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Numero do processo: 15374.724370/2009-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 04 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/03/2006 a 30/03/2006
PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO EXPRESSAMENTE IMPUGNADA. Defesa apresentada contra decisão que reconheceu em parte o direito creditório pleiteado deverá conter os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e deverá vir acompanhada dos dados e documentos comprovadores dos fatos alegados. A alegação trazida apenas em sede de Recurso Voluntário, quando não existe nenhum fato ou prova nova, ou qualquer outra razão que tivesse impedido a apresentação clara e expressa do argumento no momento inicial da defesa (Manifestação de Inconformidade), não pode ser conhecida, por ocorrência da preclusão.
BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO MENSAL. AJUSTES DE VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTO ESPECÍFICO PREVISTO PELA LEGISLAÇÃO. A base de cálculo do tributo deve guardar relação intrínseca com o fato gerador. Sendo este o faturamento mensal, a base de cálculo não pode ir além do valor do faturamento devido no mês da ocorrência do fato gerador. Nenhum ajuste, derivado de valores pagos ou não, em outros meses, pode ser promovido. Há previsão legal específica que estabelece a forma adequada do contribuinte requerer a restituição de valores pagos a maior ou indevidamente. Não há autorização legal para realizar ajustes em bases de apuração de competências distintas daquela em que se deu o pagamento a maior ou indevido. O ajuste ofende, ainda, a própria hipótese de incidência tributária do tributo.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-001.934
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da Terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
Fez sustentação oral: Victor Soares da Silva Cereja, OAB/RJ 168314
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA
Presidente
(assinado digitalmente)
FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes, Gileno Gurjão Barreto, José Antonio Francisco.
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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MATÉRIA NÃO EXPRESSAMENTE IMPUGNADA. Defesa apresentada contra decisão que reconheceu em parte o direito creditório pleiteado deverá conter os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e deverá vir acompanhada dos dados e documentos comprovadores dos fatos alegados. A alegação trazida apenas em sede de Recurso Voluntário, quando não existe nenhum fato ou prova nova, ou qualquer outra razão que tivesse impedido a apresentação clara e expressa do argumento no momento inicial da defesa (Manifestação de Inconformidade), não pode ser conhecida, por ocorrência da preclusão. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO MENSAL. AJUSTES DE VALORES PAGOS INDEVIDAMENTE. IMPOSSIBILIDADE. EXISTÊNCIA DE PROCEDIMENTO ESPECÍFICO PREVISTO PELA LEGISLAÇÃO. A base de cálculo do tributo deve guardar relação intrínseca com o fato gerador. Sendo este o faturamento mensal, a base de cálculo não pode ir além do valor do faturamento devido no mês da ocorrência do fato gerador. Nenhum ajuste, derivado de valores pagos ou não, em outros meses, pode ser promovido. Há previsão legal específica que estabelece a forma adequada do contribuinte requerer a restituição de valores pagos a maior ou indevidamente. Não há autorização legal para realizar ajustes em bases de apuração de competências distintas daquela em que se deu o pagamento a maior ou indevido. O ajuste ofende, ainda, a própria hipótese de incidência tributária do tributo. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 72 43 70 /2 00 9- 10 Fl. 424DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 15374.724370/200910 Acórdão n.º 3302001.934 S3C3T2 Fl. 11 2 ACORDAM os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Fez sustentação oral: Victor Soares da Silva Cereja, OAB/RJ 168314 (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Fabiola Cassiano Keramidas, Alexandre Gomes, Gileno Gurjão Barreto, José Antonio Francisco. Relatório Tratase de Pedido de Restituição de crédito de COFINS, relativo à competência janeiro de 2004, cumulado com Declaração de Compensação do referido crédito, com COFINS apurada em março de 2006 (fl.03/07). A Recorrente promoveu recolhimento de COFINS, sob o código 2172, relativa ao mês de janeiro de 2004, no valor total de R$ 63.626.689,61, conforme extratos de pagamento de fls. 107/112. A empresa também recolheu COFINS, sob o código 6840, R$ 12.299.284,56, conforme mostra extrato de fls. 117. Na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF originalmente entregue em 14/05/2004 (fl. 113), a contribuinte informou, para o mês de janeiro de 2004, COFINS devida (cód. 2172) no montante de R$ 63.626.689,61. Em 17/02/2006, a Recorrente apresentou DCTF retificadora (fls. 114), reduzindo o valor da referida COFINS devida sob o código 2172, para R$ 41.479.154,19, bem como reduziu o montante da COFINS devida sob o código 6840, para R$ 8.860.931,12. O Pedido de Restituição objeto dos autos referese apenas à redução do valor da COFINS recolhida sob o código 2172, no valor original de R$ 22.147.535,42 (atualizado, até a data da compensação, para a quantia de R$ 29.976.689,19). Após a apresentação da DCOMP a Recorrente foi intimada a apresentar justificativa para a retificação promovida em sua DCTF, bem como comprovação documental da redução do débito de COFINS da competência janeiro de 2004 (fls. 16/17). Fl. 425DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 15374.724370/200910 Acórdão n.º 3302001.934 S3C3T2 Fl. 12 3 A Recorrente apresentou esclarecimentos no sentido de que a COFINS era recolhida com base em estimativa, pois o balancete da empresa somente era encerrado no dia 20 do mês seguinte ao da ocorrência do fato gerador, sendo que o recolhimento era devido no dia 15 daquele mês. Apresentou, também, uma série de documentos, conforme intimação recebida (fls. 21/85). Houve nova intimação para apresentação de planilha de apuração da base de cálculo da COFINS, de acordo com modelo apresentado pela Receita Federal (que teria sido utilizado em outros processos de compensação da empresa), demonstrando os ajustes extra contábeis efetuados pela Recorrente (receitas de exportação, devoluções, descontos e liminares – fls. 86). Foram apresentados pela Recorrente novos documentos, inclusive a planilha no modelo solicitado (fls. 102/106), além de reiterada a informação de que a base de cálculo utilizada no recolhimento foi estimada, sendo o ajuste na DCTF fruto das diferenças apuradas entre a COFINS realmente devida, e aquela recolhida, quando do encerramento do balancete relativo ao mês de janeiro de 2004. Sobreveio o Despacho Decisório (fls. 129), que acatou o Parecer Conclusivo n° 12/2011 (fls. 123/127), que reconheceu apenas parte do crédito pleiteado, homologando parcialmente a compensação efetuada pela Recorrente. Foram aceitos os ajustes extra contábeis da empresa, devido ao volume de suas operações. Contudo, a autoridade fiscal entendeu por afastar reduções da base de cálculo da COFINS realizadas em função de apuração de valores negativos, indicados nos balancetes da empresa, que no entender da Delegacia não poderiam impactar/reduzir a base de cálculo da contribuição, pois esta não advém de ajustes entre receitas positivas e negativas, mas sim apenas referese a receitas auferidas (sem reduções das perdas sofridas). Dentre os ajustes negativos que foram desconsiderados estão os das contas de: Naftas Nacionais, Frete de Cabotagem, Receitas Operacionais, Receitas de Resultados Financeiros, Variações Monetárias Ativas, dentre outros. Assim, foi deferida a restituição do valor de R$ 1.390.178,57, homologando se a compensação efetuada até este limite. Determinouse, ainda, a remessa para cobrança do valor restante, considerado não compensado, no montante de R$ 28.095.082,50. Foi apresentada Manifestação de Inconformidade (fls. 132/135), na qual a Recorrente apresentou os seguintes argumentos, pleiteando o deferimento total do direito creditório: em relação à divergência no valor de “Frete de cabotagem” o valor que foi reduzido da base de cálculo da COFINS, de janeiro de 2004, corresponde a quantias que foram indevidamente incluídas na base da contribuição, anteriormente, e ajustados nesta competência; em relação à conta “3540013 Receitas Financeiras Coligadas”, que foi efetuado um ajuste em determinado contrato de mútuo (Petrobrás x Termonio), no valor total de R$ 657.511.834,35, sendo que R$ 344.375.339,70 referese ao exercício de 2003 e R$23.132.149,30 ao mês de janeiro de 2004, porém ambos foram ajustados na competência janeiro de 2004; Fl. 426DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 15374.724370/200910 Acórdão n.º 3302001.934 S3C3T2 Fl. 13 4 apresenta uma planilha correspondente à diferença entre COFINS recolhida e devida, indicando crédito a ser restituído no valor de R$ 22.380.595,46. Anexa, ainda, documentos que comprovariam suas alegações: o Balancete competência janeiro de 2004, demonstrativo dos ajustes contábeis referentes ao mútuo mencionado, planilha demonstrativa da exportação de serviços, planilha de exportação mensal e demonstrativo da apuração COFINS janeiro e do valor devido (Docs. fls. 136/197). A DRJ julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, mas alterou o valor do crédito reconhecido, por entender que houve erro na apuração do valor (Fls. 271/278). A decisão fundamentase nos seguintes argumentos: em relação ao valor de “Frete de Cabotagem” que a Recorrente alega ser um ajuste de valores tributados indevidamente em períodos anteriores, além de não haver comprovação de que tais receitas se referem a exportações, a maneira adequada de recuperar tributo indevidamente recolhido não é através de ajustes nas competências seguintes, mas sim via pedido de restituição da quantia paga a maior ou indevidamente; em relação às diferenças apontadas pela fiscalização relativamente às contas 3519099 – “Outras Receitas/despesas Operacionais”, 3540013 – “Receitas Financ. Coligadas” e 3540014 – “Rec. Financ. Endosso Tit. P/ Subsid”, embora a contribuinte tenha apresentado defesa apenas em relação à conta de “Receitas Financeiras Coligadas”, por se tratar de inclusão na base de cálculo de valores que não haviam sido declarados/constituídos pelo próprio contribuinte, tratase de lançamento de COFINS, nos termos do artigo 142 do CTN. Contudo, por se tratar de receitas financeiras/outras receitas, cuja inconstitucionalidade da incidência da COFINS já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal, tais valores não poderiam ter sido constituídos, razão pela qual necessário ajuste na base de cálculo aplicada pelo Parecer Conclusivo n° 12/2010, para exclusão dos valores relativos a estas contas, cuja natureza é de “outras receitas”. Em relação ao ajuste determinado pela DRJ, consta assim retratado no acórdão recorrido, verbis: “Conforme tabela acima, a alteração promovida pela autoridade fiscal na base de cálculo apurada sobre “outras receitas” corresponde a um acréscimo de receitas financeiras no valor de R$ 372.395.131,50. A diferença apontada deve ser excluída da base de cálculo sobre as demais receitas apurada no Parecer para fins de cálculo da contribuição devida e do crédito decorrente de pagamento a maior. O quadro abaixo demonstra os ajustes a serem efetuados: (...) Tendo em vista todos os fundamentos expostos, Voto no sentido de julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade, reconhecendo, contudo, o direito creditório no valor de R$ 11.171.853,95 e homologar a compensação declarada, até o limite do crédito reconhecido.” Fl. 427DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 15374.724370/200910 Acórdão n.º 3302001.934 S3C3T2 Fl. 14 5 Em seu Recurso Voluntário (fls. 285/ 298) a Recorrente alega, em síntese: nulidade da decisão da DRJ porque não aponta o dispositivo legal que indicaria a ofensa ao regime de competência, perpetrada pela contribuinte, quando requereu a compensação no mês de Janeiro/04 dos valores que foram tributados indevidamente em competências anteriores, relativamente ao “Frete de Cabotagem”; em relação ao valor negativo da nafta, o sinal negativo que acompanhou a indicação do valor da planilha não reduziu a base de cálculo da COFINS, mas apenas indicava o não auferimento da receita, e que aquele valor não teria sido considerado na apuração da contribuição. De toda forma, a venda de nafta às centrais petroquímicas não é tributada, razão pela qual se utilizou a alíquota zero sobre tais valores. Informa, ainda, que já constava nos autos planilha contendo a indicação deste valor, e, portanto, não procede a alegação da DRJ de que a questão da nafta não fora tratada pela Recorrente; em relação ao valor do frete, corresponde a valor de crédito derivado de recolhimento indevido na competência dezembro/03, compensado na apuração de janeiro/04, e que como o crédito existe não poderia ser tolhido o direito da contribuinte de compensálo. Anexou ao Recurso uma série de documentos (fls. 297/313), em especial planilha indicativa da “isenção” da COFINS sobre a nafta. Vieramme então, os autos para decisão. É o relatório. Voto Conselheira Fabiola Cassiano Keramidas, Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele conheço. Cingese a controvérsia à questão da restituição e compensação de COFINS que foi recolhida pela Recorrente, a maior, no mês de janeiro de 2004. Segundo a Recorrente a divergência entre o valor efetivamente devido e o valor pago decorre do fato de apurar a contribuição devida sobre uma base estimada. Posteriormente, ao constatar qual teria sido sua receita tributável efetiva, promove o pedido de restituição dos valores pagos a maior. O valor da restituição pleiteada foi sensivelmente reduzido pelo Despacho Decisório, posteriormente reformado pela DRJ que entendeu por autorizar a restituição de valores que se referiam a receitas financeiras/outras receitas, em virtude da declaração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal, quanto à incidência da COFINS sobre este tipo de receita. Fl. 428DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 15374.724370/200910 Acórdão n.º 3302001.934 S3C3T2 Fl. 15 6 Assim, o mérito do Recurso Voluntário limitase à discussão de dois tipos de receitas objeto dos cálculos da COFINS da competência janeiro de 2004: (i) receitas de nafta e (ii) receitas de frete de cabotagem. Preliminarmente a Recorrente alega a nulidade da decisão da DRJ, na medida em que não teria indicado o fundamento para questionar os procedimentos adotados pela contribuinte, em relação justamente aos valores de frete de cabotagem, ao alegar que houve ofensa ao regime de competência. Neste ponto, observase que as autoridades fazendárias, assim como a DRJ, questionaram os procedimentos adotados pela Recorrente, quais sejam: por ter promovido recolhimento a maior de COFINS sobre uma base (super)estimada, correspondente a receita de frete de cabotagem não recebida efetivamente, em dezembro de 2003, a Recorrente reduziu, do valor de frete de cabotagem auferido em janeiro de 2004, o valor que havia computado a maior em dezembro de 2003. Vale dizer, promoveu uma compensação entre a base de cálculo (a maior) da COFINS de dezembro de 2003, com a base de cálculo da COFINS de janeiro de 2004. Em seu acórdão a DRJ afirma que, verbis: “Cumpre esclarecer ainda, que o procedimento de ajuste alegado fere o regime de competência que deve ser observado na apuração da COFINS e, por esta razão, não pode ser acatado. Na hipótese de ocorrência, em um determinado mês, de tributação indevida de receitas isentas ou fora do campo de incidência da COFINS, cabe ao contribuinte formalizar pedido de restituição/declaração de compensação da parcela da contribuição supostamente paga a maior, não sendo cabível o ajuste pretendido, consistente na exclusão de receitas que não se referem ao próprio período de apuração.” Da análise da argumentação apresentada pela DRJ constatase que o que foi apontado como erro, cometido pela recorrente, é o fato de ter promovido um ajuste de base de cálculo, envolvendo períodos de apuração (fatos geradores) distintos, promovendo uma verdadeira compensação de base de incidência, que não é permitida pela legislação vigente. Pareceme claro que a alegada ofensa ao regime de competência, a que se refere a DRJ, configurase pela própria confusão entre a base de cálculo de dezembro de 2003 e a competência de janeiro de 2004, perpetrada pela Recorrente, o que conduz à conduta vedada, qual seja, a compensação de bases com vistas a recuperar tributo recolhido a maior. Ademais, a restituição de tributo pago a maior ou indevidamente deve respeitar procedimento específico, o qual está previsto na legislação. Ainda, tal procedimento não contempla a possibilidade de compensação de bases de cálculo correspondentes a fatos geradores distintos, aí está a ilegalidade cometida pela Recorrente. Assim, a alegada preterição de direito que poderia levar à nulidade da decisão pareceme não estar presente, ainda que não tenha sido citado dispositivo legal específico vedando o procedimento da forma como realizado pela Recorrente. É que não existe opção para o procedimento de compensação, existe uma única forma legal (pedido de restituição/compensação) que não foi utilizada pela Recorrente. Fl. 429DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 15374.724370/200910 Acórdão n.º 3302001.934 S3C3T2 Fl. 16 7 Registrase que a Recorrente procedeu da forma adequada (pedido de restituição/compensação) em relação ao valor supostamente recolhido a maior, não havendo qualquer justificativa válida para deixar de proceder assim em relação às quantias recolhidas a maior em dezembro de 2003. No que se refere à discussão relacionada à nafta, a Recorrente alega que a afirmação contida no acórdão da DRJ, no sentido de que, não apresentou contestação – razão pela qual, não há discussão sobre o tema – é falsa, pois teria, no curso da fiscalização apresentado determinadas planilhas que contemplam os valores referentes às operações realizadas com estes produtos. Ocorre que, de fato, não há nos autos nenhum argumento ou esclarecimento, trazido pela Recorrente, para contrapor as conclusões dos agentes fiscais, que incluíram na base de apuração da COFINS os valores de nafta indicados nas mencionadas planilhas constantes dos autos. Apenas agora, por meio de seu Recurso Voluntário, é que a Recorrente manifestase pela inadequação da inclusão dos valores de nafta na apuração da COFINS de dezembro de 2003, apresentando argumentos para sustentar seu posicionamento. Contudo, em momento algum do processo foi apresentado qualquer esclarecimento, ou mesmo os esclarecimentos que constam do Recurso sob análise. Neste sentido, a legislação – em especial o Decreto n° 70.235/72 é clara ao determinar que a matéria não contestada expressamente será considerada não impugnada, verbis: “Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.” Diante do que consta dos autos, entendo que a DRJ estava correta ao entender que em relação a este tema a Recorrente não apresentou contestação. Afinal, as planilhas que alegadamente já se encontravam nos autos, não trouxeram nenhum esclarecimento que permitisse chegar aos argumentos ora apresentados. E mais, foram as próprias planilhas em questão que levaram a autoridade fazendária a negar o direito creditório sobre tais valores, incluindoos na base de cálculo da COFINS devida em janeiro de 2003, e determinado que a contribuição seria sobre eles devidos. Talvez se a Recorrente tivesse trazido seus argumentos, oportunamente, em Manifestação de Inconformidade, estes pudessem ser analisados e, eventualmente, providos. No entanto, ao deixar de fazêlo, impediu sua análise destes por este Conselho, razão pela qual, de se reconhecer sua preclusão, mantendose as conclusões anteriores. Em relação ao frete de cabotagem, de acordo com argumentos apresentados no Recurso Voluntário, a Recorrente promoveu a compensação de valores que integraram indevidamente a base de cálculo de dezembro de 2003, com a base de cálculo de janeiro de 2004. A Recorrente alega que haveria um “saldo negativo” de COFINS, apurado em janeiro de 2004, que foi composto por um “saldo negativo” (de base) de frete de cabotagem. Este “saldo negativo”, contudo, foi apurado porque na apuração da base de cálculo da contribuição, do mês de janeiro de 2004, foram computados valores de frete de cabotagem que haviam sido indevidamente tributados em dezembro de 2003 (incluídos indevidamente na base de cálculo da COFINS devida naquela competência). Contudo, tal procedimento (ajuste Fl. 430DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 15374.724370/200910 Acórdão n.º 3302001.934 S3C3T2 Fl. 17 8 de bases de competências distintas), executado pela Recorrente, é vedado pela legislação vigente. O ajuste entre as bases de cálculo de dezembro de 2003 e janeiro de 2004 não possui previsão legal. Ao contrário, a legislação prevê que a base de cálculo do tributo corresponde ao fato gerador ocorrido que, no caso da COFINS, é mensal (conforme estabeleceu a Lei Complementar n° 70/91, instituidora da contribuição). A base de cálculo dimensiona o fato gerador tributário e, por isso, nenhum elemento estranho àquele fato pode vir a impactar a base de cálculo utilizada. Portanto, não pode ser incluído ou reduzido do faturamento mensal – base de cálculo da COFINS – qualquer valor decorrente da apuração de faturamento de outro mês, seja por absoluta falta de previsão legal que permita este ajuste, seja porque a base de cálculo do tributo deve guardar referibilidade com o fato gerador (no caso, faturar mensalmente), para adequadamente mensurálo. Logo, não merece prosperar o procedimento adotado pela Recorrente, devendo ser integralmente mantida a decisão recorrida. Em face do exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário, para que seja mantida integralmente r. decisão proferida pela DRJ. É como voto. Sala das Sessões, em 30 de janeiro de 2013 (assinado digitalmente) Relatora Fabiola Cassiano Keramidas Fl. 431DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 01/0 3/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/02/2013 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
score : 1.0
Numero do processo: 15940.000124/2006-46
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002
RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. MULTA QUALIFICADA.
