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Numero do processo: 13819.903271/2008-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2003
CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
Numero da decisão: 3301-005.152
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.900202/2009-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Ano-calendário: 2003 CIDE/REMESSAS. CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159-70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.159-70/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.900202/2009-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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CRÉDITO PREVISTO NO ART. 4º DA MP 2.159 70/2001. APROVEITAMENTO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O crédito de CIDE previsto no art. 4º da MP nº 2.15970/2001 não decorre de pagamento indevido. Logo, não pode ser utilizado por meio de Declaração de Compensação, mas tão somente para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 32 71 /2 00 8- 10 Fl. 94DF CARF MF Processo nº 13819.903271/200810 Acórdão n.º 3301005.152 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior ou indevido e aproveitar esse crédito com débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB. Em análise ao referido documento, a autoridade tributária proferiu Despacho Decisório Eletrônico, explicando que o pagamento indicado já estava integralmente alocado, não restando, assim, crédito para ser utilizado na compensação em questão. Com isso, decidiu pela não homologação da referida Declaração de Compensação. Inconformado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade tempestiva alegando, em suma, que seu direito creditório tem fundamento no artigo 4º da Medida Provisória nº 2.15970/2001, o qual afirma terlhe outorgado o direito de compensar tal crédito com débitos do mesmo tributo, conforme o fez através da Dcomp em tela. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 0533.179. Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário em que discorre sobre sua atividade, o contrato de exploração de patente e uso de marca que firmou com empresa estrangeira, as remessas de royalties, o direito ao crédito de CIDE, sob o amparo da MP n° 2.15970/01, e a correção do procedimento adotado utilização do crédito da CIDE para liquidação de débitos vincendos, via PER/DCOMP. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.136, de 25 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 13819.900202/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301005.136): Fl. 95DF CARF MF Processo nº 13819.903271/200810 Acórdão n.º 3301005.152 S3C3T1 Fl. 4 3 "O recurso voluntário preenche os requisitos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. Com fulcro no § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/99, adoto como razão de decidir o voto condutor do Acórdão DRJ n° 1265.687, de 22/05/14, da lavra do i.julgador Bernardo Moraes Fiuza Pequeno: "(. . .) Verificase que o interessado fundamenta sua defesa no art. 4º da MP Nº 2.15970/2001, deste modo, transcrevo o referido dispositivo legal por ser de suma importância para a solução da lide (grifos de minha autoria). 'Art. 4º É concedido crédito incidente sobre a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, instituída pela Lei nº 10.168, de 2000, aplicável às importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas para o exterior a título de róialties referentes a contratos de exploração de patentes e de uso de marcas. § 1º O crédito referido no caput: I será determinado com base na contribuição devida, incidente sobre pagamentos, créditos, entregas, emprego ou remessa ao exterior a título de róialties de que trata o caput deste artigo, mediante utilização dos seguintes percentuais: a) cem por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2001 até 31 de dezembro de 2003; b) setenta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2008; c) trinta por cento, relativamente aos períodos de apuração encerrados a partir de 1o de janeiro de 2009 até 31 de dezembro de 2013; II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo. § 2o O Comitê Gestor definido no art. 5º da Lei nº 10.168, de 2000, será composto por representantes do Governo Federal, do setor industrial e do segmento acadêmicocientífico.' Percebese na leitura deste artigo, que a MP nº 2.15970/2001 concedeu crédito ao contribuinte nos casos de remessas ao exterior a título de róialties, o qual é calculado com base na contribuição devida. No entanto, o interessado informou na Declaração de Compensação crédito oriundo de pagamento indevido, ou seja, o crédito previsto na MP nº 2.15970/2001 não tem relação com o Fl. 96DF CARF MF Processo nº 13819.903271/200810 Acórdão n.º 3301005.152 S3C3T1 Fl. 5 4 crédito de pagamento indevido, haja vista que o pagamento só é indevido se a CIDE não é devida. Por outro lado, o crédito da MP nº 2.15970/2001 só é gerado com base na CIDE que é devida. Portanto, percebese que a defesa sustenta um crédito distinto daquele informado na Declaração de Compensação. Ademais, ainda que o interessado obtivesse êxito em comprovar o suposto crédito previsto na MP nº 2.15970, este não poderia ser utilizado através de Declaração de Compensação, mas tão somente por meio de dedução da CIDE de períodos subseqüentes, em conformidade com o art. 4º, § 1º, inciso II, que diz (grifos meus): 'II será utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da contribuição incidente em operações posteriores, relativas a róialties previstos no caput deste artigo.' Portanto, diante de todo exposto, voto por julgar a manifestação de inconformidade improcedente, mantendose integralmente o Despacho Decisório, a fim de não homologar a Declaração de Compensação." Com base no acima exposto, nego provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 97DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15463.721132/2014-11
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
RENDIMENTOS ISENTOS. DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO.
O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão.
PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. DESNECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICO OFICIAL.
É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova, para efeito de comprovação das moléstias enumeradas na Lei 7.713/1988, art. 6º, inc. XIV, conforme Súmula 598 do STJ.
INTERPRETAÇÃO LITERAL CASOS DE ISENÇÃO. ART. 111, II DO CTN. APLICAÇÃO.
A interpretação literal que dispõe o art. 111, inciso II do CTN, visa impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, mas para saber se o caso em questão é o caso previsto em lei se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e do exame da prova.
Numero da decisão: 2001-000.323
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento e o conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que lhe deu provimento parcial. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Redator Designado.
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2013 RENDIMENTOS ISENTOS. DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO. O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. DESNECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICO OFICIAL. É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova, para efeito de comprovação das moléstias enumeradas na Lei 7.713/1988, art. 6º, inc. XIV, conforme Súmula 598 do STJ. INTERPRETAÇÃO LITERAL CASOS DE ISENÇÃO. ART. 111, II DO CTN. APLICAÇÃO. A interpretação literal que dispõe o art. 111, inciso II do CTN, visa impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, mas para saber se o caso em questão é o caso previsto em lei se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e do exame da prova.
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DOENÇA GRAVE. COMPROVAÇÃO. O contribuinte apresentou documentação comprovando doença grave, fazendo jus à isenção de imposto de renda dos rendimentos recebidos em razão de aposentadoria ou pensão. PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO. DESNECESSÁRIA A APRESENTAÇÃO DE LAUDO MÉDICO OFICIAL. É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova, para efeito de comprovação das moléstias enumeradas na Lei 7.713/1988, art. 6º, inc. XIV, conforme Súmula 598 do STJ. INTERPRETAÇÃO LITERAL CASOS DE ISENÇÃO. ART. 111, II DO CTN. APLICAÇÃO. A interpretação literal que dispõe o art. 111, inciso II do CTN, visa impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, mas para saber se o caso em questão é o caso previsto em lei se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e do exame da prova. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento e o conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que lhe deu provimento parcial. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 46 3. 72 11 32 /2 01 4- 11 Fl. 125DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Redator Designado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2013, anocalendário de 2012, em que foi apurada omissão de rendimentos. O contribuinte apresentou impugnação, que foi julgada improcedente, mediante Acórdão da DRJ BELO HORIZONTE. Cientificado, o interessado apresentou recurso voluntário de f. 118/119. Em síntese, alega ser portador de moléstia grave (alienação mental, desde 2007). Informa que recebe proventos de aposentadoria. Sustenta que a doença está descrita em Laudo Médico, complementados por receituário médico e demais documentação. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro José Ricardo Moreira Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Temos que, em cumprimento à regra geral prevista no art. 176 do Código Tributário Nacional CTN, especificando o tributo a que se aplica, as condições e requisitos exigidos para sua concessão, a isenção do IRPF sobre os rendimentos, no caso do contribuinte ser portador de determinadas espécies de doenças, foi instituída pela Lei n° 7.713, de 1988, mais especificamente no inciso XIV do artigo 6º, com redação dada pelo artigo 47 da Lei nº 8.541, de 23/12/92 e artigo 30, § 2º da Lei nº 9.250/95, e pela Lei nº 11.052, de 2004, in verbis: “Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente sem serviços e os percebidos pelos portadores de Fl. 126DF CARF MF Processo nº 15463.721132/201411 Acórdão n.º 2001000.323 S2C0T1 Fl. 3 3 moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma;” (Redação dada pela Lei nº 11.052, de 2004) Referida disposição encontrase regulamentada no Regulamento do Imposto de Renda RIR, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999, art. 39, XXXI, que estabelece: “Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: (...) Proventos de aposentadoria por Doença Grave XXXIII os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adquirida, e fibrose cística (mucoviscidose), com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (Lei nº 7.713, de 1988, art. 6º, inciso XIV, Lei nº 8.541, de 1992, art. 47, e Lei nº 9.250, de 1995, art. 30, § 2º);” (...) § 5º As isenções a que se referem os incisos XXXI e XXXIII aplicamse aos rendimentos recebidos a partir: I – do mês da concessão da aposentadoria, reforma ou pensão; II – do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia, se esta for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão; III – da data em que a doença for contraída, quando identificada no laudo pericial. Importa destacar que o art. 30 da Lei nº 9.250, de 1995, veio estabelecer que, a partir de 1996, a moléstia deveria ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, assim: Fl. 127DF CARF MF 4 “Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.” Assim, em observância ao comando normativo retrocitado, (art. 30 da Lei nº 9250/95), não há como acatar, para fins de reconhecimento de isenção de IRPF para o exercício do lançamento. Importante frisar acerca da documentação que a alegada alienação mental só pode ser reconhecida a partir de abril de 2014, conforme já explanado na decisão de primeira instância: "No caso em apreço, somente o laudo médico de serviço oficial de fls. 14 e 68, é documento hábil a atestar a moléstia grave acometida pelo contribuinte. A doença foi expressamente identificada no laudo, qual seja, “alienação mental”, listada no art. 6º, incisoXIV da Lei nº 7.713/88, e, na ausência da data do início da doença, a data a ser consideradapara fins de isenção é a da emissão do laudo médico (29/4/2014). " Convém ainda mencionar a regra inserta no artigo 111, do CTN, que determina que as normas que veiculam outorga de isenção devem ser interpretadas literalmente. Portanto, não há como reconhecer o direito à isenção pleiteado pelo recorrente, haja vista que não foi feita prova nos termos exigidos pela legislação. Desta forma, reitero a motivação do voto exposto na decisão de primeira instância, que indeferiu o reconhecimento da isenção. CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Fl. 128DF CARF MF Processo nº 15463.721132/201411 Acórdão n.º 2001000.323 S2C0T1 Fl. 4 5 Voto Vencedor Discordo do relator quanto sobre a caracterização da doença grave. Tratase de divergência principalmente quanto à necessidade de apresentação de laudo oficial. O contribuinte apresentou outros elementos de prova indicando possuir doença grave. Entendemos que a fundamentação baseada somente na falta de apresentação, ou problemas formais no documento, no laudo médico, não afastam por si a caracterização da doença grave quando há outros meios de prova indicando a doença. Trazemos entendimento do STJ com o qual concordamos, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, 1ª Turma do Superior Tribunal de Justiça STJ, relator do caso, AREsp 81.149: “Ainda que conste como preceito legal, a perícia médica oficial não pode ser tida como indispensável ou como o único meio de prova habilitado, sendo necessário ponderarse a razoabilidade de tal exigência legal no caso concreto” E mais recente, mais no ponto do caso em questão e já sendo matéria sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça, que é o órgão do Poder Judiciário do Brasil que assegura a uniformidade à interpretação da legislação federal., trazemos a Súmula 598, que assim dispôs: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova. STJ. 1ª Seção. Aprovada em 08/10/2017. Sobre a interpretação literal do texto legal, em cumprimento ao art 111 do CTN, inciso II, que trata de isenção, questão trazida amiúde quando se fala de isenção tributária, trazemos o pensamento do tributarista Carlos da Rocha Guimarães, com o qual concordamos plenamente: O art. 111 "não quer realmente negar que se adote, na interpretação das leis concessivas de isenção, o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma, mas simplesmente impedir que se estenda a exoneração fiscal a casos semelhantes, alargando, além do seu exato limite, o que diz a letra da lei, sem, no entanto, deixar de incluir, na interpretação do texto legal, todos os casos que a sua significação indica como nele incluídos, sem o que a própria letra da lei também estaria ferida, e a exoneração, assim truncada, ficaria sem sentido." Explicase, em relação ao caso: não se poderia estender a isenção de doença grave para pessoas em casos semelhantes, pessoas com doenças não consideradas graves, pessoas idosas, pessoas desempregadas, pessoas presas, etc. Aqui, sim, não se pode estender porque se interpreta literalmente, a isenção é só para doença grave. Fl. 129DF CARF MF 6 No entanto, para a caracterização da doença grave prevista em lei, para o exame da prova sobre a doença, se utiliza o processo normal de apuração compreensiva do sentido da norma e processo normal do exame da prova. No exame da documentação entendemos estar caracterizada a doença grave. Os rendimentos recebidos por portador de doença grave são isentos, conforme Lei 7.713/1988, art. 6º. Conclusão Em razão do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Relator Designado. Fl. 130DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.009230/2002-11
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1998
PAGAMENTO A MENOR DE CSLL. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. ADIMPLIDO TODO O TRÂMITE DO PAF TORNA-SE AUSENTE O CERCEAMENTO DE DEFESA.
Não há cerceamento de defesa quando não se comprova efetivamente o malferimento ao deslinde do PAF e o respectivo ônus ao contribuinte, razão pela qual as alegações genéricas não merecem ser acolhidas.
VERDADE MATERIAL. PROVAS SUFICIENTES PARA IDENTIFICAR MERO ERRO DE PREENCHIMENTO.
Quando há nos autos elementos suficientes para suprir a convicção do órgão julgador no que cinge ao adimplemento tributário, torna-se possível reconhecer o pleito com base na verdade material. Uma vez comprovado documentalmente o erro de preenchimento da DCTF, deve ser cancelada a autuação pautada nos valores nela declarados. In casu, a autuação deve se ajustar aos valores efetivamente devidos conforme os documentos contábeis.
Numero da decisão: 1002-000.447
Decisão: Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Ailton Neves da Silva - Presidente.
(assinado digitalmente)
Breno do Carmo Moreira Vieira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da Turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes.
