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Numero do processo: 13888.901089/2014-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2009
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
Numero da decisão: 1402-003.051
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade do Acórdão a quo e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone (presidente).
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2009 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade do Acórdão a quo e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, mantendo a decisão recorrida, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Edgar Bragança Bazhuni, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Paulo Mateus Ciccone (presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 10 89 /2 01 4- 41 Fl. 46DF CARF MF Processo nº 13888.901089/201441 Acórdão n.º 1402003.051 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório A origem do litígio aqui presente remonta ao Despacho Decisório exarado em relação ao pedido original da contribuinte expresso em PER/DCOMP apresentado perante a Autoridade Tributária de sua jurisdição e no qual buscou ver reconhecido seu direito creditório e consequente compensação com débitos de sua responsabilidade. O requerido foi indeferido sob entendimento do DD de que "a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Irresignada, a contribuinte interpôs manifestação de inconformidade que, apreciada em 1ª Instância pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (fls. nos autos), foi julgada improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Discordando do r. decisum, a contribuinte interpôs recurso voluntário tempestivo no qual reafirma a correção de seu procedimento e requer a reforma da decisão de 1º Piso de forma a reconhecer o direito creditório buscado e homologar a compensação requerida, aduzindo, em síntese, os seguintes argumentos: PRELIMINARMENTE 1. que, “a r. decisão primitiva sequer detalhou ou especificou por quais razões o contribuinte ora recorrente não possuiria o crédito que alega possuir, eis que haviam vários outros elementos que poderiam, e deveriam, ser analisados, e se os fossem, certamente permitiriam inferirse de modo diverso, análise esta que era condição sine qua non para alicerçar as razões de decidir do despacho decisório”; 2. que, “em outras palavras, foi dificultado ao recorrente repelir, amplamente, a decisão do julgador de primeiro grau, o que é direito constitucionalmente assegurado. A falta destes elementos concretos, fundamentos embasados na legislação, e de dados que pudessem permitir ao contribuinte contra razoar o r. despacho rescisório implicam na anulação do mesmo, pois ao não garantir o amplo direito de defesa à recorrente, o r. despacho decisório avilta também, conseqüentemente, o princípio do devido processo legal”; 3. que, “na falta de elementos que confiram ao contribuinte chance de defenderse amplamente da r. decisão do órgão fiscal originário, o presente processo administrativo não terá seu deslinde normal, razão pela contrariouse o consagrado devido processo legal”; 4. que, “ante à ausência de fundamentos legais imprescindíveis, desde o momento em que foi exarado o r. despacho decisório o curso deste processo administrativo foi atingido por uma nulidade, o que somente poderá ser sanada Fl. 47DF CARF MF Processo nº 13888.901089/201441 Acórdão n.º 1402003.051 S1C4T2 Fl. 4 3 através da integral anulação do processo administrativo desde o início, inclusive do V. Acórdão recorrido que manteve o despacho decisório”; 5. que, “requerse que estes Ínclitos Julgadores em sede prelibatória anulem este processo administrativo desde o r. despacho decisório de origem, determinando o retorno dos autos à origem para que seja preferida decisão compatível com os princípios que norteiam os processos administrativos”. NO MÉRITO Depois de fazer breve histórico da COFINS e do PIS, aponta para decisão prolatada pelo STF acerca da inclusão do ICMS na base de cálculo naquelas contribuições. Literalmente: “Recentemente a matéria foi definitivamente arraigada pelo C. Supremo Tribunal Federal quando do julgamento do Recurso Extraordinário nº 240.7852 MG, onde o contribuinte se consagrou vencedor e foi definitivamente julgada a questão no sentido de que se deve excluir o ICMS da base de cálculo do PIS e COFINS. Oportuno ressaltar os ensinamentos do Min. Marco Aurélio que nos autos do aludido julgamento cravou: (...) Assim, somente se pode concluir que o valor do ICMS não pode ser incluído na base de cálculo da COFINS e do PIS, por não ser incluído no conceito de "faturamento", mas mero "ingresso" na escrituração contábil das empresas, razão pela qual por todas as razões aqui expendidas, bem assim pelo quanto retro sustentado, é que se faz de solar clareza a necessidade de reformar a r. decisão guerreada e homologar as compensações levadas a termo através das PERDCOMPs cotejadas. Reiterese, porque se cuida de decisão recente e nova no mundo tributário, posto que o Supremo Tribunal Federal decidiu definitivamente que o ICMS não entra na base de cálculo da Cofins e do PIS (Recurso Extraordinário nº 240.7852 MG), de modo que a inclusão do ICMS na base de cálculo das Contribuições ao PIS e à Cofins é ilegítima e inconstitucional, pois fere o princípio da estrita legalidade previsto no artigo 150, I da CF/88 e 97 do CTN, o artigo 195, I, “b” da CF/88 e o art. 110 do CTN, porque receita e faturamento são conceitos de direito privado que não podem ser alterados, pois a Constituição Federal os utilizou expressamente para definir competência tributária, pelo que resta evidente o crédito da Recorrente e se requer a reforma do V. Acórdão neste particular para que sejam definitivamente homologadas as compensações levadas a termo pelo contribuinte recorrente”. DO DIREITO DO CONTRIBUINTE À COMPENSAÇÃO Prossegue argumentando ter direito à compensação em face da exclusão do ICMS das bases de cálculo do PIS e da COFINS e que, por este motivo, “caberia à Autoridade recorrida verificar o crédito do Recorrente, para aferir pela sua procedência ou não, sendo certo que se assim o fizesse a autoridade administrativa singular, certamente homologaria a compensação em Fl. 48DF CARF MF Processo nº 13888.901089/201441 Acórdão n.º 1402003.051 S1C4T2 Fl. 5 4 apreço, sendo que de tudo quanto exposto, somente se pode inferir que o V. Acórdão em questão deve mesmo ser reformado, o que se requer adiante”. DO PEDIDO E conclui requerendo “o regular processamento, ulterior apreciação, concessão de efeito suspensivo e PROVIMENTO TOTAL ao presente RECURSO VOLUNTÁRIO, para o fim de reformar o V. Acórdão exarado pela instância a quo, para que, preliminarmente, seja reformado o V. Acórdão recorrido para que seja anulado o vertente processo administrativo, nos moldes da fundamentação supra, tendo em vista a ofensa ao princípio do contraditório e do devido processo legal, e para que, no seu mérito, seja reformado o V. Acórdão recorrido para que sejam homologadas as almejadas compensações e finalmente reconhecido o crédito da Recorrente”. É o relatório do essencial, em apertada síntese. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.018, de 11/04/2018, proferido no julgamento do Processo nº 13888.901078/2014 61, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.018): "O Recurso Voluntário é tempestivo e dotado dos pressupostos para sua admissibilidade, pelo que o recebo e dele conheço. Afasto, de plano, a preliminar de nulidade do acórdão a quo, tendo em vista não presentes quaisquer fatos que pudessem levar a esta decisão. De fato, o que se observa é a irresignação da recorrente em razão da decisão de 1º Piso lhe ter sido desfavorável e não porque tenha o aresto qualquer ponto ou item que afronte a legislação ou atos processuais e possa levar à sua anulação. Digase, o acórdão foi prolatado em estrita obediência às normas legais e regimentais, foram apreciadas todas as provas e Fl. 49DF CARF MF Processo nº 13888.901089/201441 Acórdão n.º 1402003.051 S1C4T2 Fl. 6 5 documentos acostados aos autos e analisada a manifestação da contribuinte. Se o decidido lhe foi desfavorável não significa nulidade. Só entendimento da Turma Julgadora. Preliminar rejeitada. Passo ao mérito. Sabidamente, o ônus da prova cabe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito (Código do Processo Civil – CPC/1973, art. 333, I; atual CPC, artigo 373, I). No caso de pedidos de ressarcimento ou restituição, o interessado deve trazer provas de que possui direito líquido e certo contra a Fazenda Pública e assim deve ser repetido tributariamente para recompor o patrimônio subtraído por pagamento de um tributo de forma indevida. Não o fazendo, suas alegações ficam meramente neste terreno e seu direito se perde. Em outro dizer, a existência de crédito líquido e certo é requisito legal para a concessão da compensação (CTN, art. 170). Pelo princípio da Indisponibilidade do Interesse Público e pela vinculação da função pública, é inadmissível que a RFB aceite a extinção do tributo por compensação com crédito que não seja comprovadamente certo nem possa ser quantificado. Concretamente, se o DARF indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta. No caso, o DARF foi utilizado para pagamento do tributo confessado na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), informação da lavra da própria contribuinte. É certo que este quadro pode ser alterado. Mas isso exige prova concreta por parte da contribuinte, afinal é ela a autora e para modificar o ato administrativo cabelhe demonstrar onde está o erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Não o fazendo – como não o fez , o indeferimento permanece. Acresçase que, concretamente, a contribuinte não acostou um documento sequer, nem escrituração contábil ou fiscal que possa mostrar o direito que alega ter. Sua linha de argumento limitase em afirmar que a Suprema Corte (em decisão ainda sem efeito erga omnes) teria decidido pela exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais (PIS e COFINS), sem sequer quantificar o reflexo disso em seus demonstrativos contábeis. Fl. 50DF CARF MF Processo nº 13888.901089/201441 Acórdão n.º 1402003.051 S1C4T2 Fl. 7 6 Ou seja, meras alegações sem que tenham vindo aos autos quaisquer provas, cálculos ou decisão que lhe aproveitasse. Sabidamente, a base de cálculo das Contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS é o faturamento. E que só pode ser mudado por via legislativa ou decisão judicial, esta que aproveite individualmente a recorrente ou que seja prolatada com efeito erga omnes. Não há, no caso, nem um nem outro. Desse modo, especificamente quanto ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, somente podem ser excluídos da receita (base de cálculo do PIS e da COFINS) o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário, no regime cumulativo, e a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação em ambos os regimes. Admitir qualquer outra exclusão equivaleria a afastar a aplicação da lei, o que é vedado na esfera administrativa. Portanto, essa discussão é estéril em sede de julgamento administrativo. Finalmente, como bem observado pela decisão de 1º Piso, a recorrente transmitiu inúmeras declarações de compensação informando como crédito passível de compensação um único DARF e nos pedidos de compensação formalizados pela recorrente, os débitos que intenta compensar ultrapassam – e muito o valor desse suposto crédito. Por fim, não se olvide, só se permite compensação com a utilização de créditos dotados de liquidez e certeza (art. 170, do CTN): Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) E valores incomprovados não possuem estes requisitos. A jurisprudência administrativa é pacífica em torno do tema: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o Fl. 51DF CARF MF Processo nº 13888.901089/201441 Acórdão n.º 1402003.051 S1C4T2 Fl. 8 7 pagamento indevido ou maior que o devido. (Acórdão nº 10323579, sessão de 18/09/2008) Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantendo a decisão recorrida.' Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, rejeito a preliminar de nulidade do Acórdão a quo e, no mérito, nego provimento ao recurso voluntário mantendo a decisão recorrida. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 52DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.002902/2005-64
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2002
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. PRETERIÇÃO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE.
O fato de não ter sido fornecido ao contribuinte documento ao qual o Despacho Decisório faz referência pode ter prejudicado a compreensão da decisão contra a qual lhe competia se manifestar, importando portanto em cerceamento de direito de defesa.
NULIDADE. SUPERAÇÃO. MÉRITO FAVORÁVEL.
Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta (art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/1972).
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2002
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. REVISÃO DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO.
Para que o tributo possa ser considerado como devido não basta a mera revisão, pela autoridade fiscal, da declaração de ajuste anual, devendo necessariamente haver a constituição do crédito tributário como condição para a sua cobrança nos termos do artigo 142 do CTN.
DECLARAÇÃO MANUAL. ALTERAÇÃO DE PROCEDIMENTOS PARA MODELO ELETRÔNICO. RETIFICAÇÃO. POSSIBILIDADE FACE À PECULIARIDADE DO CASO.
Embora a retificação da DCOMP para a inclusão de débitos novos (valores adicionais) esteja vedada, isso não impede a retificação de código de recolhimento declarado na DCOMP, mantendo-se os mesmos valores, no contexto dos autos em questão, em que houve primeiramente declaração manual, seguida de orientações para a transmissão eletrônica tendo em vista a alteração de procedimentos operada pela própria Receita Federal.
Numero da decisão: 1401-002.404
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, superar a nulidade apontada para, no mérito, dar integral provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente
(assinado digitalmente)
Livia De Carli Germano - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Abel Nunes de Oliveira Neto, Leticia Domingues Costa Braga, Daniel Ribeiro Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
Nome do relator: LIVIA DE CARLI GERMANO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. PRETERIÇÃO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. O fato de não ter sido fornecido ao contribuinte documento ao qual o Despacho Decisório faz referência pode ter prejudicado a compreensão da decisão contra a qual lhe competia se manifestar, importando portanto em cerceamento de direito de defesa. NULIDADE. SUPERAÇÃO. MÉRITO FAVORÁVEL. Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta (art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/1972). Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. REVISÃO DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO. Para que o tributo possa ser considerado como devido não basta a mera revisão, pela autoridade fiscal, da declaração de ajuste anual, devendo necessariamente haver a constituição do crédito tributário como condição para a sua cobrança nos termos do artigo 142 do CTN. DECLARAÇÃO MANUAL. ALTERAÇÃO DE PROCEDIMENTOS PARA MODELO ELETRÔNICO. RETIFICAÇÃO. POSSIBILIDADE FACE À PECULIARIDADE DO CASO. Embora a retificação da DCOMP para a inclusão de débitos novos (valores adicionais) esteja vedada, isso não impede a retificação de código de recolhimento declarado na DCOMP, mantendo-se os mesmos valores, no contexto dos autos em questão, em que houve primeiramente declaração manual, seguida de orientações para a transmissão eletrônica tendo em vista a alteração de procedimentos operada pela própria Receita Federal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, superar a nulidade apontada para, no mérito, dar integral provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Abel Nunes de Oliveira Neto, Leticia Domingues Costa Braga, Daniel Ribeiro Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
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SALDO NEGATIVO. Recorrente VIA ENGENHARIA S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. PRETERIÇÃO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. O fato de não ter sido fornecido ao contribuinte documento ao qual o Despacho Decisório faz referência pode ter prejudicado a compreensão da decisão contra a qual lhe competia se manifestar, importando portanto em cerceamento de direito de defesa. NULIDADE. SUPERAÇÃO. MÉRITO FAVORÁVEL. Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta (art. 59, § 3º, do Decreto 70.235/1972). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. REVISÃO DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO. Para que o tributo possa ser considerado como devido não basta a mera revisão, pela autoridade fiscal, da declaração de ajuste anual, devendo necessariamente haver a constituição do crédito tributário como condição para a sua cobrança nos termos do artigo 142 do CTN. DECLARAÇÃO MANUAL. ALTERAÇÃO DE PROCEDIMENTOS PARA MODELO ELETRÔNICO. RETIFICAÇÃO. POSSIBILIDADE FACE À PECULIARIDADE DO CASO. Embora a retificação da DCOMP para a inclusão de débitos novos (valores adicionais) esteja vedada, isso não impede a retificação de código de recolhimento declarado na DCOMP, mantendose os mesmos valores, no AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 00 29 02 /2 00 5- 64 Fl. 956DF CARF MF 2 contexto dos autos em questão, em que houve primeiramente declaração manual, seguida de orientações para a transmissão eletrônica tendo em vista a alteração de procedimentos operada pela própria Receita Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, superar a nulidade apontada para, no mérito, dar integral provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Abel Nunes de Oliveira Neto, Leticia Domingues Costa Braga, Daniel Ribeiro Silva e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. Relatório Tratase de tratamento manual de diversos PER/DCOMP relacionados na planilha às fls. 628/633, originais e retificadores, onde o contribuinte efetuou compensações de débitos no valor total de R$ 4.983.117,26 com crédito de saldo negativo de IRPJ referente ao anocalendário 2002. Ao apreciar os PER/DCOMP, a autoridade fiscal entendeu no Despacho Decisório de fls. 635/639 que (i) o crédito informado pelo contribuinte como decorrente de saldo negativo de IRPJ de 2002 deveria ser assim tratado, apesar de o contribuinte ter informado em sua resposta à intimação fiscal que o referido crédito se referia, na realidade, à somatória dos saldos negativos de IRPJ (R$ 3.348.631,63) e de CSLL (R$ 1.705.092,36) apurados na DIPJ/2003; e (ii) em procedimento de Auditoria da aplicação de parcela do IRPJ no Finam concluiuse que houve excesso de aplicação dos incentivos fiscais em detrimento do IRPJ e, como conseqüência, foi apurado no ajuste imposto a recolher no valor de R$ 343.626,37. Intimada em 6 de março de 2008 (fl. 641), apresentou manifestação de inconformidade em 2 de abril (fls. 646655). Em 18 de junho de 2008 solicitou cópia do inteiro teor dos autos. Em 5 de novembro de 2008 apresentou "razões aditivas" de fls. 666679 alegando, em síntese: (i) nulidade do despacho decisório por vício na delegação de Fl. 957DF CARF MF Processo nº 10166.002902/200564 Acórdão n.