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Numero do processo: 10140.720479/2010-33
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 01 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2403-000.309
Decisão:
RESOLVEM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o processo em diligência.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO
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Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 40 .7 20 47 9/ 20 10 -3 3 Fl. 460DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 461 2 RELATÓRIO Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente – SERVANGIO SERVICOS MEDICOS S/S contra Acórdão nº 0423.555 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Campo Grande MS, fls. 267 a 277, que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação principal, AIOP – Auto de Infração de Obrigação Principal nº. 37.299.1637, com ciência da Recorrente em 28.09.2010, às fls. 01, com valor consolidado inicial de R$ 666.429,44. O crédito previdenciário se refere às contribuições previdenciárias destinadas à Seguridade incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos seus sócios (contribuintes individuais) correspondentes à rubrica Contribuinte Individual segurado 11%. Conforme o Relatório Fiscal, em relação ao fato gerador: Fl. 461DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 462 3 Desta forma, o levantamento foi realizado em decorrência da desconsideração da distribuição de lucros efetuada aos sócios da Recorrente, valores estes tributados pela AuditoriaFiscal como sendo remuneração dos sócios (contribuintes individuais). A ciência do AIOP ocorreu em 28.09.2010, conforme fls. 01. O período objeto do AIOP, conforme o Relatório Discriminativo do Débito DD, é de 01/2006 a 12/2007. A Recorrente apresentou Impugnação tempestiva, conforme Relatório da decisão de primeira instância, às fls. 269 a 270: 1 Entendeu a Autoridade Fiscal que nos períodos mencionados, os sócios da Impugnante receberam valores que foram contabilizados como distribuição de lucros, quando, a seu ver, deveriam ser contabilizados como remuneração a título de prólabore, ensejando a incidência de contribuição previdenciária sobre a remuneração dos sócios (11%); 2 a improcedência das exações reside no fato de que os valores repassados aos sócios são, realmente, distribuição de lucros, e não remuneração a título de prólabore; 3 Por uma opção administrativa, os sócios da Impugnante entenderam que somente aqueles sócios administradores, diretamente envolvidos com questões administrativas e burocráticas da gestão da sociedade, tais como assinar contratos, movimentação bancária, Fl. 462DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 463 4 pagamento de funcionários, dentre outros, perceberiam valores a título de prólabore, como remuneração ao tempo despendido a estas questões administrativas; 4 este status de sócioadministrador é rotativo, ou seja, os sócios se alternam nesta condição. 5 os creditamentos feitos pela Impugnante aos seus sócios a título de distribuição de lucro foram feitos em consonância com o seu contrato social, que permite a distribuição assimétrica dos lucros, conforme a produtividade de cada um; 6 a Autoridade Fiscal desconsiderou tais creditamentos a título de distribuição de lucro valendose de um argumento singelo. Não seria distribuição de lucro pelo fato de que os valores não encontram referência ao capital social, pois "não é factível uma distribuição de lucro de 5463% (em 2006) ou 5826% (em 2007) para cada R$ 1,00 investido". Há algum dispositivo normativo que limite o lucro que uma empresa possa obter proveniente de sua atividade econômica lícita? 7 a Impugnante é sociedade de médicos, todos profissionais extremamente qualificados, especialistas na complexa área da Angiologia e Cirurgia Vascular. Assim, é extremamente compreensível que seus serviços sejam remunerados de acordo com a sua complexidade e responsabilidade; 8 Devese ressaltar ainda que todo o serviço prestado pela Impugnante é realizado diretamente pelos seus sócios, o que reduz significativamente o custo com mãodeobra. 9 os serviços prestados pela Impugnante o são na forma pessoal, valendose da qualificação de seus sócios e das suas habilidades. Dessa forma, é irrazoável e desproporcional impor a impugnante que possua um capital social elevado para realizar suas atividades, de forma contrária a legislação tributária; 10 O que deve ser analisado é se realmente, esses valores contabilizados a título de distribuição de lucros o foram na conformidade da Lei; 11 da análise da escrita fiscal mantida pela Impugnante, em especial os Livros Diários n° 03 (2006), n° 04 (2007), n° contas 2808001, 2808002, constatase a regularidade da apuração do lucro, submetido ao tratamento tributário determinado pela legislação regente, de forma que não há nenhuma ilicitude neste creditamento de valores; 12 para sanar essa controvérsia impõese a realização de prova pericial na escrita contábil da Impugnante, com o objetivo de corroborar que seu resultado econômico traduziu a existência do lucro apurado, e que o mesmo foi submetido ao adequado tratamento tributário na conformidade da Lei; 13 a alínea "c" do inciso I do art. 195 da Constituição autoriza a União a instituir a contribuição social sobre o lucro das empresas, refletindo diretamente no tratamento tributário dispensado aos lucros distribuídos aos sócios das pessoas jurídicas; Fl. 463DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 464 5 14 toda a escrituração contábil da Impugnante, ao contrário do que foi colocado no relatório fiscal, estabelece na forma legal, a distinção entre tudo aquilo que foi remunerado a título de prólabore e o lucro distribuído proveniente do resultado do exercício. 15 não há nenhum dispositivo legal que obrigue as pessoas jurídicas a remunerarem seus sócios com valores a título de prólabore A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 0423.555 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Campo Grande MS, fls. 267 a 277, conforme Ementa a seguir: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 DISTRIBUIÇÃO DE LUCRO. SOCIEDADE SIMPLES A base de cálculo das contribuições relativas aos sócios da Sociedade Simples corresponde aos valores totais pagos ou creditados estes, ainda que a título de antecipação de lucro da pessoa jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração decorrente do trabalho e a proveniente do capital social. INCONSTITUCIONALIDADE Impossibilidade de análise, por parte de órgãos administrativos de julgamento, acerca da inconstitucionalidade e da ilegalidade de dispositivos legais em vigor no ordenamento jurídico pátrio, por ser esta competência exclusiva do Poder Judiciário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 4ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar IMPROCEDENTE a impugnação, MANTENDOSE o crédito lançado, nos termos do relatório e do voto do relator que integram o presente julgado. A empresa foi cientificada do Acórdão nº 0423.555 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Campo Grande MS conforme a Intimação nº 047/2011, recebida via Aviso de Recebimento – AR nº RM 082444839BR, em 12.04.2011. A tela do Sistema de Cobrança – CCADPRO juntada aos autos, indica para o AIOP nº 37.299.1637, as datas de ciência do Recurso em 12.04.2011 e a data de expiração do Recurso em 12.05.2011. Foi emitida Carta de Cobrança nº 074/2011, em 03.06.2011, em função de não ter sido interposto Recurso Voluntário e nem ter sido efetivado o pagamento relacionado ao processo n º 10140.720479/201033 e ao AIOP nº 37.299.1637, recebida pelo Aviso de Recebimento – AR nº RM 619690516BR, em 08.06.2011. Fl. 464DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 465 6 Inconformada com o recebimento da Carta de Cobrança nº 074/2011, a Recorrente, em 15.06.2011, apresentou Requerimento para o recebimento do Recurso Voluntário referente ao presente processo 10140.720479/201033, alegando em relação ao Requerimento: Por equívoco foi emitida a Carta Cobrança n° 074/2011 por esta Delegacia da Receita Federal contra SERVANGIO SERVIÇOS MÉDICOS S/S requerendo a regularização do saldo devedor em aberto dentro do prazo de 05 (cinco) dias. O equívoco se deve pelo fato de que há pendente de julgamento pelo Conselho Administrativo Recursos Fiscais CARF recurso voluntário interposto, tempestivamente, com fundamento no artigo 33 do Decreto n° 70.235/72 c/c artigo 3, IV, Anexo II, do RICARF, contra os autos de infração n°s 37.299.1637,37.299.1645 e 37.299.1653 oriundos do procedimento fiscal MPF n° 0140100.2010.00289 e, assim, decorrentes do mesmo suposto suporte fáticolegal. No citado Recurso Voluntário (REFERENTE EXPRESSAMENTE AO ACÓRDÃO N º 0423.556 – 4ª TURMA), cuja cópia segue em anexo, foi requerido expressamente que: "Diante de tudo que foi exposto, aliado aos doutos subsídios costumeiramente emanados deste Conselho,, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a Recorrente, seja acolhido o presente recurso, cancelandose o débito fiscal constantes nos AI 372991653, 372991645 e 372991637. Em sede de primeiro grau administrativo, foi realizada apenas uma peça/petição para a impugnação aos Autos de Infração n°s 372991653, 372991645 e 372991637, aceita por esta Delegacia da Receita Federal, o que resta comprovada pelo julgamento desta defesa e a conseqüente lavratura dos acórdãos n°s 0423555 e 0423556. Assim, o contribuinte valendose da mesma prerrogativa e com o objetivo de prestigiar a efetividade do processo administrativo evitando tautologia e repetições desnecessárias valeuse de uma mesma petição recursal que mencionou expressamente todos os autos de infração contidos no MPF nº 0140100.2010.00289. Por um erro de digitação não foi mencionado na petição do Recurso Voluntário ao CARF (REFERENTE AO ACÓRDÃO N º 0423.556 – 4ª TURMA), o número do processo 10140720479/201033, onde constou apenas o processo 10140720480/201068. Tal fato é autorizado pelo artigo 9, parágrafo 2o , do Decreto n° 70.235/72, que determina que os autos de infração e as notificações de lançamento formalizados em relação ao mesmo sujeito passivo, podem ser objeto de um único processo, quando a comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova. (...) ANTE O EXPOSTO, a Contribuinte requer a esta Autoridade Fiscal que: a) reavalie o conteúdo da Carta de Cobrança n° 74/2011, eis que os Al's 37.299.1637, 37.299.1645 e 37.299.1653 oriundos do Fl. 465DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 466 7 procedimento fiscal MPF n° 0140100.2010.00289 já foram integrados e impugnados pelo Recurso Voluntário interposto tempestivamente pela Contribuinte. b) a manutenção da suspensão da exigibilidade do respectivo crédito tributário conforme a disposição legislativa a respeito. Outrossim, os argumentos aduzidos pela Recorrente em sede de Recurso Voluntário interposto no processo 10140720480/201068, referente ao Acórdão nº 0423.556 – 4ª TURMA, em apertada síntese: (i) Conforme a Fiscalização, nos períodos mencionados, os sócios da Recorrente receberam valores que foram contabilizados como distribuição de lucros, quando, a seu ver, deveriam ser contabilizados como remuneração a título de prólabore, ensejando a incidência de contribuição previdenciária sobre a remuneração dos sócios (11%); (ii) A improcedência das exações reside no fato de que os valores repassados aos sócios são, realmente, distribuição de lucros, e não remuneração a título de prólabore; (iii) Com efeitos administrativos, os sócios da Recorrente entenderam que somente aqueles sócios administradores, diretamente envolvidos com questões administrativas e burocráticas da gestão da sociedade, tais como assinar contratos, movimentação bancária, pagamento de funcionários, dentre outros, perceberiam valores a título de prólabore, como remuneração ao tempo despendido a estas questões administrativas; (iv) O status de sócioadministrador é rotativo, ou seja, os sócios se alternam nesta condição. (v) Os créditos feitos pela Recorrente aos seus sócios a título de distribuição de lucro foram feitos em consonância com o seu contrato social, que permite a distribuição assimétrica dos lucros, conforme a produtividade de cada um; (vi) Os serviços prestados pela empresa o são na forma pessoal, valendose da qualificação de seus sócios e das suas habilidades. Dessa forma, é irrazoável e desproporcional impor a Recorrente que possua um capital social elevado para realizar suas atividades, de forma contrária a legislação tributária; Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão, com a observação de que a própria unidade da RFB de jurisdição do contribuinte informa que, para fins de suspensão do crédito tributário para encaminhamento ao CARF, foi comandado no Sistema SICOB o evento "Apresentação de Recurso Tempestivo" com a data de 06/05/2011, tendo em vista que para esse evento o sistema não aceitaria a data real de 15/06/2011: PROCESSO: 10140.720479/201033 INTERESSADO: SERVANGIO SERVICOS MEDICOS S/S DESTINO: SACATDRFCGEMS Apreciar e Assinar Documento DESPACHO DE ENCAMINHAMENTO Sr. Chefe,Cientificado da Carta Cobrança, fls. 287/290 (AR de fls.291) o contribuinte se manifestou em 15/06/2011, conforme documentos Fl. 466DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 467 8 juntados às fls. 292/343, alegando que o Recurso Voluntário apresentado tempestivamente em 06/05/2011, e que fora juntado ao processo 10140.720480/201068 (referente ao Acórdão DRJ/CGE/MS nº 04.23.556) referiase também a Recurso para este processo, cujo Acórdão da DRJ/CGE foi o de nº 0423.555. Tendo em vista que o mesmo alegou também a tempestividade do Recurso Voluntário apresentado, e para fins de suspensão do crédito tributário para encaminhamento ao CARF, foi comandado no Sistema SICOB o evento "Apresentação de Recurso Tempestivo" com a data de 06/05/2011, tendo em vista que para esse evento o sistema não aceitaria a data real de 15/06/2011, conforme fls. 345. No sistema SIEF foi informado o evento de Apresentação de Recurso Voluntário com a data de 15/06/2011.Proponho o encaminhamento ao CARF Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. DATA DE EMISSÃO : 20/06/2011 Aguardar Pronunciamento / SIMONE GRIGOLLI GULIM PROC FISCAL SACATDRECGEMS SACATDRFCGEMS MS CAMPO GRANDE DRF Em Sessão de Julgamento, esta Colenda Turma de Julgamento julgou pelo não conhecimento do Recurso Voluntário por intempestividade, conforme Ementa a do Acórdão 240301.156, de 13.03.2012: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO RECURSO INTEMPESTIVO É definitiva a decisão de primeira instância quando não interposto recurso voluntário no prazo legal. Não se toma conhecimento de recurso intempestivo Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER DO RECURSO, por intempestividade. Outrossim, o presente processo retorna para julgamento desta Colenda Turma de Julgamento em função da sentença proferida no Mandado de Segurança no.004700263.2012.4.01.3400 15ª VARA FEDERAL TRF 1a Região. Portanto, se é certo que a Administração deve obedecer a formalismo, esse entendimento não pode gerar decisões desarrazoadas a ponto de desconsiderar impugnação expressa a determinado auto de infração, julgando somente os