Nome do relator: BRENO DO CARMO MOREIRA VIEIRA
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ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. ADIMPLIDO TODO O TRÂMITE DO PAF TORNASE AUSENTE O CERCEAMENTO DE DEFESA. Não há cerceamento de defesa quando não se comprova efetivamente o malferimento ao deslinde do PAF e o respectivo ônus ao contribuinte, razão pela qual as alegações genéricas não merecem ser acolhidas. VERDADE MATERIAL. PROVAS SUFICIENTES PARA IDENTIFICAR MERO ERRO DE PREENCHIMENTO. Quando há nos autos elementos suficientes para suprir a convicção do órgão julgador no que cinge ao adimplemento tributário, tornase possível reconhecer o pleito com base na verdade material. Uma vez comprovado documentalmente o erro de preenchimento da DCTF, deve ser cancelada a autuação pautada nos valores nela declarados. In casu, a autuação deve se ajustar aos valores efetivamente devidos conforme os documentos contábeis. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ailton Neves da Silva Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 00 92 30 /2 00 2- 11 Fl. 162DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Breno do Carmo Moreira Vieira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ailton Neves da Silva (presidente da Turma), Breno do Carmo Moreira Vieira, Leonam Rocha de Medeiros e Ângelo Abrantes Nunes. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (efls. 137 à 147) interposto contra o Acórdão n° 0274.034, proferido pela 7ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (efls. 73 à 76), que, por unanimidade de votos, julgou a exordial improcedente, mantendose o crédito tributário e a respectiva multa. Decisão essa ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998 NULIDADE. PRELIMINAR REJEITADA. Constatados o atendimento aos preceitos estabelecidos na legislação de regência e a observância do contraditório e do amplo direito de defesa do sujeito passivo, deve ser rejeitada a preliminar de nulidade do lançamento. PEDIDO DE POSTERIOR APRESENTAÇÃO DE PROVA. Indeferese o pedido de posterior apresentação de provas quando não demonstrada a impossibilidade, por motivo de força maior, de o sujeito passivo fazêlo no momento da apresentação da impugnação. PEDIDO DE PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Deve ser indeferido o pedido de realização de perícia quando seu propósito é transferir o ônus da prova, de competência do sujeito passivo, para a Administração. AUDITORIA DE DCTF. PAGAMENTO INSUFICIENTE. SALDO REMANESCENTE. EXIGÊNCIA MANTIDA. Constatada, em procedimento de auditoria interna, a insuficiência dos pagamentos informados em Declarações de Créditos e Débitos Tributários Federais DCTF, deve ser mantida a exigência do saldo remanescente apurado. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10480.009230/200211 Acórdão n.º 1002000.447 S1C0T2 Fl. 1.733 3 Por representar acurácia na análise dos fatos, faço uso do Relatório do Acórdão a quo: Contra a pessoa jurídica acima identificada, foi emitido o Auto de Infração nº 3182, de IRPJ (fls. 47 a 54), para formalizar exigência de crédito tributário no valor total de R$ 37.255,35, conforme discriminado na Tabela 1, abaixo. O auto de infração decorreu de auditoria interna da DCTF, tendo sido constatadas inconsistências no quarto trimestre de 1998, relativamente aos valores devidos sob o código 0220 (IRPJ PJ obrigadas ao Lucro Real Entidade Não Financeiras Balanço Trimestral), uma vez que o pagamento no valor de R$ 15.870,90, não foi localizado. Cientificada do lançamento em 11/06/2002 (fl. 57), a interessada, em 08/07/2002, apresentou a impugnação de fls. 3 a 7, instruída com os documentos de fls. 8 a 56, alegando que o auto de infração está eivado de nulidade, pois foi [...] lavrado arbitrariamente com base em processamento eletrônico que está passível de equívocos [...] (fl. 4) Assevera que os pagamentos disponíveis deveriam ser aproveitados antes da lavratura do auto de infração, pois é dever da autoridade administrativa buscar a verdade material. Entende que os documentos fiscais da impugnante deveriam ter sido averiguados previamente ao lançamento. Quanto ao mérito, afirma que constatou o cumprimento das obrigações tributárias no período objeto da autuação. Assevera (fl. 6, grifos do original): Há necessidade, entretanto, de salientar que houve um desacerto no preenchimento da DCTF, quando indicou que o pagamento em questão corresponderia ao quarto trimestre, ao invés de terceiro, o que em nada altera a essência do comprovado, haja vista a identidade de valores, cobrado e recolhido e a referência correta ao trimestre no DARF, bem como pelo fato do recolhimento do tributo haver sido realizado em época própria ao terceiro trimestre. Requer demonstrar a verdade dos fatos pelos meios em direito permitidos, juntada de novos documentos e pede perícia fiscal. Tendo em vista a Nota Técnica Conjunta CORAT/COSIT nº 32, de 2002, a DRF de origem proferiu o despacho de fl. 64. Após a análise da documentação apresentada e as alocações passíveis de serem efetuadas, remanesceu exigível principal de R$ 4.439,92 . Fl. 164DF CARF MF 4 Diante da manutenção manutenção parcial da exigência, o processo foi encaminhado à DRJ para julgamento. O Recurso Voluntário apresentou preliminar de nulidade, pois entende que o caso sequer demanda de lavratura de auto de infração, pois a apresentação de declaração constitui por imediato o crédito tributário. No mérito, reitera os argumentos formulados em sua exordial, pugnando pela existência de erro material quando da apresentação de sua DCTF; e, quanto ao mais, reclama a redução da multa de ofício, fixada em 75%, pois entende que é devido apenas 20%, caso seja mantida a autuação. Seguem os trechos em síntese: (...) Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10480.009230/200211 Acórdão n.º 1002000.447 S1C0T2 Fl. 1.734 5 É o Relatório. Voto Conselheiro Breno do Carmo Moreira Vieira, Relator Admissibilidade O Recurso Voluntário supre os requisitos de admissibilidade intrínsecos, uma vez que é cabível, há interesse recursal, a recorrente detém legitimidade e inexiste fato impeditivo, modificativo ou extintivo do poder de recorrer. Outrossim, atende aos pressupostos de admissibilidade extrínsecos, pois há regularidade formal, inclusive estando adequada a representação processual, e apresentase tempestivo, tendo respeitado o trintídio legal, na forma exigida no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal. Demais disto, observo a plena competência deste Colegiado, na forma do art. 23B, do Regimento Interno do CARF, com redação da Portaria MF n.º 329, de 2017. Portanto, conheço do Recurso Voluntário. Preliminar De plano, atesto a rejeição da preliminar. Não cabe aplicar o precedente do STJ ao processo em voga, pois o referido decisum apenas cuida de crédito já constituído em definitivo, o que claramente não é o caso. Logo, embora atento ao teor do Acórdão do Tribunal da Cidadania, prolatado em sede de 543 C (CPC 1973), observo que a circunstância do presente caso é por completo distinta, pois não há que se falar em constituição definitiva do crédito até o exaurimento da via administrativa (que discute justamente a referida constituição creditória). Portanto, resta também afastada qualquer violação aos termos do art. 62 do RICARF. Fl. 166DF CARF MF 6 Mérito Quanto ao mérito, tem razão o Recorrente, haja vista o supedâneo da verdade material. 1. Do erro de preenchimento da DCTF Impende reiterar que o cerne do presente PAF é o pagamento a menor, decorrente da declaração apresentada no 4° Trimestre de 1998, em constou o valor de R$ 15.870,90. Contudo, o Contribuinte recolheu a quantia de R$ 11.430,98, razão pela qual lhe recaiu autuação fiscal, com o escopo de cobrar essa divergência. Ilustro, aqui, o extrato do processo, para conferir melhor exposição numérica (efl. 78): Em que pese o pleito do Recorrente em ter seu erro material consistente na divergência entre DCTF preenchida e DARF pago a questão do erro não foi acatada em consideração pela autoridade de primeiro piso. Isso porque constou o valor exatamente declarado, e entendeu por não haver lastro probatório suficiente a alterar tal circunstância. Transcrevo os principais trechos do Acórdão a quo: No tocante ao mérito, a contribuinte, relativamente ao quarto trimestre de 1998, informou em DCTF o recolhimento de R$ 15.870,90, mediante Darf, PA 30/09/1998, vencimento 30/10/1998 (fl. 67), cuja cópia encontrase à fl. 56. Ocorre que este mesmo Darf foi informado em DCTF relativa ao terceiro trimestre 1998 (fl. 66) e, como demonstra o extrato de fl. 70, foi integralmente alocado ao débito declarado para o referido trimestre. Observase, ainda, que no período compreendido entre 30/10/1998 e 31/01/1999, apenas outro recolhimento foi efetuado sob o código 0220, mais precisamente R$ 11.430,98, que já foi devidamente aproveitado para amortizar o débito referente ao quarto trimestre de 1998 (fls. 58 a 62 e 68 a 70). Em relação aos valores informados em Declaração de IRPJ (fls. 71 e 72), sem elementos contábeis demonstrativos de sua veracidade e integridade, frisese que esses não são suficientes para a desconstituição da exigência em litígio, a qual se encontra devidamente respaldada nas informações prestadas em DCTF. Nada mais havendo nos autos que comprove a quitação do saldo remanescente em litígio (R$ 4.439,92, fl. 62), tendo sido aproveitados os recolhimentos anteriores comprovadamente Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10480.009230/200211 Acórdão n.º 1002000.447 S1C0T2 Fl. 1.735 7 realizados, bem como verificado que o lançamento se efetivou em conformidade com a legislação que rege a matéria, tendo sido assegurado ao sujeito passivo o contraditório e o amplo direito de defesa após a instauração da fase litigiosa do procedimento, nos moldes estabelecidos no Decreto 70.235/1972, art. 14, inócuos a preliminar invocada e os argumentos de mérito expostos na impugnação. Diante do exposto, voto por rejeitar a preliminar suscitada, indeferir os pedidos de posterior juntada de provas e de realização de perícia e, no mérito, por julgar improcedente a impugnação, mantendo a exigência em litígio. Percebese, portanto, que a negativa ao pleito do Contribuinte foi substancialmente calcada na falha probatória. No entanto, ouso divergir dessa percepção da c. DRJ. Ora, conforme consta à efl. 70, o Recorrente de fato inseriu os mesmos valores no 3° e 4° trimestres (até o último centavo), sendo que quitou os R$ 11.430,98 neste último Tri: Outrossim, como prova, apresentou a Ficha 13 (efl. 71), onde demonstra o cálculo do Lucro Real do 4° Trimestre de 1998, que, conforme se percebe, coaduna com aquela quantia efetivamente paga aos cofres públicos. Aliás, ressalto o aspecto que sequer há alteração da natureza do crédito. Ou seja, de fato, os valores do 3° e 4° Tri saíram repetidos em idêntico valor, o que corrobora a tese do Contribuinte: Fl. 168DF CARF MF 8 Nessa trilha, conforme precedentes do e. CARF, cabe ao julgador apreciar o processo administrativo com especial atenção à verdade material, conjugando o acervo probatório edificado ao longo de seu trâmite. Para ilustrar, colaciono a jurisprudência: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 DCOMP. CRÉDITO. ERRO NO PREENCHIMENTO DA DCTF. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. RECONHECIMENTO Na hipótese de mero equívoco no preenchimento da DCTF, contrastando com as informações acertadas da DIPJ e com a comprovação do recolhimento a maior através de DARF juntado aos autos, não há razão para penalizar o contribuinte, sendo medida certa o reconhecimento do crédito pleiteado. Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10480.009230/200211 Acórdão n.º 1002000.447 S1C0T2 Fl. 1.736 9 (...) Voto (...) Ora, me alinho com o racional adotado pela DRJ, contudo, discordo da conclusão. Isso porque, me parece cristalino pela documentação trazida aos autos pela Recorrente em conjunto com as devidas explanações que houve, sim, equívoco no preenchimento da DCTF, contrastando com as informações (acertadas) da DIPJ e, por fim, restou comprovado o recolhimento a maior em razão do DARF juntado aos autos. Este Conselho é reconhecido no mundo jurídico brasileiro por decidir as causas que lhe são submetidas com aplicação de refinada expertise na legislação e na prática tributária, além de se pautar, invariavelmente, pela busca constante da verdade material. Isso porque, diante da extrema complexidade da legislação e das obrigações tributárias no Brasil, não é anormal, mesmo para as grandes empresas que têm condições de manter caras estruturas de "compliance" fiscal, cometer erros e equívocos. Contudo, tais erros e equívocos não pode dar origem ao enriquecimento sem causa do Fisco. Este é o caso que se apresenta nos autos. Houve erro no preenchimento de uma das obrigações acessórias relacionadas ao pagamento do tributo. Uma vez comprovado o erro e o recolhimento do tributo que se alega ter sido efetuado, não há razão para penalizar o contribuinte. Desta feita, em homenagem do Princípio da Verdade Material, aceito a documentação apresentada junto ao Recurso Voluntário e com base nisso entendo procedente o crédito pleiteado. Acórdão n° 1201002.10. (proferido por unanimidade em sessão de 16 de março de 2018) Rel. Cons. Luis Fabiano Alves Penteado Relator ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Exercício: 1997 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OMISSÃO AUSÊNCIA DE ANÁLISE Devem ser acolhidos os Embargos de Declaração quando comprovada a ausência de análise do Recurso Voluntário. ERRO DE DCTF COMPROVAÇÃO COM DOCUMENTOS CONTÁBEIS PREVALÊNCIA DA VERDADE MATERIAL Fl. 170DF CARF MF 10 A DCTF é instrumento acessório de confissão de débito, todavia, não possui força de verdade absoluta. Uma vez comprovado documentalmente o erro de preenchimento da DCTF, deve ser cancelada a autuação pautada nos valores nela declarados. In casu, o contribuinte declarou valores em duplicidade na DCTF, e a autuação deve se ajustar aos valores efetivamente devidos conforme os documentos contábeis. Embargos de Declaração Acolhidos. Recurso Voluntário Parcialmente Provido. Acórdão n° 3302002.279 (proferido por unanimidade em sessão de 15 de outubro de 2014). Rel. Cons. Fabiola Cassiano Keramidas Logo, vejo por consentâneo adotar semelhante posicionamento, de modo a reconhecer a verdade material, a qual conduz ao erro de preenchimento da Declaração e, por conseguinte, atestar como correto o valor efetivamente pago (de R$ 11.430,98, que deve ser considerado como correto também para pretextos declaratórios). Por fim, tal deferimento torna prejudicada a análise da multa de ofício. Dispositivo Ante o exposto, voto para conhecer do recurso voluntário, rejeitar a preliminar e, no mérito, darlhe provimento. É como Voto. (assinado digitalmente) Breno do Carmo Moreira Vieira Fl. 171DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10835.720096/2017-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.473
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RESSARCIMENTO Recorrente USINA ALTO ALEGRE S/A AÇÚCAR E ÁLCOOL Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório A interessada apresentou pedido eletrônico de ressarcimento de créditos oriundos do PIS, apurado no 2º trimestre de 2014. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, passamos a transcrever o Relatório da decisão de primeira instância administrativa: Trata o presente processo do PER nº 03796.88213.240315.1.1.188996 (fls. 02 a 15), envolvendo crédito relativo à PIS incidência não cumulativa, referente ao 2º trimestre de 2014, no total de R$ 1.457.247,32, transmitido em 24/03/2015. Trata ainda, das DCOMP's nºs 24736.22288.301116.1.3.186300 e 23052.49682.240217.1.3.18 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 35 .7 20 09 6/ 20 17 -1 3 Fl. 3311DF CARF MF Processo nº 10835.720096/201713 Resolução nº 3201001.473 S3C2T1 Fl. 3.303 2 0091 que citam aquele PER como possuidor das informações sobre o crédito (PER inicial). O Despacho Decisório nº 138/2017 SAORT/DRF/PPE (fls. 3.125/3.129) exarado pela Delegacia da Receita Federal em Presidente Prudente/SP deferiu em parte o Pedido de Ressarcimento.exarado pela Delegacia da Receita Federal em Presidente Prudente/SP deferiu em parte o Pedido de Ressarcimento. No referido Despacho Decisório encontrase consignado, resumidamente, que: · O processo administrativo nº 10835.720014/201757 trata da verificação dos créditos de PIS e COFINS não cumulativos períodos 01/2013 a 06/2015, que resultou em Auto de Infração fls. 16/59, em decorrência da constituição indevida de créditos sobre dispêndios no cultivo de canadeaçúcar e transporte de mercadorias entre estabelecimentos; · Segundo o Relatório de Fiscalização daquele Auto de Infração, anexado às fls. 60 a 125, os créditos apurados indevidamente de COFINS não cumulativa, foram glosados de forma proporcional (rateio) às espécies de receitas (crédito vinculado à receita tributada no mercado interno, crédito vinculado à receita não tributada no mercado interno; crédito vinculado à receita de exportação); ∙ Foi reconhecido o direito ao ressarcimento de R$ 906.696,78 a título de PIS não cumulativo para o 2º trimestre de 2014 e homologadas as compensações. (...) Cientificada da decisão, a interessada apresentou manifestação de inconformidade (fls. 3.139/3.146). Transcrevese abaixo os itens que sintetizam toda a argumentação: 1. Dos fundamentos do Despacho Decisório 1.2. Depreendese ... do Despacho que, em razão das glosas de créditos aproveitados de PIS e COFINS ..., processo administrativo n° 15940.720014/201757, o valor de COFINS mercado interno passível de ressarcimento, no PER/DCOMP nº 13763.32767.240315.1.1.191791, seria de apenas R$ 4.176.300,51. Por isso, não foi deferido o pedido de ressarcimento referente ao valor de R$ 2.535.869,11, objeto de glosa no citado procedimento fiscal. Apesar do deferimento parcial do pedido de ressarcimento, o crédito nele reconhecido seria suficiente para a compensação declarada pela Requerente, de modo que as declarações de compensação foram totalmente homologadas. 2. Das razões pelas quais o Despacho Decisório deve ser reformado 2.1. Conforme se demonstrará, é equivocado o deferimento parcial do pedido de ressarcimento ..., pautado nas glosas promovidas no procedimento fiscal n° 0810500.2016.00475, processo administrativo Fl. 3312DF CARF MF Processo nº 10835.720096/201713 Resolução nº 3201001.473 S3C2T1 Fl. 3.304 3 n°15940.720014/201757... a Requerente apresentou impugnação ao Auto de Infração lavrado .... Nos termos da impugnação apresentada, a Requerente defende a legalidade e regularidade dos créditos apurados e postula o cancelamento do auto de infração. Sucessivamente, ainda que mantidas as glosas, a Requerente sustenta que não poderá ser mantido o critério adotado pela Autoridade Fiscal para refazer a apuração das contribuições devidas e o saldo de crédito de PIS e COFINS. Com efeito, o deferimento do pedido de ressarcimento pressupõe a existência de saldos de contribuições superiores àquelas devidas pelo contribuinte, ou seja, a ausência de débitos em nome do sujeito passivo credor da Fazenda Nacional (Instrução Normativa n° 1060/2010, art. 5o; c.c. Instrução Normativa n° 1.300/2012, arts. 62 a 66). Diante disso, após o julgamento da impugnação ao auto de infração n° 0810500.2016.00475, terseá uma das três situações: i) Se a impugnação for acolhida e o auto de infração ... for cancelado, não subsistirá a glosa ... Nessa hipótese, o pedido de ressarcimento PER/DComp nº 12163.42492.150415.1.5.199672 deverá ser integralmente deferimento; ii) Se for acolhida a tese sucessiva desenvolvida na impugnação, confirmandose as glosas de crédito e/ou os lançamentos por suposta omissão de receita, as apurações da contribuição para o PIS e da COFINS deverão ser refeitas, de modo a imputar os créditos apropriados primeiro para a compensação das contribuições devidas, e, depois, ajustar o pedido de ressarcimento, a depender do saldo remanescente dos créditos reconhecidos. Nessa hipótese, os créditos passíveis de deferimento no pedido de ressarcimento PER/DComp nº 13763.32767.240315.1.1.191791 também deverão ser ajustados, pois o saldo disponível para ressarcimento, provavelmente, será inferior ao ora deferido; iii) Se a impugnação ao auto de infração não for acolhida, aí sim, e somente assim, o Despacho Decisório ora atacado não será afetado. 2.2. Embora o mérito da defesa ao auto de infração ... processo administrativo n° 15940.720014/201757, deva ser apreciado naquele processo, por cautela, passase a tecer alguns esclarecimentos ... 2.2.1. Colhese do relatório de fiscalização que a Requerente teria cometido as seguintes infrações relativas à contribuição para o PIS e à COFINS: a) Nos períodos de apuração 04/2012, 04/2013 e 01/2014: não oferecimento à tributação de receitas decorrentes da baixa de dívidas de IPI, que teriam sido lançadas em conta do passivo e posteriormente baixadas, após perda do direito do fisco de cobrálas; b) No período de apuração 01/2013 a 06/2015: b.1) apuração de créditos sobre aquisição de bens e serviços empregados no cultivo de canadeaçúcar, que não teriam sido direta e Fl. 3313DF CARF MF Processo nº 10835.720096/201713 Resolução nº 3201001.473 S3C2T1 Fl. 3.305 4 imediatamente utilizados na fabricação de açúcar e álcool, e, por isso, não poderiam ser entendidos como insumos; b.2) apuração de créditos sobre despesas de transporte entre seus estabelecimentos de produtos acabados ou em elaboração, consistentes em i) industrialização efetuada para outra empresa; ii) remessa para industrialização por encomenda; iii) retorno de mercadoria utilizada na industrialização por encomenda; iv) transferência de material de uso ou consumo; e v) transferência de produção do estabelecimento; b.3) utilização dos créditos presumidos sobre compra de canade açúcar de pessoas físicas, em parte, nos pedidos de ressarcimento. 2.2.2. No que concerne ao item "a" acima, a Requerente esclareceu que o Auditor Fiscal partiu de premissa de que a baixa da provisão contábil de valores relativos ao IPI incidente na venda de açúcar, atingidos pela decadência, configuraria extinção de um passivo, sem o correspondente desaparecimento de um ativo e, por isso, deveria ser reconhecida como nova receita. A partir dessa proposição, o Agente Autuante afastou o tratamento contábil dado pela Requerente, transformando provisão em passivo. Ocorre que, mesmo que se admita a existência de passivo e a geração de receita em função da reversão da provisão, é forçoso reconhecer que aqueles valores provisionados correspondentes ao IPI não destacado já tinham sido oferecidos à tributação. É que todo o valor da venda do açúcar, inclusive aquele relativo ao IPI supostamente incidente, era oferecido à tributação do PIS e da COFINS, embora o mencionado imposto não compusesse a base de cálculo dessas contribuições. Portanto, como detalhadamente demonstrado na impugnação ao auto de infração, a receita composta pelo valor que corresponderia ao IPI (que não foi recolhido) sofreu a incidência do PIS e da COFINS, no momento da saída do açúcar, mesmo não integrando a base de cálculo das contribuições. Sendo assim, o lançamento lá combatido caracteriza bis in idem, o que leva à necessidade de seu cancelamento. 