Busca Facetada
Turma- Primeira Turma Ordinária (11,657)
- Segunda Câmara (11,657)
- Segunda Seção de Julgamen (11,657)
- IRPF- auto de infração el (232)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (59)
- ITR - ação fiscal - outro (57)
- ITR - notific./auto de in (45)
- IRPF- ação fiscal - omis. (23)
- IRPF- ação fiscal - outro (21)
- ITR - ação fiscal (AF) - (20)
- IRPF- ação fiscal - Ac.Pa (19)
- ITR - notific./auto de in (18)
- IRF- que ñ versem s/ exig (16)
- IRPF- restituição - rendi (14)
- IRF- ação fiscal - outros (10)
- IRF- ação fiscal - ñ rete (7)
- DCTF_IRF - Auto eletroni (6)
- IRF- penalidades (isolada (6)
- CARLOS ALBERTO DO AMARAL (2,039)
- DOUGLAS KAKAZU KUSHIYAMA (976)
- RODRIGO MONTEIRO LOUREIRO (933)
- DEBORA FOFANO DOS SANTOS (629)
- EDUARDO TADEU FARAH (550)
- MARCELO MILTON DA SILVA R (498)
- FERNANDO GOMES FAVACHO (439)
- DANIEL MELO MENDES BEZERR (429)
- Débora Fófano dos Santos (409)
- PEDRO PAULO PEREIRA BARBO (375)
- FRANCISCO NOGUEIRA GUARIT (339)
- Francisco Nogueira Guarit (311)
- CARLOS HENRIQUE DE OLIVEI (238)
- THIAGO ALVARES FEITAL (235)
- ANA CECILIA LUSTOSA DA CR (228)
- 2020 (2,219)
- 2021 (1,504)
- 2023 (1,308)
- 2019 (1,123)
- 2018 (819)
- 2017 (729)
- 2016 (635)
- 2024 (609)
- 2022 (547)
- 2012 (487)
- 2011 (421)
- 2013 (356)
- 2014 (355)
- 2010 (228)
- 2015 (128)
- 2021 (1,872)
- 2020 (1,845)
- 2023 (1,493)
- 2019 (990)
- 2018 (775)
- 2017 (689)
- 2016 (670)
- 2024 (626)
- 2022 (515)
- 2014 (448)
- 2013 (295)
- 2011 (200)
- 2010 (189)
- 2015 (144)
- 2025 (117)
- do (11,652)
- os (11,651)
- membros (11,636)
- por (11,566)
- colegiado (11,535)
- de (11,407)
- acordam (11,160)
- votos (10,966)
- unanimidade (10,765)
- e (10,681)
- julgamento (10,618)
- recurso (10,560)
- presidente (10,530)
- participaram (10,506)
- conselheiros (10,381)
Numero do processo: 10240.001228/2006-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2003
IRPF. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS.
É tributável o montante recebido em decorrência de reclamatória trabalhista, mormente se inexistir prova de que o rendimento está alcançado pela isenção ou não incidência do imposto de renda.
IRPF. MULTA. EXCLUSÃO.
Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos.
Numero da decisão: 2201-001.655
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR
PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo, que negaram provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201206
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003 IRPF. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. É tributável o montante recebido em decorrência de reclamatória trabalhista, mormente se inexistir prova de que o rendimento está alcançado pela isenção ou não incidência do imposto de renda. IRPF. MULTA. EXCLUSÃO. Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10240.001228/2006-41
conteudo_id_s : 5215390
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jan 02 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 2201-001.655
nome_arquivo_s : Decisao_10240001228200641.pdf
nome_relator_s : EDUARDO TADEU FARAH
nome_arquivo_pdf_s : 10240001228200641_5215390.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo, que negaram provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
id : 4566363
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:54 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041390941765632
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1649; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10240.001228/200641 Recurso nº 168.374 Voluntário Acórdão nº 2201001.655 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de junho de 2012 Matéria IRPF Recorrente PEDRO ROBERTO ZANGRANDO Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2003 IRPF. RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. É tributável o montante recebido em decorrência de reclamatória trabalhista, mormente se inexistir prova de que o rendimento está alcançado pela isenção ou não incidência do imposto de renda. IRPF. MULTA. EXCLUSÃO. Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo, que negaram provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Fl. 131DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2003, consubstanciado no Auto de Infração, fls. 08/15, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 53.365,32. A fiscalização apurou omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, decorrente do Processo Trabalhista nº 5579702, no valor de R$ 82.547,00. Cientificado do lançamento, o autuado apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, que: 1. Tal cobrança referese a valores recebidos a título de indenização no processo trabalhista nº 0557/9702, cujos valores foram lançados em minha declaração IRPF como rendimentos isentos ou não tributáveis conforme informe de rendimentos fornecido pela reclamada no processo, Distribuidora Cummins Amazonas Ltda, CNPJ 04.278.834/000114; 2. Mesmo considerando que os valores oriundos de tal processo trabalhista são tributados pelo imposto de renda, esse imposto devia ser de responsabilidade da reclamada, pois nos cálculos da liquidação da sentença consta o valor de R$ 20.167,95 a título de IRRF, valor esse que deveria ser considerado como antecipação do valor devido na declaração; 3. Peço que a Delegacia da Receita Federal intime a reclamada no processo trabalhista, para apresentar o informe de rendimentos e o comprovante do pagamento do imposto retido na fonte de acordo com os cálculos de fl.663 do referido processo trabalhista, no sentido de que eu possa retificar minha declaração. A 2ª Turma da DRJ em Belém/PA julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Cabível a tributação de valores recebidos via reclamação trabalhista, referentes a salários atrasados, férias e seguro desemprego. TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVA NA FONTE. Deve ser excluído dos rendimentos sujeitos ao ajuste anual o 13º salário, por se tratar de rendimento sujeito a tributação exclusiva na fonte. IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10240.001228/200641 Acórdão n.º 2201001.655 S2C2T1 Fl. 2 3 Cabível a glosa de IRRF pelo fato do contribuinte ter efetuado acordo no âmbito da Justiça do Trabalho sem a retenção do IRRF. Também cabível a glosa de IRRF declarado e não constante nos sistemas da RFB. Lançamento Procedente em Parte Intimado da decisão de primeira instância em 21/08/2008 (fl. 114), Pedro Roberto Zangrando apresenta Recurso Voluntário em 22/09/2008 (fls. 117/120), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Segundo se colhe dos autos o recorrente ingressou com reclamatória trabalhista contra a Distribuidora Cummins Amazonas Ltda, CNPJ 04.278.834/000114, pleiteando o recebimento de diferenças salariais, FGTS, 13º salário, seguro desemprego, entre outros. (fls. 43/54) Por sua vez, o Juiz do Trabalho, Dr. Jairo Silva Santana, determinou o pagamento ao recorrente das verbas trabalhistas sendo que, de acordo com a sentença de fl. 52, o rendimento tributário representou o montante de R$ 78.522,00 (68,28% de R$ 115.000,00 recebidos em 2002). Contudo, visando a quitação das parcelas trabalhistas, as partes firmaram um acordo, onde o recorrente receberia parte em dinheiro e outra através de um imóvel no valor de R$ 100.000,00. Todavia, do acordo firmado entre as partes, fls. 36 e 38/39, não houve destaque do IRRF, em que pese conste do contrato o seguinte: “A Executada comprovará nos autos o recolhimento de todos os encargos oriundos da presente ação trabalhista, notadamente o que se refere ao IRPF e INSS devidos pelo Exeqüente, em 30 dias após o cumprimento do acordo”. Assim, em sua peça recursal alega o recorrente que a responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto é única e exclusivamente da fonte pagadora, portanto, é dela que deve ser exigido o imposto. Pois bem, sem prejuízo da responsabilidade de reter e recolher o imposto permanece o dever do beneficiário dos rendimentos de declarálos para fins de apuração do imposto devido, quando do ajuste anual. O contribuinte, na qualidade de beneficiário dos rendimentos, não pode se furtar à tributação porque a fonte pagadora não procedeu à retenção do imposto. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 Em verdade, sendo a retenção do imposto pela fonte pagadora mera antecipação do imposto devido na declaração de ajuste anual, não há que se falar em responsabilidade pelo imposto concentrada exclusivamente na fonte pagadora. É neste sentido que este Órgão Administrativo tem reiteradamente decidido, conforme se colhe da leitura da Súmula CARF nº 12: Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção. Ressaltese, ainda, que no regime de retenção do imposto por antecipação, a legislação determina que a apuração definitiva do imposto de renda seja efetuada pelo contribuinte, pessoa física, na Declaração de Ajuste Anual. Neste sentido, se o Fisco constatar antes do prazo fixado para a entrega da Declaração de Ajuste Anual que a fonte pagadora não procedeu à retenção do imposto de renda na fonte, o imposto deve ser dela exigido, pois não terá surgido ainda para o contribuinte o dever de oferecer tais rendimentos à tributação. Todavia, se somente após a data prevista para a entrega da Declaração de Ajuste Anual, no caso de pessoa física, for constatado que não houve a retenção do imposto, o destinatário da exigência passa a ser o contribuinte. Destarte, pelos fundamentos expostos entendo que a exigência tributária em exame deve ser mantida. Quanto à multa de ofício aplicada assevera o suplicante que “... foi levado a erro pela reclamada, por que esta lhe enviou Comprovante de Rendimentos Pagos e Retenção do Imposto de Renda na Fonte, DIRF referente ao exercício de 2.002 (...) valores correspondentes a indenização trabalhista (...) onde consta que os valores recebidos seriam Rendimentos Isentos e não Tributados...” No que tange a aplicação da multa de ofício entendo, da mesma forma que o suplicante, que sua imposição não é possível, visto que o recorrente, concretamente, foi induzido ao erro pela fonte pagadora. Com efeito, compulsandose o Comprovante de Rendimentos Pagos e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, fl. 101, verificase a fonte pagadora classificou o rendimento como sendo “Indenizações por Rescisão do Contrato de Trabalho”. Assim, o recorrente de posse do referido documento apresentou sua declaração informando a verba como isenta, acreditando estar agindo de forma correta. Portanto, se houve erro no apontamento da natureza do rendimento tributável, este erro é escusável e não foi provocado pelo recorrente. Deste modo, deve ser excluída a multa de ofício aplicada ao lançamento em exame. Diante de todo o exposto, voto no sentido de DAR provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a aplicação da multa de ofício. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 134DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10240.001228/200641 Acórdão n.º 2201001.655 S2C2T1 Fl. 3 5 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10240.001228/200641 Recurso nº: 168.374 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201001.655. Brasília/DF, 20 de junho de 2012 Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 135DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 19/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10980.005631/2007-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INCIDÊNCIA
DO IMPOSTO. Sujeitam-se à incidência do imposto, na fonte e na
declaração de ajuste anual, os valores recebidos a título de recebidos a título resgate de previdência privada, salvo parcelas correspondentes a contribuições cujo ônus tenha sido da pessoa física, e realizadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, que são isentas.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2201-001.543
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201203
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. Sujeitam-se à incidência do imposto, na fonte e na declaração de ajuste anual, os valores recebidos a título de recebidos a título resgate de previdência privada, salvo parcelas correspondentes a contribuições cujo ônus tenha sido da pessoa física, e realizadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, que são isentas. Recurso negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10980.005631/2007-67
conteudo_id_s : 5214286
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 30 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-001.543
nome_arquivo_s : Decisao_10980005631200767.pdf
nome_relator_s : PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 10980005631200767_5214286.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2012
id : 4566035
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:44 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041393611440128
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1646; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.005631/200767 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 220101.543 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 13 de março de 2012 Matéria IRPF Recorrente ARTHUR IORIO JUNIOR Recorrida DRJCURITIBA/PR Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: IRPF. RESGATE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO. Sujeitamse à incidência do imposto, na fonte e na declaração de ajuste anual, os valores recebidos a título de recebidos a título resgate de previdência privada, salvo parcelas correspondentes a contribuições cujo ônus tenha sido da pessoa física, e realizadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995, que são isentas. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente em exercício e Relator EDITADO EM: 26/03/2012 Participaram da sessão: Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente em exercício e Relator), Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Rayana Alves de Oliveira França e Margareth Valentini (suplente convocada). Ausente justificadamente o Conselheiro Eduardo Tadeu Farah. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 2 Relatório ARTHUR IORIO JUNIOR interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJCURITIBA/PR (fls. 27) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 09/11, que alterou o resultado da Declaração de Rendimentos apresentada pelo Contribuinte, referente ao exercpicio de 2002, de imposto a restituir de R$ 35.461,94 para imposto a restituir de R$ 12.929,54. A infração que ensejou o lançamento foi a omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, conforme descrição dos fatos do auto de infração, a seguir reproduzida: Omissão de rend. pelo resgate de contrib. de previdência privada.do total de R$ 109.243,86, recebido da prever, o contribuinte considerou R$ 81.936,00 como rend. isentos alegando depósitos efetuados entre 1993/95. Segundo os extratos individuais do fundo gerador de benefícios, comprovante de rendimentos apresentados pelo contribuinte, e DIRF, os rendimentos são tributáveis, pois o ônus dos depósitos foi suportado exclusivamente pela empresa, e não há que se falar de isenção nos termos do art 39,XXXVIII, do rir/99, que exige que o ônus dos depósitos seja do contribuinte. O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que o auto de infração padece de equívoco na capitulação legal, e diz que como "Diretor Estatutário", aderiu a um plano de previdência privada, à época firmado entre o conglomerado BAMERINDUS e a PREVER S/A SEGUROS E PREVIDÊNCIA; que foi beneficiado pela Lei n° 6.919, de 1981, que lhe facultou ingressar no referido plano sob o regime do FGTS, sendo que aquela lei foi posteriormente complementada pela Lei n° 8.036, de 1990; que, pelos textos legais, é pacífico que as verbas depositadas a título de previdência privada foram equiparadas ao FGTS. Aduz que a partir da Lei n° 7.713, de 1988 (da qual destaca o art. 61, VII, "b", e VIII), os participantes de fundos de previdência privada gozavam de isenção legal referente ao imposto de renda, devendo as suas verbas, quando do saque, serem percebidas sem desconto a título de tributos, porquanto a lei não lhe restrinja esse direito. Refuta a afirmação de que foi a empresa que suportou o ônus da contribuição, e cita o art. 6% VIII, da Lei n° 7.713, de 1988, e reafirma que os depósitos efetuados pelo BAMERINDUS em período anterior à vigência da Lei n° 9.250, de 1995, eram isentos. A DRJCURITIBA/PR julgou procedente o lançamento com base nas considerações a seguir resumidas. Sobre a alegação da defesa quanto à relação entre o plano de previdência privada e o FGTS, a DRJCURITIBA/PR observou que a Lei n° 6.919, de 1981, apenas e tão somente, facultou às empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista estender a seus "diretores não empregados" o regime do FGTS, o que implicaria o depósito em conta vinculada, nos moldes em que previstos para esse fundo pela Lei n° 5.107, de 1966; que essas leis em momento algum estabeleceram alguma espécie de equiparação ao FGTS de contribuições à previdência privada pagas pelos empregadores. Observou também que o impugnante não identificou o texto legal que fundamentaria a sua tese de "equiparação" e nem revelou a base de sustentação do entendimento que diz "pacífico". A DRJ anota que, pela Lei n° 8.036, de 1990, que revogou a Lei no 7.839, de 1989, que, por sua vez, havia revogado a Lei n° 5.107, de 1966, o FGTS era previsto como Fl. 52DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10980.005631/200767 Acórdão n.