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Numero do processo: 11131.000969/2006-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Aug 30 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3301-000.261
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência junto à ALF/Fortaleza/CE, na forma do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal (Presidente), Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Liziane Angelotti Beira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência junto à ALF/Fortaleza/CE, na forma do voto do relator. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente (assinado digitalmente) José Henrique Mauri - Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal (Presidente), Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Liziane Angelotti Beira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen
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ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência junto à ALF/Fortaleza/CE, na forma do voto do relator. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Presidente (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal (Presidente), Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Liziane Angelotti Beira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 11 31 .0 00 96 9/ 20 06 -1 3 Fl. 753DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11131.000969/200613 Resolução nº 3301000.261 S3C3T1 Fl. 4 2 Relatório: José Henrique Mauri Relator Contra a empresa epigrafada foi lavrado o auto de infração em decorrência de procedimento de valoração aduaneira, através do qual foi desqualificado o valor aduaneiro com base no valor de transação e aplicado novo método para apuração de novo valor, com lançamento dos tributos incidentes sobre a diferença de valor aduaneiro inicialmente declarado e aquele novo apurado, acompanhado de seus consectários legais e da multa administrativa prevista no art. 88, parágrafo único, da Medida Provisória nº 2.15835/2001, sobre a diferença entre o preço declarado e o preço arbitrado. Segundo a fiscalização, não foi possível apurar o valor aduaneiro pelo valor de transação em decorrência de: (i) Descrição incompleta das mercadorias, (ii) Divergência de assinaturas apostas em faturas e (iii) Não comprovação do valor comercial. Cientificado, o sujeito passivo apresentou impugnação, às fls. 664 ss., na qual tece argumentos ensejando a improcedência do lançamento. Na seqüência, os membros da 6ª Turma de Julgamento da DRJ de Recife/PE, por unanimidade de votos, por meio do Acórdão 14044.571, fls 702 ss., decidem por manter íntegro o lançamento, mantendose o crédito exigido, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2003 VALORAÇÃO ADUANEIRA. DESCARACTERIZAÇÃO DE APURAÇÃO DO VALOR ADUANEIRO PELO VALOR DE TRANSAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DO VALOR DE TRANSAÇÃO. O valor de transação é a base principal de valoração em conformidade com o Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do GATT 1994. A Administração Aduaneira, deparandose com casos em que tenha motivo para duvidar da veracidade ou exatidão das informações ou dos documentos apresentados pelos negociantes para justificar um valor declarado, em conformidade com o Artigo 17 do Acordo, parágrafo 6º do Anexo III do Acordo e Decisões do Comitê Técnico de Valoração Aduaneira, poderá solicitar ao importador o fornecimento de explicação adicional, bem assim documentos ou outras provas, de que o valor declarado representa o montante efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas, com possível descaracterização do primeiro método de valoração, caso ainda permaneça dúvidas razoáveis sobre a veracidade ou exatidão do valor declarado, mantido o contraditório. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O contribuinte foi cientificado do Acordo da DRJ em 23/6/2014, fl. 727. Lavrado Termo de Perempção em 04/8/2014, fl. 729. Em 5/8/2014, fls. 734 e 751, foi recepcionado, no eprocesso, o Recurso Voluntário, fls. 735 ss, que ora se aprecia. Fl. 754DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11131.000969/200613 Resolução nº 3301000.261 S3C3T1 Fl. 5 3 Colaciono a seguir os tópicos argumentativos constantes do Recurso Voluntário os quais indicam, genericamente, os pontos questionados pela recorrente. Deixo de detalhálos, posto que, como se verá, não surtirão efeitos no presente voto. 1. Dos fatos. 2. Do Mérito: a) Descrição incompleta das mercadorias b) Divergência de assinaturas apostas em faturas c) Não apresentação de correspondência comercial. d) Considerações pertinentes ao preço de mercadorias. 3. Do pedido. O processo foi a mim distribuído, por sorteio, para relatar e pautar. É o relatório, em sua necessária síntese. Voto: Conselheiro José Henrique Mauri Vislumbro, desde já, necessidade de conversão do presente feito em Diligência com vista a consolidar informações para análise quanto ao preenchimento dos pressupostos de admissibilidade, especificamente relativa à tempestividade do recurso, conforme fundamento a seguir. Consta nos autos os seguintes documentos, no que pertine ao momento da inclusão do Recurso Voluntário e sua tempestividade, no eprocesso: I. Fl. 729 Termo de Perempção lavrado em 4/8/2014 por Liduina Maria Bruno Oliveira. II. Fls. 730/733 Carta cobrança lavrado em 4/8/2014 por Liduina Maria Bruno Oliveira. III. Fl. 734 Termo de Solicitação de Juntada lavrado em 5/8/2014 por Debora Fernandes Freitas Teixeira; IV. Fls. 735/750 Recurso voluntário anexado no eprocesso em 5/8/2014 por Debora Fernandes Freitas Teixeira; V. Fl. 751 Termo de análise de Solicitação de Juntada lavrado em 7/8/2014 por Liduina Maria Bruno Oliveira. Em análise sumária, com base nos registros acima relacionados, vislumbrarse ia tratar de intempestiva apresentação do Recurso Voluntário, eis que o contribuinte foi cientificado do Acórdão nº 11044.571, da DRJ/REC em 23/6/2014, vide fl. 727, assim o prazo Fl. 755DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11131.000969/200613 Resolução nº 3301000.261 S3C3T1 Fl. 6 4 para apresentação de Recurso Voluntário expirouse em 23/7/2014, trinta dias após a ciência. O Recurso foi apresentado em 5/8/2014, portanto, nesse prisma, intempestivo. Essa "intempestividade" fora sacramentada pela lavratura do Termo de Perempção e dos Termos de juntada do Recurso aos autos, atos registrados por servidores devidamente certificados no eprocesso (Liduina Maria Bruno Oliveira e Debora Fernandes Freitas Teixeira). Entretanto, em análise mais acurada, verificase existência de carimbo aposto no corpo do Recurso, indicando, em tese, que o recebimento do documento teria efetivamente ocorrido em data anterior, 22/07/2014, na pessoa de Emanuele Carvalho da Silva, ATA, Mat. 01494135. Todavia, referido carimbo não contém os elementos necessários para a completa identificação do agente responsável, inclusive quanto a Unidade de exercício ou local da recepção, Tampouco há registro da atuação de Emanuele Carvalho da Silva junto ao e processo, inviabilizando assim a certeza da autenticidade do recebimento do documento na data de 22/7/2014. Carimbo aposto no Recurso Voluntário: Registrese ainda que a Unidade de Origem, Alfândega do Porto de Fortaleza/CE, procedeu a lavratura de Termo de Perempção em face de apresentação intempestiva de Recurso Voluntário, não se manifestando acerca do carimbo aposto no corpo do Recurso, embora a mesma servidora responsável pela lavratura, em 4/8/2014, do Termo de Perempção, Liduina Maria Bruno Oliveira, igualmente, em 5/8/2014, analisou e acolheu o pedido de juntada do Recurso Voluntário, mantendose íntegro o Termo de perempção. Diante do exposto e considerando que a confirmação da autenticidade do carimbo e assinatura aposto à fl. 736 invalida o Termo de Perempção, determinando a tempestividade da apresentação do Recurso Voluntário, voto por converter o julgamento em diligencia para que a unidade da Receita Federal do Brasil, ALF/Fortaleza/CE, diligencie no sentido de confirmar a autenticidade do carimbo com assinatura aposto à fl. 736 e, conseqüentemente, manifestarse acerca do Termo de Perempção de fl. 729. Cumprindose a diligência os autos deverão retornar ao Carf para prosseguimento. É como voto. (Assinado digitalmente) José Henrique Mauri relator Fl. 756DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
score : 1.0
Numero do processo: 19515.000159/2007-37
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002
INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO.
Em se verificando que o contribuinte não recolheu parte do débito apurado com base em sua escrita contábil e fiscal, cabe à autoridade tributária lançar de ofício a diferença constatada.
COMPENSAÇÃO. EXIGÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO.
Segundo o regime instituído pela MP n° 66, de 29/08/2002 (convertida na lei n° 10.637/2002), a partir de 01/10/2002 a declaração de compensação constitui a única forma de compensar eventual indébito tributário com tributo ou contribuição devida. Sua apresentação é ato essencial, não podendo ser substituída por mero lançamento contábil.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.054
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Marcelo Giovani Vieira (Suplente).
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. Em se verificando que o contribuinte não recolheu parte do débito apurado com base em sua escrita contábil e fiscal, cabe à autoridade tributária lançar de ofício a diferença constatada. COMPENSAÇÃO. EXIGÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Segundo o regime instituído pela MP n° 66, de 29/08/2002 (convertida na lei n° 10.637/2002), a partir de 01/10/2002 a declaração de compensação constitui a única forma de compensar eventual indébito tributário com tributo ou contribuição devida. Sua apresentação é ato essencial, não podendo ser substituída por mero lançamento contábil. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente (assinado digitalmente) José Henrique Mauri - Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Marcelo Giovani Vieira (Suplente).
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Em se verificando que o contribuinte não recolheu parte do débito apurado com base em sua escrita contábil e fiscal, cabe à autoridade tributária lançar de ofício a diferença constatada. COMPENSAÇÃO. EXIGÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Segundo o regime instituído pela MP n° 66, de 29/08/2002 (convertida na lei n° 10.637/2002), a partir de 01/10/2002 a declaração de compensação constitui a única forma de compensar eventual indébito tributário com tributo ou contribuição devida. Sua apresentação é ato essencial, não podendo ser substituída por mero lançamento contábil. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 01 59 /2 00 7- 37 Fl. 274DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Processo nº 19515.000159/200737 Acórdão n.º 3301003.054 S3C3T1 Fl. 7 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Marcelo Giovani Vieira (Suplente). Relatório José Henrique Mauri Relator. Cuidase Auto de Infração para lançamento devido à insuficiência de recolhimento do débito de PIS apurado pelo Sujeito Passivo no mês de dezembro de 2002, consoante se lê no auto de infração anexo às fls. 156/157, cujos demonstrativos se acham nas fls. 154/155. Lavrou ainda o autor do feito um “Termo de Verificação Fiscal” (fls. 149/152), acompanhado da planilha anexa à fl. 153, em que, além de relatar miudamente o desenrolar da fiscalização, apontando os principais fatos apurados, observa que o débito lançado (R$ 918.414,46) corresponde à diferença entre o valor registrado na declaração de ajuste (R$ 937.641,51) e a importância declarada em DCTF e recolhida (R$ 19.227,05). A fiscalização certificouse que o contribuinte efetivou pretensa compensação valendo de procedimentos não previstos na norma de regência, especialmente pela inexistência de Declaração de Compensação, de uso obrigatório. Tomando conhecimento do auto de infração o contribuinte apresentou impugnação às fls. 161/178, Fazendo farta citação de doutrina e jurisprudência, alega a defendente em síntese que o valor lançado teria sido extinto mediante compensação com saldo negativo de IRPJ apurado nos exercícios de 1998, 1999 e 2000. Acrescenta que a “referida compensação está comprovada pela juntada aos autos do Livro Razão 2002, planilha de cálculo do PIS e da COFINS e ainda planilhas de compensação do PIS com o IRPJ” (fl. 172). Fl. 275DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Processo nº 19515.000159/200737 Acórdão n.º 3301003.054 S3C3T1 Fl. 8 3 Argumenta que “a DCTF e a Declaração de Compensação constituem obrigações acessórias do contribuinte e não hipótese de lançamento tributário por não se subsumirem à hipótese descrita no artigo 142 do CTN” (fl. 174). Ao analisar a impugnação a 6ª Turma da DRJ/SP1 exarou o Acórdão 16 36.186, de 16 de fevereiro de 2012, que, por unanimidade de votos, julgou procedentes os lançamentos tributários, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. Em se verificando que o contribuinte não recolheu parte do débito apurado com base em sua escrita contábil e fiscal, cabe à autoridade tributária lançar de ofício a diferença constatada. COMPENSAÇÃO. EXIGÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. Segundo o regime instituído pela MP n° 66, de 29/08/2002 (convertida na lei n° 10.637/2002), a partir de 01/10/2002 a declaração de compensação constitui a única forma de compensar eventual indébito tributário com tributo ou contribuição devida. Sua apresentação é ato essencial, não podendo ser substituída por mero lançamento contábil. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 LANÇAMENTO. PRELIMINAR DE NULIDADE. DESCABIMENTO. Somente se reputa nulo o lançamento na hipótese prevista no art. 12, I, do Decreto nº 7.574/2011. AÇÃO FISCAL. NATUREZA INQUISITÓRIA. Os princípios do contraditório e da ampla defesa aplicamse apenas ao processo administrativo tributário, tendo em vista que o procedimento de fiscalização tem natureza inquisitória, nos moldes do inquérito policial. PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não tem cabimento a alegação de cerceamento do direito de defesa quando se verifica que a contribuinte — tanto no curso da ação fiscal quanto ao impugnar o feito — teve ampla oportunidade para apresentar os elementos de prova que julgasse necessários. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Os pedidos de diligência, quando prescindíveis e/ou em desacordo com os requisitos previstos no art. 36 do Decreto nº 7.574/2011, deverão ser sumariamente indeferidos Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignado o contribuinte apresentou, em 12/7/2012, Recurso Voluntário, fls. 222 e ss, replicando os argumentos apresentados na impugnação, ressaltando que Fl. 276DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Processo nº 19515.000159/200737 Acórdão n.º 3301003.054 S3C3T1 Fl. 9 4 A fiscalização teria, alternativamente à lavratura do auto de infração, a obrigação de proceder à compensação de oficio entre os débitos e créditos do contribuinte (PIS com IRPJ). Entende a recorrente que a fiscalização tendo discordado do procedimento de compensação realizado pelo contribuinte deveria realizar a compensação de ofício. Colaciona e discorre sobre a legislação que dispõe sobre a compensação de ofício, especificamente o art. 7º do DecretoLei nº 2.287/86; parágrafo único do art. 1º c/c art. 6º, ambos do Decreto 2.138/97; art. 24 da Instrução Normativa SRF nº 210/2002; por fim traz à tona Recurso Especial nº 1.213.082/PR que cuidou de compensação de ofício. Requer ao final aplicação da orientação consolidada pelo STJ, de efeito repetitivo, no sentido de que é obrigação da fiscalização proceder à compensação de ofício quando não for solicitada pelo próprio contribuinte. Foime distribuído o presente feito para relatar e pautar. É o relatório, em sua essência. Voto Conselheiro José Henrique Mauri O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Conforme visto tratase de Auto de Infração para lançamento tributário em face de insuficiência de recolhimento de PIS [apurado pelo Sujeito Passivo] no mês de dezembro de 2002. É fato inconteste a existência do débito de PIS, igualmente é inconteste que o contribuinte não apresentou Declaração de compensação, na forma prevista na Lei 10.637/2002. O que se discute no presente processo é, única e exclusivamente, a obrigatoriedade [ou não] de apresentação de Declaração de Compensação. Para o contribuinte, ora recorrente, o fato de ter registrado em sua escrita fiscal a compensação de seus créditos de IRPJ com seus débitos de PIS é suficiente para a comprovação da liquidação de seu tributo. A seu ver, a declaração de compensação é obrigação acessória, não justificando assim a imputação do lançamento com multas. Entende ainda que se a fiscalização tomou conhecimento de seu crédito de IRPJ teria a obrigação de proceder à Compensação de ofício com seus débito de PIS. De pronto, registro que a compensação de ofício não guarda relação com a compensação regularmente requerida pela contribuinte. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Processo nº 19515.000159/200737 Acórdão n.º 3301003.054 S3C3T1 Fl. 10 5 Em sua defesa o recorrente traz à luz normas que regem a compensação de ofício, dandose interpretação adversa, diametralmente oposta, à real finalidade e definições cabíveis ao instituto "compensação de ofício". Compensação de ofício aplicase aos casos em que há direito de restituição ou ressarcimento já reconhecido pela administração tributária. Pressupõe se que esse reconhecimento fora precedido do devido processo administrativo. Reconhecido o direito à restituição ou ressarcimento, caberá à fiscalização a efetiva devolução dos valores ao contribuinte, desde que inexista débito para com a fazenda federal, pendente de pagamento. Em se havendo débitos do sujeito passivo, a fiscalização, obrigatoriamente, procederá a compensação de ofício para, na seqüência, proceder a devolução do saldo credor, se houver. Isso é compensação de ofício. Não deve ser confundido com supostos créditos, escriturados pelo contribuinte, que sequer foram submetidos ao crivo fiscalizatório. Dai que, em se havendo créditos escriturais do contribuinte, pretendendo compensálo, deverá [obrigatoriamente] apresentar declaração de compensação, na forma e condições estabelecidas na Lei 10.637/2002. Nessa esteira andou muito bem o julgador a quo: Segundo o regime instituído pela MP n° 66, de 29/08/2002 (convertida na lei n° 10.637/2002), a partir de 01/10/2002 a declaração de compensação constitui a única forma de compensar eventual indébito tributário com tributo ou contribuição devida. Sua apresentação é ato essencial, não podendo ser substituída por mero lançamento contábil. [destaquei] Como se vê, o legislador não deixou para o livre arbítrio do contribuinte a forma para se compensar. A apresentação de Declaração para esse fim é condição única, prevista na norma. Dessarte, registrese que "compensação de ofício" não tem o condão de suprir a falta de "declaração de compensação", aquela emerge quando há direito de restituição ou ressarcimento já reconhecido pela fiscalização. A restituição ou o ressarcimento somente serão efetivados após a compensação de ofício, se for o caso. Dispositivo Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É como voto. José Henrique Mauri Relator Fl. 278DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS Processo nº 19515.000159/200737 Acórdão n.º 3301003.054 S3C3T1 Fl. 11 6 Fl. 279DF CARF MF Impresso em 15/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 12/09/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 14/09/2016 por LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Numero do processo: 13502.002514/2008-56
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/01/2004, 29/02/2004, 30/04/2004, 31/05/2004, 30/06/2004, 31/07/2004
EMBARGOS INOMINADOS. EXISTÊNCIA DE ERRO MATERIAL. CORREÇÃO MEDIANTE A PROLAÇÃO DE NOVO ACÓRDÃO. Demonstrada a existência de erro material na decisão, deve-se acolher os embargos inominados de modo a suprir a mácula apontada, passando esse acórdão a ter as seguintes ementa e decisão:
Ementa:
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS
BASE DE CÁLCULO. REGIME DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA. A adoção do regime de competência ou de caixa pelo contribuinte no registro das mutações da variação cambial de seus ativos e passivos atrelados a moeda estrangeira se faz mediante prova documental, sobretudo mediante a escrituração contábil e fiscal do contribuinte, prova esta não produzida pelo contribuinte no presente caso.
