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Numero do processo: 13811.002534/2002-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 31 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
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Numero da decisão: 1401-001.669
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso.
Documento assinado digitalmente.
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregório, Marcos de Aguiar Villas-Bôas, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Aurora Tomazini de Carvalho.
Nome do relator: LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN
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Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso. Documento assinado digitalmente. Antonio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Ricardo Marozzi Gregório, Marcos de Aguiar VillasBôas, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Aurora Tomazini de Carvalho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 25 34 /2 00 2- 48 Fl. 142DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte em face do Acórdão nº 0733.833 3ª Turma da DRJ/FNS, que julgou integralmente procedente o lançamento contra BCEM COMÉRCIO DE PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDA. O auto de infração de IRPJ no valor do principal de R$ 15.000,00, acrescido de multa de ofício de 75% e juros de mora, totalizando R$ 39.956,50 (fls. 14 a 23), com origem em procedimento de auditoria interna em DCTF, conforme IN SRF nºs 45 e 77, de 1998, não foram localizados pela RFB os pagamentos de IRPJ informados pelo contribuinte nas DCTF dos períodos de junho, julho, agosto e setembro de 1998. Apreciada a impugnação, afastada a alegação de extinção por pagamento o lançamento foi julgado totalmente procedente em decisão fundamentada nos seguintes termos: "A Derat/SP analisou os pagamentos realizados mediante os DARF de IRPJ trazidos aos autos e concluiu que eles foram alocados a outro débito de IRPJ do contribuinte, referente ao período de apuração de janeiro de 1997. Em consultas ao Sistema Sief, conforme telas a seguir, constatamos que no dia 30/10/2001 houve retificações/correções dos referidos DARF de IRPJ informados em DCTF (processo 13811001914/200184). Os referidos DARF foram alterados e alocados para o débito confessado de IRPJ do período de apuração de janeiro/1997. [...] Observese que o interessado não alegou e não apresentou a escrituração e outros documentos comprobatórios sobre eventuais erros nos débitos de IRPJ confessados na DIRPJ e nas DCTF do anocalendário de 1997. Ademais, se efetivamente fosse informado incorretamente nas DCTF e/ou na DIRPJ o valor do IRPJ a pagar, fato que não foi aventado na defesa, competia ao sujeito passivo empreender a retificação das respectivas declarações. Ressaltese que as informações prestadas em DCTF e DIRPJ reputamse verdadeiras, competindo ao contribuinte a comprovação efetiva de que houve erro na identificação dos fatos geradores declarados nesses documentos. [...]Portanto, não assiste razão ao impugnante, pois os débitos confessados nas DCTF dos meses de julho a dezembro de 1997 estão em aberto, tendo em vista que os pagamentos realizados mediante os DARF juntados aos autos se referem a outro débito confessado de IRPJ, do período de apuração de janeiro de 1997, para o qual foram alocados. A Contribuinte apresentou recurso voluntário tempestivo, no qual repisa os argumentos apresentados na impugnação acrescentando que o equívoco da decisão de piso, poderia facilmente ser sanado quando admitidas as DCTFs retificadas com nova alocação dos pagamentos indicados nos DARFs anexados aos autos. Era o der essencial a ser relatado. Fl. 143DF CARF MF Processo nº 13811.002534/200248 Acórdão n.º 1401001.669 S1C4T1 Fl. 139 3 Passo a decidir Voto Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Conselheira Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Relatora. Por tempestivo e pela presença dos pressupostos recursais exigidos pela legislação, conheço do recurso. Contudo, notase que mesmo após apreciados os documentos reproduzidos na fase recursal, persiste a ausência de comprovação efetiva de que houve erro na identificação dos fatos geradores e alocação dos respectivos pagamentos declarados nos documentos considerados na decisão de piso. Além do mais, eventuais retificações efetivadas após o início da ação fiscal, não tem o condão de produzir efeito sobre o lançamento dela decorrente, nestes termos: Súmula CARF nº 33: A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício. Por todo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso para manter o lançamento do crédito tributário. Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin Relatora Fl. 144DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18088.720013/2014-55
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
REGIME NÃO CUMULATIVO. INSUMOS. CONCEITO.
No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de insumo é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os bens e serviços que integram o custo de produção.
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL.
É autorizada a tomada dos créditos de PIS e Cofins dos gastos com a aquisição de equipamentos de proteção individual.
ALUGUEL DE BEM QUE PERTENCERA AO PATRIMÔNIO DO CONTRIBUINTE.
É vedado pela legislação a tomada de crédito relativo a aluguel e contraprestação de arrendamento mercantil de bens que já tenham integrado o patrimônio da pessoa jurídica.
MULTA. APLICAÇÃO DO ART. 44, §1º DA LEI 9.430/96.
O art. 44, §1º da lei 9.430/96 exige a demonstração cabal do dolo do Contribuinte para a aplicação da qualificação da multa.
Numero da decisão: 3402-003.289
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para: a) reverter a glosa sobre o aluguel de máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas, devendo ser mantida apenas a glosa dos créditos da locação do guindaste AKN 7312, com base no art. 31, § 3º da Lei nº 10.865/04 e as glosas dos créditos sobre locação de veículos automotores; b) desagravar a multa de ofício em relação às glosas mantidas, mantendo a qualificação apenas sobre o guindaste AKN 7312. Vencido o Conselheiro Jorge Freire que deu provimento em menor extensão, acompanhando o relator apenas quanto a desqualificação da multa.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Waldir Navarro Bezerra, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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INSUMOS. CONCEITO. No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de “insumo” é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os “bens” e “serviços” que integram o custo de produção. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. É autorizada a tomada dos créditos de PIS e Cofins dos gastos com a aquisição de equipamentos de proteção individual. ALUGUEL DE BEM QUE PERTENCERA AO PATRIMÔNIO DO CONTRIBUINTE. É vedado pela legislação a tomada de crédito relativo a aluguel e contraprestação de arrendamento mercantil de bens que já tenham integrado o patrimônio da pessoa jurídica. MULTA. APLICAÇÃO DO ART. 44, §1º DA LEI 9.430/96. O art. 44, §1º da lei 9.430/96 exige a demonstração cabal do dolo do Contribuinte para a aplicação da qualificação da multa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para: a) reverter a glosa sobre o aluguel de máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas, devendo ser mantida apenas a glosa dos créditos da locação do guindaste AKN 7312, com base no art. 31, § 3º da Lei nº 10.865/04 e as glosas dos créditos sobre locação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 72 00 13 /2 01 4- 55 Fl. 1671DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 de veículos automotores; b) desagravar a multa de ofício em relação às glosas mantidas, mantendo a qualificação apenas sobre o guindaste AKN 7312. Vencido o Conselheiro Jorge Freire que deu provimento em menor extensão, acompanhando o relator apenas quanto a desqualificação da multa. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Waldir Navarro Bezerra, Thais de Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de Auto de Infração de PIS e Cofins relacionados ao anocalendário 2010, decorrentes de insuficiência verificada nos recolhimentos das contribuições, o que se deu em razão de glosas de descontos de créditos levadas a termo pela autoridade fiscal que alcançaram diversos itens apropriados pelo sujeito passivo nos DACONs apresentados pela empresa, fls. 67/378, tudo conforme consignado em Relatório Fiscal, fls. 1.197/1.228, que complementa a descrição dos fatos constantes dos lançamentos neste processo discutidos. De início, frisese que as glosas consideradas no trabalho fiscal, consolidadas em documento intitulado Demonstrativo de Análise da Base de Cálculo para Crédito das Contribuições, fl. 1.085, atingiram os seguintes itens: aluguéis de prédios, aluguéis de máquinas e equipamentos, bens imobilizados (valor de aquisição) e outras operações, de modo que dos R$ 41.172.333,02 de créditos apropriados pelo sujeito passivo, R$ 38.953.412,20 foram glosados pelo representante fazendário, com fundamentação apresentada em relatório fiscal de fls.1.197 a 1.228. As glosas foram contestadas através de Impugnação de fls. 1.277 a 1.318, julgada improcedente por decisão da DRJ/Fortaleza em acórdão que traz claramente os pontos de divergência na sua ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 DESLOCAMENTO DE EMPREGADOS PARA LOCAIS REMOTOS, SEM REDE HOTELEIRA. HOSPEDAGEM EM RESIDÊNCIAS DE MORADORES. GLOSA DO CRÉDITO. A pessoa jurídica somente poderá descontar créditos, calculados em relação a aluguéis de prédios, caso os imóveis sejam utilizados nas atividades da empresa e os pagamentos sejam efetuados a pessoa jurídica. LOCAÇÃO DE VEÍCULOS DE EMPRESA PERTENCENTE AOS MESMOS SÓCIOS DA LOCATÁRIA. NÃO Fl. 1672DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 3 3 COMPROVAÇÃO DA EFETIVIDADE DAS OPERAÇÕES. GLOSA DO CRÉDITO. O fato de as pessoas jurídicas contarem em seus quadros sociais com as mesmas pessoas naturais, visto de forma isolada, não é bastante para que se conclua pela artificialidade das locações. Outrossim, restando demonstrado que a autoridade fiscal aprofundou a investigação e que os fatos apurados, globalmente considerados, sinalizaram para a inocorrência das operações, corretas as glosas de crédito a este título praticadas. DESCONTO DOS CRÉDITOS COM BASE NA LEI Nº 11.774, DE 2008. IMPOSSIBILIDADE. As pessoas jurídicas dedicadas à locação de veículos não fazem jus à prerrogativa contida no art. 1º da Lei nº 11.774/2008, a estabelecer o prazo de doze meses para o desconto de crédito da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), referente à depreciação de máquinas e equipamentos. OUTRAS OPERAÇÕES COM DIREITO A CRÉDITO. DELIMITAÇÃO DO CONCEITO DE INSUMO NA APURAÇÃO NÃOCUMULATIVA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. Somente podem ser considerados insumos, para fins de creditamento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), os bens ou os serviços intrinsecamente vinculados à prestação dos serviços quando aplicados ou consumidos diretamente na atividade operacional da pessoa jurídica. A contrario sensu, não pode ser interpretado como insumo todo e qualquer bem ou serviço que represente custo ou despesa, mas tão somente aqueles efetivamente relacionados com a atividade fim da empresa. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 DESLOCAMENTO DE EMPREGADOS PARA LOCAIS REMOTOS, SEM REDE HOTELEIRA. HOSPEDAGEM EM RESIDÊNCIAS DE MORADORES. GLOSA DO CRÉDITO. A pessoa jurídica somente poderá descontar créditos, calculados em relação a aluguéis de prédios, caso os imóveis sejam utilizados nas atividades da empresa e os pagamentos sejam efetuados a pessoa jurídica. LOCAÇÃO DE VEÍCULOS DE EMPRESA PERTENCENTE AOS MESMOS SÓCIOS DA LOCATÁRIA. NÃO COMPROVAÇÃO DA EFETIVIDADE DAS OPERAÇÕES. GLOSA DO CRÉDITO. O fato de as pessoas jurídicas contarem em seus quadros sociais com as mesmas pessoas naturais, visto de forma isolada, não é bastante para que se conclua pela artificialidade das locações. Outrossim, restando Fl. 1673DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 demonstrado que a autoridade fiscal aprofundou a investigação e que os fatos apurados, globalmente considerados, sinalizaram para a inocorrência das operações, corretas as glosas de crédito a este título praticadas. DESCONTO DOS CRÉDITOS COM BASE NA LEI Nº 11.774, DE 2008. IMPOSSIBILIDADE. As pessoas jurídicas dedicadas à locação de veículos não fazem jus à prerrogativa contida no art. 1º da Lei nº 11.774/2008, a estabelecer o prazo de doze meses para o desconto de crédito da Contribuição para o PIS/Paser), referente à depreciação de máquinas e equipamentos. OUTRAS OPERAÇÕES COM DIREITO A CRÉDITO. DELIMITAÇÃO DO CONCEITO DE INSUMO NA APURAÇÃO NÃOCUMULATIVA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. Somente podem ser considerados insumos, para fins de creditamento da Contribuição para o PIS/Paser, os bens ou os serviços intrinsecamente vinculados à prestação dos serviços quando aplicados ou consumidos diretamente na atividade operacional da pessoa jurídica. A contrario sensu, não pode ser interpretado como insumo todo e qualquer bem ou serviço que represente custo ou despesa, mas tão somente aqueles efetivamente relacionados com a atividade fim da empresa. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 CONCEITO DE INSUMO ACOLHIDO EM DECISÃO PROFERIDA NO CARF. INDEPENDÊNCIA DAS INSTÂNCIAS JULGADORAS ADMINISTRATIVAS. As Delegacias da Receita Federal de Julgamento somente estão vinculadas ao que foi decidido pelo CARF na hipótese da existência de Súmula Vinculante, aprovada em sessão realizada pelo pleno deste último órgão, tratando da mesma matéria em julgamento na DRJ, devendo ainda referido ato legal receber a aprovação do Ministro da Fazenda, com a edição da Portaria respectiva. OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. É sabido que o princípio da verdade material deve permear todo o processo administrativo fiscal. Por outro lado, a manifestante não pode se limitar a apresentar a sua versão para os fatos e a indicar a legislação que, em tese, ampara a sua pretensão, mostrandose imprescindível para o êxito da defesa a apresentação de provas documentais consideradas hábeis para respaldar tese escrutinada pela requerente. MULTA DE OFÍCIO NOS PERCENTUAIS DE 75% (SETENTA E CINCO POR CENTO) E DE 150% (CENTO E CINQUENTA Fl. 1674DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 4 5 POR CENTO). OFENSA A PRINCÍPIOS ELENCADOS PELA DEFESA. Demonstrada a compatibilidade dos fatos à legislação aplicada, a determinar a imposição da multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento), a ser duplicado nos casos previstos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, não há como prevalecer alegação de ordem subjetiva, pautada em suposta inobservância aos princípios elencados pela defendente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em seu Recurso Voluntário, o Recorrente pugna pela realização de diligência para que os itens glosados sejam relacionados à atividade produtiva, e reitera os demais argumentos de sua impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Carlos Augusto Daniel Neto Tratase de Recurso Voluntário tempestivo e que atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. O litígio versa sobre o alcance da possibilidade da Pessoa Jurídica sujeita ao regime não cumulativo de PIS e Cofins aproveitar dispêndios realizados na sua atividade econômica como crédito na apuração do tributo devido. Logo, como ponto de partida, é necessário a reprodução da forma como está C. Turma Ordinária de Julgamento, e o próprio CARF, tem entendido os limites às possibilidades de creditamento da sistemática não cumulativa das mencionadas contribuições sociais. Nesse sentido, ilustrativa é a cita do Acórdão 3403002.656, de relatoria do Conselheiro Rosaldo Trevisan, ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2004 a 30/06/2004 Ementa: PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação ou ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 1675DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. (grifo nosso) É dizer, a sistemática da não cumulatividade do PIS e da Cofins aceita creditamento de bens e serviços utilizados como insumos que sejam pertinentes e essenciais ao processo produtivo ou a prestação de serviços. Independem, nesse aspecto, a opção de modelo produtivo adotada pelo contribuinte, este abrangido pela liberdade de organização negocial do empresário, e o fato do emprego dos insumos ser direto ou indireto, como veiculado no Acórdão nº 3403003.052, julgado em 23/07/2014, por voto condutor do Relator Conselheiro Alexandre Kern: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 DIREITO DE CRÉDITO. PROVA INSUFICIENTE. Em se tratando de controvérsia originada de pedido de ressarcimento de saldos credores, compete ao contribuinte o ônus da prova quanto à existência e à dimensão do direito alegado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. CONCEITO. Insumos, para fins de creditamento da Contribuição Social não cumulativa, são todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade empresária, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. O custo dos serviços de remoção de resíduos, em face das exigências do controle ambiental, subsumemse no conceito de insumo e ensejam a tomada de créditos. (grifo nosso) (...) Recentemente o Superior Tribunal de Justiça encampou essa visão ampla do conceito de insumos para PIS e Cofins, especialmente no voto vencedor de lavra do Ministro Mauro Campbell Marques, no REsp 1.246.317, publicado em 29/06/2015, onde definiu insumo nos seguintes termos: Insumos, para efeitos do art. 3º, II, da Lei n.10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei n. 10.833/2003 são todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. (grifos nossos) Fl. 1676DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 5 7 Têmse, portanto, os critérios de pertinência ou instrumentalidade (que viabiliza a atividade), atrelado a critérios consequenciais da ausência do bem ou serviço, que são a impossibilidade da atividade ou perda de qualidade substancial. Tratase de critérios amplamente vagos, restando necessária a consolidação de elementos que reduzam essa indeterminação e os tornem mais funcionais. Não se exige que o bem ou serviço seja essencial, haja vista que o Fisco não pode se intrometer no modelo de produção ou prestação de serviços do contribuinte, mas sim que, escolhido um modelo, haja a pertinência entre este e aqueles. Todavia, o critério para identificação dos insumos de PIS e Cofins sofreu um novo acréscimo, a nosso juízo, no Acórdão 9303003.079, relatado pelo Cons. Rodrigo Cardozo Miranda e julgado em 13/08/2014, no qual em ilustrativo voto é considerada uma extensão daquela posição anteriormente citada: para além do vínculo de pertinência com a produção do bem ou realização do serviço, entendeu a CSRF que “o creditamento deve se dar de forma ampla, observando apenas os limites previstos na própria legislação”, e arremata o voto do relator: Por conseguinte, em face de todo o exposto, entendemos que a linha mestra de interpretação quanto às despesas que geram créditos de PIS e COFINS só pode ser uma: se o legislador quis alcançar todas as receitas, justo que todas as despesas incorridas para gerar tais receitas devem ser passíveis de creditamento, observadas as limitações postas pela própria lei. Não cabe ao intérprete, assim, impor limites além do que a lei já o fez. (...) Portanto, “insumo” para fins de creditamento do PIS e da COFINS não cumulativos, partindo de uma interpretação histórica, sistemática e teleológica das próprias normas instituidoras de tais tributos (Lei no. 10.637/2002 e 10.833/2003), deve ser entendido como todo custo, despesa ou encargo comprovadamente incorrido na prestação de serviço ou na produção ou fabricação de bem ou produto que seja destinado à venda, e que tenha relação e vínculo com as receitas tributadas (critério relacional), dependendo, para sua identificação, das especificidades de cada processo produtivo. Um ponto merece esclarecimento aqui. Falase em critério relacional nos dois últimos acórdãos mencionados, entretanto, não se trata do mesmo tipo de relação: enquanto no primeiro considerouse uma relação funcional entre o bem ou serviço adquirido com a produção de outro bem ou a realização de um serviço, é dizer, a relação entre as materialidades da atividade econômica tomada com a atividade que será realizada pela empresa; no segundo, diferentemente, a relação é entre os custos despendidos e a receita auferida, ou seja, o foco recai sobre o produto da atividade econômica, e não sobre ela mesma, com a diferença que nesse caso se excluiriam as limitações existentes na legislação das contribuições em relação ao creditamento. Parecenos ser esta a visão atual do CARF sobre a matéria. Dito isto, podemos passar às glosas de crédito contestadas. 1. Do pedido de conversão do julgamento em diligência. Fl. 1677DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 Preliminarmente, o Recorrente pugna pela conversão de julgamento em diligência para demonstração da veracidade da prestação de serviços (Locação Cessão de Mão de obra) entre empresas do mesmo grupo econômico. Todavia, entendo desnecessária a diligência para esclarecimento dos fatos, vez que o relatório fiscal trouxe os fundamentos da sua presunção, os quais poderão ser apreciados oportunamente. Da mesma forma, alega não estarem discriminados pormenorizadamente os insumos glosados e a atividade da Recorrente. Como se verifica no Relatório Fiscal, há uma minúcia do relator na apreciação de cada um dos insumos glosados, afastando o fundamento do pleito preliminar. A pertinência dos insumos à atividade da Recorrente não é matéria de diligência, mas de provas e bom senso, constituindo essa análise parte do mérito da questão. Nos termos do art.18 do Dec. 70.235, indefiro a conversão do julgamento em diligência. 