2.2.3. Em relação à apuração de créditos sobre aquisição de bens e serviços empregados no cultivo de canadeaçúcar (item b.1 acima), a Requerente demonstrou a insubsistência dos fundamentos adotados... Como demonstrado na impugnação, os fundamentos adotados na autuação, primeiro, desconsideram as peculiaridades do processo produtivo ..., segregando, indevidamente, a etapa agrícola da produção; depois, estão pautados na interpretação equivocada da legislação do PIS e COFINS, ao "conceituar" insumo de forma contrária à lei; por fim, a autuação está em desacordo com o entendimento recente e reiteradamente manifestado pelo ... (CARF), assim como do ... (STJ). Fl. 3314DF CARF MF Processo nº 10835.720096/201713 Resolução nº 3201001.473 S3C2T1 Fl. 3.306 5 Portanto, ... nem a glosa dos créditos apurados, nem tampouco o lançamento de débitos decorrentes dessa glosa, poderão ser mantidos. 2.2.3. ... a Requerente demonstrou a insubsistência do fundamento, também amparado na legislação do IPI, para glosar créditos apurados sobre despesas de transporte entre os estabelecimentos da Requerente de produtos acabados ou em elaboração, além de material de uso ou consumo (item b.2 acima). Mais uma vez a posição do Auditor Fiscal se dissociou do entendimento adotado pelo CARF, que, reiteradamente, vem admitindo a apuração de créditos de PIS e COFINS na remessa de insumos de um estabelecimento a outro do mesmo contribuinte, de produtos em elaboração, assim como de produtos acabados. Além disso, mesmo que se entenda que a apuração de créditos de PIS e COFINS sobre as despesas com transporte não pode ser admitida em todas as hipóteses consideradas pela Requerente, ainda assim a autuação não poderá ser integralmente mantida, porque, ao contrário do que relatado pelo Auditor Fiscal, a maior parte dos créditos apurados pela Requerente sob essa rubrica se refere, na realidade, ao frete utilizado na remessa para industrialização. E como observado, essa operação é expressamente prevista e disciplinada na legislação do ICMS (RICMS/SP. art. 401: RICMS/PR, art. 334), e também está expressamente prevista no Decreto nº 7.212/2010, que regulamenta o IPI. 2.2.4. No que toca à utilização dos créditos presumidos (item b.3 acima), a Requerente esclareceu que, ao apresentar o pedido de ressarcimento dos créditos..., deixou de distinguir os créditos presumidos apurados sobre a canadeaçúcar adquirida de pessoas físicas. Por isso, foi postulado o ressarcimento indevido de crédito presumido nas competências abril/2013 a julho/2013. ... os créditos apropriados pela Requerente eram significativamente superiores às contribuições devidas. Sendo assim, se procedente a impugnação ao auto de infração, os créditos presumidos excluídos do pedido de ressarcimento serão computados na compensação de contribuições devidas e os demais créditos que assim haviam sido computados integrarão o pedido de ressarcimento. Logo, com o cancelamento do auto de infração, o saldo de créditos passíveis de ressarcimento, ... não sofrerá alteração. 2.3. Portanto, a procedência da defesa ao auto de infração n° 0810500.2016.00475, ainda que parcial, implicará, necessariamente, na reforma do Despacho Decisório n° 108/2017... ... o julgamento desta manifestação de inconformidade deverá aguardar o julgamento da impugnação apresentada no processo administrativo n° 15940.720014/201757... É o relatório. Fl. 3315DF CARF MF Processo nº 10835.720096/201713 Resolução nº 3201001.473 S3C2T1 Fl. 3.307 6 A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora julgou improcedente em parte a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/JFA n.º 0965.922, de 01/03/2018 (fls. 3223 e ss.), assim ementado: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 30/04/2012, 30/04/2013, 31/01/2014 BASE DE CÁLCULO. EXTINÇÃO DE PASSIVO. RECEITA. CARACTERIZAÇÃO. Constitui receita tributável na sistemática de apuração não cumulativa a receita decorrente da extinção de uma obrigação constante do Passivo sem a correspondente extinção de item do Ativo. O registro de obrigações tributárias no Passivo não constitui Provisão, na medida em que não há incerteza acerca da constituição, tempo ou dimensão do débito. Período de apuração: 01/04/2014 a 30/06/2014 CRÉDITOS. INSUMOS. FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL. PRODUÇÃO DE CANADEAÇÚCAR. 1. No cálculo da Cofins nãocumulativa somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. 2. Bens e serviços empregados no cultivo de canadeaçúcar não se classificam como insumos na fabricação de açúcar e álcool, por se tratarem de processos produtivos diversos. As despesas com aqueles itens não geram direito à apuração de créditos na determinação da contribuição devida sobre as receitas auferidas com vendas de açúcar e álcool produzidos. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2014 a 30/06/2014 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA. 1.Não cabe apreciar questões relativas a ofensa a princípios constitucionais, tais como da legalidade, da razoabilidade, do não confisco ou da capacidade contributiva, dentre outros, competindo, no âmbito administrativo, tão somente aplicar o direito tributário positivado. 2.A doutrina trazida ao processo, não é texto normativo, não ensejando, pois, subordinação administrativa. 3.A jurisprudência judicial colacionada não possui legalmente eficácia normativa, não se constituindo em norma geral de direito tributário se não atendidos nenhum dos requisitos previstos no § 6º do art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972. 4. As decisões administrativas não se constituem em normas gerais, salvo quando da existência de Súmula do CARF vinculando a administração tributária federal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 3316DF CARF MF Processo nº 10835.720096/201713 Resolução nº 3201001.473 S3C2T1 Fl. 3.308 7 Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 3254 e ss., por meio do qual repete, basicamente, os mesmos argumentos já declinados em sua impugnação. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou diversos pedidos eletrônicos de ressarcimento de créditos de PIS/Cofins, os quais também serão, nesta mesma assentada, julgados em conjunto com os autos de infração dessas contribuições lavrados em decorrência da insuficiência de recolhimento. Contestado o lançamento, a DRJ manteveo na integralidade. Em síntese, foram as seguintes as infrações verificadas: a) não oferecimento à tributação das receitas decorrentes das baixas das obrigações de IPI a pagar/recolher; b) créditos indevidos sobre gastos realizados no cultivo da canadeaçúcar; c) créditos indevidos sobre despesas de transporte de mercadorias entre estabelecimentos da Recorrente; d) crédito presumido indevido sobre a aquisição de canadeaçúcar de pessoas físicas para dedução das contribuições apuradas ao invés de utilizálos nos pedidos de ressarcimento. No respeitante à primeira matéria, alega a Recorrente que, em apreço ao princípio da prudência, fez uma mera transferência de receita (que, no período em que auferida, teria sido tributada pelo PIS/Cofins), não uma transferência de IPI (que não teria sido cobrado!), de uma conta contábil para uma conta de provisão deste imposto, em face da possibilidade de vir a ser cobrada pelo Fisco dos valores que deixaram de ser exigidos de seus clientes nas operações de venda que realizou. Para Recorrente, portanto, haveria, se mantida a autuação, a tributação da mesma receita duas vezes: quando do seu efetivo auferimento e quando da reversão da "provisão do IPI". É, com efeito, o que ocorreria, se os fatos se verificaram conforme descritos no recurso. Ante o exposto, voto para CONVERTER o julgamento em diligência, a fim de que a autoridade preparadora verifique: a) se em todos os meses em que houve a constituição da provisão do IPI a base de cálculo do PIS/Cofins informada no Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais Dacon correspondia ao faturamento antes da contabilização desta provisão; b) se o total das receitas auferidas em cada um desses meses foi oferecido à tributação pelo PIS/Cofins. Por fim, a Recorrente deve ser intimada para que, se assim desejar, manifestese sobre o resultado da diligência. Fl. 3317DF CARF MF Processo nº 10835.720096/201713 Resolução nº 3201001.473 S3C2T1 Fl. 3.309 8 Após, retornem os autos a este colegiado para continuidade do presente julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 3318DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.913630/2009-73
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3302-000.846
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência para que a recorrente seja intimada a apresentar a documentação relativa às operações com aquisição de debêntures de Serra da Mesa e operações da Conta de Resultados a Compensar CESP, nos termos do voto do relator, vencidos o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que dava provimento ao recurso voluntário e os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e Diego Weis Jr que negavam provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Deroulede - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), Walker Araujo, Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência para que a recorrente seja intimada a apresentar a documentação relativa às operações com aquisição de debêntures de Serra da Mesa e operações da Conta de Resultados a Compensar CESP, nos termos do voto do relator, vencidos o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que dava provimento ao recurso voluntário e os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e Diego Weis Jr que negavam provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), Walker Araujo, Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad.
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Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência para que a recorrente seja intimada a apresentar a documentação relativa às operações com aquisição de debêntures de Serra da Mesa e operações da Conta de Resultados a Compensar CESP, nos termos do voto do relator, vencidos o Conselheiro José Renato Pereira de Deus que dava provimento ao recurso voluntário e os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e Diego Weis Jr que negavam provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Deroulede (Presidente), Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), Walker Araujo, Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .9 13 63 0/ 20 09 -7 3 Fl. 308DF CARF MF Processo nº 10830.913630/200973 Resolução nº 3302000.846 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de não homologar a compensação declarada, relativa a suposto crédito da Contribuição (PIS/Cofins), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já se encontrava utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos comprobatórios (peças judiciais de mandado de segurança por ele impetrado, partes da DIPJ, DCTF e da Demonstração do Resultado do Exercício) e requereu a reforma da decisão de origem, alegando que o crédito pleiteado era decorrente de receitas financeiras auferidas por empresa sucedida, tendo a incidência da contribuição (PIS/Cofins) se dado sob amparo do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, que promoveu o alargamento de sua base de cálculo, para além das receitas decorrentes das vendas de mercadorias e serviços, alargamento esse declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A Delegacia de Julgamento (DRJ) julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, por falta de demonstração da composição e da existência do crédito e de provas hábeis a comprovar sua liquidez e certeza. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, trouxe aos autos cópias de planilhas identificadas como Balancete, Balanço, Lalur e Razão e requereu o reconhecimento do seu direito, repisando os mesmos argumentos de defesa encetados na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Fl. 309DF CARF MF Processo nº 10830.913630/200973 Resolução nº 3302000.846 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Paulo Guilherme Deroulede, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido na Resolução nº 3302000.833, de 25/09/2018, proferida no julgamento do processo nº 10830.913618/200969, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 3302000.833 Voto vencedor): Com o devido respeito aos argumentos do ilustre relator, divirjo de seu entendimento quanto ao fato de estar comprovada a certeza e liquidez do direito creditório alegado pela recorrente. Em seu voto, o i. relator entendeu que os documentos acostados aos autos demonstram a existência do crédito pleiteado pela recorrente, possibilitando a compensação requerida. Todavia, não constam, no processo, documentos necessários à demonstração da natureza de algumas receitas no caso, atinentes à participação em outras sociedades , as quais poderiam servir de base de incidência de PIS/COFINS e, assim, influenciar na apuração do crédito alegado pela recorrente. Nesse sentido, voto por converter o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem da RFB tome as seguintes providências: 1. Intimar a recorrente para apresentar documentação suficiente e necessária das operações com aquisição de debêntures de Serra da Mesa e operações da Conta de Resultados a Compensar CESP, devendo ser demonstrado, de forma clara e objetiva, o enquadramento ou não de eventuais receitas ligadas àquelas operações ao provimento jurisdicional concedido à recorrente; 2. Analisar os documentos e a resposta apresentada pela recorrente, analisando sua consistência e procedência, elaborando, ao final, relatório com parecer conclusivo, manifestandose, em especial, sobre o enquadramento ou não das receitas ligadas às operações de participação societária acima aludidas ao escopo da decisão judicial em favor da recorrente; 3. Dar ciência à recorrente desta Resolução e, ao final, do resultado desta diligência (item 2), abrindolhe o prazo previsto no Parágrafo Único do art. 35 do Decreto nº. 7.574/11. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Fl. 310DF CARF MF Processo nº 10830.913630/200973 Resolução nº 3302000.846 S3C3T2 Fl. 5 4 Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que a Unidade de Origem da RFB tome as seguintes providências: 1. Intimar a recorrente para apresentar documentação suficiente e necessária das operações com aquisição de debêntures de Serra da Mesa e operações da Conta de Resultados a Compensar CESP, devendo ser demonstrado, de forma clara e objetiva, o enquadramento ou não de eventuais receitas ligadas àquelas operações ao provimento jurisdicional concedido à recorrente; 2. Analisar os documentos e a resposta apresentada pela recorrente, analisando sua consistência e procedência, elaborando, ao final, relatório com parecer conclusivo, manifestandose, em especial, sobre o enquadramento ou não das receitas ligadas às operações de participação societária acima aludidas ao escopo da decisão judicial em favor da recorrente; 3. Dar ciência à recorrente desta Resolução e, ao final, do resultado desta diligência (item 2), abrindolhe o prazo previsto no Parágrafo Único do art. 35 do Decreto nº. 7.574/11. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Deroulede Fl. 311DF CARF MF
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Numero do processo: 19740.720134/2009-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/07/2004 a 31/07/2004, 01/01/2005 a 31/01/2005
Ementa:
RELATÓRIO DE REPRESENTANTES LEGAIS. SÚMULA.
"A Relação de Co-Responsáveis - CORESP, o Relatório de Representantes Legais - RepLeg e a Relação de Vínculos - VÍNCULOS, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa." (Súmula CARF nº 88)
REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. SÚMULA.
"O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais." (Súmula CARF nº 28)
PREVIDÊNCIA PRIVADA. APORTES DA INSTITUIDORA.
O método incomum de apurar os aportes ao Plano de Previdência Privada não afasta o caráter previdenciários desses pagamentos efetuados pela Instituidora.
Numero da decisão: 2202-004.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, vencida a conselheira Rosy Adriane da Silva Dias, que lhe negava provimento.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Junia Roberta Gouveia Sampaio- Redatora ad hoc.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, José Ricardo Moreira (suplente convocado), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto e Ronnie Soares Anderson (Presidente
Nome do relator: DILSON JATAHY FONSECA NETO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/07/2004 a 31/07/2004, 01/01/2005 a 31/01/2005 Ementa: RELATÓRIO DE REPRESENTANTES LEGAIS. SÚMULA. "A Relação de Co-Responsáveis - CORESP, o Relatório de Representantes Legais - RepLeg e a Relação de Vínculos - VÍNCULOS, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa." (Súmula CARF nº 88) REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. SÚMULA. "O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais." (Súmula CARF nº 28) PREVIDÊNCIA PRIVADA. APORTES DA INSTITUIDORA. O método incomum de apurar os aportes ao Plano de Previdência Privada não afasta o caráter previdenciários desses pagamentos efetuados pela Instituidora.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, vencida a conselheira Rosy Adriane da Silva Dias, que lhe negava provimento. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson - Presidente. (Assinado digitalmente) Junia Roberta Gouveia Sampaio- Redatora ad hoc. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, José Ricardo Moreira (suplente convocado), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto e Ronnie Soares Anderson (Presidente
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SÚMULA. "A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais RepLeg” e a “Relação de Vínculos VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa." (Súmula CARF nº 88) REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. SÚMULA. "O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais." (Súmula CARF nº 28) PREVIDÊNCIA PRIVADA. APORTES DA INSTITUIDORA. O método incomum de apurar os aportes ao Plano de Previdência Privada não afasta o caráter previdenciários desses pagamentos efetuados pela Instituidora. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, vencida a conselheira Rosy Adriane da Silva Dias, que lhe negava provimento. (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 74 0. 72 01 34 /2 00 9- 51 Fl. 778DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 779 2 Ronnie Soares Anderson Presidente. (Assinado digitalmente) Junia Roberta Gouveia Sampaio Redatora ad hoc. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, José Ricardo Moreira (suplente convocado), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto e Ronnie Soares Anderson (Presidente Relatório Como Redatora ad hoc, sirvome da minuta de acórdão inserida pelo Relator no repositório oficial do CARF Tratase, em breves linhas, de auto de infração lavrado em desfavor da Contribuinte para constituir crédito referente Contribuições Sociais Previdenciárias. Intimada, esta protocolou impugnação, que foi julgada improcedente pela DRJ. Inconformada, interpôs recurso voluntário, ora levado a julgamento. Feito o breve resumo da lide, passo ao relatório pormenorizado dos autos. Em 07/07/2009 foi formalizado auto de infração DEBCAD nº 37.179.6024 (fl. 2 e demais documentos fls. 3/14) para constituir crédito referente a Contribuições Sociais Previdenciárias, parte do segurado. Conforme o Relatório Fiscal (fls. 15/27), "03. A contribuição para Seguridade Social que integra este lançamento é aquela prevista no artigo 20 da Lei nº 8.212/91. 04. O débito levantado nesta autuação decorre de remuneração, vinculada a avaliação de desempenho, paga pelo sujeito passivo a seus empregados. (...) 07. É fato que a transferência de parcelas do patrimônio de uma pessoa jurídica para outra sociedade empresarial, ainda que a cindida continue a existir, caracteriza a cisão parcial. Para esse tipo de sucessão o legislador tributário definiu, artigos 124 e 132 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66), que a responsabilidade será solidária em relação às obrigações ocorridas até a data do evento. (...) 16. Buscando a origem desse benefício identificouse a Ata de Reunião do Conselho de Administração de 19 de junho de 2001 (Anexo IV). Neste documento, observase que um dos objetivos da reunião é a discussão de uma nova proposta de remuneração variável elaborada pela empresa William M. Mercer Limitada, Fl. 779DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 780 3 que foi, ao final, aprovada pelo Conselho de Administração para implementação a partir do segundo semestre daquele ano. 17. Em relação a esse projeto, foi entregue ao fisco cópia da apresentação da proposta (Anexo V), solicitada pelo Presidente do Conselho de Administração naquela mesma reunião. Vêse nesta apresentação que a proposta divide a remuneração variável em função de medidas de sucesso quantitativo do sujeito passivo, 'privilegia o desempenho das equipes na busca do Resultado Institucional', e de medidas qualitativas a serem avaliadas pelo Conselho de Administração. 18. Verificouse, em relação aos aportes realizados em julho de 2004 e janeiro de 2005, que os mesmos foram autorizados, respectivamente, por reuniões do Conselho de Administração realizadas em 29 de junho de 2004 e 14 de dezembro de 2004, nas quais foram aprovadas as avaliações de desempenho dos empregados, como se fez registrar em Atas (Anexo VI). (...) 29. No presente caso, podese inferir, com base nos documentos dos Anexo IV e V, que o benefício financeiro nada mais é do que uma remuneração em função de avaliações quantitativas e qualitativas, isto é, constitui forma de incentivo ao empregado visando o aumento de sua produtividade. 30. Diante disso, resta claro que este benefício é uma vantagem auferida em decorrência do trabalho realizado pelos empregados, sendo o aporte em Plano Gerador de Benefício Livro PGBL apenas um meio encontrado pelo sujeito passivo de tentar desvirtuar a natureza remuneratória do mesmo. 31. Há que se salientar a habitualidade do pagamento do benefício, uma vez que pelos fatos já apresentados (itens 16 e 17) essa modalidade de remuneração tem sido implementada semestralmente, desde o segundo semestre de 2001. Além disso, a própria existência do contrato de adesão a plano de previdência complementar privada, cujo pagamento era de responsabilidade da associação, demonstra a intenção do empregador de que a despesa não seja eventual. 32. Por fim, ressaltase que não há na legislação hipótese de exclusão do referido benefício financeiro da base de cálculo das contribuições previdenciárias, como pode ser observado no disposto nas alíneas do § 9º, do artigo 28, da Lei nº 8.212/91. 