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Numero do processo: 16024.000442/2007-01
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004, 2005
CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não ocorre a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade da decisão recorrida, quando nesta são apreciadas todas as matérias contidas na peça impugnatória, embora não tenha sido acatado o pedido para apresentação de prova ou deferimento de perícia por entender desnecessário ao deslinde da questão e considerados presentes nos autos elementos de convicção suficientes à adequada compreensão dos fatos para solução da lide.
LUCRO INFLACIONÁRIO DIFERIDO - DECADÊNCIA
O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos. (Súmula CARF Nº 10)
LUCRO INFLACIONÁRIO. REALIZAÇÃO LINEAR.
A partir de 1º de janeiro de 1996, a pessoa jurídica deverá realizar no mínimo 10% ao ano do lucro inflacionário acumulado existente em 31 de dezembro de 1995 ou o percentual efetivo, quando maior, calculado em função da realização do ativo. A cada período de apuração deve ser reconhecida a parcela de realização do lucro inflacionário acumulado, na forma legalmente prevista.
COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS - Não há falar em compensação de prejuízos fiscais de períodos anteriores na fase recursal quando na ação fiscal o autuante já efetivou a compensação do lucro apurado com prejuízos de períodos de apuração anteriores, observado o limite de 30% do lucro real apurado.
Numero da decisão: 1802-001.386
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Ester Marques Lins De Sousa Presidente e Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José De Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Marco Antonio Nunes Castilho, Marciel Eder Costa e Gustavo Junqueira Carneiro Leão.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não ocorre a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade da decisão recorrida, quando nesta são apreciadas todas as matérias contidas na peça impugnatória, embora não tenha sido acatado o pedido para apresentação de prova ou deferimento de “perícia” por entender desnecessário ao deslinde da questão e considerados presentes nos autos elementos de convicção suficientes à adequada compreensão dos fatos para solução da lide. LUCRO INFLACIONÁRIO DIFERIDO DECADÊNCIA O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos. (Súmula CARF Nº 10) LUCRO INFLACIONÁRIO. REALIZAÇÃO LINEAR. A partir de 1º de janeiro de 1996, a pessoa jurídica deverá realizar no mínimo 10% ao ano do lucro inflacionário acumulado existente em 31 de dezembro de 1995 ou o percentual efetivo, quando maior, calculado em função da realização do ativo. A cada período de apuração deve ser reconhecida a parcela de realização do lucro inflacionário acumulado, na forma legalmente prevista. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS Não há falar em compensação de prejuízos fiscais de períodos anteriores na fase recursal quando na ação fiscal o autuante já efetivou a compensação do lucro apurado com prejuízos de períodos de apuração anteriores, observado o limite de 30% do lucro real apurado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 02 4. 00 04 42 /2 00 7- 01 Fl. 457DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins De Sousa – Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José De Oliveira Ferraz Corrêa, Nelso Kichel, Marco Antonio Nunes Castilho, Marciel Eder Costa e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Relatório Por economia processual e bem descrever os fatos adoto o relatório da decisão recorrida (fls.429/430) que a seguir transcrevo: Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pela contribuinte supracitada foi apurada, nos anos calendário de 2002, 2003, 2004 e 2005, ausência de adição ao lucro líquido do período, na determinação do lucro real, do lucro inflacionário realizado no montante de R$ 119.206,69 por ano e R$ 29.801,67 por trimestre (anocalendário de 2005), uma vez que não foi observado o percentual de realização mínima previsto na legislação de regência. Foi lavrado o auto de infração de fls.262 a 272, exigindo IRPJ no valor de R$ 37.550,08, juros de mora de R$ 15.162,07 e multa proporcional de R$ 28.162,52, com fundamento no Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, (Regulamento do Imposto de Renda– RIR, de 1999), arts. 249, I, e 449; Lei nº 9.065, de 1995, art. 8º; Lei nº 9.249, de 1995, arts. 6º e 7º. Notificada da autuação a contribuinte, representada pelo procurador Paulo Birkman (fls. 419 a 424), ingressou com a impugnação de fls. 288 a 326, alegando: · Nulidade por desobediência ao disposto no art. 9º do Decreto nº 70.235, de 1972, uma vez que não foram incluídas as declarações de IRPJ dos períodos de 1995 a 2007, resultando em ofensa ao princípio da legalidade e ao direito de ampla defesa; · Decadência, nos termos do art. 173, I, do Código Tributário Nacional (CTN), pois a declaração de ajuste anual de 1995 não é passível de revisão; Fl. 458DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 16024.000442/200701 Acórdão n.º 1802001.386 S1TE02 Fl. 3 3 · Ilegalidade da utilização da taxa Selic. A Lei nº 10.175,de 1998 é inconstitucional, visto o teor do art. 192 da Constituição Federal (CF). A taxa Selic tem natureza remuneratória e afronta os princípios constitucionais da isonomia e do não confisco; · Requer a juntada dos balanços de 2003 a 2005, demonstrando que não prosperam as imputações do auto de infração, pois houve prejuízos em todos os períodos. O lucro inflacionário foi totalmente absorvido até o ano de 2002, não existindo qualquer possibilidade de repercussão nos anos de 2003, 2004 e 2005; · Protesta por todos os demais meios de prova em direito admitidos, em especial a prova pericial e testemunhal, requerendo expressamente a intimação para sustentação oral, perante este Egrégio Colegiado. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido conforme decisão proferida no Acórdão nº 1435.976, de 29/11/2011, da 3ª Turma da DRJ/ Ribeirão/SP (fls.429/433), cuja ementa transcrevo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005 LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO. Constatada a existência de saldo de lucro inflacionário, efetua se o lançamento relativamente às realizações desse lucro não adicionadas na demonstração do lucro real. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005 NULIDADE. Não há que se cogitar de nulidade do lançamento quando observados os requisitos previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. PERÍCIA. REQUISITOS. O pedido de perícia deve ser denegado se tiver sido formulado em desacordo com as prescrições legais, aliado à circunstância de estarem presentes nos autos elementos de convicção suficientes à adequada compreensão dos fatos para solução da lide. JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTAÇÃO. A juntada posterior de documentação só é possível em casos especificados na lei. PROVA TESTEMUNHAL. Fl. 459DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 4 Inexiste previsão legal para oitiva de testemunhas no julgamento administrativo em primeira instância. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005 DECADÊNCIA. IRPJ. O direito de a Fazenda Pública rever lançamento por homologação extinguese no prazo de 5 (cinco) anos contados do fato gerador, no caso de haver pagamento antecipado do tributo, caso contrário o prazo é contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. LUCRO INFLACIONÁRIO. REALIZAÇÃO. DECADÊNCIA. O fato gerador do imposto incidente sobre o lucro inflacionário somente ocorre no momento de sua realização, que determina, assim, o termo inicial do prazo de decadência do direito do Fisco. JUROS DE MORA. SELIC. A cobrança de juros de mora com base no valor acumulado mensal da taxa referencial do Selic tem previsão legal. A empresa autuada foi cientificada da mencionada decisão em 13/12/2011 e, protocolizou o recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, em 11/01/2012, no qual apresenta, em síntese, os seguintes argumentos estruturados nos seguintes tópicos: DO CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA A recorrente alega que, fora indeferida pelo V. Acórdão, a prova pericial requerida, sob alegação de que não foram indicados os motivos que justificam o pedido, o que não pode aceitar, eis que fora especificado que a prova pericial seria imprescindível para demonstrar a inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário para ser realizado nos anos calendários de 2002,2003,2004 e 2005. Afirma que não tem fundamento o indeferimento da produção de prova documental requerida, porque solicitou à Receita Federal a disponibilização das cópias das declarações de imposto de renda, anocalendário 1995 a 2000, exercício 1996 a 2001, para demonstrar a inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário. E que, a Receita Federal negou o pedido, sob alegação de que somente poderia disponibilizar as declarações de imposto de renda do exercício, no caso, 2.006, e as 5 (cinco) anteriores, quais sejam: 2005, 2004, 2003, 2002, e 2001, no que cerceou o direito de defesa da Recorrente. Aduz que, a Recorrente não era obrigada a guardar as referidas declarações,em razão do transcurso do prazo prescricional, conforme dispõe o parágrafo único, do artigo 195, do Código Tributário Nacional. Assim, requer seja declarada a nulidade do V. Acórdão, com a consequente determinação de produção de prova pericial bem como que a Receita Federal disponibilize as declarações de imposto de renda, ano calendário 1995 a 2000, para demonstrar a inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário. Fl. 460DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 16024.000442/200701 Acórdão n.º 1802001.386 S1TE02 Fl. 4 5 DA PRESCRIÇÃO DO SUPOSTO CRÉDITO A recorrente discordando do entendimento proferido no V. Acórdão de que inexiste a decadência do tributo, eis que o fato gerador do lucro inflacionário ocorreria apenas na data em que a pessoa jurídica estivesse obrigado a realizálo, argúi que: o auto de infração baseiase na existência de suposto saldo de lucro inflacionário acumulado nos anos calendário 1.994 e 1995, e que, portanto, deveria ter sido utilizado nos anos seguintes, e não o foi, pelo que, foi atingido pela decadência, já que a notificação à Recorrente ocorreu, em 29.10.2007. Portanto, requer a declaração de prescrição do crédito tributário,eis que eventual saldo remanescente de lucro inflacionário deveria ter sido utilizado entre os anos calendário de 1995 a 2001, e não a partir de 2002. DA INEXISTÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A Recorrente reitera que inexiste o crédito apontado no auto de infração, pelos seguintes motivos: que eventual saldo de lucro inflacionário existente, certamente, foi absorvido entre os anos calendário de 1995 a 2001, ou seja, antes do ano calendário de 2002; que, a DIPJ do ano calendário 2002 já juntada no processo administrativo, apontou um prejuízo acumulado de R$ 1.122.128,03, pelo que, se existisse eventual saldo remanescente, seria compensado com o referido prejuízo, mesmo considerandose a limitação de 30% na compensação de prejuízos; que, não existiu saldo remanescente de lucro inflacionário que repercutisse nos anos de 2002, 2.003, 2004, e 2005, até porque nestes anos também houve prejuízo, pelo que, não há imposto de renda a pagar; que, o balanço patrimonial estampado na DIPJ Ano Calendário 2001, também já juntado ao processo administrativo, demonstra que a Recorrente tinha um ativo permanente na ordem de R$ 524.403,93 e um patrimônio líquido da ordem de R$ 948.873,60, sendo que estes valores indicam que no passado a Recorrente não poderia ter tido um RESULTADO DE CORREÇÃO MONETÁRIA CREDOR, ou seja, um lucro inflacionário diferido, mas sim DEVEDOR; que, nos anoscalendário de 2002 a 2005, não foi oferecido qualquer valor a título de realização de lucro inflacionário, sendo que a DIPJ ano calendário 2.001 e 2002, já juntadas ao processo administrativo não indicam nenhum LUCRO INFLACIONÁRIO a tributar na FICHA ajuste do LUCRO LÍQUIDO, em ADIÇÕES, o que confirma que não havia lucro inflacionário a tributar, sendo que a demonstração exigida pelo V. Acórdão seria realizada pelas Declarações de Imposto de Renda, que a Recorrente solicitou e a Receita Federal não disponibilizou, bem como pela prova pericial que fora indeferida. Ao final requer seja dado provimento ao recurso voluntário, acolhendose a preliminar arguida, de cerceamento do direito de defesa, com a determinação de retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, para a produção das imprescindíveis provas pericial e documental, com a consequente prolação de novo julgamento, ou, no mérito, o reconhecimento da total improcedência e insubsistência do auto de infração, pela inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário a ser tributado nos anos de 2002, 2.003, 2004 e Fl. 461DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 6 2005, cancelandose o débito fiscal reclamado, com todas as consequência legais, como medida de extrema Justiça. É o relatório. Voto Conselheira Relatora Ester Marques Lins De Sousa O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72 e suas alterações posteriores. Dele tomo conhecimento. O Auto de Infração em questão, fls.262 a 272, referese ao IRPJ — Imposto de Renda Pessoa Jurídica dos anos calendário de 2002, 2003, 2004 (Lucro Real Anual) e 2005 (Lucro Real Trimestral) decorrente de ação fiscal efetuada junto à contribuinte, na qual a fiscalização constatou a falta de realização mínima do Lucro Inflacionário Acumulado em 31/12/1995. Consta da descrição dos fatos, fl.260, o seguinte: Ausência de adição ao lucro liquido do período, na determinação do lucro real apurado nas Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) dos anoscalendário de 2002, 2003, 2004 e 2005, do lucro inflacionário realizado no montante de R$ 119.206,69 por ano (anoscalendário de 2002, 2003 e 2004) e R$ 29.801,67 por trimestre (anocalendário de 2005), uma vez que não foi observado o percentual de realização mínima previsto na legislação de regência (10% por ano e 2,5% por trimestre de R$ 1.192.066,91 saldo de 31/12/1995). Lucro inflacionário do anocalendário de 2002 totalmente absorvido pelo prejuízo de (R$ 172.254,43), restando nesse ano apenas a retificação do prejuízo para (R$ 53.047,74). Concedida a compensação do lucro apurado de R$ 119.206,69 (anoscalendário de 2003 e 2004) com prejuízos de períodos de apuração anteriores, observado o limite de 30% equivalente a R$ 35.762,00. Concedida a compensação do lucro apurado de R$ 29.801,67 (anocalendário de 2005) com prejuízos de períodos de apuração anteriores, observado o limite de 30% equivalente a R$ 8.940,50. Conforme relatado, a defesa da recorrente se expressa nos seguintes tópicos que passo a analisálos na mesma ordem apresentada. DO CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA A recorrente alega que, fora indeferida pelo V. Acórdão, a prova pericial requerida, sob alegação de que não foram indicados os motivos que justificam o pedido, o que não pode aceitar, eis que fora especificado que a prova pericial seria imprescindível para demonstrar a inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário para ser realizado nos anos calendários de 2002,2003,2004 e 2005. Fl. 462DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 16024.000442/200701 Acórdão n.º 1802001.386 S1TE02 Fl. 5 7 Sobre o assunto o artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 que regula o processo administrativo fiscal assim dispõe: Art. 16. A impugnação mencionará: ... III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) ... § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) (...) Como se vê, é fundamental o cumprimento dos quesitos elencados no inciso IV do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72, pois, de acordo com o parágrafo 1º acima descrito, na ausência deles considerase o pedido como não formulado. É o caso dos presentes autos, pois, na impugnação fl.314, a Recorrente, de forma genérica, simplesmente protesta “por todos os demais meios de prova em direito admitidas , Fl. 463DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 8 em especial a prova pericial e testemunhal , requerendo expressamente a INTIMAÇÃO PARA SUSTENTAÇÃO ORAL, perante este Egrégio Colegiado”. Consta da decisão de primeira instância que, o pedido de perícia deve ser denegado se tiver sido formulado em desacordo com as prescrições legais, aliado à circunstância de estarem presentes nos autos elementos de convicção suficientes à adequada compreensão dos fatos para solução da lide. Assim, correta a decisão recorrida que ao fim e ao cabo considerou como inexistente o pedido a teor do dispositivo legal acima referenciado. A Recorrente afirma que não tem fundamento o indeferimento da produção de prova documental requerida, porque solicitou à Receita Federal a disponibilização das cópias das declarações de imposto de renda dos anos calendário de 1995 a 2000, para demonstrar a inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário. E que, a Receita Federal negou o pedido, sob alegação de que somente poderia disponibilizar as declarações de imposto de renda do exercício, no caso, 2006, e as 5 (cinco) anteriores, quais sejam: 2005, 2004, 2003, 2002, e 2001, no que cerceou o direito de defesa da Recorrente. Aduz que, a Recorrente não era obrigada a guardar as referidas declarações,em razão do transcurso do prazo prescricional, conforme dispõe o parágrafo único, do artigo 195, do Código Tributário Nacional. Assim, requer seja declarada a nulidade do V. Acórdão, com a consequente determinação de produção de prova pericial bem como que a Receita Federal disponibilize as declarações de imposto de renda, ano calendário 1995 a 2000, para demonstrar a inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário. Depreendese da observação no Sapli (fl.241) que não foi encontrada declaração para os anos calendário de 1995, 1996 e 1997 e 1998. Registrese, que poderia a autuada haver trazido aos autos o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) para comprovar a inexistência de saldo remanescente de lucro inflacionário, se fosse o caso. Quanto à documentação a ser juntada posteriormente, entendeu a DRJ que se encontram presentes nos autos elementos de convicção suficientes à adequada compreensão dos fatos para solução da lide, e assim justifica no voto condutor do acórdão recorrido. Quanto à documentação, constam no processo as DIPJ dos anoscalendário fiscalizados, bem assim os demonstrativos do lucro inflacionário apurado em cada ano calendário, desde 1994, ressaltandose que o lucro inflacionário constante no demonstrativo da RFB reflete os valores informados pela contribuinte em suas declarações, acumulados até o ano do lançamento (fls. 237 a 250). Vêse, na declaração da pessoa jurídica do anocalendário de 1994 (fls. 237/250), que foram realizados, por exemplo, os valores de CR$5.074.074,00 e CR$ 7.734.879,00 nos meses de janeiro e fevereiro daquele ano, conforme consta no Demonstrativo do Lucro Inflacionário Sapli (fls.251/252). Consta, também, que foi apurado lucro inflacionário em todos os meses desse ano (fls. 245/248). Fl. 464DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 16024.000442/200701 Acórdão n.