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Numero do processo: 10880.974873/2012-98
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3001-000.070
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para oportunizar a juntada de documentos hábeis para comprovar a ocorrência de equívoco, tais como, escrituração contábil/fiscal do período, em especial os Livros Diário e Razão, além da movimentação comercial, vencido o conselheiro Cleber Magalhães que entendeu não ser necessária a conversão em diligência. O conselheiro Cássio Schappo acompanhou o relator pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para oportunizar a juntada de documentos hábeis para comprovar a ocorrência de equívoco, tais como, escrituração contábil/fiscal do período, em especial os Livros Diário e Razão, além da movimentação comercial, vencido o conselheiro Cleber Magalhães que entendeu não ser necessária a conversão em diligência. O conselheiro Cássio Schappo acompanhou o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Cássio Schappo. Relatório Despacho Decisório RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 74 87 3/ 20 12 -9 8 Fl. 330DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 330 2 A contribuinte apresentou Dcomp na qual solicitava a compensação de créditos de Cofins, com débitos de CIDE Remessa e Cofins Importação. Sobreveio, em seguida, o referenciado despacho, cujo conteúdo não homologou a compensação efetivada, sob argumento de terse verificado alocação de crédito para quitação de outros débitos informados pela parte. Manifestação de Inconformidade A contribuinte narra fatos nos quais teria apresentado Dcomp visando a compensação de déditos CIDE remessa ao exterior, e de Cofins Importação, referente ao período de apuração especifico, mediante a confrontação de créditos oriundos do pagamento a maior de Cofins. Menciona que o sistema da Receita Federal expediu despacho decisório indeferindo a compensação compensada sob o argumento de que tal crédito fora integralmente utilizado para a quitação de outros débitos informados no referido Dcomp. Discorre sobre a sistemática de apuração de Pis e Cofins pelo regima não cumulativo, ao qual estava submetido. No entanto, em razão do disposto no artigo 10, XXV da Lei 10833/2003, cujo conteudo disciplina as receitas decorrentes de atividades ligadas à tecnologia da informação, fazendo com que se submetesse ao sistema cumulativo. E, justamente em decorrência deste levantamento, constatou a existência de pagamentos a maior. DCTF e DACON Originária Na Dacon entregue originariamente, a recorrente apurou a Cofins tão somente pela sistemática da não cumulatividade, gerando débito a pagar, efetivamente pago e declarado em DCTF. Regime Cumulativo Após levantamento, houve a devida segregação das receitas sujeitas ao regume cumulativo da Cofins, no qual se observa o saldo credor apontado no intitulado documento 08 planilha aponta que as receitas, conforme segregadas, correspondem aos balancetes acostados sob título documento 09, ou seja, com dados retirados do balancete de apuração de créditos e débitos de Cofins, é possivel constatar a suficiência dos créditos. Desta forma, assevera que nas DCTF e DACON originárias Retificação DACON Ao tentar corrigir o erro material cometido, a contribuinte, equivocadamente, retificou a DACON e não retificou a DCTF, fazendo assim, o devido encontro de contas. Por esta razão , não foi aceita a compensação solicitada. DRJ/BEL Fl. 331DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 331 3 A defesa da contribuinte foi julgada com a seguinte ementa: Acórdão 0132.064 3ª Turma ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/2008 a 31/08/2008 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. DCTF. DACON. A DCTF e o DACON, na condição de documentos confeccionados pelo próprio interessado, não exprimem, tampouco materializam, por si só, o indébito fiscal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O relatório da decisão de piso, por bem demonstrar a realidade fática, foi transcrito a seguir: Cuida o presente da declaração de compensação em face de pagamento indevido ou a maior de fls. 3/7, relativo à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. Através do despacho decisório de fl. 8, respectivas compensações restaram não homologadas, posto que: “A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Inconformada, em 11 de dezembro de 2012, apresentou a interessada manifestação de inconformidade (fls. 12/21), por meio da qual, em síntese, assevera que, à época dos fatos, apurava a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins através da sistemática da nãocumulatividade, sujeitandose às respectivas alíquotas de 1,65% e 7,6%. Contudo, relativamente às receitas decorrentes das atividades correspondentes à tecnologia da informação, conforme disposição do art. 10, XXV, da Lei n. 10.833, de 2003, deveria a contribuinte sujeitar se ao regime cumulativo das referidas contribuições, cujas alíquotas equivaleriam a 0,65% e 3%, respectivamente. Aconteceria que, equivocadamente, embora houvesse apurado recolhimento a maior de Cofins, a contribuinte teria indevidamente retificado o Dacon original relativo ao mês de agosto de 2008, deixando de retificar a DCTF correspondente ao mesmo período, quando teria levado a efeito recolhimento no montante de R$ 35.623,66, enquanto o devido seria R$ 4.290,08. Frisa ainda que o Dacon retificador, transmitido em 04 de dezembro de 2012, estamparia o relatado. A quitação restaria demonstrada por intermédio de DCTF retificadora enviada na mesma data. A análise dos elementos carreados aos autos por ocasião da inconformidade decorreria da necessária observância dos princípios da verdade material e da liberdade de apreciação da prova. Fl. 332DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 332 4 Elenca jurisprudência administrativa e judicial. A seguir, trechos do voto que delimitam a questão a ser tratada adiante. Em síntese, figuram em dois lados, contribuinte e fisco, arguindo sob a necessidade e peso de cada prova. Isto porque, a fim de ver admitida a redução da quantia a título de Cofins por ela própria declarada ao Fisco e efetivamente recolhida aos cofres públicos, deveria a interessada carrear aos autos rol probatório inequívoco a fundamentar a medida. A apresentação de DCTF retificadora, notese, mesmo que eventual e tempestivamente recepcionada e processada pela administração tributária, não confere, de plano, direito ao crédito almejado. Em vez disto, neste particular intuito, limitase a carrear aos autos, além dos respectivos Dacon(s) e DCTF(s) originais e retificadores, documentos intitulados “Planilha de créditos/débitos de COFINS” (doc. 8) e “Balancetes de créditos/débitos de COFINS”, elementos que, isoladamente, inclusive porque elaborados pela própria interessada, não se revelam hábeis à comprovação de qualquer direito creditório. Na espécie, haveria de restar demonstrada de forma induvidosa, por intermédio de documentação hábil e idônea, a existência do crédito invocado Recurso Voluntário A recorrente reprisou os fatos anteriormente narrados em suas manifestação de inconformidade. Em suas razões para reforma do acórdão recorrido, expôs que o voto condutor da decisão de primeiro piso, julgou improcedente a manifestação de inconformidade pelo único argumento de que os documentos acostados aos autos não foram hábeis o suficiente para comprovar a existência do crédito. Repisou o fato de ter levantado a possibilidade de a autoridade fazendária, caso entendesse necessário, a conversão em diligência, a fim de satisfazer o ônus probatório exigido pela autoridade competente. Em resumo, foram esses os argumentos. DCTF e DACON Originária Na Dacon entregue originariamente, a recorrente apurou a Cofins tão somente pela sistemática da não cumulatividade, gerando débito a pagar, efetivamente pago e declarado em DCTF. Origem do Crédito Regime Cumulativo Após levantamento, houve a devida segregação das receitas sujeitas ao regume cumulativo da Cofins, no qual se observa o saldo credor apontado no intitulado documento 08 planilha aponta que as receitas, conforme segregadas, correspondem aos balancetes acostados sob título documento 09, ou seja, com dados retirados do balancete de apuração de créditos e débitos de Cofins, é possivel constatar a suficiência dos créditos. Fl. 333DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 333 5 Indica o regime de apuração não cumulativa com regra geral a qual julgava estar submetida, enquanto que, em verdade, depreendendose da leitura do artigo 10, XXV da Lei 10.833/03, as receitas deveriam receber tratamento diverso. É o relatório. Voto Conselheiro Renato Vieira de Avila Relator Tratase de Recurso Voluntário que clama pela legitimidade de compensação de crédito cuja origem terseia configurado em decorrência da indevida apuração de Cofins pela metodologia não cumulativa. A questão gira em torno dos meios de prova aptos a comprovar a ocorrência do mencionado pagamento indevido. Para a contribuinte, o pagamento indevido, ocasionado pela equivocada apuração de Cofins não cumulativo, estaria comprovado com o confronto da DCTF e DACON, além da planilha demonstrativa da apuração da Cofins, apresentada após o despacho decisório, pois acredita que, em seu conjunto, tal documentação detém capacidade probatória suficiente para a demonstração do crédito, originalmente apontado na DCTF original. Da Controvérsia Acerca do Tema O tema abordado, qual seja, os meios necessários e a forma adequada de comprovação de pagamento indevido perfazse matéria recorrente nesta Turma. A fim de facilitar a exposição dos fundamentos deste voto, importante o respaldo na acórdão 3401.003.952, que trata de tema igual, com diferenças fáticas essenciais, a ser abordadas a seguir. Trata das decisões em sede de despacho decisório, acerca do controverso assunto das análises eletrônicas de DComp. Vejase a ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Ano calendário: 2007 COFINS. DCOMP. DESPACHO DECISÓRIO ELETRÔNICO. TRATAMENTO MASSIVO x ANÁLISE HUMANA. AUSÊNCIA/EXISTÊNCIA DE RETIFICAÇÃO DE DCTF. VERDADE MATERIAL. Nos processos referentes a despachos decisórios eletrônicos, deve o julgador (elemento humano) ir além do simples cotejamento efetuado pela máquina, na análise massiva, em nome da verdade material, tendo o dever de verificar se houve realmente um recolhimento indevido/a maior, à margem da existência/ausência de retificação da DCTF. Importa, antes de adentrar a questão sobre o tratamento das provas em casos semelhantes, transcrever trechos do acórdão fundamentais ao desdobramento do tema. Após o indeferimento eletrônico da compensação é que a empresa esclarece que a DCTF foi preenchida erroneamente, tentando retificá la (sem sucesso em função de trava temporal no sistema Fl. 334DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 334 6 informatizado), e explica que o indébito decorre de serem os pagamentos referentes a COFINSserviços incabíveis pelo fato de se estar tratando, no caso, exclusivamente de licenciamento de uso de marcas, sem quaisquer serviços conexos. No presente processo, como em todos nos quais o despacho decisório é eletrônico, a fundamentação não tem como antecedente uma operação individualizada de análise por parte do Fisco, mas sim um tratamento massivo de informações. Esse tratamento massivo é efetivo quando as informações prestadas nas declarações do contribuinte são consistentes. Se há uma declaração do contribuinte (v.g. DCTF) indicando determinado valor, e ele efetivamente recolheu tal valor, o sistema certamente indicará que o pagamento foi localizado, tendo sido integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte. Houvesse o contribuinte retificado a DCTF anteriormente ao despacho decisório eletrônico, reduzindo o valor a recolher a título da contribuição, provavelmente não estaríamos diante de um contencioso gerado em tratamento massivo. A detecção da irregularidade na forma massiva, em processos como o presente, começa, assim, com a falha do contribuinte, ao não retificar a DCTF, corrigindo o valor a recolher, tornandoo diferente do (inferior ao) efetivamente pago. Esse erro (ausência de retificação da DCTF) provavelmente seria percebido se a análise inicial empreendida no despacho decisório fosse individualizada/manual (humana). Assim, diante dos despachos decisórios eletrônicos, é na manifestação de inconformidade que o contribuinte é chamado a detalhar a origem de seu crédito, reunindo a documentação necessária a provar a sua liquidez e certeza. Enquanto na solicitação eletrônica de compensação bastava um preenchimento de formulário DCOMP (e o sistema informatizado checaria eventuais inconsistências), na manifestação de inconformidade é preciso fazer efetiva prova documental da liquidez e da certeza do crédito. E isso muitas vezes não é assimilado pelo sujeito passivo, que acaba utilizando a manifestação de inconformidade tão somente para indicar porque entende ser o valor indevido, sem amparo documental justificativo (ou com amparo documental deficiente). O julgador de primeira instância também tem um papel especial diante de despachos decisórios eletrônicos, porque efetuará a primeira análise humana do processo, devendo assegurar a prevalência da verdade material. Não pode o julgador (humano) atuar como a máquina, simplesmente cotejando o valor declarado em DCTF com o pago, pois tem o dever de verificar se houve realmente um recolhimento indevido/a maior, à margem da existência/ausência de retificação da DCTF. Nesse contexto, relevante passa a ser a questão probatória no julgamento da manifestação de inconformidade, pois incumbe ao postulante da compensação a prova da existência e da liquidez do crédito. Configurase, assim, uma das três situações a seguir: (a) efetuada a prova, cabível a compensação (mesmo diante da ausência de DCTF retificadora, como tem reiteradamente decidido este CARF); (b) não havendo na manifestação de inconformidade a apresentação de documentos que atestem um mínimo de liquidez e certeza no Fl. 335DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 335 7 direito creditório, incabível acatarse o pleito; e, por fim, (c) havendo elementos que apontem para a procedência do alegado, mas que suscitem dúvida do julgador quanto a algum aspecto relativo à existência ou à liquidez do crédito, cabível seria a baixa em diligência para sanála (destacandose que não se presta a diligência a suprir deficiência probatória a cargo do postulante). Em sede de recurso voluntário, igualmente estreito é o leque de opções. E agregase um limitador adicional: a impossibilidade de inovação probatória, fora das hipóteses de que trata o art. 16, § 4o do Decreto no 70.235/1972. No presente processo, o julgador de primeira instância não motiva o indeferimento somente na ausência de retificação da DCTF, mas também na ausência de prova do alegado, por não apresentação de contrato. Diante da ausência de amparo documental para a compensação pleiteada, chegase à situação descrita acima como “b”. Contudo, no julgamento inicial efetuado por este CARF, que resultou na baixa em diligência, concluiuse pela ocorrência da situação “c”, diante dos documentos apresentados em sede de recurso voluntário. Entendeu assim, este colegiado, naquele julgamento, que o comando do art. 16, § 4o do Decreto no 70.235/1972 seria inaplicável ao caso, e que diante da verossimilhança em relação a alegações e documentos apresentados, a unidade local deveria se manifestar. E a informação da unidade local da RFB, em sede de diligência, atesta que os valores recolhidos são suficientes para saldar os débitos indicados em DCOMP, entendendo a fiscalização, inclusive que, diante do exposto, não haveria necessidade de se dar ciência ao contribuinte da informação, apesar de ainda estarem os pagamentos alocados à DCTF original. Resta pouco, assim, a discutir no presente processo, visto que o único obstáculo que remanesce é a ausência de retificação da DCTF, ainda que comprovado o direito.de crédito, como se atesta na conversão em diligência, mediante o respectivo contrato, acompanhado da invoice correspondente. Neste caso, conforme transcrito em ementa, foi dado provimento ao recurso voluntário em persecução ao princípio da verdade material. Importante ressaltar, que conforme extraído do relatório deste acórdão, foi juntado ao processo, para fins de comprovação do crédito, o Contrato de licença de uso de marca. Após ciência da decisão da DRJ, a empresa apresenta tempestivamente Recurso Voluntário, afirmando que: (a) celebrou contrato exclusivamente referente a licenciamento para uso de marcas, não envolvendo a importação de quaisquer serviços conexos, e que em 52 despachos decisórios distintos, a autoridade administrativa não homologou as compensações, por simples cotejo com DCTF, e que a DRJ manteve a decisão sob os fundamentos de ausência de apresentação de contrato e de retificação extemporânea de DCTF; (b) há necessidade de reunião dos 52 processos conexos para julgamento conjunto; (c) deve o CARF receber de ofício a DCTF retificadora, em nome da verdade material; e (d) o crédito foi documentalmente Fl. 336DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 336 8 comprovado, figurando no contrato celebrado, anexado aos autos, que o objeto é exclusivamente o licenciamento de uso de marcas, sem quaisquer serviços conexos, aplicandose ao caso o entendimento externado na Solução de Divergência no 11, da COSIT, como tem entendido o CARF em casos materialmente e faticamente idênticos (Acórdão no 3801001.813). Este, contudo, como expresso em votos anteriores, foi entendimento do qual comunguei, mas, hoje, em decorrência da dinâmica de julgamento do tema na presente 1a. TEX, revejo e passo a adotar posição diversa. Isto porque, o tema de instrução probatória, em Dcomp, em especial, o momento da apresentação da documentação para comprovação dos eventos ocorridos, é assunto controverso, com critérios não definidos, atentando, assim, à necessária segurança jurídica que deve tornear a relação fisco contribuinte. Ocorre que, em havendo desconexão entre os critérios interpretativos, e, em momento processual administrativo recursal, é possível, como se tem entendido aqui, abrir a possibilidade de o contribuinte, corretamente e de acordo com os critérios aceitos pela autoridade fazendária, comprovar a existência do pagamento indevido, e, por consequência, da existência do crédito. Em sendo assim, deve o Estado aceitar esta complementação da prova, a fim de satisfazer aos seus próprios critérios. Vejase, não há oportunização para apresentação de prova; mas sim, oportunização para complementação de prova, haja vista, pela percepção do contribuinte, ter havido entendido que, com a disponibilização dos documentos conforme o fez, estaria sanada a exigência. Dos meios aptos à comprovação Os meios aptos à comprovação do crédito pleiteado, vem sendo delineado pela jurisprudência administrativa. Segue a orientação: Acórdão 3301001.985 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária DCTF RETIFICAÇÃO LIVRO APURAÇÃO DE ICMS E DIPJ PROVA A comprovação de erro no preenchimento de DCTF se faz pela apresentação da contabilidade escriturada à época dos fatos, acompanhada por documentos que a embasam, ainda que na forma resumida para os contribuintes que optam pela apuração do lucro na forma presumida, não sendo admitida a mera apresentação de DIPJ, cuja natureza é meramente informativa, entretanto, uma vez apresentado o Livro Apuração de ICMS verificase a possibilidade de comprovação Do momento da para a apresentação dos documentos Uma vez definidos os meios de comprovação do Erro material, urge delimitar os aspectos temporais para a aceitação de documentos. Para o bem da relação fisco contribuinte, o rigor formal da primeira leitura do critério temporal, no qual o momento adequado, esgotariase com o transcurso do prazo da apresentação da manifestação de inconformidade, estaria sendo abrandado, conforme entendimento abaixo exposto, no qual documentos acostados após a apresentação de recurso voluntário seriam ainda aceitos, confirase a decisão abaixo transcrita: Acórdão 3402003.196 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Fl. 337DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 337 9 PARECER TÉCNICO. JUNTADA APÓS APRESENTAÇÃO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. POSSIBILIDADE A juntada de parecer pelo contribuinte após a interposição de Recurso Voluntário é admissível. O disposto nos artigos 16, §4º e 17, ambos do Decreto nº 70.235/1972 não pode ser interpretado de forma literal, mas, ao contrário, deve ser lido de forma sistêmica e de modo a contextualizar tais disposições no universo do processo administrativo tributário, onde vige a busca pela verdade material, a qual é aqui entendida como flexibilização procedimental probatória. Ademais, referida juntada está em perfeita sintonia com o princípio da cooperação, capitulado no art. 6o do novo CPC, o qual se aplica subsidiariamente no processo administrativo tributário. Das Conversões em Diligência A práxis processual administrativa considerada como apta à comprovação da existência do crédito tributário, vem sofrendo, conforme se demonstrou, diverso tratamento ao longo do tema, variando desde posições mais formalistas, na qual não há a possibilidade de