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Numero do processo: 10880.034080/94-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/12/1993
SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO.
Ocorrendo alguma das hipóteses do art. 151 do CTN, ficará o Fisco impedido de mover eventual execução fiscal contra o contribuinte a fim de cobrar o crédito tributário, mas não de efetuar o lançamento para fins de decadência, nos termos do art. 63 da Lei 9.430.
Numero da decisão: 3401-002.124
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
Júlio César Alves Ramos Presidente
Ângela Sartori - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori e Adriana Oliveira e Ribeiro.
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/09/1989 a 31/12/1993 SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. POSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO. Ocorrendo alguma das hipóteses do art. 151 do CTN, ficará o Fisco impedido de mover eventual execução fiscal contra o contribuinte a fim de cobrar o crédito tributário, mas não de efetuar o lançamento para fins de decadência, nos termos do art. 63 da Lei 9.430.
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POSSIBILIDADE DE LANÇAMENTO. Ocorrendo alguma das hipóteses do art. 151 do CTN, ficará o Fisco impedido de mover eventual execução fiscal contra o contribuinte a fim de cobrar o crédito tributário, mas não de efetuar o lançamento para fins de decadência, nos termos do art. 63 da Lei 9.430. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Júlio César Alves Ramos – Presidente Ângela Sartori Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 03 40 80 /9 4- 55 Fl. 408DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Cesar Alves Ramos, Emanuel Carlos Dantas de Assisi, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte, Ângela Sartori e Adriana Oliveira e Ribeiro. Fl. 409DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10880.034080/9455 Acórdão n.º 3401002.124 S3C4T1 Fl. 6 3 Relatório Contra o contribuinte foi lavrado auto de infração de fls. 103/106 para a exigência do IPI, do período de apuração de setembro de 1989 a dezembro de 1993, no valor de 1.887.828,04 UFIR. Consoante descrição fática do auto e termo de verificação (fl. 74), houve falta de lançamento de IPI, no período em apuração, pela saída de embalagens de metal de apresentação com erro de classificação fiscal e alíquota inferior. No entender da contribuinte, seu produto estaria classificado no código 7310.21.0100 da TIPI/89, com alíquota de 4%, destinado a embalagens de transporte, quando, no entender da fiscalização, o correto seria o código 7310.219900, com alíquota de 10%, conforme Despacho Homologatório CST n. 172/92, referente à consulta sobre classificação de mercadorias feita pelo Sindicato das Indústrias de Estamparia de Metais do Estado de São Paulo. Consta também que os valores foram lançados em relação aos fatos geradores ocorridos até a data da protocolização da consulta pelo Sindicado (06/09/1991), e aos fatos geradores ocorridos a partir da data em que o consulente foi notificado da decisão (15/04/1992), em respeito ao DecretoLei n. 2.227/85, que dispõe sobre consulta sobre a classificação fiscal. O contribuinte obteve liminar em medida cautelar, no processo n. 92.00103421, expedido pela 4ª Vara da Justiça Federal do DF, o qual lhe assegurou o recolhimento sob a alíquota de 4%. Inconformado, o sujeito passivo apresentou impugnação (fls. 110/117). A DRJ em Ribeirão Preto (fls. 324/329), no acórdão n. 1428.771, proveu em parte a impugnação apresentada pelo contribuinte conforme a seguinte ementa: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/09/1989 a 31/12/1993 PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADE. Não há falar em nulidade do procedimento, enquanto atividade vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, mesmo estando o contribuinte beneficiado por medida liminar judicial. CONCOMITÂNCIA DE OBJETO. As decisões do Poder Judiciário prevalecem sobre o entendimento da esfera administrativa, assim, não se discute na esfera administrativa a mesma matéria discutida em processo judicial. MULTA. LIMINAR. MEDIDA CAUTELAR. O deferimento de liminar nos autos de Medida Cautelar suspende a exigibilidade do crédito tributário e exclui a imposição de penalidade. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Fl. 410DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Em suma, os julgadores aplicaram a concomitância no o mérito da questão, e não conheceram a impugnação na parte que tratava da alíquota aplicável para a saída de embalagens de metal do estabelecimento do contribuinte, e cancelaram a multa de ofício em razão da suspensão da exigibilidade do crédito pela existência de medida liminar suportando o direito do interessado. Cientificada em 18/08/11 (fls. 336/v) apresentou recurso voluntário para este conselho, por meio do qual pleiteia o conhecimento do presente e a nulidade do auto de infração, bem como, alega em síntese: nulidade do auto de infração tendo em vista que, conforme afirmação do v. acórdão, a atitude do ora recorrente estava amparado por medida liminar, que assegurou o direito de promover a saída de seus produtos com alíquota do IPI de 4%. O crédito tributário jamais poderia ser lançado e constituído, vez que já foi judicialmente considerado inexistente e ilegítimo; a ordem judicial afastou o pagamento da diferença de 6% exigida pelo Fisco. O presente lançamento, ainda que reconhecida a suspensão de sua exigibilidade, configura verdadeira desobediência à ordem judicial que está, por sua vez, em plena vigência; cita o art. 62 do Decreto n. 70.235/72 argumentando que o dispositivo é claro ao vedar ao Fisco a instauração de qualquer procedimento fiscal que tenha por objeto a persecução de créditos tributários já afastados pelo Poder Judiciário. É o relatório. Fl. 411DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10880.034080/9455 Acórdão n.º 3401002.124 S3C4T1 Fl. 7 5 Voto Conselheira Ângela Sartori, Relatora. O recurso é tempestivo, e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. De início cabe esclarecer que a matéria que ora se analisa limitase a arguição de nulidade do auto de infração, haja vista que a DRJ identificou a concomitância entre as demandas no que se cinge ao mérito da causa. Da mesma forma, o ora recorrente conformouse com a decisão neste ponto e deixou de impugnála. Por outro lado, o cancelamento da multa de ofício em razão da existência de liminar favorável aos interesses do sujeito passivo, matéria esta diversa daquela discutida nos autos do processo judicial, foi deferido quando da análise da impugnação por aqueles eméritos julgadores, de modo que não há interesse de agir neste ponto e o contribuinte não voltou a levantar a questão sem seu recurso voluntário. Como relatado alhures, a TAPON CORONA METAL PLÁSTICO LTDA repisa em sede de recurso voluntário que o lançamento desrespeitou de forma evidente a decisão judicial que lhe assegurou o recolhimento do IPI, sob as embalagens de metal que saem de seu estabelecimento, pela alíquota de 4% até decisão final. Referida sentença, cuja conlusão se encontra acostada aos autos em fl. 157, determinou que a Fazenda Nacional se abstivesse, nesse tempo, de qualquer ato tendente à exigência das diferenças tributárias decorrentes da nova classificação, impugnada naquela assentada. Todavia, não vislumbro qualquer nulidade apta a ensejar a anulação do lançamento tributário. Isto porque, as hipóteses de nulidade estão previstas no art. 59 do Decreto n. 70.235/72: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Assim, sabendo que no presente caso o auto de infração foi lavrado pela autoridade administrativa competente, e que nenhuma decisão proferida até o presente momento preteriu o direito de defesa da recorrente, não há que se falar em nulidade do auto de infração. Também não há que se falar em vício por ilegalidade do auto de infração uma vez que o art. 63 da Lei 9.430 prevê o lançamento para prevenção da decadência, despido da exigência da multa de ofício: Art.63.Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº5.172, de 25 de outubro de 1966,não caberá Fl. 412DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 lançamento de multa de ofício.(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) Portanto, a decisão judicial que suspende liminarmente a exigibilidade do crédito tributário não tem o condão de impedir seu lançamento para fins de evitar decadência, mas sim de impedir que o Fisco inscreva o contribuinte em divida ativa ou mova ação de execução fiscal contra este, visando o recebimento do seu crédito. CONCLUSÃO: Ante o exposto, voto no sentido de conhecer o recurso voluntário e, no mérito, negar provimento. Ângela Sartori (assinado digitalmente) Fl. 413DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2013 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 15/02/2013 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10508.000160/2004-33
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003
BASE DE CÁLCULO. EMPRESA VENDEDORA DE MERCADORIAS E PRESTADORA DE SERVIÇOS. VARIAÇÕES CAMBIAIS. BENEFÍCIO FISCAL ESTADUAL. LEI Nº 9.718/98, ART. 3º, § 1º. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA.
À vista da jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal aplicável às empresas vendedoras de mercadorias ou prestadoras de serviços, excluem-se da base de cálculo da Cofins os valores exigidos com base no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, dentre os quais se encontram os de variações cambiais ativas e de incentivo estadual concedido sob a forma de crédito presumido do ICMS.
MATÉRIA NÃO TRATADA NA INSTÂNCIA A QUO. PRECLUSÃO.
Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício.
Numero da decisão: 3401-002.166
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração no Acórdão nº 3401-01.060 e, com efeitos infringentes, dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator.
JÚLIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente
EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003 BASE DE CÁLCULO. EMPRESA VENDEDORA DE MERCADORIAS E PRESTADORA DE SERVIÇOS. VARIAÇÕES CAMBIAIS. BENEFÍCIO FISCAL ESTADUAL. LEI Nº 9.718/98, ART. 3º, § 1º. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA. À vista da jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal aplicável às empresas vendedoras de mercadorias ou prestadoras de serviços, excluem-se da base de cálculo da Cofins os valores exigidos com base no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, dentre os quais se encontram os de variações cambiais ativas e de incentivo estadual concedido sob a forma de crédito presumido do ICMS. MATÉRIA NÃO TRATADA NA INSTÂNCIA A QUO. PRECLUSÃO. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício.
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INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 3º DA LEI Nº 9.718/98. DECISÃO DEFINITIVA DO STF. Embargante WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA Interessado WAYTEC TECNOLOGIA EM COMUNICAÇÃO LTDA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. RETIFICAÇÃO DO ACÓRDÃO. Constatada omissão relativa à analise da tempestividade, por não se ter verificado que foi feriado o dia seguinte ao da ciência do auto de infração, carece complementar o acórdão e acolher embargos de declaração com efeitos infringentes, de modo a considerar tempestivo o recurso voluntário e apreciálo. MATÉRIA NÃO TRATADA NA INSTÂNCIA A QUO. PRECLUSÃO. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não suscitada na instância a quo, exceto quando deva ser reconhecida de ofício. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003 BASE DE CÁLCULO. EMPRESA VENDEDORA DE MERCADORIAS E PRESTADORA DE SERVIÇOS. VARIAÇÕES CAMBIAIS. BENEFÍCIO FISCAL ESTADUAL. LEI Nº 9.718/98, ART. 3º, § 1º. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA. À vista da jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal aplicável às empresas vendedoras de mercadorias ou prestadoras de serviços, excluem se da base de cálculo da Cofins os valores exigidos com base no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, dentre os quais se encontram os de variações cambiais ativas e de incentivo estadual concedido sob a forma de crédito presumido do ICMS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 50 8. 00 01 60 /2 00 4- 33 Fl. 623DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração no Acórdão nº 340101.060 e, com efeitos infringentes, dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator. JÚLIO CESAR ALVES RAMOS Presidente EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de Embargos de Declaração tempestivos (ver fls. 610/611), interpostos pela contribuinte no Acórdão nº 340101.060, que não conheceu do recurso voluntário por considerálo intempestivo. Alega a Embargante omissão no julgado, por ter desprezado que o dia 06/04/2007, quando se encerraria o prazo de trinta dias, foi feriado (sextafeira da Paixão de Cristo). E como a peça recursal foi apresentada em 09/04/2007, apresentase tempestivo. Em face da tempestividade, requer o acolhimento dos Embargos e, consequentemente, a análise do Recurso Voluntário. É o Relatório. Voto Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, Relator Comprovado que o dia 06/04/2007 foi feriado (sextafeira da Paixão de Cristo), o trintídio legal para apresentação do Recurso Voluntário, que se encerraria nessa data porque a ciência do acórdão da DRJ se deu em 07/03/2007 (fl. 541, verso), foi deslocado para o dia 09/03/2007. Daí a tempestividade, pelo que cabe admitir e acolher plenamente os Embargos de Declaração e conhecer da peça recursal. RELATÓRIO DO RECURSO VOLUNTÁRIO Passo, então, ao conhecimento e decisão do litígio. Fl. 624DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10508.000160/200433 Acórdão n.º 3401002.166 S3C4T1 Fl. 634 3 O Auto de Infração da Cofins foi mantido pela DRJ, sob a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/07/2001 a 28/02/2003 INCONSTITUCIONALIDADE. A Secretaria da Receita Federal, como órgão da administração direta da União, não é competente para decidir quanto à inconstitucionalidade de norma legal. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. SOBRESTAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O processo administrativo fiscal é regido por princípios, dentre os quais o da oficialidade, que obriga a administração a impulsionar o processo até sua decisão final. VARIAÇÃO CAMBIAL. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. As variações cambiais ativas de direitos e obrigações em moeda estrangeira compõem a base de cálculo da Cofins, e, se tributadas pelo regime de competência, devem ser reconhecidas a cada mês, independentemente da efetiva liquidação das operações correspondentes. BENEFÍCIO FISCAL DO ICMS. Por não estar inserido no rol das exclusões da base de cálculo da Cofins previstas na legislação de regência, mantémse a autuação dos valores relativos a esse benefício fiscal. Lançamento Procedente No Recurso Voluntário a contribuinte, refutando o acórdão recorrido, alega inicialmente a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Contribuição, à vista da série de recursos julgados pelo Pleno do STF tendo por objeto o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. Em seguida, inovando em relação à peça impugnatória aponta erros que teriam sido cometidos no cálculo da Contribuição pela fiscalização, por inclusão indevida na base de cálculo de valores do IPI e de vendas à Zona Franca de Manaus. Para correção desses erros, requer diligência. Ao final requer o cancelamento do auto de infração ou, em caso contrário, a realização de diligência, objetivando revisar os valores da base de cálculo, deduzindose os valores de IPI, de vendas para a Zona Franca de Manaus “e levandose em consideração os estornos nas contas de demais receitas”. ANÁLISE DO LITÍGIO Por ser tempestivo e atende aos demais requisitos do Processo Administrativo, cabe conhecer da peça recursal, exceto no que inova em relação à Impugnação apontando erros que teriam sido cometidos no cálculo da Contribuição pela fiscalização, por inclusão indevida na base de cálculo de valores do IPI e de vendas à Zona Franca de Manaus. Fl. 625DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 4 No que inovou, o Recurso Voluntário não deve ser conhecido. Na lição de Chiovenda, repetida por Luiz Guilherme Marioni e Sérgio Cruz Arenhart, temse que:1 ... a preclusão consiste na perda, ou na extinção ou na consumação de uma faculdade processual. Isso pode ocorrer pelo fato: i) de não ter a parte observado a ordem assinalada pela lei ao exercício da faculdade, como os termos peremptórios ou a sucessão legal das atividades e das exceções; ii) de ter a parte realizado atividade incompatível com o exercício da faculdade, como a proposição de uma exceção incompatível com outra, ou a prática de ato incompatível com a intenção de impugnar uma decisão; iii) de ter a parte já exercitado validamente a faculdade A cada uma das situações acima corresponde, respectivamente, os três tipos de preclusão: a temporal, a lógica e a consumativa. No caso em tela ocorreu a preclusão temporal (ou consumativa, para outros), consistente na perda da oportunidade que o contribuinte teve para contestar supostos erros que teriam sido cometidos pela fiscalização, relativos a valores do IPI e de vendas à Zona Franca de Manaus (ZFM). De todo modo, os autos dão conta de que a autuação devese, tãosomente, à tributação escorada no alargamento da base de cálculo da Cofins promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. Tanto assim que na Impugnação a contribuinte informa o seguinte (fl. 478): Conforme consta do Relatório Fiscal anexo ao Auto de Infração ora atacado que foram encontradas diferenças na apuração da COFINS relacionadas aos seguintes itens: não inclusão de valores relativos a variação cambial e valores referentes aos incentivos fiscais do ICMS. O RELATÓRIO FISCAL – COFINS, por sua vez, confirma que o auto de infração não engloba vendas à ZFM, mas apenas valores da variação cambial e do incentivo do Estadual da Bahia, conforme os trechos seguintes (fl. 015, com negritos acrescentados): Com relação às vendas para Zona Franca de Manaus, o contribuinte foi solicitado pelo Termo de Intimação Fiscal (...) a apresentar por meio de listagem a composição das vendas efetuadas. (...) Com base no que foi apresentado, os valores de Vendas para Zona Franca de Manaus foram excluídos da base de cálculo. (...) Com relação aos valores de Variação Cambial, apesar do contribuinte ter informado em 04/07/2003 (fls.35 ) que considerou as variações monetárias para efeito de determinação da base de cálculo do IR, da CSLL, do PIS/PASEP e COFINS segundo o regime de competência, em sua resposta entregue em 1 MARIONI, Luiz Guilherme e ARENHART, Sérgio Cruz Arenhart. Manual do Processo do Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 665, apud CHIOVENDA, Giuseppe. "Cosa giudicata e preclusione", in Saggi di diritto processuale civile. Milano: Giuffrè, 1993, vol. 3, p. 233. Fl. 626DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10508.000160/200433 Acórdão n.º 3401002.166 S3C4T1 Fl. 635 5 08/01/2004 (fls.g) ) não concorda com os valores lançados nas planilhas, que são exatamente os valores contantes no Razão Contábil, conforme cópias às fls.387 A 433. Se o contribuinte não concorda com os valores contábeis, ou seja, pelo regime de competência, supõese então que o contribuinte considerou as variações monetárias para efeito da determinação da base de cálculo quando da liquidação das operações. Sendo assim, o contribuinte foi intimado (...) A solicitação não foi atendida e os valores de Variação Cambial foram mantidos na base de cálculo. Os créditos efetuados na conta ICMS Incentivos Fiscais referemse aos benefícios fiscais instituídos pelo Decreto n°4.316 de 19 de junho de 1995 (Governo do Estado da Bahia) e suas alterações (fls 434 A 466) e constituem receitas uma vez que reduzem o ICMS a recolher (baixa do passivo) sem a concomitante diminuição do ativo. Os valores foram mantidos na base de cálculo. Por fim, em linha com a autuação e a Impugnação, o acórdão recorrido cuidou apenas a apenas dos valores da variação cambial e do incentivo do Estadual da Bahia, que como já dito foram tributados com base no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Se antes havia divergências neste Colegiado quanto à aplicação da inconstitucionalidade do citado § 1º, com base no qual foi lavrado o Auto de Infração em questão, hoje a posição é uníssona pelo seu afastamento, em relação às pessoas jurídicas que não as financeiras. Daí o provimento integral ao Voluntário. É que a ampliação da base tributada no regime anterior à nãocumulatividade, nos termos do que tem decidido o STF de modo reiterado em relação às empresas vendedoras de mercadorias e prestadoras de serviços, impõe o cancelamento da presente autuação. Tal inconstitucionalidade só não pode ser aplicada em relação às instituições financeiras, já que na hipótese destas o STF ainda não decidiu o que, exatamente, constitui receita tributável.2 Ao contrário da DRJ, e diferentemente de votos meus antigos nos quais me posicionei pela não aplicação da inconstitucionalidade em debate por ter sido proferida em sede do controle difuso de inconstitucionalidade – atualmente vejo que é preferível afastar logo a eficácia do multicitado § 1º, desde que não se trate de instituição financeira, como acontece na presente lide. Referida inconstitucionalidade foi declarada na via incidental Recursos Extraordinários nºs 357.950, 358.273, 390.840, 346.084 e 585.235, dentre outros , mas o STF debate a edição de súmula vinculante sobre o tema, cuja redação inicialmente proposta foi a seguinte (conforme o site do STF na internet, no endereço 2 Nos termos do Acórdão nº 340101.051, processo nº 16327.000998/200512, sessão de 30 de setembro de 2010, esta Primeira Turma decidiu, por maioria, o seguinte: BASE DE CÁLCULO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ALARGAMENTO. LEI 9.718/98, ART. 3º, § 1º. CONTROVÉRSIA NÃO DIRIMIDA PELO STF. O Supremo Tribunal Federal, ao declarar a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo do PIS e Cofins promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, decidiu o tema em relação às empresas vendedoras de mercadorias e prestadoras de serviços, mas não às instituições financeiras. Fl. 627DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 6 http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/PropostasdeSumula.pdf, consulta em 06/02/2012, proposta de Súmula 6): TRIBUTO. COFINS. BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA BRUTA. INCONSTITUCIONALIDADE DO PARÁGRAFO 1º DA LEI 9.718/98. Enunciado: “É inconstitucional o parágrafo 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, a qual deve ser entendida como a proveniente das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais.” Precedentes: RE nº 346.084 Rel. orig. Min. Ilmar Galvão, DJ 01.09.2006; RE nº 357.950, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 15.08.2006; RE nº 358.273, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 15.08.2006; RE nº 390.840, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 15.08.2006. O STF, no julgamento Questão de Ordem levantada no RE nº 585.235, em 10/09/2008 reconheceu a existência de repercussão geral da questão, reafirmou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98 e aprovou a proposta do Min. Cezar Peluso, relator, para edição de súmula vinculante, ainda não votada. A redação acima proposta não restou aprovada. De todo modo, por meio de edital da Secretaria do STF com data de 13/05/2009, veiculado nos termos da Resolução nº 388STF, de 5 de dezembro de 2008, foram propostas três novas redações (Proposta de Súmula Vinculante nº 22), com os seguintes verbetes: Assunto: TRIBUTO. COFINS. BASE DE CÁLCULO. CONCEITO DE RECEITA BRUTA. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 3º DA LEI 9718/98: “É inconstitucional o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que ampliou a base de cálculo do PIS e da COFINS.” (proposta do Min. Cesar Peluso) ou “A alteração da base de cálculo da COFINS, pelo art. 3º, § 1º, da Lei 9718/98, mediante a ampliação do conceito de faturamento, violou o art. 195, I e § 4º, da CF, vício que a subseqüente edição da Emenda Constitucional 20/98 não convalidou.”(Presidência) ou “É inconstitucional o § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998, que ampliou o conceito de receita bruta, a qual deve ser entendida como a proveniente das vendas das mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza.” (proposta dos Min. Marco Aurélio e Joaquim Barbosa, na primeira vez em que foi sugerida esta súmula vinculante) ou Diante da provável irreversibilidade no trato da matéria pelo STF, no tocante às empresas vendedoras de mercadorias e prestadoras de serviços (ressalvo mais uma vez as financeiras), este Colegiado já decidiu, à unanimidade, conforme a ementa seguinte (Acórdão nº 340101.627, sessão de 6 de outubro de 2011, relator o ilustre Conselheiro Odassi Guerzoni Filho): Fl. 628DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10508.000160/200433 Acórdão n.º 3401002.166 S3C4T1 Fl. 636 7 COFINS. ART. 3º, § 1º DA LEI 9.718/98. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. REPERCUSSÃO GERAL. EXISTÊNCIA. Em sede de reafirmação de jurisprudência em repercussão geral, o Supremo Tribunal Federal já se manifestou pela inconstitucionalidade do conteúdo do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, conhecido como alargamento da base de cálculo do PIS e da Cofins. Assim, de se retirar da base de cálculo da contribuição quaisquer outras receitas que não as decorrentes do faturamento, por este compreendido apenas as receitas com as vendas de mercadorias e/ou de serviços. Por oportuno, observo que o art. 9º da Lei nº 9.718/98, a incluir na base de cálculo do PIS e da COFINS, a partir de fevereiro de 1999, as variações cambiais ativas (ou positivas), deve ser interpretação com o § 1º do art. 3º da mesma Lei. Como o valor de variações cambiais não integra o faturamento definido como o produto da venda de mercadorias ou da prestação de serviços (antes da ampliação para receita bruta), só se admitia a tributação enquanto não afastado o alargamento delineado no § 1º em comento. O contrário ocorre na presente situação, pois a Recorrente não é uma instituição financeira e, por isso, a ela se aplica a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Contribuição. Pelos fundamentos acima, e levando em conta que a autuação recai tão somente sobre valores tributados em face do alargamento da base de cálculo da Contribuição sob o regime cumulativo, em face da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 dou provimento ao Recurso Voluntário para cancelar o lançamento. CONCLUSÃO Pelo exposto, admito os presentes Embargos de Declaração e os acolho com efeitos infringentes para retificar o Acórdão nº 340101.060, cujo resultado passa a ser o seguinte: não conheço da parte do Recurso Voluntário ausente da Impugnação, por preclusão, mas na parte conhecida dou provimento para cancelar a autuação. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 629DF CARF MF Impresso em 16/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
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Numero do processo: 10830.912962/2009-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO PARCIALMENTE EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO.
