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Numero do processo: 10940.001703/2005-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004
RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA.
Cabe às Turmas Ordinárias processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância em processos que excedem o valor de alçada das turmas especiais.
Numero da decisão: 3803-002.689
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso. Vencido o Relator. Designado para a redação do voto vencedor o Conselheiro Alexandre Kern.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA. Cabe às Turmas Ordinárias processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância em processos que excedem o valor de alçada das turmas especiais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso. Vencido o Relator. Designado para a redação do voto vencedor o Conselheiro Alexandre Kern. (Assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente e redator designado (Assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, e Jorge Victor Rodrigues. Relatório Fl. 508DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 2 Após ter lido o relatório que acompanha o Acórdão 1320.922 – 5ª Turma da DRJ/RJOII, compreendi que poderia adotálo na íntegra em razão de que este retrata com precisão os fatos ocorridos nos autos: Trata o presente processo da declaração de compensação (Dcomp) de fl. 01, por intermédio da qual se declara a existência de créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) não cumulativa — mercado interno (total do crédito utilizado: R$ 327.902,35), referentes ao mês de outubro de 2004, conforme expresso no Demonstrativo "Créditos da COFINS" de fl. 02, a serem compensados com débito do IPI relativo ao período de apuração de julho de 2005 (PA 07/05) e com multa por atraso na entrega da DCTF, referente ao 4° trimestre de 2001. 2 Posteriormente, o interessado apresentou outra Dcomp de mesma natureza fls. 39/40), em seguida retificada conforme fls. 66/67, referente ao mesmo mês de apuração, protocolada no processo n° 10940.002109/200538. Ainda na seqüência, o interessado também apresentou outras Dcomp's (fls. 92/93, 125/126, 153, 167/168, 209/210, 233/234), referentes ao 4° trimestre de 2004, protocoladas, respectivamente, nos processos d's 10940.002316/2005 92, 10940.002404/200594, 10940.002541/200529, 10940.002749/200548, 10940.003033/200568 e 10940.000035/200686, sendo que, como todas as declarações em questão se referem a um único tipo de crédito e ao mesmo trimestre, a autoridade preparadora promoveu a juntada dos processos acima por anexação (fl. 253), para que a análise do crédito total de todo o 4° trimestre de 2004 (meses: outubro, novembro e dezembro de 2004) fosse realizada em conjunto. 3 Como as Dcomp's protocoladas nos processos IN 10940.002109/200538, 10940.002404/200594, 10940.002541/200529, 10940.002749/200548 e 10940.000035/200686 apresentam compensações de débitos de estabelecimentos filiais do interessado, não sendo possível o controle conjunto pelos sistemas da Receita Federal do Brasil (RFB) de débitos de estabelecimentos diferentes, foram ainda protocolados os processos administrativos n's 16403.000021/200626, 16403.000022/200671, 16404.000097/200641, 16404.000098/200696, 16404.000100/200627, 16404.000103/200661, 16404.000104/2006 13, 16404.000105/200650 e 16404.000106/200602, para que fosse efetuado o controle dos débitos das filiais. 4 Já as Dcomp's protocoladas inicialmente nos processos n"s 10940.002109/200538 e 10940.002316/200592 compreendem débitos decorrentes de multa por atraso na entrega da DCTF, as quais, como se originaram de procedimentos próprios, os débitos correspondentes encontramse controlados nos processos administrativos n's 10940.001951/200552 e 10940.001952/200505. 5 Materialmente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa/PR (DRF/PTG/PR) exarou o Despacho Decisório n° 415/2007 (fls. 388/395), reconhecendo o direito creditório do interessado no montante de R$ 3.131.331,77, e homologando as compensações pleiteadas neste processo, inclusive relativas aos débitos das filiais e aqueles decorrentes de multas lavradas em procedimento de oficio, até o limite do crédito reconhecido, sob os seguintes fundamentos: Fl. 509DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 481 3 • O interessado apurou créditos da COFINS, lastreado no art. 16, parágrafo único, da Lei n° 11.116, de 18/05/2005, pelo qual, tratandose de créditos de insumos vinculados a operações de venda efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, conforme art. 17 da Lei n° 11.033, de 21/12/2004, podese compensar os créditos acumulados a partir de 09 de agosto de 2004; • O contribuinte fabrica, importa e distribui papel imune, conforme comprovado pela situação vigente de seu Registro Especial — Papel Imune junto à RFB (v. fl. 382), e, sendo esta imunidade objetiva e, especialmente, referente a impostos, ela não abrange as contribuições sociais, que têm como fato gerador o faturamento; • Porém, a Lei n° 10.865, de 30/04/2004, dispõe sobre a redução a zero das alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS incidentes sobre a receita bruta decorrente da venda, no mercado interno, de papéis classificados nos códigos da TIPI referenciados naquele diploma legal, destinados à impressão de periódicos pelo prazo de 4 (quatro) anos a contar da data de vigência desta Lei ou até que a produção nacional atenda 80% (oitenta por cento) do consumo interno; • Assim, temse que o aproveitamento dos créditos de contribuições, via compensação e ressarcimento, é lícito, conforme a Lei n° 11.116/05; • Não se constatou divergências entre a proporção de créditos de mercado interno e exportações, usada pelo contribuinte no Dacon (fls. 101/116) e a calculada através da relação de notas de saída apresentada em resposta ao item 2 da Intimação n° 172/06 (fls. 254 a 257), e, assim, temse que a proporção do mercado interno no mês de outubro é de 98,80%; 98,94% no mês de novembro; todas as saídas do mês de dezembro foram para o mercado interno; • Intimado às fls. 254 a 257 a apresentar esclarecimentos e documentação do crédito pleiteado, o contribuinte apresentou relação, em meio digital, de notas fiscais de entrada que dão origem ao crédito objeto do pedido e das Dcomp's em análise; • Considerandose, dentre essas notas fiscais, aquelas relacionadas com Códigos Fiscais de Operações e Prestações — CF0Ps — referentes a bens utilizados como insumos, temse que o mês de novembro teve discriminadas notas que somam o montante de R$ 4.363.400,85 de base de cálculo de contribuições, que está aquém daquela informada nas linhas 2 das fichas 04 e 06 do DACON, pelo que a diferença, no valor de R$ 192.365,76 na base de cálculo para o mês de novembro deverá ser objeto de glosa; • Foi também realizada amostragem das notas fiscais relacionadas a bens utilizados como insumos, conforme Intimação n° 192/07 (fls. 326/333), a partir da qual se constatou que estavam relacionadas como geradoras de crédito as notas de n.º 2589, 2594, 2601, 2604 e 2608 (fls. 343/347), que se referem a parcelas de uma complementação de contrato de compra junto à Norske Skog Florestal Ltda.; Fl. 510DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 4 • Conforme discriminado na nota à fl. 343, os valores discriminados nas notas fiscais citadas no item acima se referem à "correção monetária", e, como a correção monetária/complementação em questão tem caráter meramente fmanceiro/monetário, não implicando realmente em maior aquisição de insumos, concluise pela glosa das notas acima relacionadas, glosandose da base de cálculo, desta forma, os valores de R$ 35.485,94 para os meses de outubro, novembro e dezembro; • Já com relação à rubrica "Serviços Utilizados como Insumos", temse que o interessado apresentou, em resposta ao item 1 da Intimação n° 172/06 (fls. 254/257), relação de notas fiscais de entrada, após o que se verificou que as notas relacionadas com os CF0Ps referentes a prestação de serviços, estavam registradas no Dacon sob a rubrica "Despesas de Armazenagem de Mercadoria e Frete na Operação de Venda", e que, as operações efetivamente referentes aos créditos das linhas 3 das Fichas 04 e 06 do Dacon foram relacionadas em separado, em outra planilha eletrônica entregue em resposta à mesma intimação; • Não sendo suficientes as informações descriminadas na planilha referente a serviços, foi lavrada Intimação n° 237/06 (fls. 311/313), que, em seus itens 1 e 2 solicita maiores esclarecimentos a respeito dos serviços que geraram crédito para o contribuinte no período sob análise; • Em resposta, o interessado apresentou planilhas às fls. 320/322, as quais discriminam como se deu o cálculo dos créditos advindos dos serviços utilizados como insumos, sendo que os dados informados nessas tabelas forma confirmados tanto pelas informações prestadas anteriormente pelo contribuinte (planilha eletrônica de "serviços de colheita de madeira/páteo de madeira") quanto por sua escrituração fiscal; • Dessa forma, concluise que foram confirmadas aquisições de serviços que dão direito a crédito nos montantes de R$ 1.646.650,38, R$ 1.163.337,84 e R$ 1.323.478,43, para os meses de outubro, novembro e dezembro, respectivamente, sendo que, como os valores informados nessa rubrica no Dacon foram, pela ordem, R$ 1.724.300,57, R$ 1.231.073,30 e R$ 1.669.734,34, constatase a diferença de R$ 77.650,19, R$ 67.735,46 e R$ 346.255,91, respectivamente; • O interessado atribui todo o valor confirmado ao mercado interno, conforme totalização no registro "Linha 03 — Serviços Utilizados como Insumos (Dacon)" das tabelas às fls. 320/322, e, dessa forma, a glosa da base de cálculo para o mercado interno é aquela reconhecida pelo próprio contribuinte nas tabelas apresentadas, sendo o restante do valor da diferença explicitada no parágrafo anterior referente à exportação; • Realizada amostragem quanto às notas fiscais de serviços utilizados como insumos, através da Intimação n° 192/07 (fls. 326/333), não se constataram outras divergências, pelo que glosase da base de cálculo apenas as diferenças apuradas nas tabelas às fls. 383/384; • Já em relação aos créditos advindos das despesas de energia elétrica, conforme inciso III do art. 3° da Lei n° 10.833, de 29/12/2003, foi apresentada, para tanto, em resposta à Intimação n° 172/06 (fls. 254/257), Fl. 511DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 482 5 relação de notas, sendo que, a partir dessa relação (fls. 348/349), foram realizadas amostragens através das intimações n°s 237/06 (fls. 311/313) e 192/07 (fls. 326/333), e, ao se analisar tais notas, percebese que o interessado, na apuração dos créditos pleiteados, incluiu na base de cálculo multas, taxas municipais de iluminação pública e outros serviços diversos, sendo que os créditos surgem da energia elétrica consumida no estabelecimento e não de outros custos e despesas relacionadas a esse consumo, que não devem ser incluídos no cálculo do crédito, sendo, portanto, objeto de glosa (fls.383/384); • Dessa forma, através de análise conjunta com o Livro Razão do contribuinte, verificouse que, no mês de outubro, as despesas de energia elétrica que servem como base de cálculo para os créditos foram de R$ 5.192.286,41, contra R$ 6.736.442,07, declarados no DACON; no mês de novembro, o contribuinte comprovou despesas dessa natureza no montante de R$ 6.682.471,13, maior que os R$ 6.146.098,18, anteriormente declarados; já no mês de dezembro, as despesas comprovadas somaram R$ 6.195.436,19, em oposição aos R$ 6.281.240,61, declarados em Dacon; • Quanto às despesas de armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, informadas no DACON, o contribuinte apresentou, em resposta ao item 5 da Intimação n° 172/06 (fls. 254/257), tabelas às fls. 308/310, acompanhadas de cópias do Livro Razão, demonstrando os serviços de armazenagem e de frete nas operações de venda, que geram crédito conforme inciso IX do art. 3° da Lei n° 10.833, de 29/12/2003; • Verificouse que os valores que compõem os créditos dessa rubrica estão de acordo com as contas apresentadas no Livro, e, com o intuito de comprovar as operações descritas no Razão, foi feita amostragem de notas fiscais conforme o item 3 da Intimação n°5 Processo n° 10940.001703/200510 7. Fr 237/06 (fls. 311/313), a partir da qual, não havendo incongruências, fica confirmado o crédito relativo às operações de frete e armazenagem, conforme pleiteado; • Entretanto, percebese às fls. 309/310, que o contribuinte incluiu no cálculo dos créditos dos meses de novembro e dezembro, nessa mesma rubrica, as despesas com despachantes, bem como outras despesas comerciais, que não têm natureza de frete e armazenagem, e, tampouco, configuramse como insumo, não possuindo, portanto, base legal para aproveitamento de créditos de contribuições, pelo que, dessa forma, são glosados os montantes de R$ 87.058,02 e R$ 83.877,25, respectivamente, da base de cálculo dos créditos da COFINS para os meses de novembro e dezembro; • Em resposta ao item 5 da Intimação n° 237/06 (fls. 311/313), o interessado apresentou cópias de notas fiscais de entrada acompanhadas de seus respectivos comprovantes de importação, bem como demonstrativos relativos às contribuições pagas na importação, já apresentadas anteriormente, anexadas às fls. 274, 275, 288, 289, 301 e 302, a partir dos quais observou se que há divergências entre o montante de crédito pleiteado e aquele Fl. 512DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 6 comprovado através das importações de celulose e sobressalentes no mês de dezembro; • Percebese que a COFINSImportação do mês de dezembro soma R$ 198.855,56, montante confirmado na planilha de cálculo à fl. 325, formulada de acordo com a Instrução Normativa (IN) SRF n° 436, de 27/07/2004, vigente à época, e, assim sendo, foi comprovado crédito aquém do pleiteado, conforme o Dacon, gerando uma glosa de créditos de COFINS de R$ 788,91 no mês de dezembro; • Da verificação das notas fiscais relevantes às devoluções de vendas (v.tb. tabelas às fls. 271, 285 e 298) sujeitas à incidência nãocumulativa, não se constatou nenhuma divergência com os dados anteriormente apresentados (v. tb. tabelas às fls. 271, 285 e 298) e com os créditos pleiteados, e, portanto, com relação a essa rubrica do DACON, não há glosas a serem realizadas, confirmandose em R$ 27.476,50, R$ 45.507,01 e R$ 44.400,33 os valores de devoluções que geram crédito de COFINS, relativos aos meses de outubro, novembro e dezembro, respectivamente, devendo ser ressaltado, ademais, que essas devoluções se deram, exclusivamente, no âmbito do mercado interno; • Apresentadas como comprovação cópias da movimentação contábil das contas que deram origem ao crédito de estoque de abertura (v. tb. tabela à fl. 276), foi verificado que estas coincidem com os valores pleiteados no Dacon; • Constam ainda do Dacon, em suas linhas 22 das fichas 04 e 06, outros créditos da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS no mês de novembro, sendo que,intimado às fls. 311/313 a comprovar esses créditos, o interessado apresentou cópia de nota fiscal de entrada n° 2023 (fl. 318), que trata de nota de devolução de saídas de sucata de arame e de sucata de ferro, ficando confirmado, portanto, o crédito de COFINS no montante de R$ 41,55; • Considerandose todo o exposto, bem como as tabelas confeccionadas às fls. 323/325, representando a apuração de crédito nas importações, a planilha demonstrativa de glosas às fls. 383/384 e a tabela de resultado à fl. 385, as quais resumem as glosas efetivadas, na forma anteriormente mencionada, e a apuração dos créditos da COFINS a descontar (quando houve glosas, procedeuse à distribuição dos valores glosados na proporção de créditos de mercado interno e exportações, segundo os percentuais anteriormente discriminados, salvo quando houve manifestação da autoridade local dispondo de forma diversa), decidese reconhecer o direito creditório do interessado, no montante de R$ 3.131.331,77, homologandose as compensações pleiteadas neste processo, inclusive relativas aos débitos das filiais e aqueles decorrentes de multas lavradas em procedimento de oficio, até o limite do crédito reconhecido; • Deve se atentar para o fato de que, conforme § 7° do art. 26 da Instrução Normativa SRF n° 600, de 28/12/2005, os débitos do sujeito passivo devem ser compensados na ordem cronológica de apresentação das Dcomp's, sendo que, para cada declaração, deve ser seguida a ordem dos débitos indicada pelo interessado. Fl. 513DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 483 7 6 Cientificado da decisão da autoridade administrativa local acima mencionada em 06/09/2007, conforme se observa no Aviso de Recebimento (AR) de fl. 393, o contribuinte, irresignado, apresentou, em 09/10/2007, a Manifestação de Inconformidade de fls. 420/429 e demais documentos a ela anexados às fls. 430/447 (procuração, fl. 430; cópia de Contrato Social, de atas e da 98• Alteração de Contrato Social, fls. 431/446; cópia de carteira de identificação profissional do procurador da empresa, expedido pela OAB/PR, fl. 447), alegando, em síntese, que: a) Em relação aos créditos decorrentes da aquisição de bens utilizados como insumos, é flagrante a ausência de motivação da decisão recorrida, não se podendo admitir a glosa de créditos de PIS/C0F1NS exclusivamente por conta dos CF0Ps utilizados pela impugnante, já que, como se sabe, estes códigos são utilizados apenas como facilitadores da atividade de fiscalização, e, assim, seria imprescindível que fossem indicados expressamente quais os CF0Ps cujas operações não foram consideradas aquisições de insumos, até mesmo porque a impugnante não tem como verificar com exatidão qual foi o critério adotado pela fiscalização para selecionar quais códigos dão ou não direito a crédito e como demonstrar o equívoco da glosa; b) Sem a indicação precisa dos CF0Ps desconsiderados, a autuação é nula de pleno direito, pois não há norma estabelecendo que determinados Códigos possam ou não dar direito a crédito; c) Em segundo lugar, também se tendo em vista que estes Códigos servem apenas de orientação e auxílio, não podem ser simplesmente adotados de forma plana para considerar determinado gasto como gerador ou não do crédito, sendo imprescindível que a autoridade fiscalizadora analise concretamente as operações para, sob o viés da verdade real, concluir pela possibilidade ou não da geração de créditos, mencionandose, nesse aspecto, decisão do E. Conselho de Contribuintes nos autos do processo n° 10540.000237/9841 (Recurso 114038; Acórdão 20308073); d) A autoridade fiscal apenas analisou e desconsiderou as aquisições de bens que supostamente não seriam insumos, porém, as mesmas divergências que provocariam a glosa para a redução dos créditos utilizados para compensação, também provocariam o aumento em outras situações, ou, em outras palavras, caso adotado os critérios da fiscalização, se no exercício indicado haveria diminuição do crédito, em outras oportunidades haveria o aumento dos créditos a serem utilizados, porém, somente foi considerada a diminuição e não o aumento; e) E, quanto à glosa dos valores pagos a título de complementação de valor de contrato de compra junto à Norske Skog Florestal, relativos à correção monetária, é absolutamente evidente a ilegalidade do procedimento, já que, como se sabe, a correção nada mais é do que a atualização monetária de determinado valor para anulação dos efeitos da desvalorização da moeda; f) Tratase de acessório que não altera nem acrescenta nada ao valor principal, servindo apenas para manutenção da equivalência deste valor em Fl. 514DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 8 função da inflação constatada no período, e, portanto, não há efetivamente alteração que possa ser considerada de natureza financeira, como referido na decisão recorrida; g) Portanto, a complementação de valores pagos em função da incidência da correção monetária não retira deste pagamento a capacidade de gerar créditos de PIS/COFINS, verificandose, destarte, a ilegalidade da glosa determinada para as despesas com bens utilizados como insumos; h) Relativamente aos serviços utilizados como insumos, constou na decisão que haveria controvérsia relativamente aos valores declarados no Dacon e aqueles valores informados pela impugnante no curso do procedimento administrativo, porém, quando a impugnante foi intimada a se manifestar e a provar os fundamentos de seus créditos, realmente apresentou levantamentos que não correspondiam exatamente aos valores informados no Dacon; i) Essas divergências se justificam, seja em função de serviços que acabaram não sendo incluídos nas listagens apresentadas à fiscalização, seja em função de valores que acabaram sendo lançados em outros períodos, em função de divergências do momento do pagamento; j) A impugnante não nega a legitimidade da glosa em situações como a indicada, em que efetivamente se constate que as declarações fiscais (no caso, o Dacon) não correspondam com exatidão à realidade contábil e fiscal, porém, considerandose o número de vezes que a autoridade fiscal requereu esclarecimentos e novos documentos, impunhase que houvesse expressamente solicitado esclarecimentos em relação à divergência apontada, o que, inclusive, poderia acarretar na necessidade de retificação do Dacon apresentado no período; k) Essa postura representaria a valorização do princípio da ampla defesa e do contraditório na esfera administrativa, do princípio da razoabilidade e da eficiência, e, com efeito, se constatado (e a impugnante já está fazendo este levantamento) que o Dacon efetivamente estava correto, pela localização de outros serviços não considerados nas planilhas encaminhadas no curso do procedimento administrativo, o resultado será que a decisão ora recorrida terá que ser revista; l) Por outro lado, se confirmado que as tabelas elaboradas estão corretas, a conclusão será pela retificação do Dacon, solução que a autoridade que apreciou o pedido de compensação sequer cogitou, não se tendo adotado o melhor procedimento jurídico,pelo que, seja como for, na pior das hipóteses, impõese a cassação da decisão recorrida para que a impugnante possa ao menos apresentar as explicações pertinentes; m) É claro o equívoco da decisão, na parte da mesma que glosou uma parcela das despesas com energia elétrica, pela inclusão na base de cálculo dos créditos pleiteados de multas, taxas municipais de iluminação de outros serviços diversos, já que a energia elétrica não é um bem ou serviço de natureza comum, tratandose, sim, de serviço público prestado sob regime de direito público, de maneira que há severa regulamentação dos montantes que podem ser cobrados; Fl. 515DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 484 9 n) Nesse contexto, os "acessórios" cobrados juntamente com as faturas de energia elétrica são de pagamento obrigatório em virtude das normas aplicáveis a esses serviços; são cobranças ligadas de forma umbilical à própria energia elétrica consumida, devendo, sim, dar direito à tomada de créditos; o) É a mesma situação dos tributos destacados em aquisições de insumos, não havendo dúvidas de que estes "acessórios" fazem parte efetivamente do custo de aquisição, de maneira que dão direito a crédito, devendose nestas situações seguirse o brocado jurídico "o acessório segue a sorte do principal", motivos pelos quais a glosa determinada pela fiscalização deve ser revista; p) Também não procede a glosa de despesas realizadas com despachantes, uma vez que estas são despesas necessárias e umbilicalmente ligadas às despesas realizadas com fretes e armazenagem; q) Ainda que a Lei não preveja expressamente a tomada de créditos em relação a essas despesas especificamente consideradas, tais serviços são parte indissociável dos serviços de frete e armazenagem, de maneira que a única interpretação que atinge à finalidade prevista na Lei é a que reconhece a possibilidade da tomada de créditos sobre tais pagamentos; r) Por outro lado, nos dias atuais, não se pode deixar de reconhecer a importância dos despachantes nas atividades correntes das empresas, sendo esse um serviço necessário e indispensável para a perfeita consecução dos objetivos empresariais de uma pessoa jurídica, sendo que, se utilizado por analogia a um conceito do Regulamento do Imposto de Renda, não há dúvida de que estes gastos são indispensáveis para a manutenção da fonte produtiva; s) Se utilizados exclusivamente os termos das normas que regulam os créditos de PIS/C0F1NS, não parece haver dúvidas de que estes serviços podem ser considerados como insumo na produção dos produtos industrializados pela impugnante, e, por estes motivos, também a glosa relativa a estes gastos deve ser revista; t) Ante o exposto, requer a impugnante seja recebida a sua impugnação por inconformidade e, ao final, provida integralmente para o fim de ser declarada a homologação da compensação que foi objeto do procedimento administrativo de n° 10940.001703/200510. 