Não se conhece de recurso especial de divergência quando não demonstrada, pela parte recorrente, similitude de quadrantes fáticos de casos que deram origem a resultados aparentemente divergentes.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-002.450
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
(Assinado digitalmente)
Henrique Pinheiro Torres - Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad Relator
EDITADO EM: 12/11/12
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior.
Matéria: IRPF- ação fiscal (AF) - atividade rural
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NÃO CONHECIMENTO. MULTA QUALIFICADA. Não se conhece de recurso especial de divergência quando não demonstrada, pela parte recorrente, similitude de quadrantes fáticos de casos que deram origem a resultados aparentemente divergentes. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 94 0. 00 01 24 /2 00 6- 46 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 EDITADO EM: 12/11/12 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres (Presidente em exercício), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior. Relatório Em face de José Luiz Facholi, foi lavrado o auto de infração de fls. 1649/1656, objetivando a exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF do exercício de 2002, em decorrência da omissão de rendimentos da atividade rural e caracterizada por depósitos bancários sem origem comprovada. A Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, ao apreciar o recurso voluntário interposto pela contribuinte, exarou o acórdão n° 10423.709, que se encontra às fls. 1809/1819 e cuja ementa é a seguinte: “DECADÊNCIA Sendo a tributação das pessoas fisicas sujeita a ajuste na declaração anual e independente de exame prévio da autoridade administrativa, o lançamento é por homologação (art. 150, § 4.° do CTN), devendo o prazo decadencial ser contado do fato gerador, que ocorre em 31 de dezembro, ausente a comprovação do dolo, fraude ou simulação. DEPÓSITOS BANCÁRIOS OMISSÃO DE RENDIMENTOS PREVALÊNCIA DA TRIBUTAÇÃO ESPECÍFICA Não se sustenta a exigência de omissão de rendimentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada quando a mesma ação fiscal imputa também acusação de omissão de rendimentos especifica e identificada, no caso atividade rural, em montante superior àquela. MULTA QUALIFICADA Somente é justificável a exigência da multa qualificada prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430, de 1996, quando o contribuinte tenha procedido com evidente intuit de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n°. 4.502, de 1964. A fraude, sonegação ou conluio deverá ser minuciosamente justificado c comprovado nos autos. Preliminar de decadência rejeitada. Recurso parcialmente provido.” A anotação do resultado do julgamento indica que a Turma, por unanimidade de votos, rejeitou a preliminar de decadência e, no mérito, por maioria de votos, deu parcial provimento, para excluir da exigência o item 002 do auto de infração(depositos bancários de origem não comprovada) e desqualificar a multa de oficio, reduzindoa ao percentual de 75%. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 15940.000124/200646 Acórdão n.º 9202002.450 CSRFT2 Fl. 6 3 Intimada do acórdão em 26/11/2009 (fls. 1820) a Fazenda Nacional interpôs recurso especial às fls. 1823/1838, pleiteando a reforma do v. acórdão recorrido sustentando divergência jurisprudencial entre o v. acórdão recorrido e outras decisões deste Colegiado no tocante à exclusão da base de cálculo da omissão de rendimentos caracterizados por depósitos bancários sem origem comprovada e lançados de ofício pela autoridade lançadora, bem como a possibilidade de desqualificação da multa de ofício, nos casos de inexistência de conduta material(acórdão nº 10196.757). Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme Despacho nº 2202.00.194, de 02/09/2010 (fls. 1866/1870). Regularmente intimada do recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, o contribuinte apresentou suas contrarrazões de fls. 1879/1893. É o Relatório. Voto Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Relator Entendo que o recurso da Fazenda Nacional não merece ser conhecido. Explicome. Em relação à decisão da câmara recorrida pela exclusão da exigência de depósito bancário de origem não comprovada, que se deu por maioria, o recurso especial, às fls. 1826/1827, afirma que teria ela violado o art. 42 da Lei n. 9.430/1996. Entretanto, não fundamenta nem qualifica as razões específicas pelas quais a razão de decidir formulada na decisão recorrida (que é específica para situações de cumulação entre omissão de rendimentos por depósito de origem não comprovada e omissão de rendimentos específica de atividade rural) violaria a lei ou a prova dos autos. Isto por si só já poderia dar ensejo ao não conhecimento do recurso, mas este não é o ponto principal. O fato determinante para o não conhecimento é que, ao formular o pedido de seu recurso especial para solicitar a providência que deseja ser determinada por esta Câmara Superior (fls. 1838, Do Pedido), a Recorrente se limitou a pedir a reforma da decisão recorrida para restabelecer a multa de 150%, não formulando pretensão alguma quanto à parte da decisão recorrida que determinou a exclusão da exigência de depósito de origem não comprovada. Leiase: Ante o exposto, a União (Fazenda Nacional) requer seja conhecido e provido o presente recurso, para reformar o acórdão exarado pela Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, restabelecendo a multa de 150% (cento e cinqüenta por cento) por se ter configurado a ação fraudulenta, nos termos da fundamentação supra, incidente o inciso II do artigo 44 da Lei n° 9.430/96 (atual art. 44, 1, c/c § 1 0, da Lei n.° 9.430/96, conforme nova redação conferida pela Lei n.° 11.488, de 15 de junho de 2007, resultante da conversão da MP n.° 351/2007). (grifos constam do original) Fl. 3DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 Digase ainda que não é possível admitir que as vagas considerações formuladas ás fls. 1827/1828 equivaleriam ao pedido do recurso especial, eis que a pretensão recursal em recurso especial deve ser formulada de maneira específica e determinada, ainda mais em se tratando de parte (Fazenda Nacional) devidamente representada por advogado. Não cabe, assim, conhecer do recurso nesta parte por não ter sido formulada pretensão recursal quanto a este ponto. Melhor sorte não assiste ao recurso em relação à matéria cuja decisão foi unânime – desqualificação da penalidade. A Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, em julgamento realizado nesta mesma data nos autos do Processo 15940.00123/200600 (Recorrente João Carlos Facholi, autuado nas mesmas bases do Recorrente nestes autos), bem examinou a ausência de divergência a partir do acórdão paradigma invocado pela Recorrente (idêntico ao do presente recurso). Transcrevo trecho de seu voto, cujos fundamentos adoto como razão de decidir: Quanto à matéria cuja decisão foi unânime – desqualificação da penalidade – a Fazenda Nacional indicou como paradigma o Acórdão nº 10196.757, assim ementado: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA — IRPJ Exercício. 2003 a 2005 DECADÊNCIA O direito da Fazenda Pública de realizar o lançamento, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, está previsto no art. 150 do CTN, sendo de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Se caracterizada a conduta dolosa da contribuinte, o prazo decadencial deve ser contado em conformidade com o art. 173, I, do CTN. OMISSÃO DE RECEITAS Caracterizam omissão de receitas os valores depositados em conta corrente mantidas à margem da contabilidade. MULTA QUALIFICADA A multa de oficio qualificada deve ser mantida se comprovada a fraude realizada pelo Contribuinte, constatados a divergência entre a verdade real e a verdade declarada pelo Contribuinte, e seus motivos simulatórios. (destaque meu) Recurso Voluntário Negado.” Antes de proceder à análise do paradigma, importa salientar que, nessa parte, tratase de Recurso Especial de Divergência, e que esta somente se caracteriza quando existe identidade fática entre as situações apreciadas no acórdão recorrido e no paradigma indicado. Assim, tornase imprescindível a análise Fl. 4DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 15940.000124/200646 Acórdão n.º 9202002.450 CSRFT2 Fl. 7 5 das situações fáticas contidas em tais acórdãos, a ver se haveria identidade entre elas. No caso do paradigma – Acórdão nº 10196.757 – tratase de lançamento relativo ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica, em que a qualificação da multa teve como fundamento a manutenção de movimentação bancária à margem da contabilidade da empresa, promovendose inclusive a sua dissolução irregular. Nesse sentido, confirase trecho do relatório do paradigma: “Aplicou a multa qualificada de 150% sob o fundamento de que a contribuinte manteve movimentação bancária de R$ 20.052.558,71 à margem da contabilidade, no período fiscalizado. O fisco entendeu que houve a dissolução irregular da fiscalizada, em razão da omissão de receitas da fiscalizada no período de atividade, omissão provocada de forma dolosa.)” O acórdão recorrido, por sua vez, se refere a Imposto de Renda Pessoa Física, cujos contribuintes não estão obrigados a manter escrituração contábil, nos moldes exigidos das Pessoas Jurídicas. Assim, não há como intentarse uma analogia entre os acórdãos recorrido e paradigma, com a finalidade de estabelecerse dissídio jurisprudencial, já que a principal razão de manutenção da qualificadora, no acórdão paradigma – falta de registro das contas bancárias na contabilidade da empresa, com dissolução irregular – sequer é uma exigência para a Pessoa Física. Em síntese, não existe identidade entre as formalidades exigidas das Pessoas Físicas e das Jurídicas. Destarte, não se encontra presente a identidade fática necessária à demonstração da divergência interpretativa, razão pela qual o Acórdão nº 10196.757 não pode servir como paradigma, no presente caso. Em face do exposto encaminho meu voto no sentido de não conhecer do recurso interposto pela Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 5DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 21/11/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD
score : 1.0
Numero do processo: 10882.002418/2002-05
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Feb 01 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/1999
EMENTA:
COFINS - DECADÊNCIA-543-C. A inocorrência de recolhimento faz com que a constituição do crédito tributário se subsuma aos ditames do art. 173, I do Código Tributário Nacional. Recurso provido.
Numero da decisão: 9303-002.138
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial.Vencida a Conselheira Nanci Gama, que negava provimento.
VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente substituto.
FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:
Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Mércia Helena Trajano DAmorim (Substituta convocada), Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Valmar Fonseca de Menezes (Presidente Substituto).
Nome do relator: FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/1999 EMENTA: COFINS - DECADÊNCIA-543-C. A inocorrência de recolhimento faz com que a constituição do crédito tributário se subsuma aos ditames do art. 173, I do Código Tributário Nacional. Recurso provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial.Vencida a Conselheira Nanci Gama, que negava provimento. VALMAR FONSECA DE MENEZES Presidente substituto. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Mércia Helena Trajano DAmorim (Substituta convocada), Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Valmar Fonseca de Menezes (Presidente Substituto).