2. Do Mérito A Recorrente tem como objeto, conforme aditivo ao contrato social vigente no ano de realização dos fatos geradores (fl.417) as seguintes atividades: serviços de locação de guindastes e guindautos; locação de veículos de transporte de cargas e de passageiros e locação de máquinas e equipamentos industriais; remoção, montagem e içamento industriais; transporte rodoviário de cargas indivisíveis, super pesadas, cargas em geral, gases liquefeitos, produtos químicos e petroquímicos e transportes rodoviários coletivos; serviços de escolta rodoviária; prestação de serviços de armazenagem; serviços de terceirização de mão de obra; importação de máquinas, veículos, equipamentos e implementos; serviços de operações portuárias e aeroportuárias e transporte multimodal; e • serviços de reparo de terreno, cultivo, colheita e de apoio a agricultura. A despeito da multiplicidade de atividades, destacou a Recorrente que a maior concentração das atividades executadas consiste na locação de guindastes, guindautos e de máquinas e equipamentos, assim como o transporte de cargas pesadas em geral, usualmente contratadas por grandes construtoras e por grupos empresariais de grande porte, ressaltando que os bens locados chegam a movimentar peças e equipamentos de até 700 toneladas. Juntou contratos de fls.14011465, que demonstram que os serviços são prestados em locais ermos, de difícil acesso, e cuja ausência de infraestrutura é notória, com deslocamento de equipamentos e pessoas condicionado à manutenção de uma estrutura física e de pessoal para abrigar a todos galpões, alojamentos etc. Feito esses esclarecimentos sobre a atividade da Recorrente, podese passar à análise específica das glosas efetuadas. Fl. 1678DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 6 9 2.1. Aluguéis de prédios locados de pessoas físicas A despeito do creditamento de despesas decorrentes de aluguéis pagos a pessoas físicas, a Recorrente não apresentou qualquer contrato, apenas cheques cujos destinatários eram pessoas físicas, sendo aqueles destinados a imobiliárias, que os recebem em nome de locadores pessoas físicas. A Recorrente não contesta que os pagamentos tenham sido efetuados a pessoas físicas. Chama a atenção, contudo, para a especificidade das operações por ela praticadas, consistente na locação de equipamentos com a respectiva cessão da mão de obra que é deslocada para locais remotos do território nacional, desprovidos de uma rede hoteleira convencional, de sorte que os empregados são alojados em residências de moradores, em uma espécie de hospedarias “que não estão constituídas como pessoas jurídicas”. No caso específico de despesas de locação de prédios utilizados nas atividades da empresa o tratamento jurídico é dado pelos incisos contidos no artigo 3º da Lei nº 10.637, de 2002, e no art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, dentre os quais temse o inciso IV, adiante reproduzido: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] IV aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; A lei é expressa em restringir o creditamento apenas na hipótese dos pagamentos feito a pessoa jurídica, justamente pelo fato de pessoa física não ser contribuinte das contribuições sociais, colocandoos fora do escopo da não cumulatividade. Desse modo, devem ser mantidas as glosas de crédito efetuadas conforme item 1.2 do Relatório Fiscal. 2.2. Aluguéis de máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas Conforme disposto no inc. IV do art. 3º das Leis de nº 10.637, de 2002, e de nº 10.833, de 2003, é possível o desconto de crédito caso as máquinas e equipamentos locados sejam utilizados nas atividades da empresa e o pagamento se dê para uma pessoa jurídica. Afirmou o agente fiscal que dos R$ 3.020.878,04 tabulados como pagamentos de aluguéis de máquinas e equipamentos pagos a pessoas jurídicas, a quantia de R$ 2.750.000,00 referese à locação de bens perante a Pirâmide Assistência Técnica Ltda, empresa que tem em seu quadro social os mesmos sócios da empresa sob procedimento fiscal, a Santin Ltda. Tal constatação motivou a realização de diligência fiscal na Pirâmide, de modo que fosse aferida a efetividade das operações. Em resposta, foi afirmado que em razão de ambas as empresas pertencerem aos mesmos sócios, a Pirâmide teve por desnecessária a celebração dos contratos de locação das máquinas e equipamentos, fl. 955. Quanto aos demais itens, foram apresentadas cópias das notas fiscais referentes às locações dos bens da Pirâmide para a Santin, fls. 956/963, cópia de um extrato bancário da conta nº 02124890, existente na Agência 00003 do Banco Bradesco, Fl. 1679DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 fls. 964/973, e cópias de Certificados de Registro e Licenciamento de Veículos de placas AKN 7312, AKN 7308, DAJ 0336 e GPE 5661, fls. 974/977. Em primeiro lugar, o fato do controle das empresas pertencer aos mesmos sócios é apenas um indício de irregularidade, que deve ser corroborado por provas ou por um conjunto de indícios mais robustos, haja vista que as pessoas jurídicas possuem personalidade e patrimônio próprios, que devem ser respeitadas, presumindose a licitude de seus vínculos jurídicos contraídos salvo prova em contrário. Ademais, o próprio Código Civil estabelece em seu art. 107 que “a validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”, no que é corroborado pela melhor doutrina (E.g. BULGARELLI, Waldirio. Contratos Mercantis, 4ªed. São Paulo: Atlas, 1983. P.325327), de modo que o contrato de locação, em não sendo um contrato solene, não exige forma específica, sendo plenamente válido ainda que realizado de forma verbal. Além disso, qualquer indício que a ausência de um contrato por escrito possa representar, a apresentação das faturas de locação de fls.956 a 963, acompanhado dos demonstrativos de movimentação financeira de fls. 964 a 973 servem para demonstrar que há substância econômica compatível com o contrato alegado pela Recorrente, inclusive com a demonstração dos pagamentos realizados. Em relação aos créditos tomados da locação de quatro caminhões Munk Ford em junho/2010, entendo adequarse à Solução de Consulta nº 155/2003 da DISIT da 9ª RF, no sentido de que "Tampouco se admite o crédito em relação ao aluguel pago pela locação de veículos, por não se equipararem, legalmente, a máquinas e equipamentos". É dizer, veículo possui um tratamento distinto de máquinas e equipamentos na legislação das contribuições não cumulativas, não dando ensejo à tomada de crédito. Desse modo, entendo pela permanência da glosa Àtomada de créditos da locação de veículos. Questão distinta diz respeito aos guindastes que, conquanto possam se locomover sobre rodas, qualificamse como verdadeiras máquinas vocacionadas prioritariamente para a ascensão de objetos do que para o transporte de coisas ou pessoas, pelo que receberá tratamento próprio. A Fiscalização solicitou, através de Ofício de fls. 1067, a informação sobre que seria o vendedor dos guindastes de placa AKN 7312, AKN 7308, DAJ 0336 e GPE 5661, verificando, em resposta de fls. 1065/1066 que que os guindastes de placas AKN 7308 e DAJ 0336 foram adquiridos da Locar Transportes Técnicos e Guindastes, estabelecimentos com CNPJ 43.368.422/001875 e 43.368.422/000127, situados nas cidades de Curitiba/PR e Guarulhos/SP, nos dias 24/10/2007 e 21/11/2007, pelos valores respectivos de R$ 500 mil e de R$ 700 mil. O guindaste GPE 5661 foi adquirido de Costa Equipamentos Ltda, estabelecida em Varginha/MG, em 22/09/2008, por R$ 40 mil. Por último, no que toca ao guindaste placa AKN 7312, foi adquirido da Santin Ltda, estabelecida em Américo Brasiliense/SP mas que, por se tratar de compra anterior a 2007, seria impraticável o atendimento da solicitação. Verificase que no caso do guindaste de placa AKN 7312, há vedação expressa de creditamento dos valores relativos ao aluguel, nos termos da lei 10.865/04, art.31, §3º, verbis: Art. 31. É vedado, a partir do último dia do terceiro mês subseqüente ao da publicação desta Lei, o desconto de créditos apurados na forma do inciso III do § 1o do art. 3o das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro Fl. 1680DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 7 11 de 2003, relativos à depreciação ou amortização de bens e direitos de ativos imobilizados adquiridos até 30 de abril de 2004. § 3o É também vedado, a partir da data a que se refere o caput, o crédito relativo a aluguel e contraprestação de arrendamento mercantil de bens que já tenham integrado o patrimônio da pessoa jurídica. Nesse caso, especificamente, é indevido o crédito tomado. Inclusive, apenas em relação a este veículo que foi verificado irregularidades envolvendo a data do registro no órgão de trânsito e a data da locação. Em relação aos demais, o fundamento da fiscalização se baseia em questionar os preços praticados, mas sem apontar quais seriam os preços eventualmente compatíveis com o mercado. O próprio contribuinte esclarece que os preços praticados estão relacionados à duração do contrato e a diluição dos custos, vista que em razão das localizações onde o bem será utilizado, o desgaste do mesmo será muito grande. Em relação aos demais, o Contribuinte apresentou, em fls. 856 a 973, as notas fiscais das locações efetuadas a terceiros, bem como os contratos assinados com as locadoras, e os comprovantes de movimentação financeira compatíveis com os valores alegados para os dispêndios de locação, sem que o Auditor Fiscal demonstrasse qualquer irregularidade nas operações. Desse modo, entendo que devem ser revertidas as glosas sobre o aluguel das máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas, em vista de não lograr o Fiscal comprovar qualquer irregularidade nas locações, devendo ser mantida apenas a glosa dos créditos da locação do guindaste AKN 7312, com base no art.31, §3º da lei 10.865/04 e as glosas de locação de veículos automotores. 2.3. Encargos de depreciação de bens do ativo imobilizado Em relação ao crédito tomado na depreciação de bens do ativo imobilizado, aderimos à fundamentação da decisão da DRJ, reproduzida abaixo: Consta do Relatório Fiscal que a pessoa jurídica descontou créditos decorrentes de encargos de depreciação de bens do ativo imobilizado, incidentes sobre “bens móveis com incentivo fiscal”, em relação aos quais informou que baseou seus cálculos no disposto na Lei nº 11.529, de 2007. Ao discorrer sobre a norma apontada pela pessoa jurídica, o responsável pela fiscalização assegurou que, para ter direito ao benefício fiscal, correspondente ao desconto de crédito sobre o valor integral do bem, a norma estabeleceu a necessidade de serem atendidas duas condições: que se esteja perante um bem de capital utilizado na produção ou à fabricação de outro bem e que o bem produzido ou fabricado esteja inserido na relação contida nos incisos I e II do art. 1º da Lei nº 11.529, de 2007. Como a fiscalizada não se enquadrava na situação acolhida pela norma, não se tratando de nenhuma empresa dedicada à atividade industrial, mas de sociedade empresarial cujas receitas Fl. 1681DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 12 provêm da locação de bens móveis, concluiu que a pessoa jurídica não poderia ter se beneficiado do incentivo fiscal, em razão do que glosou todos os valores apropriados pela interessada a título de encargos de depreciação de bens do imobilizado calculados sobre os respectivos valores de aquisição dos bens. Considerou, por outro lado, a possibilidade do desconto de crédito com base na depreciação normal, valores que foram apropriados de ofício no trabalho fiscal, como pode ser observado no demonstrativo de fl. 1.085, que contém a coluna Bens Imobilizado (depreciação), em relação à qual não foi efetivada qualquer glosa. Ao impugnar os lançamentos, a requerente trouxe a lume novo dispositivo legal, a Lei nº 11.774, de 2008, com as alterações produzidas pela Medida Provisória nº 540, de 2011 (convertida na Lei nº 12.546, de 2011), dispositivo que deu nova redação ao art. 1º da Lei nº 11.774, de 2008. (...) Acontece que a legislação suscitada na impugnação (Medida Provisória nº 540, de 2011), do mesmo modo que aquela indicada durante a fiscalização (Lei nº 11.774, de 2008), não encontra aplicabilidade no caso em julgamento. De fato, não vejo como uma Medida Provisória editada em 2011, que se reporta a uma depreciação acelerada incentivada, aplicável a bens adquiridos a partir de agosto de 2011 (mês em que foi editada a MP), poderia ser utilizada no caso em tela, que diz respeito a fatos geradores verificados ao longo do ano calendário 2010. Ademais, cumpre se registrar que a Divisão de Tributação da 6ª Região Fiscal já enfrentou a questão em tela e decidiu pela impossibilidade de as pessoas jurídicas dedicadas à locação de veículos fazerem jus ao direito previsto pelo art. 1º da Lei nº 11.774, de 2008. É o que se extrai da leitura das ementas adiante reproduzidas: SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 160 DE 10 DE NOVEMBRO DE 2009 ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep LOCADORA DE VEÍCULOS. CRÉDITOS. Pessoas jurídicas dedicadas à locação de veículos para terceiros não fazem jus ao direito previsto no art. 1º da Lei nº 11.774/2008 (desconto, em doze meses, de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep referentes à depreciação de máquinas e equipamentos, desde que atendidos os requisitos da legislação de regência). SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 161 DE 10 DE NOVEMBRO DE 2009 ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins LOCADORA DE VEÍCULOS. CRÉDITOS. Pessoas jurídicas dedicadas à locação de veículos para terceiros não fazem jus ao direito previsto no art. 1º da Lei nº 11.774/2008 (desconto, em doze meses, de créditos da Cofins referentes à depreciação de máquinas e equipamentos, desde que atendidos os requisitos da legislação de regência). Quanto ao alegado erro na soma dos valores glosados, que seriam da ordem de R$ 26.199.788,85, ao invés da quantia de R$ Fl. 1682DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 8 13 26.215.121,46, totalizada pela autoridade fiscal, registro que a soma do valor anual representa apenas um item informativo constante do Relatório Fiscal. Tratandose de fato gerador com apuração mensal, o que é verificado tanto para o PIS/Pasep quanto para a Cofins, entendo que o alegado equívoco verificado no somatório anual não apresentou qualquer repercussão nos valores dos créditos tributários exigidos no presente processo. 2.4. Outras operações com direito a crédito Vários outros itens foram glosados pela autoridade fiscal por supostamente não se enquadrarem no rol das hipóteses em que é permitido o desconto de crédito como determinado pelo art. 3º das Leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003, como também pelo fato de não encontrarem correspondência no conceito de insumo estabelecido pelas normas que inseriram a nãocumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins, verbis: LEI Nº 10.637, DE 2002: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...]II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) [...]LEI Nº 10.833, DE 2003: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...]II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Em vistas do entendimento deste colegiado acerca da extensão da não cumulatividade para as contribuições sociais, devese analisar cada um dos itens para manifestar entendimento coerente com as diretrizes adotadas. 2.4.1. Recrutamento e seleção, equipamentos de proteção individual e vestimentas Quanto ao recrutamento e à seleção, compartilho do entendimento da DRJ no sentido de que não atende a condição de corresponder a um bem ou serviço relacionado com a Fl. 1683DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 14 prestação dos serviços, mas sim para a montagem de um portfólio de pessoas habilitadas a serem contratadas, que de resto pode ser verificado de forma bastante simples, conforme os requisitos apostos nos contratos da Recorrente. A respeito do creditamento dos gastos com equipamento de proteção individual, vejase as decisões mais recentes sobre o tema, na Câmara Superior de Recursos Fiscais: NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITO. INDÚSTRIA AVÍCOLA. INDUMENTÁRIA. A indumentária de uso obrigatório na industria de processamento de carnes é insumo indispensável ao processo produtivo e, como tal, gera direito a crédito do PIS/Cofins." (Acórdão no 9303002.819, Rel. Cons. Nanci Gama, maioria, vencidos os Cons. Júlio César Alves Ramos, Joel Miyazaki e Marcos Aurélio Pereira Valadão, sessão de 23.jan.2014) (grifo nosso) "COFINS. INDUMENTÁRIA. INSUMOS. DIREITO DE CRÉDITO. ART. 3o LEI 10.833/03. Os dispêndios, denominados insumos, dedutíveis da COFINS não cumulativa, são todos aqueles relacionados diretamente com a produção do contribuinte e que participem, afetem, o universo das receitas tributáveis pela referida contribuição social. A indumentária imposta pelo próprio Poder Público na indústria de processamento de alimentos exigência sanitária que deve ser obrigatoriamente cumprida é insumo inerente à produção da indústria avícola, e, portanto, pode ser abatida no cômputo de referido tributo." (Acórdãos no 9303003.193 a 195, Rel. Cons.Rodrigo da Costa Pôssas, maioria, vencido apenas o Cons. Júlio César Alves Ramos, tendo participado do julgamento o Cons.Joel Miyazaki e o Cons. Otacílio Dantas Cartaxo, sessão de 26.nov.2014) (grifo nosso) Assim, que a matéria tem recebido tratamento da CSRF no sentido de que a obrigatoriedade de uso de indumentária e itens de segurança faz com que estes sejam imprescindíveis ao processo produtivo, e à consequente obtenção do produto final, entendimento este ao qual aderimos. Quanto à vestimenta dos funcionários, observese que o art.3º, X das leis 10.833 e 10.637 restringe o seu crédito para as empresas que explorem serviços de limpeza, conservação e manutenção, que estão nominalmente fora do escopo social da Recorrente, devendo ser mantidas as glosas. Desse modo, reverto as glosas sobre as despesas com equipamentos de proteção individual. 2.4.2. Alimentação, viagens, deslocamentos e ajuda de custo Com base no art.3º, X das leis 10.833 e 10.637, verificase que tais gastos somente dão direito à crédito se realizados por empresas que explorem serviços de limpeza, conservação e manutenção, que estão nominalmente fora do escopo social da Recorrente, devendo ser mantidas as glosas. Frisese que, diferentemente da decisão da DRJ, não aplicamos aqui a Solução de Divergência COSIT nº43/2008, por entendermos que ela pressupõe uma restrição indevida do conceito de insumo. Fl. 1684DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 9 15 O raciocínio aqui utilizado é de que foi o inciso X do artigo 3º das leis de regência, inserido pela Lei no 11.898/2009, permitindo o desconto de créditos a despesas nele mencionadas. Se tais itens, obrigatórios por força de legislação específica, já estivessem inseridos no inciso II, como insumos, o acréscimo do inciso X pela novel disposição legal seria desnecessário ou redundante. Desse modo, a inserção do inciso X teria, em verdade, operado como restrição, na medida em que o desconto de crédito em relação a despesas com uniformes passou a ser possível somente a empresas prestadoras de serviço de limpeza. Portanto, mantenho as glosas desse item. 2.4.3. Manutenção e reparo de bens aplicados na produção e serviço Sobre esse ponto, irretocável é a decisão da DRJ: Para o autor do procedimento, inexiste nas leis que tratam da nãocumulatividade a possibilidade da apuração de créditos incidentes sobre manutenção de bens, máquinas ou equipamentos, sejam eles utilizados ou não na atividade fim da empresa, rubrica sob a qual a empresa informou pagamentos totais de R$ 1,28 milhão para Darcy de Araújo Pimenta e, embora intimada e reintimada, não apresentou os respectivos documentos comprobatórios da efetiva realização da despesa. Também informou despesa de R$ 1,3 milhão com a Caldebras Ltda, empresa pertencente aos mesmos sócios da Santin. Na impugnação, o sujeito passivo contesta apenas a glosa do valor tido por pago à Caldebras, sob a alegação de que o desembolso efetivamente ocorreu, o que estaria comprovado pelo amplo material fotográfico acostado aos autos, fls. 1.470/1.484, demonstrando a complexidade dos serviços prestados, que foram didaticamente explanados pela requerente. Segundo informado, a Caldebras fora contratada para prestar serviços em um guindaste da marca Grove com capacidade para 450 toneladas, consistente no destravamento de sua lança, na usinagem de suas peças e na lubrificação e na execução de todos os testes de segurança. Acontece que a despeito da relevância do serviço, não há como se admitir que as fotografias informadas sejam consideradas como elemento de prova capaz de referendar o desconto de crédito pretendido pelo contribuinte. Ressaltese, a propósito, que a defesa não informou, na petição apresentada, a juntada aos autos elementos de prova imprescindíveis à comprovação da versão apresentada, a exemplo do contrato de prestação de serviços, da nota fiscal e da documentação bancária relativa ao pagamento do recurso, com o que não se pode deferir a solicitação da defendente. O processo, é bom que se diga, não pode ser considerado um mero repositório de documentos, devendo as provas se mostrarem identificadas e individualizadas na defesa apresentada pela requerente. Fl. 1685DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 16 Aderindo in totum ao acima citado, e diante da ausência de provas dos gastos com manutenção e reparos, mantenho as glosas referidas. 2.4.4. Bens de natureza permanente deduzidos como despesa A glosa alcançou valores despendidos na aquisição de camas, colchões, roupeiros, etc, que, segundo apregoado pela impugnante, são adquiridos para que seus colaboradores possam se instalar em condições ideais de moradia, sendo que ao término da obra referidos itens são descartados. Conquanto relevantes para a instalação dos funcionários nos locais isolados onde os serviços eram prestados, tais bens foram creditados como despesas, quando deveriam ter recebido tratamento de ativos permanentes, com obediência aos limites de creditamento da legislação de regência. O fato do descarte ocorre logo após o término dos serviços não altera sua natureza contábil. Por isto, mantenho a glosa do crédito. 2.4.5. Despesas de veículos com combustíveis e lubrificantes, manutenção e reparo de bens aplicados na produção e serviço de conservação e bens e instalações. Sobre este ponto, o relatório fiscal é claro, nos termos sintetizados pelo acórdão da DRJ: Foi admitido pela autoridade fiscal que a legislação permite o desconto de crédito decorrente de despesas com combustíveis e lubrificantes, desde que sejam utilizados como insumo na prestação de serviço ou na produção ou fabricação de bens. Argumentou, por outro lado, que a fiscalizada não é empresa industrial e também não atua na prestação de serviços, já que sua receita decorre da atividade de locação de bens móveis, o que pode ser demonstrado pelas notas fiscais constantes às fls. 551/934, conclusão que foi extraída de entendimento manifestado pelo Supremo Tribunal Federal, no sentido de que locação de bens não pode ser confundida ou tratada como prestação de serviços, daí a inconstitucionalidade da incidência do ISS sobre a locação de bens móveis determinada pela Súmula Vinculante nº 31. Além disso, segundo informado pelo AFRFB, nos contratos apresentados a responsabilidade pela despesa de combustíveis é dos contratantes, não representando, portanto, encargo suportado pela fiscalizada. Informou, ainda, que nas planilhas pela empresa apresentadas, fls. 443/543, não há como se distinguir o que foi gasto a título de combustíveis e lubrificantes na atividade fim da empresa daquilo que foi despendido em sua atividade administrativa. (...) Vejase, a propósito, cláusula constante de contrato de prestação de serviços celebrado entre a Santin e a Mirabela, fls. 1.402/1.408, em que foram locados dois guindastes de 100 toneladas e um guindaste de 70 toneladas aos preços de R$ 400,00 e de R$ 280,00, as respectivas horas: Fl. 1686DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 18088.720013/201455 Acórdão n.