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Numero do processo: 13603.000075/2005-66
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Mar 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Período de apuração: 01/10/1995 a 28/02/1996
Ementa: PIS. RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS. PRAZO PRESCRICIONAL.
O prazo prescricional para o pedido de repetição de indébito junto à Administração Tributária é de 10 anos contados do fato gerador, para pedidos protocolizados anteriormente a 8 de junho de 2005 (data de entrada em vigência da Lei Complementar nº 118, de 9 de fevereiro de 2005). RE 566.621/RS - com repercussão geral.
Recurso do Contribuinte provido
Numero da decisão: 9303-001.922
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar
provimento ao recurso especial, determinando o retorno dos autos ao órgão julgador de 1ª instância para análise das demais questões.
Nome do relator: Marcos Aurélio Pereira Valadão
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/1995 a 28/02/1996 Ementa: PIS. RESTITUIÇÃO DE TRIBUTOS. PRAZO PRESCRICIONAL. O prazo prescricional para o pedido de repetição de indébito junto à Administração Tributária é de 10 anos contados do fato gerador, para pedidos protocolizados anteriormente a 8 de junho de 2005 (data de entrada em vigência da Lei Complementar n º 118, de 9 de fevereiro de 2005). RE 566.621/RS com repercussão geral. Recurso do Contribuinte provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso especial, determinando o retorno dos autos ao órgão julgador de 1ª instância para análise das demais questões. Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto. Fl. 236DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 Marcos Aurélio Pereira Valadão Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Possas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Gileno Gurjão Barreto (Substituto convocado) e Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto). Relatório Por descrever os fatos do processo de maneira adequada adoto, com adendos e pequenas modificações para maior clareza, o Relatório da decisão da Segunda Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes: Tratase de recurso voluntário contra acórdão da 1ª Turma da DRJ, que mantendo decisão de origem interpretou que o direito de pleitear restituição do PIS extinguese em cinco anos, contados do pagamento. Conforme a fl. 03, os recolhimentos aos quais se refere o indébito alegado foram efetuados entre 14/11/1995 e 15/03/1996 e correspondem aos períodos de apuração de 11/1995 a 02/1996. Na origem, o Pedido de Restituição de fl. 01, protocolizado em 13/01/2005 e seguido de diversas Declaração de Compensação transmitidas entre 14/01/2005 e 04/07/2005 (ver relação nas fls. 41/42), foi indeferido em face da decadência. Na peça recursal a empresa contesta o prazo extintivo decretado na origem e mantido na DRJ, argüindo, em síntese, que o intervalo de tempo para repetir o indébito só se inicia após decorridos cinco anos do fato gerador, quando ocorre a homologação tácita, devendo ser acrescido de mais cinco (tese dos cinco mais cinco, adotada pelo STJ), e alega também a irretroatividade da LC 118/2005. Indo além da decadência, trata da MP n° 1.212/95 e, levando em conta a inconstitucionalidade do art. 18, in fine, da Lei n° 9.715/98, afirma ‘durante a vacio legis (sic) que foi originada pela aplicação do princípio da noventena sobre a MP 1.212/95, permitiu que os contribuintes deixassem de recolher o PIS na medida em que não existia qualquer diploma legal que produzisse efeitos durante o período de 10/95 a 02/96.’ (fl. 115). A 1ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF negou provimento ao recurso voluntário. O acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/10/1995 a 28/02/1996 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Fl. 237DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13603.000075/200566 Acórdão n.º 930301.922 CSRF‐T3 Fl. 217 3 Nos termos dos arts. 168, I, e 150, § 1%, do CTN, o direito de pleitear a repetição de indébito tributário oriundo de pagamentos indevidos ou a maior extinguese em cinco anos, a contar do pagamento. Recurso Negado. Irresignado, o sujeito passivo apresentou recurso especial às fls. 138/173, por meio do qual requer a reforma do acórdão ora fustigado. Insurgese quanto ao critério para a contagem da decadência do direito de pedir restituição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Alega em sua peça recursal que deve ser considerado como prazo decadencial o período de dez anos contados do pagamento indevido, por entender aplicável a tese dos "5+5". O recurso foi admitido pelo Presidente da Quarta Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF, por meio de despacho às fls. 190. A Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou contrarrazões às fls. 195/212. É o Relatório. Voto Conselheiro Relator Marcos Aurélio Pereira Valadão Ao contrário do que entende a Fazenda em suas Contrarrazões, entendo estar a divergência demonstrada no Recurso Especial proposto pelo contribuinte e conforme despacho de fls. 168/171., pois se o Acórdão apresentado não foi modificado, subsiste a divergência, além do que não se pode afirmar que neste caso há tese prevalecente, em virtude de jurisprudência cambiante sobre a matéria, na esfera administrativa e no judiciário, que só restou assentada depois do RE 566.621/RS. Em vista do exposto, conheço do Recurso Especial do Contribuinte, apresentado em boa forma. Superada a preliminar de admissibilidade passo ao mérito. A matéria posta à apreciação por esta Câmara Superior, referese ao termo inicial da contagem do prazo prescricional para pedido de restituição, restando superada a questão da semestralidade do PIS para o período em discussão, bem como outras questões suscitadas no curso do processo. Fl. 238DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 A decisão da 1ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF entendeu que o prazo prescricional é de cinco anos contados da data do pagamento, sendo que a PGFN também adota a mesma tese. O contribuinte entende que aplica a tese dos “5 mais 5“. Ambas as posições já foram sustentadas pelos diversos órgãos julgadores do CARF e do antigo Conselho de Contribuintes. Ambas as posições devem ser afastadas no caso presente. A primeira posição, sustentada pela PGFN e 1ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF é inaceitável, no que diz respeito ao período em discussão, como se demonstra adiante. A posição que deve ser aceita atualmente decorre da jurisprudência do STJ conforme estabelecida no julgamento do RE 566.621/RS (Relatora: Ministra Ellen Gracie, decidido em 04/08/2010), com repercussão geral, em que o STF reconheceu a aplicabilidade dos 10 anos contados da data do fato gerador para os pedidos de restituição protocolizados antes da data da vigência da LC nº 118/2005, o que se deu no caso presente, para os débitos referentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 18/09/1988 (o pedido referente ao presente processo foi protocolizado em 18/09/1998). Aplicado ao caso presente, é o que se conclui a partir da decisão do STF, conforme o voto da Ministra Ellen Gracie que foi ementado da seguinte forma: EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida Fl. 239DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 13603.000075/200566 Acórdão n.º 930301.922 CSRF‐T3 Fl. 218 5 sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Deve, portanto, ser revista a decisão recorrida. Os indébitos relativos aos fatos geradores anteriores a 28/09/1990 (período 01/01/1989 a 27/091990) foram atingidos pela prescrição, visto que o pedido foi protocolizado em 28/09/2000. São passíveis de restituição/compensação indébitos incorridos em relação aos fatos geradores ocorridos no período que vai de 28/09/1990 a 31/10/1993 A decisão recorrida se baseou em outros fundamentos para período anterior à vigência da LC 118/2005, devendo, portanto, ser revista. Neste sentido, deve ser afastada a prescrição em relação indébitos de PASEP referentes aos fatos geradores corridos a partir de 13/01/1995, considerando que o pedido de restituição foi protocolizado em 13/01/2005. Como os indébitos cuja repetição se pleiteia no presente caso ocorreram entre 14/11/1995 e 15/03/1996 e correspondem aos períodos de apuração, com fatos geradores ocorridos no período de 11/1995 a 02/1996, portanto, posteriores a 13/01/1995, há que se reconhecer o direito ao crédito. Isto posto, DOU provimento ao Recurso Especial para afastar a prescrição em relação indébitos pleiteados, resguardado o direito da Fazenda Nacional de averiguar a liquidez e certeza dos créditos compensáveis. Marcos Aurélio Pereira Valadão Fl. 240DF CARF MF Impresso em 21/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 02/08/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 16327.000682/2002-88
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jul 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STJ NO RITO DO ART. 543-C DO CPC.
Consoante art. 62-A do Regimento Interno do CARF “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento
dos recursos no âmbito do CARF”.
NORMAS GERAIS. PRAZO DECADENCIAL. TRIBUTOS SUJEITOS À MODALIDADE DE LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO STJ NO RITO DO ART. 543-C. Decisão do e. STJ no julgamento do Resp 973.733:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL
REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543-C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS
PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE.
1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o
crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro
dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia
ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento
antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o
mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel.
Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki,
julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP,
Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005).
2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito
Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o
Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e,
consoante doutrina abalizada, encontra-se regulada por cinco
regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi,
"Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max
Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210).
3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra
decadencial rege-se pelo disposto no artigo 173, I, do CTN,
sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em
que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde,
iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à
ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos
sujeitos a lançamento por homologação, revelando-se
inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos
previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante
a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal
(Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário
Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.
91/104; Luciano Amaro, "Direito TributárioBrasileiro", 10ª ed.,
Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de
Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed.,
Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199).
5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuida-se de tributo
sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege
de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não
restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos
imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro
de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deu-se em 26.03.2001.
6. Destarte, revelam-se caducos os créditos tributários
executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial
qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício
substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.
Numero da decisão: 9303-002.074
Decisão: Acordam os membros do colegiado: I) Por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial; e, II) no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial para afastar a decadência do período de apuração de março a novembro/1996. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo da Costa Pôssas e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento integral
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: Julio Cesar Alves Ramos
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado: I) Por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial; e, II) no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial para afastar a decadência do período de apuração de março a novembro/1996. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo da Costa Pôssas e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento integral
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DECADÊNCIA Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CREDICENTER EMPREENDIMENTOS E PROMOÇÕES LTDA NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STJ NO RITO DO ART. 543C DO CPC. Consoante art. 62A do Regimento Interno do CARF “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF”. NORMAS GERAIS. PRAZO DECADENCIAL. TRIBUTOS SUJEITOS À MODALIDADE DE LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO STJ NO RITO DO ART. 543C. Decisão do e. STJ no julgamento do Resp 973.733: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg Fl. 547DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito TributárioBrasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: I) Por unanimidade de votos, em conhecer do recurso especial; e, II) no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial para afastar a decadência do período de apuração de março a novembro/1996. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo da Costa Pôssas e Marcos Aurélio Pereira Valadão, que davam provimento integral Fl. 548DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 16327.000682/200288 Acórdão n.º 9303002.074 CSRFT3 Fl. 2 3 OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López e Gileno Gurjão Barreto Relatório A douta Procuradoria da Fazenda Nacional submete ao colegiado, mais uma vez, a questão do prazo decadencial para constituição de crédito tributário relativo a tributo sujeito às disposições do art. 150 do CTN. Na decisão recorrida afirmouse decaído o direito fazendário em relação aos períodos de apuração de março de 1996 a janeiro de 1997, uma vez que o lançamento (da COFINS) somente foi cientificado ao sujeito passivo em fevereiro de 2002. O recurso se fundamenta na divergência de entendimentos entre colegiados e apresentou acórdãos de outra Turma de Julgamento e da Câmara Superior (910100.460, da 1ª Turma, este último proferido em dezembro de 2009) que entenderam necessária a realização de pagamentos para que se aplicasse o prazo previsto no parágrafo quarto daquele dispositivo, enquanto a turma recorrida o aplicou sem qualquer verificação nesse sentido, provavelmente por entendêla desnecessária. Importa frisar que o recurso fazendário foi interposto em 16 de novembro de 2010 e que a decisão combatida fora proferida em 29 de julho daquele mesmo ano. Portanto, ambos, decisão e recurso, precedem a edição da Portaria MF 586, ocorrida apenas em dezembro daquele ano, que introduziu em nosso regimento o art. 62A. Vale dizer que o mesmo se passou com o exame de admissibilidade, cujo despacho foi prolatado em novembro de 2010, e com as contrarazões, entregues em 17 de dezembro de 2010, cinco dias antes da publicação da Portaria. Nelas, a recorrida pede, preliminarmente, a não admissibilidade do recurso com base na disposição do parágrafo 10 do art. 67 do mesmo regimento, dado que na data em que apresentado o recurso seria pacífica a jurisprudência da casa no sentido de que não se fazia necessário o pagamento. Para comproválo, insere na petição ementas de diversos julgados, inclusive o do Pleno, número 990000177, cuja data, no entanto, não constou. Naqueles em que constou a data, verificase que são, todos, mais antigos do que o apontado pela PFN em seu recurso. Com efeito, o mais recente data de 2007, enquanto o paradigma transcrito pela representação fazendária é de 2009 já aplicando o entendimento do STJ, provável motivo pelo que, mesmo julgadores que já haviam manifestado concordância com a tese da desnecessidade de pagamento, mudaram sua posição. Fl. 549DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 No mérito, insiste nesse entendimento, hoje aqui revisto por força do mencionado art. 62A. Subsidiariamente, pugna que, se aplicado o art. 173 como pretende a Fazenda, a decadência alcance inclusive o período de dezembro de 1996, não parando em novembro daquele ano como postulado no recurso. É o relatório Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Procurei registrar no relatório as datas relevantes para demonstrar por que entendo deva ser mesmo admitido o recurso, superandose a alegação aposta nas contrarazões. Com efeito, a leitura do acórdão paradigmático transcrito na íntegra pela Fazenda Nacional mostra que já em 2009 a 1ª Turma da Câmara Superior acolhia a tese nele sufragada. De fato, o acórdão largamente se baseia na reiteração pelo STJ de seu entendimento que veio a ser posteriormente confirmado em julgamento submetido à regra do art. 543C. Nesses termos, entendo que o acolhimento da pretensão da recorrida – superação da tese – exigiria a apresentação de algum julgado entre 2009 e julho de 2010 que o ratificasse. Longe disso, porém, o mais recente julgado por ele mencionado data de 2007. O mais relevante dentre eles, sem dúvida aquele proferido pelo Pleno, como já dito, não tem a indicação de data. Por fim, relevante também que, à exceção de um único que versa PIS, todos os julgados colacionados pelo sujeito passivo são oriundos da mesma 1ª Seção (ou correspondentemente, do Primeiro Conselho de Contribuintes) de onde promanou a decisão paradigmática apontada e integralmente transcrita pela PFN. Em conseqüência, conheço do recurso fazendário. E uma vez admitido, é imperioso hoje lhe dar provimento em face da disposição expressa do art. 62A. Registro que para mim seria ela desnecessária visto que sempre entendi imprescindível o pagamento. Na forma exigida pela disposição regimental, limitome a reproduzir o julgado em que o STJ, na forma do art. 543C, sepultou a discussão: “A insurgência especial cingese à decadência do direito de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à contribuições previdenciárias cujos fatos imponíveis ocorreram no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994. Deveras, a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). Fl. 550DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 16327.000682/200288 Acórdão n.º 9303002.074 CSRFT3 Fl. 3 5 O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, verbis : "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados : I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado ; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." Assim é que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito” Merece provimento, portanto, o apelo fazendário dado que não se verificou a decadência na forma definida na decisão objeto de recurso. Resta, entretanto, definir o seu limite, uma vez que a PFN pretende que o mês de dezembro de 1996 também não seja alcançado pela decadência. Embora assim particularmente pense, vejome obrigado a indeferir o pleito fazendário quanto ao ponto visto que o próprio ministro Luiz Fux é enfático em dizer que: "...o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação...”, Nessa linha, mesmo em relação ao período de apuração de dezembro, cujo prazo de recolhimento só se encerra em janeiro, no mínimo, do ano seguinte, para sua Exa, o prazo também se inicia no primeiro dia do exercício seguinte. Aplicando esse entendimento de sua Exa o Ministro ao caso concreto, o mês de dezembro de 1996 também teve o seu prazo decadencial iniciado em 1º de janeiro de 1997, finalizando, pois, em 31 de dezembro de 2001. Feito o lançamento somente em 2002, decaído estava o direito fazendário. Como conseqüência, voto por dar parcial provimento ao recurso para considerar não decaídos, por força do art. 173, I do CTN, os períodos de apuração março a novembro de 1996. É como voto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 551DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Fl. 552DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 13/08/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
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Numero do processo: 10675.002420/2002-11
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Nov 07 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Nov 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA OPERACIONAL BRUTA.
