Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,938)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,601)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,675)
- Primeira Turma Ordinária (15,289)
- Segunda Turma Ordinária d (15,189)
- Primeira Turma Ordinária (15,159)
- Primeira Turma Ordinária (15,050)
- Segunda Turma Ordinária d (13,812)
- Primeira Turma Ordinária (12,687)
- Primeira Turma Ordinária (11,759)
- Segunda Turma Ordinária d (11,722)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,527)
- Terceira Câmara (63,247)
- Segunda Câmara (51,030)
- Primeira Câmara (16,295)
- 3ª SEÇÃO (15,675)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,635)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (115,411)
- Segunda Seção de Julgamen (108,296)
- Primeira Seção de Julgame (71,067)
- Primeiro Conselho de Cont (49,037)
- Segundo Conselho de Contr (48,641)
- Câmara Superior de Recurs (37,042)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,038)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,836)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,823)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,293)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- HELCIO LAFETA REIS (3,187)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,782)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,801)
- 2019 (30,945)
- 2018 (26,036)
- 2024 (25,839)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,452)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,072)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,269)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,849)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,014)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10880.667939/2011-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 30/12/2002
RESTITUIÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. PER/DCOMP. Em se tratando de pedido de restituição, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-006.404
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Marcos Antônio Borges (suplente convocado), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, sendo substituído pelo Conselheiro Marcos Antônio Borges (suplente convocado).
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 30/12/2002 RESTITUIÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA. Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. PER/DCOMP. Em se tratando de pedido de restituição, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.667939/2011-13
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6007248
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3402-006.404
nome_arquivo_s : Decisao_10880667939201113.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WALDIR NAVARRO BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 10880667939201113_6007248.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Marcos Antônio Borges (suplente convocado), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, sendo substituído pelo Conselheiro Marcos Antônio Borges (suplente convocado).
dt_sessao_tdt : Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
id : 7738579
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:44:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908130734080
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1565; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.667939/201113 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402006.404 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de março de 2019 Matéria RESTITUIÇÃO COFINS Recorrente PROMORAR ENGENHARIA E CONSTRUCOES LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/12/2002 RESTITUIÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. LIQUIDEZ E CERTEZA. Os valores recolhidos a maior ou indevidamente somente são passíveis de restituição/compensação caso os indébitos reúnam as características de liquidez e certeza. PER/DCOMP. Em se tratando de pedido de restituição, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito aos créditos pleiteados. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Marcos Antônio Borges (suplente convocado), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Ausente o Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, sendo substituído pelo Conselheiro Marcos Antônio Borges (suplente convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 66 79 39 /2 01 1- 13 Fl. 43DF CARF MF Processo nº 10880.667939/201113 Acórdão n.º 3402006.404 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Pedido de Restituição de crédito de COFINS cumulativo relativo a recolhimento a maior, que restou indeferido, consoante Despacho Decisório carreado aos autos. Inconformada, a empresa apresentou Manifestação de inconformidade, julgada improcedente, nos termos do Acórdão DRJ nº 14052.641. Intimado desta decisão, a empresa apresentou Recurso Voluntário alegando, em síntese: (i) a necessidade de se reconhecer o crédito decorrente de pagamento indevido valores de COFINS não incluídas no conceito de receita; e (ii) a não incidência de PIS/COFINS sobre juros e correções monetárias decorrentes das vendas de unidades imobiliárias, por não configurarem receita. Em seguida, os autos foram direcionados para este Conselho para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.396, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.667929/201170, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3402006.396): "O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. De pronto, vale consignar que, em se tratando de pedido de restituição, o contribuinte figura como titular da pretensão e, como tal, possui o ônus de prova quanto ao fato constitutivo de seu direito. Em outras palavras, o sujeito passivo possui o encargo de comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, a existência do direito creditório, demonstrando que o direito invocado existe. Fl. 44DF CARF MF Processo nº 10880.667939/201113 Acórdão n.º 3402006.404 S3C4T2 Fl. 4 3 Assim, caberia ao sujeito passivo trazer aos autos os elementos aptos a comprovar a existência de direito creditório, capazes de demonstrar, de forma cabal, que a Fiscalização incorreu em erro ao não homologar a compensação pleiteada, em conformidade com os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/19721. Com efeito, o ônus probatório nos processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito, no entendimento reiterado desse Conselho2. Atentandose para o presente caso, vislumbrase que o contribuinte alegou que a origem do crédito decorreria de equívoco cometido no pagamento de processo de parcelamento n.º 10880.014298/200110, no qual teria apurado e recolhido a COFINS sobre juros e correções monetárias decorrentes das vendas de unidades imobiliárias, valores que não correspondem à Receita. Contudo, para demonstrar a existência do seu crédito, a Recorrente não acostou ao seu Recurso Voluntário qualquer documento que poderia respaldar o seu crédito. Com efeito, não constam dos autos sequer a cópia do pedido de parcelamento referenciado na defesa, a planilha com a composição das bases de cálculo que respaldariam o valor do crédito ou mesmo quaisquer documentos fiscais ou contábeis suscetíveis à respaldar o crédito pleiteado. E aqui frisese que a Recorrente pretende a restituição integral do valor recolhido na guia DARF sob a alegação de pagamento indevido da COFINS de forma parcial, vez que recolhido com base no conceito de receita inconstitucionalmente alargado. Contudo, não constam dos autos quaisquer documentos passíveis de comprovar a origem do parcelamento, quais os valores que teriam sido pagos naquele processo que estariam corretos e quais os valores que teriam sido indevidamente recolhidos a maior naquele processo. 1 “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;" 2 A título de exemplo: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/2014 43. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) Fl. 45DF CARF MF Processo nº 10880.667939/201113 Acórdão n.º 3402006.404 S3C4T2 Fl. 5 4 A impossibilidade de verificação da validade do crédito por ausência de respaldo probatório foi indicada na r. decisão recorrida, sendo que a empresa permaneceu trazendo alegações de mérito gerais e sem substrato probatório em seu Recurso Voluntário: "Mesmo que se concorde com o argumento da recorrente, quanto ao entendimento do STF sobre a ampliação da base de cálculo, a verdade é que qualquer juízo de valor, no caso, dependeria da apresentação de provas. Esta Turma de Julgamento tem reiteradamente consignado que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige a apuração da liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo, verificandose a exatidão das informações a ele referentes, confrontandoas com os registros contábeis e fiscais, de modo a se conhecer qual seria o tributo devido e compará lo ao pagamento efetuado. Mas para tanto, a alegação deveria vir acompanhada da documentação comprobatória da existência do pagamento a maior, mesmo porque, nesse caso, o ônus da comprovação do direito creditório é da contribuinte, pois se trata de uma solicitação de seu exclusivo interesse. No presente, a interessada não apresentou qualquer documentação que lastreasse seu pedido, o que impediria a análise da referida liquidez e certeza, além de consumar a preclusão do direito de fazêlo em outro momento, nos termos do Decreto nº 70.235/1972, art. 16, § 4º." (efl. 29 grifei) Assim, considerando que não constam dos autos quaisquer documentos passíveis de evidenciar, nem mesmo de forma indiciária, o direito creditório apontado pelo sujeito, não é possível confirmar a validade das alegações trazidas pela Recorrente. Ainda que se coadune com as alegações de direito genericamente trazidas em sua peça de defesa, a empresa deixou de juntar aos autos elementos de prova da existência do direito. Com isso, face a ausência de provas, deve ser mantida a conclusão alcançada pela decisão de primeira instância no sentido da inexistência de qualquer direito creditório na hipótese. Nesse sentido, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Fl. 46DF CARF MF Processo nº 10880.667939/201113 Acórdão n.º 3402006.404 S3C4T2 Fl. 6 5 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra. Fl. 47DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13894.001441/2002-23
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/12/1989, 31/12/1990, 31/12/1991
REPETIÇÃO DO INDÉBITO. PRAZO.
Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo de dez anos, contado do fato gerador.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 1302-003.598
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
Documento assinado digitalmente.
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregorio, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Ausente o conselheiro Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/12/1989, 31/12/1990, 31/12/1991 REPETIÇÃO DO INDÉBITO. PRAZO. Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo de dez anos, contado do fato gerador. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jun 03 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13894.001441/2002-23
anomes_publicacao_s : 201906
conteudo_id_s : 6016680
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jun 03 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1302-003.598
nome_arquivo_s : Decisao_13894001441200223.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : RICARDO MAROZZI GREGORIO
nome_arquivo_pdf_s : 13894001441200223_6016680.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. Documento assinado digitalmente. Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregorio, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Ausente o conselheiro Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa.
dt_sessao_tdt : Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
id : 7769878
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:46:17 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908160094208
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1555; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T2 Fl. 117 1 116 S1C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13894.001441/200223 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1302003.598 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 16 de maio de 2019 Matéria IRRF. Compensação. Imposto sobre o Lucro Líquido (ILL). Recorrente COLETORA PIONEIRA S/C LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/12/1989, 31/12/1990, 31/12/1991 REPETIÇÃO DO INDÉBITO. PRAZO. Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo de dez anos, contado do fato gerador. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. Documento assinado digitalmente. Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Gustavo Guimarães da Fonseca, Ricardo Marozzi Gregorio, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias, Marcelo José Luz de Macedo (Suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Ausente o conselheiro Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 4. 00 14 41 /2 00 2- 23 Fl. 117DF CARF MF Processo nº 13894.001441/200223 Acórdão n.º 1302003.598 S1C3T2 Fl. 118 2 Relatório Inicialmente, esclareço que todas as indicações de folhas inseridas neste relatório e no subsequente voto (com eventual exceção dos trechos transcritos) dizem respeito à numeração do processo em papel que foi digitalizado para o sistema eProcesso. Tratase de recurso voluntário interposto por COLETORA PIONEIRA S/C LTDA contra acórdão que indeferiu a manifestação de inconformidade apresentada diante do indeferimento, pela DRF/GuarulhoSP, do pedido de restituição de pagamentos do Imposto sobre o Lucro Líquido (ILL) referentes aos anoscalendário 1989, 1990 e 1991. Posteriormente, foi constatado que a empresa apresentou declarações de compensação onde pretendeu compensar o crédito originalmente pleiteado no presente processo com débitos próprios. Em seu relatório, a decisão recorrida assim descreveu o caso: Tratase de pedido protocolizado em 23/07/2002 (fl. 01) solicitando a restituição do valor de R$ 187.176,85, que corresponde ao montante atualizado dos recolhimentos efetuados no período entre : 30/04/1990 a 30/06/1992, demonstrativo à fl. 19 e DARF as fls. 20/24, tendo por motivação do pedido "inconstitucionalidade do ILL (Lei n° 7.713/88). O Serviço de Orientação e Análise Tributária SEORT da DRF Guarulhos/SP em 22/12/2006 propôs o Indeferimento do Pedido de Restituição e o Não Reconhecimento do Direito Creditório no Despacho Decisório n° 030/2006, fls. 40/42, assim ementado: Assunto: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ILL Anoscalendário: 1989 a 1991 Ementa: ILL devido nos termos da Lei n° 7.713/88, exceto para sociedades por ações (Resolução do Senado n° 82/96). A IN SRF n° 63/97 não autoriza expressamente a restituição dos valores pagos, para as demais sociedades. O direito de pleitear Restituição extinguese com o decurso de prazo de 05 (cinco) anos contados da data do pagamento indevido ou a maior que o devido. Decadência. Resultado da Decisão: Pedido Indeferido. Não Reconhecimento do Direito Creditório. O chefe do SEORT, por concordar com o inteiro teor do citado Despacho do SEORT, por delegação delegação de competência do Delegado da Receita Federal em Guarulhos/SP Portaria n° 60, de 13/09/2001, em 22/02/2006 indeferiu o pedido de restituição, não reconheceu o direito creditório do contribuinte e deixou de homologar eventuais compensações vinculadas a este processo, sendo expedida a Fl. 118DF CARF MF Processo nº 13894.001441/200223 Acórdão n.º 1302003.598 S1C3T2 Fl. 119 3 NOTIFICAÇÃO N° 478/2007 SEORT/GUARULHOS, fl. 58, dando conhecimento da decisão proferida. Às fls. 45/56 foram juntadas três PER/DCOMP enviadas durante o ano de 2005, referenciando o crédito pleiteado no presente processo: n°s. 41180.52777.260405.1.3.049006; 19253.14713.010206.1.7.043890 e 27060.63574.150405.1.3.049440, com débitos de IRPJ e CSLL de janeiro/2005, nos valores respectivos de R$ 109.654,04 e R$ 48.714,01, e de COFINS de março/2005, nos valores de R$ 29.609,33 e R$ 68.894,30. Extrato do sistema PROFISC à fl. 57. Com a ciência em 05/07/2007 (Aviso de Recebimento AR à fl. 59), em 26/07/2007, por intermédio de seus advogados e bastantes procuradores (procuração h fl. 69) a peticionária interpôs a manifestação de inconformidade de fls. 61/67, aduzindo o que a seguir se sintetiza. Insiste a manifestante que o despacho decisório, ao indeferir o pleito com fundamento no Ato Declaratório n° 96/99, está contrariando tanto o entendimento contido no Parecer COSIT n° 04/99 quanto a própria jurisprudência do Conselho de Contribuinte e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Ressalta que por meio da IN n° 63/97 a Receita Federal reconheceu a inconstitucionalidade do artigo 35 da Lei n° 7.713/88 também para as empresas por cota de responsabilidade limitada, como é o caso da recorrente, admitindo, assim, como indevidos os pagamentos de ILL feitos pelas sociedades quotistas. Logo, é a partir de sua publicação, que se inicia a contagem do prazo para que os contribuintes pleiteiem a restituição. Transcreve jurisprudência do Conselho de Contribuintes e da Camara Superior de Recursos Fiscais. Alerta, ainda, que a Lei Complementar n° 118/2005, ressaltada pela autoridade julgadora, não tem aplicação para os tributos pagos antes do dia 09/06/2005, data do inicio de sua eficácia. Assim, entende que o pleito está plenamente apto a ser analisado, seja pelo prazo qüinqüenal previsto na IN n° 63/97, seja pelo prazo decenal, consolidado na jurisprudência. Ao final, requer a reforma integral da decisão que julgou improcedente o pedido de restituição, para que seja afastada a decadência alegada e deferida a restituição integral dos valores referentes ao ILL no período destacado nos autos, acrescidos da taxa SELIC mensalmente acumulada. A DRJ/CampinasSP proferiu, então, acórdão cuja ementa assim figurou: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 30/04/1990 a 30/06/1992 RESTITUIÇÃO. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. EXERCÍCIO DO DIREITO. EXTINÇÃO. Fl. 119DF CARF MF Processo nº 13894.001441/200223 Acórdão n.º 1302003.598 S1C3T2 Fl. 120 4 O direito de pleitear o reconhecimento do indébito tributário, para fins de fundamentação do direito restituição ou à compensação, extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data do pagamento indevido. ILL. SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA. Não comprovada nos autos, mediante disposições dos contratos sociais vigentes na data de ocorrência dos fatos geradores, a indisponibilidade jurídica e econômica dos lucros apurados pelos sócios cotistas, a incidência do ILL não se configura indevida. ILL. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ENCARGO FINANCEIRO. TRANSFERÊNCIA DO ÔNUS. A restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido encargo, ou, no caso de têlo transferido a terceiro, estar por este expressamente autorizado a recebêla. No caso do ILL, a transferência do ônus se opera por força de Lei, na medida em que, os contribuintes, que devem arcar com o encargo financeiro, por ocasião da efetiva distribuição dos lucros e dividendos, são os sócios quotistas, acionistas ou titulares das empresas individuais. O tributo somente é devido pela pessoa jurídica na qualidade de responsável pela retenção. CRÉDITO INEXISTENTE. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA Não reconhecido o crédito pleiteado nos autos, não se homologa as compensações dos débitos vinculadas. Rest/Ress. Indeferido Comp. não homologada Inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário onde, essencialmente, repete as alegações deduzidas na manifestação de inconformidade (com exceção do questionamento acerca da eficácia retroativa da Lei Complementar (LC) nº 118/2005, ao qual não mais se refere). É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Fl. 120DF CARF MF Processo nº 13894.001441/200223 Acórdão n.º 1302003.598 S1C3T2 Fl. 121 5 O entendimento sedimentado pelo Supremo Tribunal Federal, na sistemática da repercussão geral prevista no artigo 543B do Código de Processo Civil então vigente, quando proferiu sua decisão no RE nº 566.621, fulminou a pretensa aplicação retroativa contida na segunda parte do art. 4º da LC nº 118/2005. Com isso, o prazo para repetição do indébito dos pedidos formulados antes da publicação dessa mesma LC deveria obedecer a tese jurisprudencial dos "5+5" já consolidada pelo Superior Tribunal de Justiça. Esse entendimento foi posteriormente incorporado no âmbito desta Casa com a edição da Súmula CARF nº 91, verbis: Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Independentemente de qualquer juízo que se faça sobre o termo de início da contagem do prazo para a repetição do indébito contida no presente processo, o fato é que este Colegiado deve observar os entendimentos sumulados. É o que está determinado no artigo 72 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343/15: Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Portanto, a contar da data da ocorrência do fato gerador do tributo sujeito a lançamento por homologação, devese aferir a data do pedido do contribuinte para verificar se este obedeceu ao referido prazo de 10 (dez) anos. No presente caso, os fatos geradores do ILL que se pretende repetir ocorreram, respectivamente, em 31/12/1989, 31/12/1990 e 31/12/1991 conforme atestado nos próprios DARFs juntados pela recorrente (fls. 20 a 24). O protocolo do pedido, contudo, foi efetuado em 23/07/2002 (fls. 01). Transcorreram, portanto, mais do que os mencionados 10 (dez) anos. E não adianta tentar se seduzir pela tese proposta pela recorrente, segundo a qual o termo inicial do prazo para o seu pedido deveria ser contado a partir da data que foi publicada a Instrução Normativa nº 65/1997, porque não foi esse o dies a quo acolhido pela referida súmula (que determina o início da contagem a partir do fato gerador). Pelo exposto, oriento meu voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário pelo fato já ter se operado o prazo prescricional para a repetição do indébito quando do protocolo do correspondente pedido. Fl. 121DF CARF MF Processo nº 13894.001441/200223 Acórdão n.º 1302003.598 S1C3T2 Fl. 122 6 Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 122DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.903983/2009-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Jun 06 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DIREITO AO CRÉDITO NEGADO.
