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Numero do processo: 13884.900362/2009-92
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DE VALORES TRANSFERIDOS A TERCEIROS. IMPOSSIBILIDADE.
O inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718 não teve eficácia em seu período de vigência. Inexiste permissivo legal para exclusão da base de cálculo tributável dos valores faturados repassados a terceiros.
Numero da decisão: 3803-005.710
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DE VALORES TRANSFERIDOS A TERCEIROS. IMPOSSIBILIDADE. O inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718 não teve eficácia em seu período de vigência. Inexiste permissivo legal para exclusão da base de cálculo tributável dos valores faturados repassados a terceiros.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado o ônus da prova dos fatos que tenha alegado em seu favor. Na falta de provas o direito creditório deve ser negado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/01/2002 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DE VALORES TRANSFERIDOS A TERCEIROS. IMPOSSIBILIDADE. O inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718 não teve eficácia em seu período de vigência. Inexiste permissivo legal para exclusão da base de cálculo tributável dos valores faturados repassados a terceiros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 90 03 62 /2 00 9- 92 Fl. 53DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 2 (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. Relatório Tratase de PER/DCOMP, através do qual Loja do Pintor Tintas e Materiais para Construção busca compensar crédito de COFINS referente ao período de apuração janeiro de 2002, no valor original de R$ 6.174,09, com débitos de CSLL e de IRPJ que totalizam o mesmo valor. A DRF em São José dos Campos/SP através de despacho decisório eletrônico não homologou o pedido do sujeito passivo sob o argumento de que localizou o pagamento indicado, contudo, o mesmo estava totalmente alocado para pagamento de outros débitos do contribuinte, não restando saldo suficiente para a compensação requerida. Irresignado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, por meio da qual alega que: a) realizou pagamento indevido a maior, pois não considerou os termos do § 2º, do inciso III, do artigo 3º, da Lei 9.718/98 (inferese tratar do inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98) quando apurou a base de cálculo das contribuições; b) o crédito foi devidamente apurado e compensado na forma da legislação em vigor; c) o único fundamento para a glosa das compensações efetuadas pela recorrente é uma pretensa inexistência de créditos; d) sequer foi solicitado ao contribuinte qualquer documento capaz de comprovar ou não a existência e suficiência do crédito; e) a autoridade fiscal teria acesso às planilhas de apuração e poderia verificar a regularidade do encontro de contas efetuado se tivesse solicitado ao contribuinte a prova dos créditos; f) o despacho decisório deve ser anulado, determinando que a autoridade efetue as diligências para comprovar a origem e existência do crédito utilizado; ou, que seja logo homologada a compensação declarada. Ao final pede deferimento da manifestação de inconformidade. A 3ª Turma da DRJ/CPS julgou improcedente a manifestação de inconformidade afirmando que: Fl. 54DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.900362/200992 Acórdão n.º 3803005.710 S3TE03 Fl. 11 3 a) o contribuinte é responsável pelas informações sobre os créditos e os débitos em DCOMP, cabendo a autoridade tributária a sua necessária verificação e validação; b) o despacho decisório foi emitido corretamente, pois foi baseado nas informações prestadas pelo contribuinte para a administração tributária; c) é indevido o crédito reclamado, pois o dispositivo legal invocado pelo interessado quedouse inaplicável, por falta de regulamentação, até sua formal revogação; d) a não homologação da compensação declarada foi baseada nas informações declaradas pelo contribuinte, dispensando, a priori, o aprofundamento das investigações; e) não há motivos que justifiquem a realização de diligências ou a anulação do despacho; f) o contribuinte não conseguiu provar a existência de direito creditório capaz de suportar a compensação declarada. Inconformado, o sujeito passivo protocolou Recurso Voluntário, onde alega: a) a não localização dos darfs, por si só, não pode gerar a não homologação da compensação, pois os valores indicados à compensação foram resultados de uma análise contábil e fiscal realizada por empresa contratada que identificou os créditos fiscais passíveis de compensação com tributos, estando as informações e documentos de posse da mesma; b) a ausência de norma regulamentadora não pode prejudicar o contribuinte pela omissão do Poder Executivo, principalmente porque não poderia contrariar o dispositivo, mas apenas explicitálo; Ao final requer o acolhimento do recurso para determinar a apresentação dos documentos à comprovar o crédito, que estão em poder de escritório que realizou o levantamento dos créditos fiscais para então julgar a homologação ou não da compensação. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira – Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Percebese que a lide se restringe a dois pontos: a) a comprovação do crédito, bem como o momento de apresentação das provas; e b) a possibilidade de creditamento com base no do inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 4 Da comprovação do crédito. As compensações se prestam ao encontro de contas, entre um débito tributário e um crédito líquido e certo do contribuinte contra a Fazenda Pública, conforme determina o artigo 170 do CTN. “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.” Neste mesmo sentido expressase o artigo 74 da Lei 9.430/96. Daí concluirse que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior do tributo, desse modo, a fim de comprovar a existência do crédito alegado, o interessado deve instruir sua defesa, em especial a manifestação de inconformidade, com documentos que respaldem suas afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972: “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” A defesa não trouxe nenhuma prova na qual pudesse sustentar a existência do direito creditório pretendido, limitase a informar que os cálculos foram feitos por empresa contratada e pede para que seja determinada a apresentação dos documentos em posse desse terceiro. No processo administrativo fiscal, assim como no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é de quem alega a sua existência, ou seja, do interessado, é assim que dispõe a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 no seu artigo 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido os artigos 333 e 396 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973CPC: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar lhe as alegações. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.900362/200992 Acórdão n.º 3803005.710 S3TE03 Fl. 12 5 Pelo exposto é fácil concluir que a alegação do recorrente de que não pode apresentar as provas porque estariam em posse de terceiro não deve prosperar, por que lhe compete o ônus de provar suas alegações. Da apresentação das provas. O artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 em seu § 4º determina, ainda, o momento processual para a apresentação de provas no processo administrativo fiscal, bem como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir: “§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” A análise da norma supracitada é clara e direta ao estabelecer o momento correto a serem carreadas as provas a fim de substanciar os argumentos da interessada, qual seja, na manifestação de inconformidade, contudo, esta turma recursal tem firmado entendimento no sentido de admitir, excepcionalmente, a análise de provas trazidas em sede de recurso voluntário, quando estas não dependam de análise técnica aprofundada e sejam complementares às provas trazidas em Manifestação de Inconformidade, contudo, mesmo neste momento processual, nenhuma prova foi carreada aos autos, como escrita fiscal, escrita contábil, planilhas de cálculo e outras informações e documentos que a recorrente poderia ter trazido em sua defesa. Da impossibilidade de creditamento A insuficiente comprovação por parte do contribuinte é bastante para impossibilitar o creditamento, mas vale abordar o ponto que se refere ao inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98, citase: Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: [...] Fl. 57DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 6 III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; (Grifo Nosso) A interpretação literal da norma acima transcrita revela que é necessária norma regulamentadora, expedida pelo Poder Executivo, para que se possa excluir da base de cálculo as receitas transferidas para outra pessoa jurídica. O legislador tem a possibilidade de outorgar o poder e condicionar a eficácia das normas a atos do Poder Executivo. Nesse caso o chefe do Poder Executivo estava no direito, inclusive, de negar eficácia à norma e assim o fez por meio de medida provisória. Verificase que nunca houve norma regulamentadora de tal dispositivo até o momento de sua revogação por meio de medida provisória. Essa situação, diferentemente do alegado pelo contribuinte, impede sua aplicação. O CARF tem acompanhado esse entendimento, inclusive em relação ao mesmo contribuinte no Acórdão nº 340301.086 da 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF que foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIALCOFINS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2000 COFINS. LEI Nº 9.718/98. RECEITAS TRANSFERIDAS PARA TERCEIROS.INEFICÁCIA. O inciso III do § 2º do art. 3º, da Lei nº 9.718 ao prever que os “valores que, computados como receita tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentares expedidas pelo Poder Executivo", embora vigente temporariamente, não logrou eficácia no ordenamento em face de sua revogação pelo art. 47, inciso IV, da MP nº 199118 antes de qualquer iniciativa regulamentar. Recurso Voluntário Negado Logo, o crédito é inexistente por falta de eficácia da norma alegada que permitiria a exclusão de receitas transferidas para terceiros. Conclusão O pleito do contribuinte carece de provas suficientes à comprovação de suas alegações, pois não trouxe aos autos nenhuma prova fiscal e/ou contábil capaz de demonstrar o seu direito creditório. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.900362/200992 Acórdão n.º 3803005.710 S3TE03 Fl. 13 7 Ainda que trouxesse robusta documentação probatória, entendemos que o crédito pleiteado é inexistente, uma vez que a norma autorizadora não chegou a ser regulamentada e, consequentemente, nunca foi eficaz. Pelo exposto voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso e por NÃO RECONHECER o direito creditório pretendido. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 59DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO
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Numero do processo: 13884.900358/2009-24
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DE VALORES TRANSFERIDOS A TERCEIROS. IMPOSSIBILIDADE.
O inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718 não teve eficácia em seu período de vigência. Inexiste permissivo legal para exclusão da base de cálculo tributável dos valores faturados repassados a terceiros.