º 220101.543 S2C2T1 Fl. 2 3 sendo "constituído pelos saldos das contas vinculadas a que se refere esta lei e outros recursos a ele incorporados, devendo ser aplicados com atualização monetária e juros, de modo a assegurar a cobertura de suas obrigações" (art. 2°); que a Lei n° 8.036, de 1990, previu, ainda, que "os depósitos feitos na rede bancária, a partir de 1 ° de outubro de 1989, relativos ao FGTS, serão transferidos à Caixa Econômica Federal no segundo dia útil subseqüente à data em que tenham sido efetuados" (art. 11); que "no prazo de um ano, a contar da promulgação desta lei, a Caixa Econômica Federal assumirá o controle de todas as contas vinculadas, nos termos do item 1 do art. 7, passando os demais estabelecimentos bancários, findo esse prazo, à condição de agentes recebedores e pagadores do FGTS, mediante recebimento de tarifa, a ser fixada pelo Conselho Curador" (art. 12), que "Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador..." (art. 15) e que, da mesma forma como previsto na Lei n° 6.919, de 1981, "Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores sujeitos ao regime do FGTS" (art. 16). Daí, arremata a DRJ, o FGTS é inconfundível com a simples adesão do contribuinte a um plano de previdência privado custeado com recursos de seu empregador, não havendo que se cogitar, por conseguinte, que a isenção conferida às operações com recursos do FGTS seja estendida aos resgates de previdência privada, por absoluta falta de previsão legal. Quanto aos dispositivos da legislação tributária invocados, a DRJ também não reconheceu razão ao impugnante. Sobre este ponto, observou que a norma legal invocada, consubstanciada nos incisos VII, "b", e VIII do art. 61 da Lei n° 7.713, de 1988, é clara ao restringir a isenção então vigente aos benefícios recebidos de entidades de previdência privada em relação às contribuições cujo ônus tenha sido do participante, o que exclui, portanto, benefícios gerados a partir de contribuições dos empregadores. Observa que a isenção do inciso VII, tal como prevista originariamente, deixou de existir a partir da edição da Lei n° 9.250, de 1995, que alterou a sua redação (art. 32) e, pari passu, estabeleceu que "Sujeitamse à incidência do imposto de renda na fonte e na declaração de ajuste anual os benefícios recebidos de entidade de previdência privada, bem como as importâncias correspondentes ao resgate de contribuições" (art. 33). Ressalta também que, em face da mudança legislativa implementada pela Lei n° 9.250, de 1995, no regime de tributação das contribuições à previdência privada, o art. 81 da Medida Provisória n° 1.459, de 1996 (atual Medida Provisória n° 2.15970, de 2001), previu que a exclusão, também elencada no inciso XXXVIII do art. 39 do RIR/1999 como isenção, restringese ao resgate de contribuições que tenham sido ônus da pessoa física, recebido por ocasião de seu desligamento do plano de benefícios, e desde que essas tenham sido efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995. Portanto, inexiste, em qualquer hipótese, isenção em relação a benefícios de previdência privada proporcionados a partir de contribuições de empregadores. Por outro lado, acrescenta, a isenção do inciso VIII do art. 61 da Lei no 7.713, de 1988, referese às contribuições pagas pelos empregadores aos programas de previdência privada, o que não alcança os resgates ou benefícios que, posteriormente, são gerados. E Conclui: “o impugnante equivocase ao confundir hipóteses diametralmente opostas, eis que pretende isenção no resgate das contribuições, ao passo que a norma trata de isenção no momento da contribuição. Na realidade, a razão para a existência da isenção sobre as contribuições pagas pelo empregador, que constituiriam benefícios e vantagens tributáveis nos moldes do inciso XVII do art. 43 do RIR/1999, é justamente o fato de os rendimentos Fl. 53DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 4 proporcionados pelas contribuições serem tributados no momento do resgate/benefício das contribuições.”. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 24/11/2009 (fls. 33) e, em 08/12/2009, interpôs o recurso voluntário de fls. 34/45, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, o lançamento decorre da reclassificação de rendimentos declarados como isentos para rendimentos tributáveis. Tais rendimentos referem se a resgate de previdência privada. O Contribuinte sustenta a isenção do imposto. O Contribuinte se diz beneficiário da Lei nº 6.919, de 1981 que, segundo seu entendimento, teria equiparado as contribuições ao fundo de previdência privada específico ao regime do FGTS. Também aduz que os resgates de previdência privada referente a contribuições efetuadas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995 estariam isentas e, ainda, que a partir da Lei nº 7.713, de 1988, em seu art. 61, os participantes dos fundos de previdência privada gozavam de isenção. Como se vê, são três questões a serem examinadas. Conforme relatório, a DRJCURITIBA/PR apreciou cada uma das questões levantadas, com clareza e precisão, e suas conclusões não merecem reparos. Sobre a alegada equiparação ao FGTS, de fato, a Lei n° 6.919, de 1981, apenas facultou às empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista estender a seus "diretores não empregados" o regime do FGTS, devendo fazer os depósitos em conta vinculada, conforme previsto na Lei n° 5.107, de 1966. A Lei n° 6.919, de 1981, assim dispôs: Art. 1º As empresas sujeitas ao regime da legislação trabalhista poderão estender a seus Diretores nãoempregados o regime do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS . § 1º As empresas que exercerem a faculdade prevista neste artigo içarão obrigadas a depositar, até o último dia de expediente bancário do 1º (primeiro) decêndio de cada mês, em nome de cada um dos Diretores abrangidos pela decisão, importância correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida no mês anterior, aplicandose, no que não contrariar esta Lei,o disposto na Lei nº 5.107, de 13 de setembro de 1966. Fl. 54DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10980.005631/200767 Acórdão n.º 220101.543 S2C2T1 Fl. 3 5 Como se vê, não há nisso nada que autorize a interpretação defendida pelo Recorrente, e este, vale ressaltar, não menciona nenhum dispositivo que se refira, expressamente, à equiparação por ele pretendida. Sobre a isenção dos resgates feitos nos período de janeiro de 1989 a dezembro de 1995, este se refere apenas à parte dos resgates das contribuições cujo ônus tenha sido do Contribuinte e, neste caso, tratase de contribuição cujo ônus foi da empresa. Para que não pairem dúvidas, reproduzo a seguir os incisos VII, "b", e VIII do art. 61 da Lei n° 7.713, de 1988, que dispuseram sobre a matéria: Art.6º. Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: VII os benefícios recebidos de entidades de previdência privada: a) quando em decorrência de morte ou invalidez permanente do participante; b) relativamente ao valor correspondente às contribuições cujo ônus tenha sido do participante, desde que os rendimentos e ganhos de capital produzidos pelo patrimônio da entidade tenham sido tributados na fonte; [...] VIII as contribuições pagas pelos empregadores relativas a programas de previdência privada em favor de seus empregados e dirigentes; Vale repetir: a isenção apenas alcança os benefícios cujas contribuições tenha sido ônus do participante, o que não é o caso. E, finalmente, sobre a alegada isenção das contribuições, o inciso VIII, acima reproduzido, é bastante claro quando se refere à isenção das contribuições e não dos benefícios. Assim, em conclusão, a pretensão do Recorrente não encontra respaldo na legislação e, portanto, os benefícios em questão são efetivamente tributáveis. Correto o lançamento. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 55DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 6 Fl. 56DF CARF MF Impresso em 29/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 19/ 04/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 10293.720053/2008-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR
Exercício: 2006
MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. É exigível a multa de ofício no
percentual de 75% na forma do art. 44, § 1º, I da Lei nº 9430 de 1996, por expressa determinação legal.
Numero da decisão: 2201-001.552
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201204
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2006 MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. É exigível a multa de ofício no percentual de 75% na forma do art. 44, § 1º, I da Lei nº 9430 de 1996, por expressa determinação legal.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10293.720053/2008-11
conteudo_id_s : 5213813
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 30 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-001.552
nome_arquivo_s : Decisao_10293720053200811.pdf
nome_relator_s : EDUARDO TADEU FARAH
nome_arquivo_pdf_s : 10293720053200811_5213813.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
id : 4565916
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041393768726528
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1444; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10293.720053/200811 Recurso nº 921.780 Voluntário Acórdão nº 220101.552 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 17 de abril de 2012 Matéria ITR Recorrente AGROPECUÁRIA SANTO ELIAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2006 MULTA DE OFÍCIO. LEGALIDADE. É exigível a multa de ofício no percentual de 75% na forma do art. 44, § 1º, I da Lei nº 9430 de 1996, por expressa determinação legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Márcio de Lacerda Martins, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente). Relatório Fl. 119DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2006, consubstanciado na Notificação de Lançamento (fls. 16/20), pela qual se exige o pagamento do crédito tributário no valor total de R$ 889.415,37, relativo ao imóvel rural denominado "Seringal Santo Elias" com 7.943,5 ha, localizado no município de Sena Madureira/AC. A fiscalização alterou o VTN declarado de R$ 2.000,00 para R$ 2.274.859,53, com base no SIPT Sistema de Preços de Terra (fl. 19). Cientificada do lançamento, a interessada apresentou tempestivamente Impugnação, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: • apresenta um relato dos fatos que culminaram com a presente Notificação de Lançamento; • verifica a existência de excesso no valor do crédito tributário na ordem de R$ 889.415,37 eis que o valor do imóvel apurado por este escorreito órgão está excessivamente elevado (R$ 2.482.859,53); • a constatação de excesso no valor do VTN atribuído pela autoridade fiscal pode ser alterada com a apresentação do laudo técnico elaborado de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas; • não busca o Estado, através do tributo, cuja compulsoriedade lhe é inerente, reivindicar a propriedade do particular, mas também não se justifica a incidência de tributo que equivalha à própria extinção do bem tributado e, nesse sentido, cita ensinamentos de Kiyoshi Harada; • o arbitramento do valor da terra nua apurado pelo sistema de Preços de Terra é de valor excessivamente elevado, ensejando a real possibilidade de ofensa ao princípio da legalidade e da vedação do tributo com efeito de confisco (art.l50, I da CF); • depreendese dos termos do laudo técnico de avaliação do imóvel denominado: SERINGAL SANTOS ELIAS, confeccionado por profissional habilitado e credenciado no CREA que o valor do imóvel é de R$ 147.720,12 no ano de 2006; • requer o recebimento do presente recurso administrativo, no seu efeito suspensivo, declarandoo provido e determinando a revisão de lançamento para adequála, eis que o valor do crédito tributário é excessivo, eis que não corresponde a realidade do valor do imóvel rural, conforme se extrai do laudo técnico de avaliação com ART/CREA a teor das normas da ABNT, para que assim possa voltar ao status quo da legalidade. A 1ª Turma da DRJ Brasília/DF julgou procedente em parte o lançamento, consubstanciado na ementa abaixo transcrita: DO VALOR DA TERRA NUA VTN. Cabe ser acatado VTN apurado por Laudo Técnico emitido por profissional habilitado, com ART devidamente anotado no CREA, demonstrando, de maneira inequívoca, o valor fundiário do imóvel rural avaliado, a preços da época do fato gerador do Fl. 120DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10293.720053/200811 Acórdão n.º 220101.552 S2C2T1 Fl. 2 3 imposto, bem como as suas características particulares desfavoráveis, que justificam o VTN pretendido. Impugnação Procedente Crédito Tributário Mantido em Parte Em relação ao julgamento de primeira instância, destacase: Portanto, cabe acatar o “Laudo Técnico de Avaliação”, doc. de fls. 60/77, e seus anexos, doc de fls. 78/83, apresentado para revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, passando a ser aceito o VTN/ha de R$ 18,60/ha, o quê corresponde a um VTN de R$ 147.720,12. Desta forma, em face dos elementos de prova constantes dos autos, cabe tributar o imóvel com base no VTN de R$ 147.720,12, equivalente a R$ 18,60 por hectare, indicado no “Laudo Técnico de Avaliação”, doc. de fls. 60/77, e seus anexos, doc de fls. 78/83, devendo ser alterados os dados apurados e utilizados pela fiscalização na lavratura da Notificação de Lançamento de fls. 16/20, no sentido de adequar a exigência tributária à realidade dos fatos... Intimada da decisão de primeira instância em 01/09/2011 (fl. 98), a autuada apresenta Recurso Voluntário em 03/10/2011 (fls. 208/210), insurgindose apenas contra a multa de ofício aplicada. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. A controvérsia cingese, nesta segunda instância, a multa de oficio aplicada de 75%. Argumenta a recorrente, em apertada síntese, que o percentual da multa exigido no lançamento ofende aos princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade e da proibição do confisco, o que é vedado pelo art. 150 da Constituição Federal. Pois bem, o percentual de 75% da multa de ofício foi aplicado no presente caso conforme disposto no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que a seguir se transcreve: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: Fl. 121DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 I – de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte. (...) A autoridade fiscal verificou que a contribuinte deixou de recolher o imposto correspondente, sujeitandose, portanto, à imposição da multa de 75%. Por outro lado, insta frisar que o exame da obediência das leis tributárias aos princípios constitucionais é matéria que não deve ser abordada na esfera administrativa, conforme se infere da Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Como se vê, os julgamentos administrativos não contemplam o exame de constitucionalidade de leis tributárias, razão pela qual deixo de apreciar a alegação da recorrente de ofensa aos princípios constitucionais de proporcionalidade, razoabilidade e de nãoconfisco. Destarte, correta a imposição da multa de ofício. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 122DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 16/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 13706.001718/2007-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2004
Ementa:
LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITE. As deduções de livro caixa estão
limitadas ao valor dos rendimentos de trabalho não assalariado recebidos e não aos rendimentos recebidos de pessoa física.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-001.717
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução de livro-caixa declarada, no valor de R$ 30.325,06.