º 1401002.404 S1C4T1 Fl. 957 3 competência e/ou sonegação de informação essencial à sua boa defesa e (ii) fato superveniente que justifica a complementação da defesa, qual seja: em 14 de maio de 2008 teve ciência do Despacho proferido no Processo 10166.005511/200330, no âmbito do qual foi realizada diligência acerca da DIPJ 2003 ano calendário 2002, a qual resultou, quanto ao IRPJ, apenas na redução do prejuízo fiscal em R$ 205.145,26, e, quanto à CSLL, em nenhuma restrição. Além disso, em tal diligência a autoridade fiscal diz, expressamente: "confirmase o saldo negativo apresentado na linha 42 da Ficha 17 da DIPJ/2003", em que se apresenta o valor de R$ 1.720.733,68. Em 29 de maio de 2009 a DRJ julgou a manifestação parcialmente procedente, em acórdão assim ementado (fl. 682695): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 RAZÕES DE DEFESA ADICIONAIS. PRECLUSÃO. O direito do contribuinte a apresentar razões de defesa preclui transcorrido o prazo de trinta dias contado da ciência da decisão que não homologou a compensação. PER/DCOMP. SALDO NEGATIVO DE IRPJ E DE CSLL. UMA DECLARAÇÃO PARA CADA CRÉDITO. Se o contribuinte pretende compensar débitos com créditos representados por saldo negativo de IRPJ e de CSLL, deve apresentar um PER/DCOMP para cada tipo de crédito. Não é permitida a inclusão em um PER/DCOMP da somatória dos referidos créditos. IMPOSTO ESTIMADO. PARCELA DESTINADA AO FINAM. VEDAÇÃO À RESTITUIÇÃO. O montante destinado ao Finam não pode integrar o montante deduzido no ajuste a título de imposto estimado pago e, por conseguinte, compor a formação do saldo negativo, vez que sua restituição é vedada, conforme art. 7° da IN SRF n° 210/2002. AUSÊNCIA DE PERC. PERDA DE PRAZO. IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. Transcorrido o prazo para a apresentação de Perc destinado a revisar o resultado da auditoria que concluiu pela existência de excesso de destinação ao Finam e, por conseguinte, pela ausência de recolhimento de imposto estimado, preclui o direito do contribuinte de contestar administrativamente o não reconhecimento do incentivo pleiteado. SALDO NEGATIVO APÓS EXCLUSÃO DA PARCELA DESTINADA AO FINOR. DIREITO CREDITÓRIO. HOMOLOGAÇÃO PARCIAL DA COMPENSAÇÃO. Verificada a existência de saldo negativo mesmo após a exclusão do imposto estimado destinado ao Finam, é devido reconhecer o direito creditório neste montante e homologar as compensações efetuadas até o limite deste direito, devidamente atualizado. Solicitação Deferida em Parte Fl. 958DF CARF MF 4 Em resumo, a DRJ (i) manteve o indeferimento da CSLL, por entender que o PER/DCOMP deve indicar no crédito um único tributo ou contribuição, não sendo aceita assim a indicação de um crédito de saldo negativo de IRPJ quando este na verdade se refere ao somatório de saldos negativos de IRPJ e CSLL; e (ii) deferiu parte do IRPJ pleiteado, no montante de R$ 3.024.556,91, por considerar os resultados da auditoria da DIPJ 2003, a qual concluiu que houve excesso de aplicação dos incentivos fiscais em detrimento do IRPJ no ano calendário de 2002 tendo apurado, no ajuste, imposto a recolher no valor de R$ 343.626,37. Intimada em 11 de agosto de 2009 (fl. 698), a contribuinte interpôs recurso voluntário em 25 de agosto de 2009 (fls. 699714), sustentando, em síntese: (i) reitera os argumentos acerca da nulidade do despacho decisório por vício na delegação de competência e/ou sonegação de informação essencial à sua boa defesa. (ii) observa que a autoridade administrativa não reconheceu o direito creditório sob o argumento de que a empresa teria se recusado a fazer as retificações das DCOMP, que ocupam 499 folhas deste processo. Todavia, sustenta que não houve recusa de retificação e explica que a empresa, supondo que os termos ("... e, se for o caso") do penúltimo parágrafo da Intimação 271/2007 estivessem abrindo a possibilidade de se apresentar ao Fisco alguma ponderação quanto à conveniência ou não de se refazer todo o trabalho, argumentou pela conveniência de não refazer as DCOMP, ponderando pela hipótese de se fazerem, internamente, no âmbito da Receita Federal, os ajustes contábeis que pudessem comportar as compensações feitas. Assim, a despeito de reconhecer o engano, defende que, para uma mudança tão brusca e completa de procedimentos, no âmbito de matéria tão complexa, as instruções baixadas pela Receita Federal poderiam ter sido mais objetivas por exemplo, a IN SRF 414/2004 poderia ter explicitado que "com o advento do programa gerador, tomouse necessário entregar um PER/DCOMP para cada crédito distinto", mas não o fez. Argumenta que o Princípio da Razoabilidade, previsto no art. 2° da Lei 9.784, de 1999, que deve imperar nos atos da Administração Pública, não condiz com um procedimento tão severo que, existente fórmula alternativa licita, seja adotado uma fórmula de procedimento que implique punição tão vultosa, qual seja a perda de um direito no valor de R$ 1.705.092,36 (vejase a alínea 'b' do item 32), por conta de um engano formal. (iii) no item "Falta de Apuração dos Débitos Remanescentes às Compensações Homologadas" reitera argumentos que, se procedentes, conduziriam à nulidade do despacho decisório já defendida em item anterior. (iv) sobre os recolhimentos efetuados com o código do FINAM: sustenta que a parcela de RS 343.626,37, deve integrar o montante do direito creditório a ser reconhecido porque, conforme sustentou em suas Razões Aditivas, até meados de 2001 o simples recolhimento de parte do IRPJ em DARF específico (com código do FINAM) já correspondia a uma "opção" pelo incentivo fiscal (art 40 da Lei 9.532/97), no entanto ao final de 2001, com exceção das aplicações nos chamados "projetos próprios" já aprovados em 2001 (art. 90 da Lei 8.167/1991), as possibilidades das demais aplicações de incentivos fiscais em Fundos Regionais de Investimento foram todas revogadas, conforme incisos XVI e XVIII do art. 32 da Medida Provisória 2.1565/2001 e inciso IV do art. 32 da MP 2.1575/2001. Assim, os recursos recolhidos no ano de 2002 com códigos dos Fundos de Investimentos Regionais pelas empresas que não dispunham de "projetos próprios", como é o seu caso, não poderiam mais ser destinados ao FINAM e destinaramse, então, ao orçamento da união, o que justifica que os valores recolhidos, por engano, com o código do FINAM tenham sido computados no "saldo negativo do IRPJ" na DIPJ/2003. Neste sentido, argumenta que se aplica ao caso o disposto no terceiro parágrafo do item 3 do Anexo à Norma de Execução 7/2007 (fl. 608), cujo teor é o seguinte: Fl. 959DF CARF MF Processo nº 10166.002902/200564 Acórdão n.º 1401002.404 S1C4T1 Fl. 958 5 "Para as empresas não enquadradas no art. 9° da Lei 8.167/91, a MP 2.145, de 2 de maio de 2001, extinguiu o direito de aplicação do imposto de renda em incentivos regionais. Por essa razão, os DARF específicos recolhidos por essas empresas após 02/05/01 foram desconsiderados como opção por incentivos fiscais e, nesta auditoria, não serão computados como valores destinados aos Fundos." Em 26 de maio de 2011, esta Turma baixou o julgamento em diligência para, em síntese, transmutar a situação do crédito no valor de R$ 1.705.092,36, inicialmente na natureza de IRPJ para CSLL constante de outro processo (10166.005511/200330) e prosseguir na validação do saldo negativo desse crédito apurando a sua liquidez e certeza Resolução 1401000.072 (fls. 751758). A Recorrente foi cientificada do Relatório Final de Diligência, acatando na essência a transmutação solicitada e o valor do crédito, mas discordando em vários pontos do processo de compensação dos débitos apontados, seja no aspecto de valoração das compensações seja em retificações não consideradas pela fiscalização, haja vista as diversas DCOMPs retificadoras desconsideradas. Então, em 5 de março de 2013, esta Turma novamente baixou o processo em diligência, nos termos da Resolução 1401000.205: Eis, em resumo, abaixo, os termos da manifestação de inconformidade da Recorrente contra o resultado de diligência: A PRIMEIRA DIVERGÊNCIA: (...) 30. Vêse, pois, que a autoridade fiscal, ao expedir os Demonstrativos Analíticos de Compensação (DAC) de fls. 729/794, corrigiu acuradamente todos os equívocos apontados acima, que já tinham sido expostos nos itens 25/28 das Razões Aditivas de fls. 654/670. 31. Todavia, a autoridade fiscal fez surgir novas pequenas discrepâncias. As 195 compensações processadas por meio dos DAC de fls. 729/794 passaram a constituir, dentro do processo, mais uma relação de débitos, cuja soma alcança o valor de R$ 4.992.132,30, valor esse que volta a divergir da soma dos débitos compensados nas DCOMP. 32. Há uma diferença de R$ 507,89. 33. Constatouse que essa diferença foi provocada por dois fatores, expostos a seguir. 34. Em primeiro lugar, houve engano da autoridade fiscal em proceder à "compensação 044 de 195", no DAC de fl. 743, do débito de R$ 534,89, referente ao código 5987, como se explica a seguir. 34.1. Verificase, pela DCOMP 31078.85291.180204.1.3.025149 (f. 115/117), que nela foi declarado um "débito global" no valor de R$ 2.487,24, referente a "retenção de contribuições sobre pagamentos de Fl. 960DF CARF MF 6 pessoa jurídica a pessoa jurídica de direito privado CSLL, COFINS e PIS/PASEP", sob o código "59520". 34.2. Houve um engano de codificação, porque esse "débito", segundo observação explícita na própria DCOMP, engloba três tipos de contribuições distintas, as quais deveriam ter sido declaradas sob os códigos específicos de 5987 (CSLL), 5960 (COFINS) e 5979 (PIS), nos valores de R$ 534,89, R$ 1.604,67 e R$ 347,68. 34.3. A empresa tentou corrigir o engano, apresentando em 27.04.2004 a DCOMP retificadora 14609.23624.270404.1.7.021508 (f. 118/121) e, em 07.05.2004, a DCOMP retificadora 28073.36800.070504.1.7.024950 (f. 122/125), nas quais o "débito global" de R$ 2.487,24 foi devidamente apropriado aos códigos competentes, como se vê às fls. 120/121 e 124/125. 34.4. Todavia, a DIORT, ao examinar as três DCOMP, decidiu acolher a DCOMP original, fazendo o registro no PROFISC dos débitos consignados na fl. 117 (código 1708: R$ 802,34; código 3208: R$ 1.163,97; código 5952: R$ 2.487,24), como se vê pelos carimbos "PROFISC" apostos apenas na referida fl. 117. Foram, também, esses os débitos consignados, seja nos Relatórios do Profísc: o débito de R$ 802,34 à fl. 551, o débito de R$ 1.163,97 à fl. 560 e o débito de R$ 2.487,24 à fl. 562; seja nos Demonstrativos que integram a Carta de Cobrança: os três débitos à fl. 634. 34.5. Constatase, por essas razões, que a "compensação 044 de 195", feita no DAC de fl. 743, foi indevida. Cumpre ser cancelada, com o restabelecimento do crédito nela utilizado.: A SEGUNDA DIVERGÊNCIA: 35. Em segundo lugar, houve também engano da autoridade fiscal, quando, na "compensação 076 de 195", ao tratar os débitos da DCOMP 06741.70659.160304.1.3.023370 (fls. 248/251), atribuiu ao débito de código 3208 o valor de R$ 369,99, em vez do valor correto de R$ 396,99, como na DCOMP à fl. 250. 35.1. Haverá também que se corrigir esse segundo engano, utilizando se crédito adicional de R$ 27,00, na "compensação 076 de 195", que se refere ao débito de código 3208, no valor de R$ 396,99, declarado na DCOMP 06741.70659.160304.1.3.023370. 36. Finalmente, constatouse uma última discrepância que, embora não resulte em modificação do montante dos débitos compensados, precisa ser corrigida, para se resguardar a empresa de possíveis aborrecimentos futuros com cobrança indevida. 36.1. Tratase da indicação equivocada de código do tributo na "compensação 067 de 195". 36.2. Em relação à DCOMP 13766.84441.100504.1.7.020732 (fls. 236/238), retificadora da DCOMP 38211.75630.150304.1.3.023519 (fl. 230/232), cujos débitos foram tratados nos itens 067 e 068 do DAC de fl. 751, observase que a autoridade fiscal compensou o débito de R$ 9.630,92 como se fosse débito do código 6912, como consta na DCOMP original. Ocorre que, no presente caso, houve o acolhimento da DCOMP retificadora, de tal sorte que o débito de R$ 9.630,92 referese ao código 8109, como consta à fl. 238. Fl. 961DF CARF MF Processo nº 10166.002902/200564 Acórdão n.º 1401002.404 S1C4T1 Fl. 959 7 36.3. Haverá que se corrigir, portanto, a "compensação 067" do DAC de fl. 751. Pois, o código do débito de R$ 9.630,92 é "8109", conforme consta no Registro do Profísc (à fl. 571), bem como no Demonstrativo da Carta de Cobrança (à fl. 634). Por fim, a TERCEIRA DIVERGÊNCIA relativa a data da valoração das compensações: 39.Nesse contexto, dãose por atendidas as questões levantadas nos itens 77/78 e 86, 'd', do Recurso Voluntário: os DAC de fls. 729/794 atendem à exigência do item V do art. 55 da IN 900/2008, que tem lastro no art. 74, § 7o, da Lei 9.430/96. 40.Ora, se o trabalho fiscal foi, assim, bem realizado, como se explicaria a existência da insuficiência de crédito, no valor de R$ 135.979,72? 41.Essa falta de crédito explicase, basicamente, pela forma como a autoridade fiscal tratou os débitos da DCOMP 16039.84029.170305.1.3.020804 (f. 12/15). 41.1.Essa DCOMP foi transmitida com o objetivo de substituir a compensação que se fizera, em 13.08.2003, por meio de Declaração Manual formalizada no Processo 10166.009005/200310, conforme esclarecimentos prestados nos itens 03/05 e 08 do Recurso Voluntário (à fl. 689). 41.2.Encontramse, às fls. 143/148 do Processo 10166.005511/200330 ("disponível para consulta no eprocesso fl. 802", conforme item 5 do Relatório da Diligência), os elementos essenciais que constituem a compensação feita mediante formulário de preenchimento manual, protocolada em 13.08.2003. Por meio desses elementos é possível constatar que os débitos declarados na compensação manual são exatamente os mesmos que constam da DCOMP eletrônica de fls. 12/15, os quais foram tratados nas compensações de n° 190 a 195 dos DAC de fls. 792/792. 41.3.Por essas compensações (190 a 195 dos DAC), observase que a autoridade fiscal fez incidir sobre os débitos compensados na DCOMP de fls. 12/15 os encargos de multa e juros, considerando como data de liquidação dos débitos a data de "17.03.2005", data em que foi transmitida a DCOMP, e não a data de 13.08.2003, quando foi protocolada a compensação manual, conforme protocolo de abertura do Processo 10166.009005/200310, constante da fl. 143 do Processo 10166.005511/200330. 41.4.Com isso, houve incidência de multas e juros de mora, que não constam da DCOMP 16039.84029.170305.1.3.020804 (f. 12/15), provocando um consumo maior de crédito, conforme se vê pela comparação dos dois quadros apresentados a seguir: 41.5. A recorrente pleiteia que os encargos sejam calculados tendo como termo final da liquidação a data de 13.08.2003, situação que resultará em redução das multas e juros de mora, especialmente em relação às compensações 192 e 195. Fl. 962DF CARF MF 8 (...) Ainda no mesmo contexto dessa TERCEIRA DIVERGÊNCIA, questiona a forma de cálculo de três outras Dcomp: 42. Ademais, houve, ainda discrepâncias na forma de cálculo de encargos legais em relação a três DCOMP, como se explana a seguir. (...) 42.1. Em relação à DCOMP 41949.37154.070504.1.7.021834 (f. 24/27), retificadora Oda DCOMP 33178.71157.311003.1.3.020467 (f. 16/19), cujos débitos foram tratados nas compensações 001, 004, 005 e 006, realizadas nos DAC de fls. 729/730, embora esses débitos tenham sido compensados em data posterior às datas dos respectivos vencimentos, deixaram de ser computados os juros e as multas. 42.1.1.Mas, a autoridade fiscal não deixou de computar esses encargos, tomando, como base para aferir a pontualidade da liquidação, a data da DCOMP original, ou seja, 31.10.2003. 42.1.2.Assim sendo, a autoridade fiscal consumiu parcela do crédito disponível maior do que a parcela consumida pela empresa, como se vê pela comparação dos dois quadros a seguir: Como foi colocado na primeira Resolução, devese levar em consideração que os referidos pedidos foram feitos parte na sistemática de compensação manual e parte através da nova Sistemática (PER/Dcomp) o que é razoável se levar em conta a ocorrência de acontecer certos equívocos. Diante desse contexto, converto o feito novamente em diligência: Para que a fiscalização corrija as duas primeiras divergências, considerando a existência das Dcomps retificadoras, bem assim justifique o motivo pelo qual a forma de valoração adotada por ela discrepa da forma pretendida pela Recorrente e pontuada na Terceira divergência. Havendo equívoco, fazer as devidas correções. Intimar, se for o caso, o contribuinte a apresentar novas informações, esclarecimentos e retificações que entender pertinentes à solução da lide; Prosseguir na validação do saldo negativo desse crédito apurando a sua liquidez e certeza, após retificado os equívocos; Após as verificações acima, certificar se ainda resta algum débito remanescente a ser coberto, refazendo todas as imputações utilizando o Sistema pertinente da Receita Federal do Brasil; A autoridade fiscal deverá elaborar relatório conclusivo das verificações efetuadas nos itens anteriores sobre os pontos 34.5, 35.1, 36.3 e 41.5 da manifestação de inconformidade da Recorrente contra o resultado de diligência. Ao final entregar cópia do relatório à interessada e conceder prazo de 30 (trinta) dias para que ela se pronuncie sobre as suas conclusões, após o que, o processo deverá retornar a este CARF para prosseguimento do julgamento. Fl. 963DF CARF MF Processo nº 10166.002902/200564 Acórdão n.