Consoante o parágrafo único do art. 3º da Lei 9.363/96, o conceito de receita operacional bruta para efeitos do incentivo fiscal por ela instituído deve ser buscado subsidiariamente na legislação do imposto sobre a renda. Por esse exato motivo, o inciso II do parágrafo 15 do art. 3º da Portaria MF nº 38/97 a
definiu como o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. Não há, pois, autorização legal ou ministerial para dela excluir a parcela decorrente da venda no mercado externo de produtos que não tenham sido fabricados pela postulante ao benefício.
NORMAS PROCESSUAIS. PRINCÍPIO DO NON REFORMATIO IN PEJUS. Deferida, ainda que indevidamente, a exclusão da parcela discutida da receita operacional bruta, a reforma de tal entendimento para que ela integre-a, bem como a receita de exportação, o que seria o correto, implicaria condenável reforma em prejuízo do recorrente, dado que leva a um valor ainda maior do incentivo discutido.
RESSARCIMENTO DE IPI. ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543-C.
Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de
“atualização monetária” do valor requerido quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164, RESP 1.150.188)
Numero da decisão: 9303-001.725
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: Julio Cesar Alves Ramos
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ementa_s : CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA OPERACIONAL BRUTA. Consoante o parágrafo único do art. 3º da Lei 9.363/96, o conceito de receita operacional bruta para efeitos do incentivo fiscal por ela instituído deve ser buscado subsidiariamente na legislação do imposto sobre a renda. Por esse exato motivo, o inciso II do parágrafo 15 do art. 3º da Portaria MF nº 38/97 a definiu como o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. Não há, pois, autorização legal ou ministerial para dela excluir a parcela decorrente da venda no mercado externo de produtos que não tenham sido fabricados pela postulante ao benefício. NORMAS PROCESSUAIS. PRINCÍPIO DO NON REFORMATIO IN PEJUS. Deferida, ainda que indevidamente, a exclusão da parcela discutida da receita operacional bruta, a reforma de tal entendimento para que ela integre-a, bem como a receita de exportação, o que seria o correto, implicaria condenável reforma em prejuízo do recorrente, dado que leva a um valor ainda maior do incentivo discutido. RESSARCIMENTO DE IPI. ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543-C. Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de “atualização monetária” do valor requerido quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164, RESP 1.150.188)
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BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA OPERACIONAL BRUTA. Consoante o parágrafo único do art. 3º da Lei 9.363/96, o conceito de receita operacional bruta para efeitos do incentivo fiscal por ela instituído deve ser buscado subsidiariamente na legislação do imposto sobre a renda. Por esse exato motivo, o inciso II do parágrafo 15 do art. 3º da Portaria MF nº 38/97 a definiu como o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia. Não há, pois, autorização legal ou ministerial para dela excluir a parcela decorrente da venda no mercado externo de produtos que não tenham sido fabricados pela postulante ao benefício. NORMAS PROCESSUAIS. PRINCÍPIO DO NON REFORMATIO IN PEJUS. Deferida, ainda que indevidamente, a exclusão da parcela discutida da receita operacional bruta, a reforma de tal entendimento para que ela integrea, bem como a receita de exportação, o que seria o correto, implicaria condenável reforma em prejuízo do recorrente, dado que leva a um valor ainda maior do incentivo discutido. RESSARCIMENTO DE IPI. ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543C. Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de “atualização monetária” do valor requerido quando o seu deferimento decorre de ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164, RESP 1.150.188) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Fl. 2080DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/01/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/01/2 012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator. EDITADO EM: 16/01/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martinez López e Susy Gomes Hoffmann Relatório A douta procuradoria da Fazenda Nacional impugna decisão proferida pela Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes que deu parcial provimento a recurso voluntário relativo a pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI de que trata a Lei 9.363, aqui calculado na forma alternativa instituída pela Lei 10.276/2001. O recurso especial pretendia a reforma do julgado quanto a três matérias, mas o Presidente da Quarta Câmara do CARF só entendeu comprovada a divergência quanto a duas delas, entendimento ratificado pelo Presidente do CARF à época. A primeira diz respeito ao conceito de receita operacional bruta para efeito de apuração do percentual a incidir sobre as aquisições para composição da base de cálculo do incentivo. Mais precisamente, quanto à inclusão ou não da parcela relativa às vendas no mercado externo de mercadorias adquiridas e não submetidas a qualquer processo de industrialização. Nos trabalhos de verificação fiscal a autoridade responsável, dando aplicação a ato declaratório normativo da SRF, entendeu que dita parcela não integraria a receita de exportação, mas seria incluída na receita operacional bruta. O recurso voluntário postulava a revisão desse entendimento para que dita parcela fosse computada em ambas as receitas, isto é, também fosse computada na receita de exportação. Não houve pleito para que ela fosse excluída da receita operacional bruta. No entanto, a decisão recorrida reviu esse entendimento e determinou sua exclusão, também, da receita operacional bruta, como NÃO fora postulado no recurso voluntário. Quanto à Receita Operacional Bruta, o que o recurso voluntário postulara fora que fosse excluída a parcela relativa à venda NO MERCADO INTERNO de mercadorias não submetidas a processo de industrialização. Essa pretensão lhe foi indeferida. A representação fazendária pugna pela manutenção do entendimento esposado pela SRF, ou seja, que ela seja excluída apenas da receita de exportação. O segundo apelo admitido disse respeito à possibilidade do cômputo da Selic no valor a ser ressarcido, deferido na decisão recorrida, incidindo a partir da data de protocolização do pedido. Defende a PFN, quanto ao ponto, necessidade de lei expressa Fl. 2081DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/01/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/01/2 012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10675.002420/200211 Acórdão n.º 9303001.725 CSRFT3 Fl. 2 3 concedendoa, dado que não se trata de mera correção ou atualização monetária, determinação legal essa inexistente. A empresa, cientificada do recurso especial, apresentou extensas contra razões em que, a par de postular a manutenção das parcelas objeto do recurso fazendário, tenta rediscutir a questão da inclusão ou não, na receita operacional bruta, da parcela relativa à revenda no mercado interno. Não manejou, entretanto, recurso especial quanto a isso. É o Relatório. Voto Conselheiro JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Como dito, o objetivo da Fazenda Nacional é restaurar a metodologia de cálculo do incentivo praticada pela fiscalização em atendimento ao disposto no ato declaratório normativo 18/98 expedido pelo Coordenador de Tributação da Secretaria da Receita Federal. Segundo ele, para apurar o percentual entre a receita de exportação e a operacional bruta, percentual esse que será aplicado sobre o valor das aquisições de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem para chegarse à base de cálculo do incentivo, devese excluir da primeira – e apenas dela – a parcela que corresponde às vendas no mercado externo de mercadorias adquiridas e não submetidas a qualquer operação de industrialização. Assim fazendo, obviamente, reduzse aquele percentual e, em conseqüência, o incentivo. A Câmara recorrida, reconhecendo a impropriedade de se tratar distintamente a mesma parcela, determinou que o cálculo se fizesse excluindoa também da receita operacional bruta. Na forma decidida, o critério deve ser único, e entenderam os membros do colegiado que o melhor é a exclusão tanto no numerador quanto no denominador da fração. Defende a representação fazendária a inexistência de permissivo legal para dita exclusão, na medida em que a própria lei instituidora do incentivo determinou o recurso subsidiário à legislação do imposto sobre a renda para o estabelecimento do conceito de receita operacional bruta. E como se sabe, lá não se faz qualquer distinção entre as vendas, sejam elas de produtos fabricados ou meramente revendidos. Tenho entendimento firmado, há muito tempo, no sentido de que a parcela discutida integra ambas, tanto a receita de exportação quanto a receita operacional bruta. Isso porque, se é verdadeiro o argumento fazendário quanto à Receita Operacional Bruta, ele se aplica do mesmo modo à receita de exportação. De fato, não há na legislação do imposto de renda, nem na legislação comercial, qualquer exclusão a ser feita, seja entre produtos fabricados e não fabricados ou qualquer outro. Receita de exportação é simplesmente aquela que resulta da venda de produtos ou serviços no mercado externo, em nada interferindo a natureza do produto ou do serviço. Fl. 2082DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/01/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/01/2 012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Esse é, aliás, o conceito proposto no primeiro ato administrativo editado para regular o incentivo, a Portaria 38/97 do Sr. Ministro da Fazenda. Vale dizer que somente o Ministro de Estado recebeu autorização legal para tal regulamentação (art. 6º da Lei 9.363) carecendo, pois, de competência o autor do ato expedido e seguido pela fiscalização. De sorte que não me parece duvidoso que a decisão proferida não aplicou da melhor forma a legislação ao manter a exclusão daquela parcela da receita de exportação e determinar que ela fosse excluída também da Receita Operacional Bruta. Deveria, ao contrário, mantêla na Receita Operacional Bruta – como já feito no trabalho fiscal – e determinar que ela fosse igualmente computada na receita de exportação. Até porque essa fora a postulação do recurso. É importante destacar que essa determinação levaria a que o direito do contribuinte fosse ainda maior do que o que lhe acabou deferido pela decisão extra petita. Aplicála agora, no entanto, pareceme impossível dado que levaria à reformatio in pejus contra a recorrente. Repitase que a primeira exclusão não é objeto do recurso fazendário. O que ele postula é que se determine apenas a inclusão na Receita Operacional Bruta, mantendose, ao mesmo tempo, sua exclusão da receita de exportação, o que é a forma de cálculo que leva ao menor dos valores. A isso, a meu ver, não se pode dar provimento. Nego, portanto, provimento ao recurso da Fazenda em relação a esse ponto. Quanto ao segundo aspecto do recurso, também não se pode dar provimento à Fazenda. Isso porque, o art. 62A, recentemente incluído no Regimento Interno do CARF, tornou obrigatória a adoção do entendimento expresso em decisão do STJ que tenha sido proferida na sistemática prevista no art. 543C. E naquele e. Tribunal Superior consolidouse o entendimento de que a Selic é devida exatamente na forma que foi concedida no julgamento contestado (REsp 993.164 e 1150188, ambos da relatoria do Ministro Luiz Fux). Destarte, com a ressalva de minha posição pessoal, que acolho todos os argumentos expendidos pela representação fazendária, nego provimento ao seu recurso neste particular. Destarte, é o meu voto pelo não provimento integral do recurso fazendário. E é assim que voto. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Relator Fl. 2083DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/01/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/01/2 012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10675.002420/200211 Acórdão n.º 9303001.725 CSRFT3 Fl. 3 5 Fl. 2084DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/01/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/01/2 012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 10120.007641/2004-14
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
MULTA DE OFÍCIO. EXACERBAÇÃO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. INFORMAÇÃO EM DCTF DE VALORES MENORES DO QUE OS APURADOS PELA PRÓPRIA EMPRESA. CARACTERIZAÇÃO.