7 À fl. 448, tendo em vista o contido na Portaria RFB n° 340, de 22/02/2008, que transferiu a competência para julgamento dos processos relacionados em seu Anexo II, da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Curitiba (DRI/CTBA)para a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro II (DRJ/RJ02), o presente processo foi encaminhado a esta DRJ/RJ02, para julgamento. Assim, conforme se pode depreender do relatório produzido pela DRJ retira se que as glosas recaíram basicamente sobre os seguintes valores: Fl. 516DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 10 a) correção monetária paga a empresa Norske Skog Florestal Ltda; b) aquisições de insumos discriminados em notas fiscais que apresentaram divergência entre os valores das notas relacionadas no CFOPs referentes ao mês de novembro e os valores informados nas linhas 2 das fichas 04 e 06 do DACON; c) despesas com despachantes; d) multas por atraso no pagamento da fatura de energia elétrica e despesas com taxas de iluminação pública municipal; A pretensão do recorrente foi denegada por meio do Acórdão n.º 1320.922 5ª Turma da DRJ/RJII que consta às fls. 449/466, cuja ementa passo a reproduzir abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2004 a 31/12/2004 COFINS. CRÉDITOS A DESCONTAR.. INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA.COMPENSAÇÃO. Quando não comprovada a respectiva aquisição/fornecimento, é cabível a glosa de valores que serviram de base de cálculo dos créditos a descontar, a título de bens e serviços utilizados como insumos. Não há previsão legal para o desconto de créditos decorrentes das despesas de atualização ou correção monetária sobre o fornecimento de bens utilizados como insumos na fabricação de produtos próprios, ainda que prevista contratualmente. Somente se permite o desconto de créditos em relação à energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica, não se incluindo em citados gastos as despesas com taxa de iluminação pública, multas por atraso no pagamento da energia faturada e outros serviços diversos. Não dá direito a crédito o gasto com serviços de despachante, por não corresponderem a insumo para a produção nem a outra hipótese legal de crédito. COFINS. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS OPONÍVEIS À COMPENSAÇÃO. ELEMENTOS DE PROVA. AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO. A prova deve ser apresentada na manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, por força do artigo 16, § 4º, do Decreto n° 70.235/72, de aplicação subsidiária aos processos de restituição/compensação. Solicitação Indeferida Insatisfeito com a decisão que indeferiu o pedido de compensação o recorrente apresentou Recurso Voluntário às fls. 455/472, repisando as argumentações trazidas com a Manifestação de Inconformidade. Fl. 517DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 485 11 Assim, em que pese constar no relatório os argumentos do Recorrente apresentados na oportunidade em que elaborou a Manifestação de Inconformidade, salutar reproduzilos novamente: 1) há ausência de motivação da decisão “a quo” na medida que esta realizou a glosa dos créditos após a análise dos CFOPs, mas sem indicar quais CFOPs correspondem a operações desconsideradas para efeito de aquisição de insumos, motivo pelo qual a decisão é nula; 2) requer que a fiscalização analise as operações a partir dos documentos acostados aos autos com a finalidade de afastar a presunção de irregularidade; 3) a decisão desconsiderou determinadas aquisições para efeito de reconhecimento dos créditos, assim, se no exercício indicado haveria diminuição do crédito, em outras oportunidades haveria o aumento dos créditos a serem utilizados, porém, somente foi considerada a diminuição e não o aumento; 4) Já em relação a não homologação dos créditos no tocante aos valores pagos a título de correção monetária, o Recorrente insiste no argumento de que esta se trata de atualização monetária que visa recuperar os efeitos da inflação e por conta disse é legítimo o crédito; 5) concorda com o fato de que a decisão apontou divergências entre os valores declarados no Dacon e aqueles apresentados durante a instrução dos autos. Todavia, compreende que caberia à Fazenda ter solicitado esclarecimentos a respeito dessas divergências. Assim, em razão de inexistir a manifestação fazendária a respeito, o Recorrente deixou de retificar as Dacons e por isso foi prejudicada; 6) no tocante a glosa de energia elétrica, o Recorrente afirma que os valores referentes a multas, taxas municipais de iluminação pública e outros serviços integram a base de cálculo do crédito em função de que constituem cobranças obrigatórias e estarem vinculadas a energia consumida pelo estabelecimento; 7) reclama também os créditos pertinentes as despesas com despachantes, por se tratar de despesas intimamente relacionadas com as despesas de frete e armazenagem, que por sua vez necessários para a atividade empresarial da Recorrente; Por fim, requer a nulidade da decisão proferida pela DRJRJ, em razão da ausência de motivação e por não ter sido revisto os procedimentos de compensação. A nulidade ainda justificase devido ao fato de que a fiscalização não realizou a sua intimação para que retificase as Dacon’s que apresentaram divergências com as planilhas apresentadas. Em seu pedido renova ainda o pleito para que sejam homologados os créditos pertinentes aos gastos com energia elétrica e despachantes. É o relatório. Fl. 518DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 12 Juliano Lirani Relator Voto Vencido Conselheiro Juliano Lirani O contribuinte tem por objeto social a fabricação, importação e distribuição de papel imune, dentre outras atividades e insurgese contra a glosa dos créditos de Cofins, sob a alegação de que o seu direito estaria “supostamente” comprovado por meio do demonstrativo anexo na fl. 02 e demais documentos que instruem os autos. DA GLOSA DOS CRÉDITOS E O CONCEITO DE INSUMO Da análise dos argumentos que remontam a defesa da Recorrente, percebese claramente que a sua intenção é obter créditos a partir da construção de um conceito de insumo voltado para os preceitos aplicados ao Imposto de Renda, ou seja, no sentido de que todos os custos são imprescindíveis para a atividade empresarial. Tal conclusão é respaldada na constatação de que pretende créditos relativos as despesas com multa por atraso no pagamento de faturas de energia elétrica, taxas de iluminação pública e despesas com despachantes, justamente porque parte do princípio de que estas despesas estariam relacionados ao seu processo produtivo. “Data vênia” ao entendimento da defesa, em relação ao conceito de insumo, manifesto compreensão de que se deve afastar o seu pleito no tocante aos créditos pertinentes a despesas com multa por atraso no pagamento de faturas de energia elétrica, taxas de iluminação pública e despesas com despachantes, na medida em que não estão relacionados intimamente com o processo produtivo da empresa. Apenas para fazer constar, tenho como verdade de que a Instrução Normativa n.º 404/2004, citada na decisão “a quo”, que por sua vez admite apenas os serviços aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto como insumo, não oferece a melhor interpretação ao art. 3º da Lei n.º 10.833/2003. Instrução Normativa n.º 404/2004: Art. 8º Do valor apurado na forma do art. 7º, a pessoa jurídica pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores: § 4º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entende se como insumos: I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: a) a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto; Fl. 519DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 486 13 II utilizados na prestação de serviços: a) os bens aplicados ou consumidos na prestação de serviços, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado; e b) os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na prestação do serviço. Assim, analisando a redação da citada instrução normativa, fica a impressão de que esta se utiliza da definição de insumo contida na legislação do IPI para construir o conceito de insumo para a apuração do PIS/PASEP e da COFINS não cumulativos. Todavia, salvo engano, mostrase inadequado comparar materialidades distintas como ocorre entre o IPI, cujo critério material é a industrialização, com critério material da COFINS que é o auferimento de receita. Deste modo, creio que o conceito restrito de insumo não se concilia com a base econômica do PIS e COFINS, cujo ciclo de formação não se limita à fabricação de um produto ou à execução de um serviço, abrangendo outros elementos necessários para a obtenção da receita com o produto ou serviço. Por outro enfoque, também é incorreto adotar um conceito amplo e irrestrito para definir o conceito de insumo com o propósito de que nele se abranja toda e qualquer despesa da empresa, ainda que totalmente desapegada de seu processo produtivo. Em outras palavras, compreendo que o conceito de insumos mais adequado é aquele em que se aceita como créditos as despesas relacionadas inseparavelmente aos elementos produtivos que proporcionam a existência do produto ou serviço. Nesta ótica, os gastos com despachantes, taxas de iluminação pública e multas por atraso no pagamento de faturas de energia elétrica estão muito longe de integrar o conceito de insumo, principalmente por não estar relacionado ao processo produtivo e por conta disso foi correta a glosa dos créditos neste particular. DA DIVERGÊNCIA ENTRE AS INFORMAÇÕES DA PLANILHA APRESENTADA PELO RECORRENTE COM AS INFORMAÇÕES CONSTANTES NOS DACONs O contribuinte apresentou planilhas às fls. 320/322, as quais discriminam como se deu o cálculo dos créditos advindos dos serviços utilizados como insumos, sendo que os dados informados nestas tabelas foram confirmados tanto pelas informações prestadas anteriormente pelo contribuinte, quanto por sua escrituração fiscal. Entretanto, o Recorrente confirma existirem equívocos nas informações apresentadas nestas planilhas em função de que certos valores de serviços não foram incluídos na planilha e outros valores ainda foram lançados em outros períodos, ou seja, o contribuinte confirma ter contribuído com o preenchimento errado das DACONs. Assim, em razão do equívoco no preenchimento das declarações, o Recorrente parte do pressuposto de que o agente fiscal deveria ter o intimado para retificasse as Dacon’s. Entretanto, entendo que não assiste razão ao contribuinte. O Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon) foi instituído pela Instrução Normativa nº 387/2004 em substituição modelo instituído pela IN nº Fl. 520DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 14 365/2003 e tem por finalidade apurar o PIS/PASEP e a COFINS e se presta para o auxílio na apuração das citadas contribuições. É evidente que a DACON pode ser retificada pelo sujeito passivo. Contudo, no caso em tela não havia condições para a retificação, uma vez que o Recorrente não mais estava protegido pela espontaneidade, pois como se sabe a fiscalização já havia se iniciado. Deste modo, não deve prosperar a alegação do contribuinte no sentido de que a Fazenda deveria têlo intimado para que promovesse a retificação requerida. DA AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO DA DECISÃO “A QUO” O contribuinte defende ainda que a decisão “a quo” não foi adequadamente motivada, principalmente porque glosou créditos a partir da simples análise dos CFOPs, enquanto seria imprescindível que fossem indicados expressamente quais os CFOPs cujas operações não foram consideradas aquisições de insumos. Neste aspecto, coaduno com o contribuinte !!! Efetivamente entendo que caberia ao agente fazendário ter apontado as operações vinculadas a quais CFOPs foram desconsiderados para efeito de créditos. Impõese averiguar, portanto, no caso em tela que não consta nos autos a descrição precisa em relação as CFOPs cujas operações foram desconsideradas para a aquisição de insumos. Neste passo, indubitavelmente o contribuinte foi prejudicado, pois não lhe restou assegurado elaborar a defesa específica para atacar o ponto controverso e deste modo ficou impossibilitado de constituir prova objetiva e eficaz para derruir a premissa fazendária. Destarte, é correto afirmar que neste particular ocorreu inevitável violação ao princípio da ampla defesa e ao contraditório, encartado no art. 5º do Texto Constitucional. O Conselho de Contribuintes já decidiu que incumbe ao Fisco o ônus da prova em relação as glosas de despesas e custos não comprovados. Inobstante as decisões a seguir trazidas se refiram ao Imposto de Renda, por outro lado são úteis para demonstrar que assiste direito ao contribuinte em relação a alegação de que a decisão de primeiro grau deveria ter expressamente apontado as CFOPs cujas as operações foram recusadas para gerar o crédito. Primeiro Conselho de Contribuintes. 3ª Câmara. Turma Ordinária. Acórdão n.º 10320525 do Processo n.º 137010004520055. DOU em 03/07/01. IRPJ PASSIVO FICTÍCIO Configurase como presunção legal relativa a infração tipificada como omissão de receitas revelada pela manutenção no passivo de obrigações já pagas ou não comprovadas, contra a qual o sujeito passivo não lograr apresentar prova em contrário suficiente a elidir a imputação. IRPJ GLOSA DE DESPESAS/CUSTOS NÃO COMPROVADOS São considerados indedutíveis os custos e despesas, cuja efetiva realização e/ou respectivos pagamentos não forem devidamente comprovados pelo sujeito passivo, através de documentação hábil e idônea. A necessidade de comprovação decorre de que somente poderá ser considerada como operacional e dedutível a Fl. 521DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 487 15 despesa para a qual for demonstrada a estrita conexão do gasto com a atividade explorada pela pessoa jurídica, bem como é conditio sine qua non que atenda às exigências legais revestindose do caráter de usualidade, normalidade e necessidade para a manutenção da atividade e produção dos rendimento. ÔNUS DA PROVA Na relação jurídicotributária o ônus probandi incumbit ei qui dicit. Inicialmente cabe ao Fisco investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato jurídico tributário, no sentido de realizar o devido processo legal, a verdade material, o contraditório e a ampla defesa. Ao sujeito passivo, entretanto, compete, igualmente, produzir prova em contrário e apresentar os elementos que provam o direito alegado, com vista a elidir a imputação da irregularidade apontada. (...) Primeiro Conselho de Contribuintes. 7ª Câmara. Turma Ordinária Acórdão nº 10708281 do Processo 107680100719790 DOU em 05/04/06 IRPJ/CSLL DESPESAS/CUSTO EFETIVIDADE DO DISPÊNDIO REQUISITOS DE NECESSIDADE, NORMALIDADE E USUALIDADE ÔNUS DA PROVA GLOSA Se a fiscalizada apresenta os comprovantes fiscais dos dispêndios contabilizados, cabe ao fisco a missão de provar a desnecessidade, a anormalidade ou a nãousualidade da despesa. (...) "PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA — VIOLAÇÃO — EQUIVOCO NA MOTIVAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO DO LANÇAMENTO — Ao contribuinte é garantida, por força da Constituição Federal, a ampla defesa do que se lhe acusa. A ampla defesa existe se for franqueada possibilidade de reagir diante de uma determinada acusação. Se a peça acusatória não contiver o adequado motivo para aplicação da norma jurídica, impedese o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte."(8ª Câmara, Número do Recurso: 144972, Número do Processo: 13884.005045/200375, Tipo do Recurso: DE OFICIO, Data da Sessão: 28/03/2007, Relatora: !vete Malaquias Pessoa Monteiro, Acórdão 10809256) "Normas gerais de direito tributário. Constituição do crédito tributário pelo lançamento. O lançamento do crédito tributário, ato administrativo vinculado, é subordinado ao princípio da motivação, postulado pelo princípio da legalidade. A glosa de parte da área declarada como ocupada por benfeitorias deve ser necessariamente fundamentada. Nula é a parcela do lançamento maculada com vício dessa natureza."(3ª Câmara, Número do Recurso: 132797, Número do Processo: 13984.000434/200114, Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO, Data Fl. 522DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 16 da Sessão: 09/11/2006, Relator: TARÁSIO CAMPELO BORGES, Acórdão 30333737) Importante também sublinhar que durante o trâmite dos autos, percebe que a Fazenda intimou o contribuinte diversas vezes com a finalidade de apurar a existência dos créditos pleiteados e neste sentido cumpre destacar que às fls. 254/257 foi devidamente intimado a apresentar os seguintes documentos: a) notas fiscais de entradas relativas às aquisições de insumos, energia elétrica, frete nas vendas etc; b) devoluções de vendas; planilhas e memórias nos quais se baseou para o preenchimento dos DACONs; c) demonstrativo explicitando as despesas de armazenagem de mercadorias e de frete nas operações de venda, identificando os valores declarados como origem de créditos na Linha 07, Ficha 04 (PIS/Pasep) e também na Linha 07, Ficha 06 (Cofins) dos Dacons apresentados para o período sob verificação; d) descrição do processo produtivo da empresa informando os principais insumos utilizados em cada etapa e as respectivas classificações fiscais de acordo com as posições da NCM, além de outras exigências. O Requerente procurou atender a intimação supra descrita e apresentou CD contendo arquivos de entradas e saídas fl. 259 e memoriais de apuração das bases de cálculo, mas deixou de apresentar os valores que compõem cada linha dos Dacons apresentados, apresentou ainda seus livros fiscais. Posteriormente foi novamente intimado às fls. 311/313 a apresentar: a) relação de notas fiscais referentes a fretes municipais; b) cópia das notas fiscais correspondentes as despesas de armazenagem de mercadorias e frentes nas operações de venda; c) copia de notas fiscais referentes a despesas com energia elétrica, bem como outras exigências. Ora, a questão principal é a de que o sujeito passivo apresentou todos os documentos solicitados pela fiscalização, conforme demonstram as respostas as intimações, conforme se observa das fls. 315 e 319 e depois das fls. 343/347. É evidente que a mera apresentação dos documentos solicitados pela Fazenda não garante ao sujeito passivo o direito a homologação do crédito pleiteado, mas por outro lado incumbe ao ente tributante apontar os motivos da glosa de forma objetiva. O argumento fazendário para fundamentar a glosa de R$ 192.365,76 é o de que dentre as notas fiscais apresentadas, aquelas relacionadas com Códigos Fiscais de Operações e Prestações CFOPs referentes a bens utilizados como insumos, no mês de novembro, o Recorrente relacionou notas fiscais que totalizam o montante de R$ 4.363.400,85 de base de cálculo de contribuições. Acontece que esta base de cálculo é inferior daquela Fl. 523DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10940.001703/200510 Acórdão n.º 380302.689 S3TE03 Fl. 488 17 informada nas linhas 2 das fichas 04 e 06 da DACON, que segue às fls. Logo, segundo a decisão “a quo”, procede a premissa da fiscalização da necessidade da glosa neste particular . Em que pese, a decisão atacada ter apontado que o motivo da glosa tenha sido a divergência entre os valores das notas fiscais de aquisição de insumos e os valores informados no DACON, contudo caberia ao Fisco demonstrar com detalhes estas divergências. Com efeito, considerando que a decisão de primeiro grau deixou de apontar especificamente quais os CFOPs, cujas operações não foram consideradas aquisições de insumos, manifesto entendimento de que esta seja cancelada e os autos retornem a repartição de origem para que se motive adequadamente as glosas realizadas, com o propósito de que ao contribuinte seja oportunizado se manifestar a respeito no intuito de efetivar o princípio da ampla defesa. CORREÇÃO MONETÁRIA Caso não seja acolhido o entendimento de que os autos devem retornar a repartição de origem em face da ausência de fundamentação do motivo das glosas, então resta analisar a pretensão do interessado em relação aos “supostos” créditos gerados na aquisição de insumos relacionados nas notas fiscais n.º 2589, 2594, 2601, 2604 e 2608, que estão anexas às fls. 343/347, as quais totalizam R$ 35.485,94. Analisando estas notas fiscais, constatase que na realidade referemse correção monetária recebida em favor da empresa Norske Skog Florestal Ltda, conforme se retira da descrição destas notas. Citase como exemplo a nota fiscal n.º 2589 anexa fl. 343: “parcela referente a correção monetária – Contrato 001/2003”. Ora, “data vênia” posicionamento contrário, penso que não há como prosperar a tese apresentada pelo Recorrente, tendo em vista que realmente não há previsão legal para a correção monetária no presente caso. Além do que, é relevante mencionar que a jurisprudência – AgRg no REsp 1250191 RS e Resp nº 1.242.208 – SC tem admitido a aplicação da correção monetária quando resta demonstrado que o ressarcimento da COFINS se deu pela demora injustificada da Fazenda. Ante o exposto, voto pelo deferimento do Recurso Voluntário para determinar o cancelamento da decisão “a quo”. (Assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Voto Vencedor Conselheiro Alexandre Kern Considerando (i) que a competência das turmas especiais fica restrita ao julgamento de recursos em processos de valor inferior ao limite fixado para interposição de recurso de oficio pela autoridade julgadora de primeira instância, nos termos do § 2º do art. 2º Fl. 524DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN 18 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RI/CARF; (ii) que esse valor está fixado atualmente em R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), e (iii) que o direito creditório reconhecido no presente processo alcança R$ 3.131.331,77 (três milhões, cento e trinta e um mil, trezentos e trinta e um reais e setenta e sete centavos) (cf. Despacho Decisório de fls. 395)), voto pelo não conhecimento do recurso de ofício, declinandose a competência para seu julgamento às turmas ordinárias da 3ª Câmara desta 3ª Seção. Sala de sessões, em 22 de março de 2012 Alexandre Kern Redator designado. Fl. 525DF CARF MF Impresso em 15/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2012 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 09/04/2012 por J ULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 10/04/2012 por ALEXANDRE KERN
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Numero do processo: 10880.004611/99-35
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Nov 21 00:00:00 UTC 2011
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES
ANO-CALENDÁRIO: 1999
Ementa:
SIMPLES.APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEGISLAÇÃO. Nos termos da jurisprudência consolidada do STJ, o art. 106 do CTN, que estabelece quando a lei tributária será aplicada a atos ou fatos pretéritos, não se aplica ao caso das vedações aos optantes pelo SIMPLES.
