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Numero do processo: 10950.006527/2010-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2006 a 30/06/2006, 01/08/2006 a 31/08/2006, 01/10/2006 a 31/01/2007, 01/03/2007 a 31/03/2007, 01/01/2008 a 31/08/2010
AUDITOR FISCAL. FORMAÇÃO EM CONTABILIDADE. INEXIGIBILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA. LANÇAMENTO. FORMALIDADES. LANÇAMENTO DE CRÉDITO. RELAÇÃO DE SEGURADOS. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC.
O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
O lançamento é um ato administrativo que, uma vez cumpridas as formalidades essenciais para a sua lavratura, implica a inexistência de violação aos princípios da ampla defesa, do contraditório ou do devido processo legal.
É prescindível a juntada ao processo administrativo fiscal da relação dos segurados cujas remunerações serviram de base para cálculo das contribuições objeto do lançamento quando referidas remunerações foram colhidas de documentos pertencentes ao sujeito passivo e que estão em sua posse.
Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
APLICAÇÃO DA MULTA DE 75% COMO MULTA MAIS BENÉFICA ATÉ 11/2008. AJUSTE QUE DEVE CONSIDERAR A MULTA DE MORA E MULTA POR INFRAÇÕES RELACIONADAS À GFIP.
Em relação aos fatos geradores até 11/2008, nas competências nas quais a fiscalização aplicou a penalidade de 75% prevista no art. 44 da Lei 9.430/96 por concluir se tratar da multa mais benéfica quando comparada aplicação conjunta da multa de mora e da multa por infrações relacionadas a GFIP, deve ser mantida a penalidade equivalente à soma de: multa de mora limitada a 20% e multa mais benéfica quando comparada a multa do art. 32 com a multa do art. 32-A da Lei 8.212/91.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2301-002.901
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para retificar a multa aplicada. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por voto de qualidade: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que, até a competência 11/2008, seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996 somada a multa do art. 32-A, da Lei 8.212/91, se a soma for mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Wilson Antonio de Souza Correa e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em manter a multa aplicada. Redator: Mauro José Silva.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Damião Cordeiro de Moraes - Relator.
(assinado digitalmente)
Mauro Jose Silva Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes
Nome do relator: DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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FORMAÇÃO EM CONTABILIDADE. INEXIGIBILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA. LANÇAMENTO. FORMALIDADES. LANÇAMENTO DE CRÉDITO. RELAÇÃO DE SEGURADOS. APLICAÇÃO DA TAXA SELIC. O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. O lançamento é um ato administrativo que, uma vez cumpridas as formalidades essenciais para a sua lavratura, implica a inexistência de violação aos princípios da ampla defesa, do contraditório ou do devido processo legal. É prescindível a juntada ao processo administrativo fiscal da relação dos segurados cujas remunerações serviram de base para cálculo das contribuições objeto do lançamento quando referidas remunerações foram colhidas de documentos pertencentes ao sujeito passivo e que estão em sua posse. Os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 65 27 /2 01 0- 42 Fl. 401DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 2 APLICAÇÃO DA MULTA DE 75% COMO MULTA MAIS BENÉFICA ATÉ 11/2008. AJUSTE QUE DEVE CONSIDERAR A MULTA DE MORA E MULTA POR INFRAÇÕES RELACIONADAS À GFIP. Em relação aos fatos geradores até 11/2008, nas competências nas quais a fiscalização aplicou a penalidade de 75% prevista no art. 44 da Lei 9.430/96 por concluir se tratar da multa mais benéfica quando comparada aplicação conjunta da multa de mora e da multa por infrações relacionadas a GFIP, deve ser mantida a penalidade equivalente à soma de: multa de mora limitada a 20% e multa mais benéfica quando comparada a multa do art. 32 com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para retificar a multa aplicada. Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por voto de qualidade: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que, até a competência 11/2008, seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996 somada a multa do art. 32A, da Lei 8.212/91, se a soma for mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator(a). Vencidos os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Wilson Antonio de Souza Correa e Damião Cordeiro de Moraes, que votaram em manter a multa aplicada. Redator: Mauro José Silva. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator. (assinado digitalmente) Mauro Jose Silva – Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Antonio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro Jose Silva, Leonardo Henrique Pires Lopes Fl. 402DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 402 3 Relatório 1. Tratase de recurso voluntário interposto pela Associação Educacional São José, em face de Acórdão prolatado pela 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (DRJCTA), que julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário. 2. Conforme o relatório fiscal, o presente Auto de Infração de Obrigação Principal AIOP, no montante de R$ 640.213,20, foi lavrado em 09/12/2010, para constituição do crédito tributário relativo a contribuições previdenciárias (parte patronal, inclusive para o custeio das prestações decorrentes do acidente do trabalho ou do grau de incidência de incapacidade laborativa proveniente dos riscos ambientais do trabalho RAT), previstas no art. 22, I e II, da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, não recolhidas e incidentes sobre as remunerações pagas a segurados empregados que prestaram serviços à empresa supra identificada, no período de 01/05/2006 a 30/06/2006, 01/08/2006 a 31/08/2006, 01/10/2006 a 31/01/2007, 01/03/2007 a 31/03/2007, 01/01/2008 a 31/08/2010. 3. O AIOP aponta, ainda, a constituição de crédito correspondente ao acréscimo legal da multa não recolhida juntamente com o principal pago em atraso nos meses identificados no Discriminativo do Débito (DD), no levantamento e anexo denominado Diferença de Acréscimos Legais (DAL). 4. O acórdão vergastado restou ementado nos termos que ora transcrevo abaixo: “AUDITOR FISCAL. FORMAÇÃO EM CONTABILIDADE E REGISTRO NO CRC. INEXIGIBILIDADE A atribuição da fiscalização tributária para analisar os documentos contábeis dos contribuintes decorre de lei e não exige formação técnico profissional especifica ou registro do auditor em órgão fiscalizador do exercício de profissão regulamentada. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE É vedado aos órgãos administrativos de julgamento afastar a aplicação de lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. LANÇAMENTO. FORMALIDADES 0 lançamento é um ato administrativo que, uma vez cumpridas as formalidades essenciais para a sua lavratura, estando motivado com a descrição das razões de fato e de direito em relatórios específicos, em especial com a discriminação clara e precisa dos fatos geradores, dos documentos que lhe dão suporte, das contribuições devidas e do período a que se refere, bem como cientificado o sujeito passivo e oferecida oportunidade para pronunciarse e produzir provas, implica a inexistência de violação aos princípios da ampla defesa, do contraditório ou do devido processo legal. MULTA A multa pelo recolhimento em atraso da contribuição administrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil tem caráter irrelevável, incide de Fl. 403DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 4 forma automática sobre o débito e obedece aos percentuais previstos na legislação aplicável. SELIC Para fatos geradores ocorridos partir de janeiro de 1995, é licita a incidência dos juros com base na taxa SELIC, nos termos da Lei 9.065/95. LANÇAMENTO DE CRÉDITO. RELAÇÃO DE SEGURADOS E prescindível a juntada ao processo administrativo fiscal da relação dos segurados cujas remunerações serviram de base para cálculo das contribuições objeto do lançamento quando referidas remunerações foram colhidas de documentos pertencentes ao sujeito passivo e que estão em sua perfeita posse. SAT E devida a contribuição ao seguro de acidentes do trabalho prevista no inciso II, do art. 22 da Lei 8.212/91, cobrada em complemento contribuição do inc. I, desse mesmo artigo. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” 5. Buscando reverter a decisão de primeira instância, o contribuinte apresentou recurso voluntário aduzindo em síntese: a) nulidade do AIOP em face de ter sido lavrado por profissional não habilitado pelo Conselho Regional de Contabilidade; por não terem sido fornecidas ao impugnante cópias dos documentos referidos no processo, por falta de indicação dos dispositivos legais infringidos; e por ausência da relação de empregados, autônomos e administradores, omissão essa que acarretaria ofensa ao princípio da ampla defesa e do contraditório; b) seja reconhecida a inconstitucionalidade do salárioeducação; a inexigibilidade ou inconstitucionalidade da contribuição ao INCRA; a ilegalidade do SAT e SEBRAE, excluindose as contribuições e consequentemente os juros e a multa; c) ilegalidade da aplicação de multas e juros, diante da inexistência da obrigação tributária; d) exclusão ou redução da multa ao mínimo possível, ante o seu caráter confiscatório e afastamento da incidência da Taxa Selic. 6. Sem contrarrazões, os autos foram encaminhados à apreciação e julgamento por este Conselho. É o relatório. Fl. 404DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 403 5 Voto Vencido Conselheiro Relator Damião Cordeiro de Moraes DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE Da improcedência da nulidade por falta de documentos 1. Alega o contribuinte que, embora o relatório fiscal remeta a documentos fiscais, somente recebeu cópia do relatório fiscal, e não de todos os documentos que o compõem, ficando caracterizado o cerceamento de defesa, porque não pode se defender plenamente sem o conhecimento dos documentos que a fiscalização deveria dar ciência. 2. Entretanto o lançamento encontrase revestido de todas as formalidades exigidas por lei, dele constando, TIPF (Termo de Início de Procedimento Fiscal), TIF (Termo de Intimação Fiscal n.º 1), TEPF (Termo de Encerramento de Procedimento Fiscal), Relatórios de Lançamentos, dentre outros, havendo sido o sujeito passivo cientificado de todas as decisões de relevo exaradas no curso do presente feito, restando garantido o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa à notificada. 3. Dessa forma, rejeito a preliminar provocada pelo contribuinte, tendo em vista que os documentos suscitados pela recorrente como indispensáveis a sua defesa cumpriram os requisitos legais. Da validade do auto de infração lavrado por agente fiscal não habilitado como contador 4. Em sua defesa a recorrente alega ainda que o auto de infração seria nulo, tendo em vista que os levantamentos fiscais através de perícias e análises dos processos trabalhistas não foram realizados por profissional habilitado pelo Curso de Ciências Contábeis, ou seja, contador. 5. A Lei n.º 10.593/2002, a qual regulamenta as atribuições do Auditor Fiscal, não prevê como requisito específico para o exercício do cargo, formação acadêmica de contador, tampouco registro em órgão da categoria (CRC), ao contrário, assegura ao auditor fiscal “executar auditoria e fiscalização, objetivando o cumprimento da legislação da Previdência Social relativa às contribuições administradas pelo INSS, lançar e constituir os correspondentes créditos apurados”. 6. Apenas para delimitar a discussão do tema cito a legislação: “Lei nº 10.593, de 6 de Dezembro de 2002 Art. 2º Os cargos de Auditor Fiscal da Receita Federal, de Técnico da Receita Federal, de Auditor Fiscal da Previdência Social e de Auditor Fiscal do Trabalho são agrupados em classes, A, B e Fl. 405DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 6 Especial, compreendendo, a primeira, cinco padrões, e, as duas últimas, quatro padrões, na forma dos Anexos I e II. (grifei) Art. 3º O ingresso nos cargos das Carreiras disciplinadas nesta Lei farseá no primeiro padrão da classe inicial da respectiva tabela de vencimentos, mediante concurso público de provas ou de provas e títulos, exigindose curso superior em nível de graduação concluído ou habilitação legal equivalente. (Redação dada pela Lei nº 11.457, de 2007) §1º O concurso referido no caput poderá ser realizado por áreas de especialização. (...) Art. 8º São atribuições dos ocupantes do cargo de AuditorFiscal da Previdência Social, relativamente às contribuições administradas pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS: I em caráter privativo: a) executar auditoria e fiscalização, objetivando o cumprimento da legislação da Previdência Social relativa às contribuições administradas pelo INSS, lançar e constituir os correspondentes créditos apurados; b) efetuar a lavratura de Auto de Infração quando constatar a ocorrência do descumprimento de obrigação legal e de Auto de Apreensão e Guarda de documentos, materiais, livros e assemelhados, para verificação da existência de fraude e irregularidades; c) examinar a contabilidade das empresas e dos contribuintes em geral, não se lhes aplicando o disposto nos arts. 17 e 18 do Código Comercial; d) julgar os processos administrativos de impugnação apresentados contra a constituição de crédito previdenciário; (...).” (grifei) 7. Destaco que já houve, nesse Conselho, vários julgamentos sobre a questão levantada pela recorrente e todos reconhecem a competência do Auditor Fiscal, para lavratura de auto de infração independentemente de título de contador. Transcrevo, a seguir, ementa e trecho de julgamento recente do CARF que corroboram tal afirmativa. “ANÁLISE DA CONTABILIDADE. COMPETÊNCIA DO AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. O Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. RELATÓRIO FISCAL, INEXISTÊNCIA. Não incorre em cerceamento do direito de defesa o lançamento tributário cujos relatórios típicos, incluindo o Relatório Fiscal e seus anexos, descreverem de forma clara, discriminada e detalhada a natureza e Fl. 406DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 404 7 origem de todos os fatos geradores lançados, suas bases de cálculo, alíquotas aplicadas, montantes devidos, as deduções e créditos considerados em favor do contribuinte, assim como, os fundamentos legais que lhe dão amparo jurídico, permitindo dessarte a perfeita identificação dos tributos lançados na notificação fiscal. FATOS GERADORES APURADOS NOS DOCUMENTOS DA EMPRESA. REPRODUÇÃO INTEGRAL NO RELATÓRIO FISCAL. DESNECESSIDADE. É despicienda a integral reprodução, no Relatório Fiscal, dos fatos geradores apurados diretamente nas folhas de pagamento, GFIP e escrita fiscal da empresa, eis que a responsabilidade pela sua elaboração e conteúdo é do próprio sujeito passivo, tendo este, já, o pleno conhecimento de toda a matéria tributável ali presente. MULTA DE MORA. NFLD. CONFISCO. INOCORRÊNCIA. Não constitui confisco a incidência de multa moratória decorrente do recolhimento em atraso de contribuições previdenciárias. Foge à competência deste colegiado a análise da adequação das normas tributárias fixadas pela Lei nº 8.212/91 às vedações constitucionais ao poder de tributar previstas no art. 150 da CF/88. JUROS MORATÓRIOS. TAXA SELIC. LEGALIDADE. O crédito decorrente de contribuições previdenciárias não integralmente pagas na data de vencimento será acrescido de juros de mora, de caráter irrelevável, seja qual for o motivo determinante da falta, equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC a que se refere o artigo 13 da Lei 9.065/95, incidentes sobre o valor atualizado, nos termos do art. 161 do CTN c.c. art. Da Lei nº 8.212/91. Recurso Voluntário Negado. (...) A julgar pelo entendimento do Recorrente, o Auditor Fiscal da Secretaria da Receita Federa do Brasil, além de ter formação acadêmica em contabilidade, teria concomitantemente que ter habilitação em Direito, pois interpreta e aplica leis, decretos, regulamentos, etc.; Formação em engenharia, pois analisa obras de construção civil, aplica o método CUB em aferição indireta, etc.; Formação em Tecnologia da Informação, pois opera com computadores, identifica, extrai e analisa dados essenciais armazenados em arquivos e mídias digitais; Formação em comércio exterior, dada às suas atribuições de controle aduaneiro e classificação de mercadorias; Formação em matemática, pois a realização de cálculos, equacionamentos e resolução de problemas aritméticos fazem para do seu cotidiano; Formação em letras, eis que a redação de relatórios, a solução de consultas e a lavra de decisões de natureza tributária constituemse prerrogativas do seu cargo; Formação em psicologia, para entender o animus de certas razões recursais, dentre outras. Por esses e tantos outros motivos, não assiste razão ao Recorrente quanto a sua alegação de ilegitimidade do Auditor Fiscal.” (grifei) Fl. 407DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 8 (Processo nº 17546.000827/200733, Recurso nº 258.362, Acórdão nº 230201.099 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, Relator: Arlindo da Costa e Silva). 8. A jurisprudência atual do CARF não referenda os argumentos trazidos pelo contribuinte. O Órgão tem, inclusive, entendimento sumulado a respeito da legitimidade da conduta do auditor: “Súmula CARF nº 8: O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador”. Da ausência de especificação dos dispositivos legais 9. Ademais, a recorrente afirma que não houve alusão em momento algum aos dispositivos legais onde se funda a exigência, tornandose nulo o lançamento sem tal especificação. 10. Contudo, tal argumentação não condiz com a realidade fática encontrada nos autos. Com relação aos anexos, o item 16.1 do Relatório Fiscal explicativo do lançamento relaciona os documentos que comporiam as duas vias do Auto de Infração: IPC — Instruções para o Contribuinte, DD — Discriminativo do Débito, RDA — Relatório de Documentos Apresentados, RADA — Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados, DAL — Diferença de Acréscimos legais, FLD — Fundamentos Legais do Débito — VÍNCULOS — Relatório de Vínculos, REFISC — Relatório Fiscal, TIPF — Termo de início de Procedimento Fiscal, TIF — Termo de Intimação Fiscal n° 01, TEPF — Termo de Encerramento de Procedimento Fiscal e RL — Relatório de Lançamentos. Esses anexos, em duas vias, destinaramse, uma via, ao devedor e a outra via a integrar os autos. 