º 3402003.289 S3C4T2 Fl. 10 17 3.6 No preço estão inclusos todos os custos diretos e indiretos, tributos e encargos decorrentes da prestação dos serviços ora contratados com o operador e auxiliar, sendo da exclusiva responsabilidade da contratada no que se refere às leis trabalhistas, inclusive. Resta claro nas provas dos autos que os gastos com combustíveis não são responsabilidade da Recorrente, e esta não acosta quaisquer outras provas que relacionem os gastos mencionados com a atividade de locação de veículos, o que fundamenta a manutenção da glosa feita. 2.4.6. Despesas com telefone, material de limpeza e consumo Correspondem a dispêndios que não guardam relação direta com a atividade fim da empresa, não respaldando o desconto de crédito que foi corretamente glosado pelo autor do procedimento. 2.4.7. Despesas com frete A Recorrente alega que dada a peculiaridade da locação de bens em questão, distinta da locação de veículos ou de filmes, por exemplo, os equipamentos objeto das locações são transportados em carretas e caminhões para o local de destino, onde são instalados e operados, ficando a Santin responsável pela manutenção dos equipamentos. Todavia, não apresenta qualquer prova de que tenha arcado com os custos do frete, razão pela qual não há como se verificar o que foi alegado. No brocardo antigo, o alegar mas não provar é o mesmo que não provar. Desse modo, mantenho a glosa sobre as despesas com frete. 3. Da multa fiscal Como discutido anteriormente, há indícios de intenção fraudulenta apenas na tomada de créditos da locação do guindaste de placa AKN 7312. Quanto aos demais, não logrou o responsável pelo procedimento demonstrar qualquer dolo ou fraude, e, pelo contrário, o contribuinte demonstrou através das faturas de locação e de extrato de movimentações financeiras que a operação de fato ocorreu. O art. 44, §1º da lei 9.430/96 exige a demonstração do dolo para a aplicação da multa qualificada. No caso dos autos, apenas no caso supramencionado tal comprovação se sustenta. Desse modo, mantenho a multa qualificada apenas sobre os créditos tomados na locação envolvendo o guindaste de placa AKN 7312, desconstituindo a multa sobre as glosas revertidas. 4. Conclusão Ante o exposto, dou PROVIMENTO PARCIAL para o Recurso Voluntário do contribuinte para reverter as glosas sobre Fl. 1687DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 18 i) o aluguel das máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas, em vista de não lograr o Fiscal comprovar qualquer irregularidade nas locações, devendo ser mantida apenas a glosa dos créditos da locação do guindaste AKN 7312, com base no art.31, §3º da lei 10.865/04 e as glosas de locação de veículos automotores. ii) gastos com equipamentos de proteção individual. iii) E mantenho a multa qualificada apenas sobre o crédito indevidamente tomado na locação do guindaste de placa AKN 7312, afastando a qualificação da multa sobre as demais glosas de crédito. É como voto. Relator Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 1688DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/1 0/2016 por CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10680.910367/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INEXISTENTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Não se homologa compensação formalizada por meio de declaração que indique crédito inexistente.
Numero da decisão: 1301-002.136
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, vencido o Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza (Relator) que votava pela conversão em diligência. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Roberto Silva Júnior.
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Eduardo Dornelas Souza - Relator.
(assinado digitalmente)
Roberto Silva Junior - Redator designado.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, José Roberto Adelino da Silva e Waldir Veiga Rocha.
Nome do relator: JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA
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CRÉDITO INEXISTENTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Não se homologa compensação formalizada por meio de declaração que indique crédito inexistente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso voluntário, vencido o Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza (Relator) que votava pela conversão em diligência. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Roberto Silva Júnior. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Presidente. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Relator. (assinado digitalmente) Roberto Silva Junior Redator designado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Flávio Franco Corrêa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Júnior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, José Roberto Adelino da Silva e Waldir Veiga Rocha. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 03 67 /2 00 9- 21 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 102 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte acima identificado contra o acórdão 0235.476, proferido pela 2ª Turma da DRJ/BHE, na sessão de 11 de outubro de 2011, que, ao apreciar a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte, entendeu, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e não reconhecer o direito creditório. Pelo Despacho Decisório, eletrônico, de fls. 9, a Per/Dcomp foi sumariamente considerada improcedente e não homologada a compensação, por tratarse de inexistência de pagamento indevido ou a maior. A empresa manifestouse contrariamente ao despacho denegatório argumentando que cometeu o equívoco de solicitar restituição de estimativas mensais de tributos, quando deveria ter solicitado saldo negativo de CSLL apurado ao final do ano calendário. Critica o Despacho Eletrônico por extremamente sucinto e por não ter tido oportunidade de, antes de emitido, consertar o erro material de preenchimento, em apertada síntese. A manifestante juntou diversos documentos, tais como a Per/Dcomp, DCTF, DIPJ e outros para corroborar o que sustenta. Saliento que a autoridade preparadora não trouxe quaisquer informações a respeito das DCTF entregues originalmente pela manifestante. De igual forma, antes da emissão do Despacho Decisório não consta do processo que a declarante foi intimada a apresentar a contabilidade completa para analisarse a procedência do pedido. Às fls. 24 a 30, a 2ª Turma da DRJ/BHE proferiu o Acórdão nº 0235.476, entendendo, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e não reconhecer o direito creditório, por tratarse de pedidos de restituição de estimativa mensal e por inadmitir a alteração do pedido de estimativa para saldo negativo de CSLL, após a expedição do despacho decisório. Transcrevo a ementa do julgado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2006 Retificação da Declaração de Compensação. A retificação da DCOMP somente é possível na hipótese de inexatidões materiais cometidas no seu preenchimento, da forma prescrita na legislação Fl. 102DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 103 3 tributária vigente e somente para as declarações ainda pendentes de decisão administrativa na data da sua apresentação. Declaração de Compensação Estimativa Mensal Paga a Maior. Segundo as normas infralegais de regência, no caso de pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual, o valor pago indevidamente ou a maior a título de estimativas mensais somente poderá ser utilizado na dedução da CSLL devido ao final do respectivo período de apuração ou para compor o saldo negativo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Ciente do acórdão recorrido em 19/11/2011 sábado (fls. 35/36), e com ele inconformado, a recorrente apresentou em 21/12/2011 (fls 37), tempestivamente, recurso voluntário, através de representante regularmente constituído, pugnando por provimento, onde apresenta argumentos que serão apreciados quando do julgamento. É o relatório. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 104 4 Voto Vencido Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza, Relator O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos regimentais, portanto, dele conheço. Porém, do exame dos autos, considero que o processo não reúne condições de julgamento, pelos motivos que passo a expor. A decisão recorrida, manteve o Despacho Decisório ora contestado, que não homologou a compensação declarada, por inexistência de crédito disponível no PER/DCOMP. Antes, porém, de analisar os argumentos apresentados em sede de recurso, necessário pronunciarme sobre os novos documentos juntados pela recorrente, por ocasião do protocolo do recurso voluntário. DA EXCEPCIONAL ADMISSÃO DA JUNTADA DE PROVAS EM SEDE RECURSAL Uma questão inicial a ser considerada no presente feito, diz respeito à possibilidade da juntada, após a apresentação da competente impugnação, de documentos/provas necessários à defesa do contribuinte. Em relação a esse ponto, é importante destacar a disposição contida no §4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que trata da apresentação da prova documental na impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. Contudo, a jurisprudência do CARF vem temperando essa disposição em nome do princípio da verdade material para a consecução dos fins processuais. No caso, penso ser possível a análise dos documentos juntados pela recorrente, em eu recurso, quais eles, DIPJ 2006 (AC 2005); DARF´s IRPJ (código 5993); DARF´s CSLL (código 2484), pois não se trata de novos documentos, vez que são documentos de pleno conhecimento e posse da Administração Tributária. Aliás, não vejo impedimento em eventual requisição, por parte do julgador administrativo, a seu critério, para trazer aos autos documentos se façam necessários e que se encontrem sob a guarda da Administração Tributária, ainda que eles não tenham sido juntados pela interessada quando do protocolo de sua peça de impugnação. Tal iniciativa só vem a assegurar o equilíbrio entre as partes, celeridade e oficialidade, e a busca do Princípio da Verdade Material. Nesse sentido se encontra o disposto no art. 37, da Lei 9.784/99, a seguir transcrito: Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em Fl. 104DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 105 5 outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Diante dessas considerações, entendo admissível a juntada dos documentos apresentados pela recorrente quando da interposição de seu recurso voluntário, devendo estes serem aqui considerados na formulação deste julgamento. DA ANÁLISE INICIAL DO RECURSO DA POSSIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCOMP / DA COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS APURADOS Trata o presente litígio de não reconhecimento de direito creditório decorrente de saldo negativo de CSLL e consequente não homologação de compensação entre crédito e débito. Conforme se vê na análise da decisão recorrida, a DRJ não homologou a compensação pleiteada sob dois fundamentos. O Primeiro: Esclarecese que a retificação de DCOMP só tem cabimento nos casos de inexatidão material, e enquanto pendente de decisão administrativa, com base nos artigos 57 e 58 da Instrução Normativa nº SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005, vigente à época da transmissão da DCOMP. No presente caso, o erro quanto à origem do crédito não se trata de inexatidão material. É uma questão de direito, posto que a natureza dos créditos é diferente. A análise eletrônica de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior é diferente do exame eletrônico para a aferição do saldo negativo. No caso de pagamento indevido, primeiramente é verificado a existência do pagamento representado pelo DARF e posteriormente é realizado o confronto com outros sistemas informatizados da RFB para verificar a disponibilidade de sua utilização. Já o saldo negativo requer a análise de todas as parcelas que compõem o referido saldo, entre elas, todos os pagamentos mensais das estimativas, o imposto de renda retido na fonte, as DCTFs de todo o período de apuração, etc. Além disso, a título de exemplificação, destacase que as datas de valoração do crédito podem ser diferentes. Assim, para exercer o direito à restituição, o contribuinte tem a obrigação de indicar corretamente qual a origem do crédito. O Segundo: E, ainda, no presente caso, para o pagamento apontado como indevido, com código de receita 2484 (antecipação mensal por estimativa), deve ser observada a vedação estabelecida em norma para os contribuintes tributados pelo lucro real anual, inserida pelo art. 10 da Instrução Normativa nº 460, de 18 de outubro de 2004, abaixo transcrito (essa redação foi reproduzida, posteriormente, no art. 10 da Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005, que a sucedeu): Art. 10. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição, bem assim a pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual que efetuar pagamento indevido ou a maior de imposto de renda ou de CSLL a título de estimativa Fl. 105DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 106 6 mensal, somente poderá utilizar o valor pago ou retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. (grifos acrescentados) Sendo assim, não há como homologar a compensação declarada, tendo como crédito, a título de pagamento indevido ou a maior, valor de estimativa mensal de CSLL, que somente pode ser utilizado na dedução da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve o pagamento indevido ou para compor o saldo negativo do período. Ou seja, o não reconhecimento do direito creditório teve como fundamento; i) não haver inexatidão material no caso, impossibilitando, a partir desta premissa, a retificação da PERD/COMP; ii) a impossibilidade do pleito, em face do dever de observar a vedação estabelecida no art. 10 da Instrução Normativa nº 460, de 18 de outubro de 2004, que estabelecia que qualquer recolhimento a título de estimativa, fosse utilizado apenas para redução do CSLL devido no final do período, ou para composição do eventual saldo negativo: O contribuinte, por sua vez, se insurgiu apenas quanto ao primeiro argumento, sustentando equívoco no preenchimento da DComp, pois ao invés de preencher campo noticiando crédito decorrente de "Saldo Negativo de CSLL" preencheu "Pagamento Indevido ou a Maior", chamando este equívoco de "inexatidão material". Para comprovar seu direito creditório, juntou aos autos DIPJ/2006 e comprovantes de pagamentos mensais de estimativa. Analisando as provas dos autos, verifico que a fiscalização desprezou completamente a DIPJ apresentada pelo contribuinte, em seu recurso, pois tal documento encontravase disponível para a autoridade prolatora do despacho decisório, ainda que inexistente nos autos até então. Assim, penso não ser possível negar validade a estas informações originadas de envio de DIPJ, mesmo porque elas poderiam ter sido verificadas perante o sistema da RFB. Por essa razão, penso que a omissão do contribuinte de retificar a DComp, por si só, não enseja a perda do direito creditório. Acrescese a isso o fato de que a IN SRF nº 166/99 reconhece a produção de efeitos da DIPJ, para fins de restituição e/ou compensação de tributos. Art. 4 º Quando a retificação da declaração apresentar imposto menor que o da declaração retificada, a diferença apurada, desde que paga, poderá ser compensada ou restituída. Parágrafo único. Sobre o montante a ser compensado ou restituído incidirão juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, até o mês anterior ao da restituição ou compensação, adicionado de 1% no mês da restituição ou compensação, observado o disposto no art. 2º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 22, de 18 de abril de 1996. Assim, o fato do contribuinte não ter espontaneamente retificado a DComp, seja para informar que o crédito decorre de saldo negativo CSLL, seja para indicar o real valor do crédito compensado, não pode obstar a utilização, em compensação, de indébito demonstrado em DIPJ apresentada antes da edição do despacho decisório. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 107 7 A Fiscalização não pode se limitar, em sua análise, apenas às informações prestadas em Dcomp, já que existiam informações provenientes de outras declarações nos bancos de dados da Receita que permitiam a análise quanto ao crédito pleiteado. Isto é, caberia à Fiscalização, ao menos, questionar a divergência existente entre as declarações (DIPJ e DComp) e proceder a intimação do contribuinte para retificar uma das declarações. Compulsando os autos, não encontro comprovação de ter sido intimado o contribuinte para proceder a retificação de quaisquer das declarações. Por consequência lógica, também não existe prova nos autos que o contribuinte quedouse inerte, em face de eventual intimação para correção da divergência existente entre as duas declarações apresentadas pelo próprio contribuinte. Ressaltese que o procedimento da Administração Tributária em emitir os Despachos Decisórios eletronicamente, sem a intimação prévia dos contribuintes para justificarem as Per/Dcomp que o sistema rejeita tem causado vários transtornos. De um lado, indeferese o pedido de restituição e aproveitamento de estimativas porque foram alocadas automaticamente a débitos que constaram da DCTF, sem facultar ao contribuinte oportunidade para esclarecer a sua conduta. Por outro lado, impedese simultaneamente que, ao ser notificado do Despacho Decisório emitido de forma sumária, o contribuinte possa retificar ou até mesmo cancelar a Per/Dcomp para adequála de forma devida. E por fim, ainda que a unidade de jurisdição do contribuinte, ou a turma julgadora de primeira instância, verifiquem a seqüência de Per/Dcomp emitidas pelos contribuintes solicitando a restituição das estimativas mensais pagas do mesmo anocalendário e tributos, não adaptam os pedidos, ex officio, para devolução do saldo negativo de IRPJ/CSLL apurado, retirando do administrado a repetição de possível indébito tributário, pela prescrição. A Administração Tributária consciente destes problemas modificou os Despachos Decisórios emitidos eletronicamente e o seu procedimento. Atualmente, ao verificar a inconsistência das Per/Dcomp com as informações registradas nos sistemas do fisco, antes de emitir o despacho denegatório intima o contribuinte para esclarecimentos. Se o contribuinte não responder à intimação fiscal, o Despacho é emitido, porém faculta ao contribuinte, no prazo de trinta dias após o recebimento, retificar as declarações entregues ao fisco para a compatibilização dos dados – DIPJ, DCTF e a própria Per/Dcomp. Superado o ponto da admissibilidade das Per/Dcomp, importa verificar, em face das provas dos autos, a intenção do contribuinte, se aproveitar crédito de pagamento a maior ou crédito decorrente de saldo negativo. Penso haver provas de que não ocorreu pagamento a maior das estimativas de CSLL, bastando para tanto a análise da DIPJ/2006 e DARF´s de recolhimentos de estimativas juntados pelo recorrente, em conjunto com a ausência de alegação e provas de que ocorreu erro de cálculo nos recolhimentos de estimativas. Assim, se não existe pagamento a maior das estimativas pagas de CSLL, pode existir, em tese, saldo negativo de CSLL, AC 2005, situação esta que envolve inúmeras outras variáveis que devem ser levadas em conta para que se dê ou não a restituição/compensação. Se por um lado, a recorrente confundiu esses conceitos, por outro deixou inequívoco que sua intenção era mesma aproveitar crédito decorrente dos referidos saldos negativo, vez que o valor do crédito mencionado na Per/Dcomp corresponde ao DARF pago de estimativa em determinado mês. Em nome do princípio da verdade material e da fungibilidade, Fl. 107DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 108 8 devese permitir a retificação da Per/Dcomp quando é patente o erro material no seu preenchimento, o que ficou configurado no caso concreto em que há divergência perceptível entre o Per/Dcomp apresentado e o que queria ser apresentado, revelado no próprio contexto em que foi feita a declaração. Nesse contexto, inclinome pela realização de uma diligência específica para que seja adotada as seguintes providências pela Fiscalização: a) Transmutar a situação de pagamento indevido para compensação de saldo negativo de CSLL para o anocalendário de 2005, levando a PER/Dcomp a tratamento manual. b) Intimar o contribuinte a apresentar novas informações, esclarecimentos e retificações que entender pertinentes à solução da lide, inclusive a exibir a sua contabilidade, no que interessar, viabilizando a análise do mérito do pedido, ou seja, a origem e a procedência do crédito pleiteado, em face da sua contabilidade. c) Prosseguir na validação do saldo negativo informado pelo sujeito passivo na DIPJ através da análise das parcelas que compõem o crédito informadas no PER/DCOMP. d) Após as verificações acima, apurando a certeza e liquidez do crédito tributário em referência, verificar se ainda resta algum débito remanescente a ser coberto, refazendo todas as imputações utilizando o Sistema pertinente da Receita Federal do Brasil. e) A autoridade fiscal deverá elaborar relatório conclusivo das verificações efetuadas nos itens anteriores. No relatório ainda deve constar informações se o débito de CSLL mês apuração 03/2006 já foi quitado no PERD/COMP de nº20490.11239.280406.1.3.04032. f) Ao final do relatório conclusivo, o contribuinte deverá ser cientificado do seu resultado, facultandolhe a oportunidade de se manifestar nos autos sobre suas conclusões, no prazo de 30 dias, em conformidade com o parágrafo único, art. 35, do Decreto 7.574/2011. Na seqüência, o processo deverá retornar ao CARF para prosseguimento do julgamento, sendo distribuído a este Conselheiro independentemente de sorteio. (assinado digitalmente) José Eduardo Dornelas Souza Voto Vencedor Conselheiro Roberto Silva Junior, Redator designado Não obstante o voto do ilustre Conselheiro relator, que revela um acendrado espírito de justiça, peço licença para divergir. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 109 9 No caso em exame, a compensação formalizada em Dcomp não foi homologada porque indicava como crédito contra a Fazenda um valor que efetivamente não revestia essa condição. O pagamento apontado como indevido, na verdade, não o era. Não havia indébito. O direito creditório apontado não existia. A requerente alegou ter cometido erro ao identificar a natureza do crédito como pagamento indevido, quando o correto seria saldo negativo. Ocorre que na DIPJ, referente ao respectivo ano base, o saldo negativo apurado é diferente do valor inserido na Dcomp. Além disso, o código de receita informado na Dcomp é o código do pagamento por estimativa, e o período de apuração indicado também é o da estimativa, o que revela com clareza que o crédito pretendido pela recorrente era o pagamento feito por estimativa, e não o saldo negativo. Não houve de erro de preenchimento. Tratase claramente de erro de direito. A inserção, no campo destinado ao crédito, de valor inexistente inviabiliza a própria Dcomp, sobretudo quando a essa incorreção se somam erros quanto à natureza do crédito, à data do pagamento, ao período de apuração, e ao código da receita. A correção de todos esses dados, como quer a recorrente, implicaria elaborar nova Dcomp, procedimento que não se permite a este órgão julgador, nem ao Delegado da Receita Federal. O erro, frisese, é admitido pela própria recorrente. É fato incontroverso. Porém, ao contrário do que ela sustenta, não se trata de mero erro material ou de forma. É erro de conteúdo ou substancial. Quando se examinam os dados informados na Dcomp, percebese claramente que a manifestação de vontade não tinha por objeto o saldo negativo. Portanto, não socorre a recorrente, no caso em exame, o princípio da verdade material. Cabe ressaltar que o indeferimento do direito creditório relativamente ao pagamento por estimativa não impedia que a recorrente, mediante apresentação de outra declaração de compensação, utilizasse o saldo negativo para compensar outros débitos, sem qualquer prejuízo a seu eventual direito creditório. Todavia, admitir que, no caso concreto, houve mero erro formal, reconhecendo direito creditório quanto ao pagamento por estimativa (como quer a recorrente), implica fragilizar o controle da Administração relativamente a tais valores, pois abre espaço para que sejam compensados, concomitantemente, tanto o saldo negativo, quanto os pagamentos por estimativa que o compõem, cada qual em Dcomps diferentes. Importa ressaltar que a Lei nº 9.430/1996, ao disciplinar a compensação, conferiu ao contribuinte verdadeiro direito potestativo, já que o exercício do direito, mesmo interferindo na esfera jurídica de outrem (no caso, o Fisco), depende apenas da vontade e da decisão do contribuinte. Nos termos da legislação em vigor, havendo pagamento indevido a título de tributo, pertence ao contribuinte decidir se vai fazer a compensação, definir em que momento ela será feita, e finalmente escolher quais os débitos serão compensados. A matéria está toda ela na esfera de discricionariedade do contribuinte, não cabendo ao Fisco interferir em nenhum desses três aspectos. Por outro lado, a compensação, que é formalizada unilateralmente mediante a mera entrega de uma declaração (Dcomp), produz imediato efeito extintivo do crédito Fl. 109DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA Processo nº 10680.910367/200921 Acórdão n.º 1301002.136 S1C3T1 Fl. 110 10 tributário compensado, restando, nessa hipótese, ao Fisco verificar no prazo de cinco anos a regularidade da compensação, sob pena de homologação tácita, com o que tanto a compensação, quanto a extinção do crédito tributário se tornam definitivas. A amplitude desse poder, entretanto, cobra responsabilidades do contribuinte, que tem de suportar as consequências da demora em formalizar a compensação e as consequências de realizála de forma incorreta. No caso em exame, a contribuinte formalizou a compensação, indicando como crédito um valor que não revestia essa condição. Poderia ter apresentado nova declaração, mas não o fez. Assim, a pretensão deduzida no recurso voluntário, diante da falta de amparo legal, deve ser indeferida. Conclusão. Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do recurso voluntário, para no mérito negarlhe provim. (assinado digitalmente) Roberto Silva Junior Redator designado. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por ROBERTO SILVA JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/10/2016 por JOSE EDUARDO DORNELAS SOUZA, Assi nado digitalmente em 17/10/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA
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Numero do processo: 10711.721761/2011-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Oct 21 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 07/10/2008
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO.
É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto-Lei nº 37/66.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-003.451
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 07/10/2008 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto-Lei nº 37/66. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 07/10/2008 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitarse à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37/66. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar arguida e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Lenisa Rodrigues Prado, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araujo. Relatório Por bem retratar a realidade dos fatos, adoto e transcrevo, no que for relevante, o relatório da decisão de piso proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Fortaleza: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 72 17 61 /2 01 1- 05 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 3 2 O presente processo é referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. O lançamento, que totalizou R$ 5.000,00 à época de sua formalização, foi contestado pela empresa autuada. Da Autuação Antes de adentrar na descrição dos fatos que ensejaram a autuação, a autoridade lançadora fez longa explanação acerca do comércio marítimo internacional, na qual esclarece quem são os intervenientes nessa atividade, a documentação utilizada, as informações a serem prestadas e seus respectivos prazos e a sistemática de utilização delas. Foram apresentados tópicos específicos sobre a obrigatoriedade de prestar informação pelo transportador e sobre a importância, para o controle aduaneiro, de os dados exigidos serem prestados correta e tempestivamente. A fiscalização expôs detalhadamente quais as informações que devem ser prestadas e os respectivos prazos estabelecidos na legislação regente. Em seguida apresentou dispositivo legal que trata da denúncia espontânea esclarecendo que, depois de formalizada a entrada do veículo procedente do exterior, esse instituto não é mais aplicável para infrações imputadas ao transportador, por força de expressa disposição do Regulamento Aduaneiro (art. 683, § 3°). Foi também comentado sobre os danos causados ao controle aduaneiro pelo descumprimento das normas referentes à prestação de informações pelos intervenientes no transporte internacional de cargas. Na sequência, a fiscalização discorreu sobre o tipo de infração verificada, inclusive no tocante a sua penalização. Depois, passou a demonstrar a irregularidade apurada que, de acordo com o relatado no tópico Dos Fatos, consistiu na prestação de informação intempestiva referente ao conhecimento eletrônico (CE) ali identificado. De acordo com a autoridade fiscal, a autuada deixou de atender ao prazo estabelecido no parágrafo único, inciso II, do art. 50 da Instrução Normativa RFB n° 800, de 27/12/2007. Assim, a fiscalização considerou caracterizada a infração tipificada no art. 107, IV, "e", do DecretoLei n° 37/1966, com redação dada pela Lei n° 10.833/2003, e aplicou a multa ali prescrita, que entende ser cabível para cada CE incluído ou retificado após o prazo para prestar informações. Da Impugnação O sujeito passivo foi cientificado da exação e, apresentou impugnação na qual aduz os seguintes argumentos. Inobservância do art. 50 da IN RFB 800/2007. Conforme disposto no caput do art. 50 da IN RFB n° 800/2007, os prazos de antecedência para prestação de informações a Receita Federal entraram em vigor apenas em 1° de abril de 2009, estando a impugnante dispensada de tal obrigação por ocasião do fato que deu ensejo ao Auto de Infração. Tratandose de dispensa do cumprimento de obrigação acessória, a lei tributaria deve ser interpretada literalmente, consoante dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional. Duplicidade de multa para o mesmo navio/viagem. O Auto de Infração tem objeto idêntico ao dos processos indicados, em que também é exigida multa pelo atraso na entrega de informação referente a carga transportada na mesma Fl. 100DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 4 3 embarcação a que se refere este processo, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) n° 8, de 14/2/2008. Ao final a impugnante requer que seja cancelado o lançamento. A Turma Julgadora "a quo", por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação apresentada pela Recorrente, mantendo integralmente o crédito constituído. Inconformada com o resultado do julgamento, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário, reproduzindo os mesmos argumentos apresentados em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302003.395, de 28 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10711.006561/201030, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302003.395): 1. Tempestividade O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. 2. Preliminar 2.1 Duplicidade: Cobrança de múltiplas multas decorrente do mesmo fato gerador Em síntese apartada, alega a Recorrente que" O Auto de Infração tem objeto idêntico ao dos processos indicados em seu recurso voluntário, em que também é exigida multa pelo atraso na entrega de informação referente a carga transportada na mesma embarcação a que se refere este processo, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) n° 8, de 14/2/20081." 1 Trecho destacada no voto: Ora, o transportador que deixou de informar os dados de embarque de uma declaração de exportação e o que deixou de informar os dados de embarque sobre todas as declarações de exportação cometeram a mesma infração, ou seja, deixaram de cumpri a obrigação acessória de informar os dados de embarque. Nestes termos, a multa deve ser aplicada uma única vez por veículo transportador, pela omissão de não prestar as informações exigidas na forma e no prazo estipulados. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 5 4 Em relação ao primeiro ponto suscitado pela Recorrente, na parte em que ela afirma ser impossível existir mais de uma penalidade para o mesmo fato, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento decidiu da seguinte forma: "No caso sob análise não houve uma infração. Examinandose as ocorrências citadas pela fiscalização, verificase que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos. Sendo assim, não se pode afirmar sequer que as infrações são idênticas, uma vez que são diferente seus objetos materiais." Já em relação ao segundo ponto (aplicação da solução de consulta interna Cosit nº 8/2008), a fiscalização justificou seu afastamento com base nos seguintes argumentos. "Todavia, esse entendimento não é aplicável ao caso sob exame. As informações cujos atrasos na prestação deram ensejo ao lançamento são referentes a importação de mercadorias, enquanto a citada decisão soluciona consulta relativa à exportação. Cada um desses tipos de operações envolve peculiaridades próprias, especialmente no tocante ao controle administrativo, as quais se refletem na legislação regente e não podem ser desprezadas. O caso ora apreciado diz respeito à importação de cargas consolidadas, as quais são acobertadas por documentação própria, cujos dados devem ser informados de forma individualizada para a geração dos correspondentes conhecimentos eletrônicos (CE). Esses registros devem representar fielmente as correspondentes mercadorias, a fim de possibilitar à Aduana definir previamente o tratamento a ser adotado a cada caso, de forma a racionalizar procedimentos e agilizar o despacho aduaneiro. Nesses casos, não é viável estender a conclusão trazida na citada SCI, conforme se passa a demonstrar. Pois bem. Em que pese os argumentos explicitados pela Recorrente, fato é que não houve comprovação da existência de duplicidade de cobrança por parte da fiscalização, tampouco argumentos capazes de infirmar o lançamento fiscal ou contradizer os argumentos utilizados pela turma de origem que afirmou " que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos". Sequer um demonstrativo analítico, com os registros relativos as operações tratadas em cada processo apontado no recurso foram produzidas pela Recorrente, em total desrespeito ao artigo 16, inciso III e §4º, do inciso V , do Decreto nº 70.235/72, bem como do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil. Nestes termos, considerando que a Recorrente deixou inexplicavelmente de comprovar suas alegações, não há como acolher o pedido de nulidade do lançamento suscitado pela contribuinte, restando, assim, prejudicado a análise dos demais argumentos por ela suscitado. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 6 5 3. Mérito 3.1. Ilegalidade do Auto de Infração O presente processo administrativo diz respeito a exigência de multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, pelo fato da Recorrente ter prestado informações sobre a desconsolidação da carga fora do preceitos e prazos previstos nos artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007. Em sede Recursal a Recorrente alegou que "Conforme disposto no caput do art. 50 da IN RFB n° 800/2007, os prazos de antecedência para prestação de informações a Receita Federal entraram em vigor apenas em 1° de abril de 2009, estando a impugnante dispensada de tal obrigação por ocasião do fato que deu ensejo ao Auto de Infração. Tratandose de dispensa do cumprimento de obrigação acessória, a lei tributaria deve ser interpretada literalmente, consoante dispõe o art. 111 do Código Tributário Nacional". Como se vê, a multa sob análise foi aplicada com fundamento no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, que assim disciplina: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaa porta, ou ao agente de carga; Do que se extrai do artigo 77 alhures, é que sua finalidade visa penalizar os contribuintes que descumprirem as obrigações acessórias, na forma e nos prazos instituídos pelo legislador e/ou pela Receita Federal, com aplicação de multa. Além disso, a obrigação do agente de carga de prestar as informações à Receita Federal do Brasil está prevista no artigo 37, §1º, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo artigo 77, da Lei nº 10.833/2003, a saber: Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Fl. 103DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 7 6 § 1o O agente de carga, assim considerada qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos, e o operador portuário, também devem prestar as informações sobre as operações que executem e respectivas cargas. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Já no que tange ao prazo e forma para prestar informações à fiscalização, os artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007, assim dispõem: Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: I as relativas ao veículo e suas escalas, cinco dias antes da chegada da embarcação no porto; e II as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: a) dezoito horas antes da saída da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, exceto quando se tratar de granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) b) cinco horas antes da saída da embarcação, para manifestos de cargas estrangeiras com carregamento em porto nacional, quando toda a carga for granel; (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) c) cinco (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos de cargas estrangeiras com descarregamento em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. § 1o Os prazos estabelecidos neste artigo poderão ser reduzidos para rotas e prazos de exceção. § 2º As rotas de exceção e os correspondentes prazos para a prestação das informações sobre o veículo e suas cargas serão registrados no Siscomex Carga pela Coordenação Geral de Administração Aduaneira (Coana), a pedido da unidade da RFB com jurisdição sobre o porto de atracação, de forma a garantir a proporcionalidade do prazo em relação à proximidade do porto de procedência. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 8 7 (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 3o Os prazos e rotas de exceção em cada porto nacional poderão ser consultados pelo transportador. § 4º O prazo previsto no inciso I do caput reduzse a cinco horas, no caso de embarcação que não esteja transportando mercadoria sujeita a manifesto ou arribada. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 5º Os CE de serviço informados até a atracação ou registro do passe de saída serão dispensados dos prazos de antecedência previstos nesta Instrução Normativa. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1473, de 02 de junho de 2014) § 6º Para os manifestos de cargas nacionais, as informações a que se refere o inciso II do caput devem ser prestadas antes da solicitação do passe de saída. (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1621, de 24 de fevereiro de 2016) *** Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País. Com todo respeito aos argumentos tecidos pela Recorrente, entendo que razão não lhe assiste. Com efeito, os prazos mínimos de prestação de informações à Receita Federal do Brasil (vide artigo 22, da IN 800/2007 e IN 899/2008), passaram a ser obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009, exceção feita as hipóteses dos incisos do artigo 50, a saber: (i) sobre a escala; e (ii) sobre as cargas transportadas, que permaneceram válidas e vigentes, produzindo seus efeitos legais e jurídicos. Ou seja, embora o prazo previsto no artigo 22 não se aplique a fatos ocorridos em data anterior a 1º de abril de 2009, a Recorrente deveria ter observado as demais obrigações previstas no parágrafo único do artigo 50, sob pena de ensejar a aplicação da multa em comento. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 9 8 Assim, considerando que a obrigação do agente de cargas de apresentar as informações antes da atracação da embarcação era obrigatória, entendo legítima a penalidade imposto à Recorrente. No mais, destacase que o artigo 37, §1º, do DecretoLei nº 37/66, com a redação dada pelo artigo 77, da Lei nº 10.833/2003 define, igualmente ao previsto no artigo 2º, da IN 800/20072, o agente de carga como sendo " qualquer pessoa que, em nome do importador ou do exportador, contrate o transporte de mercadoria, consolide ou desconsolide cargas e preste serviços conexos". Ou seja, referido dispositivo equipara o agente de carga ao transportar para efeitos de aplicação da multa em comento. Este destaque se faz necessário na medida em que a Recorrente suscitou a aplicação do artigo 110, do Código Tributário Nacional, arguindo que a fiscalização ao equiparar o agente de cargas ao transportador, para efeito da obrigação tributária acessória em apreço que no seu texto normativo prevê a obrigação somente ao transportar distorce conceitos de direito privado, o que é expressamente vedado pelo referido artigo. Cita a definição de "transportar" e "agente de cargas" do Dicionário Aurélio como fonte de direito privado. O artigo 110 do CTN prevê: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e forma de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou do Municípios, para definir ou limitar competências tributária. Ao contrário do que explicitou a Recorrente, suas razões não merecem respaldo. A uma porque a definição de "transportar" e "agente de cargas" extraída do Dicionário Aurélio não é fonte de direito privado e, a duas porque a definição de "transportar" e "agente de cargas" não estão previstas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados, ou nas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou do Municípios. Portanto, considerando que o Decreto 37/66 e a IN 800/2007 não alteraram definição prevista nos diplomas legais citados no artigo 110, do CTN, fica afastada a alegação da Recorrente neste ponto. Por fim, não vejo que o artigo 150, inciso III, da Constituição Federal tenha aplicabilidade ao presente caso, posto que referido dispositivo impede a cobrança de tributo antes da vigência da lei que os instituiu, ao que passo que no presente a discussão corresponde a aplicação de multa administrativa por descumprimento de obrigação acessória, institutos estes totalmente distintos e que não se confundem. O artigo 3º, do Código Tributário Nacional é claro ao definir tributo como sendo "toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituído em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada." 2 Art. 2o Para os efeitos desta Instrução Normativa definese como: § 1o Para os fins de que trata esta Instrução Normativa: IV o transportador classificase em: e) agente de carga, quando se tratar de consolidador ou desconsolidador nacional; Fl. 106DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10711.721761/201105 Acórdão n.º 3302003.451 S3C3T2 Fl. 10 9 Como se vê, o legislador ao estabelecer que tributo não constitui sanção de ato ilícito, faz a diferenciação fundamental entre tributo e multa, deixando cristalino que um não se confunde com o outro. Isso porque, tributo somente pode ter, por fato gerador, situação lícita, fato lícito, ao contrário da sanção, que por excelência tem o fato gerador proveniente de ato ilícito. Por todo exposto, rejeito a preliminar de nulidade e, no mérito, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, rejeitase a preliminar de nulidade e, no mérito, negase provimento ao recurso voluntário. Ricardo Paulo Rosa Fl. 107DF CARF MF Impresso em 21/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/10/2016 por AREOVALDO MARIANO TAVARES, Assinado digitalmente em 21/10 /2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 19515.008571/2008-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 05 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2201-000.229
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para determinar que a autoridade lançadora se pronuncie sobre a imputação dos pagamentos realizados pela Recorrente.
