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Numero do processo: 11128.007278/2006-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 23 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do Fato Gerador: 26/11/2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NOVO PRONUNCIAMENTO PARA ESCLARECER CONTRADIÇÃO ENTRE A CONCLUSÃO DO VOTO CONDUTOR E O DISPOSITIVO DO ARESTO
Constatado que há contradição entre a conclusão do voto condutor e o dispositivo sintético do aresto, prolata-se nova decisão para sanar o respectivo vício (adequação ao registrado na ata).
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 3402-003.873
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para sanar a contradição no Acórdão nº 3402-002.522, de 15/10/2014, dando nova redação à parte dispositiva do Acórdão, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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NOVO PRONUNCIAMENTO PARA ESCLARECER CONTRADIÇÃO ENTRE A CONCLUSÃO DO VOTO CONDUTOR E O DISPOSITIVO DO ARESTO Constatado que há contradição entre a conclusão do voto condutor e o dispositivo sintético do aresto, prolatase nova decisão para sanar o respectivo vício (adequação ao registrado na ata). Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para sanar a contradição no Acórdão nº 3402002.522, de 15/10/2014, dando nova redação à parte dispositiva do Acórdão, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 72 78 /2 00 6- 91 Fl. 125DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos em tempo hábil pela Representação Jurídica da Fazenda Nacional, à época, com base no art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, contra o Acórdão nº 3402002.522, de 15 de outubro de 2014, fls. 691/699, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos (grifei): ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do Fato Gerador: 26/11/2003 PROVAS. A prova dos fatos deverá ser colhida pelos meios admitidos em direito, no processo, e pela forma estabelecida em lei. Será na prova assim produzida que irá o julgador formar sua convicção sobre os fatos, sendolhe vedado fundamentála em elementos desprovidos da segurança jurídica que os princípios e normas processuais acautelam. Cabe a Autoridade Fiscal comprovar a ocorrência dos fatos geradores que ensejaram a feitura do auto de infração, nos termos do art. 333 do Código de Processo Civil. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. O produto "Pamoato de Pirantel", por se tratar de um outro composto heterocíclico, cuja estrutura contém exclusivamente três heteroátomos de enxofre e nitrogênio, classificase no código NCM 2934.99.59. MULTA DO CONTROLE ADMINISTRATIVO. DESCABIMENTO. Quando as mercadorias forem submetidas ao licenciamento automático, descabe a penalidade prevista no art. 633 do Decreto n° 4.543, de 2002. ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Súmula CARF n° 02. Segundo a Embargante, existe a ocorrência de vício de contradição no Acórdão embargado, eis que no trecho do resultado do julgamento (dispositivo) consta como se o Recurso tivesse sido dado provimento e não provimento parcial. Vejase abaixo, trecho reproduzidos dos embargos da PGFN: "(...)Pois bem, analisandose o voto condutor do v. acórdão ora embargado, temos que o provimento do Recurso Voluntário se deu TÃO SOMENTE para afastar a multa do controle aduaneiro de 30% sobre o valor da mercadoria, como se vê pelo trecho abaixo, verbis: "Forte em todos os argumentos apresentados, dou provimento parcial ao recurso para afastar a multa do controle aduaneiro de 30% sobre o valor da mercadoria". Fl. 126DF CARF MF Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402003.873 S3C4T2 Fl. 126 3 Ou seja, a partir da própria conclusão do votocondutor, temos que houve apenas um PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, já que a maior parte do que pleiteou ( item 1 acima ) não houve provimento". No arrazoado elaborada pela Procuradoria da Fazenda Nacional (fls. 116 a 118), após síntese dos fatos relacionados com a lide, inquina à decisão do vício de contradição entre o que decidiu o voto condutor do aresto embargado e o que constou no dispositivo do acórdão. Com essas considerações e forte no art. 65 do RICARF, o pleito foi acolhido pelo Presidente desta Turma Ordinária e determinando a sua inclusão em lote a ser sorteado a um dos Conselheiros da 2ª TO/4ª Câmara, da 3ª Seção, para que o equivoco seja saneado mediante a prolação de um novo acórdão (fls. 122/124). Os autos, então, foram sorteados para este Conselheiro. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, relator. O recurso preenche o requisito formal para sua admissibilidade e, portanto, merece ser conhecido pelo Colegiado. Trata o presente processo de Auto de Infração formalizado para exigência da diferença de Imposto de Importação (II) e acréscimos legais, multa por infração administrativa ao controle das importações (falta de licença de importação LI) e multa regulamentar por classificação incorreta, relativamente à mercadoria importada por meio da Declaração de Importação (DI) n°. 03/10355588, registrada em 26/11/2003. Compulsandose os autos, temos que no Recurso Voluntário, a Embargante pediu que fosse dado provimento ao apelo, para reconhecer: (a) a nulidade da decisão da DRJ; (b) a nulidade do laudo 3273.01, por ter sido elaborado unilateralmente pela RFB; (c) alternativamente, que fosse provido o recurso para que fossem reduzidas as multas aplicadas. Encaminhados para este CARF, os autos foram julgados por esta 2ª Turma Ordinária/4ª Câmara, prolatado o Acórdão nº 3402002.522, na sessão de 15/10/2014. O dispositivo do acórdão foi assim redigido (fls. 205 e 206) grifei: "Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator/Presidente em exercício. Fl. 127DF CARF MF 4 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, Pedro Souza Bispo e Fenelon Moscoso de Almeida". Por outro giro, confirase agora a conclusão do voto condutor da decisão embargada: "Forte em todos os argumentos apresentados, dou provimento parcial ao recurso para afastar a multa do controle aduaneiro de 30% sobre o valor da mercadoria". É como voto. Sala das Sessões, 15/10/2014 Gilson Macedo Rosenburg Filho". Como bem pontuado na análise da admissibilidade do recurso, a contradição que autoriza os embargos de declaração é justamente esta, "... interna ao acórdão, verificada entre a fundamentação do julgado e a sua conclusão, e não aquela que possa existir, por exemplo, com a prova dos autos” (STJ, REsp 322.056). Como visto, o defeito prejudica a intelecção da decisão e neste sentido reclama saneamento. Nessa direção, verificase que consta da ATA da Sessão de 15 de outubro de 2014, o julgamento pela 2ª TO/4ª Câmara/3ª Seção, que resultou no Acórdão nº 3402002.522, sendo o seguinte o resultado proclamado: por unanimidade de votos, deuse provimento parcial ao recurso. O extrato da Ata da sessão de julgamento, encontrase publicada na página do CARF na internet. Vejase: Relator(a): GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo: 11128.007278/200691 Recorrente: CASTE PHARMACEUTICA LTDA e Recorrida: FAZENDA NACIONAL Acórdão 3402002.522 Informações Adicionais: Por unanimidade de votos deuse provimento parcial ao recurso nos termos do voto do relator. Votação: Por Unanimidade Questionamento: RECURSO VOLUNTARIO Resultado: Recurso Voluntário Provido em Parte Com os fundamentos acima exposto, proponho retificar a redação do dispositivo (resumo da decisão adotada) do Acórdão embargado nº 3402002.522, de 15/10/2014, conforme abaixo: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária, da Terceira SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 11128.007278/200691 Acórdão n.º 3402003.873 S3C4T2 Fl. 127 5 CONCLUSÃO Isso posto, voto por acolher os embargos de declaração para sanar a contradição existente no dispositivo sintético do Acórdão (resumo da decisão adotada), retificando a sua redação final conforme o texto acima proposto (objetivando sua adequação ao registrado na ata). Em 22 de fevereiro de 2017. É como voto. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 129DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.100552/2008-15
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 29 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Ano-calendário: 2005 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração (Súmula Carf nº49).
Numero da decisão: 1803-000.969
Decisão: ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente
Nome do relator: Sérgio Luiz Bezerra Presta
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração (Súmula Carf nº 49). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sergio Luiz Bezerra Presta Relator Fl. 50DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 19/1 0/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 09/11/2011 por SELENE FERREIRA DE MO RAES Processo nº 10283.100552/200815 Acórdão n.º 180300.969 S1TE03 Fl. 49 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Marcelo de Assis Guerra, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: “Tratase de Auto de Infração eletrônico decorrente do processamento das DCTF ano calendário 2005, exigindo crédito tributário de R$ 15.486,09 correspondente multa por atraso na entrega das DCTF's dos meses jan, fev,mar, abr/2008,conforme fls 14/21. Impugnando tempestivamente a exigência, o contribuinte alega em sua defesa: o principio da "interpretação benigna",exposto no art 112, I e II da lei 5172/66 (CTN); aduz, também, a espontaneidade na entrega, o que daria ensejo, com fundamento no art. 138 do CTN, à exclusão da penalidade.” A 1ª Turma da DRJ/BELÉM–PA, em sessão de 17 de abril de 2009, ao analisar a peça impugnatória apresentada, proferiu o acórdão n° 0113.617 onde decidiu “considerar procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário exigido”, sob argumentos assim ementados: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2008 DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. ESPONTANEIDADE. INFRAÇÃO DE NATUREZA FORMAL. O principio da denúncia espontânea não inclui a prática de ato formal, não estando alcançado pelos ditames do art. 138 do Código Tributário Nacional Lançamento Procedente” Cientificado da decisão interpôs o contribuinte, em 01/07/2009, Recurso Voluntário a este Conselho, onde a Recorrente manteve os mesmos argumentos da peça impugnatória apresentada. É o relatório do essencial. Fl. 51DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 19/1 0/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 09/11/2011 por SELENE FERREIRA DE MO RAES Processo nº 10283.100552/200815 Acórdão n.º 180300.969 S1TE03 Fl. 50 3 Voto Conselheiro Sérgio Luiz Bezerra Presta, Relator Sobre a questão da tempestividade, encontramos nas fls. 47 dos autos o seguinte despacho: “O contribuinte em epígrafe possui outro processo de n° 10283.101100/200761, cujo recurso voluntário foi apresentado em 01/07/2009, e cuja ciência do Acórdão da DRJ/BELÈM foi em 30/06/2009, conforme AR anexado ao citado processo. O AR da ciência do Acórdão 01 — 13.617 da DRJ BELEM referente ao processo 10283.100552/200815, não chegou até a presente data. Contudo. Este acórdão foi enviado na mesma data do Acórdão referente ao processo 10283.101100/200761. Tendo em vista os recursos voluntários para os dois processos terem sido apresentados na mesma data, 01/07/2009, para não prejudicar o direito de defesa do contribuinte, e não tendo como apresentar o AR, informei como data de ciência a mesma do processo 10283.101100/200761, 30/06/2009. Proponho o envio do presente ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para apreciação e julgamento.” Assim, observando decisão do Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário — SECATO da Delegacia da RFB em Manaus entendo que o presente recurso é tempestivo e atende aos pressupostos legais para seu seguimento. Por essa razão dele conheço. Porém, não posso concordar com a tese apresentada pela Recorrente, tendo em vista que se tratando de aplicação de multa por atraso na entrega da DCTF relativa ao ano calendário de 2006, incide por força das determinações constantes do Art. 7° da Lei n° 10.426/2002, que pode ser observado na forma esquemática a seguir transcrita: A B C D 1 O sujeito passivo que deixar de apresentar: Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ); Declaração de Débitos e Créditos Tributários (DCTF); Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica e Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), nos prazos fixados Será intimado a apresentar a declaração original, no caso de não apresentação Sujeitarseá às seguintes multas I – de 2% por mês calendário ou fração incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega da declaração, ou entrega após o prazo, limitada a 20%. II – de 2% no mês calendário ou fração incidente sobre o montante de tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na DIRF, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas Declarações ou entrega após o prazo, limitada a 20%. Ou a prestar III – de R$ 20,00 para cada Fl. 52DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 19/1 0/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 09/11/2011 por SELENE FERREIRA DE MO RAES Processo nº 10283.100552/200815 Acórdão n.º 180300.969 S1TE03 Fl. 51 4 2 Ou que as apresentar com incorreções ou omissões esclarecimentos nos demais casos, no prazo estipulado pela Receita Federal do Brasil grupo de 10 informações incorretas ou omitidas. Observando a planilha acima, atentese que a coluna C (“sujeitarseá às seguintes multas”) é ligada pela conjunção “e” (e não “ou”), o que obriga sempre A. aplicação de multa por atraso em qualquer das hipóteses das linhas 1 e 2; ou seja, intimandose previamente ou não o contribuinte. E, o denominado “prazo fixado” a que se refere a coluna A, linha 1, é o prazo fixado pela legislação tributária (art.6° da IN SRF n° 482/2004) para entrega da DCTF, e não um prazo aleatório posteriormente fixado pela Administração. Outrossim, a intimação prévia para prestar esclarecimentos só se aplica no caso de apresentação de declaração com incorreções ou omissões (linha 2). Diante desse fato, não há o que se falar se houve ou não pronunciamento ou qualquer ação por parte do fisco em relação ao atraso na entrega da DCTF, tendo em vista que a Recorrente tinha um prazo para cumprir a obrigação e simplesmente não a fez. E, mesmo que o Fisco não tenha feito qualquer movimento para cobrar o cumprimento da obrigação acessória da Recorrente, a entrega da DCTF fora do prazo não está albergada pelo instituto da denuncia espontânea. Essa é a posição da Súmula Carf nº 49, com o seguinte teor: “Sumula 49 A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração”. No âmbito do Judiciário, a jurisprudência é pacífica em ambas as turmas do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no sentido de que a denúncia espontânea não é aplicável às multas pelo descumprimento de obrigações acessórias, de natureza formal e desvinculadas diretamente do fato gerador da obrigação principal: “TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. ART. 138 DO CTN. ENTREGA EM ATRASO DA DECLARAÇÃO DE RENDIMENTOS. 1. A denúncia espontânea não tem o condão de afastar a multa decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos do artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas. Precedentes. 2. Recurso especial não provido. (REsp 1129202/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe 29/06/2010) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL.DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. POSSIBILIDADE. JURISPRUDÊNCIA PACIFICADA. SÚMULA 83/STJ. INCIDÊNCIA. 1. Aresto recorrido que se encontra em consonância com a jurisprudência assente do STJ no sentido de que não se mostra desarrazoada a aplicação de multa em razão do atraso na entrega da Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF. Precedentes. Fl. 53DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 19/1 0/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 09/11/2011 por SELENE FERREIRA DE MO RAES Processo nº 10283.100552/200815 Acórdão n.º 180300.969 S1TE03 Fl. 52 5 2. Agravo regimental nãoprovido. (AgRg no Ag 985.433/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/12/2008, DJe 13/02/2009) PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE OPERAÇÕES IMOBILIÁRIAS. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA NÃO CONFIGURADA. 1 A entrega das declarações de operações imobiliárias fora do prazo previsto em lei constitui infração formal, não podendo ser considerada como infração de natureza tributária, apta a atrair o instituto da denúncia espontânea previsto no art. 138 do Código Tributário Nacional. Do contrário, estarseia admitindo e incentivando o nãopagamento de tributos no prazo determinado, já que ausente qualquer punição pecuniária para o contribuinte faltoso. 2 A entrega extemporânea das referidas declarações é ato puramente formal, sem qualquer vínculo com o fato gerador do tributo e, como obrigação acessória autônoma, não é alcançada pelo art. 138 do CTN, estando o contribuinte sujeito ao pagamento da multa moratória devida. 3 Precedentes: AgRg no REsp 669851/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22.02.2005, DJ 21.03.2005; REsp 331.849/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, SEGUNDA TURMA, julgado em 09.11.2004, DJ 21.03.2005; REsp 504967/PR, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24.08.2004, DJ 08.11.2004; REsp 504967/PR, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 24.08.2004, DJ 08.11.2004; EREsp n° 246.295RS, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 20.08.2001; EREsp n° 246.295RS, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de 20.08.2001; RESP 250.637, Relator Ministro Milton Luiz Pereira, DJ 13/02/02. 4 – Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 884.939/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 19/02/2009)” Por fim, como vem afirmando o Preeminente Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes em diversos julgamentos análogos realizados por essa 3ª Turma Especial “não se afasta a responsabilidade da empresa no caso, porque culpa lhe cabe, tanto na escolha do encarregado da elaboração e entrega das declarações (culpa in eligendo), quanto na fiscalização das suas tarefas (culpa in vigilando)”. Assim, considerando tudo o que consta dos autos, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. (assinado digitalmente) Sérgio Luiz Bezerra Presta Fl. 54DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 19/1 0/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 09/11/2011 por SELENE FERREIRA DE MO RAES Processo nº 10283.100552/200815 Acórdão n.º 180300.969 S1TE03 Fl. 53 6 Fl. 55DF CARF MF Emitido em 09/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 19/1 0/2011 por SERGIO LUIZ BEZERRA PRESTA, Assinado digitalmente em 09/11/2011 por SELENE FERREIRA DE MO RAES
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Numero do processo: 12898.000386/2010-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/1998 a 30/11/1998
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CONSTRUÇÃO CIVIL.
O contratante de serviços de construção civil, qualquer que seja a modalidade de contratação, responde solidariamente com o prestador pelas obrigações previdenciárias decorrentes da Lei nº 8.212/91, conforme dispõe o art. 30, inciso VI da citada lei.
AFERIÇÃO INDIRETA. ARBITRAMENTO. APLICABILIDADE.
Aplicável a apuração do crédito previdenciário por aferição indireta/arbitramento na hipótese de deficiência ou ausência de quaisquer documentos ou informações solicitados pela fiscalização, que lançará o débito que imputar devido, invertendo-se o ônus da prova ao contribuinte, com esteio no artigo 33, §3º, da Lei nº 8.212/91.
MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. CRITÉRIO. FATOS GERADORES ANTERIORES A 1999.
Aos processos de lançamento fiscal dos fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, e anteriores à obrigatoriedade de declaração em GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social), aplica-se a multa mais benéfica, obtida pela comparação da multa vigente à época da ocorrência dos fatos geradores (art. 35, Lei nº 8.212/91, na redação anterior à Lei nº 11.941/2009), e a multa de ofício na novel redação do art. 35-A da Lei nº 8.212/91 (incluído pela Lei nº 11.941, de 2009).
Numero da decisão: 2301-004.885
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, vencidos o relator e o conselheiro Alexandre Evaristo Pinto; quanto às multas previdenciárias (período anterior à GFIP), por maioria de votos, foi dado parcial provimento para aplicação da regra do artigo 35 da Lei nº 8.212, de 1991, vigente à época dos fatos geradores, limitada ao percentual de 75%, previsto no artigo 44, I, da Lei nº 9.430, de 1996; vencidos os conselheiros Fabio Piovesan Bozza e Alexandre Evaristo Pinto, que votaram pela aplicação da regra do artigo 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009 (limite de 20%). Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Andrea Brose Adolfo.
(assinado digitalmente)
Andréa Brose Adolfo Presidente em Exercício e Redatora.
(assinado digitalmente)
Fábio Piovesan Bozza Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa Brose Adolfo (presidente em exercício), Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes, Alexandre Evaristo Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos.