BASE DE CÁLCULO. VARIAÇÃO CAMBIAL. RECEITA. De acordo com o artigo 9 da Lei n. 9.718/1998, as variações cambiais ativas ou passivas de direitos e obrigações em função da taxa de câmbio são consideradas, conforme o caso, como receita ou despesa para fins de determinação das bases do PIS e da COFINS. No regime cumulativo tais variações devem ser apuradas mensalmente e não na liquidação, como ocorre com o regime de caixa.
Recurso Voluntário Negado.
Dispositivo:
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do Relatório e do Voto que fazem parte integrante do presente. A Conselheira Mônica Monteiro de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida que se declarou impedido de votar.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 3301-003.098
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos formulados pela Fazenda Nacional, para sanar o erro material apontado para retificar o dispositivo do Acórdão nº 3403003.523, sem efeitos infringentes, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DURO
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EXISTÊNCIA DE ERRO MATERIAL. CORREÇÃO MEDIANTE A PROLAÇÃO DE NOVO ACÓRDÃO. Demonstrada a existência de erro material na decisão, devese acolher os embargos inominados de modo a suprir a mácula apontada, passando esse acórdão a ter as seguintes ementa e decisão: Ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS BASE DE CÁLCULO. REGIME DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA. A adoção do regime de competência ou de caixa pelo contribuinte no registro das mutações da variação cambial de seus ativos e passivos atrelados a moeda estrangeira se faz mediante prova documental, sobretudo mediante a escrituração contábil e fiscal do contribuinte, prova esta não produzida pelo contribuinte no presente caso. BASE DE CÁLCULO. VARIAÇÃO CAMBIAL. RECEITA. De acordo com o artigo 9 da Lei n. 9.718/1998, as variações cambiais ativas ou passivas de direitos e obrigações em função da taxa de câmbio são consideradas, conforme o caso, como receita ou despesa para fins de determinação das bases do PIS e da COFINS. No regime cumulativo tais variações devem ser apuradas mensalmente e não na liquidação, como ocorre com o regime de caixa. Recurso Voluntário Negado. Dispositivo: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do Relatório e do Voto que fazem parte integrante do presente. A AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 00 25 14 /2 00 8- 56 Fl. 612DF CARF MF Processo nº 13502.002514/200856 Acórdão n.º 3301003.098 S3C3T1 Fl. 11 2 Conselheira Mônica Monteiro de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida que se declarou impedido de votar. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos formulados pela Fazenda Nacional, para sanar o erro material apontado para retificar o dispositivo do Acórdão nº 3403003.523, sem efeitos infringentes, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Tratase de Embargos Inominados opostos pela Fazenda Nacional, em face do acórdão nº 3403003.523, proferido em 28 de janeiro de 2015 pela 4ª Câmara da 3ª Turma Ordinária. A decisão embargada foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/01/2004, 29/02/2004, 30/04/2004, 31/05/2004, 30/06/2004, 31/07/2004 BASE DE CÁLCULO. REGIME DE CAIXA E DE COMPETÊNCIA. A adoção do regime de competência ou de caixa pelo contribuinte no registro das mutações da variação cambial de seus ativos e passivos atrelados a moeda estrangeira se faz mediante prova documental, sobretudo mediante a escrituração contábil e fiscal do contribuinte, prova esta não produzida pelo contribuinte no presente caso. BASE DE CÁLCULO. VARIAÇÃO CAMBIAL. RECEITA. De acordo com o artigo 9 da Lei n 9.718/1998, as variações cambiais ativas ou passivas de direitos e obrigações em função da taxa de câmbio são consideradas, conforme o caso, como receita ou despesa para fins de determinação das bases do PIS e Fl. 613DF CARF MF Processo nº 13502.002514/200856 Acórdão n.º 3301003.098 S3C3T1 Fl. 12 3 da COFINS. No regime cumulativo tais variações devem ser apuradas mensalmente e não na liquidação, como ocorre com o regime de caixa. Recurso Voluntário Negado. Aponta a Fazenda Nacional que houve erro material no dispositivo do acórdão, que deu provimento ao recurso voluntário, ao passo que o voto condutor e a ementa estamparam a negativa de provimento do mesmo recurso. Os embargos foram admitidos como inominados em 21 de julho de 2015 (e fls. 581582). É o relatório. Voto Com razão a Fazenda Nacional, configurado está o erro material. Observese a conclusão do voto condutor do acórdão: Dessa forma, não assiste razão à Recorrente, que não logrou êxito em demonstrar o que alegou, ou seja, que teria efetivamente adotado o regime de caixa no reconhecimento de suas receitas de prestação de serviços, inclusive no recebimento de juros e de variação cambial. Por fim, no tocante à variação cambial, a tese defendida pela Recorrente, de que a variação cambial positiva não importaria receita, não traduzindo riqueza nova, apenas espelhando a mutação de seu direito de crédito, não posso deixar de observar que o artigo 9 da Lei n. 9.718/1998 a enquadra como receita ou despesa financeira, conforme o caso: Art. 9° As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual serão consideradas, para efeitos da legislação do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição PIS/PASEP e da COFINS, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso. Por essa razão, qualquer reconhecimento, ainda que tangencial à tese da Recorrente, implicaria negativa de vigência a dispositivo de Lei em vigor, o que é expressamente vedado ao CARF. Por outro lado, julgo relevante observar que como a Recorrente adotou o regime de competência no reconhecimento da receita que classificou como variação cambial, naturalmente que o registro de um aumento de seu ativo ("débito") gera como contrapartida o reconhecimento de uma receita ("crédito") pelo método das partidas dobradas, de modo que o seu raciocínio contraria a própria contabilização por ela adotada. Fl. 614DF CARF MF Processo nº 13502.002514/200856 Acórdão n.º 3301003.098 S3C3T1 Fl. 13 4 Ante o exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Luiz Rogério Sawaya Batista Relator Cotejando a conclusão do voto e a ementa, concluise que o recurso voluntário foi negado. Todavia, no dispositivo do acórdão consta: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do Relatório e do Voto que fazem parte integrante do presente. A Conselheira Mônica Monteiro de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida que se declarou impedido de votar. Indo além, ao consultar a ata da reunião de julgamento do período de 27/01/2015 a 29/01/2015 (fl. 846), de fato, é inegável o não provimento do recurso: Relator(a): LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA Processo: 13502.002514/200856 Recorrente: PETRORECONCAVO S.A. e Recorrida: FAZENDA NACIONAL Acórdão 3403003.523 Informações Adicionais: Por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso. A Conselheira Mônica Monteiro de los Rios participou do julgamento em substituição ao Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida que se declarou impedido de votar. Votação: Por Unanimidade Questionamento: RECURSO VOLUNTÁRIO Resultado: Recurso Voluntário Negado Demonstrada está, pois, a hipótese do art. 66 do Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, que assim estabelece: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Conclusão Diante do exposto, voto por acolher os embargos formulados pela Fazenda Nacional, para sanar o erro material apontado para retificar o dispositivo do Acórdão nº Fl. 615DF CARF MF Processo nº 13502.002514/200856 Acórdão n.º 3301003.098 S3C3T1 Fl. 14 5 3403003.523, sem efeitos infringentes, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 616DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.723215/2013-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/07/2013
INFRAÇÃO ADUANEIRA. PROVA INSUFICIENTE.
É necessária que haja suficiente prova para imputar infração aduaneira ao Contribuinte.
Recurso voluntário provido.
Numero da decisão: 3301-003.089
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
Valcir Gassen- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: VALCIR GASSEN
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PROVA INSUFICIENTE. É necessária que haja suficiente prova para imputar infração aduaneira ao Contribuinte. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. Valcir Gassen Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 72 32 15 /2 01 3- 11 Fl. 107DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 108 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 16067.122 (fls. 60 a 76), de 26 de março de 2015, proferido pela 23ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) – DRJ/SPO – que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a impugnação do Contribuinte, mantendo o crédito tributário exigido. Visando a elucidação do caso e a economia processual adoto e cito o relatório do referido Acórdão: Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 12/12/2014, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de multa regulamentar, no valor de R$ 31.000,00, em virtude dos fatos a seguir escritos. Multa aplicável por maço de cigarro ou unidade de produto relacionado no art. 1º do DecretoLei nº399/68, cumulativo a pena de perdimento pela prática de infração às medidas de controles fiscais relativas a fumo, cigarro, charuto, cigarrilha de procedência estrangeira conforme Inquérito IPL 0003/20144 da Polícia Federal de Caxias do Sul/RS. Cientificado do auto de infração, via Aviso de Recebimento, em 30/12/2014 (fls. 30), o contribuinte, protocolizou impugnação, tempestivamente em 29/01/2015, na forma do artigo 56 do Decreto nº 7.574/2011, de fls. 33 à 37, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento. O impugnante alegou que: PRELIMINARMENTE ⊙ DA NULIDADE DA NOTIFICAÇÃO As notificações restam eivadas de nulidades, pois, em conformidade com o que preconiza nosso ordenamento jurídico, o Demonstrativo elaborado pelo Sr. Fiscal deveria relacionar todas as notas fiscais, discriminandoas uma a uma, sendo tal requisito indispensável para configurar a infração cometida. Conforme preconiza a legislação tributária, deverá o auto de infração identificar o infrator, descrever a infração com clareza, indicar os dispositivos legais dados por infringidos e capitular a penalidade, devendo portanto observar os seguintes requisitos: a) Nome e qualificação do autuado; b) O local, a data e a hora da lavratura; c) A descrição clara e precisa do fato; d) A descrição da disposição legal infringida, bem como a legislação utilizada para a aplicação de juros e correção monetária; e) A exigência a ser cumprida; f) A intimação para cumprir a exigência ou impugnála dentro do prazo legal; g) A assinatura do autuante e do autuado, quando possível; h) A indicação da repartição aonde correrá o processo. O cumprimento dos requisitos acima tem como única e exclusiva finalidade assegurar ao atuado o direito constitucionalmente previsto da ampla defesa, pois, Fl. 108DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 109 3 somente com preenchimento de todos os requisitos, permitirá a obtenção de informações seguras ao autuado, estas importantes para a elaboração de sua defesa. Ante esta falha, originou a apuração de valores indevidos, até mesmo porque o Impugnante ficou surpreso com tal auto de infração, eis que não cometido o crime por ele e sim, por terceiro, Sra. Maria Elisabet Cordova, conforme processo 500000176.2014.404.7. Tais produtos foram apreendidos em poder de terceiro, Sra. Maria, inclusive na residência da mesma, assim, o Impugnante busca através de prova judicial livrarse de injustas acusações, necessitando o reconhecimento da presente nulidade diante do não preenchimento dos requisitos da presente imposição. NO MÉRITO ⊙ DOS FATOS Diante de cumprimento de mandado de busca e apreensão, devido a uma denúncia anônima, foi apreendida a quantidade de 15.500 maços de cigarro na residência da Sra. Maria Elisabete Cordova, na cidade de São Francisco de Paula/RS. Desta forma, o impugnante foi autuado pela suposta prática de crime previsto no artigo 334 do Código Penal, oportunidade que foram obtidas informações de que tais cigarros pertenciam ao Impugnante, pelo depoimento prestado por Maria, contudo, tais alegações não correspondem com o ocorrido. Diante de tal fato, foi imposta a multa pecuniária ao impugnante no valor de R$ 31.000,00 (trinta e cinco mil reais). Tais maços de cigarro não pertencem ao Impugnante, sendo que tais acusações são falsas, no qual o mesmo segue comprovando as alegações através de prova judicial em ação penal que vem respondendo, qual seguem parcialmente em anexo. ⊙ DA SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO IMEDIATO DO AUTO DE INFRAÇÃO PELA NEGATIVA DE AUTORIA. Diante da suposta prática do crime de Descaminho imputado ao Impugnante, o mesmo responde processo criminal junto da Justiça Federal de Caxias do Sul/RS, distribuída sob o numero 501356525.2014.404,7107, na qual segue em fase de instrução, restando faltante o interrogatório do Réu Moacir para possibilitar a prolatação da sentença. Nesse sentido, o Impugnante segue com a tese de negativa de autoria, uma vez que tais mercadorias não pertenciam ao mesmo, conforme já comprovado pelas testemunhas arroladas naqueles autos, que segue em anexo em CD. Assim, para possibilitar a sua versão dos fatos, comprovando que não lhe pertenciam os maços de cigarro, necessária a suspensão do presente feito até o trânsito em julgado da ação penal acima informada, para fins de comprovar sua inocência. Desta forma, requer a suspensão do feito até o trânsito em julgado da sentença da Ação Penal que responde junto da Justiça Federal de Caxias do Sul/RS, ou não sendo este o entendimento requer seja analisada a prova trazida na presente Impugnação, corroborando com as alegações trazidas aos autos e reconhecendo a nulidade do presente Processo fiscal. ⊙ DA INCONSTITUCIONALIDADE DA PENALIDADE PECUNIÁRIA POR VIOLAÇÃO À EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DE LEI COMPLEMENTAR PRÉVIA (ART. 146/CF) E AO ART. 97, V DO CTN Conforme preceitua o art. 97, V, do CTN, "somente a lei pode estabelecer penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 