Reconhecido em diligência o indébito decorrente de pagamento a maior da Contribuição homologa-se a compensação respectiva, ainda que a retificação da DCTF seja posterior ao despacho decisório que indeferiu o pleito.
Numero da decisão: 3401-002.130
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Esteve presente ao julgamento a Drª Isabella Bariani Tralli OAB/SP 198772.
JÚLIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente
EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO PARCIALMENTE EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO. Reconhecido em diligência o indébito decorrente de pagamento a maior da Contribuição homologa-se a compensação respectiva, ainda que a retificação da DCTF seja posterior ao despacho decisório que indeferiu o pleito.
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Recorrente COIM BRASIL LTDA Recorrida DRJ CAMPINAS ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO DO CONTRIBUINTE RECONHECIDO PARCIALMENTE EM DILIGÊNCIA. HOMOLOGAÇÃO. Reconhecido em diligência o indébito decorrente de pagamento a maior da Contribuição homologase a compensação respectiva, ainda que a retificação da DCTF seja posterior ao despacho decisório que indeferiu o pleito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Esteve presente ao julgamento a Drª Isabella Bariani Tralli OAB/SP 198772. JÚLIO CESAR ALVES RAMOS Presidente EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Clauter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 29 62 /2 00 9- 31 Fl. 114DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão da 3ª Turma da DRJ que manteve a não homologação de compensação cujo crédito alegado tem origem em pagamento a maior da Cofins. Na origem a análise se deu por meio de despacho decisório eletrônico. Na manifestação de inconformidade a contribuinte alega que não foi retificada a DCTF no momento em que recalculados os débitos e identificados os valores pagos a maior, e que o problema será sanado com a simples retificação. A 3ª Turma da DRJ constatou que a DCTF foi retificada após o despacho decisório, mas manteve o indeferimento por não haver prova de erro cometido na original. Observou que a contribuinte trouxe aos autos apenas a cópia da retificação extemporânea da DCTF. No recurso voluntário, tempestivo, a contribuinte explica que a retificação na DCTF decorre da tributação de “outras receitas” – além do faturamento –, incluídas na base de cálculo da Contribuição, asseverando que a realização de simples diligência permitiria constatar na sua escrituração o seu direito creditório. Anexa à peça recursal cópias de Diário e Razão, dentre outros documentos, invoca o princípio da verdade material e cita em prol de sua argumentação o Acórdão nº 203 09.788 e a Solução de Consulta da 3ª Região Fiscal nº 35, de 30/08/2005. Em diligência determinada por este Colegiado a unidade de origem verificou o indébito, informando haver recolhido a maior no montante de R$ 7.455,94 (fl. 97), superior ao declarado na DCOMP deste processo A contribuinte, cientificada da diligência realizada, expressamente concorda com o seu resultado. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto Diante do resultado da diligência, que reconhece integralmente o indébito informado no PER/DCOMP, cabe dar provimento parcial ao Recurso. Ao deixar de homologar a compensação, a DRJ considerou não haver prova de erro cometido na DCTF original. O apurado na diligência, contudo, verificou o contrário, pelo que cabe admitir o novo valor posto na DCTF retificadora, entregue depois do despacho decisório na origem. Na situação dos autos, de despacho decisório eletrônico, convém sempre investigar em maior profundidade a escrita fiscal e contabilidade da empresa, o que foi feito por ocasião da diligência. Somente assim, com apuração dos valores devido e recolhido do tributo, é possível decidir a lide. O despacho eletrônico requer maior cautela por parte das autoridades julgadoras, especialmente porque antes a contribuinte não tem oportunidade de se manifestar. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10830.912962/200931 Acórdão n.º 3401002.130 S3C4T1 Fl. 115 3 Por oportuno, observo que a confissão constante de DCTF admite em sentido contrário. Tal confissão, que inclusive dispensa o lançamento tributário, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, encontra amparo nos 348, 353, 354 e 585, II, do Código de Processo Civil. Segundo esses dispositivos há confissão quando uma parte (sujeito passivo da obrigação tributária principal) admite a verdade de um fato (ser devedora do tributo confessado), contrário ao seu interesse e favorável à outra parte (Fisco), o que pode ser feito de forma judicial ou extrajudicial. A confissão extrajudicial feita por escrito à parte contrária, como se dá mediante a DCTF, ou se deu por meio da DIPJ até o anocalendário 1998, tem o mesmo efeito da judicial. Assim, em sede tributária a confissão de dívida serve como título executivo extrajudicial que, contudo, admite provas contrárias, especialmente a de não ocorrência do fato gerador ou a de extinção do crédito tributário confessado. Daí se admitir a retificação das DCTF, mesmo depois do despacho decisório ou, quando for o caso, do início da ação fiscal. Pelo exposto, nos termos do resultado da diligência dou provimento ao Recurso Voluntário, reconhecendo o indébito da Cofins no montante informado no PER/ DCOMP e homologando a compensação pleiteada. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 116DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 10/03/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/03/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
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Numero do processo: 11444.001129/2010-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006, 2008
FRAUDE EM OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DA AUTUADA.
A Contribuinte não pode ser responsabilizada por fraudes cometidas por terceiros, quando seguidos os procedimento legais nas operações de exportação.
Numero da decisão: 3401-002.081
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencido o Conselheiro Júlio César Alves Ramos.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS
Presidente
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA
Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori e Fábia Regina Freitas (Suplente). Ausência justificada do Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte. Fez sustentação oral pela Recorrente o Dr. Diego Diniz Ribeiro OAB/SP 201.684
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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FALTA DE COMPROVAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO DA AUTUADA. A Contribuinte não pode ser responsabilizada por fraudes cometidas por terceiros, quando seguidos os procedimento legais nas operações de exportação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 1ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Vencido o Conselheiro Júlio César Alves Ramos. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Júlio César Alves Ramos (Presidente), Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori e Fábia Regina Freitas (Suplente). Ausência justificada do Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte. Fez sustentação oral pela Recorrente o Dr. Diego Diniz Ribeiro OAB/SP 201.684 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 44 4. 00 11 29 /2 01 0- 12 Fl. 13501DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Trata o presente processo de quatro autos de infração lavrados em 16/08/2010. No primeiro (fls.02/64), foi lançado o Imposto sobre Importação; no segundo (fls.364/412) foi efetuado o lançamento do IPI; no terceiros (fls.539/652) foi lançado o PIS; e no quarto (fls.889/951) foi lançado a COFINS. Todos têm como fato gerador as operações de importação ocorridas entre 2004 e 2008, com benefício de drawback, pelo qual a tributação ficou suspensa na importação, sob condição de que o produto importado fosse utilizado na fabricação de bens para exportação. Ocorre que, segundo o auditorfiscal, a exportação foi fraudulenta, pois o produto final foi desviado para o mercado interno, o que levou também à aplicação de multa qualificada. No relatório fiscal, constante nos autos de infração, a autoridade fiscal informa o seguinte: “Com a participação de intervenientes aduaneiros nomeados pelo exportador a carga, total ou parcialmente, não seguia para o destino declarado no despacho aduaneiro de exportação, mas era desviada para comercialização em mercado interno clandestino operado por empresas que viriam a ser identificadas no transcorrer das investigações. (...) Atuando em nome da Pirelli Pneus Ltda, tais representantes legais, prepostos estabelecidos nos termos da legislação vigente, lograram iludir a fiscalização aduaneira, através da apresentação ao órgão fiscalizador de declarações de exportação cujas informações não refletem a realidade, já que as cargas ali indicadas, total ou parcialmente, não transpuseram a fronteira, acarretando falsa averbação de despacho. (...) Diante do que foi exposto, exigemse do sujeito passivo, através da lavratura do presente Auto de Infração, os valores devidos a titulo do Imposto de Importação II, incidente na importação dos insumos utilizados na fabricação dos pneus, câmaras e protetores desviados para comercialização no mercado interno, cuja exigência havia sido suspensa por força de regimes aduaneiros especiais de drawback concedidos ao sujeito passivo por intermédio dos atos concessórios n° 20030189578, 20050085085, 20060139730 e 20070150605, e que se revelou devido após a descoberta de esquema fraudulento de exportação fictícia de produtos vinculados aos respectivos atos concessórios”. (grifo nosso) A Autuada apresentou Impugnação (fls.5.263/5.325), mas a DRJ São Paulo II/SP manteve os lançamentos, ao proferir acórdão (fls. 13.357/13.387) com a seguinte ementa: Fl. 13502DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11444.001129/201012 Acórdão n.º 3401002.081 S3C4T1 Fl. 13.501 3 “O conteúdo de diversos registros de exportação, amparados por atos concessórios no Regime de Drawback Suspensão, foram desviados para o mercado interno. Ocorrendo dolo fraude ou simulação nos casos de lançamento por homologação, aplicase a regra do artigo 173, I do Código Tributário Nacional. O artigo 136 do CTN é taxativo no sentido de que a responsabilidade tributária é objetiva. Ainda que ignore o fato de seu ato ou de seus representantes estar em descompasso com a legislação, o Impugnante não pode se furtar de sua responsabilidade. O parágrafo único do artigo 48 da IN 28/94 determina que não fica prejudicada a apuração da responsabilidade, por fraudes constatadas após o desembaraço e a aplicação, aos responsáveis, das sanções administrativas, fiscais, cambiais e penais cabíveis. As provas coletadas pela fiscalização vão além da correspondência eletrônica entre dois funcionários do autuado, das escutas telefônicas e mensagens de computador como apregoado na impugnação. Constatase a divergência das placas dos veículos de saída do estabelecimento do autuado e das placas dos veículos que transpuseram a FRONTEIRA. O exame da proporcionalidade entre o fato infracional e o valor da multa não é passível de exame neste foro. Uma vez que a empresa autuada não forneceu informações adequadas para a apuração do valor aduaneiro, a fiscalização o arbitrou com fundamento no artigo 148 do Código Tributário Nacional. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” A Contribuinte tomou ciência do acórdão da DRJ em 08/02/2012 (fl. 13.391) e interpôs Recurso Voluntário em 08/03/2012 (fls. 13.394/13.456) com as alegações resumidas abaixo: 1 A decisão da DRJ é nula, pois não apreciou todos os argumentos da Impugnação e ignorou as provas apresentadas; 2 Conforme as conclusões do inquérito da Polícia Federal, a Recorrente não tem qualquer participação no esquema de fraude; Fl. 13503DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 3 A Recorrente não teve qualquer vantagem econômica na suposta fraude; 4 A Recorrente agiu de boafé e se, porventura, tiver ocorrido qualquer fraude, o ilícito deve ser afastado pela falta de máfé da Recorrente; 5 Conforme jurisprudência do STJ, a responsabilidade objetiva deve ser afastada quando o agente age de boa fé; 6 Os documentos apresentados (fatura, contrato de câmbio, pagamentos, registros e exportação, transporte etc.) são suficientes para provar a veracidade da exportação; 7 No momento das exportações, as faturas foram submetidas à fiscalização da Receita Federal para controle da parametrização dos canais laranja ou vermelho. Nessa ocasião, as mercadorias foram conferidas eletronicamente e fisicamente, e tiveram a exportação confirmada pela fiscalização; 8 A autuação foi feita com base em meras presunções e indícios que não são suficientes para a efetuação do lançamento; 9 O lançamento com base em presunção é válido somente se a presunção estiver prevista em lei; 10 Os indícios apontados pela fiscalização (conversas telefônicas e trocas de mensagens) não provam que as mercadorias foram desviadas do mercado externo e permaneceram no país; 11 O lançamento efetuado pela fiscalização por meio de arbitramento é ilegal, pois a Recorrente tem suas escritas e documentos em ordem; 12 Estão decaídos os créditos lançados relativos às Declarações de Importações datadas de junho de 2004 a julho de 2005; 13 Como não houve intuito de fraude, por parte da Recorrente, a multa não deve ser qualificada; Ao fim, a Recorrente pediu que fosse anulada a decisão recorrida ou que seja reformada para cancelar integralmente o auto de infração. É o Relatório. Fl. 13504DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11444.001129/201012 Acórdão n.º 3401002.081 S3C4T1 Fl. 13.502 5 Voto Conselheiro JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA, Relator O Recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A Recorrente foi autuada em razão de supostas fraudes em exportações, o que fez incidir os tributos de importação suspensos em razão de operação de drawback. Foram devolvidas para apreciação por este Conselho as seguintes matérias: nulidade do acórdão da DRJ por não apreciar todas as razões da impugnação; impossibilidade de responsabilidade objetiva do contribuinte quando age de boafé; comprovação de veracidade das exportações; impossibilidade de lançamento feito com base em presunções; ilegalidade do lançamento feito por arbitramento; decadência parcial; impossibilidade de aplicação de multa qualificada. 1. Da nulidade do acórdão da DRJ por omissão em determinadas matérias Segundo a Recorrente, além de a instância não analisar as provas por ela apresentadas, deixou de julgar duas razões suscitadas na Impugnação, quais sejam: “(i) o fato de que todas as declarações presentes nos sistemas da Receita Federal até a data de hoje refletem a efetividade das exportações; e (ii) de que meros indícios levantados pela Fiscalização (presunções simples) não podem justificar as exigências tributárias”. A Recorrente tem razão neste ponto. Além de não apreciar as duas razões elencadas acima, o voto condutor do acórdão recorrido, na maior parte, é mera transcrição das informações constantes nos autos de infração e no relatório fiscal. Em pouquíssimas passagens é possível perceber o cotejo, por parte do julgador, entre os argumentos da Impugnante, ora Recorrente, com as informações da autoridade fiscal. No acórdão recorrido também não há nenhum comentário acerca das provas apresentadas pela Recorrente. Tudo isso leva à conclusão de que a Impugnação apresentada pela Contribuinte não foi devidamente apreciada. É cediço que todo ato administrativo deve ser motivado. Como a impugnante apresentou vários argumentos essenciais ao deslinde da questão – como são as matérias referentes à prova de efetiva exportação pelas declarações do sistema da Receita Federal e à impossibilidade de lançamento por presunção cabe ao julgador motivar por qual razão rejeita Fl. 13505DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 os argumentos levantados e as provas apresentadas. Como assim não fez, deixou de apreciar questões de suma importância, cerceando a defesa da Recorrente. O cerceamento de defesa leva à nulidade do acórdão da DRJ, na forma do art. 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/75. Desse modo já decidiu diversas vezes as esferas administrativas, conforme decisões abaixo: “NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. A falta de apreciação, pela autoridade julgadora de primeira instância, de razões de defesa suscitadas na impugnação, constitui preterição do direito de defesa da parte, ensejando a nulidade da decisão assim proferida, ‘ex vi’ do disposto no art. 59, II, do Decreto n° 70.2.35/72. (CARF; 1a Seção de Julgamento, 2a Câmara, 1a Turma Ordinária.Rel. Marcelo Cuba Netto. Acórdão 120100275, julgado em 08/07/2010) “NORMAS PROCESSUAIS NULIDADE DA DECISÃO DA DRJ CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Cerceamento do Direito de Defesa. A decisão de primeira instância administrativa deve enfrentar todas as razões de defesa suscitadas pelo impugnante. Caso não o faça, impede que esta corte as conheça, sob pena de supressão de instância e, conseqüentemente, violação da ampla defesa”. (CARF. 1a Seção de Julgamento, 4a Câmara, 2a Turma Ordinária. Rel. Frederico Augusto Gomes de Alencar. Acórdão: 140200.169. Julgado em 17/05/2010). Desse modo, é nulo o julgamento da DRJ. Apesar disso, existe elemento suficiente para apreciação do mérito. Desta forma, entendo que cabe a apreciação do mérito da questão, em atendimento ao disposto no § 3o, do art. 59, do Decreto 70.235/72, in verbis: § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. 2. Da impossibilidade de lançamento feito com base em presunções Compulsando os autos, verificase que não há dúvidas no tocante à fraude narrada, vez que as provas que demonstram o desvio da mercadoria para o mercado interno são robustas. Contudo, em nenhum momento fica demonstrada a participação da Recorrente na fraude. Pelo contrário, no cotejo do inquérito policial e demais documentos constantes nos autos o que se nota é que a Recorrente fazia o procedimento para exportação, mas não sabia que seus produtos eram desviados após a saída de seu estabelecimento. Na primeira informação da Polícia Federal enviada ao Poder Judiciário (fls.5.806 e seguintes – Vol. XXI), mais precisamente na fl. 5.815, a autoridade policial informa que a Recorrente teria motivação para cometer o crime de sonegação fiscal, mas que Fl. 13506DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11444.001129/201012 Acórdão n.