º 1401002.404 S1C4T1 Fl. 960 9 O resultado da diligência consta da Informação Fiscal 0746/2016/DIORT/DRF/BSB de fls. 886949, a qual observou, em síntese: quanto à primeira divergência, tratase da PER/DCOMP 31078.85291.180204.1.3.02 5149, que foi retificada pela PER/DCOMP 28073.36800.070504.1.7.024950, sendo que, em consulta ao sistema SIEF/PERDCOMP verificase que a retificação foi admitida pelo sistema. em relação à segunda divergência, nesta são apontados dois pontos: (i) de fato houve engano da autoridade fiscal quando, na "compensação 076 de 195", ao tratar os débitos da DCOMP 06741.70659.160304.1.3.023370 atribuindo ao débito de código 3208 o valor de R$ 369,99, uma vez do valor correto seria de R$ 396,99. Assim, a correção do valor para R$ 396,99 foi devidamente realizada conforme se verifica na “compensação 077 de 196”. (ii) adicionalmente, a contribuinte aponta divergência na “compensação 067 de 195”, alegando que houve a retificação da PER/DCOMP 38211.75630.150304.1.3.023519 pela PER/DCOMP13766.84441.100504.1.7.020732, de modo que o débito de código 6912, no valor de R$ 9.630,92, teria sofrido retificação de código para o 8109. Contudo, a retificação pretendida não fora acatada pelo sistema SIEF/PER DCOMP, haja vista que com a alteração do código do débito, em verdade, o que se buscou fazer foi compensar um débito diferente do contido na Dcomp original, fato este não permitido pela legislação de regência. (eprocesso 10166.002902/200564 – fl.629). Destarte, não admitida a retificação, permaneceu como vigente o débito contido na Dcomp original. “Compensação 068 de 196”, antiga “compensação 067 de 195”. sobre a terceira divergência, apenas reproduz as palavras do contribuinte para a apreciação deste CARF, visto ser de sua alçada apreciar e decidir sobre tais argumentos. Adicionalmente, observa que o Contribuinte alegou discrepância de valor no cálculo em função da retificação da PER/DCOMP 33178.71157.311003.1.3.020467 pela PER/DCOMP 41949.37154.070504.1.7.021834. Contudo, a PER/DCOMP retificadora não fora admitida, em função de inclusão de novo débito. A PER/DCOMP retificadora que fora admitida foi a de nº 35196.90327.260404.1.7.020105. Em que pese a retificação, a data utilizada para compensação dos débitos fora a data da Dcomp original, 31/10/2003. Contudo, os débitos referentes às compensações de nº 001, 004, 005 e 006 de 196 possuem data de vencimento anterior a 31/10/2003, fato que faz com que haja a incidência de multa e juros. Por fim, a Informação Fiscal justifica a dúvida suscitada na Resolução quanto aos motivos pelos quais a forma de valoração adotada pela fiscalização discrepa da forma pretendida pela Recorrente, observando que, como os débitos foram valorados até a data de transmissão da PER/DCOMP, houve a incidência de multa e juros decorrentes do atraso no pagamento. Contudo, este fato não fora calculado pelo contribuinte, que ainda recorre quanto a este ponto. Anexa então novo Demonstrativo Analítico de Compensação – DAC com as alterações detalhadas na Informação Fiscal. A contribuinte foi intimada do resultado desta segunda diligência em 25 de junho de 2016 (fl. 951952), não tendo apresentado manifestação. Fl. 964DF CARF MF 10 É o relatório. Voto Conselheira Livia De Carli Germano Relatora O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. Conforme relatado, na fase atual o presente julgamento já foi por duas vezes convertido em diligência, tendo tanto o contribuinte quanto o Fisco acatado parte dos resultados apurados e refutado alguns deles. Assim, além dos argumentos constantes do recurso voluntário, estão em julgamento também o quanto determinado pelas diligências efetuadas. Passo a tratálos nesta ordem. Preliminarmente, sustenta a Recorrente a nulidade do despacho decisório sob dois argumentos. Em primeiro lugar, defende que há vícios na delegação de competência, eis que o Despacho Decisório foi proferido pelo Chefe da DIORT, quando a competência para proferir essa decisão seria do Delegado da Receita Federal, de acordo com o art. 47 da Instrução Normativa n° 600/2005, salvo na hipótese de delegação, pelo Superintendente da Receita Federal, segundo o §6° do mesmo art. 47. Nessa toada, aponta que a Portaria DRF/BSB n° 62, de 26/03/2003, foi expedida pela "Delegada da Receita Federal em Brasília/DF", e não pelo "Superintendente da Receita Federal", como determina o § 6o do art. 47 da IN SRF 600/2005. Ademais, observa que no Despacho Decisório a autoridade fiscal não menciona que estaria assinando o documento com base em delegação de competência, de maneira que o ato administrativo não traz a necessária "motivação". A Informação Fiscal de fls 846847 (resultado da diligência realizada em resposta à Resolução 1401000.072) refutou tal argumento de maneira clara, conforme passo a reproduzir: Fl. 965DF CARF MF Processo nº 10166.002902/200564 Acórdão n.º 1401002.404 S1C4T1 Fl. 961 11 Desse modo, adotando os fundamentos supra referidos, não há que se considerar nulo o despacho decisório por vício na delegação de competência. A Recorrente também ataca o despacho decisório sob o argumento de que teria havido cerceamento do direito de defesa pela sonegação de informações. Isso porque o resultado da soma dos débitos listados na Carta de Cobrança (R$ 4.431.820,53. fls. 626/632) é diferente do da soma dos débitos listados no "Anexo 01" citado na alínea IV do último parágrafo do Despacho Decisório (RS 4.983.117,26 fl. 624). Buscando investigar tal diferença, e considerando que não lhe foi remetida cópia do "Anexo 01" ou da "Tabela em anexo", mas somente cópia da "Carta de Cobrança", a Recorrente observa que providenciou cópia dos autos, após o que constatou que a Carta de Fl. 966DF CARF MF 12 Cobrança não reproduz todas as informações constantes da 'Tabela em anexo", as quais seriam indispensáveis à sua boa defesa. Dessa forma, aponta que, ao preparar sua manifestação de inconformidade, a Recorrente não tinha ciência de que algumas DCOMP retificadoras tinham sido recusadas e, por decorrência, não tinha ciência dos motivos da recusa, que lhe cabia contestar. Observo que o contexto narrado nos autos aponte que provavelmente a dúvida apontada pela Recorrente tenha surgido não à época da elaboração de sua defesa, mas com a investigação mais acurada procedida pela Recorrente muito tempo após apresentar a manifestação de inconformidade. De fato, se, ao elaborar a manifestação de inconformidade, a Recorrente realmente tivesse tido tamanha dúvida quanto aos valores não homologados, era de se esperar que ela tivesse requerido cópia dos autos dentro dos 30 dias que teve para o preparo de tal peça ou, pelo menos, logo em seguida ao seu protocolo. Todavia, conforme relatado, a Recorrente apenas veio a solicitar as cópias mais de 2 meses após a apresentação da manifestação de inconformidade, tendo apresentado as razões aditivas quase 5 meses após a obtenção das cópias. De qualquer forma, fato é que a discrepância de valores e o fato de não lhe ter sido fornecido documento referido no Despacho Decisório pode sim ter prejudicado a compreensão da decisão contra a qual competia à contribuinte se manifestar. O artigo 59, inciso II, do Decreto 70.235/1979 é claro em afirmar que são nulos os despachos e decisões proferidos com preterição do direito de defesa. Não obstante, o § 3º deste mesmo artigo 59 prevê que quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Diante disso, e considerando a apresentação das Razões Aditivas, supero tal nulidade para, no mérito, reconhecer que assiste razão à Recorrente. No mérito, a Recorrente primeiramente sustenta que não houve recusa de retificação das DCOMPs e explica que a empresa, supondo que os termos ("... e, se for o caso") do penúltimo parágrafo da Intimação 271/2007 estivessem abrindo a possibilidade de se apresentar ao Fisco alguma ponderação quanto à conveniência ou não de se refazer todo o trabalho, argumentou pela conveniência de não refazer as DCOMP, em um total de 499 folhas, ponderando pela hipótese de se fazerem, internamente, no âmbito da Receita Federal, os ajustes contábeis que pudessem comportar as compensações feitas. Este CARF, por meio das Resoluções já emitidas no presente processo, acatou a justificativa acima quanto ao erro no preenchimento da DIPJ quando determinou, primeiramente a transmutação da situação do crédito no valor de R$ 1.705.092,36 inicialmente na natureza de IRPJ para CSLL e, posteriormente, a investigação das divergências em tal imputação de créditos. Assim ponderou a Resolução 1401000.079: "A recorrente se por um lado cometera erros formais que poderiam comprometer a operacionalidade do sistema, por outro deixou inequívoco que sua intenção era mesma aproveitar também o saldo negativo da CSLL do anocalendário de 2002. Em nome do princípio da verdade material e da fungibilidade, devese permitir a retificação da Dcomp quando é patente o erro material no seu preenchimento, o que ficou configurado no caso concreto, sendo isso inconteste. Por outro lado, devese levar em consideração que os referidos pedidos foram feitos parte na sistemática de compensação manual e parte através da nova Fl. 967DF CARF MF Processo nº 10166.002902/200564 Acórdão n.º 1401002.404 S1C4T1 Fl. 962 13 Sistemática (PER/Dcomp) o que é razoável se levar em conta a razoabilidade de acontecer certos equívocos. Outrossim, retrata a Recorrente em seu Recurso a existência de um outro processo de compensação (manual 10166.005511/200330) que se refere também à apuração de saldo da CSLL e IRPJ de 2002, o que torna mais incoerente ainda não se reconhecer o pedido conjunto de IRPJ e CSLL nestes autos: 17. Enquanto aguardava a decisão sobre a Manifestação de Inconformidade interposta em 02.04.2008, a empresa veio a ser notificada, em 14.05.2008, do Despacho Decisório proferido no Processo 10166.005511/200330, que culmina no efetivo reconhecimento do direito creditório referente ao "saldo negativo da CSLL", como se depreende do item 16. combinado com os itens 8 a 15, todos do Despacho Decisório proferido às fls. 175/180 do referido Processo 10166.005511/200330, conforme se vê pela cópia que se junta ao presente Recurso Voluntário, como Documento n° 01. 18. Pelo teor do Despacho proferido no Processo 10166.005511/200330, a empresa tomou conhecimento de que, nele, foram realizados exames fiscais sobre matéria comum aos dois processos, sem que os resultados apurados tenham sido referidos no processo em referência (de n° 10166.002902/200564). Assim, pelo fato de que tais exames fiscais levaram ao reconhecimento da correção e da procedência do saldo negativo da CSLL, no âmbito do Processo 10166.005511/200330, a empresa requereu cópia deste processo para examinar o assunto." De fato, é questão de razoabilidade ponderar que, se por um lado o contribuinte operou em equívoco, este era justificado considerando o contexto da apresentação das declarações de compensação ora em análise conforme explicou a Recorrente na peça de fls. 600608: 1 Na DIPJ 2003/2002 apurouse saldo negativo,, passível de compensação, no valor global de R$ 5.053.723,99. Naquela ocasião, o pedido de compensação era manual, conforme mostram documentos anexos. Bastava a discriminação dos créditos, sem a necessidade de segregar os códigos e respectivos valores. Assim, o pedido de compensação referente ao. saldo negativo de R$ 5.053.723,99 foi recebido pela SRF em 13/08/03 através do processo 10166.009005/200310. 1.1 Neste processo houve encaminhamento de Declaração de compensação, na forma do § 10 do artigo 21 da IN SRF 210/2002. 1.2 Na Declaração de Compensação, entregue em 13/08/2003, a empresa listou os créditos de pagamentos de tributos, com os respectivos códigos especificados, no montante de R$ 5.053.723,99, créditos esses que resultaram em saldos negativos de IRPJ e de CSLL, apurados na DIPJ de 2003/2002. 1.3 Pela IN 210/2002, NÃO ERA NECESSÁRIO FAZER DECLARAÇÕES DISTINTAS PARA IRPJ e CSLL." Fl. 968DF CARF MF 14 Assim, conforme já apontaram as resoluções proferidas no âmbito do presente processo, é de se admitir a alteração da situação do crédito no valor de R$ 1.705.092,36 da natureza de IRPJ para CSLL. A questão das divergências em tal imputação de créditos será tratada em item próprio a seguir. Quanto aos recolhimentos efetuados com o código do FINAM, entendo que também assiste razão à Recorrente, devendo a parcela de R$ 343.626,37 integrar o montante do direito creditório a ser reconhecido. A recusa de tal valor ocorreu como resultado da Auditoria de Revisão de Declaração do IRPJ anocalendário de 2002, exercício de 2003 de fl. 611, de seguinte teor (grifos nossos): Trata a presente auditoria de Revisão de Declaração Imposto de Renda Pessoa Jurídica, anocalendário de 2002, exercício de 2003, objetivando apurar o valor do imposto de renda pessoa jurídica recolhido a menor em decorrência de excesso na destinação feita ao FOR, FINAM e/ou FUNRES, Conforme § 7° do art. 601, Decreto n° 3.000/1999 (RIR); e §§ IN 6° e 7° do art. 4°, Lei n° 9.53211997. O contribuinte em questão recolheu DARF com código específico para o FINAM, no anocalendário de 2002, conforme cópias em anexo (código 6692). A Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), com base no(s) DARF recolhido(s) com código(s) específico(s) para o FINAM, e/ou com base na opção efetuada na DIPJ 2002 Ficha 29, apurou o Incentivo Fiscal a que o contribuinte teria direito, de acordo com as cópias das telas do sistema IRPJCONS. A RFB emitiu Extrato com as informações a respeito das aplicações efetuadas pela pessoa jurídica, não tendo havido manifestação por parte do interessado no prazo legal, que para o anocalendário de 2002 foi até 30.06.2006 (ADE/CORAT/67/2005). Como o processamento apurou pendência fiscal, o incentivo pleiteado não foi reconhecido, com base no art. 60 da Lei 9.069/95. Elaborouse Demonstrativo de Apuração Excesso de Aplicação em Incentivos Fiscais "(FINAMFENORFUNRES) em Detrimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica — ano calendário 2002 (com base na DIPJ 2003 ND 1132428), que se encontra de acordo com o preconizado na NE Codac n° 07, de 05 de novembro de 2007, tendo sido apurado crédito tributário de imposto no valor de R$ 343.626,37 a ser .constituído pelo setor competente da RFB, conforme Solução de Consulta Interna n° 26, de 20 de setembro de 2004, da Coordenação Geral de Tributação. Conforme grifamos acima, por meio de tal procedimento a Receita Federal reconheceu que a Recorrente não fazia jus ao FINAM e apontou que o crédito tributário de R$343.626,37 deveria ser constituído. Tal circunstância impede a cobrança do crédito tributário em questão, por duas razões. Fl. 969DF CARF MF Processo nº 10166.002902/200564 Acórdão n.º 1401002.404 S1C4T1 Fl. 963 15 A uma porque, ao declarar que a empresa não fazia jus ao incentivo fiscal, a Receita Federal reconheceu que o valor recolhido sob o código 6692 (FINAM) o foi equivocadamente. De fato, conforme sustentou a Recorrente, os recursos recolhidos no ano de 2002 com códigos dos Fundos de Investimentos Regionais pelas empresas que não dispunham de "projetos próprios", como é o seu caso, não poderiam mais ser destinados ao FINAM e destinaramse, então, ao orçamento da união, o que justifica que os valores recolhidos, por engano, com o código do FINAM tenham sido computados no "saldo negativo do IRPJ" na DIPJ/2003. Aplicase, ao caso, o disposto no terceiro parágrafo do item 3 do Anexo à Norma de Execução 7/2007 (fl. 617), cujo teor é o seguinte: "Para as empresas não enquadradas no art. 9° da Lei 8.167/91, a MP 2.145, de 2 de maio de 2001, extinguiu o direito de aplicação do imposto de renda em incentivos regionais. Por essa razão, os DARF específicos recolhidos por essas empresas após 02/05/01 foram desconsiderados como opção por incentivos fiscais e, nesta auditoria, não serão computados como valores destinados aos Fundos." Além disso, não consta dos autos registro de qualquer lançamento do valor apurado como devido no procedimento de auditoria da DIPJ/2003. Ora, não basta a mera revisão da declaração de ajuste anual, deve necessariamente haver a constituição do crédito tributário como condição para a sua cobrança nos termos do artigo 142 do CTN. Assim, também dou provimento ao recurso nesse ponto, devendo a parcela de R$ 343.626,37 integrar o montante do direito creditório a ser reconhecido a título de IRPJ. Divergências apuradas nas diligências Quanto à primeira divergência e ao primeiro ponto da segunda divergência, a Informação Fiscal 0746/2016/DIORT/DRF/BSB de fls. 886949 acatou as observações efetuadas pelo contribuinte, determinando as devidas retificações no sistema. Nada a se alterar. Sobre o segundo ponto da segunda divergência, referente à “compensação 067 de 195”, a Informação Fiscal apontou que houve a retificação da PER/DCOMP 38211.75630.150304.1.3.023519 pela PER/DCOMP13766.84441.100504.1.7.020732, de modo que o débito de código 6912, no valor de R$ 9.630,92, teria sofrido retificação de código para o 8109. Contudo, observa que tal retificação não fora acatada pelo sistema porque, com a alteração do código do débito, em verdade o que se buscou fazer foi compensar um débito diferente do contido na Dcomp original, fato este não permitido pela legislação de regência. (e processo 10166.002902/200564 – fl.629). Assim, não admitida a retificação, permaneceu como vigente o débito contido na Dcomp original. “Compensação 068 de 196”, antiga “compensação 067 de 195”. Ocorre que, como sustentou a Recorrente (item 35 das Razões Aditivas), não houve a inclusão de débitos novos mas apenas retificação de códigos de débitos declarados anteriormente. Isso fica claro ao se verificar que a soma dos débitos declarados nas DCOMP retificadoras confere exatamente com a soma dos débitos declarados nas DCOMP originais que foram retificadas. Fl. 970DF CARF MF 16 É importante que se estabeleça a diferença: uma coisa é a inclusão de débitos novos (valores adicionais), outra muito diferente é a retificação de código de recolhimento declarado na DCOMP, mantendose os mesmos valores, no contexto dos autos em questão, em que houve primeiramente declaração manual, seguida de orientações para a transmissão eletrônica tendo em vista a alteração de procedimentos operada pela própria Receita Federal. Com isso querse dizer que a questão dos presentes autos é muito peculiar e comporta um tratamento específico, não aplicável a todo e qualquer caso de alteração de código de recolhimento. De fato, no caso, além de o erro de preenchimento estar claro, a forma como se pretendeu corrigilo equivocada, no entender da Receita Federal não estava clara e foi justificada pelas alterações procedimentais perpetradas pelo próprio órgão. Assim, neste ponto, também assiste razão à Recorrente. Com relação à terceira divergência, esta se refere ao valor no cálculo em função da retificação da PER/DCOMP 33178.71157.311003.1.3.020467 pela PER/DCOMP 41949.37154.070504.1.7.021834, a qual não fora admitida em função de suposta inclusão de novo débito. A Informação Fiscal observa que a PER/DCOMP retificadora que fora admitida foi a de nº 35196.90327.260404.1.7.020105 mas, em que pese a retificação, a data utilizada para compensação dos débitos foi a data da Dcomp original, 31/10/2003 e, como os débitos referentes às compensações de nº 001, 004, 005 e 006 de 196 possuem data de vencimento anterior a 31/10/2003 houve incidência de multa e juros. Pelos mesmos argumentos acima reconhecimento de erro claro quanto ao código de preenchimento e não de inclusão de novo débito devese admitir a retificação tal como procedida pela Recorrente. Diante do exposto, voto por superar a nulidade apontada para, no mérito dar integral provimento ao recurso voluntário, reconhecendo a procedência das alegações da Recorrente também quanto às divergências apuradas na diligência. (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano Fl. 971DF CARF MF
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Numero do processo: 11065.001430/2003-61
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003
PIS/PASEP. NÃO-CUMULATIVO. RECEITAS DE VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVA. IMUNIDADE.
As receitas das variações cambiais ativas integram as receitas decorrentes de exportação, atraindo, assim, a regra da imunidade do art. 149, §2º, inciso I, da Constituição Federal para afastar a incidência do PIS/Pasep não-cumulativo.
TRIBUNAIS SUPERIORES. REPERCUSSÃO GERAL. NECESSIDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PELO CARF.
Nos termos do art. 62, §1º, inciso II, alínea "b" e §2º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, os membros do Conselho devem observar as decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 - Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária.