33. Concluise, então, que a forma pela qual foi feito pagamento do benefício financeiro não desconfigura o seu caráter, nem macula sua natureza remuneratória. Devendo o mesmo integrar a base de cálculo das contribuições devidas à Seguridade Social. (...) Fl. 780DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 781 4 35. Ressaltase que as referidas contribuições não foram descontadas dos segurados empregados, o que gerou a lavratura do Auto de Infração 37.179.5982. (...) 38. As contribuições previdenciárias, lançadas no levantamento "RMV", foram obtidas mediante o resultado da aplicação do percentual, conforme a faixa salarial, até o limite máximo de contribuição, sobre a soma do valore recebido a título de 'PGBL' (1) com o saláriodecontribuição anteriormente considerado (2), subtraída da contribuição consignada na folha de pagamento apresentada pelo sujeito passivo (3), resultando, assim, nas diferenças lançadas." Foi formalizado Termo de Sujeição Passiva Solidária (fls. 72/73), no qual se incluiu no polo passivo a CETIP S.A. Balcão Organizado de Ativos e Derivativos. Tanto a Contribuinte quanto a Responsável Solidária foram intimadas em 14/07/2009 (fls. 74/75), protocolando uma única Impugnação em 11/08/2009 (fls. 79/98 e docs. anexos fls. 99/618). Analisando a defesa, a DRJ proferiu o acórdão nº 1235.615, de 10/02/2011 (fls. 620/629), no qual manteve integralmente o crédito tributário e que restou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/07/2004 a 31/07/2004, 01/01/2005 a 31/01/2005 CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. A empresa é a responsável tributária definida na lei para o recolhimento das contribuições previdenciárias dos segurados empregados que lhe prestam serviços. PREVIDÊNCIA PRIVADA. Os aportes extraordinários em conta de previdência privada, com a intenção de premiar os trabalhadores pelo seu desempenho e cumprimento de metas possuem natureza remuneratória, integrando o saláriodecontribuição, independentemente da forma legal utilizada. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DOS ADMINISTRADORES. O Relatório de Representantes Legais REPLEG é peça necessária à instrução do processo administrativo de débito, não importando, por si só, em efetiva responsabilização solidária dos representantes legais na esfera administrativa. MULTA DE MORA. RETROATIVIDADE DE NORMA BENIGNA. Fl. 781DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 782 5 O cálculo para aplicação da norma mais benéfica ao contribuinte deverá ser efetuado na data da quitação do débito, comparandose a legislação vigente a época da infração com os termos da Lei nº 11.941/2009. INFRAÇÃO PENAL. COMPETÊNCIA. O contencioso administrativo fiscal não é o foro competente para julgar a ocorrência de infração penal. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimadas em 18/05/2011 (fls. 632/633), e ainda inconformadas, a Contribuinte e a Responsável Solidária protocolaram um único Recurso Voluntário (fls. 634/653), em 15/06/2011, argumentando, em síntese, · Que o julgamento do presente processo deve ser feito em conjunto com aquele dos DEBCAD's nº 37.179.6059; nº 37.179.6032; nº 37.179.604 0; nº 37.179.5982; nº 37.179.5974 e nº 37.179.5990, uma vez que todos têm por base os mesmos fatos; · Que os representantes legais da empresa foram incluídos na qualidade de coresponsáveis, não havendo, porém, nenhuma norma que lhes atribua a responsabilidade sem que sejam preenchidos os requisitos do art. 135 do CTN. Outrossim, que o art. 13 da Lei nº 8.620/1993, já foi afastado pelo STJ e revogado expressamente pela Lei nº 11.941/2009, devendo haver retroatividade benigna, nos termos do art. 106 do CTN; · Que o lançamento tem por base a tese de que os pagamentos de previdência privada compõem o saláriodecontribuição para fins das Contribuições Previdenciárias. Porém, o art. 202, § 2º, da CF/1988 expressamente determina que a previdência complementar não integra a remuneração dos beneficiários. Também o art. 28, § 9º, 'p', da Lei nº 8.212/1991 excluiu tais valores da base de cálculo das contribuições previdenciárias. Que a regra ainda foi ratificada pelo art. 458, § 2º, VI, da CLT; · Que a única regra estabelecida pela legislação é que o benefício seja disponível à totalidade dos empregados e dirigentes das empresas. Não impõe nenhuma outra exigência; · Que o lançamento se lastreou em fundamentos contrários à legislação, criticando a habitualidade dos pagamentos e a forma de apuração dos mesmos (política de metas e avaliação de desempenho); · Que a fiscalização em momento algum contesta que a Contribuinte oferecia o benefício da previdência privada a todos os seus empregados; · Que o débito tributário constituído nesse auto de infração é devido pelas pessoas físicas, sendo que o dever da Contribuinte de retêlos é mera Fl. 782DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 783 6 obrigação acessória, "de modo que seu descumprimento jamais poderá ocasionar a cobrança do valor da contribuição principal" (fl. 647), citando, como paralelo, a Súmula CARF nº 12; · Que, subsidiariamente, a Lei nº 11.941/2009 apresenta penalidade mais benéfica, limitando a multa de mora no percentual de 0,33% por dia de atraso, limitado ao percentual de 20%, mas que o lançamento aplicou a multa de 24% contida na redação anterior do art. 35, II, 'a', da Lei nº 8.212/1991. Nessa linha, deve ser aplicada a Lei mais benéfica retroativamente, nos termos do art. 106 do CTN; e · Que a representação para fins penais só pode ser apresentada após a constituição definitiva do lançamento, o que ainda não ocorreu. De qualquer sorte, que não houve infração à legislação tributária, assim como não houve atos praticados dolosamente com fins de reduzir ou evadirse ao pagamento de tributos e eventuais multas ou encargos, não havendo conduta a ser tipificada como crime. O presente processo foi apensado aos autos do processo de nº 19740.720137/200995 (fl. 77). É o relatório. Voto Conselheira Junia Roberta Gouveia Sampaio Redatora ad hoc Como Redatora ad hoc, sirvome da minuta de voto inserida pelo Relator no repositório oficial do CARF, de sorte que o posicionamento abaixo esposado não necessariamente tem a aquiescência desta Conselheira O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. Julgamento Conjunto Argumenta a contribuinte pelo julgamento conjunto do presente processo com aqueles que contém os demais débitos tributários constituídos em função dos mesmos fatos. Constatase que, conforme despacho de fl. 77, o presente processo já foi apensado ao de nº 19740.720137/200995, que contém o crédito referente à parte da empresa, no qual foram apensados os demais AI's, bem como vieram todos a julgamento conjunto. Relatório de Representantes Legais Argumenta a Contribuinte que os representantes legais da empresa foram incluídos na qualidade de coresponsáveis, não havendo, porém, nenhuma norma que lhes atribua a responsabilidade sem que sejam preenchidos os requisitos do art. 135 do CTN. Outrossim, que o art. 13 da Lei nº 8.620/1993, já foi afastado pelo STJ e revogado expressamente pela Lei nº 11.941/2009, devendo haver retroatividade benigna, nos termos do art. 106 do CTN. Fl. 783DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 784 7 Acontece que esse e.CARF já consolidou o entendimento de que Súmula CARF nº 88: A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais – RepLeg” e a “Relação de Vínculos – VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. Nessa linha, não é possível dar provimento ao recurso nesse ponto. Da Representação Fiscal para Fins Penais Argumenta ainda a Recorrente que a representação para fins penais só pode ser apresentada após a constituição definitiva do lançamento, o que ainda não ocorreu. De qualquer sorte, que não houve infração à legislação tributária, assim como não houve atos praticados dolosamente com fins de reduzir ou evadirse ao pagamento de tributos e eventuais multas ou encargos, não havendo conduta a ser tipificada como crime. Acontece que já foi consolidado nesse Conselho o seguinte entendimento: Súmula CARF nº 28: O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. Nessa linha, não é possível dar provimento ao recurso nesse ponto. MÉRITO Dos aportes ao PGBL Ultrapassadas as preliminares, impende analisar o mérito do Recurso Voluntário. Especificamente, o ponto crucial do presente PAF é identificar se deve ou não incidir Contribuições Sociais Previdenciárias sobre os valores pagos pela Contribuinte a plano de previdência privada de seus colaboradores. Retornando ao Relatório Fiscal, percebese que o presente lançamento tem por objeto constituir crédito de Contribuições Previdenciárias sobre os valores pagos pela Contribuinte ao PGBL de seus colaboradores. Conforme a autoridade lançadora, os montantes configuramse saláriodecontribuição porquanto (1) não há norma legal autorizando a exclusão desses aportes da base de cálculo do tributo; 2) os aportes habituais, sendo feitos semestralmente desde 2001; e (3) os aportes eram calculados levando em consideração avaliações quantitativas e qualitativas de produção do colaborador. Em sua defesa, a Contribuinte argumentou (1) que o art. 202, § 2º, da CF/1988 e o art. 28, § 9º, da 'p', da Lei nº 8.212/1991, são claros em determinar que a contribuição à previdência privada não compõe o saláriodecontribuição; (2) que a única regra legal para a isenção é que o benefício seja oferecido a todos os empregados e dirigentes da empresa, o que ela fazia e que a fiscalização não contesta isso; e (3) que a fiscalização criou requisitos ilegais. Fl. 784DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 785 8 Analisando a questão, a DRJ manteve o lançamento ao fundamento de que "17. Pela leitura dos dispositivos acima transcritos, e diversamente do que entendeu a interessada, o pagamento de contribuições a programa de previdência complementar não será considerado como saláriodecontribuição, desde que, além de estar disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, não seja utilizado com finalidade diversa da intenção da lei (art. 9º, da CLT). (...) 19. Assim, como se verifica no bem explanado relatório fiscal, não se questionou a observância formal da legislação, mas tão somente a finalidade do pagamento da referida verba, caracterizandoa como de autêntico teor remuneratório não apenas pelo fato de terem sido considerados para aferição dos aportes extraordinários o atingimento de metas e avaliação de desempenho individual, como também o fato de a empresa também possuir um plano de previdência complementar fechado para todos os empregados e dirigentes destinado a garantir a complementação da aposentadoria, nos moldes previstos constitucionalmente. 20. Ora, se já existe um programa de previdência privada fechada, com participações mensais tanto dos segurados como da empresa (vide Anexo I –fls. 146/176), qual o sentido da existência de outro plano de previdência custeado apenas pela empresa, cujos valores são aferidos de acordo com o atingimento de metas e desempenho individual, senão a de premiar empregados e dirigentes, pelo seu desempenho? (...) 23. Assim, o conceito de saláriodecontribuição não se restringe apenas ao salário base do trabalhador, tem como núcleo a remuneração de forma mais ampliada, alcançando outras importâncias pagas pelo empregador, sem importar a forma de retribuição ou o título. São vantagens econômicas acrescidas ao patrimônio do trabalhador decorrentes da relação laboral. 24. Apesar dos esforços da interessada, sua tese de que a verba em questão não tem caráter remuneratório, não há de prosperar. A remuneração variável, sob a roupagem jurídica de plano de previdência privada, na verdade objetivava reconhecer o atingimento das metas institucionais e o desempenho individual, e portanto vinculados a fatores de ordem pessoal do trabalhador, seja individualmente ou em grupo, sendo assim alcançados pelo conceito de saláriodecontribuição estabelecido no artigo 28, inciso I, da Lei nº 8.212/1991. 25. Isto posto, não resta qualquer dúvida de que a referida parcela,concedida pela empresa a seus empregados, tem cunho remuneratório, trazendolhes uma vantagem econômica ou benefício." fls. 625/627. Fl. 785DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 786 9 Em suma, podese entender que a decisão recorrida manteve o lançamento pelo seu terceiro fundamento, qual seja, que a forma como eram apurados os aportes retirava lhe o caráter de previdência privada. Para tanto, aprofundou na análise da questão, esclarecendo que ao utilizar como critério de apuração do aporte a ser feito avaliação quantitativa e qualitativa dos beneficiários, atribuiu aos aportes claro caráter remuneratório Convém analisar individualmente os fundamentos o lançamento. Da base legal: No Relatório Fiscal, a autoridade lançadora afirmou expressamente que: "32. Por fim, ressaltase que não há na legislação hipótese de exclusão do referido benefício financeiro da base de cálculo das contribuições previdenciárias, como pode ser observado no disposto nas alíneas do § 9º, do artigo 28, da Lei nº 8.212/91." fl. 21. Com a devida vênia, a verdade é que o referido art. 28, § 9º, da Lei nº 8.212/1991, comando contém a alínea 'p', que traz a seguinte redação: p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT; Em outras palavras, há sim uma norma específica, no próprio comando legal citado pela autoridade lançadora, que expressamente exclui do saláriodecontribuição os valores aportados à previdência privada. Essa norma se encontra em clara consonância com a regra estabelecida no art. 202, § 2º, da CF/1988. Portanto, há sm base legal para excluir os presentes valores do saláriode contribuição. Da habitualidade No Relatório Fiscal, a autoridade lançadora afirmou expressamente que: 31. Há que se salientar a habitualidade do pagamento do benefício, uma vez que pelos fatos já apresentados (itens 16 e 17) essa modalidade de remuneração tem sido implementada semestralmente, desde o segundo semestre de 2001. Além disso, a própria existência do contrato de adesão a plano de previdência complementar privada, cujo pagamento era de responsabilidade da associação, demonstra a intenção do empregador de que a despesa não seja eventual." fl. 21. Tratase de constatação relevante, consoante posicionamento já adotado por este relator em diversas outras oportunidades. A verdade é que o art. 28, I, da Lei nº 8.212/1991 são expressos em estabelecer que: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: Fl. 786DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 787 10 I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; Portanto, se os pagamentos identificados pela autoridade lançadora não tivessem habitualidade e.g., tivesse ocorrido um único aporte , então não seriam preenchidos os requisitos do caput e, por esse motivo já não se configuraria saláriodecontribuição. Ou seja, se não houvesse habitualidade, nem mesmo seria necessário analisar se os pagamentos eram ou não aportes para a previdência privada. Nessa linha, esse elemento é necessário para se identificar se estão preenchidos os requisitos gerais. Contudo, em nada influenciam na configuração ou não da natureza dos aportes à previdência privada. Ou seja, e plenamente possível que os aportes sejam feitos de maneira habitual, constante, reiterada, mas que continuem sendo aportes à previdência privada e, por isso, não componentes do saláriodecontribuição. A verdade é que a periodicidade dos aportes à previdência privada é estabelecida pelas partes. Os aportes podem ser mensais, bimestrais, semestrais como no presente caso , anuais, únicos ou pontuais, aleatórios, sem qualquer referência lógica de periodicidade. Contanto que o Plano permita o aporte feito daquela maneira, em nada isso influenciará na configuração da natureza tributável do recurso. Da forma de apuração do montante dos aportes e do caráter remuneratório No Relatório Fiscal, a autoridade lançadora afirmou expressamente que: "29. No presente caso, podese inferir, com base nos documentos dos Anexo IV e V, que o benefício financeiro nada mais é do que uma remuneração em função de avaliações quantitativas e qualitativas, isto é, constitui forma de incentivo ao empregado visando o aumento de sua produtividade. 30. Diante disso, resta claro que este benefício é uma vantagem auferida em decorrência do trabalho realizado pelos empregados, sendo o aporte em Plano Gerador de Benefício Livro PGBL apenas um meio encontrado pelo sujeito passivo de tentar desvirtuar a natureza remuneratória do mesmo." fl. 21. A par dos argumentos já superados nos itens (1) e (2) acima, esse é, única e exclusivamente, o argumento utilizado pela autoridade lançadora. NÃO há nos autos nenhuma alegação de que o benefício não era pago à integralidade dos trabalhadores, de que os valores eram altos demais, de que eram incompatíveis com a remuneração "ordinária" dos trabalhadores, de que eram integralmente sacados no prazo limite ou mesmo de que não respeitavam os prazos para levantamento dos aportes , impedindo assim a formação de uma Fl. 787DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 788 11 poupança, de que os trabalhadores dependiam desses recursos para sua subsistência, de que a Contribuinte não demonstrou os cálculos atuariais etc. O lançamento tem como fundamento, apenas e exclusivamente, a vinculação da metodologia de apuração dos aportes a serem feitos pela Contribuinte a critérios quantitativos e qualitativos. Pois bem. O objetivo de toda atividade empresarial é o lucro e qualquer despesa que tenha outro objetivo foge ao propósito intrínseco da atividade empresária. Nesse sentido, como regra, os dispêndios incorridos terão o objetivo de maximizar o lucro, ainda que de forma indireta, como é o caso do patrocínio esportivo, que se faz não pelo amor ao esporte e sim como forma de propagar a marca. No mesmo sentido, se institui um Plano de Previdência, não o faz por mera liberalidade em favor dos beneficiários, mas sim com o objetivo de reter seus talentos. Não apenas no plano suplementar, mas também no plano geral. Isso porque, ao escolher entre duas possíveis empregadoras em condições idênticas de trabalho, de ambiente de trabalho, de salário etc., se uma delas oferecer esse benefício e a outra não, então é certo que o profissional escolherá ela. Acontece que a Constituição Federal expressamente desvinculou os Planos de Previdência Privada dos contratos de trabalho, estipulando como cláusula constitucional que não serão tidos como remuneração. Em outras palavras, não é tido como contraprestação do trabalho. Fêlo com o objetivo exatamente de incentivar as empresas a instituir tais benefícios aos seus empregados. Diversas rubricas têm o mesmo objetivo de incentivar a retenção de talentos e, ao mesmo tempo, não configuram remuneração para fins do contrato de trabalho. Por todas, citase a Participação nos Lucros e Resultados. Tal benefícios não é obrigatório, podendo ou não ser instituídos pelas empresas; as empresas que o oferecem, fazemno com o objetivo de reter talentos, ou seja, para incentivar seus trabalhadores a permanecerem nos empregos, e não por fundamentos absolutamente altruístas como se poderia querer. Ainda assim, quando pagos em conformidade com a Lei, não configuram remuneração para fins previdenciários. Em suma, o fato de que os aportes ao Plano de Previdência em apreço são feitos para reter incentivar a produtividade dos trabalhadores não é elemento apto a desnaturá lo. Antes, é mera constatação da realidade prática, como são quaisquer aportes feitos a quaisquer Planos de Previdência. Afinal, ao se conscientizar que recebe um benefício em determinada empresa, que poderia não receber em outra, o colaborador se esforça para manter o seu vínculo e, em última análise, aumenta a lucratividade, que é o objetivo final de qualquer empresa. Conquanto o aporte seja feito em Plano de Previdência Privado regularmente constituído, que respeite todas as Leis e regramentos específicos, e que não seja utilizado como substituição do salário, nada há que se criticar. Diferente seria se a autoridade lançadora tivesse demonstrado, por exemplo, que o salário desses trabalhadores era inferior àquele observado em relação a outros trabalhadores no mesmo cargo, ou que tivesse comprovado que a empresa deixou de pagar o salário, de dar aumentos ou promoções, substituindo tais valores por esses aportes. Aí sim haveria fraude, porquanto o PGBL estaria sendo utilizado para substituir a remuneração oficial. Frisase que a Lei não estabeleceu o critério matemático para apuração dos aportes a serem feitos. Nessa linha, não pode a autoridade lançadora estabelecer critério ao seu Fl. 788DF CARF MF Processo nº 19740.720134/200951 Acórdão n.º 2202004.797 S2C2T2 Fl. 789 12 alvitre, nem tomar como indevidos critérios adotados pela empresa exclusivamente porque não concorda com a sua forma de calcular. Conclusões Em suma, não se identificou no lançamento nenhum argumento apto a demonstrar a fraude à Lei, nem a desconfigurar a natureza de aporte à previdência privada dos pagamentos efetuados pela Contribuinte. Por essa razão, entendo ser necessário cancelar o AIOP ora em análise. Por essa razão, deixase de analisar (1) o argumento da Contribuinte tocante à multa, especificamente à forma como deve ser aplicada a retroatividade benigna e aos limites percentuais, bem como (2) o argumento da Contribuinte de que a sua obrigação de reter e recolher o tributo é meramente acessória, não sendo possível lançar contra ela o crédito principal. Dispositivo Diante de tudo quanto exposto, voto por dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Junia Roberta Gouveia Sampaio (voto de Dilson Jatahy Fonsenca Neto) Fl. 789DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13602.000207/98-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.470
