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Numero do processo: 19515.000450/2003-81
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2000
DEPÓSITOS BANCÁRIOS SEM IDENTIFICAÇÃO DE ORIGEM. PRESUNÇÃO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO.
Os rendimentos tributados exclusivamente na fonte, relativos a prêmios obtidos em concursos ou sorteios, cuja retenção do imposto está comprovada por meio de DIRF que identifica o beneficiário, podem ser excluídos da base de cálculo dos depósitos bancários, ainda que os respectivos valores não sejam exatamente coincidentes com os créditos na conta-corrente.
Numero da decisão: 9202-004.280
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencido o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (relator), que lhe deu provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Heitor de Souza Lima Junior Relator
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Redatora designada
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra.
Nome do relator: HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR
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PRESUNÇÃO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. Os rendimentos tributados exclusivamente na fonte, relativos a prêmios obtidos em concursos ou sorteios, cuja retenção do imposto está comprovada por meio de DIRF que identifica o beneficiário, podem ser excluídos da base de cálculo dos depósitos bancários, ainda que os respectivos valores não sejam exatamente coincidentes com os créditos na conta corrente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencido o conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (relator), que lhe deu provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 04 50 /2 00 3- 81 Fl. 330DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 331 2 (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Redatora designada Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra. Relatório Em litígio, o teor do Acórdão nº 2801001.426, prolatado pela 1a Turma Especial da 1a Câmara da 2a Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais na sessão plenária de 16 de março de 2011 (efls. 284 a 291). Ali, por unanimidade de votos, foi dado provimento parcial ao Recurso Voluntário do contribuinte, na forma de ementa e decisão a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2000 PRELIMINAR. NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Não procedem as alegações de nulidade quando não se vislumbra nos autos nenhuma uma das hipóteses previstas no art. 59 do Decreto nº 70.235, de 1972. AUTORIDADE FISCALIZADORA. HABILITAÇÃO PROFISSIONAL. SÚMULA CARF Nº 8 O Auditor Fiscal da Receita Federal é competente para proceder ao exame da escrita fiscal da pessoa jurídica, não lhe sendo exigida a habilitação profissional de contador. RETIFICADORA APÓS AÇÃO FISCAL. EFEITOS. SÚMULA CARF Nº 33 A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITO BANCÁRIO. PRESUNÇÃO. SÚMULA CARF Nº 26 A presunção estabelecida no art. 42 da Lei Nº9.430/ 96 dispensa o Fisco de comprovar o consumo da renda representada pelos depósitos bancários sem origem comprovada. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM DOS RECURSOS. RENDIMENTOS TRIBUTADOS EXCLUSIVAMENTE NA FONTE. Uma vez comprovada, mediante documentação hábil e idônea, a percepção de prêmios em corrida de cavalo, rendimentos Fl. 331DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 332 3 tributados exclusivamente na fonte, cabe considerálos para justificar a origem de recursos utilizados em depósitos bancários. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA CARF Nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. SÚMULA CARF Nº 4 A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Preliminares Rejeitadas Recurso Voluntário Provido em Parte. Decisão: por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo lançada o valor de R$27.131,38, nos termos do voto da Relatora. Enivados os autos para fins de ciência à PGFN em 02/08/2011 (efl. 294). insurgese a Fazenda Nacional contra o Acórdão, no dia 14/09/2011 (efl. 304), agora através de Recurso Especial, com fulcro no art. 67 do anexo II ao Regimento Interno deste Conselho Administrativo Fiscal aprovado pela Portaria MF no. 256, de 22 de julho de 2009, então em vigor quando da propositura do pleito recursal (efls. 295 a 301 e anexos). Alega a recorrente divergência em relação ao decidido em 22/02/2006 no Acórdão 10421.400, de lavra da 4a. Câmara do então 1o. Conselho de Contribuintes, de ementa e decisão a seguir transcritas. Acórdão 10421.400 DECADÊNCIA AJUSTE ANUAL LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO Sendo a tributação das pessoas físicas sujeita a ajuste na declaração anual e independente de exame prévio da autoridade administrativa, o lançamento é por homologação, hipótese em que o direito de a Fazenda Nacional lançar decai após cinco anos, contados de 31 de dezembro de cada anocalendário questionado. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO Não provada violação das disposições contidas no art. 142 do CTN, tampouco dos artigos 10 e 59 do Decreto nº. 70.235, de 1972 e artigo 5º da Instrução Normativa SRF nº 94, de 1997, não há que se falar em nulidade quer do lançamento, quer do procedimento fiscal que lhe deu origem, quer do documento que formalizou a exigência fiscal. APLICAÇÃO DA NORMA NO TEMPO RETROATIVIDADE DA LEI Nº 10.174, de 2001 Não há vedação à constituição de Fl. 332DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 333 4 crédito tributário decorrente de procedimento de fiscalização que teve por base dados da CPMF. Ao suprimir a vedação existente no art. 11 da Lei nº 9.311, de 1996, a Lei nº 10.174, de 2001 nada mais fez do que ampliar os poderes de investigação do Fisco, aplicandose, no caso, a hipótese prevista no § 1º do art. 144 do Código Tributário Nacional. OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS Caracterizam omissão de rendimentos valores creditados em conta bancária mantida junto a instituição financeira, quando o contribuinte, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. OMISSÃO DE RENDIMENTOS LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA DEPÓSITOS DE VALOR INDIVIDUAL INFERIOR A R$ 12.000,00 TRATAMENTO Nos lançamentos com base em depósitos bancários de origem não comprovada, devem ser desprezados os depósitos de valores individuais inferiores a R$ 12.000,00, quando sua soma, no ano, não ultrapasse a R$ 80.000,00. Preliminar de decadência acolhida. Preliminar de nulidade rejeitada. Recurso parcialmente provido. Decisão: Por maioria de votos, ACOLHER a preliminar de decadência para o anocalendário de 1999, relativamente aos depósitos bancários de titularidade de fato e de direito do Recorrente, vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa (Relator), Maria Beatriz Andrade de Carvalho e Maria Helena Cotta Cardozo. Por maioria de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade do lançamento em face da utilização de dados obtidos com base nas informações da CPMF, vencida a Conselheira Meigan Sack Rodrigues e, por unanimidade de votos, a de nulidade do lançamento por violação de princípios constitucionais. No mérito, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir da exigência os valores relativos aos anoscalendário de 2000 e 2002. Designado para redigir o voto vencedor quanto à decadência o Conselheiro Nelson Mallmann. Em linhas gerais, argumenta a Fazenda Nacional em sua demanda que: a) Enquanto o Colegiado a quo considerou como comprovados os depósitos objeto de lançamento, sem que houvesse uma exata coincidência de datas e valores entre os recursos indicados como origem e os depósitos bancários individualmente, os paradigmas consideram como não comprovados, para fins de aplicação da presunção contida no art. 42 da Lei no. 9.430, de 1996, os valores para os quais não se demonstra a origem, com necessária coincidência de datas e valores. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 334 5 b) A presunção constante do referido art. 42 opera a favor do Fisco com inversão do ônus da prova, cabendo, assim, ao contribuinte o ônus da comprovação de cada depósito individualmente, através de documentação hábil e idônea, com coincidência de datas e valores das operações que alega para justificálos, a fim de que não seja considerado como renda tributável (omissão de receita). Cabe ao contribuinte, segue a Fazenda Nacional demonstrar o nexo causal entre os depósitos existentes e o benefício que lhes tenham trazido. Rejeita que os depósitos a serem comprovados e a documentação comprobatória possam ser tratados de forma genérica e nem por média. Ou seja, entende que para a comprovação da origem dos depósitos, é indispensável que os documentos indiquem o pagamento da importância em data e valor coincidentes aos dos depósitos, sendo necessária a vinculação de cada depósito a uma operação realizada, já tributada, isenta ou não tributável ou que será tributada após identificada, por meios de documentos hábeis e idôneos. Requer, assim, a reforma do recorrido, uma vez que este considerou como justificados valores sem lastro em operações que demonstrassem a coincidência em valores e datas com os depósitos individualmente considerados. O recurso foi admitido através de despacho de efls. 305/306. Encaminhados os autos ao autuada para fins de ciência, ocorrida através de editais de efls. 323 e 326, o contribuinte quedou inerte quanto à apresentação de Recurso Especial de sua iniciativa e/ou contrarrazões ao pleito fazendário. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, Relator Pelo que consta no processo quanto à sua tempestividade, às devidas apresentação de paradigma consistente e indicação de divergência, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Ressaltese que, diferentemente de casos onde o referido art. 42 remete à comprovação (tal como previsto no §5o. do referido, onde se pode valorar diferentemente até um mesmo conjunto probatório, utilizando critério idêntico sem que haja divergência interpretativa), aqui se está diante de caso onde se adotou, ao compararmos recorrido e paradigma, critérios diversos de valoração da prova, sendo despicienda para o colegiado recorrido a coincidência entre datas e valores para fins de comprovação de determinado crédito, enquanto para os colegiados paradigmáticos tal coincidência é indispensável. Assim, não se está diante de caso de diferente valoração probatória, e, portanto, cabível assim a análise da divergência em questão por este Colegiado uniformizador. Passo, assim, à análise de mérito. Sob análise, o art. 42 da Lei no 9.430, de 1996, verbis: Art.42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação Fl. 334DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 335 6 aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. §1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. §2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. §3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano calendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais).(Vide Medida Provisória nº 1.5637, de 1997)(Vide Lei nº 9.481, de 1997) §4º Tratandose de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha sido efetuado o crédito pela instituição financeira. §5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de depósito ou de investimento.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) §6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) Quanto à aplicação do referido dispositivo, adoto posicionamento bastante restritivo no que diz respeito à comprovação capaz de elidir a aplicação da presunção, que, para tal fim, deve ser feita de forma individualizada, com correspondência de datas e valores e através de documentação hábil e idônea que comprove não só a procedência, mas a origem dos recursos, aqui abrangida sua natureza. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 336 7 Mais detalhadamente a propósito, é cediço que, a partir de 1997, a Lei nº 9.430, de 27 de dezembro 1996, em seu art. 42 e parágrafos, estabeleceu uma presunção legal (g.n.) de omissão de rendimentos, autorizando o lançamento do imposto correspondente, sempre que o titular da conta bancária, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprovasse, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos creditados em sua conta de depósito ou de investimento. Do dispositivo acima, defluem: a) a força probatória de extratos onde constem créditos em contas titularizadas pelo contribuinte, bem como, b) a nítida inversão do ônus da prova, característica das presunções legais, ou seja, o contribuinte titular da conta de depósito bancário é quem deve demonstrar a origem do numerário creditado (dos depósitos), sob pena da autoridade fiscal poder, com base na presunção legal, caracterizá los como renda tributável deste, que é o contribuinte legalmente determinado. Caberia ao autuado, na forma disposta pela Lei, refutar a presunção legal através de documentação hábil e idônea, pois a previsão legal em favor do Fisco transfere ao contribuinte o ônus de elidir a imputação, mediante a comprovação da origem de seus créditos bancários. Tratase, afinal, de presunção relativa passível de prova em contrário. No texto abaixo reproduzido, extraído de Imposto sobre a Renda – Pessoas Jurídicas – JUSTECRJ1979 pg. 806, José Luiz Bulhões Pedreira defende com muita clareza essa posição: “O efeito prático da presunção legal é inverter o ônus da prova: invocandoa, a autoridade lançadora fica dispensada de provar, no caso concreto, que ao negócio jurídico com as características descritas na lei corresponde, efetivamente, o fato econômico que a lei presume – cabendo ao contribuinte, para afastar a presunção (se é relativa) provar que o fato presumido não existe no caso.” Por comprovação de origem, aqui, há de se entender a apresentação de documentação hábil e idônea que possa identificar não só a fonte (procedência) do crédito, mas também a natureza do recebimento, a que título o beneficiário recebeu aquele valor, de modo a poder ser identificada a natureza da transação, se tributável ou não. Ainda quanto à citada presunção, atendome agora ao cerne da questão sob análise no presente feito, entendo que decorre de disposição expressa do §3o. do art. 42 em questão a necessidade de se comprovar cada depósito de forma individualizada, vedado assim que se tente justificar determinado somatório de depósitos de forma genérica, em perfeito alinhamento com o argumento trazido à baila pela recorrente. Quanto à necessidade de coincidência de datas e valores, entendo que se deva, porém, fazer ressalva. Em meu entendimento, o que deve haver é uma correspondência (e não coincidência) unívoca entre cada depósito realizado e a respectiva documentação suporte, hábil e idônea comprobatória de sua origem (abrangendo sua natureza), permitido, assim, haver divergência entre datas e valores dos documentos comprobatórios e dos depósitos realizados, mas somente, notese, no caso em que tal divergência seja devidamente esclarecida pelo autuado, também com base em suporte probatório hábil e idôneo. Ainda, tanto quanto ao valor principal constante da documentaçãosuporte e àquele que compõe eventual diferença, necessária a anexação, pelo autuado, de elementos que Fl. 336DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 337 8 comprovem que os recursos provenientes da transação alegada como origem de recursos transitaram pela contacorrente em questão. Exemplificando sob uma ótica prática, entendo que possa se aceitar que o valor da nota fiscal de determinada operação mercantil sirva como comprovação para depósito de valor mais elevado realizado posteriormente à transação, uma vez que se deva esta diferença a encargos pactuados pela dilação do prazo de pagamento, desde que, notese, reste devidamente comprovada a incidência de tais encargos e o pagamento de principal e encargos pelo devedor referente à transação na conta do credor. Um outro exemplo poderia ser a diferença entre o preço pauta e o valor recebido pelo vendedor em transação agrícola, Ressalto, a propósito, porém, que, em meu entendimento somente seria de se aventar de tais hipóteses (ou de qualquer outra como a acima descrita) caso o autuado alegasse tal motivação para existência de diferença de valores e prazos, produzindo, ainda, provas acerca da veracidade da sua alegação, incabível, assim, em meu entendimento, que a autoridade fiscal ou o julgador possa assumir que a não coincidência se deva a este ou àquele motivo, considerandose, aqui, o ônus da prova claramente estabelecido pelo dispositivo de forma a recair, in casu, sobre o contribuinte. Nestas hipóteses acima exemplificadas e em outras de natureza similar, entendo que ainda que não haja a exata coincidência de datas e valores entre a documentação suporte e o depósito efetuado, podese, sim, a partir de detalhada alegação acompanhada do devido suporte probatório, estabelecer a correspondência unívoca entre a documentação comprobatória apresentada (abrangendo a natureza da operação) e o depósito efetuado, sendo, uma vez estabelecida tal correspondência, também nestas hipóteses de se elidir a aplicação da presunção do referido art. 42. Todavia, para o caso em questão, a partir da análise dos autos, verifico que: 1. Apesar da coincidência entre os valores informados em DIRF (efl. 240) e aqueles constantes do comprovante de rendimentos apresentado à efl. 189 e, mesmo considerando a limitação da DIRF levantada pelo recorrido (no sentido da DIRF só conter valores mensais), não há como se estabelecer qualquer vinculação (correspondência) entre o montante assim recebido do Jockey Club de Sorocaba pelo autuante e os depósitos objeto de tributação. Notese, a propósito, ainda que o que se estabelece. no caso de não comprovação de origem de depósitos, é a presunção de auferimento de rendimentos tributáveis pelo contribuinte (e não de rendimentos de tributação exclusiva), dai inclusive o posicionamento firmado no âmbito desta CSRF, nos sentido de, em obediência ao princípio da razoabilidade, ao se promover exclusão de rendimentos declarados, de se limitar a referida exclusão aos rendimentos tributáveis constantes da DIRPF (matéria que, aqui, não se encontra sob litígio). Caberia aqui ao contribuinte, assim, o ônus de provar não só que o montante de R$ 27.131,38 já fora objeto de tributação de forma exclusiva mas também e, principalmente, que estaria tal montante abrangido em um ou mais depósitos individuais objeto de autuação, a fim de que se pudesse excluílo da tributação, o que não vislumbro ter ocorrido, in casu. 2. Ainda, adotandose a mesma linha de razoabilidade, a natureza da atividade que originou tal montante de R$ 27.131,38 (Recebimento de prêmios de titular de Fl. 337DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 338 9 Stud, quando da realização de corridas de cavalos, atividade, notese, aberta ao público, realizada em entidade turfística localizada no Município de Sorocaba/SP), faz com que se possa considerar como pouco razoável que a entidade (Jockey Club de Sorocaba) houvesse pago tais montantes de outra forma que não através de transação bancária. Plenamente factível, assim, que o autuado obtivesse algum tipo de documentação que comprovasse que, dentre os diversos depósitos objeto de autuação, encontravamse valores. recebidos do Jockey Club de Sorocaba, a título de pagamentos de prêmio, pela performance de seus animais. Todavia, não há, repitase, qualquer documento nos autos que possa estabelecer a correspondência entre os valores constantes de DIRF e do comprovante de rendimentos apresentado e os depósitos objeto de investigação. Assim, entendo que não há como se considerar o montante aqui em litígio, objeto de exclusão pelo Colegiado a quo (R$ 27.131,38), como comprovado para fins de afastamento da presunção do art. 42 da Lei no. 9.430, de 1996 e, destarte, me posiciono pela reforma do recorrido. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso da Fazenda Nacional para considerar como não comprovado o depósito de R$ 27.131,38, mantendose, assim, tão somente as exclusões da base de cálculo já anteriormente concedidas, consoante Acórdão de 1a. instância de efl. 250. É como voto. (assinado digitalmente) Heitor de Souza Lima Junior Fl. 338DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 339 10 Voto Vencedor Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada Discordo do posicionamento do Ilustre Conselheiro Relator, no que tange ao não acatamento, como origem para os depósitos bancários objeto da autuação, do valor de R$ 27.131,38, correspondente a "prêmios obtidos em concursos e sorteios", pagos pelo Jockey Club de Sorocaba, no anocalendário de 1999 (corridas de cavalos). Tratase de rendimentos já tributados exclusivamente na fonte, constantes de DIRF Declaração de Imposto de Renda na Fonte que identifica o beneficiário, conforme reconheceu o próprio Julgador de Primeira Instância: "Já o comprovante de rendimentos fornecido pelo Jockey Club de Sorocaba, de fato, corresponde aos dados constantes da Declaração de Imposto de Renda na Fonte/DIRF (fl. 231) apresentada pela referida associação. Porém nenhum dos valores ali indicados corresponde aos depósitos considerados no lançamento." É bem verdade que os valores em questão, pagos em vários meses do ano calendário, não coincidem com os depósitos bancários. Entretanto, a jurisprudência do CARF se consolidou no sentido de que os rendimentos tributados no Ajuste Anual podem ser excluídos da base de cálculo dos depósitos bancários, sem a necessidade de correlação exata entre o rendimento e o crédito bancário. No presente caso, tratase de situação análoga, em que foram recebidos rendimentos já tributados exclusivamente na fonte, o que foi comprovado por meio da apresentação de DIRF, sendo que o Contribuinte apresentou Declaração de Isento no ano calendário em questão. Assim, no entender desta Conselheira, não há como deixar de aplicar o mesmo critério, sob pena de tratarse de forma diversa contribuintes que se encontram na mesma situação. Ora, se para os rendimentos tributáveis sujeitos ao Ajuste Anual não se exige a exata correlação de datas e valores, não seria razoável exigirse na situação em tela, em que não há dúvida acerca da tributação dos valores excluídos da base de cálculo. Ressaltese que no anocalendário em tela, o Contribuinte apresentou Declaração de Isento e, independentemente do total considerado omitido por presunção, os rendimentos tributados exclusivamente na fonte ora acatados, no valor de R$ 27.131,38, encontravamse abaixo do limite que obrigava à apresentação de Declaração de Ajuste Anual, conforme a Instrução Normativa RFB nº 157, de 22/12/1999: "Art. 1º Está obrigada a apresentar a Declaração de Ajuste Anual a pessoa física, residente no Brasil, que no anocalendário de 1999: (...) Fl. 339DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO Processo nº 19515.000450/200381 Acórdão n.º 9202004.280 CSRFT2 Fl. 340 11 II recebeu rendimentos isentos, nãotributáveis e tributados exclusivamente na fonte, cuja soma foi superior a R$ 40.000,00 (quarenta mil reais);" Esclareçase que o posicionamento ora adotado não é aplicável a todo e qualquer rendimento tributado exclusivamente na fonte, mas sim àquele sobre o qual inexiste a certeza de que não tenha integrado a base de cálculo da autuação, evitandose assim o risco de promoverse bis in idem. Diante do exposto, concordo com o posicionamento adotado no acórdão recorrido, razão pela qual nego provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 340DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 09/ 09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por HEITOR DE SOUZA LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 13982.000496/2010-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 11 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Aug 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007
Simples Federal. Exclusão. Interpostas Pessoas.
Constatado pela fiscalização a utilização de subterfúgios para se manter no Simples Federal/Nacional, tal como constar nos quadros societários interpostas pessoas, cujo robusto corpo probatório amealhado não foi ilidido pela empresa, acertada a exclusão dos regimes tributários diferenciados e favorecidos - Simples Federal/Nacional.
Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2007, 2008, 2009
Simples Federal. Exclusão. Interpostas Pessoas.
Constatado pela fiscalização a utilização de subterfúgios para se manter no Simples Federal/Nacional, tal como constar nos quadros societários interpostas pessoas, cujo robusto corpo probatório amealhado não foi ilidido pela empresa, acertada a exclusão dos regimes tributários diferenciados e favorecidos - Simples Federal/Nacional.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009
Simulação do Ato Jurídico. Evasão Fiscal. Utilização de Interpostas Pessoas.
A utilização de interpostas pessoas, laranjas, no quadro societário da empresa, por si só, caracteriza a simulação de ato jurídico e configura a intenção do agente em fraudar a Administração Tributária.
Multa Qualificada. Fraude. Conceituação Legal. Vinculação da Atividade do Lançamento. Interposição de Pessoas.
A aplicação da multa qualificada no lançamento tributário depende da constatação da fraude, lato sensu, conforme conceituado nos artigos 71, 72 e 73 da Lei no. 4.502/65, por força legal (art. 44, § 1º, Lei nº 9.430/96). Constatado pelo auditor fiscal que a ação, ou omissão, do contribuinte identifica-se com uma das figuras descritas naqueles artigos é imperiosa a qualificação da multa, não podendo a autoridade administrativa deixar de aplicar a norma tributária, pelo caráter obrigatório e vinculado de sua atividade. A utilização de interpostas pessoas no quadro societário da empresa, por si só, caracteriza a simulação de ato jurídico e configura a intenção do agente em fraudar a Administração Tributária.
Sujeição Passiva Solidária. Empresas do Grupo Econômico. Legitimidade.
Correto o estabelecimento da sujeição passiva solidária uma vez constatado nos autos que as empresas que efetivamente operam (comercializam e prestam serviços) utilizaram-se de subterfúgios, com a criação de empresas-satélites fictícias, com o intuito de indevidamente aderir à sistemática do regime tributário diferenciado e de favorecimento fiscal, Simples Nacional/Federal, restando devidamente comprovado o interesse comum e a prática dos atos fraudulentos para se eximir das obrigações tributárias.
Juros de Mora sobre Multa de Ofício.
A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo neste conceito o tributo e a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009
Ato Declaratório Executivo de Exclusão do Simples. Autos de Infração. Concomitância.
A possibilidade de discussão administrativa do Ato Declaratório Executivo (ADE) de exclusão do Simples não impede o lançamento de ofício dos créditos tributários devidos em face da exclusão.
(Súmula CARF nº 77)
Nulidade da Decisão. Cerceamento do Direito de Defesa.
Não constitui cerceamento de defesa o não enfrentamento das razões de contestação trazidas pela impugnante, irrelevantes à solução do conflito, nos termos do disposto nos artigos 59, II, c/c 60 do Decreto nº 70.235/72. Ademais, não constata-se nos autos que o acórdão de primeira instância quedou-se silente sobre qualquer contestação aduzida pela contribuinte.
Pedido de Perícia/Diligência. Indeferimento. Não Causa Nulidade.
A turma julgadora é livre para forma sua convicção quanto à necessidade ou não da realização de provas para dirimir o litígio administrativo fiscal, podendo indeferir o pedido formulado pelo contribuinte (art. 18, caput, PAF)
Nulidade dos ADE. Competência da Autoridade Fiscal.