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201207
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2004 Ementa: LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITE. As deduções de livro caixa estão limitadas ao valor dos rendimentos de trabalho não assalariado recebidos e não aos rendimentos recebidos de pessoa física. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 13706.001718/2007-01
conteudo_id_s : 5213321
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jan 02 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 2201-001.717
nome_arquivo_s : Decisao_13706001718200701.pdf
nome_relator_s : RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
nome_arquivo_pdf_s : 13706001718200701_5213321.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução de livro-caixa declarada, no valor de R$ 30.325,06.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2012
id : 4565578
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041394086445056
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1825; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13706.001718/200701 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201001.717 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 11 de julho de 2012 Matéria IRPF Recorrente JULIO HENRIQUE TELLES MIGUEZ Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2004 Ementa: LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. LIMITE. As deduções de livro caixa estão limitadas ao valor dos rendimentos de trabalho não assalariado recebidos e não aos rendimentos recebidos de pessoa física. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução de livrocaixa declarada, no valor de R$ 30.325,06. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 19/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Relatório Contra o contribuinte acima identificado, foi lavrada Notificação de Lançamento (fls.02/04), relativo ao IRPF, exercício 2004, tendo sido apurado crédito tributário Fl. 65DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 2 no montante total de R$13.569,14, incluindo multa e juros pertinentes, originado da omissão de rendimentos auferidos Petrobrás, no valor de R$21.875,30 e glosa da compensação a título de CarnêLeão de R$1.848,76 Intimado do lançamento, o contribuinte apresentou sua impugnação, fls.01, acompanhado os documentos de fls. 02/29, cujos principais argumentos estão assim sintetizados acórdão de primeira instância, o qual adoto nessa parte: “não houve omissão de rendimentos, visto que o valor recebido da PETROBRÁS S/A, no valor de R$ 21.875,30, foi oferecido a. tributação, mês a mês, como rendimento tributável recebido de pessoas físicas, como escriturado no Livro Caixa de fls.9/23. Em relação a glosa da compensação dos valores a titulo de CarnêLedo informou que esta deveuse a orientação recebida do seu contador para fins de compensação do imposto retido na fonte por ocasião da auferição dos rendimentos recebidos da Petrobras.” Após analisar a matéria, os Membros da 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília, acordaram, por unanimidade de votos, julgar procedente em parte a impugnação, nos termos do Acórdão DRJ/BSB n° 0333.800 de 13/10/2009, em decisão assim ementada: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. É dever do contribuinte consignar na Declaração de Ajuste Anual todos os rendimentos tributáveis auferidos. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. ERRO NO PREENCHIMENTO Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de oficio pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Cientificado dessa decisão em 09/04/2010, (“AR” fls.50 verso), apresentou Recurso Voluntário na data de 05/05/2010, fls.52, ratificando os termos das peças de defesa apresentadas e insurgindose, in verbis: “Saliento também que, salvo melhor juízo, os artigos 75 e 76 do RIR/99 mencionados no acórdão 0333.800, que trata de minha impugnação parcial, não fazem nenhuma alusão a obrigatoriedade da limitação das deduções das despesas escrituradas em Livro Caixa apenas aos valores dos rendimentos recebidos de pessoa física pelo autônomo.” O processo foi distribuído a esta Conselheira, numerado até as fls.55 (última). É o Relatório. Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. A matéria posta à apreciação deste Colegiado referese a limitação da dedução de livro caixa. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 13706.001718/200701 Acórdão n.º 2201001.717 S2C2T1 Fl. 2 3 Dos documentos acostados aos autos e das conclusões da decisão de primeira instância, depreendese que são fatos incontroversos do presente processo: a) O lançamento referese exclusivamente ao rendimento recebido pelo contribuinte da Petróleo Brasileiro S/A, no montante de R$21.875,30 e ao imposto de renda retido na fonte de R$1.680,46, cuja natureza é trabalho sem vínculo empregatício, conforme comprovante de rendimentos pagos (fls.08); b) O total desse rendimento integrou as receitas escrituradas no Livro Caixa (fls.9/23); c) O valor declarado de carnêleão no montante de R$1.680,46, referese a retenção acima especificada. d) O total do rendimento escriturado no livro de R$33.760,56 (fls.22), foi oferecido a tributação como rendimento auferido de pessoa física na Declaração de Ajuste Anual 2004 (fls.35/38); e) Não há glosa das despesas apresentadas. a) O contribuinte recebeu rendimentos de outras pessoas jurídicas, no montante de R$49.359,89 que foram devidamente declarados. Partindo desses pressupostos, a decisão de primeira instância alterou o lançamento, pelas razões a seguir consignadas: “Necessário, pois, alterar os dados erroneamente consignados na declaração originariamente apresentada pelo contribuinte, para o fim de excluir dos rendimentos declarados como auferidos de pessoa física o valor de R$ 21.875,30 e, em contrapartida, fazer o registro desse mesmo valor de R$ 21.875,30 como auferido de pessoa jurídica, compensandose, contudo, o valor do imposto retido na fonte no valor de R$ 1.680,45 quando do pagamento do referido valor por parte da PETROBRAS S/A (doc.fls.43). Destarte, em face das razões de defesa apresentadas na impugnação e diante dos equívocos verificados na Declaração de Ajuste Anual apresentada pelo contribuinte no exercício de 2004, lid que se adequar o Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido de fls.4 para o fim de excluir dos rendimentos declarados como auferidos de pessoa física o valor de R$ 21.875,30, e, em contrapartida, consignar o mesmo valor de R$ 21.875,30 como auferidos de pessoa jurídica, compensandose o imposto de renda na fonte no valor de R$ 1.680.45, e, por força das disposições constantes nos artigos 75 e 76 do Regulamento do Imposto de Renda baixado com o Decreto n° 3.000 — RIR199, limitar o valor da dedução das despesas escrituradas no Livro Caixa ao valor remanescente dos rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física, (...)” (Grifei) Fl. 67DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 4 Para deslinde da questão importante se ater ao último trecho da decisão acima, grifado. A decisão recorrida limitou a dedução do livrocaixa aos rendimentos recebidos de pessoas físicas, no montante de R$11.885,26. A base legal evocada para essa limitação foi os arts.75 e 76 do RIR/99, a seguir transcrito: Seção II Despesas Escrituradas no Livro Caixa Art. 75. O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho nãoassalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 4º, inciso I): I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a terceiros; 111 as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 1º, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 34): I a quotas de depreciação de instalações, máquinas e equipamentos, bem como a despesas de arrendamento; II a despesas com locomoção e transporte, salvo no caso de representante comercial autônomo; III em relação aos rendimentos a que se referem os arts. 47 e 48. Art. 76. As deduções de que trata o artigo anterior não poderão exceder à receita mensal da respectiva atividade, sendo permitido o cômputo do excesso de deduções nos meses seguintes até dezembro (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º). § 1º O excesso de deduções, porventura existente no final do anocalendário, não será transposto para o ano seguinte (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º). § 2º O contribuinte deverá comprovar a veracidade das receitas e das despesas, mediante documentação idônea, escrituradas em Livro Caixa, que serão mantidos em seu poder, à disposição da fiscalização, enquanto não ocorrer a prescrição ou decadência (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 2º) § 3º O Livro Caixa de que trata o parágrafo anterior independe de registro. Da análise atenta dos referidos dispositivos, não há qualquer embasamento legal para a restrição imposta pela decisão recorrida. Efetivamente, pelo art.76 se depreende a limitação das deduções ao valor dos rendimentos de trabalho não assalariado e a compensação dos excessos de dedução nos meses seguintes, vedada a inclusão no ano seguinte. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 13706.001718/200701 Acórdão n.º 2201001.717 S2C2T1 Fl. 3 5 Assim, excluído a limitação imposto pela decisão de primeira instância, sem qualquer amparo legal e não havendo qualquer glosa das despesas escrituradas, devese revisar o quadro apresentado na fls.47, para incluir o valor total da dedução do livro caixa declarado pelo contribuinte, no montante de R$30.325,06: DDA Original Decisão 1a Instância Correção Rend. Tributáveis Recebidos de PJ 49.359,89 71.235,19 71.235,19 Rend. Tributáveis Recebidos de PF 33.760,56 11.885,26 11.885,26 Rend. Tributáveis Recebidos do Exterior Total de Rendimentos Tributáveis 83.120,45 83.120,45 83.120,45 Contribuição Previdenciária Oficial 2.885,45 2.885,45 2.885,45 Contrib.Á Previdência Privada/FAPI 2.254,80 2.254,80 2.254,80 Dependentes Despesas com instrução Despesas Médicas 7.374,86 7.374,86 7.374,86 Pensão Alimentícia Judicial Livro Caixa 30.325,06 11.885,26 30.325,06 Total de Deduções 42.840,17 24.400,37 42.840,17 Base de Cálculo 40.280,28 58.720,08 40.280,28 Imposto Calculado Dedução de Incentivo Imposto Devido 6.000,17 11.071,12 6.000,17 Imposto de Renda Retido na Fonte 3.939,79 5.620,24 5.620,24 CarnêLeão 1.848,76 Imposto Complementar Impostos pago no Exterior Total Imposto Recolhido 5.788,55 5.620,24 5.788,55 Imposto a pagar 211,62 5.450,88 211,62 Imposto a pagar declarado 211,62 211,62 211,62 Saldo de Imposto a Pagar 0 5.239,26 168,30 Do quadro acima, verificase que o saldo de imposto a pagar é a diferença do valor glosado referente a dedução de carnêleão, no montante de R$1.848,72 e de R$1.680,46, correspondente ao imposto de renda retido pela Petrobrás. Isto posto, como não houve glosa de despesas, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a dedução de livro caixa declarada de R$30.325,06. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Fl. 69DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 6 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 19/09/2012 __________(assinado digitalmente)_____________ MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 70DF CARF MF Impresso em 23/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 13896.720020/2007-90
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR
Exercício: 2003
Ementa:
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. COPROPRIETÁRIO.
Por responsabilidade solidária, é válido o lançamento lavrado contra um dos coproprietários. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. A comprovação da área de preservação permanente, para efeito de sua exclusão da base de cálculo do ITR, não depende exclusivamente de seu reconhecimento pelo IBAMA por meio de Ato Declaratório Ambiental ADA ou da protocolização tempestiva do requerimento do ADA, uma vez que a efetiva existência pode ser comprovada por meio de Laudo Técnico e outras provas documentais idôneas.
ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A averbação à margem
da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, faz prova da existência da área de reserva legal, independentemente da apresentação tempestiva de Ato Declaratório Ambiental (ADA).
ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A exclusão da área de interesse
ecológico ou imprestável para exploração depende do reconhecimento por ato dos órgãos ambientais do Poder Público Federal ou Estadual (art. 11, parágrafo 1º, inciso II, alíneab´ e ‘c’ da Lei n. 9.393, de 1996).
ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. DIVERGÊNCIA ENTRE A MEDIÇÃO E O REGISTRO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO. Na apuração do ITR, deve prevalecer, como área do imóvel, aquela constante do seu Registro. No caso de alegada divergência entre o registro e a área efetiva, o Contribuinte deve providenciar a retificação daquele.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2201-001.375
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. Vencidos os conselheiros Rayana Alves de Oliveira França (relatora) e Rodrigo Santos Masset Lacombe que davam provimento em maior extensão e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento pela ausência do ADA. Designado para elaborar o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa em relação à retificação da área total do imóvel
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201112
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2003 Ementa: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. COPROPRIETÁRIO. Por responsabilidade solidária, é válido o lançamento lavrado contra um dos coproprietários. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. A comprovação da área de preservação permanente, para efeito de sua exclusão da base de cálculo do ITR, não depende exclusivamente de seu reconhecimento pelo IBAMA por meio de Ato Declaratório Ambiental ADA ou da protocolização tempestiva do requerimento do ADA, uma vez que a efetiva existência pode ser comprovada por meio de Laudo Técnico e outras provas documentais idôneas. ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A averbação à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, faz prova da existência da área de reserva legal, independentemente da apresentação tempestiva de Ato Declaratório Ambiental (ADA). ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A exclusão da área de interesse ecológico ou imprestável para exploração depende do reconhecimento por ato dos órgãos ambientais do Poder Público Federal ou Estadual (art. 11, parágrafo 1º, inciso II, alíneab´ e ‘c’ da Lei n. 9.393, de 1996). ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. DIVERGÊNCIA ENTRE A MEDIÇÃO E O REGISTRO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO. Na apuração do ITR, deve prevalecer, como área do imóvel, aquela constante do seu Registro. No caso de alegada divergência entre o registro e a área efetiva, o Contribuinte deve providenciar a retificação daquele. Recurso Voluntário Provido em Parte.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 13896.720020/2007-90
conteudo_id_s : 5212728
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Dec 20 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-001.375
nome_arquivo_s : Decisao_13896720020200790.pdf
nome_relator_s : RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
nome_arquivo_pdf_s : 13896720020200790_5212728.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. Vencidos os conselheiros Rayana Alves de Oliveira França (relatora) e Rodrigo Santos Masset Lacombe que davam provimento em maior extensão e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento pela ausência do ADA. Designado para elaborar o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa em relação à retificação da área total do imóvel
dt_sessao_tdt : Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2011
id : 4557297
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:29 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041394112659456