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, para sobrestá-lo até o trânsito em julgado do RE 566.622 nesta 4ª Câmara da 3ª Seção.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Mineiro Fernandes Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, para sobrestálo até o trânsito em julgado do RE 566.622 nesta 4ª Câmara da 3ª Seção. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição de COFINS (fls.3), apresentado pela Recorrente em 02/10/1998, com a seguinte fundamentação: “RECOLHIMENTO INDEVIDO DO COFINS, NO PERIODO DE ABRIL/1992 A MARÇO/1998, TENDO EM VISTA A FUNDAÇÃO RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 36 02 .0 00 20 7/ 98 -3 3 Fl. 239DF CARF MF Processo nº 13602.000207/9833 Resolução nº 3402001.470 S3C4T2 Fl. 240 2 OURO BRANCO, SER UMA ENTIDADE DE DIREITO PRIVADO " SEM FINS LUCRATIVOS, CONFORME SEU ESTATUTO SOCIAL (EM ANEXO), ENQUADRADA NO CONCEITO DE ENTIDADE BENEFICÍENTE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, ABRANGIDA POR IMUNIDADE TRIBUTARIA SUPORTADA PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART.195 PARAGRAFO 79) E PELO CÓDIGO TRIBUTARIO NACIONAL (ARTIGOS 09 e 14)” Por meio do Despacho Decisório nº 175 DRF/BHE em 02/02/2015 (fls. 101 a 108), a Autoridade Fiscal indeferiu o pleito da interessada, com a seguinte fundamentação: a) A Cofins, na condição de contribuição social, difere do imposto, não se enquadrando, portanto, na hipótese de imunidade constitucional reservada às entidades lá descritas. b) A entidade beneficente de assistência social somente estará isenta da Cofins se, cumulativamente, atender os requisitos para outorga de isenção e fizer prova à Receita Federal do Brasil do reconhecimento formal de isenção, expedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). c) Em análise preliminar, o suposto direito creditório proveniente dos recolhimentos efetuados no período de abril/1992 a setembro/1993, já se encontravam extintos por ocasião do pedido, feito em outubro/1998, por ter decorrido mais de 5 (cinco) anos do último recolhimento referido, cujo prazo encerrouse em setembro/1998. Inconformada, a ora Recorrente apresentou sua Manifestação de Inconformidade, com as seguintes alegações: i. Inexistência de prescrição sobre o período de abril/1992 a setembro/1993, com a aplicação do entendimento consolidado pelo STJ de 5+5, para pedidos realizados à época; ii. A sua natureza fundacional e de assistência social e beneficência, por se tratar de Fundação de Direito Privado, sem finalidade lucrativa, atendendo aos requisitos do artigo 14 do CTN; iii. Que a regra constitucional da imunidade e sua aplicação ao seu caso exigia somente os requisitos constantes do art. 14 do CTN. Por meio do acórdão nº 0834.763, de 17 de dezembro de 2015 (fls. 174 a 188), a 3ª Turma da DRJ em Fortaleza, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, mantendo o indeferimento do pedido de restituição. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 1998 RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, IRRF. Fl. 240DF CARF MF Processo nº 13602.000207/9833 Resolução nº 3402001.470 S3C4T2 Fl. 241 3 O direito de pleitear restituição de tributo ou contribuição pago a maior ou indevidamente extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos contados da data da extinção do crédito tributário. Observância do art. 3º da Lei Complementar n º 118/2005. ALCANCE DE DECISÃO JUDICIAL. Decisão de Poder Judiciário proferida incidentalmente somente aproveita às partes integrantes do processo JUDICIAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 1998 IMUNIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. A imunidade prevista no art. 195, §7º, da Constituição Federal contempla apenas as instituições beneficentes de assistência social, que preencham os requisitos estabelecidos no art. 14 do CTN c/c art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, entre eles o de possuírem o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Regularmente cientificado, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário (fls.194 a 236), com as seguintes alegações, em síntese: a Preliminarmente, nulidade da decisão recorrida por omissão em um dos pontos apresentados na manifestação de inconformidade, requerendo o retorno dos autos à DRJ para que seja proferida nova decisão com a apreciação do mérito da discussão; b Inexistência de prescrição sobre o período de abril de 1992 a setembro de 1993; c No mérito, o reconhecimento da imunidade/isenção em relação à Cofins, por ser a Recorrente entidade beneficente de assistência social. O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. Fl. 241DF CARF MF Processo nº 13602.000207/9833 Resolução nº 3402001.470 S3C4T2 Fl. 242 4 A Recorrente alega seu pleno direito constitucional à imunidade das contribuições, pela sua natureza fundacional e de assistência social e beneficência, por atender aos requisitos do artigo 14 do CTN. Alega que a regra constitucional da imunidade e sua aplicação ao seu caso exigia somente os requisitos constantes do art. 14 do CTN, e não aqueles do artigo 55, da Lei n.º 8.212/91. Tal questão foi objeto de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, restando assim decido em sede de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida: IMUNIDADE – DISCIPLINA – LEI COMPLEMENTAR. Ante a Constituição Federal, que a todos indistintamente submete, a regência de imunidade fazse mediante lei complementar. (STF; RE 566.622, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 23/02/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe186 DIVULG 2208 2017 PUBLIC 23082017). Entretanto, apesar da publicação do acórdão, a decisão ainda não transitou em julgado, conforme consulta efetuada no sítio do STF nesta data. Nesse sentido, o julgamento do presente processo deve ser sobrestado, conforme já decidiu a presente turma julgadora (Resolução 3402001.102) em observância art. 1.035, §5° do CPC, e em atendimento à ordem expressamente estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal, decorrente de decisão do Ministro Marco Aurélio Mello exarada no sobredito RE n. 566.622 e que assim determinou: A Fundação Armando Álvares Penteado, admitida no processo como interessada, requer a comunicação, mediante ofício, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF acerca da suspensão dos processos que versem a mesma matéria do extraordinário. (...). Relata a ausência de implementação da medida no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, vinculado ao Ministério da Fazenda, responsável pelo exame dos recursos contra atos formalizados no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB. Afirma que a recusa do Órgão decorre da falta de previsão regimental a respaldar a suspensão dos processos. Ressalta a iminência de julgamento, no CARF, de processo administrativo relevante para a entidade. Noticia a expedição de ofício, pela Secretaria Judiciária, a todos os tribunais do território nacional, não tendo havido comunicação aos órgãos administrativos. (...) Em se tratando de processo sob repercussão geral, surgem conseqüências danosas. Uma vez admitida, dáse o fenômeno do sobrestamento de processos que, nos diversos Tribunais do País, versem a mesma matéria, sendo que hoje há previsão no sentido do implemento da providência requerida § 5º do artigo 1.035 do Código de Processo Civil. (...) A entrega da prestação jurisdicional deve ocorrer conciliandose celeridade e conteúdo. Daí a necessidade de atentarse para o estágio atual dos trabalhos do Plenário. Dificilmente conseguese julgar, fora processos Fl. 242DF CARF MF Processo nº 13602.000207/9833 Resolução nº 3402001.470 S3C4T2 Fl. 243 5 constantes em listas, mais de uma demanda, o que projeta no tempo, em demasia, o desfecho de inúmeros conflitos de interesse. No caso, temse quatro votos proferidos no sentido da inconstitucionalidade do artigo 55 da Lei nº 8.212/1991. Enquanto isso, o Poder Público continua aplicandoo, gerando dificuldades de toda ordem para entidades beneficentes. (...) Implemento a medida acauteladora, suspendendo, nos termos do artigo 1.035, § 5º, do Código de Processo Civil, o curso de processos que veiculem o tema, obstaculizando o acionamento, pela Administração Pública, do artigo 55 da Lei nº 8.212/1991. (grifos nossos). Destacase, também, a existência do Ofício nº 594/R endereçado ao Presidente deste Conselho com cópia da decisão do Ministro Marco Aurélio Mello que determinou a suspensão de todos os processos administrativos que tratam da matéria: Fl. 243DF CARF MF Processo nº 13602.000207/9833 Resolução nº 3402001.470 S3C4T2 Fl. 244 6 Diante do exposto, o presente julgamento deve ser sobrestado perante a 4ª Câmara desta 3a Seção deste julgamento. Transitado em julgado o leading case no STF (RE 566.622), o presente caso deverá retornar para este relator para fins de julgamento. É a resolução. (assinado com certificado digital) Rodrigo Mineiro Fernandes Fl. 244DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10320.720172/2010-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.442
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Tatiana Josefovicz Belisário Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Inicialmente é necessário esclarecer que o presente feito compreende um lote de 36 processos conexos, todos eles relativos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS apurados pelo regime da nãocumulatividade nos anos calendários de 2003 a 2008. Tratamse dos seguintes processos: PROCESSO ACÓRDÃO DRJ TRIBUTO PERÍODO 10320.720149/201020 0830.513 PIS 2ª Trim 2003 10320.720150/201054 0831.407 PIS 3ª Trim 2003 13338.000103/200441 0831.247 PIS 1ª Trim 2004 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 20 .7 20 17 2/ 20 10 -1 4 Fl. 274DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 3 2 10320.720152/201043 0830.749 PIS 2ª Trim 2004 13338.000011/200542 0831.246 PIS 3ª Trim 2004 10320.720169/201009 0831.237 COFINS 4ª Trim 2004 10320.720047/201012 0830.748 COFINS 1ª Trim 2005 10320.720155/201087 0830.750 PIS 1º Trim 2005 19647.012516/200542 0825.611 COFINS Abril/2005 13338.000155/200680 0830.757 COFINS 2ª Trim 2005 10320.720156/201021 0830.751 PIS 2º Trim 2005 19647.007420/200562 0822.687 PIS 3ª Trim 2005 10320.720157/201076 0830.752 PIS 3º Trim 2005 10320.720170/201025 0830.755 COFINS 3º Trim 2005 10320.720158/201011 0830.753 PIS 4ª Trim 2005 10320.720171/201070 0830.931 COFINS 4º Trim 2005 10320.720159/201065 0830.936 PIS 1º Trim 2006 10320.720172/201014 0831.238 COFINS 1º Trim 2006 10320.720160/201090 0830.927 PIS 2º Trim 2006 10320.720161/201034 0830.928 PIS 3ª Trim 2006 10320.720174/201011 0830.933 COFINS 3º Trim 2006 10320.720162/201089 0830.929 PIS 4º Trim 2006 10320.720175/201058 0830.934 COFINS 4º Trim 2006 10320.720163/201023 0830.930 PIS 1º Trim 2007 10320.720164/201078 0830.937 PIS 2º Trim 2007 10320.720177/201047 0830.938 COFINS 2º Trim 2007 10320.720165/201012 0831.233 PIS 3º Trim 2007 10320.720178/201091 0831.239 COFINS 3º Trim 2007 10320.720166/201067 0831.234 PIS 4º Trim 2007 10320.720179/201036 0831.240 COFINS 4º Trim 2007 10320.720167/201010 0831.235 PIS 1º Trim 2008 10320.720180/201061 0831.241 COFINS 1º Trim 2008 10320.720168/201056 0831.236 PIS 2º Trim 2008 10320.720181/201013 0831.242 COFINS 2º Trim 2008 10320.720182/201050 0831.243 COFINS 3º Trim 2008 10320.720183/201002 0831.408 COFINS 4ª Trim 2008 Desse modo, a presente Resolução será replicada em todos os processos acima referidos, devendose, na execução do julgado, observarse aquilo que se aplica a cada um dos fatos geradores abrangidos. Como dito, tratamse de diversos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS oriundos da aquisição de bens e serviços utilizados na fabricação de bens exportados para o mercado externo, apurados trimestralmente, além de um Auto de Infração. Conforme Relatório Fiscal integrante do Despacho Decisório: (...) o não reconhecimento do crédito se deu em virtude de vários fatores, compreendendo cômputo de outras receitas registradas na escrituração contábil (livro razão) e fiscal (livros registro de entrada, registro de saída, apuração de IPI, inventário etc) não informadas pelo Fl. 275DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 4 3 contribuinte no Dacon, bem como glosa de créditos informados no Dacon, mas não respaldados na contabilidade, incidentes sobre gastos ou despesas: Fl. 276DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 5 4 A Recorrente apresentou Manifestações de Inconformidade e Impugnação solicitando o reconhecimento integral do crédito postulado. Após exame, a DRJ proferiu acórdão assim ementado (ajustandose, apenas, para cada processo, o tributo PIS ou COFINS e o período de apuração): ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 PEDIDO DE PERÍCIA. CARÁTER TÉCNICO DA PROVA. A perícia é meio de prova destinado a exames que requeiram conhecimento técnico específico. PROVA DOCUMENTAL. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento Fl. 277DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 6 5 processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas os autos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. A partir de dezembro de 2002, a base de cálculo da contribuição é o faturamento, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RECEITA FINANCEIRA. ALÍQUOTA ZERO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A partir de agosto de 2004, estão sujeitas à alíquota zero as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas submetidas ao regime nãocumulativo. As receitas submetidas à alíquota zero não integram a base de cálculo da contribuição. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. CRÉDITOS NA AQUISIÇÃO. Quando adquiridos, os bens e serviços utilizados como insumo geram direito ao crédito na incidência nãocumulativa da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OPTANTE PELO SIMPLES. O fato de a pessoa jurídica fornecedora do bem enquadrado como insumo ser optante pelo Simples não obsta o direito de crédito do adquirente, relativamente ao valor pago. INSUMO. FORNECEDOR PESSOA FÍSICA. Não dará direito a crédito o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OU PRESTADOR. SITUAÇÃO FISCAL IRREGULAR. A situação fiscal irregular do fornecedor ou prestador não constitui obstáculo ao creditamento sobre o valor de bens e serviços. FALTA DE PROVA. UTILIZAÇÃO COMO INSUMO. Incumbe ao manifestante comprovar que determinado bem ou serviço, sobre o qual pleiteia creditamento, foi utilizado como insumo na fabricação de produtos destinados à venda. Fl. 278DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 7 6 RESSARCIMENTO. INSUMO CORPÓREO. Para configurar insumos para os fins de creditamento na forma do disposto no art. 3º, II, da Lei nº 10.637, de 2002, e do art. 3º, II, da Lei nº 10.833, de 2003, as matérias primas, os produtos intermediários e o material de embalagem, utilizados na fabricação de bens destinados à venda, devem sofrer alterações, tais como o desgaste, o dano, ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, e, ainda, não podem representar acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem em que forem aplicadas. RESSARCIMENTO. SERVIÇO. INSUMO. Na apuração do PIS/Pasep e da Cofins, a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados sobre gastos incorridos com serviços utilizados como insumo, desde que pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. RESSARCIMENTO. ENERGIA ELÉTRICA. Podem ser descontados créditos da Cofins e do PIS/Pasep Nãocumulativos sobre os gastos totais com a energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. RESSARCIMENTO. COMBUSTÍVEIS. O gasto com combustíveis utilizados como insumos na fabricação de produtos gera crédito na apuração da Cofins e do PIS/Pasep Não Cumulativos, ainda que submetidos à tributação monofásica com base em alíquota diferenciada, sendo os créditos calculados, todavia, com base nas alíquotas padrões. FRETE NA COMPRA DE INSUMOS. Não há previsão legal para apurar créditos de frete nas operações de compra. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em ParteA O acórdão recorrido, portanto, afastou as seguintes glosas: (i) receitas financeiras (determinou a exclusão das receitas financeiras da base de cálculo das contribuições); (ii) bens adquiridos e não integralmente pagos aos fornecedores no mesmo trimestre de apuração (aplicação do regime de competência); (iii) bens adquiridos de pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; Fl. 279DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 8 7 (iv) créditos adquiridos de pessoas jurídicas com irregularidades, posto que não comprovado pela Fiscalização a inaptidão do respectivos CNPJs; As glosas mantidas foram as seguintes: (v) receitas de recuperação de despesas (manteve as receitas de recuperação de despesas na base de cálculo das contribuições) (vi) carvão adquirido de produtores rurais pessoas físicas, portanto, não sujeitos à incidência do PIS e da COFINS; (vii) serviços utilizados como insumos, em razão destes não estarem devidamente escriturados em DACON e, também, pela ausência de demonstração da sua inserção no "conceito funcional de insumo"; (viii) aquisição de energia elétrica em razão de divergências entre os livros fiscais e os balancetes de verificação; (ix) frete sobre operações de compra, por ausência de previsão legal; (x) "outros valores com direito a crédito", por ausência de comprovação da natureza de tais créditos Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando os argumentos de defesa apresentados quanto ao crédito tributário mantido, requerendo: (a) o afastamento da declaração de preclusão do direito à apresentação de documentos probatórios; (b) o afastamento do critério físico na apuração do PIS e da COFINS não cumulativos, com a utilização dos conceitos de custos necessários à obtenção de receita, conforme legislação do Imposto de Renda; (c) a autorização para a apropriação de créditos sobre a aquisição de carvão de pessoas físicas, nos termos do art. 8º da Lei nº 10.925/2004; (d) a autorização para apropriação de créditos decorrentes da aquisição de insumos, ainda que não escriturados corretamente em DACON (erro material), bem como pela negativa imposta de comprovação da sua essencialidade; (e) a autorização para apropriação de créditos em decorrência da aquisição de energia elétrica, consumida no processo produtivo, devendo ser afastadas eventuais inconsistências verificadas em DACON; (f) a legitimidade da apropriação de créditos sobre quisição de fretes, seja nas operações de venda, seja nas aquisições; (g) autorização para a apropriação de créditos diversos decorrentes da aquisição de insumos (bens ou serviços) essenciais ao seu processo produtivo; Fl. 280DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 9 8 (h) requer a conversão do feito em diligência para a realização de perícia contábil para a verificação dos alegados erros de declaração e, também, da essencialidade dos insumos adquiridos; (i) por fim, requer seja determinada a aplicação da correção monetária sobre o crédito tributário a ser ressarcido. Após os autos foram remetidos a este CARF e a mim distribuídos por sorteio ou por redistribuição em razão de conexão. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Conforme se verifica pelo relato dos fatos, o presente feito abrange tanto discussões exclusivamente de direito, como aspectos relacionados à materialidade do crédito tributário, quanto questões relativas aos cálculos de apuração do crédito tributário. Nesse aspecto, 2 (duas) questões sobressaltam e, a meu ver, demandam melhor análise dos fatos: (i) existência de divergências entre valores declarados em DACON e escriturados em documentos contábeis; (ii) essencialidade de itens ao processo produtivo da Recorrente. Quanto ao primeiro, tenho que deve se observar, na hipótese dos autos, o princípio da verdade material a ser perseguido no curso do procedimento administrativo de constituição do crédito tributário. Por óbvio, a aplicação de tal princípio deve estar calcada na necessária observância ao ônus da prova. Tratandose de apuração de créditos de PIS e COFINS, cabe ao contribuinte demonstrar a existência do seu direito. Verifico que a Recorrente, em sua defesa e em seu Recurso Voluntário, apresentou alegações e documentos pelos quais busca legitimar os valores dos créditos considerados em sua apuração, especialmente com relação aos seguintes pontos, conforme redação utilizada pelo Acórdão recorrido: "(...)despesas incorridas com serviços prestados por pessoa jurídica, declaradas pelo contribuinte no Dacon como utilizados como insumo, mas não verificadas na sua escrituração (...)". "(...) despesas com energia elétrica, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas não integralmente comprovadas na escrituração (...)" Fl. 281DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 10 9 "(...) despesas com armazenagem e frete, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas em valores significativamente inferiores aos comprovados na escrituração (...)" "(...) crédito relativo a outras operações com direito a crédito, identificada na linha 13 da ficha 6 do Dacon (...)" Embora o acórdão proferido tenha se manifestado acerca das alegações de erros cometidos pela Recorrente, não adentrou acerca da análise específica dos documentos apresentados, limitandose a concluir que competia ao contribuinte, ao prestar suas informações, trazer maiores especificações e detalhamentos. Assim, ainda sem concluir pela prestabilidade ou não dos esclarecimentos e documentos apresentados pela Recorrente, entendo que tais demonstrações não restaram devidamente examinadas pelo acórdão recorrido, merecendo melhor análise. Quanto ao segundo aspecto, atinente aos insumos aplicados ao processo produtivo da Recorrente, sabese que, há muito, a jurisprudência deste CARF vinha se firmando no conceito da essencialidade como critério autorizador à tomada de créditos no regime não cumulativo do PIS e da COFINS. Tal entendimento foi recentemente chancelado pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Representativo de controvérsia, portanto, de observância obrigatória por este órgão julgador: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos realtivos a custo e despesas com: água, combustíveis e Fl. 282DF CARF MF Processo nº 10320.720172/201014 Resolução nº 3201001.442 S3C2T1 Fl. 11 10 lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. (REsp 1221170/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 24/04/2018) Assim, para a análise acerca da legitimidade das glosas efetuadas pela Fiscalização, necessário perquirir acerca da natureza de tais insumos e a sua essencialidade ao processo produtivo, aspecto não adentrado, seja em sede de lançamento, seja pela decisão de primeiro grau. Pelo exposto, voto por converter o feito em diligência para que a Autoridade Lançadora intime o contribuinte para, no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por mais 30 (trinta) dias: (i) apresentar, de forma detalhada, quais os erros de declaração existentes em suas DACONs, indicando, com o devido lastro probatório, os corretos valores a serem observado, podendo a Autoridade lançadora solicitar especificamente os documentos que entenda necessários para tal comprovação; (ii) apresentar laudo descritivo da sua atividade operacional, indicando, para cada um dos itens (insumos) objeto de glosa, sua aplicação e essencialidade ao seu processo produtivo. Após, deverá a Autoridade Lançadora se manifestar acerca das informações e documentos apresentados pela Contribuinte, notadamente no que se refere aos alegados erros de preenchimento das DACONs e respectivos documentos probatórios, apresentando relatório conclusivo. Concluído, abrase novo prazo de (30) trinta dias para que a Recorrente se manifeste acerca do Relatório Fiscal. Ao final, retornemse os autos para julgamento. Esclareço que o prazo concedido é único e aplicase a todos os processos objeto da presente Resolução. Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 283DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.731013/2014-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. RFB. ACESSO. INTERNET.