demais, relacionados na mesma peça recursal, referentes à mesma questão fáticojuridica. Ante o exposto, concedo a segurança para afastar a intempestividade e determinar que a autoridade impetrada aprecie a impugnação quanto ao AI AI 372991637. Custas pela União, em ressarcimento. Sem condenação em honorários, incabíveis na espécie (Súmulas 512/STF e 105/STJ). Fl. 467DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 468 9 Recorro de ofício (CPC, art. 475, I). Subam os autos, oportunamente, ao eg. TRF/1ª Região. P.R.I. Brasília, 8 de fevereiro de 2013 João Luiz de Sousa Juiz Federal Titular da 15ª Vara Cível Anotase que a Apelação interposta pela União foi recebida apenas no efeito devolutivo, conforme consta de Ata do processo no.004700263.2012.4.01.3400. Recebo a(s) apelação(ões) do(a,s) UNIÃO FEDERAL no ( ) duplo efeito (X) somente no efeito devolutivo. Ao(s) apelado(s) para contrarrazões. Após, subam os autos ao eg. TRF/ 1ª Região. I. Conforme o Despacho às fls. 458, a Unidade da RFB devolve o processo ao CARF: DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM CAMPO GRANDE/MS SEÇÃO DE CONTROLE E ACOMPANHAMENTO TRIBUTÁRIO Processo: 10140.720479/201033 Interessado: SERVANGIO SERVIÇOS MEDICOS S/S CNPJ/CPF: 06.307.534/000141 Assunto: Auto de infração Senhor Conselheiro do CARF, Em atenção ao despacho de f. 456, do qual se extrai a conclusão de que se pretende aguardar o trânsito em julgado da ação mandamental para, de acordo com a decisão final, julgar o não o Recurso voluntário, e considerando que a autoridade impretada na ação mandamental é o presidente do CARF (a quem compete efetivamente cumprir a ordem mandamental), rassalvado o entendimento particular desta unidade de que a ausência de efeito suspensivo da apelação em mandado de segurança impõe o imediato julgamento do processo administrativo, restituímos o presente processo a esse conselho para que se manifeste acerca de condição que deve ser mantido o crédito tributário, com retorno de fase e suspensa a exigilidade em razão do recurso administrativo ou mantido na condição de exigível. Campo GrandeMS, 21 de fevereiro de 2014. É o Relatório. Fl. 468DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 469 10 VOTO Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O Recurso Voluntário foi interposto tempestivamente, conforme informação nos autos. Avaliados os pressupostos, passo para o exame das Questões Preliminares. DAS QUESTÕES PRELIMINARES. Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente – SERVANGIO SERVICOS MEDICOS S/S contra Acórdão nº 0423.555 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Campo Grande MS, fls. 267 a 277, que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação principal, AIOP – Auto de Infração de Obrigação Principal nº. 37.299.1637, com ciência da Recorrente em 28.09.2010, às fls. 01, com valor consolidado inicial de R$ 666.429,44. O crédito previdenciário se refere às contribuições previdenciárias destinadas à Seguridade incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos seus sócios (contribuintes individuais) correspondentes à rubrica Contribuinte Individual segurado 11%. Conforme o Relatório Fiscal, os valores foram apurados pelos depósitos bancários de pagamentos feitos pela empresa aos seus sócios no período de 01/2006 a 12/2007, sob a denominação de “distribuição de lucros”. Todavia, na ótica da Fiscalização tais pagamentos se referem à remuneração pelos serviços médicos prestados pelos sócios e não à mencionada distribuição de lucro. Por outro lado, a Recorrente aduz os valores repassados aos sócios são, realmente, distribuição de lucros, e não remuneração a título de prólabore. Eis a questão de fundo, ou seja, se os valores repassados aos sócios são feitos a título de prólabore ou a título de distribuição de lucros. Ora, observemos o conexo processo principal que tem o mesmo objeto do presente processo em pauta. O conexo processo principal é o processo n o. 10140.720480/201068 AIOP n o 37.299.1645, no qual o crédito lançado e se refere às contribuições da empresa devidas à Seguridade Social, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos seus sócios (contribuintes individuais) correspondentes à rubrica Contribuinte Individual patronal 20%. Fl. 469DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 470 11 Verificandose o trâmite deste conexo processo principal, temse que em 08.09.2014 foi encaminhado para exame de admissibilidade na 3a Câmara da 2a Seção o Recurso Especial interposto pela PGFN. Anteriormente, a decisão da 1a Turma da 3a Câmara da 2a Seção, no Acórdão 2301002.814, de 16.05.2012, relativo ao conexo processo principal n o. 10140.720480/2010 68 AIOP n o 37.299.1645, foi no sentido de dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, com a Ementa a seguir: Assunto: Contribuições Previdenciárias Período de Apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. REMUNERAÇÃO DOS SÓCIOS. PRÓLABORE E DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. NECESSIDADE DISCRIMINAÇÃO. DISTINÇÃO EFETIVA ENTRE AS VERBAS. ESTABELECIMENTO EXPRESSO NO CONTRATO SOCIAL. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS AUFERIDA POR MEIO DE APLICAÇÃO DE PERCENTUAL REFERENTE A LUCRO PRESUMIDO PELA ATIVIDADE DESENVOLVIDA PELA EMPRESA As remunerações por prólabore e participação nos resultados devem restar cabalmente discriminadas, de maneira a evitar a evitar a incidência da contribuição previdenciária sobre o total dos valores pagos aos sócios à luz do disposto no inciso II do §5º do artigo 201 do Regulamento da Previdência Social. O plexo de significantes normativos previdenciários não estipula um valor mínimo a título de prólabore, deve, assim, o instrumento constitutivo da sociedade prever de forma certa ou determinável seu quantum. Previsão expressa do valor referente ao prólabore no Contrato Social. Fixada esta base, o que a ela exceder deve ser considerada remuneração oriunda da participação do sócio nos resultados. O valor que exceder ao prólabore deve ser considerado como distribuição de lucros, desde que não ultrapasse o resultado da aplicação da margem do lucro presumido (32%) sobre o faturamento, excluídos os impostos federais. MULTA MORATÓRIA. PENALIDADE MAIS BENÉFICA. O não pagamento de contribuição previdenciária constituía, antes do advento da Lei nº 11.941/2009, descumprimento de obrigação tributária punida com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/1991. Revogado o referido dispositivo e introduzida nova disciplina pela Lei 11.941/2009, devem ser comparadas as penalidades anteriormente prevista com a da novel legislação (art. 35 da Lei nº 8.212/1991 c/c o art. 61 da Lei nº 9.430/1996), de modo que esta seja aplicada retroativamente, caso seja mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c” do CTN). Não há que se falar na aplicação do art. 35A da Lei nº 8.212/1991 combinado com o art. 44, I da Lei nº 9.430/1996, já que estes disciplinam a multa de ofício, penalidade inexistente na sistemática anterior à edição da MP 449/2008, somente sendo possível a Fl. 470DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 471 12 comparação com multas de mesma natureza. Assim, deverão ser cotejadas as penalidades da redação anterior e da atual do art. 35 da Lei nº 8.212/1991 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Segunda Seção de Julgamento, I) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para integrar ao Salário de Contribuição, nas competências dos fatos geradores, somente a remuneração até o limite de isenção do Imposto de Renda Pessoa Física, conforme consta do Contrato Social, nos termos do voto do Relator; b) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator; II) Por maioria de votos: a) em manter a aplicação da multa, nos termos do voto do Relator. Vencido o Conselheiro Mauro José Silva, que votou pelo afastamento integral da multa; b) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Bernadete de Oliveira Barros e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada. Anotese que a decisão da 1a Turma da 3a Câmara da 2a Seção, no Acórdão 2301002.814, considerou que os valores pagos aos sócios, que excediam ao salário mínimo, enquadravamse como distribuição de lucros, em que pese o Contrato Social estipular em sua cláusula 3a que os resultados devam ser partilhados na proporção da produção entre os sócios: 3ª Cláusula: Em 31 de dezembro de cada ano, serão levantados o balanço de resultado econômico e o balanço patrimonial. Os resultados serão partilhados entre os sócios na proporção de sua produção. Mediante balancetes especais os lucros poderão ser distribuídos em qualquer período do exercício. Os prejuízos serão mantidos em conta especial para compensação com lucros futuros. Neste ponto, o Recurso Especial interposto pela PGFN questiona o fato de que, em relação à mesma matéria, a 1a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a Seção, no Acórdão 2401002.873, de 24.01.2013, decidiu de outra forma ao considerar que incidem contribuições sociais sobre a parcela do lucro distribuída em desacordo com o que determina o contrato social: Processo nº 10166.727564/201115 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401002.873 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de janeiro de 2013 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente PATRIMONIAL SERVIÇOS ESPECIALIZADOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2007 a 31/12/2008 Fl. 471DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 472 13 (...) PAGAMENTO DE PRÓLABORE. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES Incidem contribuições sobre as quantias pagas aos sócios da empresa a título de prólabore. DISTRIBUIÇÃO DE LUCROS. PARCELA EXCEDENTE AO QUE DETERMINA O CONTRATO SOCIAL. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Incidem contribuições sociais sobre a parcela do lucro distribuída em desacordo com o que determina o contrato social. DADOS APRESENTADOS PELO CONTRIBUINTE EM CONTRAPOSIÇÃO AO LANÇAMENTO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DO LASTRO DOCUMENTAL. IMPOSSIBILIDADE DE ACEITAÇÃO. Não devem prevalecer os dados apresentados pelo contribuinte em contraposição à apuração fiscal, quando não estão lastreados em documentos acostados à peça de inconformismo. (...) Ou seja, o Recurso Especial interposto pela PGFN em relação ao Acórdão 2401 002.873, de 24.01.2013, questiona o fato de que a desproporcionalidade na distribuição dos resultados da empresa não é amparada pelas cláusulas do contrato social, motivo pelo qual tais repasses deveriam ser incluídos na base de cálculo da contribuição. A similitude fática existe, da mesma forma que a divergência de interpretação da mesma tese jurídica, pelo que cabe a esta e. Câmara Superior de Recursos Fiscais julgar, então, qual a posição correta. DA NECESSIDADE DE DILIGÊNCIA FISCAL Por um lado, a Fiscalização e a decisão de primeira instância consideram que os valores apurados pelos depósitos bancários de pagamentos feitos pela empresa aos seus sócios sob a denominação de “distribuição de lucros se referem, em realidade, à remuneração pelos serviços médicos prestados pelos sócios e não à mencionada distribuição de lucro. Por outro lado, a Recorrente aduz os valores repassados aos sócios são, realmente, distribuição de lucros, e não remuneração a título de prólabore. Neste contexto, com o Recurso Especial interposto pela PGFN, caso admitido, a Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF irá decidir sobre a divergência de interpretação na matéria de incidência de contribuições sociais sobre a parcela do lucro distribuída em desacordo com o que determina o contrato social. Fl. 472DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 10140.720479/201033 Resolução nº 2403000.309 S2C4T3 Fl. 473 14 Desta forma, considerandose os princípios da celeridade, efetividade e segurança jurídica, para que esta Colenda Turma de Julgamento possa apreciar todos os aspectos da questão, surge a prejudicial de se determinar o resultado do julgamento do Recurso Especial interposto pela PGFN em face da decisão da 1a Turma da 3a Câmara da 2a Seção, no Acórdão 2301002.814, de 16.05.2012, relativo ao conexo processo principal n o. 10140.720480/201068 AIOP n o 37.299.1645. CONCLUSÃO CONVERTER o presente processo em DILIGÊNCIA para que a Unidade da Receita Federal do Brasil de jurisdição do contribuinte informe: (i) o resultado do julgamento do Recurso Especial interposto pela PGFN em face da decisão da 1a Turma da 3a Câmara da 2a Seção, no Acórdão 2301002.814, de 16.05.2012, relativo ao conexo processo principal n o. 10140.720480/201068 AIOP n o 37.299.1645. (ii) se há processo judicial na qual a Recorrente seja parte, por qualquer modalidade processual, com o mesmo objeto do presente processo administrativofiscal. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 473DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 12259.000891/2008-17
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Feb 27 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1999 a 30/06/2001
CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA. EMPRESAS PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES. ILEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA.
As empresas optantes pelo SIMPLES efetuam um único pagamento relativo a vários tributos federais, ficando a empresa dispensada das demais contribuições instituídas pela União, dentre elas a imposta pelo art. 31 da Lei 8.212/91.
NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO QUANTO A ELEMENTO ESSENCIAL DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA.
O auto de infração deve ser claro e abordar todos os elementos necessários para caracterizar a incidência tributária. A falta de fundamentação do auto de infração ou sua fundamentação deficiente enseja a declaração de nulidade por vício material.
Recursos de Oficio Negado e Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2403-002.794
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, a) por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. b) por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para exonerar o crédito tributário da retenção de 11% das empresas optantes pelo SIMPLES. c) Por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a nulidade por vício material ( não caracterização da cessão da mão de obra).
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1999 a 30/06/2001 CESSÃO DE MÃO-DE-OBRA. EMPRESAS PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES. ILEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA. As empresas optantes pelo SIMPLES efetuam um único pagamento relativo a vários tributos federais, ficando a empresa dispensada das demais contribuições instituídas pela União, dentre elas a imposta pelo art. 31 da Lei 8.212/91. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO QUANTO A ELEMENTO ESSENCIAL DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA. O auto de infração deve ser claro e abordar todos os elementos necessários para caracterizar a incidência tributária. A falta de fundamentação do auto de infração ou sua fundamentação deficiente enseja a declaração de nulidade por vício material. Recursos de Oficio Negado e Voluntário Provido.