11. O item 16.2 do Relatório Fiscal, por sua vez, relaciona anexos que comporão apenas o processo, os quais se constituem, essencialmente, de cópias extraídas de documentos que pertencem à própria empresa. 12. Bem como, encontrase nos Fundamentos Legais do Débito (FLD) toda legislação que ampara a exigência contendo os fundamentos do fato gerador e das contribuições patronais e ao GILRAT, dos prazos que a empresa dispunha para efetuar o recolhimento espontâneo das mesmas, dos acréscimos legais incidentes sobre o recolhimento que se fizerem a destempo, além dos fundamentos da competência para fiscalizar, arrecadar e cobrar as contribuições devidas. 13. A decisão recorrida afastou a argumentação do contribuinte com propriedade: “mas não fosse só por isto, a própria impugnação, contrariando toda a sua argumentação, dar mostras de ter tido acesso a esses anexos, porquanto a certa altura reportase justamente ao conteúdo constante de documentos que compõem essa relação”. 14. Assim, o lançamento, como ato administrativo que é, tendo cumprido as formalidades essenciais para a sua lavratura, estando motivado com a descrição das razões de fato e de direito em relatórios específicos, em especial com a discriminação clara e precisa dos fatos geradores, dos documentos que lhe dão suporte, das contribuições devidas e do período a que se refere, bem como cientificado o sujeito passivo e oferecida oportunidade para pronunciarse e produzir provas, implica a inexistência de violação aos princípios da ampla defesa, do contraditório ou do devido processo legal. 15. Cumpre ressaltar que o decisum recorrido encontrase devidamente fundamentado e motivado, em consonância com o que determina a legislação que rege o Fl. 408DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 405 9 processo administrativo fiscal, notadamente o art. 50, da Lei n.º 9.784/99 e art. 38, do Decreto 7.574/2011. Assim, não há que se falar em anulação do acórdão vergastado. 16. Dessa forma, conheço do recurso voluntário, uma vez que atende aos pressupostos regimentais. DO LANÇAMENTO 17. A recorrente aduz a improcedência do AIOP em questão, diante da ausência de relação de empregados, avulsos, autônomos, entre outros, cujas remunerações integraram a base de cálculo das contribuições. 18. E afirma que: “A Zelosa Fiscalização exige a cobrança das contribuições previdenciárias. Porém, em momento algum juntou a relação das pessoas a fim de que a Impugnante, verificando seus nomes, pudesse apresentar a defesa plenamente, como lhe assegura o art. 50, LV da CF/88 (...) isto determina a improcedência da Notificação e a nulidade”. 19. Todavia, as contribuições aqui examinadas incidem sobre o montante total das remunerações pagas ou creditadas durante o mês aos segurados empregados que lhe prestaram serviços no período, de modo que a base de cálculo mensal do débito deve corresponder ao montante total da folha de pagamento respectiva. 20. No presente processo, o anexo Discriminativo do Débito (DD) apresenta mês a mês o montante das remunerações, como dito acima, as alíquotas aplicadas e o respectivo resultado dessa aplicação, que são as contribuições devidas. 21. Destacase que as folhas de pagamentos são documentos produzidos pela própria empresa e encontramse em sua plena posse, desse modo a conferência poderia ter ocorrido pela própria recorrente ao confrontar essas folhas com as GFIP e com os números constantes do DD e a partir daí, apontaria suposto erro praticado pela auditoria fiscal no montante da contribuição exigida. 22. Portanto, aqui se verifica totalmente prescindível relacionar os segurados cujas remunerações foram objeto do lançamento, pois não ocorreu nenhuma desconsideração de relação de trabalho entre a empresa e algum trabalhador. Assim, não merece prosperar tal alegação. Alegações inoportunas relativas ao salárioeducação e a contribuições a entidades e fundos 23. Há que se afastarem alegações postas como inconstitucionalidade do salárioeducação, inexigibilidade das empresas urbanas da contribuição ao INCRA e inexigibilidade da contribuição ao SEBRAE. 24. Isto porque, estes autos tratam de contribuições previdenciárias previstas na Lei 8.212, de 1991. Simplesmente, aqui, não foram apuradas contribuições destinadas às entidades mencionadas, cujo suporte legal encontrase na legislação que instituiu cada uma delas. Fl. 409DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 10 25. Por isto, a alegação citada neste tópico não é cabível no processo em análise, pois são elas objeto de processo distinto. 26. Dessa forma, por total inoportunidade, deixo de apreciar alegações trazidas pela impugnação acerca dessas contribuições. GILRAT. Exigibilidade 27. Pugna o contribuinte ainda pela inexigibilidade da contribuição para custeio dos benefícios decorrentes do grau de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, por suposta inconstitucionalidade, uma vez que a sua instituição deveria se dar por lei complementar. 28. Dessa feita, observase que tal argumento não merece prosperar, pois, a teor do que dispõe o art. 26A do Decreto 70.235/72, com redação dada pela Lei n.º 11.941/2009, exceto nos casos previstos no § 6º do mesmo dispositivo legal, a seguir transcrito, este órgão julgador, de cunho administrativo, não tem competência legal para apreciar e declarar ilegalidade ou inconstitucionalidade de dispositivo de lei. “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (...) § 6º O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; II – que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do Procurador Geral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.” 29. Segundo o caput do art. 62 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, é vedado aos seus Conselheiros membros, sob fundamento de inconstitucionalidade, afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto. 30. Ademais, a súmula n.º 2 do CARF preceitua o seguinte: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Fl. 410DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 406 11 31. Dessa forma, afastamse o conhecimento das alegações de inconstitucionalidade e de ilegalidade de defesa, pois os dispositivos legais que autorizam o lançamento e a cobrança das contribuições contidas no auto de infração em apreço, todos discriminados nos Fundamentos Legais do Débito, encontramse em plena vigência, não havendo até a presente data manifestação do Supremo Tribunal Federal sobre a inaplicabilidade dos mesmos. 32. Assim, rejeito as alegações do contribuinte de inconstitucionalidade dos atos normativos que embasam o lançamento. DA UTILIZAÇÃO DA TAXA SELIC 33. Por fim, entendo que a utilização da taxa SELIC não é indevida no caso em análise. À época do fato gerador, a utilização da referida taxa era expressamente autorizada pelo art. 34 da Lei 8.212/91. 34. A matéria, inclusive, já foi sumulada por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, verbis: “Súmula CARF Nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” 35. No mesmo sentido, devese ressaltar que a utilização da taxa SELIC no caso em análise não ocorreu por determinação do Banco Central, e sim em face do art. 34 da Lei 8.212/91, vigente à época do lançamento, que encontra respaldo na súmula nº 04 deste Conselho. 36. Além disso, em julgado recente, o STF decidiu pela incidência da taxa SELIC para a atualização de débitos tributários: “1. Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Taxa Selic. Incidência para atualização de débitos tributários. Legitimidade. Inexistência de violação aos princípios da legalidade e da anterioridade. Necessidade de adoção de critério isonômico. No julgamento da ADI 2.214, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 19.4.2002, ao apreciar o tema, esta Corte assentou que a medida traduz rigorosa igualdade de tratamento entre contribuinte e fisco e que não se trata de imposição tributária. 3. ICMS. Inclusão do montante do tributo em sua própria base de cálculo. Constitucionalidade. Precedentes. A base de cálculo do ICMS, definida como o valor da operação da circulação de mercadorias (art. 155, II, da CF/1988, c/c arts. 2º, I, e 8º, I, da LC 87/1996), inclui o próprio montante do ICMS incidente, pois ele faz parte da importância paga pelo comprador e recebida pelo vendedor na operação. A Emenda Constitucional nº 33, de 2001, inseriu a alínea “i” no inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal, para fazer constar que cabe à lei complementar “fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço”. Ora, Fl. 411DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 12 se o texto dispõe que o ICMS deve ser calculado com o montante do imposto inserido em sua própria base de cálculo também na importação de bens, naturalmente a interpretação que há de ser feita é que o imposto já era calculado dessa forma em relação às operações internas. Com a alteração constitucional a Lei Complementar ficou autorizada a dar tratamento isonômico na determinação da base de cálculo entre as operações ou prestações internas com as importações do exterior, de modo que o ICMS será calculado "por dentro" em ambos os casos. 4. Multa moratória. Patamar de 20%. Razoabilidade. Inexistência de efeito confiscatório. Precedentes. A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a multa moratória cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um importe que lhe confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos. O acórdão recorrido encontra amparo na jurisprudência desta Suprema Corte, segundo a qual não é confiscatória a multa moratória no importe de 20% (vinte por cento). 5. Recurso extraordinário a que se nega provimento.” (g.n.) (RE 582.461/SP. Tribunal Pleno. Relator Ministro Gilmar Mendes. DJe 18.08.2011, p. 177) Ausência de caráter confiscatório da multa 37. A alegação de inconstitucionalidade da multa aplicada por ser indevida, abusiva e por vedação de confisco não se sustenta, considerando a existência de norma específica que determina a aplicação da multa em face de infração às regras instituídas pela legislação tributária. DA MULTA APLICADA 38. Neste tópico, pugna o contribuinte pela declaração de ilegalidade da aplicação de multas e juros, por suposta inexistência de infração tributária. Assim diz a recorrente: “Ocorre, porém, que o valor principal não é devido como acima demonstrado, razão pela qual, estas penalidades restam prejudicadas, por serem manifestamente acessórias (...)”. 49. Como visto anteriormente, não merecem prosperar as alegações do contribuinte no sentido da inexistência do débito, posto que constatadas as razões que o fundamentaram. 40. Contudo, sobre a multa aplicada, tornase importante apreciar a matéria, tendo em vista se tratar de questão de ordem pública. 41. Dessa forma, em respeito ao art. 106 do CTN, inciso II, alínea “c”, deve o Fisco perscrutar, na aplicação da multa, a existência de penalidade menos gravosa ao contribuinte. No caso em apreço, esse cotejo deve ser promovido em virtude das alterações trazidas pela Lei nº 11.941/2009 ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991, que instituiu mudanças à penalidade cominada pela conduta da Recorrente à época dos fatos geradores. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 407 13 42. Assim, identificando o Fisco benefício ao contribuinte na penalidade nova, essa deve retroagir em seus efeitos, conforme ocorre com a nova redação dada ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991 que assim dispõe: “Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” 43. E o supracitado art. 61, da Lei nº 9.430/96, por sua vez, assevera que: “Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.” 44. Confrontando a penalidade retratada na redação original do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 com a que ora dispõe o referido dispositivo legal, vêse que a primeira permitia que a multa atingisse o patamar de cem por cento, dado o estágio da cobrança do débito, ao passo que a nova limita a multa a vinte por cento. 45. Sendo assim, diante da inafastável aplicação da alínea “c”, inciso II, art. 106, do CTN, concluise pela possibilidade de aplicação da multa prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/1996, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ao art. 35 da Lei nº 8.212/1991, se for mais benéfica para o contribuinte. CONCLUSÃO 46. Dado o exposto, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, DARLHE PROVIMENTO PARCIAL para aplicar a multa, se mais benéfica, prevista no art. 35 da Lei n.º 8.212/91 combinada com o art. 61, §2º da Lei n.º 9.430/96. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Relator Fl. 413DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 14 Voto Vencedor Conselheiro Mauro José Silva, Redator Designado Apresentamos nossas considerações em sintonia com os aspectos do Acórdão para os quais fomos designados como Redator do voto vencedor. Multas no lançamento de ofício após a edição da MP 449 convertida na Lei 11.941/2009. Enfrentamos a seguir a questão do regime jurídico das multas, ainda que tal questão não tenha sido suscitada no Recurso Voluntário, por entendermos tratarse de questão de ordem pública. Antes da MP 449, se a fiscalização das contribuições previdenciárias constatasse o não pagamento de contribuições, sejam aquelas já declaradas em GFIP, omitidas da GFIP ou mesmo omitidas da escrituração ocorria a aplicação de multa de mora, sendo que esta partia de 12% e poderia chegar a 100%, segundo o inciso II do art. 35 da Lei 8.212/91. Além disso, a fiscalização lançava as multas dos §§4º, 5º e 6º do art. 32 por incorreções ou omissões na GFIP. O §4º tratava da não apresentação da GFIP, o §5º da apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores e o §6º referiase a apresentação do documento com erro de preenchimento nos dados não relacionados aos fatos geradores. Com a edição da referida MP, foi instituído o art. 32A da Lei 8.212/91 que trata da falta de apresentação da GFIP, bem como trata da apresentação com omissões ou incorreções. Porém, foi também previsto, no art. 35A, a aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 para os casos de lançamento de ofício. Interessanos o inciso I do referido dispositivo no qual temos a multa de 75% sobre a totalidade do imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Tais inovações legislativas associadas ao fato de a fiscalização realizar lançamento que abrangem os últimos cinco anos e de existirem lançamentos pendentes de definitividade na esfera administrativa no momento da edição da novel legislação colocamnos diante de duas situações: · Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta; · Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Vamos analisar individualmente cada uma das situações. Fl. 414DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 408 15 Lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta Para os lançamentos realizados após a edição da MP 449 e referentes a fatos geradores posteriores a esta, o procedimento de ofício está previsto no art. 35A da Lei 8.212/91, o que resulta na aplicação do art. 44 da Lei 9.430/96 e na impossibilidade de aplicação da multa de mora prevista no art. 35 da Lei 8.212/91. Assim, se constatar diferença de contribuição, a fiscalização, além do próprio tributo, lançará a multa de ofício que parte de 75% e pode chegar a 225% nas hipóteses de falta de recolhimento, falta de declaração ou declaração inexata. A falta de recolhimento é uma hipótese nova de infração que, portanto, só pode atingir os fatos geradores posteriores a MP 449. Por outro lado, com relação às contribuições previdenciárias, a falta de declaração e a declaração inexata referemse a GFIP e são infrações que já eram punidas antes da MP 449. A falta de GFIP era punida pelo §4º do art. 32 da Lei 8.212/91 e a declaração inexata da GFIP era punida tanto pelo §5º quanto pelo 6º do mesmo artigo, a depender da existência (§5º) ou não (§6º) de fatos geradores da contribuição relacionados com as incorreções ou omissões. É certo que, a princípio, podemos vislumbrar duas normas punitivas para a não apresentação e a apresentação inexata da GFIP relacionada a fatos geradores de contribuições: o art. 32A da Lei 8.212/91 e o inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96. Tendo em conta o princípio geral do Direito Tributário de que a mesma infração não pode ser sancionada com mais de uma penalidade, temos que determinar qual penalidade aplicar. Numa primeira análise, vislumbramos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 seria aplicável para os casos relacionados à existência de diferença de contribuição ao passo que o art. 32A da Lei 8.212/91 seria aplicável aos casos nos quais não houvesse diferença de contribuição. No entanto, tal conclusão não se sustenta se analisarmos mais detidamente o conteúdo do art. 32A da Lei 8.212/91. No inciso II, temos a previsão da multa de “de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, (...)”. Claramente, o dispositivo em destaque estipula a multa aplicável quando houver contribuições apuradas, recolhidas ou não, nos casos nos quais a GFIP não for apresentada ou for apresentada fora de prazo. Logo, podemos concluir que tal inciso aplicase também àquelas situações em que há apuração de diferença de contribuição. Confirmando tal conclusão, temos o inciso II do §3º do mesmo artigo que estipula a multa mínima aplicável nos casos de omissão de declaração com ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária. Portanto, diversamente do que preliminarmente concluímos, tanto o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 quanto o art. 32A da Lei 8.212/91 são aplicáveis aos casos de falta de declaração ou declaração inexata de GFIP quando for apurada diferença de contribuição em procedimento de ofício. Temos, então, configurado um aparente conflito de normas que demanda a aplicação das noções da teoria geral do Direito para sua solução. Três critérios são normalmente levados em conta para a solução de tais antinomias: critério cronológico, critério da especialidade e critério hierárquico. O critério cronológico (norma posterior prevalece sobre norma anterior) não nos ajuda no presente caso, uma vez que a determinação de aplicarmos o art. 44, inciso I da Lei Fl. 415DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 16 9.430/96 e a inclusão do art. 32A da Lei 8.212/91 foram veiculados pela mesma Lei 11.941/2009. O critério hierárquico também não soluciona a antinomia, posto que são normas de igual hierarquia. Restanos o critério da especialidade. Observamos que o art. 44, inciso I da Lei 9.430/86 referese, de maneira genérica, a uma falta de declaração ou declaração inexata, sem especificar qual seria a declaração. Diversamente, o art. 32A faz menção específica em seu caput à GFIP no trecho em que diz “o contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei(...)”