º 3401002.081 S3C4T1 Fl. 13.503 7 não era possível ter certeza e que isso só se confirmaria na segunda fase da investigação. É o que se infere da leitura do trecho transcrito abaixo: “Apesar do aparente envolvimento da empresa PIRELLI S.A. com os delitos sob apuração, não podemos afirmar que tal empresa esteja cometendo delito dessa espécie, nos parecendo mais lógico, ao menos por enquanto, considerar que a mesma motivase apenas pela sonegação fiscal obtida com a isenção ilegal obtida nas importações de insumos para posterior exportação de produtos manufaturados (drawback). O mesmo não se pode afirmar em relação ao receptador e aos grandes intermediários investigados, porém, tal matéria somente poderá ser esclarecida quando da segunda fase das investigações, isto é, quando da análise das provas obtidas através dos futuros mandados de busca e apreensão a serem deferidos pela Justiça Federal caso entendam cabíveis as razões expostas”. Além desse trecho, que não imputa de forma conclusiva o crime à Recorrente, a fiscalização não juntou nenhum outro documento que a incrimine. Por outro lado, ao longo do vol. XXVII e seu anexo, encontramse diversos documentos que demonstram que a Recorrente procedeu de forma legal para exportar sua mercadoria. Nesse volume estão presentes notas fiscais, conhecimento de transporte de carga, contrato de câmbio, extrato de registro de exportação, dentre outros. Enfim, os documentos apresentados nos autos, além de não provarem que a Recorrente participava da fraude, demonstram que ela procedeu de modo legal venda ao mercado externo, o que denota a sua boafé nas operações. No tocante à responsabilidade objetiva alegada pela DRJ, essa não se aplica ao presente caso, pois a autuação teve como fundamento a existência de fraude e a fraude somente é possível com a existência de dolo, isto é, vontade subjetiva. Logo, a responsabilização apoiada em fraude não pode se dar de modo objetivo, devendo ser provada a participação do agente. No processo nº 11444.001113/201018 foi julgado um lançamento, também da Recorrente, com base nos mesmo fato narrado nos autos ora apreciado, inclusive apoiado na mesma investigação policial. O citado processo foi julgado pela 2a Turma Especial desta Terceira Seção de Julgamento do CARF, sob relatoria do Conselheiro Francisco José Barroso Rios. Segue parte do voto do ilustre Conselheiro que o relatou, o qual foi seguido por unanimidade: “Como já dito, não encontrando provas da participação da autuada no desvio para o mercado interno das mercadorias destinadas à exportação, a instância recorrida manteve o lançamento com fundamento único na responsabilidade objetiva Fl. 13507DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 da obrigação tributária. Contudo, laborou em equívoco, ao menos, por duas razões. Primeiramente, porque o lançamento, frente à realidade examinada, jamais poderia se alicerçar em responsabilidade objetiva, posto que todo ele é erigido diante de condutas onde o elemento volitivo está presente, qual seja, o intento de fraudar a administração tributária mediante o desvio, para o mercado interno, de produtos destinados ao mercado exterior (...). Fundamentar o lançamento em responsabilidade objetiva diante de tudo o que foi demonstrado pela fiscalização estaria absolutamente fora do contexto material dos fatos, até porque a fiscalização, ao concluir como caracterizada o ‘evidente intuito de fraude’ (...), lavrou a exigência acompanhada de multa agravada”. Portanto, diante do que foi visto, a Recorrente procedeu de forma correta para ter os benefícios drawback e não ficou comprovada a sua participação na fraude de desvio de mercadoria, razão pela qual não pode ser responsabilizada pelo ilícito nem sofrer lançamento de multa e tributo em razão das condutas praticadas por terceiros. Na esfera administrativa já foi decidido o seguinte: “Imposto sobre a Exportação IE Data do fato gerador: 22/07/1996 Ementa: A caracterização de Fraude à Exportação exige a demonstração do dolo específico do agente, caracterizado pela consciência do conteúdo infracional da conduta e pela intenção de causar prejuízo tributário, comercial ou cambial com a sua prática. Ausentes esses pressupostos não se cogita a aplicação da multa capitulada no art. 66, "a" da Lei nº 5.025, de 1966. Recurso de Ofício Negado”. (3º Conselho de Contribuintes / 3a. Câmara / ACÓRDÃO 30334.762 em 16.10.2007 Rel. Luis Marcelo Guerra De Castro) No caso dos presentes autos, o que se tem na realidade é a demonstração de boafé da Recorrente nas suas vendas, cumprindo todos os requisitos e exigências fiscais, ficando prejudicada pela fraude realizada pelo seus clientes, de modo que deve ser afastada a sua responsabilidade, conforme já decidiu o STJ: TRIBUTÁRIO EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL ICMS QUEBRA DE DIFERIMENTO RESPONSABILIZAÇÃO DO VENDEDOR DE BOAFÉ IMPOSSIBILIDADE 1 Embargos de divergência pelos quais se busca dirimir dissenso interno quanto à possibilidade de, nos casos de diferimento tributário em que o comprador é posteriormente reconhecido como inidôneo, responsabilizar o vendedor de boafé pelo pagamento do tributo. 2 In casu, não se discute a possibilidade de responsabilização do contribuinte Fl. 13508DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 11444.001129/201012 Acórdão n.º 3401002.081 S3C4T1 Fl. 13.504 9 (vendedor) pelo pagamento do tributo, em caráter supletivo, nos termos do art. 128 do CTN , mas se ele, ainda que agindo de boafé, pode responder por infração cometida pela empresa compradora. A responsabilidade por infrações está contemplada nos arts. 136 e seguintes do CTN . No entanto, a situação dos autos não se subsume a essas regras, na medida em que está claro que o vendedor, por ter sido considerado de boafé, não participou da fraude levada a efeito pela compradora (ausência de dolo) e nem detinha poderes para evitála (ausência de culpa). 3 O diferimento tributário não constituiu um benefício fiscal, até porque não há dispensa do pagamento do tributo (como ocorre com a isenção ou com a não incidência), mas técnica de arrecadação que visa otimizar tarefas típicas do fisco, de fiscalizar e arrecadar tributos. Logo, por representar conveniência para o Estado, cabe a ele, exclusivamente, a fiscalização dessas operações. E nem poderia ser diferente, pois ao vendedor, que, via de regra, nessa modalidade de tributação, é pequeno produtor rural (de milho, na espécie), a lei não confere poderes para fiscalizar as atividades da empresa que adquire os seus produtos. 4 A responsabilização objetiva do vendedor de boafé, nesse caso, importa prática perversa, porquanto onera, de uma só vez e de surpresa, o elo mais frágil da cadeia produtiva que nada pôde fazer para evitar a infração cometida pela empresa adquirente. Além disso, deve ser sopesado que, embora o recolhimento do imposto seja realizado em uma etapa posterior, não se deve olvidar que o produtor rural, ao vender sua produção, certamente sofre os efeitos econômicos desse diferimento na composição do preço de sua mercadoria, na medida em que, via de regra, a exação postergada corresponde a um custo de produção a ser suportado pelo restante da cadeia produtiva. 5 Dessa forma, na modalidade de diferimento, constatado que o vendedor agiu de boafé, entregando a mercadoria e emitindo a correspondente nota fiscal, não é possível imputarlhe a responsabilidade tributária para o pagamento do tributo. 6 Embargos de divergência providos. (STJ EDREsp 1.119.205 (2010/00278724) 1ª S. Rel. Min. Benedito Gonçalves DJe 08.11.2010 p. 484) (grifos nosso) Diante dessas considerações, deve ser cancelado o lançamento efetuado contra a Recorrente, por não ser responsável pelas infrações cometidas por terceiros sem a sua participação. Com essa decisão, a apreciação das demais matérias resta prejudicada. Ex positis, dou provimento ao Recurso Voluntário interposto para cancelar o auto de infração. É como voto. Sala das Sessões, em 28 de novembro de 2012. Fl. 13509DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 10 JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Fl. 13510DF CARF MF Impresso em 26/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 19 /12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 14/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10768.720231/2007-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003
CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO.
Segundo a Súmula nº. 1 do Segundo Conselho de Contribuintes, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo
Numero da decisão: 3401-001.750
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar o provimento ao Recurso Voluntário nos termos do voto do relator.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 20/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César AlvesRamos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi GuerzoniFilho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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Segundo a Súmula nº. 1 do Segundo Conselho de Contribuintes, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar o provimento ao Recurso Voluntário nos termos do voto do relator. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 20/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 72 02 31 /2 00 7- 08 Fl. 595DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 Relatório Em 15.9.2005 a contribuinte Petróleo Brasileiro S/A Petrobrás protocolou Declaração de Compensação com o objetivo de aproveitar crédito proveniente de pagamento a maior de PIS no valor de R$3.728.783,26. Em 5.2.2010 a Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária– RJ, através de Despacho Decisório (fl. 112.), reconheceu parcialmente o crédito pleiteado, no valor de R$1.636.126,08 e, consequentemente, homologou parcialmente a compensação declarada, até o limite do crédito reconhecido. No Parecer Conclusivo (fls. 104/111),consta ,resumidamente,que: a) A contribuinte retificou a DCTF alterando o valor do PIS devido, código 8109, para o período em questão. Retificou também o valor da CIDE utilizado na quitação de parte do débito 8109. Apesar de o valor retificado em DCTF coincidir com o declarado na DIPJ, os códigos de retenção eram distintos. Constam recolhimentos nos valores de R$ 36.222.312,27 e R$13.842,15, sob o código 8109; b) O processo foi encaminhado à DEFIC para realização de diligência para apuração do valor efetivo devido ao PIS em cada órgão de retenção. Com base nas informações contábeis e extra contábeis fornecidas pela contribuinte, o órgão concluiu que persistiram divergências apuradas em relação à aplicação das alíquotas específicas de combustíveis e que o valor devido após a dedução da CIDE é de R$ 32.810.218,12. c) Na planilha anexada ao relatório fiscal, foi considerada a dedução indicada pela contribuinte referente a liminares, tanto para a receita de venda de gasolina, quanto para o óleo diesel. Entretanto, não há legislação de regência do PIS que autorize tal exclusão. Havendo discussão judicial sobre determinada receita, o procedimento apropriado é informar na DIPJ o total da receita auferida, apurar o tributo devido e, na DCTF, especificar o montante discutido, que ficará com a exigibilidade suspensa até findar a lide. Sendo assim, foi retificada a planilha elaborada pela fiscalização, para incluir na base de cálculo do PIS sujeito a alíquotas diferenciadas o valor indevidamente excluído; d) Tais alterações impõem a retificação do restante da apuração do PIS devido, como demonstrado pela retificação da ficha 21 da DIPJ; e) O total devido após a dedução da CIDE é de R$ 34.600.028,34. Considerando os pagamentos no valor total de R$ 36.236.154,42, resta configurado o pagamento a maior de R$ 1.636.126,08. Em 25.2.2010, contribuinte é cientificada da decisão e em 24.3.10 apresenta Manifestação de Inconformidade (fls. 130/141), alegando, em síntese, que: a) O Parecer Conclusivo apresentou equívoco em sua linha de raciocínio, ao incluir o valor relativo à venda de combustível objeto de liminares na base de cálculo do PIS; b) Por força das liminares, os fatos geradores passaram a se comportar como fatos geradores condicionais. No caso dos autos, as ordens judiciais adicionaram aos atos jurídicos condição suspensiva, fazendo com que o tributo incidisse somente caso as liminares fossem afastadas por decisão judicial superior; Fl. 596DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10768.720231/200708 Acórdão n.º 3401001.750 S3C4T1 Fl. 596 3 c) Como a exigibilidade estava suspensa por força judicial, não poderia a requerente incluir tais valores na base de cálculo do PIS, já que tal inclusão representaria um reconhecimento de incidência do tributo sobre essas parcelas com liminares, tributo esse cuja existência foi obstada por força judicial, configurando uma contradição; d) O raciocínio exposto no Parecer Conclusivo também conduz a uma projeção dos efeitos do fato gerador para além dos comandos legais, já que os mesmos se encontravam afastados por ordens judiciais; e) No que se trata de gasolina e GLP, não foram utilizadas as alíquotas corretas no cálculo do PIS; f) Na base de cálculo da venda de gasolina foi incluída a venda de gasolina de aviação, na ordem de R$ 11.733.736,83, que deveria ser tributada à alíquota de 1,65%; g) No montante utilizado na base de cálculo do GLP foi incluído o produto 614 (propano/butano), cujas operações somam R$ 21.262.074,11, que somente passou a ser tributado como GLP a partir de março/2003 (IN SRF 247/2002). Em 19.1.2011 a 5ª Turma da DRJ/RJ2 julgou a Manifestação de Inconformidade parcialmente procedente, reconhecendo que o valor efetivamente pago a maior foi com base nos seguintes argumentos: a) Quanto à exclusão pretendida de R$ 44.735.132,25 (referente à gasolina) e R$ 26.096.935,23 (relativa ao óleo diesel) da base de cálculo do PIS, cumpre registrar que não há nos autos informações acerca das citadas liminares e das ações judiciais a elas correspondentes. A contribuinte também não demonstra como apurou os valores excluídos a este título e nem esclarece a que se refere à parcela da receita de venda de gasolina e óleo diesel que estaria sendo discutida na esfera judicial e que, no seu entender, não estaria sujeita, no período em análise, à incidência do PIS. b) O crédito tributário suspenso por decisão judicial não definitiva deve ser declarado à RFB nesta condição, não havendo autorização para a exclusão de tais receitas na composição da base de cálculo da contribuição devida. Sendo a decisão favorável ao contribuinte, o crédito tributário declarado como suspenso tornase extinto na forma do inciso X do artigo 156 do CTN e, somente a partir daí, os valores porventura recolhidos, correspondentes ao débito extinto, tornamse passíveis de restituição ou de utilização na forma de compensação. c) A gasolina de aviação foi excetuada da tributação pelo regime concentrado, permanecendo, portando, sujeita à incidência das alíquotas gerais aplicáveis ao PIS/Pasesp e à Cofins. De acerca com as cópias das notas fiscais do referido produto, emitidas em fevereiro de 2003 (fls. 187/224), verificase que a receita bruta da venda de gasolina de aviação, no período foi no montante de R$ 11.674.449,53, devendo este valor ser excluído da base de cálculo apurada em relação à venda de gasolina, e acrescentando à base de cálculo do PIS apurado no regime não cumulativo. d) Quanto à tributação das receitas de venda de butano, não é cabível a exclusão pretendida pela contribuinte, já que tais produtos estavam sujeitos à aplicação do regime especial de tributação concentrada prevista no III do art. 4º da Lei nº 9.718/1998, com redação dada pela Lei n° 9.990/2000. Posteriormente, a IN SRF n° 219, de 10.10.2002, Fl. 597DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 esclareceu o alcance da expressão gás liquefeito de petróleo, contida no inciso VI do art. 2º da IN SRF n° 107 de 28/12/2001, que dispõe sobre a CIDE, incluindo os produtos classificados nos códigos 2711.12.10, 2711.12.90, 2711.13.00, 2711.14.00, 2711.19.10 e 2711.19.90 da Tipi. Especificamente em relação ao PIS/Pasep e à Cofins, a IN SRF 247, de 21/11/2002 dispôs no parágrafo único do artigo 53, no mesmo sentido da legislação relativa à CIDE, definindo que o gás liqüefeito de petróleo sujeito ao regime concentrado de tributação, abrange os mesmos códigos da Tipi já citados. Portanto, a receita de venda de GLP, inclusive a venda de butano, sujeitase à incidência do PIS mediante aplicação da alíquota de 2,56%, sendo indevida a exclusão pretendida pela contribuinte. e) Tendo sido comprovada a inclusão indevida da receita de venda de gasolina de aviação na base de cálculo do PIS sobre a venda de combustíveis, fazse necessário recalcular a contribuição total devida para fins de reconhecimento do direito creditório decorrente de pagamento a maior e na conseqüente homologação da compensação declarada pelo contribuinte na parcela correspondente ao crédito deferido. Para tanto, devese excluir o valor da contribuição indevidamente calculada pela aplicação da alíquota de 2,7% sobre a receita proveniente da venda de gasolina de aviação no cálculo do PIS combustível (código 6824) e adicionado o mesmo valor à base de cálculo do PIS apurado no regime de incidência não cumulativo, com incidência da alíquota de 1,65%. Em, 11.5.2011 a interessada é cientificada do parecer da 5ª Turma da DRJ/RJ2 e em 6.6.2011 apresenta Recurso Voluntário (fls.308/318), argumentando, em síntese, que: a) Em relação à gasolina de aviação, o valor de venda de R$ 11.674.449,53 reconhecido pela fiscalização se apresenta ligeiramente menor que aquele informado pela contribuinte, de R$ 11.733.736,83, devendo o cálculo envolvendo operações com tal produto ter como base o valor indicado na Manifestação de Inconformidade (R$ 11.733.736,83). b) Com relação ao butano, após edição da Instrução Normativa SRF nº 219 de 10/10/2002, a recorrente passou a tributar o propeno pela CIDE – Combustíveis, e por coerência, na mesma época, adotou alíquotas monofásicas/majoradas de GLP para PIS/Cofins sobre estes produtos classificados no NCM grupo “27.11.1”. O produto identificado no código 614 apesar de contabilizado na conta contábil do GLP, não pertence ao grupo acima citado, motivo pelo qual a tributação da Cofins é efetuada pela alíquota geral e não pela alíquota monofásica/majorada. c) No que diz respeito à inclusão, na base de cálculo apurada, de venda de produtos, cujos valores foram discutidos na esfera judicial, não é necessário à Recorrente prestar informação que já é de conhecimento da Fazenda. d) Como a exigibilidade de valores, que foram motivo de divergência no processo de apuração fiscal, estava suspensa por força de ordem judicial, não poderia a recorrente incluir tais valores na base de cálculo da Cofins, dado que tal inclusão representaria um reconhecimento da incidência do tributo sobre essas parcelas com liminares, tributo cuja incidência foi obstada por força judicial, configurando uma equivocada contradição. Por fim, a contribuinte requer que seja dada procedência ao seu Recurso Voluntário e, consequentemente, homologação da compensação pleiteada. É o relatório. Fl. 598DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10768.720231/200708 Acórdão n.º 3401001.750 S3C4T1 Fl. 597 5 Voto Conselheiro Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Em suma a contribuinte emitiu Declaração de Compensação devido ao pagamento a maior de COFINS, tendo obtido êxito parcial em sua demanda, protocolou Recurso Voluntário, onde defende seu pleito, tendo em vista a existência de liminares judiciais, bem como, de diferentes alíquotas. Neste caso não é possível dar provimento ao Recurso, devido a Súmula CARF nº 1, que diz o seguinte. “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante no processo judicial” Neste caso não cabe à autoridade administrativa adentrar ao mérito dá questão, devendo ser obedecida à decisão judicial, uma vez que está esfera é superior à administrativa, não sendo possível a discussão da mesma matéria em ambas as instâncias. Assim não cabe a este conselho analisar pedidos de compensação embasados em liminar judicial, devendo aguardar o trânsito em julgado definitivo, cumprindo a decisão proferida.. Frente a todo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, tendo em vista a Súmula CARF nº. 1. É Como Voto! Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE – Relator. Fl. 599DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
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Numero do processo: 10680.013853/2005-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
VENDA DE PRODUTOS IN NATURA. SOJA E CAFÉ. SUSPENSÃO. ART. 9º DA LEI Nº 10.925, DE 2004. EFICÁCIA DESDE 1º DE AGOSTO DE 2004.