Não se reconhece o direito creditório quando o contribuinte não logra comprovar com documentos hábeis e idôneos que houve pagamento indevido ou a maior.
Numero da decisão: 2201-004.967
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Débora Fofano, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente Convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Daniel Melo Mendes Bezerra (Presidente em Exercício).
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 2004 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DIREITO AO CRÉDITO NEGADO. Não se reconhece o direito creditório quando o contribuinte não logra comprovar com documentos hábeis e idôneos que houve pagamento indevido ou a maior.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jun 06 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.903983/2009-70
anomes_publicacao_s : 201906
conteudo_id_s : 6018813
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jun 06 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-004.967
nome_arquivo_s : Decisao_10880903983200970.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
nome_arquivo_pdf_s : 10880903983200970_6018813.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Débora Fofano, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente Convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Daniel Melo Mendes Bezerra (Presidente em Exercício).
dt_sessao_tdt : Tue Feb 12 00:00:00 UTC 2019
id : 7775275
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:46:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908162191360
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1685; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.903983/200970 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201004.967 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 12 de fevereiro de 2019 Matéria IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Recorrente FIBRIA CELULOSE S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. DIREITO AO CRÉDITO NEGADO. Não se reconhece o direito creditório quando o contribuinte não logra comprovar com documentos hábeis e idôneos que houve pagamento indevido ou a maior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra – Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Débora Fofano, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll (Suplente Convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Daniel Melo Mendes Bezerra (Presidente em Exercício). Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.962, de 12 de fevereiro de 2019 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.903975/200923, paradigma deste julgamento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 39 83 /2 00 9- 70 Fl. 94DF CARF MF Processo nº 10880.903983/200970 Acórdão n.º 2201004.967 S2C2T1 Fl. 3 2 "Tratase de recurso voluntário apresentado em face da decisão de primeiro grau que negou provimento à manifestação de inconformidade formalizada pelo sujeito passivo negando o direito ao crédito do IRRF recolhido a ser compensado com outro tributo administrado pela Receita Federal. De acordo com o despacho decisório, o pagamento indicado não possui saldo disponível para compensação, visto que foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte. O contribuinte alega que efetuou a retenção de forma equivocada de IRRF, tendo em vista o preenchimento indevido da DCTF. Diante do equívoco a Recorrente efetuou a retificação da DCTF, informando os valores corretos e a existência do crédito tributário a que teria direito. Em primeiro grau a DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade sob o entendimento de que a Recorrente deveria ter apresentado cálculos a fim de demonstrar a composição do erro com as respectivas explicações, se o valor errado foi descontado na folha de salários e constou no Informe de Rendimentos. Considerando esses fatos, foi apresentado recurso voluntário para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Este recurso compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório do necessário." Voto Conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.962, de 12 de fevereiro de 2019 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10880.903975/200923, paradigma deste julgamento. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.962, de 12 de fevereiro de 2019 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária: Acórdão nº 2201004.962 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "O Recurso Voluntário é tempestivo e dele conheço. Tratase de recurso voluntário apresentado em face da decisão de primeiro grau que negou provimento à manifestação de inconformidade formalizada pelo sujeito passivo mantendo integralmente os termos do despacho decisório que não homologou o crédito de IRRF para compensação com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. Não verifico razões para a reforma do julgado, que se baseou nos elementos de prova juntados pelo contribuinte que teve assegurado o devido processo legal e Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10880.903983/200970 Acórdão n.º 2201004.967 S2C2T1 Fl. 4 3 contraditório, inclusive podendo ter juntado novos documentos na época para comprovar a existência do direito creditório. No presente caso, o Despacho Decisório não homologou a compensação em razão de o crédito a ser compensado estar alocado como pagamento de débito confessado na DCTF original. Após a emissão do Despacho Decisório, a DCTF foi retificada para se excluir tal débito e se caracterizar o recolhimento em questão como indevido/a maior. A apresentação de DCTF constituise em obrigação acessória. Entretanto, uma vez apresentada, o contribuinte comunica a existência de crédito tributário, confessando a dívida (DecretoLei n° 2.124, de 1984, art. 5°, § 1°). Destarte, o Despacho Decisório foi validamente emitido, eis que havia débito confessado correspondente ao valor recolhido em DARF. Resta perquirir se sua eficácia permanece, em face da posterior retificação da DCTF. A simples apresentação das DCTFs original e retificadora, ainda que acompanhadas de DARF, não se constitui em prova do alegado erro de fato. A retificação da DCTF é ineficaz, pois cabe ao contribuinte o ônus de comprovar o erro não apurável pelo mero exame das DCTFs (CTN, art. 147; Lei n° 5.869, de 1973, art. 333, II; Lei n° 13.105, 2015, arts. 15 e 373, II2; e IN RFB n° 903, de 2008, art. 11, §2°, III). Nesse ponto, adoto como razões de decidir excerto dessa Turma da lavra do I. Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim AC. 2201 004.437 j. 04/04/18, verbis: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Anocalendário: 2004 DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. (...) omissis Ora, não pode a autoridade administrativa proceder com a homologação quando existe, de fato, vinculação do crédito a valores confessados pelo contribuinte como devidos, por meio de instrumento hábil e suficiente a sua exigência. Sobre o tema, adoto como razões de decidir as palavras do Ilustríssimo Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo, proferida no acórdão nº 2201004.311: Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10880.903983/200970 Acórdão n.º 2201004.967 S2C2T1 Fl. 5 4 A criação do Sistema de Controle de CréditosSCC objetivou dar maior celeridade e segurança à necessária conferência dos pedidos de restituição, ressarcimentos e declarações de compensação formalizados pelos contribuintes. Naturalmente, tratase de ferramenta de extrema utilidade e eficiência quando batimentos de sistemas podem indicar a existência dos direitos pleiteados. Por outro lado, quando a complexidade da demanda exige, remanesce a necessidade de análise manual dos créditos pleiteados. Das situações possíveis de serem tratadas eletronicamente, sem sombra de dúvida, os indébitos tributários decorrentes de pagamentos indevidos ou a maior são, como regra, os que apresentam menor complexidade de análise, já que basta o SCC localizar o pagamento, identificar suas características e verificar, no sistema próprio, se há débitos compatíveis que demonstrem, no todo ou em parte, a ocorrência de um pagamento indevido ou a maior. (...) Portanto, em uma análise primária, notase que a não homologação em discussão é procedente, o que não impede que se reconheça, em respeito à verdade material, que tenha havido algum erro de fato que justifique sua revisão. Contudo, para tanto, necessário que sejam apresentados os elementos que comprovem a ocorrência de tal erro. Portanto, não basta alegar a ocorrência de erro material, é necessário prová lo. Quanto ao ônus da prova, o Código de Processo Civil dispõe o seguinte: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Apesar do procedimento de constituição do crédito tributário não ser regido pelo CPC, a adoção dos critérios principiológicos criados por tal norma em aplicação analógica ao presente caso oferece diretrizes de suma importância para resolução da demanda. Assim, uma vez em curso o procedimento de análise de compensação de crédito, é do contribuinte o ônus de provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da Fazenda. (...) Sendo assim, ante a falta de comprovação dos créditos a que alega ter direito, não há como concluir pela legitimidade do crédito. Conclusão Diante do exposto, conheço do recurso e negolhe provimento." Diante do exposto, conheço do recurso e negolhe provimento. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Fl. 97DF CARF MF Processo nº 10880.903983/200970 Acórdão n.º 2201004.967 S2C2T1 Fl. 6 5 Fl. 98DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10820.721450/2011-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA COM AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF N° 01.
A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF n° 1).
Numero da decisão: 2401-006.195
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Matheus Soares Leite - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andréa Viana Arrais Egypto, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MATHEUS SOARES LEITE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201904
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA COM AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF N° 01. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF n° 1).
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10820.721450/2011-09
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 5999658
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2401-006.195
nome_arquivo_s : Decisao_10820721450201109.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : MATHEUS SOARES LEITE
nome_arquivo_pdf_s : 10820721450201109_5999658.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andréa Viana Arrais Egypto, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2019
id : 7718295
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:43:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908164288512
conteudo_txt : Metadados => date: 2019-04-26T15:58:43Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; Last-Modified: 2019-04-26T15:58:43Z; dcterms:modified: 2019-04-26T15:58:43Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; Last-Save-Date: 2019-04-26T15:58:43Z; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2019-04-26T15:58:43Z; meta:save-date: 2019-04-26T15:58:43Z; pdf:encrypted: true; modified: 2019-04-26T15:58:43Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; pdf:charsPerPage: 1651; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 126 1 125 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10820.721450/201109 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401006.195 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 11 de abril de 2019 Matéria IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Recorrente ANTONIO RAMOS DA SILVA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA COM AÇÃO JUDICIAL. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. SÚMULA CARF N° 01. A propositura pelo sujeito passivo de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento, que tenha por objeto idêntico pedido sobre o qual trate o processo administrativo, importa renúncia ao contencioso administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula CARF n° 1). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, José Luís Hentsch Benjamin Pinheiro, Andréa Viana Arrais Egypto, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 72 14 50 /2 01 1- 09 Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10820.721450/201109 Acórdão n.º 2401006.195 S2C4T1 Fl. 127 2 Relatório A bem da celeridade, peço licença para aproveitar boa parte do relatório já elaborado em ocasião anterior e que bem elucida a controvérsia posta, para, ao final, complementálo (fls. 87/91). Pois bem. Contra o contribuinte acima identificado foi emitida, em 24/10/2011, notificação de lançamento de fl.08, relativa ao imposto sobre a renda da pessoa física anocalendário 2007, por meio da qual foi apurada omissão de rendimentos recebidos da fonte pagadora Caixa Econômica Federal, no valor de R$119.179,72, e compensação do respectivo imposto retido na fonte de R$5.107,70, já deduzidos os honorários advocatícios de R$51.077,02, bem como compensação Indevida de imposto retido na fonte pelo Instituto Nacional do Seguro Social, no valor de R$ 5.107,70, uma vez retido pela Caixa Econômica Federal, conforme descrição dos fatos e enquadramento legal de fls.09/10. Cientificado do lançamento, em 25/11/2011, fl.42, o contribuinte apresentou, em 16/12/2011, por intermédio de procurador constituído à fl.84, a impugnação de fls.02/06, alegando, em síntese, que: (a) Os valores recebidos se referem ao pagamento de benefício previdenciário, compreendidos no período entre 04/1994 a 10/2004, e não poderiam ser tributados no anocalendário de 2007, uma vez que referidos valores não condizem a rendimentos auferidos naquele ano, mas sim em anos anteriores, e, em se tratando de pagamento judicial, a tributação deve obedecer ao conceito contábil de competência e não ao regime de caixa. (b) A IN RFB nº 1.127, de 07/02/2011, estabelece acerca da apuração e tributação de rendimentos recebidos acumuladamente. (c) Junta os documentos de fls.16/75. (d) Requer o lançamento efetuado seja considerado insubsistente. Em seguida, sobreveio julgamento proferido pela 15ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo/SP (DRJ/SPO), por meio do Acórdão nº 1660.632 (fls. 87/91), de 21/08/2014, cujo dispositivo considerou improcedente a impugnação, com a manutenção do crédito tributário. É ver a ementa do julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Os rendimentos recebidos acumuladamente no anocalendário 2007 são tributados na fonte no mês de seu recebimento, sujeitandose ao ajuste anual. Impugnação Improcedente Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10820.721450/201109 Acórdão n.º 2401006.195 S2C4T1 Fl. 128 3 Crédito Tributário Mantido Nesse sentido, cumpre repisar que a decisão a quo exarou os seguintes motivos e que delimitam o objeto do debate recursal: 1. O lançamento em tela referese a inclusão de rendimentos levada a efeito após o confronto entre a declaração apresentada pelo contribuinte e as informações prestadas pela fonte pagadora por meio da DIRF – Declaração de Imposto de Renda retido na Fonte. 2. Por sua vez, o impugnante alega que os rendimentos recebidos, por se referirem a benefícios previdenciários não poderiam ser tributados no ano calendário de 2007, uma vez que referidos valores não condizem a rendimentos auferidos naquele ano, mas sim em anos anteriores, e, em se tratando de pagamento judicial a tributação deve obedecer ao conceito contábil de competência e não ao regime de caixa. 3. Ocorre que no anocalendário de 2007, a forma de tributação dos rendimentos recebidos acumuladamente era disciplinada pelo art. 12 da Lei nº 7.713/1988. 4. Por força, contudo, da jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN), no uso da competência que lhe é fixada pelo art. 19 da Lei nº 10.522, de 19/07/2002, emitiu o Parecer PGFN/CRJ nº 287, de 12/02/2009, aprovado por despacho do Sr. Ministro da Fazenda, publicado no DOU de 13/05/2009, que recomendou que “sejam autorizadas pelo Senhor ProcuradorGeral da Fazenda Nacional a não apresentação de contestação, a não interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que visem obter a declaração de que, no cálculo do imposto de renda incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem ser levadas em consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o cálculo ser mensal e não global”. 5. Essa recomendação foi adotada pelo Ato Declaratório (AD) PGFN nº 1, de 27/03/2009, que autorizou a dispensa de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais mencionadas. 6. No ano seguinte, no entanto, esse ato declaratório foi suspenso pelo Parecer PGFN/CRJ nº 2.331, de 27/10/2010, nos itens 7 e 8. 7. Salientese, por oportuno, que esses pareceres são vinculantes para a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), conforme art. 19, § 4º, da Lei nº 10.522/2002, e Nota PGFN/CRJ nº 489/2007. 8. É importante também observar que a nova sistemática de tributação dos rendimentos dessa natureza, que passou a ser muito mais favorável ao contribuinte, por prever a tributação exclusiva na fonte e o ajuste dos valores da tabela mensal, mediante a multiplicação destes pelo número de Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10820.721450/201109 Acórdão n.º 2401006.195 S2C4T1 Fl. 129 4 meses a que se refiram os rendimentos, somente foi introduzida em nosso ordenamento jurídico em 28/07/2010, com a publicação da Medida Provisória n° 497, de 27/07/2010, convertida na Lei nº 12.350, de 20/12/2010 (DOU de 21/12/2010), que acrescentou o art. 12A à Lei n° 7.713/1988. 9. O § 7° do art. 12A dispõe, ainda, que esses rendimentos, quando, recebidos entre 1°de janeiro de 2010 e o dia anterior ao de publicação da Lei resultante da conversão da Medida Provisória n° 497/2010, poderão ser tributados na forma desse artigo, devendo ser informados na Declaração de Ajuste Anual referente ao anocalendário de 2010. 10. Como se vê, não há nenhuma previsão de aplicação dessa nova sistemática aos rendimentos recebidos antes de 1° de janeiro de 2010. 11. Desta forma, e não estando presente no caso nenhuma das hipóteses previstas no art. 106 do mesmo CTN para a retroatividade da lei, não há a possibilidade, em relação aos rendimentos acumulados recebidos no ano calendário 2009, de aplicação da nova sistemática introduzida pela Medida Provisória n° 497/2010. 12. Do mesmo modo, não se há de cogitar a aplicação retroativa da Instrução Normativa RFB n° 1.127, de 07/02/2011, que apenas disciplina o disposto no art. 12A da Lei nº 7.713/1988, conforme determina seu § 9°. 13. Assim, os rendimentos em análise são tributáveis na declaração de ajuste anual, nos termos dos artigos 9°, 10 e 11, da Lei n° 8.134/1990. 14. Assim, e considerando que não há nos autos ordem judicial determinando a tributação de forma diversa, não pode o julgador administrativo decidir em desconformidade com a lei vigente ao tempo da ocorrência do fato gerador. 15. Assim, a pretensão do contribuinte de ver cancelado o débito fiscal não pode ser acolhida, uma vez que os rendimentos recebidos acumuladamente, no anocalendário em questão, são tributados na fonte no mês de seu recebimento, sujeitandose ao ajuste anual. O contribuinte, por sua vez, inconformado com a decisão prolatada e procurando demonstrar a improcedência do lançamento, interpôs Recurso Voluntário (fls. 95/99), apresentando, em síntese, os seguintes argumentos: a. O contribuinte recebeu junto à Caixa Econômica Federal a importância de R$ 119.179,72 (Cento e dezenove mil, cento e setenta e nove reais e setenta e dois centavos), referente ao pagamento de haveres de liquidação da ação judicial n° 1.829/2002, que teve curso perante a Egrégia Terceira Vara Cível da Comarca de Birigui/SP, em face do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10820.721450/201109 Acórdão n.º 2401006.195 S2C4T1 Fl. 130 5 b. Tal pagamento é fruto da apuração das prestações referente ao benefício de aposentadoria por invalidez, compreendidas no período de 04/1994 a 10/2004, incluindo salários trezenos. c. Tais valores foram apresentados ao fisco, em sede de declaração de rendimentos, como rendimentos sujeitos à tributação exclusiva/definitiva. d. Em se tratando de pagamento de benefício previdenciário, a tributação deve obedecer ao conceito contábil de competência. E não ao regime de caixa, como o utilizado no lançamento efetuado. e. Cumpre informar que o recorrente propôs Ação Anulatória de Lançamento de Débito Fiscal com Pedido de Tutela Antecipada, processo n° 000013230.2012.4.03.6107, que tem trâmite perante a Egrégia Segunda Vara da Justiça Federal em Araçatuba/SP, em face da União Federal – Fazenda Nacional, requerendo a nulidade do lançamento, em razão de recebimento de diferenças de prestações de benefício previdenciário através de decisão judicial, sob critério contábil “regime de caixa”. Tudo para se firmar que a incidência de referido tributo se dará pelo critério contábil do “regime de competência”, analisando a incidência mês a mês. f. A Egrégia Segunda Vara da Justiça Federal em Araçatuba julgou procedente o feito supracitado, com resolução do mérito, nos termos do artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil, decretando a nulidade do lançamento objeto da Notificação de Lançamento n° 2008/282485366939650, no que se refere ao rendimento recebido do INSS, já que efetivado sob critério contábil global, quando deveria ser efetivado pelo “regime de competência” (mês a mês). g. Assim, diante de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do lançamento, requer seja acolhido o presente recurso para o fim de assim, ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. Às fls. 106/108, consta petição apresentada pelo contribuinte, reiterando suas razões recursais, além de informar sobre o trânsito em julgado favorável do Processo n° 000013230.2012.4.03.6107, que tramitou perante a 2ª Vara da Justiça Federal em Araçatuba/SP. Em seguida, os autos foram remetidos a este Conselho para apreciação e julgamento do Recurso Voluntário. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Matheus Soares Leite – Relator Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10820.721450/201109 Acórdão n.º 2401006.195 S2C4T1 Fl. 131 6 1. Juízo de Admissibilidade. O Recurso Voluntário é tempestivo. Sobre os demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n° 70.235/72, é preciso pontuar o que segue. Consta nos autos (fls. 109/124), a existência de Ação Anulatória de Lançamento de Débito Fiscal, ajuizada por Antônio Ramos da Silva, em face da União Federal – Fazenda Nacional, pleiteando a nulidade e a suspensão da exigibilidade do crédito tributário, oriundo da Notificação de Lançamento de Débito – Imposto de Renda Pessoa Física n° 2008/282485366939650, Notificação esta, também discutida no presente Processo Administrativo. Cabe pontuar que a existência de ação judicial implica na renúncia da discussão no âmbito do contencioso administrativo, quando a ação judicial tiver por objeto “idêntico pedido”, sobre o qual verse o processo administrativo (art. 126, § 3°, da Lei n° 8.213/91). É ver o que diz a Súmula CARF n° 01, in verbis: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Se a impugnação tratar de matéria diversa da ação judicial, o sujeito passivo terá direito a contencioso administrativo para apreciação da matéria diferenciada. Contudo, não é essa a hipótese dos autos, eis que, pela análise dos documentos acostados pelo próprio contribuinte (fls. 109/124) e da Impugnação/Recurso apresentados, não vislumbro matéria diferenciada no âmbito do presente processo administrativo. Por fim, esclareço que a observância de eventual decisão favorável ao contribuinte, transitada em julgado, é de responsabilidade da Unidade da Receita Federal do Brasil, com competência funcional para a execução do presente Acórdão. Conclusão Ante o exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso Voluntário, em razão de concomitância com ação judicial. É como voto. (assinado digitalmente) Matheus Soares Leite Fl. 132DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11634.000808/2008-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005, 2006
DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO.
Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o lustro decadencial para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN.
IRPF. GANHO DE CAPITAL. CUSTO DE AQUISIÇÃO. AUSÊNCIA. CRITÉRIOS PARA APURAÇÃO.
Na ausência do custo de aquisição para fins de apuração do ganho de capital obtido na alienação de bens ou direito, não sendo possível apurar valores a partir dos critérios estabelecidos pela legislação, é regular o lançamento fiscal que apura o ganho de capital considerando como zero o custo de aquisição do direito alienado.
MULTA QUALIFICADA. ELEMENTO VOLITIVO NA CONDUTA DO AGENTE.
A falta de identificação do elemento volitivo na conduta que revela infração à legislação tributária praticada pelo contribuinte afasta a imposição da penalidade de ofício qualificada.
Numero da decisão: 2201-005.131
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida. No mérito, após votações sucessivas, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a qualificação da penalidade de ofício, reduzindo-a ao percentual de 75%. Vencidos os conselheiros Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, relator, que deu provimento ao recurso, e o conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra, que negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor a conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente e Redator designado.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Débora Fófano Dos Santos, Douglas Kakazu Kushiyama, Francisco Nogueira Guarita, Fernanda Melo Leal (suplente convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2003, 2004, 2005, 2006 DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o lustro decadencial para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN. IRPF. GANHO DE CAPITAL. CUSTO DE AQUISIÇÃO. AUSÊNCIA. CRITÉRIOS PARA APURAÇÃO. Na ausência do custo de aquisição para fins de apuração do ganho de capital obtido na alienação de bens ou direito, não sendo possível apurar valores a partir dos critérios estabelecidos pela legislação, é regular o lançamento fiscal que apura o ganho de capital considerando como zero o custo de aquisição do direito alienado. MULTA QUALIFICADA. ELEMENTO VOLITIVO NA CONDUTA DO AGENTE. A falta de identificação do elemento volitivo na conduta que revela infração à legislação tributária praticada pelo contribuinte afasta a imposição da penalidade de ofício qualificada.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 24 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 11634.000808/2008-12
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6011101
dt_registro_atualizacao_tdt : Sat May 25 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-005.131
nome_arquivo_s : Decisao_11634000808200812.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO AMORIM
nome_arquivo_pdf_s : 11634000808200812_6011101.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida. No mérito, após votações sucessivas, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a qualificação da penalidade de ofício, reduzindo-a ao percentual de 75%. Vencidos os conselheiros Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, relator, que deu provimento ao recurso, e o conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra, que negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor a conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente e Redator designado. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Débora Fófano Dos Santos, Douglas Kakazu Kushiyama, Francisco Nogueira Guarita, Fernanda Melo Leal (suplente convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
id : 7754887
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:45:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908170579968
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 21; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1979; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 415 1 414 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11634.000808/200812 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201005.131 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2019 Matéria IRPF. GANHO DE CAPITAL. Recorrente JORGE NOBILE Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006 DECADÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o lustro decadencial para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN. IRPF. GANHO DE CAPITAL. CUSTO DE AQUISIÇÃO. AUSÊNCIA. CRITÉRIOS PARA APURAÇÃO. Na ausência do custo de aquisição para fins de apuração do ganho de capital obtido na alienação de bens ou direito, não sendo possível apurar valores a partir dos critérios estabelecidos pela legislação, é regular o lançamento fiscal que apura o ganho de capital considerando como zero o custo de aquisição do direito alienado. MULTA QUALIFICADA. ELEMENTO VOLITIVO NA CONDUTA DO AGENTE. A falta de identificação do elemento volitivo na conduta que revela infração à legislação tributária praticada pelo contribuinte afasta a imposição da penalidade de ofício qualificada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida. No mérito, após votações sucessivas, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a qualificação da penalidade de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. Vencidos os conselheiros Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, relator, que deu provimento ao recurso, e o conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 63 4. 00 08 08 /2 00 8- 12 Fl. 415DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 416 2 que negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor a conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente e Redator designado. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Débora Fófano Dos Santos, Douglas Kakazu Kushiyama, Francisco Nogueira Guarita, Fernanda Melo Leal (suplente convocada), Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de efls. 374/395 interposto contra decisão da DRJ em Curitiba/PR, de fls. 362/369 a qual julgou procedente o lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física – IRPF de fls. 326/331, lavrado em 13/11/2008, relativo aos anos calendário 2003, 2004, 2005 e 2006, com ciência do recorrente em 24/11/2008, conforme AR de fls. 351. O crédito tributário objeto do presente processo administrativo foi apurado ante a constatação de omissão de ganho de capital na alienação de bens e direitos, gerando crédito no valor de R$ 323.164,11, já inclusos juros de mora (até o mês da lavratura) e multa de 150%. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal, fls. 334/349, a fiscalização identificou que o contribuinte adquiriu, em 04/11/1999, “direitos hereditários sobre uma área de 2.900 (dois mil e novecentos) alqueires paulistas”, conforme processo de inventário em curso perante o Juízo da 8ª Vara Civil da Comarca de São Paulo, tendo como cedente Rachel Crosland Barreto. Conforme a autoridade fiscalizadora, a escritura de cessão de direitos não consta o dispêndio efetuado pelo RECORRENTE para aquisição dos mesmos, apenas indicando que eles foram fruto de uma “rescisão contratual do instrumento registrado sob o nº 254812 em data de 19/8/1998 perante o 4º ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de Curitiba”. É que, de acordo com a cópia desse instrumento registrado sob o nº 254812 (fls. 58/60), em função do inadimplemento do contrato, as partes decidiram pela formulação de um “termo de Acordo Amigável” (fls. 211/220), documento decorrente da Ação de prestação de contas n° 123/1999 da Quarta Vara Cível da Comarca de Curitiba (fls. 199/203). Não obstante o acima exposto, o Contribuinte atribuiu em sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física do anocalendário 1999, o montante de R$ 2.242.155.041,90 Fl. 416DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 417 3 como ao custo de aquisição dos direitos hereditários adquiridos. O valor atribuído possui identidade com o valor da causa em Ação de Perdas e Danos, ajuizada pelo contribuinte em face do Estado do Paraná. Todavia, a autoridade fiscalizadora entendeu que o custo de aquisição dos direitos hereditários deve ser, necessariamente, o valor pago por eles, sendo, portanto, o dispêndio efetuado pelo contribuinte para sua aquisição. Deste modo, o valor do bem a ser expresso na declaração não pode guardar relação com o valor de uma causa judicia, pois este último representa uma expectativa de direito sobre a qual versa a pretensão do autor. Os direitos hereditários adquiridos foram posteriormente alienados a diversas pessoas jurídicas. A alienação foi registrada na DIRPF do anocalendário 2003. Contudo, a fiscalização identificou que os custos de aquisição atribuídos aos direitos alienados se mostravam irreais, nos termos da tabela abaixo (fls. 338/339): Fl. 417DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 418 4 Neste sentido, o contribuinte foi intimado a apresentar documento hábil que comprovasse a forma de apuração dos custos de aquisição, informados na sua DIRPF, para cada uma das parcelas vendidas, mas não cumpriu a determinação. A autoridade fiscal afirmou ter buscado apurar indicativos do custo de aquisição em outros elementos, o que restou infrutífero. Deste modo, considerando a impossibilidade de identificar o custo de aquisição dos direitos alienados, a fiscalização apurou o ganho de capital considerando o custo zero, como determina o art. 129, VI do RIR/99 (art. 140, VI do RIR/18). O valor de alienação foram os informados pelo contribuinte e os constantes em comprovantes de pagamentos (fls. 151/195). Também foi arbitrada multa de 150%, uma vez que o contribuinte apresentou informações inverídicas em sua DIRPF 2004, no intuito de evitar o recolhimento do ganho de capital incidente sobre as alienações dos direitos hereditários. Da Impugnação O RECORRENTE apresentou sua Impugnação de fls. 352/357 em 22/12/2008. Ante a clareza e precisão didática do resumo da Impugnação elaborada pela DRJ em Curitiba/PR, adotase, ipsis litteris, tal trecho para compor parte do presente relatório: "Cientificado do lançamento, em 24/11/2008 fl. 328, o contribuinte apresentou, em 22/12/2008, a impugnação de fls. 329 a 334. Contesta a conclusão fiscal de que não foi comprovado o valor do seu direito, pois provou "seu direito legal de ter constituído a ação indenizatória de percas e danos, aonde veio a constituir seu direito devidamente declarado". Diz que esse "direito não vem de aquisição financeira, tampouco expectativas que leva ao órgão fiscalizador a invocar a portaria 665/2008, tampouco em Fl. 418DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 419 5 ser coagido a reconhecer que o Contribuinte tenha adquirido tal direito". Aduz que está comprovado na ação judicial que o direito é de prestação de serviço, de natureza alimentícia e "não bens e direitos referidos na tabela do IPI que é de produtos industrializados", transcrevendo o artigo 5° da Instrução Normativa n° 82, de 11 de outubro de 2001, dispositivo este citado pela autoridade fiscal em uma das intimações (fl. 239 — 30 parágrafo). Argúi que é equivocado o valor exigido no auto de infração, "pois o valor disponibilizado a terceiro através de sessão dos direitos foram com deságio, constituindo prejuízo ao Contribuinte e não ganho de capital". Assevera que é equivocada a afirmativa fiscal de que adquiriu 2.900 (dois mil e novecentos) alqueires, pois apenas prestou serviços e "o CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO vinculado com a prestação de conta em juízo não é o citado 'termo de acordo amigável conforme dá a entender o auditor em seu termo de fiscalização fiscal". Diz que o valor da causa, que usou como custo na declaração de bens, foi obtido por meio de perícia e não foi contestado pela ré do processo, sendo acolhido pela decisão judicial. Argúi que não é "possível declarar a receita de fruto de sessão de DIREITO com prejuízo (deságio) no ganho de capital sem informar o valor da causa" e que não há "como declarar as terras obtidas em juízo (estatusquoante), que volte a lide anterior sendo que não se pode desapropriar o que o estado deu". Afirma que no caso há duas alternativas: ou se tem "o total do crédito judicial declarado, e se declara o deságio e oficializa o recebimento financeiro do deságio concedido ou se declara o valor do bem que o estado TOMOU, FOI OBRIGADO A DEVOLVER E NÃO PODE". Relata que 'ficou escrito nas entrelinhas do Termo de Verificação Fiscal que as sessões parciais dos DIREITOS cedidos com prejuízo, não foram comprovadas nas operações indicadas e que não existe documento que ateste os valores cedidos e recebidos, deixando claro que não reconhece a declaração financeira dos valores recebidos e declarados, tampouco a validade e veracidade dos documentos de cartório que lavrou as escrituras, cuja, todas possuem o valor exato da sessão e tampouco a certidão fornecida pelo cartório distribuidor, único responsável em relatar a VERDADE constatada nos autos". Repisa que o valor que usou como custo está correto, e "o fato de ceder parte dos DIREITOS declarados, não quer dizer que a receita é devida neste montante, mas sim, o ato legal de sempre PRESTAR CONTAS do valor que concorda em receber de terceiros com deságio para dar manutenção no processo que deveria ser simplesmente resolvido com a devolução da área tomada. Com isto, fica afastado a IN 84/2001 e a IN 48/1998 por Fl. 419DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 420 6 estar claro que o valor da causa e valor declarado são devidos e legítimos". Aduz que "a auditoria atevese apenas aos protocolos formais e não ao DIREITO constituído, quando deixa de reconhecer o valor declarado. Ainda neste mesmo conceito, ajuda o Contribuinte quando invoca o art. 154, pois o DIREITO declarado por se tratar de causa própria (alimentício), e não de bem adquirido, é legítimo em sua totalidade, ficando as vendas, permutas ou as transferências das CESSÕES DE DIREITOS comprovadas através da declaração que houve prejuízo e não ganho de capital". Acrescenta que 'fica claro que inexiste os ganhos destacados em seu relatório (folha 11), por se tratar de valor declarado em uma única vez e não em parcelas, como quis deixar a entender o auditor quando afirma que a empresa pagou valores em anos vindouros da mesma aquisição. Ora se os valores foram pagos posterior ao valor declarado não deve ser considerado como um novo ganho de capital, até porque este valor declarado foi efetivado através da escritura que o mesmo fiscal não reconhece como valido. Usar parte das informações também deve sofrer as mesmas penalidades legais, caso entenda outros órgãos competentes para julgar este emaranhado de informações". Protesta pela "obrigatoriedade do órgão fiscalizador em disponibilizar cópia da declaração acostada pela empresa Centrus Consultoria Empresarial Ltda para que o Contribuinte possa comprovar que o valor declarado pela referida empresa é o mesmo valor declarado pelo Contribuinte. A diferença se trata de inadimplência financeira por conta de contrato entre as partes". Contesta a multa de ofício qualificada, argumentando que a autoridade fiscal não pode "graduarse em juiz de direito para acusar o Contribuinte". Afirma novamente "que não existe custo de aquisição de bens. Existe DIREITO de serviços prestados, devidamente constituídos após o serviço cumprido, devidamente reconhecido através do contrato onde a herdeira reconhece como legítimo o valor ora declarado". Alega que fez sua declaração baseado "em documentos que dá a entender também na expressão usadas neste capítulo, que também são fraudulentas, sendo assim, não resta outra oportunidade até, porque é oportuno este esclarecimento, em solicitar que o respeitável Ministério Público cientifique o Excelentíssimo Senhor Ministro..., que da acusação destacada contra ele". Faz apreciações de cunho subjetivo e conclui que a multa de 150% deve ser afastada, "seja pela inexistência dos fatos elencados ou pela sua inaplicabilidade legal já decidida pelas instancias superiores". Fl. 420DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 421 7 Da Decisão da DRJ Quando da apreciação do caso, a DRJ em Curitiba/PR julgou procedente o lançamento, conforme ementa abaixo (fls. 362/369): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004, 2005, 2006, 2007 GANHO DE CAPITAL. CESSÃO DE DIREITOS. CUSTO DE AQUISIÇÃO. O custo de aquisição de bens e direitos é considerado zero quando não puder ser determinado por qualquer das demais formas estabelecidas no artigo 16 da Lei 7.713, de 1988. MULTA. DOLO. A omissão de ganhos de capital, em valores expressivos e de forma reiterada, mediante determinação de custos de aquisição por critério não previsto na legislação, constitui conduta dolosa e enseja a aplicação da multa de 150%. Lançamento Procedente Do Recurso Voluntário O RECORRENTE, devidamente intimado da decisão da DRJ em 16/02/2009, conforme AR de fls. 373, apresentou o recurso voluntário de fls. 374/395 em 16/03/2009. Em suas razões, praticamente reiterou os argumentos da impugnação. Este recurso voluntário compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim Relator O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais, razões por que dele conheço. PRELIMINAR Da Decadência Fl. 421DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 422 8 O RECORRENTE defende a aplicação da decadência, com fulcro no artigo 150 §4º, o CTN, a contar a partir da data da realização das doações dos bens. Assim, requereu a extinção do crédito tributário relativamente ao período anterior a novembro de 2003. No entanto, entendo que não assiste razão ao RECORRENTE. Primeiramente, para o bom emprego do instituto da decadência previsto no CTN é preciso verificar o dies a quo do prazo decadencial de 5 (cinco) anos aplicável ao caso: se é o estabelecido pelo art. 150, §4º ou pelo art. 173, I, ambos do CTN. Em 12 de agosto de 2009, o Superior Tribunal de Justiça – STJ julgou o Recurso Especial nº 973.733SC (2007/01769940), com acórdão submetido ao regime do art. 543C do antigo CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos), da relatoria do Ministro Luiz Fux, assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em Fl. 422DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 423 9 que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Portanto, sempre que o contribuinte efetue o pagamento antecipado, o prazo decadencial se encerra depois de transcorridos 5 (cinco) anos do fato gerador, conforme regra do art. 150, § 4º, CTN. Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o lustro decadencial para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, CTN. Por ter sido sob a sistemática do art. 543C do antigo CPC, a decisão acima deve ser observada por este CARF, nos termos do art. 61, §2º, do Regimento Interno do CARF (aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015): § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No caso concreto, o imposto de renda lançado decorre de ganho de capital proveniente de alienação direitos sobre uma área de 2.900 (dois mil e novecentos) alqueires paulistas, realizada nos anos calendário 2003, 2004, 2005 e 2006. Apesar do RECORRENTE ter declarado as alienações nas suas declarações de ajuste anual, não houve qualquer pagamento ao título de ganho de capital, razão pela qual Fl. 423DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 424 10 não houve nenhum pagamento antecipado, ainda que parcial, capaz de atrair a regra de contagem da decadência pelo art. 150, §4º do CTN, conforme declarações de fls. 311/313 (ano calendário 2006), fls. 308/310 (anocalendário 2005), fls. 305/307 (anocalendário 2004) e fls. 289/304 (anocalendário 2003). Sendo assim, no caso concreto, o prazo decadencial para constituir o crédito tributário é contado nos termos do art. 173, I, CTN, ou seja, contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No caso dos autos, o fato gerador do imposto de renda decorrente do ganho de capital mais remoto ocorreu no mês de janeiro/2003. Aplicandose a regra estipulada pelo art. 173, I, do CTN (prazo contase do primeiro dia do exercício seguinte ao que o lançamento poderia ter sido realizado), o dies a quo do prazo decadencial do foi 1º/01/2005, o que autoriza o lançamento do crédito tributário até 1º/01/2010. Destacase que o prazo para envio da declaração de apuração do ganho de capital auferido no anocalendário 2003 foi o último dia útil de abril de 2004 (junto com a declaração de ajuste do imposto de renda). Assim, 2004 seria o ano em que o lançamento poderia ter sido efetuado pela Fazenda Pública, pois somente nesta época é que esta poderia ter conhecimento do fato gerador, já que não houve pagamento (ainda que parcial) a se homologar (conforme demonstrativos de apuração de fls. 292/304). Portanto, o primeiro dia do exercício subsequente ao que o lançamento poderia ter sido efetuado foi, invariavelmente, o dia 1º/01/2005, e não 1º/01/2004 como se poderia cogitar. Portanto, entendo que não estão extintos pela decadência quaisquer créditos objeto do presente lançamento, tendo em vista que o RECORRENTE tomou ciência do lançamento em 24/11/2008 (fls. 351). MÉRITO Impossibilidade de atribuir custo de aquisição zero no presente caso Pois bem, em síntese, a controvérsia que permeia o presente lançamento diz respeito à base de cálculo do imposto de renda incidente sobre o ganho de capital na alienação de direitos hereditários sobre uma área de 2.900 (dois mil e novecentos) alqueires paulistas, posto que a autoridade fiscal desconsiderou o valor declarado como custo de aquisição (por serem exorbitantes) e arbitrou o custo zero. Assim dispõe o termo de verificação fiscal (fls. 336 e 345): Não obstante a falta de indicação de um valor para a operação, nos documentos que originaram a aquisição, descritos no parágrafo anterior, o contribuinte registrou em sua declaração de imposto de renda da pessoa física (DIRPF), exercício de 2000, que a quantia paga seria de R$ 2.242.155.041,90. [...] Os custos de aquisição dos bens transacionados foram informados no demonstrativo do ganho de capital de forma Fl. 424DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 425 11 irreal, o que representou uma apuração incorreta da base de cálculo do tributo, com prejuízos à Fazenda Nacional. Se infere do Termo de Verificação Fiscal que foi atribuído custo de aquisição zero aos direitos adquiridos em virtude da ausência de comprovação do valor pago posto que a autoridade fiscalizadora considerou que não merecia fé o custo de aquisição de mais de 2 bilhões de reais informado pelo RECORRENTE. Destaco, de início, que a 1ª Turma Ordinária da 2º Câmara tem entendimento consolidado que que o arbitramento do custo de aquisição ao custo zero é medida possível, contudo excepcional, que depende de fundamentação da autoridade fiscalizadora comprovando as razões que a levaram a não adotar os demais critérios estabelecidos pela legislação. Exemplificando, segue o julgado abaixo de relatoria da Ilustre Dione Jesebel, do qual fiz parte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 ALIENAÇÃO DE BENS. GANHO DE CAPITAL. CUSTO DE AQUISIÇÃO. AUSÊNCIA. CRITÉRIOS PARA APURAÇÃO. INAPLICABILIDADE. FALTA DE MOTIVAÇÃO. NULIDADE. Na ausência do custo de aquisição para fins de apuração do ganho de capital obtido na alienação de bens, a legislação estabelece métodos para a sua apuração vinculantes para a autoridade fiscal, de forma que, a decisão de não os adotar, com a consequente atribuição de valor zero ao custo de aquisição, deve estar devidamente fundamentada, sob pena de o lançamento encontrarse materialmente viciado. (Acórdão nº 2201003.949 – 2º Câmara / 1ª Turma Ordinária. Sessão de 3/10/2017) (Grifouse) Em igual sentido, segue entendimento da 4º Câmara GANHOS DE CAPITAL. CUSTO DE AQUISIÇÃO ZERO. Na ausência de valor pago, o custo de aquisição de bem ou direito é igual a zero quando não possa ser determinado nos termos dos incisos I, II e III do art. 18 da Instrução Normativa SRF n. 84/2001 (Acórdão nº 2402006.717, 4º Câmara / 2º Turma Ordinária, sessão de 6/11/2018) (Grifouse) Assim, o custo de aquisição apenas poderá ser arbitrado igual a zero no caso de impossibilidade de determinação do custo através de qualquer outro dos incisos estipulados pelo art. 18 da IN SRF nº 84/2001, cabendo à autoridade fiscalizadora fundamentar as eventuais razões que levaram a impossibilidade da utilização dos demais critérios. Acontece que, apesar do arbitramento do custo de aquisição como zero ter sido efetuado com base no art. 18 da IN SRF nº 84/2001, acredito que existem dispositivos neste mesmo artigo que dispõem sobre os critérios a serem adotados quando da ausência de comprovação do valor pago: Art. 18. Na ausência do valor pago, o custo de aquisição é: I o valor que tenha servido de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor dos tributos e das despesas de desembaraço aduaneiro; Fl. 425DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 426 12 II o valor de transmissão utilizado, na aquisição, para cálculo do ganho de capital do alienante anterior; III o valor corrente na data da aquisição; IV igual a zero, quando não possa ser determinado nos termos dos incisos I, II e III. Referido dispositivo possui matriz legal no art. 16 da Lei nº 7.713/88, o qual transcrevo abaixo: Art. 16. O custo de aquisição dos bens e direitos será o preço ou valor pago, e, na ausência deste, conforme o caso: I o valor atribuído para efeito de pagamento do imposto de transmissão; II o valor que tenha servido de base para o cálculo do Imposto de Importação acrescido do valor dos tributos e das despesas de desembaraço aduaneiro; III o valor da avaliação do inventário ou arrolamento; IV o valor de transmissão, utilizado na aquisição, para cálculo do ganho de capital do alienante; V seu valor corrente, na data da aquisição. § 1º O valor da contribuição de melhoria integra o custo do imóvel. § 2º O custo de aquisição de títulos e valores mobiliários, de quotas de capital e dos bens fungíveis será a média ponderada dos custos unitários, por espécie, desses bens. § 3º No caso de participação societária resultantes de aumento de capital por incorporação de lucros e reservas, que tenham sido tributados na forma do art. 36 desta Lei, o custo de aquisição é igual à parcela do lucro ou reserva capitalizado, que corresponder ao sócio ou acionista beneficiário. § 4º O custo é considerado igual a zero no caso das participações societárias resultantes de aumento de capital por incorporação de lucros e reservas, no caso de partes beneficiárias adquiridas gratuitamente, assim como de qualquer bem cujo valor não possa ser determinado nos termos previsto neste artigo. No presente caso, a própria autoridade fiscalizadora considera que os valores informados pelo RECORRENTE não merecem fé, por serem “irreais” e atingirem a monta de R$ 2 bilhões. Todavia, ao invés de arbitrar o custo com base nos critérios do art. 16 da Lei nº 7.713/88, optou por considerar o custo igual a zero. Entendo, s.m.j., que a autoridade fiscalizadora não apresentou justificativas plausíveis para a não aplicação dos critérios previstos no inciso II e III do art. 18 da IN SRF nº Fl. 426DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 427 13 84/2001, em especial aquele previsto no inciso III, qual seja, o valor corrente na data da aquisição. Ora, a autoridade fiscal aponta que o RECORRENTE adquiriu referidos direitos hereditários sobre os bens imóveis como fruto de uma “rescisão contratual do instrumento registrado sob o nº 254812 em data de 19/8/1998 perante o 4º ofício de Registro de Títulos e Documentos da Comarca de Curitiba” (fls. 58/60), em função do inadimplemento do contrato, oportunidade em que as partes decidiram pela formulação de um “termo de Acordo Amigável” (fls. 211/220), documento decorrente da Ação de prestação de contas n° 123/1999 da Quarta Vara Cível da Comarca de Curitiba (fls. 199/203). Sendo assim, A escritura pública de fls. 54/56 atesta que a transferência do bem ao RECORRENTE se deu “como forma de resolução de contrato, ou seja, rescisão contratual do instrumento registrado sob o nº 254812 em data de 19/08/1998, perante o 4° Ofício de Registro de Títulos e Documentos da comarca de Curitiba, Estado do Paraná, e ainda de conformidade como ‘termo de AcordeAmigável’ realizado nesta data”. Ou seja, era possível à fiscalização ter apurado o valor corrente do mencionado imóvel na data da aquisição (nov/1999), nem que fosse por uma estimativa em relação aos imóveis vizinhos, ou ainda verificar o valor do imóvel na declaração do antigo proprietário. Outrossim, da leitura do contrato de fls. 58/60, firmado entre o RECORRENTE e a Sra. Rachel Crosland Barreto (cuja rescisão culminou no recebimento, pelo RECORRENTE, do imóvel objeto deste caso), constatase que o objeto do mesmo era a prestação de serviços por parte do RECORRENTE (tendo em vista que a Sra. Rachel residia no exterior) envolvendo o processo de nº 1.059 (que, naquela ocasião, encontravase perante o STJ sob o nº 37.0566). O valor a ser pago ao RECORRENTE em razão do referido contrato seria 50% do valor a ser recebido na solução do processo, e o RECORRENTE ainda teria a responsabilidade de pagar de dois outros advogados. Assim, ainda que fosse uma para se ter uma ideia de valores, poderia a fiscalização ter buscado informações sobre os valores envolvidos no processo de nº 1.059 a fim de ter uma noção da quantia que deixou de ser adimplida ao RECORRENTE em razão da rescisão do referido contrato. Contudo, nada disso foi feito no presente caso. De acordo com o TVF, o custo zero se deu pela ausência de comprovação do valor pago pelos direitos transacionados. Acontece que tal argumento não é suficiente para justificar o arbitramento do custo zero de aquisição, pois a autoridade fiscalizadora deveria , ao menos, apurado o valor corrente dos referidos direitos hereditários (terras – bens imóveis) na data de aquisição pelo RECORRENTE, ou o valor constante na declaração do proprietário anterior, ou ainda o valor econômico envolvido no contrato rescindido com o contribuinte, conforme acima exposto. Como dito anteriormente, o arbitramento do custo igual a zero é medida excepcional, que só poderá ser realizada quando o custo de aquisição não puder ser encontrado mediante nenhum dos outros critérios estabelecidos pela IN nº 84/2001, bem como não for hipótese de arbitramento mediante procedimento próprio, tal qual estabelecido pela Lei nº 7.713/1988 (art. 124 do RIR/1999). Fl. 427DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 428 14 Portanto, entendo que o critério utilizado pela autoridade fiscal contraria os atos normativos editados pelo próprio órgão a que pertence, que lhe são vinculantes e constituem também uma garantia ao contribuinte que não pode ser afastada sem uma adequada fundamentação, na medida em que não houve comprovação da impossibilidade de arbitrar o custo com base nos demais critérios do art. 18 da IN SRF nº 84/2001. Com isso, resta caracterizada ofensa direta ao art. 142 do Código Tributário Nacional, quando estabelece a obrigatoriedade da autoridade fiscal de determinar a matéria tributável e apurar o tributo devido, operação que passa, necessariamente, pela perfeita identificação da base de cálculo. A ausência de mensuração dessa grandeza ofende a legalidade, constitui matéria de ordem pública que, reconhecida, conduz à declaração de nulidade do lançamento realizado, por vício material. Deste modo, entendo que o auto de infração em análise contém um vício de ordem material, uma vez que deixou de aplicar o critério estabelecido tanto pelo art. 16 da Lei nº 7.713, de 1988, como pelo art. 18 da IN SRF nº 84, de 2001, para apuração do valor do custo de aquisição, sem que tenha apresentado uma justificativa aceitável para esse procedimento. Nesse caso, houve ofensa ao art. 142 do CTN, uma vez que a quantificação do tributo devido não seguiu as normas determinadas pela legislação tributária Em razão do cancelamento do crédito tributário principal, deixo de tecer considerações acerca da multa de ofício qualificada. CONCLUSÃO Isto posto, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos do voto em epígrafe. (assinado digitalmente) Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim – Relator Voto Vencedor Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo Redator Designado Em que pese a pertinência das razões e dos fundamentos legais expressos no voto do Ilustre Relator, ouso discordar de suas conclusões exclusivamente no que se refere ao custo de aquisição zero. Em sua cuidadosa análise da lide administrativa em curso, o Nobre Relator apresenta suas conclusões sobre a impossibilidade de atribuir custo de aquisição zero no presente caso, nos seguintes termos: De acordo com o TVF, o custo zero se deu pela ausência de comprovação do valor pago pelos direitos transacionados. Acontece que tal argumento não é suficiente para justificar o Fl. 428DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 429 15 arbitramento do custo zero de aquisição, pois a autoridade fiscalizadora deveria , ao menos, ter apurado o valor corrente dos referidos direitos hereditários (terras – bens imóveis) na data de aquisição pelo RECORRENTE, ou o valor constante na declaração do proprietário anterior, ou ainda o valor econômico envolvido no contrato rescindido com o contribuinte, conforme acima exposto. Como dito anteriormente, o arbitramento do custo igual a zero é medida excepcional, que só poderá ser realizada quando o custo de aquisição não puder ser encontrado mediante nenhum dos outros critérios estabelecidos pela IN nº 84/2001, bem como não for hipótese de arbitramento mediante procedimento próprio, tal qual estabelecido pela Lei nº 7.713/1988 (art. 124 do RIR/1999). Portanto, entendo que o critério utilizado pela autoridade fiscal contraria os atos normativos editados pelo próprio órgão a que pertence, que lhe são vinculantes e constituem também uma garantia ao contribuinte que não pode ser afastada sem uma adequada fundamentação, na medida em que não houve comprovação da impossibilidade de arbitrar o custo com base nos demais critérios do art. 18 da IN SRF nº 84/2001. Com isso, resta caracterizada ofensa direta ao art. 142 do Código Tributário Nacional, quando estabelece a obrigatoriedade da autoridade fiscal de determinar a matéria tributável e apurar o tributo devido, operação que passa, necessariamente, pela perfeita identificação da base de cálculo. A ausência de mensuração