. Logo, consideramos que no conflito entre o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 e o art. 32A da Lei 8.212/91, este último é norma específica no tocante à GFIP e, seguindo o critério da especialidade, deve ter reconhecida a prevalência de sua força vinculante. Em adição, a aplicação do art. 32A da Lei 8.212/91 pode ser justificada pelo nítido caráter indutor que a penalidade do art. 32A assume, facilitando , no futuro, o cálculo do benefício previdenciário. Pretende a norma do art. 32A estimular a apresentação da GFIP na medida em que a penalidade é reduzida à metade se a declaração for apresentada antes de qualquer procedimento de ofício (§2º, inciso I); ou reduzida a 75% se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação(§2º, inciso II). Esse estímulo pode ser compreendido em benefício do trabalhador na medida em que as informações da GFIP servirão como prova a favor deste no cálculo da benefício previdenciário, tendo em conta que, segundo o §3º do art. 29 da Lei 8.213/91, “serão considerados para cálculo do saláriodebenefício os ganhos habituais do segurado empregado, a qualquer título, sob forma de moeda corrente ou de utilidades, sobre os quais tenha incidido contribuições previdenciárias, exceto o décimo terceiro salário (gratificação natalina).” Se o cálculo do saláriodebenefício considerará a base de cálculo das contribuições, certamente a GFIP é um importante meio de prova dos valores sobre os quais incidiram as contribuições. Se aplicássemos o art. 44, inciso I da Lei 9.430/96, não haveria qualquer mecanismo de estímulo ao empregador para apresentar a GFIP. Iniciado o procedimento de ofício, seria aplicada, no mínimo, a multa de 75% sobre a diferença das contribuições sem que a apresentação da GFIP pudesse alterar tal valor. O empregador poderia simplesmente pagar a multa e continuar omisso em relação à GFIP, deixando o empregado sem este importante meio de prova para o cálculo do benefício de aposentadoria. Assim, a hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário reforça a necessidade de prevalência do art. 32A. Portanto, seja pela aplicação do critério da especialidade ou pela hermenêutica sistemática considerando o regime jurídico previdenciário, temos justificada a aplicação do art. 32A no caso de omissão na apresentação da GFIP ou apresentação desta com informações inexatas. Acrescentamos que não há no regime jurídico do procedimento de ofício previsto na MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, a previsão para multa de mora pelo fato de ter ocorrido atraso no recolhimento. Tratase de infração – o atraso no recolhimento que deixou de ser punida por meio de procedimento de ofício. Outra infração similar, mas não idêntica, foi eleita pela lei: a falta de recolhimento. Apesar de mantermos nossa posição a respeito da inexistência de multa de mora no novo regime do procedimento de ofício, deixamos de apresentar tal voto em homenagem ao princípio da eficiência devido às reiteradas decisões do Colegiado no sentido de manter a multa de mora que registraram nossa posição isolada. Assim, nosso voto é no sentido de, acompanhando os demais membros do Colegiado, manter a Fl. 416DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 409 17 aplicação da multa de mora. No entanto, mantida a multa de mora, esta deve ser limitada a 20% com a retroatividade benéfica do art. 61 da Lei 9.430/96. Podemos assim resumir o regime jurídico das multas a partir de 12/2008: · A multa de mora, se aplicada, deve ser mantida e limitada a 20%; · A multa de ofício de 75% é aplicada pela falta de recolhimento da contribuição, podendo ser majorada para 150% em conformidade com o §1º do art. 44 das Lei 9.430/96, ou seja, nos casos em que existam provas de atuação dolosa de sonegação, fraude ou conluio. A majoração poderá atingir 225% no caso de não atendimento de intimação no prazo marcado, conforme §2º do art. 44 da Lei 9.430/96; · A multa pela falta de apresentação da GFIP ou apresentação deficiente desta é aquela prevista no art. 32A da Lei 8.212/91. Nesses termos, temos como delineado o novo regime jurídico das multas em lançamento de ofício das contribuições previdenciárias previsto pela MP 449, convertida na Lei 11.941/2009, aplicável aos fatos geradores ocorridos após a edição da referida MP. Lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Com base nesse novo regime jurídico vamos determinar a penalidade aplicável à outra situação, ou seja, para os casos de lançamento relacionado aos fatos geradores anteriores à edição da MP porém ainda não definitivamente julgados na esfera administrativa. Para tanto, devemos tomar o conteúdo do art. 144 do CTN em conjunto com o art. : Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplicase ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: Fl. 417DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 18 I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A interpretação conjunta desses dois dispositivos resulta na conclusão de que devemos aplicar o regime jurídico das penalidades conforme a lei vigente na data da ocorrência dos fatos geradores, salvo se lei posterior houver instituído penalidade menos severa ou houver deixado de definir um fato como infração. O que devemos ressaltar é que o art. 106 do CTN determina a comparação da penalidade mais benéfica por infração e não em um conjunto. Assim, cada infração e sua respectiva penalidade deve ser analisada. Para os lançamentos referentes a fatos geradores anteriores a MP 449, de plano devemos afastar a incidência da multa de mora, pois a novo regime jurídico do lançamento de ofício deixou de punir a infração por atraso no recolhimento. O novo regime pune a falta de recolhimento que, apesar de similar, não pode ser tomada como idêntica ao atraso. O atraso é graduado no tempo, ao passo que a falta de recolhimento é infração instantânea e de penalidade fixa. No regime antigo, o atraso era punido com multa de mora de 12% a 100%, ao passo que no regime atual o atraso não é punível em procedimento de ofício e pode atingir até 20% nos casos em que não há lançamento de ofício. Nossa conclusão de afastar a multa de mora pode também ser amparada no princípio da isonomia. Vejamos um exemplo. Duas empresas, A e B, atuam no mesmo ramo, tem a mesma estrutura de pessoal e de remuneração, bem como utilizam o mesmo escritório contábil para tratar de sua vida fiscal. A empresa A foi fiscalizada em 2007 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, a multa de mora e a multa por incorreções na GFIP prevista no art. 32, §5º da Lei 8.212/91. Quando do julgamento de seu processo, considerando o novo regime de multas segundo nossa interpretação, o órgão julgador manteve o lançamento, mas determinou que a multa relacionada à GFIP fosse comparada com a multa do 32A da Lei 8.212/91. A empresa B foi fiscalizada em 2009 com relação aos fatos geradores de 2006 e teve contra si lançada a contribuição, sem aplicação de multa de mora, e a multa pela declaração inexata da GFIP com base no art. 32A da Lei 8.212/91 ou com base no art. 32, §5º da Lei 8.212/91, o que lhe for mais favorável. Facilmente pode ser notado que a empresa B responde por crédito tributário menor que a empresa A, pois não foi aplicada a multa de mora. Somente com a aplicação do art. 106, inciso II, alínea “a” do CTN para afastar a multa de mora Fl. 418DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10950.006527/201042 Acórdão n.º 2301002.901 S2C3T1 Fl. 410 19 no caso da empresa A é que teremos restaurada a situação de igualdade entre as empresas A e B. Conforme já assinalamos, apesar de mantermos nossa posição a respeito da inexistência de multa de mora no novo regime do procedimento de ofício, deixamos de apresentar tal voto em homenagem ao princípio da eficiência devido às reiteradas decisões do Colegiado no sentido de manter a multa de mora que registraram nossa posição isolada. Assim, nosso voto é no sentido de, acompanhando os demais membros do Colegiado, manter a aplicação da multa de mora. No entanto, mantida a multa de mora, esta deve ser limitada a 20% com a retroatividade benéfica do art. 61 da Lei 9.430/96. No tocante às penalidades relacionadas com a GFIP, deve ser feito o cotejamento entre o novo regime – aplicação do art. 32A para as infrações relacionadas com a GFIP – e o regime vigente à data do fato gerador – aplicação dos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, prevalecendo a penalidade mais benéfica ao contribuinte em atendimento ao art. 106, inciso II, alínea “c”. Tal procedimento aplicase, inclusive, para a multa de ofício aplicada com fundamento no art. 44, inciso I da Lei 9.430/96 motivada por falta de declaração ou declaração inexata. Passamos a resumir nossa posição sobre o regime jurídico de aplicação das multas para fatos geradores até 11/2008. A aplicação do art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN deve ser feita ato ou fato pretérito considerado como infração no lançamento de modo que até 11/2008: · As multas por infrações relacionadas a GFIP (falta de apresentação ou apresentação deficiente), previstas nos parágrafos do art. 32 da Lei 8.212/91, devem ser comparadas com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91, devendo prevalecer aquela que for mais benéfica ao contribuinte; · Nas competências nas quais a fiscalização aplicou somente a penalidade relativa ao atraso no pagamento, a multa de mora, esta deve ser mantida, mas limitada a 20%; · Nas competências nas quais a fiscalização aplicou a penalidade de 75% prevista no art. 44 da Lei 9.430/96 por concluir se tratar da multa mais benéfica quando comparada aplicação conjunta da multa de mora e da multa por infrações relacionadas a GFIP, deve ser mantida a penalidade equivalente à soma de: multa de mora limitada a 20% e multa mais benéfica quando comparada a multa do art. 32 com a multa do art. 32A da Lei 8.212/91. (assinado digitalmente) Mauro José Silva – Redator Designado Fl. 419DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA 20 Fl. 420DF CARF MF Impresso em 21/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/01/2013 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digit almente em 03/12/2012 por MAURO JOSE SILVA
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Numero do processo: 15889.000008/2011-66
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
MULTA DE MORA. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO.
Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Numero da decisão: 2403-001.601
Decisão: Recurso Voluntário Provido em Parte
Crédito tributário Mantido em Parte
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 3ª turma ordinária do segunda seção de julgamento, Por maioria de voto, dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Leôncio Nobre de Medeiros na questão da multa de mora.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Leoncio Nobre de Medeiros e Marcelo Magalhaes Peixoto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN) a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 3ª turma ordinária do segunda SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, Por maioria de voto, dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Leôncio Nobre de Medeiros na questão da multa de mora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 88 9. 00 00 08 /2 01 1- 66 Fl. 202DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2012 por CLAUDIA DOLORES ROSA, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Leoncio Nobre de Medeiros e Marcelo Magalhaes Peixoto. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2012 por CLAUDIA DOLORES ROSA, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15889.000008/201166 Acórdão n.º 2403001.601 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto, Acórdão 1435.354 da 9ª Turma, que julgou improcedente a impugnação. A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido: Tratase de crédito lançado pela fiscalização, em relação ao contribuinte acima identificado, incluindo os seguintes debcads: 1. Debcad nº 37.313.1348 – incluindo a contribuição devida pela empresa à Previdência Social, inclusive aquela destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa, decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT), no montante de R$ 88.177,02, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados e contribuintes individuais, constantes nas folhas de pagamento da empresa. 2. Debcad nº 37.313.1364 – incluindo a contribuição destinada aos terceiros (FNDE, INCRA, SEBRAE, SESI e SENAI), no montante de R$39.485,31, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados empregados constantes nas folhas de pagamento da empresa. De acordo com as informações constantes no relatório fiscal, a empresa declarou em GFIP, para o período de 01 a 12/2008, ser optante pelo Simples Nacional, não obstante ter sido excluída de ofício do referido regime pelo município de São Paulo a partir de 01/01/2008. Deixou, portanto, de informar e recolher a contribuição patronal devida, sendo a mesma objeto de lançamento de ofício no presente auto de infração. Apresenta o Relatório Fiscal que se efetuou comparativo entre as penalidades previstas à época dos fatos geradores e as previstas a partir da Lei 11.941 e prevaleceu a mais benéfica à recorrente. 9.5 Assim, em respeito ao artigo 106, inciso II, alínea "c" do CTN, a fim de incidência da penalidade mais benéfica ao contribuinte, elaboramos os demonstrativos anexos, a fim de se estabelecer o confronto de valores, sendo certo que se aplica aos fatos geradores representados pelos seguintes levantamentos: Fl. 204DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2012 por CLAUDIA DOLORES ROSA, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 FP (folha de pagamento dos segurados empregados) e Cl (contribuintes individuais). a) Demonstrativo I Cálculo da Multa por Omissão de Fatos Geradores art. 32, inc. IV, § 5o , da Lei 8.212/91 que trata da limitação de valores (limite máximo).. A multa corresponde a cem por cento (100%) do valor devido, relativo à contribuição não declarada (exceto as contribuições destinadas a terceiros), limitada aos valores previstos no inciso IV, § 4°, do mesmo diploma legal. Informase que para o calculo, a multa variável equivale a um multiplicador sobre o valor mínimo em função do número de segurados, conforme tabela de números de segurados, no caso, corresponderá toda competência a 2 vezes o valor mínimo, já que o número de segurados mensais é sempre inferior a 50 (2 x 1.523,57 = R$ 3.047,14). Destaquese que o valor mínimo de R$ 1.523,57 (um mil quinhentos e vinte e três reais e cinqüenta e sete centavos)), foi estabelecido na Portaria Interministerial MPS/MF n° 568, de 31 de dezembro de 2010, art. 8 o inciso V e publicado no DOU de 03/01/2011. b) DEMONSTRATIVO II QUADRO COMPARATIVO PARA APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE Como se vê, para aplicação da multa, houve comparação entre a multa prevista na Lei 8.212/91 e Lei 11.941, sendo certo que resulta multa mensal mais benéfica em todas as competências (01/08 a 11/08) a prevista na Lei 11.941. 9.6 Assim e considerando que a multa aplicada e mais benéfica ao contribuinte foi a da Lei 11.941, informase que não houve lavratura de Al por descumprimento de obrigação acessória. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese, que: · A base de cálculo incluiu verbas indenizatórias, merecendo ser revista. · Requer perícia para excluir das bases de cálculo as verbas indenizatórias. · Questiona a multa aplicada, alegando que a multa de mora deveria ser rebaixada para 20% (multa de mora) e o caráter confiscatório da multa de ofício (75%). É o relatório. Fl. 205DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2012 por CLAUDIA DOLORES ROSA, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 15889.000008/201166 Acórdão n.º 2403001.601 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator VERBAS INDENIZATÓRIAS As bases de cálculo foram extraídas das folhas de pagamento e incluem verbas como férias, 1/3 de férias e 13º salário, tudo conforme previsão legal. Não está demonstrada a incidência sobre verbas indenizatórias excluídas da base de cálculo pelo parágrafo 9º do artigo 28 da Lei 8.212/91, como férias indenizadas, aviso prévio indenizado e indenizações rescisórias. Entendo portanto, corretas as bases de cálculo e desnecessária a perícia.. MULTAS Recorrente questiona a multa de mora e apresenta a tese do caráter confiscatório da multa de ofício. Observase no processo que a multa de ofício foi aplicada conforme a legislação. Quanto à multa de mora, esta teve por base o artigo 35 da Lei 8.212/91, que determinava aplicação de multa que progredia conforme a fase e o decorrer do tempo e que poderia atingir 50% na fase administrativa e 100% na fase de execução fiscal. Ocorre que esse artigo foi alterado pela Lei 11.941/2009, que estabeleceu que os débitos referentes a contribuições não pagas nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora nos termos do art. 61 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 61 da Lei 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%. Visto que o artigo 106 do CTN determina a aplicação retroativa da lei quando, tratandose de ato não definitivamente julgado, lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática, princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei 9.430/96 para comparála com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91 (presente no crédito lançado neste processo) para determinação e prevalência da multa mais benéfica. Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: Fl. 206DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2012 por CLAUDIA DOLORES ROSA, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. CONCLUSÃO À vista do exposto, voto pelo provimento parcial do recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela lei 11.941/2009 ao artigo 35 da Lei 8.212/91 e prevalência da mais benéfica ao contribuinte. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 207DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2012 por CLAUDIA DOLORES ROSA, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10909.005393/2008-33
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
IRRF. COMPENSAÇÃO.
Comprovada a retenção do imposto pela informação da fonte pagadora, deve ser reconhecido o direito à compensação do valor correspondente com o imposto devido, apurado quando do ajuste anual.é a fonte pagadora a responsável, enquadrando-se no crime de apropriação indébita e caracterizando-se como depositária infiel de valor pertencente à Fazenda Pública. Pode o beneficiário, neste caso, compensar o imposto retido.Recurso Provido.