Numero da decisão: 3803-005.706
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1962; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 10 1 9 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13884.900358/200924 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803005.706 – 3ª Turma Especial Sessão de 25 de março de 2014 Matéria COFINS Recorrente LOJA DO PINTOR TINTAS E MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001 PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado o ônus da prova dos fatos que tenha alegado em seu favor. Na falta de provas o direito creditório deve ser negado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/11/2001 a 30/11/2001 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DE VALORES TRANSFERIDOS A TERCEIROS. IMPOSSIBILIDADE. O inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718 não teve eficácia em seu período de vigência. Inexiste permissivo legal para exclusão da base de cálculo tributável dos valores faturados repassados a terceiros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 90 03 58 /2 00 9- 24 Fl. 51DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 2 (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. Relatório Tratase de PER/DCOMP, através do qual Loja do Pintor Tintas e Materiais para Construção busca compensar crédito de COFINS referente ao período de apuração novembro de 2001, no valor original de R$ 5.727,19, com débitos de COFINS que totalizam o mesmo valor. A DRF em São José dos Campos/SP através de despacho decisório eletrônico não homologou o pedido do sujeito passivo sob o argumento de que localizou o pagamento indicado, contudo, o mesmo estava totalmente alocado para pagamento de outros débitos do contribuinte, não restando saldo suficiente para a compensação requerida. Irresignado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, por meio da qual alega que: a) realizou pagamento indevido a maior, pois não considerou os termos do § 2º, do inciso III, do artigo 3º, da Lei 9.718/98 (inferese tratar do inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98) quando apurou a base de cálculo das contribuições; b) o crédito foi devidamente apurado e compensado na forma da legislação em vigor; c) o único fundamento para a glosa das compensações efetuadas pela recorrente é uma pretensa inexistência de créditos; d) sequer foi solicitado ao contribuinte qualquer documento capaz de comprovar ou não a existência e suficiência do crédito; e) a autoridade fiscal teria acesso às planilhas de apuração e poderia verificar a regularidade do encontro de contas efetuado se tivesse solicitado ao contribuinte a prova dos créditos; f) o despacho decisório deve ser anulado, determinando que a autoridade efetue as diligências para comprovar a origem e existência do crédito utilizado; ou, que seja logo homologada a compensação declarada. Ao final pede deferimento da manifestação de inconformidade. A 3ª Turma da DRJ/CPS julgou improcedente a manifestação de inconformidade afirmando que: Fl. 52DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.900358/200924 Acórdão n.º 3803005.706 S3TE03 Fl. 11 3 a) o contribuinte é responsável pelas informações sobre os créditos e os débitos em DCOMP, cabendo a autoridade tributária a sua necessária verificação e validação; b) o despacho decisório foi emitido corretamente, pois foi baseado nas informações prestadas pelo contribuinte para a administração tributária; c) é indevido o crédito reclamado, pois o dispositivo legal invocado pelo interessado quedouse inaplicável, por falta de regulamentação, até sua formal revogação; d) a não homologação da compensação declarada foi baseada nas informações declaradas pelo contribuinte, dispensando, a priori, o aprofundamento das investigações; e) não há motivos que justifiquem a realização de diligências ou a anulação do despacho; f) o contribuinte não conseguiu provar a existência de direito creditório capaz de suportar a compensação declarada. Inconformado, o sujeito passivo protocolou Recurso Voluntário, onde alega: a) a não localização dos darfs, por si só, não pode gerar a não homologação da compensação, pois os valores indicados à compensação foram resultados de uma análise contábil e fiscal realizada por empresa contratada que identificou os créditos fiscais passíveis de compensação com tributos, estando as informações e documentos de posse da mesma; b) a ausência de norma regulamentadora não pode prejudicar o contribuinte pela omissão do Poder Executivo, principalmente porque não poderia contrariar o dispositivo, mas apenas explicitálo; Ao final requer o acolhimento do recurso para determinar a apresentação dos documentos à comprovar o crédito, que estão em poder de escritório que realizou o levantamento dos créditos fiscais para então julgar a homologação ou não da compensação. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira – Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Percebese que a lide se restringe a dois pontos: a) a comprovação do crédito, bem como o momento de apresentação das provas; e b) a possibilidade de creditamento com base no do inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 4 Da comprovação do crédito. As compensações se prestam ao encontro de contas, entre um débito tributário e um crédito líquido e certo do contribuinte contra a Fazenda Pública, conforme determina o artigo 170 do CTN. “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.” Neste mesmo sentido expressase o artigo 74 da Lei 9.430/96. Daí concluirse que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior do tributo, desse modo, a fim de comprovar a existência do crédito alegado, o interessado deve instruir sua defesa, em especial a manifestação de inconformidade, com documentos que respaldem suas afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972: “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” A defesa não trouxe nenhuma prova na qual pudesse sustentar a existência do direito creditório pretendido, limitase a informar que os cálculos foram feitos por empresa contratada e pede para que seja determinada a apresentação dos documentos em posse desse terceiro. No processo administrativo fiscal, assim como no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é de quem alega a sua existência, ou seja, do interessado, é assim que dispõe a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 no seu artigo 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido os artigos 333 e 396 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973CPC: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar lhe as alegações. Fl. 54DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.900358/200924 Acórdão n.º 3803005.706 S3TE03 Fl. 12 5 Pelo exposto é fácil concluir que a alegação do recorrente de que não pode apresentar as provas porque estariam em posse de terceiro não deve prosperar, por que lhe compete o ônus de provar suas alegações. Da apresentação das provas. O artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 em seu § 4º determina, ainda, o momento processual para a apresentação de provas no processo administrativo fiscal, bem como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir: “§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” A análise da norma supracitada é clara e direta ao estabelecer o momento correto a serem carreadas as provas a fim de substanciar os argumentos da interessada, qual seja, na manifestação de inconformidade, contudo, esta turma recursal tem firmado entendimento no sentido de admitir, excepcionalmente, a análise de provas trazidas em sede de recurso voluntário, quando estas não dependam de análise técnica aprofundada e sejam complementares às provas trazidas em Manifestação de Inconformidade, contudo, mesmo neste momento processual, nenhuma prova foi carreada aos autos, como escrita fiscal, escrita contábil, planilhas de cálculo e outras informações e documentos que a recorrente poderia ter trazido em sua defesa. Da impossibilidade de creditamento A insuficiente comprovação por parte do contribuinte é bastante para impossibilitar o creditamento, mas vale abordar o ponto que se refere ao inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98, citase: Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: [...] Fl. 55DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 6 III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; (Grifo Nosso) A interpretação literal da norma acima transcrita revela que é necessária norma regulamentadora, expedida pelo Poder Executivo, para que se possa excluir da base de cálculo as receitas transferidas para outra pessoa jurídica. O legislador tem a possibilidade de outorgar o poder e condicionar a eficácia das normas a atos do Poder Executivo. Nesse caso o chefe do Poder Executivo estava no direito, inclusive, de negar eficácia à norma e assim o fez por meio de medida provisória. Verificase que nunca houve norma regulamentadora de tal dispositivo até o momento de sua revogação por meio de medida provisória. Essa situação, diferentemente do alegado pelo contribuinte, impede sua aplicação. O CARF tem acompanhado esse entendimento, inclusive em relação ao mesmo contribuinte no Acórdão nº 340301.086 da 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF que foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIALCOFINS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2000 COFINS. LEI Nº 9.718/98. RECEITAS TRANSFERIDAS PARA TERCEIROS.INEFICÁCIA. O inciso III do § 2º do art. 3º, da Lei nº 9.718 ao prever que os “valores que, computados como receita tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentares expedidas pelo Poder Executivo", embora vigente temporariamente, não logrou eficácia no ordenamento em face de sua revogação pelo art. 47, inciso IV, da MP nº 199118 antes de qualquer iniciativa regulamentar. Recurso Voluntário Negado Logo, o crédito é inexistente por falta de eficácia da norma alegada que permitiria a exclusão de receitas transferidas para terceiros. Conclusão O pleito do contribuinte carece de provas suficientes à comprovação de suas alegações, pois não trouxe aos autos nenhuma prova fiscal e/ou contábil capaz de demonstrar o seu direito creditório. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.900358/200924 Acórdão n.º 3803005.706 S3TE03 Fl. 13 7 Ainda que trouxesse robusta documentação probatória, entendemos que o crédito pleiteado é inexistente, uma vez que a norma autorizadora não chegou a ser regulamentada e, consequentemente, nunca foi eficaz. Pelo exposto voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso e por NÃO RECONHECER o direito creditório pretendido. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 57DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10880.962554/2008-53
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Jun 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2000 a 31/10/2000
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. PROVA. INEXISTÊNCIA. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
A inexistência de elementos que comprovem a existência do crédito impede a homologação da compensação declarada. Se a pretensão é da contribuinte e ela se insurge contra despacho decisório de não homologação da compensação dela é o ônus de provar os fatos constitutivos do seu direito.
Numero da decisão: 3803-003.979
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(Assinado digitalmente)
BELCHIOR MELO DE SOUSA Presidente Substituto.
(Assinado digitalmente)
JORGE VICTOR RODRIGUES - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: BELCHIOR MELO DE SOUSA (Presidente Substituto), na ausência do Presidente Conselheiro ALEXANDRE KERN, JOÃO ALFREDO EDUÃO FERREIRA, JULIANO EDUARDO LIRANI, HÉLCIO LAFETÁ REIS, JOSÉ LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, JORGE VICTOR RODRIGUES
Nome do relator: JORGE VICTOR RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2000 a 31/10/2000 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. PROVA. INEXISTÊNCIA. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO. A inexistência de elementos que comprovem a existência do crédito impede a homologação da compensação declarada. Se a pretensão é da contribuinte e ela se insurge contra despacho decisório de não homologação da compensação dela é o ônus de provar os fatos constitutivos do seu direito.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado digitalmente) BELCHIOR MELO DE SOUSA Presidente Substituto. (Assinado digitalmente) JORGE VICTOR RODRIGUES - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: BELCHIOR MELO DE SOUSA (Presidente Substituto), na ausência do Presidente Conselheiro ALEXANDRE KERN, JOÃO ALFREDO EDUÃO FERREIRA, JULIANO EDUARDO LIRANI, HÉLCIO LAFETÁ REIS, JOSÉ LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, JORGE VICTOR RODRIGUES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2000 a 31/10/2000 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. PROVA. INEXISTÊNCIA. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. NÃO HOMOLOGAÇÃO. A inexistência de elementos que comprovem a existência do crédito impede a homologação da compensação declarada. Se a pretensão é da contribuinte e ela se insurge contra despacho decisório de não homologação da compensação dela é o ônus de provar os fatos constitutivos do seu direito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (Assinado digitalmente) BELCHIOR MELO DE SOUSA – Presidente Substituto. (Assinado digitalmente) JORGE VICTOR RODRIGUES Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: BELCHIOR MELO DE SOUSA (Presidente Substituto), na ausência do Presidente Conselheiro ALEXANDRE KERN, JOÃO ALFREDO EDUÃO FERREIRA, JULIANO EDUARDO LIRANI, HÉLCIO LAFETÁ REIS, JOSÉ LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, JORGE VICTOR RODRIGUES AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 96 25 54 /2 00 8- 53 Fl. 136DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2013 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 22/07/20 13 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 21/09/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 2 Relatório Peço vênia aos pares para adotar o relatório da decisão de primeira instância contido nos autos pela objetividade e clareza na contextualização dos fatos, o que possibilita a sua fácil compreensão, para a tomada de decisão. 1. A interessada acima qualificada apresentou Declaração de Compensação n° 26912.35157.291004.1.7.044750 em 29/10/2004 (fls. 01/05), pleiteando a compensação de débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela SRF, com créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — COFINS, decorridos de suposto pagamento a maior ou indevido ocorrido em 14/11/2000. 2. Por meio do Despacho Decisório Eletrônico de fl. 06, emitido em 11/12/2008, a compensação pleiteada não foi homologada, sob o fundamento de que a partir das características do DARF, por meio do qual teria ocorrido o pagamento a maior ou indevido, o pagamento foi integralmente utilizado para a quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. 3. Cientificado da decisão em 05/01/2009 (fls. 08), o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 09/11) alegando, em síntese, que: 3.1 Tendo efetuado pagamento a maior de contribuições federais, utilizouse do direito previsto no art. 165, inciso I, do CTN. 3.2 Utilizou o pagamento a maior para recolhimento de impostos e contribuições administrados pela SRF, conforme art. 66, da Lei n° 8.383/91 e legislações posteriores, através do PER/DCOMP. 3.3 Atualizou este crédito, de acordo com o § 4°, do art. 39, da Lei n°9.250/1995. 3.4 Não procede a alegação de que não resta crédito disponível, uma vez que o DARF utilizado, a DCTF referente ao 4° trim/2000, e a DIPJ referente ao exercício de 2001,confirmam a existência do crédito. 3.5 Requer o cancelamento do Despacho Decisório; que o pedido de compensação seja homologado; e que a requerente seja liberada de todas as suas imputações. 