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Numero do processo: 19647.009372/2007-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Ano-calendário: 2002
SUSPENSÃO DA ISENÇÃO.
Não faz jus à isenção do IRPJ e da CSLL a instituição recreativa que, à margem da finalidade para a qual foi criada, atua concedendo financiamentos a seus associados.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano-calendário: 2002
ARBITRAMENTO DO LUCRO.
Impõe-se o arbitramento do lucro quando a pessoa jurídica tributada pelo lucro real deixa de apresentar o LALUR e as demonstrações financeiras.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF
Ano-calendário: 2002
PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS.
Sujeitam-se à incidência do imposto de renda retido na fonte IRRF, os pagamentos feitos pelo sujeito passivo quando este, regularmente intimado para tanto, deixa de identificar os respectivos beneficiários.
Numero da decisão: 1201-000.912
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em NEGAR
provimento ao recurso. Vencidos o Relator e os Conselheiros André Almeida Blanco e Luiz Fabiano Alves Penteado, que davam parcial provimento ao recurso para afastar a exigência do IRRF. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Marcelo Cuba Netto. Ausente, para tratamento de saúde, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (Presidente), tendo sido substituído pela Conselheira Maria Elisa Bruzzi Boechat, atuando como Presidente
o Conselheiro Marcelo Cuba Netto.
Nome do relator: JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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Não faz jus à isenção do IRPJ e da CSLL a instituição recreativa que, à margem da finalidade para a qual foi criada, atua concedendo financiamentos a seus associados. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 ARBITRAMENTO DO LUCRO. Impõese o arbitramento do lucro quando a pessoa jurídica tributada pelo lucro real deixa de apresentar o LALUR e as demonstrações financeiras. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2002 PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS. Sujeitamse à incidência do imposto de renda retido na fonte IRRF, os pagamentos feitos pelo sujeito passivo quando este, regularmente intimado para tanto, deixa de identificar os respectivos beneficiários. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em NEGAR provimento ao recurso. Vencidos o Relator e os Conselheiros André Almeida Blanco e Luiz Fabiano Alves Penteado, que davam parcial provimento ao recurso para afastar a exigência do IRRF. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Marcelo Cuba Netto. Ausente, para tratamento de saúde, o Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz (Presidente), AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 93 72 /2 00 7- 17 Fl. 910DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 3 2 tendo sido substituído pela Conselheira Maria Elisa Bruzzi Boechat, atuando como Presidente o Conselheiro Marcelo Cuba Netto. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto – Presidente substituto e redator designado (documento assinado digitalmente) João Carlos de Lima Junior Relator Participaram do presente julgado os Conselheiros: Marcelo Cuba Netto (Presidente Substituto), João Carlos de Lima Junior (Vice Presidente), André Almeida Blanco, Luiz Fabiano Alves Penteado, Roberto Caparroz de Almeida e Maria Elisa Bruzzi Boechat. Relatório Trata o presente processo de suspensão de isenção de IRPJ no ano calendário de 2002 em virtude do descumprimento dos requisitos legais previstos nas alíneas “a”, “b” e “c”, do §2º, do artigo 12 e artigo 15, ambos da lei 9.532/97. Dispõem os mencionados dispositivos: “Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais; c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão; (...) Art. 15. Consideramse isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.” Consta na notificação fiscal as seguintes infrações, as quais ensejam a suspensão da isenção do IRPJ: (i) Serviços colocados à disposição dos sócios não constantes dos estatutos sociais. Nesse ponto, foi verificado pela fiscalização que a principal atividade do Fl. 911DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 4 3 contribuinte era a concessão de financiamentos aos sócios, a qual não tem relação com o objetivo social do “clube”, qual seja, congregar os sócios (artigo 15 da lei 9.532/97); (ii) Livro Diário entregue em 16 de novembro de 2006, data posterior à data limite de entrega da DIPJ/2003, que foi 30.05.2003, bem como também foi posterior ao início da ação fiscal (art. 12, § 2º, “c”, da lei 9.532/97); (iii) Não escrituração completa de suas despesas, pois constatouse a existência de contrato de locação, em que o contribuinte figurava como locatário, cujo aluguel de valor R$ 480,00, dos meses de janeiro a junho de 2002, não foi escriturado (art. 12, § 2º, “c”, da lei 9.532/97); (iv) Não escrituração completa de suas receitas, pois a Secretaria de Finanças da Prefeitura de Recife forneceu à Secretaria da Receita Federal, relação de pagamentos efetuados por terceiros ao contribuinte, totalizando R$ 4.544,55 no ano de 2002, valor este não escriturado (art. 12, § 2º, “c”, da lei 9.532/97); (v) Não conservação de documentos que comprovem efetivação de suas despesas (art. 12, § 2º, “d”, da lei 9.532/97); (vi) Natureza jurídica da entidade não é de associação civil, pois é característica de uma associação ser financiada pelos seus associados, os quais devem pagar suas mensalidades independentemente de usufruírem os serviços colocados à sua disposição, o que não ocorre no caso (art. 15, da lei 9.532/97); (vii) Não aplicação integral de seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais, pois, no caso, verificouse na contabilidade despesas com patrocínio de eventos para não associados, pois o evento foi realizado para profissionais especializados em seguros (art. 12, § 2º, “b”, da lei 9.532/97); Versa, ainda, o presente processo sobre auto de infração (fls. 508/541) lavrado para constituição de crédito tributário relativo ao IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e IRRF ano calendário 2002. No termo de verificação fiscal foi consignado que: (i) as receitas consideradas na apuração dos tributos decorreram de informações repassadas pela Secretaria de Finanças da Prefeitura Municipal de Recife e de registros contábeis da própria empresa, devidamente consolidadas no “Demonstrativo das Receitas Apuradas”. (ii) houve arbitramento do lucro, pois o contribuinte, até a data da lavratura do auto de infração, não apresentou à Fiscalização o livro Auxiliar. Constou, ainda, que referido livro é obrigatório para o contribuinte, pois o mesmo escriturou nos livros Diário e Razão sua movimentação bancária de forma resumida. (iii) Quanto ao IRRF, que o contribuinte foi intimado a identificar os beneficiários dos valores debitados na conta bancária de sua titularidade, n° 1.138X, da Fl. 912DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 5 4 agência 18392, do Banco do Brasil, entretanto, limitouse a a questionar os prazos concedidos e alegar, sem acostar documentação hábil e idônea, que dentre os valores relacionados existiria suprimento de caixa, pagamentos de salários e de mútuo. O contribuinte apresentou impugnação em relação à suspensão da isenção (fls.572/579) e alegou, em síntese, que: (i) existiram vícios decorrentes do descumprimento de normas relativas ao mandado de procedimento fiscal, pois o termo de intimação fiscal datado de 31/10/2006 referiase a Mandado de Procedimento Fiscal que deveria ser executado até 28/06/2006 e, diante da invalidade exposta, como consequência, o mandado de procedimento fiscal complementar também tronouse inválido, pois visou complementar o que não existia. (ii) o fato de ter havido a suspensão, através de medida liminar do Supremo Tribunal Federal, entre outros, do artigo 14 da Lei 9.532/1997, tornaria inaplicável o artigo 32 da Lei 9.430/1996, norma em que se fundamenta o ato administrativo para declarar a suspensão da isenção", já tendo havido decisão definitiva do STF (RE 93.770); (iii) não houve descumprimento dos requisitos previstos nas alíneas “b”, “c” e “d”, do § 2º, do artigo 12 da lei 9.532/97, pois (a) houve aplicação integral de seus recursos na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos sociais, (b) mantém escrituração completa de suas receitas e despesas, através dos livros Diário e Razão e (c) mantém em boa ordem os documentos que comprovam a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas. (iv) para que pudesse ser suspenso o benefício, a entidade teria que descumprir os requisitos previstos no art.14 do Código Tributário Nacional CTN; (v) o valor de R$ 3.998,00 relativo a patrocínio, questionado pela fiscalização, tratase de colaboração da associação para com os seus associados, no sentido de facilitar a aquisição de seguro de vida , caracterizando, portanto, benefício aos mesmos; (v) é indevida a conclusão de que a entidade colocou à disposição dos associados serviços para os quais não foi instituída, pois o estatuto trata da questão de forma abrangente, bem como houve especificação detalhada dos serviços colocados à disposição dos sócios no documento datado de 20/11/2006; (vi) mantinha a escrituração completa de suas receitas e despesas e a data (16/11/2006) da autenticação do livro Diário não é capaz tornar imprestável seus registros (vii) documentos emitidos há mais de 5 anos seriam inexigíveis, nos termos do art.12, "d", da Lei n° 9.532/97, não tendo a empresa obrigação de mantêlos em boa e devida ordem. Foi apresentada impugnação ao auto de infração às fls. 649/661, na qual sustentou que: (i) existem vícios em razão do descumprimento de normas relativas ao mandado de procedimento fiscal, nos mesmos termos apresentados na impugnação à suspensão da isenção; Fl. 913DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 6 5 (ii) houve cerceamento do direito de defesa, pois não recebeu o "Demonstrativo das Receitas Apuradas", mencionado no relatório da ação fiscal; (iii) houve decadência relativamente a parte do créditos tributários, vez que os lançamentos são da espécie por homologação. E, no caso do IRRF, a contagem iniciarseia a partir da realização dos pagamentos; (iv) o arbitramento do lucro foi indevido, pois disponibilizou à fiscalização o Diário, o Razão e balancetes mensais, bem como que o enquadramento legal do arbitramento não comportaria o fato de não ter apresentado o livro auxiliar; (v) é equivocada a não consideração de sua escrituração contábil sob o fundamento de que a autenticação do Livro Diário se deu após o termo de intimação da fiscalização. Tal fato não torna inexato seus registros; (vi) a tributação do imposto de renda retido na fonte seria incompatível com a tributação com base no lucro presumido e arbitrado, sendo aplicável apenas às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. Ao final, protestou a defesa pela anexação de outros documentos. Os membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento do Recife (PE) acordaram, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, quanto ao mérito (i) manter a suspensão da isenção do IRPJ, de que trata o Ato Declaratório Executivo 99 de 13/11/07 e (ii) não acatar as alegações de defesa, mantendose integralmente as autuações. O acórdão foi assim ementado: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA — IRPJ Anocalendário: 2002 ISENÇÃO CONDICIONADA. SUSPENSÃO. A concessão de isenção não gera direito adquirido e será suspensa quando a entidade beneficiária descumprir as condições ou requisitos impostos pela legislação de regência. LUCRO ARBITRADO. NÃO APRESENTAÇÃO DE LIVROS E DOCUMENTOS FISCAIS. O fato de o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos de escrituração comercial e fiscal autoriza o arbitramento do lucro. Obrigatoriedade que alcança a entrega de livro auxiliar, quando o Diário houver sido escriturado de forma resumida. LANÇAMENTOS REFLEXOS. CSLL, PIS E COFINS. O decidido no lançamento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ é aplicável aos autos de infração reflexos, em face da relação de causa e efeito entre eles existente. Fl. 914DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 7 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE — IRRF Anocalendário: 2002 PAGAMENTO. BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO. PAGAMENTO SEM CAUSA. INCIDÊNCIA. Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de 35% (trinta e cinco por cento), todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado ou quando não for comprovada a operação ou a sua causa (art.61 da Lei n° 8.981/95). ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIB ' 10 Anocalendário: 2002 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. LANÇAMENTO. REGULARIDADE. É de ser rejeitada a preliminar de nulidade do lançamento, baseada em supostas impropriedades no Mandado de Procedimento Fiscal MPF, haja vista ser este um instrumento de controle da Administração Tributária, sem força para afastar a competência legal das autoridades fiscais. DECADÊNCIA. PRAZO. TERMO INICIAL. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art.173, I, do Código Tributário Nacional). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 PROVAS. APRESENTAÇÃO. MOMENTO. IMPUGNAÇÃO. Afora as exceções legais (impossibilidade, por motivo de força maior, de apresentação oportuna; referência a fato ou direito superveniente; ou destinadas a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos), a impugnação deve estar instruída com, as respectivas provas que sustentem o direito afirmado pelo sujeito passivo (art.16, §40, do Decreto n° 70.235/72, incluído pela Lei n° 9.532/97). AMPLA DEFESA. CERCEAMENTO. NÃO OCORRÊNCIA. Não há que se falar em cerceamento de direito de defesa quando todas as razões de fato e de direito que interessam às autuações foram devidamente explicitadas e os autos permaneceram à disposição do contribuinte durante o prazo de impugnação, podendo ter requerido cópias de quaisquer documentos que fossem de seu interesse. Lançamento Procedente.” O Recorrente interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário (fls. 350 a 364) reafirmando os argumentos suscitados em sede de impugnação. Fl. 915DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 8 7 É o relatório. Voto Vencido Conselheiro João Carlos de Lima Junior, Relator. O Recurso é tempestivo, dele tomo conhecimento. Versam os presentes autos sobre suspensão de isenção de IRPJ no ano calendário de 2002 em virtude do descumprimento dos requisitos legais previstos nas alíneas “a”, “b” e “c”, do §2º, do artigo 12 e artigo 15, ambos da lei 9.532/97, bem como sobre auto de infração lavrado para constituição de crédito tributário relativo ao IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e IRRF ano calendário 2002. Primeiramente, quanto à suspensão da isenção, cumpre a análise dos fundamentos apresentados pela fiscalização. A infração 01 descrita na notificação fiscal de fls. 01/07 é relativa à “serviços colocados à disposição dos sócios não constantes dos estatutos sociais”. Da análise dos documentos acostados aos autos temse que o objetivo constante do contrato social do contribuinte, é “congregar exclusivamente todos os Funcionários Púbicos Federais de Ministérios, Autarquias e Fundações, que desejarem participar do Clube como associado.” Entretanto, as diversas cópias de contratos de concessão de financiamento anexas aos autos, demonstram que o contribuinte tinha como principal atividade a concessão de financiamento aos sócios. Nesse ponto, cumpre ressaltar que o contrato social nada dispôs sobre a atividade de financiamento. Devidamente intimado a esclarecer a real atividade exercida, o contribuinte não se pronunciou a respeito de seu objeto social. O termo “congregar”, de acordo com o dicionário Aurélio, significa “agregar, juntar, reunir, existir simultaneamente”. Ora, a definição de “congregar” é ampla e presume a existência de atividade exercida coletivamente. Ocorre que, no caso, o financiamento é concedido aos sócios individualmente e não caracteriza relação coletiva, capaz de congregar associados, evidenciando, dessa maneira, que a principal atividade exercida pelo contribuinte (concessão de financiamento) não tem relação com o objetivo social da associação. Assim, a única conclusão possível é de que a atividade efetivamente exercida (concessão de financiamento) não tem relação com aquela descrita no contrato social (congregar sócios), evidenciando o desvio de finalidade, o que impede o benefício da isenção. Em relação às infrações 02 (“livro diário não revestido de formalidades que assegurem a respectiva exatidão”), 03 (“não escrituração completa de suas despesas), 04 (não escrituração completa de suas receitas”) e 06 (“natureza jurídica da entidade não é de associação”), todas descritas na notificação fiscal de fls. 01 a 07, é possível afirmar que, Fl. 916DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 9 8 analisadas isoladamente, não justificariam a suspensão da isenção, pois tratam de fatos isolados e não envolvem valores tão elevados. No entanto, se analisadas em conjunto, a quantidade de falhas existentes leva a conclusão de que não são cumpridas as obrigações necessárias à concessão do benefício da isenção. Por fim, a infração 07 (“não aplicação integral dos seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais”) também evidencia o desvio de finalidade da entidade e, por si só, justificaria a suspensão do benefício da isenção. No caso, durante a fiscalização, o contribuinte apresentou recibo emitido por COOPseg (cooperativa dos profissionais em serviços gerais e especializados em seguros) no valor de R$ 3.988,00, referente ao patrocínio de evento para seus cooperados. Entretanto, não consta como objetivo da associação patrocinar eventos dessa natureza. Quanto à infração 05 (“não conservação de documentos que comprovem a efetivação de suas despesas”), extraise da notificação fiscal (fls. 01/07) que o contribuinte deixou de comprovar a efetivação de determinadas despesas relativas: 1 – a serviços prestados, no montante de R$ 10.500,00; 2 – despesas bancárias, no montante de R$ 3.695,44; e 3 – a prod. Material informativa, no montante de R$ 6.868,59. Nesse ponto, o contribuinte afirmou que o tempo de guarda dos documentos é de 5 anos, razão pela qual não foi possível justificar suas despesas, entretanto, no caso, o contribuinte teve ciência do mandado de procedimento fiscal em 31/10/2006, bem como que a auditoria compreenderia o período de janeiro a dezembro de 2002, portanto não se