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Numero do processo: 10980.009571/2004-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.256
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator.
Nome do relator: RAFAEL PANDOLFO
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Recorrente PAULO ROBERTO DE FREITAS PAULINO Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Conselheiro Relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Guilherme Barranco de Souza, Antonio Lopo Martinez, Julianna Bandeira Toscano, Rafael Pandolfo e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Pedro Anan Junior, Odmir Fernandes e Helenilson Cunha Pontes. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 84 2 Relatório 1 Pedido de Restituição O recorrente efetuou pedido de restituição de multa de mora (fls. 0410), que considerava ter pagado erroneamente por ocasião do recolhimento do tributo antes do início do procedimento de fiscalização. Como a confissão e o pagamento do tributo devido antes do procedimento de fiscalização implica a aplicação do art. 138 do CTN, o recorrente afirma que a denúncia espontânea importaria a exclusão da multa de mora. O pedido de restituição foi indeferido por despacho decisório (fls. 2930), sob o argumento de que a exclusão da responsabilidade prevista no art. 138 do CTN abarca apenas as multas punitivas do lançamento de ofício. Por este motivo, a multa de mora recolhida seria devida. Ainda, o despacho decretou a decadência do direito de restituir os valores anteriores a 30/04/1999, vez que o prazo decadencial para a restituição de quantias pagas indevidamente é de cinco anos. 2 Manifestação de Inconformidade O recorrente apresentou manifestação de inconformidade (fls. 3342), arguindo o seguinte: a) o prazo decadencial para a restituição de indébito é de 10 anos (5 anos contados da homologação do lançamento, que ocorre 5 anos após o fato gerador); b) o art. 138 do CTN traz norma que incentiva o contribuinte a reconhecer sua irregularidade e resolver as pendências com o fisco, e abarca todos os tipos de multas relativas ao crédito tributário, inclusive a de mora; c) os valores identificados como não recolhidos pelo despacho decisório foram efetivamente pagos, motivo pelo qual colaciona DARF’s (fls. 4347 do processo). 3 Acórdão da DRJ A 1ª Turma da DRJ de Curitiba acordou (fls. 5364), por unanimidade, pelo reconhecimento da decadência do direito à restituição dos pagamentos efetuados nos períodos de 25/08/94 a 30/04/99, e pelo descabimento da restituição das parcelas recolhidas entre 30/04/99 a 29/05/02, vez que o pagamento seria devido. a) de acordo com a doutrina e a jurisprudência mais avalizada, a decadência do direito do contribuinte de restituir o indébito tributário é de cinco anos após o pagamento; b) o art. 138 do CTN exclui as multas de caráter punitivo, não as de caráter indenizatório, como a multa de mora cuja restituição é requisitada pelo contribuinte. A multa moratória tem a finalidade de coibir o descumprimento dos prazos legais, de modo que seria contraditório excluir a sua aplicação àquele que paga fora do prazo; 4 Recurso Voluntário Não satisfeito com o julgamento da DRJ, o recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando os argumentos alinhados na impugnação, acrescentando que: Fl. 84DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 85 3 a) existe jurisprudência do STJ no sentido de que as situações ocorridas antes do advento da Lei Complementar nº 118/05 terão respeitada a regra de prescrição do 5+5, desde que este prazo não ultrapasse 5 anos a partir da vigência da Lei; b) se é penalidade, é punitiva, e enseja a aplicação do art. 138 do CTN, seja ela de mora ou de ofício. A parcela indenizatória corresponde aos juros aplicados. Tal entendimento é corroborado pela melhor doutrina e pela jurisprudência da CSRF. É o relatório. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 86 4 Voto Conselheiro Relator Rafael Pandolfo O recurso atende aos requisitos legais do Decreto nº 70.235/72, motivo pelo qual merece ser conhecido. A matéria de fundo, tratada no presente recurso, diz respeito à configuração de denúncia espontânea entabulada no art. 138 do CTN e suas consequências, notadamente, a exclusão de multa moratória. Após amplo debate doutrinário e jurisprudencial, consolidouse, no STJ, o entendimento de que a não incidência de multa depende do momento em que ocorre o pagamento total do crédito tributário, se antes ou depois da constituição da relação jurídica tributária pela Fazenda (lançamento de ofício) ou pelo contribuinte (autolançamento). A ementa abaixo reproduzida (REsp 1.062.139) retrata esse contexto: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. CONFIGURAÇÃO. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. 1. A Primeira Seção do STJ, no julgamento dos recursos repetitivos REsp n. 962.379 e REsp 886.462, reafirmou o entendimento já assentado pela Corte no sentido de que não existe denúncia espontânea quando o pagamento se referir a tributos já noticiados pelo contribuinte por meio de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei e pagos a destempo. Considerase que, nessas hipóteses, a simples declaração é apta a constituir o crédito tributário, sendo desnecessário, para tanto, o lançamento, de modo que, constituído o crédito tributário, o seu recolhimento a destempo, ainda que pelo valor integral, não enseja o benefício do art. 138 do CTN. 2. Contudo, in casu, o acórdão recorrido, com fundamento na prova dos autos, concluiu pela configuração da denúncia espontânea, porquanto não vislumbrou indício algum de que "realmente tenha havido declaração dos tributos anteriormente ao pagamento" ou de que o débito fora objeto de parcelamento. 3. Conclusão baseada em permissa fática cuja revisão é vedada a esta Corte por força do óbice da Súmula 7/STJ. 4. Assim, não havendo comprovação da ocorrência de parcelamento ou prévia declaração pelo contribuinte, configurase a denúncia espontânea, mesmo em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, em razão da confissão da dívida acompanhada de seu pagamento integral ter ocorrido em momento anterior a qualquer ação fiscalizatória ou processo administrativo. 5. No que tange à natureza da multa cujo perdão está previsto no artigo 138 do CTN, a jurisprudência desta Corte já assentou que, não havendo, no dispositivo legal, nenhuma distinção entre multa punitiva e moratória, ambas devem ser excluídas quando do reconhecimento da denúncia espontânea. Precedentes. 6. Recurso especial nãoprovido. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 87 5 (STJ. Primeira Turma. Rel. Min. Benedito Gonçalves. julg. 11 de nov. de 2008) Além do supracitado REsp, que trago à baila por sintetizar a jurisprudência do STJ acerca do assunto, é importante citar os dois REsp’s julgados sob o regime do art. 543C do CPC, aos quais esta Corte está vinculada por força do art. 62A do Regimento Interno deste Conselho: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543 C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (STJ. Primeira Sessão. REsp 962.379. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. julg. 22 de out. de 2008) TRIBUTÁRIO. ICMS. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E NÃO PAGO NO PRAZO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1 Nos termos da Súmula 360/STJ, "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". É que a apresentação de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido . 2. Recurso especial parcialmente conhecido e, no ponto, improvido Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (STJ. Primeira Sessão. REsp 886.462. Rel. Min. Teori Albino Zavascki. julg. 22 de out. de 2008) Sendo assim, para que se aplique o benefício da denúncia espontânea em relação à multa de mora, o relevante é averiguar se (a) a declaração é retificadora e/ou extemporânea; (b) o pagamento foi efetuado antes ou em conjunto com a declaração; (c) ambos ocorreram antes do início do procedimento fiscal. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 10980.009571/200417 Resolução n.º 220200.256 S2C2T2 Fl. 88 6 Assim, o correto deslinde do feito demanda a análise das DCTFS enviadas pelo recorrente, documento que apresenta campo próprio no qual está constituída a obrigação relativa ao IRRF. Com base no acima exposto, proponho que o presente julgamento seja CONVERTIDO EM DILIGÊNCIA, para que a autoridade lançadora confirme se os pagamentos realizados pelo recorrente ocorreram antes ou após o envio da DCTF relativa à competência paga, nos seguintes termos: data do pagamento data do envio da DCTF Competência (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Fl. 88DF CARF MF Impresso em 22/08/2012 por JOSE ROBERTO DE FARIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 20/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO
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Numero do processo: 13855.002038/2006-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2005
EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO.
É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96.
Numero da decisão: 1202-000.770
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2005 EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO. É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96.
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EPP (antiga denominação NETRADIO MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE INFORMÁTICA LTDA EPP) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005 EXCLUSÃO DO SIMPLES ATIVIDADE DE ENGENHEIRO, PROGRAMADOR, ANALISTA DE SISTEMAS OU ASSEMELHADO. É vedada a opção pelo SIMPLES às pessoas jurídicas que realizam atividade de engenheiro, programador, analista de sistemas ou assemelhado, conforme previsto no art. 9º, XIII, da Lei n° 9.317/96. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Losso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho (Presidente), Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno Fl. 253DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 2 Relatório Cuidase de Representação Fiscal intentada contra a contribuinte Netradio Manutenção e Equipamentos de Informática Ltda. (CNPJ 07.448.886/000180), atual Netradio Comunicações Ltda. – EPP, que culminou com a exclusão da sistemática do SIMPLES. Após representação administrativa, iniciada pelo INSS – Instituto Nacional do Seguro Social (fl.01), com posterior remessa do processo à SRF – Secretaria da Receita Federal, onde se emitiu o Parecer DRF/FCA/SORAT n. 134/2006 KVS (fl. 3337), que fundamenta que a natureza das atividades da contribuinte são de prestação de serviços de manutenção e operação de sistema de rede. Tal entendimento tem origem nas notas fiscais acostadas ao processo, bem como da análise das informações de sua página na internet, onde consta que a empresa é especializada em rádio corporativa interna, com tecnologia própria. Dali também se verifica que os serviços são prestados em mais de 170 cidades e seu principal cliente é a rede de Lojas Magazine Luíza S/A. Por fim, conclui que a atividade é a de prestação de serviços de engenharia, situação vedada para opção à sistemática do Simples. Com isso, foi emitido o Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA n. 19/2006 (fl. 38), com efeitos a partir de 20 de junho de 2005, nos termos do artigo 9º, XIII, da Lei nº 9317/96, fundamentando a exclusão na prestação de serviços profissionais cujo exercício depende de habilitação legalmente exigida. Foi apresentado pela contribuinte a Solicitação de Revisão de Exclusão do Simples – SRS (fls. 5152), onde aduziu que suas atividades referemse a prestação de serviços de manutenção de equipamentos de informática, que é manutenção referente aos computadores interligados nas lojas (por rede interna), tendo como único cliente a rede de lojas acima citada. Destaca que não se trata de atividade exclusiva de engenheiro. A SRS foi indeferida (fl. 52), por se entender que a atividade exercida é vedada, podendo caracterizarse como prestação de serviço profissional na área de engenharia. Foi intimada da decisão em 16 de outubro de 2006. Irresignada, apresentou impugnação (fls. 84/100), onde aduz que a empresa, optante pelo Simples desde 20 de junho de 2005, foi notificada da exclusão do sistema em 8 de setembro de 2006, por meio do Ato Declaratório Executivo nº 19, de 28 de agosto de 2006, bem como da existência de processo administrativo (nº 002038/200610). Informa que em 7 de junho de 2006 a empresa enviou ao INSS pedido de Certidão Negativa de Débito, negada na ocasião em virtude de alegadas restrições, o que não se mostrou verdadeiro, já que a intentada certidão foi emitida em 14 de junho de 2006. A partir desses fatos, informa que a Auditora Fiscal da Previdência Social, Sra. Elisabete Chaves, com base na análise do Contrato Social da empresa e do confronto com notas fiscais presumiu a vedação ao Simples prevista no artigo 9º, inciso XIII da Lei nº 9317/96. Informa que o equívoco se deu em virtude de utilizar em algumas notas fiscais a expressão “manutenção e operação de sistema de rede”. Corrobora que à época, a empresa prestava essencialmente serviços de manutenção de equipamentos de serviços de informática num único cliente, a saber, o Magazine Luíza S.A. Destaca que a “atividade consistia na manutenção dos computadores que são interligados nas lojas (via rede interna) atividade esta, descrita nas notas fiscais como “manutenção e operação de sistema da Rádio Luiza” (fl. 85), informando que as lojas deste grupo possuem um software que regula transmissões de música e Fl. 254DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 240 3 anúncios internos, tal como um sistema de auto falantes. Ou seja, a função da empresa era a manutenção dos equipamentos onde funciona este programa. Alega que não há vedação para a atividade descrita na sistemática do Simples, destacando que a expressão “manutenção e operação de sistema de rede”, além de genérica, não esta prevista no artigo 9º, XIII da Lei nº 9317/96, nem se relaciona com a atividade exclusiva de Engenheiro, como está descrito na norma. Informa que, em virtude da alteração do contrato socia,l em 3 de julho de 2006 (protocolo na JUCESP em 24/7/06), pela expansão de suas atividades, a empresa requereu “seu desenquadramento do sistema Simples” (fl. 86), ou seja, em data anterior à expedição e publicação do Ato Declaratório Executivo retro. Ainda, cita que é dever constitucional o tratamento diferenciado dado pelo legislador às micro e pequenas empresas, por força do artigo 179 da Constituição Federal, sendo expedido em complemento ao dispositivo constitucional a Lei nº 9.317/96, que, em seu artigo 2º, define micro empresa e empresa de pequeno porte. Adiciona que sua receita não ultrapassa o valor legal de renda bruta auferida, evidenciandose como microempresa, mais um motivo para que mereça tratamento jurídicotributário diferenciado, fazendo jus à opção pela sistemática do Simples. Traz ementas de julgamentos do TRF de diversas regiões: "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. EXCLUSÃO. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS. ART. 9°, DA LEI N° 9.317/96. PODER REGULAMENTAR EXORBITANTE. CONFEA. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL. EXIGÊNCIA LEGAL. PRESCINDIBILIDADE. Art. 108, §1° CTN. REMESSA OFICIAL. I — A atividade econômica de instalação elétrica, não está enumerada nos óbices legais à adesão ao regime do SIMPLES. Indevida a ampliação das atividades vedadas por meio de veículos normativos inferiores, ensanchando os lindes interpretativos do art. 108, § 1 0 do CTN. 2 — Atividades desenvolvidas pela impetrante não enquadradas em atividade típicas cujo desempenho nãoprescinda de habilitação profissional legalmente exigida. 3—Consectários legais mantidos, em face da ausência de recursos voluntários e sob pena de incorrerse em reformatio in pejus. 4—Remessa oficial improvida.". (REO no 2003371070124649RS, Rel. Juiz Álvaro Eduardo Junqueira, TRF 4Região, DJU de 07122005, p. 676). (grifouse). "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. EXCLUSÃO. MANUTENÇÃO E CONSERTO DE EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS. ARTIGO 9° DA LEI N° 9.317/96. PODER Fl. 255DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 4 REGULAMENTAR EXORBITANTE. CONFEA. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL EXIGÊNCIA LEGAL. PRESCINDIBILIDADE. ART. 108, § 1°, CTN. I — A atividade econômica de comércio varejista de artigos, manutenção e reparação de equipamentos no ramo odontológico, não está enumerada nos óbices legais à adesão ao regime do SIMPLES. Indevida a ampliação das atividades vedadas por meio de resoluções do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, COSIFEA, ensanchando os lindes• interpretativos do art. 108, § 1° do CTN. 2Atividades desenvolvidas pela impetrante não enquadradas em atividades típicas cujo desempenho não prescinda de habilitação profissional legalmente exigida. 3 — Apelação improvida." (AMS no 2004 71000274171RS, Relator Juiz Álvaro Eduardo Junqueira, TRF 4Região, DJU, de 30112005, p. 599). (grifouse). "TRIBUTÁRIO. SIMPLES. ART. 9°, XIII, DA LEI 9.317/96. ORGANIZAÇÃO DE FEIRAS DE ARTESANATO. EXCLUSÃO DO SIMPLES. IMPOSSIBILIDADE. DESNECESSIDADE DE HABILITAÇÃO PROFISSIONAL ESPECÍFICA. 1 — Consoante entendimento pacificado no STF (no julgamento da ADIN 1643/DF), para que as empresas sejam enquadradas no SIMPLES não basta que ostentem a condição de pequena ou microempresa, sendo necessário, ainda, que a atividade que desenvolvem não esteja enquadrada dentre as hipóteses do art. 9º, XIII, da Lei 9.317/96 e não seja requerida qualificação profissional especifica. 2— Tratandose de pequena empresa, e de atividade que não demanda qualificação profissional específica exigida em lei (organização de feiras de artesanato), ao menos por este fundamento não pode ser excluída do SIMPLES. 3— Ato declaratório que se anula para manter a empresa inscrita no SIMPLES desde sua inscrição. 4 Verba honorária fixada em R$ 300,00." (AC n° 200372010052510SC, Rel. Juiz Dirceu de Almeida Soares, TRF 4ª Região, DJU, de 16112005, p. 668). (grifouse). Cita também que o STJ se manifestou sobre o mesmo tema e transcreve as ementas: "TRIBUTÁRIO. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS , E CONTRIBUIÇÕES (SIMPLES). ANÁLISE: DÉ. MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA.INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL. SÚMULAS N° S. 5 E 7, DO STJ. As atividades de instalação elétrica não estão abrangidas pela vedação prevista no art. 90, § 40, da Lei 9.317, podendo a empresa prestadora desses serviços ser optante. (Resp 380761). Fl. 256DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 241 5 Ainda que assim não fosse, as próprias regras da experiência comum indicam que exploram serviços de instalação e manutenção de equipamentos elétrico mecânicos não se enquadram no art. 90, inciso XII, alínea f da Lei 9.317/96. Equiparar essas empresas implicaria em analogia in malam partem, num sistema tributário que, quando nada, admite em prol do contribuinte, a interpretaçãomais benéfica (art. 106, I,CTN). Deveras, a análise do contrato social com o escopo de aferir o objeto da empresa e suas atividades para afastar funções assemelhadas, data venia, incide no mesmo veto da sindicância fáticoprobatória (Súmulas 05 e 07 do STJ). Recurso Especial não conhecido.". (Resp n°4O3568/SC, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 27052002, p. 138) “EMENTA. TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE (SIMPLES). LEI N°9.317/96. AGÊNCIAS DE VIAGENS. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO. 1 — Em se tratando de interpretação da legislação tributária acerca de atividades similares, não se presta a analogia para legitimar ato administrativo concebido com o propósito de obstaculizar isenção fiscal prevista em lei. 2 — O inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317/96, ao relacionar as pessoas jurídicas impedidas de aderir ao"SIMPLES", somente alcança aquelas atividades cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, situação na qual não se enquadram as agências de viagens. 3 — Recurso especial provido". (grifouse). (REsp n° 437051/PR, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJ de 03082006, p. 239). Traz na Impugnação que a Lei n°10.964/2004 que,em seu artigo 4°, expressamente excluiu a empresa de manutenção de informática da vedação, a saber: "Art. 4°. Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 5 de dezembro de 1966, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: I — serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, e outros veículos pesados (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). II serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos automotores (redação dada pela Lei n°11.051/2004). III — serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas (Redação dada pelaLei n°11.051/2004). Fl. 257DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 6 IV — serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e de informática (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). V serviços de manutenção e reparação de aparelhos eletrodomésticos (Redação dada pela Lei n°11.051/2004). § 1° Fica assegurada a permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, com efeitos retroativos à data de opção da empresa, das pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham feito a opção pelo sistema em data anterior à publicação desta Lei, desde que não se enquadrem nas demais hipóteses de vedação previstas na legislação (Redação dada pela Lei n° 11.051/2004). § 2° As pessoas jurídicas de que trata o caput deste artigo que tenham sido excluídas do SIMPLES exclusivamente em decorrência do disposto no inciso XIII do art. 9° da Lei n°9.317, de 5 de dezembro de 1996, poderão solicitar o retorno ao sistema com efeitos retroativos à data da opção desta, nos termos prazos e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, desde que não (se enquadrem nas demais i hipóteses de vedação previstas na legislação (Redação dada pela Lei n° 11.051/2004).” A atividade da empresa, como cita o Parecer do INSS, é “Manutenção, Reparação e Instalação de Equipamentos de Informática" e consta nas notas fiscais "Manutenção e Operação de Sistema de Rede", isto é, a atividade que pode optar pelo SIMPLES. Reforça que a vedação prevista no inciso XIII, artigo 9º da Lei nº 9317/96 é no sentido de impedir “prestação de serviços profissionais” ou de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida, o que não é o caso das atividades desenvolvidas pela impugnante. Não há, na legislação que regulamenta o Estatuto dos Engenheiros, Arquitetos e Engenheiros Agrônomos (lei 5194/66), qualquer exigência para a prática das atividades descritas, profissional habilitado como engenheiro. Acresce que, em decorrência do princípio da legalidade tributária, conforme artigo 150, I, da Constituição Federal temse o impedimento ao emprego da analogia para exigência de tributo sem previsão legal. Ao final, requer a anulação do Ato Declaratório Executivo n. 19/2006, e da decisão SORAT n. 3351/2006 da DRF Franca, ante a afronta a dispositivos legais expressos, requerendo também a produção de todos os meios de prova, especialmente pericial e documental, bem como a intimação do procurador que subscreveu a impugnação de todos os atos praticados no processo administrativo em apreço. A 1ª Turma da DRJ/RPO, ao proferir sua decisão no Acórdão nº 1422.242 (fls. 151/157), houve por bem indeferir a solicitação. Inicialmente, reconhece a presença dos requisitos de admissibilidade da manifestação de inconformidade. Em relação ao pedido de encaminhamento das intimações ao advogado da contribuinte, esclarece que, para a validade da intimação por via postal, cabe a entrega no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo, entendido como o fornecido para fins cadastrais, nos termos do artigo 23 do Decreto nº 70.235/72. Dada a atuação vinculada à lei da autoridade administrativa, descabido é o envio também ao advogado da contribuinte. Fl. 258DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 242 7 O pedido de perícia restou indeferido, já que se apresentavam nos autos os elementos para a formação da livre convicção do julgador, conforme as regras do Processo Administrativo Fiscal (artigo 18, Decreto nº 70.235/72), sendo prescindível para a solução do processo a prova solicitada. Destaca que os requisitos de admissibilidade da prova pericial refletem simples formalidade processual, mas elemento essencial para que se analise a necessidade da perícia. No mais, em virtude do pleito ter sido efetuado de maneira genérica, sem a precisão necessária e tampouco sem considerar a forma prevista no artigo 18 do Decreto nº. 70.235/72, considerouse o pedido de prova pericial não formulado. Lembra que o inciso III do supracitado dispositivo determina que “a impugnação mencionará os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir”, informando que eventual prova documental deveria ter sido apresentada pela contribuinte com sua manifestação de inconformidade. Informa que embora a contribuinte alegue que sua atividade ao tempo dos fatos descritos no Processo Administrativo, consistia somente na prestação de serviços de manutenção em equipamentos de informática realizados no único cliente deste, a saber, o Magazine Luiza S/A, não é esta a situação que as provas espelham. O Contrato Social vigente à época dos fatos apurados consta a atividade de “manutenção, reparação e instalação de equipamentos de informática”, todavia da análise das notas fiscais (fls. 1421) depreendese a prestação de serviços de “manutenção e operação da rede de rádio Luiza”, serviços prestados ao Magazine Luíza. Reforçado pelas descrições das atividades desenvolvidas pela contribuinte, através de reprodução de páginas de internet (28 32), verificase que se trata de “empresa especializada em rádio corporativa interna, com estrutura que reúne avançados recursos, trabalhando com tecnologia própria”. Assim, não há que se falar que as atividades eram restritas ao alegado pela contribuinte, não sendo cabível, desta feita, a aplicação da previsão do artigo 4º, IV, da Lei nº 10.964/2004. Da análise dos fatos, temse que a situação excludente prevista no Ato Declaratório Executivo n. 19/2005 é a descrita no artigo 9º, XIII da Lei nº 9317/96, de cuja interpretação evidenciase que não podem optar pelo Simples o rol de atividades previstas no dispositivo, o qual não é exaustivo. Demais disso, informa que a autoridade administrativa não possui competência para examinar alegação de inconstitucionalidade ou invalidade de norma inserida no ordenamento jurídico nacional, matérias estas reservadas ao exame do Poder Judiciário. Destaca que a atividade na esfera administrativa é vinculada ao cumprimento da lei, sendo neste mesmo sentido o Parecer COSIT/SRF n.329/1970, acostando jurisprudência dos colegiados administrativos no mesmo sentido. Assim, entende ter sido o Ato Declaratório Executivo nº 19/2006 corretamente emitido pela DRF/Franca, já que a atividade exercida pela contribuinte é própria e exige conhecimentos de engenheiro, programador e analista de sistemas ou assemelhados, destacando que o sócio da empresa, Alberto Eliezer Neto é engenheiro. Para o acórdão recorrido, “ A atividade do contribuinte exige não apenas a instalação e manutenção de placas de som e de vídeo para a transmissão de som e imagem, mas também a elaboração e aplicação de software apropriado para tanto e, ainda, o desenvolvimento de sistema apropriado ao cliente” (cf. fl. 157), votando pelo indeferimento da solicitação. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 8 Cientificada em 27 de abril de 2009 (fl. 160), a contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 13 de maio do mesmo ano (fls. 161/177), aduzindo, em síntese, as razões trazidas com sua impugnação. Com o recurso, vieram os autos para julgamento perante este Conselho. Voto Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta O Recurso preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme relatado, o presente processo trata de pedido de revisão da exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), que ocorreu mediante a edição do Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA nº. 19/2006 (fl. 38), com efeitos a partir de 20 de junho de 2005, nos termos do artigo 9º, XIII, da Lei nº 9317/96, isto é, a prestação de serviços profissionais cujo exercício depende de habilitação legalmente exigida. O retromencionado artigo 9°, inciso XIII, da Lei n° 9.317, de 1996,dispõe que: "Artigo 9o Não poderá optar pelo SIMPLES a pessoa jurídica: (...) XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor. ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; (grifei) Por seu turno, o Parecer do INSS se fundamentou: no contrato social, cláusula segunda, fl. 7, que descreve o objeto social da empresa como segue: “CLÁUSULA SEGUNDA — DO OBJETO SOCIAL O objeto social será manutenção, reparação e instalação de equipamentos de informática.” nas notas fiscais de prestação de serviços dos anos de 2005 e 2006, anexadas por amostragem, que comprovam a prestação de serviços de "Manutenção e Operação de Sistema de Rede" Segundo a interessada, o exercício dessas atividades não prescinde de profissional com habilitação legalmente exigida (engenheiro). A prestação de serviços que faz para o seu cliente Magazine Luíza é a manutenção, reparação e instalação do sistema de rede, como consta do seu objeto social. Fl. 260DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 13855.002038/200610 Acórdão n.º 120200.770 S1C2T2 Fl. 243 9 Primeiramente, cabe uma análise da Resolução CONFEA N° 218, de 1973, mencionado no Acórdão da DRJ. Da leitura dessa Resolução, podese constatar que as atividades privativas de engenheiro são apenas aquelas listadas nos itens de 01 a 08, pois as demais, de 09 a 18, são concorrentes com os Tecnólogos e os Técnicos de Grau Médio. Vale dizer, são privativas de engenheiro somente as atividades de supervisão, estudo, planejamento, projeto, estudo de viabilidade técnicoeconômica, assessoria, consultoria, direção de obra, ensino, pesquisa, vistoria, perícia, dentre outros, conforme ressaltado pelos artigos 23 e 24 dessa Resolução. Ou seja, não há exigência ou prérequisito legal algum para que o exercício das atividades da interessada seja feito por engenheiro. Suas atividades estão elencadas dentre aquelas descritas nos itens 15 a 17 do artigo 1º da Resolução acima referida, as quais podem ser exercidas por profissional Técnico de Nível Médio, consoante art. 24 da mesma Resolução, sem a necessidade de profissional de engenharia como entendeu a DRJ. Há serviços de prestação de serviços de manutenção e reparos de máquinas industriais que até podem requerer a supervisão de engenheiro, porém, pelos elementos que compõem os autos, isto é, notas fiscais e contrato social, não parece ser o caso. Ainda, é indubitável que um engenheiro possa exercer tais atividades de supervisão, manutenção e reparos de máquinas industriais; mas nao é imprescindivel que quem as execute possua a habilitação legal de engenheiro, a qual requer tão somente mãodeobra técnica treinada para a execução desses serviços. Assim, ter um sócio que seja engenheiro, não configura a exigência de se ter um engenheiro ou faz que a atividade seja exclusiva de engenheiro, portanto, também não fundamenta a necessidade alegada pela DRJ. Ainda, consta no Parecer da DRF, fl. 33, que a empresa possui como atividade principal cadastrada a de "Outras Telecomunicações", CNAE: 64203/99 e que foi verificado no sistema CNPJ a transmissão do evento 302, em 07/8/2006, que é a Exclusão do SIMPLES por opção da contribuinte, com efeitos a partir de 01/1/2007. Ficou esclarecido pela recorrente que efetuou a exclusão por ter alterado seu contrato social expandindo suas atividades para atividades vedadas, assim solicitou a exclusão. A solicitação de exclusão posterior não significa que exercia atividades vedadas desde o início de suas atividades em 20/06/2005. A autoridade fiscal observou os fatos na data em que procedia sua análise e, não, no período a que se refere a exclusão, assim, não pode fundamentar a emissão do ADE da forma que procedeu. Seria de se esperar que, por prudência, a apreciação fosse feita no período correto para descaracterizar uma situação jurídica existente na época. Da sua análise, feita nas Notas Fiscais apenas, sem diligência no local da prestação do serviço, depreendese que a atividade não prescinde de profissão regulamentada, portanto, não há como caracterizar que a empresa que pratique serviços de engenharia, arquitetura ou assemelhado. Da mesma forma, o fato de ter um sócio engenheiro, não quer dizer que seja exercida atividade de engenharia. Esse colegiado também tem se posicionado nesse sentido, consoante a Súmula nº 57 do CARF, in verbis: “A prestação de serviços de manutenção, assistência técnica, instalação ou reparos em máquinas e equipamentos, bem como os serviços de usinagem, solda, tratamento e revestimento de metais, não se equiparam a serviços profissionais prestados por engenheiros e não impedem o ingresso ou a permanência da pessoa jurídica no SIMPLES Federal.” Fl. 261DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 10 Também o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 403568, também se alinha com o entendimento acima esposado, conforme ementa que se transcreve: TRIBUTÁRIO. SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES (SIMPLES). ANÁLISE DE MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA. INTERPRETAÇÃO DO CONTRATO SOCIAL. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL SÚMULAS N.°S 5 E 7, DO STJ. "As atividades de instalação elétrica não estão abrangidas pela vedação prevista no art. 9º, § 4o, da Lei 9.317, podendo a empresa prestadora desses serviços ser optante" (Resp 380761) Ainda que assim não fosse, as próprias regras da experiência comum indicam que exploram serviços de instalação e manutenção de equipamentos elétrico mecânicos não se enquadram no art. 9o, inciso XII, alínea "f" da Lei 9.317/96. Equiparar essas empresas implicaria em analogia in malam partem, num sistema tributário que, quando nada, admite em prol do contribuinte, a interpretação mais benéfica (art. 106, I, CTN). Deveras, a análise do contrato social com o escopo de aferir o objeto da empresa e suas atividades para afastar funções assemelhadas, data venia, incide no mesmo veto da sindicância fáticoprobatória (Súmulas 05 e 07 do STJ).”(grifei) Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para cancelar Ato Declaratório Executivo DRF/FRANCA nº 19/2006 (fl. 38), referente à exclusão do SIMPLES. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Fl. 262DF CARF MF Impresso em 26/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 08/06/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT
score : 1.0
Numero do processo: 10640.720845/2009-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR
Exercício: 2005
RETIFICAÇÃO DAS ÁREAS DISTRIBUÍDAS E UTILIZADAS DO IMÓVEL A alteração da distribuição das áreas do imóvel informadas na DITR, somente é possível quando constatada a ocorrência de erro de fato, comprovado por meio seguros de prova. DA ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. Não tendo sido comprovada, por meio de documentos hábeis, área total diversa da apurada pela fiscalização, resta incabível a pretensão da contribuinte. DO VALOR DA TERRA NUA. Para alteração do VTN/ha arbitrado pela autoridade fiscal, com base no Laudo de Avaliação apresentado pela própria contribuinte, exige-se outra prova demonstrando o erro e desacerto do trabalho apresentado. PROVA PERICIAL. CONVERSÃO DOS AUTOS EM DILIGENCIA. O Recorrente deve trazer a prova que pretende produzir para comprovar o direito alegado. A conversão dos autos em diligencia ou deferimento da prova pericial somente é necessária se houver duvida na matéria de fato e convicção do julgador. RESERVA LEGAL. DIREITO DE PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE. DOMÍNIO PLENO, DOMÍNIO ÚTIL E POSSE. DETENÇÃO. NUA PROPRIEDADE.
O ITR incide sobre a propriedade, o domínio útil e a posse. Propriedade corresponde ao domínio pleno de usar, gozar, dispor e reivindicar a propriedade. Domínio útil corresponde ao domínio limitado de uso e fruição da propriedade. A posse sujeita ao imposto corresponde à posse aquisitiva com animus domini ou ad usucapionem, posse com os poderes e os atributos
da propriedade. Posse sem os poderes e atributos da propriedade corresponde à mera detenção. O proprietário, titular do domínio pleno, que se destituir de domínio útil ou da posse passa a deter apenas a nua propriedade ou o domínio direito, sem se sujeitar ao tributo.
Numero da decisão: 2202-001.774
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR Exercício: 2005 RETIFICAÇÃO DAS ÁREAS DISTRIBUÍDAS E UTILIZADAS DO IMÓVEL A alteração da distribuição das áreas do imóvel informadas na DITR, somente é possível quando constatada a ocorrência de erro de fato, comprovado por meio seguros de prova. DA ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. Não tendo sido comprovada, por meio de documentos hábeis, área total diversa da apurada pela fiscalização, resta incabível a pretensão da contribuinte. DO VALOR DA TERRA NUA. Para alteração do VTN/ha arbitrado pela autoridade fiscal, com base no Laudo de Avaliação apresentado pela própria contribuinte, exige-se outra prova demonstrando o erro e desacerto do trabalho apresentado. PROVA PERICIAL. CONVERSÃO DOS AUTOS EM DILIGENCIA. O Recorrente deve trazer a prova que pretende produzir para comprovar o direito alegado. A conversão dos autos em diligencia ou deferimento da prova pericial somente é necessária se houver duvida na matéria de fato e convicção do julgador. RESERVA LEGAL. DIREITO DE PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE. DOMÍNIO PLENO, DOMÍNIO ÚTIL E POSSE. DETENÇÃO. NUA PROPRIEDADE. O ITR incide sobre a propriedade, o domínio útil e a posse. Propriedade corresponde ao domínio pleno de usar, gozar, dispor e reivindicar a propriedade. Domínio útil corresponde ao domínio limitado de uso e fruição da propriedade. A posse sujeita ao imposto corresponde à posse aquisitiva com animus domini ou ad usucapionem, posse com os poderes e os atributos da propriedade. Posse sem os poderes e atributos da propriedade corresponde à mera detenção. O proprietário, titular do domínio pleno, que se destituir de domínio útil ou da posse passa a deter apenas a nua propriedade ou o domínio direito, sem se sujeitar ao tributo.
