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Numero do processo: 11080.729849/2013-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Ano-calendário: 2007
Ementa:
SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE.
Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal.
SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES.
A instalação de elevadores amolda-se ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços.
Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.148
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra acompanharam o Relator do acórdão paradigma pelas conclusões (art. 63, § 8º do RICARF).
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Vinícius Guimarães (Suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que foi substituído pelo Conselheiro Suplente convocado.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Ano-calendário: 2007 Ementa: SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores amolda-se ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido.
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ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores amoldase ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. Recurso voluntário provido. Direito creditório reconhecido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Os Conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Carlos Augusto Daniel Neto e Waldir Navarro Bezerra acompanharam o Relator do acórdão paradigma pelas conclusões (art. 63, § 8º do RICARF). (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 98 49 /2 01 3- 65 Fl. 358DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 2 Laurentiis Galkowicz, Vinícius Guimarães (Suplente convocado), Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Ausente justificadamente o Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, que foi substituído pelo Conselheiro Suplente convocado. Relatório Trata o presente processo de DCOMP transmitida com objetivo de compensar os débitos nela apontados com créditos provenientes de pagamento indevido ou a maior. A matéria foi objeto de decisão proferida por intermédio do Despacho Decisório, no qual a Delegacia de origem, com base em informação fiscal resultante de diligência do Serviço de Fiscalização para apuração do direito creditório informado na DCOMP, onde ficou constatada a improcedência do mesmo, revisou de ofício o reconhecimento do direito creditório automático para não reconhecimento do direito creditório por inexistência do crédito e também de ofício revisou a homologação total da compensação efetuada através da mencionada declaração para compensação não homologada. A autoridade fiscal que proferiu a referida informação tomou por base a Solução de Consulta 446 SRRF/8ª RF/Disit, de 18/08/2007, uma vez que a Solução de Consulta 104 SRRF/10ª RF/Disit, de 18/08/2008, foi anulada pelo Parecer 52 SRRF10/Disit, de 13/09/2011, sob o seguinte argumento: É vedada a coexistência de duas soluções de consulta vigentes e eficazes sobre o mesmo fato, relativas a um mesmo sujeito passivo(...). Por sua vez, a Solução de Consulta vigente tem a seguinte ementa para o PIS: ELEVADORES. NÃOCUMULATIVIDADE. A instalação de elevador por seu produtor não caracteriza obra de construção civil, descabendo a aplicação do art. 10, XX, da Lei nº 10.833, de 2003. Caracterizase como operação de industrialização, na modalidade montagem, a reunião de partes, peças e componentes da qual resulte elevador, inclusive quando realizada fora do estabelecimento do executor, no próprio prédio onde esse equipamento será utilizado. Sofre incidência da contribuição para o PIS/Pasep em regime de apuração não cumulativo o total das receitas decorrentes do fornecimento de elevador por seu produtor, o qual se conclui ao final do processo de montagem. Para a Cofins foi proferida ementa com igual teor. (...). Uma vez intimado o contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade, a qual foi julgada improcedente pelo acórdão 09054.920, que entendeu que a compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, não verificado no caso em comento, afastou a preliminar de nulidade do Despacho Decisório e concluiu que "a Fl. 359DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 3 decisão judicial transitada em julgado é, na verdade, a lei aplicada ao caso concreto e, tratandose de exclusão do crédito tributário, deve ser interpretada literalmente". Diante deste quadro, o contribuinte apresentou o recurso voluntário tempestivo, oportunidade em que repisou os fundamentos desenvolvidos em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.145, de 18 de abril de 2018, proferido no julgamento do processo 11080.729500/201323, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402005.145): "5. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. I. A discussão travada nos autos e o precedente vinculante deste CARF favorável ao contribuinte 6. A questão aqui travada não é nova, uma vez que já foi decidida por este CARF para o mesmíssimo contribuinte de forma paradigmática, i.e., nos termos do art. 47, § 2º do RICARF. Referida decisão foi veiculada por intermédio do acórdão n. 3201002.448 e encontrase assim prescrita: (...). A princípio, temse que o cerne da questão é definir qual a natureza da atividade exercida pela Recorrente (instalação de elevadores): se construção civil ou se industrialização. Tal definição determinará se a Recorrente deveria, à época dos fatos geradores, apurar o recolhimento do PIS e da COFINS pelo regime não cumulativo ou pelo cumulativo. Há peculiar situação no feito, consistente no fato de que a Recorrente teria apresentado duas Consultas Fiscais acerca do tratamento tributário mais adequado, obtendo Soluções conflitantes. Na primeira delas, Solução de Consulta nº 446/2007, da 8ª Região Fiscal, concluiuse que se tratava de industrialização e que, portanto, as receitas estariam Fl. 360DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 4 sujeitas ao regime não cumulativo das citadas contribuições. A segunda, Solução de Consulta nº 104/2008, da 10ª Região Fiscal, afirmou que as receitas estariam sob o regime cumulativo. No caso, o crédito postulado pela Recorrente origina da aplicação do segundo entendimento. Os créditos postulados, portando, decorrem da reapuração do PIS e da COFINS outrora calculados pelo regime não cumulativo e reajustados para o cumulativo. Idêntica questão já foi examinada por esta mesma Turma na sessão de 24 de fevereiro de 2016, em decisão por maioria proferida nos autos do Processo nº 11080.726628/201335, da mesma THYSSENKRUPP ELEVADORES S/A, no qual a Conselheira Doutora Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo foi designada Relatora para o Voto Vencedor. O referido Acórdão nº 3201002.070 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/06/2008 a 31/12/2009 SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores subsumese ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO No lançamento de ofício, o valor originário do crédito tributário compreende o valor do tributo e da multa por lançamento de ofício. Sobre a multa por lançamento de oficio não paga no vencimento incidem juros de mora. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/06/2008 a 31/12/2009 Fl. 361DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 5 SOLUÇÃO DE CONSULTA DESFAVORÁVEL AO CONTRIBUINTE. ALTERAÇÃO POR DECISÃO PROFERIDA NO ÂMBITO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. VALIDADE. Não há óbice legal para que seja alterado entendimento veiculado em solução de consulta, desfavorável ao contribuinte, por decisão emanada no âmbito do contencioso administrativo fiscal. SERVIÇOS DE INSTALAÇÃO DE ELEVADORES. A instalação de elevadores subsumese ao conceito de "serviço", do que decorre que se submete ao regime cumulativo das contribuições ao PIS e à COFINS. Inteligência do Decreto n.7708/2011, que instituiu a Nomenclatura Brasileira de Serviços. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO No lançamento de ofício, o valor originário do crédito tributário compreende o valor do tributo e da multa por lançamento de ofício. Sobre a multa por lançamento de oficio não paga no vencimento incidem juros de mora. Recurso Voluntário Provido e Recurso de Ofício Negado Vistos,relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Conselheiro Winderley Morais Pereira, relator. Designada para redigir o voto vencedor a Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Como consta em ata, o voto da i. Conselheira Doutora Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo foi por mim acompanhado integralmente. Por essa razão, peço vênia para transcrevêlo como fundamento do presente julgado: Como se depreende do voto do eminente relator, o mérito da presente demanda não foi conhecido, por se entender que havia solução de consulta, proferida para a situação específica dos autos e proposta pela própria Recorrente. Com efeito, no mérito a Recorrente alega que o regime jurídico de apuração das contribuições sociais, tome a sua atividades de instalação de elevadores como prestação de serviços de construção civil, o que determinaria a aplicação do regime cumulativo. A Recorrente obteve a solução de consulta SRRF/8ªRF/DISIT nº 446, de 18/09/2007, que ao analisar as atividades realizadas pela Recorrente de instalação de elevadores, decidiu não ser atividade de construção civil e portanto, estariam sujeita a apuração do PIS e da COFINS no regime não cumulativo. Fl. 362DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 6 Não obstante, a Recorrente protocolou nova consulta, na Superintendência da Receita Federal do Brasil na 10ª Região Fiscal (Solução de Consulta SRRF/10ªRF/DISIT nº 104, de 18 de agosto de 2008), que considerou a atividade da Recorrente como prestação de serviços de construção civil e portanto, enquadrada nas disposições do art. 10, XX, da Lei nº 10.833/2003, determinando a apuração do PIS e da COFINS no regime cumulativo.(fls. 391 a 397). O entendimento do eminente Conselheiro Winderley Morais Pereira foi no sentido de que, em sendo a solução de consulta instrumento de garantia do contribuinte para esclarecimentos quanto a aplicação da legislação, a possibilidade de consultas do mesmo contribuinte tratando da mesma matéria serem protocoladas em unidades diversas da RFB, poderia mitigar a força normativa das consultas. Por essa razão, a decisão anterior não produziria efeito, nos termos do art. 54, IV do Decreto nº 70.235/72. Contudo, a questão que se põe e da qual se diverge do ilustre relator, é precisamente sobre a possibilidade de a decisão proferida no âmbito do contencioso administrativo fiscal, se sobrepor a decisão em solução de consulta, para o mesmo contribuinte. Ora, embora pelo processo de consulta possa se entender que o contribuinte recorra à Administração para buscar a correta exegese de determinada norma jurídica, verificase o que se busca, invariavelmente, é uma medida protetiva, de cunho preventivo, para a estruturação tributária de suas operações. O fato é que no âmbito do processo de consulta, o contribuinte não comparece na condição de mero consulente, até mesmo porque, já traz em seu pedido o posicionamento que entende cabível, com a respectiva fundamentação legal, o que aliás, é condição para o processamento de sua consulta, de acordo com a legislação em vigor, sob pena de sua ineficácia. Embora o procedimento de consulta não se equipare lógica e juridicamente ao processo administrativo fiscal, o fato é que este também possui conteúdo persuasivo, buscandose convencimento da Administração, acerca de determinada interpretação. E se assim for o caso, a solução em consulta conferelhe medida protetiva, um verdadeiro escudo contra eventuais futuros entendimentos administrativos contrários. Por essa razão, apenas a solução de consulta favorável ao contribuinte tem repercussões no contencioso administrativo fiscal, no sentido de coibir o lançamento. Observese que, nessa toada, dispõe o art. 100 do Decreto n. 7574/2011: (...). Fl. 363DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 7 Acresçase, por fim, que as decisões proferidas em procedimentos de consulta e no processo administrativo fiscal são lógica e juridicamente distintas, de sorte que não se verifica quaisquer relações de hierarquia entre elas. Superadas a questão, partese para o conhecimento do mérito da lide. A atividade de instalação de elevadores deve ser caracterizada como serviço, e não como atividade de industrialização, frisandose que, na hipótese dos autos, a Recorrente aparta a atividade de fabricação dos elevadores, da de sua instalação. Além de todas os fundamentos jurídicos trazidos pela Recorrente, como o fato de que a instalação de elevadores sob encomenda ser complemento da obra de construção civil, esta, indubitavelmente subsumida ao conceito de serviço, por se agregarem ao solo, dentre outras, temse que, para efeitos da legislação federal, que passou a tributar os serviços pelas contribuições sociais, bem como instituir o instrumental necessário para o controle do comércio exterior de serviços, com a edição da Nomenclatura Brasileira de Serviços, Decreto n. 7708/2011, não há mais dúvidas quanto ao enquadramento. Destarte, de acordo com o art. 2o do decreto, a NBS será adotada como nomenclatura única na classificação das transações com serviços, intangíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das pessoas físicas, pessoas jurídicas e entes despersonalizados. Os serviços de instalação de elevadores estão assim dispostos: SEÇÃO I SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO Capítulo 1 Serviços de construção 1.0131 Outros serviços de instalação 1.0131.10.00 Serviços de instalação de elevadores, esteiras e escadas rolantes O direito positivo brasileiro não traz um conceito conotativo de "serviço' nem mesmo para efeitos de incidência do ISSQN, operando sempre com definições denotativas, ou seja, com listas que arrolam o que são considerados os "serviços" para efeitos de tributação. Portanto, não se questiona a validade, vigência e eficácia da Nomenclatura Brasileira de Serviços, para esse fim. Não se olvide, finalmente, que os decretos são de aplicação obrigatória para o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de maneira que considerada a atividade em questão como serviço, deve ser a aplicação do regime cumulativo das contribuições sociais. Fl. 364DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 8 Por essas razões, entendo que há de ser dado provimento ao recurso voluntário.Com efeito, não vislumbro a possibilidade de uma Solução de Consulta expedida pela Receita Federal do Brasil vincular, ad eternum, uma exigência tributária que se mostre claramente ilegítima. Não se trata aqui de discutir se o contribuinte poderia ou não ter formulado uma segunda Consulta Fiscal, ou mesmo qual das respostas deveria prevalecer. Tratase aqui de reconhecer a legalidade ou ilegalidade de uma exigência tributária, ou, melhor dizendo, de definição acerca do alcance de uma norma tributária. Mesmo se admitisse que, de acordo com as normas procedimentais, a segunda Solução de Consulta deveria ser tida por inexistente, tal constatação, por óbvio, não chancela a legitimidade da primeira Solução de Consulta. Afinal, este não é o meio adequado para se definir fato gerador de obrigação tributária. E, nesse sentido, trago o seguinte precedente do Superior Tribunal de Justiça que reconhece o serviço de instalação e montagem de elevadores como obra de engenharia, e não como industrialização (portanto, atraindo a incidência do regime cumulativo do PIS e da COFINS à época dos fatos geradores): TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE ELEVADORES. IPI. NÃO INCIDÊNCIA. 1. A atividade de fornecimento de elevadores, que envolve a produção sob encomenda e a instalação no edifício, encerra, precipuamente, uma obra de engenharia que complementa o serviço de construção civil, não se enquadrando no conceito de montagem industrial, para fins de incidência do IPI. 2. Recurso especial provido. (REsp 1231669/RS, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 07/11/2013, DJe 16/05/2014) Diante do exposto, voto por CONHECER e DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário do Contribuinte, exonerando o crédito tributário lançado. 7. Referida decisão apresenta um caráter vinculante, devendo ser seguida por esta Turma julgadora. Neste aspecto, todavia, não concordou o colegiado, que entende que, em tese, o colegiado poderia julgar de forma diferente daquele precedente paradigmático, haja vista que se está diante de outro lote de processos (ainda que referentes aos mesmíssimos fatos e com as mesmíssimas partes litigantes). Deixo tais considerações aqui registradas em razão do disposto no esquizofrênico art. 63, Fl. 365DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 9 §8º do RICARF1, que determina que as conclusões adotadas pelo colegiado seja externada por aquele Conselheiro que divergiu (e continua divergindo) e que foi vencido em relação à tais conclusões. 8. Tais considerações do colegiado, entretanto, não trazem qualquer repercussão no caso prático, até porque, no que tange ao mérito, a Turma julgadora aderiu integralmente com as precisas considerações elaboradas pela então Conselheira Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e replicadas pela Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário (transcritas alhures), motivo pelo qual emprego tais fundamentos para fins de motivação do presente voto, o que faço com amparo no art. 50, § 1o da lei n. 9.784/992. Dispositivo 9. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte. 10. É como voto." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. 1 "Art. 63. As decisões dos colegiados, em forma de acórdão ou resolução, serão assinadas pelo presidente, pelo relator, pelo redator designado ou por conselheiro que fizer declaração de voto, devendo constar, ainda, o nome dos conselheiros presentes e dos ausentes, especificandose, se houver, os conselheiros vencidos e a matéria em que o foram, e os impedidos. (...). § 8º Na hipótese em que a decisão por maioria dos conselheiros ou por voto de qualidade acolher apenas a conclusão do relator, caberá ao relator reproduzir, no voto e na ementa do acórdão, os fundamentos adotados pela maioria dos conselheiros." 2 "Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: (...). § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. (...)." Fl. 366DF CARF MF Processo nº 11080.729849/201365 Acórdão n.º 3402005.148 S3C4T2 Fl. 0 10 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do anexo II do RICARF, o colegiado deu provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra . Fl. 367DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.902331/2008-20
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon May 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/10/2003 a 31/10/2003
COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA.
Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendo-se prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação DRF/CXL/Seort nº 39, de 08/09/2014.
Numero da decisão: 3401-005.008
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso,para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Robson José Bayerl, Tiago Guerra Machado, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2003 a 31/10/2003 COMPENSAÇÃO. INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA. Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendo-se prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação DRF/CXL/Seort nº 39, de 08/09/2014.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso,para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Robson José Bayerl, Tiago Guerra Machado, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antonio Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) Rosaldo Trevisan (Presidente).
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INSUFICIÊNCIA DO CRÉDITO PARA EXTINGUIR A INTEGRALIDADE DO DÉBITO. PROSSEGUIMENTO DA COBRANÇA DA DIFERENÇA. Não obstante inexistir oposição ao direito a restituir/compensar o crédito tributário, os valores efetivamente apurados a título de crédito detido pelo sujeito passivo contra a Fazenda Pública são insuficientes para compensar com o crédito, devendose prosseguir a cobrança da diferença, nos termos da Informação DRF/CXL/Seort nº 39, de 08/09/2014. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso,para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Robson José Bayerl, Tiago Guerra Machado, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Lázaro Antonio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 23 31 /2 00 8- 20 Fl. 654DF CARF MF Processo nº 11020.902331/200820 Acórdão n.º 3401005.008 S3C4T1 Fl. 655 2 Souza Soares, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (VicePresidente) Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório 1. Adoto, por fidedigno, o relatório da decisão recorrida, abaixo transcrito: Tratase de processo de DCOMP Eletrônico por pagamento a maior ou indevido de PIS, tendo o contribuinte, em 13/05/2004, enviado à Receita Federal a Declaração de Compensação de nº 25756.46420.130504.1.3.045365 (fls. 1 a 3). Em tal DCOMP alega um crédito original de R$ 3.764,70, referente à competência de outubro de 2003 (data da arrecadação em 15/01/2004, ou seja, recolhida com atraso, e, portanto, incidindo acréscimos legais) que atualizado pela Selic acumulada chegou à importância de R$ 3.987,19. Nessa DCOMP o contribuinte estaria se compensando do valor de R$ 3.987,19 a título de PIS relativo à competência de abril de 2004. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório não homologando a DCOMP sob a alegação de que o valor já teria sido utilizado para quitar débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação do débito informado nessa DCOMP. Em tal despacho consta também a informação que do DARF recolhido de R$ 3.764,70 teria sido integralmente utilizado para a quitação do PIS de outubro de 2003. A ciência do Despacho Decisório ocorreu em 26/08/2008 (fl. 22). O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 23/09/2008, à fl. 4. Em tal manifestação a empresa alega que por um lapso não teria informado o crédito na respectiva DCTF correspondente ao período de apuração. Por isso enviou retificação da DCTF, posterior ao despacho decisório, mais precisamente em 12/09/2008. Por fim, requer com base na retificação da DCTF que seja feita a apropriação do crédito para fins de baixa do débito devido. 2. Em 26/03/2014, foi proferida a Resolução CARF nº 3401000.804, de relatoria do Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça, convertendo, por unanimidade de votos, o julgamento em diligência nos seguintes termos: "A Recorrente pretende o ressarcimento de valor recolhido a maior, mas o pedido foi negado em razão de o pagamento Fl. 655DF CARF MF Processo nº 11020.902331/200820 Acórdão n.º 3401005.008 S3C4T1 Fl. 656 3 localizado ter sido utilizado para quitar outro débito. A Recorrente alega que cometeu erro no preenchimento da DCTF, por isso não foi localizado seu crédito. Como a DCTF retificadora foi apresentada após a emissão do despacho decisório, as matérias a serem apreciadas são as seguintes: validade da retificação e existência do crédito. 1. Da retificação da DCTF A DCTF retificadora foi transmitida em 12/09/2008 (fl.68), depois da emissão do despacho decisório, que se deu em 12/08/2008 (fl.08). Em um exame frio da letra legal, chegarseia à conclusão de que a Recorrente não tem direito de ver seu crédito reconhecido, pois o § 1o, do art. 147, do CTN, dispõe que a retificação da declaração deve ocorrer antes da notificação do lançamento. Como a declaração de compensação é confissão de dívida, nos termos do § 6o, do art. 74, da Lei nº 9.430/96, o lançamento, no caso, seria a homologação por meio do despacho decisório, ou seja, a Recorrente deveria apresentar a retificação antes da emissão do despacho decisório. Não obstante, este Conselheiro e esta Câmara vêm entendendo que essa regra deve ser flexibilizada, pois ela busca inibir erros dolosos na declaração, com o fim de ludibriar o fisco (PAFs nº 10983.901056/200886 e nº 16707.004367/200689). No caso em tela, verificase que o suposto erro na DCTF foi prejudicial à Recorrente, e não à Fazenda, o que evidencia a falta de vontade de fraudar a arrecadação, visto que ninguém comete fraude para prejudicar a si mesmo. Na DACON transmitida em 29/03/2004, antes mesmo da transmissão da PER/DCOMP, existe a informação de que o valor devido a título de COFINS no mês de outubro de 2003 era de R$ 74.939,30 (fl. 78). As fl. 66 e 67 demonstram que houve dois DARFs pelos quais foram recolhidos o PIS do período de outubro de 2003, o primeiro em 14/11/2003, no valor de R$ 95.826,46, e o segundo, fundamento do pedido deste processo, em 15/01/2004, no valor de R$ 3.796,70. Portanto, se a retificação está correta, a Recorrente realmente tem direito ao crédito. Todavia, os elementos presentes nos autos, apesar de serem fortes indícios do Direito da Recorrente, não são suficientes para provar o direito creditório. Diante disso, proponho a diligência para que os autos retornem à delegacia de origem, a fim de que sejam analisados os documentos já constantes nos autos, bem como outros, inclusive livros de entrada e de saída, que podem ser requeridos à Contribuinte, a fim de que sejam respondidas as seguintes questões: Fl. 656DF CARF MF Processo nº 11020.902331/200820 Acórdão n.º 3401005.008 S3C4T1 Fl. 657 4 1. Qual o valor devido a título de PIS pela Recorrente no mês de outubro de 2003? 2. Qual valor foi pago? 3. Restou crédito a ser ressarcido em relação ao DARF apontado na PER/DCOMP objeto deste processo? 4. O crédito restante é suficiente para realizar a compensação declarada da PER/DCOMP objeto deste processo? 5. Incluir informações que julgue necessárias. Depois de realizada a diligência, deverá ser elaborado um relatório conclusivo, com as respostas aos quesitos acima, do qual a Recorrente deve ser intimada a se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias". 3. Em 08/09/2014, foi exarada a Informação DRF/CXL/Seort nº 39, prestada pelo Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil Valdir Pedro Lazzari, que informou a insuficiência de crédito para realizar a compensação declarada na PE/DCOMP objeto do presente processo. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Relator 4. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. 5. Reproduzse, abaixo, o conteúdo da diligência efetuada: 1. Por intermédio da Resolução nº 3401000.804, de 26 de março de 2014, 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária do CARF, o processo em epígrafe foi encaminhado a esta Delegacia para serem respondidas as seguintes questões: 1) Qual o valor devido a título de PIS pela Recorrente no mês de outubro de 2003? 2) Qual valor foi pago? 3) Restou crédito a ser ressarcido em relação ao DARF apontado na PER/DCOMP objeto deste processo? 4) O crédito restante é suficiente para realizar a compensação declarada da PER/DCOMP objeto deste processo? 5) Incluir informações que julgue necessárias. 2. Inicialmente, cumpre registrar que antes da apresentação, em 13/05/2004, da declaração de compensação em questão, o Fl. 657DF CARF MF Processo nº 11020.902331/200820 Acórdão n.º 3401005.008 S3C4T1 Fl. 658 5 Dacon apresentado pela empresa, em 29/03/2004, já registrava um PIS a pagar em nome da empresa de R$ 74.939,30, relativo a outubro de 2003, e a primeira DCTF do período, apresentada em 13/02/2004, informava um PIS a pagar, referente a esse mês, de R$ 98.843,57. Posteriormente, a DCTF retificadora apresentada em 28/06/2004 informou um PIS a pagar idêntica a primeira DCTF e as retificadoras apresentadas em 14/06/2004, 29/06/2004 e 12/09/2008, duas vezes, registraram idêntico valor ao do Dacon. 3. Feito esse registro, passo a responder os questionamentos efetuados pelo CARF, considerando as informações constantes dos sistemas eletrônicos deste Órgão e a resposta e os documentos apresentados pela interessada em cumprimento à Intimação DRF/CXL/Seort nº 128, de 4º/08/2014: Questão 1 O valor do PIS a pagar, concernente ao mês de outubro de 2003, era de R$ 74.939,30. Questão 2 Por conta dessa contribuição e período, a contribuinte efetuou os pagamentos constantes dos comprovantes de arrecadação anexados às fls. 168/169, nos valores de R$ 3.764.70 e R$ 95.826,46, em 15/01/2004 e 14/11/2003, respectivamente. Questão 3 – Sim, restou um crédito a restituir de R$ 3.764,69, um centavo a menos do que o valor pago, inclusive atualmente esse valor consta como reservado para este processo no sistema Sief, conforme demonstra a tela de consulta anexada aos autos à fl. 646. Questão 4 – Não, porque a empresa atualizou incorretamente o seu crédito. Em vez de utilizar para atualizar o seu crédito a taxa selic acumulada de 4,64, usou a taxa de 5,91. A planilha juntada a este processo à fl. 647 mostra que restou um débito original a pagar de R$ 47,82. 6. Reproduzse, ainda, a planilha de fls. 674: Fl. 658DF CARF MF Processo nº 11020.902331/200820 Acórdão n.º 3401005.008 S3C4T1 Fl. 659 6 7. Considerando que o valor do crédito, depois da aplicação da taxa Selic, não alcança o valor do débito compensado, há de ser reconhecida a extinção até o limite do crédito a compensar, nos exatos e precisos termos da informação prestada. Assim, voto por conhecer e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso voluntário, unicamente para acolher o resultado da diligência, devendo a unidade prosseguir na cobrança da diferença devida e não extinta com a compensação. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 659DF CARF MF Processo nº 11020.902331/200820 Acórdão n.º 3401005.008 S3C4T1 Fl. 660 7 Fl. 660DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.003626/2008-36
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Oct 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE.
Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
Numero da decisão: 2001-000.080
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (relator), que lhe deu provimento parcial para restabelecer a dedução de despesas médicas no montante de R$ 6.170,00, por estarem suficientemente comprovadas por Notas Fiscais. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e redator designado
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), José Ricardo Moreira, José Alfredo Duarte Filho e Fernanda Melo Leal.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (relator), que lhe deu provimento parcial para restabelecer a dedução de despesas médicas no montante de R$ 6.170,00, por estarem suficientemente comprovadas por Notas Fiscais. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente e redator designado (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), José Ricardo Moreira, José Alfredo Duarte Filho e Fernanda Melo Leal.