Numero da decisão: 2802-001.535
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado: por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente
(assinado digitalmente)
Dayse Fernandes Leite Relatora
EDITADO EM:22/11/2012
Participaram, do Presente Julgamento os Conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Carlos Andre Ribas De Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano
Nome do relator: DAYSE FERNANDES LEITE
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COMPENSAÇÃO. Comprovada a retenção do imposto pela informação da fonte pagadora, deve ser reconhecido o direito à compensação do valor correspondente com o imposto devido, apurado quando do ajuste anual.é a fonte pagadora a responsável, enquadrandose no crime de apropriação indébita e caracterizandose como depositária infiel de valor pertencente à Fazenda Pública. Pode o beneficiário, neste caso, compensar o imposto retido.Recurso Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado: por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso –Presidente (assinado digitalmente) Dayse Fernandes Leite – Relatora EDITADO EM:22/11/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 53 93 /2 00 8- 33 Fl. 128DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 22/11/201 2 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Participaram, do Presente Julgamento os Conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), German Alejandro San Martin Fernandez, Lucia Reiko Sakae, Carlos Andre Ribas De Mello, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls.117 a 124) interposto contra acórdão proferido na Primeira instância administrativa, pela De1egacia da Receita Federal de Julgamento em Julgamento em Florianópolis (SC), que considerou improcedente, a impugnação apresentada, contra o lançamento de offício nos termos do Decreto 3.000/99 Regulamento do Imposto de Renda — RIR/99, tendo em vista a glosa do valor declarado a título de imposto de renda retido na fonte pela JCJ Têxtil Indústria e Comércio Ltda R$ 5.397,02 A 5º Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento Florianópolis (SC), ao examinar o pleito, proferiu o acórdão n° 0724.349, de 06 de maio de 2011, que se encontra às fls. 53/57, considerando procedente o lançamento, sob o fundamento de que deve ser mantida a glosa do valor declarado a título de imposto de renda retido na fonte pela JCJ Têxtil Indústria e Comércio Ltda (R$ 5.397,02), visto que o interessado não comprovou seu efetivo recolhimento. A ciência de tal julgado se deu por via postal em 03/06/2011, consoante o AR – Aviso de Recebimento –. (fls. 126). À vista da decisão, foi protocolizado, em 04/07/2011, recurso voluntário dirigido a este colegiado, fls. (fls. 117 a 124), no qual o pólo passivo, com vistas a obter a reforma do julgado, reitera, os argumentos apresentados em primeira instância e ainda: · que a notificação de lançamento deve ter sua nulidade reconhecida; · apesar de ter feito prova inconteste de que era apenas um mero funcionário da empresa JCJ Têxtil Ind. e Com. Ltda, a sua impugnação foi julgada improcedente, sendo mantido o crédito tributário exigido; · conforme se comprova através de cópia autenticada de seu contrato de trabalho a título de experiência, foi admitido para laborar na empresa JCJ TÊXTIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA, no dia 06/06/05, na função de gerente industrial tendo sido demitido sem justa causa em 11.09.2006, consoante se extrai da cópia do aviso prévio ". · o comprovante de rendimentos pagos e de retenção de imposto de renda na fonte de fl. 22 comprova que os valores descontados do seu salário pela JCJ Têxtil Indústria e Comércio Ltda, no ano de 2006, a título de imposto de renda retido na fonte, totalizaram o montante de R$ 5.397,02. · não pode ser prejudicado caso seja constatado que a fonte pagadora não repassou à União as quantias retidas de seu salário a título de IRRF. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 22/11/201 2 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10909.005393/200833 Acórdão n.º 2802001.535 S2TE02 Fl. 597 3 · Por fim, solicita o cancelamento da presente notificação de lançamento e o pagamento do imposto a restituir no valor de R$ 1.432,42 (num mil, quatrocentos e trinta e dois reais e quarenta e dois centavos), acrescido de juros de mora e correção monetária Apresenta os seguintes documentos:a) cópia da identidade e CPF do Recorrente;cópia da carteira de trabalho comprovando o vínculo empregatício junto à empresa JCJ TÊXTIL IND E COM LTDA; b)cópia contrato de trabalho e contrato trabalho a título de experiência; c) aviso prévio; d) folhas de pagamentos do ano de 2006, da empregadora do Recorrente, JCJ TÊXTIL IND E COM LTDA; e) comprovantes de rendimentos pagos e de retenção de imposto de renda na fonte pagadora das empregadoras do Recorrente, ano calendário2006; f) termo de rescisão contrato trabalho empresa JCJ Têxtil Ind e Com Ltda; g)cópia termo de audiência ação trabalhista 01455/2006; h) cópia contrato social da empresa JCJ Têxtil Ind e Com Ltda; i) cópia da declaração de ajuste fiscal relativa ao exercício 2007, ano calendário 2006; j) cópia da notificação de lançamento 2007/609450133214036; k)cópia da impugnação levada a efeito; l) cópia da decisão de primeiro grau; m)cópia da ação judicial interposta É o relatório. Voto Conselheira Dayse Fernandes Leite Relatora Tempestivo e interposto por parte legítima, é de se conhecer o presente recurso. O dissídio que chega a este Colegiado trata de lançamento, relativo ao imposto sobre a renda de pessoa física (IRPF), referente ao anocalendário 2006, exercício 2007 no montante de R$ 5.339,91, em face de haver sido constatada a dedução indevida de imposto sobre a renda retido na fonte (IRF). Em sede de Recurso Voluntário, o recorrente reafirma que apesar da função de gerente industrial na , empresa JCJ TÊXTIL IND E COM LTDA, na verdade era um mero empregado, sem poder algum de gestão na administração, recebeu somente valores líquidos dos seus salários e não brutos, portanto não tem como ser responsabilizado por pagamento algum, decorrente do não recolhimento do imposto de renda descontado na fonte, cabendo esta responsabilidade única e exclusivamente à sua empregadora JCJ TÊXTIL IND E COM. LTDA, pois foi esta a fonte que reteve os valores; Faz prova do alegado por meio de : a) cópia da carteira de trabalho comprovando o vínculo empregatício junto à empresa JCJ TÊXTIL IND E COM LTDA; b)cópia contrato de trabalho e contrato trabalho a título de experiência; c) aviso prévio; d) folhas de pagamentos do ano de 2006, da empregadora do Recorrente, JCJ TÊXTIL IND E COM LTDA; e) comprovantes de rendimentos pagos e de retenção de imposto de renda na fonte pagadora das empregadoras do Recorrente, ano calendário 2006; f) termo de rescisão contrato trabalho empresa JCJ Têxtil Ind e Com Ltda; g)cópia termo de audiência ação Fl. 130DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 22/11/201 2 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 trabalhista 01455/2006 O Regulamento do Imposto sobre a Renda (Decreto n.º 3.000, de 1999), em seu artigo 624, prevê estarem sujeitos à incidência do imposto na fonte, calculado na forma do art. 620 do mesmo diploma, os rendimentos do trabalho assalariado pagos por pessoas físicas ou jurídicas (Lei nº 7.713, de 1988, art. 7º, inciso I).). Em seu artigo 717, o mesmo ato regulamentar, fundamentado nos artigos 99 e 100 do DecretoLei n.º 5.844, de 1943 e no artigo 7.º, § 1.º, da Lei n.º 7.713, de 1988, determina que compete è fonte pagadora reter o imposto na fonte, salvo disposição em contrário. A fonte pagadora fica ainda obrigada ao recolhimento do imposto, mesmo que não o tenha retido (Decreto n.º 3.000, de 1999, artigo 722, caput, cuja matriz legal é o artigo 103 do DecretoLei n.º5.844, de 1943). Isto significa afirmar que a fonte pagadora tem o dever de descontar o imposto de renda quando paga a renda ou provento. Por outro lado, o contribuinte tem o direito de receber da fonte o informe de rendimento e retenção, para que possa exercer os efeitos de direito daí derivados, no caso, o de compensar o imposto retido na fonte com o imposto que tiver que pagar na declaração de ajuste anual. No recurso o Contribuinte reafirma que o valor foi retido e que não pode ser responsabilizada por uma obrigação que é da fonte pagadora. Pois bem, às fls. 22 dos autos o Contribuinte apresenta Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, demonstrando que foi retido da recorrente, durante o ano calendário de 2006, o valor de R$ 5.339,91. A DRJ em FlorianópolisSC, entendeu que o contribuinte era gerente da fonte pagadora e. assim sendo, somente seria cabível a compensação do Imposto de Renda Retido na Fonte com o devido na Declaração de Ajuste Anual se houvesse a efetiva comprovação do recolhimento do valor retido, já que, por força do disposto no artigo 8o do Decretolei n° 1.736. de 20 de dezembro de 1979. e no artigo 723 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto n° 3.000/99), são solidariamente responsáveis pelos débitos decorrentes do não recolhimento do imposto de renda descontado na fonte os acionistas controladores, os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. No presente caso, em que os valores de imposto de renda na fonte foram retidos do beneficiário do rendimento, mas não foram recolhidos aos cofres públicos, aplicase o Parecer Normativo COSIT n.º 1, de 24 de setembro de 2002, que assim determina: Imposto retido e não recolhido 17. Ocorrendo a retenção do imposto sem o recolhimento aos cofres públicos, a fonte pagadora, responsável pelo imposto, enquadrase no crime de apropriação indébita previsto no art. 11 da Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964, e caracterizase como depositária infiel de valor pertencente à Fazenda Pública, conforme a Lei nº 8.866, de 11 de abril de 1994. Ressaltese que a obrigação do contribuinte de oferecer o rendimento à tributação permanece, podendo, nesse caso, compensar o imposto retido. Concluise, da compreensão do texto acima transcrito, que, tendo a pessoa jurídica denominada JCJ TÊXTIL IND E COM LTDA, retido o imposto de renda, é ela a responsável por seu recolhimento, podendo o Recorrente, na qualidade de beneficiário do pagamento, compensar o imposto retido, mesmo que não recolhido. Conclusão Fl. 131DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 22/11/201 2 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10909.005393/200833 Acórdão n.º 2802001.535 S2TE02 Fl. 598 5 Diante do exposto, voto por dar provimento ao Recurso (assinado digitalmente) Dayse Fernandes LeiteRelatora Fl. 132DF CARF MF Impresso em 28/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/11/2012 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 22/11/201 2 por DAYSE FERNANDES LEITE, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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Numero do processo: 19311.000138/2010-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
RECURSO VOLUNTÁRIO. CONHECIMENTO
Não se conhece de matéria veiculada em recurso voluntário que não foi objeto de lançamento e, portanto, de litígio processual.
AUSÊNCIA DE RETENÇÃO. SEGURADOS EMPREGADOS.
Constitui infração à legislação previdenciária a empresa deixar de reter a contribuição previdenciária dos segurados empregados a seu serviço.
...........................................................................
Numero da decisão: 2301-003.000
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em conhecer parcialmente do recurso, nos termos do voto do Relator; b) na parte conhecida, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator
Marcelo Oliveira - Presidente.
Adriano Gonzales Silvério - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
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Segurados empregados Recorrente CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL PARA CONSERVAÇÃO E MANUTENÇÃO DAS VIAS PÚBLICAS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 RECURSO VOLUNTÁRIO. CONHECIMENTO Não se conhece de matéria veiculada em recurso voluntário que não foi objeto de lançamento e, portanto, de litígio processual. AUSÊNCIA DE RETENÇÃO. SEGURADOS EMPREGADOS. Constitui infração à legislação previdenciária a empresa deixar de reter a contribuição previdenciária dos segurados empregados a seu serviço. ........................................................................... Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em conhecer parcialmente do recurso, nos termos do voto do Relator; b) na parte conhecida, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator Marcelo Oliveira Presidente. Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 31 1. 00 01 38 /2 01 0- 11 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 05/12 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Relatório Tratase de Auto de Infração nº 37.170.4332, o qual exige multa do sujeito passivo por ter deixado de arrecadar, nos termos do artigo 30, inciso I, alínea “a”, da Lei nº 8.212/91, as contribuições previdenciárias a cargo dos segurados empregados, relativo ao período 01/03/2007. Nesse sentido, descreve o Relatório Fiscal (fls. 61 a 63) que: “3 Analisando a documentação apresentada as Folhas de Pagamento as GFIPGuias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, ficou constatado que o Consórcio “pro Estrada” deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições a cargo dos segurados empregados, eventos constatados nas Folhas de Pagamento de março de 2007 e ocorreram nas remunerações dos seguintes segurados empregados: Adevano Ermeto de Sousa, PIS nº 12818917265, Anderson Martins dos Santos, PIS nº 1291962260, Cosme Rodrigues de Freitas, PIS nº 20418883135, Ivani Aparecida Machado, PIS nº 12861800242, José Milton Batista de Moura, PIS nº 12100986246, José Soares da Silva, PIS nº 12758953236, Maria Lopes de Souza, PIS nº 1247214860 9, Marcos Roberto de Souza, PIS nº 12552517910, Maurílio Antônio da Costa, PIS nº 12038463915 e Wellington Robson Honorato, PIS nº 20141055671. Para maior clareza nomes, identificação dos segurados, saláriosdecontribuição, valores não arrecadados ou diferenças não arrecadadas estão discriminados no anexo deste relatório.” Diante dessa autuação, o sujeito passivo, regularmente intimado, apresentou impugnação alegando, em síntese: i) a ilegitimidade para ocupar o polo passivo da cobrança do tributo previdenciário objeto da autuação ora impugnada e ii) a ausência de dolo na falta da declaração do fato gerador da contribuição em comento, por se tratar de simples erro, não passível de multa. A 8ª Turma de Julgamento da DRJ em Campinas julgou a impugnação improcedente, mantendo, assim, o crédito tributário. Inconformado com a decisão, o Recorrente apresentou recurso voluntário, reiterando basicamente os mesmos argumentos expedidos na impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério O recurso há de ser conhecido em parte. Explico. Da análise do Auto de Infração nº 37.170.4332 (fls. 63), constatase claramente que a sua lavratura se deu em razão do sujeito passivo ter deixado de realizar a arrecadação das contribuições previdenciárias dos segurados a seu serviço, não efetuando o desconto sobre a remuneração paga a eles pela prestação de serviços laborativo, configurando, dessa forma, infração à regra prevista no inciso I, do artigo 30, da Lei nº 8.212/91, passível de multa nos termos do dispositivo 92 e 102 da Lei 8.212/91 e dos artigos 373 e 283, inciso I, alínea “g”, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99 e atualizada pela Portaria MP/MF nº 350, de 30/12/2009. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 05/12 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 19311.000138/201011 Acórdão n.º 2301003.000 S2C3T1 Fl. 3 3 Insurgindose contra a lavratura do referido auto de infração, o Recorrente interpôs recurso alegando que, por ser tomadora de serviços da prestadora de serviços COOPERCILL COOPERATIVA DE TRABALHADOR EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, não poderia configurar no polo passivo da relação jurídica tributária, uma vez que os trabalhadores são empregados da cooperativa, motivo pela qual deveria ser reformada a r. decisão a quo para cancelar a autuação. Todavia, não é o que demonstra autuação. De acordo com o relatório fiscal, a multa ora questionada tem por origem a constatação de que o sujeito passivo deixou de efetuar o desconto da contribuição previdenciária dos seus empregados relacionados na sua folha de pagamento, conforme se depreende do trecho abaixo extraído do relatório fiscal: “3 Analisando a documentação apresentada as Folhas de Pagamento as GFIP Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, ficou constatado que o Consórcio “pro Estrada” deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições a cargo dos segurados empregados, eventos constatados nas Folhas de Pagamento de março de 2007 e ocorreram nas remunerações dos seguintes segurados empregados: Adevano Ermeto de Sousa, PIS nº 12818917265, Anderson Martins dos Santos, PIS nº 1291962260, Cosme Rodrigues de Freitas, PIS nº 20418883135, Ivani Aparecida Machado, PIS nº 12861800242, José Milton Batista de Moura, PIS nº 1210098624 6, José Soares da Silva, PIS nº 12758953236, Maria Lopes de Souza, PIS nº 12472148609, Marcos Roberto de Souza, PIS nº 12552517910, Maurílio Antônio da Costa, PIS nº 12038463915 e Wellington Robson Honorato, PIS nº 2014105567 1. Para maior clareza nomes, identificação dos segurados, saláriosde contribuição, valores não arrecadados ou diferenças não arrecadadas estão discriminados no anexo deste relatório.” Assim, considerando que se trata de multa aplicada por conta da falta de retenção dos valores relacionados a contribuições previdenciárias a cargo dos segurados empregados, consoante apurada e comprado pela D. Fiscalização, não há que se falar, in casu, na hipótese de prestação de serviços terceirizado, como defende a Recorrente. Dolo Sustenta a recorrente que não teria agido com dolo em razão da ausência de declaração. Ocorre que a infração tributária ocorre independentemente da culpabilidade do agente, isto é, basta a ação ou omissão vedada pela norma para que seja aplicada a penalidade prevista. Logo, não merece prosperar esse argumento. Pelo exposto, voto no sentido de CONHECER O RECURSO EM PARTE, e , na parte conhecida, NEGARLHE PROVIMENTO. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 136DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 05/12 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 4 Fl. 137DF CARF MF Impresso em 11/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 05/12 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 02/10/2012 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0
Numero do processo: 10830.006125/2003-85
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Sep 06 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 1998
AUDITORIA DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM DCTF. EXIGÊNCIA DE DÉBITOS CUJA SITUAÇÃO DE EXIGIBILIDADE SUSPENSA NÃO FOI CONFIRMADA. LEGITIMIDADE. Legítima a lavratura de auto de infração para exigência dos débitos declarados em DCTF na condição de exigibilidade suspensa, situação, todavia, não confirmada nos autos. Recurso a que se nega provimento.