110 4 Ora, essa lei exigida pelo Código Tributário Nacional, é a lei complementar, nos termos do art. 146 da CF, e não mera lei ordinária, tal qual enquadrada a penalidade pelo ato de apreensão. Disso resulta a inexigibilidade da multa fiscal imposta por violação à norma e princípio constitucional da estrita legalidade tributária. ⊙ DA INCONSTITUCIONALIDADE DA PENALIDADE POR CONFISCO (CF, ART. 150, IV), OFENSA AO DIREITO DE PROPRIEDADE (CF, ART. 5^, XXII; ART. 170, II) E VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA CAPACIDADE ECONÔMICA, DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE Constituindo a proporcionalidade princípio constitucional implícito de observância obrigatória pelo EstadoAdministração, segundo jurisprudência reiterada do próprio Supremo Tribunal Federal, não pode referida garantia fundamental ser desconsiderada, sob pena de inconstitucionalidade da medida, ainda que a pretexto de se apoiar em lei violadora de tal postulado. Outrossim, o valor tributário alegadamente lesado aos cofres estatais é absolutamente desproporcional à multa abusiva imposta ao impugnante. No caso dos autos, também não houve, de nenhuma forma, consideração à renda do impugnante, sendo a penalidade pecuniária imposta com total menosprezo à sua capacidade contributiva e econômica, violandose, dessa forma, a própria Constituição da República e a jurisprudência predominante dos Tribunais Federais. Junta textos da jurisprudência: (TRF – 4ª Região; 2004.04.01.044263 1/PR, Rel. Des. Luiz Fernando Wowk Penteado, DJU de 17/08/2005, pág. 787) Em tal situação, ora vertente, temse verdadeiro confisco ao patrimônio e propriedade privada do particular (ora impugnante), pois a imposição, in casu, de multa sem critério ou parâmetro técnico e sem considerar as condições subjetivas pessoais (capacidade contributiva) do suposto infrator, revelase manifestamente abusiva e arbitrária, e atenta evidentemente contra a Constituição, padecendo, assim, do vício insanável da inconstitucionalidade por violação à garantia fundamental da vedação do confisco. Junta textos da doutrina de Sacho Calmon Navarro: ("Infrações Tributárias e Delitos Fiscais", Paulo José da Costa Jr. e Zelmo Denari, Editora Saraiva, São Paulo, 2g edição, 1996, p. 81). Efetivamente, a permanência da penalidade nos seus níveis insuportáveis impostos tolhe ao impugnante as condições de sobrevivência, por absolutamente inconstitucional em face de sua total desproporcionalidade: Em conclusão, ao não atentar à situação pessoal subjetiva do impugnante, a penalidade fiscal incidiu em inconstitucionalidade, praticandose verdadeiro confisco vedado pela Lei Maior à propriedade privada. ⊙ DAS DILIGÊNCIAS DA APURAÇÃO DA VERDADE MATERIAL (SUBSTANCIAL) Para apuração da verdade real dos fatos, e com base no art. 5º, LV da CF, no art. 16, IV, art. 17 e inc. lí do art. 59 do Dec. Fed. 70235/72, são necessárias ao perfeito esclarecimento dos fatos diligências preliminares, como a perícia e exame nos maços de cigarro encontrados em poder de terceiro (Sra. Maria Cordova), a fim de averiguar sua marca, valor e real procedência. ⊙ DO REQUERIMENTO Fl. 110DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 111 5 A vista do exposto, e suprido pelo elevado descortino de Vossa Senhoria, requer: a) o reconhecimento da preliminar suscitada de nulidade de notificação; b) a suspensão do auto de infração até o trânsito em julgado da Ação Penal n° 501356525.2014.404.7107/RS, possibilitando a comprovação de que os produtos apreendidos não pertenciam ao Impugnante; c) julgamento da total improcedência da exigência fiscal deduzida e imposta nos presentes autos e a procedência da presente impugnação reconhecendo a insubsistência e improcedência do lançamento; d) a exoneração da multa pecuniária imposta ao impugnante, por lesiva à norma constitucional que proíbe o confisco e aos princípios constitucionais da capacidade econômica, proporcionalidade e razoabilidade, bem como da legalidade (exigência de Lei Complementar); e) diligência no sentido de procederse à perícia dos objetos apreendidos, a fim de verificarse sua procedência nacional; f) em caso de improcedência dos pedidos anteriores, o parcelamento ou transação (inc. III do art. 156/CTN) da exigência fiscal. Tendo em vista a negativa do Acórdão ora recorrido no que diz respeito ao requerido pelo Contribuinte em sua Impugnação, este interpôs Recurso Voluntário (fls. 81 a 86), em 27 de maio de 2015, alegando, principalmente, que o Auto de Infração deve ser suspenso ou cancelado por ter havido, na esfera judiciária, julgamento que entendeu pela negativa de autoria do Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Valcir Gassen O Recurso Voluntário (fls. 81 a 86), de 27 de maio de 2015, interposto pelo Contribuinte, em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 16067.122 (fls. 60 a 76), de 26 de março de 2015, é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O ora analisado Recurso Voluntário visa reformar decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 31/07/2013 Multa aplicável por maço de cigarro ou unidade de produto de procedência estrangeira. O autuado incorre na infração por manter em depósito e pela posse de cigarros de procedência estrangeira. Ainda que o autuado seja absolvido pela autoria na ação penal, esse efeito não afeta presente julgamento que se limita a discutir uma infração aduaneira. Fl. 111DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 112 6 Não há o que se falar em fato gerador para multa regulamentar, porque a exigência discutida, embora proveniente de um lançamento, na sua gênese está presente um ato ilícito aduaneiro. Impugnação Improcedente O Contribuinte, insatisfeito com o entendimento trazido pela 23ª Turma da DRJ/SPO, por meio do Acórdão ora recorrido, ingressou com Recurso Voluntário alegando, preliminarmente, a nulidade da notificação por entender que as mesmas estão em desconformidade com o ordenamento jurídico brasileiro uma vez que as notas fiscais não foram discriminadas individualmente, o que geraria, segundo o Contribuinte, prejuízo no seu direito à ampla defesa. Nesse sentido, ao ater atenção ao Auto de Infração (fls. 16 a 21) observo que há no referido documento a individualização dos fatos de forma clara e detalhada, logo não encontro no documento qualquer vício de nulidade e que macule o direito de ampla defesa do Contribuinte. O contribuinte aduz ainda a inconstitucionalidade da pena pecuniária a ele aplicada por violar à exigência de lei complementar prévia, com base no art. 146 da Constituição Federal e no art. 97, V, do Código Tributário Federal, bem como, alega a inconstitucionalidade da pena por confisco, ofensa ao direito de propriedade e violação aos princípios constitucionais da capacidade econômica, da proporcionalidade e razoabilidade. A respeito de tal argumentação cabe a citação do art. 62 do Regimento Interno do CARF, que assim determina: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Portanto, por expressa determinação regimental este Conselho não possui competência para avaliar a possível inconstitucionalidade. O Contribuinte requer também que sejam concedidas diligências para a apuração da verdade material, nos seguintes termos (fl. 85): Para apuração da verdade real dos fatos, e com base no art. 5º LV da CF, no art. 16, IV, art. 17 e inc. II do art. 59 do Dec. Fed. 70235/72, são necessárias ao perfeito esclarecimento dos fatos diligências preliminares, como a perícia e exame nos maços de cigarro encontrados em poder de terceiro (Sra. Maria Cordova), a fim de averiguar sua marca, valor e real procedência. A respeito de tal requisição do Contribuinte entendo não ser necessária a conversão do julgamento em diligência, uma vez que a Polícia Federal de Caxias do Sul (RS) já realizou as investigações para que se tenha, no presente processo, todas as informações relevantes para sua conclusão. A seguir o Contribuinte requer que seja cancelado ou suspenso o Auto de Infração pela alegada negativa de autoria, conforme se verifica no trecho a seguir do ora analisado Recurso Voluntário (fls. 83 e 84): Diante da suposta prática do crime de Descaminho imputado ao Recorrente, o mesmo responde processo criminal junto da justiça Federal de Caxias do Sul/RS, distribuída sob o número 5013565.25.2014.404.7107, na qual segue em fase de instrução, restando faltante o interrogatório do Réu Moacir para possibilitar a prolatação da sentença. Fl. 112DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 113 7 Nesse sentido, o Recorrente segue com a tese de negativa de autoria, uma vez que tais mercadorias não pertenciam ao mesmo, conforme já comprovado pelas testemunhas arroladas naqueles autos, que segue em CD anexado a impugnação. Assim, para possibilitar a sua versão dos fatos, comprovando que não lhe pertenciam os maços de cigarro, necessária a suspensão do presente feito até o trânsito em julgado da ação penal acima informada, para fins de comprovar sua inocência através da prova produzida. Desta forma, requer a suspensão do feito até o trânsito em julgado da sentença da Ação Penal que responde junto da Justiça Federal de Caxias do Sul/RS, ou não sendo este o entendimento requer seja analisada a prova trazida na presente Impugnação, corroborando com as alegações trazidas aos autos e reconhecendo a nulidade do presente Processo fiscal. A decisão ora recorrida entendeu que “ainda que o autuado seja absolvido pela autoria na ação penal, esse efeito não afeta presente julgamento que se limita a discutir uma infração aduaneira” (fl. 68). A respeito desta discussão o Acórdão ora recorrido traz a seguinte argumentação (fl. 69): Do Termo de Declarações anexo do Inquérito IPL 0003/20144 da Polícia Federal de Caxias do Sul/RS, às folhas 07 do processo digital, consta: Aos vinte dias do mês de agosto do ano de dois mil e treze, nesta cidade de São Francisco de Paula Estado do Rio grande do Sul, no prédio onde funciona a Delegacia de Policia, presente a Delegada de Policia Daniela Ruschel Malvasio, comigo, ... Cabrera de Paula servindo de Escrivão ai compareceu a DECLARANTE. Inquirida disse que reside na Avenida Independência, 38, há 25 anos. Diz ser viúva há ... anos e 08 meses. No imóvel residem alem da depoente, sua sobrinha EVA TERESINHA CORDOVA DOS SANTOS, a qual trabalha na Fabrica. Refere que a casa tem dois compartimentos. No debaixo é uma garagem com duas peças e no andar cima é onde a depoente reside com sua sobrinha. Hoje a policia esteve em sua casa apresentandolhe um Mandado de Busca. No local, na parte de baixo, em uma ... peças, a que tinha um cadeado, houve a apreensão de inúmeras caixas de cigarros. Em que lhe foi informado se trata de cigarros do Paraguai. Diz que o cigarro apreendidos pertence a MOACIR JOSE FROZZA, do bar da Belo. Comenta que MOACIR é casado com uma sobrinha da depoente. Refere que na peça onde o cigarro foi encontrado estava com um cadeado e quem tem a chave é MOACIR. Conta que no ano passa MOACIR usou esta peça e por dois meses armazenou cigarros. Nunca houve cobrança de aluguel daquele peça de MOACIR. Portanto, ainda que não haja prova que os maços de cigarro são de propriedade do Sr. MOACIR JOSE FROZZA, esse incorre na infração por manter em depósito e pela posse de cigarros de procedência estrangeira, consoante a letra do caput do artigo 3º do Decreto Lei de 399/68. Apesar do entendimento da DRJ, consubstanciado no Acórdão ora recorrido, há de se frisar que houve a juntada de Sentença (fls. 100 a 103), da 5ª Vara Federal de Caxias do Sul, de 16 de julho de 2015 (ou seja, posterior a data do Recurso Voluntário ora analisado), que absolveu o Contribuinte, nos seguintes termos do seu dispositivo: Diante do exposto, julgo improcedente a denúncia proposta pelo Ministério Público Federal para absolver o réu Moacir José Frozza, já qualificado, com base no art. 386, VII, do Código Processual Penal. Fl. 113DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 114 8 O referido artigo, do Código de Processo Penal, que baseia a absolvição do Contribuinte tem a seguinte redação: Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: (...) VII não existir prova suficiente para a condenação. Neste mesmo sentido observase que houve, também, a apresentação de Memoriais pelo Ministério Público Federal (fls. 91 a 98), em 31 de março de 2015, que requereu a absolvição do Contribuinte por insuficiências de provas, argumentando nos seguintes termos: A referida notíciacrime anônima e o depoimento da também denunciada MARIA CORDOVA no sentido de que MOACIR era o proprietário dos cigarros apreendidos na residência de MARIA, e o fato de o réu ter admitido que, em outras ocasiões, comercializou cigarros contrabandeados não são suficientes para embasar a sua condenação nos presentes autos. Pois os cigarros foram apreendidos na residência de MARIA CORDOVA, e não ficou demonstrado nos autos que o acusado frequentasse a casa desta, ou que mantivesse alguma relação comercial com ela. Portanto, tendo em vista que a Receita Federal do Brasil produziu o Auto de Infração deste processo com base na investigação policial e que esta mesma investigação, já na esfera judiciária, concluiu por não haver crime, uma vez que não há provas o suficiente para condenar o Contribuinte, entendo que não há como condenar o mesmo na esfera administrativa, pela insuficiência de provas da alegada conduta. Logo, entendo que a presente decisão deva seguir o entendimento consubstanciado na Sentença supracitada de forma que seja dado provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte. Valcir Gassen Relator Fl. 114DF CARF MF
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Numero do processo: 11516.002843/2006-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3301-000.272
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, por unanimidade de votos, entendeu-se por converter o presente julgamento em diligência, para que seja anexado aos presentes autos o inteiro teor da Solução de Consulta nº 117 - SRRF09/Diana.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente).
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, por unanimidade de votos, entendeu-se por converter o presente julgamento em diligência, para que seja anexado aos presentes autos o inteiro teor da Solução de Consulta nº 117 - SRRF09/Diana. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente).