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RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (relator), que lhe deu provimento parcial para restabelecer a dedução de despesas médicas no montante de R$ 6.170,00, por estarem suficientemente comprovadas por Notas Fiscais. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e redator designado (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), José Ricardo Moreira, José Alfredo Duarte Filho e Fernanda Melo Leal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 36 26 /2 00 8- 36 Fl. 56DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (f. 08/11), relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2004, anocalendário de 2003, onde foram glosadas dedução de despesas médicas no valor de R$ 25.630,20, por ausência de comprovação do efetivo pagamento. O contribuinte apresentou impugnação (f. 02/07), que foi julgada improcedente, mediante Acórdão da DRJ SÃO PAULO II de f. 36/42. Cientificado, o interessado apresentou recurso voluntário de f. 46/51 . Em síntese, alega que atendeu ao que foi solicitado pela autoridade fiscal, apresentando os respectivos recibos relativos às despesas médicas. Aduz que os recibos, por si só, fazem prova dos pagamentos realizados a este título. Argumenta que não está obrigado a apresentar seus exames médicos e laboratoriais. Sustenta ainda que não é razoável exigir a apresentação de extratos ou outros meios de prova dos pagamentos, seja porque a pessoa física não é obrigada a ter escrita fiscal, seja porque a reunião destes documentos é difícil para o contribuinte.. Pugna pela procedência do recurso e pelo cancelamento do crédito tributário. É o relatório. Voto Vencido José Ricardo Moreira Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. O lançamento cingese à glosa de despesas médicas. O interessado, no recurso, insurgese contra estas glosas, pelas razões que enumera. Dispõe o art. o art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Desta forma, verificase que o recibo, ao contrário do que defende o recorrente, não faz prova absoluta da real ocorrência do pagamento. A autoridade fiscal, se entender necessário, pode solicitar outros elementos de convicção da efetiva realização da despesa que se pretende deduzir. Não poderia ser de outra forma. Entender o contrário seria tolher a ação da fiscalização, que ficaria impossibilitada de exercer sua atividade investigativa, na busca de verificar a veracidade das declarações prestadas. Há que ser frisado que aqui não se trata de mera prerrogativa, mas de um dever da autoridade fiscal, haja vista tratarse de dedução da base de cálculo e, portanto, de redução do tributo. Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10855.003626/200836 Acórdão n.º 2001000.080 S2C0T1 Fl. 3 3 Com efeito, as solicitações de documentos devem atender à razoabilidade, devendo ser evitados os pedidos de provas impossíveis ou de difícil produção. Analisando a Notificação de Lançamento, verificamos que foram glosadas despesas médicas de valores significativos, que justifica a solicitação de informações adicionais. A Descrição dos Fatos e Enquadramento legal do Lançamento encontrase devidamente fundamentado, com todas as razões que levaram a efetivação da glosa. Não foram apresentadas provas do efetivo pagamento das despesas, não houve suficiente descrição do tratamento ou dos exames realizados. . Aqui deve prevalecer o princípio do benefício da prova, já que o interesse em provar é do contribuinte, a quem a prova aproveita. Não há que se falar em quebra de sigilo ou de invasão à privacidade do cidadão. Não há quebra de sigilo perante o fisco, cuja atividade primordial é justamente investigar a veracidade dessas despesas que resultam em redução de tributo. Ademais, ao intimar o contribuinte para apresentar documentos adicionais que comprovam a efetividade das despesas (provas essas que beneficiam o contribuinte), a autoridade fiscal não está interessada na intimidade da pessoa, mas está cumprindo o dever legal de investigar a veracidade das declarações prestadas. Tratase de imposto lançado por homologação e o quantum devido pode ser alterado pela autoridade lançadora, no exercício de suas atribuições legais. Da mesma forma, não se mostra desarrazoado o pedido de apresentação de extratos bancários. Pode ocorrer de o contribuinte haver pago as despesas em cheques ou mediante saques da conta corrente, o que seria facilmente comprovado pela existência de saques de valores compatíveis em datas aproximadas das da efetivação das despesas. O contribuinte poderia requerer à instituição financeira os referidos extratos (em alguns casos, obtémse extratos pela internet, em poucos instantes), sendo que essa providência não lhe seria de difícil execução. Se tivesse atendido a este simples pedido, provavelmente não seriam glosadas parte ou a totalidade das despesas. O contribuinte, entretanto, por diversas vezes, mediante negativas genéricas, se opôs a trazer os elementos de prova que lhe seriam benéficos. Não apresentou à autoridade lançadora, não juntou à impugnação e não se aproveita da oportunidade agora trazida pelo recurso voluntário. NOTAS FISCAIS Foram apresentadas Notas Fiscais da Clinica de Ginecologia e Obstetrícia Nancy Akico Nagayassu S/C Ltda., no valor total de R$ 6.170,00. Foi anexada, ainda, Declaração da profissional, atestando que foram prestados serviços médicos a Livia Jordão Boccatto, dependente do autuado. A relação de dependência não foi questionada na autuação. Entendo que as Notas Fiscais, por estarem revestidas de mais formalidade e instrumentos de controle que os recibos, não necessitam de comprovação do efetivo pagamento, a não ser que os motivos de sua rejeição sejam devidamente explicitados na fundamentação do lançamento. O mero indício de numeração em sequência não é suporte suficiente para afastar a dedução da despesa. Fl. 58DF CARF MF 4 Desta forma, devese alterar o lançamento para restabelecer a dedução de despesas médicas no montante de R$ 6.170,00, que entendo estarem suficientemente comprovadas. CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, darlhe provimento parcial, para o fim de afastar a glosa de despesas médicas no valor de R$ 6.170,00, conforme explanado acima. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10855.003626/200836 Acórdão n.º 2001000.080 S2C0T1 Fl. 4 5 Voto Vencedor Discordo do Relator em relação às despesas médicas. Os recibos não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, tanto do serviço como do pagamento. Mesmo que não sejam apresentados outros elementos de comprovação, a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve estar fundamentada. Como se trata do documento normal de comprovação, para que seja glosado devem ser apontados indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, na falta de fundamentação na recusa, os recibos comprovam despesas médicas. No caso, não foram solicitados outros elementos de prova de maneira objetiva, e o fundamento para lançar limitase a que recibos não comprovam pagamento de despesas médicas. O lançamento pode até ocorrer sem pedido de esclarecimentos ou de prévia intimação ao contribuinte, como consta inclusive em súmula do CARF: Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. No entanto, a recusa a documentos usuais não pode prescindir de justificativa, inclusive porque deduções elevadas podem estar completamente dentro da lei e do direito do contribuinte. Não deixo de fazer aqui uma fundamentação do entendimento expresso acima, pois a falta de fundamentação é a matéria em discussão. Muitas vezes a autoridade fiscal baseia a recusa a deduções no art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999, que assim dispôs: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Tal artigo indica que determinados documentos não fazem prova absoluta, podendo ser solicitados elementos adicionais de comprovação. No entanto, isso não significa que o juízo, o fundamento da autoridade, dos fatos e do direito, não necessite ser apresentado. E tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como se pode ver no art 2º Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. A rigidez dos termos do art. 73 e § 1º está mais para o período em que foi concebido do que para os dias atuais. Além disso, mesmo na vigência do referido DecretoLei a austeridade do Fl. 60DF CARF MF 6 instrumento não era plena, visto que o art. 79, § 1º, do mesmo diploma legal lhe impunha limitações, no seguinte dizer: “Art. 79. Farseá o lançamento exofficio: § 1º Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores, com elemento seguro de prova, ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão.”. Assim, na ausência de fundamentação plausível para a recusa de documentos usuais de comprovação é indevida a glosa de despesas médicas. Diante do exposto, voto por dar provimento integral ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Fl. 61DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.900184/2012-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu May 17 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/2002 a 30/09/2002
PIS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ.
Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno.
Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-004.402
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria qualificada de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. O Conselheiro Ari Vendramini votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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ICMS NA BASE DE CÁLCULO. Recorrente QUÍMICA AMPARO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/2002 a 30/09/2002 PIS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. Transitou em julgado decisão do STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática de recurso repetitivo, que deu pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, de observância obrigatória por este Conselho, nos termos do seu Regimento Interno. Já o STF, entendeu pela não inclusão, no Recurso Extraordinário nº 574.706, que tramita sob a sistemática da repercussão geral, mas de caráter não definitivo, pois pende de decisão embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional, elemento necessário à vinculação deste CARF. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por maioria qualificada de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. O Conselheiro Ari Vendramini votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 90 01 84 /2 01 2- 41 Fl. 113DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri (Presidente Substituto), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Suplente convocada), Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão nº 06051.719, proferido pela 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba. Por meio de Despacho Decisório da Delegacia da Receita Federal de Jundiaí foi indeferido o pleito constante do Pedido Eletrônico de Restituição – PER transmitido pela contribuinte, em razão da realização de pagamento a maior. Em referido ato administrativo, a autoridade fiscal indeferiu o pleito da interessada tendo em vista que o DARF discriminado no PER estava integralmente utilizado para quitação do débito de PIS cumulativa/o, não restando saldo de crédito disponível para o reconhecimento do crédito solicitado. A contribuinte foi cientificada do citado despacho decisório e apresentou, tempestivamente, a Manifestação de Inconformidade cujo conteúdo é resumido a seguir. A interessada defende, em apertada síntese, o direito ao crédito solicitado com a alegação de ter incluído de forma indevida o ICMS na base de cálculo da contribuição recolhida. Diz que o ato administrativo foi proferido de forma precipitada e com flagrante desrespeito à legislação tributária, notadamente a que trata da necessidade de lançamento tributário (art. 142 do Código Tributário Nacional). Sustenta a legitimidade do indébito tributário informado no pedido de restituição alegando que no presente caso não existe óbice à restituição, nos termos do art. 165, do Código Tributário Nacional, uma vez que houve um erro na composição da base de cálculo da contribuição e que a vinculação do DARF, pago indevidamente, a um débito declarado em DCTF, constituise em uma mera informação. Relata que está juntando ao processo planilha por meio da qual se pode constatar a existência do pagamento a maior do que o devido e que este documento faz a prova necessária para confirmar o indébito alegado. Acrescenta que em caso de dúvida quanto ao crédito o julgamento pode ser convertido em diligência para que a interessada seja intimada a demonstrar, através de outros elementos, o crédito vindicado. Defende a tese relativa a improcedência da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição alegando que referido tributo não integra o conceito de faturamento (receita bruta), pois tratase de mero ingresso de recursos, os quais devem ser repassados ao fisco estadual, e que o Supremo Tribunal Federal – STF, consoante o voto proferido pelo Ministro Marco Aurélio no Recurso Extraordinário nº 240.785/MG, entendeu que o valor do ICMS não pode compor a base de cálculo das contribuições Fl. 114DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 4 3 (PIS e Cofins). Sustenta que a interpretação da autoridade tributária relacionada com a questão da inclusão do ICMS nas receitas dos contribuinte (interpretação do art. 3º da Lei 9.718, de 1988) é contrária ao art. 110 do CTN, uma vez que não se caracteriza como juízo de inconstitucionalidade, mas sim como controle administrativo interno dos atos administrativos. Aduz, por fim, que a declaração de inconstitucionalidade (exclusão do ICMS da base de cálculo da contribuição) em referido RE é iminente e que o proferimento dela pelo Supremo Tribunal Federal tornará sua observância obrigatória pela Administração Tributária. Diante do exposto, requer a interessada o acolhimento da manifestação para o fim de afastar o Despacho Decisório questionado e deferir integralmente o pedido de restituição. O citado acórdão decidiu pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob o fundamento, em síntese, que falece ao julgador da esfera administrativa competência para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária e pela impossibilidade de exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo da contribuição. Inconformada com a improcedência da manifestação de inconformidade, a contribuinte interpôs recurso voluntário, basicamente, repetindo os argumentos trazidos em sede de manifestação. Ao final, pugna pela reforma do acórdão recorrido. É o relatório. Fl. 115DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro José Henrique Mauri, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301004.397, de 22 de março de 2018, proferido no julgamento do processo 13839.900183/201204, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301004.397): "O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade1. O núcleo da discussão em pauta é a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da Cofins. O acórdão recorrido enumera diplomas legais de regência, concluindo não haver previsão legal para a exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins: Pelas argumentações trazidas em sua manifestação de inconformidade, vêse, de pronto, que a pretensão da contribuinte implica negar efeito a disposição expressa de lei. Nesse contexto, cumpre registrar que não há na legislação de regência