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INDÚSTRIA E COMÉRCIO FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/02/1999 a 30/06/2001 CESSÃO DE MÃODEOBRA. EMPRESAS PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES. ILEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA. As empresas optantes pelo SIMPLES efetuam um único pagamento relativo a vários tributos federais, ficando a empresa dispensada das demais contribuições instituídas pela União, dentre elas a imposta pelo art. 31 da Lei 8.212/91. NULIDADE. VÍCIO MATERIAL. AUTO DE INFRAÇÃO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO QUANTO A ELEMENTO ESSENCIAL DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA. O auto de infração deve ser claro e abordar todos os elementos necessários para caracterizar a incidência tributária. A falta de fundamentação do auto de infração ou sua fundamentação deficiente enseja a declaração de nulidade por vício material. Recursos de Oficio Negado e Voluntário Provido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 25 9. 00 08 91 /2 00 8- 17 Fl. 1352DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, a) por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. b) por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para exonerar o crédito tributário da retenção de 11% das empresas optantes pelo SIMPLES. c) Por unanimidade de votos em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a nulidade por vício material ( não caracterização da cessão da mão de obra). Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro e Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas. Fl. 1353DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 12259.000891/200817 Acórdão n.º 2403002.794 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da Decisão Notificação n.º 17.402.4/0162/2005, fls. 1123/1155, que julgou procedente em parte o lançamento realizado, mantendo parte do crédito tributário consubstanciado no DEBCAD 35.102.7963, referente ao período de 02/1999 a 06/2001, no valor de R$ 2.251.775,06 (dois milhões duzentos e cinquenta e um milhões setecentos e setenta e cinco reais e seis centavos). A presente autuação almeja o pagamento de crédito tributário referente à cessão de mãodeobra e cooperativa de trabalho, conforme Relatório Fiscal, fls. 191/199, vejamos: 3. Durante os trabalhos de auditoria fiscal constatamos que a empresa qualificada acima (contratante) efetuou serviços contínuos de operação de transporte de cargas e passageiros, que se constituem em necessidade permanente da empresa, independentemente de sua periodicidade, e serviços de construção civil (cessão de mãodeobra e empreitada de mãodeobra respectivamente) por intermédio de diversas empresas, conforme demonstrada na documentação em anexos. 4. Para comprovação da retenção dos 11% (onze por cento), sobre os serviços supracitados, prestados pelas empresas em lide, solicitamos os contratos, as Notas Fiscais do Serviços e as GPSs, referentes as retenções efetuadas sobre os mesmos, durante o período de fevereiro/99 a junho/01. 5. A Contratante apresentou as Fichas Financeiras das empresas, que realizaram os serviços supracitados, onde contam todos os pagamentos efetuados as mesmas, não apresentando, entretanto, todos os contratos, Notas Fiscais de Serviços e GPSs, específicas das retenções, relativos a estes serviços. 6. Não tendo ficado comprovado que a empresa Contratante efetuou os recolhimentos das contribuições previdenciárias referentes as retenções sobre as notas fiscais de serviços emitidas pelas empresas executoras destes serviços, tendo inclusive estas não efetuado o destaque das retenções devidas, deixaram as mesmas de atender a legislação previdenciária que regulamenta a prestação de serviço mediante cessão de mãodeobra e empreitada de mãodeobra. (...) DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou a autuação fiscal em epígrafe por meio do instrumento de fls. 442/465. Fl. 1354DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 4 DA DECISÃO NOTIFICAÇÃO Após analisar os argumentos do então impugnante, a Delegacia da Receita Previdenciária do Rio de Janeiro Norte, prolatou a Decisão Notificação n.º 17.402.4/0162/2005, a qual julgou parcialmente procedente o lançamento realizado, conforme ementa a seguir transcrita. CESSÃO DE MÃODEOBRA. RETENÇÃO DO PERCENTUAL DE 11%. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. LIMINAR OBSTANDO RETENÇÃO PELO TOMADOR. DESCABIMENTO DE RECOLHIMENTO PELO TOMADOR. EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES. A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mãodeobra é obrigada a fazer a retenção e o recolhimento de 11% do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo desses serviços, de acordo com o art. 31 da Lei n. 8.212/91, na redação dada pela Lei n,º 9.711/98, com eficácia a partir da competência 02/1999. O contratante de serviços executados mediante cessão de mãodeobra ou empreitada fica impossibilitado de reter e recolher 11% (onze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal de serviços em nome da empresa contratada, quando há medida liminar obstando a retenção pelo tomador de serviços. Não se aplica a retenção sobre os serviços prestados por empresas optantes pelo SIMPLES no período de 01/2000 a 08/2002. LANÇAMENTO PROCEDENTE EM PARTE DO RECURSO VOLUNTÁRIO E DE OFÍCIO Irresignada, a Recorrente, De Millus S.A. Indústria e Comércio, interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 1163/1191, requerendo a reforma da Decisão Notificação, utilizandose, para tanto, dos seguintes argumentos: 1 A NFLD se dirige contra quem não é o sujeito passivo ad obrigação tributária. 2 O artigo 124, II, do CTN não autoriza o lançamento contra a Recorrente. 3 O arbitramento do valor das contribuições contraria o artigo 148 do CTN e jurisprudência tranqüila dos tribunais. 4 Os serviços contratados, objeto da NFLD, não foram prestados mediante cessão de mãodeobra. 5 O transporte de cargas foi excluído, pela legislação vigente, da exigência de retenção. 6 No tocante à empresa considerada como de construção civil, diversos serviços constantes das notas ficas, ainda que tivessem sido prestados mediante cessão de mão deobra, o que só para argumentar se admite, estavam dispensados da retenção pela legislação vigente. Fl. 1355DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 12259.000891/200817 Acórdão n.º 2403002.794 S2C4T3 Fl. 4 5 7 Que não deixaram de ser recolhidas as contribuições previdenciárias sobre a remuneração paga aos empregados das empresas contratadas, no período objeto da autuação, pelo que, por força da ausência de retenção, só poderia ser exigida da Recorrente multa formal tratada no art. 92, da Lei 8.212/91 e no art. 283, I, do Decreto n.º 3.048/99. 8 Foi ilegítima a aplicação de juros apurados pela TAXA SELIC. A Delegacia da Receita Previdenciária do Rio de Janeiro – Norte, em atenção ao disposto no art. 366, inciso I, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n.º 3.048, recorreu de ofício, como se pode observar no item “c” à fl. 1.155. É o relatório. Fl. 1356DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 6 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA ADMISSIBILIDADE Conforme documento de fl. 136, temse que o recurso voluntário é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Também tomo conhecimento do Recurso de Ofício, uma vez que interposto nos moldes da legislação vigente à época. DA DESNECESSIDADE DE A FISCALIZAÇÃO DILIGENCIAR JUNTO À PRESTADORA PARA VERIFICAR SE FORAM OU NÃO RECOLHIDOS OS VALORES PELO OBRIGADO Não procede o argumento da recorrente de que deveria a auditoria buscar a notícia de que houve o pagamento por parte do obrigado originalmente do crédito sob pena de caracterizarse bis in idem. De acordo com o previsto no art. 33, § 5° da Lei n° 8.212/1991, o desconto sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa, sendo a responsabilidade direta de quem tinha o dever de realizálo. “Art. 33 (..). §5° O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei." No caso da retenção de 11%, não há que se falar em solidariedade, tampouco em beneficio de ordem, pois o comando legal impôs a responsabilidade à tomadora de serviços, assim como o fez em relação ao desconto dos segurados empregados. Essa é uma presunção legal que milita em favor da fiscalização previdenciária. Ao contrário dos argumentos trazidos pela recorrente, devese entender que no caso de retenção há duas obrigações: a primeira, acessória, que é o desconto dos 11%; a segunda é a principal, que é o recolhimento das contribuições retidas. Uma vez que as contribuições previdenciárias são tributos, o objeto da retenção dos 11% também possui natureza tributária, haja vista ser uma antecipação das contribuições, possuindo natureza de substituição tributária. Não importa o cumprimento da obrigação pela prestadora, pois a obrigação da retenção é da tomadora. Cumprenos esclarecer ainda, que a fiscalização previdenciária é competente para constituir os créditos tributários decorrentes dos fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme descrito no art. 1° da Lei n. 11.098/2005, in verbis: "Art. 1° Ao Ministério da Previdência Social compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento, em nome do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, das contribuições Fl. 1357DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 12259.000891/200817 Acórdão n.º 2403002.794 S2C4T3 Fl. 5 7 sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições instituídas a título de substituição, bem como as demais atribuições correlatas e conseqüentes, inclusive as relativas ao contencioso administrativo fiscal, conforme disposto em regulamento." Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: "Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes." Ante o exposto, não há que se falar em negligência da auditoria fiscal em observar pagamento pelo obrigado, nem mesmo a ilegitimidade passiva do contribuinte, pelos mesmos argumentos. DA INCOMPATIBILIDADE ENTRE A RETENÇÃO DE 11% E OS OPTANTES PELO SIMPLES Na DecisãoNotificação, às fls. 1.123/1.155, a Delegacia da Receita Previdenciária entendeu por excluir as contribuições referentes aos serviços prestados pelas empresas Transportadora João Dias Ltda., Translulline Transportes de Cargas Ltda., Saile Comissária de Despachos e Carga Aérea Ltda., Precisão Turismo e Cargas Ltda., Expresso Fri Rio Ltda. e Aerosantos Transportes Aéreo e Rodoviário de Encomendas Ltda. no período de 01/01/2000 a 31/08/2002 pelo fato de serem optantes do SIMPLES e, portanto, ficarem dispensados da retenção dos 11%, de acordo com a Instrução Normativa INSS/DC n.º 8, de 21/01/2000. A lei 9.317/96 instituiu tratamento diferenciado às microempresas e empresas de pequeno porte , simplificando o cumprimento de suas obrigações administrativas, tributárias e previdenciárias. Por tal regime, é efetuado um pagamento único relativo a vários tributos federais, cuja base de cálculo é o faturamento, sobre o qual incide alíquota única, como se vê pelo art. 3º da lei previamente citada: Art. 3º A pessoa jurídica enquadrada na opção de microempresa e empresa de pequeno porte, na forma do art. 2º, poderá optar pela inscrição no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Simples. § 1º A inscrição no Simples implica pagamento mensal unificado dos seguintes impostos e contribuições: a) Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ; Fl. 1358DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 8 b) Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP; c) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido; d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS; e) Imposto sobre Produtos Industrializados; f) Contribuições para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de que tratam o art. 22 da Lei 8.212, de 24 de julho de 1991, e a Lei Complementar n.º 84, de 18 de janeiro de 1996. (...) § 4º A inscrição no SIMPLES dispensa a pessoa jurídica do pagamento das demais contribuições instituídas pela União. Portanto, uma vez que a contribuição de 11% a qual deveria ser retida pela empresa está disposta no art. 31, § 3º da Lei n.º 8.212/91, estão dispensados também os serviços prestados em períodos em anteriores a 01/01/2000 pelas empresas optantes pelo SIMPLES, as quais foram previamente citadas, independentemente de Instrução Normativa. Neste sentido, temse o julgamento do STJ do Recurso Especial de nº 1.112.467, que obedece ao disposto no art. 62A, o qual discorre sobre a obrigatoriedade da reprodução das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo STJ e STF, cuja ementa segue abaixo: TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO OPTANTE PELO SIMPLES. RETENÇÃO DE 11% SOBRE FATURAS. ILEGITIMIDADE DA EXIGÊNCIA. PRECEDENTE DA 1ª SEÇÃO (ERESP 511.001/MG) A lei 9;317/96 instituiu tratamento diferenciado às micro empresas e empresas de pequeno porte, simplificando o cumprimento de suas obrigações administrativas, tributárias e previdenciárias mediante opção pelo SIMPLES – Sistema de Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições. Por este regime de arrecadação, é efetuado um pagamento único relativo a vários tributos federais, cuja base de cálculo é o faturamento, sobre a qual incide uma alíquota única, ficando a empresa optante dispensada do pagamento das demais contribuições instituídas pela união (art. 3º, § 4º) 2. O sistema de arrecadação destinado aos optantes do SIMPLES não é compatível com o regime de substituição tributária imposto pelo art. 31 da Lei 8.212/91, que constitui “nova sistemática de recolhimento” daquela mesma contribuição destinada à Seguridade Social. A retenção, pelo tomador de serviços, de contribuição sobre o mesmo título e com a mesma finalidade, na forma imposta pelo art. 31 da Lei 8.212/91, e no percentual de 11%, implica supressão do benefício de pagamento unificado destinado às pequenas e microempresas. 3. Aplicase, na espécie, o princípio da especialidade, visto que há incompatibilidade técnica entre a sistemática de arrecadação da contribuição previdenciária instituída pela Lei 9.711/98, que Fl. 1359DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 12259.000891/200817 Acórdão n.º 2403002.794 S2C4T3 Fl. 6 9 elegeu as empresas tomadoras de serviço como responsáveis tributários pela arrecadação de 11% do valor bruto da nota fiscal, e o regime de unificação de tributos imposto pelo SIMPLES, adotado pelas pequenas e microempresas (Lei 9.317/96) 4. Recurso especial desprovido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. Como se pode ver, é indevida a constituição de crédito tributário para o pagamento de empresas optantes pelo SIMPLES, uma vez que, neste caso, aplicase o princípio da especialidade, visto que há incompatibilidade técnica entre a sistemática de arrecadação da contribuição previdenciária instituída pela Lei 9.711/98, que elegeu as empresas tomadoras do serviço como responsáveis tributários pela retenção de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal, e o regime de unificação de tributos do SIMPLES. DA CESSÃO DE MÃODEOBRA É obrigatória a retenção de 11% no valor da nota fiscal ou fatura, quando a empresa contratar serviço contínuo, desde que haja a cessão de mãodeobra, para fins de Contribuição Previdenciária, nos termos do art. 31 da Lei n. 8.212/91 c/c o art. 219 do Decreto n. 3.048/99; assim como quando contratar, na modalidade empreitada, serviço de cessão de mãodeobra, nos termos do § 3o do art. 219 do Decreto n. 3.048/99. Mister se faz definir o que vem a ser serviço de cessão de mãodeobra, passível da retenção de 11%, para, em seguida, analisar os casos que deram origem à NFLD em tela. Assim disciplina o art. 31, §§ 3o e 4o da Lei n. 8.212/91, redação da Lei n. 9.711/98, verbis: Art. 31. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia dois do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa cedente da mãodeobra, observado o disposto no § 5o do art. 33 (...) § 3o Para os fins desta Lei, entendese como cessão de mãode obra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividadefim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação. § 4o Enquadramse na situação prevista no parágrafo anterior, além de outros estabelecidos em regulamento, os seguintes serviços: I limpeza, conservação e zeladoria; II vigilância e segurança; Fl. 1360DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 10 III empreitada de mãodeobra; IV contratação de trabalho temporário na forma da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974. Para melhor compreensão, mister destacar as previsões constantes no art. 219 do Decreto n. 3.048/99, verbis: Art. 219. A empresa contratante de serviços executados mediante cessão ou empreitada de mãodeobra, inclusive em regime de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços e recolher a importância retida em nome da empresa contratada, observado o disposto no § 5º do art. 216. § 1o Exclusivamente para os fins deste Regulamento, entendese como cessão de mãodeobra a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com a atividade fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei no 6.019, de 3 de janeiro de 1974, entre outros. § 2º Enquadramse na situação prevista no caput os seguintes serviços realizados mediante cessão de mãodeobra: I limpeza, conservação e zeladoria; II vigilância e segurança; III construção civil; IV serviços rurais; V digitação e preparação de dados para processamento; VI acabamento, embalagem e acondicionamento de produtos; VII cobrança; VIII coleta e reciclagem de lixo e resíduos; IX copa e hotelaria; X corte e ligação de serviços públicos; XI distribuição; XII treinamento e ensino; XIII entrega de contas e documentos; XIV ligação e leitura de medidores; XV manutenção de instalações, de máquinas e de equipamentos; XVI montagem; XVII operação de máquinas, equipamentos e veículos; Fl. 1361DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 12259.000891/200817 Acórdão n.º 2403002.794 S2C4T3 Fl. 7 11 XVIII operação de pedágio e de terminais de transporte; XIX operação de transporte de cargas e passageiros; XX portaria, recepção e ascensorista; XXI recepção, triagem e movimentação de materiais; XXII promoção de vendas e eventos; XXIII secretaria e expediente; XXIV saúde; e XXV telefonia, inclusive telemarketing. § 3o Os serviços relacionados nos incisos I a V também estão sujeitos à retenção de que trata o caput quando contratados mediante empreitada de mãodeobra. (grifo nosso) A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que a lista constante no § 4o do art. 31 da Lei n. 8.212/91, é exemplificativa. Nesse diapasão, conforme delegação do citado parágrafo, o Regulamento traz, taxativamente, o rol dos serviços que deverão ser considerados como “cessão de mãodeobra”, para fins de incidência da Contribuição Previdenciária. Logo, diante do exposto, extraise que para haver a cessão de mãodeobra, passível da retenção de 11% de Contribuição Previdenciária, mister se faz que haja, concomitantemente: (i) a colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de segurados; (ii) a realização de serviços contínuos, relacionados ou não com a atividadefim da empresa e (iii) previsão do serviço na lista constante no art. 219, § 2o do Decreto n. 3.048/99. Ao se deparar com a possibilidade de existência de cessão de mão de obra, deve a fiscalização fundamentar, de forma expressa e inequívoca, todos os elementos caracterizadores desse fato, em Relatório Fiscal ou documento equivalente. Ocorre que, no caso dos presentes autos, a fiscalização não cumpriu com sua obrigação, desobedecendo, portanto, o disposto no art. 333 do CPC. A Autoridade apenas afirma que a empresa efetuou serviços contínuos de operação de transporte de cargas e passageiros, que se constituem em necessidade permanente da empresa, independentemente de sua periodicidade, e serviços de construção civil. Tais argumentos são apenas aqueles que estão na legislação, tendo deixado o fiscal de realizar e demonstrar a adequação da norma com o fato. O auto de infração deve ser claro e observar os princípios constantes no art. 2º da Lei 9.784/99, em especial o da fundamentação, sob pena do cerceamento do direito de defesa. Diante do exposto, deve ser declarado nulo por vício material o auto de infração. Fl. 1362DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 12 CONCLUSÃO Do exposto, nego provimento ao Recurso de Ofício. Quanto ao Recurso Voluntário, conheçoo para, no mérito, a) exonerar o crédito tributário da retenção de 11% das empresas optantes pelo SIMPLES; e b) anular a parte remanescente do lançamento, por vício material, ante a falta de motivação no relatório fiscal acerca dos elementos para caracterização da cessão de mão de obra. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 1363DF CARF MF Impresso em 27/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 10/02 /2015 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 29/12/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO
score : 1.0
Numero do processo: 10283.005536/2007-21
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 05 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2005
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. DECADÊNCIA. REVISÃO DO MONTANTE DO TRIBUTO DEVIDO.
Mesmo sob o pretexto de tão somente contestar o saldo negativo declarado pelo contribuinte, é vedado ao fisco revisar a apuração de tributo mediante incursão e alteração da Receita e do Custo dos Bens e Serviços Vendidos lançados na DIPJ.
Tal situação ultrapassa a mera verificação da liquidez e certeza do crédito apurado pelo contribuinte (o que ocorreria na hipótese da singela confirmação da existência de retenções e de pagamento das estimativas, à luz do disposto no Art. 2º, §4º da Lei 9.430/96), constituindo-se verdadeiro lançamento e, por isso, sujeito ao prazo decadencial quinquenal.