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DA ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. Não tendo sido comprovada, por meio de documentos hábeis, área total diversa da apurada pela fiscalização, resta incabível a pretensão da contribuinte. DO VALOR DA TERRA NUA. Para alteração do VTN/ha arbitrado pela autoridade fiscal, com base no Laudo de Avaliação apresentado pela própria contribuinte, exigese outra prova demonstrando o erro e desacerto do trabalho apresentado. PROVA PERICIAL. CONVERSÃO DOS AUTOS EM DILIGENCIA. O Recorrente deve trazer a prova que pretende produzir para comprovar o direito alegado. A conversão dos autos em diligencia ou deferimento da prova pericial somente é necessária se houver duvida na matéria de fato e convicção do julgador. RESERVA LEGAL. DIREITO DE PROPRIEDADE. LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE. DOMÍNIO PLENO, DOMÍNIO ÚTIL E POSSE. DETENÇÃO. NUA PROPRIEDADE. O ITR incide sobre a propriedade, o domínio útil e a posse. Propriedade corresponde ao domínio pleno de usar, gozar, dispor e reivindicar a propriedade. Domínio útil corresponde ao domínio limitado de uso e fruição da propriedade. A posse sujeita ao imposto corresponde à posse aquisitiva Fl. 147DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES 2 com animus domini ou ad usucapionem, posse com os poderes e os atributos da propriedade. Posse sem os poderes e atributos da propriedade corresponde à mera detenção. O proprietário, titular do domínio pleno, que se destituir de domínio útil ou da posse passa a deter apenas a nua propriedade ou o domínio direito, sem se sujeitar ao tributo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Nelson Mallmann – Presidente. Odmir Fernandes – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Lopo Martinez, Eivanice Canário da Silva, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior. Ausentes, justificadamente, os Conselheiros Rafael Pandolfo e Helenilson Cunha Pontes. Relatório Fl. 148DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10640.720845/200980 Acórdão n.º 220201.774 S2C2T2 Fl. 3 3 Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 1ª Turma de Julgamento da DRJ/Brasília/DF que manteve a autuação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, do exercício de 2005, acrescido de multa de oficio de 75,0% e juros, do móvel rural denominado "Fazenda Santa Helena", com área declarada de 410,2 ha, localizado no Município de Simão Pereira/MG. O lançamento (fls. 2 a 4) decorre da alteração da área do imóvel e do VTN: VTN Valor da Terra Nua declarado Intimado, o sujeito passivo apresentou Laudo de avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.6533 da ABNT. No Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT), o valor da terra nua foi alterado, tendo como base os valores informados pelo contribuinte no atendimento a intimação. Em conformidade com o Laudo de Avaliação elaborado pelo Engenheiro Agrônomo Severino Rodrigues Costa, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica ART registrada no CREA, o valor da terra nua do imóvel, para o exercício de 2005, foi alterado para R$ 313.900,00. Área total do imóvel Conforme a Matricula do Registro de Imóveis, a área total do imóvel foi alterada de R$ 410,2 ha para R$ 546,9 ha. A decisão recorrida, de fls. 97/145, com ciência do contribuinte em 15/01/2010 (AR de fls. 113), manteve a autuação pela falta de comprovação das informações prestadas na DITR/2005 – VTN, grau de utilização e a área do imóvel. Recurso Voluntário, de fls. 114/140, sustentando nulidade do Laudo de Avaliação, por não obedecer às normas da ABNT, com superavaliação e inexistência de levantamento de outros imóveis semelhantes, para apuração dos preços médios de terras comercializados no município e região. Pede, assim, nova avaliação do imóvel. Caso mantido o Laudo pede a alteração do grau de utilização da propriedade por ultrapassar a 80%, com alíquota de 0,10 e não de 4,70. Pede, ainda, seja mantida a área declarada do imóvel de 410,2 ha, porque parte pertencente a outra pessoa, que declarou o imóvel e pagou o imposto. É o breve relatório. Voto. Voto Fl. 149DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES 4 Conselheiro Odmir Fernandes, Relator. O recurso preenche os requisitos de admissibilidade e deve ser conhecido. Tratase de revisão do lançamento do ITR do ano de 2004, com alteração da área do imóvel e do Valor da Terra Nua VTN. A Recorrente é usufrutuária vitalícia do imóvel, objeto do lançamento, possuidora, portanto, do domínio útil de uso e fruição da propriedade. VTN Valor da terra Nua Nas razões de recurso pede o Recorrente seja desconsiderado o Laudo de Avaliação que ele mesmo apresentou e foi acolhido pela fiscalização, por não refletir a realidade e não obedecer às normas da ABNT na sua elaboração. Pede também nova avaliação do imóvel, alteração do grau de utilização e manutenção da área declarada, porque a diferença acrescida pela autuação pertence a outro contribuinte, que declarou e pagou o imposto. Sem razão, contudo. O Laudo técnico de avaliação pode não ser dos melhores ou não obedecer às normas técnicas, mas é o único que existe nos autos e foi apresentado pelo próprio autuado. Se lhe foi prejudicial, fez prova contra si, agora não pode alegar esse fato em sua defesa. Sustentar a imprestabilidade do Laudo que o próprio Recorrente trouxe aos autos é admitir a sua própria torpeza. Não há cabimento e razão plausível para desconsiderar o Laudo se não existe nos autos outra prova técnica para infirmálo ou contrariálo. Dessa forma, o Valor da Terra Nua – VTN, objeto da autuação, deve ser mantido, diante do laudo apresentado pelo próprio contribuinte, e sem outra prova para infirmálo. Grau de utilização da terra Sustenta também que o grau de utilização do imóvel ultrapassa a 80%, mas o laudo não traz essa informação. Não basta alegar, precisa provar. O laudo traz apenas percentuais diferenciados, com áreas aproximadas, com mata de preservação permanente, pastagens, culturas, benfeitorias, área imprestável, tudo repetimos, com áreas aproximadas, sem nada concreto, certo, determinado. Com isso, vemos que a redução da alíquota, pelo grau de utilização da terra, não pode ser acolhida pela precariedade do Laudo ao descrever as medidas do imóvel como sendo “aproximadas”, sem trazer qualquer especificação e caracterização das áreas exatas do aproveitamento de cada uma delas. Pode parecer certa incoerência em acolher o VTN do laudo e não acolher o grau de utilização. A avaliação foi questionada pela fiscalização e o próprio contribuinte trouxe a prova, que foi aceita pelo fisco. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10640.720845/200980 Acórdão n.º 220201.774 S2C2T2 Fl. 4 5 No grau de utilização da terra é necessária prova mais firme e contundente, Laudo mais elaborado da descrição das áreas utilizadas, sob pena incidir na tabela de alíquotas, integral do imóvel. Por falta de provas, não há como acolher esse pedido da Recorrente. Nova avaliação. Diligencias. Prova pericial Não é hipótese de se deferir a prova pericial, fazer nova avaliação ou converter os autos em diligência. Cabe ao autuado trazer a prova desejada para comprovar o direito que alega possuir. Se não faz essa prova, e não há dúvida do julgador na solução do conflito, não é hipótese de nova avaliação ou conversão dos autos em diligência. Área acrescida. Domínio pleno. Domínio útil. Nua propriedade No tocante à área acrescida pela fiscalização, de 410,2 ha. para 546,9 ha., que a Recorrente diz pertencer a Fernando Carvalho de Faria, também não lhe assiste razão. A matrícula do Registro de Imóveis, foi retificada em 23.10.2008, para averbar a área acrescida pela autuação, com o seguinte registro: Av 09 273. Em 23/outubro/2008. CONSIGNAÇÃO "EXOFFICIO" A MATRÍCULA. Com fulcro no artigo 213 inciso I alínea "a" da L.F. 6.015/73 e no titulo anterior n° 3.360 fls. 166 do livro 3A, fica consignado "ex officio" à matricula que a Fazenda Santa Helena possui a totalidade de 580 0800 hectares, sendo que não se constou quando da abertura da mesma a área de 145200 hectares de propriedade de FERNANDO DE CARVALHO FARIA menor, brasileiro proprietário, residente em Juiz de Fora que fica incluída doravante PASSANDO A ÁREA REMANESCENTE A SER DE 561 4400 HECTARES, sendo 546,92ha. gravado com a cláusula de usufruto vitalício e, os restantes, 145200 HECTARES de propriedade plena de Fernando de Carvalho Faria, já qualificado, advindo pela partilha, de 02.01.1996, expedida pelo escrivão de Mercês/MG, do Espólio de Luis Homem de Faria. Dou fé. 0 Oficial Substituto. A Recorrente é usufrutuária vitalícia do imóvel, com área de 546,92 ha. Fernando de Carvalho Faria é um dos instituidores desse usufruto vitalício e detentor da nua propriedade, que voltará a ser plena com a revogação do usufruto ou o falecimento da usufrutuária. Consta da averbação retificadora que Fernando possui 14,52ha de propriedade plena do mesmo imóvel, vale dizer, possui o domínio pleno e exclusivo, sem a limitação pelo domínio útil cedido à Recorrente na área de 546,9ha., objeto da exigência, e do qual Fernando é detentor, em condomínio, da nua propriedade. O fato de Fernando eventualmente ter declarado e pago o imposto do imóvel do qual não detinha o domínio útil, não dispensa a Recorrente de declarar e pagar o tributo devido do imóvel da qual é detentora e titular do domínio útil. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES 6 O proprietário do imóvel, ao instituir o usufruto, destituise da maioria dos poderes dominiais, passando a deter o domínio direito ou a nua propriedade, e, nessa qualidade, não reúne a materialidade e a sujeição passiva para se sujeitar ao ITR. Apenas aos detentores do domínio pleno (proprietário), do domínio útil (usufrutuário, enfiteuta) e da posse aquisitiva, com animus domini, com os poderes e atributos da propriedade, se sujeitam ao ITR. É certo que a retificação da matricula somente ocorreu em 23.10.2008, mas o imóvel existia. Era usado e usufruído pela Recorrente, a exemplo da posse aquisitiva ou ad usucapionem ao seu possuidor, que detém o imóvel pelo poder de fato e se sujeita ao tributo, sem qualquer reflexo pelo fato de inexistir o registro dominial, ou de existir, mas em nome de outrem. Em outras palavras, não é o registro dominial que faz nascer a obrigação tributária do ITR, ela decorre também da posse ao seu possuidor. A retificação do registro não criou nenhum direito novo para a Recorrente ou para o ITR, apenas reconheceu o domínio útil da área que a Recorrente detinha, sem a retificação da figura da posse pacifica sem oposição. Assim, o fato de a retificação ocorrer após o nascimento da obrigação tributária, não beneficia nem dispensa a Recorrente da obrigação de conhecer e declarar corretamente a área do imóvel ao ITR. Cabe aqui exame sobre os três Recursos Repetitivos do C. Superior Tribunal de Justiça de n°s. 1.111.202/SP, 1.110.551/SP e 1.073.846/SP e da Sumula 399 ao estabelecer competir à lei a escolha do sujeito passivo da obrigação, entre o detentor propriedade (domínio pleno), domínio útil ou a posse. Não cremos seja assim. O titular do domínio pleno, por reunir nele todos os poderes da propriedade, elimina, naturalmente, as demais possibilidades de sujeição passiva aos impostos sobre a propriedade eleitas pelo CTN. No momento em que o CTN e a lei ordinária elegem o titular do domínio útil para sujeição passiva acaba por exclui, naturalmente, o titular do domínio direto ou da nua propriedade, por se destituir o proprietário dos poderes de usar e gozar da propriedade. O mesmo ocorre com a posse aquisitiva, com animus domini ou ad usucapionem. Se a posse aquisitiva é elemento material e pessoal do fato gerador, o titular da propriedade que não detiver a posse como atributo do direito de propriedade não pode se sujeitar ao imposto. Por essas razões, somente podermos entender e compreender os recursos repetitivos do C. STJ e a Súmula 339, pelo desconhecimento do sujeito ativo da obrigação do efetivo titular da posse aquisitiva, exatamente por esta ser um poder de fato e de direito sobre a coisa. Nesta situação, em que se desconheça o possuidor, a evidência, a tributação deve ser na pessoa que domínio (propriedade) registrado no Cartório Imobiliário. Nestes autos, a autuada detinha a posse com o poder dominial, regularizada após pela retificação da matricula e não há qualquer prova ou mesmo alegação a que titulo Fernando teria declarado o imóvel ao ITR. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10640.720845/200980 Acórdão n.º 220201.774 S2C2T2 Fl. 5 7 Ante o exposto, pelo meu voto, rejeito a preliminar de conversão dos autos em diligencia, conheço e nego provimento ao recurso para manter a decisão recorrida e a autuação. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 153DF CARF MF Impresso em 14/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 05/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 04/06/2012 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001303/2008-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2003, 2004, 2005, 2006
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INTIMAÇÃO.
CIÊNCIA POR EDITAL. No processo administrativo fiscal a intimação pode ser feita por edital sempre que tentativa anterior de intimação pessoal ou por via postal ou por meio eletrônico resultar improfícua.
IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. EFEITOS. Não se conhece de
impugnação a auto de infração quando formalizada depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da autuação que, no caso de intimação por edital, ocorre no 15º dia da publicação do edital.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.632
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003, 2004, 2005, 2006 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. INTIMAÇÃO. CIÊNCIA POR EDITAL. No processo administrativo fiscal a intimação pode ser feita por edital sempre que tentativa anterior de intimação pessoal ou por via postal ou por meio eletrônico resultar improfícua. IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. EFEITOS. Não se conhece de impugnação a auto de infração quando formalizada depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da autuação que, no caso de intimação por edital, ocorre no 15º dia da publicação do edital. Recurso negado.
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INTIMAÇÃO. CIÊNCIA POR EDITAL. No processo administrativo fiscal a intimação pode ser feita por edital sempre que tentativa anterior de intimação pessoal ou por via postal ou por meio eletrônico resultar improfícua. IMPUGNAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. EFEITOS. Não se conhece de impugnação a auto de infração quando formalizada depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da autuação que, no caso de intimação por edital, ocorre no 15º dia da publicação do edital. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 12/07/2012 Fl. 948DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada). Relatório RICARDO OTERO GIL interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJ SÃO PAULO/SPO II (fls. 704) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 611/616, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF, referente aos exercícios de 2003, 2004, 2005 e 2006, no valor de R$ 2.059.543,82, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 4.886.085,72. A infração que ensejou o lançamento foi a omissão de rendimentos apurada com base em depósitos bancários com origens não comprovadas, conforme detalhadamente descrito no auto de infração e no termos de verificação fiscal, este às fls. 523/529. O Contribuinte impugnou o lançamento e defendeu, inicialmente, a tempestividade da impugnação. Argumentou que antes da ciência por edital não haviam sido esgotadas as possibilidades de intimação pessoal ou por via postal, como determina a legislação; que no endereço constante do cadastro foi informado que o Contribuinte havia se mudado há mais de dois anos, e a Receita Federal deveria ter pesquisado, utilizando os diversos meios de que dispõe, para localizálo, o que não fez. E conclui que deveria ser considerada como data da ciência da autuação aquela em que foi juntada aos autos a procuração de fls. 626. O Contribuinte arguiu também a nulidade da intimação de fls. 03, pois a mesma teria sido emitida três dias antes da emissão do Mandado de Procedimento Fiscal. E contesta o Termo de Embaraço à Ação Fiscal de fls. 13, que teria sido lavrado antes de esgotado o prazo para atendimento da intimação, que somente começaria a fluir após os quinze dias da afixação do edital. Também afirmou que no Termo de Verificação Fiscal (intimação) não consta o ano de 2002 de modo que não teria havido intimação relativamente a este ano; o mesmo teria ocorrido com relação ao BankBoston, que não constaria dos Termos de Intimação lavrados, de forma que o Contribuinte não tinha conhecimento de que a Receita Federal do Brasil pretendia verificar os depósitos nas contas desse banco. O Contribuinte também apontou irregularidade4s quanto ao Mandado de Procedimento Fiscal. Afirmou que no Termo de Constatação Fiscal de fls. 485 constaria "em cumprimento ao Mandado de Procedimento Fiscal — Fiscalização n° 08.1.90.00200701256 9", porém este teria vencido em 17/05/2007 sem que tenha sido prorrogado. E afirmou que o Termo de Verificação Fiscal de fls. 523 a 529 faria menção a MPF do ano de 2005, que não seria seu, e indica valores que pretende sejam excluídos, pois não alcançariam os limites mínimos legalmente determinados. A DRJSÃO PAULO/SPO II não conheceu do recurso por intempestivo, embora conste do dispositivo do acórdão que se negou provimento ao recurso. Entendeu a turma julgadora de primeira instância que a ciência do lançamento ocorreu em 24/04/2008, por meio do Edital nº 103/2008 (fls. 622). Observa que, diante da impossibilidade de intimação por via postal, dada a informação sobre a mudança de Fl. 949DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.001303/200833 Acórdão n.º 220101.632 S2C2T1 Fl. 2 3 endereço, o Fisco poderia, como fez, realizar a intimação por edital. Sobre a mudança de endereço, registra que era ônus do Contribuinte informar o novo domicílio fiscal, alterando os seus dados cadastrais, o que o Contribuinte não fizera; que ao contrário do que afirmado pelo impugnante, a Receita Federal teria diligenciado no sentido de tentar localizar o Contribuinte no endereço constante do Cadastro, sem sucesso. Portanto, arremata, a ciência do auto de infração feita por edita foi válida, considerandose como data da ciência 24/04/2008 e, consequentemente, sendo intempestiva a impugnação apresentada em 01/07/2008. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 31/07/2009 (fls. 713) e, em 26/08/2009, interpôs o recurso voluntário de fls. 716/789, que ora se examina, e no qual sustenta, em síntese, a tempestividade da impugnação apresentada. Referese inicialmente que no auto de infração consta como seu endereço a Rua Tabapuã, nº. 627 — Conj. 62, Itaim Bibi — São Paulo/SP, quando a Fiscalização já havia sido informada, pelo Porteiro do local daquele endereço, da mudança do Contribuinte, o que classifica como imprecisão injustificada. Ressalta que no endereço em questão funcionava a empresa Viagens e Turismo Ltda., da qual o Recorrente figurou como sócio até 19/12/2007 e que em 05/06/2008 foi entregue Declaração Anual do Simples Nacional (DASN), na qual consta a total ausência de movimentação da referida empresa, reafirmando, assim, a sua inatividade e a ausência de representantes legais em seu endereço, reforçando o fato de que não mais se encontraria no endereço em questão. O Recorrente questiona a intimação por edital sob a justificativa de que o Contribuinte estava ausente ou não fora localizado, pois, na verdade, como já referido anteriormente, havia mudado de endereço. Registra que o edital foi afixado em 08/04/2008 e desafixado em 24/04/2008, mas que, na DIRPF entregue em 21/04/2008, referente ao exercício 2008, anocalendário 2007, já havia sido informado o novo endereço, conforme cópia do recibo em anexo (doc. 02). O Contribuinte repete argumentos da impugnação no sentido de que a Receita Federal tinha meios de localizálo, sem ter que recorrer à intimação por edital. Subsidiariamente, invoca dispositivos da Constituição e da legislação tributária, bem como jurisprudência, administrativa e judicial, que, segundo seu entendimento, reforçariam a necessidade do conhecimento da impugnação, ou, alternativamente, a necessidade de revisão de ofício dos atos administrativos, quando eivados de nulidade. Quanto ao mérito, o Contribuinte reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. Por fim, formula pedido nos seguintes termos: Ante o exposto, demonstrada e insubsistência e improcedência da ação fiscal, requerse, respeitosamente a Vossa Senhoria, seja acolhido o presente recurso, dando total provimento ao mesmo, a fim de que seja(m): a) declarada tempestiva a manifestação formulada em primeira instância, em razão de a efetiva ciência da lavratura do Auto de Infração ora combatido ter ocorrido somente com a juntada aos autos do instrumento de procuração assinado pelo Recorrente, a qual ocorreu em 02/06/2008 (fls. 624), iniciando se, então, o prazo de 30 (trinta) dias para apresentação de Fl. 950DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 impugnação administrativa ao Auto de Infração, nos moldes dos arts. 15 e 16 do Decreto n. 70.235/72; isto porque, o uso de edital sem dúvida deve ser feito somente em casos extremos, onde de fato foram esgotados os meios para intimação regular do 'contribuinte, o que não foi feito no presente caso, ante a ausência de tentativa de cientificação do Recorrente na Rua Casemiro de Abreu, nº 763 — Braz, São Paulo/SP, CEP 03.013 000, (endereço comercial do Recorrente; sede da empresa Vindextur Câmbio e Turismo Ltda, na qual o Recorrente é sócio desde 16/07/2003 e domicílio informado em sua Declaração de IRPF, exercício 2008), não restando, assim, preenchidos os requisitos do art. 23 do Decreto nº 70.235/72 — ante o não exaurimento de todas as tentativas de intimação. Fato este cabalmente comprovado da análise das fls. 11 autos, vez que na mesma somente consta pesquisa quanto ao CPF do Recorrente. Tudo, em consagração ao princípio da ampla defesa e contraditório, encartado no art. 5º, LV da CF, como também no efetivo direito à comunicação, previsto no inciso X do art. 2° da Lei n. 9.784/99. b) reapreciados os termos constates da manifestação apresentada em primeira instância, embora a mesma não tenha sido conhecida pela DRJ, sob a alegação de intempestividade, afastandoa, a fim de que o mérito do presente recurso seja, então, analisado mediante provimento dos argumentos suscitados no presente, nos termos em que requerido, ou, em último caso, que seja determinado o retorno dos autos à primeira instância para que conheça da Impugnação e, sendo o caso, julgue o mérito. Por oportuno, cabe mencionar que se trata de matérias que não convalescem, podendo ser analisadas a qualquer momento, até de ofício pela Administração, conforme entendimento desposado pela Legislação, Doutrina e entendimento Sumulado. c) declarada a total improcedência do lançamento realizado, tornando insubsistente o Auto de Infração em questão, mediante anulação do mesmo e conseqüente cancelamento do débito imputado, tendo em vista a ocorrência de vício insanável (nulidade formal absoluta), que ensejou a não convalidação do procedimento fiscal sub examine, a caracterizar a ausência de competência e poder legal da autoridade fiscal quanto à prática de atos, decisões e termos, bem como pela preterição ao direito de defesa do Recorrente, assim como pelas demais nulidades formais mencionadas, o que acarreta a nulidade do processo e conseqüentemente do Auto de Infração, nos termos do art. 59, I e II, do Decreto nº . 70.235/72; art. 149 e 145 do Código Tributário Nacional e art. 53 c/c § 2° do art. 63 da Lei n. 9.784/99. d) em caso em não acolhimento dos pedidos ora formulados no que tange à improcedência do lançamento, o que se admite apenas a título de argumentação, propugnase pela diminuição do crédito tributário imposto, reformulandoo, levandose em Fl. 951DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.001303/200833 Acórdão n.º 220101.632 S2C2T1 Fl. 3 5 consideração os valores demonstrados nas tabelas encartadas no presente Recurso. Requerse, por fim, a realização de sustentação oral perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, propugnandose, para tanto, pela devida intimação do Recorrente, através do endereço mencionado no início do presente, da data da sessão de julgamento a ser designada para tanto, a fim de comparecimento, em consonância com o disposto no art. 52 e seguintes da Portaria MF n° 256/09. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, o que se discute em sede de recurso voluntário é apenas a tempestividade ou não da impugnação, posto que a DRJSÃO PAULO/SPO II considerou intempestiva a impugnação e, consequentemente, não apreciou o mérito das questões levantadas pelo Impugnante. Sustenta o Contribuinte que não se justificava a intimação por edital porque a Receita Federal tinha meios para localizálo, uma vez que fora informada de que o Contribuinte não mais tinha domicílio no endereço informado no Cadastro da Receita Federal. Sobre este ponto convém examinarmos o que dispõe o Decreto n° 70.235, de 1972, que disciplina os meios e condições de intimação: Art. 23. Farseá a intimação: I Pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II – por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III – por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. Fl. 952DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 § 1°. Quanto resultar improfícuo um dos meios previstos no caput ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: I – no endereço da administração tributária na internet; II – em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou III – Considerarseá feita a intimação: [...] II – no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, 15 (quinze) dias após a data da expedição da intimação; [...] IV – 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. § 3°. Os meios de intimação previstos no caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. § 4°. Para fins de intimação, considerarseá domicílio tributário do sujeito passivo: I – o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; [...] Ora, no caso concreto, houve tentativas iniciais de intimação por via postal com a remessa do objeto para o domicílio tributário do Contribuinte, as primeiras, inclusive, foram recebidas no endereço. Resultando improfícua a intimação por este meio, a autoridade fiscal procedeu à intimação por edital, com a fixação do mesmo nas dependências da Receita Federal. Agiu, portanto, exatamente conforme a orientação normativa, acima reproduzida. As alegações do Contribuinte de que a Receita Federal tinha meios de localizálo, de que o local onde foi fixado o Edital não lhe facilitava o conhecimento da intimação, não aproveita à defesa, pois são questões que não foram contempladas pelo legislador, que definiu objetivamente os procedimentos a serem observados no processo administrativo tributário. Também não altera o desfecho deste processo o fato de que 03 (três) dias antes de vencer o prazo de 15 (quinze) dias de afixação do edital o Contribuinte apresentou declaração de rendimentos por meio da qual formalizou mudança de endereço. No momento da intimação, quando da afixação do edital, o domicílio tributário do contribuinte era aquele constante dos cadastros da Receita Federal e, como se disse, a intimação realizada por via postal com a remessa do objeto para esse endereço resultou frustrada, justificando a intimação por meio de edital. A realidade da mudança posterior do endereço certamente terá implicações em intimações e outros eventos futuros, mas não quando à ciência da autuação objeto deste processo. Fl. 953DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.001303/200833 Acórdão n.º 220101.632 S2C2T1 Fl. 4 7 Assim, em conclusão, considerase como data da ciência do auto de infração, realizada por edital, 24/04/2008, e como a impugnação somente foi apresentada em 01º/07/2008, após o prazo de 30 dias da ciência da autuação, é forçoso concluir pelo acerto da decisão de primeira instância que considerou a impugnação intempestiva. Fica assim prejudicada a análise de quaisquer considerações sobre o mérito da autuação. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 954DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10380.011455/2004-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 1999
IN DUBIO PRO CONTRIBUINTE.
Havendo dúvida quanto à autoria dos fatos ilícitos apurados pela fiscalização, há que se afastar o lançamento
Numero da decisão: 1201-000.667
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: MARCELO CUBA NETTO
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Havendo dúvida quanto à autoria dos fatos ilícitos apurados pela fiscalização, há que se afastar o lançamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Presidente (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Claudemir Rodrigues Malaquias (Presidente), André Almeida Blanco, Rafael Correia Fuso, João Carlos de Lima Junior, Marcelo Cuba Netto e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto nos termos do art. 33 do Decreto nº 70.235/72. Fl. 187DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 10/06/2012 p or CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10380.011455/200419 Acórdão n.º 120100.667 S1C2T1 Fl. 188 2 Por bem descrever os fatos litigiosos de que cuida o presente processo, adoto aqui o relatório contido na decisão de primeira instância: Contra o sujeito passivo de que trata o presente processo foram lavrados os seguintes autos de infração: (...) 2. De acordo com a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fls. 04/06, foram apuradas as infrações descritas a seguir. 2.1. Razão do arbitramento no período: 12/2002 2.1.1. Arbitramento do lucro que se faz tendo em vista que o contribuinte notificado a apresentar os livros e documentos da sua escrituração, conforme Termo de Inicio de Fiscalização, fls. 34, deixou de apresentálos. 2.1.2. Enquadramento Legal: De 01/01/1995 a 31/06/1999 — art. 47, inciso III, da Lei n° 8.981/95; a partir de 01/04/1999 Art. 530, inciso III, do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto n° 3.000/99 RIR199. 2.2. Receita Operacional Omitida (Atividade não Imobiliária) — Revenda de Mercadorias. 2.2.1. O contribuinte não recolheu nem declarou em DCTF o Imposto de Renda — Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Liquido. Tendo sido intimado em 10/09/2004 através do Termo de Inicio de Fiscalização, fls. 34, deixou de apresentar os livros contábeis e fiscais solicitados, fornecendo alguns documentos para comprovar a falta de movimentação financeira no ano de 1999, inclusive copia da DIPJ — ano 1999, em que declara a condição de empresa INATIVA. 2.2.2. Por outro lado, atendendo ao Termo de Intimação de 27/04/2004, fls. 36, lavrado durante procedimento de diligência, o contribuinte informou, em 30/04/2004, haver recebido de Maria do Socorro Cavalcante Morais, CPF 071.436.05387, os valores dos cheques nominais do Banco do Brasil S/A, como produto da venda de material de construção. 2.2.3. Em face do exposto, arbitrouse o lucro da fiscalizada com base nos valores dos referidos cheques, lançandose o IRPJ e a CSLL devidos. Foram também lançados os valores correspondentes, relativos ao PIS e a Cofins. 2.2.4. Enquadramento Legal Arts. 532 e 537 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto n° 3.000/99 RIR199. 3. Inconformado com as exigências, das quais tomou ciência em 13/12/2004, fls. 113, apresentou o contribuinte impugnação em 10/01/2005, fls. 114/117, contrapondose aos lançamentos com base nos argumentos a seguir sintetizados. (...) Fl. 188DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 10/06/2012 p or CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10380.011455/200419 Acórdão n.º 120100.667 S1C2T1 Fl. 189 3 1 Do DIREITO ERRO DE PESSOA 2. Nos autos, não há nenhuma comprovação de qualquer movimento bancário (em que banco?), (em que conta?). O auto de infração, a rigor nada registra em prol da comprovação dos depósitos. Ataca em tom difuso, sem provar, sequer nominar as contas, o banco, a agência: "... fornecendonos alguns documentos para comprovar a falta de movimentação financeira' [Termo de Encerramento de Fiscalização, item 001, grifo da Impugnante] 3. Em termos processuais, exigese acusação objetiva; nunca à base de alguns documentos quais, os documentos? Cumpre, a quem acusa, apresentar as provas da acusação, pelo menos os nomes e os fatos. No caso dos depósitos bancários, há, na lei, uma inversão da regra: presumemse as receitas, desde que os depósitos tenham sua cabal existência devidamente comprovada. Repetese: (i) a Impugnante não mantinha conta bancária no ano de 1999; (ii) não há nenhuma comprovação de qualquer depósito, de qualquer valor. III Do DIREITO – DECADÊNCIA 4. O direito de lançar tributos decai em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, vide artigo 150, § 4°, do Código Tributário Nacional. (...) 5. Atentese para as palavras contidas no auto de infração: fatos geradores de janeiro a setembro de 1999. Tais meses geradores, quando da lavratura/ notificação do auto de infração (10.12.2004), já estavam vencidos há mais de cinco anos e, por isto mesmo, regra do CTN, perfeitamente decaídos. 6. No caso dos autos do PIS e COFINS, os fatos geradores indiciados pelo Fisco vão de janeiro a novembro, com os cinco anos de decadência completados em 30.11.2004. Num caso ou noutro, IRPJ/CSLL e/ou PISICOFINS, os valores com mais de cinco anos (fatos geradores ocorridos até novembro de 1999), assim caracterizados pelo DD Auditor, não poderiam, porque decaídos, ser objeto de lançamento fiscal em dezembro de 2004. III Do DIREITO 0 DEVIDO PROCESSO LEGAL (...) 8. Inexiste o devido processo legal quando o Poder Público acusa sem provas. Sequer os extratos, sequer a conta bancária, o DD Auditor Fiscal teve a prudência de juntar ou pelo menos referir. Mesmo porque, repitase, a Impugnante não mantinha operações bancárias em 1999. Ademais, o arbitramento de lucros, é norma de exceção, só aplicável — devidamente fundamentado e autorizado em caso excepcional. IV Do PEDIDO Fl. 189DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 10/06/2012 p or CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10380.011455/200419 Acórdão n.º 120100.667 S1C2T1 Fl. 190 4 9. Requer a Impugnante que V. Exa receba esta Impugnação no efeito suspensivo e dêlhe provimento contra o lançamento fiscal em epigrafe, porque lavrado ao arrepio do principio do devido processo legal, sem a comprovação de qualquer depósito bancário; e, concomitante, porque abrangeu valores alcançados pela decadência do direito de lançar. Apreciadas as razões de defesa, a DRJ de origem decidiu pela procedência do lançamento (fls. 120/126). Irresignada, a contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 133/142) pedindo, ao final, a reforma da decisão de primeira instância, repisando, em síntese, as razões já expostas na peça impugnatória, além de aludir à possibilidade de os cheques que resultaram na exigência ora contestada refiramse a vendas realizadas não pela recorrente, mas por uma pessoa jurídica quase homônima, a Imarf Granitos e Mineração S.A., CNPJ nº 72.324.742/000183. Afirma ainda a recorrente que essa empresa solicitou à instituição bancária cópia de seu extrato bancário, o qual será juntado aos autos assim que recebido. Apreciado o voluntário, a 5ª Turma Especial da Primeira Seção deste Conselho resolveu converter o julgamento em diligência, a fim de que fosse juntado pela recorrente o prometido extrato bancário (fls. 169/170). Juntados os documentos (fls. 177/182), os autos retornaram a este Conselho para julgamento. Voto Conselheiro Marcelo Cuba Netto, Relator. 1) Da Admissibilidade do Recurso O recurso atende aos pressupostos processuais de admissibilidade estabelecidos no Decreto nº 70.235/72 e, portanto, dele devese tomar conhecimento. 2) Da Preliminar de Erro na identificação do Sujeito Passivo A presente autuação tem como fundamento a falta de pagamento de tributos e contribuições incidentes sobre receitas de vendas de materiais de construção auferidas no ano calendário de 1999, receitas essas igualmente não declaradas ao Fisco pela recorrente. A autoridade tributária apresenta como provas do ilícito: (i) os cheques emitidos pela Sra. Maria do Socorro Cavalcante Morais, em pagamento à aquisição dos materiais de construção (fls. 4/5), e; (ii) confissão da própria contribuinte sobre o auferimento daquelas receitas (fl. 38). A defesa alega, primeiramente, que no anocalendário de 1999 permaneceu inativa, conforme declaração prestada ainda no curso do procedimento (fls. 90/91), acompanhada de documentos que a corroboram (fls. 92/110). Diz que incorreu em erro ao informar à fiscalização que os cheques teriam servido para pagamento de materiais de construção por ela vendidos. Afirma, por fim, ter havido erro na identificação do sujeito Fl. 190DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 10/06/2012 p or CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10380.011455/200419 Acórdão n.º 120100.667 S1C2T1 Fl. 191 5 passivo, uma vez que os cheques teriam sido depositados em conta corrente da empresa quase homônima, Imarf Granitos e Mineração S.A. Pois bem, examinando as cópias do cheques presentes nos autos, é possível constatar que a sua quase totalidade está nominativa simplesmente à “Imarf” (um cheque está nominativo ao Banco do Brasil, fl. 41, e outro à Enoque dos Santos, fl. 55). É possível verificar que um dos cheques foi endossado por “Imarf Granitos e Mineração”, empresa que a recorrente afirma ter sido a destinatária dos cheques (fl. 42). Por sua vez, quanto aos extratos juntados em razão do pedido de diligência, verificase que apenas cinco, dos vinte e cinco cheques considerados na autuação, foram depositados na conta da Imarf Granitos e Mineração S.A. Devese ressaltar, todavia, que a grande maioria dos cheques não está “cruzada”, o que permite o saque na boca do caixa. Dito isso, é de se reconhecer que, diante dos elementos que possuía, a autoridade fiscal agiria de maneira mais prudente se aprofundasse a fiscalização, ao invés de realizar de pronto o lançamento. É que, se por um lado havia, além das cópias dos cheques, a declaração inicial da contribuinte afirmando terem sido eles recebidos pela venda dos materiais de construção, por outro havia também a posterior declaração da mesma contribuinte infirmando a declaração inicial, bem como documentos que fornecem indícios (e não provas) de sua veracidade. A alegação, feita apenas em âmbito recursal, no sentido de que as vendas dos materiais de construção teriam sido feitas por empresa quase homônima intensificam ainda mais as dúvidas acerca do verdadeiro titular das receitas. Nesse sentido, havendo dúvida quanto ao verdadeiro autor do ilícito apurado pela fiscalização, devese acolher a preliminar ora suscitada, a teor do disposto no art. 112, III, do CTN, verbis: Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: (...) III à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; (...) 3) Conclusão Tendo em vista todo o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Fl. 191DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 10/06/2012 p or CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO Processo nº 10380.011455/200419 Acórdão n.º 120100.667 S1C2T1 Fl. 192 6 Fl. 192DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 10/06/2012 p or CLAUDEMIR RODRIGUES MALAQUIAS, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por MARCELO CUBA NETTO
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Numero do processo: 11516.001934/2006-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2202-000.273
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução, o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal.