previsão para a exclusão do valor do ICMS das bases de cálculo do PIS e da Cofins, na forma aduzida pela interessada, já que esse valor é parte integrante do preço das mercadorias e serviços vendidos, exceção feita para o ICMS recolhido mediante substituição tributária, pelo contribuinte substituto tributário. De fato. A Lei Complementar nº 7, de 1970, a Lei Complementar nº 70, de 1991, a Lei nº 9.715, de 1998 (que resultou da conversão da Medida Provisória nº 1.212, de 1995 e suas reedições), a Lei nº 9.718, de 1998, e, mais recentemente, as Leis 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, ao longo de seus dispositivos, definem expressamente todos os aspectos das hipóteses de incidência vinculadas ao PIS e à Cofins. As citadas normas definem os sujeitos passivos da relação tributária, os casos de nãoincidência, a alíquota, a base de cálculo, o prazo de recolhimento, etc., e submetem as contribuições às normas do processo administrativo fiscal, além do que, para os casos de atraso de pagamento e penalidades, as 1 Ressaltese ser desnecessário responder todos as questões levantadas pelas partes, em já havendo motivo suficiente para decidir (Lei n° 13.105/15, art. 489, § 1o , IV. STJ, 1ª Seção, EDcl no MS 21.315DF, julgado de 8/6/2016, rel. Min. Diva Malerbi). Fl. 116DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 6 5 subordina, de forma subsidiária, à legislação do imposto de renda. Como se percebe, nada resta a definir. Os atos legais descrevem expressamente todas as feições das exações instituídas, nada deixando ao alvedrio do intérprete. Quando remetem atribuições a normas de outro tributo, o fazem estabelecendo com precisão os limites da remissão; limites estes, aliás, que, in concreto, jamais se estendem sobre a definição das bases de cálculo das contribuições. O conceito de faturamento tem sua extensão perfeitamente delimitada pela explicitação de seu conteúdo e pela expressa enumeração das exclusões passíveis de serem efetuadas, não havendo dentre essas, como se vê, qualquer referência ao ICMS devido pela venda de mercadorias. Caso pretendesse o legislador excluir o ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins, estaria a hipótese expressamente prevista como uma das exclusões da receita bruta. Sobre o tema, o STJ decidiu, em recurso especial sob a sistemática de recurso repetitivo, pela inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições, já com trânsito em julgado. Já o STF entendeu pela sua não inclusão, em recurso extraordinário sob a sistemática da repercussão geral, mas em caráter não definitivo, pois pende de decisão sobre embargos de declaração protocolados pela Fazenda Nacional. É o que detalha decisão recente deste Conselho: PIS/COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO ICMS. RECURSO REPETITIVO. STJ. TRÂNSITO EM JULGADO. CARF. REGIMENTO INTERNO. Decisão STJ, no Recurso Especial nº 1144469/PR, sob a sistemática do recurso repetitivo, art. 543C do CPC/73, que firmou a seguinte tese: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", a qual deve ser reproduzida nos julgamentos do CARF a teor do seu Regimento Interno. Em que pese o Supremo Tribunal Federal ter decidido em sentido contrário no Recurso Extraordinário nº 574.706 com repercussão geral, publicado no DJE em 02.10.2017, como ainda não se trata da "decisão definitiva" a que se refere o art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno do CARF, não é o caso de aplicação obrigatória desse precedente ao caso concreto. Recurso Voluntário Negado (CARF, 3º Seção, 4º Câmara, 2º Turma Ordinária, Ac. 3402 004.742, de 24/10/2017, rel. Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire). Fl. 117DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 7 6 Assim, transitada em julgado decisão do STJ, em recurso especial, sob a sistemática de recurso repetitivo, pela inclusão do ICMS na base de cálculo da PIS/Pasep e da Cofins, deve este Conselho observála, nos termos do seu Regimento Interno, descabendo analisar argumentos trazidos aos autos sobre o tema. A decisão do STF, em sentido contrário, em recurso extraordinário de repercussão geral, mas de caráter não definitivo, não tem o mesmo efeito. Nos ditos embargos, a Fazenda Nacional requer a modulação dos efeitos da decisão embargada, para que produza efeitos ex nunc, apenas após o julgamento dos embargos. Ora, se há pedido de modulação dos efeitos, tratase de atividade satisfativa, incluíndose na solução de mérito nos termos do art. 487 do atual CPC. E se assim é, podese afirmar que não houve ainda decisão definitiva de mérito, independentemente do transito em julgado. A embargante ainda suscita, entre outras questões, haver erro material ou omissão, por ter a corrente vencedora prestado ao art. 187 da Lei 6.404/76 efeito que ele não possui: estabelecer conceito de receita bruta: 7. Observese que, no caso dos autos, alguns votos da corrente vencedora2 [...] concederam grande relevância ao fundamento de que “receita bruta”, expressão a que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ao longo de inúmeros julgados, equiparou ao vocábulo “faturamento” (art. 195, I, b, da Constituição), possui um sentido próprio no direito privado, definido no art. 187, I, da Lei 6.404/76. 8. No entanto, cumpre destacar que há um equívoco evidente em tal linha de argumentação: o mencionado dispositivo legal não estabelece qualquer conceito para receita bruta. Apenas disciplina que, na demonstração do resultado do exercício, deverá estar descrita a “receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos”. A assertiva, simplesmente, permite concluir que tais expressões se referem a grandezas diferentes, mas não afirma que uma não esteja contida na outra. Levanta também, na mesma toada que os votos vencedores "deixaram de considerar o disposto no art. 12 do DecretoLei 1.598/77, reiteradamente citado pelos votos vencidos", que dá pela inclusão dos tributos na receita bruta: art. 12. A receita bruta compreende: I o produto da venda de bens nas operações de conta própria; II o preço da prestação de serviços em geral; III o resultado auferido nas operações de conta alheia; e IV as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. § 1o A receita líquida será a receita bruta diminuída de: (...) III tributos sobre ela incidentes; e Fl. 118DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 8 7 (...) § 4o Na receita bruta não se incluem os tributos não cumulativos cobrados, destacadamente, do comprador ou contratante pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de mero depositário. § 5o Na receita bruta incluemse os tributos sobre ela incidentes e os valores decorrentes do ajuste a valor presente, de que trata o inciso VIII do caput do art. 183 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, das operações previstas no caput, observado o disposto no § 4o. (Grifos do original). Ainda que sejam três os pilares da argumentação da corrente vencedora, apenas um deles tratando do conceito de receita, tratase evidentemente de questão meritória. A recorrente traz aos autos planilha na qual recalcula a base de cálculo da Cofins "sem o ICMS", com a qual, juntamente como os documentos mencionados na seqüência, pretende provar o seu direito ao crédito em discussão: (...) Instrui o recurso voluntário com relatórios "NOVA GIA" a demonstrarem a apuração do ICMS, referente apenas a novembro de 2011, como também o balancete referente apenas a este período. O acordão recorrido assim se manifestou quando lhe fora levada dita planilha: "não sendo hábil para a comprovação do direito à repetição do indébito, uma simples planilha, desacompanhada de documentação contábil e fiscal que lhe conceda suporte e validade.A planilha segue abaixo". Tais elementos não demonstram o direito ao crédito sem que a questão de direito que defende, de não inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição, prospere. A planilha mencionada também não se fez acompanhar de documentos que lhe fizessem prova, para todos os períodos. Assim, também, a diligência que requer, para, eventualmente, "atestar in loco a regularidade da escrituração e do crédito", somente mereceria provimento, em caso de demonstração da exclusão do ICMS da base de cálculo da Cofins. Insurgese a recorrente contra a afirmação do acórdão de piso de que "o débito de Cofins cumulativa, do período de apuração de nov/2002 (para o qual consta alocado o pagamento objeto do pedido de restituição), foi constituído, nos termos do art. 142 do CTN, através de [...] DCTF apresentada pela interessada, posto que essa declaração constituí confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito tributário, conforme prevê o § 1º do art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984". Ainda que se apliquem tais normas, há decisões deste Conselho que têm entendido pela relativização de tal meio de prova, com as quais concordo, privilegiandose o princípio da verdade material: Fl. 119DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 9 8 COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO. INFORMAÇÕES CONSTANTES DA DOCUMENTAÇÃO SUPORTE. LIQUIDEZ E CERTEZA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O direito creditório pleiteado não pode ser vinculado a requisitos meramente formais, nos termos do art. 165 do Código Tributário Nacional. Assim, ainda que a DCTF seja instrumento de confissão de dívida, a comprovação por meio de outros elementos contábeis e fiscais que denotem erro na informação constante da obrigação acessória, acoberta a declaração de compensação, em apreço ao princípio da verdade material Recurso Voluntário Provido (CARF, 3º Seção, 3º Câmara, 1º Turma Ordinária, Ac. 3301 002.678, de 08/12/2015, rel. Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas). O acórdão de piso entendeu não ter se configurado qualquer das hipóteses do art. 165 do CTN, aquele que estabelece o direito à restituição de tributo, especialmente por que "não existe a comprovação de que tenha ocorrido, em face da legislação aplicável, pagamento da contribuição em valor a maior do que o devido"; como também porque "não foi demonstrada a existência de decisão judicial transitada em julgado reconhecendo a existência de indébito tributário (relativamente ao pagamento apontado no pedido de restituição – PER) que diga respeito à inclusão indevida do ICMS na base de cálculo da contribuição. não havendo decisão". Argumenta a recorrente ter havido erro na composição da base de cálculo da Cofins, visto que "a Recorrente considerou inadvertidamente o ICMS como componente de sua receita bruta", nos termos do inciso II, do dito artigo. Mais uma vez, somente com a demonstração do direito ao crédito, o que não ocorre, poderseia falar no dito erro. Assim, pelo exposto voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Fl. 120DF CARF MF Processo nº 13839.900184/201241 Acórdão n.º 3301004.402 S3C3T1 Fl. 10 9 Fl. 121DF CARF MF
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Numero do processo: 13005.000581/2005-02
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Data do Fato Gerador: 01/01/2002
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. MATÉRIA SUMULADA.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF n.º 2).
SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO. EFEITO DECLARATÓRIO. ATIVIDADE VEDADA.
Consoante o que dispõe a legislação do Simples Federal, Lei 9.317, de 1996, é cabível a exclusão da pessoa jurídica quando incorrer em situação vedada.
O ato de exclusão do Simples possui natureza declaratória, que atesta que o contribuinte já não preenchia os requisitos de ingresso no regime desde data pretérita, efeito esse que não guarda nenhuma relação com o princípio da irretroatividade, que se aplica a litígios envolvendo confrontos entre vigência da lei e data dos fatos.Os efeitos do ato de exclusão do Simples Federal devem observar o disposto na legislação de regência.
No caso de contribuintes que fizeram a opção pelo SIMPLES Federal até 27 de julho de 2001, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9.º da Lei n.º 9.317, de 1996, os efeitos da exclusão dar-se-ão a partir de 1.º de janeiro de 2002, quando a situação excludente tiver ocorrido até 31 de dezembro de 2001 e a exclusão for efetuada a partir de 2002 (Súmula CARF n.º 56).
Recurso Voluntário Negado
Sem crédito em Litígio
Numero da decisão: 1002-000.209
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ailton Neves da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonam Rocha de Medeiros - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (Presidente), Ângelo Abrantes Nunes, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: 00962070432 - CPF não encontrado.
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MATÉRIA SUMULADA. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF n.º 2). SIMPLES FEDERAL. EXCLUSÃO. EFEITO DECLARATÓRIO. ATIVIDADE VEDADA. Consoante o que dispõe a legislação do Simples Federal, Lei 9.317, de 1996, é cabível a exclusão da pessoa jurídica quando incorrer em situação vedada. O ato de exclusão do Simples possui natureza declaratória, que atesta que o contribuinte já não preenchia os requisitos de ingresso no regime desde data pretérita, efeito esse que não guarda nenhuma relação com o princípio da irretroatividade, que se aplica a litígios envolvendo confrontos entre vigência da lei e data dos fatos.Os efeitos do ato de exclusão do Simples Federal devem observar o disposto na legislação de regência. No caso de contribuintes que fizeram a opção pelo SIMPLES Federal até 27 de julho de 2001, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9.º da Lei n.º 9.317, de 1996, os efeitos da exclusão darseão a partir de 1.º de janeiro de 2002, quando a situação excludente tiver ocorrido até 31 de dezembro de 2001 e a exclusão for efetuada a partir de 2002 (Súmula CARF n.º 56). Recurso Voluntário Negado Sem crédito em Litígio AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 5. 00 05 81 /2 00 5- 02 Fl. 68DF CARF MF Processo nº 13005.000581/200502 Acórdão n.º 1002000.209 S1C0T2 Fl. 69 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva Presidente. (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (Presidente), Ângelo Abrantes Nunes, Breno do Carmo Moreira Vieira e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Cuidase, o caso versando, de Recurso Voluntário (efls. 62/64) ― autorizado nos termos do art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, interposto com efeito suspensivo e devolutivo ―, protocolado pela recorrente, indicada no preâmbulo, devidamente qualificada nos fólios processuais, relativo ao inconformismo com a decisão de primeira instância (efls. 49/56), proferida em sessão de 5 de setembro de 2008, consubstanciada no Acórdão n.º 189.555, da 2.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Santa Maria/RS (DRJ/STM), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade (efls. 35/40) que pretendia desconstituir o Ato Declaratório Executivo (ADE) n.º 15, de 20 de março de 2006 (efl. 33), que excluiu a contribuinte do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Federal, com efeitos a partir de 01/01/2002, por prestar serviços de limpeza, conservação e locação de mãodeobra, na forma da alínea "f" do inciso XII do artigo 9.º; artigo 12; alínea "a" do inciso II do artigo 13; inciso I do artigo 14; inciso II e § 3.º do artigo 15, todos da Lei n.