apreciação de documentos após o protocolo da manifestação de inconformidade, da qual, repitase, este conselheiro já fora adepto. Em evolução, demonstrouse que, além de polêmico, o tema vem se alterando para a aceitação de documentos após o Recurso Voluntário, até o entendimento atual, cuja compreensão se encontra na Resolução 3001000.020, que converteu o julgamento do caso em diligência nos seguintes termos: O recorrente apresentou DCTF e Dacon retificadora, informando este fato quando da apresentação da manifestação de inconformidade. No seu entender, com a apresentação dessas declarações retificadora estaria sanada a irregularidade apontada no despacho decisório. Entretanto, o acórdão recorrido manteve o indeferimento do pedido de compensação sob o argumento de que o interessado não apresentou qualquer elemento contábil que demonstrasse ter havido pagamento a maior ou indevido e, deste modo, o recorrente não comprovou a liquidez e certeza do crédito informado na DComp em questão. Portanto, em síntese, o fundamento da decisão recorrida foi a falta de apresentação de documentação probante satisfatória (escrituração contábilfiscal) que corroborasse as informações apresentadas, notadamente, na DCTF retificadora. O interessado, quando da apresentação do recurso voluntário, afirma, com suas próprias palavras, que houve erro quando do preenchimento da DCTF, razão pela qual apresentou a retificadora da DCTF, juntamente com a Dacon, e, no seu entender, seria suficiente para a solução do litígio uma vez que o fundamento do despacho decisório seria apenas a inexistência de débito. Como o acórdão recorrido proferido pela 1ª Turma da DRJ/JFA indeferiu sua manifestação de inconformidade, agora pela falta de apresentação de documentação probante que demonstrasse o seu direito, o recorrente apresentou esses documentos, que entende serem suficientes para a devida comprovação do direito à compensação solicitada. Requer a realização de diligência Fl. 338DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 338 10 para o esclarecimento acerca do crédito compensado, caso entendase necessário. Assim, tem se encaminhado, nestes casos, oportunizar, ao recorrente, a apresentação dos documentos necessários à demonstração da origem do crédito, pois, conforme descrito na resolução de conversão em diligência: Pois bem. Entendo que há razoável dúvida quanto à certeza e liquidez dos alegados direitos ao crédito que o recorrente pretende compensar. É certo que é condição indispensável à compensação de tributos a liquidez e certeza do crédito, nos termos do que dispõe o art. 170A da Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional CTN). Necessário, neste sentido, a comprovação cabal da existência desses supostos créditos, o que pode ser demonstrados com base na análise da documentação contábil fiscal do contribuinte. Deste modo, visando propiciar a ampla oportunidade para o recorrente esclarecer e comprovar os fatos alegados, em atendimento aos princípios da verdade material, da ampla defesa e do contraditório, concluo que o presente julgamento deve ser convertido em diligência. Desta forma, por entender que a mencionada retificação (DCTF e Dacon) levada a efeito pelo recorrente, sinaliza com a possibilidade de acerto quanto ao correto valor do indébito de Cofins, e, com isto, o reconhecimento da extinção do débito tributário objeto da compensação, nos termos do inciso II do artigo 156 do CTN.. Precedente Análogo ao Caso Em outras ocasiões, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais vem admitindo a juntada de documentos em sede recursal, nos exatos termos da resolução retro transcrita, conforma se transcreve abaixo, trechos do voto do Relator Robson Bayerl, Turma 3401: A decisão sob vergasta observa que a retificação dos DACONs revelou uma revisão integral do cálculo das contribuições não cumulativas, com alteração de praticamente todos os itens do demonstrativo, sem que nenhuma prova fosse juntada, seja nesses autos, seja no PA 10855.722095/201261, o que implicaria o não reconhecimento do crédito e consequente não homologação da compensação aviada. Sobre essa manifestação do colegiado a quo, ressalto que, diversamente do que foi aduzido, não é possível afirmar que não foi apresentada nenhuma prova contábil, haja vista que esta circunstância não está registrada em lugar algum, sendo apenas uma suposição, haja vista que o contribuinte, no PA 10855.722095/201261, apresentou um Compact Disc com a composição das rubricas dos DACONs, não havendo qualquer intimação para apresentar, especificadamente, qualquer documento fiscal. Fl. 339DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 339 11 Demais disso, o fato de se promover uma revisão geral do DACON não encontra óbice para sua realização, desde que feito com observância dos atos normativos baixados pela RFB, como parece ser o caso. Ou seja, entendo que não é possível exigir que o sujeito passivo deva intuir qual documentação as autoridades fiscais reputam necessária à demonstração do direito creditório vindicado, de modo que é esperado que o contribuinte seja intimado a apresentar os documentos específicos, a critério dos agentes públicos, que demonstrem a situação fiscal alegada. Requerer que o contribuinte apresente “provas materiais” que respaldem o crédito e, em seguida, a despeito da apresentação de alguma documentação, sem qualquer reiteração ou detalhamento, indeferir o pleito justamente por falta de prova parece, para dizer o mínimo, contraditório ou, pelo menos, contrário à lógica jurídica. O caso desses autos apresentame sui generis, não recordando de caso análogo nesse colegiado, onde a fiscalização tenha realizado um procedimento fiscal para aferir o crédito postulado e não tenha lavrado qualquer relatório ou termo de verificação narrando o trabalho desenvolvido e suas conclusões, salvo se esse elemento, por equívoco, não tenha sido apensado aos autos, o que me parece mais provável, custandome crer que inexista qualquer manifestação fiscal. Nesse diapasão, cumpre registrar que o recorrente, em recurso voluntário, coligiu diversos documentos, cerca de 1.700 páginas, para demonstrar o pretenso direito creditório, o que, a meu sentir, consubstancia um início de prova razoável a justificar a conversão do julgamento em diligência. Poderseia, em princípio, indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, contudo, dada a singularidade das circunstâncias que envolve o processo, onde não houve um detalhamento dos documentos que o contribuinte deveria apresentar, sequer relacionando quais os livros e/ou documentos deixaram de ser apresentados, não vislumbro essa vicissitude no recurso manobrado. Assim, considerando que o processo não se encontra em condições de julgamento, como antrecipado, proponho sua conversão em diligência para que seja informado e providenciado o seguinte: Aferição da procedência jurídica e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado, minudente e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Fl. 340DF CARF MF Processo nº 10880.974873/201298 Resolução nº 3001000.070 S3C0T1 Fl. 340 12 Em seguida, abrase vista ao recorrente pelo prazo de 30 (trinta) dias, para, querendo, manifestarse, findos os quais deverão os autos retornar a este Conselho Administrativo para prosseguimento. Proposta de Conversão em Diligência Portanto, ante a tema que, por um lado, indica a existência de crédito por parte do contribuinte, mas que, por desapego, até inconsciente, aos critérios utilizados pelo fisco, a fim de aceitar a legitimidade dos créditos postos pela recorrente, e, por outro lado, a possibilidade de o Estado negar crédito regular, fazse justiça ao pleito, e, em perfazimento à orientação acima exposta, julgo conveniente a conversão deste processo em diligência, para oportunizar ao contribuinte demonstrar, mediante a apresentação de sua contabilidade, e de seus controles gerenciais, que lastreiam a escrita fiscal colacionada aos autos, a origem dos valores trazidos à compensação. Demonstradas as operações, e confirmada a estreiteza do regime aplicado, configurado estará o erro material cometido, e, portanto, a legalidade das DIPJ e DACON que condizem com a DCTF retificadora. (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Fl. 341DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.900360/2008-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2003
PERDCOMP. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE.
A denúncia espontânea requer o pagamento do tributo. Considerando que o pagamento e a compensação são modalidades distintas de extinção do crédito tributário, no caso em que o contribuinte promove a extinção do débito por compensação, a denúncia espontânea não resta caracterizada e a multa moratória é devida estando o débito em atraso na data da compensação
Numero da decisão: 1301-002.788
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Eduardo Morgado Rodrigues que votaram por dar provimento ao recurso. Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro manifestou interesse em apresentar declaração de voto. Ausente momentânea e justificadamente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. Participou do julgamento o Conselheiro Suplente Eduardo Morgado Rodrigues.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Nelso Kichel e Roberto Silva Junior.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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DENÚNCIA ESPONTÂNEA. INAPLICABILIDADE. A denúncia espontânea requer o pagamento do tributo. Considerando que o pagamento e a compensação são modalidades distintas de extinção do crédito tributário, no caso em que o contribuinte promove a extinção do débito por compensação, a denúncia espontânea não resta caracterizada e a multa moratória é devida estando o débito em atraso na data da compensação Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Eduardo Morgado Rodrigues que votaram por dar provimento ao recurso. Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro manifestou interesse em apresentar declaração de voto. Ausente momentânea e justificadamente a Conselheira Bianca Felícia Rothschild. Participou do julgamento o Conselheiro Suplente Eduardo Morgado Rodrigues. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Bianca Felícia Rothschild, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, José Eduardo Dornelas Souza, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Milene de Araújo Macedo, Nelso Kichel e Roberto Silva Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 03 60 /2 00 8- 14 Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10983.900360/200814 Acórdão n.º 1301002.788 S1C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de Acórdão que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade da contribuinte, para manter na íntegra o Despacho Decisório que homologou parcialmente as compensações pleiteadas, em razão da insuficiência de crédito para quitação dos débitos informados no PER/DCOMP. O presente processo decorre de pedido de compensação, cujo crédito tem origem em pagamento a maior de estimativa de CSLL, com débitos de estimativas de CSLL referentes a períodos de apuração posteriores, transmitido após a data de vencimento dessas estimativas. O Despacho Decisório proferido pela da unidade de origem reconheceu o valor do crédito pretendido e homologou, parcialmente, a compensação declarada. O valor reconhecido revelouse insuficiente para quitar os débitos informados no PER/DCOMP, porque referida declaração foi enviada após o vencimento dos débitos nela informados, fato este que ensejou a cobrança pela autoridade fiscal da multa de mora sobre os débitos declarados/compensados em atraso. Em sua Manifestação de Inconformidade a contribuinte afirma que o reconhecimento do débito, bem como, dos juros de mora foram efetuados voluntariamente, o que torna indiscutível a aplicação do instituto da denúncia espontânea, previsto no art. 138 do CTN, e exime o contribuinte da responsabilidade pelo pagamento da multa de mora, pois a efetivação das compensações se deu antes de qualquer procedimento de fiscalização. O Acórdão recorrido entendeu pela inaplicabilidade da denúncia espontânea ao caso concreto, fundamentando sua decisão na Nota Técnica nº 19 Cosit, de 12/06/2012, a qual conclui que nos casos em que o sujeito passivo compensa o débito mediante a apresentação de DCOMP, não se considera ocorrida a denúncia espontânea. No Recurso Voluntário apresentado a recorrente defende que não há insuficiência de crédito porque, apesar da compensação ter sido realizada depois do vencimento do débito, não há incidência de multa de mora, mas tão somente juros de mora, pois a quitação dos débitos (principal + juros de mora) ocorreu antes de qualquer notificação da Receita Federal. Acrescenta que o débito vencido quitado pela compensação não foi previamente confessado em declaração (DCTF), de modo que não seria aplicável a Súmula 306 do STJ, a qual estabelece que não há denúncia espontânea quando a compensação for feita depois que o débito estiver vencido e houver sido lançado por homologação mediante declaração do contribuinte. Com o intuito de corroborar suas alegações, cita o Acórdão nº 340101.045, que deu provimento a recurso por ela apresentado, sob o entendimento de que o débito vencido, não declarado e nem confessado por meio de DCTF, mas quitado, mediante o acréscimo apenas dos juros de mora, por meio de DCOMP, caracteriza o instituto da denúncia espontânea, o que implica no afastamento da multa de mora. É o relatório. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10983.900360/200814 Acórdão n.º 1301002.788 S1C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301002.787, de 23.02.2018, proferido no julgamento do Processo nº 10983.900843/201025, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301002.787): O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Alega a recorrente que inexiste suficiência de crédito objeto da DCOMP, pois, apesar da compensação ter sido realizada depois do vencimento do débito, não haveria de incidir multa de mora, mas tão somente os juros de mora. Acrescenta que o débito liquidado mediante compensação, nele inclusos o principal e os juros de mora, antes de qualquer notificação ou procedimento fiscal da Receita Federal, afasta a incidência da multa de mora frente ao instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do CTN. A solução da lide reside em determinar se a quitação do tributo por meio de compensação preenche os requisitos necessários à caracterização da denúncia espontânea, prevista no art. 138 do CTN. Veja o dispõe referido dispositivo legal: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. (grifei) Verificase, portanto, que o instituto da denúncia espontânea está condicionado a duas exigências: a declaração do débito, espontaneamente, antes de qualquer procedimento de ofício e o pagamento do tributo devido acrescido dos juros de mora. No caso dos autos, a recorrente não promoveu qualquer pagamento de tributo, mas sim a compensação deles com créditos. De fato, a compensação e o pagamento são formas de extinção do crédito tributário elencadas no art. 156 do CTN, todavia, diversamente do pagamento que extingue o crédito a partir do momento em que realizado, a compensação está sujeita Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10983.900360/200814 Acórdão n.º 1301002.788 S1C3T1 Fl. 5 4 a posterior homologação, sob condição resolutória, podendo ser confirmada ou não a quitação do tributo, a depender da homologação da compensação. O art. 138 do CTN é taxativo ao estabelecer a necessidade do pagamento para caracterização da denúncia espontânea e, apesar da compensação também ser uma das formas de extinção do crédito tributário, ela não foi contemplada pelo instituto da denúncia espontânea. Nesse sentido, a recente decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça, no AgInt no REsp 1.568.857, em julgamento realizado em 16/05/2017, conforme ementa a seguir transcrita: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. DEFICIÊNCIA NA ALEGAÇÃO DE CONTRARIEDADE AO ART. 535 DO CPC/73. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. ART. 138 DO CTN. DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO CARACTERIZADA. 1. É deficiente a fundamentação do recurso especial em que a alegação de ofensa ao art. 535 do CPC/73 se faz de forma genérica, sem a demonstração exata dos pontos pelos quais o acórdão incorreu em omissão, contradição ou obscuridade. Aplicase, na hipótese, o óbice da Súmula 284 do STF. 2. A compensação tributária não se equipara a pagamento de tributo para fins de aplicabilidade do instituto da denúncia espontânea regido pelo art. 138 do CTN. Precedentes: EDcl nos EDcl no AgRg no REsp 1.375.380/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 30/11/2016; AgRg no REsp 1.461.757/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17/9/2015; AgRg no AREsp 174.514/CE, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 10/9/2012. 3. Agravo interno a que se nega provimento. Também neste órgão julgador várias são as decisões que se manifestam contrariamente à aplicabilidade da denúncia espontânea nos casos de débitos extintos por compensação: COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA DE MORA. INOCORRÊNCIA Pagamento e compensação são modalidades de extinção do crédito tributário distintas, não apenas pela doutrina mas pelo próprio texto legal. A denúncia espontânea, para que se configure, requer o pagamento do tributo. Assim, no caso em que o contribuinte promove a extinção do débito pela via da compensação, a denúncia espontânea não resta caracterizada, e a multa moratória é devida, nos termos da lei, estando o débito em atraso na data da compensação. (Acórdão n° 1301001.991, sessão de 03/05/2016) COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. APLICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE À compensação, que extingue o crédito tributário sob condição resolutória da ulterior homologação por parte da autoridade Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10983.900360/200814 Acórdão n.º 1301002.788 S1C3T1 Fl. 6 5 administrativa competente, não se aplica o instituto da denúncia espontânea de que trata o art. 138 do CTN. (Acórdão nº 1301001.511, sessão de 07/05/2014) CONCLUSÃO Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Declaração de Voto Conselheiro Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro Redator Com a devida vênia, divirjo do voto da Ilustre Relatora no que tange à apreciação da aplicabilidade da denúncia espontânea nos casos de débitos extintos por compensação: A denúncia espontânea de infrações é um instituto que afasta a aplicação de multas quando o contribuinte paga e confessa sua dívida antes de iniciado qualquer procedimento de fiscalização. Com efeito, verificase que a denúncia espontânea se constitui na declaração prestada pelo sujeito passivo da obrigação tributária de que havia cometido um ilícito tributário, mas que, em razão de seu arrependimento, procedese, de forma espontânea, a realização da referida obrigação, com os encargos que lhes são devidos, situação na qual o Fisco restará impedido de lhe aplicar tais sanções. Nesse sentido, a denúncia espontânea evita que o fato moratório seja constituído pela autoridade administrativa, ou seja, impede a constituição, de norma individual e concreta, do descumprimento de um dever, o que ocasionaria a implicação das multas. Desse modo, considerando que a Recorrente apresentou a DCOMP, antes de iniciado qualquer procedimento fiscal, de tal sorte a extinguir o crédito tributário em questão, bem como arcou com os encargos (juros de mora) de forma voluntária, devese, portanto, aproveitar das benesses trazidas pela denúncia espontânea, nos termos artigo 138 do CTN. Ademais, considerando que o processo administrativo fiscal regese pelo princípio da verdade material, segundo o qual fatos inexistentes ou erros evidentes não devem prosperar em detrimento da verdade material, inobstante a presunção de veracidade relativa dos atos administrativos. Igualmente, em decorrência deste princípio, impõese sejam sanadas as falhas, omissões e enganos eventualmente cometidos pelo Fisco. Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10983.900360/200814 Acórdão n.º 1301002.788 S1C3T1 Fl. 7 6 Desta feita, uma vez confirmado o direito do contribuinte, entendo que deve ser aceito o instituto da denúncia espontânea, por meio de compensação. Por conseqüência, deve ser afastada a multa de mora. Diante disso, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário, devendo ser homologada a compensação pleiteada. É como voto. (assinado digitalmente) Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro Fl. 155DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.003045/2009-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
PIS. NÃO-CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO.
Para fins de apuração de crédito do PIS/Pasep e da Cofins não-cumulativos, há de se observar o rol de deduções previstos no art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, adotando-se, no que tange ao seu inciso II, a interpretação intermediária construída no CARF quanto ao conceito de insumo, tornando-se imperativa para o reconhecimento do direito ao crédito a análise acerca da sua essencialidade.