º 1802001.386 S1TE02 Fl. 6 9 A DIRPJ (fl.238) relativa ao ano calendário de 1994 é suficiente para demonstrar a existência de lucro inflacionário acumulado em 31/12/1994 e o diferido para o ano calendário de 1995 coerente com o demonstrativo SAPLI (fl.241). Resta demonstrado que o saldo do Lucro Inflacionário Acumulado (LIA) em 31/12/1995 nada mais é do que o saldo do Lucro Inflacionário Acumulado a Realizar de R$ 1.081.593, 00 em 31/12/1994 x Fator de Correção: 1,2246 = R$ 1.324.518,78 (Lucro Inflac. Diferido de Períodos Anteriores Corrigido). Tendose o mencionado valor, e, deduzida a Baixa por decadência de R$ 132.451,87, fica o Saldo do Lucro Inflacionário Acumulado a Realizar em 31/12/1995, no montante de R$ 1.192.066,91, constante do Sapli e considerado pela fiscalização. Desse modo, despiciendo se torna a apresentação de cópia das declarações dos anos calendário de 1995 a 2001 para fins de comprovação de saldo de lucro inflacionário para ser realizado nos anos calendários de 2002,2003,2004 e 2005 como será visto adiante, no tópico específico: “Da inexistência do crédito tributário” a que alude a recorrente. Como visto acima, há de se concluir, serem os elementos acostados aos autos suficientes para a análise conclusiva da lide. Ainda sobre o tema, vale esclarecer que a diligência se reserva à elucidação de pontos duvidosos para o deslinde do litígio, não se justificando a sua realização quando o fato probante puder ser demonstrado pelos documentos juntados nos autos, de sorte que a autoridade julgadora possa formar a sua livre convicção. A admissibilidade de diligência, depende do livre convencimento da autoridade julgadora como meio de melhor apurar os fatos, podendo como tal dispensar quando entender desnecessária ao deslinde da questão. O julgador na análise das provas produzidas nos autos, deve decidir conforme o seu convencimento em consonância com o art.29 do Decreto nº 70.235/72, assim estabelecido: “Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias”. Com efeito, não ocorre a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade da decisão recorrida, quando nesta são apreciadas todas as matérias contidas na peça impugnatória, embora não tenha sido acatado o pedido para apresentação de prova ou deferimento de “perícia” por entender desnecessário ao deslinde da questão. Preliminar rejeitada. DA PRESCRIÇÃO DO SUPOSTO CRÉDITO Sob o título de prescrição mas que se entende por decadência, a recorrente discorda do entendimento proferido no V. Acórdão de que inexiste a decadência do tributo, eis que o fato gerador do lucro inflacionário ocorreria apenas na data em que a pessoa jurídica estivesse obrigado a realizálo, argúi que: o auto de infração baseiase na existência de suposto saldo de lucro inflacionário acumulado nos anos calendário 1994 e 1995, e que, portanto, deveria ter sido utilizado nos anos seguintes, e não o foi, pelo que, foi atingido pela decadência, já que a notificação à Recorrente ocorreu, em 29/10/2007. Fl. 465DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 10 Portanto, requer a declaração de “prescrição” do crédito tributário,eis que eventual saldo remanescente de lucro inflacionário deveria ter sido utilizado entre os anos calendário de 1995 a 2001, e não a partir de 2002. Observase no Sapli (fls.251/252) que fora baixado por decadência o lucro inflacionário a realizar nos anos calendários de 1996 a 2001, realização mínima de R$ 119.206,91 (anual). No que tange ao prazo decadencial para a constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido, a realizar nos anos calendário de 2002 a 2005, melhor sorte não tem a contribuinte. O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é matéria que já se encontra pacificada no âmbito desse Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, sendo inclusive objeto da Súmula CARF nº 10, verbis: O prazo decadencial para constituição do crédito tributário relativo ao lucro inflacionário diferido é contado do período de apuração de sua efetiva realização ou do período em que, em face da legislação, deveria ter sido realizado, ainda que em percentuais mínimos. Desse modo, o lucro inflacionário acumulado e diferido em 31/12/1995, relativo aos anos calendário de 2002 a 2005, somente deverá ser realizado nos respectivos fatos geradores para apuração do lucro real, ou seja: em 31/12/2002, 31/12/2003, 31/12/2004, 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005 e 31/12/2005. Considerando, o ano calendário de 2002, o mais antigo período de apuração, ainda que se tomasse 31/12/2002, data de apuração do lucro real anual, portanto, data do fato gerador do IRPJ, adotando a tese de que nos termos do § 4º do artigo 150 do CTN mais favorável ao contribuinte, a autoridade administrativa tem o prazo de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador para proceder ao lançamento de ofício, o Fisco teria até 31/12/2007, para proceder ao lançamento do crédito tributário ou a redução do prejuízo fiscal como se deu no presente caso. Como a ciência do lançamento deuse em 29/10/2007, não há falar em decadência tributária ou caducidade do direito da Fazenda Pública, para a administração lançar eventuais diferenças referentes ao ano calendário de 2002, mais antigo, nem tampouco em relação aos demais anos calendário de 2003, 2004 e 2005. Preliminar rejeitada. DA INEXISTÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO A Recorrente reitera que inexiste o crédito apontado no auto de infração, porque eventual saldo de lucro inflacionário existente, certamente, foi absorvido entre os anos calendário de 1995 a 2001, ou seja, antes do ano calendário de 2002. Como dito acima pela DIRPJ (fl.238) relativa ao ano calendário de 1994 resta demonstrado que o saldo do Lucro Inflacionário Acumulado (LIA) em 31/12/1995 nada mais é do que o saldo do Lucro Inflacionário Acumulado a Realizar de R$ 1.081.593, 00 em 31/12/1994 x Fator de Correção: 1,2246 = R$ 1.324.518,78 (Lucro Inflac. Diferido de Períodos Anteriores Corrigido). Fl. 466DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 16024.000442/200701 Acórdão n.º 1802001.386 S1TE02 Fl. 7 11 Tendose o mencionado valor, e, deduzida a Baixa por decadência de R$ 132.451,87, fica o Saldo do Lucro Inflacionário Acumulado a Realizar em 31/12/1995, no montante de R$ 1.192.066,91, constante do Sapli e considerado pela fiscalização. Com relação ao valor a ser realizado, salientese que, pelo critério de tributação do lucro inflacionário, os saldos credores diferidos só são tributados na proporção da realização do ativo, ou em percentuais mínimos previstos na legislação. É necessário lembrar que, a partir do ano calendário de 1995, foi revogada a correção monetária das demonstrações financeiras consoante o disposto no art. 4º da Lei nº 9.249/95, verbis: Art. 4º Fica revogada a correção monetária das demonstrações financeiras de que tratam a Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989, e o art. 1º da Lei nº 8.200, de 28 de junho de 1991. Parágrafo único. Fica vedada a utilização de qualquer sistema de correção monetária de demonstrações financeiras, inclusive para fins societários. Por conseqüência direta da inexistência da correção monetária de balanço, a partir de períodos base iniciados em 1996, não mais ocorreu lucro inflacionário do período, ficando o saldo do lucro inflacionário acumulado “congelado”. Portanto, a tributação futura sempre alcançará as realizações por conta do saldo existente em 31.12.95, corrigido monetariamente até essa data. Os cálculos futuros devem ser feitos com base nos valores existentes em 31/12/95, corrigido monetariamente ate essa data. O art. 7º da Lei nº 9.249/95, retro mencionada, dispõe que “o saldo do lucro inflacionário acumulado, remanescente em 31/12/1995, corrigido monetariamente até essa data, será realizado de acordo com as regras então vigente”. A legislação vigente nessa matéria é a Lei nº 9.065 de 1995, cujos arts. 6º a 8º disciplinaram as formas de realização do lucro inflacionário, alterando as normas anteriores até então espelhadas na Lei nº 7.789 de 1989, restando claro, a partir de então, que o percentual de realização mínimo obrigatório seria de 10% (dez por cento) ao ano no caso de apuração anual ou 2,5% (dois e meio por cento) no caso de apuração trimestral, e deveria incidir sobre o valor do lucro inflacionário acumulado em 31/12/1995, corrigido monetariamente até essa data, de modo que ocorresse, de forma linear, a realização total do lucro inflacionário diferido, no prazo máximo de 10(dez) anos. A obrigatoriedade imposta pela norma legal é no sentido de se efetuar a realização do saldo do lucro inflacionário acumulado, em 31/12/95, ainda que em percentual mínimo, a cada período de apuração, de sorte a se transportar para os períodos seguintes, o saldo remanescente para fins de controle, apenas. Portanto, repitase, o percentual de realização deve incidir sobre o lucro inflacionário acumulado em 31/12/1995, corrigido monetariamente, e, não sobre o saldo do lucro inflacionário diferido transportado para os períodos seguintes. No presente caso, o relatório SAPLI (fls.241/242) demonstra que havia saldo de lucro inflacionário, em 31/12/1995, no montante de R$ 1.192.066,91, cuja tributação seria obrigatória em percentual idêntico ao de realização de ativos, ou o mínimo previsto na legislação. Fl. 467DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 12 Considerando a realização total do lucro inflacionário diferido, no prazo máximo de 10(dez) anos (10x R$ 119.206,69) e, baixado por decadência o lucro inflacionário a realizar nos períodos de 1996 a 2001 (06 anos) terseá como realizado o lucro inflacionário nos últimos 04 anos a saber: 2002 a 2005, objeto do auto de infração em comento. Assim, não há como acatar a alegação da contribuinte de que todo o lucro inflacionário foi totalmente absorvido até o ano de 2002. Ainda insistindo pela inexistência de lucro inflacionário acumulado em 31/12/1995, a recorrente alega que, o balanço patrimonial estampado na DIPJ/2002, Ano Calendário 2001, demonstra que tinha um ativo permanente na ordem de R$ 524.403,93 e um patrimônio líquido da ordem de R$ 948.873,60, sendo que estes valores indicam que no passado a Recorrente não poderia ter tido um RESULTADO DE CORREÇÃO MONETÁRIA CREDOR, ou seja, um lucro inflacionário diferido, mas sim DEVEDOR. De fato na DIPJ/2003 (fl.44), ano calendário 2002, consta que a Recorrente no ano anterior, ou seja em 31/12/2001, tinha um ativo permanente na ordem de R$ 524.403,93, e, patrimônio líquido negativo na ordem de (R$ 948.873,60). Sendo apenas R$ 1.000,00, o valor do capital realizado, gerador de correção monetária devedora. A argumentação da recorrente em nada lhe socorre, ao contrário demonstra que no passado a Recorrente teria RESULTADO DE CORREÇÃO MONETÁRIA CREDOR, haja vista que patrimônio líquido negativo de R$ 948.873,60, sendo prejuízo acumulado é conta retificadora do patrimônio líquido e como tal geradora de correção monetária credora. Desse modo, cai por terra a argumentação da recorrente e confirma que havia lucro inflacionário a tributar, pois, tanto o ativo permanente na ordem de R$ 524.403,93, quanto o patrimônio líquido negativo na ordem de (R$ 948.873,60) são contas geradoras de correção monetária credora. A recorrente alega que a DIPJ do ano calendário 2002 juntada no processo administrativo, apontou um prejuízo acumulado de R$ 1.122.128,03, pelo que, se existisse eventual saldo remanescente, seria compensado com o referido prejuízo, mesmo considerando se a limitação de 30% na compensação de prejuízos. E que, não existiu saldo remanescente de lucro inflacionário que repercutisse nos anos de 2002, 2.003, 2004, e 2005, até porque nestes anos também houve prejuízo, pelo que, não há imposto de renda a pagar. Conforme explicitado no início do presente voto, consta da descrição dos fatos do auto de infração, fl.260, que o Lucro Inflacionário a Realizar de R$ 119.206,69 no anocalendário de 2002, foi totalmente absorvido/compensado com o prejuízo de (R$ 172.254,43), restando nesse ano apenas a redução/retificação do prejuízo para (R$ 53.047,74). Também na ação fiscal foi efetivada a compensação do lucro apurado de R$ 119.206,69 (anos calendário de 2003 e 2004) com prejuízos de períodos de apuração anteriores, observado o limite de 30% equivalente a R$ 35.762,00. E, concedida a compensação do lucro apurado de R$ 29.801,67 (anocalendário de 2005) com prejuízos de períodos de apuração anteriores, observado o limite de 30% equivalente a R$ 8.940,50. Destarte, demonstrada a existência de saldo remanescente de lucro inflacionário com repercussão nos anos de 2002, 2.003, 2004, e 2005, e, efetivada a compensação com o prejuízo fiscal nos mencionados anos calendário, cabível o lançamento de ofício do IRPJ devido nos anos de 2003, 2004, e 2005, conforme demonstrado no auto de infração (fls. 263 a 268). Fl. 468DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 16024.000442/200701 Acórdão n.º 1802001.386 S1TE02 Fl. 8 13 Em face do exposto, voto no sentido de afastar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Relatora Ester Marques Lins De Sousa Fl. 469DF CARF MF Impresso em 10/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 08/ 10/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 15374.917265/2008-33
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2004 a 30/09/2004
PROVA DOCUMENTAL. CLAREZA DOS REGISTROS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. MOMENTO PROCESSUAL DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PRECLUSÃO. LEGALIDADE.
Somente se reconhece indébito fiscal e cogita-se da possibilidade da sua utilização na compensação de outros tributos quando devidamente comprovado por meio da escrituração contábil/fiscal, quando a DCTF é retificada após o despacho decisório. A documentação deve ser apresentada no momento da manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, observadas as ressalvas previstas na norma e a possibilidade objetiva de aplicação do princípio da verdade material, que rege o Processo Administrativo Fiscal.
Numero da decisão: 3803-003.775
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa Relator
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os Conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/09/2004 a 30/09/2004 PROVA DOCUMENTAL. CLAREZA DOS REGISTROS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. MOMENTO PROCESSUAL DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PRECLUSÃO. LEGALIDADE. Somente se reconhece indébito fiscal e cogita-se da possibilidade da sua utilização na compensação de outros tributos quando devidamente comprovado por meio da escrituração contábil/fiscal, quando a DCTF é retificada após o despacho decisório. A documentação deve ser apresentada no momento da manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazê-lo em outro momento processual, observadas as ressalvas previstas na norma e a possibilidade objetiva de aplicação do princípio da verdade material, que rege o Processo Administrativo Fiscal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram, ainda, da sessão de julgamento os Conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
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CLAREZA DOS REGISTROS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. MOMENTO PROCESSUAL DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PRECLUSÃO. LEGALIDADE. Somente se reconhece indébito fiscal e cogitase da possibilidade da sua utilização na compensação de outros tributos quando devidamente comprovado por meio da escrituração contábil/fiscal, quando a DCTF é retificada após o despacho decisório. A documentação deve ser apresentada no momento da manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual, observadas as ressalvas previstas na norma e a possibilidade objetiva de aplicação do princípio da verdade material, que rege o Processo Administrativo Fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 91 72 65 /2 00 8- 33 Fl. 1070DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por ALEXANDRE KERN 2 Participaram, ainda, da sessão de julgamento os Conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório Trata o presente processo de compensação declarada pela Contribuinte, por meio da DComp nº 01367.61068.111104.1.3.046120, em que utilizou o alegado crédito de pagamento a maior, no valor de R$ 53.267,89, relativo ao mês de setembro de 2004, homologada parcialmente, por meio do despacho decisório eletrônico proferido pela Derat/Rio de Janeiro II. Em manifestação de inconformidade apresentada, a Interessada alegou, em síntese, que: a) a contribuição foi paga no valor de R$ 360.343,54, e equivocadamente declarada na DCTF e no Dacon no valor de R$ 317.322,41, por sua vez divergente e maior que o devido; b) o referido erro foi identificado e corrigido através de retificação de ambas as declarações, após emissão do despacho decisório. Em julgamento da lide a DRJ/Rio de Janeiro II verificou, nos sistemas da RFB, relativamente ao 3º trimestre de 2004, que a Contribuinte apresentara, além da DCTF original, oito DCTFs retificadoras, fl. 68, sendo as duas últimas apresentadas em data posterior à ciência do despacho decisório, com a alteração da contribuição a pagar para o valor de R$ 307.765,05. Da mesma forma, apresentou, além do Dacon original, quatro Dacons retificadores, fl. 69, com diversas alterações no valor da contribuição a pagar, e somente no último, apresentado, após a ciência da dita decisão administrativa, o valor foi retificado para R$ 307.765,05. Destacou a falta da espontaneidade das declarações retificadoras, e, em consequência, considerouas documentos insuficientes, por si sós, para fazer prova em favor da Manifestante, pois não se fizeram acompanhar de documentos fiscais e contábeis, capazes de demonstrar que a contribuição efetivamente devida não corresponde à importância anteriormente informada à RFB, mas, sim, ao último valor que declarou, tudo, conforme o exigem os arts. 15 e 16 do Decreto n º 70.235, de 1972. Cientificada da decisão, em 12 de setembro de 20112, a Interessada apresentou o recurso voluntário de fls. 82 a 83, em 03 de outubro de 2011, em que reitera a singela menção ao erro de apuração cometido e declara estar anexando cópias da DCTF retificadora, do Dacon retificador, do Livro Razão, do Balancete Contábil e do Termo de Abertura e Encerramento do Livro Diário, para que não reste dúvidas quanto ao direito alegado. É o relatório. Voto O recurso é tempestivo, e atende a todos os requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. Fl. 1071DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por ALEXANDRE KERN Processo nº 15374.917265/200833 Acórdão n.º 3803003.775 S3TE03 Fl. !Configuração não válida de caractere 3 A Recorrente não desenvolve argumentos em sua defesa. Apenas afirma que pagou a maior e em um resumido parágrafo declara estar anexando as cópias dos documentos supramencionados, para o fim de ter a compensação realizada homologada integralmente. A DCTF e o Dacon foram documentos já não aceitos pelo Colegiado a quo, como documentos comprobatórios de que houvera pagamento a maior da contribuição. Com acerto foi proferida a decisão, eis que as declarações não se fizeram acompanhar da escrituração contábil e/ou fiscal naquela instância. A exemplo do anterior processo analisado por este Julgador, o balancete no mês de setembro mostra um sem número de registros relativos ao PIS, sem que a Recorrente tenha sido diligente em sua defesa para demonstrar com que números do balancete e/ou do razão compôs o cálculo do PIS o valor que pretendeu provar/ O Razão, por sua vez, mostra uma escrituração capilarizada em um sem número de operações, e, não obstante ser denominada de Razão Acumulado também é um Razão Analítico, de difícil identificação do efetivo débito que a Recorrente pretende provar existir. Em vista do registro sobremodo acentuado de operações, números em intensidade, deveria a Recorrente ter sido razoável e ter elaborado demonstrativo que melhor elucidasse a apuração que fez constar no Dacon e o valor que declarou por fim na DCTF retificadora ativa, e fornecesse o itinerário desse cálculo apontandoo no balancete e/ou no Razão, com indicação das contas ou saldos de contas e respectivos valores e páginas, a permitir um cotejo prático do valor da contribuição a que chegara. Mesmo que a Recorrente houvesse apontado para a identidade visível entre esses registros do cálculo do PIS, e que minudentemente estivesse descrita a natureza dos créditos apenas nesta fase recursal, tais elementos de defesa não se tornariam ainda uma justificação suficiente para converter o julgamento em diligência. Isso, porque os conceitos envolvidos na apuração dos créditos tem a forte probabilidade de suscitar uma nova disputa, que passaria ao largo da apreciação do órgão julgador de primeira instância, a subverter o rito do processo administrativo fiscal. Ora, se na hipótese acima esses elementos de defesa assim organizados talvez não pudessem socorrer a Recorrente, sequer para o fim de sua confirmação por meio de diligência, pela possibilidade de julgar preclusa a sua apresentação apenas nesta fase recursal, o que dizer da defesa que nada organiza, que anexa centenas, ou mais de um milhar, de registros, à espera de que a Auditoria Fiscal garimpe no meio dos números, realizando um trabalho que é da Recorrente, que já estaria realizado, mas que não chega ao órgão julgador devidamente esquadrinhado? Não há de ter expectativa de êxito quem se defende com esse descaso. Gizese que é ônus da Contribuinte trazer aos autos a completa prova da alegação de existência de crédito de pagamento indevido ou a maior, perante a Receita Federal do Brasil, nas circunstâncias em que este, após ter confessado e pago o débito, provê, posteriormente, a redução do crédito tributário. E esta prova deveria ter sido provida no momento processual da manifestação de inconformidade, nos termos dos arts. 15 e 16 do Decreto n º 70.235, de 1972, em que respaldouse a decisão de primeira instância, precluindo o direito de fazêlo em momento posterior. Fl. 1072DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por ALEXANDRE KERN 4 Assim, não merece reparos a decisão recorrida, em vista de toda a exposição retro. Pelo que, voto por negar provimento ao recurso. Sala das sessões, 29 de novembro de 2012 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 1073DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/12/2012 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 01/12/20 12 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por ALEXANDRE KERN
score : 1.0
Numero do processo: 10909.000413/2008-80
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Mar 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
IMPOSTO DE RENDA SUPLEMENTAR. DEDUÇÃO DO VALOR DO IMPOSTO DE RENDA ORIGINALMENTE DECLARADO.