A autoridade fiscal, no caso Inspetor/Delegado do órgão da Administração Tributária, é competente para emitir os atos administrativos necessários à exclusão dos contribuintes dos regimes de tributação diferenciados e instituídos em favor fiscal, Simples Nacional/Federal, por previsão nas normas de regência destas sistemáticas de tributação.
Nulidade da Autuação. Desconsideração da Personalidade Jurídica.
Não se constata nos autos qualquer despersonalização de pessoa jurídica, mas somente a tributação devida, nos estritos moldes legais, de operações comerciais e de prestação de serviços, que não podem se sujeitar aos regimes de tributação do Simples Nacional/ Federal.
Numero da decisão: 1302-001.971
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de nulidade, e, no mérito, em negar provimento aos recursos voluntários dos sujeito passivo principal e dos responsáveis solidários, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Alberto Pinto de Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Marcelo Calheiros Soriano, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Talita Pimenta Félix e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de nulidade, e, no mérito, em negar provimento aos recursos voluntários dos sujeito passivo principal e dos responsáveis solidários, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Alberto Pinto de Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Marcelo Calheiros Soriano, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Talita Pimenta Félix e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2005, 2006, 2007 Simples Federal. Exclusão. Interpostas Pessoas. Constatado pela fiscalização a utilização de subterfúgios para se manter no Simples Federal/Nacional, tal como constar nos quadros societários interpostas pessoas, cujo robusto corpo probatório amealhado não foi ilidido pela empresa, acertada a exclusão dos regimes tributários diferenciados e favorecidos - Simples Federal/Nacional. Assunto: Simples Nacional Ano-calendário: 2007, 2008, 2009 Simples Federal. Exclusão. Interpostas Pessoas. Constatado pela fiscalização a utilização de subterfúgios para se manter no Simples Federal/Nacional, tal como constar nos quadros societários interpostas pessoas, cujo robusto corpo probatório amealhado não foi ilidido pela empresa, acertada a exclusão dos regimes tributários diferenciados e favorecidos - Simples Federal/Nacional. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 Simulação do Ato Jurídico. Evasão Fiscal. Utilização de Interpostas Pessoas. A utilização de interpostas pessoas, laranjas, no quadro societário da empresa, por si só, caracteriza a simulação de ato jurídico e configura a intenção do agente em fraudar a Administração Tributária. Multa Qualificada. Fraude. Conceituação Legal. Vinculação da Atividade do Lançamento. Interposição de Pessoas. A aplicação da multa qualificada no lançamento tributário depende da constatação da fraude, lato sensu, conforme conceituado nos artigos 71, 72 e 73 da Lei no. 4.502/65, por força legal (art. 44, § 1º, Lei nº 9.430/96). Constatado pelo auditor fiscal que a ação, ou omissão, do contribuinte identifica-se com uma das figuras descritas naqueles artigos é imperiosa a qualificação da multa, não podendo a autoridade administrativa deixar de aplicar a norma tributária, pelo caráter obrigatório e vinculado de sua atividade. A utilização de interpostas pessoas no quadro societário da empresa, por si só, caracteriza a simulação de ato jurídico e configura a intenção do agente em fraudar a Administração Tributária. Sujeição Passiva Solidária. Empresas do Grupo Econômico. Legitimidade. Correto o estabelecimento da sujeição passiva solidária uma vez constatado nos autos que as empresas que efetivamente operam (comercializam e prestam serviços) utilizaram-se de subterfúgios, com a criação de empresas-satélites fictícias, com o intuito de indevidamente aderir à sistemática do regime tributário diferenciado e de favorecimento fiscal, Simples Nacional/Federal, restando devidamente comprovado o interesse comum e a prática dos atos fraudulentos para se eximir das obrigações tributárias. Juros de Mora sobre Multa de Ofício. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo neste conceito o tributo e a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 Ato Declaratório Executivo de Exclusão do Simples. Autos de Infração. Concomitância. A possibilidade de discussão administrativa do Ato Declaratório Executivo (ADE) de exclusão do Simples não impede o lançamento de ofício dos créditos tributários devidos em face da exclusão. (Súmula CARF nº 77) Nulidade da Decisão. Cerceamento do Direito de Defesa. Não constitui cerceamento de defesa o não enfrentamento das razões de contestação trazidas pela impugnante, irrelevantes à solução do conflito, nos termos do disposto nos artigos 59, II, c/c 60 do Decreto nº 70.235/72. Ademais, não constata-se nos autos que o acórdão de primeira instância quedou-se silente sobre qualquer contestação aduzida pela contribuinte. Pedido de Perícia/Diligência. Indeferimento. Não Causa Nulidade. A turma julgadora é livre para forma sua convicção quanto à necessidade ou não da realização de provas para dirimir o litígio administrativo fiscal, podendo indeferir o pedido formulado pelo contribuinte (art. 18, caput, PAF) Nulidade dos ADE. Competência da Autoridade Fiscal. A autoridade fiscal, no caso Inspetor/Delegado do órgão da Administração Tributária, é competente para emitir os atos administrativos necessários à exclusão dos contribuintes dos regimes de tributação diferenciados e instituídos em favor fiscal, Simples Nacional/Federal, por previsão nas normas de regência destas sistemáticas de tributação. Nulidade da Autuação. Desconsideração da Personalidade Jurídica. Não se constata nos autos qualquer despersonalização de pessoa jurídica, mas somente a tributação devida, nos estritos moldes legais, de operações comerciais e de prestação de serviços, que não podem se sujeitar aos regimes de tributação do Simples Nacional/ Federal.
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E COM. LTDA. e TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIÁRIOS LTDA) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005, 2006, 2007 SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO. INTERPOSTAS PESSOAS. Constatado pela fiscalização a utilização de subterfúgios para se manter no Simples Federal/Nacional, tal como constar nos quadros societários interpostas pessoas, cujo robusto corpo probatório amealhado não foi ilidido pela empresa, acertada a exclusão dos regimes tributários diferenciados e favorecidos Simples Federal/Nacional. ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2007, 2008, 2009 SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO. INTERPOSTAS PESSOAS. Constatado pela fiscalização a utilização de subterfúgios para se manter no Simples Federal/Nacional, tal como constar nos quadros societários interpostas pessoas, cujo robusto corpo probatório amealhado não foi ilidido pela empresa, acertada a exclusão dos regimes tributários diferenciados e favorecidos Simples Federal/Nacional. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 SIMULAÇÃO DO ATO JURÍDICO. EVASÃO FISCAL. UTILIZAÇÃO DE INTERPOSTAS PESSOAS. A utilização de interpostas pessoas, laranjas, no quadro societário da empresa, por si só, caracteriza a simulação de ato jurídico e configura a intenção do agente em fraudar a Administração Tributária. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 2. 00 04 96 /2 01 0- 37 Fl. 684DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 2 MULTA QUALIFICADA. FRAUDE. CONCEITUAÇÃO LEGAL. VINCULAÇÃO DA ATIVIDADE DO LANÇAMENTO. INTERPOSIÇÃO DE PESSOAS. A aplicação da multa qualificada no lançamento tributário depende da constatação da fraude, lato sensu, conforme conceituado nos artigos 71, 72 e 73 da Lei no. 4.502/65, por força legal (art. 44, § 1º, Lei nº 9.430/96). Constatado pelo auditor fiscal que a ação, ou omissão, do contribuinte identificase com uma das figuras descritas naqueles artigos é imperiosa a qualificação da multa, não podendo a autoridade administrativa deixar de aplicar a norma tributária, pelo caráter obrigatório e vinculado de sua atividade. A utilização de interpostas pessoas no quadro societário da empresa, por si só, caracteriza a simulação de ato jurídico e configura a intenção do agente em fraudar a Administração Tributária. SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA. EMPRESAS DO GRUPO ECONÔMICO. LEGITIMIDADE. Correto o estabelecimento da sujeição passiva solidária uma vez constatado nos autos que as empresas que efetivamente operam (comercializam e prestam serviços) utilizaramse de subterfúgios, com a criação de empresas satélites fictícias, com o intuito de indevidamente aderir à sistemática do regime tributário diferenciado e de favorecimento fiscal, Simples Nacional/Federal, restando devidamente comprovado o interesse comum e a prática dos atos fraudulentos para se eximir das obrigações tributárias. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo neste conceito o tributo e a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES. AUTOS DE INFRAÇÃO. CONCOMITÂNCIA. A possibilidade de discussão administrativa do Ato Declaratório Executivo (ADE) de exclusão do Simples não impede o lançamento de ofício dos créditos tributários devidos em face da exclusão. (Súmula CARF nº 77) NULIDADE DA DECISÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Não constitui cerceamento de defesa o não enfrentamento das razões de contestação trazidas pela impugnante, irrelevantes à solução do conflito, nos termos do disposto nos artigos 59, II, c/c 60 do Decreto nº 70.235/72. Ademais, não constatase nos autos que o acórdão de primeira instância quedouse silente sobre qualquer contestação aduzida pela contribuinte. PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. NÃO CAUSA NULIDADE. A turma julgadora é livre para forma sua convicção quanto à necessidade ou não da realização de provas para dirimir o litígio administrativo fiscal, podendo indeferir o pedido formulado pelo contribuinte (art. 18, caput, PAF) NULIDADE DOS ADE. COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE FISCAL. Fl. 685DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 3 3 A autoridade fiscal, no caso Inspetor/Delegado do órgão da Administração Tributária, é competente para emitir os atos administrativos necessários à exclusão dos contribuintes dos regimes de tributação diferenciados e instituídos em favor fiscal, Simples Nacional/Federal, por previsão nas normas de regência destas sistemáticas de tributação. NULIDADE DA AUTUAÇÃO. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. Não se constata nos autos qualquer despersonalização de pessoa jurídica, mas somente a tributação devida, nos estritos moldes legais, de operações comerciais e de prestação de serviços, que não podem se sujeitar aos regimes de tributação do Simples Nacional/ Federal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de nulidade, e, no mérito, em negar provimento aos recursos voluntários dos sujeito passivo principal e dos responsáveis solidários, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Alberto Pinto de Souza Júnior, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Marcelo Calheiros Soriano, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Talita Pimenta Félix e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório Tratamse de Recursos Voluntários interpostos pelos recorrentes acima identificados contra o Acórdão nº 1651.352/13, efls 585 a 637, proferido pela Sétima Turma de Julgamento da DRJ em São Paulo/SP 1, o qual manteve as exclusões da empresa do Simples Federal (Lei nº 9.317/96), do Simples Nacional (Lei Complementar nº 123/06) ADE nºs 65 e 66, às efls. 90 e 91 , bem como os Autos de Infração lavrados para as exigências de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, relativas aos anoscalendários de 2005 a 2009, no valor total de R$ 1.130.423,07, incluídos a multa de ofício cominada na forma qualificada (150%) e juros moratórios AI às efls. 112 a 224, e Termo de Verificações Fiscal às efls. 521 a 531. Assim restou ementado o acórdão recorrido: Juntada de Prova. Oportunidade. Fl. 686DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 4 A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (i) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (ii) refirase a fato ou a direito superveniente; ou (iii) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Cerceamento do Direito de Defesa. Fase Procedimental. Caráter Inquisitório. No processo administrativo fiscal, é a impugnação que instaura a fase propriamente litigiosa ou processual, não encontrando amparo jurídico a alegação de cerceamento do direito de defesa ou de inobservância ao devido processo legal, durante o procedimento administrativo de fiscalização, que tem caráter meramente inquisitório. Competência. Autoridade Administrativa. A autoridade administrativa tem competência para atuar de ofício, independentemente de prévia decisão judicial, quando se comprove que o sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação. Exclusão do SIMPLES. Constituição de Pessoa Jurídica por Interpostas Pessoas. Efeitos. Provada a constituição de pessoa jurídica por interpostas pessoas, válida a exclusão de ofício do SIMPLES, formalizada pela autoridade competente no ADE em litígio, com efeitos a partir, inclusive, do mês da constituição da pessoa jurídica, mas observado o prazo decadencial. Exclusão do SIMPLES NACIONAL. Constituição de Pessoa Jurídica por Interpostas Pessoas. Provada a constituição de pessoa jurídica por interpostas pessoas, válida a exclusão de ofício do SIMPLES NACIONAL, formalizada pela autoridade competente no ADE em litígio, com efeitos a partir da instituição do regime em 1º/07/2007. Lucro Arbitrado. O imposto deve ser determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal. Reconstituição da Escrita. Dever Instrumental da Contribuinte. A manutenção de escrituração comercial e fiscal, nos termos da legislação, com suporte em documentação hábil, é dever instrumental, ou obrigação acessória da contribuinte, para que a fiscalização possa exercer o poder de verificação da regularidade da apuração das bases de cálculo e dos tributos e contribuições devidos. A fiscalização não tem o dever de suprir a inércia da contribuinte, na produção da prova de escrituração hábil. Lucro Presumido. Opção Não Admitida às Empresas Excluídas do Simples Federal. Como a opção pelo Lucro Presumido deve ser manifestada com o pagamento espontâneo do imposto devido, o que não se configura possível após a instauração do procedimento fiscal, e como não prevista tal possibilidade na Fl. 687DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 4 5 Lei de regência do Simples Federal, nos casos de exclusão retroativa, a empresa deve se submeter à tributação com base no Lucro Real ou Arbitrado. Simulação. Constituição de Pessoa Jurídica por Interpostas Pessoas. Considerase robusto o conjunto probatório produzido pela fiscalização acerca da simulação na constituição de pessoa jurídica, por interpostas pessoas, quando formado, em síntese, pelos seguintes elementos: (i) a simulação na designação do administrador do empreendimento no contrato social; (ii) a prova de que os designados sócios do empreendimento eram em regra exempregados e/ou empregados das outras empresas do grupo econômico; (iii) a falta de localização da empresa no endereço cadastral; (iv) a falta de escrituração de despesas necessárias ao desempenho a atividade descrita no contrato social; (v) a falta de prova de que desempenhava uma atividade independente e autônoma; (vi) a localização de sua contabilidade no endereço de outra empresa; (vii) a prova de que havia circulação de recursos, ao menos escriturais, para dar aparência de regularidade, entre as empresas do grupo; e (viii) a prova de que pessoa jurídica tinha uma folha de pagamentos incompatível com o porte/faturamento da empresa. A constituição da pessoa jurídica, por interpostas pessoas, teve como único propósito reduzir a carga tributária incidente sobre a folha de pagamentos, mediante o registro dos empregados do grupo empresarial, em uma pessoa jurídica optante pelo SIMPLES. Suspensão de Exigibilidade do Crédito Tributário. Efeitos da Impugnação ao ADE. “A possibilidade de discussão administrativa do Ato Declaratório Executivo (ADE) de exclusão do Simples não impede o lançamento de ofício dos créditos tributários devidos em face da exclusão” (Súmula CARF nº 77). Responsabilidade de Terceiros. Interesse Comum. É evidente o interesse comum das designadas responsáveis tributárias na constituição de pessoa jurídica, por interpostas pessoas, optante pelo SIMPLES e pelo SIMPLES NACIONAL, utilizada para registro de grande parte dos empregados daquelas empresas, e assim reduzir a carga tributária incidente sobre a folha de pagamento das responsáveis tributárias. Multa Qualificada. Sonegação. A constituição da pessoa jurídica por interpostas pessoas, não para desenvolvimento de uma atividade empresarial, mas para reduzir a carga tributária incidente sobre a folha de pagamento de outras empresas, configura ação dolosa, tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; e das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Somente a lei pode estabelecer: (i) a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; e (ii) as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades Fl. 688DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 6 Não há qualquer dúvida acerca do dolo da conduta da contribuinte que permita a incidência dos preceitos do art. 112 do CTN. A exclusão da empresa dos regimes diferenciados de tributação, simplificados e favorecidos, iniciouse por uma representação pela qual a autoridade fiscal relatou os seguintes fatos à autoridade competente à expedição dos Atos Declaratório Executivos de exclusão (ADE) e conclui que a empresa Trukam Montadora Ltda. foi constituída por simulação, só existindo para registrar empregados no papel, sem dispor de patrimônio, ativo imobilizado, capacidade operacional necessária à realização do seu objeto social: A diligência fiscal desenvolvida na empresa acima identificada evidencia a presença de subterfúgios utilizados no intuito de afastar a incidência de contribuições previdenciárias (cota patronal e terceiras entidades) , por meio da opção indevida pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições SIMPLES, a partir da sua criação em 01/10/1998. Tais subterfúgios consistem em incluir em seus quadros societários, pessoas que não são seus verdadeiros sócios e, ainda, deixando de incluir no quadro societário os sócios de fato. Constatouse que a mesma integra, DE FATO, um GRUPO ECONÔMICO, liderado pelas empresas TRUKAM INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA,' CNPJ 82.853.953/000167, criada em 1973 (fls.10) e TRUKAM IMPLEMENTOS 'E. VEÍCULOS RODOVIÁRIOS LTDA, CNPJ 78.814.522/000114, criada em 1985 (fls.11) que se constituem nas empresasmãe. São sócios das empresamãe FIORINDO MENEGOLLA, AVELINO MENEGOLLA e ALEXANDRE ANDRÉ MENEGOLLA (folhas 12 a 18). A empresa representada é administrada, por instrumento público de procuração, por LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, que vem a ser filha do sócio das empresasmãe AVELINO MENEGOLLA. [...] A empresa representada tem como endereço a Rodovia BR 282, KM 506, s/n Fundos Sala 03 Bairro Vista Alegre, na cidade de Xanxerê/SC, conforme folhas 20. No mesmo endereço funciona a empresamãe TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA, CNPJ 78.814.522/000114, conforme folhas 21. A empresa representada está, supostamente, localizada no imóvel da empresa mãe TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA, conforme folhas 22 a 23. 3. Não ha qualquer separação física entre a empresamãe e a empresa aqui representada, conforme se observa na fotografia, as folhas 24; 4. A empresa foi constituída em 30/09/1998, tendo como sócios RENATO MENEGOLLA e RITA LUZIA PICCINI, conforme folhas 25 a 28. O Sr. RENATO MENEGOLLA, é filho do Sr. FIORINDO MENEGOLLA, um dos sócios da empresamãe. Já a sócia RITA LUZIA PICCINI trabalhava para a empresamãe TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA., desde 16/05/1989, conforme folhas 29. 5. Em 23/09/2005, com o advento da Alteração Contratual n° 03, retirase da sociedade, conforme folhas 30 a 32, a Sra. RITA LUZIA PACCINI e retorna A empresamãe TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA., com a data de admissão de 01/10/2005, conforme folhas 29. Fl. 689DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 5 7 Resta inequívoco que esta trabalhadora jamais deixou de prestar seus serviços no mesmo local e na mesma condição de segurada empregada visto que, sua participação na empresa representada era de tão somente 1% (um por cento), conforme Contrato Social, as folhas 25 a 28. 6. Na Alteração Contratual em que Rita Luzia Paccini "retirouse" da empresa representada, ingressou o novo "sócio" Sr. LUIZ CARLOS SETTE. Este trabalhador presta serviços ao grupo TRUKAM, desde 01/09/1984, conforme folhas 33. Entretanto, surpreendentemente, este "sócio" ao invés de constar como "sócio" na Guia de Recolhimento de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social GFIP, com o código "11", consta na GFIP de outra empresa do mesmo grupo econômico, a TRUKAM EQUIPAMENTOS RODOVIARIOS LTDA EPP, também optante indevidamente do SIMPLES, e que sera objeto de representação distinta. Sendo que, nesta empresa, é informado não como sócio, mas como empregado, no código "01", a exemplo dos demais trabalhadores, conforme amostra dos meses de 01/2006, 01/2007, 01/2008, 01/2009 e 01/2010, folhas 34 a 38. Na diligência fiscal mantivemos contato com este segurado onde foi possível concluir que o mesmo presta serviço de mecânico, a exemplo dos demais trabalhadores encontrados no local de trabalho. 7. Diversas Ações Trabalhistas levam a conclusão que a empresa representada TRUKAM MONTADORA LTDA. e a empresamãe TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA. são um só empreendimento e fazem parte do mesmo grupo econômico, a saber: 7.1 No Recurso Ordinário ROV 00597200502512006, que tramitou na Vara do Trabalho de Xanxer8/SC, folhas 39, na folha 355 dos autos do processo as duas empresas foram representadas legalmente por ALEXANDRE ANDRÉ MENEGOLLA, que supostamente sócio de apenas uma delas a empresamãe TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA., folhas 40. A referida Ação foi movida contra as duas empresas (empresa mãe e empresa satélite) sendo que o pagamento dos valores definidos em Sentença foram efetuados com a identificação do depositante como sendo apenas "TRUKAM LTDA", conforme folhas 41 a 42. Por derradeiro, na mesma ação, as folhas 641, 652 e 653 do processo, se apresentam como "mandatários" das duas empresas os senhores ALEXANDRE ANDRÉ MENEGOLLA, AVELINO MENEGOLLA e FIORINDO MENEGOLLA, sócios apenas da empresamãe, todos com seus respectivos cônjuges. Observase que nenhum dos sócios da empresa TRUKAM MONTADORA LTDA., assina o documento como seu "mandatário", conforme folhas 43 a 45. 7.2 Outro exemplo é a Ação Trabalhista 00632200502512007 que tramitou na Vara do Trabalho da Comarca de Xanxerê/SC, folhas 46. O autor Sr. Dorival Machado Barbosa propôs a ação contra as duas empresas indistintamente (TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA e TRUKAM MONTADORA LTDA). Na folha 39 dos autos do processo trabalhista, em 05/12/2005, os sócios das duas empresas Alexandre André Menegolla e Renato Menegolla, nomeiam a Sra. RITA LUZIA PACCINI, como representante das duas empresas. Fl. 690DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 8 Entretanto, a Sra. Rita, já a partir de 23/09/2005, não mantinha qualquer vinculo com a empresa representada, já que não era sócia e não era empregada da mesma, folhas 47. Muito esclarecedora é a Reclamação Trabalhista RT 00876200802512002 proposta por Plinio Fantinelli e que tramitou na Vara do Trabalho da Comarca de Xanxeré, folhas 48. De acordo com as páginas 03 e 04, do processo trabalhista, o autor relata que teve: "...vários contratos de trabalho com o GRUPO TRUKAM,...". De inicio informa haver laborado na Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda., posteriormente na Trukam Mecânica Pesada Ltda., e por fim foi contratado em 02/12/2006 pela Trukam Montadora Ltda, aqui representada. Por fim requer: "Evidente, portanto, a unicidade contratual, o que desde logo requer seja reconhecida e declarada", conforme folhas 49 a 50. Já a folha 11 do processo trabalhista informa que a reclamada esteve representada por LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, conforme folhas 51. E, as folha 12 do processo apresenta a nomeação da mesma como preposto da empresa aqui representada, folhas 52. 8. Não restou qualquer dúvida que a verdadeira administradora da representada é a Sra. LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA. Este fato ficou evidenciado em conversa com empregados da mesma. Apenas a titulo de ilustração apresentamos o contrato de trabalho do empregado MICHEL BRUSCHI, de 16 de setembro de 2008, onde no local da assinatura do empregador consta a assinatura da Sra. Luciana Menegolla Giroletta que, em tese, não figura como sócia ou empregada da empresa representada, folhas 53. Outro exemplo é a ficha de registro de empregados do segurado Jardel Alves Pereira, contratado em 09/12/2008, cuja assinatura do empregador também é da Sra. Luciana Menegolla Giroletta, conforme folhas 54. [...] Da mesma forma os serviços de recursos humanos (admissão, dispensa, etc.) são prestados nas dependências da empresa TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA, a empresamãe. Responde pelos serviços de recursos humanos a mesma profissional, Sra. RITA LUZIA PICCINI, que é empregada da empresamãe TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA, CNPJ 78.814.522/0001 14, conforme folhas 57. 12. A Sra. Rita Luzia Piccini, mesmo após a sua saída como "sócia" da empresa representada em 23/09/2005, continuou assinando documentos em nome da empresa, conforme exemplos a seguir: 12.1 Em 09/02/2010 assinou, como empregador, o aviso prévio do empregado Alberto Souza, folhas 58. 12.2 Em 02/05/2008 assinou a ficha de registro do empregado e o contrato de trabalho do empregado Osmar Sergio da Rosa, folhas 59 a 60. 