Nome do relator: FABIO PIOVESAN BOZZA
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RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. CONSTRUÇÃO CIVIL. O contratante de serviços de construção civil, qualquer que seja a modalidade de contratação, responde solidariamente com o prestador pelas obrigações previdenciárias decorrentes da Lei nº 8.212/91, conforme dispõe o art. 30, inciso VI da citada lei. AFERIÇÃO INDIRETA. ARBITRAMENTO. APLICABILIDADE. Aplicável a apuração do crédito previdenciário por aferição indireta/arbitramento na hipótese de deficiência ou ausência de quaisquer documentos ou informações solicitados pela fiscalização, que lançará o débito que imputar devido, invertendose o ônus da prova ao contribuinte, com esteio no artigo 33, §3º, da Lei nº 8.212/91. MULTA. RETROATIVIDADE BENIGNA. CRITÉRIO. FATOS GERADORES ANTERIORES A 1999. Aos processos de lançamento fiscal dos fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, e anteriores à obrigatoriedade de declaração em GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social), aplica se a multa mais benéfica, obtida pela comparação da multa vigente à época da ocorrência dos fatos geradores (art. 35, Lei nº 8.212/91, na redação anterior à Lei nº 11.941/2009), e a multa de ofício na novel redação do art. 35A da Lei nº 8.212/91 (incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 8. 00 03 86 /2 01 0- 61 Fl. 233DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, vencidos o relator e o conselheiro Alexandre Evaristo Pinto; quanto às multas previdenciárias (período anterior à GFIP), por maioria de votos, foi dado parcial provimento para aplicação da regra do artigo 35 da Lei nº 8.212, de 1991, vigente à época dos fatos geradores, limitada ao percentual de 75%, previsto no artigo 44, I, da Lei nº 9.430, de 1996; vencidos os conselheiros Fabio Piovesan Bozza e Alexandre Evaristo Pinto, que votaram pela aplicação da regra do artigo 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009 (limite de 20%). Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Andrea Brose Adolfo. (assinado digitalmente) Andréa Brose Adolfo – Presidente em Exercício e Redatora. (assinado digitalmente) Fábio Piovesan Bozza – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andréa Brose Adolfo (presidente em exercício), Júlio César Vieira Gomes, Fábio Piovesan Bozza, Jorge Henrique Backes, Alexandre Evaristo Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos. Relatório Com fundamento na responsabilidade solidária, a fiscalização de tributos federais lavrou auto de infração DEBCAD nº 37.271.6881 contra a ora Recorrente, objetivando o recolhimento de contribuição previdenciária da empresa, devida originariamente pela empresa prestadora de serviços de construção civil CEMTEL CONSTRUÇÕES E TELECOM LTDA., relativa ao mês de novembro/1998. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 22), a autuação baseiase no fato de a Recorrente não ter apresentado à fiscalização os comprovantes de pagamento dos débitos exigidos, como forma de elidirse da responsabilidade solidária, prevista no art. 30, inc. VI da Lei nº 8.212/91. A base de cálculo do tributo lançado de ofício foi apurada por meio de arbitramento por aferição indireta (40% sobre o valor da nota fiscal, nos termos do art. 336 da Instrução Normativa RFB 971/2009), tendo sido ainda acrescido de multa e de juros. O valor lançado, com os acréscimos, alcançou R$ 29.618,48, em 12/04/2010. É importante frisar que, em nenhum momento dos trabalhos fiscais, a contribuinte CEMTEL foi intimada pela fiscalização para prestar esclarecimentos sobre o recolhimento das contribuições previdenciárias ora exigidas. Somente depois da conclusão dos trabalhos, uma via do auto de infração foi direcionada pelo correio à contribuinte. O crédito foi inicialmente constituído por meio da NFLD n° 35.442.2383, cuja ciência do sujeito passivo deuse no ano de 2002. Tal NFLD foi julgada nula, por vício Fl. 234DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 234 3 formal, pela 2ª Câmara de Julgamento do CRPS, por meio do acórdão n° 001330/2005, de 23/09/2005. Novo lançamento de ofício foi então promovido pela fiscalização, o qual foi cientificado à Recorrente e à devedora originária em 19/04/2010 (fls. 34 e 35). Somente a Recorrente apresentou impugnação, a qual teve seu provimento negado, em decisão de primeira instância administrativa, pela DRJ/Rio de Janeiro, assim ementada (fls. 130). ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1998 a 30/11/1998 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – CONSTRUÇÃO CIVIL A solidariedade passiva, legalmente imposta, pode unir diversos devedores que responderão, cada qual, pela dívida toda, não comportando benefício de ordem. A Secretaria da Receita Federal do Brasil tem o direito de escolher e de exigir, de acordo com seu interesse e conveniência, o valor total do crédito de qualquer um dos devedores solidários. Inteligência do art. 30, VI da Lei 8.212/91. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AFERIÇÃO INDIRETA A não apresentação de documentos solicitados pela fiscalização e necessários à verificação do fato gerador enseja o lançamento arbitrado pela técnica da aferição indireta, com fulcro no art. 33, §3º da Lei 8212/91, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. Ainda inconformada, a Recorrente apresentou recurso voluntário a este CARF, argumentando, em síntese, o seguinte: (i) a necessidade da realização de prova pericial; (ii) a nulidade do lançamento, tendo em vista que (ii.1) a responsabilidade solidária não dispensa a autoridade autuante de fiscalizar o prestador de serviços, a fim de confirmar que o tributo exigido não foi quitado espontaneamente; (ii.2) restando verificado a existência do débito, realizar o lançamento em face do prestador, que é o real contribuinte; (ii.3) analisar a escrituração contábil do prestador para determinar a real base de cálculo do tributo, e, apenas no caso da sua total imprestabilidade, lançar por arbitramento (aferição indireta); (iii) foi apresentada prova de quitação do tributo (doc. 5 da impugnação – fls. 125126); e (iv) subsidiariamente, defendeu a redução da multa lançada para 20%, com base nas alterações promovidas pela Lei nº 11.941/2009. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Relator Fábio Piovesan Bozza Fl. 235DF CARF MF 4 A intimação do acórdão de primeira instância ocorreu em 25/07/2011 e o recurso voluntário foi interposto em 18/08/2011. Por ser tempestivo e por cumprir com as formalidades legais, dele tomo conhecimento. Pedido de Realização de Perícia A Recorrente solicita a realização de prova pericial com o intuito de confirmar se a análise das guias de pagamento juntadas aos autos em confronto com a folha de salários da CEMTEL aponta para a existência de qualquer débito em aberto para o período de apuração autuado. Todavia, a folha de salários da CEMTEL sequer foi juntada ao presente processo, não havendo como se realizar a diligência pretendida. Além disso, a existência ou não dos fatos que embasam o lançamento fiscal em julgamento baseiase exclusivamente em provas documentais, cuja produção já foi devidamente oportunizada à Recorrente. A avalição e a qualificação jurídica desse conjunto probatório compete agora ao julgador, não havendo necessidade de esclarecimentos adicionais por perito. O pedido, a meu ver, não procede e deve ser indeferido. Responsabilidade Solidária Em virtude da relação jurídica existente entre as empresas envolvidas (contratação para execução de obras de construção civil), a Recorrente figurou como responsável solidária da CEMTEL com relação ao cumprimento das obrigações previdenciárias desta, nos termos do art. 30, inc. VI da Lei nº 8.212/91: Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (...) VI o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) O Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social (Decreto nº 356/91 e alterações posteriores), vigente à época dos fatos, esclarecia as atribuições do responsável tributário e a maneira de elidir a responsabilidade tributária (grifamos): Art. 43. O proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono de obra ou o condômino de unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor nas obrigações para com a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou Fl. 236DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 235 5 contratante da obra, admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações. § 1º. A responsabilidade solidária somente será elidida se for comprovado pelo executor da obra o recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura, quando não comprovadas contabilmente. § 2º. Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o executor da obra deverá elaborar folhas de pagamento e guias de recolhimento distintas para cada empresa contratante, devendo esta exigir do executor da obra, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento. § 3º. Considerase construtor, para os efeitos deste Regulamento, a pessoa física ou jurídica que executa obra sob sua responsabilidade, no todo ou em parte. A imputação de responsabilidade solidária à Recorrente não é um ponto controvertido no presente processo. Arbitramento das Contribuições Previdenciárias por Aferição Indireta O ponto controvertido, a meu ver, referese ao procedimento adotado pela fiscalização para apurar as contribuições previdenciárias supostamente devidas. A fiscalização entende que, em virtude de a Recorrente não lhe ter apresentado os documentos exigidos pela legislação, estava autorizada a imediatamente arbitrar a base de cálculo das contribuições previdenciárias, mediante a técnica de aferição indireta (art. 33, §§ 3º e 6º, Lei nº 8.212/91), não sendo imperiosa qualquer diligência prévia perante o contribuinte (CEMTEL) com o fito de verificar o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil. Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 3º Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão Fl. 237DF CARF MF 6 apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. Já a Recorrente defende que a imputação de solidariedade não retira o ônus da fiscalização de promover as competentes averiguações prévias perante o contribuinte (CEMTEL) para que só então, diante da impossibilidade de verificação dos salários pagos pela execução de obra de construção civil, utilizese do arbitramento. Nessa questão, considero assistir razão à Recorrente. Ora, o instituto da responsabilidade solidária almeja conferir maior proteção ao crédito tributário, atribuindo o dever de adimplemento a mais de um sujeito. A caracterização do disposto no art. 30, inc. VI da Lei nº 8.212/91 (aliada à ausência dos procedimentos elisivos) faz com que o terceiro passe a integrar a relação tributária na qualidade de responsável solidário, mas não de contribuinte. A ampliação da sujeição passiva, por outro lado, não altera os demais critérios da obrigação tributária, especialmente aqueles relacionados à determinação da base de cálculo (remuneração dos segurados). Nessa toada, o Fisco deveria ter procedido ao levantamento da real base de cálculo das contribuições junto à prestadora de serviços (CEMTEL), analisando sua folha de pagamento, seus livros contábeis etc. o que acabou não acontecendo. Somente diante da impossibilidade comprovada de determinar a remuneração dos segurados é que subsidiariamente a autoridade fiscal poderia lançar mão do procedimento de aferição indireta. O próprio § 6º do art. 33 acima transcrito exige da fiscalização o exaurimento das tentativas previamente ao arbitramento da base de cálculo (“Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que...”). Nesse sentido, o procedimento adotado pela fiscalização de arbitrar diretamente a base de cálculo das contribuições previdenciárias com base no valor das notas fiscais, sem ouvir previamente a prestadora (CEMTEL), tornou a falta de apresentação da documentação pela Recorrente uma presunção absoluta tanto da inadimplência dos tributos quanto da impossibilidade de aferição da base de cálculo original. Esta é a posição reiterada de ambas as turmas da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (os grifos são nossos): TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO OU AFERIÇÃO INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE. FATO GERADOR ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI 9.711/98. ENTENDIMENTO PACÍFICO DO STJ. 1. Esta Corte Superior firmou entendimento no sentido de que não é possível o lançamento da contribuição previdenciária por arbitramento ou aferição indireta nas contas da empresa tomadora de serviços, relativamente ao fato gerador ocorrido em data anterior à vigência da Lei 9.711/98, sem que antes tenha o Fisco verificado a contabilidade da empresa prestadora, exigência essa que não afasta a responsabilidade solidária entre o prestador do serviço e o contratante. Precedentes: AgRg no REsp 1142065/RS, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Fl. 238DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 236 7 Turma, DJe 10/06/2011 e AgRg no REsp 1348395/RJ, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 04/12/2012. 2. Na hipótese dos autos, percebese que o lançamento abrange períodos anteriores à vigência da Lei 9.711/98. (STJ, 1ª Turma, AgRg no AREsp 294.150, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 20/02/2014) TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ENTRE PRESTADOR E TOMADOR DE SERVIÇOS. ART. 31 DA LEI N. 8.212∕91 (REDAÇÃO ORIGINAL). CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. VERIFICAÇÃO PRÉVIA DO PRESTADOR DE SERVIÇO. PRECEDENTES. SÚMULA 83∕STJ. 1. A jurisprudência do STJ reconhece, nos termos do art. 31 da Lei n. 8.212∕91, com a redação vigente até 1º.2.1999, a inviabilidade de lançamento por aferição indireta, com base tão somente nas contas do tomador do serviço, pois, para a devida constituição do crédito tributário, fazse necessário observar se a empresa cedente recolheu ou não as contribuições devidas, o que, de certo modo, implica a precedência de fiscalização perante a empresa prestadora, ou, ao menos, a concomitância. Incidência da Súmula 83∕STJ. 2. O entendimento sufragado não afasta a responsabilidade solidária do tomador de serviço, até porque a solidariedade está objetivamente delineada na legislação infraconstitucional. Reprimese apenas a forma de constituição do crédito tributário perpetrada pela Administração Tributária, que arbitra indevidamente o lançamento sem que se tenha fiscalizado a contabilidade da empresa prestadora dos serviços de mão de obra. (STJ, 2ª Turma, AgRg no Ag 1.348.395, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 27/11/2012) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO. CESSÃO DE MÃO DE OBRA. EMPRESA CONTRATANTE. ART. 31 DA LEI N. 8.212/91. SOLIDARIEDADE. REDAÇÃO ANTERIOR À LEI N. 9.711/87 QUE ESTABELECEU A RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO / AFERIÇÃO INDIRETA APENAS A PARTIR DA CONTABILIDADE DA EMPRESA CONTRATANTE (DEVEDORA SOLIDÁRIA). ART. 33, § 6º, DA LEI N. 8.212/91 E 148 DO CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O presente caso cuida de situação anterior à Lei n. 9.711/98, hipótese diversa da retratada no acórdão embargado, merecendo, portanto, reforma. Houve omissão quanto à tese de Fl. 239DF CARF MF 8 que a responsabilidade da sociedade tomadora somente poderia ter sido invocada se ficasse constatada, mediante verificação da autarquia previdenciária junto à prestadora dos serviços, o inadimplemento da contribuição previdenciária. 2. Não existindo para o contratante, antes da Lei n. 9.711/98, o dever de apurar e reter valores, não era permitido à Fazenda Pública utilizarse da técnica do § 6º do art. 33 da Lei n. 8.212/91 para aferir indiretamente o montante devido a partir do exame da contabilidade da empresa contratante de mão de obra, sem antes buscar a apuração da base de cálculo e de eventuais pagamentos realizados na documentação do contribuinte (executor/cedente). Isso deveria ter ocorrido primeiramente em relação à contabilidade de quem tinha o dever de apurar e pagar o tributo, ou seja, a empresa cedente de mão de obra. 3. Sendo insuficiente a documentação da empresa contribuinte, seria possível ao órgão fazendário buscar na documentação de terceiros, tal como o contratante, os elementos necessários à estipulação do tributo devido mediante arbitramento (art. 148 do CTN). 4. Apenas a partir da Lei n. 9.711/98, quando a empresa contratante de mão de obra passou a ser responsável tributário, se tornou possível aplicar a técnica da aferição indireta do § 6º do art. 33 da Lei n. 8.212/91 diretamente em relação à sua contabilidade, porquanto passou competir a ela o dever de apurar e efetivar retenções em nome da empresa cedente. 5. Dessarte, não se está a negar a solidariedade entre a empresa contratante e a cedente de mão de obra antes da Lei n. 9.711/98. O óbice à cobrança intentada pela Fazenda Pública é a forma utilizada para apurar o crédito tributário, porquanto se utilizou da aferição indireta a partir do exame da contabilidade do devedor solidário apenas, deixando de buscar os elementos necessários junto à empresa cedente (contribuinte). 6. Precedentes: AgRg no REsp 840179/SE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 24.3.2010; REsp 727.183/SE, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 18.5.2009; e REsp 780.029/RJ, Rel. Min. Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 5.11.2008. 7. Embargos de declaração acolhidos com efeitos infringentes. (STJ, 2ª Turma, EDcl no AgRg no Ag 1.043.396/RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 05/10/2010) Por essa razão, entendo que o lançamento fiscal deve ser cancelado. Alegação de Pagamento do Débito Na eventualidade de restar vencido no julgamento das questões anteriores, avanço minha análise sobre a alegação de pagamento da contribuição previdenciária, de acordo com as cópias das guias acostadas às fls. 125126. Fl. 240DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 237 9 Todavia, referidas guias não são aptas a comprovar o recolhimento da contribuição previdenciária relativa à obra em comento, nos termos exigidos pelo art. 43 do Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social. Desse modo, rejeito a alegação de pagamento. Multa e Retroatividade Benigna Ainda na eventualidade de restar vencido no julgamento das questões anteriores, analiso derradeiramente a cobrança da multa, a qual foi originalmente aplicada com base no art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 9.528/97 (fls. 10): Art. 35. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 1997, sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: I – para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) quatro por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; b) sete por cento, no mês seguinte; c) dez por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; II – para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) doze por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) quinze por cento, após o 15º dia do recebimento da notificação; c) vinte por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) vinte e cinco por cento, após o 15º dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; III – para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) trinta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; b) trinta e cinco por cento, se houve parcelamento; c) quarenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; Fl. 241DF CARF MF 10 d) cinqüenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento. Como se vê, a redação do art. 35 previa a exigência de penalidade sobre as contribuições sociais em atraso – denominada como multa de mora – com percentuais que aumentavam progressivamente, de acordo com a ocorrência de determinados atos administrativos e também com o passar do tempo. O fato de o contribuinte ter apresentado declaração (GFIP) à autoridade previdenciária não influenciava a evolução percentual da multa, o qual somente seria fixada no instante do efetivo pagamento. Dentro desse regime de penalidades, vale lembrar que a falta de apresentação ou a apresentação com alguma incorreção da GFIP sujeitava o contribuinte à imposição de multa específica severa, por descumprimento de obrigação acessória, constante do art. 32 da Lei nº 8.212/91. Pois bem. A partir da unificação da Secretaria da Receita Federal e da Secretaria da Receita Previdenciária, ocorrida em 2007, uma série de modificações foi introduzida na legislação das contribuições previdenciárias, a fim de harmonizar com o tratamento dado aos demais tributos federais. Assim, a partir de dezembro/2008, com a edição da Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, a redação do art. 35 foi alterada para prever a aplicação da multa de mora da legislação tributária federal (art. 61 da Lei nº 9.430/96) e um novo dispositivo foi inserido na Lei nº 8.212/91, o art. 35A, para dispor sobre a multa de ofício (art. 44 da Lei nº 9.430/96). A apresentação ou não de declaração (GFIP) à autoridade fiscal e o momento da atuação da fiscalização passaram a determinar a aplicação da multa de mora ou da multa de ofício: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Um tema que tem gerado controvérsia na jurisprudência e que apresenta, ao menos, duas linhas interpretativas referese à aplicação da retroatividade benigna, constante do art. 106 do CTN, do novo art. 35 e do art. 35A em relação ao antigo art. 35 da Lei nº 8.212/91: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: (...) II tratandose de ato não definitivamente julgado: (...) c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Eventualmente, a fundamentação jurídica dessas duas linhas de interpretação pode variar, mas o resultado alcançado por quaisquer dessas vertentes será o especificado a seguir. Fl. 242DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 238 11 A primeira linha de interpretação sustenta que somente o novo art. 35 poderá retroagir com o objetivo de limitar a 20% o percentual da multa constante do antigo art. 35. Por seu turno, o art. 35A, por inovar a legislação previdenciária de custeio, seria aplicável aos lançamentos de ofício realizados a partir da vigência da Lei nº 11.941/2009. Esta é a posição sustentada de maneira reiterada pelo Superior Tribunal de Justiça. Citese, a esse respeito, o seguinte enxerto do voto do Min. Humberto Martins (os grifos são nossos): A jurisprudência desta Corte é dominante no sentido de que se aplica o disposto no art. 106, inciso II, alínea "c", do CTN na execução fiscal não julgada definitivamente na esfera judicial, independentemente da natureza da multa, sem descaracterizar a liquidez e certeza da Certidão de Dívida Ativa, pois tal normativo estabelece que a lei aplicase a ato ou a fato pretérito quando lhe comina punição menos severa que a prevista por lei vigente ao tempo de sua prática. Verificase que o art. 35 da Lei n. 8.212∕91 foi alterado pela Lei n. 11.941∕09, devendo o novo percentual aplicável à multa moratória seguir o patamar de 20%, que, sendo mais benéfico ao contribuinte, deve lhe ser aplicado, por se tratar de lei mais benéfica, cuja retroação é autorizada com base no art. 106, II, do CTN. (...) Cumpre destacar que o art. 35 da Lei n. 8.212∕91, com a redação anterior à Lei n. 11.940∕09, não distinguia a aplicação da multa em decorrência da sua forma de constituição (de ofício ou por homologação), mas levando em consideração, essencialmente, o momento em que constatado o atraso no pagamento: antes da notificação fiscal, durante a notificação e existência de recurso administrativo, e após a inscrição em dívida ativa. (...) Com efeito, a nova redação do art. 35 da Lei n. 8.212∕91, dada pela Lei n. 11.941∕09, ao prever que as multas aplicadas obedecerão os parâmetros estabelecidos no art. 61 da Lei n. 9.430∕96, possibilitou a aplicação da multa reduzida aos processos ainda não definitivamente julgados. (...) A distinção quanto à forma de lançamento para fixação de multa somente foi prevista com o advento da Lei n. 11.940∕09, que introduziu o art. 35A à Lei n. 8.212∕91 (...) Com efeito, sua aplicação restringese aos lançamentos de ofício existentes após sua vigência, sob pena de retroação. STJ, 2ª Turma, EDcl no AgRg no RESP nº 1.275.297/SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 03/12/2013 Fl. 243DF CARF MF 12 No mesmo sentido, citese também o seguinte trecho do voto da Min. Regina Helena Costa (os grifos são nossos): Controvertese acerca do percentual de multa moratória aplicável ao lançamento de ofício após a alteração do art. 35 da Lei n. 8.212∕91 pela Lei n. 11.941∕09 que, ao incluir o art. 35A naquele diploma normativo, determinou a observância do parâmetro mais gravoso do art. 44 da Lei n. 9.430∕96, qual seja, de 75% (setenta e cinco por cento). Com efeito, esta Corte possui entendimento segundo o qual deve ser observado o percentual original da multa moratória previsto no art. 35 da Lei n. 8.212∕91, porquanto as ulteriores disposições do art. 35A cominam penalidade mais severa, autorizando a aplicação do preceito anterior, mais benéfico, a teor do disposto no art. 106, II, c, do CTN. (...) Isto posto, DOU PROVIMENTO ao Recurso Especial para fixar o percentual da multa moratória em 20% (vinte por cento). STJ, 1ª Turma, RESP nº 1.585.929/SP, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 19/04/2016 A segunda linha de interpretação considera que o antigo art. 35 da Lei nº 8.212/91 já previa em seu bojo tanto a multa moratória, para os recolhimentos espontâneos, quanto a multa de ofício, em decorrência de autuação da fiscalização (emissão de notificação fiscal de lançamento), não obstante o “caput” do dispositivo faça referência à “multa de mora”. Afinal, não será o “nomen iuris” que determinará o regime jurídico da multa. No fundo, a natureza jurídica dessas multas – moratória ou de ofício – seria a mesma, possuindo caráter sancionador, punitivo e nãoindenizatório. Em consequência, o lançamento de multa relativa a fatos geradores das contribuições