Numero da decisão: 9101-001.232
Decisão: Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional.
Nome do relator: VALMAR FONSECA DE MENEZES
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES ANO-CALENDÁRIO: 1999 Ementa: SIMPLES.APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEGISLAÇÃO. Nos termos da jurisprudência consolidada do STJ, o art. 106 do CTN, que estabelece quando a lei tributária será aplicada a atos ou fatos pretéritos, não se aplica ao caso das vedações aos optantes pelo SIMPLES.
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ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES ANO-CALENDÁRIO: 1999 Ementa: SIMPLES.APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEGISLAÇÃO. Nos termos da jurisprudência consolidada do STJ, o art. 106 do CTN, que estabelece quando a lei tributária será aplicada a atos ou fatos pretéritos, não se aplica ao caso das vedações aos optantes pelo SIMPLES. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente (documento assinado digitalmente) Valmar Fonsêca de Menezes - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Antonio Carlos Guidoni Filho, Joao Carlos de Lima Junior, Alberto Pinto Souza Junior, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri e Claudemir Rodrigues Malaquias. Relatório Fl. 140DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 13/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Adoto, por oportuno e suficiente, o relatório do acórdão recorrido, o qual transcrevo, a seguir, in verbis: “Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: O contribuinte acima qualificado, mediante Ato Declaratório de emissão do Sr. Delegado da Receita Federal em São Paulo, foi excluído do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES, ao qual havia anteriormente optado, na forma da Lei n° 9.317, 05/12/1996 e alterações posteriores. Apresentando o interessado reclamação contra a referida exclusão, manifestou-se a DRF de origem por sua improcedência. De acordo com os artigos 14 e 15 do Decreto n ° 70.235, de 06/03/1972, com a nova redação dada pela Lei n ° 8.748/1993, o contribuinte apresentou impugnação (fis. 29/44), através de seus procuradores, com procuração à fl. 11 alegando, em síntese: A Constituição Federal garante ao cidadão o direito de livre exercício de profissão bem como a constituição de empresas sejam elas de qualquer porte. Garante, também, às microempresas e empresas de pequeno porte, tratamento diferenciado conforme expresso no art. 179. Por seu turno, a Lei n° 9.317/1996 veio regular tal situação dando as hipóteses e a forma para o exercício de tal prerrogativa Constitucional. A Lei n° 9.317/1996 na parte que estabelece condições qualificativas e não apenas quantificativas para opção pelo regime diferenciado, certamente exorbitou, transformando-se em um verdadeiro "monstrengo legislativo", eivado de inconstitucionalidades. Pelo art. 179 da CF, evidente está que caberia apenas à lei infraconstitucional a função de definir quantitativamente o que sejam microempresas e empresas de pequeno porte. Em momento algum, o constituinte delegou ao legislador comum o poder de fixação ou até mesmo de definição de atividades excluídas do beneficio. Não bastasse, o texto legal referido traz ainda uma evidente quebra da igualdade tributária (art. 150, inciso II da Constituição Federal). A atividade empresarial exercida pela prestadora de serviços educacionais é muito mais ampla que a desenvolvida pelo professor ou assemelhado, esta sim absurda e inconstitucionalmente "vedada" pela legislação ordinária. Muito embora não haja referência expressa nesse sentido, pode-se afirmar que a decisão ora impugnada concluiu que a atividade da escola é assemelhada a do professor. A escola para exercer sua atividade necessita um complexo de instalações, de insumos„ de valores, às vezes mais expressivos que o custo da mão de obra do professor. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 13/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10880.004611/99-35 Acórdão n.º 9101-001.232 CSRF-T1 Fl. 2 3 Por ocasião da Lei n° 7.256/1984, a exemplo do que ocorre hoje, em razão dos absurdos de interpretação que vinham ocorrendo, a matéria foi levada a apreciação do Conselho de Contribuintes, que decidiu favoravelmente ao enquadramento dos estabelecimentos de ensino como microempresa. As disposições contidas no art. 90 da Lei n° 9.317/1996 é praticamente "bis in idem" daquelas contidas no inciso VI, do art. 3° da Lei n°7.256/1984. A entidade mantenedora educacional não é uma sociedade de profissionais para o exercício da profissão de professor. A entidade é sim uma sociedade entre empresários, sem exigência de qualificação profissional e livre para contratar profissionais devidamente qualificados e habilitados para o exercício de suas profissões. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de São Paulo/SP indeferiu o pleito da recorrente, conforme Decisão DRJ/SPO n° 1.864, de 28/06/00, fls. 48/53, assim ementada: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 1999 Ementa: SIMPLES Não podem optar pelo SIMPLES as pessoas jurídicas cuja atividade não esteja contemplada pela legislação de regência, tal como é o caso de prestação de serviços de professor. Solicitação Indeferida. Às fls. 55 o contribuinte foi intimado da decisão supra, motivo pelo qual apresenta Recurso Voluntário de fls. 57/69, tendo sido dado, então, seguimento ao mesmo. Posto em julgamento, é convertido em diligência, fls. 72/76, para verificar as atividades exercidas pela recorrente. A diligência foi realizada às fls. 83/88, tendo retornado os autos para novo julgamento.” A 2a. Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes assim decidiu a questão, conforme ementa a seguir: “ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES ANO-CALENDÁRIO: 1999 SIMPLES. EXCLUSÃO. ATIVIDADE DE ENSINO. Podem optar pelo SIMPLES as pessoas jurídicas cuja atividade é relacionada ao ensino, forte no art. 1° da lei n° 10.034/2000. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO”. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 13/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Inconformada, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresenta recurso especial de divergência, admitido pelo despacho de fls. XX, nos seguintes termos: “a) Acontece que, no presente caso, a exclusão da recorrida do SIMPLES se deu sob a égide da Lei n° 9.317/1996. A exclusão se justifica com fundamento no art. 9°, inciso XIII, da Lei 9.317/96, consistente na proibição de adesão ao Simples das empresas que desenvolvessem atividade de ensino assemelhada a professor. b) lnobstante, a decisão recorrida achou por bem se valer da Lei 10.034/2000, ainda não existente à época da exclusão, aplicando-a retroativamente e, por conseqüência, afastando a Lei n° 9.317/96, então em vigor. O que aconteceu, pois, foi a suscitação de um "aparente" conflito temporal de normas. c) A Lei 10.034 de 24/10/2000 passou a viger em 01/01/01. Assim, não se pode afirmar que a retroatividade determinada na decisão ora recorrida tenha sido oriunda da EXPRESSA determinação legal. d) a pacífica a jurisprudência do STJ corrobora todo o esposado acima e ratifica a necessidade de modificação do acórdão recorrido. e) requer a Fazenda Nacional que seja conhecido e provido o presente Recurso Especial, para reformar a decisão recorrida no sentido de declarar legítimo o ato de exclusão da empresa do SIMPLES.” Devidamente notificada, a interessada não apresentou as suas contra-razões. É o relatório. Voto Conselheiro Valmar Fonsêca de Menezes, Relator. Preliminarmente, passo à análise dos pressupostos de admissibilidade do presente recurso. Verifico que a divergência foi bem caracterizada nos autos, razão por que estou de acordo com o despacho de admissibilidade. Desta forma, conheço o recurso especial interposto. Inicialmente, cabe ressaltar de conhecimento de todos que por várias vezes já votei neste Colegiado no mesmo sentido do acórdão recorrido. No entanto, a evolução da jurisprudência me fez adotar, hoje, a posição do Superior Tribunal de Justiça, à qual me curvo, passando, a seguir a transcrevê-la, in verbis, por oportuno e suficiente para decisão: "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SIMPLES. ESTABELECIMENTO DE ENSINO. RESTRIÇÃO. EXCEÇÃO PROMOVIDA PELA LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. RETROATIVIDADE INVIÁVEL. PRECEDENTES. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 13/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10880.004611/99-35 Acórdão n.º 9101-001.232 CSRF-T1 Fl. 3 5 1. O art. 90, XIII, da Lei 9.317/96, não permite que os estabelecimentos de ensino optem pelo SIMPLES, porquanto prestam serviços profissionais de professor. Com o advento da Lei 10.03412000, afastou- se a restrição em relação às pessoas jurídicas que explorem exclusivamente a atividade de creche, pré-escola ou de ensino fundamental. 2. Contudo, a orientação prevalente nas Turmas de Direito Público deste Tribunal firmou-se no sentido de que o direito à opção pelo SIMPLES, com fundamento na legislação superveniente, somente pode ser exercido a partir da vigência de tal legislação. 3. Recurso especial provido."(STJ, RESP 829059, Primeira Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 07.02.2008, pg. 01) "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SIMPLES. RESTRIÇÃO CONTIDA NA LEI 9.317/96. EXCEÇÃO PROMOVIDA PELA LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. RETROATIVIDADE INVIÁVEL. PRECEDENTES A orientação das Turmas que integram a Primeira Seção/STJ firmou-se no sentido de que a Resolução 74/98 do CONTRAN regulamenta a exigibilidade de habilitação para a prestação do serviço de formação de condutores de veículos, impondo a certificação na Controladoria Regional de Trânsito - CRT - e o credenciamento nos órgãos executivos de trânsito dos Estados e do Distrito Federal. Desse modo, tratando-se de profissão cujo exercício depende de habilitação profissional legalmente exigida, não é possível a opção pelo SIMPLES. Nesse sentido: REsp 509.434/RS, 1 a Turma, Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 20.10.2003; REsp 479.0321SC, ia Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 1 0.2.2005; REsp 499.597/SC, 2a Turma, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 6.6.2005. 2. Por outro lado, é certo que a partir da vigência da Lei 10.684/2003 (que alterou a Lei 10.034/2000) a restrição em comento deixou de existir, pois, nos termos da legislação mencionada, "ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 90 da Lei 9.317/96 (...) as pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às Seguintes atividades: (...) centros de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga". No entanto, a orientação prevalente nas Turmas de Direito Público deste Tribunal firmou-se no sentido de sue o direito à opção pelo SIMPLES, com fundamento na legislação superveniente, somente pode ser exercido a partir da vigência de tal legislação. Precedentes: REsp 884.1861RJ, 1' Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 11.6.2007; REsp 722.307/SC, 2° Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 16.5.2005. 3. Recurso especial desprovido". (STJ, RESP 764.307, Primeira Turma, Rel. Min. Denise Arruda, DJ 19.11.2007, pg. 187) "TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SIMPLES. INSTITUIÇÃO DE ENSINO ATIVIDADE DE CRECHE. PRÉ-ESCOLA E ENSINO FUNDAMENTAL. LEI 10.034/2000. APLICAÇÃO INCIDENTAL. SÚMULA 07/STJ 1. O art. 1°, inciso I e II, da Lei 10.034/2000, com a redação dada pela Lei 10.684/2003, reconhece o direito de as instituições de ensino que se dediquem exclusivamente às atividades de creche, pré-escolas e ensino Fl. 144DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 13/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 6 fundamental optarem pelo SIMPLES (RESP 603.451/PE, Rei Min. Luiz Fux, ia Turma, DJ de 28.06.2004). Por outro lado, o direito à referida opção somente pode ser exercido a partir da vigência da norma em comento (RESP. 722.3071SC, 2' Turma, Min. Castro Meira, DJ de 16.05.2005). 2. A análise com conteúdo fático-probatória da demanda encontra óbice na Súmula 07/STJ. 3. Recurso especial a que se dá parcial provimento."(STJ, RESP 884186, Primeira Turma, Rel. Min. Teori Zavascki, DJ. 11.06.2007, pg. 288) "TRIBUTÁRIO. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DE MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES. ESTABELECIMENTO DE ENSINO. OPÇÃO. ART. 90, INCISO XIII, DA LEI N.° 9.317/96. RESTRIÇÃO, ART. 10 DA LEI N° 10.034/00. RETROAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Com o advento da Lei n.° 10.034/2000, as pessoas jurídicas dedicadas às atividades de creche, pré-escola e ensino fundamental foram excluídas das restrições impostas pelo art. 90 da Lei n.° 9.317/96, permitindo-se-lhes a opção pelo SIMPLES. 2. O art. 106 do CTN, em seus incisos, estabelece quando a lei tributária será aplicada a atos ou fatos pretéritos. O caso dos autos não se enquadra nas hipóteses, de modo que descabido cogitar de retroação da Lei n.° 10.034/00. 3. A pessoa jurídica que se dedica à creche, pré-escola e ao ensino fundamental somente tem direito a optar pelo SIMPLES a partir da vigência da Lei n.° 10.034/00, que não pode ter aplicação retroativa. 4. Recursos especiais providos."(STJ, RESP 721675, Segunda Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJ 19.09.2005, pg. 297)” Diante de todo o exposto, dou provimento ao recurso da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) Valmar Fonsêca de Menezes - Relato Fl. 145DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 13/07/2014 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 31/07/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.911751/2009-70
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/12/005
Direito ao crédito não conhecido.
Ausência da prova do crédito pleiteado.
Numero da decisão: 3802-003.479
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o presente recurso e negar-lhe provimento, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim- Presidente.
(assinado digitalmente)
Cláudio Augusto Gonçalves Pereira- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o presente recurso e negar-lhe provimento, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim- Presidente. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
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Ausência da prova do crédito pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o presente recurso e negarlhe provimento, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 91 17 51 /2 00 9- 70 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 2a Turma da DRJ/BHE, a qual, por unanimidade de votos, julgou pela IMPROCEDÊNCIA da manifestação de inconformidade, tendo em vista que, na ótica fazendária, o contribuinte não conseguiu comprovar o direito ao crédito e, por via de conseqüência, não houve a homologação da compensação pleiteada. Em ato contínuo, o processo de Declaração de Compensação fora realizado pelo contribuinte por meio eletrônico, no qual pretendia quitar os débitos declarados no referido documento, com créditos decorrentes de recolhimento indevido realizado, por meio de DARF, nos termos do Acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/12/2005 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecimento. Em sede de impugnação e de recurso, o contribuinte apresenta os mesmos argumentos, que, em síntese, se referem à identificação e exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS os medicamentos com incidência de alíquota zero, conforme decisão em seu favor, ainda não transitada em julgado, perante a 9ª Vara Federal da Seção Judiciária Federal do Distrito Federal sob o número 2009.34.00.0314472, de modo a manter a integralidade do crédito declarado e a homologar a compensação pleiteada por intermédio do PER/DCOMP. É o relatório. Voto Admissibilidade do Recurso. Tendo em vista que os requisitos de admissibilidade do presente recurso se fazem presentes, é de rigor dele tomar conhecimento e analisar o mérito da questão. Mérito Consultando os autos do processo noticiado pelo contribuinte, se verifica que houve a propositura de mandado de segurança coletivo, impetrado pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços, com o objetivo de suspensão da exigibilidade do PIS e da COFINS proveniente de medicamentos que já sofreram tal tributação, na forma prevista pela Lei nº 10.147/00, com as alterações posteriores feitas pela Lei nº 10.548/02, de modo a isentar ou impedir a cobrança de tais valores dos Hospitais e Clínicas substituídos. Nessa decisão de primeira instância do Pode Judiciário em favor ao recorrente, a qual está em segundo grau de jurisdição, a segurança foi concedida para Fl. 164DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10580.911751/200970 Acórdão n.º 3802003.479 S3TE02 Fl. 112 3 determinar à autoridade fiscal que se abstivesse de exigir o recolhimento da contribuição para o PIS e COFINS sobre a receita proveniente da utilização de medicação, bem como foi declarado o direito dos substituídos à compensação de todos os valores indevidamente recolhidos a título de PIS e da COFINS sobre a receita de medicamentos. A partir da decisão judicial proferida pelo Justiça Federal, surge a seguinte situação: o contribuinte cumpre a determinação judicial e, por sua conta e risco, adota esse novo modelo tributário para o futuro e aqui sempre é bom lembrar que essa decisão judicial ainda não é definitiva, pois comporta recursos de ambas as partes envolvidas no processo até o seu ultimato da marcha processual. E, por outro lado, em relação ao passado, o contribuinte se antecipa e requer a compensação dos direitos decorrentes da própria decisão judicial. Pois bem! Para que se possa promover a compensação dos pretensos créditos, necessário se faz o preenchimento dos requisitos da liquidez e certeza decorrentes do artigo 170 do Código Tributário Nacional. E é justamente aqui se esbarra o direito do contribuinte. A compensação tributária dáse nas condições estipuladas pela lei, entre créditos líquidos e certos, vencidos e vincendos do sujeito passivo. Não é possível o encontro de contas se o contribuinte não demonstrar, previamente, estes dois requisitos. No presente caso, o recorrente tem ao seu favor uma decisão judicial precária que suspende a exigibilidade do PIS e da COFINS proveniente de medicamentos que já sofreram tal tributação, na forma prevista pela Lei nº 10.147/00, com as alterações posteriores, bem como declaração do direito dos substituídos à compensação de todos os valores indevidamente recolhidos a título de PIS e da COFINS sobre a receita de medicamentos. Esta situação, por sua vez, não implica no reconhecimento da liquidez e da certeza dos créditos tributários. A compensação de tributos devidos com créditos do particular em face do fisco é permitida em nossa legislação, desde que satisfeitos certos requisitos para tanto. Inicialmente, é interessante lembrar que a matéria está prevista no Código Tributário Nacional, no caput do art. 170: "Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública." Desde logo se verifica que o CTN é expresso ao afirmar que a lei poderá permitir a compensação, desde que seja ela feita com a utilização de créditos líquidos e certos. Não basta, assim, que existam hipotéticos pagamentos de um tributo posteriormente julgado indevido: é preciso que exista a certeza do pagamento, bem como o valor atualizado do seu montante. Por via de conseqüência, qualquer decisão judicial que autorize a compensação de créditos ilíquidos ou incertos estará violando o art. 170 do CTN. Interessante observar que o dispositivo transcrito acima não condiciona a compensação a uma necessária intervenção do Poder Judiciário. Não exige o CTN, assim, que somente possa compensar créditos aquele que tenha uma autorização judicial para tanto. O caput do art. 66 da Lei nº 8.383, de 30/12/91, autoriza a compensação prevista no art. 170 do CTN: "Art. 66. Os casos de pagamento indevido ou a maior de tributos e contribuições federais, inclusive previdenciárias, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação Fl. 165DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a períodos subseqüentes." Expressamente se verifica, inicialmente, que há de haver pagamento indevido ou a maior de tributos para que possa surgir o direito à compensação. Além disso, como mencionado acima, os créditos precisam ser líquidos e certos. Assim, se inexiste pagamento indevido ou a maior, não é possível compensar (art. 66 da Lei nº 8.383/91). Nesse sentido, se não há a certeza da existência dos pagamentos devidos, ou se estes não são líquidos, não é possível compensar (art. 170 do CTN). Presentes esses requisitos, tem o contribuinte o direito à compensação. Se não estão presentes esses requisitos, não tem o contribuinte o direito à compensação. Tendo em vista que, no presente caso, o contribuinte tem em seu poder uma decisão judicial passível de reforma, já que não houve o acertamento tributário definitivo, sou pelo CONHECIMENTO do presente recurso e dele NEGOLHE provimento para manter a decisão de primeira instância. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator Fl. 166DF CARF MF Impresso em 18/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 31/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10235.001110/00-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 26 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995
RESTITUIÇÃO. PRAZO DE APRESENTAÇÃO DO PEDIDO.
Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, o prazo de cinco anos previsto no art. 3º da mesma lei só é válido para os pedidos de restituição protocolizados após a sua vigência, 09/06/2005. Para os pedidos protocolizados até esta data prevalece o prazo de 10 anos contados da data da ocorrência do fato gerador relativo ao pagamento indevido.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Aguardando Nova Decisão
Numero da decisão: 3301-002.387
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Paulo Puiatti, Fábia Regina Freitas, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: tfd yutuyt
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 RESTITUIÇÃO. PRAZO DE APRESENTAÇÃO DO PEDIDO. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, o prazo de cinco anos previsto no art. 3º da mesma lei só é válido para os pedidos de restituição protocolizados após a sua vigência, 09/06/2005. Para os pedidos protocolizados até esta data prevalece o prazo de 10 anos contados da data da ocorrência do fato gerador relativo ao pagamento indevido. Recurso Voluntário Provido em Parte Aguardando Nova Decisão
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Paulo Puiatti, Fábia Regina Freitas, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal.
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PRAZO DE APRESENTAÇÃO DO PEDIDO. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, o prazo de cinco anos previsto no art. 3º da mesma lei só é válido para os pedidos de restituição protocolizados após a sua vigência, 09/06/2005. Para os pedidos protocolizados até esta data prevalece o prazo de 10 anos contados da data da ocorrência do fato gerador relativo ao pagamento indevido. Recurso Voluntário Provido em Parte Aguardando Nova Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Paulo Puiatti, Fábia Regina Freitas, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 23 5. 00 11 10 /0 0- 44 Fl. 868DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10235.001110/0044 Acórdão n.º 3301002.387 S3C3T1 Fl. 868 2 Relatório Tratase de pedido de restituição, efetivado em 29/09/2000, no valor de R$ 1.965.390,00, pleiteando a devolução dos valores pagos indevidamente à título de Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, abrangendo os anos de 1990 a 1995, com base na inconstitucionalidade declarada dos DecretosLeis nº 2.445 e 2.449/88. A DRF/Macapá denegou o pedido com fundamentos no escoamento do prazo prescricional para o pedido de restituição e denegou o pedido relativo aos meses não atingidos pela prescrição, a partir de 29/09/1995, com base na impossibilidade de a administração tributária apreciar arguições de matéria de caráter constitucional. O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, solicitando em síntese que fosse considerado o prazo prescricional de cinco anos contados da publicação da Resolução nº 49 do Senado Federal, publicada em 10/10/1995, a qual suspendeu a execução dos DecretosLeis nºs 2.445, de 29 de junho de 1988, e 2.449, de 21 de julho de 1988, declarados inconstitucionais por decisão definitiva do STF. Em relação aos valores recolhidos a partir de 29/09/1995, fosse reconhecido o seu direito, ante a demonstração da ocorrência do pagamento a maior. Após solicitar a realização de diligência para ver esclarecidas algumas questões relativas aos pagamentos efetuados a partir de 29/09/1995, não atingidos pelo prazo prescricional, a 3ª Turma da DRJ/Belém proferiu o Acórdão nº 0120.477, de 25/01/2011, assim ementado: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais, quando comprovado que o contribuinte não figurou como parte na referida ação judicial. ENTENDIMENTO DOMINANTE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. VINCULAÇÃO DA ADMINISTRATIVA. A autoridade julgadora administrativa não se encontra vinculada ao entendimento dos Tribunais Superiores pois não faz parte da legislação tributária de que fala o artigo 96 do Código Tributário Nacional, desde que não tenha gerado uma súmula vinculante, nos termos da Emenda Constitucional n.° 45, DOU de 31/12/2004. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 1990, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. PRAZO PARA PLEITEAR RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. Fl. 869DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10235.001110/0044 Acórdão n.º 3301002.387 S3C3T1 Fl. 869 3 O prazo decadencial para pleitear a restituição de valores pagos a maior ou indevidamente a título de tributos e contribuições, inclusive aqueles submetidos à sistemática do lançamento por homologação, é de cinco anos contados da data do efetivo pagamento, mesmo quando se tratar de pagamento obrigado por norma posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal ou cuja eficácia tenha sido suspensa pelo Senado Federal ou cuja constituição de créditos tributário fiquem dispensados por meio de Medida Provisória. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Anocalendário: 1995 EMPRESA EXCLUSIVAMENTE PRESTADORA DE SERVIÇOS. PIS REPIQUE. A empresa exclusivamente prestadora de serviços sujeitase à tributação pelo PIS/repique. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte. No caso a DRJ manteve o entendimento de que o prazo prescricional para que o contribuinte apresentasse o pedido de restituição seria de 5 anos contados do pagamento indevido, com base nos art. 165 e 168 do CTN e também com base no art. 3º da Lei Complementar nº 118/2005. Em relação aos recolhimentos efetuados a partir de 29/09/1995, não atingidos pelo prazo prescricional, a DRJ reconheceu o direito à restituição dos valores decorrentes do pagamento efetuado com base no PISFaturamento em contrapartida aos valores devidos com base no PISRepique, uma vez que a recorrente era exclusivamente prestadora de serviços. Não concordando com referida decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário, por meio do qual, insiste na tese de que o prazo prescricional, para apresentação do pedido de restituição, seja contado a partir da data da publicação da Resolução nº 49 do Senado Federal. Defende ainda o seu direito com base no julgamento do Recurso Extraordinário nº 566.621/RS no qual o STF decidiu pela inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º da Lei Complementar nº 118/2005. É o relatório. Fl. 870DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10235.001110/0044 Acórdão n.º 3301002.387 S3C3T1 Fl. 870 4 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. Toda a controvérsia processual está centrada no prazo de que o contribuinte dispunha para entrar com o pedido de restituição. Se cinco anos contados da extinção do crédito tributário como entendeu a decisão recorrida ou se cinco anos contados da Resolução nº 49 do Senado Federal, que se deu em 10/10/1995, como entende o contribuinte. O prazo para os contribuintes apresentar o pedido de restituição foi objeto de apreciação pelo Supremo Tribunal Federal, que concluiu pela repercussão geral deste tema nos autos do Recurso Extraordinário nº 561.908, e passou a apreciar seu mérito nos autos do Recurso Extraordinário nº 566.621 sendo publicado em 11/10/2011 acórdão assim ementado: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4o, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/2005, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento Fl. 871DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10235.001110/0044 Acórdão n.º 3301002.387 S3C3T1 Fl. 871 5 quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção de confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede a iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, §3o, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Após esta decisão, esta corte administrativa passou a adotála em face do disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, o qual determina a observância de decisões proferidas pelo STF e STJ no rito dos recursos repetitivos: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Neste sentido, recente acórdão da Câmara Superior de Recursos Fiscais: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1988 a 31/12/1991 NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543B DO CPC. Consoante art. 62A do Regimento Interno do CARF, “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Fl. 872DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10235.001110/0044 Acórdão n.º 3301002.387 S3C3T1 Fl. 872 6 Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF”. NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. DIREITO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TERMO INICIAL. DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621/RS (RELATORA A MINISTRA ELLEN GRACIE). “Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de cinco anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacacio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º do CPC aos recursos sobrestados. (Acórdão da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais nº 9303002.333, sessão do dia 20/06/2013) Sem dúvida a jurisprudência deste tribunal administrativo já vem reconhecendo pacificamente esses direitos, conforme se depreende de recente Acórdão proferido pela Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, processo de relatoria do eminente Conselheiro Henrique Pinheiro Torres: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5), a partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Para restituição/compensação de créditos relativos a fatos geradores ocorridos entre setembro de 1989 e março de 1992, cujo pedido foi protocolado até 08 de junho de 2005, aplicavase o prazo decenal tese dos 5 + 5. Recursos negados.(Acórdão CSRF nº 9303002.304 3ª Turma, 20/06/2013). (grifei) Portanto, seguindo a linha das decisões acima alinhavadas, há que se reconhecer que o contribuinte detinha o prazo de dez anos, contados da data do fato gerador do pagamento indevido, para pedir restituição dos valores recolhidos a maior do PIS. Considerando que o pedido de restituição foi apresentado em 29/9/2000, todos os pagamentos efetuados decorrentes de fatos geradores ocorridos a partir de 29/9/1990 podem ser objetos de análise de seu direito creditório. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, tãosomente para reconhecer o direito do contribuinte em ter analisado o seu pedido de restituição para os pagamentos, cujos fatos geradores tenha ocorrido a partir de 29/9/1990. Em relação ao pedido formulado pelo contribuinte, no seu recurso voluntário, para que sejam consideradas a mesma forma de apuração decidida pelo acórdão recorrido, para os fatos geradores anteriores a 29/09/1995, entendo que esta matéria é da competência da DRF Fl. 873DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10235.001110/0044 Acórdão n.º 3301002.387 S3C3T1 Fl. 873 7 de origem, que vai analisar o mérito do pedido de restituição, que até o momento ainda não foi objeto de análise. Assim, diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, propondo o retorno do processo à unidade de origem para que esta verifique a existência de crédito líquido e certo em favor do contribuinte para o período não atingido pelo prazo prescricional já informado. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 874DF CARF MF Impresso em 26/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/ 07/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 25/08/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
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Numero do processo: 16327.720825/2012-43
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 10 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
FINOR. RECONHECIMENTO DO DIREITO DE APLICAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA DO RECURSO DE OFÍCIO.
É improcedente Recurso de Ofício interposto para reforma de julgamento de DTJ, quando reconhecido pela autoridade administrativa o direito de aplicação no FINOR, em decorrência da existência de PERC, julgado procedente pela DEINF, em despacho decisório. Resta, portanto descabido o lançamento efetuado.
Numero da decisão: 1103-000.925
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Aloysio José Percínio da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábio Nieves Barreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Martins Neiva Monteiro, Marcos Shigueo Takata, André Mendes de Moura, Fábio Nieves Barreira, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: FABIO NIEVES BARREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2008 FINOR. RECONHECIMENTO DO DIREITO DE APLICAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA DO RECURSO DE OFÍCIO. É improcedente Recurso de Ofício interposto para reforma de julgamento de DTJ, quando reconhecido pela autoridade administrativa o direito de aplicação no FINOR, em decorrência da existência de PERC, julgado procedente pela DEINF, em despacho decisório. Resta, portanto descabido o lançamento efetuado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva - Presidente. (assinado digitalmente) Fábio Nieves Barreira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Martins Neiva Monteiro, Marcos Shigueo Takata, André Mendes de Moura, Fábio Nieves Barreira, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1781; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C1T3 Fl. 177 1 176 S1C1T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.720825/201243 Recurso nº De Ofício Acórdão nº 1103000.925 – 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária Sessão de 10 de setembro de 2013 Matéria IRPJ Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BV FINANCEIRA S/A CRÉDITO FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 FINOR. RECONHECIMENTO DO DIREITO DE APLICAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA DO RECURSO DE OFÍCIO. É improcedente Recurso de Ofício interposto para reforma de julgamento de DTJ, quando reconhecido pela autoridade administrativa o direito de aplicação no FINOR, em decorrência da existência de PERC, julgado procedente pela DEINF, em despacho decisório. Resta, portanto descabido o lançamento efetuado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso de ofício, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Fábio Nieves Barreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Martins Neiva Monteiro, Marcos Shigueo Takata, André Mendes de Moura, Fábio Nieves Barreira, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 08 25 /2 01 2- 43 Fl. 177DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 10/09/201 4 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA Processo nº 16327.720825/201243 Acórdão n.º 1103000.925 S1C1T3 Fl. 178 2 Relatório Consta dos autos, que em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo sujeito passivo, efetuouse, em 04/12/2012, o lançamento de ofício para a constituição dos créditos tributários, consubstanciados nos autos de infração e demonstrativos de fls. 68 a 72, no valor total de R$ 24.008.763,97, a título de IRPJ, decomposto assim: Imposto R$ 11.299.305,33 Juros de mora (calculados até 12/2012) R$ 4.234.979,64 Multa proporcional (passível de redução) R$ 8.474.479,00 Valor do Crédito Tributário R$ 24.008.763,97 O mérito do ato administrativo (fls. 69) foi à verificação, pela autoridade administrativa, de “excesso na destinação do FINOR”. Isto porque, consta dos autos, que “o contribuinte recolheu R$ 11.299.305,33 como incentivo fiscal cujo benefício foi indeferido”, resultando, assim, em insuficiência de recolhimento de IRPJ. Ocorre que o lançamento de ofício se deu na pendência de PERC (fls. 78 a 88): “Em vista da possibilidade de aplicar porcentagem do imposto de renda apurado em investimentos regionais, nos termos do DecretoLei n° 1.376, de 12 de dezembro de 1974, alterado pelas Leis n° 8.167/91 e n.° 9.532/97, e ratificado pelos artigos 592 a 619 do Decreto n° 3.000/99 (RIR), a Impugnante destinou parte do IRPJ, apurado no anocalendário 2008, ao Fundo de Investimento do Nordeste — FINOR. No entanto, por entender que o Impugnante não atendia aos requisitos mínimos exigidos pela legislação competente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil houve por bem indeferir a ordem de emissão dos incentivos, ensejando na apresentação de PERC autuado no PA n° 16327.721252/201194.” E, no referido PERC, a DEINF proferiu o Despacho Decisório (PA n° 16327.721252/201194), deferindo o PERC requerido pela recorrente, reconhecendo o direito de aplicação no FINOR, no valor autuado nestes autos (R$ 11.299.305,33). A recorrente, nesse passo, ofertou Impugnação, requerendo o cancelamento do lançamento de ofício, ou revisão de ofício do crédito tributário constituído, que os autos fossem remetidos à Delegacia Regional de Julgamentos. Foi proferido acórdão pela 8ª Turma da DRJ/SP, dando razão à recorrente e cancelando o lançamento de ofício, conforme ementa do julgamento abaixo transcrita: Fl. 178DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 10/09/201 4 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA Processo nº 16327.720825/201243 Acórdão n.º 1103000.925 S1C1T3 Fl. 179 3 “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 FINOR. RECONHECIMENTO DO DIREITO DE APLICAÇÃO. IDENTIDADE DE VALORES. CANCELAMENTO DO AUTO DE INFRAÇÃO. Deve ser cancelado o lançamento referente ao excesso de aplicação destinado ao FINOR, em detrimento do Imposto de Renda, quando restar comprovado que, em data anterior, já houve reconhecimento, por parte da autoridade administrativa competente, do direito de destinação ao fundo no mesmo montante daquele objeto da autuação. Impugnação Procedente Crédito Tributário Exonerado” Em razão do decido no v. acórdão, foi interposto Recurso de Ofício. É o relatório. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 10/09/201 4 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA Processo nº 16327.720825/201243 Acórdão n.º 1103000.925 S1C1T3 Fl. 180 4 Voto Conselheiro Fábio Nieves Barreira Passo ao voto. Conforme o v. acórdão recorrido: “8. A impugnação é tempestiva, visto ter sido apresentada dentro do trintídio legal, portanto dela tomo conhecimento. 9. Rejeitado o pedido preliminar de análise por meio da revisão de ofício, passo a verificar as questões de mérito da presente impugnação. Neste ponto, o impugnante alega não haver fundamento para os valores lançados, uma vez que no pedido de revisão de ordem de emissão de incentivo fiscal (PERC), referente ao anocalendário 2008 foi reconhecido o seu direito de aplicação no FINOR, no valor de R$ 11.299.305,33, o mesmo da presente autuação. 9.1 De fato, observando o despacho decisório do processo 16327.721252/201194 (fls. 162 a 165), proferido em data anterior ao do lançamento, verificase que a autoridade administrativa reconheceu o direito de aplicação no FINOR, referente ao exercício 2009, no montante de R$ 11.299.305,33, ou seja, a mesma quantia do valor principal da presente autuação. Restando, portanto descabido o lançamento efetuado, o qual tinha como fundamento a destinação excessiva ao FINOR em detrimento do Imposto de Renda. 10. Cumpre observar que o Memorando CODAC/COBRA/DIPEJ nº 308, de 11/06/2012 (fls. 58 a 60), documento que, indiretamente, deu origem ao presente lançamento, trazia como orientação, no item 1, a verificação, pelo setor responsável, da existência de PERC, referente ao exercício 2009, que não estivesse devidamente registrado no sistema PERC 2009. Caso houvesse, solicitavase dar andamento ao PERC e proceder conforme itens 4 a 8 do mesmo Memorando. Na análise do item 1 do referido Memorando, conforme despacho de fls. 57, chegouse à conclusão de que não havia PERC apresentada pelo contribuinte em questão, entretanto ao observar o print da tela acostada (fls. 56), que estaria a embasar tal conclusão, percebese que a consulta fora realizada justamente no sistema PERC 2009, não se identificando portanto a existência da PERC consubstanciada no processo nº 16327.721252/201194. Por tal motivo é que se procedeu conforme itens 2 e 3 do Memorando supra mencionado, o que acabou culminando no lançamento ora combatido. 10.1 Caso tivesse havido a identificação do PERC consubstanciado no processo nº 16327.721252/201194, a sua análise levaria à conclusão de inexistência do excesso de destinação e, consequentemente, de ausência de valores a serem lançados. Fl. 180DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 10/09/201 4 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA Processo nº 16327.720825/201243 Acórdão n.º 1103000.925 S1C1T3 Fl. 181 5 11. Ante o exposto, julgo PROCEDENTE a presente impugnação, EXONERANDO o Crédito Tributário constituído.” O v. acórdão recorrido não merece reparos. Sendo reconhecido, pela Receita Federal do Brasil, no PERC o direito de aproveitamento do numerário destinado ao FINOR, não há como se manter o lançamento de ofício, cujo objeto é a ilegalidade do referido ato praticado pelo contribuinte. Diante do exposto, RECEBO O RECURSO DE OFÍCIO, para, no mérito, NEGARLHE provimento, mantendose o v. acordão recorrido. É como voto. (assinado digitalmente) Fábio Nieves Barreira Relator Fl. 181DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 10/09/201 4 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 15/07/2014 por FABIO NIEVES BARREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 11065.004553/2008-69
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2008 a 30/09/2008
NÃO-CUMULATIVIDADE. RESSARCIMENTO DE SALDO CREDOR. BASE DE CÁLCULO. CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS.
Por decisão plenária do STF, não incidem as contribuições para o PIS e a Cofins na cessão de créditos de ICMS para terceiros.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9303-003.021
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial.
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Nanci Gama, Rodrigo da Costa Pôssas, Joel Miyazaki, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Ricardo Paulo Rosa, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda.
