morais, não sendo considerado os honorários advocatícios pagos. No entanto, o valor pago a título de pensão sobre os ganhos da vítima, no período que corresponde a 264 meses, é considerado rendimento tributável; Em 07/07/2017 a Contribuinte tomou ciência, via postal, da Notificação de Lançamento (AR fl. 175) e, em 02/08/2017, tempestivamente, apresentou sua Impugnação de fls. 01 a 23, instruída com os documentos nas fls. 24 a 159. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 12493.720071/201763 Acórdão n.º 2401005.775 S2C4T1 Fl. 5 4 Diante da impugnação tempestiva, o processo foi encaminhado à DRJ/BSB para julgamento, onde, através do Acórdão nº 0377.115, a 3ª Turma, resolveu julgar a impugnação improcedente mantendo o crédito tributário exigido. Em 09/11/2017 a Contribuinte tomou ciência, via Correio, do Acórdão (AR fl. 206) e em 07/12/2017 interpôs seu Recurso Voluntário de fls. 209 a 215, asseverando em suma o seguinte: 1. Aduz que em 2012 recebeu à título de indenização por dano moral e material o total de R$ 3.752.273,00 composto dos seguintes valores: a. R$ 721.446,48, considerando que indevidamente fora retido R$ 22.312,77 de IRRF; b. R$ 2.615.885,81, considerando que indevidamente fora retido R$ 80.903,68 de IRRF; c. R$ 162.340,00, considerando que segundo documento emitido pela própria Marinha do Brasil, estes rendimentos são totalmente isentos; d. R$ 252.600,71, considerando que segundo o alvará emitido o valor é isento de imposto de renda; 2. Declara que deste valor recebido 20% foram pagos a título de honorários ao escritório de Advocacia Amarante & Tancredo Advogados Associados; 3. Informa que o escritório de advocacia foi quem realizou todos os recolhimentos tributários sob os valores recebidos pela Contribuinte; 4. Afirma que ao final só recebeu em 2012, a título de indenização decorrente da ação judicial, o valor de R$ 3.001.000,81, e que não houve omissão pois declarou exatamente esse valor em sua DIRPF; 5. Ressalta que esse valor foi especificado em sua DIRPF como sendo Rendimentos Isentos e Não Tributáveis, considerando que ele se refere exclusivamente as indenizações decorrentes de três grandes perdas na vida da Contribuinte; 6. Discorre sobre a isenção de imposto de renda sobre indenizações, citando jurisprudências. Finaliza o Recurso Voluntário requerendo seu acolhimento, bem como o cancelamento do débito fiscal reclamado. É o relatório. Fl. 230DF CARF MF Processo nº 12493.720071/201763 Acórdão n.º 2401005.775 S2C4T1 Fl. 6 5 Voto Conselheira Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Juízo de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito Conforme relatado, trata os presentes autos de lançamento relativo a glosa por compensação indevida de IRRF e omissão de rendimentos recebidos acumuladamente, sujeitos à tributação exclusiva, decorrente da decisão proferida no processo nº 91.00201952, da 5ª Vara Federal do Rio de Janeiro, em virtude do acidente com naufrágio da embarcação “Bateau Mouche”. A Recorrente se insurge contra a exigência tributária e assevera que declarou o montante recebido como rendimentos isentos e não tributáveis, pois considerou que as verbas são de natureza indenizatória. Aduz que dos valores recebidos foram deduzidos os honorários advocatícios. A sentença julgou procedente em parte o pedido da postulante nos seguintes termos: Do exposto, JULGO PROCEDENTE, EM PARTE, O PEDIDO, para condenar os réus, em caráter solidário, a pagar à Autora: a) pensões vencidas e vincendas de 20 salários mínimos mensais, desde a data do evento e pelo tempo de sobrevida provável da vítima (35,5 anos), acrescido das verbas dos itens c e d da inicial; b) indenização a título de dano moral, arbitrado em Cr$ 25.200.000,00 (vinte e cinco milhões e duzentos mil cruzeiros); c) reembolso com as despesas de psicólogo cujas cópias estão nos autos, conforme soma a ser realizada pelo Contador, no momento da execução, e reembolso do valor de US$ 230,00 (duzentos e trinta dólares norte americanos), ao cambio do dia da quitação; d) correção monetária dos itens acima, juros simples de mora, à taxa de.6% (seis por cento) ao ano, contados da última citação, e reembolsa das custas, bem como honorários advocatícios, fixados em 10% (dez por cento) da condenação, à época da Fl. 231DF CARF MF Processo nº 12493.720071/201763 Acórdão n.º 2401005.775 S2C4T1 Fl. 7 6 pagamento, computandose uma anuidade das pensões vincendas. Ressalvo à União, na relação interna decorrente da solidariedade, o completo reembolso, contra os demais réus, de tudo que eventualmente venha a despender. Com efeito, os rendimentos decorrentes da decisão judicial encontramse sujeitos a regimes de tributação distintos, pois se tratam de verbas de pensão, vencidas e vincendas, pelo tempo de sobrevida provável do cônjuge, e valores correspondentes à indenização por danos morais. Assim, foram procedidas a reclassificação do imposto devido de RRA e a glosa do imposto de renda retido de RRA exclusivo na fonte e informado no quadro Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica, conforme Demonstrativo de Apuração das alterações dos dados declarados às fls. 12/15. Importante destacar a forma de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente. A Lei nº 7.713, de 1988, em seu art. 12, estabelecia que para os rendimentos recebidos acumuladamente, relativos aos anos calendário anteriores ao do seu recebimento, a incidência do Imposto sobre a Renda ocorria no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, subtraído o valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive advogados: Art. 12. No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. Destarte, o artigo 12A da Lei nº 7.713/88, acrescido pela Medida Provisória nº 497/2010, posteriormente convertida na Lei nº 12.350/2010, alterou a sistemática de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente, a partir de 28 de julho de 2010, que passaram a ser tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês, submetidos à tabela progressiva do Imposto sobre a Renda, senão vejamos: Art. 12A. Os rendimentos do trabalho e os provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, quando correspondentes a anoscalendário anteriores ao do recebimento, serão tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. § 1º O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira depositária do crédito, e calculado sobre o montante dos rendimentos pagos, mediante a utilização de tabela progressiva Fl. 232DF CARF MF Processo nº 12493.720071/201763 Acórdão n.º 2401005.775 S2C4T1 Fl. 8 7 resultante da multiplicação da quantidade de meses a que se refiram os rendimentos pelos valores constantes da tabela progressiva mensal correspondente ao mês do recebimento ou crédito. § 2o Poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 3o A base de cálculo será determinada mediante a dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos rendimentos tributáveis: (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) I – importâncias pagas em dinheiro a título de pensão alimentícia em face das normas do Direito de Família, quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de separação ou divórcio consensual realizado por escritura pública; e (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) II – contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 5o O total dos rendimentos de que trata o caput, observado o disposto no § 2o, poderá integrar a base de cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste Anual do anocalendário do recebimento, à opção irretratável do contribuinte. (Incluído pela Lei nº 12.350, de 2010) § 6o Na hipótese do § 5o, o Imposto sobre a Renda Retido na Fonte será considerado antecipação do imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual. Dessa forma, no ano calendário de 2012, já estava vigente a legislação que estabelecia que os rendimentos recebidos acumuladamente provenientes de pensão, correspondentes a anos calendário anteriores, seriam tributados exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito, em separado dos demais rendimentos recebidos no mês. Constatase que na apuração do imposto não foi incluído o valor da indenização paga em decorrência do naufrágio do Bateau Mouche, bem como não foi considerado nos cálculos os honorários advocatícios, mas tão somente os valores pagos a título de pensão sobre os ganhos da vítima do acidente, considerando o período correspondente a 264 meses. A glosa da compensação do IRRF ocorreu em virtude da forma de tributação exclusiva na fonte atribuída aos rendimentos recebidos acumuladamente pela Recorrente, o que impede a utilização do Imposto retido no ajuste anual. Destaquese ainda que na apuração do imposto devido foi considerado o imposto retido na fonte (IRRF) sobre os rendimentos omitidos, no valor de R$ 103.213,45. Fl. 233DF CARF MF Processo nº 12493.720071/201763 Acórdão n.º 2401005.775 S2C4T1 Fl. 9 8 No que tange aos honorários advocatícios, o § 2º do artigo 12A da Lei nº 7.713/88 estabelece que "poderão ser excluídas as despesas, relativas ao montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização." Compulsando os autos, verifico que foram emitidas Notas Fiscais relativas a honorários contratuais no importe de R$ 324.644,84(fls. 74). A não consideração por parte da fiscalização dos honorários advocatícios pagos (fl. 11) diz respeito a verba sucumbencial (fl. 113) e não aos honorários contratuais. Assim entendo que assiste razão a insurgência da contribuinte ao pleitear a dedução das despesas com advogado, na medida em que não foi efetuado o desconto dos honorários do montante recebido a título de RRA, podendo para tanto deduzir da parte tributável o montante de R$ 259.747,20 (apurado na proporção dos rendimentos consideráveis tributáveis). Conclusão Ante o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário e DOULHE PARCIAL PROVIMENTO para que seja efetuada a dedução dos honorários pagos a advogado no montante de R$ 259.747,20. (assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 234DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19679.005878/2005-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1999
Prescrição. Súmula CARF nº 91:
Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
Numero da decisão: 1402-003.477
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário - Súmula CARF n.91.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente.