dessa grandeza ofende a legalidade, constitui matéria de ordem pública que, reconhecida, conduz à declaração de nulidade do lançamento realizado, por vício material. A citada IN SRF nº 84/2001 assim dispõe: Art. 18. Na ausência do valor pago, o custo de aquisição é: I o valor que tenha servido de base para o cálculo do imposto de importação, acrescido do valor dos tributos e das despesas de desembaraço aduaneiro; II o valor de transmissão utilizado, na aquisição, para cálculo do ganho de capital do alienante anterior; III o valor corrente na data da aquisição; IV igual a zero, quando não possa ser determinado nos termos dos incisos I, II e III. A norma em tela decorre do preceito legal contido no art. 16 da lei 7.713/88, que assim dispõe: Art. 16. O custo de aquisição dos bens e direitos será o preço ou valor pago, e, na ausência deste, conforme o caso: Fl. 429DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 430 16 I o valor atribuído para efeito de pagamento do imposto de transmissão; II o valor que tenha servido de base para o cálculo do Imposto de Importação acrescido do valor dos tributos e das despesas de desembaraço aduaneiro; III o valor da avaliação do inventário ou arrolamento; IV o valor de transmissão, utilizado na aquisição, para cálculo do ganho de capital do alienante; V seu valor corrente, na data da aquisição. § 1º O valor da contribuição de melhoria integra o custo do imóvel. § 2º O custo de aquisição de títulos e valores mobiliários, de quotas de capital e dos bens fungíveis será a média ponderada dos custos unitários, por espécie, desses bens. § 3º No caso de participação societária resultantes de aumento de capital por incorporação de lucros e reservas, que tenham sido tributados na forma do art. 36 desta Lei, o custo de aquisição é igual à parcela do lucro ou reserva capitalizado, que corresponder ao sócio ou acionista beneficiário. § 4º O custo é considerado igual a zero no caso das participações societárias resultantes de aumento de capital por incorporação de lucros e reservas, no caso de partes beneficiárias adquiridas gratuitamente, assim como de qualquer bem cujo valor não possa ser determinado nos termos previsto neste artigo. Como se depreende da leitura de fl. 50 a 60, o autuado celebrou, com a Sra. Rachel Crosland Barreto, em 19 de agosto de 1988, um contrato de prestação de serviço, registrado sob o nº 254812, em que se obrigava a indicar advogados ou escritórios de advocacia para representar a contratante perante os órgãos que enumera, no que se refere ao processo judicial específico. Por tal serviço, o contratado teria direito a 50% do valor recebido na solução do processo em questão. Em 04 de novembro do mesmo ano, portanto, menos de três meses depois, a Sra. Rachel Crosland cede ao Sr. Jorge Nobile direitos hereditários correspondentes a uma área de 2900 alqueires paulistas de terras contidas em área maior e localizada no noroeste do Estado do Paraná, tudo como forma de resolução do citado contrato registrado sob o número 254812, fl. 54 a 56. Tal direito recebido foi registrado pelo recorrente, em sua DIRPF 2000, pelo valor de R$ 2.242.155.041,90. A partir daí, o contribuinte passou a ceder a terceiros, em partes, os direitos adquiridos. Toda essa operação não escapou da minuciosa análise da Autoridade lançadora que, ao perceber que tais documentos não apontavam valores capazes lastrear o custo Fl. 430DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 431 17 de aquisição registrado em declaração de rendimentos, concluiu que o valor estaria relacionado a uma indenização pleiteada judicialmente, a qual, à vista de informações contidas em fl. 49, estaria relacionada a descumprimento de ordem judicial que emitia sucessores de José Teixeira Palhares na posse de terras correspondentes a 350.000 alqueires, área sobre a qual prosperam cidades, distritos e povoados. Embora não conste dos autos e não seja matéria aqui discutida, apenas por se tratar de questão curiosa, há de ressaltar que não é crível que, no ano de 1999, exercício de 2000, o ora recorrente tenha oferecido a tributação o valor que registra como custo de aquisição de tais direitos hereditários. Notese que, sendo um valor recebido por conta de serviços prestados, sobre ele deveria incidir a tributação pelo Imposto sobre a Renda da Pessoa Física. Em sua análise quanto ao valor informado pelo contribuinte a título de custo de aquisição de tais direitos, a Autoridade lançadora destacou, fl. 336: De acordo com a escritura pública constante no Livro n° 882, folhas 29 e 30, do 4° Tabelionato de Notas de Curitiba/Pr, o contribuinte adquiriu, no dia 04/11/99, "direitos sobre uma área de 2.900 (dois mil e novecentos) alqueires paulistas" (fls. 4748). Esses direitos são derivados de um "processo de Inventário em curso perante MM Juízo da 8' Vara Civil da comarca da capital do Estado de São Paulo", tendo como cedente Rachel Crosland Barreto (CPF n° 540.704.73815). Não consta nessa escritura o dispêndio efetuado pelo cessionário para a aquisição dos direitos. Decorre da interpretação do texto, que a obtenção foi fruto da "resolução de contrato, ou seja, rescisão contratual do instrumento registrado sob n° 254812 em data de 19/08/1998, perante o 4° Oficio de Registro de Títulos e Documentos da comarca de Curitiba (...)". Cópia desse contrato foi apresentada pelo contribuinte (fls. 5052). Em função do inadimplemento desse instrumento, as partes decidiram pela formulação de um "termo de Acordo Amigável" (fls. 198205), documento decorrente da Ação de prestação de contas ri° 123/1999 da Quarta Vara Cível da Comarca de Curitiba (fls. 186190). Não obstante a falta de indicação de um valor para a operação, nos documentos que originaram a aquisição, descritos no parágrafo anterior, o contribuinte registrou em sua declaração de imposto de renda da pessoa física (DIRPF), exercício de 2000, que a quantia paga seria de R$ 2.242.155.041,90. Inferese, pelos elementos remetidos em atendimento à intimação datada de 24/06/2008, que o montante foi escolhido em função do "valor da causa" estabelecido por esse na Ação de indenização por perdas e danos n° 38.532 da Quarta Vara da Fazenda Pública, Falências e Concordatas da Comarca de Curitiba (certidão de objeto e pé às folhas 59 a 108). O ajuizamento dessa ação foi realizado por Jorge Nóbile no dia 26/02/2002, pleiteando uma indenização do Estado do Paraná. Em suma, requer uma compensação decorrente de sua propriedade sobre os referidos direitos hereditários. O valor da causa dessa ação, estabelecido por seu autor, é idêntico ao Fl. 431DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 432 18 firmado na declaração de bens e direitos do exercício 2000. Devese observar, contudo, que não existe uma similaridade entre esses parâmetros, ou seja, o valor da causa de uma ação judicial e o valor do bem registrado na DIRPF. São gêneros diferentes que não podem se confundidos em respeito ao ordenamento legal, que estabelece o uso de cada um desses fundamentos. O valor a se colocado na declaração de bens e direitos do contribuinte é descrito no "Manual de preenchimento da declaração de ajuste anual exercício 2000" editado pela Secretaria da Receita Federal, em sua página 27, como o "valor pago". Esse valor pago era definido na Instrução Normativa SRF n° 48/1998, Art. 6°, como o "custo dos bens e ou direitos adquiridos". Portanto, corresponde ao dispêndio efetuado pelo contribuinte pela sua efetiva aquisição. Já o valor da causa de uma ação é estabelecido em definição no Código de Processo Civil. Nas palavras de Humberto Theodoro: "O valor da causa não corresponde necessariamente ao valor do objeto imediato material ou imaterial, em jogo no processo, ou sobre qual versa a pretensão do autor perante o réu. É o valor que se pode atribuir à relação jurídica que se afirma existir sobre tal objeto". São conceitos distantes. A expectativa da realização de um direito não pode ser confundida com o gasto efetivo na sua aquisição. Assim, está incorreta a forma como o valor foi inserido na declaração, não podendo o erro influenciar na apuração do tributo decorre Após enumerar as operações de alienação dos tais direitos hereditários, assim se manifestou a Autoridade lançadora, fl. 338: (...) Ao analisar as operações indicadas na planilha, observouse um elevado valor de aquisição para todos os lançamentos, não existindo o correspondente documento que atestasse esse montante. Nas intimações datadas de 12/09/2008 (fls. 216218) e 03/10/2008 (fls. 238246), houve o questionamento sobre a forma de apuração dos custos de aquisição de cada uma das parcelas vendidas, não havendo, contudo, o atendimento do requerido. Na intimação de 12/09/2008, a resposta limitouse a oferecer um breve relato sobre a forma do recebimento dos valores (fl. 219) e alguns contratos e comprovantes de depósitos bancários (fls. 220232), elementos, na forma como remetidos, insuficientes para o propósito requerido. Buscouse, então, com base em outros documentos apresentados um indicativo sobre os custos envolvidos, sendo inclusive solicitadas cópias da Ação de Prestação de Contas n° 123 da 14 Vara Civil da Comarca de Curitiba (fls. 183 215), que, como visto no item 2.1, resultou na transferência do direito hereditário. Fl. 432DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 433 19 Nesse material nada foi encontrado que indicasse o dispêndio. Essas conclusões foram relatadas no termo de verificação e de intimação fiscal datado de 03/10/2008, requerendo do contribuinte a apresentação dos pertinentes esclarecimentos sobre a matéria, não existindo, todavia, até a presente data, qualquer manifestação. Falta, portanto, a comprovação do valor pago pelos direitos transacionados, um dos fatores de equação do cálculo do ganho de capital. Na sua ausência, a legislação, em especial o Art. 18 da Instrução Normativa SRF n° 84/2001, sucedâneo do já transcrito Art. 15 da Instrução Normativa n° 48/1998, determina que o custo, valor pago, será igual a zero. Como se viu alhures, o Relator concluiu que a atribuição de custo zero se deu pela ausência de comprovação do valor pago pelos direitos transacionados, argumento que não seria suficiente para justificar a medida e que a Autoridade fiscalizadora deveria , ao menos, ter apurado o valor corrente dos referidos direitos hereditários (terrasbens imóveis) na data de aquisição pelo RECORRENTE, ou o valor constante na declaração do proprietário anterior, ou ainda o valor econômico envolvido no contrato rescindido com o contribuinte, conforme acima exposto. As conclusões do Ilustre Relator não se apresentam compatíveis com o que temos nos autos. Como se viu acima, o Agente fiscal envidou esforços para identificar o valor do tal direito hereditário cedido, seja pela busca de informações junto ao próprio contribuinte e junto a terceiros, inclusive solicitando cópias da prestação de contas relativa ao contrato do qual resultou a cessão do tal direito. A regra geral para se quantificar o custo de aquisição é o valor pago pelo bem ou direito, sendo certo que, na ausência deste, conforme o caso, há previsão legal para que tal montante seja considerado zero se não puder ser aferido por outros meios, conforme legislação acima colacionada. Não obstante, no caso sob apreço, não há como se aplicar nenhuma das regras alternativas descritas na norma, tampouco aquelas citadas pelo Relator, já que: não houve valor atribuído para fins de pagamento de imposto de transmissão; o direito transacionado não foi importado; não houve avaliação em processo de inventário ou arrolamento; não há elementos que indiquem que o alienante tenha calculado ganho de capital, tampouco que tenha apresentado declaração de bens e direitos no pais, já que domiciliado no exterior; não há valor que possa ser considerado corrente na data da aquisição, pois o direito adquirido e depois cedido constituise em mera expectativa de direito, não podendo ser confundido com o valor de mercado da terra. Fl. 433DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 434 20 No caso em apreço, depois de tudo o que fez a autoridade lançadora e diante de todas as características das operações identificadas no curso do procedimento fiscal, entender inaplicável a presunção de custo zero para o bem alienado é extirpar toda a força normativa do preceito contido no § 4º do art. 16 da Lei 7.713/88, pois seria difícil imaginar, a partir das considerações do Nobre Relator, em que casos poderia ser aplicada a referida norma. Assim, não tendo sido apresentado pelo interessado elementos que apontem, de forma inequívoca, o custo de aquisição do bem alienado, entendo que a fiscalização agiu com absoluta correção, não havendo razões que justifiquem a alteração do lançamento ou da decisão recorrida. Da multa qualificada Em relação a inaplicabilidade ao presente caso da cominação de multa qualificada, entendo assistir razão à RECORRENTE. Como se sabe, nos casos de lançamento de ofício, a regra é aplicar a multa de 75%, estabelecida no inciso I do artigo 44, da Lei 9.430/96. Excepciona a regra a comprovação pela autoridade lançadora da conduta dolosa do contribuinte no cometimento da infração segundo as definições da Lei 4.502/64. Analisando o Termo de Verificação Fiscal, especificamente na parte em que trata da aplicação da multa agravada (fls. 345/346) constatase que foi presumido o dolo do RECORRENTE pelas seguintes razões: O contribuinte ao preencher o demonstrativo o fez com base em informações de um processo judicial de sua autoria, baseandose em estimativas, que se prestam, apenas aos objetivos daquela lide. A prática vai além de um simples desconhecimento da legislação tributária, pois é flagrante a sua ilegalidade. O propósito doloso está claramente identificado, não se podendo falar, tão somente, em uma atuação culposa. O entendimento de que a ação possa ser enquadrada como meramente culposa, fruto de um mero engano ou desconhecimento, seria um exercício de subversão à natureza cogente da obrigação tributária principal e acessória. Os fatos levantados no procedimento fiscal conduzem para a conclusão indubitável de que o dolo esteve presente na conduta adotada pelo contribuinte, caracterizada pela prestação reiterada de informações falsas, apoiadas em um documento sem efeitos fiscais, relativas as operações de alienação dos direitos hereditários, o que não deixa dúvida quanto à voluntariedade da conduta. Compreendo que a Autoridade Fiscalizadora não conseguiu comprovar, com a exatidão e certeza necessárias, o dolo da contribuinte em praticar ardilosa conduta em relação a tais fatos geradores. Em que pese a informação de valores “irreais” como custos de aquisição, o RECORRENTE atendeu às exigências da fiscalização, apresentando documentos cuja idoneidade não foi questionada pela Autoridade Fiscalizadora, bem como apresentando justificativas para o custo de aquisição declarado. Fl. 434DF CARF MF Processo nº 11634.000808/200812 Acórdão n.º 2201005.131 S2C2T1 Fl. 435 21 Da análise destes documentos, o agente fiscal dedicou parte de seu relatório para demonstrar a impossibilidade de utilização pelo , como custo de aquisição, de grandeza que não guarda relação com o direito negociado. Ou seja, o que se tem é que o contribuinte interpretou os fatos que compõe sua situação patrimonial e identificou compatibilidade que, em seu juízo, justificavam a medida. Tal interpretação se mostrou, na visão do Agente fiscal, inapropriada, resultando no lançamento, mas, de tudo, não se consegue extrair com clareza o intuito doloso do recorrente de praticar as condutas de fraude, conluio ou sonegação. Entretanto, a análise do documento de fl. 48/50 evidencia que o direito hereditário em rela tem relação com o processo movido contra o Estado do Paraná, já que a indenização neste último pleiteada decorre exatamente do descumprimento de decisão judicial que emitia os sucessores de José Teixeira Palhares na posse de terras contidas no referido Estado. Portanto, ainda que não haja amparo legal para que o contribuinte indique como custo de aquisição o valor da ação movida contra o Estado do Paraná, não se pode concluir que a correlação que fez entre as expectativas de direito envolvidas (tanto da área de 2900 alqueires paulistas, quanto do valor de R$ 2.242.155.041,90) corresponderiam a uma ação intencional para burlar a legislação tributária. Assim, neste tema, entendo que tem razão a defesa, devendo ser afastada a qualificação da penalidade de ofício, reduzindo a multa lançada ao percentual de 75%, nos termos previstos no art. 44, I, da Lei nº 9.430/96. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Fl. 435DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14411.000002/2009-18
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 31 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2003
DIRF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Comprovada a sujeição do Contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. Cabe ao Recorrente apresentar nos autos do processo o acervo probatório apto a lastrear seu respectivo pleito. O caráter punitivo da reprimenda obedece a natureza objetiva. Ou seja, queda-se alheia à intenção do contribuinte ou ao eventual prejuízo derivado de inobservância às regras formais.