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A inocorrência de recolhimento faz com que a constituição do crédito tributário se subsuma aos ditames do art. 173, I do Código Tributário Nacional. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial.Vencida a Conselheira Nanci Gama, que negava provimento. VALMAR FONSECA DE MENEZES – Presidente substituto. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 24 18 /2 00 2- 05 Fl. 814DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES 2 Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Mércia Helena Trajano D’Amorim (Substituta convocada), Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Valmar Fonseca de Menezes (Presidente Substituto). Relatório Insurgese a Fazenda Nacional, Recurso Especial de fls. 714/730, admitido pelo despacho de fls. 732, contra o Acórdão de fls. 699/700, que, unanimemente, deu provimento parcial ao recurso para declarar decadente o lançamento relativamente aos períodos de apuração anteriores a dezembro de 1995. O acórdão guerreado traz a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/1999 NORMAS PROCESSUAIS. OPÇÃO PELA VIA JUDICIAL. DESISTÊNCIA DA ESFERA ADMINISTRATIVA. O contribuinte que busca a tutela jurisdicional abdica da esfera administrativa, na parte em que trata do mesmo objeto. DECADÊNCIA. CINCO ANOS A CONTAR DO FATO GERADOR. SÚMULA VINCULANTE DO STF N° 8/2008. Editada a Súmula vinculante do STF n° 8/2008, segundo a qual é inconstitucional o art. 45 da Lei n° 8.212/91, o prazo para a Fazenda proceder ao lançamento da COFINS e do PIS é de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador, nos termos dos art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, independente de ter havido o pagamento antecipado exigido por esse artigo. ENTIDADES FILANTRÓPICAS E BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. IMUNIDADE. ISENÇÃO. REQUISITOS. ART. 55 DA LEI N° 8.212/91. Para o gozo da imunidade estatuída pelo art. 195, § 7°, da Constituição Federal, ou da isenção aplicável ás entidades filantrópicas ou beneficentes de assistência social, carece sejam obedecidos os requisitos estabelecidos pelo art. 55 da Lei n°8.212/91. Fl. 815DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10882.002418/200205 Acórdão n.º 9303002.138 CSRFT3 Fl. 815 3 Recurso Provido em Parte.” Aduz a Fazenda Nacional que não havendo recolhimento antecipado do tributo, correto é que se conte o prazo decadencial conforme prevê o artigo 173, inciso I, ao invés do artigo 150, §4º, ambos do CTN, conforme ficou decidido no acórdão guerreado. Embasa a divergência transcrevendo acórdãos paradigmáticos à fl. 716, onde entendeuse que a ausência de pagamento antecipado é prerrogativa para aplicação do prazo decadencial do artigo 173, inciso I, CTN. Neste ponto, pugna pela aplicação da contagem decadencial tendo como marco inicial o primeiro dia útil do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ter sido efetuado, conforme anota o artigo 173 multireferido no apelo especial. Transcreve à fl. 718 Informativo nº 250 do STJ, e à fl. 719 entendimento do doutrinador LUCIANO AMARO, dando sustentação à tese trazida de que para contar o prazo decadencial pelo artigo 150, §4º, CTN, deve ter havido pagamento antecipado a homologar. Também insere jurisprudência do STJ, Resp nº 973.733/SC, da Relatoria do Min. Luiz Fux, às fls. 720/722 e trecho do parecer PGFN/CAT Nº 1607/2008 às fls. 722/725, ambas favoráveis a aplicação da tese de contagem do prazo decadencial. Finalmente, requer seja reformado o acórdão combatido para afastar a decadência dos lançamentos anteriores à dezembro de 1995. Sem ContraRazões. É o relatório. Voto V O T O do Conselheiro Relator Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. O Recurso preenche condições de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Fl. 816DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES 4 A inconformidade da Fazenda Nacional repousa exclusivamente no fato de que o Acórdão recorrido, amparado no art. 150, § 4º do CTN decidiu, independentemente de ter havido ou não pagamento. Conforme Demonstrativo de Apuração de fl. 64/68 nenhum recolhimento a título da COFINS foi levado a efeito portanto, lastreado no art. 543C do CPC voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional para que seja aplicado ao presente caso o art. 173,I do CTN. Sala das Sessões, 16 de outubro de 2012. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA – Relator. Fl. 817DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 29/01/2013 por VALMAR FONSECA DE MENEZES
score : 1.0
Numero do processo: 10480.907264/2009-31
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/06/2000 a 30/06/2000
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOVAÇÃO NA FUNDAMENTAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
Acatada a preliminar de cerceamento de defesa, por supressão de instância, posto que a autoridade julgadora de primeira instância inovou em relação aos fundamentos primeiros apresentados pelo fisco sem que a Requerente tenha sido cientificada dos mesmos e oportunizada sua manifestação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-001.673
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, anular a Decisão da DRJ nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Flávio de Castro Pontes que negava provimento ao recurso e o Conselheiro Sidney Eduardo Stahl que dava provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Luiz Bordignon - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: JOSE LUIZ BORDIGNON
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/06/2000 a 30/06/2000 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOVAÇÃO NA FUNDAMENTAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Acatada a preliminar de cerceamento de defesa, por supressão de instância, posto que a autoridade julgadora de primeira instância inovou em relação aos fundamentos primeiros apresentados pelo fisco sem que a Requerente tenha sido cientificada dos mesmos e oportunizada sua manifestação. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, anular a Decisão da DRJ nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Flávio de Castro Pontes que negava provimento ao recurso e o Conselheiro Sidney Eduardo Stahl que dava provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
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INOVAÇÃO NA FUNDAMENTAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. Acatada a preliminar de cerceamento de defesa, por supressão de instância, posto que a autoridade julgadora de primeira instância inovou em relação aos fundamentos primeiros apresentados pelo fisco sem que a Requerente tenha sido cientificada dos mesmos e oportunizada sua manifestação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, anular a Decisão da DRJ nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Flávio de Castro Pontes que negava provimento ao recurso e o Conselheiro Sidney Eduardo Stahl que dava provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 90 72 64 /2 00 9- 31 Fl. 100DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10480.907264/200931 Acórdão n.º 3801001.673 S3TE01 Fl. 101 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo a seguir: Tratase de manifestação de inconformidade protocolizada em 15/05/2009, em face do Despacho proferido eletronicamente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Recife/PE DRF/REC/PE, mediante o qual foi indeferido/nãohomologada Pedido Eletrônico de Restituição/ Declaração de Compensação (PER/DCOMP. . 2. Consoante se verifica às fls. 06/09 , a contribuinte, através de sobredito PER/DCOMP, declarou a compensação do débito descrito em sua página com conjecturado crédito, no montante originário de R$ 76.613,64, que seria derivado de pagamento indevido a título da COFINS, código de receita: 2172, do período de apuração de junho/2000 , efetuado aos 14/ 07/2000. 3. Inferese, do Despacho Decisório de fl.01, que, com fundamento nos arts. 165 e 170, da Lei n° 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional CTN) e, ainda, no art. 74, da Lei n° 9.430, de 27/12/1996, não foi reconhecido o direito creditório pleiteado e, por decorrência, foi não homologada a compensação no qual o pretenso crédito foi utilizado – pois o pagamento vinculado ao suposto indébito foi totalmente aproveitado para a extinção do débito de COFINS do período de apuração de junho/2000 . 4. O sujeito passivo, cientificado de enfocado Despacho Decisório aos 04/05/2009 (vide aviso de recebimento de fl.46), interpôs a mencionada manifestação de inconformidade, na qual alega possuir créditos pautados em decisão judicial favorável à Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Pernambuco OAB/PE (à qual a empresa seria (sic) sindicalizada), garantidora da isenção do pagamento da COFINS às empresas exclusivamente prestadoras de serviços relativos a profissões legalmente regulamentadas, motivo por que teria direito ao reconhecimento do indébito do pagamento da COFINS tratado nos correntes autos e, conseqüentemente, à homologação das compensações realizadas por intermédio do PER/DCOMP aqui examinado. 5. Sustenta a recorrente, ainda, que, de acordo com informações colhidas junto ao Centro de Atendimento ao Contribuinte CAC da DRF/REC/PE, a conclusão atingida pelo Despacho Decisório censurado se deveria à nãoretificação, para o novo valor apurado, da respectiva Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) circunstância que, na visão da defendente, não anularia a existência do pretendido crédito. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 6. Á manifestação de inconformidade, o sujeito passivo anexou, dentre outros documentos, cópia de acórdão proferido pelo E. Tribunal Regional Federal da 5ª Região TRF/5ª Região (fls.24/39 e de certidão de trânsito em julgado (fl.40 ). 7. Este julgador juntou aos presentes autos os seguintes documentos: (i) extrato de consulta processual junto ao sítio do TRF/5ª Região à Ação Rescisória tombada sob o n° 2006.05.00.0442426 e ementas dos acórdãos proferidos naquela ação aos 23/11/2007, 27/02/2008 e 16/06/2010 (fls.47/58); e (ii) extrato de consulta processual junto ao sítio do Supremo Tribunal Federal STF à Reclamação etiquetada sob o n° 6.917/PE e decisão monocrática nela proferida aos 09/12/2008 pelo Exmo. Ministro Joaquim Barbosa (fls.59/62 ). A Delegacia de Julgamento em Recife (PE) proferiu a seguinte decisão, nos termos da ementa abaixo transcrita: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/06 /2000 a 30/06/2000 SOCIEDADE CIVIL. COFINS. ISENÇÃO RECONHECIDA POR DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. SUBSEQÜENTE POSICIONAMENTO DIVERSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. TITULO JUDICIAL. INEXIGIBILIDADE. É inexigível o título judicial, consubstanciado em decisão judicial transitada em julgado que reconhece direito à isenção do pagamento da COFINS a sociedades civis prestadoras de serviços relacionados a profissão legalmente regulamentada, quando sobrevindo a respeito posicionamento diverso consolidado junto ao Supremo Tribunal Federal, especialmente quando a eficácia da decisão judicial transitada em julgado haja sido desconstituída em ação rescisória. COMPENSAÇÃO. INDÉBITO FUNDADO EM TÍTULO JUDICIAL INEXIGÍVEL. NÃOHOMOLOGAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. PROCEDÊNCIA. É procedente o Despacho Decisório que não homologa compensações em que é utilizado suposto direito creditório fundado em titulo judicial inexigível, por inexistir crédito líquido e certo a ser compensado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho, conforme recurso de fls. 76 a 81, aduzindo, em síntese. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10480.907264/200931 Acórdão n.º 3801001.673 S3TE01 Fl. 102 5 · A decisão da DRF/Recife considerou não homologadas as compensações com base no fato de que os DARF’s aos quais estavam vinculados os créditos estavam totalmente utilizados. · A Recorrente baseou sua manifestação de inconformidade em argumentos e fatos que tentavam ilidir a decisão da DRF/Recife, buscando demonstrar a existência dos créditos tributários em favor da empresa. · Em sede de julgamento por parte da DRJ/Recife não está ocorrendo apenas a revisão proferida pela DRF/Recife, mas sim uma inovação completa do conteúdo do indeferimento inicial das compensações, que agora sustentase na apresentação das DCOMP antes do trânsito em julgado da ação, sem que tenha sido oportunizado à empresa a possibilidade de apresentar defesa sobre o assunto. · Toda a decisão proferida pela DRJ/Recife prendese à análise da ação judicial, quando a decisão primeira, proferida pela DRF/Recife, ocorreu apenas em razão da falha procedimental da empresa. · A decisão proferida pela 2ª Turma da DRJ/Recife, por ter cerceado o direito de defesa da empresa, ao inovar juridicamente nos argumentos sem prévia comunicação e abertura de prazo para alegações da empresa sobre novos fatos e informações apresentados ao processo, merece reparos. · A argumentação da DRJ/Recife não condiz com a realidade dos fatos. · Em seu item 19, a decisão da DRJ/Recife informa que não seria possível a utilização dos créditos para compensação em razão de existir liminar em sede de Reclamação suspendendo os efeitos da decisão que garantia aos filiados à OAB/PE o direito de isenção de COFINS. · A decisão judicial em Mandado de Segurança que concedeu o benefício de isenção da COFINS já havia sido encerrada e reconhecido o direito. Apenas em sede de ação rescisória foi reanalisada a questão, na qual o TRF da 5ª Região decidiu por conceder parcial provimento à rescisória a fim de conceder efeitos ex nunc à decisão, ou seja, a rescisão da decisão que concedia o benefício isenção da COFINS somente surtiria efeitos para frente, não abrangendo os fatos pretéritos. · Apenas contra esta decisão do TRF foi que concedeuse a liminar do Ministro Joaquim Barbosa do STF, suspendendo a modulação dos efeitos da decisão da rescisória. · A liminar é decisão precária e não anulou os efeitos do decidido na ação rescisória. Seus efeitos estão apenas suspensos, aguardando um Fl. 104DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 6 pronunciamento do órgão colegiado do STF quanto à manutenção ou não da liminar. DO PEDIDO: De todo o exposto e demonstrado nesta, restando provada a existência dos créditos relativos a pagamentos indevidos de COFINS e que a decisão proferida pela DRJ/Recife está em dissonância com a realidade dos fatos, requer que seja processado regularmente o presente Recurso Voluntário, na forma do Decreto nº 70.235/72, de acordo com os mandamentos do art. 74, da Lei nº 9.430/96 e, ao final, julgado integralmente procedente para, reformando as decisões proferidas pela DRF/Recife e DRJ/Recife, reconhecer o direito de crédito da empresa relativo aos pagamentos indevidos, realizados a título de Cofins e, consequentemente, homologar a compensação realizada no PER/DCOMP relacionado a esse processo que utilizaram tais créditos. É o relatório. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10480.907264/200931 Acórdão n.º 3801001.673 S3TE01 Fl. 103 7 Voto Conselheiro José Luiz Bordignon, Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Conforme já relatado, a Requerente teve seu pedido de compensação indeferido em razão do pagamento ter sido integralmente utilizado na quitação do débito declarado em DCTF, não restando saldo disponível a ser aproveitado para compensar com débitos informados no PerDcomp. Em sua Manifestação de Inconformidade, aduz a empresa que estava isenta do pagamento da contribuição para a COFINS na forma do decidido judicialmente, portanto todos os pagamentos realizados a tal título tornaramse indevidos consoante disposição do art. 165, I, do CTN. A Autoridade Julgadora de Primeira Instância, com fulcro no art. 741, II e parágrafo único do Código de Processo Civil, abaixo colacionado, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, mantendo a decisão da DRF/Recife, sob o fundamento de que é inexigível o título judicial, consubstanciado em decisão judicial transitada em julgado, quando sobrevindo a respeito posicionamento diverso consolidado junto ao Supremo Tribunal Federal. Art. 741. Na execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar sobre: [...] II inexigibilidade do título; [...] Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considerase também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal. Por seu turno, a Recorrente se contrapõe aos fundamentos da DRJ/Recife, pontuando duas questões, a saber: Cerceamento de defesa em razão da inovação perpetrada pela DRJ/Recife que inovou o conteúdo do indeferimento inicial das compensações sem prévia comunicação e abertura de prazo para alegações da empresa sobre os novos fatos e alegações apresentadas ao processo. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 8 A decisão judicial em Mandado de Segurança que concedeu o benefício de isenção da Cofins já havia sido encerrada e reconhecido o direito. Apenas em sede de ação rescisória foi reanalisada a questão, na qual o TRF da 5ª Região decidiu dar parcial provimento à rescisória a fim de conceder efeitos exnunc a decisão e que apenas contra esta decisão do TRF foi proferida a liminar do Ministro Joaquim Barbosa do STF, suspendendo a modulação dos efeitos da decisão da rescisória. I Da preliminar de nulidade por cerceamento de defesa. Protesta a Requerente pela ocorrência de cerceamento de defesa em razão de inovação no conteúdo do indeferimento inicial, consubstanciado na ausência de comunicação prévia dos documentos acostados aos autos e abertura de prazo para manifestação. Passemos à análise do arguido. Da análise dos autos, constatase que foram juntados os documentos de fls. 47 a 62, conforme informação de fls. 63, abaixo colacionada: 7. Este julgador juntou aos presentes autos os seguintes documentos: (i) extrato de consulta processual junto ao sítio do TRF/ 5ª Região à Ação Rescisória tombada sob o n° 2006.05.00.0442426 e ementas dos acórdãos proferidos naquela ação aos 23/11/2007, 27/02/2008 e 16/06/2010 (fls.47 /58); e (ii) extrato de consulta processual junto ao sítio do Supremo Tribunal Federal STF à Reclamação etiquetada sob o n° 6.917/PE e decisão monocrática nela proferida aos 09/12/2008 pelo Exmo. Ministro Joaquim Barbosa (fls. 59 /62). Importante registrar que a juntada dos referidos documentos ocorreu após a apresentação da manifestação de inconformidade pelo Contribuinte. Também, que não há impedimento legal para a juntada de novos documentos pela autoridade administrativa/julgadora, todavia o que não é permitido é inovar em relação aos fundamentos primeiros apresentados pelo fisco sem que a Requerente tenha sido cientificada dos mesmos e oportunizada sua manifestação. No caso presente, além do Contribuinte não ter sido cientificado da juntada de novos elementos ao processo, a razão de decidir estampada no acórdão se deu com fundamento nos novos documentos. Convém aclarar que, nos casos em que a autoridade administrativa/julgadora carrear aos autos documentos após a apresentação da peça impugnatória, é essencial que o contribuinte seja cientificado e aberto prazo para manifestação, se desejar, só assim estará garantido o pleno exercício de seu direito a ampla defesa e ao contraditório, postulados gravados na Constituição Federal e no Processo Administrativo Fiscal. Não obstante, a manifestação de inconformidade é ato que faz nascer o contencioso, repercutindo na mudança do procedimento administrativo preparatório para o de julgamento, comportando ao contribuinte as garantias relativas ao devido processo legal. Resta claro que o Despacho Decisório emanado pela DRF/Recife teve como fundamento a insuficiência de saldo disponível para procederse a compensação, enquanto que a decisão da DRJ/Recife alicerçou –se nos efeitos das decisões judiciais prolatadas nos processos (i) AMS nº 80558/PE (2001.83.00.145250); (ii) Ação Rescisória nº 5471/PE (2006.05.00.0442426) e (iii) RCL/6917 – STF – Reclamação. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10480.907264/200931 Acórdão n.º 3801001.673 S3TE01 Fl. 104 9 O que não se pode, agora, em segunda instância administrativa de julgamento, é analisar fatos e documentos que não constavam da lide inicial, sob pena de afrontar garantias e princípios processuais, como por exemplo, o do duplo grau de jurisdição. É fato que a Recorrente tem o direito de participação no processo administrativo em relação a todo e qualquer ato ou documento juntado, sendo que a falta de comunicação acarreta cerceamento de defesa pela ausência de contraditório. Desse modo, as normas reguladoras do processo administrativo fiscal outorgam ao contribuinte o direito de ter a matéria litigiosa, seus fundamentos, argumentos e provas analisados pelas duas instâncias administrativas de julgamento, sem o que teríamos como conseqüência a supressão de uma delas. Desse modo, diante das razões acima expostas, encaminho meu voto no sentido de julgar procedente o recurso voluntário para declarar NULA a decisão da DRJ/Recife, como também todos os atos praticados posteriormente à referida decisão, posto que esta inovou em relação aos fundamentos primeiros apresentados pelo fisco sem que a Requerente tenha sido cientificada dos mesmos e oportunizada sua manifestação. A partir de então, deve o processo retornar à Unidade de Origem para: 1. Cientificar o contribuinte dessa decisão; 2. Cientificar o contribuinte dos documentos de fls. 47 a 62, juntados pela DRJ/Recife; 3. Abrir prazo para manifestação, se assim desejar; 4. Aplicar o rito do PAF. É como voto. (assinado digitalmente) José Luiz Bordignon Fl. 108DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 08/02/2013 por JOSE LUIZ BORDIGNON, Assinado digitalmente em 20/02/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10925.000722/2005-17
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Feb 04 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2003 a 31/12/2003
RESSARCIMENTO - TAXA SELIC - AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES - De ser admitida a Taxa Selic sobre o ressarcimento a partir da protocolização do pedido na esteira dos precedentes deste CARF. A Lei nº 9.363/96 não excluiu da base de cálculo as aquisições de não contribuintes.