Tendo sido observada a dedução do valor do Imposto de Renda declarado pelo contribuinte, correto o valor do Imposto de Renda Suplementar mantido pela decisão de primeira instância.
Recurso Negado.
Numero da decisão: 2802-002.053
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jaci de Assis Junior Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Dayse Fernandes Leite, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Melo.
Nome do relator: JACI DE ASSIS JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 IMPOSTO DE RENDA SUPLEMENTAR. DEDUÇÃO DO VALOR DO IMPOSTO DE RENDA ORIGINALMENTE DECLARADO. Tendo sido observada a dedução do valor do Imposto de Renda declarado pelo contribuinte, correto o valor do Imposto de Renda Suplementar mantido pela decisão de primeira instância. Recurso Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso - Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Dayse Fernandes Leite, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Melo.
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DEDUÇÃO DO VALOR DO IMPOSTO DE RENDA ORIGINALMENTE DECLARADO. Tendo sido observada a dedução do valor do Imposto de Renda declarado pelo contribuinte, correto o valor do Imposto de Renda Suplementar mantido pela decisão de primeira instância. Recurso Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Dayse Fernandes Leite, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Melo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 04 13 /2 00 8- 80 Fl. 31DF CARF MF Impresso em 08/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 2 Tratase de Notificação de Lançamento, fls. 02/03, para exigência do Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar, código de receita 2904, no valor de R$ 4.493,63, sujeito aos acréscimos de multa de ofício de 75% e de juros de mora, relativos ao anocalendário de 2003, exercício financeiro de 2004. Conforme relatado na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fls. 3, o lançamento é decorrente da glosa de dedução indevida de despesas médicas, no valor total de R$ 16.340.48, sendo: a) R$ 5.340,48 referente ao Bradesco Saúde S/A, em razão do contribuinte não ter apresentado documentação adequada para comprovar a dedutibilidade; b) R$ 4.500,00 referente Comunidade Terapêutica Reviver e R$ 6.500,00 referente Associação de Pais e Amigos do Loteamento Los Angeles, em razão dos dispêndios não reunirem condições de serem considerados despesas médicas, conforme a legislação aplicável à espécie. O contribuinte apresentou a impugnação de fl. 01. alegando que é responsável pelo pagamento integral das mensalidades do plano de saúde Bradesco Saúde S/A, conforme declaração da empresa e o termo de opção de permanência no plano de assistência médica mantido pela empresa Sadia S/A (fls.04/05). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis (DRJ/FNS), fls. 11/12, considerou procedente em parte a impugnação, para restabelecer a dedução do valor de R$5.340,48 da base de cálculo declarada, mantendo em parte a exigência do Imposto de Renda Suplementar no valor de R$ 3.025,00, correspondente à parcela do imposto suplementar não impugnada. Cientificado em 28/04/2011, conforme Aviso de Recebimento de fls. 20, o contribuinte interpôs recurso voluntário em 30/05/2011, alegando que, por tratarse de Imposto de Renda Suplementar, do valor exigido de R$ 3.025,00 deve ser descontado a importância de R$1.665,24, correspondente ao imposto declarado e que foi objeto de parcelamento na forma da Lei nº 11.941, de 2009. Requer que “seja recalculado e informado o valor do saldo a ser pago e/ou parcelado, visto que parte do montante de R$ 3.205,00 já foi objeto de parcelamento, bem como seja permitido a sua inclusão nos moldes da lei 11941/09”(sic). É o relatório. Voto Conselheiro Jaci de Assis Junior O recurso foi tempestivamente apresentado e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Pretende o recorrente que seja deduzido do valor de R$ 3.025,00, que correspondente à parcela do imposto suplementar não impugnada, exigida após decisão de primeira instância, o valor de R$ 1.665,24, correspondente ao Imposto de Renda a Pagar, originalmente declarado. De acordo com o DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO, anexo à Notificação de Lançamento, fls. 02/03, a base de cálculo do Imposto de Renda, apurada após a glosa dos valores das deduções de despesas médicas, atingiu o montante de R$69.450,35 (item 6). O Imposto de Renda Devido correspondente foi calculado em Fl. 32DF CARF MF Impresso em 08/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO Processo nº 10909.000413/200880 Acórdão n.º 2802002.053 S2TE02 Fl. 29 3 R$14.021,94 (item 7), tendo sido deste deduzidos os valores declarados de R$ 7.863.07 (item 10), referente ao Imposto de Renda Retido na Fonte, e de R$ 1.665.24 (item 14), relativo ao valor do Imposto a Pagar (item 14). Dessa operação, resultou o valor de R$ 4.493,63, que foi objeto de exigência pela Notificação de Lançamento a título de Imposto de Renda Suplementar (item 16, do demonstrativo, em referência). Examinando a impugnação apresentada, o Acórdão nº 0723.448, proferido pela 6ª Turma da DRJ/FNS, considerou procedente a impugnação para restabelecer parte da glosa da dedução que foi objeto de contestação, no valor de R$ 5.340,48. Diante disso, refez o cálculo do Imposto de Renda Suplementar devido pelo contribuinte, conforme abaixo se reproduz: Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido Anocalendário 2003 Descrição Valor em Reais RS 1) Total dos Rendimentos Tributáveis Declarados 82.121,12 2) Deduções [mantidas R$ 12.670,77 + restabelecidas R$ 5.340.48] 18.011,25 3) Base de Cálculo (12) 64.109,87 4) Imposto Devido [(BC x 27.5%) 5.076.90] 12.553,31 5) Imposto de Renda Retido na Fonte 7.863,07 6) Imposto a Pagar Declarado 1.665,24 7) Imposto Suplementar Não Impugnado 3.025,00 Dos cálculos acima, percebese que, tendo em vista a redução da base de cálculo do imposto para R$ 64.109,87 (item 3), o valor do Imposto Devido, apurado no mencionado DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DO IMPOSTO DEVIDO, foi reduzido para R$ 12.553,31 (item 4). Deste Imposto Devido foi deduzido os valores declarados de Imposto de Renda Retido na Fonte, no montante de R$ 7.863,07 (item 5), e do Imposto a Pagar Declarado pelo contribuinte no montante de R$ 1.665,24. Como resultado dessa operação, apurouse o valor de R$ 3.025,00, que constou da conclusão do voto da relatora do acórdão recorrido. Portanto, não há como acolher a pretensão do recorrente, uma vez evidenciado nos autos que o valor do Imposto de Renda declarado pelo contribuinte em sua Declaração de Ajuste Anual foi devidamente considerado para efeitos de se apurar o Imposto de Renda Suplementar mantido após decisão de primeira instância. Observese, finalmente, que compete à autoridade preparadora tomar as providências relativamente ao pedido do contribuinte para que lhe seja permitido parcelamento do crédito tributário exigido no presente processo. Voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator Fl. 33DF CARF MF Impresso em 08/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO 4 Fl. 34DF CARF MF Impresso em 08/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO
score : 1.0
Numero do processo: 16327.904326/2008-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF
Data do Fato Gerador: 13/11/2002
COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DILIGÊNCIA. APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O INDÉBITO. HOMOLOGAÇÃO DO PEDIDO DE COMPENSAÇÃO.
Sendo apresentado em diligência, os documentos que impediram a homologação do pedido de compensação. Fica comprovada o recolhimento a maior do IOF.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.591
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários - IOF Data do Fato Gerador: 13/11/2002 COMPENSAÇÃO DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DILIGÊNCIA. APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O INDÉBITO. HOMOLOGAÇÃO DO PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. Sendo apresentado em diligência, os documentos que impediram a homologação do pedido de compensação. Fica comprovada o recolhimento a maior do IOF. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente. Winderley Morais Pereira - Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama.
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DILIGÊNCIA. APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS QUE COMPROVAM O INDÉBITO. HOMOLOGAÇÃO DO PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. Sendo apresentado em diligência, os documentos que impediram a homologação do pedido de compensação. Fica comprovada o recolhimento a maior do IOF. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Helder Massaaki Kanamaru, Winderley Morais Pereira, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 43 26 /2 00 8- 21 Fl. 548DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de compensação de créditos de pagamento a maior do Imposto Sobre Operações Financeiras – IOF. Em auditoria eletrônica, o pedido de compensação não foi homologado em razão dos créditos informados estarem integralmente alocados a débitos da Recorrente, conforme declarado em DCTF, não restando créditos a serem utilizados. Inconformada, a Recorrente impugnou o despacho, alegando que os créditos teriam origem em valores recolhidos indevidamente do IOF. Para justificar o recolhimento a maior, a empresa apresentou os seguintes esclarecimentos: “A Requerente, Instituição Financeira, efetuou operações de crédito (empréstimo) com diversos clientes (pessoas jurídicas). Para tais operações, o art. 7°, I, "b", 1. do Decreto n°4.494/02 previu a incidência do IOF: "Art. 7° A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do I0F são (Lei n° 8.894, de 1994, art. 1°, parágrafo único, e Lei n° 5.172, de 1966, art. 64, inciso I): I na operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: (...) b) quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada uma das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia;” 0 mesmo Decreto, no art. 7°, § 1º, limitou a incidência do IOF sobre as operações de crédito financiamento ao "valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias" (365 dias x 0,0041%). Tal limitação ocorre, inclusive, quando há prorrogação da operação de crédito. É o que diz o § 7° do art. 7° do Decreto n° 4.494/02: § 7° Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de divida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que lido haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar a anteriormente feita, aplicandose a alíquota em vigor à época da operação inicial. Fl. 549DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16327.904326/200821 Acórdão n.º 3102001.591 S3C1T2 Fl. 3 3 Conclusão: nas operações de credito (empréstimos) efetuadas pela Requerente com seus clientes, o IOF devido é aquele relativo ao valor objeto do empréstimo a alíquota diária de 0,0041% (limitada a 365 dias).” Detalhado o funcionamento dos contratos de mútuo a empresa alega que o recolhimento a maior, ocorreu sobre operações de crédito com determinadas empresas, quando, por erro de sistema, considerou novamente o IOF em cada prorrogação do prazo da operação, dessa forma não limitou o cálculo do IOF à alíquota máxima de 0,0041% x 365 dias. Informa ainda na impugnação, que por ser mera responsável pela retenção do IOF, apurou os pagamentos efetuados a maior e providenciou a devolução dos valores indevidamente retidos aos clientes, acrescidos de juros e correção monetária. Demonstrado dessa forma que a empresa assumiu o encargo financeiro, resta comprovado o direito a restituição do IOF. Ao apreciar a impugnação a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas/SP, analisou todas as alegações constantes da impugnação e toda a documentação apresentada, concluindo pelo provimento parcial da impugnação. A homologação parcial do pedido de restituição/compensação foi assim descritos no voto da decisão da autoridade a quo: “Já nas operações identificadas como BOC, Kerry1 e Timberjack, o conjunto probatório ressentese da ausência de elementos de prova imprescindível para os intentos da interessada. No caso da operação que teria sido realizada com a empresa BOC gases não foram trazidos aos autos os contratos relativos aos empréstimos alegados. Quanto à operação identificada como Kerry1, o extrato bancário que deveria comprovar a efetividade do empréstimo, fl. 106, não traz registro de empréstimo que passa ser correlacionada com os demais documentos. Por sinal, as operações de empréstimo que constam do citado extrato ou não se relacionam com a que seria a origem do crédito reivindicado ou representam lançamentos a débito da conta. Da mesma forma, no caso da operação envolvendo a empresa Timberjack aquele que seria o extrato representativo do depósito inicial, fl. 124, não contém qualquer lançamento a título de empréstimo. A ausência desses elementos probatórios compromete a força dos demais, uma vez que, sem o respaldo dos extratos bancários ou contratos, ficam sem comprovação a própria efetividade dos empréstimos, assim como as renovações que seriam o motivo da existência do crédito.” Fl. 550DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 A decisão da DRJ foi assim ementada: “ASSUNTO: Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários IOF Dara do fato gerador: 02/04/2003 OPERAÇÕES DE CRÉDITO. ALÍQUOTA. LIMITE DE INCIDÊNCIA. EXTRAPOLAÇÃO. CRÉDITO. O valor do imposto recolhido sobre operações de crédito que exceder àquele correspondente ao resultante da aplicação da alíquota máxima legalmente estabelecida é considerado como pagamento a maior e passível de restituição/compensação. DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser restituído ou utilizado em compensação. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos pela interessada elemento que permita a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. COMPENSAÇÃO. RESPONSÁVEL. TRIBUTO RETIDO. CONDIÇÕES. A compensação de tributo por quem realizou a retenção na condição de responsável tributário depende da comprovação da assunção do encargo financeiro. Comprovada nos autos a devolução aos clientes do imposto cobrado a maior, considera se cumprida a condição legal. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte” Cientificada da decisão, a empresa apresentou recurso voluntário, repisando as alegações apresentadas na impugnação, reafirmando o direito ao crédito e que a documentação juntada seria suficiente para comprovar o indébito tributário. No Recurso, discorre sobre o contrato de mutuo e a que a sua prova não necessita de forma escrita, podendo ser feita por outros meios e no caso de mutuo bancário basta provar a ocorrência do crédito dos valores na conta corrente. As alegações sobre a efetividade da operação com base na documentação apresentada, foram assim detalhadas pela Recorrente: “As planilhas, as declarações e os contratos (no caso dos empréstimos com a Kerry e Timberjack), além dos extratos bancários (no caso dos empréstimos com a BOC Gases) são elementos que demonstram suficientemente a efetividade dos Fl. 551DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 16327.904326/200821 Acórdão n.º 3102001.591 S3C1T2 Fl. 4 5 empréstimos e suas prorrogações. Ademais, os débitos de juros sobre ais empréstimos, presentes nos extratos da contacorrente das empresas mutuárias, configuram mais um elemento a provar a efetividade do aludido negócio jurídico. Com efeito, no caso dos empréstimos, contratados com a BOC Gases, para o qual os contratos estão faltantes, temse que a essência do mútuo ( a entrega da coisa mutuada, no caso o dinheiro) prevalece sobre o instrumento formal de sua existência (o contrato escrito).” Ao analisar o Recurso, a Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara resolveu determinar a baixa dos autos em diligência para que a Unidade Preparadora intimasse a Recorrente à apresentar os extratos bancários comprovando o depósito inicial dos contratos de mutuo referente às operações com a empresa Timberjack e aquela identificada como Kerry1 da empresa Kerry do Brasil Ltda. Na mesma diligência também deverá ser intimada a Recorrente a apresentar os contratos de mutuo referente as operações com a empresas BOC Gases do Brasil Ltda. Atendendo a intimação realizada pela Unidade de Origem, a Recorrente apresentou cópias de extratos bancários com os depósitos iniciais e os contratos de mutuo. Os autos retornaram ao CARF para prosseguimento. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. A teor do relatado o cerne da lide é a discussão sobre as provas apresentadas para comprovação do indébito tributário. A autoridade considerou que parte dos créditos foram comprovados por meio da documentação apresentada, restando não comprovado os depósitos iniciais dos contratos de mutuo. O fato que estamos discutindo na presente lide é se foram apresentadas provas e se estas são suficientes para a comprovação das alegações constantes do Recurso. Diante deste fato, resolveu a Terceira Turma da Quarta Câmara baixar os autos em diligência para unidade preparadora intime a recorrente a apresentar os documentos que segundo a decisão da primeira instância seriam necessários para a comprovação do indébito referente aos contratos de mutuo. Fl. 552DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 Realizada a diligência, foram trazidas cópias dos extratos bancários comprovando o depósito inicial dos contratos de mutuo referente às operações com a empresa Timberjack e aquela identificada como Kerry1 da empresa Kerry do Brasil Ltda. Os depósitos apresentados possuem como título de operação "empréstimo" e correspondem exatamente aos valores constantes dos contratos de mutuo. Também foram apresentados os contratos de mutuo referente as operações com a empresas BOC Gases do Brasil Ltda. Portanto, com a documentação apresentada na diligência fica resolvida a questão suscitada no julgamento da primeira instância para a não concessão do indébito tributário. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 553DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 12/12/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 03/12/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10680.006795/2008-77
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Dec 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO.
Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvidas quanto à prestação dos serviços. Em tais situações, a apresentação tão-somente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para comprovar a efetividade dos serviços e dos correspondentes pagamentos.
ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE.
Presentes os pressupostos de exigência, cobra-se multa de ofício pelo percentual legalmente determinado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2801-002.822
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente em exercício e Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, José Evande Carvalho Araujo, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Luiz Claudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: TANIA MARA PASCHOALIN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 DESPESAS MÉDICAS. COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvidas quanto à prestação dos serviços. Em tais situações, a apresentação tão-somente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para comprovar a efetividade dos serviços e dos correspondentes pagamentos. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. Presentes os pressupostos de exigência, cobra-se multa de ofício pelo percentual legalmente determinado. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin - Presidente em exercício e Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, José Evande Carvalho Araujo, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Luiz Claudio Farina Ventrilho.
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COMPROVAÇÃO. Todas as deduções declaradas estão sujeitas à comprovação ou justificação, mormente quando há dúvidas quanto à prestação dos serviços. Em tais situações, a apresentação tãosomente de recibos e/ou declarações de lavra dos profissionais é insuficiente para comprovar a efetividade dos serviços e dos correspondentes pagamentos. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. Presentes os pressupostos de exigência, cobrase multa de ofício pelo percentual legalmente determinado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente em exercício e Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 67 95 /2 00 8- 77 Fl. 107DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 2 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10680.006795/200877 Acórdão n.º 2801002.822 S2TE01 Fl. 108 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, José Evande Carvalho Araujo, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Relatório Trata o presente processo de notificação de lançamento que diz respeito a Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), referente ao exercício de 2004, por meio do qual se exige do contribuinte o crédito tributário no montante de R$ 21.349,53. O lançamento é decorrente da apuração de deduções indevidas a título de dependentes, despesas médicas, despesas com instrução e despesas com previdência privada. Em sua impugnação, o contribuinte anexa documentos para comprovar a dedutibilidade das referidas despesas. A impugnação foi julgada procedente em parte, conforme Acórdão de fls. 76/84, para restabelecer dedução de contribuição previdenciária de R$1.378,88, dedução de despesas com instrução de R$ 1.998,00, dedução com dependente de R$1.272,00 e despesas médicas de R$2.876,52. Regularmente cientificado daquele acórdão em 26/04/2011 (fl. 88), o interessado interpôs recurso voluntário de fls. 93/102, em 19/05/2011. Em sua defesa, alega, em síntese, que os recibos apresentados representam documentos hábeis a comprovar os efetivos pagamentos procedidos a título de despesas médicas, ainda mais quando inexistente qualquer prova em contrário. Ressalta que os recibos relativos aos pagamentos de despesas médicas somente seriam inócuos à comprovação caso se apresentassem omissos em relação aos dados essenciais, como indicação do prestador de serviços e respectivo CPF ou CNPJ, o que não ocorre no caso. Aduz que é manifesta a natureza confiscatória da multa aplicada, porquanto é totalmente exacerbada em relação à falta cometida. É o relatório. Voto Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. O litígio cingese à glosa de despesas médicas mantidas pela decisão recorrida relativas a quatro dentistas. Registrese que tais despesas médicas foram glosadas em razão da falta de comprovação decorrente do não atendimento à intimação. Após apreciar os documentos fornecidos pelo impugnante, a decisão de primeira instância manteve a glosa, uma vez que não se comprovou o efetivo pagamento das referidas despesas médicas. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 2 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10680.006795/200877 Acórdão n.º 2801002.822 S2TE01 Fl. 109 3 Também destacou que os recibos apresentados não atendem aos pressupostos estabelecidos no §2° do art. 8o da Lei n° 9.250/95, pois não informam o beneficiário dos serviços nem o endereço do profissional. Em relação aos recibos emitidos pelo dentista Javier Arze Alocer, observou, ainda, que não consta a informação de quem efetuou o pagamento e não apresentam data de pagamento. Verificou, também, que os recibos emitidos pela dentista Raíssa não informam a data de pagamento, somente constando o registro do ano. Em sede de recurso, o interessado requer o reconhecimento da comprovação das despesas médicas em discussão sem, contudo, aditar os elementos de provas que suprem as faltas verificadas nos documentos apresentados e demonstrem a efetividade dos pagamentos das reclamadas despesas médicas. No caso sob exame, como o recorrente não carreou aos autos as provas consideradas necessárias a comprovar a efetividade dos serviços/pagamentos em questão, denota que o procedimento fiscal foi acertado, porquanto indique a inexistência das despesas, ressalvada a comprovação contrária, que o interessado não logrou produzir, salientandose que, na análise de prova, à instância julgadora é assegurada a liberdade de convicção, a teor do art. 29 do Decreto nº 70.235, de 1972: Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Diferentemente do que aduz o recorrente, não se trata de exigências descabidas ou ilegais, já que a legislação que rege a matéria dispõe que todas deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, conforme se depreende dos dispositivos abaixo, cabendo ao contribuinte que pleiteou a dedução provar que realmente efetuou os pagamentos nos valores e nas datas constantes nos comprovantes, para que fique caracterizada a efetividade da despesa passível de dedução, no período assinalado. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). O que não cabe aqui é admitirse a dedução de despesas médicas em valor significativo, como na espécie, sem tais comprovações. Assim, tão importante quanto o preenchimento dos requisitos formais do documento comprobatório da despesa, é a constatação da efetividade do pagamento direcionado ao fim indicado. Isto quer dizer que os documentos relacionados às despesas permitidas como dedução da base de cálculo do imposto sobre a renda não representam uma presunção absoluta e inquestionável, pois, sempre que necessário, a autoridade tributária poderá exigir do sujeito passivo a comprovação da sua efetividade/pagamento. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 2 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 10680.006795/200877 Acórdão n.º 2801002.822 S2TE01 Fl. 110 4 Portanto, a exigência de comprovação do efetivo pagamento encontrase amparada na legislação e nos elementos fáticos existentes, razão pela qual deve ser mantida a glosa correspondente. Ressaltese, ainda, que a apuração de infrações em auditoria fiscal é condição suficiente para ensejar a exigência dos tributos mediante lavratura do auto de infração e, por conseguinte, aplicar a multa de oficio de 75% nos termos do artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996. Assim, havendo lançamento de ofício, como neste caso, essa multa é devida. Ainda, no tocante ao suscitado caráter confiscatório da multa, destaquese a súmula nº 2, do CARF, a saber: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 110DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 11/12/201 2 por TANIA MARA PASCHOALIN
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Numero do processo: 10218.720039/2008-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Aug 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
SUJEITO PASSIVO. PROPRIETÁRIO. REGISTRO PÚBLICO. O proprietário, para fins de ITR, é aquele que detém formalmente a propriedade à data do fato gerador. No sistema jurídico brasileiro, é proprietário, para todos os efeitos, aquele que possui a propriedade em seu nome no registro público. ÔNUS PROBATÓRIO. FISCALIZAÇÃO. Cabe à fiscalização comprovar a ocorrência do fato gerador e ao contribuinte comprovar situações excepcionais que importem em isenção, não-incidência ou outras situações redutoras ou desconstitutivas do valor do tributo, devendo as declarações do contribuinte contra si serem desconstituídas com provas. VTN. ARBITRAMENTO. POSSIBILIDADE. PREVISÃO LEGAL. É permitido o arbitramento do Valor da Terra Nua com base nos valores constantes no SIPT quando for constatada subavaliação do valor da propriedade. Uma vez realizado o arbitramento, cabe ao recorrente apresentar laudo que desconstitua a presunção gerada por aquele. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS. PROCESSO ADMINISTRATIVO. A análise de constitucionalidade de ato que ocorreu de acordo com as normas de direito tributário demanda a análise de constitucionalidade destas normas, o que é vetado neste Conselho. (Súmula CARF nº 2) Recurso voluntário não provido
Numero da decisão: 2202-001.835
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann - Presidente. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
Nome do relator: RAFAEL PANDOLFO
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PROPRIETÁRIO. REGISTRO PÚBLICO. O proprietário, para fins de ITR, é aquele que detém formalmente a propriedade à data do fato gerador. No sistema jurídico brasileiro, é proprietário, para todos os efeitos, aquele que possui a propriedade em seu nome no registro público. ÔNUS PROBATÓRIO. FISCALIZAÇÃO. Cabe à fiscalização comprovar a ocorrência do fato gerador e ao contribuinte comprovar situações excepcionais que importem em isenção, nãoincidência ou outras situações redutoras ou desconstitutivas do valor do tributo, devendo as declarações do contribuinte contra si serem desconstituídas com provas. VTN. ARBITRAMENTO. POSSIBILIDADE. PREVISÃO LEGAL. É permitido o arbitramento do Valor da Terra Nua com base nos valores constantes no SIPT quando for constatada subavaliação do valor da propriedade. Uma vez realizado o arbitramento, cabe ao recorrente apresentar laudo que desconstitua a presunção gerada por aquele. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS. PROCESSO ADMINISTRATIVO. A análise de constitucionalidade de ato que ocorreu de acordo com as normas de direito tributário demanda a análise de constitucionalidade destas normas, o que é vetado neste Conselho. (Súmula CARF nº 2) Recurso voluntário não provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 8. 72 00 39 /2 00 8- 11 Fl. 83DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10218.720039/200811 Acórdão n.º 2202001.835 S2C2T2 Fl. 84 3 Relatório 1 Procedimento de Fiscalização O contribuinte foi intimado (fls. 6) em 07/04/2008 a apresentar laudo de avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.653 da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT com fundamentação e grau de precisão II, com anotação de responsabilidade técnica ART registrada no CREA, contendo todos os elementos de pesquisa identificados, sendo que a falta de apresentação do laudo de avaliação ensejaria o arbitramento do valor da terra nua, com base nas informações do Sistema de Preços de Terra SIPT da RFB. Entretanto, o recorrente não apresentou resposta à intimação, sendo a autoridade fiscal obrigada a arbitrar o VTN e a lançar o imposto complementar. 2 Notificação de Lançamento A notificação (fls. 14) ora analisada, lavrada em 04/08/08, restringese ao exercício de 2005. A autoridade fiscalizadora, em face da não apresentação do laudo requisitado, procedeu ao arbitramento do Valor da Terra Nua, tomando por base a extensão de terra declarada pelo contribuinte em conjunto com o VTN/ha médio da região da propriedade do contribuinte – R$ 350,00/ha (fl. 03). Após este procedimento, foi majorado o imposto a pagar de R$ 10,00 para R$ 131.115,60. O valor total do crédito tributário foi de R$ 276.567,26, incluídos imposto, multa e juros. 3 Impugnação Indignado com a autuação, o contribuinte apresentou, tempestivamente, impugnação (fls. 1620) erigida sobre os seguintes argumentos: a) desde o ano de 2000, não é mais o proprietário do imóvel rural denominado Fazenda Machado, posto que realizou a venda do imóvel naquele período; b) não obstante, devido a trâmites burocráticos, demorou anos até conseguir transferir a propriedade da terra, motivo pelo qual, ainda no ano de 2005, declarava o ITR do imóvel em seu nome, para impedir que seu nome fosse inscrito em dívida ativa; c) preliminarmente, pediu a nulidade da notificação pelo fato de não ser mais o proprietário do imóvel e por ter declarado o imóvel em seu nome apenas para não sofrer restrições ou responder por crimes contra a ordem tributária; d) reclama, ainda, que por ter realizado a venda do imóvel, e não ter contato com o novo proprietário, não seria capaz de prover o laudo técnico para reavaliar o VTN/ha, motivo pelo qual requer perícia na área. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO 4 4 Acórdão de Impugnação A 1ª Turma da DRJ/BSB julgou a impugnação e acordou, por unanimidade, pela improcedência desta. Os argumentos alinhados foram: a) há permissão legal para a utilização dos valores do SIPT no arbitramento do valor quando for constatada subavaliação do imóvel, sendo o ônus probatório em sentido diverso do contribuinte; c) o contribuinte não apresentou qualquer elemento que comprovasse erro material no preenchimento da DIAT, motivo pelo qual deve ser mantido o arbitramento, ainda mais tendo em vista que foram utilizados os dados declarados pelo próprio contribuinte; d) não há circunstância que demande a realização de perícia ou diligência neste caso, vez que não se demonstra complexidade na presente situação; f) é fundada a autuação, vez que o VTN/ha declarado era mais de cem vezes inferior ao valor constante no SIPT. Levando em consideração que nenhuma explicação foi dada pelo contribuinte que justificasse a discrepância de valores, é válida a manutenção do arbitramento de acordo com o VTN/ha do SIPT. Tal arbitramento poderia ter sido rebatido com laudo de avaliação emitido por profissional habilitado; g) a multa é devida, pois existe amparo legal e a situação enseja sua aplicação, assim como os juros. 5 Recurso Voluntário Em seu recurso voluntário (fls. 4253), o recorrente repisa os argumentos defendidos na impugnação, acrescentando: a) a decisão de primeiro grau é nula por deficiência na motivação; e b) o arbitramento não é prova suficiente para causar a inversão do ônus da prova; c) violação da proporcionalidade e do veto ao confisco pela aplicação da multa de 75%, vez que ela corresponde quase que ao valor de venda da terra, conforme comprovado em instrumento anexo. Junto ao recurso voluntário, anexou o contrato de compra e venda do imóvel rural (fls. 5457). É o relatório. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10218.720039/200811 Acórdão n.º 2202001.835 S2C2T2 Fl. 85 5 Voto Conselheiro Relator Rafael Pandolfo O recurso possui múltiplas alegações e merece ser analisado topicamente. 1 PRELIMINAR: Nulidade do Acórdão da DRJ por Insuficiência na Justificação Em primeiro lugar, o recorrente alega nulidade da decisão de primeiro grau por insuficiência na justificação, já que diversos pontos ventilados na impugnação não teriam sido analisados. No entanto, o recorrente deixa de mostrar qual ponto não foi ventilado pela decisão recorrida. Pelo contrário, os dois pontos principais trazidos à baila – sujeição passiva e valor do VTN arbitrado – foram encarados satisfatoriamente pelo acórdão de impugnação emitido pela DRJ. 2 MÉRITO: Da Sujeição Passiva A Constituição Federal, em seu art. 153, inciso VI, autorizou à União Federal instituir imposto incidente sobre a propriedade territorial rural. Por sua vez, em consonância com o comando constante no art. 146, inciso II, letra “a”, também da Constituição Federal, o Código Tributário Nacional definiu a materialidade e a sujeição passiva do ITR nos seguintes termos: Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. ... Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. O Código Civil, em seu art. 1.228, define o proprietário como aquele que tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavêla do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Já os arts. 1.245 a 1.247, do Código Civil, dispositivos específicos sobre a propriedade imobiliária, revelam que a condição de proprietário de imóvel somente se perfectibiliza através do competente registro público, conforme observase: Art. 1.245. Transferese entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO 6 § 1º Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel. § 2º Enquanto não se promover, por meio de ação própria, a decretação de invalidade do registro, e o respectivo cancelamento, o adquirente continua a ser havido como dono do imóvel. Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo. Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule. Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boafé ou do título do terceiro adquirente. Nesse sentido é o entendimento da Doutrina Pátria, in verbis: “O Direito Brasileiro seguiu o alemão, exigindo o registro como ato complementar à alienação. Se analisarmos a compra e venda mais detidamente, a questão se esclarecerá. Uma pessoa decide comprar imóvel, suponhamos um apartamento. O contrato deverá ser celebrado por instrumento público. Assim, ambos, comprador e vendedor, comparecem ao cartório, onde se realizará o contrato. O oficial inscreve a vontade das partes em livro especial, o qual é em seguida assinado por todos. Do livro se extrai certidão, denominada escritura púbica. Esta nada mais é do que o instrumento que deu corpo físico ao contrato de compra e venda. Como podemos perceber, o contrato de compra e venda gerou título aquisitivo, ou seja, documento que prova que o imóvel foi alienado. Este título é a escritura. Não obstante todo esse processo, o adquirente só será considerado dono do imóvel, no momento em que a escritura for transcrita no Cartório de Registro de Imóveis. Tornarseá dono quando o oficial do Registro Imobiliário anotar no livro adequado o nome do novo titular do imóvel.” (FIUZA, César. Direito Civil: curso completo. 