Numero da decisão: 9303-006.593
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Vanessa Marini Cecconello - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: VANESSA MARINI CECCONELLO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 PIS/PASEP. NÃOCUMULATIVO. RECEITAS DE VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVA. IMUNIDADE. As receitas das variações cambiais ativas integram as receitas decorrentes de exportação, atraindo, assim, a regra da imunidade do art. 149, §2º, inciso I, da Constituição Federal para afastar a incidência do PIS/Pasep nãocumulativo. TRIBUNAIS SUPERIORES. REPERCUSSÃO GERAL. NECESSIDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PELO CARF. Nos termos do art. 62, §1º, inciso II, alínea "b" e §2º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, os membros do Conselho devem observar as decisões definitivas do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 14 30 /2 00 3- 61 Fl. 224DF CARF MF Processo nº 11065.001430/200361 Acórdão n.º 9303006.593 CSRFT3 Fl. 225 2 (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela FAZENDA NACIONAL (fls. 174 a 202) com fulcro no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, buscando a reforma do Acórdão nº 3201000.900 (fls. 169 a 173) proferido pela 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, em 28/02/2012, no sentido de dar provimento ao recurso voluntário, com ementa nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. PIS. BASE DE CÁLCULO. VARIAÇÃO MONETÁRIA ATIVA. A incidência de PIS sobre as receitas decorrentes de variações cambiais positivas deve ser afastada em face da regra de imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal, estimuladora da atividade de exportação, e da expressa isenção prevista nas normas instituidora daquela contribuição. A Recorrente alega divergência com relação ao entendimento explicitado pelo Colegiado a quo no julgamento do recurso voluntário no sentido de que as variações cambiais ativas integram as receitas de exportação e, assim, não são tributadas pelo PIS e pela COFINS. Para comprovar o dissenso, trouxe como paradigmas os acórdãos nºs 3302 00.642 e 310200.862. Nas razões recursais, a Fazenda Nacional aduz, em síntese, que a receita derivada da variação cambial ativa tem natureza diversa daquela decorrente de exportação. Defende tratarse de uma receita financeira, pois não teve origem na operação de venda Fl. 225DF CARF MF Processo nº 11065.001430/200361 Acórdão n.º 9303006.593 CSRFT3 Fl. 226 3 propriamente dita, e sim de uma variação cambial da moeda nacional em relação à estrangeira, devendo integrar a base de cálculo do PIS nãocumulativo, consoante art. 1º da Lei nº 10.637/2002. Por fim, requer o provimento do recurso especial com a reforma do acórdão combatido. Foi dado seguimento ao recurso especial, nos termos do despacho S/Nº, de 23 de dezembro de 2015 (fls. 203 a 205), proferido pelo Ilustre Presidente da Terceira Seção de Julgamento do CARF em exercício à época, por ter entendido como comprovada a divergência jurisprudencial. A Contribuinte apresentou contrarrazões requerendo a negativa de provimento ao recurso especial (fl. 209 a 221). O presente processo foi distribuído a essa Relatora por meio de sorteio regularmente realizado, estando apto o feito a ser relatado e submetido à análise desta Colenda 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. É o Relatório. Voto Conselheira Vanessa Marini Cecconello, Relatora Admissibilidade O recurso especial de divergência interposto pela FAZENDA NACIONAL atende aos pressupostos de admissibilidade constantes no art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, devendo, portanto, ter prosseguimento. Mérito No mérito, cingese a controvérsia à possibilidade de afastamento da incidência do PIS nãocumulativo sobre as variações cambiais ativas decorrentes das operações de exportação. Ocorre que as variações cambiais ativas são oriundas e inerentes aos contratos de exportações de bens, decorrendo diretamente do negócio jurídico realizado pela empresa. Assim, não podem as operações cambiais ser dissociadas da exportação das mercadorias, por resultarem de exigência de outros países para os quais a Contribuinte efetua as exportações. Fl. 226DF CARF MF Processo nº 11065.001430/200361 Acórdão n.º 9303006.593 CSRFT3 Fl. 227 4 Portanto, a imunidade do PIS e da COFINS (cumulativas e nãocumulativas) prevista no art. 149, §2º, inciso I da Constituição Federal para as receitas decorrentes de exportação, abrange as variações cambiais ativas. A regra da imunidade visa impedir a incidência das contribuições sobre todas as receitas decorrentes da venda de mercadorias e serviços para o exterior, originadas do mesmo fato gerador, qual seja, a operação de exportação. Não é possível segregar as receitas da venda de mercadorias das variações cambiais ativas, por se constituírem em exigência das relações de comércio internacional. O Supremo Tribunal Federal, em sede de repercussão geral, reconheceu que as receitas das variações cambiais ativas integram as receitas decorrentes de exportação, atraindo, assim, a regra da imunidade para afastar a incidência do PIS e da COFINS. A decisão foi proferida nos autos do recurso extraordinário nº 627.815/PR, de relatoria da Ministra Rosa Weber, cujos fundamentos foram sintetizados na seguintes ementa, in verbis: EMENTA RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. HERMENÊUTICA. CONTRIBUIÇÃO AO PIS E COFINS. NÃO INCIDÊNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. VARIAÇÃO CAMBIAL POSITIVA. OPERAÇÃO DE EXPORTAÇÃO. I Esta Suprema Corte, nas inúmeras oportunidades em que debatida a questão da hermenêutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretação teleológica do instituto, a emprestarlhe abrangência maior, com escopo de assegurar à norma supralegal máxima efetividade. II O contrato de câmbio constitui negócio inerente à exportação, diretamente associado aos negócios realizados em moeda estrangeira. Consubstancia etapa inafastável do processo de exportação de bens e serviços, pois todas as transações com residentes no exterior pressupõem a efetivação de uma operação cambial, consistente na troca de moedas. III – O legislador constituinte ao contemplar na redação do art. 149, § 2º, I, da Lei Maior as “receitas decorrentes de exportação” conferiu maior amplitude à desoneração constitucional, suprimindo do alcance da competência impositiva federal todas as receitas que resultem da exportação, que nela encontrem a sua causa, representando consequências financeiras do negócio jurídico de compra e venda internacional. A intenção plasmada na Carta Política é a de desonerar as exportações por completo, a fim de que as empresas brasileiras não sejam coagidas a exportarem os tributos que, de outra forma, onerariam as operações de exportação, quer de modo direto, quer indireto. IV Consideramse receitas decorrentes de exportação as receitas das variações cambiais ativas, a atrair a aplicação da regra de imunidade e afastar a incidência da contribuição ao PIS e da COFINS. V Assenta esta Suprema Corte, ao exame do leading case, a tese da inconstitucionalidade da incidência da contribuição ao PIS e da COFINS sobre a receita decorrente da variação cambial positiva obtida nas operações de exportação de produtos. VI Ausência de afronta aos arts. 149, § 2º, I, e 150, § 6º, da Constituição Federal. Recurso extraordinário conhecido e não provido, aplicandose aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543B, § 3º, do CPC. (RE 627815, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 23/05/2013, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe192 DIVULG 30092013 PUBLIC 01102013) Fl. 227DF CARF MF Processo nº 11065.001430/200361 Acórdão n.º 9303006.593 CSRFT3 Fl. 228 5 No mesmo sentido, manifestouse o Superior Tribunal de Justiça ao julgar o AgRg no AREsp 23033/RS, de relatoria do Ministro Arnaldo Esteves Lima, e cujos fundamentos do acórdão foram sintetizados na seguinte ementa: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PIS E COFINS. VARIAÇÃO CAMBIAL. NÃO INCIDÊNCIA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. A incidência de PIS e Cofins sobre as receitas decorrentes de variações cambiais positivas deve ser afastada em face da regra de imunidade do art. 149, § 2º, I, da Constituição Federal, estimuladora da atividade de exportação (AgRg no REsp 1.143.779/SC, Rel. Min. BENEDITO GONÇALVES, Primeira Turma). 2. Agravo regimental não provido. (AgRg no AREsp 23.033/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 01/12/2011, DJe 12/12/2011) Colacionase outras duas ementas de julgados proferidos pelo Superior Tribunal de Justiça no mesmo sentido de afastar a tributação pelo PIS e COFINS das variações cambiais ativas, in verbis: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PIS. COFINS. MANDADO DE SEGURANÇA. RECEITAS DECORRENTES DE EXPORTAÇÃO. VARIAÇÃO CAMBIAL POSITIVA. NORMAS DE ISENÇÃO E IMUNIDADE. PRECEDENTES. 1. Tratase de agravo regimental interposto pela Fazenda Nacional contra decisão que, ao negar seguimento ao recurso especial fazendário, entendeu que não incide tributação de PIS e COFINS sobre variações cambiais positivas decorrentes das receitas de exportação de mercadorias. 2. "A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, em um caso análogo, decidiu que: "Ainda que se possa conferir interpretação restritiva à regra de isenção prevista no art. 14 da Lei nº 10.637/2002, deve ser afastada a incidência de PIS e Cofins sobre as receitas decorrentes de variações cambiais positivas em face da regra de imunidade do art. 149, § 2º, I, da CF/88, estimuladora da atividade de exportação, norma que deve ser interpretada extensivamente." (REsp 1.059.041/RS, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 4.9.2008). 3. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1143779/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2010, DJe 25/11/2010) Fl. 228DF CARF MF Processo nº 11065.001430/200361 Acórdão n.º 9303006.593 CSRFT3 Fl. 229 6 TRIBUTÁRIO PROCESSO CIVIL COFINS PIS VARIAÇÃO CAMBIAL ATIVA NÃOINCIDÊNCIA MANDADO DE SEGURANÇA DECLARAÇÃO DE COMPENSABILIDADE DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS SÚMULA 213/STJ TAXA SELIC INCIDÊNCIA A PARTIR DOS PAGAMENTOS INDEVIDOS SUFICIÊNCIA DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 1. Não ocorre ofensa ao art. 535, II, do CPC, se o Tribunal de origem decide, fundamentadamente, as questões essenciais ao julgamento da lide. 2. O mandado de segurança é instrumento adequado para a declaração de compensabilidade do crédito tributário, que será efetuada, respeitado o prazo prescricional, junto à Administração tributária. Precedentes. 3. Incide a Taxa Selic, como correção monetária e juros de mora, desde o pagamento indevido. Precedentes. 4. Segundo a jurisprudência desta Corte, a receita decorrente da variação cambial positiva relativa às operações de exportação não se sujeitam à tributação pelo PIS e pela COFINS. 5. Recurso especial da Fazenda Nacional não provido. 6. Recurso especial do contribuinte provido. (REsp 982.870/PE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/09/2010, DJe 20/09/2010) Diante do exposto, negase provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. É o Voto. (assinado digitalmente) Vanessa Marini Cecconello Fl. 229DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10245.001197/2005-06
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Mar 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2004
OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO.
Na determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir os custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida, nos termos do §9ºA, art. 3º da Lei 9.718/98.
Numero da decisão: 9303-006.540
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2004 OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. Na determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir os custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida, nos termos do §9ºA, art. 3º da Lei 9.718/98.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello.
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DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. Na determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir os custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida, nos termos do §9ºA, art. 3º da Lei 9.718/98. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 5. 00 11 97 /2 00 5- 06 Fl. 1876DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.877 2 (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão n.º 3403002.369, de 24 de julho de 2013 (fls.1389 a 1401 do processo eletrônico), proferido pela Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso de ofício e, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito à dedução dos valores pagos pela cooperativa aos médicos cooperados, referentes à rubrica “PRODUTIVIDADE DOS COOPERADOS”, nos valores apurados pela diligência fiscal. A discussão dos presentes autos tem origem no auto de infração lavrado para a exigência de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e de Contribuição para o PIS (PIS) em relação a fatos geradores ocorridos entre 30/09/2002 e 31/12/2004. O contribuinte apresentou impugnação alegando, em síntese, o seguinte: a Cooperativa COOPSAUDE, constituída nos moldes da Lei 5.764/71, tem como finalidade precípua promover a aproximação da atividade profissional de seus sócios cooperados ao usuário final do trabalho; neste caso, o da assistência médica especializada à população em nome do Estado, conforme Lei Estadual 174/97 e 265/2000. Esta atividadefimda cooperativa se resume na prestação dos serviços da saúde, e é realizada sem fins lucrativos, ou seja, sem receita, razão pela qual não gera o imposto sobre a renda e seus reflexos incluindose, aí, a contribuição para o Programa de Integração Social PIS; não existe receita, reafirmamos; Fl. 1877DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.878 3 a COOPSAUDE é uma Cooperativa formada por profissionais da Saúde e exerce através do modelo de gestão compartilhada o atendimento a saúde da população do Estado de Roraima, recebendo para isso repasse de recursos por parte da Secretaria Estadual da Saúde SESAU para àquele fim único; resumidamente apresentamos à formação da COOPSAÚDE: A Lei n° 174/97 do Estado, instituiu o Plano de Assistência Integral à Saúde PAI SAÚDE, cuja estrutura basicamente fundase nos artigos 2º e 3º, respectivamente, a saber: Art. 2° O Sistema Estadual de Saúde do Estado de Roraima organizarseá segundo o Modelo de Gestão Compartilhada, assim entendida a parceria, mediante convênio, entre o Estado e profissionais de saúde, organizados em Cooperativas de Trabalho"; Art. 3º O Modelo de gestão Compartilhada envolve a participação do Estado, mediante a alocação de seus imóveis, instalações e equipamentos necessários à execução do Contrato / Convênio, e dos profissionais de saúde organizados em Cooperativas, participando com o seu trabalho". uma vez alterada a Lei n° 174/97 Estadual, pela Lei nº 265/2000, com vigência e eficácia asseguradas pelo ordenamento jurídico reinante, foi celebrado o Contrato/Convênio 025/2.002, tendo por objeto a reunião de esforços entre o Governo do Estado de Roraima, por sua Secretaria Estadual de Saúde SESAU e os Profissionais Especializados da Saúde para a execução dos objetivos estabelecidos naquela Lei Estadual regente; ou seja: Lei nº 265/2000, através dos mecanismos e procedimentos específicos a essa gestão. o objetivo direto do contrato/convênio dirigese precipuamente a gestão compartilhada, executando e viabilizando o plano estatal de saúde, onde se beneficiam todos aqueles que necessitem de serviços médicos, hospitalares e ambulatoriais; obrigação do Estado, executada pela Cooperativa. Destarte, a população em geral é parte do associativo da COOPSAÚDE, visto que não pagam qualquer importância pelos serviços médicos prestados, bem como de internação hospitalar, remédios ou serviços ambulatoriais. Em resumo, não existe finalidade econômica nos serviços prestados à população, repitase; Fl. 1878DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.879 4 o contrato/convênio celebrado com a COOPSAÚDE achase, pois, por enfático destituído de qualquer finalidade econômica, visto que os serviços prestados de atendimento a saúde e os seus respectivos custos operacionais; os pagamentos aos profissionais cooperados, pelos seus serviços prestados, não mais retornam aos cofres públicos através de cobrança o que implica reconhecemos sua condição especial. em síntese significa dizer que: os recursos recebidos do Estado são na sua totalidade repassados como remuneração aos profissionais da saúde; médicos e agentes da saúde, organizados em forma de Cooperativa para cumprimento da Lei Estadual, onde os mesmos prestam os serviços de atendimento à saúde da população do Estado, de forma gratuita; funções da Secretaria de Saúde do Estado de Roraima; executado pela Cooperativa no modelo de gestão compartilhada. A DRJ em Belém/PA, por meio do Acórdão nº 017.746, de 23 de fevereiro de 2007, manteve em parte a exigência fiscal, julgando o lançamento parcialmente procedente. Irresignado com a decisão contrária ao seu pleito, o contribuinte apresentou recurso voluntário, o Colegiado por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso de ofício e, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito à dedução dos valores pagos pela cooperativa aos médicos cooperados, referentes à rubrica “PRODUTIVIDADE DOS COOPERADOS”, nos valores apurados pela diligência fiscal, conforme acórdão assim ementado in verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2004 PIS/COFINS. COOPERATIVAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. ATO COOPERATIVO. DESPESA. FALTA DE PERTINÊNCIA COM O FATURAMENTO OU RECEITA BRUTA. Ato cooperativo é aquele especificamente praticado entre a cooperativa e seus cooperados, destinado à consecução dos objetivos sociais da Fl. 1879DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.880 5 entidade. O fato de os pagamentos realizados pela cooperativa aos seus cooperados configurarem um ato cooperativo é indiferente para a apuração de PIS/Cofins, que são tributos que incidem sobre a receita bruta ou faturamento, ou seja, que incide sobre o ingresso de recursos na entidade. COFINS. COOPERATIVAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. DEDUÇÕES DAS OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. ART. 3º, § 9º, III, DA LEI 9.718/98. INDENIZAÇÕES CORRESPONDENTES AOS EVENTOS OCORRIDOS. PAGAMENTOS AOS MÉDICOS COOPERADOS. Os pagamentos realizados pelas cooperativas aos médicos, clínicas, hospitais e laboratórios credenciados, para suportar os atendimentos (tais como consultas médicas, exames laboratoriais, hospitalização, cirurgias, terapias, medicamentos etc) a que deram causa os usuários, desde que tenham sido efetivamente pagos, configuram indenizações de eventos ocorridos, para o efeito da dedução da base de cálculo prevista no art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98. Recurso de ofício provido. Recurso voluntário provido em parte. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência (fls. 1363 a 1385) em face do acordão recorrido que deu provimento parcial ao recurso do contribuinte, a divergência suscitada pela Fazenda Nacional, diz respeito aos entendimentos diversos sobre a mesma matéria. Para comprovar a divergência jurisprudencial suscitada, a Fazenda Nacional apresentou como paradigmas os acórdãos de números 20401.913 e 20310.842. A comprovação do julgados firmouse pela transcrição das ementas dos acórdãos paradigmas no corpo da peça recursal. O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi admitido, conforme despacho de fls. 1852 e 1853, sob o argumento que que o acórdão recorrido entendeu que todo evento ocorrido e efetivamente pago pode ser deduzido, mesmo que o serviço tenha sido prestado por um médico, hospital, laboratório, etc, credenciado da operadora postulante. Fl. 1880DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.881 6 Contrariamente, ambos os paradigmas afastam tal possibilidade, embora, também aparentemente, não coincidam na definição daquele alcance. Desta forma, entendeuse que restou comprovada a divergência jurisprudencial. O Contribuinte apresentou contrarrazões às fls. 1857 a 1874, manifestando pelo não provimento do Recurso Especial da Fazenda Nacional e que seja mantido o v. acórdão. É o relatório em síntese. Voto Conselheira Érika Costa Camargos Autran Relatora O Recurso Especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional atende os pressupostos de admissibilidade ,devendo, portanto, ser conhecido. O Acórdão recorrido reconheceu que os pagamentos realizados pelas cooperativas aos médicos, clínicas, hospitais e laboratórios credenciados, para suportar os atendimentos a que deram causa os usuários (tais como consultas médicas, exames laboratoriais, hospitalização, cirurgias, terapias, medicamentos etc), desde que tenham sido efetivamente pagos, configuram indenizações de eventos ocorridos, para o efeito da dedução da base de cálculo prevista no art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98. Conforme a diligência fiscal defl. 1284, ficou demonstrado que houve pagamentos aos médicos cooperados, os quais são identificados na rubrica de despesa “PRODUTIVIDADE DOS COOPERADOS. Assim, o recurso voluntário, reconheceu o direito de dedução dos valores pagos pela cooperativa aos médicos cooperados, referentes à rubrica “PRODUTIVIDADE DOS COOPERADOS”, nos valores apurados pela diligência fiscal, por entender que configuram a indenização de eventos na forma do art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98. Fl. 1881DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.882 7 Hoje tal matéria encontrase superada, uma vez que, com a edição da Medida Provisória MP n..º 619, de 2013 (convertida na Lei n.° 12.873, de 2013), introduziuse, no art. 3º da Lei da n.º 9.718, de 1998, o § 9ºA, segundo o qual, para efeito de interpretação, nos custos de utilização pelos beneficiários do plano, incluemse não apenas os despendidos com seus próprios beneficiários, mas também com os beneficiários de outras operadoras atendidos a título de transferência de responsabilidade, a questão litigiosa não se resume apenas a esta matéria. Eis a sua redação: § 9oA. Para efeito de interpretação, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9o entendese o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) Portanto, devem ser levados em conta, na determinação da base de cálculo do PIS/Cofins, os valores despendidos com os próprios beneficiários e com os beneficiários de outras operadoras atendidos a título de transferência de responsabilidade. Esta turma julgadora enfrentou a matéria através do Acórdão nº 9303004.399, da lavra do Conselheira Vanessa Marini Cecconello e do Acórdão nº 9303005.449 , da lavra do Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, cujas ementas abaixo transcrevo: Acórdão nº 9303004.399 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/01/2006 a 31/12/2008 OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. Na determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir os custos assistenciais Fl. 1882DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.883 8 decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida, nos termos do §9ºA, art. 3º da Lei 9.718/98. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 31/01/2006 a 31/12/2008 OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. Na determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir os custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida, nos termos do §9ºA, art. 3º da Lei 9.718/98. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 31/01/2006 a 31/12/2008 NORMA INTERPRETATIVA. RETROATIVIDADE. POSSIBILIDADENo s termos do art. 106, inciso I, do Código Tributário Nacional CTN, a norma que seja expressamente interpretativa aplicase, em qualquer caso, a ato ou fato pretérito, restando excluída a aplicação da penali dade à infração dos dispositivos interpretados. Amoldase o comando da retroatividade benigna do art. 106, I, do CTN ao §9ºA, do ar. 3º da Lei nº 9.718/98, norma de caráter interpretativo, introduzido em 2013 pela Lei nº 12.873, que retroage para alcançar os fatos geradores do pre sente processo administrativo. Acórdão nº 9303005.449 Fl. 1883DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.884 9 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2003 a 31/08/2007 OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. CUSTOS. Nos termos do § 9ºA do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, nos custos de utilização pelos beneficiários do plano, incluemse não apenas os despendidos com seus próprios beneficiários, mas também com os beneficiários de outras operadoras atendidos a título de transferência de responsabilidade. Recurso Especial do Procurador negado. Há também várias decisões deste Colegiado o que já adotaram o mesmo entendimento: COFINS. BASE DE CÁLCULO. PLANO DE SAÚDE. COOPERATIVA MÉDICA. DEDUÇÕES. INDENIZAÇÕES EFETIVAMENTE PAGAS. INTERPRETAÇÃO DO DISPOSITIVO LEGAL. As operadoras de planos de assistência à saúde podem deduzir da base de cálculo da Contribuição para a COFINS, as despesas e custos operacionais relacionados com os atendimentos médicos realizados em seus próprios beneficiários, por meio de estabelecimento próprio ou pela rede conveniada/credenciada de profissionais e empresas da área de saúde, bem como aos atendimentos médicos efetuados em beneficiários pertencentes à outra operadora de plano de assistência à saúde, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabili dade, em conformidade com o preceptivo do art. 3º, § 9ºA da Lei nº 9.718/98, introduzido, em caráter interpretativo, pela Lei nº 12.873/2013. (C ARF, 3ª Seção, 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3401003.854, de 24/07/2017). BASE DE CÁLCULO. OPERADORAS DE PLANO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. CUSTOS ASSISTÊNCIAIS. ABATIMENTO. Fl. 1884DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.885 10 Nos termos do art. 3º, § 9ºA da Lei nº 9.718/98, introduzido, em caráter interpretativo, pela Lei nº 12.873/2013, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, de que trata o inciso III do § 9º , engloba o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúd e, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. (CARF, 3ª Seção, 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3401003.962, de 31/08/2017). OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE (OPS). CUSTOS ASSISTENCIAIS DE COBERTURA COM BENEFICIÁRIOS DA PRÓPRIA E DE OUTRA OPERADORA. DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO. CABIMENTO. As operadoras de planos de assistência à saúde podem deduzir da base de cálculo da COFINS, as despesas e custos operacionais relacionados com os atendimentos médicos realizados em seus próprios beneficiários, por meio de estabelecimento próprio ou pela rede conveniada/credenciada de profission ais e empresas da área de saúde, bem como aos atendimentos médicos efetua dos em beneficiários pertencentes a outra operadora de plano de assistência à saúde, deduzidos das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidade. (CARF, 3ª Seção, 4ª Câmara /2ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3402004.625, de 27/09/2017). OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES DA BASE DE CÁLCULO. Na determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir os custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida, nos termos do §9ºA, art. 3º da Lei 9.718/98. (CARF, 3ª Seção, 4ª Câmara /2ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3402004.337 , de 26/07/2017). Fl. 1885DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.886 11 OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. INDENIZAÇÕES. BENEFICIÁRIAS DA PRÓPRIA OPERADORA. POSSIBILIDADE. A exclusão prevista no inciso III do § 9º do art. 3o da Lei no 9.718/98 inclui os valores pagos a título de indenização dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúd e relacionados aos eventos ocorridos com beneficiários da própria operador a e com beneficiários de outras operadoras atendidos a título de transferênci a de responsabilidade assumida. (CARF, 3ª Seção, 3ª Câmara /2ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3302004.120, de 26/04/2017). PIS/COFINS. COOPERATIVAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. DEDUÇÕES DAS OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. APLICAÇÃO. ART. 3º, § 9º, III, DA LEI 9.718/98. INDENIZAÇÕES CORRESPONDENTES AOS EVENTOS OCORRIDOS. CONCEITO. ALCANCE. Configuram indenizações de eventos ocorridos, para o efeito da dedução da base de cálculo prevista no art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98, os pagamentos realizados pelas cooperativas para terceiros (tais como médicos, clínicas, hospitais e laboratórios credenciados), para suportar os atendimen tos (tais como consultas médicas, exames laboratoriais, hospitalização, cirur gias, terapias etc), a que deram causa os usuários dos planos de saúde independente de se tratar de usuários da própria operadora ou de outras operadoras, desde que tenham sido efetivamente pagos, reduzidos dos valores reembolsados pelas outras operadoras. PIS/COFINS. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. CONTRATOS OPERACIONAIS OU DE MERA INTERMEDIAÇÃO. SISTEMÁTICA DE REPASSE NÃO DEMONSTRADA. Não foi demonstrado o vínculo jurídico que obrigaria o repasse dos valores pagos pelos usuários, por parte da opera dora, aos prestadores dos serviços. PIS/COFINS. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. COPARTICIPAÇÃO PAGA PELO USUÁRIO. O ingresso de valores na operadora, pagos pelos usuários a título de coparticipação, Fl. 1886DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.887 12 corresponde a uma receita variável, devendo ser tratado da mesma maneira que as receitas fixas mensais correspondentes à manutenção da cobertura do plano de saúde. (CARF, 3ª Seção, 4ª Câmara /3ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3403002.049, de 23/04/2013). COFINS CUMULATIVO. BASE DE CÁLCULO. OPERADORA DE PLANOS DE SAÚDE. INCIDÊNCIA. A base de cálculo das contribuições para a COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, afastado o disposto no § 1º, do art. 3º, da Lei nº 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal em 09/11/2005, transitada em julgado em 29/09/2006. A receita referente a comercialização de planos de saúde por empresa operadora desta modalidade de serviços está incluída na base de cálculo da COFINS por tratarse de prestação de serviços. (CARF, 3ª Seção, 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3102001.712, de 29/1/2013). IRPJ, CSLL – ATOS COOPERATIVOS E NÃO COOPERATIVOS – DISCRIMINAÇÃO E TRIBUTAÇÃO. Na comercialização de planos de saúde, existe prestação de utilidade pela cooperativa a terceiros (usuários, na comercialização de planos de saúde), na medida em que os planos permitem o direito de usar serviços médicos e utilidades conexas de não cooperados. O contratante não paga simplesmente preço, através da cooperativa. Antes, paga preço à cooperativa, de modo que as relações econômicas relativas ao plano de saúde contratado se instalam entre o terceiro e a cooperativa, e não entre o terceiro e o cooperado. ((CARF, 1ª Seção, 1ª Câmara / 3ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 1103 00.587, de 24/11/2011). OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE.NÃO INCIDÊNCIA DO PIS E DA COFINS. Existindo previsão legal expressa no sentido de que as atividades desenvolvidas pelas operadoras de planos de saúde constituem Fl. 1887DF CARF MF Processo nº 10245.001197/200506 Acórdão n.º 9303006.540 CSRFT3 Fl. 1.888 13 prestação de serviços, a receita proveniente destas atividades incluise no faturamento, constituindo base de cálculo das contribuições ao PIS e à Cofins. (CARF, 3ª Seção, ª Câmara / 3ª Turma Ordinária, Acórdão n.º 3403001.785, de 27/9/2012). Ante o exposto, conheço do Recurso Especial e, no mérito, negolhe provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Fl. 1888DF CARF MF
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Numero do processo: 10746.900606/2011-48
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.605
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Henrique Silva Figueiredo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: PAULO HENRIQUE SILVA FIGUEIREDO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório Tratase de Recurso interposto em relação ao Acórdão nº 0350.450, de 31 de janeiro de 2013, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília/DF (fls. 158 a 165), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo. O presente processo cuida da Declaração de Compensação (DCOMP) nº 25958.28851.311007.1.3.047674 (fls. 22 a 27), por meio da qual a contribuinte compensou débito de sua responsabilidade referente ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), relativa ao 3º trimestre de 2007, no valor de R$ 251,04, com crédito decorrente de suposto RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 07 46 .9 00 60 6/ 20 11 -4 8 Fl. 319DF CARF MF Processo nº 10746.900606/201148 Resolução nº 1302000.605 S1C3T2 Fl. 320 2 pagamento indevido ou a maior relativo a título de Contribuição social sobre o Lucro Líquido (CSLL). O crédito em questão, no valor de R$ 205,20, originarseia de pagamento efetuado em 31/01/2006, no montante de R$ 2.859,82; e não foi reconhecido pelo Despacho Decisório de fl. 13, por se encontrar inteiramente utilizado para quitação de débito da contribuinte, de modo que a compensação declarada não foi homologada. Cientificado, o sujeito passivo apresentou a Manifestação de Inconformidade de fls. 2 a 12, na qual sustentou que, por equívoco, na Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), relativa ao anocalendário de 2005, e na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), referente ao quarto trimestre do citado ano calendário, informou débito a título de CSLL, regime de apuração baseado no Lucro Presumido, calculado a partir da aplicação do percentual de 32% sobre a sua receita bruta. Contudo, em decorrência da sua atividade, estaria sujeito à CSLL, sobre o Lucro Presumido, calculada com base na aplicação da alíquota de 12% sobre a sua receita bruta. Invocou o princípio da verdade material e apresentou elementos que, no seu entender, comprovariam o erro de fato e o indébito em questão (DIPJ retificadora, cópias parciais dos livros Diário, Razão e Registro de notas fiscais de serviços prestados, bem como cópias das notas fiscais do período). Relatou, ainda, haver procedido à retificação da DIPJ referente ao ano calendário de 2005, e apresentou diversas decisões de Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento que respaldariam o crédito pleiteado. Em dezembro de 2012, o sujeito passivo apresentou o documento de fls. 156 e 157, intitulado "Resumo do Manifesto de Inconformidade P.J.", no qual, além de reiterar os termos da sua Manifestação Inconformidade, esclarece que deixou de retificar a DCTF do 4º trimestre de 2005, uma vez que, no momento em que constatou a necessidade de tal retificação, já se teria operado a decadência do seu direito de alterar o referido documento. A decisão de primeira instância (fls. 158 a 165) considerou que a Recorrente não havia apresentado documentação suficiente capaz de "demonstrar a natureza das atividades a que se referiram os rendimentos declarados e que poderia esclarecer qual(is) o(s) correto(s) percentual(is) aplicável(is), se de 12%, tal como pretendido, se de 32%, ou mesmo de percentuais diversificados, conforme § 2º do artigo 15 da Lei nº 9.249/95", de modo que o alegado indébito não se revestiria da liquidez e certeza necessárias ao reconhecimento do direito creditório, nos termos do art. 170 do CTN. Registrou, ainda, que as decisões administrativas colecionadas pela pessoa jurídica não possuíam caráter de normas complementares, nem efeitos vinculantes. Deste modo, não reconheceu o direito creditório do sujeito passivo. Após a ciência, comprovada às fls. 166/167, foi interposto o Recurso de fls. 169 a 180, por meio do qual a Recorrente, após reiterar as razões contidas na Manifestação de Inconformidade, sustenta que tem como cliente contratante, na maioria dos serviços prestados, o Poder Público, sendo a prática e costume os contratos de obras públicas serem formalizados sob a sistemática da empreitada global. Fl. 320DF CARF MF Processo nº 10746.900606/201148 Resolução nº 1302000.605 S1C3T2 Fl. 321 3 Aduz que os documentos já apresentados, em especial as notas fiscais de serviço, são elementos hábeis a demonstrar se tratar de serviços prestados com fornecimento de material. Invoca a aplicação do princípio in dúbio pro contribuinte (calcado no art. 112, inciso II, do CTN) ou, ainda, a realização de diligência para juntada aos autos dos contratos de prestação de serviço. Contudo, com base no art. 16, §4º, alínea c, do Decreto nº 70.235, de 1972, combinado com o §5º do referido dispositivo, já traz aos autos os mencionados contratos de prestação de serviço, que comprovariam o direito pleiteado. É o Relatório. Voto Conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator Como já relatado, tratase de Declaração de Compensação (DComp) referente a pagamento efetuado, em 31/01/2006, a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativo ao 4ª trimestre do anocalendário de 2005. O crédito compensado decorreria do fato de a Recorrente haver confessado na DCTF e recolhido a CSLL, apurada sob o regime de apuração baseado no Lucro Presumido, a partir da aplicação do percentual de 32% sobre a sua receita bruta, quando, em decorrência da receita se referir à atividade de construção civil com fornecimento de material, o percentual aplicável para a determinação do Lucro Presumido ser o de 12%, conforme art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995. O direito creditório invocado não foi reconhecido pelo Despacho Decisório de fl. 13, por se encontrar inteiramente utilizado para quitação de débito da contribuinte, de modo que a compensação declarada não foi homologada. Por outro lado, a Manifestação de Inconformidade do sujeito passivo foi julgada improcedente por se considerar que os elementos juntados aos autos não são suficientes para comprovar que os serviços prestados pela Recorrente incluem o fornecimento de todo o material necessário à sua realização. Nos termos do art. 20 da Lei nº 9.249, de 1995, a base de cálculo da CSLL devida pelas pessoas jurídicas que apuram o IRPJ com base no Lucro Presumido, corresponderá a doze por cento da receita bruta, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1º do art. 15 daquele diploma legal, dentre as quais se inclui a prestação de serviços em geral, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. O citado art. 15 foi interpretado pelo Ato Declaratório Normativo Cosit nº 6, de 1997, que esclareceu que, para a determinação da base de cálculo do IRPJ mensal, a construção por empreitada com emprego de qualquer quantidade de materiais se sujeitaria ao percentual de 8% (oito por cento), enquanto incidiria o percentual de 32% (trinta e dois por cento) sobre a receita das atividades de construção por empreitada unicamente de mãodeobra. Fl. 321DF CARF MF Processo nº 10746.900606/201148 Resolução nº 1302000.605 S1C3T2 Fl. 322 4 A Instrução Normativa SRF nº 93, de 24 de dezembro de 1997, tratava do assunto, nos mesmos moldes do ADN mencionado. Aquele entendimento vigorou até a edição da Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de dezembro de 2004, que definiu como "construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por empreitada de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra". (Destacouse) No caso sob exame, tratandose do anocalendário de 2005, aplicase, portanto, o entendimento que exige o fornecimento de todos os materiais, para a aplicação do percentual favorecido na determinação da base de cálculo da CSLL. A questão que se põe, portanto, é saber se as provas documentais apresentadas pelo sujeito passivo são (ou não) suficientes para comprovar que as receitas tributadas no trimestre em questão se referem a serviços de construção civil prestados com o fornecimento de material. Ocorre que, previamente à apreciação do Recurso, fazse necessário esclarecimento. É que, dentre os contratos apensados ao Recurso, constatase a existência de instrumento firmado com a Construtora Monte do Carmo Ltda, CNPJ nº 01.919.293/000178 (fls. 299/306). Do mesmo modo, vêse que notas fiscais (fl. 298 e 307) são emitidas pela Recorrente, em relação ao contrato firmado com a Construtora Monte do Carmo Ltda, e que os valores das referidas receitas estão contabilizadas nos Livros contábeis e fiscais juntados pela Recorrente, e foram considerados na apuração da CSLL devida no período em questão. Isto posto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que o processo retorne à Unidade de origem (DRF/PalmasTO), para que: a) intime o sujeito passivo a esclarecer a existência de notas fiscais e contrato referente à Construtora Monte do Carmo Ltda, CNPJ nº 01.919.293/000178, na base de cálculo utilizada para a determinação da CSLL relativa ao 4º trimestre do anocalendário de 2005 e do indébito de que trata o presente processo; b) informe os valores efetivamente recolhidos pela Recorrente, a título de CSLL, em relação ao referido período de apuração, detalhando a eventual utilização/disponibilidade dos pagamentos efetuados; c) ao fim, elaborese relatório de diligência contendo as informações acima requeridas, bem como se manifestando em relação aos esclarecimentos prestados pelo sujeito passo, que deve ser cientificado do resultado, com a concessão de prazo para, querendo, manifestarse nos autos. Após, reencaminhese o processo a este Colegiado. (assinado digitalmente) Fl. 322DF CARF MF Processo nº 10746.900606/201148 Resolução nº 1302000.605 S1C3T2 Fl. 323 5 Paulo Henrique Silva Figueiredo Fl. 323DF CARF MF
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Numero do processo: 10111.720769/2013-77
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/07/2008 a 30/06/2012
CONTROLE ADUANEIRO DE MERCADORIAS. INFORMAÇÃO DE NATUREZA ADMINISTRATIVO-TRIBUTÁRIA, CAMBIAL OU COMERCIAL. INEXATIDÃO. INCOMPLETUDE. OMISSÃO. MULTA DE UM POR CENTO DO VALOR ADUANEIRO.
A inexatidão, incompletude ou omissão de informação especificada em ato normativo editado pelo Secretário da Receita Federal como sendo necessária ao procedimento de controle aduaneiro da mercadoria importada dá ensejo à aplicação da multa de um por cento do valor aduaneiro da mercadoria prevista no art. 84 da MP 2.158-35/01, combinado com o art. 69 da Lei 10.833/03.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/07/2008 a 30/06/2012
DECISÃO. INSTÂNCIA AD QUEM. PREJUDICIAL DE MÉRITO. INOCORRÊNCIA. RETORNO DOS AUTOS À INSTÂNCIA A QUO.
A decisão da instância ad quem que afasta a prejudicial de mérito decidida pela instância a quo deve determinar o retorno dos autos para análise das demais questões de mérito, sob pena de supressão de instância e preterição do direito de defesa.
Numero da decisão: 9303-006.663
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto à possibilidade de utilização da IN SRF nº 680/2006 como base para multa, vencidos as conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que não conheceram do recurso. No mérito, na parte conhecida, acordam, por voto de qualidade, em dar-lhe provimento com retorno dos autos ao colegiado de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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INFORMAÇÃO DE NATUREZA ADMINISTRATIVOTRIBUTÁRIA, CAMBIAL OU COMERCIAL. INEXATIDÃO. INCOMPLETUDE. OMISSÃO. MULTA DE UM POR CENTO DO VALOR ADUANEIRO. A inexatidão, incompletude ou omissão de informação especificada em ato normativo editado pelo Secretário da Receita Federal como sendo necessária ao procedimento de controle aduaneiro da mercadoria importada dá ensejo à aplicação da multa de um por cento do valor aduaneiro da mercadoria prevista no art. 84 da MP 2.15835/01, combinado com o art. 69 da Lei 10.833/03. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2008 a 30/06/2012 DECISÃO. INSTÂNCIA AD QUEM. PREJUDICIAL DE MÉRITO. INOCORRÊNCIA. RETORNO DOS AUTOS À INSTÂNCIA A QUO. A decisão da instância ad quem que afasta a prejudicial de mérito decidida pela instância a quo deve determinar o retorno dos autos para análise das demais questões de mérito, sob pena de supressão de instância e preterição do direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto à possibilidade de utilização da IN SRF nº 680/2006 como base para multa, vencidos as conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que não conheceram do recurso. No mérito, na parte conhecida, acordam, por voto de qualidade, em darlhe provimento com retorno dos autos ao colegiado de origem, vencidos os conselheiros Tatiana Midori AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 11 1. 72 07 69 /2 01 3- 77 Fl. 5666DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 3 2 Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Fazenda Nacional contra decisão tomada no Acórdão nº 3401003.217, de 24 de agosto de 2016 (efolhas 5573 e segs), que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/07/2008 a 30/06/2012 MULTA POR PRESTAR INFORMAÇÃO INEXATA EM DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO E DESPACHO ADUANEIRO. REQUISITO. Para justificar a multa prevista no artigo 69 da Lei n. 10.833/2003, é necessário caracterizar e demonstrar a infração, qual seja que a falta da informação ou a prestação inexata da informação influenciou, em pelo menos um caso, na determinação do controle aduaneiro apropriado. DEFINIÇÃO DA INFRAÇÃO. MULTA POR PRESTAR INFORMAÇÃO INEXATA EM DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. INFLUENCIA SOBRE A DETERMINAÇÃO DO PROCEDIMENTO ADUANEIRO APROPRIADO. Em revisão aduaneira, não corresponde ao tipo definido no artigo 69 da Lei 10.833/2003 a suspeita de que a informação sobre a existência de vínculo entre fornecedor/produtor e Fl. 5667DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 4 3 importador influenciaria o procedimento de valoração aduaneira. Recurso voluntário provido. A divergência suscitada no recurso especial (efolhas 5591 e segs) diz respeito à aplicação da multa de 1% (um por cento) do valor aduaneiro da mercadoria por prestação inexata de informação necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro, prevista no artigo 84 da MP n. 2.15835/ 2001, combinado com art. 69 da Lei nº 10.833/2003. Ainda em sede de recurso, a reclamante esforçase em demonstrar que havia vinculação entre os fornecedores/produtores e o importador1. O Recurso especial foi admitido conforme despacho de admissibilidade de e folhas 5618 e segs. Contrarrazões da contribuinte às efolhas 5638 e segs. Pede que não se dê seguimento ao recurso especial e, no mérito, que lhe seja negado provimento. É o Relatório. 1 A respeito desse assunto, não há divergência. A decisão recorrida omitiuse expressamente a respeito, "ex vi" teor do próprio dispositivo do acórdão à efolha 5.573. Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, Relator. Conhecimento do Recurso Especial A contrarrazoante suscita diversas razões para que não seja conhecido o recurso especial. Inicia alegando que, embora a Turma julgadora tenha de fato decidido pela incompetência da IN SRF nº 680/2006 para estabelecer obrigação administrativofiscal sem Fl. 5668DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 5 4 previsão legal, esse não teria sido o fundamento isolado e tampouco o principal do acórdão recorrido. No seu entendimento, o racional de ambos acórdãos, recorrido e paradigma, é idêntico: "necessidade de comprovação de dano ao controle aduaneiro em razão da falta de informação na DI". Sem razão a contrarrazoante. Ainda que as decisões comparadas convirjam em determinados aspectos, o requisito de admissibilidade do recurso especial é a divergência na interpretação da legislação tributária e não a divergência integral dos fundamentos nos quais se alicerçam as decisões comparadas. No caso concreto, como a própria reclamante reconhece2, houve divergência sobre o entendimento a respeito da possibilidade de que um ato normativo editado pela Secretaria da Receita Federal determine as informações passíveis de ensejar a aplicação de penalidade. Também não há que se falar em situações fáticas distintas. Ambos os casos versam sobre multa decorrente de falta ou inexatidão da informação prestada pelo importador. O fato de o paradigma ter concluído que da omissão decorreu prejuízo ao controle aduaneiro, enquanto o recorrido entendeu o contrário, nada tem a ver com circunstâncias fáticas. Tratase, isto sim, de outra divergência, esta relacionada à interpretação que cada acórdão deu às ocorrências examinadas em cada um dos processos. Em outros termos, não é que num processo tenha havido prejuízo ao controle aduaneiro e noutro não. Em lugar disso, num entendeuse que a falta/inexatidão trazia prejuízo ao controle, noutro entendeuse que esse prejuízo não seria uma decorrência natural e automática da imprecisão nas informações prestadas pelo importador. Tampouco obsta o prosseguimento do feito a possibilidade de que seja necessária a reapreciação da integralidade dos elementos probatórios. Como dito, o requisito de admissibilidade do recurso é o dissenso jurisprudencial. Uma vez que admitido, o julgamento será processado e decidido no mérito, à luz de todos os elementos de convicção que instruem o processo. 2 À folha 5.642, no corpo das contrarrazões, afirma: "Com efeito, no processo sob exame, a Turma julgadora de fato entendeu que a IN nº. 680/2006 não teria condão de estabelecer obrigação administrativofiscal não prevista em lei (primeira razão de decidir acima transcrita). Porém, este não foi o fundamento isolado e tampouco o principal do acórdão recorrido. (...)" Fl. 5669DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 6 5 No que diz respeito à admissibilidade do recurso no que toca à vinculação entre MMCB e MMCO, assiste parcial razão à contrarrazoante. Se o acórdão recorrido não decidiu a esse respeito, não há como se falar em dissenso. Contudo, uma vez mais, é preciso levar em consideração o efeito devolutivo do recurso. De toda sorte, como mais tarde se verá, tratase de um entrave que merece uma reflexão particular para a qual será proposta uma solução que merece ser tratada separadamente no decorrer do vertente voto, por ocasião da análise de mérito. Mérito Discutese a imputação da multa prevista no artigo 84 da MP nº. 2.15835/ 2001, combinado com art. 69 da Lei nº 10.833/2003, que têm a seguinte redação. MP nº. 2.15835/ 2001 Art. 84. Aplicase a multa de um por cento sobre o valor aduaneiro da mercadoria: I classificada incorretamente na Nomenclatura Comum do Mercosul, nas nomenclaturas complementares ou em outros detalhamentos instituídos para a identificação da mercadoria; ou II quantificada incorretamente na unidade de medida estatística estabelecida pela Secretaria da Receita Federal. § 1o O valor da multa prevista neste artigo será de R$ 500,00 (quinhentos reais), quando do seu cálculo resultar valor inferior. § 2o A aplicação da multa prevista neste artigo não prejudica a exigência dos impostos, da multa por declaração inexata prevista no art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, e de outras penalidades administrativas, bem assim dos acréscimos legais cabíveis. Lei nº 10.833/2003 Art. 69. A multa prevista no art. 84 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, não poderá ser superior a Fl. 5670DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 7 6 10% (dez por cento) do valor total das mercadorias constantes da declaração de importação. § 1º A multa a que se refere o caput aplicase também ao importador, exportador ou beneficiário de regime aduaneiro que omitir ou prestar de forma inexata ou incompleta informação de natureza administrativotributária, cambial ou comercial necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado. § 2º As informações referidas no § 1º, sem prejuízo de outras que venham a ser estabelecidas em ato normativo da Secretaria da Receita Federal, compreendem a descrição detalhada da operação, incluindo: I identificação completa e endereço das pessoas envolvidas na transação: importador/exportador; adquirente (comprador)/fornecedor (vendedor), fabricante, agente de compra ou de venda e representante comercial; II destinação da mercadoria importada: industrialização ou consumo, incorporação ao ativo, revenda ou outra finalidade; III descrição completa da mercadoria: todas as características necessárias à classificação fiscal, espécie, marca comercial, modelo, nome comercial ou científico e outros atributos estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal que confiram sua identidade comercial; IV países de origem, de procedência e de aquisição; e V portos de embarque e de desembarque. § 3º (Vide Medida Provisória nº 320, de 2006) A hipótese geral e abstrata contemplada na norma traz duas particularidades de grande relevo para solução da presente lide. A primeira é a previsão de que a multa aplicase no caso de (i) omissão, (ii) inexatidão ou (iii) incompletude de informação de natureza (i) administrativotributária, (ii) cambial ou (iii) comercial. Fl. 5671DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 8 7 A leitura das hipóteses contempladas na norma não deixa dúvidas de que o legislador não tinha a intenção de restringir seu alcance. Muito pelo contrário. É tarefa árdua imaginar uma informação inserida na declaração de importação que não possa ser reconhecida nem como de natureza administrativa nem tributária nem cambial e nem comercial3. E não é necessário que seja omitida, basta que seja inexata ou incompleta. A segunda e, talvez, a mais importante é que, nos termos do § 2º do art. 69 da Lei 10.833/03, foi assegurado à Secretaria da Receita Federal a competência para estabelecer outras informações que, no seu entender, importem em prejuízo ao controle aduaneiro quando omitidas ou informadas com imprecisão. De plano, portanto, devem ser rechaçadas quaisquer alegações que proponham, a priori, que a penalidade imposta não tem base legal. A teor do disposto na Lei, é incontroverso que foi delegado à Secretaria da Receita Federal a competência para determinar as informações que trariam a repercussão de que aqui se trata (além daquelas já especificadas nos incisos I a V do § 2º). No caso concreto, a informação que, segundo o Fisco, foi negligenciada, teria sido exigida pela Instrução Normativa SRF nº 680/2006, qual seja, o vínculo entre o comprador e o vendedor das mercadorias. Seguem excertos da Instrução Normativa, onde a informação é especificada. Art. 4º A Declaração de Importação (DI) será formulada pelo importador no Siscomex e consistirá na prestação das informações constantes do Anexo Único, de acordo com o tipo de declaração e a modalidade de despacho aduaneiro. (...) ANEXO ÚNICOhttp://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/an exoOutros.action?idArquivoBinario=0 INFORMAÇÕES A SEREM PRESTADAS PELO IMPORTADOR (...) 