Recurso da Fazenda Nacional negado.Recurso da Contribuinte provido.
Numero da decisão: 9303-002.059
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, , por unanimidade, I) em negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional; e II) dar provimento ao recurso especial do sujeito passivo.
OTACÍLIO DANTAS CARTAXO - Presidente.
FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto (Substituto convocado), e Otacílio Dantas Cartaxo.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA
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A Lei nº 9.363/96 não excluiu da base de cálculo as aquisições de não contribuintes. Recurso da Fazenda Nacional negado.Recurso da Contribuinte provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, , por unanimidade, I) em negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional; e II) dar provimento ao recurso especial do sujeito passivo. OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 07 22 /2 00 5- 17 Fl. 334DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto (Substituto convocado), e Otacílio Dantas Cartaxo. Relatório Às fls. 200/219 e 234/302, recursos especiais da Fazenda e da Contribuinte, insurgindose contra o Acórdão de fls. 182/183, que por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário da Contribuinte para permitir a inclusão na base de cálculo do crédito presumido de IPI às aquisições de cooperativas, assim como corrigir o crédito objeto do pedido de ressarcimento a partir da taxa SELIC. O despacho de admissibilidade à fl. 222 deu seguimento total ao Recurso Especial da Fazenda. Na fl. 304 exame de admissibilidade do Recurso da Contribuinte dando seguimento apenas às aquisições de pessoas físicas e na fl. 305 a confirmação do Presidente da CSRF. O acórdão recorrido foi assim ementado: “IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE BASE DE CÁLCULO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES. PESSOAS FÍSICAS. Excluemse da base de cálculo do crédito presumido do IPI as aquisições de insumos que não sofreram incidência das contribuições ao PIS e à Cofins no fornecimento ao produtorexportador. BASE DE CÁLCULO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES COOPERATIVAS. A partir da revogação da isenção deferida às cooperativas de produção, em relação às contribuições ao PIS e à Cofins, é legítima a inclusão das aquisições a essas entidades na base de cálculo do crédito presumido instituído pela Lei n° 9.363/96. BASE DE CÁLCULO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES. COOPERATIVAS. DESPESAS HAVIDAS COM PRODUTOS QUE NÃO ATENDEM À DEFINIÇÃO DE MATÉRIAPRIMA, PRODUTO INTERMEDIÁRIO OU Fl. 335DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10925.000722/200517 Acórdão n.º 9303002.059 CSRFT3 Fl. 335 3 MATERIAL DE EMBALAGEM DA LEGISLAÇÃO DO IPI. Somente podem ser incluídas na base de calculo do crédito presumido as aquisições de matériaprima, de produto intermediário ou de material de embalagem. Nos termos da legislação do IPI, somente se enquadram nessa condição aqueles produtos que, não sendo bens do ativo permanente, sejam aplicados no processo produtivo e que se consumam em decorrência de contato físico direto com o bem em elaboração. IPI. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. O ressarcimento é uma espécie do gênero restituição, conforme já decidido por esta Câmara Superior de Recursos Fiscais (Acórdão CSRF/02.0.708), pelo que deve ser aplicado o disposto no art. 39, § 4º da Lei n° 9.250/95, aplicandose a Taxa Selic a partir do protocolo do pedido. Recurso provido em parte. ” A União (Fazenda Nacional) insurgese apenas contra a incidência da taxa SELIC aduzindo que o julgado recorrido equiparou o instituto do ressarcimento de crédito presumido do IPI, regulado pela Lei nº 9.363/96, à restituição de indébito prevista no art. 165, CTN, fazendo incidir, por analogia, a disciplina do art. 39, §4°, da Lei n° 9.250/95 àquela hipótese. Cita às fls. 204/205, ementas do STJ, corroborando com sua tese da não equiparação dos institutos, bem como a não incidência da SELIC em caso de ressarcimento. Transcreve ementas de julgados deste Conselho às fls. 208/209 favoráveis a tese argüida, requerendo o reexame do acórdão vergastado para excluir a incidência da SELIC do monte passível de ressarcimento. Dispara argumentos também no sentido de que a taxa SELIC não é índice de correção monetária, conceituandoa como taxa básica para remuneração de investidores na compra e venda de títulos públicos. Por fim, pede que seja reconhecido que a taxa Selic não incide sobre os valores recebidos a titulo de ressarcimento de crédito presumido do IPI; ou, alternativamente, seja determinada a incidência da Taxa Selic em momento posterior à protocolização do pedido originário de ressarcimento. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Em ContraRazões às fls. 229/233, a Contribuinte discorre: Preliminarmente, minando a admissibilidade do Recurso da Fazenda, aduz que o mesmo não cumpre com os requisitos do “art. 67º, § 3º do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais”, que, transcrito à fl. 231, prevê admissibilidade apenas à matéria prequestionada, cabendo a Recorrente demonstrála nas peças processuais. No mérito, reforça argumentos para manutenção da decisão em relação à SELIC, aduzindo que o legislador equiparou a restituição ao ressarcimento através do Decreto n° 2.138 de 29 de janeiro de 1997, diferentemente do que aborda a Fazenda em seu Recurso. Relaciona também a incidência da correção monetária pela SELIC através da conclusão do Parecer AGU n° GQ96, de 11 de janeiro de 1996, no sentido de que a falta de expressão legal não autoriza o Fisco a negar correção monetária. Segue transcrevendo ementas deste Conselho às fls. 232/233, mencionando também numerações de acórdãos precedentes, bem como posicionamento do STJ exteriorizado no voto do Ministro José Delgado, no Resp nº611905/RS, assim transcrito: "A jurisprudência desta Corte é remansosa no sentido de que as regras atinentes à repetição de indébito são extensíveis ao ressarcimento do IPI. Portanto, tanto em um caso quanto no outro, cabe a aplicação de correção monetária e a compensação desses valores com débitos vencidos e vincendos, relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da Secretaria da Receita Federal."” Por fim, requer que o acórdão vergastado seja mantido por não subsistir razão aos argumentos da União. No Recurso Especial, a Contribuinte traz a matéria relativamente à exclusão no acórdão das aquisições feitas de pessoas físicas e dos materiais relativos à “conservação, manutenção, limpeza, desinfecção, vestuários e equipamentos de proteção e, ainda, a energia elétrica, combustíveis e lubrificantes consumidos” da base de cálculo do crédito presumido de IPI. Às fls. 238/242, relaciona o acórdão recorrido com acórdãos paradigmas, pois nas ementas transcritas como dissidência jurisprudencial, admitiuse a inclusão de todas as aquisições, inclusive as das pessoas físicas, demonstrando pontualmente a divergência de entendimentos deste Conselho. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10925.000722/200517 Acórdão n.º 9303002.059 CSRFT3 Fl. 336 5 Noutro ponto, questiona a exclusão dos produtos de conservação e manutenção, limpeza e desinfecção, combustível e lubrificantes, uniformes e equipamentos e energia elétrica, pois foi devidamente comprovado, pelos documentos acostados ao recurso voluntário, que os mesmos se exaurem no processo produtivo, entretanto, não tiveram inclusão reconhecida no acórdão, que mencionou, inclusive, a ausência de explicação da relação desses insumos com o produto final, transparecendo para a Recorrente possível omissão do julgador na apreciação do anexo probatório. Nesta esteira, transcreve às fls. 243/244 acórdãos paradigmas que admitem a inclusão de tais insumos, estabelecendo o dissídio de entendimento dentro do Conselho. Requer que seja modificado o acórdão para admitir, também, a inclusão na base de cálculo das aquisições de pessoas físicas e dos insumos, quais sejam os utilizados na conservação e manutenção, limpeza e desinfecção, produtos combustíveis e lubrificantes, uniformes e equipamentos e energia elétrica. Nas fls. 308/321 Contra Razões da Fazenda Nacional pugnando pelo improvimento do Recurso da Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva O Recurso está adequado para exame, dele tomo conhecimento. Manifestação de inconformidade às fls. 117/129. O dissídio sobre a matéria recursal intentada pela Fazenda Nacional cingese à incidência da taxa Selic no crédito presumido de IPI. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 6 O fundamento da decisão da Quarta Câmara do Segundo Conselho de então para reconhecer a aplicação da taxa Selic lastreouse a partir do procedimento levado a efeito pela Fazenda Nacional quando da desindexação da economia relativamente à atualização de seus créditos, procedimento esse que fundamentou entendimento deste Conselho no sentido de corrigir os créditos incentivados de IPI nos mesmos moldes, por aplicação analógica do disposto no § 3º, do artigo 66, da Lei nº 8.383/91. Em sede de Contra – Razões, a preliminar argüida pela Contribuinte por inobservância de prequestionamento não merece guarida posto que, o dispositivo apontado no § 3º do Art. 67 do RICARF, é destinado exclusivamente ao sujeito passivo. Quanto às matérias trazidas pela Contribuinte, apenas as aquisições de não contribuintes restou admitida e, assim sendo, continuo entendendo serem adequadas aos ditames da Lei nº 9.363/96, que não determinou em seu conteúdo nenhum obstáculo quanto a esse tema. Diante do exposto, tendo o Decreto nº 2.138/97 tratado de igual maneira a restituição e o ressarcimento e, também por aplicação analógica do art. 39, § 4º da Lei nº 9.250/95, nego provimento ao Recurso da Fazenda Nacional, e dou provimento Recurso da Contribuinte. Sala das Sessões, 11 de julho de 2012. Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva Relator. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/01/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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Numero do processo: 13749.001379/2008-39
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
IRPF. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO.
Recibos emitidos por profissionais da área de saúde com observância aos requisitos legais são documentos hábeis para comprovar dedução de despesas médicas, salvo quando comprovada nos autos a existência de indícios veementes de que os serviços consignados nos recibos não foram de fato executados ou o pagamento não foi efetuado.
IRPF. DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS. AUSÊNCIA DE REQUISITOS LEGAIS. APONTAMENTO OBJETIVO NA AUTUAÇÃO. DEVER DA AUTORIDADE FISCAL.
A glosa de despesas médicas amparada na falta de atendimento a requisitos legais nos recibos apresentados requer que a autoridade fiscal aponte objetivamente quais as falhas detectadas.
Recurso voluntário provido.
Numero da decisão: 2802-002.132
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente e Relator.
EDITADO EM: 21/02/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jaci de Assis Júnior, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite, Carlos André Ribas de Mello, German Alejandro San Martín Fernández e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente).
Nome do relator: JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 IRPF. DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. Recibos emitidos por profissionais da área de saúde com observância aos requisitos legais são documentos hábeis para comprovar dedução de despesas médicas, salvo quando comprovada nos autos a existência de indícios veementes de que os serviços consignados nos recibos não foram de fato executados ou o pagamento não foi efetuado. IRPF. DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS. AUSÊNCIA DE REQUISITOS LEGAIS. APONTAMENTO OBJETIVO NA AUTUAÇÃO. DEVER DA AUTORIDADE FISCAL. A glosa de despesas médicas amparada na falta de atendimento a requisitos legais nos recibos apresentados requer que a autoridade fiscal aponte objetivamente quais as falhas detectadas. Recurso voluntário provido.
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DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. Recibos emitidos por profissionais da área de saúde com observância aos requisitos legais são documentos hábeis para comprovar dedução de despesas médicas, salvo quando comprovada nos autos a existência de indícios veementes de que os serviços consignados nos recibos não foram de fato executados ou o pagamento não foi efetuado. IRPF. DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS. AUSÊNCIA DE REQUISITOS LEGAIS. APONTAMENTO OBJETIVO NA AUTUAÇÃO. DEVER DA AUTORIDADE FISCAL. A glosa de despesas médicas amparada na falta de atendimento a requisitos legais nos recibos apresentados requer que a autoridade fiscal aponte objetivamente quais as falhas detectadas. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente e Relator. EDITADO EM: 21/02/2013 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 74 9. 00 13 79 /2 00 8- 39 Fl. 83DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jaci de Assis Júnior, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite, Carlos André Ribas de Mello, German Alejandro San Martín Fernández e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Relatório Tratase de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física do exercício 2007, anocalendário 2006, em virtude de (a)glosa de dedução de despesas médicas no valor de R$8.440,00, sob fundamento de que os recibos emitidos por Antonio José dos Santos, Maurício Mattos Coutinho, José Frederico Turl, Nildo da Silva Carvalho e Crisstiani da Silva Carvalho “estão em desacordo com a legislação do IRPF” e porque recibo no valor de R$50,00 não indicou o CPF e nome; e (b) compensação de IRPF complementar em valor superior ao imposto comprovadamente pago. A contribuinte impugnou alegando que os recibos estão de acordo com a legislação e que as despesas são dedutíveis. A impugnação foi deferida em parte, tendo sido aceitas as deduções referentes a despesas de pequeno valor que somaram R$440,00. O acórdão recorrido fundamentase no entendimento de que os recibos fazem prova relativa perante terceiros, e exigese maior rigor para despesas de maior valor, aliando à exigência de requisitos objetivos previstos na lei requisitos subjetivos mensurados pelo princípio da razoabilidade. Objetivamente, o aresto recorrido não admitiu a dedução da despesa de R$8.000,00 referente aos 12 recibos emitidos por Nildo da Silva Carvalho (fls. 14 e ss.) pelo fundamento retratado no item 10.B do voto condutor, que em síntese é : despesa de valor expressivo ordinariamente é paga em cheque ou cartão e deve ser comprovada com outros meios de prova além dos simples recibos, não contém os elementos objetivos previsto na lei e detalhados no item 3 do voto (valor, pagante, identificar o beneficiário do serviço, serviço prestado sem utilização de expressões genéricas, nome, endereço e CPF ou CNPJ do emitente, pois o serviço em questão (fisioterapia) permite a descrição e complementação por documentos e exames laboratoriais que complementem a descrição genérica. Ciente da decisão de primeira instância em 08/08/2011, o recorrente apresentou recurso voluntário em 12/08/2011,:por meio do qual reitera a alegação de que os recibos apresentados são hábeis para fins de dedução e que além dos recibos juntou declaração firmada de próprio punho dos emitentes confirmando a prestação dos serviços e indicando o endereço, sugere que eventual dúvida acerca da prestação do serviço deve ser esclarecida perante os profissionais. Especificamente em relação aos recibos emitidos por Nildo da Silva Carvalho,a declaração firmada pelo profissional consta às fls. 64 e faz menção a tratamento fisioterápico postural e consta o endereço. É o relato do essencial. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 13749.001379/200839 Acórdão n.º 2802002.132 S2TE02 Fl. 84 3 Voto Conselheiro Jorge Claudio Duarte Cardoso, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele devese tomar conhecimento. O litígio trata de comprovação de despesas médicas no valor de R$8.000,00 referente aos 12 recibos emitidos por Nildo da Silva Carvalho que foram glosados pela autoridade fiscal tendo por fundamento a genérica afirmação de que os recibos apresentados não atendem a legislação do IRPF. A autoridade fiscal não apontou quais teriam sido as falhas dos recibos. Em que pese a relevância das preocupações do julgador de primeira instância, o devido processo legal exige que o processo caminhe sempre para frente e que o contribuinte arque com o ônus de defenderse unicamente da imputação que lhe foi feita no auto de infração. Não cabe ao julgador ocupar o papel da autoridade lançadora no sentido de comprovar a inidoneidade dos recibos e, ainda que haja imperfeições na lei que, em tese, permitam a deturpação do benefício fiscal, não é lícito ao julgador, na tentativa de corrigir essas imperfeições, ampliar a imputação fiscal e com isso aumentar as exigências comprobatórias ao contribuinte sem base legal. Nestas circunstâncias, os recibos apresentados, ratificados por declaração de fls. 64, são hábeis e idôneos para fins da dedução pleiteada. Portanto, devese DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Fl. 85DF CARF MF Impresso em 07/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 28 /02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 35380.001534/2005-23
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 31/01/1998 a 31/12/2004
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DECADÊNCIA - SÚMULA VINCULANTE N° 08 DO STF.