(assinado digitalmente)
Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente). Ausente justificadamente a conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio.
Nome do relator: LUCAS BEVILACQUA CABIANCA VIEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 1999 Prescrição. Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário - Súmula CARF n.91. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente. (assinado digitalmente) Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente). Ausente justificadamente a conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1486; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 1.111 1 1.110 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19679.005878/200518 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402003.477 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 17 de outubro de 2018 Matéria Contribuição Social sobre Lucro Líquido CSLL Recorrente VOTORANTIM FINANÇAS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 1999 Prescrição. Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário Súmula CARF n.91. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente. (assinado digitalmente) Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente). Ausente justificadamente a conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 58 78 /2 00 5- 18 Fl. 278DF CARF MF 2 Trata o presente feito de Recurso Voluntário interposto em face da r. decisão proferida pela 2ª Turma de Julgamento da DRJ em São Paulo/SP que, por unanimidade de votos, decidiu julgar improcedente a Manifestação de inconformidade apresentada pela ora Recorrente. Tratase de Pedido de Compensação de crédito de saldo negativo de CSLL relativo ao ano calendário de 1999, indeferido pois o Pedido de Restituição deuse em 09.06.2005, portanto, 5 anos após a constituição do saldo negativo (31.12.1999). Em breve relato é o que expõe a DRJ: Após analisar os autos, assim decidiu a r. DRJ: A Recorrente apresentou o presente Recurso Voluntário em que aduz não ter se conformada a decadência pois (i) na sistemática do lucro real, o direito à compensação renovase anualmente, não tendo que se controlar a prescrição; (ii) aplicase ao caso a tese do 5+5, tal como consolidada na jurisprudência do e. STJ ou (iii) subsidiariamente, a decadência Fl. 279DF CARF MF Processo nº 19679.005878/200518 Acórdão n.º 1402003.477 S1C4T2 Fl. 1.112 3 iniciarseia a partir do primeiro dia do mês subsequente a entrega da DIPJ nos termos do art. 6, §1, II, C c/c art. 28, ambos da Lei nº 9430/96. É o relatório. Voto Fl. 280DF CARF MF 4 Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira 1. DA ADMISSIBILIDADE: O Recurso é tempestivo e interposto por parte competente, posto que o admito. 2. MÉRITO 2.1 – DA DECADÊNCIA – INOCORRÊNCIA DO PRAZO PRESCRICIONAL Sustenta a Recorrente que o prazo para a restituição não prescreve enquanto mantido o regime de apuração no lucro real. Ocorre que o art. 168, I do CTN prescreve período de 5 anos para que o pedido de restituição seja feito. Por esta razão não entendo aplicável o raciocínio desenvolvido. 2.2 – DA DECADÊNCIA – A TESE DO 5 + 5 Em que pese a fundamentação aduzida pela r. DRJ, entendo que o r. Acórdão Proferido merece reforma. A introdução do art. 3º da Lei Complementar 118/05 acabou gerando enormes controvérsias quanto ao que seria da tradicional tese dos 5+5 (5 anos para homologação mais 5 anos para prescrição do direito de restituição). A insegurança jurídica que acompanhou a pretensa alteração interpretativa foi levada e conhecida por nossos Tribunais Superiores para delimitação de eventual regime de transição. O que acabou ocorrendo. O e. STJ decidiu em sede de recurso representativo de controvérsia assentou que o princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC n. 118/05 aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, porquanto é norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação correspectiva: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. AUXÍLIO CONDUÇÃO. IMPOSTO DE RENDA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. ARTIGO 4º, DA LC 118/2005. DETERMINAÇÃO DE APLICAÇÃO RETROATIVA. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTROLE DIFUSO. CORTE ESPECIAL. RESERVA DE PLENÁRIO. 1. O princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC 118, de 9 de fevereiro de 2005, aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, posto norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação correspectiva. 2. O advento da LC 118/05 e suas conseqüências sobre a prescrição, do ponto de vista prático, implica dever a mesma ser contada da seguinte forma: relativamente aos pagamentos efetuados a partir da sua vigência (que ocorreu em 09.06.05), o prazo para a repetição do indébito é de cinco a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior, limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da lei nova. 3. Isto porque a Corte Especial declarou a inconstitucionalidade da expressão "observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, I, da Lei nº 5.172, de 25 de Fl. 281DF CARF MF Processo nº 19679.005878/200518 Acórdão n.º 1402003.477 S1C4T2 Fl. 1.113 5 outubro de 1966 Código Tributário Nacional", constante do artigo 4º, segunda parte, da Lei Complementar 118/2005 (AI nos ERESP 644736/PE, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 06.06.2007). 4. Deveras, a norma inserta no artigo 3º, da lei complementar em tela, indubitavelmente, cria direito novo, não configurando lei meramente interpretativa, cuja retroação é permitida, consoante apregoa doutrina abalizada: (...) 5. Consectariamente, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a cognominada tese dos cinco mais cinco, desde que, na data da vigência da novel lei complementar, sobejem, no máximo, cinco anos da contagem do lapso temporal (regra que se coaduna com o disposto no artigo 2.028, do Código Civil de 2002, segundo o qual: "Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada."). 6. Desta sorte, ocorrido o pagamento antecipado do tributo após a vigência da aludida norma jurídica, o dies a quo do prazo prescricional para a repetição/compensação é a data do recolhimento indevido. 