Assinado digitalmente.
CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente.
Assinado digitalmente.
ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relator.
EDITADO EM: 17/09/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ.
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para determinar que a autoridade lançadora se pronuncie sobre a imputação dos pagamentos realizados pela Recorrente. Assinado digitalmente. CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA - Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ - Relator. EDITADO EM: 17/09/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência para determinar que a autoridade lançadora se pronuncie sobre a imputação dos pagamentos realizados pela Recorrente. Assinado digitalmente. CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA Presidente. Assinado digitalmente. ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ Relator. EDITADO EM: 17/09/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA (Presidente), CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO, JOSE ALFREDO DUARTE FILHO (Suplente convocado), MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA (Suplente convocado), DANIEL MELO MENDES BEZERRA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE E ANA CECÍLIA LUSTOSA DA CRUZ. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 95 15 .0 08 57 1/ 20 08 -8 6 Fl. 345DF CARF MF Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 3 ___________ Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão primeira instância que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Nesta oportunidade, utilizome do relatório produzido em assentada anterior, eis que aborda de maneira elucidativa os fatos objeto dos presentes autos, nos termos seguintes: O presente processo versa acerca de auto de infração, lavrado em 23/12/2008 (fls. 31/39), atinente ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), relativo a fatos geradores dos anoscalendário de 2003 e 2004, com crédito tributário total de R$ 2.743.218,53 (dois milhões, setecentos e quarenta e três mil, duzentos e dezoito reais e cinqüenta e três centavos), composto de principal, multa qualificada de 150% e de juros de mora vinculados, calculados até 28/11/2008. O referido auto de infração decorreu de ilícitos caracterizados em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias perante o sujeito passivo em epígrafe, segundo o qual restou configurada a ocorrência de divergências entre os valores declarados perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e aqueles integrantes da escrituração contábil da pessoa juridica, concernentes aos IRRF incidente sobre Rendimentos de Trabalho Assalariado e Rendimentos pagos sobre Serviços de Terceiros, cuja descrição dos fatos e enquadramentos legais encontramse pormenorizados no corpo do mencionado auto de infração e do Termo de Verificação Fiscal (fls. 22/30), ora integrante e indissociável do lançamento. A autoridade fiscal relata que o contribuinte, embora reiteradamente intimado com a finalidade de lhe facultar o direito de prestar esclarecimentos acerca dos indícios apurados no curso da ação fiscal, não promoveu qualquer manifestação correlata às irregularidades evidenciadas na análise dos arquivos magnéticos, documentos fornecidos pelo contribuinte e divergências configuradas durante o procedimento de fiscalização. Vale frisar que a lavratura do aludido auto de infração produziu a Representação Fiscal para Fins Penais, protocolizada sob o Processo n° 19515.008575l200864, visto que o AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB) caracterizou que a conduta do sujeito passivo enquadravase entre as hipóteses previstas nos arts. 71 e 72 da Lei n° 4.502, de 1964, consoante inferências contidas no Termo de Verificação Fiscal (fls. 23/24). Regularmente notificado do lançamento em 30/12/2008, mediante via postal, consoante AR anexado às fl. 40, o contribuinte apresentou impugnação em 02/02/2009 (fls. 42/48), acompanhado da documentação de fls. 49/144, na qual requer a nulidade do auto de infração, em síntese, apoiandose nas seguintes alegações de fato e de direito: 1) Em caráter preliminar, fazendo menção aos termos do art. 5° do Decreto n° 70.235, de 1972 (PAF) e Portaria MPOG n° 855, de Fl. 346DF CARF MF Processo nº 19515.008571/200886 Resolução nº 2201000.229 S2C2T1 Fl. 4 3 26/12/2007, reivindica a tempestividade da peça impugnatória, argumentando que, em razão do dia 31 de dezembro de 2008 constar fixado na condição de ponto facultativo perante os órgãos da Administração Pública Federal, ensejou.se o início da contagem do prazo para interposição da impugnação somente a partir 2 de janeiro de 2009; 2) No mérito, após um breve relato dos fatos, inicia seus questionamentos asseverando que as diferenças apuradas pelo AFRFB não existem em nenhuma das hipóteses circunstanciadas no encerramento da fiscalização, cujo resultado da autuação é fruto de análise realizada sem o devido zelo da autoridade fiscal; 3) Nesse sentido, no tocante ao IRRF incidente sobre rendimentos pagos sobre serviços de terceiros, baseandose na documentação acostada na defesa, afirma que as disparidades não existem tal como informado no auto de infração, assegurando que as importâncias reportadas nos Relatórios Contábeis foram devidamente recolhidos em DARF, existindo somente uma diferença de R$ 98,17, relativa ao mês de dezembro/2003, cuja importância, embora paga, não fora consignado em DCTF; 4) Entende que as conclusões demonstram o equívoco na análise das contas contábeis disponibilizadas ao AFRFB, não se atentando para o conteúdo do Plano Geral de Contas da companhia, bem não se valendo da prerrogativa de se utilizar do Departamento Tributário da impugnante; 5) No que concerne ao IRRF incidente sobre rendimentos sobre trabalho assalariado, atesta que ocorreu novo engano por parte do AFRFB, visto que a conta analisada contém a escrituração de pagamentos vinculados aos códigos de receita 0473, 0561 e 0588, enquanto que a DCTF não apresenta possibilidade de repasse de informação pertinente ao 0588, cujos valores foram pagos pela empresa; 6) Argumenta que o AFRFB incorreu em erro na interpretação da escrituração contábil, visto que não observou algumas particularidades relacionadas ao registro dos fatos contábeis, conforme demonstra em quadrodemonstrativo consignado na peça impugnatória; 7) Aventa, inclusive, a carência de empenho no exercício da atividade administrativa relacionada a presente autuação, alegando que a necessidade de realizar o lançamento antes do fim do prazo decadência, acarretou na verificação de uma diferença que nunca existiu; 8) Destacando premissas que devem nortear a atividade fiscal, encerra afirmando que a empresa colocouse a disposição do AFRFB, facilitando o acesso a quaisquer documentos necessários para conclusão do MPF, porém surpreendeuse com uma autuação baseada em uma análise apressada e executada sem o devido zelo, com mero intuito de evitar a decadência do lançamento. Fl. 347DF CARF MF Processo nº 19515.008571/200886 Resolução nº 2201000.229 S2C2T1 Fl. 5 4 Ato contínuo, a autoridade preparadora encaminha os autos à DRJ/SPOI para julgamento da impugnação. É o relatório. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de São Paulo I julgou improcedente a impugnação, restando mantida a notificação de lançamento, conforme a seguinte ementa: Assunto: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 2003, 2004 IRRF. AUSÊNCIA DE CONFISSÃO EM DCTF E FALTA OU INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. ADMISSIBILIDADE DE LANÇAMENTO DE DIFERENÇAS APURADAS. Configurada a ocorrência a omissão de declaração de créditos tributários apurados mediante cotejo das informações confessadas em DCTF e aquelas encontradas na escrituração contábil do sujeito. passivo, associado a falta ou insuficiência de recolhimento do tributo correspondente, torna cabível o lançamento de ofício sobre as diferenças apuradas a titulo de IRRF incidente sobre os eventos observados no curso de procedimento de fiscalização. Posteriormente, dentro do lapso temporal legal, foi interposto recurso voluntário, no qual a contribuinte reitera, em síntese, as razões aduzidas em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Conforme se depreende dos elementos que instruem o processo, tratase de Auto de Infração lavrado em razão da constatação, pela autoridade fiscal, de diferenças entre o IRRF escriturado e o declarado pela empresa. Assim, está sendo exigido o IRRF incidente sobre remunerações de assalariados e terceiros relativo a períodos compreendidos entre setembro de 2003 e janeiro de 2004, acrescido de juros de mora e multa de ofício de 150%. Afirma o recorrente que os próprios lançamentos contábeis e dos DARFs correspondentes afastam as divergências apontadas pela fiscalização. O contribuinte aduz também a existência de demonstração detalhada dos valores pagos a título de remuneração de serviços profissionais prestados por pessoas jurídicas (sujeitos ao IRRF sob o código 1708) e de rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício (sujeitos ao IRRF sob o código 0588), bem como o respectivo recolhimento devido. Sustenta ainda que os valores indicados no mencionado demonstrativo como base de cálculo para o IRRF correspondem exatamente aos valores das Notas Fiscais e/ou Recibos emitidos pelos prestadores de serviços, inexistindo valor adicional que não tenha sido submetido à tributação. Fl. 348DF CARF MF Processo nº 19515.008571/200886 Resolução nº 2201000.229 S2C2T1 Fl. 6 5 Salientase que o contribuinte apresentou demonstrativos de pagamentos, DCTFs e respectivos DARFs para cada um dos períodos autuados: (i) período de 07.09.2003 a 13.09.2003 (Doc. 13); (ii) período de 21.09.2003 a 27.09.2003 (Doc. 14); (iii) período de 05.10.2003 a 11.10.2003 (Doc. 15); (iv) período de 02.11.2003 a 08.11.2003 (Doc. 16); (v) período 30.11.2003 a 06.12.2003 (Doc. 17); (vi) perodo de 07.12.2003 a 13.12.2003 (Doc. 18); (vii) período de 28.12.2003 a 03.01.2004 (Doc. 19). Nesse contexto, fazse imperiosa a conversão em diligência do julgamento para que a autoridade lançadora se pronuncie sobre a imputação dos pagamentos realizados pela recorrente. Assinado digitalmente. Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora Fl. 349DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.911524/2010-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005
ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO.
A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.408
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005 ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Alargamento da base de cálculo. Recorrente CONSTRUTORA TOMASI LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005 ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 91 15 24 /2 01 0- 75 Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Curitiba/PR que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte, a qual pretendeu a reforma do despacho decisório, que, por sua vez, indeferiu a homologação da compensação de créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. A não homologação se deveu a inexistência do crédito informado, vez que o mesmo havia sido integralmente utilizado. Em sua manifestação a interessada alega que o crédito decorre da declaração de inconstitucionalidade, pelo STF, do §1º do art. 3º da Lei nº9.718, de 1998, e que aproveitou o referido crédito nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Cita e transcreve jurisprudência administrativa e, ressaltando o contido no art. 165 do CTN, insiste no direito à restituição. Ao final, pede a homologação da compensação. Sobreveio então o Acórdão 06041.131, da DRJ/CTA/PR, julgando improcedente a manifestação de inconformidade da Contribuinte. Irresignada, a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho repisando os argumentos trazidos em sede de manifestação de inconformidade. É o relatório Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.399, de 29 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10980.911525/201010, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.399): "O recurso voluntário é tempestivo, com base no que dispõe o artigo 33 do Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, bem como atende as demais condições de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A questão de direito controversa no presente processo é amplamente conhecida. Tratase do inconstitucional alargamento da base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (“Cofins”), sobre o qual cumpre tecer algumas breves explanações. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 3 A Cofins, sucessora do FINSOCIAL, foi disciplinada pela Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998 (“Lei n. 9.718/98”). Nos termos do artigo 3º da citada Lei, ficou estabelecido que a Cofins incidiria sobre a receita bruta de pessoa jurídica. Por sua vez, o §1º do mesmo artigo veio definir o que abrangia o termo "receita", dispondo que: entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Contudo, à época da edição da Lei n. 9.718/98, a Constituição da República brasileira, em seu artigo 195, estabelecia que as Contribuições Sociais a serem recolhidas aos Cofres da União pelos empregadores, dentre as quais se enquadra a Cofins, somente poderiam incidir sobre o “faturamento”. Diante dessa delimitação constitucional, o Supremo Tribunal Federal (“STF”) declarou que o §1º do artigo 3º da Lei n. 9.718/98 é inconstitucional, no julgamento dos Recursos Extraordinários (“RE”) n. 357950, 390840, 358273, 346084 e 336134 em 09 de novembro de 2005. Posteriormente, o Pretório Excelso, no julgamento do RE n. 585.235, publicado em 28/11/2008, julgou pela aplicação da repercussão geral sobre matéria em exame, reconhecendo a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. A ementa do referido julgado foi lavrada nos seguintes termos: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Isto porque, segundo o entendimento dos Ministros do STF, esse dispositivo alargou indevidamente a base de cálculo da COFINS, uma vez que igualou o conceito de faturamento (ou receita operacional) ao conceito de receita . Explicase. Enquanto o faturamento é constituído pelas receitas advindas da venda de bens e serviços, a receita compreende "entrada de recursos financeiros remuneradores dos diferentes negócios jurídicos da atividade empresarial”, segundo a lição de José Antonio Minatel. 1 Assim, o faturamento (espécie) é menos amplo que a receita (gênero). 1 MINATEL, José Antonio. Conteúdo do Conceito de Receita e Regime Jurídico para sua Tributação. MP Editora. São Paulo, 2005, p. 132. Fl. 61DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 4 Ocorre que tais conceitos não podem ser livremente manejados pelo legislador, pois o artigo 110 do Código Tributário Nacional determina que: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Destarte, se a Constituição determinava que a COFINS somente poderia incidir sobre o faturamento; e o faturamento constitui as receitas provenientes da venda de bens e serviços pela pessoa jurídica; conclui se pela inconstitucionalidade da lei que determina a incidência sobre a receita sem sentido amplo, pois essa é mais abrangente que o faturamento. 2 Buscando solucionar os vícios constitucionais de que padecia a Lei n. 9.718/98, o Poder Legislativo editou a Emenda Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998 (“EC n. 20/98”). Tal Emenda alterou o texto do artigo 195 da Constituição, o qual restou positivado nos seguintes dizeres: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). Em síntese, a EC n. 20/98 alargou a hipótese de incidência das contribuições sociais devidas pelo empregador, uma vez que a partir de então não só o faturamento pode ser tributado, como também a receita em sentido amplo. 2 Ademais, há de se ressaltar que a Lei n. 9.718/98 tem status jurídico de lei ordinária, o que torna ainda mais patente a sua inconstitucionalidade, tendo em vista que somente por meio de lei complementar é que poderia ser criada outra fonte de custeio da seguridade social (incidente sobre outra materialidade), nos termos do artigo 195, §4 e do artigo 154, inciso I, ambos da Constituição. Disto depreendese que somente seria legítima a cobrança da COFINS sobre a receita, hipótese que na época não estava prevista no rol de incisos do artigo 195 da Constituição, caso tal situação tivesse sido instituída por meio de lei complementar. Afinal, tratarseia de nova fonte de custeio da seguridade social. Como a Lei n. 9.718/98 foi votada e publicada pelo rito legislativo próprio das leis ordinárias, mais uma vez concluise pela inconstitucionalidade da exação. Fl. 62DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 5 Entretanto, essa mudança no texto da Constituição não teve o poder de convalidar os dizeres da Lei n. 9.718/98, pois o sistema jurídico brasileiro não admite a constitucionalidade superveniente, vale dizer, tendo sido promulgada e publicada lei que contraria a Constituição, não é possível que posterior alteração da própria Constituição, por via de emenda, traga de forma retroativa a validade da lei. Foi assim que decidiu o STF. Pois bem. Tendo sido decidida a questão em sede de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, tornase imperioso o seu acatamento por este Conselho, nos moldes do artigo 62, §2º do Regimento Interno do CARF, o qual prescreve a necessidade de reprodução, pelos Conselheiros, das decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, na sistemática da repercussão geral: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Nesse sentido, é tranquila a jurisprudência do Conselho a respeito da necessidade de reprodução das decisões proferidas pelo STF sobre a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da Cofins – citadas alhures aos processos administrativos fiscais, nos quais os contribuintes formulam pedidos de restituição de valores indevidamente pagos a título da contribuição social em questão, exatamente como ocorre no presente caso. Destaco a seguir alguns julgados representativos do entendimento sobre a matéria: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/02/1999 a 30/06/2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. 10 ANOS. PEDIDO REALIZADO ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI COMPLEMENTAR 118/2005. O prazo decadencial para o direito de restituição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 10 (dez) anos, a contar do fato gerador quando o pedido for realizado antes da entrada em vigor da Lei Complementar 118/2005, conforme entendimento do STF. COFINS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, reproduzemse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim Fl. 63DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 6 compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF. COFINS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO DE TRIBUTO. POSSIBILIDADE. Caracterizado o pagamento a maior ou indevido da contribuição, o contribuinte tem direito à repetição do indébito, segundo o disposto no art. 165, I, do Código Tributário Nacional (CTN). Recurso Voluntário Provido (Processo 11618.002043/200519, MARCOS ANTONIO BORGES, Nº Acórdão 3801001.835) Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 28/02/1999 a 31/05/2000 DECADÊNCIA. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. LEI COMPLEMENTAR 118/05. O prazo estabelecido na Lei Complementar 118/05 somente se aplica para os processos protocolizados a partir 9 de junho de 2005, e que anteriormente a este limite temporal aplicase a tese de que o prazo para repetição ou compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de dez anos, contado de seu fato gerador, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. PIS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, reproduzemse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF. PIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO DE TRIBUTO. POSSIBILIDADE. Caracterizado o pagamento a maior ou indevido da contribuição, o contribuinte tem direito à repetição do indébito, segundo o disposto no art. 165, I, do Código Tributário Nacional (CTN). Recurso Voluntário Provido. (Processo 13855.001146/200586, Relator(a) FLAVIO DE CASTRO PONTES, Nº Acórdão , 3801001.722) COFINS. ART. 3º, DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO Fl. 64DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 7 ART. 62, §1o, I, do RICARF. RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62A do RICARF. COFINS. ART. 3º, §1º, DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO. CABIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. Em face da inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo da contribuição a COFINS, promovida pelo art. 3º, §1º, da Lei nº 19.718/98, é cabível o deferimento da restituição do indébito, devendo a autoridade preparadora verificar a comprovação do pagamento indevido ou a maior para compor o crédito a ser deferido ao contribuinte. Sobre o crédito apurado incide correção pela incidência da SELIC desde a data do pagamento indevido ou a maior, na forma do §4º, do Art. 39, da Lei nº 9.250/95. Recurso Parcialmente Provido. (Processo 10950.000184/200626, Relator(a) JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Acórdão 3402001.697) COFINS. FALTA DE RECOLHIMENTO. Mantémse o lançamento quando constatada a falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, no período compreendido pelo auto de infração. COFINS. COMPENSAÇÃO. PROCEDIMENTO PRÓPRIO. Eventual direito à compensação da COFINS, em razão de recolhimento indevido ou efetuado a maior, deve ser apreciado no procedimento administrativo próprio de restituição/compensação, e não em processo de formalização de exigência de crédito tributário. Todavia, nada impede Requerêla em procedimento próprio. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. APRECIAÇÃO. COMPETÊNCIA. O conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF não é competente para apreciar pedidos de restituição/compensação. A competência é da unidade da Receita Federal que jurisdiciona o contribuinte. Aos órgãos julgadores do CARF compete o julgamento de recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (art. 1º da Portaria MF nº 256/2009) MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO E PERCENTUAL. LEGALIDADE Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 8 Aplicável a multa de ofício no lançamento de crédito tributário que deixou de ser recolhido ou declarado e no percentual determinado expressamente em lei. COFINS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, reproduzse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF. Recurso Voluntário Provido em Parte (Processo 10680.006962/200880, Relator(a) JOSE LUIZ BORDIGNON, Acórdão 3801000.984) Portanto é incontroverso o bom direito da Recorrente em relação à restituição dos recolhimentos indevidamente feitos a título de Cofins, no período de apuração em questão, haja vista que a presente lide administrativa tem como objeto principal a declaração de inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 pelo STF (alargamento inconstitucional da base de cálculo da Cofins). Com efeito, como já tive a oportunidade de destacar em dissertação sobre o tema: Tanto a edição de leis inconstitucionais como a cobrança de tributos com base em tais leis tributárias inconstitucionais são atos ilícitos praticados pelo Poder Público. O primeiro constitui ilícito constitucional (edição de lei contrária aos dizeres da Constituição), enquanto o segundo caracteriza ilícito tributário (cobrança pelo Estado e consequente pagamento pelo contribuinte de tributo inválido). Lembrando que as normas jurídicas em sua feição completa são impreterivelmente dotadas de uma sanção em caso de descumprimento, aos citados atos ilícitos o ordenamento jurídico atrela as respectivas sanções: a declaração de inconstitucionalidade, com o objetivo de preservar a integralidade e coerência da ordem jurídica; e a restituição de tributos inconstitucionais, cuja função é conferir segurança jurídica e isonomia aos administrados. 3 Cumpre ainda salientar que à restituição de tributos inconstitucional, cuja natureza e regime jurídico são tributários, são totalmente aplicáveis as regras relativas às demais hipóteses de repetição de indébito dispostas no CTN (artigo 165 a 169). Entretanto, com relação ao quantum devido como restituição do tributo inconstitucional, compete à autoridade administrativa preparadora, com 3 LAURENTIIS, Thais de. Restituição de Tributo Inconstitucional. São Paulo: Noeses, 2015. Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10980.911524/201075 Acórdão n.º 3402003.408 S3C4T2 Fl. 0 9 base na documentação apresentada pelo contribuinte no decorrer do processo administrativo, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. Por fim, saliento que apurado o crédito, os valores originais devem sofrer correção pela incidência da SELIC, desde a data do pagamento indevido, como impõe o artigo 39, §4º da Lei nº 9.250/95, até a data do efetivo aproveitamento dos créditos pelo contribuinte. Dispositivo Por tudo quanto exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, haja vista a necessidade de liquidação do julgado, nos termos descritos acima." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse parcial provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito à restituição dos valores recolhidos com amparo no § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 (declarado inconstitucional pelo STF), devendo o montante do direito creditório ser apurado pela unidade de origem. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Fl. 67DF CARF MF
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Numero do processo: 10680.000613/2004-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 14 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 30 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Exercício: 1999
MULTA ISOLADA. MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. CANCELAMENTO DA MULTA ISOLADA.
A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430/96, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício.
Numero da decisão: 1201-001.503
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do relator.
(documento assinado digitalmente)
ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
JOSÉ CARLOS DE ASSIS GUIMARÃES - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), José Carlos de Assis Guimarães, Luis Fabiano Alves Penteado, Ronaldo Apelbaum e Eva Maria Los.
Nome do relator: Relator
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MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. CANCELAMENTO DA MULTA ISOLADA. A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430/96, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. (documento assinado digitalmente) ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Presidente. (documento assinado digitalmente) JOSÉ CARLOS DE ASSIS GUIMARÃES Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida (Presidente), José Carlos de Assis Guimarães, Luis Fabiano Alves Penteado, Ronaldo Apelbaum e Eva Maria Los. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 06 13 /2 00 4- 21 Fl. 1264DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES 2 Tratase de recurso voluntário interposto nos termos do art. 33 do Decreto nº 70.235/72, contra o acórdão nº 05.851, exarado pela 2ª Turma da DRJ em Belo Horizonte MG. Conforme relato sumário extraído da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal do Auto de Infração, a autoridade tributária acusa a contribuinte em epígrafe haver cometido as seguintes infrações á legislação da CSLL no anocalendário de 1998: a) falta de pagamento da CSLL incidente sobre a base de cálculo estimada em função da receita bruta e acréscimos e/ou balanços de suspensão ou redução, em decorrência de omissões de receitas, no período de janeiro a outubro de 1998, caracterizadas pela falta de contabilização de receitas de vendas, constatadas pelo confronto entre as vendas reais apuradas nos boletins de caixa da loja, retidos por ocasião do cumprimento dos mandados Judiciais de Busca e Apreensão números 018/2002 e 019/2002, da 4a. Vara Federal/MG, e os valores escriturados/declarados pelo contribuinte na DIRPJ/1998; b) considerando as receitas omitidas, apurouse os valores reais devidos da CSLL com base na estimativa mensal e como o contribuinte havia apurado base de cálculo negativa da CSLL em todos seus balanços/balancetes de suspensão/redução, conforme DIRPJ/98, não recolhendo ou declarando nenhum valor a título de CSLL estimada, configurou se a infração de falta de recolhimento da CSLL estimada, nos meses de janeiro a outubro de 1998, sendolhe imputado a multa isolada de 150% sobre a falta de recolhimento apurada, tudo conforme artigos 28, 30, 43, 44, inciso II e §1º, IV da Lei 9.430/96 e artigo 24, §2º, da Lei 9.249/95; c) o lançamento é efetuado com a cominação de multa qualificada, em virtude do evidente intuito de fraude, caracterizado pela intenção do contribuinte em furtarse ao pagamento ou em reduzir o montante dos tributos e contribuições devidos em decorrência da não emissão de documento fiscal obrigatório (nota ou cupom fiscal) de todas as vendas, conforme verificado pelo exame dos documentos e do material de informática apreendidos, bem como pela falta de contabilização e declaração das respectivas receitas. As infrações apontadas acima estão minuciosamente relatadas no Termo de Verificação de Infração deste processo. Inconformada com a autuação a interessada propôs impugnação ao lançamento onde contesta a exigência da multa isolada aplicada em decorrência da falta de recolhimento da contribuição social sobre a base estimada. Examinada as razões de defesa a DRJ de origem julgou improcedente a impugnação em acórdão assim ementado: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 1998 Ementa: Decadência. Lançamento p/ Homologação. Norma Geral Não estando satisfeitas as condições para o lançamento por homologação, para fins de contagem do prazo decadencial, aplicase a regra geral, segundo a qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese cinco anos Fl. 1265DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES Processo nº 10680.000613/200421 Acórdão n.º 1201001.503 S1C2T1 Fl. 1.265 3 contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Decadência — CSLL O prazo decadencial, no que se refere à Contribuição Social, é de 10 anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído. Responsabilidade Tributária por Sucessão. A empresa sucessora (incorporadora) responde por todos os tributos e demais penalidades devidas pela sucedida alcançando todos os fatos jurídicos tributários (fato gerador) verificados até a data da sucessão, ainda que a existência do débito tributário venha a ser apurada após aquela data. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL Anocalendário: 1998 Ementa: Multa Isolada. No caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento da CSLL, determinada sobre a base de cálculo estimada, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado, no anocalendário correspondente, base de cálculo negativa, será aplicada a multa isolada de acordo com determinações legais. Multa Qualificada. Declarando a menor seus rendimentos, o contribuinte tentou impedir ou retardar, ainda que parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal. Esta prática sistemática, adotada durante anos consecutivos, caracteriza a conduta dolosa. Tal situação fática se subsume perfeitamente aos tipos previstos nos arts. 71, inciso I, e 72 da Lei n.° 4.502, de 1964. Irresignada, a contribuinte interpôs recurso voluntário onde alega, em síntese: PRELIMINARES 1. Da nulidade do auto de infração. A preterição ao direito de defesa é inequívoca e deriva da não observância ao devido processo legal previsto no Decreto 70.235/72. De fato, a lavratura do auto ao arrepio de expressa determinação contida no art. 9º, §1° da norma em comento, que rege o procedimento administrativo fiscal, configura violação ao devido processo legal e, desta forma, preterição ao direito de defesa, causando nulidade do auto com fundamento no art. 59, inciso II do Decreto 70.235/72. 2. Da Decadência. Fl. 1266DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES 4 Sustenta a r. decisão recorrida que à hipótese dos autos aplicase a regra do art. 173, inciso I do CTN, por considerar que não tendo havido recolhimento pelo contribuinte a título de antecipação não há que considerar a sistemática imposta pelo art. 150, §4° do mesmo diploma. Os argumentos invocados pela autoridade julgadora, no entanto, não são acolhidos pela jurisprudência do Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais, conforme se verifica nos julgados que traz a colação. A r. decisão recorrida afirma, ainda, que no caso específico das contribuições sociais que compõem a Seguridade Social (dentre elas CSLL, PIS e COFINS) o prazo de decadência para lançar os tributos encontrase previsto no art. 45 da Lei n° 8.212/91, que é norma especifica sobre a matéria. Entretanto, a CF/88 estabelece em seu art. 146, inciso III, alínea b, que compete à lei complementar estabelecer normas gerais sobre decadência, entre outras, sendo, como é cediço, o CTN a norma encarregada de tal função. Observese que diante da natureza tributária das contribuições sociais é aplicável ao caso em tela o disposto no artigo 150, § 4.°, do Código Tributário Nacional e não o artigo 45 da Lei n.° 8.212, de 1991, o qual não produz efeitos já que trata de matéria não afeta a Lei Ordinária. Neste sentido é a jurisprudência do Conselho de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Adotando as mesmas razões, a 1ª Seção do Colendo Superior Tribunal de Justiça afastou a aplicação do artigo 45 da Lei nº 8.212/91. Evidencia que a exceção para o cômputo do prazo decadencial dáse nos casos de fraude, sonegação, ou seja, dolo no descumprimento das obrigações tributárias. No caso é inequívoca a ausência de hipótese fraude a permitir a aplicação da multa qualificada e a regra prevista no art. 173, inciso I do CTN. MÉRITO 1 Multa isolada inaplicabilidade: A multa isolada aplicada nos presentes autos, deriva de um suposto não recolhimento estimado de CSLL que teria ocorrido em razão da omissão de receitas caracterizada nos autos de outro processo principal. Naquele foi aplicada multa de ofício com fundamento no art. 44, inciso II da Lei 9.430/96, entendendo a fiscalização ter sido verificada a hipótese de fraude. No caso, contudo, não se cogita apenas de não aplicação do agravamento da multa, mas sim de impossibilidade de aplicação da multa isolada, sob pena de restar configurada uma dupla penalidade para uma mesma infração tributária. De fato, nos autos do processo principal já foi aplicada multa de oficio de 150% sobre a omissão de receitas identificada, de forma que uma nova aplicação de multa no mesmo percentual, sem sombra de dúvidas implicará uma dupla penalização, não aceita pelo Conselho de Contribuintes. Os fatos que deram origem àquela autuação e a esta são os mesmos, o próprio Fiscal ressalta este ponto no auto de infração indicando que a multa isolada está a ser aplicada em decorrência da omissão de receitas constatada no processo principal. Pois bem, um mesmo fato não pode dar origem a dupla penalização, sob pena de infringência ao art. 44 da Lei 9.430/96. Neste sentido, traz a colação diversas ementas do antigo Conselho de Contribuintes Fl. 1267DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES Processo nº 10680.000613/200421 Acórdão n.º 1201001.503 S1C2T1 Fl. 1.266 5 no sentido da impossibilidade de aplicação de multa isolada por falta de recolhimento da CSLL devida por estimativa em ajustes efetuados pela fiscalização após o encerramento do ano calendário. 2 Da qualificação da multa: Da Adesão ao PAES: Inicialmente, merece registro o fato de que não há que se falar em imposição de penalidade, eis que o trabalho fiscal foi concluído após a adesão da Recorrente ao PAES, ou seja, quando da apresentação de seus débitos relativos a período de ação fiscal ainda não concluída, pelo que não havia qualquer exigência legal a respaldar a aplicação ou mesmo a inclusão de penalidade. Ora, o raciocínio é lógico, os débitos somente agora apurados pela r. Fiscalização já encontravamse confessados e parcelados pela Recorrente, pelo que de todo desnecessário o prosseguimento do trabalho fiscal, diante do óbice constante no art. 151, VI do CTN. Dessa forma, a continuidade dos trabalhos fiscais mostrouse de todo inócua. O Código Tributário Nacional é de clareza solar ao determinar a suspensão do crédito tributário quando encontrarse parcelado, ou seja, não há que se falar em prosseguimento da fiscalização relativamente a débitos já confessados e parcelados. Se no decorrer desses 14 (quatorze) meses dos inícios dos trabalhos fiscais foi instituído pelo Governo Federal um programa de parcelamento especial de créditos, ao qual a recorrente aderiu, a aplicação de penalidade somente se justificaria se houvessem sido apuradas e lançadas anteriormente à adesão do contribuinte ao PAES. Nesse sentido, uma leitura mais acurada do disposto no art. 1°, IV, da Portaria Conjunta PGFN/SRF n° 3 de 1°.9.2003 é suficiente para denotar a impropriedade da ação fiscal. A ausência de conclusão de trabalho fiscal relativamente a débitos já confessados e parcelados, não autoriza sua continuidade a ponto de pretender a aplicação de penalidade futura, inexistentes à época da confissão de débitos apresentada pelo contribuinte. À Recorrente coube a realização da declaração e da confissão de seus débitos amparada nas informações e dados de que dispunha à época, bem como amparada em dados fornecidos pela própria Receita Federal, conforme correspondência eletrônica informada, tendo em vista a busca e apreensão de todos os seus documentos e arquivos já noticiada. "Data venia", se a r. Fiscalização foi morosa na apresentação de suas conclusões, não pode agora penalizar o contribuinte que aderiu a programa de parcelamento instituído no decorrer do trabalho fiscal. Houvessem sido apresentadas quaisquer conclusões fiscais anteriormente à adesão informada, forçosamente a Recorrente haveria de incluir os débitos apurados e lançados no parcelamento instituído pela Lei n° 10684/2003. Multa qualificada: Não bastasse a imposição de penalidade, a autoridade fiscal ainda a agravou com fundamento no art. 44, inciso II da Lei n° 9.430/96 entendendo que os erros na escrituração fiscal seriam alterações dolosas das informações tributárias. Nada mais equivocado! Fl. 1268DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES 6 Não se desconhece que a cominação da multa qualificada, diante do artigo supracitado e dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64, depende de apreciação subjetiva da conduta do sujeito passivo, para a apuração da presença do dolo, da máfé. Porém, a subjetividade das conclusões consignadas pelo Auditor Fiscal autuante, afastam a exatidão exigida pela lei para que seja imputado o agravamento da multa. Não é admissível a presunção de que a existência de Mandado de Busca e Apreensão implica em fraude ou dolo, independentemente de análise aprofundada dos argumentos apresentados pelo contribuinte. Outrossim, sabese que o agravamento das penalidades tratase de faculdade legal de que dispõe o fisco para punir de forma mais gravosa o contribuinte, quando flagrado em ilícito penaltributário. Como se depreende do bojo dos autos, tal conduta não aconteceu face à antecipação do contribuinte em reconhecer e regularizar a situação na qual se encontrava. Por outro lado, de se registrar que também não passou desapercebida a maldade do i. Relator, ao desviarse dos autos, que envolve apenas pessoa jurídica, buscando dar caráter de pessoalidade à autuação, quando, por mais de uma oportunidade, menciona denúncia que fora feita contra o Sr. Sebastião Vicente Bomfim Filho imputando lhe crime contra a ordem tributária. Tal menção, não bastasse sua inespecificidade para o caso em questão, peca contra a verdade quando o i. Julgador "a quo" furtase de informar que o referido processo por ele tão alardeado não teve prosseguimento, encontrandose findado. Surge, pois, a indagação: A omissão de tal informação é fruto de esquecimento, ou objetiva fins outros tais como a indução dos D. Julgadores a equívoco? É noção basilar das relações penais (e a imputação de dolo, cumulada com o agravamento da multa, consubstancia sanção penal tributária), a premissa de que só há condenação com base na certeza do cometimento do ilícito. Ou seja, como corolário do princípio in dubio pro reo se não for alcançada a absoluta certeza da intenção de fraudar, de sonegar, não cabe o agravamento da multa. Ora, não há esta certeza nos autos. Ao revés, a inexistência de intuito do cometimento de ilícito penal, é evidente nestes autos, já que a própria Recorrente tentou sanar o erro, que detectou já em idos de 2000, ou seja, muito antes da ação fiscal. Em verdade, o procedimento de fiscalização foi marcado por arbitrariedades dos fiscais, como se verifica pelo desprezo dos mesmos aos ditames Constitucionais e legais basilares da relação fiscal ora instituída. Também, a parcialidade e voracidade resta evidente. De se notar que após 14 meses de trabalho, com cerca de 2 caminhões de documentos retirados da empresa, somente foi identificada uma única infração, qual seja, omissão de receitas, falha esta já detectada, tanto em que no ano de 2000 foram inseridas no Livro Diário receitas auferidas no ano de 1998. Exatamente por interpretar a lei sob a luz dos princípios fundamentais do Estado de Direito, os Conselhos de Contribuintes vêm consolidando jurisprudência no sentido de que apenas a certeza do evidente intuito de agir contra a lei, permite e determina o agravamento da multa de oficio. Transcreve alguns arrestos que ilustram tal orientação. Desse modo, por ser arbitrária e ilegal a presunção de ocorrência de fraude, aguardase o afastamento da imputação equivocadamente oposta à Recorrente, com a conseqüente redução da multa de ofício, compatibilizandoa com as prescrições da lei. Fl. 1269DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES Processo nº 10680.000613/200421 Acórdão n.