Em conformidade com o art. 17, III, da Lei nº 10.925, de 2004, e a Instrução Normativa nº 636, de 2006, aplica-se desde 1º de agosto de 2004 a suspensão da incidência do PIS e da Cofins prevista no art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, que atinge a venda de soja e café in natura efetuada pelos cerealistas que exerçam cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar os referidos produtos, por pessoa jurídica e por cooperativa que exerçam atividades agropecuárias, para pessoa jurídica tributada com base no Lucro Real.
COMPRAS PARA ENTREGA FUTURA. CRÉDITO NO MÊS DA AQUISIÇÃO, INDEPENDENTEMENDO DO EFETIVO RECEBIMENTO DA MERCADORIA.
Na venda para entrega futura, em que o fornecedor possui a mercadoria vendida a ser utilizada como insumo e o contrato de compra e venda se perfaz quando as partes concordam quanto à coisa e ao preço, caracterizando a aquisição por parte do adquirente, tanto o débito quanto o crédito do PIS e COFINS ocorrem no mês em que realizado o negócio, independentemente da efetiva entrega da mercadoria.
INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. INSUMOS SUBMETIDOS À ALÍQUOTA ZERO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO AO CRÉDITO.
Aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento do PIS e da Cofins não dão direito direito a crédito, inclusive o crédito presumido das agroindústrias estatuído no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, exceto na hipótese de aquisições isentas revendidas ou utilizadas como insumos em produtos ou serviços tributados.
INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. AGROINDÚSTRIAS. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. LEI Nº 10.925/2004, ART. 8º. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
O crédito presumido do PIS e COFINS não-cumulativos previsto no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, atribuído às agroindústrias pelas aquisições de produtos in natura de pessoas físicas, não pode ser ressarcido, mas apenas utilizado para abatimento dos débitos da mesma Contribuição.
Numero da decisão: 3401-002.071
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso quanto ao crédito sobre a soja e o café e quanto ao momento do reconhecimento do crédito sobre as compras para recebimento futuro, nos termos do voto do relator. Os conselheiros Odassi Guerzoni Filho e Júlio César Alves Ramos votaram pelas conclusões. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte.
Júlio César Alves Ramos - Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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INSUMOS NÃO SUJEITOS À CONTRIBUIÇÃO. AQUISIÇÕES PARA ENTREGA FUTURA. Recorrente AVIÁRIO SANTO ANTONIO LTDA Recorrida DRJ BELO HORIZONTEMG ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 DILIGÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE FATOS A ESCLARECER. DESNECESSIDADE. Diligência é reservada a esclarecimentos de fatos ou circunstâncias obscuras, não cabendo realizála quando as informações contidas nos autos são suficientes ao convencimento do julgador e a solução do litígio dela independe. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 VENDA DE PRODUTOS IN NATURA. SOJA E CAFÉ. SUSPENSÃO. ART. 9º DA LEI Nº 10.925, DE 2004. EFICÁCIA DESDE 1º DE AGOSTO DE 2004. Em conformidade com o art. 17, III, da Lei nº 10.925, de 2004, e a Instrução Normativa nº 636, de 2006, aplicase desde 1º de agosto de 2004 a suspensão da incidência do PIS e da Cofins prevista no art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, que atinge a venda de soja e café in natura efetuada pelos cerealistas que exerçam cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar os referidos produtos, por pessoa jurídica e por cooperativa que exerçam atividades agropecuárias, para pessoa jurídica tributada com base no Lucro Real. COMPRAS PARA ENTREGA FUTURA. CRÉDITO NO MÊS DA AQUISIÇÃO, INDEPENDENTEMENDO DO EFETIVO RECEBIMENTO DA MERCADORIA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 38 53 /2 00 5- 76 Fl. 562DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 557 2 Na venda para entrega futura, em que o fornecedor possui a mercadoria vendida a ser utilizada como insumo e o contrato de compra e venda se perfaz quando as partes concordam quanto à coisa e ao preço, caracterizando a aquisição por parte do adquirente, tanto o débito quanto o crédito do PIS e COFINS ocorrem no mês em que realizado o negócio, independentemente da efetiva entrega da mercadoria. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS SUBMETIDOS À ALÍQUOTA ZERO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO AO CRÉDITO. Aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento do PIS e da Cofins não dão direito direito a crédito, inclusive o crédito presumido das agroindústrias estatuído no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, exceto na hipótese de aquisições isentas revendidas ou utilizadas como insumos em produtos ou serviços tributados. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AGROINDÚSTRIAS. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. LEI Nº 10.925/2004, ART. 8º. RESSARCIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito presumido do PIS e COFINS nãocumulativos previsto no art. 8º da Lei nº 10.925/2004, atribuído às agroindústrias pelas aquisições de produtos in natura de pessoas físicas, não pode ser ressarcido, mas apenas utilizado para abatimento dos débitos da mesma Contribuição. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso quanto ao crédito sobre a soja e o café e quanto ao momento do reconhecimento do crédito sobre as compras para recebimento futuro, nos termos do voto do relator. Os conselheiros Odassi Guerzoni Filho e Júlio César Alves Ramos votaram pelas conclusões. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Fernando Marques Cleto Duarte. Júlio César Alves Ramos Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão da DRJ que manteve indeferimento parcial de pedido de ressarcimento da Cofins nãocumulativa, cumulado com compensação. Depois de anulado o primeiro acórdão da DRJ, por omissão no tocante ao pedido de exclusão da multa de mora e dos juros incidentes sobre os débitos não compensados Fl. 563DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 558 3 em virtude do indeferimento parcial, a mesma Turma prolatou um segundo, seguido de um outro recurso voluntário. Reproduzo o relatório do segundo acórdão, excluindo as matérias não contempladas na peça recursal respectiva e as transcrições de dispositivos legais: Segundo informação fiscal de fls. 288/310, procedida à verificação dos créditos informados no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – Dacon, em face dos livros fiscais e da contabilidade da empresa, foram apontadas as seguintes alterações efetuadas que ensejaram a glosa dos respectivos créditos: da suspensão da exigibilidade do PIS e da Cofins: a contribuinte usufruiu indevidamente da suspensão da exigibilidade da contribuição para o PIS e da Cofins no anocalendário de 2005, eis que anterior à data fixada para a eficácia do dispositivo legal em que se fundamentou a empresa. Conclui a autoridade fiscal que, verificado que a empresa deu saída aos produtos soja e café com suspensão das contribuições incidentes anteriormente a 04/04/2006, data prevista para os efeitos do benefício concedido pelo art. 9º da Lei nº 10.925/2004, há que se proceder a dedução dos seguintes valores, correspondentes às notas fiscais relacionadas, do total dos créditos apurados pela contribuinte: R$17.173,62 (abr/05); R$34.236,36 (mai/05); e R$70.649,46 (jun/05); (...) mês de abril/2005 conclui a autoridade fiscal que dos valores escriturados nas correspondentes rubricas do livro Registro de Apuração do ICMS, verificouse a inexistência do valor de R$6.878,92, consignado a título de “1922 – Compras p/ entrega futura”. Assim, procedeuse à glosa do crédito declarado a maior nas linhas 14, da Ficha 12, do Dacon, equivalente a R$522,80 (R$6.878,92 x 1,65%). (...) Do exame da escrituração da contribuinte verificouse que as aquisições de ovos, sujeitas à alíquota zero (classificados na posição 04.07 da Tipi – Lei nº 10.865/2004, art.28, III) são escrituradas na rubrica contábil de código 16261 – “Ovos de Terceiros”, cujos valores integram a apuração do custo de produção de ovos pasteurizados (conta de código 26028). Por sua vez, os valores assim contabilizados são provenientes das notas fiscais escrituradas nos livros de Registro de Entradas de Mercadorias e de Registro de Apuração do ICMS, da unidade denominada pela empresa fiscalizada como sendo “Indústria – 1053”, cujo CNPJ é 17.425.646/001608, sob os códigos 1.101 (COMPRA P/ INDUSTRIALIZAÇÃO/PROD. RUR), 2.101 (COMPRA P/ INDUSTRIALIZAÇÃO OU PROD. RUR) e 2.120 (COMPRA P/ INDUSTRIALIZAÇÃO, VENDA A O). Em seguida, a autoridade fiscal detalha os créditos em referência por mês e relacionaos as Notas Fiscais do Livro Registro de Entradas, e conclui pela glosa dos créditos sobre as Fl. 564DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 559 4 aquisições dos ovos in natura, sujeitos à alíquota zero, nos valores de: (...) Com base no parecer da autoridade fiscal, decidiu a autoridade jurisdicionante (às fls. 322/324) pela homologação parcial da Dcomp em papel informada neste processo. Registra, ainda, que “os débitos a serem compensados com os ressarcimentos dos 3º e 4º trimestres/2005 foram transferidos para os processos nºs 10680.722913/200979 e 10680.722914/200913, respectivamente”. Cientificada da decisão, a contribuinte manifestou sua inconformidade, alegando, em síntese e fundamentalmente, que (fls. 327/345): Preliminarmente, argüi a conexão do presente processo com os processos nº 10680.722913/200979 e 10680.722914/200913, por ter a autoridade fiscal analisado nesse processo, além do crédito do 2º trimestre, os créditos relativos aos 3º e 4º trimestres. Dessa forma, é necessário que os processos sejam analisados conjuntamente, pois a fundamentação da glosa foi a mesma, sendo que os débitos a serem compensados com os ressarcimentos dos 3º e 4º trimestres/2005 foram transferidos para os processos precitados. Mérito. a) da suspensão da exigibilidade do PIS e da Cofins nas vendas de café e soja. A Lei n° 10.925, de 23 de julho de 2004, autorizou a suspensão da incidência do PIS e da Cofins sobre a receita bruta decorrente da venda de determinados produtos agropecuários, estabelecendo no § 2º do seu art. 9º, que “a suspensão de que trata este artigo aplicarseá nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF.(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)”. Assim, em 04 de abril de 2006 foi publicada a Instrução Normativa nº 636/06 para regulamentar o art. 9º da Lei n° 10.925/04. A referida IN, em seu art. 5º, dispôs expressamente que os efeitos da suspensão do PIS/Cofins concedida por meio da Lei n° 10.925/04 retroagiram a 1º de agosto de 2004. Em 25 de julho de 2006 foi publicada a IN 660/06, que além de revogar a IN 636/06, estabeleceu que o termo inicial de eficácia da suspensão da exigibilidade do PIS e da Cofins darseia a partir de 4 de abril de 2006. Isso significa dizer que a nova IN estabeleceu a retroação dos seus efeitos, retirando a eficácia da suspensão entre 01/08/04 e 04/04/06 concedida pela IN 636/06. O entendimento da autoridade fiscal de que a suspensão, prevista no art. 9º da Lei 10.925/04, tãosomente poderia ser usufruída a partir da data de publicação da IN 636/06, ou seja Fl. 565DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 560 5 04/04/06, não merece prosperar. A IN 636/06 configura um ato jurídico perfeito e acabado que gera direitos aos contribuintes. A IN 660/06, publicada quase três meses após a IN 636/06, jamais poderia ter revogado a data estabelecida na IN anterior para aproveitamento do benefício, pois atingiu direito líquido e certo da requerente. Cita Súmula do STF que autoriza a anulação de atos pela administração pública quando eivados de vícios, além de manifestação do STJ em sede de Embargos de Divergência, quanto à impossibilidade de aplicação retroativa de Instrução Normativa para impor gravame ao contribuinte. Por fim, caso seja mantida a glosa dos créditos decorrentes da suspensão prevista no art. 9º da Lei n° 10.925 de 2004, a multa, os juros de mora e atualização monetária aplicadas sobre os débitos não compensados são indevidos, tendo em vista que o não recolhimento decorre de compensação realizada com respaldo em ato normativo válido e eficaz (IN 636/06). b) Livro de Registro de Apuração do ICMS – “1922 – Compras para entrega futura. Tal crédito foi glosado equivocadamente, uma vez que a requerente tem direito ao crédito na aquisição da mercadoria, independentemente de quando ela lhe será entregue, fazendo citar o art. 3º da Lei 10.833/03. Como se pode depreender do dispositivo, os créditos são descontados no mês em que as aquisições são feitas, independentemente dos bens serem entregues futuramente. Como dito, o crédito é sobre a aquisição dos bens utilizados como insumos, ou seja, o crédito deve ser feito no mês em que o contribuinte adquire os bens utilizados para insumos. Tal situação é diferente do regime de nãocumulatividade do ICMS, que só gera créditos quando há a efetiva circulação das mercadorias. Nesse caso, o creditamento só pode ser feito no momento em que as mercadorias são entregues ao adquirente. Isto significa dizer que as compras para entregas futuras geram o direito ao desconto de créditos no mês em que elas são feitas e não somente quando do recebimento das mercadorias, como acontece com o ICMS. Diante disso, improcede a glosa feita pela fiscalização do crédito de Cofins no valor de R$522,80, uma vez que as aquisições de mercadorias registradas na conta “1922 – Compras para entrega futura” do livro de apuração do ICMS, no montante de R$6.878,92, possibilitam o desconto dos créditos de Cofins correspondentes no mês de aquisição – abril de 2005. c) créditos sobre aquisições não sujeitas ao pagamento das contribuições (crédito presumido sobre a aquisição de produtos sujeitos à alíquota zero –ovos . Fl. 566DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 561 6 A fiscalização glosou os créditos calculados sobre as aquisições de ovos in natura (subitem 04.07 da TIPI), os quais são sujeitos à alíquota zero da Cofins. Esses valores glosados correspondem a aquisições que se enquadram na hipótese do crédito presumido do art. 8º da Lei 10.925/04. O enquadramento da Requerente como pessoa jurídica que goza do direito ao crédito presumido da Cofins sobre aquisições de insumos utilizados no processo produtivo foi reconhecida no Parecer Sefis nº 24/2009 em relação às aquisições de sorgos em grãos. Com efeito, as aquisições de ovos in natura para industrialização classificados no capítulo 4 da TIPI (NCM 04.07), conforme estabelecido no art. 8º da Lei 10.925/04, dá direito à Requerente aos créditos presumidos em relação às suas aquisições destes mesmos ovos. Desse modo, a fiscalização deveria ter glosado somente a diferença entre os créditos tomados em relação aos ovos in natura e o crédito presumido referente às aquisições destes mesmos ovos. Em seqüência, requer, caso se mantenha a decisão de não homologar a totalidade da compensação, seja preservado o direito à restituição do indébito tributário. Finalizando, a interessada solicita a homologação integral da compensação pleiteada, ou, “quando menos, seja excluída a cobrança de multa, juros de mora e atualização financeira, nos termos do art. 100 do CTN, sobre os débitos decorrentes da glosa dos créditos referentes à suspensão prevista no art. 9°, da Lei n° 10.925/04. Requerse, ainda, seja outorgado à presente Manifestação de Inconformidade o efeito de suspender a exigibilidade do crédito tributário.” No segundo acórdão a 1ª Turma da DRJ repetiu as razões do anulado, complementandoo em relação ao pedido de exclusão da multa de mora e dos juros incidentes sobre os débitos não compensados. Interpretou que a suspensão da Contribuição nas vendas de café e soja só se aplica a partir de 04 de abril de 2006, data da publicação da IN SRF nº 636, de 24 de março de 2006, tal como determinado no art. 11 da IN SRF nº 660, de 17 de julho de 2006. Após se reportar ao § 2º do art. 9º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, na redação dada pelo art. 29 da Lei n° 11.051, de 29 de dezembro de 2004, considerou que a suspensão em debate dependia do estabelecimento de termos e condições de sua aplicação, o que se deu somente com a edição da IN SRF nº 636, de 2006, publicada no DOU de 4 de abril de 2006, posteriormente revogada pela IN SRF nº 660, de 2006. Neste ponto esclareceu que a autoridade fiscal (lançadora e julgadora) não se pode furtar ao cumprimento das determinações da legislação tributária, pois sua atividade é plenamente vinculada, sob pena de responsabilidade funcional, mencionando nesse sentido o Fl. 567DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 562 7 art. 3º e parágrafo único do art. 142 do CTN, bem como o item I da Portaria nº 609, de 27 de julho de 1979, do Ministro de Estado da Fazenda.1 No tocante aos créditos de compras de insumos para entrega futura, manteve o entendimento da fiscalização, para quem o aproveitamento deve se dar no momento em que ocorre a efetiva entrega dos insumos no estabelecimento do adquirente. Contra o argumento da contribuinte, de que o crédito deve ser apropriado no mês de aquisição os insumos, a DRJ interpretou o inc. II do art. 3º da Lei nº 10.833/2003 empregando a Solução de Consulta n° 50 de 2004, da Disit da SRRF da 1ª Região Fiscal, que trata de créditos da contribuição ao PIS calculados sobre operações de compra de matéria prima para recebimento futuro, bem como o art. 1.267 do Código Civil (Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002), segundo o qual a transferência de propriedade da mercadoria adquirida dá se no momento da tradição. A DRJ também manteve a glosa dos créditos das aquisições não sujeitas ao pagamento das Contribuições PIS e Cofins, que se referem a ovos in natura, com alíquota zero e cujos créditos foram glosados com base no inciso II do § 2º do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 2002 (PIS) e 10.833, de 2003 (Cofins), rejeitando a pretensão da contribuinte de se creditar do crédito presumido estabelecido no art. 8º da Lei 10.925, de 2004. Após se reportar também ao art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005, a DRJ considerou que, independentemente de haver ou não o direito ao citado crédito presumido, o seu valor não pode ser ressarcido ou compensado, como assentado o Ato no Declaratório Interpretativo nº 15, de 22 de dezembro de 2005. Por último, cuidou da alegação de exclusão de multa e juros de mora sobre os débitos não compensados em face da glosa, informando que a competência das DRJ limitase ao julgamento de manifestação de inconformidade contra a nãohomologação de compensação, não se estendendo a questões atinentes à cobrança de eventuais débito. De todo modo, em seguida asseverou ser descabida a argüição de que a compensação encontrarseia de acordo com a legislação tributária e se faria presente a circunstância a que se refere o art. 100 do CTN, acrescentando que a multa decorre da falta de recolhimento tempestivo do tributo devido, evidenciada a partir da não homologação das compensações efetuadas, e tem por fundamento legal o art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, enquanto os juros de mora são exigidos consoante o art. 161 do CTN e o art. 38 da IN RFB nº 900, de 2008. No Recurso Voluntário, interposto tempestivamente contra o novo acórdão da DRJ, a contribuinte repisa alegações da Manifestação de Inconformidade, informa que o tema da suspensão a que se refere o art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, já foi julgado pelo STJ (REsp nº 1160835/RS), requerendo ao final o seguinte: a) a suspensão da Contribuição sobre as vendas de café e soja, prevista no art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004 (com a redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004), ou, quando menos, a exclusão de multa e de juros de mora sobre os débitos não compensados por não ter sido reconhecida tal suspensão na origem; b) a manutenção do crédito sobre aquisição de insumos para entrega futura (na situação da Recorrente, recebimento futuro); e 1 I. A interpretação da legislação tributária promovida pela Secretaria da Receita Federal, através de atos normativos expedidos por suas Coordenações, só poderá ser modificada por ato expedido pelo Secretário da Receita Federal. Fl. 568DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 563 8 c) a realização de diligência, visando glosar, em relação às aquisições de produtos sujeitos à aliquota zero (ovos in natura, que segundo a Recorrente faz jus ao crédito presumido previsto no art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004), “apenas a diferença de eventual crédito apropriado indevidamente e não a totalidade do crédito utilizado, bem como para que o crédito apurado