7. In casu, insurgese o recorrente contra a prescrição qüinqüenal determinada pelo Tribunal a quo, pleiteando a reforma da decisão para que seja determinada a prescrição decenal, sendo certo que não houve menção, nas instância ordinárias, acerca da data em que se efetivaram os recolhimentos indevidos, mercê de a propositura da ação ter ocorrido em 27.11.2002, razão pela qual forçoso concluir que os recolhimentos indevidos ocorreram antes do advento da LC 118/2005, por isso que a tese aplicável é a que considera os 5 anos de decadência da homologação para a constituição do crédito tributário acrescidos de mais 5 anos referentes à prescrição da ação. 8. Impende salientar que, conquanto as instâncias ordinárias não tenham mencionado expressamente as datas em que ocorreram os pagamentos indevidos, é certo que os mesmos foram efetuados sob a égide da LC 70/91, uma vez que a Lei 9.430/96, vigente a partir de 31/03/1997, revogou a isenção concedida pelo art. 6º, II, da referida lei complementar às sociedades civis de prestação de serviços, tornando legítimo o pagamento da COFINS. 9. Recurso especial provido, nos termos da fundamentação expendida. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (RESP nº 1002932 / SP, relatoria Ministro Luiz Fux, j. em 25/11/2009, pub. DJe 18.12.2009) A matéria também foi alvo de apreciação pelo e. STF com repercussão geral reconhecida e lá se decidiu que deve ser considerada a data do ajuizamento da ação e não do pagamento: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa Fl. 282DF CARF MF 6 também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (Recurso Extraordinário nº 566621 / RS, relatoria Ministra Rosa Weber, j. em 04.08.2001, pub. DJE 11.10.2011) A referida decisão afetou o entendimento do e. STJ que então alterou seu posicionamento conforme decisão lavrada no RESP nº 1269570 / MG de relatoria do Ministro Mauro Campbell Marques: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C, DO CPC). LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 3º, DA LC 118/2005. POSICIONAMENTO DO STF. ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SUPERADO ENTENDIMENTO FIRMADO ANTERIORMENTE TAMBÉM EM SEDE DE RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. 1. O acórdão proveniente da Corte Especial na AI nos Eresp nº 644.736/PE, Relator o Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 27.08.2007, e o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009, firmaram o entendimento no sentido de que o art. 3º da LC 118/2005 somente pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. Sendo assim, a jurisprudência deste STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito é de cinco anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior. 2. No entanto, o mesmo tema recebeu julgamento pelo STF no RE n. 566.621/RS, Plenário, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 04.08.2011, onde foi fixado marco para a aplicação do regime novo de prazo prescricional levandose em consideração a data do ajuizamento da ação (e não mais a data do pagamento) em confronto com a data da vigência da lei nova (9.6.2005). 3. Tendo a jurisprudência deste STJ sido construída em interpretação de princípios constitucionais, urge inclinarse esta Casa ao decidido pela Corte Suprema competente para dar a palavra final em temas de tal jaez, notadamente em havendo julgamento de mérito em repercussão geral (arts. 543A e 543B, do CPC). Desse modo, para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplicase o art. 3º, da Lei Complementar n. 118/2005, contandose o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, §1º, do CTN. 4. Superado o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009. Fl. 283DF CARF MF Processo nº 19679.005878/200518 Acórdão n.º 1402003.477 S1C4T2 Fl. 1.114 7 5. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. Nesse ponto, não há como se negar o reconhecimento da tese sob o risco de violação ao art. 62, § 2 do RICARF: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Aplicável ao caso a tese do 5+5, deve ser reconhecida a necessária reforma do r. Acórdão recorrido. Tratase de saldo negativo de CSLL gerado em 31.12.1999, cujo pedido de restituição deuse na data limite determinada pelos tribunais superiores para aproveitamento da tese dos 5+5, 09.06.2005. Nesse sentido o teor da Súmula 91 do CARF: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Conjugandose a Súmula 91 com o entendimento de que a Lei Complementar nº 118/05 deve respeitar o período de vacatio legis, como determinado nos Tribunais Superiores. 3. CONCLUSÃO: Por todo o exposto, voto por negar provimento ao RecursoVoluntário Súmula CARF n.91. É como voto. (assinado digitalmente) Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira Fl. 284DF CARF MF 8 Fl. 285DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13896.001256/2010-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2010
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. NÃO APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS.
Quando o contribuinte regularmente intimado para apresentar os livros e documentos fiscais não o faz, deve ser aplicada a multa por não atender a solicitação de autoridade fiscal.
SÓCIO ADMINISTRADOR. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA.
CONFIGURAÇÃO. SUJEIÇÃO PASSIVA.
A responsabilização do sócio administrador da empresa pelo crédito constituído é atribuída quando constata, nos procedimentos fiscais, a ocorrência das situações do art. 135, do CTN, e quando não é afastada pelos interessados a ocorrência registrada das infrações cometidas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2301-005.349
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto.
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior Presidente
(assinado digitalmente)
Wesley Rocha Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, João Maurício Vital, Marcelo Freitas de Souza Costa, Antônio Savio Nastureles, Juliana Marteli Fais Feriato e Wesley Rocha.
Nome do relator: WESLEY ROCHA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2010 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. NÃO APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS. Quando o contribuinte regularmente intimado para apresentar os livros e documentos fiscais não o faz, deve ser aplicada a multa por não atender a solicitação de autoridade fiscal. SÓCIO ADMINISTRADOR. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. CONFIGURAÇÃO. SUJEIÇÃO PASSIVA. A responsabilização do sócio administrador da empresa pelo crédito constituído é atribuída quando constata, nos procedimentos fiscais, a ocorrência das situações do art. 135, do CTN, e quando não é afastada pelos interessados a ocorrência registrada das infrações cometidas. Recurso Voluntário Negado.