Caracteriza o “evidente intuito de fraude” previsto no art. 44 da Lei 9.430/96 como causa de elevação da multa de ofício ao percentual de 150% do valor do débito a reiterada conduta do contribuinte de informar em suas DIPJ valores de receita menores do que os por ele mesmo apurados em sua escrita fiscal e regularmente informados ao fisco estadual, mormente quando
obstinadamente recusa-se a apresentar sua contabilidade e, intimado, não justifica plausivelmente as diferenças.
Numero da decisão: 9303-001.654
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial do Procurador. Vencidos os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Relator), Nanci Gama, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Maria Teresa
Martínez López. Designado o Conselheiro Júlio César Alves Ramos para redigir o acórdão.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: Rodrigo da Costa Possas
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EXACERBAÇÃO. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. INFORMAÇÃO EM DCTF DE VALORES MENORES DO QUE OS APURADOS PELA PRÓPRIA EMPRESA. CARACTERIZAÇÃO. Caracteriza o “evidente intuito de fraude” previsto no art. 44 da Lei 9.430/96 como causa de elevação da multa de ofício ao percentual de 150% do valor do débito a reiterada conduta do contribuinte de informar em suas DIPJ valores de receita menores do que os por ele mesmo apurados em sua escrita fiscal e regularmente informados ao fisco estadual, mormente quando obstinadamente recusase a apresentar sua contabilidade e, intimado, não justifica plausivelmente as diferenças. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial do Procurador. Vencidos os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Relator), Nanci Gama, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Maria Teresa Martínez López. Designado o Conselheiro Júlio César Alves Ramos para redigir o acórdão. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. (assinado digitalmente) RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Relator. (assinado digitalmente) JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS – Redator Designado Fl. 715DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 29/02/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 EDITADO EM: 20/10/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Rodrigo Cardozo Miranda, Júlio César Alves Ramos, Maurício Rabelo de Albuquerque Silva , Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra Acórdão proferido pelo Segundo Conselho de Contribuintes que deu provimento parcial ao Recurso Voluntário do contribuinte. O Recurso Especial interposto pelo contribuinte teve o seguimento negado por despacho do presidente da 4ª Câmara desta 3ª Sejul. Já o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional foi inteiramente admitido. A análise do presente recurso versará somente sobre a qualificação da multa, prevista no art. 44, inc. II, da Lei nº 9.430;96. Segundo a fiscalização a multa foi majorada em virtude da caracterização de artifício usado pelo contribuinte para reduzir pela metade os valores das contribuições a pagar, evidenciando o intuito de fraude contra a ordem tributária. Ainda segundo a autoridade fiscal, os procedimentos demonstram a consciência da conduta do contribuinte, visando eximirse do pagamento de grande parte das contribuições e tributos, pela omissão de declaração sobre a metade do faturamento da empresa durante quatro anos consecutivos (1999 a 2002) e conseqüente declaração a menor da contribuição. Além disso, o Auditor verificou a falsidade da alegação do contribuinte no sentido de que discordava das inovações da Lei nº 9.718/98, motivo pelo qual teria apurado a base de cálculo do PIS com base no lucro bruto, uma vez que o montante desse lucro informado nas declarações entregues varia entre 10 e 20 % da receita, sendo que o valor declarado como base de cálculo representa mais ou menos 50% da receita Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas Análise da Admissibilidade Fl. 716DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 29/02/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10120.007641/200414 Acórdão n.º 930301.654 CSRFT3 Fl. 708 3 Do exame dos Acórdãos confrontados, verificase que restou efetivamente comprovada e demonstrada a divergência de entendimentos quanto à questão da desqualificação da multa de oficio, prevista no art. 44, II da Lei n° 9.430/96. Enquanto que no Acórdão recorrido o Colegiado considerou que a reiteração da conduta do contribuinte em declarar ao Fisco valores inferiores aos devidos não caracteriza o evidente intuito de fraude, decidindo pela desqualificação da multa, o Acórdão paradigma, situação fática análoga, decidiu de forma diametralmente oposta, ou seja, que aquela conduta caracteriza o evidente intuito de fraude, devendo ser penalizada com a multa de oficio qualificada. Assim, estando presente todos os pressupostos de admissibilidade, passo a análise do mérito. O fato está devidamente relatado. Porém não basta simplesmente que este colegiado decida se a reiteração de conduta de prestar informação falsa enseja a majoração da multa ora capitulada. Como já dito o fato é conhecido, temos de adentrar na intenção, ou melhor, na prova que houve a intenção de fraude O cerne da discussão passa a ser a presença, ou não, do intuito, do animus, de fraudar, de sonegar. É sabido que as imputações e punições administrativas e penais são independentes, exceto nos casos em que o processo penal conclua pela ausência do fato ilícito ou pela negativa de autoria. Assim descabe a alegação do sujeito passivo em suas contra razões, que a própria fiscalização não tem certeza se houve ou não a intenção, ou mesmo a própria prática ilícita, quando relata na representação fiscal para fins penais que houve a prática, em tese, de crime. O Auditor não poderia afirmar que houve o ilícito penal, pois cabe ao poder judiciário fazêlo. Mas pode sim dizer afirmar que houve a prática do ilícito administrativo. O problema aqui passa a ser a questão da distribuição do ônus da prova. No presente caso é de suma importância a correta a correta análise das provas e de quem tem o ônus de provar. Não é fácil provar a intenção de se praticar algum ato. Assim quem pretende a prova desse tipo de conduta deve se cercar de provas cabais, pois prevalece o princípio da presunção da inocência, ou seja, quem alegar a intenção de outrem em praticar algum ato deve ter o ônus de provar que aquela conduta foi intencional e direcionada com o intuito de lesar, de fraudar. A fiscalização fez uma análise e comprovação precisa dos fatos. Mas quanto a intenção, não se passou do campo das presunções. De fato o contribuinte não se furtou, mesmo que com atrasos, a atender praticamente todas as determinações contidas nos termos a ele apresentados. Realmente houve fatos que ensejassem à presunção de fraude. Mas é necessário mais do meras presunções. Aqui prova irrefutáveis são necessárias e é o fisco que tem de produzilas. Até porque, se houvesse a inversão do ônus da prova, muita das vezes admitida no direito tributário, caberia ao contribuinte a necessidade de provas que não agiu com dolo ou máfé. Todos sabemos que a prova negativa é quase impossível de fazer e que, normalmente, o ônus da prova deve ser do Fl. 717DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 29/02/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 fato positivo e não negativo. Neste caso o ônus probatório é de quem alega. O fisco é quem alegou que houve e clara intenção e fraude e assim deve provar. Assim voto pelo não provimento do recurso especial. Rodrigo da Costa Pôssas Relator Voto Vencedor Incumbiume o Sr. Presidente da redação do acórdão pelo qual a maioria do colegiado deu provimento ao recurso fazendário para restabelecer a exasperação da multa ao percentual de 150% do valor da contribuição não recolhida, que havia sido reduzida para 75% na instância recorrida, única matéria objeto do recurso. E a principal razão para tanto não foi a mera reiteração da conduta. De fato, partilho as considerações do dr. Rodrigo Possas quanto à insuficiência desse fato per si . Efetivamente, tenho votado não ser suficiente a mera contumácia no procedimento de apurar a menor a base de cálculo das contribuições para demonstrar a intenção do agente de esconder o fato gerador ou suas circunstâncias materiais. É que, em muitos casos, podese aceitar que o contribuinte tenha apenas uma interpretação errada da legislação, que adotará enquanto não for informado de seu erro. Para isso, no entanto, é mister que informe corretamente o seu movimento comercial, isto é, a totalidade da receita auferida, além da base de cálculo que adotou para o pagamento dos tributos (coincidente com a sua contabilidade) e que a divergência apenas se apresente no que tange à apuração desse montante de tributo devido. Em outras palavras, sua declaração, embora não ateste o tributo corretamente devido, cumpre o seu propósito, bastando que a autoridade fazendária a coteje com a legislação para lançar a diferença. No presente caso, o relatório elaborado pelo dr. Rodrigo apenas insinua, mas essa passagem da descrição dos fatos elaborada, em 22/11/2004, pela autoridade autuante deixa clara a intenção sonegadora: Em 28/01/2004, o Contribuinte foi intimado a apresentar, no prazo de 05 (cinco) dias, vários documentos, dentre eles os Livros Diário, Razão e Livro de Apuração do Lucro Real LALUR, referentes A escrituração contábil dos anoscalendário de 1999 a 2003 de acordo com o disposto nos artigos 904, 905, 910 e 927 do Decreto n°3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda 99), conforme Termo de Inicio de Ação Fiscal (doc. fls.1 a 13) ... Em 02/08/2004, o contribuinte solicita mais 90(noventa) dias de prazo para atender a intimação acima, e informa que grande quantidade de documentos foram entregues informalmente ao fisco estadual e, ao que tudo indica há a possibilidade de terem sido extraviados juntamente com os livros, vez que a empresa está tendo dificuldads para localizálos em seus arquivos, sendo lhe concedido, em 06/08/2004, mais 30 (trinta) dias para Fl. 718DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 29/02/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10120.007641/200414 Acórdão n.º 930301.654 CSRFT3 Fl. 709 5 cumprir a intimação, referente a sua escrituração contábil de 1999 a 2002 o que não foi atendido até a presente data (doc. fls. 34). Assim, os livros e documentos que deveriam ser mantidos em bom estado e guarda pelo contribuinte, nos termos do artigo 527 do RIR/99 (art. 45 da Lei 8.981/95), não foram apresentados. A fiscalização apurou a base de cálculo da contribuição ao PIS/PASEP devida a partir dos valores de vendas informados na coluna de SAÍDAS, linha VENDAS diminuídos das DEVOLUÇÕES informadas na coluna de ENTRADAS das Declarações Periódicas de Informações DPI, (fls. 86/169), constante do cadastro da Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás. Estas foram obtidas através do sistema informatizado On line, decorrente do Convênio de Cooperação Técnica, firmado em 04/11/1998, entre a Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, em conformidade com o disposto nos artigos 7° e 199 do Código Tributário Nacional e na Instrução Normativa SRF no 20, de 17/02/1998 (doc.fls. 79/85). A DPI decorre de obrigação acessória relativa à legislação do ICMS e contém os valores registrados nos Livros de Apuração de ICMS, sendo fornecidas pelo contribuinte periodicamente à SEFAZ/GO. Comprovase a veracidade das informações pela identidade entre os valores de ICMS apurados na DPI e os valores recolhidos demonstrados no extrato do sistema online de recolhimentos de ICMS da SEFAZ/G0 (doc.fls. 171/184). Ao se comparar os valores declarados pelo contribuinte a cada ente público, verificase que os valores declarados à SRF são em média 50% (cinquenta por cento) dos valores declarados à SEFAZ/GO ( planilha doc. fls. 43/44). Em 30/08/2004, intimado a esclarecer as diferenças apuradas por esta fiscalização nas planilhas (fls. 43/44 ) entre as receitas declaradas à SEFAZ/GO, nas Declarações Periódicas de Informações DPI e as receitas declaradas à SRF através das Declarações de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ e Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF para composição da base de cálculo do PIS e COFINS nos anos de 1.999, 2.000, 2.001 e 2.002 (fls. 186/388), em sua resposta às fls.45/46, o contribuinte alega que discorda das inovações da Lei n° 9.718/98 e observando aos princípios de Isonomia e Eqüidade, considerou apenas o lucro bruto na apuração da base de cálculo do PIS e COFINS. Verificando as suas Declarações de Imposto de Renda (fls. 189/388) nas fichas de Apuração de Resultados constatase que o seu lucro bruto varia de 10 a 20% da sua receita e o valor declarado como base de calculo do PIS e COFINS representam mais ou menos 50% de sua receita, (conforme planilha de fls. 43/44 ), sendo falso, portanto, o argumento de que tomou como base de cálculo o lucro bruto. ... Fl. 719DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 29/02/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 Em suma, a empresa: 1. deliberada e obstinadamente obstou o acesso da fiscalização à sua contabilidade, que, mesmo ao final de mais de dez meses de reiteradas solicitações, não foi exibida; 2. declarou à SRF em sua DIPJ de quatro anos consecutivos metade da receita bruta informada à administração tributária do estado e sobre a qual apurou o ICMS. Pareceme, e pareceu à maioria, que isso basta para configurar a intenção de esconder da autoridade administrativa circunstâncias essenciais relativas ao fato gerador da contribuição, a ponto de viabilizar o enquadramento no art. 44, II da Lei 9.430 como efetuado pela fiscalização. O dispositivo, como se sabe, tem a seguinte redação: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. ... Embora esse artigo tenha tido sua redação profundamente alterada pelo art. 14 da Lei nº 11.488/2007, no particular, a disposição permanece.Confirase: Art. 14. O art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação, transformandose as alíneas a, b e c do § 2o nos incisos I, II e III: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso de pessoa física; Fl. 720DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 29/02/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10120.007641/200414 Acórdão n.º 930301.654 CSRFT3 Fl. 710 7 b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Acresçase que a fiscalização, embora tenha se embasado na escrituração do ICMS, teve o cuidado de não considerar todas as saídas, mas tãosomente aquelas decorrentes de vendas e devidamente descontadas das devoluções. Ademais, não se tratou de mera divergência com a DCTF, que, como sabido, não registra a totalidade da receita, mas a base de cálculo assumida pelo sujeito passivo. Mesmo na DIPJ, em que obrigatoriamente se informa aquele total, a receita está contumazmente informada a menor (fls. 186/388). E com essas considerações, decidiu a maioria prover o recurso fazendário restabelecendo a plenitude da penalidade constante da autuação. Esse o acórdão que me coube redigir. CONSELHEIRO JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS REDATOR DESIGNADO Fl. 721DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 29/02/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, As sinado digitalmente em 08/02/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10070.000801/2003-56
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Jul 04 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Jul 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCLUSÃO, NA SUA BASE DE CÁLCULO, DOS PRODUTOS EXPORTADOS CLASSIFICADOS NA TIPI COMO NÃO TRIBUTADOS
(“NT”). O artigo 1º da lei nº 9.363/96, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI à empresa produtora e exportadora de
“mercadorias nacionais”, não o restringe apenas aos produtos
industrializados, não cabendo ao intérprete administrativo fazer
distinção onde a própria lei não o fez, razão pela qual incluem-se na base de cálculo os valores dos produtos NT que foram produzidos e exportados pelo contribuinte.