4. E o relatório. Conclusos vieram os autos para julgamento pela 6ª Turma da DRJ/SP1 que, em 17/03/11, por meio do Acórdão nº 1630.270,julgou a manifestação de inconformidade improcedente e o direito creditório não reconhecido, ante a falta de comprovação do crédito Fl. 137DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2013 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 22/07/20 13 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 21/09/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10880.962554/200853 Acórdão n.º 3803003.979 S3TE03 Fl. 6 3 objeto da DComp apresentada e, por conseguinte não houve homologação das compensações declaradas no anocalendário de 2000. Arguiu o voto condutor do acórdão hostilizado que a retificação da declaração pela contribuinte, que exclui o valor devido da Cofins originalmente informado, não é pressuposto para reconhecimento do indébito relativo ao saldo credor, bem assim que incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada de provas hábeis, da existência do crédito declarado, para possibilitar a aferição de sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. A referida decisão ao examinar os elementos contidos nos autos nos itens 19 a 21, conferiu que, por ocasião da emissão do despacho decisório que não homologou a compensação declarada (fl. 01),a DCTF referente a 10/2000 (fls. 108), e a DIPJ referente ao exercício de 2001, no mes de outubro (fl. 109), informavam o valor devido referente à COFINS. Verificamos também, o recolhimento efetuado por meio do DARFde fl. 110. Verificou, ainda, que a contribuinte retificou a DCTF (fls. 19/42), e a DIPJ(fl. 80) referente aos períodos acima, nas quais não constam débitos da COFINS, e pleiteia a compensação dos valores supostamente indevidos, ou recolhidos a maior, entretanto não acostou aos autos documentos, cópias da escrituração contábil, objetivando respaldar as retificações efetuadas, para concluir que as retificadoras apresentadas, excluindo o valor devido da COFINS,não são suficientes para demonstrar a existência do crédito pleiteado, visto ser indispensável que a origem do crédito seja comprovada por documentação hábil que dê suporte aos valores declarados. A contribuinte ciente da decisão de primeira instância em 02/05/11 (cópia do AR anexa), dela recorreu protocolando o seu apelo em 27/05/11 (vide fl. 120), deduzindo reiteradamente os fatos expendidos na exordial, notadamente quanto aos pedidos formulados. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Victor Rodrigues Relator O recurso interposto preenche os pressupostos necessários à sua admissibilidade, dele reconheço. Circunscrevese a matéria devolvida para apreciação desta Corte à comprovação documental da existência de crédito tributário informado em Per/DComp pela contribuinte , suficiente à satisfação da compensação por ela declarada. Inferese da simples leitura efetuada do relatório dos autos, que a contribuinte não logrou demonstrar, mediante a apresentação de prova cabal (documentação hábil e idônea), a existência dos fatos expendidos na exordial, ou mesmo aqueles reiterados em seu apelo, ora sob exame. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2013 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 22/07/20 13 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 21/09/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 4 Em análise realizada para os casos semelhantes que recentemente tive sob a minha relatoria pautei o meu pronunciamento pelo desprovimento do recurso aviado, em consonância à posição predominantemente firmada pelos demais pares nos reiterados julgados nesta Turma. O entendimento a que me refiro é de que ao emitente do Per/DComp endereçado à RFB cabe o ônus probante do fato constitutivo do seu direito, que nada mais é que a demonstração da existência do crédito informado mediante a apresentação de documentação contábil e fiscal aceita pela autoridade administrativa, ou que demonstre a existência de fato impeditivo, modificativo, ou extintivo ao contido no despacho decisório, ex vi dos artigos 333 do CPC e 15 do Decreto nº 70235/72. No caso vertente ao impugnar o feito fiscal a recorrente limitouse a retificar os dados contidos em DCTF originária, referente a 10/2000, de igual modo procedendo em relação à DIPJ concernente ao exercício de 2001, o que se deu após a emissão do despacho decisório nº 811466696, de 11/12/08 (fl. 02), não fazendo à colação aos autos de cópias da escrituração contábil/fiscal, com o fito de respaldar as retificações efetuadas, sendo certo que tal procedimento foi considerado insuficiente para atestar a existência do crédito alegado. Por sua vez o acórdão recorrido pautou a sua decisão justamente na ausência de documentação hábil à demonstração dos dados transmitidos pela contribuinte no Per/DComp informado à RFB, situação esta que resta comprovada por este Colegiado, na persecução da verdade material. Portanto não merece reparo a decisão recorrida, pois escorreita. Há inúmeros precedentes a corroborar com o entendimento aqui profligado, dos quais menciono os mais recentes, a saber: 3803003.760, 3803003.761 e 3803003.762. Ante todo o exposto NEGO provimento do recurso voluntário e não reconheço o crédito tributário informado na DComp. É como voto. Sala de Sessões, em 28 de fevereiro de 2013. (assinado eletronicamente) Jorge Victor Rodrigues – Relator Fl. 139DF CARF MF Impresso em 10/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/07/2013 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 22/07/20 13 por JORGE VICTOR RODRIGUES, Assinado digitalmente em 21/09/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA
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Numero do processo: 10865.000450/2008-41
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed May 07 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jun 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2001 a 30/06/2007
NORMAS GERAIS. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN.
Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62-A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733.
No presente caso, há comprovação de recolhimentos parciais, motivo da aplicação da regra expressa no Art. 150 do CTN e da conseqüente negativa do recurso.
NORMAS GERAIS. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. MULTAS. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. NATUREZA JURÍDICA. PENALIDADE. IDENTIDADE.
Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN), a lei aplica-se a ato ou fato pretérito, tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
No caso, para aplicação da regra expressa no CTN, deve-se comparar as penalidades sofridas, as antigas em comparação com as determinadas pela nova legislação, o que não ocorreu, motivo do provimento do recurso.
Numero da decisão: 9202-003.203
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, Por maioria votos, dar provimento parcial ao recurso, para limitar a multa lançada. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
(assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO
Presidente
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire.
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO. AUSÊNCIA DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO § 4°, ART. 150, DO CTN. Comprovada a ocorrência de pagamento parcial, a regra decadencial expressa no CTN a ser utilizada deve ser a prevista no § 4°, Art. 150 do CTN, conforme inteligência da determinação do Art. 62A, do Regimento Interno do CARF (RICARF), em sintonia com o decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial 973.733. No presente caso, há comprovação de recolhimentos parciais, motivo da aplicação da regra expressa no Art. 150 do CTN e da conseqüente negativa do recurso. NORMAS GERAIS. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENÉFICA. MULTAS. ATO NÃO DEFINITIVAMENTE JULGADO. NATUREZA JURÍDICA. PENALIDADE. IDENTIDADE. Conforme determinação do Código Tributário Nacional (CTN), a lei aplica se a ato ou fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. No caso, para aplicação da regra expressa no CTN, devese comparar as penalidades sofridas, as antigas em comparação com as determinadas pela nova legislação, o que não ocorreu, motivo do provimento do recurso. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 00 04 50 /2 00 8- 41 Fl. 476DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 2 ACORDAM os membros do colegiado, Por maioria votos, dar provimento parcial ao recurso, para limitar a multa lançada. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. (assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), Gustavo Lian Haddad, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire. Fl. 477DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10865.000450/200841 Acórdão n.º 9202003.203 CSRFT2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN)/, contra acórdão que decidiu dar provimento parcial a recurso voluntário do sujeito passivo, nos seguintes termos: PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA. NULIDADE DA NFLD. NÃO OCORRÊNCIA. MULTA DE MORA. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos dos arts. 150, § 4º, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. Não há que se falar em nulidade da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, quando não houver qualquer tipo de vício. Recálculo da multa de mora para que seja aplicada a mais benéfica ao contribuinte por força do art. 106, II, “c” do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, nas preliminares, por unanimidade de votos em reconhecer a decadência em relação ao período compreendido entre 01/2001 a 02/2003, inclusive, com base no art. 150, § 4º do CTN. No Mérito, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro na questão da multa de mora. Esclarecendo, o litígio em questão versa sobre dois pontos: a) qual regra decadencial, expressa no CTN, deve ser aplicada ao caso; e b) forma de aplicação da retroatividade benigna, determinada pelo Art. 106 do CTN. Em seu recurso especial a PGFN alega, em síntese, que: 1. Há divergência na interpretação da legislação, expressa pelo acórdão paradigma; 2. Seja dado provimento ao recurso para que seja aplicado o art. 173, I, do CTN, em relação a todos os fatos geradores em relação aos quais não houve a antecipação do pagamento do tributo; Fl. 478DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 4 3. Deve ser dado total provimento a seu recurso, para reformar o acórdão recorrido no ponto em que determinou a aplicação do art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91 (na atual redação conferida pela Lei nº 11.941/2009), em detrimento do art. 35A, também da Lei nº 8.212/91, devendose verificar, na execução do julgado, qual norma mais benéfica: se a multa anterior (art. 35, II, da norma revogada) ou a do art. 35 A da Lei nº 8.212/91. Por despacho, deuse seguimento ao recurso especial. O sujeito passivo apresentou suas contra razões, argumentando, em síntese, que a decisão recorrida está perfeita e deve ser mantida. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 479DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10865.000450/200841 Acórdão n.º 9202003.203 CSRFT2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Presentes os pressupostos de admissibilidade – recurso tempestivo e divergência confirmada e não reformada conheço do Recurso Especial e passo à análise de suas razões recursais. DECADÊNCIA: O cerne da questão sobre a decadência é a discussão sobre qual das regras decadenciais, presentes no CTN, aplicarseá, a expressa no § 4°, Art. 150 do CTN, como decidido no acórdão recorrido, ou a constante do I, Art. 173 do CTN. Para a recorrente, a regra a ser aplicada deve ser a prevista no Art. 173, pois não houve a necessária e obrigatória antecipação parcial de pagamento. Creio que já temos resposta sobre esta dúvida. O Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no em 22.12.2010), passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II). No que diz respeito a decadência dos tributos lançados por homologação temos o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, assim ementado: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o Fl. 480DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 6 mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Portanto, o STJ, em Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC definiu que “o dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia Fl. 481DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10865.000450/200841 Acórdão n.º 9202003.203 CSRFT2 Fl. 5 7 do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação” (Recurso Especial nº 973.733). Cabe destacar que na análise dos autos encontramos valores recolhidos no período que importa para a definição da regra, fls. 045 e 057. Portanto, como há recolhimentos, deve ser aplicada ao caso a regra esculpida no § 4º, Art. 150 do CTN, conforme decidido no acórdão recorrido. CTN: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. ... § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Em razão do exposto, voto em negar provimento ao recurso da nobre PGFN, nos termos do voto, nesta questão. MULTAS: Na análise do processo, verificamos que assiste razão ao pleito da recorrente nesta questão. Concordo com a decisão a quo a respeito da aplicabilidade do Art. 106 do CTN: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: ... II tratandose de ato não definitivamente julgado: ... c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Fl. 482DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 8 Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. A Lei 8.212/1991 trazia a seguinte redação quando tratava de multas: Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Fl. 483DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10865.000450/200841 Acórdão n.º 9202003.203 CSRFT2 Fl. 6 9 d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar.(Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo.(Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) Com a edição da Medida Provisória 449/2008 ocorreram mudanças na legislação que trata sobre multas, com o surgimento de dois artigos: Lei 8.212/1991: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). ... Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO 10 Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamentos de ofício, com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora. Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: ... II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: Esclarecemos aqui que a multas em lançamento de ofício, como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício. É também fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício. Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não têm caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Fl. 485DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10865.000450/200841 Acórdão n.º 9202003.203 CSRFT2 Fl. 7 11 Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter determinado a comparação entre as penalidades que poderia sofrer o sujeito passivo antes da alteração legislativa (multas em lançamentos de ofício, em descumprimento de obrigações acessórias e principais) com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício, em descumprimento de obrigações acessórias e principais). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas, e dou provimento ao recurso nos termos solicitados, nesta questã. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto em dar provimento parcial ao recurso da PGFN, somente na questão da multa, nos termos do voto. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 486DF CARF MF Impresso em 04/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/05/2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 30/05/2014 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 10830.721030/2009-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Jun 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/06/2000 a 31/03/2003
CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.363/96, PRODUTOS NÃO INDUSTRIALIZADOS, SIMPLES REVENDA, RECEITA DE EXPORTAÇÃO E RECEITA OPERACIONAL BRUTA, EXCLUSÃO EM AMBAS.