No caso concreto analisado, há de ser reconhecido o direito ao crédito relativo às despesas com (a) embalagens e (b) fretes, porém, mantida a glosa no que tange às despesas com condomínio.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3301-004.501
Decisão: Acordam os membros do Colegiado em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos: por unanimidade de votos, em dar provimento para admitir o creditamento de embalagens e fretes das embalagens e, por maioria de votos, em negar provimento para manter a glosa relativa à despesa com condomínio, vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada) e Semíramis de Oliveira Duro.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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Recorrente POMAGRI FRUTAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 PIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. Para fins de apuração de crédito do PIS/Pasep e da Cofins nãocumulativos, há de se observar o rol de deduções previstos no art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, adotandose, no que tange ao seu inciso II, a interpretação intermediária construída no CARF quanto ao conceito de insumo, tornandose imperativa para o reconhecimento do direito ao crédito a análise acerca da sua essencialidade. No caso concreto analisado, há de ser reconhecido o direito ao crédito relativo às despesas com (a) embalagens e (b) fretes, porém, mantida a glosa no que tange às despesas com condomínio. Recurso Voluntário Provido em Parte. Acordam os membros do Colegiado em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos: por unanimidade de votos, em dar provimento para admitir o creditamento de embalagens e fretes das embalagens e, por maioria de votos, em negar provimento para manter a glosa relativa à despesa com condomínio, vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada) e Semíramis de Oliveira Duro. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 30 45 /2 00 9- 12 Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 3 2 Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 4 3 Relatório Tratase o presente processo de pedido de ressarcimento, cumulado com declarações de compensação, relativo a crédito da Contribuição para o PIS/Pasep Não Cumulativa, vinculado a receitas de vendas submetidas à alíquota zero (produção e comercialização de maçãs), deferido parcialmente por Despacho Decisório exarado pela unidade de origem. Dessa forma, apenas parte das compensações declaradas foi homologada. Conforme Termo de Verificação e Encerramento da Análise Fiscal constante nos autos, o reconhecimento parcial do crédito decorreu de glosas efetuadas em itens diversos de custo e despesa que compunham o crédito demonstrado pelo contribuinte no Dacon. Cientificado do decisório, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual pede o reconhecimento integral do crédito de ressarcimento, com base nas seguintes razões: (i) Os materiais de embalagens (cantoneiras, bandejas, fitas adesivas, pallets, papelseda, plástico bolha, tampas, fundos, caixas de papelão etc) são indispensáveis ao acondicionamento do produto, não exclusivamente com o fim de transporte, porquanto utilizados para assegurar a integridade da fruta até o seu destino; (ii) O papelseda, fita, cantoneira e outros são insumos na produção da maçã, conforme item acima, de modo que gera creditamento a despesa com o serviço de transporte para adquirilos; (iii) A despesa com condomínio deve ser creditada da mesma forma que a despesa com aluguel, pois o acessório segue o principal; (iv) Não existe lei formal determinando a aplicação do conceito de insumo do IPI à apuração das contribuições nãocumulativas; (v) O critério de insumo utilizado na decisão recorrida não está em conformidade com Soluções de Consulta emanadas das Superintendências da Receita Federal do Brasil (Processo de Consulta nº 99/09 da SRRF6ªRF), com decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Recurso Voluntário nº 146.778) e com a jurisprudência judicial (Acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, de 26 de março de 2009; Agravo Regimental no REsp nº 1.125.253/SC, de 15 de abril de 2010). Ao analisar o caso, a DRJ entendeu por julgar improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte, nos termos do Acórdão nº 08033.955. O contribuinte foi intimado acerca desta decisão e, insatisfeito com o seu teor, interpôs Recurso Voluntário, através do qual requereu: (i) recebimento do recurso voluntário; ii) procedência do recurso para reformar o acórdão recorrido, com o reconhecimento do direito ao crédito de PIS requerido no pedido de ressarcimento. É o breve relatório. Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.488, de 22 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10925.003010/200975, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.488): "Voto Vencido O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. 1) Do direito ao creditamento de COFINS linhas gerais Consoante acima indicado, a presente demanda versa sobre o direito ao creditamento de COFINS em razão da análise do conceito de insumos disposto na legislação de regência. A DRJ seguiu a legislação do IPI, entendendo que, para que fosse concedido o crédito, seria essencial o desgaste físico no produto no processo produtivo da empresa. Esse entendimento, contudo, encontrase superado por este Conselho, que construiu uma corrente intermediária própria, fugindo tanto às normas atinentes ao IPI quanto às normas atinentes ao IRPJ. E é com base nesta corrente intermediária, com a qual me alinho, que serão analisados a seguir os itens que foram objeto de glosa por parte da fiscalização. Importante destacar que o embasamento da glosa realizada pela fiscalização foi a ausência de previsão legal para autorização do creditamento realizado, e não a falta de comprovação da sua origem. Logo, a questão deve ser apreciada sobre o aspecto de direito. Sobre o creditamento, o art. 3º da Lei nº 10.833/2003 assim dispõe: Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: a) no inciso III do § 3o do art. 1o desta Lei; e b) nos §§ 1o e 1oA do art. 2o desta Lei; II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 6 5 exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; III (VETADO) IV – aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. VII edificações e benfeitorias em imóveis de terceiros, quando o custo, inclusive de mãodeobra, tenha sido suportado pela locatária; VIII bens recebidos em devolução, cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei. IX energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. IX energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica. X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção. XI bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços. (Grifos apostos). No que tange à alínea II acima, embora ciente que alguns julgadores deste Conselho adotam interpretação restritiva do conceito de insumos para fins de admissão do crédito, inclusive acolhendo em alguns casos o conceito de insumos inserto na legislação do IPI, tem prevalecido nas decisões proferidas por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais uma posição menos engessada, por meio da análise dos créditos aplicáveis em cada caso concreto, em razão da atividade desempenhada pela empresa. A análise do presente caso, portanto, em determinadas situações, perpassa pela definição do conceito de insumos para o PIS e a COFINS. Nos termos dos recentes julgados proferidos por este Conselho, o conceito de insumos para efeitos do art. 3º, inciso II, da Lei nº 10.637/2002 e do art. 3º, inciso II da Lei 10.833/2003, deve ser interpretado com critério próprio: o da essencialidade. Referido critério traduz uma posição "intermediária" Fl. 145DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 7 6 construída pelo CARF, na qual, para definir insumos, buscase a relação existente entre o bem ou serviço, utilizado como insumo e a atividade realizada pelo Contribuinte. Logo, para que determinado bem ou prestação de serviço seja considerado insumo gerador de crédito de PIS e COFINS, imprescindível a sua essencialidade à atividade desempenhada pela empresa, direta ou indiretamente. Esta, inclusive, também é a posição predominante no Superior Tribunal de Justiça, o qual reconhece, para a definição do conceito de insumo, critério amplo/próprio em função da receita, a partir da análise da pertinência, relevância e essencialidade ao processo produtivo ou à prestação do serviço. O entendimento daquela Corte pode ser visualizado no voto do Ministro Relator Mauro Campbell Marques, proferido nos autos do Recurso Especial nº 1.246.317MG: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO ART. 535, DO CPC. VIOLAÇÃO AO ART. 538, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 98/STJ. CONTRIBUIÇÕES AO PIS/PASEP E COFINS NÃO CUMULATIVAS. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. ART. 3º, II, DA LEI N. 10.637/2002 E ART. 3º, II, DA LEI N. 10.833/2003. ILEGALIDADE DAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS SRF N. 247/2002 E 404/2004. 1. Não viola o art. 535, do CPC, o acórdão que decide de forma suficientemente fundamentada a lide, muito embora não faça considerações sobre todas as teses jurídicas e artigos de lei invocados pelas partes. 2. Agride o art. 538, parágrafo único, do CPC, o acórdão que aplica multa a embargos de declaração interpostos notadamente com o propósito de prequestionamento. Súmula n. 98/STJ: "Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não têm caráter protelatório". 3. São ilegais o art. 66, §5º, I, "a" e "b", da Instrução Normativa SRF n. 247/2002 Pis/Pasep (alterada pela Instrução Normativa SRF n. 358/2003) e o art. 8º, §4º, I, "a" e "b", da Instrução Normativa SRF n. 404/2004 Cofins, que restringiram indevidamente o conceito de "insumos" previsto no art. 3º, II, das Leis n. 10.637/2002 e n. 10.833/2003, respectivamente, para efeitos de creditamento na sistemática de nãocumulatividade das ditas contribuições. 4. Conforme interpretação teleológica e sistemática do ordenamento jurídico em vigor, a conceituação de "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei n. 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei n. 10.833/2003, não se identifica com a conceituação adotada na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, posto que excessivamente restritiva. Do mesmo modo, não corresponde exatamente aos conceitos de "Custos e Despesas Operacionais" utilizados na legislação do Imposto de Renda IR, por que demasiadamente elastecidos. Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 8 7 5. São "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei n. 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei n. 10.833/2003, todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. 6. Hipótese em que a recorrente é empresa fabricante de gêneros alimentícios sujeita, portanto, a rígidas normas de higiene e limpeza. No ramo a que pertence, as exigências de condições sanitárias das instalações se não atendidas implicam na própria impossibilidade da produção e em substancial perda de qualidade do produto resultante. A assepsia é essencial e imprescindível ao desenvolvimento de suas atividades. Não houvessem os efeitos desinfetantes, haveria a proliferação de microorganismos na maquinaria e no ambiente produtivo que agiriam sobre os alimentos, tornandoos impróprios para o consumo. Assim, impõese considerar a abrangência do termo "insumo" para contemplar, no creditamento, os materiais de limpeza e desinfecção, bem como os serviços de dedetização quando aplicados no ambiente produtivo de empresa fabricante de gêneros alimentícios. 7. Recurso especial provido. (REsp 1246317/MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/05/2015, DJe 29/06/2015) (grifouse) Quanto ao tema, filiome à corrente intermediária acima indicada, pelo que entendo merecer reforma a decisão recorrida quanto aos seus fundamentos, uma vez que, para a compreensão do direito à apuração de créditos de PIS e COFINS no sistema da nãocumulatividade, não deve ser adotado o conceito estrito de insumos constante da decisão recorrida. 2) Dos itens em que o direito ao creditamento restou afastado pela DRJ A empresa em questão planta, produz e comercializa frutas. O recorrente se insurge contra o entendimento da DRJ, argumentando que as despesas com aquisições de embalagens, frete das embalagens e condomínio devem gerar crédito de COFINS por serem todas diretamente necessárias à comercialização do produto. Afirma que tais despesas se relacionam diretamente com a preservação da integridade do produto, transporte de insumos e armazenamento. Com relação ao condomínio, afirma que este é acessório que deve seguir a sorte do principal, que é o aluguel, devendo todas essas despesas gerar créditos de COFINS. A decisão da primeira instância analisou a legislação que trata do conceito de insumo para fins de creditamento da COFINS, e concluiu que o caso dos presentes autos não se enquadra no conceito legal, visto que as embalagens utilizadas pelo contribuinte têm a finalidade única de servir ao transporte das frutas, não havendo comprovação de que acompanham o produto em sua apresentação final ao consumidor, de modo a agregarlhe valor. Fl. 147DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 9 8 Manteve a glosa do crédito referente ao frete das embalagens por terem sido desconsideradas como insumo. Quanto aos gastos com condomínio, rejeitou o argumento de que o acessório segue o principal em razão de não haver a alegada relação de acessoriedade, visto que o pagamento do condomínio independe da existência de relação locatícia, e que o acolhimento de um brocardo para alargar a hipótese de creditamento iria de encontro ao princípio da legalidade. Além disso, a utilidade decorrente do condomínio é deslocada espaçotemporalmente do processo produtivo da maçã. Por fim, manteve as glosas dos créditos sobre as despesas com gás combustível para as empilhadeiras, por não ter havido a desconstituição pelo contribuinte da constatação de que as empilhadeiras possuem uso geral para transporte de objetos, não estando sua utilidade adstrita à produção das maçãs. Entendo que assiste razão ao contribuinte em seus argumentos, consoante restará devidamente demonstrado nos tópicos a seguir. 2.1. Das embalagens As embalagens aqui analisadas são as seguintes: bandejas (utilizadas nas caixas de papelão para separar e acondicionar as maçãs), cantoneiras (utilizadas nas caixas de papelão, para proteger o produto, durante o transporte até o cliente, evitando o amassamento da caixa e das maçãs), fitas adesivas (para lacrar o fundo das caixas), pallets e seus acessórios (tais como pregos e etiquetas, utilizados no armazenamento e transporte das caixas de maçãs), papelseda (utilizado para embrulhar a maçã), plástico bolha (empregado para envolver a maçãs, evitando o atrito entre elas), caixa e fundos (usados no acondicionamento das frutas), tampas (utilizadas para proteger a fruta do contato com o ambiente externo), cola (utilizada para colar os rótulos nas caixas de madeira), filme PVC (usado para segurar as caixas nos pallets), termógrafo (usado para controlar a temperatura das caixas quando transportadas). Quanto às embalagens, entendo que a legislação admite o direito ao crédito no caso concreto ora analisado, ainda que as embalagens utilizadas. Isso porque, em razão da especificidade dos produtos produzidos pela Recorrente, é inconteste que as embalagens servem não apenas para o mero transporte, mas também para o seu acondicionamento, apresentandose essenciais à conservação da integridade e qualidade do produto. Conforme fundamentos constantes do tópico anterior, entendo desnecessário que as embalagens sejam incorporadas ao produto durante o processo de industrialização para que seja reconhecido o seu direito ao crédito. É imprescindível, na verdade, identificar se o insumo em questão é essencial à atividade produtiva desempenhada pela empresa, direta ou indiretamente, tendo concluído no caso dos presentes autos que sim. Até porque, ainda que se entendesse que as embalagens em questão seriam destinadas apenas ao transporte, o que não é o caso, a legislação atinente à COFINS não acoberta a restrição realizada pela fiscalização para fins de tomada de crédito, a qual levou em consideração a legislação do IPI, cuja aplicável há de ser afastada. Fl. 148DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 10 9 Estes custos com embalagens para acondicionamento e transporte, em razão da especificidade dos produtos que a Recorrente comercializa, são essenciais a que o produto produzido pela empresa seja colocado à venda, pelo que se insere no conceito de insumo que adoto, nos termos acima analisados. Entendo, ainda, que este item específico também se insere no inciso IX, que expressamente autoriza o creditamento relativo à armazenagem de mercadoria e frete na importação de vendas, quando o ônus for suportado pelo vendedor. Isso porque, verificase que a adoção da embalagem em questão é necessária tanto para a armazenagem quanto para o transporte dos produtos que a recorrente industrializa e comercializa, em razão das suas especificidades. Há de se destacar, inclusive, que a Câmara Superior de Recursos Fiscais, em caso análogo, já se manifestou pelo direito ao crédito em tal caso. É o que se infere da decisão a seguir transcrita: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 PIS/PASEP. REGIME NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. CREDITAMENTO. Para se verificar se determinado bem ou serviço prestado pode ser caracterizado como insumo para fins de creditamento do PIS/PASEP, impende analisar se há: pertinência ao processo produtivo (aquisição do bem ou serviço especificamente para utilização na prestação do serviço ou na produção, ou, ao menos, para tornálo viável); essencialidade ao processo produtivo (produção ou prestação de serviço depende diretamente daquela aquisição) e possibilidade de emprego indireto no processo de produção (prescindível o consumo do bem ou a prestação de serviço em contato direto com o bem produzido) TAMBORES UTILIZADOS COMO EMBALAGEM PARA TRANSPORTE. GÁS EMPREGADO EM EMPILHADEIRAS. É legítima a apropriação do crédito da contribuição ao PIS/PASEP nãocumulativo em relação às aquisições de tambores empregados como embalagem de transporte e sobre o gás empregado em empilhadeiras, tendo em vista a relação de pertinência, relevância e essencialidade ao processo produtivo. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 COFINS. REGIME NÃOCUMULATIVO. INSUMOS. CREDITAMENTO. Para se verificar se determinado bem ou serviço prestado pode ser caracterizado como insumo para fins de creditamento da COFINS, impende analisar se há: pertinência ao processo produtivo (aquisição do bem ou serviço especificamente para utilização na prestação do serviço ou na produção, ou, ao Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 11 10 menos, para tornálo viável); essencialidade ao processo produtivo (produção ou prestação de serviço depende diretamente daquela aquisição) e possibilidade de emprego indireto no processo de produção (prescindível o consumo do bem ou a prestação de serviço em contato direto com o bem produzido) TAMBORES UTILIZADOS COMO EMBALAGEM PARA TRANSPORTE. GÁS EMPREGADO EM EMPILHADEIRAS. É legítima a apropriação do crédito da contribuição à COFINS nãocumulativa em relação às aquisições de tambores empregados como embalagem de transporte e sobre o gás empregado em empilhadeiras, tendo em vista a relação de pertinência, relevância e essencialidade ao processo produtivo. (Acórdão n. 9303004.192, de 04/08/2016). Logo, entendo que a decisão recorrida também deverá ser reformada neste ponto, para fins de admitir o direito ao crédito também no que concerne aos tambores utilizados para acondicionamento e transporte. Sendo assim, entendo que deverá ser reconhecido o direito ao crédito no que concerne às embalagens. 2.2. Dos fretes das embalagens A segunda glosa objeto da presente demanda incidiu sobre o serviço de transporte de material não considerado insumo na produção da maçã, tais como papelseda, fitas, filmes, cantoneira, cola, termógrafo etc. O contribuinte defende que, uma vez considerado insumo o material de embalagem utilizado, a despesa com frete na sua aquisição é capaz de gerar creditamento. No que tange aos fretes das embalagens, uma vez admitido o crédito no que concerne às embalagens, entendo que há de ser admitido o direito ao crédito também no que tange aos fretes das referidas embalagens. Até porque, penso que o gasto com frete pago ou creditado pelo comprador à pessoa jurídica domiciliada no País incorporase ao custo de aquisição do insumo, além de encontrar previsão de desconto de crédito no artigo 3º, inciso IV da Lei nº 10.833/2003, cumulado com o inciso II deste mesmo dispositivo legal. (...) Voto Vencedor (...) Quanto às despesas com condomínio, concluise que não assiste razão ao contribuinte em seu pleito, em razão da ausência de respaldo legal para o creditamento de tal despesa. Por concordar com os fundamentos constantes da decisão recorrida no que concerne a tal despesa, transcrevoo a seguir: 42. Em contraparte, o manifestante sustenta a possibilidade de creditamento com base nas despesas de condomínio, à Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 12 11 semelhança do que sucede em relação às despesas de aluguel, invocado o velho brocardo de que o acessório segue o principal (accessorium seguitur principale). 43. De fato, o inciso IV do art. 3º das Leis nº 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, prevê a possibilidade de as despesas incorridas com aluguel gerarem crédito na apuração nãocumulativa das contribuições. Entretanto, a máxima não se aplica à espécie, por dois motivos básicos. 44. Em primeiro lugar, não há acessoriedade entre aluguel e encargo de condomínio, uma vez ausente vínculo de causalidade entre eles. Com efeito, pagase condomínio não porque o imóvel é alugado, mas porque se usufrui de utilidades compartilhadas pelos proprietários ou usuários de prédios. 45. Pelo contrato de locação, uma das partes se obriga a ceder o uso e gozo de coisa não fungível, mediante certa retribuição. As despesas de condomínio, por sua vez, são destinadas a gastos relativos ao imóvel respectivo como, por exemplo, salários de empregados, materiais de consumo, equipamentos, serviços prestados ao condomínio, podendo, até mesmo, haver sobra em um mês determinado. Dessa forma, percebese que despesas de condomínio não se relacionam com aluguel. 46. Em segundo lugar, a aplicação de um brocardo não pode resultar na ampliação, por analogia, de hipóteses de creditamento que interferem na determinação da base de cálculo da contribuição, sob pena de ofensa ao princípio da legalidade tributária. 47. Resta verificar se os gastos com condomínio podem ser considerados insumo. 48. Dado que deles resultam utilidades imateriais para o contribuinte, seriam insumos se assim caracterizados sob o aspecto funcional. Entretanto, os serviços de condomínio são completamente deslocados espaçotemporalmente do processo produtivo da maçã. 49. Por essa razão, correta está a glosa das despesas de condomínio. Nesse mesmo sentido, já se manifestou este Conselho, consoante se extrai do Acórdão nº 3302.001.491, a seguir colacionado: (...). COFINS NÃO CUMULATIVA. DIREITO DE CRÉDITO. INSUMO. CONCEITO. Os bens e serviços que geram direito a crédito da contribuição são aqueles conceituados como insumos, assim entendidos os que sejam diretamente utilizados ou consumidos na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Despesa de condomínio incorrida por Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10925.003045/200912 Acórdão n.º 3301004.501 S3C3T1 Fl. 13 12 indústria de beneficiamento de carnes não enquadra neste conceito. Nego, portanto, o direito creditório quanto a tal item." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado tanto à COFINS quanto à Contribuição para o PIS/Pasep. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário, para admitir o creditamento de embalagens e fretes das embalagens, e para manter a glosa relativa à despesa com condomínio. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 152DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10925.000082/2006-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2002, 2003, 2004
INTEMPESTIVIDADE. INTIMAÇÃO REGULAR POR VIA POSTAL. RECURSO NÃO CONHECIDO.