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E OUTROS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/03/2010 DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. NÃO APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS OBRIGATÓRIOS. Quando o contribuinte regularmente intimado para apresentar os livros e documentos fiscais não o faz, deve ser aplicada a multa por não atender a solicitação de autoridade fiscal. SÓCIO ADMINISTRADOR. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. CONFIGURAÇÃO. SUJEIÇÃO PASSIVA. A responsabilização do sócio administrador da empresa pelo crédito constituído é atribuída quando constata, nos procedimentos fiscais, a ocorrência das situações do art. 135, do CTN, e quando não é afastada pelos interessados a ocorrência registrada das infrações cometidas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior – Presidente (assinado digitalmente) Wesley Rocha – Relator AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 00 12 56 /2 01 0- 29 Fl. 214DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, João Maurício Vital, Marcelo Freitas de Souza Costa, Antônio Savio Nastureles, Juliana Marteli Fais Feriato e Wesley Rocha. Relatório Conselheiro Relator Wesley Rocha Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa MOVIMENTA MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS LTDA. E OUTROS, contra o Acórdão de Julgamento proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas (6ª Turma da DRJ/CPS), que julgou improcedente as impugnações e manteve o crédito tributário lançado, inclusive a sujeição passiva solidária dos sócios da empresa, Sr. BRUNO GUILHERMINO e Sr. AMÉRICO MATHIAS. Da mesma ação fiscal resultou em outros autos de infrações, do qual conforme relatório da DRJ de origem, este Auto de Infração de nº 37.276.2921, em procedimento fiscal com início no dia 02/03/2010 e finalizado em 16/06/2010, consta que o "contribuinte o contribuinte não apresentou seus livros contábeis (Diário e Razão), nem as Folhas de Pagamento de empregados e contribuintes individuais, o que constitui infração ao disposto no § 2º do art. 32 da Lei nº 8.212/91, c/c os art. 232 e 233 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99". Consoante o relatório fiscal (REFISC) e descrições lançadas no relatório da DRJ de origem , os fatos que originam as infrações foram as seguintes: 1º) A empresa não foi encontrada no endereço constante do cadastro do CNPJ; 2º) Os sócios foram intimados por Termo de Intimação Fiscal enviado pelo Correio, com ciência por AR, a efetuar a regularização cadastral:da empresa, mas, em 24/05/2010, compareceu à DRF Barueri uma procuradora da empresa, apresentando uma alteração contratual datada de 14/07/2008, não registrada em Cartório, da qual constava o endereço “Rua Caio Prado, 267”. Todavia, em diligência ao referido local em 14/06/2010, a .fiscalização constatou haver ali apenas uma empresa de locação de "escritórios virtuais", ou seja, não havia nenhum empregado da “MOVIMENTA” no local, embora na GFIP de 03/2010 constasse a existência de 136 vínculos trabalhistas; 3º) A ocultação do endereço real da empresa, por obstar o procedimento fiscal, foi considerado como circunstância agravante da multa, conforme art. 290, inciso IV, do RPS; 4º) O valor base da multa, de R$ 18.561,50, foi estipulado pelos art. 92 e 102 da Lei 8.212/91, c/c o art. 283, inciso II, alínea "j" e art 373 do RPS, e atualizado na forma veiculada pela Portaria Conjunta MPS/MF n° 350 de 30/12/2009; 5º) Em razão da circunstância agravante retro citada, a multa foi agravada em duas vezes o valor base, conforme artigo 292, Fl. 215DF CARF MF Processo nº 13896.001256/201029 Acórdão n.º 2301005.349 S2C3T1 Fl. 215 3 inciso III, do RPS, ficando o valor total em R$ 37.123,00, o qual será atualizado pela SELIC, nos termos da Portaria Conjunta PGFN/SRF n° 10/2008 de 14/11/2008, publicada no DOU de 17/11/2008, e da legislação que a ampara. A recorrente devidamente intimada, bem como os seus sócios, apresentam razões de seus recursos, conforme transcrevese abaixo. i) Das razões do Recurso voluntário da empresa Movimenta (fls. 162/191): A autuada não apresentou preliminares. Quanto ao mérito a empresa alega que, deveriam ser consideradas, para fins de aplicação da penalidade do presente auto de infração, as informações prestadas nas GFIPs, no sentido de considerar que houve prestação de informações ao fisco dos recolhimentos, ainda que imprecisos ou inexatos. Nesse sentido, a recorrente discorda da imputação de dolo em seus atos, uma vez que no seu entendimento "a auditora fiscal, não avaliou positivamente a transparência de procedimentos praticados pela empresa consubistanciados pela apresentação das respectivas GFIPs e RAIS. Desta feita, não pode prosperar a afirmação de que a empresa agiu com dolo, "artifícios ...". Pediu, ainda, a descaracterização de Sonegação fiscal de que trata o artigo 71, da lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1.964, cancelandose o crédito constituído, no tocante ao agravamento dos lançamentos de ofício (§1° artigo 44 da Lei 9.430/96). Solicitou, ainda, a irretroatividade de Lei ao caso concreto, ante a aplicação dos artigos 32 e 35 da lei 8.212/ 91, com alterações trazidas pela Medida Provisória 449/2008 e Lei 11.941/2009, bem como o benefício da retroatividade prevista no CTN, artigo 106, inciso II, "c". Ainda, a recorrente informa que não houve ocultação da empresa e nem de seus sócios. Registrase que, a contribuinte não recorreu aos demais pontos da decisão de primeira instância. ii) das Razões recursais dos sócios solidários AMÉRICO MATHIAS (fls. 107/127) e BRUNO GUILHERMINO (fls. 128/148). Os recorrentes reproduzem as mesmas argumentações do recurso da empresa contribuinte, acrescentando apenas que não houve nenhuma intenção dos sócios em lesar o fisco por alguma atitude dolosa que pudesse configurar sonegação, tendo em vista não terem se ocultado para receber intimações para apresentar documentos e informações, aduzindo que apresentaram, mesmo que de forma imprecisa as informações em GFIP/RAIZ. Por fim, todos os recursos pedem análise mais benéfica na aplicação da multa quando das alterações nas legislações que regiam na época dos fatos geradores (competências 01/2006 a 11/2008). Diante dos fatos, é o relatório. Voto Fl. 216DF CARF MF 4 Conselheiro Wesley Rocha Relator Os recursos voluntários apresentados estão revestidos do quesito formal da tempestividade. Portanto, deles o conheço. Cumpre registrar que o auto de infração cumpre os requisitos formais da legislação tributária e do PAF, estando de acordo com as normas legais. Diante dos recursos apresentados, para fins de análise de mérito, tomo por unificar o julgamento dos recursos interpostos. DELIMITAÇÃO DA LIDE EM FASE RECURSAL Toda a matéria abordada no recurso foi objeto de análise nos demandas principais, restando este da obrigação acessória mantido integralmente, já que constitui infração a não entrega dos documentos contábeis solicitados pela fiscalização, referente ao período apurado. A fiscalização lavrou autos de infração com o intuito de exigir da ora Recorrente o recolhimento de multa por falta de apresentação dos documentos fiscais, bem como teria se ocultado para prestar esclarecimentos e informações, motivo de agravamento da multa, infringindo, dessa forma, a regra contida no art. 32, §2º e 3§º da Lei nº 8.212/91. Portanto, passo a analisar o que de fato os recorrentes alegaram em seus recursos. DO DEVER DE CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Constitui infração não apresentar livros contábeis (Diário e Razão), nem as Folhas de Pagamento de empregados e contribuintes individuais. A Lei, que é taxativa, não permite mera liberalidade de não aplicar a pena para os casos dos autos, sendo, portanto, devida a aplicação da multa pelo descobrimento da obrigação acessória, constituindo infração ao disposto no § 2º do art. 32 da Lei nº 8.212/91, c/c os art. 232 e 233 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99. DA SOLIDARIEDADE ATRIBUÍDA A solidariedade fiscal se deu em razão de que os sócios teriam agido de maneira contrária à legislação, não informando o endereço correto da empresa, bem como por registrar informações equivocadas em GFIP, conforme o relatório fiscal (fl. 408) assim transcrito: Fl. 217DF CARF MF Processo nº 13896.001256/201029 Acórdão n.º 2301005.349 S2C3T1 Fl. 216 5 Nesse sentido, os recorrentes alegam as informações foram todas prestadas em GFIP, mesmo que de forma equivocada, mas que esse ato não configura a sonegação capaz de mantêlos como solidários do credito fiscal. Quanto à questão de não ter sido informado ao fisco o endereço correto, alegam que a pessoa que recebeu o fisco quando da diligência realizada nas dependências da empresa não teria poderes para responder por ela. Apesar dos fatores citados no relatório fiscal não impedirem a fiscalização de lançar o crédito fiscal, tornando elas apenas possivelmente dificultosas, entendo que são reais motivos para manter não só a multa qualificada como também a solidariedade em questão, uma vez que precede de exigências legais apresentar os dados, documentos e informações correntes e necessárias para análise e apuração da constituição do crédito, quando da ocorrência do fato gerador. Conclusão Nessas circunstâncias, voto por CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário É como voto. (assinado digitalmente) Wesley Rocha – Relator. Fl. 218DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.906305/2015-63
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 25/08/2011
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRECLUSÃO.
Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazê-lo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-005.233
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10680.904943/2015-40, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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PRECLUSÃO. Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazêlo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10680.904943/201540, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 90 63 05 /2 01 5- 63 Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10680.906305/201563 Acórdão n.º 3301005.233 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo pedido de restituição formalizado por meio de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior ou indevido. Em análise ao referido documento, a autoridade tributária proferiu Despacho Decisório Eletrônico, formalizado no sentido do indeferimento da restituição pretendida pela interessada, explicando que o pagamento indicado já estava integralmente alocado, não restando, assim, crédito disponível para restituição e eventuais compensações vinculadas à esse crédito. Inconformado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade tempestiva esclarecendo que durante procedimento de auditoria interna, realizada nas apurações dos tributos da companhia, foram identificados pagamentos a maior em determinados períodos e a menor em outros. Para regularizar a situação fiscal perante a Receita Federal do Brasil, providenciou a quitação dos débitos pagos a menor e solicitou a restituição dos pagamentos a maior, retificando as DCTF para informar os novos valores. Entende que a Per/Dcomp está em conformidade com o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 e com a Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 2012, restando demonstrada a insubsistência e improcedência do despacho decisório. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 06057.080. Inconformada com decisão de primeira instância, a contribuinte apresentou recurso voluntário, em síntese, trazendo argumento novo, de que o pagamento indevido seria da conta de Sociedades em Conta de Participação da qual é sócia ostensiva. É o relatório. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10680.906305/201563 Acórdão n.º 3301005.233 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.223, de 27 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10680.904943/201540, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301005.223): "O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade1. A acórdão recorrido desce a detalhes do ocorrido: Segundo a versão apresentada pela defesa, o crédito apontado (R$ 275,20) decorreu da revisão da base de cálculo da COFINS de 31/03/2010, conforme informado na DCTF retificadora apresentada em 06/11/2014. Constatouse que o despacho decisório foi emitido levando em conta as informações contidas na DCTF retificadora, transmitida em 06/11/2014, a qual, como se vê, tratase da DCTF retificadora que a contribuinte alega conter as informações corretas correspondente ao débito do período. Nessa DCTF, o débito de COFINS confessado do período de apuração de 31/03/2010 é de R$ 1.134.352,27 – que foi quitado por meio de vários pagamentos (DARF) que totalizam R$ 871.733,98 e compensações no valor de R$ 696,80 – restando, saldo a pagar de R$ 261.921,49 – conforme a tela extraída do sistema de controle de declarações: 1 Ressaltese ser desnecessário responder todos as questões levantadas pelas partes, em já havendo motivo suficiente para decidir (Lei n° 13.105/15, art. 489, § 1o , IV. STJ, 1ª Seção, EDcl no MS 21.315DF, julgado de 8/6/2016, rel. Min. Diva Malerbi). Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10680.906305/201563 Acórdão n.º 3301005.233 S3C3T1 Fl. 5 4 Essas mesmas informações constam da DCTF que está ativa no sistema de controle de declarações, transmitida em 08/01/2015. No sistema de controle de arrecadação, verificouse que os pagamentos apontados na DCTF retificadora – no valor total de R$ 871.733,98 – foram validados e vinculados ao débito de Cofins do período (código 2172). No entanto, tendo em vista que os pagamentos validados foram insuficientes para a extinção do débito e verificada a existência de outros pagamentos para o mesmo período de apuração, dentre os quais o pagamento pleiteado no PER em tela, o sistema informatizado alocou esses pagamentos para amortizar parte do saldo devedor confessado na DCTF, como se vislumbra nas telas copiadas a seguir: Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10680.906305/201563 Acórdão n.º 3301005.233 S3C3T1 Fl. 6 5 Desse modo, o pagamento por meio do DARF discriminado no PER – de R$ 275,20 – foi integralmente utilizado para quitar o débito de COFINS de 31/03/2010, em face das informações prestadas pela própria contribuinte na DCTF retificadora apresentada à Receita Federal, não restando crédito para a restituição pretendida: [...] Destaca ainda a decisão de piso que "desde a constituição da DCTF pela Instrução Normativa SRF nº 126, de 30/10/1998, e suas alterações posteriores, e de acordo com o disposto no DecretoLei nº 2.124, de 13/06/1984", tal declaração constituise em confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário. A recorrente, alega que o pagamento indevido de R$275,20, seria provenientes e originário "de SCP’s (Sociedades em Conta de Participação), das quais" [...] "é sócia ostensiva". E acrescenta: O débito montante de R$ 1134352,27, declarado em DCTF, alberga valores devidos de Cofins de várias SCP’s que tem a Recorrente como sócia ostensiva e outras empresas como sócias participantes. A título de lembrete sabese que os sócios ostensivos de SCP’s são aquelas pessoas jurídicas que se obrigam perante terceiros, enquanto que os sócios participantes (antigos sócios ocultos), não têm essa obrigação. Em vista dessa situação, a Recorrente é responsável pelas obrigações acessórias tributárias, dentre elas, a apresentação de DCTF com os competentes recolhimentos tributários. Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10680.906305/201563 Acórdão n.º 3301005.233 S3C3T1 Fl. 7 6 No caso em questão, o valor recolhido, R$ 275,2 é proveniente da atividade da SCP, "Laguna Beach" contrato anexo, Doc. 1, que recolheu este valor. Contudo, como já informado, tinha como valor devido a quantia de R$ 0 Ao manter a decisão que indeferiu o crédito pleiteado, a Receita Federal acaba violando a individualidade de outra pessoa jurídica, uma vez que o crédito solicitado diz respeito a uma sociedade em conta de participação específica que tem a Recorrente como sócia ostensiva. O quadro abaixo, demonstra muito bem a composição deste crédito. Tanto que o código do imposto é o 217208, cujo dígito identifica ser o crédito decorrente de sociedade em conta de participação. Portanto, no caso da decisão ser mantida, permanecerseá uma verdadeira invasão no patrimônio da SCP Laguna Beach, visto o desrespeito à sua individualidade e atividade empresarial, pois está sendo punida por conta de débitos tributários que não são dela. “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2008 SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO. SUJEIÇÃO TRIBUTÁRIA. Na apuração dos resultados da sociedade em conta de participação serão observadas as normas aplicáveis às demais pessoas jurídicas. Tendo em vista que a sociedade em conta de participação não se confunde com o sócio ostensivo, os resultados daquela não podem ser tributados diretamente neste mas apenas distribuídos na proporção da participação.” (CARF, Recurso Voluntário Recurso de Ofício, PTA 15504.724276/201314, Acórdão 1402 002.208. Relator Dr. Leonardo de Andrade Couto , DJ 27.06.2016) (destacouse) Diante do exposto, não há que se falar na aplicação da IN SRF 126/98, pois o saldo a pagar da Recorrente não pode prejudicar uma SCP em que ela é a sócia ostensiva e que, por isso, é obrigada ao cumprimento das obrigações acessórias, dentre elas, a entrega de DCTF. Ocorre, no entanto, que tal argumento de defesa não foi trazido em sede de manifestação de inconformidade, precluindo o direto de fazêlo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Também não localizei a prova da liquidez e certeza do crédito em foco, que não a DCTF retificada e o DARF dado como pago indevidamente. Tal Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10680.906305/201563 Acórdão n.º 3301005.233 S3C3T1 Fl. 8 7 comprovação é exigência do art. 170 do Código Tributário Nacional e ônus do peticionário, nos termos do art. 373 do Código do Processo Civil. Assim, por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 88DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12963.000761/2010-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2006
RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103.