Na determinação da base de cálculo do crédito presumido do IPI, o montante correspondente à exportação de produtos não industrializados pela beneficiária deve ser excluído no cálculo do incentivo, tanto no valor da receita de exportação quanto no da receita operacional bruta.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3302-001.685
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencido a conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente
(assinado digitalmente)
GILENO GURJÃO BARRETO - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: GILENO GURJAO BARRETO
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LEI Nº 9.363/96, PRODUTOS NÃO INDUSTRIALIZADOS, SIMPLES REVENDA, RECEITA DE EXPORTAÇÃO E RECEITA OPERACIONAL BRUTA, EXCLUSÃO EM AMBAS. Na determinação da base de cálculo do crédito presumido do IPI, o montante correspondente à exportação de produtos não industrializados pela beneficiária deve ser excluído no cálculo do incentivo, tanto no valor da receita de exportação quanto no da receita operacional bruta. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Vencido a conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 10 30 /2 00 9- 81 Fl. 570DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ANTONIO HELIO DA SILVA FREIRE, Assinado digitalmente em 2 6/04/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10830.721030/200981 Acórdão n.º 3302001.685 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Adotase o relatório da decisão recorrida, por bem resumir a contenda; Tratase de manifestação de inconformidade, apresentada pela empresa em epígrafe, ante Despacho Decisório de fl. 224 de autoridade da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campinas que indeferiu o pedido de ressarcimento e não homologou as compensações declaradas. Consta nos autos que o crédito tributário que se pretendeu compensar refere se ao crédito presumido de que trata a Lei n° 9.363/96 e a Portaria MF n° 38/97, no montante de R$ 1.734.189,33, relativo ao 2º trimestre de 2005. O pedido foi integralmente indeferido com base na informação fiscal de fls. 219/220, segundo a qual o saldo credor existente teria se originado em crédito extemporâneo, escriturado em junho/2005, decorrente do recalculo do crédito presumido do período de junho/2000 a dezembro/2003, no valor total de R$ 5.581.249,50. Entretanto, na análise do recalculo verificouse que a contribuinte utilizou na apuração o conceito de "Receita Operacional Bruta" trazida pelo art 3o , parágrafo 12, inciso I, da Portaria MF n° 64/2003. Tal fato levou a fiscalização a refazer os cálculos, concluindo por reconhecer um crédito de R$ 2.064.389,91, e por uma glosa de R$ 3.516.859,59. Por conseqüência, foi lavrado o auto de infração objeto do processo n° 10830.008341/200951, cuja cópia encontrase às fls. 212/217. Nele se constata que a contribuinte excluiu do cálculo da receita bruta os valores de revenda de produtos para o exterior, o que contraria o art. 3º, parágrafo 15, inciso I, da Portaria MF n° 38/97, vigente à época. Para a lavratura do referido auto de infração foi reconstituída a escrita fiscal, com a glosa de R$ 3.516.859,59, resultando em lançamento do imposto de R$ 1.782.661,27, e no presente processo, indeferimento do crédito de R$ 1.734.189,33. Regularmente cientificada, a contribuinte protocolizou manifestação de inconformidade de fls. 228/235, aduzindo em sua defesa as seguintes razões: 1. Efetuou a apuração do crédito extemporâneo em junho/2005, baseandose na Portaria MF 64/2003, então vigente; 2. O valor das exportações decorrentes de produtos adquiridos para a revenda não é incluído na receita de exportação, mas também não pode ser incluído na receita operacional bruta, como pretende a fiscalização; transcreve em seu favor, jurisprudência administrativa. Por fim, requer o reconhecimento do direito creditório e a homologação das compensações declaradas, além do arquivamento do despacho decisório. Os Membros da 2ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, decidiram indeferir a solicitação conforme voto do relator. Intimada em 20/04/2011, a Recorrente, interpôs Recurso Voluntário em 19/05/2011. É o relatório. Fl. 571DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ANTONIO HELIO DA SILVA FREIRE, Assinado digitalmente em 2 6/04/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10830.721030/200981 Acórdão n.º 3302001.685 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro GILENO GURJÃO BARRETO, Relator O presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade, por isso dele conheço. Produtos exportados sem industrialização do exportador. Revenda. Exclusão da Receita Operacional Bruta e da Receita de Exportação. O Crédito Presumido do IPI como ressarcimento do PIS e COFINS nas exportações foi instituído pela MP n° 948, de 23/05/95, que após reedições foi convertida na Lei n° 9,363, de 16/12/96, cujo art. 1º determina: "Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo," (...) Art.2º A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador, § 1 O crédito fiscal será o resultado da aplicação do percentual de 5,37% sobre a base de cálculo definida neste artigo. O caso em tela referese ao beneficio fiscal instituído pela Lei nº 9.363/96, com o objetivo de desonerar as exportações de produtos manufaturados brasileiros, que fixou as bases do crédito presumido de IPI, concedido a estabelecimento produtorexportador com o ressarcimento da contribuição para o PIS e da Cofins incidentes sobre a aquisição de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados no processo produtivo. Nos termos do art. 2º da Lei n° 9,363/96, a base de cálculo do crédito presumido é igual ao valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, conceituados segundo a legislação do IPI, multiplicado pelo percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtorexportador. Silenciou a lei no caso das aquisições para revenda, porém, da interpretação sistemática da lei, importante para a concessão do crédito presumido sempre fora a exportação, independentemente de qual o origem do produto exportado. Fl. 572DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ANTONIO HELIO DA SILVA FREIRE, Assinado digitalmente em 2 6/04/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10830.721030/200981 Acórdão n.º 3302001.685 S3C3T2 Fl. 5 4 O valor da exportação de mercadorias simplesmente revendidas, adquiridas de terceiros e exportadas sem que tenham sofrido qualquer operação de industrialização pelo exportador, poderia ser incluído na receita de exportação do requerente, ainda que o art. 1° da Lei n° 9363/96 traga consigo o termo “produtorexportador”. Veja que, conforme consta do art. 1º em comento, as matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem que compõem a base de cálculo do incentivo seriam aquelas utilizadas no processo produtivo de industrialização, nos termos do parágrafo único do art. 3° da Lei n° 9.363/96, mas também é cabível a concessão do crédito presumido sobre a aquisição dos produtos revendidos/exportados. Há no entanto interpretação diversa, no sentido de que a empresa exportadora, que somente exportar a mercadoria, sem que esta tenha sofrido qualquer processo de industrialização pela referida empresa, não faria jus ao benefício do crédito presumido de IPI, quanto à mercadoria não industrializada por ela. Por essa linha de raciocínio, somente as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem empregados no processo de industrialização é que integrariam a base de cálculo do crédito presumido, e por isso produtos não industrializados, conforme a legislação do IPI, não fariam jus ao incentivo. Assim, o montante correspondente à exportação de produtos não industrializados pela recorrente deveria ser excluído tanto no valor da receita de exportação, quanto no da receita operacional bruta, porque a relação dada por esses dois valores visa apurar quanto do produto industrializado foi exportado. Se os produtos oriundos de simples revenda, não são considerados industrializados, para fins do IPI, não devem integrar o cálculo do incentivo inclusive no denominador da fração. Neste mesmo sentido temos: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. RECEITA DE REVENDA DE MERCADORIAS. RECEITAS DE EXPORTAÇÃO E OPERACIONAL BRUTA. EXCLUSÃO. Na determinação da base de cálculo do crédito presumido do IPI, a receita oriunda da revenda para o exterior de produtos adquiridos de terceiros, sem que tenham sido submetidos a processo de industrialização pela empresa exportadora, e da exportação de soja em grão, deve ser excluída tanto do valor da receita de exportação quanto do valor da receita operacional bruta. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. Integra a base de cálculo do crédito presumido do IPI o valor pago pela industrialização por encomenda, desde que o executor da encomenda seja contribuinte do PIS e da Cofins e o produto que retorne ao estabelecimento do encomendante seja utilizado como matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem para o produto exportado. ENERGIA ELÉTRICA, LENHA E COMBUSTÍVEIS. IMPOSSIBILIDADE. É incabível a inclusão de valores relativos a energia elétrica, lenha e combustíveis quando não se incorporarem ao produto final da industrialização ou não forem consumidos em contato direto com o produto no processo de industrialização, por não se enquadram no conceito de matériaprima ou de produto intermediário. AQUISIÇÕES DE INSUMOS DE PESSOAS FÍSICAS E DE PESSOAS JURÍDICAS NÃO CONTRIBUINTES DO PIS E DA COFINS. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO. O Fl. 573DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ANTONIO HELIO DA SILVA FREIRE, Assinado digitalmente em 2 6/04/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10830.721030/200981 Acórdão n.º 3302001.685 S3C3T2 Fl. 6 5 valor da matériaprima, do produto intermediário e do material de embalagem adquiridos de pessoas físicas ou de pessoas jurídicas não contribuintes do PIS e da Cofins não integra a base de cálculo do crédito presumido do IPI. RESSARCIMENTO. SELIC. INCIDÊNCIA. Sobre o valor objeto de ressarcimento, incide a taxa Selic a partir da data da protocolização do pedido até a efetiva satisfação da pretensão do contribuinte. Recurso parcialmente provido. (Terceira Câmara, no Recurso n° 131359, Acórdão n° 203 11034, julgado em 28/06/2006) grifos nossos. IPI CRÉDITO PRESUMIDO I) INSUMOS ADQUIRIDOS DE COOPERATIVAS E PESSOAS FÍSICAS Ao determinar a forma de apuração do incentivo, a lei excluiu da base de cálculo aquelas aquisições que não sofreram incidência das Contribuições ao PIS e à COFINS, no fornecimento de insumos ao produtor exportador; II) ENERGIA ELÉTRICA E COMBUSTÍVEIS E OUTROS PRODUTOS CONSUMIDOS OU UTILIZADOS NO PROCESSO DE PRODUÇÃO A Lei nº 9.363/96 enumera taxativamente as espécies de insumos, cuja aquisição dá direito ao crédito presumido de IPI, são elas: as matériasprimas, os produtos intermediários e os materiais de embalagem. Para a legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados somente se caracterizam como tais espécies os produtos que, embora não se integrando ao novo produto fabricado, sejam consumidos, em decorrência de ação direta sobre o produto, no processo de fabricação. A energia elétrica, os combustíveis e outros produtos não sofrem essa ação direta, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produtos não sofrem essa ação direta, não se enquadrando nos conceitos de matériaprima ou produto intermediário. III) MERCADORIAS ADQUIRIDAS DE TERCEIRO para efeito da determinação da relação percentual entre a receita de exportação e a receita operacional bruta não deve ser considerada a receita de produtos adquiridos de terceiros para exportação. Recurso parcialmente provido. (Recurso nº 112611, Acórdão n° 20212304) grifos nossos. Particularmente entendo que a receita de revenda poderia integrar ambas as rubricas para fins de cálculo do crédito presumido, porém, independentemente desse fato, entendo que, não integrandoo, não poderia integrar apenas uma das rubricas, o que distorceria sobremaneira o cálculo e prejudicaria indevidamente o direito a crédito da contribuinte. Assim, considerando que os argumentos do contribuinte foram no sentido de excluir tais receitas de revenda de ambas as rubricas, e que esse é entendimento dominante nessa Casa, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito pleiteado. Nestes termos, dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Fl. 574DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ANTONIO HELIO DA SILVA FREIRE, Assinado digitalmente em 2 6/04/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 10830.721030/200981 Acórdão n.º 3302001.685 S3C3T2 Fl. 7 6 Fl. 575DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2014 por ANTONIO HELIO DA SILVA FREIRE, Assinado digitalmente em 2 6/04/2014 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/04/2014 por GILENO GURJAO BARRETO
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Numero do processo: 13888.914673/2011-13
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jun 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do Fato Gerador: 30/11/2000
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO MATERIAL NÃO DEMONSTRADO. RECURSO NÃO PROVIDO.
Realidade em que o sujeito passivo, embora abrigado, em tese, pela inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, não demonstrou nos autos o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do Código Tributário Nacional. A não comprovação, portanto, do indébito, impede seja reconhecido o direito à restituição pleiteada.
Recurso a que se nega provimento.