verifica o transcurso de 5 anos entre a ciência do MPF e o período fiscalizado. Ora, a conservação da documentação comprobatória das despesas e/ou apresentação de livro diário revestido das formalidades que assegurassem a sua exatidão, no caso, seria essencial para demonstração de que os recursos não foram irregularmente utilizados pela associação. Desse modo, tendo em vista as constatações da fiscalização, é correta a suspensão da isenção. Quanto ao auto de infração lavrado, entendo que os argumentos trazidos pelo contribuinte não prosperam, senão vejamos. Em relação às preliminares arguidas, cumpre, primeiramente, a análise da nulidade suscitada em razão de existência de vícios no mandado de procedimento fiscal, sob o fundamento de que não houve prorrogação do MPF 04.1.01.002006004491. No presente caso, as prorrogações do MPF se deram com respeito às formalidades exigidas, o que se verifica a partir de consulta ao site da Secretaria da Receita Federal, onde constam todas as prorrogações ocorridas e o tempo de vigência de cada uma delas. Desse modo, não há que se falar em vício no procedimento fiscal. Ademais, a alegação de cerceamento do direito de defesa em razão do não recebimento do "Demonstrativo das Receitas Apuradas", mencionado no relatório da ação fiscal, também não prospera. Da análise dos autos, é possível encontrar os seguintes documentos: o Demonstrativo consolidado do Crédito Tributário do Processo (fl. 487), Demonstrativo das Fl. 917DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 10 9 Receitas obtidas pelos Serviços prestados à terceiros (fl. 482), Demonstrativo das receitas Apuradas (fl. 483), Demonstrativo de apuração (fls. 530 e 531), Demonstrativo de juros de multa e juros de mora (fls. 532 e 533). Consta, ainda, no relatório da ação fiscal de fls. 542 a 548, os fatos e a forma de apuração dos valores lançados. Ora, em razão do exposto e tendo em vista que os autos sempre estiveram disponíveis para análise do contribuinte, bem como houve oportunidade de defesa (impugnação e Recurso Voluntário), nas quais, evidenciouse o pleno conhecimento dos termos da autuação pelo contribuinte, não há que se falar em cerceamento de defesa. Quanto à decadência, em consonância com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, por ocasião do julgamento do Recurso Especial repetitivo 973.733/SC, para a definição do termo inicial do prazo de decadência há de se considerar o cumprimento do sujeito passivo do dever de se antecipar à autuação da autoridade fiscal, através do pagamento, para a constituição do crédito tributário. No presente caso, tendo em vista a isenção concedida ao contribuinte, este deixou de efetuar recolhimentos no período autuado. E, ainda, os valores retidos na fonte não cuidam de obrigação tributária do contribuinte, mas tratase de recolhimento decorrente de obrigação de terceiro. Assim, inexistindo pagamento, deve ser aplicada a regra decadencial do artigo 173 do CTN: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” Portanto, tendo em vista que os fatos geradores ocorreram no ano calendário de 2002 e que a ciência do auto de infração se deu em 06/12/2007, não há que se falar em decadência. Superadas as questões preliminares, passo à análise do mérito. Quanto ao arbitramento do lucro, este foi correto no caso dos autos. Apesar da ausência de entrega de livros auxiliares, que por si só, não autorizaria o arbitramento do lucro, no presente caso, o contribuinte também deixou de apresentar o LALUR, os balanços e demonstrações financeiras do ano de 2002. Assim, diante da ausência de elementos para se calcular o lucro real do contribuinte, correto o arbitramento. Por fim, quanto a tributação do imposto de renda retido na fonte, com fundamento no artigo 674, do RIR/99, cumpre a transcrição do artigo citado: “Art. 674. Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais (Lei nº 8.981, de 1995, art. 61).” Fl. 918DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 11 10 Do artigo transcrito extraise que para a incidência do imposto de renda retido na fonte à alíquota de trinta e cinco por cento é necessário que a fiscalização apresente prova cabal da existência de pagamento e após haverá a inversão do ônus da prova, competindo ao contribuinte identificar o beneficiário do pagamento realizado e provado pela fiscalização. Não é o caso dos autos. Consta do termo de verificação fiscal que, devidamente intimado, o contribuinte deixou de identificar os beneficiários dos valores debitados em conta bancária de sua titularidade, nº 1.138x, da agência 18392, do Banco do Brasil, constantes dos extratos bancários entregues pelo contribuinte à fiscalização. Ora, no caso, a fiscalização pretendeu a identificação de valores débitos em conta bancária de titularidade do contribuinte, entretanto, não demonstrou que os débitos eram relativos à pagamentos. Assim, nesse ponto, dou provimento ao recurso voluntário. Isto posto, dou parcial provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Fl. 919DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 12 11 Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Cuba Netto, Redator designado. Inicialmente devo esclarecer que o voto divergente a seguir exposto limitase à questão da exigência do IRRF. Quanto às demais matérias, acompanho o voto do Relator. Pois bem, no que concerne ao lançamento do IRRF a autoridade esclareceu o seguinte no relatório da ação fiscal (vide, em especial, fl. 547): Tendo em vista a impossibilidade de se proceder a auditoria da movimentação bancárias devido ao fato de o contribuinte ter efetuado sua escrituração de forma resumida e não ter escriturado o Livro Auxiliar, conforme exposto no tópico "DA FORMA DE TRIBUTAÇÃO DO LUCRO", deste relatório, o mesmo foi intimado, em 07.11.07, a identificar os beneficiários dos valores debitados na conta bancária de sua titularidade, n° 1.138X, da agência 18392, do Banco do Brasil, constantes dos extratos bancários entregues pelo mesmo a esta Fiscalização (constantes do Anexo II — "Extratos bancários", composto por 02 — dois volumes), durante a presente ação fiscal, conforme consta do Termo de Intimação Fiscal, datado de 07.11.07 (fls. 212 e 213). Em atenção as suas alegações constantes da correspondência datada de 12.11.07 e recebida em 14.11.07 (fls. 221 e 222), lavramos o "Termo de Devolução de Documentos e de Reintimação Fiscal", datado de 20.11.07 (fls. 214 a 216), através do qual concedemos novo prazo para que o contribuinte identificasse os beneficiários dos valores acima referidos. Por mais uma vez, o contribuinte deixou expirar o prazo sem responder ao que se perguntava. Limitouse, na sua correspondência de 27.11.07, a questionar o prazo concedido, esquecendo a nova redação dada ao art. 19, da Lei n° 3.470/58, pelo art. 71, da MP n° 2.15835, de 24.08.01, que é a matriz legal do art. 835, do RIR199. Ora, se a contribuinte não identificou em sua escrituração os beneficiários dos recursos saídos de sua conta corrente bancária, bem como, intimada e reintimada a fazêlo, deixou de informar à fiscalização os beneficiários daqueles recursos, correto está a incidência do IRRF sobre pagamentos a beneficiários não identificados. Poderia a interessada, na fase litigiosa do procedimento, identificar os beneficiários daqueles recursos. Como não o fez, devese manter a exigência do IRRF. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Fl. 920DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Processo nº 19647.009372/200717 Acórdão n.º 1201000.912 S1C2T1 Fl. 13 12 Fl. 921DF CARF MF Impresso em 25/02/2014 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/02/2014 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 p or MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 24/02/2014 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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Numero do processo: 12466.004411/2008-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Data do fato gerador: 15/09/2008
CLASSIFICAÇÃO FISCAL. REGRAS GERAIS. APLICAÇÃO.
Consoante a RGC nº 1, as Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI/SH) se aplicarão, para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro deste último, o subitem correspondente.
CLASSIFICAÇÃO FISCAL.
As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado e as Regras Gerais Complementares são o suporte legal para a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) - Tarifa Externa Comum (TEC) e na Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) - Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI).
Pneumáticos novos, radiais, de borracha, para camionetas, furgões, vans, utilitários esportivos etc., classificam-se no código da NCM/NBM 4011.20.90.
Numero da decisão: 3201-004.254
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinatura digital)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
(assinatura digital)
Pedro Rinaldi de Oliveira Lima - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Leonardo Correia Lima Macedo, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Laercio Cruz Uliana Junior, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade.
Nome do relator: PEDRO RINALDI DE OLIVEIRA LIMA
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IMP. EXP. LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 15/09/2008 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. REGRAS GERAIS. APLICAÇÃO. Consoante a RGC nº 1, as Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI/SH) se aplicarão, para determinar dentro de cada posição ou subposição, o item aplicável e, dentro deste último, o subitem correspondente. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado e as Regras Gerais Complementares são o suporte legal para a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) Tarifa Externa Comum (TEC) e na Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). Pneumáticos novos, radiais, de borracha, para camionetas, furgões, vans, utilitários esportivos etc., classificamse no código da NCM/NBM 4011.20.90. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinatura digital) Charles Mayer de Castro Souza Presidente. (assinatura digital) Pedro Rinaldi de Oliveira Lima Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 00 44 11 /2 00 8- 41 Fl. 255DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Leonardo Correia Lima Macedo, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Laercio Cruz Uliana Junior, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Marcelo Giovani Vieira, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade. Relatório Tratase de Recurso Voluntário de fls. 169 apresentado em face da decisão de primeira instância da DRJ/PE de fls. 292, que julgou improcedente a Impugnação de fls. 80 apresentada em face ao lançamento de II, IPI, Pis e Cofins importação de fls. 4 e seguintes. Como de costume desta Turma de julgamento, transcrevese o relatório da decisão de primeira instância: "DO LANÇAMENTO A fiscalização, em procedimento fiscal de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte supracitado, ao examinar a DI n° 08/06681823, Adição 001, registrada em 15.09.2008, na Alfândega do Porto de Vitória/ES, detectou divergência na descrição e, consequentemente, na classificação na NCM/TEC e NBM/TIPI vigentes, das mercadorias importadas. O importador descrevera: “Pneus novos, radiais de borracha, para ônibus e caminhão, ref.: 225/70 R15 C 112/110R TL Agilis 81 T1MI, marca: Michelin” (grifos da relatora), classificandoos no código 4011.20.90 da TEC/TIPI; A fiscalização, após estudo das características dos produtos e da sua classificação, concluiu que eles deveriam ter sido descritos como: “Pneus novos, radiais, de borracha, para camionetas, furgões, vans, utilitários esportivos (“SUV”), etc.”, cuja classificação correta seria no código da TEC/TIPI 4011.99.90, o que deu origem à sua reclassificação e à cobrança das diferenças do II e IPI e das contribuições devidos na importação, da multa de ofício de 75%, e das multas sobre o valor aduaneiro das mercadorias (de 1% por classificação incorreta na NCM e de 30% em razão da falta de licenciamento não automático das mercadorias reclassificadas. Ressaltou, ainda, a fiscalização que os “Pneus novos, radiais, de borracha, para camionetas, furgões, vans, utilitários esportivos (“SUV” sport utility vehicle“), etc.” foram objeto da Solução de Consulta SRRF/Diana 9ª RF n° 117, de 14.03.2007, que adotou para os pneus de “Ref.: 225/70 R15 C 112/110R TL Agilis 81 T1MI, marca Michelin (mesma referência dos importados através da Adição 001 da DI objeto da autuação) e para outros similares, destinados a veículos utilitários”, a classificação NCM/TEC e NBM/TIPI 4011.99.90 (apresentou o teor integral dessa Solução de Consulta). Fl. 256DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 256 3 No código adotado pelo importador, 4011.20.90, as alíquotas eram de 0% para o II e de 2% para o IPI. Porém, relativamente ao código proposto pela fiscalização, 4011.99.90, as alíquotas eram de 16% para o II e de 15% para o IPI havendo, portanto, diferença a ser recolhida no tocante a esses impostos e às contribuições, cujas bases de cálculo foram alteradas pela majoração das alíquotas dos impostos. Foram, então, lavrados os seguintes AI para a cobrança de: 1) Imposto de Importação (II), às fls. 04 a15, no valor de R$ 27.558,16, acrescido de juros de mora no valor de R$ 325,18 e de multa de ofício no montante de R$ 20.668,62, além da cobrança da multa administrativa do controle das importações por falta de licenciamento não automático da LI que acobertou as mercadorias reclassificadas, no montante de R$ 51.671,56 e multa por classificação incorreta na NCM, no montante de R$ 1.722,38, totalizando este AI R$ 101.945,90 (cento e um mim, novecentos e quarenta e cinco reais e noventa centavos). 2) para cobrança da diferença do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), à fl. 02, no valor de R$ 26.524,74 (vinte e seis mil, quinhentos e vinte e quatro reais e setenta e quatro centavos), sem juros e multa de ofício. 3) para a cobrança da diferença da Cofins, às fls. 28 a 32, no valor de R$ 791,67, com o acréscimo de juros de mora no valor de R$ 9,34 e da multa de ofício, no montante de R$ 593,75, totalizando o crédito o valor de R$ 1.394,76 (um mil, trezentos e noventa e quatro reais e setenta e seis centavos). 4) para a cobrança da diferença do PIS/Pasep, às fls. 23 a 27, no valor de R$ 166,67, acrescido de juros de mora, no valor de R$ 1,96 e de multa de ofício, no montante de R$ 125,00, totalizando o crédito o valor de R$ 293,63 (duzentos e noventa e três reais e sessenta e três centavos). O crédito tributário totalizou R$ 130.159,03 (cento e trinta mil, cento e cinquenta e nove reais e três centavos), consoante o Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário, à fl.02 e o Termo de Encerramento da Ação Fiscal, às fls. 33 e 34. Fazem parte dos AI lavrados os documentos que instruíram a importação, às fls. 35 a 59; cópia da SC nº 117/2007, às fls. 61 a 67; petição da não concordância com a reclassificação promovida pela RFB, à fl. 68; Circular Secex 27 Nota da Defesa Social, às fls. 71 a 75; e extratos da TEC WIN e do Decex, às fls. 76 a 78. DA IMPUGNAÇÃO Intimada, a empresa apresentou, tempestivamente a sua impugnação, às fls. 80 a 99, anexando a documentação de fls. 100 a 130, alegando, em resumo: 1) Dos fatos: Fl. 257DF CARF MF 4 É empresa importadora e exportadora de pneumáticos, seus componentes e acessórios, assim como de matériasprimas necessárias à fabricação de tais produtos. No desenvolvimento de suas atividades promove importações e exportações destes produtos através do porto de Vitória/ES. Ao proceder a importação de pneumáticos com medidas/modelo 225/70R15C 112/110R, através da Declaração de Importação nº 08/14409045, descritas como “destinadas a uso em ônibus e caminhões”, classificados no código NCM 4011.20.90, a impugnante sofreu questionamentos da RFB, que, tomando por base a Solução de Consulta nº 117, de 04/03/2007, concluiu que os pneus deveriam ser classificados no código NCM/TIPI 4011.99.90 “outros pneumáticos novos de borracha”, lavrando o presente auto de infração. O lançamento majorou o valor do IPI de 2% para 15%, com reflexos nos valores das contribuições sociais. Ainda, por entender que o importador emitiu certificado de origem incorreto, a fiscalização lançou o II, à alíquota de 16%, além de multas, totalizando o crédito tributário o valor de R$130.159,03. 