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Numero do processo: 10167.001488/2007-28
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Feb 23 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/2003 a 30/11/2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA. NECESSIDADE.
O recurso especial somente é cabível em caso de divergência jurisprudencial quanto à interpretação da legislação tributária.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-003.556
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Alexandre Naoki Nishioka Relator
EDITADO EM: 17/02/2015
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Eduardo de Souza Leão (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada). Ausente momentaneamente o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA. NECESSIDADE. O recurso especial somente é cabível em caso de divergência jurisprudencial quanto à interpretação da legislação tributária. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Alexandre Naoki Nishioka – Relator EDITADO EM: 17/02/2015 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 7. 00 14 88 /2 00 7- 28 Fl. 169DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/ 2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NI SHIOKA Processo nº 10167.001488/200728 Acórdão n.º 9202003.556 CSRFT2 Fl. 170 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Eduardo de Souza Leão (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada). Ausente momentaneamente o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional (efls. 103/110), em face do Acórdão n° 230101.867 (efls. 95/99), que teve a seguinte ementa: “... MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91.” (efl. 95). Não se conformando, a Recorrente interpôs recurso especial, apontando como paradigma o Acórdão 2401001127, que restou assim ementado: “... Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DESCUMPRIMENTO INFRAÇÃO Consiste em descumprimento de obrigação acessória, a empresa apresentar a GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE MAIS FAVORÁVEL PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA APLICAÇÃO Na superveniência de legislação que se revele mais favorável ao contribuinte no caso da aplicação de multa pelo descumprimento de obrigação acessória, aplicase o princípio da retroatividade benigna da lei aos casos não definitivamente julgados, conforme estabelece o CTN. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.” O recurso foi admitido por meio da decisão de efls. 125/126, tendo apresentado o Recorrido as contrarrazões de efls. 144/154. É o relatório. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/ 2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NI SHIOKA Processo nº 10167.001488/200728 Acórdão n.º 9202003.556 CSRFT2 Fl. 171 3 Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso não deve ser conhecido. O Regimento Interno do CARF traz, em seu artigo 67, a hipótese de cabimento e os requisitos de admissibilidade do recurso especial, nos seguintes termos: “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1° Para efeito da aplicação do caput, entendese como outra câmara ou turma as que integraram a estrutura dos Conselhos de Contribuintes, bem como as que integrem ou vierem a integrar a estrutura do CARF. § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. § 3° O recurso especial interposto pelo contribuinte somente terá seguimento quanto à matéria prequestionada, cabendo sua demonstração, com precisa indicação, nas peças processuais. § 4° Na hipótese de que trata o caput, o recurso deverá demonstrar a divergência argüida indicando até duas decisões divergentes por matéria. § 5° Na hipótese de apresentação de mais de dois paradigmas, caso o recorrente não indique a prioridade de análise, apenas os dois primeiros citados no recurso serão analisados para fins de verificação da divergência. § 6° A divergência prevista no caput deverá ser demonstrada analiticamente com a indicação dos pontos nos paradigmas colacionados que divirjam de pontos específicos no acórdão recorrido. § 7° O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. § 8° Quando a cópia do inteiro teor do acórdão ou da ementa for extraída da Internet deve ser impressa diretamente do sítio do CARF ou da Imprensa Oficial. § 9º As ementas referidas no § 7º poderão, alternativamente, ser reproduzidas no corpo do recurso, desde que na sua integralidade. § 10. O acórdão cuja tese, na data de interposição do recurso, já tiver sido superada pela CSRF, não servirá de paradigma, independentemente da reforma específica do paradigma indicado. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/ 2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NI SHIOKA Processo nº 10167.001488/200728 Acórdão n.º 9202003.556 CSRFT2 Fl. 172 4 § 11. É cabível recurso especial de divergência, previsto no caput, contra decisão que der ou negar provimento a recurso de ofício.” Nos termos do caput do artigo 67 do atual Regimento Interno, o recurso especial é cabível em virtude de divergência jurisprudencial. No presente caso, os acórdãos recorrido e paradigma não são divergentes, pois analisaram a questão relativa à retroatividade benigna à luz de diferentes dispositivos legais, pois os fatos que deram origem aos respectivos processos administrativos são diferentes. No caso dos autos foi aplicado o regime jurídico das obrigações principais, enquanto que na hipótese do paradigma foi decidida a controvérsia com base na legislação relativa às obrigações acessórias. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 172DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 19/02/ 2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 18/02/2015 por ALEXANDRE NAOKI NI SHIOKA
score : 1.0
Numero do processo: 13888.723334/2012-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007, 2008
MULTA DE MULTA QUALIFICADA
A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. (Súmula CARF nº 14).
MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL DE 75%.
A multa aplicável no lançamento de ofício prevista na legislação tributária em de 75%, por descumprimento à obrigação principal instituída em norma legal.
EXAME DE CONSTITUCIONALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2).
Recurso provido em parte
Numero da decisão: 2202-002.952
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindo-a ao percentual de 75%.
(Assinado digitalmente)
Antonio Lopo Martinez Presidente e Relator
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Rafael Pandolfo, Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Maria Anselma Croscrato dos Santos (Suplente Convocada), Jimir Doniak Junior (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez.
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007, 2008 MULTA DE MULTA QUALIFICADA A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. (Súmula CARF nº 14). MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL DE 75%. A multa aplicável no lançamento de ofício prevista na legislação tributária em de 75%, por descumprimento à obrigação principal instituída em norma legal. EXAME DE CONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2). Recurso provido em parte
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindo-a ao percentual de 75%. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Presidente e Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Rafael Pandolfo, Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Maria Anselma Croscrato dos Santos (Suplente Convocada), Jimir Doniak Junior (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez.
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(Súmula CARF nº 14). MULTA DE OFÍCIO. PERCENTUAL DE 75%. A multa aplicável no lançamento de ofício prevista na legislação tributária em de 75%, por descumprimento à obrigação principal instituída em norma legal. EXAME DE CONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula CARF nº 2). Recurso provido em parte Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 72 33 34 /2 01 2- 19 Fl. 307DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Rafael Pandolfo, Dayse Fernandes Leite (Suplente Convocada), Maria Anselma Croscrato dos Santos (Suplente Convocada), Jimir Doniak Junior (Suplente Convocado), Antonio Lopo Martinez. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 13888.723334/201219 Acórdão n.º 2202002.952 S2C2T2 Fl. 3 3 Relatório Em desfavor da contribuinte, APARECIDA HELENA RIBEIRO VOLPATO, O processo refere se ao Auto de Infração de fls. 187 e seguintes (folhas do processo digitalizado), com o lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física, relativo aos anos calendário de 2007, 2009 e 2011, no valor de R$ 11.412,53, juros de mora de R$3.669,88, multa de R$ 15.630,90 e multa exigida isoladamente, no valor de R$ 926,41. A fiscalização do contribuinte em tela, relativa ao Imposto de Renda da Pessoa Física dos Anos –calendário 2007, 2009 e 2011 foi iniciada com a emissão e encaminhamento por via postal do Termo de Início do Procedimento Fiscal (às fls. 3 a 6), com ciência em Aviso de Recebimento – AR expedido pela ECT, em 25/06/2012, às fls. 07. O procedimento fiscal e as infrações foram relatados pela autoridade lançadora no Relatório Fiscal (às fls. 176 a 186), na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (às fls. 190 a 192) e no Demonstrativo de Apuração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, de Multas e Juros de Mora (às fls. 193 a 204), como segue, em síntese, sem prejuízo da leitura integral dos mesmos. Pelos fatos apurados e relatados no Relatório Fiscal e na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, a fiscalização constatou as infrações: As glosas das deduções indevidas e o lançamento da omissão de rendimentos, foram efetuados pela fiscalização por falta de comprovação e de previsão legal. Consta no Relatório Fiscal: 1. O contribuinte regularmente intimado por meio do Termo de Início do Procedimento Fiscal (às fls. 3 a 7), informou não possuir alguns comprovantes das deduções pleiteada e que não possuía dependentes a declarar (às fls. 25 a 43). 2. Foi emitido o Termo de Intimação Fiscal nº1 (às fls. 44 a 47), com ciência em AR ECT, em 10/07/2012, às fls. 48, por meio do qual solicitouse informações e esclarecimentos sobre as pessoas Fábio César Volpato e Maria Clara Volpato declaradas como dependentes no ano calendário 2007, bem como de todas as deduções efetuadas nas declarações dos anos calendário fiscalizados e listadas em planilha anexa ao termo (às fls. 47). Em resposta, o contribuinte informou desconhecer as pessoas Fábio César Volpato e Maria Clara Volpato, não sendo seus dependentes e que desconhecia e/ou não fez uso das deduções listadas na planilha anexa ao Termo de Intimação nº 1 (às fls. 49 a 51). Fl. 309DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 3. A fiscalização efetuou diligências aos prestadores de serviços informados pelo contribuinte em suas declarações dos anos calendário fiscalizados e cujas despesas declaradas como dedutíveis não foram comprovadas por meio de documentação hábil (às fls. 55 a 68 e 60 a 87). 4. Foi emitido o Termo de Intimação Fiscal nº 2, (às fls. 152 a 167) com ciência em AR ECT, em 24/08/2 012, às fls. 168, com as cópias anexas das respostas dos prestadores de serviços diligenciados e que não confirmaram o recebimento dos pagamentos declarados, para a manifestação do contribuinte e esclarecimentos pertinentes (às fls. 88 a 149). Em resposta, o contribuinte informa desconhecer as instituições pessoas físicas e/ou jurídicas, que nunca fez uso e não conhece a suas localizações. As despesas apontadas não são suas, bem como não tem como explicálas , pois o contador que elaborou as declarações faleceu em 2010. Encaminhou a fiscalização a relação de valores recebidos pela Unimed de Rio Claro (às fls. 169 a 175). Os valores das bases de cálculo apuradas com a constatação de omissão de rendimentos e glosas de deduções indevidas efetuadas pela fiscalização, encontramse consolidados e discriminados por data de ocorrência do fato gerador no Relatório Fiscal (às fls.178 a 183) e na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal do Auto de Infração (às fls.190 a 192). O enquadramento legal das infrações apuradas e multas aplicadas encontram se relacionados por fato gerador e período de ocorrência no Relatório Fiscal (às fls. 176 a 186), na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (às fls. 190 a 192) e no Demonstrativo de Apuração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, de Multas e Juros de Mora (às fls. 193 a 204). A fiscalização foi finalizada com a emissão do Auto de Infração e de Termo de Encerramento (às fls. 187 a 204 e 205 a206), lavrados em 05/09/2012 e encaminhados ao contribuinte por via postal, com ciência em Aviso de Recebimento – AR expedido pela ECT, em 12/09/2012, às fls. 207. A impugnação, anexa às fls. 212 a 215, foi protocolada em 15/10/2012. Os despachos emitidos pela unidade de origem às fls. 219 a 226 são silentes quanto a tempestividade da impugnação. Entretanto, para que não se incorra em cerceamento de defesa e tendo em vista as informações de fls. 207 e 212, consideroa tempestiva e dela tomo conhecimento. O contribuinte requer o cancelamento do débito fiscal reclamado, alegando: 1. As declarações de ajuste anual sob fiscalização foram elaboradas por profissional contratado que apesar de experiente , encontrava se em idade avançada, motivo que o fez equivocar se, e que veio a falecer em 2010. 2. Na Comarca de Rio Claro, a família Volpato é numerosa, razão pela qual, o contador deve ter se enganado na elaboração das declarações. 3. Note se que as informações declaradas passíveis de crimes foram as informadas no ano calendário 2007 e 2009 pelo contador (falecido). Já a declaração do ano calendário 2011, apresentou erro formal, praticado pelo novo profissional Fl. 310DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 13888.723334/201219 Acórdão n.º 2202002.952 S2C2T2 Fl. 4 5 contratado. As informações foram prestadas corretamente , apenas o abatimento foi indevido, fato esse passível de retificação. 4. Em momento algum foi comprovada a ação ou omissão dolosa, pois não ficou caracterizada a sonegação, fraude ou conluio por parte do contribuinte. A impugnação não agregou outros documentos aos autos. A DRJ julga a impugnação improcedente, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Ano calendário: 2007, 2009, 2011 OMISSÃO DE RENDIMENTOS EXCEDENTES AO LIMITE DE ISENÇÃO PARA DECLARANTES COM 65 ANOS OU MAIS. O excedente ao limite de isenção, resultante do recebimento por contribuinte maior de 65 anos de uma ou mais aposentadorias ou pensões pagas pela previdência oficial ou privada, deve ser oferecido à tributação por meio de declaração de ajuste anual. DEDUÇÃO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI. São passíveis de dedução as despesas com Previdência Privada, PGBL e FAPI relativas ao próprio contribuinte e/ou a seus dependentes, quando comprovado o dispêndio por documentação hábil e respeitados os limites legais, conforme legislação de regência. A não comprovação por meio de documentação hábil, obsta a dedução. DEDUÇÃO DE DEPENDENTES O direito à dedução é condicionado à comprovação da relação de dependência com o declarante, conforme legislação de regência. Não comprovada a relação de dependência por meio de documentação legalmente exigida, mantémse a glosa. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. O direito à dedução de despesas é condicionado à comprovação da relação de dependência do beneficiário dos serviços e o declarante, da efetividade dos serviços prestados, bem como dos correspondentes pagamentos. A falta de comprovação por meio de documentação hábil, obsta a dedução pleiteada. DEDUÇÃO DE DESPESAS COM INSTRUÇÃO. São passíveis de dedução as despesas com instrução relativas ao próprio contribuinte e/ou a seus dependentes, quando comprovado o dispêndio por documentação hábil e respeitados os limites legais, conforme legislação de regência. A não comprovação da relação de dependência entre o beneficiário da despesa e o contribuinte, por meio de documentação hábil, obsta a dedução. MULTA QUALIFICADA GLOSA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA, DE DEPENDENTES, DE DESPESAS MÉDICAS E COM INSTRUÇÃO. Fl. 311DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 Mantém se a multa qualificada, quando configurada a situação prevista na legislação de regência como motivo para a sua aplicação. IMPOSTO A RESTITUIR INDEVIDO. MULTA DE OFÍCIO. Aplicase multa de ofício sobre imposto a restituir indevido resultante de declaração inexata e constatado durante procedimento fiscal. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO CONTRIBUINTE. Sendo de natureza objetiva a responsabilidade tributária pela exatidão das informações prestadas à Receita Federal do Brasil em Declaração de Ajuste Anual de Imposto de Renda, é inadmissível sua transferência a terceiros. DECLARAÇÃO RETIFICADORA. Não são aceitas retificações apresentadas após o início do procedimento de fiscalização. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimado do acórdão proferido pela DRJ, o contribuinte interpôs recurso voluntário, onde o principal foco de atenção é no que se refere a multa de ofício, que teria a característica de ser confiscatória e desproporcional no entendimento da recorrente. É o relatório. Fl. 312DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 13888.723334/201219 Acórdão n.º 2202002.952 S2C2T2 Fl. 5 7 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator Os recursos estão dotados dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Pelos fatos apurados e relatados no Relatório Fiscal e na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, a fiscalização constatou as infrações: No recurso, a defesa não se pronuncia especificamente, contra tais infrações, trazendo, contudo. Assim, considerando que tais alegações não se coadunam com as infrações imputadas ao contribuinte, este voto não se pronunciará sobre as mesmas. Observando que no acórdão de primeira instância cada um dos pontos é detalhadamente apreciado. Acrescentese, por pertinente, que não se identifica reparos no arrazoado da primeira instância ao enfrentar a matéria.; No mais, as únicas alegações formuladas pela defesa que se coadunam com a imposição fiscal imposta ao contribuinte são aquelas que se reportam a multa de ofício, sendo certo que o contribuinte não traz, no recurso, alegações quanto ao mérito das infrações a ele imputadas, ou seja, o recorrente não se opõe às infrações, limitando suas queixas aos acréscimos legais (multa). A autoridade entendeu por bem qualificar a multa de ofício tendo em vista a conduta da recorrente. Comenta as fls 184, as motivações para a manutenção da multa de ofício. Da Qualificação da Multa No caso concreto em análise, o autante fundamentou a aplicação da multa de 150% sob a consideração de que ficou evidenciado a realização de prática reiterada. A aplicação da multa de lançamento de ofício qualificada, decorrente do art. 44, II, da Lei n° 9.430, de 1996, atualmente aplicada de forma generalizada pela autoridade lançadora, deve obedecer toda cautela possível e ser aplicada, tão somente, nos casos em que ficar nitidamente caracterizado o evidente intuito de fraude, conforme farta Jurisprudência emanada do Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes, bem como da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 8 Com a devida vênia dos que pensam em contrário, a simples omissão de receitas ou de rendimentos; a simples declaração inexata de receitas ou rendimentos; a classificação indevida de receitas/rendimentos na Declaração de Ajuste Anual ou a falta de inclusão de algum valor, bem ou direito na Declaração de Bens ou Direitos, não tem, a princípio, a característica essencial de evidente intuito de fraude. Quando a lei se reporta à evidente intuito de fraude é óbvio que a palavra intuito não está em lugar de pensamento, pois ninguém conseguirá penetrar no pensamento de seu semelhante. A palavra intuito, pelo contrário, supõe a intenção manifestada exteriormente, já que pelas ações se pode chegar ao pensamento de alguém. Há certas ações que, por si só, já denotam ter o seu autor pretendido proceder, desta ou daquela forma, para alcançar, tal ou qual, finalidade. Intuito é, pois, sinônimo de intenção, isto é, aquilo que se deseja, aquilo que se tem em vista ao agir. O evidente intuito de fraude floresce nos casos típicos de adulteração de comprovantes, adulteração de notas fiscais, conta bancária em nome fictício, falsidade ideológica, notas calçadas, notas frias, notas paralelas, etc. É de se ressaltar, que não basta que atividade seja ilícita para se aplicar à multa qualificada, deve haver o evidente intuito de fraude, já que a tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. Para concluir é de se reforçar, mais uma vez, que a simples omissão de rendimentos não dá causa para a qualificação da multa. A infração a dispositivo de lei, mesmo que resulte diminuição de pagamento de tributo, não autoriza presumir intuito de fraude. A inobservância da legislação tributária tem que estar acompanhada de prova que o sujeito empenhouse em induzir a autoridade administrativa em erro, quer por forjar documentos quer por ter feito parte em conluio, para que fique caracterizada a conduta fraudulenta. Em suma, para que a multa qualificada seja aplicada, exigese que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502, de 1964. A falta de inclusão como rendimentos tributáveis, na Declaração de Imposto de Renda, dos quais o contribuinte não logrou a comprovação, através da apresentação de documentação hábil e idônea, da sua efetividade, caracteriza simples de presunção de omissão de rendimentos, porém, não caracteriza evidente intuito de fraude, nos termos do inciso II do art. 992, do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto n° . 1.041, de 1994. Deste modo entendo injustificada a manutenção da multa qualificada de 150%. Sobre a multa de ofício, o recorrente afirma que o percentual de exigido no Auto de Infração ofende aos princípios constitucionais da razoabilidade ou proporcionalidade e da proibição do confisco. O percentual de 75% da multa de ofício a ser aplicado no presente caso conforme disposto no inciso I do art. 44 da Lei nº9.430, de 27 de dezembro de 1996, que a seguir se transcreve: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de Fl. 314DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 13888.723334/201219 Acórdão n.º 2202002.952 S2C2T2 Fl. 6 9 declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; A autoridade fiscal verificou que o contribuinte omitiu rendimentos, deixando, consequentemente, de recolher o imposto de renda correspondente, sujeitando se, portanto, à imposição da multa de 75%. Por outro lado, insta frisar que o exame da obediência das leis tributárias aos princípios constitucionais é matéria que não deve ser abordada na esfera administrativa, conforme inferese da Súmula CARF nº 2, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009: Súmula CARF nº 2 : O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Como se vê, os julgamentos administrativos não contemplam o exame de constitucionalidade de leis tributárias, de sorte que também não será neste voto apreciada a alegação do recorrente de ofensa aos princípios constitucionais de proporcionalidade e de nãoconfisco. Ante ao exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso para desqualificar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 315DF CARF MF Impresso em 05/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 10935.004992/2006-51
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Apr 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005
MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS.
Correto o lançamento fundado na ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituir-se de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei nº 9.430/1996.
SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ADMISSIBILIDADE.
Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos. (STJ - Recurso Repetitivo)
AUTO DE INFRAÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE. LAVRATURA FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. LEGITIMIDADE.
É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. (Súmula CARF nº 6)
NOTIFICAÇÃO. CIÊNCIA. VIA POSTAL. DOMICÍLIO FISCAL ELEITO PELO CONTRIBUINTE. VALIDADE.
É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. (Súmula CARF nº 9)
ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA.
Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas.
Numero da decisão: 1803-002.629
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Cármen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Fernando Ferreira Castellani, Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Ricardo Diefenthaeler e Roberto Armond Ferreira da Silva.