Numero da decisão: 1002-000.689
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ailton Neves da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo.
Nome do relator: BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2003 DIRF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA Comprovada a sujeição do Contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. Cabe ao Recorrente apresentar nos autos do processo o acervo probatório apto a lastrear seu respectivo pleito. O caráter punitivo da reprimenda obedece a natureza objetiva. Ou seja, queda-se alheia à intenção do contribuinte ou ao eventual prejuízo derivado de inobservância às regras formais.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 31 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 14411.000002/2009-18
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6015639
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 31 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1002-000.689
nome_arquivo_s : Decisao_14411000002200918.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 14411000002200918_6015639.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva - Presidente. (assinado digitalmente) Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo.
dt_sessao_tdt : Thu May 09 00:00:00 UTC 2019
id : 7768834
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:46:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908204134400
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1381; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T2 Fl. 39 1 38 S1C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 14411.000002/200918 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1002000.689 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 09 de maio de 2019 Matéria DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Recorrente ENESA TURISMO LIMITADA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2003 DIRF. ATRASO NA ENTREGA. APLICAÇÃO DA PENALIDADE. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA Comprovada a sujeição do Contribuinte à obrigação, o descumprimento desta ou seu cumprimento em atraso enseja a aplicação das penalidades previstas na legislação de regência. Cabe ao Recorrente apresentar nos autos do processo o acervo probatório apto a lastrear seu respectivo pleito. O caráter punitivo da reprimenda obedece a natureza objetiva. Ou seja, quedase alheia à intenção do contribuinte ou ao eventual prejuízo derivado de inobservância às regras formais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Breno do Carmo Moreira Vieira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 41 1. 00 00 02 /2 00 9- 18 Fl. 39DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efls. 29 e 30) interposto contra o Acórdão n° 0116.691, proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (efls. 19 à 22), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pelo ora Recorrente. A gênese da autuação fiscal (efl. 07) ocorreu em virtude da ausência de apresentação da DIRF, razão pela qual restou aplicada a multa por descumprimento de obrigação acessória, vejase: Em sua exordial defensiva, o Contribuinte sustenta que: O Auto de Infração emitido em 30/10/2008, em que a infração descrita é a falta de entrega da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF referente ao ano calendário de 2003. E de acordo com o relatório em anexo emitido por esta Secretaria da Receita Federal do Brasil em consta todos os pagamentos efetuados pela empresa Enesa Turismo Ltda e na relação não consta nenhum recolhimento de retido na fonte que obrigue a entrega da DIRF, pois só tem recolhimentos no código 8045 (IRRF sobre comissões). O Acórdão da DRJ, por sua vez, julgou improcedente a Impugnação, haja vista a falta de apresentação da DIRF, a qual representa obrigação acessória imperativa, cuja dispensa darseá apenas em hipóteses expressas da legislação. Em sequência, restou apresentado Recurso Voluntário, o qual reitera os termos veiculados na Impugnação. Transcrevo o inteiro teor meritório: O Acórdão da sessão de 11/03/2010, em que julgou improcedente a impugnação do Auto de Infração n° 803330100, cuja infração descrita é a falta de entrega da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF referente ao ano Fl. 40DF CARF MF Processo nº 14411.000002/200918 Acórdão n.º 1002000.689 S1C0T2 Fl. 40 3 calendário de 2003. Como consta no autos um relatório emitido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil em consta todos os pagamentos de retenção efetuados pela empresa Enesa Turismo Ltda é no código 8045 (IRRF sobre comissões), e por se tratar de agencia de viagens, de acordo com o artigo 15 da IN SRF n° 269 de 26/12/2002 (em anexo), quem está obrigado a Declarar DIRF é a Pessoa Jurídica que tenha pago a outras pessoas jurídicas importâncias a titulo de comissões e corretagens relativas a vendas de passagens, ou seja a Companhia Aérea, e não a agencia de viagens Enesa Turismo Ltda, portanto a empresa está desobrigada da entrega da DIRF. É o relatório. Voto Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira, Relator. O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Passo à análise dos pontos suscitados no Recurso. Da responsabilidade objetiva no descumprimento da obrigação acessória, No que cinge à obrigação de apresentar a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF em comento, o Recorrente não demonstrou a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do dever de cumprir a obrigação instrumental. Ademais, repiso que, conforme se extrai da legislação que rege o tema, a sujeição passiva da obrigação acessória incumbe, sim, ao Contribuinte, a despeito de sua argumentação em contrário. Para ilustrar, destaco que o art. 7.º da Lei n.º 10.426, de 24 de abril de 2002, com a redação vigente na época da infração, estabelece a obrigação de entrega da indigitada Declaração, sob pena de aplicação de multa, ao enunciar que: Art. 7.º O sujeito passivo que deixar de apresentar Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte DIRF e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais Dacon, nos prazos fixados, ou que as apresentar com incorreções ou omissões, será intimado a apresentar declaração original, no caso de não apresentação, ou a prestar esclarecimentos, nos demais casos, no prazo estipulado pela Secretaria da Receita Federal SRF, e sujeitarseá às seguintes multas: (Redação dada pela Lei n.º 11.051, de 2004) (...) § 1.º Para efeito de aplicação das multas previstas nos incisos I, II e III do caput deste artigo, será considerado como termo Fl. 41DF CARF MF 4 inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. (Redação dada pela Lei n.º 11.051, de 2004) (...) § 3° A multa mínima a ser aplicada será de: I R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa física, pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo regime de tributação previsto na Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1996; II R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos. Constróise, a partir do texto acima transcrito, a norma jurídica instituidora da obrigação acessória de entrega da DIRF, que representa, também, a gênese da regramatriz sancionadora da violação do dever instrumental e o respectivo lastro da lavratura da autuação. Estas, atuando sistemicamente, regulam, de modo objetivo e transpessoal, as condutas intersubjetivas, via modal deôntico obrigatório, no sentido de que, uma vez descumprida a obrigação de dar/entregar a qual estava obrigado o Contribuinte impõese a autoridade lançadora o dever de constituir a relação jurídica que impõe a obrigação de pagar a multa. Portanto, se havia o dever jurídico do Recorrente em entregar a DIRF no prazo estabelecido, e sendo este descumprido, surge para a administração tributária o direito subjetivo de exigir o pagamento da multa; aliás, a aplicação da indigitada reprimenda é obrigatória à Autoridade Fiscal, sob pena de violar a norma enunciada no parágrafo único do art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN). Destaco, outrossim, que a própria natureza da obrigação acessória representa um viés autônomo do tributo; logo, quando descumprida, exsurge a possibilidade da constituição de um direito autônomo à cobrança, pois pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal, relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, § 3°, do CTN). Isto porque, o art. 113 do CTN ao enunciar que “a obrigação tributária é principal ou acessória” estabeleceu que, para fins de cobrança, o direito de se demandar o pagamento de tributo ou de se requerer o adimplemento em pecúnia do valor equivalente a multa imposta por descumprimento de dever instrumental, devem ser tratados de igual maneira para todos os fins de exigibilidade. Aliás, este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), analisando caso semelhante, já decidiu no mesmo sentido. Peço vênia para transcrever a ementa, verbo ad verbum: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2001 DCTF. ENTREGA EXTEMPORÂNEA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. MULTA PECUNIÁRIA. O retardamento da entrega de DCTF constitui mera infração formal. Não sendo a entrega serôdia infração de natureza tributária, e sim infração formal por descumprimento de obrigação acessória autônoma, não abarcada pelo instituto da denúncia espontânea, é legal a aplicação da multa pelo atraso de apresentação da DCTF. As denominadas obrigações acessórias autônomas são normas necessárias ao exercício da atividade administrativa Fl. 42DF CARF MF Processo nº 14411.000002/200918 Acórdão n.º 1002000.689 S1C0T2 Fl. 41 5 fiscalizadora do tributo, sem apresentar qualquer laço com os efeitos do fato gerador do tributo. A multa aplicada decorre do exercício do poder de polícia de que dispõe a Administração Pública, pois o contribuinte desidioso compromete o desempenho do fisco na medida em que cria dificuldades na fase de homologação do tributo. (...) ÔNUS DA PROVA. Para elidir o fato constitutivo do direito do fisco, incumbe ao sujeito passivo o ônus probatório da existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo. (CARF, Recurso Voluntário, Acórdão 1802001.539 2ª Turma Especial, Rel. Conselheiro Nelso Kichel, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 06/02/2013) Valhome aqui, de igual modo, dos precedentes desta Colenda 2.ª Turma Extraordinária, desta Primeira Seção de Julgamentos do CARF, que nos Acórdãos ns. 1002 000.006, 1002000.009, 1002000.010, 1002000.012, 1002000.016, 1002000.075, 1002 000.077, 1002000.078, 1002000.079, 1002000.080, 1002000.081, 1002000.083, 1002 000.090, 1002000.091 e 1002000.104, dentre outros, seguiram a tese de que a entrega extemporânea da DCTF/DIRF/DIPJ enseja a aplicação de multa. Por conseguinte, reitero que o Recorrente não conseguiu se desincumbir do ônus probatório que lhe competia de demonstrar, na primeira oportunidade que lhe foi deferida, a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da administração tributária de lhe exigir a entrega da DIRF, a tempo e modo, sob pena de sanção. Destarte, o controle de legalidade do ato administrativo de lançamento, ora exercido por força da devolutividade recursal, aponta, em minha análise, a correta aplicação do direito, não havendo reparos a serem efetivados. Demais disto, observo que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) possui precedente acerca da legalidade da exigibilidade da multa por descumprimento do dever instrumental de entregar declaração, vejase: TRIBUTÁRIO. MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUSÊNCIA DE ENTREGA DE DCTF. ARTIGO 11, §§ 1º e 3º, DO DECRETOLEI 1.968/82 (REDAÇÃO DADA PELO DECRETOLEI 2.065/83). 1. A multa pelo descumprimento do dever instrumental de entrega de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF regese pelo disposto no § 3º, do artigo 11, do DecretoLei 1.968/82 (redação dada pelo DecretoLei 2.065/83), verbis: "Art. 11. A pessoa física ou jurídica é obrigada a informar à Secretaria da Receita Federal os rendimentos que, por si ou como representante de terceiros, pagar ou creditar no ano anterior, bem como o Imposto de Renda que tenha retido. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 1º A informação deve ser prestada nos prazos fixados e em formulário padronizado aprovado pela Secretaria da Receita Federal. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 2º Será aplicada multa de valor equivalente ao de uma OTRN para cada grupo de cinco informações inexatas, incompletas ou Fl. 43DF CARF MF 6 omitidas, apuradas nos formulários entregues em cada período determinado. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 3º Se o formulário padronizado (§ 1º) for apresentado após o período determinado, será aplicada multa de 10 ORTN, ao mês calendário ou fração, independentemente da sanção prevista no parágrafo anterior. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983). § 4º Apresentado o formulário, ou a informação, fora de prazo, mas antes de qualquer procedimento ex officio, ou se, após a intimação, houver a apresentação dentro do prazo nesta fixado, as multas cabíveis serão reduzidas à metade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.065, de 1983)." 2. Deveras, o artigo 11, do DecretoLei 1.968/82, instituiu o dever instrumental do contribuinte (pessoa física ou jurídica) da entrega de informações, à Secretaria da Receita Federal, sobre os rendimentos pagos ou creditados no ano anterior e o imposto de renda porventura retido (caput). 3. As aludidas informações são prestadas por meio de formulário padronizado, sendo certo que a Instrução Normativa SRF nº 126/1998 instituiu a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF a ser apresentada pelas pessoas jurídicas. 4. O inadimplemento da obrigação de entrega da DCTF, no prazo estipulado, importa na aplicação de multa de 10 ORTN's (§ 3º, do artigo 11, do DL 1.968/82), independentemente da sanção prevista no § 2º (multa de 1 ORTN para cada grupo de cinco informações inexatas, incompletas ou omitidas, apuradas em cada DCTF). 5. Conseqüentemente, revelase escorreita a penalidade aplicada para cada declaração apresentada extemporaneamente. 6. Recurso especial desprovido. (REsp 1081395/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/06/2009, DJe 06/08/2009) Pela oportunidade, destaco que a Doutrina se posiciona em semelhante sentido da jurisprudência supramencionada, acerca das infrações às normas instrumentais enunciadas na legislação: Professor Paulo de Barros Carvalho1: O antecedente da regra sancionatória descreve fato ilícito qualificado pelo descumprimento de um dever estipulado no consequente da regramatriz de incidência. É a nãoprestação do objeto da relação jurídica. Essa conduta é tida como antijurídica, por transgredir o mandamento prescrito, e recebe um nome de ilícito ou infração tributária. Atrelada ao antecedente ou suposto da norma sancionadora está a relação deôntica, vinculando, abstratamente, o autor da conduta ilícita ao titular do direito violado. No caso das penalidades pecuniárias ou multas fiscais, o liame também é de natureza obrigacional, uma vez que tem substrato econômico, denomina se relação jurídica sancionatória e o pagamento da quantia estabelecida é promovida a título de sanção. 1 CARVALHO, Paulo de Barros Curso de Direito Tributário, São Paulo: Saraiva, 1999, p. 465 e 466. Fl. 44DF CARF MF Processo nº 14411.000002/200918 Acórdão n.º 1002000.689 S1C0T2 Fl. 42 7 Professor Sacha Calmon Navarro2: Podemos, então, sem medo de errar, afirmar que a infração fiscal configurase pelo simples descumprimento dos deveres tributários de dar, fazer e não fazer, previstos na legislação. Esta a sua característica básica. (...) É preciso ver que a sanção, em Direito Tributário, cumpre relevante papel educativo. Noutras palavras, provoca na comunidade dos obrigados a necessidade de inteirarse dos deveres e direitos defluentes da lei fiscal, certo que o erro ou a ignorância possuem total desvalia como excludente de responsabilidade, ... Considerando o até aqui esposado e enfrentadas todas as questões necessárias para a decisão, entendo pela manutenção do julgamento da DRJ. Conclusão Com tudo o que foi exposto nos tópicos anteriores, resta claro que os argumentos esposados pela Recorrente não merecem ser acolhidos. Portanto, VOTO por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, com a consequente manutenção da decisão de origem. (assinado digitalmente) Breno do Carmo Moreira Vieira 2 COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Teoria e prática das multas tributárias. 2ª ed. Rio de Janeiro, Forense. 2001, p.29. Fl. 45DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10665.900052/2009-64
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003
Recolhimento Indevido de Estimativa. Restituição ou Compensação. Possibilidade.
É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa.