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, decidir pelo sobrestamento do processo, nos termos do voto do Conselheiro Relator. Após a formalização da Resolução, o processo será movimentado para a Secretaria da Câmara que o manterá na atividade de sobrestado, conforme orientação contida no § 3º do art. 2º, da Portaria CARF nº 001, de 03 de janeiro de 2012. O processo será incluído novamente em pauta após solucionada a questão da repercussão geral, em julgamento no Supremo Tribunal Federal. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 50DF CARF MF Impresso em 05/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 11516.001934/200679 Resolução n.º 220200.273 S2C2T2 Fl. 51 2 Relatório 1. Auto de Infração Em revisão da declaração anual de ajuste referente ao exercício 2003, ano calendário de 2002, a fiscalização lavrou, em 26/04/06, auto de infração para reclassificar os rendimentos decorrentes de acordo em ação trabalhista (Reclamatória Trabalhista nº 5.157/94, que tramitou na 4ª Vara do Trabalho de Florianópolis) como rendimentos tributáveis. De acordo com a fiscalização, as verbas recebidas em ação trabalhista não constituem rendimentos isentos, pois se referem a diferenças salariais de períodos anteriores a 24/11/98, data de início da moléstia, não constituindo também proventos de pensão ou aposentadoria, o que seria condição fundamental estabelecida em lei para o gozo da isenção. Desta forma, com base na omissão, foi apurado crédito tributário no valor de R$ 11.324,22, incluídos imposto de renda, multa de ofício de 75% e juros de mora. Nos termos do Auto de Infração: “O contribuinte recebeu em 2002, 02 (duas) parcelas de R$ 15.535,47, das quais, descontados os Honorários Advocatícios, (R$ 2.165,00 por parcela) restaram como Rendimentos Tributáveis que são, R$ 26.740,94. Cabe informar que os mesmos não se constituem em proventos de PENSÃO OU APOSENTADORIA, condição fundamental estabelecida em Lei para gozo da Isenção. Alterei, portanto, os Rendimentos Tributáveis para R$ 41.184,49.” 2. Impugnação O contribuinte apresentou, tempestivamente, impugnação (fls. 15) esgrimindo os seguintes argumentos: a) os valores são isentos por se tratarem de diferenças salariais recebidas acumuladamente em razão de decisão da Justiça do Trabalho; b) no processo judicial protocolizado sob o nº 35600.000433/9911, em 26/05/99, o INSS, após análise dos documentos apresentados, concluiu que o requerente, em razão de ser portador de patologia grave, está isento do imposto de renda (não junta cópia do referido processo); c) a incidência do imposto ocorreu quando o recorrente já era portador de grave moléstia; d) a responsabilidade pela retenção e recolhimento não era do recorrente, mas da parte ré no referido processo trabalhista – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Difusão de Tecnologia de Santa Catarina – EPAGRI; e e) colaciona julgado do TRF4 no sentido da inadmissibilidade de incidência de imposto de renda sobre diferenças salariais recebidas acumuladamente. Em anexo à impugnação estão: a) auto de infração; b) cópia do requerimento de homologação de acordo em processo trabalhista; c) cópia do despacho que homologou o acordo; d) requerimento perante o juízo trabalhista para que intime a parte sucumbente a deixar de reter o IRRF em relação ao recorrente tendo em vista a isenção Fl. 51DF CARF MF Impresso em 05/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 11516.001934/200679 Resolução n.º 220200.273 S2C2T2 Fl. 52 3 reconhecida pelo INSS nos autos do processo nº 35600.000433/9911, de 26/05/99 (não junta cópia do referido processo); e e) declaração de ajuste anual de 2003. 3. Acórdão de Impugnação Acordaram os membros da 6ª Turma da DRJ/FNS, por unanimidade, pela improcedência da impugnação (fls. 3739), mantido integralmente o lançamento sob a justificativa de que o recebimento de diferenças salariais acumuladas não atende ao requisito para concessão da isenção no que tange à natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria ou reforma e pensão, de acordo com a Lei nº 7.713/88 e Instrução Normativa SRF nº 15, de 06/02/2001. 4. Recurso Voluntário Não satisfeito com o resultado do acórdão de impugnação, o contribuinte interpôs, tempestivamente, recurso voluntário (fls. 4243), repisando os argumentos da impugnação e acrescentando que, mesmo que os valores sejam referentes a diferenças salariais de 1994 a 1998, estes devem ser considerados como provenientes de aposentadoria por terem sido recebidos após sua aposentadoria e a concessão da isenção. Nenhuma nova prova foi juntada ao processo. É o relatório. Fl. 52DF CARF MF Impresso em 05/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 11516.001934/200679 Resolução n.º 220200.273 S2C2T2 Fl. 53 4 Voto Conselheiro Relator Rafael Pandolfo 1 MÉRITO: Da Isenção Pleiteada O recorrente reclama o reconhecimento da isenção prevista pelo art. 6º, XII da Lei nº 7.713/88, abaixo transcrito: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte (sic) rendimentos percebidos por pessoas físicas: XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; Conforme se verifica, a Lei prevê duas hipóteses de isenção do imposto de renda, uma relacionada a proventos de aposentadoria, ou de reforma motivada por acidente em serviço, e outra relacionada a proventos de aposentadoria ou reforma percebidos por portador de moléstia elencada no inciso XIV. Tratando o presente caso da segunda hipótese, resta analisar os requisitos para a concessão da isenção. O primeiro requisito diz respeito à natureza dos proventos, exigindo que sejam recebidos a título de aposentadoria. No presente caso, verificase o não atendimento a este requisito, uma vez que os rendimentos recebidos decorreram de diferenças salariais de períodos anteriores à aposentadoria, sendo, portanto, de natureza diversa daquela prevista para a concessão do benefício. Quanto ao segundo requisito, exige o referido comando legal que os proventos sejam recebidos por portador de uma das moléstias elencadas no inciso XIV. No caso em tela, o recorrente informa ser portador de patologia grave, mas não acosta qualquer documento capaz de comprovar sua condição, prejudicando a subsunção à hipótese de isenção. Desta forma, ausentes os requisitos legalmente estabelecidos, não deve ser reconhecido o direito à isenção postulado pelo recorrente. 2 Do Sobrestamento O presente recurso trata sobre a tributação de rendimentos recebidos acumuladamente – RRA. Ocorre que a maneira como estes rendimentos devem ser tributados está sendo julgada no STF em sede de recurso extraordinário que tramita em regime de repercussão geral. É o Recurso Extraordinário nº 614.406, que se encontra em julgamento no presente momento. Conforme disposto no § 1º do art. 62A da Portaria MF nº 256, devem ficar sobrestados os julgamentos dos recursos dirigidos ao CARF que versarem matéria constitucional cuja repercussão geral tenha sido reconhecida, nos termos do art. 543B do CPC. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 05/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO Processo nº 11516.001934/200679 Resolução n.º 220200.273 S2C2T2 Fl. 54 5 Através da decisão proferida no âmbito do RE 614406, o STF reconheceu a repercussão geral do tema, como revela a ementa abaixo reproduzida: TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMPOSTO DE RENDA SOBRE VALORES RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. ART. 12 DA LEI 7.713/88. ANTERIOR NEGATIVA DE REPERCUSSÃO. MODIFICAÇÃO DA POSIÇÃO EM FACE DA SUPERVENIENTE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI FEDERAL POR TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. 1. A questão relativa ao modo de cálculo do imposto de renda sobre pagamentos acumulados se por regime de caixa ou de competência vinha sendo considerada por esta Corte como matéria infraconstitucional, tendo sido negada a sua repercussão geral. 2. A interposição do recurso extraordinário com fundamento no art. 102, III, b, da Constituição Federal, em razão do reconhecimento da inconstitucionalidade parcial do art. 12 da Lei 7.713/88 por Tribunal Regional Federal, constitui circunstância nova suficiente para justificar, agora, seu caráter constitucional e o reconhecimento da repercussão geral da matéria. 3. Reconhecida a relevância jurídica da questão, tendo em conta os princípios constitucionais tributários da isonomia e da uniformidade geográfica. 4. Questão de ordem acolhida para: a) tornar sem efeito a decisão monocrática da relatora que negava seguimento ao recurso extraordinário com suporte no entendimento anterior desta Corte; b) reconhecer a repercussão geral da questão constitucional; e c) determinar o sobrestamento, na origem, dos recursos extraordinários sobre a matéria, bem como dos respectivos agravos de instrumento, nos termos do art. 543B, § 1º, do CPC. (RE 614406 AgRQORG, Relator(a): Min. Ellen Gracie, julgado em 20/10/2010, publicado em DJe035 DIVULG 03/03/2011 PUBLIC 04/03/2011) Estando presentes os pressupostos normativos regimentais, voto no sentido de sobrestar o julgamento do presente recurso até que seja proferida decisão definitiva no referido Recurso Extraordinário em tramitação no STF. (Assinado digitalmente) Rafael Pandolfo Fl. 54DF CARF MF Impresso em 05/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por RAFAEL PANDOLFO
score : 1.0
Numero do processo: 13971.001052/2007-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 30/01/2004 a 06/10/21004
Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.
NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ.
1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista
em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido.
2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.642
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 30/01/2004 a 06/10/21004 Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Recurso negado.
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TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Recurso negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Fl. 97DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 12/07/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada). Relatório CÍRCULO S/A interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJ FLORIANÓPOLIS/SC (fls. 54) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 18/38, para exigência de multa de mora, no valor de R$ 7.410,16, incidentes sobre pagamentos com atraso de tributos, apurados em DCTF. Segundo o relatório fiscal, a Contribuinte teria recolhido tributos, apurados em DCTF, com atraso, referente a diversos períodos, sem o pagamento da multa de mora, conforme detalhadamente demonstrado no auto de infração. A Contribuinte impugnou o lançamento e, embora reconheça que fez os recolhimentos com atraso, defende que os fez espontaneamente e que, nessas condições, não estaria sujeito a multa de mora. Invoca o art. 138 do CTN. A DRJFLORIANÓPOLIS/SC julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Sustenta a DRJ que o art. 138 alcança apenas as multas de caráter punitivo, as chamadas multas de ofício pela prática de infração tributária; que o dispositivo não alcança as multas de caráter moratório, devidas apenas em razão da mora. Menciona o art. 74 da Lei nº 9.779, de 1989 e o art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que, expressamente, referemse à incidência da multa de mora nos casos de pagamento e recolhimento de tributos com atraso e, no mesmo sentido, invoca também o art. 161 do próprio CTN, que prevê a aplicação de penalidades definidas em lei nos casos de pagamento de créditos nos vencimentos. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 05/07/2011 (fls. 65) e, em 05/08/2011, interpôs o recurso voluntário de fls. 66/72, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. Relatório. Voto Fl. 98DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 13971.001052/200742 Acórdão n.º 220101.642 S2C2T1 Fl. 2 3 Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, cuidase de exigência de multa de mora pelo recolhimento com atraso de tributo declarado em DCTF. O cerne da questão a ser aqui decidida é se os efeitos da denúncia espontânea de que trata o art. 138 do CTN alcança, também, a multa moratória. É dizer, se o pagamento ou recolhimento de tributo com atraso, mas por iniciativa do próprio contribuinte, afasta a possibilidade de exigência da multa moratória. Para maior clareza, reproduzo a seguir os artigos 44, caput e § 1º, II, e 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que prevêem, respectivamente, a incidência da multa de ofício isolada no caso de pagamento de tributo ou contribuição, em atraso, sem a multa de mora, e a própria incidência da multa de mora, verbis Lei nº 9.430, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributos ou contribuições: I – de 75% (setenta e cinco por cento), nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo da multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (...) § 1º. As multas de que trata este artigo serão exigidas: (...) II – isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo, mas sem o acréscimo de multa de mota; Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora calculada à taxa de 0,33 (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso. § 1º. A multa de que trata este artigo será calculada a partir de 1º (primeiro) dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 § 2º. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20% (vinte por cento). § 3º. Sobre o débito a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º a partir do 1º (primeiro) dia do Mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.” Como se vê, o simples fato do pagamento do tributo ter sido feito após a data do vencimento, sem a multa de mora, é hipótese típica de incidência da multa de ofício, no caso, exigida isoladamente. Tratase, portanto, de exigência baseada em disposição expressa de lei. Sobre a aplicação dos efeitos da denúncia espontânea no caso de ocorrência da hipótese típica, porém por iniciativa do próprio contribuinte, penso que a questão se resolve pela verificação da natureza da multa moratória, se esta tem caráter punitivo ou apenas moratório. Essa distinção foi feita com muita clareza pelo Parecer Normativo CST nº 61, de 26 de outubro de 1979, verbis: “4.1 As multas fiscais ou são punitivas ou são compensatórias. 4.2 Punitiva é aquela que se fundamenta no interesse público de punir o inadimplente. É a multa proposta por ocasião do lançamento E aquela mesma cuja aplicação é excluída pela denúncia espontânea a que se refere o art. 138 do Código Tributário Nacional, onde o arrependimento, oportuno e formal, da infração faz cessar o motivo de punir. 4.3 A multa de natureza compensatória destinase, diversamente, não a afligir o infrator, mas a compensar o sujeito ativo pelo prejuízo suportado em virtude do atraso no pagamento do que lhe era devido. É penalidade de caráter civil, posto que comparável à indenização prevista no direito civil. Em decorrência disso, nem a própria denúncia espontânea é capaz de excluir a responsabilidade por esses acréscimos, via de regra chamados moratórios.” Pois bem, penso que o art. 138 do CTN alcança apenas as penalidades de caráter punitivo. Vejamos o que dispõe o referido artigo: Art. 138 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. (grifei). Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. É certo que o referido dispositivo não faz distinção expressa entre a multa punitiva e a moratória. Por outro lado, é fato, também, que o texto do art. 138 se refere à exclusão da responsabilidade pela infração, e não à exclusão da penalidade. Com essa dicção o dispositivo restringe seu alcance às penalidades de caráter punitivo, uma vez que a multa de Fl. 100DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 13971.001052/200742 Acórdão n.º 220101.642 S2C2T1 Fl. 3 5 mora, tendo caráter indenizatório, não é devida em decorrência de infração, mas apenas do dano causado pelo atraso no pagamento. Não tem sentido, portanto, falarse em exclusão de multa moratória pelo pagamento em atraso, pelo simples fato de que esse pagamento foi feito espontaneamente, posto que o dano ocorre tendo sido o pagamento espontâneo, ou não. A prevalecer a tese de que a multa de mora também deve ser afastada quando o pagamento é espontâneo, não haverá hipótese de aplicação dessa multa. É que ou o pagamento será feito espontaneamente, e por esse entendimento não incidirá multa de mora, ou será ex officio, e aí será devia sempre a multa punitiva. No caso concreto, com mais razão ainda, era devida a multa de mora pelo pagamento em atraso. É que se trata de mero recolhimento intempestivo de tributo que a Recorrente, na condição de fonte pagadora, reteve de terceiros. Não houve confissão de infração porque não havia infração a ser confessada, mas apenas tributo retido a ser recolhido. Este entendimento, aliás, foi consolidado pelo STJ que no Resp nº 962.379 confirmou entendimento anterior de que não configura denúncia espontânea o recolhimento a destempo de débito informado em DCTF, conforme ementa a seguir reproduzida: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Devida a multa de mora, e não tendo sido esta paga, resta configurada a hipótese de exigência da penalidade, isoladamente, por meio de auto de infração. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 101DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 06/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10882.002478/2003-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL
Ano-calendário: 1998
Ementa: AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. DESCRIÇÃO EM DESACORDO COM A REALIDADE DOS FATOS. ART. 90 DA MP nº 2.15835/2001. CANCELAMENTO.
Verificado que a ocorrência e descrição dos fatos apontados no auto de infração eletrônico encontram-se em desacordo com a realidade provada nos autos, bem como, não caracterizada nenhuma das hipóteses previstas no art. 90 da MP nº 2.15835/2001, implica em violação ao pressuposto da correta determinação da matéria tributável, previsto no art. 142 do CTN, não podendo, dessa forma, subsistir o lançamento de ofício efetuado.
DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA.
Os valores declarados em DCTF tem o caráter de confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência do crédito tributário lá informado, atribuído pelo art. 5o, § 1o, do Decreto lei n° 2.124/84.