Nome do relator: Sérgio Rodrigues Mendes
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005 MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS. Correto o lançamento fundado na ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituir-se de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei nº 9.430/1996. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ADMISSIBILIDADE. Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos. (STJ - Recurso Repetitivo) AUTO DE INFRAÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE. LAVRATURA FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. LEGITIMIDADE. É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. (Súmula CARF nº 6) NOTIFICAÇÃO. CIÊNCIA. VIA POSTAL. DOMICÍLIO FISCAL ELEITO PELO CONTRIBUINTE. VALIDADE. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. (Súmula CARF nº 9) ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA. Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 29; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2347; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE03 Fl. 1.085 1 1.084 S1TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10935.004992/200651 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1803002.629 – 3ª Turma Especial Sessão de 25 de março de 2015 Matéria IRPJ E OUTROS AUTO DE INFRAÇÃO Recorrente ROSALVO TAVARES DA SILVA E CIA. LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. TERMO INICIAL. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (STJ Recurso Repetitivo). TAXA SELIC. INCIDÊNCIA PARA ATUALIZAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. LEGITIMIDADE. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE. NECESSIDADE DE ADOÇÃO DE CRITÉRIO ISONÔMICO. No julgamento da ADI 2.214, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 19.4.2002, ao apreciar o tema, esta Corte assentou que a medida traduz rigorosa igualdade de tratamento entre contribuinte e fisco e que não se trata de imposição tributária (STF Repercussão Geral). MULTA DE OFÍCIO. DÉBITO DECORRENTE DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES. INCIDÊNCIA DE JUROS SELIC. A multa de ofício não paga no vencimento, por se enquadrar como “débito para com a União, decorrente de tributos e contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil (RFB)”, na forma do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, sujeitase, a partir de 1º de janeiro de 1997, à incidência de juros de mora calculados pela taxa Selic. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 49 92 /2 00 6- 51 Fl. 1085DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.086 2 AUTO DE INFRAÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE. AUSÊNCIA DE DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO. CERCEAMENTO DE DEFESA. DESCABIMENTO. É infundada a argüição de nulidade dos lançamentos se os dispositivos legais que os fundamentaram encontramse descritos no Auto de Infração, e a peça impugnatória é apresentada com desenvoltura suficiente para contradizer o suposto cerceamento de defesa. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ADMISSIBILIDADE. “Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos.” (STJ Recurso Repetitivo) AUTO DE INFRAÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE. LAVRATURA FORA DO ESTABELECIMENTO DO CONTRIBUINTE. LEGITIMIDADE. É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. (Súmula CARF nº 6) NOTIFICAÇÃO. CIÊNCIA. VIA POSTAL. DOMICÍLIO FISCAL ELEITO PELO CONTRIBUINTE. VALIDADE. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. (Súmula CARF nº 9) ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA. Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005 MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS. Fl. 1086DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.087 3 Correto o lançamento fundado na ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituirse de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei nº 9.430/1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Cármen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Fernando Ferreira Castellani, Sérgio Rodrigues Mendes, Meigan Sack Rodrigues, Ricardo Diefenthaeler e Roberto Armond Ferreira da Silva. Fl. 1087DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.088 4 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 971 a 977): Trata o processo de autos de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ e reflexos, relativos aos anoscalendário 2001 a 2004. 2. O auto de infração de IRPJ (fls. 700/715) exige o recolhimento de R$ 38.239,67 de imposto e R$ 28.679,70 de multa de lançamento de ofício, além dos encargos legais. 3. O lançamento resultou de procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias da interessada, em que foram apuradas as seguintes infrações, relatadas no Termo de Verificação Fiscal, de fls. 756/760: Receita Operacional Omitida – Prestação de Serviços Gerais: nos períodos de 03/2001, 06/2001, 09/2001, 12/2001, 03/2002, 09/2002 e 03/2003. Enquadramento legal nos arts. 532 e 537 do Decreto 3.000, de 26 de março de 1999 – RIR/99. Multa de 75%; Receita Operacional Omitida – Revenda de Combustíveis: nos períodos de 03/2001, 06/2001, 09/2001, 12/2001, 03/2002, 06/2002, 09/2002, 12/2002, 03/2003 e 06/2003. Enquadramento legal nos arts. 532 e 537 do Decreto 3.000, de 26 de março de 1999 – RIR/99. Multa de 75%; Depósitos bancários não contabilizados: nos períodos de 06/2003, 09/2003, 12/2003, 03/2004, 06/2004, 09/2004 e 12/2004. Enquadramento legal nos arts. 27, inciso I e 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; arts. 532 e 537 do Decreto 3.000, de 26 de março de 1999 – RIR/99. Multa de 75%; Receita Operacional Omitida – Revenda de Combustíveis e Derivados do Petróleo: nos períodos de 03/2002, 06/2002, 09/2002 e 12/2002. Enquadramento legal no art. 532 do Decreto 3.000, de 26 de março de 1999 – RIR/99. Multa de 75%; 4. O auto de infração do PIS (fls. 716/726) exige o recolhimento de R$ 9.288,02 de imposto e R$ 6.965,89 de multa de lançamento de ofício, além dos encargos legais. Foram apuradas as seguintes infrações, relatadas no Termo de Verificação Fiscal, de fls. 756/760: PIS sobre Omissão de Receita: nos períodos de 01/2001 a 07/2001, 11/2001 a 02/2002, 09/2002, 02/2003, 03/2003, 06/2003 a 10/2004. Enquadramento legal nos arts. 1º e 3º da Lei Complementar nº 7, de 07 de setembro de 1970; art. 24, § 2º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; arts. 2º, inciso I, 8º e 9º da Lei nº 9.715, de 25 de novembro de 1998; arts. 2º e 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998; arts. 2º, inciso I, “a”, e § único, 3º, 10, 22, 51 e 91 do Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002. Multa de 75%; 5. O auto de infração da Cofins (fls. 727/738) exige o recolhimento de R$ 42.868,39 de imposto e R$ 32.151,19 de multa de lançamento de ofício, além dos Fl. 1088DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.089 5 encargos legais. Foram apuradas as seguintes infrações, relatadas no Termo de Verificação Fiscal, de fls. 756/760: Cofins – Omissão de Receitas: nos períodos de 01/2001 a 07/2001, 11/2001 a 02/2002, 09/2002, 02/2003, 03/2003, 06/2003 a 10/2004. Enquadramento legal no art. 1º da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991; art. 24, § 2º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; arts. 2º, 3º e 8º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, com as alterações da Medida Provisória nº 1.807, de 28 de janeiro de 1999, com as alterações da Medida Provisória nº 1.858, de 29 de junho de 1999 e suas reedições; arts. 2º, inciso I, “a”, e § único, 3º, 10, 22, 51 e 91 do Decreto nº 4.524, de 17 de dezembro de 2002. Multa de 75%. 6. O auto de infração de CSLL (fls. 738/753) exige o recolhimento de R$ 63.905,87 de imposto e R$ 47.929,35 de multa de lançamento de ofício, além dos encargos legais. Foram apuradas as seguintes infrações, relatadas no Termo de Verificação Fiscal, de fls. 756/760: CSLL sobre o Lucro Arbitrado: no período de 03/2002, 06/2002, 09/2002 e 12/2002. Enquadramento legal no arts. 2º e §§ da Lei 7.689, de 15 de dezembro de 1988; 19 e 20 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 29 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; art. 6º da Medida Provisória nº 1.858, de 29 de junho de 1999 e reedições. Multa de 75%; CSLL sobre Omissão de Receitas: no período de 03/2001, 06/2001, 09/2001, 12/2001, 03/2002, 06/2002, 09/2002, 12/2002, 03/2003, 06/2003, 09/2003, 12/2003, 03/2004, 06/2004, 09/2004 e 12/2004. Enquadramento legal nos arts. 2º e §§ da Lei 7.689, de 15 de dezembro de 1988; 19 e 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 29 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; art. 6º da Medida Provisória nº 1.858, de 29 de junho de 1999 e reedições; art. 37 da Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002. Multa de 75%; 7. Cientificada em 21/11/2006, conforme AR de fl. 761, tempestivamente, em 20/12/2006, foi interposta impugnação aos lançamentos, às fls. 902/945, por meio de seu procurador, conforme procuração de fl. 946, acompanhada dos documentos de fls. 947/964, que se resume a seguir: Preliminar. Decadência. a. Alega que, com o advento da Lei nº 8.383/91, foi facultado ao contribuinte o direito de antecipar o pagamento do imposto sem o prévio exame de sua declaração de renda pela autoridade administrativa, sendo que o IRPJ passou a ter características de lançamento por homologação, deslocando a contagem do prazo decadencial da regra geral do art. 173, I, do CTN, para o art. 150, § 4º, ou seja, a partir do fato gerador do imposto; b. Aduz que, o lançamento relativo ao período de 01/2001 a 11/2001 já se acha absolutamente decaído, porquanto somente formalizado através de auto de infração em 11/2006, após transcorrido o prazo decadencial, haja vista tratarse de receitas que supostamente teriam sido auferidas ao longo dos anos de 2001 a 2004; c. Acrescenta que, não ocorrendo indícios de fraude, dolo ou conluio, a hipótese dos autos encontra respaldo na legislação, doutrina e jurisprudência administrativa, conforme julgados citados; d. Conclui que não resta dúvida quanto à decadência em relação aos fatos geradores ocorridos durante o período de 01/2001 a 11/2001; Fl. 1089DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.090 6 Preliminar. Cerceamento de defesa. Falta de demonstração do enquadramento legal e. Reclama que é impossível distinguir quais os artigos que foram aplicados, e que os números mencionados no auto de infração não guardam qualquer relação concreta com a legislação apontada como infringida; f. Aponta que a fiscalização autuou a empresa com base em legislação que não pode ser compreensível, nem se pode entender o que o fiscal quer descrever, pois, de acordo com os cálculos lançados, a metodologia é efetivamente sem qualquer parâmetro legal específico; g. Entende que o ato fiscal resta nulo, dado que indicou, como legislação infringida, um emaranhado de leis e portarias que não se pode identificar qual a sua aplicação no caso concreto, gerando cristalino cerceamento de defesa; h. Lembra que o Decreto 70.235/72 estabelece todos os critérios e procedimentos para realização de fiscalização e lavratura de autuações fiscais, sendo um deles a indicação específica de todos os dispositivos legais infringidos. Conclui que a não observância desse preceito legal acarreta a nulidade do ato fiscal, por não conter todos os elementos indispensáveis a sua permanência e validade; i. Argumenta que não restaram consignados quais os motivos que ensejaram a metodologia de cálculo empregada, nem mesmo demonstrado, especificamente, qual o dispositivo legal infringido, limitandose a indicar apenas aquela legislação de abrangência geral; j. Cita doutrina; k. Assevera que o ato fiscal que deu origem ao auto de infração não atendeu aos pressupostos enunciados no art. 142 do CTN, bem o da garantia do art. 5º, II da Constituição Federal, pois não foram citados os dispositivos legais ou regulamentares específicos que teriam sido infringidos. E que alguns dispositivos foram citados, sem que tivessem qualquer aplicabilidade para os cálculos realizados, configurandose verdadeiro cerceamento de defesa, uma vez que cria embaraços para um perfeito exercício desse direito; l. Sustenta que a inexistência de motivos vicia o ato, e a consequência é sua anulação, que é a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feito pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário; m. Cita decisões judiciais; Preliminar. Lavratura fora do local do domicílio. Princípio da legalidade n. Alega que a notificação fiscal deve ser lavrada, obrigatoriamente, no local onde a falta foi verificada, sob pena de não ter validade, de acordo com a regra do art. 10 do decreto 70.235/72; o. Afirma que a notificação não foi lavrada no local da infração, e sequer os agentes fiscais compareceram ao estabelecimento da empresa para informar as supostas infrações, nem para solicitar informações ou proceder a diligências pertinentes, enviando o auto de infração, posteriormente, ao representante legal da empresa. Reclama que todas as intimações via AR foram entregues nas mãos de Tábata Bernanrdt, que não faz parte do quadro social, sendo estagiária de empresa que funciona no mesmo prédio que o contribuinte e, assim, as alegações do fiscal, de Fl. 1090DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.091 7 que as diligências solicitadas não foram atendidas, não conferem com a realidade, eis que solicitadas para pessoa ilegítima para o ato; p. Pugna pela nulidade do procedimento desde o início, porque, além de não ter sido lavrado na sede da empresa, sequer os agentes fiscais solicitaram informações ou realizaram diligências quanto ao conteúdo dos dados existentes; Nulidade. Prova ilícita. q. Contesta o procedimento adotado pelo fiscal, que desprovido de competente mandado judicial de busca, solicitou os extratos das contas bancárias do contribuinte, apoderandose de tais documentos, agindo com inegável abuso de autoridade, eis que o sigilo bancário somente poderia ser quebrado mediante mandado judicial; r. Alega que os documentos dos autos constituídos de extratos de conta corrente carreados aos autos, utilizados para os lançamentos do período a partir de junho de 2003, afrontam o disposto no art. 5º, X, da Constituição Federal; s. Argumenta que o sigilo bancário é resguardado energicamente pelo sistema financeiro de qualquer país, mesmo do terceiro mundo, sendo que as instituições de crédito submetemse a este rigor legal, nos termos do art. 38 da Lei nº 4.595/64; t. Cita doutrina; u. Entende que a necessidade de outorga judicial para a quebra do sigilo bancário é medida que se impõe, tendo em vista o resguardo das informações bancárias sobre o ativo financeiro dos correntistas, sendo dever jurídico das entidades bancárias manter sigilo as contas dos clientes, bem como não compete à autoridade fiscal promover a quebra deste sigilo sem autorização judicial expressa; v. Conclui que, sem adentrar o mérito da causa, a prova documental referida restou imprestável, devendo ser nulificados os lançamentos dos períodos a partir de junho de 2003; Mérito. w. No mérito, alega que, em princípio, não cabe ao fisco promover o lançamento de ofício, com fulcro em presunção de lançamento indevido, ou incompleto, sem que antes detenha elementos seguros de prova capazes de justificar a exigência x. Explica que movimentava, em suas contas, parte da aquisição de combustíveis da empresa Auto Posto Tavares Ltda., fazendo depósitos dos recebimentos e dos pagamentos de combustíveis daquela empresa, eis que a aquisição de combustíveis era centralizada na pessoa do Sr. Rosalvo Tavares da Silva, que também é sócio da autuada; y. Indica que bastaria um levantamento bancário nas contas da Auto Posto Tavares Ltda. para ser verificado que teve movimentação bancária ínfima, comparado ao seu faturamento, já que, conforme afirmado, eram utilizadas as contas da impugnante para fazer o pagamento de combustíveis daquela empresa; z. Contesta o auditorfiscal, que classifica essa diferença como se fosse omissão de receita, exigindo o suposto débito através do auto de infração; Fl. 1091DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.092 8 aa. Cita doutrina e decisão administrativa. bb. Afirma que pode o contribuinte, licitamente, demonstrar que os valores movimentados em contas correntes provêm de movimentação da Auto Posto Tavares Ltda., descontos de títulos, ou com pessoas interessadas com o destino da empresa, ou até familiares dos sócios da autuada, capitais estes que, pela origem, não são rendimentos e, portanto, não são tributáveis. E que pode ser comprovado que o capital movimentado provém de aquisição de riqueza em anoscalendário anteriores e já acobertados por prescrição do direito de tributação pelo fisco; cc. Aduz que o lançamento não pode se apoiar em suposições, conjecturas e muito menos em presunções, como se extrai da redação do art. 142 do CTN, devendo fundamentarse em fatos concretos, demonstrados, susceptíveis de comprovação; dd. Questiona o procedimento do autuante, que tomou por base indícios de omissão de receitas através da confrontação das informações fornecidas pelas tomadoras de serviços prestados pelo contribuinte, sem conquanto observar que a simples diferença apontada, ou os elementos extraídos das notas fiscais de terceiros, não se constitui meio legal para exigir tributo; ee. Argumenta que caberia ao fisco comprovar a efetiva existência dos fatos geradores, e não simplesmente presumilos, como de fato fez, atribuindo ao contribuinte o dever do ônus da prova em contrário. Acrescenta que não há se garantir que os documentos fornecidos pelas tomadoras de serviços encontramse regularmente revestidos de todas as formalidades legais, ou se representam a realidade dos fatos, tendo em vista que o fisco não diligenciou neste sentido; ff. Com base em julgados, infere que, se a prova emprestada do fisco estadual exigese um aprofundamento fiscalizatório no sentido de comprovar a efetiva ocorrência da omissão de receitas, com muito mais razão diligências dessa natureza deveriam ter sido procedidas no caso, uma vez baseado em meros documentos fornecidos por outras empresas, terceiros alheios à presente relação tributária; gg. Conclui que o lançamento não tem a menor consistência, porquanto os registros bancários, contábeis ou documentação de terceiros, mormente quando não verificada sua regularidade, não se prestam para caracterizar omissão de receitas, impondo a decretação da insubsistência do feito; Selic hh. Insurgese contra a cobrança a taxa Selic, por violação do principio da legalidade, em contrariedade ao art. 97, parágrafo único, do CTN, sendo a taxa inconstitucional, sem guarida no ordenamento jurídico; ii. Cita decisões jurisprudenciais; jj. Entende que, para efeito de correção monetária, deve ser aplicado o índice que melhor traduza e reflita a inflação do período, no caso, o IPC e INPC, em face do entendimento dominante do STJ, que considerou esses índices como os únicos capazes de alcançar a perda real da inflação; Incidência de PIS/Cofins sobre produtos combustíveis. Substituição tributária. kk. Justifica que a autuada era empresa revendedora de combustíveis, cujos produtos são recebidos pelo regime da substituição tributária, ou seja, os impostos Fl. 1092DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.093 9 (ICMS, CIDE, PIS, Cofins) já são recolhidos pelo substituto, quais sejam, as refinarias e distribuidoras, sendo impossível atribuir à impugnante substituta solidariedade ao substituído, tratandose de combustíveis; ll. Expõe que, no âmbito federal, a Lei nº 9.718/98, atribuiu responsabilidade às refinarias de petróleo, de substituir tributariamente as distribuidoras de combustíveis e postos revendedores, o PIS e Cofins, nos produtos de derivados de petróleo, e às distribuidoras, substituir os postos revendedores, quando da comercialização de álcool; mm. Alega que, se a lei, seja ela da União ou dos Estados, assim o quis, não podem esses mesmos agentes, atribuírem responsabilidade aos substituídos, nas operações comerciais licitamente realizadas. Assim, se o substituído (posto de combustíveis), que adquire mercadorias objeto de substituição tributária, paga o preço constante na nota fiscal, tendo esta declarado o imposto retido e a forma da retenção, não assume perante o fisco, qualquer responsabilidade tributária; nn. Conclui que todos os lançamentos de PIS e Cofins efetuados posteriormente a junho de 2003, não possuem qualquer condão de atribuilos à impugnante, até porque seria uma incoerência, tendo em conta que o ICMS, PIS e Cofins já vem recolhido, não causando ônus no posto revendedor de combustíveis, sendo improcedente o auto de infração; Multas oo. Contesta a aplicação da multa de 75%, que pode ser enquadrado como verdadeiro confisco, e ainda corrigiu a multa pela Selic, o que é ilegal, pois a correção atinge o tributo e não a multa; pp. Aponta que a multa é indevida, e que o auto de infração capitalizou juros, ocasionando um aumento no resultado; Tributação reflexa qq. Acrescenta que as razões desenvolvidas se prestam a impugnar igualmente as exigências de PIS, CSLL e Cofins, inclusive quanto à decadência, ilegalidade da Selic, ilegalidade da cobrança do PIS/Cofins já recolhidos por regime de substituição, multa excessiva e respectivos méritos, entre outros, dada a íntima relação de causa e efeito; rr. Pede que tais reflexos sejam extintos e excluídos do auto de infração, juntamente com o principal; Pedidos finais ss. Ao final da peça impugnatória, requer: a) sejam acolhidas as preliminares; b) no mérito, seja deferida a impugnação, pelas razões ofertadas; c) seja deferida a impugnação em relação aos processos decorrentes; e) a produção de provas, como depoimento pessoal do representante legal, inquirição de testemunhas, perícia contábil na impugnante e na empresa Auto Posto Tavares Ltda., juntada de novos documentos e outras que se façam necessárias. 8. Foi lavrado processo de Representação Fiscal – IRPJ nº 10935.004992/200651. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 968 a 971): Fl. 1093DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.094 10 ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 NULIDADE. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO LEGAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DESCABIMENTO. É infundada a argüição de nulidade dos lançamentos se os dispositivos legais que os fundamentaram encontramse descritos no Auto de Infração, e a peça impugnatória é apresentada com desenvoltura suficiente para contradizer o suposto cerceamento do direito de defesa. NULIDADE. LAVRATURA DO AUTO DE INFRAÇÃO FORA DAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO. Em atenção ao princípio da instrumentalidade das formas, não cabe declarar nulidade sem que parte demonstre o efetivo prejuízo sofrido, sendo, portanto, insubsistente o pleito de nulidade do auto de infração pela mera circunstância de haver sido lavrado na repartição da Delegacia da SRF. INTIMAÇÃO. VIA POSTAL. RECEBIMENTO. IRRELEVÂNCIA DA QUALIFICAÇÃO DO RECEBEDOR. É improcedente a argüição de nulidade das intimações fiscais enviadas por via postal, sob a alegação de recebimento por pessoa estranha ao quadro societário da empresa, eis que é irrelevante a qualificação do recebedor da correspondência, bastando o correto endereçamento. PROVA ILÍCITA. SIGILO BANCÁRIO. MATÉRIA NÃO SUJEITA À RESERVA DE JURISDIÇÃO. É improcedente o pedido de nulidade do auto de infração, por suposta utilização de prova ilícita, consistente na violação do sigilo bancário da empresa, eis que o ato de levantamento do sigilo bancário não se insere nas matérias sujeitas à reserva de jurisdição, podendo ser efetivada diretamente pelo fisco, conforme previsão legal. DECADÊNCIA. IRPJ. TERMO INICIAL A inexistência de pagamento de tributo, em relação à receita omitida, que deveria ter sido lançado por homologação enseja a prática do lançamento de ofício ou revisão de ofício, previsto no artigo 149 do CTN, cujo termo de início do prazo decadencial deslocase para o primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido efetuado. DECADÊNCIA. PIS. COFINS. CSLL Com a edição da súmula vinculante nº 8, editada pelo STF, as contribuições sociais para a Seguridade Social submetemse às regras de prescrição e decadência gerais ditadas pelo CTN. MULTA DE OFÍCIO. CONFISCO. INCONSTITUCIONALIDADE. PERCENTUAL. LEGALIDADE. Os percentuais da multa de ofício, exigíveis em lançamento de ofício, são determinados expressamente em lei, não dispondo as autoridades administrativas de Fl. 1094DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.095 11 competência para apreciar a constitucionalidade de normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. A utilização da taxa Selic como juros moratórios decorre de expressa disposição legal. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. CUMULATIVIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. Na aplicação da taxa Selic não ocorre a cumulação, ou seja, incidência de juros sobre juros, uma vez que se aplicam somente sobre o principal. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 SUSTENTAÇÃO ORAL. OITIVA DE TESTEMUNHAS. FALTA DE PREVISÃO LEGAL. PEDIDO DE PERÍCIA. PEDIDO GENÉRICO NÃO FORMULADO. PROVA DOCUMENTAL. APRESENTAÇÃO NA IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO. Nos termos da legislação do PAF, não há previsão para produção de prova oral nem oitiva de testemunhas, os pedidos de perícia sem indicação de perito e quesitos são considerados como não formulados, e toda prova documental deve ser apresentada na impugnação, sob pena de preclusão, salvo exceções previstas. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 ARBITRAMENTO DO LUCRO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE LIVROS CONTÁBEIS. Correto o arbitramento do lucro, quando o contribuinte, regularmente intimado, deixa de apresentar livros contábeis à fiscalização. OMISSÃO DE RECEITAS. APURAÇÃO COM BASE NAS GIAS DO ICMS. Correto o arbitramento do lucro, com base em omissão de receitas, obtidas pela diferença entre as receitas declaradas nas GIAs do ICMS e as informadas em DIPJ. MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITAS. Correto o lançamento fundado na ausência de comprovação da origem dos depósitos bancários, por constituirse de presunção legal de omissão de receitas, expressamente autorizada pelo art. 42 da Lei nº 9.430/1996. PIS. COFINS. CSLL. DECORRÊNCIA. LANÇAMENTO REFLEXO. Versando sobre as mesmas ocorrências fáticas, aplicase ao lançamento reflexo alusivo ao PIS, à Cofins e à CSLL o que restar decidido no lançamento do IRPJ. Fl. 1095DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.096 12 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 VENDA DE COMBUSTÍVEIS. POSTO DE COMBUSTÍVEL. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. RECEITA DE OUTROS SERVIÇOS. Correto o lançamento do PIS e da Cofins, com base de cálculo composta por receitas de outros serviços prestados, sendo incabível alegar os efeitos da substituição tributária, cujo regime de tributação incide somente na venda de combustíveis. Lançamento Procedente 3. Cientificada da referida decisão em 27/08/2008 (fls. 1.007), a tempo, em 15/09/2008, apresenta a interessada Recurso de fls. 1.009 a 1.062, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos e aduzindo mais os seguintes: a) que a decisão objeto do presente recurso, entendeu por bem considerar o termo de início do prazo decadencial o primeiro dia do exercício seguinte ao em que o lançamento poderia ter sido efetuado, contrariando o CTN e as modernas jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça; b) que, na decisão ora recorrida, a Autoridade Julgadora entendeu que o sigilo bancário não se insere nas matérias sujeitas à reserva de jurisdição, podendo ser efetivada diretamente pelo fisco, alegando previsão legal: ledo engano; c) que a jurisprudência sempre foi no sentido de não se admitir autuação baseada em presunção; d) que a Lei nº 9.311, que instituiu a CPMF, proibia o uso dessas informações para cobrança de tributo; e) que, mesmo a partir da vigência da LC nº 105, o sigilo só pode ser quebrado em situações excepcionais, previstas no Decreto nº 3.724/01, que são os casos de indícios sérios de crime e, principalmente, em casos que envolvam dinheiro público; f) que, em qualquer hipótese, porém, só com decisão judicial é que tal quebra pode ocorrer; g) que devem ser nulificados os lançamentos dos períodos a partir de junho de 2003, ante a produção de prova ilícita para fundamentar o Auto de Infração; h) que a decisão ora recorrida entendeu que a omissão de receitas oriunda das movimentações em conta corrente tem que ser tributada, o que não pode ser admitido; i) que a autoridade que julgou a Impugnação, entendeu que não é possível a produção de provas no processo administrativo, o que é um verdadeiro Fl. 1096DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.097 13 cerceamento de defesa, e merece ser anulado para que a instrução processual e produção de provas seja feita; j) que a decisão recorrida entendeu que a SELIC possui previsão legal, o que deve ser afastado na decisão do presente recurso; k) que o fato de ter sido a Taxa Selic objeto de referência nas Leis nºs. 8.981/95, 9.065/95 e 9.250/95 não autoriza a afirmação feita, sem nenhum respaldo jurídico, de que a Taxa Selic foi criada por lei, nem para fins tributários nem para quaisquer outros fins; l) que a Taxa Selic foi criada por circulares do Banco Central — BACEN e sua por assim dizer organicidade operatória está explicada em circulares e atas do COPOM; m) que a Taxa Selic, para ser aplicada tanto para fins tributários como para fins de direito privado, deveria ter sido criada por lei, entendendose como tal os critérios para a sua exteriorização; n) que a Taxa Selic compreende, a um tempo, juros moratórios, juros compensatórios ou remuneratórios, e indisfarçável conotação de correção monetária; o) que não só a Taxa Selic embute, simultaneamente, correção monetária, juros remuneratórios e juros compensatórios, como vai além da própria previsão inflacionária, como instrumento de freio e contrafreio dos fluxos do mercado; p) que, tendo a autoridade fiscal considerado informações feitas nas GIA/ICMS, comprova que se tratavam de movimentações de combustíveis naqueles períodos, cujos tributos (PIS, COFINS, CIDE e ICMS) já estavam inclusos no preço dos produtos quando saíram das Distribuidoras de Combustíveis, tendo em conta se tratar de produtos sujeitos à substituição tributária; q) que todos os lançamentos efetuados no auto em questão, que dizem respeito a PIS/COFINS, principalmente nos períodos comparados com as GIA/ICMS, vez que informados ao Fisco Estadual, não possuem qualquer condão de atribuir o PIS/COFINS à Recorrente; r) que a decisão recorrida optou em dizer que não é possível à Autoridade Administrativa apreciar questões constitucionais, dizendo estar adstrito à Lei; s) que, então, a Lei Maior não deve ser respeitada pelas Autoridades Administrativas? t) que a Constituição, por ordem hierárquica, é a maior de todas as leis, e qualquer outra disposição legal inferior que desrespeitar a mesma deve ser esquecida; Fl. 1097DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.098 14 u) que a multa de 75% deixou de existir com a edição da MP nº 351/2007, cujo art. 14 alterou o art. 44 da Lei 9.430/96; e v) que os reflexos devem ser excluídos da base de cálculo do IRPJ lançado no Auto de Infração. Em mesa para julgamento. Fl. 1098DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.099 15 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Preliminar de decadência do lançamento 4. Dispõe o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010 (grifouse): Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 5. Relativamente à questão da decadência do lançamento do crédito tributário, é o seguinte o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sistemática de Recursos Repetitivos (art. 543C do CPC): PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). Fl. 1099DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.100 16 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, “Decadência e Prescrição no Direito Tributário”, 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado” corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, “Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro”, 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, “Direito Tributário Brasileiro”, 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, “Decadência e Prescrição no Direito Tributário”, 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). [...]. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaques do original) (REsp 973.733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) 6. Rejeito a preliminar arguida de decadência do lançamento, relativo ao período de 01/2001 a 11/2001 e efetuado em 21/11/2006, em face da inexistência de pagamentos antecipados, não tendo sido apresentada a DIPJ respectiva do anocalendário de 2001 (fls. 7), nem a DCTF correspondente (fls. 989, item 38, in fine). Preliminar de cerceamento de defesa 7. Com relação à preliminar de cerceamento de defesa por suposta ausência de dispositivo legal infringido, notase, claramente, das extensas razões da Recorrente, que ela bem sabe que a infração cometida corresponde a “omissão de receita”, apurada parte de forma direta, parte de forma legalmente presumida (depósitos bancários não contabilizados). 8. Assim, a pretensa dificuldade de distinguir, no “emaranhado de leis e portarias indicado pela fiscalização”, quais os artigos efetivamente aplicados, não lhe trouxe qualquer dissabor maior. Fl. 1100DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.101 17 9. Nesse sentido, a ementa da decisão recorrida (fls. 968): NULIDADE. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO LEGAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DESCABIMENTO. É infundada a argüição de nulidade dos lançamentos se os dispositivos legais que os fundamentaram encontramse descritos no Auto de Infração, e a peça impugnatória é apresentada com desenvoltura suficiente para contradizer o suposto cerceamento do direito de defesa. 10. Rejeito a preliminar arguida de cerceamento de defesa por suposta ausência de dispositivo legal infringido. 11. Já quanto ao alegado cerceamento de defesa da decisão recorrida, pelo fato de a autoridade que julgou a Impugnação ter entendido que não é possível a produção de provas no processo administrativo, também não procede. 12. Na realidade, a decisão recorrida apenas acentuou que (fls. 993): 51. A única forma de elidir a presunção legal é a apresentação de provas hábeis e idôneas que demonstrem a origem dos recursos utilizados nos depósitos bancários. E essas provas, se não apresentadas por ocasião da fiscalização, devem ser apresentadas junto com a peça de defesa, o que não ocorreu. Na impugnação, a interessada simplesmente alega que pode demonstrar que os valores movimentados em contas correntes provêm de movimentação da Auto Posto Tavares Ltda., descontos de títulos, etc., ou de aquisição de riqueza em anos calendário anteriores e já acobertados pela prescrição. Nada provou a impugnante, o que impossibilita o acolhimento de sua defesa. Preliminares de nulidade do lançamento 13. Dispõe o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010 (grifouse): Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 14. Relativamente à questão da quebra do sigilo bancário sem autorização judicial, é o seguinte o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na sistemática de Recursos Repetitivos (art. 543C do CPC): PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. Fl. 1101DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.102 18 QUEBRA DO SIGILO BANCÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS REFERENTES A FATOS IMPONÍVEIS ANTERIORES À VIGÊNCIA DA LEI COMPLEMENTAR 105/2001. APLICAÇÃO IMEDIATA. ARTIGO 144, § 1º, DO CTN. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE. 1. A quebra do sigilo bancário sem prévia autorização judicial, para fins de constituição de crédito tributário não extinto, é autorizada pela Lei 8.021/90 e pela Lei Complementar 105/2001, normas procedimentais, cuja aplicação é imediata, à luz do disposto no artigo 144, § 1º, do CTN. 2. O § 1º, do artigo 38, da Lei 4.595/64 (revogado pela Lei Complementar 105/2001), autorizava a quebra de sigilo bancário, desde que em virtude de determinação judicial, sendo certo que o acesso às informações e esclarecimentos, prestados pelo Banco Central ou pelas instituições financeiras, restringir seiam às partes legítimas na causa e para os fins nela delineados. 3. A Lei 8.021/90 (que dispôs sobre a identificação dos contribuintes para fins fiscais), em seu artigo 8º, estabeleceu que, iniciado o procedimento fiscal para o lançamento tributário de ofício (nos casos em que constatado sinal exterior de riqueza, vale dizer, gastos incompatíveis com a renda disponível do contribuinte), a autoridade fiscal poderia solicitar informações sobre operações realizadas pelo contribuinte em instituições financeiras, inclusive extratos de contas bancárias, não se aplicando, nesta hipótese, o disposto no artigo 38, da Lei 4.595/64. 4. O § 3º, do artigo 11, da Lei 9.311/96, com a redação dada pela Lei 10.174, de 9 de janeiro de 2001, determinou que a Secretaria da Receita Federal era obrigada a resguardar o sigilo das informações financeiras relativas à CPMF, facultando sua utilização para instaurar procedimento administrativo tendente a verificar a existência de crédito tributário relativo a impostos e contribuições e para lançamento, no âmbito do procedimento fiscal, do crédito tributário porventura existente. 5. A Lei Complementar 105, de 10 de janeiro de 2001, revogou o artigo 38, da Lei 4.595/64, e passou a regular o sigilo das operações de instituições financeiras, preceituando que não constitui violação do dever de sigilo a prestação de informações, à Secretaria da Receita Federal, sobre as operações financeiras efetuadas pelos usuários dos serviços (artigo 1º, § 3º, inciso VI, c/c o artigo 5º, caput, da aludida lei complementar, e 1º, do Decreto 4.489/2002). 6. As informações prestadas pelas instituições financeiras (ou equiparadas) restringemse a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos Fl. 1102DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.103 19 gastos a partir deles efetuados (artigo 5º, § 2º, da Lei Complementar 105/2001). 7. O artigo 6º, da lei complementar em tela, determina que: "Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária." 8. O lançamento tributário, em regra, reportase à data da ocorrência do fato ensejador da tributação, regendose pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada (artigo 144, caput, do CTN). 9. O artigo 144, § 1º, do Codex Tributário, dispõe que se aplica imediatamente ao lançamento tributário a legislação que, após a ocorrência do fato imponível, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 10. Consequentemente, as leis tributárias procedimentais ou formais, conducentes à constituição do crédito tributário não alcançado pela decadência, são aplicáveis a fatos pretéritos, razão pela qual a Lei 8.021/90 e a Lei Complementar 105/2001, por envergarem essa natureza, legitimam a atuação fiscalizatória/investigativa da Administração Tributária, ainda que os fatos imponíveis a serem apurados lhes sejam anteriores. (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 806.753/RS, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 22.08.2007, DJe 01.09.2008; EREsp 726.778/PR, Rel. Ministro Castro Meira, julgado em 14.02.2007, DJ 05.03.2007; e EREsp 608.053/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 09.08.2006, DJ 04.09.2006). 11. A razoabilidade restaria violada com a adoção de tese inversa conducente à conclusão de que Administração Tributária, ciente de possível sonegação fiscal, encontrarseia impedida de apurála. 12. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 facultou à Administração Tributária, nos termos da lei, a criação de instrumentos/mecanismos que lhe possibilitassem identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais, especialmente com o escopo de conferir efetividade aos princípios da pessoalidade e da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º). Fl. 1103DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.104 20 13. Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos. 14. O suposto direito adquirido de obstar a fiscalização tributária não subsiste frente ao dever vinculativo de a autoridade fiscal proceder ao lançamento de crédito tributário não extinto. 15. In casu, a autoridade fiscal pretende utilizarse de dados da CPMF para apuração do imposto de renda relativo ao ano de 1998, tendo sido instaurado procedimento administrativo, razão pela qual merece reforma o acórdão regional. (REsp 1134665 SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009) 15. Por outro lado, tratandose de alegação de inconstitucionalidade de lei, incide na espécie a Súmula CARF nº 2, de seguinte teor: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” 16. Com relação à preliminar de nulidade por lavratura fora do local do domicílio, aplicase a Súmula CARF nº 6, de seguinte dicção: É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. 17. No que se refere ao fato de que todas as intimações via AR foram entregues nas mãos de Tábata Bernanrdt, que não faz parte do quadro social, sendo estagiária de empresa que funciona no mesmo prédio que a Recorrente, destacase a Súmula CARF nº 9, que assim dispõe: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. 18. De todo modo, como bem lembra a decisão recorrida (fls. 981): 22. [...]. Como se não bastasse, a autoridade administrativa cuidou também de enviar as intimações para o endereço de Rosalvo Tavares da Silva, sóciogerente da autuada, conforme ARs de fls. 691, 695 e 698. 19. Rejeito as preliminares de nulidade arguidas. Mérito Fl. 1104DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.105 21 20. No mérito, adoto integralmente as razões de decidir da decisão recorrida, não contraditadas (fls. 989 a 993): 38. A ação fiscal teve como ponto de partida o Termo de Início de fl. 05, recebido pelo contribuinte em 12/04/2006, pelo qual foram solicitados livros e documentos fiscais/contábeis, incluindo extratos bancários, relativos aos anoscalendário de 2001 a 2004. Diante da omissão do contribuinte, a autoridade fiscal tomou a iniciativa de solicitar à Receita Estadual de Cascavel/PR, cópias das GIAs do ICMS, no que foi atendido, conforme fls. 100/145. A partir dessa documentação fiscal, o autuante apurou as diferenças entre os valores declarados ao fisco estadual e os informados em DIPJ, sendo relevante observar que, para o anocalendário 2001, o contribuinte esteve omisso, para o período 2003, apresentou declaração em branco, e em 2004 entregou declaração de inativa (fls. 06/96). Não consta registro de entrega de DCTF para os períodos autuados. [...]. 41. Verificase que o autuante corretamente particionou a base de cálculo do referido período em três montantes, tendo em conta que a empresa declarou, nas GIAs do ICMS, duas fontes distintas de receitas: vendas de produto com substituição tributária (combustíveis), e outras vendas (lavagens, serviços de transportes etc.). Assim, a primeira parcela foi composta pela omissão de receitas decorrente de prestação de serviços gerais, que se submetem ao percentual de lucro de 38,40%. A segunda consistiu na omissão de receitas oriundas de revenda de combustíveis, com percentual de 1,96%. E a terceira, que abrangeu o período entre janeiro a dezembro de 2002, foi composta pela receita informada pelo contribuinte em DIPJ, também sujeita ao percentual de 1,96%. 42. É entendimento pacífico na jurisprudência do Conselho de Contribuintes quanto à legitimidade do arbitramento do lucro com base em receitas declaradas ao fisco estadual, conforme demonstram recentes decisões daquele órgão: [...]. 43. A partir de junho/2003 até dezembro/2004, a autoridade fiscal efetuou os lançamentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada. Os dados da movimentação financeira foram obtidos diretamente do Banco Sudameris, mediante a competente Requisição de Informações sobre Movimentação Financeira de fl. 147. De posse dos documentos bancários de fls. 149/326, o contribuinte foi regulamente intimado a justificar a origem dos depósitos efetuados em conta corrente de sua titularidade, conforme Termo de Intimação de fls. 647/692, envidada ao domicílio do sóciogerente da empresa, e recebida em 10/07/2006, conforme AR de fl. 691. O contribuinte preferiu silenciarse. [...]. Fl. 1105DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.106 22 48. A presunção que autorizou a exigência de ofício é de ordem legal, e encontra previsão no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, nos seguintes termos: [...]. 49. Esclareçase que, nessa forma de apuração, o que se tributa não são os depósitos bancários como tais considerados, mas sim a omissão de receitas ou rendimentos que eles representam. Os depósitos são, na verdade, apenas a forma, o sinal de exteriorização pelo qual se manifesta a omissão de receitas objeto da tributação, porque não satisfatoriamente comprovada a origem financeira dos recursos utilizados. Conforme se depreende do texto legal, tratase de presunção legal juris tantum, que autoriza a caracterização de omissão de receita. É a própria lei que determina que os depósitos bancários, de origem não comprovada, caracterizam omissão de receita ou de rendimentos, e não meros indícios de omissão. A presunção em favor do Fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação, no caso, da origem dos recursos. 50. Reiterese, portanto, que a caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto de renda não se dá pela mera constatação de um depósito bancário, considerada isoladamente, abstraída das circunstâncias fáticas. Pelo contrário, a caracterização está ligada à falta de esclarecimentos da origem dos numerários depositados, conforme dicção literal da lei. Existe, portanto, uma correlação lógica entre o fato conhecido ser beneficiado com um depósito bancário sem origem – e o fato desconhecido – auferir rendimentos. Essa correlação autoriza plenamente o estabelecimento da presunção legal de que o dinheiro surgido na conta bancária, sem qualquer justificativa, provém de receitas ou rendimentos não declarados. 51. A única forma de elidir a presunção legal é a apresentação de provas hábeis e idôneas que demonstrem a origem dos recursos utilizados nos depósitos bancários. E essas provas, se não apresentadas por ocasião da fiscalização, devem ser apresentadas junto com a peça de defesa, o que não ocorreu. Na impugnação, a interessada simplesmente alega que pode demonstrar que os valores movimentados em contas correntes provêm de movimentação da Auto Posto Tavares Ltda., descontos de títulos, etc., ou de aquisição de riqueza em anos calendário anteriores e já acobertados pela prescrição. Nada provou a impugnante, o que impossibilita o acolhimento de sua defesa. 52. Registrese que o Conselho de Contribuintes considera legítimo o arbitramento do lucro com base em receita conhecida, tomandose os depósitos bancários como base de cálculo, a teor do seguinte julgado: [...]. Fl. 1106DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.107 23 21. Acrescento, apenas que, ao contrário do que afirma a Recorrente, os documentos fornecidos pelas tomadoras de serviços não serviram de base à presunção de omissão de receitas, que se deu, exclusivamente, “com base em depósitos bancários de origem não comprovada”. Taxa de juros Selic 22. Dispõe o art. 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações das Portarias MF nºs 446, de 27 de agosto de 2009, e 586, de 21 de dezembro de 2010 (grifouse): Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. 23. Relativamente à questão da incidência da taxa Selic para atualização de débitos tributários, é o seguinte o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), na sistemática de Repercussão Geral (art. 543B do CPC): 1. Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Taxa Selic. Incidência para atualização de débitos tributários. Legitimidade. Inexistência de violação aos princípios da legalidade e da anterioridade. Necessidade de adoção de critério isonômico. No julgamento da ADI 2.214, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 19.4.2002, ao apreciar o tema, esta Corte assentou que a medida traduz rigorosa igualdade de tratamento entre contribuinte e fisco e que não se trata de imposição tributária. [...]. 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 582461, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 18/05/2011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe158 DIVULG 17082011 PUBLIC 18082011 EMENT VOL0256802 PP00177) 24. Destaquese, por oportuno, que, ao contrário do afirmado pela Recorrente, inexistiu capitalização no cálculo dos juros de mora à taxa Selic (juros compostos), mas cobrança de juros simples, como bem observado pela decisão recorrida (fls. 997): 67. Com respeito ao anatocismo, ao contrário do que pensa a requerente, a taxa Selic não foi aplicada de forma capitalizada, isto é, incidindo juros sobre juros. Um simples exame no Demonstrativo de Multa e Juros de Mora do IRPJ, às fls. 708/709, demonstra que os juros de mora, para cada período, incidem somente sobre o principal, e não sobre o principal somado aos juros anteriores. A título de exemplo, no primeiro trimestre de 2001, o valor do principal foi de R$ 1.930,85, com Fl. 1107DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.108 24 taxa Selic acumulada de 94,98%, resultando em juros de R$ 1.833,92. No trimestre seguinte, os juros acumulados de 90,87% incidiram somente sobre o principal, que foi de R$ 2.977,46, totalizando R$ 2.705,61 de juros. E assim por diante. Pis/Cofins 25. Com relação à incidência de Pis e de Cofins, que se daria por substituição tributária, não procede a insurgência da Recorrente, como bem ressaltado pela decisão recorrida (fls. 994 e 995): 55. As explanações de natureza jurídica, atinentes ao fenômeno da substituição tributária estão corretas. No entanto, impende frisar que a base de cálculo do PIS e da Cofins exigidos não foi composta por produtos sujeitos ao mencionado regime tributário, mas tão somente pelas receitas provenientes da prestação de serviços gerais e pelos depósitos bancários de origem não comprovada. 56. Ora, conforme apreciado no item anterior, as receitas de prestação de serviços gerais foram obtidas pelos dados constantes nas GIAs do ICMS, separadas das receitas de revenda de combustíveis. E os depósitos bancários alcançaram período em que o contribuinte já havia abandonado o exercício daquela atividade sujeita à substituição tributária. Por consequência, reputo correta a exigência do PIS e da Cofins, eis que provenientes de receitas submetidas ao regime geral daquelas contribuições. Multa de ofício 26. Relativamente ao suposto caráter confiscatório da multa de ofício aplicada, incide a Súmula CARF nº 2, de seguinte teor: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” 27. No que toca à afirmação da Recorrente de que a multa de 75% deixou de existir com a edição da MP nº 351/2007, cujo art. 14 alterou o art. 44 da Lei 9.430/96, tratase no caso como bem expresso no aresto por ela colacionado (fls. 1.059) de “multa de oficio isolada por recolhimento de tributos em atraso sem o acréscimo da multa de mora”, situação distinta da aqui analisada. Aplicação de juros Selic sobre a multa de ofício 28. Afirma a Recorrente que a correção da multa de ofício pela Selic é ilegal, pois a correção atingiria o tributo e não a multa. 29. Acerca dessa questão, este Tribunal Administrativo já teve ensejo de reconhecer o cabimento da incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, acompanhando as seguintes razões de decidir de sua exPresidente, Dra. Selene Ferreira de Moraes: Passemos a analisar a questão relativa à possibilidade de aplicação de juros de mora sobre a multa de ofício. Fl. 1108DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.109 25 Sustenta a recorrente que não há embasamento legal para aplicar juros sobre a multa de ofício. [...]. Nos termos do art. 139 do CTN o crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. [...]. O art. 113 do CTN é expresso em determinar que a obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento do tributo e da penalidade pecuniária. Logo, a penalidade pecuniária integra o crédito tributário e a própria relação jurídica obrigacional, sendo uma conseqüência do inadimplemento do tributo. É uma decorrência possível, apesar de não necessária, do tributo. A leitura do caput do art. 61 [da Lei nº 9.430, de 1996, esclareço] deixa claro que a expressão “débitos decorrentes de tributos e contribuições” é equivalente a créditos tributários, os quais, por força do próprio CTN, incluem não só o tributo, mas também as penalidades. Por conseguinte, entendo que a multa de ofício não paga no vencimento, tal como o tributo, sujeitase à incidência de juros, havendo divergência apenas quanto ao termo inicial. Os juros sobre a multa de ofício incidem a partir do primeiro dia subsequente ao trigésimo dia da data da ciência do auto de infração. 30. Mais recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), por sua Segunda Turma, assim decidiu (destaques do original): TRIBUTÁRIO. MULTA PECUNIÁRIA. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. LEGITIMIDADE. 1. É legítima a incidência de juros de mora sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário. 2. Recurso especial provido. (REsp 1.129.990/PR, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 01/09/2009, DJe 14/09/2009) Do voto condutor do referido aresto, extraise (destaques do original): A questão devolvida a este Superior Tribunal de Justiça consiste em saber se a multa decorrente do inadimplemento de ICMS sujeitase à incidência de juros de mora, como defende o Fisco Estadual, ou sequer integra o crédito tributário e, portanto, não pode sofrer este acréscimo, conforme a tese adotada pelo acórdão hostilizado, cujo principal fragmento encontrase reproduzido abaixo: Fl. 1109DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.110 26 Desta forma, insta salientar que o Código Tributário Nacional determinou expressamente que os juros de mora terão incidência sobre o crédito tributário não pago. Recorrendo às lições de teoria geral de direito tributário, imprescindível salientar que crédito tributário, como alegado pelos recorrentes, não abrange a multa. Isto porque, a multa tem por base um ilícito praticado pelo contribuinte, no caso, pelo fato de que o imposto foi declarado e não recolhido no prazo estipulado para o pagamento, nos termos do art. 55, § 1º, inc. I, da Lei 11.580/96. Ocorre que os tributos não podem ter como hipótese de incidência um ilícito, como nos ensina Hugo de Brito Machado, ao fazer a distinção entre a multa e o tributo. (...) Desta forma, se o Código Tributário Nacional determinou que somente o crédito tributário será acrescido de juros de mora, não pode lei estadual, de hierarquia inferior, impor ao contribuinte este ônus. Assim, afastase a incidência de juros de mora sobre a multa aplicada ao contribuinte, em face do não pagamento do imposto devido, devendo ser acrescida, tãosomente, de correção monetária" (eSTJ, fls. 307308). A meu ver, assiste razão ao recorrente. Da sistemática instituída pelo art. 113, caput e parágrafos, do Código Tributário Nacional CTN, extraise que o objetivo do legislador foi estabelecer um regime único de cobrança para as exações e as penalidades pecuniárias, as quais caracterizam e definem a obrigação tributária principal, de cunho essencialmente patrimonialista, que dá origem ao crédito tributário e suas conhecidas prerrogativas, como, a título de exemplo, cobrança por meio de execução distinta fundada em Certidão de Dívida Ativa CDA. A expressão “crédito tributário” é mais ampla do que o conceito de tributo, pois abrange também as penalidades decorrentes do descumprimento das obrigações acessórias. Em sede doutrinária, ensina o Desembargador Federal Luiz Alberto Gurgel de Faria que, “havendo descumprimento da obrigação acessória, ela se converte em principal relativamente à penalidade pecuniária (§ 3º), o que significa dizer que a sanção imposta ao inadimplente é uma multa, que, como tal, constitui uma obrigação principal, sendo exigida e cobrada através dos mesmos mecanismos aplicados aos tributos” (Código Tributário Nacional Comentado: Doutrina e Jurisprudência, Artigo por Artigo. Coord.: Vladimir Passos de Freitas. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2. ed., 2004, p. 546). Fl. 1110DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.111 27 De maneira simplificada, os juros de mora são devidos para compensar a demora no pagamento. Verificado o inadimplemento do tributo, advém a aplicação da multa punitiva que passa a integrar o crédito fiscal, ou seja, o montante que o contribuinte deve recolher ao Fisco. Se, ainda assim, há atraso na quitação da dívida, os juros de mora devem incidir sobre a totalidade do débito, inclusive a multa que, neste momento, constitui crédito titularizado pela Fazenda Pública, não se distinguindo da exação em si para efeitos de recompensar o credor pela demora no pagamento. Em suma, o crédito tributário compreende a multa pecuniária, o que legitima a incidência de juros moratórios sobre a totalidade da dívida. Rematando, confirase a lição de Bruno Fajerstajn, encampada por Leandro Paulsen (Direito Tributário Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 9. ed., 2007, p. 1.027 1.028): “A partir da redação do dispositivo, fica evidente que os tributos não podem corresponder à aplicação de sanção pela prática de ato ilícito, diferentemente da penalidade, a qual, em sua essência, representa uma sanção decorrente do descumprimento de uma obrigação. A despeito das diferenças existentes entre os dois institutos, ambos são prestações pecuniárias devidas ao Estado. E, no caso em estudo, as penalidades decorrem justamente do descumprimento de obrigação de recolher tributos. Diante disso, ainda que inconfundíveis, o tributo e a penalidade dele decorrente são figuras intimamente relacionadas. Ciente disso, o Código Tributário Nacional, ao definir o crédito tributário e a respectiva obrigação, incluiu nesses conceitos tanto os tributos como as penalidades. Com efeito, o art. 139 do Código Tributário Nacional define crédito tributário nos seguintes termos: ‘Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta’. Já a obrigação principal é definida no art. 113 e no parágrafo 1º. Vejase: ‘Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente’. Como se vê, o crédito e a obrigação tributária são compostos pelo tributo devido e pelas penalidades eventualmente exigíveis. No entanto, essa equiparação, muito útil para fins de arrecadação Fl. 1111DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.112 28 e administração fiscal, não identifica a natureza jurídica dos institutos. (...) O Código Tributário Nacional tratou da incidência de juros de mora em seu art. 161. Confirase: ‘Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito’. A redação deste dispositivo permite concluir que o Código Tributário Nacional autoriza a exigência de juros de mora sobre ‘crédito’ não integralmente recolhido no vencimento. Ao se referir ao crédito, evidentemente, o dispositivo está tratando do crédito tributário. E, conforme demonstrado no item anterior, o crédito tributário decorre da obrigação principal, na qual estão incluídos tanto o valor do tributo devido como a penalidade dele decorrente. Sendo assim, considerando o disposto no caput do art. 161 acima transcrito, é possível concluir que o Código Tributário Nacional autoriza a exigência de juros de mora sobre as multas” (Exigência de Juros de Mora sobre as Multas de Ofício no Âmbito da Secretaria da Receita Federal. Revista Dialética de Direito Tributário, São Paulo, n. 132, p. 29, setembro de 2006). Demais exigências 31. Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência daquele, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas. 32. Por fim, com relação à afirmação da Recorrente de que “os reflexos devem ser excluídos da base de cálculo do IRPJ lançado no Auto de Infração”, observase que se está diante de autuação pelo lucro arbitrado o qual não admite deduções de custos e despesas – e não de autuação pelo “lucro real anual”, como ocorreu no acórdão por ela citado, examinado em sua íntegra por este Conselheiro (fls. 1.061). Fl. 1112DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10935.004992/200651 Acórdão n.º 1803002.629 S1TE03 Fl. 1.113 29 Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 1113DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 03/04/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 13839.001097/2005-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Mar 31 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.817
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, converter o julgamento do recurso em diligência. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl e Claudio Monroe Massetti, que davam provimento ao recurso voluntário. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira.
JULIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇCA - Relator.
ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti (Suplente).
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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Resolvem os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, converter o julgamento do recurso em diligência. Vencidos os Conselheiros Jean Cleuter Simões Mendonça, Robson José Bayerl e Claudio Monroe Massetti, que davam provimento ao recurso voluntário. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. JULIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. RELATOR JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇCA Relator. ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos (Presidente), Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Eloy Eros da Silva Nogueira, Ângela Sartori e Cláudio Monroe Massetti (Suplente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 39 .0 01 09 7/ 20 05 -8 0 Fl. 52DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 331 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição de valores do PIS e da COFINS supostamente recolhidos a maior no período entre fevereiro de 1999 e abril de 2000, apresentado em 08/06/2005 (fl. 03). A delegacia de origem negou o direito creditório por entender que o recolhimento foi feito conforme a legislação vigente na época (fls. 48/49). A Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 52/61), mas a DRJ em Campinas/SP manteve o indeferimento ao prolatar acórdão com a seguinte ementa: “RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. EXTINÇÃO DO DIREITO. AD SRF 96/99. VINCULAÇÃO. Consoante Ato Declaratório SRF 96/99, que vincula este órgão, o direito de o contribuinte pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente extinguese após o transcurso do prazo de cinco anos, contados da data do pagamento, inclusive para os tributos sujeito ao lançamento por homologação ou nos casos de declaração de inconstitucionalidade. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. O controle de constitucionalidade da legislação é de competência exclusiva do Poder Judiciário. A extensão administrativa dos efeitos jurídicos de declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF no exercício do controle difuso condicionase às hipóteses estabelecidas no Decreto n°2.346, de 1997”. A Contribuinte foi intimada do acórdão da DRJ em 29/01/2008 (fl.274) e interpôs recuso voluntário em 26/02/2008 (fls. 275/292), com as alegações resumidas abaixo: 1. No presente caso, não se aplica a determinação da Lei Complementar nº 118/05, sendo o prazo decadencial para o pedido de restituição de dez anos; 2. A Recorrente não pede a declaração de inconstitucionalidade de lei, pois a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo já foi declarada pelo STF; 3. A Administração Pública tem o dever de atender o que foi decidido pelo STF, sob pena de ferir os Princípios da Igualdade, da Moralidade e da Eficiência; Ao final, a Recorrente pediu reconsideração do acórdão da DRJ, “determinando se o prosseguimento da análise do pedido de restituição”. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 332 3 É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça O recurso é tempestivo de atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente pretende o ressarcimento do PIS e da COFINS supostamente recolhido indevidamente em razão da declaração de inconstitucionalidade, pelo STF, do alargamento da base de cálculo promovida pela Lei nº 9.718/98. As matérias devolvidas apara a apreciação deste conselho foram: prazo decadencial para a repetição de indébito; base de cálculo do PIS e da COFINS faturamento. 1. Do prazo decadencial para a Contribuinte pleitear a repetição de indébito de tributos sujeitos ao lançamento por homologação O art. 168, inciso I, do CTN, determina que o direito de pleitear a restituição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação extinguese em cinco anos, contados da extinção do crédito tributário. Por sua vez, a Lei Complementar nº 118, de 09 de fevereiro de 2005, em seu art. 3o, trouxe o seguinte: “Art. 3oPara efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o§ 1º do art. 150 da referida Lei”. Em 04/08/2011, o Supremo Tribunal Federal julgou o RE Recurso Extraordinário nº 566621, reconhecendo a sua Repercussão Geral, nos termos do art. 543B, do CPC Código de Processo Civil, e decidiu que a Lei Complementar nº 118/2005 trouxe inovação normativa, de modo que a sua aplicação não retroage. Dessa forma, para os pedidos de ressarcimento efetuados antes do vacatio legis da citada lei, isto é, antes de 09 de junho de 2005, aplicase o entendimento firmado pelo STJ, pelo qual o prazo para o ressarcimento é de cinco anos, a serem contados após os primeiros cinco anos do prazo para a homologação tácita (tese dos 5+5). Para os pedidos formulados após o vacatio legis, aplicase o prazo de cinco anos, contados da data do fato gerador, em conformidade com Lei Complementar nº 118/2005. Abaixo segue a ementa do julgamento do RE nº 566621: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACATIO LEGIS – Fl. 54DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 333 4 APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.(RE 566621, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe195 DIVULG 10102011 PUBLIC 11102011 EMENT VOL0260502 PP00273) (grifo nosso) Como no julgamento do STF foi reconhecida a sistemática do art. 543B, do CPC, é o caso da aplicação do art. 62A, Caput, do Regimento Interno do CARF, cujo teor é o seguinte: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, Fl. 55DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 334 5 deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF”. No presente caso, o pedido foi protocolado em 08/06/2005(fl.03), ou seja, antes do vacatio legis da Lei Complementar nº 118/2005, de modo que o prazo decadencial do direito de a Recorrente pleitear a restituição, in casu, deve ser contado pela tese dos 5+5. Os supostos pagamentos indevidos foram realizados entre fevereiro de 1999 e abril de 2000 (fl.03). Portanto, o direito da Recorrente não decaiu. 2 Da inconstitucionalidade do termo “faturamento” da Lei nº 9.718/98 Alega a Recorrente que o termo “faturamento” disposto na Lei nº 9.718/98 é inconstitucional por expandir o significado do termo. O termo “faturamento” disposto no texto constitucional referese às receitas adquiridas com a venda de produtos ou prestação de serviço objeto da empresa, isto é, tratase do resultado das receitas oriundas da atividadefim da contribuinte. Por essa razão, quando o art. 3º, da Lei nº 9.718/98, dispõe que o faturamento “corresponde à receita bruta da pessoa jurídica” e o seu § 1º menciona que “entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”, estáse ampliando a interpretação do texto constitucional de forma irregular. O STF, em 10/09/2008, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235, com Repercussão Geral reconhecida, prolatou a seguinte decisão: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RERGQO 585235, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 10/09/2008, publicado em 28/11/2008, ) (grifo nosso) Um dos precedentes utilizados pelo Supremo para chegar ao julgamento do RE 585.235 e reconhecêlo na sistemática de repercussão Geral foi o seguinte: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do Fl. 56DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 335 6 artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (RE 346084, Relator (a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator (a) p/ Acórdão: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2005, DJ 01092006 PP00019 EMENT VOL0224506 PP01170) (grifos nosso) Em suma, o STF julgou que o PIS e a COFINS tributada na forma da Lei nº 9.718/98 incidem somente sobre as receitas oriundas de venda e de prestação de serviço, de modo que é indevido o recolhimento efetuado sobre receitas que não tenha origem em venda ou prestação de serviço. Ex positis, dou provimento ao recurso voluntário interposto para que seja ressarcido o PIS e COFINS recolhidos indevidamente entre fevereiro de 1999 e abril de 2000, sobre receitas que não são oriundas de venda, de prestação de serviço ou de venda e prestação de serviço, homologando as compensações até o limite do crédito encontrado. É como voto. Relator Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Voto Vencedor Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Redator Designado. Afiliome às razões argüidas pelo Mui Ilustre Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça em seu bem fundamentado voto. Não há como discordar das suas ponderações a respeito do prazo decenal para solicitar restituição de indébito tributário e a respeito da inconstitucionalidade do alargamento da base de tributação prevista no parágrafo primeiro do artigo 3º da Lei n. 9.718/1998. Entretanto, antes de concluirmos o mérito da lide, sinto ser necessário conhecermos o indébito alegado pelo contribuinte. Para tanto, a meu ver, não basta invocar a declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF para a pretensão de alargamento do conceito de receita trazida pelo artigo 3º a Lei n. 9.718/1998. Há de haver a identificação das receitas que supostamente teriam sido incorretamente incluídas pelo contribuinte para Fl. 57DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 13839.001097/200580 Resolução nº 3401000.817 S3C4T1 Fl. 336 7 determinar os valores de PIS e da COFINS. Afinal, este processo ainda carece da análise da procedência dos motivos e dos valores indicados como indevidamente pagos. Ressalto que o contrato social da contribuinte delimita seu objeto social nos seguintes termos: Sociedade tem os seguintes objetivos: a fabricação de peças forjadas e sua usinagem e a fabricação de aparelhos, maquinário e locomotivas, construções de metal e aço e o comércio dos mesmos, incluindo importação e exportação, representação e consignações, por conta própria e" de terceiros, a execução de todos e quaisquer atos e o envolvimento em todas e quaisquer atividades necessárias, convenientes ou pertinentes realização dos objetivos acima, incluindo a participação, direta ou indireta, em outras empresas ou sociedades de qualquer espécie, observandose as exigências legais. Portanto, proponho a este Colegiado seja o julgamento convertido em diligência para a unidade de jurisdição: 1. identificar as razões do indébito alegado e correspondentes valores; 2. verificar a correção dos valores pleiteados; 3. verificar a correspondência com os valores pagos/recolhidos e sua disponibilidade. O contribuinte deverá ser notificado dessa decisão e do resultado da diligência, podendo, em cada caso, apresentar suas considerações e informações no prazo de 30 dias da ciência. Ademais, para que a unidade de jurisdição realize a diligência, deve observar o seguinte: conforme o teor do voto do Relator o Ilustre Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça cuja proposição foi aprovada neste plenário: (i) está pacificado que o prazo para peticionar restituição é de 10 anos contado do fato gerador e (ii) o PIS e a COFINS tributadas com base na Lei n. 9.718/1998, incidem sobre as receitas provenientes das atividades da contribuinte (ex.:vendas de bens, venda de serviços, venda de bens e serviços). Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Redator Designado. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 27/ 02/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 27/02/2015 por JEAN CLEUTER SIMOES MEN DONCA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 18471.001562/2008-55
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Feb 23 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2000
RECURSO VOLUNTÁRIO. ADESÃO AO PARCELAMENTO DA LEI 12.996/14. PERDA DO INTERESSE EM AGIR. Tendo em vista que o parcelamento tributário se constitui em situação na qual o contribuinte renuncia de forma expressa o direito sobre o qual se funda a autuação, com a sua adesão ao programa de parcelamento, mitigado está o seu interesse de agir. Precedentes.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-004.486
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário e homologar o pedido de desistência
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Lourenço Ferreira do Prado - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espindola Reis, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: LOURENCO FERREIRA DO PRADO
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ADESÃO AO PARCELAMENTO DA LEI 12.996/14. PERDA DO INTERESSE EM AGIR. Tendo em vista que o parcelamento tributário se constitui em situação na qual o contribuinte renuncia de forma expressa o direito sobre o qual se funda a autuação, com a sua adesão ao programa de parcelamento, mitigado está o seu interesse de agir. Precedentes. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 1. 00 15 62 /2 00 8- 55 Fl. 586DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/02/20 15 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário e homologar o pedido de desistência Júlio César Vieira Gomes Presidente Lourenço Ferreira do Prado Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Luciana de Souza Espindola Reis, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 587DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/02/20 15 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 18471.001562/200855 Acórdão n.º 2402004.486 S2C4T2 Fl. 515 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela PETRÓLEO BRASILEIRO S/A PETROBRAS, em face do acórdão que manteve integralmente a NFLD n. 35.605.9421, lavrado para a cobrança de contribuições previdenciárias parte dos segurados, da empresa e as destinadas ao financiamento do SAT, até 06/1997, e ao GILRAT a partir de então, na qualidade de responsável tributária solidária em decorrência da contratação de serviços da empresa CONSTRUTORA IRMÃOS FERREIRA LTDA. Consta do relatório fiscal que a recorrente contratou com a empresa IRMÃOS FERREIRA, a execução de “serviços de construção de bases de concreto para sondas no Recôncavo Baiano e Bacia de Tucano”. Também fora informado pelo auditor que a empresa não comprovou o cumprimento das obrigações da construtora para com a Seguridade Social, ou seja, não houve a devida comprovação, através de guias de recolhimento especificas para a obra contratada, nem a apresentação de folhas de pagamentos especificas dos segurados empregados alocados na obra contratada, de modo que a responsabilização da recorrente deuse com base no art. 30, IV, da Lei 8.212/91. O lançamento fora efetuado por aferição indireta considerando o percentual de 40 % (quarenta por cento) sobre a parte considerada como mãodeobra constante nas notas fiscais de prestação de serviço. O lançamento compreende, as competências de 04/1999 a 12/2000, tendo sido o contribuinte cientificado em 29/09/2003 (fls. 01) A decisão Notificação manteve a integralidade da NFLD combatida e diante da interposição de recurso voluntário os Autos foram enviados ao CRPS para julgamento, oportunidade na qual, sua 2a CAJ anulou a Decisão Notificação, em razão de que a imputação da responsabilidade solidária à recorrente prescindia da anterior necessidade de fiscalização da empresa prestadora dos serviços. Em face de referido julgamento fora interposto o extinto pedido de revisão de acórdão pelo INSS, que também fora analisado e não conhecido. As partes interessadas foram intimadas de referida decisão, por meio de ofício no qual restou consignado que (fls. 358): “Pelo exposto, estamos cientificandoo desta decisão, fornecendolhe cópia do acórdão e encaminhando o processo ao Serviço de Fiscalização, para que seja providenciada a diligência determinada pelo CRPS, adotandose todos os demais procedimentos para o reinicio do contencioso administrativo em relação ao mesmo.” Fato é que quando referido ofício se refere à diligência, em verdade, se quer se referir a anulação do acórdão, pois, diante de informações constantes nos autos, este era, à Fl. 588DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/02/20 15 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 época, o procedimento a ser adotado em sistema para a formalização da anulação da NFLD e continuidade do contencioso administrativo. Feito isso, às fls. 387, fora consignado o resultado da diligência, conforme determinado pelo acórdão n. 0001767/2004, esclarecendo o seguinte: “1 Inicialmente, cabe frisar ter a empresa prestadora CIF CONSTRUTORA IRMÃOS FERREIRA LTDA, CNPJ: 15.127.616/000103 sido devidamente notificada do lançamento efetuado (fls 50/52), apresentando impugnação tempestiva (fls 64/ 67) e documentos (fls 68/289), que ante o resultado da análise realizada pela junta fiscal notificante (fls 292/294) foi julgado, pelo Serviço de Defesas e Recursos da Gerência Executiva do Rio de Janeiro Centro, procedente o crédito apurado, através da Decisão Notificação DN n° 17.401.4/0424/2004 (fls 296/304). A empresa prestadora, embora regularmente intimada, cf fl 306, não apresentou Recurso dentro do prazo legal. 3 Efetuouse pesquisa nos sistemas informatizados da SRFB ( CNAF/ CFE), sendo analisadas as informações disponíveis relativas à empresa contratada prestadora dos serviços, e constatouse que não foram realizadas quaisquer ações fiscais junto a este contribuinte, conforme cópia da tela anexada àfl. 369. 4 Procedeuse a pesquisa no SISTEMA DE COBRANÇA MF/RFB verificandose que a empresa teve o pedido de adesão ao parcelamento especial da Lei n. 9964/2000 REFIS indeferido, em 27/04/2000 (fl 370). 5 Constatouse também que a empresa não fez opção pelo parcelamento especial da Lei n°. 10684/2003 PAES (fl. 371).” Foram então a ora recorrente e empresa prestadora de serviços novamente cientificadas do resultado da diligência, sendo que nenhuma delas apresentou manifestação. Devidamente intimado do julgamento da DRJ em primeira instância, a recorrente interpôs o competente recurso voluntário, através do qual sustenta: 1. que a NFLD ora atacada não faz qualquer menção, seja no seu relatório; seja nos seus fundamentos, onde estaria caracterizada a responsabilidade tributária da ora Recorrente, pois não aponta onde estaria a cessão de mãodeobra que justificaria o lançamento; 2. que a fiscalização deixou de elaborar uma argumentação lógica e de correlação entre os fatos que, pretensamente, ensejaram a lavratura da NFLD e os fundamentos, legais e normativos, em que se apoiaram 3. a ilegalidade do reconhecimento da retroatividade da aplicação do enunciado 30 do CRPS processo administrativo fiscal art. 2°, XIII, da lei n° 9.784/99 Fl. 589DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/02/20 15 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 18471.001562/200855 Acórdão n.º 2402004.486 S2C4T2 Fl. 516 5 4. que a reabertura do contencioso administrativo sem a realização da diligência que lhe fora determinada pelo CRPS não tem qualquer cabimento, pois o fisco descumpriu expressa decisão administrativa válida, infringindo o disposto no art. 57, caput e no §1o do Regimento Interno do CRPS. 5. a inexistência da cessão de mãodeobra, que justifique a lavratura do lançamento, pois não houve um serviço contínuo, com a colocação de empregados / segurados à disposição da Recorrente, de modo a configurar uma cessão de mãodeobra, e, por via de conseqüência, ensejar a responsabilidade tributária, já que o contrato versou sobre uma prestação de serviços específica, com direção e coordenação exclusivas da contratada e dentro dos limites de seu objeto, com a execução do serviço como um todo, não existindo qualquer previsão contratual que deixe à disposição do contratante o pessoal que participou da prestação dos serviços; 6. que a imputação da solidariedade enseja a necessidade de prévia constituição da dívida ou da obrigação, afim de que o credor possa imputálas aos demais responsáveis. Assim é mister que a fiscalização faça a verificação prévia junto a empresa prestadora dos serviços. 7. que o disposto no art. 33, §3o não permite à fiscalização a conclusão da presunção de acordo com a conveniência fiscal, tendo em vista que os pagamentos efetuados por pessoas jurídicas podem ocorrer por vários motivos, tais como pagamento de insumos, mútuos, Após, sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório Fl. 590DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/02/20 15 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Voto Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, Relator CONHECIMENTO Da análise dos autos, vejo que a recorrente atravessou petição requerendo a desistência do recurso informando ter incluído o débito no programa de parcelamento da Lei 12.966/14. Em virtude da informada adesão ao parcelamento administrativo, o contribuinte agiu de forma a reconhecer expressa e irrevogavelmente a procedência do lançamento em questão, motivo pelo qual, a meu ver não havendo matérias de ordem pública que pudessem ser tratadas na presente assentada, tenho não mais subsiste o interesse processual da parte ao julgamento do presente Recurso Voluntário. Sobre o assunto, já se manifestou a Câmara Superior de Recursos Fiscais, conforme se percebe do precedente a seguir, de relatoria do Em. Conselheiro Marcelo Oliveira: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1999 a 30/10/2006 RECURSO ESPECIAL. DESISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE INTERESSE. No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente, descabendo recurso da Procuradoria da Fazenda Nacional por falta de interesse. Ante todo o exposto, homologo a desistência e NÃO CONHEÇO do recurso voluntário. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/02/2015 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/02/20 15 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 13/02/2015 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 15586.720703/2012-33
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2010 a 31/10/2010
PREVIDENCIÁRIO. SÚMULA Nº1 DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS - CARF. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS.