º 9.317, de 5 de dezembro de 1996, a, cujo acórdão restou assim ementado: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2002 ATIVIDADE IMPEDIDA. EXCLUSÃO. É vedada a opção pelo Simples às empresas que prestam serviços de limpeza e conservação de florestas. Solicitação Indeferida Vejase o contexto fático dos autos, incluindo seus desdobramentos, conforme se extrai do relatório constante no Acórdão do juízo a quo: Fl. 69DF CARF MF Processo nº 13005.000581/200502 Acórdão n.º 1002000.209 S1C0T2 Fl. 70 3 Inicialmente houve Representação Administrativa do INSS — Instituto Nacional do Seguro Social (fls. 01 e 03), instruída com originais e/ou cópias de documentos de folhas 04 a 20, pela constatação de que a empresa teria prestado "serviços de corte de madeiras, manutenção e limpeza de estradas", o que estaria comprovado pelas cópias das notas fiscais que anexou. A autoridade fiscal instruiu os autos com originais e/ou cópias de documentos (fls. 21 a 23). Então foi emitido o Parecer DRF/SCS/Sacat n.º 37/2006 (fls. 24 a 30), propondo a exclusão da interessada do Simples por exercer atividades econômicas vedadas: serviços de limpeza, conservação e locação de mãodeobra. Então a empresa foi excluída do Sistema Integrado de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES conforme Ato Declaratório Executivo n.º 15, de 20/03/2006 (fl. 31), com efeitos a partir de 01/0l/2002, pelo exercício das atividades econômicas vedadas, acima referidas. A interessada tomou ciência da exclusão, em 24/03/2006, conforme Aviso de Recebimento AR que consta a folha 32. Apresentou sua manifestação de inconformidade (impugnação), em 24/04/2006, conforme consta às folhas 33 a 38, instruída com cópias e/ou originais de documentos de folhas 39 a 42, argumentando, em síntese, como segue: inicialmente protesta contra o excesso de fundamentos legais apontados para sua exclusão do Simples, especialmente a referente ao excesso de receita bruta que não seria seu caso; sustenta que não existe vedação legal à opção pelo Simples para as atividades por ela exercidas; de forma não muito clara, parece argumentar no sentido de ter incorrido em erro na indicação do seu código de atividade; então lembra o ADI n.º 16/2002, que possibilita a retificação de ofício nos casos de constatação de erro de fato; referese ao código CNAE 74993/05 Serviços administrativos para terceiros; lembra que as vedações contidas no inciso XII do artigo 9.º não comportam interpretação extensiva dos seus limites; entende que as vedações alcançam apenas as profissões cujo exercício dependa de habilitação regulamentada; sustenta que a atividade que exerce prescinde de profissional habilitado; diz que seus funcionários são de pouca instrução; argumenta que o ato administrativo que a excluiu do Simples deve indicar à qual figura se assemelha sua atividade, sob pena de ultrapassar o limite entre discricionariedade e a arbitrariedade; nesse sentido lembra o princípio da legalidade; insiste que a atividade exercida não se encontra arrolada no citado inciso da Lei; por isso entende a necessidade da expressa indicação de qual seria a atividade assemelhada, sob pena de nulidade da exclusão; por fim entende que a exclusão do Simples, com efeitos retroativos representa atentado ao ato jurídico perfeito, além de o Estado estar se aproveitando de sua própria inércia, na medida em que permitiu a opção da interessada. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 13005.000581/200502 Acórdão n.º 1002000.209 S1C0T2 Fl. 71 4 Requer a nulidade da exclusão pela falta de fundamentação legal válida à situação, ou, se excluída, que o seja sem efeitos retroativos. As teses suscitadas na manifestação de inconformidade não foram acolhidas pela DRJ/STM (efls. 49/56), de cuja decisão o contribuinte foi intimado, via Carta com Aviso de Recebimento (efls. 60/61), na data de 07 de outubro de 2008. No recurso voluntário protocolado, pelos correios, em 31 de outubro de 2008 (efl. 65), o contribuinte, irresignado com a decisão de primeira instância, suscitou violação ao princípio da irretroatividade da lei tributária, bem como a impossibilidade de ato administrativo infralegal exonerar o enquadramento no Simples Federal outorgado pela Lei n.º 9.317/96. Nesse contexto, os autos foram encaminhados para este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), sendo, posteriormente, distribuído para este relator. É o que importa relatar. Passo a devida fundamentação analisando os juízos de admissibilidade e de mérito para, posteriormente, finalizar em dispositivo. Voto Conselheiro Leonam Rocha de Medeiros, Relator Admissibilidade O Recurso Voluntário atende aos pressupostos de admissibilidade intrínsecos, uma vez que é cabível, há interesse recursal, a recorrente detém legitimidade e inexiste fato impeditivo, modificativo ou extintivo do poder de recorrer. Outrossim, atende aos pressupostos de admissibilidade extrínsecos, pois há regularidade formal, inclusive estando adequada a representação processual, e apresentase tempestivo (intimação em 07/10/2008, efls. 60/61, e protocolo em 31/10/2009, efl. 65), tendo respeitado o trintídio legal, na forma exigida no art. 33 do Decreto n.º 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal. Demais disto, observo a plena competência deste Colegiado, na forma do art. 23B, inciso I, do Regimento Interno do CARF, com redação da Portaria MF n.º 329, de 2017. Isto porque, trata de exclusão do Simples, desvinculada do crédito tributário. Eventual crédito tributário não é exigido nestes autos, bem como não visualizo qualquer critério que justifique a vinculação destes autos a eventual processo de exigibilidade do crédito tributário, não verificando a aplicação de quaisquer das formas de vinculação constantes do art. 6.º, § 1.º, do Anexo II, do RICARF. Sendo assim, a competência é desta Colenda Turma Extraordinária. Portanto, conheço do Recurso Voluntário. Preliminar ao conhecimento do mérito Aduz o recorrente em seu Recurso Voluntário, a título de Preliminar, que o decisum é nulo, haja vista que: Fl. 71DF CARF MF Processo nº 13005.000581/200502 Acórdão n.º 1002000.209 S1C0T2 Fl. 72 5 Pelo princípio constitucional da irretroatividade tributária a Lei que tratar da imposição e majoração de tributo só poderá valer para frente, nunca voltar atrás para prejudicar o contribuinte. Quando do enquadramento da empresa no SIMPLES, a Secretaria da Receita Federal concordou a inclusão pleiteada, não podendo vir agora, contrariando o seu próprio entendimento, querer cobrar exação que na época entendeu ser devida. Fere também tal decisão, em desobediência a Constituição Federal, na Lei de introdução ao Código Civil e aos Princípios Tributários Constitucionais. Sendo a matéria de inclusão no SIMPLES tratada pela Lei Ordinária 9.317/96, não podendo vir mero Ato Declaratório Interno da Receita desejar exonerar tal enquadramento por ferir a hierarquia das leis. A retroatividade já foi rechaçada em decisão do TRF. Da 3.ª Região São Paulo, que decidiu que "a exclusão de empresas do SIMPLES pela receita Federal não pode ter efeito retroativo, passando a surtir efeito a partir do mês seguinte em que a empresa é comunicada". Pois bem. Quanto a alegada inconstitucionalidade por violação do princípio da irretroatividade, princípios constitucionais e da Lei de Introdução ao Código Civil (hoje, conhecida como Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, na forma da Lei n.º 12.376, de 2010, que a renomeou), temse que destacar a Súmula CARF n.º 2 enuncia que: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." A referida súmula teve por suporte os seguintes paradigmas: Acórdão n.º 10194876, de 25/02/2005, Acórdão n.º 10321568, de 18/03/2004, Acórdão n.º 105 14586, de 11/08/2004, Acórdão n.º 10806035, de 14/03/2000, Acórdão n.º 10246146, de 15/10/2003, Acórdão n.º 20309298, de 05/11/2003, Acórdão n.º 20177691, de 16/06/2004, Acórdão n.º 20215674, de 06/07/2004, Acórdão n.º 20178180, de 27/01/2005, Acórdão n.º 20400115, de 17/05/2005. Por corolário lógico, não há que se admitir matérias que pretendem discutir constitucionalidade, limites constitucionais e controle de legalidade de atos normativos, caso contrário, estaria sendo declarada uma inconstitucionalidade incidenter tantum de norma infraconstitucional, o que é vedado no Regimento Interno do CARF (art. 62, Anexo II, aprovado pela Portaria MF n.º 343, de 2015), havendo que se respeitar, demais disto, o enunciado da Súmula CARF n.º 2, acima mencionado. Observese, igualmente, o disposto no art. 26A do Decreto n.º 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, com redação dada pela Lei n.º 11.941, de 2009, que enuncia o mesmo entendimento ao dispor que: "No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade." Sendo assim, afasto as preliminares de violação da Constituição, especialmente dos princípios tributários constitucionais, irretroatividade e Lei de Fl. 72DF CARF MF Processo nº 13005.000581/200502 Acórdão n.º 1002000.209 S1C0T2 Fl. 73 6 Introdução ao Código Civil (hoje, conhecida como Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, na forma da Lei n.º 12.376, de 2010, que a renomeou). Mérito No recurso voluntário, a recorrente não alega qualquer matéria a título de mérito, de toda sorte, parte da alegada matéria preliminar, afastandose a questão constitucional apreciada e rejeitada, pode ser tratada como meritum causae e, assim, passo a analisar. Pois bem. No recurso consta que, quando do enquadramento no Simples, a Secretaria da Receita Federal teria concordado com a inclusão, de modo que não poderia vir agora, contrariando o seu próprio entendimento, querer cobrar exação que na época entendeu ser devida. Também, diz que a matéria de inclusão no Simples, regida pela Lei n.º 9.317, de 1996, não pode ser afastada por mero Ato Declaratório Interno da Receita Federal e que não pode ter o efeito retroativo. Entendo que não assiste razão ao contribuinte. Explico. Quanto a controvérsia principal da exclusão do Simples, relativo ao exercício da atividade vedada, a contribuinte sequer recorre deste aspecto, tornandose fato incontroversa a prática de atividade vedada. Portanto, neste ângulo, não vejo óbice no Ato Declaratório de exclusão. Além disto, as razões de decidir da DRJ parecemme bastante consistentes e não foram enfrentadas no recurso para tal temática. De mais a mais, os efeitos da exclusão são declaratórios, de modo que não se cuida de retroatividade de lei tributária, mas sim da produção de efeitos retroativos reflexos da aplicação dos efeitos declaratórios do ato de exclusão. Destaquese que o ato de exclusão tem amparo legal e este suporte é exatamente na Lei n.º 9.317, de 1996, na forma do art. 16, bem como no inciso II do art. 15, este último preceituando na época de sua vigência que o efeito da exclusão deve ter efeitos a partir do mês subsequente ao que for incorrida a situação excludente e não o momento em que procedida a exclusão, tão pouco o momento em que se tornar definitiva a decisão administrativa que discute a exclusão. Logo, o Ato Declaratório de exclusão não afasta a Lei n.º 9.317, de 1966, pelo contrário, a aplica e a confirma. O efeito declaratório apenas reconhece uma situação preexistente, anterior, e, neste caso, se a situação era a inadequação para permanência no Simples, então a contribuinte efetivamente já não fazia jus a referida sistemática, desde momento pretérito em que incorria na causa de exclusão, daí não podendo se valer apenas dos pontos positivos da Lei n.º 9.317, de 1996, devendo também se adequar as normas restritivas da referida legislação. Nessa esteira, os efeitos da citada exclusão devem retroagir. Nesse sentido, cito o Acórdão nº 1301001.523, da 3ª Câmara da 1ª Turma Ordinária deste CARF, sessão de 08 de maio de 2014, assim ementado: EXCLUSÃO DO SIMPLES. EFEITOS. IRRETROATIVIDADE. ATO DECLARATÓRIO. O ato de exclusão do Simples possui natureza declaratória, que atesta que o contribuinte já não preenchia os requisitos de ingresso no regime desde data pretérita, efeito esse que Fl. 73DF CARF MF Processo nº 13005.000581/200502 Acórdão n.º 1002000.209 S1C0T2 Fl. 74 7 não guarda nenhuma relação com o princípio da irretroatividade, que se aplica a litígios envolvendo confrontos entre vigência da lei e data dos fatos. Com igual posicionamento, destaco: Acórdãos ns.º 2202003.552, da 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, sessão de 20/10/16; 1302002070, da 3ª Câmara/2ª Turma Ordinária, sessão de 21/03/17; 1201001.843, da 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, sessão de 15/08/2017. Por conseguinte, concluise que o ato de exclusão do Simples pode ter efeitos retroativos por força, em verdade, de seu efeito declaratório, para tanto devendo observar o disposto na legislação de regência. Por fim, transcrevo a ementa de outro precedente do CARF, Acórdão nº 120100.395, da 2ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção, sessão de 27 de janeiro de 2011, verbis: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005 EXCLUSÃO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE VEDADA. O ato administrativo que declara a exclusão da pessoa jurídica do Simples em virtude da prestação de serviços vigilância, limpeza, conservação e locação de mãodeobra, gera efeitos a partir do mês subseqüente àquele em que incorrida a situação excludente. Em complemento, observese que, ao contrário do que parece entender o requerente, a opção pelo Simples é responsabilidade exclusiva da empresa optante, sendo sujeita a fiscalização posterior e, caso a autoridade fiscal verifique que a opção é indevida, ela tem o poder/dever de proceder a exclusão da empresa da sistemática, face a sua atividade vinculante e obrigatória. Por conseguinte, o tratamento diferenciado, simplificado e favorecido do Simples, pode ser usufruído, desde que se atenda as exigências legais e dentre as condições encontrase a vedação a prestação de alguns serviços, os quais foram exercidos pela contribuinte a ensejar a proibição para o Simples. Aliás, relembrese que a atividade vedada, no recurso voluntário, já não foi mais contestada ou negada, restando precluso este ponto de debate. Considerando o até aqui esposado, entendo pela manutenção do julgamento da DRJ. Dispositivo Ante o exposto, de livre convicção, relatado, analisado e por mais o que dos autos constam, voto em conhecer do recurso voluntário, em rejeitar a preliminar de violação da Constituição, especialmente dos princípios tributários constitucionais, irretroatividade e Lei de Introdução ao Código Civil (hoje, conhecida como Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, na forma da Lei n.º 12.376, de 2010, que a renomeou) e, no mérito, em lhe negar provimento, mantendo íntegra a decisão recorrida. É como Voto. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 13005.000581/200502 Acórdão n.º 1002000.209 S1C0T2 Fl. 75 8 (assinado digitalmente) Leonam Rocha de Medeiros Relator Fl. 75DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18470.725159/2016-35
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
IRPF - RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE (RRA) - COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IRRF
O imposto de renda retido na fonte sobre quaisquer rendimentos somente poderá ser compensado na declaração de pessoa física ou jurídica, se o contribuinte possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora dos rendimentos
Numero da decisão: 2002-000.111