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2368; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.720020/200790 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 220101.375 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 01 de dezembro de 2011 Matéria ITR Recorrente ARMANDO ANGELINI Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2003 Ementa: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. COPROPRIETÁRIO. Por responsabilidade solidária, é válido o lançamento lavrado contra um dos co proprietários. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. COMPROVAÇÃO. EXCLUSÃO DA TRIBUTAÇÃO. A comprovação da área de preservação permanente, para efeito de sua exclusão da base de cálculo do ITR, não depende exclusivamente de seu reconhecimento pelo IBAMA por meio de Ato Declaratório Ambiental ADA ou da protocolização tempestiva do requerimento do ADA, uma vez que a efetiva existência pode ser comprovada por meio de Laudo Técnico e outras provas documentais idôneas. ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A averbação à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, faz prova da existência da área de reserva legal, independentemente da apresentação tempestiva de Ato Declaratório Ambiental (ADA). ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. A exclusão da área de interesse ecológico ou imprestável para exploração depende do reconhecimento por ato dos órgãos ambientais do Poder Público Federal ou Estadual (art. 11, parágrafo 1º, inciso II, alíneab´ e ‘c’ da Lei n. 9.393, de 1996). ÁREA TOTAL DO IMÓVEL. DIVERGÊNCIA ENTRE A MEDIÇÃO E O REGISTRO. NECESSIDADE DE RETIFICAÇÃO DO REGISTRO. Na apuração do ITR, deve prevalecer, como área do imóvel, aquela constante do seu Registro. No caso de alegada divergência entre o registro e a área efetiva, o Contribuinte deve providenciar a retificação daquele. Recurso Voluntário Provido em Parte. Fl. 217DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. Vencidos os conselheiros Rayana Alves de Oliveira França (relatora) e Rodrigo Santos Masset Lacombe que davam provimento em maior extensão e o conselheiro Eduardo Tadeu Farah que negava provimento pela ausência do ADA. Designado para elaborar o voto vencedor o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa em relação à retificação da área total do imóvel (Assinado Digitalmente) Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente. (Assinado Digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Relatora. (Assinado Digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Relatório Contra o contribuinte acima identificado, foi lavrado Notificação de Lançamento (fls.01/02) para exigir crédito tributário de ITR, exercício 2003, no montante total de R$255.981,00, incluído multa de ofício de 75% e juros de mora, incidente sobre o imóvel rural, denominado Sítio ItaqueriSerra do Voturuna ou Boturuna (NIRF 4.774.2186), localizado no município de Pirapora do Bom Jesus/SP e cuja área total declarada é 484ha. Conforme se depreende do Demonstrativo de Apuração de ITR (fls.06), que acompanhou o Auto de Infração foi alterado, com base no menor valor da tabela SIPT (fls.14), o VTN do imóvel declarado de R$404.812,50 para R$3.439.076,00 e glosadas integralmente as seguintes áreas: 80,0ha de preservação permanente e 273,0ha de área de utilização limitada. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou tempestivamente impugnação, acostada às fls.50/66, acompanhada dos documentos de fls.67/117. Após analisar a matéria, os Membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande/MS, acordaram, por unanimidade de votos, em julgar procedente o lançamento para rejeitar as preliminares de nulidade arguidas pelo interessado, indeferir pedido de juntada de documentos e realização de diligencia e, no mérito, considerar procedente o lançamento, nos termos do Acórdão DRJ/CGE n°04 17.405, fls.124/137 de 17 de abril de 2009, em decisão assim ementada: “ILEGALIDADE/INCONSTITUCIONALIDADE. Em processo administrativo é defeso apreciar argüições de ilegalidade e/ou inconstitucionalidade dos Atos Públicos, por tratarse de matéria reservada ao Poder Judiciário. Fl. 218DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 2 3 CONDOMÍNIO. A responsabilidade do recolhimento do crédito tributário lançado sobre um bem em condomínio, pelo principio da solidariedade, cabe a qualquer um dos condôminos. PRESERVAÇÃO PERMANENTE UTILIZAÇÃO LIMITADA RESERVA LEGAL. Para que a Área de Preservação Permanente APP seja isenta, além do laudo técnico especificando em quais artigos da legislação se enquadram, é necessário seu reconhecimento mediante o Ato Declaratório Ambiental ADA, cujo requerimento deve ser protocolado no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, em até seis meses após o prazo final para entrega da Declaração do ITR. Da mesma forma as Áreas de Utilização Limitada AUL, como a Reserva Legal ARL, necessitam do ADA no prazo legal para sua isenção, além de estarem devidamente averbadas na matricula do imóvel até a data da ocorrência do fato gerador. ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – APA. As Áreas de interesse ecológico, de preservação permanente ou APA, assim declaradas em caráter geral, por região local ou nacional, não serão isentas do ITR se estiverem embasadas, somente, nessa declaração genérica, mas, sim, apenas as comprovadas e declaradas, em caráter especifico, para determinadas Áreas da propriedade particular e estarem devidamente regularizadas VALOR DA TERRA NUA VTN LAUDO TÉCNICO. O lançamento que tenha alterado o VTN declarado, utilizando valores de terras constantes do Sistema de Pregos de Terras da Secretaria da Receita Federal SIPT, nos termos da legislação, é passível de modificação somente se, na contestação, forem oferecidos elementos de convicção, embasados em Laudo Técnico elaborado em consonância com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT, que apresente valor de mercado diferente ao do lançamento, relativo ao mesmo município do imóvel e ao ano base questionado. Lançamento Procedente.” Cientificado da decisão da DRJ em 16/10/2009 (fls.140), o interessado apresentou na data de 16/11/2009, tempestivamente, o Recurso Voluntário de fls. 143/159, acompanhado dos documentos de fls.162/191, alegando em síntese, preliminarmente a violação ao princípio legal da verdade material e a inexistência de responsabilidade do recorrente pelo pagamento do ITR do imóvel rural, por ser proprietário de apenas 12,5%, além dos seguintes pontos: a) Equívoco quanto à base de calculo, quando da entrega da Declaração do ITR em 2004, foi informado que o imóvel rural possuía área de 484,0ha. Contudo, em novembro de 2003, foi requerido a uma empresa de consultoria especializada, um parecer técnico sobre as dimensões reais da propriedade, parecer este juntado aos autos, no qual foi constatado que a área real do imóvel é de 314,54 ha, sendo o referido laudo o fundamento da Ação de Retificação de Área e Registro ajuizada pelo Espólio de Thereza Cassettari Angelini, dando origem ao Processo n° Fl. 219DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 4 290/2004, em trâmite perante a 2a Vara Cível da Comarca de Barueri, cujas cópias foram juntadas aos autos. b) Indevido arbitramento do valor da terra nua, nos termos do artigo 14 da Lei n° 9.393/1996. Apenas em casos de falta de entrega do DIAC ou do DIAT, de subavaliação ou prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas é que a Secretaria da Receita Federal do Brasil poderia arbitrar o Valor da Terra Nua. c) O lançamento desconsiderou as áreas do imóvel que foram tombadas pelo Estado de São Paulo; destinadas à reserva legal e a área de servidão utilizada pela USELPA (Usinas Elétricas do Paranapanema S/A), violando o disposto nos artigos 10 e 11 da Lei no 9.393/96; d) Foi demonstrado, por meio de laudo técnico que o Recorrente juntou nos autos, a existência de uma Faixa de Servidão da linha de transmissão de energia que corta a propriedade em sua porção Norte, com cerca de 1.328,44m de perímetro, perfazendo uma área de 29.435,36 m2, o que é confirmado pela Certidão emitida pelo Oitavo Oficio de Registro de Imóveis também juntada aos autos. Por isso, tal área deveria ter sido excluída da base de cálculo para fins de quantificação do valor do ITR, nos termos da alínea "d", do inciso II, do artigo 10 da Lei 9.393/96. e) O Acórdão recorrido, no entanto, desconsiderou os documentos apresentados, mencionando a necessidade de laudo atestando a localização da servidão de passagem. f) Além da servidão, a Resolução do Estado de São Paulo n° 17, de 04 de agosto de 1983, determinou o tombamento da Serra do Boturuna, onde está localizada a propriedade rural objeto da autuação, o que comprova que parte da mesma é de utilização limitada e de interesse ecológico, nos termos da alínea "h" do inciso II do artigo 10, supracitado e deveria ter sido considerado para fins de quantificação do ITR. Se fosse necessário fazer esta prova, bastaria à Delegacia de Julgamento determinar a realização de diligência. g) Para demonstrar claramente este seu direito, requer a juntada do Relatório de Distribuição das Áreas de Interesse Ecológico e de Preservação Permanente da Propriedade Sitio Itaqueri, que demonstra a área abrangida pelo tombamento da Serra do Botoruna. Conforme a conclusão do laudo, tratase de 216,22 ha, praticamente 70% da área do imóvel, considerado o valor retificado (314,54 ha). h) Por fim, a Escritura Pública Declaratória emitida pelo Cartório de Pirapora também juntada aos autos, comprova que a Área de Reserva Legal do Sitio Itaqueri é de 20% da Área Total do Imóvel, o que também deveria ter sido excluído da base de cálculo do imposto federal, nos termos da alínea "a", do inciso II, do artigo 10 da Lei n° 9.393/96. i) A decisão de primeira instancia desconsiderou as áreas de reserva legal, por entender necessária a protocolização tempestivamente do ADA. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 3 5 j) O contribuinte requer a juntada do Ato Declaratório Ambiental — ADA (fls.280), obtido no exercício de 2008, cuja área informada para a Reserva Legal já considera a Área de Interesse Ecológica mencionada no Relatório de Distribuição das Áreas de Interesse Ecológico e de Preservação Permanente da Propriedade Sitio Itaqueri. O processo foi distribuído a esta Conselheira, numerado até as fls.193 (última). É o relatório. Voto Vencido Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. A.1) DA INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO RECORRENTE PELO PAGAMENTO DO ITR DO IMÓVEL RURAL Antes de adentrarmos no mérito, devemos analisar a preliminar de nulidade por ilegitimidade passiva. Em linhas gerais alega o recorrente que o lançamento deveria ter sido feito em nome de cada um dos coproprietários, visto que é proprietário de apenas 12,5% do imóvel. Não obstante, esse entendimento não pode prosperar, devido a solidariedade entre todos os condomínios, enquanto indiviso o imóvel, nos termos do art. 124, I do CTN que dispõe: “SEÇÃO II Solidariedade Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.” A solidariedade aplicase a todas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Referente expressamente ao ITR, o art. 1º da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996 prescreve: Art. 1º O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o Fl. 221DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 6 domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano. (grifei) Como se depreende da leitura do referido artigo, o fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel, todavia, a lei não acolheu qualquer forma de benefício de divisão, de tal sorte que o ITR poderá ser exigido de qualquer das pessoas que se prenda ao imóvel rural, em uma das modalidades elencadas. Assim, a Fazenda Pública está autorizada a exigir o tributo de qualquer co proprietários, posto que, repise, não há na referida legislação, ordem de preferência quanto à responsabilidade pelo pagamento do imposto. Sob este aspecto, portanto, o lançamento processouse nos limites da legalidade, devendo ser afastada a preliminar A.2) DO EQUÍVOCO QUANTOÀ BASE DE CALCULO O Recorrente, afirma que quando da entrega da Declaração do ITR em 2004, informou que o imóvel rural possuía área de 484,0ha. Contudo, em novembro de 2003, antes de iniciado o procedimento fiscal, conforme a data do Termo de Intimação Fiscal, 05/10/2007 (fls.09/10) foi requerido a uma empresa de consultoria especializada, um parecer técnico sobre as dimensões reais da propriedade (fls.171/181), no qual foi constatado que a área real do imóvel é de 314,54 ha, sendo o referido laudo o fundamento da Ação de Retificação de Área e Registro ajuizada pelo Espólio de Thereza Cassettari Angelini, dando origem ao Processo n° 290/2004, em trâmite perante a 2a Vara Cível da Comarca de Barueri, cujas cópias foram juntadas aos autos. A área do imóvel informada na DITR deve ser a mesma da escritura, sendo constatada que a mesma está incorreta, inclusive havendo ação judicial para retificação do mesmo, entendo que diante da verdade material deve ser esta a área considerada no lançamento. Até mesmo porque a retificação da declaração só poderá ocorrer quando transitado em julgado o processo judicial. Em vários outros julgados nesse Conselho, tenho acompanhado situações em que diante do georeferenciamento, o cartório altera a matrícula do imóvel, sem se fazer necessário qualquer demanda judicial. Essa diferença apurada entre as áreas foi assim explicada no Laudo: "Considerase que a retificação de limites identificados, dentro dos limites da técnica empregada, representa de forma precisa as divisas existentes da propriedade Sitio Itaqueri. "Devese ressaltar porém, o novo valor encontrado para a área da propriedade, significativamente menor em relação aos cerca de 484,08 ha, indicados no registro do imóvel de 1954. Atribui se esta diferença.a eventuais erros de cálculos ou escalas, haja visto que podese observar uma grande semelhança entre na forma do perímetro apresentado e o demarcado na planta de 1938" Ademais, a atual obrigatoriedade do georeferenciamento está prevista em Lei, conforme preceito do art.176, § 4º, da Lei 6.015/75, com redação dada pela Lei 10.267/01. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 4 7 Neste tocante, entendo que cabe razão ao recorrente, devendo ser considerada como base de cálculo da área do imóvel passível de tributação, a área constante no Laudo de 314,54 ha. B) DO INDEVIDO ARBITRAMENTO DO VALOR DA TERRA NUA Referente ao valor do VTN, o contribuinte não trouxe aos autos qualquer Laudo Técnico. É entendimento pacífico desse colegiado que para fazer prova do valor da terra nua é imprescindível laudo de avaliação expedido por profissional qualificado e deve atender aos padrões técnicos recomendados pela ABNT. A decisão de primeira instância procedeu a um julgamento minucioso neste ponto. Apesar das inúmeras considerações constantes do Acórdão recorrido, o contribuinte não apresentou no seu recurso voluntário Laudo Técnico ou qualquer documento novo que levasse ao convencimento que sua terra valeria bem menos do que as terras da mesma região. Assim, não há reparos a fazer nesse tocante. C) DA ISENCÃO DAS ÁREAS DE PRESERVACÁO PERMANENTE E DE UTILIZACAO LIMITADA Como é do conhecimento dos Nobres Conselheiros desse Colegiado, discordo do entendimento de que para exclusão das áreas de reserva legal e preservação permanente seja imprescindível a apresentação tempestiva do ADA, sendo esse mais um elemento de prova a pretensão do contribuinte. Analisando a legislação concluo que a finalidade precípua do ADA foi a instituição de uma Taxa de Vistoria que deve ser paga sempre que o proprietário rural se beneficiar de uma redução de ITR com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA, não tendo portanto o condão de definir áreas ambientais, de disciplinar as condições de reconhecimento de tais áreas e muito menos de criar obrigações tributárias acessórias ou regular procedimentos de apuração do ITR. A obrigatoriedade do ADA está prevista no art. 1º da Lei nº 10.165, de 27/12/2000, que deu nova redação ao artigo 17O da Lei nº 6.938/81, in verbis: “Art. 170. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental — ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei nº 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. [...] § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória.” Da leitura em conjunto dos dispositivos legais acima, verificase que o § 1º instituiu a obrigatoriedade apenas para situações em que o benefício de redução do ITR ocorra com base no ADA, ou seja, depende do reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público. Por outro lado, a exclusão de áreas ambientais cuja existência decorre diretamente da Fl. 223DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 8 lei, independentemente de reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público, não pode ser entendida como uma redução “com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA”. Assim, a apresentação tempestiva do ADA não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam os art.2º e 16 da Lei n.4.771/65 da base de cálculo do ITR, que dispõem, ex legis: Art. 2° Consideramse de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima será: 1 de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de largura; 2 de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; 3 de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; 4 de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; 5 de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de largura; d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% na linha de maior declive; f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais; h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a vegetação. (...) Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) (...) §8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou Fl. 224DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 5 9 de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001). No caso específico, relativa a análise das áreas declaradas de preservação permanente e interesse ecológico, assim se pronunciou a decisão recorrida: “39. Com base nisso, para verificar a correição da declaração, o interessado foi regularmente intimado a apresentar documentos comprobatórios das áreas de florestas, tais como: Laudo Técnico, para comprovar a existência da Preservação Permanente, Matriculas do imóvel para comprovar averbação de AUL e ADA para comprovar a regularização para obtenção da isenção do ITR, bem como Laudo Técnico de Avaliação para demonstrar as fontes de pesquisas e critérios utilizado para obtenção do VTN declarado. 