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(assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 16 .0 02 84 3/ 20 06 -5 1 Fl. 263DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 11 2 Relatório Por economia processual, adoto o relatório constante da decisão embargada (fls. 243 e seguintes dos autos): Adoto o relatório da DRJ nos seguintes termos: Trata, o presente processo, de impugnação contra Auto de Infração efetuado em virtude de errônea classificação fiscal pelo sujeito passivo, conforme fls. 155 a 176. Em atendimento aos Mandados de Procedimento Fiscal – MPF e MPF Complementar nº 09.2.01.00.2005.0043561, fls. 1 e 2, a autoridade fiscal desenvolveu procedimento de fiscalização, tendo por objeto o Imposto sobre Produtos Industrializados, o que, ao final, redundou no lançamento tributário de fls. 170, no valor total de R$ 3.286.588,56. O montante do valor do crédito tributário exigido decorre da exigência de R$ 1.543.947,07, a título de imposto, R$ 584.681,44 a título de juros de mora e R$ 1.157.960,05, a título de multa. Consta nos autos que a interessada é estabelecimento industrial fabricante de tintas, esmaltes sintéticos e vernizes, thinner, diluentes, solventes, catalizadores PU, lacas, tingidores, aguarrás mineral e etc, constituindose, assim, em contribuinte do IPI. Conforme Termo de Verificação e Encerramento da Ação Fiscal de fls. 177 a 185, durante o procedimento de fiscalização foram efetuados outros autos de infração conforme processos 11516.002571/200609 e 11516.002677/200692, com as infrações neles apontadas. Quanto ao presente processo, as condutas infracionais imputadas ao contribuinte são as seguintes: a) A empresa adotou classificações fiscais para o produto CATALIZADOR PU resultando em falta de lançamento ou lançamento a menor do IPI, conforme DEMONSTRATIVO DO IPI NÃO LANÇADO, fls. 122. Conforme referido termo, a “classificação fiscal do CATALIZADOR PU no código 3824.90.32, com alíquota de 10% (fl. 108), tem por base as informações prestadas pela empresa e está amparada nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado 1ª e 6ª e notas explicativas nº 1, do capítulo 29, nº 4 do capítulo 32 e nº 3 da posição 3909 (IN 123/98), conforme detalhado nos itens 3.1.1.1, 3.1.1.2 e 3.1.1.3. b) Os SOLVENTES E DILUENTES, segundo as Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado 1ª e 3ª “a”, estão classificados na TIPI no código 3814.00.00, sujeitos a tributação do IPI à alíquota de 10% (fl. 107). Das classificações adotadas pela empresa resultou falta de lançamento ou lançamento a menor do IPI, por erro de classificação fiscal, por infringência ao disposto nos artigos 15, 16, 17 e 122 do Decreto nº 4.544, de 26/12/2002 (RIPI/02). Fl. 264DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 12 3 Foi elaborado o DEMONSTRATIVO DO IPI NÃO LANÇADO – THINNERS E DILUENTES, conforme fls. 122. O contribuinte tomou ciência do Auto de Infração em 17/10/2006 e apresentou sua defesa em 16/11/2006, em síntese, nos seguintes termos. 1. Em preliminar, alega a interessada a nulidade do lançamento em virtude do princípio da motivação (falta de clareza do lançamento), bem como, de a autoridade fiscal não ter alicerçado seu entendimento em prova pericial; 2. Inobservância por parte da autoridade administrativa do princípio do ônus da prova, assentandose o lançamento tributário em suas interpretações próprias; 3. Reprodução das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI), alegando, ao final, não ser lícito à Administração buscar posição mais vantajosa para exigir alíquota mais alta”; 4. Afirma que a classificação fiscal adotada pela empresa está correta, não devendo prevalecer aquela adotada pela autoridade fiscal, podendo o produto CATALISADOR PU ser classificado nos capítulos 39 ou 32, bastando ser considerados um prépolímero com 3 e 5 unidades monoméricas em média e que seja próprio para fabricação de tintas e vernizes, que nada mais é do que o emprego dado ao mercado; 5. Que em relação aos THINNERS e DILUENTES o fisco fundouse, tão somente, à falta de provas de que referido produto contivesse componentes aromáticos em teores acima de 65%; 6. Alega a inconstitucionalidade da Multa em face de seu caráter confiscatório, bem como a impossibilidade legal de cobrança de juros com base na taxa SELIC. A decisão recorrida encontrase assim ementada: 2ª Turma da DRJ/RPO Sessão de 27 de janeiro de 2012 Processo 11516.002843/200651 Interessado FARBEN S/A INDÚSTRIA QUÍMICA CNPJ/CPF 85.111.441/000113 ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2003 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DESCRIÇÃO DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL. Restando evidenciado que a descrição dos fatos e enquadramento legal encontramse suficientemente claros para propiciar o entendimento das infrações imputadas, descabe acolher alegação de nulidade do auto de infração. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Não tendo o contribuinte apresentado argumentos suficientes para ilidir a classificação fiscal adotada pela autoridade administrativa, que se mostra correta, há de se manter o lançamento de ofício. TAXA SELIC. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. ILEGALIDADES. INCONSTITUCIONALIDADES. O artigo 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, alude expressamente a juros (equivalentes à taxa referencial do sistema Selic), e não à correção monetária. Os juros de mora, com base na taxa SELIC, encontram previsão em normas regularmente editadas, não tendo o julgador administrativo competência para apreciar argüições de sua inconstitucionalidade e/ou ilegalidade, pelo dever de agir vinculadamente às mesmas. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. Fl. 265DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 13 4 A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada em 13/03/2012 (AR – fl. 218), foi interposto em 11/04/2012, o recurso voluntário de fls. 219 e seguintes, onde, em síntese, a Recorrente reitera os argumentos constantes de sua impugnação, sustentando que produz mais de vinte tipos de catalisadores, também chamados endurecedores, e dependendo do tipo do produto a classificação fiscal é diferente. Aduzindo também que na verdade o Fisco não teria discordado da classificação fiscal por ela adotada, vez que no período fiscalizado de 16.12.2002 a 20.10.2003 havia formulado referidos produtos com 65% ou mais de solventes aromáticos em sua composição, e como não teve oportunidade de juntar as suas ordens de produção, a autoridade simplesmente adotou a presunção, sem contudo certificarse de provar que os mencionados produtos não tinham mais de 65% de componentes aromáticos em sua formulação. Afirma por fim ter ocorrido vício material insanável, distante do erro de classificação fiscal quanto aos produtos “catalisadores pu”, bem como que teria sido contrariado o efeito vinculante da Solução de Consulta nº 117 – SRRF09/Diana, e em relação aos thiners e diluentes, que não houve comprovação do Fisco de que não continham 65% ou mais em sua formulação de solventes aromáticos. Ao analisar o caso, este Conselho entendeu, através do Acórdão nº 3301 002.117, por negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, sob o fundamento de que, para afastar a classificação fiscal adotada pela autoridade fiscal, seria necessário que o interessado comprovasse com argumentos e provas materiais, inclusive laudos técnicos especializados. A referida decisão restou assim ementada: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2003 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA O ENQUADRAMENTO. Para afastar a classificação fiscal adotada pela autoridade fiscal, é necessário que o interessado comprove com argumentos e provas materiais, inclusive laudos técnicos especializados. Recurso Improvido. O contribuinte, então, interpôs embargos declaratórios, através dos quais alega que a decisão recorrida teria incorrido nos seguintes vícios: (i) omissão/erro material diferentemente do que constou do relatório do acórdão vergastado, o recurso voluntário não teria apenas reiterado os argumentos constantes da sua impugnação e não teria tratado somente do debate a respeito dos CATALISADORES PU, pois aprofundaria o debate técnico mediante novos argumentos sobre a classificação adotada pela autoridade notificante tanto para os CATALISADORES PU como para os THINNERS e DILUENTES; Fl. 266DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 14 5 (ii) omissão/erro material o relator teria deixado de analisar em seu voto a classificação fiscal dos 20 tipos de CATALISADORES PU produzidos pela recorrente (omissão) e teria consignado que, conforme analisado pela decisão de primeira instância, não haveria sido formulada nenhuma consulta pela Recorrente (erro material); (iii) omissão quanto à classificação fiscal utilizada pela autoridade fiscal para os THINNERS e DILUENTES, a decisão não teria enfrentado o argumento do contribuinte de arbitrariedade da presunção utilizada, a qual teria sido fundada em meras suposições, face à inexistência de laudo comprobatório de que os produtos foram fabricados com menos de 65% de solventes aromáticos a ponto. É o relatório. Fl. 267DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 15 6 Voto Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões: Os Embargos Declaratórios opostos são tempestivos e reúnem os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deles conheço. Um dos argumentos trazidos pelo contribuinte em seus embargos foi no sentido de que teria havido omissão/erro material em razão de o relator ter deixado de analisar em seu voto a classificação fiscal dos 20 tipos de CATALISADORES PU produzidos pela recorrente (omissão), tendo consignado que, conforme analisado pela decisão de primeira instância, não haveria sido formulada nenhuma consulta pela Recorrente (erro material). Para que melhor se compreenda a discussão ora em debate, transcrevemse as passagens dos seguintes documentos constantes dos autos: (a) decisão da DRJ; (b) decisão do CARF; (c) embargos declaratórios opostos pelo contribuinte: Decisão da DRJ (fl. 209 dos autos) Ao querer atribuir validade ao lançamento somente após “parecer técnico”, a interessada deturpa integralmente o instituto. Curioso, que a própria interessada poderia ser mais diligente na classificação fiscal de seus produtos, inclusive utilizandose de perícias, ou de modo mais eficaz, de consulta fiscal, o que não fez. Ressaltese que a interessada não está obrigada a solicitar esclarecimentos prévios sobre eventual classificação fiscal de seus produtos, seja em consulta fiscal ou parecer técnico, sendo de sua exclusiva responsabilidade os atos de sua iniciativa, nos termos do artigo 20 e seu parágrafo único da Lei 4.502/64. Art . 20. O lançamento consistirá na descrição da operação que o originar e do produto a que se referir, na classificação fiscal dêste no cálculo do impôsto devido e no registro de seu valor, em parcela destacada, na guia ou na nota fiscal em que deva ser efetuado. Parágrafo único. O lançamento é de exclusiva responsabilidade do contribuinte. Nesse sentido, se comprovado pela autoridade fiscal que o contribuinte errou na classificação fiscal de seus produtos, legítima e necessária a reclassificação fiscal, em obediência às normas de tributação, ainda que essa reclassificação seja mais onerosa ao contribuinte, não configurando postura odiosa por parte do Ente tributante e sim obediência à legalidade. Acórdão nº 3301002.117 (fls. 246/247 dos autos) De acordo com a decisão recorrida a interessada, ora Recorrente, adotou, para um mesmo produto, várias classificações fiscais. O produto CATALIZADOR PU foi classificado nas seguintes posições: 3208.90.39 e 3824.90.32, no período de 01/2002 a 12/2002, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 16/12/2002 a 10/07/2003), alíquota de 5%; 3824.90.32, no período de 11/07/2003 a 01/08/2003, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 04/08/2003 a 31/05/2005, alíquota de 5% e a partir de 02/06/2005, adotou a classificação 2929.10.29, alíquota de 0%. Fl. 268DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 16 7 A autoridade fiscal classificou o produto na posição 3824.90.32, que estabelece uma alíquota de 10%, conforme item 3 do termo supracitado. Em sua defesa, para este produto, conforme fls. 195, a interessada afirma que a classificação fiscal por ela adotada está correta, afirmando através das informações técnicas de fls. 31 e seguintes, constando as seguintes justificativas: CATALISADORES Os produtos 175.010, 273.927, 273023, 273.725, 273.730, 273.925, 273.828, 273.750, 273.033, 273.021, 573.600 e 573.700 a partir de 02/06/2005 alteramos a classificação fiscal para 2929.1029. De acordo com a descrição abaixo através de uma análise técnica e comparação com o praticado no mercado, entendemos que esta é a classificação mais adequada para os produtos acima descrito e por nós comercializado; THINNERS E DILUENTES No período de 16/12/02 a 20/10/03 a classificação dos diluentes foi definida como 27.07.50.00, tendo em vista que a composição química dos produtos citados nesse período atendiam a especificação de conter 65% ou mais ( em volume) de solventes aromáticos em sua formulação Desta forma, conforme bem fundamentou o acórdão recorrido, para um mesmo produto, a interessada, ora Recorrente adotou várias classificações fiscais. O produto CATALIZADOR PU foi classificado nas seguintes posições: 3208.90.39 e 3824.90.32, no período de 01/2002 a 12/2002, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 16/12/2002 a 10/07/2003), alíquota de 5%; 3824.90.32, no período de 11/07/2003 a 01/08/2003, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 04/08/2003 a 31/05/2005, alíquota de 5% e a partir de 02/06/2005, adotou a classificação 2929.10.29, alíquota de 0%. A autoridade fiscal classificou o produto na posição 3824.90.32, que estabelece uma alíquota de 10%, conforme item 3 do termo supracitado. Em relação ao produto thinner ou diluente, a interessada adota a classificação 3814.00.00, com a qual a autoridade fiscal concorda. No período de 16/12/2002 a 20/10/2003, o produto thinner ou diluente foi classificado na posição 2707.50.00, tributado a alíquota 0%, sem contudo haver comprovação de que produto sob análise preenchia as condições necessárias para que pudesse ter tal enquadramento. Na análise dos autos, verifico que as regras foram devidamente observadas e os produtos devidamente classificados. Em relação à mencionada Solução de Consulta, ao contrário do que foi afirmado pela Recorrente, a decisão recorrida foi categórica em afirmar que não foi formulada nenhuma consulta. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (Grifos apostos). Embargos declaratórios (fls. 252/253) "Notese que em seu recurso voluntário a recorrente, primeiro, suscitou a necessidade de cancelamento do ato fiscal pela ocorrência de vício material insanável, pois, no que tange aos CATALISADORES PU, a autoridade notificante não aprofundou sua análise a cada tipo de produto industrializado pela recorrente, partindo da premissa de que existe apenas um tipo de CATALISADOR PU, e que, por isso, todos eles mereceriam ser indistintamente classificados sob a NCM 3824.90.32, o que ficou demonstrado ser um erro, principalmente, pela conclusão diversa a que chegou a própria Receita Federal do Brasil na Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, de 18 de maio de 2010, que Fl. 269DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 17 8 foi trazida aos autos por ocasião do recurso voluntário, segundo a qual tais produtos deveriam se classificar nas NCM 3208.90.39 e 3911.90.29. Acontece que, laborando com omissão e também erro material, o acórdão deixou de analisar a classificação dos 20 tipos de CATALISADORES PU produzidos pela recorrente e consignou que, conforme afirmado pela decisão de primeira instância, não haveria sido formulada nenhuma consulta pela recorrente. Todavia, nesse ponto, o vício é grosseiro. A uma, porque a decisão de primeira instância em momento algum se referiu à existência ou inexistência de qualquer Solução de Consulta, pois este tema definitivamente não havia sido objeto da impugnação. A duas, porque não poderia ser mesmo objeto da impugnação qualquer Solução de Consulta, já que a Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana é de 18.05.2010, enquanto a impugnação data da 16.11.2006. Portanto, é cronologicamente impossível ter havido o debate sobre a validade de Solução de Consulta na impugnação. Por isso é que a recorrente trouxe à baila, na íntegra, a Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana quando do seu recurso voluntário. A três, porque, ao partir dessa premissa, o acórdão embargado deixou de se manifestar quanto ao vício da notificação fiscal por colidência com o resultado da Solução de Consulta e o efeito vinculante desta, suscitado com base no princípio da retroatividade benigna da lei tribuária". Entendo que assiste razão ao contribuinte quanto ao tal ponto. Consoante se extrai da análise da decisão embargada, verificase que esta, de fato, incorreu em erro material ao dispor que "a decisão recorrida foi categórica em afirmar que não foi formulada nenhuma consulta". Isso porque, consoante apontou a Embargante, a indicação da solução de consulta que pretendia ver analisada (Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana de 18/05/2010) ocorreu apenas quando da interposição do Recurso Voluntário, não tendo sido objeto da Impugnação apresentada em 2006 pelo contribuinte. Logo, entendo que a DRJ, ao dispor que não fora apresentada consulta por parte do contribuinte, o fez em sentido genérico, dispondo que o contribuinte não se desincumbiu do ônus de comprovar que a classificação fiscal realizada pelo mesmo havia se dado corretamente. Ou seja, não tratou a decisão da DRJ da Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana de 18/05/2010. Contudo, uma vez apresentado pelo contribuinte em seu Recurso Voluntário um argumento novo, atinente à existência da Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, este Conselho deveria ter se pronunciado sobre o mesmo, tendo a decisão embargada incorrido em omissão/erro material ao não fazêlo. Até porque, é inquestionável a relevância do argumento trazido à tona pelo contribuinte, qual seja, existência de Consulta Fiscal em que a própria Receita Federal teria concluído pela classificação fiscal de determinados produtos objeto da presente autuação nos NCMs 3208.90.39 e 3911.90.29. A importância dessa análise decorre ainda do argumento do contribuinte de que a referida empresa produziria 20 tipos diferentes de CATALISADORES PU, ao passo a fiscalização considerou todos como sendo um só produto. A distinção entre os referidos CATALISADORES teriam sido analisados na referida Solução de Consulta. Fl. 270DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 18 9 Porém, cumpre destacar que, embora tenha o contribuinte alegado a existência da referida Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, tendo transcrito passagens da mesma em seu Recurso Voluntário, não juntou aos presentes autos o seu inteiro teor. Diante disso, entendo que a presente demanda seja convertida em diligência, no intuito de que seja anexado aos presentes autos o inteiro teor da Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, para que este Conselho possa analisar a sua extensão e aplicabilidade ao caso concreto ora analisado. É como voto. Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Fl. 271DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10467.901572/2011-45
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
IPI. RESSARCIMENTO. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS.