previdenciárias ocorridos até 03/12/2008 deverá observar, por essa vertente interpretativa, os percentuais do antigo art. 35 (em respeito ao art. 144 do CTN), ficando limitado ao disposto (i) no novo art. 35 (20%), no caso de declaração entregue pelo contribuinte, ou (ii) no art. 35A (75%), no caso de ausência da mencionada declaração e existência de lançamento de ofício. Esta é a posição que tem prevalecido no CARF, pelo voto de qualidade ou, quando menos, por maioria de votos. De forma exemplificativa, vale citar os seguintes julgados: ac. 9202003.713, de 28/01/2016; ac. 9202004.344, de 24/08/2016; ac. 2202 003.445, de 14/06/2016; ac. 2301004.388, de 09/12/2015; ac. 2401004.286, de 13/04/2016). É indubitável a relevância dos fundamentos jurídicos apresentados pelas duas linhas de interpretação. Mas a existência dessa divergência jurisprudencial introduz uma dúvida no sistema, de caráter objetivo, quanto à solução do conflito a respeito da retroatividade benigna da lei nova que define infrações, atraindo a aplicação do art. 112 do CTN: Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: Fl. 244DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 239 13 I – à capitulação legal do fato; II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Nesse cenário de incerteza normativa quando à natureza da penalidade aplicável ou à graduação da multa originalmente lançada (inc. IV), o art. 112 do CTN retrata a adoção do princípio “in dubio pro reo” em matéria de interpretação e deixa transparecer a vontade (vinculante) do legislador de favorecer o acusado com a aplicação da penalidade mais branda. A norma protege o acusado de injustiça na punição, quando houver incerteza a respeito do fato ou do direito aplicável. Assim, nas palavras de Hugo de Brito Machado (“Teoria das Sanções Tributárias”, in Sanções Administrativas Tributárias, Ed. Dialética, p. 177): Se o princípio de Direito Penal do in dubio pro reo exige certeza quanto ao fato, pela mesma razão deve exigir certeza quanto ao direito, pois a verificação da incidência da norma penal depende não apenas da constatação da ocorrência do fato, mas da delimitação do alcance da norma que é indispensável para que se saiba se está aquele fato abrangido, ou não, pela hipótese de incidência, vale dizer, pelo tipo penal. Tratase de corolário que não pode ser ignorado pelo intérprete, ainda que ele particularmente não apresente dúvida acerca do relacionamento entre o antigo art. 35, o novo art. 35 e o art. 35A. Isso porque a referida dúvida, pressuposto para aplicação do art. 112 do CTN, é objetiva e advém das decisões divergentes entre os membros da mesma turma, entre turmas diversas do mesmo tribunal ou entre tribunais diferentes. A jurisprudência judicial não destoa a esse respeito (grifamos): Além disso, o art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação anterior à Lei nº 11.941/2009, estabelece somente multas de mora, inclusive quando houver lançamento de ofício. O legislador considerou irrelevante, para efeito de aplicação da multa de mora, o fato de haver ou não informação a respeito do débito na GFIP. Isso porque as hipóteses de falta de declaração ou declaração inexata eram penalizadas com as multas previstas no art. 32, §§ 4º e seguintes, da Lei nº 8.212/91, que foram revogadas pela Lei nº 11.941/2009. De qualquer sorte, mesmo que haja dúvida quanto à natureza da penalidade aplicável (se é multa de mora ou de ofício), a lei deve ser interpretada da maneira mais favorável ao contribuinte, nos termos do art. 112 do CTN. TRF da 4ª Região, 1ª Turma, Apelação Cível nº 2005.71.11.0045302/RS, Rel. Des. Federal Joel Ilan Paciornik, julgado em 24/02/2010 Fl. 245DF CARF MF 14 Posto isso, voto por limitar a multa imposta com base no art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 9.528/97, ao disposto no art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (20%), por força da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e da interpretação mais favorável ao acusado prevista no art. 112 do CTN. Conclusão Por todo o exposto, voto por conhecer e dar provimento integral ao recurso voluntário interposto pela Recorrente, para reconhecer a nulidade do auto de infração e cancelar, desse modo, todo o lançamento de ofício. Subsidiariamente, caso vencido, voto por rejeitar a alegação de pagamento e por limitar a multa imposta com base no art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 9.528/97, ao disposto no art. 35 da Lei nº 8.212/91 (20%), na redação dada pela Lei nº 11.941/2009, por força da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e da interpretação mais favorável ao acusado prevista no art. 112 do CTN. É como voto. Fábio Piovesan Bozza – Relator Voto Vencedor Conselheira Redatora Andrea Brose Adolfo. Peço vênia para discordar do nobre relator, com relação aos termos do seu voto no que tange à responsabilidade solidária e consequente aferição indireta das contribuições previdenciárias, bem como à redução da multa aplicada. Responsabilidade Solidária. Aferição Indireta. Sobre a responsabilidade solidária, entendo que a recorrente (tomadora dos serviços) se insurge por ter sido chamada a responder pelas contribuições previdenciárias apuradas antes do prestador do serviço, sustentando que a solidariedade entre ambos só ocorreria na falta de pagamento primeiro pelo contribuinte, conforme os seguintes trechos colacionados do recurso: Importante destacar que, apesar de a Lei n° 8.212/91 prever a responsabilidade solidária do tomador em determinados serviços, o fato é que o contribuinte originário das contribuições continua sendo a empresa prestadora do serviço, que é quem efetivamente pratica o fato gerador (pagamento de seus empregados). Assim, praticado o fato gerador pelo contribuinte originário (que é inclusive aquele que detém a capacidade contributiva do evento tributado), compete a ele recolher o tributo devido. Apenas no caso de sua inadimplência é que o devedor solidário Fl. 246DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 240 15 poderá ser chamado a pagar o débito, até mesmo porque ele é um garantidor do débito, e não o contribuinte original. ... Transmutando estas lições para o presente caso, vislumbramos que a Proctor Construções e a Recorrente assumem posições diversas perante o fato gerador: o primeiro é empregador e prestador de serviço, a segunda é tomadora do serviço. Ou seja, a Proctor Construções Inst. e Engenharia Ltda. está diretamente ligada ao fato gerador (contribuinte), ao passo que a Recorrente está apenas indiretamente ligada (responsável). ... No presente caso, a RFB limitouse a fiscalizar e autuar a Recorrente. Acertou apenas nesta última etapa, visto que a lei o autoriza a eleger a Impugnante como pagadora do crédito, mas errou ao não constituir este crédito perante o contribuinte, tornando nulas as duas primeiras etapas acima descritas. ... Notese, portanto, que o equívoco cometido na autuação fiscal, ratificado pela DRJ, é imputar à Recorrente, desde o nascimento do fato gerador da contribuição previdenciária, a responsabilidade pelo adimplemento da obrigação da empresa prestadora de serviço, quando o certo seria verificar primeiro se houve cumprimento da obrigação pelo contribuinte originário da exação, qual seja a empresa contratada. ... No caso dos autos, como a autoridade fiscal, além de não ter efetuado prévio lançamento contra o devedor original, sequer verificou se o débito havia ou não sido quitado pelo prestador do serviço, fica clara a impossibilidade de se exigir o pagamento diretamente do devedor solidário. Assim, apesar da recorrente não contestar sua responsabilidade solidária com as contribuições previdenciárias lançadas, refuta o modus operandi adotado pela Fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Neste ponto, entendo que não assiste razão à recorrente, prevalecendo o entendimento explanado pela turma julgadora a quo, de que, ao não exigir "da prestadora o comprovante do pagamento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura", a tomadora assumiu o ônus da obrigação tributária por solidariedade, podendo o crédito ser constituído contra qualquer um dos solidários. A solidariedade está prevista no art. 124 do Código Tributário Nacional CTN (Lei 5.172/1966): Art. 124. São solidariamente obrigadas: Fl. 247DF CARF MF 16 I. as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II. as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. O artigo 128 do mesmo diploma legal dispõe que a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação: Portanto, o contribuinte e o responsável tributário, no caso o recorrente, são solidários em relação à obrigação tributária, não cabendo, nos termos do parágrafo único do artigo 124 do CTN, benefício de ordem. Compete à Receita Federal do Brasil cobrar de todos os sujeitos passivos a satisfação da obrigação. Sendo a responsabilidade solidária uma garantia Conforme destacado no art. 30, VI da Lei n 8.212/1991, o proprietário, incorporador ou dono da obra não importa qual seja o tipo de contratação é solidário com o construtor pelo cumprimento das obrigações perante a previdência social. Assim, descreve o texto legal: Art. 30. (...) VI o proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono da obra ou condômino da unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor, e estes com a subempreiteira, pelo cumprimento das obrigações para com a Seguridade Social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante da obra e admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações, não se aplicando, em qualquer hipótese, o benefício de ordem; (Redação dada pela Lei 9.528, de 10.12.97) Por sua vez, o Decreto nº 2.173, de 5/03/1997, vigente à época do fato gerador, assim dispunha em seu art. 43, verbis: Art. 43. O proprietário, o incorporador definido na Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de 1964, o dono de obra ou o condômino de unidade imobiliária, qualquer que seja a forma de contratação da construção, reforma ou acréscimo, são solidários com o construtor nas obrigações para com a seguridade social, ressalvado o seu direito regressivo contra o executor ou contratante de obra, admitida a retenção de importância a este devida para garantia do cumprimento dessas obrigações. § 1º A responsabilidade solidária somente será elidida se for comprovado pelo executor da obra o recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração dos segurados incluída em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando da quitação da referida nota fiscal ou fatura, quando não comprovadas contabilmente. § 2º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o executor da obra deverá elaborar folhas de pagamento e guias de Fl. 248DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 241 17 recolhimento distintas para cada empresa contratante, devendo esta exigir do executor da obra, quando da quitação da nota fiscal ou fatura, cópia autenticada da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento. Assim, ao atribuir responsabilidade solidária pelo cumprimento da obrigação tributária, o legislador outorgou à autoridade previdenciária a possibilidade de cobrar a obrigação de qualquer dos solidários. A constituição do crédito tributário pode ocorrer tanto no prestador quanto no tomador de serviços. Tal questão, inclusive, restou submetida à análise pelo Conselho Pleno do CRPS Conselho de Recursos da Previdência Social, que, por meio do Enunciado nº 30, editado pela Resolução nº. 1, de 31 de janeiro de 2007, publicada no DOU de 05/02/2007assim decidiu: Enunciado Nº 30 Em se tratando de responsabilidade solidária o fisco previdenciário tem a prerrogativa de constituir os créditos no tomador de serviços mesmo que não haja apuração prévia no prestador de serviços. Na mesma linha de fundamentação, não é outro o entendimento firmado pelo STJ, conforme ementa do acórdão no Agravo Regimental nos Embargos de Declaração no Recurso Especial Nº 1.177.895 RS: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS DEVIDAS PELOS EMPREGADOS, TRABALHADORES TEMPORÁRIOS E AVULSOS. CONSTRUÇÃO CIVIL. DONO DA OBRA E CONSTRUTOR OU EMPREITEIRO. SUBSTITUTOS TRIBUTÁRIOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA (SÚMULA 126/TRF ANTERIOR À PROMULGAÇÃO DA CF/88). RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA (CF/88 ATÉ A LEI 9.711/98). RESPONSABILIDADE PESSOAL DO TOMADOR DO SERVIÇO DE EMPREITADA DE MÃODEOBRA (LEI 9.711/98). (...) 6. A responsabilidade tributária, quanto aos seus efeitos, pode ser solidária ou subsidiária (em havendo coobrigados) e pessoal (quando o contribuinte ou o responsável figura como único sujeito passivo responsável pelo recolhimento da exação). 7. Por oportuno, forçoso ressaltar que a solidariedade tributária não é forma de inclusão de terceiro na relação jurídica tributária, mas grau de responsabilidade dos coobrigados, sejam eles contribuintes ou contribuinte e responsável tributário, vale dizer: a responsabilidade de sujeitos passivos coobrigados (contribuintes entre si, responsáveis entre si ou contribuinte e responsável) pode ser solidária ou subsidiária (notas de Mizabel Derzi na atualização da obra "Direito Tributário Brasileiro", de Aliomar Baleeiro, 11ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2000, pág. 729). Fl. 249DF CARF MF 18 8. O artigo 124, do Codex Tributário, ao tratar da solidariedade na seara tributária, fixa que a mesma não comporta benefício de ordem (parágrafo único) quando se estabeleça entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal (inciso I) e entre as pessoas expressamente designadas por lei (inciso II), o que importa em evidente tautologia, uma vez que a inaplicabilidade do beneficium excussionis decorre da essência do instituto em tela. 9. Deveras, na obrigação solidária, dessumese a unicidade da relação tributária em seu pólo passivo, autorizando a autoridade administrativa a direcionarse contra qualquer dos coobrigados (contribuintes entre si, responsáveis entre si, ou contribuinte e responsável). Nestes casos, qualquer um dos sujeitos passivos elencados na norma respondem in totum et totaliter pela dívida integral. 10. Flagrante ausência de tecnicidade legislativa se verifica no artigo 134, do CTN, em que se indica hipótese de responsabilidade solidária "nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte" , uma vez cediço que o instituto da solidariedade não se coaduna com o benefício de ordem ou de excussão. Em verdade, o aludido preceito normativo cuida de responsabilidade subsidiária. 11. Conseqüentemente, exsurge a necessidade de exame dos diplomas legais que regeram e que regem as relações jurídicas em comento, a fim de se identificar o(s) sujeito(s) passivo(s) eleito(s) pelo ente tributante legiferante e o grau de responsabilidade instituído entre os mesmos ou atribuído a um único sujeito passivo (contribuinte ou responsável). 12. É certo que a responsabilidade solidária prevista na legislação previdenciária abrange tanto as contribuições sociais devidas pela empresa (enquanto contribuinte, portanto), como aquelas decorrentes da substituição tributária (contribuições sociais devidas pela mãodeobra contratada), sobressaindo, ao menos, 3 (três) regimes legais que subordinam o thema iudicandum . 13. Destacase, preliminarmente, o período anterior à promulgação da Constituição Federal de 1988, (...) (...) 15. Outrossim, após a entrada em vigor da Constituição Federal, que reconheceu a natureza tributária das contribuições sociais devidas à Seguridade Social, o preceito normativo inserto no artigo 124, do CTN, passou a ser, indubitavelmente, aplicável à espécie, legitimando a interpretação de que era solidária a responsabilidade prescrita na Lei 3.807/60 e no Decreto 89.312/84, que expressamente dispunham sobre a responsabilidade tributária solidária entre os substitutos tributários (dono da obra/proprietário/condômino e executor/prestador/empreiteiro) quanto às contribuições sociais devidas pela mãodeobra contratada e entre o substituto (dono da obra/proprietário/condômino) e o contribuinte (executor/prestador/empreiteiro) quanto às Fl. 250DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 242 19 contribuições sociais devidas pela empresa contratante da mão deobra. 16. Forçoso reconhecer que o referido regime sobreviveu à edição das Leis 8.212/91 e 9.528/97 (que enfatizou a inaplicabilidade, em qualquer hipótese, do benefício de ordem), findando com o início da produção dos efeitos da Lei 9.711/98, que se deu em 1º de fevereiro de 1999 (artigo 29). 17. Nesses moldes, multifários precedentes do STJ, que pugnam pela solidariedade da responsabilidade tributária, facultando ao ente previdenciário eleger o sujeito passivo de seu crédito tributário, observadas as normas referentes ao direito regressivo do contratante contra o executor, a possibilidade de prévia retenção pelo tomador de serviço e a possibilidade de elisão da responsabilidade tributária do prestador ante a comprovação de recolhimento prévio das contribuições, mediante retenção efetuada pela contratante (REsp 376.318/SC, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em 05.02.2002, DJ 18.03.2002; AgRg no Ag 463.744/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 20.05.2003, DJ 02.06.2003; REsp 477.109/CE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 19.08.2003, DJ 15.09.2003; AgRg no REsp 186.540/RS, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 28.10.2003, DJ 15.12.2003; REsp 410.104/PR, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 06.05.2004, DJ 24.05.2004; REsp 623.975/RS, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 23.05.2006, DJ 19.06.2006; REsp 780.703/SC, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 01.06.2006, DJ 16.06.2006; REsp 971.805/PR, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, julgado em 06.11.2007, DJ 29.11.2007; e AgRg nos EDcl no REsp 375.769/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 04.12.2007, DJ 14.12.2007). 18. A Lei 9.711/98, entretanto, que introduziu a hodierna redação do artigo 31, da Lei 8.212/91 (terceiro regime legal que se vislumbra), instituiu técnica arrecadatória via substituição tributária (...) (...) 22. Agravo regimental desprovido. Acerca do procedimento de aferição indireta dos salários de contribuição, temse que a legislação previdenciária oferece à fiscalização mecanismos para lançar os valores devidos, utilizando como base de aferição o valor da nota fiscal de prestação de serviço, que contém a parcela referente à mãodeobra utilizada. Como a ação fiscal foi realizada na tomadora, a base de cálculo foi apurada por aferição indireta, incidente sobre as notas fiscais de serviços emitidas pela prestadora, em procedimento previsto no § 3º do art. 33 da Lei nº 8212/1991, que dá à auditoria fiscal a prerrogativa de, ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Fl. 251DF CARF MF 20 Portanto, ao deixar de apresentar a documentação hábil a elidir a responsabilidade solidária na competência 11/1998, quais sejam, cópia da guia de recolhimento quitada e respectiva folha de pagamento elaborada distintamente pelo executor em relação a cada contratante, a recorrente não conseguiu fazer prova da quitação das contribuições previdenciárias incidentes sobre a mãodeobra constante da nota fiscal de prestação de serviços, justificando, assim, a aplicação da aferição indireta pela fiscalização. Desta feita, correto o lançamento do crédito previdenciária constante dos autos. Multa. Retroatividade benigna. Em relação à multa previdenciária aplicada, transcrevo trecho do voto vencedor da lavra da Conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis no Acórdão nº 2301004.384, sessão de 08/12/2015, que considero bastante didático: O instituto das multas em matéria previdenciária foi profundamente alterado pela Medida Provisória nº 449, de 03/12/2008, convertida na Lei 11.941/2009. A lei nova revogou o art 35 da Lei 8.212/91, que previa os percentuais de multa aplicáveis sobre as contribuições sociais em atraso para pagamento espontâneo, que é o realizado após a data de vencimento do tributo, mas antes do início de qualquer procedimento de fiscalização (inciso I), para pagamento de créditos incluídos em lançamento tributário de notificação fiscal de lançamento de débito (inciso II) e para pagamento de créditos incluídos em dívida ativa (inciso III) e definiu novos percentuais aplicáveis, correspondentes ao teto de 20% para pagamento espontâneo em atraso (art. 35 da Lei 8.212/91 com a redação da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009) e 75% no caso de exigência de tributo em lançamento de ofício, passível de agravamento (art 35A da Lei 8.212/91, com a redação da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009). Em relação aos fatos geradores ocorridos antes da mencionada alteração legislativa existe o dever de observância, pela autoridade administrativa, da aplicação da multa mais benéfica, em obediência ao art. 106 inciso II do Código Tributário Nacional. Para tanto, é necessário identificar a natureza do instituto objeto de comparação e os dados quantitativos a serem comparados. A lei nova definiu claramente dois institutos: 1) multa de mora para pagamento espontâneo em atraso (art. 35) e 2) multa para pagamento não espontâneo incluído em lançamento tributário chamada de multa de ofício (art. 35A), que, nos termos do art. 44 da Lei 9.430/96, é única para três condutas: i) falta de pagamento ou recolhimento; ii) falta de declaração e iii) declaração inexata. A lei nova também definiu claramente os dados quantitativos de cada uma delas: no primeiro caso, até 20%, nos termos do art. 61 da Lei 9.430/96 ; no segundo caso, de 75%, passível de agravamento, nos termos do art. 44 da Lei 9.430/96. Fl. 252DF CARF MF Processo nº 12898.000386/201061 Acórdão n.º 2301004.885 S2C3T1 Fl. 243 21 O presente processo trata de multa sobre contribuições incluídas em lançamento tributário, portanto, não é aplicável a sistemática da multa para falta de pagamento espontâneo. A multa para pagamento de contribuições incluídas em lançamento tributário que é o caso conforme já mencionado aqui, na nova sistemática do art. 35A da Lei 8.212/91, é única para os casos de falta de pagamento ou recolhimento quando há falta de declaração e/ou declaração inexata. Já o revogado art. 35, inciso II, da Lei 8.212/91, dizia respeito apenas à multa por falta de pagamento ou recolhimento de contribuições incluídas em lançamento tributário. Era o revogado art. 32, inciso IV, §§4o e 5o , da Lei 8.212/91, com a redação da Lei 9.528/97, que regulava a aplicação de penalidade ao contribuinte que apresentasse declaração inexata ou deixasse de apresentála, fazendo incidir multa isolada. Portanto, na norma anterior, o dado quantitativo da multa para dívidas incluídas em lançamento tributário, para os casos de falta de pagamento ou recolhimento de contribuições não declaradas e/ou com declaração inexata, deve ser apurado pela soma da multa do revogado art. 35, inciso II, com a multa do revogado art. 32, inciso IV, §§ 4º e 5º. A multa mais benéfica deve ser apurada mediante comparação do dado quantitativo resultante do cálculo conforme descrito no parágrafo anterior (vigente à época dos fatos geradores) com o dado quantitativo resultante da multa calculada com base no art. 35A da Lei 8.212/91, com a redação da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009. Este entendimento está explicitado no art. 476A da Instrução Normativa RFB nº 971/2009: Art. 476A. No caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) I até 30 de novembro de 2008, deverá ser aplicada a penalidade mais benéfica conforme disposto na alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), cuja análise será realizada pela comparação entre os seguintes valores: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) a) somatório das multas aplicadas por descumprimento de obrigação principal, nos moldes do art. 35 da Lei n º 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei n º 11.941, de 2009, e das aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei n º 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009; e (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) b) multa aplicada de ofício nos termos do art. 35A da Lei n º 8.212, de 1991, acrescido pela Lei n º 11.941, de 2009. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) Fl. 253DF CARF MF 22 II a partir de 1º de dezembro de 2008, aplicamse as multas previstas no art. 44 da Lei n º 9.430, de 1996 . (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010) ... Portanto, entendo que a multa mais benéfica deve ser calculada de acordo com o disposto no art. 476A da IN RFB 971/2009, acima transcrito, e deverá ser apurada no momento do pagamento, nos termos do art. 2º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 14, de 04/12/2009. No presente caso, como o período do lançamento é anterior à obrigatoriedade da declaração em GFIP (Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social), aplicase a multa mais benéfica, a ser calculada no momento do pagamento, obtida pela comparação da multa vigente à época da ocorrência dos fatos geradores (art. 35, Lei nº 8.212/91, na redação anterior à Lei nº 11.941/2009), e a multa de ofício na novel redação do art. 35A da Lei nº 8.212/91 (incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Tal análise deverá ser realizada no momento da liquidação do débito (pagamento ou parcelamento), ou, na sua falta, no momento do ajuizamento da execução fiscal, a teor do disposto no art. 2º, caput e § 1º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 14, de 2009. Conclusão Pelo exposto, voto por conhecer do recurso voluntário e darlhe parcial provimento, para aplicação da multa mais benéfica. É como voto. Andrea Brose Adolfo Redatora Fl. 254DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003056/2006-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Apr 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2001 a 30/11/2002
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL - MPF. LANÇAMENTO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA.