A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício.
Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
Numero da decisão: 1402-003.514
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15521.000284/2009-79, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2006 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadrava-se na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 15521.000284/2009-79, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente Substituto e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio.
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EPP ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006 RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DO VALOR DE ALÇADA. NÃO CONHECIMENTO. MOMENTO DA VERIFICAÇÃO. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63/2017 elevou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o valor mínimo da exoneração do crédito e penalidades promovida pelas Delegacias Regionais de Julgamento para dar ensejo à interposição válida de Recurso de Ofício. Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Ainda que, quando da prolatação de Acórdão que cancela determinada exação, a monta exonerada enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador da 2ª Instância administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 15521.000284/200979, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Ausente momentaneamente o Conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente Substituto e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 96 3. 00 07 61 /2 01 0- 42 Fl. 1120DF CARF MF Processo nº 12963.000761/201042 Acórdão n.º 1402003.514 S1C4T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edeli Pereira Bessa, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Eduardo Morgado Rodrigues (Suplente Convocado) e Paulo Mateus Ciccone (Presidente Substituto). Ausente justificadamente a Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio. Relatório Trata de Recurso de Ofício oposto em face do cancelamento de exações sofridas pela Contribuinte, promovido pela DRJ a quo, dando provimento às razões de Impugnação opostas contra o lançamento de ofício procedido. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.484, de 18/10/2018, proferido no julgamento do Processo nº 15521.000284/2009 79, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.484): "Inicialmente, analisando os requisitos de admissibilidade do Recurso de Ofício, constatase que tal apelo foi tirado de v. Acórdão que exonerou débito tributário (considerando, aqui, principal e multas) em monta inferior ao atual valor de alçada que propiciaria seu manejo e consequente conhecimento por este E. CARF. Posto isso, tal montante está abaixo do mínimo de R$ 2.500.000,00 fixados pela Portaria MF nº 63/2017, acarretando no seu não conhecimento, considerandose definitivamente exonerado tal crédito fiscal, nos precisos termos e limites da r. decisão da DRJ a quo. Fl. 1121DF CARF MF Processo nº 12963.000761/201042 Acórdão n.º 1402003.514 S1C4T2 Fl. 4 3 Tais circunstâncias e ocorrência também atraem a incidência da Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Como se extrai de tal entendimento sumular plenamente vigente deste E. Conselho, ainda que quando da prolatação do v. Acórdão recorrido a monta do débito cancelado enquadravase na hipótese de Recurso de Ofício, o derradeiro momento da verificação do limite do valor de alçada é na apreciação do feito pelo Julgador de 2ª Instância administrativa. In casu, como mencionado, tal evento ocorre após a vigência Portaria MF nº 63/2017, não havendo mais justificativa e motivação para o conhecimento recursal. Diante de todo o exposto, voto por não conhecer do Recurso de Ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de não conhecer do recurso de ofício, nos termos da Súmula CARF nº 103, conforme voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 1122DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10935.004920/2009-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009
COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação.
Numero da decisão: 3201-004.294
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009 COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação.
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PROVA DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. Recorrente COOPAVEL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009 COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão n.º 06049.865 3ª Turma da DRJ/CTA, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade mantendo o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 49 20 /2 00 9- 56 Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10935.004920/200956 Acórdão n.º 3201004.294 S3C2T1 Fl. 3 2 Em seu pedido de restituição, a contribuinte alega que sofreu a retenção do PIS e da Cofins (no percentual de 3,65%) sobre as operações de comercialização de produtos rurais e prestações de serviço de armazenamento que realizou com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), e que não conseguiu realizar a dedução dos valores retidos na contribuição devida, uma vez que, estando submetida a apuração da contribuição na modalidade não cumulativa, não apurou valor a pagar da contribuição no período, em face de os créditos gerados terem sido superiores ao valor do débito da contribuição. Por sua vez, a SAORT, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Cascavel – PR, após analisar o pleito constante do presente processo, emitiu Despacho Decisório indeferindo o pedido de restituição formulado pela interessada. Sustenta a autoridade administrativa, em resumo, que a interessada não logrou êxito na comprovação do direito creditório solicitado, uma vez que não foi possível, com base nos documentos apresentados (arquivos digitais), confirmar se as Notas Fiscais emitidas para a Conab constam declaradas nas receitas que compõem as bases de cálculo das contribuições que foram informadas no Dacon. Diante do indeferimento do pedido de restituição, as compensações declaradas com lastro no pedido de restituição em comento não foram homologadas. A DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade. O Acórdão n.º 06049.865 3ª Turma da DRJ/CTA, está assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/05/2009 a 31/05/2009 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO. Inexistindo comprovação do direito creditório informado em Pedido de Restituição ou em Declaração de Compensação DCOMP, é de se indeferir o crédito solicitado e de considerar não homologada a compensação declarada. Inconformada, a ora Recorrente apresentou, no prazo legal, Recurso Voluntário, por meio do qual requer que a decisão da DRJ seja reformada, alegando, em síntese: Dos Fatos Inicialmente a Recorrente argui que a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Cascavel equivocouse ao analisar o pedido, fazendo confusão com isenções, não incidências e imunidades, e análises que não tem qualquer relação com o pedido formulado, como se o pedido de restituição tivesse sido realizado com base e fundamento no artigo 27 da Instrução Normativa 900 de 2008. A Recorrente argumenta que o pedido de restituição se refere a créditos retidos de COFINS, pela prestação de serviços da ora Recorrente à CONAB. Alega ainda que o pedido restituição não se encontra prescrito. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10935.004920/200956 Acórdão n.