2) Dos conceitos de caminhão/ônibus e destinação dos pneus: A correta classificação fiscal dos pneumáticos importados deve considerar o tipo de utilização que lhes será dada, ou seja, a que veículo se destinam. Com base nas Regras Gerais para Interpretação do SH (RGI) e Regras Gerais Complementares (RGC) da NCM chegou à Subposição 4011.20 “pneumáticos de borracha novos, de uso comercial, para caminhões e ônibus”. A fiscalização entendeu que os pneumáticos daquela referência destinavamse a camionetas e micro ônibus, para os quais não há uma posição específica. O ponto nevrálgico para solução da controvérsia aqui apresentada está no conceito de caminhão e ônibus versus camionete e micro ônibus, e principalmente acerca da natureza comercial de sua destinação. A Lei federal nº 9.503/97 Código de Trânsito Brasileiro (CTB) dispõe, em seu artigo 96, inciso II, que os veículos automotores classificamse segundo sua espécie em veículos de transporte de passageiros: micro ônibus ou ônibus, e em veículos de transporte de cargas: caminhonetes e caminhões. O dicionário Houaiss assim define esses veículos: micro ônibus, como o veículo de transporte coletivo, menor do que o ônibus; ônibus, como veículo grande para transporte coletivo (urbano, interurbano, intermunicipal, interestadual) de passageiros, com rota prefixada; caminhão, como veículo motorizado destinado ao transporte de cargas (urbano, interurbano, intermunicipal, interestadual) de passageiros, com rota prefixada; camionete como veículo automóvel de passageiros e de cargas; e van, como veículo automóvel para transporte coletivo de um número limitado de passageiros. Fl. 258DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 257 5 Recorrendose ao Anexo I do CTB, vemos que micro ônibus é veículo que transporte até 20 (vinte) passageiros e que os ônibus são aqueles com capacidade de transporte superior a 20 (vinte) passageiros. Por sua vez, combinando a redação do mesmo Anexo I com a Resolução Contran nº 290/08, item 2.8 do Anexo Único, vemos que caminhão são os veículos de transporte de cargas com capacidade total superior a 3,5 toneladas e que camionetes são aqueles veículos que ficam abaixo desta capacidade. Assim, os pneus importados, cujas características técnicas os destinam ao uso em micro ônibus, escapam da classificação daqueles destinados ao transporte de passageiros em automotores de capacidade máxima igual a 8 (oito) pessoas. Ocorre que não há classificação fiscal para micro ônibus. Entretanto, da leitura da definição quanto ao número de passageiros, podemos ver que o legislador adotou o entendimento que tanto micro ônibus como ônibus são veículos de transporte coletivo e, assim sendo, encontramse na mesma espécie, diferenciandose apenas quanto a sua capacidade. Se dois bens pertencem a mesma classe (transporte coletivo de passageiros), diferenciandose apenas quanto à capacidade, imperioso reconhecer que a posição da classificação fiscal adequada para os pneus há de ser a mesma, tanto para pneus de uso em ônibus e micro ônibus, qual seja, a Subposição 4011.20, exatamente aquela usada pela reclamante. Falta, pois, razão na eleição dos critérios diferenciadores das alíquotas (princípio da razoabilidade). Mais uma vez, sendo a camionete um veículo automotor de transporte de cargas e não havendo na classificação fiscal diferença em razão da capacidade, a tributação há de ser razoável e racional no sentido de classificálos como vinculados ao transporte de cargas (destinação comercial), seja de capacidade superior ou inferior a 3,5 toneladas. Na questão da camioneta, a solução do problema está no fato de se tratar, ainda de veículo de transporte de cargas, com capacidade inferior a essa. Por tudo isso a impugnante classificou os pneus no código correto 4011.20.90, uma vez que a raiz (4011.20) cuida do transporte coletivo de passageiros e do transporte de carga, sendo suas Subposições relativas ao diâmetro dos pneus e à classificação residual. Juntou prospectos com especificações técnicas do uso de pneus, fixadas pelos fabricantes de automotores, que comprovam que eles possuem características técnicas que ditam a sua destinação comercial. Como não possuem as dimensões expressas no Item 4011.20.11, seguem para o Item 4011.20.90. Alegou que “o código indicado pela fiscalização engloba os veículos para recreio e não para uso comercial”. Repete que o micro ônibus é um veículo com capacidade inferior a 20 Fl. 259DF CARF MF 6 passageiros, mas superior a 8, enquanto a camionete é o caminhão com capacidade inferior a 3.5 toneladas. Citou, ainda, as IN/SRF n° 80, de 27.12.1996, c/c a 24, de 27.02.1998, que dispõem sobre a Nomenclatura de Valor Estatístico (NVE), argumentando que as especificações das mercadorias importadas devem ser observadas para fins de classificação: Subposição 4011.20.90 (NVE1) referese aos pneus utilizados em ônibus ou caminhões; no caso de especificação que não esteja destacada na NVE, relativa a determinado atributo da mercadoria importada, o importador deverá utilizar a especificação genérica outros, identificandoa precisamente na sub ficha de descrição detalhada da mercadoria. Por essa razão, o importador utilizou a NVE2, com a especificação 9999 “Outros”, para os pneumáticos que apresentavam as referências 225/70 R15 C 112/110R TL (art. 3º, § 2º, da INSRF 80/96). As notas da tabela TIPI não mencionam a dimensão/capacidade de carga de um caminhão. Assim, foi utilizada a definição do artigo 10 da INSRF nº 237/2002: “I caminhões chassi, como os veículos de capacidade de carga útil igual ou superior a 1.800 kg; classificados na posição 87.04 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto n° 4.070, de 28'de dezembro de 2001, providos de chassi com motor e de cabina justaposta ao compartimento de carga; “II caminhões monobloco, como os veículos de capacidade de carga útil igual ou superior a 1.500 kg, enquadrados na posição 8704 da TIPI, com cabina e compartimento de carga inseparáveis, constituindo um corpo único, tal como projetado e concebido; III carga útil, como o peso da carga máxima prevista para o veículo, considerado o peso do condutor, do passageiro e do reservatório de combustível cheio.” Verificase, então, que, além do critério de peso bruto utilizado pelo CTB, a Receita Federal usou o critério da capacidade de carga e da posição da cabina para definir caminhão. Reanalisando a Tabela TIPI, podemos verificar que a posição 8704, conforme a INSRF 237/2002, classifica os caminhões monobloco na Subposição 8704.21 “De peso em carga máxima não superior a 5 toneladas”; 8704.21.10 “Chassis com motor e cabina” “Ex 01 De camionetas, furgões, "pickups" e semelhantes”. Combinando a classificação da Tabela TIPI, com o disposto na IN/SRF 237/2002, verificamos que a própria Receita Federal entende que os caminhões monoblocos nada mais são que pequenos caminhões. Caminhões de carga máxima não superior a 5 toneladas, de capacidade de carga útil igual ou superior a 1.500 kg, com cabina e compartimento de carga inseparáveis, mas caminhões. Então, os pneus com a especificação em questão possuem clara destinação comercial para caminhões leves ou monobloco. Fl. 260DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 258 7 O pneu 225/70 RISC AGILIS81 TL 112R destinase ao veículo Sprinter Chassi 313, da MercedesBenz, CDI, de peso total bruto equivalente a 3.550 kg, e que possui capacidade de carga útil de 1.875 toneladas. Ressaltamos que o veículo indicado pela própria MercedesBenz consta em seu site como veículo comercial leve. Certamente “a alegação do Fisco será que de os pneus aqui relacionados podem ser usados em veículos de recreio e não somente em veículos de destinação comercial”; em “...veículos utilitários esportivos, que ultrapassam as dimensões e capacidade de um automóvel em seu sentido clássico, mas que não chegam a ser classificados como veículos coletivos ou de transporte de cargas”. Cita ementa da 3ª.Câmara do antigo Conselho de Contribuinte, sobre a matéria. 3) Do Certificado de Origem: De acordo com o art. 9° do anexo IV do Decreto 5.361, de janeiro de 2005, (Acordo de Complementação Econômica n° 59), certificado de origem é o documento que certifica que as mercadorias cumprem as disposições sobre a origem do presente Regime. Esse certificado ampara uma única operação de importação de uma ou várias mercadorias e a sua versão original deve acompanhar a documentação, no momento de tramitar o despacho aduaneiro. Foi emitido o competente Certificado de Origem, acobertando a mercadoria. Ocorre que o referido certificado foi expedido contendo um erro, meramente material, involuntário, e que em nada prejudicava a sua compreensão ou denota suspeita de fraude, uma vez que atesta a origem da mercadoria, O erro em questão se deu por um equívoco datilográfico, fazendo com que constasse no Certificado a posição 4011.10.00 (pneumáticos novos de borracha, dos tipos utilizados em automóveis de passageiros, enquanto que a classificação correta e utilizada na Declaração de Importação foi 4011.20.00 (pneumáticos novos de borracha, dos tipos utilizados em ônibus ou caminhões). De acordo com o Anexo IV do ACE 59, erro material consiste em erros que não afetam qualificação de origem da mercadoria, e conforme se pode verificar da cópia do Certificado de Origem anexa à defesa, o erro ocorrido em nada prejudicou a qualificação da origem da mercadoria. Ainda assim, cumprindo o disposto no Anexo IV do ACE 59, a impugnante corrigiu o certificado de origem, fazendo constar o código 4011.20.00. Entretanto, por conter erro, e repitase erro meramente material, o Certificado não foi considerado, fazendo com que a impugnante perdesse seu tratamento preferencial, que consistia na redução de 100%, (cem por cento) do Imposto de Importação, mesmo o erro tendo sido corrigido com a emissão de um novo certificado de origem, obedecendo ao disposto no Fl. 261DF CARF MF 8 Anexo IV do ACE 59, o que deveria, de pronto, eximir a empresa de quaisquer sanção. Cita ementa do antigo Conselho de Contribuintes sobre erro material. 4) Do pedido de realização de prova pericial: Em conformidade com a dicção do artigo 16, inciso IV, do decreto 70.235/72, vem a impugnante requerer a produção de prova técnica, a fim de poder demonstrar a essa autoridade julgadora, o correto procedimento efetuado. Assim, com intuito de auxiliar nos esclarecimentos dos fatos, são elaborados, no presente momento, os seguintes quesitos a serem respondidos pelo perito técnico a ser designado: 1 Queira o Sr. Perito informar para qual veiculo a empresa MERCEDEZBENZ indica a utilização do pneu de referencia 225/70 R15C Agilis81 11 112R, bem como, descrever as características do veículo; 2 Queira o Sr. Perito, se entender cabível, acrescentar qualquer dado necessário ao deslinde da questão. Indica como peritos auxiliares, para pneumáticos de automóveis de passageiros, o Sr. Flávio Rotheia Sant'Ana Renato Silva, Engenheiro Industrial Mecânica, solteiro, inscrito sob nº 425.616.80606 e RG 2.346.905 SSP/MG e, para os pneumáticos de ônibus e caminhões, o Sr. Paulino Souza Padilha, Gerente de Marketing para pneus de cargas da Michelin Brasil, casado, inscrito no CPF sob o nº 330.583.699 72 e KG 1.432.66E SSP/PR, todos com endereço profissional na Avenida das Américas, 700, bloco 4 Barra da Tijuca Rio de Janeiro. 5) Do Pedido: Por todo o exposto, requer seja declarada improcedente a ação fiscal, em sua totalidade, nos termos do art. 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/72, combinado com o art. 53 da Lei nº 9.784/99, visto que a classificação adotada para o produto importado, qual seja, o código NCM/T1PI 40.11.20.90 é a correta, por se tratar de pneu com especificação que indica o seu uso em veículos comerciais leves, de transporte de cargas e passageiros. Reitera, ainda, a realização de prova técnica, através de perícia técnica quanto à destinação e utilização dos pneus arrolados nos presentes autos de infração." A decisão de primeira instância da DRJ/SP foi publicada com a seguinte Ementa: "ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 15/09/2008 Classificação fiscal. Regras de Interpretação. Tributos Fl. 262DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 259 9 As Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado e as Regras Gerais Complementares são o suporte legal para a classificação de mercadorias na Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) Tarifa Externa Comum (TEC) e na Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). Pneumáticos novos, radiais, de borracha, para camionetas, furgões, vans, utilitários esportivos etc., classificamse no código da NCM/NBM 4011.99.90. II, IPI, Cofins e PIS. Multa de ofício. A reclassificação das mercadorias ensejou a cobrança do II e das diferenças do IPI e das contribuições sociais, acrescidas de juros e multa de ofício. Controle administrativo das importações. Falta de licenciamento. Multa de 30% sobre o valor aduaneiro das mercadorias importadas. A importação de mercadorias está sujeita, na forma da legislação específica, a licenciamento que ocorrerá de forma automática ou não, por meio do Siscomex, sob a responsabilidade exclusiva da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). A desclassificação das mercadorias importadas gerou infração ao controle administrativo das importações porque quando da sua reclassificação em código diverso da NCM/NBM não estavam acobertadas pelo competente licenciamento, considerando, o fato de estarem descritas nos documentos de importação erroneamente, com falta de elementos necessários à sua correta identificação e classificação tarifária. Classificação incorreta das mercadorias na NCM. Multa de 1% sobre o seu valor aduaneiro. Pela classificação incorreta das mercadorias na NCM, cabe a aplicação da multa de 1% proporcional ao seu valor aduaneiro. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido." O processo digital foi distribuído e pautado nos moldes do regimento interno vigente. Relatório proferido. Voto Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima Relator. Fl. 263DF CARF MF 10 Conforme o Direito Tributário, a legislação, os fatos, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme Portaria de condução e Regimento Interno, apresentase este voto. Por conter matéria preventa desta 3.º Seção de julgamento deste Conselho e presentes os requisitos de admissibilidade, o tempestivo Recurso Voluntário deve ser conhecido. O contribuinte foi devidamente intimado do lançamento e apresentou sua impugnação, tudo nos moldes do Art. 142 do CTN e demais dispositivos correlatos do Decreto 70.235/72 e legislação pertinente. Portanto, em acordo com o disposto no Art. 59 do Drceto 70.235/72, o presente processo administrativo fiscal deve seguir para o julgamento do mérito, porque não há prejuízo. Como foi muito bem registrado no voto do conselheiro Marcelo Giovani, no Acórdão de n.º 3201002.874, que por unanimidade deu provimento ao recurso deste mesmo contribuinte para a classificação do mesmo produto, a mercadoria descrita como Pneus novos de borracha código 225/70R15C AGILIS 81 TL 112R marca Michelin, é classificada na posição TEC/TIPI 4011.20.90, visto que, sim, furgões, vans e caminhonetes são espécies de caminhões. Nesta linha de raciocínio, é importante reproduzir e utilizar como fundamento desta decisão algumas das razões de decidir do precedente mencionado, conforme segue: "Classificação Fiscal Pneus novos de borracha código 225/70R15C AGILIS 81 TL 112R marca Michelin A controvérsia está em classificar esta mercadoria no código 4011.20.90, como quer o contribuinte, ou no código 4011.99.90, adotado pelo Fisco. (...) A recorrente sustenta que tais pneus são destinados a furgões e caminhões de pequeno porte, e tal destinação estaria abrangida pelo texto da subposição 4011.20 – “dos tipos usados em ônibus e caminhões”.. A Solução de Consulta 9ª RF, tratando de pneus semelhantes, pesquisou os catálogos de diversos fabricantes, e mostrou que todos eles separam as categorias de pneus destinados a caminhonetes, furgões, SUV´s e semelhantes, dos pneus destinados a ônibus e caminhões. Dos catálogos anexos, referentes ao pneu em foco, verificase que são destinados a furgões, caminhonetes, etc. Conclui a solução de Consulta, então, que a mercadoria não é destinada a ônibus e caminhões, e portanto, não pode ser classificada no código 4011.20.90. Não havendo outra subposição específica, adotouse a subposição residual 4011.99.90 – outros. Fl. 264DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 260 11 Todavia, o Sistema Harmonizado possui classificação oficial para definir os caminhões e ônibus, e inclui os furgões e caminhonetes como espécies de caminhões. Nesse sentido, adoto, por muito percuciente, o excelente voto condutor do acórdão DRJ/Florianópolis/SC 0730.385/ 2013, da lavra do auditorfiscal, então julgador na DRJ, Orlando Rutigliani Berri, hoje Conselheiro Suplente desta 3ª Seção do Carf, o qual analisou a mesma mercadoria, da mesma empresa, no âmbito do processo 12466.001558/200961, noticiado pela recorrente: Dos trechos transcritos das citadas soluções de consulta depreendese que a reclassificação fiscal para o código NCM 4011.99.90 da TIPI/TEC teve motivação nas respostas aos questionamentos feitos à Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), em especial, na conclusão de que os pneus objetos das consultas se enquadravam na categoria de “pneus para camionetas”, formulação essa adotada também pela Associação Latino Americana de Pneus e Aros (ALAPA), dentre outras organizações internacionais e pelos sítios da Internet na “web” dos três maiores fabricantes/importadores (Michelin, Pirelli e Goodyear), uma vez que especificam uma categoria ou subcategoria para os pneumáticos para ônibus e caminhões, não fazendo qualquer associação com os pneus para camionetas, pickups, vans, furgões, etc.; como no caso da Michelin, que inclui os pneus para furgões no grupo de pneus destinados a “carros e caminhonetes” e da Pirelli, que os relaciona na subcategoria de pneus destinados para “automóveis”. Nos limites impostos pela presente lide, importa verificar se os veículos destinatários dos pneus importados, das referencias 225/70 R15 C 112/110R TL AGILIS81 1 e 195/75 R16 C 107/105R TL AGILIS81 GRNX, ambos da marca Michelin, a exemplo do MercedesBenz, modelo Sprinter Chassi 313 CDI e do Iveco, modelos Daily 40.13, 50.13 e 55C16 (fls. 161 a 167) são camionetas ou similares, segundo alude a fiscalização nos autos de infração ou caminhões monoblocos (furgões), conforme entende a autuada ou, de outra forma ainda, se pertencem a uma categoria diversa, pois não subsistem quaisquer dúvidas que um tipo é um pneumático de construção radial, destinado ao uso comercial, com 225 mm de largura nominal e uma relação entre a largura e a altura nominal igual a 70, com 15 polegadas de diâmetro interno (aro), capaz de suportar até 1120 kg. de carga e velocidade máxima de 170 km/h (fl. 98) e o outro um pneumático de construção radial, destinado ao uso comercial, com 195 mm de largura nominal e uma relação entre a largura e a altura nominal igual a 75, com 16 polegadas de diâmetro interno (aro), capaz de suportar até 1060 kg. de carga e velocidade máxima de 160 km/h (fl. 105). Portanto, em função da controvérsia suscitada nesses autos, é salutar transcrever os textos da posição 8704, de suas subposições e de trechos mais relevantes de suas Nesh: Fl. 265DF CARF MF 12 8704 VEÍCULOS AUTOMÓVEIS PARA TRANSPORTE DE MERCADORIAS (...) 8704.2 Outros, com motor de pistão, de ignição por compressão (diesel ou semidiesel) 8704.21 De peso em carga máxima não superior a 5 toneladas 8704.21.10 Chassis com motor e cabina Ex 01 De camionetas, furgões, "pickups" e semelhantes 8704.21.20 Com caixa basculante Ex 01 Camionetas, furgões, "pickups" e semelhantes8704.21.30 Frigoríficos ou isotérmicos Ex 01 Camionetas, furgões, "pickups" e semelhantes 8704.21.90 Outros Ex 01 Camionetas, furgões, "pickups" e semelhantes Ex 02 Carroforte para transporte de valores 8704.22 De peso em carga máxima superior a 5 toneladas, mas não superior a 20 toneladas (...) 