Na forma do previsto na Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
RO Negado e RV Não Conhecido.
Numero da decisão: 2403-002.416
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício e não conhecer do Recurso Voluntário devido a matéria ser objeto de Ação Judicial, nos termos da Sumula 01 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente.
Ivacir Júlio de Souza - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Maria Anselma Coscrato dos Santos
Nome do relator: IVACIR JULIO DE SOUZA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/06/2010 a 31/10/2010 PREVIDENCIÁRIO. SÚMULA Nº1 DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS - CARF. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Na forma do previsto na Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. RO Negado e RV Não Conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício e não conhecer do Recurso Voluntário devido a matéria ser objeto de Ação Judicial, nos termos da Sumula 01 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente. Ivacir Júlio de Souza - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Maria Anselma Coscrato dos Santos
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SÚMULA Nº1 DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CARF. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Na forma do previsto na Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. RO Negado e RV Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Ofício e não conhecer do Recurso Voluntário devido a matéria ser objeto de Ação Judicial, nos termos da Sumula 01 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente. Ivacir Júlio de Souza Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 72 07 03 /2 01 2- 33 Fl. 219DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Marcelo Freitas de Souza Costa e Maria Anselma Coscrato dos Santos Fl. 220DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15586.720703/201233 Acórdão n.º 2403002.416 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração (DEBCAD 51.004.1400), referente a glosa de compensações, e Auto de Infração (DEBCAD 51.004.1450) referente a multa isolada. Aduz que no que se refere a autuação da multa isolada, a instância “ad quod” DEU PROVIMENTO à impugnação do AI nº 51.004.1450, ANULANDO o crédito tributário na forma do argumento traduzida na ementa do voto. Restou registrado que “ Ainda que haja compensação indevida, é improcedente a aplicação de multa isolada, sem que a autoridade lançadora comprove, com provas robustas, a falsidade da declaração e o dolo específico. Extraído dos Relatório Fiscal às fls. 14 a 21 aduz, em síntese, o seguinte: O contribuinte apresentou decisão judicial no processo 2010.50.01.0050827, 1ª Vara Federal Cível de Vitória, a memória de cálculo das compensações efetuadas, e demais documentos que originaram o susposto indébito objeto de compensação. A Prefeitura Municipal questionou judicialmente o direito de efetuar a compensação das parcelas vincendas de contribuições previdenciárias com valores recolhidos a este título incidente sobre os subsídios dos exercentes de mandato eletivo no período de 02/1998 a 09/2004. Na sentença datada de 30/09/2010 foi pronunciada a prescrição quanto aos fatos geradores concretizados antes do decênio que antecedeu a propositura da ação e declarado o direito do autor de efetuar a compensação de contribuição previdenciária incidente sobre os subsídios dos exercentes de mandato eletivo sob a égide da Lei nº 9.506/97 no período entre 18/05/2000 e 19/09/2004, respeitando o art. 170A do CTN e que a compensação realizada pelo autor deveria ser realizada de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos de administração tributária. Analisada a medida judicial apresentada pelo sujeito passivo foi constatada a impossibilidade da compensação efetuada, pois o sujeito passivo não comprovou os recolhimentos através de GPS e na sentença não foi afastada a exigência do art. 170A do CTN. A multa isolada foi aplicada pelo fato de terem sido utilizadas informações falsas em GFIP, configurando evidente intuito de fraude, implicando a cominação da multa agravada nos termos do parágrafo 10 da Lei 8.212/91. O Município apresentou impugnação às fls. 90 a 105 na qual alega, em síntese, o seguinte: Fl. 221DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 DA INCONSTITUCIONALIDADE DAS CONTRIBUIÇÕES DOS AGENTES POLÍTICOS CRIADA PELA LEI 9.506/97 QUE ACRESCENTOU O INCISO “H” AO ARTIGO 22 DA LEI 8.212/91. DA ILEGALIDADE DA AUTUAÇÃO FISCAL, DESRESPEITO AOS ATOS NORMATIVOS DA RECEITA FEDERAL. A execução da alínea “h” do art. 12 da Lei nº 8.212/91 foi declarada inconstitucional pelo STF, no julgamento do RE nº 351.7171 – Paraná. e o Senado Federal editou a Resolução nº 26 suspendendo a sua executividade. Foi editada a Portaria nº 133 do MPS que vedou a constituição de créditos com fundamento na alínea “h” do inciso I do art. 12 da Lei nº 8.212/91. Tais atos normativos possuem caráter vinculante e possuem efeitos ex tunc. Cita jurisprudência administrativa e judicial a embasar o citado entendimento. DA EXPRESSA DISPOSIÇÃO LEGAL RESPALDANDO A REALIZAÇÃO DE COMPENSAÇÃO PREVIDENCIÁRIA NO CASO DE PAGAMENTOS INDEVIDOS. A conduta praticada, ao contrário do exposto pela fiscalização, não teve o condão de “fraudar” a legislação tributária. Ao contrário, foi praticada dentro dos limites da lei e com base em diversos dispositivos legais que respaldam o ato de compensação, tudo nos termos do art. 89 da Lei 8.212/91; art. 66 da Lei 8.383/91; art. 39 da Lei 9.250/95; art. 74 da Lei 9.430/96; art. 26 da Lei 11.457/07 e art. 44 a 48 da Instrução Normativa nº 900/2008, citando também jurisprudência a respeito. DA DECISÃO JUDICIAL QUE RATIFICA A POSIÇÃO DO IMPUGNANTE Apesar do impugnante ter praticado o ato de compensação com base na legislação e na jurisprudência dominante aplicável ao assunto, ainda obteve decisão favorável nos autos da ação ordinária nº 2010.50.01.0050827. Em primeira instância foi reconhecida a inexistência de relação jurídica de contribuição previdenciária, transcrevendo o decisório do magistrado. Embora a referida decisão ainda não tenha transitado em julgado, serve a mesma para ratificar integralmente a conduta do impugnante, no sentido de não reconhecer a existência de relação jurídicotributária quanto aos valores compensados.” DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Após analisar aos argumentos da impugnante, na forma do registro de fls.162, a 12ª Turma da Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil no Rio de Janeiro – RJ DRJ/RJ II, em 25 de março de 2013, exarou o Acórdão n° 1254.151 NEGANDO PROVIMENTO à impugnação do AI nº 51.004.1400, MANTENDO o crédito tributário, ao tempo em que DEU PROVIMENTO à impugnação do AI nº 51.004.1450, ANULANDO o crédito tributário. RECURSO DE OFÍCIO O Presidente da Turma de Julgamento de primeira instância, em atendimento ao disposto no artigo 1º da Portaria MF nº 3, de 03/01/2008, oferece RECURSO DE OFÍCIO em face da decisão proferida no AI nº 51.004.1450. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15586.720703/201233 Acórdão n.º 2403002.416 S2C4T3 Fl. 4 5 DO RECURSO VOLUNTÁRIO Irresignada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário de fls.198 onde reiterou as alegações enfrentadas pela instancia “ad quod ”. É o Relatório. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Voto Conselheiro Ivacir Júlio de Souza Relator DO RECURSO DE OFÍCIO Visto a decisão a quo e compulsada com os autos, conheço do Recurso para NEGARLHE PROVIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO DA TEMPESTIVIDADE Conforme documento de fls.1.087, o recurso é tempestivo DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Como adiante se verificará, a peça interposta não reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dela não tomo conhecimento. No curso da ação fiscal, conforme consta registrado no Relatório Fiscal às fls. 15, o contribuinte apresentou decisão judicial sentença do processo n° 2010.50.01.0050827, Ia Vara Federal Cível de Vitória. No item 2.3 do supra citado Relatório Fiscal, a Autoridade autuante registrou o abaixo transcrito: “ Em sentença datada de 30/09/2010 (em anexo), o Poder Judiciário se manifestou da seguinte forma: Foi julgado parcialmente procedente o pedido para: " Pronunciar a Prescrição quanto aos fatos geradores concretizados antes do decênio que antecedeu a propositura da ação"; " Declarar o direito do autor de efetuar a compensação de contribuição previdenciária incidente sobre os subsídios dos exercentes de mandato eletivo sob a égide da Lei n° 9.506/1997, no período entre 18/05/2000 e 19/09/2004, respeitando o art. 170A do CTN. A compensação deverá ser realizada pelo autor de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos de administração tributária"; ( grifos do Relator) Muito relevante destacar o que também houvera sido registrado no item 2.5 do multicitado Relatório Fiscal: Fl. 224DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15586.720703/201233 Acórdão n.º 2403002.416 S2C4T3 Fl. 5 7 2.5 Após analisar a medida judicial apresentada pelo sujeito passivo, acima mencionada, e toda a documentação apresentada no curso da ação fiscal, solicitada através do Termo de Inicio de Procedimento Fiscal TIPF, constatamos a impossibilidade da compensação efetuada, pelos seguintes motivos: O sujeito passivo não comprovou os recolhimentos através de Guias de Recolhimento da Previdência GPS, que originaram o suposto indébito objeto da compensação. É compulsório observar que a compensação é uma modalidade extintiva do crédito tributário prevista no art. 156 do Código Tributário Nacional – CTN, razão pela qual o ato compensatório submetido ao judiciário somente poderia ter sido implementado em caso de decisão judicial que não pudesse mais ser modificada, verbis: “Art. 156. Extinguem o crédito tributário: {.} II a compensação;” Relevante observar que tanto em sede de impugnação quanto em grau de recurso a autuada não colacionou os documentos de recolhimentos através de Guias de Recolhimento da Previdência GPS, que afirma, teriam originado o suposto indébito objeto da compensação. Assim, não se verifica prejudicado o lançamento posto que tanto para elidir hipótese decadencial bem como pelo comando do parágrafo único do art. 142 do CTN , cumpria à Autoridade autuante fazêlo em razão de aa atividade administrativa de lançamento ser vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, verbis: “ Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Busca no Sitio da TRF2 , registra que o processo ainda tramita. DA SÚMULA N°1 DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CARF Fl. 225DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 Súmula CARF nº1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. CONCLUSÃO Conheço do Recurso de Ofício para NEGARLHE PROVIMENTO. NÃO CONHEÇO do Recurso Voluntário em razão de a matéria ser objeto de Ação Judicial, nos termos da Sumula n°1 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É como voto. Ivacir Júlio de Souza Relator Fl. 226DF CARF MF Impresso em 06/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/02/2015 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 12/02/201 5 por IVACIR JULIO DE SOUZA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 16707.006801/2008-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 30 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
Ementa:
CONCOMITÂNCIA. O ajuizamento de ação judicial em que o contribuinte busca(va) o cancelamento do presente processo administrativo fiscal implica em renúncia da esfera administrativa, conforme Súmula n. 01 deste Col. CARF.
Numero da decisão: 1101-001.283
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER do Recurso Voluntário, nos termos do relatório e do voto que seguem em anexo.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Edeli Pereira Bessa, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Mateus Ciccone e Paulo Reynaldo Becari.
Nome do relator: BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2003 Ementa: CONCOMITÂNCIA. O ajuizamento de ação judicial em que o contribuinte busca(va) o cancelamento do presente processo administrativo fiscal implica em renúncia da esfera administrativa, conforme Súmula n. 01 deste Col. CARF.
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O ajuizamento de ação judicial em que o contribuinte busca(va) o cancelamento do presente processo administrativo fiscal implica em renúncia da esfera administrativa, conforme Súmula n. 01 deste Col. CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER do Recurso Voluntário, nos termos do relatório e do voto que seguem em anexo. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente. (documento assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (Relator), Edeli Pereira Bessa, Antônio Lisboa Cardoso, Paulo Mateus Ciccone e Paulo Reynaldo Becari. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 70 7. 00 68 01 /2 00 8- 27 Fl. 524DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 2 Relatório Tratase de Autos de Infração encerrando exigências de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ (R$ 115.993,82, fls. 5/13); Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL (R$ 52.533,94, fls. 14/23); Contribuição para o PIS (R$ 12.180,25, fls. 24/31); Contribuição para o financiamento da Seguridade Social (R$ 56.216,91, fls. 32/39) e Imposto de Renda Retido na Fonte (R$ 396.049,10, fls. 40/46), valores já acrescidos da multa de ofício qualificada (150%) e dos juros moratórios atualizados até novembro/2008. Os lançamentos fundamentaramse na premissa de que o comportamento do contribuinte amoldavase aos antecedentes dos artigos 287 e 281, inciso I, e 647 do Decreto n. 3.000/1999 c/c art. 61 da Lei n. 8.981/1995, que versam respectivamente sobre (i) saldo credor da conta Caixa; (ii) depósitos bancários de origem não comprovada; e (iii) pagamento sem causa a pessoas jurídicas ou físicas, inclusive sócios. Em relação ao primeiro e segundo itens, a d. Fiscalização lavrou autos de infração com a exigência do IRPJ e seus reflexos (CSLL, PIS e COFINS) e, quanto ao terceiro item, foi lavrado auto de infração referente ao IRRF sobre “reajustamento dos valores pagos” (fl. 43). Para tanto, a d. a Autoridade Fiscal procedeu à análise do Livro Razão (fls. 357/370) do contribuinte, das contas Caixa, dos extratos bancários (fls. 100/109 e 290/308) – obtidos por meio de autorização Judicial (fls. 381 a 383) em processo com trâmite na Justiça Federal –, de recibos de transferências bancárias e das cópias de cheques (fls. 309/355 e 384/388), individualizando cada um dos lançamentos contábeis referentes a esses comprovantes em quadro acostado às fls. 371/380. Diante da constatação de que foram escrituradas na conta Caixa entradas que não teriam ocorrido de fato, a Fiscalização procedeu à recomposição dessa conta, constatando a existência de SALDO CREDOR, o que motivou o lançamento a título de IRPJ e seus reflexos, cuja base de cálculo está consolidada às fls. 373/376. Em relação aos depósitos bancários arrolados à fl. 377, a autoridade fiscal assevera que o sujeito passivo apontou como origem os serviços prestados retratados em Notas Fiscais apresentadas (fls. 110/197 e 216/233), cujos valores: (i) não teriam sido recebidos, conforme escrituração contábil; (ii) teriam sido recebidos posteriormente ou bem antes (diferença de meses) à data do valor creditado na conta corrente; ou (iii) os registros contábeis indicariam que não houve ingresso em conta corrente, mas diretamente na Conta Caixa. Por tais incompatibilidades e diante da ausência de identificação dos depósitos pelo contribuinte, houve o lançamento a partir da presunção da omissão de receitas. Quanto aos pagamentos listados às fls. 371/372, fundamentouse a Autuação na ausência de identificação de sua finalidade, destinação ou mesmo se seriam meras despesas e/ou custos alusivos ao desenvolvimento das atividades do Autuado, eis que não foram localizadas essas informações nos Livros Diário e Razão, bem como o contribuinte não teria comprovado documentalmente seus esclarecimentos, o que motivou o lançamento do IRRF, à alíquota de 35%, sobre o reajuste dos valores pagos. Por fim, aplicouse a multa de ofício qualificada, no percentual de 150%, por entender a Autoridade Fiscalizadora ser evidente o intuito de fraude, diante da constatação de Fl. 525DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 16707.006801/200827 Acórdão n.º 1101001.283 S1C1T1 Fl. 3 3 escrituração de inverídicas entradas na conta Caixa (suprimento de caixa), ao longo do ano calendário 2003, cujos valores sacados da conta corrente eram depositados diretamente em contas bancárias de outras pessoas físicas e jurídicas, o que comprovaria o intuito de dificultar o conhecimento da operação pela fiscalização. Importante salientar que essa mesmíssima justificativa foi utilizada tanto para a qualificação da multa sobre os lançamentos decorrentes da verificação de Saldo Credor de Caixa (fls. 78) quanto para a majoração da penalidade incidente sobre os lançamentos derivados da não comprovação da origem de depósitos bancários (fl. 10). O contribuinte teve ciência das autuações em 15/12/2008, conforme Aviso de Recebimento à fl. 52, e apresentou Impugnação (fls. 409/433) em que teceu as seguintes razões preliminares: a) não poderiam ser objeto de lançamento os valores relativos ao período de janeiro a setembro de 2003, eis que não houve a efetiva comprovação da existência de dolo, fraude ou simulação para autorizar a incidência do art. 173 do CTN, argumento que seria corroborado pela inexistência de “atonorma administrativo formalizador do ilícito” (fl. 412) apto a afastar o art. 150, §4º do CTN, estando decaído o lançamento efetuado apenas em dezembro/2008; c) decadência do IRRF, eis que o fato gerador dos pagamentos sem justa causa ocorreria no dia do próprio pagamento e, a partir do dia seguinte, o Fisco poderia efetivar o lançamento do imposto de renda, o que não ocorreu no prazo previsto no art. 150, §4º, uma vez que tal prazo esgotarseia em 13/12/2003 e o lançamento ocorreu posteriormente; d) decadência dos créditos relativos a IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, em relação ao saldo credor de caixa, pois não foi comprovado o evidente intuito de fraude, o que atrai a aplicação do art. 150, §4º do CTN; e) nulidade das provas dos autos, visto que não se poderia afirmar que os documentos apresentados pela autoridade fiscal teriam sido extraídos do processo judicial e que aquele Juízo apenas determinou que os bancos lhe remetessem cópias dos cheques e das guias de transferência das empresas CACTUS e ADS, nada se referindo à impugnante; f) nulidade da prova colacionada aos autos (extratos bancários obtidos em virtude de decisão judicial no processo n. 2006.84.00.0031700), pois foi requerida por autoridade fiscal, a qual não possuiria capacidade postulatória, em nome próprio ou do fisco federal, em autos de processo judicial e pela falta de carimbo de processo judicial ou mesmo indicação das folhas correspondentes a cada um dos documentos, capazes de demonstrar que realmente foram extraídos do referido processo. No mérito, o Contribuinte defendeu os seguintes argumentos, verbis: g) ausência de prova pela Fiscalização de que os valores sacados da conta banco não teriam ingressado na Conta Caixa, sendo que seria lógica contábil que as retiradas de dinheiro da própria conta da Fl. 526DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 4 empresa ingressariam primeiro pelo Caixa, mesmo que, no momento seguinte, tivessem outra destinação (pagamentos, distribuição de lucros, mútuos a empresas coligadas etc.); h) teriam sido desconsideradas pela Fiscalização as entradas (TED) nas contas bancárias e mantidas indevidamente as correspondentes saídas, visto que, se os valores pagos foram realizados diretamente pela conta banco, não poderiam ser lançados na conta caixa; i) não haveria comprovação da ocorrência do fato gerador do imposto com suporte no art. 42 da Lei n. 9.430, de 27 de dezembro de 1995, haja vista a comprovação de que os recursos que transitaram pelas contas bancárias seriam originários de suas atividades operacionais (serviços de advocacia e consultoria jurídica); j) quanto ao IRRF, a majoração da base de cálculo sob a rubrica de “ajustamento” ofenderia o art. 61 da Lei n. 8.981/95, o art. 97 do CTN e a Constituição Federal, uma vez que o mencionado art. 61 possibilita o “ajustamento” da base de cálculo, mas não informa os termos, as condições e em que percentual; e, ainda, que aquele dispositivo prevê a incidência de alíquota de 35%, enquanto que a carga tributária originária teria a alíquota 54%, redundando no reconhecimento pelo Fisco de que houve pagamentos em valores muito superiores aos exigidos no lançamento, em manifesto confisco da propriedade privada pelo Estado (fls. 417/418); (l) bis in idem na autuação, uma vez que os depósitos bancários de origem não comprovada foram considerados como omissão de receita, para fins do IRPJ e seus reflexos, bem como pagamentos sem causa, sendo base para o IRRF; Por fim, o Contribuinte impugnou a aplicação da multa qualificada (150%), alegando que o Fisco não comprovou em nenhum momento a prática de qualquer conduta típica (sonegação, fraude ou conluio) para a majoração da penalidade ou a presença de dolo na sua conduta, sendo que a forma de contabilização adotada não se qualificaria como conduta fraudulenta e que essa penalidade violaria o Princípio da capacidade contributiva, consagrado no inciso III, § 1º do art. 145 da Carta Magna, e da vedação ao confisco, como preceitua o art. 150, inciso IV. Ao analisar o feito, a E. 3ª Turma da DRJ em Recife (REC) deu parcial provimento à Impugnação, exonerando o credito tributário no montante de R$ 8.786,50 (valores principais) em face de decadência parcial e reduzindo a multa qualificada apenas em relação aos créditos lançados com base na falta de comprovação da origem dos depósitos bancários. Acórdão às fls. 449/462. Para tanto, os Ilmo. Julgadores afastaram as nulidades suscitadas, eis que não vislumbraram quaisquer dos vícios dispostos no art. 59 do Dec. n. 70.235/72, bem como teriam sido observadas as prescrições contidas no art. 10 deste mesmo decreto. Refutaram também as alegações quanto às provas obtidas pela d. Autoridade Autuante, eis que os extratos bancários utilizados foram extraídos do processo judicial n. 2006.84.00.0031700, em trâmite na Justiça Federal, o qual foi enviado à Delegacia da Receita Federal em Natal (fls. 381) por ordem do MM. Juízo para possibilitar investigações referentes às pessoas jurídicas nele mencionadas e, por fim, que não haveria cerceamento de defesa no Fl. 527DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 16707.006801/200827 Acórdão n.