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Numero do processo: 11808.000391/2008-59
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 08/09/2004, 28/10/2004, 10/01/2005, 14/02/2005
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PERDA DE OBJETO.
Não se conhece do recurso quando o crédito tributário remanescente na decisão recorrida já foi extinto pelo pagamento.
Numero da decisão: 3001-000.612
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
(assinado digitalmente)
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Renato Vieira de Avila, Marcos Roberto da Silva e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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PERDA DE OBJETO. Não se conhece do recurso quando o crédito tributário remanescente na decisão recorrida já foi extinto pelo pagamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator (assinado digitalmente) Participaram do presente julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Renato Vieira de Avila, Marcos Roberto da Silva e Francisco Martins Leite Cavalcante. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 80 8. 00 03 91 /2 00 8- 59 Fl. 288DF CARF MF 2 Relatório Auto de Infração Tratase de Auto de Infração lavrado em virtude de falta/insuficiência de recolhimento de PIS/PASEP Importação e COFINS Importação, referentes às Declarações de Importação: 04/08968910/001, 04/11023475/001, 05/00300750/001 e 05/01509121/001, no valor total de R$ 14.213,41, incluído principal e juros de mora calculados até 31.10.2008. A autoridade lançadora informou que o importador teve a exigibilidade do recolhimento das contribuições suspensa por força de Liminar concedida no Mandado de Segurança n° 2004.83.00.0211090. Acrescentou, em seguida, que afastada a suspensão da exigibilidade, seja por falta ou insuficiência de depósito, caducidade ou cassação desfavorável ao sujeito passivo, este deverá, conforme teor e extensão do julgado, recolher total ou parcialmente o crédito lançado, com os acréscimos legais cabíveis, sob pena de inscrição da divida ativa, compensados, se for o caso, eventuais depósitos judiciais efetuados e a serem convertidos em renda da União. Impugnação Em sede de impugnação, o contribuinte alegou, em suma: 1. A impossibilidade de lavratura dos lançamentos objeto de discussão em Mandado de Segurança, cujos valores encontramse depositados judicialmente; 2. Que sendo a base de cálculo o valor aduaneiro, no caso de bens, acrescido dos valores relativas ao II e ao ICMS e as próprias contribuições, é onerado o custo das importações, além do fato caracterizarse como flagrante ilegalidade e inconstitucionalidade, nas esferas formal e material; 3. A inconstitucionalidade da Emenda Constitucional n° 42; 4. Que é peremptório e inexorival a exigência de que a lei instituidora dos tributos assim qualificados aponte a sua destinação, sob pena de descaracterização de sua natureza jurídica. No entanto, a Lei 10.865, de 2004, silenciou acerca da destinação das verbas aferidas em decorrência das contribuições criadas, incidentes sobre a importação de bens e serviços; 5. Que ainda que se considere a falsa premissa de que os tributos pagos em decorrência da importação façam parte do conceito de valor aduaneiro dos bens importados, a Cofins Importação e o PIS Importação ainda se afigurariam como flagrantemente inconstitucionais, uma vez que a sua base de cálculo afronta o principio do não confisco; 6. Que de acordo com o artigo 151, inciso II, do Código Tributário Nacional (CTN), o depósito judicial dos valores questionados suspende a exigibilidade do crédito tributário; Fl. 289DF CARF MF Processo nº 11808.000391/200859 Acórdão n.