44 Valoração Aduaneira Método, acréscimos, deduções e informações complementares 3 Talvez as informações com fins estatísticos poderiam ser assim enquadradas. Fl. 5672DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 9 8 para composição do valor aduaneiro, base de cálculo do imposto de importação. 44.1 Método de Valoração Método utilizado para valoração da mercadoria, conforme a tabela "Método de Valoração", administrada pela SRF, e indicativo de vinculação entre o comprador e o vendedor. Indubitavelmente, há exigência da informação em epígrafe em norma infralegal. Da mesma forma, conforme antes demonstrado, indubitavelmente, há previsão em Lei para que a Secretaria da Receita Federal estabeleça quais informações considera necessárias à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado. Uma vez que tudo isso, a meu sentir, esteja bastante claro, a dúvida que ainda pode remanescer acerca da competência da IN para especificar as informações cuja imprecisão daria ensejo à imposição da penalidade de que se trata, diz respeito, apenas, à indagação sobre se a Instrução Normativa SRF nº 680/2006 teria sido editada para esse fim. Em outras palavras, o Ato foi editado com esta finalidade e, corolário, tem competência para estabelecer informações de natureza administrativotributária, cambial ou comercial necessárias à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado? Foi essa uma das premissas acolhidas no voto vencedor, ora recorrido, para que fosse afastada a multa, se não vejamos (efolhas 5.588) 4: Mais especifica e objetivamente quanto ao caso em análise, essa instrução normativa não define que a informação a respeito da existência ou não de vínculo entre fornecedores/produtores estrangeiros e importador deve ser considerada relevante para os fins do artigo 69 da Lei n. 10.833/2003. A nosso ver, falta essa teleologia para e na Instrução Normativa adotada como base da autuação. Como se vê, para a maioria dos Conselheiros integrantes do Colegiado prolator do acórdão recorrido a IN SRF nº 680/2006 não se reveste da condição necessária à tornála apta à definição do que sejam informações necessárias à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado. 4 A outra premissa foi a de que a IN não pode ser base legal para imposição de multa, já rechaçada nas considerações precedentes. Fl. 5673DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 10 9 Contudo, ouso também divergir da leitura empregada na decisão a quo. Reproduzo a seguir o enunciado da Instrução Normativa SRF nº 680/2006, gizado na parte que interessa à solução da controvérsia. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o inciso III do art. 230 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF nº 30, de 25 de fevereiro de 2005, e considerando o disposto na Decisão MERCOSUL/CMC/DEC nº 50, de 16 de dezembro de 2004; no art. 41 da Medida Provisória nº 320, de 24 de agosto de 2006; no Decreto nº 1.765, de 28 de dezembro de 1995; nos arts. 73, 482 a 485, 491 a 496, 502 a 506 e 508 a 518 do Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro de 2002; e no art. 392 do Decreto nº 4.544, de 26 de dezembro de 2002, resolve: Como se lê, uma das motivações da Instrução Normativa editada pelo Secretário da Receita Federal, portanto, são os arts. 73, 482 a 485, 491 a 496, 502 a 506 e 508 a 518 do Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro de 2002. Esse Decreto é, justamente, o ato editado pelo Poder Executivo que aprovou o Regulamento Aduaneiro vigente à época dos fatos controvertidos neste processo. Reproduzo, então, a seguir, apenas o art. 482 e o enunciado que o precede (grifos acrescidos). LIVRO V DO CONTROLE ADUANEIRO DE MERCADORIAS TÍTULO I DO DESPACHO ADUANEIRO CAPÍTULO I DO DESPACHO DE IMPORTAÇÃO Seção I Das Disposições Preliminares Art. 482. Despacho de importação é o procedimento mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em relação à mercadoria importada, aos documentos Fl. 5674DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 11 10 apresentados e à legislação específica, com vistas ao seu desembaraço aduaneiro. Todos os demais artigos supracitados, de 482 a 485, de 491 a 496, de 502 a 506 e de 508 a 518, estão sob o título Controle Aduaneiro das Mercadorias. Pois bem. Se uma das motivações da IN SRF nº 680/2006 foi disciplinar diversos dos artigos que normatizam o Controle Aduaneiro das Mercadorias, inclusive o art. 482, que trata especificamente do Despacho de Importação, como se pode admitir a interpretação de que o Ato não está definindo quais são as informações relevantes para os fins do artigo 69 da Lei n. 10.833/2003, que refere textualmente que "a multa (...) aplicase [àquele que] prestar de forma inexata ou incompleta informação (...) necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado"? Com a devida vênia às inúmeras considerações no sentido de que a imposição da multa objeto da lide carece de fundamento legal, o fato é que não consigo enxergar qualquer deficiência em todo o arcabouço normativo no qual baseouse o auto de infração. Há lei prevendo imposição da pena no caso de informações imprecisas. Há lei especificando, de antemão, algumas informações que dariam ensejo à pena e, simultaneamente, prevendo a inclusão de outras informações que o Secretário da Receita Federal considerasse relevantes ao controle aduaneiro. Há ato do Secretário especificando as informações assim consideradas. A exegese que conduziu ao entendimento de que a IN SRF nº 680/2006 não teve por escopo o art. 69 da Lei 10.833/03 é equivocada. O art. 69 não atribuiu competência ao Secretário da Receita Federal para especificar informações necessárias ao Controle Aduaneiro das Mercadorias. Em lugar disso, determinou que aquelas que, no uso da competência que lhe é inerente, fossem assim consideradas, ensejariam a imposição da penalidade ali prevista. De resto, é de se dizer que as inúmeras alegações apresentadas em sede de contrarrazões, embora bem articuladas, nem de perto merecem acolhimento. É óbvio que não é necessário que a Fiscalização altere o método de valoração ou ajuste o valor aduaneiro para que a penalidade seja imposta. Tratase de uma pena por prestação de informação indevida/incompleta/omissa. Outros procedimentos, como o de valoração aduaneira, de classificação fiscal de mercadorias, etc., transcendem o ato praticado pela autoridade fiscal no caso em apreço e trariam suas próprias consequências. Fl. 5675DF CARF MF Processo nº 10111.720769/201377 Acórdão n.º 9303006.663 CSRFT3 Fl. 12 11 Por exemplo, houvesse erro de classificação fiscal e, além de eventual multa por declaração inexata ou por importação ao desamparo de licença de importação, apuradas em procedimento fiscal próprio, seria também imposta a multa de que aqui se trata. Vale o mesmo em relação à valoração aduaneira das mercadorias. Assim, uma vez que tudo isso esteja resolvido, chego à conclusão de que a prejudicial de análise de mérito acerca da efetiva vinculação entre exportador e importador deve ser afastada, pois, no caso de chegarse à conclusão de que a vinculação existe, há, sim, suporte legal para imposição da pena neste controvertida e a circunstância material, qual seja, falta de indicativo de vinculação entre comprador e vendedor, estaria presente. Uma vez que o exame dessa matéria neste momento importaria em supressão de instância, voto por afastar a prejudicial de análise de mérito e determinar o retorno do feito ao Colegiado recorrido, para que decida sobre a existência ou não de vinculação entre exportador e importador nas operações que deram azo à autuação. Diante do exposto, voto por conhecer parcialmente do recurso especial somente em relação incompetência da IN SRF nº 680/2006 para estabelecer obrigação administrativofiscal, e não conheço o recurso quanto a discussão de mérito relativa à existência ou não de vínculo entre importador e exportador. Na parte conhecida, voto por lhe dar provimento e determinar o retorno dos autos a instância a quo para análise das demais questões de mérito. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Fl. 5676DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.923842/2011-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 24 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 30/11/2003
VALIDADE DA INTIMAÇÃO. DOMICÍLIO FISCAL. CIÊNCIA.
De acordo com a Súmula CARF nº 9 considera-se válida a ciência do Despacho Decisório por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/11/2003
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.
Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-004.375
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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PIS/COFINS. ÔNUS DA PROVA. Recorrente PLÁSTICOS MACHINI LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/11/2003 VALIDADE DA INTIMAÇÃO. DOMICÍLIO FISCAL. CIÊNCIA. De acordo com a Súmula CARF nº 9 considerase válida a ciência do Despacho Decisório por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/11/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 92 38 42 /2 01 1- 98 Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 02052.714, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (DRJ/BHE), que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a Manifestação de Inconformidade, não conhecendo do direito creditório postulado e não homologando a compensação em litígio. O Despacho Decisório proferido pela unidade de origem não homologou a compensação declarada em PER/DCOMP pela contribuinte acima qualificada, sob o fundamento de que, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresentou manifestação de inconformidade, tendo indicado endereço para onde deverão ser enviadas todas as notificações e intimações referentes ao presente processo. Também aduziu que o débito decorrente da não homologação da compensação está com a sua exigibilidade suspensa, consoante legislação especificada, alegando ainda, em síntese: "Em preliminar, argumenta que recebeu o despacho decisório questionado, mas o Aviso de Recebimento (AR) não foi juntado aos autos, como instrumento de prova, pelo fato de a Receita Federal não entregar cópia do documento em tempo hábil, apesar de solicitado pelo manifestante. Requer a anexação do termo de assinatura do AR pelos motivos que passa a discorrer. Alega que o despacho decisório teria sido recebido por pessoa não autorizada para recebimento da sua correspondência e que apenas o sócio, o representante legal da empresa ou qualquer pessoa legitimada poderiam ter recebido a correspondência que trata de intimação com aviso de recebimento. Transcreve doutrina relativa ao Código de Processo Civil que sustenta que as citações de pessoas jurídicas devem ser feitas aos seus representantes designados nos estatutos. No processo administrativo, expõe, as intimações devem ser realizadas de modo a garantir a ciência do interessado. Dada a importância da citação inicial e das repercussões de tal ato na lide e com vistas a garantir o pleno exercício do direito ao contraditório, conclui que, no caso de pessoas jurídicas, ela seja feita ao representante legal. Em não sendo observada a formalidade defendida, pugna pela nulidade dos atos processuais por cerceamento ao direito de defesa. Defende que os princípios da verdade material e da legalidade impõem à Administração rever seus atos contrários ao ordenamento jurídico, o que a leva a requerer a anulação da notificação do despacho decisório. Na possibilidade de que não ser acolhida a preliminar suscitada, passa a discorrer sobre o mérito da compensação. Fl. 87DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 4 3 Nas questões de fato, alega que efetuou compensação em conformidade com o disposto no artigo 66 da Lei no 8.383, de 30 de dezembro de 1991, tendo feito menção ainda ao Código Tributário Nacional (CTN) e às instruções normativas que regularam a matéria. O sistema, na hipótese de crédito proveniente de decisão judicial, apenas aceita a compensação se corretamente informada a data do trânsito em julgado da decisão judicial que reconheceu o direito creditório. Entende ser descabida tal exigência, na medida em que as compensações são realizadas dentro da sistemática do lançamento por homologação, na qual o contribuinte apura por sua conta e risco o valor devido ao Fisco. Argui que o processo eletrônico a impede de esclarecer a origem do crédito (“declaração expressa de inconstitucionalidade do STF”) e de exercer seu direito constitucional de petição, a qual somente pode ser providenciada com a interposição da manifestação de inconformidade. Na parte que trata dos fundamentos legais, assevera que recolheu a Cofins na forma prevista pela Lei no 9.718, de 1998, a qual majorou a alíquota do tributo de 2% para 3%, inconstitucionalmente a seu ver, pois a Lei Complementar no 70, de 1991, previa a alíquota de 2%. Assim, se viu obrigado a recuperar os valores indevidamente recolhidos por meio da compensação. Destaca que o legislador editou a Lei Complementar 70, de 1991, que descreveu minuciosamente a regra matriz da hipótese de incidência da Cofins, sendo sua base de cálculo o faturamento. Em seguida, o Poder Executivo, por meio da Medida Provisória no 1.724, de 1998, teria alterado a base de cálculo da Cofins para receita bruta e majorado a alíquota para 3%, em afronta ao disposto no artigo 155 da Magna Carta, pois a tributação deveria recair apenas sobre o “faturamento”. Argumenta ainda que a inclusão das receitas financeiras no cálculo da Cofins somente foi permitida com a edição da Emenda Constitucional no 20, de 1998. Contudo, a Lei no 9.718, de 1998 foi editada em data anterior à emenda, e deveria ter respeitado o antigo texto do art. 195 da Constituição Federal, que não previa a cobrança de contribuições à seguridade social sobre receitas financeiras. Portanto, totalmente inconstitucional a alteração da base de cálculo da Cofins por lei ordinária, que não se convalida com a superveniência da Emenda Constitucional. Alega que a MP no 1.724, de 1998, convertida na Lei no 9.718, de 1998, que dispõe sobre a cobrança adicional de 1% da Cofins, fere o princípio da equidade na participação do custeio da seguridade social, tendo a Lei estabelecido que o acréscimo de 1% da Cofins deveria ser pago por todas as empresas, mas poderia ser compensado com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Com isso, as empresas altamente lucrativas não sofreram os efeitos do aumento da carga tributária; somente as empresas que tiveram prejuízos ou lucro baixo, como o manifestante, é que arcaram com a majoração da Cofins. Passa, na continuação, a tratar do prazo prescricional para a repetição do indébito tributário. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 5 4 Defende que, para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, a extinção do crédito tributário se dá com a homologação, expressa ou tácita, do Fisco. Adotada esta premissa, o prazo prescricional para a recuperação de valores indevidamente recolhidos deveria ter início cinco anos após a data do efetivo pagamento (a chamada tese dos cinco mais cinco). Salienta que a empresa “efetuou a restituição do COFINS dentro do prazo prescricional” (sic), em conformidade com as jurisprudências do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho de Contribuintes, tendo o manifestante dez anos para pedir de volta o que foi pago indevidamente. Assevera que, para fundamentar sua decisão, o julgador monocrático aduziu que a Lei Complementar 118/05, dispondo sobre a interpretação do inciso I do art. 168, descreveu que a extinção do credito tributário nos tributos com lançamento por homologação ocorre no pagamento, entendimento que considera equivocado, uma vez que a lei interpretativa deve esclarecer o significado de texto legal controverso, o que não foi o caso, posto que a interpretação posta foi inovadora e contrária à jurisprudência. Ao final, requer o provimento da presente manifestação de inconformidade, para o fim de reformar o Despacho Decisório. Pede ainda que seja mantida vinculada a compensação ao processo, nos moldes da MP 135/03 transformada na Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, em seu art 17, § 11, e deste modo os valores compensados estarão suspensos conforme legislação pertinente." Tendo em vista a decisão consubstanciada no Acórdão ora recorrido, o Contribuinte ingressou com Recurso Voluntário para que seja reformada a referida decisão. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.364, de 21 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.675899/200951, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.364): "O Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte, em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 0252.701, é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O ora analisado Recurso Voluntário visa reformar decisão que possui a seguinte ementa: Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 6 5 ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/03/2003 VALIDADE DA INTIMAÇÃO É válida a ciência do Despacho Decisório por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/03/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O Contribuinte, por meio do ora analisado Recurso Voluntário, visa reformar o Acórdão referido por compreender que (i) há liquidez e certeza do crédito discutido; (ii) não foi respeitado o devido processo legal, no que diz respeito ao contraditório, uma vez que a notificação não foi feita na pessoa de seus sócios ou administradores; e (iii) deve ser excluído o valor devido de ICMS da base de cálculo das contribuições PIS/COFINS. Como a questão da (i) liquidez e certeza do crédito tributário tem reflexos na discussão acerca (iii) da exclusão ou não do ICMS da base de cálculo das contribuições PIS/COFINS, enfrentarseá primeiro a discussão do ponto sobre o (ii) devido processo legal e a ofensa ao contraditório no que tange a notificação, para posteriormente em conjunto tratar dos dois outros pontos. Do devido processo legal e contraditório O Contribuinte alega que houve violação ao devido processo legal, mais especificamente no seu direito ao contraditório, uma vez que a notificação não se deu na pessoa de seus sócios ou administradores, o que segundo ele, acaba por trazer a nulidade ao Despacho Decisório (fl. 2) em questão. Acerca deste argumento percebese, por meio do voto no Acórdão ora recorrido, que o Contribuinte, ciente do referido Despacho, foi capaz de apresentar sua Manifestação de Inconformidade (fls. 12 a 29) de forma tempestiva para questionar o objeto da Intimação. Cito a seguir trecho do voto do acórdão recorrido, como razões para decidir, que bem esclarece os fatos acerca da notificação e da alegada nulidade do Despacho Decisório por não respeitar o devido processo legal e contraditório (fls. 71 a 73): Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 7 6 Quanto à arguição de nulidade do Despacho Decisório, uma vez que teria sido recebido por pessoa não autorizada pela empresa, cumpre destacar o que prescreve o inciso II do art. 23 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972: Art. 23. Farseá a intimação: [...] II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; Exige a norma legal que a entrega da intimação seja efetuada no domicílio eleito pelo sujeito passivo. Não se impõe que o sócio ou representante legal do sujeito passivo pessoa jurídica tenha diretamente recebido a intimação cientificada por via postal. Acerca do assunto em pauta, vale ressaltar também o entendimento expresso na Súmula nº 9 editada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), nos seguintes termos: Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. Em consulta aos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), foi possível extrair o AR correspondente à ciência do Despacho Decisório ora contestado, que comprova que o documento foi entregue no domicílio tributário do sujeito passivo à época da intimação: (...) Conforme se vê, o contribuinte, ciente do Despacho Decisório, foi capaz de apresentar, tempestivamente, sua manifestação de inconformidade, questionando o ato administrativo objeto da intimação. As argumentações apresentadas pelo manifestante demonstram que a intimação cumpriu sua finalidade de cientificálo acerca da não homologação da compensação e consequente exigência do débito que não foi extinto, concedendolhe prazo para apresentar sua contestação. Tendo sido válida a intimação e analisada a manifestação de inconformidade no presente ato, não ficou configurada nenhuma hipótese de cerceamento do direito de defesa, devendo ser afastada a tese de nulidade do Despacho Decisório. Nesse sentido, considerando que a notificação sobre o Despacho Decisório se deu de forma legal, de acordo inclusive com o previsto na Súmula CARF nº 9, sem prejuízo ao direito ao contraditório, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário neste ponto. Da liquidez e certeza do crédito discutido e do ICMS integrar a base de cálculo de PIS/COFINS Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 8 7 O Contribuinte aduz que não é pressuposto para admissão da ação a definição sobre a liquidez e certeza do crédito discutido. Para tanto o Contribuinte cita o art. 170 do CTN, que, segundo ele e a doutrina colada aos autos, estabelece como requisito de liquidez e certeza se referem apenas a créditos da União e não do Contribuinte. Alega também que o valor de ICMS na sua nota fiscal é simplesmente para fins contábeis e que não devem ser incluídos na base de cálculo das contribuições PIS/COFINS, uma vez que não configura faturamento e que se caso assim fosse feriria o princípio da capacidade contributiva e teria como efeito o confisco. Em que pese os argumentos trazidos pelo Contribuinte acerca destas duas matérias, resta prejudicada a discussão acerca do ICMS integrar ou não a base de cálculo das contribuições, se não ficar demonstrado a liquidez e certeza do crédito discutido. Nesse sentido cito trechos do voto do acórdão recorrido que bem elucidam a discussão, bem como, as razões para decidir (fl. 74): (...) Para as pessoas jurídicas que se sujeitam ao regime cumulativo e apuram as contribuições com base na Lei nº 9.718, de 1998, o conceito de receita bruta deve ser entendido como proveniente das receitas oriundas da venda de mercadorias, de serviços ou da venda de mercadorias e prestação de serviços. Porém, cabe salientar que, no Processo Civil, o ônus da prova cabe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito (Código do Processo Civil – CPC, art. 333). No Processo Administrativo Fiscal não há uma regra própria relativamente aos processos de restituição ou compensação, por isso utilizase a existente no CPC. Em um processo de restituição, ressarcimento ou compensação, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação do PER/DCOMP, de tal sorte que, se a RFB resistir à pretensão do interessado, indeferindo o pedido ou não homologando a compensação, incumbirá a ele – o contribuinte –, na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Na situação dos autos, o contribuinte não apresentou nenhuma prova de que, na apuração da Cofins do período analisado, incluiu receitas financeiras na base de cálculo, de forma a caracterizar o pagamento indevido ou a maior de tributo. É bom lembrar ainda que a existência de crédito líquido e certo é requisito legal para a concessão da compensação (CTN, art. 170), princípio este que também se aplica a pedido de restituição. Concluise, portanto, que deve a RFB indeferir o pedido ou não homologar a compensação, se ficar configurada a falta de certeza e liquidez, como evidenciado no caso em comento. Fl. 92DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 9 8 (...) (Grifouse) Com o intuito de verificar a miúde se o Contribuinte fez prova em seu Recurso Voluntário, de que tenha feito o recolhimento a maior, cabe citar suas alegações (fls. 84 e 85): Portanto, constatase que como não foi comprovado a liquidez e certeza do crédito alegado, tanto na Impugnação, quanto no Recurso Voluntário, sendo Fl. 93DF CARF MF Processo nº 10880.923842/201198 Acórdão n.º 3301004.375 S3C3T1 Fl. 10 9 requisito legal para a concessão da compensação e restituição, fica prejudicada a discussão e análise acerca do ICMS integrar ou não a base de cálculo das contribuições. Assim voto por negar provimento ao Recurso Voluntário no que tange a comprovação da liquidez e certeza do crédito e restando prejudicado a questão concernente a composição da base de cálculo da Cofins. Conclusão De acordo com os autos do processo e da legislação vigente, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar a liquidez e certeza do direito creditório pleiteado, restando prejudicada a questão concernente a composição da base de cálculo do PIS/COFINS. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 94DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13433.900674/2012-18
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/01/2010
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO.
Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3001-000.333
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleber Magalhães - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Ávila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: CLEBER MAGALHAES
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/01/2010 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Recurso Voluntário Negado
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar a existência e suficiência do crédito postulado. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Cleber Magalhães Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Ávila e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório Por bem resumir os fatos, adoto o relatório produzido pelo tribunal de origem, a 2ªTurma da DRJ/Belo Horizonte (efl. 34 e ss): DESPACHO DECISÓRIO AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 90 06 74 /2 01 2- 18 Fl. 52DF CARF MF 2 O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório nº rastreamento 31047008 emitido eletronicamente em 04/09/2012, referente ao PER/DCOMP nº 31243.79790.240610.1.3.046540. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP com crédito de COFINS, Código de Receita 2172, no valor original na data de transmissão de R$1.171,50, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 25/02/2010. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN),art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório em 18/09/2012, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade em 17/10/2012, tendo destacado, na exposição dos fatos, que a empresa desconhece a utilização total do crédito em outra DCOMP, porém reconhece a sua tentativa de utilização parcial desse crédito em outras declarações de compensação que, somadas, resultam no total do crédito pleiteado (R$41.253,73). Faz referência à legislação pertinente, para destacar que a autoridade administrativa tem que informar em que débito está alocado o crédito, acrescentando que, como prova, segue anexa cópia do Darf em que se funda o crédito alegado e não reconhecido na DCOMP. Caso haja algum erro de preenchimento, não se pode negar que se trata de erro de fato como já amplamente discutido no mundo jurídico, enfatizando ainda os seguintes pontos de discordância: a) o Darf de R$41.253,73 foi recolhido no dia 25/01/2010; b) o crédito não foi utilizado em nenhum débito que ultrapasse o valor dos débitos objeto de compensação nesta e em outras DCOMP que tem como base o mesmo Darf. No Recurso Voluntário, a Recorrente, em suma, repete as alegações já expressas na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 53DF CARF MF Processo nº 13433.900674/201218 Acórdão n.º 3001000.333 S3C0T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Cleber Magalhães Relator. O limite da competência das Turmas Extraordinárias do CARF é de sessenta salários mínimos, segundo o 23B, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, com redação dada pela Portaria MF nº 329, de 2017. O valor do saláriomínimo nacional é de R$ 954,00, segundo Decreto nº 9.255, de 29 de dezembro de 2017. Dessa forma, o limite de valor de litígio para processos a serem julgados pelas turmas extraordinárias é de R$ 57.240,00. Como o valor em litígio é de R$ 1.676,53 (efl. 7), a análise do p.p. está dentro da alçada das turmas extraordinárias. Em um processo de restituição, ressarcimento ou compensação, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação do PER/DCOMP, de tal sorte que, se a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) resistir à pretensão do interessado, indeferindo o pedido ou não homologando a compensação, incumbirá a ele – o contribuinte –, na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Levandose em conta que o crédito oferecido à compensação deve ser líquido e certo (art. 170 do CTN), concluise que deve a RFB não homologar a compensação se ficar configurada a falta de certeza e liquidez, notadamente com base em informações prestadas em DCTF, quando o contribuinte deixa de comprovar eventual erro cometido no preenchimento daquela declaração. Esse entendimento aplicase também à restituição. Se o Darf indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta. Assim, para modificar o fundamento desse ato administrativo, cabe ao recorrente demonstrar erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Se não o fizer, o motivo do indeferimento permanece. No caso, o manifestante não comprova erro que possa alterar o fundamento do despacho decisório. Fl. 54DF CARF MF 4 Compete ao contribuinte comprovar o direito ao crédito postulado na Declaração de Compensação. Não se encontram nos autos, entretanto, smj, nenhuma prova robusta do solicitado. Não pode a administração tributária aquiescer com o pedido da Recorrente sem que ela apresente elementos que comprovem a justiça de seu pleito. Não há, assim, como acatar o pedido de reforma da decisão do tribunal a quo. Assim, por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cleber Magalhães Fl. 55DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.001959/2007-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1997, 1998, 1999
NORMAS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. REGULAMENTAÇÃO POR INSTRUÇÃO NORMATIVA. FORMULÁRIODEPAPEL
O artigo 76 da Instrução Normativa SRF n. 600/05 foi editado para regulamentar o §14 do artigo 74 da Lei nº 98.430/96, e, ao fazê-lo, trouxe como hipótese de configuração de "compensação não declarada" a falta de utilização do procedimento de transmissão via formulário eletrônico à Receita Federal (PERD/COMP). Tal exigência somente pode ser afastada diante da demonstração de impossibilidade de utilização do sistema eletrônico.
DECADÊNCIA. PRAZO. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONSTRUÇÃO JURISPRUDENCIAL. STF E STJ. EFICÁCIA NORMATIVA. DIES A QUO. DATA DA APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVAMENTE.
A jurisprudência do STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito seria de cinco anos a contados da data dos respectivos pagamento. Já quanto aos pagamentos anteriores, a contagem do prazo obedece ao regime previsto no sistema anterior (tese dos cinco mais cinco). Contudo, o STF ao julgar o RE n. 566.621/RS, em 04.08.2011 sob o rito do artigo 543B, §3º, do CPC, alterou parcialmente o entendimento do STJ, fixando como marco para a aplicação do novo regime sobre prazo prescricional a data do pedido de restituição do indébito, e não mais a data do pagamento.
Por sua vez, o STJ se curvou ao citado entendimento do Pretório Excelso, passando a julgar os processos sobre a mesma controvérsia aplicando a ratio do RE 566.621/RS, inclusive por meio do rito dos recursos repetitivos (REsp n. 1.269.570/MG).
Tais decisões devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no âmbito do CARF (artigo 62, §2º do Regimento Interno), para a contagem do prazo decadência da a restituição administrativa do indébito.
Numero da decisão: 3402-005.129
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente
(assinado digitalmente)
Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Vinicius Guimarães (suplente convocado em substituição ao Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire), Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1997, 1998, 1999 NORMAS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. REGULAMENTAÇÃO POR INSTRUÇÃO NORMATIVA. FORMULÁRIODEPAPEL O artigo 76 da Instrução Normativa SRF n. 600/05 foi editado para regulamentar o §14 do artigo 74 da Lei nº 98.430/96, e, ao fazê-lo, trouxe como hipótese de configuração de "compensação não declarada" a falta de utilização do procedimento de transmissão via formulário eletrônico à Receita Federal (PERD/COMP). Tal exigência somente pode ser afastada diante da demonstração de impossibilidade de utilização do sistema eletrônico. DECADÊNCIA. PRAZO. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONSTRUÇÃO JURISPRUDENCIAL. STF E STJ. EFICÁCIA NORMATIVA. DIES A QUO. DATA DA APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVAMENTE. A jurisprudência do STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito seria de cinco anos a contados da data dos respectivos pagamento. Já quanto aos pagamentos anteriores, a contagem do prazo obedece ao regime previsto no sistema anterior (tese dos cinco mais cinco). Contudo, o STF ao julgar o RE n. 566.621/RS, em 04.08.2011 sob o rito do artigo 543B, §3º, do CPC, alterou parcialmente o entendimento do STJ, fixando como marco para a aplicação do novo regime sobre prazo prescricional a data do pedido de restituição do indébito, e não mais a data do pagamento. Por sua vez, o STJ se curvou ao citado entendimento do Pretório Excelso, passando a julgar os processos sobre a mesma controvérsia aplicando a ratio do RE 566.621/RS, inclusive por meio do rito dos recursos repetitivos (REsp n. 1.269.570/MG). Tais decisões devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no âmbito do CARF (artigo 62, §2º do Regimento Interno), para a contagem do prazo decadência da a restituição administrativa do indébito.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente (assinado digitalmente) Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Vinicius Guimarães (suplente convocado em substituição ao Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire), Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2141; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 137 1 136 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11020.001959/200725 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402005.129 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 17 de abril de 2018 Matéria PIS/PASEP Recorrente PREFEITURA MUNICIPAL DE BENTO GONÇALVES Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1997, 1998, 1999 NORMAS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. REGULAMENTAÇÃO POR INSTRUÇÃO NORMATIVA. FORMULÁRIODEPAPEL O artigo 76 da Instrução Normativa SRF n. 600/05 foi editado para regulamentar o §14 do artigo 74 da Lei nº 98.430/96, e, ao fazêlo, trouxe como hipótese de configuração de "compensação não declarada" a falta de utilização do procedimento de transmissão via formulário eletrônico à Receita Federal (PERD/COMP). Tal exigência somente pode ser afastada diante da demonstração de impossibilidade de utilização do sistema eletrônico. DECADÊNCIA. PRAZO. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONSTRUÇÃO JURISPRUDENCIAL. STF E STJ. EFICÁCIA NORMATIVA. DIES A QUO. DATA DA APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVAMENTE. A jurisprudência do STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito seria de cinco anos a contados da data dos respectivos pagamento. Já quanto aos pagamentos anteriores, a contagem do prazo obedece ao regime previsto no sistema anterior (tese dos cinco mais cinco). Contudo, o STF ao julgar o RE n. 566.621/RS, em 04.08.2011 sob o rito do artigo 543B, §3º, do CPC, alterou parcialmente o entendimento do STJ, fixando como marco para a aplicação do novo regime sobre prazo prescricional a data do pedido de restituição do indébito, e não mais a data do pagamento. Por sua vez, o STJ se curvou ao citado entendimento do Pretório Excelso, passando a julgar os processos sobre a mesma controvérsia aplicando a ratio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 19 59 /2 00 7- 25 Fl. 137DF CARF MF 2 do RE 566.621/RS, inclusive por meio do rito dos recursos repetitivos (REsp n. 1.269.570/MG). Tais decisões devem ser reproduzidas pelos Conselheiros no âmbito do CARF (artigo 62, §2º do Regimento Interno), para a contagem do prazo decadência da a restituição administrativa do indébito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente (assinado digitalmente) Thais De Laurentiis Galkowicz Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Vinicius Guimarães (suplente convocado em substituição ao Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire), Maysa de Sá Pittondo Deligne, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento ("DRJ") de Juiz de Fora/MG (fls 71 a 74), que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte. Como bem apontado pelo Acórdão recorrido, presente feito tem origem em declaração de compensação (fl. 02), relativa a crédito da Contribuição ao PIS/ PASEP, abrangendo o período 05/1997 a 03/1999. Constam também dos autos duas PER/DCOMPs relativas a direito creditório da mesma Contribuição, transmitidas em 05/07/2007 e 17/07/2007 (fls 10 17). A autoridade fiscal de origem, por meio do despacho de fls. 23/29, indeferiu o pleito e, consequentemente, não homologou as PER/DCOMPs, por entender que havia decaído o direito da Contribuinte repetir o indébito, bem como porque seguiu a orientação da Receita Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre a validade da cobrança da Contribuição ao PIS sob a égide das medidas provisórias nos anos 90 (MP n. 1.212 e suas reedições). Com relação à declaração de compensação em papel, consideroua como não declarada. Por sua vez, a Contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 37/64), alegando, em síntese, que: i) utilizou a declaração de compensação em papel diante da impossibilidade de utilização do programa PERD/COMP; ii) houve intempestividade nas reedições das Medidas Provisórias que sucederam a de n. 1.212/1996, o que teria criado o chamado "vácuo legislativo", cuja consequência jurídica relevante é que a Contribuição ao PIS não teve exigibilidade legal eficaz no período anterior à vigência à Lei n. 9.715/98; iii) assim, Fl. 138DF CARF MF Processo nº 11020.001959/200725 Acórdão n.º 3402005.129 S3C4T2 Fl. 138 3 os recolhimentos ao PASEP efetuados entre 1997 e 1999 seriam indevidos; iv) não se pode falar em extinção do direito de restituição, visto que o STJ decidiu que para tributos lançados por homologação aplicase a tese dos "cinco mais cinco" anos. O julgamento da manifestação de inconformidade resultou no Acórdão da DRJ de Juiz de Fora/MG (fls 71 a 74), cuja ementa segue colacionada abaixo: Assunto: Normas de Administração Tributário Anocalendário: 1997, 1998, 1999 CRÉDITOS INEXISTENTES: A ADIN 14170 declarou inconstitucional somente a parte final do art. 18 da Lei n.° 9.715/98. INEFICÁCIA DAS REEDIÇÕES MP 1.212/95: discussão incaláível em sede administrativa. DECADÊNCIA: o direito de pleitear restituição extinguese em 05 anos conforme artigo 168 CTN. Manifestaçao de Inconfonnidade Irnprocedente Irresignada, a Contribuinte recorre a este Conselho por meio de petição de fls 85 a 114, repisando os argumentos de sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, Relatora Notificada do julgamento a quo em 28 de janeiro de 2011 (sextafeira), conforme AR de fls 79, a Contribuinte apresentou seu recurso voluntário em 28 de fevereiro de 2011. Assim, o recurso é tempestivo, com base no que dispõe o artigo 33 do Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, bem como atende as demais condições de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Conforme se depreende do relato acima, as questões a serem aqui solucionadas são três: i) a possibilidade de utilização da declaração em papel pois o programa do PER/DCOMP não processa recolhimentos/retenções indevidas efetuados a mais de cinco anos, e, consequentemente, fica caracterizada “ausência de previsão de hipótese" de compensação, nos termos do §39 do art. 76 da Instrução Normativa SRF 600; ii) ocorrência ou não de decadência do direito do contribuinte à restituição do indébito; iii) o direito ao crédito pleiteado, com base em declaração de inconstitucionalidade das reedições das Medidas Provisórias que sucederam a de n. 1.212/1996. i) Compensação considerada não declarada Fl. 139DF CARF MF 4 No que tange ao primeiro ponto, dando efetividade à competência outorgada pelo artigo 170 do Código Tributário Nacional,1 o artigo 74, §§3º, 12 e 14 da Lei n. 9.430/96 estabelece as situações em que as compensações efetuadas pelos contribuintes serão consideradas como "não declaradas", bem como delega à Receita Federal a disciplina do assunto, nos seguintes termos: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (...) § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: I o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física; II os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação. III os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal que já tenham sido encaminhados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; IV o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da Receita Federal SRF; V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: I previstas no § 3o deste artigo; II em que o crédito: 1 Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 11020.001959/200725 Acórdão n.º 3402005.129 S3C4T2 Fl. 139 5 a) seja de terceiros; b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1o do DecretoLei no 491, de 5 de março de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) c) refirase a título público; d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: 1 – tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; 2 – tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; 3 – tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou 4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103A da Constituição Federal. (...) § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação Nesse sentido, os §§ 2° a 4° do artigo 76 da Instrução Normativa SRF n° 600, de 2005, ao tratar da formalização das declarações de compensação, estabeleceram que: Art. 76. Ficam aprovados os formulários Pedido de Restituição, Pedido de Cancelamento ou de Retificação de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito de Crédito, Pedido de Ressarcimento de IPI Missões Diplomáticas e Repartições Consulares, Declaração de Compensação e Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado constantes, respectivamente, dos Anexos I, II, III, IV e V. § 1º A SRF disponibilizará, no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br, os formulários a que se refere o caput. § 2º Os formulários a que se refere o caput somente poderão ser utilizados pelo sujeito passivo nas hipóteses em que a restituição, o ressarcimento ou a compensação de seu crédito para com a Fazenda Nacional não possa ser requerida ou Fl. 141DF CARF MF 6 declarada eletronicamente à SRF mediante utilização do Programa PER/DCOMP. § 3º A SRF caracterizará como impossibilidade de utilização do Programa PER/DCOMP, para fins do disposto no § 2º, no § 1º do art. 3º, no § 3º do art. 16, no § 1º do art. 22 e no § 1º do art. 26, a ausência de previsão da hipótese de restituição, de ressarcimento ou de compensação no aludido Programa, bem como a existência de falha no Programa que impeça a geração do Pedido Eletrônico de Restituição, do Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou da Declaração de Compensação. § 4º A falha a que se refere o § 3º deverá ser demonstrada pelo sujeito passivo à SRF no momento da entrega do formulário, sob pena do enquadramento do documento por ele apresentado no disposto no art. 31. 2 Assim, a atuação da unidade de origem, que indeferiu pedido de compensação realizado em meio físico, quando o correto seria por meio eletrônico, deuse com respaldo em ato administrativo fundado no poder regulamentar que lhe foi atribuído pela lei. Ademais, a Recorrente não comprovou os alegados impedimentos de transmissão da compensação eletrônica. Pelo contrário. O próprio fato de a Recorrente ter, em 2007, transmitido os dois PERD/COMPs aqui julgados, cujo direito creditório se refere ao mesmo período daquele constante da declaração em papel (1997 a 1999), contradiz a afirmação da defesa sobre a impossibilidade de utilização do programa eletrônico da Receita Federal para compensar créditos do período em questão. Dessarte, a Recorrente não se desincumbiu do ônus de comprovar fato constitutivo, impeditivo ou moditivativo do seu direito (art. 373 do CPC). Isso porque não há qualquer prova quanto aos problemas de processamento das declarações de compensação eletrônicas, as quais, portanto, não podem ser aceitas e impedem a utilização dos recursos inerentes ao processo administrativo fiscal, admitidos unicamente contra compensações não homologadas (artigo 74, §9º da Lei n. 9.430/96). 