CORREÇÃO PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE.
Deve ser aplicada a taxa Selic aos valores a serem ressarcidos à
título de incentivo fiscal, sob risco de se afrontar à própria lei instituidora do benefício, se este tiver seu valor corroído pelos efeitos da inflação. Com efeito, a não aplicação de qualquer índice para recompor o valor de compra da moeda reveste-se em violação aos princípios da razoabilidade e da isonomia. Portanto, aplica-se a taxa Selic desde o protocolo do pedido até seu efetivo pagamento ou até a data da consolidação das compensações a ele vinculadas.
Recurso Especial do Contribuinte Provido.
Numero da decisão: 9303-001.549
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar
provimento ao recurso especial quanto à exportação de produtos NT. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo da Costa Pôssas e Otacílio Dantas Cartaxo, que negavam provimento. O Conselheiro Júlio César Alves Ramos votou pelas conclusões; e, por
unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial quanto à taxa Selic.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: NANCI GAMA
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INCLUSÃO, NA SUA BASE DE CÁLCULO, DOS PRODUTOS EXPORTADOS CLASSIFICADOS NA TIPI COMO NÃO TRIBUTADOS (“NT”). O artigo 1º da lei nº 9.363/96, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI à empresa produtora e exportadora de “mercadorias nacionais”, não o restringe apenas aos produtos industrializados, não cabendo ao intérprete administrativo fazer distinção onde a própria lei não o fez, razão pela qual incluemse na base de cálculo os valores dos produtos NT que foram produzidos e exportados pelo contribuinte. CORREÇÃO PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. Deve ser aplicada a taxa Selic aos valores a serem ressarcidos à título de incentivo fiscal, sob risco de se afrontar à própria lei instituidora do benefício, se este tiver seu valor corroído pelos efeitos da inflação. Com efeito, a não aplicação de qualquer índice para recompor o valor de compra da moeda revestese em violação aos princípios da razoabilidade e da isonomia. Portanto, aplicase a taxa Selic desde o protocolo do pedido até seu efetivo pagamento ou até a data da consolidação das compensações a ele vinculadas. Recurso Especial do Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial quanto à exportação de produtos NT. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo da Costa Pôssas e Otacílio Dantas Cartaxo, que negavam provimento. O Conselheiro Júlio César Alves Ramos votou pelas conclusões; e, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial quanto à taxa Selic. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Nanci Gama Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Rodrigo Cardozo Miranda, Júlio César Alves Ramos, Marcos Tranchesi Ortiz, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pelo contribuinte com fulcro no artigo 32, II do antigo Regimento Interno do Conselho de Contribuintes, em face ao acórdão de n.º 20218.870, o qual, por unanimidade de votos, negou provimento ao Recurso Voluntário do contribuinte para entender que os insumos empregados em produtos exportados, considerados como não tributados “NT” pela TIPI, não integram o cálculo do crédito presumido de IPI, bem como, por unanimidade de votos, negoulhe provimento para considerar como incabível a incidência de atualização monetária ou juros sobre os créditos de IPI, conforme ementa a seguir: “CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT. O direito ao crédito presumido do IPI instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, condicionase a que os produtos estejam dentro do campo de incidência do imposto, não estando, por conseguinte, alcançados pelo benefício os produtos não tributados (NT). CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS. É incabível, por falta de previsão legal, a incidência de atualização monetária ou de juros sobre créditos escriturais legítimos do IPI. Para créditos que se revelem inexistentes ou ilegítimos, a pretensão de tal incidência é, deveras, absurda. Recurso negado.” Inconformado, o contribuinte interpôs Recurso Especial de Divergência suscitando, em um primeiro ponto, que outros acórdãos, utilizados como paradigmas, entenderam que a Lei nº 9.363/96, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI, o concedeu às empresas produtoras/exportadoras de mercadorias nacionais, não cabendo ao intérprete restringilo apenas aos “produtos industrializados”, os quais são espécie do gênero Fl. 294DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10070.000801/200356 Acórdão n.º 930301.549 CSRFT3 Fl. 280 3 “mercadorias”. Dessa forma, concluiu que caberia a inclusão dos produtos “NT”, os quais se tratam de “mercadorias”, à base de cálculo do crédito presumido de IPI. Em um segundo ponto, o contribuinte aduziu que outros acórdãos, também utilizados como paradigmas, entenderam que incide a atualização monetária pela taxa Selic sobre o saldo credor de IPI nos casos de restituição. Em despacho de fls. 250/251, o i. presidente da Primeira Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais admitiu o Recurso Especial do contribuinte no que se refere à exportação de produtos “NT” e à atualização monetária do ressarcimento pela taxa Selic. Regularmente intimada, a Fazenda Nacional apresentou suas contrarazões às fls. 255/267, requerendo o não conhecimento do recurso especial no que se refere à matéria referente exportação de produtos “NT”, eis que aludida matéria já teria sido consubstanciada em súmula que manifesta o entendimento de que “não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT” e, segundo o art. 67, §2º do Regimento Interno do CARF, não seria cabível recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula dos Conselhos de Contribuintes. Caso se entendesse pelo conhecimento do recurso em ambas as matérias, a Fazenda Nacional requereu lhe fosse negado provimento, de forma a se manter integralmente a decisão a quo. É o relatório. Voto Conselheira Nanci Gama, Relatora Primeiramente cabe a esta Conselheira analisar se os pressupostos de admissibilidade, previstos no Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF nº 246/2009, foram devidamente preenchidos no que tange à parte do recurso especial referente à exportação de produto “NT”. De fato, o acórdão recorrido se baseou, ao ser prolatado, em súmula, qual seja, a de nº 13 do extinto Segundo Conselho de Contribuintes, a qual foi publicada no Diário Oficial em 28/09/2006 e previa que “Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT”. Por sua vez, o artigo 67, do Regimento Interno do CARF prevê que: “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. (...) § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do Fl. 295DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância.” (grifouse) No entanto, tendo o acórdão recorrido se respaldado em súmula publicada em momento anterior à prolação do acórdão de nº 02/02.505 – em 17/10/2006 , utilizado pelo contribuinte como paradigma, o qual foi proferido em divergência à aludida súmula por esta Câmara Superior de Recursos Fiscais, quando do julgamento dos embargos de declaração com efeitos infringentes nos autos do recurso especial de nº 203113900, entendo que seja cabível a admissibilidade do recurso especial. Isso porque, segundo o meu entendimento, havendo decisão proferida pela Câmara Superior de Recursos Fiscais posterior à publicação da súmula de nº 13 do extinto Segundo Conselho de Contribuintes que tenha decidido de forma oposta ao entendimento nela respaldado, restase claro e evidente que o tema ainda não é pacífico, sendo plausível que a Câmara Superior de Recursos Fiscais cumpra a sua finalidade de sanar as divergências. Dessa forma, presentes os requisitos de admissibilidade do recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte, o qual foi tempestivo, conheço do mesmo no que se refere à matéria referente à exportação de produto “NT” de forma a dar prosseguimento ao seu devido julgamento quanto à essa matéria. A controvérsia aduzida nessa parte do recurso especial consiste em definir se os insumos utilizados para a produção de produtos, classificados como não tributáveis –“NT” pela TIPI, integram a base de cálculo do crédito presumido do IPI ao serem exportados. Primeiramente, vale considerar que o artigo 1º da lei nº 9.363/961, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI à “empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais”, não o restringe apenas aos produtos industrializados, não cabendo ao intérprete administrativo fazer distinção onde a própria lei não o fez. Assim, tendo o benefício fiscal em tela sido dado ao gênero “mercadorias nacionais”, não cabe ao intérprete restringilo à espécie de “produtos industrializados”. Nesse sentido, peço venia para transcrever como meu, o voto proferido pelo i. Conselheiro DALTON CESAR CORDEIRO DE MIRANDA quando do julgamento do Recurso nº 202126.282, cujas razões passo a aduzir: “Não cabe ao intérprete da norma jurídica estabelecer distinção onde o legislador não o fez. Ao excluir as aquisições, cuja última operação não esteja sujeita à incidência das contribuições por haver um distanciamento do critério legal de apuração da carga de contribuições contida nos insumos, automaticamente estarse ia legitimando o pleito de um ressarcimento maior que o previsto em lei para os casos em que a carga de contribuições contida no valor das mercadorias fosse maior que o valor resultante da aplicação do critério previsto em lei, em razão do maior número de etapas que tenha percorrido. O erro da exigência da efetiva incidência das contribuições na última operação decorre, na minha opinião, de dois fatores. A tentativa da administração de barrar o benefício dado pela lei às empresas que adquiram produtos sem a incidência 1 “Art. 1º. A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.” (grifouse) Fl. 296DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10070.000801/200356 Acórdão n.º 930301.549 CSRFT3 Fl. 281 5 das contribuições, em razão do evidente ganho que auferem pela critérios contidos na lei. O outro é a decorrente da transferência indevida das regras vigentes na apuração do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI para a presente sistemática de apuração dos créditos de COFINS e PIS a serem ressarcidos. Como é sabido, a legislação do IPI, como regra geral, expressamente proíbe o registro do crédito do imposto, se a operação de aquisição não está sujeita à incidência do referido imposto. Em razão do nome “crédito presumido de IPI” a Secretaria da Receita Federal deu ao incentivo fiscal o tratamento de crédito de IPI (conforme fica evidenciado pelas diversas normas administrativas expedidas por aquele órgão), como é o caso das mercadorias classificadas como “Não Tributadas” (ou NT) na tabela de incidência do IPI, hipótese em que as considera fora do incentivo fiscal em tela. O crédito passível de registro nos livros fiscais do IPI foi apenas uma forma criada pelo legislador para o ressarcimento mais rápido das contribuições, e seu valor não pode ser confundido com o IPI. Por outro lado, a lei autoriza que se utilize os conceitos da legislação do IPI apenas no que se refere aos conceitos de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem (art. 3o., parágrafo único, da Lei nº 9.363/96). O fato de ser ressarcido mediante a compensação com créditos de IPI não lhe altera a natureza jurídica, que permanece sendo de contribuição para o PIS e COFINS. Finalmente, não cabe à autoridade administrativa tentar corrigir eventuais distorções contidas na lei, como é o caso do ressarcimento das contribuições nos casos em que não houve essa incidência na operação anterior por não ser praticada por contribuinte, como nos casos de pessoas físicas e cooperativas, entre outros. Da mesma forma como a lei beneficiou as empresas que adquirem mercadorias de não contribuintes do PIS e PASEP, ao estabelecer um critério uniforme de apuração do crédito a ser ressarcido para todas as situações, igualmente prejudicou aquelas, cujos produtos percorrem várias etapas, sendo oneradas pelas contribuições de forma mais intensa, pela cumulação da incidência tributária, lhes retirando a competitividade, especialmente no mercado internacional, onde a regra é a não exportação de tributos. Entendo que a lei deva ser aplicada da forma como foi concebida pelo legislador, e que somente a este compete aprimorála. Evidentemente, por todas razões expostas, sou da opinião de que as matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, mesmo que adquiridos de não contribuintes do PIS e da COFINS, ou que, por outro motivo, essas contribuições não tenham incidido na aquisição dessas mercadorias, os valores correspondentes a essas operações devem compor a base de cálculo do incentivo fiscal em tela, sendo, portanto, incorreta a glosa aplicada pela fiscalização.” (...) “Como já por diversas vezes decidido na Câmara Superior de Recursos Fiscais, a finalidade da Lei nº 9.363/96 foi a de desonerar as exportações de mercadorias nacionais e, como conseqüência, melhorar o balanço de