Numero da decisão: 3802-001.202
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda - Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios - Relator. EDITADO EM: 29/08/2012 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, José Fernandes do Nascimento e Solon Sehn.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 1998 AUDITORIA DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM DCTF. EXIGÊNCIA DE DÉBITOS CUJA SITUAÇÃO DE EXIGIBILIDADE SUSPENSA NÃO FOI CONFIRMADA. LEGITIMIDADE. Legítima a lavratura de auto de infração para exigência dos débitos declarados em DCTF na condição de exigibilidade suspensa, situação, todavia, não confirmada nos autos. Recurso a que se nega provimento.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 1998 AUDITORIA DAS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM DCTF. EXIGÊNCIA DE DÉBITOS CUJA SITUAÇÃO DE EXIGIBILIDADE SUSPENSA NÃO FOI CONFIRMADA. LEGITIMIDADE. Legítima a lavratura de auto de infração para exigência dos débitos declarados em DCTF na condição de exigibilidade suspensa, situação, todavia, não confirmada nos autos. Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator. EDITADO EM: 29/08/2012 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, José Fernandes do Nascimento e Solon Sehn. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 61 25 /2 00 3- 85 Fl. 231DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/09/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 4a Turma da DRJ Campinas (fls. 143/158), a qual, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento formalizado contra a recorrente, cancelando a multa de ofício, mas mantendo o tributo de que trata o auto de infração (COFINS), nos termos do Acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 1998 DCTF. REVISÃO INTERNA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE NÃO CONFIRMADA. ALEGAÇÃO DE INCLUSÃO EM PARCELAMENTO. Não confirmada a alegação de parcelamento dos débitos no âmbito do REFIS, mantémse a exigência. MULTA DE OFÍCIO. DÉBITOS DECLARADOS. Em face do princípio da retroatividade benigna, exonerase a multa de ofício no lançamento decorrente de suspensão da exigibilidade não comprovada, apurada em declaração prestada pelo sujeito passivo, por se configurar hipótese diversa daquelas versadas no art. 18 da Medida Provisória nº 135/2003, convertida na Lei nº 10.833/2003, com a nova redação dada pelas Leis nº 11.051/2004 e nº 11.196/2005. Impugnação procedente em parte Crédito tributário mantido em parte O processo decorre de lançamento para exigência da COFINS de competência do período de fevereiro a setembro de 1998, declarados em DCTF, mas cuja quitação não restou confirmada por falta de comprovação do processo judicial indicado para fins de suspensão da exigibilidade dos débitos declarados. O valor total lançado, aí incluída a multa de ofício já exonerada na primeira instância, foi de R$ 511.620,52, dos quais R$ 188.647,00 correspondem ao valor principal da contribuição exigida. Inconformada, a autuada defendeu ser equivocada a autuação (o que fez com fundamento no artigo 10 do Decreto no 70.235/72), tendo alegado ainda que teria aderido ao Programa de Recuperação Fiscal – REFIS, cujos pagamentos estariam sendo honrados. Ressalta haver requerido a retificação das DCTF “para que ficasse consignado que os débitos nelas apontados referiamse a valores a pagar, os quais posteriormente foram incluídos no Programa de Recuperação Fiscal – REFIS”. Instrui a impugnação com a seguinte documentação: a) Confirmação do Recebimento do Termo de Opção pelo REFIS, datado de 29/03/2000 (doc 04, fls.30); b) Relação intitulada “Débitos para o REFIS”, entre os quais se incluem os débitos constantes do presente lançamento (doc.05, fls.32); c) Consulta situação da conta Refis, indicando condição de Ativa (doc.06, fls.33); d) Extrato da conta REFIS do CNPJ 00.959.857/000133, de 16/07/2003 (fls.34); Fl. 232DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/09/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 10830.006125/200385 Acórdão n.º 3802001.202 S3TE02 Fl. 232 3 e) solicitação de alteração de DCTF protocolizada em 03/04/2002 sob nº 10830.003200/200275 (fls. 41) referente a PA maio e junho e em 02/04/2002 sob nº 10830.003202/200264 (fls. 35) referente a PA julho, agosto e setembro. Em 03/03/2010, o SEORT da DRF Campinas proferiu despacho (fls. 56/58) segundo o qual: a) sobre a inclusão dos débitos no REFIS: a interessada “[...] teve sua exclusão efetivada [do REFIS] em razão da desistência para adesão ao parcelamento PAEX (MP no 303/2006), em 24/08/2006. Desta forma, o contribuinte não mais pertence a esta modalidade de parcelamento, não sendo admissível a inclusão do crédito tributário mantido na consolidação do REFIS”; b) sobre a inclusão dos débitos no PAEX: os créditos foram incluídos na consolidação do PAEX – processo no 18208.500160/200778 –, mas tal consolidação foi considera indevida, “[...] tendo em vista que a presente impugnação é tempestiva, contém alegação de mérito e não se verifica a necessária desistência nos termos do Art. 1o da Portaria Conjunta PGFN/SRF no 002, de 20 de julho de 2006”. Por tais motivos, entendeu o SEORT da DRF Campinas considerar procedentes os lançamentos, indeferir a inclusão dos créditos tributários no REFIS (em vista da exclusão do contribuinte nessa modalidade de parcelamento) e excluir referidos créditos do PAEX, “[...] transferindoos a controle da presente impugnação”. A fim de obter informações conclusivas sobre a real situação em que se encontravam os débitos, a DRJ Campinas baixou o processo em diligência (conf. resolução de fls. 133 a 139 do processo eletrônico), “[...] para que a autoridade preparadora informe se os débitos da COFINS [...] foram incluídos no REFIS, pela contribuinte, e em que data este fato teria ocorrido”. Em resposta à diligência em tela, o SECAT da DRF Campinas reiterou as informações anteriormente prestadas, reafirmando que “[...] – Os CTs de COFINS relacionados não integram o REFIS, não foram confessados em PGD/REFIS e não estão aptos para inclusão, conforme Orientação do CG/REFIS no 06/2004, após set/2006; Os CTs de COFINS foram incluídos indevidamente na consolidação do PAEX (MP no 303/06), excluídos para correção e trazidos a este processo, conforme despacho.” No julgamento do feito pela primeira instância, a DRJ Campinas reproduziu consultas ao sistema REFIS tendo ressaltado que, nas duas declarações apresentadas inerentes ao referido programa de parcelamento especial, a autuada “[...] não informou débitos da Receita Federal, bem como não indicou o litígio referente ao processo judicial apontado em DCTF”. Ressaltou ainda que as aduzidas retificações de DCTF, mesmo restritas aos débitos de maio a setembro de 1998, não alimentaram o sistema DCTF, e que nos formulários dos pedidos de retificação não constava menção específica à alteração de “exigibilidade suspensa” para “saldo a pagar”. Ademais, tais alterações somente foram protocolizadas em abril de 2002 (conf. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/09/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 4 fls. 35/41 – fls. 71 a 83 do arquivo digital), ou seja, depois da consolidação da conta no Refis (em 26/04/2001). Assim, considerando que os débitos lançados não estavam inscritos no parcelamento especial, e diante da não comprovação da retificação dos débitos declarados em DCTF para a situação “saldo a pagar”, o lançamento foi julgado procedente em parte, já que foi afastada unicamente a multa de ofício, conforme já ressaltado. A ciência da decisão de primeira instância ocorreu em 12/03/2012 (fls. 163 do eprocesso). Inconformada, a autuada apresentou, em 10/04/2012 (fls. 166), o recurso voluntário de fls. 166/172, onde se insurge contra a exigência com fundamento nos mesmos argumentos apresentados à primeira instância, ressaltando ainda: a) que os débitos exigidos teriam sido incluídos sucessivamente no REFIS, no PAEX, e, finalmente, em 16/11/2009, no “REFIS da crise” (Lei no 11.941/2009), cuja adesão, segundo defende, independe de desistência ao presente processo administrativo, “[...] já que à época da adesão ao PAEX (DOC. 05) e ao parcelamento da Lei no 11.941/2009 (DOC. 06), esse processo (10.830.006.25/200385) não se encontrava com exigibilidade suspensa [...]”; b) que, à época da adesão ao PAEX, lhe fora informado que sua impugnação tinha sido deferida e que os débitos haviam sido incluídos no REFIS, “[...] sendo que os extratos de situação fiscal (DOC. 05 e 06) confirmam que o processo administrativo 10.830.006125/200385 não se encontrava com exigibilidade suspensa”; c) que, diante disso, “não se pode alegar em hipótese alguma que os débitos à época da adesão ao PAEX estavam com exigibilidade suspensa, pois não figuravam no extrato de situação fiscal oficial da Receita Federal do Brasil (DOC. 05)”; d) se contrapõe à negativa de inclusão no parcelamento pela não alteração da situação dos débitos para “saldo a pagar”, sob o argumento de que “[...] apresentou em 07/05/2002 (DOC. 07) solicitação de Revisão de Débitos Consolidados no REFIS, na qual constavam os débitos objeto do presente processo administrativo”; e) que os débitos foram incluídos no REFIS, e migrado sucessivamente para o PAEX e para o parcelamento de que trata a Lei no 11.941/2009 (DOC. 09), e que teria cumprido todas as exigências, requerendo a desistência de todos os parcelamentos anteriores; f) que estaria ativa com o parcelamento e adimplente com o pagamento das parcelas (DOC. 10); e, g) que desconhece de o presente processo “[...] haver sido reintroduzido nos sistemas da RFB como suspenso, já que em 01/02/2007 e 13/01/2010 não estava, conforme demonstrado pelos extratos da situação fiscal emitida à época das respectivas consolidações aos parcelamentos”. Diante do exposto, requer seja provido integralmente seu recurso, “[...] a fim de que seja integralmente cancelado o crédito tributário constituído pelo Auto de Infração [...]”. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/09/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 10830.006125/200385 Acórdão n.º 3802001.202 S3TE02 Fl. 233 5 É o relatório. Voto Conselheiro Francisco José Barroso Rios O recurso merece ser conhecido por preencher os requisitos formais e materiais exigidos para sua aceitação. A primeira questão que importa ressaltar diz respeito à aduzida inclusão dos débitos de que trata este processo no REFIS, ou em quaisquer dos parcelamentos especiais que o sucederam. A fim de esclarecer tal ponto, a instância a quo chegou a baixar o processo em diligência, tendo a unidade preparadora reafirmado que os débitos objeto do presente processo “[...] não integram o REFIS, não foram confessados em PGD/REFIS e não estão aptos para inclusão, conforme Orientação do CG/REFIS no 06/2004, após set/2006”, e ainda, que os créditos tributários “[...] foram incluídos indevidamente na consolidação do PAEX (MP no 303/06), excluídos para correção e trazidos a este processo, conforme despacho”. Com efeito, em 03/03/2010, o SEORT da DRF Campinas proferiu despacho (fls. 56/58) onde afirmou que muito embora a recorrente tivesse inicialmente incluído os débitos no REFIS, desistiu do referido regime por haver aderido ao PAEX (em 24/08/2006 – processo no 18208.500160/200778); no entanto, foi excluída deste, essencialmente, por não ter desistido “[...] nos termos do Art. 1o da Portaria Conjunta PGFN/SRF no 002, de 20 de julho de 2006”. Quanto ao argumento de que, segundo extratos da situação fiscal, o processo em tela não se encontrava com exigibilidade suspensa, releva destacar que cabia à interessada controlar a situação dos processos formalizados que tinha junto à Receita Federal para, assim, pedir desistência do que fosse de seu interesse. Não pode é agora, de posse de um extrato emitido em 13/08/2009 (fls. 206/207), alegar que o presente processo não se encontrava na situação de exigibilidade suspensa (lembrando que a formalização junto ao PAEX se deu em 24/08/2006). No mais, correto ainda o entendimento da instância recorrida ao ressaltar que as solicitações para retificação das DCTF, adstritas aos débitos de maio a setembro de 1998 (a exigência em tela aborda débitos de fevereiro a setembro de 1998) – ver fls. 35/41 (fls. 71/83 do eprocesso), além de não mencionarem especificamente alteração da situação de “exigibilidade suspensa” para “saldo a pagar”, somente foram protocolizadas em 03 abril de 2002, portanto, depois da consolidação da conta no Refis, em 26/04/2001 (fls. 52v, fls. 106 do eprocesso). Assim, como os débitos não estavam no REFIS, não podiam ser transferidos para o PAEX. Ademais, os documentos acostados aos autos pela interessada (fls. 209/226 do eprocesso) também não confirmam que os débitos de que trata este processo estão incluídos no parcelamento especial de que trata a Lei no 11.941/2009. Para finalizar, importa destacar que não é competência desta instância de julgamento examinar razão pela qual eventual pedido de inclusão em parcelamento especial Fl. 235DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/09/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 6 não teria sido deferido. Tais questões são resolvidas no âmbito das próprias delegacias ou inspetorias. Há determinação explícita nesse sentido, por exemplo, no artigo 250, inciso XXVIII, do Regimento Interno de 2005 da Receita Federal (aprovado pela Portaria MF no 30, de 25/02/2005), segundo o qual compete aos Delegados da Receita Federal e, no que couber, aos Inspetores e aos Chefes de Inspetoria, “apreciar recursos sobre exclusão do contribuinte de parcelamentos especiais”. O fato é que os débitos objeto deste processo não fazem parte de nenhuma espécie de parcelamento especial, não havendo, pois, restrição à constituição do crédito tributário mediante lançamento. Este, por seu turno, é legítimo, uma vez não confirmada a suspensão da exigibilidade dos débitos declarados em DCTF. Por todo o exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo. Sala de Sessões, em 21 de agosto de 2012. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator Fl. 236DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 05/09/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A
score : 1.0
Numero do processo: 13603.001265/2007-62
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
Ementa:
LIVRO CAIXA. DESPESAS. CONDIÇÃO DE DEDUTIBILIDADE. NECESSIDADE E COMPROVAÇÃO.
Somente são dedutíveis as despesas escrituradas em Livro Caixa que, além de preencherem os requisitos de necessidade, normalidade e usualidade, apresentarem-se com a devida comprovação, por meio de documentos hábeis e idôneos e que sejam necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. É de se manter a glosa de despesas escrituradas em Livro Caixa quando não justificadas, não comprovadas ou não contempladas pela legislação.
LIVRO CAIXA. DESPESA COM TELEFONE CELULAR. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE USO EXCLUSIVO.
Admite-se como dedução a quinta parte das despesas comprovadas com uso de telefone celular quando não se possa determinar quais as oriundas da atividade profissional exercida.
Recurso voluntário provido em parte
Numero da decisão: 2802-002.082
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir da base de cálculo os valores escriturados no Livro Caixa referente a 20% das despesas com telefonia móvel escrituradas no Livro Caixa comprovadas às fls. 44/55 no valor de R$1.012,87 (hum mil, doze reais e oitenta e sete centavos), nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente e Relator.
EDITADO EM: 24/01/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jaci de Assis Júnior, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite, Carlos André Ribas de Mello, German Alejandro San Martín Fernández e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente).