A ciência do Mandado de Procedimento Fiscal, pelo sujeito passivo, dar-se-á no sítio da RFB, na internet, com a utilização de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal.
AUTO DE INFRAÇÃO. DOCUMENTO DE FORMALIZAÇÃO DO LANÇAMENTO. INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA.
O auto de infração é o documento próprio para formalização do crédito tributário sempre que a exigência decorrer de procedimento de fiscalização de apuração de infração à legislação tributária.
COMPENSAÇÃO INDEVIDA. INFORMAÇÕES EM GFIP.
Caracteriza-se como compensação indevida a empresa informar em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), no campo retenção sobre nota fiscal/fatura, valores de retenções não ocorridas na competência de emissão dos documentos fiscais.
COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA APLICÁVEL.
A partir do advento da Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, as contribuições previdenciárias compensadas indevidamente passaram a ser exigidas com acréscimo de multa de mora, sem prejuízo da aplicação da multa isolada correspondente a 150% do débito indevidamente compensado se for comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo.
Numero da decisão: 2402-006.691
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros João Victor Ribeiro Aldinucci, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Gregório Rechmann Júnior, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucciu, Luís Henrique Dias Lima, Mário Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti e Renata Toratti Cassini.
Nome do relator: DENNY MEDEIROS DA SILVEIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. RFB. ACESSO. INTERNET. A ciência do Mandado de Procedimento Fiscal, pelo sujeito passivo, darseá no sítio da RFB, na internet, com a utilização de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal. AUTO DE INFRAÇÃO. DOCUMENTO DE FORMALIZAÇÃO DO LANÇAMENTO. INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. O auto de infração é o documento próprio para formalização do crédito tributário sempre que a exigência decorrer de procedimento de fiscalização de apuração de infração à legislação tributária. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. INFORMAÇÕES EM GFIP. Caracterizase como compensação indevida a empresa informar em Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), no campo retenção sobre nota fiscal/fatura, valores de retenções não ocorridas na competência de emissão dos documentos fiscais. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA APLICÁVEL. A partir do advento da Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, as contribuições previdenciárias compensadas indevidamente passaram a ser exigidas com acréscimo de multa de mora, sem prejuízo da aplicação da multa isolada correspondente a 150% do débito indevidamente compensado se for comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 73 10 13 /2 01 4- 07 Fl. 2728DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.729 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em afastar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. Votaram pelas conclusões os Conselheiros João Victor Ribeiro Aldinucci, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Renata Toratti Cassini e Gregório Rechmann Júnior. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Denny Medeiros da Silveira, Gregório Rechmann Júnior, Jamed Abdul Nasser Feitoza, João Victor Ribeiro Aldinucciu, Luís Henrique Dias Lima, Mário Pereira de Pinho Filho, Maurício Nogueira Righetti e Renata Toratti Cassini. Relatório Por bem descrever os fatos ocorridos até a decisão de primeira instância, reproduzo o relatório constante do Acórdão nº 0654.626, da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) em Curitiba/PR, fls. 2.667 a 2.678: Trata o presente processo do Auto de Infração cadastrado no COMPROT sob nº 10166.731013/201407, no período de 01/2011 a 12/2012, a seguir discriminado: DEBCAD nº 51.069.6058 – Glosa de Compensação, com valor consolidado de R$ 3.811.184,77. Consta do Relatório Fiscal a existência de um grupo econômico de fato, atuando na área de prestação de serviços gerais e vigilância, composto por 3 (três) empresas: CITY SERVICE SEGURANÇA LTDA. CIDADE SERVIÇOS E MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA LTDA. TESE – TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS LTDA – ME. Relata a AuditoraFiscal que foram emitidos os Termos de Sujeição Passiva Solidária para os responsáveis acima especificados. Informa, ainda, que o Levantamento “CP” – referese as Glosas de Compensação em GFIP e o Levantamento “RT” – referese a Glosa de Compensação de Retenção de NF. Fl. 2729DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.730 3 Descreve a Auditora que em relação as glosas de compensação em GFIP a empresa não forneceu nenhuma documentação comprobatória das compensações efetuadas. Quanto à glosa de compensação de retenção de Notas Fiscais, a Fiscalização relata que os valores declarados em GFIP a título de retenção estão maiores do que os constantes das notas fiscais entregues em meio papel. Informa que intimado da divergência, a empresa não prestou qualquer esclarecimento à fiscalização. Tais motivos levaram a Fiscalização a glosar os respectivos valores. Das empresas integrantes do grupo econômico somente a empresa CITY SERVICE SEGURANÇA LTDA apresentou impugnação, com as seguintes argumentações: PRELIMINAR AUSÊNCIA DO MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL NULIDADE DO PROCEDIMENTO FISCAL. Afirma que não consta no processo administrativo a cópia integral do MPF, restando assim impossível verificar a legalidade e legitimidade do procedimento fiscal. Salienta que foi afrontado o princípio da legalidade, pelo fato da recorrente não ter condições de verificar o inteiro teor do MPF, restando impedida de analisar todos os elementos que lhe são imprescindíveis, o que caracteriza o cerceamento do direito de defesa, contrariando o disposto no art. 5º da CF/88. Aduz que o art. 2º do Decreto nº 6.104/07 dispõe que tão somente por força do MPF é que poderá ser dado início a procedimento fiscal na SRF. Ressalta que o mero número de procedimento fiscal não quer dizer nada, pois como pode a recorrente analisar se o documento restou devidamente expedido pela autoridade fazendária se não consta no processo administrativo cópia do mesmo a fim de verificar, de início, a legalidade do procedimento em consulta ao site da Receita Federal. Aponta a importância do MPF, nos termos do art. 4º do Decreto nº 6.104/07, que dispõe sobre os modelos e as informações constantes do MPF, os prazos, as autoridades competentes, bem como as demais hipóteses de dispensa ou situações em que seja necessário o início do procedimento antes da expedição do MPF. Ressalta que o MPF define exatamente a competência para a autoridade fiscal realizar a fiscalização e sem este documento como saberia se a autoridade fiscal não se desviou de sua competência que lhe fora atribuído. Apresenta a Portaria RFB nº 3.014/11 que rege o MPF e aponta diversos elementos que evidenciam a sua imprescindibilidade. Colaciona jurisprudência a respeito da garantia constitucional do contraditório e da ampla defesa. Aduz que a ausência do Fl. 2730DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.731 4 MPF resultou na dificuldade da defesa da recorrente e também não socorre a Autoridade Fazendária quanto aos seus atos, porque inexiste para análise, o que resulta um auto de infração nulo. Informa que a Fiscalização desrespeitou o art. 9º do Decreto nº 70.235/72, uma vez que a exigência do crédito tributário será formalizada com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. Novamente, traz jurisprudência sobre a necessidade da observância do contraditório e da ampla defesa. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO CHEFE DO ÓRGÃO EXPEDITOR OU DE OUTRO SERVIDOR AUTORIZADO E A INDICAÇÃO DE SEU CARGO OU FUNÇÃO E O NÚMERO DE MATRÍCULA. Alega que a autuação não restou cumprida, pelo fato de não observar o disposto no inciso IV do art. 11 do Decreto nº 70.235/72. Aduz que na notificação de lançamento deveria constar obrigatoriamente a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula, porém não é isto que se vê, há somente a identificação do auditor fiscal responsável pelo auto de infração e sem a sua assinatura, o que vilipendia a norma matriz fiscal. DA NULIDADE DO COMUNICADO POR PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. Informa que à luz da CF/88, o Decreto nº 70.235/72 em seu art. 59 estabelece que são nulos os despachos e decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Ressalta que a ausência de cópia integral do MPF, a não concessão do prazo de 5 dias para retirada de cópias de notas fiscais para demonstrar as retenções não garante os direitos do recorrente. RECONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO – EXTENSÃO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – IMPOSSIBILIDADE DA EXTENSÃO DA MULTA. Afirma que a autoridade fiscal constatou que a impugnante faz parte de grupo econômico de fato, cuja caracterização tentou demonstrar, não obstante, de acordo com o art. 124, Inc. I do CTN, o instituto da solidariedade entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador não se aplica a multa. Esclarece que o art. 132 do CTN conceitua que a pena não deve passar da pessoa do seu infrator, devendose afastar a responsabilidade do sucessor de modo a excluilo das Fl. 2731DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.732 5 responsabilidades por eventuais infrações cometidas pelas sociedades ligadas. MÉRITO DA ORIGEM DOS CRÉDITOS PREVIDENCIÁRIOS Alega que os créditos utilizados no procedimento de fiscalização são oriundos de retenções de contribuições previdenciárias realizadas nos anos de 2006 e 2007, conforme fazem prova as notas fiscais anexadas a presente impugnação. Salienta que sem razoabilidade a Fiscalização glosou tais compensações, uma vez que não concedeu a dilação de prazo ao contribuinte para apresentar as notas fiscais. Ressalta que as notas fiscais em anexo demonstram que existem retenções nas mesmas passíveis de compensação, o que caracteriza a improcedência da glosa e das multas aplicadas. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA DE 150% Aduz que não assiste razão a autoridade administrativa, uma vez que as compensações realizadas estão lastreadas em retenções realizadas nos anos de 2006 e 2007, não consistindo assim em informação falsa ou fraudulenta feita em GFIP. Salienta que se autoridade fiscal tivesse lhe concedido o prazo solicitado, toda esta questão estaria resolvida. Entende que para a existência de fraude/simulação é necessário que se demonstre documentos que comprovem o vício, o que não foi feito. Salienta que a informação prestada em GFIP encontra se plenamente revestida de verdade, não se podendo partir da versão criada pelo fisco de que houve fraude. DUPLICIDADE NA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA COM A MULTA DE OFÍCIO. Discorda da autoridade fiscal quanto à duplicidade na aplicação das multas, uma denominada de multa isolada com fundamento no art. 89, §10º da Lei nº 8.212/91 e a outra multa de ofício do art. 35, inc. I, II e III da Lei nº 8.212/91. Alega que é inconcebível a aplicação concomitante da multa de ofício com a multa isolada, uma vez que incidem sobre o mesmo fato gerador, o que representa ilegalidade. Salienta que o CARF, por meio do Plenário da Câmara Superior de Recursos Fiscais, pacificou o entendimento de que não é cabível a cobrança de multa isolada, quando já lançada multa de ofício. CARÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA ISOLADA Afirma que a multa no patamar de 150% é confiscatória, vedação instituída pelo art. 150, IV da CF/88. Apresente jurisprudência do STF com efeito de repercussão geral de que há Fl. 2732DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.733 6 “caráter confiscatório da “multa isolada” por descumprimento de obrigação acessória decorrente de dever instrumental”. Entende que seja reconhecida a ilegalidade da cobrança da multa por ofender o princípio da vedação ao confisco, e por mera eventualidade, requerse a sua redução para patamares mínimos, sob pena de enriquecimento sem causa. DO PEDIDO Requer a Recorrente seja o presente recurso recebido em seu efeito suspensivo nos moldes do art. 151, III do CTN e, demonstrada a insubsistência do lançamento/auto de infração pela nulidade dos seus atos com vista nos fundamentos acima declinados, seja recebida, processada, acolhida e provida a presente impugnação, pugnado pela total e plena nulidade do auto de infração em comento, bem como das multas e juros, seja com lastro nas preliminares aventadas, seja com fundamento no mérito das compensações as quais restaram lastreadas em retenções realizadas nas notas fiscais da impugnante afetas aos anos de 2006/2007, conforme visto, por ser medida de direito e justiça a ser imposta no caso concreto, reconhecendo a insubsistência do lançamento tributário contido no auto de infração. Por fim, em medida alternativa, o que se cogita por amor ao debate, requerse a minimização da multa em patamares mínimos sob pena de confisco, conforme visto. Requerse, ademais, a produção de todas as provas admitidas em Direito, sem exceção de nenhuma, requerendo nesta oportunidade a juntada oportuna de documentos, oitiva de testemunhas, depoimento pessoal e de perícia. (Grifos no original) Ao julgar a impugnação, a 7ª Turma de Julgamento da DRJ de Curitiba/PR, por unanimidade de votos, concluiu pela sua improcedência, conforme dispositivo do Acórdão nº 0654.626, a seguir transcrito: Acordam os membros da 7ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, considerar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgamento. Para maior clareza quanto à decisão a quo, transcrevemos, também, a ementa consignada no referido acordão: MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. A ciência do MPF pelo sujeito passivo darseá no sítio da RFB na internet, no endereço, com a utilização de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal. Fl. 2733DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.734 7 AUTO DE INFRAÇÃO. DOCUMENTO DE FORMALIZAÇÃO DO LANÇAMENTO. INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. O auto de infração é o documento próprio para formalização do crédito tributário sempre que a exigência decorrer de procedimento de fiscalização de apuração de infração à legislação tributária. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. INFORMAÇÕES EM GFIP. Caracterizase como compensação indevida a empresa informar em GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social, no campo retenção sobre nota fiscal/fatura, valores de retenções não ocorridas na competência de emissão dos documentos fiscais. COMPENSAÇÃO INDEVIDA. MULTA APLICÁVEL. A partir do advento da Medida Provisória nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, as contribuições previdenciárias compensadas indevidamente passaram a ser exigidas com acréscimo de multa de mora, sem prejuízo da aplicação da multa isolada correspondente a 150% do débito indevidamente compensado se for comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. Cientificada da decisão, em 6/6/16, segundo o Aviso de Recebimento (AR) de fl. 2.688, a contribuinte, por meio de seu advogado (procuração de fl. 1.928) apresentou o recurso voluntário de fls. 2.691 a 2.721, em 23/6/16, no qual traz as seguintes alegações, em síntese: PRELIMINAR 01 – AUSÊNCIA DO MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL – DA TOTAL NULIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL EM TELA [...] não consta no processo em epígrafe, cópia integral do Mandado de Procedimento Fiscal, sem o qual resta impossível verificar a legalidade e legitimidade do procedimento fiscal em comento. [...] Por todos os argumentos declinados, evidente o cerceamento de defesa da recorrente tendo m vista que o próprio Mandado de Procedimento Fiscal é elemento “sine qua non” para quaisquer medidas da autoridade fiscal e ressalta como imanente a elaboração da peça recursal, até para verificar se os atos subsequentes realizados pelo auditor ou por aquele que expediu ou poderia ter expedido o Mandado de Procedimento Fiscal estão de acordo com as disposições legais ou, inclusive, com a sua competência territorial. [...] Fl. 2734DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.735 8 PRELIMINAR 02 – AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO CHEFE DO ÓRGÃO EXPEDITOR OU DE OUTRO SERVIDOR AUTORIZADO E A INDICAÇÃO DE SEU CARGO OU FUNÇÃO E O NÚMERO DE MATRÍCULA. [...] na notificação de lançamento deveria constar a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro funcionário servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Como se vê, não há identificação de nenhum outo servidor, chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado pela autoridade fazendária, senão o auditor fiscal responsável pelo auto de infração. Por resultado, um vilipêndio a norma matriz fiscal, conforme se evidencia. Observese, por oportuno, que não consta sequer a assinatura da autoridade fiscal responsável pelo auto de infração. PRELIMINAR 03 – DA NUIDADE DO COMUNICADO POR PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. Como se não bastasse a ausência do Mandado de Procedimento Fiscal, a Sr(a) Auditora Fiscal concedeu no dia 28/11/2014 prazo irrisório de tão somente 5 (cinco) dias para a recorrente retirar cópia de todas as notas fiscais pertinentes as anos de 2006 e 2007 as quais demonstram as retenções que lastrearam as compensações realizadas e glosadas pela autoridade fazendária. O prazo requerido pela recorrente foi de 20 (vinte) dias para retirar a cópia das referidas notas fiscais e demonstrar a origem do crédito (retenção de contribuição previdenciária nos anos de 2006 e 2007). Contudo, a arbitrariedade implementada pela autoridade fiscal acabou por minimizar o princípio da razoabilidade, da ampla defesa e do contraditório, prejudicando contundentemente a recorrente na medida que além de glosar as compensações lavrou multa isolada sem existir qualquer falsidade ou ilegalidade nas compensações promovidas. RECONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO – EXTENSÃO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA – IMPOSSIBILIDADE DA EXTENSÃO DA MULTA Durante a ação fiscal, a auditora constou que a recorrente faz parte de grupo econômico de fato, cuja caracterização tentou demonstrar mediante prova do controle centralizado das empresas pela recorrente. Não obstante, de acordo com a art. 124, inc. I, do CTN, o instituto da solidariedade entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária não se aplica à multa. O art. 132 do CTN, configurado no conceito de que a pena não deve passar da pessoa de seu infrator, não pode ser feita isoladamente, de modo que a responsabilidade do sucessor deve ser afastada, de modo a excluir a responsabilidade do sucessor Fl. 2735DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.736 9 pelas eventuais infrações cometidas pelas sociedades ligadas à recorrente. MÉRITO DA ORIGEM DOS CRÉDITOS PREVIDENCIÁRIOS Referidos créditos tributários utilizados no procedimento de compensação proveem de retenções de contribuições previdenciárias realizadas nos anos de 2006 e 2007, conforme notas fiscais em anexo e presente impugnação, as quais demonstram que existiram retenções nestes períodos passíveis de utilização, como o foram, pela recorrente, indevidamente glosadas pela autoridade fazendária na medida que sem razoabilidade não dilatou o prazo para a entrega das notas fiscais em apreço. Desse modo, sem razão o fundamento utilizado pela autoridade fazendária em glosar as compensações realizadas, na medida que as notas fiscais, em anexo, bem demonstram que existiram retenções nas mesmas de contribuições previdenciárias passíveis de compensação. Como se vê, o crédito da recorrente é próprio e lastreado em retenções nos anos de 2006 e 2007, conforme notas fiscais em anexo, merecendo a improcedência da glosa realizada bem como da multas aplicadas. (sic) AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO DA MULTA ISOLADA DE 150% O Auto de Infração pretende aplicar multa de 150% [...]