40. Os documentos apresentados pelo interessado são diversos ao solicitados, não sendo trazidos nenhum dos comprovantes necessários sendo, então, glosadas as áreas isentas e alterado o VTN, com a utilização dos valores constantes da tabela do SIPT, o menor de todos.” Sobre cada uma das áreas glosadas foram apresentadas as seguintes provas: Preservação permanente (80,0ha) Relatório de Distribuição das Áreas de Interesse Ecológico e de Preservação Permanente da Propriedade Sítio Itaqueri (fls.163/169), acompanhado da devida ART (fls.170), ADA protocolado em 2008, nos quais consta como área de preservação permanente área de 24,92ha. Reserva Legal (96,8ha) – Averbação de 20% na matricula do imóvel, fls.105/106, consubstanciado no Memorial Descritivo da Área de Reserva Legal (fls.117), no total de 968.000 m2, ou seja, os 96,8ha e pelo Termo de Responsabilidade de Preservação de Reserva Legal (fls.83/84). Interesse ecológico (176,2ha) – Na fl. 167 do Laudo consta área de Interesse Ecológico de 216,22ha, compreendida pela Área Tombada e seu entorno imediato de 300 metros (Zona Tampão). Referida área se sobrepõe as áreas anteriormente declarada de Reserva Legal e Preservação Permanente, conforme Mapa CONDEPHAAT — Resolução 17 do Tombamento da Serra do Boturuna ou Voturuna. (fls.186). Servidão de Passagem utilizada pela USELPA (Usinas Elétricas do Paranapanema S/A) Certidão emitida pelo Oitavo Oficial de Registro de Imóveis, cuja área registrada é de 29.435,36 m2, a qual indica expressamente: “Consta do titulo, entre outras condições, que a presente servidão foi instituída, sobre o terreno descrito, para a passagem dos cabos de transmissão de energia elétrica, ficando assegurado aos devedores o direito à exploração do subsolo de tal terreno, obrigandose estes a respeitar uma Área circular com um eixo de 40ms, em volta das torres, a fim de não prejudicar a solidez e segurança das mesmas. Averbações: Não há” Passemos a analise de cada uma das áreas acima especificadas. No que se refere a área de Preservação Permanente dos 80,0ha, declarados, apenas 24,92ha foram comprovados através de Laudo. Por sua vez, a integralidade da área Fl. 225DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 10 96,8ha de Reserva Legal está averbada. Desse modo, referidas áreas que estão devidamente comprovadas devem ser afastadas do lançamento. No que se refere a Área de Interesse Ecológico, instituída pela Resolução do Estado de São Paulo n° 17, de 04 de agosto de 1983, que determinou o tombamento da Serra do Boturuna, onde está localizada a propriedade rural objeto da autuação, a mesma não pode ser reconhecida como área de interesse ecológico para fins de exclusão da base de cálculo do ITR. A área de interesse ecológico para proteção dos ecossistemas e comprovadamente imprestáveis para atividade rural, são aquelas declaradas mediante ato do órgão competente federal ou estadual, conforme previsão das alíneas “b” e “c do art.10, § 1º, II da lei nº 9.393/96: “b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual;” A legislação do ITR não prevê a exclusão de áreas genericamente inseridas em Áreas de Proteção Ambiental (APA), sem que se examine, em cada caso, o tipo de restrição da propriedade, o que deverá ser estabelecida por meio de ato específico. A norma, acima transcrita, referese explicitamente a ato do poder público reconhecendo a área como sendo de interesse ecológico. O ato que, genericamente, cria uma Área de Proteção Ambiental APA não exclui, automaticamente, a possibilidade de exploração econômica da propriedade, apenas a submete a um regime especial, com certas restrições e limitações, como as impostas Resolução do Estado de São Paulo n° 17, de 04 de agosto de 1983, no art.11 do Decreto 99.278/90 que proibiu instalações industriais e núcleos de carvoaria (art.10), mas permitiu a exploração de projetos turísticos (art. 04), base de pesquisa cientificas, parques industriais (art.05), inclusive permitiu a continuação das mineradoras, que tenham autorização do D.M.P.N e determinando que madeiras retiradas de glebas de sivilcutura, devem ser trabalhada fora da área de tombamento (art.10). A jurisprudência deste E. Colegiado é pacífica no sentido da necessidade de ato do órgão público especifico reconhecendo a área como de interesse ecológico, sob pena de glosa dos valores declarados a esse título, como se verifica das ementas abaixo transcritas: “ÁREA DE INTERESSE ECOLÓGICO. O sujeito passivo deve comprovar que a área que pretende excluir da base de cálculo do ITR foi reconhecida como de interesse ecológico por ato do Poder Público Federal ou Estadual. Recurso voluntário negado.” (Acórdão n° 220200.540 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária , Sessão de 13 de maio de 2010) “ÁREAS DE DECLARADO INTERESSE ECOLÓGICO. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE RECONHECIMENTO ESPECIFICO. Ainda que o imóvel rural se encontre dentro de área declarada em caráter geral como de interesse ecológico, para fins de isenção do ITR, é necessário também o reconhecimento específico de órgão competente federal ou Fl. 226DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 6 11 estadual para a área da propriedade particular. Recurso negado.” (Acórdão nº 220200.580 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária , Sessão de 17 de junho de 2010 ) No tocante a Servidão de Passagem utilizada pela USELPA (Usinas Elétricas do Paranapanema S/A), conforme explicitado na Certidão emitida pelo Oitavo Oficial de Registro de Imóveis, trata de um compromisso assumido pelo proprietário da terra que transmitiu , via contrato particular, a USELPA o direito da utilização da servidão de passagem. Assim não há que se falar em servidão ambiental, nos termos da alínea "d", do inciso II, do artigo 10 da Lei 9.393/96, mas de servidão contratada entre interesses particulares, inclusive ficou assegurado aos proprietários o direito a exploração do subsolo do terreno, obrigandose estes a respeitar uma área circular com um eixo de 40ms, em volta das torres, a fim de não prejudicar a solidez e segurança das mesmas. Neste ponto também não cabe razão ao recorrente. Quanto ao Valor do VTN arbitrado, não há reparos a fazer a decisão recorrida, pois sequer o contribuinte apresentou Laudo Técnico elaborado por engenheiro agrônomo ou florestal, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica ART, devidamente registrada no CREA, com a devida observância dos requisitos da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. Não cabendo, portanto revisão do arbitramento feito pela fiscalização, com base na tabela SIPT. Diante do exposto, dou provimento PARCIAL ao recurso para considerar como base de cálculo da área do imóvel passível de tributação 314,54 ha e restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Voto Vencedor Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Redator designado Fundamentação Divergi do bem articulado voto da i. Relatora apenas quanto à retificação da área total do imóvel. É que tanto o registro do imóvel, quanto o Cadastro do ITR apontam uma área de 484,0ha. Se, de fato, conforme alega o Recorrente, a área efetiva do imóvel é menor do que esta, deveria ter providenciado, primeiramente, a retificação do registro, e, em seguida o Cadastro do ITR. Notese que o Registro do Imóvel é o documento por excelência que define as características, localização e ocorrências relevantes do imóvel, não sendo mera formalidade que possa ser desprezada diante de informações prestadas por terceiros. Fl. 227DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 12 Por estas razões, entendendo que deve prevalecer a área constante do Registro, é que não dou provimento ao recurso quanto a este aspecto. Conclusão Ante o exposto, dou provimento parcial ao recurso para restabelecer a integralidade da área de reserva legal de 96,8ha e a área de preservação permanente comprovada através de Laudo Técnico de 24,92ha. (assinado digitalmente) Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 228DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13896.720020/200790 Acórdão n.º 220101.375 S2C2T1 Fl. 7 13 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. __________(assinado digitalmente)_____________ Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 229DF CARF MF Impresso em 30/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 27/11/2012 por FRANCISCO A SSIS DE OLIVEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 19740.000173/2007-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2002
Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ.
1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e
Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando outras providências por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo.
2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
Numero da decisão: 2201-001.795
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201208
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2002 Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando outras providências por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução STJ 08/08.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 19740.000173/2007-77
conteudo_id_s : 5213546
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jan 03 00:00:00 UTC 2020
numero_decisao_s : 2201-001.795
nome_arquivo_s : Decisao_19740000173200777.pdf
nome_relator_s : PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 19740000173200777_5213546.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Wed Aug 15 00:00:00 UTC 2012
id : 4565690
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:35 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041394181865472
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1960; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19740.000173/200777 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201001.795 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 15 de agosto de 2012 Matéria MULTA DE MORA Recorrente PRECE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR Recorrida DRJRIO DE JANEIRO/RJ I Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2002 Ementa: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação e regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando outras providências por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Fl. 131DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 EDITADO EM: Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. Relatório PRECE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJRIO DE JANEIRO/RJO I (fls. 102) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio do auto de infração de fls. 83/92, para exigência de multa de mora, no valor de R$ 13.167,63, pelo recolhimento com atraso de tributo declarado em DCTF. A infração que ensejou o lançamento, portanto, foi o recolhimento fora do prazo de vencimento de tributo declarado em DCTF. A Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que como o recolhimento foi feito de forma espontânea, ainda que fora do prazo, descabe a imputação de multa, nos termos do art.138 do CTN; que, além disso, falta suporte legal para a exigência tendo em vista a alteração do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 pelas Medidas Provisórias nº 303, de 2006 e 351, de 2007. A DRJRIO DE JANEIRO/RJ I julgou procedente o lançamento com base, em síntese, na consideração de que, diferentemente do alegado, há previsão legal para a incidência da multa de mora, que pode ser exigida isoladamente, nos termos do art. 43 da Lei nº 9.430, de 1996; que não se aplica ao caso o art. 138 do CTN que versa sobre situação diversa da mera inadimplência. Observou que a MP nº 351 afastou a incidência da multa isolada nos casos de recolhimento de tributo com atraso sem a multa de mora, passando a incidir nestes casos a própria multa de mora, isoladamente. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 19/08/2009 (fls. 111) e, em 18/09/2009, interpôs o recurso voluntário de fls. 112/124, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Fl. 132DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19740.000173/200777 Acórdão n.º 2201001.795 S2C2T1 Fl. 2 3 Como se colhe do relatório, cuidase de exigência de multa de mora pelo recolhimento com atraso de tributo declarado em DCTF. O cerne da questão a ser aqui decidida é se os efeitos da denúncia espontânea de que trata o art. 138 do CTN alcança, também, a multa moratória. É dizer, se o pagamento ou recolhimento de tributo com atraso, mas por iniciativa do próprio contribuinte, afasta a possibilidade de exigência da multa moratória. Para maior clareza, reproduzo a seguir os artigos 44, caput e § 1º, II, e 61 da Lei nº 9.430, de 1996, que prevêem, respectivamente, a incidência da multa de ofício isolada no caso de pagamento de tributo ou contribuição, em atraso, sem a multa de mora, e a própria incidência da multa de mora, verbis Lei nº 9.430, de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributos ou contribuições: I – de 75% (setenta e cinco por cento), nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo da multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; (...) § 1º. As multas de que trata este artigo serão exigidas: (...) II – isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo, mas sem o acréscimo de multa de mota; Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora calculada à taxa de 0,33 (trinta e três centésimos por cento), por dia de atraso. § 1º. A multa de que trata este artigo será calculada a partir de 1º (primeiro) dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20% (vinte por cento). § 3º. Sobre o débito a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º a partir do 1º (primeiro) dia do Mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1% (um por cento) no mês do pagamento.” Fl. 133DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 Como se vê, o simples fato do pagamento do tributo ter sido feito após a data do vencimento, sem a multa de mora, é hipótese típica de incidência da multa de ofício, no caso, exigida isoladamente. Tratase, portanto, de exigência baseada em disposição expressa de lei. Sobre a aplicação dos efeitos da denúncia espontânea no caso de ocorrência da hipótese típica, porém por iniciativa do próprio contribuinte, penso que a questão se resolve pela verificação da natureza da multa moratória, se esta tem caráter punitivo ou apenas moratório. Essa distinção foi feita com muita clareza pelo Parecer Normativo CST nº 61, de 26 de outubro de 1979, verbis: “4.1 As multas fiscais ou são punitivas ou são compensatórias. 4.2 Punitiva é aquela que se fundamenta no interesse público de punir o inadimplente. É a multa proposta por ocasião do lançamento E aquela mesma cuja aplicação é excluída pela denúncia espontânea a que se refere o art. 138 do Código Tributário Nacional, onde o arrependimento, oportuno e formal, da infração faz cessar o motivo de punir. 4.3 A multa de natureza compensatória destinase, diversamente, não a afligir o infrator, mas a compensar o sujeito ativo pelo prejuízo suportado em virtude do atraso no pagamento do que lhe era devido. É penalidade de caráter civil, posto que comparável à indenização prevista no direito civil. Em decorrência disso, nem a própria denúncia espontânea é capaz de excluir a responsabilidade por esses acréscimos, via de regra chamados moratórios.” Pois bem, penso que o art. 138 do CTN alcança apenas as penalidades de caráter punitivo. Vejamos o que dispõe o referido artigo: Art. 138 A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. (grifei). Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. É certo que o referido dispositivo não faz distinção expressa entre a multa punitiva e a moratória. Por outro lado, é fato, também, que o texto do art. 138 se refere à exclusão da responsabilidade pela infração, e não à exclusão da penalidade. Com essa dicção o dispositivo restringe seu alcance às penalidades de caráter punitivo, uma vez que a multa de mora, tendo caráter indenizatório, não é devida em decorrência de infração, mas apenas do dano causado pelo atraso no pagamento. Não tem sentido, portanto, falarse em exclusão de multa moratória pelo pagamento em atraso, pelo simples fato de que esse pagamento foi feito espontaneamente, posto que o dano ocorre tendo sido o pagamento espontâneo, ou não. A prevalecer a tese de que a multa de mora também deve ser afastada quando o pagamento é espontâneo, não haverá hipótese de aplicação dessa multa. É que ou o pagamento será feito espontaneamente, e por Fl. 134DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19740.000173/200777 Acórdão n.º 2201001.795 S2C2T1 Fl. 3 5 esse entendimento não incidirá multa de mora, ou será ex officio, e aí será devia sempre a multa punitiva. No caso concreto, com mais razão ainda, era devida a multa de mora pelo pagamento em atraso. É que se trata de mero recolhimento intempestivo de tributo que a Recorrente, na condição de fonte pagadora, reteve de terceiros. Não houve confissão de infração porque não havia infração a ser confessada, mas apenas tributo retido a ser recolhido. Este entendimento, aliás, foi consolidado pelo STJ que no Resp nº 962.379 confirmou entendimento anterior de que não configura denúncia espontânea o recolhimento a destempo de débito informado em DCTF, conforme ementa a seguir reproduzida: TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. SÚMULA 360/STJ. 1. Nos termos da Súmula 360/STJ, " O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo ". É que a apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais – DCTF, de Guia de Informação e Apuração do ICMS – GIA, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco. Se o crédito foi assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não se configura denúncia espontânea (art. 138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido. 2. Recurso especial desprovido. Recurso sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Devida a multa de mora, e não tendo sido esta paga, resta configurada a hipótese de exigência da penalidade, isoladamente, por meio de auto de infração. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 135DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 6 Fl. 136DF CARF MF Impresso em 14/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 20/ 09/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10530.720164/2007-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2004 ITR. DO VALOR DA TERRA NUA. SUBAVALIAÇÃO MANTIDA Para
fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exige- se que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533),demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel, bem como, a existência de características particulares desfavoráveis em relação aos imóveis circunvizinhos.