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 47 0. 72 51 59 /2 01 6- 35 Fl. 119DF CARF MF 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil. Relatório Notificação de lançamento Trata o presente processo de notificação de lançamento – NL (efls. 06 a 11), relativa a imposto de renda da pessoa física, pela qual se procedeu autuação por compensação indevida de imposto de renda retido na fonte sobre rendimentos declarados como recebidos acumuladamente. Ainda, conforme a autuação, o número de meses relativo aos rendimentos declarados acumuladamente não está correto. Tal infrações geraram lançamento de imposto de renda pessoa física suplementar de R$ 59.462,40, acrescido de multa de ofício no importe de 75%, bem como juros de mora. Impugnação A notificação de lançamento foi objeto de impugnação, em 27/06/2016, à e fl. 02 a 53 dos autos. A impugnação foi apreciada na 9ª Turma da DRJ/BHE que, por unanimidade, em 20/07/2016, no acórdão 0269.442, às efls. 64 a 67, julgou parcialmente procedente a impugnação. Recurso voluntário Ainda inconformado, o contribuinte, em 03/04/2017, apresentou recurso voluntário, às efls. 75 a 111, no qual alega, em resumo, que: § não houve compensação indevida de imposto de renda retido na fonte já que a empresa reclamada efetuou a retenção, devendo ser afastada a glosa do valor de R$24.161,27. É o relatório. Voto Conselheiro Thiago Duca Amoni Relator Pelo que consta no processo, o recurso é tempestivo, já que o contribuinte foi intimado do teor do acórdão da DRJ em 11/03/2017, efls. 72 , e interpôs o presente Recurso Voluntário em 03/04/2017, efls. 75, posto que atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Conforme os autos, o lançamento tributário foi baseado na compensação indevida de imposto de renda retido na fonte sobre rendimentos declarados como recebidos acumuladamente. Ainda, a fiscalização entendeu que os rendimentos recebidos acumuladamente não foram declarados relativamente ao número de meses correspondentes. Fl. 120DF CARF MF Processo nº 18470.725159/201635 Acórdão n.º 2002000.111 S2C0T2 Fl. 114 3 Alega o recorrente que ajuizou processo 006330090.1991.5.01.003 na 3ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, sendo beneficiário do montante de R$282.663,93, cuja numeração do alvará é 1109/2012. Desta feita foi retido na fonte o valor de R$24.161,27. Alega que todo o valor recebido decorrente da ação judicial foi declarado corretamente. Informa ainda que os rendimentos recebidos acumuladamente respeitaram o número de meses disposto na sentença judicial. A decisão da DRJ deu provimento quanto a correção dos meses em que os rendimentos recebidos acumuladamente foram declarados, como se vê: Com referência ao número de competências a que se referem os rendimentos recebidos acumuladamente, constatase pela análise das planilhas extraídas dos autos processuais trabalhistas, e acostadas às fls. 31/39, que o período a ser considerado na regra da tributação exclusiva é aquele decorrido entre 05 de outubro de 1986 e 23 de novembro de 1990, com os respectivos 13º (décimo terceiros) salários. Dessa forma, considerase comprovado como número de meses a ser utilizado na apuração do Imposto de Renda sobre os rendimentos recebidos acumuladamente o total de 54 (cinqüenta e quatro) meses. Contudo, a decisão da DRJ manteve a glosa da compensação do imposto de renda na fonte, entendendo que não houve comprovação de que os valores de fato foram retidos: Quanto à planilha que se encontra às fls. 45/53, elaborada pela CONSAT Assessoramento Técnico Ltda, não há sinais que tenha sido utilizada para amparar as decisões judiciais exaradas nos autos processuais, nem mesmo que integre esses autos. Além disso, notase que sua elaboração também se deu após o levantamento dos rendimentos em 2012, conforme data de atualização em 01/01/2013, registrada à fl. 51. No tocante à prestação de contas fornecida pelo advogado (fl.40), é esse o documento onde se informa o valor de imposto de renda compensado pelo contribuinte, R$24.161,27. Contudo, diante da ausência de peças processuais que confirmem a retenção desse valor, não cabe o seu aproveitamento, porque a declaração emitida pelo advogado não é prova conclusiva dessa retenção. De fato, não há no processo qualquer documento que nos autos que comprovem a retenção do imposto pela empresa reclamada. Conforme jurisprudência deste CARF: Fl. 121DF CARF MF 4 IRPF RETIDO NA FONTE E NÃO RECOLHIDO. O imposto de renda retido na fonte sobre quaisquer rendimentos somente poderá ser compensado na declaração de pessoa física ou jurídica, se o contribuinte possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora dos rendimentos. No caso de IRRF retido e não recolhido pela fonte pagadora, serão exigidos da fonte pagadora o imposto, a multa de oficio e os juros de mora, devendo o contribuinte oferecer o rendimento à tributação e compensar o imposto retido. Recurso provido. (Acórdão nº 280200.264 10 de maio de 2010) A fonte pagadora é responsável pela retenção do imposto de renda cujo contribuinte é a pessoa física. Quando da apresentação da Declaração de Ajuste Anual, cabe ao contribuinte comprovar documentalmente que a fonte pagadora reteve valores a título do imposto, para fins de compensação do montante devido. Caso não possua comprovação, procederseá a glosa, como aconteceu no presente caso. Desta forma, mantenho a decisão da DRJ nos seguintes termos: Feitas essas considerações e efetuados os cálculos, utilizando se o programa IRPF 2013 e incluindo como meses relativos aos rendimentos recebidos acumuladamente o quantitativo de 54 (cinqüenta e quatro), bem como incluindo como rendimentos tributáveis sujeitos à tributação exclusiva na fonte o valor de R$194.816,37, obtémse imposto suplementar a pagar de R$14.017,62. Às fls. 60/63 destes autos, foi juntada por esta relatora cópia da apuraçãodo imposto devido RRA. Por todo o exposto, voto por considerar procedente em parte a impugnação e por retificar o imposto lançado, passandoo para R$14.017,62 (quatorze mil, dezessete reais e sessenta e dois centavos), sendo, no código 2904, R$5.146,66 (cinco mil, cento e quarenta e seis reais e sessenta e seis centavos) e no código 0211, R$8.870,96 (oito mil,oitocentos e setenta reais e noventa e seis centavos), valores a serem exigidos com os devidos acréscimos legais. Desta forma, conheço do presente Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte para, no mérito, negarlhe provimento, sendo mantido a glosa da compensação indevida do imposto de renda retido na fonte, nos termos da decisão da DRJ. Thiago Duca Amoni Fl. 122DF CARF MF Processo nº 18470.725159/201635 Acórdão n.º 2002000.111 S2C0T2 Fl. 115 5 Fl. 123DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13048.720014/2017-03
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Apr 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2013
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA E REFORMA OU PENSÃO. LAUDO PERICIAL. COMPROVAÇÃO. ISENÇÃO. RETIFICADORA PARA RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO
A isenção do IRPF sobre proventos de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão ao portador de moléstia grave está condicionada a comprovação da patologia mediante laudo pericial, devidamente justificado.
Declaração retificadora com objetivo de obtenção de restituição do Imposto de Renda sobre período que entende como abrangido pela isenção em razão de Moléstia Grave.
A glosa por recusa de aceitação dos comprovantes apresentados pelo contribuinte por se tratar de informação de médico particular. Ausência de laudo médico que contenha elementos que indiquem a ocorrência da situação no período correspondente.
Numero da decisão: 2001-000.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Jorge Henrique Bakces, que lhe deu provimento parcial.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jose Alfredo Duarte Filho - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE ALFREDO DUARTE FILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2013 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA E REFORMA OU PENSÃO. LAUDO PERICIAL. COMPROVAÇÃO. ISENÇÃO. RETIFICADORA PARA RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO A isenção do IRPF sobre proventos de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão ao portador de moléstia grave está condicionada a comprovação da patologia mediante laudo pericial, devidamente justificado. Declaração retificadora com objetivo de obtenção de restituição do Imposto de Renda sobre período que entende como abrangido pela isenção em razão de Moléstia Grave. A glosa por recusa de aceitação dos comprovantes apresentados pelo contribuinte por se tratar de informação de médico particular. Ausência de laudo médico que contenha elementos que indiquem a ocorrência da situação no período correspondente.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1654; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T1 Fl. 89 1 88 S2C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13048.720014/201703 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2001000.297 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 27 de fevereiro de 2018 Matéria IRPF MOLÉSTIA GRAVE Recorrente JOMAR TADEU CALLEGARO TAMBARA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2013 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA E REFORMA OU PENSÃO. LAUDO PERICIAL. COMPROVAÇÃO. ISENÇÃO. RETIFICADORA PARA RESTITUIÇÃO DO IMPOSTO A isenção do IRPF sobre proventos de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão ao portador de moléstia grave está condicionada a comprovação da patologia mediante laudo pericial, devidamente justificado. Declaração retificadora com objetivo de obtenção de restituição do Imposto de Renda sobre período que entende como abrangido pela isenção em razão de Moléstia Grave. A glosa por recusa de aceitação dos comprovantes apresentados pelo contribuinte por se tratar de informação de médico particular. Ausência de laudo médico que contenha elementos que indiquem a ocorrência da situação no período correspondente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Jorge Henrique Bakces, que lhe deu provimento parcial. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente. (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 04 8. 72 00 14 /2 01 7- 03 Fl. 89DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes, Jose Alfredo Duarte Filho, Fernanda Melo Leal e José Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do contribuinte, em razão da lavratura de Auto de Infração de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF, por pleito de direito creditório, para efeito de restituição, sobre rendimentos considerados isentos pelo Recorrente em razão da alegada moléstia grave no período. O lançamento da Fazenda Nacional resulta na apuração de saldo de imposto a restituir ajustado de R$1.085,80, frente a imposto a restituir declarado de R$12.855,03, referente ao anocalendário de 2013. O fundamento básico do lançamento, conforme consta da decisão de primeira instância, aponta a falta de comprovação suficiente para justificar a não aceitação da isenção, nos moldes que entende devam ser atendidos os requisitos legais, com a apresentação de elementos de forte comprovação da ocorrência da moléstia alegada no espaço temporal da utilização do benefício fiscal da isenção. A constituição do acórdão recorrido segue na linha do procedimento adotado na feitura do lançamento, notadamente no que se refere ao entendimento de que os comprovantes não se enquadram nas exigências da legislação em vigor à época da ocorrência, como a seguir dispõe: Contra o contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento nº 2014/939627695349406, expedida em 23/01/2017, referente a imposto sobre a renda de pessoa física, exercício 2014, anocalendário 2013, com apuração de saldo de imposto a restituir ajustado de R$1.085,80 frente a imposto a restituir declarado de R$12.855,03, fls. 5 a 8. O lançamento decorreu da apuração de omissão de rendimentos, no valor de R$48.790,37 (=R$97.580,74 R$48.790,37), em relação à fonte pagadora Caixa de Previdência dos Funcs do Banco do Brasil, CNPJ nº 33.754.482/000124, com a seguinte manifestação da autoridade lançadora: Somente podem ser aceitos laudos periciais expedidos por instituições públicas, independentemente da vinculação destas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Os laudos periciais expedidos por entidades privadas não atendem à exigência legal e, portanto, não podem ser aceitos, ainda que o atendimento decorra de convênio referente ao SUS. (...) O direito à isenção do pagamento do imposto de renda das pessoas portadoras de moléstia grave está previsto na norma contida no art. 6º, incisos XIV e XXI, da Lei nº 7.713/88. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 13048.720014/201703 Acórdão n.º 2001000.297 S2C0T1 Fl. 90 3 (...) Interpretase da leitura da mencionada norma que a isenção do imposto de renda está condicionada ao cumprimento de dois requisitos, de forma concomitante: a) que os rendimentos sejam provenientes de aposentadoria, reforma ou pensão; b) que a pessoa física seja portadora de moléstia grave, indicada na lei. Por outro lado, o art. 30 da Lei nº 9.250, de 95, definiu que a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. § 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. § 2º Na relação das moléstias a que se refere o inciso XIV do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, fica incluída a fibrose cística (mucoviscidose). (...) A Carta de Concessão/Memória de Cálculo de fls. 24 assinala que o interessado é aposentado por tempo de contribuição desde 01/06/2009. Os laudos médicos de fls. 17 e 20 não se prestam a comprovar que o autuado é portador de moléstia grave, pois não indicaram o órgão emissor, o qual, necessariamente, deve ser serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Não basta que o interessado decline na sua defesa que os médicos que emitiram os laudos estejam vinculados a um ou outro serviço médico, pois os elementos exigidos devem compor, originalmente, o laudo pericial. Ante tais considerações, deve ser mantida a omissão de rendimentos apurada pelo fisco. Voto por julgar a impugnação improcedente e não reconhecer o direito creditório pleiteado. Assim, ao final, conclui o decisão de piso pela improcedência da impugnação para manter o não reconhecimento do direito creditório pleiteado, pelo não reconhecimento do direito à isenção referente período. Fl. 91DF CARF MF 4 Por sua vez, com a decisão do Acórdão da DRJ, o Recorrente apresenta recurso voluntário com as considerações e argumentações que entende justificável ao seu procedimento, nos termos que segue: (...) É o relatório. Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13048.720014/201703 Acórdão n.