8704.23 De peso em carga máxima superior a 20 toneladas 8704.23.10 Chassis com motor e cabina 8704.23.20 Com caixa basculante 8704.23.30 Frigoríficos ou isotérmicos 8704.23.90 Outros 8704.3 Outros, com motor de pistão, de ignição por centelha (faísca) 8704.31 De peso em carga máxima não superior a 5 toneladas 8704.31.10 Chassis com motor e cabina Ex 01 De caminhão 8704.31.20 Com caixa basculante Ex 01 Caminhão 8704.31.30 Frigoríficos ou isotérmicos Ex 01 Caminhão 8704.31.90 Outros Ex 01 Caminhão 8704.32 De peso em carga máxima superior a 5 toneladas 8704.32.10 Chassis com motor e cabina 8704.32.20 Com caixa basculante 8704.32.30 Frigoríficos ou isotérmicos 8704.32.90 Outros 8704.90.00 Outros Nota Explicativa Página 1734: A presente posição compreende especialmente: Os caminhões e camionetas comuns (de plataforma, com toldos, fechados, etc.), os veículos para entrega de qualquer tipo, os veículos para mudanças, os caminhões para descarga automática (de caixa basculante, etc.), os caminhõestanques mesmo equipados com bombas, os caminhõesfrigoríficos e os caminhões isotérmicos, os caminhões com pranchas sobrepostas para o transporte de garrafões de ácido, botijões de gás butano, etc., os caminhões de plataforma rebaixada e rampas de acesso para o transporte de material pesado (carros de combate, máquinas de elevação ou de terraplenagem, transformadores elétricos, etc.), os caminhões especialmente concebidos para transporte de concreto (betão) excluídos os caminhões betoneiras da posição 87.05, etc., os caminhões para lixo, mesmo que possuam dispositivos para carregamento, compactação, umidificação, etc. A classificação de certos veículos automóveis na presente posição é determinada por certas características que indicam que são concebidos para o transporte de mercadorias e não para o de pessoas (posição 87.03). Estas características são especialmente úteis para determinar a classificação dos veículos automóveis em que o peso bruto é geralmente inferior a 5 Fl. 266DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 261 13 toneladas, que apresentem, quer uma parte traseira separada fechada, quer uma plataforma traseira aberta, utilizada geralmente para o transporte de mercadorias; estes veículos podem ser munidos, na parte traseira, de assentos do tipo banco, sem cintos de segurança nem pontos de amarração, nem acomodações para os passageiros, que são rebatíveis para as laterais a fim de permitir a utilização completa da plataforma para o transporte de mercadorias. Esta categoria de veículos automóveis compreende, especialmente, os denominados geralmente por veículos polivalentes (por exemplo, veículos do tipo furgão, veículos do tipo picape e certos veículos utilitários esportivos). Os elementos que seguem reportamse às características de concepção que os veículos desta espécie geralmente possuem e que se incluem na presente posição: a) Presença de assentos do tipo banco sem dispositivos de segurança (por exemplo, cintos de segurança ou pontos de ancoragem e acessórios destinados a instalálos) nem acomodações para os passageiros na parte traseira, atrás da parte reservada ao condutor e aos passageiros. Estes assentos podem, geralmente, ser rebatidos a fim de permitir a utilização completa, para o transporte de mercadorias, do espaço interior traseiro (veículos do tipo furgão) ou da plataforma separada (veículos do tipo picape); Página 1734 a: b) Presença de uma cabine separada para o condutor e os passageiros, bem como de uma plataforma aberta separada munida de laterais fixas e de uma tampa traseira rebatível (veículos do tipo picape); c) Ausência de janela nos dois painéis laterais traseiros; presença de uma ou várias portas deslizantes, normais ou basculantes, sem janelas, nos painéis laterais ou na traseira, a fim de permitir a carga e a descarga das mercadorias (veículos do tipo furgão); d) Presença de painel ou barreira permanente entre o habitáculo e a parte traseira; e) Ausência de elementos de conforto, de elementos de acabamento interior e de acessórios na plataforma de carga semelhantes aos que se encontram noshabitáculos dos automóveis de passageiros (por exemplo, tapetes, ventilação, iluminação interior, cinzeiros). (...) Os chassis de veículos automóveis, com motor, que possuem uma cabina, também se classificam na presente posição. (...) O peso em carga máxima é o peso total máximo de circulação, especificado pelo fabricante. Este peso compreende: o peso do veículo, o peso da carga máxima prevista, o peso do condutor e o reservatório de combustível cheio. Dos trechos reproduzidos da posição 8704 podemos deduzir que a exceção tarifária “Ex 01 De camionetas, furgões, “pickups” e Fl. 267DF CARF MF 14 semelhantes” está inserida apenas na subposição composta 8704.21, que comporta os veículos automotores destinados ao transporte de mercadorias, concebidos com motor de pistão, de ignição por compressão (diesel ou semidiesel), de peso em carga máxima inferior a 5 toneladas, evidenciando também que os veículos denominados merceologicamente como camionetas, furgões, “pickups” e similares são uma espécie de caminhão cuja carga máxima em peso não pode superar 5 toneladas. Ademais, as Nesh dessa posição igualmente determinam que a classificação desses tipos de veículos é determinada em função de algumas características que indicam ser concebidos para o transporte de mercadorias e não de pessoas, especialmente quando se trata de informar a classificação daqueles veículos cuja carga em peso bruto é inferior a 5 toneladas, o que nos permite concluir que nessa categoria de veículos automotores estão compreendidos os conhecidos também como polivalentes, ou seja, os furgões, picapes e até certos utilitários esportivos. Demais disso, corroborando com as Nesh, o material técnico que especifica os veículos que utilizam os pneus em apreço cabe destacar as seguintes características básicas: possuem componentes mecânicos, carroçaria com capacidade de carga superior a 1.500 kg e são compatíveis com o transporte de mercadorias em curtas, médias e longas distâncias. Por derradeiro, é de salientar que o conceito vulgar que se tem de “caminhão” é de um tipo veículo rodoviário de carga de no mínimo quatro rodas com cabine para o motorista separada da carroçaria de carga. Notese, entretanto, que esta separação da cabine, por si só, e ainda que fosse o caso dos autos, não é condição suficiente para definir um veículo rodoviário como “caminhão”, segundo o “Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa” e o “Petit Larouse Illustré”. “Caminhão Veículo automóvel, com quatro ou mais rodas, para transporte de carga.” Caminhão Veículo grande e forte que se usa para transportar mercadorias pesadas”. O segundo dicionário mencionado também define “caminhonetes” como sendo “caminhão pequeno, por vezes constituído por um chassis de automóvel de passageiros, de carga útil inferior a 1.500 kg”. Não bastasse o acima colacionado, a norma TB 152/1978 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), alterada para NBR 6067 após registro no IMETRO, define caminhão como sendo “um veículo de carga, com no mínimo quatro rodas, com carroçaria e destinado ao transporte de carga, com capacidade de carga útil superior a 1500 kg.” Somente para pontuar, afora a definição trazida pelos referidos dicionários, convém observar também que a transcrita norma técnica não exige carroçaria do tipo plataforma nem separação dessa carroçaria da cabina do condutor para que se considere um determinado veículo como sendo um “caminhão”, destacando, em especial, sua capacidade de transporte de carga. Fl. 268DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 262 15 Nessa linha de entendimento a Administração Tributária também já se manifestou quando dispôs sobre o conceito de caminhão chassi e de caminhão monobloco. É o que evidencia a Instrução Normativa SRF nº 237/2002 (DOU 06.11.2002), vejamos: O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 209 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº 259, de 24 de agosto de 2001, e tendo em vista o disposto no § 2º, inciso I, do art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, resolve: Art. 1º Para fins do disposto no § 2º, inciso I, do art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, entendese: I caminhões chassi, como os veículos de capacidade de carga útil igual ou superior a 1.800 kg, classificados na posição 87.04 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto nº 4.070, de 28 de dezembro de 2001, providos de chassi com motor e de cabina justaposta ao compartimento de carga; II caminhões monobloco, como os veículos de capacidade de carga útil igual ou superior a 1.500 kg, classificados na posição 87.04 da TIPI, com cabina e compartimento de carga inseparáveis, constituindo um corpo único, tal como projetado e concebido; III carga útil, como o peso da carga máxima prevista para o veículo, considerado o peso do condutor, do passageiro e do reservatório de combustível cheio. (...). Portanto, o Fisco, por meio de ato normativo complementar, também reconhece a procedência dos argumentos trazidos pela Impugnante. Em assim sendo, a designação genérica de “caminhão” deve ser adotada também para os veículos das marcas/modelos MercedesBenz, Sprinter Chassi 313 CDI e Iveco, Daily 40.13, 50.13 e 55C16, que são os destinatários dos pneus importados ao amparo das Adições 001 das DI’s 09/02545056, 09/03297455, 09/03645666 e 09/03650767 e da Adição 006 da DI 09/03040713, vez que atendem todas as exigências técnicas, comerciais e normativas para o seu enquadramento como caminhão, o que nos conduz à conclusão de que os respectivos pneumáticos importados, sob exame, por serem uma espécie do gênero pneus para ônibus e caminhões, uma vez que próprios para ser utilizado em caminhões chassi e/ou monobloco, conforme o texto da subposição NCM 4011.20 (do qual se infere a existência de mais de um tipo de pneu para ônibus e caminhões, bem assim que a capacidade de carga desses veículos não é determinante para sua regular classificação fiscal), classificamse no código NCM 4011.20.90 da TEC/TIPI, com arrimo na 1ª e 6ª RGI c/c RGC1. Sem reparos a fazer, adoto o entendimento esposado." Fl. 269DF CARF MF 16 A conclusão mais adequada, de acordo com o que dispõe a RG1 e a RG6, a posição 4011.20.90 é a mais adequada, por conter texto que corresponde à descrição da mercadoria e por ser mais específica do que a posição pretendida pela fiscalização (4011.99.90), conforme comparação exposta a seguir: (...) Diante do exposto, votase para que seja DADO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Voto proferido. (assinatura digital) Pedro Rinaldi de Oliveira Lima. Fl. 270DF CARF MF Processo nº 12466.004411/200841 Acórdão n.º 3201004.254 S3C2T1 Fl. 263 17 Fl. 271DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.973568/2009-83
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2001
SERVIÇOS HOSPITALARES. CARACTERIZAÇÃO.
À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão serviços hospitalares para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como clínicas.
Numero da decisão: 1401-002.981
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.966944/2009-83, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Livia de Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Sergio Abelson (Suplente convocado).
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001 SERVIÇOS HOSPITALARES. CARACTERIZAÇÃO. À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como clínicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10880.966944/200983, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Livia de Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Sergio Abelson (Suplente convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 97 35 68 /2 00 9- 83 Fl. 232DF CARF MF Processo nº 10880.973568/200983 Acórdão n.º 1401002.981 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP apresentado pela empresa no qual solicita a compensação de pretensos créditos relativos a pagamento a maior de IRPJ. A origem dos créditos, consoante informado pelo recorrente desde sua impugnação, baseiase no entendimento que, sendo empresa prestadora de serviços de elaboração de diagnósticos de Análise Patológica e Citologia Oncótica, estes seriam equivalentes aos serviços hospitalares prestados e, assim, ao invés de estar sujeito às alíquotas de lucro presumido no percentual de 32%, estaria submetida à alíquota de 8% para o IRPJ. Inicialmente, por conta do decidido no Despacho Decisório eletrônico a compensação realizada pela empresa acima identificada, não foi homologada por inexistência do crédito compensado, haja vista o pagamento relativo ao DARF ali discriminado, ter sido integralmente utilizado para quitar débito próprio, não restando crédito disponível. Cientificada do Despacho Decisório, a Contribuinte apresentou sua manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que, embora sua atividade de prestação de serviço médico hospital lhe assegurasse o recolhimento do IRPJ pela base presumida de 8%, recolheu, desde o início de suas atividades o IRPJ com base no lucro presumido, aplicando a base presumida de 32%. Que pela IN SRF 306/2003 e jurisprudência da época faz jus ao recolhimento de IRPJ utilizandose a base presumida de 8%. A 4ª Turma da DRJ/SP1 julgou improcedente a manifestação de inconformidade da empresa, conforme a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. IRPJ. LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇOS MÉDICOS. COMPLEMENTAÇÃO DE DIAGNÓSTICO. PATOLOGIA CIRÚRGICA E CITOPATOLOGIA. PERCENTUAL DE 32% SOBRE A RECEITA BRUTA MENSAL. INAPLICABILIDADE DA IN SRF N.° 306/2003. A IN SRF n.° 306/2003 foi revogada pela IN SRF n.° 480/2004, cuja eficácia retroage à data da publicação da Lei n.° 9.249/95, por se tratar de norma interpretativa (art. 106, I, do CTN). Cientificada da decisão da DRJ, apresentou recurso voluntário repetindo basicamente os argumentos apresentados na impugnação, acrescentando inúmeras ementas de julgados do CARF, decisões judiciais, todas favoráveis ao seu entendimento, além da decisão do STJ no REsp. nº 1.116.399. Tece longo arrazoado sobre a evolução da legislação acerca do tema, que deixo aqui de reproduzir em face de que tal assunto já encontrase pacificado no âmbito desta Turma. Após, conclui a Recorrente: Fl. 233DF CARF MF Processo nº 10880.973568/200983 Acórdão n.º 1401002.981 S1C4T1 Fl. 4 3 Diante do exposto, faz jus a Recorrente ao direito de recolher o IRPJ e CSLL com a alíquota reduzida, por estar enquadrada nos termos da Legislação que autoriza as empresas prestadores de "serviços hospitalares" a recolher tais tributos com a redução de aliquota de 32% para 8%, sendo imperativo o reconhecimento do crédito relativo ao recolhimento a maior do que 8%, devendo ainda, ser homologada a PER/DCOMP [...] por ser medida de Justiça! É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.979, de 18/10/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.966944/2009 83, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.979): "Transcrevo a seguir excertos do decidido por esta 1ª Turma, voto proferido pelo Conselheiro Abel Nunes de Oliveira Neto em sessão de 22/02/2018: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como clínicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito da recorrente de tributar suas receitas em relação ao IRPJ e à CSLL, pelas alíquotas Fl. 234DF CARF MF Processo nº 10880.973568/200983 Acórdão n.º 1401002.981 S1C4T1 Fl. 5 4 reduzidas de 8% e 12% respectivamente, na forma Lei nº 9.249/95, art. 15, III, "a" e art. 20. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator. Voto [...] Em contrapartida, verificase a existência de Recurso Repetitivo nº 217, do STJ que, tratando do assunto, assim dispôs sobre os serviços hospitalares sujeitos à alíquota reduzida do lucro presumido. Vejase que o critério apresentado pelo STJ, seguindo o critério da Lei nº9.249/95, é simples e objetivo. São enquadrados como serviços hospitalares os serviços de atendimento à saúde independentemente do local de prestação, excluindose, apenas, os serviços de simples consulta que não se identificam com as atividades prestadas em âmbito hospitalar. [...] A decisão proferida pelo STJ, aplicável ao caso dos autos, trata a norma redutora da alíquota de forma objetiva. Assim, o serviço que tenha natureza hospitalar, qual seja, diagnóstico, tratamento, internação, quer seja desenvolvido nos hospitais ou fora deles, com exceção apenas das simples consultas, devem ser considerados serviços hospitalares e, assim, estão sujeitos à alíquota reduzida estabelecida pela Lei nº 9.249/95, art. 15, III, "a" e art.20. Fl. 235DF CARF MF Processo nº 10880.973568/200983 Acórdão n.º 1401002.981 S1C4T1 Fl. 6 5 Comungam deste entendimento os seguintes julgados, inclusive desta mesma câmara em época anterior à entrada deste relator no colegiado. "Acórdão nº 1401001.434 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de dezembro de 2015 Matéria Imposto de Renda Pessoa Jurídica Recorrente Instituto Guaçuano de Orrino laringologia S/S Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício:2006 SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como clínicas. "Acórdão nº 1401001.433 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de dezembro de 2015 Matéria Imposto de Renda Pessoa Jurídica Recorrente Hemoclínica Serviços de Hemoterapia Ltda. Ltda. Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:2006, 2007, 2008 e 2009 SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como hemoclínicas. Fl. 236DF CARF MF Processo nº 10880.973568/200983 Acórdão n.º 1401002.981 S1C4T1 Fl. 7 6 Acórdão nº 9101001 –1ª Turma Sessão de 23 de janeiro de 2013 Matéria IRPJ Exercícios 1999 a 2001 Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CAMP IMAGEM NUCLEAR S/C LTDA. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ No julgamento do Recurso Especial nº 1.116.399/BA (2009/00064810), na sistemática dos recursos especiais repetitivos, o STJ decidiu que a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei nº9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde)." Do exposto, comungando do entendimento exposado pelo STJ no sentido de que a redução de alíquota tem caráter objetivo em razão do tipo de serviços prestados pela empresa. [...] Assim, verificandose que o contribuinte exerce especificamente atividades de serviços de elaboração de diagnósticos de Análise Patológica e Citologia Oncótica, atividades essas que estão incluídas no conceito de serviços de atendimento à saúde, voto no sentido de dar provimento ao recurso, cabendo à Unidade de Origem a conferência dos valores." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 237DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.005543/2009-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2004, 2005
NÃO RETENÇÃO E NÃO RECOLHIMENTO. EXIGÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO E JUROS ISOLADOS.
Constatada a falta de retenção do imposto, que tiver a natureza de antecipação, após a data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, no caso de pessoa física, e, após da data prevista para o encerramento do período de apuração em que o rendimento for tributado, seja trimestral, mensal estimado ou anual, no caso de pessoa jurídica, serão exigidos da fonte pagadora, a multa de ofício e os juros de mora isolados.