O MPF é mero instrumento interno, disciplinado por ato administrativo, de planejamento e controle da administração tributária federal. Eventuais omissões ou irregularidades formais em sua emissão ou prorrogação, não enseja a nulidade do lançamento de ofício, vinculado e obrigatório, por lei.
PAF. IRREGULARIDADES. NULIDADES.
Nos termos do art. 60, do Decreto nº 70.235/1972 - PAF, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio. As nulidades no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são as vinculadas à incompetência e ao cerceamento de defesa, do art. 59, do PAF.
VERDADE MATERIAL.INVESTIGAÇÃO.DEVER DE COLABORAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
Em busca da verdade material, composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração do particular, a produção da prova deve ser carreada à parte que apresente melhores condições de produzir
Incumbe ao acusado, o ônus da prova, quanto à alegada existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado na acusação fiscal.
PIS/PASEP. EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE.
O ICMS integra o preço de venda das mercadorias ou serviços, devendo ser computado no cálculo da receita bruta ou faturamento, para fim de incidência das contribuições sociais, não havendo previsão legal para sua exclusão das bases de cálculo, salvo quando cobrado na substituição tributária
ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS/PASEP. JUROS DE MORA À TAXA SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
JUROS DE MORA. TAXA SELIC. ILEGALIDADE. SÚMULA CARF Nº 4
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-003.436
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, André Henrique Lemos e Rodolfo Tsuboi.
ROSALDO TREVISAN - Presidente.
FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos, Orlando Rutigliani Berri (Suplente), Rodolfo Tsuboi (Suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA
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LANÇAMENTO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. O MPF é mero instrumento interno, disciplinado por ato administrativo, de planejamento e controle da administração tributária federal. Eventuais omissões ou irregularidades formais em sua emissão ou prorrogação, não enseja a nulidade do lançamento de ofício, vinculado e obrigatório, por lei. PAF. IRREGULARIDADES. NULIDADES. Nos termos do art. 60, do Decreto nº 70.235/1972 PAF, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio. As nulidades no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são as vinculadas à incompetência e ao cerceamento de defesa, do art. 59, do PAF. VERDADE MATERIAL.INVESTIGAÇÃO.DEVER DE COLABORAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Em busca da verdade material, composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração do particular, a produção da prova deve ser carreada à parte que apresente melhores condições de produzir Incumbe ao acusado, o ônus da prova, quanto à alegada existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito alegado na acusação fiscal. PIS/PASEP. EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. O ICMS integra o preço de venda das mercadorias ou serviços, devendo ser computado no cálculo da receita bruta ou faturamento, para fim de incidência das contribuições sociais, não havendo previsão legal para sua exclusão das bases de cálculo, salvo quando cobrado na substituição tributária AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 30 56 /2 00 6- 48 Fl. 364DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 365 2 ICMS NA BASE DE CÁLCULO DO PIS/PASEP. JUROS DE MORA À TAXA SELIC. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. ILEGALIDADE. SÚMULA CARF Nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, André Henrique Lemos e Rodolfo Tsuboi. ROSALDO TREVISAN Presidente. FENELON MOSCOSO DE ALMEIDA Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosaldo Trevisan (Presidente), Eloy Eros da Silva Nogueira, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Fenelon Moscoso de Almeida, André Henrique Lemos, Orlando Rutigliani Berri (Suplente), Rodolfo Tsuboi (Suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre Auto de Infração, lavrado em 19/12/2006 (fls1.39/48) e cientificado em 27/12/2006 (fl. 45), para exigência de Contribuição para o PIS/PASEP cumulativa e acréscimos legais, de 01/2001 a 11/2002, com base na Lei n° 9.718/98, no valor original de R$1.865.398,68, por diferenças apuradas de PIS decorrentes da não inclusão do ICMS na base de cálculo, conforme TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL TVF (fls. 21/23). A empresa apresenta a Impugnação em 22/01/2007 (fls. 50/63), preliminarmente, alegando nulidades do auto de infração: por vícios no procedimento, em razão de irregularidades no MPF e nos termos fiscais lavrados; por cerceamento do direito de defesa, ao prejudicar o seu direito de compreender a procedência do ICMS considerado para fins de lançamento tributário, alegando não possuir débitos do ICMS e anexando Guias de 1 Todos os números de folhas indicados neste documento referemse à numeração eletrônica do eprocesso. Fl. 365DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 366 3 Informações apresentadas à Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo às fls. 95/221; por ausência de provas, pois, não foi apresentada, com o Auto de Infração, nenhuma prova dos valores do ICMS, descritos na 'TABELA' do TVF (fl. 22), serem os montantes devidos e não incluídos na base de cálculo do PIS/PASEP. Quanto ao mérito alega ser a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/PASEP inconstitucional, por ofensa ao inc. I, do art. 195, da CF/88, e ilegal, por não possuir natureza de faturamento e/ou receita da venda de mercadorias e/ou serviços, apontando jurisprudências do STF, sobre a inconstitucionalidade da base de cálculo prevista no §1°, do art. 3º, da Lei n° 9.718/98 (RE n° 457.592/SP), e sobre à não inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS (RE n° 240.785/MG); por fim alega ilegalidade dos juros à taxa Selic, apontando jurisprudência do STJ, no mesmo sentido. A decisão de primeira instância, proferida em 23/04/2007 (fls. 275/291) foi pela procedência do lançamento, nos termos da ementa abaixo reproduzida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2001 a 30/11/2002 MPF. Descabe a argüição de irregularidade do Lançamento relacionada ao Mandado de Procedimento Fiscal MPF, assim como ao Mandado de Procedimento Fiscal Complementar e ao correlacionado Demonstrativo de Emissão e Prorrogação, porquanto a expedição dos mesmos constituemse em meros atos de controle administrativo, não maculando a atividade fiscal do próprio Estado, que é atribuída por Lei àqueles servidores que detêm a competência para promover o Lançamento Tributário, e mormente descabe tal argüição quando o Mandado de Procedimento Fiscal Complementar expedido prestase a incluir a contribuição lançada no rol de tributos fiscalizados, com o Demonstrativo de Emissão e Prorrogação registrando as diversas prorrogações havidas, podendo as informações a ele relativas ser verificadas pelo contribuinte na Internet. PROCEDIMENTO FISCAL. PRAZO PARA CONCLUSÃO. O prazo de sessenta dias previsto no § 2º do art. 7º do Decreto n° 70.235, de 1972, não é prazo para conclusão do procedimento fiscal, mas, tãosomente, lapso temporal que, decorrido sem qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento do feito, redunda na reaquisição da espontaneidade por parte do contribuinte. Conquanto legalmente em aberto o prazo para as conclusões dos trabalhos fiscais, em atos infralegais como a Portaria SRF n° 6.087, de 21 de novembro de 2005, estabeleceuse prazos máximos de validade para Mandados de Procedimento Fiscal, em evidente benefício dos contribuintes que passaram a contar com os prazos dispostos em portarias da Secretaria da Receita Federal. TERMO DE INÍCIO. O art. 7º , inciso I, do Decreto 70.235/72, simplesmente define que 110 procedimento fiscal tem início com" "o primeiro ato de oficio, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto", sem exigir que tal ato de ofício seja formalmente denominado como "Termo de Início de Fiscalização". TERMO DE ENCERRAMENTO E DEMONSTRATIVOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. Descabe a alegação de inexistência de Termo de Encerramento da Ação Fiscal e de Demonstrativo Consolidado do Crédito Tributário porquanto o procedimento de fiscalização culmina com a lavratura do próprio Auto de Infração, sendo dispensável a lavratura de termo de encerramento, e descabe tal alegação quando do processo consta Termo de Encerramento, Demonstrativo(s) do Crédito Tributário, Demonstrativo de Apuração e Demonstrativo de Multa e Juros de Mora. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Não provada qualquer violação às regras do artigo 10 do Decreto 70.235/72, sendo obedecida a legislação que rege o lançamento fiscal, com a descrição pela Fiscalização dos fatos de interesse Fl. 366DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 367 4 tributário, não há que se falar em cancelamento, prejuízo ou nulidade do auto de infração lavrado por autoridade competente. ARGÜIÇÕES DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. Os órgãos julgadores administrativos não são detentores de competência para apreciar argüições de pretensa inconstitucionalidade ou ilegalidade das normas tributárias. DECISÕES JUDICIAIS. As decisões inter partes prolatadas pelos Tribunais não vinculam a Administração no que toca àqueles não envolvidos nos litígios judiciais. ICMS. O ICMS é cobrado do adquirente, integrando o preço de venda da mercadoria ou serviço, devendo ser computado no cálculo da receita bruta, para fim de incidência da contribuição, salvo quando cobrado na substituição tributária. JUROS CALCULADOS COM O CONCURSO DA TAXA SELIC. Alegações voltadas, direta ou indiretamente, contra a legislação que prescreve juros calculados com o concurso da Taxa SELIC, por supostas máculas de qualquer espécie, devem ser descartadas pelo Julgador administrativo. Lançamento Procedente Após ciência ao acórdão de primeira instância (AR à fl. 296), em 01/11/2007, irresignada, a contribuinte apresentou o recurso voluntário de fls. 297/310, em 29/11/2007, reproduzindo os argumentos da impugnação anteriormente interposta. Em Sessão de 04/11/2008, via Resolução nº 20400.647, de 04/11/2008, 2ºCC/4ªCAM, determinouse a conversão do julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do Conselheiro Relator original, os quais passo a transcrever e grifar: "Em exame recurso contra autuação que pretende exigir diferenças de PIS que a fiscalização afirma decorrerem da não inclusão do ICMS na base de cálculo. No recurso em discussão aponta a empresa a completa inexistência de comprovação da origem dos valores que a fiscalização afirma não terem sido incluídos. De fato, nos autos a única "demonstração" daqueles valores é a planilha elaborada pela fiscalização às fls. 18/19. Nela, porém, não há a indicação de onde teriam sido extraídos os valores. Ela está contida em Termo de Verificação Fiscal (fls. 17 a 19) em que a autoridade fiscal apenas afirma que "com base nas análises dos elementos apresentados pela contribuinte, em atendimento às intimações constantes no Termo de Início de Fiscalização e de Intimações Fiscais relacionadas ao programa VERIFICAÇÕES PRELIMINARES, verificamos a insuficiência de recolhimento do PIS, em decorrência da existência de exclusão da base de cálculo, de item não contemplado pela legislação, conforme segue". Afirma, em seguida que a "exclusão" se refere ao ICMS componente do preço de venda. Embora afirme que o procedimento de fiscalização se insere nas chamadas verificações preliminares, a autoridade fiscal sequer juntou no auto de infração as planilhas normalmente elaboradas nesses procedimentos (Demonstração da Base de Cálculo, dos valores devidos e da situação fiscal apurada). Muito menos juntou qualquer peça contábil da empresa em que se possa verificar os registros de ICMS que se lhe imputam. Já na impugnação repetido o argumento aqui no recurso a empresa traz a informação de que não possuiria débitos de ICMS, juntando o que seriam "Guias de Informações apresentadas à Secretaria de Fazenda Estadual" (fls. 95 a 218). As "guias" juntadas realmente dão conta da inexistência de "débitos por saídas", mas se trata de meros formulários impressos nos quais não se vê qualquer carimbo, filigrana, ou outro qualquer elemento que demonstre ter sido efetivamente entregue à repartição estadual e lhe robusteça a força probante. Fl. 367DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 368 5 Há, assim, afirmações desprovidas de prova de ambos os lados. De um lado, afirmação da fiscalização não provada por elementos da contabilidade da empresa. De outro, informação desta do mesmo modo não lastreada em sua contabilidade. Diferentemente do julgador que me precedeu, não vejo por que se deva emprestar à acusação fiscal baseada em mera afirmação maior força do que ao elemento contraposto pela defesa. Nesses termos, considero imprescindível o retorno dos autos em diligência para que a autoridade fiscal autuante promova a juntada aos autos dos "elementos apresentados pela contribuinte" que lhe permitiram construir a Tabela de fls. 18/19. Mais claramente, deve promover a juntada aos autos da escrituração contábil de onde extraiu tais valores, indicando com precisão a conta de ICMS sobre vendas onde devem estar eles registrados." Em 25/08/2010, 28/09/2010, 19/10/2010, por meio dos TERMO DE INICIO DE DILIGÊNCIA FISCALDEFISSP, e TERMO(s) DE REINTIMAÇÃO FISCAL, a Recorrente foi intimada à apresentação dos documentos, nos exatos termos da Resolução, não atendendoa, sob a alegação, em 08/04/2011, de fl. 336: "BRACOL HOLDING LTDA., com sede na Av. Brigadeiro Faria Lima n° 2.012 5º andar, cj. 53, sala 01, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 01.597.168/000199, vem por seu procurador, em resposta ao termo de intimação em epígrafe informar que em razão do tempo decorrido, até a presente data não conseguimos localizar a documentação solicitada." (grifei) Por meio da INFORMAÇÃO FISCAL, de 29/04/2011 (fl. 341), sobre a qual não houve manifestação da Recorrente, e despacho (fl. 342), os autos foram remetidos ao CARF para prosseguimento. É o relatório. Voto Conselheiro Fenelon Moscoso de Almeida O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como visto do relatório, tratase de Auto de Infração, lavrado para a constituição de crédito tributário da Contribuição para o PIS/PASEP cumulativa, por diferenças apuradas de PIS decorrentes da não inclusão do ICMS na base de cálculo, relativas ao período de 01/2001 a 11/2002, com fundamento nos arts. 1º e 3º, da LC nº 07/70; arts. 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98; e arts. 2º, 8º e 9º, da Lei nº 9.715/98. Preliminar Antes de se entrar no mérito da questão, cumpre enfrentar as preliminares suscitadas pela Recorrente. Fl. 368DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 369 6 No que tange ao pedido de nulidade, em razão de vícios no auto de infração, penso que os argumentos não merecem prosperar. Alega a Recorrente nulidade do auto de infração, afirmando existir vícios no procedimento, em razão de irregularidades no MPF e nos termos fiscais lavrados; além de cerceamento do direito de defesa, por prejuízo ao direito da Recorrente compreender a procedência do ICMS considerado para fins de lançamento tributário. Inicialmente, suscitou preliminar de nulidade do auto de infração: por vícios no procedimento, em razão de irregularidades no MPF: (i) por ter sido lavrada a autuação em data na qual já havia expirado o prazo de validade dos MPF e (ii) por autoridade incompetente, sem observar os poderes neles previstos, limitados a verificar somente a correspondência entre os valores declarados pela Recorrente e os valores apurados em sua escrituração contábil. A autuação fiscal foi lavrada em 19/12/2006 e cientificada em 27/12/2006 (fl. 45), dentro do prazo de validade do MPFFiscalização nº 08.1.90.002005005506, conforme DEMONSTRATIVO DE EMISSÃO E PRORROGAÇÃO DE MPF (fl. 09). É certo que o MPFF tem prazo de validade por 120 (cento e vinte dias), nos termos do inc. I, do art. 12, da Portaria SRF n° 6.087, de 21/11/2005. Certo, também, nos termos do art. 13, da mesma norma complementar, que a prorrogação do prazo de que trata o citado artigo poderá ser efetuada, tantas vezes quantas necessárias, por intermédio de registro eletrônico e disponível à consulta na Internet, sendo fornecido ao sujeito passivo, quando do primeiro ato de ofício praticado junto ao mesmo após cada prorrogação, o DEMONSTRATIVO DE EMISSÃO E PRORROGAÇÃO, contendo o MPF emitido e as prorrogações efetuadas, reproduzido a partir das informações apresentadas na Internet. Portanto, existiram, antes do prazo de 120 (cento e vinte) dias para extinção do MPFF, diversas prorrogações do prazo de validade do MPF originário, até o dia 18 de fevereiro de 2007, data posterior a lavratura e ciência do Auto de Infração, não constatada nenhuma irregularidade ou vício que pudesse gerar a nulidade dos procedimentos fiscais. E, ainda que não tenha sido diretamente fornecida ao sujeito passivo cópia do DEMONSTRATIVO DE EMISSÃO E PRORROGAÇÃO, disponível na internet, ou que tenha ocorrido eventuais omissões ou irregularidades formais em sua emissão ou prorrogação, tais circunstâncias não enseja a nulidade do lançamento de ofício, vinculado e obrigatório, por lei, não estabelecendo o MPF competências ou limitando poderes da autoridade administrativa. As próprias Portaria SRF n° 3.007/2001, Portarias RFB nº 4.328/2005 e 6.087/2005, vigentes durante o procedimento fiscal, afirmam, nos seus arts. 15 e 16, que a hipótese de extinção do MPF por decurso de prazo, não implica nulidade dos atos praticados. O MPF, mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos fiscais, instituído por ato administrativo (Portaria SRF nº 1.265/1999), depois, por decreto (Decreto nº 3.969/2001) e disciplinado por portaria (Portaria SRF n° 3.007/2001), não pode jamais invalidar o lançamento fiscal, realizado nos termos de lei complementar: art. 142, do CTN, atividade vinculada e de competência da autoridade administrativa: Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, nos termos do art. 6º, da Lei nº 10.593/2002, com redação dada pelo art. 9º, da Lei nº 11.457/2007. Fl. 369DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 370 7 Substituído pelo Termo de Distribuição do Procedimento Fiscal TDPF, instituído pelo Decreto nº 8.303/2014, o não mais existente Mandado de Procedimento Fiscal MPF, veio apenas para dar mais transparência e segurança aos contribuintes e à administração, tendo por escopo o planejamento e o controle, por parte da Receita Federal, das atividades de fiscalização externa dos tributos e contribuições federais. Inexistindo dispositivo de lei que vincule a competência do AuditorFiscal ou a validade do auto de infração à existência do MPF, não há de se falar em nulidade. Ademais, no processo administrativo tributário federal, somente serão nulos os casos estabelecidos no art. 59, do Decreto nº 70.235/72 PAF, não importando em nulidade, as irregularidades, incorreções e omissões sanáveis, nos termos do art. 60, do mesmo decreto. Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. [...] Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. Em seguida, suscitou a Recorrente, nova preliminar de nulidade do auto de infração: agora, por vícios nos procedimentos, em razão de irregularidades nos termos fiscais : (i) por ter fiscalizado e constituído crédito tributário de PIS/PASEP, sem que tenha lavrado previamente outro Termo de Início de Fiscalização específico, assim com feito para o IRPJ e (ii) por ter lavrado auto de infração, sem a elaboração simultânea do Termo de Encerramento da Ação Fiscal e o Demonstrativo Consolidado. As chamadas verificações preliminares ou obrigatórias, consistiam, à época, no cotejamento entre os valores declarados e os valores apurados pelo sujeito passivo em sua escrituração contábil e fiscal, em. relação aos tributos e contribuições administrados pela SRF, nos últimos cinco anos e no período de execução do procedimento. Inicialmente, exigiase a montagem das bases de cálculo de todos os tributos, dispensada, caso suficiente fosse o simples cotejamento do passivo reconhecido com os valores declarados e confessados em DCTF. Assim, como já afirmado, não há de se falar em competência ou poderes limitados à verificar somente a correspondência entre os valores declarados pela Recorrente e os valores apurados em sua escrituração contábil, sendo vinculado e obrigatório o exercício da competência do art. 142, do CTN: verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Também não há de se falar em necessidade de Termo de Início de Fiscalização específico para os tributos objeto das verificações obrigatórias, tendo em vista a lavratura de diversos outros termos fiscais: Termo de Constatação e Intimação e/ou Termo de Intimação, tratando dos tributos fiscalizados nessas verificações, sendo exigido, pelo inc. I, do art. 7º, do Decreto 70.235/72, um primeiro ato de oficio, escrito, praticado por servidor Fl. 370DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 371 8 competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto, sem exigir que o ato de ofício tenha uma denominação específica. Já o §2º, do inc. I, do mesmo artigo, não estabelece prazo de conclusão do procedimento fiscal ou de validade dos termos lavrados, mas, tãosomente, lapso temporal para a reaquisição da espontaneidade por parte do contribuinte, inexistindo lei ou ato com força de lei, prevista no art. 196, do CTN, estabelecendo prazo máximo para a conclusão das ações fiscais, tratandose de norma de eficácia limitada. Ainda, quanto às irregularidades nos termos fiscais, não há de se falar em nulidade do auto de infração por ausência de elaboração simultânea do Termo de Encerramento da Ação Fiscal e o Demonstrativo Consolidado. Ainda que dispensável a lavratura de termo de encerramento, já que a formalização do lançamento marca o fim da fiscalização do tributo lançado, no processo, à fl. 48, consta o Termo de Encerramento, apresentando o crédito tributário, consolidado em sua totalidade. O auto de infração apresenta, ainda, outros demonstrativos: Demonstrativo do Crédito Tributário, Demonstrativo de Apuração e o Demonstrativo de Multa e Juros de Mora, não havendo nenhuma irregularidade nos termos fiscais que impediu ou dificultou a defesa da Recorrente, não procedendo suas alegações. Por fim, suscitou a Recorrente, outra preliminar de nulidade do auto de infração: em razão de cerceamento do direito de defesa, por prejuízo ao direito da Recorrente compreender a procedência do ICMS considerado para fins de lançamento tributário, falando ainda em ausência de provas. No processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário, como já dito, as hipóteses de nulidade, vinculadas a incompetência e ao cerceamento de defesa, estão elencadas nos incisos, do artigo 59, do Decreto nº 70.235/1972. A leitura do artigo supracitado leva ao entendimento de que, no caso de auto de infração, ato administrativo formalizado por termo próprio e resultante do conjunto de outros atos e termos fiscais, só há nulidade se for lavrado por pessoa incompetente (art. 59, I), falandose em defesa cerceada somente quanto aos despachos e decisões (art. 59, II). Como ato administrativo, o auto de infração deve respeitar os requisitos mínimos de formação válida do artigo 10, do Decreto nº 70.235/72: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Estando o auto de infração revestido de suas formalidades essenciais, no que tange ao seu conteúdo necessário e respectivas provas, serão analisados junto com o mérito da tributação, não sendo causa preliminar de nulidade. Fl. 371DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 372 9 Não há nulidade quando suficientemente demonstrado e fundamentado os motivos pelos quais lavrouse o auto de infração, possibilitando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, nos termos do artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal, retratado nas alegações aduzidas na suas peças impugnativa e recursal. Em equilíbrio com o princípio pas de nullité sans grief não há nulidade sem prejuízo , a nulidade por cerceamento ao direito de defesa exige a comprovação do efetivo prejuízo ao exercício desse direito por parte do sujeito passivo. Nesse sentido, não restou caracterizado nenhum cerceamento de defesa, uma vez que a Recorrente demonstra pleno conhecimento dos fatos que lhe foram imputados pela acusação fiscal e apresenta defesa robusta, argüindo diversas nulidades nas questões preliminares, além de questionar o mérito, seja quanto à não inclusão do ICMS nas bases de cálculo das contribuições sociais, nos termos de entendimento jurisprudencial do STF, seja quanto à existência de fato impeditivo do direito exigido pelo autor da acusação fiscal, afirmando impossível a pretensão de inclusão do ICMS nas bases de cálculo, em razão de não possuir débitos de ICMS, conforme Guias de informações à SeFaz do Estado de São Paulo. Entendo, portanto, no mesmo sentido da decisão recorrida, não caracterizada nenhuma das preliminares argüidas, à ensejar a nulidade da constituição do crédito tributário pela lavratura do presente Auto de Infração. Mérito A Recorrente requer, no mérito, seja dado provimento integral ao presente recurso voluntário, para reconhecer a total improcedência do lançamento, alegando ser a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/PASEP inconstitucional, e ilegal, por não possuir natureza de faturamento e/ou receita da venda de mercadorias e/ou serviços; por fim alegando ilegalidade dos juros à taxa Selic. E, ainda, a questão da alegada ausência de provas, matéria reservada à analise junto com o mérito da tributação. Entende a Recorrente, ser inconstitucional, por ofensa ao inc. I, do art. 195, da CF/88, a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/PASEP. Nesse ponto, não há como discordar da decisão recorrida, no sentido de que: "...os órgãos julgadores administrativos não são detentores de competência para apreciar argüições de pretensa inconstitucionalidade..." (fl. 290) , por força do caput, do art. 62, do RICARF, e da Súmula CARF nº 2: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Inclusive, a questão da inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS, encontrase em discussão no foro apropriado (STF): RE n° 574.706/PR, absolutamente, não se confundindo com a matéria do RE n° 585.235/MG (RE n° 457.592/SP) sobre a inconstitucionalidade da base de cálculo prevista no §1°, do art. 3º, da Lei n° 9.718/98, ambos, submetidos ao regime de repercussão geral. Aponta a Recorrente, precedente firmado pelo STF no julgamento do RE n° 240.785/MG, o qual restou assim ementado: Fl. 372DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 373 10 TRIBUTO – BASE DE INCIDÊNCIA – CUMULAÇÃO – IMPROPRIEDADE. Não bastasse a ordem natural das coisas, o arcabouço jurídico constitucional inviabiliza a tomada de valor alusivo a certo tributo como base de incidência de outro. COFINS – BASE DE INCIDÊNCIA – FATURAMENTO – ICMS. O que relativo a título de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e a Prestação de Serviços não compõe a base de incidência da Cofins, porque estranho ao conceito de faturamento. (STF; RE 240.785, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 08/10/2014, DJe246 DIVULG 15122014 PUBLIC 16122014 EMENT VOL0276201 PP 00001). Por conta desse precedente do STF, também, no STJ existem(iam) decisões contrárias às suas próprias Súmulas nº 68 e 94: Súmula 68 A parcela relativa ao ICM incluise na base de calculo do PIS. (PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 15/12/1992, DJ 04/02/1993) Súmula 94 A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do Finsocial. (PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/1994, DJ 28/02/1994) Apesar dos precedentes jurisprudenciais existentes, nenhum deles possui(a) efeito vinculante e erga omnes, não sendo de reprodução obrigatória no âmbito dos julgamentos do CARF (§2º, do art. 62, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015), sendo o leading case que pretende solucionar essa controvérsia o RE nº 574.706/PR, submetido ao regime de repercussão geral (Tema 69/STF), bem como a ADC nº 18. Assim, não tendo os Tribunais do Poder Judiciário dado uma solução definitiva para esta discussão e diante de uma necessária segurança jurídica mínima, resta(va) socorrerse à jurisprudência administrativa formada no âmbito do CARF, uniforme no sentido de entender como válida a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS. Difícil, até mesmo, encontrar decisão da CSRF nessa matéria, visto, possivelmente, inexistente paradigmas, no sentido da exclusão do ICMS, que possibilite seguimento do recurso especial de divergência. Como exemplos de decisões recentes, abaixo, ementas reproduzidas, na parte pertinente à matéria em exame: Acórdão nº 3302003.204, de 18/05/2016: BASE DE CÁLCULO. RECEITA DA VENDA DE MERCADORIAS. FATURAMENTO. EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS. IMPOSSIBILIDADE. A base de cálculo da Cofins compreende o valor total da receita de vendas de mercadorias, que corresponde ao valor total do faturamento, equivalente ao valor total da operação de venda, neste incluído, o valor do ICMS. Acórdão nº 3301002.833, de 23/03/2016: EXCLUSÃO DO VALOR DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 2. As contribuições para o PIS/Pasep e a Cofins incidem sobre o faturamento, no qual está incluído o valor do ICMS incidente sobre as vendas. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 373DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 374 11 Entende a Recorrente, também, ser ilegal a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/PASEP, por não possuir natureza de faturamento e/ou receita da venda de mercadorias e/ou serviços. Entendimento legal (DL nº 1.598/77), fiscal e contábil, que a receita bruta de vendas e serviços engloba o ICMS, na medida em que este integra o preço, e que a receita líquida de vendas e serviços é obtida após a diminuição dos impostos incidentes sobre vendas. Pesa também o fato da legislação de regência: parágrafo único, do artigo 3º, da Lei n° 9.715/98; e inciso I, do § 2º, do artigo 3º, da Lei nº 9.718/98, permitir somente a exclusão da receita bruta do ICMS substituto tributário: Fato concomitante à elaboração do presente voto, em 10/08/2016, a 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento de recurso afetado ao rito dos recursos repetitivos (Tema 313/STJ): Recurso Especial nº 1.144.469/PR, decidiu pela legalidade do valor referente ao ICMS ser incluído na base de calculo do PIS e da Cofins, por considerar que valor do ICMS integra o faturamento da empresa, acórdão transitado em julgado em 10/03/2017, de reprodução obrigatória no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do § 2º, do art. 62, do RICARF, ainda que consciente da decisão, não transitada em julgado, do STF no RE nº 574.706/PR, no momento do presente julgamento, permanecemos obrigados ao decidido definitivamente pelo STJ: RECURSO ESPECIAL Nº 1.144.469 PR (2009/01124142) EMENTA RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. [...] 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". (grifei) Portanto, no mesmo sentido da decisão recorrida, no mérito, não prevalecendo as argüições de inconstitucionalidade ou ilegalidade, sou pela inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/PASEP. Antes da análise da questão acessória sobre os juros à taxa Selic, vamos à alegação de ausência de provas, por não ter sido apresentada, com o Auto de Infração, nenhuma prova dos valores do ICMS, descritos na 'TABELA' do TVF (fl. 22), serem os montantes devidos e não incluídos na base de cálculo do PIS/PASEP. Vale lembrar, que em razão da questão de ausência de provas, via Resolução nº 20400.647, de 04/11/2008, determinouse a conversão do julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do Conselheiro Relator original, dentre as justificativas: "Embora afirme que o procedimento de fiscalização se insere nas chamadas verificações preliminares, a autoridade fiscal sequer juntou no auto de infração as planilhas normalmente elaboradas nesses procedimentos (Demonstração da Base de Cálculo, dos valores devidos e da situação fiscal apurada). Muito menos juntou qualquer peça contábil da empresa em que se possa verificar os registros de ICMS que se lhe imputam. Fl. 374DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 375 12 Já na impugnação repetido o argumento aqui no recurso a empresa traz a informação de que não possuiria débitos de ICMS, juntando o que seriam "Guias de Informações apresentadas à Secretaria de Fazenda Estadual" (fls. 95 a 218). As "guias" juntadas realmente dão conta da inexistência de "débitos por saídas", mas se trata de meros formulários impressos nos quais não se vê qualquer carimbo, filigrana, ou outro qualquer elemento que demonstre ter sido efetivamente entregue à repartição estadual e lhe robusteça a força probante. Há, assim, afirmações desprovidas de prova de ambos os lados. De um lado, afirmação da fiscalização não provada por elementos da contabilidade da empresa. De outro, informação desta do mesmo modo não lastreada em sua contabilidade." A diligência fiscal realizada mostrouse improfícua, mesmo após diversas intimações, em 25/08/2010, 28/09/2010, 19/10/2010, por meio dos TERMO DE INICIO DE DILIGÊNCIA FISCALDEFISSP, e TERMO(s) DE REINTIMAÇÃO FISCAL, a Recorrente foi intimada à apresentação dos documentos, nos termos da Resolução, não atendendoa, sob a alegação, em 08/04/2011, após mais de sete meses de diligência em curso (fl. 336): "BRACOL HOLDING LTDA., com sede na Av. Brigadeiro Faria Lima n° 2.012 5o andar, cj. 53, sala 01, inscrita no CNPJ/MF sob o n° 01.597.168/000199, vem por seu procurador, em resposta ao termo de intimação em epígrafe informar que em razão do tempo decorrido, até a presente data não conseguimos localizar a documentação solicitada." (grifei) Apesar de originalmente relatado como uma "informação", a afirmação, da existência de fato impeditivo do direito exigido pelo autor da acusação fiscal: que não possuiria débitos de ICMS, juntando o que seriam "Guias de Informações apresentadas à Secretaria de Fazenda Estadual" (fls. 95 a 218), subsumese à regra original de distribuição do ônus probatório, nos termos do CPC/20152, subsidiário ao PAF3, configurando situação jurídica que possibilita a decisão contrária às pretensões de quem deveria provar e não o fez. Por conduzirem a um julgamento por presunção, essas regras devem ser aplicadas apenas de maneira excepcional. Tanto a Administração Publica quanto o particular, têm o dever de colaborar com a atividade judicante, evitandose um julgamento por presunção. À parte que possui melhores condições de produzir a prova, foi dada ampla oportunidade, porém, sem sucesso em desincumbirse do seu ônus de provar, por meio de seus registros contábeis e fiscais, que não possuiria débitos de ICMS, provando impossível a pretensão fiscal de inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições sociais cumulativas. Notar que não se trata de inversão do ônus da prova. Ao formular defesa de mérito indireta, ou seja, alegar fatos novos que impedem o direito do autor da acusação fiscal, atraiu para si, o ônus da prova em relação a tais fatos, a respeito de não possuir débitos do ICMS, submetendose à regra original de distribuição do ônus probatório, restandolhe apresentar seus registros contábeis e fiscais, suficientes à provar, também, os fatos por ele 2 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 3 Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. Fl. 375DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 376 13 contestados sobre a acusação fiscal, não assumindo o encargo de proválos, mas somente de produzir aquela prova que lhe é mais fácil e de guarda obrigatória. Deve o contribuinte conservar seus livros comerciais e fiscais obrigatórios e respectivos comprovantes dos lançamentos enquanto durar as controvérsias sobre questões por esses documentos comprováveis, tendo em vista a obrigação de guarda até que ocorra a prescrição dos créditos tributários, nos termos do artigo 195, do CTN, prescrição que nem mesmo tem seu curso iniciado, antes do final do processo administrativo de exigência. Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. À rigor, a Recorrente não apresentou defesa de mérito direta, negado o fato constitutivo do direito do autor, tornandose por incontroverso, que não incluiu o ICMS na base de cálculo das contribuições sociais, apenas, alegando ausência de provas em relação à esses fatos, ainda que não sejam objeto de prova fatos incontroversos (CPC, art. 334, III). Entendo, portanto, no mesmo sentido da decisão recorrida, à fl. 285, não caracterizada a ausência de provas por parte da acusação fiscal, à ensejar o cancelamento da constituição do crédito tributário pela lavratura do presente Auto de Infração, diante da impugnação apresentada (pela qual o Impugnante ataca de forma aguerrida a inclusão do ICMS na base imponível da contribuição), abrangendo tanto questões preliminares como de mérito, e face às colocações anteriores, descabe imaginar a ocorrência de cerceamento ao direito de defesa e/ou ausência de provas. Por outro lado, também no mesmo sentido da decisão recorrida, à mesma fl., que a escrituração de que se socorreu a Autoridade fiscal para o levantamento da contribuição devida, não paga e nem declarada, ficam na posse do Contribuinte, possuindo este todos os meios de contestar o Lançamento e, ao afirmar a existência de fato impeditivo do direito exigido pelo autor da acusação fiscal: que não possuiria débitos de ICMS, atraiu o ônus probatório para si e não desincumbiuse dele na oportunidade que teve por meio da diligência fiscal ora em retorno, omitindose à entrega de documentos que deveria conservar até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram. Alega, ainda, a Recorrente, a ilegalidade dos juros à taxa Selic, apontando jurisprudência do STJ, no mesmo sentido, porém, decisão(ões) não submetida(s) ao rito dos recursos repetitivos, portanto, de reprodução não obrigatória pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, nos termos do § 2º, do art. 62, do RICARF. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, calculados à taxa de um por cento ao mês, se a lei não dispuser de modo diverso, nos termos do §1º, do art. 161, do CTN: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. Fl. 376DF CARF MF Processo nº 19515.003056/200648 Acórdão n.º 3401003.436 S3C4T1 Fl. 377 14 § 1º Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. Logo, por expressa disposição legal e em consonância com o CTN, foram definidos, para cobrança de juros de mora, percentuais equivalentes à taxa referencial Selic, a partir de 1º de abril de 1995, nos termos do art. 13, da Lei nº 9.065, de 20/06/1995, e do §3°, do art. 61, da Lei n° 9.430, de 27/12/1996. Esse, outro ponto onde não há como revisar a decisão recorrida, também, por força de Súmula CARF nº 4: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário, mantendose a exigência fiscal. Fenelon Moscoso de Almeida Relator Fl. 377DF CARF MF
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Numero do processo: 10855.003044/2006-98
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 04 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2004
PROCESSUAL. MULTA ISOLADA DE INSUFICIÊNCIA DE ESTIMATIVA MENSAL FORMALIZADA EM AUTOS PROCESSUAIS DIFERENTES DA AUTUAÇÃO FISCAL PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO DE PROCESSO PRINCIPAL EM JULGAMENTO DE PROCESSO REFLEXO. AUSÊNCIA DE ÓBICE PARA APLICAÇÃO TÁCITA DA VINCULAÇÃO DE PROCESSOS REFLEXOS.
Situação no qual os processos reflexos, na instância a quo, não tiveram julgamento integrado, e a decisão já proferida no processo principal não havia transitado em julgado na esfera administrativa quando do julgamento do processo acessório. Não há óbice para que o julgamento de processo com matéria acessória, que trata de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativa mensal, tome como base a decisão proferida anteriormente em julgamento de outro processo com matéria principal que teve como lançamento reflexo exatamente a multa isolada. Na realidade, apesar de formalmente os processos não terem tido julgamento em conjunto, a medida considerou a vinculação tácita entre os processos reflexos.