º 2001000.297 S2C0T1 Fl. 91 5 Voto Conselheiro Jose Alfredo Duarte Filho Relator O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. A questão aqui tratada é de reconhecimento ou não ao direito à isenção do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, para portadores de moléstia grave prevista em lei, devendo para isso preencher os requisitos básicos, cumulativamente, no mesmo período, de recebimento de rendimentos de aposentaria, reforma, reserva remunerada ou pensão com a existência da enfermidade que permite a isenção do imposto. O de natureza legal conforme disposto na legislação tributária que rege a questão, especialmente o art. 6º, inciso XIV da Lei nº 7.713, de 1988, com a redação da Lei nº 11.052, de 2004, assim estabelece: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma. (grifei) Em sequência temse o previsto no inciso XXXIII, artigo 39 do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto 3.000/99, "não entrarão no cômputo do rendimento bruto": "XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, § 2º);" O parágrafo 4º do mesmo dispositivo define as condições para reconhecimento de tal isenção: Fl. 93DF CARF MF 6 "§4º Para o reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XXXI e XXXIII, a partir de 1º de janeiro de 1996, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, devendo ser fixado o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle (Lei nº9.250, de 1995, art. 30 e § 1º)." Seguindo no disciplinar das condições para verificação de enquadramento de contribuintes nas regras isentivas, o artigo 5º do mesmo artigo assim dispõe: "§5º As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII aplicam se aos rendimentos recebidos a partir: I do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão; II do mês da emissão do laudo pericial ou do parecer que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão; III da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo pericial." A matéria inclusive já se encontra sumulada no CARF: Súmula CARF nº 43: Os proventos de aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, motivadas por acidente em serviço e os percebidos por portador de moléstia profissional ou grave, ainda que contraída após a aposentadoria, reforma ou reserva remunerada, são isentos do imposto de renda. Súmula CARF nº 63. Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. Outro, o de natureza comprobatória da existência da moléstia grave e a constatação da data de início da comprovação do direto ao benefício fiscal, apontado em laudo pericial específico, para esse fim elaborado, fulcro do objeto da lide. Assim, os elementos comprobatórios para a concessão da isenção do Imposto sobre a Renda no caso de Moléstia Grave, cumulativamente no mesmo período, são: 1 – Ser o contribuinte portador de moléstia especificada na Lei; 2 – Ser o contribuinte recebedor de rendimentos de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão; 3 – Dispor o contribuinte de Laudo que constate a Doença Grave, identificando a data do início da ocorrência e, na falta desta informação a que corresponda à realização dos exames definidores da moléstia. Postas as condições para concessão da desoneração tributária em lide cumpre analisar, no caso concreto, a situação fática e legal de enquadramento do Recorrente. O Contribuinte efetuou sua declaração do Imposto de Renda considerando os rendimentos de aposentadoria no item específico que isenta do tributo com base no inciso XIV, art. 6º, da Lei nº 7.713/88 e inciso XXXIII, do art. 39, do Decreto nº 3.000/99, e por essa Fl. 94DF CARF MF Processo nº 13048.720014/201703 Acórdão n.º 2001000.297 S2C0T1 Fl. 92 7 providência usufruir do benefício fiscal da isenção em razão da existência de sua moléstia considerada grave. A lide aponta de maneira fulcral para a questão da prova e data da constatação da moléstia e da data de início da efetiva causalidade do pressuposto básico e definidor do direito ao benefício da isenção com base nos dispositivos legais antes citados. Ocorre que o laudo médico particular foi redigido e assinado, pelo Dr. Francisco T. Rotta, em 20/01/2016, e em seu texto relata que o diagnóstico teria sido feito em 25/07/2014 (fl. 42), sendo que as duas datas são posteriores ao anocalendário de 2013. Outro laudo médico também particular foi redigido e assinado, pelo Dr. Jairo Gus, em 01/02/2016, confirmando o diagnostico do início da enfermidade em 25/07/2014 (fl. 41), exercício posterior ao ano base da declaração do imposto de renda. Da mesma forma, e finalmente, o Laudo Pericial denominado Oficial foi expedido em 30/05/2017. O relatório médico relata um quadro de progressão da doença, com agravamento de dificuldades motoras, estando o pacientecontribuinte já em cadeira de rodas, sem movimentos voluntários e força nos membros. O laudo médico oficial tem força probatória legal, contudo, o laudo pericial apresentado carece de perfeita oficialidade de vez que não está apresentado em forma de documento oficial (timbrado), porém conta com aposição de carimbo com a identificação do Município de Tramandaí, sobre o nome do firmador do documento, Dr. Saleh Asad Abdala Junior. Mesmo que se considere o documento apresentado pelo Recorrente como Laudo Oficial, permanece a questão da disparidade temporal entre a data base da apuração do imposto de renda (2013) e o diagnóstico da doença (2014), conforme se observa do conjunto probatório nos autos. Afirma o Recorrente que o laudo médico em questão é proveniente da Secretaria da Saúde da Prefeitura Municipal de Tramandaí RS, e emitido por profissional habilitado, contudo, permanece a não concomitância temporal da doença e o período de apuração do imposto de renda, razão do pleito da isenção por moléstia grave, conforme disposto na legislação. Neste sentido como o pedido do Recorrente é pela restituição dos valores que foram retidos pela fonte pagadora de seus proventos de aposentadora referente ao anobase de 2013, mas antes da comprovação oficial da moléstia, a decisão deste Acórdão é de negar provimento, desconsiderando os efeitos da declaração retificadora apresentada pelo Contribuinte. Por todo o exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário e no mérito NEGAR PROVIMENTO, para não reconhecer o direito creditório pleiteado com base na isenção tributária sobre os proventos de aposentadoria do anobase de 2013, na forma da declaração retificadora. Mantida, porém, a apuração de saldo de imposto a restituir ajustado de R$1.085,80, valor este já restituído (fl. 07). (assinado digitalmente) Jose Alfredo Duarte Filho Fl. 95DF CARF MF 8 Fl. 96DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.913822/2012-46
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.566
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (suplente convocado), Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Cesar Candal Moreira Filho.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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MONTREAL INFORMÁTICA S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (suplente convocado), Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Lizandro Rodrigues de Sousa (suplente convocado) e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Carlos Cesar Candal Moreira Filho. Relatório Tratase de Recurso interposto em relação ao Acórdão nº 09053.525, proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo. A Manifestação de Inconformidade foi apresentada contra o Despacho Decisório que indeferiu Pedido Eletrônico de Restituição (PER) referente a pagamento efetuado, em 31/03/2006, a título de estimativa mensal de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), relativa ao anocalendário de 2009, no âmbito de parcelamento acompanhado pelo processo administrativo nº 13009.000062/200504. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .9 13 82 2/ 20 12 -4 6 Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10680.913822/201246 Resolução nº 1302000.566 S1C3T2 Fl. 3 2 O indeferimento foi fundamentado no fato de que o pagamento estava integralmente alocado ao referido parcelamento, inexistindo, portanto, saldo passível de restituição. O PER, por outro lado, como esclarecido na Manifestação de Inconformidade, embasouse no fato de que o referido pagamento por estimativa não foi reconhecido no processo administrativo nº 13009.000190/0046, que tratou do Pedido de Restituição relativo ao saldo negativo de CSLL referente ao anocalendário de 1999. O Acórdão de primeira instância julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade do sujeito passivo uma vez que, a decisão final do processo administrativo nº 13009.000190/0046 reconheceu a existência de saldo a pagar de CSLL, em relação ao ano calendário de 1999, no montante de R$ 241.202,59, enquanto todos os pagamentos realizados no âmbito do processo administrativo nº 13009.000062/200504, a título de CSLL, somente totalizariam R$ 176.594,58, não havendo, portanto, qualquer valor a restituir. Previamente à apreciação dos Recursos, fazse necessário esclarecimento, de modo que deixo de detalhar as razões recursais e passo à elucidação dos pontos a serem esclarecidos. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1302 000.556, de 16.03.2018, proferido no julgamento do Processo nº 10680.913812/201219. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1302000.556): O exame dos documentos constantes do processo nº 13009.00062/200504 indica que o sujeito passivo parcelou, em janeiro de 2005, débitos relativos a estimativas de CSLL, referente ao anocalendário de 1999, no total de R$ 588.468,60. Em agosto de 2006, contudo, o referido parcelamento foi rescindido, para adesão ao parcelamento especial instituído pela Medida Provisória nº 303, de 29 de junho de 2006. Em setembro de 2009, nova rescisão, desta vez para adesão ao parcelamento de que trata a Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Extrato constante à fl. 292 daquele processo, ainda, faz parecer que todo o débito teria sido quitado no âmbito deste último parcelamento. A quantificação correta dos valores extintos pelo sujeito passivo, a título de estimativas de CSLL, bem como a apuração dos montantes que permanecem disponíveis em relação a tais pagamentos, tem efeito direto na análise do PER de que trata o presente processo, bem como na análise de PER similares referentes aos demais pagamentos efetuados a título de estimativa de CSLL, no âmbito do processo n° 13009.00062/200504. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10680.913822/201246 Resolução nº 1302000.566 S1C3T2 Fl. 4 3 É que o presente processo constitui paradigma em relação a lote de processos com fundamento em idêntica questão de direito (repetitivos), na forma permitida pelo art. 47, §1º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015. PROCESSO DATA DO PAGAMENTO VALOR TOTAL DO PAGAMENTO 10680.913813/201255 30/06/2005 23.178,06 10680.913814/201208 29/07/2005 23.523,58 10680.913815/201244 31/08/2005 23.851,71 10680.913816/201299 30/09/2005 24.212,44 10680.913817/201233 31/10/2005 24.538,40 10680.913818/201288 30/11/2005 24.844,81 10680.913819/201222 29/12/2005 25.144,69 10680.913821/201200 31/01/2006 25.464,13 10680.913820/201257 24/02/2006 25.774,89 10680.913822/201246 31/03/2006 26.024,79 10680.913823/201291 28/04/2006 26.333,37 10680.913824/201235 31/05/2006 26.568,06 10680.913816/201299 30/06/2006 26.846,21 Isto posto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que o processo retorne à Unidade de origem (DRF/Belo Horizonte/MG), para que: a) informe sobre o saldo a pagar referente ao processo nº 13009.000190/0046, e, em caso de extinção total ou parcial, detalhar a forma de extinção do referido saldo; b) informar se os pagamentos realizados no processo nº 13009.00062/200504 foram utilizados para quitação de débitos, discriminadamente, bem como sobre eventual saldo disponível; c) ao fim, elaborese relatório de diligência contendo as informações acima requeridas, com o acréscimo daquelas que entender cabíveis para o deslinde do presente processo, dando ciência do resultado ao sujeito passivo e concedendolhe prazo para, querendo, manifestarse nos autos. Após, reencaminhese o processo a este Colegiado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento em diligência para que o processo retorne à Unidade de origem (DRF/Belo Horizonte/MG), para que: Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10680.913822/201246 Resolução nº 1302000.566 S1C3T2 Fl. 5 4 a) informe sobre o saldo a pagar referente ao processo nº 13009.000190/0046, e, em caso de extinção total ou parcial, detalhar a forma de extinção do referido saldo; b) informar se os pagamentos realizados no processo nº 13009.00062/200504 foram utilizados para quitação de débitos, discriminadamente, bem como sobre eventual saldo disponível; c) ao fim, elaborese relatório de diligência contendo as informações acima requeridas, com o acréscimo daquelas que entender cabíveis para o deslinde do presente processo, dando ciência do resultado ao sujeito passivo e concedendolhe prazo para, querendo, manifestarse nos autos. Cumpridas as diligências, reencaminhese o processo a este Colegiado para prosseguimento do julgamento (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 157DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.727709/2014-30
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010
APRECIAÇÃO DO ARGUMENTO DA DEFESA. OMISSÃO DA INSTÂNCIA RECORRIDA. IMPOSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO DE NORMA POR ILEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO.
O julgador administrativo deve apreciar todos os fatos trazidos na impugnação, mas não poderá decidir sobre aqueles que a norma o obriga a se abster. A instância recorrida está vinculada aos atos administrativos expedidos pela Receita Federal. É vedado ao julgador da primeira instância administrativa o afastamento de norma hígida sob a alegação de ilegalidade. Não há omissão do acórdão a quo e nem nulidade da decisão quando o julgador não decide sobre a ilegalidade de decretos.
LEGALIDADE DE DECRETO. CARF. COMPETÊNCIA.
Os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade, veracidade e legalidade. O afastamento de ato administrativo por ilegalidade é competência do Poder Judiciário. A Administração Pública pode rever, de ofício, seus próprios atos. A revisão de ofício do ato administrativo só pode se dar pela autoridade que o expediu, ou outra hierarquicamente superior. O Carf não é competente para avaliar a legalidade ou rever de ofício atos administrativos ou regulamentares expedidos pelo Presidente da República.
Numero da decisão: 2301-005.278
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso, para, na parte conhecida, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Maurício Vital - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Mauricio Vital, Wesley Rocha, Antonio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, e João Bellini Junior (Presidente).
Nome do relator: JOAO MAURICIO VITAL
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 31/01/2010 a 31/12/2010 APRECIAÇÃO DO ARGUMENTO DA DEFESA. OMISSÃO DA INSTÂNCIA RECORRIDA. IMPOSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO DE NORMA POR ILEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. O julgador administrativo deve apreciar todos os fatos trazidos na impugnação, mas não poderá decidir sobre aqueles que a norma o obriga a se abster. A instância recorrida está vinculada aos atos administrativos expedidos pela Receita Federal. É vedado ao julgador da primeira instância administrativa o afastamento de norma hígida sob a alegação de ilegalidade. Não há omissão do acórdão a quo e nem nulidade da decisão quando o julgador não decide sobre a ilegalidade de decretos. LEGALIDADE DE DECRETO. CARF. COMPETÊNCIA. Os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade, veracidade e legalidade. O afastamento de ato administrativo por ilegalidade é competência do Poder Judiciário. A Administração Pública pode rever, de ofício, seus próprios atos. A revisão de ofício do ato administrativo só pode se dar pela autoridade que o expediu, ou outra hierarquicamente superior. O Carf não é competente para avaliar a legalidade ou rever de ofício atos administrativos ou regulamentares expedidos pelo Presidente da República.