10. ed. rev., atual. e ampl. Belo Horizonte: Del Rey, 2007 p 781) Ou seja, não obstante tenha sido firmado contrato de compra e venda, a transmissão da propriedade somente se perfectibiliza a partir da tradição do bem (móvel), ou na alteração do registro público, no caso de imóveis. Uma vez constatado que, à época do fato gerador, a propriedade ainda estava em nome do recorrente, deve este ser considerado o proprietário da terra para fins do recolhimento do ITR. Tal posicionamento é refletido em julgados anteriores deste Conselho: ITR/98. SUJEIÇÃO PASSIVA. CONTRIBUINTE DO IMPOSTO. O declarante do ITR/98 figura na relação jurídica como contribuinte do imposto, enquanto não restar devidamente comprovado o cancelamento ou alteração da titularidade no registro imobiliário ou da posse do imóvel, em razão do esbulho ou turbação. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10218.720039/200811 Acórdão n.º 2202001.835 S2C2T2 Fl. 86 7 (Turma Ordinária. 3ª Câmara. Terceiro Conselho de Contribuintes. Acórdão 30334.269. Julgamento em 26/04/07) Quanto à alegação de que, por deter a posse da terra, o “novo proprietário” deveria ser o sujeito passivo do ITR, fundamento não subsiste. Conforme extensa jurisprudência deste Conselho, não existe ordem de preferência entre os sujeitos passivos elencados na Lei, podendo a Fazenda optar dentre eles de qual será cobrado o Imposto: ITR DESAPROPRIAÇÃO SUJEIÇÃO PASSIVA O ITR poderá ser exigido de qualquer das pessoas que se prenda ao imóvel rural, em uma de suas modalidades, estando a Fazenda Pública autorizada a exigir o tributo de qualquer uma delas que se ache vinculada ao imóvel, não havendo determinado a referida legislação ordem de preferência quanto à responsabilidade pelo pagamento do imposto. (Turma Ordinária. 3ª Câmara. Terceiro Conselho de Contribuintes. Acórdão 30333.372. Julgamento em 13/06/06) 3 MÉRITO: Do Cálculo do Imposto A base de cálculo do ITR é o VTNt, ou Valor da Terra Nua tributável, figura definida pelo art. 10 da Lei nº 9.393/97: III VTNt, o valor da terra nua tributável, obtido pela multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável e a área total; O Valor da Terra Nua, por sua vez, também é definido no mesmo artigo: § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: I VTN, o valor do imóvel, excluídos os valores relativos a: a) construções, instalações e benfeitorias; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; d) florestas plantadas; A área tributável segue a mesma disciplina e encontrase definida no mesmo ato legislativo: II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou Fl. 89DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO 8 estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) sob regime de servidão florestal ou ambiental; e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público. O VTNt ainda deve ser combinado com o grau de utilização para a apuração da alíquota aplicável, na tabela progressiva. O grau de utilização é a razão entre a área utilizável e a área utilizada, e tem esteio na extrafiscalidade do ITR. As grandes questões envolvendo o ITR orbitam o campo de sua base de cálculo complexa, que pode ser expressa na seguinte fórmula na qual BC significa a base de cálculo, VTot o valor total da terra, VAc o valor dos acessórios da propriedade, ATot a área total da propriedade, e AIn a área nãoutilizável: BC = (VTotVAc) . (ATotAIn) O cálculo do Imposto, por sua vez, pode ser expresso da seguinte maneira: ITR = BC. Aq Aq significa alíquota. A obtenção da alíquota é dada por uma função onde devem ser considerados a extensão total da terra (ATot), num dos eixos, e o grau de utilização da terra (GU), noutro eixo. F(A) = ATot. GU No caso em questão, existem duas discussões: i) valor da terra; ii) extensão da área utilizável. 3.1. VTN e Arbitramento O contribuinte declarou o valor total de sua terra em R$ 1,00, não obstante o próprio instrumento de compra e venda atribua ao imóvel o valor de R$ 302.720,00. Ainda sim, o valor da propriedade é determinado pelo preço de mercado, não pelo preço da venda, sujeito a injunções elaboradas pelas partes contratanes. A demonstração do valor da terra nua ocorre através da apresentação de laudo técnico. O contribuinte teve oportunidade de juntar laudo técnico antes e depois do auto de infração, bem como após a decisão da DRJ, mas não o fez. Sendo assim, a única prova acostada aos autos para buscar desconstituir o arbitramento efetuado pela autoridade fiscalizadora foi o contrato de compra e venda, elemento que não tem o condão de infirmar o valor atribuído pela fiscalização. A apresentação de laudo ganha maior importância quando se constata a grande diferença do preço atribuído pelo recorrente a sua propriedade e o das propriedades Fl. 90DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10218.720039/200811 Acórdão n.º 2202001.835 S2C2T2 Fl. 87 9 vizinhas. Por fim, a respeito do valor arbitrado pela fiscalização, deve ser acrescentado que o mesmo seguiu o informado pela própria Secretaria Municipal de Agricultura de Tucumã (PA). O art. 14 da Lei nº 9.393/97, ao normatizar a definição da base de cálculo do ITR (valor da terra nua), dispõe: Art. 14. No caso de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, bem como de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preços de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de área total, área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimentos de fiscalização. § 1º As informações sobre preços de terra observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. § 2º As multas cobradas em virtude do disposto neste artigo serão aquelas aplicáveis aos demais tributos federais. No caso em liça ocorreu subavaliação da terra, vez que foi apurado um valor inferior a R$ 0,01/ha, enquanto que a média dos preços da espécie mais barata de área da região era de R$ 165,55/ha. Sendo assim, a partir das próprias dimensões de terra e do grau de utilização declarados pelo contribuinte, foi arbitrado o novo Valor da Terra Nua tributável (VTNt). A própria Lei estabelece que será apurado o imposto tendo por base as “informações sobre o preço de terras constantes no sistema a ser por ela instituído”, o que é uma referência ao atual SIPT – Sistema Integrado de Preço de Terras. O recorrente não apresentou qualquer laudo sustentando o valor por ele atribuído à terra, não restando à fiscalização outra alternativa que o arbitramento com base na conjunção das informações do SIPT com o declarado pelo contribuinte. 4 Dos Alegados Princípios Constitucionais Violados A alegada violação ao Princípio da Capacidade Contributiva também não merece prosperar. De um lado, porque o arbitramento realizado no lançamento não foi desconstituído por nenhuma refutação que infirme a veracidade das suas premissas. De outro, à medida que o questionamento sobre a validade constitucional da sua aplicação encontra óbice na Súmula CARF nº 2, abaixo reproduzida: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Deste modo, com base no acima exposto, voto no sentido de REJEITAR as preliminares e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao presente recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Fl. 91DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO 10 Fl. 92DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO
score : 1.0
Numero do processo: 10880.684340/2009-11
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007
AUSÊNCIA DE LITÍGIO. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE INTEMPESTIVA.
A fase litigiosa do procedimento relativo à compensação de tributos somente se instaura com a apresentação válida e tempestiva da manifestação de inconformidade.
Numero da decisão: 3803-003.739
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/10/2007 a 31/10/2007 AUSÊNCIA DE LITÍGIO. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE INTEMPESTIVA. A fase litigiosa do procedimento relativo à compensação de tributos somente se instaura com a apresentação válida e tempestiva da manifestação de inconformidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em contraposição à decisão da DRJ São Paulo I/SP que não conheceu, por intempestividade, da Manifestação de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 68 43 40 /2 00 9- 11 Fl. 126DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/11/2012 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.684340/200911 Acórdão n.º 3803003.739 S3TE03 Fl. 127 2 Inconformidade apresentada pelo interessado, esta em oposição ao despacho decisório denegatório do crédito pleiteado em declaração de compensação. O contribuinte havia apresentado Pedido de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação (PER/DCOMP) pleiteando a extinção de débito da contribuição para o PIS, apurada na sistemática não cumulativa, com crédito de Cofins não cumulativa, no montante de R$ 133.513,26, decorrente de alegado pagamento efetuado a maior. Por meio de despacho decisório eletrônico, a repartição de origem indeferiu a compensação, sob o fundamento de que o pagamento informado já havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte. Uma vez que o despacho eletrônico, enviado ao domicílio fiscal do contribuinte por via postal, retornara com a informação de que o destinatário havia se mudado, procedeuse à lavratura de edital, afixado na repartição de origem em 11/01/2010, por meio do qual se deu ciência ao sujeito passivo da referida decisão. Em 26 de fevereiro de 2010, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a declaração de nulidade do despacho decisório, por ausência de motivação/fundamentação, ou, subsidiariamente, o reconhecimento integral do direito creditório, bem como a realização de diligências para confirmação do indébito, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) não se pode acatar que a tentativa de intimação por via postal tenha sido improfícua, pois que recebe normalmente outros despachos em seu domicílio tributário; b) tem direito de ter a sua peça recursal recebida, bem como processada para julgamento pelo órgão competente, “principalmente diante da via eleita para intimação que está totalmente em desacordo com os fatos”; c) cerceamento do direito de defesa, pelo fato de a autoridade administrativa não ter apreciado o mérito do pedido de restituição e da compensação, nem intimado o interessado para produzir as provas e prestar os esclarecimentos prévios necessários à decisão, com afronta direta ao princípio da eficiência; d) no mérito, a contribuição foi apurada e paga com base em valores ampliados, em que se somaram ao faturamento outras receitas auferidas no período, decorrendo daí o crédito a ser restituído, tudo em conformidade com a inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) relativamente ao alargamento da base de cálculo; e) “não há como promover uma defesa, com a apresentação de documentos comprobatórios do direito alegado, já que, nem a autoridade administrativa sabe ao certo o motivo do indeferimento, tampouco a Impugnante”. A DRJ São Paulo I/SP não conheceu da Manifestação de Inconformidade por ter sido apresentada intempestivamente, tendo em vista que a ciência do despacho decisório se dera em 26/01/2010, 15 dias após a afixação do edital na repartição de origem, esta ocorrida em 11/01/2010, sendo que a peça recursal veio a ser apresentada somente em 26/02/2010, após o prazo de 30 dias previsto no art. 15 do Decreto nº 70.123/1972, que rege o Processo Administrativo Fiscal (PAF). Fl. 127DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/11/2012 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.684340/200911 Acórdão n.º 3803003.739 S3TE03 Fl. 128 3 Salientou o julgador a quo que o interessado havia sido intimado por via postal, tendo sido a correspondência devolvida pelo Correio com a indicação de mudança de endereço, este coincidente com o domicílio tributário cadastrado pelo contribuinte na Secretaria da Receita Federal do Brasil, em razão do que procedeuse à intimação por edital, tudo em conformidade com o art. 23, §§ 1º e 2º, do PAF. Registrouse, ainda, que, nos termos do art. 14 do PAF, a impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento e, uma vez configurada a perempção por intempestividade, a lide se restringiu à própria discussão da tempestividade, em razão do que não se examinaram as razões de defesa apresentadas. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário e alegou afronta ao princípio da legalidade, uma vez que, de acordo com suas próprias palavras, “não se pode admitir que pela singela informação de que a empresa mudouse fica autorizada a intimação por via edital, que é exceção à regra, principalmente porque essa informação não é verídica”, o que poderia ter sido confirmado por meio de uma simples diligência. Segundo o Recorrente, a afirmação relativa à mudança de endereço foi feita pelo funcionário dos Correios, sem qualquer confirmação por parte da Receita Federal, não tendo se configurado, para fins de adoção da intimação por edital, o esgotamento das possibilidades de intimação pelos meios ordinários, nos termos exigidos pelo art. 23 do PAF. Alegou, ainda, que a não apreciação do mérito por parte da autoridade julgadora de primeira instância configuraria afronta ao art. 28 do PAF, em que se determina que na decisão em que for julgada questão preliminar será julgado também o mérito, salvo quando incompatíveis. No mais, reproduziu as razões de defesa apresentadas na Manifestação de Inconformidade e requereu o reconhecimento da nulidade da intimação por edital e do direito creditório pleiteado, com a consequente homologação da compensação efetuada. A repartição de origem, em razão da definitividade da decisão proferida pela delegacia de julgamento, negou prosseguimento ao pleito por falta de objeto. Diante dessa decisão, o contribuinte impetrou mandado de segurança, com pedido de liminar, em que se requereu a ordem para compelir a autoridade administrativa a dar seguimento ao Recurso Voluntário, bem como a suspender a exigibilidade do respectivo crédito tributário, tendo obtido deferimento parcial com a determinação judicial de remessa dos autos ao CARF para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O Recurso Voluntário é tempestivo, porém a Manifestação de Inconformidade não foi conhecida pela DRJ São Paulo I/SP, em razão da intempestividade de sua apresentação. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/11/2012 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.684340/200911 Acórdão n.º 3803003.739 S3TE03 Fl. 129 4 Conforme já apontou a autoridade julgadora de primeira instância, o interessado havia sido intimado por via postal da decisão da repartição de origem que indeferira a compensação pleiteada, tendo sido a correspondência devolvida pelos Correios com a indicação de mudança de endereço, este coincidente com o domicílio tributário cadastrado pelo contribuinte na Secretaria da Receita Federal do Brasil, em razão do que procedeuse à intimação por edital, tudo em conformidade com o art. 23, §§ 1º e 2º, do PAF. Tendo sido o edital afixado na repartição de origem em 11/01/2010, uma segundafeira, o prazo de 15 dias referente à ciência do procedimento previsto no § 2º, IV, do art. 23 do PAF iniciouse no dia seguinte, 12/01/2010, com término em 26/01/2010, uma terça feira, sendo esta a data em que se considerou feita a intimação. Cientificado em 26/01/2010 da decisão, o contribuinte teria o prazo de 30 dias para apresentar a sua manifestação de inconformidade, nos termos do art. 74, §§ 9º e 11, da Lei nº 9.430/1996 e art. 15 do PAF, prazo esse iniciado em 27/01/2010, uma quartafeira, e finalizado em 25/02/2010, uma quintafeira. Contudo, somente em 26/02/2010, o contribuinte protocolizou a Manifestação de Inconformidade na repartição de origem, configurandose, insofismavelmente, a intempestividade já amplamente atestada nos autos. Verificase que, no procedimento de intimação, a autoridade administrativa observou as regras do art. 23, §§ 1º e 2º, do PAF, tendo procedido à intimação por edital somente após a demonstrada improficuidade da citação por via postal, não tendo havido qualquer vício a reclamar por declaração de nulidade. Não se sustenta o argumento do contribuinte de que a administração tributária deveria ter diligenciado junto ao estabelecimento do sujeito passivo para confirmar a informação relativa à mudança de endereço atestada pelos Correios, seja em razão da inexistência de previsão normativa nesse sentido, seja por colidir com os princípios da celeridade processual e da eficiência previstos, respectivamente, no art. 5º, LXXVIII, e no art. 37, caput, da Constituição Federal. Nesse contexto, considerando o teor do art. 14 do PAF, temse que a fase litigiosa do procedimento somente se instaura com a apresentação válida da manifestação de inconformidade/impugnação, sendo que, uma vez intempestiva tal peça recursal, não se tem por inaugurada a lide, não se vislumbrando qualquer possibilidade de se dar prosseguimento ao processo, dada a total ausência de objeto. Assim como se registrou na instãncia anterior, aqui também se ressalta que uma vez configurada a perempção por intempestividade, a controvérsia se restringe à própria discussão da tempestividade, em razão do que não se devem examinar as demais preliminares e as razões de mérito apresentadas pelo contribuinte. Diante do exposto, voto por NÃO CONHECER do recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 129DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/11/2012 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.684340/200911 Acórdão n.º 3803003.739 S3TE03 Fl. 130 5 Fl. 130DF CARF MF Impresso em 22/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 29/11/2012 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 28/11/2012 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 15956.000017/2009-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Oct 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
MATÉRIA SUB JUDICE. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RENÚNCIA.
Em razão da decisão judicial se sobrepor à decisão administrativa, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, antes ou depois do lançamento, implica renúncia ao contencioso administrativo fiscal relativamente à matéria submetida ao Poder Judiciário.
INCONSTITUCIONALIDADE.
É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2402-003.033
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso para, na parte conhecida, negar provimento.