º 1201001.503 S1C2T1 Fl. 1.267 7 Caráter confiscatório: A multa aplicada foi de 150% o que denota que a fiscalização não levou em conta o caráter de confisco da penalidade aplicada. A vedação ao confisco é uma garantia constitucional, extensiva às multas fiscais, pois sendo vedado o confisco via instituição de tributo o é para a aplicação das penalidades, como elemento reflexo (art. 39, §2° da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964). A penalização imposta excede até mesmo a capacidade contributiva, caracterizando confisco e abuso, atitude que deve ser refreada. Nesse passo, cita voto de Conselheiro do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, pronunciamento de jurista, ementas em decisão do Supremo Tribunal Federal. Em atenção ao Princípio da Eventualidade, havendo o prosseguimento do feito fiscal, e superadas as argumentações acima expendidas, o que admitese "in reductio ab absurdo", a Recorrente requer, desde já, seja reduzida a penalidade imposta para o percentual legal. E, ainda, consoante o que dispõe o §7° do art. 1° da Lei n° 10.684, de 2003, em se tratando de débito fiscal incluído no PAES, os. valores correspondentes às multas serão reduzidos em 50%. Dos juros de mora (taxa selic): Requer a inaplicabilidade da taxa selic aos créditos tributários, determinando a incidência de juros de mora no percentual previsto no artigo 161, §1º do CTN. DO PEDIDO Por todo o exposto, alegado e provado, requer a reforma proferida na decisão DRJ/BHE n.° 05.851, de 26/04/2004, com conseqüente cancelamento da exigência constante do Auto de Infração lavrado. A recorrente anexa o memorial das razões expendidas em seu recurso voluntário apresentando como inovação argumentativa o fato de que a partir da disposição expressa no artigo 132 do CTN, verificase que a sucessora é responsável apenas e tãosomente pelos tributos devidos pela sucedida, não podendo ser responsabilizada, contudo, pelas penalidades aplicadas em caso de descumprimento de obrigação tributária. A extinta Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes proferiu o Acórdão nº 10808.564, de 10 de novembro de 2005, cuja ementa transcrevo a seguir: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL NULIDADE DO LANÇAMENTO Rejeitase preliminar de nulidade do lançamento quando não configurado vício ou omissão de que possa ter decorrido o cerceamento do direito de defesa. MULTA ISOLADA CSL DECADÊNCIA CONSTATAÇÃO DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO A Contribuição Social sobre o Lucro, tributo cuja legislação prevê a antecipação de Fl. 1270DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES 8 pagamento sem prévio exame pelo Fisco, está adstrita à sistemática de lançamento dita por homologação, na qual a contagem da decadência do prazo para sua exigência tem como termo inicial a data da ocorrência do fato gerador (art. 150 parágrafo 4° do CTN). No caso de dolo, fraude ou simulação, deslocase esta regência para o art. 173, I, do CTN, que prevê como início de tal prazo o primeiro dia do exercício seguinte; àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Ocorrendo a ciência do auto de infração pela contribuinte no ano de 2003, é incabível a preliminar de decadência suscitada para a multa isolada por falta de recolhimento de estimativa lançada no anocalendário de 1998. CSL OMISSÃO DE RECEITAS r Caracteriza a ocorrência de omissão de receitas a diferença apurada pela fiscalização no confronto entre as receitas escrituradas/declaradas com aquelas constantes dos boletins de Caixa da loja, principalmente quando a empresa não contesta a infração detectada e efetua parcelamento desses débitos fiscais no PAES. CSL APLICAÇÃO DA MULTA AGRAVADA A conduta da contribuinte de não informar a totalidade de suas receitas nas declarações de rendimentos entregues ao Fisco, nem escriturá las nos livros próprios, durante períodos consecutivos, procedimento adotado sistematicamente em todo o grupo de empresas capitaneado pela autuada, por meio de limitadores eletrônicos de emissão de notas fiscais ou cupom, além da manutenção de controles paralelos de receitas, denota o elemento subjetivo da prática dolosa e enseja a aplicação de multa agravada pela ocorrência de fraude prevista no art. 72 da Lei n°4.502/1964. MULTA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA A falta de recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro, calculada por estimativa com base na receita bruta, sujeita a contribuinte à imposição da multa prevista no art. 44 § 1° inciso IV da Lei n° 9.430/96. MULTA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA —CONCOMITÂNCIA COM MULTA DE OFICIO ACOMPANHANDO EXIGÊNCIA DE TRIBUTO — COMPATIBILIDADE — A falta de recolhimento da CSL sobre a base de cálculo estimada por empresa que optou pela tributação com base no lucro real anual, enseja a aplicação da multa de ofício isolada, de que trata o inciso IV do § 10 do art. 44 da Lei n° 9.430/96. O lançamento é compatível com a exigência da contribuição apurada em procedimento fiscal, acompanhada da correspondente multa de oficio. INCONSTITUCIONALIDADE Não cabe a este Conselho negar vigência a lei ingressada regularmente no mundo jurídico, atribuição reservada exclusivamente ao Supremo Tribunal Federal, em pronunciamento final e definitivo. MULTA DE OFICIO — CARACTERIZAÇÃO DE CONFISCO — A multa de ofício constitui penalidade aplicada como sanção de ato ilícito, não se revestindo das características de tributo, sendo Fl. 1271DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES Processo nº 10680.000613/200421 Acórdão n.º 1201001.503 S1C2T1 Fl. 1.268 9 inaplicável o conceito de confisco previsto no inciso V do artigo 150 da Constituição Federal. MULTA DE OFICIO RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA POR SUCESSÃO A incorporadora somente responde pelos tributos devidos pelo sucedido. O que alcança a todos os fatos jurídicos tributários (fato gerador) verificados até a data da sucessão, ainda que a existência do débito tributário venha a ser apurada após aquela data. Art. 132 CTN. O voto vencido rejeitou as preliminares suscitadas e, no mérito, negou provimento ao recurso voluntário. Por sua vez, o voto vencedor rejeitou as preliminares argüidas pela defesa e no mérito deu provimento ao recurso voluntário por entender que a incorporadora responde apenas pelos tributos devidos pelo sucedido. A Fazenda interpôs recurso especial visando o restabelecimento da multa isolada no percentual de 150% sob a responsabilidade da sucessora. O Presidente da extinta Oitava Câmara do 1º CC, tendo em vista que a decisão não foi unânime e a alegação de contrariedade da decisão à lei ou à evidência da prova, confirma o cabimento do recurso especial nos termos do artigo 32, I, do Regimento Interno do Conselho de contribuintes. A contribuinte apresentou as suas contrarazões ao recurso especial para manter a decisão que julgou procedente o Recurso voluntário. A 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, na sessão de 10 de março de 2009, proferiu o Acórdão 910100.508, dando provimento ao recurso especial e determinou o retorno dos autos à Câmara recorrida para apreciar as demais alegações da recorrente, cuja ementa trago à colação: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 1999 Ementa: MULTA DE OFICIO INCORPORAÇÃO DE SOCIEDADE SOB CONTROLE COMUM A interpretação do artigo 132 do CTN, moldada no conceito de que a pena não deve passar da pessoa de seu infrator, não pode ser feita isoladamente, de sorte a afastar a responsabilidade do sucessor pelas infrações anteriormente cometidas pelas sociedades incorporadas, quando provado nos autos do processo que as sociedades, incorporadora e incorporadas, sempre estiveram sob controle comum de sócio pessoa física e de controladora informal. De volta à Câmara recorrida, o relator interpôs embargos de declaração com o fito de se sanear a contrariedade ou a omissão do acórdão nº 910100.508 para se esclarecer quais questões devem ser enfrentadas por esta Turma. Os embargos foram admitidos, nos termos do inciso II do § 2º do artigo 5º da Portaria CARF nº 29, de 2015, conforme despacho do Presidente da CSRF. Fl. 1272DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES 10 A Câmara Superior de Recursos Fiscais, por meio do Acórdão nº 9101 002.277 1ª Turma, por unanimidade de votos, não conheceu dos embargos de declaração, por ausência de legitimidade ativa do Conselheiro que os opôs, proferindo a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 1999 LEGITIMIDADE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PROCESSO COM PROVIDÊNCIA DE RETORNO Não detém legitimidade para opor Embargos de Acórdão de Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF) o relator da Turma Ordinária para o qual foi sorteado um processo com Acórdão de Recurso Especial da CSRF com providência de retorno. É o relatório. Voto Conselheiro José Carlos de Assis Guimarães, Relator. Inicialmente, cumpre destacar que o Acórdão nº 10808.564, constante deste processo, proferido pela extinta Oitava Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, analisaram as questões preliminares e de mérito suscitadas pela contribuinte em seu recurso. Naquele acórdão o voto vencedor deu provimento integral ao recurso voluntário sob o argumento de ilegalidade da aplicação da multa de ofício na sucessora. A Câmara Superior de Recursos Fiscais, por sua vez, ao julgar o recurso especial da Fazenda Nacional e as contrarazões da contribuinte, entendeu que a responsabilidade pela multa transfere da sucedida à sucessora, uma vez que a incorporadora e a incorporada são pertencentes a um mesmo grupo sob a mesma direção humana e com sócio comum. Vejamos o que constou do voto do Conselheiro José Clóvis Alves: "O recurso apresentado pela Fazenda Nacional é tempestivo, porém, somente pode ser conhecido na parte que lhe fora desfavorável tratadas no acórdão recorrido, ou seja quanto a questão relativa à multa de oficio no caso de sucessão, interpretação dos artigos 129 e 132 do CTN. Da mesma forma as Contrarazões somente podem ser conhecidas dentro do limite admitido para o RE da Fazenda Nacional, pois as demais questões contrárias aos interesses do contribuinte não foram objeto de Recurso Especial, logo tratam se de matérias com decisão definitiva na esfera administrativa. ................................................................................................ A questão da responsabilidade por multas aplicadas à sucessora em relação a fatos ocorridos antes do evento sucessório e formalizadas após a sucessão já se encontra pacificada no âmbito desta Turma da CSRF. Fl. 1273DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES Processo nº 10680.000613/200421 Acórdão n.º 1201001.503 S1C2T1 Fl. 1.269 11 ......................................................................................................... As teses existentes no âmbito desta CSRF dão duas soluções para o caso de penalidade aplicada após a sucessão, de acordo com a tese do conhecimento. 1ª TESE — Não há conhecimento das infrações pretéritas — afastase a multa. Se a sucessora não participava da sucedida nem mesmo através de um sócio comum ou de sociedades de um mesmo grupo, a multa de oficio deve ser afastada visto que o legislador quis proteger o adquirente ou sucessor de boa fé, logo deve responder somente pelos tributos e não pelas multas, formalizadas após o evento sucessório, conforme julgados contidos nos acórdãos CSRF/0104.406 e 04.408. 2ª TESE — Há conhecimento das infrações pretéritas — mantémse a multa. Se a sucessora participava da sucedida mesmo que através de um sócio comum, pessoa física ou jurídica, mormente no caso de empresa organizada na forma limitada, ou se trata de sociedade de um mesmo grupo "holding", a multa deve ser mantida visto que o legislador quis proteger somente o adquirente ou sucessor de boa fé, aquele que desconhecia os negócios, as operações realizadas pela sucedida. Interpretação contrária levaria à situação absurda de que uma simples alteração societária, incorporação, cisão ou fusão, poderia se prestar a evitar qualquer penalidade tributária em relação aos negócios da sucedida ainda que tivesse pleno conhecimento das infrações que implicara na aplicação das sanções. ........................................................................................................ Na presente lide a fiscalização, ao tratar do exame do material de informática apreendido, deixou expresso no Termo de Verificação de Infração fato não contestado pelo contribuinte de que as empresas sucedida e sucessora pertenciam ao mesmo grupo e controladas pela mesma pessoa física, verbis: "32 — Após a montagem dos equipamentos, restauração dos "backups" e recriação do ambiente de produção do SISPAC, que é um aplicativo que roda no servidor UNIX, e que tem a função de controlar todo ambiente operacional da empresa, conforme descrito no relatório Técnico anexo ao Termo de Extração de Dados de que trata o item 16, constatamos a existência de dados referentes aos períodos sob fiscalização, tanto na MG MASTER LTDA, quanto das empresas incorporadas, inclusive de períodos anteriores às incorporações, já que, na verdade todas faziam parte de um mesmo grupo, operando sob os nomes de CENTAURO, ALMAX E BY TENIS, sob a mesma administração do Sr. SEBASTIÃO VICENTE BONFIM FILHO." (grifamos). Diante dos fatos constatados, sendo incorporadora e incorporadas pertencentes a um mesmo grupo, ainda que Fl. 1274DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES 12 informal, sob a mesma direção humana e, com sócio comum, a tese a ser aplicada é a 2, ou seja — A RESPONSABILIDADE PELA SANÇÃO — MULTA — TRANSFERE DA SUCEDIDA À SUCESSORA. ............................................................................................... Assim conheço em parte do RE e das ContraRazões, e no mérito dou provimento e determino o retorno dos autos à Câmara de origem ou àquela que a sucedeu para o exame das demais questões tratadas no recurso voluntário interposto. (grifamos). Ao compulsar os autos, porém, adoto o entendimento de que todas as questões suscitadas no recurso voluntário foram enfrentadas pelo relator ao proferir o seu voto no Acórdão 10808.564. Os Embargos de Declaração interpostos pelo Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes apontavam também nessa direção. Abaixo trago a colação alguns trechos dos embargos: Ao compulsarmos o voto condutor do acórdão 10808.565, entendemos que todas as questões suscitadas no recurso voluntário foram enfrentadas pelo relator, que negava provimento ao recurso voluntário. Abaixo, as relacionamos: "a) decadência; neste ponto, o acórdão considerou caracterizado o evidente intuito doloso da conduta delitiva; b) nulidade em razão de sua lavratura em separado; c) multa na sucessora; d) adesão ao PAES e suspensão do crédito tributário; e) falta de base legal e constitucional para a aplicação de juros à taxa SELIC; f) concomitância da multa isolada com a multa de ofício; e g) caráter confiscatório da multa. Foi o voto de divergência, porém que prevaleceu. Poderíamos supor, então, que alguns pontos constantes do voto vencido teriam sido prejudicados pelo voto vencedor. Neste, porém, há a seguinte afirmação: Inicialmente gostaria de enaltecer a clareza do relatório e profundidade do voto proferido [...] peço vênia para dele discordar somente quanto a aplicação da multa isolada nos casos de incorporação [...] Ademais, todos os pontos suscitados pela defesa, inclusive aqueles que poderiam ter sido prejudicados, constam da ementa, como a concomitância com a multa de ofício. Dessarte, não identificamos nenhuma questão suscitada pela defesa a ser enfrentada, o que nos levou à conclusão de ter havido supostamente contrariedade ou omissão do acórdão 910100.056. Só haveria a redução passível de iniciativa de ofício do patamar sancionador de 150% para 50% em razão das Fl. 1275DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES Processo nº 10680.000613/200421 Acórdão n.º 1201001.503 S1C2T1 Fl. 1.270 13 alterações supervenientes da redação do art. 44 da Lei 9.430/96.(grifamos). Ocorre que, no presente caso, tratandose de lançamento já efetuado e pendente de julgamento, cabe a aplicação da Súmula CARF nº 105, transcrita abaixo, por se enquadrar na hipótese fática lá definida. "Súmula CARF nº 105: A multa isolada por falta de recolhimento de estimativas, lançada com fundamento no art. 44 § 1º, inciso IV da Lei nº 9.430, de 1996, não pode ser exigida ao mesmo tempo da multa de ofício por falta de pagamento de IRPJ e CSLL apurado no ajuste anual, devendo subsistir a multa de ofício.." Ante o exposto CONHEÇO do Recurso Voluntário e, no mérito, voto por darlhe provimento. (documento assinado digitalmente) JOSÉ CARLOS DE ASSIS GUIMARÃES Relator Fl. 1276DF CARF MF Impresso em 30/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES, Assinado digitalmente em 29/09/2016 por ROBERTO CAPAR ROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 26/09/2016 por JOSE CARLOS DE ASSIS GUIMARAES
score : 1.0
Numero do processo: 11080.914840/2012-77
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA.
Nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido.
Recurso Especial não Conhecido.