Numero da decisão: 1202-000.841
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DONASSOLO
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ementa_s : Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Ano-calendário: 1998 Ementa: AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. DESCRIÇÃO EM DESACORDO COM A REALIDADE DOS FATOS. ART. 90 DA MP nº 2.15835/2001. CANCELAMENTO. Verificado que a ocorrência e descrição dos fatos apontados no auto de infração eletrônico encontram-se em desacordo com a realidade provada nos autos, bem como, não caracterizada nenhuma das hipóteses previstas no art. 90 da MP nº 2.15835/2001, implica em violação ao pressuposto da correta determinação da matéria tributável, previsto no art. 142 do CTN, não podendo, dessa forma, subsistir o lançamento de ofício efetuado. DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. Os valores declarados em DCTF tem o caráter de confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência do crédito tributário lá informado, atribuído pelo art. 5o, § 1o, do Decreto lei n° 2.124/84.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1999; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C2T2 Fl. 1 1 S1C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10882.002478/200309 Recurso nº 000000 De Ofício e Voluntário Acórdão nº 1202000.841 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 08 de agosto de 2012 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO Recorrentes NOVA CIDADE DE DEUS PARTICIPAÇÕES SA FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 1998 Ementa: AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. DESCRIÇÃO EM DESACORDO COM A REALIDADE DOS FATOS. ART. 90 DA MP nº 2.15835/2001. CANCELAMENTO. Verificado que a ocorrência e descrição dos fatos apontados no auto de infração eletrônico encontramse em desacordo com a realidade provada nos autos, bem como, não caracterizada nenhuma das hipóteses previstas no art. 90 da MP nº 2.15835/2001, implica em violação ao pressuposto da correta determinação da matéria tributável, previsto no art. 142 do CTN, não podendo, dessa forma, subsistir o lançamento de ofício efetuado. DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. Os valores declarados em DCTF tem o caráter de confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência do crédito tributário lá informado, atribuído pelo art. 5o, § 1o, do Decretolei n° 2.124/84. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente (documento assinado digitalmente) Fl. 186DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 2 2 Carlos Alberto Donassolo – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Nelson Lósso Filho, Orlando José Gonçalves Bueno, Carlos Alberto Donassolo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Geraldo Valentim Neto e Viviane Vidal Wagner. Relatório Tratase do exame de recurso de ofício e de recurso voluntário em razão da decisão proferida no Acórdão da DRJ/Campinas, que julgou procedente em parte, a exigência contida no Auto de Infração Eletrônico emitido para formalizar o lançamento das estimativas mensais da CSLL, dos períodos de apuração janeiro à novembro de 1998, fls. 28 e seguintes. A irregularidade apontada na autuação diz respeito à não confirmação do processo judicial informado em declaração DCTF (nº 9700073360), que teria sido utilizado para suspender, de forma indevida, os débitos lá declarados relativos às mencionadas estimativas mensais, acarretando o lançamento de ofício ao amparo do art. 90 da MP nº 2.158 35, de 24 de agosto de 2001. Por bem retratar os fatos ocorridos, passo a transcrever parte do relatório do Acórdão nº 0532.780 da DRJ/Campinas, de fls. 119 a 123: “Inconformado com a exigência fiscal, o contribuinte, por intermédio de seus advogados e procuradores, protocolizou a impugnação de fls. 01/14, em 30/07/2003, juntando os documentos de fls. 15/75 e apresentando, em sua defesa, as razões de fato e de direito a seguir sintetizadas. Afirma que falta motivação à exigência, pois a exigibilidade do crédito tributário está suspensa por força do Mandado de Segurança n° 97.00073360, como se pode constatar pela mera análise da petição inicial e demais documentos apresentados. Imperioso seria que houvesse justificativa ou intimação prévia à desconsideração do referido processo judicial. Demais disso, encerrado o período de apuração anual, não caberia exigência de valores relativos a estimativas mensais. E, ainda que assim fosse possível, as parcelas de janeiro a junho/98 já estariam extintas pela decadência. Subsidiariamente ainda informa que os valores autuados nos meses de junho a setembro/98 são superiores aos efetivamente devidos, vez que não foram consideradas as DCTFs retificadoras apresentadas em 1999, que se encontram pendentes de apreciação pela Delegacia da Receita Federal em Osasco. Por fim, também alega que seria incabível a aplicação da multa de ofício, sob pena de desobediência à liminar concedida no mandado de segurança, além de imprestável a taxa SELIC para cálculo dos juros de mora. Após juntada por anexação do processo de retificação de DCTF n° 10882.002041/9974 e atualização, no sistema, da situação do crédito tributário (fls. 97), a autoridade preparadora encaminhou o presente processo para julgamento.” Fl. 187DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 3 3 Na sequência, foi emitido o Acórdão nº 0532.780 da DRJ/Campinas, de fls. 119 a 123, decidindo por manter em parte o lançamento, com o seguinte ementário: DCTF. REVISÃO INTERNA. DECADÊNCIA. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Incabível discutir o prazo para formalização do lançamento bem como aspectos que poderiam ensejar a sua nulidade se o crédito tributário subsistiria constituído pelo contribuinte, mediante formalização em declaração. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE CONFIRMADA. MULTA DE OFÍCIO. Confirmada a suspensão da exigibilidade por medida judicial favorável ao contribuinte no momento do procedimento fiscal e conseqüente lançamento, cancelase a multa de ofício aplicada. JUROS DE MORA. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA. Nos termos da Súmula n° 5 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, são devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade. TAXA SELIC. Nos termos da Súmula n° 4 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS. LANÇAMENTO POSTERIOR À APURAÇÃO ANUAL. AÇÃO JUDICIAL. Confirmada a validade do lançamento tão só para aferição da regularidade da vinculação apontada em DCTF, não há impedimento à formalização do principal devido para demarcação do momento em que a estimativa deveria ter sido recolhida, como parâmetro para cálculo dos acréscimos moratórios cabíveis em eventual recolhimento decorrente da reversão da decisão judicial que suspendeu sua exigibilidade. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Os principais fundamentos utilizados no acórdão recorrido, podem ser assim sintetizados: 1 Embora o lançamento de ofício tenha por objeto o mesmo crédito tributário já confessado em DCTF, atendeu à exigência de formalização então preconizada no referido art. 90 da Medida Provisória n° 2.158/2001, posteriormente sobrepujada pelo art. 18 da Lei n° 10.833/2003. Portanto, em razão da nova ordem legal que rege a revisão/lançamento das DCTF, incabível discutir prazo para formalização do lançamento bem como aspectos que poderiam ensejar a sua nulidade, na medida que o crédito tributário subsistiria constituído pelo contribuinte, mediante formalização em declaração, restando, apenas, apreciar os argumentos de mérito para decidir sobre a procedência da vinculação indicada na DCTF. 2 Nas fls. 62/63, está juntada cópia da decisão exarada em 24/03/1997 que concedeu a liminar pleiteada, para desonerar as impetrantes do pagamento da contribuição Fl. 188DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 4 4 social sobre o lucro até a solução do presente feito, ficando à autoridade impetrada autorizada a perpetrar a necessária fiscalização quanto à situação das impetrantes. 3 Em que pese ter sido revertido o amparo inicialmente obtido e ainda não ter sido declarado o trânsito em julgado no Superior Tribunal de Justiça, confirmase a suspensão da exigibilidade do crédito tributário por liminar em Mandado de Segurança, à época do lançamento, bem como a inaplicabilidade da multa de ofício em face do que dispõe o art. 63 da Lei n° 9.430, de 1996. Acerca da questão, aplicável também a Súmula CARF nº 17. 4 No que se refere aos juros de mora, depreendese que os mesmos decorrem da legislação de regência, e sua incidência será obrigatória se o débito for liquidado após o vencimento. Nesse sentido, foi editada a Súmula CARF nº 5. 5 Quanto à utilização da taxa Selic, como indexador dos juros de mora, tem se que a autoridade administrativa, por força de sua vinculação ao texto da norma legal, deve limitarse a aplicála, sem emitir qualquer juízo de valor acerca da sua constitucionalidade ou outros aspectos de sua validade. Confirmando este entendimento, foram editadas as Súmulas CARF n° 2 e nº 4. 6 Embora o presente lançamento se reporte aos débitos informados na DCTF originalmente entregue, foi formalizado pedido de retificação dos valores pertinentes aos períodos de junho/98 a setembro/98, como afirma o impugnante, e que consta do processo administrativo n° 10882.002041/9974, juntado a este. Nele o contribuinte alegou ter informado incorretamente a forma de apuração, que deveria ser balanço de redução (fl. 01 do processo apenso) e, dado que os débitos originais não haviam sido enviados à PFN, bem como havia correspondência entre os novos valores com aqueles informados na DIPJ, a retificação foi admitida pela autoridade competente da DRF, conforme consta da fl. 24 do processo apenso, impondose a redução dos valores aqui lançados para os períodos de junho a setembro/98. 7 Assim o crédito tributário exigido foi reduzido pela DRJ/Campinas para os valores abaixo reproduzidos: ................ Resumo do crédito tributário (valores em R$) Exigido Excluído Mantido (*) 01/98 108.519,10 0 108.519,10 02/98 105.460,31 0 105.460,31 03/98 5.094,62 0 5.094,62 04/98 125.109,00 0 125.109,00 05/98 107.275,11 0 107.275,11 06/98 1.679.560,94 1.165.262,90 514.298,04 07/98 99.674,54 6.710,35 92.964,19 08/98 839.568,31 750.606,77 88.961,54 09/98 497.151,14 383.727,57 113.423,57 10/98 129.578,27 0 129.578,27 11/98 71.095,23 0 71.095,23 Total 3.768.086,57 2.306.307,59 1.461.778,98 (*) Excluída, também, multa de ofício aplicada. Percentual mantido 22% Percentual exonerado 78% Fl. 189DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 5 5 8 Por fim, quanto à alegação de que não teria sentido a exigência de valores mensais após a apuração do valor efetivamente devido com base no lucro líquido apurado ao final do exercício, importa consignar que uma vez restabelecida a exigibilidade da parcela lançada, o cumprimento espontâneo da obrigação deverá ser feito com a incorporação não só da multa de mora, se devida nos termos do § 2o do art. 63 da Lei n° 9.430/96, como também dos juros de mora, mas estes desde o momento em que as estimativas eram originalmente devidas: in casu, desde o momento em que o contribuinte estava obrigado à antecipação da contribuição, a partir de 27/02/1998 (para a estimativa de janeiro/98). 9 – Em síntese, foram excluídos os valores das estimativas mensais da CSLL conforme quadro do item 7 deste relatório, acima reproduzido, no total de R$ 2.306.307,59, relativo aos períodos de junho a setembro/98, em razão da retificação da DCTF acatada pela autoridade da DRF, bem como foi excluída a incidência da totalidade da multa de ofício aplicada, sobre os valores amparados por liminar em Mandado de Segurança à época do lançamento, conforme quadro resumo ao final do voto do acórdão recorrido (reproduzido no item 7 acima), inclusive sem aplicação de multa de mora, posto que não cabível no momento do lançamento, dada a interrupção de sua incidência pelo prazo previsto no art. 63, § 2° da Lei 9.430/96. Dessa decisão, a DRJ/Campinas recorreu de ofício ao Conselho Administrativo de Recursos FiscaisCARF, na forma do art. 34, inciso I, do Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.532/97, e Portaria do Ministro da Fazenda n° 3, de 03 de janeiro de 2008. Irresignado com a decisão proferida pela DRJ, o interessado apresentou recurso voluntário, de fls. 130 a 154, repisando praticamente as mesmas alegações trazidas na peça impugnatória, requerendo, ao final, o cancelamento integral do auto de infração. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Donassolo, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e nos termos da lei. Portanto, dele tomo conhecimento. As matérias que remanescem no presente litígio dizem respeito ao exame das preliminares de nulidade e decadência e, no mérito, às seguintes matérias: (i) de estar suspensa a exigibilidade do crédito tributário por força de medida judicial, (ii) de ser incabível lançamento de estimativas após encerrado o período de apuração anual, (iíi) de serem indevidos juros de mora e a sua indexação com base na taxa Selic. Inicialmente, cumpre o exame da alegação de nulidade da autuação por falta de motivação, face ao fato de que todos os valores exigidos no auto de infração encontramse declarados em DCTF e com a exigibilidade suspensa, por força de liminar em Mandado de Segurança expedida no processo n° 97.00073360. Vejase o que menciona a defesa em seu recurso voluntário, fls. 131: Fl. 190DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 6 6 “Inconformada, tratou a Recorrente de interpor a sua impugnação, demonstrando que efetivamente todos os valores que estão sendo exigidos foram declarados em DCTF com sua exigibilidade suspensa por força do mandado de segurança n° 97.00073360, sendo que a simples análise da petição inicial daquele "writ" evidencia ser parte daquele feito, em que foi concedida medida liminar para ''desobrigar as impetrantes do pagamento da contribuição social sobre o lucro" (doc. 04 anexo à impugnação). Em face de tal constatação demonstrou, em suma, ser flagrante a nulidade do auto de infração lavrado, por absoluta falta de motivação, posto que a fiscalização não poderia jamais ter simplesmente desconsiderado o processo.” Analisando o Auto de Infração Eletrônico, de fls. 28 e seguintes, verifico que consta do mesmo o número do processo judicial acima mencionado, de nº 97.00073360, indicando a seguinte ocorrência, fls. 31 a 33: “Proc jud não comprova”, o que pode ser traduzido como “processo judicial não comprovado”. Entretanto, na realidade, verifico que dito processo judicial existe de fato, tratandose do Mandado de Segurança nº 97.00073360, proposto por várias empresas, dentre elas a autuada, conforme se constata da liminar concedida pela MMa. Juíza Federal Adriana Pillegi de Soveral, cuja decisão foi no sentido de desobrigar as impetrantes do pagamento da contribuição social sobre o lucro até a solução daquele processo judicial, fls. 62/63. Portanto, as informações prestadas pela interessada em DCTF (que é a origem dos dados constantes do Auto Eletrônico) encontramse corretas; i) o processo judicial existe; ii) a liminar suspendendo o crédito existia; e iii) o número do processo judicial estava correto. Com essas constatações, chegase à conclusão que a descrição da “ocorrência” constante do lançamento fiscal encontrase desconexa com as provas dos autos. Por seu turno, na “Descrição dos Fatos” da autuação, consta o seguinte texto, fls. 29: “FALTA DE RECOLHIMENTO OU PAGAMENTO DO PRINCIPAL, DECLARAÇÃO INEXATA, conforme Anexo III.” No entanto, mais uma vez, verificase que também a “Descrição dos Fatos” que levaram à emissão do Auto de Infração Eletrônico encontramse equivocada. A motivação da autuação pela “falta de recolhimento ou pagamento do principal” se justificava, pela existência, à época do lançamento, de medida liminar em mandado de segurança que suspendia o crédito tributário, nos termos do art. 151, IV do CTN. Além disso, a motivação constante na sequência da “Descrição dos Fatos”, “declaração inexata”, também não se comprova dos autos, posto que das informações prestadas em DCTF não foram apurados erros. Em síntese, a “Descrição dos Fatos” constante da autuação encontrase completamente desconexa da realidade fática documentada no presente processo. Vejase a respeito, a opinião de Marcos Vinícius Neder e Maria Tereza Martínez López, in Processo Administrativo Federal Comentado, São Paulo, Dialética, 2002, p. 140: Fl. 191DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 7 7 “Por meio da descrição, revelamse os motivos que levaram à autuação, estabelecendo a conexão entre os meios de prova coletados e/ou produzidos e a conclusão chegada pela autoridade fiscal. Seu objetivo é convencer o julgador da plausibilidade legal da autuação, demonstrando a relação entre a matéria constatada no auto com a hipótese descrita na norma jurídica.” Não bastasse os erros de autuação apontados nos itens anteriores, o acórdão recorrido justificou a autuação no art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 2001, dispositivo que sequer consta na fundamentação legal do Auto Eletrônico, cuja parte do voto condutor necessário aqui transcrever para melhor exame, fls. 120: “Inicialmente, cumpre observar que a formalização do lançamento decorre do que dispunha a Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 90. Serão objeto de lançamento de oficio as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Todavia, o escopo de tal dispositivo foi reduzido pela Medida Provisória n° 135, de 30/10/2003, convertida na Lei n° 10.833/2003, que assim dispôs: Art. 18. O lançamento de oficio de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. [...] E, neste contexto, prevaleceu administrativamente o entendimento de que a DCTF teria mantido o caráter de confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência do crédito tributário da DCTF, atribuído pelo art. 5o, § Io, do Decretolei n° 2.124, de 13 de junho de 1984, inclusive durante a vigência do art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Assim, embora o presente lançamento de ofício tenha por objeto o mesmo crédito tributário já confessado pelo sujeito passivo em sua declaração encaminhada à Receita Federal, atendeu à exigência de formalização então preconizada no referido art. 90 da Medida Provisória n° 2.158/2001, posteriormente sobrepujada pelo art. 18 da Lei n° 10.833/2003.” Conforme art. 90 acima transcrito, as hipóteses para se efetuar o lançamento de oficio deveria ocorrer no caso de “diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados”. Pois bem. No caso em análise, na época da ciência do lançamento, em 02/07/2003, fls. 40, os débitos das estimativas mensais da CSLL informados em DCTF encontravamse com a exigibilidade suspensa, por força da medida liminar em mandado de segurança nº 97.00073360, nos termos do que dispõe o art. art. 151, IV do CTN. A sentença Fl. 192DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 8 8 denegatória da segurança somente foi publicada em 17/09/2004, fls. 98 a 100, portanto, após a ciência da autuação. Vejase o que menciona o voto condutor do acórdão recorrido a esse respeito, fls. 121: Assim, em que pese ter sido revertido o amparo inicialmente obtido e ainda não ter sido declarado o trânsito em julgado no STJ, confirmase a suspensão da exigibilidade do crédito tributário por liminar em Mandado de Segurança, à época do lançamento, (...) (grifei) Em vista do acima exposto, forçoso concluir que a hipótese de suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, previsto no art. 90 da MP nº 2.15835, de 2001, que autorizava o lançamento fiscal, também não encontra respaldo nos fatos apurados nos autos, face a existência do Mandado de Segurança nº 97.00073360, bem como da existência de liminar desobrigando a autuada do pagamento da contribuição social sobre o lucro, à época do lançamento fiscal, o que suspende a exigência do crédito tributário declarado em DCTF, tudo corretamente informado pelo interessado na sua respectiva declaração DCTF. Dessa forma, considerando que não se confirmou a “ocorrência” apontada na autuação, processo judicial não comprovado, considerando também não ter se confirmado a respectiva “descrição dos fatos”, falta de recolhimento ou pagamento do principal, declaração inexata e, finalmente, considerando que não se encontram presentes nenhuma das hipóteses contidas no art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 2001, dentre elas, a suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, entendo que o Auto Infração Eletrônico foi emitido com vício de erro, uma vez que não corresponde à realidade dos fatos. A autoridade lançadora, ao transcrever de forma errada o fato tributável, desatendeu à correta determinação da matéria tributável, conforme exige o artigo 142 do Código Tributário NacionalCTN, aqui reproduzido: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.” Na atividade do lançamento, a caracterização plena da matéria tributável há de restar perfeitamente configurada, sob pena de não se poder sequer ter certeza do crédito tributário exigido, o que contamina o lançamento fiscal pela via da insegurança da relação jurídica entre os sujeitos ativo e passivo. Assim, uma vez que a ocorrência apontada na autuação, bem como a sua descrição de fatos não encontram correspondência com a realidade provada nos autos, o que faz com que se incorra em violação ao pressuposto da correta determinação da matéria tributável, previsto no art. 142 do CTN, entendo por cancelar o Auto de Infração Eletrônico, ora examinado. Nesse mesmo sentido, vejase a jurisprudência administrativa do antigo Conselho de Contribuintes: Fl. 193DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10882.002478/200309 Acórdão n.º 1202000.841 S1C2T2 Fl. 9 9 Acórdão nº 10247201, sessão de 10/11/2005 LANÇAMENTO – NULIDADE VÍCIO MATERIAL – DECADÊNCIA Nulo o lançamento quando ausentes a descrição do fato gerador e a determinação da matéria tributável, por se tratar de vício de natureza material. Aplicável o disposto no artigo 150, § 4º, do CTN. Acórdão nº 10247709, sessão de 22/06/2006 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO LANÇAMENTO DE OFÍCIO NULIDADE A ordem jurídica vigente não permite a cobrança de tributo sem que seja procedida, no lançamento, a determinação da matéria tributável, consoante dispõe o artigo 142 do CTN e os arts. 9° e 10 do Decreto n° 70.235, de1972. A ausência de determinação da matéria tributável é vicio material que torna nulo o lançamento. Registrese, por oportuno, que continuam válidos os débitos das estimativas mensais da CSLL declarados pelo contribuinte nas declarações DCTFs, originais e retificadoras (processo n° 10882.002041/9974), posto que referida declaração tem o caráter de confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência do crédito tributário, atribuído pelo art. 5o, § 1o, do Decretolei n° 2.124, de 13 de junho de 1984, nos mesmos termos do que foi mencionado no voto condutor do acórdão recorrido. Em face dos fundamentos acima apontados, fica prejudicado o exame das demais matérias levantadas no recurso voluntário (decadência, lançamento de estimativas após o encerramento do período base e cabimento dos juros de mora). Com relação ao recurso de ofício, em face das razões expostas acima, entendo que deve ser negado o seu provimento, uma vez cancelada a autuação na íntegra. Por tudo o que foi exposto, voto para que seja negado provimento ao recurso de ofício e que seja dado provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Carlos Alberto Donassolo Fl. 194DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/08/2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 20/08/ 2012 por CARLOS ALBERTO DONASSOLO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO
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Numero do processo: 11065.001419/2005-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE - IRRF
Período de apuração: 20/01/2000 a 28/11/2000
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. BENEFÍCIOS E VANTAGENS. PAGAMENTO DE SALÁRIOS INDIRETOS “FRINGE BENEFITS. BENEFÍCIOS INDIRETOS NÃO ADICIONADOS ÀS RESPECTIVAS REMUNERAÇÕES. Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de 35%, todo pagamento de despesas com benefícios e vantagens concedidos pela empresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores. A efetuação do pagamento é pressuposto material para a ocorrência da incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, conforme o disposto no artigo 61, da Lei n° 8.981, de 1995. Assim, nos casos em que a empresa não identifique e/ou não adicione os benefícios indiretos às respectivas remunerações, os valores pagos não integram os rendimentos tributáveis da pessoa física e o imposto será pago na fonte pela pessoa jurídica, à alíquota de 35%, o qual será considerado exclusivo na fonte. REMUNERAÇÃO INDIRETA. REAJUSTAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. A remuneração indireta paga a administradores, diretores, gerentes e assessores, cujos rendimentos não tenham sido incorporados aos salários dos beneficiários, sujeita-se à aplicação da alíquota na fonte de 35%, com reajuste da base de cálculo.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2202-001.884
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: NELSON MALLMANN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Período de apuração: 20/01/2000 a 28/11/2000 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. BENEFÍCIOS E VANTAGENS. PAGAMENTO DE SALÁRIOS INDIRETOS “FRINGE BENEFITS. BENEFÍCIOS INDIRETOS NÃO ADICIONADOS ÀS RESPECTIVAS REMUNERAÇÕES. Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de 35%, todo pagamento de despesas com benefícios e vantagens concedidos pela empresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores. A efetuação do pagamento é pressuposto material para a ocorrência da incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, conforme o disposto no artigo 61, da Lei n° 8.981, de 1995. Assim, nos casos em que a empresa não identifique e/ou não adicione os benefícios indiretos às respectivas remunerações, os valores pagos não integram os rendimentos tributáveis da pessoa física e o imposto será pago na fonte pela pessoa jurídica, à alíquota de 35%, o qual será considerado exclusivo na fonte. REMUNERAÇÃO INDIRETA. REAJUSTAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. A remuneração indireta paga a administradores, diretores, gerentes e assessores, cujos rendimentos não tenham sido incorporados aos salários dos beneficiários, sujeitase à aplicação da alíquota na fonte de 35%, com reajuste da base de cálculo. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN 2 (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes, Pedro Anan Junior e Nelson Mallmann. Ausentes justificadamente, os Conselheiros Antonio Lopo Martinez e Helenilson Cunha Pontes. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 11065.001419/200563 Acórdão n.º 220201.884 S2C2T2 Fl. 129 3 Relatório ARTECOLA INDÚSTRIA QUIMICAS LTDA., contribuinte inscrita no CPF/MF 458.166.38904, com domicílio fiscal na cidade de Campo Bom, Estado do Rio Grande do Sul, à Estrada RS 239, nº 5801, Bairro Industrial, jurisdicionada a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Novo Hamburgo RS, inconformada com a decisão de Primeira Instância (fls. 258/259), prolatada pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre RS, recorre, a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, pleiteando a sua reforma, nos termos da petição de fls. 263/271. Contra a contribuinte acima mencionada foi lavrado, em 29/04/2005, Auto de Infração de Imposto de Renda Retido na Fonte (fls. 201/208), com ciência pessoal, em 29/04/2005 (fls. 201), exigindose o recolhimento do crédito tributário no valor total de R$ 743.094,15 (padrão monetário da época do lançamento do crédito tributário), a título de Imposto de Renda Retido na Fonte, acrescidos da multa de lançamento de ofício normal de 75% e dos juros de mora de, no mínimo, de 1% ao mês, calculados sobre o valor do imposto de renda, relativo aos período de apuração 01/01/2000 a 28/11/2000. A exigência fiscal em exame teve origem em procedimentos de fiscalização externa, onde a autoridade fiscal lançadora entendeu haver falta de recolhimento do Imposto de Renda na Fonte sobre remuneração indireta, relativo pagamentos efetuados a titulo de remunera indireta, aos sócios, administradores, diretores, gerentes e seus assessores. Infração capitulada nos arts. 358, 622 e 675 do RIR/1999. A AuditoraFiscal da Receita Federal do Brasil responsável pela constituição do crédito tributário lançado esclarece, ainda, através do Relatório do Trabalho Fiscal, datado de 28/04/2005 (fls. 189/198), entre outros, os seguintes aspectos: que a fiscalizada é uma sociedade por cotas de responsabilidade limitada que tem por atividade principal a indústria, comercio, importação e exportação de adesivos, colas, tintas, solventes, elastfteros, calçados, equipamentos de proteção individual, materiais tintoriais produtos químicos, produtos de limpeza em geral, borracha, matéria plástica em geral, dentre outras, conforme consta na Consolidação do Contrato Social Artecola Indústrias Químicas Ltda. arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo, sob o n ° 270.197/047; que examinando a escrituração contábil da fiscalizada, verificamos que a mesma registrou despesas realizadas com a empresa Incentive House S/A que caracteriza remuneração indireta de diretores, gerentes e seus assessores; que diante da constatação das diversas despesas correspondente aos pagamentos a Incentive House S/A, escrituradas em sua grande maioria a débito da conta de resultado Promoções e Marketing a fiscalizada foi intimada a disponibilizar os documentos comprobatórios dos respectivos lançamentos; que em análise as notas fiscais apresentadas, tendo como emitente a Incentive House S/A, verificamos que no corpo de algumas constava a informação "carga nos cartões Flexcard" (ex. fls. 124) em outras "recarga de Cartões Flexcard" (ex. fls. 139), sendo Fl. 304DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN 4 que em uma' também constava a informação "programa de estimulo ao aumento da produtividade” (ex. fls. 128); que, desta forma, a Artecola foi intimada a esclarecer de forma pormenorizada o que seriam os cartões Flexcard (fls. 129 a 131), a informar a totalidade dos valores pagos a Incentive House S/A no decorrer do anocalendário de 2000, bem como, relacionar os beneficiários dos cartões Flexcard, informando o nome, CPF e cargo/função que exerciam no Artecola. Foi solicitado, ainda, relativamente ao anocalendário de 2000, que apresentasse, individualizadamente para cada beneficiário, relação dos benefícios concedidos, data do pagamento/crédito e o valor do beneficio; que em resposta a fiscalizada informou que o serviço descrito como carga o suprimento de numerário dos cartões pelo valor correspondente ao incentivo da produção face à existência do "PPR" Programa de participação dos empregados nos resultados das empresas (fls. 132); que a fiscalizada informou, ainda, que os cartões Flexcard constituíam um beneficio a titulo de prêmio como incentivo A produtividade sendo que a Incentive House tem por objeto a prestação de serviços de desenvolvimento de programas de marketing de relacionamento, motivação, incentivo e fidelidade. A contratação desta empresa foi com o fulcro da aplicação desta tecnologia como incentivo A produtividade mediante pagamento de prêmio; que foi fornecida pela fiscalizada a relação dos beneficiários dos cartões Flexcard com informação do cargo/função por eles ocupados na Artecola (fls. 134). Foi, também, fornecida a relação dos valores pagos como prêmio individualizadamente para cada beneficiário (fls. 160 a 167) onde consta a data do pagamento e a nota fiscal a que se referem; que, em 13/04/2005, foi lavrado o Termo Solicitação de Informações e Documentos N ° 05 (fls. 174 a 176) perguntando a fiscalizada se benefícios pagos através dos cartões FLEXCARD foram adicionados aos salários/remuneração dos beneficiários identificados no termo; que, na mesma oportunidade, indagouse a fiscalizada se os valores correspondentes As notas fiscais/faturas emitidas pela Incentive House foram integralmente pagos pela Artecola Indústrias Químicas Ltda. ou se ocorreu algum rateio, com as demais empresas do grupo, quando dos pagamentos; que a Artecola em resposta ao Termo de Solicitação de Informações e Documentos N ° 05 informou que não adicionou aos salários/remuneração dos respectivos beneficiários os valores pagos através dos cartões FLEXCARD (fls. 178); que segundo informações da própria fiscalizada os beneficiários recebiam os cartões e faziam seu uso na forma de cartões de crédito que serviam para a aquisição de bens (fls. 178); que na mesma data informou que o sacado das notas fiscais/faturas foi sempre a Artecola Indústrias Químicas Ltda. sendo que posteriormente efetuava o rateio As demais empresas do grupo, tendo entregue uma planilha onde consta o nome do beneficiário, o valor do beneficio, nota fiscal, data do pagamento e a empresa responsável pelo pagamento daquele beneficiário; que de acordo com o Art. 358 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto 3.000/98, integrarão a remuneração dos beneficiários as despesas com Fl. 305DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 11065.001419/200563 Acórdão n.º 220201.884 S2C2T2 Fl. 130 5 benefícios e vantagens concedidos pela empresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores, pagas diretamente ou através da contratação de terceiros, tais como a aquisição de alimentos ou quaisquer outros bens para utilização pelo beneficiário fora do estabelecimento da empresa; que, ainda, de acordo com o art. 358 do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto 3.000/98 a empresa deverá identificar os beneficiários dos rendimentos e adicionará aos respectivos salários os valores a elas correspondentes. Caso os valores não tenham sido adicionados da forma descrita haverá a tributação dos respectivos valores, exclusivamente na fonte, observado o disposto no art. 675 do RIR/99; que conforme resposta da própria fiscalizada ela não adicionou os valores dos prêmios de produtividade aos salários/remuneração dos beneficiários, o que implica a tributação exclusiva na fonte dos respectivos valores, à alíquota de trinta e cinco por cento (35%), nos termos do art. 675 do RIR/99. O art. 61 da Lei n ° 8981/95 estabelece que rendimento será considerado liquido, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto, sobre o qual recairá o imposto. Em sua peça impugnatória de fls. 210/215, instruída pelos documentos de fls. 216/250, apresentada, tempestivamente, em 27/05/2005, a contribuinte, se indispõe, de forma parcial, contra a exigência fiscal, solicitando que seja acolhida à impugnação para declarar a insubsistência do Auto de Infração, com base, em síntese, nos seguintes argumentos: que o valor do imposto efetivamente devido de R$ 379.508,97, considerando ainda a redução da multa em 50%, correspondente aplicação da alíquota de 27,5% sobre os valores dos prêmios atribuídos a cada um dos beneficiários foi devidamente recolhido. 0 valor do imposto foi registrado contabilmente na forma de crédito da Empresa perante cada um dos beneficiários em vista do pagamento ter sido efetuado a maior, ou seja, sem a dedução do imposto; que no anobase de 2000 foram realizados pagamentos em favor dos gerentes e administradores em forma de prêmio produtividade. Os benefícios a titulo de prêmio foram realizados através de uma empresa terceirizada, mediante a prestação de serviços tecnologicamente desenvolvidos de programas de marketing de relacionamento, motivação, incentivo e fidelidade; que os pagamentos dos prêmios foram realizados por intermédio da Incentive House, mediante apresentação de Notas Fiscais Faturas contemplando os valores do incentivo produção por funcionário e o valor correspondente a comissão desta Empresa pelos serviços prestados. Ainda com relação às Notas Fiscais, foram prestadas todas as informações necessárias a perfeita identificação de todos os beneficiários dos prêmios inclusive com a indicação do cargo/função por estes exercidos; que diante da análise realizada pela fiscalização sobre todas as informações e documentos apresentados, entendeu a autoridade fiscal tratarse de remuneração indireta, prevista no art. 358 do RIR/99; que em face da não inclusão dos rendimentos nos salários, incide a tributação na fonte a alíquota de 35%, de forma exclusiva; que o rendimento foi classificado como remuneração indireta, como beneficio e vantagem concedida em favor de administradores, diretores, gerentes e seus assessores. Outrossim, equivocadamente foi atribuída ao referido rendimento a titulo de prêmio Fl. 306DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN 6 a tributação a alíquota de 35%, de forma exclusiva, com o reajustamento da base de cálculo sobre o valor efetivamente recebido, considerado como liquido; que ocorre que este tratamento só é aplicável nas hipóteses de os rendimentos não terem sido agregados ao salário e não identificados os beneficiários, situação esta que não ocorreu. Em todos os pagamentos efetuados os funcionários foram devidamente identificados, inclusive com a indicação das atribuições exercidas na Empresa. Oportunamente destacamos a redação dos arts. 358 e 622 do RIR/99; que em todos os dispositivos mencionados verificase que a condição para a aplicação da alíquota majorada e ao reajustamento da base de cálculo é a falta de identificação dos beneficiários e a falta da adição ao salário. Caso o legislador quisesse dar o mesmo tratamento aos rendimentos somente pela não inclusão aos salários teria utilizado a conjunção "ou"; que verificase que o simples fato de na época tais valores não terem sido incorporados aos salários não impede que seja agora reconhecido, pois neste momento também é que está sendo oferecido A tributação, onde deverá ser calculada mediante a aplicação da tabela. Não há que se falar em tributação exclusiva com majoração da alíquota para 35% em vista de que os dois requisitos para a aplicabilidade nesta forma de tributação não foram satisfeitos, pois todos os beneficiários foram identificados; que tendo em vista a falha cometida pela Empresa, agora corrigida pelo recolhimento efetuado nos termos do item 02 anterior, sem dúvida o fisco recebeu o imposto de renda correspondente As vantagens pagas aos colaboradores da Empresa. Em face da não retenção, cabe a Empresa recuperar o valor do imposto de renda junto a cada um dos que receberam valores com vista a refazerse do prejuízo decorrente do erro em que incidiu; que, ante o exposto, pelas razões de fato e de direito, requer a impugnante seja cancelado o lançamento com a tributação à alíquota de 35% sobre uma base reajustada, limitandose ao cálculo mediante a aplicação da tabela progressiva, qual seja, a 27,5% sobre os valores efetivamente pagos. Após resumir os fatos constantes da autuação e as principais razões apresentadas pela impugnante, os membros da Primeira Turma da Delegacia da Receita do Brasil de Julgamento em Porto Alegre RS, concluíram pela procedência da ação fiscal e pela manutenção do crédito tributário, com base, em síntese, nas seguintes considerações: que a contribuinte não tem razão. 0 lançamento baseouse nos arts. 622 e 675 do RIR/99, os quais encontram suas fontes no art. 74 da Lei n° 8.383/91 e no art. 61 da Lei 8.981/95, adiante transcritos; que o silogismo estabelecido pela legislação é o seguinte: (a) premissa maior: em caso de remuneração indireta paga a administradores, diretores, gerentes e seus assessores, diretamente ou através da contratação de terceiros, se não houver identificação dos beneficiários e adição dos valores correspondentes aos respectivos salários, os rendimentos devem ser tributados exclusivamente na fonte, à alíquota de 35% e com reajustamento do respectivo valor bruto; (b) premissa menor: a autuada identificou os beneficiários, mas não adicionou os valores correspondentes aos salários (cumpriu apenas uma das exigências legais); (c) conclusão: os rendimentos são tributados exclusivamente na fonte, à alíquota de 35% e com reajustamento do respectivo valor bruto; Fl. 307DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 11065.001419/200563 Acórdão n.º 220201.884 S2C2T2 Fl. 131 7 que a tese exposta pela impugnante altera a lógica da lei, instituindo silogismo equivocado: (a) premissa maior: a tributação exclusiva na fonte da remuneração indireta, à alíquota de 35% e com reajuste da base de cálculo, depende da ocorrência conjunta de duas condições: os rendimentos não terem sido agregados aos salários e os beneficiários não terem sido identificados; (b) premissa menor: os beneficiários foram identificados (apesar de os rendimentos não terem sido agregados aos salários); (c) conclusão: não deve haver a tributação exclusiva na fonte. A ementa que consubstancia a presente decisão é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Período de apuração: 20/01/2000 a 28/11/2000 REMUNERAÇÃO INDIRETA. A remuneração indireta paga a administradores, diretores, gerentes e assessores, cujos rendimentos não tenham sido incorporados aos salários dos beneficiários, sujeitase à aplicação da alíquota na fonte de 35%, com reajuste da base de cálculo. Lançamento Procedente Cientificado da decisão de Primeira Instância, em 09/04/2009, conforme Termo constante às fls. 260/262, e, com ela não se conformando, a contribuinte interpôs, em tempo hábil (06/05/2009), o recurso voluntário de fls. 263/271, instruído pelos documentos de fls. 272/284, no qual demonstra irresignação parcial contra a decisão supra, baseado, em síntese, nas mesmas razões expendidas na fase impugnatória. É o relatório. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN 8 Voto Conselheiro Nelson Mallmann, Relator O presente recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal e deve, portanto, ser conhecido por esta Turma de Julgamento. Não há argüição de qualquer preliminar. Da análise da matéria contida nos autos, verificase que a autoridade lançadora entendeu haver falta de recolhimento de Imposto de Renda na Fonte sobre remuneração indireta. Ou seja, não houve recolhimento de imposto sobre o valor de pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas a titulo de remuneração indireta, aos sócios, administradores, diretores, gerentes e seus assessores. Observase que a própria fiscalizada concorda de que ela não adicionou os valores dos prêmios de produtividade aos salários/remuneração dos beneficiários, o que, a princípio, implica a tributação exclusiva na fonte dos respectivos valores, a alíquota de trinta e cinco por cento (35%), nos termos do art. 675 do RIR/99. O art. 61 da Lei n° 8.981, de 1995 estabelece que o rendimento será considerado liquido, cabendo o reajustamento o respectivo rendimento bruto, sobre o qual recairá o imposto. Inconformada, inicialmente, apresenta a sua peça impugnatória de forma parcial, alegando que o valor do imposto efetivamente devido de R$ 379.508,97, considerando ainda a redução da multa em 50%, correspondente aplicação da alíquota de 27,5% sobre os valores dos prêmios atribuídos a cada um dos beneficiários foi devidamente recolhido. O valor do imposto foi registrado contabilmente na forma de crédito da Empresa perante cada um dos beneficiários em vista do pagamento ter sido efetuado a maior, ou seja, sem a dedução do imposto e requer que seja cancelado o lançamento com a tributação à alíquota de 35% sobre uma base reajustada, limitandose ao cálculo mediante a aplicação da tabela progressiva, qual seja, a 27,5% sobre os valores efetivamente pagos. Agora em virtude de não ter logrando êxito na instância inicial, a contribuinte apresenta a sua peça recursal a este E. Conselho de Contribuintes pleiteando a reforma da decisão prolatada na Primeira Instância onde, argúi a improcedência parcial da autuação com base, em síntese, nos mesmos argumentos apresentados na fase impugnatória. Desta forma, a discussão neste colegiado se restringe sobre a interpretação do art. 74 da Lei 8.383, de 1991, combinado com o art. 61 da Lei nº 8.981, de 1995: Diz a Lei n° 8.383, de 1991: Art. 74 – Integrarão a remuneração dos beneficiários: I – a contraprestação de arrendamento mercantil ou o aluguel ou, quando for o caso, os respectivos encargos de depreciação, atualizados monetariamente até a data do balanço: Fl. 309DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 11065.001419/200563 Acórdão n.º 220201.884 S2C2T2 Fl. 132 9 a) de veículo utilizado no transporte de administradores, diretores, gerentes e seus assessores ou de terceiros em relação à pessoa jurídica; b) de imóvel cedido para uso de qualquer pessoa dentre as referidas na alínea precedente; II – as despesas com benefícios e vantagens concedidos pela empresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores, pagos diretamente ou através da contratação de terceiros, tais como: a) a aquisição de alimentos ou quaisquer outros bens para utilização pelo beneficiário fora do estabelecimento da empresa; b) os pagamentos relativos a clubes e assemelhados; c) o salário e respectivos encargos sociais de empregados postos à disposição ou cedidos, pela empresa, a administradores, diretores, gerentes e seus assessores ou de terceiros; d) a conservação, o custeio e a manutenção dos bens no item I. § 1° A empresa identificará os beneficiários das despesas e adicionará aos respectivos salários os valores a elas correspondentes. Diz a Lei n° 8.981, de 1995: Art. 61 Fica sujeito à incidência do imposto de renda exclusivamente na fonte, à alíquota de 35%, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais. § 1° A incidência prevista no caput aplicase, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou sua causa, bem como à hipótese de que trata o § 2°, do art. 74, da Lei n° 8.383, de 1991. § 2° Considerase vencido o imposto de renda na fonte no dia do pagamento da referida importância. § 3° O rendimento de que trata este artigo será considerado líquido, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto. No passado, em razão de dúvidas suscitadas pelos contribuintes do imposto de renda acerca do tratamento tributário dos salários indiretos, também chamados “fringe benefits”, concedidos pelas empresas a administradores, diretores, gerentes ou seus assessores, ou a terceiros que a Coordenação do Sistema de Tributação emitiu o Parecer Normativo n° 11, de 30 de setembro de 1992, que em suma diz sobre o assunto em questão: Os salários indiretos concedidos pelas empresas e pagos a administradores, diretores, gerentes e seus assessores como benefícios e vantagens adicionais, decorrentes de cargos, Fl. 310DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN 10 funções ou empregos, serão considerados como custos ou despesas operacionais, dedutíveis para efeito de apuração do lucro real, se atenderem as condições e limites previstos na legislação do imposto de renda. O valor do imposto pago nas condições previstas no § 2° do art. 74 da Lei n° 8.383, de 1991, poderá ser considerado custo ou despesa operacional caso os salários indiretos pagos também o sejam. (...). 7 – Preliminarmente, cumpre esclarecer que apenas são tributáveis, na forma do art. 74, da Lei n° 8.383, de 1991, os benefícios e vantagens concedidos a administradores, diretores, gerentes e seus assessores, ou a terceiros em relação à pessoa jurídica, sendo excluídos deste regime de tributação os benefícios e vantagens quando concedidos a empregados não integrantes das categorias funcionais referidas expressamente no dispositivo legal citado. 8 – É no Parecer Normativo CST n° 48/72 e na Instrução Normativa SRF n° 2/69 que vamos encontrar o conceito de administradores, diretores e sócios, cuja remuneração sujeitase aos limites e condições estabelecidos na legislação do imposto de renda para efeito de dedutibilidade de tais dispêndios como despesa operacional: 8.1 – Administradores – Pessoas que praticam, com habitualidade, atos privativos de gerência ou de administração de negócios da empresa, e o fazem por delegação ou designação de assembléia, de diretoria ou de diretor. São excluídos desta conceituação, os empregados que trabalham com exclusividade, em caráter permanente, para uma empresa, subordinada hierárquica e juridicamente e, como meros prepostos ou procuradores, mediante outorga de instrumento de mandato, exercem essa função cumulativamente com as de seus cargos efetivos e percebem remuneração ou salário constante do respectivo contrato de trabalho, provado com carteira profissional. 8.2 – Diretores – Denominação dada a toda pessoa que dirige ou administra um negócio ou uma soma determinada de serviços. Exercem a direção mais elevada de um instituição ou associação civil, de uma companhia ou sociedade comercial, podendo ou não ser acionistas ou associados. Os diretores são, em princípio, escolhidos por eleição de assembléia, aos períodos assinalados nos estatutos ou nos contratos sociais. 8.3 – Sócio, Diretor ou AdministradorEmpregado. Nos casos de sócio, diretor ou administrador que sejam, concomitantemente, empregados da empresa, os rendimentos auferidos, seja a título de remuneração como dirigente, seja como retribuição do trabalho assalariado, estão sujeitos, no seu total, aos limites e condições estabelecidos pela lei. (...). Fl. 311DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 11065.001419/200563 Acórdão n.º 220201.884 S2C2T2 Fl. 133 11 12 – A despeito de os salários indiretos abrangerem as despesas particulares dos administradores, diretores, gerentes e seus assessores, nela incluídas despesas de supermercado e cartões de crédito, pagamento de anuidade de colégios, clubes, associações, etc., julgamos despiciendo tecer maiores considerações acerca da indedutibilidade de tais gastos para fins de apuração do lucro real, face à sua obviedade. Uma vez adicionados às remunerações dos beneficiários, os salários indiretos serão tratados como despesas operacionais dedutíveis, observadas as condições previstas na legislação tributária.” Segundo se infere da legislação mencionada, é cristalino que procede o argumento da fiscalização que no caso em pauta, qual seja da autuada propiciar o pagamento de prêmios para os funcionários graduados da empresa (diretores, gerentes, assessores, etc.), caracteriza salários indiretos e se sujeitam as normas do art. 74, da Lei n° 8.383, de 1991, combinado com o art. 61, da Lei n° 8.981, de 1995. De acordo com as normas, acima reproduzidas, a lei estabelece 3 (três) hipóteses distintas de incidência do Imposto de Renda exclusivamente na fonte, a saber: a) – Pagamentos efetuados a beneficiários não identificados – quando a Pessoa Jurídica, devidamente intimada, não logra êxito em identificar para quem efetuou o pagamento, ou se o Fisco fizer prova de que o beneficiário que a Pessoa Jurídica registrou e aponta como recebedor do pagamento, de fato, nada tenha recebido; b) – Pagamentos sem causa – a Pessoa Jurídica não logra êxito em comprovar a efetividade da operação relacionada ao pagamento, ou se o Fisco fizer prova de sua inidoneidade, ou seja, de que a operação não se realizou. No caso de pagamentos efetivos de operações inexistentes, lastreados em documentação inidônea, além do lançamento do IRF, é cabível a glosa dos custos/despesas, tratandose de Pessoa Jurídica optante pelo lucro real; c) – Concessão de benefícios indiretos de que tratam o artigo 74 da Lei nº 8.383, de 1991 – se o valor correspondente ao benefício for tratado como remuneração dos beneficiários para fins de incidência do imposto de renda. Em relação às hipóteses “a” e “b” cabe ao fisco, antes de qualquer coisa, assegurarse de que os pagamentos foram realizados, pois o fato gerador ocorre justamente pela percepção desses valores pelos beneficiários. A ocorrência do pagamento deve estar provada. Todavia, essa prova pode ser feita com a própria contabilidade da empresa. Nesse caso, se houver erro nos registros contábeis, o ônus da prova é do interessado. No que tange ao item “c”, cabe ao fisco fazer prova da ocorrência dos benefícios indiretos. É de se frisar, que o que está sendo tributado, exclusivamente na fonte, são os rendimentos recebidos pelos terceiros, sócios ou pessoas não identificadas. O interessado é o sujeito passivo da obrigação tributária por ter realizado o pagamento irregular. Não se trata de tributação dos recursos utilizados nos pagamentos, até porque, em princípio, o ingresso de tais recursos se deu de forma regular. Todavia, em que pese tudo isso, data máxima vênia, entendo que ficou perfeitamente definido o fato gerador do Imposto de Renda na Fonte com base no artigo 61 da Fl. 312DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN 12 Lei n.º 8.981, de 1995. Já que o seu aparente nó górdio situase na fronteira entre a ocorrência ou não da efetuação do pagamento dos valores lançados, pressupostos materiais para o necessário enquadramento naquele tipo legal. Nos autos, restou devidamente comprovado que os pagamentos existiram. Como visto na legislação de regência, nos casos em que for confirmado o pagamento dos salários indiretos, também chamados “fringe benefits”, concedidos pelas empresas a administradores, diretores, gerentes ou seus assessores, cujos valores não foram adicionados as respectivas remunerações, na época própria, serão considerados como valores líquidos recebidos cabendo o reajustamento da base de cálculo, cujo imposto será calculado a uma alíquota de 35%, como sendo exclusivo de fonte. No presente caso, os rendimentos pagos serão considerados líquidos, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto a alíquota de 35%. Assim sendo, improcedente o pedido da recorrente para que seja cancelado o lançamento com a tributação à alíquota de 35% sobre a base de cálculo reajustada, limitandose ao cálculo mediante a aplicação da tabela progressiva, qual seja, a 27,5% sobre os valores efetivamente pagos. Diante do conteúdo dos autos e pela associação de entendimento sobre todas as considerações expostas no exame da matéria e por ser de justiça, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Fl. 313DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN Processo nº 11065.001419/200563 Acórdão n.º 220201.884 S2C2T2 Fl. 134 13 Declaração de Voto Fl. 314DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 27/06/2012 por NELSON MALLMANN
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Numero do processo: 10120.009978/2009-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3201-000.297
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos propostos pela relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos propostos pela relatora. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Adriene Maria de Miranda Veras e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Marcelo Ribeiro Nogueira. RELATÓRIO O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 2 2 Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Trata o presente processo de pedido de restituição, formalizado em formulário, no qual a contribuinte acima identificada pretende recuperar valores pagos a título de Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CIDE Combustível, na aquisição de combustíveis efetuada no período de agosto a dezembro de 2004, no total de R$ 325.596,72, sob o argumento de desvio de finalidade de aplicação dos recursos da referida contribuição. Ao examinar a questão, a autoridade fiscal competente no despacho decisório (fls. 87 a 93), resolveu indeferir o pedido de restituição, por ausência do pagamento indevido ou a maior; crédito líquido e certo, e falta de legitimidade para pleitear a restituição. A contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 23/12/2009 (AR – fl. 96). Inconformada apresentou em 22/01/2010, a manifestação de inconformidade (fls. 97 a 110), na qual transcreve os fatos, discorre sobre o recolhido indevido da CIDECombustível incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico, instituída pelo artigo 1° da Lei n° 10.336, de 2001, em função dos arts. 149 e 177 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda nº 33, de 2001, e, em resumo, apresenta os seguintes argumentos: 1.1 DA LEGITIMIDADE. embora não sendo contribuinte da CIDE, a possibilidade jurídica do pedido, caracterizase pela sua atividade, consumidora final do produto que sofreu a incidência dessa contribuição, quando da compra de combustíveis, assumindo inteiramente o ônus e/ou suportando o encargo financeiro respectivo; o direito ao crédito da CIDE não se restringe ao contribuinte de direito, mas da condição prevista no artigo 166 do CTN, ou seja, contribuinte de fato, tendo em vista que adquiriu os produtos inerentes à sua atividade na qualidade de sujeito final da operação tributável da CIDE–Combustível; ao adquirir os produtos do contribuinte de direito suportou a incidência e repercussão final da referida contribuição lançada em toda a cadeia tributária. Assim, embasada no artigo 166 do CTN, é a parte ativa, afastandose a afirmação de que somente seria possível ao Produtor, Formulador e Importador dos combustíveis, ingressar contra o Fisco para pleitear a restituição de valores recolhidos indevidamente a título de CIDE – Combustível; 1.2 INEXISTÊNCIA DE DARF. a ausência de DARF justificase, por ser contribuinte de fato, não estando seu ônus representado em guia DARF, mas pelas notas fiscais Fl. 159DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 3 3 comprobatórias de aquisição dos combustíveis. A emissão de DARF para recolhimento é ato acessório, cuja obrigação é atribuída ao contribuinte de direito da contribuição; a planilha acostada aos autos demonstra que seu crédito não se baseou nos DARF, mas, nas Notas Fiscais de aquisição de combustível junto ao Produtor, no período de agosto a dezembro de 2004, que resultou crédito no montante de R$ 325.596,72; 1.3 DO DIREITO a Constituição Federal, nos artigos 149 e 177, visou garantir a atuação da União quanto à instituição das contribuições sociais e intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, especialmente as incidentes nas atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível; a CIDECombustível será revertida ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e ao financiamento de programas de infra estrutura de transportes; a contribuição nasceu com a Emenda Constitucional n° 33, de 2001, que inseriu o parágrafo 4º ao art. 177 da Carta Magna, e instituída pela Lei n° 10.336/2001, alterada pela Lei 10.363/2002, que estabeleceu novas alíquotas e a destinação e objetivos essenciais; 1.4 DESVIO DE FINALIDADE com arrimo na doutrina, o traço marcante e distintivo da contribuição de intervenção no domínio econômico é a obediência às finalidades que justificam a sua criação. Assim também está a jurisprudência do STF (RE n° 209.3653/SP); o desvio de finalidade dos recursos da CideCombustível foi reconhecido por decisão do TCU. Assim, constado desvio de finalidade, ocorre o indevido pagamento da CIDE e, por conseqüência, o direito líquido e certo de pleitear a sua restituição; 1.5 DA INEXIGIBILIDADE DA CONTRIBUIÇÃO. a Constituição Federal determinou ser obrigatória a vinculação entre os valores arrecadados com a CIDE e a sua aplicação, o que em nenhum momento diverge do texto legal. A CIDECombustível passou a ser devida a partir de janeiro de 2002 para garantir investimentos na infraestrutura de transportes e recuperar o meio ambiente danificado pelo uso do petróleo, gás e álcool; Fl. 160DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 4 4 o produto da arrecadação da Cidecombustível seria destinado, na forma da lei orçamentária, ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo; ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás e financiamento de programas de infra estrutura de transportes; para Cretella Júnior (Tratado de Direito Administrativo. RJ. Forense, 1966. V. 2.) desvio de finalidade consiste no afastamento do espírito da lei, ou seja, "desvirtuando o fim, desvirtuase o ato, eivase de vício irreparável, configurase denominado desvio do fim, desvio de finalidade ou desvio de poder"; o Conselho de Contribuintes, em análise de aplicação e interpretação de legislação, firmou entendimento quanto à necessária observância e convergência entre lei e finalidade, posicionandose no sentido de que "não atender ao fim legal é desatender à própria lei"; não restam dúvidas quanto à possibilidade de restituição dos valores por ela recolhidos da CIDECobustíveis, nos moldes da legislação vigente, que comprovadamente sofreram desvinculação entre lei e sua finalidade, não atendendo, assim, ao preceito constitucional; demonstrada regularidade de sua pretensão, resta incontestável seu direito de pleitear/repetir a restituição dos valores da CIDE–Combustível, relacionados na planilha anexada ao pedido inicial, recolhidos indevidamente no período R$ 325.596,72, com as atualizações monetárias correspondentes. No pedido, requer seja acolhida a sua manifestação de inconformidade para reformar o despacho decisório; deferir o pedido de restituição; reconhecer o seu direito à restituição dos valores pagos a título de CIDECombustível, corrigidos por índices que reflitam a real variação inflacionária do período ou sejam ainda homologadas compensações porventura realizadas com créditos objeto do Pedido de Restituição e finalmente a suspensão de quaisquer cobranças de débitos tributários, por ser da mais colimada ordem de direito e lídima Justiça.” O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/BSB n° 0337.392, de 09/06/2010, proferida pelos membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 LEGITIMIDADE RESTITUIÇÃO CIDECOMBUSTÍVEL . COMPETÊNCIA PARA AFASTAR NORMA LEGAL. A legitimidade para pleitear a restituição de valores da CIDECombustível pagos indevidamente somente cabe ao contribuinte (produtor, formulador e importador, pessoa física ou jurídica) que tenha relação jurídica pessoal e direta com o fato gerador dessa contribuição, estabelecida pela norma tributária. A contribuinte de Fl. 161DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 5 5 fato (consumidora final) não ocupa o pólo passivo da relação jurídicotributária pessoal e direta com o fato gerador da CIDECombustível. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” O julgamento foi no sentido de considerar improcedente a manifestação de inconformidade, tendo em vista que a empresa não tem legitimidade para pleitear a restituição de valores da CIDECombustível pagos indevidamente, pois somente cabe ao contribuinte (produtor, formulador e importador, pessoa física ou jurídica) que tenha relação jurídica pessoal e direta com o fato gerador dessa contribuição, estabelecida pela norma tributária. A contribuinte de fato (consumidora final) não ocupa o pólo passivo da relação jurídicotributária pessoal e direta com o fato gerador da CIDECombustível. O Contribuinte protocolizou o Recurso Voluntário. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o Relatório. VOTO Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim Não obstante o despacho, (com numeração a punho de fl. 152) do SEORT da Delegacia da Receita Federal em Goiânia/GO, onde consta que a contribuinte foi cientificada em 16/07/2010 (fls. 128/129), do teor do Acórdão n° 0337.392 da 4ª Turma da DRJ/BSB de 10.06.2010 (fls. 121/127) e apresentou, tempestivamente, em 17.08.2010, recurso voluntário, cujo documento foi juntado às fls. 130/151 numerado e rubricado. Apesar da declaração de tempestividade do recurso voluntário acima, para que fique bem claro para fins de possibilitar a análise do mérito, dessa forma, voto por que se CONVERTA O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para: que o órgão de origem, verifique, de fato, a tempestividade ou não do recurso voluntário, a despeito do despacho mencionado acima, tendo em vista, AR à fl. 129, com recebimento em 16/07/2010 e o RV apresentado, consta carimbo, em sua primeira folha, com data de 18/08/2010, à fl. 130, contrariando a data aludida. Concluída a diligência solicitada, retornem os autos para prosseguimento por este Conselho. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 162DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10120.009978/200971 Resolução n.º 3201000.297 S3C2T1 Fl. 6 6 Fl. 163DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 1 4/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
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