Numero da decisão: 1801-002.273
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Alexandre Fernandes Limiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich Wipprich
Nome do relator: ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. DECADÊNCIA. REVISÃO DO MONTANTE DO TRIBUTO DEVIDO. Mesmo sob o pretexto de tão somente contestar o saldo negativo declarado pelo contribuinte, é vedado ao fisco revisar a apuração de tributo mediante incursão e alteração da “Receita” e do “Custo dos Bens e Serviços Vendidos” lançados na DIPJ. Tal situação ultrapassa a mera verificação da liquidez e certeza do crédito apurado pelo contribuinte (o que ocorreria na hipótese da singela confirmação da existência de retenções e de pagamento das estimativas, à luz do disposto no Art. 2º, §4º da Lei 9.430/96), constituindose verdadeiro lançamento e, por isso, sujeito ao prazo decadencial quinquenal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente. (assinado digitalmente) Alexandre Fernandes Limiro Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 55 36 /2 00 7- 21 Fl. 825DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES 2 Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich Wipprich Relatório Tratase da PER/DCOMP n. 23459.89194.300606.1.7.037620 (efls. 04/13), a qual retificou a PER/DCOMP n. 19667.90178.150206.1.3.03l689 (efls. 14/23). Ela foi transmitida no dia 30/06/2006, tendo indicado crédito de saldo negativo de CSLL no valor de R$ 965.720,49, relativo ao ano calendário 2005. Tal crédito seria constituído por CSLL Retida na Fonte, Pagamentos de Estimativa e Estimativas Compensadas com Saldo de Períodos Anteriores. O débito a ser compensado correspondia a COFINS apurada em janeiro/2006, no valor de R$ 989.187,50. A fiscalização procedeu a verificação do saldo negativo de CSLL alegado (e fls. 49/195), tendo concluído que a apuração realizada pelo contribuinte não foi correta, pois constatou diferença a menor na “Receita” lançada na DIPJ no montante de R$ 6.151.011,36 e diferença a maior no “Custo dos Bens e Serviços Vendidos” no valor de R$ 129.993.645,48. Deste modo, recalculou a CSLL daquele ano e constatou que o contribuinte deve pagar R$ 11.287.298,63, ao invés de possuir Saldo Negativo CSLL no valor de R$ 965.720,49 (efl. 194). Em 30/06/2011 (efl. 204) o contribuinte tomou ciência do Despacho Decisório SEORT/DRF/MNS n° 344/2011 (efl. 203), o qual não reconheceu o direito creditório pleiteado, visto que o saldo negativo da CSLL não foi confirmado, bem como não homologou as referidas PER/DCOMP`s. Em 29/07/2011 o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (efls. 206/236), a qual foi julgada improcedente pela DRJBelém(PA), sob os seguintes argumentos: a) Inexistência de decadência do débito compensado, pois este foi declarado na DCTF de janeiro/2006. Portanto, tal débito encontrase devidamente constituído via DCTF. O caso é de prescrição. Ocorre que o prazo prescricional foi interrompido pela apresentação da declaração de compensação. b) Não transcorreu o prazo para homologação da compensação, pois este se iniciou em 30/06/2006 e findouse em 30/06/2011, data em que o contribuinte tomou ciência da decisão que não homologou a compensação foi proferida. Consignou que o disposto no art. 5º do Decreto nº 70.235/72 não se aplica a prazo de direito material. c) A inexistência de prazo fixado em lei para a análise do direito creditório apurado na DIPJ. d) Concluiu que houve utilização em duplicidade dos dados referentes a ICMS, Reserva de Contingência, Provisões, PIS, COFINS e Participações de Empregados, no valor de R$ 129.993.645,48, pois este custo aparece a maior na Ficha 04ª da DIPJ/2006 e foi novamente incluído na Ficha 06A. Assim, tal diferença deve ser adicionada à base de cálculo da CSLL. e) Em relação à redução da receita bruta do período, considerou correto o entendimento do Fisco no tocante à natureza da divergência na receita tributável, mas Fl. 826DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES Processo nº 10283.005536/200721 Acórdão n.º 1801002.273 S1TE01 Fl. 826 3 consignou que não houve a consideração do débito de R$ 209.400,72 em relação à conta 41130312 (Mat. Prima Pcs Vd Bruta Export Provisão), tendo o Fisco se utilizado apenas do total dos créditos. Portanto, concluiu que o total a ser adicionado é de R$ 5.941.610,64 como o próprio contribuinte afirma. f) Com base no resultado da fiscalização, concluiu que inexiste crédito de saldo negativo CSLL no anocalendário 2005, mas sim CSLL a Pagar. Entretanto, constatou também o transcurso do prazo decadencial para o Fisco proceder ao lançamento do valor apurado. g) A impossibilidade de se aplicar o entendimento exposto em outras decisões do CARF ao presente, pois elas não constituem normas complementares e são efetivamente aplicáveis apenas para as partes daqueles litígios. h) Em relação à juntada posterior de documentos, consignou que a prova de que a situação se enquadra nas alíneas do §4º do art.16 do Decreto n. 70.235/72 deve ser efetuada pelo contribuinte à autoridade julgadora. i) Inexistência de nulidade do Despacho Decisório, pois não houve violação legal no procedimento adotado pela fiscalização O contribuinte foi intimado desta decisão em 13/03/2012 (efl. 627) e em 11/04/2012 interpôs recurso voluntário (efls. 630/666), onde alega: i) Em sede de preliminar: Decadência: Do direito de revisão dos lançamentos realizados em 2005. É que a fiscalização não poderia ter apurado a CSLL, pois os lançamentos a ela referentes, relativos ao anocalendário 2005, já haviam sido homologados na data da notificação do despacho decisório. Invocou o art. 150, §4° do CTN. Salientou que a decadência opera efeitos não só em relação ao crédito tributário, mas também sobre as informações contidas na DIPJ encontramse tacitamente homologadas após o decurso do prazo quinquenal. O decurso do prazo para homologação da compensação, com base no que dispõe o art. 74, §5° da Lei n. 9.430/96, pois a DCOMP retificadora foi transmitida em 30/06/2006, esgotandose o prazo para sua análise em 29/06/2011 e o contribuinte apenas foi notificado do despacho decisório em 30/06/2011. A insubsistência da reconstituição da base de cálculo do tributo, pois a reconstituição da base de cálculo do Imposto de Renda não poderia ter sido realizada num processo de compensação, mas apenas através de fiscalização rigorosa da contabilidade do contribuinte. ii) As diferenças apuradas pela fiscalização entre os valores declarados na DIPJ e os valores constantes dos documentos apresentados durante o procedimento de fiscalização, no que tange ao valor do CPV presente na Ficha04A da DIPJ 2006 e o valor da receita bruta declarada na Ficha 06A da DIPJ 2006, não existe. Argumenta que os documentos contábeis/societários apresentados (balancetes do anocalendário 2005) seguem uma sistemática diferente daquela utilizada para preenchimento da DIPJ 2006. Aduz que a prova de Fl. 827DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES 4 inexistir as diferenças apontadas pela fiscalização “é que o resultado do período em questão, qual seja o montante de R$ 79.299.963,56 (...) na DIPJ 2006 (Ficha 06A / Linha 55) é exatamente igual no cômputo das contas de resultado do balancete de 31/12/2005 da Recorrente (...).” iii) O equívoco da fiscalização quanto à majoração do Custo dos Produtos Vendidos, pois esta entendeu que houve majoração de tal custo na DIPJ 2006, no montante de R$ 129.993.645,48, uma vez que o valor contabilizado era menor que aquele declarado. O contribuinte afirma que tal diferença resulta da “indicação dos valores considerados nos documentos contábeis como formadores do custo em outra ficha da DIPJ 2006, conforme instrução do MAJUR 2005.” O contribuinte discriminou o montante de R$ 129.993.645,48 e identificou valores que influenciaram o cálculo do CPV como redutores ou formadores deste. Entretanto, tal discriminação não é possível na DIPJ 2006, razão pela qual foram retirados quando de seu preenchimento e inseridos conforme as regras do MAJUR 2005, na Ficha 06. Argumenta, por outro lado, que não houve utilização em duplicidade como afirmou a decisão recorrida. iv) O equívoco da fiscalização quanto à redução da receita bruta do período, pois esta entendeu que houve redução da receita bruta lançada na DIPJ 2006, no montante de R$ 6.151.011,36, valor este reduzido para R$ 5.941.610,64 pela decisão recorrida, uma vez que o valor constante do balancete era maior que o valor da DIPJ 2006. Tal diferença, mais uma vez, “é fictícia e resulta apenas de divergência de apresentação das informações da contabilidade da Recorrente e na DIPJ, o que é comprovado pela identidade entre lucro contábil/societário informado nos documentos (Doc. 04 e 05).” O contribuinte discriminou o montante de R$ 5.941.610,64, informando como tais valores teriam sido incluídos ou não na DIPJ 2006, tendo em vista as regras do MAJUR 2005. Conclui, portanto, que não houve utilização em duplicidade de quaisquer valores e que todos foram corretamente oferecidos à tributação. Por fim, requer o reconhecimento da decadência do direito da fiscalização rever lançamentos da CSLL, referentes ao anocalendário 2005, já tacitamente homologados; o reconhecimento da homologação tácita da DCOMP n. 23459.89194.300606.1.7.037620; a nulidade do despacho decisório por não ter observado o procedimento correto para revisão do lançamento; a reforma integral do despacho decisório. Requereu ainda a juntada posterior de quaisquer documentos necessários, bem como a realização de sustentação oral quando do julgamento. Voto Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro, Relator Presentes os pressupostos recursais exigidos pela legislação, conheço do presente recurso. Da decadência Fl. 828DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES Processo nº 10283.005536/200721 Acórdão n.º 1801002.273 S1TE01 Fl. 827 5 O contribuinte alega, em sede de preliminar, a decadência do direito do Fisco revisar os lançamentos realizados em 2005, considerando que ele foi intimado do Despacho Decisório que não homologou a compensação apenas em 30/06/2011. Argumenta que a decadência opera efeitos não só em relação ao crédito tributário, mas também sobre as informações contidas na DIPJ, as quais encontramse tacitamente homologadas após o decurso do prazo quinquenal. Tenho que merecem ser consideradas tais alegações, sendo o tema – decadência prejudicial em relação aos demais argumentos trazidos pelo contribuinte no recurso voluntário. Isso por que tal comportamento fiscal, ainda que sob o pretexto de tão somente contestar o crédito declarado pelo contribuinte, acaba por revisar a apuração de tributo, na medida em que procede à incursão da “Receita” e no “Custo dos Bens e Serviços Vendidos” lançados na DIPJ, as quais influenciam a determinação da base tributável (conforme Relatório de Ação Fiscal de efls. 191/195). Não se trata, portanto, de mera verificação da liquidez e certeza do crédito apurado pelo contribuinte (o que ocorreria na hipótese de uma singela confirmação da existência de retenções e de pagamento das estimativas, à luz do disposto no Art. 2º, §4º da Lei 9.430/96). A situação encaixase, a bem da verdade, no caput do Art. 142 do CTN, posto que pretende revisar, para o intuito de se fazer exercer o direito da fazenda pública de recebimento do tributo, a apuração realizada pelo contribuinte: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. O exercício do direito da Fazenda verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, determinando a matéria tributável, entretanto, está sujeito ao prazo temporal da decadência. Dormientibus non succurrit jus. Tal entendimento já se encontra fixado na jurisprudência do CARF: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. PER/DCOMP EM VALOR INFERIOR AO SALDO NEGATIVO. RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVA SEM QUE TAL VALOR INFLUENCIASSE NO MONTANTE DE CRÉDITOS NECESSÁRIOS À HOMOLOGAÇÃO DAS COMPENSAÇÕES. PROCEDIMENTO QUE TEM POR EFICÁCIA REGULARIZAR O MONTANTE DO SALDO NEGATIVO Nos casos em que o valor do saldo negativo é superior às compensações realizadas e mesmo glosando parte dos valores que formaram o saldo negativo homologouse as compensações por serem de valor inferior ao saldo negativo apurado, o recolhimento de diferença de estimativa, em atraso, com multa moratória e juros, produz eficácia para regularizar o saldo negativo, em relação ao montante do pagamento realizado. Fl. 829DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES 6 RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. REVISÃO DO SALDO NEGATIVO DE RECOLHIMENTOS DO IRPJ/CSLL. Apresentada a declaração de compensação a Fazenda Pública pode verificar a existência do saldo negativo indicado para fins de compensação. O que não é possível, após o prazo de 5 (cinco) anos, contados do lançamento original ou da retificação, é a glosa de despesas ou identificação de omissões como fundamento para diminuir o valor do saldo devedor. Tal hipótese, se admitida, importaria em violação do disposto no artigo 9º, § 4º do Decreto nº 70.235, de 1972 e, em levar a efeito procedimento fiscal para fazer exigência em relação a período já atingido pela decadência. Recurso Voluntário Parcialmente Provido. (CARF, Número do Processo 16366.000031/200906; Nº Acórdão 1402 001.776; RECURSO VOLUNTARIO Relator(a) MOISES GIACOMELLI NUNES DA SILVA; Data de Publicação: 01/10/2014) Não obstante, em relação ao mérito, não custa ressaltar que ele restou analisado pelo CARF no Processo Administrativo n. 10283.003223/200738, que tratava de IRPJ do anocalendário 2005. O acórdão, que segue anexado a este, em relação à suposta majoração do Custo dos Produtos Vendidos, entendeu que as Fichas 4, 5 e 6 da DIPJ 2006 comprovam a inocorrência desta; em relação à suposta redução da receita bruta do período, entendeu que “os valores indicados pela fiscalização não foram suprimidos da receita bruta do período, tendo sido apenas informados em linhas diferentes da DIPJ, sendo que a realocação de tais valores, conforme normas vigentes à época, não resultou na redução do lucro tributável do anocalendário 2005.” Assim, considerando ser o presente processo decorrente da mesma situação fática analisa pelo acórdão anexo, não poderia ser outra a conclusão aqui exposta com relação ao mérito processual. Voto, portanto, em dar provimento ao recurso voluntário, homologandose as compensações intentadas. (assinado digitalmente) Alexandre Fernandes Limiro Fl. 830DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES
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Numero do processo: 10283.907055/2009-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 08/05/2001 a 12/12/2005
DIREITO CREDITÓRIO A SER COMPENSADO PENDENTE DE NOVA DECISÃO. NECESSIDADE DE ANÁLISE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. COMPENSAÇÃO. RETORNO DOS AUTOS À UNIDADE DE ORIGEM.
Em situações em que se indeferiu a compensação em face da inexistência do crédito que se pretendia compensar, uma vez ultrapassada a questão jurídica que impossibilitava a apreciação do montante do direito creditório, a unidade de origem deve proceder a uma nova análise do pedido de compensação, após verificar a existência, a suficiência e a disponibilidade do crédito pleiteado, permanecendo os débitos compensados com a exigibilidade suspensa até a prolação de nova decisão.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3202-001.511
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido. Participou do julgamento o Conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Fez sustentação oral, pela recorrente, o advogado Marcelo Reinecken, OAB/DF nº. 14874.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 08/05/2001 a 12/12/2005 DIREITO CREDITÓRIO A SER COMPENSADO PENDENTE DE NOVA DECISÃO. NECESSIDADE DE ANÁLISE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. COMPENSAÇÃO. RETORNO DOS AUTOS À UNIDADE DE ORIGEM. Em situações em que se indeferiu a compensação em face da inexistência do crédito que se pretendia compensar, uma vez ultrapassada a questão jurídica que impossibilitava a apreciação do montante do direito creditório, a unidade de origem deve proceder a uma nova análise do pedido de compensação, após verificar a existência, a suficiência e a disponibilidade do crédito pleiteado, permanecendo os débitos compensados com a exigibilidade suspensa até a prolação de nova decisão. Recurso voluntário provido em parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido. Participou do julgamento o Conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Fez sustentação oral, pela recorrente, o advogado Marcelo Reinecken, OAB/DF nº. 14874. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente Charles Mayer de Castro Souza Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 08/05/2001 a 12/12/2005 DIREITO CREDITÓRIO A SER COMPENSADO PENDENTE DE NOVA DECISÃO. NECESSIDADE DE ANÁLISE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. COMPENSAÇÃO. RETORNO DOS AUTOS À UNIDADE DE ORIGEM. Em situações em que se indeferiu a compensação em face da inexistência do crédito que se pretendia compensar, uma vez ultrapassada a questão jurídica que impossibilitava a apreciação do montante do direito creditório, a unidade de origem deve proceder a uma nova análise do pedido de compensação, após verificar a existência, a suficiência e a disponibilidade do crédito pleiteado, permanecendo os débitos compensados com a exigibilidade suspensa até a prolação de nova decisão. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarouse impedido. Participou do julgamento o Conselheiro Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. Fez sustentação oral, pela recorrente, o advogado Marcelo Reinecken, OAB/DF nº. 14874. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 70 55 /2 00 9- 13 Fl. 366DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 Charles Mayer de Castro Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira (Presidente), Luis Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Tatiana Midori Migiyama e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório A interessada apresentou pedido eletrônico de compensação de débitos próprios com crédito oriundo de pagamento a maior de Imposto de Importação – II e de Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, com origem no período de 08/05/2001 a 12/12/2005. A compensação não foi homologada, ao fundamento de que o DARF a indicado no PER/DCOMP não foi localizado nos sistemas da Receita Federal. Alegado pela contribuinte o cometimento de um equívoco no preenchimento do DARF, os autos foram baixados em diligência pela DRJ, quando se constatou que o presente processo é conexo ao de nº 10283.007613/200604, por meio do qual se requereu a restituição do crédito que se pretende compensar. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza julgou improcedente a manifestação de inconformidade, sob o argumento de inexistência do direito creditório objeto do processo nº 10283.007613/200604. No prazo legal, a contribuinte apresentou recurso voluntário, cujas razões de defesa não serão relatadas em vista do que se passa a expor no voto. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou PER/DCOMP objetivando a compensação de débito próprio com crédito oriundo de pagamento indevido de II e de IPI vinculado que são objeto do processo administrativo n.º 10283.007613/200604. Como o direito à restituição foi negado, também aqui negouse o direito à compensação. Contudo, nesta mesma sessão de julgamento consideraramse indevidas as razões adotadas pela DRF de origem, e mantidas pela instância de piso, para denegar o pedido de restituição, motivo pelo qual determinouse que os autos do processo administrativo n.º 10283.007613/200604 devem retornar à DRF para que, ultrapassada a questão decidida no julgamento, estime os valores a serem restituídos. Fl. 367DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 10283.907055/200913 Acórdão n.º 3202001.511 S3C2T2 Fl. 367 3 Ante o exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para que a DRF de origem, após a análise do direito creditório objeto do processo administrativo n.º 10283.007613/200604, profira nova decisão quanto ao pedido de compensação. É como voto. Charles Mayer de Castro Souza Fl. 368DF CARF MF Impresso em 26/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 2 4/03/2015 por CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10830.720420/2007-71
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2000
DECISÃO. VALIDADE. FALTA DE EXAME INDIVIDUALIZADO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA.