Afasta-se a aplicação do artigo 45 da Lei nº 8.212/1991 tendo em vista a sua inconstitucionalidade reconhecida na Súmula Vinculante n° 08 do Egrégio STF.
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO.
O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF (Art. 62-A do anexo II).
O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC definiu que o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação (Recurso Especial nº 973.733).
O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º).
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-002.415
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo Presidente
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad - Relator
EDITADO EM: 12/11/12
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Declarou-se impedida a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
Nome do relator: GUSTAVO LIAN HADDAD
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 31/01/1998 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO - DECADÊNCIA - SÚMULA VINCULANTE N° 08 DO STF. Afasta-se a aplicação do artigo 45 da Lei nº 8.212/1991 tendo em vista a sua inconstitucionalidade reconhecida na Súmula Vinculante n° 08 do Egrégio STF. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF (Art. 62-A do anexo II). O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC definiu que o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação (Recurso Especial nº 973.733). O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). Recurso especial provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad - Relator EDITADO EM: 12/11/12 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Declarou-se impedida a Conselheira Susy Gomes Hoffmann.
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Afastase a aplicação do artigo 45 da Lei nº 8.212/1991 tendo em vista a sua inconstitucionalidade reconhecida na Súmula Vinculante n° 08 do Egrégio STF. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO. O Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). O STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733). O termo inicial será: (a) Primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, se não houve antecipação do AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 38 0. 00 15 34 /2 00 5- 23 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 pagamento (CTN, ART. 173, I); (b) Fato Gerador, caso tenha ocorrido recolhimento, ainda que parcial (CTN, ART. 150, § 4º). Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo – Presidente (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Relator EDITADO EM: 12/11/12 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Declarouse impedida a Conselheira Susy Gomes Hoffmann. Relatório Em face de Usina Açucareira São Manoel S/A., foi lavrado o auto de infração de fls. 01/45, objetivando a exigência do complemento de contribuições previdenciárias sobre verbas diversas. A Sexta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, ao apreciar o recurso voluntário interposto pela contribuinte, exarou o acórdão n° 20600.096, que se encontra às fls. 227/235 e cuja ementa é a seguinte: “PREVIDENCIÁRIO DECADÊNCIA SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO SAT GRAU DE RISCO ATIVIDADE PREPONDERANTE CONTRIBUIÇÃO INCRA INCONSTITUCIONALIDADE ARGUIÇÃO IMPOSSIBILIDADE – CONTRIBUIÇÃO SEGURADO LIMITE. O direito do fisco apurar e constituir os créditos referentes às contribuições previdenciárias estabelecidas na Lei n° 8.212/1991 extinguese após 10 (dez) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído, conforme dispõe o inciso I do art. 45 da citada lei. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 35380.001534/200523 Acórdão n.º 9202002.415 CSRFT2 Fl. 8 3 Os valores referentes a seguro de vida em grupo e previdência privada complementar pagos em desacordo com a legislação de regência integram o saláriodecontribuição. Não há irregularidade em que os conceitos de risco baixo, médio e grave, bem corno de atividade preponderante sejam estabelecidos por Decreto, ato administrativo de competência do Poder Executivo, conforme define o Art. 84, inciso IV da Carta Magna, que tem por finalidade detalhar, esmiuçar o conteúdo da lei propriamente dita. As contribuições destinadas ao INCRA tem previsão em dispositivo vigente. É prerrogativa do Poder Judiciário, em regra, a argüição a respeito da constitucionalidade ou ilegalidade e, em obediência ao Princípio da Legalidade, não cabe ao julgador no âmbito do contencioso administrativo afastar aplicação de dispositivos legais vigentes no ordenamento jurídico pátrio. A contribuição do segurado empregado é calculada de acordo com a faixa salarial de enquadramento do mesmo e é limitada à contribuição incidente sobre o limite máximo do saláriode contribuição estabelecido na legislação. Recurso Voluntário Provido em Parte.” A anotação do resultado do julgamento indica que a Turma, por maioria de votos, deu parcial provimento ao recurso para que a contribuição previdenciária dos segurados seja calculada individualmente, observandose as alíquotas aplicáveis a cada faixa salarial. Intimado do acórdão em 04/06/2010 (fls. 386) o contribuinte interpôs recurso especial às fls. 389/443, pleiteando a reforma do v. acórdão recorrido sustentando divergência jurisprudencial entre o v. acórdão recorrido e outras decisões deste Colegiado no tocante (i) à nulidade do lançamento em decorrência do impreciso enquadramento legal do lançamento e (ii) à decadência das contribuições devidas à seguridade social (acórdãos nºs 20216.104, 203 10.743, 10323.259 e 10323.292). Ao Recurso Especial foi dado parcial seguimento, tendo sido admitida a discussão somente em relação à decadência, conforme Despacho nº 2400329/2010, de 05/10/2010 (fls. 447/450), sendo tal decisão mantida em reexame de admissibilidade, conforme Despacho nº 2400394R/2010, de 26/10/2010 (fls. 451). Regularmente intimada do recurso especial interposto pela Contribuinte, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões de fls. 454/459. É o Relatório. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 Voto Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Relator O recurso especial interposto pela Recorrente no tocante à decadência preenche os pressupostos de admissibilidade, tendo sido feita a devida comprovação da divergência como constatou no r. despacho de admissibilidade de fls. 451. A discussão incialmente posta é sobre a aplicação para as contribuições previdenciárias do prazo de decadência de 5 anos (artigos 150, § 4º, ou 173, do CTN) ou de 10 anos (artigo 45 da lei nº 8.212/1991), tema bastante conhecido deste E. Colegiado. O Supremo Tribunal Federal, em 11/06/2008, ao julgar os REs nºs 5562.664, 559.882 e 560.626, por unanimidade de votos, declarou a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei n° 8.212/91, oportunidade em que aprovou a Súmula Vinculante n° 08, abaixo transcrita. "Súmula n° 08: São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 50 do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário." Por força do disposto no artigo 103A da Constituição Federal deve este Colegiado considerar a citada súmula ao presente caso para afastar o prazo de 10 anos previsto no artigo 45 da lei nº 8.212/1991, tendose como correto o prazo de 5 anos previsto no Código Tributário Nacional. Pois bem. No âmbito do Código Tributário Nacional, cabe examinar se deve ser aplicado ao caso o §4º do art. 150 ou art. 173, inciso I, do CTN, ambos para se determinar o termo inicial para contagem do prazo de decadência de 5 anos. Em diversas oportunidades já manifestei o entendimento segundo o qual, para os tributos sujeito ao lançamento por homologação, o prazo decadencial para efetuar o lançamento de tal tributo seria, em regra, o do art.150, §4º do CTN. Dessa forma, o prazo decadencial para o lançamento seria de cinco anos a contar do fato gerador, independentemente da existência de pagamento antecipado. Ocorre que o Regimento Interno deste E. Conselho, a partir de alteração promovida pela Portaria MF n.º 586, de 22 de dezembro de 2010, introduziu no artigo 62A do Anexo II dispositivo que determina, in verbis: “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” E o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar em 18/09/2009 o RESP nº 973.733 na sistemática de recursos repetitivos, nos termos do artigo 543C do CPC, consolidou entendimento diverso no que diz respeito à decadência dos tributos lançados por homologação, considerando relevante a existência de antecipação do pagamento para a aplicação do art. 150, parágrafo 4º do CTN. O acórdão em questão encontrase assim ementado: Fl. 4DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 35380.001534/200523 Acórdão n.º 9202002.415 CSRFT2 Fl. 9 5 “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Fl. 5DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 6 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Com o advento da decisão acima referida, temse que nos casos em que não houve antecipação de pagamento deve este Colegiado aplicar a regra do art. 173, I, do CTN, ou seja, contarse o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, sendo este entendido, segundo a ementa acima, como o primeiro dia seguinte à ocorrência do fato imponível. Nos casos em que há recolhimento, ainda que parcial, aplicase a regra do art. 150, § 4º do CTN, ou seja, o prazo iniciase na data do fato gerador. No presente caso, verificase que a própria autoridade relacionou às fls 46/75 dos autos os recolhimentos efetuados pela Contribuinte relativamente aos períodos envolvidos no presente lançamento, indicando a existência de possíveis pagamentos. Adicionalmente, a Contribuinte, após a comentada decisão proferida pelo STJ e ora utilizada como fundamentação no presente acórdão, trouxe aos autos as guias de pagamento das contribuições previdenciárias (fls. 300 e seguintes). Nestas situações e diversamente da posição defendida pela Procuradoria da Fazenda Nacional, tenho me manifestado que o deslocamento da regra de contagem do prazo de decadência do artigo 150, §4º, para o artigo 173, ambos do CTN, requer a total ausência de recolhimento de contribuições previdenciárias pelo contribuinte relativamente aos períodos envolvidos nos fatos geradores questionados, o que não ocorreu no presente caso. Com base no referido raciocínio aplicase ao presente caso o disposto no artigo 150, §4º, do CTN, sendo que o início da contagem do prazo de decadência dáse com a ocorrência do fato gerador. Assim, no caso em questão, considerando que a contribuinte foi cientificada do lançamento em 09/08/2005 (fls. 01) deve ser declarada a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos até 07/2000, mantendose o lançamento em relação aos fatos geradores ocorridos posteriormente a partir da competência 08/2000. Destarte, conheço do recurso especial interposto pela Contribuinte para DARLHE PROVIMENTO para reconhecer a decadência em relação aos fatos geradores ocorridos até 07/2000. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 6DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 35380.001534/200523 Acórdão n.º 9202002.415 CSRFT2 Fl. 10 7 Fl. 7DF CARF MF Impresso em 06/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD
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Numero do processo: 10540.720240/2010-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Oct 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 16/09/2010
AUTO DE INFRAÇÃO. CFL 77. ART. 32, IV DA LEI Nº 8212/91.
A não entrega, bem como a entrega com atraso, da GFIP constitui-se violação à obrigação acessória prevista no art. 32, IV da Lei nº 8.212/91, e sujeita o infrator à multa prevista na legislação previdenciária.
AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. RELATÓRIO FISCAL. INEXISTÊNCIA.
Não incorre em nulidade, tampouco em cerceamento do direito de defesa, o Auto de Infração cujos relatórios típicos, incluindo o Relatório Fiscal e seus anexos, descreverem de forma clara, discriminada e detalhada a conduta infracional perpetrada pelo Autuado, a disposição legal infringida, a penalidade aplicável e seus critérios de graduação, assim como os fundamentos legais que lhe dão amparo jurídico, permitindo dessarte a perfeita identificação dos motivos ensejadores da autuação, favorecendo, assim, o contraditório e a ampla defesa do sujeito passivo.
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
Tendo em vista o consagrado atributo da presunção de veracidade que caracteriza os atos administrativos, gênero do qual o lançamento tributário é espécie, opera-se a inversão do encargo probatório, repousando sobre o notificado o ônus de desconstituir o lançamento ora em consumação. Havendo um documento público com presunção de veracidade não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há de ser em favor dessa presunção.
AUTO DE INFRAÇÃO. BIS IN IDEM. INOCORRÊNCIA.
A lavratura de Auto de Infração decorrente do descumprimento de obrigação tributária acessória não impede a lavratura de outros quantos, em uma mesma ação fiscal, desde que fundados em infrações de natureza distinta, com Códigos de Fundamentação Legal diversos, não configurando bis in idem, nessas condições, a pluralidade de autuações.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-002.040
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Liége Lacroix Thomasi Presidente Substituta (na data da formalização do Acordão).