Nome do relator: Rodrigo da Costa Pôssas
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente Substituto (assinado digitalmente) RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Nanci Gama, Rodrigo da Costa Pôssas, Joel Miyazaki, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Ricardo Paulo Rosa, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2008 a 30/09/2008 NÃOCUMULATIVIDADE. RESSARCIMENTO DE SALDO CREDOR. BASE DE CÁLCULO. CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS. Por decisão plenária do STF, não incidem as contribuições para o PIS e a Cofins na cessão de créditos de ICMS para terceiros. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente Substituto (assinado digitalmente) RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Nanci Gama, Rodrigo da Costa Pôssas, Joel Miyazaki, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Ricardo Paulo Rosa, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 45 53 /2 00 8- 69 Fl. 226DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11065.004553/200869 Acórdão n.º 9303003.021 CSRFT3 Fl. 227 2 López e Luiz Eduardo de Oliveira Santos. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra acórdão proferido pela 3ª Turma Especial da 3ª Câmara da 3ª Sejul do CARF, sob a seguinte ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2008 a 30/09/2008 NÃOCUMULATIVIDADE. RESSARCIMENTO DE SALDO CREDOR ALTERAÇÃO NA PARCELA DO DÉBITO. CESSÃO DE CRÉDITOS DE ICMS. A cessão de ICMS gerado de operações de exportação anteriormente registrado como encargo tributário não materializa ingresso de elemento novo. O aumento do resultado do exercício da pessoa jurídica no momento da recuperação do custo tributário provê o retorno à situação patrimonial anterior, não reunindo condições de qualificála no conceito de receita. Em Recurso Especial a Fazenda requer a reforma do acórdão sob o fundamento de que na época dos créditos não havia legislação que embasasse a exclusão da parcela relativa à cessão onerosa da base de cálculo da contribuição. Somente com a vigência da Lei 11.945/2009, a partir de 01/01/2010, as receitas decorrentes da transferência onerosa de créditos de ICMS deviam ser excluídas da base de cálculo das contribuições. Antes dessa data as referidas receitas compunham a sua base de cálculo. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator Os requisitos para se admitir o Recurso Especial foram todos cumpridos e respeitadas a formalidades previstas no RICARF. A matéria tratada no presente recurso será somente o fato de as receitas decorrentes da transferência onerosa de créditos de ICMS deverem, ou não, ser excluídas da base de cálculo das contribuições para o PIS e Cofins. A matéria não é mais passível de discussão no CARF, haja vista que o Supremo Tribunal Federal já decidiu a questão posta, com a devida declaração de repercussão Fl. 227DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11065.004553/200869 Acórdão n.º 9303003.021 CSRFT3 Fl. 228 3 geral, nos termos dos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. O Recurso Extraordinário nº 606107, que trata da matéria, foi interposto pela Fazenda Nacional, contra decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que considerou inconstitucional a inclusão, na base de cálculo do PIS e da Cofins não cumulativas, os valores dos créditos do ICMS provenientes de exportação que fossem cedidos onerosamente a terceiros. Em julgamento realizado pelo pleno do STF, em 22/05/2013, cuja ata nº 13 foi publicada no DJE de 03/06/2013, foi julgado o mérito do presente tema com repercussão geral, com a seguinte decisão: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, conheceu e negou provimento ao recurso extraordinário, vencido o Ministro Dias Toffoli. Votou o Presidente, Ministro Joaquim Barbosa. Falaram, pela recorrente, o Dr. Luiz Carlos Martins Alves, Procurador da Fazenda Nacional, e, pela recorrida, o Dr. Danilo Knijnik. Plenário, 22.05.2013. EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. EMPRESA EXPORTADORA. CRÉDITOS DE ICMS TRANSFERIDOS A TERCEIROS. I Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestarlhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade. (...) VII Adquirida a mercadoria, a empresa exportadora pode creditarse do ICMS anteriormente pago, mas somente poderá transferir a terceiros o saldo credor acumulado após a saída da mercadoria com destino ao exterior (art. 25, § 1º, da LC 87/1996). Porquanto só se viabiliza a cessão do crédito em função da exportação, além de vocacionada a desonerar as empresas exportadoras do ônus econômico do ICMS, as verbas respectivas qualificamse como decorrentes da exportação para efeito da imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal. VIII Assenta esta Suprema Corte a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS não cumulativas sobre os valores auferidos por empresa exportadora em razão da transferência a terceiros de créditos de ICMS. Fl. 228DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11065.004553/200869 Acórdão n.º 9303003.021 CSRFT3 Fl. 229 4 O acórdão foi publicado em 25/11/2013 e a certidão de trânsito em julgado em 05/12/2013. Por força regimental Portaria MF nº 256/2009, art. 62A, essa decisão deve ser reproduzida por este relator. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Pelo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pela PGFN. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 229DF CARF MF Impresso em 28/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/07/2014 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 06/08/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 13609.000043/2010-78
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 30/05/2005 a 30/09/2005
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. COBRANÇA DE DIFERENÇAS APURADAS NO COTEJAMENTO ENTRE OS VALORES DECLARADOS EM GFIP / FOLHA DE PAGAMENTO. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INOBSERVÂNCIA DOS ARTIGOS 142 DO CTN E 293 DO RPS, APROVADO PELO DECRETO Nº 3.048, DE 1999.
A discussão cinge-se à cobrança de diferenças de contribuições devidas pelos segurados empregados, que foram descontadas de suas remunerações, apuradas a partir do cotejamento entre os valores declarados em GFIP, os relacionados na folha de pagamento e os recolhidos por meio de GPS, conforme dispõe o item 8.1 (fls. 198), do Relatório Fiscal).
Constatado o erro do contribuinte, a autoridade lavrará auto de infração com discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi praticada (art. 293 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999), situação que não se vislumbra nestes autos. As imprecisões contidas no lançamento, conforme explicitado, não dão qualquer garantia de que a autoridade conseguiu, efetivamente, verificar a ocorrência do fato gerador, bem como calcular o montante do tributo devido.
Não tendo a autoridade administrativa cumprido com fidelidade os comandos do art. 142 do CTN c/c o art. 293 do Decreto nº 3.048, de 1999, o lançamento não merece prosperar.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2803-003.573
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Helton Carlos Praia de Lima. O Conselheiro Caio Eduardo Zerbeto Rocha foi vencido quanto à contribuição de segurado. Sustentação oral Advogado Dr Alex dos Santos Ribas, OAB/MG nº 83.823.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 30/05/2005 a 30/09/2005 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. COBRANÇA DE DIFERENÇAS APURADAS NO COTEJAMENTO ENTRE OS VALORES DECLARADOS EM GFIP / FOLHA DE PAGAMENTO. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INOBSERVÂNCIA DOS ARTIGOS 142 DO CTN E 293 DO RPS, APROVADO PELO DECRETO Nº 3.048, DE 1999. A discussão cinge-se à cobrança de diferenças de contribuições devidas pelos segurados empregados, que foram descontadas de suas remunerações, apuradas a partir do cotejamento entre os valores declarados em GFIP, os relacionados na folha de pagamento e os recolhidos por meio de GPS, conforme dispõe o item 8.1 (fls. 198), do Relatório Fiscal). Constatado o erro do contribuinte, a autoridade lavrará auto de infração com discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi praticada (art. 293 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999), situação que não se vislumbra nestes autos. As imprecisões contidas no lançamento, conforme explicitado, não dão qualquer garantia de que a autoridade conseguiu, efetivamente, verificar a ocorrência do fato gerador, bem como calcular o montante do tributo devido. Não tendo a autoridade administrativa cumprido com fidelidade os comandos do art. 142 do CTN c/c o art. 293 do Decreto nº 3.048, de 1999, o lançamento não merece prosperar. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Helton Carlos Praia de Lima. O Conselheiro Caio Eduardo Zerbeto Rocha foi vencido quanto à contribuição de segurado. Sustentação oral Advogado Dr Alex dos Santos Ribas, OAB/MG nº 83.823. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos.
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CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. COBRANÇA DE DIFERENÇAS APURADAS NO COTEJAMENTO ENTRE OS VALORES DECLARADOS EM GFIP / FOLHA DE PAGAMENTO. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INOBSERVÂNCIA DOS ARTIGOS 142 DO CTN E 293 DO RPS, APROVADO PELO DECRETO Nº 3.048, DE 1999. 1. A discussão cingese à cobrança de diferenças de contribuições devidas pelos segurados empregados, que foram descontadas de suas remunerações, apuradas a partir do cotejamento entre os valores declarados em GFIP, os relacionados na folha de pagamento e os recolhidos por meio de GPS, conforme dispõe o item 8.1 (fls. 198), do Relatório Fiscal). 2. Constatado o erro do contribuinte, a autoridade lavrará auto de infração com discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi praticada (art. 293 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999), situação que não se vislumbra nestes autos. As imprecisões contidas no lançamento, conforme explicitado, não dão qualquer garantia de que a autoridade conseguiu, efetivamente, verificar a ocorrência do fato gerador, bem como calcular o montante do tributo devido. 3. Não tendo a autoridade administrativa cumprido com fidelidade os comandos do art. 142 do CTN c/c o art. 293 do Decreto nº 3.048, de 1999, o lançamento não merece prosperar. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 00 00 43 /2 01 0- 78 Fl. 405DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 3 2 Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Helton Carlos Praia de Lima. O Conselheiro Caio Eduardo Zerbeto Rocha foi vencido quanto à contribuição de segurado. Sustentação oral Advogado Dr Alex dos Santos Ribas, OAB/MG nº 83.823. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Caio Eduardo Zerbeto Rocha, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 406DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, relativamente às contribuições destinadas à Seguridade Social, devidas pelos segurados, referentes às competências 05/2005 e 09/2005. O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 23 de novembro de 2012 e ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias Data do fato gerador: 30/05/2005, 30/09/2005 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA. SEGURADOS. A empresa é obrigada a arrecadar e recolher as contribuições sociais previdenciárias devidas pelos segurados no prazo estabelecido em Lei. COMPENSAÇÃO. O Valor retido e destacado na nota fiscal ou fatura de prestação de serviços mediante cessão de mãodeobra será compensado pelo respectivo estabelecimento da empresa cedente, quando do recolhimento das contribuições destinadas à Seguridade Social, devidas sobre a folha de pagamento dos segurados a seu serviço. O valor a compensar referente à retenção sobre nota fiscal/fatura, efetivamente abatido em documento de arrecadação da Previdência – GPS, deve ser informado na GFIP, se não tiver sido compensado na competência em que ocorreu a retenção, obedecido ao disposto na legislação de regência. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: A Impugnante foi autuada por deixar de repassar contribuições previdenciárias descontadas de segurados e não repassadas aos cofres previdenciários, diante dos meses de maio e setembro de 2005, tendo em vista a apuração de diferenças entre os valores fornecidos em GFIP e aqueles obtidos pela fiscalização através do Manual Normativo de Arquivos Digitais e o sistema de Validação e autenticação – MANAD. Fl. 407DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 5 4 Por haver divergências constantes aos valores apresentados entre GFIP e MANAD que se resumem a retificações de GFIP apresentadas por todo o período fiscalizado, a Contribuinte apresentou sua Impugnação ao Auto de Infração lavrado. Não obstante, a d. 7ª Turma da DRJ/BHE julgou improcedente a impugnação apresentada, porém, mantendo, equivocadamente, o crédito tributário exigido no Debcad nº 37.248.9273. A Lei nº 11.941/09 trouxe novos critérios inerentes à fixação da penalidade aqui discutida, o que faz com que o valor lançado pela fiscalização seja sensivelmente reduzido. As contribuições previdenciárias aqui discutidas foram descontadas de acordo com os valores constantes ao MANAD, e não diante da GFIP, o que faz com que o trabalho fiscal deva ser cancelado. Cumpre ressaltar que todas as obrigações acessórias relativas às contribuições previdenciárias foram devidamente cumpridas. A divergência de dados aqui existentes se deu por conta de retificações em GFIPs originais e retificadoras. Independentemente do cumprimento das obrigações acessórias, o que será discutido em sede de Auto de Infração apropriado, as obrigações principais aqui discutidas foram regularmente recolhidas ou compensadas. O art. 113, § 1º do CTN, foi enfático ao disciplinar que a obrigação tributária principal extinguese com o pagamento. Havendo o pagamento do crédito tributário, ou sua compensação, o mesmo será extinto. Se o desconto e repasse foram feitos levandose em consideração o valor levantado pela fiscalização através do MANAD, podese afirmar que não há mais crédito tributário a se exigir da Impugnante. À vista de todo exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência total do lançamento, bem como os equívocos incorridos no r. Acórdão objurgado, espera e requer a Recorrente seja acolhido o presente Recurso voluntário, a fim de que: a) Seja conhecido e totalmente provido; b) No mérito, seja reconhecida a total improcedência e insubsistência do Auto de Infração ora atacado, de forma e modo a que seja reformado o r. Acórdão nº 02 41.190, proferido pela 7ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil e, consequentemente, seja cancelado o crédito tributário inadequadamente lançado, afastandose, integralmente, a autuação e a penalidade aplicadas; c) Requer, ainda, seja determinada a suspensão da exigibilidade do pretenso crédito tributário relativo a presente autuação, até a prolação da decisão final no presente processo administrativo assim como previsto no art. 151, III, do CTN. Fl. 408DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 6 5 Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 409DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Segundo consta nos autos, a discussão cingese à cobrança de diferenças de contribuições devidas pelos segurados empregados, que foram descontadas de suas remunerações, apuradas a partir do cotejamento entre os valores declarados em GFIP, os relacionados na folha de pagamento e os recolhidos por meio de GPS, conforme dispõe o item 8.1 (fls. 198), do Relatório Fiscal). De acordo com o acórdão recorrido, somente foi apurada diferença de contribuições nas competências em que os valores pagos pelo contribuinte não foram suficientes para liquidar o valor devido, calculado com base na folha de pagamento, comparados com os valores declarados em GFIP. Destaquese, ainda, que no âmbito da primeira instância administrativa, os autos foram baixados em diligência pelo julgador a quo, para que a autoridade lançadora esclarecesse se houve ou não aproveitamento dos valores retidos e destacados em notas fiscais, quando da constituição do lançamento. Do comando emanado na diligência requerida, expediuse a Informação Fiscal e anexos de fls. 327/344, encaminhados ao contribuinte, abrindose prazo para manifestação, sendo que o sujeito passivo apresentou as mesmas razões da impugnação. Do incidente processual acima referido (fls. 373) extraise que: Conforme já relatado nesta decisão (parte relatório), as provas juntadas pela empresa na impugnação foram reanalisadas pela auditoria fiscal. Esclareceu que foram verificadas retenções sem o respectivo recolhimento e retenções aglutinadas em uma mesma GPS, impossibilitando vincular o valor recolhido em uma GPS, ao valor retido e à nota fiscal de prestação de serviços. Sobre a dificuldade de vinculação das retenções às notas fiscais, o contribuinte respondeu à fiscalização, em 11/12/2009, anexo 3, fls. 63/65, relacionando as notas fiscais para as quais não foi localizado o respectivo recolhimento previdenciário. Diante de tal constatação, a fiscalização considerou/aproveitou as retenções nas competências informadas nas GPS, concluindo que o lançamento não caberia retificações. Fl. 410DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 8 7 Ressaltou a auditoria por ocasião da diligência o que já havia sido dito no relatório fiscal, fls. 199/200, item 10. Com base na Informação Fiscal, o julgador a quo (fls. 368/369) aduz que: A retenção destacada, de acordo com a planilha, foi cotejada com as GPS contidas no conta corrente extraído do sistema Plenus da DATAPRE e do SAFIS – sistema de Auditoria Fiscal. Verifiquei retenções sem o respectivo recolhimento e retenções aglutinadas em uma mesma GPS. Resumindo: é impossível vincular o valor recolhido em uma GPS, ao valor retido e à nota fiscal de prestação de serviços. O contribuinte foi questionado sobre este assunto durante o procedimento fiscal e se manifestou em sua resposta de 11/12/2009, anexo 3, fls. 63/65, relacionando as notas fiscais para as quais não foi localizado o respectivo recolhimento previdenciário. Da análise das notas fiscais anexadas aos autos pela impugnante, a autoridade fiscal constatou que os valores retidos referentes a 03 (três) notas fiscais não foram considerados no RDA e, consequentemente, no Relatório de Documentos Apropriados – Rada. Explica que em dezembro de 2005, julho e setembro de 2006 as retenções de 11% de 03 (três) notas fiscais foram aparentemente não aproveitadas pela fiscalização como recolhimentos previdenciários. Percebese que os valores das retenções somadas recolhidas em GPS (campo INSS) são superiores aos valores das retenções destacadas nas notas fiscais (de acordo com o faturamento fornecido pela empresa) e daquelas declaradas em campo próprio da GFIP no mês, ou seja, é provável que tenham sido recolhidas nestas competências valores retidos em outras. No período fiscalizado, 2/2005 a 12/2006, o total das retenções de 11% equivale a R$7.108.366,47, conforme planilha de faturamento, enquanto que o total das retenções efetivamente recolhidas, campo INSS, somam R$7.104.312,03, uma diferença ínfima, o que significa que algo em torno de 0,6% do valor total retido não foi aproveitado pela fiscalização. Algum critério tinha que ser adotado para evitar prejuízo tanto para o fisco federal quanto para o sujeito passivo e, o mais objetivo, foi o de considerar as retenções nas Fl. 411DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 9 8 competências informadas em GPS, em face da impossibilidade de vincular o valor recolhido em uma GPS, ao valor retido e à nota fiscal de prestação de serviços. Quanto à retenção de R$1.457,50 incidente sobre a nota fiscal 0005 supostamente de 5/2005, informou a auditoria que o recolhimento foi aproveitado em 4/2005 porque esta foi a competência consignada na GPS, conforme o sistema de arrecadação. Caberia à empresa proceder ao ajuste da guia, se pertinente. Informou que o valor não deveria ser apropriado na competência 05/2005, pois a data de emissão da nota fiscal 0005 estava ilegível na cópia acostada às fls. 281 (há um carimbo batido em cima da data). (grifouse e destacouse) Das partes grifadas e negritadas do trecho acima transcrito (do Acórdão recorrido), resta mais do que evidenciado que a autoridade administrativa incumbida do lançamento não conseguiu constituir o pretenso crédito tributário na forma estabelecida pelo art. 142 do CTN, in verbis: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. (grifouse) Ora, constatado o erro do contribuinte, a autoridade lavrará auto de infração com discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi praticada (art. 293 do RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999), situação que não se vislumbra nestes autos. As imprecisões contidas no lançamento, conforme explicitado, não dão qualquer garantia de que a autoridade conseguiu, efetivamente, verificar a ocorrência do fato gerador, bem como calcular o montante do tributo devido. Portanto, não tendo a autoridade administrativa cumprido com fidelidade os comandos do art. 142 do CTN c/c o art. 293 do Decreto nº 3.048, de 1999, o lançamento não merece prosperar. CONCLUSÃO. Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 13609.000043/201078 Acórdão n.º 2803003.573 S2TE03 Fl. 10 9 É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 413DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 1 0/09/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
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Numero do processo: 10940.900530/2011-54
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 28/02/2007
INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ.
Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões.
COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA
O instituto da denuncia espontânea não se aplica nos casos de débitos indevidamente compensados de tributos sujeitos a lançamento por homologação anteriormente declarados pelo contribuinte e que já se encontravam vencidos na data do pedido de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-004.027
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 28/02/2007 INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA O instituto da denuncia espontânea não se aplica nos casos de débitos indevidamente compensados de tributos sujeitos a lançamento por homologação anteriormente declarados pelo contribuinte e que já se encontravam vencidos na data do pedido de compensação. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
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SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. CERTEZA E LIQUIDEZ. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, cabendo a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA O instituto da denuncia espontânea não se aplica nos casos de débitos indevidamente compensados de tributos sujeitos a lançamento por homologação anteriormente declarados pelo contribuinte e que já se encontravam vencidos na data do pedido de compensação. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 90 05 30 /2 01 1- 54 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900530/201154 Acórdão n.º 3801004.027 S3TE01 Fl. 73 2 (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900530/201154 Acórdão n.º 3801004.027 S3TE01 Fl. 74 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório nº rastreamento 916016966 emitido eletronicamente em 01/04/2011, referente ao PER/DCOMP nº 01695.28278.220607.1.3.045431. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP com crédito de Cofins, Código de Receita 5856, no valor original na data de transmissão de R$1.103,68, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 20/03/2007. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório por meio de edital, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade em 31/05/2011, tendo feito um resumo dos fatos. Em seguida, nas questões de mérito, tece considerações acerca de aspectos constitucionais, cita jurisprudência do Judiciário e entendimentos doutrinários sobre o assunto em pauta. Assevera que o art. 21 da Lei nº 10.865, de 2004, ao prever nova redação para o § 2o do art. 3o da Lei nº 10.833, de 2003, inserindo o inciso II, restringiu o direito ao crédito, nos casos em que os bens ou serviços foram adquiridos com isenção, alíquota 0% ou que não estejam sujeitos à tributação da Cofins. Afirma que tal restrição implicou em transgressão ao princípio da nãocumulatividade e que também não foi respeitado o princípio da anterioridade nonagesimal, uma vez que, nos termos do art. 53 da Lei nº 10.865, de 2004, a medida começou a produzir efeitos no dia posterior à publicação da lei. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900530/201154 Acórdão n.º 3801004.027 S3TE01 Fl. 75 4 Diante das razões invocadas, o manifestante requer seja reconhecido o seu direito à restituição referente aos indevidos pagamentos a título de Cofins, em virtude da inconstitucionalidade e ilegalidade do art. 21 da Lei nº 10.865, de 2004, bem como não haja a incidência de multa moratória, tendo em vista o instituto da denúncia espontânea. Anexa aos autos um “Relatório aproveitamento”, no qual indica a apuração dos valores de Cofins que considera terem sido pagos indevidamente. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (MG) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 28/02/2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. ACRÉSCIMOS LEGAIS. Os débitos indevidamente compensados serão exigidos com os respectivos acréscimos legais. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho, conforme recurso voluntário apresentado, no qual alega, em síntese, que não pode haver qualquer diferenciação entre o tratamento tributário dado às instituições financeiras e as demais pessoas jurídicas sujeitas ao recolhimento da COFINS e do PIS, conforme o disposto nos artigos 5o e 150, II, ambos da Constituição, e de acordo com jurisprudência dominante do STF, devendo ser reconhecido o seu direito à restituição referente aos indevidos pagamentos a título de PIS/COFINS, em virtude da nãodedução da base de cálculo daquelas exações, na época própria, da totalidade das despesas operacionais incorridas em cada mês de competência, decorrentes das suas atividades, bem como, não haja a incidência da multa moratória, tendo em vista o instituto da denúncia espontânea. É o relatório. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900530/201154 Acórdão n.º 3801004.027 S3TE01 Fl. 76 5 Voto Conselheiro Relator Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. Diante da inexistência do crédito, a compensação declarada não foi homologada. No mérito, a recorrente alega que os créditos pleiteados referemse a pagamentos indevidos a título de PIS/COFINS, em virtude da nãodedução da base de cálculo daquelas exações, na época própria, da totalidade das despesas operacionais incorridas em cada mês de competência, decorrentes das suas atividades. A recorrente defende a isonomia de tratamento fiscal no que diz respeito à exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins de despesas operacionais previstas na legislação aplicável às instituições financeiras. Isto posto, no mérito, veremos que não assiste razão à recorrente. A Lei nº 9.718/98, que dispõe sobre as contribuições para o PIS/Pasep e para a Cofins, em seu art. 3º, § 6º, explicita as exclusões e deduções facultadas para fins de determinação da base de cálculo das referidas contribuições para as instituições financeiras, seguradoras e assemelhadas, além daquelas facultadas as demais pessoas jurídicas. A recorrente alega que esse tratamento tributário diferenciado ofende ao princípio da igualdade encontrado no art. 5º, caput, da Constituição Federal, bem como o conseqüente princípio da isonomia ou igualdade tributária assegurado na Carta Magna, em seu art. 150, II.. No entanto, o referido tratamento está baseado em disposição literal de norma válida legitimamente inserida no ordenamento jurídico nacional cuja apreciação acerca de eventual inconstitucionalidade foge à alçada da autoridade administrativa de qualquer instância, não dispondo esta de competência legal para examinar tais hipóteses. Com efeito, a apreciação dessas questões achase reservada ao Poder Judiciário, pelo que qualquer discussão quanto aos aspectos de validade das normas jurídicas deve ser submetida àquele Poder. Portanto, é inócuo suscitar tais alegações na esfera administrativa, pois à autoridade administrativa é vedado desrespeitar textos legais em vigor, sob pena de responsabilidade funcional, sendo defeso a apreciação da matéria por esse órgão julgador. Para firmar esse entendimento, o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009, por força do disposto no Anexo II, art. 62, caput, veda aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo Fl. 76DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.900530/201154 Acórdão n.º 3801004.027 S3TE01 Fl. 77 6 internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas hipóteses de decisão vinculante do STF ou acolhida pela administração tributária. A alegação de inconstitucionalidade de lei também é objeto da abaixo transcrita súmula n° 2 do CARF, de observância obrigatória por parte de seus membros, por força do disposto no art. 72, caput, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF n° 256/2009: Súmula CARF nº 2 (D.O.U de 22/12/2009, Seção 1) O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária No mais, considerandose que em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I, cabe a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões, o que não ocorreu no caso em tela, faltando ao crédito indicado pelo contribuinte certeza e liquidez, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, que são indispensáveis para a compensação pleiteada. No tocante ao instituto da denuncia espontânea, de que trata o art. 138 do Código Tributário Nacional, este não se aplica ao caso vertente uma vez que tratamse os débitos indevidamente compensados de tributos sujeitos a lançamento por homologação anteriormente declarados pelo contribuinte e que já se encontravam vencidos na data do pedido de compensação, sujeitos portanto aos acréscimos moratórios previstos no artigo 61, da Lei nº 9.430/96. Nesse sentido, segundo a Súmula 360 do STJ, “o benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo”, mesmo que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco. Assim, voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Marcos Antônio Borges Fl. 77DF CARF MF Impresso em 27/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/08/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 26/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 11516.000026/2010-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Sep 23 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
OMISSÃO DE RECEITA. PROVA DE ORIGEM.PARCIAL..
Comprovada a origem isenta de receita supostamente omitida que deu origem à autuação, afasta-se o lançamento, no montante devido.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2102-002.358
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PARCIAL provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Assinado digitalmente.
José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização.
Assinado digitalmente.
Rubens Maurício Carvalho - Relator.
EDITADO EM: 23/06/2014
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Eivanice Canário da Silva e Carlos André Rodrigues Pereira Lima.
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PARCIAL provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Assinado digitalmente. José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho - Relator. EDITADO EM: 23/06/2014 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Eivanice Canário da Silva e Carlos André Rodrigues Pereira Lima.
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PROVA DE ORIGEM.PARCIAL.. Comprovada a origem isenta de receita supostamente omitida que deu origem à autuação, afastase o lançamento, no montante devido. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PARCIAL provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Assinado digitalmente. José Raimundo Tosta Santos Presidente na data da formalização. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 23/06/2014 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Eivanice Canário da Silva e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 00 26 /2 01 0- 44 Fl. 103DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 23/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.000026/201044 Acórdão n.º 2102002.358 S2C1T2 Fl. 3 2 Para descrever a sucessão dos fatos deste processo até o julgamento na Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ), adoto de forma livre o relatório do acórdão da instância anterior de fls. 59 a 62: Trata o presente feito de impugnação ao lançamento de fl. 15 e anexos, de 16/11/2009, emitido em decorrência da autoridade revisora ter alterado os rendimentos recebidos de pessoa jurídica na declaração de ajuste anual apresentada pelo interessado no anocalendário 2004, exercício 2005, apurando o IRPF — Suplementar de R$ 6.052,45, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora. Consta na Descrição dos fatos e fundamentos legais, à fl. 15verso, que foi constatada a omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 23.645,25. Na complementação da descrição dos fatos, esclarece a autoridade lançadora que: "Omissão de rendimentos no valor de R$ 23.645,25 — 1/3 dos rendimentos recebidos a título de complementação de aposentadoria estavam com o imposto de renda na fonte sob exigibilidade suspensa, por determinação judicial. Esta decisão foi reformada pelo Tribunal R Federal da 4" Região, por meio de Acórdão prolatado na apelação em Mandado de Segurança — 2000.72.00.0072390, que transitou em julgado em outubro de 2001, e determina que se faça a retenção do 1RRF sobre os rendimentos pagos ao contribuinte de acordo com as regras vigentes". Na peça impugnatória apresentada em 15/12/2009, fls. 01 a 06, alega o interessado que o lançamento é improcedente e deve ser cancelado, mediante os argumentos a seguir sintetizados. Assevera que a União Federal foi cientificada da decisão que denegou a segurança, e que, logicamente, após a cientificação, a mesma deveria passar a recolher integralmente o imposto de renda incidente sobre o complemento da aposentadoria, o que não ocorreu, posto que os descontos ainda se processaram como se vigente a liminar. Diz que a Receita Federal pretende cobrar todo o imposto que ela mesma deixou de reter com multa e juros moratórios. Defende que essas parcelas foram destinadas ao provento do contribuinte e não podem ser devolvidas, citando precedentes jurisprudenciais acerca da devolução e benefício previdenciário recebido por força de decisão judicial. Prossegue aduzindo que a permanência dos efeitos da liminar já revogada caracteriza erro da administração que não pode ser atribuído ao contribuinte de boa fé. Diz que tais rendimentos não foram omitidos, mas sim considerados isentos e não tributáveis por força de decisão judicial definitiva que concedeu a isenção do benefício de previdência complementar proporcionalmente às contribuições vertidas durante a vigência da Lei n° 7.713/88 e cita que essa decisão judicial transitou em julgado em 30/01/2002. Refere que a Fundação Celos, tendo sido intimada, deixou de cobrar os valores do imposto de renda quando da disponibilização dos mesmos ao contribuinte, mas que informou no comprovante de rendimentos da Declaração de Ajuste anual o total dos rendimentos recebidos como tributáveis, desconsiderando a ordem judicial prolatada no mandado de segurança, bem como prestando informação diversa da que vinha transmitindo ao contribuinte em sua folha de pagamento. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 23/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.000026/201044 Acórdão n.º 2102002.358 S2C1T2 Fl. 4 3 Menciona que pela ótica da Receita Federal, o imposto que deixou de ser recolhido na fonte, por ocasião dos recebimentos mensais, passaram a ser tributáveis, como conseqüência do ajuste, sujeitando o contribuinte ao pagamento do crédito tributário que está embasado na decisão proferida no Mandado de segurança. Invoca o art. 468 do CPC e aduz que o descumprimento de ação judicial é crime, por força do art. 330 do CPB. Diz que o julgado não fala em crédito algum, mas sim em proporcionalidade e que a Celos aplica um redutor mensal, mas não informa isso, anualmente, para a Receita Federal, induzindoo a erro. Quanto à aplicação da multa, invoca o art. 63 da Lei n° 9.430/96, que impede o seu lançamento na constituição de crédito tributário para rendimentos com tributação suspensa. Da diligência Em 11/05/2010, tendo em vista o Parecer PGFN/CRJ/N 2 2139/2006 e o Ato Declaratório PGFN n2 4, de 16/11/2006, e, ainda, verificada a existência de outra ação ordinária proposta por João Carlos Luz em 30/01/2004, de n° 2004.72.00.0014904 (SC), a qual, de acordo com observações no cadastro da ação, objetiva "DECLARAR A INEXISTÊNCIA DA RELAÇÃO JURÍDICO TRIBUTARIA SOBRE A PARCELA DO BENEFICIO DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA NO PERÍODO DE 01/01/89 E 31/12/95", onde o mesmo obteve provimento favorável, foi solicitada diligência (fl. 44) a fim de se intimar a Fundação Celesc de Seguridade Social (CELOS) a informar qual a parcela, do total dos proventos de aposentadoria recebidos pelo contribuinte no anocalendário 2004, corresponde às contribuições efetuadas exclusivamente pelo beneficiário no período de 1 2 de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Intimada, a CELOS apresentou a relação das contribuições efetuadas exclusivamente pelo participante/beneficiário e patrocinadora, discriminadas à fl. 48. Intimado da diligência, o sujeito passivo manifestouse às fls. 52/55, onde reforça os argumentos já apresentados na impugnação, e questiona o critério utilizado pela RFB, de apurar o quantun retido de imposto de renda sobre as contribuições vertidas sobre a complementação da aposentadoria e deduzir esse montante do benefício até o esgotamento de crédito, está incoerente com a decisão judicial transitada em julgado, que determinou fosse aplicada a isenção do benefício e complementação de aposentadoria de forma proporcional às contribuições vertidas no período 8995. Em suma, reforça que o julgado não trata de limite de crédito, mas sim de proporcionalidade, reiterando o pedido de procedência da impugnação. É o relatório Diante desses fatos, as alegações da impugnação e demais documentos que compõem estes autos, o órgão julgador de primeiro grau, ao apreciar o litígio, em votação unânime, julgou procedente em parte o lançamento no sentido de: a) julgar procedente o IRPF — Suplementar de R$ 1.855,64, acrescido da multa de oficio de 75% e juros de mora devidos à data do pagamento e b) exonerar o IRPF — Suplementar de R$ 4.646,81(R$ 6.502,45 — R$ 1.855,64). Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, de fls. 66 a 75, ratificando os argumentos de fato e de direito expendidos em sua impugnação e requerendo Fl. 105DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 23/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.000026/201044 Acórdão n.º 2102002.358 S2C1T2 Fl. 5 4 pelo provimento ao recurso e cancelamento da exigência, cujo conteúdo se resume nos seguintes excertos: I. O presente processo administrativo tributário dedicase essencialmente na inconformidade do recorrente na interpretação que a autoridade lançadora deu à decisão emanada do Poder Judiciário, a respeito da isenção de rendimentos da entidade de previdência privada, correspondentes as contribuições efetuadas ao plano sob a égide da Lei n° 7.713/88, tratadas, à época, como indedutíveis da base de cálculo do imposto de renda. II. A decisão transitada em julgado determinou a exclusão da base tributável do rendimento de complementação de aposentadoria da parte correspondente às contribuições vertidas ao Fundo de Previdência Complementar durante a vigência da Lei n°7713/88. III. Ocorre que, não obstante as partes terem concordado com a execução de sentença, da sua correspondente homologação pelo Poder Judiciário, a autoridade administrativa insiste em não reconhecer a decisão judicial. IV. Com base no exposto, percebese que a decisão recorrida é contrária à decisão' judicial transitada em julgado e merece ser reparada, sob pena de infringir princípios basilares do Estado de Direito, tais como a segurança jurídica e a separação de poderes. V. A isenção proferida restou limitada unicamente a proporção de que o autor contribuiu durante a vigência da Lei n° 7.713/88 em relação a totalidade que o mesmo contribuiu durante todo o resto do período laboral. Essa proporcionalidade, inclusive, foi aferida pela Instituição de Previdência Privada — CELOS. VI. Em suma, o que se pretendeu demonstrar, é que a decisão administrativa está em desacordo com a decisão judicial que conferiu o direito ao contribuinte de reduzir a base de cálculo do beneficio de complementação de aposentadoria proporcionalmente às contribuições vertidas na vigência da Lei n° 7.713/88. Dando prosseguimento ao processo este foi encaminhado para o julgamento de segunda instância administrativa. É O RELATÓRIO. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. ADMISSIBILIDADE O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Assim sendo, dele conheço. O pedido do contribuinte se resume no seguinte, verbis: (...) A decisão transitada em julgado determinou a exclusão da base tributável do rendimento de complementação de aposentadoria da parte correspondente às Fl. 106DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 23/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.000026/201044 Acórdão n.º 2102002.358 S2C1T2 Fl. 6 5 contribuições vertidas ao Fundo de Previdência Complementar durante a vigência da Lei n°7713/88. (...) Em suma, o que se pretendeu demonstrar, é que a decisão administrativa está em desacordo com a decisão judicial que conferiu o direito ao contribuinte de reduzir a base de cálculo do beneficio de complementação de aposentadoria proporcionalmente às contribuições vertidas na vigência da Lei n° 7.713/88. Analisando os autos concluo que a autoridade julgadora identificou que o contribuinte obteve êxito, via medida judicial, fls. 31 a 38, acerca de parcela isenta no rendimento lançado como omisso, objeto do presente litígio, pois, assim diz a autoridade da DRJ na diligência de fl. 44/45: Coletouse, ainda, que em sede de recurso/remessa oficial da citada ação (fls. 31/38), a Egrégia r Turma do TRF 4ª decidiu, por unanimidade, em sessão realizada no dia 26/06/2006, dar provimento ao apelo e à remessa oficial, nos termos do relatório e voto, cujo dispositivo se transcreve: "Diante do exposto, pelos fundamentos acima expedidos, dou parcial provimento ao apelo e à remessa oficial, para determinar a dedução [(da base de cálculo do IR, por ocasião do ajuste anual (declaração retificativa, perante a autoridade tributária)] dos valores pagos exclusivamente, pelo participante, a título de contribuição ao plano de previdência complementar no período de vigência da Lei n°7.713/88, e para alterar, ainda, afixação da verba honorária". A DRJ diante do que foi decidido em juízo, fls. 32 a 38 procedeu assim: 1) Diligenciou, fl.s 44/45, no sentido de se apurar qual a parcela, do total dos proventos de aposentadoria recebidos da Fundação Celesc Seguridade Social no ano calendário de 2007, corresponde às contribuições efetuadas exclusivamente pelo beneficiário no período de 1 2 de janeiro de 1989 a 31 de 1995. 2) Com base na resposta da diligência pela fonte pagadora, CELOS, fl. 48, proferiu o acórdão de fls. 59 a 62, reduzindo o valor lançado de IR Suplementar para R$ 1.855,64. Analisando os cálculo do acórdão da DRJ, entendi correto o procedimento de aplicação da decisão judicial no lançamento objeto do litígio, contudo, identifiquei o seguinte equívoco: A autoridade recorrida, ao analisar a resposta da Celos, fl. 48, entendeu que do montante das contribuições ao plano de previdência complementar, o percentual de 23,99% corresponde à contribuição do participante ao referido fundo, relativamente ao período de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. (fl. 61 do Ac. DRJ) Analisando essa resposta da Celos, vemos que esse percentual 23,99% parece ser o percentual das contribuições do contribuinte entre 01/89 a 12/95 mas não é, senão vejamos. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 23/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.000026/201044 Acórdão n.º 2102002.358 S2C1T2 Fl. 7 6 Ao dividirmos o valor de R$ 172.139,67 por R$ 54.046,57, temos o percentual de 31.40% e não os 23,99%. O Acórdão da DRJ assim fez: Assim, seguindo o procedimento supra da DRJ mas corrigindo o percentual de 23,99% para 31,4% (172.139,67/54.046,57), as tabelas acima passam a demonstrar o seguinte: 1 Rendimentos declarados recebidos da CELOS 46.790,26 2 Rendimento omitidos apurados no lançamento 23.645,25 3 Total do rendimento recebido da CELOS = [(1) + (2)] 70.435,51 4 Parcela isenta do rendimento = (3) x 31,4% 22.114,59 5 Rendimento tributável recebido da CELOS = (3) (4) 48.320,92 Anocalendário 2004 Valor em R$ Rendimentos Tributáveis 68.473,93 INSS..................................R$20.153,01 1 CELOS..............................R$48.320,92 2 Total das deduções declaradas (fl. 16) 11.731,10 3 Base de cálculo recomposta [(1) (2)] 56.742,83 4 Imposto devido [(3) x 27,5% 5.076,90] 10.527,38 5 Total de Imposto Pago Declarado 6.811,15 Fl. 108DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 23/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S Processo nº 11516.000026/201044 Acórdão n.º 2102002.358 S2C1T2 Fl. 8 7 6 Saldo do Imposto a Pagar Declarado 3.295,29 7 Imposto suplementar mantido [(4) (5) — (6) ] 420,94 Destarte, chegamos num valor devido de IRRF – Suplementar de R$ 420,94. CONCLUSÃO Pelo exposto, VOTO PELO PROVIMENTO PARCIAL DO RECURSO, reduzindo o valor do IRRF – Suplementar para R$ 420,94. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 24/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/06/2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 23/06/ 2014 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 27/08/2014 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTO S
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Numero do processo: 19515.006820/2008-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 07 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Aug 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2003
IRRF. INCIDÊNCIA. PAGAMENTO SEM CAUSA.
Não incide o IRRF sobre os pagamentos identificados oriundos da efetiva prestação de serviço necessário à atividade empresarial.
DESPESAS NECESSÁRIAS. DEDUTIBILIDADE. SERVIÇOS DE ASSESSORIA COMERCIAL. CONSULTORIA FINANCEIRA, PROCESSAMENTO ELETRÔNICO E DIGITAÇÃO.
Configuram-se como despesas necessárias à atividade da empresa de industrialização e comércio de produtos para controle ambiental e de engenharia, os serviços de assessoria comercial, consultoria financeira, processamento eletrônico e digitação.
DESPESAS NECESSÁRIAS. DEDUTIBILIDADE. EFETIVIDADE DOS SERVIÇOS.
Notas fiscais de prestação de serviços e contratos de prestação de serviços, mesmo sendo genéricos ou padronizados, desde que sejam documentos hábeis e idôneos, servem para comprovar a efetiva prestação dos serviços contratados.
DESPESAS COM ASSISTÊNCIA TÉCNICA / ROYALTIES. INDEDUTIBILIDADE. REGISTRO DO CONTRATO NO BACEN.
A legislação tributária exige o registro no BACEN dos contratos de assistência técnica ou de royalties, sendo este um requisito essencial para a dedutibilidade das respectivas importâncias.
CUSTOS. DEDUTIBILIDADE. ERRO DE DIREITO.
Configura-se erro de direito a exigência de emissão de nota fiscal de saída de matérias primas adquiridas para os clientes da recorrente ou com remessa para canteiro de obra quando os produtos são fabricados dentro do estabelecimento industrial da recorrente.
CUSTOS. DEDUTIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. INOVAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. DRJ.
É indevida a manutenção de lançamento tributário ante inovação de fundamentação pela DRJ.
Numero da decisão: 1302-001.160
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, a) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício; b)por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para manter o lançamento relativo ao item 2 do termo de verificação fiscal (despesas com royalties e assistência técnica), exonerar o crédito relativo ao item 3 do termo de verificação fiscal (compra de insumos) e exonerar o crédito relativo ao IRRF por pagamento sem causa; c) por maioria de votos, manter o crédito relativo ao item 1 do termo de verificação fiscal (despesas com engenharia e consultoria), vencido o conselheiro Marcio Rodrigo Frizzo (Relator). Designado redator o conselheiro Alberto Pinto Souza Junior para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
EDUARDO DE ANDRADE - Presidente.