º 3201004.294 S3C2T1 Fl. 4 3 Do Direito A Recorrente sustenta ter havido pagamento a maior do que o valor devido de COFINS para o período em análise (retenção indevida). Fundamenta o pedido restituição no artigo 12, da Instrução Normativa SRF 900/2008. Informa não haver conseguido utilizar os valores retidos na fonte a título de COFINS para pagar débitos da mesma espécie no mesmo mês. Assim, adotou o procedimento constante do artigo 34 da IN RFB 900/2008, que trata da compensação de débitos próprios de tributos administrados pela RFB. Sustenta que a única prova necessária para fazer valer o seu direito ao crédito seria da existência da retenção e da quitação dos tributos quando for positiva a sua apuração, o que, segundo a mesma, ocorrera no presente processo. Argumenta quando a suspensão da exigibilidade do crédito nos termos do inciso III, do artigo 151, do Código Tributário Nacional (Lei n° 5.172/1966). Do Pedido Ao final do RV a Recorrente pede que seja dado provimento ao recurso a fim de reformar o acórdão da DRJ com a restituição/compensação das contribuições devidamente acrescida de juros pela taxa acumulada da Selic. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.280, de 23/10/2018, proferido no julgamento do processo 10935.000340/200817, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.280): "O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A seguir passo a análise de cada um dos pontos do Recurso Voluntário. De forma objetiva, a lide cingese quanto a certeza e liquidez do crédito. No julgamento de primeira instância consta exatamente que a Recorrente não conseguiu comprovar tais créditos. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10935.004920/200956 Acórdão n.º 3201004.294 S3C2T1 Fl. 5 4 Sustenta a autoridade administrativa, em resumo, que a interessada não logrou êxito na comprovação do direito creditório solicitado, uma vez que não foi possível, com base nos documentos apresentados (arquivos digitais), confirmar se as Notas Fiscais emitidas para a Conab constam declaradas nas receitas que compõem as bases de cálculo das contribuições que foram informadas no Dacon. (Acórdão DRJ, efl. 206) As manifestações de inconformidade da Recorrente não colaboraram para o esclarecimento da dúvida da autoridade administrativa. Ao contrário, parecem enveredar por caminhos diversos da comprovação fática de retenção nas Notas Fiscais emitidas pela Conab. Sobre a necessidade de comprovação, cito trecho do Acórdão de primeira instância. Entendeu a autoridade fiscal que para se usufruir do direito à restituição/compensação previsto na legislação acima, é necessário que se comprove: (i) a retenção realizada; e (ii) o valor da contribuição devida no mês, a qual deve ser realizada pela demonstração da respectiva base de cálculo, composta por todas as receitas tributáveis e as possíveis exclusões (receitas isentas, não tributáveis, suspensões, imunidades e, no caso, receitas decorrentes de atos cooperativos), bem como dos créditos da não cumulatividade. No entanto, conforme se observa pela leitura do despacho decisório, a auditoria realizada pela fiscalização não conseguiu firmar convicção sobre o direito creditório requerido, uma vez que os documentos apresentados (arquivos digitais) não espelham (ou confirmam) as receitas de bens e serviços declaradas no Dacon, não se podendo afirmar com certeza se os valores das Notas fiscais emitidas para a CONAB constam dentro das receitas tributadas que compõem a base de cálculo da contribuição, e, por conseqüência, se houve a configuração da hipótese de restituição/compensação acima tratada. Ou seja, a autoridade a quo concluiu que o direito à restituição/compensação restou prejudicado, posto que não houve a comprovação material do mesmo. (Acórdão DRJ, efl. 209) O juízo a quo entendeu que a Recorrente pouco colaborou para esclarecer a certeza e liquidez. Cito trecho e uso como razão de fundamentar como se meu fosse: Nesse ponto, é bom que se lembre, que a autoridade a quo não mediu esforços para seu intento, mas, infelizmente, a contribuinte pouco colaborou. Talvez, digase, em face de um entendimento equivocado. E assim dessa mesma forma, como se vê na manifestação de inconformidade, a interessada prossegue insistindo em sua tese. Inverte os papéis, age como se não precisasse provar nada e, também, como se autoridade tributária fosse obrigada a reconhecer o seu suposto direito creditório sem a necessidade de qualquer verificação documental (ou de arquivos eletrônicos). Ora, a interessada esquece, ou simplesmente ignora, que a administração pública tem a sua atividade vinculada à lei e que, no presente caso, a legislação é clara no sentido de que o direito creditório (com direito à restituição ou compensação) somente é devido quando se comprove a impossibilidade de dedução dos valores retidos dos valores a pagar da contribuição no período, consubstanciada, em síntese, na demonstração da base de cálculo e na inexistência da contribuição. Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10935.004920/200956 Acórdão n.º 3201004.294 S3C2T1 Fl. 6 5 Com efeito, é de se dizer que a comprovação da existência de crédito junto à Fazenda Nacional é atribuição da contribuinte, cabendo à autoridade administrativa, por sua vez, examinar a liquidez e certeza de que teriam sido repassadas aos cofres públicos importâncias superiores àquelas devidas pela contribuinte de acordo com a legislação pertinente, autorizando, após confirmação de sua regularidade, a restituição ou compensação do crédito conforme vontade expressa da contribuinte. (Acórdão DRJ, efl. 209) Sobre a necessidade de certeza e liquidez, há farta jurisprudência deste órgão de julgamento. CARF Acórdão nº 3403001.477 do Processo 13882.000037/200271 – Data: 20/03/2012 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ORIGEM CERTEZA. LIQUIDEZ. Compensação de crédito independe de autorização, entretanto, deve ser certo e liquido, constatado por meio de diligência fiscal a certeza, a liquidez decorre do próprio procedimento fiscal, impõe reconhecer o crédito e homologar as compensações efetivadas até o limite dos créditos apurados. CARF Acórdão nº 3403002.579 do Processo 10983.902416/200867 – Data: 24/10/2013 COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. Conclusão Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, de forma a manter o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas na Dcomp nº 25265.65884.020408.1.3.046583." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado NEGOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, de forma a manter o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 139DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13830.720010/2007-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO.
Acolhem-se os embargos, com efeitos infringentes, quando constatada omissão no julgado, quanto às consequências da vinculação de processos.
PROCESSOS VINCULADOS. CONSEQUÊNCIAS.
O processo decorrente, em julgamento conjunto, tem autonomia material e processual própria, e por isto, deve aproveitar somente as decisões de matérias que lhe são pertinentes.
Embargos Acolhidos, com Efeitos Infringentes.
Numero da decisão: 3201-004.260
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, com efeitos infringentes, para excluir da decisão embargada as referências à decadência do direito de lançar e alterar o resultado para negar provimento ao pedido de ressarcimento e compensação.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior.