Nome do relator: JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
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DESPESAS. CONDIÇÃO DE DEDUTIBILIDADE. NECESSIDADE E COMPROVAÇÃO. Somente são dedutíveis as despesas escrituradas em Livro Caixa que, além de preencherem os requisitos de necessidade, normalidade e usualidade, apresentaremse com a devida comprovação, por meio de documentos hábeis e idôneos e que sejam necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. É de se manter a glosa de despesas escrituradas em Livro Caixa quando não justificadas, não comprovadas ou não contempladas pela legislação. LIVRO CAIXA. DESPESA COM TELEFONE CELULAR. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE USO EXCLUSIVO. Admitese como dedução a quinta parte das despesas comprovadas com uso de telefone celular quando não se possa determinar quais as oriundas da atividade profissional exercida. Recurso voluntário provido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento parcial ao recurso voluntário para excluir da base de cálculo os valores escriturados no Livro Caixa referente a 20% das despesas com telefonia móvel escrituradas no Livro Caixa comprovadas às fls. 44/55 no valor de R$1.012,87 (hum mil, doze reais e oitenta e sete centavos), nos termos do voto do relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 00 12 65 /2 00 7- 62 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso – Presidente e Relator. EDITADO EM: 24/01/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jaci de Assis Júnior, Julianna Bandeira Toscano, Dayse Fernandes Leite, Carlos André Ribas de Mello, German Alejandro San Martín Fernández e Jorge Cláudio Duarte Cardoso (Presidente). Relatório Tratase de lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) do exercício 2004 , anocalendário 2003, em virtude de glosa se deduções de despesas de Livro Caixa utilizadas para reduzir a base de cálculo do imposto no Ajuste Anual e na apuração mensal, acrescido de juros de mora e multa de ofício de 75% e lançamento de multa isolada de 50% pelo não recolhimento do imposto mensal obrigatório (CarnêLeão), decorrente de o contribuinte não ter atendido às intimações para apresentar o LivroCaixa e documentos comprobatórios. Na impugnação foi suscitada a nulidade das intimações porque não foram recebidas pessoalmente pelo contribuinte e apresentados LivroCaixa e documentos comprobatórios, alegando que trabalhou como advogado sem vínculo de emprego para entidade denominada ASCONSE que depositava recurso em sua conta para repasse a terceiros, valores esses que eram escriturados no seu LivroCaixa. A Delegacia de Julgamento (a) declarou não impugnada a multa isolada pelo não recolhimento do CarnêLeão, (b) consignou que as despesas para serem deduzidas, a título de LivroCaixa, precisam estar registradas nesse Livro, serem comprovadas por documentação hábil e idônea e estão restritas àquelas indispensáveis à percepção da receita e manutenção da fonte produtora, desde que suportadas pela pessoa física e comprovados os desembolsos, (c) admitiu exclusivamente a dedução de valores pagos à anuidade da OAB pagas em 2003 no valor de R$932,80 e (d) as demais despesas foram consideradas indedutíveis por não atenderem à razões apontadas no item “b” acima conjugadas com as seguintes: d.1) os documentos de fls. 29/42, escrituração do Livro Caixa, não comprovam, por si sós, a efetividade das despesas; que, na maior parte, referese a repasses feitos à ASCONSE de depósitos realizados por terceiros na conta corrente do contribuinte e que, sendo despesas de terceiros e não arcadas pelo contribuinte, não se prestam à dedução na base de cálculo do imposto de renda da pessoa física; d.2) não são necessárias à atividade profissional do contribuinte, pois o procedimento adotado em conjunto com a empresa ASCONSE pode facilitar, agilizar, a atividade de ambos, porém não são indispensáveis ao exercício da atividade advocatícia; d.3) despesas com telefone celular são indedutíveis porque o recorrente não comprovou ser possuidor de uma linha móvel exclusiva para uso de suas atividades profissionais e que não faz uso para fins particulares; Fl. 103DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 13603.001265/200762 Acórdão n.º 2802002.082 S2TE02 Fl. 103 3 d.4) não é possível inferir dos extratos apresentados às fls. 43/54 quais despesas (ligações) foram realizadas no exercício de suas atividades profissionais, e portanto, necessárias à percepção de seus rendimentos; d.5) o boleto de fls. 56 (assinatura de recorte eletrônico) não tem autenticação bancária para comprovar o pagamento nem foi apresentado à parte extratos que pudessem demonstrar o pagamento. Ciente da decisão de primeira instância em 14/04/2011, o recorrente apresentou recurso voluntário em 13/05/2011, no qual apresenta os seguintes argumentos: 1. preliminarmente, suscita cerceamento do direito de defesa por não ter sido atendido seu requerimento para que fossem juntados aos autos os documentos da empresa ASCONSE, a fim de que fosse possível averiguar o alegado, notadamente o recolhimento dos impostos devidos pelos serviços prestados pela referida empresa e os lançamentos dos valores repassados pelo Contribuinte, que foram devidamente recolhidos pela empresa, eis que era dela a responsabilidade pelo recolhimento, e a beneficiária das receitas, tratamse de documentos de terceiros, que estão à disposição da Receita Federal, porém inacessíveis ao Recorrente; 2. reforça o que fora relatado em primeira instância quanto à atuação como advogado sem vínculo trabalhista da ASCONSE, empresa especializada em prestar assessoria a entidades sindicais, notadamente para agilizar, controlar e cobrar o recebimento de contribuições de qualquer natureza, devidas pelas empresas ao sindicato, e que sua atividade limitavase a ajuizar os processos judiciais para que as empresas fossem obrigadas a pagar ao sindicato as contribuições devidas; 3. como a maioria das empresas estava localizada no interior do Estado, era muito mais prático que os valores devidos pelas empresas fossem depositados na conta do advogado do que em depósito judicial, visto que o recebimento em juízo, somente era possível por meio de alvará e com o inviável deslocamento do advogado até a comarca, assim, todos os valores lançados no livro caixa, devidamente identificados, representam os valores brutos recebidos pelo advogado em decorrência dos acordos realizados, enquanto os repasses foram lançados como despesas; 4. a decisão recorrida valorizou mais a forma que a realidade ao considerar as receitas mas reprovar as despesas; 5. as despesas com telefonia móvel devem ser admitidas, assim como as de telefonia fixa, não sendo legítima a glosa por não ter havido comprovação de que as ligações eram exclusivamente para exercício da advocacia; e 6. impugnada a infração falta de recolhimento em razão da glosa das despesas do Livro Caixa houve, por decorrência lógica, impugnação da multa isolada pelo não recolhimento do CarnêLeão. Em síntese, é o relatório. Voto Fl. 104DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 Conselheiro Jorge Claudio Duarte Cardoso, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele devese tomar conhecimento. Em preliminar, o recorrente alega nulidade da decisão de primeira instância em virtude de não ter sido atendida sua solicitação para intimar a empresa Asconse a apresentar documentos que comprovassem o recolhimento do imposto devido pela empresa como contribuinte e como responsável. Esta preliminar não merece acolhida porque, tendo em conta a fundamentação da decisão recorrida, o indeferimento da impugnação não decorreu da falta de juntada de documentos referentes ao recolhimento de tributos pela empresa Asconse. O mérito referese (1) à existência de litígio em torno da multa isolada (matéria declarada no acórdão recorrido como não impugnada); (2) à dedução de despesas informada no Livro Caixa, que o acórdão recorrido assinala tratarse de repasses à Asconse de valores depositados na conta do recorrente e que, portanto, não são despesas arcadas pelo contribuinte nem necessárias a sua atividade profissional; e (3) dedução de despesas com telefonia móvel sem comprovação de uso exclusivo para fins profissionais. O contribuinte tem razão em alegar que a multa isolada não pode subsistir se for considerada indevida a glosa e que, desta maneira, ao impugnar a glosa está impugnando o lançamento em sua integralidade. A regra de considerar não impugnada a matéria que não foi expressamente contestada deve ser aplicada quando as infrações puderem ser dissociadas, no caso dos autos isto não seria lógico e possibilitaria, em tese, exigência de multa isolada sobre uma base de cálculo reconhecidamente inexistente. Não se trata de abrir o litígio acerca da multa isolada, e sim reconhecer que a redução de sua base de cálculo por este acórdão implica reduzir a propria multa isolada como consequência da implementação desse acórdão pela Unidade Preparadora. Quanto à dedução de despesas escrituradas como repasses à Asconse, duas foram as objeções em primeira instância: a) os repasses não seriam despesas do contribuinte necessárias e indispensáveis às atividades profissionais; b) o Livro Caixa por si só não comprova a efetividade das despesas. O recorrente insurgese contra o primeiro ponto ao indicar que ao desconsiderar as despesas deveria ser desconsiderada também a receita. Ainda que possa vir a estar certo, em tese, ocorre que o acórdão apontou a necessidade de os lançamento do Livro Caixa estarem comprovados por documentação hábil e idônea, o que não ocorreu nestes autos, quanto às alegações a respeito de recebimentos e repasses à Asconse. De fato, a escrituração no Livro Caixa, por si só, não comprova a efetividade das transações ali registradas. Ressaltase que o Livro Caixa e os documentos que respaldam o que nele foi registrado não foram apresentados à Fiscalização quando o contribuinte foi intimado para tanto, não foram nem mesmo na fase recursal apresentados documentos que comprovem o que foi escriturado e alegado quanto a este tópico, a alegação de que presta serviço como advogado Fl. 105DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 13603.001265/200762 Acórdão n.º 2802002.082 S2TE02 Fl. 104 5 sem vínculo empregatício à Asconse não é corroborada pelo recebimento de honorários da Asconse, da qual alega apenas receber depósitos e repassálos. Não é crível que o recorrente prestasse serviços advocatícios à Asconse apenas repassando tudo que recebia sem receber pelos serviços prestados. Para admitir um erro que leve à revisão do lançamento excluindo as receitas declaradas seria necessário que o recorrente comprovasse indubitavelmente suas alegações. Quanto às despesas com telefonia móvel, o acórdão não andou bem em destoar de interpretação da própria Receita Federal consignada no Parecer Normativo CST nº 60, de 20 de junho de 1978 e precedentes do CARF (2101000.836; 2101001.413; e 102 48150) no sentido de que a ausência de discriminação das ligações entre particulares e de interesse profissional implica reconhecer como dedutível a quinta parte das despesas comprovadas com ligação telefônica celular. O recorrente requer dedutibilidade de despesas com telefonia fixa mas não há comprovantes de despesas dessa natureza, o que por si só impede qualquer dedução. De outro giro, não merece reparo a decisão que não admite dedução de despesas cujo pagamento não foi comprovado, a exemplo da apresentação de boletos sem autenticação bancária. Frisese que ao reduzir o valor glosado, na implementação do acórdão a Unidade da Receita Federal de origem deve reduzir o valor da multa isolada. Portanto, devese DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir da base de cálculo os valores escriturados no Livro Caixa referente a 20% das despesas com telefonia móvel escrituradas no Livro Caixa comprovadas às fls. 44/55 no valor de R$1.012,87. (Assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Fl. 106DF CARF MF Impresso em 02/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 25 /01/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 44021.000272/2007-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Jan 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005
AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa.
MULTA. CONFISCO.INCONSTITUCIONALIDADE. Não cabe ao CARF a análise de inconstitucionalidade da Legislação Tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-002.998
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Lourenço Ferreira do Prado - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: LOURENCO FERREIRA DO PRADO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa. MULTA. CONFISCO.INCONSTITUCIONALIDADE. Não cabe ao CARF a análise de inconstitucionalidade da Legislação Tributária. Recurso Voluntário Negado.
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PRÓLABORE Recorrente POLICOLOR PINTURAS EM EDIFICACOES LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa. MULTA. CONFISCO.INCONSTITUCIONALIDADE. Não cabe ao CARF a análise de inconstitucionalidade da Legislação Tributária. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio César Vieira Gomes Presidente Lourenço Ferreira do Prado Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 44 02 1. 00 02 72 /2 00 7- 11 Fl. 474DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. Fl. 475DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 44021.000272/200711 Acórdão n.º 2402002.998 S2C4T2 Fl. 475 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por POLICOLOR PINTURAS LTDA, em face de acórdão que manteve parcialmente o Auto de Infração n. 37.075.7475, lavrado para a cobrança de contribuições previdenciárias parte de parte da empresa, destinadas ao FPAS, terceiros e ao financiamento do GILRAT, incidentes sobre a remuneração de segurados empregados e retiradas de prólabore. Consta do relatório fiscal que serviram de base para este levantamento, os valores constantes nas GFIPs Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação à Previdência Social. O lançamento compreende o período de 01/1999 a 12/2005, tendo sido o contribuinte cientificado em 21/04/2007 (fls. 01). Diante dos argumentos defesa apresentados em impugnação, às fls. 202 foi determinada a realização de diligência para que fosse apurado se a relação de notas fiscais apresentadas pelo contribuinte, a partir de fevereiro de 1999, continham valores das retenções de 11% (onze por cento) que deveriam ter sido compensados em suas contribuições a pagar. Sobreveio resposta no sentido de que a relação de notas fiscais apresentadas pela recorrente referiamse a notas canceladas e notas nas quais apenas se especificava o fornecimento de materiais, motivo pelo qual restou mantido incólume o lançamento. A recorrente fora intimada do resultado da diligência e, via de conseqüência, fora proferido acórdão (fls.315) que entendeu por acatar a decadência de parte do crédito, de acordo com o disposto no art. 150, 4o do CTN. Após, ter sido proferido o acórdão, antes mesmo de ter sido dele cientificado, a recorrente atravessou petição (fls. 348) na qual informa ter efetuado o pagamento do crédito tributário objeto do presente auto de Infração. Em continuidade ao processo administrativo, o contribuinte foi intimado do v. acórdão recorrido, contra o qual interpôs o competente recurso voluntário, através do qual sustenta: 1. que houve o cerceamento de seu direito defesa, uma vez que não lhe foram apresados o DAD e demais anexos do Auto de Infração, bem como o mesmo carece de motivação, clareza e objetividade; 2. que possui créditos que deveriam ter sido compensados com os valores lançados, em decorrência da retenção de 11% sobre as notas fiscais de prestação de serviço mediante a cessão de mãodeobra; 3. que a multa aplicada possui caráter confiscatório; Fl. 476DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Processado o recurso sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 477DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 44021.000272/200711 Acórdão n.º 2402002.998 S2C4T2 Fl. 476 5 Voto Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, Relator CONHECIMENTO Tempestivo o recurso e presentes os demais pressupostos de admissibilidade, dele conheço. PRELIMINARES Quanto ao pedido para o reconhecimento da nulidade do Auto de Infração, tenho que o mesmo mereça ser rejeitado. Nada mais fez a fiscalização do que aplicar ao caso em concreto a legislação pertinente, atribuindo à recorrente, a responsabilidade pelo pagamento de contribuições previdenciárias por ela não adimplidas, levando a efeito simplesmente aquilo que determinado pela Lei 8.212/91. Assim, uma vez que não houve qualquer transgressão a norma legal em vigor, não hã que se reconhecer a nulidade do lançamento. Logo, ao que se depreende do relatório fiscal, verificase ter sido observado o que disposto no art. 142 do CTN a seguir: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Da análise do relatório fiscal, verificase que este veio devidamente acompanhado de todos os anexos do Auto de Infração, sendo dele parte integrante, quando se percebe que todos foram concebidos em total observância às disposições do art. 142 do CTN e 37 da Lei n. 8.212/91, na medida em que todos os fundamentos de fato e de direito que ensejaram a lavratura do Auto restaram devidamente demonstrados, o que proporcionou e garantiu ao contribuinte a clara e inequívoca ciência e materialização da ocorrência do fato gerador e dos valores não recolhidos das contribuições sociais devidas, conforme também restou decidido pelo acórdão de primeira instância. Ademais, quanto a decadência, nada a prover, tendo em vista que o v.acórdão de primeira instância já a reconheceu com base no art. 150, 4o do CTN. Fl. 478DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Assim, rejeito as preliminares. MÉRITO Melhor sorte não aufere o recurso voluntário. A alegada existência de créditos que deveriam ser compensados já fora exaustivamente analisada seja pelo fiscal autuante, seja pelo próprio acórdão de primeira instância. Numa primeira oportunidade, quando da realização da diligência fiscal, restou claro que a relação de notas fiscais nas quais sustentou o recorrente ter havido retenção não merecia prosperar. Isso porque comprovouse, mediante a juntada de tais notas no processo, que elas ou estariam canceladas, se referiam ao fornecimento de materiais, eram de pessoas físicas ou mesmo que, nelas constando a retenção de 11%, os sistemas informatizados da receita não apontam a existência do respectivo recolhimento. Logo, os autos demonstram claramente, que não há qualquer crédito a ser reconhecido à recorrente e que pudesse vir a ser compensado do lançamento do crédito tributário objeto do presente Auto de Infração. A propósito, transcrevo interessante excerto do voto condutor do v. acórdão de primeira instância (fls. 298): “Em consulta realizada nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), não encontrei os recolhimentos das retenções. Por conseguinte, a impugnante pretende se apropriar de créditos decorrentes retenções indevidamente realizadas, as quais não foram sequer recolhidas, que resultam em evidente prejuízo ao órgão fiscalizador. Desconheço norma tributária vigente que autorize o acolhimento da tese da impugnante, a qual lhe é descabidamente benevolente.” Não obstante, cumpre apontar que a própria recorrente juntou aos autos comprovantes de pagamento que alega serem relativos aos valores lançados no presente auto de Infração. No mais, no que se refere as argumentações recursais sobre o caráter confiscatório da multa, bem com de sua desproporcionalidade, a irresignação não pode ser analisada por este Conselho, em respeito a competência privativa do Poder Judiciário, já que, o afastamento da aplicação da Legislação referente as contribuições, indubitavelmente, ensejaria o reconhecimento de inconstitucionalidade de lei em vigor, conforme previsto nos artigos 97 e 102, I, "a" e III, "b" da Constituição Federal, o que é vedado a este Eg. Conselho. Sobre o tema, o CARF consolidou referido entendimento por meio do enunciado da Súmula n. 02, a seguir: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Ante todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso, com a determinação de que antes mesmo da execução do presente julgado, a Fl. 479DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 44021.000272/200711 Acórdão n.º 2402002.998 S2C4T2 Fl. 477 7 autoridade competente verifique se as guias de recolhimento juntadas com a petição de fls. 348 seriam aptas a efetuar a quitação do crédito lançado no presente Auto de Infração. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado Fl. 480DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 11040.000374/2007-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 12 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003
DIRPF. DEVOLUÇÃO DE RESTITUIÇÃO RECEBIDA INDEVIDAMENTE
Constatado restituição indevida decorrente de posterior retificação da declaração de rendimentos, deverá ser objeto de lançamento de ofício pela autoridade lançadora..
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2101-001.771
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente.
GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA - Relator.
EDITADO EM: 10/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, José Raimundo Tosta Santos, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy e Alexandre Naoki Nishioka.