Numero da decisão: 9303-004.290
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial do Contribuinte.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Compensação. Recorrente VERDE ADMINISTRADORA DE CARTOES DE CREDITO S.A. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. Nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido. Recurso Especial não Conhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela contribuinte contra o Acórdão nº 3802003.829, de 15/10/2014, proferido pela 2ª Turma Especial 3ª Seção do CARF, que traz a seguinte ementa: PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 48 40 /2 01 2- 77 Fl. 238DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/10/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.914840/201277 Acórdão n.º 9303004.290 CSRFT3 Fl. 3 2 O contribuinte, a despeito ausência de retificação da DCTF, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. No Recurso Especial, por meio do qual pleiteou, ao final, a reforma do decisum, a Recorrente aponta interpretações divergentes quanto à compensação lastreada em crédito oriundo de pagamento efetuado à maior, cuja DCTF retificadora, que aponta a existência de direito creditório, só foi apresentada após a não homologação da compensação pela unidade de origem (após a emissão do despacho decisório). Visando comprovar a divergência, apresentou dois paradigmas: Acórdãos nº 3802003.956, 21/01/2015, e 3403 003.343, de 05/01/2015. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303004.259, de 15/09/2016, proferido no julgamento do processo 11080.914807/201247, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303004.259 ): "Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso não deve ser conhecido. Conforme se demonstrou no exame de admissibilidade, o primeiro acórdão utilizado para comprovar o dissídio jurisprudencial, o de nº 3802003.956, 21/01/2015, foi lavrado pela mesma Turma que prolatou o recorrido, fato que obsta a sua utilização como paradigma. Já o Acórdão nº 3403003.343, de 05/01/2015, a despeito de prolatado por Turma diversa, traz entendimento que, a nosso juízo, só reafirma, por outras palavras, o mesmo adotado no acórdão recorrido. É que, neste, como se passa a demonstrar, entendeuse que, mesmo diante da não retificação da DCTF (no caso em exame, a retificação só foi realizada após a ciência do Despacho Decisório), o contribuinte, por força do princípio da verdade material, teria direito à compensação, mas desde que apresentasse prova da existência do crédito compensado, fato de que não se desincumbira a Recorrente. Fl. 239DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/10/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.914840/201277 Acórdão n.º 9303004.290 CSRFT3 Fl. 4 3 No acórdão paradigma, decidiuse que “ainda que a DCTF não aponte o referido crédito, por lapso do contribuinte, se realmente houve pagamento a maior anteriormente, existe crédito, que passa a ser do conhecimento da Receita Federal a partir da retificação da documentação e da identificação documental, ainda que por meio eletrônico, da existência real do mencionado crédito”. A decisão foi assim ementada: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. ADMISSIBILIDADE. O crédito tributário do contribuinte nasce do pagamento indevido ou a maior que o devido, porém ele apenas se torna oponível à Receita Federal após a devida retificação e/ou correção das respectivas Declarações, quando então o Órgão Administrativa poderá tomar conhecimento daquele direito creditório em questão. De qualquer forma, em determinadas situações, em razão do procedimento eletrônico de compensação, em que não há espaço para emendas ou correções pelo contribuinte, há que se admitir e analisar a retificação da DCTF efetuada posteriormente ao despacho decisório, sob pena de excesso de rigorismo, que não resolve satisfatoriamente a lide travada e leva o contribuinte ao Poder Judiciário, apenas fazendo aumentar a condenável litigiosidade. Recurso Voluntário Provido. A toda evidência, diante dos mesmos fatos, as decisões recorrida e paradigma chegaram à mesma conclusão: ainda que não haja retificação tempestiva da DCTF, ou seja, ainda que a retificação se dê somente após a ciência do Despacho Decisório, uma vez comprovada a existência do crédito mediante a entrega de documentação idônea, tornase possível a restituição. Não há divergência, pois. Ante o exposto, não conheço do recurso especial." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, não se conhece do recurso especial. Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 240DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/10/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 16561.720053/2014-39
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Aug 22 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1302-000.438
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Os membros da Turma resolvem, por unanimidade, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
(documento assinado digitalmente)
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Relator.
(documento assinado digitalmente)
LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO - PRESIDENTE
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Ana de Barros Fernandes Wipprich, Alberto Pinto Souza Júnior, Marcelo Calheiros Soriano, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil e Talita Pimenta Félix.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma resolvem, por unanimidade, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (documento assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Relator. (documento assinado digitalmente) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO - PRESIDENTE Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Ana de Barros Fernandes Wipprich, Alberto Pinto Souza Júnior, Marcelo Calheiros Soriano, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil e Talita Pimenta Félix.
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Recorrente SIEMENS HEALTHCARE DIAGNÓSTICOS LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma resolvem, por unanimidade, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (documento assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR – Relator. (documento assinado digitalmente) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO PRESIDENTE Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Ana de Barros Fernandes Wipprich, Alberto Pinto Souza Júnior, Marcelo Calheiros Soriano, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil e Talita Pimenta Félix. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 65 61 .7 20 05 3/ 20 14 -3 9 Fl. 2903DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 8/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 2.904 ___________ Versa o presente processo sobre recursos de ofício e voluntário, interposto em face do Acórdão nº 0366.593 da 2ª Turma da DRJ/BSB, o qual está assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2010, 2011, 2012 ESFERA ADMINISTRATIVA. CONEXÃO. DECISÃO ANTERIOR. OBSERVÂNCIA. Sendo constatada a conexão fática entre a matéria apreciada na presente lide com matéria inclusa em outro processo administrativo, que apreciou as mesmas glosas de amortizações dos ágios examinados, apenas variando em relação aos anoscalendário dos seus respectivos aproveitamentos, deve ser observada a decisão proferida no processo inicial, que expressa o entendimento desta instância administrativa sobre a matéria. DILIGÊNCIA. PERÍCIA. DESNECESSIDADE. Sendo claros os documentos acostados aos autos, permitindo um adequado julgamento, tornase prescindível a realização de perícia ou diligência para a solução da controvérsia, ainda mais quando formulado sem observância do exigido pela legislação processual. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2010, 2011, 2012 JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA SOBRE PENALIDADE. A penalidade constitui débito decorrente do tributo ou contribuição, sendo alcançada pela incidência dos juros de mora. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte A recorrente interpôs o recurso voluntário em 06/08/2015 (Termo a fls. 2716), sendo que consta dois Termos de Ciência e Abertura de Mensagens os autos: a) pelo TERMO DE CIÊNCIA POR ABERTURA DE MENSAGEM a fls. 2714, o recurso voluntário é intempestivo, pois tal termo informa expressamente que a recorrente tomou ciência do “Acórdão da Impugnação” em 06/07/2015, se não vejamos como foi exarado: “O destinatário teve ciência dos documentos relacionados abaixo por meio de sua Caixa Postal, considerada seu Domicílio Tributário Eletrônico (DTE) perante a RFB, ciência esta realizada por seu procurador 378.940.93831 JESSICA NUNEZ BRANDINI, na data de 06/07/2015 18:20:52, data em que se considera feita a intimação nos termos do art. 23, § 2º, inciso III, alínea 'b' do Decreto nº 70.235/72.”. b) já pelo TERMO DE ABERTURA DE DOCUMENTO a fls. 2715, o recurso voluntário é tempestivo, pois tal termo informa expressamente que a recorrente tomou ciência do “Acórdão da Impugnação” em 07/07/2015, se não vejamos como foi exarado: “O Contribuinte acessou o teor dos documentos relacionados abaixo na data 07/07/2015 13:25h, pela abertura dos arquivos Fl. 2904DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 8/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 16561.720053/201439 Resolução nº 1302000.438 S1C3T2 Fl. 2.905 3 digitais correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), através da opção Consulta Comunicados/Intimações ou Consulta Processos, os quais já se encontravam disponibilizados desde 06/07/2015 na Caixa Postal do Domicílio Tributário Eletrônico.”. Tendo em vista a importância de se saber qual a data em que o arquivo relativo ao “Acórdão da Impugnação” foi aberto pela primeira vez na caixa postal da recorrente, seria necessário instar a DERAT/SP a se pronunciar sobre tal questão. O recurso voluntário a fls. 2718 foi assinado pela Sra. Camila de Camargo Vieira Altero, OAB 242542, sendo que, no substabelecimento a fls. 2789 e na procuração a fls. 2790, ela não consta entre as pessoas a quem a recorrente outorgou poderes de representação. Vale observar que a impugnação (a fls. 2487) também foi assinada pela Sra. Camila de Camargo Vieira Altero, porém, aquele ato, também, foi subscrito pelo Sr. Alessandro Borges, o qual estava investido de poderes de representação da recorrente pelo substabelecimento a fls. 2495 c/c a procuração a fls. 2496. O Decreto nº 70235/72 e o Decreto nº 7.574/11 são omissos no enfrentamento de tal questão, como também o é o RICARF. Ocorre que, em 18/03/2016, entrou em vigor o novo Código de Processo Civil, Lei 13.105/15, o qual em seu art. 15 assim dispõe: “Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.”. Por sua vez, o art. 76, § 2º, e o parágrafo único do art. 932, ambos do novo CPC, assim dispõem: "Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. (...) § 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido." “Art. 932. Omisssis Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.” Assim, voto por converter o julgamento em diligência, para que a Unidade Preparadora: a) informe qual a data de ciência da recorrente do acórdão da impugnante; b) intime a recorrente a apresentar, no prazo de cinco dias, procuração, na qual sejam conferidos poderes a Sra. Camila de Camargo Vieira Altero, para representála nestes autos. Fl. 2905DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 8/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Processo nº 16561.720053/201439 Resolução nº 1302000.438 S1C3T2 Fl. 2.906 4 Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 2906DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 18/0 8/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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Numero do processo: 10875.000621/99-99
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Aug 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 31/03/1989 a 30/11/1993
TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62-A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ.
Nos termos do artigo 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I do artigo 173 do CTN, e não de acordo com o § 4º do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 31/12/1993 a 30/11/1995
BASE DE CÁLCULO. REGRA DA SEMESTRALIDADE.
A base de cálculo da contribuição para o PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária (Súmula CARF nº 15).
Recurso Especial do Procurador Negado e Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte.
Numero da decisão: 9303-003.849
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: i) em negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional; e ii) em dar provimento parcial ao recurso especial do sujeito passivo para reconhecer a decadência em relação à parcela do lançamento referente ao período de apuração 31/3/1989 a 30/11/1993. As Conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Maria Cecconello e Maria Teresa Martínez López votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, entendeu que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do inciso I do artigo 173 do CTN, e não de acordo com o § 4º do artigo 150, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 31/12/1993 a 30/11/1995 BASE DE CÁLCULO. REGRA DA SEMESTRALIDADE. A base de cálculo da contribuição para o PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária (Súmula CARF nº 15). Recurso Especial do Procurador Negado e Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 00 06 21 /9 9- 99 Fl. 373DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10875.000621/9999 Acórdão n.º 9303003.849 CSRFT3 Fl. 374 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: i) em negar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional; e ii) em dar provimento parcial ao recurso especial do sujeito passivo para reconhecer a decadência em relação à parcela do lançamento referente ao período de apuração 31/3/1989 a 30/11/1993. As Conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Maria Cecconello e Maria Teresa Martínez López votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de recursos especiais interpostos pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) e pelo contribuinte supra identificado, em face de decisão da 3ª Câmara do 2º Conselho de Contribuintes, cujo acórdão restou ementado da seguinte forma: NORMAS PROCESSUAIS – DECADÊNCIA A Lei n° 8.212/91 estabeleceu o prazo de dez anos para a decadência do PIS. Além disso, o STJ pacificou o entendimento de que o prazo decadencial previsto no artigo 173 do CTN somente se inicia após transcorrido o prazo previsto no artigo 150 do mesmo diploma legal. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL – NULIDADE Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Preliminares rejeitadas. PIS LC N° 7/70 – SEMESTRALIDADE DE OFÍCIO Ao analisar o disposto no artigo 6o, parágrafo único, da Lei Complementar n° 7/70, há de se concluir que "faturamento" representa a base de cálculo do PIS (faturamento do sexto mês anterior), inerente ao fato gerador (de natureza eminentemente temporal, que ocorre mensalmente), relativo à realização de negócios jurídicos (venda de mercadorias e prestação de serviços). A base de cálculo da contribuição em comento permaneceu incólume e em pleno vigor até a edição da MP Fl. 374DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10875.000621/9999 Acórdão n.º 9303003.849 CSRFT3 Fl. 375 3 1.212/95, quando, a partir dos efeitos desta (fev/96), a base de cálculo do PIS passou a ser considerado o faturamento do mês anterior. ALÍQUOTA APLICÁVEL Na apuração da contribuição para o PIS, a alíquota aplicável aos fatos geradores ocorridos anteriormente a 1703/1996 é de 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento). COMPENSAÇÃO – PIS/FATURAMENTO RECEITAS FINANCEIRAS No cálculo das contribuições ao PIS/PASEP, sob a égide da Lei Complementar n° 7/70, não se incluíam as receitas financeiras, razão pela qual devem ser compensadas as parcelas pagas no período lançado. FALTA DE RECOLHIMENTO A falta do regular recolhimento da contribuição nos termos da legislação vigente autoriza o lançamento de oficio para exigir o crédito tributário devido, com os seus consectários legais, juros e multa de ofício. Recurso parcialmente provido. Cientificada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, ao qual o Presidente da Câmara deu seguimento, e suscitou a divergência em relação à aplicação de ofício da regra da semestralidade, por parte da turma julgadora do 2º Conselho de Contribuintes, à apuração da contribuição para o PIS com base na Lei Complementar nº 7, de 1970, sem que o contribuinte tivesse formulado tal pleito. No entendimento da PGFN, esse procedimento da turma julgadora violou os princípio da legalidade e da igualdade. Cientificado do recurso especial da PGFN, o contribuinte apresentou contrarrazões e alegou que, na aplicação da regra da semestralidade, a turma julgadora se amparara na legislação vigente à época dos fatos e em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além das contrarrazões, o contribuinte interpôs Recurso Especial, ao qual o Presidente da Câmara deu seguimento parcial, apenas em relação à matéria referente à decadência do direito/dever da Administração Tributária de lançar, cujo conflito interpretativo referese à regra aplicável, qual seja, o art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991, o art. 150, § 4º, do CTN ou o art. 173, inciso I, também do CTN, mormente após a edição da Súmula Vinculante nº 8, do STF. Cientificada, a PGFN apresentou contrarrazões e alegou que o Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao interpretar a combinação entre os dispositivos do art. 150, § 4º, e 173, I, do CTN, entendeu que, não se verificando recolhimento de exação e montante a homologar, ou havendo dolo, o prazo decadencial para o lançamento dos tributos sujeitos a lançamento por homologação segue, respectivamente, a disciplina normativa do art. 173, inciso I, e parágrafo único do CTN, cabendo ao contribuinte o ônus de comprovar o pagamento antecipado. É o relatório. Fl. 375DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10875.000621/9999 Acórdão n.º 9303003.849 CSRFT3 Fl. 376 4 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator Os recursos atendem aos pressupostos de admissibilidade e deve ser conhecido. De início, informase que será feita a análise concomitante dos dois recursos especiais, que controvertem sobre as seguintes matérias: a) aplicação de ofício da regra da semestralidade em relação à contribuição para o PIS apurada com base na Lei Complementar nº 7, de 1970 (Recurso Especial da Fazenda Nacional); b) prazo decadencial para o lançamento (Recurso Especial do Contribuinte). I. PIS. Regra da semestralidade. Em relação à aplicação de ofício da regra da semestralidade, informase, de pronto, que se trata de matéria sumulada neste Colegiado, verbis: Súmula CARF nº 15 (VINCULANTE): A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6º da Lei Complementar nº 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. De acordo com o art. 72 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), "[as] decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF." (g.n.) Nesse sentido, nada há a reformar na decisão recorrida quanto à aplicação de ofício da regra da semestralidade, precipuamente se se considerar que, de acordo com o § 2º do art. 67 do Anexo II do RICARF, "[não] cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF". Essa regra não foi objeto de apreciação no juízo de admissibilidade do recurso especial pelo fato de ser posterior à data do despacho do Presidente da Câmara. II. Lançamento de ofício. Prazo decadencial. A outra controvérsia desta instância especial se refere à decadência do direito de lançar, especificamente quanto à regra aplicável e quanto à necessidade ou não da existência de pagamento antecipado para se aplicar a regra do art. 150, § 4º, do CTN. O contribuinte, em 25/3/1999, foi cientificado do auto de infração, tendo o acórdão recorrido considerado aplicável à contribuição para o PIS, para fins de aferição da decadência, o art. 45 da Lei nº 8.212, de 1991, em que se previa o prazo de 10 anos para se lançarem as contribuições destinadas à Seguridade Social. Fl. 376DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10875.000621/9999 Acórdão n.º 9303003.849 CSRFT3 Fl. 377 5 A PGFN, em face da Súmula Vinculante nº 8, do Supremo Tribunal Federal, que considerou inconstitucional o referido art. 45, pugna pela aplicação do art. 173, I, do CTN, ante a inexistência de pagamentos antecipados. O CTN preceitua duas formas para se contar o prazo decadencial: na primeira delas o termo de início deve coincidir com data de ocorrência do fato gerador, quando o sujeito passivo tenha antecipado o pagamento, ainda que parcial, e, na segunda, o termo inicial é o 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia ter sido efetuado, quando não tiver havido antecipação de pagamento ou ainda houver sido verificada a existência de dolo, fraude ou simulação, por parte do sujeito passivo. Quanto a essa matéria, qual seja, prazo decadencial para lançamento dos créditos tributários nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação, como é o caso da contribuição para o PIS, é de se destacar que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça (STJ) já se posicionou na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, ou seja, através da análise dos chamados “recursos repetitivos”. O precedente proferido tem a seguinte ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, Fl. 377DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10875.000621/9999 Acórdão n.º 9303003.849 CSRFT3 Fl. 378 6 "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) (grifos e destaques nossos) Com isso, restou consolidado no âmbito do Egrégio STJ o entendimento de que, nos casos de tributos cujo lançamento é por homologação e não havendo pagamento, o termo inicial do prazo decadencial é o previsto no inciso I do artigo 173 do CTN, e não no § 4º do artigo 150 do mesmo Código. O Regimento Interno do CARF, por sua vez, na redação dada pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, tem os seguintes comandos nos seus artigos 62 e 62A: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: Fl. 378DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10875.000621/9999 Acórdão n.º 9303003.849 CSRFT3 Fl. 379 7 I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. § 1º Ficarão sobrestados os julgamentos dos recursos sempre que o STF também sobrestar o julgamento dos recursos extraordinários da mesma matéria, até que seja proferida decisão nos termos do art. 543B.} § 2º O sobrestamento de que trata o § 1º será feito de ofício pelo relator ou por provocação das partes. (grifos e destaques nossos) No novo Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015, a questão encontrase disciplinada nos seguintes termos: Art. 62 (...) § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Verificase, assim, que a referida decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, não havendo pagamento, nos termos da jurisprudência do Egrégio Superior Tribunal de Justiça, aplicase ao presente caso o disposto no inciso I do artigo 173 do Código Tributário Nacional. O contribuinte não se desincumbiu de comprovar a realização de pagamentos antecipados, tendo ele, desde a impugnação, defendido a aplicação da regra do art. 173, I, do CTN, para fins de se aferir a decadência, posição essa alterada somente no recurso especial, Fl. 379DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10875.000621/9999 Acórdão n.º 9303003.849 CSRFT3 Fl. 380 8 quando passou a reclamar a aplicação da regra do art. 150, § 4º, do CTN, sem, contudo, trazer aos autos comprovantes dos recolhimentos antecipados. No presente caso, lançaramse parcelas da contribuição devidas no período de apuração 31/3/1989 a 30/11/1995. Dessa forma, tendo o contribuinte sido cientificado do auto de infração em 25/3/1999 (fl. 66) e aplicandose a regra do art. 173, I, do CTN, temse que, naquela data, já se encontrava decaído o direito de lançar relativamente ao período anterior a 30/11/1993. III. Conclusão. Pelo exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial interposto pela PGFN e por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso especial do contribuinte, para reconhecer a decadência em relação à parcela do lançamento referente ao período de apuração 31/3/1989 a 30/11/1993. É como voto. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 380DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 01/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 08/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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