pagamentos. Aliás, tal entendimento está em linha com o que doutrinariamente defendido por José Erinaldo Dantas Filho, “O espírito do citado diploma legal foi o de incentivar a exportação de produtos nacionais, tentando diminuir o chamado ‘custo Brasil’ para os produtos pátrios, de maneira que sejam ‘exportados tributos para o exterior’. O legislador federal visualizou a extrema necessidade de desonerar a exagerada carga tributária para os produtos exportados, bem como visou a combater o Fl. 297DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 6 acentuado déficit da balança comercial de nosso País, assim gerando mais empregos e maior arrecadação.”2. Diferente não é, aliás, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme já consubstanciado no acórdão referente ao julgamento do já mencionado e citado Recurso Especial nº 586.392/RN3. Creio, ainda, abrindo aqui parênteses a bem ilustrar o debate, que do exame do Regulamento do IPI (Decreto nº 2.637/98), que trata dos conceitos de industrialização (transformação; beneficiamento; montagem; acondicionamento; e renovação e recondicionamento), entendo possível afirmar que as “mercadorias” exportadas pela recorrente (produtos de origem animal), são sim objeto ou resultante de um processo produtivo, mesmo que classificados como NT. Neste sentido, vale citar trechos de artigo de Júlio M. de Oliveira, intitulado “A Constituição, A Lei e o Regulamento do IPI – Hipóteses de Conflito”4:” (...) “Ao nosso ver, o objeto do imposto não consiste meramente no ato de produzir acima delineado, pelo contrário, a materialidade da hipótese de incidência reside no resultado final deste ato – o produto. Assim não fosse, estaríamos diante de um imposto sobre industrialização e não sobre o produto industrializado. Neste sentido, cabe lembrar as sempre lúcidas considerações do mestre Geraldo Ataliba, verbis: “... Pela sua utilização (desse conjunto de componentes) é que se obtém, afinal, um produto. Se, portanto, a produção ou industrialização for posta na materialidade da hipótese de incidência do imposto, já não se estará diante do IPI, mas de tributo diverso.” Porém, esgotarse na existência de produtos industrializados a materialidade da hipótese de incidência do IPI, em outras palavras, o mero surgimento de um produto industrializado é suficiente para caracterização da ocorrência do fato gerador do imposto? Quer nos parecer que não.” (...) “E a propósito da discussão travada nestes autos, necessária se faz reafirmar que o benefício do crédito presumido está expressamente direcionado à empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. O artigo de lei é abrangente, portanto, daí não ser possível restringir o debate entre a distinção entre “produto industrializado não tributado” e “produto industrializado tributado”, pois tanto um como outro são “mercadorias”5 e, conseqüentemente, abrangidos pela Lei nº 9.363/96.” 2 “Da impossibilidade de Restrições ao Crédito Presumido de IPI através de Normas Administrativas Complementares”, in Revista Dialética de Direito Tributário, volume 75, p. 77. 3 REsp 586.392/RN, Ministra relatora Eliana Calmon, Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, acórdão publicado no D.J.U., Seção I, de 6/12/2004 4 “IPI – Aspectos Jurídicos Relevantes – Coordenação Marcelo Magalhães Peixoto” – São Paulo: Quartier Latin, 2003, pp. 221 a 238 5 “Aquilo que é objeto de comércio; bem econômico destinado à venda; mercancia. ...” Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. “Novo Aurélio Século XXI: o dicionário da língua portuguesa/3ª edição – Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1999 Fl. 298DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10070.000801/200356 Acórdão n.º 930301.549 CSRFT3 Fl. 282 7 Nesse sentido, restase evidente o entendimento de que, tendo o crédito presumido em análise o objetivo de ressarcir as contribuições incidentes sobre as etapas anteriores da cadeia produtiva, não é relevante se o produto é ou não tributado pelo IPI na sua saída final. Com efeito, conheço do recurso especial de divergência do contribuinte no que se refere à argüição referente à exportação de produto “NT” para, no mérito, darlhe provimento no sentido de incluir, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, os seus valores. Quanto à segunda argüição realizada no recurso especial, referente à incidência da taxa Selic sobre os créditos objeto de pedido de ressarcimento, também entendo que tenham sido devidamente preenchidos os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço no que se refere à essa parte. O cabimento da taxa Selic em matéria de ressarcimento de IPI também foi muito bem explicitado pela ilustre Conselheira Maria Teresa Martínez López, em seu voto proferido no Recurso 201125.339, a quem peço vênia para reproduzir como meu, conforme abaixo segue: “O STJ, orientado pela jurisprudência do STF, não reconhece o direito à correção monetária dos créditos meramente escriturais, como é o caso, porquanto, fundamentalmente, nos casos de compensação, a correção se aplicada aos créditos escriturais, ensejaria a correção dos débitos da mesma conta, sendo inalterável o resultado final e efetivo, se comparado aos valores históricos6. Nesse sentido, também é a jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes. 7 No entanto, a partir da data de protocolização do respectivo pedido e o do efetivo ressarcimento, por imposição dos princípios constitucionais da isonomia e da moralidade, nada mais justo que à contribuinte titular do direito ao crédito de IPI, garantase o direito à atualização monetária pela taxa SELIC, nesse período, nos moldes aplicáveis na restituição. Nesse sentido, vejamse precedentes jurisprudenciais reconhecendo a aplicação da taxa SELIC.8 Isto porque a demora própria do andamento fiscal, e a correspondente defasagem monetária do crédito, não podem ser carregadas como ônus do contribuinte, sob pena de ficar comprometido, pelo menos em parte, o valor ressarcido, que se busca preservar. De outra frente, poderseia invocar que a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC, não seria apropriada em razão de não ser especificamente taxa de atualização monetária. Penso que a sua aplicação vai de encontro ao adotado na legislação, nos pedidos de restituição, compensação e cobrança de créditos da União. 6 REsp. 667308/ SC; REsp. 412.710∕SC, Rel. Min. Franciulli Netto, DJU 08∕09∕2003. REsp 416.776∕RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJU 16∕02∕2004 e REsp 541.505∕PR, Rel. Min. José Delgado, DJU 20.10.2003, e REsp 412.710∕SC. 7 Vejase os acórdãos 20302.719/96, 20208.583/96, 20208.594/96 e 20302.719/97. 8 A matéria já foi objeto de vários julgados dos Conselhos de Contribuintes, (ACÓRDÃO 20213.920, sessão de 09/07/2002; ACÓRDÃO 20177.484 , sessão de 16/02/2004, incluindo CSRF ( CSRF/0201.732, sessão de 13 de setembro de 2004; e CSRF/020.762, DOU de 06/08/99; Acórdão nº CSRF/020.708, de 04/06/98), reconhecendo, tratandose de restituição de crédito de IPI, o direito à atualização do crédito pela taxa SELIC. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 8 Há de se lembrar que o crédito presumido, quando aproveitado a maior ou indevidamente, também é pago com o acréscimo da SELIC. Observo inexistir texto legal específico conceituando a taxa SELIC. Podese dizer que a taxa SELIC é por sua composição, híbrida, tendo em vista que comporta juros e atualização monetária.9 Em verdade, o Fisco exige ou paga ao contribuinte aquilo que a União paga para tal captação. Nesse sentido, a “atualização/juros” são devidos por representar remuneração do capital, que permaneceu à disposição da empresa, e não guardam natureza de sanção. Também deve ser considerado o disposto no art. 39, § 4º da Lei nº 9.250/95, que preceitua que, a partir de 1º de janeiro de 1996, em lugar da UFIR, a compensação ou restituição de tributos deve ser acrescida de juros equivalentes à taxa referencial SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente. Ora, na repetição do indébito, consoante o disposto no parágrafo único do art. 167 do CTN, os juros moratórios são devidos apenas a partir do trânsito em julgado da decisão que a determinar. Logo, inferese que tal incidência não se faz a título de juros moratórios, pois estes estão vedados pelo Código Tributário Nacional nesse mesmo parágrafo único do art. 167. Por outro lado, as Instruções Normativas da Receita Federal indicam ser a taxa SELIC adotada como referencial de juros moratórios, verdadeiro substitutivo da correção monetária. Mas, se a inflação, mesmo oficial, ainda permanece, não há como reconhecer apenas juros moratórios em favor do Fisco credor, sendo a correção elemento integrativo do próprio tributo devido e, pois, inseparável deste. Em verdade, o que ocorre é a substituição de um indexador por outro, de forma a repor o valor real do indébito a ser restituído. O mesmo, de resto, sucede quando credor o Fisco, com a atualização de seus créditos mediante uma taxa de supostos juros moratórios correspondentes à taxa referencial SELIC.10 Por esses motivos, a exemplo do ocorrido na cobrança, restituição ou compensação dos tributos e contribuições federais é que entendo que a escolha da taxa Selic reflete a melhor opção.” Em face do exposto, conheço do Recurso Especial de Divergência interposto pelo contribuinte em ambas as suas argüições, para, no mérito, darlhe integral provimento, de forma a incluir, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, os valores referentes a 9 Algumas Resoluções antigas do Banco Central, como as de n°s. 2.672/96, 1.693/90 e 1.124/86, permitem inferir que essa taxa corresponde àquela média mensal apurada no Sistema Especial de Liquidação SELIC para os rendimentos dos títulos federais dentre os quais se inserem as Letras do Banco Central. Outrossim, inexiste definição legal quanto à composição dessa mesma taxa. Como corresponde ela aos rendimentos dos títulos federais, deve albergar conjuntamente os juros remuneratórios do capital empregado na aquisição desses títulos e, ainda, a correção monetária, que, a despeito de suprimida relativamente às demonstrações financeiras, para fins de apuração do imposto de renda (art. 4º da Lei nº 9.249/95), continua presente na economia nacional e é reconhecida através da publicação de vários índices oficiais ou oficiosos. Aliás, não é por outra razão que essa taxa varia mensalmente. Embora o livre jogo do mercado financeiro possa influir nessa variação, o componente relativo à inflação mensal é nela indescartável. 10 Também devese levar em consideração que o próprio Banco Central do Brasil, que apura a taxa SELIC, reconheceu em sua Circular nº 2.672/96, ao regulamentar Linha Especial de Assistência Financeira do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER), ser a taxa SELIC diferenciada dos juros. Tanto assim que cobra encargos financeiros capitalizados diariamente e exigíveis trimestralmente à taxa equivalente à taxa média ajustada de todas as operações registradas no SELIC, acrescida de juros. Portanto, distinguemse os juros dessa última taxa. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10070.000801/200356 Acórdão n.º 930301.549 CSRFT3 Fl. 283 9 aquisições de produtos classificados pela TIPI como “NT”, bem como a determinar a correção do seu crédito com base na taxa Selic. Nanci Gama Fl. 301DF CARF MF Impresso em 04/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 14/02/2012 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
score : 1.0
Numero do processo: 13710.003220/2002-09
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon May 30 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon May 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Ementa:
CRÉDITO DO IPI. EXPORTAÇÃO DE PRODUTO NT.
Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.
Numero da decisão: 9303-001.446
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª turma do câmara SUPERIOR DE RECURSOS
FISCAIS, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial. A Conselheira Nanci Gama declarou-se impedida de votar. Fez sustentação oral o Dr. Ricardo Lodi Ribeiro, OAB/RJ nº 1.268B,
advogado do sujeito passivo.
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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score : 1.0
Numero do processo: 10930.000942/00-51
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES.
O incentivo corresponde a um crédito que é presumido, cujo valor deflui de fórmula estabelecida pela lei, a qual considera que é possível ter havido sucessivas incidências das duas contribuições, mas que, por se tratar de presunção "juris et de jure", não exige nem admite prova ou contraprova de
incidências ou não incidências, seja pelo Fisco, seja pelo contribuinte.
Os valores correspondentes às aquisições de matérias-primas,
produtos intermediários e material de embalagem de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas) podem compor a base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei n° 9.363/96. Não cabe ao intérprete fazer distinção nos casos em que a lei não o fez.
APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA
SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ.