Julio Cesar Vieira Gomes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 MATÉRIA SUB JUDICE. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RENÚNCIA. Em razão da decisão judicial se sobrepor à decisão administrativa, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, antes ou depois do lançamento, implica renúncia ao contencioso administrativo fiscal relativamente à matéria submetida ao Poder Judiciário. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado
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DE TRABALHO MÉDICO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 MATÉRIA SUB JUDICE. CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RENÚNCIA. Em razão da decisão judicial se sobrepor à decisão administrativa, a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, antes ou depois do lançamento, implica renúncia ao contencioso administrativo fiscal relativamente à matéria submetida ao Poder Judiciário. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais afastar dispositivo de lei vigente sob fundamento de inconstitucionalidade. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso para, na parte conhecida, negar provimento. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 95 6. 00 00 17 /2 00 9- 91 Fl. 296DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente o lançamento fiscal realizado em 28/01/2009 sobre os pagamentos realizados a diretores, conselheiros e outros contribuintes individuais membros da administração de cooperativa de trabalho. Seguem transcrições de trechos da decisão recorrida: CONCOMITÂNCIA ENTRE OS CONTENCIOSOS ADMINISTRATIVOS E JUDICIAL. EFEITOS. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo importa em renúncia ao contencioso administrativo. Ocorrerá, todavia, a instauração do contencioso somente em relação à matéria distinta daquela discutida judicialmente. DEPÓSITO JUDICIAL. A realização de depósito judicial do crédito sem vinculação à ação judicial correspondente, não suspende sua exigibilidade. ... Tratase de crédito lançado pela fiscalização (AI DEBCAD n° 37.150.222 5, consolidado em 28/01/2009), no valor de R$ 90.998,79, acrescidos de juros e multa, contra a empresa acima identificada que, de acordo com o Relatório Fiscal (fls. 69/72), referese às contribuições devidas à Seguridade Social, a cargo da empresa, incidentes sobre pagamentos, feitos a contribuintes individuais,"produção especial", no período de 01/2004 a 12/2004. 2. Ainda de acordo com o relatório fiscal, a produção especial é a forma de remuneração do Presidente, Membros da Diretoria, Conselheiros Administrativos, Técnicos e Fiscais da Cooperativa, estabelecida em número de consultas, para o pagamento máximo de 8 horas por dia, exceto para os Conselheiros, Técnicos e Fiscais que deverão comprovar a participação nas reuniões dos conselhos e/ou quando estiverem a serviço da Cooperativa e, que o valor fixado para a "produção especial" (Pro Labore) do ano de 2004 vem sendo reiterado desde a realização da 8 a AGO ocorrida em 22/03/2001; Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde reitera as alegações trazidas na impugnação: 3.1. Ajuizou, em 11/01/05, uma ação declaratória de inexistência de relação jurídicotributária contra o INSS (Processo 2005.61.02.0003649), para que fosse desobrigada do recolhimento da contribuição prevista no inciso III, do art. 22, da Lei n° 8.212/91 (na redação dada pela Lei n° 9.876/99), supostamente incidente sobre os valores repassados aos Fl. 297DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15956.000017/200991 Acórdão n.º 2402003.033 S2C4T2 Fl. 297 3 cooperados em cargo de administração (verbas denominadas de produção especial); 3.2. Que recolheu em 11/02/09, o valor cobrado no auto de infração, com o respectivo desconto (recolhimento até 15 dias da autuação), consoante guia de depósito judicial, anexa (fls. 125), no valor de R$ 169.311,17; 3.3. Que, requer, nos termos do art. 151, inciso II, do Código Tributário Nacional, seja declarada a suspensão da exigibilidade do crédito tributário cobrado, em razão do depósito judicial integral. E ainda que realizou depósito judicial equivocadamente, mas que peticionou ao juízo competente para que promovesse a vinculação dos valores depositados à ação judicial em questão: Por todo exposto, tendo em vista que a executada depositou erroneamente valores que deveriam ser depositados nos autos da ação declaratória n.° 2005.61.02.0003649, requer seja transferido o valor constante do depósito judicial no valor de R$N 169.311,17 para a conta judicial vinculada à ação declaratória, cujos dados podem ser extraídos da guia em anexo (cópia da guia em que a Unimed vem depositando mensalmente). É o Relatório. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Procedimentos formais Quanto ao procedimento da fiscalização e formalização do lançamento também não se observou qualquer vício. Foram cumpridos todos os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto n° 70.235, de 06/03/72, verbis: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais que trazem fatos novos, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto. Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) Fl. 299DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15956.000017/200991 Acórdão n.º 2402003.033 S2C4T2 Fl. 298 5 II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 10.12.1997) III por edital, quando resultarem improfícuos os meios referidos nos incisos I e II. (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) A decisão recorrida também atendeu às prescrições que regem o processo administrativo fiscal: enfrentou as alegações pertinentes do recorrente, com indicação precisa dos fundamentos e se revestiu de todas as formalidades necessárias. Não contém, portanto, qualquer vício que suscite sua nulidade, passando, inclusive, pelo crivo do Egrégio Superior Tribunal de Justiça: Art. 31. A decisão conterá relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 9.12.1993). “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. NULIDADE DO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDOR PÚBLICO INATIVO. JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. SÚMULA 188/STJ. 1. Não há nulidade do acórdão quando o Tribunal de origem resolve a controvérsia de maneira sólida e fundamentada, apenas não adotando a tese do recorrente. 2. O julgador não precisa responder a todas as alegações das partes se já tiver encontrado motivo suficiente para fundamentar a decisão, nem está obrigado a aterse aos fundamentos por elas indicados “. (RESP 946.447RS – Min. Castro Meira – 2ª Turma – DJ 10/09/2007 p.216). Portanto, em razão do exposto e nos termos das regras disciplinadoras do processo administrativo fiscal, não se identificam vícios capazes de tornar nulo quaisquer dos atos praticados: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. As informações alegadas como omitidas do lançamento em prejuízo à defesa estão nos anexos do relatório fiscal, como advertido pela decisão recorrida, e todas as demais podem ser verificadas nos próprios documentos que compõem a escrituração do recorrente através das indicações também no relatório fiscal e seus anexos. Assim, rejeito as preliminares argüidas. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Superadas as questões preliminares para exame do cumprimento das exigências formais, passo à apreciação do mérito. No mérito De fato, na ação judicial promovida pela recorrente discutiuse a incidência das contribuições previdenciárias sobre os valores repassados aos cooperados em cargo de administração (verbas denominadas de produção especial), matéria coincidente com o presente processo administrativo, conforme ementa do acórdão abaixo: AÇÃO DECLARATÓRIA TRIBUTAÇÃO DAS COOPERATIVAS MÉDICAS ARTIGO 22, INCISO III, LEI 8.212/91 INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE SUA ATIVIDADE DE GESTORA AO REMUNERAR OS MÉDICOS E ADMINISTRAR A PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS AOS USUÁRIOS DO PLANO DE SAÚDE PRECEDENTES DESTA E. CORTE E DO C. STJ IMPROCEDÊNCIA AO PEDIDO. ... 8 Duas as naturezas de liames presentes, da cooperativa com o associado prestador de médico serviço aos usuários do plano de saúde, ofertado por referida cooperativa, bem assim a relação da cooperativa com os contratantes dos serviços médicos, nos termos do pactuado plano de saúde. 9 Ao remunerar a parte executada os médicos em questão, diretamente e em função da prestação de serviços, e administrar a prestação de seus serviços aos enfocados usuários, equipara se o pólo contribuinte em questão a uma empresa, a uma sociedade comercial enfim, de conseguinte submetendose a remuneração paga a seus médicos à incidência de contribuição previdenciária. ... ISTO POSTO, reconheço a inexistência de relação jurídico tributária decorrente do art. 22, inciso III, da Lei n° 8.212/91, acrescido pela Lei n° 9.876/99, quando se tratar de valores repassados mensalmente aos cooperados da autora, excetuando se aqueles devidos aos ocupantes de cargo de direção, de que cuida o art. 12, inciso V, "f", do mesmo diploma legal e JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE A AÇÃO, para que fique a autora desonerada dos recolhimentos daí decorrentes. DECLARO EXTINTO o processo, com julgamento de seu mérito (CPC: art. 269, inciso I).Custas, ex lege. Deixo de fixar condenação em honorários tendo em vista a sucumbência recíproca. Decisão sujeita ao duplo grau de jurisdição, pelo que determino a subida dos autos ao Egrégio Tribunal Regional Federal desta Terceira Região, com ou sem o recurso voluntário e após o prazo para interposição deste. Assim, entendo que deva ser mantida a decisão recorrida no sentido de reconhecer a concomitância de processos para não conhecer da matéria. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 15956.000017/200991 Acórdão n.º 2402003.033 S2C4T2 Fl. 299 7 No mais, resta o exame sobre o depósito judicial, a fim de se reconhecer a suspensão dos juros e multa; no entanto, conforme se decidiu, a recorrente não comprovou que no período do débito havia depósitos vinculados ao processo judicial em questão: (...) cumpre esclarecer, que o mesmo não tem vinculação à ação judicial (fls. 125) não atendendo aos ditames da Lei n° 9.703/1998, regulamentada pelos artigos 369 a 372 do Decreto n° 3.048/1999 e pela Resolução INSS/DC n° 81 de 13/12/2001, vez que realizado em desacordo com os citados atos, não ensejando a suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Inclusive reconheceu em sua petição às fls. 282, protocolada em 30/05/2011 no processo de execução fiscal nº 726/2004, que até aquela data não havia de fato depósito judicial no processo nº 2005.61.02.0003649: Por todo exposto, tendo em vista que a executada depositou erroneamente valores que deveriam ser depositados nos autos da ação declaratória n.° 2005.61.02.0003649, requer seja transferido o valor constante do depósito judicial no valor de R$ 169.311,17 para a conta judicial vinculada à ação declaratória, cujos dados podem ser extraídos da guia em anexo (cópia da guia em que a Unimed vem depositando mensalmente). Por tudo, voto por conhecer em parte do recurso para, na parte conhecida, negar provimento. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 302DF CARF MF Impresso em 08/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10530.002083/2007-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
DESPESAS MÉDICAS. REQUISITOS PARA A DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. As despesas médicas, assim como todas as demais deduções, dizem respeito à base de cálculo do imposto que à luz do disposto no art. 97, IV, do CTN, estão sob reserva de lei em sentido formal. Impossível subordinar as deduções da base de cálculo do IRPF ao atendimento de requisitos alheios à lei. Descabe a glosa de despesas suportadas em documentos idôneos e relativas a profissionais perfeitamente identificados.
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Comprovado nos autos que a contribuinte efetivamente recebeu rendimentos de pessoa jurídica não considerados na sua declaração de ajuste anual, mantém-se a exigência.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-001.727
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer as despesas médicas no valor de R$ 11.714,98.
(assinado digitalmente)
MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente
(assinado digitalmente)
RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA Relatora
EDITADO EM: 10/11/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente).
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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REQUISITOS PARA A DEDUÇÃO. COMPROVAÇÃO. As despesas médicas, assim como todas as demais deduções, dizem respeito à base de cálculo do imposto que à luz do disposto no art. 97, IV, do CTN, estão sob reserva de lei em sentido formal. Impossível subordinar as deduções da base de cálculo do IRPF ao atendimento de requisitos alheios à lei. Descabe a glosa de despesas suportadas em documentos idôneos e relativas a profissionais perfeitamente identificados. IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Comprovado nos autos que a contribuinte efetivamente recebeu rendimentos de pessoa jurídica não considerados na sua declaração de ajuste anual, mantémse a exigência. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer as despesas médicas no valor de R$ 11.714,98. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 10/11/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 00 20 83 /2 00 7- 11 Fl. 66DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Relatório Contra a contribuinte acima identificada foi lavrado Auto de Infração de fls.40/46, relativo ao IRPF, anocalendário 2004, para incluir rendimentos omitidos de R$12.210,00 e para glosar despesas médicas de R$ 11.714,98. Em sua defesa a contribuinte apresenta impugnação de fls.01/02, acompanhada do comprovante de rendimentos recebidos da Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda, fls.11, bem como de recibos médicos e declaração dos profissionais, fls.12/19. Nos termos do despacho de fls.34, foi emitido Termo de Diligência Fiscal para a contribuinte apresentar original dos recibos médicos, bem como a efetividade dos seus pagamentos. A contribuinte apresentou os originais dos recibos solicitados, conforme documentos acostados às fls.38/43, sem contudo, comprovar a efetividade dos pagamentos, sendo, por conseguinte, exarado o Relatório de Diligência Fiscal de fls.44. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador/BA ao apreciar as razões da contribuinte, julgou procedente em parte o lançamento, para acatar a despesa médica no valor de R$ 150,00, nos termos do Acórdão DRJ/SDR n° 1523.360, de 07/04/2010, fls.46/49, em decisão assim ementada: “DESPESAS MÉDICAS. PROVA DO PAGAMENTO. Havendo dúvidas quanto a idoneidade de recibos e declarações de despesas de tratamentos de saúde, cabe a comprovação da efetividade dos pagamentos.” A contribuinte foi cientificada dessa decisão em 31/05/2010, (“AR” fl. 56) e, com ela não se conformando, interpôs, na data de 01/07/201, o Recurso Voluntário de fls. 58/62, alegando em síntese: Não há motivos para não ter sido consideradas as provas apresentadas. Não consta no processo qualquer prova ou perícia para amparar a conclusão de que as assinaturas constantes dos documentos colacionados às fl. 12, 13, 14, 15, 16, 18 e 19 apresentariam "aparentes diferenças grafológicas". Os recibos de despesas odontológicas foram emitidos em nome da ora Recorrente, presumindose, portanto, trataremse de serviços realizados na sua pessoa, não sendo crível, nem usual, que os dentistas informassem, em cada recibo, o que fizeram em cada "dente" e com quais técnicas. Se o fisco entendesse necessário essa informação, deveria ter intimado os profissionais para prestar esclarecimento. Conforme confirmado pela Delegacia da Receita Federal em Feira de Santana foi requerido que fossem juntadas aos autos declarações dos odontólogos para que informassem que serviços foram realizados e se os mesmos foram realizados na Recorrente e tais declarações foram de pronto, regia e aprazadamente, juntadas aos autos. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10530.002083/200711 Acórdão n.º 2201001.727 S2C2T1 Fl. 67 3 Qualquer controvérsia quanto aos rendimentos recebidos da Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda, foi sanada pelo informe de rendimentos apresentado. Referente a UNIMED, até então não havia qualquer discussão acerca de suposto fato, esclarecendo em verbis: “ quanto ao recibos de pagamento feitos à UNIMED, esta Postulante possui convênio de serviços médicos com esta entidade já há mais de 10 anos, observandose a propósito, que nos recibos posteriores não consta qualquer registro de débito, o que comprova e descarta a possibilidade de inadimplemento de quaisquer parcelas” É o relatório. Voto Conselheiro Rayana Alves de Oliveira França Relatora O recurso preenche as formalidades legais, razão pela qual dele conheço. A questão em análise versa sobre glosa de despesas médicas e omissão de rendimentos. Passemos a análise individualizada de cada uma dessas infrações. Despesas Médicas Inicialmente cabe destacar, no tocante a conclusão da decisão recorrida, determinando o restabelecimento da despesa médica de R$150,00, há uma incongruência, pois ela não havia sido glosada. O valor total de despesa médica declarada foi de R$11.684,98 e o valor glosado R$11.714,98, conforme detalhamento a seguir: Profissional Valor Gerson P. Santana Junior R$4.000,00 Robson Fonseca dos Reis R$1.000,00 Ronaldo Costa Fonseca R$5.100,00 Unimed Feira de Santana R$1.614,98 Total R$11.714,98 Para comprovar referidas despesas, a contribuinte apresentou os seguintes documentos: · Fls.12 – Recibo no valor de R$4.000,00, datado de 23/03/2004, emitido pelo Dr. Gerson P.Santana Junior – cirurgião dentista. · Fls.13 – Recibo no valor de R$3.000,00 datado de 05/10/2004, emitido pelo Dr. Gerson P.Santana Junior – cirurgião dentista. · Fls. 14 – Orçamento emitido pelo Dr. Gerson P.Santana Junior, com detalhamento dos serviços a serem efetuados, no total de R$7.000,00. · Fls.15 – Recibo no valor de R$1.000,00 datado de 24/07/2004, emitido pelo do Dr. Robson Fonseca Reis – cirurgião dentista. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 4 · Fls. 16 – Recibo no valor de R$1.000,00, emitido pelo do Dr. Robson Fonseca Reis, detalhando os serviços a serem prestados. · Fls.17 – Recibo no valor de R$150,00 datado de 28/06/2004, emitido pelo Fabio José Barbosa Bezerra e assinado por Sandra Lins. · Fls.18 – Recibo de Pagamento de Autônomo, emitido pela R.R. Consultório Odontológico e Prótese em nome de Dr. Ronaldo Costa da Fonseca, no valor de R$5.100,00, datado de R$30/12/2004. · Fls.19 – Declaração do Dr. Ronaldo Costa da Fonseca, detalhando os serviços prestados, datado de 28/06/2004. Nas razões de decidir do Acórdão de primeira instância que não acolheu os documentos apresentados, destacase: “Em sua impugnação a contribuinte apresentara recibos em nome de Gerson P. Santana Júnior no total de R$7.000,00, quando havia declarado R$ 4.000,00, como pagos a este profissional. Observouse ainda que havia aparente diferença grafológica entre as assinaturas nos recibos de fls. 12, 13, 15 e 18 e os recibos e relatórios com os quais a contribuinte procurava comprovar quais os serviços de odontologia e em quem teriam sido prestados (fls. 14, 16 e 19). Estes fatos, o valor exagerado das despesas, e ainda tendo a contribuinte declarado despesas inexistentes que teria pago A Unimed, motivaram a diligência para que fossem apresentados os originais dos recibos e comprovantes bancários dos pagamentos. Em atendimento, a interessada trouxe apenas as cópias dos recibos de fls. 12, 13, 15 e 18, deixando de apresentar os originais do recibo de fls. 16, do "orçamento" de fls. 14 e da declaração de fls. 19, justamente os documentos com os quais procurava comprovar em sua impugnação o paciente e os serviços prestados.” Quanto a aludida diferença grafológica, não há nos autos elementos que levem a um juízo de valor, aparentemente algumas podem ser rubricas e outras assinaturas por extenso. Deixo de me ater portanto, a esse ponto. No tocante a falta de apresentação do original dos recibos de fls.14, 16, 19, o primeiro é um orçamento e os dois últimos são detalhamento de serviços. Na diligência fiscal de fls.35 a contribuinte foi intimada a apresentar “1.Originais dos seguintes recibos de despesas odontológicas” e não de todos os documentos apresentados anteriormente. Efetivamente a contribuinte declarou uma despesa de R$4.000,00 paga ao Dr. Gerson P.Santana Junior e apresentou um orçamento e recibos no montante de R$7.000,00. Apresentados esses novos documentos, apesar de entender que uma despesa de R$11.862,98 é expressiva frente ao rendimento declarado da contribuinte no montante de R$44.858,26, não há razão para acolher o recibo de R$150,00, porque o valor é baixo e manter as demais glosas por simples presunção de ilegitimidade dos recibos/declarações apresentadas e pela falta de comprovação dos pagamentos. Não há nos autos nenhum elemento que me leve a concluir que os mesmos são falsos, inidôneos ou que tiveram emissão graciosa, ou seja, sem a devida prestação dos serviços. Deste modo, entendo que os mesmos servem para comprovar a dedução pleiteada. Fl. 69DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10530.002083/200711 Acórdão n.º 2201001.727 S2C2T1 Fl. 68 5 Quanto ao pagamento a UNIMED, o valor apesar de ter sido glosado, não foi solicitada a recorrente qualquer comprovação adicional por parte da fiscalização, no Termo de Diligência Fiscal de fls.35, tampouco a qualquer menção a essa despesa no Relatório de Diligência Fiscal de fls. 44. Apenas o acórdão recorrido consignou no trecho acima transcrito que “a contribuinte declarado despesas inexistentes que teria pago A Unimed”. Sem que qualquer prova tenha sido solicitada, não há como manter a glosa dessa despesa. Inclusive como já é jurisprudência dessa corte, a boa fé se presume: “DOCUMENTO HÁBIL PARA COMPROVAÇÃO. RECIBO. Os recibos, desde que atendidos os requisitos do art. 85 do RIR/94, são documentos hábeis para comprovar os dispêndios e embasar a sua dedutibilidade. Para desqualificar determinado documento é preciso comprovar que o mesmo contenha algum vício. A boa fé que se presume, enquanto que má fé precisa ser provada” (Ac. 1º CC 10244.040/99 e 44.124/00 DO 16/06/00 e 44.533/00 DO 08/06/01). “DESPESAS ODONTOLÓGICAS. PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. Apresentado o recibo de prestação de serviços, sendo o profissional qualificado e estando em atividade na época da emissão do documento, invertese o ônus da prova, cabendo a fiscalização provar que os serviços não foram prestados ou que o documento é falso para que se possa glosar o documento apresentado.” (Ac. 1º CC 10244.379/00 DO 01/12/00). Assim, nesse tocante, entendo que o lançamento deve ser afastado. Omissão de Rendimentos Quanto a segunda infração, relativa a omissão de rendimentos, mesma sorte não cabe a contribuinte. A contribuinte declarou na sua DAA – 2005, fls.27, como recebido da Sociedade Mantenedora de Educação Superior da Bahia S/C Ltda, os seguintes valores: rendimentos R$21.731,19, Contr.Previd.Oficial R$2.451,08, imposto na fonte R$827,27 e 13o salário 1.354,37, mesmos valores constantes do Comprovante de Rendimentos com Vínculo Empregatício, apresentados às fls.11 e do Detalhamento Mensal emitido pela Receita referente a Rendimento do Trabalho Assalariado às fls.32. Os rendimentos constantes do Auto de Infração são referentes ao Rendimento do Trabalho sem Vinculo Empregatício, constante do Detalhamento Mensal de fls.33. Portanto, não tendo a contribuinte incluído os valores dos rendimentos sem vínculo empregatício na declaração dos seus rendimentos, não há qualquer retificação a fazer ao lançamento neste ponto. Diante do exposto, dou provimento parcial ao recurso para restabelecer as deduções de despesas médicas no montante total de R$11.714,98. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Fl. 70DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 6 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 10/11/2012 __________(assinado digitalmente)_____________ MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 71DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 11080.722495/2010-85
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1999 a 28/02/2001
SOLIDARIEDADE. CONSTRUÇÃO CIVIL. ELISÃO. NÃO OCORRÊNCIA
Se não comprovar com documentação hábil a elisão da responsabilidade solidária, o proprietário de obra, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, conforme dispõe o inciso VI do art. 30 da Lei 8.212/1991.
SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA. APURAÇÃO PRÉVIA JUNTO AO PRESTADOR. DESNECESSIDADE
A solidariedade não comporta benefício de ordem no âmbito tributário, podendo ser exigido o total do crédito constituído da empresa contratante sem que haja apuração prévia no prestador de serviços.
CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS (CND). PROVA REGULAR.
A CND certifica a inexistência, no momento de sua emissão, de crédito formalmente constituído. Contudo, não impede o lançamento de contribuições sociais devidas em função da constatação de ocorrência de fato gerador. O direito de o Fisco cobrar qualquer débito apurado posteriormente está previsto em lei e ressalvado na própria CND.
AFERIÇÃO INDIRETA. PERCENTUAL SOBRE NOTAS FISCAIS. PREVISÃO EM ATO NORMATIVO.
Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Fisco pode, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputar devida, cabendo ao contribuinte o ônus da prova em contrário.
A utilização de percentual estabelecido em ato normativo, incidente sobre o valor dos serviços contidos em notas fiscais, para fins de apuração indireta da base de cálculo das contribuições previdenciárias, constitui procedimento que observa os princípios da legalidade e da proporcionalidade.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-002.977
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
Julio Cesar Vieira Gomes - Presidente.
Ronaldo de Lima Macedo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. Ausente, justificadamente, o conselheiro Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: RONALDO DE LIMA MACEDO
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PARCELA DOS SEGURADOS Recorrente BANCO DO BRASIL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/1999 a 28/02/2001 SOLIDARIEDADE. CONSTRUÇÃO CIVIL. ELISÃO. NÃO OCORRÊNCIA Se não comprovar com documentação hábil a elisão da responsabilidade solidária, o proprietário de obra, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, conforme dispõe o inciso VI do art. 30 da Lei 8.212/1991. SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA. APURAÇÃO PRÉVIA JUNTO AO PRESTADOR. DESNECESSIDADE A solidariedade não comporta benefício de ordem no âmbito tributário, podendo ser exigido o total do crédito constituído da empresa contratante sem que haja apuração prévia no prestador de serviços. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS (CND). PROVA REGULAR. A CND certifica a inexistência, no momento de sua emissão, de crédito formalmente constituído. Contudo, não impede o lançamento de contribuições sociais devidas em função da constatação de ocorrência de fato gerador. O direito de o Fisco cobrar qualquer débito apurado posteriormente está previsto em lei e ressalvado na própria CND. AFERIÇÃO INDIRETA. PERCENTUAL SOBRE NOTAS FISCAIS. PREVISÃO EM ATO NORMATIVO. Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Fisco pode, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputar devida, cabendo ao contribuinte o ônus da prova em contrário. A utilização de percentual estabelecido em ato normativo, incidente sobre o valor dos serviços contidos em notas fiscais, para fins de apuração indireta da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 24 95 /2 01 0- 85 Fl. 208DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 base de cálculo das contribuições previdenciárias, constitui procedimento que observa os princípios da legalidade e da proporcionalidade. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio Cesar Vieira Gomes Presidente. Ronaldo de Lima Macedo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. Ausente, justificadamente, o conselheiro Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 209DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11080.722495/201085 Acórdão n.º 2402002.977 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de lançamento fiscal decorrente do descumprimento de obrigação tributária principal, referente às contribuições devidas à Seguridade Social, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, relativa à parcela desses segurados não descontada e não recolhida em época própria, referente ao período de 02/1999 a 02/2001. O Relatório Fiscal (fls. 12/24) informa que o crédito lançado é decorrente da responsabilidade solidária imputada à notificada, contratante de serviços de construção civil, por não ter comprovado o cumprimento das obrigações previdenciárias pela contratada, conforme estabelecido pela legislação vigente à época do fato gerador. O objeto do lançamento são as contribuições incidentes sobre a remuneração paga aos segurados empregados da empresa executora de obra de construção civil, EFEITO PROJETOS & ENGENHARIA LTDA, CNPJ 00.423.411/000190, incluídas em notas fiscais, faturas e recibos, pelas quais o Banco do Brasil, na condição de contratante dos serviços, responde solidariamente. Esse Relatório Fiscal informa ainda que o presente lançamento objetiva restabelecer a exigência fiscal, anulada por vício formal, nos Lançamentos Fiscais constituídos pelas Notificações Fiscais de Lançamento de Débito (NFLD) n°s 35.067.6682 (levantamentos SC1 e SM1) e 35.067.6690 (levantamento SC2), por meio dos Acórdãos no 2.338/2005 e 2.339/2005, conforme ementa da 4ª CAJ CÂMARA DE JULGAMENTO/CRPS: “NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO LAVRADA COM FALTA DO TIPO DE DÉBITO, ACARRETANDO AUSÊNCIA DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO RELATÓRIO FUNDAMENTOS LEGAIS DO DÉBITO, ENSEJA A SUA NULIDADE, PELA IMPOSSIBILIDADE TÉCNICA DE SE EFETUAR A CORREÇÃO NO SISTEMA DE CADASTRAMENTO DE DÉBITO, CARACTERIZANDOSE VÍCIO FORMAL INSANÁVEL – LANÇAMENTO NULO.” Foram mantidos todos os lançamentos constantes das NFLD originais, referentes à solidariedade com os prestadores de serviços e empreiteiros não cobertos por auditoria fiscal no fato gerador (Auditoria total com contabilidade ou na obra específica), conforme registros do sistema Cadastro Nacional de Ações Fiscais (CNAF); O instituto da decadência foi aplicado na forma do artigo 173, inciso II, do Código Tributário Nacional CTN (Lei 5.172/1966). Após a nulidade formal dos lançamentos originais, a ciência do novo lançamento fiscal ao sujeito passivo deuse em 23/08/2010 (fl.01). A autuada apresentou impugnação tempestiva (fls. 81/95) – acompanhada dos anexos de fls. 96/125 –, alegando, em síntese, que: Fl. 210DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 1. deve ser feito o chamamento ao processo da empresa executora, para se apurar a real existência dos débitos autuados, tudo em estrita observância aos princípios da garantia de defesa e da verdade material, pois diversos documentos probantes estão em posse da empresa que executou os serviços; 2. a matrícula era de responsabilidade da prestadora de serviços, cabendo a ela promover os recolhimentos e, mesmo assim, à luz da legislação, a matrícula não seria necessária, vez tratarse de simples reparos, manutenção e ampliação de dependência da Impugnante, serviços esses que não necessitavam nem mesmo de profissional técnico habilitado; 3. o Banco/Impugnante, por fazer parte da Administração Pública Federal, e somente poder contratar mediante licitação pública, estava respaldado pela Lei de Licitações, em que tais dispositivos transferem a responsabilidade pelos encargos previdenciários para as empresas contratadas. Cita STJ (REsp. 417.794/RS); 4. há pagamentos, comprovadamente efetuados pela empresa contratada, cujos demonstrativos se encontram inclusos nos processos originários das NFLD 35.067.6682 e 35.067.6690; 5. as Certidões Negativas de Débito (CND), expedidas à época das autuações originais, confirmam sobremaneira a inexistência de débito pendente em nome da empresa contratada junto ao INSS, descabendo, por conseguinte, eventual responsabilidade solidária por débito que, no período autuado, era inexistente; 6. o Fisco deve cobrar primeiramente da contratada e, além disso, a omissão na fiscalização da empresa contratada importa em cerceamento de defesa e possibilidade de pagamento em duplicidade, em latente prejuízo ao Impugnante. Ao menos até 10.12.1997, a impugnante tem o direito de exigir que o Fisco promova a cobrança de eventual crédito previdenciário, primeiramente, das empresas contratadas. Isso porque, apenas com o advento da Lei 9.528/97, ou seja, a partir de 10.12.97, foi alterada a redação do inciso VI, do art. 30 e, consequentemente, afastada a aplicação do benefício de ordem; 7. ao menos até fevereiro/99 a Impugnante tem o direito de exigir que o Fisco promova a cobrança de eventual crédito previdenciário, primeiramente, das empresas contratadas. Isso porque, a redação original do art. 31 da Lei 8.212/91 (que vigeu até fevereiro de 1999, em face da edição da Lei 9.711/98), não vedava a aplicação do benefício de ordem; 8. a Diretoria Colegiada do INSS, ao expedir a IN DC/INSS 18/2000, arbitrou, ilegal e abusivamente, a forma de apuração da base de cálculo da contribuição previdenciária devida sobre a remuneração paga aos segurados empregados para execução de obras de construção civil; Fl. 211DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11080.722495/201085 Acórdão n.º 2402002.977 S2C4T2 Fl. 4 5 9. a prova documental produzida nos autos dos processos administrativos 11686.000242/200813 (NFLD 35.067.6682) e 11686.00241/200879 (NFLD 35.067.6690) deverá ser aproveitada no presente feito, apensando este processo àqueles autos, tudo em nome, dentre outros, dos princípios da eficiência e economicidade processual. 10. REQUER: seja acolhida a preliminar suscitada, para chamar ao processo a empresa contratada e, ultrapassada essa, no mérito, seja acolhida a presente Impugnação, para se reconhecer a improcedência da autuação e desconstituir o lançamento fiscal, declarando insubsistentes os créditos constituídos pois, além de indevidos, não restou caracterizada a hipótese de incidência tributária. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Brasília/DF – por meio do Acórdão no 0346.685 da 5a Turma da DRJ/BSB (fls. 147/159) – considerou o lançamento fiscal procedente em sua totalidade, eis que ele foi lavrado com pleno embasamento legal e observância às normas vigentes, não tendo a Defendente apresentado elementos ou fatos que pudessem ilidir a sua lavratura. A Notificada apresentou recurso voluntário, manifestando seu inconformismo pela obrigatoriedade do recolhimento dos valores lançados e no mais efetua repetição das alegações da peça de impugnação. A Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) em Brasília/DF informa que o recurso interposto é tempestivo e encaminha os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) para processamento e julgamento. É o relatório. Fl. 212DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Voto Ronaldo de Lima Macedo, Relator Recurso tempestivo. Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto. DA PRELIMINAR: A Recorrente alega que deveria ser aplicado o instituto do chamamento ao processo em face do devedor contratante dos segurados empregados, visando apurar a real existência dos créditos lançados, bem como seja trazida aos autos a documentação comprobatória da quitação dos mesmos, que estão em posse da empresa contratada. Tal alegação não será acatada pelas razões fáticas e jurídicas a seguir delineadas. Cumpre esclarecer que o chamamento ao processo é uma modalidade de intervenção de terceiro provocada pelo réu, cabível apenas no processo de conhecimento dentro do âmbito judicial e não administrativo, tendo como finalidade ampliar o campo de defesa dos fiadores e dos devedores solidários, possibilitandolhes chamar o responsável principal, ou corresponsáveis ou coobrigados, para que assumam a posição de litisconsorte, ficando todos submetidos à coisa julgada. Assim, o chamamento ao processo é criado em benefício do réu dentro de um processo que corre no âmbito do Poder Judiciário e previsto exclusivamente nos artigos 77 a 80 do Código de Processo Civil (CPC). O Processo Administrativo Fiscal (PAF), quer seja nas regras estabelecidas pelo Decreto 70.235/1972, quer seja nas regras da Lei 9.784/1999, não prevê essa modalidade de intervenção de terceiros. Contudo, no presente caso, tal requerimento se torna desnecessário, eis que a empresa devedora, contratante direta dos segurados empregados, já figura no polo passivo do lançamento fiscal e foi devidamente notificada, conforme Termo de Sujeição Passiva Solidária no 1, lavrado em 25/08/2010. Isto é, a empresa executora da obra de construção civil também já está inserida na relação material da obrigação tributária e na constituição do crédito tributário. No presente caso, estamos diante do instituto da solidariedade, formado por um litisconsórcio necessário, nos termos do art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/1991, in verbis: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) (...) VI o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e Fl. 213DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11080.722495/201085 Acórdão n.º 2402002.977 S2C4T2 Fl. 5 7 admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) (g.n.) Além disso, os argumentos apresentados pela Recorrente como justificativa para requerer o chamamento ao processo não se aplicam ao presente processo, uma vez que os documentos probantes dos recolhimentos efetuados pela empresa executora da obra de construção civil (EFEITO PROJETOS & ENGENHARIA LTDA) foram aproveitados pelo Fisco, quando do relançamento, conforme registro no Relatório Fiscal (fl. 13) de que foram mantidas apenas as competências (meses) não alcançadas por Auditoria Fiscal Previdenciária, nos seguintes termos: “(...) foram excluídas as empresas do levantamento original que sofreram procedimento fiscal previdenciário (Auditoria Fiscal Total com contabilidade ou Auditoria específica na obra identificada no levantamento)”. Também não há que se falar em cobrança em duplicidade, pois o Relatório Fiscal informa que foi verificado se a contratada havia sido submetida ao procedimento de auditoria fiscal, com exame de contabilidade, no período abrangido por este lançamento, ou se as obras que foram objeto dos lançamentos, efetuados em desfavor da Recorrente, sofreram fiscalização específica. Assim, no caso de ter havido fiscalização específica ou auditoria fiscal com exame da contabilidade, o Relatório Fiscal informa que foram realizados os ajustes necessários e exclusão dessas competências analisadas. Ressaltase que o conceito de obra, para efeitos previdenciários, é bastante amplo, abrangendo a construção, demolição, reforma ou ampliação de edificação ou outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo. Com esse conceito amplo, a obra de construção civil funciona como se fosse um estabelecimento ou filial da empresa construtora e, por consectário lógico, necessita de matrícula com uma numeração básica que é o Cadastro Específico do INSS (CEI), sendo que essa matrícula deverá ser efetuada mediante comunicação obrigatória do responsável por sua execução, no prazo de trinta dias contados do início de sua atividades, ou poderá ser feita de ofício pelo Fisco. Diante disso, a alegação de que a responsabilidade pela matrícula junto ao INSS caberia a empresa executora da obra também se torna irrelevante, pois não altera nem influencia o lançamento fiscal. Logo, entendemos que não é cabível aplicação de chamamento ao processo em face do devedor contratante dos segurados empregados, pois este e a Recorrente já são integrantes do polo passivo do presente lançamento fiscal. Após isso, passo ao exame de mérito. DO MÉRITO: A Recorrente alega que o Fisco não apropriou no lançamento fiscal os valores pagos pela contratada. Tal alegação não será acatada, eis que os pagamentos efetuados pela empresa contratada foram devidamente observados à época do procedimento de auditoria fiscal, e apropriados nas respectivas NFLD originais (35.067.6682 e 35.067.6690), não tendo a Recorrente, nem a empresa contratada, trazido aos autos novos elementos probatórios que demonstrassem quaisquer outros recolhimentos efetuados. Por outro lado, verificase que o lançamento foi efetuado pelo fato da Recorrente haver contratado a empresa para a execução global (total) de obra de construção civil e não haver solicitado a documentação hábil a elidir a responsabilidade solidária, quais Fl. 214DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 sejam: (i) cópia das guias de recolhimentos quitadas e respectivas folhas de pagamento elaboradas distintamente pelo executor em relação a cada contratante; ou (ii) comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, incluída em nota fiscal, fatura ou recibo correspondente aos serviços executados, corroborada quando for o caso, por escrituração contábil; e (iii) comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferidas por arbitramento nos termos, forma e percentuais previstos na legislação previdenciária. A execução de obra na área de construção civil, mediante a empreitada total, enseja a solidariedade do contratante para com as contribuições previdenciárias incidentes sobre a mãodeobra aplicada, nos termos do art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/19911. No que interessa ao presente processo, temse que a responsabilidade tributária solidária exsurge quando o responsável é chamado para adimplir o crédito tributário concomitantemente com o contribuinte, arcando, independentemente deste, com o pagamento integral do crédito tributário. O art. 124 do Código Tributário Nacional (CTN), Lei 5.172/1966, define como devedores solidários: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. (g.n.) Segundo a previsão do inciso II do preceptivo legal acima citado, ocorre a solidariedade quando a lei expressamente designa os sujeitos que irão responder pela obrigação tributária. Neste caso, é necessária a previsão em lei, e isso foi disciplinado pelo art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/1991, em que o proprietário ou dono (que é a Recorrente) de obra de construção civil é solidário com o construtor pelo cumprimento das contribuições sociais previdenciárias. No mesmo sentido, o art. 220 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto 3.048/1999, estabelece a solidariedade entre o proprietário e o executor da obra de construção civil, nos seguintes termos: Art. 220. O proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária cuja contratação da construção, reforma ou acréscimo não envolva cessão de mãodeobra, são solidários 1 Lei 8.212/1991: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (...) VI o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem; (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97) Fl. 215DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11080.722495/201085 Acórdão n.