MULTA DE OFÍCIO. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. A exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título
de juros moratórios.
Numero da decisão: 2201-001.520
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201202
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2004 ITR. DO VALOR DA TERRA NUA. SUBAVALIAÇÃO MANTIDA Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exige- se que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533),demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel, bem como, a existência de características particulares desfavoráveis em relação aos imóveis circunvizinhos. MULTA DE OFÍCIO. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. A exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título de juros moratórios.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10530.720164/2007-05
conteudo_id_s : 5213889
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 30 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-001.520
nome_arquivo_s : Decisao_10530720164200705.pdf
nome_relator_s : EDUARDO TADEU FARAH
nome_arquivo_pdf_s : 10530720164200705_5213889.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso.
dt_sessao_tdt : Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2012
id : 4565865
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041394251071488
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1968; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10530.720164/200705 Recurso nº 921.947 Voluntário Acórdão nº 220101.520 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 08 de fevereiro de 2012 Matéria ITR Recorrente FRIGORÍFICO FRIGOPRATA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 2004 ITR. DO VALOR DA TERRA NUA. SUBAVALIAÇÃO MANTIDA Para fins de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no VTN/ha apontados no SIPT, exigese que o Laudo Técnico de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos essenciais das Normas da ABNT (NBR 14.6533), demonstrando, de forma inequívoca, o valor fundiário do imóvel, bem como, a existência de características particulares desfavoráveis em relação aos imóveis circunvizinhos. MULTA DE OFÍCIO. JUROS SELIC. APLICABILIDADE. A exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título de juros moratórios. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – Relator Assinado Digitalmente Francisco Assis de Oliveira Júnior Presidente Fl. 191DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Francisco Assis de Oliveira Júnior (Presidente). Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto Sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício 2004, consubstanciado na Notificação de Lançamento (fl. 01), pela qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 4.472,14, calculados até 30/11/2007, relativo ao imóvel rural denominado “Fazenda Frigoprata” com 3.954,7 ha, localizado no município de Riachão das Neves BA. A fiscalização alterou o VTN declarado de R$ 45.000,00 (R$ 11,38/ha) para R$ 718.924,91 (R$ 181,79/ha), com base no SIPT (fl. 02verso). Cientificada do lançamento, a empresa autuada apresentou tempestivamente Impugnação, fls. 24/35, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: considera aceitável arbitrar o VTN da DITR/2004 com base no SIPT, cabendo provar o VTN declarado por meio de laudo técnico, mas discorda do procedimento fiscal, pois o imóvel foi adquirido somente em 21/12/2004 e não poderia o ITR/2004 estar em seu nome, tendo havido erro de fato também quanto ao uso do solo, VTN e calculo do imposto; o imóvel se localiza em região de baixos índices pluviométricos que o desvalorizam, com uma área de reserva legal em cerrado de 2.879,3 ha, assegurada pela MP 2.16667, apesar de não ter sido informada em ADA e estar sem averbação em cartório; transcreve acórdãos do antigo Conselho de Contribuintes, em apoio às suas teses; apresenta quadro demonstrativo (fls. 33), com as retificações pretendidas nos dados declarados e apurados na DITR/2004, de acordo com parecer técnico. Ao final, o contribuinte requer, com o conseqüente ajuste do VTN, seja recalculado o ITR/2004 suplementar apurado, com a subtração do valor já pago. A 1ª Turma da DRJ em Brasília/DF julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: DA AREA DE RESERVA LEGAL. Para ser excluída do ITR, exigese que a pretendida área de utilização limitada esteja averbada tempestivamente à margem da matricula do imóvel, além de ter sido objeto de Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado em tempo hábil no IBAMA. DO VALOR DA TERRA NUA VTN. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10530.720164/200705 Acórdão n.º 220101.520 S2C2T1 Fl. 2 3 Caracterizada a subavaliação do valor da terra nua informado na DITR/2003, deverá ser mantido o VTN arbitrado com base no SIFT pela autoridade fiscal, considerandose que o laudo de avaliação apresentado, além de não ter sido elaborado em consonância com as normas da ABNT (NBR 14.6533), apresenta um VTN maior do que o arbitrado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimada da decisão de primeira instância em 25/11/2009 (fl. 131), a interessada apresenta Recurso Voluntário em 08/12/2009 (fls. 132/145), sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em sua Impugnação, sobretudo, verbis: (...) No relatório que acompanha o referido Acórdão, não considera o Parecer Técnico como Laudo Técnico no teor da NBR 14.653 da ABNT com fundamentação e grau de precisão II. (...) 2. De todos os itens do "Quadro de Fundamentação", apenas o item 1 Número de dados de mercado efetivamente utilizados é que literalmente ficaria abaixo de 05 (cinco fontes), por ter empregado no Parecer Técnico que acompanha a impugnação, apenas as informações do Instituto FNP. 3. O Instituto FNP é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que visa a contribuir com o fomento do agronegócio por meio de fornecimento de dados, levantamentos estatísticos, análises e tendências de mercado. A instituição foi constituída por iniciativa da FNP Consultoria & AgroInformativos, empresa de consultoria que há 15 anos atende ao agronegócio brasileiro, gestora do maior banco de dados do setor, desde setembro de 2006, incorporado pela multinacional Informa. (...) O engenheiro agrônomo responsável pelo Parecer Técnico, abordou, portanto sim, pelo entendimento e clareza que possamos analisar que poderia ter enquadrado como Laudo Técnico de acordo com o solicitado, pois os mapas e imagens, nos trás a convicção o "uso do solo e seus valores", pois o Instituto FNP já utilizara mais de cinco fontes de informação para levantamento de preços. (...) 7. Como se vê, a inexistência do ADA não tem influencia alguma na aceitação de área com mata natural ou de cerrado ser considerada como "Utilidade Limitada" desde que provado sua existência. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 O mesmo ocorre quando à área de mata natural ou cerrado não estiver averbado na matricula para que seja aceito como "Utilidade Limitada", tanto pelo ponto de vista administrativo do Conselho do Contribuinte, quanto da Justiça Federal(...) (...) 13. Desta forma, fica evidenciada a pretensão da acolhida deste petitório, onde a "Área de Utilidade Limitada" deve fazer parte da Declaração dos ITR/2003 e conseqüentemente ser esta área isento. (...) 15. Portanto, o imposto suplementar a ser recolhido para o ITR/2003 é de R$ 707,61. 16. Quanto a exigências de juros moratórios e multa moratória não houve de parte dos recorrentes qualquer inflação à legislação tributaria quando, no momento oportuno, exerceu a sua faculdade legal de reclamar. Não se pode dizer, também, que os juros moratórios têm caráter meramente compensatório e que devem ser cobrados inclusive no período em que o crédito tributário estiver com sua exigibilidade suspensa pela impugnação administrativa ou judicial. É o relatório. Voto Conselheiro EDUARDO TADEU FARAH, Relator O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Segundo se colhe dos autos a autoridade fiscal alterou o VTN declarado pela recorrente, relativo ao imóvel rural denominado Fazenda Frigoprata, de R$ 45.000,00 (R$ 11,38/ha) para R$ 718.924,91 (R$ 181,89/ha), com base no SIPT Sistema de Preços de Terra praticados no município de Riachão das Neves/BA. De acordo com a “Descrição dos Fatos”, fl. 01, “Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou por meio de laudo de avaliação do imóvel, conforme estabelecido na NBR 14.653 da ABNT, o valor da terra nua declarado (...) Na DITR do exercício fiscalizado, o contribuinte declarou que o valor da terra nua (VTN) do imóvel rural fiscalizado era de R$ 45.000,00 em 1° de janeiro de 2004(...)Ressalto que nas DITRs dos exercícios 2005, 2006 e 2007 o valor da terra nua declarada deste imóvel foi R$ 3.674.700,00, o que corrobora o entendimento de subavaliação no exercício fiscalizado”. Por outro lado, em sua peça recursal alega a suplicante que o Parecer Técnico elaborado pelo engenheiro agrônomo identificou na propriedade 2.879,3 ha como sendo relativo à área de utilização limitada, 25 ha de área ocupada com benfeitoria e 1.050,4 ha referente à área ocupada por produtos vegetais e de descanso. Finalmente, em relação ao Valor da Terra Nua o Parecer Técnico concluiu que para o ano de 2004 o VTN corresponde a R$ 718.924,91 (fl. 142). Fl. 194DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10530.720164/200705 Acórdão n.º 220101.520 S2C2T1 Fl. 3 5 Pois bem, quanto ao montante de 2.879,3 ha identificado pelo Parecer Técnico como sendo relativo à área de utilização limitada/reserva legal, entendo, pois, que o parágrafo 8° do art. 16 da Lei n° 4.771/65 (com a redação dada pela MP nº 2.16667, de 24 de agosto de 2001) determina expressamente a averbação da área no cartório de registro de imóvel. Portanto, ante a ausência da averbação não é possível exclusão da referida área. Da mesma forma, não é possível considerar o montante de 25 ha como sendo relativo à área ocupada com benfeitoria, pois o Parecer Técnico não teve o cuidado de discriminálas, ou seja, o referido documento apenas apontou a existência de benfeitorias na propriedade (fl. 58). Quanto à área informada no Recurso Voluntário como sendo ocupada por produtos vegetais e de descanso no valor de 1.050,4 ha, por falta de comprovação efetiva da utilização da referida área não é possível considerála. (fl. 58) Em relação Valor da Terra Nua a autoridade fiscal alterou o valor informado pela recorrente em sua DITR/2003 de R$ 45.000,00 (R$ 11,38/ha) para R$ 718.924,91 (R$ 181,79/ha). Por sua vez, o valor encontrado pela contribuinte, conforme Parecer Técnico de fls. 51/66, representou o montante de R$ 717.092,10 (R$ 181,32/ha), valor este bem próximo do VTN apurado pela autoridade fiscal com base no SIPT Sistema de Preços de Terra (fl. 04). Em que pese à proximidade dos valores o VTN apurado com base no Parecer Técnico de fls. 51/66 representou, essencialmente, informações obtidas pela empresa FNP Consultoria & AgroInformativos e não, valores apurados segundo requisitos da NBR 146533 da ABNT. Deste modo, o Parecer Técnico carreado às fls. 51/66 não atende aos requisitos técnicos mínimos de validade, ou seja, não fornece elementos que justifiquem a discrepância entre o preço médio das terras apurado pelo SIPT e o preço sugerido para o imóvel em particular. Assim, concluo no mesmo sentido da decisão de primeira instância dada a fragilidade do Parecer em questão, devendo prevalecer, portanto, o valor apurado pela fiscalização com base no SIPT. Relativamente ao Parecer Técnico elaborado cumpre registrar mais uma observação. Em que pese alegue o engenheiro agrônomo, Rogério Andrade Giovanini, que “Para a elaboração de Laudo Técnico com base na NBR 14.653, o custo se torna bastante oneroso para o contribuinte, pois o mesmo é complexo e o trabalho a ser realizado, ocupa o mesmo tempo com dados e informações, tanto para uma área de 100 hectares, quanto para uma área de 1.000 hectares”, deve ser esclarecido que o Laudo Técnico elaborado de acordo com as normas da ABNT NBR 14.653 se reveste de rigor científico suficiente para firmar convicção ao julgador. Portanto, o Parecer Técnico em questão carece de maiores detalhamentos de forma a obtemperar as glosas perpetradas pela autoridade fiscal. Por fim, a exigência apurada pela autoridade fiscal ensejou a imposição da multa de ofício de 75%, na forma do art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/1996, penalidade esta que somente poderá ser dispensada ou reduzida nas hipóteses previstas em lei, conforme preceito do art. 97, VI, do CTN. Portanto, no caso em tela, não há previsão legal para dispensa ou redução da multa de ofício aplicada. No mesmo sentido, o art. 61, § 3º da Lei nº 9.430, de 1996, determina o emprego da taxa Selic, a título de juros moratórios, conforme Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Fl. 195DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 6 Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 196DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por FRANCISCO ASSIS DE OLIVEIRA JUNI, Assinado digitalmente em 15/05/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10845.003268/2007-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF
Exercício: 2005
Ementa:
MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. ISENÇÃO. REQUISITOS. Para a
configuração da isenção do imposto de renda aos portadores de moléstia grave, dois requisitos precisam estar presentes, simultaneamente: a existência da doença por intermédio de laudo pericial emitido por serviço médico oficial do qual conste, de forma inequívoca, a existência de moléstia grave prevista
no inc. XXVII do art. 40 do RIR/94 e os rendimentos devem estar
comprovadamente relacionados à aposentadoria, reforma ou pensão.