Arlindo da Costa e Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vice-presidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
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CFL 77. ART. 32, IV DA LEI Nº 8212/91. A não entrega, bem como a entrega com atraso, da GFIP constituise violação à obrigação acessória prevista no art. 32, IV da Lei nº 8.212/91, e sujeita o infrator à multa prevista na legislação previdenciária. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. RELATÓRIO FISCAL. INEXISTÊNCIA. Não incorre em nulidade, tampouco em cerceamento do direito de defesa, o Auto de Infração cujos relatórios típicos, incluindo o Relatório Fiscal e seus anexos, descreverem de forma clara, discriminada e detalhada a conduta infracional perpetrada pelo Autuado, a disposição legal infringida, a penalidade aplicável e seus critérios de graduação, assim como os fundamentos legais que lhe dão amparo jurídico, permitindo dessarte a perfeita identificação dos motivos ensejadores da autuação, favorecendo, assim, o contraditório e a ampla defesa do sujeito passivo. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Tendo em vista o consagrado atributo da presunção de veracidade que caracteriza os atos administrativos, gênero do qual o lançamento tributário é espécie, operase a inversão do encargo probatório, repousando sobre o notificado o ônus de desconstituir o lançamento ora em consumação. Havendo um documento público com presunção de veracidade não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há de ser em favor dessa presunção. AUTO DE INFRAÇÃO. BIS IN IDEM. INOCORRÊNCIA. A lavratura de Auto de Infração decorrente do descumprimento de obrigação tributária acessória não impede a lavratura de outros quantos, em uma mesma AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 72 02 40 /2 01 0- 51 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 ação fiscal, desde que fundados em infrações de natureza distinta, com Códigos de Fundamentação Legal diversos, não configurando bis in idem, nessas condições, a pluralidade de autuações. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Liége Lacroix Thomasi – Presidente Substituta (na data da formalização do Acordão). Arlindo da Costa e Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vicepresidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Arlindo da Costa e Silva. Relatório Período de apuração: janeiro/2006 a dezembro/2008. Data da lavratura do Auto de Infração: 16/09/2010. Data da ciência do Auto de Infração: 22/09/2010. Tratase de auto de infração decorrente do descumprimento de obrigações acessórias previstas no inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, lavrado em desfavor do recorrente, em virtude de o Município em foco ter efetuado o envio das Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação à Previdência Social GFIP, referentes às competências 13/2007, 08/2008 e 11/2008 após o prazo fixado pela legislação tributária, conforme descrito no Relatório Fiscal a fl. 05. CFL 77 Deixar o contribuinte de declarar à SRFB, na forma, prazo e condições estabelecidos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou entrega após o prazo. Informa a autoridade lançadora que a multa aplicada à infração ora capitulada é a prevista no art. 32A, inciso II e §§ 1º, 2º e 3º da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Fl. 81DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 81 3 MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, calculada segundo a memória de cálculo consignada no Relatório Fiscal de Aplicação da multa a fl. 06. A infração tributária em tela se deu antes da vigência da MP 449/08, convertida na Lei 11.941/09 e que depois de efetuada a comparação das multas relativas a esta infração especifica vigente à data da ocorrência dos fatos geradores, com aquela prevista no art. 32A da Lei nº 8.212/91, incluídos pela MP nº 449/08, convertida na Lei 11941/09, apurouse que a legislação atual é mais benéfica ao contribuinte. Considerando que o contribuinte enviou as GFIP faltantes antes do início de qualquer procedimento de oficio, fez ele jus à redução de 50% prevista no §2°, inciso II do art. 32A da Lei nº 8.212/91, incluído pela MP nº 449/08. Irresignado com o supracitado lançamento tributário, o autuado apresentou impugnação a fls. 26/34. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador/BA lavrou Decisão Administrativa textualizada no Acórdão a fls. 52/55, julgando procedente a autuação, mantendo o valor do crédito tributário objeto do Auto de Infração em relevo em sua integralidade. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 08 de novembro de 2011, conforme Aviso de Recebimento a fl. 57. Inconformado com a decisão exarada pelo órgão administrativo julgador a quo, o ora Recorrente interpôs recurso voluntário, a fls. 58/66, respaldando sua inconformidade em argumentação desenvolvida nos seguintes termos: · Que é nulo o auto de infração, pois não existem no processo informações acerca do levantamento, ficando o contribuinte sem saber as razões da autuação, os fatos que motivaram o lançamento e qual o fundamento legal do lançamento; · Que as omissões apontadas geram violações a princípios basilares do direito administrativo a exemplo: da motivação, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica e consequentemente maculam a notificação de vício; · Que foram aplicadas multas e penalidades diversas sobre o suposto mesmo fato gerador, caracterizando bis in idem por biapenação; · Que a Autuada prestou todas as informações solicitadas e necessárias nas referidas GFIP no prazo legal; Aduz que o auditor fiscal confunde prestar informações tempestivamente com "prestar as informações na forma desejada por ele" que na hipótese presente seria "admitir devidas contribuições que a autuada entende não devidas". Fl. 82DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 Ao fim, requer que seja declarada a nulidade ou a improcedência da autuação. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O sujeito passivo foi válida e eficazmente cientificado da decisão recorrida no dia 08/11/2011. Havendo sido o recurso voluntário protocolado no dia 17 do mesmo mês e ano, há que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto. Estando presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço. 2. DAS PRELIMINARES 2.1. DA ALEGADA NULIDADE Alega o Recorrente ser nulo o auto de infração por inexistirem no processo informações acerca do levantamento, ficando o contribuinte sem saber as razões da autuação, os fatos que motivaram o lançamento e qual o fundamento legal do lançamento. A alegação posta pelo Recorrente beira ao burlesco, dela fazendo avultar a premente necessidade de os Documentos e Termos do Processo serem emitidos também em Braille, para que todos, indistintamente, aproveitandose da sensibilidade epicrítica, possam ter acesso ilimitado aos seus termos, conteúdo e substancialidade. Urge, de plano, salientar que o vertente Auto de Infração não trata de lançamento de tributo – obrigação tributária principal , mas sim, de aplicação de penalidade pecuniária pelo objetivo descumprimento de obrigação tributária acessória, consistente na entrega em atraso das Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social referentes às competências 13/2007, 08/2008 e 11/2008. Cabe, igualmente, enfatizar que a autuação não se deu pela não prestação de informações ao fisco, mas, sim, porque a prestação de informações houvese por efetuada fora do prazo assinalado na legislação tributária. No capítulo reservado ao Sistema Tributário Nacional, a Carta Constitucional outorgou à Lei Complementar a competência para estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre as obrigações tributárias, dentre outras. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 82 5 Constituição Federal, de 03 de outubro de 1988 Art. 146. Cabe à lei complementar: (...) III estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (...) b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; Nessa vertente, no exercício da competência que lhe foi outorgada pelo Constituinte Originário, o CTN honrou prescrever, com propriedade, a distinção entre as duas modalidades de obrigações tributárias, ad litteris et verbis: Código Tributário Nacional CTN Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. §1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. §2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (grifos nossos) §3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. (grifos nossos) Não carece de elevada mestria a interpretação do texto inscrito no §2º do supratranscrito dispositivo legal a qual aponta para a total independência entre as obrigações ditas principais e aquelas denominadas como acessórias. Estas, no dizer cristalino da Lei, decorrem diretamente da legislação tributária, não das obrigações principais, e tem por objeto prestações positivas ou negativas fixadas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. As obrigações acessórias, consoante os termos do Diploma Tributário, consubstanciamse deveres de natureza instrumental, consistentes em um fazer, não fazer ou permitir, fixados na legislação tributária, na abrangência do art. 96 do CTN, em proveito do interesse da administração fiscal no que tange à arrecadação e à fiscalização de tributos. No que pertine às contribuições previdenciárias, a disciplina da matéria em relevo, no plano infraconstitucional, foi confiada à Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, a qual fez inserir na Ordem Jurídica Nacional uma diversidade de obrigações acessórias, criadas no interesse da arrecadação ou da fiscalização, sem transpor os umbrais limitativos erguidos pelo CTN. Envolto no ordenamento realçado nas linhas precedentes, o art. 32 da citada lei de custeio da Seguridade Social estatuiu como obrigação acessória da empresa o dever Fl. 84DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 instrumental de informar mensalmente ao INSS, por intermédio das Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, os dados relacionados a todos os fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse da autarquia previdenciária federal em relevo. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. (Inciso acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Há que se ter em mente que as informações prestadas ao fisco federal mediante GFIP não possui finalidade unicamente tributária, não visa unicamente à arrecadação. Elas têm uma função social paralela àquela de natureza arrecadatória eis que tais informações prestadas nas GFIP servirão como base de cálculo das contribuições arrecadadas pelo Instituto Nacional do Seguro Social, comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários, bem como constituirão a base de dados da própria autarquia previdenciária visando à concessão de aposentadorias e pensões em tempo ágil, dispensando a comprovação dos requisitos de concessão por parte do segurados. A inclusão de informações na base de dados do CNIS visa a garantir que novos subsídios para o reconhecimento dos benefícios passem a constar do Cadastro, além daqueles já disponíveis como o registro de pessoas físicas e jurídicas, vínculos empregatícios, remunerações e contribuições. Em termos tributários, a entrega da GFIP, muito além de uma mera obrigação acessória, configurase como o próprio lançamento tributário em relação às contribuições previdenciárias nela declaradas, podendo o fisco federal, vencido o prazo para o recolhimento da exação nela consignada, ajuizar imediatamente a competente ação de execução fiscal. A não entrega das GFIP impõe ao fisco o ônus de instaurar auditoria fiscal na empresa infratora visando a promover o lançamento tributário das contribuições previdenciárias não declaradas no citado documento declaratório, o que implica relevante atraso na realização do crédito previdenciário de titularidade do fisco. Tal atraso importa em redução do Orçamento Público, o que compromete a realização das metas traçadas pelo Governo Federal. Aditese, conforme já salientado em tópico precedente, que o mero descumprimento de obrigação acessória convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Mostra auspicioso ainda destacar que, nos termos do art. 136 do CTN, a responsabilidade por infração à legislação tributária tem caráter objetivo, independente da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, sendo irrelevante, igualmente, a sindicância da culpa ou da intenção do infrator. Código Tributário Nacional CTN Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária Fl. 85DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 83 7 independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Almejando brindar a máxima efetividade à obrigação ora ilustrada, o art. 32 A da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, aviou norma sancionatória, prevendo a punição do obrigado que deixar de apresentar GFIP ou que apresentala com atraso, cominando ao responsável pela infração a multa de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou de entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), sendo o valor mínimo de R$ 500,00 para cada infração. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). §1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). §2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). §3o A multa mínima a ser aplicada será de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 86DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 No caso presente, a fiscalização apurou que o Recorrente deixou de entregar, objetivamente, no prazo normativo, as GFIP referentes às competências 13/2007, 08/2008 e 11/2008, conforme expressamente consignado no Relatório Fiscal da Infração, a fl. 05, assim relatado: “2. Mediante consulta ao sistema informatizado da Receita Federal do Brasil GFIPWEB, constatouse que o Município de Guanambi BA Prefeitura Municipal enviou as Guias de Recolhimento do FGTS e informações à Previdência GFIP relativas às competências 13/2007, 08 e 11/2008 após o prazo fixado pela legislação. 3. Desde a Instrução Normativa MPS / SRP N° 9, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2005 DOU DE 25/11/2005, que aprovou o Manual da GFIP/SEFIP 8.0, art. 2º e §5º, a GFIP gerada pelo SEFIP deverá ser apresentada, mensalmente, até o dia 7 do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores ou no dia útil imediatamente anterior, caso o dia 7 seja dia não útil. Pelo §5º, a GFIP da competência 13 deverá ser apresentada até o dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da referida competência, observandose, quanto a forma de preenchimento, as normas contidas no Manual da GFIP/SEFIP. 4. Incorreu, assim, em descumprimento de obrigação acessória legalmente estipulada, como consta da Lei nº 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inciso IV e §9º, com a redação dada pela MP n° 449, de 03 / 12 / 2008, convertida na Lei 11.941, de 27 de maio de 2009.” Os grifos constam no original Não procedem, pois, as alegações do Recorrente de que inexistem no processo informações acerca do levantamento, ficando o contribuinte sem saber as razões da autuação, os fatos que motivaram o lançamento e qual o fundamento legal do lançamento. O motivo é simples. O art. 32, IV da Lei nº 8.212/91 obriga o sujeito passivo a declarar mediante GFIP, no prazo assinalado, todos os dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS. Nas competências 13/2007, 08/2008 e 11/2008 a entrega da GFIP se deu fora do prazo normativo, como assim demonstra o quadro informativo no item 3 do Relatório Fiscal de Aplicação da multa a fl. 06, razão pela qual foi o infrator autuado com a penalidade prevista no art. 32A, II da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, calculada segundo a memória de cálculo exposta no quadro ao referido item 3 do Relatório Fiscal de Aplicação da multa, a fl. 06. Não procede, igualmente, a alegação de que as omissões apontadas geram violações a princípios basilares do direito administrativo a exemplo: da motivação, do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório, da segurança jurídica e consequentemente maculam a notificação de vício. A uma, porque as alegadas omissões, conforme demonstrado, inexistem. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 84 9 A duas, porque ao ser intimado do Auto de Infração, em 22/09/2010, houve se por assinalado ao sujeito passivo o prazo de 30 dias da data da ciência da autuação para apresentação de impugnação, nos termos ilustrados no relatório IPC Instruções para o Contribuinte a fls. 02/03, oportunidade garantida ao contribuinte para o exercício pleno do contraditório e da ampla defesa, tudo de acordo com o devido processo legal plasmado no Decreto nº 70.235/72, em fiel observância às garantias constitucionais aviadas no art. 5º da Lei Soberana. Diante do que se coligiu até o momento, restou visível a procedência da autuação levada a cabo pela Autoridade Fiscal. Vencidas as preliminares, passamos à análise do mérito. 3. DO MÉRITO. Cumpre de plano assentar que não serão objeto de apreciação por este Colegiado as matérias não expressamente impugnadas pelo Recorrente, as quais serão consideradas como verdadeiras, assim como as matérias já decididas pelo Órgão Julgador de 1ª instância não expressamente contestadas pelo sujeito passivo em seu instrumento de Recurso Voluntário, as quais se presumirão como anuídas pela parte. 