º 3001000.612 S3C0T1 Fl. 289 3 DRJ/REC A impugnação foi julgada e recebeu a seguinte ementa: Acórdão n° 1135.238 5' Turma da DRJ/REC ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Data do fato gerador: 08/09/2004, 28/10/2004, 10/01/2005, 14/02/2005 AÇÃO JUDICIAL. LANÇAMENTO. A propositura de ação judicial não impede a formalização do lançamento pela autoridade administrativa, que pode e deve ser realizado, inclusive como meio de prevenir a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário, ficando o crédito constituído sujeito ao que vier a ser decidido, com trânsito em julgado, pela autoridade judicial. CONCOMITANCIA DE OBJETO COM AÇÃO JUDICIAL EM CURSO. A propositura de ação judicial com o mesmo objeto, implica em renúncia ao litígio administrativo e, em conseqüência, impede a apreciação das razões de mérito pela autoridade administrativa. Impugnação Improcedente Inicialmente, a DRJ destacou que a orientação judicial predominante no E. STJ é no sentido de que a Administração Tributária, não obstante a ordem concedida para suspender a exigibilidade do crédito tributário, poderá constituilo através do lançamento. Nesses casos, lançado o crédito, este não poderá ser exigido do devedor protegido por liminar. Somente após o trânsito em julgado de decisão favorável ao Fisco estaria devolvida a exigibilidade. No entanto, no presente caso, segundo apurado pela autoridade julgadora da 1ª instância administrativa, através de pesquisa, no site da Justiça Federal de PE (extrato juntado aos autos, is fls. 146 a 149) a interessada nem sequer se encontra mais amparada por liminar, tendo o TRF da 5ª Região decidido contra a pretensão da interessada, declarando não haver inconstitucionalidade formal na Lei 10.865/2004. Com isso, decidiu por afastar a preliminar de insubsistência dos Autos de Infração objeto do presente processo, em face de a existência de ação judicial não representar óbice constituição do crédito tributário. Acrescentou que as questões de mérito apresentadas, por cautela da impugnante, constituem objeto da ação judicial em curso, pendente de recurso especial e extraordinário, havendo concomitância de objeto com a ação judicial em curso. Por isso, deve a autoridade administrativa julgadora se abster de conhecer o mérito coincidente, seja porque o pleito judicial equivale a uma renúncia ou desistência da instância administrativa. Decidiu pela improcedência da questão preliminar arguida e pelo não conhecimento do mérito, em face da concomitância de objeto com processo judicial em curso. Fl. 290DF CARF MF 4 Recurso Voluntário Após relatar brevemente os eventos fáticos transcorridos, a recorrente, em suma, apresenta os seguintes argumentos, a fim da reforma integral do acórdão recorrido: Depósito Judicial Informa que antes mesmo da Autoridade Fiscal determinar a fiscalização de seu estabelecimento, a mesma impetrou Mandado de Segurança n° 2004.83.00.0211090, requerendo liminarmente a realização do depósito judicial das contribuições PIS – Importação e COFINS – Importação sobre as operações de importação que realizara, para então suspender sua exigibilidade. Apesar de ter sua liminar para suspensão de exigibilidade negada, o TRF da 5ª Região reconheceu a possibilidade do depósito judicial. Alega que ao contrário do que a 1ª instância administrativa concluiu, não há que se falar em decadência tendo em vista que o montante depositado judicialmente já está declarado e confessado, ou seja, foi constituído pelo próprio contribuinte no Mandado de Segurança. Acrescenta que é entendimento do STJ que o lançamento para evitar a decadência do crédito tributário somente deve ser efetuado quando a suspensão de exigibilidade se der em razão da concessão de medida liminar ou antecipação de tutela, o que não ocorreu no presente caso. Com isso, aduz ser entendimento desse eg. CARF no sentido de que “comprovado o depósito judicial, pela fonte pagadora, do tributo em questão, devem ser excluídos a multa e os juros de mora aplicados pelo auto de infração”. Suspensão da exigibilidade do Crédito Tributário A recorrente aduz que uma vez suspensa a exigibilidade do crédito tributário em razão do depósito