Uma vez intimado o contribuinte, por via postal, do Acórdão proferido pela DRJ, inicia-se o prazo de 30 dias para a interposição do Recurso Voluntário, nos termos do Decreto nº 70.235/72.
Superado o prazo antes da interposição de recurso e não havendo razões do contribuinte contrárias à constatação de intempestividade, é certa a preclusão temporal.
Numero da decisão: 1401-002.636
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão de sua intempestividade.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente
(assinado digitalmente)
Livia De Carli Germano - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Claudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente).
Nome do relator: 09482231708 - CPF não encontrado.
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2002, 2003, 2004 INTEMPESTIVIDADE. INTIMAÇÃO REGULAR POR VIA POSTAL. RECURSO NÃO CONHECIDO. Uma vez intimado o contribuinte, por via postal, do Acórdão proferido pela DRJ, inicia-se o prazo de 30 dias para a interposição do Recurso Voluntário, nos termos do Decreto nº 70.235/72. Superado o prazo antes da interposição de recurso e não havendo razões do contribuinte contrárias à constatação de intempestividade, é certa a preclusão temporal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão de sua intempestividade. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Claudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente).
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INTIMAÇÃO REGULAR POR VIA POSTAL. RECURSO NÃO CONHECIDO. Uma vez intimado o contribuinte, por via postal, do Acórdão proferido pela DRJ, iniciase o prazo de 30 dias para a interposição do Recurso Voluntário, nos termos do Decreto nº 70.235/72. Superado o prazo antes da interposição de recurso e não havendo razões do contribuinte contrárias à constatação de intempestividade, é certa a preclusão temporal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão de sua intempestividade. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia De Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 00 82 /2 00 6- 18 Fl. 907DF CARF MF 2 Arcangelo Zanin, Claudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente). Relatório Tratase de autos de infração para a cobrança de tributos na modalidade SIMPLES referentes aos anoscalendário de 2002 a 2004, em razão da identificação de depósitos bancários de origem não comprovada no curso da fiscalização e de insuficiência de recolhimento, tendo em vista a alteração da faixa de alíquota aplicável, nos termos do Relatório de Atividade Fiscal. O relatório da decisão recorrida assim descreve os argumentos da impugnação, .: os Bancos. não forneceram. a. documentação. solicitada em tempo. hábil para apresentar a justificativa solicitada através do Termo de Intimação fiscal n° 379; parte da documentação está sendo anexada, conforme relação. que se segue (fls.743/751); Frequentes foram os depósitos TED e DOC efetuados pelos sócios, com recursos .da exploração da agricultura; realizou. operação de desconto. para terceiros; muitos depósitos foram. em. moeda, provenientes de cheques recebidos pela venda de cereais e sacados em moeda valores. podem. ser sacados e utilizados. de acordo. com. a necessidade, dai. não se poder exigir que os empréstimos coincidem em datas e valores com a origem dos recursos; .a devolução de numerário aos. sócios foi. feita de acordo. com a disponibilidade financeira da empresa; de acordo com a jurisprudência, o lançamento não. poderia ter sido feito com base em extratos bancários Encerra solicitando o cancelamento do lançamento. Em 4 de outubro de 2007 a DRJ no Rio de Janeiro julgou a impugnação improcedente, em acórdão assim ementado: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002, 2003, 2004 OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A existência de depósitos bancários não escriturados ou de origem não comprovada autoriza a presunção de omissão de receitas Fl. 908DF CARF MF Processo nº 10925.000082/200618 Acórdão n.º 1401002.636 S1C4T1 Fl. 908 3 INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. Constatada insuficiência de recolhimento, é devido lançamento. Lançamento Procedente Cientificada em 23 de outubro de 2007 (AR a fl. 893), uma terçafeira, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 26 de novembro de 2007 (carimbo a fl. 894.), segundafeira. Recebi o processo em distribuição realizada em 15 de março de 2018. Voto Conselheira Relatora Livia De Carli Germano Nos termos do art. 33 do Decreto 70.235/1972, das decisões de primeira instância caberá a interposição de recurso voluntário, no prazo de 30 dias, a contar da ciência da decisão. O artigo 5o deste mesmo diploma esclarece que os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Sobre a data da ciência da decisão, o artigo 23 do Decreto 70.235/1972 estabelece que a intimação pode ser feita via postal ou por meio eletrônico. No caso de intimação postal, considerase feita a intimação na data do recebimento. No caso, o carimbo no AR de fl. 893 demonstra que a contribuinte recebeu o AR em 23 de outubro de 2007, uma terçafeira, de maneira que o prazo para a apresentar o recurso voluntário terminou no dia 22 de novembro de 2007, quartafeira. Todavia, o recurso voluntário foi apresentado somente em 26 de novembro de 2007, segundafeira, conforme carimbo na peça a fl. 894. Não há qualquer alegação no recurso a respeito da tempestividade. Portanto, o recurso voluntário é sem dúvida alguma intempestivo, razão porque não merece ser conhecido. Ressalto que a Recorrente não trouxe sequer em sua a impugnação qualquer alegação de nulidade ou outra matéria de ordem pública que, no entender desta Relatora, poderia ser conhecida de ofício não obstante a intempestividade do recurso voluntário apresentado. Neste sentido, oriento meu voto por não conhecer do recurso voluntário em razão de sua intempestividade. (assinado digitalmente) Livia De Carli Germano Fl. 909DF CARF MF 4 Fl. 910DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11762.720006/2014-13
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/01/2013
NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. DISSIMILITUDE FÁTICA.
Em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF/2015, cabe refletir o entendimento manifestado pela maioria desse Colegiado. Sendo assim, tem-se que a maioria desse Colegiado votou pelas conclusões, vez que entendeu que a situação fática considerada no acórdão indicado como paradigma é distinta da situação apreciada no acórdão recorrido, não se prestando o aresto referenciado, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial.
A maioria desse Colegiado, portanto, ultrapassou a discussão envolvendo decisões proferidas por Turma, Câmara e Seção de Julgamento de mesma denominação e de mesmo prefixo, pois entende que se um dos acórdãos em confronto foi proferido antes de 10/06/2015 e o outro depois, o paradigma pode ser aceito, já que se considera que os Colegiados são distintos, independentemente de terem a mesma denominação e de os respectivos números exibirem o mesmo prefixo.
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Numero da decisão: 9303-006.661
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire e Rodrigo da Costa Pôssas.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2010 a 31/01/2013 NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO ESPECIAL. DISSIMILITUDE FÁTICA. Em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF/2015, cabe refletir o entendimento manifestado pela maioria desse Colegiado. Sendo assim, tem-se que a maioria desse Colegiado votou pelas conclusões, vez que entendeu que a situação fática considerada no acórdão indicado como paradigma é distinta da situação apreciada no acórdão recorrido, não se prestando o aresto referenciado, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial. A maioria desse Colegiado, portanto, ultrapassou a discussão envolvendo decisões proferidas por Turma, Câmara e Seção de Julgamento de mesma denominação e de mesmo prefixo, pois entende que se um dos acórdãos em confronto foi proferido antes de 10/06/2015 e o outro depois, o paradigma pode ser aceito, já que se considera que os Colegiados são distintos, independentemente de terem a mesma denominação e de os respectivos números exibirem o mesmo prefixo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire e Rodrigo da Costa Pôssas. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
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DISSIMILITUDE FÁTICA. Em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF/2015, cabe refletir o entendimento manifestado pela maioria desse Colegiado. Sendo assim, temse que a maioria desse Colegiado votou pelas conclusões, vez que entendeu que a situação fática considerada no acórdão indicado como paradigma é distinta da situação apreciada no acórdão recorrido, não se prestando o aresto referenciado, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial. A maioria desse Colegiado, portanto, ultrapassou a discussão envolvendo decisões proferidas por Turma, Câmara e Seção de Julgamento de mesma denominação e de mesmo prefixo, pois entende que “se um dos acórdãos em confronto foi proferido antes de 10/06/2015 e o outro depois, o paradigma pode ser aceito, já que se considera que os Colegiados são distintos, independentemente de terem a mesma denominação e de os respectivos números exibirem o mesmo prefixo”. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. Votaram pelas conclusões os conselheiros Andrada Márcio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 76 2. 72 00 06 /2 01 4- 13 Fl. 2940DF CARF MF 2 Canuto Natal, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire e Rodrigo da Costa Pôssas. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama – Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3401003.257, da 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que: · Por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso de ofício; · Quanto ao recurso voluntário, deuse provimento. Foi consignada, assim, a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2010 a 31/01/2013 ERRO MATERIAL. IMPROCEDÊNCIA DO RECURSO DE OFÍCIO. Constatado erro na transcrição, para o auto de infração, de valores referentes aos pagamentos de tributos efetuados pelo contribuinte, constantes das declarações de importação, deve ser exonerada a diferença de tributos lançada em decorrência de tal incorreção. VALORAÇÃO ADUANEIRA. DESCLASSIFICAÇÃO DO VALOR DE TRANSAÇÃO. UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS SEQÜENCIAIS DO AVA Fl. 2941DF CARF MF Processo nº 11762.720006/201413 Acórdão n.º 9303006.661 CSRFT3 Fl. 2.941 3 ACORDO DE VALORAÇÃO ADUANEIRA. NULIDADE DO LANÇAMENTO. O valor aduaneiro deverá ser determinado com base nos métodos subseqüentes previstos, observada a ordem seqüencial estabelecida no Acordo de Valoração Aduaneira, sob pena de acarretar a nulidade material do lançamento administrativo. MULTA REGULAMENTAR. OMISSÃO DE ACRÉSCIMOS AO VALOR ADUANEIRO NA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. INFORMAÇÃO NÃO NECESSÁRIAS À DETERMINAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADUANEIRO APROPRIADO. FALTA DE INCLUSÃO NO VALOR ADUANEIRO DAS DESPESAS DE CAPATAZIA. APLICAÇÃO DA MULTA DE 1% (UM POR CENTO). DESCABIMENTO. Por não representar informação de natureza administrativo tributária, cambial ou comercial necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado, a não inclusão das despesas com descarga e manuseio (despesas de capatazia) no valor aduaneiro da mercadoria importada não configura conduta típica da infração sancionada com a multa de 1% (um por cento) do valor aduaneiro da mercadoria, prevista no art. 711, III, do RA/2009.” Irresignada, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão, trazendo, entre outros, que: · Tratase de auto de infração lavrado para formalizar a exigência de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), contribuição para o PIS/PASEPImportação, Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins/Importação), multa de ofício de 75% e juros de mora e multa regulamentar de 1% do valor aduaneiro, totalizando o montante de R$ 43.481.049,34; · A penalidade aplicada, multa por prestação inexata de informação necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro, está prevista no artigo 69 da Lei n. 10.833/2003, que traz acréscimo à redação do artigo 84 da MP n. 2.15835/2001; Fl. 2942DF CARF MF 4 · A autoridade fiscal lavrou esse auto a partir de revisão aduaneira realizada nas declarações de importação registradas pela contribuinte no período fiscalizado; · Segundo o Termo de Verificação Fiscal, ficou constatado que em diversas declarações de importação registradas pela fiscalizada não foram adicionados ao valor aduaneiro dos bens importados, os gastos relativos à descarga e ao manuseio (capatazia). A omissão destes gastos afetou diretamente o cálculo do valor aduaneiro, resultando em recolhimento a menor dos tributos incidentes na importação; · Como esta informação seria necessária para a determinação do apropriado procedimento de controle aduaneiro, o fiscal lançou a multa de 1% sobre o valor aduaneiro; · A penalidade aplicada pelo auto de infração está prevista no artigo 711, do Regulamento Aduaneiro (art. 69, § 1º da Lei 10.833/2003 c/c artigo 84 da Medida Provisória n° 2.15835); · A multa de 1% será aplicada ao importador que omitir ou prestar de forma inexata ou incompleta informação de natureza administrativotributária, cambial ou comercial necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado; · Considerando que toda mercadoria importada está submetida ao controle do correspondente valor aduaneiro e que a falta de informações exigidas pela IN 680/2006 pode interferir no controle aduaneiro, temse como correta a aplicação da penalidade prevista no artigo 69 da Lei 10.833/2003. Em Despacho às fls. 2856 a 2862, foi dado seguimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pelo sujeito passivo, que trouxe, entre outros, que: · A Fazenda Nacional apenas insurgiu contra a parte do acórdão que decidiu excluir a multa regulamentar de 1% prevista no art. 711, inciso III, do Decreto 6.759/09; Fl. 2943DF CARF MF Processo nº 11762.720006/201413 Acórdão n.º 9303006.661 CSRFT3 Fl. 2.942 5 · No entendimento da Fazenda, o acórdão mereceria reparos uma vez que teria desconsiderado a IN SRF 680/06, por considerala inaplicável na definição de informações necessárias à determinação do procedimento de controle aduaneiro, enquanto o acórdão paradigma decidiu com base na referida instrução normativa para caracterização da mesma infração tributária; · Entretanto, os argumentos da Fazenda não podem prosperar, pois, além da nulidade material reconhecida no lançamento do principal, que, de plano, afastaria a possibilidade de incidência da multa, o fato de a contribuinte ter deixado de incluir as despesas de capatazia no valor aduaneiro dos produtos importados não configura a previsão do dispositivo, posto que não representa informação de natureza administrativotributária, cambial ou comercial necessária à determinação do procedimento de controle aduaneiro apropriado; · Não há como se admitir o recurso especial interposto pela Fazenda, pois o acórdão paradigma não se presta para demonstrar a divergência. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama, Relatora. Depreendendose da análise do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, entendo que o recurso não atende aos pressupostos de admissibilidade, conforme reza o art. 67 do RICARF/2015 – eis que não há similitude fática entre os arestos e por ter a decisão do acórdão indicado como paradigma ter sido prolatada por mesma Turma/Câmara/Seção. Vêse que não há como se conhecer o Recurso Especial da Fazenda porque os acórdãos foram proferidos por colegiados diversos, considerando o caput do art. 67 do RICARF/2015 (Grifos meus): Fl. 2944DF CARF MF 6 “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. [...]” Ademais, cabe elucidar que não se aplicaria à essa análise o § 2º do art. 67 para se conhecer o presente Recurso, eis o que traz o dispositivo: “[...] Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. (...) § 2º Para efeito da aplicação do caput, entendese que todas as Turmas e Câmaras dos Conselhos de Contribuintes ou do CARF são distintas das Turmas e Câmaras instituídas a partir do presente Regimento Interno. Vêse que o art. 67, § 2º, do RICARF/2015 traz somente que as Turmas e Câmaras do CARF devem ser consideradas distintas das Turmas e Câmaras INSTITUÍDAS A PARTIR DO PRESENTE REGIMENTO INTERNO. Vêse que a 1ª turma ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção não precisou ser instituída após o advento do Novo Regimento Interno do Conselho, vez que sua estrutura se manteve inerte ao compararmos com a estrutura dada pelo antigo regimento (Portaria MF 256/09). A 1ª turma da 4ª Câmara se manteve inerte, pois somente foram extintas pelo Novo Regimento, nos termos do art. 6º: · As turmas especiais; · As Turmas Ordinárias da 1ª Câmara das Seções de Julgamento do CARF; e Fl. 2945DF CARF MF Processo nº 11762.720006/201413 Acórdão n.º 9303006.661 CSRFT3 Fl. 2.943 7 · As 3ªs Turmas Ordinárias das 4ªs Câmaras da 2ª e 3ª Seções de Julgamento do C A R F. Como poderia a 2ª turma ordinária da 4ª Câmara ser instituída após o novo regimento se nunca foram extintas? Até esse momento, somente foram instituídas após o novo regimento do CARF as Turmas Extraordinárias. Tais turmas foram instituídas após a Portaria MF 343/2015, conforme Portaria MF 359/17: “Art. 23A. Ficam criadas, no âmbito das seções de julgamento, turmas extraordinárias, de caráter temporário, integradas por 4 (quatro) conselheiros suplentes, sendo 2 (dois) representantes da Fazenda Nacional e 2 (dois) representantes dos Contribuintes.” E as decisões daquela turma extraordinária, conforme reza o art. 67, § 12, do RICARF/2015, não servirão como paradigma. Sendo assim, ressurgindo aos autos, resta claro que o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional não deve ser conhecido, eis que tratam de decisões prolatadas pela 1ª turma ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – turma que se manteve inerte em sua estrutura, considerando o Novo Regimento do CARF (Portaria MF 343/2015). E, esclarecendo novamente, não se trata de turma INSTITUÍDA APÓS O NOVO REGIMENTO. Caso sejam instituídas novas turmas ordinárias para, por exemplo, desafogar o CARF de processos administrativos parados há tempos; por exemplo, as turmas que foram extintas pelo novo regimento com o mesmo nº de turma ordinária, mesma Câmara e mesma Seção, aí sim as decisões dessa nova turma poderiam servir como paradigma, pois efetivamente haviam siso extintas pelo Regimento e por um novo ato INSTITUIDAS NOVAMENTE. O que não ocorreu no caso em apreço. Fl. 2946DF CARF MF 8 Eis o item IMPORTANTE dado pelo item 3.2 Origem dos Paradigmas constante do Manual de Admissibilidade – Versão 1.0 de Março2016: “Importante: Para fins de verificação da origem dos paradigmas, considerase que todas as Turmas e Câmaras dos Conselhos de Contribuintes ou do CARF são distintas das Turmas e Câmaras instituídas a partir de 10 de junho de 2015 (art. 67, § 2º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015).” Evidente que a razão de ser do art. 67, § 2º, do RICARF/2015 considerou a possibilidade de ressuscitar as turmas extintas posteriormente ao novo regimento. Ou seja, ressuscitar as Turmas Ordinárias da 1ª Câmara das Seções de Julgamento do CARF e as 3ªs Turmas Ordinárias das 4ªs Câmaras da 2ª e 3ª Seções após a sua extinção. O que ressuscitando/instituindo essas turmas no CARF novamente e após a Portaria MF 343/15 que as extinguiu, teríamos que considerar que as decisões prolatadas por elas deveriam ser admitidas como proferidas por turmas diferentes daquelas instituídas (e extintas) com a mesma designação anteriormente ao novo regimento. Apenas para clarificar, temse ainda que não há que se considerar que as decisões foram dadas por “turmas diferentes” somente porque os integrantes do Colegiado daquela turma da mesma Câmara se alterou pela dinâmica do tempo, pela ausência de conselheiro ou por motivos de dispensa ou exoneração, eis que se assim fosse – todos os recursos que trouxessem paradigmas prolatados pela mesma turma quando houvesse alteração de entendimento em decorrência desses eventos deveriam ser conhecidos – o que afrontaria o disposto no caput do art. 67 do RICARF/2015 que, por sua vez, faz menção a turma, e não integrantes do Colegiado/Turma. Frisese tal entendimento, o art. 37, § 2º, do Decreto 70.235/72 – que traz: “Art. 37. O julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais farseá conforme dispuser o regimento interno. Fl. 2947DF CARF MF Processo nº 11762.720006/201413 Acórdão n.