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OMISSÃO DA INSTÂNCIA RECORRIDA. IMPOSSIBILIDADE DE AFASTAMENTO DE NORMA POR ILEGALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO. O julgador administrativo deve apreciar todos os fatos trazidos na impugnação, mas não poderá decidir sobre aqueles que a norma o obriga a se abster. A instância recorrida está vinculada aos atos administrativos expedidos pela Receita Federal. É vedado ao julgador da primeira instância administrativa o afastamento de norma hígida sob a alegação de ilegalidade. Não há omissão do acórdão a quo e nem nulidade da decisão quando o julgador não decide sobre a ilegalidade de decretos. LEGALIDADE DE DECRETO. CARF. COMPETÊNCIA. Os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade, veracidade e legalidade. O afastamento de ato administrativo por ilegalidade é competência do Poder Judiciário. A Administração Pública pode rever, de ofício, seus próprios atos. A revisão de ofício do ato administrativo só pode se dar pela autoridade que o expediu, ou outra hierarquicamente superior. O Carf não é competente para avaliar a legalidade ou rever de ofício atos administrativos ou regulamentares expedidos pelo Presidente da República. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer em parte do recurso, para, na parte conhecida, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 77 09 /2 01 4- 30 Fl. 142DF CARF MF 2 João Bellini Júnior Presidente. (assinado digitalmente) João Maurício Vital Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrea Brose Adolfo, Alexandre Evaristo Pinto, João Mauricio Vital, Wesley Rocha, Antonio Sávio Nastureles, Marcelo Freitas de Souza Costa, Juliana Marteli Fais Feriato, e João Bellini Junior (Presidente). Relatório Tratase de lançamento de ofício, Auto de Infração nº 51.060.3858, para a exigência das contribuições para o financiamento das prestações concedidas em razão do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa decorrente dos Riscos Ambientais do Trabalho (Giil RAT), relativas ao período de 1/2010 a 12/2010. A Autoridade Lançadora identificou que a empresa declarou em Gfip, 1% de GillRAT e 1,66% de contribuição para o Fator Acidentário de Prevenção (FAP), embora, no período fiscalizado, a empresa estivesse enquadrada no CNAE 6190699, o que implicaria, respectivamente, nos percentuais de 2% e 1,6671%. Na impugnação, a Recorrente admitiu devidas as diferenças do FAP, porquanto não havia considerado as duas últimas casas decimais da alíquota. Porém, quanto ao GiilRAT, sustentou que a majoração da alíquota de 1% para 2% por meio dos decretos nºs. 6.042, 12 de fevereiro de 2007, e 6.957, de 9 de setembro de 2009, é indevida, pois não teria resultado de estudos que comprovassem o aumento de acidentes de trabalho nas atividades de telecomunicações a justificar a modificação do enquadramento de risco leve para risco médio. Por essa razão, estaria ferido o princípio da motivação e, portanto, os atos seriam inválidos. A instância a quo manteve integralmente o lançamento. No recurso voluntário, a Recorrente alegou que a turma de origem preferiu não adentrar aos argumentos ventilados pela recorrente (efl. 124, grifo do original), sob alegação de que seria incompetente para se manifestar quanto à legalidade ou constitucionalidade de normas vigentes. Entendeu, a Recorrente, que o colegiado a quo, embora estivesse impedido de se pronunciar quanto à constitucionalidade, deveria ter se manifestado quanto à legalidade dos decretos. No mais, a Recorrente repisou, no apelo voluntário, os exatos termos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro João Maurício Vital Relator. O recurso é tempestivo. Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10580.727709/201430 Acórdão n.º 2301005.278 S2C3T1 Fl. 143 3 1 Do conhecimento 1.1 DA REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS A Recorrente solicitou o cancelamento da representação fiscal para fins penais decorrente da ação fiscal da qual derivou este processo. Cabe ao Carf a análise da controvérsia de natureza tributária, apreciando as matérias que estejam na lide. Não compete ao Carf avaliar a pertinência da representação penal oriunda da ação fiscal. Esse é o teor da Súmula Carf nº 28, de observância obrigatória a este colegiado. Súmula CARF nº 28: O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. Portanto, não conheço da matéria. Conheço, pois, das demais matérias do apelo. 2 Das preliminares 2.1 PRELIMINAR DE NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA POR NÃO APRECIAR OS ARGUMENTOS DA IMPUGNAÇÃO A Recorrente afirmou que a decisão recorrida foi proferida sem que os argumentos apostos na impugnação fossem apreciados, sob a justificativa de que não caberia à instância a quo considerar a legalidade ou constitucionalidade dos decretos nºs. 6.042, de 2007, e 6.957, de 2009. Quanto à inconstitucionalidade das normas, a Recorrente admitiu a impossibilidade da discussão no âmbito administrativo; porém, sustentou que a DRJ/Juiz de Fora não estaria impedida de avaliar a legalidade dos atos, enfrentando a questão colocada na impugnação. Diante da omissão, a decisão teria sido nula Não assiste razão à Recorrente, pois a DRJ/Juiz de Fora, instância administrativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), pronunciouse sobre a questão apontada na impugnação nos seguintes termos (efl. 116): as normas inquinadas de ilegais pelo impugnante continuam válidas, não sendo lícito à autoridade administrativa absterse de cumprilas e nem declarar sua ilegalidade. A instância a quo apreciou o argumento contido na impugnação, abstendose, motivadamente, de se manifestar quanto à alegada ilegalidade suscitada pela Impugnante. Não há vício na decisão recorrida porque ela está vinculada aos atos expedidos pelo órgão de que faz parte, a Receita Federal. No contexto, consta da Portaria RFB nº 10.875, de 16 de agosto de 2007, a expressa vedação à autoridade julgadora daquele órgão para afastar a aplicação de decreto sob a alegação de ilegalidade: Art. 18. É vedado à autoridade julgadora afastar a aplicação, por inconstitucionalidade ou ilegalidade, de tratado, acordo internacional, lei, decreto ou ato normativo em vigor, ressalvados os casos em que: Fl. 144DF CARF MF 4 I tenha sido declarada a inconstitucionalidade da norma pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em ação direta, após a publicação da decisão, ou pela via incidental, após a publicação da resolução do Senado Federal que suspender a sua execução; II haja decisão judicial, proferida em caso concreto, afastando a aplicação da norma, por ilegalidade ou inconstitucionalidade, cuja extensão dos efeitos jurídicos tenha sido autorizada pelo Presidente da República ou, nos termos do art. 4º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, pelo Secretário da Receita Federal do Brasil ou pelo ProcuradorGeral da Fazenda Nacional. Não há, pois, qualquer nulidade no acórdão recorrido por haver deixado de se pronunciar acerca do argumento de ilegalidade apontado na impugnação. 3 Do mérito 3.1 APLICAÇÃO DOS DECRETOS NºS. 6.042, DE 2007, E 6.957, DE 2009 Não há questionamento quanto à diferença de contribuição ao FAP; portanto, a matéria resta incontroversa. A lide reside, pois, na reclassificação da atividade da empresa, que é de telecomunicações em que prepondera o código Cnae 61906/99, promovida pelo Decreto nº 6.042, de 2007, do grau de risco leve, correspondente à alíquota de 1%, para o grau de risco médio, cuja alíquota é de 2%. Posteriormente, pelo Decreto nº 6.957, de 2009, nova reclassificação manteve a atividade da empresa no grau mesmo grau de risco. Questionou, a Recorrente, a ausência de motivação para os reenquadramentos promovidos pelos decretos, sem que fossem acompanhados e justificados por estudos técnicos que apontassem a necessidade das modificações. Assim asseverou a Recorrente (efl. 135, item 26): À maneira do contribuinte que buscou guarida no Judiciário, não pretende a recorrente negar à administração o direito de reenquadramento do risco labora de cada atividade. Exige, apenas, com fulcro na lei, que este reenquadramento seja motivado, demonstrando que o aumento da alíquota decorre do aumento de acidentes de trabalho na atividade preponderante (telecomunicações). Essa comprovação técnica, contudo, não foi disponibilizada pelo Governo Federal, de modo a exsurgir a invalidade do ato normativo. Pretende, a Recorrente, que se afaste a aplicação dos decretos e, por conseguinte, que se lhe aplique a alíquota relativa ao grau de rico baixo, de 1%. É certo que os decretos em questão integram a legislação tributária, nos termos do art. 96 do CTN: Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. (Sem grifo no original.) Fl. 145DF CARF MF Processo nº 10580.727709/201430 Acórdão n.º 2301005.278 S2C3T1 Fl. 144 5 Os atos administrativos, inclusive os de natureza regulamentar, como os decretos, gozam da presunção de legitimidade, veracidade e legalidade e a administração pública que, pelo princípio da hierarquia administrativa, não pode deixar de observálos. Essa presunção decorre do princípio da legalidade, inserto no art. 37 da Carta Magna, e pode ser afastada por decisão judicial. Também é lícito que a própria administração pública reveja, de ofício, os atos que entender viciados (Súmula STF nº 4731), inclusive por ausência de motivação, como pretende a Recorrente. Considerando, porém, que os atos apontados pela Recorrente como nulos foram expedidos pela Presidência da República, órgão máximo do Poder Executivo, somente nessa instância poderia se dar a revisão ou anulação. Sendo o Carf órgão subordinado diretamente ao Ministério da Fazenda e, indiretamente, à Presidência da República, não lhe seria possível, pelo princípio da hierarquia administrativa, a apreciação da legalidade dos atos expedidos pelo órgão ou autoridade subordinante. Ao afastar o ato presumidamente legal, por decisão própria, o Carf estaria a inobservar a hierarquia administrativa e a usurpar função própria Poder Judiciário, Nesse sentido, incovo o Acórdão nº 2301005.150, desta turma, no qual, unanimemente, os membros se posicionaram sobre a matéria, nos termos do voto do relator Conselheiro João Bellini Júnior: Ademais, como visto, a subrogação também é expressa no Decreto 566, de 1992, o que, por si só, vincula a decisão deste Colegiado, uma vez que o CARF não detém competência para negar vigência à interpretação dada ao sistema normativo tributário pelo Decreto 566, de 1992, uma vez que decretos, sendo emitidos pelo Presidente da República, possuem hierarquia superior, devendo ser observados por toda a Administração Pública Federal, inclusive pelo Ministério da Fazenda, do qual este CARF é parte integrante. Carf não pode rever ou deixar de aplicar ato administrativo presumidamente legítimo, verdadeiro e legal, de hierarquia superior, porquanto vinculante. Tampouco cabe ao Carf, apropriandose da função judicial, expurgar do mundo jurídico a norma tida por ilegal pela Recorrente. Sob esses argumentos, indefiro o pedido acerca da matéria. Conclusões Voto, pois, no sentido de conhecer em parte do recurso, para, na parte conhecida, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso 1 A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque dêles (sic) não se originam direitos; ou revogálos, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. Fl. 146DF CARF MF 6 (assinado digitalmente) João Maurício Vital Relator Fl. 147DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10850.001774/2006-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/06/2003
Ementa:
EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. EQUÍVOCO RECONHECIDO.
Identificado o erro material tal equívoco deve ser sanado, sem que isso implique em efeitos infringentes.
Embargos acolhidos apenas para fins de retificação de erro material.
Numero da decisão: 3402-005.250
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para retificar o erro material no acórdão embargado.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/06/2003 Ementa: EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. EQUÍVOCO RECONHECIDO. Identificado o erro material tal equívoco deve ser sanado, sem que isso implique em efeitos infringentes. Embargos acolhidos apenas para fins de retificação de erro material.
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HOLDING S/A ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/06/2003 Ementa: EMBARGOS INOMINADOS. ERRO MATERIAL. EQUÍVOCO RECONHECIDO. Identificado o erro material tal equívoco deve ser sanado, sem que isso implique em efeitos infringentes. Embargos acolhidos apenas para fins de retificação de erro material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer e acolher os Embargos Inominados para retificar o erro material no acórdão embargado. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 00 17 74 /2 00 6- 02 Fl. 298DF CARF MF 2 Relatório 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que indeferiu pedido de restituição do contribuinte, manifestação essa julgada improcedente pela DRJ de Ribeirão Preto. 2. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs recurso voluntário alegando a legitimidade do seu crédito, bem como a submissão do Poder Executivo ao precedente vinculante do STF veiculado no âmbito do julgamento do RE n. 390.840/MG. Tal recurso foi provido por esta Turma julgadora, conforme retratado no acórdão n. 3402004.91 (fls. 285/288) 3. Ocorre que, em sede de cumprimento da decisão alhures mencionada, o titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão, interpôs os embargos de declaração de fls. 293/294, tendo por escopo suprir erro material. 4. Tal recurso foi admitido pelo r. despacho de fls. 296/297. 5. É o relatório. Voto Conselheiro Diego Diniz Ribeiro 6. O recurso interposto é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. 7. No mérito tal recurso merece ser provido, já que de fato possui notório erro material. Isso porque, ao se analisar o teor do relatório do voto embargado, bem como sua parte dispositiva, este Relator, por um lapso, afirmou que o presente caso tratarseia de compensação declarada pelo contribuinte e não homologada pelo fisco, enquanto que, em verdade, o que se tem aqui é pedido de restituição indeferido pela fiscalização. 8. Tal lapso está presente tanto no relatório do voto, quando na sua parte dispositiva, motivo pelo qual os embargos inominados interpostos devem ser conhecidos e provido para a retificação do acórdão embargado. Dispositivo 9. Ante o exposto, voto por conhecer e dar provimento aos embargos inominados interpostos, sem efeitos infringentes, devendo o acórdão embargado ser retificado para que, onde se lê 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que não homologou compensação declarada pelo contribuinte... seja lido 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra Fl. 299DF CARF MF Processo nº 10850.001774/200602 Acórdão n.º 3402005.250 S3C4T2 Fl. 299 3 despacho decisório que indeferiu pedido de restituição apresentado pelo contribuinte... bem como para que, onde se lê 10. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo a juridicidade do crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado. seja lido 10. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo a juridicidade do crédito por ele vindicado, de modo que o pedido de restituição apresentado pelo contribuinte seja analisado pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado. 10. É como voto. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Fl. 300DF CARF MF
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