Numero da decisão: 3802-002.809
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Francisco José Barroso Rios - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, Mércia Helena Trajano Damorim, Solon Sehn e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: Francisco José Barroso Rios
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do Fato Gerador: 30/11/2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO MATERIAL NÃO DEMONSTRADO. RECURSO NÃO PROVIDO. Realidade em que o sujeito passivo, embora abrigado, em tese, pela inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, não demonstrou nos autos o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do Código Tributário Nacional. A não comprovação, portanto, do indébito, impede seja reconhecido o direito à restituição pleiteada. Recurso a que se nega provimento.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do Fato Gerador: 30/11/2000 COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1O DO ARTIGO 3O DA LEI NO 9.718, DE 1998, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC NO 20/98. A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional no 20, de 1998. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do Fato Gerador: 30/11/2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DIREITO MATERIAL NÃO DEMONSTRADO. RECURSO NÃO PROVIDO. Realidade em que o sujeito passivo, embora abrigado, em tese, pela inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, não demonstrou nos autos o alegado recolhimento indevido, requisito indispensável ao gozo do direito à restituição previsto no inciso I do artigo 165 do Código AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 91 46 73 /2 01 1- 13 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 12/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 09/ 06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM 2 Tributário Nacional. A não comprovação, portanto, do indébito, impede seja reconhecido o direito à restituição pleiteada. Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, Mércia Helena Trajano Damorim, Solon Sehn e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 4a Turma da DRJ Ribeirão Preto (fls. 31/53 do processo eletrônico), a qual, por unanimidade de votos, indeferiu a manifestação de inconformidade formalizada pela interessada em face do indeferimento de restituição no valor de R$ 375,87, referente a suposto recolhimento a maior que o devido de PIS de competência do mês de novembro de 2000. A DRF Piracicaba/SP indeferiu o pedido de restituição porque o pagamento supostamente recolhido a maior havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos do contribuinte, não restando, portanto, nenhum saldo disponível para restituição. Inconformada, a interessada aduziu que o crédito decorre do indevido cômputo das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição, isso diante da declarada inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, que previa a incidência da contribuição para o PIS e para a COFINS sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica. Ressalta ainda que referido dispositivo fora revogado pelo artigo 79, inciso XII, da Lei nº 11.941/2009. A título comprobatório do direito creditório o sujeito passivo juntou uma planilha discriminando os valores recolhidos a maior em cada período de apuração. A primeira instância não reconheceu o direito creditório com base nos seguintes fundamentos: a) que, diante da não retificação da DCTF, o pagamento estava integralmente vinculado ao débito declarado, de sorte que não havia crédito a ser ressarcido; Fl. 100DF CARF MF Impresso em 12/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 09/ 06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM Processo nº 13888.914673/201113 Acórdão n.º 3802002.809 S3TE02 Fl. 88 3 b) que a revogação do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo artigo 79, inciso XII, da Lei nº 11.941/09 não tem efeitos retroativos e, portanto, não atinge o período a que se refere o PER/DCOMP em análise; c) que a autoridade administrativa não poderia afastar a norma declarada inconstitucional uma vez que a contribuinte não figurara como postulante nas ações julgadas pelo STF, e que ao referido julgado não fora dado efeito erga omnes; e, d) que o contribuinte não apresentou provas documentais discriminando as receitas financeiras que alegou compor a base de cálculo do tributo no período em questão, precluindo o direito de fazêlo em outro momento processual. A ciência da decisão de primeira instância ocorreu em 03/07/2013 (fls. 58 Termo de Ciência por Decurso de Prazo). Inconformado, o sujeito passivo apresentou, em 13/07/2013 (fls. 85), o recurso voluntário de fls. 60/77, onde se insurge contra o indeferimento de seu pleito sob o argumento de que o STF efetivamente declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, e que isso deveria ser reconhecido pela Administração ainda que tal decisão houvesse sido prolatada no controle difuso. Ressalta que, por força do disposto no artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho, tal entendimento deveria ser reproduzido pelos conselheiros do CARF, uma vez reconhecida a repercussão geral do tema pelo STF. Concernente à produção de provas, ressalta que, juntamente com a manifestação de inconformidade, apresentou a cópia do DARF, a cópia do PER/DCOMP e o demonstrativo do crédito, não havendo que se falar em preclusão do direito de apresentação de prova documental em vista dos princípios da instrumentalidade e da verdade material. Requer, ao final, seja deferida a restituição pleiteada. Além dos documentos acima citados, a suplicante acosta aos autos, às fls. 83/84, cópias das folhas do Livro Razão inerentes à contabilização das receitas financeiras do período. É o relatório. Voto O recurso há que ser conhecido por preencher os requisitos formais e materiais exigidos para sua aceitação. Do direito subjetivo arguido A discussão envolve crédito decorrente da declaração de inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98. Como se sabe, o § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98 ampliou a base de cálculo do PIS e da COFINS. O aumento da carga tributária daí decorrente foi contestado na justiça, tendo o Poder Judiciário, por diversas vezes, entendido que a amplitude de faturamento referida no artigo 195, inciso I, da Constituição Federal, na redação anterior à Emenda Fl. 101DF CARF MF Impresso em 12/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 09/ 06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM 4 Constitucional – EC nº 20, de 1998, não legitimava a incidência de tais contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pelas empresas contribuintes, advertindo, ainda, que a superveniente promulgação da EC no 20, de 1998, publicada no dia 16 de dezembro de 1998, “não teve o condão de validar a legislação ordinária anterior, que se mostrava originariamente inconstitucional” (Ag.Reg. RE 546.3273/SP, Rel. Min. Celso Mello). Assim, entendeu o Poder Judiciário que o § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718, de 1998, ao alargar o conceito de faturamento, criara exação nova, assunto o qual deveria ter sido objeto de lei complementar, por força do disposto no artigo 195, § 4o, c/c artigo 154, inciso I, da Constituição Federal. Portanto, o alargamento da base de cálculo objeto da Lei no 9.718, de 27/11/1998 (decorrente da conversão da MP no 1.724, de 29/10/1998 – antes, ressaltese, da EC no 20, de 15/12/1998), estava maculado por vício formal de constitucionalidade. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário no 390.840/MG, apreciado pelo pleno em 09/11/2005, decidiu no seguinte sentido (relator Ministro Marco Aurélio): CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE – ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO – INSTITUTOS – EXPRESSÕES E VOCÁBULOS – SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PIS – RECEITA BRUTA – NOÇÃO – INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. A decisão teve a seguinte votação: Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do recurso extraordinário e, por maioria, deulhe provimento, em parte, para declarar a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Cezar Peluso e Celso de Mello, que declaravam também a inconstitucionalidade do artigo 8º e, ainda, os Senhores Ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes e o Presidente (Ministro Nelson Jobim), que negavam provimento ao recurso. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie Plenário, 09.11.2005. Posteriormente, o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário no 585.235 1/MG, proferido em 10/09/2008 e publicado em 28/11/2008, reconheceu a repercussão geral do tema, conforme ementa do acórdão em tela, que teve a relatoria do Ministro Cezar Peluso: Fl. 102DF CARF MF Impresso em 12/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 09/ 06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM Processo nº 13888.914673/201113 Acórdão n.º 3802002.809 S3TE02 Fl. 89 5 EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Especificamente sobre exame de constitucionalidade de norma, o caput do artigo 62 do Anexo II do mesmo Regimento veda “[...] aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade”, admitidas, contudo, as exceções elencadas no parágrafo único do referenciado artigo, dentre as quais a de que trata a hipótese objeto de seu inciso I, qual seja, afastar preceito “que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal”, como na hipótese presente. Aliás, segundo o artigo 62A do RICARF (inserido pela Portaria MF no 586/2010), As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Além disso, o parágrafo único do artigo 4o do Decreto no 2.346, de 10/10/1997, dispõe que, Na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Com a declaração de inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, o STF entendeu que o PIS e a COFINS somente poderiam incidir sobre as receitas operacionais das empresas, ou seja, aquelas ligadas às suas atividades principais. Sobre tal dispositivo, vale ressaltar, a título de informação, que o mesmo foi posteriormente revogado pela Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009. Consequentemente, não é legítima a exigência da contribuição sobre receitas outras que não as originadas da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, devendo ser excluídos da base de cálculo os montantes decorrentes das rubricas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional no 20, de 19981. 1 Com efeito, referida Emenda Constitucional, como já citado, unificou os conceitos de receita bruta e de faturamento, o que se deu somente após a edição da Lei nº 9.718/98, cujo § 1º do artigo 3º, ampliador do conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas pelas pessoas jurídicas, ainda não estava respaldado pelo alicerce constitucional decorrente da reportada EC no 20/98. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 12/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 09/ 06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM 6 Logo, de fato, é indevida, em tese, a exigência do PIS e da COFINS sobre receitas financeiras auferidas pelo sujeito passivo, que tem como atividade principal o “aluguel de imóveis próprios”, código 68.10202, conforme consta na sua ficha cadastral junto ao CNPJ, que está em sintonia com o artigo 3º de seu Estatuto Social, publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 12/04/1995 (cópia acostada aos autos). Do direito material É verdade que o sujeito passivo não retificou a DCTF do período nem apresentou, na primeira instância, documentação suficiente para a comprovação do direito creditório reclamado. Com efeito, naquela ocasião trouxe apenas demonstrativo de cálculo do aduzido crédito, além da cópia do DARF com o pagamento do tributo. Agora, além dos documentos acima citados, a suplicante acosta aos autos cópias das folhas do Livro Razão inerentes à contabilização das receitas financeiras do período (ver fls. 83/84). Todavia, permanece sem apresentar a DCTF retificadora, o mesmo podendo ser dito em relação à DIPJ retificadora e ao DACON retificador. Ou seja, mesmo considerando a possibilidade de retificação de ofício da DCTF por parte da autoridade administrativa – acaso demonstrada a legitimidade da correção dos valores declarados –, entendimento que esta Turma tem adotado em muitos de seus julgados, não se pode olvidar da necessidade de apresentação dos documentos comprobatórios do reclamado indébito, dentre os quais o DACON retificador, imprescindível para verificar se, na base de cálculo da contribuição, foram originalmente consideradas as receitas financeiras do sujeito passivo, fonte do direito creditório reclamado. Sem a devida comprovação não há como afirmar que o crédito reclamado é indevido, ainda que admitidas as novas provas acostadas aos autos (Livro Razão) em homenagem ao princípio da efetividade do processo, que tem como norte um processo menos formalista, que deságua na busca pela verdade material. Mas esta há que ser harmonizada com a segurança e a celeridade exigidas nas lides administrativas, não se podendo transferir para o Fisco o ônus de comprovar o direito creditório alegado, que é do sujeito passivo, a teor do disposto no artigo 333, inciso I, do CPC. Portanto, penso que a realidade em exame não se subsume ao direito de que trata o inciso I do artigo 165 do CTN, que possibilita a restituição de tributo recolhido indevidamente, uma vez não demonstrado nos autos o alegado recolhimento indevido, não obstante a legitimidade da tese relacionada à inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98. Da Conclusão Por todo o exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário interposto pela interessada. Sala de Sessões, em 26 de março de 2014. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios – Relator Fl. 104DF CARF MF Impresso em 12/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 09/ 06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM Processo nº 13888.914673/201113 Acórdão n.º 3802002.809 S3TE02 Fl. 90 7 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 12/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 09/ 06/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/06/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10183.904254/2012-01
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jun 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006
CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. PROVA. ÔNUS DO CONTRIBUINTE.
Em processos constituídos por declaração de compensação compete ao contribuinte o ônus da prova quanto ao fato constitutivo do seu direito ao crédito utilizado, que deve revestir-se dos atributos de liquidez e certeza para que logre a sua homologação.