º 2402002.977 S2C4T2 Fl. 6 9 com o construtor, e este e aqueles com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. § 1º Não se considera cessão de mãodeobra, para os fins deste artigo, a contratação de construção civil em que a empresa construtora assuma a responsabilidade direta e total pela obra ou repasse o contrato integralmente. § 2º O executor da obra deverá elaborar, distintamente para cada estabelecimento ou obra de construção civil da empresa contratante, folha de pagamento, Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social e Guia da Previdência Social, cujas cópias deverão ser exigidas pela empresa contratante quando da quitação da nota fiscal ou fatura, juntamente com o comprovante de entrega daquela Guia. § 3º A responsabilidade solidária de que trata o caput será elidida: I pela comprovação, na forma do parágrafo anterior, do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando corroborada por escrituração contábil; e II pela comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados, aferidas indiretamente nos termos, forma e percentuais previstos pelo Instituto Nacional do Seguro Social. III pela comprovação do recolhimento da retenção permitida no caput deste artigo, efetivada nos termos do art. 219. (Incluído pelo Decreto nº 4.032, de 26/11/2001) (g.n.) Percebese, então, que a apresentação de folhas de pagamento e guias de recolhimento específicas é uma das formas que a contratante, no caso a Recorrente, tem de elidirse de imediato da responsabilidade solidária por contribuições de responsabilidade do executor de obra de construção civil porventura não recolhidas, sendo que, em caso do salário de contribuição correspondente às guias apresentadas ser inferior aos percentuais estabelecidos na legislação previdenciária, a contratante deverá exigir também a comprovação de que a contratada possui contabilidade formalizada. Logo, não há como considerar a alegação retromencionada, pois o lançamento foi efetuado pelo fato da Recorrente haver contratada a empresa executora de obra de construção civil e não haver apresentada a documentação hábil a elidir a responsabilidade solidária. Dentro desse contexto da solidariedade imputada à Recorrente, esta alega que o próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirma a não aplicabilidade da responsabilidade solidária em relação à sociedade de economia mista. Essa alegação não Fl. 216DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 procede para o caso ora analisado, além dela ser também impertinente para o deslinde da controvérsia instaurada, eis que o conteúdo do acórdão do STJ – proferido no REsp 417.794 RS, Relator Min. Luiz Fux, 1ª Turma – trata da responsabilidade solidária prevista quando da contratação de serviços executados mediante cessão de mãodeobra, conforme se extrai do Voto condutor a seguir reproduzido: “[...] Por seu turno, conheço do recurso no tocante à alegada afronta ao art. 31 da Lei 8.212/91. A questão sub judice é saber se incide a responsabilidade solidária prevista no art. 31, da Lei 8.212/91 sobre o Banco do Brasil S/A, sociedade de economia mista, integrante da administração indireta, no período em que contratou empresa para instalação de sistema online nos terminais de sua filial em suas dependências. O referido comando legal, à época do serviço prestado pela empresa (junho/1995), antes, portanto, das inúmeras alterações introduzidas, dispunha o seguinte: Art. 31. O contratante de quaisquer serviços executados mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime de trabalho temporário, responde solidariamente com o executor pelas obrigações decorrentes desta lei, em relação aos serviços a ele prestados, exceto quanto ao disposto no art. 23 [...].” (g.n.) Constatase que o lançamento fiscal ora analisado é decorrente da solidariedade existente entre o proprietário ou dono de obra de construção civil e o construtor (chamada de contratada), conforme ficou devidamente delineado no Relatório Fiscal (fls. 12/24) e nas planilhas anexas. Esses documentos (Relatório Fiscal e planilhas) demonstram que os valores lançados no presente processo são decorrentes dos seguintes levantamentos originais: 1. SC1 – SOLIDA. CONST. CIVIL ANTES 1999 (NFLD 35.067.668 2) à Remuneração paga aos segurados empregados das empresas executoras de obras de construção civil, incluída em notas fiscais, faturas e recibos, pelas quais o Banco do Brasil, na condição de contratante dos serviços, responde solidariamente. Período anterior a 01/1999; e 2. SC2 – SOLIDA. CONST. CIVIL APÓS 1999 (NFLD 35.067.6690) à Remuneração paga aos segurados empregados das empresas executoras de obras de construção civil, incluída em notas fiscais, faturas e recibos, pelas quais o Banco do Brasil, na condição de contratante dos serviços, responde solidariamente. Período a partir de 01/1999. Assim, não acatamos o argumento da Recorrente ora analisado, uma vez que o lançamento de que trata este processo não é de responsabilidade solidária oriundo da execução de contrato de cessão de mãodeobra – conforme estabelecia o art. 31 da Lei 8.212/1991, na redação dada pela Lei 9.528/19972 –, mas de responsabilidade solidária oriunda de serviços de construção civil, conforme estabelece o art. 30, VI, da Lei 8.212/1991. 2 Art. 31 da Lei 8.212/1991, com redação dada pela Lei 9.528/1997, posteriormente a regra estampada neste artigo foi revogada: Fl. 217DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11080.722495/201085 Acórdão n.º 2402002.977 S2C4T2 Fl. 7 11 Ainda dentro desse contexto da relação obrigacional solidária tributária previdenciária, registrase que a regra do art. 71, § 1o, da Lei 8.666/1993, diploma que institui normas gerais para licitação e contratos da Administração Pública – ao estabelecer que a inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento –, não tem o condão de afastar a regra específica da legislação previdenciária – estampada no art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/1991 –, eis que a regra da legislação licitatória (art. 71, § 1o, da Lei 8.666/1993) é norma geral a ser aplicada, nos contratos firmados entre a Recorrente (contratante) e a contrata, caso não houvesse uma norma específica disciplinado a matéria como um preceito de direito público. Assim, a regra do art. 71, § 1o, da Lei 8.666/1993 deve ser interpretada sistematicamente com as demais normas do ordenamento jurídico brasileiro – inclusive com as normas pertinentes à legislação tributária previdenciária, que são normas essencialmente de natureza pública –, não possuindo o arrimo de afastar a solidariedade da relação obrigacional para com a Seguridade Social estabelecida entre o proprietário ou dono de obra de construção civil e o construtor, prevista no art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/1991. Essa interpretação é corolário das normas constitucionais, pois depreendese do art. 173, § 2º, da Constituição Federal que a empresa pública exploradora de atividade econômica, que é o caso da Recorrente, está sujeita ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações tributárias e trabalhistas, salvo se a lei estabelecer estatuto jurídico especial para a empresa nos termos do § 1º desse artigo. Constituição Federal de 1988: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (...) II a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (...) § 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. (g.n.) Esse entendimento de que a regra do art. 71, § 1o, da Lei 8.666/1993 deve ser interpretada sistematicamente com as demais normas do ordenamento jurídico brasileiro "Art. 31. O contratante de quaisquer serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, responde solidariamente com o executor pelas obrigações decorrentes desta Lei, em relação aos serviços prestados, exceto quanto ao disposto no art. 23, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 10.12.97)". Fl. 218DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 12 também é extraído da regra prevista no art. 54 dessa mesma lei, eis que esta regra afirma que “(...) os contratos administrativos de que trata esta Lei regulamse pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público (...)”, grifamos. Com isso, não acatamos a alegação da Recorrente de que a regra do art. 71, § 1o, da Lei 8.666/1993 estabeleceria uma responsabilidade fiscal exclusiva para as empresas contratadas – elidindo a sua responsabilidade da obrigação solidária tributária apurada pelo Fisco –, uma vez que há regra mais específica tratando da matéria no art. 30, inciso VI, da Lei 8.212/1991, sendo que esta regra especial tributária disciplina a respectiva matéria em consonância e em obediência às normas constitucionais. Além disso, essa regra prevista no art. 71, § 1o, da Lei 8.666/1993, que transferiria a responsabilidade fiscal exclusiva para as empresas contratadas, não pode ser aplicada ao caso porque prevalece a regra constitucional, hierarquicamente superior, já que a empresa enquadrada como sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica, que é caso da Recorrente, não poderá gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado, nos termos do art. 173, § 2º, da Constituição Federal. Com relação à responsabilidade solidária no âmbito tributário, cumpre esclarecer que ela não comporta benefício de ordem, podendo o Fisco escolher de quem será cobrada a dívida de forma integral, nos termos do art. 124, parágrafo único, do CTN. Assim, não acatamos a alegação da Recorrente de que antes da Lei 9.528/1997, que deu nova redação ao inciso VI do art. 30 da Lei 8.212/19913, não havia vedação à aplicação do benefício de ordem e, consequentemente, somente a partir da entrada em vigor desse dispositivo, em 10/12/97, é que seria possível afastar a aplicabilidade do benefício de ordem e exigir da contratante os valores devidos por responsabilidade solidária. Com isso, entendemos que a inserção promovida pela Lei 9.528/1997 no inciso VI do art. 30 da Lei 8.212/1991 não implicou qualquer inovação interpretativa com relação à não aplicação do benefício de ordem no âmbito tributário, tornando apenas a sua inaplicabilidade mais evidente, eis que essa inserção deve ser interpretada sistematicamente com as demais normas do ordenamento jurídico brasileiro – inclusive com a regra estampada no parágrafo único do art. 124 do Código Tributário Nacional (CTN). Assim, não procedem os argumentos da Recorrente de que deveria ter sido cobrado primeiramente da empresa contratada os débitos anteriores à entrada em vigor dessa lei. Com relação à apresentação da Certidão Negativa de Débito (CND) pela contratada, entendemos que a emissão da CND não configura uma modalidade de extinção do extinção do crédito tributário, pois não está registrada nas hipóteses do art. 156 do Código Tributário Nacional (CTN)4, que disciplina o assunto. 3 Artigo 30, inciso VI, da Lei 8.212/1991, em sua redação original: “VI o proprietário, o incorporador definido na Lei n° 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou o condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações;” 4 Código Tributário Nacional (CTN) – Lei 5.172/1966: Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; II a compensação; III a transação; IV remissão; Fl. 219DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11080.722495/201085 Acórdão n.º 2402002.977 S2C4T2 Fl. 8 13 Assim, a concessão da CND não implica nem comprova garantia absoluta de não existência de crédito tributário a ser lançado, tanto que no corpo da própria CND está ressalvado ao Fisco o direito de cobrança de qualquer valor apurado posteriormente à sua emissão, nos termos do § 1º do art. 47 da Lei 8.212/1991, in verbis: Art. 47. É exigida Certidão Negativa de Débito CND, fornecida pelo órgão competente, nos seguintes casos: (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 28.4.95). (...) § 1º A prova de inexistência de débito deve ser exigida da empresa em relação a todas as suas dependências, estabelecimentos e obras de construção civil, independentemente do local onde se encontrem, ressalvado aos órgãos competentes o direito de cobrança de qualquer débito apurado posteriormente. (g.n.) Com isso, não acatamos a alegação da Recorrente de que a emissão da CND para a empresa contratada caracteriza uma forma de elidir a sua responsabilidade solidária da obrigação tributária apurada pelo Fisco. Isso decorre do fato de que a CND não é causa de extinção do crédito tributário, mas um mero documento que corrobora, até aquele momento de sua emissão, a inexistência de valores devidos ao Fisco. Quanto à apuração da base de cálculo por meio da aplicação do percentual de 40%, incidente sobre as notas fiscais, entendemos que se trata de uma técnica de aferição indireta para apuração dos valores devidos à Previdência Social e encontrase devidamente motivada, eis que a Recorrente não apresentou os documentos que comprovassem que a contratada cumpriu as obrigações previdenciárias referentes ao serviço prestado. Logo, a contribuição social previdenciária apurada pela técnica de aferição indireta é adequada, razoável e proporcional, não merecendo ser reformada. Além disso, a Recorrente não apresentou qualquer elemento probatório de que suas alegações sejam verdadeiras. Assim, o lançamento fiscal ora analisado está amparado no art. 33, §§ 3° e 6°, da Lei 8.212/1991 e no art. 148 do CTN, encontrandose lavrado dentro da legalidade. Lei 5.172/1966 – Código Tributário Nacional (CTN): Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços V a prescrição e a decadência; VI a conversão de depósito em renda; VII o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001) Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 14 ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. ......................................................................................................... Lei 8.212/1991: Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o. É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio dos AuditoresFiscais da Receita Federal do Brasil, o exame da contabilidade das empresas, ficando obrigados a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados o segurado e os terceiros responsáveis pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e das contribuições devidas a outras entidades e fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o. A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o. Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 6° Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. (g.n.) Em perfeita consonância com o lançamento em tela, colacionase julgado do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4a Região, que muito bem elucida a legalidade da aferição indireta, e a razoabilidade do percentual de 40% incidente sobre as notas fiscais para se aferir a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Fl. 221DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 11080.722495/201085 Acórdão n.º 2402002.977 S2C4T2 Fl. 9 15 “[...] TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. TOMADORA DE SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. AFERIÇÃO INDIRETA. LEGALIDADE. (...) 2. Tratandose de contribuições previdenciárias, prestado o serviço, por disposição legal, a tomadora se incorpora ao pólo passivo da obrigação como devedora solidária e só se exime do cumprimento da obrigação se comprovar que a outra devedora adimpliu – pagou o tributo –, pois assim extinguira a obrigação tributária. Ainda que admitida a inserção da tomadora no pólo passivo da obrigação pelo descumprimento do dever de exigir comprovação do pagamento do tributo, tal ocorreria – com o pagamento da nota fiscal ou fatura relativa à prestação do serviço – antes do lançamento de ofício, pois tratase de tributo no qual a lei atribui ao sujeito passivo a apuração e pagamento do débito tributário sem qualquer intervenção prévia da administração. 3. Incluída a tomadora, por lei, no pólo passivo da obrigação, a comprovação do pagamento pode ser dela exigida a qualquer tempo, tanto na apuração do débito quanto na cobrança dos valores lançados, já que o Fisco pode – como qualquer credor, em matéria de solidariedade – voltarse contra ela ou contra a prestadora, ou contra ambas as devedoras, já no lançamento, já na execução. 4. Segundo a legislação do período no qual ocorreram os fatos geradores (05/1995 a 01/1999), cabia à tomadora, quando da quitação da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, exigir da prestadora cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e folha de pagamento dos empregados postos a seu serviço, dever do qual não se desincumbiu integralmente, restando solidariamente responsável pelo débito tributário. 5. A aferição indireta só incide naquilo em que a tomadora não se desincumbiu de ônus expressamente previsto em lei – exigir as folhas de pagamentos dos empregados postos a seu serviço. 6. É razoável a fixação de percentual (40%) sobre o valor da nota fiscal ou fatura como representativo do custo da mãode obra, e, em conseqüência, do valor dos salários sobre os quais deve incidir o tributo. Com isso, não se desnatura a contribuição, mas apenas se obtém, de modo indireto, na falta da documentação apropriada para a apuração direta (cujo ônus, no caso, era da tomadora) o valor dos salários, base de cálculo do tributo. Inversão do ônus da prova (§ 3º do art. 33 da Lei nº 8.212/91), estabelecendo presunção relativa em favor do INSS; caberia, portanto, à tomadora, demonstrar que o percentual é excessivo. 7. Embargos infringentes improcedentes. (TRF 4ª R; EIAC Embargos Infringentes na Apelação Cível; Processo: 200271000090415/RS; Órgão Julgador: Primeira Seção; Data Fl. 222DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 16 da decisão: 01/09/2005; DJU Data:28/09/2005; Página: 681; Relator DIRCEU DE ALMEIDA SOARES) [...].” (g.n.) Portanto, o procedimento de aferição indireta utilizado pela auditoria fiscal, para a apuração da contribuição previdenciária, foi corretamente aplicado, pois a auditoria fiscal demonstrou que ocorreu recusa ou sonegação de documentos ou informações, ou sua apresentação foi deficiente, podendo o Fisco inscrever de ofício importância que reputar devida, cabendo ao contribuinte o ônus da prova em contrário. Por fim, pela apreciação do processo e das alegações da Recorrente, não encontramos motivos para decretar a nulidade nem a modificação do lançamento ou da decisão de primeira instância, eis que o lançamento fiscal e a decisão encontramse revestidos das formalidades legais, tendo sido lavrados de acordo com o arcabouço jurídicotributário vigente à época da sua lavratura. CONCLUSÃO: Voto no sentido de CONHECER do recurso e NEGARLHE PROVIMENTO, nos termos do voto. Ronaldo de Lima Macedo. Fl. 223DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 20/09/20 12 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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