3.1. DA CONDUTA INFRACIONAL O Autuado alega ter prestado todas as informações solicitadas e necessárias nas referidas GFIP no prazo legal. Razão não lhe assiste. Mostrase alvissareiro, antes de mais nada, trazer à lume que os atos administrativos, assim como seu conteúdo, gozam de presunção legal iuris tantum de legalidade, legitimidade e veracidade. Na arguta visão de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a presunção de veracidade e legitimidade consiste na "conformidade do ato à lei. Em decorrência desse atributo, presumemse, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei" (Direito Administrativo, 18ª Edição, 2005, Atlas, São Paulo). Ainda de acordo com a citada autora, "A presunção de veracidade diz respeito aos fatos. Em decorrência desse atributo, presumemse verdadeiros os fatos alegados pela Administração." (op. cit. pág. 191). Dessarte, a aplicação da presunção de veracidade tem o condão de inverter o ônus da prova, cabendo ao particular comprovar de forma cabal a inocorrência dos fatos descritos pelo agente público, ou circunstância que exima sua responsabilidade administrativa, nos termos dos art. 333, inciso I do Código de Processo Civil. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 10 Deflui da interpretação sistemática dos dispositivos encartados nos artigos 19, II da CF/88 e 364 do CPC que os fatos consignados em documentos públicos carregam consigo a presunção de veracidade atávica aos atos administrativos, ostentando estes fé pública, a qual não pode ser recusada pela Administração Pública, devendo ser admitidos como verdadeiros até que se produza prova válida em contrário. Constituição Federal de 1988 Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) II recusar fé aos documentos públicos; (...) Código de Processo Civil Art. 364. O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença. A Suprema Corte de Justiça já irradiou sem em seus arestos a interpretação que deve prevalecer na pacificação do debate em torno do assunto, sendo extremamente convergente a jurisprudência dela promanada, como se pode verificar nos julgados a seguir alinhados, cujas ementas rogamos vênia para transcrevêlas. AgRg no RMS 19918 / SP Relator(a) Ministro OG FERNANDES Órgão Julgador T6 SEXTA TURMA Data da Publicação/Fonte: DJe 31/08/2009 MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO CONTRA ATO ADMINISTRATIVO CASSATÓRIO DE APOSENTADORIA. CERTIDÃO DE TEMPO DE SERVIÇO SOBRE A QUAL PENDE INCERTEZA NÃO RECEPCIONADA PELO TRIBUNAL DE CONTAS DO MUNICÍPIO. EXTINÇÃO DO MANDAMUS DECRETADO POR MAIORIA. VÍNCULO FUNCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DE COMPROVAÇÃO ATRAVÉS DOS ARQUIVOS DA PREFEITURA. MOTIVO DE FORÇA MAIOR. INCÊNDIO. EXISTÊNCIA DE CERTIDÃO DE TEMPO DE SERVIÇO EXPEDIDA PELA PREFEITURA ANTES DO SINISTRO. DOCUMENTO PÚBLICO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE. 1. Esta Corte Superior de Justiça possui entendimento firmado no sentido de que o documento público merece fé até prova em contrário. No caso, o recorrente apresentou certidão de tempo de serviço expedida pela Prefeitura do Município de Itobi/SP a qual comprova o trecho temporal de 12 anos, 3 meses e 25 dias relativos ao serviço público prestado à referida Prefeitura entre 10/3/66 a 10/2/78 que teve firma do então Prefeito e Chefe do Departamento Pessoal e foi reconhecida pelo tabelião local. 2. Ademais, é incontroverso que ocorreu um incêndio na Prefeitura Municipal Itobi/SP em dezembro de 1992. 3. Desse modo, a certidão expedida pela Prefeitura de Itobi, antes do incêndio, deve ser considerada como documento hábil a Fl. 89DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 85 11 comprovar o tempo de serviço prestado pelo recorrente no período de 10/3/66 a 10/2/78, seja por possuir fé pública uma vez que não foi apurada qualquer falsidade na referida certidão , seja porque, em virtude do motivo de força maior acima mencionado, não há como saber se os registros do recorrente foram realmente destruídos no referido sinistro. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. EREsp 265552 / RN Relator(a) Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA Órgão Julgador S3 TERCEIRA SEÇÃO Data da Publicação/Fonte: DJ 18/06/2001 p. 113 EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. LIQUIDAÇÃO DA SENTENÇA. PLANILHA APRESENTADA PELO INSS EM QUE CONSTA PAGAMENTO ADMINISTRATIVO DAS DIFERENÇAS RECLAMADAS. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE. "As planilhas de pagamento da DATAPREV assinadas por funcionário autárquico constituem documento público, cuja veracidade é presumida." (REsp 183.669) O documento público merece fé até prova em contrário. Recurso que merece ser conhecido e provido para excluir da liquidação as parcelas constantes da planilha, apresentada pelo INSS e não impugnada eficazmente pela parte exadversa, prosseguindo a execução por eventual saldo remanescente. Embargos conhecidos e acolhidos. Nessa prumada, existindo no mundo jurídico um ato administrativo comprovado por documento público, passa a militar em favor do ente público a presunção de legitimidade e veracidade das informações nele assentadas. Como prerrogativa inerente ao Poder Público, presente em todos os atos de Estado, a presunção de veracidade subsistirá no processo administrativo fiscal como meio de prova hábil a comprovar as alegações do órgão tributário, cabendo à parte adversa demonstrar, ante a sua natureza relativa, por meio de documentos idôneos, a desconformidade com a realidade dos assentamentos em realce. Configurandose o Auto de Infração de Obrigação Acessória como um documento público representativo de Ato Administrativo formado a partir da manifestação da Administração Tributária, levada a efeito através de agentes públicos, não há como se negar a veracidade do conteúdo. Registrese que, de acordo com os princípios basilares do direito processual, incumbe ao autor o ônus de comprovar os fatos constitutivos do Direito por si alegado, e à parte adversa, a prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. No caso em foco, o quadro demonstrativo a fl. 06 revela que a GFIP referente à competência 13/2007, cujo prazo para entrega encerrouse em 31/01/2008, somente foi entregue em 31/12/2008; a GFIP referente à competência 08/2008, cujo prazo para entrega encerrouse em 05/09/2008, somente foi entregue em 24/12/2008, e a GFIP referente à Fl. 90DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 12 competência 11/2008, cujo prazo para entrega encerrouse em 07/12/2008, somente foi entregue em 11/12/2008; Dessarte, fulguram os assentamentos consignados no Auto de Infração em tela como bastante e suficiente para fazer prova do fato afirmado pela fiscalização, em razão da debatida presunção de veracidade dos Atos Administrativos, a qual, por ter natureza relativa, admite prova em sentido contrário, a ônus do sujeito passivo. Nada obstante, nas oportunidades em que teve para se manifestar nos autos do processo, o Recorrente não honrou produzir as provas necessárias à elisão do lançamento tributário que ora se edifica. Limitouse a deduzir singelas alegações de que as aludidas GFIP haviam sido entregues no prazo legal, gravitando à distância do núcleo sensível do qual se irradiaram os fundamentos fáticos e jurídicos que forneceram esteio à autuação em debate, não logrando o Recorrente acostar aos autos qualquer indício de prova material idônea e apta a desconstituir o crédito tributário que ora se formaliza. Optou, a seu risco, por exortar asserções totalmente alheias aos fundamentos do presente lançamento, as quais se mostraram insuficientes para elidir a imputação que lhe fora infligida pela fiscalização previdenciária, não obtendo sucesso, assim, em desincumbirse do encargo que lhe pesava e se lhe mostrava contrário. Assim, havendo um documento público devidamente fundamentado e com presunção de veracidade não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há de ser em favor dessa presunção. Ostentando, todavia, tal presunção eficácia relativa, esta admite prova em sentido contrário a ônus da parte interessada, encargo este não adimplido pelo Recorrente, o qual não logrou afastar a fidedignidade do teor do Auto de Infração em palco. Nesse sentido remansa a Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, conforme se depreende dos seguintes julgados: MS 12756 / DF Relator(a) Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA S3 TERCEIRA SEÇÃO Data da Publicação/Fonte: DJe 08/05/2008 MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. PROCURADOR FEDERAL. PROMOÇÃO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS CONTRACHEQUES E FOLHA DO SISTEMA SIAPE. RETIFICAÇÃO DOS ATOS DE PROMOÇÃO DO IMPETRANTE. EFEITOS RETROATIVOS DESDE A DATA EM QUE DEVERIA SER PROMOVIDO NAS CATEGORIAS APROPRIADAS. 1. Têm presunção de veracidade contracheques e folha do Sistema SIAPE apresentados por procurador federal que pretende ser promovido com base no enquadramento funcional previsto naqueles documentos públicos. Ausência de apresentação de prova, pelo impetrado, que afastasse a fé pública dos referidos documentos. 2. Segurança concedida. Retroativos a partir da data em que deveriam ter ocorrido as promoções do impetrante. REsp 1059007 / SC Relator(a) Ministro FRANCISCO FALCÃO Órgão Julgador T1 PRIMEIRA TURMA Fl. 91DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 86 13 Data da Publicação/Fonte: DJe 20/10/2008 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. ARTIGO 258 DA LEI Nº 8.069/90. AUTO INFRACIONAL LAVRADO POR COMISSÁRIO DE INFÂNCIA. DOCUMENTO PÚBLICO. FÉ PÚBLICA. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO IURIS TANTUM. ÔNUS DA PROVA DO ADMINISTRADO. I O auto de infração lavrado por Comissário da Infância, em decorrência do descumprimento do artigo 258 da Lei nº 8.069/90, constituise em documento público, merecendo fé pública até prova em contrário. II O ato administrativo goza de presunção iuris tantum, cabendo ao administrado o ônus de provar a maioridade da pessoa que se encontrava no estabelecimento comercial recorrido, haja vista a legitimidade do auto infracional. III Recurso especial provido. Também se revela infundada a alegação de “o auditor fiscal confunde prestar informações tempestivamente com prestar as informações na forma desejada por ele, que na hipótese presente seria admitir devidas contribuições que a autuada entende não devidas”. Em primeiro plano, a confusão parece não residir na cabeça do auditor fiscal, mas sim, na do Recorrente, uma vez que o vertente Auto de Infração não trata de lançamento de contribuições previdenciárias, mas, sim, de aplicação de penalidade pecuniária pelo descumprimento objetivo de obrigação acessória de cunho instrumental, consistente na entrega a destempo das GFIP referentes às competências 13/2007, 08/200/ e 11/2008. Em segundo plano, o art. 32 da Lei nº 8.212/91 impõe, de maneira imperativa, ao sujeito passivo a obrigação de prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização, assim como de declarar, mediante GFIP, na forma, prazo e condições estabelecidos por aquele órgão, dados relacionados a todos os fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS. Avulta, por conseguinte, que a estipulação da forma, das condições e do prazo de entrega das GFIP não decorre do alvedrio, tampouco do mero capricho do auditor fiscal. Tal obrigação advém com a força de império da lei formal, gerada nas Conchas Opostas do Congresso Nacional, segundo o trâmite gestacional plasmado nos artigos 61 a 69 da nossa Lei Superior. 3.2. DO ALEGADO BIS IN IDEM Argumenta o Recorrente haverem sido aplicadas multas e penalidades diversas sobre o suposto mesmo fato gerador, caracterizando bis in idem por biapenação. (sic) Totalmente infundado. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 14 Já se houve por esclarecido anteriormente que o art. 113 do Código Tributário Nacional – CTN, topograficamente inserido no Título que versa sobre as Obrigações Tributárias, estabeleceu o discrimen entre obrigações tributárias principal e acessórias, conformando seus traços definidores. De acordo com o assentamento legal, a obrigação tributária principal consiste no pagamento de tributo e surge com a ocorrência do fato gerador, assim entendida a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. No caso em estudo, os tributos objeto da obrigação tributária principal são as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, as quais são formalmente constituídas mediante Auto de Infração de Obrigação Principal. Já no tocante às obrigações acessórias, consoante os termos do Diploma Tributário, estas consubstanciamse em deveres de natureza instrumental, consistentes em um fazer, não fazer ou permitir, fixados na legislação tributária, na abrangência do art. 96 do CTN, em proveito do interesse da administração fiscal no que tange à arrecadação e à fiscalização de tributos. No que pertine às contribuições previdenciárias, a disciplina da matéria em relevo, no plano infraconstitucional, foi confiada à Lei nº 8.212/91, a qual fez inserir na Ordem Jurídica Nacional uma diversidade de deveres instrumentais a serem compulsoriamente observadas pelo sujeito passivo, criadas no interesse da arrecadação ou da fiscalização, sem transpor os umbrais limitativos erguidos pelo CTN. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; III – prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas "a", "b" e "c" do parágrafo único do art. 11; e ao Departamento da Receita Federal DRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas Fl. 93DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 87 15 nas alíneas "d" e "e" do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. §1º É prerrogativa do Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e do Departamento da Receita Federal DRF o exame da contabilidade da empresa, não prevalecendo para esse efeito o disposto nos arts. 17 e 18 do Código Comercial, ficando obrigados a empresa e o segurado a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados. (grifos nossos) §2º A empresa, o servidor de órgãos públicos da administração direta e indireta, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. (grifos nossos) §3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e o Departamento da Receita Federal DRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. (grifos nossos) (...) §6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. Louvouse a autuação fiscal sub examine na infração perpetrada pelo Recorrente à obrigação acessória assentada no inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212/91, a qual impõe ao sujeito passivo a obrigação instrumental de declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS. Conforme já abordado alhures, colimando conferir efetividade às disposições adjetivas aviadas na Lei de Custeio da Seguridade Social, pautouse politicamente o legislador ordinário pelo estabelecimento, na mesma lei, de cominações pecuniárias de caráter punitivo àquele que, objetivamente, infringir qualquer dos dispositivos contidos na Lei nº 8.212/91, mediante imposição de multa de caráter variável em função da gravidade da infração, na forma assentada em regulamento. No caso presente, a conduta desidiosa perpetrada pelo sujeito passivo representou violação à obrigação acessória fixada no inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212/91, Fl. 94DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 16 sendo o infrator penalizado com a multa prevista no art. 32A, II do mesmo Diploma Legal, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009. Na mesma ação fiscal foram lavrados os Autos de Infração n° 37.279.4533 e 37.279.4548, lançados por descumprimento de obrigação principal, possuindo, portanto, natureza jurídica que não se confunde com a presente, eis que esta se houve por lavrada em razão de descumprimento de obrigação acessória, não havendo que se falar em bis in idem. Foram lavrados, também, além deste, os Autos de Infração por descumprimento de obrigação acessória nº 37.279.4513, 37.279.4521 e 37.279.4556. · AUTO DE INFRAÇÃO nº 37.279.4513 (AIOA CFL 68) – por apresentar GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias; · AUTO DE INFRAÇÃO nº 37.279.4521 (AIOA CFL 78) por apresentar a GFIP com incorreções ou omissões; · AUTO DE INFRAÇÃO nº 37.279.4556 (AIOA CFL 30) por deixar de preparar folha de pagamento de acordo com os padrões e normas estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; Conforme se observa, as imputações em relevo ostentam origem, fundamentação legal e natureza jurídica distintas, circunstância que joga por terra, por completo, qualquer alegação de bis in idem ainda renitente. Cumpre salientar que, numa mesma ação fiscal, a lavratura de um Auto de Infração decorrente de uma infração tributária não afasta a possibilidade da lavratura de quantos outros, desde que fundados em infrações de natureza distinta, como se revela, exatamente, o presente caso. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário, para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Arlindo da Costa e Silva Fl. 95DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 10540.720240/201051 Acórdão n.º 2302002.040 S2C3T2 Fl. 88 17 Fl. 96DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 07/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 08/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI
score : 1.0
Numero do processo: 19311.720056/2011-60
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
MULTA - REDUÇÃO - LEI MENOS SEVERA - APLICAÇÃO RETROATIVA - CTN, ART. 106
Tratando-se de crédito não definitivamente julgada, aplica-se o disposto no art. 106 do CTN que permite a redução da multa prevista na lei mais nova, por ser mais benéfica ao contribuinte, mesmo a fatos anteriores à legislação aplicada.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICAÇÃO À COBRANÇA DE TRIBUTOS.