Numero da decisão: 3803-006.111
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Demes Brito.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2006 a 31/01/2006 CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. PROVA. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. Em processos constituídos por declaração de compensação compete ao contribuinte o ônus da prova quanto ao fato constitutivo do seu direito ao crédito utilizado, que deve revestirse dos atributos de liquidez e certeza para que logre a sua homologação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Demes Brito. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 90 42 54 /2 01 2- 01 Fl. 67DF CARF MF Impresso em 20/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Esta Contribuinte transmitiu Declaração de Compensação servindose de crédito de PIS/Cofins Não Cumulativa, decorrente de alegado pagamento a maior. Despacho Decisório do DRF/Cuiabá indeferiu a DComp, tendo em vista que, a partir das características do DARF discriminado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível a compensar Em manifestação de inconformidade apresentada, a Contribuinte alegou que: a) a alegação de que não restou crédito disponível não pode ser entendida como fundamento para o despacho decisório; b) a autoridade administrativa quedouse inerte na análise de qualquer situação que legitima o crédito postulado; c) a não homologação desta compensação ocorreu por uma questão de sistema de informática, porque o crédito propriamente dito sequer foi apreciado. Pelo que, concluiu que se trata do encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entre o débito recolhido e o crédito declarado em DCTF; d) há diversas situações que acarretam a restituição de valor recolhido: a inclusão indevida de valores na base de cálculo; erro de fato na apuração do imposto; situações que autorizam o contribuinte a reduzir valores da base de cálculo e que são regulamentadas pela IN 900/2008; e) a autoridade administrativa furtouse em analisar qualquer das possibilidades que ensejaria a restituição postulada. Não homologar a compensação sem explicar os motivos da suposta indisponibilidade do crédito, torna a decisão totalmente nula, por não oferecer os elementos necessários para que a empresa possa promover sua defesa e a prova da existência deste crédito; f) calculou a contribuição utilizandose de base de cálculo com valores que incluiu não só a receita decorrente de seu faturamento, ou seja, de suas vendas, mas também as demais receitas que não devem compôla; g) utilizouse de algumas teses tributárias já julgadas pelo STF de forma favorável ao contribuinte; h) “o pedido formulado tem como base a declaração de inconstitucionalidade, em total consonância com o disposto na Lei 9.430/96”; i) postulou o reconhecimento do crédito somente pela via administrativa, já que a inconstitucionalidade desta ampliação já foi declarada e cuja ação já transitou em julgado; j) é legítima a sua pretensão em verse restituída do que foi pago sobre base de cálculo indevidamente ampliada. Em julgamento da lide a DRJ/Campo Grande apresentou a justificação contida no despacho decisório de não homologação e rejeitou a preliminar de nulidade da decisão administrativa, tendo declarado não haver nenhuma das suas hipóteses. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 20/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10183.904254/201201 Acórdão n.º 3803006.111 S3TE03 Fl. 68 3 Rejeitou, ainda, o pedido de diligência para apresentação das provas que, a teor do art. 16, § 4º, a, b, c, e § 5º, do Decreto nº 70.235, de 1972, deveria ter acompanhado a manifestação de inconformidade No mérito, a improcedência da manifestação de inconformidade foi assentada sobre a falta de certeza e liquidez do crédito utilizado na DComp, comprovação de que deveria terse desincumbido a Manifestante, porquanto seu este ônus. Cientificada da decisão em 25 de outubro de 2013, irresignada, a Recorrente apresentou recurso voluntário em 25 de novembro de 2013, em que levanta como argumento de defesa apenas a nulidade do despacho decisório, por ferir o princípio da motivação dos atos administrativos por não ter fundamentado a decisão e o princípio da ampla defesa – por não dispor a Manifestante das razões de decidir do ato administrativo, de sorte a poder aparelhar a sua manifestação de inconformidade. Ao final, requereu a reforma da decisão recorrida, por manter o despacho decisório exarado nas circunstâncias que descreve. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. A Recorrente maneja em seu recurso apenas o argumento de nulidade do despacho decisório e clama pela reforma da decisão recorrida. Com efeito, o Colegiado a quo bem explicou os fatos subjacentes no despacho decisório, deixando claro o motivo que deu suporte à decisão de não reconhecimento do direito creditório e não homologação da compensação: o DARF do qual foi destacado o suposto crédito estava inteiramente alocado ao débito por ela mesma confessado em DCTF. Eis os seus termos: Se o Darf indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, conforme demonstra o quadro do despacho decisório “Fundamentação, Decisão e Enquadramento Legal – Utilização dos pagamentos encontrados para o Darf discriminado no PerDcomp” e o quadro resumo das declarações do contribuinte a seguir, a decisão da RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta.[grifei] A decisão mencionou a falta de demonstração, pela Manifestante (i) do erro em que se fundara a sua original apuração do débito, (ii) do fundamento em que se baseara a redução da base de cálculo, e (iii) dos elementos de prova, em especial a escrita contábil/fiscal, das alegações. Eis os termos em que se pode identificar este roteiro na decisão: Assim, para modificar o fundamento desse ato administrativo, cabe ao recorrente demonstrar erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Se não o fizer, o motivo do Fl. 69DF CARF MF Impresso em 20/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 indeferimento permanece. Entretanto, o contribuinte não trouxe aos autos nenhum documento contábil ou fiscal que demonstrasse suas afirmações genéricas de que o seu crédito provêm de receitas contabilizadas de maneira equivocada. Informa que se utilizou de algumas teses tributárias já julgadas pelo STF de forma favorável ao contribuinte, mas não relata quais são essas ações e se faz parte delas.[grifei] Somente calcada nos requisitos acima destacados, a defesa teria a aptidão de infirmar o encontro de contas processado pela RFB, em que foram considerados os dados informados pela própria Contribuinte. Em contraposição, a Manifestante fora, de fato, genérica na justificativa da origem do seu crédito, como afirmado no acórdão. O delineamento desenhado pelas razões de decidir constituise numa luz que deveria se projetar sobre os argumentos da Recorrente na composição do recurso voluntário. Ainda que não tivesse trazido os citados elementos de prova das bases de cálculo anexados à manifestação de inconformidade, poderia têlo feito no recurso. Somente com o suprimento desta lacuna da defesa, se poderia ter como legítimo o reclamo da Recorrente pelo exercício da ampla defesa, pelo afastamento da preclusão, com base no fato de o despacho decisório não tê la conclamado, expressamente, a apresentar provas, juntamente com a manifestação de inconformidade. A menção na intimação que compõe o despacho decisório, da necessidade de o contribuinte anexar provas na manifestação de conformidade, teria a função de mera lembrança, não é defeito do ato administrativo, porquanto o comando para cumprir este requisito de defesa é legal, segundo regência do art. 16 do Decreto nº 70.235/72. É ônus do contribuinte. O lançamento por homologação é atividade cometida por lei ao contribuinte, a quem compete apurar o quanto devido do tributo e antecipar o pagamento sem prévia apreciação de autoridade administrativa. Por meio dessa atividade o próprio contribuinte abastece os sistemas de controle da Fazenda, que, assim, já dispõe dos dados para efetuar eventual compensação por ele declarada. A par dessa atividade do contribuinte, a declaração de compensação consubstancia o exercício de direito potestativo de contribuinte que apure crédito perante a Receita Federal do Brasil, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/96. A consequência dessa sistemática é que débito informado na DComp é extinto pelo contribuinte independentemente de apreciação prévia da Administração Tributária. Esta, dispõe de cinco anos para homologá la. Sob esse rito legal, tornase do contribuinte o ônus de comprovar o direito que ele mesmo constitui por meio da DComp qual seja, a extinção do débito. Com fulcro nos fundamentos acima, mostrase improcedente o argumento da Recorrente de falta de motivação do despacho decisório, ficando configurado que não se desincumbiu do seu ônus de substanciar a recurso com os elementos faltantes na manifestação de inconformidade, já possuindo orientação suficiente da decisão recorrida para tanto. Assim, não merece prosperar o seu pedido de reforma do acórdão guerreado. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. Sala das sessões, 24 de abril de 2014 (assinado digitalmente) Fl. 70DF CARF MF Impresso em 20/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10183.904254/201201 Acórdão n.º 3803006.111 S3TE03 Fl. 69 5 Belchior Melo de Sousa Fl. 71DF CARF MF Impresso em 20/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/06/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/06/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/06/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10983.904001/2009-17
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jun 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DÉBITO. NOVA APURAÇÃO. QUITAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. CABIMENTO.
A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário efetua nova apuração e o extingue por meio de declaração de compensação.
Numero da decisão: 3803-004.115
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Presidente em exercício e Relator
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e os Suplentes Paulo Guilherme Delourede e Adriana Oliveira e Ribeiro. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1900; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 72 1 71 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10983.904001/200917 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803004.115 – 3ª Turma Especial Sessão de 23 de abril de 2013 Matéria DENÚNCIA ESPONTÂNEA Recorrente FABRO, LEBARBENCHON, ROMAN E SACHET SOCIEDADE DE ADVOGADOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2005 DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. APLICAÇÃO NO ÂMBITO DO CARF. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelo artigo 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DÉBITO. NOVA APURAÇÃO. QUITAÇÃO EXTEMPORÂNEA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. CABIMENTO. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário efetua nova apuração e o extingue por meio de declaração de compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Presidente em exercício e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 40 01 /2 00 9- 17 Fl. 72DF CARF MF Impresso em 16/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/11/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 2 Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Juliano Eduardo Lirani e os Suplentes Paulo Guilherme Delourede e Adriana Oliveira e Ribeiro. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Victor Rodrigues. Relatório Esta Contribuinte transmitiu a DComp nº 34317.88821.291105.1.3.043760, por meio da qual compensou débitos utilizando crédito relativo à contribuição para o Programa de Integração SocialPIS, do período de apuração junho/2005, no valor de R$ 19.500,00, a título de pagamento indevido. Na apreciação do pleito, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Florianópolis/SC manifestouse pela homologação parcial da compensação, mediante o Despacho Decisório eletrônico de fl. 13. O crédito foi integralmente reconhecido, porém, tratandose de débito compensado fora do prazo de vencimento sem o acréscimo da multa de mora, apenas dos juros, ensejando a imputação do pagamento às parcelas assim rateadas. Disso, decorreu a insuficiência do crédito. Inconformada, a Contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 15 a 25, na qual discorda da imputação aplicada pela DRF/Florianópolis/SC, sustentando, em síntese, ser equivocado o entendimento da Autoridade Administrativa no tocante à incidência da multa de mora a incidir sobre o débito compensado, posto ter sido efetuada antes do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional–CTN. Juntou jurisprudência e doutrina que estariam a corroborar sua tese. Em julgamento da lide, a DRJ/Florianópolis endossou a exigência da multa na compensação efetuada a destempo, atestando a legalidade do feito da DRF/Florianópolis, a lume do art. 61 da Lei nº 9.430/96, em decisão ementada como segue: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 RECOLHIMENTOS A DESTEMPO. INCIDÊNCIA DE MULTA DE MORA Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, não pagos nos prazos previstos na legislação, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de 0,33% por dia de atraso, observado o limite de 20%. Cientificada da decisão, em 16 de novembro de 2012, irresignada, a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 16 de dezembro de 2013, em que reiterou os mesmos termos da manifestação de inconformidade, ancorado na pretensão de servirse do instituto da denúncia espontânea. É o relatório. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 16/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/11/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10983.904001/200917 Acórdão n.º 3803004.115 S3TE03 Fl. 73 3 Voto Conselheiro Relator Belchior Melo Sousa Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. Centrase a controvérsia apenas à exigência da multa de mora sobre o débito compensado por meio da DComp transmitida em data posterior ao vencimento do débito, o que tornou insuficiente o crédito, nada obstante reconhecido integralmente. No presente caso, temos um crédito de PIS no valor de R$ 19.500,00 que foi integralmente reconhecido. No encontro de contas com o débito de IRPJ, referente ao 2º trimestre de 2005 resultou insuficiente em razão da incidência da multa de mora aplicada pela Autoridade Administrativa. Competência Antes do prosseguimento, cabe perquirir acerca da competência desta Terceira Seção para apreciar tal matéria, uma vez que dúvida pode ser suscitada em razão do presente litígio – a multa de mora ser decorrente do débito, este de IRPJ, matéria afeita à competência da Primeira Seção. Reza o art. 2º, I, da Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009: Art. 2º À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: I Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ); Convençome de que a disputa deve ser dirimida mesmo nesta Turma, considerando a causa imediata, em verdade, é a insuficiência do crédito, que é de PIS, e remota a incidência da multa de mora. Por terem os processos de restituição, ressarcimento e compensação sua competência para julgar firmada a partir do crédito, a se manter a decisão de primeira instância estarseá senão confirmando a insuficiência do crédito já decretada na origem. Como a competência precisa ser definida ex ante, este motivo já basta para vinculála a esta Turma. Como reforço, porém, considerese que a apreciação da causa remota, a incidência ou não da multa de mora, pertine a Normas Gerais de Direito Tributário, não transitando pela aplicação da legislação do IRPJ, conforme a dicção do dispositivo regulamentar acima. Mérito Denúncia espontânea Visto que a pretensão da Recorrente é o ajustamento da sua situação fática ao instituto da denúncia espontânea, temse, na espécie, que esta matéria foi decidida pelo Superior Tribunal de Justiça na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, tendo como recurso representativo de controvérsia o REsp nº 1.149.022, de relatoria do Ministro Luiz Fux. O entendimento dessa egrégia Corte, produzido na dita forma processual, deve ser adotado pelos conselheiros nos julgamentos no âmbito do CARF, por força do art. 62A do RI/CARF. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 16/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/11/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 4 Uma vez cogente a reprodução da decisão do STJ, importa apreciar se o fato jurídico produzido pela Contribuinte no exercício da atividade de apurar o quantum devido do tributo e antecipar o pagamento, na hipótese de efetuálo com atraso, encontrase ou não sob o pálio desse instituto, na forma como definido pela Corte. De partida, destaco ser errôneo entrever na decisão do Superior Tribunal de Justiça uma tácita declaração de ineficácia do art. 61 da Lei nº 9.430/96, norma específica de incidência dessa multa a permitir o recolhimento de tributos com atraso sem multa de mora antes de transmissão regular de DCTF, verbis: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) § 1º. A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. Em reforço a esse argumento, é importante notar que há disciplinas regulamentares que fixaram período semestral para apresentação da DCTF, a exemplo da IN SRF nº 482/2004 e da IN SRF nº 583/2005. Isso significa que o intervalo entre o encerramento do primeiro mês do período do semestre e a apresentação da DCTF do período semestral pode chegar a sete meses. Os atrasos de pagamentos verificados nesse intervalo de tempo em que o contribuinte está no gozo de sua espontaneidade de apresentar a DCTF, devem sofrer a incidência da norma do art. 61 da Lei nº 9.430/96, não havendo que se falar em denúncia espontânea nesse período. Não é minimamente razoável a interpretação de que um contribuinte possa atrasar pagamento em até sete meses, antecedentes à transmissão da DCTF, quando ele ainda não está obrigado a fazêlo, sem recolhimento da multa de mora. Vejase a ementa da decisão do Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente.[grifo aqui] Fl. 75DF CARF MF Impresso em 16/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/11/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10983.904001/200917 Acórdão n.º 3803004.115 S3TE03 Fl. 74 5 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, Dje 28.10.2008).[grifo aqui] 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008). 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. RESP 1149022, Min. Luiz Fux Do item “1” ementa, acima, destaco que a denúncia espontânea somente “resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário[...]”. Dessa posição apreendese que antes de regularmente transmitida a DCTF não há que se falar em denúncia espontânea. Simples assim. É descabido entender que tanto a mens legis do art. 61 da Lei nº 9.430/96 como a decisão do Superior Tribunal de Justiça estejam a possibilitar a constância de pagamentos com atraso, sem incidência da multa de mora, até que a DCTF seja regularmente apresentada. Assim fosse, que razão haveria para a definição de data de recolhimento de tributos, se todos pudessem fazêlo com apenas os juros de mora até a data da apresentação da DCTF? Que estímulo positivo haveria para se adimplir o pagamento dos tributos no vencimento ante a enorme vantagem de não fazêlo e financiar o capital de giro da empresa com os juros básicos da economia, a taxa Selic, bem abaixo dos juros praticados nos descontos bancários? Do item “2” da ementa ressalto que “a denúncia espontânea não resta caracterizada... nos casos de tributos... declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento... ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco”. Para análise deste teor vejase o que estipula o art. 8º da IN SRF 583, de 20 de dezembro de 2005: Art. 8 º As pessoas jurídicas deverão apresentar: I – DCTF Mensal até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente ao mês de ocorrência dos fatos geradores; ou II – DCTF Semestral: Fl. 76DF CARF MF Impresso em 16/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/11/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA 6 a) até o quinto dia útil do mês de outubro, no caso de DCTF relativa ao primeiro semestre do anocalendário; e Como se vê, todos os pagamentos de um semestre deverão ser feitos antes da apresentação da DCTF. Uma vez apresentada a DCTF, em abril ou em outubro, não cabe denúncia espontânea para pagamentos efetuados após a declaração, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco. Assim reza expressamente a decisão da Corte Superior, conforme seu espelho no item “2”, acima reproduzido em fragmento. Na hipótese analisada, também não cabe denúncia espontânea para pagamentos efetuados antes da declaração, pois não pode haver procedimento fiscal que enseje lançamento de tributos apurados dentro do prazo regulamentar do contribuinte de declarálos (espontaneidade), uma vez que a Administração está impossibilitada de fazêlo, vinculada que fica às suas próprias regras: na hipótese, de incluir em ação fiscal a verificação de períodos em que o contribuinte encontrase no gozo da espontaneidade que lhe é conferida pela Administração Tributária. Assim atada a Fazenda, não há que se falar em o contribuinte anteciparse a uma ação fiscal juridicamente inválida, oferecendo à tributação débitos ainda não conhecíveis pelo Fisco, e, portanto, em direito à exclusão da multa de mora. Fosse isso admitido, estarseia a fazer subtrair a plena eficácia do já mencionado art. 61 da Lei nº 9.430/96. Dentro do prazo de espontaneidade a ação é do contribuinte, ex lege, substituindo o próprio ente tributante, no regime de lançamento por homologação. Daí que, a denúncia só pode ter lugar após esgotado o prazo de apresentação da DCTF e antes de qualquer procedimento fiscal, conforme a assentada do STJ no item “1” da ementa abaixo transcrita, verbis: 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral,[...] No momento fatal de sua apresentação a DCTF pode não ter sido apresentada, ou o débito nela contido declarado a menor. Numa ou noutra hipótese, o instituto da denúncia espontânea pode ser invocado pelo contribuinte como instrumento de resgate da sua espontaneidade, no vácuo da inércia da Fazenda em promover a devida ação fiscal, a permitir que a destempo ele declare, seja a integralidade, seja a parcialidade do débito com a exclusão da multa de mora. O benefício, em hipótese tal é estímulo à ação do contribuinte de cientificar à Fazenda débitos conhecíveis (posto já no tempo de agir da Fazenda, pelo decurso do prazo dado à espontaneidade do contribuinte de apresentar a DCTF) mas não conhecidos, e pela economia do custo da ação fiscal de fazêlo. Por que não cabe denúncia espontânea na hipótese de débito declarado e não pago, segundo o mesmo item “2” da ementa do REsp citado? Porque a declaração do contribuinte sela o débito confessado e a espontaneidade quanto a ele. No presente caso temos que o débito foi confessado em DCTF original, transmitida em 07 de outubro de 2005, o valor de R$ 101.857,68, a título de IRPJ, referente ao 2º trimestre de 2005, com vencimento em 29 de julho de 2005. Este valor foi quitado por meio de dois pagamentos, R$ 2.930,71 e R$ 169.500,00. Posteriormente à confissão do débito, em 07 de outubro de 2005, a Contribuinte reconheceu não ser este o valor devido e quitou o complemento do débito com a transmissão da DComp, em 29 de novembro de 2005, no valor de R$ 20.586,15, e pagamento Fl. 77DF CARF MF Impresso em 16/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/11/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA Processo nº 10983.904001/200917 Acórdão n.º 3803004.115 S3TE03 Fl. 75 7 de R$ 1.400,81, resultando no débito total de IRPJ de R$ 194.417,67 (R$ 169.500,00 + R$ 2.930,71+ R$ 20.586,15 + R$ 1.400,81). Este valor veio a ser objeto de retificação da DCTF, transmitida em 01 de agosto de 2006. Em suma, o débito confessado a menor foi complementado por nova confissão consubstanciada na DComp e concomitantemente por ela extinto, sob condição resolutória, antes de qualquer procedimento fiscal. Desse modo, o íter desses eventos enquadrase na hipótese de fato erigida na decisão do Superior Tribunal de justiça, conforme retro expendido, sendo aplicável a denúncia espontânea ao débito compensado, cabendo a exclusão da multa de mora, a teor do art. 62A do RI/CARF que determina: As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF Ante o exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso, para anular o processo desde a origem para que outro despacho decisório seja proferido pela DRF/Florianópolis e homologue a compensação até o limite do crédito devidamente atualizado, sem a imputação proporcional do crédito ao débito compensado. Sala das sessões, 23 de abril de 2013 (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 78DF CARF MF Impresso em 16/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2013 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 19/11/20 13 por BELCHIOR MELO DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 10580.728318/2010-17
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 31 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2009
INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO
Da decisão de primeira instância cabe recurso dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Recurso protocolizado em prazo superior não será conhecido.