º 1101001.283 S1C1T1 Fl. 4 5 curso da ação fiscal, vez que esse direito apenas estaria assegurado com a instauração da fase litigiosa (apresentação de impugnação). Em relação à decadência, admitiramna apenas para os créditos decorrentes da omissão de receita em razão dos depósitos bancários de origem não comprovada, eis que, consoante dito acima, o Colegiado apenas vislumbrou a ocorrência da fraude imputada pela d. Fiscalização em relação à omissão de receita por saldo credor de caixa e aos pagamentos sem comprovação da finalidade, para os quais aplicouse a regra do art. 173 do CTN em detrimento daquela exposta no art. 150, §4º do CTN. No que tange à omissão de receita por saldo credor de caixa, a E. DRJ asseverou que, de acordo com o QuadroSaídas das Contas Bancárias com Destinação Divergente da Escrituração no Livro Razão (fls. 371/380), os valores debitados na conta caixa seriam referentes a cheques compensados, a transferências (DOC ou TED) ou a depósitos em contas de terceiros. E, mesmo que se tratasse de saques em dinheiro, o contribuinte não teria se desincumbido do ônus probatório previsto nos arts. 923 e 924 do RIR/99. Ao tratar do lançamento do IRRF, expôs a E. DRJ que a base de cálculo apurada, consoante Quadro da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, referese aos depositados/transferências eletrônicas para terceiros, cujos motivos não foram revelados pelo contribuinte, o que evidencia a ocorrência, no plano fático, da hipótese de incidência do IRRF à alíquota de 35%, conforme o art. 674 e seu § 1º, do RIR/99. Quanto ao alegado bis in idem, foi esclarecido que os arts. 674, 287 e 281, I, do RIR/99, cuidam de hipóteses tributárias diferentes e que, em razão da vinculação do ato administrativo (art. 142 do CTN), não seria possível deixar de efetuar o reajustamento da base de cálculo do IRRF previsto no § 3° do art 674 do RIR, de 1999. Em relação à qualificação da penalidade, assentou ainda a r. decisão recorrida que a autuação não deixa margem à dúvida de que a conta caixa foi adrede debitada de forma fictícia, com o objetivo de dar suporte a pagamentos ou a transferências de recursos para terceiros, evidenciando que o contribuinte possuía o intuito de fraudar o fisco, afastando a punição somente em relação ao lançamento sobre os depósitos judiciais de origem não comprovada. A r. decisão recorrida restou assim ementada, verbis: “ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. As autoridades administrativas são incompetentes para apreciar argüições de inconstitucionalidade de lei regularmente editada, tarefa privativa do Poder Judiciário. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. REQUISITOS ESSENCIAIS. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NÃO OCORRÊNCIA. A fase litigiosa do procedimento administrativo somente se instaura com a impugnação do sujeito passivo ao lançamento já formalizado. Tendo sido regularmente oferecida a ampla oportunidade de defesa, com a devida ciência do auto de infração, e não provada violação das disposições previstas Fl. 528DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 6 na legislação de regência, restam insubsistentes as alegações de cerceamento do direito de defesa e de nulidade do procedimento fiscal. ERRO NA CAPITULAÇÃO LEGAL. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Inexiste nulidade, em virtude de erro na capitulação legal, quando o fato está devidamente descrito na autuação e o sujeito passivo dele tem inteiro conhecimento. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 OMISSÃO DE RECEITA. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. NÃO COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. Caracterizam se como omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida em instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RECEITA. SALDO CREDOR DE CADA. Caracterizase como omissão no registro de receita a indicação na escrituração de saldo credor de caixa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003 PAGAMENTOS SEM CAUSA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO. Sujeitase à incidência do imposto na fonte, à alíquota de 35%, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, bem como os pagamentos efetuados ou os recursos entregues a terceiros ou sócios, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2003 LANÇAMENTO. ATIVIDADE VINCULADA E OBRIGATÓRIA. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória. À vista de fato jurídico que enseje a constituição de crédito tributário, dela não se pode esquivar a autoridade administrativa a pretexto de questões que escapam do contexto da relação obrigacional dimanada. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. É cabível a aplicação de multa qualificada (150%) quando resta constatado o evidente intuito de fraudar o fisco por parte do contribuinte, nos termos do inciso II do art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996 (redação anterior à conferida pela Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007). O lançamento reporta se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. DECADÊNCIA. PRAZO. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. OCORRÊNCIA DE FRAUDE. FALTA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. Comprovada a ocorrência de Fl. 529DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 16707.006801/200827 Acórdão n.º 1101001.283 S1C1T1 Fl. 5 7 fraude, ou não havendo pagamento antecipado, o prazo decadencial, para os tributos sujeitos à homologação do lançamento, regese pelo disposto no inciso I do art. 173 do CTN. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. PIS, COFINS e CSLL. A decisão prolatada no lançamento matriz estendese aos lançamentos decorrentes, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” (destaques acrescidos, fls. 449/450) O contribuinte foi intimado da r. decisão da DRJ/REC, em 06.04.2010 (fl. 478), tendo interposto o Recurso Voluntário em 30.04.2010 (fls. 479/498), no qual repisa aquelas alegações apresentadas na Impugnação e sintetizadas acima. Em 03.08.2012, sobreveio Informação Fiscal às fls. 507/508, na qual o Sr. Auditor Fiscal noticia o ajuizamento pelo Contribuinte de ação ordinária que discutiria exatamente os lançamentos controlados no presente processo administrativo, conforme comprovaria o andamento processual anexado às fls. 509/512 e despacho à fl. 513. É o relatório. Voto Conselheiro BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR: Inicialmente, cumpre aferir a tempestividade do recurso voluntário interposto às fls. 479/498. O Contribuinte foi intimado do r. decisum de primeira instância em 06/04/2010 (terçafeira) – consoante AR à fl. 478 –, nos moldes do art. 23, §1º, II, do Decreto n. 70.235/72. O trintídio legal para interposição do recurso findaria, portanto, em 06/05/2009 (quintafeira), nos termos do art. 33 do Decreto n. 70.235/1972. Tempestivo, portanto, o recurso interposto em 30/04/2010. Como relatado, os autos de infrações impugnados foram mantidos parcialmente pela E. DRJ/REC, que desqualificou a multa de 150% aplicada sobre as exigências derivadas dos depósitos bancários cuja origem não foi comprovada; com o afastamento da penalidade majorada, a instância a qua reconheceu a operação da decadência das correlatas exigências (i) de IRPJ e CSLL atinentes ao 3ª trimestre do anocalendário 2003 e (ii) de PIS e COFINS nos meses de setembro e novembro. Antes de adentrar o eventual exame dos fundamentos tecidos pelo Recorrente em suas razões, cumpre analisar a Informação Fiscal de fls. 507/508, segundo a qual, verbis: “Entretanto, o contribuinte ingressou com ação ordinária, pleiteando a declaração judicial de extinção do crédito tributário constituído no Processo Administrativo de lançamento nº 16707.006801/200827, conforme processo nº 0003790 Fl. 530DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 8 50.2011.4.05.8400, o qual tramita na 4ª Vara Federal no Rio Grande do Norte. Inclusive, este Auditor Fiscal atuou como assistente técnico, por solicitação da Procuradoria da Fazenda Nacional – PFN RN, formulando quesitos e apresentando manifestação sobre laudo pericial, o qual ratificou a ocorrência das infrações constantes dos respectivos Autos de Infração. Segundo dispõem o artigo 1º, § 2º, do DecretoLei nº 1.737/79, e o artigo 38, parágrafo único da Lei 6.830/80, a propositura, pelo contribuinte, de ação judicial, importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto.” (fl. 507, grifos acrescidos) Os dispositivos referidos na Informação Fiscal têm a seguinte redação: [DecretoLei n. 1.737/79] Art 1º Serão obrigatoriamente efetuados na Caixa Econômica Federal, em dinheiro ou em Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional ORTN, ao portador, os depósitos: § 2º A propositura, pelo contribuinte, de ação anulatória ou declaratória da nulidade do crédito da Fazenda Nacional importa em renúncia ao direito de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso interposto. [Lei n. 6.830/80] Art. 38 A discussão judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta Lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo Único A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto. A fim de elucidar a questão, procedi à verificação do andamento processual anexados às fls. 509/512, devidamente atualizado para a data atual (19/01/2015), a partir do qual foi possível identificar que: i. O ora Recorrente, JOSÉ LINO & ASSOCIADOS S/C, efetivamente ajuizou Ação Ordinária n. 000379050.2011.4.05.8400 em face da União (Fazenda Nacional), distribuída em 20/06/2011, a qual foi contestada pela d. Procuradoria da Fazenda Nacional; ii. Em 09/08/2011, foi proferida sentença julgando improcedente a ação ordinária que havia sido ajuizada “no propósito de obter provimento jurisdicional que lhe assegure a extinção do crédito tributário cobrado por meio do processo administrativo nº. 16707.006801/200827” (relatório da r. sentença); Fl. 531DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 16707.006801/200827 Acórdão n.º 1101001.283 S1C1T1 Fl. 6 9 iii. Houve interposição de apelação pelo contribuinte, contrarrazoada pela Fazenda Nacional, a qual foi remetida ao E. Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em 07/12/2012; iv. Naquela E. Corte Regional, sobreveio despacho, em 22/05/2014, homologando o pedido de desistência do recurso de apelação, nos termos do art. 501 do Código de Processo Civil; v. O processo baixou definitivamente ao arquivo judicial em 28/08/2014. Assim, é inevitável o reconhecimento da concomitância entre o recurso voluntário e aquela demanda judicial, importando em renúncia à esfera administrativa e desistência do recurso interposto, nos termos dos artigos 1º, §2º, do DecretoLei n. 1.737/79 e do parágrafo único do art. 38 da Lei n. 6.830/80, bem como da Súmula n. 01 deste E. Conselho, que reza, verbis: “Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” A fim de não restarem dúvidas quanto à matéria objeto da ação judicial supracitada e sua concomitância com os fundamentos trazidos nas razões do recurso voluntário, transcrevo abaixo alguns excertos da r. sentença proferida naqueles autos, ao julgá la improcedente, litteris: “I – RELATÓRIO Tratase de ação ordinária proposta por JOSÉ LINO & ASSOCIADOS S/C em desfavor da UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), no propósito de obter provimento jurisdicional que lhe assegure a extinção do crédito tributário cobrado por meio do processo administrativo n. 16707.006801/200827. Segundo afirma, sob justificativa de (i) omissão de receitas em decorrência da existência de saldo credor de caixa; (ii) depósitos bancários de origem não comprovada e; (iii) realização de pagamentos sem causa, apurouse, em seu desfavor, a existência de crédito tributário no valor de R$ 632.974,02 (seiscentos e trinta e dois mil, novecentos e setenta e quatro reais e dois centavos), a título de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e tributações reflexas (CSLL, PIS e COFINS), lançado em 15 de dezembro de 2008. Observa, ainda, que sobre o crédito inicialmente apurado, incidiu multa equivalente a 150% (cento e cinqüenta por cento), ao argumento de "evidente intuito de fraude". Em prol da sua tese, sustenta (i) decadência do direito à constituição do crédito, uma vez que teria sido notificado em 15 de dezembro de 2008, quando já decorridos mais de 05 (cinco) anos da ocorrência dos fatos geradores elencados; (ii) irregularidades no processo administrativo, tanto pela ausência do "termo de juntada" Fl. 532DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 10 de diversos documentos, quanto pela ilicitude na obtenção das informações bancárias do contribuinte, eis que já seriam de conhecimento do fisco em momento anterior ao deferimento no processo nº. 2006.84.00.0031700; (iii) ausência de prova acerca da escrituração de entradas na conta caixa que, de fato, não teriam ocorrido; (iv) a comprovação, por meio do faturamento declarado e devidamente tributado no período fiscalizado, da origem dos depósitos bancários, considerados pelo fisco como sendo de origem não comprovada; (v) incidência de bis in idem na tributação, a título de IRRF sobre os saques de contas bancárias, porquanto tais valores já teriam sido tributados pela sistemática do lucro presumido quando do faturamento; (vi) ônus do fisco em provar que os saques efetuados nas contas bancárias têm natureza de pagamento sem justa causa; (vii) ilegalidade no reajustamento do rendimento líquido disposto no artigo 61 da Lei 8.981/95, para fins de apuração do rendimento bruto, sobre o qual recai o imposto; (viii) não comprovação de sonegação, fraude e conluio, imprescindíveis à caracterização do intuito fraudulento e, por conseguinte à aplicação de multa de 150% (cento e cinqüenta por cento); (ix) prejuízo a defesa em virtude da ausência de indicação, no processo administrativo, de que o dispositivo referente à multa aplicada (inciso II, do artigo 44 da Lei 9.430/96) se reportava à redação original, vigente à época do fato gerador; (x) não incidência de juros de mora sobre valores exigidos a título de multa. […] II – FUNDAMENTAÇÃO Cingese a controvérsia posta à apreciação, ao direito à extinção do crédito tributário exigido através do processo administrativo nº. 16707.006801/200827, em função das irregularidades apontadas. II.1 Da decadência, da ilicitude na obtenção das informações fiscais e das irregularidades no processo administrativo. No que diz respeito à ausência de termo de juntada de documentos, além de, por si só, mostrarse insuficiente à invalidação do processo administrativo, furtouse a parte autora em especificar a qual parte do procedimento se refere, a fim de verificar eventual prejuízo dela decorrente. Ora, se no próprio sistema processual brasileiro vigora o princípio da instrumentalidade das formas, reputandose válido o ato que atingiu seu fim, quanto o mais no procedimento administrativo, cabendo sua invalidação, portanto, apenas quando demonstrado efetivo sacrifício à defesa. No mais, ratifico a decisão de fls. 74/78, tanto no que atine a decadência […] II.2 Da ausência de prova acerca da escrituração Sustenta o autor que a fiscalização não apresenta prova nenhuma de que os valores sacados da conta banco não ingressaram (de fato) na conta caixa. Entende que, comprovados os saques, não haveria como negar ingresso no caixa, dada a lógica contábil. […] Ao abordar tal item (fl. 115), o laudo pericial consignou que (...) os valores sacados da conta banco ingressaram na conta Caixa (...) fatos estes comprovados pelas saídas das contas bancárias e escriturados como "Suprimento da Conta Caixa", apesar das fitas detalhes de Caixa e cópias do cheques indicarem terem sido Fl. 533DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 16707.006801/200827 Acórdão n.º 1101001.283 S1C1T1 Fl. 7 11 depositados, em sua maioria em contas de terceiros (...), tendo reiterado tais afirmações em diversas outras respostas, a exemplo dos quesitos nºs. 01, 02 e 03 formulados pela ré (fls. 135/135). Ainda, ao responder questionamento do próprio autor acerca da adequada classificação técnica e escrituração das contas (fls. 121), o laudo foi enfático ao afirmar não estarem tecnicamente classificadas nem corretamente escrituradas, tendo em vista que foram escriturados erroneamente como saída da c/ corrente através de saque e entrada na conta Caixa como suprimento, quando deveria ter sido escriturado como pagamento direto a terceiros […] II.3 Da comprovação acerca da origem dos depósitos bancários. Pondera o autor que os depósitos bancários considerados de origem não comprovada provêm das receitas decorrentes de sua atividade empresarial, justificandose pelo faturamento declarado e integralmente tributado do período. Caberia ao fisco, portanto, fazer prova de que tais depósitos não são suportados pela capacidade econômica informada e declarada. […] Ora, tanto por um lado, o Fisco demonstrou incabível a tese segundo a qual os recursos recebidos proviriam do recebimento de notas fiscais emitidas pelos serviços prestados eis que inexiste a mínima correspondência temporal entre os eventos, quanto, por outro, quedouse o autor em efetivamente comprovar sua origem, nada fazendo, senão tão somente meras conjecturas. […] II.4 Da incidência de bis in idem, em razão da sistemática do lucro presumido quando do faturamento. […] É inquestionável que o autor incorreu em cada uma das hipóteses de incidência enumeradas, ao passo em que efetuou pagamento a beneficiário não identificado, manteve valores depositados em instituições financeiras cuja origem não comprovou e demonstrou escrituração de saldo credor de caixa. Assim, confirmada a tese segundo a qual o autor promoveu a circulação de valores, apenas a título de escrituração, entre as contas Bancos e Caixa, sem, no entanto, comprovar a origem de tais recursos, por óbvio não houve também sua inclusão no faturamento da empresa, afastando, por conseguinte, a incidência de tributação. Foi o que concluiu o laudo pericial, ao afirmar que (...) os valores questionados não fizeram parte do faturamento declarado pela empresa nem incluídos na sistemática do lucro presumido (...), inexistindo, portanto, a incidência de bis in idem. II.5 Do ônus da prova acerca do pagamento sem justa causa. […] Ora, como se vê, não só deixou o autor de manter adequada escrituração, como também deixou de comprovar os fatos registrados por documentos hábeis e, como se não bastasse, ainda comprovou a Fiscalização sua inveracidade. Isso porque, embora escriturados nos livros Diário e Razão como ingressados na conta Caixa, os valores constantes às fls. 364/366 foram depositados / transferidos diretamente para contascorrentes Fl. 534DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 12 de particulares, caracterizando pagamento sem causa, já que não identificada sua finalidade ou destinação. Outrossim, esta foi exatamente a conclusão do perito (fls. 115), conforme dito alhures, (...) fatos estes comprovados pelas saídas das contas bancárias e escriturados como "suprimento da conta Caixa" apesar das fitas (...) e cópias do cheques indicarem terem sido depositados, em sua maioria, em contas de terceiros. (sic) II.6 Do reajustamento do rendimento líquido (art. 61, Lei 8.981/95). Sustenta o autor ilegalidade no reajuste determinado no art. 61, §3º, da Lei 8.981/95, ao argumento de que a expressão "cabe", utilizada ao se referir ao reajustamento da base de cálculo, não implicaria, necessariamente, no dever de fazêlo. Observa, ainda, a possibilidade de interpretação daquele termo no sentido de procurar a medida justa, o que poderia importar em decréscimo da base sobre a qual incidirá o tributo. […] Inexiste, portanto, ilegalidade na aplicação do art. 61, §3º, da Lei 8.981/95, devendo a expressão "cabendo", no entanto, ser interpretada no sentido de "ficando determinado" o reajustamento. […] II.7 Da não comprovação de sonegação, fraude e conluio, imprescindíveis à caracterização do intuito fraudulento. Questiona o autor a exasperação da multa (150%) aplicada, alegando que (...) as condutas exigidas para o agravamento da multa de ofício são três: SONEGAÇÃO, FRAUDE e CONLUIO, devendo, em todas as circunstâncias haver a comprovação do dolo, na ação ou na omissão […] Os fatos, não infirmados a contento pelo contribuinte, implicam em omissão de receitas, porquanto representam saída de recursos para os quais não houve o prévio ingresso, além de operações de origem não comprovada. Tal conduta supera a mera irregularidade na escrituração contábil e consequente falta de recolhimento do imposto devido, caracterizando, sim, o animus em impedir ou retardar o conhecimento da autoridade fiscal acerca da ocorrência do fato gerador. […] Assim, reputo suficientemente caracterizado o intuito fraudulento, imprescindível à incidência da multa qualificada pelo art. 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96. II.8 Da ausência de referência à redação do artigo 44, da Lei 9.430/96, vigente à época do fato gerador. Sustenta o autor que a falta de indicação de que o dispositivo citado no lançamento (inciso II, do art. 44 da Lei 9.430/96), se reportava a redação vigente na data do fato gerador, importa em erro de direito e de fundamento, causando prejuízo a defesa por dificultar a identificação dos fatos. (sic) […] Não se sustentam as razões apresentadas pelo autor. Embora deixe o auto de infração de especificar a redação do dispositivo capitulado, tal circunstância é insuficiente à anulação do lançamento. […] Fl. 535DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR Processo nº 16707.006801/200827 Acórdão n.º 1101001.283 S1C1T1 Fl. 8 13 II.9 Da não incidência de juros de mora sobre valores exigidos a título de multa. Por fim, questiona o autor a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício, defendendo ser inaplicável tanto (...) em razão da ausência de previsão legal, pois o art. 61, da Lei nº 9.430/96, bem como o artigo 161, do Código Tributário Nacional (CTN) prevêem a incidência dos juros SELIC apenas sobre o montante do tributo devido, mas não sobre a penalidade pecuniária […] A questão, no entanto, prescinde de maiores discussões, eis que já pacificada no STJ e Tribunais Regionais Federais, confiramse os arrestos a seguir: […] III – DISPOSITIVO DIANTE DO EXPOSTO, julgo improcedente o pedido formulado na inicial. Condeno o autor ao pagamento das despesas processuais e em honorários advocatícios, os quais fixo em R$ 10.000,00 (dez mil reais), com fulcro no art. 20, § 4º, do Código de Processo Civil. A secretaria expeça o competente alvará, para fins de liberação dos honorários periciais, conforme requerido. Publiquese. Registrese. Intimemse. NatalRN, 09 de agosto de 2011. GISELE MARIA DA SILVA ARAÚJO LEITE Juíza Federal Substituta da 4ª Vara” (Disponível em http://200.217.210.153/consultatebas/resconsproc.asp, acessado em 19/01/2015, grifos acrescidos). Considero, portanto, inequívoco que a ação ordinária n. 0003790 50.2011.4.05.8400 encerra os mesmos pedidos deduzidos em sede administrativa, tendo aquele o “propósito de obter provimento jurisdicional que lhe assegure a extinção do crédito tributário cobrado por meio do processo administrativo nº. 16707.006801/200827” (relatório da r. sentença). Por fim, cumpre observar que mantenho a concomitância mesmo na hipótese presente, na qual o Recorrente desistiu do Recurso de Apelação aviado contra sentença de improcedência antes da análise do recurso voluntário em referência, tendo em vista que houve extinção do processo por sentença nãoterminativa (art. 269, I, do CPC). Importante salientar que a citada desistência da Apelação engendrou a definitividade da sentença meritória, do que decorreu a formação da coisa julgada material (art. 5º, XXV, da CF/88 e arts. 467 e 468 do CPC). Desse modo, sob pena de subversão do sistema e desrespeito à coisa julgada (arts. 473 e 474 do CPC), especialmente observando que a r. sentença analisou todas as questões suscitadas no voluntário – inclusive com o auxílio de laudo pericial –, NÃO Fl. 536DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR 14 CONHEÇO do recurso, eis que o próprio sujeito passivo pôs fim à controvérsia administrativa ao acudir ao Poder Judiciário. É como voto. BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator Fl. 537DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CEL SO BENICIO JUNIOR
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Numero do processo: 10074.000420/2010-66
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Período de apuração: 01/07/2005 a 01/09/2005
CERCEAMENTO DE DEFESA.