É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Numero da decisão: 2403-001.683
Decisão: Recurso Voluntário Provido Em Parte
Crédito Tributário Mantido Em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para determinar o recalculo da multa de mora referente aos DEBCAD 37.297.9408 e 37.297.9416 de acordo com o disposto no art. 35, "caput", da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009, e recalculo da multa por omissão de fatos geradores em GFIP (DEBCAD 37.297.9424) de acordo com o disposto no Art 32A da Lei n° 8.212/91, incluído pela Lei n 11.941/2009. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão das multas. Vencidos, por voto de qualidade, os conselheiros Ivacir Julio de Souza e Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim que entenderam necessária diligência.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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JUROS DE MORA. TAXA SELIC. APLICAÇÃO À COBRANÇA DE TRIBUTOS. É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário Provido Em Parte Crédito Tributário Mantido Em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para determinar o recalculo da multa de mora referente aos AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 31 1. 72 00 56 /2 01 1- 60 Fl. 254DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 DEBCAD 37.297.9408 e 37.297.9416 de acordo com o disposto no art. 35, "caput", da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009, e recalculo da multa por omissão de fatos geradores em GFIP (DEBCAD 37.297.9424) de acordo com o disposto no Art 32A da Lei n° 8.212/91, incluído pela Lei n 11.941/2009. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão das multas. Vencidos, por voto de qualidade, os conselheiros Ivacir Julio de Souza e Marcelo Magalhães Peixoto e Carolina Wanderley Landim que entenderam necessária diligência. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19311.720056/201160 Acórdão n.º 2403001.683 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas, Acórdão 0534.993 da 6ª Turma, que julgou a impugnação procedente em parte mantendo os créditos lançados por meio dos Autos de Infração nº 37.297.9408, 37.297.9416 e 37.287.9424, anulando o Auto de Infração DEBCAD nº 37.297.9432. A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido: Tratase de Auto de Infração lavrado à constituição de crédito tributário previdenciário relativo às contribuições sociais devidas pela empresa à Seguridade Social, bem assim, ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incapacidade laborativa e riscos ambientais do trabalho – GILRAT (DEBCAD nº 37.297.9408), e contribuições devidas aos Terceiros FNDE salário educação, SESI, INCRA, SEBRAE, SEST e SENAT (DEBCAD nº 37.297.9416), incidente sobre a remuneração de segurados empregados e contribuintes individuais a serviço do contribuinte, relativamente ao período de 01/2008 a 12/2008. Segundo a fiscalização informa, o contribuinte não se encontra incluído no SIMPLES Nacional no período abrangido pelo lançamento, tendo informado ser optante na Guia de Recolhimento ao FGTS e Informações à Previdência Social – GFIP, tendo procedido ao recolhimento apenas das contribuições devidas pelos segurados empregados e contribuintes individuais, deduzindose as cotas de salário família e valores de salário maternidade. Aduz que a base de cálculo utilizada para o lançamento se origina da GFIP apresentada pelo sujeito passivo, confirmadas pelas folhas de pagamento. Em cumprimento ao disposto no artigo 106, inciso II, alínea “c” do Código Tributário Nacional – CTN foi aplicada a multa prevista no artigo 44 da Lei nº 9.430/96, pela inserção do artigo 35A na Lei nº 8.212/91 pela Lei nº 11.941/2009, em relação à competência 12/2008. Em relação às competências 01/2008 a 11/2008 restou aplicada a multa de mora prevista no antigo artigo 35 da Lei nº 8.212/91. O lançamento abrange os seguintes levantamentos: a) “FO – FOLHA DE PAGAMENTO”, abrangendo o período de 01 a 11/2008, com aplicação de multa de mora em 24%; e, b) “FP – FOLHA DE PAGAMENTO”, abrangendo o período de 12/2008, com aplicação de multa de ofício de 75%. As contribuições da empresa à Seguridade Social, bem assim ao GILRAT estão Fl. 256DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 abrangidas pelo Auto de Infração DEBCAD nº 37.297.9408, as contribuições devidas aos Terceiros, pelo Auto de Infração DEBCAD nº 37.297.9416. Ainda, o lançamento abrange a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV e § 3º da Lei nº 8.212/91, pelo fato do contribuinte ter apresentado a GFIP no período de 01 a 10/2008 como optante pelo SIMPLES, não estando integrada a este sistema simplificado de pagamento de tributos federais. Tal lavratura consta do Auto de Infração DEBCAD nº 37.297.9424. Por fim, houve a lavratura de lançamento relativo à imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91 pelo fato do sujeito passivo ter informado incorretamente na GFIP da competência 11/2008 os códigos de pagamento, outras entidades, SIMPLES e RAT. Tal autuação consta do Auto de Infração DEBCAD nº 37.297.3432. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese, que: · A decisão sobre sua exclusão do SIMPLES Nacional ocorreu em 23/09/2008 e que não foi comunicada da decisão. · Recolheu os tributos como optante pelo SIMPLES Nacional. · Multa confiscatória. · Juros/SELIC. · Tributação de verbas indenizatórias. É o relatório. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19311.720056/201160 Acórdão n.º 2403001.683 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. SIMPLES NACIONAL A recorrente alega que optou pelo SIMPLES Nacional, que sua exclusão do referido regime de tributação ocorreu em 23/09/2008 e que não foi comunicada da decisão. Complementa informando que recolheu os tributos como optante pelo SIMPLES Nacional. Conforme Relatório Fiscal, este processo contém 4 autos de infração. A afirmação que recolheu os tributos do ano 2008 com optante do SIMPLES foi rechaçado na decisão de primeira instância, que verificou que não houve nenhum pagamento no código 6106. Quanto à opção, verificase que foi indeferida. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 No que diz respeito à exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte SIMPLES, a informação juntada à fl. 64 dos autos demonstra que o sujeito passivo foi excluído do referido programa simplificado de pagamento de tributos em 30/06/2007, isto é, antes mesmo do exercício financeiro de 2008, de maneira que deveria ter se adaptado à tributação normal naquele período. No que tange à ciência quanto à decisão de exclusão, tal alegação poderia ensejar o reconhecimento da nulidade procedimental, dando razão ao sujeito passivo. O sujeito passivo informa que não teve o conhecimento de tal exclusão, daí advindo sua conduta de ter recolhido todos os tributos devidos sob a égide do programa simplificado. Contudo, pela tela juntada à fl. 65, verificase que não houve qualquer pagamento relativo ao SIMPLES no ano de 2008 no código 6106 – PAGAMENTO ME/EPP, o que desfaz a afirmação do sujeito passivo. Ainda, em consulta aos sistemas do Simples Nacional, verificase que o contribuinte formulou três pedidos de inclusão no referido programa: a) 00.00.25.22.87 (05/07/2007, 09:32 hs), tendo como resultado: indeferida em 01/10/2007; b) 00.02.16.07.71 (26/01/2008, 10:51 hs), tendo como resultado: indeferida em 14/03/2008; e ,c) 00.02.65.50.93 (06/01/2009, 14:50 hs), tendo como resultado: indeferida em 24/03/2009. Em relação à ciência, o contribuinte tomou ciência do indeferimento do pedido processado sob nº 00.00.25.22.87 em 01/10/2007; em relação à ciência dos demais pedidos, não consta ciência junto ao sistema quanto ao indeferimento, isto porque, ambos foram indeferidos por pendência cadastral ou fiscal com o Município de Itupeva. Nesse sentido, a Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006 estabelece a competência para notificação quanto à exclusão, in verbis: Art. 29. A exclusão de ofício das empresas optantes pelo Simples Nacional darseá quando: ... omissis ... § 6o Nas hipóteses de exclusão previstas no caput deste artigo, a pessoa jurídica será notificada pelo ente federativo que promoveu a exclusão. Assim, sabendose que o indeferimento do pedido de opção decorreu de divergência cadastral ou fiscal junto ao Município de Itupeva, àquele ente caberia proceder à notificação do sujeito passivo quanto à exclusão. Destarte, concluise que o contribuinte deveria ter recolhido as contribuições previdenciárias, bem assim, as devidas aos Terceiros, relativamente ao ano de 2008, enquanto contribuinte excluído do SIMPLES, rechaçandose as alegações de violação ao princípio da segurança jurídica e legalidade quanto ao procedimento de inclusão e exclusão relativos ao SIMPLES. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19311.720056/201160 Acórdão n.º 2403001.683 S2C4T3 Fl. 5 7 SELIC Quanto à aplicação da taxa SELIC nos juros moratórios, verificase que essa é uma questão sobre a qual o CARF possui decisões reiteradas e, por essa razão foi editada Súmula, cuja observância é obrigatória para estes conselheiros. Abaixo apresento a Súmula número 3. “Súmula nº 3 do CARF: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais”. VERBAS INDENIZATÓRIAS As bases de cálculo foram extraídas das folhas de pagamento e incluem verbas como férias, 1/3 de férias e 13º salário, tudo conforme previsão legal. Não está demonstrada a incidência sobre verbas indenizatórias excluídas da base de cálculo pelo parágrafo 9º do artigo 28 da Lei 8.212/91, como férias indenizadas, aviso prévio indenizado e indenizações rescisórias. Entendo portanto, corretas as bases de cálculo. MULTA DE MORA (DEBCAD 37.297.9408 e 37.297.9416) A multa de mora aplicada teve por base o artigo 35 da Lei 8.212/91, que determinava aplicação de multa que progredia conforme a fase e o decorrer do tempo e que poderia atingir 50% na fase administrativa e 100% na fase de execução fiscal. Ocorre que esse artigo foi alterado pela Lei 11.941/2009, que estabeleceu que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 61 da Lei 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. Visto que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, Fl. 260DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para comparála com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa mais benéfica. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. MULTA GFIP (DEBCAD 37.297.9424) No que tange ao cálculo da multa associada à GFIP, Auto de Infração 37+297.9424, é necessário tecer algumas considerações, face à edição da recente Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009. A citada Lei 11.941/2009 alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP. Para tanto, a Lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art.32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 261DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 19311.720056/201160 Acórdão n.º 2403001.683 S2C4T3 Fl. 6 9 § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. Art.106 A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. No caso da presente autuação, a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 e do art. 32, § 5º, da Lei nº 8.212/1991, o qual previa que pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no art. 32, § 4º, da Lei nº 8.212/1991. Para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, c, CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 32, § 5º, Lei nº 8.212/1991 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 32A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009. Nesse sentido, entendo que na execução do julgado, a autoridade fiscal deverá verificar, com base nas alterações trazidas, a situação mais benéfica ao contribuinte. Fl. 262DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 10 CONCLUSÃO Voto no sentido de CONHECER do recurso, NO MÉRITO, DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO, para que se recalcule o valor da multa por omissão de fatos geradores em GFIP (DEBCAD 37.297.9424), se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 32A da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009 e para determinar o recalculo da multa de mora referente as DEBCAD 37.297.9408 e 37.297.9416 de acordo com o disposto no art. 35, "caput", da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 263DF CARF MF Impresso em 29/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 7/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 10283.721187/2008-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA.
Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONSUMO DA RENDA.
A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF Nº 26, publicada no DOU de 22 de dezembro de 2009)
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TITULARIDADE.
A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. (Súmula CARF nº 32 - Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010)
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-002.273
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Giovanni Christian Nunes Campos Presidente
Assinado digitalmente
Núbia Matos Moura Relatora
EDITADO EM: 26/09/2012
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Eivanice Canário da Silva, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONSUMO DA RENDA. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF Nº 26, publicada no DOU de 22 de dezembro de 2009) DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TITULARIDADE. A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. (Súmula CARF nº 32 - Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010) Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora EDITADO EM: 26/09/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Eivanice Canário da Silva, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho.
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INOCORRÊNCIA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONSUMO DA RENDA. A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Súmula CARF Nº 26, publicada no DOU de 22 de dezembro de 2009) DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TITULARIDADE. A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. (Súmula CARF nº 32 Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010) Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 11 87 /2 00 8- 79 Fl. 244DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 26/09/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10283.721187/200879 Acórdão n.º 2102002.273 S2C1T2 Fl. 245 2 Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 26/09/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Eivanice Canário da Silva, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Contra VANIA CASSIA MOLLICA ROJO PAVÃO foi lavrado Auto de Infração, fls. 69/76, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao anocalendário 2003, exercício 2004, no valor total de R$ 119.723,76, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até 31/10/2008. A infração apurada pela autoridade fiscal foi omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. Inconformada com a exigência, a contribuinte apresentou impugnação, fls. 86/104, que foi julgada improcedente pela autoridade julgadora de primeira instância, nos termos do Acórdão DRJ/BEL nº 0120.879, de 24/02/2011, fls. 185/197. Cientificada da decisão de primeira instância, por via postal, em 19/04/2011, Aviso de Recebimento (AR), fls. 201, a contribuinte apresentou, em 17/05/2011, recurso voluntário, fls. 204/217, no qual traz as alegações a seguir resumidas: Preliminar Da falta de aplicação correta da legislação no Auto de Infração. Movimentação bancária como base para autuação. Extratos fornecidos do ano de 2003 – Foi esclarecido à fiscalização que os valores que serviram de base para o lançamento advinham do recebimento de vendas da empresa E. Maria Inácio, da qual a contribuinte era procuradora. Logo, os depósitos bancários ressentemse de condições mínimas de validade para manutenção do lançamento. Da ilegitimidade do lançamento de imposto de renda com base exclusivamente em depósito bancário – No arbitramento, em procedimento de ofício, efetuado com base em depósitos bancários, nos termos do art. 849 do RIR/99 é imperiosa a comprovação da utilização dos valores depositados como renda consumida pelo contribuinte, evidenciando sinais exteriores de riqueza, visto que, Fl. 245DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 26/09/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10283.721187/200879 Acórdão n.º 2102002.273 S2C1T2 Fl. 246 3 por si só, depósitos bancários não constituem fato gerador do imposto de renda, pois não caracterizam disponibilidade econômica de renda e proventos. As dificuldades enfrentadas pela empresa, da qual a contribuinte era procuradora, fizeram com que valores viessem a ser depositados em suas contas bancárias. O processo administrativo tem por fim a descoberta da verdade material relativa aos fatos geradores descritos no Auto de Infração. A contribuinte recusase a aceitar meras suposições e indícios por parte da Fiscalização. Não havendo legalidade, verdade material e segurança jurídica ao lançamento, pedese a declaração de sua nulidade. É o Relatório. Fl. 246DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 26/09/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10283.721187/200879 Acórdão n.º 2102002.273 S2C1T2 Fl. 247 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Em sua defesa, a contribuinte traz a preliminar de nulidade do lançamento, sob o argumento de ausência de legalidade, verdade material e segurança jurídica. De imediato, cumpre dizer que o lançamento foi levado a efeito por autoridade competente e dado à contribuinte o direito de defesa, no momento da apresentação da impugnação e do recurso voluntário, que ora se analisa. Temse, ainda, que na lavratura do Auto de Infração foram cumpridas todas as formalidades estabelecidas no artigo 142 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN) e o lançamento está em perfeito acordo com as exigências previstas no art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativo fiscal. Devese ainda dizer que o lançamento imputa à contribuinte a infração de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, nos moldes em que estabelecido no art. 42 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, sendo certo que a autoridade fiscal tomou todas as providências necessárias para caracterizar a referida infração, conforme se verá adiante neste voto. Nestes termos, afastase a alegação de nulidade do lançamento suscitada pela contribuinte. A recorrente afirma ainda que é ilegítimo o lançamento de imposto de renda com base exclusivamente em depósito bancário e que de acordo com o disposto no art. 849 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999) seria imperiosa a comprovação da utilização dos valores depositados como renda consumida pela contribuinte, evidenciando sinais exteriores de riqueza. Tal argumentação não procede, conforme se infere da Súmula CARF nº 26, a seguir transcrita: Súmula CARF nº 26: A presunção estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. (Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010) Nesse sentido, importa dizer que a partir da vigência da Lei nº 9.430, de 1996, ficou determinado que se considere, por presunção legal, como omissão de rendimentos, sujeitos ao lançamento de ofício, os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais a pessoa física, regularmente intimada, não comprove a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 247DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 26/09/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10283.721187/200879 Acórdão n.º 2102002.273 S2C1T2 Fl. 248 5 Assim, a ocorrência do fato gerador decorreu, no presente caso, da presunção legal estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, sendo certo que para a sua aplicação basta que se verifique a existência de depósitos bancários em conta de titularidade da contribuinte e que esta intimada deixe de comprovar a origem dos recursos utilizados nos referidos depósitos. Na ausência dos elementos de prova da origem dos depósitos caracteriza se a infração de omissão de rendimentos, nos moldes como definidos no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996. E este foi o caso dos autos. Intimada a comprovar a origem dos recursos depositados em suas contas bancárias, a contribuinte respondeu que durante o anocalendário 2003 era gerente e procuradora da firma individual E. Maria Inácio e que em decorrência de a mencionada pessoa jurídica não possuir conta no Bradesco e no Banco do Brasil as contas bancárias mantidas pela contribuinte em tais instituições eram utilizadas para recebimentos de valores correspondentes às vendas efetuadas pela firma individual e que tais quantias eram devidamente repassadas à pessoa jurídica. Frente a alegação da contribuinte, a autoridade fiscal intimoua a apresentar documentação que comprovasse o esclarecimento prestado. Em atendimento, a contribuinte apresentou 13 talonários de notas fiscais da firma individual E. Maria Inácio. Seguiuse nova intimação, desta feita solicitando que a contribuinte relacionasse os depósitos bancários com as notas fiscais apresentadas, ao que a recorrente respondeu que deixava de atender ao solicitado em razão de os extratos e as notas fiscais estarem em poder da autoridade fiscal. Diante de tal resposta, a autoridade fiscal analisou todas as notas fiscais apresentadas pela contribuinte e não constatou nenhum valor ou data compatível com os depósitos bancários efetivados nas contas bancárias de titularidade da contribuinte e nesta conformidade procedeu ao lançamento calcado no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996. Nesse ponto, importa dizer que na procuração pública, fls. 66, em que a firma individual E. Maria Inácio nomeia e constitui a contribuinte como sua procuradora consta autorização para movimentar contas bancárias em quaisquer estabelecimentos de créditos, especialmente no Banco do Brasil S/A, Banco do Estado do Amazonas S/A, Banco da Amazônia S/A, Banco Bradesco S/A... Logo, ao contrário do que afirmou a contribuinte, durante o procedimento fiscal, temse como bastante provável que a pessoa jurídica tivesse conta bancária no Bradesco e no Banco do Brasil, pois que especificou tais instituições financeiras na referida procuração. Destaquese, ainda, que da análise dos extratos bancários das contas correntes de titularidade da contribuinte verificase que a maioria dos débitos se referem a aplicações em títulos de capitalização, sendo bastante esparsas as transferências bancárias, de modo que não se confirma a alegação da contribuinte de que os recursos depositados nas referidas contas bancárias fossem repassadas à firma individual, da qual era procuradora. Nesse ponto, importa destacar que não é licito obrigar a autoridade fiscal a substituir o contribuinte no fornecimento de prova que a este competia em decorrência da apuração de omissão de renda por presunção legal, pois esta presunção tem o poder de inverter o ônus da prova. E mais, o parágrafo 5º do art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, introduzido pelo art. 58 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, somente admite a mudança da sujeição Fl. 248DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 26/09/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10283.721187/200879 Acórdão n.º 2102002.273 S2C1T2 Fl. 249 6 passiva para pessoa não titular da conta bancária quando devidamente provado que os valores creditados pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa. Assim, a simples alegação da contribuinte de que os valores movimentados em suas contascorrentes pertenciam à pessoa jurídica, da qual era procuradora, não basta. Determinada a inversão do ônus da prova pelo art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, é de responsabilidade exclusiva da contribuinte comprovar suas alegações. Nesse sentido, temse a Súmula CARF nº 32, a seguir transcrita: Súmula CARF nº 32: A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. (Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010) De outra banda, na impugnação, a contribuinte apresentou planilha, fls. 117, onde procura relacionar algumas notas fiscais com os depósitos efetivados em suas contas bancárias. Ocorre que a referida planilha é mensal, de sorte que de um lado agrupase algumas notas fiscais e de outro totalizase os depósitos efetivados em cada mês do ano de 2003, sendo que nem mesmo o valor total de ambos (notas fiscais e depósitos) são iguais. Importa dizer que dentre mais de 640 notas fiscais, tornase bastante fácil encontrar algumas notas que somadas se aproximam com o valor total dos depósitos mensais efetivados nas contas bancárias da contribuinte. Assim, tal planilha, desacompanhada de documentação que a corrobore, não se presta para deslocar a titularidade dos depósitos efetivados nas contas da contribuinte para a pessoa jurídica, da qual era procuradora. Neste termos, temse que permanece não comprovada a origem dos depósitos levados à tributação, de sorte que devese manter a infração de omissão de rendimentos, nos termos em que consignado no Auto de Infração. Ante o exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 249DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2012 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 26/09/2012 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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