judicial realizado, que considera equivaler ao lançamento tácito do crédito tributário, não há como ser mantida a imediata cobrança exigida no presente Auto de Infração, devendo por mais essa razão ser reformado o Acórdão recorrido. Solicitou que, caso não seja esse o entendimento desta instância administrativa, o “chamamento do feito à ordem”, de modo que reste consignado em nova intimação dirigida ao contribuinte que, em que pese a sua defesa não ser conhecida, o débito em testilha encontrase suspenso. Requerimentos Por fim, requereu pela reforma do acórdão recorrido com o consequente cancelamento do lançamento. Sucessivamente, a então suspensão da exigibilidade do crédito tributário, ou o chamamento do feito à ordem para que em que pese sua defesa não seja conhecida, o débito encontrase suspenso diante do art. 151, II do CPC. Despacho Fl. 291DF CARF MF Processo nº 11808.000391/200859 Acórdão n.º 3001000.612 S3C0T1 Fl. 290 5 Conforme Despacho de fls. 286, ficou certificado que o Mandando de Segurança n° 2004.83.00.0211090, aqui mencionado, transitou em julgado, com isso, os depósitos judiciais realizados pelo contribuinte naquele processo foram transformados em pagamentos definitivos, conforme consulta ao sistema SIEF nas fls. 192. Voto Conselheiro Renato Vieira de Avila, Relator Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão que julgou improcedente a impugnação apresentada em face do referido Auto de Infração. Admissibilidade do Recurso O contribuinte teve ciência do acórdão de impugnação em 14.10.2013, conforme Avisos de Recebimento AR, fls. 453, nos termos do inciso II do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto 70.235 de 06.03.1972 (PAF), iniciandose a contagem do prazo para apresentação de recurso no dia útil subsequente, conforme artigo 5º, também do PAF. Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Verificase, pois, que a recorrente apresentou o competente Recurso Voluntário em 11.11.2013, conforme comprova o comprovante de protocolo da DRF RCE, logo, o recurso apresentado é tempestivo ao prazo legal estabelecido no artigo 56 do PAF: Art. 56. Cabe recurso voluntário, com efeito suspensivo, de decisão de primeira instância, dentro de trinta dias contados da ciência. Ocorre que, embora tenha apresentado recurso tempestivamente, verificase que o contribuinte liquidou, integralmente, o crédito tributário, que remanesceu da decisão recorrida, conforme extrato de fls. 192. Nesse aspecto, devese observar o que estabelece a Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN): Art. 156 Extinguem o crédito tributário: VI a conversão de depósito em renda; (...) Fl. 292DF CARF MF 6 O contribuinte efetuou o pagamento do crédito tributário remanescente, tendo em vista que os depósitos judiciais realizados pelo mesmo, no Mandando de Segurança n° 2004.83.00.021109 0, foram transformados em pagamentos definitivos e, com efeito, nos termos dos artigos acima transcritos, ficou extinto o crédito tributário, com a consequente perda de objeto do presente processo administrativo tributário. Ante o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso por falta de objeto, uma vez que o crédito tributário se encontra extinto pelo pagamento. (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Fl. 293DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18019.720105/2015-30
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE.
Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
Numero da decisão: 2001-000.459
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente e Redator Designado.
(assinado digitalmente)
José Ricardo Moreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
Nome do relator: JOSE RICARDO MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2014 DESPESAS MÉDICAS. RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes - Presidente e Redator Designado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira.