Numero da decisão: 2201-001.572
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
1.0 = *:*toggle all fields
materia_s : IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201204
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2005 Ementa: MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. ISENÇÃO. REQUISITOS. Para a configuração da isenção do imposto de renda aos portadores de moléstia grave, dois requisitos precisam estar presentes, simultaneamente: a existência da doença por intermédio de laudo pericial emitido por serviço médico oficial do qual conste, de forma inequívoca, a existência de moléstia grave prevista no inc. XXVII do art. 40 do RIR/94 e os rendimentos devem estar comprovadamente relacionados à aposentadoria, reforma ou pensão.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10845.003268/2007-08
conteudo_id_s : 5213826
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 30 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-001.572
nome_arquivo_s : Decisao_10845003268200708.pdf
nome_relator_s : RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
nome_arquivo_pdf_s : 10845003268200708_5213826.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
id : 4565863
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:58:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041396173111296
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1932; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10845.003268/200708 Recurso nº 507.361 Voluntário Acórdão nº 220101.572 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 18 de abril de 2012 Matéria IRPF Recorrente JOSÉ LUSTOSA RORIZ CARIBÉ Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2005 Ementa: MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. ISENÇÃO. REQUISITOS. Para a configuração da isenção do imposto de renda aos portadores de moléstia grave, dois requisitos precisam estar presentes, simultaneamente: a existência da doença por intermédio de laudo pericial emitido por serviço médico oficial do qual conste, de forma inequívoca, a existência de moléstia grave prevista no inc. XXVII do art. 40 do RIR/94 e os rendimentos devem estar comprovadamente relacionados à aposentadoria, reforma ou pensão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA – Presidente em Exercício (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 11/07/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rayana Alves de Oliveira França, Márcio de Lacerda Martins, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente em exercício). Relatório Fl. 62DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 2 Contra o contribuinte acima identificado, foi lavrado Notificação de Lançamento (fls.14/18) relativo ao IRPF, exercício 2005, tendo sido apurado crédito tributário no montante total de R$16.477,30, incluindo juros e multa pertinentes, originado da omissão de rendimentos recebidos pelo próprio contribuinte do Santander Seguros SA e pela esposa Hedy Lustosa Roriz Caribe, declarada como dependente em sua DIRPFs, recebido do Comando do Exército, nos montantes de R$ 56.058,28e R$56.416,00, respectivamente. Intimado do lançamento, o contribuinte apresentou impugnação, fls.01/02, considerada tempestiva nos termos do despacho de fls.19, argumentado em síntese que sua esposa, Sra. Hedy Lustosa Roriz Caribe, não é sua dependente e que a mesma apresentou tempestivamente sua DIRPF. No tocante aos rendimentos recebidos de Santander Seguros S/A (R$ 56.058,28), o contribuinte não apresentou qualquer argumento. Após analisar a matéria, os Membros da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo, acordaram, por unanimidade de votos, em julgar procedente em parte a impugnação, nos termos do Acórdão DRJ/SPOII n° 1732.957 de 25/06/2009, fls. 28/32, através do qual afastou a dependência da esposa do contribuinte, glosando a importância de R$ 1.272,00, referente a dedução de dependente e afastando do lançamento os rendimentos recebidos pela mesma. Referente aos rendimentos recebidos do Santander Seguros SA. considerou matéria incontroversa, considerando o crédito tributário constituído definitivamente. Cientificado da decisão da DRJ em 24/10/2009 (“AR”fls.36), o contribuinte apresentou Recurso Voluntário Tempestivo de fls.37/40, através do qual apresenta DIRPF retificadora, não transmitida e Laudo Médico Pericial, alegando o ter utilizado em processos de restituições e recuperações de impostos federais anteriores, devidamente comprovados e deferidos por parte da Secretária da Receita Federal do Brasil. Especificamente se insurge sobre os rendimentos recebidos do Santander Seguros AS, afirmando que os mesmos são provenientes de provento de reforma à funcionário público e sendo ele portador de moléstia grave, referidos valores são isentos, nos termos da legislação vigente. É o Relatório. Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. No mérito a matéria versa sobre a isenção por moléstia grave, prevista no inciso XIV do artigo 6o, da Lei n° 7.713/1988 com a redação dada pelo artigo 47 da Lei n° 8.541/1992 e alterações introduzidas pelo artigo 30 e §§ da Lei n° 9.250/1995. Antes de maiores considerações importa ressaltar que os rendimentos em questão foram recebidos do Santander Seguros SA. e conforme informação colhida na própria declaração do contribuinte, a natureza da sua ocupação é “Aposent /militar refor ou pens prev ofic portador molestia grave” e que no exercício em tela, o contribuinte recebeu da Policia Militar do Estado de São Paulo, contribuição previdenciária oficial (fls.05) Apesar da decisão recorrida ter considerada preclusa a discussão relativa a esses rendimentos, por não ter o contribuinte se insurgindo em sua impugnação; trago a mesma Fl. 63DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10845.003268/200708 Acórdão n.º 220101.572 S2C2T1 Fl. 2 3 a análise desse colegiado, por ter o contribuinte se insurgido sobre a mesma, no seu recurso voluntário. Ademais entendo que o processo administrativo deve primar pela ampla defesa na busca da verdade material. Pois bem. No caso concreto, a dúvida existente é se os rendimentos recebidos do Santander Seguros SA., estão relacionados à aposentadoria, reforma ou pensão, ou sua complementação, conforme imposição prevista na própria legislação. A respeito, dispõe o art.39 do RIR/99: “Art.39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) XXXI os valores recebidos a título de pensão, quando o beneficiário desse rendimento for portador de doença relacionada no inciso XXXIII deste artigo, exceto a decorrente de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XXI, e Lei nº 8.541, de 1992, art. 47); XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante),contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão damedicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, § 2º); (...) § 6º As isenções de que tratam os incisos XXXI e XXXIII também se aplicam à complementação de aposentadoria, reforma ou pensão.“ O contribuinte em seu recurso apresentou Laudo Médico, emitido pelo Hospital Municipal de Praia Grande, entretanto não trouxe qualquer documento que comprovasse a origem dos rendimentos recebidos do Santander Seguros SA. Conforme expressa previsão legal, a isenção prevista no inciso XXXI e XXXIII, acima transcritos, inclui apenas os recebimentos a titulo de pensão, aposentadoria ou reforma e não todos os rendimentos do contribuinte. Na DIPF inicialmente transmitida, o contribuinte apresentou outros rendimentos recebidos da mesma fonte pagadora, constando inclusive valores referentes a imposto de renda retido na fonte, o que nos leva a incerteza da natureza desses rendimentos. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 4 Apesar do contribuinte alegar desconhecer as regras para apresentação da DIPF, afirmando inclusive que por essa razão apresentou declaração no modelo completo, quando teria melhor beneficio se apresentasse o modelo simplificado; o contribuinte apresentou sua defesa através de procuradores, atuantes da área contábil, denotando conhecimento técnico, restando portanto suprida essa deficiência. Assim, deveria ter o contribuinte em seu recurso apresentado os documentos necessários para comprovar a natureza dos rendimentos anteriormente omitidos e que os mesmos estão incluídos na isenção legalmente prevista. Em sede de recurso voluntário, afirma ser os mesmos proventos de reforma à funcionário público, sem entretanto comprovar. Importa ressaltar que a isenção pleiteada não inclui todos os rendimentos do contribuinte. Portanto, não tendo apresentado qualquer prova documental da natureza dos rendimentos recebidos do Santander Seguros SA, não há como acolher sua pretensão. Isto posto, NEGO provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Relatora Fl. 65DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 10909.004850/2008-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
IRRF. COMPENSAÇÃO. Comprovada a retenção do imposto pela informação da fonte pagadora, deve ser reconhecido o direito à compensação do valor correspondente com o imposto devido, apurado quando do ajuste anual.
Recurso parcialmente provido
Numero da decisão: 2201-001.814
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer o valor do IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte declarado.
Assinatura digital
Maria Helena Cotta Cardozo Presidente
Assinatura digital
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator
EDITADO EM: 28/09/2012
Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201209
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 IRRF. COMPENSAÇÃO. Comprovada a retenção do imposto pela informação da fonte pagadora, deve ser reconhecido o direito à compensação do valor correspondente com o imposto devido, apurado quando do ajuste anual. Recurso parcialmente provido
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 10909.004850/2008-72
anomes_publicacao_s : 201211
conteudo_id_s : 5174621
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 2201-001.814
nome_arquivo_s : Decisao_10909004850200872.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 10909004850200872_5174621.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer o valor do IRRF - Imposto de Renda Retido na Fonte declarado. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator EDITADO EM: 28/09/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França.
dt_sessao_tdt : Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
id : 4356370
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:54:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041213654827008
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1657; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10909.004850/200872 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201001.814 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 19 de setembro de 2012 Matéria IRPF Recorrente ILSE BRUNE Recorrida DRJFLORIANÓPOLIS/SC ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 IRRF. COMPENSAÇÃO. Comprovada a retenção do imposto pela informação da fonte pagadora, deve ser reconhecido o direito à compensação do valor correspondente com o imposto devido, apurado quando do ajuste anual. Recurso parcialmente provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para restabelecer o valor do IRRF Imposto de Renda Retido na Fonte declarado. Assinatura digital Maria Helena Cotta Cardozo – Presidente Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator EDITADO EM: 28/09/2012 Participaram da sessão: Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente), Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 48 50 /2 00 8- 72 Fl. 30DF CARF MF Impresso em 05/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 29/ 10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 2 Relatório ILSE BRUNE interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJ FLORIANÓPOLIS/SC (fls. 12) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio da Notificação de Lançamento de fls. 04/06, para exigência de Imposto sobre Renda de Pessoa Física – IRPF suplementar, referente ao exercício de 2006, no valor de R$ 2.381,88, acrescido de multa de ofício de R$ 1.786,41 e de juros de mora de R$ 633,81. Foi também exigido imposto no valor de R$ 967,23 sujeito a multa de mora. O valor total da notificação de lançamento foi, assim, de R$ 6.220,14. Segundo o relato fiscal, foi apurada diferença do imposto devido, sujeita a multa de ofício, de R$ 2.381,88; e foi constatada a dedução indevida de IRRF no valor de R$ 967,23, que foi glosada, sendo exigido o imposto com multa de mora. A Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que o IRRF de R$ 967,23 referese ao Imposto de Renda na Fonte incidente sobre sua aposentadoria e observa que o mesmo caso ocorreu com relação ao anobase de 2006. A DRJFLORIANÓPOLIS/SC julgou procedente o lançamento. Inicialmente, observou que não houve impugnação quanto à diferença na apuração do imposto devido. E quanto à compensação indevida de IRRF observou que a interessada não apresentou prova de que o IRRF da fonte pagadora INSS é o valor declarado, o qual discrepa daquele informado pela fonte pagadora dos rendimentos. A Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância (não consta dos autos a data da ciência) e interpôs o recurso voluntário de fls. 18 no qual reitera a alegação da impugnação e apresenta documentos que comprovariam tais alegações. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa – Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, discute neste processo apenas o valor do imposto retido na fonte pela fonte pagadora INSS. A Contribuinte declarou o valor de R$ 2.314,63 e a Receita Federal apurou o valor de apenas R$ 1.341,41, com base na DIRF apresentada pela fonte pagadora, glosando a diferença. No recurso a Contribuinte reafirma que o valor retido é o maior e apresenta documentos que passo a examinar. Pois bem, às fls. 20/27 dos autos a Contribuinte apresenta “Relação Detalhada de Créditos” extraída dos sistemas da Previdência Social no qual se indica os valores Fl. 31DF CARF MF Impresso em 05/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 29/ 10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 10909.004850/200872 Acórdão n.º 2201001.814 S2C2T1 Fl. 3 3 pagos a cada mês à Contribuinte a título de aposentadoria por idade e pensão por morte, com os respectivos valores retidos a título de IRRF. Somando os valores indicados como IRRF se apura um total de R$ 2.346,28. Portanto, um valor um pouco maior até do que o que foi declarado. Nestas condições, penso que resta comprovada a retenção do imposto pela fonte pagadora, devendo ser restabelecida a compensação. Quanto à diferença na apuração do imposto devido, embora a matéria não tenha sido questionada na impugnação, reforço que também não o foi no recurso. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a compensação do IRRF no valor declarado pela Contribuinte, de R$ 2.314,63. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CÂMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Fl. 32DF CARF MF Impresso em 05/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 29/ 10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO 4 Processo nº: 10909.004850/200872 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 2201001.814. Brasília/DF, 28 de setembro de 2012. ______________________________________ Maria Helena Cotta Cardozo Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Fl. 33DF CARF MF Impresso em 05/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 29/ 10/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/10/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10680.722003/2010-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
Ementa:
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PROVA DA ORIGEM APRESENTADA DURANTE A FISCALIZAÇÃO.
Apresentadas durante a fiscalização, provas da origem dos depósitos bancários, o lançamento não mais poderá ser efetuado com base na legislação que autoriza a presunção de rendimentos omitidos a partir de depósitos de origem não comprovada, mas com base na legislação específica.
Numero da decisão: 2201-001.668
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, DAR provimento ao recurso.
Assinado Digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Relator.
EDITADO EM: 06/11/2012
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França.