. A Sr(a) Auditora Fiscal afirma que a recorrente teria prestado informações em sua GFIP que não era verdadeira e, por consequência, falsa. Não assiste razão a autoridade administrativa. As compensações realizadas restaram lastreadas em retenções realizadas nos anos de 2006 e 2007, como faz prova a recorrente, não constituindo em nenhuma informação falsa ou fraudulenta. DUPLICIDADE DA MULTA ISOLADA COM MULTA DE OFÍCIO [...] Relativamente à concomitância da multa isolada e da multa de ofício sobre os mesmos fatos geradores, observese que na hipótese aventada ela ocorre, o que representa ilegalidade no entendimento da Auditora Fiscal. [...] CRÁTER CONFISCATÓRIO DA MULTA ISOLADA Como se não bastassem todos os elementos acima ilustrados, ao entender a autoridade fazendária no respectivo lançamento/auto Fl. 2736DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.737 10 de infração em impor multa de 150% (Cento e Cinquenta por cento) em desfavor da Recorrente, acaba por implementar verdade confisco. (sic) DO PEDIDO Ante o exposto requer que seja o presente recurso recebido em seu efeito suspensivo nos moldes do art. 151, III do CTN e, demonstrada a insubsistência do lançamento/auto de infração pela nulidade dos seus atos com vista nos fundamentos acima declinados, seja recebido, processado e acolhido o presente recurso [...]. (Grifos no original) É o relatório. Voto Conselheiro Denny Medeiros da Silveira – Relator. Da admissibilidade O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6/3/72. Assim, dele tomo conhecimento. Das razões recursais Cotejando as razões recursais com as razões consignadas na primeira peça defensiva, constatase que o presente recurso voluntário corresponde a uma cópia ipsis litteris da impugnação de fls. 1.891 a 1.921. Dessa forma, nos termos do art. 57, § 3º, Anexo II, do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9/6/15, com redação dada pela Portaria MF nº 329, de 4/6/17, transcreveremos, no presente voto, as razões de decidir da decisão de primeira instância, com as quais concordamos e adotamos: Preliminar Do Mandado de Procedimento Fiscal. Invoca o Impugnante a nulidade do procedimento fiscal devido a ausência de cópia do MPF no processo administrativo, o que lhe causou cerceamento de defesa e impossibilitou a ampla defesa e o contraditório. Tal fato não merece apreço, conforme veremos. Determina o artigo 4º, da Portaria RFB nº 3.014, de 29 de junho de 2011, que o MPF será emitido exclusivamente em forma eletrônica e assinado pela autoridade emitente, mediante a utilização de certificado digital válido, conforme modelos constantes dos Anexos de I a III desta portaria. O seu parágrafo único estipula que a ciência do MPF pelo sujeito passivo darse á no sítio da RFB na Internet, no endereço http://www.receita.fazenda.gov.br, com a utilização de código de acesso consignado no termo que formalizar o início do procedimento fiscal. Fl. 2737DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.738 11 O Mandado de Procedimento Fiscal MPF é ordem específica dirigida ao auditorfiscal para que, no uso de suas atribuições privativas, instaure os procedimentos fiscais de Fiscalização e de Diligência relativos às contribuições administradas pela Receita Federal do Brasil RFB. Cabe ressaltar que o MPF visa ao planejamento e controle administrativo da atividade fiscal, além de permitir ao contribuinte a verificação da regularidade do procedimento. Não se cogita, assim, a nulidade dos lançamentos, ainda que tivessem ocorrido eventuais falhas formais na execução desses procedimentos, quando inequivocamente foram atendidos os pressupostos legais para a constituição do crédito tributário, especialmente as determinações do Código Tributário Nacional CTN e do Decreto nº 70.235/1972. Esse é o entendimento já pacificado no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, para o qual o MPF tem apenas caráter de controle administrativo, não sendo motivo de nulidade, mesmo com a extrapolação de seu prazo e abrangência, conforme jurisprudência que se colaciona: NORMAS PROCESSUAIS – MPF – É de ser rejeitada a nulidade do lançamento, por constituir o Mandado de Procedimento Fiscal elemento de controle da administração tributária, não influindo na legitimidade do lançamento tributário. (Acórdão CSRF/0202187 – Sessão de 23/01/2006 – Por maioria de votos – Rel. Cons. Henrique Pinheiro Torres). MPF – O Mandado de Procedimento Fiscal é mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos fiscais, não implicando nulidade dos procedimentos fiscais as eventuais falhas na emissão e trâmite desse instrumento. (Acórdão nº 107 08028 – Sessão de 13/04/2005 – Por unanimidade de votos – Rel. Cons. Nilton Pêss – D.O.U. de 20/03/2006, Seção 1, p. 37). MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. INSTRUMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO DOS ATOS PRATICADOS PELOS AGENTES FISCAIS. VÍCIOS RELACIONADOS À NOTIFICAÇÃO OU PRORROGAÇÃO. QUESTÕES QUE NÃO CAUSAM NULIDADE DO LANÇAMENTO. O Mandado de Procedimento Fiscal MPF, é instrumento de controle criado pela Administração com o objetivo de assegurar ao sujeito passivo que o fiscal identificado está autorizado a fiscalizálo. Se ocorrerem problemas com a emissão, ciência ou prorrogação do MPF, não são invalidados os trabalhos de fiscalização desenvolvidos. Isto se deve ao fato de que a atividade de lançamento é obrigatória e vinculada, e, detectada a ocorrência da situação descrita na lei como necessária e suficiente para ensejar o fato gerador da obrigação tributária, não pode o agente fiscal deixar de efetuar o lançamento, sob pena de Fl. 2738DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.739 12 responsabilidade funcional. (Acórdão nº 1301001.316 – Sessão de 05/11/2013 – Por unanimidade de votos – Rel. Carlos Augusto de Andrade Jenier – D.O.U de 27/03/2014) Ou seja, o regramento acerca do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF não se sobrepõe à atividade vinculada e obrigatória a que estão submetidos os agentes tributários. A obrigatoriedade do lançamento tributário, sob pena de responsabilidade funcional, constatada irregularidade cometida pelo sujeito passivo da obrigação tributária, deflui do CTN, artigos 3º e 142, parágrafo único. Assim, tendo por base os documentos fiscais anexados aos autos, podese afirmar que foram observados todos os quesitos atinentes à instauração do procedimento fiscal e à formalização da exigência, não tendo sido evidenciada nenhuma irregularidade no que diz respeito à aplicação das disposições dos artigos 7o e 10 do Decreto nº 70.235/1972. Portanto, ficam afastadas as hipóteses de nulidade suscitadas pelo impugnante no tocante às questões relacionadas ao MPF, pois o mesmo foi emitido e cientificado ao contribuinte, de acordo com o que determina a legislação pertinente, bem como os termos necessários a condução dos trabalhos fiscais foram lavrados e apresentados ao contribuinte. Da Diferença entre Auto de Infração e Notificação de Lançamento. Alega que a autuação não restou cumprida, pelo fato de não observar o disposto no inciso IV do art. 11 do Decreto nº 70.235/72, não constou na notificação de lançamento a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Os artigos 9º, 10 e 11 do PAF, por sua vez, dispõem que: Art. 9º A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; Fl. 2739DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.740 13 V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. Marcos Vinicius Neder e Maria Teresa Martínez López, ao explicarem a distinção entre os dois documentos, aduzem o seguinte: O artigo 9º do PAF referese a dois modos de formalizar a exigência: por auto de infração ou por notificação de lançamento. O primeiro é de iniciativa do agente fiscal no procedimento de fiscalização. A expressão “auto de infração” pode ser utilizada como sendo o termo lavrado pela autoridade fiscal após constatação de suposta infração da legislação fiscal; o segundo é competência do chefe da repartição fiscal (Delegado ou Inspetor) que, em processo de levantamento interno de informações, apura irregularidades no pagamento do tributo. (Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado, 3ª edição, Dialética, São Paulo, pg. 184) No caso tratase de hipótese de auto de infração, em virtude de se tratar de formalização de crédito tributário decorrente de procedimento de fiscalização de infração à legislação tributária. Nesse sentido, desnecessária exigência da assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula, exigência esta a ser preenchida caso fosse Notificação de Lançamento. Outrossim, diferentemente do alega a Impugnante consta na capa do auto a assinatura da Auditora Fiscal. Da Inexistência da Preterição do Direito de Defesa. O Impugnante solicita a nulidade do procedimento fiscal, fundamentado no cerceamento de defesa, devido a ausência de cópia integral do MPF e da não concessão do prazo de 20 dias para a apresentação das cópias de notas fiscais para demonstrar as retenções informadas em GFIP. No item “Mandado de Procedimento Fiscal” já abordado no presente voto, ficou claro a desnecessidade da exigência da Fl. 2740DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.741 14 cópia do MPF no processo, visto que bastaria ao Impugnante, conforme orientações contidas no Termo de Início de Procedimento Fiscal, por meio do código de acesso fornecido pela Fiscalização, consultar na internet o MPF e verificar todos os elementos que alega que lhe foram subtraídos. Já quanto aos prazos que lhe foram concedidos, também não vislumbro nenhuma nulidade, a Fiscalização nos Termo de Intimação Fiscal, concedialhe o prazo de 5 dias úteis para apresentar/justificar as compensações/retenções que a empresa havia realizado em GFIP. Salientase que a solicitação da empresa para a extensão destes prazos para 20 dias não tem o condão de tornar nulo o procedimento fiscal, pois entendo razoável a concessão do prazo de 5 dias úteis para proceder com tal providência. Além do que, nenhum prejuízo lhe fora causado, pois tais documentos foram anexados a sua defesa e serão analisados por este julgador. Da Inexistência da Extensão das Multas Aplicadas aos Solidários. O contribuinte alega que não se aplica à multa aos solidários, fundamentando o seu entendimento art. 132 do CTN. Acontece que o referido artigo dispõe sobre responsabilidade por sucessão, o que não é o caso dos autos. O presente caso trata de responsabilidade solidária decorrente de grupo econômico de fato, nos termos do art. 124 do CTN e do inc. IX do art. 30 da Lei nº 8.212/91, hipótese em que é cabível a aplicação da multa de mora, por se tratar de acréscimo legal por descumprimento de obrigação principal. Mérito Da Falta de Comprovação da Origem dos Créditos Tributários. De acordo com o impugnante, a justificativa para a divergência entre os valores informados no campo retenção da GFIP e os valores das retenções contidas nas notas fiscais emitidas na competência da compensação, ocorreu devido a não consideração pela Fiscalização das notas fiscais com destaque de retenção emitidas em anos anteriores (2006 e 2007). Primeiramente é importante lembrar que o Manual GFIP dispõe que no campo das retenções, são informadas as retenções ocorridas na própria competência de emissão das notas fiscais. 3.1 – VALOR DE RETENÇÃO (Lei n° 9.711/98) A empresa cedente de mãodeobra ou prestadora de serviços (contratada) deve informar o valor correspondente ao montante das retenções (Lei n° 9.711/98) sofridas durante o mês, em relação a cada tomador/obra (contratante), incluindo o acréscimo de 4, 3 ou 2% correspondente aos serviços prestados em condições que permitam a concessão de aposentadoria especial (art. 6° da Lei n° 10.666, de 08/05/2003). No caso, a justificativa da empresa não pode ser acatada, pois não é possível considerar valores retidos em notas fiscais emitidos em anos anteriores 2006 e 2007, no campo de retenção Fl. 2741DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.742 15 da GFIP das competências de 2011 e 2012. Cabe informar que os valores das retenções das Notas Fiscais apresentados pelo Impugnante deveriam ter sido informados no campo retenção das GFIP nos anos de 2006 e 2007, não podendo ser informados em GFIP´s de competências diversas ao da emissão da nota fiscal. Sendo assim, correto o entendimento da Fiscalização ao glosar os valores contidos neste campo que não tenham respaldo em notas fiscais emitidas na própria competência da GFIP. Deve se observar, ainda, que é da inteira responsabilidade da empresa as informações prestadas em GFIP, segundo o 4º do artigo 225 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto 3.048, de 06/05/1999. Quanto à glosa dos valores contidos no campo compensação da GFIP, a empresa não apresentou nenhuma justificativa para comprovar o seu direito, motivo pelo qual também devese manter a glosa realizada pela Fiscalização. Caso, se cogite que os valores contidos no campo compensação da GFIP são originários de valores de retenções sobre as notas fiscais não totalmente deduzidos na competência da emissão das notas, tal situação deveria vir demonstrada por meio de planilha de cálculo no qual ficasse demonstrada a ocorrência de tal situação. Ou seja, que o valor que se está compensando é originário de um valor retido em nota fiscal, que não foi deduzido total ou parcialmente na competência em que ocorreu a retenção. Da Multa Isolada de 150% e da não Caracterização do Caráter Confiscatório. Em relação a este aspecto da impugnação, cabe frisar que a multa qualificada no percentual de 150% e por descumprimento de obrigação acessória não estão contempladas no presente processo, motivo pelo deixo de apreciar seus argumentos; contudo, resta esclarecer que as referidas multas compõem o processo fiscal nº 10166.731014/201443, as quais terão seus argumentos apreciados quando do seu julgamento. Da Legalidade na Aplicação da Multa Isolada com a Multa de Ofício. No AI DEBCAD 51.069.6058, ora em discussão, a multa de ofício, mas pelo não recolhimento das contribuições sociais previdenciárias no prazo legal, tendo em vista que está capitulada no artigo 35 da Lei nº 8.212, de 1991, através da indicação do § 9º do artigo 89 dessa lei, e que está a tratar da multa moratória do artigo 61 da Lei nº 9.430, de 27/12/1996, (0,33% por dia de atraso, limitada a 20%). Já a multa do AI DEBCAD nº 51.069.6066, discutida no processo nº 10166.73104/201443, é em razão de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, segundo o § 10 do art. 89 da Lei nº 8.212, de 1991. São, pois, situações distintas, uma pelo não recolhimento de contribuições, com multa de mora, e outra por declarações Fl. 2742DF CARF MF Processo nº 10166.731013/201407 Acórdão n.º 2402006.691 S2C4T2 Fl. 2.743 16 falsas. Sendo assim, não há duplicidade de multa em uma mesma obrigação. Cumpre esclarecer que a multa por descumprimento de obrigação acessória do AI DEBCAD nº 51.069.6074 – deixar de exibir documentos –, discutida também no processo nº 10166.73104/201443, também não se confunde com as multas anteriores, pois tendo fundamentação legal art. 33, §§ 2 e 3 da Lei nº 8.212/91 c/c art. 233, parágrafo único do Decreto nº 3.048/99. Outro ponto que deve ser salientado é que a exigência da multa de mora de multa isolada e da multa por descumprimento de obrigação acessória têm lastro no ordenamento pátrio vigente, compelindo tanto o infrator, quanto à Administração Pública à sua observância. [...] Com relação ao crédito tributário objeto deste Auto de Infração, é de se esclarecer que independentemente do pedido a impugnação apresentada suspende a exigibilidade do referido crédito, enquanto durar a discussão deste processo na fase administrativa, a teor do art. 151, III do CTN. (Grifos no original) Conclusão Isso posto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Fl. 2743DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13056.000168/99-52
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.473
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila.