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RECIBOS GLOSADOS SEM QUE TENHAM SIDO APONTADOS INDÍCIOS DE SUA INIDONEIDADE. Os recibos de despesas médicas não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, mas a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve ser acompanhada de indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, os recibos comprovam despesas médicas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira (Relator), que lhe negou provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Jorge Henrique Backes. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente e Redator Designado. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Henrique Backes (Presidente), Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e José Ricardo Moreira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 01 9. 72 01 05 /2 01 5- 30 Fl. 80DF CARF MF 2 Tratase de Notificação de Lançamento, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), por meio da qual se exige crédito tributário do exercício de 2014, anocalendário de 2013, em que foram glosadas deduções de despesas médicas no valor de R$ 42.659,20 e despesas com instrução (R$ 6.460,92). O contribuinte apresentou impugnação parcial (não questionou a glosa de despesas com instrução e, das despesas médicas, questiona apenas o valor de R$ 23.110,00), que foi julgada procedente em parte , mediante Acórdão da DRJ Rio de Janeiro de f. 56/63. A Decisão reduziu a glosa para R$ 21.110,00. Cientificado, a interessado apresentou recurso voluntário de f. 71/75. Em síntese, alega que atendeu ao que foi solicitado pela autoridade fiscal, apresentando os respectivos recibos relativos às despesas médicas. Aduz que os recibos, por si só, fazem prova dos pagamentos realizados a este título. Argumenta que não está obrigada a apresentar seus exames médicos e laboratoriais. Sustenta ainda que não é razoável exigir a apresentação de extratos ou outros meios de prova dos pagamentos, seja porque a pessoa física não é obrigada a ter escrita fiscal, seja porque a reunião destes documentos é difícil para o contribuinte. Pugna pela procedência do recurso e pelo cancelamento do crédito tributário. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro José Ricardo Moreira Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. A questão aqui posta para análise cingese à glosa de despesas médicas. A interessada, no recurso, insurgese contra estas glosas, pelas razões que enumera. Dispõe o art. o art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Consta da fundamentação do lançamento, bem como da decisão de primeira instância, que é necessária a apresentação de comprovação do efetivo pagamento para aceitação das despesas médicas. Desta forma, verificase que o recibo, ao contrário do que defende a recorrente, não faz prova absoluta da real ocorrência do pagamento. A autoridade fiscal, se Fl. 81DF CARF MF Processo nº 18019.720105/201530 Acórdão n.º 2001000.459 S2C0T1 Fl. 3 3 entender necessário, pode solicitar outros elementos de convicção da efetiva realização da despesa que se pretende deduzir. Não poderia ser de outra forma. Entender o contrário seria tolher a ação da fiscalização, que ficaria impossibilitada de exercer sua atividade investigativa, na busca de verificar a veracidade das declarações prestadas. Há que ser frisado que aqui não se trata de mera prerrogativa, mas de um dever da autoridade fiscal, haja vista tratarse de dedução da base de cálculo e, portanto, de redução do tributo. Com efeito, as solicitações de documentos devem atender à razoabilidade, devendo ser evitados os pedidos de provas impossíveis ou de difícil produção. Analisando a Notificação de Lançamento, verificamos que foram glosadas despesas médicas de valores significativos, que justifica a solicitação de informações adicionais. A Descrição dos Fatos e Enquadramento legal do Lançamento encontrase devidamente fundamentado, com todas as razões que levaram a efetivação da glosa. Não foram apresentadas provas do efetivo pagamento das despesas, não houve suficiente descrição do tratamento ou dos exames realizados. Aqui deve prevalecer o princípio do benefício da prova, já que o interesse em provar é do contribuinte, a quem a prova aproveita. Não há que se falar em quebra de sigilo ou de invasão à privacidade do cidadão. Não há quebra de sigilo perante o fisco, cuja atividade primordial é justamente investigar a veracidade dessas despesas que resultam em redução de tributo. Ademais, ao intimar o contribuinte para apresentar documentos adicionais que comprovam a efetividade das despesas (provas essas que beneficiam o contribuinte), a autoridade fiscal não está interessada na intimidade da pessoa, mas está cumprindo