Numero da decisão: 2301-005.700
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Freitas de Souza Costa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa, Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, João Maurício Vital, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Sávio Nastureles, , e Alexandre Evaristo Pinto.
Nome do relator: MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 2004, 2005 NÃO RETENÇÃO E NÃO RECOLHIMENTO. EXIGÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO E JUROS ISOLADOS. Constatada a falta de retenção do imposto, que tiver a natureza de antecipação, após a data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, no caso de pessoa física, e, após da data prevista para o encerramento do período de apuração em que o rendimento for tributado, seja trimestral, mensal estimado ou anual, no caso de pessoa jurídica, serão exigidos da fonte pagadora, a multa de ofício e os juros de mora isolados.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior - Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Freitas de Souza Costa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa, Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, João Maurício Vital, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Sávio Nastureles, , e Alexandre Evaristo Pinto.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1647; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C3T1 Fl. 743 1 742 S2C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.005543/200941 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2301005.700 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 4 de outubro de 2018 Matéria IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Recorrente SAVIEZZA PROPAGANDA, PUBLICIDADE E EVENTOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2004, 2005 NÃO RETENÇÃO E NÃO RECOLHIMENTO. EXIGÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO E JUROS ISOLADOS. Constatada a falta de retenção do imposto, que tiver a natureza de antecipação, após a data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, no caso de pessoa física, e, após da data prevista para o encerramento do período de apuração em que o rendimento for tributado, seja trimestral, mensal estimado ou anual, no caso de pessoa jurídica, serão exigidos da fonte pagadora, a multa de ofício e os juros de mora isolados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Freitas de Souza Costa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa, Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, João Maurício Vital, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Sávio Nastureles, , e Alexandre Evaristo Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 55 43 /2 00 9- 41 Fl. 743DF CARF MF 2 Relatório Tratase de auto de infração lavrado contra o contribuinte acima identificado em face da não retenção e recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) no período compreendido entre 01/2004 e 12/2005. De acordo com a fiscalização a autuada efetuava pagamentos indiretos com a intermediação da empresa Incentive House – emissora do cartão de crédito denominado Flexcard – para remunerar indiretamente parte de seus empregados e terceiros sem vinculo empregatício. Sobre tais pagamentos, realizados a título de “premiação”, a contribuinte autuada não teria promovido as devidas retenções do imposto de renda na fonte. Em virtude desta constatação houve a aplicação da multa e juros isolados constantes do presente auto de infração. Inconformada, a autuada apresentou impugnação, tendo a DRJ de Florianópolis julgado procedente o lançamento, cuja decisão restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2004, 2005 NÃO RETENÇÃO E NÃO RECOLHIMENTO. EXIGÊNCIA DE MULTA DE OFÍCIO E JUROS ISOLADOS. Constatada a falta de retenção do imposto, que tiver a natureza de antecipação, após a data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual, no caso de pessoa física, e, após da data prevista para o encerramento do período de apuração em que o rendimento for tributado, seja trimestral, mensal estimado ou anual, no caso de pessoa jurídica, serão exigidos da fonte pagadora, a multa de ofício e os juros de mora isolados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2004, 2005 JUROS ISOLADOS. MATÉRIA NÃO EXPRESSAMENTE CONTESTADA PRECLUSÃO ADMINISTRATIVA. Considerarseá não impugnada e, portanto, precluso o direito de contestação administrativa, a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com referida decisão, a contribuinte apresenta recurso a este conselho, reiterando os argumentos contidos na impugnação onde alega em síntese: Que o dispositivo legal indicado para fundamentar o lançamento fiscal não seria atinente ao caso, devendose,pois, anular o lançamento, já que o dispositivo em comento Fl. 744DF CARF MF Processo nº 10830.005543/200941 Acórdão n.º 2301005.700 S2C3T1 Fl. 744 3 versa sobre multa punitiva em face da não retenção e falta de recolhimento do tributo à época apropriada e deverá ser cobrada em conjunto com o imposto devido. Por sua vez, o tributo devido não poderá ser cobrado da fonte pagadora após o prazo de entrega da declaração de ajuste anual, conforme parecer da própria Secretaria da Receita Federal. Cita Parecer Normativo Cosit nº 1, de 24/09/2002. Defende que no caso em apreço não se trata de multa isolada cobrada independentemente da obrigação principal. Logo, tendo a fiscalização sido iniciada após o término do prazo para a entrega de declaração de ajuste anual, não poderá cobrar a obrigação principal e, por via reflexa, acaba por afastar a multa punitiva imposta à recorrente, pois, descabe a exigência de multa isolada do imposto de renda. Requer a reforma da decisão de primeira instância declarandose improcedente a autuação. É o relatório. Voto Conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa Relator. O recurso é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Temos no presente caso que a recorrente não contesta a natureza tributária dos valores que a fiscalização entendeu como sendo verbas remuneratórias e, portanto, sujeitos a incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte. A insurgência ocorre tão somente quanto a aplicação da multa isolada desacompanhada da obrigação principal e ainda, que o tributo devido não poderá ser cobrado da fonte pagadora após o prazo de entrega da declaração de ajuste anual, conforme Parecer Normativo Cosit nº 1, de 24/09/2002 . Embora a recorrente cite o parecer supra mencionado, transcreve apenas trecho deste, deixando de fazer uma análise mais detida quanto às justificativas e as conclusões nele expressas. Vejamos então a justificativa: Dúvidas têm sido suscitadas no âmbito da Secretaria da Receita Federal acerca da responsabilidade tributária, no caso de pagamento de rendimentos sujeitos ao imposto de renda na fonte. Com vistas a solucionar a questão, no presente parecer serão abordados os seguintes pontos: a caracterização da responsabilidade da fonte pagadora à luz da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN); o tratamento tributário nos casos de imposto de renda retido exclusivamente na fonte e de imposto retido na fonte por antecipação do devido na declaração da pessoa física ou, no caso de pessoa jurídica, do devido no encerramento do período de apuração em que o rendimento for tributado, seja trimestral, Fl. 745DF CARF MF 4 mensal estimado ou anual; quais as multas aplicáveis à fonte pagadora, na hipótese de nãoretenção do imposto, e ao contribuinte pelo nãooferecimento do rendimento à tributação; a responsabilidade tributária no caso de nãoretenção por força de decisão judicial; e imposto retido e não recolhido. No texto do Parecer Cosit nº 01/2002, é citada a Lei 10.426/02, também utilizada no lançamento ora em análise. Lei nº 10.426, de 2002 " Art. 9º Sujeitase às multas de que tratam os incisos I e II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, a fonte pagadora obrigada a reter tributo ou contribuição, no caso de falta de retenção ou recolhimento, ou recolhimento após o prazo fixado, sem o acréscimo de multa moratória, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição que deixar de ser retida ou recolhida, ou que for recolhida após o prazo fixado." RIR/1999 " Art. 957. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de imposto (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44): I de setenta e cinco por cento nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II de cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Parágrafo único. As multas de que trata este artigo serão exigidas (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, § 1º): I juntamente com o imposto, quando não houver sido anteriormente pago; II isoladamente, quando o imposto houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; (...)." Já em seu item 16, o parecer esclarece que a responsabilidade pelo pagamento do imposto é sim do contribuinte, porém também define qual responsabilidade recairá sobre a fonte pagadora que deixou de efetuar a retenção e o recolhimento, conforme se observa abaixo: (...) Fl. 746DF CARF MF Processo nº 10830.005543/200941 Acórdão n.º 2301005.700 S2C3T1 Fl. 745 5 16. Após o prazo final fixado para a entrega da declaração, no caso de pessoa física, ou, após a data prevista para o encerramento do período de apuração em que o rendimento for tributado, seja trimestral, mensal estimado ou anual, no caso de pessoa jurídica, a responsabilidade pelo pagamento do imposto passa a ser do contribuinte. Assim, conforme previsto no art. 957 do RIR/1999 e no art. 9º da Lei nº 10.426, de 2002, constatandose que o contribuinte: a) não submeteu o rendimento à tributação, serlheão exigidos o imposto suplementar, os juros de mora e a multa de ofício, e, da fonte pagadora, a multa de ofício e os juros de mora;(grifei) (...) Como se depreende acima, embora o imposto passe a ser exigido do contribuinte, há uma penalidade definida àquele que deixou e efetuar a retenção, qual seja, a multa e juros objeto do presente lançamento. Há que se falar que, em nenhum momento a legislação vinculou a aplicação da multa ao lançamento da obrigação principal, até porque, este deverá recair sobre o contribuinte e não à fonte pagadora. Ante ao exposto, voto no sentido de conhecer do recurso e no mérito negar lhe provimento. (assinado digitalmente) Marcelo Freitas de Souza Costa . Fl. 747DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.900615/2016-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2011
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte.
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização de parte do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
JUROS DE MORA. SELIC. MULTAS EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 108.
Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.756
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2011 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização de parte do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. SELIC. MULTAS EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 108. Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COFINS Recorrente KEKO ACESSORIOS S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2011 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização de parte do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. SELIC. MULTAS EM LANÇAMENTO DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. SÚMULA CARF Nº 108. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 06 15 /2 01 6- 91 Fl. 167DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 2 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, rejeitando as preliminares da defesa e não homologando as compensações apresentadas por não reconhecer o direito creditório postulado. O Despacho Decisório considerou que o crédito informado no PER/DCOMP foi parcialmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, restando saldo disponível inferior ao crédito pretendido, insuficiente para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Em manifestação de inconformidade alegou preliminarmente a Contribuinte que é legítima detentora de créditos apresentados para compensação originados de pagamentos realizados de maneira indevida ou a maior e o despacho decisório, que não reconheceu o direito creditório e deixou de homologar a compensação deve ser declarado nulo em razão de: i)Ausência de fundamentação, resultando em desvio de finalidade na busca pela verdade material, uma vez que não foi diligenciado para aferição do crédito pleiteado e não intimou a Contribuinte a prestar informações; Fl. 168DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 3 ii) É dever da Autoridade fiscal, por aplicação do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações ao Contribuinte, apreensão de documentos fiscais, diligências até a sede da Empresa, entre outros expedientes; iii) Não foi respeitado o contraditório, o devido processo legal e a ampla defesa. No mérito, alegou a Contribuinte que: iv) Deve ser possibilitada posterior juntada de documentos que comprovem as alegações trazidas em manifestação de inconformidade, em respeito ao princípio administrativo da verdade material, possibilitando a comprovação do direito creditório; v) É ilegal e inconstitucional a multa aplicada sobre o montante do tributo devido, devendo ser aplicados os princípios constitucionais do não confisco, razoabilidade e proporcionalidade; vi) O percentual de multa aplicado para o caso de descumprimento de obrigação principal, mesmo que expressamente previsto na legislação pertinente, deveria sempre guardar proporção com o valor da prestação tributária exigida, bem como adequarse e/ou assemelharse aos novos critérios de aplicação de multas estabelecidos para as relações contratuais que envolvem questões de direito privado. O Acórdão nº 02073.146 manteve o despacho decisório. Regularmente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs tempestivamente o Recurso Voluntário ora em apreço, onde repisa os argumentos expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.753, de 24 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 11020.900612/201658, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.753): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Fl. 169DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 4 Preliminar A Recorrente alega preliminarmente que o despacho decisório é nulo por não ser fundamentado e ferir os princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, resultando em desvio de finalidade. Sem razão. Está correta a decisão recorrida ao concluir pela aplicação do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Com a detida análise dos autos é possível constatar que tanto o PERD/COMP, quanto a Manifestação de Inconformidade e o Recurso Voluntário, não estão instruídos com documentos passíveis de corroborar com as alegações da defesa. Ao invés de comprovar a certeza e liquidez ou, ainda, proceder à retificação da DCTF, demonstrando a suficiência do direito creditório para contrapor ao despacho decisório que não homologou a compensação, a Recorrente cingiuse em alegar a ausência das razões da não homologação, invocando os Princípios Constitucionais do Contraditório, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, atribuindo o ônus da prova à Autoridade Fazendária. Ao contrário do que alega a Recorrente, aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Neste sentido, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 3401003.907, acatando por unanimidade o voto do Conselheiro Relator Augusto Fiel Jorge D'Oliveira ao negar provimento ao Recurso Voluntário interposto no Processo Administrativo Fiscal nº 13832.000095/9970, conforme Ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 30/06/1992 ÔNUS DA PROVA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem do indeferimento de pedido de restituição/compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 170DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 5 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. Transcrevese abaixo parte do fundamento que embasou o respeitável voto do julgado acima citado: Em se tratando de pedido de restituição combinado com pedido de compensação, é ônus do contribuinte provar que possui o direito de crédito e no montante por ele alegado, o que implica a guarda da documentação necessária para tanto não pelo prazo de 5 (cinco) anos da realização dos pagamentos, como pretende ver reconhecido o Recorrente, mas até o encerramento da discussão administrativa ou judicial em que pretende ver aquele direito de crédito reconhecido. Nesse sentido, vejam os dispositivos legais a seguir: CTN: "Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram". (grifos nossos) Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil): "Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados" . (grifos nossos) Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99): "Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (Decreto Lei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em Fl. 171DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 6 preceitos legais. (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 9º, §1º)". (grifos nossos) Neste caso, não se aplicam as hipóteses de nulidade previstas pelo artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972, uma vez que tanto o despacho decisório, quanto o acórdão recorrido estão motivados pela ausência de crédito suficiente para compensação com os débitos declarados. E não há que se falar em preterição do direito de defesa da Contribuinte. Portanto, afasto as preliminares invocadas no recurso em análise. Mérito Princípio da Verdade Material A Recorrente invoca o Princípio da Verdade Material para alegar que deveria o Agente Fiscal apurar os fatos independentemente de suposições ou indícios, possibilitando à manifestante a posterior juntada de documentos para comprovar o direito creditório. Com efeito, a busca pela verdade material deve prevalecer, possibilitando ao Contribuinte apresentar todos os meios de provas necessários para comprovação de seu direito. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente não apresentou qualquer documento passível de comprovar o direito alegado, tampouco procedeu à Retificação da DCTF no prazo concedido para manifestação de inconformidade. O Artigo 37 da Lei nº 9.430/1996 prevê que "Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios". Reiterase a aplicação do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 3302005.292, proferido pela 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Tribuna Administrativo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 Fl. 172DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 7 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA. INDEFERIMENTO. O direito creditório objeto de pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep será indeferido se o contribuinte não apresentar os documentos necessários a análise e confirmação do valor do crédito pleiteado/compensado. Para esse fim, o postulante deve apresentar à fiscalização, quando solicitado, os arquivos digitais e os documentos fiscais e contábeis necessários à comprovação dos créditos apropriados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 CRÉDITO ESCRITURAL DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS. DEDUÇÃO, RESSARCIMENTO OU COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento de crédito decorrente do regime não cumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, seja sob a forma de dedução, compensação ou ressarcimento, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros moratórios. COMPENSAÇÃO DECLARADA. ANÁLISE ANTES DE COMPLETADO O PRAZO DE CINCO ANOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há homologação tácita da compensação declarada quando o contribuinte é cientificado do despacho decisório não homologatório da compensação antes de completado o prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da correspondente declaração de compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.. IMPRESCINDIBILIDADE DA NOVA PROVA. INDEFERIMENTO. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E Fl. 173DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 8 ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No âmbito do processo administrativo fiscal, a produção da prova pericial somente se justifica nos casos a análise da prova exige conhecimento técnico especializado. Por não atender tal condição, a apreciação de documentos contábeis e fiscais prescinde de realização de perícia técnica. 2. O indeferimento de pedido de diligência ou perícia não configura vício de nulidade da decisão de primeira instância, por cerceamento ao direito de defesa, nos casos em que a autoridade julgadora, fundamentadamente, demonstra que a produção da prova pericial e realização da diligência eram desnecessárias e prescindíveis para o deslinde da controvérsia. DIREITO CREDITÓRIO. PROVA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO NA FASE PROCEDIMENTAL DE FORMA DELIBERADA E INTENCIONAL. PRINCÍPIO DO NEMO AUDITUR PROPRIAM TURPITUDINEM ALLEGANS. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA NA FASE RECURSAL. NÃO CABIMENTO. Se no curso do procedimento fiscal, após ser intimada e reintimada a recorrente, de forma deliberada e como estratégia de defesa, omitese de apresentar os arquivos digitais e a documentação contábil e fiscal necessária à apuração da certeza e liquidez do crédito da Cofins pleiteado, a reabertura da instrução probatória na fase recursal, inequivocamente, implicaria clara afronta ao princípio jurídico de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (ou nemo auditur propriam turpitudinem allegans). DESPACHO DECISÓRIO PROFERIDO POR AUTORIDADE COMPETENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA INEXISTENTE. NULIDADE. IMPOSSIBILIDAE. Não é passível de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e que contenha todos os fundamentos fáticos e jurídicos suficientes para o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, em que formalizado pedido de ressarcimento de direito creditório, o ônus da prova recai sobre o contribuinte autor pedido. Fl. 174DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 9 Recurso Voluntário Negado. Da alegação de Inaplicabilidade da multa em face do Princípio Constitucional do Não Confisco e dos Princípios Administrativos da Razoabilidade e da Proporcionalidade. A Recorrente questiona a multa aplicada, alegando tratarse de penalidade confiscatória, ilegal e inconstitucional. Alega que: O valor lançado a título de multa, flagrantemente ilegal como a seguir demonstrarseá, é manifestamente excessivo, ferindo, desta maneira o princípio constitucional do não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade. Neste contexto, é princípio básico que a pena, no caso a multa aplicada em face de infrações, não pode ultrapassar os estritos limites da lei – ou ainda, do direito como um todo valendo para o caso específico do direito tributário, a definição legal do tributo como insuscetível de servir como instrumento de penalização do contribuinte. (...) De outra banda, importa consignar que as obrigações acessórias, entre elas a multa, podem ter duas naturezas, sendo uma tributária e, neste caso, converterse em principal, e a outra de natureza punitiva, que, ipso jure, convertese também em principal. No primeiro caso, o que era princípio na legislação esparsa, convertese em mandamento constitucional e legal impeditivo da bitributação com a mesma base de cálculo, vedando o bis in idem a partir do mesmo fato gerador, expresso no art. 150, I da CF/88, antes focado. Ora ainda que tolerado durante a vigência da Constituição anterior e ainda que contrário ao princípio da tributação, o Código Tributário Nacional, como antes dito, mandava converter a obrigação acessória, qualquer que fosse sua natureza, administrativa ou punitiva, em obrigação principal. Contudo, a tolerância tinha origem na idéia de que a obrigação principal art. 113, 3º, do CTN surge com a ocorrência do fato gerador, e tinha por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também a penalidade pecuniária. (...) Assim, a multa em questão é totalmente inexigível, uma vez que fere explicitamente os princípios legais e constitucionais Fl. 175DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 10 acima referidos, devendo ser reformado o acórdão recorrido também neste ponto. Ocorre que o artigo 61 da Lei nº 9.430/1996 é taxativo ao estabelecer a fixação de juros de mora e multa: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A multa aplicada atende ao limite de 20% (vinte por cento) estabelecido pelo § 2º acima transcrito. Portanto, não há que se alegar caráter confiscatório, tampouco ausência de razoabilidade e proporcionalidade. Por outro lado, incide a Súmula CARF nº 2, uma vez que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Taxa Selic A Recorrente questiona a aplicação da Taxa Selic na correção do crédito tributário, argumentando pela ilegalidade do cálculo de juros moratórios sobre débitos tributários. Não assiste razão à Recorrente, considerando a incidência da Súmula CARF 108, que assim dispõe: Súmula CARF nº 108 Incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. Fl. 176DF CARF MF Processo nº 11020.900615/201691 Acórdão n.º 3402005.756 S3C4T2 Fl. 0 11 Portanto, deve ser mantida a decisão recorrida. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGO PROVIMENTO para manter na íntegra o acórdão recorrido. " Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 177DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.728868/2014-00
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/2009 a 30/09/2009
PIS E COFINS. DECADÊNCIA.