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201206
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2008 Ementa: DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PROVA DA ORIGEM APRESENTADA DURANTE A FISCALIZAÇÃO. Apresentadas durante a fiscalização, provas da origem dos depósitos bancários, o lançamento não mais poderá ser efetuado com base na legislação que autoriza a presunção de rendimentos omitidos a partir de depósitos de origem não comprovada, mas com base na legislação específica.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2012
numero_processo_s : 10680.722003/2010-20
anomes_publicacao_s : 201211
conteudo_id_s : 5175362
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2012
numero_decisao_s : 2201-001.668
nome_arquivo_s : Decisao_10680722003201020.PDF
ano_publicacao_s : 2012
nome_relator_s : EDUARDO TADEU FARAH
nome_arquivo_pdf_s : 10680722003201020_5175362.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, DAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah - Relator. EDITADO EM: 06/11/2012 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
id : 4374070
ano_sessao_s : 2012
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 08:54:51 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713041215739396096
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1807; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.722003/201020 Recurso nº 916.781 Voluntário Acórdão nº 2201001.668 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de junho de 2012 Matéria IRPF Recorrente VLADIMIR FERNANDES LARA E ALEJANDRO OMAR CUATTRIN Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 Ementa: DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PROVA DA ORIGEM APRESENTADA DURANTE A FISCALIZAÇÃO. Apresentadas durante a fiscalização, provas da origem dos depósitos bancários, o lançamento não mais poderá ser efetuado com base na legislação que autoriza a presunção de rendimentos omitidos a partir de depósitos de origem não comprovada, mas com base na legislação específica. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, DAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Relator. EDITADO EM: 06/11/2012 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Eivanice Canário da Silva (Suplente Convocada) e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Ausente justificadamente a Conselheira Rayana Alves de Oliveira França. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 72 20 03 /2 01 0- 20 Fl. 186DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 2 Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2008, consubstanciado no Auto de Infração, fls. 02/07, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 52.014,28, calculados até 30/06/2010. A fiscalização apurou omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. A autoridade fiscal lavrou o Termo de Sujeição Passiva Solidária, fls. 58 e 59, conforme arts. 121, 124 e 135 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional CTN. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 08/12): Em 13/11/2009, o contribuinte compareceu no SEFIS – Serviço de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo HorizonteMG, quando foi lavrado o Termo de Esclarecimento Fiscal, fls. 14 a 16, e no qual, em resumo, o contribuinte afirmou que “emprestou” a sua conta corrente (Agência 2763ALMG, CC 001.00.001.6341) e conta de poupança (Agência 0083Barro Preto, CC 013.00.130.5810) ao Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, para que fossem depositados alguns cheques que haviam sido desviados da Prefeitura Municipal de Governador Valadares – MG. Afirmou que teve apenas a intenção de fazer “movimento bancário” e que após as compensações dos citados cheques os valores foram sacados e devolvidos ao Sr. Alejandro. (...) Em 08/04/2010, foi lavrado o Termo de Constatação e Intimação nº 001, fls. 21 e 22, encaminhado ao sujeito passivo solidário, Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, com o objetivo de dar ciência ao mesmo sobre o andamento da presente fiscalização e dandolhe oportunidade de prestar maiores esclarecimentos sobre a questão. Em 14/04/2010, o Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, apresentou resposta ao termo retro citado, onde, em resumo, assume a responsabilidade pelos depósitos efetuados na conta corrente do contribuinte fiscalizado e reafirma que os valores foram devolvidos a Sra. ALEXSANDRA GENEROSO. (...) O contribuinte foi selecionado para ser fiscalizado, por determinação do Ministério Público Federal, tendo em vista que o mesmo foi apontado pela CPI Municipal da Câmara Municipal de Governador ValadaresMG, como um dos beneficiários das verbas desviadas da Prefeitura Municipal, que originaram a citada CPI. (...) Fl. 187DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 3 3 Especificamente em relação ao contribuinte em tela, restou provado que a conta corrente e a conta de poupança de sua titularidade foram utilizadas com o propósito de completar o desvio das verbas da Prefeitura Municipal de Governador ValadaresMG, ou seja, os recursos desviados em cheques, após serem depositados e compensados nestas contas, foram sacados e transformados em dinheiro vivo, e apesar das alegações do Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, de que tais valores foram entregues a Sra. ALEXSANDRA SOARES MENEZES GENEROSO, tal fato não foi comprovado. Desta maneira, o Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, é incluído neste auto de infração como sujeito passivo solidário, conforme Termo de Sujeição Passiva Solidária, parte integrante do processo administrativo fiscal. Cientificado do lançamento, os interessados apresentaram tempestivamente suas Impugnações, alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: Da impugnação de Alejandro Omar Cuattrin O processo administrativo tratase da responsabilidade de recolhimento de tributo gerado pelo desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Governador Valadares –MG. Ocorre que Alejandro Omar Cuattrin nunca se apropriou de dinheiro público, nem teve a intenção de ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação dos referidos cheques, pois não sabia que os cheques depositados tinham origem criminosa. O recorrente e o contribuinte Vladimir Fernandes Lara não tinham conhecimento prévio de que a movimentação se tratava de ato ilícito. Não se pode afirmar que o contribuinte auferiu renda, pois apenas depositou e sacou os referidos cheques, devolvendoos para quem acreditava ser a proprietária, Sra. Alexsandra Generoso. Tal devolução ficou evidenciada nos depoimentos realizados por Noelza Rodrigues dos Santos ao Ministério Público Estadual e à CPI da Câmara Municipal de Governador Valadares, já devidamente apresentados à fiscalização em 14/04/2010, que não se manifestou a respeito. As cópias dos referidos depoimentos podem, inclusive, ser requeridas novamente aos órgãos competentes, ou mesmo, ser verificadas no procedimento investigatório da Receita Federal, que detém todas as cópias de peças dos processos em andamento. Vladimir Fernandes Lara sempre declarou auferir rendimentos dentro do limite de isenção. O fato de ter realizado movimentação bancária, por si só, não caracteriza que seu patrimônio tenha aumentado ou que ele tenha desfrutado dos recursos creditados em suas contas bancárias. Como se tratava de contribuinte isento, o que poderiam ser apuradas seriam possíveis diferenças, estando sujeito apenas ao pagamento da multa de mora limitada a 20%. Fl. 188DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 4 A multa de 150% aplicada, no presente caso, é absurda e confiscatória. A multa qualificada, na redação original do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, estava restrita aos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. O elemento dolo é presença obrigatória para a caracterização tanto da sonegação, quanto da fraude, como do conluio. No caso, o contribuinte jamais teve a intenção de causar prejuízo ao erário, sob qualquer circunstância ou de qualquer maneira. Se não for por isso, houve alteração na redação do art. 44, dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. A hipótese legal qualificada deixou de ser tratada no seu inciso II, para sêlo pelo parágrafo primeiro. A expressão “nos casos de evidente intuito de fraude” não consta da hipótese normativa atual. Isso significa dizer que, hoje, os conceitos de sonegação, fraude e conluio estão desvinculados da caracterização de evidente intuito de fraude, podendo a qualificação ser imposta, diretamente, nas situações em que se identificar sonegação, fraude ou conluio, cujos conceitos, no entanto, continuam exigindo o elemento dolo. No presente caso, a fiscalização não comprovou a existência do dolo e da máfé. Não pode o Fisco, sem fazer prova contundente e cabal da suposta conduta fraudulenta, impor sanções qualificadas. Ademais, o art. 112 do CTN dispõe que a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, inclusive, quanto à natureza da penalidade aplicável ou à sua gradação. De acordo com o art. 38 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR/1999, bastaria para a incidência do imposto o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. O contribuinte de forma espontânea apenas emprestou suas contas para que os depósitos fossem realizados, não auferindo nenhum benefício. Ademais, em razão da existência de processos nas esferas cível e criminal para a apuração das devidas responsabilidades, fica claro que numa possível condenação de ressarcimento ao erário municipal, qualquer possibilidade de enquadramento na legislação em vigor para aplicação de multa ou exigência tributo cairia por terra. Ao longo da peça impugnatória, cita doutrina e jurisprudência administrativa que entende virem ao encontro de seus argumentos e, por fim, argumenta que a impugnação suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, inc. III do CTN e requer: O cancelamento da multa de ofício em razão de inexistirem provas de que os valores depositados foram efetivamente acrescidos ao patrimônio do contribuinte; Não sendo considerado o cancelamento da multa de ofício, que seja procedida a redução da multa para os limites normais aplicados ao imposto em questão, ou seja, 20%; O lançamento dos tributos para quem de direito, ou seja, Sra. Alexsandra Generoso; Fl. 189DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 4 5 A dilação do prazo para apresentação de novas provas que possam surgir no decurso dos processos cível e criminal já em tramitação na Justiça Estadual; Se indeferido, a manutenção dos descontos nas multas e condições de parcelamento e/ou pagamento à vista; Em havendo sentença condenatória transitada em julgado aplicada pela Justiça Estadual da obrigatoriedade de devolução ao Erário Municipal, seja deduzido este valor dos valores computados neste processo como renda, a fim de se evitar a penalidade desproporcional. Da impugnação de Wladimir Fernandes Lara O processo administrativo tratase da responsabilidade de recolhimento de tributo gerado pelo desvio de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Governador Valadares –MG. Ocorre que Wladimir Fernandes Lara nunca se apropriou de dinheiro público, nem teve a intenção de ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação dos referidos cheques, pois não sabia que os cheques depositados tinham origem criminosa. O recorrente e Alejandro Omar Cuattrin não tinham conhecimento prévio de que a movimentação se tratava de ato ilícito. Não se pode afirmar que o contribuinte auferiu renda, pois apenas depositou e sacou os referidos cheques, devolvendoos para quem acreditava ser a proprietária, Sra. Alexsandra Generoso. Tal devolução ficou evidenciada nos depoimentos realizados por Noelza Rodrigues dos Santos ao Ministério Público Estadual e à CPI da Câmara Municipal de Governador Valadares, já devidamente apresentados à fiscalização em 14/04/2010, que não se manifestou a respeito. As cópias dos referidos depoimentos podem, inclusive, ser requeridas novamente aos órgãos competentes, ou mesmo, verificadas no procedimento investigatório da Receita Federal que detém todas as cópias de peças de processos em andamento. Vladimir Fernandes Lara sempre declarou auferir rendimentos dentro do limite de isenção. O fato de ter realizado movimentação bancária, por si só, não caracteriza que seu patrimônio tenha aumentado ou que ele tenha desfrutado dos recursos creditados em suas contas bancárias. Como se tratava de contribuinte isento, o que poderiam ser apuradas seriam possíveis diferenças, estando sujeito apenas ao pagamento da multa de mora limitada a 20%. A multa de 150% aplicada, no presente caso, é absurda e confiscatória. A multa qualificada, na redação original do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, estava restrita aos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. O elemento dolo é presença obrigatória para a caracterização tanto da sonegação, quanto da fraude, como do conluio. No caso, o contribuinte jamais teve Fl. 190DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 6 a intenção de causar prejuízo ao erário, sob qualquer circunstância ou de qualquer maneira. Se não for por isso, houve alteração na redação do art. 44, dada pela Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007. A hipótese legal qualificada deixou de ser tratada no seu inciso II, para sêlo pelo parágrafo primeiro. A expressão “nos casos de evidente intuito de fraude” não consta da hipótese normativa atual. Isso significa dizer que, hoje, os conceitos de sonegação, fraude e conluio estão desvinculados da caracterização de evidente intuito de fraude, podendo a qualificação ser imposta, diretamente, nas situações em que se identificar sonegação, fraude ou conluio, cujos conceitos, no entanto, continuam exigindo o elemento dolo. No presente caso, a fiscalização não comprovou a existência do dolo e da máfé. Não pode o Fisco, sem fazer prova contundente e cabal da suposta conduta fraudulenta, impor sanções qualificadas. Ademais, o art. 112 do CTN dispõe que a lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, inclusive, quanto à natureza da penalidade aplicável ou à sua gradação. De acordo com o art. 38 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999, Regulamento do Imposto de Renda, RIR/1999, bastaria para a incidência do imposto o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. O contribuinte de forma espontânea apenas emprestou suas contas para que os depósitos fossem realizados, não auferindo nenhum benefício. Ademais, em razão da existência de processos nas esferas cível e criminal para a apuração das devidas responsabilidades, fica claro que numa possível condenação de ressarcimento ao erário municipal, qualquer possibilidade de enquadramento na legislação em vigor para aplicação de multa ou exigência de tributo cairia por terra. Ao longo da peça impugnatória, cita doutrina e jurisprudência administrativa que entende virem ao encontro de seus argumentos e, por fim, argumenta que a impugnação suspende a exigibilidade do crédito tributário, nos termos do art. 151, inc. III do CTN e requer: O cancelamento da multa de ofício em razão de inexistirem provas de que os valores depositados foram efetivamente acrescidos ao patrimônio do contribuinte; Não sendo considerado o cancelamento da multa de ofício, que seja procedida a redução da multa para os limites normais aplicados ao imposto em questão, ou seja, 20%; O lançamento dos tributos para quem de direito, ou seja, Sra. Alexsandra Generoso; A dilação do prazo para apresentação de novas provas que possam surgir no decurso dos processos cível e criminal já em tramitação na Justiça Estadual; Se indeferido, a manutenção dos descontos nas multas e condições de parcelamento e/ou pagamento à vista; Fl. 191DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 5 7 Em havendo sentença condenatória transitada em julgado aplicada pela Justiça Estadual da obrigatoriedade de devolução ao Erário Municipal, seja deduzido este valor aos valores computados neste processo como renda, a fim de se evitar a penalidade desproporcional. A 5ª Turma da DRJ em Belo Horizonte/MG julgou integralmente procedente o lançamento, consubstanciado nas ementas abaixo transcritas: Depósitos Bancários. Omissão de Rendimentos. A Lei nº 9.430, de 1996, no seu art. 42, estabeleceu uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em suas contas de depósitos ou investimentos. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. Tratandose de situação de fato, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, desde o momento da disponibilização dos recursos, nos termos do artigo 116 do CTN. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. A multa de ofício qualificada no percentual de 150% será aplicada quando, em procedimento fiscal, ficar caracterizada ação dolosa do contribuinte, consubstanciada em conduta tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimados da decisão de primeira instância, os autuados apresentaram Recursos Voluntários, sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos defendidos em suas Impugnações. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah O recurso é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 8 No presente litígio está em discussão, como se pode verificar da leitura do relatório, omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, correspondente ao anocalendário de 2007. De início, impende registrar que a exigência fiscal está sendo exigida com base no art. 42 da Lei nº 9.430, de 1996, a seguir transcrito: Art.42 Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Pelo que se depreende da leitura do dispositivo legal acima, o legislador estabeleceu, a partir de 01/01/1997, uma presunção legal de omissão de rendimentos, autorizando o lançamento do imposto correspondente, desde que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprovasse a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Entretanto, durante o procedimento fiscal o recorrente identificou a origem dos depósitos bancários. Confira o que consignou a autoridade fiscal no Termo de Verificação Fiscal (fls. 08/12): Em 13/11/2009, o contribuinte compareceu no SEFIS – Serviço de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo HorizonteMG, quando foi lavrado o Termo de Esclarecimento Fiscal, fls. 14 a 16, e no qual, em resumo, o contribuinte afirmou que “emprestou” a sua conta corrente (Agência 2763ALMG, CC 001.00.001.6341) e conta de poupança (Agência 0083Barro Preto, CC 013.00.130.5810) ao Sr. ALEJANDRO OMAR CUATTRIN, CPF 897.191.31691, para que fossem depositados alguns cheques que haviam sido desviados da Prefeitura Municipal de Governador Valadares – MG. (...) Especificamente em relação ao contribuinte em tela, restou provado que a conta corrente e a conta de poupança de sua titularidade foram utilizadas com o propósito de completar o desvio das verbas da Prefeitura Municipal de Governador ValadaresMG, ou seja, os recursos desviados em cheques... Impende reproduzir, ainda, o Termo de Intimação Fiscal n° 01, fl. 21: No depoimento prestado em 09/07/2009, o intimado informou que recebeu alguns cheques de emissão da Prefeitura Municipal de Governador Valadares, entregues ao mesmo pela Sra. ALEXSANDRA SOARES DE MENEZES GENEROSO, com o objetivo de depositálos em contas correntes as quais teria acesso e posteriormente sacar os valores depositados, fazendo a devolução em dinheiro para a mesma. Desta forma os cheques abaixo relacionados foram depositados nas contas correntes da pessoa jurídica SHEILA CAMPOS ALMEIDA e da pessoa física VLADIMIR FERNANDES LARA. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 6 9 (...) VLADIMIR FERNANDES LARA — CPF: 035.167.36607 Cheque Valor Banco Data do depósito DG004452 55.167,98 Itaú 08022007 DG004473 37.269,51 Itaú 16022007 Depreende dos excertos transcritos que o recorrente informou a origem dos créditos, ou seja, declarou que os depósitos são oriundos de cheques da Prefeitura Municipal de Governador Valadares e, neste caso, deveria a autoridade fiscal ter observado o disposto no § 2º do art. 42 da Lei nº 9.430/1996: § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. Assim, comprovada a origem dos depósitos bancários caberia a fiscalização aprofundar a investigação para submetêlos, se for o caso, às normas de tributação especificas, prevista na legislação vigente à época em que foram auferidos ou recebidos. Em relação ao tema, impende reproduzir o bem articulado voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Nelson Mallman, quando relatou o Acórdão nº 220200.807: Digase, a bem da verdade, que a legislação é clara por demais no sentido de que quando restar provado nos autos, que sobre os valores depositados/creditados se tem noticia dos depositantes, ou seja, se sabe quem os depositou e por via de conseqüência se conhece a origem dos recursos, incabível se torna à aplicação do artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996 (lançamento com base em depósitos bancários) Em circunstâncias como esta, em que está identificado o depositante, cabe à autoridade fiscal apurar se a operação em questão constitui hipótese de aplicação de outro dispositivo, por exemplo, omissão de rendimentos recebidos de pessoa Jurídica, na medida em que não se faz mais necessária a presunção, devendo por expressa determinação do parágrafo 2° do art. 42 da Lei n. 9.430/1996, ser aplicada a tributação específica. Destarte, inviável a manutenção da presunção de rendimentos com base no art. 42 da Lei n° 9.430/1996. Ante ao exposto, voto por dar provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 194DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH 10 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº: 10680.722003/201020 Recurso nº: 916.781 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovados pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto a Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº 2201001.668. Brasília/DF, 20 de junho de 2012 Assinado Digitalmente MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 195DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 10680.722003/201020 Acórdão n.º 2201001.668 S2C2T1 Fl. 7 11 Fl. 196DF CARF MF Impresso em 16/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 09/11/2012 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 06/11/2012 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0