É válida a decisão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos de defesa, adotou fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REABERTURA DA DISCUSSÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO.
A utilização dos embargos de declaração para contestar a fundamentação da decisão atacada, sem comprovação da ocorrência dos seus pressupostos (dos embargos), não é cabível nessa restrita via recursal. Os aclaratórios não se prestam para rediscussão da matéria previamente decidida.
Numero da decisão: 1103-001.088
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos.
Aloysio José Percínio da Silva Presidente e Relator
(assinatura digital)
Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2000 DECISÃO. VALIDADE. FALTA DE EXAME INDIVIDUALIZADO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. É válida a decisão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos de defesa, adotou fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REABERTURA DA DISCUSSÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO. A utilização dos embargos de declaração para contestar a fundamentação da decisão atacada, sem comprovação da ocorrência dos seus pressupostos (dos embargos), não é cabível nessa restrita via recursal. Os aclaratórios não se prestam para rediscussão da matéria previamente decidida.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos. Aloysio José Percínio da Silva Presidente e Relator (assinatura digital) Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva.
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VALIDADE. FALTA DE EXAME INDIVIDUALIZADO DAS ALEGAÇÕES DE DEFESA. É válida a decisão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos de defesa, adotou fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. REABERTURA DA DISCUSSÃO DE MÉRITO. DESCABIMENTO. A utilização dos embargos de declaração para contestar a fundamentação da decisão atacada, sem comprovação da ocorrência dos seus pressupostos (dos embargos), não é cabível nessa restrita via recursal. Os aclaratórios não se prestam para rediscussão da matéria previamente decidida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos. Aloysio José Percínio da Silva – Presidente e Relator (assinatura digital) Participaram do julgamento os Conselheiros Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos, Marcos Shigueo Takata e Aloysio José Percínio da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 04 20 /2 00 7- 71 Fl. 648DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720420/200771 Acórdão n.º 1103001.088 S1C1T3 Fl. 3 2 Relatório Os autos tratam de PER/DCOMP relativos a aproveitamento de saldo negativo de imposto de renda pessoa jurídica (IRPJ) do anocalendário 1999, rejeitados por intermédio de despacho decisório da DRF/Campinas (fls. 55)1, tendo em vista não ter sido reconhecido o direito creditório pleiteado. O Despacho foi ratificado pela 2ª Turma da DRJ/Campinas nos termos do Acórdão nº 0521.760/2008 (fls. 462), por unanimidade de votos. Num primeiro exame do recurso voluntário (fls. 491) por este Conselho, a 2ª Turma desta Câmara converteu o julgamento em diligência mediante a Resolução 1102 00.019/2010 (fls. 1.073), enviando os autos à unidade de origem para juntada de documentação necessária à instrução processual. Devolvidos os autos após a realização da diligência, esta Turma negou provimento ao recurso voluntário, por unanimidade, por intermédio do Acórdão nº 1103 000.791/2012 (fls. 1.132). A contribuinte opôs embargos de declaração ao fundamento de ocorrência de omissão e de erro material no julgado (fls. 1.170). É o relatório. 1 As folhas dos autos estão indicadas conforme a numeração atribuída pelo sistema "eprocesso". Voto Conselheiro Aloysio José Percínio da Silva – Relator. O recurso foi tempestivamente apresentado por parte legítima. Embargos de declaração são cabíveis quando identificada no acórdão a ocorrência de obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria se pronunciar a turma, segundo previsto no art. 65 do anexo II do Regimento Interno do Carf. Fl. 649DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720420/200771 Acórdão n.º 1103001.088 S1C1T3 Fl. 4 3 O regimento também prevê, no art. 66, a retificação do acórdão quando ocorrerem inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculo. Conforme relatado, a embargante identificou a ocorrência de omissão no acórdão, caracterizada pela ausência de exame dos efeitos que a Nota MF/COSIT/GAB nº 157/1998 (fls. 249) teria produzido sobre a "autuação". Alegou a contribuinte, no recurso voluntário, que o entendimento da referida nota deveria ser aplicado ao processo nº 10830.002286/0095, o que resultaria na improcedência da exigência tributária tratada naquele processo. O questionamento foi enfrentado no acórdão embargado. Observese o seguinte trecho do seu voto condutor: "Tanto nas razões impugnatórias quanto recursais é também argüída a prejudicialidade do conhecimento deste processo desapartado dos PAFs. 10830.002286/0095, 10830.009444/200342 e 10830.720148/200720. Por isto, na sessão de 02 de setembro de 2010 houve a Conversão do julgamento em diligência para esclarecer este ponto. O Relatório de diligência bem esclareceu a sorte desses processos. Informou sua conclusão, no âmbito administrativo e para o primeiro, também no judicial, conforme relatório de fls.487 e documentos antecedentes, cujo despacho é na ordem seguinte: 1 Processo 10830.002286/0095: folhas 456 a 476 nesse PAF o Recurso Voluntário foi considerado perempto, e decisão judicial no mandado de segurança 2003.61.05.0056568 acostada ao Auto indeferiu o pedido da empresa. Após, o processo foi inscrito em DAU, onde permanece em fase de execução. 2 Processo 10830.009444/200342: folhas 423 a 427 nesse PAF o contribuinte apresentou Recurso Especial, ao qual foi negado seguimento conforme despacho do Primeiro Conselho de Contribuintes. Após, o processo foi inscrito em DA U, onde permanece em fase de execução. 3 Processo 10830.720148/200720: folhas 482 a 486 nesse PAF o contribuinte teve ciência do despacho decisório deste SEORT/DRF/Campinas, mas não apresentou manifestação de inconformidade, sendo considerado revel. Após, o processo foi inscrito em DAU, onde permanece em fase de execução. O processo 10830.002286/0095, já foi concluído." (Destaque acrescido) Mais especificamente a respeito da Nota 157, o relator adotou expressamente as conclusões da sentença que julgou improcedente o pedido relativo ao mandado de segurança impetrado pela ora embargante, transcrevendoa quase integralmente. Destacase na referida decisão judicial: "No caso, a apreciação versa sobre a possibilidade de revisão do resultado da consulta a partir da verificação de inverdade, ou melhor, narração incompleta dos fatos pela impetrante na sua formulação. Fl. 650DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720420/200771 Acórdão n.º 1103001.088 S1C1T3 Fl. 5 4 A Receita Federal pode, até mesmo deve, fazer esta revisão de ofício e isto não significa alteração de critérios jurídicos, significa sim aferição dos critérios verdadeiros em relação ao caso concreto na apreciação na consulta. Não há, por este motivo, possibilidade de se atender ao pedido subsidiário, afastandose a incidência de juros de mora e multa moratória. O resultado equivocado da consulta, por meio da Nota 157/1998, foi provocado pela própria impetrante ao formular o requerimento dirigido a autoridade errada (fls. 217/224), deixando de mencionar fatos que depois seriam levantados na ação fiscal da Delegacia da Receita Federal em Campinas. Se a impetrante tivesse formulado corretamente a consulta, muito provavelmente tais transtornos teriam sido evitados. (...) Por estas razões, julgo improcedente o pedido e denego a ordem pleiteada. Fica cassada a liminar anteriormente deferida – fls. 1452/1453." Prosseguindo, concluiu: "Dessa forma, provado, em sede de diligência, que o crédito pretendido tem origem em processos, julgados e negados, já conclusos no âmbito administrativo, este seguirá a sorte daqueles. Pois, o que se questiona nestes autos não pode mais ser questionado na esfera administrativa, pois, os PAFs 10830.002286/0095, 10830.720148/200720, 10830.009444/200342 todos já se encontram em execução. Ademais, como a discussão judicial do crédito tributário, sob qualquer modalidade de ação, antes ou posteriormente à autuação, importa na renúncia as instancias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto, mais ainda, quando ha perfeita identidade entre o objeto do processo administrativo e o objeto do processo judicial, nada mais há a responder a Recorrente. Porque, ao questionar judicialmente o crédito tributário objeto de lançamento fiscal, ela perdeu o direito de vêlo conhecido na esfera administrativa. A utilização concomitante das vias administrativa e judicial, com o mesmo objetivo, afigurase juridicamente impossível, em razão da primazia das decisões judiciais sobre as decisões administrativas. Também, pretender a Contribuinte rediscutir a matéria de fundo, a Nota 157, nos demais processos anteriormente mencionados e ditos prejudiciais ao conhecimento deste, não avança. Cabe ressaltar os limites objetivos do litígio, nos termos do artigo 471 do CPC, que deixa claro a impossibilidade de se decidir novamente 'as questões já decididas, relativas à mesma lide.'" (Destaque acrescido) Bem se vê que todos os aspectos relativos à questão foram abordados no voto condutor do acórdão embargado, que conteve clara e detalhada fundamentação acerca da rejeição dos argumentos trazidos no recurso voluntário. As alegações de omissões na decisão devem ser examinadas sob o enfoque da interpretação já consolidada pelo STJ – Superior Tribunal de Justiça. Aquela egrégia corte firmou entendimento a respeito da desnecessidade de a decisão conter referência expressa a todos os argumentos apresentados pelas partes, desde que Fl. 651DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720420/200771 Acórdão n.º 1103001.088 S1C1T3 Fl. 6 5 adotada fundamentação suficiente para decidir plenamente a controvérsia, a exemplo do julgado adiante transcrito: “Não viola os artigos 165, 458, II, e 535, II, do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta.” (Recurso Especial nº 687.417 – RS Recurso Especial 2005/00119829, Relator: Ministro Teori Albino Zavascki) Na mesma linha, destacase o voto da Exma. Ministra Eliana Calmon: “O Tribunal não está obrigado a responder questionários formulados pelas partes, tendo por finalidade os declaratórios dirimir dúvidas, obscuridades, contradições ou omissões realmente existentes, pois existindo fundamentação suficiente para a composição do litígio, dispensase a análise de todas as razões adstritas ao mesmo fim, uma vez que o objetivo da jurisdição é compor a lide e não discutir as teses jurídicas nos moldes expostos pelas partes.” (EDcl na Ação Rescisória nº 770 DF (1998/00354239)) A embargante também alegou erro material no acórdão. No seu entendimento, não caberia falarse de coisa julgada administrativa já que nos autos do processo nº 10830.002286/0095 não ocorrera enfrentamento do mérito, tendo em vista a intempestividade do recurso voluntário apresentado. Igualmente teria ocorrido erro material na decisão relativa à concomitância entre os processo judicial e o administrativo, "pois não há causa de pedir idêntica entre os presentes autos e o mandado de segurança n° 2006.61.05.0056568, que objetiva desconstituir os supostos débitos de IRPJ e CSLL relativos ao ano base de 1998, originários de auto de infração que deu origem ao PA n° 10830.002286/0095." Conforme visto no texto transcrito acima, constaram claramente do acórdão a fundamentação e os critérios do ato decisório, sem qualquer evidência da ocorrência de erro material, assim entendido como defeito de expressão do julgador, de discrepância entre o que se escreveu e o que se desejou escrever. Ensina Moacyr Amaral Santos2: "A sentença poderá conter inexatidões materiais ou erros de cálculo, de evidência meridiana. Inexatidões materiais que se percebem primo ictu oculi e que, sem maior exame, se verifica não traduzirem o pensamento ou a vontade do prolator da sentença. Engano ou lapso manifestos na expressão, na transmissão da palavra e que se evidenciam pela simples leitura da sentença: escreveuse erradamente, ou omitiuse, o nome de uma das partes, ou de terceiros; consideraramse três prestações de dez como devidas, mas ao seu produto deuse o valor de vinte; onde deveria estar 31 de julho grafouse 31 de junho." (Destaque acrescido) 2 "Primeiras Linhas de Direito Processual Civil ", 3º volume, São Paulo, Saraiva, 2001, pág. 27. Fl. 652DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720420/200771 Acórdão n.º 1103001.088 S1C1T3 Fl. 7 6 Percebese que o relator expôs sem equívocos o seu entendimento das questões que decidiu, no que foi acompanhado pelos demais membros do colegiado por unanimidade. Com efeito, o que parece desejar a embargante é a reabertura do julgamento pelo mesmo órgão prolator da decisão que lhe foi desfavorável, expediente descabido no âmbito de embargos de declaração, via que "não se presta para tal propósito", segundo afirmou o Ministro Castro Meira3, reproduzindo jurisprudência pacificada no STJ – Superior Tribunal de Justiça. Ainda segundo o eminente Ministro4: "... os aclaratórios não se prestam a rediscutir matéria previamente decidida, sendo que os efeitos infringentes a eles atribuídos são apenas incidentais, quando, acolhidos para sanar um dos vícios acima mencionados, mostraremse necessários à modificação do julgado. (...) Em resumo, bem ou mal, a controvérsia foi solucionada, razão pela qual é vedado o manejo dos embargos declaratórios que buscam o simples reexame da matéria decidida." (Destaque acrescido) Portanto, inexistiu o erro material alegado pela embargante. Conclusão Pelo exposto, rejeito os embargos. Aloysio José Percínio da Silva (assinatura digital) 3 EDcl no AgRg no Agravo de Instrumento nº 1.431.637 PE (2012/02685240). 4 EDcl no AgRg no Recurso Especial nº 1.051.059 RJ (2008/00861030). Fl. 653DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 10830.720420/200771 Acórdão n.º 1103001.088 S1C1T3 Fl. 8 7 Fl. 654DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 03/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10850.908571/2011-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 26 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Mar 27 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 30/09/2001
DILIGÊNCIA. CONFIRMAÇÃO DO CRÉDITO
É de ser provido o processo cuja diligência confirma o crédito pleiteado.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3301-002.592
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Fábia Regina Freitas, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Fábia Regina Freitas, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
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CONFIRMAÇÃO DO CRÉDITO É de ser provido o processo cuja diligência confirma o crédito pleiteado. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Fábia Regina Freitas, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 85 71 /2 01 1- 06 Fl. 171DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10850.908571/201106 Acórdão n.º 3301002.592 S3C3T1 Fl. 172 2 Relatório Trata o presente de Pedido de Restituição apresentado pelo contribuinte, com a finalidade de ter restituído valores supostamente recolhidos indevidamente, no valor total de R$ 1.669,92. Devidamente processado o pedido de restituição do contribuinte foi proferido despacho decisório que indeferiu o pedido formulado sob a justificativa de que existe um débito confessado pelo contribuinte por meio de DCTF, no valor igual do recolhimento objeto do pedido de restituição, inexistindo, portanto, crédito a ser restituído. Intimado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade aonde requereu a reunião do presente processo a outros por ele relacionados, justificando que tratam da mesma matéria e possuem os mesmos fundamentos e em sede de preliminar alegou, em síntese, que não foi intimado para prestar quaisquer esclarecimentos quanto o direito ao seu crédito, bem como que a fiscalização não teria tomando conhecimento das razões que justificassem o pedido de restituição. No mérito aduziu que o crédito a que pretende a restituição fora indevidamente recolhido conforme ficou evidenciado na declaração de inconstitucionalidade do artigo 3º, parágrafo 1º da Lei n.º 9.718/1998 pelo STF. Em sede se julgamento da Manifestação de Inconformidade, a DRJ houve por bem julgála improcedente nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Data do fato gerador: 30/09/2001 AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. A inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em recurso extraordinário, não gera efeitos erga omnes, sendo incabível sua aplicação a contribuintes que não façam parte da respectiva ação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/09/2001 PROVA DOCUMENTAL. PRECLUSÃO. A prova documental do direito creditório deve ser apresentada na manifestação de inconformidade, precluindo o direito de o contribuinte fazêlo em outro momento processual sem que se verifiquem as exceções previstas em lei. Fl. 172DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10850.908571/201106 Acórdão n.º 3301002.592 S3C3T1 Fl. 173 3 Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Intimado do acórdão proferido pela DRJ, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, juntando nova documentação e alegando, além dos argumentos de sua Impugnação, que a DCTF não é o único meio de prova da existência do crédito passível de restituição, bem como que os artigos 165 do CTN e artigo 74 da Lei 9.430/96 não condicionam o reconhecimento do crédito a quaisquer retificações de declarações. Ademais, alega que os documentos apresentados em sua Impugnação (planilha de cálculo e livro diário e os respectivos termos de abertura e encerramento) são suficientes para comprovar o seu crédito e que a DRF teria inovado no processo trazendo tais argumentos novos à lide, o que permitiria, inclusive, a apresentação de provas adicionais ao presente processo ao contrário do que esposado no acórdão recorrido, sob pena de afronta ao princípio da verdade material. A 1ª Turma Especial dessa 3ª Seção do CARF converteu o julgamento em diligência que a Delegacia de origem: a) Examinasse os documentos existentes e a escrita fiscal da interessada em relação às compensações requeridas apurando se estão corretos os valores inicialmente pleiteados correspondentes á indevida ampliação da base de cálculo do artigo 3º, da Lei n.º 9.718/98; b) Cientificasse a interessada do resultado da diligência, abrindo prazo para manifestação, se assim desejar; c) Retornasse o processo a este CARF para julgamento. Tomadas as providências requeridas o processo retornou a esse Conselho para decidirmos. É o que importa relatar. Fl. 173DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10850.908571/201106 Acórdão n.º 3301002.592 S3C3T1 Fl. 174 4 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Tratase de retorno de diligência. Após a devida análise o relatório da diligência chegou à seguinte conclusão: Desta forma, proponho o reconhecimento do direito creditório pleiteado no PER nº 28209.98330.231205.1.2.045935, transmitido em 23/12/2005, no valor de R$1.669,92 (fls. 02/04). Esse é exatamente o montante pleiteado pela Recorrente. Reconhecido o pedido em diligência nada mais há a fazer senão homologálo. Nesse sentido voto por julgar procedente o presente recurso voluntário. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 174DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10510.002598/2008-31
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2003
HOMOLOGAÇÃO PARCIAL DE COMPENSAÇÃO PLEITEADA. DIFERENÇA PASSÍVEL DE COBRANÇA JÁ RECOLHIDA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO.