O prazo decadencial para o lançamento das contribuições sociais é de 5 anos, à vista do disposto na Súmula Vinculante nº 8, do STF, que declarou inconstitucional o art. 45 da lei nº 8.212/91. Por conseguinte, conforme o disposto no Parecer PGFN/CAT Nº 1.617/2008, em havendo pagamento antecipado da contribuição - ainda que parcial - e não se verificando a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o termo a quo para a contagem do prazo decadencial será a data de ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º , do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 1401-002.962
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza Gonçalves.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza Gonçalves.
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DECADÊNCIA. O prazo decadencial para o lançamento das contribuições sociais é de 5 anos, à vista do disposto na Súmula Vinculante nº 8, do STF, que declarou inconstitucional o art. 45 da lei nº 8.212/91. Por conseguinte, conforme o disposto no Parecer PGFN/CAT Nº 1.617/2008, em havendo pagamento antecipado da contribuição ainda que parcial e não se verificando a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o termo a quo para a contagem do prazo decadencial será a data de ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º , do Código Tributário Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Letícia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 88 68 /2 01 4- 00 Fl. 900DF CARF MF 2 Relatório Por bem retratar os fatos discutidos no presente processo, reproduzo o Relatório constante da decisão recorrida, consubstanciada no Acórdão nº 1677.850 6ª Turma da DRJ/SPO. 5. O processo em exame versa sobre um lançamento de Cofins e outro de Pis, ambos realizados em 04/12/2014 pela DELEX/São Paulo devido à insuficiência de recolhimento dos débitos dessas contribuições relativos ao mês de setembro de 2009. 6. O lançamento da Cofins foi formalizado no auto de infração anexo às fls. 698/699, cujos demonstrativos se acham nas fls. 700/703; já o do Pis deu origem ao auto de infração anexo às fls. 704/705, acompanhado dos demonstrativos juntados nas fls. 706/709. 7. O crédito tributário exigido — composto de principal, multa de ofício de 75% e juros moratórios — perfaz os montantes de R$ 6.811.432,25 no caso da Cofins e de R$ 1.478.797,79 no caso do Pis. 8. No Termo de Verificação Fiscal anexo às fls. 675/697, em que discorre longamente a respeito da legislação pertinente à matéria, a autoridade tributária esclarece que a autuação se deve ao fato de a contribuinte haver excluído indevidamente da base de cálculo dessas contribuições o valor de R$ 40.130.796,79, correspondente a receitas resultantes da utilização de prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL na liquidação de débitos tributários. 9. Tomando conhecimento da autuação por via postal em 10/12/2014 (fl. 713), apresentou a interessada em 09/01/2015 (fl. 715) — tempestivamente portanto — a impugnação anexa às fls. 716/734, acompanhada dos documentos reunidos nas fls. 735/826, na qual, valendose de vários argumentos, procura demonstrar que as receitas decorrentes do reconhecimento de prejuízos fiscais e bases negativas de períodos anteriores não podem ser alcançadas pela tributação. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo reconheceu, de ofício, a decadência da exigência autuada, cancelando, in totum, o Auto de Infração. A referida decisão foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/09/2009 a 30/09/2009 DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO Tendo em vista tratarse de matéria de ordem pública, cabe à autoridade julgadora reconhecer de ofício a decadência do direito de constituir o crédito tributário, sempre que fique comprovada nos autos. DECADÊNCIA No que respeita às contribuições sociais, o prazo decadencial para constituir o crédito tributário é de 5 anos, consoante a Súmula Vinculante nº 8, que declarou inconstitucional o art. 45 Fl. 901DF CARF MF Processo nº 10314.728868/201400 Acórdão n.º 1401002.962 S1C4T1 Fl. 901 3 da lei nº 8.212/91. Segundo o Parecer PGFN/CAT Nº 1.617/2008, havendo pagamento antecipado da contribuição — ainda que parcial — e não ocorrendo as hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o termo a quo será a data de ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, parágrafo 4o, do CTN. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/2009 a 30/09/2009 DECADÊNCIA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO Tendo em vista tratarse de matéria de ordem pública, cabe à autoridade julgadora reconhecer de ofício a decadência do direito de constituir o crédito tributário, sempre que fique comprovada nos autos. DECADÊNCIA No que respeita às contribuições sociais, o prazo decadencial para constituir o crédito tributário é de 5 anos, consoante a Súmula Vinculante nº 8, que declarou inconstitucional o art. 45 da lei nº 8.212/91. Segundo o Parecer PGFN/CAT Nº 1.617/2008, havendo pagamento antecipado da contribuição — ainda que parcial — e não ocorrendo as hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o termo a quo será a data de ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 150, parágrafo 4o, do CTN. Assim, por força do cancelamento da exigência, a DRJ/SPO recorreu de ofício de sua decisão, razão pela qual os presentes autos vieram a este Conselheiro para relatar e votar. É o Relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Relator. O Recurso de Ofício foi regularmente interposto e o crédito tributário exonerado está dentro dos limites de alçada fixados pela Portaria MF nº 63/2017, razão pela qual deve ser regularmente apreciado. A decisão de piso resolveu por exonerar a exigência ao reconhecer a decadência do direito do Fisco de realizar o lançamento das contribuições ao PIS e COFINS. Abaixo reproduzo o inteiro teor da decisão proferida pela DRJ/SPO: Da decadência Fl. 902DF CARF MF 4 12. Notese que, por tratarse de matéria de ordem pública, cabe a este órgão julgador reconhecer de ofício a decadência do direito de constituir o crédito tributário sempre que ficar comprovada nos autos. Assim, embora a defendente não aluda ao assunto, passo a examinálo. 13. Com o advento da Súmula Vinculante nº 8, publicada no Diário Oficial em 20/06/2008, que declarou inconstitucional o art. 45 da lei nº 8.212/91, o lançamento de ofício das contribuições sociais passou a sujeitarse às regras gerais de decadência instituídas pelo Código Tributário Nacional. 14. Com o objetivo de disciplinar a matéria na esfera administrativa, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional emitiu o Parecer PGFN/CAT nº 1.617/2008 — aprovado pelo Ministro da Fazenda em 18/08/2008 —, no qual, além de apresentar orientações gerais a respeito da aplicação da Súmula nº 8, discorre acerca das várias formas de contagem dos prazos de decadência e prescrição previstos no referido Código, detendose particularmente no exame dos artigos 150, parágrafo 4o, e 173, inc. I, sobre os quais se exprime nos seguintes termos: Parecer PGFN/CAT Nº 1.617/2008 “40. Do que, então, emerge mais uma conclusão: o pagamento antecipado da contribuição (ainda que parcial) suscita a aplicação da regra especial, isto é, do § 4º do art. 150 do CTN,; a inexistência de pagamento justifica a utilização da regra do art. 173 do CTN, para efeitos de fixação do dies a quo dos prazos de caducidade, projetados nas contribuições previdenciárias. Isto é, no que se refere à contagem dos prazos de decadência. Tal concepção, em princípio, pode ser aplicada para todos os tributos federais, e não somente, para as contribuições previdenciárias.” (O grifo e os negritos são meus) “49. Lembrando que nem toda a Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980, cuida somente de créditos tributários, e que, portanto, para efeitos daquela norma deve se atentar à especificidade dos créditos, as observações aqui elencadas promovem síntese pontual, da forma que segue: a) A Súmula Vinculante nº 8 não admite leitura que suscite interpretação restritiva, no sentido de não se aplicar efetivamente o prazo de decadência previsto no Código Tributário Nacional; é o regime de prazos do CTN que deve prevalecer, em desfavor de quaisquer outras orientações normativas, a exemplo das regras fulminadas; ............................................................................................... d) para fins de cômputo do prazo de decadência, não tendo havido qualquer pagamento, aplicase a regra do art. 173, inc. I do CTN, pouco importando se houve ou não declaração, contandose o prazo do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; e) para fins de cômputo do prazo de decadência, tendo havido pagamento antecipado, aplicase a regra do § 4º do art. 150 do CTN; f) para fins de cômputo do prazo de decadência, todas as vezes que comprovadas as hipóteses de dolo, fraude e simulação devese aplicar o modelo do inciso I, do art. 173, do CTN; “ (Os negritos são meus) 15. O texto transcrito esclarece portanto que, havendo pagamento, ainda que parcial, e não ocorrendo as hipóteses de dolo, fraude ou simulação, os tributos sujeitos a lançamento por homologação se subordinam ao disposto no art. 150, §4º, do CTN, segundo o qual o prazo de decadência começa a fluir a partir da ocorrência do fato gerador: Fl. 903DF CARF MF Processo nº 10314.728868/201400 Acórdão n.º 1401002.962 S1C4T1 Fl. 902 5 “ § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.” (Os negritos são meus) 16. Por outro lado, inexistindo pagamento ou verificada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, aplicase o disposto no art. 173, I do CTN, segundo o qual o início do prazo decadencial se dá no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido realizado: “Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue se após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;” 17. Assim, para definir qual a regra de decadência — e conseqüentemente o termo a quo — aplicável aos débitos em exame, é preciso verificar se houve antecipação de pagamento (ainda que parcial). 18. Ora, no caso em estudo, além de não haver notícia nos autos da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, podese afirmar com segurança que a contribuinte recolheu parte dos débitos de Pis e Cofins relativos ao mês de setembro de 2009, conforme revela pesquisa realizada no sistema SIEF (fls. 880/881), de modo que a regra decadencial a aplicar é a prevista no art.150, parágrafo 4°, do CTN. 19. Notese, apenas a título de esclarecimento, que este órgão julgador não pode furtarse à aplicação do referido dispositivo legal, visto tratarse de entendimento expresso pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional em parecer dotado de força normativa, o qual vincula a Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme dispõe o art. 42 da Lei Complementar nº 73, de 10/02/1993: “Art. 42. Os pareceres das Consultorias Jurídicas, aprovados pelo Ministro de Estado, pelo SecretárioGeral e pelos titulares das demais Secretarias da Presidência da República ou pelo Chefe do EstadoMaior das Forças Armadas, obrigam, também, os respectivos órgãos autônomos e entidades vinculadas.” 20. Assim, aplicandose ao caso a regra decadencial mencionada, verificase de pronto que os débitos em apreço, cujo fato gerador se deu em 30/09/2009, foram indiscutivelmente atingidos pela decadência em 01/10/2014, data anterior àquela em que o sujeito passivo tomou conhecimento da autuação (10/12/2014, segundo o AR reproduzido na fl. 713). 21. É necessário, portanto, exonerar integralmente os débitos lançados, assim como a respectiva multa de ofício, razão por que deixo de examinar os argumentos expendidos na impugnação. Conclusão 22. À vista do exposto, voto por julgar procedente a impugnação e exonerar integralmente o crédito tributário lançado. O raciocínio adotado pela DRJ/SPO está perfeito. Em relação ao IRPJ e seus reflexos (CSLL, PIS e COFINS), convém lembrar que são tributos sujeitos ao chamado lançamento por homologação, hipótese em que é atribuída ao sujeito passivo a obrigação de antecipar o pagamento sem qualquer exame prévio por parte Fl. 904DF CARF MF 6 das autoridades administrativas, conforme o disposto no Código Tributário Nacional, artigo 150, caput, abaixo reproduzido: Artigo 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Nesses casos, a própria lei confere ao contribuinte a responsabilidade de realizar o lançamento, que deverá, dentro do prazo de 05 (cinco) anos, ser submetido à homologação por parte da Autoridade Administrativa competente. Em não sendo realizada a homologação por parte da Administração tributária, considerarseá tacitamente válido o lançamento. Assim, após decorridos os 05 (cinco) anos, sem que tenha havido a homologação expressa por parte da Autoridade Administrativa, ou, ainda, a realização de lançamento de ofício em face dos mesmos fatos geradores, considerarseá definitivamente homologado o lançamento e extinto o respectivo crédito tributário, tudo conforme o disposto no inciso VII do artigo 156 do CTN. Artigo 156. Extinguem o crédito tributário: (...) VII o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º. O termo inicial da contagem do prazo decadencial nos casos de lançamentos por homologação foi objeto de longa discussão nos tribunais pátrios. A controvérsia cingiuse à aplicação do artigo 150, § 4º, do CTN, ou do artigo 173, I, do mesmo diploma legal. Enquanto o art. 150 determina que o prazo decadencial tem como termo inicial a data do fato gerador, o art. 173, inciso I estabelece que tal prazo se inicia no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. A matéria foi definitivamente resolvida pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de recursos repetitivos (artigo 543 do CPC), por ocasião do julgamento do Recurso Especial nº 973.733/SC (DJ de 18/09/2009), cuja decisão foi assim ementada: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou Fl. 905DF CARF MF Processo nº 10314.728868/201400 Acórdão n.º 1401002.962 S1C4T1 Fl. 903 7 simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial quinquenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Referida decisão consolidou o entendimento em relação ao termo inicial da contagem do prazo decadencial dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação (caso dos Fl. 906DF CARF MF 8 autos). Tal prazo deverá levar em conta a ocorrência ou não de pagamento antecipado e a verificação de fraude, dolo ou simulação. Assim, e considerando o disposto no art. 62, § 2º, do Regimento Interno do CARF, que vincula a atuação dos Conselheiros ao decidido pelos Tribunais Superiores, quando observada a sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, devese aplicar o artigo 150, §4º quando, cumulativamente, restar comprovado o pagamento antecipado pelo contribuinte e não houver a constatação do cometimento de fraude, dolo ou simulação. Não satisfeitas as referidas condições, aplicase o artigo 173, inciso I, do CTN. No caso concreto, não há alegação de dolo, fraude ou simulação, além de ter ficado comprovado o pagamento, tanto do PIS como da COFINS nos períodos de apuração objeto do Auto de Infração (setembro/2009), vide docs. de efls. 880/881. Assim, aplicável ao caso o disposto no art. 150, §4º, do CTN. Considerando que a ciência do lançamento deuse em 10/12/2014 (v. efls. 713), correto o entendimento da DRJ/SPO no sentido de que as cobranças do PIS e da COFINS relativas ao mês de setembro de 2009, foram fulminadas pela decadência. Por todo o exposto, nego provimento ao recurso de ofício. É como voto. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 907DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.900611/2016-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2014
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte.