Numero da decisão: 9101-002.755
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional, vencido o conselheiro José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), que não conheceu do recurso. No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flavio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Jose Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado em substituição à ausência momentânea da conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: ANDRE MENDES DE MOURA
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ementa_s : Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2004 PROCESSUAL. MULTA ISOLADA DE INSUFICIÊNCIA DE ESTIMATIVA MENSAL FORMALIZADA EM AUTOS PROCESSUAIS DIFERENTES DA AUTUAÇÃO FISCAL PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO DE PROCESSO PRINCIPAL EM JULGAMENTO DE PROCESSO REFLEXO. AUSÊNCIA DE ÓBICE PARA APLICAÇÃO TÁCITA DA VINCULAÇÃO DE PROCESSOS REFLEXOS. Situação no qual os processos reflexos, na instância a quo, não tiveram julgamento integrado, e a decisão já proferida no processo principal não havia transitado em julgado na esfera administrativa quando do julgamento do processo acessório. Não há óbice para que o julgamento de processo com matéria acessória, que trata de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativa mensal, tome como base a decisão proferida anteriormente em julgamento de outro processo com matéria principal que teve como lançamento reflexo exatamente a multa isolada. Na realidade, apesar de formalmente os processos não terem tido julgamento em conjunto, a medida considerou a vinculação tácita entre os processos reflexos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional, vencido o conselheiro José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), que não conheceu do recurso. No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (assinado digitalmente) André Mendes de Moura - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flavio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Jose Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado em substituição à ausência momentânea da conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1934; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT1 Fl. 929 1 928 CSRFT1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10855.003044/200698 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9101002.755 – 1ª Turma Sessão de 4 de abril de 2017 Matéria CSLL MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA NO RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA MENSAL Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado ALEADRISCHINNI PARTICIPAÇÕES E REPRESENTAÇÕES LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004 PROCESSUAL. MULTA ISOLADA DE INSUFICIÊNCIA DE ESTIMATIVA MENSAL FORMALIZADA EM AUTOS PROCESSUAIS DIFERENTES DA AUTUAÇÃO FISCAL PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE DECISÃO DE PROCESSO PRINCIPAL EM JULGAMENTO DE PROCESSO REFLEXO. AUSÊNCIA DE ÓBICE PARA APLICAÇÃO TÁCITA DA VINCULAÇÃO DE PROCESSOS REFLEXOS. Situação no qual os processos reflexos, na instância a quo, não tiveram julgamento integrado, e a decisão já proferida no processo principal não havia transitado em julgado na esfera administrativa quando do julgamento do processo acessório. Não há óbice para que o julgamento de processo com matéria acessória, que trata de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativa mensal, tome como base a decisão proferida anteriormente em julgamento de outro processo com matéria principal que teve como lançamento reflexo exatamente a multa isolada. Na realidade, apesar de formalmente os processos não terem tido julgamento em conjunto, a medida considerou a vinculação tácita entre os processos reflexos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional, vencido o conselheiro José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), que não conheceu do recurso. No mérito, por unanimidade de votos, acordam em negarlhe provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 30 44 /2 00 6- 98 Fl. 929DF CARF MF Processo nº 10855.003044/200698 Acórdão n.º 9101002.755 CSRFT1 Fl. 930 2 (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flavio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Jose Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado em substituição à ausência momentânea da conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Gerson Macedo Guerra e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (efls. 869/878) em face da decisão proferida no Acórdão nº 180200.466 (efls. 845/851), pela 2ª Turma Especial da Primeira Seção, na sessão de 18/05/2010, no qual foi dado provimento ao recurso voluntário. Resumo Processual Foi lavrado o auto de infração de CSLL, relativo a multa isolada por insuficiência no recolhimento de estimativas mensais. Em outros autos processuais (nº 10855.003043/200643), foi efetuada a autuação principal, relativa a presunção de omissão de receitas de pagamentos não escriturados e que deu origem aos lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins e multa isolada de IRPJ por insuficiência no recolhimento de estimativas mensais. Após apreciar a impugnação (efls. 188/196) apresentada pela Contribuinte, a primeira instância (DRJ) julgou o lançamento procedente (efls. 206/212). Foi interposto recurso voluntário pela Contribuinte (efls. 224/240). A turma ordinária do CARF deu provimento ao recurso voluntário (efls. 845/851). Foram opostos embargos pela PGFN (efls. 855/856) que foram rejeitados (efls. 858/864). A PGFN interpôs recurso especial (efls. 869/878) que foi admitido por despacho de exame de admissibilidade (efls. 880/882). A Contribuinte apresentou contrarrazões (efls. 893/902). A seguir, maiores detalhes da fase contenciosa. Fl. 930DF CARF MF Processo nº 10855.003044/200698 Acórdão n.º 9101002.755 CSRFT1 Fl. 931 3 Da Fase Contenciosa. A contribuinte apresentou impugnação (efls. 188 e segs.). O lançamento fiscal foi julgado procedente pela 1ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto, nos termos do Acórdão nº 1415.971, de 11/06/2007 (efls. 206 e segs.), conforme ementa a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 30/11/2004 PRESUNÇÃO PROVA MULTA QUALIFICADA MULTA ISOLADA. A prova do fato que constitui base de presunção legal de omissão de receitas basta para a lavratura do auto de infração. Cabe ao contribuinte produzir contraprovas. Meras alegações, desacompanhadas de provas, não bastam para infirmar os fatos. A multa isolada por falta de recolhimento de estimativa de CSLL tem expressa previsão legal, sendo descabida a apreciação de sua invalidade na esfera administrativa. Foi interposto recurso voluntário pela Contribuinte (efls. 224/240), apreciado pela 2ª Turma Especial da Primeira Seção, na sessão de 18/05/2010, que, no Acórdão nº 180200.466 (efls. 845/856), decidiu dar provimento ao recurso voluntário, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 30/11/2004 MULTA ISOLADA POR FALTA DE PAGAMENTO DA CSLL ESTIMATIVA MENSAL. LANÇAMENTO REFLEXO. Julgada insubsistente a infração que deu causa ao lançamento principal em processo conexo, segue a mesma sorte o lançamento reflexo objeto dos presentes autos, uma vez que decorrente dos mesmos fatos e elementos de prova daquele. Foram opostos embargos de declaração (efls. 855 e segs.) pela PGFN, que foram rejeitados pela 2ª Turma Especial da Primeira Seção, na sessão de 06/02/2013, no Acórdão nº 1802001.542, conforme ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Data do fato gerador: 30/11/2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Devem ser rejeitados os embargos quando não comprovada a existência de omissão/contradição/obscuridade no acórdão embargado. Fl. 931DF CARF MF Processo nº 10855.003044/200698 Acórdão n.º 9101002.755 CSRFT1 Fl. 932 4 A PGFN interpôs recurso especial (efls. 869/878), discorrendo que a decisão proferida no processo principal era provisória, ainda passível de reforma, e, por isso, não poderia ter sido levada em consideração na aplicação da decisão recorrida. Ou seja, não poderia a decisão proferida no processo principal, não transitada em julgado, ter sido aplicada para decidir processo decorrente. Assim, requer pela nulidade do acórdão recorrido (que julgou processo decorrente) e a suspensão do feito até que seja proferida decisão definitiva no processo principal. O recurso especial da PGFN foi admitido por despacho de exame de admissibilidade (efls. 869/878). A Contribuinte apresentou contrarrazões (efls. 893/902). Sobre a admissibilidade, aduz que o recurso especial não pode ser conhecido, porque os paradigmas trataram de situações diferentes da presente nos autos. O primeiro julgado afirma que não subsiste a tributação reflexa quando a tributação principal é afastada por decisão administrativa definitiva, ou seja, há uma convergência com a decisão recorrida. O segundo paradigma tratou de intimação viciada, sem comunicação com o suporte fático dos presentes autos. No mérito, pugna pela manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro André Mendes de Moura, Relator. Sobre a admissibilidade, protesta a Contribuinte que os paradigmas apresentados pela PGFN não serviram para demonstrar a divergência da interpretação tributária prevista no art. 67, Anexo II do RICARF. A matéria devolvida ao Colegiado diz respeito à vinculação de processos, razão pela qual transcrevo o art. 6º do Anexo II do RICARF: Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: §1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e III reflexo, constatado entre processos formalizados em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. Fl. 932DF CARF MF Processo nº 10855.003044/200698 Acórdão n.º 9101002.755 CSRFT1 Fl. 933 5 Faço a distinção, amparado no conceito empregado pelo RICARF, valendose de exemplos. Nos processos reflexos, há uma autuação fiscal principal, por exemplo, de IRPJ, acompanhada de reflexos de CSLL, PIS e Cofins, com base nos mesmos elementos de prova constituídos em um mesmo procedimento fiscal. No processo reflexo, a decisão do processo principal tem repercussão direta nos reflexos. A vinculação por decorrência ocorre quando há obrigatoriamente um processo principal e demais processos acessórios, que tiveram origem a partir do processo principal. Tanto que se o julgamento do processo principal afastar a autuação, automaticamente os processos acessórios perdem o objeto. Por exemplo: (1) processo principal trata de exclusão do SIMPLES, e o acessório de auto de infração lavrado em razão da exclusão da empresa do regime especial; (2) processo principal trata da suspensão ou perda de imunidade/isenção, e o acessório de auto de infração lavrado em razão da suspensão/perda do benefício; (3) processo principal trata de autuação fiscal que altera o ajuste anual do imposto, alterando a apuração de saldo negativo, e o acessório de declaração de compensação que se utilizou de saldo negativo que, em razão da autuação fiscal, teve seu valor diminuído ou extinto. Na decorrência, duas são as características principais: (1) não é prático (para não dizer que é impossível) fazer o julgamento do processo acessório antes do julgamento do processo principal e (2) o decidido no principal tem repercussão direta nos processos decorrentes. Qual a praticidade em julgar os autos de infração de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins se tais lançamentos tiveram origem em uma suspensão de imunidade ainda pendente de julgamento? Na realidade, a vinculação por reflexão e decorrência tem muitas semelhanças, principalmente por disporem de um processo principal precisamente definido, e de processo(s) acessório(s) cujo julgamento tem uma estreita dependência com o principal. Enfim, a conexão ocorre quando se tem um suporte fático X e um enquadramento legal Y que é idêntico, ou para vários sujeitos passivos (A, B, C, D, E ...), ou para o mesmo sujeito passivo em anoscalendário diferentes (AC1, AC2, AC3...). Naturalmente, são formalizados vários processos, mas as autuações fiscais (suporte fático e enquadramento legal) são as mesmas, diferenciandose, em linhas gerais, o sujeito passivo e o anocalendário. Como exemplo, pode ser um auto de infração de glosa de despesas, com o mesmo suporte fático, de uma mesma empresa, com os mesmos fatos e elementos de prova, formalizado em processos diferentes, cada qual para um anocalendário (AC1, AC2, AC3 e AC4). Ou, o auto de infração de glosa de despesas, com o mesmo suporte fático, mas lavrado em face de empresas que desenvolvem a mesma atividade econômica e tiveram uma interpretação idêntica da legislação tributária, ou seja, processos com sujeitos passivos A, B, C, D e E. Ainda, processo de reconhecimento de direito creditório que se utilizou do crédito X para compensar débitos D1, D2, D3, D4 e D5, cada qual em um processo diferente. O que se observa nos processos por conexão é que não há um processo que pode ser classificado como o principal. O julgamento pode ser dar em qualquer um dos processos. Pode ser julgado o processo AC3, sem prejuízo nenhum para os demais. Ou o processo contra o sujeito passivo D, ou o processo tratando da compensação do débito D2. Na realidade, os processo por conexão são aqueles que podem ser reunidos para julgamento em Fl. 933DF CARF MF Processo nº 10855.003044/200698 Acórdão n.º 9101002.755 CSRFT1 Fl. 934 6 lotes, ou na sistemática dos repetitivos. Podese escolher qualquer um dos processos para julgamento, e aplicar a decisão para os demais. Tal procedimento, obviamente, não pode ser adotado para os reflexos ou decorrentes, tendo em vista a existência de um processo principal. Estabelecidas as premissas, passo ao exame. No caso concreto, a ementa faz menção de que o processo de multa isolada de CSLL guardaria conexão, por isso poderia seguir a mesma sorte do processo principal. Com a devida vênia, entendo que não se trata de conexão. Os presentes autos, de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativa mensal, é acessório e formalizado com os mesmos elementos de prova do principal, o IRPJ cuja infração tributária é presunção legal de omissão de receitas. Entendo, portanto, que os presentes autos são reflexos do principal (processo nº 10855.003043/200643). Por sua vez, o primeiro paradigma apresentado pela PGFN é o Acórdão nº 10322.595, cuja ementa é a que segue: TRIBUTAÇÃO REFLEXA TRIBUTAÇÃO "PRINCIPAL" AFASTADA POR DECISÃO ADMINISTRATIVA DEFINITIVA INSUBSISTÊNCIA Não subsiste a tributação reflexa quando a tributação principal é afastada por decisão administrativa definitiva proferida em processo específico, ante a conexidade e a relação de causa e efeito existente entre elas. Recurso de oficio a que se nega provimento. Publicado no D.O.U. nº 193 de 06/10/06. Pelo que se pode observar, a decisão trata de tributação reflexa. De fato, existe um processo principal, a autuação de IPI, que teve lançamentos reflexos de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. No caso, a decisão manteve o entendimento da DRJ, que aplicou para o processo de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins o que já havia sido decidido no processo de IPI. A princípio, a situação nas decisões paradigma e recorrida seria a mesma: aplicouse na decisão do processo acessório e decisão proferida anteriormente no processo principal. Contudo, há uma diferença: enquanto no paradigma a decisão administrativa era definitiva, nos presentes autos a decisão principal ainda poderia ser objeto de recurso. Reside, portanto, nesse ponto a divergência. Transcrevo excerto do recurso da PGFN: Ocorre que no processo principal a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial com o objetivo de reverter aquela decisão. O recurso se encontra pendente de julgamento, de maneira que a decisão recorrida ainda é passível de revisão. Portanto, a decisão administrativa proferida naquele processo, por não ser definitiva e não ter transitado em julgado, não poderia ser utilizada como fundamentação para o cancelamento da exigência. (...) Fl. 934DF CARF MF Processo nº 10855.003044/200698 Acórdão n.º 9101002.755 CSRFT1 Fl. 935 7 Há clara divergência jurisprudencial, eis que se trata da mesma situação, qual seja, motivação adotada em decisão proferida em processo principal. A e. Câmara a quo fundamentou sua decisão única e exclusivamente em decisão proferida em processo principal, desconsiderando o fato de que a referida deliberação não é definitiva e que pode vir a ser reformada. Por sua vez, o acórdão apontado como paradigma, de modo contrário, acolheu a tese de que a decisão proferida em processo principal somente poderia ser aplicada aos seus decorrentes após ter se tornado definitiva. A divergência entre acórdão paradigma e recorrido não se configura pelos tributos em apreço ou pelos atos normativos invocados em cada um deles, mas pela possibilidade ou não de se invocar decisão administrativa não transitada em julgado em processo decorrente. (grifos originais) Ou seja, no paradigma, a tese é de que apenas com decisão administrativa definitiva poderseia aplicar a decisão do processo principal para o processo reflexo. E nos presentes autos, o entendimento foi diverso, vez que se aplicou a decisão do processo principal não definitiva no contencioso administrativo para o processo reflexo. Demonstrada, portanto, a divergência jurisprudencial na decisão proferida pelo Acórdão nº 10322.595. Prescindível apreciar o outro acórdão paradigma. Passo ao exame do mérito. A matéria devolvida ao Colegiado resumese a pergunta: pode uma decisão de processo reflexo de multa isolada por insuficiência no recolhimento de estimativa mensal aplicar, para a sua solução, uma decisão já proferida no processo principal que ainda não transitou em julgado? Apreciando especificamente o caso concreto, não vejo óbice no procedimento adotado pela decisão recorrida. O acórdão recorrido, ao se deparar com a decisão do processo principal, que foi de afastar a autuação fiscal, entendeu que, por consequência, a multa isolada perdera o objeto. Podese, de fato, argumentar que a decisão principal não era definitiva, e passível de revisão. Contudo, entendo que, caso os presentes autos e o processo principal nº 10855.003043/200643 tivessem sido julgados em conjunto pela segunda instância, conforme a melhor prática processual, e inclusive conforme ocorreu na primeira instância administrativa (DRJ, Acórdãos nº 1415.970 e 1415.971, na sessão de 11/06/2007), o decidido no acessório levaria em consideração a decisão do principal. Ora, exatamente o que fez a decisão recorrida. Na realidade, o acórdão recorrido aplicou o instituto da vinculação processual previsto no art. 6º, Anexo II do RICARF, de maneira tácita. Apesar de os processos principal e acessório não estarem vinculados formalmente na segunda instância, a decisão recorrida entendeu que, como a autuação fiscal do processo principal foi afastada, a multa isolada do processo reflexo perdeu o objeto. Fl. 935DF CARF MF Processo nº 10855.003044/200698 Acórdão n.º 9101002.755 CSRFT1 Fl. 936 8 Devese manter, nesse sentido, a decisão recorrida. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer e negar provimento ao recurso da PGFN. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Fl. 936DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10875.906544/2012-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 26 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 30/04/2003
BASE DE CÁLCULO PIS/PASEP E COFINS. EXCLUSÃO DO ICMS SOBRE VENDAS DEVIDO NA CONDIÇÃO DE CONTRIBUINTE. IMPOSSIBILIDADE.