seja deduzido com débitos de COFINS.” É o relatório, elaborado a partir do processos digitalizado. Voto Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, Relator O novo Recurso Voluntário, interposto contra o segundo acórdão da DRJ, também é tempestivo e atende aos demais requisitos do Processo Administrativo Fiscal. As matérias a tratar dizem respeito a três temas: suspensão da incidência das Contribuições do PIS e Cofins, prevista no art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, com a redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004, de modo a definir se a eficácia teve início em 04/04/2006, data da publicação da IN SRF nº 636, de 24 de março de 2006 (tal como determinado no art. 11 da IN SRF nº 660, de 17 de julho de 2006), em 1º de agosto de 2004 (como determinara a IN SRF nº 636, antes de revogada pela IN SRF nº 660, ambas de 2006) ou em uma terceira data; momento de aproveitamento dos créditos sobre os insumos adquiridos para entrega futura (se no mês de aquisição ou do efetivo recebimento); e direito (ou não) ao crédito (básico ou presumido) em relação às aquisições de produtos sujeitos à aliquota zero (ovos in natura, que segundo a Recorrente faria jus ao crédito presumido previsto no art. 8º da Lei nº 10.925, de 2004, pelo caberia glosar apenas a diferença por ela apropriado a maior, ao calcular o crédito básico nessas aquisições). A Recorrente solicita seja realizada diligência visando apurar a diferença entre o crédito presumido defendido e o valor por ela aproveitado, este glosado no indeferimento parcial do ressarcimento porque apurado no montante do crédito básico. Todavia, é desnecessária a diligência cogitada porque, por um lado, a Recorrente não faz jus a crédito básico, ainda que faça jus ao crédito presumido do art. 8º da Lei nº 9.425, esta espécie não admite ressarcimento, como demonstrado mais adiante. Por oportuno, destaco que diligência é reservada a esclarecimentos de fatos ou circunstâncias obscuras, não devendo ser realizada quando as informações contidas nos autos são suficientes ao convencimento do julgador e a solução do litígio dela independe, como se dá na situação em tela. Fl. 569DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 564 9 Antes cuido da suspensão nas vendas de café e soja, escorada no art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004 (o art. 29 da Lei nº 11.051, de 2004, ao alterar a redação original, não afetou esses dois produtos), tema no qual cabe razão à Recorrente. SUSPENSÃO DA INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES DO PIS E COFINS, PREVISTA NO ART. 9º DA LEI Nº 10.925, DE 2004: EFICÁCIA A PARTIR DE 1º DE AGOSTO DE 2004 Interpreto que a suspensão do PIS e Cofins na venda dos produtos in natura de origem vegetal, classificados nas posições 09.01 (café, um dos produtos da Recorrente), 10.01 a 10.08, 12.01 (soja, o outro produto) e 18.01, todos da NCM, efetuada pelos cerealistas que exerçam cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar os referidos produtos, por pessoa jurídica e por cooperativa que exerçam atividades agropecuárias, para pessoa jurídica tributada com base no lucro real (repito a redação original do art. 9º da Lei nº 10.925, de 23 de julho de 2004, antes de alterada pelo art. 29 da Lei nº 11.051, de 29 de dezembro de 2004) se aplica desde 1º de agosto de 2004, tal como inicialmente previsto na IN SRF nº 636, de 2006. Admitida a suspensão desde 1º de agosto de 2004, resta contemplado o trimestre destes autos e, por isso, superada a questão da exclusão de multa e de juros de mora sobre os débitos não compensados por ter sido reconhecida tal suspensão apenas a partir de 04/04/2006. Apesar da regulamentação tardia por parte da Secretaria da Receita Federal, é certo que o art. 17, III, da Lei nº 10.925, de 2004, determina expressamente que o seu art. 9º possui efeitos “a partir de 1º de agosto de 2004”. Daí a retroatividade expressa no art. 5º da IN SRF nº 636, de 2006, de modo a dar eficácia à suspensão desde aquela data estabelecida na Lei nº 10.925, de 2004 (negritos acrescentados). Transcrevo os dispositivos legais da Lei nº 10.925, de 2004, em debate: Art. 9oA incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS fica suspensa na hipótese de venda dos produtosin naturade origem vegetal, classificados nas posições 09.01, 10.01 a 10.08, 12.01 e 18.01, todos da NCM, efetuada pelos cerealistas que exerçam cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar os referidos produtos, por pessoa jurídica e por cooperativa que exerçam atividades agropecuárias, para pessoa jurídica tributada com base no lucro real, nos termos e condições estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal Art. 9oA incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins fica suspensa no caso de venda:(Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)(Vide Lei nº 12.058, de 2009)(Vide Lei nº 12.350, de 2010)(Vide Medida Provisória nº 545, de 2011)(Vide Lei nº 12.599, de 2012)(Vide Medida Provisória nº 582, de 2012) I de produtos de que trata o inciso I do § 1odo art. 8odesta Lei, quando efetuada por pessoas jurídicas referidas no mencionado inciso;(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 570DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 565 10 II de leite in natura, quando efetuada por pessoa jurídica mencionada no inciso II do § 1odo art. 8odesta Lei; e(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) III de insumos destinados à produção das mercadorias referidas no caput do art. 8odesta Lei, quando efetuada por pessoa jurídica ou cooperativa referidas no inciso III do § 1odo mencionado artigo.(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 1oO disposto neste artigo:(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) I aplicase somente na hipótese de vendas efetuadas à pessoa jurídica tributada com base no lucro real; e(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) II não se aplica nas vendas efetuadas pelas pessoas jurídicas de que tratam os §§ 6oe 7odo art. 8odesta Lei.(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 2oA suspensão de que trata este artigo aplicarseá nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF.(Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) Art. 17. Produz efeitos: (...) III a partir de 1o de agosto de 2004, o disposto nos arts. 8 o e 9o desta Lei; Quando o inc. III do art. 17, acima, estabelece a produção de efeitos a partir de 1º de agosto de 2004 (no início do mês seguinte ao da publicação Lei nº 10.925, que se deu em 23 de julho de 2004), impede que a eficácia da norma jurídica do art. 8º possa ser postergada para o momento da regulamentação a cargo da RFB. Alguma eficácia (ou produção de efeitos), por mínima que seja, a norma do art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, há de ter a partir de 1º de agosto de 2004. Se por um lado é certo que “os termos e condições” estabelecidos pela RFB pode limitar a suspensão da incidência das duas Contribuições, na hipótese do art. 9º da Lei º 10.925, de 2004, por outro, tal limitação não pode impedir por completo a suspensão da incidência das duas Contribuições, a começar necessariamente em 1º de agosto de 2004. Muitos menos pode a RFB, ao deixar de regulamentar a norma, tornar nulos seus efeitos a partir do momento em que já tem alguma eficácia, segundo a Lei nº 10.925, de 2004. Faço aqui um paralelo com a doutrina de José Afonso da Silva2, segundo a qual “não há norma constitucional alguma destituída de eficácia”, para considerar que a partir 2 A doutrina norteamericana classificou as normas constitucionais, quanto à eficácia jurídica, em dois grupos: autoexecutáveis ou autoaplicáveis e não autoexecutáveis ou não autoaplicáveis. As primeiras com eficácia jurídica plena e aplicação imediata porque regulando diretamente as matérias, e as segundas com eficácia jurídica limitada porque dependentes de outras normas infraconstitucionais, pelo que de Fl. 571DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 566 11 de 1º de agosto de 2004 a eficácia da suspensão determinada pelo art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, não pode ser nula. O art. 5º da IN SRF nº 636, de 24 de março de 2006 (publicada em 04/04/2006), ao retroagir os efeitos da regulamentação à data de 1º de agosto de 2004, nada mais fez do que cumprir o art. 17, III, da Lei nº 10.925, de 2004. Diferentemente, a IN SRF nº 660, de 17 de julho de 2006, ao fixar no seu art. 11, I, o termo inicial da suspensão como sendo 04/04/2006 (a data de publicação da IN SRF nº 636, de 2006), apresentase contrária ao art. 17, III, da Lei nº 10.925, de 2004. Diante do confronto entre a IN SRF nº 660, de 2006, e a Lei com base na qual foi editada, afastase a primeira de modo que os efeitos da regulamentação – e da suspensão – tenham início em 1º de agosto de 2004. Quanto às alterações trazidas no art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, pelo art. 29 da Lei nº 11.051, de 2004, têm eficácia a partir da publicação desta mais recente. Assim, em relação à venda do leite in natura por pessoa jurídica que exerça cumulativamente as atividades de transporte, resfriamento e sua venda a granel, bem como às demais modificações contantes do art. 29 da Lei nº 11.051, os efeitos se dão a partir de 30/12/2004. Levando em conta as alterações da Lei nº 11.051, de 2004, o Superior Tribunal de Justiça já tratou do tema, decidindo o seguinte: REsp 1160835 / RS RECURSO ESPECIAL 2009/01936071 Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) Órgão Julgador T2 SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 13/04/2010 Data da Publicação/Fonte aplicação mediata (cf. SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das Normas Constitucionais. São Paulo, Malheiros Editores, 1999, pp.7381 e 88). José Afonso da Silva, considerando que “não há norma constitucional alguma destituída de eficácia” (in Aplicabilidade das Normas Constitucionais, São Paulo, Malheiros Editores, 1999, p. 81), julgou insuficiente a divisão bipartite e propôs a sua divisão tricotômica. Esta identifica, ao lado das normas de eficácia plena, aptas a produzir todos os seus efeitos por si sós, já que o constituinte editou desde logo uma normatividade completa, mais dois grupos, agora empregandose a nomenclatura proposta por Maria Helena Diniz, in Norma constitucional e seus efeitos, São Paulo, Saraiva, 1998, p.113: o das normas constitucionais de eficácia restringível, que podem ter a eficácia jurídica contida (e não necessariamente a tem, como dá a entender o termo contida, empregado por J. Afonso), a depender da legislação infraconstitucional superveniente ou ainda de determinadas circunstâncias postas na própria norma (estado de sítio, por exemplo); e o grupo das normas constitucionais de eficácia jurídica complementável ou dependente de complementação (ou limitada, no dizer de José Afonso da Silva), cuja eficácia jurídica é a menor de todas, dado que o legislador constituinte estabeleceu uma normatização cuja eficácia plena depende da legislação infraconstitucional. Fl. 572DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 567 12 DJe 23/04/2010 Ementa TRIBUTÁRIO. OMISSÃO. SÚMULA 284/STF. PIS/COFINS. SUSPENSÃO DE INCIDÊNCIA. ART. 9º DA LEI 10.925/2004, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.051/2004. EFICÁCIA. (...) 2. Hipótese em que se discute a data a partir da qual passou a ter eficácia o benefício de suspensão da incidência do PIS/Cofins, previsto no art. 9º da Lei 10.925/2004, com a redação dada pela Lei 11.051/2004. O Tribunal de origem entendeu que o termo seria 30.12.2004 (publicação da Lei 11.051/2004). 3. O Fisco aponta ofensa ao art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004, que remeteria o termo inicial do benefício à regulamentação. Defende a suspensão da incidência a partir de 4.4.2006, data prevista na IN SRF 660/2006 (argumento principal). 4. Também indica violação do art. 34, II, da Lei 11.051/2004. Sustenta que a suspensão da exigibilidade não poderia ter eficácia antes de 1º.4.2005, conforme previsto nesse dispositivo legal (argumento subsidiário). 5. O art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004, com a redação dada pela Lei 11.051/2004, faz referência aos "termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal SRF", para fins de aplicação do benefício fiscal. A Fazenda defende que este benefício, portanto, é previsto por norma de eficácia limitada, a depender da disciplina pela SRF para sua aplicação. 6. A primeira Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federa que regulou a matéria foi a IN SRF 636, publicada em 4.4.2006. Seu art. 5º previa o início de vigência retroativamente, a partir de 1º.8.2004, data prevista consoante o art. 17, III, da Lei 10.925/2004 como termo inicial do benefício de suspensão da incidência do PIS/Cofins. 7. A IN SRF 636/2006 não tem, por si só, o condão de infirmar o acórdão recorrido, pois, logicamente, o confronto dessas duas normas (IN SRF 636/2006 e Lei 11.051/2004) permite apenas reconhecer o benefício a partir de 30.12.2004 (data mais recente, entre o início de eficácia da IN SRF 636/2006 1º.8.2004 e o da Lei 11.051/2004 ? 30.12.2004), como decidiu o Tribunal a quo. 8. A Fazenda Nacional defende que a posterior IN SRF 660, publicada em 25 de julho de 2006, revogou a IN SRF 636/2006 (publicada em 4.4.2006, previa o início de eficácia retroativamente, a partir de 1º.8.2004) e acabou com a previsão de retroatividade do benefício. Essa segunda IN determinou que o benefício teria eficácia somente a partir de 4.4.2006, quando publicada a primeira Instrução (argumento principal). 9. É como se a Receita Federal tivesse, com a IN SRF 660/2006, mudado de idéia e passado a reconhecer o início de eficácia não mais retroativamente, em 1º.8.2004 (como previa o art. 5º da IN SRF 636/2006), mas apenas em 4.4.2006 (data de publicação da IN SRF 636/2006). Esse argumento não pode subsistir. 10. O benefício da suspensão de incidência do PIS/Cofins foi claramente concedido em favor da contribuinte pela Lei 11.051, Fl. 573DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 568 13 publicada em 30.12.2004, que deu nova redação ao art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004. As Instruções Normativas da Secretaria da Receita Federal (IN SRF 636 e 660 de 2006) não trouxeram inovações significativas em relação à normatização da matéria, restringindose a repetir e a detalhar minimamente a norma legal. 11. Ademais, ainda que se reconheça que o disposto no art. 9º, § 2º, da Lei 10.925/2004, com a redação dada pela Lei 11.051/2004, tem característica de norma de eficácia limitada, sua aplicação foi viabilizada pela publicação da IN SRF 636/2006, cujo art. 5º previu sua entrada em "vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos a partir de 1º de agosto de 2004" (fato incontroverso). 12. A posterior revogação da IN SRF 636/2006 pela IN SRF 660/2006 não poderia atingir o ato jurídico perfeito e o direito dos contribuintes à fruição do benefício a partir de 1º.8.2004; no caso da contribuinte, desde 30.12.2004 (data de publicação da Lei 11.051, que ampliou o benefício em seu favor). 13. De fato, o acolhimento do pleito da Fazenda significaria impedir o aproveitamento do benefício entre 30.12.2004 (data da ampliação da suspensão em favor da contribuinte pela Lei 11.051/2004) e 4.4.2006 (data de publicação da IN SRF 636/2006), o que já havia sido reconhecido pela própria Secretaria da Receita Federal quando da publicação da IN SRF 636/2006 (art. 5º desse normativo). 14. Segundo a Fazenda Nacional, ainda que não se aceite 4.4.2006 como termo inicial para o benefício (data prevista na IN SRF 636/2006), impossível reconhecêlo antes de 1º.4.2005 (data prevista no citado art. 34, II, da Lei 11.051/2004 argumento subsidiário). 15. Há erro no argumento subsidiário da recorrente, pois a discussão recursal referese ao art. 9º da Lei 10.925/2004 (suspensão da incidência do PIS/Cofins) e não ao art. 9º da Lei 11.051/2004 (crédito presumido). Foi o benefício do crédito presumido que teve sua eficácia diferida para o primeiro dia do 4º mês subsequente ao da publicação (art. 34, II, da Lei 11.051/2004), mas isso não tem relação com o presente litígio. 16. A alteração do art. 9º da Lei 10.925/2004, ampliando o benefício fiscal de suspensão de incidência do PIS/Cofins em proveito da recorrida (objeto desta demanda), foi promovida pelo art. 29 da Lei 11.051/2004 (e não por seu art. 9º). Esse dispositivo legal (art. 29) passou a gerar efeitos a partir da publicação da Lei 11.051/2004, nos termos de seu art. 34, III, como decidiu o Tribunal de origem. 17. O art. 34, II, da Lei 11.051/2005, suscitado pela Fazenda, referese a matéria estranha ao debate recursal, de modo que carece de comando suficiente para infirmar o fundamento do acórdão recorrido. Aplicase, nesse ponto, o disposto na Súmula 284/STF. 18. Recurso Especial não provido. Destaco que na situação deste processo não cabe fixar o início da suspensão em 30/12/2004, como fez o STJ no acórdão acima, porque a alteração da Lei nº 11.051, de 2004, não atinge os dois produtos vendidos pela Recorrente (soja e café, ambos in natura). Fl. 574DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 569 14 Para esses produtos e o restante do art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, não alterado pelo art. 29 da Lei nº 11.051, de 2004, a suspensão tem início em 1º de agosto de 2004, tal como constava na IN SRF nº 636, antes de ser revogada pela IN SRF nº 660, as duas de 2004. INSUMOS ADQUIRIDOS PARA RECEBIMENTO FUTURO: DIREITO AO CRÉDITO NO MOMENTO EM QUE HÁ DISPONIBILIDADE JURÍDICA Também entendo assistir razão à Recorrente no tocante às vendas para entrega futura, porque parece haver disponibilidade jurídica por parte da Recorrente desde o momento da aquisição, independentemente do efetivo recebimento dos insumos, que por conveniência do seu fornecedor ou dela própria ocorre numa data futura. A DRJ, ao considerar que os créditos de compras de insumos para entrega futura só podem ser aproveitados no momento em que ocorre a efetiva entrega dos insumos no estabelecimento do adquirente, pode não ter dado o relevo cabível à expressão “adquiridos”, constante do inc. I do § 1º do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, versando sobre a Cofins (equivalente ao mesmo artigo da Lei nº 10.637, de 2002, esta do PIS), que possui a seguinte redação (negrito acrescentado): Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 22 a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: 1 bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (...) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2° da Lei no 10.485, de 3_ de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (...) § 1º Observado o disposto no § 15 deste artigo, o crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 20 desta Lei sobre o valor: 1 dos Itens mencionados nos incisos I e II do caput, adquiridos no mês; Apesar de interpretação da DRJ, assim como a Solução de Consulta n° 50 da 1ª Região Fiscal nº 50, de 19 de maio de 2004, mencionada no acórdão recorrido, possuir amparo no art. 1.267 do Código Civil (Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002), segundo o qual a transferência de propriedade da mercadoria adquirida dáse no momento da tradição, não me parece a melhor. Diante dos débitos da COFINS e do PIS, que devem ser apurados no momento da venda, independentemente da saída ou entrega das mercadorias vendidas ou da data de prestação dos serviços, o corolário, no lado dos créditos, é a data de aquisições dos insumos. Não havendo dúvidas sobre a aquisição, no mês em esta se concretizar passa o Fl. 575DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 570 15 adquirente a dispor dos insumos, ainda que não os tenha recebido efetivamente. Diferentemente do ICMS e do IPI, nos PIS e na COFINS são irrelevantes a data de saída da mercadoria vendida, a gerar débitos, ou de entrada dos insumos, a dar direito a créditos desde que obedecidas às demais condições para tanto. Existem duas situações semelhantes que merecem ser distinguidas: o faturamento antecipado e a venda para entrega futura. No faturamento antecipado o fornecedor conclui a venda, mas não entrega a mercadoria ao seu cliente porque sequer a produziu ou adquiriu. Assim, os custos não são conhecidos, hipótese em que não poderá ser exigido o reconhecimento da receita, não incidindo desta forma tributos sobre tais operações. No faturamento antecipado a receita deverá ser computada no período de apuração em que o bem for produzido (ou adquirido, no caso de revenda), ficando disponível para o comprador, quando então integrará a base de cálculo (débitos) da Cofins. Se a produção do bem negociado for contratada mediante a execução de etapas autônomas, a conclusão de cada etapa, com a entrega da correspondente parcela produzida ao adquirente, demandará a apropriação da correspondente receita e seu oferecimento à tributação pela Contribuição, tenha ou não ocorrido o respectivo recebimento do montante devido pela parte entregue (neste sentido as Soluções de Consulta da Disit da 8ª Região Fiscal nºs 08 e 09, de 07/01/2009, para a COFINS e o PIS, respectivamente). Na venda para entrega futura, diferentemente, o fornecedor conclui a venda, possui em seus estoques o produto, mas não faz sua entrega em face de acordo firmado com o seu cliente. O vendedor emite Nota Fiscal de Simples Faturamento, ficando como depositário da mercadoria vendida, que fica à disposição do cliente adquirente (a Recorrente, na situação destes autos). No momento da entrega é emitida a Nota Fiscal de Simples Remessa, destinada a acompanhar a mercadoria até o destino, junto ao cliente adquirente. Na venda para entrega futura (ou compra, na situação da Recorrente) o contrato de compra e venda se perfaz quando as partes concordam quanto à coisa e ao preço. A tradição da coisa pode ser real ou simbólica. Uma vez perfeito o contrato, impõese o reconhecimento do crédito do PIS e COFINS nãocumulativos, a despeito de a entrega real ser futura. A nãocumulatividade do Pis e da Cofins não exige que haja uma unicidade temporal entre os insumos adquiridos e os produtos fabricados, mercadorias revendidas ou serviços prestados., pois os insumos adquiridos num determinado mês geram crédito nesse período de aquisição, podendo ser utilizados somente nos meses seguintes. Pelos fundamentos acima, e ressaltando que na venda para entrega futura tanto o débito quanto o crédito do PIS e COFINS ocorrem no mês em que realizado o negócio, independentemente da efetiva entrega da mercadoria, concluo pela improcedência da glosa relativa à conta 1.922 (“Compras p/ entrega futura”). AQUISIÇÃO DE OVOS IN NATURA, COM ALÍQUOTA ZERO: INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO BÁSICO E IMPOSSIBILIDADE DE RESSARCIMENTO DO CRÉDITO PRESUMIDO PREVISTO NO ART. 8º DA LEI Nº 10.925/2004 Fl. 576DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 571 16 Quanto à glosa do crédito básico pela aquisição de ovos in natura, produto com alíquota zero no PIS e na Cofins, cabe mantêla, tal como no despacho decisório de origem. Aqui não assiste razão à Recorrente. O acórdão recorrido também negou o pedido para que a glosa se desse a partir da diferença entre o crédito presumido previsto no art. 8º da Lei nº 10.925/2004 e o crédito básico computado pela Recorrente, ao considerar o seguinte: Independentemente de haver ou não o direito ao crédito presumido estabelecido pelo art. 8° da Lei n° 10.925 de 26.07.2004, já que devem ser atendidos os demais requisitos da legislação, é de ser registrado que, quanto à forma de sua utilização, deve ser observada a interpretação dada pelo Ato Declaratório Interpretativo n° 15, de 22 de dezembro de 2005... Diante das leis que regem a nãocumulatividade do PIS Faturamento e da Cofins, descabe reforma no acórdão recorrido e mantémse a interpretação do Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 15/2005, segundo o qual “O valor do crédito presumido previsto na Lei nº 10.925, de 2004, arts. 8º e 15, somente pode ser utilizado para deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) apuradas no regime de incidência nãocumulativa.” Observemse os dispositivos de leis que tratam do tema, na seqüência cronológica e com negritos acrescentados: LEI Nº 10.637, DE 30/12/2002: Art. 2o Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). (...) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) Art. 5º A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I – exportação de mercadorias para o exterior; II – prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III – vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1º Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3º para fins de: Fl. 577DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 572 17 I – dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II – compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2º A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1º, poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. LEI 10.833, DE 29/12/2003: Art. 2o Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1o, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). (...) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (...) Art. 5o A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; II prestação de serviços para pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III vendas a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação. § 1o Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica vendedora poderá utilizar o crédito apurado na forma do art. 3o para fins de: I dedução do valor da contribuição a recolher, decorrente das demais operações no mercado interno; II compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 2o A pessoa jurídica que, até o final de cada trimestre do ano civil, não conseguir utilizar o crédito por qualquer das formas previstas no § 1o, poderá solicitar o seu ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Fl. 578DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 573 18 LEI 10.865, DE 30/04/2004 Art. 15. As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos termos dos arts. 2o e 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1o desta Lei, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) LEI 10.925, DE 23/07/2004: Art. 8o As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e nos códigos 03.02, 03.03, 03.04, 03.05, 0504.00, 0701.90.00, 0702.00.00, 0706.10.00, 07.08, 0709.90, 07.10, 07.12 a 07.14, exceto os códigos 0713.33.19, 0713.33.29 e 0713.33.99, 1701.11.00, 1701.99.00, 1702.90.00, 18.01, 18.03, 1804.00.00, 1805.00.00, 20.09, 2101.11.10 e 2209.00.00, todos da NCM, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) Art. 15. As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem vegetal, classificadas no código 22.04, da NCM, poderão deduzir da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos no inciso II do caput do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. LEI Nº 11.116, DE 18/05/2005: Art. 16. O saldo credor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins apurado na forma do art. 3o das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e do art. 15 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, acumulado ao final de cada trimestre do anocalendário em virtude do disposto Fl. 579DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 574 19 no art. 17 da Lei nº 11.033, de 21 de dezembro de 2004, poderá ser objeto de: I compensação com débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, observada a legislação específica aplicável à matéria; ou II pedido de ressarcimento em dinheiro, observada a legislação específica aplicável à matéria. Parágrafo único. Relativamente ao saldo credor acumulado a partir de 9 de agosto de 2004 até o último trimestrecalendário anterior ao de publicação desta Lei, a compensação ou pedido de ressarcimento poderá ser efetuado a partir da promulgação desta Lei. Dos dispositivos legais acima, são extraídas duas normas jurídicas relacionadas ao litígio ora julgado, com tratamentos diferenciados a depender de cada um dos seguintes créditos da nãocumulatividade do PIS e Cofins: a primeira norma, relativa aos créditos gerais previstos no art. 3º das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como aos créditos incidentes na importação a que se refere o art. 15 da Lei nº 10.865/2004, possibilita o desconto ou abatimento dos débitos de cada uma das duas Contribuições, seguido, na existência de créditos superiores aos débitos da mesma Contribuição (saldo credor), da compensação com valores devidos de outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil e, finalmente, caso ainda persista saldo credor, do pedido de ressarcimento; a segunda, relativa aos créditos presumidos previstos nos arts. 8º e 15 da Lei nº 10.925/2004, possibilita apenas o desconto ou abatimento dos débitos de cada uma das duas Contribuições, não se admitindo, na existência de saldo credor, a compensação ou o ressarcimento. A impossibilidade de ressarcimento ou compensação do crédito presumido das agroindústrias estatuído pelo art. 8º da Lei nº 10.925/2004 constitui, por si só, óbice incontornável à pretensão da Recorrente, tal como decidiu a DRJ. Daí a primeira instância ter deixado de analisar a fundo a possibilidade o direito ao crédito presumido em questão, caso sua utilização ficasse restrita ao abatimento de débitos da própria Contribuição. Na situação de insumos adquiridos com alíquota zero é vedado qualquer crédito, seja ele básico ou presumido. Tanto este como aquele só se aplica quando há pagamento da Contribuição porque ambos são calculados sobre o valor dos bens referidos no inc. II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637/ 2002 e 10.833/ 2003 e, dentre esses bens, os não sujeitos ao pagamento não geram qualquer crédito (nem básico, nem presumido), consoante o referido inc. II. O crédito presumido em tela, calculado a uma alíquota inferior à alíquota padrão de 1,65% (PIS) ou 7,6% (COFINS), é regra especial, quando comparada com a do inc. I do § 2º do art. 3º das Leis nºs 10.637/ 2002 e 10.833/ 2003, que trata da regra geral segundo a qual não se admite crédito decorrente de aquisições a pessoa física. Não constitui, todavia, exceção à regra do inc. II do citado § 2º, que encerra norma relacionada com o bem ou serviço (aspecto objetivo), e não como o fornecedor (aspecto subjetivo). Fl. 580DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10680.013853/200576 Acórdão n.º 3401002.071 S3C4T1 Fl. 575 20 Tanto quanto os ovos in natura em questão (ou qualquer outra mercadoria não sujeita ao pagamento da Contribuição) não gerariam crédito básico se adquiridos de pessoa jurídica, por se sujeitarem à alíquota zero, não geram crédito presumido quando adquiridos de pessoa física, pelo mesmo motivo. Quanto ao argumento de que a aquisição dos ovos in natura seria semelhante à aquisição do cereal sorgo (em grãos), cujo crédito presumido foi reconhecido pelo órgão de origem, não se sustenta porque este produto não é submetido à alíquota zero, ao contrário do que se dá com aqueles. Conforme a Lei nº 10.865/2004, art. 28, III, foram reduzidas a zero as alíquotas de “produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos, classificados na posição 04.07, todos da TIPI”. Não há, no referido inciso, menção ao cereal cuja aquisição originou o crédito presumido admitido desde a origem. Denegado o direito ao crédito presumido, resta superada a possibilidade da diligência solicitada na peça recursal, como já dito no início deste voto. CONCLUSÃO: PROVIMENTO PARCIAL Pelo exposto, dou provimento parcial ao Recurso para: reconhecer que a suspensão da incidência da Contribuição nas vendas de café e soja, nos termos do art. 9º da Lei nº 10.925, de 2004, teve início em 1º agosto de 2004, de modo a abranger o trimestre de apuração deste processo, e consequentemente, aumentar o valor do ressarcimento na proporção do débito computado por não ter sido admitida na origem tal suspensão, admitindo a compensação adicional correspondente; admitir os créditos sobre as compras para entrega futura no mês em que a aquisição foi realizada, independentemente da efetiva entrega, de modo a cancelar a glosa apurada com base nos valores da conta 1.922 (“Compras p/ entrega futura”). Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 581DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 04/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 11/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
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Numero do processo: 13811.001716/99-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999
CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS.
Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF conforme o art. 62-A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas dão direito ao Crédito Presumido instituído pela Lei nº 9.363/96.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO A COMBUSTÍVEIS, ENERGIA ELÉTRICA, TELEFONIA E LENHA.
Não se permite o aproveitamento de créditos relativos a combustíveis, energia elétrica e a telefonia, visto não possuir relação com a produção industrial. Sumula CARF nº 19.
CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. É cabível a aplicação da taxa SELIC em casos de cobrança de juros moratórios, conforme a Súmula nº 4 deste egrégio Conselho.
Numero da decisão: 3401-002.014
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer o direito às aquisições de pessoas físicas e cooperativas e à incidência da selic, a partir do protocolo do pedido, sobre a parcela inicialmente indeferida
JULIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 26/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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LEI Nº 9.363/96. AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS. Consoante interpretação do Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso repetitivo, a ser reproduzida no CARF conforme o art. 62A do Regimento Interno deste Tribunal Administrativo, alterado pela Portaria MF nº 586, de 2010, matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas dão direito ao Crédito Presumido instituído pela Lei nº 9.363/96. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO A COMBUSTÍVEIS, ENERGIA ELÉTRICA, TELEFONIA E LENHA. Não se permite o aproveitamento de créditos relativos a combustíveis, energia elétrica e a telefonia, visto não possuir relação com a produção industrial. Sumula CARF nº 19. CORREÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. É cabível a aplicação da taxa SELIC em casos de cobrança de juros moratórios, conforme a Súmula nº 4 deste egrégio Conselho. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso para reconhecer o direito às aquisições de pessoas físicas e cooperativas e à incidência da selic, a partir do protocolo do pedido, sobre a parcela inicialmente indeferida JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 17 16 /9 9- 44 Fl. 697DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 26/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de crédito presumido de IPI protocolado pela contribuinte Cargill Agrícola (sucessora da antiga Cargill Cacau), referente ao primeiro trimestre de 1999, no valor de R$ 825.623,52. Em 30.04.2010, a Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo deferiu parcialmente o pleito da contribuinte, reconhecendo o direito creditório no valor de R$ 440.725,49. Quanto às glosas efetuadas pela fiscalização, a recorrente teria incluído, indevidamente, em suas planilhas de custo de produção de produtos exportados gastos com combustíveis, lubrificantes, energia elétrica, água, lenha e insumos adquiridos de não contribuintes do PIS e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas). Cientificada da decisão, a contribuinte protocolou, tempestivamente, Manifestação de Inconformidade, na qual alega, em síntese, que: a) Quanto às glosas da fiscalização relacionadas aos insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas, a Lei 9.363/96 é clara ao definir que a base de cálculo do crédito presumido do IPI será o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem. b) A decisão do legislador foi no sentido de que a totalidade dos insumos em questão seja computada no cálculo do crédito presumido do IPI, desde que consumidos em processo de industrialização de produtos exportados. Sendo assim, sua determinação é genérica, não vedando o creditamento em relação aos insumos adquiridos junto a pessoas físicas ou cooperativas. c) Instruções Normativas, de grau hierárquico inferior à lei, não podem restringir a aplicação do diploma que deveria apenas regulamentar. Se a lei não restringiu o crédito presumido a aquisições de pessoas jurídicas, não pode o Poder Executivo invadir competências exclusivas do Poder Legislativo por intermédio de Instruções Normativas, a exemplo da INSRF nº 23/97. d) O Conselho de Contribuintes, por meio de sua Câmara Superior, já reconheceu a ilegalidade e invalidade da IN nº 23/97. e) Com a revogação da Medida Provisória 674/94, não há mais qualquer ato normativo exigindo a comprovação de pagamento de PIS e COFINS para que a contribuinte faça jus ao crédito. O direito ao crédito presumido se restringe a duas condições: ser a empresa produtora e exportadora de produtos nacionais e adquirir insumos no mercado interno para a industrialização de seus produtos vendidos no exterior. f) No que tange aos créditos referentes aos gastos com energia elétrica, bagaço de cana, água, combustíveis, telefonia e lenha, o creditamento é Fl. 698DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 13811.001716/9944 Acórdão n.º 3401002.014 S3C4T1 Fl. 697 3 válido, pois estes são produtos intermediários. O regulamento do IPI, em seu art. 164, define produtos intermediários como “aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente.” Por fim, a requerente requereu o acolhimento de sua Manifestação de Inconformidade para que reste amplamente deferido seu pleito, mediante o reconhecimento do crédito presumido de IPI em sua totalidade, com o devido acréscimo da Taxa Selic. Em 01.06.2011, a 2ª Turma da DRJ/POR julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, sob os seguintes fundamentos: a) O art. 1º da MP n° 148427, convertida na Lei nº 9.363/1996, trata de ressarcimento das contribuições para o PIS/Pasep/Cofins, incidentes sobre as aquisições. Portanto, é claro que para o gozo do benefício é necessário eu tenham incidido tais contribuições sobre as aquisições, tenha ocorrido o fato gerador e o recolhimento das contribuições pelos fornecedores. Não ocorrendo tal fato, não há o que ressarcir. b) Geram direito ao crédito, além das matériasprimas, produtos intermediários “scrictosensu” e material de embalagem que e integram com o produto final, quaisquer outros bens – desde que não contabilizados pela contribuinte em seu ativo permanente – que se consumam por decorrência de um contato físico, ou seja, sofram em função da ação exercida diretamente sobre o produto em fabricação, ou viceversa. Isto é, desgaste, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas do material, sendo excluídos aqueles que não se integrem nem sejam consumidos na operação de industrialização. Deste modo, não são produtos intermediários: combustíveis, lubrificantes e a energia elétrica. c) Por outro lado, admitese energia elétrica e combustível na apuração do crédito presumido quando a contribuinte optar pela base de cálculo da Lei 10.276/01, o que não foi o presente caso. d) A requerente não tem direito aos juros pleiteados, pois não existe previsão legal neste sentido. No âmbito do direito público, administração e administrado estão submetidos ao princípio da legalidade estrita, ou seja, só se pode fazer aquilo que a lei manda. A contribuinte foi cientificada da decisão, em 21.07.2011 e, em 25.07.2011, protocolou Recurso Voluntário, alegando, em síntese, que: a) Os insumos que foram computados no cálculo do aludido valor foram exatamente aqueles autorizados pela Lei 9.363/96, ou seja, matérias primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, energia elétrica, combustíveis e lenha consumidos no processo produtivo. b) A Instrução Normativa nº 27/97 não é respaldo para a glosa de insumos adquiridos de pessoas físicas, na medida em que pretende limitar o alcance da lei, restringindo, arbitrariamente, o direito ao crédito presumido do IPI. Fl. 699DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 c) A Lei 9.363/96 determina que a base de cálculo do crédito presumido do IPI será o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem. A contribuinte repisa todos os outros argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade e, por fim, requer o deferimento de seu Recurso Voluntário mediante reconhecimento do crédito presumido de IPI em sua totalidade, com o devido acréscimo dos juros Selic. É o Relatório. Voto Conselheiro Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Este recurso apresenta os requisitos de tempestividade e cumpre os pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Em suma, a contribuinte protocolou pedido de ressarcimento de créditos de IPI referente ao período 1º trimestre de 1999. Não logrando êxito em sua demanda, protocolou Recurso Voluntário onde defende que os insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas, bem como, energia elétrica, combustíveis, água, telefonia e lenha geram créditos de IPI, passiveis de ressarcimento. No que toca à glosa dos créditos presumidos como ressarcimento das contribuições relativas às aquisições de pessoas físicas, os artigos 1º e 2º da Lei nº 9.363/96 dispõem que a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do IPI, como forma de ressarcimento das contribuições incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Sendo que a base de cálculo do crédito presumido será determinada sobre o valor total das aquisições, conforme artigos que transcrevo abaixo: “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Art. 2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador.” Fl. 700DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 13811.001716/9944 Acórdão n.