Nome do relator: GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2003 DIRPF. DEVOLUÇÃO DE RESTITUIÇÃO RECEBIDA INDEVIDAMENTE Constatado restituição indevida decorrente de posterior retificação da declaração de rendimentos, deverá ser objeto de lançamento de ofício pela autoridade lançadora.. Recurso Voluntário Negado
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DEVOLUÇÃO DE RESTITUIÇÃO RECEBIDA INDEVIDAMENTE Constatado restituição indevida decorrente de posterior retificação da declaração de rendimentos, deverá ser objeto de lançamento de ofício pela autoridade lançadora.. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente. GILVANCI ANTÔNIO DE OLIVEIRA SOUSA Relator. EDITADO EM: 10/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, José Raimundo Tosta Santos, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa, Célia Maria de Souza Murphy e Alexandre Naoki Nishioka. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 00 03 74 /2 00 7- 50 Fl. 154DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 12/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 123/125) interposto em 14 de junho de 2011 (fl. 122) contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre (RS), (fls. 114/117), do qual o Recorrente teve ciência em 16 de maio de 2011, (fl. 121), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento de fls. 70/72, lavrado em 12 de março de 2007, em decorrência omissão de rendimentos tributáveis recebidos de Pessoa Jurídica, oriundos de vínculo empregatício. O acórdão recorrido teve a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Anocalendário: 2003 DIRPF. REVISÃO. A Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda de Pessoa Física – Dirpf sujeitase à revisão por parte da repartição lançadora. LANÇAMENTO. REVISÃO DE OFÍCIO. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo pode ser revisto de ofício pela autoridade administrativa, enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 123/125), pedindo a reforma do acórdão recorrido, pugnando que o imposto devido no exercício de 2003 já foi pago via processo de parcelamento de nº 11040.001096/200677, sendo incabível a dupla cobrança do imposto. É o relatório. Voto Conselheiro Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. No que se refere ao mérito, verificase que o presente recurso cingese à cobrança de imposto de renda suplementar, relativo ao Anocalendário 2003. Cumpre esclarecer que a contribuinte apresentou, inicialmente, sua declaração de ajuste informando, como rendimentos tributáveis, no anocalendário de 2003, o montante de R$ 72.895,68 (fls. 108), DIRPF esta posteriormente retificada para requalificar determinados rendimentos, anteriormente informados como tributáveis, para isentos ou não tributáveis, reduzindo, portanto, a base de cálculo do imposto de renda para o valor de R$ 41.412,09, e, consequentemente, aumentando o valor do imposto a restituir para o montante de R$ 5.587,93 (fls.59). Fl. 155DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 12/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 11040.000374/200750 Acórdão n.º 2101001.771 S2C1T1 Fl. 150 3 A requalificação de determinados valores efetuada pela Recorrente em sua declaração de ajuste retificadora apresentada em 26/02/2006 ensejou a autuação ora em discussão, pois a fiscalização entendeu ter ocorrido omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrentes de trabalho com vínculo empregatício. Assim, quanto ao mérito do recurso, este cingese à arguição do contribuinte que é incabível a dupla cobrança de imposto apurado sobre a mesma base de cálculo. Para melhor compreensão do assunto vejamse os seguintes quadros elucidativos: 1 AUTO DE INFRAÇÃO 2005 Demonstrativo de Apuração 2003 fls 134 1. Despesas com Instrução / Glosa 2.589,00 2. Despesas com dependentes / Glosa 1.272,00 3. Despesas Médicas 7.358,45 4. Total descontos glosados = Rendimentos sujeitos à tabela progressiva 11.219,45 5. Imposto Apurado ( 27,5%) 3.085,35 AUTO DE INFRAÇÃO 2007 Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido – fls 72 1. Valor restituído conf. fls. 72 3.709,67 2. Imposto a restituir após alterações 624,32 3. Imposto Suplementar 3.085,35 2 EXERCÍCIO 2003 Ano Calendário 2003 APURAÇÃO E CÁLCULO EM REAIS R$ Rendimentos Tributáveis 72.895,68 Deduções 13.434,10 Base de Cálculo 59.461,58 Imposto Devido 11.275,03 Imposto Retido na Fonte 11.899,35 Imposto já Restituído 3.709,67 Restituição recebida indevidamente 624,32 Imposto pago (fls. 135/139) parcelamento 3.085,35 Como se vê o primeiro auto de infração referese à glosa de despesas com instrução, com dependentes e com despesas médicas, exigindose o imposto alusivo às glosas, sem desconsiderar, contudo, o valor relativo ao comprovante de rendimentos fornecido pelo Comando do Exército (fls.45), no montante de R$ 72.895,68, valor esse corretamente informado na declaração original (fls.47). Já o segundo auto se refere à cobrança de imposto suplementar, correspondente à omissão de rendimentos tributáveis, utilizando o mesmo valor de R$ 72.895,68, relativo ao comprovante supracitado. No recurso voluntário, o Recorrente não ataca a decisão do julgador à quo, concordando inclusive com tal decisão (fls.125) ao tratar do equívoco. Assim, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 12/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa Relator Fl. 157DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 10/12/2012 por GILVANCI ANTONIO DE OLIVEIRA SOUSA, Assinado digitalmente em 12/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 12269.001662/2010-15
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/07/2007 a 31/08/2008
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - INOBSERVÂNCIA DE PRECEITO FUNDAMENTAL À VALIDADE DA AUTUAÇÃO - INOCORRÊNCIA.
Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa a infração e as circunstâncias em que foi praticada, contendo o dispositivo legal infringido, a penalidade aplicada e os critérios de gradação, e indicando local, data de sua lavratura, não há que se falar em nulidade da autuação fiscal posto ter sido elaborada nos termos do artigo 293, Decreto 3.048/1999.
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA - NÃO APRECIAÇÃO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO.
A legislação ordinária de custeio previdenciário não pode ser afastada em âmbito administrativo por alegações de inconstitucionalidade, já que tais questões são reservadas à competência, constitucional e legal, do Poder Judiciário.
Neste sentido, o art. 26-A, caput do Decreto 70.235/1972 e a Súmula nº 2 do CARF, publicada no D.O.U. em 22/12/2009, que expressamente veda ao CARF se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de lei tributária.
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO - GFIP - APRESENTAÇÃO DE GFIP COM INFORMAÇÕES INEXATAS, INCOMPLETAS OU OMISSAS NOS DADOS NÃO RELACIONADOS AOS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
Constitui infração, punível na forma da Lei, apresentar a empresa a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social - GFIP, com informações inexatas, incompletas ou omissas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias.
A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do auto-de-infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária.
CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO - ARTIGO 32, IV, §§ 4º e 5º, LEI Nº 8.212/91 - APLICAÇÃO DO ART. 32, IV, LEI Nº 8.212/91 C/C ART. 32-A, LEI Nº 8.212/91 - PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA - ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO - ART. 106, II, C, CTN
Conforme determinação do art. 106, II, c do Código Tributário Nacional -CTN a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
Desta forma, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, c, CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c art. 32, §§ 4º e 5º, Lei nº 8.212/1991 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 32-A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2403-001.502
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para que se recalcule o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 32-A da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Ewan Teles Aguiar.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO
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Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa a infração e as circunstâncias em que foi praticada, contendo o dispositivo legal infringido, a penalidade aplicada e os critérios de gradação, e indicando local, data de sua lavratura, não há que se falar em nulidade da autuação fiscal posto ter sido elaborada nos termos do artigo 293, Decreto 3.048/1999. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA NÃO APRECIAÇÃO NO ÂMBITO ADMINISTRATIVO. A legislação ordinária de custeio previdenciário não pode ser afastada em âmbito administrativo por alegações de inconstitucionalidade, já que tais questões são reservadas à competência, constitucional e legal, do Poder Judiciário. Neste sentido, o art. 26A, caput do Decreto 70.235/1972 e a Súmula nº 2 do CARF, publicada no D.O.U. em 22/12/2009, que expressamente veda ao CARF se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de lei tributária. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO GFIP APRESENTAÇÃO DE GFIP COM INFORMAÇÕES INEXATAS, INCOMPLETAS OU OMISSAS NOS DADOS NÃO RELACIONADOS AOS FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Constitui infração, punível na forma da Lei, apresentar a empresa a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, com informações inexatas, incompletas ou omissas, nos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 26 9. 00 16 62 /2 01 0- 15 Fl. 88DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 2 A inobservância da obrigação tributária acessória é fato gerador do autode infração, o qual se constitui, principalmente, em forma de exigir que a obrigação seja cumprida; obrigação que tem por finalidade auxiliar o INSS na administração previdenciária. CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO ARTIGO 32, IV, §§ 4º e 5º, LEI Nº 8.212/91 APLICAÇÃO DO ART. 32, IV, LEI Nº 8.212/91 C/C ART. 32A, LEI Nº 8.212/91 PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO ART. 106, II, C, CTN Conforme determinação do art. 106, II, c do Código Tributário Nacional CTN a lei aplicase a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Desta forma, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, c, CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c art. 32, §§ 4º e 5º, Lei nº 8.212/1991 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 32A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para que se recalcule o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 32A da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Marcelo Magalhães Peixoto, Maria Anselma Coscrato dos Santos e Ewan Teles Aguiar. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 91 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário, fls. 52 a 58, interposto pela Recorrente – INSELETRO MONTAGENS ELÉTRICAS LTDA. contra Acórdão nº 1032.154 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Porto Alegre RS, fls. 43 a 47, que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação principal, Auto de Infração de Obrigação Acessória– AIOA nº. 37.210.9829, às fls. 01, com valor consolidado inicial de R$ 3.006,36. Conforme o Relatório Fiscal da Infração, o Auto de Infração, Código de Fundamentação Legal – CFL 69, foi lavrado pela Fiscalização contra a Recorrente por ela ter apresentado a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP com informações inexatas, incompletas ou omissas, em relação aos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias, no período de 07/2007 a 08/2008. O Relatório Fiscal da Infração, às fls. 05 a 06, informa: 4. Nas competências 07/2007 a 0 8 / 2 0 0 8 a empresa declarou na GFIP o código FPAS 515, não declarou o código de Terceiros e declarou como código de pagamento de GPS 2003. A empresa tem por objeto social comércio, projetos, instalações e montagens de equipamentos eletroeletrônicos de alta e baixa tensão. Analisando as folhas de pagamento constatamos que as funções de todos os empregados constantes da folha de pagamento estão relacionadas como atividade meio ou fim da área de produção ou instalação. Por esta razão entendemos que a empresa deve informar na GFIP como código FPAS o código 507 e o código de Terceiros 79 (Sal. Educação, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE). 5. Consultando o histórico das solicitações de opção pelo Simples Nacional constatamos que as solicitações da empresa referentes aos anos 2007 e 2008 foram indeferidas por pendências não resolvidas. Portanto ela não é optante do simples e seu código de pagamento de GPS não pode ser o 2003. Informa ainda o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 07, a planilha de cálculo da multa aplicada. Houve portanto o descumprimento da obrigação legal acessória, conforme previsto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inc. IV e §§ 3º e 6º, acrescido pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, combinado com o art. 225, IV e § 4° do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 06/05/1999. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 4 A multa a ser aplicada tem enquadramento legal na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, §6°, acrescentado pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999, art. 284, inc. III, e art. 373. A Recorrente teve ciência do TIPF – Termo de Início do Procedimento Fiscal, às fls. 08, na qual consta o Mandado de Procedimento Fiscal – MPF nº 1010100.2010.00361. O período objeto do auto de infração, conforme o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 05 a 08, é de 07/2007 a 08/2008. O contribuinte teve ciência do AIOA em 26.07.2010, conforme Aviso de Recebimento – AR nº RJ194638171BR, às fls. 15. A Recorrente apresentou Impugnação tempestiva, às fls. 20 a 25, na qual alega em síntese, conforme o Relatório da decisão de primeira instância às fls. 43 a 47: Inicialmente a empresa autuada alega que não teve ciência acerca de eventual exclusão ou indeferimento do Simples. Entende, assim, violados os princípios da ampla defesa e do contraditório, bem como do devido processo legal, devendo ser decretado nulo o auto de infração. Cita o princípio constitucional tributário da vedação do confisco (CF/1988, artigo 150, IV), argumentando que também pode ser aplicado às multas. Sustenta que o valor acrescido pelas multas é excessivamente oneroso, revestindose de caráter nitidamente confiscatório, merecendo ser reduzido a no mínimo à metade, o que requer. Entende que a redução da multa é admitida na via administrativa, desde que evidenciada a desproporção entre a penalidade aplicada pelo desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica, para o que invoca os princípios da proporcionalidade e da vedação ao confisco. Ao final, requer sejam acolhidas as razões da inconformidade, julgandose insubsistente a pretensão fiscal, ou seja reduzido o percentual das multas aplicadas. A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 1032.154 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Porto Alegre RS, fls. 43 a 47, conforme Ementa a seguir: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/07/2007 a 31/08/2008 AI Debcad n° 37.210.9829 INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. GFIP. DADOS NÃO RELACIONADOS AOS FATOS GERADORES. DECLARAÇÃO COM INFORMAÇÕES INEXATAS, INCOMPLETAS OU OMISSAS. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 92 5 INDEFERIMENTO DE OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL. CERCEAMENTO DE DEFESA. INCONSTITUCIONALIDADE. MULTA. A manifestação de inconformidade a respeito do indeferimento da opção pelo Simples Nacional deve ser apresentada no foro adequado e legalmente estabelecidos. Não há que se falar em cerceamento de defesa quando o procedimento fiscal obedece ao princípio da legalidade, sendo prestadas todas as informações necessárias ao sujeito passivo para que este exerça plenamente o seu direito à defesa. Não cabe à instância administrativa pronunciarse acerca da legalidade e/ou da constitucionalidade das normas inseridas no ordenamento jurídico. Estando quantificada em consonância com a legislação aplicável, a multa por descumprimento de obrigação acessória não pode ser afastada ou reduzida.Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 6a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Intimese para pagamento do crédito mantido no prazo de 30 dias da ciência, salvo interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em igual prazo, conforme facultado pelo artigo 33 do Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972, alterado pelo artigo I o da Lei n.° 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo artigo 32 da Lei 10.522, de 19 de j u l ho de 2002. Inconformada com a decisão de 1ª instância, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário, fls. 52 a 58, em apertada síntese: Em sede preliminar (i) Suspensão do julgamento administrativo considerandose a prejudicial do RE 627543, com repercussão geral no STF Impedimento à adesão ao regime tributário do Simples Nacional de microempresas ou empresas de pequeno porte com pendências tributárias ou previdenciárias. No Mérito. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 6 (ii) da falta de notificação da exclusão do SIMPLES (iii) Da multa confiscatória – inconstitucionalidades A decisão de primeira instancia administrativa foi no sentido de que não se pode analisar a constitucionalidade ou não de multa aplicada. A inaplicabilidade da multa fixada é flagrante, ante a elevada alíquota, DESPROPORCIONAL A SUPOSTA INFRAÇÃO frente ao ordenamento jurídico vigente, também pelo fato de esmagar da capacidade econômicofinanceira de qualquer empresa. É de se começar pela Constituição Federal, que estabelece como Princípio Constitucional Tributário a VEDAÇÃO DO CONFISCO, tornando defeso o utilizar o tributo com efeito de confisco Art. 150, IV. E a Constituição, não se pode esquecer, veda o CONFISCO TRIBUTÁRIO, ART. 150, IV, mas também o CONFISCO EM GERAL, ART. 5o, XXII, e 170, II. O valor acrescido pelas multas é excessivamente oneroso, revestindose a mesma de caráter nitidamente confiscatório, merecendo ser reduzida a, no mínimo, a metade, o que se requer. A redução da multa é admitida, excepcionalmente, na via administrativa, desde que evidenciada a desproporção entre a penalidade aplicada pelo desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica. E para tanto invocase o princípio da proporcionalidade e a garantia insculpida no art. 150 inciso IV, da Constituição Federal, que, a despeito de referirse a tributo, é estendida às penalidades vinculadas à atividade tributária do Estado, posto que restritiva a direito fundamental o da propriedade. Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão, fls. 87. É o Relatório. Fl. 93DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 93 7 Voto Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 87. Avaliados os pressupostos, passo para as Questões Preliminares e ao Mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES (A) Da regularidade da lavratura do auto de infração AIOA Analisemos. Não obstante a argumentação do Recorrente, não confiro razão ao mesmo pois, de plano, notase que o procedimento fiscal atendeu a todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por vício insanável e tampouco cerceamento de defesa. Conforme o Relatório Fiscal da Infração, o Auto de Infração, Código de Fundamentação Legal – CFL 69, foi lavrado pela Fiscalização contra a Recorrente por ela ter apresentado a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP com informações inexatas, incompletas ou omissas, em relação aos dados não relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias, no período de 07/2007 a 08/2008. O Relatório Fiscal da Infração, às fls. 05 a 06, informa: 4. Nas competências 07/2007 a 0 8 / 2 0 0 8 a empresa declarou na GFIP o código FPAS 515, não declarou o código de Terceiros e declarou como código de pagamento de GPS 2003. A empresa tem por objeto social comércio, projetos, instalações e montagens de equipamentos eletroeletrônicos de alta e baixa tensão. Fl. 94DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 8 Analisando as folhas de pagamento constatamos que as funções de todos os empregados constantes da folha de pagamento estão relacionadas como atividade meio ou fim da área de produção ou instalação. Por esta razão entendemos que a empresa deve informar na GFIP como código FPAS o código 507 e o código de Terceiros 79 (Sal. Educação, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE). 