Numero da decisão: 1301-003.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para superar o óbice do pedido de restituição de estimativas (Súmula CARF nº 84), e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que profira despacho decisório complementar sobre o mérito do pedido, oportunizando ao contribuinte a complementação de provas do fato constitutivo do seu direito pleiteado, reiniciando-se, a partir daí, o rito processual de praxe. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10665.904049/2009-10, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Giovana Pereira de Paiva Leite, Carlos Augusto Daniel Neto, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003 Recolhimento Indevido de Estimativa. Restituição ou Compensação. Possibilidade. É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10665.900052/2009-64
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5994398
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1301-003.797
nome_arquivo_s : Decisao_10665900052200964.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
nome_arquivo_pdf_s : 10665900052200964_5994398.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para superar o óbice do pedido de restituição de estimativas (Súmula CARF nº 84), e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que profira despacho decisório complementar sobre o mérito do pedido, oportunizando ao contribuinte a complementação de provas do fato constitutivo do seu direito pleiteado, reiniciando-se, a partir daí, o rito processual de praxe. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10665.904049/2009-10, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Giovana Pereira de Paiva Leite, Carlos Augusto Daniel Neto, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente).
dt_sessao_tdt : Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
id : 7708375
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:42:59 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908259708928
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1831; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C3T1 Fl. 2 1 1 S1C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10665.900052/200964 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 1301003.797 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 21 de março de 2019 Matéria IRPJ COMPENSAÇÃO DE ESTIMATIVA Recorrente DAYTEC LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 RECOLHIMENTO INDEVIDO DE ESTIMATIVA. RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para superar o óbice do pedido de restituição de estimativas (Súmula CARF nº 84), e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que profira despacho decisório complementar sobre o mérito do pedido, oportunizando ao contribuinte a complementação de provas do fato constitutivo do seu direito pleiteado, reiniciandose, a partir daí, o rito processual de praxe. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10665.904049/200910, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Roberto Silva Junior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Giovana Pereira de Paiva Leite, Carlos Augusto Daniel Neto, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 90 00 52 /2 00 9- 64 Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10665.900052/200964 Acórdão n.º 1301003.797 S1C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso interposto por DAYTEC LTDA., pessoa jurídica já qualificada nos autos, contra acórdão da DRJ que, negando provimento à manifestação de inconformidade, não homologou a compensação declarada pela recorrente. Na declaração de compensação dcomp fora informado, como crédito em favor da contribuinte, um valor recolhido a título de estimativa de IRPJ. A unidade de origem, embora localizando o pagamento, constatou que o respectivo valor já havia sido totalmente utilizado para quitar débitos da própria recorrente, que apresentou manifestação de inconformidade, alegando ter havido erro no cálculo das imputações. A DRJ, entretanto, sem apreciar o mérito, indeferiu a manifestação de inconformidade, fundada na premissa de que os pagamentos por estimativa, mesmo que sejam indevidos, só podem ser utilizados para a dedução do IRPJ ou da CSLL apurados no final do período base de incidência, ou para compor eventual saldo negativo. Contra essa decisão, foi interposto recurso. A recorrente alegou que os cálculos demonstrando a exatidão da compensação por ela efetuada não foram examinados. Além disso, a legislação vigente ao tempo dos fatos não impedia a compensação de valores indevidamente recolhidos a título de estimativa mensal. Com esses fundamentos, pediu o provimento do recurso. É o relatório. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10665.900052/200964 Acórdão n.º 1301003.797 S1C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301003.794, de 21/03/2019, proferido no julgamento do Processo nº 10665.904049/2009 10, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº1301003.794): O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. A controvérsia em torno da qual gira o recurso voluntário consiste em saber se é possível obter restituição de valores pagos indevidamente a título de estimativa mensal de IRPJ ou de CSLL. A decisão recorrida adotou o entendimento segundo o qual a restituição só poderá ter por objeto o saldo negativo, pois, enquanto não findar o período base, não se poderá verificar com certeza a existência de indébito. A recorrente, por sua vez, afirmou que o indébito pode ser restituído de plano, dentro do mesmo ano base, e nesse sentido citou decisões administrativas. A questão se encontra pacificada no CARF, cuja jurisprudência se reflete no verbete da Súmula 84, abaixo transcrita: Súmula CARF nº 84. É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa. De acordo com a Súmula 84, o contribuinte tem direito à restituição, dentro do próprio ano base, de valores recolhidos indevidamente a título de estimativa mensal, desde que faça prova do indébito. Portanto, a questão prejudicial, que levou a DRJ a indeferir de plano o direito creditório, deve ser afastada, para que a unidade de origem aprecie a existência do crédito. Em resumo, na linha da Súmula CARF 84, deve ser superado o óbice ao exame do pedido de restituição de estimativas, determinandose o retorno dos autos à unidade de origem, para que profira despacho decisório complementar sobre o mérito do pedido, assegurando ao contribuinte a possibilidade de complementação de provas do fato constitutivo do direito pleiteado, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe. Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10665.900052/200964 Acórdão n.º 1301003.797 S1C3T1 Fl. 5 4 Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso, para no mérito dar lhe parcial provimento, afastando a questão prejudicial e devolvendo o processo à unidade de origem, a fim de que lá seja verificada a existência do direito creditório. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2ºdo art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por conhecer do recurso, para no mérito darlhe parcial provimento, afastando a questão prejudicial e devolvendo o processo à unidade de origem, a fim de que lá seja verificada a existência do direito creditório (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 74DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.900958/2013-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/08/2008
PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA.
A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracteriza-se a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade.
Numero da decisão: 3302-006.829
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201904
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2008 a 31/08/2008 PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracteriza-se a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 17 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 16682.900958/2013-33
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6008083
dt_registro_atualizacao_tdt : Sat May 18 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3302-006.829
nome_arquivo_s : Decisao_16682900958201333.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : PAULO GUILHERME DEROULEDE
nome_arquivo_pdf_s : 16682900958201333_6008083.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
id : 7744898
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:44:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908261806080
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1655; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16682.900958/201333 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302006.829 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 25 de abril de 2019 Matéria Processo Administrativo Fiscal Recorrente TIM S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/08/2008 PROCESSOS ADMINISTRATIVO E JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Caracterizase a concomitância quando o pedido e a causa de pedir dos processos administrativos e judiciais guardam irrefutável identidade. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Walker Araújo, Jose Renato Pereira de Deus, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Muller Nonato Cavalcanti Silva (Suplente Convocado) e Corintho Oliveira Machado. Relatório Trata o presente processo do Pedido de Restituição (PER), transmitido pelo contribuinte acima identificado, no qual solicita a restituição de COFINS. Consta no processo Despacho Decisório Eletrônico proferido pela unidade de origem, o qual concluiu pela improcedência do crédito original informado no PER, sob o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 09 58 /2 01 3- 33 Fl. 229DF CARF MF Processo nº 16682.900958/201333 Acórdão n.º 3302006.829 S3C3T2 Fl. 3 2 fundamento de que o pagamento relacionado havia sido integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Cientificado desta decisão, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, julgada improcedente pela DRJ, nos termos do Acórdão nº 12082.405. Inconformado com a decisão da DRJ, apresentou recurso voluntário ao CARF, no qual argumenta que: a) A ausência de retificação de DCTF ou de qualquer outra obrigação acessória jamais poderia ser impeditivo do reconhecimento do seu direito ao crédito, na medida em que o Fisco possui outros meios de apurar a existência de eventual indébito tributário. Assim, não restam dúvidas de que a falta de retificação da DCTF não deve implicar na perda do direito ao crédito; b) Não há concomitância entre o presente processo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. A lide proposta foi no sentido de que fosse reconhecido o direito líquido e certo da recorrente não se sujeitar à incidência do PIS/Cofins sobre as receitas de interconexão, bem como para reconhecer o crédito referente a eventuais valores pagos indevidamente, relativamente a contribuições apuradas e recolhidas após a impetração do writ. O objeto da ação judicial se destina apenas às contribuições de PIS e Cofins apuradas e recolhidas após a distribuição do referido MS; c) No caso concreto, há uma divisão muito clara. Os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição. Apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Bem verdade que há certa semelhança entre as causas de pedir dos processos administrativos e judicial. Ambos estão fundados na “não incidência do PIS/COFINS sobre receitas de interconexão”. Todavia, os pedidos efetuados para se afastar o PIS e a COFINS sobre as receitas de interconexão, bem como para se reconhecer o crédito sobre pagamentos indevidos realizados envolvem a mesma discussão para períodos de apuração distintos. Frisese: os pedidos administrativos se voltam às contribuições apuradas e pagas antes da impetração do mandado de segurança. Já aquelas apuradas e pagas após o ajuizamento da ação judicial são objeto do mandado de segurança. Diante desse cenário, verificase que não há concomitância entre o mandado de segurança em curso perante o Poder Judiciário e o presente processo administrativo, tendo em vista que os períodos de apuração relativos ao crédito referente ao indébito tributário são distintos; d) Os valores recebidos pela Recorrente e repassados a outras operadoras a título de interconexão de redes não configuram receita tributável pelo PIS e COFINS, pois não se trata de “receita” auferida pela Recorrente, quer do ponto de vista jurídico, quer mesmo do ponto de vista contábil. No caso dos valores recebidos pela Recorrente e repassados a terceiros a título de interconexão de redes, o que se verifica é um mero e transitório ingresso de recursos que devem ser repassados ao terceiro que cedeu seus meios de rede à Recorrente. Não há, portanto, qualquer efetivo acréscimo patrimonial da Recorrente, porque já há um imediato e compulsório destino para aquele valor recebido, que é repassado para as outras operadoras de telecomunicação; e) A tributação nos moldes pretendidos pelo Fisco implica a tributação pelo PIS/COFINS da receita total auferida pela Recorrente pela prestação do serviço de Fl. 230DF CARF MF Processo nº 16682.900958/201333 Acórdão n.º 3302006.829 S3C3T2 Fl. 4 3 telecomunicação, incluindo a parcela que será repassada a terceiros pela interconexão de redes. E, além dessa tributação, nos termos da pretensão fiscal, haveria uma nova incidência do PIS/COFINS pelo terceiro que realiza a interconexão, no momento em que ele apropriar a receita que lhe é repassada, caracterizando o bis in idem tributário; f) A base de cálculo do PIS/COFINS não deve ser integrada por elementos estranhos à receita auferida, notadamente pelos valores que devem ser repassados a terceiros a título de interconexão de redes. Na prática, isso faz com que todo o valor pago pela Recorrente a título de PIS/COFINS sobre esses valores de interconexão de redes seja qualificado como indébito tributário, que lhe deve ser restituído. Termina o recurso requerendo o provimento para que seja reformado o acórdão recorrido, a fim de que seja deferido o pedido de restituição formulado. É o breve relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Acórdão nº 3302006.815, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 16682.900008/201490, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão nº 3302006.815): "O recurso é tempestivo e apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, de forma que dele conheço e passo à análise. O cerne da questão está em decidir se há concomitância entre esse processo administrativo e o Mandado de Segurança n° 002418579.2013.4.02.5101. Para tanto, é necessário analisar os objetos dos respectivos processos. Conforme já mencionado na decisão a quo, o indébito pleiteado no Pedido de Restituição decorre, nas palavras do contribuinte, “da indevida inclusão na base de cálculo do PIS de valores referentes a ingressos de numerário em razão de contratos de interconexão, os quais não constituem "receita" da Manifestante”. Portanto, defende em processo administrativo a não incidência do PIS/COFINS sobre tarifas de interconexão. Vejamos o objeto do MS nº 002418579.2013.4.02.5101: Pela petição inicial, temos os seguintes pedidos: a) concessão de medida liminar para assegurar o direito liquido e certo da impetrante à suspensão da exigibilidade dos créditos tributários, nos termos do art. 151, IV, do CTN, das Fl. 231DF CARF MF Processo nº 16682.900958/201333 Acórdão n.º 3302006.829 S3C3T2 Fl. 5 4 contribuições ao PIS e a Cofins, sobre os meros ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza); b) determinação à Autoridade Coatora sobre o contudo da decisão liminar, bem como acerca do conteúdo do presente mandamus, para que no prazo legal, preste as informações que entender necessárias, com a posterior oitiva do representante do Ministério Público; c) Ciência à União Federal, nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/2009; d) ao final, a concessão da segurança para confirmar a liminar requerida e assegurar o direito liquido e certo de a impetrante não se sujeitar à incidência das contribuições ao PIS e à Cofins, sobre meros ingressos apurados mensalmente pelo regime da competência pela impetrante decorrentes tão somente das tarifas de interconexão recebidas dos usuários pela coprestação dos serviços de telecomunicações prestados pelas demais operadoras e a elas integralmente repassadas (serviços de transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza), sob pena de violação ao art. 2º da Lei nº 9,718/99 e aos arts. 5º, II; 145 § 1º; 150, I e IV e 195, I, "b" da Constituição Republicana de 1988, com a consequente compensação do indébito dessas contribuições, apurados desde a distribuição do presente writ, devidamente atualizado pela Taxa Selic, após o trânsito em julgado, nos termos dos artigos 165, 170 e 170A do CTN. A sentença de primeiro grau do Mandado de Segurança nº 002418579.2013.4.02.5101, assim decidiu: Tratase de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado por INTELIG COMUNICAÇÕES LTDA contra ato atribuído ao DELEGADO DA DELEGACIA ESPECIAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DE MAIORES CONTRIBUINTES NO RIO DE JANEIRO DEMAC, objetivando a declaração de não incidência das contribuições ao PIS e à COFINS, sobre os ingressos apurados mensalmente pelo regime de competência pela Impetrante, decorrentes de tarifas de interconexão serviços prestados pelas demais operadoras, que são posteriormente repassados àquelas congêneres, bem como a declaração do direito de compensar o indébito referente a estas contribuições, apurado desde a distribuição do writ. Sustenta, em apertada síntese, que as chamadas "tarifas de interconexão" não constituem receita, e sim meros ingressos econômicos ou financeiros, tendo cm vista que são recebidas, cm um primeiro momento, pela Impetrante, porem repassadas cm seguida às operadoras que efetivamente prestaram os serviços ao cliente usuário da Impetrante. (...) Fl. 232DF CARF MF Processo nº 16682.900958/201333 Acórdão n.º 3302006.829 S3C3T2 Fl. 6 5 Pelo exposto, com fulcro no art. 269. I, do CPC. JULGO PROCEDENTE O PEDIDO e CONCEDO A SEGURANÇA, para determinar ao Impetrado que se abstenha de exigir da Impetrante que recolha o PIS e a Cofins, incluindo na base de cálculo o valor recebido pela Impetrante e posteriormente repassado a operadora congênere, que prestou efetivamente o serviço, a título de "tarifa de interconexão", bem como para declarar o direito da Impetrante à compensação do indébito, apurado desde a distribuição do presente, na forma da lei de regência, de acordo com a modalidade escolhida pelas Impetrantes, aplicandose a SELIC como critério de atualização do indébito, vedada a cumulação com qualquer outro índice, nos termos da fundamentação supra. Analisando as razões jurídicas apresentadas na peça recursal, fico convencido da identidade das demandas administrativa e judicial, pois nas duas esferas o que se discute é a inexistência de relação jurídica tributária do PIS e da Cofins em relação as receitas de interconexão. O próprio recorrente reconhece essa congruência entre os processos administrativo e judicial. Sua alegação para afastar a concomitância se ampara no fato de que os pagamentos indevidos de PIS/COFINS sobre receitas de interconexão de redes, apuradas antes de 23.9.2013, foram objeto de pedido administrativo de restituição, e que apenas os pagamentos realizados com base em apurações de PIS/COFINS feitas partir de 23.9.2013, foram objeto do pedido judicial formulado no Mandado de Segurança n° 0024185 79.2013.4.02.5101. Não comungo do entendimento no qual a concomitância é afastada pela falta de identidade entre os períodos de apuração apontados nos processos judicial e administrativo. O diferencial entre os períodos de apuração, aqueles contemplados pelo mandamus e os não contemplados, na minha visão, referese somente à possibilidade de o recorrente utilizálos para pedido de compensação antes do trânsito em julgado, por ordem judicial, conforme sua solicitação na exordial. Os demais períodos de apuração, os que foram apurados antes da distribuições do writ, deverão esperar o trânsito em julgado da ação para poderem se credenciar a objeto de um pedido de restituição, com possíveis compensações. Digo isso, pois a decisão do Poder Judiciário sobre a incidência do PIS e da Cofins nas receitas oriundas das tarifas de interconexão, terá reflexos para todos os períodos de apuração, independentemente se foi contemplado no pedido do MS nº 002418579.2013.4.02.5101 ou não Isso se deve ao fato de que na existência de processos paralelos, com objeto e finalidade idênticos, não é salutar que haja decisões com efeitos redundantes ou antagônicos. Em qualquer das hipóteses, prevalecerá a decisão judicial, motivo pelo qual a concomitância de processos ofende o princípio da economia processual. Em face disso, a opção do contribuinte pela via judicial encerra o processo administrativo fiscal em definitivo, em qualquer das fases em que ele se encontre. Fl. 233DF CARF MF Processo nº 16682.900958/201333 Acórdão n.º 3302006.829 S3C3T2 Fl. 7 6 Registrese que a coisa julgada a ser proferida no âmbito do Poder Judiciário jamais poderia ser alterada no processo administrativo, pois tal procedimento feriria a Constituição Federal, que adota o modelo de jurisdição una, onde são soberanas as decisões judiciais. Sendo assim, nos casos em que o sujeito passivo opta pela via judicial para a discussão de matéria tributária implica na renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos do parágrafo único do art. 38 da Lei nº 6.830/80 e do § 2º, art. 1º do Decretolei nº 1.737, de 1979. Ratificando este entendimento, foi aprovado o enunciado de Súmula CARF nº 01, in verbis: Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Na linha do entendimento fixado, não conheço do recurso quanto à matéria submetida ao crivo do Poder Judiciário e na parte conhecida, nego provimento ao recurso por enxergar identidade entre os pedidos e as causas de pedir apresentados no MS nº 2007.70.00.0222765 e neste recurso administrativo." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 234DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10530.900557/2008-73
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO.
A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal.