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.726
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COFINS Recorrente KEKO ACESSORIOS S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2014 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 06 11 /2 01 6- 11 Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 2 Direito Creditório Não Reconhecido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, rejeitando as preliminares da defesa e não homologando as compensações apresentadas por não reconhecer o direito creditório postulado. O Despacho Decisório negou a homologação por considerar que o crédito informado no PER/DCOMP foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo remanescente para a compensação declarada, resultando na cobrança do valor consolidado correspondente aos débitos indevidamente compensados. Em manifestação de inconformidade alegou preliminarmente a Contribuinte que é legítima detentora de créditos apresentados para compensação originados de pagamentos realizados de maneira indevida e a maior, sendo que o despacho decisório impugnado deve ser declarado nulo em razão de: i)Ausência de fundamentação, resultando em desvio de finalidade na busca pela verdade material, uma vez que não foi diligenciado para aferição do crédito pleiteado e não intimou a Contribuinte a prestar informações; ii) É dever da Autoridade fiscal, por aplicação do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações ao Contribuinte, apreensão de documentos fiscais, diligências até a sede da Empresa, entre outros expedientes; Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 3 iii) Não foi respeitado o contraditório, o devido processo legal e a ampla defesa. No mérito, alegou a Contribuinte que: iv) Deve ser possibilitada posterior juntada de documentos que comprovem as alegações trazidas em manifestação de inconformidade, em respeito ao princípio administrativo da verdade material, possibilitando a comprovação do direito creditório; v) É ilegal e inconstitucional a multa aplicada sobre o montante do tributo devido, devendo ser aplicados os princípios constitucionais do não confisco, razoabilidade e proporcionalidade; vi) O percentual de multa aplicado para o caso de descumprimento de obrigação principal, mesmo que expressamente previsto na legislação pertinente, deveria sempre guardar proporção com o valor da prestação tributária exigida, bem como adequarse e/ou assemelharse aos novos critérios de aplicação de multas estabelecidos para as relações contratuais que envolvem questões de direito privado. O Acórdão nº 02073.116 considerou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada face a ausência de comprovação de direito creditório líquido e certo. Regularmente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs tempestivamente o Recurso Voluntário ora em apreço, onde repisa os argumentos expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.721, de 24 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 11020.900604/201610, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.721): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 4 Preliminares A Recorrente alega preliminarmente que o despacho decisório é nulo por não ser fundamentado e ferir aos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, resultando em desvio de finalidade. Sem razão. Está correta a decisão recorrida ao concluir pela aplicação do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Com a detida análise dos autos é possível constatar que tanto o PERD/COMP, quanto a Manifestação de Inconformidade e o Recurso Voluntário, não estão instruídos com documentos passíveis de corroborar com as alegações da defesa. Ao invés de comprovar a certeza e liquidez ou, ainda, proceder à retificação da DCTF, demonstrando a suficiência do direito creditório para contrapor ao despacho decisório que não homologou a compensação, a Recorrente cingiuse em alegar a ausência das razões da não homologação, invocando os Princípios Constitucionais do Contraditório, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, atribuindo o ônus da prova à Autoridade Fazendária. Ao contrário do que alega a Recorrente, aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Neste sentido, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 3401003.907, acatando por unanimidade o voto do Conselheiro Relator Augusto Fiel Jorge D'Oliveira ao negar provimento ao Recurso Voluntário interposto no Processo Administrativo Fiscal nº 13832.000095/9970, conforme Ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 30/06/1992 ÔNUS DA PROVA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem do indeferimento de pedido de restituição/compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 5 Transcrevese abaixo parte do fundamento que embasou o respeitável voto do julgado acima citado: Em se tratando de pedido de restituição combinado com pedido de compensação, é ônus do contribuinte provar que possui o direito de crédito e no montante por ele alegado, o que implica a guarda da documentação necessária para tanto não pelo prazo de 5 (cinco) anos da realização dos pagamentos, como pretende ver reconhecido o Recorrente, mas até o encerramento da discussão administrativa ou judicial em que pretende ver aquele direito de crédito reconhecido. Nesse sentido, vejam os dispositivos legais a seguir: CTN: "Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram". (grifos nossos) Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil): "Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados" . (grifos nossos) Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99): "Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 9º, §1º)". (grifos nossos) Neste caso, não se aplicam as hipóteses de nulidade previstas pelo artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972, uma vez que tanto o despacho decisório, quanto o acórdão recorrido estão motivados pela ausência de crédito suficiente para compensação com os débitos declarados. E não há que se falar em preterição do direito de defesa da Contribuinte. Portanto, afasto as preliminares invocadas no recurso em análise. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 6 Mérito Do Princípio da Verdade Material A Recorrente invoca o Princípio da Verdade Material para alegar que deveria o Agente Fiscal apurar os fatos independentemente de suposições ou indícios, possibilitando à manifestante a posterior juntada de documentos para comprovar o direito creditório. Com efeito, a busca pela verdade material deve prevalecer, possibilitando ao Contribuinte apresentar todos os meios de provas necessários para comprovação de seu direito. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente não apresentou qualquer documento passível de comprovar o direito alegado, tampouco procedeu à Retificação da DCTF no prazo concedido para manifestação de inconformidade. O Artigo 37 da Lei nº 9.430/1996 prevê que "Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios". Reiterase a aplicação do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 3302005.292, proferido pela 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Tribuna Administrativo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA. INDEFERIMENTO. O direito creditório objeto de pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep será indeferido se o contribuinte não apresentar os documentos necessários a análise e confirmação do valor do crédito pleiteado/compensado. Para esse fim, o postulante deve apresentar à fiscalização, quando solicitado, os arquivos digitais e os documentos fiscais e contábeis necessários à comprovação dos créditos apropriados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 7 Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 CRÉDITO ESCRITURAL DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS. DEDUÇÃO, RESSARCIMENTO OU COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento de crédito decorrente do regime não cumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, seja sob a forma de dedução, compensação ou ressarcimento, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros moratórios. COMPENSAÇÃO DECLARADA. ANÁLISE ANTES DE COMPLETADO O PRAZO DE CINCO ANOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há homologação tácita da compensação declarada quando o contribuinte é cientificado do despacho decisório não homologatório da compensação antes de completado o prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da correspondente declaração de compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.. IMPRESCINDIBILIDADE DA NOVA PROVA. INDEFERIMENTO. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No âmbito do processo administrativo fiscal, a produção da prova pericial somente se justifica nos casos a análise da prova exige conhecimento técnico especializado. Por não atender tal condição, a apreciação de documentos contábeis e fiscais prescinde de realização de perícia técnica. 2. O indeferimento de pedido de diligência ou perícia não configura vício de nulidade da decisão de primeira instância, por cerceamento ao direito de defesa, nos casos em que a autoridade julgadora, fundamentadamente, demonstra que a produção da prova pericial e realização da diligência eram desnecessárias e prescindíveis para o deslinde da controvérsia. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 8 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO NA FASE PROCEDIMENTAL DE FORMA DELIBERADA E INTENCIONAL. PRINCÍPIO DO NEMO AUDITUR PROPRIAM TURPITUDINEM ALLEGANS. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA NA FASE RECURSAL. NÃO CABIMENTO. Se no curso do procedimento fiscal, após ser intimada e reintimada a recorrente, de forma deliberada e como estratégia de defesa, omitese de apresentar os arquivos digitais e a documentação contábil e fiscal necessária à apuração da certeza e liquidez do crédito da Cofins pleiteado, a reabertura da instrução probatória na fase recursal, inequivocamente, implicaria clara afronta ao princípio jurídico de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (ou nemo auditur propriam turpitudinem allegans). DESPACHO DECISÓRIO PROFERIDO POR AUTORIDADE COMPETENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA INEXISTENTE. NULIDADE. IMPOSSIBILIDAE. Não é passível de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e que contenha todos os fundamentos fáticos e jurídicos suficientes para o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, em que formalizado pedido de ressarcimento de direito creditório, o ônus da prova recai sobre o contribuinte autor pedido. Recurso Voluntário Negado. Com isso, está correta a decisão de primeira instância. Da alegação de Inaplicabilidade da multa em face do Princípio Constitucional do Não Confisco e dos Princípios Administrativos da Razoabilidade e da Proporcionalidade. A Recorrente questiona a multa aplicada, alegando tratar se de penalidade confiscatória, ilegal e inconstitucional. Alega que: O valor lançado a título de multa, flagrantemente ilegal como a seguir demonstrarseá, é manifestamente excessivo, ferindo, desta maneira o princípio constitucional do não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 9 Neste contexto, é princípio básico que a pena, no caso a multa aplicada em face de infrações, não pode ultrapassar os estritos limites da lei – ou ainda, do direito como um todo valendo para o caso específico do direito tributário, a definição legal do tributo como insuscetível de servir como instrumento de penalização do contribuinte. (...) De outra banda, importa consignar que as obrigações acessórias, entre elas a multa, podem ter duas naturezas, sendo uma tributária e, neste caso, converterse em principal, e a outra de natureza punitiva, que, ipso jure, convertese também em principal. No primeiro caso, o que era princípio na legislação esparsa, convertese em mandamento constitucional e legal impeditivo da bitributação com a mesma base de cálculo, vedando o bis in idem a partir do mesmo fato gerador, expresso no art. 150, I da CF/88, antes focado. Ora ainda que tolerado durante a vigência da Constituição anterior e ainda que contrário ao princípio da tributação, o Código Tributário Nacional, como antes dito, mandava converter a obrigação acessória, qualquer que fosse sua natureza, administrativa ou punitiva, em obrigação principal. Contudo, a tolerância tinha origem na idéia de que a obrigação principal art. 113, 3º, do CTN surge com a ocorrência do fato gerador, e tinha por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também a penalidade pecuniária. (...) Assim, a multa em questão é totalmente inexigível, uma vez que fere explicitamente os princípios legais e constitucionais acima referidos, devendo ser reformado o acórdão recorrido também neste ponto. Ocorre que o artigo 61 da Lei nº 9.430/1996 é taxativo ao estabelecer a fixação de juros de mora e multa. Vejamos: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 11020.900611/201611 Acórdão n.º 3402005.726 S3C4T2 Fl. 0 10 § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A multa aplicada atende ao limite de 20% (vinte por cento) estabelecido pelo § 2º acima transcrito. Portanto, não há que se alegar caráter confiscatório, tampouco ausência de razoabilidade e proporcionalidade. Por outro lado, incide a Súmula CARF nº 2, uma vez que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGO PROVIMENTO para manter na íntegra o acórdão recorrido." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 168DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.001199/94-65
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/1984 a 30/04/1994
NULIDADE
Não há que se falar em nulidade do lançamento quando nele encartado todos elementos essenciais à sua compreensão, não resultando qualquer prejuízo à defesa ou afronta ao art. 59 do Decreto 70.235/72. Superada essa questão, retornem os autos à Turma baixa para, continuando o julgamento, adentre no mérito do recurso voluntário.
Recurso especial do Procurador parcialmente provido.
Numero da decisão: 9303-007.494
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento parcial, para afastar a nulidade do lançamento das multas por falta de entrega das DCTF, com retorno dos autos ao colegiado de origem para apreciação das demais questões constantes do recurso voluntário.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente
(Assinado digitalmente)
Jorge Olmiro Lock Freire Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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Superada essa questão, retornem os autos à Turma baixa para, continuando o julgamento, adentre no mérito do recurso voluntário. Recurso especial do Procurador parcialmente provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento parcial, para afastar a nulidade do lançamento das multas por falta de entrega das DCTF, com retorno dos autos ao colegiado de origem para apreciação das demais questões constantes do recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente (Assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 00 11 99 /9 4- 65 Fl. 288DF CARF MF Processo nº 13819.001199/9465 Acórdão n.º 9303007.494 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de contrariedade à lei interposto pelo Procurador (fls. 44/51), admitido pelo despacho de fls. 52/53. Insurgese a Fazenda Nacional contra o Acórdão 30239.567 (fls. 34/40), de 19/06/2008, o qual foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/1984 a 30/04/1994 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. Não sendo possível precisar os períodos de apuração a que se refere a multa aplicada, deve o auto de infração ser considerado nulo. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. ... ACORDAM os membros da segunda câmara do terceiro conselho de contribuintes, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. A Conselheira Judith do Amaral Marcondes Armando votou pela conclusão. Vencidos os Conselheiros Mércia Helena Trajano D'Amorim e Ricardo Paulo Rosa. A matéria discutida no recorrido referiase, tãosomente, a multa por não entrega de DCTF, conquanto já obrigatória sua entrega no período lançado. De ofício, sem adentrar nas questões de mérito ventiladas no recurso voluntário, entendeu o recorrido, por anular o auto de infração sob o singelo fundamento: A Fazenda, em seu arrazoado recursal, entende que houve contrariedade aos arts. 59 e 60 do Decreto 70.235/72. Alega que em que pese o recorrido asseverar que seria impossível de se precisar os meses a que se referem às multas aplicadas, bem como entender quais as bases imponíveis utilizadas, da leitura do auto de infração e do Termo de Constatação e Verificação Fiscal (fls. 65/69 papel) e dos demais termos que acompanham o procedimento fiscal, conclui que "tudo está em plena conformidade com o que estabelece o Decreto 70.235/72". Acresce que "a origem do crédito constituído, o período compreendido, os elementos que serviram de base para a apuração, os valores lançados, bem assim a fundamentação legal que dá sustento ao crédito previdenciário lançado se encontram presentes". Pede, alfim, o provimento do recurso "para restabelecer a decisão de primeira instância". O contribuinte em suas contrarrazões (fls. 67/71), pede o não conhecimento do recurso de contrariedade a lei por ser privativo da Fazenda, e, caso conhecido, que lhe seja negado provimento. Fl. 289DF CARF MF Processo nº 13819.001199/9465 Acórdão n.º 9303007.494 CSRFT3 Fl. 4 3 É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire Relator Conheço do recurso nos termos em que foi processado. Descabe a esse Colegiado adentrar no mérito de seu próprio regimento, mesmo que em análise intertemporal. De fato, a decisão recorrida, de forma lacônica, foi equivocada ao asseverar que seria impossível definir a que meses se referem as multas aplicadas e "a base de cálculo utilizada e os fatos que justificam a autuação". Conforme consta no Termo de Constatação e Verificação Fiscal nº 2 (efls 145/149), o agente fiscal, às expressas, consignou que o contribuinte jamais apresentou DCTF, como ele próprio declarou. Constatado que não foram entregues 76 DCTF, foi aplicada a multa de 69,20 UFIR por declaração, totalizando 5.259,20 UFIR. Portanto, com a devida vênia, não há que se falar em nulidade do lançamento, eis que não demonstrado qualquer prejuízo à defesa, bem como qualquer afronta ao art. 59 do Decreto 70.235/72. As peças recursais da autuada, gizese, em nenhum momento pugnaram pela nulidade do lançamento, e da leitura das mesmas depreendese que o contribuinte bem defendeuse das infrações a ele imputadas. Assim, com parcial razão a Fazenda Nacional, que pediu o restabelecimento da decisão da DRJ, pois deve ser retificado o aresto recorrido superandose a questão da nulidade, e, em consequência, devolvendose o processo para continuação do julgamento pela Turma baixa, para que essa adentre no mérito do recurso voluntário. CONCLUSÃO Ante o exposto, conheço do recurso da Fazenda Nacional e doulhe parcial provimento para afastar a nulidade do lançamento, com retorno ao Colegiado a quo para adentrar nas demais questões ventiladas no recurso voluntário (efls. 210/220). É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Olmiro Lock Freire Fl. 290DF CARF MF Processo nº 13819.001199/9465 Acórdão n.º 9303007.494 CSRFT3 Fl. 5 4 Fl. 291DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10875.906444/2012-67
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário:2011
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada de provas hábeis, da composição e existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa, na forma do que dispõe o artigo 170 do CTN.
Não se desincumbindo a recorrente do ônus de comprovar o direito creditório alegado, cabe o não provimento do recurso voluntário.