A parcela relativa ao ICMS, devido sobre operações de venda na condição de contribuinte, inclui-se na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3302-003.544
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a Conselheira Lenisa Rodrigues Prado, que dava provimento.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède e Lenisa Rodrigues Prado.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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BASE DE CÁLCULO. ICMS. Recorrente ATLANTA QUÍMICA INDUSTRIAL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/04/2003 BASE DE CÁLCULO PIS/PASEP E COFINS. EXCLUSÃO DO ICMS SOBRE VENDAS DEVIDO NA CONDIÇÃO DE CONTRIBUINTE. IMPOSSIBILIDADE. A parcela relativa ao ICMS, devido sobre operações de venda na condição de contribuinte, incluise na base de cálculo do PIS/Pasep e da Cofins. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a Conselheira Lenisa Rodrigues Prado, que dava provimento. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Ricardo Paulo Rosa, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Domingos de Sá Filho, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Paulo Guilherme Déroulède e Lenisa Rodrigues Prado. Relatório Tratase de Pedido de Restituição cujo direito creditório é oriundo de recolhimento informado como indevido ou a maior que o devido a título de PIS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 87 5. 90 65 44 /2 01 2- 93 Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 3 2 A Delegacia da Receita Federal de jurisdição do contribuinte emitiu despacho decisório eletrônico indeferindo a restituição pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débito(s) do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. Após ser intimada, a Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade que foi julgada improcedente por intermédio do Acórdão 02050.789. Em síntese, entendeu a DRJ que não existe previsão legal para excluir o ICMS da base de cálculo das contribuições, do que resultou mantido o indeferimento do pleito de restituição. Inconformada, a Recorrente interpôs recurso voluntário pugnando pelo reconhecimento de seu direito creditório. O principal argumento da defesa é o de que o ICMS não pode ser considerado como faturamento da empresa, não podendo, desta forma, compor a base de cálculo das contribuições. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302003.520, de 26 de janeiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10875.906543/201249, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302003.520): "O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade e dele tomo conhecimento. No que tange à exclusão do ICMS devido nas operações de venda, na condição de contribuinte, o §2º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998 estabeleceu as hipóteses de exclusão da base de cálculo das contribuições, à época dos fatos: § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: I as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II as reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 4 3 III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; (Vide Medida Provisória nº 1.99118, de 2000) (Revogado pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) IV a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. Verificase no inciso I, que o ICMS incidente nas operações na condição de contribuinte (próprio) não foi elencado como parcela a ser excluída da base de cálculo. Juridicamente e contabilmente, o ICMS compõe a receita de venda e consiste em redutor da receita bruta. A legislação, ao longo do tempo, dispôs sobre a receita bruta, sempre indicando que os impostos incidentes sobre a venda a compunham. Assim, citamse o artigo 12 do Decretolei nº 1.598/1977, o artigo 187 da Lei nº 6.404, o artigo 31 da Lei nº 8.981/1995, bem como a IN SRF nº 51/1978: Decretolei nº 1.598/1977: Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. Art. 12. A receita bruta compreende: (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) I o produto da venda de bens nas operações de conta própria; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) II o preço da prestação de serviços em geral; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) III o resultado auferido nas operações de conta alheia; e (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) IV as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. § 1o A receita líquida será a receita bruta diminuída de: (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) I devoluções e vendas canceladas; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) II descontos concedidos incondicionalmente; (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) III tributos sobre ela incidentes; e (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) IV valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações vinculadas à receita bruta. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) Lei nº 6.404/1976: Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará: I a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; II a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 5 4 IN SRF nº 51/1978: 1. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens, nas operações de conta própria, e o preço dos serviços prestados (artigo 12 do Decretolei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977). 2. Na receita bruta não se incluem os impostos nãocumulativos cobrados do comprador ou contratante impostos nãocumulativos cobrados do comprador ou contratante (imposto sobre produtos industrializados e imposto único sobre minerais do País) e do qual o vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário. Imposto não cumulativo é aquele em que se abate, em cada operação, o montante de imposto cobrado nas anteriores. 3. Igualmente não se computam no custo de aquisição das mercadorias para revenda e das matériasprimas os impostos mencionados no item anterior, que devam ser recuperados. 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. 4.1 Vendas canceladas correspondentes a anulação de valores registrados como receita bruta de vendas e serviços; eventuais perdas ou ganhos decorrentes de cancelamento de venda, ou de rescisão contratual, não devem afetar a receita líquida de vendas e serviços, mas serão computados nos resultados operacionais. 4.2 Descontos incondicionais são parcelas redutoras do preço de vendas, quando constarem da nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependerem de evento posterior à emissão desses documentos. 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes etc. Neste sentido o STJ publicou as súmulas 69 e 94, cujos enunciados dispõem: Súmula n. 68 : "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94: "A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do FINSOCIAL". É de se concluir que a legislação inclui o ICMS incidente sobre as vendas no conceito de receita bruta, excluindoo apenas do conceito de receita líquida. Sobre o tema, há decisões recentes do STJ entendendo pela inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições, como o AgRg no REsp 1576424 / RS, de 10/03/2016, cuja ementa transcrevese: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SUBSTITUTIVA. ARTS. 7º e 8º DA LEI Nº 12.546/2011. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. INCLUSÃO DO ICMS. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO, MUTATIS MUTANDIS, DA ORIENTAÇÃO FIRMADA NO RESP Nº 1.330.737/SP, REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA RELATIVA À INCLUSÃO Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 6 5 DO ISSQN NA BASE DE CÁLCULO DO PIS/PASEP E DA COFINS NA SISTEMÁTICA NÃOCUMULATIVA. 1. A possibilidade de inclusão, na receita bruta, de parcela relativa a tributo recolhido a título próprio foi pacificada, por maioria, pela Primeira Seção desta Corte em 10.6.2015, quando da conclusão do julgamento do recurso representativo da controvérsia REsp nº 1.330.737/SP, de relatoria do Ministro Og Fernandes, ocasião em que se concluiu que o ISSQN integra o conceito maior de receita bruta, base de cálculo do PIS/Pasep e da COFINS. 2. As razões que fundamentam o supracitado recurso especial representativo de controvérsia se aplicam, mutatis mutandis, à inclusão das parcelas relativas ao ICMS na base de cálculo da contribuição substitutiva prevista nos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546/2011. Precedente: REsp nº 1.528.604, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 17.9.2015. 3. A contribuição substitutiva prevista nos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.546/2011, da mesma forma que as contribuições ao PIS/Pasep e à COFINS na sistemática não cumulativa previstas nas Leis n.s 10.637/2002 e 10.833/2003, adotou conceito amplo de receita bruta, o que afasta a aplicação ao caso em tela do precedente firmado no RE n. 240.785/MG (STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 08.10.2014), eis que o referido julgado da Suprema Corte tratou das contribuições ao PIS/Pasep e COFINS regidas pela Lei n. 9.718/98, sob a sistemática cumulativa que adotou, à época, um conceito restrito de faturamento. Precedente. 4. Agravo regimental não provido. Ressaltase que a inclusão do ISS na base de cálculo das contribuições foi considerada legítima e julgada sob a sistemática de recursos repetitivos no REsp 1.330.737/SP, em 10/06/2015, que possuiu a seguinte ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ N. 8/2008. PRESTADOR DE SERVIÇO. PIS E COFINS. INCLUSÃO DO ISSQN NO CONCEITO DE RECEITA OU FATURAMENTO. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO DOS ARTS. 109 E 110 DO CTN. 1. Para efeitos de aplicação do disposto no art. 543C do CPC, e levando em consideração o entendimento consolidado por esta Corte Superior de Justiça, firmase compreensão no sentido de que o valor suportado pelo beneficiário do serviço, nele incluindo a quantia referente ao ISSQN, compõe o conceito de receita ou faturamento para fins de adequação à hipótese de incidência do PIS e da COFINS. 2. A orientação das Turmas que compõem a Primeira Seção deste Tribunal Superior consolidouse no sentido de que "o valor do ISSQN integra o conceito de receita bruta, assim entendida como a totalidade das receitas auferidas com o exercício da atividade econômica, de modo que não pode ser dedutível da base de cálculo do PIS e da COFINS" (REsp 1.145.611/PR, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 8/9/2010; AgRg no REsp 1.197.712/RJ, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, DJe 9/6/2011; AgRg nos EDcl no REsp 1.218.448/RS, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 24/8/2011; AgRg no AREsp 157.345/SE, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 2/8/2012; AgRg no AREsp 166.149/CE, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 28/08/2012, DJe 4/9/2012; EDcl no AgRg no REsp 1.233.741/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 7/3/2013, DJe 18/3/2013; AgRg no AREsp 75.356/SC, Rel. Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 7 6 Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 15/10/2013, DJe 21/10/2013). 3. Nas atividades de prestação de serviço, o conceito de receita e faturamento para fins de incidência do PIS e da COFINS deve levar em consideração o valor auferido pelo prestador do serviço, ou seja, valor desembolsado pelo beneficiário da prestação; e não o fato de o prestador do serviço utilizar parte do valor recebido pela prestação do serviço para pagar o ISSQN Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza. Isso por uma razão muito simples: o consumidor (beneficiário do serviço) não é contribuinte do ISSQN. 4. O fato de constar em nota fiscal informação no sentido de que o valor com o qual arcará o destinatário do serviço compreende quantia correspondente ao valor do ISSQN não torna o consumidor contribuinte desse tributo a ponto de se acolher a principal alegação das recorrentes, qual seja, de que o ISSQN não constituiu receita porque, em tese, diz respeito apenas a uma importância que não lhe pertence (e sim ao município competente), mas que transita em sua contabilidade sem representar, entretanto, acréscimo patrimonial. 5. Admitir essa tese seria o mesmo que considerar o consumidor como sujeito passivo de direito do tributo (contribuinte de direito) e a sociedade empresária, por sua vez, apenas uma simples espécie de "substituto tributário", cuja responsabilidade consistiria unicamente em recolher aos cofres públicos a exação devida por terceiro, no caso o consumidor. Não é isso que se tem sob o ponto de vista jurídico, pois o consumidor não é contribuinte (sujeito passivo de direito da relação jurídicotributária). 6. O consumidor acaba suportando o valor do tributo em razão de uma política do sistema tributário nacional que permite a repercussão do ônus tributário ao beneficiário do serviço, e não porque aquele (consumidor) figura no polo passivo da relação jurídicotributária como sujeito passivo de direito. 7. A hipótese dos autos não se confunde com aquela em que se tem a chamada responsabilidade tributária por substituição, em que determinada entidade, por força de lei, figura no polo passivo de uma relação jurídico tributária obrigacional, cuja prestação (o dever) consiste em reter o tributo devido pelo substituído para, posteriormente, repassar a quantia correspondente aos cofres públicos. Se fosse essa a hipótese (substituição tributária), é certo que a quantia recebida pelo contribuinte do PIS e da COFINS a título de ISSQN não integraria o conceito de faturamento. No mesmo sentido se o ônus referente ao ISSQN não fosse transferido ao consumidor do serviço. Nesse caso, não haveria dúvida de que o valor referente ao ISSQN não corresponderia a receita ou faturamento, já que faticamente suportado pelo contribuinte de direito, qual seja, o prestador do serviço. 8. Inexistência, portanto, de ofensa aos arts. 109 e 110 do CTN, na medida em que a consideração do valor correspondente ao ISSQN na base de cálculo do PIS e da COFINS não desnatura a definição de receita ou faturamento para fins de incidência de referidas contribuições. 9. Recurso especial a que se nega provimento. De fato, as mesmas razões utilizadas no repetitivo acima são aplicáveis na análise da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, o que restou configurado no julgamento do REsp nº 1.144.469, em 10/08/2016, sob a sistemática de recursos repetitivos, embora não possa ser aplicado pelo artigo 62 do RICARF, Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 8 7 pois que ainda não transitado em julgado. A certidão deste julgamento constante no site do Superior Tribunal de Justiça traz o seguinte teor: AUTUAÇÃO RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL ADVOGADO : PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRENTE: HUBNER COMPONENTES E SISTEMAS AUTOMOTIVOS LTDA ADVOGADOS: ANETE MAIR MACIEL MEDEIROS HENRIQUE GAEDE E OUTRO(S) RECORRIDO : OS MESMOS ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO Crédito Tributário Base de Cálculo CERTIDÃO Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: "Prosseguindo no julgamento, a Seção, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional e, por maioria, vencidos os Srs. Ministros Relator e Regina Helena Costa, negou provimento ao recurso especial da empresa recorrente, nos termos do voto do Sr. Ministro Mauro Campbell Marques, que lavrará o acórdão." Votaram com o Sr. Ministro Mauro Campbell Marques os Srs. Ministros Benedito Gonçalves, Assusete Magalhães, Sérgio Kukina, Gurgel de Faria, Diva Malerbi (Desembargadora convocada do TRF da 3a. Região) e Humberto Martins. Quanto à jurisprudência do STF, não obstante o RE 240.785 ter sido julgado favorável à tese defendida pela recorrente, não há, ainda, posicionamento definitivo no STF, uma vez que o RE 574.906 RG/PR, sob repercussão geral, ainda não foi julgado. Assim, enquanto não julgado o recurso extraordinário sob repercussão geral, devese prestigiar a legislação vigente que considera o ICMS das operações próprias como componente do preço de venda. Neste mesmo sentido, é a posição pacífica deste Conselho, como decidido no Acórdão nº 9303003549, de 17/03/2016, cuja ementa transcrevese: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 Cofins. Base de Cálculo. Exclusão ICMS. Por se tratar de imposto próprio, que não comporta a transferência do encargo, a parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo das contribuições ao PIS e à COFINS. Precedentes do STJ (Súmulas n°s 68 e 94). Às autoridades administrativas e tribunais que não dispõem de função legislativa não podem conceder, ainda que sob fundamento de isonomia, benefícios de exclusão da base de cálculo do crédito tributário em favor daqueles a quem o legislador não contemplou com a vantagem A mesma conclusão se estende à Contribuição ao PIS. Por fim, quanto ao pedido de encaminhamento das notificações ao patrono da recorrente, esclareçase que as intimações no processo administrativo fiscal de exigência de crédito tributário são regidas pelo artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, consolidado no artigo 10 do Decreto nº 7.574/2011, o qual prevê as formas pessoal, por via postal, telegráfica ou qualquer outro meio com prova de recebimento no domicílio tributário, ou por meio eletrônico, não sujeitos a ordem de preferência, e, Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 9 8 ainda, por edital, caso os meios anteriores sejam improfícuos, nos termos abaixo transcritos: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1º Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I no endereço da administração tributária na internet; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) III se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (Incluída pela Lei nº 12.844, de 2013) IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) § 4º Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10875.906544/201293 Acórdão n.º 3302003.544 S3C3T2 Fl. 10 9 II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 5º O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 6º As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Portanto, o pedido efetuado carece de previsão legal. Por todo o exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa Fl. 136DF CARF MF
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Numero do processo: 13749.720232/2011-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 15 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2006
DEDUÇÃO. DEPENDENTES. COMPANHEIRA.
Nos termos do inciso II do art. 35 da Lei nº 9.250/95, poderão ser considerados dependentes o companheiro ou a companheira, desde que haja comprovação de vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-005.708
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
(Assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho, Presidente em Exercício.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson, Relator.
Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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DEPENDENTES. COMPANHEIRA. Nos termos do inciso II do art. 35 da Lei nº 9.250/95, poderão ser considerados dependentes o companheiro ou a companheira, desde que haja comprovação de vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 74 9. 72 02 32 /2 01 1- 47 Fl. 38DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em conhecer do recurso e negarlhe provimento. (Assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho, Presidente em Exercício. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson, Relator. Participaram do presente julgamento o(a)s Conselheiro(a)s Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 39DF CARF MF Processo nº 13749.720232/201147 Acórdão n.º 2402005.708 S2C4T2 Fl. 102 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande (MS) DRJ/CGE, que julgou procedente Notificação de Lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) relativa ao exercício 2007 (fls.5/7). O lançamento decorreu da glosa de dedução com dependente, em razão de este ter apresentado declaração anual de isento DAI. O contribuinte impugnou (fl. 2) o lançamento, arguindo que o dependente é sua companheira, contudo, a exigência foi mantida no julgamento de primeiro grau (fls. 18/20), ensejando a interposição de recurso voluntário em 25/7/2012 (fls. 24/30), no qual é reiterada a alegação de que a dependente é sua companheira. É o relatório. Fl. 40DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. A matéria é regrada pelo inciso II do art. 35 da Lei nº 9.250/95, que assim estabelece: Art. 35. Para efeito do disposto nos arts. 4º, inciso III, e 8º, inciso II, alínea c, poderão ser considerados como dependentes: (...) II o companheiro ou a companheira, desde que haja vida em comum por mais de cinco anos, ou por período menor se da união resultou filho; (...) A instância recorrida entendeu não restar comprovado a cogitada relação de dependência, assim fundamentando: (...) poderia o sujeito passivo ter apresentado documentos que comprovassem a situação de dependência, como certidão de casamento, certidão de nascimento do filho em comum, comprovantes de residência em nome do dependente, escritura pública declaratória de união estável etc. Contudo, o sujeito passivo traz aos autos o documento de fl.08 (carteira de trabalho e previdência social) no qual consta a inscrição de Marilda Wermelinger como beneficiária. Contudo, não há nem como saber se esse documento seja pertencente ao sujeito passivo. Além disso, esse documento não comprova a situação de dependência dessa pessoa. Não obstante os documentos carreados no recurso voluntário, não há motivo para reformar a decisão guerreada. O documento de fls. 28/29 tratase, aparentemente, de cópia da carteira de trabalho do recorrente, no qual há inscrição datada de 27/6/1995 na qual Marilda Wermeliger é apontada como beneficiária, e anotação aposta "companheira". Por sua vez, o documento de fls. 26/27 datado de 29/8/1997 consta como uma ficha de recadastramento de grupo familiar, emitido pela fonte pagadora, na qual é reproduzida informação de que perante o INSS Marilda Wermelinger seria beneficiária, sem especificarse a que título. Não há qualquer informação acerca da condição da precitada pessoa física, como companheira, em períodos sequer próximos do anocalendário em foco, 2006. Também o transcurso do prazo legal de cinco anos naquela condição não ficou atestado. Fl. 41DF CARF MF Processo nº 13749.720232/201147 Acórdão n.º 2402005.708 S2C4T2 Fl. 103 5 A DRJ/CGE ainda aludiu a uma série de documentos que poderiam suprir a precariedade dos elementos carreados pelo notificado, porém o contribuinte não logrou assim o fazer. Em suma, não há prova suficiente nos autos de que a aventada dependente seja efetivamente companheira do recorrente, partilhando de vida em comum há mais de cinco anos, consoante demanda a legislação de regência. Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do recurso e negarlhe provimento. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 42DF CARF MF
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Numero do processo: 10240.001532/2009-31
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 29 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Apr 18 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-005.304
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento parcial, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009, vencido o conselheiro Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado), que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado ASC ASSESSORIA SERVICOS E CONSERVACAO LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento parcial, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009, vencido o conselheiro Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado), que lhe negou provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 0. 00 15 32 /2 00 9- 31 Fl. 210DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Fábio Piovesan Bozza (suplente convocado) e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Trata o presente processo de auto de infração NFLD DEBCAD nº 37.212.6189, às efls. 02 a 23, cientificado à contribuinte em 15/09/2009, com relatório fiscal às efls. 24 a 44. A notificação visou a constituição de crédito tributário de contribuições previdenciárias devidas pelos segurados empregados e contribuintes individuais, incidentes sobre os valores das remunerações pagas, devidas ou creditadas a eles, mas não descontadas pela empresa em suas respectivas remunerações apuradas pela fiscalização por meio da análise das folhas de pagamento, recibos de pagamento e livros contábeis. O crédito lançado atingiu o montante de R$ 5.829,66, consolidado na data de 08/09/2009, para o período de apuração de 01/01/2004 a 31/12/2004. A NFLD foi impugnada, à efl. 69, em 09/10/2009. Já a 4ª Turma da DRJ/BEL, no acórdão nº 0118.028, prolatado em 11/06/2010, às efls. 105 a 110, considerou, por unanimidade, parcialmente procedente a impugnação, alterando o crédito tributário exigido. Inconformada, em 16/09/2010, a contribuinte, interpôs recurso voluntário RV, às efls. 113 a 136, argumentando, em síntese: · preliminar de decadência, em face da aplicação do critério de contagem do prazo pelo § 4º do art. 150 do CTN, para todos os fatos geradores ocorridos anteriormente a 15/09/2004; · exclusão de contribuição sobre os pagamentos de alimentação, seja em espécie, seja in natura; · que seria inaplicável a taxa de juros pela utilização inconstitucional da Selic, pois implicaria ferir o princípio da legalidade, teria natureza remuneratória e importar em anatocismo; · que seria descabida a responsabilização do sócio da empresa pelos débitos lançados, pois esta não atende os requisitos legais para tanto. O recurso voluntário foi apreciado pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento em 08/02/2012, resultando no acórdão 2402002.438, às efls. 157 a 172, que tem a seguinte ementa: Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10240.001532/200931 Acórdão n.º 9202005.304 CSRFT2 Fl. 211 3 DECADÊNCIA PARCIAL. ARTS 45 E 46 LEI Nº 8.212/1991. INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA VINCULANTE nº 08 do STF. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08 do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência, o que dispõe o art. 150, § 4º, ou o art. 173 e seus incisos, ambos do Código Tributário Nacional, nas hipóteses de o sujeito ter efetuado antecipação de pagamento ou não, respectivamente. No caso de lançamento das contribuições sociais, em que os fatos geradores efetuouse antecipação de pagamento, deixa de ser aplicada a regra geral do art. 173, inciso I, para a aplicação do art. 150, § 4º, ambos do CTN. CORRESPONSABILIDADE DOS REPRESENTANTES LEGAIS. Com a revogação do artigo 13 da Lei no 8.620/93 pelo artigo 79, inciso VII da Lei n° 11.941/09, o “Relatório de Representantes Legais REPLEG” tem a finalidade de apenas identificar os representantes legais da empresa e respectivo período de gestão sem, por si só, atribuirlhes responsabilidade solidária ou subsidiária pelo crédito constituído. AUXÍLIOALIMETAÇÃO PAGO EM PECÚNIA. INCIDÊNCIA. ALINHAMENTO COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. Incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de valealimentação em dinheiro e de forma habitual. JUROS/SELIC. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE. O sujeito passivo inadimplente tem que arcar com o ônus de sua mora, ou seja, os juros e a multa legalmente previstos. Nos termos do enunciado no 4 de Súmula do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), é cabível a cobrança de juros de mora com base na taxa SELIC para débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. MULTA DE MORA. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR. O lançamento reportase à data de ocorrência do fato gerador e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplicase a multa de mora nos percentuais da época (redação anterior do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991). Recurso Voluntário Provido em Parte O acórdão teve o seguinte teor: Fl. 212DF CARF MF 4 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial para reconhecer a decadência de parte do período lançado pelo artigo 150, §4° do CTN; no mérito, por maioria de votos, para redução da multa nos termos do artigo 35 da Lei n° 8.212/91 vigente à época dos fatos geradores vencidos os conselheiros Igor Araújo Soares e Nereu Miguel Ribeiro Domingues que aplicavam à multa a redução de 20% prevista no artigo 61 da Lei n° 9.430/96.Quanto à decadência, os conselheiros Igor Araújo Soares, Jhonatas Ribeiro da Silva e Nereu Miguel Ribeiro Domingues acompanharam o relator pelas conclusões. RE da Fazenda Nacional Intimada do acórdão, em 30/03/2012 (efl. 173), a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, em 10/05/2012, manejou recurso especial de divergência RE (efls. 174 a 182) ao citado acórdão, entendendo que o aresto diverge de entendimento firmados no CARF no tocante à multa, em face da retroatividade benigna com aplicação da redação do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991, anterior à edição da MP nº 449/2008. Traz por paradigma o acórdão nº 20601.782, da Sexta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes. Explicitando a divergência, assim se manifestou a Procuradora: O Colegiado a quo entendeu que, para alcance da multa mais benéfica ao sujeito passivo, devese comparar a multa prevista na redação antiga do art. 35 da Lei nº 8.212 com a multa prevista no art. 35A da Lei nº 8.212, introduzido pela MP nº 449/2008. Em suma, o Colegiado a quo entendeu ser desnecessária a soma do valor da multa da obrigação principal com a multa da obrigação acessória para efeitos de comparação com o que dispõe o art. 35A da lei nº 8.212/91. Diversamente decidiu a Sexta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, a qual entendeu que para aferição da multa mais benéfica ao contribuinte devese somar as multas das obrigações principal e acessória (art. 35, II e art. 32, IV da norma revogada) referentes à sistemática antiga com a multa atual (art. 35A da Lei nº 8.212/91, introduzida pela MP nº 449/2008), em conformidade com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 22/10/2010 (Sublinhas do original) Pelas razões expostas requereu o Procurador que fosse admitido o recurso e provido para que se reforme o acórdão recorrido na parte em que este determinou a aplicação da multa prevista no art. 35, caput, da redação original da Lei nº 8.212/1991. O RE do Procurador foi apreciado pelo Presidente da 4ª Câmara da Segunda Seção de Julgamento do CARF, nos termos dos arts. 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 256 de 22/06/2009, por meio do despacho nº 2400477/2012, datado de 1º/08/2012, às efls. 201 a 203, entendendo ele por lhe dar seguimento, em face do cumprimento dos requisitos regimentais. A contribuinte foi intimada (efl. 205) do acórdão nº 2402002.438, do RE interposto pela Fazenda Nacional e do despacho de admissibilidade nº 2400477/2012, em 15/04/2013 (efl. 206), não tendo se manifestado nos prazos regimentais. Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10240.001532/200931 Acórdão n.º 9202005.304 CSRFT2 Fl. 212 5 É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Apesar de não estar mencionado no despacho de admissibilidade do recurso especial de divergência, o acórdão nº 2402002.439 foi encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional em 03/04/2012, segundo despacho à efl. 230, considerandose ela intimada 30 (trinta) dias após (§§ 7º ao 9º , do artigo 23, do Decreto n° 70.235/72, com a redação dada pela Lei n° 11.457, de 16/03/2007, D.O.U. de 19/03/2007). O recurso especial foi apresentado em 11/05/2012, (e fl. 231), dentro, portanto, do prazo de 15 (quinze) dias estabelecido no artigo 68 do Regimento Interno do CARF. Portanto, o recurso é tempestivo. Como também atende aos demais requisitos de admissibilidade, dele conheço. O litígio aqui conhecido trata de retroatividade benigna na aplicação de penalidade. Nessa matéria, a solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De inicio, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL Fl. 214DF CARF MF 6 RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no auto de infração de obrigação acessória AIOA somado com a multa aplicada na NFLD do auto de infração da obrigação principal AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei n° 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei n° 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499 (Sessão de 29 de setembro de 2016): Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10240.001532/200931 Acórdão n.º 9202005.304 CSRFT2 Fl. 213 7 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Fl. 216DF CARF MF 8 Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10240.001532/200931 Acórdão n.º 9202005.304 CSRFT2 Fl. 214 9 Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Fl. 218DF CARF MF 10 Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 219DF CARF MF Processo nº 10240.001532/200931 Acórdão n.º 9202005.304 CSRFT2 Fl. 215 11 § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35 A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Nos termos acima, é de se dar provimento ao recurso para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. Conclusão Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso especial da Fazenda Nacional para, no mérito, darlhe provimento parcial, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 220DF CARF MF 12 Fl. 221DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11610.008200/2001-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Mar 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
Auto de Infração. Débitos Declarados em DCTF e não Recolhidos.