Não se conhece de Recurso Voluntário interposto em decorrência de homologação parcial de compensação pleiteada, quando a diferença passível de cobrança já tiver sido recolhida antes mesmo da emissão do respectivo despacho decisório.
Numero da decisão: 1803-002.489
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Cármen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Fernando Ferreira Castellani, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Arthur José André Neto.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Exercício: 2003 HOMOLOGAÇÃO PARCIAL DE COMPENSAÇÃO PLEITEADA. DIFERENÇA PASSÍVEL DE COBRANÇA JÁ RECOLHIDA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Não se conhece de Recurso Voluntário interposto em decorrência de homologação parcial de compensação pleiteada, quando a diferença passível de cobrança já tiver sido recolhida antes mesmo da emissão do respectivo despacho decisório.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Cármen Ferreira Saraiva Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Fernando Ferreira Castellani, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Arthur José André Neto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2003 HOMOLOGAÇÃO PARCIAL DE COMPENSAÇÃO PLEITEADA. DIFERENÇA PASSÍVEL DE COBRANÇA JÁ RECOLHIDA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. Não se conhece de Recurso Voluntário interposto em decorrência de homologação parcial de compensação pleiteada, quando a diferença passível de cobrança já tiver sido recolhida antes mesmo da emissão do respectivo despacho decisório. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 51 0. 00 25 98 /2 00 8- 31 Fl. 161DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/02/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10510.002598/200831 Acórdão n.º 1803002.489 S1TE03 Fl. 149 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Cármen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Fernando Ferreira Castellani, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho e Arthur José André Neto. Fl. 162DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/02/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10510.002598/200831 Acórdão n.º 1803002.489 S1TE03 Fl. 150 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 88verso e 89): Trata o presente de Manifestação de Inconformidade apresentada contra decisão proferida pela DRF de Aracaju, que, através de Despacho Decisório Eletrônico emitido pela sua titular, homologou apenas parcialmente o pedido de compensação declarado através do PER/DCOMP nº 03352.13311.060704.1.3.04 3403, transmitido em 06/07/2004. O citado pedido de compensação objetivava quitar a estimativa mensal do IRPJ do mês de junho de 2002, no valor de R$ 347.685,88. O contribuinte declarou seu débito, incluindo, como acréscimo moratório, apenas os juros, excluindo do montante devido o valor correspondente à multa de mora. O direito creditório do contribuinte foi devidamente reconhecido, mas, em razão da imputação proporcional, o valor acatado revelouse insuficiente para quitar os débitos informados na PER/DCOMP, restando um saldo a pagar de R$ 28.879,37 cuja quitação ocorreu em 23/04/2008 através de DARF, que, após a inclusão dos acréscimos moratórios, atingiu o valor de R$ 60.808,39 (fl. 81). Em sua defesa, o Contribuinte, juntando decisões do STJ, da Câmara Superior de Recursos Fiscais e do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, pede a “reforma do despacho decisório recorrido”, alegando que “o instituto da Denúncia Espontânea, previsto no art. 138 do CTN, afasta a aplicação de multa na hipótese de pagamento integral acrescido de juros de mora, antes do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização”. Aduz que, “ainda que não fosse hipótese de denúncia espontânea, em se tratando de valor relativo a débito de IRPJ, tributo sujeito ao lançamento por homologação, em julho de 2007, findou o prazo decadencial de 05 anos, contados a partir da ocorrência do fato gerador (31/07/2002) para constituir o crédito em questão, nos termos do art. 142, parágrafo único, e 150, § 4º, do CTN”. Alega também, que o “valor jamais poderia estar sendo cobrado da forma arbitrária e ilegal como se apresenta no presente caso. Deveras, é cediço que a constituição ou formalização do crédito tributário se dá exclusivamente com o lançamento de ofício, nos termos do disposto no art. 142. Notase, portanto, que o Código Tributário Nacional não hesitou em expressamente consignar o lançamento de ofício como uma atividade privativa, vinculada e obrigatória do Poder Administrativo, não podendo, de forma alguma, ser substituído por mero despacho decisório proferido nos autos de um processo administrativo”. Conclui pedindo a homologação integral do pedido de compensação e a restituição do valor de R$ 60.808,39, acrescidos de juros de mora, recolhido pela Requerente mediante DARF em 23/04/2008, além da produção de todas as provas admitidas em direito, inclusive a juntada de novos documentos. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 88): ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 163DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/02/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10510.002598/200831 Acórdão n.º 1803002.489 S1TE03 Fl. 151 4 Anocalendário: 2002 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. BENEFÍCIOS. PAGAMENTO A DESTEMPO O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002 RECOLHIMENTOS EM ATRASO. MULTA DE MORA. Os débitos não pagos nos prazos previstos na legislação específica serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento por dia de atraso. COMPENSAÇÃO. ACRÉSCIMOS MORATÓRIOS. Na compensação efetuada pelo sujeito passivo, os créditos serão acrescidos de juros compensatórios e os débitos sofrerão a incidência de acréscimos moratórios, até a data da entrega da DCOMP. Solicitação Indeferida 3. Cientificada da referida decisão em 23/10/2008 (fls. 94), a tempo, em 24/11/2008 (segundafeira), apresenta a interessada Recurso de fls. 97 a 118, instruído com os documentos de fls. 119 a 146, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos e aduzindo mais os seguintes: a) que a decisão recorrida parte do pressuposto equivocado de que a denúncia espontânea, nos termos do artigo 138 do CTN, aplicase apenas às hipóteses de responsabilidade decorrente de ato infracional, entre as quais não se incluiria a multa de mora, cuja natureza seria meramente indenizatória, compensatória pelo atraso no pagamento; e b) que essa equivocada conclusão já se encontra amplamente superada pela doutrina e jurisprudência pátrias. Em mesa para julgamento. Fl. 164DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/02/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10510.002598/200831 Acórdão n.º 1803002.489 S1TE03 Fl. 152 5 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator 4. Por ocasião de sua Manifestação de Inconformidade, em 06/06/2008, a Recorrente esclareceu o seguinte (fls. 16): Ressaltase que, em face da necessidade de obter a Certidão Positiva com Efeitos de Negativa para o exercício regular de sua atividade, a Requerente foi obrigada a efetuar, em 23/04/2008, o pagamento da “suposta” multa de mora no valor de R$ 60.808,39 (sessenta mil, oitocentos e oito reais e trinta e nove centavos Doc. 06), pois referido valor se encontrava em aberto perante a Secretaria da Receita Federal, sem que ainda tivesse dado (sic) a oportunidade de apresentação de manifestação de inconformidade pela Requerente. 5. Dessa forma, pleiteou, naquela ocasião (fls. 26): b) a restituição do valor de R$ 60.808,39 (sessenta mil, oitocentos e oito reais e trinta e nove centavos), acrescido de juros de mora, recolhido pela Requerente mediante DARF, em 23/04/2008, referente ao “suposto” débito de multa de mora incidente no principal do IRPJ de junho/2002. 6. Anotase, por oportuno, que referido pleito se repete na peça recursal (fls. 117, alínea “b”). 7. Conforme se observa, estáse diante de novo pedido (pedido de restituição), diverso do anterior (declaração de compensação – fls. 2) este, prejudicado pelo pagamento da diferença passível de cobrança pela homologação parcial da compensação requerida , a demandar, por tempestivo aquele pleito, novo procedimento administrativo. 8. Não pode, por outro lado, esta instância administrativa se pronunciar a respeito desse novo pedido, sob pena de usurpação da competência originária da DRF local. 9. Dessa forma, deve a repartição de origem proceder à abertura de novo processo desta vez de restituição , instruindoo com a Manifestação de Inconformidade, aqui apresentada, e com os respectivos documentos a ela juntados, e dar regular seguimento a esses autos formados, com a análise da pertinência da alegação de denúncia espontânea, em face do entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a esse respeito, proferido na Sistemática de Recursos Repetitivos (REsp 1.149.022SP), e da Nota Técnica Cosit nº 1, de 2012, item 18. 10. Por conseguinte, não se conhece de Recurso Voluntário interposto em decorrência de homologação parcial de compensação pleiteada, quando a diferença passível de cobrança já tiver sido recolhida antes mesmo da emissão do respectivo despacho decisório. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/02/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10510.002598/200831 Acórdão n.º 1803002.489 S1TE03 Fl. 153 6 Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de NÃO CONHECER DO RECURSO, por falta de objeto Deve, porém, a repartição de origem, proceder à abertura de novo processo desta vez de restituição , instruindoo com a Manifestação de Inconformidade, aqui apresentada, e com os respectivos documentos a ela juntados, e dar regular seguimento a esses autos formados, com a análise da pertinência da alegação de denúncia espontânea, em face do entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a esse respeito, proferido na Sistemática de Recursos Repetitivos (REsp 1.149.022SP), e da Nota Técnica Cosit nº 1, de 2012, item 18. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 166DF CARF MF Impresso em 19/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/02/2015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 13/02/2 015 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 14/02/2015 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
score : 1.0
Numero do processo: 10830.727511/2012-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Mar 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009
PEDIDO DESISTÊNCIA DO RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO. NÃO CONHECIMENTO. POSSIBILIDADE.
Em qualquer fase processual, o sujeito passivo pode manifestar a desistência do recurso interposto perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), o que acarreta não conhecimento do recurso interposto por falta de objeto.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3102-002.331
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ricardo Paulo Rosa Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Miriam de Fátima Lavocat de Queiroz e Samuel Luiz Manzotti Riemma. Ausência momentânea do Conselheiro José Paulo Puiatti.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009 PEDIDO DESISTÊNCIA DO RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO. NÃO CONHECIMENTO. POSSIBILIDADE. Em qualquer fase processual, o sujeito passivo pode manifestar a desistência do recurso interposto perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), o que acarreta não conhecimento do recurso interposto por falta de objeto. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2009 PEDIDO DESISTÊNCIA DO RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO. NÃO CONHECIMENTO. POSSIBILIDADE. Em qualquer fase processual, o sujeito passivo pode manifestar a desistência do recurso interposto perante o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), o que acarreta não conhecimento do recurso interposto por falta de objeto. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ricardo Paulo Rosa – Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Miriam de Fátima Lavocat de Queiroz e Samuel Luiz Manzotti Riemma. Ausência momentânea do Conselheiro José Paulo Puiatti. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 72 75 11 /2 01 2- 03 Fl. 1621DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30 /01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 12/03/2015 por RICARDO PAULO ROS A 2 Tratase de Autos de Infração (fls. 2/55), em que formalizada a exigência dos débitos da Contribuição para o PIS/PasepImportação de Serviços e CofinsImportação de Serviços do período de janeiro de 2008 a dezembro de 2009, que somados a multa de ofício e juros de mora, calculados até 31/12/2012, totalizou a importância de R$ 7.517.965,80. No Termo de Verificação Fiscal, fls. 56/121, a fiscalização informou que, no curso da auditoria fiscal, com base nos esclarecimentos, informações e documentos disponibilizados pela autuada, constatou que ela não incluíra na base de cálculo da Contribuição para o PIS/PasepImportação de Serviços e CofinsImportação de Serviços as remessas ao exterior destinadas à aquisição de serviços de assistência técnica, administrativa ou semelhante, consequentemente, deixara de recolher os valores das contribuições devidas sobre tais operações. Em sede de impugnação, em síntese, a autuada alegou que: a) não renunciara à presente discussão administrativa, pois os requisitos jurídicos necessários ao reconhecimento de concomitância entre as esferas administrativa e judicial não se fiziam presentes; b) as autuações eram nulas, por ausência de comprovação dos fatos geradores e pela má fundamentação jurídica; c) os pagamentos feitos a título de cessão do direito de uso de software tinham natureza de royalty e o instituto da propriedade intelectual que, por determinação legal, tutelava o software era o direito autoral. Em face dessa circunstância, as remessas efetuadas a título de royalties não eram fatos geradores da Contribuição para o PIS/PasepImportação de Serviços e CofinsImportação de Serviços, conforme determinava o artigo 3º da Lei 10.865/2004; d) os pagamentos feitos a exterior a título de indenizações de multas, reembolso de despesas e pagamentos relativos a despesas diversas deveriam ser excluídos da base de cálculo, porque não configuravam fato gerador das referidas contribuições; e) os pagamentos efetuados pela Impugnante a título de contraprestação pela prestação de serviços não ensejariam a incidência das citadas contribuições, pois o seu resultado não se verificara no Brasil, fato que lhes colocava fora do campo de incidência dos citados tributos; f) subsidiariamente, asseverou que, por falta de previsão legal, o valor ISS não integrava a base de cálculo das ditas contribuições; g) ainda em caráter subsidiário, afirmou que, por falta de previsão legal, era indevida a incidência de juros moratórios sobre a multa de ofício lançada. Sobreveio a decisão de primeira instância (fls. 1499/1520), em que, por unanimidade de votos, a impugnação foi julgada improcedente e mantendo o créditotributário lançado, com base nos fundamentos resumido nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Fl. 1622DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30 /01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 12/03/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 10830.727511/201203 Acórdão n.º 3102002.331 S3C1T2 Fl. 1.621 3 Anocalendário: 2008, 2009 IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS. INCIDÊNCIA. Incide a contribuição no pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de valores a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior pela prestação de serviços. IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS. EXCLUSÕES. PROVA. A exclusão de parcelas envolvidas na contratação de serviços no exterior depende da prova de sua natureza, sem o que todo o valor remetido por conta do contrato de serviços há de ser tributado. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. CONTESTAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Cabe à autoridade lançadora provar a ocorrência do fato constitutivo do direito de lançar do fisco. Comprovado o do direito de lançar cabe ao sujeito passivo alegar fatos impeditivos, modificativos ou extintivos e além de alegálos, comproválos efetivamente, nos termos do Código de Processo Civil, que estabelece as regras de distribuição do ônus da prova aplicáveis ao PAF, subsidiariamente. Em 18/5/2013, a recorrente foi cientificada da referida decisão (fl. 1547). Inconformada, em 4/6/2013, protocolou o recurso voluntário de fls. 1549/15589, em que reafirmou as razões de defesa suscitadas na peça impugnatória. Em 9/9/2014, por meio da petição de fls. 1615/1616, a recorrente comunicou a desistência integral do recurso voluntário interposto de forma irrevogável, renunciando a quaisquer alegações de direito relativamente aos débitos exigidos nas presentes autuações, uma vez que quitara os débitos remanescentes, com os benefícios estabelecidos no art. 2º da Lei 12.996/2014, denominado de “Refis da Copa”, mediante pagamento a vista, por meio dos Darf de fls. 1618/1619. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, no entanto, não deve ser conhecido, pois, o pedido de parcelamento dos débitos compensados, implica desistência do recurso interposto, nos termos do § 2º do art. 78 do Regimento Interno deste Conselho (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, com as alterações posteriores, a seguir transcrito: Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. [...] Fl. 1623DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30 /01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 12/03/2015 por RICARDO PAULO ROS A 4 § 2° O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. [...] Com efeito, há provas nos autos que a recorrente, de forma irrevogável, manifestou expressamente a desistência integral do recurso voluntário interposto, renunciando a quaisquer alegações de direito relativamente aos débitos exigidos nas presentes autuações, inclusive realizou a quitação dos débitos remanescentes, com os benefícios estabelecidos no art. 2º da Lei 12.996/2014, denominado de “Refis da Copa”, mediante pagamento a vista, conforme Darf de fls. 1618/1619. Por todo o exposto, votase por NÃO CONHECER do recurso valuntário interposto, por falta de objeto. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 1624DF CARF MF Impresso em 13/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 30 /01/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 12/03/2015 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 10293.720043/2007-03
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2004
ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. DESNECESSIDADE DE QUE A AVERBAÇÃO SEJA ANTERIOR AO FATO GERADOR.