12.3 Em 02/06/2008 assinou o contrato de trabalho da segurada Silvia Graciela Vogt Menegolla, folhas 61. Não há qualquer dúvida que as empresas TRUKAM IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS LTDA. e TRUKAM MONTADORA LTDA. são uma só empresa. Fl. 691DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 6 9 13. Para fins de demonstração foi analisado, por amostragem, apenas a contabilidade do exercício fiscal de 2008 e, pelas constatações, além dos fatos acima descritos, na contabilidade da empresa representada, foram encontradas situações que apontam para a mesma convicção que se trata de empresa interposta com o propósito único de manter para si (optante do SIMPLES) o registro da maioria dos empregados, enquanto a maior parte da receita é contabilizada nas empresasmãe (não optante do SIMPLES), e, com isto, deixar de contribuir com a contribuição social devida em favor da Seguridade Social, a saber: 13.1 A empresa mantém, em sua contabilidade, um ativo imobilizado voltado para o desempenho de suas atividades (terrenos, prédios, instalações, máquinas, equipamentos, móveis e utensílios) de apenas R$5.160,00 a titulo de máquinas, conforme folha 62. [...] 13.3 Não consta na contabilidade de 2008 o pagamento de impostos e taxas municipais, tais como alvará de licença e funcionamento. 13.4 Não consta na contabilidade de 2008 despesas com o consumo de energia elétrica. 13.5 Não consta na contabilidade de 2008 despesas com o consumo de Agua. 13.6 Não consta na contabilidade de 2008 despesas com telefone. 14. O ramo de atividade das empresasmãe, de acordo com o Contrato Social das mesmas, é exatamente igual com a seguinte redação: "...EXPLORAÇÂO DO RAMO DE COMÉRCIO DE IMPLEMENTOS E VEÍCULOS RODOVIARIOS, FURGÕES, CÂMARAS FRIGORÍFICAS, PEÇAS E ACESSÓRIO, MECÂNICA PESADA, REFORMAS EM GERAL, MONTADORA DE E (TERCEIRO EIXO), BASCULANTES, TANQUES SOBRECHASSIS E PEÇAS PERTENCENTES AOS MESMOS." Por sua vez, o ramo de atividade da empresa representada, no Contrato Social, ficou assim definido: "...VENDAS DE PEÇAS E TERCEIRO EIXO PARA VEÍCULOS AUTOMOTORES, MONTAGEM DO TERCEIRO EIXO, MAO DE OBRA DE JATEAMENTO DE AREIA, PINTURAS EM VEÍCULOS AUTO MOTORES, SEMI REBOQUES E CÂMARAS FRIGORÍFICAS." Observase que o ramo de atividade da empresa representada se enquadra perfeitamente no conceito de "COMÉRCIO DE IMPLEMENTOS E REFORMAS EM GERAL" contido no Contrato Social das empresasmãe. 12. Mas, é no confronto da receita bruta operacional das empresasmãe e da receita bruta operacional da empresa representada, comparado com os custos brutos de mão de obra, de cada uma delas, que a simulação irá se revelar de forma inquestionável e insofismável. Cabe lembrar que os ramos de atividades da empresa representada e das empresasmãe são correlatos e congêneres. Os números se referem ao exercício fiscal de 2008, a saber: Nome da Empresa Designação Receita Bruta Salário Bruto dos Salário em Relação a Produtividade da Mão de Fl. 692DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 10 Operacional Empregados Receita Obra Trukam Ind. e Com. Empresa mãe 3.134.190,02 119.581,31 3,82% 26,21 Trukam Impl. E Veículos Empresa mãe 7.688.002,66 254.418,29 3,31% 30,22 Trukam Montadora Ltda. Empresa Satélite 367.692,82 384.972,06 104,70 0,69% Do quadro acima é possível identificar as seguintes distorções: 13.1 Enquanto as empresasmãe gastam 3,82% e 3,31%, respectivamente, da sua receita com o salário de seus empregados a empresa representada gasta 104,70% e, 13.2 Enquanto as empresasmãe conseguem gerar 26,21 e 30,22 reais de receita para 1,00 real gasto com o salário bruto dos empregados a empresa representada consegue gerar tão somente 0,96 reais. Fica, definitivamente, esclarecido que o intuito da simulação foi deixar a receitas com as empresas não optantes do SIMPLES e a mãodeobra (sobre as quais incidem as contribuições previdenciárias) com a empresa optante do SIMPLES a fim de lograr beneficio tributário indevido em favor desta última. Em assim raciocinando, representouse e a empresa foi excluída do Simples Federal, para os anoscalendários de 2005, 2006 até junho de 2007, e do Simples Nacional, para os anoscalendários de 2007 (julho a dezembro), 2008 e 2009, com fulcro nos artigos 14, inciso IV, e 15, inciso V, da Lei nº 9.317/96 e artigos 3º, §4º, inciso V, e 29, inciso IV e parágrafo 1º, da Lei Complementar nº 123/06, respectivamente, consoante mencionados Atos Declaratórios Executivos (ADE). E, em seguida, cuidouse de apurar os tributos federais, IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, nos moldes comuns às pessoas jurídicas vedadas a aderir às sistemáticas do Simples, sendo que para o anocalendário de 2005 foi considerado o lucro apurado no regime de tributação real, ano de 2006, 1º e 2º trimestres de 2007 foram considerados os lucros na forma arbitrada, pelo fato de a empresa não possuir contabilidade completa, nem têla escriturado durante o procedimento fiscal, enquanto para os demais trimestres de 2007 e ano de 2009, considerouse o lucro apurado na forma presumida, por opção manifestada pela contribuinte em resposta à intimação fiscal, consoante autorizado pela Lei Complementar nº 123/06. A fiscalização limitouse a apurar os tributos IRPJ, CSLL, PIS e Cofins com base na receita conhecida, declarada em DSIRPJ. Os recorrentes interpuseram tempestivamente1 os Recursos de efls. 646 a 665 e 672 a 677, reiterando os termos da defesa exordial, em síntese: I) Empresa recorrente a) os efeitos suspensivos dos ADE impedem, antes de definitivamente julgadas as suas procedências, a lavratura de Autos de Infração para a exigência de créditos tributários; b) são nulos os ADE, pois a empresa não foi ouvida antes da emissão destes, abrindose o direito ao contraditório somente após a emissão dos atos administrativos; este 1 Empresa: AR – 10/10/13, efls. 645; Recurso – 01/11/13, efls. 646 Solidários: AR 27/11/13, efls. 669 e 670; Recurso 04/12/13, efls. 672 Fl. 693DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 7 11 procedimento é rechaçado pelos tribunais, que entendem que primeiro a empresa deve sr notificada dos fatos contra si arguídos, para depois ser excluída, ou não, do regime simplificado; c) a Súmula CARF nº 17 deveria ter sido aplicada, por seu efeito vinculante, não cabendo a cominação da multa de ofício quando o lançamento tributário é efetuado para previnir a decadência; d) argumenta que a empresa não pode ser excluída sumariamente do Simples sob a acusação de prática reiterada de infração, ou por ato simulado, sem antes haver pronunciamento judicial neste sentido; cita o artigo 168, § único, do Código Civil; e) não houve prática de infração reiteradamente notificada à contribuinte, pelo que insubsistentes os ADE; f) houve presunção de culpa da recorrente pelas infrações, negandose vigência aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa; g) o acórdão recorrido afirma que a imputação da solidariedade passiva tem como fulcro o artigo 124, inciso I, do CTN; todavia, no relatório fiscal a base legal utilizada foi o art. 30, inciso IX, da Lei nº 8.212/91, inaplicável às pessoas que se submetem ao Simples Federal e Nacional, cujos diplomas legais são outros e somente estes podem ser aplicados; destarte, não há base legal, pois o crédito tributário diz respeito a valores não recolhidos no âmbito do Simples; h) a decisão recorrida adotou a dedução da fiscalização que constitui em mera presunção, sem considerar que nada obsta que empresas com maior estrutura venham auxiliar outras de menor estrutura sem prejuízo da independência de cada, e que estes auxílios em condução de negócios não refletem interesse comum na situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária; i) sobre a acusação de ser empresa formada por interposta pessoa, sem vida própria, acrescenta: Igualmente nada de ilegal, nem que possa caracterizar confusão patrimonial, o fato da recorrente possuir o mesmo contador e o mesmo advogado, até porque, como já dito acima, nunca se negou que a recorrente se socorria da melhor estrutura das empresas Trukam Indústria e Comércio Ltda e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda, sem nunca ter perdido sua independência. Eventual relacionamento empresarial, com transações e operações realizadas sem nenhum objetivo de impedir que terceiros ou a Fazenda Pública tivessem conhecimento, formam o que se pode denominar de "grupo empresarial entre empresas autônomas e individualizadas", sem qualquer semelhança com "formação de empresa por interposta pessoa". Mesmo que ultrapassada as razões trazidas acima e mesmo que se considerassem as empresas indicadas pela autoridade fiscal como um "grupo empresarial", especialmente pelas ligações negociais, de parentesco e ou de vizinhança que unem as empresas, tal característica não configura "formação de empresa por interposta pessoa", nem representa prática de infração contra a legislação. Há milhares e milhares de "grupos empresariais" ou "grupos econômicos" em atuação no País e não se tem notícia que alguém, em sã consciência, defenda que os mesmos, pelas ligações existentes entre as empresas que deles participam, formam uma só empresa. Fl. 694DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 12 Assim, mesmo que pudesse se pressupor um "grupo empresarial" (o que se admite apenas para se argumentar), salta aos olhos que cada uma das empresas conserva sua independência e atuação, especialmente uma administração própria, com objetivos distintos e sem subordinação j) nos casos dos autos não se pode atribuir interesse comum entre as pessoas jurídicas em situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, nem se caracteriza a direção, controle ou administração de uma pela outra; k) nem o sócio da sociedade limitada responde solidariamente pelos débitos da pessoa jurídica, quanto mais "a requerente" que nem sequer consta da participação societária; discorre sobre a limitação de responsabilidade de sócios que não desempenham função de gerência; l) a qualificação da multa de ofício se fundamenta em indícios e presunções da existência da constituição da empresa por interpostas pessoas; não há que se esquecer do disposto no artigo 112 do CTN; o dolo e a máfé não se presumem; todo o funcionamento e relacionamento entre as empresas foi orquestrado pelo contador que determinava a forma, constituição e a tributação que a empresa deveria seguir; ainda que não se possa atribuir responsabilidade solidária a este, se houve alguma infração, é de se reconhecer que a empresa não agiu dolosamente, afastandose a aplicação da multa qualificada; m) pelo princípio da verdade real é de se impugnar o computo dos juros de mora sobre a multa aplicada; cita jurisprudência administrativa. II) Empresas responsáveis solidárias a) preliminarmente, solicitam a nulidade do acórdão recorrido pois não apreciou todas as razões de defesa oferecidas na impugnação interposta; a rejeição genérica sem enfrentamento dos tópicos arguídos pelas recorrentes ofende os princípios da motivação e ampla defesa; b) o acórdão limitouse a reproduzir o trabalho da fiscalização e ratificar o seu entendimento, sem permitir a produção de provas e se aprofundar nas provas produzidas pelas recorrentes; c) argumentam: (...) não se pode confundir procedimentos de cooperação mútua nos negócios das empresas e na produção, ou de laços de amizade entre os sócios e desenvolvimento de estratégias conjuntas de mercado, com interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal (art. 124, I, do CTN). Cada empresa possui personalidade jurídica distinta e atuação no mercado de forma individual e independente, como defendeuse de forma veemente na defesa apresentada. Vale dizer: ao contrário do que afirma a decisão recorrida, não há grupo empresarial, nem muito menos formação de uma empresa por interposta pessoa. A denominação vulgar de "grupo empresarial", para aquelas empresas que mantém cooperação mútua, não se confunde com "grupo econômico" a que alude o inciso I, do art. 124, do CTN. Por mais que haja relação negocial entre as pessoas jurídicas, nos grupos empresariais de direito, há independência empresarial, eis que são empresas diferentes no conceito jurídicoeconômico, somente se justificando a desconsideração da pessoa jurídica (mesmo em caso de grupos econômicos) em situações excepcionais, onde se visualiza a confusão de patrimônio, fraudes, abuso de direito e máfé. Apesar da defesa originária ter citado precedentes valiosos acerca do tema, inclusive do Superior Tribunal de Justiça, tais posicionamentos foram solenemente olvidados e desprezados, em prol de se confirmar o trabalho da fiscalização. Fl. 695DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 8 13 d) cita jurisprudência sobre a inexistência de solidariedade passiva e empresas do mesmo grupo, sem a presença do interesse comum preceituado no artigo 124 do CTN; e) requer o afastamento da responsabilidade solidária. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes Wipprich, Relatora Conheço dos Recursos Voluntários, por tempestivos, os quais passo a apreciar conjuntamente. Relevante ao deslinde do litígio alertar para o fato de que o denominado grupo econômico "TRUKAM" é composto por mais seis empresas, satélites, além daquelas duas, a quem a fiscalização atribuiu a qualidade de constituídas de fato e de direito e a recorrente. Assim o grupo seria constituído por duas empresas que efetivamente operam e tem estabelecimento físico, bem como ativo imobilizado, administradores e sócios de direito que, de fato, possuem as cotas das referidas empresas: Trukam Indústria e Comércio Ltda Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda Sócios: Fiorindo Menegolla, Avelino Menegolla e Alexandre André Menegolla; Objeto Social: "exploração do ramo de comércio de implementos e veículos rodoviários, furgões, câmaras frigoríficas, peças e acessórios, mecânica pesada, reforma em geral, montadora de e (terceiro eixo), basculantes, tanques sobrechassis e peças pertencentes aos mesmos." Enquanto as empresas a seguir elencadas, segundo a fiscalização, foram constituídas apenas no papel (de direito), cujo objetivo foi de receber as folhas de pagamento dos funcionários que trabalham efetivamente para as empresas acima, a fim de fraudar a administração tributária e, ilicitamente, usufruir das sistemáticas de tributação instituídas como favor fiscal em benefício às micro e pequenas empresas (Simples Federal e Simples Nacional) são: A recorrente, Trukam Montadora Ltda Nova Era Chapeação e Mecânica Ltda proc. nº 13982.000493/201001 Trukam Equipamentos Rodoviários Ltda proc. nº 13982.000497/201081; Fl. 696DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 14 Trukam Refrigeração Mecânica Ltda proc. nº 13982.000495/201092 Rodaoeste Mecânica e Chapeação Ltda proc. nº 13982.000494/201048 Trukam Mecânica Pesada Ltda proc. nº 13982.000498/201026 JJB Refrigeração Ltda proc. nº 13982.000492/201059 Estas empresas, dadas as circunstâncias comuns, foram excluídas dos regimes de tributação diferenciado, favorecido e simplificado, bem como houve a qualificação da multa de ofício e responsabilização solidária das empresas Trukam Indústria e Comércio Ltda e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda pelos créditos tributários erguidos pela fiscalização, em cada uma, havendo fundamentadose, basicamente, em mesmos fatos de provas e evidências, com algumas nuances. Verificase, pois, preliminarmente, inequívoca questão processual de conexão entre os referidos processos. Dispõem os artigos 103 e 105 do Código de Processo Civil, aplicados de forma subsidiária ao Decreto nº 70.235/72, que disciplina o processo administrativo fiscal (PAF) a respeito da matéria: Art. 103. Reputamse conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa de pedir. [...] Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente Neste diapasão, estabelece o artigo 6º, § 1º, Anexo II, do Regimento Interno do Carf: Art. 6° Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: § 1° Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; Destarte, estes sete processos serão julgados concomitantemente. Passo a analisar, em cada empresa, as provas colhidas pela fiscalização para acusar estas de haverem sido constituídas sob a égide de falsidade ideológica, ato simulado de constituição de empresa, concluindo pela fraude tributária, razão da qualificação da multa e, ainda, atribuição de solidariedade passiva. Esclareço, de plano, à recorrente, que: primeiro, a fiscalização não desconstitui as personalidades jurídicas, ato privativo do poder judiciário, pois as empresas continuam a existir juridicamente; em segundo, que a exclusão das empresas da sistemática de apuração de tributos federais do Simples, Federal e Nacional, não ocorreu em virtude de tratar Fl. 697DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 9 15 se de grupo econômico, como, equivocadamente, entendeu a recorrente, mas sim pelo fato primordial de constar nos quadros societários de cada empresa pessoas que não são os efetivos sócios, ou seja, a utilização de interpostas pessoas, empregados que emprestaram os nomes aos efetivos proprietários das empresas Trukam Ind e Com Ltda e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda. Também deve restar esclarecido que já é matéria assente neste tribunal a possibilidade de lavrarse Autos de Infração contra contribuintes excluídos do Simples, antes de definitivamente julgada a demanda que gira em torno da exclusão. Os processos de exclusão e exigências tributárias vinculados entre si são julgados em concomitância, conforme orientação da própria Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), Portaria RFB nº 666/08, pelo que não há o perigo de exigirse o crédito tributário sem antes decidirse a exclusão, ou viceversa. Além do mais, é pacífico na RFB, por força legal, a suspensão da exigibilidade do crédito enquanto a questão de fundo não se torna, administrativamente, coisa julgada. Por reiteradas decisões, manso e pacífico o entendimento e está estabelecido na Súmula CARF nº 77: Súmula CARF nº 77: A possibilidade de discussão administrativa do Ato Declaratório Executivo (ADE) de exclusão do Simples não impede o lançamento de ofício dos créditos tributários devidos em face da exclusão. Inaplicável, invocarse a Súmula CARF nº 172 ao presente feito, haja vista o teor da Súmula retro transcrita, pois as autuações não são realizadas com o fim precípuo de evitarse a decadência dos tributos exigidos, mas sim com o intuito de constituir, e exigir, os créditos tributários devidos ao fisco, em face da impossibilidade constatada pela fiscalização da contribuinte haver aderido ao sistema favorecido de tributação. Ainda é importante afastar as alegações da recorrente de que os ADE de exclusão dos Simples, Federal e Nacional, padecem de nulidade porque foram emitidos sem antes oferecerse à empresa o direito de se manifestar de forma prévia à exclusão. Não há nas leis materiais ou processuais que regem esta matéria (exclusão do Simples), nem no Decreto nº 70.235/72, que disciplina o processo administrativo fiscal, quaisquer ordenamento neste sentido, não podendo a recorrente valerse de decisões judiciais que não possuem efeitos vinculantes à administração tributária ou às turmas julgadoras administrativas para rechaçar o que não encontra respaldo na legislação tributária e tributáriaprocessual vigente. A emissão dos referidos ADE, acompanhada da regularidade da sua ciência por parte dos contribuintes objetos de exclusão do Simples dá início ao contraditório no âmbito do processo fiscal, prestigiandose, após a instauração do litígio, os princípios do devido processo legal e o exercício da ampla defesa, como está sendo realizado pela recorrente e responsáveis solidários. Não há também qualquer óbice legal para a Administração Tributária exercer o seu papel de agente fiscalizador, inclusive verificando quem realmente pode se beneficiar de regime de tributação instituído em favor fiscal às micro e pequenas empresas e aplicando a devida sanção legal, independentemente de pronunciamento judicial. A exclusão do Simples por ato administrativo executivo está prevista nas leis de regência dos Simples. 2 Súmula CARF n° 17: Não cabe a exigência de multa de ofício nos lançamentos efetuados para prevenir a decadência, quando a exigibilidade estiver suspensa na forma dos incisos IV ou V do art. 151 do CTN e a suspensão do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Fl. 698DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 16 Outro equívoco de entendimento da recorrente erguese sobre o fato de alegar que a exclusão dos sistemas ocorreu por prática reiterada de infrações tributárias e que estas não teriam o condão de reiteradas, visto que não houve notificações prévias destas infrações que teriam sido praticadas diversas vezes para caracterizarse a reiteração exigida nas normas que regem os Simples, Federal e Nacional. No entanto, verificase dos autos, que o fulcro das exclusões foi a utilização de interpostas pessoas nos quadros societários destas sete empresas, vale dizer, constatação da hipótese redigida no inciso IV, do artigo 14, da Lei nº 9.317/96 (Simples Federal) e inciso IV, do artigo 29, da Lei Complementar nº 123/06 (Simples Nacional). Por conseguinte, a contestação a respeito de condutas praticadas reiteradamente não encontra guarida nos presentes autos. Superados estes pontos, dada a acusação da fiscalização de prática de atos simulados, qualificação de multa, responsabilização solidária de terceiros, passase a analisar as provas pontuais amealhadas pela fiscalização, que servirão, ou não, à formação do juízo de as empresas serem fictícias, constituídas em nome de interpostas pessoas e sem verdadeiro fim em si. Constatase da análise dos documentos e termos dos processos administrativos acima identificados, ora analisados em conjunto: 1) Todas as sete empresas possuem endereços em locais onde as duas empresas chamadas pela fiscalização 'mães' estão instaladas: a) RODAOESTE (Xanxerê/SC): endereço cadastral: Rua Julio Marino Romani, nº 320 A numeração é inexistente na rua; há uma placa identificando a RODAOESTE no endereço cadastral da NOVA ERA. b) NOVA ERA CHAPEAÇÃO E MECÂNICA (Xanxerê/SC) há a outra empresa do grupo, no número 212, da Rua Julio Marino Romani, apesar da placa de identificação "RODAOESTE"; Constatouse fls. 22, 23, 24 e 46 que neste endereço situase apenas uma espécie de ferrovelho, ou seja, depósito de carcaças e cabines danificadas de caminhões. Este depósito situase aos fundos das empresasmãe Trukam Ind. e Com. Ltda, e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, cujos endereços é o mesmo, na Rodovia BR 282, km 506. c) TRUKAM MONTADORA (Xanxerê/SC) endereço cadastral: Rodovia BR 282, km 506, fundos, sl 03 mesmo endereço das empresasmães, Trukam Ind. e Com. Ltda, e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários. d) TRUKAM EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS (Xanxerê/SC) Fl. 699DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 10 17 Rua Thomas Westerich, 55 rua lateral à rua onde se situam as empresasmãe, Trukam Implementos e Veículos Rodoviários e Trukam Ind. e Com. Ltda. consiste em apenas um barracão, cujos proprietários do imóvel são os sócios das empresasmãe; não consta pagamento de aluguéis na contabilidade. e) TRUKAM MECÂNICA PESADA (Xanxerê/SC) endereço cadastral: Rodovia BR 282, s/n mesmo endereço das empresas mães, Trukam Ind. e Com. Ltda, e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, que situamse no km 506. f) TRUKAM REFRIGERAÇÃO E MECÂNICA (Chapecó/SC) endereço cadastral Av. Leopoldo Sander, 2.620 mesmo endereço da filial (0003) da empresamãe Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda. g) JJB REFRIGERAÇÃO (Concórdia/SC) endereço cadastral Rodovia BR 153, km 101, s/n mesmo endereço da filial (0002) da empresamãe Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda. 2) as pessoas que representam as sete empresas (excluídas e autuadas) nas admissões de empregados, ações trabalhistas e outros atos de gerência são vinculadas às empresasmães: a) RODAOESTE: procuração pública com amplos e ilimitados poderes de gestão em favor de LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, filha de AVELINO MENEGOLLA, sócio das empresasmães. reclamações trabalhistas nºs RT 00709200802512001 (Alberto Bonatto) e RT 00096200802512002 (Roberto Carlo Frâncio), da qual extraiuse o seguinte trecho: Mas, é na folha 374 do processo trabalhista que se pode obter a mais importante revelação (folhas 44). Os advogados da parte autora ao se reportar ao fato que o autor teve seu contrato de trabalho alterado de uma para outra empresa, no mesmo grupo econômico, assim de referem a este respeito: "...Autor teve sua CTPS alterada com nova admissão pela Ré, somente por conveniência empresarial, mas na realidade, a prestação de serviços deu se sempre no mesmo local". (grifo nosso) A mesma folha 374 dos autos do processo trabalhista, da parte dos advogados da parte autora, ao se referir aos documentos trazidos pela parte ré nos autos, traz a seguinte revelação: "...CONFESSANDO Fl. 700DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 18 EXPRESSAMENTE, tratarse de empresas do mesmo grupo econômico." (grifo original) Os atentos advogados da parte autora, ainda na folha 374 do processo trabalhista, trazem uma importante revelação: "...a localização no mesmo endereço, apenas reforçando que uma tem frente para a BR 282 enquanto a outra fica em frente para a Rua (sic) lateral." b) NOVA ERA procuração pública com amplos e ilimitados poderes de gestão em favor de LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, filha de AVELINO MENEGOLLA, sócio das empresasmães; Rita Luzia Piccini, empregada registrada na empresamãe Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, assina documentos pela NOVA ERA, e pelas outras empresassatélites (destaquei), relacionados aos recursos humanos, tais como aviso prévio, acordo de compensação de horas, contrato de trabalho etc fls. 36 a 42; RT nº 01278200702512000, na qual consta papel com o timbre "Trukam" c) TRUKAM MONTADORA procuração pública com amplos e ilimitados poderes de gestão em favor de LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, filha de AVELINO MENEGOLLA, sócio das empresasmães; recurso ordinário ROV 00597200502512006 : representou a empresa, o sócio da empresa Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, sr. Alexandre André Menegolla; se apresentaram como mandatários das duas empresas Alexandre André Menegolla, Avelino Menegolla e Fiorindo Menegolla; RT 00632200502512007 : o autor propôs a ação contra as duas empresas Trukam Montadora e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, conjuntamente. A empregada da empresa Trukam Implementos e Ve[iculos Rodoviários, que responde por toda a parte de recursos humanos das sete empresas satélites, Rita Luzia Piaccini respondeu pelas duas empresas reclamadas; RT 00876200802512002: 7.3 Muito esclarecedora é a Reclamação Trabalhista RT 00876 200802512 002 proposta por Plinio Fantinelli e que tramitou na Vara do Trabalho da Comarca de Xanxeré, folhas 48. De acordo com as páginas 03 e 04, do processo trabalhista, o autor relata que teve: "...vários contratos de trabalho com o GRUPO TRUKAM,...". De inicio informa haver laborado na Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda., posteriormente na Trukam Mecânica Pesada Ltda., e por fim foi contratado em 02/12/2006 pela Trukam Montadora Ltda, aqui representada. Por fim requer: "Evidente, portanto, a unicidade contratual, o que desde logo requer seja reconhecida e declarada", conforme folhas 49 a 50. Já a folha 11 do processo trabalhista informa que a reclamada esteve representada por LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, conforme folhas 51. E, Fl. 701DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 11 19 as folha 12 do processo apresenta a nomeação da mesma como preposto da empresa aqui representada, folhas 52. 