º 9303006.661 CSRFT3 Fl. 2.944 9 § 2o Caberá recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, no prazo de 15 (quinze) dias da ciência do acórdão ao interessado: [...] II – de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara, turma de Câmara, turma especial ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais [...]” Sendo assim, em respeito ao art. 37 do Decreto 70.235/72 e art. 67, caput e § 2º, da Portaria MF 343/2015 – não há que se conhecer o Recurso Especial. Cabe elucidar que, ainda que a nova versão do Manual de Admissibilidade excedesse na aplicação do art. 67 do RICARF e art. 37 do Decreto 70.235/72, ainda assim não se deveria conhecer o Recurso Especial, pois tal orientação seria dada sem previsão legal. Desenvolvo essa parte, pois nesse caso verifiquei que: 1. O Manual de Admissibilidade versão 1.0 trazia (Grifos meus): “Importante: Para fins de verificação da origem dos paradigmas, considerase que todas as Turmas e Câmaras dos Conselhos de Contribuintes ou do CARF são distintas das Turmas e Câmaras instituídas a partir de 10 de junho de 2015 (art. 67, § 2º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015).” Nota: “NÃO FAZIA REFERÊNCIA A ITEM “ACÓRDÃO PROFERIDO PELO MESMO COLEGIADO QUE EXAROU O ACÓRDÃO RECORRIDO” 2. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial em 5 de abril de 2016; Nota: ainda que tenha invocado, para tanto, o art. 67, § 2º, do RICARF, vêse que tal dispositivo traz outro entendimento no Fl. 2948DF CARF MF 10 Manual de Admissibilidade vigente à época. E que se encontra em conformidade com o entendimento exposto. 3. Somente em setembro de 2017, foi emitido novo Manual de Admissibilidade para fins de contemplar as mudanças trazidas pela Portaria MF 329/17 – que, por sua vez, não havia alterado o § 2º do art. 67 da portaria MF 343/15 constando novo item 2.3.2.2: “Assim, quando em confronto julgados proferidos pelos antigos Conselhos de Contribuintes e pelo CARF, não há dúvida de que os Colegiados são distintos, já que os respectivos prefixos são absolutamente diferentes. Entretanto, no caso de Recurso Especial interposto após dezembro de 2015 (quando o novo CARF reiniciou os julgamentos), os acórdãos recorrido e paradigma podem ter prefixos idênticos, sem que isso signifique necessariamente que tenham sido proferidos pelo mesmo Colegiado. Nesse passo, quando ocorrer tal situação, deve ser feita a seguinte aferição: a) Se ambos os acórdãos – recorrido e paradigma – foram proferidos na vigência do RICARF aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009 (de 1º/07/2009 a 09/06/2015), o paradigma não pode ser aceito, já que foi efetivamente proferido pelo mesmo Colegiado que prolatou o recorrido. b) Se ambos os acórdãos – recorrido e paradigma – foram proferidos a partir da vigência do RICARF aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015 (10/06/2015), o paradigma não pode ser aceito, já que foi efetivamente proferido pelo mesmo Colegiado que prolatou o recorrido. c) Se um dos acórdãos em confronto foi proferido antes de 10/06/2015 e o outro depois, o paradigma pode ser aceito, já que se considera que os Colegiados são distintos, independentemente de terem a mesma denominação e de os respectivos números exibirem o mesmo prefixo.” Considerando os fatos que ocorreram e o direito esposado nesse contexto, entendo que, ainda que a nova versão do Manual de Admissibilidade tenha dado interpretação “extensiva”, não se deve conhecer o Recurso Especial, em respeito ao art. 34 do Decreto 70.235/72 e art. 67, caput e § 2º, do RICARF/2015 Fl. 2949DF CARF MF Processo nº 11762.720006/201413 Acórdão n.º 9303006.661 CSRFT3 Fl. 2.945 11 e por falta de previsão legal, além de ter observado interpretação que considero correta dada pelo próprio Manual de Admissibilidade anterior. E, ademais, caso considerasse as novas orientações do Manual de Admissibilidade – que, lembrando, não tem força legal, vêse que essa nova orientação somente surgiu após a interposição do Recurso. O que, por conseguinte, causaria insegurança jurídica às partes – tanto pela Fazenda Nacional quanto ao contribuinte, se aplicássemos para se conhecer o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Apenas trago, em respeito aos colegas, que, independentemente da exposição de meu entendimento, aprecio as orientações dadas pelo Manual de Admissibilidade e admiro o trabalho exposto, vez que diversas vezes clarificou várias dúvidas que surgiram nesse Colegiado. Em vista de todo o exposto, entendo que o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional não deva ser conhecido. Em relação a outro ponto que também devemos considerar para não conhecermos o Recurso Especial interposto pela Fazenda. Importante recordar que o acórdão indicado como paradigma traz discussão diversa daquele tratado nos autos desse processo. Ora, resta claro que não há similitude fática, pois o acórdão indicado como paradigma efetivamente traz que houve violação ao art. 711 do RA, pois o sujeito passivo não havia prestado informações quanto à identificação da mercadoria importada. Ou seja, não informou que o bem importado observaria a condição de material usado. O que, por conseguinte, não se trata dos mesmos fatos tratados nos autos – que seria a falta de informação de despesas de capatazia incorridas após o desembarque das mercadorias no terminal alfandegado – já em território nacional. Fl. 2950DF CARF MF 12 Vêse ainda que no acórdão indicado como paradigma, por se tratar de efetiva violação ao art. 711 do RA, nem houve discussão acerca de tal falta de informação afeta ou não ao controle aduaneiro, tal como há no caso vertente. Ora a identificação da mercadoria e a necessidade de obtenção de licenciamento de importação efetivamente afeta o controle aduaneiro. Diferentemente do caso do acórdão recorrido. Em vista de todo o exposto, entendo que não devo conhecer o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. É como voto. Não obstante às razões esposadas por essa Conselheira, em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF/2015, in verbis (Grifos meus): “Art. 63. As decisões dos colegiados, em forma de acórdão ou resolução, serão assinadas pelo presidente, pelo relator, pelo redator designado ou por conselheiro que fizer declaração de voto, devendo constar, ainda, o nome dos conselheiros presentes e dos ausentes, especificandose, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos. [...] § 8º Na hipótese em que a decisão por maioria dos conselheiros ou por voto de qualidade acolher apenas a conclusão do relator, caberá ao relator reproduzir, no voto e na ementa do acórdão, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros.[...]” Sendo assim, é de se expor, em respeito ao art. 63, § 8º, do RICARF/2015, que a maioria desse Colegiado votou pelas conclusões, vez que entendeu que as situações fáticas consideradas no acórdão indicado como paradigma são distintas da situação tratada no acórdão recorrido, não se prestando o aresto referenciado, por conseguinte, à demonstração de dissenso jurisprudencial. A maioria desse Colegiado, portanto, ultrapassou a discussão envolvendo decisões proferidas por Turma, Câmara e Seção de Julgamento de mesma denominação e de mesmo prefixo, pois entende que “se um dos acórdãos em Fl. 2951DF CARF MF Processo nº 11762.720006/201413 Acórdão n.º 9303006.661 CSRFT3 Fl. 2.946 13 confronto foi proferido antes de 10/06/2015 e o outro depois, o paradigma pode ser aceito, já que se considera que os Colegiados são distintos, independentemente de terem a mesma denominação e de os respectivos números exibirem o mesmo prefixo”. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 2952DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10665.002921/2008-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2006 a 31/05/2006
CONSTRUÇÃO CIVIL. AFERIÇÃO INDIRETA. POSSIBILIDADE NA FALTA OU DEFICIÊNCIA NA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL.
Constatada a hipótese de deficiência ou falta de contabilidade se impõe a possibilidade de aferição indireta para apuração da base de cálculo das contribuições previdenciárias na construção civil.
SELIC. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCIDÊNCIA
Sobre o crédito tributário constituído, incide juros de mora, devidos à taxa Selic.
Numero da decisão: 2201-004.394
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Douglas Kakazu Kushiyama - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: DOUGLAS KAKAZU KUSHIYAMA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2006 a 31/05/2006 CONSTRUÇÃO CIVIL. AFERIÇÃO INDIRETA. POSSIBILIDADE NA FALTA OU DEFICIÊNCIA NA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL. Constatada a hipótese de deficiência ou falta de contabilidade se impõe a possibilidade de aferição indireta para apuração da base de cálculo das contribuições previdenciárias na construção civil. SELIC. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCIDÊNCIA Sobre o crédito tributário constituído, incide juros de mora, devidos à taxa Selic.
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AFERIÇÃO INDIRETA. POSSIBILIDADE NA FALTA OU DEFICIÊNCIA NA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL. Constatada a hipótese de deficiência ou falta de contabilidade se impõe a possibilidade de aferição indireta para apuração da base de cálculo das contribuições previdenciárias na construção civil. SELIC. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCIDÊNCIA Sobre o crédito tributário constituído, incide juros de mora, devidos à taxa Selic. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Douglas Kakazu Kushiyama Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 66 5. 00 29 21 /2 00 8- 11 Fl. 200DF CARF MF 2 Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte (fls. 75 a 99) da decisão de fls. 60 a 71 que julgou procedente o lançamento decorrente de aferição indireta, através do Custo Unitário Básico CUB, no montante de R$ 3.705,53 (três mil, setecentos e cinco reais e cinquenta e três centavos). O lançamento objeto de discussão referese às contribuições devidas à Seguridade Social incidentes sobre o valor da mão de obra utilizada na prestação de serviços de obra de construção civil, parte de segurado empregado, consolidado em 25 de setembro de 2008. Conforme informação do Auditor Fiscal Autuante em Relatório Fiscal, As folhas 17/21 a empresa protocolizou junto ao INSS em 14/11/2005, Declaração e Informação sobre Obra — DISO, relativo a obra de sua responsabilidade, matricula CEI n ° 50.009.08001/75, sendo emitido Aviso para Regularização de Obra ARO em 30/05/2006, onde foi apurada uma diferença de salário de contribuição no valor de R$ 59.986,73. Após ciência do ARO, a empresa protocolizou processo n° 35118.000847/200655, solicitando revisão de enquadramento da obra do tipo alvenaria (tipo 11) para madeira ou misto (tipo 12). Esclarece o Auditor que durante auditoria especifica, em função da solicitação da revisão do enquadramento da .obra, foi realizada uma visita ao galpão construido pela empresa, sendo constatado que parte do fechamento lateral foi feito em metal e as estruturas são também metálicas, justificandose a correção de enquadramento para o tipo 12 (madeira ou misto). Após alteração do ARO, resultou um salário de contribuição a regularizar no valor de R$ 44.749,11 (quarenta e quatro mil e setecentos e quarenta e nove reais e onze centavos). Os procedimentos de aferição de mão de obra com base na Area construída e no padrão da obra estão previstos na Instrução Normativa SRP 03 de 14/07/2005, artigos 433 a 455, tendo sido observado pela empresa estas orientações, conforme DISO e ARO em anexo. Com a correção do enquadramento do tipo 11 para o tipo 12, foram alterados os percentuais aplicados, conforme artigo 443 da IN 03. Após correção do enquadramento, o ARO passa a ter os seguintes valores: Fl. 201DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 101 3 Ressalta a Fiscalização que o valor do salário de contribuição a regularizar foi obtido por aferição indireta, considerandose a área do imóvel e o valor do Custo Unitário Básico — CUB utilizado na construção civil. A aferição indireta foi adotada, após exame dos documentos contábeis da empresa (Livros Diários e Razão de 2003 a 2005), onde foram constatadas as seguintes irregularidades: Conta 1.3.2.01.006 — Ordenados: nesta conta a empresa contabiliza a folha de pagamento pelo total, sendo que a mesma possui as verbas salariais relativas a salários contratuais, horas extras, adicional noturno, repouso remunerado. Estão em anexo as copias do resumo das folhas de pagamento e da página do Livro Diário, As fls. 35/43, do Auto de Infração de Obrigações Principais ATOP n o 37.195.4169, lavrado na mesma ação fiscal, com a contabilização da folha pelo total nas competências 09/2003, 12/2003, 09/2004 e 11/2004. Conta 1.3.2.01.002 — Encargos do Trabalho: nesta conta a empresa contabiliza as rescisões de contrato de trabalho pelo total pago, sem também discriminar as verbas com incidência de contribuições previdenciárias, como saldo de salários e 13 0 salário proporcional das verbas indenizatórias. Está em anexo a rescisão de Eliton Vitor em 21/09/2004, e cópia da folha do Livro Diário com a contabilização pelo total da rescisão, As fls. 40/41, do Auto de Infração de Obrigações Principais ATOP n ° 37.195.4169, lavrado na mesma ação fiscal. Conta 1.3.2.01.007 — Serviços Prestados Pessoa Jurídica e Pessoa Física: nesta conta a empresa não faz separação de pessoa física com pessoa jurídica, compatibilizando Fl. 202DF CARF MF 4 todos em uma única, como a contabilização em 07/2004 do recibo de pagamento a Adriana Silva Ferreira no valor de R$ 1.058,00. As notas fiscais número 9734 e 9735 emitidas em 23/09/2003 pelo prestador de serviços Central Beton Ltda., CNPJ 16.548.653/200735, somente foi contabilizada em 01/10/2003, deixando de ser observado o regime de competência. A empresa não contabilizou os valores gastos na aquisição de areia para a execução da obra, conforme declaração do contador da empresa, A fl. 34 do Auto de Infração de Obrigações Principais ATOP n ° 37.195.4169, lavrado na mesma ação fiscal. Para a apuração do débito junto ao contribuinte foram analisadas as folhas de pagamento dos empregados da obra, as Guias de Recolhimento da Previdência Social — GPS, Recibos de Pagamentos a Autônomos — RPA, GFIP e Livros Diário e Razão de 2003 a 2005. Os fundamentos legais do débito apurado neste Auto de Infração, além dos já citados, estão relacionados em anexo, Fundamentos Legais do Débito — FLD, As fls. 07/08. Cientificada pessoalmente em 30/09/2008, conforme atestado pela assinatura do Sócio Gerente, Sr. Hirama Alves Garcia Ledo, na folha de rosto do presente Auto de Infração de Obrigações Principais ATOP, a Autuada apresentou impugnação em 30/10/2008, As fls. 26/44, com documentos anexados As fls. 45/53, através de seu bastante procurador, legalmente constituídos, às fls. 45/47. O contribuinte, ora Recorrente apresentou, em apertada síntese, os seguintes argumentos: o simples fato de contabilizar a folha de pagamento pelo valor real, de contabilizar a rescisão de contrato sem discriminação das verbas; de não separar em contas distintas os pagamentos efetuados a pessoa jurídica e física; de contabilizar as notas fiscais respeitando a data de emissão, o que não é correto, enfim, essas supostas falhas não são suficientes para desclassificação da escrita contábil e para justificar a utilização da aferição indireta. Junta aos autos algumas jurisprudências para corroborar tal afirmativa. é optante pelo regime de tributação através do lucro presumido e, como tal, apesar da obrigação acessória contida no inciso II do artigo 225 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, está desobrigada de apresentação de escrituração contábil, conforme artigo 225, § 16, inciso II do mesmo Regulamento. Ressalta que o fato de haver entendimento de que o registro contábil não está tecnicamente correto, não causou qualquer prejuízo aos cofres da Previdência Social e da mesma forma a empresa não obteve qualquer vantagem pecuniária em decorrência desses registros, eis que não restou demonstrado o dolo de não pagar por meios de estratagemas escusos. Destarte, redobrada vênia, temse que o Auto de Infração lavrado pelo Auditor Fiscal é nulo, caracterizandose como ato excessivo da fiscalização. o valor apurado do salário de contribuição por aferição indireta pela fiscalização não está correto. Apresenta o seu cálculo informando que o valor correto do débito a recolher deveria ser de R$ 11.728,41. Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 102 5 cotejando a Declaração e Informação sobre Obra — DISO, cuja cópia segue anexa, temse que o auditor Fiscal, sem qualquer fundamentação legal, de forma arbitrária, glosou notas fiscais exclusivamente de mão de obra, constantes da Relação de Notas Fiscais anexadas aos autos. a empresa protocolizou junto ao INSS em 14/11/2005 a DISO relativo a obra de sua responsabilidade e objeto do presente auto. Portanto passaramse trinta e seis meses para apuração da diferença devida pela impugnante, incluindose, nesse caso, multa e juros de mora desde aquela época. é ilegal e inconstitucional a cobrança da taxa SELIC. Isto posto requer seja dado provimento a presente defesa e julgado insubsistente o Auto de Infração DEBCAD n° 37.195.4169, pela inexistência de causas legais e legitimas que lhes dê embasamento, como amplamente demonstrado. Distribuídos os autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento Belo Horizonte (MG), decidiram por julgar o Lançamento Procedente, com os seguintes fundamentos, de forma resumida: Da análise dos autos constatase que as argumentações da Notificada na sua impugnação não ilidem o procedimento fiscal pelos motivos a seguir explicitados: Os fundamentos legais específicos (IN SRP n° 03/2005, Art. 60 e Art. 473) e os motivos fáticos descritos a seguir da desconsideração da contabilidade e da opção pela aferição indireta são inteligíveis e apropriados: foram utilizadas contas gerais, englobando serviços prestados por pessoa jurídica e pessoa física; não houve separação entre as rubricas integrantes e não integrantes do salário de contribuição; não houve contabilização de notas fiscais obedecendo o regime de competência; não houve contabilização de valores gastos na aquisição de materiais para a execução da obra. Os fatos acima apontados impedem a perfeita identificação da mãodeobra utilizada na construção civil e enseja a desconsideração da contabilidade, não desclassificação com alega a impugnante, como fonte confiável para a Auditoria Fiscal: LEI N° 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991. Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social — INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normalizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal — SRF Fl. 204DF CARF MF 6 compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas d e e do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. (Redação dada pela Lei n°10.256, de 9.7.2001) (...) §3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e o Departamento da Receita Federal DRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de oficio importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. § 4° Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mãodeobra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de execução da obra, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa coresponsável o ônus da prova em contrário. (...) § 6° Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRP nº 03, DE 14 DE JULHO DE 2005 Art. 473. A base de cálculo para as contribuições sociais relativas mãodeobra utilizada na execução de obra ou de serviços de construção civil será aferida indiretamente, com fundamento nos §§ 3°, 4° e 6° do art. 33 da Lei n° 8.212, de 1991, quando ocorrer uma das seguintes situações: I quando a empresa estiver desobrigada da apresentação de escrituração contábil e não a possuir de forma regular; (...) III da quando a contabilidade não espelhar a realidade econômico financeira da empresa por omissão de qualquer lançamento contábil ou por não registrar o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento ou do lucro; (...) §1° Nas situações previstas no caput, a base de cálculo aferida indiretamente semi obtida: (...) Fl. 205DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 103 7 II pelo cálculo do valor da mãodeobra empregada, correspondente ao padrão de enquadramento da obra de responsabilidade da empresa e proporcional à área construída; A empresa apresenta cálculo do valor do salário de contribuição efetuado de maneira aleatória, não de acordo com a norma legal, opondose ao efetuado pela Fiscalização. Está claro que o cálculo do valor do salário de contribuição foi efetuado corretamente pela Auditoria Fiscal visto estar de acordo com o que dispõe a legislação previdenciária, especificamente a Instrução Normativa SRP 03 de 14/07/2005, artigos 433 a 455 e explicitado devidamente à fl. 18 dos autos. Ressaltese que os dados da obra utilizados na aferição indireta foram informados pelo próprio contribuinte, por meio do formulário Declaração e Informação Sobre Obra — DISO, As fls. 26/29, do Auto de Infração de Obrigações Principais AIOP 37.195.4169, lavrado na mesma ação fiscal. A Auditoria Fiscal glosou as notas fiscais de mão de obra, constantes de planilha da DISO A fl. 29 e relacionadas As fls. 85/91 do Auto de Infração de Obrigações Principais ATOP no 37.195.4169, lavrado na mesma ação fiscal, já que os serviços ali elencados, não estão incluídos no CUB, conforme disciplinado nos artigos 453/454 da Instrução Normativa SRP 03 a seguir transcritos: Art. 453. Não se aplica o disposto nesta Seção a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados nãovinculados à obra ou cuja função não integre o cálculo do CUB, ainda que conste de GFIP referente à obra. Art. 454. A remuneração da mãodeobra relacionada aos serviços constantes do Anexo XIV, que não integram o CUB, ainda que tenha ocorrido a retenção, não poderá ser aproveitada no cálculo por aferição indireta da mãodeobra com base no CUB. ANEXO XIV ATIVIDADES / SERVIÇOS NÃOINCLUÍDOS NA COMPOSIÇÃO DO CUB, SUJEITOS À RETENÇÃO DE 11% 01 instalação de estruturas metálica; 02 instalação de estrutura de concreto armado prémoldada; 03 obras complementares na construção civil: ajardinamento; recreação; terraplenagem; urbanização; 04 lajes de fundação radiers; 05 instalação de aquecedor, bomba de recalque, incineração, playground, equipamento de garagem, equipamento de Fl. 206DF CARF MF 8 segurança, equipamento contraincêndio e de sistema de aquecimento a energia solar; 06 instalação de elevador quando houver emissão de nota fiscal/fatura de serviço NFFS; 07 instalação de esquadrias metálicas; 08 colocação de gradis; 09 montagem de torres; 10 locação de equipamentos com operador; 11 impermeabilização contratada com empresa especializada. ATIVIDADES OU SERVIÇOS NÃOINCLUÍDOS NA COMPOSIÇÃO DO CUB, NÃOSUJEITOS A RETENÇÃO DE 11% SERVIÇOS EXCLUSIVOS DE: 01 instalação de antena coletiva; 02 instalação de aparelhos de ar condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, de calefação ou de exaustão; 03 instalação de sistemas de ar condicionado, de refrigeração, de ventilação, de aquecimento, de calefação ou de exaustão, quando a venda for realizada coin emissão apenas da nota fiscal de venda mercantil; 04 instalação de estruturas e de esquadrias metálicas, de equipamento ou de material, quando a venda for realizada com emissão apenas da nota fiscal de venda mercantil; (NR) 05 jateamento ou hidrojateamento; 06 perfuração de poço artesiano; 07 sondagem de solo; 08 controle de qualidade de materiais; 9 locação de equipamentos sem operador; 10 serviços de topografia; 11 administração, fiscalização e gerenciamento de obras; 12 elaboração de projeto arquitetônico e estrutural; 13 assessorias ou consultorias técnicas; 14 locação de caçambas; 15 fundações especiais (exceto lajes de fundação radiers). Ao analisar as notas fiscais constatamos que elas foram emitidas anteriormente à vigência da IN 03. De qualquer forma a informação do auditor Fiscal no anexo do ARO de fl. 29 do Auto de Infração de Obrigações Principais AIOP n ° 37.195.4169, lavrado na mesma ação fiscal, não traz prejuízo à impugnante Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 104 9 visto que a relação das atividades não incluídas no CUB, constante do Anexo XIV, não difere das demais Instruções Normativas 69 e 100, anteriores à IN 03 e vigorantes época da emissão das citadas notas fiscais. Ressalto que as notas fiscais 000047 e 000059, emitidas, respectivamente em 12/11/2003 e 28/112003, tratam de construção de muro, atividade diversa da presente que é construção de Galpão todo em estrutura metálica préfabricada. Assim, para as outras seis notas fiscais relacionadas à fl. 29 e questionadas pela impugnante, nas instruções normativas vigentes à época, IN INSS/DC no 69, de 10 de maio de 2002 e Instrução Normativa INSS/DC n° 100 de 18 /12/2003, os serviços ali elencados não estão incluídos no CUB, conforme disciplinado nos artigos 90, § 7° da IN 69 e 467/468 da Instrução Normativa INSS/DC n° 100, a seguir transcritos: Art. 90. (...) § 70 0 saláriodecontribuição decorrente da mãodeobra relacionada aos custos constantes do Anexo I não poderá ser aproveitado para abater o valor das contribuições aferidas com base no CUB. ANEXO I ATIVIDADES / SERVIÇOS NÃO INCLUÍDOS NA COMPOSIÇÃO DO CUB, SUJEITOS À RETENÇÃO DE 11%: 01 instalação de estrutura metálica;02 instalação de estrutura de concreto armado (prémoldada); 03 obras complementares na construção civil: ajardinamento; recreação; terraplanagem; urbanização;04 lajes de fundação radiers ;05 instalação de aquecedor, bomba de recalque, incineração, playground, equipamento de garagem, equipamento de segurança, equipamento contraincêndio e de sistema de aquecimento a energia solar;06 instalação de elevador, quando houver emissão de nota fiscal fatura de serviço NFFS07 instalação de esquadrias de aluminio;08 colocação de gradis;09 montagem de torres; 10 locação de equipamentos com operador; 11 impermeabilização contratada com empresa especializada ATIVIDADES OU SERVIÇOS NÃOINCLUÍDOS NA COMPOSIÇÃO DO CUB NÃOSUJEITOS A RETENÇÃO DE 11% SERVIÇOS EXCLUSIVOS DE: 01 instalação de antena coletiva, arcondicionado, calefação, fogão, telefone interno e de sistema de ventilação e exaustão. 02 jateamento de areia ; 03 perfuração de poço artesiano; 04 sondagem de solo; 05 controle de qualidade de materiais;06 locação de equipamentos sem operador; 07 serviços de Fl. 208DF CARF MF 10 topografia; 08 administração, fiscalização e gerenciamento de obras;09 elaboração de projeto arquitetônico e estrutural; 10 assessorias ou consultorias técnicas; 11 locação de caçambas; 12 fundações especiais (exceto lajes de fundação radiers); (...) Art. 467. Não se aplica o disposto nesta Seção à remuneração paga, devida ou creditada aos segurados nãovinculados à obra ou cuja função não integre o cálculo do CUB, ainda que conste de GFIP especifica para a obra. Art. 468. A remuneração da mãodeobra relacionada aos serviços constantes do Anexo XV, ainda que tenha ocorrido retenção, não poderá ser aproveitada no cálculo por aferição indireta da mãodeobra, com base no CUB. ANEXO XV DISCRIMINAÇÃO DE OBRAS E SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL NO GRUPO 45 DO CNAE 45— CONSTRUÇÃO (....) 45.2 CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS E OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL 45.217 Edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços) 45217/00 Edificações (residenciais, industriais, comerciais e de serviços) (OBRA) Esta subclasse compreende: a construção de edificações de todos os tipos ou de suas partes Esta subclasse compreende também: a montagem de edificações prémoldadas, quando não realizada pelo próprio fabricante Esta subclasse não compreende: a fabricação de casas de madeira préfabricadas (20.222/01); a construção de plantas hidrelétricas, nucleares e termoelétricas (45.322/01); a construção de estações telefônicas (45330/01); a construção de instalações desportivas tais como: piscinas, quadras esportivas (45.241/00); as obras de instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, etc. (grupo 45.4); os serviços de acabamentos da construção (grupo 45.5); Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 105 11 as montagens de estruturas metálicas, de madeira etc. (45.25 0/01); os serviços de arquitetura e engenharia (74.209/01, 7420 9/02); o gerencianzento de projetos de construção (74.209/01, 7420 9/02). 45.225 Obras Viárias 45225/01 Obras Viárias (rodovias, vias férreas e aeroportos) (OBRA) Esta subclasse compreende: a construção de rodovias, inclusive pavimentação; a construção de vias férreas, inclusive para metropolitanos (preparação do leito, colocação dos trilhos); a construção de pistas de aeroportos. Esta subclasse não compreende: as grandes estruturas e obras de arte (45.233/00); as obras de urbanização e paisagismo (45.241/00); a construção de gasodutos, oleodutos e minerodutos (45.29 2/04); a sinalização com pintura de rodovias (45225/02). (...) 45292/99 Outras obras de engenharia civil Esta subclasse compreende: obras de concretagem de estruturas (OBRA); colocação de telhados, coberturas (SERVIÇO); construção de chaminés, lareiras, churrasqueiras (OBRA); obras de atirantamentos e cortinas de proteção de encostas (OBRA). Esta subclasse não compreende: drenagem (45.136/00); a montagem de estruturas metálicas (45.250/01). (...) Conforme artigo 473, inciso I da IN n° 3 já transcrito, inferese que a empresa autuada, mesmo sendo optante pelo lucro presumido, nesse caso dispensável da apresentação de Fl. 210DF CARF MF 12 escrituração contábil, desde que escriturem Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário, deverá, mesmo assim, ser arbitrada pela aferição indireta, caso esteja optando pela utilização de escrituração contábil de forma irregular. A empresa alega que protocolizou junto ao INSS em 14/11/2005 a DISO relativo a obra de sua responsabilidade e objeto do presente auto e que passaramse trinta e seis meses para apuração da diferença devida, incluindose, nesse caso multa e juros de mora desde aquela época. Entretanto, ao compulsar a impugnação apresentada, constatei que a empresa após ciência do ARO protocolizou em 18/12/2006, à fl. 76 do Auto de Infração de Obrigações Principais AIOP n° 37.195.4169, lavrado na mesma ação fiscal, processo n° 35118.000847/2006 55, solicitando revisão de enquadramento da obra do tipo alvenaria (tipo 11) para madeira ou misto (tipo 12). Em função dessa solicitação foram gerados vários documentos por parte da empresa autuada para corroborar a mudança de enquadramento do tipo da obra, culminando com o Oficio SRP/UARPDIV 11.023.020.4/119/2007, de 10/04/2007, à fl. 102, também do Auto de Infração de Obrigações Principais AIOP 37.195.4169, encaminhado à empresa autuada e informando sobre a possibilidade da reversão dos valores apurados anteriormente, desde que a empresa apresente documentação prevista no artigo 441, § 3° da IN 03/2005, no prazo de dez dias. É certo que, após o encaminhamento do Oficio acima citado foi programada ação fiscal na empresa, em função da sua não concordância em recolher as contribuições devidas, visando manter o correto valor do crédito pretendido constante do ARO e verificar a regularidade da escrita contábil da empresa já declarada pela mesma como regular. A empresa foi oficialmente notificada de que se encontrava sob ação fiscal, a partir de 01/09/2008, com a ciência do Termo de Inicio da Ação Fiscal, datado de 01/09/2008. No que se refere à alegação da impugnante quanto à legalidade e constitucionalidade da taxa SELIC, esclareço que a sua discussão não é apreciada na área administrativa estando restrita ao âmbito judicial. A utilização da taxa SELIC no cálculo dos juros moratórios está prevista no artigo 34 da Lei n° 8.212/91, assim textuado: Art. 34. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes a' taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, a que se refere o art. 13 da Lei n.° 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. Parágrafo Único. O percentual de juros moratórios relativos aos meses de vencimentos ou pagamentos das contribuições corresponderá a um por cento. Ante o exposto e considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO no sentido de julgar PROCEDENTE o lançamento, para Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 106 13 declarar o contribuinte devedor do crédito previdenciário no valor de R$ 3.705,53 (três mil setecentos e cinco reais e cinqüenta e três centavos), com consolidação em 25 de setembro/de 2008. Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte (fls. 75 a 99), praticamente repete os argumentos lançados em sede de impugnação,em apertada síntese alegou: o simples fato de contabilizar a folha de pagamento pelo valor real, de contabilizar a rescisão de contrato sem discriminação das verbas; de não separar em contas distintas os pagamentos efetuados a pessoa jurídica e física; de contabilizar as notas fiscais respeitando a data de emissão, o que não é correto, enfim, essas supostas falhas não são suficientes para desclassificação da escrita contábil e para justificar a utilização da aferição indireta. Junta aos autos algumas jurisprudências para corroborar tal afirmativa. é optante pelo regime de tributação através do lucro presumido e, como tal, apesar da obrigação acessória contida no inciso II do artigo 225 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99, está desobrigada de apresentação de escrituração contábil, conforme artigo 225, § 16, inciso II do mesmo Regulamento. Ressalta que o fato de haver entendimento de que o registro contábil não está tecnicamente correto, não causou qualquer prejuízo aos cofres da Previdência Social e da mesma forma a empresa não obteve qualquer vantagem pecuniária em decorrência desses registros, eis que não restou demonstrado o dolo de não pagar por meios de estratagemas escusos. Destarte, redobrada vênia, temse que o Auto de Infração lavrado pelo Auditor Fiscal é nulo, caracterizandose como ato excessivo da fiscalização. o valor apurado do salário de contribuição por aferição indireta pela fiscalização não está correto. Apresenta o seu cálculo informando que o valor correto do débito a recolher deveria ser de R$ 11.728,41. cotejando a Declaração e Informação sobre Obra — DISO, cuja cópia segue anexa, temse que o auditor Fiscal, sem qualquer fundamentação legal, de forma arbitrária, glosou notas fiscais exclusivamente de mão de obra, constantes da Relação de Notas Fiscais anexadas aos autos. a empresa protocolizou junto ao INSS em 14/11/2005 a DISO relativo a obra de sua responsabilidade e objeto do presente auto. Portanto passaramse trinta e seis meses para apuração da diferença devida pela impugnante, incluindose, nesse caso, multa e juros de mora desde aquela época. é ilegal e inconstitucional a cobrança da taxa SELIC. Fl. 212DF CARF MF 14 Isto posto requer seja dado provimento a presente defesa e julgado insubsistente o Auto de Infração DEBCAD n° 37.195.4169, pela inexistência de causas legais e legitimas que lhes dê embasamento, como amplamente demonstrado. É o relatório do necessário, passo ao Voto Conselheiro Relator Douglas Kakazu Kushiyama Em razão de ser tempestivo e por preencher demais condições de admissibilidade, conheço do presente Recurso Voluntário. Conforme se verifica do relatório, o lançamento em análise foi realizado com base em aferição indireta, invocando como base os seguintes dispositivos: LEI N° 8.212, DE 24 DE JULHO DE 1991. Art. 33. Ao Instituto Nacional do Seguro Social — INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normalizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11, bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal — SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas d e e do parágrafo único do art. 11, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. (Redação dada pela Lei n°10.256, de 9.7.2001) (...) §3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro SocialINSS e o Departamento da Receita Federal DRF podem, sem prejuízo da penalidade cabível, inscrever de oficio importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. § 4° Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mãodeobra empregada, proporcional à área construída e ao padrão de execução da obra, cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa coresponsável o ônus da prova em contrário. (...) § 6° Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 107 15 dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRP nº 03, DE 14 DE JULHO DE 2005 Art. 473. A base de cálculo para as contribuições sociais relativas mãodeobra utilizada na execução de obra ou de serviços de construção civil será aferida indiretamente, com fundamento nos §§ 3°, 4° e 6° do art. 33 da Lei n° 8.212, de 1991, quando ocorrer uma das seguintes situações: I quando a empresa estiver desobrigada da apresentação de escrituração contábil e não a possuir de forma regular; (...) III da quando a contabilidade não espelhar a realidade econômico financeira da empresa por omissão de qualquer lançamento contábil ou por não registrar o movimento real da remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento ou do lucro; (...) §1° Nas situações previstas no caput, a base de cálculo aferida indiretamente semi obtida: (...) II pelo cálculo do valor da mãodeobra empregada, correspondente ao padrão de enquadramento da obra de responsabilidade da empresa e proporcional à área construída; Da análise dos autos, verificase que não é o caso de aferição indireta, conforme preceitua a IN SRP nº 3, de 2005, uma vez que só se aplica a casos extremos e que não se verifica nos presentes autos. A aferição indireta é uma forma presumida de apuração da base de cálculo dos tributos que só pode e deve ser adotada em casos excepcionais em que a contabilidade não registra o real movimento da remuneração dos segurados ou a receita ou o faturamento ou até mesmo o lucro; quando o contribuinte não apresenta ou se recusa a apresentar documentos, sonega informações ou mesmo apresenta documentação insuficiente, ou mesmo quando as informações prestadas não merecem fé. Somente com a constatação de uma das circunstâncias mencionadas acima é que autoriza o emprego desta medida extrema. Mesmo se identificada uma das hipóteses acima mencionada, a meu ver, deve haver uma correlação lógica que justifique a utilização deste método de aferição do tributo. Ao adotar esta atitude de forma legítima, o ato que aplica medidas dessa natureza deve ser adequadamente fundamentado, o que exige que se aponte irregularidades concernentes à grandeza que está sendo auditada e argumentos que evidenciem ser inevitável a via adotada. Fl. 214DF CARF MF 16 Do relatório (fls. 18/19) consta a seguinte afirmação para justificar a medida extrema: (...) 6. Este valor de salário de contribuição (R$44.749,11), foi obtido por aferição indireta, considerando a área do imóvel e o valor do Custo Unitário Básico —CUB utilizado na construção civil. A aferição indireta foi adotada, após exame dos documentos contábeis da empresa (Livros Diários e Razão de 2003 a 2005), onde foram constatadas as seguintes irregularidades: 6.1 CONTA 1.3.2.01.006 ORDENADOS contabiliza a folha de pagamento pelo total, sendo que a mesma possui as verbas salariais discriminadas: salário contratual, horas extras, adicional noturno, repouso remunerado. Está em anexo as cópias do resumo das folhas de pagamento e da página do Livro Diário com a contabilização da folha pelo total nas competências 09/2003, 12/2003, 09/2004 e 11/2004. 6.2 CONTA 13201002ENCARGOS DO TRABALHO: nesta conta a empresa contabiliza as rescisões de contrato de trabalho pelo total pago, sem também discriminar as verbas com incidência de contribuições previdenciárias, como saldo de salários e 13° salário proporcional das verbas indenizatórias, como férias indenizadas, férias proporcionais, 13º salário indenizado. Está em anexo a rescisão de Eliton Vítor em 21/09/2004 e cópia da folha do Livro Diário com a contabilização pelo liquido da rescisão 6.3 CONTA 13201007SERVIÇOS PRESTADOS PESSOA JURÍDICA E PESSOA FiSICA: a empresa não faz separação de pessoa física para pessoa jurídica, contabilizando todos em uma única conta, como em 07/2004 foi contabilizado o recibo de pagamento a Adriana Silva Ferreira no valor de R$ 1.058,00. 6.4 As notas fiscais número 9734 e 9735 emitidas em 23/09/2003 pelo prestador de serviços Central Beton Ltda, CNPJ 16.548.653/000735, somente foi contabilizada em 01/10/2003, deixando de ser observado o regime de competência. 6.5 A empresa não contabilizou os valores gastos na aquisição de areia para a execução da obra, conforme declaração em anexo. 7. Para apuração do débito junto ao contribuinte foram analisados os seguintes documentos relacionados à obra: Folhas de pagamento dos empregados da obra; Guias de recolhimento da Previdência Social — GPS; Recibos de pagamentos a autônomos RPA; GFIP's Livros Diários e Razão de 2003 a 2005. Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 108 17 Por outro lado, não há no relatório fiscal, uma linha sequer sobre as notas glosadas pelo fiscal, o que gera dúvida quanto à possibilidade da utilização da aferição indireta como ocorreu nos presentes autos. Oportuno destacar que este Conselho registra jurisprudência que evidencia a excepcionalidade das medidas adotadas no lançamento que ora se analisa, bem como a necessidade de que haja adequada fundamentação para elas. Nesse sentido, o Acórdão nº 240102.161, da lavra do Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, registra em sua ementa: AFERIÇÃO INDIRETA DA BASE DE CÁLCULO. PROCEDIMENTO EXCEPCIONAL. CABIMENTO APENAS NAS SITUAÇÃO EM QUE FIQUE DEMONSTRADA A IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DO TRIBUTO COM BASE NA DOCUMENTAÇÃO EXIBIDA PELO SUJEITO PASSIVO. A mera existência de irregularidades na escrita contábil do contribuinte não autoriza, por si só, a aferição indireta das contribuições, quando o Fisco não demonstra que houve sonegação de documentos ou que os elementos apresentados não refletem a real remuneração paga aos segurados a serviço da empresa. Da fundamentação desse Acórdão, que adoto como razão de decidir, por sua vez, extraise: Aferição indireta do saláriodecontribuição O arbitramento da base de cálculo de tributos em geral é previsto no Código Tributário Nacional, art. 148, tendo cabimento quando as informações prestadas pelo sujeito passivo não mereçam fé. Também a legislação previdenciária tem fundamentação específica para aferição indireta das contribuições, é esta a previsão dos §§ 3.º e 4.º do art. 33 da Lei n.º 8.212/1991, os quais trazem a possibilidade de arbitramento das contribuições, quando haja recusa, sonegação ou apresentação deficiente de informações por parte do sujeito passivo. Nessa análise não se pode perder de vista que o procedimento de aferição indireta é um instituto jurídico de exceção, excepcional, incomum, por isso, a lei condicionou a sua aplicação à presença de anormalidade. Tal procedimento deve se pautar pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Dessa forma, o Fisco precisa apresentar relação lógica entre os fatos e as conclusões e se acautelar, para não se enveredar no excesso de exação fiscal por arbítrio e abuso de discricionariedade. Somente é admissível o citado procedimento quando o Fisco se vê diante de situação instransponível, ou seja, não tenha como se valer de outros meios para recompor o momento da ocorrência do fato gerador e obter os dados necessários ao cálculo do valor correspondente ao crédito tributário. Fl. 216DF CARF MF 18 Na situação sob enfoque, verifico que o Relatório Fiscal, por entender que a documentação do contribuinte seria deficiente, lançou mão da aferição indireta da remuneração dos empregados. De acordo com as considerações da Auditoria, o fato da empresa não ter registrado o pagamento de ART, bem como de despesas com deslocamento e hospedagem do sócio gerente do sujeito passivo, desconsiderou toda a documentação apresentada, por entendêla imprestável. Não vi no relato do Fisco qualquer menção à solicitação de documentos necessários à apuração da remuneração dos empregados, como folhas de pagamento, GFIP, RAIS, recibos, etc. O mister da fiscalização é apurar a ocorrência dos fatos geradores e calcular o tributo devido. No caso sob análise, os autos demonstram que foram prestados serviços, conforme notas fiscais apresentadas. Nesse sentido, deveria o Fisco requerer os documentos que guardassem relação com o pagamento de remunerações e, somente havendo a sonegação desses elementos, ou indícios de que os dados contidos nos mesmos não refletiriam a realidade dos valores pagos como contraprestação pelo trabalho dos segurados empregados, é que caberia a adoção do procedimento excepcional da aferição indireta. Para mim, os fatos narrados pela Auditoria para desconsiderar toda a documentação da empresa, por não se relacionarem a remuneração dos empregados, não justificam o arbitramento da contribuição. Assim, entendo que na espécie somente estariam presentes os requisitos que autorizam a aferição indireta da mãodeobra utilizada na prestação dos serviços, se o Fisco cabalmente demonstrasse que a empresa deixou de apresentar os comprovantes de pagamento de remunerações a empregados ou que os documentos exibidos denunciassem que a remuneração neles contidos seria irreal. Vejo, então, que a Auditoria Fiscal se desviou das normas que permitem o arbitramento dos tributos lançados, posto que não demonstrou estar diante de uma situação impeditiva de apurar as remunerações com esteio na documentação do sujeito passivo. Nesse sentido, dou razão à recorrente quanto à falta de justificativa para apuração da base de cálculo por aferição indireta. Os §§ 3.º e 4.º do art. 33 da Lei n.º 8.212/1991, é claro ao estabelecer as hipóteses que trazem a possibilidade de arbitramento das contribuições, ou seja, quando haja recusa, sonegação ou apresentação deficiente de informações por parte do sujeito passivo. Verificada a hipótese de aplicação da aferição indireta, deve ser negado provimento ao recursos. Com relação à incidência dos juros nos créditos tributários inadimplidos decorre de Lei. Não obstante, tal tema se encontra devidamente pacificado no âmbito deste colegiado. Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10665.002921/200811 Acórdão n.º 2201004.394 S2C2T1 Fl. 109 19 Tanto assim o é que a Súmula CARF nº 4, expressamente dispõe: "A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais." Recurso negado nessa parte. Conclusão Pelos motivos expostos, voto por conhecer do recurso voluntário apresentado para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Douglas Kakazu Kushiyama Fl. 218DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10675.901963/2014-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 25 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.480
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimaraes, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimaraes, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Gisele Barra Bossa, José Carlos de Assis Guimaraes, Leonam Rocha de Medeiros (suplente convocado), Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado), Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado), Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Ester Marques Lins de Sousa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Luis Fabiano Alves Penteado, Rafael Gasparello Lima e Luis Henrique Marotti Toselli. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição cujo crédito é decorrente de pagamento a maior que o devido. No despacho decisório o direito creditório não foi reconhecido porque o pagamento em questão fora integralmente utilizado na quitação de débito devidamente declarado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 75 .9 01 96 3/ 20 14 -5 7 Fl. 46DF CARF MF Processo nº 10675.901963/201457 Resolução nº 1201000.480 S1C2T1 Fl. 3 2 Foi protocolada manifestação de inconformidade em que foi alegado tratarse de pagamento de tributo já retido pela fonte pagadora. A manifestação foi considerada improcedente uma vez que, pelos elementos de prova carreados aos autos, não se observa ter ocorrido pagamento em duplicidade de tributo sujeito à retenção na fonte. O pagamento referese a tributo devido pela sistemática do lucro presumido, regularmente apurado e declarado. No Recurso Voluntário foi alegado: a) que houve prestação de serviços da recorrente e a fonte pagadora efetuou a retenção do imposto; b) a recorrente também recolheu imposto do período, ocasionando o recolhimento em duplicidade; c) foram produzidas provas que comprovam o recolhimento em duplicidade. É o relatório. Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa, Relatora O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1201 000.457, de 17/05/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10675.901644/201441, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1201000.457): "Admissibilidade. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, dele devendose conhecer. Mérito. Segundo o recorrente, houve pagamento em duplicidade, uma vez a retenção na fonte relativamente aos serviços por ele prestados e, posteriormente, pagamento do imposto desse mesmo período. Ocorre que o valor pago referese ao imposto apurado no período trimestral pela sistemática do Lucro Presumido e, conforme pode ser visto desde o Despacho Decisório, esse pagamento corresponde ao valor apurado e devidamente declarado. Esse o motivo do indeferimento do pleito. Contudo, não consta dos autos a DIPJ do período correspondente, pelo que não é possível verificar se houve ou não a dedução do IRRF na apuração do imposto e, ainda, o resultado dessa apuração. Fl. 47DF CARF MF Processo nº 10675.901963/201457 Resolução nº 1201000.480 S1C2T1 Fl. 4 3 Fazse pois necessária a juntada aos autos da DIPJ do período e a demonstração do imposto a pagar apurado. Conclusão. Em face do exposto, voto por converter o presente julgamento em diligência para: a) juntadas das cópias da DIPJ e da DCTF (e eventuais retificadoras) do período correspondente; b) confirmação das retenções do IRRF; c) verificação quanto à dedução do imposto retido; d) que se apure eventual pagamento a maior (crédito passível de utilização). O contribuinte poderá ser intimado a prestar esclarecimentos, a juízo da autoridade diligenciante. A conclusão deverá constar de relatório circunstanciado do qual se dará ciência ao interessado para que, querendo, se manifeste no prazo de trinta dias. Com ou sem a manifestação do interessado, os autos deverão retornar a este colegiado para julgamento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47 do RICARF, voto por converter o julgamento do recurso em diligência. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 48DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13603.904314/2011-05
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 24 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006
COMPENSAÇÃO - SALDO NEGATIVO DE CSLL.
Não se admite a compensação de débito com crédito que se comprova inexistente. O contribuinte deve munir a contabilidade de documentos e elementos que comprovem a efetiva realização dos fatos nela registrados. No caso, o contribuinte não traz os documentos que a lei define como hábeis para provar as retenções que teria contabilizado, insistindo em aduzir que os possui e estão à disposição.
Numero da decisão: 1401-002.479
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia de Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 COMPENSAÇÃO - SALDO NEGATIVO DE CSLL. Não se admite a compensação de débito com crédito que se comprova inexistente. O contribuinte deve munir a contabilidade de documentos e elementos que comprovem a efetiva realização dos fatos nela registrados. No caso, o contribuinte não traz os documentos que a lei define como hábeis para provar as retenções que teria contabilizado, insistindo em aduzir que os possui e estão à disposição.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia de Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Período de apuração: 01/04/2006 a 30/06/2006 COMPENSAÇÃO SALDO NEGATIVO DE CSLL. Não se admite a compensação de débito com crédito que se comprova inexistente. O contribuinte deve munir a contabilidade de documentos e elementos que comprovem a efetiva realização dos fatos nela registrados. No caso, o contribuinte não traz os documentos que a lei define como hábeis para provar as retenções que teria contabilizado, insistindo em aduzir que os possui e estão à disposição. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia de Carli Germano, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva e Letícia Domingues Costa Braga. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 90 43 14 /2 01 1- 05 Fl. 517DF CARF MF Processo nº 13603.904314/201105 Acórdão n.º 1401002.479 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório 1. Tratase de Recurso Voluntário interposto em face do acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal em Belo Horizonte (MG) que manteve o crédito tributário decorrente da não homologação de pedido de compensação apresentado pelo contribuinte. 2. Foi emitido despacho decisório, por meio do qual foi parcialmente homologada a compensação declarada no PER/DCOMP objeto do presente lançamento. 3. O crédito transmitido pela via da compensação foi reconhecido como insuficiente para compensar integralmente os débitos informados no PER/DCOMP, razão pela qual se homologou o débito parcialmente. 4. O interessado apresentou MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE, na qual alegou: · Que "houve um equívoco, por parte da RFB, na apuração dos valores relativos aos créditos compensados, já que foi considerado indevidamente como valor original utilizado na Declaração de Compensação"; · Diz que, “com as devidas correções, o valor do crédito utilizado na data da transmissão da Declaração de Compensação, ora parcialmente homologada, se faz perfeitamente justificável e suficiente, conforme atestam as tabelas anexas. As tabelas que seguem anexas trazem a discriminação de todas as notas fiscais e respectivas retenções efetuadas O total de retenções é superior aos valores compensados. O valor do crédito informado se fazia suficiente para compensação dos débitos relacionados na declaração parcialmente homologada”; · Requereu o acolhimento da presente Manifestação de Inconformidade para homologar a compensação declarada no PER/DCOMP, com o reconhecimento da extinção do crédito tributário objeto da compensação. Protestando, pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, destacando que não juntou cópia de cada nota fiscal em virtude do volume de documentos. 5. O Acórdão ora Recorrido recebeu a seguinte ementa: COMPENSAÇÃO SALDO NEGATIVO DE CSLL. Não se admite a compensação de débito com crédito que se comprova inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Crédito Tributário Mantido. 5. Isto porque, segundo entendimento da Turma, no Despacho Decisório considerouse confirmado a CSLL retida na fonte em valor inferior ao declarado, não tendo Fl. 518DF CARF MF Processo nº 13603.904314/201105 Acórdão n.º 1401002.479 S1C4T1 Fl. 4 3 sido considerada a totalidade das retenções informadas no PER/DCOMP em virtude da não confirmação em DIRF. 6. Por isso, “na falta da confirmação por DIRF, o documento hábil para comprovar a retenção, a ser apresentado pelo beneficiário dos pagamentos é o previsto no art. 86 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, disciplinado pela Instrução Normativa SRF nº 119, de 28 de dezembro de 2000, e alterações posteriores. É requisito para dedução do imposto retido a sua comprovação mediante comprovante de rendimento regularmente emitido pela fonte pagadora, consoante expressa disposição legal contida nos seguintes dispositivos: art. 55 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985; art. 815 do RIR de 1999; art. 4º da Instrução Normativa SRF nº. 119, de 2000”. 7. Considerou, que “não há crédito de saldo negativo de CSLL do trimestre objeto de compensação, além do já reconhecido no despacho decisório”. 8. Ciente da decisão do Acórdão que julgou improcedente a manifestação apresentada, o contribuinte interpõe Recurso Voluntário, alegando as seguintes razões: · DO INDEFERIMENTO DE PROVAS: alega que “destacou em sua Manifestação de Inconformidade que não juntou cópia de cada nota fiscal objeto do pedido de compensação, pois o volume de documentos inviabilizaria o manuseio da mesma”. Mas, os livros de Notas Fiscais estariam à disposição; · NO MÉRITO, destaca que houve equívoco por parte da RFB na apuração dos valores relativos aos créditos compensados; · Argumenta que “o valor do crédito utilizado na data da transmissão da Declaração de Compensação se faz perfeitamente justificável e suficiente, conforme as tabelas anexadas”, destacando, que o total de retenções é superior aos valores compensados pela Recorrente. · Afirma que conforme os documentos e tabelas anexas ao presente recurso voluntário, demonstra a insubsistência e improcedência da homologação parcial da compensação declarada, com isso, requereu a extinção do crédito tributário com a consequente homologação da compensação declarada no PER/DCOMP em sua integralidade. 9. É o relatório do essencial. Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.331, de 16.03.2018, proferido no julgamento do Processo nº 13603.904309/201194, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Fl. 519DF CARF MF Processo nº 13603.904314/201105 Acórdão n.º 1401002.479 S1C4T1 Fl. 5 4 Nos presentes autos o contribuinte solicita a compensação de débito com crédito oriundo de saldo negativo de CSLL apurado no período de 01/04/2006 a 30/06/2006, concorrendo para a formação do saldo negativo parcela referente à dedução de contribuição social sobre o lucro líquido retida na fonte. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.331): "Sendo tempestivo, passo a analisar o Recurso Voluntário. No que se refere à preliminar de nulidade em razão do indeferimento da produção de provas entendo que a mesma não merece ser acolhida. Em regra geral, o momento oportuno para a juntada de provas em que se fundamentam as alegações é quando da apresentação da impugnação (art. 15 do Dec. n.º 70.235, de 1972). A impugnação, deve ser formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, constituindose ônus do contribuinte apresentar as provas de suas alegações. No caso concreto, até o presente momento, o contribuinte não traz aos autos, nem exemplificativamente ou por amostragem, parte das provas que amparam seu direito, simplesmente aduz que em razão do grande volume as mesmas encontramse à disposição. Tratamse de documentos que deveriam estar em posse do contribuinte e, mesmo tendo a sua manifestação de inconformidade indeferida, permanece sem fazer prova do que alega. Daí que não se admite que o pedido de realização de diligência seja usado como instrumento de coleta de provas que cabiam à parte interessada produzir, e muito menos transferir esse ônus à autoridade administrativa. Outrossim, o deferimento de diligência cabe à análise do julgador, de acordo com as razões e fundamentos apresentados nos autos. No caso concreto, diante da inexistência de contexto probatório hábil a dar suporte às razões do contribuinte, o julgador optou por indeferir a diligência, decisão com a qual me coaduno. Assim, não há o que se falar em desrespeito ao princípio da verdade material quando a parte interessada não demonstra, nem de forma exemplificativa, que há alguma verdade, diferente da dos autos, que deva ser alcançada. Face o exposto, deixo de acolher a preliminar de nulidade. Como visto, o crédito utilizado na compensação é de saldo negativo de IRPJ, concorrendo para a formação do saldo negativo parcela referente à dedução de imposto de renda retido na fonte. Fl. 520DF CARF MF Processo nº 13603.904314/201105 Acórdão n.º 1401002.479 S1C4T1 Fl. 6 5 Portanto, o crédito utilizado nas compensações analisadas tem origem na dedução efetuada, de cuja confirmação depende a homologação pretendida. Na falta da confirmação por DIRF, o documento hábil para comprovar a retenção, a ser apresentado pelo beneficiário dos pagamentos é o previsto no art. 86 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, disciplinado pela Instrução Normativa SRF nº 119, de 28 de dezembro de 2000, e alterações posteriores. É requisito para dedução do imposto retido a sua comprovação mediante comprovante de rendimento regularmente emitido pela fonte pagadora, consoante expressa disposição legal contida nos seguintes dispositivos: art. 55 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985; art. 815 do RIR de 1999; art. 4º da Instrução Normativa SRF nº 119, de 2000. O contribuinte deve munir a contabilidade de documentos e elementos que comprovem a efetiva realização dos fatos nela registrados. No caso, o contribuinte não traz os documentos que a lei define como hábeis para provar as retenções que teria contabilizado, insistindo em aduzir que os possui e estão à disposição. Assim, diante da inexistência de comprovação do saldo negativo, não dou provimento ao Recurso Voluntário do contribuinte. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 521DF CARF MF
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Numero do processo: 10140.722638/2014-68
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2010
OMISSÃO DE RECEITA - DEPÓSITOS BANCÁRIOS
Tendo o contribuinte sido regularmente intimado para identificar a origem de depósitos bancários realizados à margem da escrituração, é lícito tributar os valores não adequadamente justificados como omissão de receita.