(assinado digitalmente)
MARCIO RODRIGO FRIZZO - Relator.
(assinado digitalmente)
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Redator designado.
EDITADO EM: 31/10/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: EDUARDO DE ANDRADE (Presidente em Exercício), MARCIO RODRIGO FRIZZO, CRISTIANE SILVA COSTA, LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA
Nome do relator: MARCIO RODRIGO FRIZZO
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IMPRESTÁVEL PARA COMPROVAR DESPESAS. GLOSA DEVIDA. Nota fiscal genérica não é idônea para comprovar despesa, quando também não se pode extrair do instrumento de contrato a que se refere qual o real serviço prestado e se ele era necessário para a produção da renda do tomador do serviço. DESPESAS NECESSÁRIAS. DEDUTIBILIDADE. SERVIÇOS DE ASSESSORIA COMERCIAL. CONSULTORIA FINANCEIRA, PROCESSAMENTO ELETRÔNICO E DIGITAÇÃO. Configuramse como despesas necessárias à atividade da empresa de industrialização e comércio de produtos para controle ambiental e de engenharia, os serviços de assessoria comercial, consultoria financeira, processamento eletrônico e digitação. DESPESAS NECESSÁRIAS. DEDUTIBILIDADE. EFETIVIDADE DOS SERVIÇOS. Notas fiscais de prestação de serviços e contratos de prestação de serviços, mesmo sendo genéricos ou padronizados, desde que sejam documentos hábeis e idôneos, servem para comprovar a efetiva prestação dos serviços contratados. DESPESAS COM ASSISTÊNCIA TÉCNICA / ROYALTIES. INDEDUTIBILIDADE. REGISTRO DO CONTRATO NO BACEN. A legislação tributária exige o registro no BACEN dos contratos de assistência técnica ou de royalties, sendo este um requisito essencial para a dedutibilidade das respectivas importâncias. CUSTOS. DEDUTIBILIDADE. ERRO DE DIREITO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 68 20 /2 00 8- 07 Fl. 1154DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 2 Configurase erro de direito a exigência de emissão de nota fiscal de saída de matérias primas adquiridas para os clientes da recorrente ou com remessa para canteiro de obra quando os produtos são fabricados dentro do estabelecimento industrial da recorrente. CUSTOS. DEDUTIBILIDADE. IMPOSSIBILIDADE. INOVAÇÃO. FUNDAMENTAÇÃO. DRJ. É indevida a manutenção de lançamento tributário ante inovação de fundamentação pela DRJ. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2003 CSLL. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. O lançamento da CSLL por ser decorrente da autuação do IRPJ, deve seguir o decidido no lançamento principal tributação reflexa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2003 IRRF. INCIDÊNCIA. PAGAMENTO SEM CAUSA. Não incide o IRRF sobre os pagamentos identificados oriundos da efetiva prestação de serviço necessário à atividade empresarial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, a) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício; b)por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para manter o lançamento relativo ao item 2 do termo de verificação fiscal (despesas com royalties e assistência técnica), exonerar o crédito relativo ao item 3 do termo de verificação fiscal (compra de insumos) e exonerar o crédito relativo ao IRRF por pagamento sem causa; c) por maioria de votos, manter o crédito relativo ao item 1 do termo de verificação fiscal (despesas com engenharia e consultoria), vencido o conselheiro Marcio Rodrigo Frizzo (Relator). Designado redator o conselheiro Alberto Pinto Souza Junior para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) EDUARDO DE ANDRADE Presidente. (assinado digitalmente) MARCIO RODRIGO FRIZZO Relator. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Redator designado. EDITADO EM: 31/10/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: EDUARDO DE ANDRADE (Presidente em Exercício), MARCIO RODRIGO FRIZZO, CRISTIANE SILVA Fl. 1155DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.155 3 COSTA, LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA Fl. 1156DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 4 Relatório Tratase de recurso voluntário e recurso de ofício. O recurso voluntário foi interposto pela empresa ENFIL SA CONTROLE AMBIENTAL, ora recorrente, em face do acórdão n.º 1620.721 daDRJ/SPOI (fls. 399/452), proferido em processo administrativo que trata de lançamentos de IRPJ, CSLL e IRRF, ano calendário 2003. De outro lado, o de recurso de ofício foi interposto nos termos do art. 34, I, do Decreto n.º 70.235/72 e de acordo com o art. 1º da Portaria MF n.º 3, de 03 de janeiro de 2008, haja vista que o valor total do crédito tributário exonerado é superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). As autuações foram, nos valores abaixo demonstrados, efetuadas por meio dos Autos de Infração constantes no processo administrativo (fls. 174/192): Tributo Principal Juros de Mora Multa Total IRPJ R$ 1.406.819,14 R$ 918.793,57 R$ 1.055.114,35 R$ 3.380.727,06 CSLL R$ 506.454,89 R$ 330.765,68 R$ 379.841,16 R$ 1.217.061,73 IRRF R$ 2.696.579,47 R$ 2.064.358,23 R$ 2.022.434,55 R$ 6.783.372,25 Os Autos de Infração foram lavrados em face da constatação de: (i) custos, despesas operacionais e encargos não necessários; (ii) falta de recolhimento da CSLL; e (iii) imposto de renda na fonte sobre pagamentos a beneficiários não identificados / pagamento sem causa (IRRF). Segundo o termo de verificação fiscal, o AFRFB lavrou os autos de infração com base nas seguintes irregularidades(fls. 163/173): 1. Valores lançados a título de custos e despesas, cuja necessidade às atividades da empresa e/ou à manutenção de sua fonte produtora não foi comprovada a esta fiscalização, apesar de solicitado nos Termos de Intimação Fiscal datados de 17/06/2008, 04/08/2008 e 20/08/2008: [...] Tais valores, discriminados no demonstrativo anexo a este Termo de Verificação Fiscal, do qual é parte integrante e indissociável, foram lançados em contas de ativo do grupo de estoques — produtos e sistemas em processo e depois debitados a contas de resultado de custos ou diretamente a despesas, conforme resposta do sujeito passivo ao Termo de Intimação Fiscal datado de 09/06/2008,em anexo. Desatendidos os requisitos de necessidade e vinculo à produção, taisvalores, totalizados abaixo mensalmente, devem ser glosados, com fundamentonos artigos 249, inciso I, 299 e 300 do RIR/99:[...] 2. Relativamente aos valores lançados pelo sujeito passivo como despesas com “royalties” e assistência técnica, não foi apresentado a esta fiscalização, embora, solicitado, contrato registrado no Banco Central do Brasil e averbado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial, requisitos imprescindíveis para sua dedutibilidade como despesas (Instrução Normativa Fl. 1157DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.156 5 SRF nº 5/74). Assim, tais valores, abaixo relacionados, caracterizamse como despesas indedutíveis, com fundamento no art. 354 e incisos do RIR/99.[...] 3. O sujeito passivo lançou como custos valores correspondentes a compra de bens tais como filtros, isoladores cerâmicos, motores elétricos, alavancas, transmissores PN, redutores de velocidade, bombas dosadoras, de valores elevados, cuja remessa ou faturamento para seus clientes não foi comprovado a esta fiscalização, embora solicitado através do Termo de Intimação Fiscal datado de 29/07/2008, com aviso de recebimento datado de 01/08/2008. Tais bens foram lançados nas contas de ativo do grupo de estoques – produtos e sistemas em processo seguintes: 1.1.2.2.02.0204 (Enc 01130 Materiais e Mat. Prima), 1.1.2.2.02.0212 (Enc 01058 Materiais e Mat. Prima), 1.1.2.2.02.0214 (Enc 01120 Mat. e Materia Prima) e 1.1.2.2.02.0225 (Enc 02023 Materiais/ Mat. Prima) e posteriormente transferidas para custos a débito das seguintes contas, respectivamente: 3.2.2.1.01.0024 (Nibrasco Enc 1130), 3.2.2.1.01.0028 (Refap Enc 1058), 3.2.2.1.01.0042 (Rio Polimeros Enc 01120) e 3.2.2.1.01.0036 (Rio Polimerosenc 02023). Porém, não há provas de que efetivamente tenham sido aplicados na produção, uma vez que não foram transferidos nem faturados para os clientes do sujeito passivo, não tendo sido demonstrada a receita correspondente a esses custos ou seu efetivo emprego no processo produtivo. De fato, o contrato referente à encomenda 1130 (Nibrasco), em sua cláusula 10.8 reza que "As partes, pegas e componentes fornecidos pela contratada (Enfil) serão faturados em separado..." (cópia em anexo). O contrato correspondente à encomenda 1058 (Refap) prescreve, em seu subitem 2.2.3, que para os itens fornecidos será emitida fatura de venda. Destarte, as compras de insumos referentes a essas obras, mas a alas nãofaturadas, não foram aceitas como custos por esta fiscalização. Já as Ordens de Compra concernentes às encomendas 1120 e 2023 rezamqueas faturas incluirão, entre outras informações, o produto entregue. De qualquerforma, ainda que faturados em conjunto, por prego correspondente à obra comoum todo, deveriam ser enviados ao canteiro de obras através de notas fiscaisfaturaque mencionassem "ordem parcial" ou "ordem completa", já que ossistemas vendidos pelo sujeito passivo são montados no local determinado paraesse fim (item "FATURAS" das respectivas Ordens de Compra, em anexo). Destarte, o faturamento de algumas das compras de insumos relativas aessasencomendas foi devidamente demonstrado através de notas fiscais – faturaendereçadas à cidade de Duque de Caxias — RJ — local da obra, as quais foramreconhecidas por esta fiscalização como insumos. Entretanto, as compras cujaentrega ocorreu em local diverso da obra e que não foram Fl. 1158DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 6 posteriormente a elaencaminhadas foram desconsideradas como insumos, por falta de prova de queefetivamente foram empregados no processo produtivo. Tais valores,contabilizados a título de insumos, serão glosados como custos, comfundamento no inciso I do art. 290 do RIR/99.[...] Considerando que os itens 1. e 3. concernem a despesas/custos desnecessários à atividade da empresa e/ou à manutenção de sua fonte produtora efetivamente pagos pelo sujeito passivo, caracterizamse como pagamentos sem causa e serão base de cálculo do IRRF, com fundamento no art. 304 c/c art. 674 do RIR/99. Em 04/11/2008, a recorrente foi cientificada dos autos de infração (fl. 194), tendo apresentado impugnação em 04/12/2008 (fls. 201/241), requerendo, em síntese, “[...] cancelar, in totum, a exigência a título de IRPJ, CSLL, e IR/Fonte, multa de ofício e juros de mora, incidentes sobre valores apurados pela Sra. AFRF com glosa de custos/despesas e pagamento a beneficiários não identificados / pagamentos sem causa, culminando, por conseguinte, no arquivamento do processo administrativo instaurado, por ser medida da mais lídima e ilibada JUSTIÇA!!!”. A 4a Turma da DRJ/SPOI, por unanimidade, julgou procedente em parte a impugnação, para exonerar parcialmente a atuação relativa ao IRRF (item “3”) (fl. 452), proferindo o Acórdão nº 1620.721 (fls. 399/452), com a ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 CUSTOS/DESPESAS. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. NÃO COMPROVAÇÃO.INDEDUTIBILIDADE. Somente serão dedutíveis aqueles custos/despesas efetivamente comprovados mediante a apresentação d edocumentação hábil e idônea a lhes dar suporte, bem como sejam necessários, normais e usuais à atividade do contribuinte. DESPESAS COM ROYALTIES E ASSISTÊNCIATÉCNICA. São indedutíveis os dispêndios efetuados a título dedespesas com royalties e assistência técnica quando nãoatendidos os requisitos necessários, exigidos por lei. CUSTOS NÃO COMPROVADOS. INDEDUTIBILIDADE. Não comprovado o critério de apuração de resultado informado pela Impugnante, nem a utilização de valores lançados como custos, mantémse a exigência. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Não se tratando de mera indedutibilidade material oriunda da legislação de IRPJ, a glosa de custos/despesas que não se Fl. 1159DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.157 7 revestem dos requisitos da legislação comercial e fiscal, afeta o resultado do exercício e, consequentemente, a base de cálculo da CSLL. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003 OPERAÇÃO NÃO COMPROVADA. PAGAMENTO SEM CAUSA. Sujeitamse à incidência do imposto de renda nafonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, osrecursos entregues pela pessoa jurídica a terceiros, contabilizados ou não, quando não for comprovada aoperação ou a causa que deu origem à entrega dosvalores. Por outro lado, quando os beneficiários estãoidentificados, a operação de compra não foiquestionada e as mercadorias adquiridas e ativadasrelacionamse à atividade da empresa, não ocorre aincidência do IRRF. Lançamento Procedente em Parte Em 04/05/2009, a recorrente foi cientificada da decisão de primeira instância (fl. 455), tendo interposto recurso voluntário em 03/06/2009 (fls. 462/509),alegando, em síntese: (i) Quanto à necessidade e vínculo das despesas com serviços:a recorrente alega que os serviços de coordenação e consultoria na área de engenharia, os de inspeção de projetos e instalações elétrica e hidráulica, estão intrinsecamente ligados com os serviços prestados pela recorrente, ou seja, a construção e a manutenção de bombas, sistemas e equipamentos; que os serviços de assessoria comercial são essenciais à atividade da recorrente, pois maximizam a venda dos produtos disponibilizados; que os serviços de consultoria financeira, processamento de dados e digitação são usuais e necessários a todas as empresas de médio ou grande porte; que em nenhum momento, o AFRFB contestou a efetiva prestação dos serviços; (ii) Quanto à glosa das despesas com assistência técnica: embora os valores glosados tenham sido escriturados soba rubrica “Royalties e Ass. Téc.”, tratamse de Prestação de Serviços Técnicos, conforme contrato celebrado com a NIPPON; examinando a legislação, concluise que apenas uma hipótese a averbação do contrato no INPI é condição de dedutibilidade, o que não é o caso; a IN 5/74 e o RIR/99 não podem extrapolar as exigências contidas na legislação tributária (Lei n. 4.506/1964); que o AFRFB não mencionou o art. 355, § 3º, do RIR/99 (apesar de não encontrar respaldo em lei, traz a averbação como condição de dedutibilidade) na capitulação da infração; que as remessas foram realizadas de forma regular, consoante comprovam os contratos de fechamento de câmbio realizados por Instituição Financeira credenciado no BACEN, e foram registradas no respectivo órgão; (iii) Quanto à glosa dos custos: considerando a atividade da recorrente, o simples fato de não existir uma nota fiscal de saída para cada matériaprima Fl. 1160DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 8 ou produto utilizado no processo produtivo não é indício de que eles não foram utilizados em tal processo; que as mercadorias adquiridas compõem os produtos finais, conforme demonstra inclusas plantas de um dos projetos, o que também poderá ser comprovado por prova pericial; (iv) Quanto à glosa da CSLL: inexiste previsão legal para que despesas consideradas indedutíveis na determinação do lucro real tenham efeito na determinação da base de cálculo da CSLL; (v) Quanto ao imposto de renda na fonte sobre pagamento a beneficiários não identificados / pagamentos sem causa: os pagamentos relativos aos custos e despesas supostamente indedutíveis foram identificados pelo AFRFB, sendo que todos eles estão relacionados com a atividade empresarial exercida pela recorrente. É o relatório. Fl. 1161DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.158 9 Voto Vencido Conselheiro Marcio Rodrigo Frizzo O recurso voluntário é tempestivo e apresenta todos os requisitos de admissibilidade, então dele conheço. 1. DO RECURSO VOLUNTÁRIO. 1. 1. DAS ALEGAÇÕES DE MÉRITO 1. 1. 1. Das despesas com serviços “Item 1”. A recorrente alega que as despesas glosadas pela autoridade tributária são necessárias à sua atividade; que os serviços de coordenação e consultoria na área de engenharia, os de inspeção de projetos e instalações elétrica e hidráulica, estão ligados com os serviços prestados pela recorrente; que os serviços de assessoria comercial são essenciais à sua atividade, pois maximizam a venda dos produtos disponibilizados; que os serviços de consultoria financeira, processamento de dados e digitação são usuais e necessários às empresas de médio ou grande porte; que a efetividade da prestação de serviços não foi questionada pelo AFRFB. Assistelhe razão. O art. 299 do Regulamento do Imposto de Renda delimita a condição de despesa dedutível à necessidadeda referida despesa para a empresa na realização de sua atividade fim, desde que sejam normais e usuais para o tipo de atividade/operação realizada: Art. 299. São operacionais as despesas não computadas nos custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora (Lei n º 4.506, de 1964, art. 47). § 1 º São necessárias as despesas pagas ou incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da empresa (Lei n º 4.506, de 1964, art. 47, § 1 º). § 2 ºAs despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa (Lei n º 4.506, de 1964, art. 47, § 2 º). § 3 ºO disposto neste artigo aplicase também às gratificações pagas aos empregados, seja qual for a designação que tiverem. No caso, o AFRFB glosou as despesas da recorrente relacionadas com a contratação de serviços de: Fl. 1162DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 10 (i) Coordenação e consultoria na área de engenharia das empresas(AMCE Engenharia S/C Ltda, MHW Engenharia S/C Ltda, GCA Engenharia S/C Ltda, Dosiertechnik Engenheiros e Consultores S/C Ltda, SRC Engenharia e Consultoria S/C Ltda, ICY Engenharia S/C Ltda, KFK Engenharia e Consultoria S/C Ltda, EMROD Engenharia S/C Ltda, Rhama Engenharia S/C Ltda); (ii) Inspeção da empresa (Meitec Serviços de Inspeção Ltda); (iii) Instalações elétrica e hidráulica da empresa (LMO Instalações Elétrica e Hidráulica Ltda); (iv) Assessoria comercial da empresa (Segatti Representações Com. S/C Ltda); (v) Consultoria financeira das empresas (Escaleira Consultoria S/C Ltda e Julio Escaleira Agostinho ME); (vi) Processamento eletrônico da empresa (Bernhard & Hernandez S/C Ltda); (vii) Digitação da empresa (DNB Serviços Ltda ME). No tocante à natureza da atividade da recorrente, conforme demonstra seu documento societário (fl. 280/284), a recorrente atua no controle ambiental, tendo como objeto social: Artigo 3. A Sociedade tem por objeto: a) comércio, importação e industrialização, em estabelecimentos de terceiros, de equipamentos e sistemas para tratamento de água, resíduos líquidos e sólidos, lixos e gases; b)prestação de serviço de engenharia civil e mecânica; c)montagem, instalações e assistência técnica de equipamentos e sistemas eletromecânicos e de instrumentação; d)execução por administração, empreitada ou subempreitada de construção civil, obras hidráulicas e outras semelhantes, inclusive serviços auxiliares ou complementares; e) operação, manutenção, administração e gerenciamento de obras, equipamentos e sistemas; f) participação em outras sociedades, como acionistas ou quotistas. (grifo não original) Para a atividade de controle ambiental, que é o caso da recorrente, as despesas com coordenação e consultoria de engenharia, inspeção e instalação elétrica e hidráulica são necessárias a sua atividade operacional, pois referidas despesas estão diretamente relacionadas ao objeto social da recorrente, qual seja, prestação de serviço de engenharia civil e mecânica; montagem, instalações e assistência técnica de equipamentos e sistemas eletromecânicos e de instrumentação; e execução por administração, empreitada ou subempreitada de construção civil, obras hidráulicas e outras semelhantes. O auxílio das empresas ligadas à engenharia é condição essencial para a realização das atividades da recorrente. Afirmar que tais despesas são desnecessárias seria o Fl. 1163DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.159 11 equivalente a alegar que toda empresa ligada a atividade de engenharia deve atuar e se tornar expert em todas as frentes de trabalho da engenharia, o que seria praticamente impossível, ilógico e inviável, ante a complexidade das atividades ligadas a engenharia ambiental. Para a atividade da recorrente (indústria de equipamentos e sistemas para controle ambiental e serviços de engenharia ambiental), as despesas com assessoria comercial são necessárias à sua atividade, pois referidas despesas visam ao aumento de participação no mercado e de competividade frente seus concorrentes, ou seja, buscase aumentar as vendas da recorrente, logo, aumentar os lucros, que é a finalidade almejada por toda sociedade empresarial. A assessoria comercial é essencial para a atividade da recorrente. Afirmar que tais despesas são desnecessárias seria o equivalente a alegar que a despesa de uma empresa, constituída com a finalidade de obter lucros,visando ao aumento de sua lucratividade, é dispensável para sua atividade, o que seria contraditório e ilógico. Para as empresas de médio/grande porte, que é o caso da recorrente, as despesas com consultoria financeira, processamento eletrônico e digitalização são necessárias a sua atividade, pois referidas despesas oportunizam à recorrente dedicação integral para a realização de sua atividade, qual seja, indústrialização de equipamentos e sistemas para controle ambiental e serviços de engenharia ambiental, por intermédio de terceirização de setores administrativos e financeiros da recorrente. Noutro sentir, conforme demonstra o termo de verificação fiscal (fls. 163/173), o AFRFB destacou que as notas fiscais de serviços e os contratos de prestação de serviços, apresentados pela recorrente ao presente processo administrativo fiscal, são genéricos, sem especificação ou detalhamento. Todavia, o fato das notas fiscais e dos contratos de serviços serem genéricos não retira a necessidade dos serviços. Desde que constem as informações essenciais, como o nome do tomador do serviço, o nome da tomadora do serviço e o valor do serviço prestado, os documentos sem algumas das informações não são fatores que desqualificam a operação que o documento embasa. Em caso similar, em que faltou detalhamento na nota fiscal, este Conselho já se manifestou a respeito: Como bem mencionado no voto condutor do acórdão recorrido, as notas fiscais encontradas nos autos indicam a data da prestação dos serviços e todas as informações sobre as empresas que os prestaram. Desse modo, a necessidade manifestada pelos autuantes de conhecer detalhes dos serviços nelas descritos, para reconhecerlhes a efetividade, deveria ser suprida com uma investigação aprofundada, a qual poderia incluir até mesmo o simples envio de correspondência à emitente das notas fiscais, para a sua confirmação. Assim, a glosa das despesas, sob o argumento tão simplista quanto subjetivo, digase de passagem, da generalidade e imprecisão da descrição, nas notas fiscais, dos serviços prestados, não tem amparo legal.