8. Não restou qualquer dúvida que a verdadeira administradora da representada é a Sra. LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA. Este fato ficou evidenciado em conversa com empregados da mesma. Apenas a titulo de ilustração apresentamos o contrato de trabalho do empregado MICHEL BRUSCHI, de 16 de setembro de 2008, onde no local da assinatura do empregador consta a assinatura da Sra. Luciana Menegolla Giroletta que, em tese, não figura como sócia ou empregada da empresa representada, folhas 53. Outro exemplo é a ficha de registro de empregados do segurado Jardel Alves Pereira, contratado em 09/12/2008, cuja assinatura do empregador também é da Sra. Luciana Menegolla Giroletta, conforme folhas 54. d) TRUKAM EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS (Xanxerê/SC) procuração pública com amplos e ilimitados poderes de gestão em favor de LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, filha de AVELINO MENEGOLLA, sócio das empresasmães; ordem de fornecimento de produtos farmacêuticos para o empregado da Trukam Equipamentos está em nome da Trukam Ind e Com Ltda. e) TRUKAM REFRIGERAÇÃO E MECÂNICA Rosane Salete Verardo Menegolla, esposa do sócio das empresasmãe, Alexandre André Menegolla sócia de fato, consoante se verifica: A empresa representada é administrada, de fato, por ROSANE SALETE VERARDO MENEGOLLA, que é esposa de ALEXANDRE ANDRÉ MENEGOLLA, sócio das empresasmãe, através de Instrumentos Públicos de procurações outorgadas em 05/03/2002 e 04/08/200340 pelos segurados RODRIGO DANIEL VERARDO e DANIEL ITACIR VERARDO, que indevidamente constavam como sócios da empresa representada. As referidas procurações, conforme folhas 67 a 69, conferiram a esposa do sócio da empresamãe poderes "...,para o fim especial de administrar a firma,...". RT nº 00178200603812001 (Maristela Teixieira): Já na peça exordial, as folhas 03 da AT, a reclamante aponta como reclamados não apenas a empresa representada como também ",...e o Sr. ALEXANDRE MENEGOLLA,...", folhas 53. Na folha 47, da AT, consta com outorgante da procuração que nomeou os advogados para formular sua defesa nenhum dos sócios da representada e sim a Sra. Rosane Salete Verardo Menegolla, esposa do sócio da empresamãe TRUKAM REFRIGERAÇÃO E MECÂNICA LTDA., O Sr. ALEXANDRE ANDRÉ MENEGOLLA, folhas 54. Por sua vez, a folha 159 da AT, na impugnação apresentada pela parte autora traz a seguinte revelação: "...,quem foi então se não as pessoas responsáveis pela pessoa jurídica, a saber os sócios que exercem função de chefia, a exemplo do Sr. Fl. 702DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 20 ALEXANDRE e sua esposa ROSANE SALETE VERARDO MENEGOLLA..." (grifo existente), as folhas 55. Por derradeiro, a folha 167 da AT, nos traz a seguinte revelação: "...;era a Rosane que mandava 1á,...,o marido de Rosane é Alexandre que é o outro sócio da empresa;...", folhas 56. RT nº 02143200900912004 (João Antônio Bortolon) quem constou como preposto da empresa foi Avelino Menegolla, sócio das empresasmãe; RT nº 01769200800912002 (João Antônio Bortolon) quem constou como preposto da empresa foi Alexandre André Menegolla, sócio das empresasmãe; g) JJB REFRIGERAÇÃO (Concórdia/SC) procuração pública com amplos e ilimitados poderes de gestão em favor de LUCIANA MENEGOLLA GIROLETTA, filha de AVELINO MENEGOLLA, sócio das empresasmães; 3) nenhuma das sete empresas têm patrimônio próprio, ou ativo operacional significativo; 4) a contabilidade das sete empresas não registra pagamento de água, luz, aluguel, telefone, ou seja, despesas usuais operacionais; 5) toda contabilidade e a parte de gerência de pessoal é tratada por funcionários e nas dependências das empresasmãe. 6) não de menor importância, pelo contrário, é a relação mostrada pela auditoria fiscal entre as receitas brutas operacionais das empresasmãe e aquelas auferidas pelas empresassatélites em face ao custo bruto representado pelo número de empregados e salários recolhidos, demonstrando, por fim, a fraude cometida contra a previdência social e evasão da contribuição previdenciária. À grossa verificação, todas as empresassatélites, consoante relatado em cada processo, gastam em torno de 60% da receita com mão de obra, ou seja, a concentração de empregados nas empresas satélites é incompatível com as dependências (local de trabalho), máquinas operacionais, ativo imobilizado etc, enquanto as empresasmãe operam com pouquíssimos empregados e têm uma receita bruta relevantemente superior às satélites. Basta verificar o quadro elaborado pela auditoria fiscal da relação receita bruta versus mão de obra, já reproduzido no relatório acima. A respeito de todos estes fatos, entendo que são provas contudentes e robustas. Servem perfeitamente para afastar a argumentação da recorrente que houve presunção da simulação praticada, pois são fatos concretos verificados pela fiscalização e patentes nos autos. As provas produzidas e conclusões extraídas de processos trabalhistas juntados aos autos de algumas das empresassatélites são fortíssimas e impassíveis de ignorar se. A recorrente argumenta que a cooperação entre empresas do mesmo grupo não pode ser motivo para justificar a existência de simulação jurídica, no caso, falsidade ideológica na constituição de empresas. Que nada obsta a utilização de maquinários, empregados administrativos em comum etc. Fl. 703DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 12 21 Equivocase, todavia. As personalidades jurídicas não podem se confundir, tal como as pessoas físicas dos sócios não podem se confundir com a pessoa jurídica, por força do princípio contábil, basilar, da identidade da empresa. Se há este esforço e ajudas mútuas ou centralização de tarefas, mister é que se proceda a rateios de custos, fundamentados em laudos técnicos e convênios firmados. O controle das despesas havidas por rateio de custos entre empresas coligadas, exige, pois, a formalização prévia de convênio firmado entre as empresas envolvidas com a fixação de critérios claros, respeitada a proporcionalidade entre o efetivo gasto de cada empresa e com o preço global pago pelos bens e serviços. No presente caso, a confusão patrimonial, a utilização de funcionários das empresasmãe para tratar de assuntos específicos e relacionados com as tais empresas, ditas fictícias, é patente e em e nenhum momento explicouse, contabilmente, qualquer acerto de custos operacionais ou relação destes gastos com as receitas de cada uma. Mas, o corpo de provas não se limita às acima denunciadas, tornandose relevante a constituição societária de cada uma delas. Vejamos. a) RODAOESTE: sócios de direito fls. 24 a 29: Pedro Celso Locatelli exerce a função de mecânico na Trukam Ind e Com Ltda.; esteve registrado como empregado nesta empresamãe de 1987 a 1998; consta como seguradoempregado na GFIP e GRFGTS; Gilberto Antônio Centenaro exerce a função de mecânico na Trukam Ind e Com Ltda.; esteve registrado como empregado nesta empresamãe de 1992 a 2002; consta como seguradoempregado na GFIP e GRFGTS; b) NOVA ERA sócios de direito fls. 23 a 28 Jean Paulo Ferraz consta como empregado da empresamãe Trukam Ind e Com Ltda, desde 01/07/2000 (efls. 27); Vitor Sartor consta como empregado da empresamãe Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda, desde 01/04/1987 (efls. 28) c) TRUKAM MONTADORA sócios de direito fls. 29 a 38 Rita Luzia Piccini consta como empregada da Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, desde 16/05/1989; é a pessoa responsável pelos recursos humanos das empresasmãe; constou na abertura da empresa Trukam Montadora em 30/09/1998 e foi substituída no contrato social por Luiz Carlos Sette; Fl. 704DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 22 Luiz Carlos Sette exerce a função de mecânico na empresamãe e está registrado como empregado de outra empresa satélite, a Trukam Equipamentos Rodoviários na GFIP; Renato Menegolla é filho de Fiorindo Menegolla, sócio das empresasmãe, Trukam Ind e Com Ltda e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda. d) TRUKAM EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS sócios de direito fls. 24 a 32 Marcelo Menegolla filho de Avelino Menegolla, sócio das empresasmãe; Suzana Vidal da Costa Rigo trabalhava para a empresamãe, Trukam implementos e Veículos Rodoviários Ltda., desde 02/05/1997; consta como empregada da empresa Trukam Mecânica Pesada Ltda, na GFIP de 2005 a 2008 e consta como empregada da Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda, a partir de dezembro de 2009, na GFIP. e) TRUKAM MECÂNICA PESADA sócios de direito fls. 23 a 37 Plínio Fantinelli constou no quadro societário desde a abertura, em 01/09/1998, até 28/11/2006; trabalhava para a empresa Trukam Implementos e Veículos Rodoviários desde 03/06/1996 a 22/09/1998; após esta data, constou como empregado da empresa Trukam MONTADORA Ltda; Antônio Marcos de Barros substituiu Plínio Fantinelli em 28/11/2006; consta em GFIP como seguradoempregado, com data de admissão em 01/04/2002; a partir de dezembro de 2009 está na GFIP da empresamãe Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, também constando como data de admissão, 01/04/2002; Luciana Menegolla sócia de fato e de direito, filha de Avelino Menegolla; esta pessoa é administradorasócia (de fato) de outras empresassatélites, gerindoas por meio de procurações públicas com poderes amplos e ilimitados, consoante se percebe das provas dos autos. f) TRUKAM REFRIGERAÇÃO E MECÂNICA (Chapecó/SC) sócios de direito fls. 24 a 41 José Adilson Conrado trabalhava na empresamãe Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda de 10/06/1996 a 25/06/1999, quando a empresa foi constituída em 03/05/1999; foi substituído por Rodrigo Daniel Verardo, em 15/10/2001, também posteriormente substituído por Rosângela Verardo, em 05/04/2003; Pedro Vivian trabalhava na empresa Trukam Equipamentos para o transporte Ltda desde 02/05/90 e em 10/06/1996 foi registrado na empresamãe Trukam Implementos e Veículos Rodoviários; em 01/07/1999 foi registrado nesta empresa como empregado; substituído por Daniel Itacir Verardo em 05/04/2003; em 2010 constava ainda como seguradoempregado na GFIP; Fl. 705DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 13 23 Daniel Itacir Verardo consta como funcionário da Prefeitura Municipal de Xanxerê desde 05/05/2003 a 16/03/07; é sogro de Alexandre André Menegolla, sócio das empresasmãe; Rosângela Verardo cunhada de Alexandre André Menegolla; consta na GFIP como seguradoempregado, com admissão em 08/05/2003. g) JJB REFRIGERAÇÃO Extraio trecho da Representação Fiscal para elucidar a constituição desta empresa e evolução do quadro societário: De inicio a empresa foi constituída pelos sócios DILMAR GALILEU CENTENARO e MARIA CRISTINA GUTERRES SOBE CENTENARO. Embora a empresa tem sua suposta sede na cidade de Concórdia, ambos residem na cidade de Xanxer8/SC, conforme folhas 23 a 24. Além de residirem em cidade diversa da sede da empresa representada, ambos, são sócios de outra empresa denominada DILMAR GALILEU CENTENARO & CIA.LTDA., CNPJ 07.433.638/000165, folhas 25, localizada em Xanxerê/SC na Rua Padre Vingnouts, 383 Sala 01, folhas 26. Em visita ao local constatamos que nenhuma empresa opera suas atividades naquele local. Por sua vez, o endereço declarado pela sócia MARIA CRISTINA GUTERRES SOBE CENTENARO (Rua Ita, 383 Casa Xanxeré/SC) não existe, conforme constatado no local. DILMAR GALILEU CENTENARO e GILBERTO ANTONIO CENTENARO, são irmãos, conforme folhas 27 a 28, sendo que ambos figuram ou figuraram como sócios da empresa RODOESTE MECÂNICA E CHAPEAÇAO LTDA, CNPJ 02.649.420/000129, criada com mesmo propósito e também;'a4ui representada em processo distinto. Sendo que GILBERTO ANTONIO . CENTENARO trabalha como empregado do grupo TRUKAM desde 01/06/1982, conforme folha 29. Outros fatos contribuem para a convicção de que se trata de mera simulação, vejamos: Na Primeira Alteração do Contrato Social, em 02/04/2001, conforme folhas 30 a 31, retirouse da sociedade o sócio DILMAR GALILEU CENTENARO e ingressou o sócio RICARDO MENEGOLLA, que além de residir na cidade de Xanxerê, diversa da cidade de Concórdia, vem a ser filho de FIORINDO MENEGOLLA, um dos sócios das empresasmãe. Na Terceira Alteração do Contrato Social, retirouse da sociedade MARIA CRISTINA GUTERRES SOBE CENTENARO e ingressou o sócio GILMAR COUSSEOU, conforme folhas 32 a 33, permanecendo, este ultimo, na empresa, até os dias atuais. O "sócio" GILMAR COUSSEAU, trabalha para o grupo TRUKAM desde 01/09/1989, conforme folhas 34. Fl. 706DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 24 Entretanto, no caso do segurado GILMAR COUSSEOU, o mesmo jamais constou como "sócio" da empresa representada e sim como "empregado" de outras empresas do mesmo grupo econômico. No período de 01/09/1998 até 15/03/2007 constou como empregado da empresa RODOESTE MECÂNICA E CHAPEACAO LTDA, CNPJ 02.649.420/000129. A titulo de amostragem anexamos cópia da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social GFIP, dos meses de competência 12/2005 e 12/2006, onde o referido segurado consta como segurado empregado (categoria 01) , conforme folhas 35 a 36. Já para o período de 02/04/2007 em diante o mesmo constou como empregado da empresa TRUKAM EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS LTDA, CNPJ 07.054.857/000133. A titulo de amostragem anexamos cópia da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdência Social GFIP, dos meses de competência 07/2007, 07/2008, 07/2009 e 03/2010 (sic), onde o referido segurado consta como segurado empregado (categoria 01), conforme folhas 37 a 40. As duas empresas RODOESTE MECÂNICA E CHAPEAÇÃO LTDA e TRUKAM EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS LTDA, foram criadas com o mesmo propósito, sendo objeto de representações distintas. A respeito das diversas pessoas e os papéis que exercem, de fato, nas empresas Trukam Ind e Com Ltda, ou Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda, como empregados, ou sócios de fato e de direito, a recorrente não teceu qualquer contestação. Assim, as provas apresentadas pela fiscalização não foram desconstituídas e inequívoca a utilização de interpostas pessoas nos quadros societários. Mais uma vez salientese que a interposição de pessoas no quadro societário de constituição e manutenção da pessoa jurídica é um fato que nenhuma influência exerce, ou recebe, sobre o fato de existir grupo econômico, empresas coligadas ou controladas ou não. São dois problemas totalmente distintos e nos presentes autos verificouse os dois: a) a interposição de pessoas na abertura de empresas sem operacionalidade própria, com o fito de aproveitarse dos regimes favorecidos de tributação e evadirse à tributação devida; b) a existência de duas empresas que de fato operam e que se valeram do subterfúgio acima criado para evadirse da tributação; Ao contrário do que afirma de forma contestatória, a recorrente não logrou em momento algum rebater as provas produzidas pela fiscalização a respeito de cada uma das sete empresas excluídas dos Simples, Federal e Nacional, que não (destaquei) "conserva sua independência e atuação, especialmente uma administração própria, com objetivos distintos e sem subordinação." Destarte, em razão do cabedal de provas fáticas da não existência física e da interposição de pessoas nos quadros societários das empresas: recorrente, Nova Era Chapeação e Mecânica Ltda, Trukam Equipamentos Rodoviários Ltda, Trukam Refrigeração Mecânica Ltda, Trukam Mecânica Pesada Ltda, Rodaoeste Mecânica e Chapeação Ltda EPP e JJB Refrigeração Ltda, correto o procedimento fiscal em excluílas dos regimes tributários de favorecimento fiscal, nos termos dos artigos já referenciados e tributar as receitas que foram em nome destas empresas contabilizadas e declaradas ao fisco, em conformidade com a legislação tributária ordinária e aplicável às demais pessoas jurídicas. Exatamente da mesma forma que se sujeitam, tributariamente, as empresasmãe, Trukam Ind e Com Ltda e Trukam Fl. 707DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 14 25 Implementos e Veículos Rodoviários Ltda. Devida e necessária a tributação das operações comerciais e prestações de serviços, sem haver despersonalização das empresas. A recorrente afirma que a solidariedade passiva estabelecida com as empresas ditas 'mãe', Trukam Ind. e Com. Ltda e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários Ltda, fundamentouse no artigo 30 da Lei nº 8.212/91. Todavia, verificase ser uma falácia esta argumentação, pois os Termos de Sujeição Passiva Solidária lavrados contra estas duas empresas, efls. 475 a 478, resta expresso que o dispositivo legal aplicado ao caso em concreto é o artigo 124, inciso I, do CTN, bem como restou consignado, de forma explícita, no Termo de Verificações Fiscal lavrado contra a recorrente, parte integrante dos Autos de Infração objetos dos autos. Verifiquese, efls. 521 a 531: A responsabilidade solidária imputada às empresas TRUKAM Indústria e Comércio Ltda e TRUKAM Implementos e Veículos Rodoviários Ltda. encontra amparo no disposto no inciso I do artigo 124 do Código Tributário Nacional CTN, que assim assevera, in verbis: "Artigo 124. Sao solidariamente obrigadas: I — as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; — Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta beneficio de ordem" (grifo nosso). Conforme restou fartamente demonstrado às fls. 1/11, a autuada integra um "grupo econômico de fato", liderado pelas empresas devedoras solidárias acima identificadas. Entre os motivos que apontam nesta direção, podemos destacar o fato da autuada desenvolver suas atividades em imóvel de propriedade de uma das empresas trazidas para a presente autuação na condição de "sujeito passivo solidário". Ademais, o interesse comum fica mais uma vez evidenciado ao se constatar que o subterfúgio utilizado na constituição da empresa autuada procura omitir os verdadeiros sócios, que são, na realidade, os titulares das duas empresas apontadas como sujeito passivo solidário. Incabível, ainda, a argumentação que a solidariedade passiva tributária deveria ter tido amparo legal nas normas que disciplinam o Simples Federal e Nacional, a uma porque a empresa foi efetiva e regularmente excluída das sistemáticas de favorecimento fiscal, e outra porque é o Código Tributário Nacional a norma que rege, por excelência, esta matéria. Comprovado está nos autos o interesse comum das empresas guindadas à sujeitos passivos responsáveis pelos créditos tributários apurados na recorrente e nas demais seis empresas, condição exigida pelo dispositivo legal que fundamentou o estabelecimento da sujeição passiva de forma solidária artigo 124, inciso I, do CTN. Inócuas, ainda, a invocação de preceitos legais do Código Civil sobre s empresas limitadas, dado não consistir, juridicamente, em lei especial para a situação tributária constatada e nem ser aplicável ao caso em concreto, no qual não houve sequer dissolução, regular ou irregular, de sociedade, nem atribuição a sócios de responsabilidade civil, mas sim situação excepcional de fraude cometida contra a administração tributária. Fl. 708DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 26 No que respeita à qualificação da multa, os fatos aqui relatados impõem a certeza das empresas excluídas dos Simples, Federal e Nacional, haverem agido com máfé, conduta gravosa, no meu entender, sobretudo por tratarse de regimes de favor fiscal. A fundamentação de fato e de direito que constou no Termo de Verificações Fiscal (TVF) é mais do que precisa e suficiente para afastar qualquer argumentação de mero erro ou, como quer fazer crer a recorrente, mera influência do contador que 'engendrou' todas as simulações jurídicas por conta própria sem o conhecimento da recorrente. Ora, para a interposição fraudulenta de pessoas na constituição de empresas que se situam nas empresas efetivamente responsáveis pelas operações comerciais e prestação de serviços não cabe esta argumentação. Reproduzo os termos do TVF: Conforme fica demonstrado na presente autuação, especialmente pela leitura da narrativa dos fatos que motivaram a exclusão da autuada do SIMPLES — relatório de fls. 01 a 11 — a autuada foi "criada" unicamente com o propósito de obter a vantagem fiscal indevida de participar do SIMPLES. O fato de ter sido utilizado na constituição da pessoa jurídica sócios fictícios, omitindose os verdadeiros, afasta, por si só, qualquer possibilidade de não ter havido máfé na conduta da autuada. Agindo de forma simulada, a autuada incorreu no disposto no artigo 71 da Lei n°, 4.502, de 30 de novembro de 1964, o qual trás no seu bojo a definição de sonegação. Art. 71. Sonegação é toda agew ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazenddria: I — da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II — das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. (grifos nossos). Ao incorrer na prática de sonegação e fraude, o contribuinte se sujeita à multa prevista no § 1° do artigo 44 da Lei n°. 9.430/96, que assim assevera: Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas: I de setenta e cinco por cento sobre a totalidade ou diferença e imposto ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; § 1º O percentual de multa de que trata o inciso I do caput será duplicado nos casos previstos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (grifo nosso). Pelo que a multa aplicada foi a de 150 %. Nada a reparar neste tópico. Por derradeiro, cumpre apreciar a questão sobre os juros de mora incidente sobre a multa de ofício aplicada. Fl. 709DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 15 27 A recorrente solicita o afastamento da incidência do acréscimo legal, por força do princípio da verdade material. Cumpre consignar que a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício está amparada nas disposições do art. 61 da Lei nº. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, de seguinte teor: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1o. de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. [...] § 3o. Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3o. do art. 5o., a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Nesse contexto, a multa de ofício é débito para com a União. O Código Tributário Nacional (Lei nº. 5.172, de 25 de outubro de 1966), dispõe: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1o. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. [...] Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. [...] Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. O crédito tributário não integralmente pago no vencimento deve ser acrescido de juros de mora. E o crédito tributário é definido como aquele decorrente da obrigação principal, que tem por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também da penalidade pecuniária. A exigibilidade dos tributos e contribuições é o fundamento para a própria exigibilidade da multa de ofício. A Lei nº. 9.430, de 1996, no parágrafo único do artigo 43, prevê: Fl. 710DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 28 Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (grifos não pertencem ao original) Portanto, sendo a multa de ofício débito para com a União, configurase regular a incidência de juros de mora sobre a multa de ofício a partir de seu vencimento. Em contra posição aos julgados citados pela recorrente, registro: JUROS SOBRE MULTA — sobre a multa de oficio devem incidir juros a taxa Selic, após o seu vencimento, em razão da aplicação combinada dos artigos 43 e 61 da Lei n°9.430/96. (Acórdão 120200.138 – 1a. Seção. 2a. Câmara. 1a. Turma Ordinária. Sessão de 30/07/2009. Relator Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes). JUROS SOBRE MULTA. A multa de oficio, segundo o disposto no art. 44 da Lei n° 9.430/96, deverá incidir sobre o crédito tributário não pago, consistente na diferença entre o tributo devido e aquilo que fora recolhido, Não procede o argumento de que somente no caso do parágrafo único do art. 43 da Lei n" 9.430/96 é que poderá incidir juros de mora sobre a multa aplicada. Isso porque a previsão contida no dispositivo referese à aplicação de multa isolada sem crédito tributário, Assim, nada mais lógico que venha dispositivo legal expresso para fazer incidir os juros sobre a multa que não torna como base de incidência valores de crédito tributário sujeitos à incidência ordinária da multa. (Acórdão 140100.155 – 1a. Seção. 4a. Câmara. 1a. Turma Ordinária. Sessão de 28 de janeiro de 2010. Relator Conselheiro Antonio Bezerra Neto). A 1a. Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais assim também já se posicionou no Acórdão 910100.539, em sessão realizada em 11 de março de 2010, de relatoria da Conselheira Viviane Vidal Wagner JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A obrigação tributária principal compreende tributo e multa de oficio proporcional. Sobre o crédito tributário constituído, incluindo a multa de oficio, incidem juros de mora, devidos à taxa Selic. Do referido julgado, extraemse os seguintes trechos: "O art. 161 do CTN não distingue a natureza do crédito tributário sobre o qual deve incidir os juros de mora, ao dispor que o crédito tributário não pago integralmente no seu vencimento é acrescido de juros de mora, independentemente dos motivos do inadimplemento. Nesse sentido, no sistema tributário nacional, a definição de crédito tributário há de ser uniforme. Fl. 711DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 16 29 De acordo com a definição de Hugo de Brito Machado (2009, p.172), o crédito tributário "é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte ou responsável (sujeito passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obrigacional)." Convertese em crédito tributário a obrigação principal referente à multa de oficio a partir do lançamento, consoante previsão do art. 113, §1 0, do CTN: [...] A obrigação tributária principal surge, assim, com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto tanto o pagamento do tributo como a penalidade pecuniária decorrente do seu não pagamento, o que inclui a multa de oficio proporcional. A multa de oficio é prevista no art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, e é exigida "juntamente com o imposto, quando não houver sido anteriormente pago" (§10). Assim, no momento do lançamento, ao tributo agregase a multa de ofício, tomandose ambos obrigação de natureza pecuniária, ou seja, principal. A penalidade pecuniária, representada no presente caso pela multa de oficio, tem natureza punitiva, incidindo sobre o montante não pago do tributo devido, constatado após ação fiscalizatória do Estado. Os juros moratórios, por sua vez, não se tratam de penalidade e têm natureza indenizatória, ao compensarem o atraso na entrada dos recursos que seriam de direito da União. A própria lei em comento traz expressa regra sobre a incidência de juros sobre a multa isolada. Eventual alegação de incompatibilidade entre os institutos é de ser afastada pela previsão contida na própria Lei n° 9.430/96 quanto à incidência de juros de mora sobre a multa exigida isoladamente. O parágrafo único do art. 43 da Lei n° 9.430/96 estabeleceu expressamente que sobre o crédito tributário constituído na forma do caput incidem juros de mora a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. O art. 61 da Lei n° 9.430, de 1996, ao se referir a débitos decorrentes de tributos e contribuições, alcança os débitos em geral relacionados com esses tributos e contribuições e não apenas os relativos ao principal, entendimento, dizia então, reforçado pelo fato de o art. 43 da mesma lei prescrever expressamente a incidência de juros sobre a multa exigida isoladamente. [...] A partir do trigésimo primeiro dia do lançamento, caso não pago, o montante do crédito tributário constituído pelo tributo mais a multa de ofício passa a ser acrescido dos juros de mora devidos em razão do atraso da entrada dos recursos nos cofres da União." No mesmo sentido, ainda, a seguintes Súmulas editadas por este CARF: Súmula CARF n° 4: A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórias incidentes sobre débitos tributários administrados Fl. 712DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 30 pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARF nº.5: São devidos juros de mora sobre o crédito tributário não integralmente pago no vencimento, ainda que suspensa sua exigibilidade, salvo quando existir depósito no montante integral. Inarredável, pois, a incidência e cobrança dos juros moratórios sobre a totalidade do crédito tributário. Das matérias específicas tratadas no recurso voluntário interposto pelas empresas guindadas à sujeitos passivos, solidárias. As empresas solidárias requerem a nulidade do acórdão recorrido em razão de não haver apreciado todas as razões de defesa expendidas nas impugnações interpostas. Da impugnação de efls. 507 a 514, firmada pelas empresas Trukam Ind. e Com. Ltda e Trukam Implementos e Veículos Rodoviários, cujos termos foram reprisados no recurso voluntário oferecido por estas duas empresas, observase que todos os tópicos foram devidamente apreciados no acórdão recorrido. A contestação das empresas solidárias gira em torno da não existência do interesse comum entre as empresas responsabilizadas solidariamente e a recorrente, matéria amplamente debatida e apreciada tanto pela Turma Julgadora a quo, como nesta oportunidade, em esfera recursal. Basta a leitura integral da decisão proferida em primeira instância para atestarse este fato. Por conseguinte, improcede a nulidade arguída. No que respeita a produção de provas, as provas foram fartamente produzidas nos autos, sendo suficiente para formar a convicção das turmas julgadoras, de primeira ou nesta instância recursal, pelo que julgado desnecessário qualquer nova produção para se delinear fatos que, porventura, teriam se quedado obscuros. A oportunização de produção de qualquer prova, sem ser aquela referida expressamente, nos termos dos artigos 16 e 18 do Decreto nº 70.235/72, que disciplina o processo administrativo fiscal (PAF), é de exclusiva conveniência das autoridades julgadoras, sem que isto importe em qualquer ofensa aos preceitos constitucionais: Art. 16. A impugnação mencionará: [...] IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) [...] § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16.(Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Fl. 713DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO Processo nº 13982.000496/201037 Acórdão n.º 1302001.971 S1C3T2 Fl. 17 31 Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine.(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) E, com relação aos julgados judiciais, ou mesmo administrativos, pinçados pelas recorrentes para corroborarem as suas teses, reprisese, não possuem o condão de vincular o caso em concreto àquelas decisões. CONCLUSÃO No mais, adoto as razões de decidir da turma julgadora de primeira instância por não confrontadas pontualmente pela recorrente. Saliento, em especial, o excerto que ora reproduzo, pela excelente síntese: No caso, a partir dos elementos levantados, comprovouse em síntese que: (i) a pessoa jurídica não era administrada pelo administrador designado no contrato social, mas por pessoa ligada ao administrador das outras duas empresas do grupo que exerciam praticamente a mesma atividade; (ii) que a pessoa jurídica não estava localizada ou não exercia as suas atividades no endereço cadastral; (iii) que a pessoa jurídica não exercia atividade autônoma e independente das outras duas maiores empresas do grupo; (iii) que a pessoa jurídica sequer escriturava despesas necessárias ao desempenho da atividade descrita no contrato social; e (iv) a pessoa jurídica tinha uma folha de pagamentos incompatível com o porte/faturamento da empresa, o que demonstra o interesse das responsáveis na simulação perpetrada. Por conta de tais elementos, foi reputada como constituída por interpostas pessoas, única e exclusivamente, para registrar os empregados das outras empresas do grupo, e assim reduzir indevidamente a carga tributária sobre a folha de pagamentos, na medida em que optante pelo SIMPLES FEDERAL e, posteriormente, pelo SIMPLES NACIONAL. Evidenciase assim o interesse comum entre contribuinte e responsáveis, na situação fática geradora das obrigações principais, tanto que a contribuinte somente foi constituída para atenter interesses tributários das empresas designadas como responsáveis solidárias. In casu, restou comprovado que as três empresas realizaram conjuntamente a situação configuradora do fato gerador, na medida em que provado que a TRUKAM MONTADORA apenas foi constituída para registrar os empregados das outras duas empresas, e assim reduzir a carga tributária incidente sobre a folha de pagamentos daquelas empresas. Por todo o exposto, voto, em preliminar, em afastar as nulidades suscitadas pelas recorrentes arguídas contra os ADE (atos administrativos executivos) de exclusão do Simples Federal e do Simples Nacional, bem como em relação à decisão de primeira instância, e, no mérito, em negar provimento aos recursos voluntários. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Fl. 714DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO 32 Fl. 715DF CARF MF Impresso em 22/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente e m 18/08/2016 por ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH, Assinado digitalmente em 22/08/2016 por LUIZ TADE U MATOSINHO MACHADO
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Numero do processo: 13884.901198/2009-31
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Aug 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2004
ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DE DIPJ E DCTF. DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. COMPROVAÇÃO. CRÉDITO RECONHECIDO.
Comprovado que os débitos confessados em DCTF e informados em DCTF estavam equivocados mediante apresentação de declarações retificadoras e elementos da escrituração contábil que corroboram os valores declarados/confessados nessas declarações retificadoras, reconhece-se o direito de crédito pleiteado, incluindo todos os recolhimentos efetivamente de estimativa devidamente comprovados.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 1402-002.232
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório de R$ 75.346,05, homologando-se as compensações pleiteadas até esse limite, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2053; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 188 1 187 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13884.901198/200931 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402002.232 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 05 de julho de 2016 Matéria DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Recorrente TI BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004 ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DE DIPJ E DCTF. DECLARAÇÕES RETIFICADORAS. COMPROVAÇÃO. CRÉDITO RECONHECIDO. Comprovado que os débitos confessados em DCTF e informados em DCTF estavam equivocados mediante apresentação de declarações retificadoras e elementos da escrituração contábil que corroboram os valores declarados/confessados nessas declarações retificadoras, reconhecese o direito de crédito pleiteado, incluindo todos os recolhimentos efetivamente de estimativa devidamente comprovados. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório de R$ 75.346,05, homologandose as compensações pleiteadas até esse limite, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 90 11 98 /2 00 9- 31 Fl. 188DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 189 2 Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone. Fl. 189DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 190 3 Relatório TI BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA recorre a este Conselho, com fulcro nos §§ 10 e 11 do art. 74 da Lei nº 9.430/96 e no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, objetivando a reforma do acórdão nº 1537.196 da 2ª Turma da Delegacia de Julgamento em Salvador que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada. Por bem representar o litígio até aquela fase processual, adoto excertos do relatório da decisão recorrida, complementandao ao final: A requerente, sujeita à apuração do IRPJ com base no lucro real anual, apresenta Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório Eletrônico de fl. 44 [...] que não homologou a compensação de débito relativo ao IRPJ, referente ao período de apuração de outubro de 2005, objeto da Declaração de Compensação nº 12848.64236.301105.1.3.048312 (fls. 37/41), com crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior que o devido de estimativa de CSLL de agosto de 2004, sob a alegação de que o pagamento que deu origem ao crédito pleiteado foi totalmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação do débito informado na referida Dcomp. Na Manifestação de Inconformidade, anexada às fls. 02/10, a interessada alega, em síntese, que: DOS FATOS: • a defendente, no anocalendário de 2004, optou pela apuração do lucro real anual e efetuou recolhimentos de antecipações mensais com base em balancetes intermediários, informando os valores considerados devidos em DCTF trimestrais e, no final do ano, também informou os valores na DIPJ do exercício; • já no anocalendário de 2005, a empresa decidiu realizar uma revisão de seus procedimentos fiscais, quando constatou que as bases de cálculo mensais do IRPJ e da CSLL, no anocalendário de 2004, haviam sido incorretamente apuradas, razão pela qual providenciou a retificação de sua DIPJ/2005. Tendo em vista que as correções efetuadas revelaram pagamentos indevidos e a maior que o devido dos citados tributos, tomou providências para recuperar esses valores excedentes, através da apresentação de Declarações de Compensação; • o despacho recorrido, ao negar a homologação da compensação declarada, baseouse em informações equivocadas, já retificadas, [...]; DO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL: • o presente caso deve ser analisado sob a luz do princípio da verdade material, [...]; DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO DE CSLL: • visando verificar a origem e o valor do crédito, as autoridades fiscais identificaram um DARF no valor total de R$ 75.346,05 e um débito informado em DCTF no mesmo valor, concluindo que a defendente não fazia jus ao crédito pleiteado; • entretanto, apesar de a defendente reconhecer que deixou de retificar sua DCTF, não se pode admitir que a DIPJ do período, que foi regularmente retificada pela empresa, bem como todos os documentos Fl. 190DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 191 4 fiscais, que sempre estiveram à disposição do Fisco, sejam desconsiderados para fins de verificação do crédito; • no presente caso, ao realizar a revisão de seus procedimentos fiscais, a empresa verificou que, dos R$ 75.346,05 originalmente declarados em DCTF, a sociedade apurou base negativa de CSLL no período, o que foi declarado ao Fisco Federal na DIPJ retificadora em setembro de 2005 (Doc. 2); • confrontando os recolhimentos com o valor efetivamente devido, a defendente apurou um valor a recuperar de R$ 75.346,05, que corresponde exatamente ao crédito pleiteado na Dcomp em análise; • com isso, concluise que os dados utilizados pela autoridade fiscal para analisar a Declaração de Compensação são incorretos, na medida em que eles foram retificados no curso do ano de 2005, antes mesmo da apresentação da referida Dcomp; DO PEDIDO: • em vista do exposto, a defendente, sob o enfoque da verdade material, requer seja reconhecido seu direito creditório e homologada a respectiva compensação, tendo em vista a comprovada existência do crédito de CSLL em seu favor. Analisando a manifestação de inconformidade apresentada, a turma julgadora de primeira instância consideroua improcedente, tendo o julgado recebido a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2004 DECLARAÇÃO. ERRO DE FATO. COMPROVAÇÃO. Eventuais equívocos nas informações prestadas em declarações apresentadas pelo contribuinte devem ser comprovados com documentos hábeis e idôneos. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte foi cientificado da decisão em 11 de novembro de 2014 (fl. 94), apresentando em 04 de dezembro de 2015 recurso voluntário de fls. 96105. Em resumo, a Recorrente reforça seus argumentos apresentados em manifestação de inconformidade. Aduz que em razão de conexão, os processos colacionados na tabela a seguir reproduzida devem ser julgados em conjunto por dizer respeito a pretensos indébitos de CSLL relativos ao anocalendário de 2004: Fl. 191DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 192 5 No mérito, alega que restou claro na decisão recorrida que na DIPJ Retificadora foi informado o débito de CSLL no total de R$ 827.864,89 para todo o ano calendário de 2004, tendo sido recolhido em DARF o montante de R$ 1.247.643,04, implicando a existência de um crédito disponível total de R$ 419.778,15, inferior ao montante de tributos que se pretende compensar por meio das Dcomp controladas nos processos já informados (R$ 287.501,79). Relativamente à estimativa de CSLL referente à competência de agosto de 2004, na DIPJ (original) havia sido informado o débito de R$ 122.813,65, já na DCTF houve confissão de dívida de R$ 75.346,05, valor efetivamente recolhido. Já na DIPJ Retificadora o débito de estimativas do mesmo período foi de R$ 0,00, o que implicaria o direito à restituição/compensação. Para contrapor a decisão recorrida, anexou aos autos cópia de lançamento de ofício realizado referente ao mesmo anocalendário a que se refere o presente processo (2004), aduzindo que os valores lançados se baseiam justamente naqueles indicados em sua DIPJ Retificadora (lançamento teria sido realizado baseado na diferença entre os débitos confessados na DCTF e informados na DIPJ Retificadora). Os débitos em questão teriam sido quitados, abatendose os pagamentos já realizados. O procedimento adotado pela Fiscalização corroboraria que os valores corretos de estimativa eram aqueles consignados na DIPJ Retificadora. Anexou ainda cópia de planilha extrafiscal de apuração de CSLL e cópia das principais páginas do Livro de Balancetes Mensais que comprovariam suas alegações. Informa ainda que deixou de apresentar os 154 livros Razão (73.090 páginas) a fim de não “tumultuar” o processo, mas que os mesmos está à disposição da Fiscalização. Requer ao final, o provimento de seu recurso, ou, subsidiariamente, a conversão do julgamento em diligência a fim de que a Fiscalização possa averiguar a veracidade dos documentos acostados aos autos, corroborando seus argumentos de defesa. É o relatório. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 193 6 Voto Conselheiro FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Relator. 1 ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade. Dele, portanto, conheço. Passo à sua análise. 2 MÉRITO Tratase de declaração de compensação atrelada a suposto crédito decorrente de pagamento a maior de estimativa de CSLL relativa ao mês de agosto de 2004 (R$ 75.346,05 – fl. 39). Em primeiro lugar, há de se ressaltar a plausibilidade jurídica do pleito da Recorrente, haja vista o tema ser alvo de súmula no âmbito desta Corte Administrativa, a saber: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. No caso concreto, a decisão recorrida deixou de reconhecer o indébito porque os valores de estimativa recolhidos guardariam correlação com os débitos confessados em DCTF. Além disso, o voto condutor do aresto esclarece que não houve apresentação de provas de que o valor de estimativa informado na DIPJ original estaria equivocado. Destaco excerto da decisão recorrida: A requerente, em sua manifestação de inconformidade, alega que, ao realizar uma revisão de seus procedimentos fiscais, constatou que as bases de cálculo mensais do IRPJ e da CSLL, no anocalendário de 2004, haviam sido incorretamente apurados, razão pela qual providenciou a retificação de sua DIPJ/2005, antes mesmo da emissão do despacho decisório, mas, por um equívoco, deixou de retificar as DCTF correspondentes. Segundo a interessada, a despeito dos R$ 75.346,05 originalmente declarados em DCTF, a sociedade apurou base negativa de CSLL no período, o que foi declarado ao Fisco Federal na DIPJ retificadora em setembro de 2005 (fl. 30), gerando um saldo a recuperar de R$ 75.346,05, correspondente ao crédito pleiteado na Dcomp em análise. Entretanto, a contribuinte não trouxe ao processo qualquer documento hábil a demonstrar o erro que alega ter cometido na DIPJ original, na apuração das estimativas de CSLL devidas, já que sequer os balanços ou balancetes de redução ou suspensão das estimativas mensais foram apresentados, o mesmo acontecendo com os registros contábeis correspondentes. Destaquese que a comprovação da existência do crédito pleiteado cabe à requerente e, segundo a DCTF apresentada pela própria contribuinte, o valor recolhido corresponde ao débito confessado, não restando crédito passível de compensação, sendo que a alegação de eventual erro cometido nas informações prestadas deve ser acompanhada de documentação Fl. 193DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 194 7 comprobatória, para que seja plenamente aplicado o princípio da verdade material defendido pela interessada, ainda mais como no caso, em que se verificam grandes disparidades entre os valores mensais apurados, os confessados em DCTF e os recolhidos, conforme demonstrado em planilha a seguir: Embora considere plausível o raciocínio desenvolvido pela decisão recorrida, uma vez que cabe ao contribuinte fazer prova de seu crédito nos casos de pedido de restituição/declaração de compensação, há de se levar em consideração que, em se tratando de despachos eletrônicos, em que não se averigua com maior profundidade a correição do pedido do contribuinte, há de se ter maior uma maior flexibilidade em relação ao ônus probatório e, em especial, em relação à preclusão relativamente à apresentação da manifestação de inconformidade e recurso voluntário. Vejase que o contribuinte não foi, em nenhum momento, intimado a apresentar qualquer documentação que pudesse, antes de qualquer decisão, comprovar a viabilidade de seu pleito. Nesse cenário, entendeu o contribuinte que a apresentação da DIPJ Retificadora seria suficiente para confirmar seu pretenso equívoco no recolhimento das estimativas mensais. Já a decisão recorrida, concluiu que como as DCTF indicavam exatamente os valores de débitos de estimativas nos mesmos valores recolhidos, não havia prova suficiente para se afirmar que os débitos constantes na DIPJ Retificadora é que estariam corretos. Em contraposição aos argumentos da DRJ, e com esteio no disposto no art. 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72, a Recorrente argumenta que em lançamento de ofício relativo ao mesmo período de apuração, a Fiscalização realizou o lançamento com base nos valores informados na DIPJ Retificadora, em detrimento dos débitos confessados em DCTF. Entendo que a tese da Recorrente faz todo sentido, pois, caso se comprove que a própria RFB baseouse nos dados informados na DIPJ para realização de lançamento de ofício, não há porque se afastar a veracidade de tais informações também em caso de pedido de restituição/compensação baseado nessas mesmas informações. Há de se ressaltar, então, alguns aspectos do lançamento de ofício constante do processo nº 13864.000287/200653 a que a Recorrente faz menção. Consultando tais autos, identifiquei que o lançamento diz respeito a diferenças de débitos mensais de CSLL escrituradas e, de forma parcial, informadas em DIPJ e Fl. 194DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 195 8 confessadas em DCTF. Após início do procedimento fiscal, a Recorrente procedeu ao recolhimento das diferenças de estimativas não informadas e confessadas à Receita Federal. Também realizou a retificação das DIPJs, fazendo constar os valores que entendia corretos a título de estimativas mensais. O lançamento realizado teria levado em consideração os valores constantes em sua escrituração contábil e informados em DIPJ. De fato, às efls. 131132 do presente processo podemse confirmar os argumentos expedidos pela Recorrente: Sem adentrar no mérito do lançamento em questão (já julgado no CARF, mantendose os valores lançados e tão somente determinando a correta alocação dos tributos recolhidos espontaneamente), identificase que os débitos apurados indicados às efls. 131132 baseiamse nos balancetes que também compõem os presentes autos (efls. 152176), e também os informados na DIPJ Retificadora (efl. 180). Vejase excerto da Ficha 16 da CSLL, com as ilustrações apostas por este relator: Fl. 195DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 196 9 Cumpre observar que o demonstrativo para apuração da CSLL anexado pela Recorrente (fl. 179) indica saldo de estimativa a pagar em janeiro de R$ 53.500,02 (exatamente o valor exigido de ofício), em fevereiro de R$ 44.071,94 (considerandose a CSLL já recolhida em janeiro, no mês de fevereiro suspendeuse o recolhimento de CSLL, por isso o saldo a recolher foi zero, conforme informado pela Recorrente, ponto em que se baseia o presente pleito). No mês de março, o demonstrativo indica CSLL a recolher de R$ 71.409,31, que, subtraído da CSLL a pagar relativa ao mês de janeiro (R$ 53.500,02) chegase a R$ 17.909,29, ou seja, o mesmo valor exigido de ofício pela RFB. Reproduzse, a seguir, excerto de tal demonstrativo, com as observações apostas por este relator: Fl. 196DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 197 10 Salientase que não houve lançamento de ofício referente aos meses de fevereiro, abril, julho, agosto e setembro de 2004, períodos em que a Recorrente alega ter realizado recolhimentos a maior de estimativa (o presente processo trata tão somente do indébito relativo ao mês de agosto de 2004). Analisando toda a documentação apresentada, não me resta dúvida que o lançamento realizado pela Fiscalização confirmou que os valores constantes da DIPJ Retificadora eram os corretos, pois naqueles autos (13864.000287/200653) a autoridade fiscal autuante chega a referirse ao mesmo demonstrativo de apuração mencionado nestes autos para quantificar a CSLL lançada de ofício. Vejase o documento elabora pela Fiscalização, à efl. 137 daqueles autos: Fl. 197DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13884.901198/200931 Acórdão n.º 1402002.232 S1C4T2 Fl. 198 11 * O demonstrativo de apuração da CSLL encontrase à fl. 129 daqueles autos. Salientase, desde já, que o próprio demonstrativo elaborado pela decisão recorrida (e reproduzido na página 6 deste voto) demonstra que o total de CSLL recolhida ultrapassa o saldo de IRPJ devido informado na DIPJ Retificadora (saldo negativo de R$ 419.778,15). É oportuno ainda esclarecer que as declarações de compensação que utilizam como crédito supostas estimativas de CSLL relativas ao anocalendário de 2004 recolhidas a maior perfazem o total de R$ 287.501,79, ou seja, ainda que se reconheça o indébito pleiteado, haveria saldo suficiente para quitação do IRPJ devido informado na DIPJ Retificadora. Pois bem, conforme já salientado, tendo a Fiscalização confirmado que os dados constantes na DIPJ são os corretos, e tendose comprovado que a Recorrente recolheu R$ 75.346,05 de estimativa referente ao mês de agosto de 2004, mas, por meio de balancete de suspensão, apurou débito de somente R$ 0,00, reconhecese o direito creditório correspondente. Logo, resta caracterizado o pagamento a maior de estimativa referente ao mês de agosto de 2004 no montante pleiteado pela Recorrente, qual seja, R$ 75.346,05. 3 CONCLUSÃO Isso posto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório de R$ 75.346,05 referente à estimativa de CSLL do mês de agosto de 2004, homologandose as compensações pleiteadas até esse limite. (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO Relator Fl. 198DF CARF MF Impresso em 12/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 06/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 11610.019569/2002-57
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu May 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Aug 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/10/1989 a 30/11/1991
Os pedidos de compensação não convertidos em Declaração de Compensação não estão sujeitos à homologação tácita e devem ser deferidos ou indeferidos pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal.