o dever legal de investigar a veracidade das declarações prestadas. Tratase de imposto lançado por homologação e o quantum devido pode ser alterado pela autoridade lançadora, no exercício de suas atribuições legais. Da mesma forma, não se mostra desarrazoado o pedido de apresentação de extratos bancários. Pode ocorrer de o contribuinte haver pago as despesas em cheques ou mediante saques da conta corrente, o que seria facilmente comprovado pela existência de saques de valores compatíveis em datas aproximadas das da efetivação das despesas. O contribuinte poderia requerer à instituição financeira os referidos extratos (em alguns casos, obtémse extratos pela internet, em poucos instantes), sendo que essa providência não lhe seria de difícil execução. Se tivesse atendido a este simples pedido, provavelmente não seriam glosadas parte ou a totalidade das despesas. O contribuinte, entretanto, por diversas vezes, mediante negativas genéricas, se opôs a trazer os elementos de prova que lhe seriam benéficos. Não apresentou à autoridade lançadora, não juntou à impugnação e não se aproveita da oportunidade agora trazida pelo recurso voluntário. Desta forma, reitero a motivação do voto exposto na decisão de primeira instância, que indeferiu a dedução das despesas glosadas. Fl. 82DF CARF MF 4 CONCLUSÃO: Diante de todo o exposto, voto por conhecer do recurso voluntário, e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) José Ricardo Moreira Voto Vencedor Discordo do Relator em relação às despesas médicas. Os recibos não tem valor absoluto para comprovação de despesas médicas, podendo ser solicitados outros elementos de prova, tanto do serviço como do pagamento. Mesmo que não sejam apresentados outros elementos de comprovação, a recusa a sua aceitação, pela autoridade fiscal, deve estar fundamentada. Como se trata do documento normal de comprovação, para que seja glosado devem ser apontados indícios consistentes que indiquem sua inidoneidade. Na ausência de indicações desabonadoras, na falta de fundamentação na recusa, os recibos comprovam despesas médicas. No caso, não foram solicitados outros elementos de prova de maneira objetiva, e o fundamento para lançar limitase a que recibos não comprovam pagamento de despesas médicas. O lançamento pode até ocorrer sem pedido de esclarecimentos ou de prévia intimação ao contribuinte, como consta inclusive em súmula do CARF: Súmula CARF nº 46: O lançamento de ofício pode ser realizado sem prévia intimação ao sujeito passivo, nos casos em que o Fisco dispuser de elementos suficientes à constituição do crédito tributário. No entanto, a recusa a documentos usuais não pode prescindir de justificativa, inclusive porque deduções elevadas podem estar completamente dentro da lei e do direito do contribuinte. Não deixo de fazer aqui uma fundamentação do entendimento expresso acima, pois a falta de fundamentação é a matéria em discussão. Muitas vezes a autoridade fiscal baseia a recusa a deduções no art.73 do Decreto nº 3.000, de 1999, que assim dispôs: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (Decreto Lei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). Tal artigo indica que determinados documentos não fazem prova absoluta, podendo ser solicitados elementos adicionais de comprovação. No entanto, isso não significa que o juízo, o fundamento da autoridade, dos fatos e do direito, não necessite ser apresentado. E tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como se pode ver no art 2º Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira Fl. 83DF CARF MF Processo nº 18019.720105/201530 Acórdão n.º 2001000.459 S2C0T1 Fl. 4 5 mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. A rigidez dos termos do art. 73 e § 1º está mais para o período em que foi concebido do que para os dias atuais. Além disso, mesmo na vigência do referido DecretoLei a austeridade do instrumento não era plena, visto que o art. 79, § 1º, do mesmo diploma legal lhe impunha limitações, no seguinte dizer: “Art. 79. Farseá o lançamento exofficio: § 1º Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores, com elemento seguro de prova, ou indício veemente de sua falsidade ou inexatidão.”. Assim, na ausência de fundamentação plausível para a recusa de documentos usuais de comprovação é indevida a glosa de despesas médicas. Diante do exposto, voto por dar provimento integral ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Redator Designado. Fl. 84DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13617.720234/2017-27
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2014
ISENÇAO POR MOLÉSTIA GRAVE.
Documentos apresentados pelo recorrente não coadunam com a data do ano-calendário, não faz jus a isenção requerida.