Direito creditório que não se reconhece
Numero da decisão: 1402-003.315
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10875.906442/2012-78, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias e Paulo Mateus Ciccone (Presidente). Ausente, o conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário:2011 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada de provas hábeis, da composição e existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa, na forma do que dispõe o artigo 170 do CTN. Não se desincumbindo a recorrente do ônus de comprovar o direito creditório alegado, cabe o não provimento do recurso voluntário. Direito creditório que não se reconhece
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10875.906442/2012-78, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias e Paulo Mateus Ciccone (Presidente). Ausente, o conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário:2011 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada de provas hábeis, da composição e existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa, na forma do que dispõe o artigo 170 do CTN. Não se desincumbindo a recorrente do ônus de comprovar o direito creditório alegado, cabe o não provimento do recurso voluntário. Direito creditório que não se reconhece Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10875.906442/201278, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogerio Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias e Paulo Mateus Ciccone (Presidente). Ausente, o conselheiro Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 64 44 /2 01 2- 67 Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10875.906444/201267 Acórdão n.º 1402003.315 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório A origem do litígio aqui presente remonta ao Despacho Decisório exarado em relação ao pedido original da contribuinte expresso em PER/DCOMP apresentado perante a Autoridade Tributária de sua jurisdição e no qual buscou ver reconhecido seu direito creditório e consequente compensação com débitos de sua responsabilidade. O requerido foi indeferido sob entendimento do DD de que “o pagamento relativo ao DARF ali discriminado, foi integralmente utilizado na quitação de débito(s) da contribuinte, não restando crédito disponível". Irresignada, a contribuinte interpôs manifestação de inconformidade que, apreciada em 1ª Instância pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (fls. nos autos), foi julgada improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Discordando do r. decisum, a contribuinte interpôs recurso voluntário tempestivo no qual reafirma a correção de seu procedimento e requer a reforma da decisão de 1º Piso de forma a reconhecer o direito creditório buscado e homologar a compensação requerida, aduzindo, em síntese, os seguintes argumentos: 1. que a decisão recorrida não teria levado em conta, nas razões de decidir, a eficácia dos princípios constitucionais da motivação dos atos administrativos e da ampla defesa, impedindo a Recorrente de apresentar defesa, bem como demonstrar a existência do crédito; 2. que, o princípio da motivação dos atos administrativos foi desrespeitado, uma vez que a autoridade indeferiu a homologação das compensações utilizando como fundamento a inexistência do crédito, sem qualquer esclarecimento adicional, tendo a decisão de primeira instância se restringido a fazer menção de artigos genéricos da legislação tributária; 3. que, assim, fica inexequível a recorrente argumentar e apresentar defesa sem saber ao certo por qual motivo sua compensação não foi homologada; 4. que, inexistindo fundamentação que sustente a decisão da autoridade administrativa, esta passa a ser nula, por desrespeitar o princípio da motivação dos atos administrativos, impedindo que a Recorrente apresente uma defesa concreta; 5. que, além do princípio da motivação dos atos administrativos, restou violado o direito a ampla defesa, pois, como afirmado anteriormente, sem conhecer os motivos pelos quais sua compensação não foi homologada, a apresentação de qualquer defesa está prejudicada; 6. que, sendo assim, resta claro que o despacho decisório é completamente nulo, pois não apresenta fundamentações que permitam a Recorrente compreender por qual motivo sua compensação não foi homologada e impedindo que esta comprove seu direito ao crédito, constituindo em cerceamento de defesa. Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10875.906444/201267 Acórdão n.º 1402003.315 S1C4T2 Fl. 4 3 Finaliza requerendo o provimento do recurso voluntário e a reforma da decisão de primeira instância, declarando insubsistente o despacho decisório que não homologou a compensação. É o relatório do essencial, em apertada síntese. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.292, de 26/07/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10875.906442/2012 78, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.292): "O Recurso Voluntário é tempestivo e dotado dos pressupostos para sua admissibilidade, pelo que o recebo e dele conheço. Como se vê no recurso voluntário, a recorrente limita se a alegar falta de fundamentação na decisão e até cerceamento de defesa porque não saberia o motivo do indeferimento da compensação. Na verdade, o cenário que se observa é de mera irresignação da recorrente em razão da decisão de 1º Piso lhe ter sido desfavorável e não porque tenha o aresto qualquer ponto ou item que afronte a legislação ou atos processuais e possa levar à sua anulação. Digase, o acórdão foi prolatado em estrita obediência às normas legais e regimentais, foram apreciadas todas as provas e documentos acostados aos autos e analisada a manifestação da contribuinte. Se o decidido lhe foi desfavorável não significa nulidade. Só entendimento da Turma Julgadora. De outra banda, no que interessa, não há, no RV, qualquer contraposição argumentativa ou documental que possa elidir o que consta do Despacho Decisório que, ao contrário do entendimento da recorrente, tem ampla e clara fundamentação. Vejase: “A partir das características do DARF descriminado no Per/Dcomp acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10875.906444/201267 Acórdão n.º 1402003.315 S1C4T2 Fl. 5 4 contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no Per/Dcomp. Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Enquadramento legal arts. 165 e 170 da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN) e art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996”. Como se nota acima, o despacho traz de forma explícita e fundamentada a motivação da não homologação da compensação realizada, justificada pela inexistência do crédito utilizado na compensação realizada no Per/Dcomp, haja vista que o pagamento relativo ao DARF ali discriminado foi integralmente utilizado para quitar débito de IRPJ confessado em DCTF. Nessa linha, soam até despropositadas as alegações de que a apresentação de provas não foi possível (a recorrente teve amplo campo material para fazer isso e tempo mais que suficiente) ou de que não teria havido motivação para o indeferimento. Ou seja, não se verificando, no despacho decisório, irregularidades, incorreções nem omissões que prejudiquem o reclamante ou influam na solução do litígio, não há se falar em nulidade da decisão, pois não houve ofensa aos princípios constitucionais da legalidade, do contraditório e da ampla defesa e da eficiência, como alega a recorrente, razão pela qual devem ser rejeitadas as ponderações feitas no recurso voluntário. Quanto ao mérito propriamente dito, a simples leitura do recurso voluntário mostra a singeleza dos argumentos que, repitase, tão somente pugnaram pela possível (mas incomprovada) falta de motivação para decidir. Na verdade, caberia à recorrente contrapor provas robustas de que o pagamento de que tenta lançar mão para a compensação intentada não teria sido (ao revés do informado no Despacho Decisório) “integralmente utilizado para quitar débito confessado em DCTF apresentado pela própria contribuinte”. Estas provas, argumentativas ou documentais, não vieram aos autos, assim como não se acostaram quaisquer registros contábeis ou fiscais, acompanhados de documentação hábil, para infirmar a motivo que levou a autoridade fiscal competente a não homologar a compensação ou comprovar erro material na apuração do imposto e reduções de valores da base de cálculo de débito confessado em DCTF. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10875.906444/201267 Acórdão n.º 1402003.315 S1C4T2 Fl. 6 5 Como é cediço, o ônus da prova cabe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito (Código do Processo Civil – CPC/1973, art. 333, I; atual CPC, artigo 373, I). No caso de pedidos de ressarcimento ou restituição, o interessado deve trazer provas de que possui direito líquido e certo contra a Fazenda Pública e assim deve ser repetido tributariamente para recompor o patrimônio subtraído por pagamento de um tributo de forma indevida. Não o fazendo, suas alegações ficam meramente neste terreno e seu direito se perde. Em outro dizer, a existência de crédito líquido e certo é requisito legal para a concessão da compensação (CTN, art. 170). Pelo princípio da indisponibilidade do interesse Público e pela vinculação da função pública, é inadmissível que a RFB aceite a extinção do tributo por compensação com crédito que não seja comprovadamente certo nem possa ser quantificado. Concretamente, se o DARF indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta. No caso, o DARF foi utilizado para pagamento do tributo confessado na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), informação da lavra da própria contribuinte. É certo que este quadro pode ser alterado. Mas isso exige prova concreta por parte da contribuinte, afinal é ela a autora e para modificar o ato administrativo cabelhe demonstrar onde está o erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Não o fazendo – como não o fez , o indeferimento permanece. Por fim, não se olvide, só se permite compensação com a utilização de créditos dotados de liquidez e certeza (art. 170, do CTN): Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) E valores incomprovados não possuem estes requisitos. A jurisprudência administrativa é pacífica em torno do tema: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10875.906444/201267 Acórdão n.º 1402003.315 S1C4T2 Fl. 7 6 A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. (Acórdão nº 10323579, sessão de 18/09/2008) Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantendo a decisão recorrida. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de afastar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 73DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.905337/2015-88
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2013
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte.
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.748
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2013 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. PIS Recorrente KEKO ACESSORIOS S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2013 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 53 37 /2 01 5- 88 Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, rejeitando as preliminares da defesa e não homologando as compensações apresentadas por não reconhecer o direito creditório postulado. O Despacho Decisório negou a homologação por considerar que o crédito informado no PER/DCOMP foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo remanescente para a compensação declarada, resultando na cobrança do valor consolidado correspondente aos débitos indevidamente compensados. Em manifestação de inconformidade alegou preliminarmente a Contribuinte que é legítima detentora de créditos apresentados para compensação originados de pagamentos realizados de maneira indevida e a maior, sendo que o despacho decisório impugnado deve ser declarado nulo em razão de: i)Ausência de fundamentação, resultando em desvio de finalidade na busca pela verdade material, uma vez que não foi diligenciado para aferição do crédito pleiteado e não intimou a Contribuinte a prestar informações; ii) É dever da Autoridade fiscal, por aplicação do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações ao Contribuinte, apreensão de documentos fiscais, diligências até a sede da Empresa, entre outros expedientes; iii) Não foi respeitado o contraditório, o devido processo legal e a ampla defesa. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 3 No mérito, alegou a Contribuinte que: iv) Deve ser possibilitada posterior juntada de documentos que comprovem as alegações trazidas em manifestação de inconformidade, em respeito ao princípio administrativo da verdade material, possibilitando a comprovação do direito creditório; v) É ilegal e inconstitucional a multa aplicada sobre o montante do tributo devido, devendo ser aplicados os princípios constitucionais do não confisco, razoabilidade e proporcionalidade; vi) O percentual de multa aplicado para o caso de descumprimento de obrigação principal, mesmo que expressamente previsto na legislação pertinente, deveria sempre guardar proporção com o valor da prestação tributária exigida, bem como adequarse e/ou assemelharse aos novos critérios de aplicação de multas estabelecidos para as relações contratuais que envolvem questões de direito privado. O Acórdão nº 02073.138 considerou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada face a ausência de comprovação de direito creditório líquido e certo. Regularmente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs tempestivamente o Recurso Voluntário ora em apreço, onde repisa os argumentos expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.721, de 24 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 11020.900604/201610, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.721): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Preliminares Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 4 A Recorrente alega preliminarmente que o despacho decisório é nulo por não ser fundamentado e ferir aos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, resultando em desvio de finalidade. Sem razão. Está correta a decisão recorrida ao concluir pela aplicação do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Com a detida análise dos autos é possível constatar que tanto o PERD/COMP, quanto a Manifestação de Inconformidade e o Recurso Voluntário, não estão instruídos com documentos passíveis de corroborar com as alegações da defesa. Ao invés de comprovar a certeza e liquidez ou, ainda, proceder à retificação da DCTF, demonstrando a suficiência do direito creditório para contrapor ao despacho decisório que não homologou a compensação, a Recorrente cingiuse em alegar a ausência das razões da não homologação, invocando os Princípios Constitucionais do Contraditório, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, atribuindo o ônus da prova à Autoridade Fazendária. Ao contrário do que alega a Recorrente, aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Neste sentido, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 3401003.907, acatando por unanimidade o voto do Conselheiro Relator Augusto Fiel Jorge D'Oliveira ao negar provimento ao Recurso Voluntário interposto no Processo Administrativo Fiscal nº 13832.000095/9970, conforme Ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 30/06/1992 ÔNUS DA PROVA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem do indeferimento de pedido de restituição/compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. Transcrevese abaixo parte do fundamento que embasou o respeitável voto do julgado acima citado: Fl. 162DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 5 Em se tratando de pedido de restituição combinado com pedido de compensação, é ônus do contribuinte provar que possui o direito de crédito e no montante por ele alegado, o que implica a guarda da documentação necessária para tanto não pelo prazo de 5 (cinco) anos da realização dos pagamentos, como pretende ver reconhecido o Recorrente, mas até o encerramento da discussão administrativa ou judicial em que pretende ver aquele direito de crédito reconhecido. Nesse sentido, vejam os dispositivos legais a seguir: CTN: "Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram". (grifos nossos) Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil): "Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados" . (grifos nossos) Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99): "Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 9º, §1º)". (grifos nossos) Neste caso, não se aplicam as hipóteses de nulidade previstas pelo artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972, uma vez que tanto o despacho decisório, quanto o acórdão recorrido estão motivados pela ausência de crédito suficiente para compensação com os débitos declarados. E não há que se falar em preterição do direito de defesa da Contribuinte. Portanto, afasto as preliminares invocadas no recurso em análise. Mérito Do Princípio da Verdade Material Fl. 163DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 6 A Recorrente invoca o Princípio da Verdade Material para alegar que deveria o Agente Fiscal apurar os fatos independentemente de suposições ou indícios, possibilitando à manifestante a posterior juntada de documentos para comprovar o direito creditório. Com efeito, a busca pela verdade material deve prevalecer, possibilitando ao Contribuinte apresentar todos os meios de provas necessários para comprovação de seu direito. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente não apresentou qualquer documento passível de comprovar o direito alegado, tampouco procedeu à Retificação da DCTF no prazo concedido para manifestação de inconformidade. O Artigo 37 da Lei nº 9.430/1996 prevê que "Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios". Reiterase a aplicação do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 3302005.292, proferido pela 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Tribuna Administrativo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA. INDEFERIMENTO. O direito creditório objeto de pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep será indeferido se o contribuinte não apresentar os documentos necessários a análise e confirmação do valor do crédito pleiteado/compensado. Para esse fim, o postulante deve apresentar à fiscalização, quando solicitado, os arquivos digitais e os documentos fiscais e contábeis necessários à comprovação dos créditos apropriados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 7 CRÉDITO ESCRITURAL DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS. DEDUÇÃO, RESSARCIMENTO OU COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento de crédito decorrente do regime não cumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, seja sob a forma de dedução, compensação ou ressarcimento, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros moratórios. COMPENSAÇÃO DECLARADA. ANÁLISE ANTES DE COMPLETADO O PRAZO DE CINCO ANOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há homologação tácita da compensação declarada quando o contribuinte é cientificado do despacho decisório não homologatório da compensação antes de completado o prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da correspondente declaração de compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.. IMPRESCINDIBILIDADE DA NOVA PROVA. INDEFERIMENTO. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No âmbito do processo administrativo fiscal, a produção da prova pericial somente se justifica nos casos a análise da prova exige conhecimento técnico especializado. Por não atender tal condição, a apreciação de documentos contábeis e fiscais prescinde de realização de perícia técnica. 2. O indeferimento de pedido de diligência ou perícia não configura vício de nulidade da decisão de primeira instância, por cerceamento ao direito de defesa, nos casos em que a autoridade julgadora, fundamentadamente, demonstra que a produção da prova pericial e realização da diligência eram desnecessárias e prescindíveis para o deslinde da controvérsia. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 8 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO NA FASE PROCEDIMENTAL DE FORMA DELIBERADA E INTENCIONAL. PRINCÍPIO DO NEMO AUDITUR PROPRIAM TURPITUDINEM ALLEGANS. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA NA FASE RECURSAL. NÃO CABIMENTO. Se no curso do procedimento fiscal, após ser intimada e reintimada a recorrente, de forma deliberada e como estratégia de defesa, omitese de apresentar os arquivos digitais e a documentação contábil e fiscal necessária à apuração da certeza e liquidez do crédito da Cofins pleiteado, a reabertura da instrução probatória na fase recursal, inequivocamente, implicaria clara afronta ao princípio jurídico de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (ou nemo auditur propriam turpitudinem allegans). DESPACHO DECISÓRIO PROFERIDO POR AUTORIDADE COMPETENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA INEXISTENTE. NULIDADE. IMPOSSIBILIDAE. Não é passível de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e que contenha todos os fundamentos fáticos e jurídicos suficientes para o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, em que formalizado pedido de ressarcimento de direito creditório, o ônus da prova recai sobre o contribuinte autor pedido. Recurso Voluntário Negado. Com isso, está correta a decisão de primeira instância. Da alegação de Inaplicabilidade da multa em face do Princípio Constitucional do Não Confisco e dos Princípios Administrativos da Razoabilidade e da Proporcionalidade. A Recorrente questiona a multa aplicada, alegando tratar se de penalidade confiscatória, ilegal e inconstitucional. Alega que: O valor lançado a título de multa, flagrantemente ilegal como a seguir demonstrarseá, é manifestamente excessivo, ferindo, desta maneira o princípio constitucional do não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 9 Neste contexto, é princípio básico que a pena, no caso a multa aplicada em face de infrações, não pode ultrapassar os estritos limites da lei – ou ainda, do direito como um todo valendo para o caso específico do direito tributário, a definição legal do tributo como insuscetível de servir como instrumento de penalização do contribuinte. (...) De outra banda, importa consignar que as obrigações acessórias, entre elas a multa, podem ter duas naturezas, sendo uma tributária e, neste caso, converterse em principal, e a outra de natureza punitiva, que, ipso jure, convertese também em principal. No primeiro caso, o que era princípio na legislação esparsa, convertese em mandamento constitucional e legal impeditivo da bitributação com a mesma base de cálculo, vedando o bis in idem a partir do mesmo fato gerador, expresso no art. 150, I da CF/88, antes focado. Ora ainda que tolerado durante a vigência da Constituição anterior e ainda que contrário ao princípio da tributação, o Código Tributário Nacional, como antes dito, mandava converter a obrigação acessória, qualquer que fosse sua natureza, administrativa ou punitiva, em obrigação principal. Contudo, a tolerância tinha origem na idéia de que a obrigação principal art. 113, 3º, do CTN surge com a ocorrência do fato gerador, e tinha por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também a penalidade pecuniária. (...) Assim, a multa em questão é totalmente inexigível, uma vez que fere explicitamente os princípios legais e constitucionais acima referidos, devendo ser reformado o acórdão recorrido também neste ponto. Ocorre que o artigo 61 da Lei nº 9.430/1996 é taxativo ao estabelecer a fixação de juros de mora e multa. Vejamos: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 11020.905337/201588 Acórdão n.º 3402005.748 S3C4T2 Fl. 0 10 § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A multa aplicada atende ao limite de 20% (vinte por cento) estabelecido pelo § 2º acima transcrito. Portanto, não há que se alegar caráter confiscatório, tampouco ausência de razoabilidade e proporcionalidade. Por outro lado, incide a Súmula CARF nº 2, uma vez que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGO PROVIMENTO para manter na íntegra o acórdão recorrido." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 168DF CARF MF
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