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO.
Para os pedidos de restituição e/ou compensação protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, conforme a tese cognominada de cinco mais cinco.
As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9303-003.899
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial para afastar a homologação tácita, determinando o retorno dos autos ao Colegiado "a quo" para analisar as demais questões trazidas no recurso voluntário. Vencidas as Conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que negavam provimento. O Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/10/1989 a 30/11/1991 Os pedidos de compensação não convertidos em Declaração de Compensação não estão sujeitos à homologação tácita e devem ser deferidos ou indeferidos pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Para os pedidos de restituição e/ou compensação protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, conforme a tese cognominada de cinco mais cinco. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62-A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Recurso Especial do Procurador Provido.
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ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/10/1989 a 30/11/1991 Os pedidos de compensação não convertidos em Declaração de Compensação não estão sujeitos à homologação tácita e devem ser deferidos ou indeferidos pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Para os pedidos de restituição e/ou compensação protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do fato gerador, conforme a tese cognominada de cinco mais cinco. As decisões do Superior Tribunal de Justiça, em sede recursos repetitivos, por força do art. 62A do Regimento Interno do CARF, devem ser observadas no Julgamento deste Tribunal Administrativo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso especial para afastar a homologação tácita, determinando o retorno dos autos ao Colegiado "a quo" para analisar as demais questões trazidas no recurso voluntário. Vencidas as Conselheiras Tatiana Midori Migiyama, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Maria Teresa Martínez López, que negavam provimento. O Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 01 95 69 /2 00 2- 57 Fl. 630DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11610.019569/200257 Acórdão n.º 9303003.899 CSRFT3 Fl. 631 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de recurso especial de divergência, tempestivo, interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional ao amparo do artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Anexo II, da Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009 (RICARF), em face do Acórdão nº 320100.370, por meio do qual, por unanimidade de votos, foi dado provimento ao recurso voluntário, para reconhecer a homologação tácita da compensação de Finsocial pleiteada, na forma do § 5° do art. 74 da Lei nº 9.430/96, regulamentada pela Instrução Normativa RFB n° 900/2008. No aresto recorrido, a decisão foi consubstanciada nos seguintes termos: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/10/1989 a 30/11/1991 FINSOCIAL. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. ART. 74, § 5°, DA LEI n° 9.430/969. IN RFB N° 900/2008. Tendo passado cinco anos da protocolização do pedido de compensação, sem que o contribuinte tenha sido intimado de decisão sobre o seu pedido, ocorre a homologação tácita da compensação pleiteada, na forma do § 5°, do art. 74, da Lei n° 9.430/96, regulamentada pela Instrução Normativa RFB n°900/2008. Recurso Voluntário Provido. Foi feito pedido de restituição cumulado a pedidos de compensações, protocolado em 16/10/2002, no valor de R$ 682.433,57, que a interessada vem formular por seu procurador pleiteando os recolhimentos efetuados a título de FINSOCIAL, dos períodos de apuração compreendidos entre 10/89 e 11/91, com base no Mandado de Segurança nº 92.00674585, no qual o contribuinte pleiteia que seja concedida a segurança para que fique assegurado o seu direito líquido e certo de não virem a ser compelido ao pagamento da contribuição ao FINSOCIAL, referente aos períodos de apuração de 11/1991 a 03/1992. A DERAT indeferiu o pedido de restituição, por meio do despacho decisório de fls. 112/119, alegando que o contribuinte não apresentou documentos que comprovassem a provocação do Poder Judiciário para obtenção de uma eventual restituição dos valores recolhidos a título de FINSOCIAL, referentes aos períodos de apuração de 10/89 a 11/91. Por conseqüência, observou a data de protocolo do processo administrativo para fins de contagem do prazo decadencial. Desta forma, entendeu a unidade preparadora que o direito de restituir os recolhimentos a título de FINSOCIAL, efetuados antes de 16/10/1997, encontravase decaído por decurso de prazo previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172, de 25/10/1966) e no Ato Declaratório SRF nº 96, de 26/11/1999. Fl. 631DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11610.019569/200257 Acórdão n.º 9303003.899 CSRFT3 Fl. 632 3 O contribuinte, inconformado com despacho decisório que indeferiu seu pleito, apresentou manifestação de inconformidade (fls. 298/316), no qual argumenta, em síntese, que: A decisão final do Mandado de Segurança nº 92.00674585 declarou incidentalmente a inconstitucionalidade dos dispositivos legais que majoraram as alíquotas da contribuição ao FINSOCIAL em 0,5%. Nesta esteira, defende que o seu direito à restituição teria nascido na data do trânsito em julgado da decisão final do Mandado de Segurança retrocitado, tendo, por conseguinte, exercido tempestivamente seu direito de pleitear a referida restituição. Exercitou seu direito à compensação por intermédio de pedidos protocolados junto a SRF, fundamentado na Lei nº 8.383/91 e alterações posteriores. Em virtude disso, entende que esses pedidos de compensação devam ser considerados para fins de exercício da sua faculdade legal de pleitear os valores indevidamente recolhidos. Nesta esteira, argumenta que o seu erro procedimental de não apresentar o pedido de restituição concomitante aos pedidos de compensação não teriam força suficiente de fulminar o seu direito reconhecido judicialmente. Mesmo que não seja considerada a decisão do Mandado de Segurança ora citado, o pedido de restituição teria sido protocolado tempestivamente, tendo em vista o entendimento pacífico do Conselho de Contribuintes em considerar como termo inicial para a contagem do prazo decadencial para apresentação de pedido administrativo de reconhecimento do direito creditório, quanto aos valores de FINSOCIAL exigidos à alíquota majorada, a data de publicação da Medida Provisória nº 1.110/95. Seu pedido de restituição foi protocolado antes da publicação do Ato Declaratório SRF nº 96/99 e, portanto, estaria amparado pelo Parecer COSIT nº 58/98. Aduz em sua petição jurisprudência sobre o assunto, buscando sustentar sua tese e pleiteia que seja reformada a decisão da Delegacia da Receita Federal em São Paulo SP. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, alegando, em síntese, que somente para declarações apresentadas a partir de outubro de 2003, com a vigência da lei 10.833/03, é que passou a existir a figura jurídica da compensação tácita. O contribuinte apresentou contrarrazões onde pede a manutenção do resultado do acórdão ora recorrido. É o Relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O recurso atende aos pressupostos de admissibilidade legais e regimentais e dele conheço. Fl. 632DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11610.019569/200257 Acórdão n.º 9303003.899 CSRFT3 Fl. 633 4 Primeiramente devemos tratar da questão da homologação tácita que foi tratada somente a partir do recurso voluntário. A DRJ tinha tratado somente do prazo prescricional para o direito a se pleitear a restituição e/ou compensação. A homologação tácita de compensação somente se aplica aos débitos declarados em Declaração de Compensação (Dcomp) e/ ou em Pedido de Compensação que foi convertido em Dcomp. A compensação de débitos fiscais com créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, mediante a apresentação de Dcomp, foi instituída por meio da Medida Provisória (MP) nº 66, de 29 de agosto de 2002, com vigência a partir de 1º de outubro de 2002, convertida na Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002, que deu nova redação ao art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, nos seguintes termos: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) [...]. § 4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 5º A Secretaria da Receita Federal disciplinará o disposto neste artigo.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) [...].” Já o instituto da homologação tácita surgiu com a edição da MP nº 135, de 30 de outubro de 2003, com vigência a partir desta mesma data, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, que, por meio art. 17, deu nova redação ao art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, incluindo nele o parágrafo 5º, assim dispondo: “§ 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação.” Ora, o caso em discussão não se enquadra nestes dispositivos legais. Primeiro, porque o crédito financeiro utilizado nas compensações efetuadas pela autoridade administrativa competente, sob condição resolutiva, era objeto de discussão judicial, com Fl. 633DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11610.019569/200257 Acórdão n.º 9303003.899 CSRFT3 Fl. 634 5 decisão pendente de trânsito em julgado; e, segundo, porque não foi protocolado Pedido de Compensação nem Dcomp. Assim, não há que se falar em homologação tácita dos débitos informados em DCTF, na condição de “subjudice”, remanescentes da compensação efetuada pela autoridade administrativa competente. Ainda sobre o tema homologação tácita, convém lembrar que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), em seu Parecer PGFN/CDA/CAT nº 1499/05, concluiu pela inexistência de conversão em declaração de compensação dos pedidos de compensação fundados em créditos de terceiros, “créditoprêmio” instituído pelo art. 1º do DecretoLei nº 491, de 5 de março de 1969, título público, crédito decorrente de decisão judicial não transitada em julgado e crédito que não se refira a tributos e contribuições administrados pela SRF, cujo excerto se transcreve, in verbis: V – COMPENSAÇÃO COM CRÉDITOS DE TERCEIRO – PEDIDOS PENDENTES DE APRECIAÇÃO NÃO SÃO CONVERTIDOS EM DCOMPS 38. Partindo do disposto no tópico anterior, é de se perquirir: e os pedidos de compensação com créditos de terceiro que, quando da entrada em vigor da Lei nº 10.637/02 (que incluiu o § 4º ao art. 74 da Lei nº 9.430/96), encontravamse pendentes de análise pela SRF, estão sujeitos à nova disciplina da “declaração de compensação”? 39. Ora, partindo do pressuposto de que a compensação com créditos de terceiro afigurase como exceção, vedada expressamente pela legislação em vigor, e do fato de o sujeito passivo apenas poder contrapor seu crédito líquido e certo ao crédito fiscal, como direito subjetivo público seu, no caso de existir norma legal autorizadora do encontro de contas e, ainda, submetendose ele aos requisitos de condições e garantias estipulados pela lei específica, é de se entender que os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa só podem ser considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, se observadas todas as demais condições estabelecidas na Lei nº 9.430/96 e legislação correlata. 40. Assim, os pedidos administrativos de compensação, fundados em créditos de terceiro, pendentes de análise pela SRF, protocolados antes das inovações legislativas acerca da matéria (Leis nºs 10.637/02 e 10.833/03), não são alcançados pela nova sistemática da declaração de compensação. 41. Com efeito, o precitado art. 74 da Lei nº 9.430/96, na redação dada pelo art. 49 da Lei nº 10.637/02, ao instituir a “declaração de compensação”, expressamente previu que a mesma só poderia ser prestada pelo próprio detentor do crédito contra o Fisco, ou seja, para que a “declaração de compensação” feita à Secretaria da Receita Federal extinga o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior Fl. 634DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11610.019569/200257 Acórdão n.º 9303003.899 CSRFT3 Fl. 635 6 homologação (art. 74, § 2º, da Lei nº 9.430/96), mister se faz que o contribuinte utilizese de créditos próprios. 42. Se não existe “declaração de compensação” com créditos de terceiro, por óbvio, os pedidos de compensação com créditos que não pertençam ao próprio contribuinte, mesmo que pendentes de análise por parte da SRF, não podem transmudar se naquela. 43. E mais, permanecendo como pedidos de compensação, não estão sujeitos à nova sistemática instituída para a compensação. 44. Tal entendimento decorre, inclusive, de uma interpretação sistemática das regras jurídicas encartadas na Lei nº 9.430/96, com a redação dada pelas Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, ou seja, do confronto entre as regras contidas nesse diploma legal, bem como entre essas regras e as demais que tratam do instituto da compensação. 45. Dito isso, concluise, desde já, que o novel regime da compensação, que é realizada por meio de declaração (DCOMP) prestada à SRF (hoje SRF), não alcança, sob hipótese alguma, os casos de compensação com créditos de terceira pessoa. 46. Não podendo o novo regime instituído para a compensação ser desmembrado, de maneira que apenas alguns de seus postulados sejam cumpridos, em detrimento de outros, é evidente a inaplicabilidade das novas disposições sobre a compensação aos encontros de contas daquela natureza. 47. Resumindo, o encontro de contas pleiteado deve ser analisado de acordo com as normas anteriores, que previam a utilização de créditos de terceiro, não se aplicando, inclusive, a conversão do “pedido de compensação” em “declaração de compensação” (com a extinção automática do crédito tributário), e nem mesmo, por conseqüência, o prazo previsto no § 5º, do art. 74, da Lei nº 9.430/96 para homologação da compensação (cinco anos). 48. Não se afigura correto, pois, a conversão dos pedidos de compensação desse jaez (com créditos de terceiros) em declarações de compensação, por total ausência de previsão legal para tanto. 49. E mais, por também não observarem as condições estabelecidas no art. 74 da Lei nº 9.430/96 (com a redação dada pela MP nº 66/02), resta claro que não podem ser convertidos em declaração de compensação os pedidos de compensação pendentes de apreciação, quando fundados em créditos que se refiram a “créditoprêmio” instituído pelo art. 1º do DecretoLei nº 491, de 05 de março de 1969; ou que se refiram a títulos públicos; ou sejam decorrentes de decisão judicial não transitada em julgado; ou não se refiram a tributos ou contribuições administrados pela SRF. Aplicase, pois, o entendimento retro exposto. Fl. 635DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11610.019569/200257 Acórdão n.º 9303003.899 CSRFT3 Fl. 636 7 50. Por fim, cumpre chamar a atenção para o fato de que, com a entrada em vigor do art. 4º da Lei nº 11.051/04, as compensações, pretendidas a partir desta data, em que os créditos sejam de terceiros (assim como aqueles que se encontrem nas situações elencadas no parágrafo anterior), serão consideradas não declaradas (vide, a respeito, os recém incluídos §§ 12 e 13 da Lei nº 9.430/96, que disciplinam esta situação e que ainda serão objeto de análise no presente Parecer). (grifouse) Assim, inexistindo conversão em declaração de compensação dos pedidos de compensação que têm por objeto créditos de terceiros, não há que se falar em homologação tácita de compensações que envolvam referidos créditos, mas sim em deferimento ou indeferimento pela SRF desses pedidos de compensação. Uma vez indeferido o pedido de compensação não convertido em declaração de compensação, deverá ser promovido o lançamento de ofício dos débitos não lançados nem confessados, bem como a cobrança dos débitos já lançados ou confessados, independentemente de eventual apresentação de manifestação de inconformidade contra o indeferimento do pedido de compensação. É o que dispõe o art. 69 da Instrução Normativa SRF nº 460, de 18 de outubro de 2004. Com efeito, Os pedidos de compensação não convertidos em Declaração de Compensação não estão sujeitos à homologação tácita e devem ser deferidos ou indeferidos pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal. Em que pese não ter sido objeto do Recurso Especial interposto pelo procurador, farseá necessária a discussão acerca da prescrição do direito de se pleitear a restituição/compensação, que foi objeto de discussão na instância anterior, por ter sido considerada prejudicada pela homologação tácita. Com a edição da Lei Complementar 118/2005, o seu artigo 3º foi debatido no âmbito do STJ no Resp 327043/DF, que entendeu tratarse de usurpação de competência a edição desta norma interpretativa, cujo real objetivo era desfazer entendimento consolidado. Entendendo configurar legislação nova e não interpretativa, os Ministros do STJ decidiram que as ações propostas até a data de 09/06/2005, não se submeteriam ao consignado na nova lei. Na mesma toada, de acordo com a decisão prolatada pelo pleno do STF, no RE nº 566.621, em 04/08/2011, em julgamento de mérito de tema com repercussão geral, o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, relativamente a pagamentos e pedidos de restituição efetuados anteriormente à vigência da LC nº 118/05 (09/06/2005), é de cinco anos para a homologação do pagamento antecipado, acrescido de mais cinco para pleitear o indébito, em conformidade com a cognominada tese dos cinco mais cinco, sendo, portanto, de dez anos o prazo para pleitear a restituição do pagamento indevido. As analisar as datas dos recolhimentos, fica comprovado que o pedido de restituição não poderá prosperar, uma vez que na data de sua formalização, em 16/10/2002, o direito de solicitar eventual restituição, em relação aos recolhimentos efetuados entre 16/10/89 e 27/08/1993, referentes aos períodos de apuração de 09/89 a 11/91, já tinha sido extinto, pois foi alcançado pela decadência, que se operou com o decurso do prazo de dez anos, contados da ocorrência dos fatos geradores. Fl. 636DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11610.019569/200257 Acórdão n.º 9303003.899 CSRFT3 Fl. 637 8 Pelo exposto, dou provimento ao Recurso Especial interposto pela PGFN. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 637DF CARF MF Impresso em 19/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 18/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 10580.729261/2015-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO.
São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2014
DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO.
O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.491
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo Presidente
(assinado digitalmente)
Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho.
Nome do relator: TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2014 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Exercício: 2014 DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, dar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho.
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APOSENTADORIA. ISENÇÃO. Recorrente SAMUEL AUGUSTO RODRIGUES NOGUEIRA FILHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2014 DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 92 61 /2 01 5- 70 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo – Presidente (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.729261/201570 Acórdão n.º 2402005.491 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Inicialmente, transcrevemos o relatório da decisão recorrida, por bem retratar os fatos ocorridos até então: Em nome do contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 10/14, com ciência do sujeito passivo em 03/11/2015 (fls. 37), relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, exercício 2014, anocalendário 2013, sendo apurados os seguintes valores: IRPF Suplementar: 2.773,64 Multa de Oficio 75% (passível de redução) 2.080,23 Juros de Mora calculados até 31/08/2015 482,05 Total do crédito tributário apurado 5.335,92 Motivou o lançamento de ofício (fls. 12) a constatação de omissão de rendimentos tributáveis recebidos da fonte pagadora Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos Funprev, no valor de R$ 137.646,90, tendo o contribuinte os declarado como isentos por entender ser portador de moléstia grave que lhe daria direito à isenção. A autoridade lançadora relatou que não foi aceito o laudo pericial apresentado para comprovar a moléstia por ter a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia informado que, nem o Departamento de Polícia Técnica, nem o perito médico que assinou o documento, possuem competência funcional para emitir laudo destinado a isenção do imposto de renda. O notificado apresentou impugnação em 20/11/2015 (fls. 07/07), alegando ser aposentado desde 12/07/86 e portador de cardiopatia grave desde 03/03/2007, o que implica a isenção de imposto de renda sobre os proventos de sua aposentadoria, tendo assim retificado sua Declaração de Ajuste Anual DAA/2014, acrescentando que apresenta novo laudo pericial que estaria de acordo com os requisitos legais. É o relatório. A impugnação foi julgada improcedente pelo acórdão no 0958.880 6a Turma da DRJ/JFA (fls. 42/45), por entender que: (...) Sendo servidor público estadual na Bahia, como declarado, o sujeito passivo encontra à sua disposição órgão específico para obtenção do laudo pericial para a finalidade de isenção de Fl. 71DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 4 imposto de renda, que é a Junta Médica Oficial do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria da Administração do Estado (Saeb) e subordinado à Superintendência de Recursos Humanos (SRH), a qual controla e executa a concessão de diversos benefícios previdenciários, inclusive realização de perícia médica para instrução de pedido de isenção do imposto sobre a renda para aposentados portadores de moléstia grave, atuando sempre que provocada pelo servidor, tendo por base legal a Lei n° 6.677/94 (Estatuto do Servidor), a Lei n° 11.357/2009 e o Decreto n° 9.967/2006 (http://www.saeb.ba.gov.br/juntamedica). Portanto, não se encontra justificada a reclassificação adotada para os rendimentos na categoria de isentos, por não existir comprovação da moléstia grave, em razão de deficiência do laudo apresentado, que não foi emitido pelo serviço médico oficial designado formalmente pelo ente federativo, devendo ser mantida a imputação fiscal. Voto para julgar improcedente a impugnação e manter o crédito tributário,sobre o qual incide a multa de ofício e os juros moratórios. Cientificado da decisão em 14/03/2016 (f. 48), o sujeito passivo inconformado apresentou recurso voluntário (fls. 50/54), em 05/04/2016, expedindo as seguintes razões: 1. preenche os requisitos para fruição da isenção prevista no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713/1988; 2. a equipe de fiscalização da DRF/SDR não considerou, na emissão do lançamento de ofício (notificação de lançamento) as cotas do imposto de renda pagas (comprovantes em anexo). Requer o provimento do recurso. Em 05/04/2016, o contribuinte atravessou requerimento para prioridade no pagamento de restituição de pessoas físicas (f. 54) motivado por ser portador de doença grave. É o relatório. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.729261/201570 Acórdão n.º 2402005.491 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator O recurso, apresentado no trintídio assinalado pelo art. 33 do Decreto no 70.235/72, é tempestivo. Presentes os demais requisitos, deve ser conhecido. Da prioridade no julgamento por moléstia grave Primeiramente, cumpre destacar que o art. 69A, inciso IV, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, assegura prioridade na tramitação dos procedimentos administrativos nas seguintes hipóteses: Art. 69A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). I pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). IV pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Do exame do laudo pericial (f. 15), constatase que o requerente tem diagnóstico de cardiopatia grave, desde 03/2007, pelo que faz jus ao processamento prioritário do feito, nos termos do art. 69A, inciso IV, da Lei no 9.784/1999. Por conseqüência, passase ao exame imediato do presente recurso voluntário. Isenção decorrente de doença grave Temse em pauta recurso voluntário no qual o Interessado pretende que seja reconhecido seu direito à isenção do imposto de renda pessoa física incidentes sobre rendimentos de aposentadoria, alegando que é portador de doença grave. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 6 Para o gozo da isenção pleiteada, a Lei no 7.713/1988 estabelece os seguintes requisitos: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente sem serviços, e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerosemúltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 8.541, de 1992) (Vide Lei 9.250, de 1995) (...) XXI os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. (Incluído pela Lei nº 8.541, de 1992) (grifouse) Dos dispositivos transcritos, extraemse os dois requisitos para o exercício do direito à isenção pleiteada: a) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão; b) que o contribuinte seja portador de uma das doenças enumeradas no inciso XIV, do art. 6o, da Lei no 7.713/1988. Ademais, partir do anocalendário 1996, a Lei no 9.250/1995 qualificou a comprovação do segundo requisito nos seguintes termos: Art. 30 A partir de 1° de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei n° 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (grifouse) Para comprovar suas alegações, o recorrente trouxe, além de outros documentos, laudo pericial (f. 15), emitido por médico perito da Junta Médica Oficial do Judiciário/BA, concluindo que o Interessado é portador de cardiopatia grave (CID I25), desde 03/03/2007. Considerase, então, que o Contribuinte é portador de doença grave prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713/1988, nos termos do laudo pericial emitido por Fl. 74DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.729261/201570 Acórdão n.º 2402005.491 S2C4T2 Fl. 5 7 serviço médico oficial, fazendo jus, em razão disso, à isenção do imposto de renda incidente sobre os proventos de aposentadoria. Recurso provido na matéria. Dos supostos recolhimentos não considerados No tocante à reclamação de que o lançamento não teria considerado supostas cotas do imposto de renda pagas, devese observar que a matéria não foi impugnada e nem tratada na decisão recorrida, tendo sido argüida de maneira inédita no recurso. Nos termos do art. 33 do Decreto no 70.235/72, cabe recurso voluntário contra a decisão de primeira instância, não sendo viável, portanto, discutir, em sede de recurso, matéria não tratada na decisão a quo. Acontece que, por não ter sido impugnada, nos termos do art. 17 do Decreto no 70.235/72, operouse a preclusão administrativa do direito de o recorrente discutir a matéria. Desse modo, não se conhece de recurso quanto a matéria. Conclusão Diante do exposto, voto por: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO
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Numero do processo: 10650.902381/2011-23
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Aug 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/1999 a 30/04/1999
PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA.
Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-003.937
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/1999 a 30/04/1999 PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do Decreto-Lei nº 288/67. Recurso Especial do Contribuinte Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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Incidência sobre receitas de vendas a empresas sediadas na ZFM. Recorrente BLACK & DECKER DO BRASIL LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/1999 a 30/04/1999 PIS e COFINS. RECEITAS DE VENDAS A EMPRESAS SEDIADAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. INCIDÊNCIA. Até julho de 2004 não existe norma que desonere as receitas provenientes de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus das contribuições PIS e COFINS, a isso não bastando o art. 4º do DecretoLei nº 288/67. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso especial. Vencidos os Conselheiros Vanessa Marini Cecconello, Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Maria Teresa Martínez López, que davam provimento. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Érika Costa Camargos Autran, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 65 0. 90 23 81 /2 01 1- 23 Fl. 238DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10650.902381/201123 Acórdão n.º 9303003.937 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela contribuinte com fulcro nos artigos 64, inciso II e 67 e seguintes do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/09, meio pelo qual busca a reforma do Acórdão nº 3801001.904, que negou provimento ao recurso voluntário. Decidiu o colegiado a quo pela incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Cientificado do mencionado acórdão o sujeito passivo apresentou recurso especial suscitando divergência jurisprudencial quanto à isenção das contribuições sobre as receitas decorrentes de vendas de mercadorias e serviços para empresas com domicílio na Zona Franca de Manaus. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Carlos Alberto Freitas Barreto, Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303003.934, de 07/06/2016, proferido no julgamento do processo 10650.902444/201141, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303003.934): "A matéria, única, posta ao exame do colegiado não é nova. Com efeito, já tivemos oportunidade de nos pronunciar sobre ela em diversas ocasiões, tendo eu firmado convicção pela inaplicabilidade de qualquer medida desonerativa (seja isenção, imunidade ou alíquota zero) aos fatos geradores anteriores a julho de 2004. No relatório da Dra. Vanessa consta que o contribuinte aduziu em seu recurso: "que: (a) o DecretoLei nº 288/67 equipara os efeitos das operações de venda para a Zona Franca de Manaus às exportações para o estrangeiro, sendolhes aplicáveis as vantagens fiscais estabelecidas pela legislação para as exportações, nos termos do seu art. 4º; (b) o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido da não incidência de PIS sobre as receitas decorrentes das vendas para empresas sediadas na Zona Franca de Manaus; (c) o Supremo Tribunal Fl. 239DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10650.902381/201123 Acórdão n.º 9303003.937 CSRFT3 Fl. 4 3 Federal, ao proferir liminar na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.3489, suspendeu a eficácia da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’, contida no inciso I, do §2º do art. 14 da MP nº 2.03724/00, expressão suprimida do diploma legal pelo Poder Executivo ao editar, na mesma data, a MP nº 2.03725/2000; e, por fim, (d) não incide o PIS para os fatos geradores ocorridos em fevereiro de 2002, tendo em vista a revogação da expressão ‘na Zona Franca de Manaus’ do inciso I, §2º do art. 14 da MP nº 2.03725/2000 e a equiparação dos efeitos fiscais das vendas para a Zona Franca de Manaus às exportações para o exterior". Consideroos todos abarcados no voto que segue, proferido em sessão de 2011, no qual enfrentei ainda outros argumentos. Reconheço haver decisões do STJ em sentido oposto, mas, como nenhuma delas cumpre os requisitos do art. 62 do atual regimento interno desta Casa, peço vênia para continuar teimando. Disseo eu naquela ocasião: Vale iniciálo reenunciando o criativo entendimento da recorrente: a) não há necessidade de previsão legal expressa concessiva da isenção porque o decretolei 288 e o Ato Complementar 35/67 bastam; b) deferida isenção para exportações em geral, a vendas à ZFM está imediata e automaticamente estendida; c) tendo o Ato Complementar à Constituição de 67 a natureza de lei complementar, como pacificado em nossos Tribunais,. nenhuma lei ordinária o poderia revogar; d) a “revogação” pretendida somente vigorou entre ___ e ___, sendo de rigor reconhecer a isenção, ao menos, nos períodos anterior e posterior. Ainda que criativo, o raciocínio desenvolvido na defesa não merece prosperar cabendo a manutenção da decisão recorrida pelos motivos que se expõem em seguida. Em primeiro lugar, a premissa de que o decretolei 288 teria assegurado que todo e qualquer incentivo direcionado a promover as exportações deveria, imediata e automaticamente, ser estendido à Zona Franca de Manaus não resiste sequer ao primeiro dos métodos interpretativos consagradamente admitidos: a literalidade. É que tal extensão somente caberia se o citado decreto tivesse afirmado que as remessas de produtos para a Zona Franca de Manaus são exportação. Nesse caso, a equiparação valeria mesmo para outros efeitos, não fiscais. Poderia, para o que interessa, restringila a “todos os efeitos fiscais”. Se o tivesse feito, dúvida não haveria de que qualquer mudança posterior na legislação que viesse a afetar as exportações, no que tange a tributos, afetaria do mesmo modo e na mesma medida aquela zona. Fl. 240DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10650.902381/201123 Acórdão n.º 9303003.937 CSRFT3 Fl. 5 4 Mas já foi repetidamente assinalado que o artigo 4º daquele ato legal, embora traga de fato a expressão acima, apôs a ressalva “constantes da legislação em vigor”. Não vejo como essa restrição possa ser entendida de modo diverso do que tem sido interpretado pela Administração: apenas os incentivos às exportações que já vigiam em 1 de fevereiro de 1967 estavam “automaticamente” estendidos à ZFM por força desse comando. E ponho a palavra entre aspas porque nem mesmo o Poder Executivo – e vale assinalar que estamos falando de um período de exceção, em que o Poder executivo quase tudo podia – pareceu estar tão seguro desse automatismo, visto que fez editar, na mesma data, o Ato Complementar 35, cujo artigo 7º assegurou aquela extensão ao ICM. Aliás, da interpretação dada pela recorrente a este último ato também divergimos. Deveras, pretende ela que ele teria alçado ao patamar de lei complementar a equiparação já prevista no decretolei. A meu ver, porém, tudo o que faz é definir com maior precisão o que se entende por produtos industrializados para efeito da não incidência de ICM nas exportações já prevista na Constituição de 67. Defineos no parágrafo 1º, recorrendo à tabela do então criado imposto sobre produtos industrializados (tabela anexa à Lei 4.502). No parágrafo segundo, estende, também para efeito de ICM, aquela imunidade às vendas a zonas francas. Essa interpretação me parece forçosa quando se sabe que, segundo a boa técnica legislativa, os parágrafos de um dado artigo não acrescentam matéria ao disposto no caput, apenas esclarecem sobre o alcance daquela matéria. E ao esclarecer podem impor uma definição restritiva, como no parágrafo primeiro, ou extensiva, como no segundo. O que não pode um simples parágrafo é tratar de matéria que não esteja contida no caput e nos seus incisos. E não parece haver dúvida de que aí apenas se cuida da imunidade do ICM. Assim, o ato legal nem previu imunidade genérica, nem estendeu ao IPI a imunidade do ICM, como afirma a empresa. Ora, se a previsão do decretolei deveria alcançar “todos os efeitos fiscais” e já havia previsão de imunidade de ICM sobre produtos industrializados, para que tal parágrafo no ato complementar? Há, contudo, razões mais profundas do que a mera literalidade. É que a zona franca de Manaus não é meramente uma área livre de restrições aduaneiras, característica das chamadas zonas francas comerciais. O que se buscou com a sua criação foi induzir a instalação naquele distante rincão nacional de empresas de caráter industrial, que gerassem emprego e renda para a região Norte. Para tanto, definiuse um conjunto de incentivos fiscais que, à época de sua criação, seria suficiente, no entender dos seus formuladores, para gerar aquela atração. Tais incentivos, e apenas eles, configuram diferenciação em favor dos produtos importados e industrializados naquela área. Fl. 241DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10650.902381/201123 Acórdão n.º 9303003.937 CSRFT3 Fl. 6 5 Foi essa diferença tributária que induziu a criação do parque industrial que ali se veio a instalar e, assim, é apenas a retirada de algum daqueles incentivos que pode ser taxada de “quebra de contrato”. A contrário senso, novos incentivos fiscais que se venham a instituir podem ou não ser a ela estendidos conforme entenda útil o legislador por ocasião de sua instituição. Isso não se dá automaticamente com os incentivos genéricos à exportação cujo objetivo comum tem sido a geração das divisas imprescindíveis ao pagamento dos compromissos internacionais durante tanto tempo somente alcançáveis por meio das exportações. Por óbvio, a ninguém escapa que vendas à ZFM não geram divisas. Diferentes, pois, os objetivos, nenhum automatismo se justifica. Prova desse raciocínio é que dois anos apenas após a criação da ZFM, inventaram os “legisladores executivos” de então novo incentivo à exportação, o malsinado “crédito prêmio” posteriormente tão combatido nos acordos de livre comércio a que o País aderia. Sua legislação expressamente incluiu a Zona Franca. Fêlo, no entanto, apenas para os casos em que, após serem “exportados” para lá, fossem dali efetivamente exportados para o exterior (“reexportados”, na linguagem do declei). Em outras palavras, já em 1969 dava o executivo provas de que aquela extensão nem era automática, nem tinha que se dar sem qualquer restrição. Logo, ainda que se avance na interpretação da norma, ultrapassando o método literal e adentrandose o histórico e o teleológico, se chega à mesma conclusão: o decretolei 288 apenas determinou a adoção dos incentivos fiscais à exportação já existentes e acresceu incentivos específicos voltados a promover o desenvolvimento da região menos densamente povoada de nosso território. Nessa linha de raciocínio, portanto, há de se buscar na legislação específica do PIS e da COFINS, tributos somente instituídos após a criação da ZFM, dispositivo que preveja alguma forma de desoneração nas vendas àquela região, seja a não incidência, alíquota zero ou isenção. E não se precisa ir longe para ver que ela somente começa a existir em 2004, com a edição da Medida Provisória 202. De fato, a “exclusão das receitas de exportação” da base de cálculo do PIS tratada na Lei 7.714 e a isenção da COFINS sobre receitas de exportação prevista na Lei Complementar 70 e objeto da Lei complementar 85 não incluíram expressamente as vendas à ZFM ainda que tenham estendido o benefício a outras operações equiparadas a exportação. Um exame cuidadoso dessas extensões vai revelar o que se disse acima: todas elas geram, imediata ou mediatamente, divisas internacionais. A conclusão que se impõe, assim, é que não havia, até o surgimento da Medida Provisória 1.858 qualquer benefício fiscal Fl. 242DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10650.902381/201123 Acórdão n.º 9303003.937 CSRFT3 Fl. 7 6 que desonerasse de PIS e de COFINS as receitas obtidas com a venda de produtos para empresas sediadas na ZFM. É certo que esse entendimento não era uníssono, muita peleja tendo se travado entre o fisco e os contribuintes que pretendiam estarem tais vendas amparadas pelos atos legais mencionados. E essas divergências somente se agravaram com a edição da MP, cuja redação padece de diversas inconsistências. Com efeito, tal MP, que revogou a Lei 7.714 e a Lei Complementar 85, disciplinando por completo a isenção das duas contribuições nas operações de exportação trouxe dispositivo expresso “excluindo” as vendas à ZFM. Isso, por óbvio, aguçou a interpretação de que já havia dispositivo isentivo e que esse dispositivo estava sendo agora revogado. Defendo que não, embora seja forçoso reconhecer que o dispositivo apenas criou desnecessário imbróglio. Com efeito, ouso divergir da conclusão exposta no Parecer PFGN 1789 no sentido de que tal ressalva se destinava apenas aos comandos insertos nos incisos IV, VI, VIII e IX. A razão para tanto é que aí ventilamse hipóteses intrinsecamente ligadas ao objetivo que o ato pretende incentivar: vendas para o exterior que trazem divisas para o país. Refirome aos incisos VIII (vendas com o fim de exportação a trading companies e demais empresas exportadoras) bem como o fornecimento de bordo a embarcações em tráfego internacional (ship’s Chandler). Além disso, a interpretação não apenas retira um incentivo, ela pressupõe um desincentivo: qualquer trading do decretolei 1.248/72, exportadora inscrita na SECEX ou ship’s Chandler instalada em outro ponto do território nacional terá vantagem em relação à que ali se instale. Não faz sentido tal discriminação contra a ZFM. A interpretação dada pela douta PGFN parece buscar um sentido para o comando do parágrafo de modo a não tornálo redundante. Fêlo, todavia, da pior forma, a meu sentir, pois fixouse no método literal esquecendose de considerar o motivo da norma. Realmente, uma cuidadosa leitura do parecer permite ler o artigo, com o respectivo parágrafo segundo, da seguinte forma: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, desde que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) NÃO esteja situada na ZFM. Com a exclusão do parágrafo: há isenção quando se vende com o fim específico de exportação, mesmo que a empresa compradora (trading ou simples exportadora inscrita na SECEX) esteja situada na ZFM. Ora, o objeto da isenção versada nesses dispositivos nada tem a ver com a localização da compradora mas com o que ela faz. É a atividade (exportação com conseqüente ingresso de divisas) que se quer incentivar. O que se tem de decidir é se a mera venda à ZFM, que não gera divisa nenhuma, deve a isso ser equiparado. Foi isso, em meu entender, que o parágrafo quis dizer: não é o que o Parecer da PGFN consegue nele ler. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10650.902381/201123 Acórdão n.º 9303003.937 CSRFT3 Fl. 8 7 Em conseqüência desse parecer, surgem decisões como as que ora se examinam: o pedido tinha a ver com venda a ZFM. A decisão abre a possibilidade de que tenha mesmo havido recolhimento indevido, mas por motivo completamente diverso. E mais, atribui ao contribuinte a prova dessa outra circunstância, que não motivara o seu pedido. Nonsense completo. Esse meu reconhecimento implica aceitar que o malsinado parágrafo estava sim se referindo, genericamente, às vendas à ZFM, ou, mais claramente, está ele a dizer que, para efeito do incentivo de PIS e COFINS, a mera venda a empresa sediada na ZFM não se equipara à exportação de que cuida o inciso II do ato legal em discussão. Mas, ao fazêlo, não está revogando dispositivo isentivo anterior: está simplesmente cumprindo o seu papel esclarecedor, ainda que nesse caso melhor fosse nada ter tentado esclarecer... Aliás, idêntico dispositivo esclarecedor poderia ter estado presente na LC 85 e na Lei 7.714 como já estivera no decretolei 491. Com isso, muita discussão travada administrativamente teria sido evitada ou transferida para o Judiciário. É a ausência de tal dispositivo e sua presença na nova lei que cria o imbróglio. Ele não leva, contudo, em minha opinião, à interpretação simplória de que tal ausência implicasse haver isenção. Para isso, primeiro, se tem de admitir que basta o Decretolei 288. Essa interpretação, pareceme, está em maior consonância com o espírito legisferante, pois não faz sentido considerar que uma norma que procura incentivar as exportações tenha instituído uma discriminação contra uma região (região, aliás, que sempre se procurou incentivar) em operações que produzem o mesmo resultado: a geração de divisas internacionais. A minha conclusão é, assim, de que mesmo entre 1º de fevereiro de 1999 e 31 de dezembro de 2000 há, sim, isenção das contribuições naquelas hipóteses, ainda que a empresa esteja situada na ZFM. Em outras palavras, a localização da empresa não é impeditivo à fruição do incentivo à exportação, desde que cumprido o que está previsto naqueles incisos. Mas tampouco há isenção APENAS PORQUE A COMPRADORA LÁ ESTEJA. Nos recursos ora em exame, esse foi o fundamento do pedido e a ele deveria terse restringido a DRJ. Nesses termos, só causa mais imbróglio a afirmação constante no acórdão recorrido de que “haveria direito” no período de 1º de janeiro de 2001 a julho de 2004 mas não estava ele adequadamente comprovado. Simplesmente não há o direito na forma requerida. E por isso mesmo não cabe a pretensão do contribuinte de que a Administração adapte o seu pedido fazendo as pesquisas internas que permitam apurar se alguma das empresas por ele listadas na planilha referida se enquadra naquelas disposições. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10650.902381/201123 Acórdão n.º 9303003.937 CSRFT3 Fl. 9 8 O máximo que se poderia admitir, dado o teor da decisão, era que, em grau de recurso, trouxesse a empresa tal prova. Não o fez, porém, limitandose a postular a nulidade da decisão porque não determinou aquelas diligências. Não sendo obrigatória a realização de diligências, como se sabe (art. __ do Decreto 70.235), sua ausência não acarreta nulidade da decisão proferida por quem legalmente competente para tal. Cabe sim manter aquela decisão dado que o contribuinte não comprovou o seu direito como lhe exigem o Decreto 70.235, a Lei 9.784 e o próprio Código Civil (art. 333). Com tais considerações, nego provimento ao recurso do contribuinte. Com essas mesmas considerações, votei, também aqui, pelo não provimento do recurso do contribuinte, sendo esse o acórdão que me coube redigir." Aplicandose as razões de decidir, o voto e o resultado acima do processo paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso especial do contribuinte, em razão da incidência das contribuições sobre as receitas oriundas de vendas efetuadas a empresas sediadas na Zona Franca de Manaus, no período tratado neste processo. Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 245DF CARF MF Impresso em 17/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/08/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 10580.728017/2015-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO.
São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2013
DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO.
O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-005.489
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo Presidente
(assinado digitalmente)
Túlio Teotônio de Melo Pereira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho.
Nome do relator: TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2013 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Exercício: 2013 DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida. Recurso Voluntário Provido.
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APOSENTADORIA. ISENÇÃO. Recorrente SAMUEL AUGUSTO RODRIGUES NOGUEIRA FILHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2013 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. São isentos do imposto de renda pessoa física os rendimentos provenientes de aposentadoria, reforma, reserva ou pensão, uma vez comprovado, por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência como aptas à concessão do benefício fiscal. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2013 DECISÃO RECORRIDA. MATÉRIA NÃO DISCUTIDA. RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. O recurso é dirigido contra a decisão de primeira instância, que circunscreve as matérias que podem ser objeto do inconformismo do sujeito passivo. Desse modo, no julgamento do recurso, é impossível conhecer de matéria não discutida na decisão recorrida. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 80 17 /2 01 5- 90 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo – Presidente (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Mario Pereira de Pinho Filho, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Amílcar Barca Teixeira Junior, João Victor Ribeiro Aldinucci, Bianca Felicia Rothschild e Theodoro Vicente Agostinho. Fl. 70DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728017/201590 Acórdão n.º 2402005.489 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Inicialmente, transcrevemos o relatório da decisão recorrida, por bem retratar os fatos ocorridos até então: Em nome do contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 10/14, com ciência do sujeito passivo em 08/09/2015 (fls. 37), relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física IRPF, exercício 2013, anocalendário 2012, sendo apurados os seguintes valores: IRPF Suplementar: 2.247,80 Multa de Oficio 75% (passível de redução) 1.685,85 Juros de Mora calculados até 31/08/2015 540,82 Total do crédito tributário apurado 4.474,47 Motivou o lançamento de ofício (fls. 12) a constatação de omissão de rendimentos tributáveis recebidos da fonte pagadora Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos Funprev, no valor de R$ 128.263,96, tendo o contribuinte os declarado como isentos por entender ser portador de moléstia grave que lhe daria direito à isenção. A autoridade lançadora relatou que não foi aceito o laudo pericial apresentado para comprovar a moléstia por ter a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia informado que, nem o Departamento de Polícia Técnica, nem o perito médico que assinou o documento, possuem competência funcional para emitir laudo destinado a isenção do imposto de renda. O notificado apresentou impugnação em 01/10/2015 (fls. 05/09), alegando ser aposentado desde 12/07/86 e portador de cardiopatia grave desde 03/03/2007, o que implica a isenção de imposto de renda sobre os proventos de sua aposentadoria, tendo assim retificado sua Declaração de Ajuste Anual DAA/2013, acrescentando que apresenta novo laudo pericial que estaria de acordo com os requisitos legais. É o relatório. A impugnação foi julgada improcedente pelo acórdão no 0958.879 6a Turma da DRJ/JFA (fls. 42/45), por entender que: (...) Sendo servidor público estadual na Bahia, como declarado, o sujeito passivo encontra à sua disposição órgão específico para obtenção do laudo pericial para a finalidade de isenção de Fl. 71DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 4 imposto de renda, que é a Junta Médica Oficial do Estado da Bahia, vinculado à Secretaria da Administração do Estado (Saeb) e subordinado à Superintendência de Recursos Humanos (SRH), a qual controla e executa a concessão de diversos benefícios previdenciários, inclusive realização de perícia médica para instrução de pedido de isenção do imposto sobre a renda para aposentados portadores de moléstia grave, atuando sempre que provocada pelo servidor, tendo por base legal a Lei n° 6.677/94 (Estatuto do Servidor), a Lei n° 11.357/2009 e o Decreto n° 9.967/2006 (http://www.saeb.ba.gov.br/juntamedica). Portanto, não se encontra justificada a reclassificação adotada para os rendimentos na categoria de isentos, por não existir comprovação da moléstia grave, em razão de deficiência do laudo apresentado, que não foi emitido pelo serviço médico oficial designado formalmente pelo ente federativo, devendo ser mantida a imputação fiscal. Voto para julgar improcedente a impugnação e manter o crédito tributário,sobre o qual incide a multa de ofício e os juros moratórios. Cientificado da decisão em 30/03/2016 (f. 67), o sujeito passivo inconformado apresentou recurso voluntário (fls. 49/53), em 06/04/2016, expedindo as seguintes razões: 1. preenche os requisitos para fruição da isenção prevista no art. 6o, inciso XIV, da Lei no 7.713/1988; 2. a equipe de fiscalização da DRF/SDR não considerou, na emissão do lançamento de ofício (notificação de lançamento) as cotas do imposto de renda pagas no montante de R$ 2.416,93 (comprovantes em anexo). Requer o provimento do recurso. Em 05/04/2016, o contribuinte atravessou requerimento para prioridade no pagamento de restituição de pessoas físicas (f. 54) motivado por ser portador de doença grave. É o relatório. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728017/201590 Acórdão n.º 2402005.489 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Túlio Teotônio de Melo Pereira Relator O recurso, apresentado no trintídio assinalado pelo art. 33 do Decreto no 70.235/72, é tempestivo. Presentes os demais requisitos, deve ser conhecido. Da prioridade no julgamento por moléstia grave Primeiramente, cumpre destacar que o art. 69A, inciso IV, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, assegura prioridade na tramitação dos procedimentos administrativos nas seguintes hipóteses: Art. 69A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). I pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). II pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). III – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). IV pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009). Do exame do laudo pericial (f. 15), constatase que o requerente tem diagnóstico de cardiopatia grave, desde 03/2007, pelo que faz jus ao processamento prioritário do feito, nos termos do art. 69A, inciso IV, da Lei no 9.784/1999. Por conseqüência, passase ao exame imediato do presente recurso voluntário. Isenção decorrente de doença grave Temse em pauta recurso voluntário no qual o Interessado pretende que seja reconhecido seu direito à isenção do imposto de renda pessoa física incidentes sobre rendimentos de aposentadoria, alegando que é portador de doença grave. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO 6 Para o gozo da isenção pleiteada, a Lei no 7.713/1988 estabelece os seguintes requisitos: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente sem serviços, e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerosemúltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação dada pela Lei nº 8.541, de 1992) (Vide Lei 9.250, de 1995) (...) XXI os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. (Incluído pela Lei nº 8.541, de 1992) (grifouse) Dos dispositivos transcritos, extraemse os dois requisitos para o exercício do direito à isenção pleiteada: a) que os rendimentos sejam oriundos de aposentadoria, reforma ou pensão; b) que o contribuinte seja portador de uma das doenças enumeradas no inciso XIV, do art. 6o, da Lei no 7.713/1988. Ademais, partir do anocalendário 1996, a Lei no 9.250/1995 qualificou a comprovação do segundo requisito nos seguintes termos: Art. 30 A partir de 1° de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei n° 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (grifouse) Para comprovar suas alegações, o recorrente trouxe, além de outros documentos, laudo pericial (f. 15), emitido por médico perito da Junta Médica Oficial do Judiciário/BA, concluindo que o Interessado é portador de cardiopatia grave (CID I25), desde 03/03/2007. Considerase, então, que o Contribuinte é portador de doença grave prevista no artigo 6°, inciso XIV, da Lei n° 7.713/1988, nos termos do laudo pericial emitido por Fl. 74DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO Processo nº 10580.728017/201590 Acórdão n.º 2402005.489 S2C4T2 Fl. 5 7 serviço médico oficial, fazendo jus, em razão disso, à isenção do imposto de renda incidente sobre os proventos de aposentadoria. Recurso provido na matéria. Dos supostos recolhimentos não considerados No tocante à reclamação de que o lançamento não teria considerado supostas cotas do imposto de renda pagas, devese observar que a matéria não foi impugnada e nem tratada na decisão recorrida, tendo sido argüida de maneira inédita no recurso. Nos termos do art. 33 do Decreto no 70.235/72, cabe recurso voluntário contra a decisão de primeira instância, não sendo viável, portanto, discutir, em sede de recurso, matéria não tratada na decisão a quo. Acontece que, por não ter sido impugnada, nos termos do art. 17 do Decreto no 70.235/72, operouse a preclusão administrativa do direito de o recorrente discutir a matéria. Desse modo, não se conhece de recurso quanto a matéria. Conclusão Diante do exposto, voto por: (i) não conhecer do recurso, quanto aos supostos recolhimentos não considerados, visto que a matéria não foi discutida na decisão recorrida; e (ii) conhecer do recurso quanto às demais matérias para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Túlio Teotônio de Melo Pereira. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 10/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2016 por TULIO TEOTONIO DE MELO PEREIRA, Assinado digitalmente em 08/10/2016 por KLEBER FERREI RA DE ARAUJO
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Numero do processo: 16327.001016/2004-29
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2002
Recurso Especial. Ausência de Similitude Fática. Divergência não Caracterizada.