º 3401002.014 S3C4T1 Fl. 698 5 Entretanto o art. 2º, § 2º, da IN SRF nº 23/97 delimitou a utilização do crédito presumido, instituído pela Lei nº 9.363/96, somente em relação às aquisições, efetuadas de pessoa jurídicas, sujeitas às contribuições de PIS/PASEP e Cofins, conforme abaixo reproduzo: Art. 2º Fará jus ao crédito presumido a que se refere o artigo anterior a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. (...) § 2º O crédito presumido relativo a produtos oriundos da atividade rural, conforme definida no art. 2º da Lei nº 8.023, de 12 de abril de 1990, utilizados como matériaprima, produto intermediário ou embalagem, na produção bens exportados, será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições, efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas às contribuições PIS/PASEP e COFINS. Entretanto é importante ressaltar que reconhecendo a jurisprudência do Egrégio STJ, proclamando que a IN SRF nº 23/97 extrapolou a regra prevista no art. lº da Lei nº. 9.363/96 ao excluir da base de cálculo do beneficio do crédito presumido do IPI as referidas aquisições, como constam as elucidativas ementas, a seguir transcritas: "PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO REMESSA EX OFFICIO: ABRANGÊNCIA CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI AQUISIÇÃO DE MATÉRIASPRIMAS E INSUMOS DE PESSOA FÍSICA LEI 9.363/96 E IN/SRF 23/97 LEGALIDADE (...) 4. A IN/SRF 23/97 extrapolou a regra prevista no art. 1º, da Lei 9.363/96 ao excluir da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI as aquisições, relativamente aos produtos da atividade rural, de matériaprima e de insumos de pessoas físicas, que, naturalmente, não são contribuintes diretos do PIS/PASEP e da COFINS. 5. Entendimento que se baseia nas seguintes premissas: a) a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição; b) o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais; c) a base cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes. 6. Regra que tentou resgatar exigência prevista na MP 674/94 quanto à apresentação das guias de recolhimentos das contribuições do PIS e da COFINS, mas que, diante de sua caducidade, não foi renovada pela MP 948/95 e nem na Lei 9.363/96. 7.Precedente da Segunda Turma no REsp 586.392/RN. 8. Recurso especial provido em parte." (cf. Acórdão da 2ª Turma do STJ no REsp nº. 529.758SC, Reg. nº. 2003/00726199, em sessão de 13/12/2005, rel. Min Eliana Calmon, publ. in DJU de 20/02/2006 p. (268)). “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. LEI N. 9.363/96. IN/SRF 23/97 ILEGALIDADE.1. Fl. 701DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 6 A Lei n. 9.363/96 instituidora de crédito presumido do IPI não distinguiu entre os fornecedores as pessoas físicas e jurídicas, não podendo a IN 23/97, da SRF, implantar tal distinção, estabelecendo que o benefício do crédito presumido do IPI, para ressarcimento de PIS/Pasep e COFINS, somente será cabível em relação às aquisições de pessoa jurídicas.2. Recurso especial improvido (Acórdão da 2ª Turma do STJ no REsp nº. 627.941 CE, Reg. nº. 2003/02193428, em sessão de 15/02/2007, rel. Min João Otávio de Noronha , publ. in DJU de 07/03/2007 p)” No mesmo sentido vem decidindo a CSRF, como se pode ver da seguinte ementa: (grifamos) "IPI CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI NA EXPORTAÇÃO AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1° da Lei n°. 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2° da Lei n°9.363/96). A lei citada referese a 'valor total' e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nº. 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei n°9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN n°. 23/97), bem como que as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN n° 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art.. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. (..) Recurso especial provido parcialmente." (cf. Acórdão CSRF/0201.416 da 2ª Turma da CSRF, no Recurso nº . 115.731, Processo nº 10980.015233/9941, rel. Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, em sessão de 08/09/2003)” Levando em conta o art. 62A do Anexo II do RICARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21.12.2010, que dispõe o seguinte: “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B. § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes Portanto o direito ao Fl. 702DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 13811.001716/9944 Acórdão n.º 3401002.014 S3C4T1 Fl. 699 7 crédito de IPI está restrita apenas as aquisições feitas de pessoa jurídica, sujeita a contribuição de PIS e Cofins. Se o insumo for fornecido por pessoa jurídica não sujeita ao PIS/Pasep e Cofins, ou diretamente por pessoa física, não há direito ao crédito presumido destes insumos. Conclui que a IN nº. 23/97 não extrapolou a regra prevista pelo art. 1º da Lei nº. 9.363/96.” Após essa exposição, parece não haver dúvida de que há que se reconhecer o crédito presumido, proveniente de insumos adquiridos de pessoas físicas e cooperativas. Quanto à alegação dos créditos referentes aos gastos com energia elétrica, água, combustíveis, telefonia e lenha, em outras palavras insumos que não se alteram em função de ação exercida sobre a fabricação do produto, a legislação dispõe, conforme dispõe o art. 1º da Lei nº. 9.363/96, o qual segue abaixo: (grifamos) “Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo.” O Decreto nº 2.637/98, vigente a época dos fatos, corrobora com a idéia de que é necessário, para contabilização do crédito, que a matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem deve ser utilizado no processo produtivo, mesmo não integrando o novo produto, conforme art. 147, inc. I do RIPI/98, que abaixo transcrevo: (grifos nossos) Art. 147. Os estabelecimentos industriais, e os que lhes são equiparados, poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindo se, entre as matériasprimas e produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; Portanto, verificase que insumo, para gerar o direito ao crédito de IPI, deve ser consumido no processo de industrialização não precisando necessariamente integrarse ao novo produto. Entretanto, a contribuinte não comprovou de que forma estes produtos se integram ao produto. Não obstante, em relação aos valores referentes ao óleo diesel e à eletricidade a Súmula CARF nº 19 dispõe: (grifos nossos) “Súmula CARF nº 19: Não integram a base de cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, as aquisições de combustíveis e energia elétrica uma vez que não são Fl. 703DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 8 consumidos em contato direto com o produto, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário.” Outrossim, a telefonia não pode ser contemplada pelo conceito insumo, nem que seja feita uma interpretação mais ampla deste conceito, carecendo também de força legal para o seu crédito. Portanto, são corretas as glosas efetuadas a respeito de energia elétrica, água, combustíveis, telefonia e lenha. Finalmente, quanto a inaplicabilidade da taxa de juros SELIC para fins de ressarcimento de débitos tributários, trata de matéria que já se encontra pacificada neste Tribunal Administrativo, conforme ementas abaixo reproduzidas: (grifamos) “RESSARCIMENTO DE IPI. ACRÉSCIMO DE JUROS CALCULADOS COM BASE NA TAXA SELIC. APLICAÇÃO DAS DECISÕES DO STJ PROFERIDAS NO RITO DO ART. 543C. Na forma de reiterada jurisprudência oriunda do STJ, é cabível a aplicação da taxa selic acumulada a partir da data de protocolização do pedido administrativo, a título de “atualização monetária” do valor requerido, quando o seu indeferimento constitui ilegítima resistência por parte da Administração tributária (RESP 993.164) (Acórdão nº 9303 002.020, da 3ª Turma do CSRF, no recurso nº 132.107, Processo: 10665.000086/0093, Rel. Júlio César Alves Ramos, em sessão de 14 de junho de 2012)” “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. INSUMOS ADQUIRIDOS DE NÃO CONTRIBUINTES. Por força das reiteradas decisões do STJ e do art. 62A do RICARF, incluise na base de cálculo do crédito presumido o valor das aquisições de insumos que não sofreram a incidência do PIS e Cofins. CRÉDITO PRESUMIDO. ENERGIA ELÉTRICA. As aquisições de energia elétrica estão excluídas do cálculo do crédito presumido da Lei nº 9.363, de 1996, uma vez que tal insumo não é considerado produto intermediário à luz da legislação do IPI. Súmula CARF nº 19. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. EXCLUSÃO DAS VARIAÇÕES CAMBIAIS. As variações cambiais não compõem a receita de exportação para efeito de apuração do crédito presumido de IPI. TAXA SELIC. Por força das reiteradas decisões do STJ e do art. 62A do RICARF, o valor do ressarcimento do crédito presumido deve ser corrigido pela variação da taxa Selic. (Acórdão nº 3403001.527, da 4ª Câmara da 3ª Turma Ordinária da 3ª Seção de Julgamento do CARF, Processo: 10783.901514/200833, Rel. Luduína Maria Alves Macambira, em sessão de 21 de março de 2012)” “CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. AQUISIÇÃO DE INSUMOS DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS. ADMISSIBILIDADE. A Lei n. 9.363/1996 permite a inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI os valores referentes a aquisições de insumos para utilização no processo produtivo de bens destinados à exportação, independentemente de o fornecedor ser pessoa física (produtor rural) ou cooperativa. Matéria já apreciada pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos. Fl. 704DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 13811.001716/9944 Acórdão n.º 3401002.014 S3C4T1 Fl. 700 9 CRÉDITO PRESUMIDO. IPI. DEFINIÇÃO DE RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. RESTRIÇÃO A BENS NÃO INDUSTRIIALIZADOS. PROCEDÊNCIA. A definição de receita de exportação estabelecida nas Portarias do MF encontra expresso amparo no art. 6o da Lei nº 9.363(1996. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. CABIMENTO. O crédito referente a ressarcimento sujeitase a atualização monetária (Taxa SELIC), a partir do pedido, até a data de sua efetiva utilização. Matéria já apreciada pelo STJ, na sistemática dos recursos repetitivos.(Acórdão nº 3403001.738, da 4ª Câmara da 3ª Turma Ordinária da 3ª Seção de Julgamento do CARF, Processo: 13807.006966/200459, Rel. Rosaldo Trevisan, em sessão de 22 de agosto de 2012)” Portanto, verificase que o crédito referente a ressarcimento sujeitase a atualização monetária da taxa Selic. Frente a todo o exposto, voto por julgar parcialmente procedente o Recurso Voluntário, acatando, pelos motivos acima expostos, o pleito relativo à aquisição de insumos provenientes de pessoas físicas e a aplicação da taxa Selic para atualização monetária do crédito a ser ressarcido. Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator Fl. 705DF CARF MF Impresso em 14/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 1/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 26/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
score : 1.0
Numero do processo: 10945.001126/2010-75
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Sun Aug 26 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. MATÉRIA DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO. SÚMULA CARF Nº 2.
Nos termos da Súmula CARF nº 2, de 2009, este Conselho Administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, como a alegação de ofensa ao princípio do não-confisco.
AUTOS DE INFRAÇÃO CONTENDO IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS TRIBUTADAS E ENQUADRAMENTOS LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE.
Não resta caracterizada a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade do lançamento, quando os autos de infração atendem ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72, identificam a matéria tributada e contêm os enquadramentos legais correlatos.
Recurso não conhecido e negado no restante.
Numero da decisão: 3401-001.973
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso quanto à alegação de inconstitucionalidade e, na parte conhecida, negar provimento, nos termos do voto do Relator.
Júlio César Alves Ramos Presidente
Emanuel Carlos Dantas de Assis - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. MATÉRIA DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO. SÚMULA CARF Nº 2. Nos termos da Súmula CARF nº 2, de 2009, este Conselho Administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, como a alegação de ofensa ao princípio do não-confisco. AUTOS DE INFRAÇÃO CONTENDO IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS TRIBUTADAS E ENQUADRAMENTOS LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. Não resta caracterizada a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade do lançamento, quando os autos de infração atendem ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72, identificam a matéria tributada e contêm os enquadramentos legais correlatos. Recurso não conhecido e negado no restante.
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SOLICITAÇÃO DE NULIDADE DAS AUTUAÇÕES. Recorrente EMÍLIO BERWANGER & CIA LTDA Recorrida CURITIBAPR ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. MATÉRIA DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO JUDICIÁRIO. SÚMULA CARF Nº 2. Nos termos da Súmula CARF nº 2, de 2009, este Conselho Administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, como a alegação de ofensa ao princípio do nãoconfisco. AUTOS DE INFRAÇÃO CONTENDO IDENTIFICAÇÃO DAS MATÉRIAS TRIBUTADAS E ENQUADRAMENTOS LEGAIS. INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. Não resta caracterizada a preterição do direito de defesa, a suscitar a nulidade do lançamento, quando os autos de infração atendem ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72, identificam a matéria tributada e contêm os enquadramentos legais correlatos. Recurso não conhecido e negado no restante. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso quanto à alegação de inconstitucionalidade e, na parte conhecida, negar provimento, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 00 11 26 /2 01 0- 75 Fl. 157DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10945.001126/201075 Acórdão n.º 3401001.973 S3C4T1 Fl. 158 2 Júlio César Alves Ramos – Presidente Emanuel Carlos Dantas de Assis Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Ângela Sartori, Fernando Marques Cleto Duarte e Júlio César Alves Ramos. Relatório Tratase de recurso voluntário contra acórdão da 3ª Turma da DRJ deu provimento parcial à impugnação para reduzir a multa de ofício de 150 % para 75%, lançada em dois autos de infração – um do PIS, outro da Cofins. As autuações devemse à ausência de recolhimento e de declaração das duas Contribuições. Impugnando as exigências, a contribuinte alega o seguinte, conforme o relatório da DRJ que reproduzo: ... trazendo as argumentações em relação ao PIS e à Cofins, especificamente quanto à cobrança da multa de oficio de 150%, por flagrante desrespeito ao principio constitucional tributário da proibição de confisco, uma vez que o seu capital social atualizado em 1° de outubro do corrente ano perfaz R$ 83.989,20, cujo valor é insuficiente para fazer frente à multa exigida. Cita a respeito, doutrina acerca do art. 150, IV, da Constituição Federal e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal sobre a proibição constitucional do confisco em matéria tributária e da fixação de valores para a multa. Contesta a alegada omissão de exibição dos livros contábeis, que entende ter sido a motivação do lançamento dos anos calendário de 2007 e 2008, já que deixaram de ser exibidos única e exclusivamente por não existirem, e requer seja declarado nulo o crédito tributário. No recurso voluntário, tempestivo, é requerida seja “reformada a decisão pare reconhecer a nulidade do crédito tributário, e, afastada a aplicação da multa, por flagrante ofensa ao princípio constitucional do nãoconfisco em matéria tributária.” Considera que a DRJ cometeu equívoco, ao entender incabível a análise do caráter confiscatório da multa nesta esfera administrativa, arguindo que o art. 142 do CTN referese à atividade de lançamento, e não ao Processo Administrativo Fiscal, arguindo em seguida que o Decreto nº 70.235/72 “não proíbe a autoridade fazendária julgadora de apreciar matéria flagrantemente inconstitucional como in casu”. Também afirma o seguinte, antes de transcrever trecho do acórdão recorrido: “Há que se observar ainda que, referida Turma entendeu que houve confissão de dívida e que a mesma não fora impugnada, ao afirmar à fl. 145”. Fl. 158DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10945.001126/201075 Acórdão n.º 3401001.973 S3C4T1 Fl. 159 3 Quanto à nulidade “do crédito tributário que remanesceu após o julgamento da Turma” da DRJ, reputa necessária “vez que, a autuação se procedeu sob a justificativa da não entrega dos livros contábeis pela Recorrente depois de regularmente intimada para tal, cujo ato era impossível de ser praticado dada a inexistência dos referidos livros, que restou reconhecido pela referida Turma não serem obrigatórios em determinadas situações.” Em relação à parte provida parcialmente não coube recurso de ofício, por ser a soma dos valores exonerados nos dois lançamentos inferior ao limite de alçada. É o relatório, elaborado a partir do processo digitalizado. Voto O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos do Processo Administrativo, pelo que é conhecido, exceto no que argúi a inconstitucionalidade da multa de ofício (reduzida de 150% para 75% pela DRJ, sem remessa de ofício). Como já assentado no acórdão recorrido, que não merece qualquer reparo, o suposto caráter confiscatório da penalidade não pode ser analisada neste processo administrativo, porque somente o Judiciário é competente para tanto, a teor do que dispõe a Constituição Federal, nos seus arts. 97 e 102, I, “a”, III e §§ 1º e 2º deste último. Neste sentido, inclusive, a Súmula CARF nº 2, de 21/12/2009, segundo a qual “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Na parte conhecida, rejeito a alegação de nulidade dos lançamentos. Os autos de infração demonstram com clareza a falta de recolhimento apurada, enquanto o Termo de Verificação Fiscal que o acompanha é detalhado (ver fl. 72, frente e verso). Diferentemente do que afirma a peça recursal, as autuações não estão fundamentadas simplesmente na não entrega dos livros contábeis. Afinal, a fiscalização evidenciou não ter havido recolhimentos das duas Contribuições nem declaração à administração tributária, não sendo contestada pela contribuinte. Outrossim, os Autos atendem plenamente ao disposto no art. 10 do Decreto nº 70.235/72. Foram lavrados por servidor competente, possuem todos os elementos exigidos, identificam as matérias tributadas e contêm os enquadramentos legais correlatos. Por fim, observo que a Recorrente parece ter feito confusão na leitura do acórdão recorrido, quando afirma que o Colegiado de piso “entendeu que houve confissão de dívida e que a mesma não fora impugnada”, referindose ao trecho abaixo repetido: Portanto, resta evidente que a motivação das exigências está no fato de a empresa ter auferido receita nos anoscalendário de 2007 e 2008, sem que houvesse efetuado qualquer recolhimento a titulo de PIS e de Cofins ou mesmo declarado em DCTF, que constitui confissão de divida, e quanto a isso, digase, não há contestação por parte da contribuinte. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS Processo nº 10945.001126/201075 Acórdão n.º 3401001.973 S3C4T1 Fl. 160 4 Uma leitura mais atenta do texto acima permite concluir que a DRJ apenas observou o que é cediço: a DCTF constitui confissão de dívida. Além disso, considerou que a contribuinte nem efetuou qualquer recolhimento nem declarou os valores do PIS e Cofins em DCTF, e que essa ausência de recolhimentos e de declaração não foi contestada. Pelo exposto, não conheço do recurso no que argúi inconstitucionalidade e, na parte conhecida, nego provimento. Emanuel Carlos Dantas de Assis Fl. 160DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 02/01/2013 por EMANUEL CARLOS DANTAS DE ASSIS, Assinado digitalmente em 12/01/2013 por JULIO CESAR A LVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10580.000920/2001-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996
RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO.
Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas.
Numero da decisão: 3401-002.069
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora.
JULIO CESAR ALVES RAMOS - Presidente.
ANGELA SARTORI - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos.
Nome do relator: ANGELA SARTORI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996 RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas.