Numero da decisão: 2002-000.577
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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Documentos apresentados pelo recorrente não coadunam com a data do ano calendário, não faz jus a isenção requerida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 61 7. 72 02 34 /2 01 7- 27 Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13617.720234/201727 Acórdão n.º 2002000.577 S2C0T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 45) contra decisão de primeira instância (fls. 25/30), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: Contra o contribuinte qualificado nos autos foi emitida a notificação de lançamento, referente ao imposto de renda de pessoa física, exercício 2015, anocalendário 2014. O crédito tributário apurado está assim constituído: Imposto Suplementar 1.518,40 Multa de Ofício (passível de redução) 1.137,30 Juros de Mora (cálculo até 07/2017) 432,62 Imposto de Renda Pessoa Física 133,37 Multa de Mora (não passível de redução) 26,67 Juros de Mora (calculados até 07/2017) 38,05 Total do Crédito Tributário 3.228,41 A notificação de lançamento teve origem na constatação das seguintes infrações, conforme demonstrativos de descrição dos fatos e enquadramento legal. Rendimentos Indevidamente Considerados como Isentos por Moléstia Grave. Da análise dos documentos apresentados pela contribuinte e informações constantes dos Sistemas da Receita Federal, a fiscalização constatou omissão de rendimentos no valor de R$196.673,10, da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, com IRRF 38.154,25. “Consta na descrição da infração, que o contribuinte é Militar reformado desde 2008 e que apresentou dois Laudos Médicos. Destacase que por força legal apenas Laudos emitidos por órgão oficial da União, Estados ou Municípios são válidos para efeito de isenção. Desse modo, esta fiscalização considera como inicio da fruição de benefício a data constante do Laudo Oficial da PMMG, ou seja, desde 2015”. Compensação Indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte sobre rendimentos declarados como Isentos por Moléstia Grave, no valor de R$ 41.655,04 (R$ 38.154,25 + R$ 3.500,79), sendo este último referente ao 13º salário. Na impugnação apresentada, o contribuinte, faz em síntese as seguintes alegações. Que o valor do imposto já foi pago em quotas na data certa, conforme declaração original. Entende que o valor foi gerado pela apuração da declaração retificadora, devendose assim conferir as duas declarações; Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13617.720234/201727 Acórdão n.º 2002000.577 S2C0T2 Fl. 4 3 Que é portador de Moléstia Grave atestada desde fevereiro de 2008; Que não houve assinatura do médico oficial da PM, pois não dispõe dos exames feitos em 2008 e estes são exigidos; Que o profissional, Dr. Eduardo Almeida Orlando, CRM/MG 22.895, atesta o inicio da moléstia em 02/2008 e agravamento da mesma em maio do corrente ano através de exames recentes; Que o Laudo Oficial atesta a doença a partir de 2015 com a apresentação dos mesmos exames e se refere à doença como de longa data com agravamento. Ao final, requer a improcedência do lançamento. O resumo da decisão revisanda está condensada na seguinte ementa do julgamento: PROVENTOS DE APOSENTADORIA, REFORMA OU PENSÃO MOLÉSTIA GRAVE. São isentos do imposto de renda os proventos de aposentadoria, reforma ou pensão percebidos pelos portadores das moléstias enumeradas no inciso XIV do artigo 6º da Lei 7.713/1988 e alterações. Tal isenção está condicionada a comprovação da doença mediante laudo pericial emitido de modo conclusivo por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e se aplica aos rendimentos recebidos a partir do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia ou da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo ou parecer, quando a moléstia for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando as alegações da impugnação e, juntando documentos. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. O contribuinte foi cientificado em 29/11/2017 (fl. 41); Recurso Voluntário protocolado em 11/12/2017 (fl. 45), assinado por procurador legalmente constituído (fls. 12 e 53). Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13617.720234/201727 Acórdão n.º 2002000.577 S2C0T2 Fl. 5 4 Responde o autuado nestes autos, pela seguinte infração: a) Rendimentos Indevidamente Considerados como Isentos por Moléstia Grave – Não Comprovação da Moléstia ou sua Condição de Aposentado, Pensionista ou Reformado. Diz o AFR, “que o contribuinte é Militar Reformado desde 2008 e apresenta dois laudos médicos. Destacase que por força legal apenas laudos emitidos por órgão oficial da União, Estados ou Municípios são válidos para efeitos de isenção. Desse modo, esta fiscalização considera como início de fruição do benefício a data constante do Laudo Oficial da PMMG, ou seja 2015”. A r. decisão primeira, confirma o que foi dito pelo Sr. ARF e julga pela improcedência da impugnação. Irresignado o recorrente maneja recurso próprio, alegando que o imposto já foi pago e que “o que pode ser feito, é que a receita Federal do Brasil, através dos senhores me oriente como refazer esta retificadora com os lançamentos dos valores da declaração original já pagos”. Pois bem, não assiste razão ao recorrente, até porque o mesmo não ataca o mérito da r. decisão. Quanto ao pedido de orientação que o recorrente faz, este CARF não tem competência para fazêlo. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, e no mérito negase provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 63DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.720254/2006-76
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Oct 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002, 2003
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA.