Para que a área de reserva legal possa ser excluída da base de cálculo do ITR ela deve estar averbada à margem da matrícula do imóvel. Esta obrigação decorre da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nos 9.393, de 1996, e 4.771, de 1965 (Código Florestal), ainda que a averbação se verifique em momento posterior à ocorrência do fato gerador mas anteriormente ao início do procedimento fiscal.
Recurso especial provido.
Numero da decisão: 9202-003.416
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira e Maria Helena Cotta Cardozo. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad - Redator-Designado
EDITADO EM: 29/01/2015
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira e Maria Helena Cotta Cardozo. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Relator (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad - Redator-Designado EDITADO EM: 29/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
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LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL. DESNECESSIDADE DE QUE A AVERBAÇÃO SEJA ANTERIOR AO FATO GERADOR. Para que a área de reserva legal possa ser excluída da base de cálculo do ITR ela deve estar averbada à margem da matrícula do imóvel. Esta obrigação decorre da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nos 9.393, de 1996, e 4.771, de 1965 (Código Florestal), ainda que a averbação se verifique em momento posterior à ocorrência do fato gerador mas anteriormente ao início do procedimento fiscal. Recurso especial provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira e Maria Helena Cotta Cardozo. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 29 3. 72 00 43 /2 00 7- 03 Fl. 439DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 440 2 (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad RedatorDesignado EDITADO EM: 29/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka (suplente convocado), Marcelo Oliveira, Adriano Gonzales Silverio (suplente convocado), Pedro Anan Junior (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elias Sampaio Freire. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. Relatório Tratase de lançamento de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), abrangendo, na forma de demonstrativo de efl 14: a) Glosa de área de utilização limitada declarada no exercício de 2004, no montante de 20.563,0 ha., a partir de sua não comprovação em sede de ação fiscal, após intimação. b) Alteração do valor da Terra Nua declarado pelo contribuinte em sua DITR/2004, através de arbitramento utilizandose o VTN/ha. obtido a partir do sistema SIPT (no valor de R$ 800,00/ha.), uma vez que também restou não comprovado pelo contribuinte o respectivo VTN/ha constante de sua declaração. Insurgindose contra o lançamento, protocolizou o contribuinte impugnação de efls. 18 a 139, com o Acórdão de 1a. instância de lavra da DRJ/BSB (efls. 142 a 168) tendo afastado todas as preliminares levantadas pelo contribuinte para, no mérito, julgar totalmente procedente o lançamento. Protocolizou o contribuinte, então, Recurso Voluntário insurgindose contra a decisão de 1a. instância (efls. 173 a 259). Fl. 440DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 441 3 Analisando o mencionado Recurso Voluntário, em sessão plenária de 15/05/2012, a 2ª Turma Ordinária da 2a Câmara da 2a Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) exarou o Acórdão nº 220201.792 (efls. 290 a 306), assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2004 ÁREA DE UTILIZAÇÃO LIMITADA / RESERVA LEGAL/INTERESSE ECOLÓGICA. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA). AVERBAÇÃO EM CARTÓRIO. A área de utilização limitada / Reserva Legal, para fins de exclusão do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, se faz necessária ser reconhecida como de interesse ambiental pelo IBAMA/órgão conveniado, ou pelo menos, que seja comprovada a protocolização, em tempo hábil, do requerimento do competente Ato Declaratório Ambiental ADA, fazendose, também, necessária a sua averbação à margem da matrícula do imóvel, no Cartório de Registro de Imóveis, até a data do fato gerador do imposto. VALOR DA TERRA NUA VTN SUBAVALIAÇÃO Para revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base nos VTN/há do SIPT, exigese Laudo de Avaliação firmado por profissional habilitado, com os requisitos das Normas da ABNT, demonstrando, de maneira inequívoca, o valor fundiário do imóvel, a preço de mercado. Recurso negado. Contra essa decisão, o contribuinte manejou recurso especial de divergência (efls. 315 a 409), onde defendeu a existência de divergência em relação a paradigmas ali apresentados, quanto às seguintes matérias: a) necessidade de apresentação tempestiva do ADA para fins de exclusão da área de Reserva Legal da tributação do ITR, a partir do exercício de 2001; b) possibilidade de arbitramento do VTN por meio do uso do Sistema de Preços de Terras SIPT, uma vez não tendo sido concedido ao contribuinte o acesso às informações daquele Sistema; c) imotivada desconsideração das provas produzidas no decorrer do procedimento fiscal; d) inexistência de provas no feito de forma a sustentar a pretensão fiscal. Na forma de exame de admissibilidade de efls. 415 a 421 e reexame de fls. 422/423, admitiuse o recurso especial tão somente quanto à matéria citada no item “a” supra (necessidade de apresentação tempestiva do ADA para fins de exclusão da área de Reserva Fl. 441DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 442 4 Legal da tributação do ITR, a partir do exercício de 2001), a qual assim se constitui na única matéria sob litígio. A título de esclarecimento, reproduzse a seguir a ementa dos paradigmas colacionados pelo recorrente, relativos à matéria controversa: 1. Acórdão 9.20202.017 (2a. Turma da 2a. Câmara Superior de Recursos Fiscais em 20 de março de 2012) Imposto Sobre A Propriedade Territorial RuralITR Exercício: 2001 ITR ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE UTILIZAÇÃO LIMITADA ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL ADA. A regra expressa no artigo 170 da Lei n° 6.938/81, com a redação que lhe foi dada pela Lei 10.165/2000, não é taxativa quanto à exigência de apresentação tempestiva do ADA para fins de exclusão da base de cálculo do ITR das áreas de preservação permanente e de utilização limitada, O ADA restringese a informações prestadas pelo contribuinte ao órgão ambiental acerca da existência de áreas de interesse ecológico.(g.n.). Extraise do Manual de Perguntas e Respostas editado pelo IBAMA, no item n° 40, que a própria Administração Pública entende que o ADA tem efeito meramente declaratório, não sendo o único documento comprobatório da área de preservação permanente, podendo ser levado em conta, dentre outros, laudo técnico emitido por engenheiro agrônomo ou florestal, acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica ART, que especifique e discrimine a área de interesse ambiental. No caso, o contribuinte apresentou laudo e a materialidade da área sequer foi questionada pela recorrente. Ainda de acordo com tal orientação, o Termo de Responsabilidade de Averbação da Reserva Legal e a própria averbação são formas de comprovação da existência desta área, sendo que, no caso em apreço, ambos os documentos são incontroversos. A verdade formal não pode se sobrepor à verdade material. ITR AVERBAÇÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL ISENÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 10 DA LEI N° 9.393/96. Como regra, para que a área de Reserva Legal possa ser excluída da base de cálculo do ITR, ela deve estar averbada à margem da matrícula do imóvel. Esta obrigação decorre de imposição legal, mais precisamente da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nºs 9.393/96 e 4.771/65 (Código Florestal). A averbação pode se dar, conforme se verifica no caso em apreço, após a ocorrência do fato gerador. Neste feito, a exclusão da área de utilização limitada da base de cálculo do ITR é justificada, também, pelo referido Termo de Responsabilidade de Averbação da Reserva Legal. Recurso especial provido em parte. Fl. 442DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 443 5 2. Acórdão 9.20202.102 (2a. Turma da 2a. Câmara Superior de Recursos Fiscais em 21 de junho de 2012) IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 ÁREA DE RESERVA LEGAL. COMPROVAÇÃO. A averbação à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, faz prova da existência da área de Reserva Legal, independentemente da apresentação tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA). Recurso especial negado. Devidamente cientificado do acórdão e do recurso especial do contribuinte, a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões (efl. 436), onde defende que o valor do crédito tributário lançado seja mantido, com fulcro na argumentação constante do voto vencedor do Acórdão recorrido, abstendose de tecer considerações adicionais por considerar a matéria já extensamente debatida no âmbito deste Conselho. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Pelo que consta no processo, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. A discussão trata da necessidade de protocolização tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA) junto ao IBAMA e de averbação tempestiva no registro de imóvel para fins dedução de área de Reserva Legal, quando da apuração da base de cálculo do ITR no exercício de 2004. Sobre o tema, esclareçase que, em linha com o disposto no recorrido, verifico que a Reserva Legal tem por requisito formal, ou seja, condição para sua consideração tributária, a existência dos seguintes procedimentos: (a) apresentação tempestiva de requerimento ao IBAMA de Ato Declaratório Ambiental (ADA), no qual é informada a metragem da área destinada à Reserva Legal que, de acordo com a localização, corresponde a um percentual da área do imóvel; e (b) a averbação dessa área na matrícula da propriedade rural no Registro de Imóveis antes da ocorrência do fato gerador, em 1o de janeiro do ano calendário. Salientese que o ADA somente passou a ser requisito com o advento da Lei no 10.165, de 27 de dezembro de 2000, e a averbação, com o advento da Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989. O acórdão recorrido rejeitou a dedução da área de Reserva Legal declarada pelo contribuinte, a partir do não cumprimento da obrigação de apresentação tempestiva do ADA, defendendo, porém, também a necessidade de averbação da Reserva Legal à margem da matrícula de registro do imóvel no cartório competente, a fim de que o contribuinte pudesse usufruir da nãoincidência do ITR sobre a mesma. Fl. 443DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 444 6 Particularmente, como já tive oportunidade de me manifestar em outras ocasiões, ainda que discorde que simples laudo técnico sirva para comprovar a área de Reserva Legal, julgo que a averbação tempestiva (leiase, antes da ocorrência do fato gerador) da área de Reserva Legal na matrícula do imóvel, por ser constitutiva da referida reserva, é condição suficiente para fins de sua dedução, mesmo se desacompanhada de ADA, uma vez que supre a função daquele, no sentido de permitir a comprovação da existência, pela autoridade ambiental, da área que se tenciona preservar através do benefício fiscal concedido (qual seja, de não incidência no momento de ocorrência do fato gerador). A propósito, ressalto que, na 2a Turma desta Câmara Superior de Recursos Fiscais, existem posicionamentos diversos que defendem: a) a desnecessidade da averbação, por se tratar de exigência da lei ambiental, sem consequências na esfera fiscal; b) a necessidade da averbação antes da ocorrência do fato gerador; c) a necessidade da averbação antes do início do procedimento fiscal. Para que todos possam decidir com suas convicções, esclareço que, no presente caso, a área de Reserva Legal declarada é de 20.523,0 ha. e foi averbada no registro de imóveis do imóvel em 14/05/2004 (efl. 123), posteriormente à ocorrência do fato gerador em 01/01/2004. Do meu ponto de vista, para fins de dedução da base de cálculo do ITR, a área de Reserva Legal deve estar averbada às margens da inscrição do registro de imóvel antes da ocorrência do fato gerador. Isso porque o art. 10, §1º, inciso II, alínea “a”, da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, permite a exclusão, da área tributável do ITR, das áreas de preservação permanente e de Reserva Legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989. E a Lei nº 4.771, de 1965, em seu art. 16, §2o, na redação vigente por ocasião da ocorrência do fato gerador, determinava que a Reserva Legal deveria ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área. Observese que, após as alterações da Medida Provisória nº 2.166 67, de 24 de agosto de 2001, essa exigência passou para o §8o do mesmo artigo. Ressaltese que a obrigatoriedade de averbação foi trazida ao ordenamento jurídico em 1989, muito antes dos fatos geradores sob análise. Considero inaceitáveis os argumentos de que essa exigência foi feita na lei ambiental, não surtindo efeitos na esfera tributária. Isso porque, ao permitir a exclusão da base de cálculo do ITR, a lei tributária fez expressa menção às áreas de Reserva Legal e de preservação permanente nos termos da lei ambiental, sendo evidente que se deve buscar suas características e requisitos no escopo do ato legal indicado. Do mesmo modo, não concordo com a alegação de que nem a lei tributária, nem a lei ambiental, definiram prazo para a averbação dessa área, sendo possível admitila em Fl. 444DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 445 7 momento posterior ao fato gerador. Penso que, em linha com o acima disposto, a averbação é requisito formal de existência da área de Reserva Legal, não sendo possível se falar nesse instituto antes do ato cartorial, nem muito menos se pleitear sua dedução tributária. No presente caso, não houve a averbação tempestiva da área de Reserva Legal e, assim, não se deve admitir sua dedução da base de cálculo do ITR. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, negar provimento ao recurso especial do contribuinte. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 445DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 446 8 Voto Vencedor Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Designado Em que pese o merecido respeito a que faz jus o Ilustre Relator, peço vênia para dele discordar em relação à necessidade de averbação da área de Reserva Legal em momento anterior ao fato gerador para fins de exclusão de tal reserva do cálculo do ITR. Conforme constou no voto vencido do I. Relator a glosa da área de Reserva Legal decorreu da ausência da apresentação tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (“ADA”), bem como da ausência de averbação da referida área no registro de imóvel em momento anterior à ocorrência do fato gerador, para fins do cálculo do ITR referente ao exercício de 2004. Em relação ao ADA, sua finalidade precípua foi a instituição de Taxa de Vistoria que deve ser paga sempre que o proprietário rural se beneficiar de uma redução de ITR com base no referido ADA, não tendo condão de definir áreas ambientais, de disciplinar as condições de reconhecimento de tais áreas e muito menos de criar obrigações tributárias acessórias ou regular procedimentos de apuração do ITR. Assim, a apresentação tempestiva do ADA não é condição indispensável para a exclusão da área de reserva legal de que trata o art. 16 da Lei n.4.771/65 da base de cálculo do ITR. Quanto à averbação, já me manifestei em diversas oportunidades que a chamada área de reserva legal ou de utilização limitada tem seus contornos estabelecidos pelo artigo 16 do Código Florestal (Lei nº 4.771/1965), com a redação que lhe foi dada pela Medida Provisória n° 2.16667/2001: “Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: I oitenta por cento, na propriedade rural situada em área de floresta localizada na Amazônia Legal; II trinta e cinco por cento, na propriedade rural situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, sendo no mínimo vinte por cento na propriedade e quinze por cento na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja averbada nos termos do § 7o deste artigo; III vinte por cento, na propriedade rural situada em área de floresta ou outras formas de vegetação nativa localizada nas demais regiões do País; e Fl. 446DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 447 9 IV vinte por cento, na propriedade rural em área de campos gerais localizada em qualquer região do País. § 1o O percentual de reserva legal na propriedade situada em área de floresta e cerrado será definido considerando separadamente os índices contidos nos incisos I e II deste artigo. § 2o A vegetação da reserva legal não pode ser suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de acordo com princípios e critérios técnicos e científicos estabelecidos no regulamento, ressalvadas as hipóteses previstas no § 3o deste artigo, sem prejuízo das demais legislações específicas. § 3o Para cumprimento da manutenção ou compensação da área de reserva legal em pequena propriedade ou posse rural familiar, podem ser computados os plantios de árvores frutíferas ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas. § 4o A localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental estadual competente ou, mediante convênio, pelo órgão ambiental municipal ou outra instituição devidamente habilitada, devendo ser considerados, no processo de aprovação, a função social da propriedade, e os seguintes critérios e instrumentos, quando houver: I o plano de bacia hidrográfica; II o plano diretor municipal; III o zoneamento ecológicoeconômico; IV outras categorias de zoneamento ambiental; e V a proximidade com outra Reserva Legal, Área de Preservação Permanente, unidade de conservação ou outra área legalmente protegida. § 5o O Poder Executivo, se for indicado pelo Zoneamento Ecológico Econômico ZEE e pelo Zoneamento Agrícola, ouvidos o CONAMA, o Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Agricultura e do Abastecimento, poderá: I reduzir, para fins de recomposição, a reserva legal, na Amazônia Legal, para até cinqüenta por cento da propriedade, excluídas, em qualquer caso, as Áreas de Preservação Permanente, os ecótonos, os sítios e ecossistemas especialmente protegidos, os locais de expressiva biodiversidade e os corredores ecológicos; e II ampliar as áreas de reserva legal, em até cinqüenta por cento dos índices previstos neste Código, em todo o território nacional. Fl. 447DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 448 10 § 6o Será admitido, pelo órgão ambiental competente, o cômputo das áreas relativas à vegetação nativa existente em área de preservação permanente no cálculo do percentual de reserva legal, desde que não implique em conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo, e quando a soma da vegetação nativa em área de preservação permanente e reserva legal exceder a: I oitenta por cento da propriedade rural localizada na Amazônia Legal; II cinqüenta por cento da propriedade rural localizada nas demais regiões do País; e III vinte e cinco por cento da pequena propriedade definida pelas alíneas "b" e "c" do inciso I do § 2o do art. 1o. § 7o O regime de uso da área de preservação permanente não se altera na hipótese prevista no § 6o. § 8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. § 9o A averbação da reserva legal da pequena propriedade ou posse rural familiar é gratuita, devendo o Poder Público prestar apoio técnico e jurídico, quando necessário. § 10. Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de Ajustamento de Conduta, firmado pelo possuidor com o órgão ambiental estadual ou federal competente, com força de título executivo e contendo, no mínimo, a localização da reserva legal, as suas características ecológicas básicas e a proibição de supressão de sua vegetação, aplicandose, no que couber, as mesmas disposições previstas neste Código para a propriedade rural. § 11. Poderá ser instituída reserva legal em regime de condomínio entre mais de uma propriedade, respeitado o percentual legal em relação a cada imóvel, mediante a aprovação do órgão ambiental estadual competente e as devidas averbações referentes a todos os imóveis envolvidos. “ (original sem grifo) Diante do disposto nos artigos 10 da Lei n. 9.393, de 1996, e 16, parágrafo 8º da Lei n. 4.771, de 1965 (Código Florestal), debatemse a doutrina e a jurisprudência acerca da imprescindibilidade ou não da exigência da averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel para fins de exclusão da tributação pelo ITR. O debate historicamente tem se pautado pela dicotomia de posições quanto ao efeito constitutivo ou declaratório, quanto à existência da reserva legal, da averbação à margem da matrícula do imóvel, com consequências diametralmente opostas na apuração do ITR, a saber: Fl. 448DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 449 11 (i) para os que entendem ser constitutivo o efeito da averbação, só existe direito à isenção da área de reserva legal se ela estiver averbada à margem da matrícula anteriormente à data do fato gerador; e, (ii) para os que advogam o efeito declaratório da averbação, ela seria dispensável para amparar a isenção do ITR aplicável à área de reserva legal, cabendo neste caso ao contribuinte provar a existência da referida área por outros meios de prova (laudo, etc.). A meu ver, ambas as soluções propugnadas não se sustentam a partir da consideração do viés indutivo de comportamento de que se reveste o conjunto normativo acima referido aplicável à espécie. Por óbvio que a isenção do ITR aplicável à área de reserva legal está condicionada à averbação à margem da matrícula do imóvel atende ao desiderato de preservação ambiental, eis que, como se sabe, o ônus de utilização limitada, uma vez efetuada a averbação, perenizase e se transmite a quaisquer adquirentes futuros. Assim, aceitar a isenção do ITR da área de reserva legal independentemente da prova da averbação (e ainda que haja prova da existência da área preservada) frustra o propósito extrafiscal de criação do ônus de preservação ambiental para as gerações futuras, em confronto com a exigência do artigo 16, parágrafo 8º do Código Florestal. Por outro lado, existindo a averbação, ainda que posterior ao fato gerador, não é razoável recusar a desoneração tributária, notoriamente quando se sabe que áreas ambientais preservadas levam longo tempo para sua recomposição, sendo que uma área averbada e comprovada em exercício posterior provavelmente existia nos exercícios precedentes, como redutora da área total do imóvel passível de tributação, não podendo ter sido utilizada diretamente nas atividades agrícolas, pecuárias ou extrativistas. Ademais, nem a lei tributária nem o Código Florestal definem a data de averbação como condicionante à isenção do ITR, perfazendose com a averbação antes do início do procedimento fiscal o viés indutor de comportamento que informa a dispensa do tributo. Verifico que a averbação da reserva legal pelo contribuinte se deu em 14/05/2004 (efl. 123), anteriormente à intimação fiscal datada de 09/07/2007 (fls. 01/02), ainda que posteriormente à ocorrência do fato gerador. A meu ver a averbação da reserva legal pelo contribuinte em momento posterior à ocorrência do fato gerador por si só não é óbice ao reconhecimento do direito à dedução. Não obstante, ela precisa ocorrer antes de iniciado qualquer procedimento de ofício em relação ao contribuinte, sob pena de ficar afastada a espontaneidade que justificaria o privilégio ao caráter indutor da norma. Fl. 449DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10293.720043/200703 Acórdão n.º 9202003.416 CSRFT2 Fl. 450 12 Em face de todo o exposto, encaminho meu voto no sentido de conhecer do recurso especial interposto pelo contribuinte para, no mérito, DAR LHE PROVIMENTO para restabelecer a exclusão da área de reserva legal. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 450DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, As sinado digitalmente em 05/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 13896.910132/2012-06
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 01 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3801-000.909
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Relatório Tratase de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório eletronicamente emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil no Recife, por meio do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 10 13 2/ 20 12 -0 6 Fl. 300DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910132/201206 Resolução nº 3801000.909 S3TE01 Fl. 12 2 qual foi não homologada a Declaração de Compensação DCOMP em que é indicado suposto crédito a título de pagamento indevido ou a maior da COFINS. Por bem descrever os fatos, transcrevo o Relatório da DRJ de Recife: 2. A não homologação da compensação se deu porque, embora localizado supradito pagamento, ele fora integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação. 3. No recurso, a defendente alega que tem por objeto a prestação de serviços técnicos no ramo de engenharia e que tem como principal tomadora de serviços o Grupo PETROBRÁS, estando submetida ao pagamento, dentre outros tributos, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, relativamente às quais as Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 estabeleceram sistemática não cumulativa de pagamento, que consiste “em deduzir, dos débitos apurados de cada contribuição, os respectivos créditos admitidos na legislação”. 4. Transcreve a recorrente o art. 3º, da Lei nº 10.833/2003, que prevê a possibilidade de desconto de créditos da COFINS, e apresenta decisões administrativas e judiciais que tratam do conceito de insumos para fins de desconto de créditos desta contribuição, após o que assevera que, “fundamentada na legislação tributária e no entendimento dado pelos Tribunais Pátrios, em decorrência de recolhimentos realizados a maior no exercício de liquidação de sua carga tributária inerente às Contribuições Sociais em comento, razão pela qual requereuse a presente compensação administrativa”. 5. Diz ter cumprido todas as etapas legais estabelecidas e que preencheu todos os requisitos e que, desta forma, não haveria que se negar a homologação das compensações e muito menos ainda aplicar multa. 6. Argúi que a alegação do Despacho Decisório recorrido de que inexistiria crédito indicaria, de forma clara, erro no cruzamento de informações dos sistemas que impediu a identificação do crédito, que fala ser líquido e certo. 7. Menciona que, para sanar quaisquer dúvidas, apresenta Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais – DACON e de Declaração de Débitos e Créditos – DCTF da DCOMP. 8. Ao final, diante das provas apresentadas, requereu o acolhimento da defesa e que seja julgada “improcedente a autuação e, em decorrência, cancelada a exigência”. 9. Dentre outros documentos, a contribuinte anexou aos presentes autos cópia de DACON retificadora e este. Analisando o caso, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife entendeu por bem julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade do contribuinte, ao Fl. 301DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910132/201206 Resolução nº 3801000.909 S3TE01 Fl. 13 3 argumento de que este não apresentou documentos que evidenciassem, de forma inequívoca, o direito ao pretendido indébito. Transcrevase a ementa da referida decisão: TRIBUTO. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. RESTITUIÇÃO. RECONHECIMENTO. REQUISITOS. O reconhecimento do direito à restituição/compensação de tributo recolhido de acordo com confissão de dívida constante de DCTF ativa quando da emissão do Despacho Decisório que não homologa a compensação exige a comprovação, pelo sujeito passivo, de erro na confissão e de que o pagamento realizado foi indevido ou a maior que o devido em face da legislação aplicável ou das circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. DIREITO CREDITÓRIO. PROVAS. MOMENTO PARA APRESENTAÇÃO. Ressalvadas as hipóteses das alíneas “a” a “c”, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72, as provas do direito creditório devem ser apresentadas por ocasião da interposição da Manifestação de Inconformidade, precluindo o direito de posterior juntada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Diante dessa decisão, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, alegando, em síntese, que não fora intimado para prestar qualquer esclarecimento ou apresentar documentação fiscal que atestassem a natureza e demonstrassem inequivocamente o seu crédito, tendo o seu pedido de compensação sido não homologado direto por meio de despacho eletrônico. Assim, juntou ao Recurso todos os documentos contábeis, fiscais, relatórios, planilhas demonstrativas, balancetes, que comprovam a natureza do crédito. Registrou também disponibilizar os documentos fiscais e contábeis, que poderão ser retirados a qualquer momento no arquivo central da empresa, em Barueri. Argumentou que o processo administrativo fiscal possui como princípio a verdade material e traz jurisprudência deste Conselho e do Poder Judiciário sobre a necessidade e importância de sua aplicação. É o relatório. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910132/201206 Resolução nº 3801000.909 S3TE01 Fl. 14 4 Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Analisando os autos, entendo que no julgamento da Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente, a Delegacia de Julgamento de Recife poderia, de ofício, independentemente de requerimento expresso, ter realizado diligências para aferir autenticidade e correção dos créditos declarados pela Recorrente. Esta é a orientação do artigo 18 do Decreto 70.235/72. Confirase: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) A ilação do citado dispositivo do Decreto que rege o processo administrativo é de que deve a Administração Pública se valer de todos os elementos possíveis para aferir a autenticidade das declarações dos contribuintes, o que, data venia, não foi feito no presente caso. Devese ressaltar, sobre o processo administrativo fiscal, que ele é delineado por diversos princípios, dentre os quais se destaca o da Verdade Material, cujo fundamento constitucional reside nos artigos 2º e 37 da Constituição Federal, no qual o julgador deve pautar suas decisões. Ou seja, o julgador deve perseguir a realidade dos fatos, para que não incorra em decisões injustas ou sem fundamento. Nesse sentido, são os ensinamentos do ilustre Professor James Marins: A exigência da verdade material corresponde à busca pela aproximação entre a realidade factual e sua representação formal; aproximação entre os eventos ocorridos na dinâmica econômica e o registro formal de sua existência; entre a materialidade do evento econômico (fato imponível) e sua formalidade através do lançamento tributário. A busca pela verdade material é princípio de observância indeclinável da Administração tributária no âmbito de suas atividades procedimentais e processuais. (grifouse). (MARINS, James. Direito Tributário brasileiro: (administrativo e judicial). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005. pág. 178 e 179.) No processo administrativo tributário, o julgador deve sempre buscar a verdade e, portanto, não pode basear sua decisão em apenas uma prova carreada nos autos. É permitido ao julgador administrativo, inclusive, ao contrário do que ocorre nos processos judiciais, não ficar restrito ao que foi alegado, trazido e provado pelas partes, devendo sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Isto porque, no processo administrativo não há a formação de uma lide propriamente dita, não há, em tese, um conflito de interesses. O objetivo é esclarecer a Fl. 303DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910132/201206 Resolução nº 3801000.909 S3TE01 Fl. 15 5 ocorrência dos fatos geradores de obrigação tributária, de modo a legitimar os atos da autoridade administrativa. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: IPI. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes, portanto, da decisão, fere o princípio da verdade material com ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Processo anulado. (13896.000730/00 99, Recurso Voluntário n°. 132.865, ACÓRDÃO 20312338, Relator Dalton Cesar Cordeiro de Miranda) PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. "No processo administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento". (Ac. 103 18789 3ª. Câmara 1º. C.C.). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371 RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. (10950.002540/200565, Recurso Voluntário n°. 136.880, Acórdão 30239947, Relatora Judith do Amaral Marcondes) IRPJ PREJUÍZO FISCAL IRRF RESTITUIÇÃO DE SALDO NEGATIVO ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DIPJ PREVALÊNCIA DA VERDADE MATERIAL Não procede o não reconhecimento de direito creditório relativo a IRRF que compõe saldo negativo de IRPJ, quando comprovado que a receita correspondente foi oferecida à tributação, ainda que em campo inadequado da declaração. Recurso provido. (Número do Recurso: 150652 Câmara: Quinta Câmara Número do Processo: 13877.000442/200269 – Recurso Voluntário: 28/02/2007) COMPENSAÇÃO ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO E/OU PEDIDO – Uma vez demonstrado o erro no preenchimento da declaração e/ou pedido, deve a verdade material prevalecer sobre a formal. Recurso Voluntário Provido. (Número do Recurso: 157222 Primeira Câmara Número do Fl. 304DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910132/201206 Resolução nº 3801000.909 S3TE01 Fl. 16 6 Processo:10768.100409/200368 – Recurso Voluntário: 27/06/2008 Acórdão 10196829). Assim, devem ser considerados, in casu, a DACON que foi retificada pelo Recorrente, que, a princípio, em uma análise superficial, demonstra créditos passíveis de compensação. Contudo, só através de diligência, que deverá ser realizada pela DRF de Recife, é que se poderá ter certeza de que os créditos utilizados são mesmo decorrentes de bens e serviços utilizados como insumos na sua prestação de serviços de engenharia e, em conseqüência, são passíveis de compensação, como pretendeu a Recorrente. Não se pode olvidar que consta anexada aos Autos, além da DACON retificada, balancete, documentação fiscal e contábil passível de verificação do direito creditório. Tal documentação, contudo, não foi considerada pela DRJ/Recife, sob a alegação de ter sido apresentada posteriormente ao indeferimento da compensação. Tendo em vista o acima exposto, voto por converter o julgamento em diligência à DRF de Recife para: 1. Apurar se, com base na documentação acostada aos autos, os valores dos créditos de bens e serviços utilizados como insumos na sua atividade declarado no DACON retificado estão corretos; 2. Caso se entenda que a documentação acostada aos autos não seja suficiente para a verificação dos créditos, intimar a empresa a apresentar documentos adicionais para esse fim específico, concedendolhe prazo para tal apresentação; 3. Intimar a empresa a se manifestar acerca da diligência realizada, se assim desejar, no prazo de trinta dias de sua ciência; 4. Retornar os presentes autos ao CARF para julgamento. Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 305DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 27/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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