À luz do princípio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma empresa deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias.
IPI. RESSARCIMENTO. TITULARIDADE DO PEDIDO.
Havendo, ao final de cada trimestre-calendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento que poderá requerer o ressarcimento é o titular desses créditos.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3301-003.121
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(Assinado com certificado digital)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro.
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Ressarcimento. Recorrente BENTONISA BENTONITA DO NORDESTE S A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 IPI. RESSARCIMENTO. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. À luz do princípio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma empresa deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias. IPI. RESSARCIMENTO. TITULARIDADE DO PEDIDO. Havendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento que poderá requerer o ressarcimento é o titular desses créditos. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 7. 90 15 72 /2 01 1- 45 Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10467.901572/201145 Acórdão n.º 3301003.121 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da DRJ de Belém que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da empresa, não reconhecendo o direito ao ressarcimento de créditos do IPI, solicitado com amparo no artigo 11 da Lei 9.779/99. A razão que levou ao indeferimento do pleito foi a constatação de que os créditos cujo ressarcimento foi solicitado pelo contribuinte são referentes a aquisições da filial da empresa, localizada em outra jurisdição fiscal (DRF/Campina Grande), embora o PER tenha indicado como estabelecimento detentor do crédito a matriz, que, na verdade, não é contribuinte do IPI. A 3ª Turma da DRJ/BEL manteve o indeferimento na sua integralidade, por intermédio do Acórdão 01027.994, decisão que traz a seguinte ementa, transcrita na parte de interesse: RESSARCIMENTO. Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Em seu recurso voluntário, a Recorrente alega que: · Houve equívoco no PER/DCOMP quanto à indicação do CNPJ da matriz; · Não se pode negar que a Recorrente é sociedade una, sujeito de direitos e obrigações, detentora dos créditos solicitados, mesmo tendo sido legalmente adquiridos via filial, créditos estes de entradas de matériaprima e insumos destinados à industrialização; · Excluído o fato de que no PER/DCOMPs ocorreu a troca de CNPJ da filial pela matriz, isso é erro material perfeitamente corrigível administrativamente, por ser de fácil verificação e não depender de dilação probatória; · Não há que prosperar a negativa de existência dos créditos solicitados, considerando que tem direito a usufruílos, o que não pode ser elidido em função de simples erro material; · O erro material poderia ser resolvido com mero despacho orientativo sobre o procedimento correto a ser adotado; · A competência para reconhecimento dos créditos declarados na PER/DCOMP é da DRF/Campina Grande, que é de jurisdição do estabelecimento titular dos créditos (filial), por isso não é válido o indeferimento pela DRF/João Pessoa do pedido da Recorrente (jurisdição da matriz); · Não era da DRF/João Pessoa a competência para analisar a matéria, pois as notas fiscais são referentes a aquisições de insumos destinados à industrialização de betonita pela filial; Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10467.901572/201145 Acórdão n.º 3301003.121 S3C3T1 Fl. 4 3 · O que se pretende é fazer a retificação da declaração de compensação gerada no PER/DCOMP, por via eletrônica ou por meio de papel, apenas corrigindo o CNPJ, excluindo o da matriz e inserindo o da filial. Ao final, requer seja dado provimento integral ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório solicitado em ressarcimento. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.106, de 29 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10467.903839/200914, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.106): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. No PER/DCOMP 07361.38390.280205.1.1.010195 referente ao 4° trimestre de 2004, foi indicado como estabelecimento titular do crédito a ser ressarcido, o da matriz da Recorrente, todavia os créditos solicitados foram gerados pela filial (o contribuinte do imposto). Com razão a Recorrente ao alegar que se trata de mero erro formal, pois é incontroverso que a matriz não é estabelecimento industrial. O IPI é regido pelo princípio da autonomia dos estabelecimentos, o que implica na impossibilidade da apuração de créditos e débitos por um deles ser aproveitado por outro estabelecimento, ainda que matriz. Cumpri colacionar a legislação vigente à época: Decreto nº 4544/2002 (RIPI/2002) Art. 24 – São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte: (...) Parágrafo único – Considerase contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar (Lei nº 5.172, de 1966, art. 51, parágrafo único). (...) Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10467.901572/201145 Acórdão n.º 3301003.121 S3C3T1 Fl. 5 4 Autonomia dos Estabelecimentos Art. 313 – Cada estabelecimento, seja matriz, sucursal, filial, agência, depósito ou qualquer outro, manterá o seu próprio documentário, vedada, sob qualquer pretexto, a sua centralização, ainda que no estabelecimento matriz (Lei nº 4.502, de 1964, art. 57). (...) Art. 518 – Na interpretação e aplicação deste Regulamento, são adotados os seguintes conceitos e definições: I – as expressões ‘firma’ e ‘empresa’, quando empregadas em sentido geral, compreendem as firmas em nome individual, e todos os tipos de sociedade, quer sob razão social, quer sob designação ou denominação particular (Lei nº 4.502, de 1964, art. 115); II – as expressões ‘fábrica’ e ‘fabricante’ são equivalentes a estabelecimento industrial, como definido no art. 8º; III – a expressão ‘estabelecimento’, em sua delimitação, diz respeito ao prédio em que são exercidas atividades geradoras de obrigações, nele compreendidos, unicamente, as dependências internas, galpões e áreas contínuas muradas, cercadas ou por outra forma isoladas, em que sejam, normalmente, executadas operações industriais, comerciais ou de outra natureza; IV – são considerados autônomos, para efeito de cumprimento da obrigação tributária, os estabelecimentos, ainda que pertencentes a uma mesma pessoa física ou jurídica; V – a referência feita, de modo geral, a estabelecimento comercial atacadista não alcança os estabelecimentos comerciais equiparados a industrial; A Instrução Normativa SRF nº 210, de 2002, nos art. 14 e 32, prescrevia que: Art. 14. Os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), escriturados na forma da legislação específica, poderão ser utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. § 1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subseqüentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: (...) § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, mediante utilização do ‘Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI’, bem assim utilizálos na forma prevista no art. 21 desta Instrução Normativa. Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10467.901572/201145 Acórdão n.º 3301003.121 S3C3T1 Fl. 6 5 (...) Art. 32. A decisão sobre o pedido de ressarcimento de créditos do IPI caberá ao titular da DRF, Derat ou IRF Classe Especial que, à data do reconhecimento do direito creditório, tenha jurisdição sobre o domicílio fiscal do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos. Por sua vez, a Instrução Normativa SRF nº 460, de 2004, nos art. 16 e 43, prescrevia que: Art. 16. Os créditos do IPI, escriturados na forma da legislação específica, serão utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. § 1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subseqüentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: (...) § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, bem como utilizálos na compensação de débitos próprios relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF. (...) Art. 43. O reconhecimento do direito ao ressarcimento de créditos do IPI caberá ao titular da DRF ou da Derat que, à data do reconhecimento, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos. Dessa forma, para efeito da legislação do IPI, os estabelecimentos de uma mesma empresa são considerados autônomos, devendo cada um cumprir as obrigações tributárias previstas no RIPI, independentemente do fato de ser matriz ou filial. Cada estabelecimento emitirá suas próprias notas fiscais e escriturará os seus livros fiscais, que devem ser conservados no próprio estabelecimento. Todavia, restou demonstrado nos autos que o titular dos créditos era a filial. Assim, deve o pleito da Recorrente ser analisado pela DRF da filial, ou seja, a DRF/Campina Grande. No PER/DCOMPs ocorreu a troca de CNPJ da filial pela matriz, isso é erro passível de correção administrativa, já que é de fácil verificação e não depende de dilação probatória. Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10467.901572/201145 Acórdão n.º 3301003.121 S3C3T1 Fl. 7 6 Por conseguinte, não há que prosperar a negativa de análise dos créditos solicitados, cuja verificação é obrigatória pela DRF/Campina Grande. De fato, a competência para reconhecimento dos créditos declarados na PER/DCOMP é da DRF/Campina Grande, que é de jurisdição do estabelecimento titular dos créditos (filial), motivo pelo qual este processo deve ser remetido à essa unidade para análise do direito creditório da Recorrente. Para tanto, deve ser feita a retificação da declaração de compensação gerada no PER/DCOMP, para corrigir o CNPJ, excluindo o da matriz e inserindo o da filial. E, a posterior análise do pedido de ressarcimento, sendo imperiosa a manifestação a respeito da existência ou inexistência do direito aos créditos pleiteados. Do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para envio à DRF/Campina Grande para que seja retificado o PER/DCOMP 07361.38390.280205.1.1.010195, com a alteração do CNPJ da matriz pelo da filial e analisado o pedido de ressarcimento." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o PER/DCOMP foi preenchido com o CNPJ da matriz, sendo que os créditos do IPI foram apurados pela filial de Boa Vista/PB (CNPJ 09.185.877/000250), que é o estabelecimento industrial. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para envio à DRF/Campina Grande para que seja retificado o PER/DCOMP objeto deste processo, com a alteração do CNPJ da matriz pelo da filial e verificada a legitimidade dos créditos solicitados em ressarcimento. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 155DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10840.003047/2002-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002
Ementa:
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL DO DIREITO AO CRÉDITO TRAZIDA EM SEDE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE - NORMA DO § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972.
O momento oportuno e derradeiro para o contribuinte trazer aos autos do processo administrativo provas de seu direito creditório se dá na apresentação da manifestação de inconformidade. Deixar de apreciar provas trazidas à baila nessa ocasião viola a norma regente do procedimento administrativo tributário.
Recurso Voluntário provido
Numero da decisão: 3301-002.529
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Presidente.
FÁBIA REGINA FREITAS - Relatora.
EDITADO EM: 17/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Andrada Marcio Canuto Natal, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL DO DIREITO AO CRÉDITO TRAZIDA EM SEDE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE - NORMA DO § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972. O momento oportuno e derradeiro para o contribuinte trazer aos autos do processo administrativo provas de seu direito creditório se dá na apresentação da manifestação de inconformidade. Deixar de apreciar provas trazidas à baila nessa ocasião viola a norma regente do procedimento administrativo tributário. Recurso Voluntário provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Presidente. FÁBIA REGINA FREITAS - Relatora. EDITADO EM: 17/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Andrada Marcio Canuto Natal, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora).
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O momento oportuno e derradeiro para o contribuinte trazer aos autos do processo administrativo provas de seu direito creditório se dá na apresentação da manifestação de inconformidade. Deixar de apreciar provas trazidas à baila nessa ocasião viola a norma regente do procedimento administrativo tributário. Recurso Voluntário provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. FÁBIA REGINA FREITAS Relatora. EDITADO EM: 17/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Andrada Marcio Canuto Natal, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 30 47 /2 00 2- 67 Fl. 586DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Relatório Tratase, na origem, de pedido de ressarcimento, cumulado com declaração de compensação de créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, com base no art. 11 da Lei 9.779. A declaração foi entregue para conhecimento e análise da Secretaria da Receita Federal em 14 de agosto de 2002. (fls. 05/07) O pedido foi encaminhado à Delegacia de Fiscalização em de Ribeirão Preto, que determinou a intimação do contribuinte para prestar esclarecimentos (fl. 47/49). Tal notificação, recebida pelo contribuinte, foi atendida às fls. 49/51. Novas intimações e reintimações para que o contribuinte apresentasse mais documentos foram feitas às fls. 53/58. O contribuinte buscou atendêlas, como se comprova do protocolo de fls. 59. O processo foi encaminhado à Secretaria de Orientação e Análise Tributária – SAORT – em Ribeirão Preto, que propôs o indeferimento do pleito da contribuinte (fls. 63/65). O fundamento para o indeferimento foi a ausência de comprovação do direito creditório, na medida em que o contribuinte teria deixado de apresentar os documentos solicitados ao contribuinte. Em face do mencionado despacho, o contribuinte, ora recorrente apresenta Manifestação de Inconformidade às fls. 70/72, mediante a qual alega que o direito creditório está amparado pela documentação anexada, tanto nas respostas à fiscalização, como naquelas anexadas à mencionada defesa. A DRJ, analisando as questões trazidas nos autos, entendeu por bem desprovêlos por meio de aresto de fls. 563/567, entendendo que não cabe à Delegacia de Julgamento a apreciação dos documentos que deixaram de ser apresentados por ocasião da intimação do contribuinte para a comprovação de seu crédito. Sem tecer qualquer menção à idoneidade dessa documentação, invoca normas processuais para deixar de analisar o pleito e manter o indeferimento do pedido. É a ementa do julgado, in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. É ônus processual da interessada fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito. FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO. Quando documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Solicitação Indeferida. Em face do mencionado acórdão foi interposto recurso voluntário de fls. 576/583, mediante o qual o contribuinte, essencialmente, reiterou as razões expostas na manifestação de inconformidade, pugnando pela aplicação da verdade material ao caso em tela e pela consequente anulação do julgamento a quo. Trouxe à baila inúmeros julgados desse Eg. Conselho para corroborar seu posicionamento. É o relatório. Fl. 587DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10840.003047/200267 Acórdão n.º 3301002.529 S3C3T1 Fl. 3 3 Voto Conselheira FÁBIA REGINA FREITAS O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. A questão trazida nesses autos é simples e consiste em saber se a documentação comprobatória do crédito pleiteado, quando levada a conhecimento no procedimento administrativo, por ocasião da Manifestação de Inconformidade é válida e pode ser reconhecida para fins de comprovação do direito creditório pleiteado. A despeito de todo o informalismo que rege o processo administrativo tributário, há determinadas normas que devem ser observadas. Nesse contexto, quanto à comprovação do direito creditório, o § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, estabelece que a prova documental tem que ser apresentada na impugnação, salvo os casos expressos abaixo mencionados, verbis: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) No caso dos autos foi precisamente isso que ocorreu: O contribuinte a despeito de não haver carreado aos autos a documentação que comprovava seu crédito no momento da resposta à intimação da SAORT de Osasco, trouxe essa mesma documentação quando da interposição da Manifestação de Inconformidade. Veja: O contribuinte trouxe os documentos necessários à comprovação do seu direito no momento da impugnação ao Despacho Decisório, o que revela evidente acerto de sua parte. Por outro lado, andou mal o v. aresto recorrido ao decidir, com base na Lei nº 9784, que a documentação trazida pelo contribuinte deveria ter sido apresentada anteriormente. Isso porque a Lei nº 9784 apenas seria aplicável ao procedimento administrativo tributário se o Decreto nº 70.235, de 1972 fosse omisso quanto ao aspecto atinente à apresentação da documentação, o que, como visto, não é. Diante desse fato, tendo o contribuinte trazido à baila toda a documentação pertinente no momento que a legislação específica aponta como momento oportuno para tanto, qual seja, na interposição da Manifestação de Inconformidade, que nada mais é que a Impugnação ao Despacho Decisório, encontrase equivocado o entendimento explicitado pela r. decisão recorrida. Fl. 588DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Essa, inclusive, a posição consolidada por esse Eg. CARF que, analisando casos em que a documentação comprobatória do crédito foi apresentada apenas por ocasião da interposição do Recurso Voluntário, assim se manifestou: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/04/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE. Cabe ao interessado o ônus da prova da certeza e liquidez do crédito utilizado na declaração de compensação. INOVAÇÃO NO ARGUMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO. O Interessado deve apresentar as questões de direito e de fato na manifestação de inconformidade, bem como anexar todos os documentos que provem os fatos constitutivos do seu direito, precluindo a faculdade de fazêlo em outro momento, ressalvadas as hipóteses constantes do mesmo dispositivo legal (PA 10510.903654/201151, Cons. Belchior Melo de Sousa, Julgado em 28/05/2014) Veja que nesse precedente, bem como em inúmeros outros, esse Eg. CARF é pacífico em afirmar que o direito de comprovar a liquidez do crédito pleiteado se dá no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade. No caso dos autos a documentação foi apresentada exatamente nesse momento, donde deveria a Eg. Delegacia de Julgamento a quo ter se debruçado sobre os documentos e alegações e analisado o direito. Não o fazendo, aplicou mal a norma, tendo violado seus termos, bem como contrariado a jurisprudência desse Conselho. CONCLUSÃO Diante de todo o exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao presente Recurso Voluntário para anular a decisão a quo e, evitandose suprimir instância, determinar o retorno desses autos à DRJ para julgamento do mérito do direito creditório. FÁBIA REGINA FREITAS Relatora. Fl. 589DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13609.720728/2011-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 27 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Exercício: 2006
IPI.CRÉDITOS BÁSICOS. FALTA DE PROVA QUANTO AO NÃO APROVEITAMENTO PARA APURAÇÃO DO CRÉDITO. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE.