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Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. JULIO CESAR ALVES RAMOS Presidente. ANGELA SARTORI Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Emanuel Carlos Dantas de Assis, Jean Cleuter Simões Mendonça, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori, Fábia Regina Freitas e Júlio César Alves Ramos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 00 09 20 /2 00 1- 97 Fl. 165DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 2 Relatório Tratase de pedido de compensação de débito no valor de R$ 4.183,26, com crédito decorrente da Ação Ordinária n. 1997.33.5810, que tramitou na 1ª Vara Federal em Salvador/BA que reconheceu o crédito de R$ 431.433,29 (quatrocentos e trinta e um mil quatrocentos e trinta e três reais e vinte e nove centavos). Além do pedido do processo ora analisado, diversos outros foram protocolados, tendo recebido apenas o acima epigrafado. Referida ação tinha por objeto o reconhecimento do direito de compensar o PIS recolhido com base nos Decretos n. 2.445/1988 e 2.449/1988, com débitos declarados contra a Fazenda Nacional. Esta é a conclusão que se tem das cópias do processo cível anexadas aos autos, tanto da decisão do Tribunal Regional Federal da 1a Região, Apelação Cível n. 99.01.0256958/BA, que manteve a sentença de primeiro grau, reformandoa apenas no tocante à atualização monetária (fls. 17/24); quanto da sentença de primeiro grau (fls. 29/37). Para tanto, colacionase trecho da parte dispositiva da sentença, fl. 34: Ante o exposto, e considerando o mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado na presente ação para reconhecer o direito da parte autora à repetição dos valores recolhidos a maior a título de contribuição para o PIS com base nos Decretosleis n.s 2.445 e 2.449, ambas de 1988, devidamente corrigidos, conforme apurados em liquidação de sentença, autorizando a compensação pleiteada com parcelas vincendas de contribuição da mesma espécie. Destaquese que o acórdão do TRF1 transitou em julgado em 01/03/2000 e dois dias depois foi remetido à vara de origem para os procedimentos de praxe, fl. 25. Três meses depois, os autos foram vistos em inspeção pelo juiz competente, o qual determinou a intimação das partes acerca do retorno dos autos, para se manifestarem no prazo de 05 dias, apresentando a competente memória de cálculo, fl. 26. O Recorrente protocolou o pedido de restituição em 20 de julho de 2001, fl. 39/40, ou seja, após o trânsito em julgado do acórdão que reconheceu o direito creditório. Em análise, fl. 47, a Secretaria da Receita Federal em Salvador – Serviço de Orientação e Análise Tributária informou que: Na situação em tela, verificase que o contribuinte possui decisão judicial transitada em julgado no processo de conhecimento, encontrandose a sentença que fundamenta o seu pedido em fase de execução, conforme consulta processual em anexo. Não é possível, portanto, a homologação da compensação pleiteada antes do encerramento do processo de execução ou da desistência da execução na via judicial. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.000920/200197 Acórdão n.º 3401002.069 S3C4T1 Fl. 5 3 Assim, em face do exposto, proponho que a análise do pedido de compensação se dê após a manifestação do TRF da 1a Região sobre o crédito controvertido, ficando os débitos suspensos em face da discussão judicial quanto ao valor deste, até que se profira decisão definitiva na aludida ação executiva. Posteriormente, em despacho decisório de fls. 51/54 a autoridade fiscal não homologou a compensação pleiteada tendo em vista que a sentença favorável aos interesses do Recorrente transitou em julgado e se encontra em fase de execução, conforme ementa abaixo: COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. No caso de haver título judicial em fase de execução, cujo objeto seja idêntico a Pedido ou Declaração de Compensação, esta só será realizada, perante a RFB, se o contribuinte comprovar a desistência da ação judicial, fazendo a opção pela via administrativa. Compensação não homologada. Cientificado em 05/06/2009, apresentou manifestação de inconformidade em 18/06/2009, na qual argumenta que em virtude da revogação dos efeitos suspensivos relativos aos débitos do PAF ora discutido, foi impedido de emitir CND razão pela qual ingressou com medida liminar em mandado de segurança n. 2002.33.00.0232244 junto à 1ª Vara da Justiça Federal, com o único objetivo de restaurar tal suspensão o que foi concedido, fls. 86/87. Alega, ainda que o princípio da verdade material deve ser buscado pela fiscalização, restando clara a afronta por parte da DRF ao disposto no art. 151 do CTN. Requereu, ao final, o imediato afastamento dos efeitos da exigibilidade do crédito tributário, sob pena de infração ao referido princípio. A 4ª Turma da DRJ/SDR, no acórdão n. 1521.105, manteve a decisão exarada pela DRF de Salvador, no tocante à não homologação da compensação pleiteada, conforme ementa que transcrevemos a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996 Ementa: RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas. Manifestação de Inconformidade Improcedente Crédito Tributário Mantido Em razão da insuficiência de informações da ementa, transcrevese trecho do voto: Fl. 167DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 4 Nos termos da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal – RFB n° 21, 10 de março de 1997, consolidada pela IN 73, 15 de setembro de 1997, a utilização de crédito decorrente de sentença judicial, transitada em julgado, para compensação, somente poderá ser efetuada, no caso de título judicial em fase de execução, se o contribuinte comprovar junto à unidade da RFB a desistência da execução e assumir todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios. Portanto, uma vez obtida a satisfação do bem pretendido na ação ordinária n. 1997.33.5810, a lei faculta ao impetrante o direito de repetir o indébito ou a compensação dos valores devidos, devendo ser feita a opção naqueles autos com a desistência da execução. Reiterese que o interessado não pode, todavia, por via oblíqua, obter outro provimento jurisdicional, dado o risco de tornarse detentor de dois títulos executivos, na esfera judicial, a execução, e no processo administrativo, a restituição e compensações a esta vinculada, fato que foi levado em consideração na apreciação do processo n. 10580.000290/0017, para indeferilo, sendo vedado ao interessado utilizar novamente os créditos para compensação administrativa após ter obtido judicialmente o direito à repetição dos valores pagos a maior, do contrário haveria um enriquecimento ilícito às custas dos cofres públicos. Em recurso voluntário tempestivo, o ora recorrente aponta que o indeferimento do pedido de compensação prejudicao, haja vista que o crédito admitido pela autoridade fiscal difere consideravelmente do montante apontado em laudo pelo perito nomeado pelo Juiz da 1ª Vara Federal – R$ 408.931,58. Argumenta, ainda, que a decisão recorrida afronta dispositivo constitucional, a saber, o inciso XXXVI, do art. 5º, da CF/88, ao não observar o princípio da irretroatividade. Defende que o art. 170A do CTN não se aplica ao caso em comento, bem como, que o protocolo do pedido se deu em 12/02/2001, portanto dentro do período da anterioridade tributária, conforme o art. 195, §6º da CF/88. Não obstante, aduz que o decisum ignora determinação judicial quanto à suspensão da exigibilidade do crédito tributário, no montante de R$ 408.931,58, obtida através de mandado de segurança, o que resultaria em ato de inconstitucionalidade. Ademais, repisa os argumentos utilizados para defender a aplicação do princípio da verdade material, e ao final, requer o integral provimento do recurso voluntário, com a consequente homologação do pedido de compensação e a reforma do acórdão hostilizado. Protesta, ainda, pela juntada posterior de documentos, com fundamento no art. 16, §4º do Decreto n. 70.235/72. É o relatório. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.000920/200197 Acórdão n.º 3401002.069 S3C4T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Relator Angela Sartori O recurso é tempestivo, contudo dele não tomarei conhecimento pelo que passo a explanar a seguir. Da Impossibilidade de Apreciação da Inconstitucionalidade de Lei Tributária pelo CARF A respeito das alegações de inconstitucionalidade expendidas no bojo do recurso que se aprecia, já está pacificado nesta corte administrativa o entendimento que o CARF não é competente para se pronunciar sobre inconstitucionalidade de lei tributária, cabendo tal prerrogativa tão somente ao Poder Judiciário, justamente em razão da jurisdição por ele exercida. Oportunamente, trazemos à baila o enunciado da súmula n. 2 do CARF que elucida terminantemente a questão: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Tecidas as considerações preliminares, há que se apreciar o mérito da questão. DO MÉRITO O Recorrente transmitiu pedido de compensação, em 09/02/2001 (fl.01), por intermédio do qual busca compensar créditos de PIS, com débitos da mesma contribuição social, no valor de R$ 4.183,26, além de outros mais, noticiados pela autoridade judicial na fl. 86/87. O crédito, por sua vez, está lastreado em sentença proferida nos autos da ação ordinária n. 1997.33.5810, onde o ora recorrente logrou êxito no reconhecimento do direito de compensar o PIS, recolhido indevidamente com base nos Decretos n. 2.445/1988 e 2.449/1988, com débitos declarados contra a Fazenda Nacional. A SEORT em Salvador identificou a existência de ação judicial e acostou em fls. 41/44 e 46 cópias de consulta processual que permitem verificar que a sentença se encontra em fase de execução desde 26/09/2000. Em outras palavras, quando da transmissão do pedido de compensação, a Bom Brasil Óleo de Mamona Ltda já contava com decisão transitada em julgado, contudo, em fase de execução na via judicial. Notificada por diversas vezes a apresentar a desistência do pedido, ante a impossibilidade de trâmite simultâneo entre as demandas administrativas e judiciais, o ora Fl. 169DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 6 recorrente optou por prosseguir com a execução, limitandose a justificar em sede de recurso voluntário que, caso o fizesse, ficaria irreparavelmente prejudicado, fl. 113. Diante do exposto, temse que é fato incontroverso nos autos que o contribuinte optou por continuar com a execução judicial, não desejando desistir daquela ação, com base em mérito próprio. No tocante à possibilidade de compensação do título executivo com o débito declarado, entendo que não há reparos a se fazer isto porque, o art. 17 da IN SRF n. 21/97, com as alterações conferidas pela IN SRF n. 73/97, determina que nos casos de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, quando o título executivo se encontre em fase de execução, deverá o contribuinte primeiro desistir da esfera judicial e comprovar a desistência junto à unidade da SRF, assumindo todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios, para depois ingressar na via administrativa: Art. 17. Para efeito de restituição, ressarcimento ou compensação de crédito decorrente de sentença judicial transitada em julgado, o contribuinte deverá anexar ao pedido de restituição ou de ressarcimento uma cópia do inteiro teor do processo judicial a que se referir o crédito e da respectiva sentença, determinando a restituição, o ressarcimento ou a compensação. (Redação dada pela IN SRF nº 73/97, de 15/09/1997) § 1° No caso de título judicial em fase de execução, a restituição, o ressarcimento ou a compensação somente poderão ser efetuados se o contribuinte comprovar junto à unidade da SRF a desistência, perante o Poder Judiciário, da execução do título judicial e assumir todas as custas do processo, inclusive os honorários advocatícios. (Redação dada pela IN SRF nº 73/97, de 15/09/1997) § 2° Não poderão ser objeto de pedido de restituição, ressarcimento ou compensação os créditos decorrentes de títulos judiciais já executados perante o Poder Judiciário, com ou sem emissão de precatório. (Incluído pela IN SRF nº 73/97, de 15/09/1997) Desta feita, obtido o provimento, a legislação faculta ao contribuinte a opção de prosseguir pela via judicial ou desistir da ação e repetir o indébito via PAF, devendo a opção ser feita nos autos do processo judicial e posteriormente comprovada na SRF. Cumpre destacar que o dispositivo legal se encontrava em plena vigência quando da transmissão do pedido de compensação, sendo esta a principal razão do impedimento para o aproveitamento de seus créditos. Certo é que não se pode questionar a razão de ser do dispositivo acima transcrito, pois os valores pleiteados nas compensações e restituições poderiam ser recebidos em duplicidade tendo em vista a concomitância. Ademais, cumpre observar que o método expresso na Instrução Normativa e que até hoje se mantém, já foi objeto de apreciação pelo Superior Tribunal de Justiça, que a considerou válida e em adequação com o art. 26 do Código de Processo Civil, conforme se percebe do seguinte aresto: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. OPÇÃO PELA COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DESISTÊNCIA DA AÇÃO EXECUTÓRIA. Fl. 170DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS Processo nº 10580.000920/200197 Acórdão n.º 3401002.069 S3C4T1 Fl. 7 7 1. O acórdão recorrido analisou todas as questões necessárias ao desate da controvérsia, só que de forma contrária aos interesses da parte. Logo, não padece de vícios de omissão, contradição ou obscuridade, a justificar sua anulação por esta Corte. Tese de violação do art. 535 do CPC repelida. 2. Entendimento desta Corte no sentido de que a pretensão pela compensação dos créditos reconhecidos judicialmente contra a Fazenda, requer expressa desistência da ação de execução, a fim de evitar cobrança em duplicidade. Precedentes: AgRg no REsp 1090228/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe de 29.9.2010; AgRg no REsp 936230/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe de 10.9.2010; REsp 828262/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe de 25.5.2006. 3. A previsão disposta no art. 51, § 2º, V, da IN/SRF n. 600/2005, que exige, além da comprovação da desistência da execução dos créditos, a assunção de todas as custas e honorários advocatícios referentes ao processo executório, se encontra em harmonia com o preceituado no art. 26 do CPC, o qual dispõe que "se o processo terminar por desistência ou reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu ou reconheceu". Logo, não há falar em qualquer ilegalidade do procedimento adotado pela SRF. 4. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1273277/PB, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 24/04/2012, DJe 03/05/2012) Portanto, a opção pela via judicial implica na renúncia da via administrativa, bem como dos recursos eventualmente interpostos pelo sujeito passivo, tal qual o caso. Vejamos o teor da súmula nº 01 do CARF: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Do mesmo modo, não se pode admitir o prosseguimento do feito, pois se estaria abrindo a possibilidade de o Recorrente tornarse detentor de dois títulos executivos e do recebimento em duplicidade, tanto via precatório, quanto por compensação. Fl. 171DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS 8 CONCLUSÃO: Ante o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário para manter a decisão da DRJ em sua integralidade. Ângela Sartori (assinado digitalmente) Relator Angela Sartori Relator Fl. 172DF CARF MF Impresso em 29/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2012 por ANGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por A NGELA SARTORI, Assinado digitalmente em 17/12/2012 por JULIO CESAR ALVES RAMOS
score : 1.0
Numero do processo: 10875.901800/2008-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 15/02/2004
PAGAMENTO A MAIOR. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. ERRO MATERIAL NO PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO. PROVAS. VERDADE MATERIAL.
Comprovado o recolhimento a maior, de se reconhecer o direito creditório, pela necessidade de prevalência da verdade material sobre a forma.
Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3401-001.924
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator.
Jean Cleuter Simões Mendonça Presidente em exercício
Odassi Guerzoni Filho - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça.
Nome do relator: ODASSI GUERZONI FILHO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 15/02/2004 PAGAMENTO A MAIOR. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. ERRO MATERIAL NO PEDIDO ELETRÔNICO DE RESTITUIÇÃO. PROVAS. VERDADE MATERIAL. Comprovado o recolhimento a maior, de se reconhecer o direito creditório, pela necessidade de prevalência da verdade material sobre a forma. Recurso Voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Jean Cleuter Simões Mendonça – Presidente em exercício Odassi Guerzoni Filho Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Fenelon Moscoso de Almeida, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Ângela Sartori, Odassi Guerzoni Filho, Fernando Marques Cleto Duarte e Jean Cleuter Simões Mendonça. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 18 00 /2 00 8- 70 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA 2 Relatório Trata o presente processo de PER/Dcomp entregue em 06/05/2004 em que a interessada postulara o reconhecimento de direito creditório correspondente a um pagamento a maior efetuado a título de PIS/Pasep [não cumulativo], do período de apuração de janeiro de 2004, no valor de R$ 32.006,52, que estaria embutido no Darf recolhido no dia 13/02/2004, no valor de R$ 32.006,52. No referido documento foi indicada a compensação de débito do próprio PIS/Pasep, de período de apuração de dezembro de 2003. No Despacho Decisório eletrônico emitido em 18/07/2008 e cientificado à interessada em 30/07/2008, constou que nenhum crédito fora reconhecido porquanto o Darf indicado não havia sido localizado nos sistemas da Receita Federal, o que, em consequência, resultou na não homologação da compensação declarada. Na Manifestação de Inconformidade a interessada esclareceu ter cometido um equívoco no preenchimento de seu PER/Dcomp, isto é, em vez de indicar como origem do pagamento indevido o Darf pago no dia 13/02/2004 no valor de R$ 196.404,46, indicara R$ 32.006,52, que, na verdade, corresponderia ao indébito pleiteado. Para comprovar suas alegações, juntou à Manifestação de Inconformidade cópia de sua DCTF, do Dacon e do referido Darf. A 3a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas, todavia, considerou que esse tipo de equívoco deveria ter sido sanado mediante a retificação do PER/Dcomp e que, além disso, a interessada fora intimada, antes da emissão do Despacho Decisório, para que verificasse os dados do Darf informados no referido pedido de restituição. Assim, indeferiu os termos da Manifestação de Inconformidade. No Recurso Voluntário a Recorrente repetiu os termos de sua impugnação. No essencial, é o Relatório. Voto Conselheiro Odassi Guerzoni Filho Cientificada da decisão da DRJ em 18/07/2011, a interessada apresentou o Recurso Voluntário em 17/08/2011, portanto, de forma tempestiva. Preenchendo os demais requisitos de admissibilidade, deve ser conhecido. A DCTF de fl. 25 e o Dacon de fl. 27 trazidas aos autos pela interessada quando de sua Manifestação de Inconformidade indicam que o valor do PIS/Pasep devido em relação ao período de apuração de janeiro de 2004 é de R$ 167.312,09, enquanto que o Darf de fl. 29 indica que o valor recolhido na data de seu vencimento foi de R$ 196.404,46, o que aponta para um recolhimento a maior, porém, não no mesmo montante em que indicado no PER/Dcomp, que fora de R$ 32.006,52, mas, sim, de R$ 29.092,37. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA Processo nº 10875.901800/200870 Acórdão n.º 3401001.924 S3C4T1 Fl. 74 3 De qualquer modo, de forma bastante clara pode ser verificado que a interessada, de fato, cometeu um erro material ao indicar que a origem de seu crédito estaria no Darf no valor de R$ 32.006,52 [o correto seria R$ 196.404,46], quando esse valor, na verdade, se refere a um recolhimento a maior, não exatamente, como já vimos acima, da mesma monta. Não obstante a instância de julgamento soubesse desses fatos, escorouse nas regras ditadas pelas instruções normativas que regulam os procedimentos de compensação e não reconheceu qualquer crédito à interessada, sob o argumento de que o erro não havia sido comunicado à Administração Tributária na forma regulamentar, isto é, mediante a retificação do PER/Dcomp, e que, além disso, não obstante tivesse sido intimada em 04/09/2006, portanto, antes da emissão do Despacho Decisório, que a interessada não se manifestara acerca de seu propalado equívoco. Pois bem. Primeiramente, a instância de piso tem razão quando afirma que, em 04/09/2006, antes, portanto, que fosse proferido o Despacho Decisório eletrônico de não reconhecimento do crédito, a interessada fora informada de que o Darf indicado no PER/Dcomp como originário de seu crédito não fora localizado nos sistemas da Receita Federal. No mesmo documento, Termo de Intimação, de fl. 31, constou o seguinte: “Se houver qualquer divergência, solicitase transmitir o PER/Dcomp retificador. Caso contrário, compareça à Unidade da Secretaria da Receita Federal de sua jurisdição com esta intimação com o Darf original, no prazo indicado.” Seguiuse que, diante da ausência de qualquer manifestação da interessada, foi expedido o Despacho Decisório eletrônico em 18/07/2008, o qual foi cientificado à interessada em 30/07/2008. De outra parte, porém, e não obstante, a interessada, tanto em sua Manifestação de Inconformidade quanto no Recurso Voluntário defendeuse dizendo, verbis: “A Receita Federal do Brasil, caso requisitasse esclarecimentos do Contribuinte, poderia verificar que se trata de mera divergência de informação e, em hipótese alguma, de inexistência do recolhimento informado e a consequente inexistência o crédito.” Com a devida vênia, o argumento da Recorrente não reflete o quê, de fato, ocorreu, haja vista que, diferentemente do que apregoou, fora ela, sim, intimada a prestar esclarecimentos acerca da divergência encontrada pelos sistemas da Receita Federal no Darf indicado no PER/Dcomp, bem como, fosse o caso, a retificar as informações, no que quedouse inerte. Lembro aqui a meus pares que, em situações semelhantes a esta, tal como na em que o contribuinte não teve seu crédito reconhecido pela autoridade administrativa pelo fato de não ter procedido à retificação tempestiva de DCTF, temos aqui prestigiado a observância do princípio da verdade material, isto é, não obstante o não cumprimento da formalidade, vimos nos curvando diante da comprovação do direito postulado e o reconhecendo em favor dos contribuintes. Sim, haveremos de ressalvar que, diferentemente da maioria dos processos envolvendo despacho eletrônico relacionado a PER/Dcomp, em que o procedimento – Fl. 75DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA 4 batimento das informações – é praticamente unilateral, neste caso houve o cuidado da Administração Tributária em alertar previamente ao contribuinte acerca das incorreções encontradas, seguido de uma intimação para que fossem corrigidas. Somente após transcorrido o prazo concedido, e em não tendo sido atendida, é que tratouse de expedir o referido Despacho eletrônico. Mas, não obstante o Despacho Decisório e a decisão recorrida não mereçam censura, creio que a inércia da interessada [ao não atender os termos da intimação e proceder à retificação do PER/Dcomp] não poderia ensejar o exsurgimento de um mal maior, qual seja, o enriquecimento sem causa em favor da União. É que, consoante já esmiuçado alhures, as provas trazidas pelo contribuinte aos autos são incontestáveis no sentido de que incorrera mesmo num recolhimento a maior, de sorte que, na linha de posicionamentos anteriores, especialmente naqueles relacionados a lançamentos por meio de auto de infração, em que o contribuinte consegue demonstrar o seu direito ao longo das oportunidades que lhe são franqueadas pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, tenho buscado prestigiar o princípio da verdade material, em detrimento da forma. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial ao recurso, para reconhecer um crédito no valor de R$ 29.092,37. Odassi Guerzoni Filho Relator Fl. 76DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/09/2012 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 11/09/201 2 por ODASSI GUERZONI FILHO, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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