Numero da decisão: 2403-002.450
Decisão: Recurso Voluntário Não Conhecido
Crédito Tributário Mantido
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestividade.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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NÃO CONHECIMENTO Da decisão de primeira instância cabe recurso dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Recurso protocolizado em prazo superior não será conhecido. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso por intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 83 18 /2 01 0- 17 Fl. 255DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (Presidente), Marcelo Freitas de Souza Costa, Ivacir Julio de Souza, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto e Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro. Fl. 256DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.728318/201017 Acórdão n.º 2403002.450 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador, Acórdão 1531.743 da 6ª Turma, que julgou a impugnação improcedente, conforme ementa abaixo transcrita. PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. ARRECADAÇÃO, MEDIANTE DESCONTO, DAS CONTRIBUIÇÕES DOS SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INFRAÇÃO. Constitui infração, punível com multa, deixar a empresa de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, conforme previsto na Lei Orgânica da Seguridade Social e sua regulamentação. MULTA APLICADA. PEDIDO DE RELEVAÇÃO A TEOR DO ART. 291, §1°, DO DECRETO Nº 3.048, DE 1999. IMPOSSIBILIDADE. De acordo com o art. 1º do Decreto nº 6.727, publicado no Diário Oficial da União do dia 13 de janeiro de 2009, foi revogado o art. 291 do Decreto nº 3.048, de 1999, que, mediante condições, admitia a relevação da multa aplicada. Considerando a data em que teve ciência da autuação o contribuinte (01/09/2010), não é possível a relevação da multa aplicada no presente AI, indeferindose solicitação nesse sentido. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL PAF. PEDIDO DE PROCEDIMENTO DE INTIMAÇÃO NO ENDEREÇO PROFISSIONAL DOS PATRONOS DA CONTRIBUINTE. INDEFERIMENTO. Durante a fase litigiosa do procedimento administrativo, a lei determina que as intimações sejam feitas por via postal, ou por qualquer outro meio ou via, porém com prova de recebimento, exclusivamente, no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo. O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: Fl. 257DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 Tratase do AI Auto de Infração, DEBCAD nº 37.289.0555, lavrado em 26/08/2010, e recebido pelo contribuinte, em 01/09/2010, conforme atesta Aviso de Recebimento – AR, às fls. 119. Aludido AI foi lançado por Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, no uso da competência de que tratam o art. 33 da Lei Orgânica da Seguridade Social (Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991), e o art. 293 do Regulamento da Previdência Social –RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. 2. Consoante se lê do AI (peça inicial e demais documentos que o integram, fls. 02 a 116), o contribuinte em tela, em relação ao período de apuração em epígrafe, foi autuado, em virtude de deixar de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, conforme previsto na Lei nº 8.212, de 1991, art. 30, inciso I, alínea “a” e/ou dos segurados contribuintes individuais, conforme o disposto na Lei nº 10.666, de 08 de maio de 2003, art. 4º, “caput” e no RPS, art. 216, inciso I, alínea “a”. 3. De acordo com o Relatório Fiscal do Auto de Infração (fls. 113 a 116), durante a ação fiscal, do exame dos registros contábeis, foi constatado que o contribuinte deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados contribuintes individuais a seu serviço. Quadro, ali disponibilizado, demonstra o crédito previdenciário relativo aos contribuintes individuais autônomos, com o respectivo desconto que deveria ter sido arrecadado. 3.1. Os fatos, ora relatados, caracterizam descumprimento da obrigação acessória consignada na fundamentação legal constante do item 2 acima, razão pela qual foi emitido o presente auto de infração. 4. Na forma do Relatório Fiscal da Aplicação da Multa (fls. 116), a penalidade aplicável para a infração capitulada é a prevista nos artigos 92 e 102, da Lei nº 8.212, de 1991, combinados com o art. 283, I, “g” e art. 373, do RPS, cujo valor mínimo atualizado pela Portaria Interministerial MPSMF nº 333, de 29 de junho de 2010, corresponde a R$1.431,79 (um mil, quatrocentos e trinta e um reais e setenta e nove centavos). 5. Em impugnação interposta em 01/10/2010 (fls. 121 a 143, com anexos às fls. 122 a 183), o contribuinte autuado, por intermédio de procurador legalmente nomeado para representálo, vem de contraporse ao presente lançamento fiscal. As razões de impugnar, em síntese, são as que, doravante, serão explicitadas. 5.1. Em caráter preliminar, alega a peça impugnatória que, segundo relato da fiscalização, a autuação imposta se refere a omissão, no lançamento contábil, de obrigação dita acessória, nas competências de 01 a 06/2009, cuja multa tem o valor básico de R$1.431,79. Adiciona, nesse sentido, que a autuação imposta não se encontra devidamente motivada, ou seja, não possui clareza bastante capaz de caracterizar e sustentar a infração ali consignada, uma vez que não possui informações precisas e necessárias acerca da Fl. 258DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 10580.728318/201017 Acórdão n.º 2403002.450 S2C4T3 Fl. 4 5 suposta infração, a exemplo, também, da sua fundamentação legal. Aduz que este fato impede o exercício da ampla defesa por parte do autuado, inquinando, assim, de nulidade a presente autuação. 5.2. Já no mérito, argúi a impugnação que, tendo em vista o princípio da verdade material, e o espírito da lei, consubstanciado nos artigos 231, 232 e 233 do RPS, a folha de pagamento e os arquivos enviados pelo sistema, anexos à presente defesa, foram oportunamente apresentados à fiscalização, ali encontrandose todas as informações relevantes para precisar o tributo devido sob a rubrica de contribuição previdenciária. Por conseguinte, que o presente auto de infração deve ser julgado improcedente, com consequente baixa do débito nele perquirido, sob pena de ficar caracterizado o enriquecimento ilícito do Fisco. 5.3. Além das nulidades já explicitadas, requer, ante o exposto, a peça impugnatória, que seja julgado improcedente o lançamento de débito operado pela autuação em referência, com o reconhecimento, no mérito, das matérias que, no seu conjunto, importam na anulação dos termos da cobrança levada a efeito nesta oportunidade. Alternativamente, caso venha a ser o entendimento pela aplicação da penalidade, que seja a mesma relevada, como assegura o art. 291, §1°, do RPS, e, por consequência, extinto o respectivo débito. Por derradeiro, que, sob pena de nulidade prevista no art. 39, I, do Código de Processo Civil –CPC, a comunicação quanto ao resultado desta defesa aconteça no endereço profissional, ali fixado, dos patronos da contribuinte. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese os mesmos argumentos apresentados na impugnação. É o relatório. Fl. 259DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso foi interposto intempestivamente, o que impede a sua admissibilidade. O contribuinte tomou ciência do Acórdão recorrido em 8 de maio de 2013 (quartafeira) e o prazo para interposição de recurso é de 30 (trinta) dias, considerandose que na contagem é excluído o dia do início, o prazo venceria no dia 7 de junho de 2013 (sexta feira). O notificado interpôs o recurso no dia 10 de junho de 2013 (segundafeira), portanto fora do prazo normativo, previsto no artigo 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de maio de 1972. CONCLUSÃO Voto pelo NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO, em decorrência da sua intempestividade. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 260DF CARF MF Impresso em 31/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 3 0/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 13502.902335/2012-05
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jun 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010
NORMAS PROCESSUAIS. ARGUMENTOS DE DEFESA. INOVAÇÃO EM SEDE DE RECURSO. PRECLUSÃO.
Os argumentos de defesa devem ser trazidos na primeira instância administrativa.
INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente motivada não infirmada com elementos de prova hábeis e idôneos.
Numero da decisão: 3803-006.243
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por inovação dos argumentos de defesa.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/08/2010 a 31/08/2010 NORMAS PROCESSUAIS. ARGUMENTOS DE DEFESA. INOVAÇÃO EM SEDE DE RECURSO. PRECLUSÃO. Os argumentos de defesa devem ser trazidos na primeira instância administrativa. INDÉBITO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa devidamente motivada não infirmada com elementos de prova hábeis e idôneos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por inovação dos argumentos de defesa. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Demes Brito e Jorge Victor Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 90 23 35 /2 01 2- 05 Fl. 115DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/06/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13502.902335/201205 Acórdão n.º 3803006.243 S3TE03 Fl. 116 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte em contraposição à decisão da DRJ Belo Horizonte/MG que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada em decorrência da não homologação da compensação declarada. O contribuinte havia transmitido Declaração de Compensação em 18 de janeiro de 2012, referente a crédito decorrente de alegado pagamento a maior de Cofins, no valor de R$ 263.135,67, destinado a quitar débito de sua titularidade. Por meio de despacho decisório eletrônico, a repartição de origem não homologou a compensação, pelo fato de que o pagamento declarado já havia sido integralmente utilizado na quitação de débitos do contribuinte. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu o reconhecimento do crédito e a homologação da compensação, com o seguinte argumento: “Tal indeferimento não pode prosperar porque os créditos oriundos de pagamento indevido ou maior já tinham sido devidamente disponibilizados em razão da desvinculação dos mesmos das DCTFs daquele período.” Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários e do despacho decisório. A DRJ Belo Horizonte/MG não reconheceu o direito creditório, tendo sido o acórdão ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2010 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite compensação com crédito que não se comprova existente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificado da decisão em 14 de outubro de 2013, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário no dia 31 do mesmo mês e requereu prorrogação do prazo para a apuração adequada do efetivo direito creditório, alegando que o seu departamento fiscal não enviara as declarações retificadoras, sendo essa a razão da existência do presente passivo tributário. É o relatório. Voto Fl. 116DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/06/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13502.902335/201205 Acórdão n.º 3803006.243 S3TE03 Fl. 117 3 Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, mas dele não conheço, em razão dos fatos a seguir identificados. Diante do acima relatado, constatase que o Recorrente, nesta fase recursal, altera totalmente o seu pedido, não mais pleiteando a homologação da compensação devidamente declarada, conforme fizera na Manifestação de Inconformidade, mas requerendo a dilação de prazo para a apuração adequada do efetivo direito creditório e para produção de provas, em razão de equívoco cometido por seu departamento fiscal, que não providenciara a retificação das DCTFs do período. Notese que a afirmativa do Recorrente de que necessita de mais prazo para apurar adequadamente o efetivo direito creditório denota, inequivocamente, que as informações constantes da Declaração de Compensação foram repassadas de forma inadvertida, sem lastro na escrituração contábilfiscal, pois, do contrário, nada haveria a ser apurado, mas apenas informado no bojo deste processo. É flagrante a inovação operada em sede de recurso, tratandose de matéria preclusa em razão de sua não exposição na primeira instância administrativa, não tendo sido examinada pela autoridade julgadora de piso, o que contraria o princípio do duplo grau de jurisdição, bem como o do contraditório e o da ampla defesa. A preclusão processual é um elemento que limita a atuação das partes durante a tramitação do processo, imputandolhe celeridade, numa sequência lógica e ordenada dos fatos, em prol da pretendida pacificação social. Humberto Theodoro Júnior1 nos ensina que preclusão é “a perda da faculdade ou direito processual, que se extinguiu por não exercício em tempo útil”. Ainda segundo o mestre, com a preclusão, “evitase o desenvolvimento arbitrário do processo, que só geraria a balbúrdia, o caos e a perplexidade para as partes e o juiz”. O princípio da preclusão conectase ao princípio do impulso processual e destinase “não apenas a proporcionar uma mais rápida solução do litígio, mas bem ainda a tutelar a boafé no processo, impedindo o emprego de expedientes que configurem litigância de máfé” 2. Tal princípio busca garantir o avanço da relação processual e impedir o retrocesso às fases anteriores do processo, encontrandose fixado o limite da controvérsia, no Processo Administrativo Fiscal (PAF), no momento da impugnação/manifestação de inconformidade. De acordo com o art. 16, inciso III, do Decreto nº 70.235, de 1972, os atos processuais se concentram no momento da impugnação, cujo teor deverá abranger “os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância, as razões e provas que 1 HUMBERTO, Theodoro Júnior. Curso de direito processual civil. vol. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p. 225 226. 2 GRINOVER, Ada Pellegrini. “Interesse da União, preclusão. A preclusão e o órgão judicial”. In: A Marcha do Processo. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000, p. 230/241. Disponível em: http://www.ambito juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11781. Acesso em: 15 abr 2013. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/06/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13502.902335/201205 Acórdão n.º 3803006.243 S3TE03 Fl. 118 4 possuir", considerandose não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante (art. 17 do Decreto nº 70.235, de 1972). Não é lícito inovar no recurso para inserir questão diversa daquela originalmente deduzida na impugnação/manifestação de inconformidade, devendo a inovação ser afastada por se referir a matéria não exposta no momento processual devido. Além disso, mesmo que preclusão não houvesse, o interessado não trouxe aos autos nem mesmo um início de prova, tendo a instrução se dado apenas com documentos societários, nada tendo sido dito acerca da natureza do indébito utilizado em compensação. Não se pode perder de vista que a prova encontrase em poder do próprio Recorrente, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do presente processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão à preponderância do princípio da verdade material sobre, por exemplo, o princípio constitucional da celeridade processual (art. 5º, inciso LXXVIII, da Constituição Federal de 1988) ou o dever de comprovação dos fatos alegados (art. 16, inciso III, e § 4º do Decreto nº 70.235, de 1972). O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório e não homologou a compensação, amparada em informações prestadas pelo sujeito passivo e presentes nos sistemas internos da Receita Federal (DCTF e sistemas de arrecadação), não cabendo no Processo Administrativo Fiscal (PAF) a requisição de prorrogação de prazos fixados na legislação processual tributária. Nos termos do art. 16 do Decreto n° 70.235/19723, que regula o PAF, aplicável na discussão de processos envolvendo compensação tributária, cabe ao impugnante o ônus da prova de suas alegações contrapostas à decisão de não homologação baseada na DCTF e na base de dados de arrecadação. 3 Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) – Grifei (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 118DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/06/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 13502.902335/201205 Acórdão n.º 3803006.243 S3TE03 Fl. 119 5 Nesse contexto, por inovação dos argumentos de defesa, associada à ausência de qualquer elemento de prova do crédito reclamado, voto por NÃO CONHECER do recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 119DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/06/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 29/05/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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