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Renato Vieira de Ávila (suplente convocado), Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz, substituída pelo conselheiro Renato Vieira de Ávila. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição (fls. 02 a 16) protocolado em 11/05/1999, relativo a pagamento maior que o devido a título da contribuição para o PIS, referente a competências compreendidas no período de janeiro/1990 a setembro/1995, decorrente da diferença entre os pagamentos realizados com base nos decretos Leis nº 2.445 e 2.449/1988 e o que seria efetivamente devido, com base na Lei Complementar nº 07/1970. A unidade de origem indeferiu o pedido de restituição, conforme Despacho Decisório/Parecer Saort/DRF/NHO nº 316/2004 (fls. 314 a 322), com os seguintes RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 30 56 .0 00 16 8/ 99 -5 2 Fl. 804DF CARF MF Processo nº 13056.000168/9952 Resolução nº 3402001.473 S3C4T2 Fl. 805 2 fundamentos: (i) inexistência de previsão legal para a hipótese de apuração do PIS, utilizando se como base de cálculo o faturamento do sexto mês anterior àquele em que a exação era devida; (ii) falta de liquidez e certeza dos créditos alegados, pela não apresentação dos elementos que demonstrariam o valor a ser restituído e cujo cálculo divergiu da apuração administrativa; e (iii) decadência para os pagamentos efetuados anteriormente a 11/05/1994. O contribuinte apresentou sua Manifestação de Inconformidade, alegando a não ocorrência de prescrição do seu direito a restituição (tese dos 5 + 5), seu direito à apuração do PIS pelo cálculo da semestralidade e, quanto a falta de comprovação, apresenta cópias dos DARF'S dos pagamentos realizados. Por meio do acórdão nº 5.224, de 17 de fevereiro de 2005 (fls. 401 a 408), a 2ª Turma da DRJ Porto Alegre, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, mantendo o indeferimento do pedido de restituição. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/1990 a 30/09/1995 Ementa: DECADÊNCIA 0 direito de pleitear a restituição ou a compensação de valores pagos a maior/indevidamente, extinguese em 5 anos, contados a partir da data de efetivação do suposto indébito, posição corroborada pelos PGFN/CAT 678/99 e PGFN/CAT 1538/99. PIS LEI COMPLEMENTAR N° 07, DE 1970 BASE DE CALCULO SEMESTRALIDADE — A base de cálculo da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS/PASEP é o faturamento mensal. No cômputo dos valores devidos a titulo de PIS com base na Lei Complementar 07/1970 devese levar em conta, obrigatoriamente, as alterações dos prazos de recolhimentos estabelecidas pela legislação (Leis n's 7.691/1988, 7.799/1989, 8.019/1990, 8.218/1991, 8.383/1991, 8.850/1994, 9.069/1995 e 8.981/1995). FALTA DE LIQUIDEZ E CERTEZA – Somente poderia ser operacionalizada a quantificação da restituição mediante a comprovação, por parte da contribuinte, da liquidez e certeza dos seus créditos em relação à Fazenda Pública, em consonância com a legislação (art. 165 do CTN ). Solicitação Indeferida Inconformada, a ora recorrente interpôs Recurso Voluntário (fls. 413 a 443), repisando os argumentos trazidos em sua manifestação de inconformidade, o qual foi provido parcialmente pela Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, que reconheceu a prescrição parcial e, quanto à parte não prescrita, reconheceu a semestralidade e garantiu o direito da empresa de utilizar os créditos oriundos da referida semestralidade para compensação (fls. 479 a 483). O Acórdão 0216.519, de 12/09/2005, recebeu a seguinte ementa: PIS. RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. BASE DE CÁLCULO. SEMESTRALIDADE. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. O termo inicial do prazo prescricional de cinco anos para a compensação do PIS recolhido a maior, por julgamento da inconstitucionalidade dos Decretos Leis n.s 2.445/88 e 2.449/88, flui a partir do nascimento do direito à compensação/restituição, no presente caso, a partir da data de publicação da Resolução n2 49/95, do Senado Federal. Até a entrada em vigor da MP n. 1.212/95, a base de cálculo da Contribuição ao PIS, na forma da Lei Fl. 805DF CARF MF Processo nº 13056.000168/9952 Resolução nº 3402001.473 S3C4T2 Fl. 806 3 Complementar n. 7/70, era o faturamento verificado no sexto mês anterior ao da incidência. Indébito que deverá ser corrigido monetariamente na forma da Norma de Execução Conjunta SRF/Cosit/Cosar 08, de 27/06/97. Recurso provido em parte. Destacase que a turma julgadora determinou a correção do indébito pelos índices de atualização monetária a que se refere a Norma de Execução Conjunta SRF/Cosit/Cosar n.08, de 27/06/97, e resguardou ao Fisco seu direitodever de proceder à verificação dos valores postulados pela recorrente, utilizando, para tanto, dos parâmetros fixados na referida decisão. A União interpôs Recurso Especial em face da decisão proferida pela Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes. Contudo, o Acórdão nº CSRF/02 02.914 negou provimento ao Recurso Especial (fls. 536 a 545). Em 09/12/2014 o Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 9900000.950 que negou provimento ao Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. O referido Acórdão afastou a prescrição alegada em relação ao Pedido de Restituição protocolado em 11/05/1999, e manteve a decisão proferida em face ao Recurso Voluntário interposto pelo interessado, em relação ao mérito do pedido (fls. 606 a 612). Transcrevo a ementa do julgado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1990 a 30/09/1995 PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS “CINCO MAIS CINCO”. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, entendeu, quanto ao prazo para pedido de restituição de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), que o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, continua observando a chamada tese dos “cinco mais cinco” (REsp 1002932/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009). Recurso Extraordinário Negado Em cumprimento da decisão do Pleno da CSRF (Acórdão 9900000.950), que manteve a decisão da Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (Acórdão 0216.519), que reconheceu a prescrição parcial e, quanto à parte não prescrita, reconheceu a semestralidade e garantiu o direito da empresa de utilizar os créditos oriundos da referida semestralidade para compensação, a DRF Novo Hamburgo passou à verificação da legitimidade do crédito de PIS, oriundo de pagamentos efetuados a maior, referentes às Fl. 806DF CARF MF Processo nº 13056.000168/9952 Resolução nº 3402001.473 S3C4T2 Fl. 807 4 competências de janeiro/1990 a setembro/1995, utilizandose como base de cálculo da exação, o faturamento de 6º mês anterior à ocorrência do fato gerador, sem correção monetária. A DRF/NHO efetuou a apuração e reconheceu parcialmente o direito creditório (Parecer 21/2015 às fls. 674 a 677, e Despacho Decisório à fl. 678). Em seus cálculos, a autoridade fiscal adotou como base de cálculo da exação o faturamento do 6º mês anterior a ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, ou seja, a chamada tese da semestralidade, em conformidade com o decidido pelo CARF. Afastadas as alterações dos Decretoslei 2.445/1988 e 2.449/1988, foi considerada a previsão das Leis Complementares 07/1970 e 17/1973, aplicandose a alíquota de 0,75%. Foram consideradas as competências de 07/91 a 09/95, correspondentes aos faturamentos obtidos de 01/91 a 03/95, excluindo os valores do indébito para as competências 01/90 a 06/91 (faturamentos de 07/89 a 12/90) pela falta de apresentação da documentação comprobatória. Devidamente cientificada em 29/07/2015 (fl. 724), a interessada apresentou em 27/08/2015 sua nova Manifestação de Inconformidade (fls. 726 a 757), alegando, em síntese, a ocorrência de homologação tácita no lançamento e a impossibilidade de se discutir os elementos constitutivos do tributo, além de considerar como comprovação os DARF’s de recolhimento. Questiona a correção dos valores e requer a aplicação dos expurgos inflacionários, bem como da Tabela Única da Justiça Federal, aprovada pela Resolução nº 561 do Conselho Nacional de Justiça. Por meio do acórdão 1055.920, de 30/11/2005 (fls. 766 a 777), a 2ª Turma da DRJ Porto Alegre, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, mantendo o Despacho Decisório que reconheceu parcialmente o direito creditório. O referido acórdão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1990 a 31/10/1995 DECISÃO DO CARF. PIS. SEMESTRALIDADE. LIQUIDEZ E CERTEZA. A certeza e liquidez do crédito é condição para a restituição/compensação. Cabe à autoridade administrativa analisar os elementos contidos no processo, observar as determinações legais e decorrentes da decisão do Carf que concedeu o crédito e demonstrar corretamente os valores passíveis de restituição. A base de cálculo do PIS, até a edição da MP nº 1.212/95, corresponde ao faturamento do sexto mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sem correção monetária, cabendo, em caso de apuração de indébito, proceder ao recálculo do período abrangido como um todo. DECISÃO ADMINISTRATIVA. INDÉBITO. ATUALIZAÇÃO. O indébito tributário reconhecido deve ser atualizado, na ausência de orientação judicial ou de decisão administrativa superior, com base nos índices constantes da tabela anexa à Norma de Execução Conjunta SRF/COSIT/COSAR nº 8, de 27/06/1997. A partir de 1991, os valores passíveis de restituição serão corrigidos pelo INPC (IBGE), expressos em UFIR a partir de 1992 e convertidos para Real utilizandose a UFIR vigente em 01/01/1996, no valor de 0,8287. A partir de janeiro/1996, serão acrescidos juros equivalentes à taxa SELIC, acumulada mensalmente até o mês anterior da restituição, mais o percentual de 1% relativamente ao mês em que a restituição for efetivada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 807DF CARF MF Processo nº 13056.000168/9952 Resolução nº 3402001.473 S3C4T2 Fl. 808 5 Direito Creditório Não Reconhecido Regularmente cientificado, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário (fls.783 a 800), com as seguintes alegações, em síntese: (i) liquidez e certeza dos créditos no processo de Restituição; (ii) aplicação dos expurgos inflacionários; e (iii) divergências nas diferenças apuradas pela Receita Federal. O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. É o relatório. Voto A questão devolvida a este colegiado cingese sobre a correta base de cálculo do pedido de restituição de PIS apurado pela tese da semestralidade, e a correção do direito creditório. A autoridade fiscal, desde o primeiro despacho decisório, alega a falta de liquidez e certeza dos créditos alegados para as competências 01/90 a 06/91 (faturamentos de 07/89 a 12/90) pela falta de apresentação da documentação comprobatória que demonstrariam a base de cálculo da contribuição, indispensável para a apuração do valor a ser restituído. A Recorrente alega a liquidez e certeza dos créditos no processo de Restituição, entendendo como suficiente a existência incontestável dos DARF’s de recolhimento dos períodos, além da existência de divergências nos valores apurados pela Receita Federal. Requer, também a aplicação dos expurgos inflacionários. Quanto aos índices de correção a serem aplicados na restituição requerida, a CSRF já pacificou o entendimento no sentido de aplicação dos índices constantes na Tabela Única da Justiça Federal. Os motivos de sua aplicação encontramse bem delineados no voto condutor do Acórdão 9303004.202, de 07 de julho de 2016, de relatoria da i. Conselheira Érika Costa Camargos Autran, razão pela qual passo a adotálo como razão de decidir: “Em virtude das decisões prolatadas no AgRg no RESP 935594/SP (DJ 23.04.2008); EDcl no REsp 773.265/SP (DJ 21.05.2008); EDcl nos EREsp 912.359/MG (DJ 27.22.2008); EREsp 912.359/MG (DJ 03.12.2007), foi pacificado o entendimento de que na repetição de indébito tributário, a correção monetária será calculada segundo os índices indicados para os Cálculos da Justiça Federal, aprovado pela Resolução n.º 561 do Conselho da Justiça Federal. Cumpre destacar que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional através do Parecer PGFN/CRJ n.º 2.601/2008 foi dispensada de interpor recursos nas ações que requeiram a inclusão dos índices expurgados de planos econômicos para atualização dos créditos tributários, conforme ementa e conclusão abaixo transcritas (grifos meus): "PARECER PGFN/CRJ/Nº 2601/2008 Tributário. Correção Monetária. Inclusão de índices expurgados de planos econômicos para atualização dos créditos tributários. Jurisprudência pacificada no Superior Tribunal de Justiça. Fl. 808DF CARF MF Processo nº 13056.000168/9952 Resolução nº 3402001.473 S3C4T2 Fl. 809 6 Aplicação da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997. ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos. O escopo do presente Parecer é analisar a possibilidade de se promover, com base no inciso II do artigo 19 da Lei nº 10.522, de 19/07/2002, e no Decreto n.º 2.346, de 10.10.1997, a dispensa de interposição de recursos ou requerimento de desistência dos já interpostos, com relação às decisões judiciais que entendem pela inclusão dos índices expurgados de planos econômicos no cálculo da correção monetária de valores recolhidos indevidamente a serem compensados ou restituídos. 2. Tal Parecer, em face da alteração trazida pela Lei nº 11.033, de 2004, à Lei nº 10.522/2002, terá também o condão de dispensar a apresentação de contestação pelos Procuradores da Fazenda Nacional sobre a matéria. 3. Este estudo é feito em razão da existência de decisões reiteradas no Superior Tribunal de Justiça – STJ, no sentido de que é devida a aplicação dos índices de inflação expurgados pelos planos econômicos governamentais, como fator de atualização monetária de débitos judiciais. II 4. O entendimento reiteradamente invocado pela Fazenda Nacional em sua defesa sempre foi no sentido de ser descabida a aplicação dos índices expurgados para fins de correção monetária de valores recolhidos indevidamente a serem compensados ou restituídos, somente sendo possível, para este fim, a aplicação dos índices legalmente estatuídos. 5. Ocorre que o Poder Judiciário entendeu diversamente, tendo sido pacificado no âmbito do STJ o entendimento no sentido de que devem ser incluídos, para cálculo da correção monetária de débitos judiciais, os percentuais dos expurgos inflacionários verificados na implantação dos planos governamentais, sendo esta incidência decorrente de lei (Lei 6.899/81), pelo que se faz desnecessária a expressa menção no pedido formulado em juízo, a teor do que dispõe o art. 293 do CPC. 6. No que atine ao critério a ser utilizado para cálculo da correção monetária, firmouse orientação no sentido de que os índices a serem aplicados na compensação ou repetição do indébito tributário são os constantes na Tabela Única da Justiça Federal, aprovada pela Resolução n. 561 do Conselho da Justiça Federal, de 2.7.2007, a saber: (...)" Por fim, em vista a aprovação do parecer acima, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, através do Ato Declaratório n.º 10/2008 determina que é cabível a aplicação dos expurgos inflacionários constantes na Tabela Única da Justiça Federal aprovada pela Resolução n.º 561, de 02/07/2007, do Conselho da Justiça Federal, senão vejamos: “ATO DECLARATÓRIO Nº 10, DE 1º DE DEZEMBRO DE 2008 O PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2601/2008, desta Procuradoria –Geral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 8/12/2008, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro Fl. 809DF CARF MF Processo nº 13056.000168/9952 Resolução nº 3402001.473 S3C4T2 Fl. 810 7 fundamento relevante: “nas ações judiciais que visem a obter declaração de que é devida, como fator de atualização monetária de débitos judiciais, a aplicação dos índices de inflação expurgados pelo planos econômicos governamentais constantes na Tabela Única da Justiça Federal, aprovada pela Resolução nº 561 do Conselho da Justiça Federal, de 02 de julho de 2007.” Portanto, cotejando os atos normativos acima transcritos, é possível afirmar que os índices a serem aplicados na compensação ou repetição do indébito tributário são os constantes na Tabela Única da Justiça Federal.” (g.n.) Reproduzindo a parte final do voto acima transcrito, afirmase que os índices a serem aplicados na repetição do indébito tributário são os constantes na Tabela Única da Justiça Federal. Quanto às alegações de certeza dos créditos, entendo como imprescindível esclarecer o ponto levantado pela Recorrente no item 3.4 de seu Recurso Voluntário, abaixo transcrito: “3.4. DAS DIVERGÊNCIAS NAS DIFERENÇAS APURADAS PELA RECEITA FEDERAL Ao efetuar a apuração dos valores, a Receita Federal, além das exclusões injustificadas acima arguidas, também chegou a valores divergentes por si, por não aplicar corretamente os valores nas tabelas. Notase que a Receita Federal “reconheceu o valor de R$ 350.854,57 (trezentos e cinquenta mil, oitocentos e cinquenta e quatro reais e cinquenta e sete centavos) supostamente atualizados até 11/05/1999, entretanto, em contrapartida mesmo que não se entenda pela extensão e inclusão de TODOS os períodos conforme requerido (janeiro de 1990 a setembro de 1995),– o fisco apurou valor inferior para o períodos que reconheceu o direito creditório (julho de 1991 a setembro de 1995). Além de todas as divergências apontadas, a Perícia ainda ressaltou (tabela 3, últimas 3 linhas em vermelho) que, a correção das diferenças calculadas entre os valores pagos (informação as fls 665) e os valores devidos nos demonstrativos da Receita Federal (as fls 661) NÃO SÃO CONSCIDENTES. Assim, a perícia destaca que o valor correto não seria R$ 350.854,57 (trezentos e cinquenta mil, oitocentos e cinquenta e quatro reais e cinquenta e sete centavos) para o período de setembro de 1991 a setembro de 1995, mas de R$ 512.580,44 (quinhentos e doze mil, quinhentos e oitenta reais e quarenta e quatro centavos) atualizados pelos índices da tabela da Justiça Federal até 11/05/1999.” Portanto, para a definição do montante a ser ressarcido tornase necessário esclarecer tal fato, devendo a unidade de origem manifestarse expressamente acerca da diferença apontada, apontando suas razões caso entenda como inexistentes tais diferenças, ou retificar seu demonstrativo. Diante disso, converto o julgamento do recurso voluntário em diligência à unidade de origem (DRF Novo Hamburgo) para a adoção das seguintes providências por parte da autoridade preparadora: a. Manifestarse acerca da alegada divergência dos valores apurados; Fl. 810DF CARF MF Processo nº 13056.000168/9952 Resolução nº 3402001.473 S3C4T2 Fl. 811 8 b. Retificar o demonstrativo do direito creditório, caso entenda necessário; c. Proceder à correção dos valores com a aplicação dos expurgos inflacionários, conforme Tabela Única da Justiça Federal, aprovada pela Resolução nº 561 do Conselho Nacional de Justiça. Encerrada a instrução processual a Interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, conforme art. 35, parágrafo único, do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011. Concluída a diligência, os autos deverão retornar a este Colegiado para que se dê prosseguimento ao julgamento. É a resolução. (assinado com certificado digital) Rodrigo Mineiro Fernandes Fl. 811DF CARF MF
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