Numero da decisão: 1003-000.685
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Bárbara Santos Guedes - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Kazumi Nakayama, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: BARBARA SANTOS GUEDES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO. A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal.
turma_s : Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 27 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10530.900557/2008-73
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6011891
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 27 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1003-000.685
nome_arquivo_s : Decisao_10530900557200873.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : BARBARA SANTOS GUEDES
nome_arquivo_pdf_s : 10530900557200873_6011891.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Presidente (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Kazumi Nakayama, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
id : 7756520
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:45:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908325769216
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1339; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T3 Fl. 2 1 1 S1C0T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10530.900557/200873 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1003000.685 – Turma Extraordinária / 3ª Turma Sessão de 08 de maio de 2019 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente OESTE REPRESENTACOES AGRICOLAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO CERTA E LÍQUIDA DO INDÉBITO. NÃO CONFIGURAÇÃO. A comprovação deficiente do indébito fiscal ao qual se deseja compensar ou ter restituído não pode fundamentar tais direitos. Somente o direito creditório comprovado de forma certa e líquida dará ensejo a compensação e/ou restituição do indébito fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Wilson Kazumi Nakayama, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 53 0. 90 05 57 /2 00 8- 73 Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10530.900557/200873 Acórdão n.º 1003000.685 S1C0T3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão de nº 1526.451, de 11 de março de 2011, da 1ª Turma da DRJ/SDR, que julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade da contribuinte, conhecendo o direito creditório de pagamento indevido ou a maior de CSLL no valor de R$ 14.168,28. A Recorrente apresentou manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório, nº de rastreamento 757693833, emitido em 24/04/2008, que não homologou a compensação declarada em razão de inexistência de crédito PER/DCOMP nº 34358.34971.140704.1.3.040189. Destacou, em suas alegações, ter recolhido imposto a maior, conforme demonstrado nas DIPJ e DCTF. Aduz que foi recolhido a maior a título de CSLL do 3º trimestre/2003 o valor de R$ 16.828,48, isso ocorreu porque a pessoa responsável pela apuração dos impostos, quando da majoração da alíquota da contribuição social sobre os serviços, aplicou a mesma alíquota também nas vendas de mercadoria, o que foi acertado apenas após o recolhimento do 3º trimestre/2003, 4º trimestre/2003 e 1º trimestre/2004. Juntou a impugnação o DARF, DIPJ e DCTF do período. O processo seguiu para julgamento na 1ª Turma da DRJ/SDR, que converteu o processo em diligência, determinando a unidade de origem que se manifestasse, em despacho fundamentado, sobre a liquidez e certeza do indébito tributário alegado. A Delegacia da Receita Federal em Feira de Santana (BA) emitiu novo Despacho Decisório (DRF/FSA) de nº 2817/2010, pugnando pela manutenção da não homologação da compensação declarada, sob a alegação de que uma das DCTF retificadoras foram enviadas após o despacho decisório, reduzindo os débitos relativos a imposto e contribuições, e, na interpretação dessa Delegacia, tal retificação não deve produzir efeitos. A DRJ/SDR julgou a manifestação de inconformidade procedente em parte e reconheceu o direito creditório parcialmente, conforme ementa abaixo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 DECISÃO DE MÉRITO. NULIDADE Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveita a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. LIQUIDEZ E CERTEZA. Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10530.900557/200873 Acórdão n.º 1003000.685 S1C0T3 Fl. 4 3 Cabível a restituição e compensação do alegado pagamento indevido ou a maior, se presentes a liquidez e a certeza do direito creditório pleiteado. DECLARAÇÕES ELETRÔNICAS. ERRO MATERIAL. DIREITO CREDITÓRIO. Os erros materiais no preenchimento das declarações eletrônicas, por si só, não possuem força suficiente para afetar o direito creditório dos contribuintes. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Inconformada com a decisão, a contribuinte apresentou recurso voluntário que, em síntese, destacou: (i) Destacou, em suas alegações, ter recolhido imposto a maior, conforme demonstrado nas DIPJ e DCTF, bem como ao DARF correspondente ao respectivo trimestre, devendo a PER/DCOMP ter o crédito reconhecido integralmente; (ii) que os valores recolhidos a maior foram os seguintes: Contribuição social (código 2372) apurada 4ª TRIM/2003 ....R$ 182.401,65 Valores recolhidos (total) ........................................................R$ 476.632,38 Total recolhido a maior............................................................R$ 294.230,73; (iii) que o erro aconteceu porque a pessoa responsável pela apuração dos impostos, quando da majoração da alíquota da contribuição social sobre os serviços, aplicou a mesma alíquota também nas vendas de mercadoria, o que foi acertado apenas após o recolhimento do 3º trimestre/2003, 4º trimestre/2003 e 1º trimestre/2004; (iv) que não concorda com o fato da diligência apresentada no processo não ter acolhido a retificação da DCTF, pois na data do envio da retificadora vigorava a IN 255/2002, pela qual o contribuinte deveria ser intimado para prestar informações em caso de procedimento fiscal, o que não aconteceu. Por fim, requereu a reforma do r. acórdão, para o fim de que seja deferido, em favor da Recorrente a compensação pleiteada. É o Relatório. Voto Conselheira Bárbara Santos Guedes, Relatora O recurso é tempestivo e cumpre com os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10530.900557/200873 Acórdão n.º 1003000.685 S1C0T3 Fl. 5 4 A Recorrente apresentou PER/DCOMP de nº 34358.34971.140704.1.3.04 0189, em razão de pagamento indevido ou a maior de CSLL, código 2372, período de apuração 10/2003, no valor de R$ 16.972,74. A Recorrente pleiteou a declaração de compensação para compensar parte do crédito (R$ 14.960,03) com débito de IRPJ, período de apuração 06/2004, no valor original de R$ 2.959,30, bem como CSLL, no valor original de R$ 13.658,31. O despacho decisório de nº de rastreamento 757693833 indeferiu a homologação fundamentando que, a partir das características do DARF objeto da compensação, foram localizados um ou mais pagamentos, não restando crédito disponível para compensação. A DRJ/SDR, ao receber o processo, determinou a elaboração de diligência, por entender que não houve a análise do mérito por parte da unidade de origem, isto é, a liquidez e certeza do crédito pleiteado não foi analisado, visto que o despacho havia se fundamentando unicamente no DARF. Em resposta, a Delegacia de Feira de Santana emitiu Despacho Decisório (DRF/FSA) de nº 2817/2010 e informou que, relativamente ao 3º trimestre/2003, a Recorrente apresentou DCTF original em 30/10/2003 e, antes do despacho decisório, apresentou duas retificadoras, contudo uma nova retificadora foi processada no dia 15/05/2008 e, nessa retificadora, houve redução dos débitos declarados na DCTF relativa a impostos e contribuições. Destaca a Delegacia de Feira de Santana que o contribuinte, ora Recorrente, apresentou a última retificadora da DCTF após a ciência do despacho decisório, que ocorreu no dia 09/05/2008. Em razão disso, negou a homologação destacando que a retificadora não prosuzirá efeitos quando tiver objeto reduzir débitos relativos a impostos e contribuições que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, conforme art. 9º, § 2º, inciso "c" da IN SRF 974/09. Os autos retornaram à DRJ/Salvador para julgamento da manifestação de inconformidade e, preliminarmente, a Turma Julgadora decidiu pela ineficácia do Despacho Decisório DRF/FSA de nº 2817/2010, uma vez que foi prolatado após a instauração do contraditório e apresentava novo fundamento para não homologar a declaração de compensação apresentada. Desde já, verificase que a DRJ no r. acórdão tornou ineficaz o Despacho Decisório DRF/FSA de nº 2817/2010, logo, ainda que o Recorrente se manifeste nas suas razões de recorrer contrário ao resultado da diligência, essa não foi considerada pela Turma Julgadora, acolhendo as retificações da DCTF apresentadas pela Recorrente. No mérito, o acórdão recorrido reconheceu parcialmente o direito creditório e fundamentou sua conclusão conforme trechos da decisão abaixo transcritos: Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10530.900557/200873 Acórdão n.º 1003000.685 S1C0T3 Fl. 6 5 Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10530.900557/200873 Acórdão n.º 1003000.685 S1C0T3 Fl. 7 6 A Recorrente defende, em suas razões de recurso voluntário, que os valores recolhidos a maior foram os seguintes: Contribuição social (código 2372) apurada 4º TRIM/2003 ....R$ 182.401,65 Valores recolhidos (total) ........................................................R$ 476.632,38 Total recolhido a maior............................................................R$ 294.230,73 Vêse, pelas declarações da Recorrente, que a mesma se refere ao 4ºtrimestre/2003, e o objeto deste processo referese às retificações ocorridas no 3º Trimestre/2003. A Recorrente não contesta especificamente os cálculos efetuados pelo Julgador de piso, nem mesmo os valores que ela defende serem os corretos batem com aqueles discriminados no acórdão, ela tampouco informa onde o Ilmo Julgador poderia ter se equivocado, limitandose a apresentar os números acima exposados sem justificálos. Em outras palavras, a Recorrente não foi capaz de comprovar a existência da integralidade do crédito, valendose apenas de retificação posterior ao despacho decisório da DCTF, a qual foi devidamente aceita e analisada pela DRJ, comparada a DIPJ do período. Em que pese o entendimento da Recorrente de ter o crédito, é importante observar que os diplomas normativos de regências da matéria, quais sejam o art. 170 do Código Tributário Nacional e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deixam clara a necessidade da existência de direto creditório líquido e certo no momento da apresentação do Per/DComp, hipótese em que o débito confessado encontrarseia extinto sob condição resolutória da ulterior homologação. A Declaração de Compensação delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pela Recorrente quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de débitos tributários. Instaurado o contencioso e estabilizada a lide, qualquer alteração no pedido desnatura o objeto. Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10530.900557/200873 Acórdão n.º 1003000.685 S1C0T3 Fl. 8 7 Ou seja, era impossível para a autoridade administrativa, no momento do Despacho Decisório, identificar o crédito que a Recorrente alega possuir. Porém, uma vez retificada a DCTF posteriormente ao citado despacho, deve o fazer munido de provas contábil fiscais para comprovar o crédito. A DRJ no r. acórdão aceitou a DCTF e a comparou com a DIPJ, chegando a conclusão de reconhecimento parcial do crédito. No recurso voluntário, a Recorrente não contesta os cálculos efetuados pela Turma Julgadora de primeira instância, nem demonstra, utilizandose de suas declarações (DIPJ e DCTF) eventual erro de análise ou cálculo ocorrida no acórdão combatido. Isto posto, voto em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a decisão da DRJ. (assinado digitalmente) Bárbara Santos Guedes Fl. 85DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.729503/2017-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1401-000.637
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, sobrestando-se o feito na 4ª Câmara, até que a CSRF decida o mérito do processo principal, de nº 16682.902531/2016-12. Declarou-se impedida de participar do julgamento a Conselheira Letícia Domingues Costa Braga, substituída pela Conselheira Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada).
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Carlos André Soares Nogueira, Eduardo Morgado Rodrigues, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada) e Luiz Augusto de Souza Gonçalves.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 11080.729503/2017-91
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 5999648
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu May 02 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1401-000.637
nome_arquivo_s : Decisao_11080729503201791.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
nome_arquivo_pdf_s : 11080729503201791_5999648.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, sobrestando-se o feito na 4ª Câmara, até que a CSRF decida o mérito do processo principal, de nº 16682.902531/2016-12. Declarou-se impedida de participar do julgamento a Conselheira Letícia Domingues Costa Braga, substituída pela Conselheira Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada). (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Carlos André Soares Nogueira, Eduardo Morgado Rodrigues, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada) e Luiz Augusto de Souza Gonçalves.
dt_sessao_tdt : Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
id : 7718187
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:43:30 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051908333109248
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1513; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 119 1 118 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.729503/201791 Recurso nº Voluntário Resolução nº 1401000.637 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 20 de março de 2019 Assunto MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA Recorrente VALE S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, sobrestandose o feito na 4ª Câmara, até que a CSRF decida o mérito do processo principal, de nº 16682.902531/201612. Declarouse impedida de participar do julgamento a Conselheira Letícia Domingues Costa Braga, substituída pela Conselheira Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada). (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Abel Nunes de Oliveira Neto, Daniel Ribeiro Silva, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin, Carlos André Soares Nogueira, Eduardo Morgado Rodrigues, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça (suplente convocada) e Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Relatório O Relatório constante da decisão recorrida é bastante sucinto, mas é suficiente para posicionar esta Turma acerca dos fatos que permeiam o presente processo, razão pela qual reproduzo seu teor abaixo: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 80 .7 29 50 3/ 20 17 -9 1 Fl. 119DF CARF MF Processo nº 11080.729503/201791 Resolução nº 1401000.637 S1C4T1 Fl. 120 2 Em decorrência da não homologação das compensações formalizadas no Processo de nº 16682.902531/201612 (referente aos PER/DCOMP nº 18598.02983.290812.1.3.02 2855 e 32733.94682.290812.1.3.021973), ao qual este encontrase vinculado, foi emitida a Notificação de Lançamento nº NLMIC 2/2017 de fl. 02, para exigência de multa regulamentar no valor de R$64.780.616,52, correspondente a 50% do valor dos débitos indevidamente compensados. Cientificada, a contribuinte apresentou impugnação (fls. 10/30) argumentando: Que se encontra em discussão administrativa o processo de compensação (16682.902531/201612) do qual decorreu a não homologação das compensações, e assim não caberia a multa por estar com a exigibilidade suspensa. Que apesar de a manifestação de inconformidade apresentada no processo acima citado ter sido julgada improcedente, havia interposto recurso voluntário ao CARF, a cujo julgamento aguarda e que, portanto, o presente processo deveria ser sobrestado até que seja proferida decisão definitiva do citado processo. Que a referida multa não poderia prosperar tendo em vista: 1) Ter decaído o direito de o Fisco constituir a multa isolada uma vez decorridos mais de cinco anos entre a transmissão das declarações de compensação e a lavratura da "nota de lançamento" ora impugnada, uma vez que a data da lavratura foi 05/09/2017, tendo a ciência sido realizada em 10/11/2017, portanto, após mais de cinco anos. Cita, ainda, a Súmula Vinculante nº 08 do STF, editada com base em situação envolvendo tributos igualmente sujeitos ao lançamento por homologação; 2) A sanção imposta (com base no §17 do artigo 74 da Lei 9.430/96 com a redação da Lei 12.249/10) teria perdido seu fundamento de validade no período compreendido entre 14/06/2010 e 08/01/2014, devido à edição da MP 656/14 (posteriormente convertida na Lei 13.097/15) ; 3) Não ter havido a constituição definitiva do crédito tributário constante do processo 16682.902531/201612, além da desproporcionalidade da multa aplicada e da múltipla apenação sobre um mesmo fato jurídico tributário e por ser sanção política. A impugnação foi apreciada pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Recife (PE), em 27 de março de 2018, que proferiu o Acórdão nº 1159.436 3ª Turma, cuja ementa reproduzo abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2011 COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. O prazo decadencial para lançamento de ofício da multa isolada na hipótese de compensação não homologada, iniciase no primeiro dia do exercício seguinte ao da data da entrega da Declaração de Compensação. MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. PROCEDÊNCIA. Fl. 120DF CARF MF Processo nº 11080.729503/201791 Resolução nº 1401000.637 S1C4T1 Fl. 121 3 É cabível a aplicação da multa isolada de 50%, calculada sobre o valor do débito objeto de compensação não homologada. INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO: As autoridades administrativas são incompetentes para apreciar arguições de inconstitucionalidade, tarefa privativa do Poder Judiciário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não satisfeita com a decisão retro, a Interessada apresentou o recurso de efls. 72/102, através do qual repete os argumentos já trazidos quando da impugnação. Haja vista a alegação da parte de que este auto de infração seria decorrente do processo de compensação nº 16682.902531/201612, fizemos uma consulta ao eprocesso e verificamos que a 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 1ª Sessão deste CARF proferiu, em 20 de setembro de 2018, o acórdão nº 1302003.105, que recebeu a seguinte ementa e decisão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2011 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. Nos termos do art. 170 do CTN, são compensáveis os créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório pleiteado, nos termos do voto do relator, vencidos os conselheiros Maria Lucia Miceli e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Contra a referida decisão, foi protocolado recurso especial pela Procuradoria da Fazenda Nacional, que ainda está a aguardar o juízo de admissibilidade para ser apreciado pela Câmara Superior de Recursos Fiscais. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Relator. Fl. 121DF CARF MF Processo nº 11080.729503/201791 Resolução nº 1401000.637 S1C4T1 Fl. 122 4 O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Entendo que o processo não está em condições de ser julgado. Isso porque ele é claramente vinculado ao processo nº 16682.902531/201612, do qual decorreu a não homologação das compensações que deram origem à presente autuação. Ocorre que a discussão a respeito da compensação, objeto do processo nº 16682.902531/201612, ainda está pendente de apreciação por parte da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por força de Recurso Especial proposto pela Fazenda Nacional, conforme petição de efls. 1.238/1.253 do referido processo. Assim, antes que seja proferida a decisão a respeito da admissibilidade do recurso especial ou de seu provimento/desprovimento, este processo, que trata de multa isolada exigida sobre compensação não homologada, não tem condições de ser julgado. Perante tal circunstância, o julgamento do recurso voluntário não pode prosseguir, em face da dependência da solução que será proclamada nos autos do processo nº 16682.902531/201612. Considerando que o presente processo é decorrente daquele e que ambos estão pendentes de decisão de mesma instância, propõese que se converta o julgamento em diligência, sobrestandose o feito na 4ª Câmara até que a CSRF decida o mérito do processo principal. Os autos deverão ser remetidos à unidade de origem para ciência do contribuinte da presente Resolução, retornando em seguida ao CARF, onde aguardará, até que se encontre em condição de julgamento. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 122DF CARF MF
score : 1.0