Nos termos do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B
e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros
no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Recurso Especial do Contribuinte Provido
Numero da decisão: 9303-001.397
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso especial
Matéria: IPI- processos NT- créd.presumido ressarc PIS e COFINS
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES. O incentivo corresponde a um crédito que é presumido, cujo valor deflui de fórmula estabelecida pela lei, a qual considera que é possível ter havido sucessivas incidências das duas contribuições, mas que, por se tratar de presunção "juris et de jure", não exige nem admite prova ou contraprova de incidências ou não incidências, seja pelo Fisco, seja pelo contribuinte. Os valores correspondentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas) podem compor a base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei n° 9.363/96. Não cabe ao intérprete fazer distinção nos casos em que a lei não o fez. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Recurso Especial do Contribuinte Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Henrique Pinheiro Torres Presidente Substituto Rodrigo Cardozo Miranda Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Gileno Gurjão Barreto, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann, e Henrique Pinheiro Torres. Relatório Cuidase de recurso especial interposto por Caramuru Alimentos Ltda. (fls. 199 a 208) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 180 a 189) que, pelo voto de qualidade, negou provimento ao recurso voluntário. A ementa do v. acórdão recorrido, que bem resume os seus fundamentos, é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1997 a 31/12/1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício. IPI, CRÉDITO PRESUMIDO. LEI N° 9.363/96. AQUISIÇÕES A NÃO CONTRIBUINTES DE PIS E COFINS. PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. EXCLUSÃO. Matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas, que não são contribuintes de PIS/Faturamento e Cofins, não dão direito ao crédito presumido instituído pela Lei n° 9.363/96 como ressarcimento dessas duas contribuições, devendo seus valores ser excluídos da base de cálculo do incentivo. Do mesmo modo as aquisições a cooperativas realizadas até 30/10/99, quando havia isenção para os atos cooperativos em geral. Recurso Voluntário Negado (grifos nossos) O recurso especial foi admitido através do r. despacho de fls. 227 a 228 apenas no tocante à inclusão dos gastos com insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas ao contribuintes do PIS/COFINS na base de cálculo do crédito da Lei nº 9.363/96. Contrarrazões às fls. 240 a 252. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10930.000942/0051 Acórdão n.º 930301.398 CSRFT3 Fl. 256 3 É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o recurso merece ser conhecido. Com relação à inclusão dos gastos com insumos adquiridos de pessoas físicas na base de cálculo do crédito presumido do IPI, destaco o seguinte precedente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, ao qual me filio: Processo n° 13974.0001221200391 Recurso n° 228.637 Especial do Contribuinte Acórdão n° 930300.682 3' Turma Sessão de 2 de fevereiro de 2010 Matéria IPI Crédito Presumido Aquisições de não contribuintes Recorrente CEREAGRO S/A Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES DE NÃO CONTRIBUINTES. O incentivo corresponde a um crédito que é presumido, cujo valor deflui de fórmula estabelecida pela lei, a qual considera que é possível ter havido sucessivas incidências das duas contribuições, mas que, por se tratar de presunção "juris et de jure", não exige nem admite prova ou contraprova de incidências ou não incidências, seja pelo Fisco, seja pelo contribuinte. Os valores correspondentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas) podem compor a base de cálculo do crédito presumido de que trata a Lei n° 9.363/96. Não cabe ao intérprete fazer distinção nos casos em que a lei não o fez. Recurso Especial do Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 266DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Rodrigo da Costa Pôssas e Carlos Alberto Freitas Barreto, que negavam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator (grifos nossos) Mas não é só. O Egrégio Superior Tribunal de Justiça também já se manifestou a favor do contribuinte em julgamento relativo a pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI de que trata a lei 9.363/1996, em que atos normativos infralegais obstaculizaram a inclusão na base de cálculo do incentivo das compras realizadas junto a pessoas físicas e cooperativas. E o fez, a propósito, na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados “recursos repetitivos”. Destacouse no referido julgado1 o seguinte, verbis: O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. ......................................................................................................... A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). Restou consolidado, assim, no âmbito do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, que afigurase legítima a inclusão dos gastos com insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas na base de cálculo do crédito presumido do IPI O Regimento Interno do CARF, por sua vez, na redação dada recentemente pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, tem os seguintes comandos nos seus artigos 62 e 62 A: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. 1 AgRg no AgRg no REsp 1088292 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2008/02047717 Fl. 267DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10930.000942/0051 Acórdão n.º 930301.398 CSRFT3 Fl. 257 5 Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B.} § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. (grifos e destaques nossos) Verificase, portanto, que a referida decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso especial do contribuinte. para admitir o crédito presumido do IPI em relação às aquisições de produtos de pessoas físicas e cooperativas, nos termos do precedente proferido pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática de recurso repetitivo. Rodrigo Cardozo Miranda Fl. 268DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 Fl. 269DF CARF MF Impresso em 17/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2012 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 26/03/2012 por RODRIGO CARDOZO MIRANDA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 13854.000207/00-21
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000
BASE DE CÁLCULO INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O incentivo denominado “crédito presumido de IPI” somente
pode ser calculado sobre as aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, sendo indevida a inclusão, na sua apuração, de custos de serviços de industrialização por encomenda.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E
COOPERATIVAS, E TUALIZAÇÃO MONETÁRIA. POSSIBILIDADE.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matérias-primas,
produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas de produtores. No ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI,
em que atos normativos infralegais obstaculizaram o creditamento por parte do sujeito passivo, é devida a atualização monetária, com base na Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento do crédito (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos).
REP Provido e REC Provido
Numero da decisão: 9303-001.404
Decisão: Acordam os membros do Colegiado: I) pelo voto de qualidade, em dar
provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Gileno Gurjão Barreto, Maria Teresa Martínez López e Susy Gomes Hoffmann, que negavam provimento; e II) por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso especial do sujeito passivo.
Matéria: IPI- processos NT - ressarc/restituição/bnf_fiscal(ex.:taxi)
Nome do relator: Rodrigo da Costa Possas
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 BASE DE CÁLCULO INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O incentivo denominado “crédito presumido de IPI” somente pode ser calculado sobre as aquisições, no mercado interno, de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, sendo indevida a inclusão, na sua apuração, de custos de serviços de industrialização por encomenda. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS, E TUALIZAÇÃO MONETÁRIA. POSSIBILIDADE. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas de produtores. No ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, em que atos normativos infralegais obstaculizaram o creditamento por parte do sujeito passivo, é devida a atualização monetária, com base na Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento do crédito (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos). REP Provido e REC Provido
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 BASE DE CÁLCULO INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. EXCLUSÃO. O incentivo denominado “crédito presumido de IPI” somente pode ser calculado sobre as aquisições, no mercado interno, de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, sendo indevida a inclusão, na sua apuração, de custos de serviços de industrialização por encomenda. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS, E TUALIZAÇÃO MONETÁRIA. POSSIBILIDADE. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. É lícita a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas de produtores. No ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, em que atos normativos infralegais obstaculizaram o creditamento por parte do sujeito passivo, é devida a atualização monetária, com base na Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento do crédito (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos). REP Provido e REC Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado: I) pelo voto de qualidade, em dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama, Fl. 1DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Rodrigo Cardozo Miranda, Gileno Gurjão Barreto, Maria Teresa Martínez López e Susy Gomes Hoffmann, que negavam provimento; e II) por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial do sujeito passivo. (assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente Substituto (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Relator EDITADO EM: 15/07/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Gileno Gurjão Barreto, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Henrique Pinheiro Torres. Relatório Adotaremos o relatório do AFRFB relator na DRJ, com as alterações necessárias. Tratase de Recurso Especial Interposto tempestivamente pelo sujeito passivo e pela Fazenda Nacional contra Acórdão proferido pelo Segundo Conselho de Contribuintes, que deu provimento parcial ao recurso Voluntário. Recurso Especial da fazenda Nacional às fls. 411 a 418. Despacho de admissibilidade às fls. 423 a 425 e 491 a 492. Recurso Especial e Contrarazões do sujeito passivo às fls. 431 a 470. Contrarrazões da Fazenda Nacional às fls. 498 a 520. A contribuinte solicitou o ressarcimento de IPI (fl. 01), no valor de R$2.957.942,12, a título de crédito presumido (PortariaMF nº 38/97), relativamente ao 3º trimestre do ano de 2000. Referido pedido foi acumulado com pedidos de compensação, os quais foram convertidos em declarações de compensação, conforme § 4º do artigo 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. A DRF em Ribeirão Preto indeferiu o pedido de ressarcimento, pelas razões dispostas na informação fiscal de fls. 178/180, em que se relata as seguintes correções no cálculo do crédito presumido: Exclusão do valor de insumos adquiridos diretamente de pessoas físicas e dos valores das aquisições de energia elétrica, combustíveis e lubrificantes; Inclusão, no total da receita operacional bruta das receitas referentes às exportações de mercadorias adquiridas e ou adquiridas de terceiros para revenda; Fl. 2DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13854.000207/0021 Acórdão n.º 930301.404 CSRFT3 Fl. 531 3 Exclusão, do total de MP, PI e ME considerados pela empresa na apuração do crédito presumido, dos valores da mãodeobra referentes à industrialização efetuada por terceiros; Dedução do saldo negativo de crédito presumido apurado em período anterior (4º trimestre de 1998) e não deduzido integralmente no 1º trimestre de 1999 no valor remanescente de R$ 3.790.685,82 (negativo), decorrente de ação fiscal efetuada (processo administrativo nº 13854.000252/9971). Como resultado das correções efetuadas no cálculo, foi apurado um valor negativo de R$ 2.957.942,12, a ser deduzido dos créditos presumidos relativos aos períodos seguintes. Cientificada em 16/10/2002, a postulante apresentou, em 14/11/2002, manifestação de inconformidade de fls. 197/2061, na qual alegou, em resumo, o seguinte: Quanto às aquisições de pessoas físicas, que ao benefício do crédito presumido não importa quantas incidências de PIS e de Cofins ocorreram na cadeia produtiva que culminou com a elaboração da matéria prima vendida, pois, por ser o crédito “presumido” e não efetivo, “presumese” que houve incidência destas contribuições nas operações anteriores, independentemente que quantas vezes tenha realmente ocorrido. A presunção é de duas ocorrências e sendo assim, todos os insumos utilizados pelo produtor rural na atividade agrícola sofreram a incidência desses tributos, embora não tenha havido nenhuma incidência diretamente sobre o valor da última operação. Tal entendimento estaria pacificado pelo Conselho de Contribuintes; Quanto à energia elétrica e combustíveis, que também não pode subsistir a exclusão patrocinada pela fiscalização, em razão dos artigos 147 e 488 do regulamento do IPI, conforme, inclusive, a jurisprudência do Conselho de Contribuintes; No que tange à receita de exportação de produtos adquiridos de terceiros, que esta foi acrescida indevidamente pela fiscalização à receita operacional bruta não sendo considerada, entretanto, no total da receita de exportação. Acrescentou que para fins de cálculo do crédito presumido, referido valor não deve integrar nem a receita de exportação nem a receita operacional bruta a fim de não contaminar o valor a ser ressarcido; Na consecução de seu objeto social, a empresa utiliza, também, serviços de industrialização em estabelecimentos de terceiros. Nesses casos, os serviços cobrados pelo estabelecimento industrializador por encomenda incluem, evidentemente, o valor da mãode obra e o valor dos insumos aplicados no processo de produção, em atendimento à legislação do imposto de renda, cujo regulamento dispõe em seu artigo 290, que o custo de produção dos bens e serviços vendidos compreenderá obrigatoriamente o custo de aquisição de matérias primas e quaisquer outros bens ou serviçoes aplicados ou consumidos na produção. Também citou jurisprudência administrativa. Por fim, requereu o acolhimento de suas razões, para fins de recálculo do crédito presumido de IPI, com a inclusão dos valores alegados. É o relatório. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator Os recursos são tempestivos e atendem aos demais requisitos de admissibilidade, deles conheço. Industrialização por encomenda A Fazenda Nacional assevera que o aresto recorrido desobedeceu o art. 1º da Lei nº 9.363/96, ao permitir a utilização do valor dos serviços prestados correspondentes à industrialização por encomenda na base de cálculo do crédito presumido do IPI. Sobre esse tema, percuciente é a lição do conselheiro Antonio Bezerra Neto, que peço vênia para transcrever e utilizar como fundamento de meu voto: A Lei n.º 9.363, de 1996, que introduziu o benefício em tela, previu, em seu art. 1º, que o crédito presumido de IPI, como ressarcimento das contribuições para o PIS e para a COFINS sejam incidentes “sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo” (g.n.). Em razão dos termos em que vazada a aludida norma, qualquer interpretação que se lhe empreste não deve afastarse das seguintes premissas: por primeiro, que os insumos utilizados no cômputo do benefício devam ser adquiridos, ou seja, comprados de outro estabelecimento, resultando de uma operação comercial de compra e venda mercantil, não de serviços, como é o caso em comento; segundo, que sejam efetivamente utilizados na produção de produtos exportados, no estabelecimento adquirente; terceiro, como se trata de direito excepto, não comporta interpretação ampliativa, pois os benefícios tributários devem ser interpretados restritivamente, já que envolvem renúncia de receitas públicas. Em relação à primeira das premissas, na operação realizada pela contribuinte não há qualquer aquisição de matériaprima, vez que já pertencia ao estabelecimento encomendante no momento do envio para industrialização por encomenda. A aquisição da matériaprima se deu, portanto, em momento anterior à remessa para industrialização. O custo do beneficiamento realizado por terceiro deve ser contabilizado como “Gastos Gerais de Fabricação”, não como incremento do valor da matériaprima, não podendo ser incluído no cálculo do crédito presumido. O montante despendido por tal pagamento não deve entrar no cômputo do benefício, mesmo porque a operação de envio e retorno se dá com suspensão do IPI, conforme sublinhado na Nota MF/SRF/COSIT/COTIP/DIPEX n.º 312, de 3 de agosto de 1998. Aliás, não há razão para que os custos dos insumos que não se enquadram no conceito de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem não sejam agregados quando Fl. 4DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13854.000207/0021 Acórdão n.º 930301.404 CSRFT3 Fl. 532 5 utilizados pelo encomendante, quando a operação de industrialização se dá em seu próprio estabelecimento, mas, ao contrário, sejam agregados quando a industrialização se dê por encomenda. Ora, “Onde há a mesma razão, há de se aplicar o mesmo direito”, diz o brocardo romano. Com efeito, tratarseia de situação no mínimo incongruente, para não dizer injusta, retirando a racionalidade das disposições legais que compõem o arcabouço normativo do IPI. No tocante à última das premissas inicialmente delineadas, pois que, quanto à segunda, não há dissenso, importa destacar que há uma certa tendência à construção de exegeses que resultam, as mais das vezes, de considerações outras que não a propriamente jurídica, tal como as de natureza meramente econômica, tão costumeiramente encontráveis no diaadia do julgador. Em que pese o brilhantismo como tais teses são construídas, é preciso evidenciar que não cabe ao intérprete a tarefa de legislar, de modo que o sentido da norma não se pode afastar dos termos em que positivada, pena de, invadindo seara alheia, fugir de sua competência. Aliás, ainda com relação à terceira premissa, costuma ser encontradiço nos textos que discorrem sobre Hermenêutica Jurídica a afirmação de que “a lei não contém palavras inúteis”, a qual, segundo se diz, vem a ser princípio basilar da disciplina. É dizer, as palavras devem ser compreendidas como tendo, ao menos, alguma eficácia. Não se presumem, na lei, palavras inúteis (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e aplicação do direito, 8a. ed., Freitas Bastos, 1965, p. 262). Querse evidenciar com isso que, caso se concebesse o contrário, não haveria razão para que o legislador expressamente previsse o cômputo do valor relativo à prestação de serviços na hipótese de industrialização por encomenda. Veja como dispôs ao estruturar o art. 1º da Lei n.º 10.276, de 2001, in verbis: “Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. § 1º A base de cálculo do crédito presumido será o somatório dos seguintes custos, sobre os quais incidiram as contribuições referidas no caput: I de aquisição de insumos, correspondentes a matériasprimas, a produtos intermediários e a materiais de embalagem, bem assim de energia elétrica e combustíveis, adquiridos no mercado interno e utilizados no processo produtivo; Fl. 5DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 II correspondentes ao valor da prestação de serviços decorrente de industrialização por encomenda, na hipótese em que o encomendante seja o contribuinte do IPI, na forma da legislação deste imposto” (g.n.). Ora, in casu, fosse verdadeira a afirmação de que os valores correspondentes ao serviço de beneficiamento, na industrialização por encomenda, deveriam ser incluídos no cômputo do crédito presumido de que trata a Lei n.º 9.363, de 1996, não haveria razão para que o legislador inequivocamente inserisse tal hipótese na Lei n.º 10.267, de 2001, permitindo o seu acréscimo juntamente com o custo de outros insumos (energia elétrica e combustíveis). Notese, por importante, que a aplicação do novel regramento, conforme disciplinado na Lei n.º 10.267, de 2001, se dá alternativamente ao estabelecido na Lei n.º 9.363, de 1996, quando da determinação do crédito presumido. Assim sendo, é de se concluir que a hipótese introduzida no inciso II naquele diploma legal não se encontrava incluída neste último. Pelos fundamentos jurídicos e legais expostos, dou provimento ao recurso da Fazenda Pública para negar o aproveitamento dos custos com beneficiamentos realizados externamente aos estabelecimentos da sociedade para fins de cálculo do crédito presumido de IPI. Aquisições de pessoas físicas e cooperativas e atualização do ressarcimento pela selic A outra matéria devolvida ao Colegiado cingese às questões da inclusão dos valores pertinentes às aquisições de pessoas físicas e cooperativas na base de cálculo do crédito presumido de IPI, e, também, a da aplicação da Selic sobre os créditos presumidos de IPI, a ressarcir. Esse tema tem sido objeto de acirrados debates no CARF, ora prevalecendo a posição contrária da Fazenda Nacional ora a dos contribuintes, dependendo da composição das Turmas de Julgamento. Todavia, com a alteração regimental, que acrescentou o art. 62A ao Regimento Interno do Carf, as decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos devem ser observados no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Assim, se a matéria foi julgada pelo STJ, em sede de recurso repetitivo, a decisão de lá deve ser adotada aqui, independentemente de convicções pessoais dos julgadores. Essa é justamente a hipótese dos autos, em que o STJ, em sede de recurso repetitivo versando sobre matéria idêntica à do recurso ora sob exame, decidiu1 que, O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. 1 AgRg no AgRg no REsp 1088292 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2008/02047717 Fl. 6DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13854.000207/0021 Acórdão n.º 930301.404 CSRFT3 Fl. 533 7 ......................................................................................................... Conseqüentemente, sobressai a "ilegalidade" da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS. É que: (i) "a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição"; (ii) "o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais"; e (iii) "a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes" (REsp 586392/RN). ................................................................................................. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). Essa decisão foi proferida, justamente, em julgamento relativo a pedido de ressarcimento/compensação de crédito presumido de IPI, de que trata a lei 9.363/1996, em que atos normativos infralegais obstaculizaram a inclusão na base de cálculo do incentivo das compras realizadas junto a pessoas físicas e cooperativas. Com essas considerações, em que pese a minha discordância quanto ao tratamento da matéria pelo STJ, por força regimental, curvome a decisão do STJ, e passo a admitir a inclusão, na base de cálculo do crédito presumido de IPI, dos valores pertinentes às aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagens, efetuadas junto a pessoas físicas e a cooperativas, e, sobre os créditos a ressarcir, a incidência da Selic, desde o protocolo do pedido até o efetivo ressarcimento (recebimento em espécie ou compensação com outros tributos). Em face do exposto, voto pelo provimento dos recursos especiais interpostos pela Fazenda Nacional e pelo sujeito passivo. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 7DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 8 Fl. 8DF CARF MF Emitido em 19/12/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 19/07/2011 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 20/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 10830.002085/2003-01
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 05 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Tue Jul 05 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Período de apuração: 01/01/1998 a 30/09/1998
DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
O prazo decadencial para a Fazenda Nacional constituir o crédito pertinente à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e para o Programa de Integração Social PIS-Pasep
é de 05 anos, contados do fato gerador na hipótese de existência de antecipação de pagamento do tributo devido ou do primeiro dia do exercício seguinte em que o lançamento já poderia ter sido efetuado, na ausência de antecipação de pagamento.
Recurso provido.
Numero da decisão: 9303-001.534
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar
provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama e Rodrigo Cardozo Miranda.
Matéria: PIS - ação fiscal (todas)
Nome do relator: Henrique Pinheiro Torres
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1998 a 30/09/1998 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. O prazo decadencial para a Fazenda Nacional constituir o crédito pertinente à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e para o Programa de Integração Social PISPasep é de 05 anos, contados do fato gerador na hipótese de existência de antecipação de pagamento do tributo devido ou do primeiro dia do exercício seguinte em que o lançamento já poderia ter sido efetuado, na ausência de antecipação de pagamento. Recurso provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Nanci Gama e Rodrigo Cardozo Miranda. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Henrique Pinheiro Torres Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Judith do Amaral Marcondes Armando, Rodrigo Cardozo Miranda, Júlio César Alves Ramos, Marcos Tranchesi Ortiz, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES 2 Relatório Os fatos foram assim narrados pelo Acórdão recorrido: Contra a recorrente acima, foram lavrados os autos de infração às fls. 25/29 e às fls. 30/34, exigindolhe créditos tributários, nos montantes de R$ 28.097,33 (vinte e oito mil noventa e sete reais e trinta e três centavos) e R$ 74.619,28 (setenta e quatro mil seiscentos e dezenove reais e vinte e oito centavos), referentes, respectivamente, à contribuição para o Programa de Integração Social – PIS e à contribuição para o financiamento da Seguridade Social – Cofins, correspondentes aos períodos mensais de competência de janeiro a julho de 1998 e de janeiro a julho e setembro de 1998. Os valores lançados decorreram de representação fiscal para os lançamentos de ofício dos débitos fiscais declarados nas respectivas DCTFs, em face do indeferimento do pedido de restituição/compensação, processo nº 10830.000701/9806, pela Autoridade Administrativa competente. Cientificada das autuações, inconformada, a recorrente impugnou os lançamentos (fls. 42/65), requerendo, preliminarmente, a nulidade deles e, no mérito, a insubsistência dos créditos tributários exigidos ou, ainda, a admissão do instituto da compensação e, por exclusão, o cancelamento da multa de ofício. As razões da impugnação foram assim sintetizada pela DRJ em Campinas SP: “a) o Auto de Infração foi lavrado em local que não o estabelecimento da contribuinte, ocasionando vício insanável por desobediência ao art. 10 do Decreto nº 70.235; b) equivocado o motivo alegado pela fiscalização, uma vez que do indeferimento da compensação pela Delegacia da Receita Federal cabe recurso à Delegacia de Julgamento, o que foi feito em 22/01/2003, e ao Conselho de Contribuintes. Por esse motivo não teriam sido feitos os recolhimentos do período, já que a compensação continua em discussão; c) o valor objeto da autuação foi devidamente compensado no processo administrativo nº 10830.000701/9806, pelo que não se há de falar em falta de recolhimento, como faz o Auto de Infração. Sendo a compensação uma das formas de extinção do crédito tributário, estes eram inexistentes no momento da lavratura do Auto de Infração. Assim, não houve a necessária adequação do fato à norma, obrigando a anulação ou cancelamento da autuação; d) o processo de compensação aguarda decisão da Delegacia de Julgamento, pelo que está suspensa a exigibilidade de eventual crédito da União, nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional; Fl. 2DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES Processo nº 10830.002085/200301 Acórdão n.º 930301.534 CSRFT3 Fl. 220 3 e) ‘26 – Quanto a competência 01/98 o Auto de Infração lançou equivocadamente o valor de R$ 2.927,86(...) referente à falta de recolhimento do tributo PIS, entretanto é preciso ressaltar que caso a compensação seja julgada indevida (...), o valor a ser cobrado quanto a competência 01/98 de PIS é de R$ 1.472,12 (...), valor este que foi compensado e não o valor lançado no auto; f) ‘O crédito tributário já havia sido constituído pelas próprias declarações do contribuinte (lançamento por homologação), no processo de compensação, e tal declaração é suficiente para a constituição do crédito tributário e posterior cobrança (se necessário) o que caracteriza a desnecessidade de se lançar de ofício os supostos débitos. ................. O auto de infração, além de padecer de alguns vícios de nulidade, é totalmente desnecessário. (...). De acordo com o art. 49 e parágrafos da Lei 10.637/2002, que deu nova redação ao art. 74 da Lei 9430/96, que tem efeito e aplicação imediata, a recorrente poderia e poderá utilizar créditos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRF, sendo ainda certo que, os pedidos de compensação pendentes de apreciação serão considerados declaração de compensação e declarados extintos. É dizer, tais disposições, de qualquer modo, alcançariam a compensação levada a efeito’; f) o lançamento não obedeceu aos princípios do contraditório e da ampla defesa, de vez que a contribuinte não foi intimada a prestar esclarecimentos a respeito das diferenças encontradas pela fiscalização; g) os débitos lançados foram declarados, configurandose a hipótese do art. 138 do Código Tributário de denúncia espontânea, já que o pagamento configurouse na compensação. Assim, a multa de ofício deve ser afastada. Além de indevida, o percentual da multa é confiscatório e inaplicável na ausência de fraude, sonegação ou máfé da contribuinte; h) os juros, além de indevidos, foram calculados em percentuais abusivos, em desacordo com o disposto no art. 161, § 1º, do CTN; i) a imposição tributária feita pelo Auto de Infração viola os princípios constitucionais da capacidade contributiva, da vedação à tributação com caráter de confisco, da moralidade pública e da vedação ao enriquecimento ilícito do Estado.” Analisada a impugnação, aquela DRJ julgou procedente em parte a exigência da contribuição para o Programa de Integração Social, excluindo do lançamento a parcela lançada para a competência de 31/01/1998, no valor de R$ 1.455,74, e julgar procedente a exigência da Contribuição para Fl. 3DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES 4 Financiamento da Seguridade Social, nos moldes como constituída pelo Auto de Infração, nos termos do Acórdão nº 12.205, datado de 14 de fevereiro de 2006, às fls. 110/119, sob as seguintes ementas: “COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO NÃO RECONHECIDO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Indeferido o pedido de compensação, é cabível o lançamento de ofício para a cobrança do crédito tributário inadimplido. PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. CONSTITUIÇÃO DE CRÉDITO. Os Pedidos de Compensação mesmo considerados como Declaração de Compensação não têm caráter de confissão de dívida, não constituem o crédito e nem suspendem a sua exigibilidade, faculdades reservadas às declarações apresentadas após a edição da Medida Provisória nº 135, de 30/10/2003. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. ERRO MATERIAL. CORREÇÃO. Constatada a existência de erro material na determinação do tributo devido, deve a exigência ser corrigida. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. É cabível, por expressa disposição legal, a exigência de juros de mora em percentual superior a 1%. A partir de 01/01/1995 os juros de mora serão equivalentes a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/01/1998 Ementa: AUTO DE INFRAÇÃO. LOCAL DA LAVRATURA. A lavratura do Auto de Infração em local diverso daquele em que o sujeito passivo exerce suas atividades é compatível com o ordenamento jurídico. O local da verificação da infração não significa o local em que foi praticada. AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INTIMAÇÃO PRÉVIA. INOCORRÊNCIA. Regido pelo princípio inquisitório, o Auto de Infração prescinde de intimação prévia do sujeito passivo como requisito de validade. IMPUGNAÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. O exame da conformidade constitucional de legislação regularmente inserida no ordenamento não integra o rol de competências do julgador administrativo.” Inconformada, com a decisão daquela DRJ, a requerente interpôs o presente recurso voluntário (fls. 126/134), requerendo a este 2º Conselho a reforma do acórdão recorrido a fim de Fl. 4DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES Processo nº 10830.002085/200301 Acórdão n.º 930301.534 CSRFT3 Fl. 221 5 cancelar os lançamentos e subsidiariamente a exclusão da multa de ofício. Para fundamentar seu recurso, alegou, em síntese, preliminarmente, a nulidade dos lançamentos pelo fato de os autos de infração terem sido lavrados fora do seu estabelecimento, infringindo o devido processo legal, e, no mérito, que os débitos ora exigidos foram objetos do pedido de restituição/compensação nº 10830.000701/9806 ainda pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. Assim, o lançamento não poderia ter sido efetuado, inclusive, a exigência dos débitos se encontra suspensa em face dos recursos administrativos interpostos. Julgando o feito, a Câmara recorrida assim decidiu: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/1998 a 31/08/1998, 01/09/1998 a 30/09/1998 COMPENSAÇÃO. INDEFERIMENTO. LANÇAMENTO Os débitos fiscais, objetos de pedidos de compensação não convertidos em Declarações de Compensação e indeferidos pela Autoridade Administrativa competente, estão sujeitos a lançamento de ofício, acrescidos das cominações legais. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1998 a 30/09/1998 COMPENSAÇÃO. INDEFERIMENTO. LANÇAMENTO Os débitos fiscais, objetos de pedidos de compensação não convertidos em Declarações de Compensação e indeferidos pela Autoridade Administrativa competente, estão sujeitos a lançamento de ofício, acrescidos das cominações legais. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/1998 a 30/06/1998 DECADÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS O prazo para a Fazenda Nacional exigir crédito tributário relativo a contribuições sociais, em face da Súmula nº 08, de 2008, editada pelo Supremo Tribunal Federal, passou a ser de cinco anos contados da ocorrência dos respectivos fatos geradores. JUROS DE MORA Sobre o crédito tributário devido e nãopago no vencimento é devido juros de mora independente de qualquer motivo. JUROS DE MORA À TAXA SELIC Fl. 5DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES 6 Súmula nº 03. É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia Selic para títulos federais. MULTA DE OFÍCIO. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. APLICAÇÃO. RETROATIVIDADE BENIGNA Tratandose de ato não definitivamente julgado aplicase retroativamente a lei nova quando mais favorável ao contribuinte que a lei vigente ao tempo do lançamento, excluindo a multa de ofício pelo fato de os débitos lançados terem sido declarados nas respectivas DCTFs. LANÇAMENTO. NULIDADE É válido o procedimento administrativo desenvolvido em conformidade com os ditames legais, inclusive quando lavrado na repartição fiscal. Recurso provido em parte. Irresignada, a Fazenda recorreu a este Colegiado pugnando pela reforma do acórdão vergastado, vez que, em seu entender, o prazo decadencial é o previsto no art. 173, inciso I, do CTN. Por meio do despacho de fl. 184 a 186, o recurso fazendário foi admitido. Regularmente cientificada, a autuada apresentou contrarrazões, fls. 190 a 196, e recurso especial, fls.197 a 205. Todavia, à fl. 209, consta pedido de desistência do recurso administrativo interposto pela autuada. Diante da desistência do recurso apresentado pelo sujeito passivo, os autos foram devolvidos ao órgão preparador que providenciou apartação do crédito tributário, e, em seguida, devolveu os autos a este Colegiado para exame do recurso especial da Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Relator O recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, dele conheço. A teor do relatado, a controvérsia a ser aqui dirimida cingese à questão do prazo e do termo inicial para contagem da decadência do direito de a Fazenda Publicar lançar crédito tributário relativo à COFINS e ao PIS/Pasep. A Câmara recorrida entendeu que o prazo é de 5 anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, nos termos do § 4º do art. 150 do CTN, enquanto a Fazenda Nacional, em seu apelo, defende o prazo de cinco anos, contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado, como previsto no inciso I do art. 173 do Código Tributário Nacional. Fl. 6DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES Processo nº 10830.002085/200301 Acórdão n.º 930301.534 CSRFT3 Fl. 222 7 Esse tema tem sido objeto de acirrados debates no CARF, ora prevalecendo a posição contrária da Fazenda Nacional ora a dos contribuintes, dependendo da composição das Turmas de Julgamento. Todavia, com a alteração regimental, que acrescentou o art. 62A ao Regimento Interno do Carf, as decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos devem ser observados no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Assim, se a matéria foi julgada pelo STJ, em sede de recurso repetitivo, a decisão de lá deve ser adotada aqui, independentemente de convicções pessoais dos julgadores. Essa é justamente a hipótese dos autos, em que o STJ, em sede de recurso repetitivo versando sobre matéria idêntica à do recurso ora sob exame, decidiu que, nos tributos cujo lançamento é por homologação, o prazo para restituição de indébito é de 5 anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador, quando houver antecipação de pagamento, e do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado, no caso de ausência de antecipação de pagamento. No caso dos autos, a teor do relatado, não houve antecipação de pagamento, daí, aplicarse ao caso a regra inserta no inciso I do art. 173 do CTN. Com isso, o termo inicial é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado. Aplicando essa regra ao caso concreto, vêse que, dos créditos lançados, a decadência não alcançou qualquer dos períodos auditados, posto que, o mais remoto diz respeito a janeiro de 1998, cujo termo de inicio da contagem do prazo é 1º de janeiro de 1999, e o final, 31 de dezembro de 2003, enquanto o lançamento foi efetuado em 09 de julho de 2003. Esclareçase, por oportuno, que a compensação feita pelo sujeito passivo não pode ser equipara a pagamento, pois o objeto destes autos é, justamente, a glosa do encontro de contas realizado pela autuada. Esclareçase, por oportuno, que a única questão devolvida à apreciação deste Colegiado é a do termo de início da decadência, e que o acórdão recorrido enfrentou as demais questões trazidas no recurso voluntário. Com isso, afastandose a decadência, não há que devolver os autos à instância a quo, posto que as demais questões já foram examinadas. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional para afastar a decadência declarada no acórdão recorrido, e restabelecer o crédito tributário lançado. Henrique Pinheiro Torres Fl. 7DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES 8 Fl. 8DF CARF MF Emitido em 05/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Assinado digitalmente em 28/07/2011 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, 15/07/2011 por HENRIQUE PINHEIRO TO RRES
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Numero do processo: 10580.005957/2002-92
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Oct 03 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Período de apuração: 31/01/1999 a 31/12/2000
AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE.
Não cabe a multa de ofício prevista no art. 44, I da lei 9.430/96, pela aplicação da retroatividade benigna do disposto no art. 18 da Lei 10.833/2003, com fundamento no art. 106, II, c, do CTN.
Numero da decisão: 9303-001.653
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar
provimento ao recurso especial. O Conselheiro Júlio César Alves Ramos declarou-se impedido de votar.
Matéria: Pasep- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Rodrigo da Costa Possas
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NULIDADE. Não cabe a multa de ofício prevista no art. 44, I da lei 9.430/96, pela aplicação da retroatividade benigna do disposto no art. 18 da Lei 10.833/2003, com fundamento no art. 106, II, c, do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. O Conselheiro Júlio César Alves Ramos declarouse impedido de votar. (assinado digitalmente) OTACÍLIO DANTAS CARTAXO Presidente. (assinado digitalmente) RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Relator. EDITADO EM: 20/10/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 30/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 07/02/2 012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Rodrigo Cardozo Miranda, Júlio César Alves Ramos, Maurício Rabelo de Albuquerque Silva , Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra Acórdão proferido pelo Segundo Conselho de Contribuintes que deu provimento parcial ao Recurso Voluntário do contribuinte. Contra a interessada foi lavrado Auto de Infração exigindo o recolhimento do PIS, decorrente a insuficiência do recolhimento para a exação em comento e para o período 31/01/1999 a 1/12/2000, uma vez que somente apresentou as DCTF — via meio eletrônico — e após o início da fiscalização e não num primeiro momento O lançamento foi julgado procedente. A interessada, então, recorre ao Segundo Conselho de Contribuintes repisando, em apertada síntese, os termos da impugnação apresentada, muita matéria de ordem constitucional e, ao final, pediu a suspensão da exigibilidade dos débitos noticiados até que haja o encontro de contas. Foi dado provimento parcial apenas para excluir a multa de ofício do art. 44, inc. I, da Lei nº 9.430;96. A PGFN interpôs Recurso Especial , questionando a decisão que excluiu a aplicação da multa de ofício pela aplicação da retroatividade benigna. Eis a ementa: MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Excluise a multa de oficio lançada, com fundamento no art. 106, II, c, do CTN, pela aplicação retroativa do disposto no caput do art. 18 da Lei n° 10.833/2003. O sujeito passivo não apresentou Recurso Especial e tampouco Contra razões. A análise do presente recurso versará somente sobre a exclusão da multa, prevista no art. 44, inc. I, da Lei nº 9.430;96. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas Análise da Admissibilidade Fl. 2DF CARF MF Impresso em 30/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 07/02/2 012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 10580.005957/200292 Acórdão n.º 930301.653 CSRFT3 Fl. 302 3 Do exame dos Acórdãos confrontados, verificase que restou efetivamente comprovada e demonstrada a divergência de entendimentos quanto à questão da multa de oficio, prevista no art. 44, I da Lei n° 9.430/96. Enquanto que no Acórdão recorrido o Colegiado considerou indevida a aplicação da multa, o Acórdão paradigma, em situação fática análoga, decidiu de forma oposta, ou seja, dizendo que é devida a multa no caso de declaração inexata de compensação em DCTF. Assim, estando presente todos os pressupostos de admissibilidade, passo a análise do mérito. Como já dito, somente se analisará o cabimento ou não da multa de ofício prevista no art. 44, I da lei 9.430/96, pela aplicação da retroatividade benigna do disposto no art. 18 da Lei 10.833/2003, com fundamento no art. 106, II, c, do CTN. A PGFN alega que as situações fáticas são distintas. Que não houve a subsunção do fato à norma. Foi aplicada uma retroatividade benigna inexistente. Ocorre que houve uma mudança na legislação e as penalidades devem ser aplicadas de forma restritiva, ou seja, se houver dúvida quanto a capitulação do fato praticado, não se deve aplicar a penalidade. A descrição da norma deve se encaixar perfeitamente ao fato imponível para que haja a aplicação da multa. Foi o que ocorreu neste caso. A norma passou a capitular a infração de forma diversa e não mais passou a existir no mundo jurídico a penalidade por declaração não correta de compensação em DCTF por ter sido substituído o instrumento para este tipo de declaração que é a DCOMP. Houve uma substituição do regime anterior. A infração passou a ser capitulada pela nova lei de regência sobres as compensações. Dessa forma foi correto o entendimento do colegiado a quo, que deu provimento, somente nessa parte, ao Recurso Voluntário do contribuinte, com votação unânime. Assim nego provimento ao Recurso Especial interposto pela PGFN Rodrigo da Costa Pôssas Relator Fl. 3DF CARF MF Impresso em 30/04/2012 por CLEUZA TAKAFUJI CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 07/02/2 012 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 29/02/2012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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