O aproveitamento integral, pela Fiscalização, de planilha de crédito apresentada pela própria Contribuinte pressupõe a consideração, no processo de apuração de todos os créditos a que teria direito. Eventual crédito não inserido em planilha apresentada pela própria Contribuinte exige demonstração cabal da sua existência e origem, o que não se verificou. Recurso Voluntário cuja fundamentação, por ser genérica, não ilide as razões da decisão recorrida. Fundamentação deficiente.
IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. FALTA DE LEGITIMIDADE. AQUISIÇÃO DE INSUMOS PARA INDUSTRIUALIZAÇÃO DE PRODUTOS COM SAÍDA NÃO TRIBUTADA.
Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.
IPI. SAÍDAS COM SUSPENSÃO. CONDICIONANTES. FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO DEFICIENTE.
Não se conhece de recurso quando de sua fundamentação não se puder constatar o objeto da controvérsia dos autos. Fundamentação deficiente. Ausência de insurgência quanto aos fundamentos da decisão recorrida .
QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO.
A falta de destaque na nota fiscal do IPI devido na operação não caracteriza ocultação da ocorrência do fato gerador, nem mesmo alteração de sua natureza, o que afasta a caracterização de conduta tipificadora de sonegação.
Numero da decisão: 3301-002.371
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Fábia Regina Freitas - Relatora.
EDITADO EM: 15/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Andrada Marcio Canuto Natal, Antonio Mario de Abreu Pinto, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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FALTA DE PROVA QUANTO AO NÃO APROVEITAMENTO PARA APURAÇÃO DO CRÉDITO. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. O aproveitamento integral, pela Fiscalização, de planilha de crédito apresentada pela própria Contribuinte pressupõe a consideração, no processo de apuração de todos os créditos a que teria direito. Eventual crédito não inserido em planilha apresentada pela própria Contribuinte exige demonstração cabal da sua existência e origem, o que não se verificou. Recurso Voluntário cuja fundamentação, por ser genérica, não ilide as razões da decisão recorrida. Fundamentação deficiente. IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. FALTA DE LEGITIMIDADE. AQUISIÇÃO DE INSUMOS PARA INDUSTRIUALIZAÇÃO DE PRODUTOS COM SAÍDA NÃO TRIBUTADA. Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. IPI. SAÍDAS COM SUSPENSÃO. CONDICIONANTES. FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO DEFICIENTE. Não se conhece de recurso quando de sua fundamentação não se puder constatar o objeto da controvérsia dos autos. Fundamentação deficiente. Ausência de insurgência quanto aos fundamentos da decisão recorrida . QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO. A falta de destaque na nota fiscal do IPI devido na operação não caracteriza ocultação da ocorrência do fato gerador, nem mesmo alteração de sua natureza, o que afasta a caracterização de conduta tipificadora de sonegação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 72 07 28 /2 01 1- 15 Fl. 3640DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Fábia Regina Freitas Relatora. EDITADO EM: 15/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Andrada Marcio Canuto Natal, Antonio Mario de Abreu Pinto, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora). Relatório Tratase, na origem, de Auto de Infração mediante o qual a Fiscalização exige Imposto sobre Produtos Industrializados –IPI– relacionado a fatos geradores compreendidos entre janeiro e dezembro de 2006 e acréscimos legais (juros e multa), no montante de R$ 5.912.972,98 (fl. 3528). Segundo informação contida na autuação o lançamento decorreu dos seguintes fatores (fls. 3524/3527): 1 – IPI sobre as vendas de produtos de fabricação própria – Não foi justificado motivo pelo qual a empresa deixou de destacar, em suas notas fiscais de saída, o valor do IPI sobre produtos de sua fabricação própria. Assim, não havendo dado para comprovar o efetivo recolhimento do tributo, foram lançados valores de IPI no período, considerando as alíquotas relacionadas aos Códigos NCM relacionados a cada um dos produtos da recorrente. 2 – IPI sobre transferência de produção para estabelecimento da mesma empresa – Como a recorrente não indicou, nas notas fiscais de saída de seu estabelecimento, que as transferências de mercadorias/produção estavam contempladas pela suspensão do IPI, nem se preocupavam em apontar a base legal dessa suspensão, a fiscalização lavrou o competente auto; 3 – Aproveitamento de créditos simples – Foram aproveitados, para a apuração do IPI devido, todos os créditos descritos na planilha apresentada em resposta ao Termo de Intimação 01, relativos à aquisição de insumos utilizados em seu processo produtivo. 4 – Após a confrontação dos débitos e créditos apurados, o valor de IPI devido, segundo a fiscalização, foi lançado por meio de Auto de Infração juntamente com os consectários legais pertinentes. Fl. 3641DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13609.720728/201115 Acórdão n.º 3301002.371 S3C3T1 Fl. 3 3 Apresentada impugnação (fls. 3536/3555), mediante a qual alega que (i) a fiscalização não considerou, de forma integral, os débitos de IPI decorrentes da aquisição de insumos para fabricação própria; (ii) foram indevidamente desconsiderados os créditos de IPI decorrentes das saídas de produtos NT, alíquota zero e imunes; (iii) deve ser afastada a exigência do tributo decorrente da transferência de produtos entre estabelecimentos da mesma empresa; e (iv) pede a redução da multa qualificada (150%). A DRJ de Juiz de Fora (fls. 3607/3614) proveu parcialmente a impugnação da recorrente apenas para reduzir a multa qualificada. É o que se extrai da seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Exercício: 2006 IPI. SAÍDAS COM SUSPENSÃO. CONDICIONANTES. Somente será permitida a saída ou o desembaraço de produtos com suspensão do imposto quando observadas as normas regulamentares e as medidas de controle expedidas pela SRF. IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. FALTA DE LEGITIMIDADE. Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. IPI.CRÉDITOS BÁSICOS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE MATERIALIDADE. A Lei nº 9.779/99 confere o direito de creditamento do IPI nas aquisições que derem origem a saídas isentas ou tributadas à alíquota zero; porém há de haver comprovação de que a autoridade fiscal, ao computar os créditos legítimos, teria omitido tais valores. IPI. QUALIFICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO. FALTA DE LEGITIMIDADE. INOCORRÊNCIA DE AÇÃO TÍPICA. A falta de destaque na nota fiscal do IPI devido na operação não caracteriza ocultação da ocorrência do fato gerador, nem mesmo alteração de sua natureza, o que afasta a caracterização de conduta tipificadora de sonegação. Impugnação Procedente em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. Nessa oportunidade, convém firmar, que a Delegacia de Julgamento esclareceu que a “Contribuinte optou por não impugnar os débitos apurados no período auditado (julho a dezembro de 2006)” – fl. 3611. De fato, não se questionou, em momento algum, a existência de débitos. A lide foi instaurada apenas sobre os créditos e sobre a multa aplicada. Irresignada, a Contribuinte apresenta Recurso Voluntário às fls. 3620/3635, mediante o qual, quanto às razões de mérito, repisa os mesmíssimos fundamentos deduzidos em sua impugnação. Apenas no tocante à multa reduzida, que entende ser ainda extorsiva em vista da situação da empresa (em recuperação judicial), traz as mesmas doutrinas e violações constitucionais aos princípios da razoabilidade e da capacidade contributiva. É o relatório. Fl. 3642DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Voto Conselheira Fábia Regina Freitas O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. Primeiramente, necessário delimitar a lide instaurada pela Impugnação apresentada que, no entender dessa Relatora, consubstanciouse no direito do contribuinte aos créditos supostamente não aproveitados pela fiscalização, bem como no direito ao reconhecimento da suspensão do tributo por ocasião da transferência da sua produção entre estabelecimentos da mesma empresa e a redução da multa aplicada. No tocante ao mérito, entendo que a Contribuinte, em seu Recurso Voluntário, deixou de impugnar os fundamentos deduzidos pela decisão a quo. Nesse diapasão entendo que o provimento do voluntário, nesse espeque, está prejudicado. De fato, para que esse Colegiado pudesse analisar a alegação contida no apelo, seria necessário que o contribuinte tivesse demonstrado, efetivamente, que, de fato, não foram aproveitados os créditos pleiteados. Quando menos, deveria ter demonstrado que na planilha apresentada pela própria recorrente e que foi integralmente aceita pela Fiscalização não estavam abrangidos os créditos decorrentes de aquisição de insumos para produção de produtos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota zero. A simples alegação de violação sem a correspondente e necessária fundamentação jurídica do direito no caso concreto enseja a desconsideração dos argumentos recursais por deficientes, pois não dão a exata compreensão da controvérsia. No caso concreto, a Fiscalização, em seu Relatório de Auditoria (fl. 3527), apontou que “Em atendimento ao Termo de Intimação n° 01, apresentou a empresa as planilhas nas quais apura os créditos a que teria direito, decorrentes da aquisição de insumos utilizados em seu processo produtivo. Após a verificação, por amostragem, das notas fiscais de entrada nas quais a empresa se baseou para elaborar as planilhas, foram estes créditos integralmente aceitos na presente apuração.” Em contrapartida a esse fato, a contribuinte, ora recorrente, limitase a aduzir que a Fiscalização deixou de considerar seus créditos sem, contudo, demonstrar, de forma efetiva, que esses mesmos créditos não estavam inseridos na planilha apresentada à Fiscalização. Nesse passo, inclusive, é de se perguntar por que a contribuinte, quando intimada, não teria inserido esses créditos na planilha. A situação do caso concreto é, no mínimo, duvidosa. Como se verifica, os argumentos deduzidos pela recorrente e que são simplesmente repetição daqueles constantes na sua Impugnação, não tem o condão de modificar o julgado a quo, merecendo desprovimento. Acrescentese, ainda, quanto aos insumos utilizados para fabricação de produtos NT, que esse Colegiado já firmou entendimento, consubstanciado na Súmula CARF n. 20, que reza: Fl. 3643DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13609.720728/201115 Acórdão n.º 3301002.371 S3C3T1 Fl. 4 5 Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Assim, também nesse ponto, o provimento do recurso estaria prejudicado pela edição do Verbete supra. Também no tocante ao direito à suspensão do IPI no tocante à transferência entre estabelecimentos da mesma empresa, entendo que as alegações trazidas pelo contribuinte são deficientes e não ilidem o fundamento da autuação. Assim, também nesse aspecto, nego provimento ao recurso. Por fim, quanto à alegação de que a multa de ofício no percentual de 75% não é razoável para o contribuinte, que se encontra em recuperação judicial, violando os princípios constitucionais da equidade, da razoabilidade, da proporcionalidade, da conservação da empresa, da capacidade contributiva e do direito de propriedade, deixo de conhecer da matéria, invocando, para tanto, o disposto na Súmula CARF n. 02: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Declaração de Voto CONCLUSÃO Diante de todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário do contribuinte. Brasília, 28 de maio de 2014. Fábia Regina Freitas Relatora. Fl. 3644DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Fl. 3645DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 15/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 17220.000432/2010-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 25 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Mar 27 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2007
Ementa:
PIS - COFINS - LANÇAMENTO NA PENDÊNCIA DE CAUSA SUSPENSIVA DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. SÚMULA Nº 5 DO CARF. - Nos termos do enunciado da Súmula nº 5, do CARF, São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Como não foram constatados os depósitos relativos ao crédito tributário objeto do lançamento de ofício, lavrado para prevenir a decadência, deve incidir os juros, eis que se verifica a mora do sujeito passivo.
AÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. DISPENSA DE LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. HIPÓTESES. - Mesmo havendo demanda judicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, a verificação de falta de escrituração de tributo apurado e respectiva declaração à Administração Pública, impõem seja efetivado o lançamento tributário, que decorre de atividade vinculada e
obrigatória da autoridade administrativa, sob pena de responsabilidade funcional (art. 142, do CTN)
AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DE OBJETOS E CAUSA DE PEDIR. RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. SÚMULA Nº 1 DO CARF - Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo.