Numero da decisão: 1401-002.205
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, não conhecer os documentos que foram apresentados após a impugnação e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin e Daniel Ribeiro Silva, que propugnavam pelo recebimento dos documentos e baixa em diligência. Ausente momentaneamente a Conselheira Lívia De Carli Germano.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Guilherme Adolfo dos Santos Mendes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, não conhecer os documentos que foram apresentados após a impugnação e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Luciana Yoshihara Arcângelo Zanin e Daniel Ribeiro Silva, que propugnavam pelo recebimento dos documentos e baixa em diligência. Ausente momentaneamente a Conselheira Lívia De Carli Germano. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 72 26 38 /2 01 4- 68 Fl. 3550DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório O presente feito já foi enfrentado por este colegiado que decidiu converter o julgamento em diligência nos termos da Resolução nº 1401000.385, de 04 de fevereiro de 2016, da lavra da então Ilustre Conselheira Aurora Tomazini e na época acompanhei a sua posição. Abaixo, reproduzo o relatório confeccionado: A matéria sob litígio tem origem na fiscalização inaugurada com a emissão do Mandado de Procedimento Fiscal MPF no 0140100.2013.00563, que culminou com a formalização de lançamento de ofício pertinente a fatos geradores ocorridos no período de 01/01/2010 a 31/12/2010 na modalidade do Simples Nacional. Consta do Relatório de Auditoria, fls. 04/05, que a contribuinte foi cientificada, via postal, do Termo de Início do Procedimento Fiscal em 23/12/2013 (fls. 110). Neste termo era solicitada a apresentação de todos os livros da contribuinte, bem como os extratos de contas correntes e aplicações do ano de 2010. A empresa não atendeu à intimação e nem manifestouse sobre ela. A contribuinte era optante do Simples Nacional e havia declarado valores incompatíveis com as movimentações financeiras constantes na DIMOF – Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira. Em 24/03/2014 foram emitidas as Requisições de Informações sobre Movimentação Financeira para as instituições nas quais o contribuinte possuía contacorrente ou outras informações. De posse destes documentos, o fiscal intimou o sujeito passivo a comprovar a origem dos créditos constantes das suas contas em 2010. Neste Termo de Intimação constava que a não comprovação da origem dos recursos utilizados nas operações de créditos relacionados no mesmo, na forma e prazo estabelecidos, ensejaria lançamento de ofício, a título de omissão de receita ou de rendimento, nos termos do art. 849 do RIR/1999, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis. A intimação (fls. 2644) foi recebida em 30/09/2014 (fls. 2694) e novamente não houve manifestação por parte da contribuinte. Diante do exposto, foi lavrado o Auto de Infração do Simples Nacional, com base nos depósitos bancários não justificados, com multa de ofício. O lançamento de ofício relativo ao Simples Nacional, período de 01/01/2010 a 31/12/2010 está consubstanciado nos autos de infração – Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, no valor de R$ 7.940.711,05; Contribuição para o PIS no valor de R$ 738.203,81; Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL no valor de R$ 3.302.032,81, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS no valor de R$ 3.436.389,58, ISS/Corumbá no valor de R$ 12.023,62, ISS/Dourados no valor de R$ 10.731,64 e ISS/Campo Grande no valor de R$ 6.519.750,84, apurando o crédito tributário total no valor de R$ 21.959.843,35 (vinte e um milhões, novecentos e cinqüenta e nove mil, oitocentos e quarenta e três reais e trinta e cinco centavos), aí incluído o principal, multa de 75% e juros de mora calculados até 11/2014 (fls. 02). Após encerrado o trabalho de fiscalização na empresa “SERMIX – Serviço e Locação de Máquinas e Equipamentos Ltda”, o Auditor Fiscal formalizou a Representação Fiscal para Fins Penais por ter ficado demonstrada a ocorrência de fatos que, em tese, configuram crime de sonegação fiscal e crime contra a ordem tributária, qualificando os sóciosadministradores da empresa, Sr. Rogério Dias, CPF 038.413.15810 e o Sr. Paulo Sergio Dias, CPF no 082.489.928/04, assim como o Administrador Sr. Roberto Dias, CPF no 056.937.36890, pelo ilícito, em tese, cometido. Em 26/11/2014 foi apensado ao presente processo o de no 14120.720017/201439, que trata de Representação Fiscal para Fins Penais. Os autos de infração foram cientificados ao sujeito passivo, juntamente com seus anexos, via postal, em 13/11/2014 (fls. 2695) e, em 12/12/2014 a empresa apresentou sua impugnação de fls. 2703/2736, alegando em síntese a (i) quebra de sigilo bancário; confisco nos acréscimos legais. A decisão recorrida (fls. 2758 a 2767) negou provimento à impugnação, mantendo os valores dos créditos tributários lançados. Fl. 3551DF CARF MF Processo nº 10140.722638/201468 Acórdão n.º 1401002.205 S1C4T1 Fl. 3.551 3 A contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 2782), pleiteando a aplicação do princípio da verdade material para afastar a atuação fiscal que teria sido feita com base em depósitos bancários não justificados. Alegou a inversão do ônus da prova e requereu a análise de documentos apresentados na forma de anexos no recurso (fls. 2793 a 3097), para comprovação da origem dos depósitos bancários sobre os quais se fundaram a autuação. Alegou que as importâncias (tomadas como base para tributação) seriam: (i) transferências entre bancos de sua titularidade, (ii) oriundos de recebimento de duplicatas e (iii) títulos em cobrança bancária. E que os documentos juntados, tomados por verificação e amostragem teriam o condão de comprovar suas alegações. Na sequência, foi oferecido o seguinte voto, seguido por todos os conselheiros de então: O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Do exame dos autos, considero que o processo não reúne condições de julgamento, pelas razões que passo a expor. Consoante relatado, a contribuinte avocando em sede de preliminar o princípio da verdade material apresentou, anexo ao recurso voluntário documentos que fundamentaram o auto de infração de Fls 02 e que, segundo ela, se tomados por verificação e amostragem, teriam o condão de comprovar que a origem de importâncias utilizadas na apuração do tributo, como sendo transferências entre contas bancárias de sua titularidade que teriam o condão de afastar a incidência da obrigação tributária. A contribuinte se pautou em reproduzir os anexos que fundamentaram o auto de infração e não fez as devidas vinculações das provas, indicando precisamente os valores nos demonstrativos bancários por ele anexados e as referências destes no crédito tributário constituído, bem como a indicação de que tais valores foram oferecidos à tributação, em sua peça recursal. Ao fazer a conferência dos documentos apresentados, verifiquei que o valor de R$ 20.713,81 (fls. 3061) consta como transferência de valores entre as contas de no. 309.237X (fls. 3066) e no. 86096 (fls. 3074) da contribuinte, no banco do Brasil e está informado, pela autoridade administrativa, nos depósitos que fundamentam a autuação fiscal (fls. 2659). Nos casos de autuação com base no art. 42 da Lei 9.430/96 (omissão de receita), os extratos e depósitos bancários são aptos a comprovar a omissão de receitas, desde que o contribuinte, devidamente intimado, deixe de comprovar a origem das verbas recebidas, o que aconteceu no caso em questão, conforme informações constantes no TRF. A lei cria uma presunção relativa, de modo que, cabe ao contribuinte comprovar que os valores de depósitos utilizados como base para autuação não estão sujeitos a incidência tributária. Provar algo, no entanto, como explica Fabiana Del Padre Tomé, “não significa simplesmente juntar um documento aos autos. E preciso estabelecer relação de implicação entre esse documento e o fato que se pretende provar, fazendoo com o animus de convencimento.” (A prova no direito tributário, Editora Noeses, 2005) Alegar genericamente e juntar papéis não é prova. Conforme bem delimita o colega Conselheiro GUILHERME MENDES: a prova não se confunde com os elementos probatórios, ela é constituída a partir deles. Uma nota fiscal, um contrato, uma página da escrituração contábil não são prova, mas sim elementos de prova. A prova corresponde à articulação lingüística que relacione os documentos apresentados com o objeto da refrega jurídica no sentido de confirmar o que se alega” (Acórdão 10323.534 agosto de 2008). Não cabe à autoridade julgadora diante de um emaranhado de documentos juntados como anexos ao recurso voluntário, identificar e demonstrar que as transferências bancarias apontadas pela defesa existiram como tais e compuseram a base “presumida” no lançamento do tributo. Cabe à defesa constituir a prova pela precisa articulação dos elementos e não o contrário. Na lavratura do auto de infração o fiscal faz a devida identificação dos depósitos bancários utilizados na apuração da base de cálculo presumida (fls 121 a 2693). Muito embora, no entanto, essa identificação não se espelhe nas alegações da contribuinte (fls. 2782 a 2793), por se tratar de lançamento motivado por ato presuntivo, a "verdade material" do fato jurídico tributário deve prevalecer, por ser ela um pressuposto de qualquer processo. Assim, no sentido de se buscar a “verdade do fato jurídico tributário”, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que estes autos sejam encaminhados à Unidade Preparadora para que, com base nos documentos acostados aos autos, se manifeste sobre o que se segue: Fl. 3552DF CARF MF 4 1) Proceda a intimação do contribuinte, para que este, com base nos documentos acostados nos autos, faça o nexo de conexão entre as provas apresentadas e os fatos alegados no recurso voluntário, apontando de forma precisa e pontual, os valores integrantes da base de cálculo arbitrada identificados como i) transferências entre contas bancárias de sua titularidade, ii) oriundos de recebimento de duplicatas e títulos de cobrança, se preocupando em identificar não só a origem, como também o oferecimento de tais valores a tributação. Após, os autos devem retornar ao CARF para prosseguimento do feito. Da diligência O contribuinte foi intimado a cumprir a diligência por meio da peça de fl. 3.135. Em atenção à intimação juntou, da sua lavra, a peça de fls. 3.143, 3.145 e documentos das fls. 3.1513.545. Na citada peça, descreve os documentos juntados e para que serviriam. Segue a reprodução da parte específica: É o relatório. Voto Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator Tenho por hábito seguir a sensibilidade do relator quanto a questões de ordem probatória, sobretudo no caso de deliberações não definitivas, como as resoluções de diligência. No presente caso, porém, uma vez investido como relator em razão de a Ilustre Conselheira Autora não mais pertencer aos quadros desse Colegiado, tenho uma visão direta e mais acurada do feito. Ademais, estamos na condição de proferir a nossa decisão definitiva. Fl. 3553DF CARF MF Processo nº 10140.722638/201468 Acórdão n.º 1401002.205 S1C4T1 Fl. 3.552 5 Pois bem, entendo que os documentos juntados pela defesa no recurso voluntário não devem ser conhecidos. O contribuinte apresenta documentos com a tentativa de infirmar a presunção de omissão de receita, apenas no recurso voluntário e pede a sua análise com a singela justificativa de atenção ao princípio da verdade material. Ora, a verdade material não pode ser tomada como um ideal capaz da perquirição de uma suposta realidade absoluta. Do contrário, o processo, seja administrativo, seja judicial, seria infindável, perdendo totalmente o caráter de pacificar as relações humanas. Nessa toada, a aceitação de documentos juntados aos autos é regrada, regra esta que deve ser seguida pela autoridade julgadora. Falo do art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72 (que tem força de lei) abaixo reproduzido: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Notese que o direito de apresentar provas documentais deve ser exercido até a impugnação. Depois, só nas hipóteses expressa e taxativamente previstas no dispositivo: força maior e fato ou direito superveniente. Nesse último caso, enquadrase aquilo que denomino “dialogo das provas”, ou seja, novos documentos podem ser carreados para fins e se contrapor ao aduzido pela decisão recorrida. Também vale mencionar o que dispõe o art. 29 do mesmo diploma normativo: Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Com base nesse dispositivo, o julgador pode, segundo seu livre convencimento, mitigar o rigor do art. 16, § 4. Afinal, se pode colher novas provas por meio de diligências, por que razão deveria ser tolhido de conhecer aquelas que lhe foram trazidas pela parte de forma extemporânea? Em algumas situações, os documentos trazidos pela parte comprovam imediatamente a tese que alega. Nesses casos, não vejo razão para deixar de os conhecer. Pois bem, não é o que se apresenta aqui. No próprio recurso, a defesa aduz que apresenta documentos por amostragem. Ora, que amostragem? São relativas a quais depósitos? A acusação fiscal não é por amostragem. Indica precisamente, em listagens que se seguiram ao termo de intimação de fl. 2644, cada um dos depósitos não comprovados. O contribuinte não atende a nenhuma das intimações da autoridade fiscal, nem para comprovar por amostragem. Na impugnação, não só deixou de apresentar documentos, como nem sequer busca justificar a falta de apresentação ou de, ao menos, tentar Fl. 3554DF CARF MF 6 explicar a origem dos depósitos. Todos seus argumentos são de direito, como violação do sigilo bancário, ou genéricos, como tributação abusiva. Na diligência, aduz que havia juntado o diário, mas nem isso ocorreu. Foram apresentados apenas os seus termos de abertura e encerramento (fls. 28012804). Enfim, o descaso desde o início do procedimento fiscal com o dever de comprovar a origem dos depósitos bancários, a omissão patente de apresentar a documentação na impugnação sem apresentar qualquer justificativa para deixar de cumprir esse ônus, a circunstância de juntar documentos ditos pela própria defesa como sendo por amostragem e sem a devida articulação para demonstrar a origem de cada depósitos e a resposta no curso de diligência de ter apresentado documento (livro diário), sem que o tenha feito, levame a não conhecer tais papeis, para no mérito negar provimento ao recurso de voluntário. Conclusão Voto, pois, por não conhecer os documentos que foram apresentados após a impugnação para, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Fl. 3555DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10746.904216/2012-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/09/2008 a 30/09/2008
EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL.
A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrando-se que a norma faculta a apresentação destes em papel.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3301-004.296
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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PIS/COFINS. Recorrente JOÃO ALVES DE ALMEIDA GOIANO EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/09/2008 a 30/09/2008 EXIGÊNCIAS DA FISCALIZAÇÃO QUANTO À FORMA DE APRESENTAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO VERDADE MATERIAL. EXAME DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. CABÍVEL. A busca da verdade material justifica o exame dos documentos apresentados, ainda que não cumpridas as exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação, registrandose que a norma faculta a apresentação destes em papel. Recurso Voluntário Provido em Parte Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 90 42 16 /2 01 2- 28 Fl. 951DF CARF MF Processo nº 10746.904216/201228 Acórdão n.º 3301004.296 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 03052.865, proferido pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília. Por meio de Despacho Decisório foi indeferido o pleito constante do Per/DComp transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. A fiscalização contrapondose ao alegado pela parte interessada, constatou a existência de um ou mais débitos, havendo o crédito declarado sido integralmente utilizado para a liquidação desses débitos, resultando na insuficiência de saldo credor para a realização da compensação pretendida. Manifestando a sua inconformidade, consubstanciada no art. 165, I, do CTN, a contribuinte deduziu a sua discordância ao despacho decisório, de acordo com as seguintes razões de defesa: (a) o despacho decisório foi emitido antes da retificação da DCTF e da DACON; (b) a partir da retificação desses documentos tornouse possível a Receita localizar o crédito alegado; e (c) demonstrado a existência do crédito aludido nos moldes de planilha contida na exordial, restou o direito à restituição correspondente. A título de comprovação de direito alegado fez colação aos autos das DCTF e DACON, bem assim de suas respectivas retificadoras e da cópia do DARF pago a maior, para postular pelo acolhimento de sua manifestação e pela insubsistência do aludido despacho. A 4ª Turma da DRJ/BSB julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório sob o fundamento, em síntese, que não foi comprovada a liquidez e certeza de direito creditório contra a Fazenda Nacional passível de restituição. Em razão do indeferimento de sua manifestação de inconformidade, a contribuinte protocolou recurso voluntário e, para demonstrar o seu direito ao direito alegado, colacionou aos autos documentação comprobatória, e no que atine ao mérito reiterou os termos expendidos na exordial para requerer pelo provimento do seu recurso. Encaminhado o processo para julgamento por este Carf, a 3ª Turma Especial desta Terceira Sessão decidiu pela conversão daquele em diligência, por meio da Resolução 3803000.590. Consta dos autos despacho proferido por autoridade administrativa da SAORT/DRFB em Palmas/TO, em cumprimento ao procedimento de Diligência Fiscal, através da Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO, no qual foi realizado o confronto entre as informações provenientes de Declarações da requerente armazenadas nos sistemas de controle da RFB e as constantes nos documentos fiscais apresentados (planilhas e notas fiscais), onde propôs o deferimento parcial do Pedido de Restituição, reconhecendo assim o direito creditório em favor do requerente no montante ali expresso. Fl. 952DF CARF MF Processo nº 10746.904216/201228 Acórdão n.º 3301004.296 S3C3T1 Fl. 4 3 Cientificada do resultado da diligência, a contribuinte declarou que está de acordo com os valores propostos pela autoridade fiscal perante o CARF, conforme Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.279, de 20 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 10746.904178/201211, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.279): "A recorrente bem coloca a discussão, no recurso voluntário que apresentou: A Delegacia de Julgamento julgou improcedente a manifestação de inconformidade por entender que, para se comprovar a existência de crédito supostamente decorrente de pagamento a maior, a simples entrega de declarações retificadoras não é bastante e que "é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração", ônus este, da contribuinte. Em seu recurso a esta decisão de primeira instância, a contribuinte juntou livros contábeis e fiscais, além de notas fiscais. Fl. 953DF CARF MF Processo nº 10746.904216/201228 Acórdão n.º 3301004.296 S3C3T1 Fl. 5 4 Sucederamse então exigências da fiscalização quanto à forma de apresentação da documentação. Registrese que a norma faculta a apresentação desta em papel. Tal questão fora ultrapassada por resolução de Turma desta CARF, a qual determinou que se baixassem os autos em diligência, em apreço ao princípio da verdade material, "com vistas à apuração e pronunciamento acerca da existência de direito creditório, e se o mesmo é o bastante suficiente (sic) para a liquidação dos débitos indicados no Per/DComp transmitido", o que fez acertadamente, a meu ver. A norma em pauta, Lei nº 10.833/03, artigos 58A e 58B (revogados em 2015, mas vigentes à época dos fatos), de fato, dá direito à redução 0% as alíquotas do PIS e da Cofins em relação às receitas auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas, decorrentes da venda dos produtos lá especificados, o que fora verificado em sede de diligência A recorrente traz indevidamente tal questão como preliminar. Seguem os dispositivos legais referidos: Por fim, ultrapassada a relatada questão da apresentação de documentos, o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo "deferimento parcial do PER sob nº 01179.52590.291210.1.2.046407, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original de R$ 14,76" (grifos do original), com o que concordo. Fl. 954DF CARF MF Processo nº 10746.904216/201228 Acórdão n.º 3301004.296 S3C3T1 Fl. 6 5 Assim, por todo o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o resultado da diligência demonstrou o acerto parcial dos valores que a contribuinte pretende ter como crédito, propondo o deferimento parcial do PER apresentado, reconhecendo o direito creditório em favor da requerente no montante original expresso na Informação Fiscal SAORT/DRF/PAL/TO constante nos autos, com o que concordo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu dar provimento parcial ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 955DF CARF MF
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