(CARF. Acórdão 10195.212. Rel. Cons. Paulo Roberto Cortez. 1ª Câm. 1º Conselho de Contribuintes. Sessão 19/10/2005) (grifo não original). Fl. 1164DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 12 E, insta esclarecer que em nenhum momento, no presente processo administrativo, o AFRFB realizou diligências mais profundas quanto à efetividade da prestação dos serviços contratados pela recorrente. Por exemplo, a simples circularização em face das empresas prestadoras dos referidos serviços seria útil para obter maiores informações. Entendo que os documentos juntados pela recorrente (notas fiscais de prestação de serviços e contratos de serviços) são meios idôneos para comprovar a efetiva prestação dos serviços contratados. Destarte, as despesas glosadas pelo AFRFB, acima mencionadas, são necessárias à atividade da recorrente. Ante o exposto, voto pela procedência do recurso voluntário interposto pela recorrente para cancelar as glosas dos valores referentes às despesas com coordenação/consultoria na área de engenharia, inspeção, instalação elétrica/hidráulica, assessoria comercial, consultoria financeira, processamento eletrônico e digitalização, por serem eles dedutíveis. 1. 1. 2. Das despesas com assistência técnica / royalties “Item 2”. A recorrente alega que,embora os valores glosados tenham sido escriturados sob a rubrica “Royalties e Ass. Téc.”, tratamse de prestação de serviços técnicos, conforme contrato celebrado com a NIPPON; que a exigência de averbação de contrato no INPI como condição de dedutibilidade das remessas relacionadas à assistência técnica não merece prosperar em razão da falta de capitulação correta da infração e por falta de previsão legal expressa; que a exigência de registro dos atos no BACEN, contudo, restou suficientemente comprovada através de contratos de câmbio juntados em sede de impugnação. Não lhe assiste razão. Primeiramente, entendo que (i)a investigação da natureza do contrato celebrado entre a recorrente e a empresa NIPPON, se royalties ou se assistência técnica, e (ii)a alegação de que é indevida a exigência de averbação de contratos no INPI como condição de dedutibilidade das remessas relacionadas à assistência técnica restam prejudicadas em face da exigência de registro de contrato no Banco Central do Brasil, conforme fundamentação abaixo. Bem, nos termos da legislação tributária (art. 253 e 254 do RIR/99), os valores pagos a beneficiários domiciliados no exterior a título de assistência técnica ou royalties somente poderão ser deduzidas se constarem de contrato registrado no Banco Central do Brasil (BACEN): Art. 353. Não são dedutíveis (Lei n º 4.506, de 1964, art. 71, parágrafo único): [...] IV os royalties pelo uso de patentes de invenção, processos e fórmulas de fabricação pagos ou creditados a beneficiário domiciliado no exterior: a) que não sejam objeto de contrato registrado no Banco Central do Brasil; ou [...] V os royalties pelo uso de marcas de indústria e comércio pagos ou creditados a beneficiário domiciliado no exterior: Fl. 1165DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.160 13 a) que não sejam objeto de contrato registrado no Banco Central do Brasil; ou [...] Art. 354. As importâncias pagas a pessoas jurídicas ou físicas domiciliadas no exterior a título de assistência técnica, científica, administrativa ou semelhante, quer fixas, quer como percentagem da receita ou do lucro, somente poderão ser deduzidas como despesas operacionais quando satisfizerem aos seguintes requisitos (Lei n º 4.506, de 1964, art. 52): I constarem de contrato registrado no Banco Central do Brasil; [...] Destarte, de forma expressa, a legislação tributária exige o registro no BACEN dos contratos de assistência técnica ou de royalties, sendo requisito essencial para a dedutibilidade das respectivas importâncias. No caso em tela, concordo com o exposto no acórdão ora recorrido, no sentido de que, no presente processo administrativo fiscal, inexiste comprovação de registro no BACEN de contrato de assistência técnica ou de royalties, e que, no tocante aos contratos de câmbio (fls. 308/317), não é possível relacionálos com o contrato firmado com a empresa NIPPON(fls. 297/306). Logo, descumpriuse requisito legal para a dedutibilidade dos valores pagos a beneficiários domiciliados no exterior a título de assistência técnica ou de royalties. Ante o exposto, voto pela improcedência do recurso voluntário interposto pela recorrente para manter as glosas dos valores referentes às despesas com assistência técnica ou royalties, por descumprimento de requisito legal. 1. 1. 3. Dos custos com insumos “Item 3”. A recorrente alega que,considerando sua atividade, o simples fato de não existir uma nota fiscal de saída para cada matériaprima ou produto utilizado no processo produtivo não é indício de que eles não foram utilizados em tal processo; que as mercadorias adquiridas compõem os produtos finais, conforme demonstra inclusas plantas de um dos projetos, o que também poderá ser comprovado por prova pericial. Com base no art. 290, I, do RIR/991, o AFRFB glosou como custos os valores contabilizados a título de insumos, alegando que inexiste comprovação de que efetivamente os insumos foram empregados no processo produtivo; pois, (i) a recorrente não comprovou a emissão de notas de saída das matérias primas adquiridas para os clientes da recorrente, e (ii) a recorrente não comprovou o envio das matérias primas adquiridas ao canteiro de obra, por intermédio de notas fiscais fatura (fls. 165/166): [...] Porém, não há provas de que efetivamente tenham sido aplicados na produção, uma vez que não foram transferidos nem faturados para os cleintes do sujeito passivo, não tendo sido 1Art. 290. O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente (DecretoLei n º 1.598, de 1977, art. 13, § 1º): I o custo de aquisição de matériasprimas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto no artigo anterior; [...]. Fl. 1166DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 14 demonstrada a receita correspondente a esses custos ou seu efetivo emprego no processo produtivo. [...] (grifouse). [...] De qualquer forma, ainda que faturados em conjunto, por preço correspondente à obra como um todo, deveriam ser enviados ao canteiro de obras através de notas fiscaisfatura que mencionassem “ordem parcial” ou “ordem completa”, já que os sistemas vendidos pelo sujeito passivo são montados no local determinado para esse fim [...]. Ocorre que ambas as alegações do AFRFB não merecem prosperar. Bem, conforme demonstrado em tópico acima, a recorrente exerce a atividade de comércio e industrialização de equipamentos/sistemas para tratamento de água, resíduos líquidos e sólidos, lixos e gases; prestação de serviços de engenharia civil/mecânica; e montagem/instalações e assistência técnica de equipamentos/sistemas eletromecânicos e de instrumentação. Destarte, a recorrente fabrica os equipamentos/sistemas para controle ambiental, vende os produtos fabricados e realiza a instalação/montagem dos referidos produtos e demais obras de engenharia. No caso, a recorrente realizava a venda de seus produtos fabricados para as empresas (NIBRASCO, REFAP e RIO POLÍMEROS) e instalava tais produtos. E, os produtos eram fabricados dentro do estabelecimento industrial da recorrente, e, após, remetidos aos clientes da recorrente, conforme demonstra as notas fiscais de saída de seu estabelecimento industrial dos produtos fabricados pela recorrente, juntadas no presente processo e citadas pelo acórdão recorrido (fls. 433/445). Logo, é inexequível emitir nota fiscal de saída das matérias primas adquiridas para os clientes da recorrente ou com remessa para canteiro de obra, uma vez que os produtos são fabricados dentro do estabelecimento industrial da recorrente, razão pela qual a glosa deve ser cancelada, restando configurado o erro de direito pela autoridade fiscal em sua fundamentação no termo de verificação fiscal. Frisase que a autoridade fiscal, em nenhum momento, fundamentou que na composição dos produtos fabricados não estavam as matérias primas adquiridas (custos – insumos), inclusive, em nenhum momento, solicitou a ficha técnica dos produtos vendidos pela recorrente. Sendo assim, a 4ª Turma da DRJ/SPOI inovou a fundamentação da glosa, pois entendeu que a recorrente deveria comprovar que as matérias primas adquiridas (insumos) estão compostas nos produtos finais (fls. 435/436): 13.1.2.1.5 Os documentos citados indicam a compra de 25isoladores cerâmicos, e a saída de 2 precipitadores eletrostáticos compreendendo isoladores.No entanto, não há comprovação de que nos precipitadores haja algum dos isoladoresadquiridos, nem de quantos (caso exista algum). 13.1.2.1.5. Vejase que cabe à Impugnante a comprovação da saída dos produtos em que utilizadas as peças contabilizadas como insumos. Poderia ter trazido informação detalhada a respeito, com especificações técnicas de modo a permitir a comprovação do por ela alegado. Na ausência de tais provas, mantémse a glosa. Fl. 1167DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.161 15 E este Conselho entende que é indevida a manutenção de lançamento tributário ante inovação da fundamentação pela DRJ, razão pela qual a glosa deve ser cancelada: INOVAÇÃO NA FUNDAMENTAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Houve a supressão de instância, pois somente em grau de recurso o notificado teve oportunidade de se manifestar acerca de nova fundamentação. (CARF. Acórdão 20500.746. Rel. Cons. Marcelo Oliveira. 5ª Câm. 2º Conselho de Contribuintes. Sessão 05/06/2008) (grifo não original). PROCESSUAL. INOVAÇÃO QUANTO AO LANÇAMENTO NA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. Quando de diligência resulte o agravamento da exigência inicial, consistente na alteração dos argumentos para sua manutenção ou de sua fundamentação legal, não compete à DRJ aperfeiçoar o lançamento, devendo ser lavrado Auto de Infração Complementar, devolvendose ao sujeito passivo o prazo para impugnar a parte modificada. (CARF. Acórdão 301 30.792. Rel. Cons. Luiz Sérgio Fonseca Soares. 1ª Câm. 3º Conselho de Contribuintes. Sessão 05/11/2003) (grifo não original). Ante o exposto, voto pela procedência do recurso voluntário interposto pela recorrente para cancelar as glosas dos valores referentes aos custos, pois restou configurado erro de direito pela autoridade fiscal em sua fundamentação no termo de verificação fiscal, uma vez que é inexequível emitir nota fiscal de saída das matérias primas adquiridas para os clientes da recorrente ou com remessa para canteiro de obra quando os produtos são fabricados dentro do estabelecimento industrial da recorrente, e a DRJ indevidamente inovou a fundamentação da autoridade fiscal. 1. 1. 4. Da CSLL – Tributação Reflexa. Quanto ao lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), por ser decorrente da autuação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), deve seguir o decidido no lançamento principal – tributação reflexa. Nesse sentido, já se pronunciou esta Turma deste Conselho, cuja ementa encontrase abaixo transcrita: [...]DECORRÊNCIA. CSLL, PIS. COFINS. Tratandose de tributação reflexa de irregularidade descrita e analisada no lançamento de IRPJ, constante do mesmo processo, e dada a relação de causa e efeito, aplicase o mesmo entendimento à CSLL, ao PIS e à COFINS. (Acórdão n. 130200.083, Rel. Cons. Irineu Bianchi. 1ª Seção de Julgamento, 3ª Câmara, 2ª Turma, Sessão em 29/09/2009). Fl. 1168DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 16 1. 1. 5. Do IRRF sobre pagamentos relativos a despesas com serviços “Item 1” e custos com insumos “Item 3”. A recorrente alega que os pagamentos relativos aos custos e despesas supostamente indedutíveis foram identificados pelo AFRFB, sendo que todos eles estão relacionados com a atividade empresarial exercida pela recorrente. Assistelhe razão. Primeiramente, o AFRFB entendeu que os valores pagos do item 1 (despesas) e do item 3 (custos) do termo de verificação fiscal caracterizamse como pagamentos sem causa, razão pela qual se lavrou o auto de infração de IRRF. Para efeitos de esclarecimento, neste tópico serão analisados os valores pagos do item 1, uma vez que os valores pagos do item 3 foram exonerados pelo acórdão recorrido, objeto de recurso de ofício que será analisado abaixo. Da legislação tributária, inferese que o imposto de renda retido na fonte incide sobre os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado e, também, sobre os pagamentos a terceiros quando não for comprovada a operação ou a sua causa, nos termos do art. 674 e § 1º do RIR/99: Art. 674. Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais (Lei n º 8.981, de 1995, art. 61). § 1 º A incidência prevista neste artigo aplicase, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa (Lei n º 8.981, de 1995, art. 61, § 1 º ). (grifo não original) No caso, os pagamentos efetuados pela recorrente aos beneficiários do item 1 (despesas) estão devidamente identificados, pois o próprio AFRFB relaciona a razão socional e o número do CNPJ das pessoas juridicas (fls. 163/164). E, conforme demonstrado em tópico acima “1.1.1. Das despesas com serviços”,as despesas glosadas pelo AFRFB do item 1 do termo de verificação fiscal são necessárias à atividade da recorrente. Logo, os pagamentos efetuados possuem causa. Ante o exposto, voto pela procedência do recurso voluntário interposto pela recorrente para exonerar o crédito tributário do IRRF em relação aos pagamentos efetuados a titulo de despesas – item 1do TVF, por serem pagamentos identificados e com causa. 2. DO RECURSO DE OFÍCIO Tratase de recurso de ofício, nos termos do art. 34, I, do Decreto n.º 70.235/72 e de acordo com o art. 1º da Portaria MF n.º 3, de 03 de janeiro de 2008, haja vista que o valor total do crédito tributário exonerado é superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Fl. 1169DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.162 17 No caso concreto, foi exonerado o crédito tributário de IRRF em relação ao item 3 do TVF, uma vez que o acórdão recorrido considerou que (i) os beneficiários estão identificados, (ii) a operação de compra não foi questionada e (iii) as mercadorias adquiridas e ativadas relacionamse à atividade da empresa (causa) (fl.451): Por outro lado, há que se exonerar a parcela referente ao item "3",visto que os beneficiários estão identificados, a operação de compra não foi questionada e asmercadorias adquiridas e ativadas relacionamse à atividade da empresa (causa), conforme acórdão a seguir reproduzido. "PAGAMENTO SEM CAUSA OU A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO A glosa de despesas, por si só, não autoriza a aplicação do art. 61 da Lei n° 8.981/95, quando o beneficiário e a causa do pagamento são perfeitamente identificados. Se a fiscalização não aceita a causa do pagamento, escrituralmente documentada, deveria aprofundar as investigações sobre todos os negócios jurídicos realizados entre as coligadas para extrair as eventuais conseqüências tributárias". (1° Conselho de Contribuintes / 7a. Câmara / ACÓRDÃO 10709.144 em 12.09.2007. Publicado no DOU em: 31.01.2008). No caso, concordo com o exposto acima no acórdão recorrido, pois os beneficiários estão identificados; em nenhum momento a operação de compra dos insumos foi questionada; e os insumos relacionamse à atividade da empresa e foram utilizados no processo produtivo da recorrente, como demonstrado acima no tópico 1.1.3. (Dos custos com insumos “Item 3”). Ante o exposto, voto pela improcedência do recurso de ofício para manter a exoneração do crédito tributário do IRRF em relação aos pagamentos efetuados a título de custos (item 3 do TVF), por serem pagamentos identificados e com causa. 3. CONCLUSÕES Ante o exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário interposto pela recorrente e negar provimento ao recurso de ofício, nos termos da fundamentação do relatório e voto. (assinado digitalmente) Marcio Rodrigo Frizzo Relator Voto Vencedor Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior. Com a devida vênia do ilustre Relator, ouso divergir do seu voto, no tocante ao decidido quanto ao item 01 do TVF (despesas com engenharia e consultoria), pelas razões que passo a expor. Fl. 1170DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO 18 Tratase no presente caso de situação em que o recorrente tenta comprovar despesas com notas fiscais e contratos genéricos, dos quais não se pode extrair os reais serviços envolvidos, logo, apenas por tais documentos não se pode dizer que os serviços foram prestados nem, muito menos, se eles eram necessários para a recorrente. Peço vênia, para repetir o que já foi dito pelo Relator, ou seja, que eram esses os objetos do contratos: (i) Coordenação e consultoria na área de engenharia das empresas(AMCE Engenharia S/C Ltda, MHW Engenharia S/C Ltda, GCA Engenharia S/C Ltda, Dosiertechnik Engenheiros e Consultores S/C Ltda, SRC Engenharia e Consultoria S/C Ltda, ICY Engenharia S/C Ltda, KFK Engenharia e Consultoria S/C Ltda, EMROD Engenharia S/C Ltda, Rhama Engenharia S/C Ltda); (ii) Inspeção da empresa (Meitec Serviços de Inspeção Ltda); (iii) Instalações elétrica e hidráulica da empresa (LMO Instalações Elétrica e Hidráulica Ltda); (iv) Assessoria comercial da empresa (Segatti Representações Com. S/C Ltda); (v) Consultoria financeira das empresas (Escaleira Consultoria S/C Ltda e Julio Escaleira Agostinho ME); (vi) Processamento eletrônico da empresa (Bernhard & Hernandez S/C Ltda); (vii) Digitação da empresa (DNB Serviços Ltda ME). Em que consistia a coordenação, a consultoria, a inspeção, a assessoria comercial, a digitação da empresa etc? Pelos documentos acostados aos autos não se pode responder a tais indagações. Por outro lado, só por isso, tais despesas não se tornam automaticamente indedutíveis, mas, apenas há a inversão do ônus da prova, pois caberia à recorrente apresentar documentos que comprovassem a efetiva prestação do serviço, por exemplo, um relatório ou parecer produzido, à época da vigência do respectivo contrato, pelas consultorias e assessorias acima indicadas, mas isso não logrou fazer. Nesse ponto, reside, com a devida vênia, o equívoco no entendimento exarado no precedente deste CARF aduzido pelo Relator, pois, com a inversão do ônus da prova, não cabia aos autuantes se aprofundarem na auditoria, mas competia à recorrente apresentar outros documentos que pudessem comprovar a natureza e a efetiva prestação do serviço. Divirjo também do ilustre Relator quando sustenta que basta que constem, nas notas fiscais e contratos, as informações essenciais, como o nome do tomador do serviço, o nome da tomadora do serviço e o valor do serviço prestado. Ora, é imperioso que notas fiscais e, muito mais ainda contratos de prestação de serviços, discriminem o seu objeto, sob pena de serem documentos ineficazes para o fim a que se destinam. Assim, são inaceitáveis notas fiscais cuja discriminação dos serviços conste apenas “prestação de serviços” (vide, v.g. doc. a fls. 1006) ou então, “serviços de consultoria” (vide, v.g. doc. a fls. 1039), ou ainda, “prestação de serviços relativa mês de setembro/03” (vide, v.g. doc. a fls. 1066), o que poderia ser sanado se os contratos fossem idôneos, mas, pelo contrario, nada descrevem, se não vejamos, como exemplo o contrato a fls. 1054, cujo objeto está assim descrito: “O CONTRATADO prestará serviços de processamento eletrônico de dados”. Fl. 1171DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO Processo nº 19515.006820/200807 Acórdão n.º 1302001.160 S1C3T2 Fl. 1.163 19 Por essas razões, voto por manter o crédito tributário relativo ao item 1 do termo de verificação fiscal (despesas com engenharia e consultoria). Alberto Pinto Souza Junior – Redator designado. Fl. 1172DF CARF MF Impresso em 20/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 31/1 0/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 26/06/2014 por EDUARDO DE ANDRADE, A ssinado digitalmente em 20/11/2013 por MARCIO RODRIGO FRIZZO
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