Numero da decisão: 3301-001.984
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente o recurso, e por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso, na parte conhecida, nos termos do voto da relatora.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Fábia Regina Freitas - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Ano-calendário: 2007 Ementa: PIS - COFINS - LANÇAMENTO NA PENDÊNCIA DE CAUSA SUSPENSIVA DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. SÚMULA Nº 5 DO CARF. - Nos termos do enunciado da Súmula nº 5, do CARF, São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Como não foram constatados os depósitos relativos ao crédito tributário objeto do lançamento de ofício, lavrado para prevenir a decadência, deve incidir os juros, eis que se verifica a mora do sujeito passivo. AÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. DISPENSA DE LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. HIPÓTESES. - Mesmo havendo demanda judicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, a verificação de falta de escrituração de tributo apurado e respectiva declaração à Administração Pública, impõem seja efetivado o lançamento tributário, que decorre de atividade vinculada e obrigatória da autoridade administrativa, sob pena de responsabilidade funcional (art. 142, do CTN) AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DE OBJETOS E CAUSA DE PEDIR. RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. SÚMULA Nº 1 DO CARF - Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2007 Ementa: PIS COFINS LANÇAMENTO NA PENDÊNCIA DE CAUSA SUSPENSIVA DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. SÚMULA Nº 5 DO CARF. Nos termos do enunciado da Súmula nº 5, do CARF, “São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral”. Como não foram constatados os depósitos relativos ao crédito tributário objeto do lançamento de ofício, lavrado para prevenir a decadência, deve incidir os juros, eis que se verifica a mora do sujeito passivo. AÇÃO JUDICIAL. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. DISPENSA DE LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA. HIPÓTESES. Mesmo havendo demanda judicial que suspenda a exigibilidade do crédito tributário, a verificação de falta de escrituração de tributo apurado e respectiva declaração à Administração Pública, impõem seja efetivado o lançamento tributário, que decorre de atividade vinculada e obrigatória da autoridade administrativa, sob pena de responsabilidade funcional (art. 142, do CTN) AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DE OBJETOS E CAUSA DE PEDIR. RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. SÚMULA Nº 1 DO CARF Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 22 0. 00 04 32 /2 01 0- 17 Fl. 115DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente o recurso, e por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso, na parte conhecida, nos termos do voto da relatora. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Fábia Regina Freitas Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ Florianópolis (fls. 90/94) que julgou improcedente a Impugnação apresentada pelo contribuinte (fls. 35 a 40) que contrapôs ao Auto de Infração lavrado para constituir as contribuições COFINSImportação e PIS/PASEPImportação de mercadoria. De acordo com o relatório da DRJ, temos que houve um Auto de Infração lavrado para constituir algumas contribuições acrescidas de “juros de mora calculada até 30/04/2010, incidente na operação de importação da mercadoria submetida a despacho pela declaração de importação (DI) n. 07/03715849, constituindo o crédito tributário no valor de R$ 6.083,12 (fls. 01 a 30)”. Verificase que o Auto de Infração foi lavrado para prevenir que os créditos tributários descaíssem, uma vez que o contribuinte havia conseguido por meio de liminar (proc. n. 2007.71.08.0017082 – Mandado de Segurança), a suspensão do recolhimento das citadas contribuições, já que na Justiça Federal, havia a discussão da legalidade e a constitucionalidade do art. 7 da Lei n. 10865/2004. Nesse sentido, consta às fls. 90/94 que na sessão de 25/11/2011, a 2º Turma da DRJ/FNS proferiu o acórdão nº 0726.820 cuja ementa segue abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 22/03/2007 JUROS DE MORA. NATUREZA. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 17220.000432/201017 Acórdão n.º 3301001.984 S3C3T1 Fl. 3 3 Os juros de mora não têm natureza punitiva e a suspensão da exigibilidade do crédito tributário não suspende sua fluência. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 22/03/2007 PRODUÇÃO DE PROVA. COMPLEMENTAÇÃO. Dispensável a complementação de provas quando os elementos que integram os autos revelamse suficientes para formação da convicção e consequente julgamento do feito. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignado, o contribuinte, devidamente cientificado, interpôs Recurso Voluntário às fls. 104/110 por meio do qual contesta o referido Acórdão, pedindo a invalidação do auto de infração nº 1010700/01117/10, reconhecendo a inexistência de juros de mora e requerendo por consequência a formalização de novo auto de infração, lançando unicamente o crédito decorrente da diferença entre o valor entendido como correto pela Receita Federal e o efetivamente pago pelo contribuinte conforme base de cálculo ajustada pela decisão liminar da Justiça Federal. É o relatório. Voto Conselheira Fábia Regina Freitas O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. É sabido por todos, que existe entendimento no Judiciário e no próprio CARF de que o Fisco não poderia lavrar auto de infração e aplicar penalidades, no caso, juros de mora, enquanto o contribuinte estiver respaldado por medida liminar suspendendo a exigibilidade do crédito tributário, justamente porque o contribuinte que está discutindo em juízo com liminar não está cometendo qualquer infração. Verificando essa situação, esclareço que o § 2º do artigo 63 da Lei 9.430/96 estabelece que a interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. Contudo a referida lei nada fala sobre a incidência de juros. Apesar disto, do caso em tela, inferese das alegações do contribuinte que, se a exigibilidade do crédito tributário está suspensa por força de Fl. 117DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 medida liminar, o contribuinte não estaria em mora, razão pela qual não se justifica a imputação de juros moratórios. Dentre as mais variadas alegações dos contribuintes, procurar o Judiciário com o intuito de conseguir uma decisão para afastar o dever de recolher o tributo, não caracteriza nenhum tipo de infração. Desta forma, não pode o contribuinte ser responsabilizado por acréscimos decorrentes da mora, simplesmente porque não há mora, sob pena de se penalizar o ingresso no Judiciário. Contudo, o CARF não adotou este entendimento e editou a Súmula nº 5, do seguinte teor: “São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral”. Por sua vez, o STJ tinha decisões nos dois sentidos, mas, recentemente, a Fazenda Nacional opôs embargos de divergência, unificando o entendimento da Corte de Justiça. Neste julgamento, o STJ decidiu, em acordão publicado no DJE em 24/04/2013, que “no período compreendido entre a concessão de medida liminar e a denegação da ordem incide correção monetária e juros de mora ou a Taxa SELIC, se for o caso”. Eis a ementa do julgado: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE NO PERÍODO DE VIGÊNCIA DE LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA. JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. EMBARGOS ACOLHIDOS. 1. Divergência jurisprudencial configurada entre acórdãos da Primeira e Segunda Turmas no tocante à possibilidade de incidência de juros de mora sobre o tributo devido no período compreendido entre a decisão que concede liminar em mandado de segurança e a denegação da ordem. 2. “Denegado o mandado de segurança pela sentença, ou no julgamento do agravo dela interposto, fica sem efeito a liminar concedida, retroagindo os efeitos da decisão contrária” (Súmula 405/STF). 3. “A multa moratória pune o descumprimento da norma tributária que determina o pagamento do tributo no vencimento. Constitui, pois, penalidade cominada para desestimular o atraso nos recolhimentos. Já os juros moratórios, diferentemente, compensam a falta da disponibilidade dos recursos pelo sujeito ativo pelo período correspondente ao atraso” (Leandro Paulsen, Direito tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência . 12ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora ESMAFE, 2012, p. 1.105). Fl. 118DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 17220.000432/201017 Acórdão n.º 3301001.984 S3C3T1 Fl. 4 5 4. O art. 63, caput e § 2º, da Lei 9.430/96 afasta tão somente a incidência de multa de ofício no lançamento tributário destinado a prevenir a decadência na hipótese em que o crédito tributário estiver com sua exigibilidade suspensa por força de medida liminar concedida em mandado de segurança ou em outra ação ou de tutela antecipada. 5. No período compreendido entre a concessão de medida liminar e a denegação da ordem incide correção monetária e juros de mora ou a Taxa SELIC, se for o caso. Afastada a imposição de multa de ofício. 6. Embargos de divergência acolhidos. (Embargos de Divergência em RESP nº 839.962 – MG (2010/01424420). Embora haja esse recente julgado autorizando a incidência de juros de mora sobre os valores acobertados por liminar, é importante informar que o Mandado de Segurança n. 2007.71.08.0017082, teve a sua liminar publicada em 12/03/2007, nos seguintes termos: “(...) DEFIRO a liminar para determinar que seja excluído da base de cálculo do PIS / COFINS sobre a importação o valor do ICMS e das próprias contribuições, autorizando que a impetrante proceda ao registro da declaração de importação nestes termos, relativamente ao desembaraço dos equipamentos importados constantes da fatura 1039505 e OE061200072 e licença de importação 06/14144709”. Após as tentativas feitas pela União em derrubar a liminar, o caso foi sentenciado e teve a sua publicação no dia 06/07/2007, trazendo como sentença o seguinte: “(...) Pelo exposto, ratifico a liminar e concedo a segurança, a fim de determinar seja excluído da base de cálculo do PIS/COFINS sobre a importação do equipamento referido na inicial o ICMS e as próprias contribuições”. (Grifo nosso) A União inconformada acabou interpondo o Recurso de Apelação, que por sua vez foi julgado e teve o seu acórdão publicado em 20/02/2008, cuja ementa é a seguinte: TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÕES AO PIS E À COFINS. IMPORTAÇÃO. EXIGIBILIDADE. BASE DE CÁLCULO. VALOR ADUANEIRO. ACRÉSCIMOS CONFERIDOS PELA LEI Nº 10.864/2004. IMPOSSIBILIDADE. 1. Vindo o alargamento das hipótese de incidência das exações em comento talhado através de emenda constitucional (EC 42/2003), não há alegar o contribuinte a ofensa ao § 4º, do artigo 195, da CF. E com efeito, quando a regra constitucional Fl. 119DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 menciona a possibilidade de "manutenção" e "expansão" da seguridade social, via instituição de novas fontes de receita, assim o faz tendo em mente acaso se fizessem tais inovações no plano legislativo ordinário, o que não foi o caso, posto que fixada a regra matriz no próprio texto magno. 2. A e. Corte Especial deste Tribunal, em julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade na AC 2004.72.05.0033141, em 22.02.2007 (DJU: 14.03.2007), sob a relatoria do eminente Desembargador Federal Antônio Albino Ramos de Oliveira, rematou a controvérsia relativa à apuração da base de cálculo do PIS e da COFINS sobre importações de bens ou serviços, declarando a inconstitucionalidade da expressão "acrescido do valor do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS incidente no desembaraço aduaneiro e do valor das próprias contribuições" trazida na parte final do inciso I do artigo 7º da Lei nº 10.865/04, por ter ultrapassado os limites do conceito de valor aduaneiro, tal como disciplinado nos DecretoLei nº 37/66 e Decreto 4.543/2002, em afronta ao disposto no artigo 149, § 2º, III, a, da Constituição Federal. 3. Apelação e remessa oficial desprovidas. Houve recursos apresentados pela União, entretanto, todos foram declarados prejudicados, o que acabou prevalecendo o pleito do contribuinte. Tornase importante destacar que o houve o trânsito em julgado do caso em 16/05/2013. Até aqui, podemos fazer duas afirmações: (1) Com base no entendimento trazido pelo STJ e pela Súmula nº 5 do CARF, haveria permissão para incidência de juros de mora sobre os créditos tributários com a exigibilidade suspensa por meio de liminar. (2) Assisti razão o lançamento feito pela autoridade lançadora, entretanto, uma vez que o pleito do contribuinte foi confirmado pelo TRF4 com decisão transitada em julgado, tornase vazio o lançamento efetuado. Resta tratar de uma questão que acabou surgindo após o lançamento tributário feito pela autoridade fiscal para prevenir a decadência. Haveria concomitância entre processo administrativo e judicial nesse caso? O art. 38 da Lei 6.830/198013 encontrase assim redigido: "Art. 38. A discussão judicial da dívida ativa da Fazenda Pública só é admissível em execução, na forma desta lei, salvo as hipóteses de mandado de segurança, ação de repetição do indébito ou ação anulatória do ato declarativo da dívida, esta precedida do depósito preparatório do valor do débito, monetariamente corrigido e acrescido dos juros e multa de mora e demais encargos. Parágrafo único. A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto." Fl. 120DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 17220.000432/201017 Acórdão n.º 3301001.984 S3C3T1 Fl. 5 7 Assim, por força do referido dispositivo legal, a opção pela discussão de determinada exigência fiscal perante o Poder Judiciário implica renúncia à via administrativa e desistência de eventual recurso pendente naquela esfera. Foi editado pelo CoordenadorGeral do Sistema de Tributação (COSIT), outrossim, o Ato Declaratório Normativo 3/1996, declarando, em caráter normativo, que: "a) a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa a renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto; b) consequentemente, quando diferentes os objetos do processo judicial e do processo administrativo, este terá prosseguimento normal no que se relaciona à matéria diferenciada (por exemplo, aspectos formais do lançamento, base de cálculo etc.); c) no caso da letra 'a', a autoridade dirigente do órgão onde se encontra o processo não conhecerá de eventual petição do contribuinte, proferindo decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida, se for o caso, encaminhando o processo para a cobrança do débito, ressalvada a eventual aplicação do disposto no art. 149 do CTN; d) na hipótese da alínea anterior, não se verificando a ressalva ali contida, procederseá a inscrição em dívida ativa, deixandose de fazêlo, para aguardar o pronunciamento judicial, somente quando demonstrada a ocorrência do disposto nos incs. II (depósito do montante integral do débito) ou IV (concessão de medida liminar em mandado de segurança), do art. 151 do CTN; e) é irrelevante, na espécie, que o processo tenha sido extinto, no Judiciário, sem julgamento do mérito (art. 267 do CPC)." De acordo com os dispositivos legais e regulamentos transcritos, a propositura de medida judicial implica renúncia ao direito de discussão, na esfera administrativa, da mesma matéria. A questão ora em exame diz respeito, a saber, se esta renúncia/concomitância exige equivalência de pedidos e mesma causa de pedir, ou seja, se seria possível à discussão simultânea acerca da mesma exigência fiscal, nas esferas administrativa e judicial, envolvendo pedidos ou causas de pedir distintos. Entendo que a identidade de "objetos" exigida pelo ADN COSIT 03/1996 deva ser interpretada como atinente à identidade, cumulativa, de pedidos e de causa de pedir. A concomitância diz respeito a pretender ou não o contribuinte discutir, nas duas esferas, as mesmas matérias, o que apenas se verificará quando coincidentes os pedidos e as causas de pedir. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 Assim se impõe não apenas em observância à aplicação subsidiária do quanto disposto no art. 301, § 2.º, do CPC, mas, também, como resultado de razoável interpretação do referido art. 38 da Lei 6.830/1980, que não pode ser tido como suficiente a cercear o direito do contribuinte ao julgamento, pelos órgãos administrativos competentes, dos fundamentos jurídicos que não tenham sido submetidos à apreciação judicial. A interpretação do art. 38 da Lei 6.830/1980, de forma consentânea com os princípios constitucionais de direito de petição ao Poder Público (art. 5.º, XXXIV, a, da CF/1988), contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV) implica limitar a renúncia ali prevista aos temas e fundamentos jurídicos específicos e coincidentes. Há, neste sentido, diversos precedentes administrativos como se verifica, dentre outros, dos Acórdãos CSRF/0305.569, CSRF/0105.371 e CSRF/0304.025. Também o STJ já decidiu que: "1. Incide o parágrafo único do art. 38 da Lei 6.830/1980, quando a demanda administrativa versar sobre objeto menor ou idêntico ao da ação judicial. 2. A exegese dada ao dispositivo revela que: "O parágrafo em questão tem como pressuposto o princípio da jurisdição una, ou seja, que o ato administrativo pode ser controlado pelo Judiciário e que apenas a decisão deste é que se torna definitiva, com o trânsito em julgado, prevalecendo sobre eventual decisão administrativa que tenha sido tomada ou pudesse vir a ser tomada. (...) Entretanto, tal pressupõe a identidade de objeto nas discussões administrativa e judicial" (Leandro Paulsen e René Bergmann Ávila. Direito processual tributário. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003. p. 349). (...) 5. Originárias de uma mesma relação jurídica de direito material, despicienda a defesa na via administrativa quando seu objeto subjugase ao versado na via judicial, face a preponderância do mérito pronunciado na instância jurisdicional. 6. Mutatis mutandis, mencionada exclusão não pode ser tomada com foros absolutos, porquanto, o contrário sensu, tornase possível demandas paralelas quando o objeto da instância administrativa for mais amplo que a judicial. 7. Outrossim, nada impede o reingresso da contribuinte na via administrativa, caso a demanda judicial seja extinta sem julgamento de mérito (CPC, art. 267), pelo que não estará solucionado a relação do direito material (REsp 840.556/AM, 1.ª T., j. 26.09.2006, rel. p/ acórdão Min. Luiz Fux,)”. Cumpre ter presente, por fim, que a renúncia não se verifica quando, ainda que coincidentes pedidos e causa de pedir, não tenha sido a medida judicial proposta pelo mesmo contribuinte vinculado ao processo administrativo (ausente, assim, o requisito de identidade de partes, cumulativamente exigido no art. 301, § 2.º, do CPC, antes referido). É o que se verifica, por exemplo, quando o tema é objeto de mandado de segurança coletivo, impetrado por alguma das entidades elencadas no art. 5.º, LXX, da CF/1988. Por tais razões, já entendeu o CARF que "A impetração de mandado de segurança coletivo, por substituto processual, não se Fl. 122DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 17220.000432/201017 Acórdão n.º 3301001.984 S3C3T1 Fl. 6 9 configura hipótese em que se deva declarar a renúncia à esfera administrativa" (Câmara Superior de Recursos Fiscais, Ac 920200.278, 2.ª T. da 2.ª Câm., j. 22.09.2009, dentre outros). Apenas haverá concomitância entre processo administrativo e judicial quando o mesmo contribuinte integrar diretamente ambos os processos, limitandose a concomitância aos objetos e fundamentos jurídicos coincidentes. É necessária a equivalência de pedidos e a identificação da mesma causa de pedir, sendo obrigatório o exame, na esfera administrativa, dos temas e fundamentos jurídicos não coincidentes. Nesse contexto, fica evidente que o contribuinte deu inicio a discussão judicial via Mandado de Segurança (ano 2007) para discutir a “exclusão da base de cálculo do PIS / COFINS sobre a importação o valor do ICMS e das próprias contribuições, fazendo que haja apenas” a incidência do valor aduaneiro. Por sua vez, a autoridade lançadora tentou “forçar” uma lide via Auto de Infração (ano 2010), para discutir os valores das contribuições que não haviam sido recolhidos e consequentemente que deveriam incidir com juros de mora. Embora já haja decisão transitada em julgado a favor do contribuinte, não posso deixar de afirmar que houve concomitância na discussão dos processos, tendo em vista que o auto de infração acaba discutindo indiretamente a matéria que foi justamente tratada na via judicial. Vale ressaltar que a existência de medida judicial suspendendo a exigibilidade do crédito implica apenas essa consequência jurídica na esfera administrativa (impedir o conhecimento da defesa e recursos). Não impede o lançamento do crédito, mas tão somente a instauração e manutenção do contencioso administrativo diante da identidade de discussões nas duas esferas. Obstáculo mesmo representará apenas na fase de cobrança, impedindo a propositura de correspondente execução fiscal. Tratase de matéria já sumulada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) por meio da Súmula nº 01, nos seguintes termos: “Súmula CARF nº 01. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Assim, por força no disposto no § 4º do art. 72, do Regimento Interno do CARF (RICARF), obrigatoriamente, aplicase esta súmula ao presente caso. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 Conclusão Com essas considerações, voto por conhecer parcialmente do recurso voluntário, negando conhecimento a matéria vinculada ao trânsito em julgado do processo supracitado, e na parte conhecida nego provimento. Sala das Sessões, em 25 de julho de 2013. Fábia Regina Freitas Relatora. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 13005.000262/2006-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 26 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Apr 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/1992 a 28/02/1996
Ementa:
CRÉDITOS DE PIS DEFERIDO EM AÇÃO JUDICIAL. PER/DCOMP
CUSTAS JUDICIAIS E HONORÁRIOS ADVOCATICIOS.