3 Nesse sentido caminha a jurisprudência deste Conselho, da qual destaco as seguintes ementas: Ementa(s) Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 07/12/1979 a 01/04/1981 Ementa: DILIGÊNCIAS. VERDADE MATERIAL. Indeferese o pedido de diligência formulado com o fim de suprir o ônus da prova do contribuinte, mormente quando a fiscalização envidou todos os esforços na busca da verdade material, tendo intimando o contribuinte por cinco vezes durante 2 Art. 31. A autoridade competente da SRF considerará não formulado o pedido de restituição ou de ressarcimento e não declarada a compensação quando o sujeito passivo, em inobservância ao disposto nos §§ 2º a 4º do art. 77, não tenha utilizado o Programa PER/DCOMP para formular pedido de restituição ou de ressarcimento ou para declarar compensação. 3 § 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. Fl. 142DF CARF MF Processo nº 11020.001959/200725 Acórdão n.º 3402005.129 S3C4T2 Fl. 140 7 o anocalendário de 2009 a apresentar os documentos que permitissem a quantificação de seu crédito. ÔNUS DA PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus da prova da certeza e da liquidez do direito de crédito oposto à administração NORMAS GERAIS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. FORMULÁRIO DE PAPEL. A partir do advento da IN 900/2008, inobservadas as disposições do seu art. 98, §§ 2º a 5º, considerase não declarada a compensação informada em formulário de papel. CRÉDITOPRÊMIO À EXPORTAÇÃO. RECONHECIMENTO POR MEIO DE DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. A decisão judicial transitada em julgado estabelece a certeza jurídica quanto ao direito ao créditoprêmio à exportação. Contudo, não tendo o contribuinte se desincumbido do ônus de provar a liquidez do direito reconhecido em juízo, indeferese o pleito. CRÉDITO PRÊMIO À EXPORTAÇÃO. PRESCRIÇÃO. A teor do art. 1º do Decreto nº 20.910/32, prescreve em cinco anos o direito ao aproveitamento do créditoprêmio à exportação. Precedentes do STJ. CRÉDITOPRÊMIO À EXPORTAÇÃO. EXTINÇÃO. O art. 1º do DecretoLei nº 491/69 perdeu eficácia a partir de 05 de outubro de 1990, por força do art. 41, § 1º, do ADCT da CF/88. Precedentes do STF. Recurso voluntário negado. (Processo n. 10880.720854/200603 Relator(a) ANTONIO CARLOS ATULIM, Acórdão 3403 003.136) Ementa(s) Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2003, 2004 DCOMP. FORMULÁRIOPAPEL. VEDAÇÃO. INSTRUÇÃO NORMATIVA. LEGALIDADE. No silêncio da lei quanto ao modus operandi de o contribuinte implementar a declaração de compensação, o poder discricionário da administração autoriza a regulação da matéria por meio de atos administrativos. Fl. 143DF CARF MF 8 DCOMP. PAPEL. COMPENSAÇÃO NÃO DECLARADA. Considerase não declarada a compensação de débitos tributários informadas em Declaração de Compensação apresentada em formuláriopapel, sem a justificativa para sua apresentação em meio eletrônico. DCOMP. CRÉDITO FINANCEIRO. DECISÃO JUDICIAL. COMPENSAÇÃO COM QUAISQUER TRIBUTOS. Embora a decisão judicial transitada em julgado, que reconheceu do direito à repetição/compensação do crédito financeiro tenha limitado a compensação com débitos tributários da mesma espécie, inexiste impedimento legal para sua compensação com quaisquer débitos fiscais do contribuinte. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte. (Processo 10940.003308/200300, Relator(a) HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Acórdão 9303002.453) Por essas razões, entendo que devem ser mantidas as decisões anteriores, para não conhecer a defesa administrativa no que tange à compensação considerada não declarada pela autoridade fiscal de origem. Passo então à análise dos demais argumentos de defesa, referentes às PER/DCOMPs originárias do presente processo administrativo. ii) Decadência do direito do contribuinte à restituição do indébito Sobre a decadência, é válido lembrar que a questão do prazo para a restituição de tributos sujeitos a lançamento por homologação passou por algumas reviravoltas jurisprudenciais. Inicialmente a posição que prevalecia no Superior Tribunal de Justiça (STJ) era a interpretação redacional do artigo 156, VII, do Código Tributário Nacional (CTN), segundo a qual somente com a homologação é que se daria a extinção do crédito tributário e, portanto, o início do computo do prazo para a repetição de indébito do artigo 168. Dessa forma, somandose o prazo de cinco anos para a homologação, com mais cinco anos para a repetição, o contribuinte detinha prazo de dez anos para pleitear a restituição de tributos. Tratavase da conhecida tese dos cinco mais cinco. Contudo, o advento da Lei Complementar 118, de 9 de fevereiro de 2005 (LC 118/2005), afirmando que, para efeito de interpretação do inciso I do artigo 168 do CTN, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de (artigo 150, § 1º), o STJ reviu a questão. Em seus novos julgamentos (e.g. Recurso Especial 982.985, Relator: Ministro Luiz Fux. Julgamento: 10 jun. 2008. Órgão Julgador: Primeira Turma. Publicação: DJe, 07 ago. 2008), decidiu que não obstante a LC 118/2005 se autointitular interpretativa, evidentemente inovou a ordem jurídica tributária, alterando por completo o entendimento solidificado pelo STJ sobre o prazo prescricional para repetição de indébito de tributos sujeitos ao lançamento por homologação (tese dos cinco mais cinco). Dessa forma, foi deliberado que, a partir de sua entrada, passaram a existir dois regimes jurídicos distintos: i) os recolhimentos indevidos feitos a partir da sua entrada em vigor (9 de junho de 2005) passaram a ter como prazo para sua restituição cinco anos contados a partir do instante em que é feito o pagamento antecipado; ii) já os pagamentos indevidos que Fl. 144DF CARF MF Processo nº 11020.001959/200725 Acórdão n.º 3402005.129 S3C4T2 Fl. 141 9 ocorreram anteriormente à vigência da Lei Complementar 118/05 permanecem sob a disciplina que imperava à época, vale dizer, que a contagem do prazo de cinco anos para a restituição só se inicia a partir da homologação, expressa ou tácita, feita pelo fisco. Este último entendimento apresentado pelo STJ, entretanto, foi parcialmente modificado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao analisar a matéria (RE 566.621/RS, Pleno, Relatora Ministra Ellen Gracie. j. 04.08.2011, julgado sob o rito do artigo 543B, §3º, do CPC), 4 que entendeu como relevante não a data dos pagamento indevidos, mas sim a dada da formulação dos pedidos de restituição, para a contagem do prazo dos contribuintes. Por sua vez, o STJ se curvou ao citado entendimento do Pretório Excelso, passando a julgar os processos sobre a mesma controvérsia aplicando a ratio do RE 566.621, julgado por meio do rito dos recursos repetitivos. Nesse sentido, destaco a ementa do REsp n. 1.269.570/MG: Ementa CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA (ART. 543C, DO CPC). LEI INTERPRETATIVA. PRAZO DE PRESCRIÇÃO PARA A REPETIÇÃO DE INDÉBITO NOS TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ART. 3º, DA LC 118/2005. POSICIONAMENTO DO STF. ALTERAÇÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. SUPERADO ENTENDIMENTO FIRMADO ANTERIORMENTE TAMBÉM EM SEDE DE RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. 4 Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Fl. 145DF CARF MF 10 1. O acórdão proveniente da Corte Especial na AI nos Eresp nº 644.736/PE, Relator o Ministro Teori Albino Zavascki, DJ de 27.08.2007, e o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009, firmaram o entendimento no sentido de que o art. 3º da LC 118/2005 somente pode ter eficácia prospectiva, incidindo apenas sobre situações que venham a ocorrer a partir da sua vigência. Sendo assim, a jurisprudência deste STJ passou a considerar que, relativamente aos pagamentos efetuados a partir de 09.06.05, o prazo para a repetição do indébito é de cinco anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior. 2. No entanto, o mesmo tema recebeu julgamento pelo STF no RE n. 566.621/RS, Plenário, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 04.08.2011, onde foi fixado marco para a aplicação do regime novo de prazo prescricional levandose em consideração a data do ajuizamento da ação (e não mais a data do pagamento) em confronto com a data da vigência da lei nova (9.6.2005). 3. Tendo a jurisprudência deste STJ sido construída em interpretação de princípios constitucionais, urge inclinarse esta Casa ao decidido pela Corte Suprema competente para dar a palavra final em temas de tal jaez, notadamente em havendo julgamento de mérito em repercussão geral (arts. 543A e 543 B, do CPC). Desse modo, para as ações ajuizadas a partir de 9.6.2005, aplicase o art. 3º, da Lei Complementar n. 118/2005, contandose o prazo prescricional dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em cinco anos a partir do pagamento antecipado de que trata o art. 150, §1º, do CTN. 4. Superado o recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.002.932/SP, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.11.2009. 5. Recurso especial não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 1269570 / MG, Relator Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, Data do Julgamento 23/05/2012, Data da Publicação/Fonte, DJe 04/06/2012 RT vol. 924 p. 802.) Pois bem. No presente caso, o contribuinte indicou das compensações que o indébito era referente a pagamentos efetuados entre 05/1997 e 03/1999. Todavia, os pedidos de restituição da Municipalidade somente foram formalizados em 05/07/2007 e 17/07/2007. Uma vez que o artigo 62, §2º do Regimento Interno do CARF, 5 prescreve a necessidade de reprodução, pelos Conselheiros, das decisões definitivas de mérito proferidas 5 § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Fl. 146DF CARF MF Processo nº 11020.001959/200725 Acórdão n.º 3402005.129 S3C4T2 Fl. 142 11 pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática dos recursos repetitivos, concluise que está de fato decaído o direito da Recorrente. Afinal, o pedido de restituição foi formulado em 2007, vale dizer, em data posterior a 09/06/2005, que segundo a jurisprudência acima destacada, é data para a qual já se utiliza o prazo de cinco anos para a contagem do prazo decadencial/prescricional. Como não há nenhum pagamento posterior a 2002, todo o montante requerido por meio do presente processo administrativo está decaído. Estando fulminado pela decadência o direito à restituição do indébito in casu questão preliminar de julgamento , despicienda a análise do mérito do processo administrativo (artigo 28 do Decreto 70.235/72), que mesmo que fosse favorável à Recorrente, não lhe daria o crédito pretendido. Dispositivo Ex positis, voto no sentido negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Thais De Laurentiis Galkowicz Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Fl. 147DF CARF MF
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Numero do processo: 11444.000952/2009-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/2007 a 31/07/2008
AUTO DE INFRAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. EXCLUSÃO DO SIMPLES. INCOMPETÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO. NÃO CONHECIMENTO.
Nos termos do art. 3º, IV, do Anexo II do RICARF, os recursos interpostos em processos que versem sobre aplicação da legislação relativa a Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, são da competência da Segunda Seção e, não, desta Primeira.
Numero da decisão: 1301-003.018
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em declinar da competência à Segunda Seção de Julgamento.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros, Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amelia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild.
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
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EXCLUSÃO DO SIMPLES. INCOMPETÊNCIA DA PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos do art. 3º, IV, do Anexo II do RICARF, os recursos interpostos em processos que versem sobre aplicação da legislação relativa a Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, são da competência da Segunda Seção e, não, desta Primeira. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em declinar da competência à Segunda Seção de Julgamento. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros, Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amelia AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 44 4. 00 09 52 /2 00 9- 77 Fl. 77DF CARF MF Processo nº 11444.000952/200977 Acórdão n.º 1301003.018 S1C3T1 Fl. 78 2 Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o acórdão nº 1431.113, proferido pela 6ª Turma da DRJ/RPO, que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada, com a manutenção do crédito tributário constituído. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância, a seguir transcrito: Tratase de Auto de Infração de obrigação principal AI/DEBCAD n° 37.203.9154 que constitui contribuições devidas às outras entidades ou fundos, ditas 'terceiros' (Salário Educação, INCRA, SESC e SEBRAE) incidentes sobre o total das remuneração pagas, devidas ou creditada aos segurados empregados apuradas pelo exame das folhas de pagamento e das declarações feitas pela empresa em GFIP's Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. A autuação foi lavrada em face do contribuinte acima identificado em decorrência de sua exclusão do regime de tributação conhecido como SIMPLES através do Ato Declaratório Executivo n° 23 datado de 22/05/2009, com os efeitos da exclusão nele estabelecidos, pelo exercício de atividade vedada (ensino médio). O crédito tributário assim constituído importa em R$ 18.936,24 (Dezoito mil, novecentos e trinta e seis reais e vinte e quatro centavos), consolidado em 02/09/2009, composto pelo principal acrescido de juros e multa de mora. A empresa autuada interpôs impugnação ao lançamento fiscal fundada nos seguintes argumentos, em síntese: i) Da necessidade de julgamento do presente em apenso ao processo administrativo n° 11444.000438/200931 Informa que a empresa autuada era partícipe do regime tributário do SIMPLES NACIONAL à época dos fatos, razão pela qual não era obrigada ao pagamento das contribuições aqui vertidas, tendo sido excluída desse regime através do ADE DRF/MRA n° 23/2009, do qual recorreu apresentando suas razões cm Manifestação de Inconformidade que, caso acolhida, tornará insubsistente os créditos tributários constituídos, de maneira que postula pelo julgamento do presente em conjunto com os daqueles autos de exclusão de n° 11444.000438/200931, Fl. 78DF CARF MF Processo nº 11444.000952/200977 Acórdão n.º 1301003.018 S1C3T1 Fl. 79 3 reiterando os argumentos contrários à exclusão ali alinhavados e postulando pela a anulação do presente auto. ii) Da multa moratória Postula pela aplicação da multa moratória prevista no art. 61 da Lei 9.430/96, a qual deverá ser limitada ao percentual de 20% consoante seu parágrafo 2o . uma vez que a Lei n° 11.941/09, resultante da conversão da MP 449/08, alterou as disposições legais sobre a qual se fundamentou a aplicação, ao inovar a redação do art. 35 da Lei n° 8.212/91. em conformidade com o art. 106, II. ' c ' do CTN. Posta nestes argumentos requer o recebimento da defesa, o julgamento em apenso àquele em que se estabelece a exclusão das interessadas do SIMPLES com a decorrente desconstituição integral do auto de infração em tela ou para apreciação sobre a flagrante cobrança de valores em excesso a título de multa de mora. E o essencial. Na seqüência, foi proferido o Acórdão recorrido, julgando improcedente a impugnação apresentada, mantendo o crédito tributário exigido. Após intimada, a empresa autuada apresenta seu Recurso, pugnando pelo provimento, onde apresenta argumentos que serão posteriormente analisados. É o Relatório. Voto Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator Antes de qualquer outra verificação do recurso interposto, um questão preliminar requer averiguação; I. DA INCOMPETÊNCIA DESTA 1ª SEJUL Analisando os autos, verifico que ao cabo de uma única auditoria, a autoridade encarregada formalizou seis processos administrativos. No caso dos autos, tratase de lançamento, onde é exigido crédito tributário de contribuições previdenciárias devidas às outras entidades ou fundos, ditas 'terceiros' (Salário Educação, INCRA, SESC e SEBRAE) incidentes sobre o total das remuneração pagas, devidas ou creditada aos segurados empregados apuradas pelo exame das folhas de pagamento e das declarações feitas pela empresa em GFIP's Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, em decorrência da exclusão do regime simplificado denominado de SIMPLES. Fl. 79DF CARF MF Processo nº 11444.000952/200977 Acórdão n.º 1301003.018 S1C3T1 Fl. 80 4 Assim, embora o presente processo seja decorrente do Ato da exclusão do Simples da recorrente, a exigência das contribuições previdenciárias baseiase em remunerações de seus empregados. Sobre a competência desta Seção de Julgamento, transcrevo o inciso IV, artigo 2º do Anexo II, com a redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016: Art. 2º À 1ª (primeira) Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância que versem sobre aplicação da legislação relativa a: (...) IV CSLL, IRRF, Contribuição para o PIS/Pasep ou Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), quando reflexos do IRPJ, formalizados com base nos mesmos elementos de prova; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (G.N) De acordo com tal norma, no que aqui nos interessa, apenas recursos que versem sobre aplicação da legislação relativa à Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta atrairiam a competência para esta Seção de Julgamento, e só se a exigência fosse formalizada com base nos mesmos elementos de provas de eventual lançamento de IRPJ/CSLL. No caso, não se trata de lançamento de Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta. Dispõe ainda o mesmo diploma no art. 3º, IV, que: Art. 3º À 2ª (segunda) Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância que versem sobre aplicação da legislação relativa a: (...) IV Contribuições Previdenciárias, inclusive as instituídas a título de substituição e as devidas a terceiros, definidas no art. 3º da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007; (G.N) A distribuição de competência entre as três Seções de Julgamento do CARF consiste em repartição jurisdicional em razão funcional, para atender o interesse público. Como tal, não é passível de modificação, devendo eventual incompetência ser conhecida de ofício. Assim, tendo em vista que o presente caso trata de exigência de contribuições previdenciárias incidentes sobre as remunerações de seus empregados, resta claro que ele está fora do âmbito de competência de julgamento desta 1ª Seção, devendo ser remetido à 2ª Seção, que tem a efetiva competência para o julgamento. Conclusão Fl. 80DF CARF MF Processo nº 11444.000952/200977 Acórdão n.º 1301003.018 S1C3T1 Fl. 81 5 Diante do exposto, voto por declinar da competência para julgamento do recurso em favor da Segunda Seção de Julgamento. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Fl. 81DF CARF MF
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