Tratando-se de situações fáticas diversas, cada qual com seu conjunto probatório específico, as soluções diferentes proferidas pelos colegiados cujas decisões são comparadas, não têm como fundamento a interpretação diversa da legislação, mas sim as diferentes situações fáticas retratadas em cada um dos julgados.
Numero da decisão: 9101-002.436
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal De Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado em substituição à Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à Conselheira Nathália Correia Pompeu), Luis Flavio Neto e Cristiane Silva Costa. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal De Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado em substituição à Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à Conselheira Nathália Correia Pompeu), Luis Flavio Neto e Cristiane Silva Costa. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto.
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(NOVA DENOMINAÇÃO DE BANCO ABN AMRO REAL S.A) ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. DIVERGÊNCIA NÃO CARACTERIZADA. Tratandose de situações fáticas diversas, cada qual com seu conjunto probatório específico, as soluções diferentes proferidas pelos colegiados cujas decisões são comparadas, não têm como fundamento a interpretação diversa da legislação, mas sim as diferentes situações fáticas retratadas em cada um dos julgados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente em exercício (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente em exercício), André Mendes de Moura, Adriana Gomes Rego, Rafael Vidal De Araújo, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa (suplente convocado em substituição à Conselheira Daniele Souto Rodrigues Amadio), Demetrius Nichele Macei (suplente convocado em substituição à Conselheira Nathália Correia Pompeu), Luis Flavio Neto e Cristiane Silva Costa. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 10 16 /2 00 4- 29 Fl. 511DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/10/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.001016/200429 Acórdão n.º 9101002.436 CSRFT1 Fl. 511 2 Relatório A FAZENDA NACIONAL recorre a este Colegiado, por meio do Recurso Especial (fls. 345 e ss do volume 2 digitalizado), contra o Acórdão nº 140200.239 (fls. 335 e ss do volume 2 digitalizado) que, por maioria de votos, negou provimento ao Recurso de Ofício apresentado pela DRJ em São Paulo/SPI, e deu provimento ao Recurso Voluntário apresentado pela interessada, cancelando a exigência de multa isolada lançada sobre estimativas não recolhidas nos meses de janeiro e março do anocalendário 2002. Transcreve se a ementa do acórdão recorrido: MULTA ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a penalidade após o encerramento do período de apuração quanto o contribuinte apura prejuízo fiscal. Recurso de Oficio Negado e Recurso Voluntário Provido. A exigência da multa isolada foi formalizada como decorrência da não homologação da compensação das referidas estimativas, que haviam sido indicadas para compensação nos autos do processo nº 16327.000655/200496. A PFN aponta divergência jurisprudencial em relação à incidência de multa isolada por falta de recolhimento de estimativas. Indicou como paradigma o Acórdão n° 10194.874, que veiculou a seguinte ementa: Acórdão n° 10194.874 CSLL — PAGAMENTOS POR ESTIMATIVA — MULTA ISOLADA — BASE DE CÁLCULO — Correto o procedimento fiscal que adotou como base de cálculo da multa isolada prevista no artigo 44, §1°, IV da Lei n° 9,430/96, os resultados mensais apurados pela contribuinte, com base em balanços mensais de apuração do tributo devido. Em suas razões recursais a Fazenda Nacional, em resumo, tece os seguintes argumentos: a) a contribuinte fez opção pelo pagamento por estimativa, que é irretratável, conforme o art. 3º da Lei nº 9.430/96, significando que, nos termos dos artigos 29, §§1° e 2 ° , 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981/95 (aos quais a Lei nºv9.430/96 faz remissão), deverá pagar o imposto mensalmente, sobre base de cálculo estimada, podendo suspender ou reduzir o valor a ser recolhido, desde que levante o chamado "balancete de suspensão"; b) apesar de ter feito a opção pelo pagamento mensal do imposto por estimativa, a interessada não efetuou os recolhimentos mensais, ou os efetuou a menor, conforme constatou a fiscalização. c) por esse motivo, qual seja, o inadequado recolhimento mensal do imposto por estimativa, foi lavrado auto de infração, em que se exige o pagamento da "multa isolada" disposta expressamente no art. 44, §1°, " I V " , da Lei 9.430/96. Fl. 512DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/10/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.001016/200429 Acórdão n.º 9101002.436 CSRFT1 Fl. 512 3 d) a teor art. 44, II,"b", da Lei 9.430/96, a "multa isolada" é exigida, isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal, na forma do art. 2º , que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica; e) por se tratar, consoante a própria norma legal, de multa isolada, sem cobrança concomitante de tributo, não poderá incidir durante o próprio ano calendário em que, justamente, o tributo é que é devido; f) a inexistência de tributo devido ao final do período não elide a incidência da multa prevista no art. 44, II, "b", da Lei nº 9.430/96, uma vez que a Lei não dispensa a cobrança de penalidade nesses casos, ao contrário; g) a nova redação do referido Art. 44 da Lei nº 9.430/96, afasta o entendimento firmado pela Câmara a quo no sentido de que a provisoriedade das antecipações lhe tiram a condição de tributo devido. Ao final, pede pelo provimento do Recurso Especial, a fim de que seja mantido o lançamento da multa de ofício isolada, agora, tendo em vista a retroatividade benigna da Lei n° 11.488/2007, sob a alíquota de 50%. Pelo Despacho 140000.338, o Recurso Especial interposto foi admitido (fls. 370 e ss do volume 2 digitalizado). Cientificada, a contribuinte apresentou Contrarrazões (efls. 485/498) na qual alega, em preliminares, que o Recurso Especial da PFN não deve ser admtido porque o acórdão paradigma não se amoldaria à questão discutida nos autos. Isso porque o paradigma tratou apenas de afirmar a plausabilidade da exigência da multa isolada tendo por base os resultados mensais apurados, enquanto que o acórdão recorrido afirmou a impossibilidade da incidência da multa quando o contribuinte não apura tributo a recolher ao final do período de apuração. No mérito, alega: a) os valores pagos a título de estimativa não têm natureza de tributo, pois o fato gerador só ocorre em 31/12 de cada ano, quando se dá a aquisição de renda, base de cálculo da exação; b) não se pode aplicar a multa prevista no art. 44, § 1º, da Lei nº 9.430/96, após a apuração de base de cálculo negativa para o imposto ao término do período; c) prejudicialidade do processo sob análise em relação ao Processo Administrativo Fiscal nº 16327.000655/200396, devendo ser sobrestado o feito até decisão final sobre o processo da compensação. Pugna, ao fim, pelo não conhecimento do Recurso Especial da PFN, pela manutenção do acórdão recorrido e alternativamente, sobrestamento para julgamento em conjunto com o processo nº 16327.000655/200396. É o relatório. Fl. 513DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/10/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.001016/200429 Acórdão n.º 9101002.436 CSRFT1 Fl. 513 4 Voto Conselheira Adriana Gomes Rêgo, Relatora. O recurso é tempestivo. Mas, com o devido respeito, discordo de sua admissibilidade. A comparação entre o acórdão recorrido e o paradigma indicado pela PFN demonstra que os colegiados analisaram situações fáticas distintas. Vejamos, mais uma vez, as ementas do acórdão recorrido e do acórdão paradigma: Acórdão recorrido nº 140200.239: Ementa: MULTA ISOLADA NA FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA. É inaplicável a penalidade após o encerramento do período de apuração quanto o contribuinte apura prejuízo fiscal. Acórdão paradigma n° 10194.874: CSLL — PAGAMENTOS POR ESTIMATIVA — MULTA ISOLADA — BASE DE CÁLCULO — Correto o procedimento fiscal que adotou como base de cálculo da multa isolada prevista no artigo 44, §1°, IV da Lei n° 9,430/96, os resultados mensais apurados pela contribuinte, com base em balanços mensais de apuração do tributo devido Pelo simples cotejo entre as ementas já se percebe que as situações fáticas analisadas pelos colegiados foram distintas. Mas a análise do teor de ambos os votos, demonstra claramente que o paradigma não se amolda à situação do recorrido. Com efeito, nos presente autos, foi lançada multa isolada pela falta de recolhimento de estimativas que haviam sido declaradas em DCOMP tratada nos autos do processo nº 16327.000655/200396, que restaram não homologadas. No acórdão recorrido, o relator do voto, acompanhado pela maioria, afirmou que é possível exigir multa isolada pela falta de recolhimento de estimativas após o encerramento do anocalendário, desde que ela não seja concomitante com a multa de ofício e desde que seja apurado saldo de tributo a pagar no final do período de apuração. Como, no anocalendário 2002, a contribuinte apresentou Saldo Negativo de IRPJ, considerouse que não havia saldo de tributo a pagar e, por tal razão, exonerouse a multa isolada. O paradigma tratou de analisar caso em que foi lavrado Auto de Infração exigindo multa isolada pela falta de recolhimento de estimativas de CSLL dos meses de janeiro e fevereiro de 1997 e fevereiro e março de 2000. A contribuinte apurou as estimativas com base em balanço/balancete de redução suspensão. Nesses meses, houve CSLL a pagar, mas não recolhida. Daí a aplicação das multas isoladas, tendo por base de cálculo o valor da CSLL apurada nesses meses, com base em balanço/balancete. Fl. 514DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/10/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 16327.001016/200429 Acórdão n.º 9101002.436 CSRFT1 Fl. 514 5 No caso do paradigma o colegiado a quo entendeu correta a base de cálculo utilizada pela fiscalização, para calcular o valor da multa isolada, que foi o valor apurado de CSLL nos meses de janeiro e fevereiro de 1997 e fevereiro e março de 2002, com base nos balanços/balancetes de suspensão/redução. Portanto, a situação fática do paradigma não é a mesma do recorrido, já que, no paradigma, nada se disse a respeito da aplicação da multa após o encerramento do ano calendário quando não se apura tributo devido. Pode ser que o colegiado tenha entendido que a questão (encerramento do anocalendário sem apuração de tributo devido) não seria relevante para o caso de apreciar a incidência da multa isolada . Mas, para o recorrido, esse fato foi determinante para a conclusão do colegiado. Além disso, a despeito do entendimento do acórdão recorrido, o caso em apreço diz respeito a uma multa lançada em razão de uma não homologação de compensação. Essa não homologação decorreu do fato de a RFB não ter aceito compensação de débitos de estimativas. Assim, como os débitos da estimativa ficaram “em aberto”, lançouse a multa pela não homologação. Portanto, é uma situação diversa daquela constante dos autos do acórdão paradigma. Ressaltese que, tratandose de situações fáticas diversas, cada qual com seu conjunto probatório específico, as soluções diferentes não têm como fundamento a interpretação diversa da legislação, mas sim as diferentes situações fáticas retratadas em cada um dos julgados. Portanto, entendo não ter restado caracterizada a divergência arguida pela PFN, por ausência de similitude fática. Conclusão Em face ao exposto, voto no sentido de não conhecer do Recurso Especial da PFN. É como voto. Adriana Gomes Rêgo Fl. 515DF CARF MF Impresso em 11/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por ATENA JORGE DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/10/20 16 por ADRIANA GOMES REGO, Assinado digitalmente em 11/10/2016 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 10930.903609/2012-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 13 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 12 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do Fato Gerador: 05/01/2006
COFINS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA.
Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazê-lo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas.
COFINS - IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO.
Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.579
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
(Assinado com certificado digital)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA. Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas. COFINS IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negarlhe provimento. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 36 09 /2 01 2- 37 Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10930.903609/201237 Acórdão n.º 3402003.579 S3C4T2 Fl. 3 2 Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Trata os presentes autos de Pedido de Restituição (PER), por meio do qual a Recorrente solicita a restituição do crédito decorrente do pagamento de COFINS IMPORTAÇÃO. No Despacho Decisório, a autoridade competente da DRF em Londrina/PR, indeferiu o pleito da interessada, uma vez que o DARF informado como origem do crédito estava integralmente utilizado para quitação de débitos da própria contribuinte, "não restando crédito disponível para restituição". Inconformada com a decisão proferida, a empresa apresentou manifestação de inconformidade na qual esclarece tratarse de pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi. Consigna que a Lei nº 10.865/2004 instituiu as contribuições do PIS e da COFINS sobre a importação de bens e serviços, mas não foi clara em relação à incidência sobre as quantias remetidas ao exterior a representantes comerciais a título de comissões sobre vendas, o que fez com que a Recorrente optasse por recolher as contribuições sobre essas operações. Entretanto, a Receita Federal do Brasil, em resposta a diversas consultas (cita duas), passou a vazar o entendimento de que as comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior, não estão sujeitas à incidência do PIS e da COFINS Importação. Isso porque, anota a Recorrente, essas operações não configuram hipótese de serviços prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Assim, uma vez ter efetuado o pagamento de tributo indevido, tem o direito à restituição na forma prevista no art. 165 do Código Tributário Nacional CTN, devidamente corrigido pela taxa SELIC, conforme prescreve a Lei nº 9.250, de 1995, "ainda que informado o débito em DCTF". Sobreveio, então, o Acórdão nº 06045.951, da DRJ em Curitiba (PR), negando provimento à Manifestação de Inconformidade. Irresignada com a referida decisão, foi interposto o presente recurso voluntário, cujas razões, em suma, são as seguintes: (i) diferente do que entendeu a autoridade julgadora, a empresa recorrente comprovou ser pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi; (ii) que demonstrou que a Lei n° 10.865, de 2004, que instituiu as contribuições ao PIS/Pasep e COFINS sobre a importação de bens e serviços, não foi clara ao determinar a incidência sobre as quantias pagas, ou remetidas ao exterior, a representantes comerciais domiciliados no exterior a título de comissões sobre vendas; Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10930.903609/201237 Acórdão n.º 3402003.579 S3C4T2 Fl. 4 3 (iii) para não sofrer sanções, optou por recolher as contribuições sobre as quantias remetidas ao exterior (para representantes domiciliados no exterior) incidentes sobre comissões sobre vendas, conforme (DARF's) apresentados; (iv) ocorre que, posteriormente, a própria RFB, através de inúmeras respostas a Soluções de Consultas, passou a definir que as "comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior não estão sujeitas à incidência da COFINS/PISImportação", por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Reproduz algumas dessas Solução de Consulta. (v) que o processo administrativo sempre deve buscar a verdade real ou material relativa aos fatos tributários, em decorrência da estrita legalidade tributária, que devem nortear todos os atos da administração fiscal. Com isto, não basta simplesmente argumentar que "prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido", para negar a existência do direito creditório; (vi) frisa que os erros contidos em declaração podem e devem ser retificados de ofício, por força da estrita legalidade tributária e nos moldes do art. 147, § 2º do CTN. (vii) que seja reconhecido que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis em valores devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95; (viii) requer que seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova ou esclarecimento de dúvidas relativas aos fatos trazidos neste processo. À vista do exposto, espera e requer seja julgado integralmente procedente o presente recurso, a fim de que seja reconhecido o direito creditório e assegurada a restituição das quantias recolhidas indevidamente. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.529, de 13 de dezembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10930.903656/201281, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.529): Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10930.903609/201237 Acórdão n.º 3402003.579 S3C4T2 Fl. 5 4 Emerge do relatado, que o objeto do pedido de ressarcimento tem como fundamento o indébito de PIS/Pasep sobre comissão de venda paga a representantes comerciais residentes/domiciliados no exterior. No referido Despacho Decisório restou consignado que, "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição". Consta dos autos que o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. Ou seja, ao que tudo indica, o contribuinte não retificou a DCTF no que pertine ao pleito em questão, por isso a conclusão do despacho decisório vestibular que o valor sob pedido de ressarcimento foi "integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte". Por outro lado, a Recorrente tenta demonstrar em seu recurso, que não há incidência de contribuições para o PIS Importação sobre remessas realizadas para o exterior para pagamento de comissões à agentes no exterior a título de comissões ali realizadas, por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique, e que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis e em montantes devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95. Tudo com base na Lei nº 10.865, de 2004 e Soluções de Consultas emitidas pela RFB que cita. Contudo, se de um lado a decisão recorrida tenha asseverado que "(...) como se vê uma das hipóteses de ocorrência do fato gerador das contribuições ao PIS e a COFINS, sobre importação de serviços, é a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação pelo serviço prestado", como alega a peticionante, por outro giro, deixou patente que o ônus da prova quanto ao indébito seria da ora Recorrente, nos seguintes termos: "(...) Mas, para a verificação se os valores remetidos ao exterior atendem às condições estabelecidas em lei para a incidência das contribuições sobre a importação de serviços ou, não se caracterizando o fato gerador da obrigação tributária, há, de fato, o indébito reclamado pela interessada, é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. Ocorre que, no presente caso, prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido. Nesse sentido, é bom lembrar que não se permite, depois de iniciado qualquer procedimento fiscal, que seja retificada declaração quando vise a reduzir ou a excluir tributo, a não ser mediante a comprovação do erro em que se funde. É o que Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10930.903609/201237 Acórdão n.º 3402003.579 S3C4T2 Fl. 6 5 determina o art. 147, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25/10/1966. E, como visto, o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. (sublinhei) E conclui a decisão a quo: "(...) Assim, instaurado o contencioso administrativo, as alegações quanto ao suposto crédito decorrente de recolhimento indevido ou a maior, como no caso em análise, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da contribuinte. Dessa forma, uma vez que a conclusão emitida pela autoridade administrativa teve como pressuposto as informações prestadas pela própria interessada em declarações fiscais válidas a produzir efeitos na data da emissão do Despacho Decisório e não havendo prova hábil que contrarie as informações prestadas espontaneamente, demonstrando o pagamento indevido do tributo, é de se manter o indeferimento da restituição pleiteada". Portanto, a lide se resume na questão de atendimento de condições estabelecidas em lei e provas documentais trazidos aos autos, pois para o deslinde do litígio é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, mormente quando o pedido versa sobre suposto pagamento indevido. No caso em análise, por se tratar de pedido de restituição, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da recorrente. Documentação essa, frisese, de posse da recorrente por determinação legal, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. É de conhecimento que a regra fundamental do sistema processual adotado pelo legislador nacional, quanto ao ônus da prova, encontrase cravada no art. 373 do novo Código de Processo Civil, in verbis: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída para o Fisco quando realiza o lançamento tributário e para o sujeito passivo, quando formula pedido de repetição de indébito. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 10930.903609/201237 Acórdão n.º 3402003.579 S3C4T2 Fl. 7 6 E, no presente caso, é fato que prova alguma foi trazida aos autos pela Recorrente que comprovem que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora ela tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, quer na impugnação, quer agora na fase recursal. Demais disso, o fundamento da decisão recorrida foi justamente este, qual seja, a falta de prova. Mas, contrariando os ditames do ônus da distribuição da prova para provar fato constitutivo de seu direito, insiste que "seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova". Ora, se toda a documentação para provar o direito que alega está em seu poder, deveria ter a Recorrente produzido tal prova quando da manifestação de inconformidade, ou mesmo em sede de recurso voluntário, o que não ocorreu. Diante desse quadro, entendo que a decisão da DRJ é merecedora de ser mantida pelos seus próprios fundamentos. Conclusão Assim, concluo que por falta de prova hábil acostadas nos autos, ônus seu de produzir, deve ser negado seu pleito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 61DF CARF MF
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Numero do processo: 10469.905871/2009-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/2005 a 28/02/2005
COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO INCONTROVERSO.
É de se reconhecer o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte quando ratificado pelo próprio Fisco em atendimento à diligência.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.272
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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DIREITO CREDITÓRIO INCONTROVERSO. É de se reconhecer o direito creditório utilizado em compensação declarada pelo contribuinte quando ratificado pelo próprio Fisco em atendimento à diligência. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório A empresa em epígrafe enviou PER/DCOM, com base em crédito oriundo de suposto "pagamento indevido ou a maior". Foi exarado despacho decisório eletrônico que não homologou a compensação sob o fundamento de que só foram encontrados pagamentos, "mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 90 58 71 /2 00 9- 14 Fl. 2623DF CARF MF Processo nº 10469.905871/200914 Acórdão n.º 3402003.272 S3C4T2 Fl. 3 2 O contribuinte manifestou sua inconformidade contra esse despacho, alegando que havia calculado as contribuições PIS/COFINS sobre seu faturamento total, quando, na verdade, a grande maioria de suas vendas são de frutas e verduras, as quais têm sua alíquota reduzida a 0% quando destinadas ao mercado interno, conforme art. 28 da Lei 10.865/2004. Contudo, alega que recalculou os impostos mas não retificou a DCTF, pelo que a RFB não teria encontrado a existência de crédito. Informa que para corrigir a situação foi feita retificação na DCTF relativa ao período. A DRJ/Recife julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Contra essa decisão a empresa manejou recurso voluntário, no qual repisa o disposto em sua manifestação de inconformidade, juntando notas fiscais. A 2ª Turma Especial desta 3ª Seção, por meio da Resolução 3802000.041, converteu o julgamento em diligência nos seguintes termos: Assim, diante dos elementos constantes dos autos, voto para a conversão do presente julgamento em diligência a fim de que a unidade preparadora, frente à documentação anexa ao processo e demais documentos e esclarecimentos que julgar necessários indagar à suplicante, se manifeste sobre a COFINS efetivamente devida no período de que trata o pleito. Considerando que o presente é um dos 31 processos em nome da interessada que trata de aduzido direito creditório pelo pagamento indevido da COFINS nos anosbase de 2005 e de 2006, poderão ser elaborados, para fins de atendimento à presente diligência, relatório e, sendo o caso, planilha demonstrativa única, em que sejam discriminadas as bases de cálculo mensais, a COFINS efetivamente devida e a COFINS paga em cada um dos períodos correspondentes. Em seu Relatório de Diligência Fiscal, a DRF/Natal reconheceu o direito creditório do contribuinte, em montante suficiente para homologar a compensação declarada, assim concluindo: (...)Assim sendo, esta unidade preparadora oferece ao CARF parecer pugnando pelo provimento do Recurso Voluntário apresentado nos processos em epígrafe relacionados. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.260, de 27 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10469.903727/200943, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.260): Fl. 2624DF CARF MF Processo nº 10469.905871/200914 Acórdão n.º 3402003.272 S3C4T2 Fl. 4 3 "Emerge do relatado que a própria RFB entende que o contribuinte tem direito ao crédito utilizado na compensação declarada. Assim, diante do resultado da diligência fiscal, é de ser reconhecido o crédito utilizado na compensação declarada, cujo montante é suficiente para sua homologação. Diante do exposto, dou provimento ao recurso voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório utilizado na compensação declarada. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 2625DF CARF MF
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