5. Consultando o histórico das solicitações de opção pelo Simples Nacional constatamos que as solicitações da empresa referentes aos anos 2007 e 2008 foram indeferidas por pendências não resolvidas. Portanto ela não é optante do simples e seu código de pagamento de GPS não pode ser o 2003. Informa ainda o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 07, a planilha de cálculo da multa aplicada. Houve portanto o descumprimento da obrigação legal acessória, conforme previsto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inc. IV e §§ 3º e 6º, acrescido pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, combinado com o art. 225, IV e § 4° do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto no 3.048, de 06/05/1999. A multa a ser aplicada tem enquadramento legal na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, §6°, acrescentado pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999, art. 284, inc. III, e art. 373. Desta forma, conforme o artigo 37 da Lei n° 8.212/91, foi lavrado AIOA nº 37.210.9829que, conforme definido nos artigos 460, 467 e 468 da IN RFB n° 971/2009, é o documento constitutivo de crédito relativo às contribuições devidas à Previdência Social e a outras importâncias arrecadadas pela RFB, apuradas mediante procedimento fiscal: Lei n° 8.212/91 Art. 37. Constatado o nãorecolhimento total ou parcial das contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na forma do art. 32 desta Lei, a falta de pagamento de benefício reembolsado ou o descumprimento de obrigação acessória, será lavrado auto de infração ou notificação de lançamento. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). IN RFB n° 971/20095 Art. 460. São documentos de constituição do crédito tributário relativo às contribuições de que trata esta Instrução Normativa: I Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), é o documento declaratório da obrigação, caracterizado como instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário; II Lançamento do Débito Confessado (LDC), é o documento por meio do qual o sujeito passivo confessa os débitos que verifica; Fl. 95DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 94 9 III Auto de Infração (AI), é o documento constitutivo de crédito, inclusive relativo à multa aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória, lavrado por AFRFB e apurado mediante procedimento de fiscalização; IV – Notificação de Lançamento (NL), é o documento constitutivo de crédito expedido pelo órgão da Administração Tributária; V Débito Confessado em GFIP (DCG), é o documento que registra o débito decorrente de divergência entre os valores recolhidos em documento de arrecadação previdenciária e os declarados em GFIP; e Art. 467. Será lavrado Auto de Infração ou Notificação de Lançamento para constituir o crédito relativo às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.457, de 2007. Art. 468. A autoridade administrativa competente para a lavratura do Auto de Infração pelo descumprimento de obrigação principal ou acessória, nos termos dos arts. 142 e 196 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), e art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, é o AFRFB que presidir e executar o procedimento fiscal. Parágrafo único. Considerase procedimento fiscal quaisquer das espécies elencadas no art. 7º e seguintes do Decreto nº 70.235, de 1972, observadas as normas específicas da RFB. (grifo nosso) Cumprenos esclarecer ainda, que o lançamento fiscal foi elaborado nos termos do artigo 33, §§ 2º, 3º da Lei 8.212/1991, os artigos 232 e 233 do decreto 3.048/1991, bem como dos artigos 113, 115 e 122 do Código Tributário Nacional. O artigo 33, §§ 2º, 3º da Lei 8.212/1991: Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 2o A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 96DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 10 § 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Os arts. 232 e 233, Decreto 3.048/1999: Art. 232. A empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante legal, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas neste Regulamento. Art. 233. Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal podem, sem prejuízo da penalidade cabível nas esferas de sua competência, lançar de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa, ao empregador doméstico ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Parágrafo único. Considerase deficiente o documento ou informação apresentada que não preencha as formalidades legais, bem como aquele que contenha informação diversa da realidade, ou, ainda, que omita informação verdadeira. O art. 113, CTN, estabelece que: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. O art. 115, CTN, estabelece que: Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 95 11 O art. 122, CTN, estabelece que: Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Podese elencar as etapas necessárias à realização do procedimento: A autorização por meio da emissão de TIPF – Termo de Início do Procedimento Fiscal, o qual contém o Mandado de Procedimento Fiscal – MPF F, com a competente designação do AuditorFiscal responsável pelo cumprimento do procedimento, bem como a intimação para que o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária; A autuação dentro do prazo autorizado pelo referido Mandado, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes: a. IPC Instrução para o Contribuinte, onde constam as instruções necessárias à empresa no tocante ao recolhimento, parcelamento, apresentação de defesa e demais informações; b. REPLEG Relatório de Representantes Legais, que identifica os sóciosgerentes / administradores da empresa e seus respectivos períodos de gestão; c. VÍNCULOS Relação de Vínculos, que relaciona todas as pessoas físicas ou jurídicas de interesse da administração previdenciária em razão do seu vínculo com o sujeito passivo, representantes legais ou não, indicando o tipo de vínculo existente e o período correspondente; d. REFISC – Relatório Fiscal da Infração e da Aplicação da Multa. Ademais, não compete ao AuditorFiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos Fl. 98DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 12 geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Desta forma, o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não prosperando as alegações da Recorrente. Diante do exposto, não prospera a alegação da Recorrente. (i) Suspensão do julgamento administrativo considerandose a prejudicial do RE 627543, com repercussão geral no STF Impedimento à adesão ao regime tributário do Simples Nacional de microempresas ou empresas de pequeno porte com pendências tributárias ou previdenciárias. Analisemos. Em consulta ao site do Supremo Tribunal Federal, http://www.stf.jus.br, em 03.07.2012, o Recurso Extraordinário RE 627543, Tema nº 363 com repercussão geral reconhecida no STF, decide sobre o impedimento à adesão ao regime tributário do Simples Nacional de microempresas ou empresas de pequeno porte com pendências tributárias ou previdenciárias, verificase que o RE ainda não foi julgado. Outrossim, o crédito previdenciário se refere às contribuições previdenciárias destinadas à Seguridade Social referente às contribuições da empresa sobre remunerações pagas, devidas ou creditadas a segurados empregados e a segurados contribuintes individuais, bem como Contribuições para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, no período de 07/2007 a 12/2008. Ainda, o Relatório Fiscal, às fls. 05 a 06, informa que: Nas competências 07/2007 a 08/2008 a empresa declarou na GFIP ser optante do Simples (...) Contudo, consultando o histórico das solicitações de opção pelo Simples Nacional constatamos que as solicitações referentes aos anos 2007 e 2008 foram indeferidas por pendências não resolvidas Ou seja, o Relatório Fiscal apenas informa que, em consulta aos sistemas da Receita Federal do Brasil, observouse que os pedidos de opção pelo SIMPLES feitos pela Recorrente foram indeferidos por pendências não resolvidas para os anos 2007 e 2008. Desta forma, devese anotar que o presente AIOA nº 37.210.9829 não se refere a processo de exclusão do SIMPLES, o que inviabiliza, logicamente, a análise da prejudicial suscitada pela Recorrente em razão de objetos distintos entre o constante no presente AIOP e o veiculado no RE 627543. Ademais, o presente Recurso Voluntário referente ao AIOA nº 37.210.9829 não é o meio adequado para a discussão acerca do indeferimento da opção pelo SIMPLES, o qual deverá ocorrer em processo próprio. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 96 13 Diante do exposto, não prospera a alegação da Recorrente. No Mérito. (ii) da falta de notificação da exclusão do SIMPLES Analisemos. Já analisado no tópico (i), de forma que restou esclarecido que o presente AIOA nº 37.210.9829 não se refere a processo de exclusão do SIMPLES. Diante do exposto, não prospera a alegação da Recorrente. (iii) Da multa confiscatória – inconstitucionalidades A decisão de primeira instancia administrativa foi no sentido de que não se pode analisar a constitucionalidade ou não de multa aplicada. A inaplicabilidade da multa fixada é flagrante, ante a elevada alíquota, DESPROPORCIONAL A SUPOSTA INFRAÇÃO frente ao ordenamento jurídico vigente, também pelo fato de esmagar da capacidade econômicofinanceira de qualquer empresa. É de se começar pela Constituição Federal, que estabelece como Princípio Constitucional Tributário a VEDAÇÃO DO CONFISCO, tornando defeso o utilizar o tributo com efeito de confisco Art. 150, IV. E a Constituição, não se pode esquecer, veda o CONFISCO TRIBUTÁRIO, ART. 150, IV, mas também o CONFISCO EM GERAL, ART. 5o, XXII, e 170, II. O valor acrescido pelas multas é excessivamente oneroso, revestindose a mesma de caráter nitidamente confiscatório, merecendo ser reduzida a, no mínimo, a metade, o que se requer. A redução da multa é admitida, excepcionalmente, na via administrativa, desde que evidenciada a desproporção entre a penalidade aplicada pelo desrespeito à norma tributária e sua conseqüência jurídica. E para tanto invocase o princípio da proporcionalidade e a garantia insculpida no art. 150 inciso IV, da Constituição Federal, que, a despeito de referirse a tributo, é estendida às penalidades vinculadas à atividade tributária do Fl. 100DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 14 Estado, posto que restritiva a direito fundamental o da propriedade. Analisemos. Não assiste razão à Recorrente pois o previsto no ordenamento legal não pode ser anulado na instância administrativa por alegações de inconstitucionalidade, já que tais questões são reservadas à competência, constitucional e legal, do Poder Judiciário. Neste sentido, o art. 26A, caput do Decreto 70.235/1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, e dá outras providências: “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 3o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 4o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 5o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II – que fundamente crédito tributário objeto de: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)”(gn). Ainda, o art. 59, caput, Decreto 7.574/2011; Fl. 101DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 97 15 Art.59. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade (Decreto no 70.235, de 1972, art. 26A, com a redação dada pela Lei no 11.941, de 2009, art. 25). Parágrafo único.O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo (Decreto no 70.235, de 1972, art. 26A, § 6o, incluído pela Lei no 11.941, de 2009, art. 25): Ique já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou IIque fundamente crédito tributário objeto de: a)dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei no 10.522, de 19 de junho de 2002; b)súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993; ou c)pareceres do AdvogadoGeral da União aprovados pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar no 73, de 1993. Ademais, há a Súmula nº 2 do CARF, publicada no D.O.U. em 22/12/2009, que expressamente veda ao CARF se pronunciar acerca da inconstitucionalidade de lei tributária. Súmula CARFnº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Diante do exposto, não prospera a argumentação da Recorrente. (iv) Cálculo das Multas Analisemos. No que tange ao cálculo da multa, é necessário tecer algumas considerações, face à edição da recente Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009. A citada Lei 11.941/2009 alterou a sistemática de cálculo de multa por infrações relacionadas à GFIP. Para tanto, a Lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: Fl. 102DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 16 “Art.32A.O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do art. 32 no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento, observado o disposto no §3o; e II de R$ 20,00 (vinte reais)para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas §1º Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso I do caput, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento §2o Observado o disposto no § 3o, as multas serão reduzidas: I à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II a setenta e cinco por cento, se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação §3o A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; II R$ 500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos”. Considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. Art.106 A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. No caso da presente autuação, Auto de Infração nº. 37.210.9829, a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 e do art. 32, § 6º, da Lei nº 8.212/1991, o qual previa que pena administrativa correspondente de cinco por cento do valor mínimo previsto no art. 92, por campo com informações inexatas, incompletas ou omissas, limitada aos valores previstos no art. 32, § 4º, da Lei nº 8.212/1991. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 12269.001662/201015 Acórdão n.º 2403001.502 S2C4T3 Fl. 98 17 Para efeitos da apuração da situação mais favorável, há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte, conforme o art. 106, II, c, CTN: (a) a norma anterior, com a multa prevista no art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 32, § 6º, Lei nº 8.212/1991 ou (b) a norma atual, nos termos do art. 32, inciso IV, Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 32A, Lei nº 8.212/1991, na redação dada pela Lei 11.941/2009. Nesse sentido, entendo que na execução do julgado, a autoridade fiscal deverá verificar, com base nas alterações trazidas, a situação mais benéfica ao contribuinte. CONCLUSÃO Voto no sentido de CONHECER do recurso, em dar provimento parcial ao recurso, NO MÉRITO, para que se recalcule o valor da multa, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 32A da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 104DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 12/12/2012 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 10580.009615/2003-22
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1998 a 01/03/2001
PIS/Pasep. DECADÊNCIA. SUMULA Nº 8 DO STF. PAGAMENTO ANTECIPADO A HOMOLOGAR. PRAZO DECADENCIAL DO ARTIGO 150, §4º, CTN. ARTIGO 62-A, RICARF.
Sendo declarado inconstitucional pelo E. STF do artigo 45 da Lei nº 8.212/91 com a edição da Súmula nº 8 do E. STF, o prazo para a Fazenda Nacional constituir créditos de PIS/Pasep passa a ser de 5 (cinco) anos a contar do fato-gerador tendo havido pagamento antecipado a homologar.
Numero da decisão: 9303-002.089
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso especial.
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente substituto.
FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA - Relator.
EDITADO EM: 04/01/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Luciano Lopes de Almeida Moraes (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto).
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
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DECADÊNCIA. SUMULA Nº 8 DO STF. PAGAMENTO ANTECIPADO A HOMOLOGAR. PRAZO DECADENCIAL DO ARTIGO 150, §4º, CTN. ARTIGO 62A, RICARF. Sendo declarado inconstitucional pelo E. STF do artigo 45 da Lei nº 8.212/91 com a edição da Súmula nº 8 do E. STF, o prazo para a Fazenda Nacional constituir créditos de PIS/Pasep passa a ser de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador tendo havido pagamento antecipado a homologar. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso especial. LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS – Presidente substituto. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA Relator. EDITADO EM: 04/01/2013 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 00 96 15 /2 00 3- 22 Fl. 1195DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Luciano Lopes de Almeida Moraes (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Relatório Insurgese a Contribuinte em Recurso Especial às fls. 1051/1177, contra o Acórdão – retificado por Embargos de Declaração – às fls. 1037, que unanimemente negou provimento ao Recurso Voluntário, rejeitando as preliminares de nulidade, afastando a decadência do PIS/Pasep e COFINS e negando pedido de compensação. Em despacho de admissibilidade às fls. 1179/1181 foi dado seguimento parcial exclusivamente quanto à discussão da decadência do direito da Fazenda constituir o crédito tributário mediante lançamento, confirmado pelo Presidente deste Conselho no reexame definitivo à fl. 1182. O Acórdão confrontado traz a seguinte ementa: “NORMAS PROCESSUAIS. NULIDADE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. FALTA DE TIPIFICAÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA. Não há que se falar de cerceamento de direito de defesa quando a indicação da autoridade fiscal é suficiente para compor apresentar a impugnação do contribuinte, que nenhum prejuízo sofreu quanto a compreensão dos fatos que geraram a sua autuação. NORMAS PROCESSUAIS. RETROATIVIDADE. INEXISTÊNCIA. COMPENSAÇÃO. Os débitos tributários do contribuinte, objeto de pretensão compensatória, são regidos por normas vigentes há época da existência do fato gerador por força da irretroatividade da lei tributária. PIS/Pasep e Cofins. DECADÊNCIA. PRAZO. DEZ ANOS. O prazo para a Fazenda Pública constituir o crédito tributário relativo ao PIS e à Cofins é de dez anos, a contar da data do fato gerador, nos termos do artigo 45, I, da Lei n° 8.212, de 1991, combinado com o artigo 150, § 4 º, do CTN. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. INEXISTÊNCIA. É requisito indispensável da compensação a liquidez e certeza dos créditos que se pretende opor aos Fl. 1196DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.009615/200322 Acórdão n.º 9303002.089 CSRFT3 Fl. 1.196 3 débitos tributários. Havendo discussão judicial para se determinar os critérios para a apuração dos créditos do contribuintes, ausente a possibilidade de compensação tributária. Recurso negado.” Quanto ao debate em torno do prazo decadencial da Fazenda Nacional relativamente ao lançamento do PIS/PASEP e Cofins (matéria admitida), a Contribuinte tece argumentos tendo como fundamento a Súmula nº 8 do STF, combinada com os artigos 146, inc. III, “b” da Constituição Federal e 150, § 4º do Código Tributário. Transcreve ementa e trecho do Acórdão paradigmático deste Conselho às fls. 1054/1057, cujo julgamento concedeu prazo qüinqüenal à decadência do direito da Fazenda constituir o crédito através de lançamento. Ainda à fl. 1057, reproduz o texto da Súmula Vinculante nº 8 do STF, que declara inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, instituidores do prazo decenal para a Seguridade Social constituir seus créditos. Por fim, pede que seja considerado o entendimento sumulado do STF, atribuindo prazo qüinqüenal à decadência do direito da Seguridade Social, lastreandose no §4º, art. 150, CTN e no acórdão deste Conselho trazido como paradigma. Às fls. 1185/1190, ContraRazões. Aduz a Fazenda Nacional que o cerne da questão está no marco inicial para contagem do prazo decadencial, eis que superada a discussão sobre o art. 45 da Lei nº 8.212/91 através da Súmula Vinculante nº 8 do STF. Para tal contagem de prazo, associa o caso dos autos à hipótese do art. 173, inc. I do Código Tributário, que atribui o marco inicial como sendo o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento do contribuinte poderia ter sido efetuado, não se verificando o recolhimento de exação e montante a homologar e nem havendo dolo. Neste ponto, transcreve trecho do julgamento de Recurso Especial Representativo de Controvérsia às fls. 1186/1188, afirmando ser o prazo qüinqüenal regido pelo art. 173, inc. I, CTN, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação. Por fim, relaciona o entendimento com o caso dos autos por não haver pagamento antecipado, restando contar o prazo de decadência na conformidade do artigo aludido, requerendo seja negado provimento ao recurso especial da contribuinte por não ter sido o lançamento atingido pela decadência qüinqüenal. É o relatório. Fl. 1197DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Voto V O T O do Conselheiro Relator Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva. Este Recurso tem admissibilidade adequada aos ditames normativos que regem a matéria, dele tomo conhecimento. O Despacho de nº 340000.382 de fl. 1.179 reexaminado na fl. 1.182, admitiu seguimento, exclusivamente, em relação à decadência do direito da Fazenda Nacional constituir crédito tributário mediante lançamento. De todos sabido que o E. STF por via da Súmula nº 8 já pacificou o entendimento quanto ao art. 45 da Lei nº 8.212/91 cabendo neste caso a aplicação do § 4º do art. 150 pela existência de recolhimentos comprovados até pelos períodos base dos lançamentos. Em razão do exposto, com fundamento no art. 62A do RICARF, voto no sentido de conceder provimento ao recurso interposto. Sala das Sessões, 11 de setembro de 2012. FRANCISCO MAURÍCIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA – Relator. Fl. 1198DF CARF MF Impresso em 28/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 21/01/2013 por FRANCISCO MAURICIO RABELO DE ALBUQUERQUE SILVA, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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