Existindo no acórdão de primeira instância fundamentação explícita, clara e congruente, devidamente escorada em provas anexadas ao processo, justificando a manutenção do auto de infração, é improcedente a alegação de cerceamento de defesa em razão da não apreciação de todos os pontos ventilados na impugnação.
SUBFATURAMENTO.
Constatada a ocorrência de subfaturamento nas importações, impõe-se o lançamento das diferenças de tributos que deixaram de ser recolhidos em razão da declaração a menor do valor aduaneiro das mercadorias.
VALORAÇÃO ADUANEIRA.
Comprovada a fraude nas importações e não sendo possível a obtenção do valor real da transação, correta a aplicação do art. 88 da MP nº 2.158-35 para arbitrar o valor tributável a com base em mercadorias idênticas, provenientes do mesmo exportador em operações regulares ocorridas na mesma época das importações subfaturadas.
PIS E COFINS. IMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO.
É inconstitucional a inclusão do ICMS e do valor das próprias contribuições na base de cálculo do PIS e da COFINS vinculadas à importação. Precedentes do STF. RE nº 559.937 - Repercussão Geral.
MULTA QUALIFICADA. SONEGAÇÃO.
Caracterizada a ocorrência da ação dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade administrativa da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais, é cabível a aplicação da multa por infração qualificada no percentual de 150% sobre a diferença dos tributos devidos.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3403-003.614
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir das bases de cálculo do PIS e COFINS o valor do ICMS e o valor das próprias contribuições (RE nº 559.937).
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Jorge Freire, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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Existindo no acórdão de primeira instância fundamentação explícita, clara e congruente, devidamente escorada em provas anexadas ao processo, justificando a manutenção do auto de infração, é improcedente a alegação de cerceamento de defesa em razão da não apreciação de todos os pontos ventilados na impugnação. SUBFATURAMENTO. Constatada a ocorrência de subfaturamento nas importações, impõese o lançamento das diferenças de tributos que deixaram de ser recolhidos em razão da declaração a menor do valor aduaneiro das mercadorias. VALORAÇÃO ADUANEIRA. Comprovada a fraude nas importações e não sendo possível a obtenção do valor real da transação, correta a aplicação do art. 88 da MP nº 2.15835 para arbitrar o valor tributável a com base em mercadorias idênticas, provenientes do mesmo exportador em operações regulares ocorridas na mesma época das importações subfaturadas. PIS E COFINS. IMPORTAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. É inconstitucional a inclusão do ICMS e do valor das próprias contribuições na base de cálculo do PIS e da COFINS vinculadas à importação. Precedentes do STF. RE nº 559.937 Repercussão Geral. MULTA QUALIFICADA. SONEGAÇÃO. Caracterizada a ocorrência da ação dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade administrativa da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 4. 00 04 20 /2 01 0- 66 Fl. 1684DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 ou circunstâncias materiais, é cabível a aplicação da multa por infração qualificada no percentual de 150% sobre a diferença dos tributos devidos. Recurso voluntário provido em parte. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para excluir das bases de cálculo do PIS e COFINS o valor do ICMS e o valor das próprias contribuições (RE nº 559.937). (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Jorge Freire, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de autos de infração lavrados para exigir: a) as diferenças dos tributos vinculados à importação, acrescidos de juros de mora e da multa proporcional no patamar de 150%; b) a multa de 100% sobre a diferença entre o preço efetivamente praticado e o declarado nas DI (art. 703 do RA/2002); e c) a multa de 10% sobre o valor das importações (preço efetivo), em razão da cessão do nome da empresa para ocultar terceiros (art. 33 da Lei nº 11.488/2007). Segundo o termo de verificação fiscal (fls.44/102) foi instaurado procedimento fiscal na empresa TEC IMPORTS IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA, sediada no Espírito Santo, por força de requisição da juíza da 1ª Vara Federal Criminal de Campinas, especializada em crimes financeiros e de lavagem de valores, em virtude de ação penal distribuída e recebida por aquele juízo, na qual o Ministério Público Federal deu conta da existência de crime de subfaturamento do valor aduaneiro. Relata a fiscalização, em síntese, que a Tec Imports, durante o ano calendário de 2005, declarando operar por sua própria conta e risco, importava mercadoria subfaturada e repassava à empresas de fachada interpostas fraudulentamente para ocultar a verdadeira adquirente, a empresa Alldix Comercial Ltda, CNPJ 05.010.453/00112, também autuada por solidariedade, que recebia a mercadoria já nacionalizada e a revendia para a empresa brasileira Thomson Multimídia pertencente ao grupo empresarial do exportador (empresa francesa Thomson Telecom FSC). Foram arrolados como responsáveis solidários pelo crédito tributário a empresa ALLDIX COMERCIAL LTDA, CNPJ nº 05.010.453/000112, e seu sócio o Sr. Ricardo Luiz de Jesus, CPF nº 086.894.73858. Fl. 1685DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10074.000420/201066 Acórdão n.º 3403003.614 S3C4T3 Fl. 6 3 Impugnaram o lançamento o Sr. Ricardo Luiz de Jesus (fls. 1161/1300 e 1301/1381); a ALLDIX COMERCIAL LTDA (fls. 1301/381); e a TEC IMPORTS IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO (fls. 1473 e ss.). Em 31/05/2010 o Sr. Ricardo Luiz de Jesus emendou a impugnação apresentada em 07/05/2010 (fls. 1467/1468). Na impugnação conjunta dos responsáveis solidários (Alldix e Ricardo Luiz de Jesus) foi alegado, em síntese, o seguinte: 1) nulidade do auto de infração, por ter sido lavrado no Rio de Janeiro, fora do Estado do Espírito Santo onde se encontra o devedor principal e fora do Estado de São Paulo, onde se encontram os devedores solidários; 2) A Sra. Marineusa Andrade, responsável pelo departamento de compras da empresa Alldix, não foi ouvida pela fiscalização, o que fere o direito de ampla defesa. Os Fiscais fizeram letra morta a verdade material, utilizandose apenas da fala do Promotor e de alguns documentos que colhidos de forma isolada nada provam; 3) a autuação está calcada em meras presunções, colhidas de um processo criminal ainda não julgado, inexistindo qualquer elemento de prova das acusações; 4) os computadores, servidores e documentos foram apreendidos pela Polícia Federal na Operação 14 Bis. Sendo assim não tem como se defender, pois não teve acesso aos documentos. Indaga se é essa a ampla defesa que lhe é garantida; 5) a Alldix e seu sócio negam a participação em qualquer fraude, pois as mercadorias foram adquiridas e revendidas com notas fiscais, estando todas as operações devidamente registradas e todos os tributos devidamente recolhidos; 6) no que tange às empresas de fachada, alegou que a empresa Techno Shop existia e pelo que consta das informações fiscais de 2007 continuava movimentando sua conta corrente. Portanto, exercia atos de comércio, conforme doc. 02 a 09 em anexo. Desta forma, cai por terra o narrado nos itens 82, 83, 84, fl. 22 do relatório fiscal, pois se a Techno Shop era de fachada, não havia a participação dos impugnantes que pararam seus negócios com essa empresa em julho de 2006, quando o impugnante foi preso, e apesar disso ela continuou a operar até ser declarada inapta em 2008. Ademais os impugnantes não tem o poder de polícia para fiscalizar seus fornecedores; 7) os kits importados pela Tec Imports não eram completos e, portanto são diferentes dos itens de outras empresas que a fiscalização apresentou sem prova de identidade; 8) não há como prevalecer a afirmação fiscal de que a empresa Thomson Multimídia comprara da matriz com preços bem maiores, senão como explicar as notas fiscais de venda da Alldix para Thomson Multimídia constantes nas NF de nº 890 a 897 (doc. 10 a 17 em anexo). A Thomson Multimídia não foi intimada a justificar a diferença de preço, sendo, portanto inconclusivo o trabalho fiscal; 9) na fl. 49 do relatório, item 28 e 29 o fisco fala de uma nota, sem deixar claro que nota é esta, emitida em 08 de setembro de 2009. Teria que esclarecer o que realmente foi emitido em Setembro de 2009; Fl. 1686DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 10) é evidente que a Alldix não poderia ter o RADAR no ano de 2005, uma vez que a IN e ADE que o disciplinaram datam de 2006, um ano após as importações realizadas pela empresa Autuada; 11) as multas aplicadas são confiscatórias; Em 31/05/2010 o Sr. Ricardo Luiz de Jesus aditou emenda à sua defesa, solicitando desentranhamento dos documentos relativos às informações prestadas pela empresa Thomson Multimídia Ltda às fls. 482/484 por não estarem revestidos das formalidades legais, uma vez que não foram assinadas pela advogada Maria Teresa Guimarães Pereira, OAB/SP 91.609. Chamado a se manifestar, a fiscalização esclareceu na fl. 1470 o seguinte: Em primeiro lugar, a citada manifestação da empresa THOMSON MULTIMÍDIA LTDA faz remissão de forma expressa ao Termo de Intimação devidamente lavrado pela fiscalização, contendo, ademais, histórico de outras manifestações da sociedade empresária. O documento foi encaminhado por procuradora devidamente habilitada em documentos juntados aos autos, que , em ocasião precedente, já havia remetido e assinado outra manifestação da empresa, como forma de resposta devida à intimação confeccionada pela fiscalização. Por fim, na data de 26 de março de 2010, a empresa encaminhou nova manifestação (fls.485), firmada pela mesma procuradora, que ratifica os termos do documento em que de forma inadvertida não constou a assinatura da advogada habilitada a representar a empresa THOMSON MULTIMÍDIA LTDA. Na impugnação da Tec Imports (devedora principal), foi alegado o seguinte: 1) a ação fiscal tem dois contextos absolutamente distintos: (i) suposto esquema articulado pela empresa Alldix e (ii) operações em que a impugnante vende a mercadoria importada para a Tecno Shop; 2) possui capacidade financeira e econômica para suportar as operações (anexo 1); 3) no decorrer do ano de 2005, a Tec Imports registrou 726 DI, tendo auferido um faturamento anual correspondente à R$ 101.658.670,69 (cento e um milhões, seiscentos e cinqüenta e oito mil, seiscentos e setenta reais e sessenta e nove centavos), contra apenas 06 declarações objeto da autuação que geraram faturamento equivalente à R$.1.702.064,48; 4) apresentou todos os documentos solicitados pela fiscalização, o que reforça a lisura de sua atuação de boafé; 5) por terem sido efetuadas com recursos e riscos da própria importadora autuada, as operações se deram na modalidade de encomenda prevista no § 3°do artigo 11 da Lei n.°11.281/06, incluído posteriormente pela Lei nº 11.452, de 2007; Fl. 1687DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10074.000420/201066 Acórdão n.º 3403003.614 S3C4T3 Fl. 7 5 6) ainda que se configurasse a ocultação do real importador, a partir da edição da Lei nº 11.488/07, a pessoa jurídica que ceder seu nome para realização de operação de importação com a ocultação do real interveniente ou beneficiário será penalizada apenas com a multa ali estabelecida; 7) a impugnante agiu de boafé, mostrandose no suposto esquema fraudulento mais como vítima do que algoz, e a fiscalização não se desincumbiu do ônus de provar eventual fraude e subfaturamento pelas regras impostas para a valoração; 8) mostrase flagrante a não coincidência de interesses entre a impugnante e as demais empresas frente à alegada prática de subfaturamento, vez que, ainda que existente, tal prática somente traria benefícios para estas, uma vez que com o subfaturamento diminuiria a vantagem para a impugnante advinda do FUNDAP; 9) admitindose meramente para efeito de argumentação que tenha ocorrido a prática do subfaturamento, por certo, a mesma não foi oriunda de qualquer ação volitiva da Tec Imports, não lhe cabendo, pois, a aplicação de qualquer penalidade; 10) requereu a juntada da impugnação ao processo 10074.000418/201097, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, e o acolhimento de sua impugnação para que fosse cancelada in totum a exigência tributária. Por meio do Acórdão nº 28.165, de 13/12/2013, a 2ª Turma da DRJFortaleza julgou improcedente as impugnações dos responsáveis solidários e julgou parcialmente procedente a impugnação da Tec Imports, para excluir a multa de 10% sobre o valor aduaneiro pela cessão do nome a terceiros. Foram rejeitadas todas as preliminares de nulidade arguidas na impugnação conjunta dos responsáveis solidários e rejeitado o pedido de desentranhamento de documentos formulado por Ricardo Luiz de Jesus, pois em documentos posteriores a advogada Maria Teresa Guimarães Pereira Togeiro, ratificou e complementou as informações contidas no documento não assinado. Foi rejeitado o pedido de dilação probatória, por não estarem presentes os requisitos estabelecidos no art. 16, § 4º do PAF. No que concerne ao fato da Alldix não poder estar habilitada no RADAR no ano de 2005 por ausência de regulamentação, a alegação foi rejeitada pela DRJ, pois a habilitação estava regulamentada desde 2004 pela IN SRF nº 455, de 2004. Foi rejeitado o pedido de exclusão da multa e da taxa Selic, sob o argumento de que o art. 26A do Decreto nº 70.235/72 impede o julgador administrativo de negar vigência às leis a pretexto de serem inconstitucionais. Relativamente à impugnação do devedor principal, a Tec Imports, a DRJ entendeu que houve equívoco do contribuinte em pleitear a juntada da impugnação ao processo 10074.000418/201097, pois o referido processo se refere a outra trading autuada separadamente. Foi excluída a multa por cessão do nome, pois na época em que os fatos ocorreram (2005) a Lei nº 11.488/2007 que criou a referida multa ainda não existia. Fl. 1688DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 No mérito, a DRJ entendeu que restou caracterizado e comprovado não só o subfaturamento, mas também a interposição fraudulenta. Seguiramse as notificações do acórdão de primeira instância. Apenas a Tec Imports, notificada em 04/02/2014 (fl. 1622), apresentou recurso voluntário protocolado em 28/02/2014 (fls. 1625/1680), no qual reprisou as alegações de impugnação e acrescentou que o julgado de primeira instância não refutou todos os argumentos que foram apresentados em impugnação com o fim de evidenciar a absoluta ausência de intuito fraudulento. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. A defesa insurgese contra o fato da DRJ não ter enfrentado todos os argumentos oferecidos na impugnação, não só em relação à interposição fraudulenta, mas também em relação à acusação de subfaturamento. Nesse passo, a defesa alegou nas entrelinhas a nulidade do acórdão de primeira instância, em razão da falta de apreciação de todos os argumentos oferecidos na impugnação. Não tem razão a recorrente, pois o acórdão de primeira instância apresentou fundamentação explícita, clara e congruente, devidamente escorada nas provas existentes nos autos, cumprindo a exigência contida no art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Se a fundamentação lançada na decisão recorrida é suficiente para atender ao princípio da persuasão racional do julgador, é desnecessário rebater um a um todos os argumentos de defesa. A defesa sustentou, em síntese, que a fiscalização não provou a ocorrência do subfaturamento e nem da interposição fraudulenta e que foi descumprido o Decreto nº 1.355/94, que incorporou ao direito interno o acordo sobre valoração aduaneira, procurando desqualificar afirmações contidas no relatório fiscal e no acórdão de primeira instância, principalmente quanto à falta de comprovação da identidade entre as mercadorias tidas como subfaturadas e aquelas que foram importadas diretamente pela Alldix e pela Thomson Multimídia, as quais serviram de parâmetro para a fixação do valor aduaneiro. Resta a este colegiado mergulhar na análise das provas colacionadas pelo fisco para verificar os seguintes pontos: a) se houve prova do subfaturamento e da interposição fraudulenta; e b) se os métodos de valoração aduaneira empregado pela fiscalização atende às exigências legais. É fato provado e incontroverso nos autos que nas DI 05/09415134; 05/09415126; 05/09259086; 05/08393226; 05/06870825 e 05/06870736, todas registradas entre 01/07/2005 e 01/09/2005, a Tec Imports declarou que os produtos denominados MODEM ADSL ST 510; TELEFONE SEM FIO VERSATIS V 790; e cabos RJ 11 e RJ 45 foram adquiridos com preços unitários de US$ 6,39; US$ 12,46; US$ 0,03; e US$ 0,06, Fl. 1689DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10074.000420/201066 Acórdão n.º 3403003.614 S3C4T3 Fl. 8 7 respectivamente. Os preços declarados nessas DI estão de acordo com as faturas internacionais que instruíram os despachos (fls. 797/868). Os contratos de câmbio 05/022494 (US$ 320.817,00) e 05/023023 (US$ 318.183,00) que foram fechados para pagar essas importações totalizaram US$ 639.000,00 (fls. 856/864). Entretanto, a soma das faturas comerciais que instruíram os despachos aduaneiros das DI acima citadas totaliza apenas US$ 330.591,36, valor muito inferior à transferida por meio dos contratos de câmbio. A fiscalização obteve, mediante intimação, cópia de faturas e de declarações de importação em operações de importação direta junto à Thomson Telecom (França) efetuadas pela Alldix e pela Thomsom do Brasil no período de dezembro de 2004 a dezembro de 2005 (fls. 270/417). O exame de tais documentos revela que nessas operações diretas entre o mesmo fornecedor francês e aquelas as duas empresas nacionais, os preços praticados foram os seguintes: TELEFONE SEM FIO VERSATIS V 790: U$ 35,00 a unidade. MODEM ADSL ST 510: U$ 16,59 a 19,80 a unidade. Cabo RJ 11: U$ 0,14 a unidade. Cabo RJ 45: U$ 0,35 a unidade. No que tange à identidade entre os equipamentos descritos nessas DI objeto de fiscalização (fls. 797/868) e os descritos nos documentos de fls. 270/417, não resta a menor sombra de dúvida que se tratam dos mesmos produtos, pois além dos modelos descritos serem os mesmos, existe declaração expressa da Thomson Multimidia descrevendo os equipamentos, fato que atesta de forma inequívoca que se tratam de equipamentos idênticos (fls. 232/239). Portanto, a fiscalização comprovou o quantum satis a prática de subfaturamento nas seis declarações de importação que foram objeto de fiscalização neste processo. Já no que tange à interposição fraudulenta, a fiscalização comprovou que Alldix não estava habilitada para realizar importações e que efetuou as operações valendose da empresa Tec Imports, a qual registrou as DI em nome próprio. Tal fato é comprovado pela sequência de operações no mercado interno com as mercadorias subfaturadas. A Tec Imports repassava tais mercadorias com margens de lucro irrisórias a empresas comprovadamente de fachada. Posteriormente, tais empresas que só existiam no papel, "revendiam" as mercadorias com significativa margem de lucro para a Alldix, que finalmente as revendia para a Thomson Multimidia. A defesa procurou desqualificar isoladamente os fatos apurados pela fiscalização, mas o conjunto factual aponta inequivocamente para a existência da interposição fraudulenta, pois a Tec Imports cedeu seu nome para ocultar o real adquirente da mercadoria subfaturada, no caso, a Alldix, pois esta empresa não podia efetuar importações diretas para atender à demanda firmada em acordo comercial com a Thomson Multimidia. Fl. 1690DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 A prática do subfaturamento acarreta a redução ilegal dos tributos devidos na importação, pois embora a Tec Imports tenha desembolsado os U$ 639.000,00 pelas mercadorias importadas, recolheu o tributo sobre aproximadamente metade desse valor. Tal conduta caracteriza a sonegação, nos termos em que foi definida no art. 71 da Lei nº 4.502/64, pois o contribuinte dolosamente retardou o conhecimento por parte da autoridade administrativa de uma das circunstâncias materiais do fato gerador, que é o verdadeiro valor da operação. E o dolo está provado nos autos, não só pelo fato do valor transferido para o exterior ser aproximadamente o dobro do valor consignado das DI ( a Tec Imports sabia que estava recolhendo menos imposto do que deveria), mas também pela sucessão de operações com essas mercadorias no mercado interno, ocorridas logo após o desembaraço, envolvendo empresas que, comprovadamente, não tinham existência real, culminando na chegada da mercadoria à empresa Alldix e na sua revenda à Thomson Multimidia. No que concerne à valoração aduaneira,, ao contrário do alegado, não se vislumbra nenhuma ilegalidade no método empregado pela fiscalização, pois os fatos apurados neste processo rendem ensejo à aplicação do art. 88 da MP nº 2.15635/2001, que permite à fiscalização fixar, por arbitramento, o valor aduaneiro das mercadorias importadas fraudulentamente. No caso concreto, restou plenamente demonstrado o esquema fraudulento de ocultação do efetivo adquirente das mercadorias em operações de importação nas quais foram indicados valores totalmente incompatíveis com os preços internacionais consignados em outras declarações de importação de produtos idênticos fornecidas pelo mesmo exportador. Além disso, nos documentos de fls. 215/216, a aduana francesa atestou a inexistência em seu sistema de exportações lastreadas nas faturas comerciais que instruíram os despachos aduaneiros promovidos pela Tec Imports, in verbis: Ref : Agreement in International Mutual Assistance in customs matters between Argentina and France dated 21 may 1996 Your reference : Letter n'RFB/CORIN/DASAD N°26 dated 11/10/2009 and n° 78 dated 14/10/2009 Object : BENETEAU and THOMSON TELECOM cases Dear Mr Xavier de Franca I refer to your above mentionned letter, and I forward the following information : Company BENETEAU (omissis…) Company THOMSON TELECOM Regarding the invoices n° 136929 and 00137024: no related exportation has been found in our data basis, confirming the information listed on the invoice stating that the export country is China. Fl. 1691DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10074.000420/201066 Acórdão n.º 3403003.614 S3C4T3 Fl. 9 9 My service is not in a position to carry out any further check as the legal limitation of investigation of the french customs administration is 3 years (invoices issued in 2005) Sincerely yours, The head of the customs Intelligence Service, Corinne CLEOSTRATE Sendo assim, foi correta a aplicação do art. 88 da MP nº 2.15835/2001, pois não sendo possível obter o valor da transação e não sendo dignos de fé os documentos que ampararam as importações da Tec Imports, só restou ao fisco a opção do arbitramento do preço com base em mercadorias idênticas ou similares, importadas no mesmo período por meio das DI fornecidas pela empresa Thomson Multimídia, conforme quadros a seguir: No que concerne à multa infligida pela fiscalização, o percentual de 150% está perfeitamente justificado no caso concreto, pois restou plenamente comprovada a prática, pela Tec Imports, da sonegação prevista no art. 71 da Lei nº 4.502/64, já que foi ela quem registrou as DI com preços subfaturados. Foi a Tec Imports que: a) utilizou documentos comerciais contendo preços inferiores aos praticados e inexistentes nos controles da aduana francesa; b) que transferiu para o exterior US$ 639.000,00 para quitar o preço de mercadorias que, segundo ela, custaram Fl. 1692DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 apenas US$ 330.591,36; e c) repassou as mercadorias subfaturadas ao real adquirente (Alldix) por preços irrisórios, valendose de empresas de fachada. Sendo assim, deve ser mantida a multa de ofício na forma posta no lançamento. Por fim, verificase que os autos de infração do PIS e COFINS vinculados à importação estão calcados no art. 7º, I, da Lei nº 10.865/2004. No que concerne à base de cálculo das contribuições, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, este colegiado está vinculado ao que restou decidido pelo STF no RE nº 559.937, que teve repercussão geral decretada, cuja ementa se reproduz a seguir: EMENTA Tributário. Recurso extraordinário. Repercussão geral. PIS/COFINS – importação. Lei nº 10.865/04. Vedação de bis in idem. Não ocorrência. Suporte direto da contribuição do importador (arts. 149, II, e 195, IV, da CF e art. 149, § 2º, III, da CF, acrescido pela EC 33/01). Alíquota específica ou ad valorem. Valor aduaneiro acrescido do valor do ICMS e das próprias contribuições. Inconstitucionalidade. Isonomia. Ausência de afronta. 1. Afastada a alegação de violação da vedação ao bis in idem, com invocação do art. 195, § 4º, da CF. Não há que se falar sobre invalidade da instituição originária e simultânea de contribuições idênticas com fundamento no inciso IV do art. 195, com alíquotas apartadas para fins exclusivos de destinação. 2. Contribuições cuja instituição foi previamente prevista e autorizada, de modo expresso, em um dos incisos do art. 195 da Constituição validamente instituídas por lei ordinária. Precedentes. 3. Inaplicável ao caso o art. 195, § 4º, da Constituição. Não há que se dizer que devessem as contribuições em questão ser necessariamente nãocumulativas. O fato de não se admitir o crédito senão para as empresas sujeitas à apuração do PIS e da COFINS pelo regime nãocumulativo não chega a implicar ofensa à isonomia, de modo a fulminar todo o tributo. A sujeição ao regime do lucro presumido, que implica submissão ao regime cumulativo, é opcional, de modo que não se vislumbra, igualmente, violação do art. 150, II, da CF. 4 Ao dizer que a contribuição ao PIS/PASEP Importação e a COFINSImportação poderão ter alíquotas ad valorem e base de cálculo o valor aduaneiro, o constituinte derivado circunscreveu a tal base a respectiva competência. 5. A referência ao valor aduaneiro no art. 149, § 2º, III, a , da CF implicou utilização de expressão com sentido técnico inequívoco, porquanto já era utilizada pela legislação tributária para indicar a base de cálculo do Imposto sobre a Importação. 6. A Lei 10.865/04, ao instituir o PIS/PASEP Importação e a COFINS Importação, não alargou propriamente o conceito de valor aduaneiro, de modo que passasse a abranger, para fins de apuração de tais contribuições, outras grandezas nele não contidas. O que fez foi desconsiderar a imposição constitucional de que as contribuições sociais sobre a importação que tenham alíquota ad valorem sejam calculadas com base no valor aduaneiro, extrapolando a norma do art. 149, § 2º, III, a, da Constituição Federal. 7. Não há como equiparar, de modo absoluto, a tributação da importação com a tributação das operações internas. O PIS/PASEP Importação e a COFINS Importação incidem sobre operação na qual o contribuinte efetuou despesas Fl. 1693DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10074.000420/201066 Acórdão n.º 3403003.614 S3C4T3 Fl. 10 11 com a aquisição do produto importado, enquanto a PIS e a COFINS internas incidem sobre o faturamento ou a receita, conforme o regime. São tributos distintos. 8. O gravame das operações de importação se dá não como concretização do princípio da isonomia, mas como medida de política tributária tendente a evitar que a entrada de produtos desonerados tenha efeitos predatórios relativamente às empresas sediadas no País, visando, assim, ao equilíbrio da balança comercial. 9. Inconstitucionalidade da seguinte parte do art. 7º, inciso I, da Lei 10.865/04: “acrescido do valor do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições , por violação do art. 149, § 2º, III, a, da CF, acrescido pela EC 33/01. 10. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Sendo assim, devem ser excluídos das bases de cálculo do PIS e da COFINS na importação o valor do ICMS e o valor das próprias contribuições, em virtude da inconstitucionalidade do art. 7º, I, da Lei nº 10.865/2004, conforme decidiu o STF no julgado acima colacionado. É o quanto basta para encaminhar meu voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso ao recurso para excluir das bases de cálculo do PIS e COFINS o valor do ICMS e o valor das próprias contribuições. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 1694DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/03/201 5 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 13876.000338/2002-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/03/1997
DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PROVA.
O crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de dívida previstas pela legislação tributária, como é o caso da DCTF. Tratando-se de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado, o que, no presente caso, não ocorreu.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-002.710
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente.
(assinado digitalmente)
GILENO GURJÃO BARRETO Relator.
EDITADO EM: 30/12/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: GILENO GURJAO BARRETO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Relator. EDITADO EM: 30/12/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto.
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CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PROVA. O crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de dívida previstas pela legislação tributária, como é o caso da DCTF. Tratando se de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado, o que, no presente caso, não ocorreu. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA – Presidente. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO – Relator. EDITADO EM: 30/12/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 6. 00 03 38 /2 00 2- 84 Fl. 169DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13876.000338/200284 Acórdão n.º 3302002.710 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Adotase o relatório da decisão recorrida, por bem refletir a contenda. Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 15/23 em virtude da apuração de falta de recolhimento da Contribuição para o PIS/Pasep dos períodos de janeiro a março de 1997 exigindoselhe o crédito tributário no valor total de R$12.014.63. O enquadramento legal encontrase à fl. 18 e 20. Cientificada, a interessada apresentou a impugnação de fls. 1/2, na qual alegou que a exigência baseouse em DCTF complementar, que visava apenas retificar o valor devido de Contribuição Social sobre o Lucro, mas por orientação da Receita Federal em Itu teria informado novamente todos os débitos, ocasionando duplicidade de valores. Os membros da 4ª Turma de Julgamento da DRJ em Ribeirão Preto SP, por unanimidade de votos, decidiram julgar procedente em parte a impugnação, mantendose parcialmente o crédito tributário. Intimada do acórdão supra em 04/08/2011, inconformada a Recorrente interpôs recurso voluntário em 01/09/2011. É o relatório. Voto Conselheiro GILENO GURJÃO BARRETO, Relator O presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade, por isso dele conheço. No processo em epígrafe, discutese acerca da não comprovação dos pagamentos efetuados pelo Recorrente, cujos débitos foram declarados em sua DCTF Complementar referente ao 1º Trimestre de 1997. Buscase no processo administrativo a verdade material. Interessa à Administração que seja apurada a verdade real dos fatos ocorridos. Isto devido ao princípio da verdade material, onde se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador. O princípio da livre convicção do julgador informa o sistema jurídico brasileiro. Por este princípio a valoração dos fatos e circunstâncias constantes dos autos é feita livremente, pelo julgador. Importa saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento. De fato, na condução do processo há que se ter em conta o processo de fixação formal da prova, no qual o julgador se atém à análise dos meios de prova definidos em lei, à valoração e admissibilidade das provas apresentadas, para formar o seu livre convencimento para decidir. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13876.000338/200284 Acórdão n.º 3302002.710 S3C3T2 Fl. 4 3 A mera alegação de inexistência de débito, desacompanhada dos documentos comprobatórios de sua real inexistência não é suficiente para que sejam homologadas quaisquer compensações, ou que quaisquer débitos sejam anulados. No presente caso o Recorrente não comprovou os recolhimentos efetuados por meio de documentos hábeis e idôneos, bem como de que se trata o débito inexistente. Há que se esclarecer que o Recorrente está obrigado a comprovar o erro de fato cometido ao preencher sua DCTF Complementar referente ao 1º Trimestre de 1997, bem como que nenhum valor a título de PIS é devido no referido período, mediante a apresentação de documentos hábeis e idôneos. Sem a comprovação de seu direito, através de tais documentos, a autoridade administrativa fica impedida de lhe proporcionar qualquer anulação de débito. Tratandose, portanto de matéria de prova, cabia ao recorrente produzila de forma satisfatória, a fim de demonstrar o seu direito. Todavia, apesar das diversas oportunidades de que dispôs, em nenhum momento o contribuinte se esforçou neste sentido, restando inconsistente seu pedido de anulação de débito. Por todo exposto, conheço do recurso e negolhe provimento. É como voto. Sala das Sessões, em 21 de agosto de 2014. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Relator. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/01/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 13811.000665/00-85
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 14 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Feb 23 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/01/2000
ISENÇÃO. ENTIDADE DE EDUCAÇÃO.
As instituições de educação e de assistência social terão as receitas relativas às atividades próprias, inclusive as receitas contraprestacionais, isentas da Cofins em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999. Compete à autoridade administrativa comprovar a existência de receitas diversas do exercício de atividade própria com a finalidade de exigir tributo, devendo fazer o referido cotejo com o Estatuto Social da entidade.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9303-002.665
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Fez sustentação oral o Dr. Paschoal Raucci, OAB/SP nº 215.520, advogado do sujeito passivo.
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto
Rodrigo Cardozo Miranda - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Antônio Lisboa Cardoso (Substituto convocado), Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo.
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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ENTIDADE DE EDUCAÇÃO. As instituições de educação e de assistência social terão as receitas relativas às atividades próprias, inclusive as receitas contraprestacionais, isentas da Cofins em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999. Compete à autoridade administrativa comprovar a existência de receitas diversas do exercício de atividade própria com a finalidade de exigir tributo, devendo fazer o referido cotejo com o Estatuto Social da entidade. Recurso Especial do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Fez sustentação oral o Dr. Paschoal Raucci, OAB/SP nº 215.520, advogado do sujeito passivo. Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Presidente Substituto Rodrigo Cardozo Miranda Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 06 65 /0 0- 85 Fl. 275DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 19/02/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIR ANDA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Antônio Lisboa Cardoso (Substituto convocado), Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Relatório Cuidase de recurso especial interposto pela FAZENDA NACIONAL (fls. 238 a 251) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 220 a 230) que deu provimento parcial ao recurso voluntário interposto da seguinte forma: I) por unanimidade de votos, negou provimento quanto à questão da homologação tácita relativa à Decomp apresentada em 09/08/2000; e II) por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso quanto ao direito de restituição/compensação do indébito relativo à Cofins que foi paga sobre as receitas provenientes de taxas e mensalidades escolares. A ementa do v. acórdão recorrido, que bem resume os seus fundamentos, é a seguinte: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/1999 a 31/01/2000 ISENÇÃO. ENTIDADE DE EDUCAÇÃO. As instituições de educação e de assistência social terão as receitas relativas às atividades próprias isentas da Cofins, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999. Compete à autoridade administrativa comprovar a existência de receitas diversas do exercício de atividade própria com a finalidade de exigir tributo. Recurso provido em parte. A Colenda Turma a quo decidiu, em síntese, na esteira do voto proferido pela Ilustre relatora, Conselheira Maria Cristina Roza da Costa, que as receitas próprias da entidade educacional também abrangem as receitas auferidas em contraprestação a serviços prestados, e não só as receitas de doações particulares. Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs o já mencionado recurso especial, alegando, em síntese, que é legítima a incidência da COFINS sobre as receitas de caráter contraprestacional direto da entidade em questão (mensalidades, matrículas e taxas escolares), conforme determinam os artigos 13, inciso III, e 14, inciso X, da Medida Provisória nº 2.158 35/2001, e artigos 9º, inciso III, e 47, inciso II, § 2º, da Instrução Normativa SRF nº 247/2002. O recurso foi admitido através do r. despacho de fls. 254 a 255. Fl. 276DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 19/02/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIR ANDA Processo nº 13811.000665/0085 Acórdão n.º 9303002.665 CSRFT3 Fl. 276 3 Contrarrazões às fls. 261 a 273, onde se propugnou pela manutenção do v. acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro RODRIGO CARDOZO MIRANDA Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o presente recurso especial merece ser conhecido. No tocante ao mérito, a r. decisão recorrida não merece qualquer reparo. Com efeito, o próprio voto condutor do v. acórdão recorrido, da lavra da Ilustre Conselheira Maria Cristina Roza da Costa, foi certeiro a dirimir a presente controvérsia, motivo pelo qual peço vênia para transcrever o seguinte excerto e para adotálo como razão de decidir, verbis: (...) A não homologação da compensação decorreu do fato de a autoridade administrativa considerar como receita própria da entidade somente aquela que não guarda relação contraprestacional com a entidade. Se se considerar como isenta somente a receita de doações particulares, como entendeu a autoridade administrativa, a Cofins, que deixará de ser recolhida em razão da isenção, será diminuta em relação à receita total da entidade. Resta transparente que a maior parte da receita estará tributada pela Cofins, o que, a meu ver, foge à lógica jurídica da isenção. Podese dizer que as entidades, nesse contexto, estariam a dividir com o Estado a atividade de Assistência Social sem a contrapartida desse mesmo Estado, já que as receitas estariam quase que completamente tributadas pela Contribuição para Financiamento da Seguridade Social. Nessa questão manifestouse o Supremo Tribunal Federal, na apreciação da ADIn nº 2.0285, que suspendeu algumas alterações introduzidas no art. 55 da Lei nº 8.212/1991 pela Lei n2 9.732/1998. Extraise do voto que concedeu a medida liminar o seguinte trecho: "Com efeito, a Constituição, ao conceder imunidade às entidades beneficentes de assistência social, o fez para que fossem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios auxiliados nesse terreno de assistência aos carentes por entidades que também dispusessem de recursos para tal atendimento gratuito, estabelecendo que a lei determinaria as exigências necessárias para que se Fl. 277DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 19/02/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIR ANDA 4 estabelecessem os requisitos necessários para que as entidades pudessem ser consideradas de assistência social.(.)". Ainda na decisão liminar proferida nos autos da Adin n2 20285, o STF indigitou no sentido de que as entidades beneficentes de assistência social podem empreender atividades econômicas para verter o resultado em suas atividades assistenciais, ou seja, em seus fins institucionais. É o que se constata da leitura do seguimento abaixo reproduzido da decisão liminar monocrática proferida pelo Ministro Marco Aurélio nos autos da referida ação, verbis: "(.). Ora, no caso, chegouse à mitigação do preceito, olvidandose que nele não se contém a impossibilidade de reconhecimento do beneficio quando a prestadora de serviços atua de forma gratuita em relação aos necessitados, procedendo à cobrança junto àqueles que possuam recursos suficientes. (.). As exigências estabelecidas em lei não podem implicar verdadeiro conflito com o sentido, revelado pelos costumes, da expressão "entidades beneficentes de assistência social". • Em síntese, a circunstância de a entidade, diante, até mesmo, do principio isonâmico, mesclar a prestação de serviços, fazendoo gratuitamente aos menos favorecidos e de forma onerosa aos afortunados pela sorte, não a descaracteriza, não lhe retira a condição de beneficente." Corroborou este entendimento no âmbito do STF o voto do Ministro Moreira Alves que, aprovado por unanimidade pelo plenário, referendou a decisão monocrática proferida pelo Ministro Marco Aurélio, a seguir reproduzido: "Com efeito, a Constituição, ao conceder imunidade às entidades beneficentes de assistência social, o fez para que fossem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios auxiliados nesse terreno de assistência aos carentes por entidades que também dispusessem de recursos para tal atendimento gratuito, estabelecendo que a lei determinaria as exigências necessárias para que se estabelecessem os requisitos necessários para que as entidades pudessem ser consideradas beneficentes de assistência social. É evidente que tais entidades, para serem beneficentes, teriam de ser filantrópicas (por isso, o inciso II do artigo 55 da Lei 8.212/91 que continua em vigor, exige que a entidade 'seja portador do Certificado ou do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos'), mas não exclusivamente filantrópica, até porque as que o são não o são para o gozo de benefícios fiscais, e esse beneficio concedido pelo ,¢ 7° do artigo 195 não o foi para estimular a criação de entidades exclusivamente filantrópicas, mas, sim, das que, também sendo filantrópicas sem o serem integralmente, atendessem às exigência legais para que se impedisse que qualquer entidade, desde que praticasse atos •de assistência filantrópica a carentes, gozasse da imunidade, que é total, de contribuição para a seguridade social, ainda que não Fl. 278DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 19/02/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIR ANDA Processo nº 13811.000665/0085 Acórdão n.º 9303002.665 CSRFT3 Fl. 277 5 fosse reconhecida de utilidade pública, seus dirigentes tivessem remuneração ou vantagens, ou se determinassem elas a fins lucrativos. Aliás, são essas entidades que, por não serem exclusivamente filantrópicas, têm melhores condições de atendimento aos carentes a quem o prestam que devem ter sua criação estimulada para o auxilio ao Estado nesse setor, máxime em época em que, como a atual, são escassas as doações para a manutenção das que se dedicam exclusivamente à filantropia." Como se vê pela conclusão do STF não somente as receitas que têm origem em doações, contribuições de terceiros, anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembléia ou estatuto são receitas oriundas da atividade própria da entidade de assistência social, ou seja, toda receita produzida pela entidade beneficente, estando comprovadamente revertida para os fins que motivaram sua instituição, constituem receita própria de sua atividade. Tratando a isenção constitucional como imunidade, assevera o Ministro, em seu voto, que a mesma é total na área da Seguridade Social. A isenção prevista na MP n 2 2.158 35/2001, entretanto, concedeu o beneficio somente para a Cofins, mantendo a exigência em relação à Contribuição para o PIS, calculada sobre a folha de salários, sendo esta outra modalidade de contribuição social, como também já decidiu o STF. Todas as receitas geradas pela entidade oriundas dos "serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos" referemse a receitas próprias, geradas em razão e em função da prestação dos serviços para os quais foi instituída. Entender diferente é tornar sem sentido a expressão "sem fins lucrativos". Para que não possua fins lucrativos é necessário que toda receita gerada tenha destino diverso do lucro. As atividades próprias da instituição de educação que preste os serviços para os quais houver sido instituída não estão previstas na legislação que rege a isenção das contribuições sociais. Estão estabelecidas no Estatuto Social que a instituiu, de vez que é nesse instrumento que cada entidade especifica seus propósitos e objetivos. Todas as receitas geradas no âmbito da atividade própria da entidade que não tenha fins lucrativos ensejam a concessão da isenção, pois, o que importa para a fruição do beneficio mais do que a origem da receita é a sua aplicação. Explicando. Desde que a entidade preste os serviços para os quais houver sido instituída, sem a finalidade de lucro, mesmo que tais serviços sejam contraprestacionais na área de educação ou saúde, o fundamental para a fruição da isenção é que tais recursos sejam decorrentes da atividade que lhe é própria e não tenham destinação diversa daquela que foi estabelecida no estatuto que a instituiu. É de se ressaltar que inexistem doações e contribuições realizadas a uma entidade atuando em assistência Fl. 279DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 19/02/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIR ANDA 6 social que tenha fins lucrativos. O aporte de recursos, nesses casos, poderá ter denominações diversas, mas nunca doação ou contribuição. O Decreto nº 2.536/1998, que regulamentou a Lei n2 8.742/1993, determina a aplicação de, no mínimo, 20% da receita bruta na gratuidade, ou seja, das receitas oriundas da atividade para a qual foi instituída. Expressamente o decreto considera como receita própria da atividade da entidade toda aquela decorrente da prestação de serviço para o qual foi instituída. A IN SRF n2 247/2002 determina que somente as receitas sem caráter contraprestacional direto são receitas próprias da atividade. A matemática não fecha, já que a norma aponta para a pretensão de concessão de um beneficio. Se as receitas de serviço, receita da venda de bens não integrantes do ativo imobilizado, receita de aplicações financeiras e receita de locação também obtidas no exercício da atividade própria da entidade, porque decorreram da execução de serviços para os quais foi instituída, forem tributadas porque possuem caráter contraprestacional, então a parcela da receita bruta aplicada na assistência social estará quase que integralmente tributada pela própria seguridade social, invalidando o beneficio concedido. A totalidade do recurso aplicado na gratuidade por exigência legal será muito superior ao valor da isenção recebida porque somente uma pequena parte da receita não tem origem contraprestacional. E não se trata de interpretação literal da norma de isenção, nos termos do art. 111 do CTN, a qual manda interpretar restritivamente a lei que concede isenção. Entendo, com suporte jurídico nos fundamentos da decisão proferida pelo STF acima reproduzidos, que restringir a isenção às receitas de doações e contribuições ou qualquer outro nome que possuam as receitas desprovidas de qualquer contraprestação por parte da entidade, não caracteriza observância do referido art. 111, mas restrição onde a lei claramente não restringe. A restrição colocada na norma de concessão da isenção é que as receitas sejam originadas na própria atividade da entidade. A atividade própria de uma entidade de educação é o ensino e outras que com ela correlacionem e sejam subsidiárias ao ensino. No entanto exatamente as receitas oriundas da prestação de serviços de ensino e outras a ele vinculadas é que restaram consideradas como tributáveis. Atentese para o fato de que a autorização contida na posição da Suprema Corte não é irrestrita a ponto de permitir o desvirtuamento da rega de isenção prevista no art. 195, § 72, da Constituição. O exame do STF foi muito mais restrito, abarcando aquelas situações bastante comuns de entidades educacionais e de saúde que cobram de alguns alunos e pacientes e prestam serviços gratuitos para outros, em função da situação de carência destes últimos. Não foi autorizada a realização de atividade lucrativa, indiscriminadamente, de forma Fl. 280DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 19/02/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIR ANDA Processo nº 13811.000665/0085 Acórdão n.º 9303002.665 CSRFT3 Fl. 278 7 que as entidades assistenciais pudessem atuar no mercado como qualquer outra empresa com fins lucrativos. (...) Com essas considerações, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para excluir da tributação pela Cofins as receitas de mensalidades, matrículas e taxas escolares, competindo à autoridade administrativa executora do acórdão conferir a suficiência do remanescente do indébito para efetivação da compensação. (grifos no original) Por conseguinte, em face de todo o exposto, não merecendo o v. acórdão recorrido qualquer tipo de reparo, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. RODRIGO CARDOZO MIRANDA Fl. 281DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 19/02/2 015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 07/02/2015 por RODRIGO CARDOZO MIR ANDA
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