A lei somente autoriza compensação de créditos judiciais de natureza
jurídico-tributária, conforme art. 74 da Lei n° 9.430/96 e IN SRF n° 460/04.
Numero da decisão: 3301-002.624
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Presidente.
FÁBIA REGINA FREITAS - Relator.
EDITADO EM: 16/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Fábia Regina Freitas (Relatora)
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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PER/DCOMP CUSTAS JUDICIAIS E HONORÁRIOS ADVOCATICIOS. A lei somente autoriza compensação de créditos judiciais de natureza jurídicotributária, conforme art. 74 da Lei n° 9.430/96 e IN SRF n° 460/04. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. FÁBIA REGINA FREITAS Relator. EDITADO EM: 16/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Andrada Márcio Canuto Natal, Fábia Regina Freitas (Relatora) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 5. 00 02 62 /2 00 6- 70 Fl. 253DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Relatório Tratase, na origem, de pedido de habilitação de crédito decorrente de decisão judicial, formulado pela ora recorrente, o qual foi deferido pela autoridade fiscal. Ciente do deferimento da mencionada habilitação, a ora recorrente enviou a competente PER/DCOMP em 08/05/2006 e 02/06/2006, mediante a qual pretendia a compensação do crédito de PIS oriundo de decisão judicial em cuja composição encontravam se inseridos valores atinentes a custas processuais recolhidas pela recorrente na mencionada ação e honorários advocatícios. Analisando a PER/DCOMP encaminhada, a D. DRF de Santa Cruz do Sul/RS entendeu por bem reconhecer em parte o crédito pleiteado pela contribuinte. Nesse momento, concluiu a delegacia que quanto ao crédito de PIS com incidência da SELIC o direito é certo, razão pela qual homologou as compensações pretendidas. No entanto, no tocante ao crédito decorrente de honorários advocatícios e custas processuais, indeferiu o pleito ao fundamento de que tais valores não representam tributos ou contribuições administrados pela Receita Federal do Brasil, donde tais montantes não poderiam ser utilizados como crédito tributário para fins de pedido de restituição/compensação junto à RFB. Ciente do indeferimento parcial de seu pedido, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, cujos fundamentos encontramse assim resumidos: BREVE RESUMO DOS FATOS • no presente processo a instituição busca a compensação de valores indevidamente recolhidos a título de PIS, cujo crédito foi reconhecido pela Justiça Federal nos atos do processo de repetição de indébito n° 2002.71.11.0046834, que tramitou na vara Federal de Santa Cruz do Sul; • refere à decisão administrativa. Do DIREITO À COMPENSAÇÃO • o indeferimento da utilização de valores relativos a custas judiciais e honorários advocatícios em restituição e/ou compensação tributária, na medida em que contraria o disposto no art. 74 da Lei n° 9.430/96 e nos artigos 1°, 50 e 51 da IN SRF 600/2005, conforme decisão administrativa, em face dos fundamentos legais elencados, não se coaduna com o melhor direito; • a decisão não merece prosperar, eis que o inciso V do § 2° do art. 51 da IN SRF n° 600, de 2005, se refere à desistência da execução do titulo judicial ou a comprovação da renúncia à sua execução, bem assim a assunção de todas as custas e os honorários advocatícios, referentes ao processo de execução; • da análise dos documentos que instruem o processo denotase que a instituição não procedeu à cobrança de seu crédito mediante processo de execução. Ao contrário, utilizouse do procedimento administrativo para reaver o crédito constante da sentença transita em julgado; • o crédito da instituição é composto de honorários advocatícios, ressarcimento das custas judiciais e da repetição do tributo indevidamente recolhido aos cofres da União. O Acórdão do TRF/45 R é expresso ao condenar a União a pagar honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação e &terminar que a compensação somente poderá ser efetivada após o trânsito em julgado da ação:, Fl. 254DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13005.000262/200670 Acórdão n.º 3301002.624 S3C3T1 Fl. 3 3 • a instituição não procedeu ai processo executivo. Tão somente encaminhou pedido administrativo de compensação de crédito judicialmente reconhecido, não se podendo afirmar que os ônus processuais não se inserem nesse crédito, pois, ao apresentar resistência ao pedido da instituição, a União assume oà ônus daí decorrentes. E isso é regra processual, não podendo a parte alterar a sentença transita em julgado; • não se cogita de desistência de honorários e custas judiciais em processo de execução, já que a instituição foi desistente da própria ação executiva, optando pela compensação, administrativa, o que é mais benéfic% à Administração, pois evita mais dispêndios processuais, tais como custas e honorários de advogado; • a legislação é clara ao determinar que a sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas que antecipou e os honorários advocatícios, nos exatos termos do art. 20 do CPC. Não é demais frisar que as verbas em questão constituem o título executivo em favor da instituição, que, sopesando as benesses legais e sociais, optou pela compensação administrativa, o que vem a atender o interesse público, pois mais benéfico a este; • não há como resignarse com a decisão administrativa, eis que ela tem como fundamento a desistência do processo em fase de execução, o que não é o caso. O titulo judicial não foi executado, já que a concretização do comando judicial foi atendida pelo procedimento administrativo, mais vantajoso, menos dispendioso. Isso não significa ter havido qualquer renúncia a direito, muito menos ao ressarcimento das custas e o pagamento de honorários, ambos integrantes da condenação, só cindiveis por conveniência da parte, o que não é o caso; • é incontroverso que a instituição tem direito ao pedido indeferido administrativamente, se devendo reformar a decisão recorrida com o fito de deferir a restituição postulada, devidamente atualizada, com os índices oficiais admitidos pelo órgão fiscal. Do PEDIDO • requer seja deferido o pleito da instituição, remetendose o processo à DRJ em Santa Maria, reformandose a decisão recorrida, no sentido de reconhecer à instituição o direito à restituição postulada nos autos, devidamente atualizada, incluídas as custas judiciais e os honorários advocatícios, até final pagamento. A DRF de origem despachou na fl. 166. A Delegacia de Julgamento de Santa Maria entendeu por bem desprover a mencionada Manifestação em aresto de fls. 178/183, cuja ementa adiante se transcreve, litteris: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1992 al28/02/1996 CRÉDITOS DEFERIDOS JUDICIALMENTE. COMPENSAÇÃO ADMINISTRATIVA. A lei somente autoriza compensação de créditos judiciais de natureza jurídicotributária, ou seja, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e pertencentes ao próprio sujeito passivo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 255DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Direito Creditório Não Reconhecido Em face do mencionado aresto, a ora recorrente interpôs Recurso Voluntário às fls. 212/220, reiterando os mesmos fundamentos já expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheira FÁBIA REGINA FREITAS O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. A pretensão da ora recorrente não merece acolhida. É que as normas atinentes às compensações no âmbito tributário são claras em reconhecer o direito à compensação desde que os créditos informados sejam decorrentes de tributo ou contribuição administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Ademais, o valor atinente aos honorários advocatícios, a despeito de constituírem valores inseridos na condenação judicial, pertencem ao advogado da causa e não ao Autor da causa. Nesse contexto, analisando o voto exarado pela D. Delegacia a quo, concluí pela absoluta correção de suas razões, razão pela qual adoto seus termos como razão de decidir, verbis: é evidente pretensão de compensação de receita não tributária, não administrada pela RFB, que a instituição, considerandoa indevida, pretendeu incluir em compensações com débitos tributários apontados em PER/DCOMPs transmitidos em 08/05/2006 e 02/06/2006. No que tange à compensação tributária, o art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, assim dispõe: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei n° 10.637, de 2002) 1° A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Incluído pela Lei n° 10.637, de 2002) () Fl. 256DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13005.000262/200670 Acórdão n.º 3301002.624 S3C3T1 Fl. 4 5 À época da transmissão dos PER/DCOMPs, a restituição e a compensação tributária no âmbito da RFB (antes Secretaria da Receita FederalSRF) era disciplinada pela IN SRF n° 460, de 2004, depois revogada pela 1N SRF n° 600; de 2005 (essa posteriormente revogada pela IN RFB n° 900, de 2008). O estudo da legislação apontada permite inferir ser possível promover se a compensação de quantias recolhidas ao Tesouro Nacional, a titulo de tributo ou contribuição administrada pela RFB, com débitos de natureza tributária também administrados pelo Órgão. A IN SRF n° 460; de 2004, ao tratar da compensação efetuada pelo sujeito passivo, assim prescrevia: Art. 26. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrados pela SRF, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela SRF. §1° A compensação de que trata o caput será efetuada pelo sujeito passivo mediante apresentação à SRF da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOA1P ou, na impossibilidade de sua utilização, mediante a apresentação à SRF do formulário Declaração de Compensação constante do Anexo VI, ao qual deverão ser anexados documentos comprobatórios do direito creditório. As Instruções Normativas n's 600, de 2005, e 900, de 2008, tratam o tema da mesma forma (respectivamente, arts. 26 e 34). "Depreendese, assim, que havendo crédito relativo à receita tributária administrada pela RFB, passível de restituição ou ressarcimento, esse poderá ser compensado com débitos tributários próprios, vencidos ou vincendos. No entanto, este não é o caso constatado nos autos, eis que os valores relativos a custas judiciais e honorários advocatícios não representam receita tributária. Aliás, devese observar que as custas processuais são taxas adiantadas pela parte para remunerar os serviços públicos, sendo compreendida pelas despesas, que abrangem todos os demais gastos efetuados pela parte para a realização dos atos processuais, tais como honorários periciais, diárias de testemunha e indenização de viagem. A esse respeito, transcrevese lição de Yone Dolácio de Oliveira, citada por Nelson Nery Júnior e Rosa Maria de Andrade Nery: Custas e emolumentos judiciais e extrajudiciais são taxas reniuneratórias de serviços públicos que ensejam o exercício de missão essencialmente estatal: " conferir fépública a atos e documentos, certificar a legitimidade de situações, possibilitar o exercício de direitos subjetivos privados e públicos, possibilitar a garantia da prestação jurisdicional do estado (..). Tais serviços são específicos (..), são divisíveis (..). São compulsórios (.). Estão sujeitas aos princípios tributários de anterioridade da lei e da ilegalidade. (A natureza jurídica das custas judiciais, p. 168/169, in Código de Processo Civil e Legislação Processual Civil Extravagante em Vigor, 6 ed. São Paulo: RT, p. 313) Também de ver que o STF, no julgamento do RE n° 470407DF (Relator o Min. Marco Aurélio), assentou que os advogados têm direito Fl. 257DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 não só aos honorários convencionados' como também aos fixados por arbitramento e na definição da sucumbência artigo 22 — sendo explícito o artigo 23 ao estabelece que os honorários incluídos na condenação, pôr arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido a seu favor. Repito mais uma vez que os honorários advocatícios consubstanciam, para os profissionais liberais do direito, prestação alimentícia. Portanto, nenhuma das verbas pretendidas em compensação tem natureza tributária específica. Ademais, consoante o § 3°, inciso VIII, da IN SRF n° 460, de 2004, não podiam ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, de declaração de compensação, os créditos que não fossem passíveis de restituição ou de ressarcimento. Tal disposição foi mantida pelas Instruções Normativa nos 600, de 2005, e 900, de 2008 (respectivamente, arts. 26, § 3°, inciso VIII, e 34, inciso I, alínea e, e inciso XI). Assim, se tratando as custas judiciais e os honorários advocatícios de receitas não tributárias, não administradas pela RFB, não podem elas ser utilizadas em compensação com débitos de natureza tributária no âmbito deste Órgão, conforme pretendido, devendo ser mantida a decisão administrativa de origem. Ante o exposto voto no sentido da improcedência total da manifestação de inconformidade apresentada. CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto no sentido de desprover o Recurso Voluntário. Brasília, 26 de março de 2015. FÁBIA REGINA FREITAS Relatora Fl. 258DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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