Nome do relator: MARCELO GIOVANI VIEIRA
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Acolhem-se os embargos, com efeitos infringentes, quando constatada omissão no julgado, quanto às consequências da vinculação de processos. PROCESSOS VINCULADOS. CONSEQUÊNCIAS. O processo decorrente, em julgamento conjunto, tem autonomia material e processual própria, e por isto, deve aproveitar somente as decisões de matérias que lhe são pertinentes. Embargos Acolhidos, com Efeitos Infringentes.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1595; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13830.720010/200719 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3201004.260 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2018 Matéria RESSARCIMENTO DE IPI Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado ESTRUTURAS METÁLICAS BRASIL LTDA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Acolhemse os embargos, com efeitos infringentes, quando constatada omissão no julgado, quanto às consequências da vinculação de processos. PROCESSOS VINCULADOS. CONSEQUÊNCIAS. O processo decorrente, em julgamento conjunto, tem autonomia material e processual própria, e por isto, deve aproveitar somente as decisões de matérias que lhe são pertinentes. Embargos Acolhidos, com Efeitos Infringentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos, com efeitos infringentes, para excluir da decisão embargada as referências à decadência do direito de lançar e alterar o resultado para negar provimento ao pedido de ressarcimento e compensação. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Giovani Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 72 00 10 /2 00 7- 19 Fl. 378DF CARF MF 2 Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinícius Toledo de Andrade, Laércio Cruz Uliana Júnior. Relatório Tratase de Embargos de Declaração da Procuradoria da Fazenda Nacional, apontando omissão no julgado embargado. Conforme o Despacho de Admissão, apontase omissão no acórdão embargado porque, em seus fundamentos, faz referência ao processo principal 11444.000553/200825. A Fazenda Nacional entende que o acórdão embargado não se manifestou sobre o fato de que o processo principal não tem ainda julgamento definitivo, sendo objeto de Recurso Especial, e desse modo, não poderia ser utilizado como fundamento neste processo decorrente. Reproduzo excerto esclarecedor de sua manifestação fls.(375): Assim, o acórdão embargado foi omisso sobre ponto imprescindível ao desate da lide: o fato de que a formalização e o trânsito em julgado da decisão proferida nos autos nº 11444.000553/200825 é condição, futura e incerta, para o julgamento da lide decorrente, razão pela qual a provisoriedade da decisão emanada naqueles feitos configuraria um empecilho à atividade judicante no presente processo correlato. Nesse teor, o acórdão embargado foi omisso sobre a análise e aplicação dos artigos 421 e 452, ambos do Decreto nº 70.235/72 neste caso concreto. Os referidos dispositivos prescrevem quando as decisões administrativas se tornam definitivas e que, apenas na hipótese de decisão definitiva favorável ao contribuinte, podem ser exonerados os gravames decorrentes do litígio. A embargante pede também esclarecimentos quanto às consequências do vinculação do processos (fl. 378): Assim sendo, considerando que o Colegiado restou omisso no que tange à análise do citado ponto, fazse mister que se pronuncie acerca da falta de formalização e de definitividade da decisão tomada nos autos n. 11444.000553/200825 e das repercussões que tal fato terá na decisão adotada no presente feito. Nesses termos, revelase a necessidade de se aclarar o decisum, sanando as omissões/contradições/obscuridades acima 1 Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição; III de instância especial. Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. 2 Art. 45. No caso de decisão definitiva favorável ao sujeito passivo, cumpre à autoridade preparadora exonerálo, de ofício, dos gravames decorrentes do litígio. Fl. 379DF CARF MF Processo nº 13830.720010/200719 Acórdão n.º 3201004.260 S3C2T1 Fl. 3 3 apontadas, a fim de que a decisão deste Colegiado mostrese consentânea com tudo o que destes autos consta, bem como para que seu conteúdo reste claro e completo, não deixando qualquer margem de dúvidas para a interposição de recurso especial e/ou execução do julgado. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, Relator Na sessão do dia 17 de abril de 2018, esta Turma julgou o processo 11444.000553/200825, que trata de Auto de Infração de IPI, por erro de classificação fiscal das mercadorias produzidas pela empresa autuada. Na mesma sessão, julgamos os respectivos processos de ressarcimento de IPI, dos mesmos períodos, de números 13830.720011/200763, 13830.720018/200785, 13830.720016/200796 e o presente processo, 13830.720010/200719. Ambos os processos têm origem no mesmo procedimento fiscal, são do mesmo período e veiculam as mesmas matérias, posto que se origiram da mesma infração, o erro de classificação fiscal que ocasionou as glosas dos créditos pretendidos nos processos de ressarcimento, e o lançamento dos saldos devedores decorrentes da mesma infração. Assim, nesses casos, o julgamento deve ser conjunto, para que não haja decisões díspares sobre o mesmo fato autuado, originado do mesmo procedimento fiscal. O julgamento conjunto atende à diretriz do artigo 6º do regimento interno do Carf, e foi também, solicitado pelo contribuinte. Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: §1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e III reflexo, constatado entre processos formalizados em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. § 2º Observada a competência da Seção, os processos poderão ser distribuídos ao conselheiro que primeiro recebeu o processo conexo, ou o principal, salvo se para esses já houver sido prolatada decisão. Fl. 380DF CARF MF 4 § 3º A distribuição poderá ser requerida pelas partes ou pelo conselheiro que entender estar prevento, e a decisão será proferida por despacho do Presidente da Câmara ou da Seção de Julgamento, conforme a localização do processo. § 4º Nas hipóteses previstas nos incisos II e III do § 1º, se o processo principal não estiver localizado no CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para a unidade preparadora, para determinar a vinculação dos autos ao processo principal. § 5º Se o processo principal e os decorrentes e os reflexos estiverem localizados em Seções diversas do CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para determinar a vinculação dos autos e o sobrestamento do julgamento do processo na Câmara, de forma a aguardar a decisão de mesma instância relativa ao processo principal. § 6º Na hipótese prevista no § 4º se não houver recurso a ser apreciado pelo CARF relativo ao processo principal, a unidade preparadora deverá devolver ao colegiado o processo convertido em diligência, juntamente com as informações constantes do processo principal necessárias para a continuidade do julgamento do processo sobrestado. § 7º No caso de conflito de competência entre Seções, caberá ao Presidente do CARF decidir, provocado por resolução ou despacho do Presidente da Turma que ensejou o conflito. § 8º Incluemse na hipótese prevista no inciso III do § 1º os lançamentos de contribuições previdenciárias realizados em um mesmo procedimento fiscal, com incidências tributárias de diferentes espécies. Desse modo, a decisão havida no processo de Auto de Infração foi replicada nos processos de ressarcimento, para que tenham todos o mesmo fundamento de decidir. O contribuinte, também, pedia o julgamento conjunto, perfazendo tal matéria, portanto, pertencente à lide. A Fazenda Nacional, nos embargos, entende que a referência ao processo principal ensejaria omissão/obscuridade/contradição do julgado, pois que o julgamento do principal não seria definitivo. Entendo que lhe assiste razão, em parte. 1Vinculação de processos conexos A referência ao processo principal, julgado em conjunto, tem como razão a manutenção dos mesmos fundamentos, e não pressupõe sua definitividade, e por não pressupor sua definitivade, não precisaria se manifestar sobre os artigos do PAF que tratam desse instituto. Os processos vinculados não ficam sobrestados, mas devem, de preferência, serem julgados juntos para terem decisão equivalente. A referência ao processo principal não retira do acórdão embargado, no presente processo decorrente, o caráter de julgamento completo, pois utiliza seus próprios Fl. 381DF CARF MF Processo nº 13830.720010/200719 Acórdão n.º 3201004.260 S3C2T1 Fl. 4 5 fundamentos, replicados por referência aos fundamentos do processo principal. Embora replicados e os mesmos, os fundamentos do acórdão embargado são do acórdão embargado. Em outras palavras, em sede de julgamento, vinculamse os processos pelo direito material, não pelo processual. A parte processual vinculada relacionase com a fase anterior, a distribuição e a pauta conjunta dos processos. A parte material vinculase pela manutenção dos mesmos fundamentos de decidir para os processos vinculados, para as mesmas matérias. Para ilustrar, por hipótese, conjecturamos que uma das partes perca prazo de recurso no processo principal, e não perca o prazo no presente processo. Então, o presente processo teria seguimento normal, posto que não está vinculado ao principal senão pela utilização dos mesmos fundamentos. 2 Repercussões do processo principal no presente processo Todavia, a utilização de todas as matérias decididas no processo principal, por omissão da análise das repercussões do processo principal nos decorrentes, tal como foi feito aqui, acarretou em erro, pois que a matéria de decadência do direito de lançar não é pertinente ao presente processo, que trata apenas de ressarcimento. A decadência do direito de lançamento, no processo principal, foi a única matéria de provimento parcial. Aqui, todavia, não sendo aplicável, o resultado deve ser por negativa da homologação da compensação, em conformidade com a decisão acerca das outras matérias. Observo que as referências à decadência quanto à homologação da compensação permanecem válidas, posto que contadas a partir da Declaração de Compensação, e aplicáveis neste presente processo. 3 Conclusão Pelo exposto, voto por acolher os embargos, com efeitos infringentes, para excluir da decisão embargada as referências à decadência do direito de lançar, e alterar o resultado para negar provimento ao pedido de ressarcimento e compensação. (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira Relator Fl. 382DF CARF MF
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