Constatado nos autos que os débitos tributários objeto de autuação foram devidamente recolhidos, insubsistente o lançamento tributário.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1997
Prescrição Intercorrente.
Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.
(Súmula CARF nº 11)
Numero da decisão: 1302-002.046
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Ausente, momentaneamente, a Conselheira Talita Pimenta Félix.
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH
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DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF E NÃO RECOLHIDOS. Constatado nos autos que os débitos tributários objeto de autuação foram devidamente recolhidos, insubsistente o lançamento tributário. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1997 PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. (Súmula CARF nº 11) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Alberto Pinto Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 00 82 00 /2 00 1- 38 Fl. 186DF CARF MF 2 Fernandes Wipprich e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Ausente, momentaneamente, a Conselheira Talita Pimenta Félix. Relatório Tratase de recurso voluntário oferecido pela empresa em epígrafe, contra o Acórdão nº 1633.867/11, proferido pela Sétima Turma de Julgamento da DRJ em São Paulo/SP 1, efls. 98 a 110, que decidiu dar procedência em parte à impugnação, por maioria de votos, e manter, em parte, o Auto de Infração eletrônico emitido em razão de valores informados em DCTF e não recolhidos pela interessada a título de IRPJ/Lucro Presumido, relativos aos 1º e 2º trimestres de 1997. No acórdão recorrido, verificase que o litígio centrase entre a argumentação da contribuinte que pagou totalmente o débito acusado na autuação e o procedimento da autoridade a quo que, em revisão de ofício (efls. 37 a 42), imputou os pagamentos comprovados por DARF anexados à impugnação ao IRPJ relativo ao anocalendário de 1996 e parte aos débitos exigidos no Auto de Infração original, remanescendo débito tributário atribuído aos 1º e 2º trimestres de 1997. A parcela exonerada no acórdão respeita à redução da multa de ofício exigida, do percentual de 75% para 20%, por conta de haver a turma julgadora suposto que esta multa decorreu da verificação de pagamentos realizados em atraso, sem a multa moratória, e aplicou o princípio da retroatividade benigna, em razão do dispositivo legal que sustentava a exigência desta penalidade haver sido revogado. Abro parênteses aqui e esclareço, desde já, que a multa cominada no Auto de Infração de efls. 18 a 23, não é aquela a que se referiu o acórdão recorrido, mas sim a preceituada no então vigente artigo 44, inciso I, parágrafo I, inciso I (não inciso II) da Lei nº 9.430/961 e é devida pela falta de recolhimento de tributo. Aliás o próprio Auto de infração é pela falta de recolhimento de tributo e não pelo recolhimento em atraso. Em declaração de voto, o Julgador vencido expôs as razões de suas discordâncias e explanou considerações sobre o entendimento que a contribuinte, com efeito, recolheu os débitos exigidos no referido Auto de Infração, votando pela insubsistência da autuação. A empresa interpôs tempestivamente2 o Recurso de efls. 115 a 132, reiterando os termos da defesa exordial, em síntese: a) apresentou a impugnação com todos os comprovantes dos pagamentos dos tributos exigidos, que foram recolhidos de forma fracionada e antecipada como a legislação permitia à época; 1 Enquadramento legal no Auto de Infração efls. 19: MULTA VINCULADA: ART 1601 5172/66; ART 1 L 9249/95; ART 44 E INC I E PAR 1 INC I L 9430/96. 2 AR – 11/01/12, efls. 114; Recurso – 08/02/12, efls. 115 Fl. 187DF CARF MF Processo nº 11610.008200/200138 Acórdão n.º 1302002.046 S1C3T2 Fl. 3 3 b) os valores dos DARF correspondem exatamente aos valores exigidos no Auto de Infração mas as autoridades julgadoras decidiram, estranhamente, que parte dos valores recolhidos eram atinentes aos adicionais de IRPJ relativo ao anocalendário de 1996; c) requer a prescrição intercorrente tendo em vista que a autuação ocorreu em 01/12/2001, apresentou impugnação em 17/12/2001 e a decisão veio a ser proferida em 22/09/11, sendo cientificado somente em 11/01/12; d) decadência em relação a eventual débito de IRPJ ou adicional relativo ao ano calendário de 1996, salientando que foi autuada a recolher débitos relativos aos 1º e 2º trimestres de 1997, não podendo ser lançada por meio de decisão administrativa a recolher débitos de 1996, que estariam decaídos; e) em declaração de voto, o julgador de primeira instância acertou com clareza; os DARF apresentados junto à impugnação do lançamento tributário são pertinentes aos períodos autuados e não poderia a autoridade revisora do lançamento, de ofício, redirecionar os pagamentos para eventual débito de 1996; ainda mais sem cientificar a contribuinte deste procedimento, o que ofende os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório; f) como se não fosse suficiente, a recorrente explicita, em planilha, todos os pagamentos (com valores e datas de vencimento e pagamentos efetivos dos DARF) referentes ao IRPJ do anocalendário de 1996, bem como aos adicionais devidos, e junta estes DARF, demonstrando que não poderia a autoridade a quo ter alocado os DARF trazidos junto à impugnação a qualquer valor devido referente a 1996, pois foram devidamente pagos à época própria. Conclui, As provas são contundentes e não deixam dúvidas acerca da conduta correta da empresa recorrente. O IRPJ dos anos de 1996 e 1997, inclusive o adicional, foi pago em sua totalidade, conforme comprovam os DARF(s) juntados com a Impugnação e agora com o presente recurso. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes Wipprich, Relatora Conheço do Recurso Voluntário, por tempestivo. Em preliminar, afasto a arguição de prescrição intercorrente suscitada pela recorrente em face do longo período entre a autuação e o julgamento da lide em primeira instância. Esta matéria encontrase, inclusive, sumulada por este Conselho: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. No mérito, há que se acolher as contestações da recorrente. Fl. 188DF CARF MF 4 Primeiramente, porque não consta, de fato, nos presentes autos, que a contribuinte tenha sido cientificada do Despacho Decisório nº 911/2010 de efls. 44, pelo qual concluiuse que parte dos DARF apresentados junto à impugnação haviam sido alocados no "CONTACORPJ" para débitos de outro período, a saber, 1996, nem tampouco dos quadros de "revisão de ofício" de efls. 37 a 42. Como bem assinalado na Declaração de Voto acostada ao acórdão recorrido, pelo menos uma diligência deveria ter sido realizada para verificarse o acerto da tal imputação realizada pela autoridade a quo no tocante aos débitos de 1996, que a recorrente insiste que foram devidamente pagos e, ainda que não tivessem sido, não foi em momento algum regularmente autuada a recolhêlos. Verifico da análise dos documentos dos autos, que os DARF juntados à impugnação pela recorrente, possuem na maioria código de receita 2089 (IRPJ Lucro Presumido), existindo alguns com código de receita 2456 (PJ não obriga ao Lucro Real Declaração de Ajuste), o que pode haver levado à uma alocação errônea por parte da Administração Tributária, mas, de qualquer forma, não justifica a revisão de ofício e a alocação de outros valores para eventuais débitos em aberto relativos a 1996, sem a devida cientificação da contribuinte e intimação para manifestarse a respeito. Ademais, em um exame mais acurado, percebese que apesar do código referirse à declaração de ajuste nos DARF há expressa menção a períodos de apuração (PA) dos meses relativos aos 1º e 2º trimestres de 1997. A recorrente ainda exibe os DARF relativos aos recolhimentos pertinentes a 1996 junto ao recurso voluntário. Mas, esclarecedor mesmo, é a exposição detalhada em declaração de voto, cujo raciocínio me convence e adoto na íntegra para fundamentar meu voto. Após o repúdio ao procedimento àquilo que disse assemelharse à uma imputação de pagamento, esclarece: [...] Dessa forma, os pagamentos efetuados pelo contribuinte devem ser utilizados para quitar os débitos de 1997. Como ficará claro adiante, os débitos de IRPJ lucro presumido dos 1o e 2° trimestres de 1997, declarados em DCTF e em DIRPJ (fls. 47 a 57), foram pagos integralmente. Os artigos 1o, 5o e 8o c/c 2o da Lei n° 9.430/96, abaixo reproduzidos, determinam a forma de apuração e pagamento do IRPJ com base no lucro presumido cm 1997: Art. 1o A partir do anocalendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei. Art. 5o O imposto de renda devido, apurado na forma do art. 1", será pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. § 1° A opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder. Fl. 189DF CARF MF Processo nº 11610.008200/200138 Acórdão n.º 1302002.046 S1C3T2 Fl. 4 5 § 2o Nenhuma quota poderá ter valor inferior a RS 1.000,00 (mil reais) e o imposto de valor inferior a RS 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração. § 3 o As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento. § 4a Nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação, o imposto devido deverá ser pago até o último dia útil do mês subseqüente ao do evento, não se lhes aplicando a opção prevista n o § 1 º . Art. 8 o As pessoas jurídicas, mesmo as que não tenham optado pela forma de pagamento do art. 2o, deverão calcular e pagar o imposto de renda relativo aos meses de janeiro e fevereiro de 1997 de conformidade com o referido dispositivo. Parágrafo único. Para as empresas submetidas às normas do art. 1o o imposto pago com base na receita bruta auferida nos meses de janeiro e fevereiro de 1997 será deduzido do que for devido em relação ao período de apuração encerrado no dia 31 de março de 1997. Art. 2° A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1° e 2° do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei n° 9.065, de 20 de junho de 1995. A legislação previa, para janeiro e fevereiro de 1997, o recolhimento de antecipações, sendo o saldo, após a apuração do valor devido no Io trimestre, pago em até três quotas, vencendo a partir de 30.04.1997. Para o segundo trimestre não havia previsão de antecipações. O contribuinte efetuou pagamentos nos códigos 2456 (1RPJ PJ NÃO OBRIGADAS AO LUCRO REAL DECLARAÇÃO DE AJUSTE) e 2089 (IRPJ LUCRO PRESUMIDO), como segue: IRPJ do 1o trimestre de 1997: Antecipação de janeiro de 1997 (debito de R$ 27.423,72): pagamentos de R$ 17.060,81 e R $ 10.362,91, ambos em 28.02.1997. Antecipação de fevereiro de 1997 (débito de R$ 28.144,30): pagamentos de R$ 17.478,63 e R$ 10.665,67, ambos em 31.03.1997. Fl. 190DF CARF MF 6 Saldo do imposto (R$ 29.497,36): pagamentos de R$ 18.263,17 e R$ 11.234,19, ambos em 30.04.1997. Total: R$ 85.065,38 (mesmo valor do auto de infração) IRPJ do 2o trimestre de 1997: Nesse caso, há uma divergência entre a DCTF c a DIRPJ. Na Declaração de IRPJ, está indicado o pagamento do débito em 3 quotas, de R$ 29.921,99. Caso seguisse a legislação da maneira correta, os recolhimentos se dariam em 31.07.1997, 31.08.1997 e 30.09.1997, os dois últimos com acréscimos de juros. Ocorre que o contribuinte, embora sem previsão legal, acabou por pagar valores antecipadamente também para o débito do 2o trimestre: Abril: R$ 31.016,30 (pagamentos de R$ 19.143,90 c R$ 11.872,40 em 30/05/97) Maio: R$ 29.383,29 (pagamentos de R$ 18.197,03 e R$ 11.186,26 em 30/06/97) Finalmente, o saldo de R$ 29.364,19 foi pago em 31.07.1997 em dois DARF: R$ 18.185,95 e R$ 11.178,24. Assim, quitou a totalidade do débito (R$ 89.763,78) já em 31.07.1997, ou seja, na realidade não se utilizou da faculdade de pagamento em quotas. Dessa forma, constato que os valores exigidos foram extintos integralmente pelo contribuinte, por meio de pagamento. Apenas a título de observação, chamo a atenção para o fato de que o contribuinte efetuou diversos pagamentos do IRPJ de 1996 (fls. 58 e 59), que somam R$ 305.944,78, o mesmo valor declarado em DCTF (fls. 60 a 71). Na DIRPJ do mesmo ano (fls. 72 a 95), o valor total soma R$ 317.524,31, já incluído o adicional. Assim, ainda que se entendesse possível imputar os pagamentos dc 1997 a débito de 1996, ao menos seria necessária uma diligência para constatar qual o efetivo valor em aberto daquele débito, se existente, após considerados os pagamentos do próprio período. Por todo o exposto, voto em afastar as preliminares de prescrição e decadência suscitadas, para, no mérito, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Fl. 191DF CARF MF Processo nº 11610.008200/200138 Acórdão n.º 1302002.046 S1C3T2 Fl. 5 7 Fl. 192DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10907.002713/2006-51
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 28 00:00:00 UTC 2011
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
Data do fato gerador: 24/10/2006
PEREMPÇÃO.
Não se conhece do recurso interposto além do prazo fixado no artigo 33 do Decreto 70.235, de 1972, por perempto, mormente quando a recorrente não ataca a intempestividade.
Numero da decisão: 1803-000.957
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: Outras penalidades (ex.MULTAS DOI, etc)
Nome do relator: Selene Ferreira de Moraes
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Não se conhece do recurso interposto além do prazo fixado no artigo 33 do Decreto 70.235, de 1972, por perempto, mormente quando a recorrente não ataca a intempestividade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes – Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Sérgio Rodrigues Mendes, Marcelo de Assis Guerra, Selene Ferreira de Moraes. Fl. 266DF CARF MF Emitido em 31/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Assinado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10907.002713/200651 Acórdão n.º 180300.957 S1TE03 Fl. 2 2 Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: “Trata o presente processo do Auto de Infração, às fls. 01/08, para cobrança de multa regulamentar pela falta de atendimento à intimação/reintimação fiscal, no valor de R$ 2.694,79, tendo como enquadramento legal o art. 927, 928 e 968 do Regulamento do Imposto de Renda — RIR/1 999 Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999. Cientificada da exigência em 03/11/2006, a interessada, por intermédio de seu procurador legalmente constituído (Fls. 10/11), ingressou com a impugnação, As fls. 12/14, em 04/12/2006, argumentando que, apesar de os bens poderem ser arrolados a critério do contribuinte, a lei determinou essa obrigação A autoridade fiscal, que possui todos os dados e informações necessários para arrolar o bem que quisesse. Diz que a descrição de todos os bens móveis, equipamentos, veículos, imóveis é de conhecimento do auditor fiscal, inclusive tendo sido entregue de forma informatizada, não havendo, a seu ver, justificativa em se cobrar uma ação do contribuinte. Esclarece que, em atendimento à reintimação fiscal, apresentou os bens a serem arrolados em valor suficiente ao crédito que ali vem sendo discutido. E que, anteriormente a reintimação e à cobrança da multa regulamentar, todos os automóveis já haviam sido bloqueados pela Secretaria da Receita Federal de Paranaguá.” A Delegacia de Julgamento considerou o lançamento procedente, com base nos seguintes fundamentos (fls. 35/36): a) Consoante as peças que compõem os autos, a interessada foi intimada, cm 24/08/2006, a apresentar relação de bens e direitos a serem arrolados, devendo constar obrigatoriamente todos os veículos de propriedade da empresa. Sem que houvesse atendimento intimação, em 28/09/2006, foi emitida reintimação fiscal nos mesmos termos, cuja ciência, por via postal, foi dada cm 03/10/2006 (fls. 0104). b) Independentemente das alegações trazidas em sua peça impugnatória, quanto à obrigatoriedade de constituir o referido arrolamento de bens ser da autoridade fiscal e que teria a autoridade todos os dados e informações necessários para arrolar o bem que quisesse, o fato é que, tendo sido intimada a fornecer a lista dos bens a serem arrolados e não atendendo, no prazo marcado, as informações ou esclarecimentos que a Fl. 267DF CARF MF Emitido em 31/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Assinado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10907.002713/200651 Acórdão n.º 180300.957 S1TE03 Fl. 3 3 autoridade fiscal julgou necessários, é cabível, nos termos da legislação de regência. a aplicação da multa regulamentar. c) Apesar de a contribuinte mencionar que teria apresentado os bens a serem arrolados em valor suficiente ao credito, não há comprovação de que houve atendimento ã intimação. Nada consta nos autos nesse sentido, mas tãosomente a alegação da interessada de que teria, na data do recebimento do auto de infração, ou seja, em 03/11/2006, atendida a reintimação fiscal. Contra a decisão, interpôs a contribuinte o presente Recurso Voluntário, em que, tece as seguintes considerações: a) Pedido de arrolamento referese ao PAF n° 10907 001884/200663, no qual se exigia o valor de R$ 93.748.632,87 de lucro arbitrado, tendo sido julgado favoravelmente ao Contribuinte pela 3ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes. (Acórdão n° 103 23148 em anexo). b) Imposição da multa regulamentar em questão caracterizase como conduta arbitrária, posto que descumpriu as determinações da lei. c) A competência para proceder ao arrolamento de bens e direitos pertence ã autoridade fiscal e não ao sujeito passivo. A lei não concede nenhuma margem de liberdade ao agente público que o autorize a impingir esta obrigação ao sujeito passivo. Tal atitude deve ser vista como arbitrária! d) O Sr. AFRF simplesmente enviou uma carta de intimação à Recorrente, determinando que ela apresentasse a relação de bens e direitos a serem arrolados, imputando ao sujeito passivo uma obrigação que não lhe cabe. e) Não bastasse flagrante ilegalidade, o Sr. Auditor ainda exigiu que fossem obrigatoriamente apresentados todos os automóveis de propriedade da Empresa Recorrente, descumprindo a ordem de preferência estabelecida pela legislação. f) No termo de reintimação fiscal, recebido em 03/10/2006 esta ressalva foi acertadamente retirada do texto, na tentativa de convalidação do ato. g) A intimação para apresentação do rol de bens a serem arrolados não se caracteriza nem como uma prestação de informações, tampouco de esclarecimentos, mas em uma obrigação de fazer. h) Todas as informações necessárias para proceder ao arrolamento já haviam sido prontamente prestadas no processo de fiscalização gerador do PAF n°. 10907 001884/200663, além do que, em atendimento reintimação fiscal, a Recorrente apresentou a relação dos seus equipamentos e mais, nesta ocasião todos os automóveis de sua propriedade já haviam sido bloqueados junto ao Detran/PR pela DRJ/Paranaguá. i) A reintimação fiscal foi atendida pelo contribuinte, o qual apresentou uma relação de bens a serem arrolados, além do bloqueio que já recaia sobre os automóveis de sua propriedade. Fl. 268DF CARF MF Emitido em 31/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Assinado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10907.002713/200651 Acórdão n.º 180300.957 S1TE03 Fl. 4 4 j) O crédito tributário ensejador do rebatido arrolamento estava com sua exigibilidade suspensa por força do art. 151, III, do CTN o que impedia sua constituição definitiva e consequentemente também impedia o início do procedimento de arrolamento. É o relatório. Voto Conselheira Selene Ferreira de Moraes Em 30/03/2009, uma segundafeira, a recorrente foi intimada, por via postal, da decisão de primeira instância (AR de fls. 40). O prazo fatal para apresentação do recurso era a data de 29 de abril de 2009, uma quartafeira. Porém, a Contribuinte só protocolou seu recurso voluntário em 30/04/2008 (fls. 45), depois de transcorridos mais de 30 (trinta) dias da ciência da decisão, implicando, portanto, na sua perempção, exvi do artigo 33 do Decreto nº. 70.235, de 1972. No seu recurso, a contribuinte não ataca a intempestividade ocorrida. Ante todo o exposto, não conheço do recurso, por perempto. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Fl. 269DF CARF MF Emitido em 31/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES Assinado digitalmente em 31/07/2011 por SELENE FERREIRA DE MORAES
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