Para fins de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. (Súmula CARF nº 103).
Numero da decisão: 9202-007.266
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
Assinado digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente.
Assinado digitalmente
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado JOSÉ DE VASCONCELOS E SILVA NETO ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2003 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO DE OFÍCIO. LIMITE DE ALÇADA. Para fins de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. (Súmula CARF nº 103). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 02 54 /2 00 6- 76 Fl. 250DF CARF MF 2 Cuidase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 220201.122, proferido na sessão de 12 de abril de 2011, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002, 2003 RECURSO DE OFÍCIO As autoridades de julgamento de Primeira Instância recorrerão de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais), conforme Portaria MF n.º 03, de 03 de janeiro de 2008, que se aplica aos casos pendentes de julgamento. Recurso de ofício não conhecido. A decisão foi assim registrada: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do Recurso de Ofício, por perda do objeto, nos termos do voto do Relator. O recurso visa rediscutir a seguinte matéria: limite de alçada para interposição de recurso de ofício. Em exame preliminar de admissibilidade, o Presidente da Segunda Câmara, da Segunda Seção de Julgamento deu seguimento ao apelo da Fazenda Nacional. Em suas razões recursais a Fazenda Nacional aduz, em síntese, que é cediço que as normas processuais têm aplicação imediata, nos termos do art. 1.211, do CPC; que, entretanto, tal postulado não pode violar preceito de ordem constitucional, previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição de 1988; que o sistema brasileiro consagrou o Princípio do Isolamento, segundo o qual a lei nova só terá eficácia quanto aos atos processuais futuros, respeitada a eficácia dos atos já praticados na vigência da lei velha; que à época em que foi proferida a decisão de primeira instância, recorrida de ofício, vigia a Portaria MF nº 375/2001, que determinava a interposição de Recurso de Ofício o valor superior a R$ 500.000,00; que, portanto, no momento da interposição do recurso de ofício vigia a legislação antiga, não podendo agora, com o surgimento da nova disposição contida na Portaria MF nº 03, de 03/01/2011, impedirse o processamento do ato processual, pois isso configuraria nítida violação ao direito adquirido. Cientificado do Acórdão recorrido, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do Despacho que lhe deu seguimento em 14/09/2013 (AR, efls. 247), o Contribuinte não apresentou Contrarrazões. É o relatório. Fl. 251DF CARF MF Processo nº 10283.720254/200676 Acórdão n.º 9202007.266 CSRFT2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Dele conheço. Registro, por oportuno, que o recurso foi interposto em julho de 2011 quando estava em vigor o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, que no seu art. 67, § 2º prescrevia o seguinte: § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância.(destaquei) E, embora a matéria tenha sido disciplinada pela Súmula CARF nº 103, esta não foi aplicada pelo Recorrido, até porque sua aprovação se deu apenas O acórdão recorrido não aplicou a súmula, até porque esta é posterior àquele. Não incide, portanto, a regra do precitado § 2], do art. 67, do RICARF. Quanto ao mérito, como visto, o cerne da questão a ser apreciada diz respeito à definição do limite de alçada para o recurso de ofício, tendo em vista a alteração legislativa promovida pela Portaria MF nº 03, de 03/01/2008, que elevou esse limite de R$ 500.000,00 para R$ 1.000.000,00. Mais especificamente, discutese se o limite de alçada deve ser aquele vigente à época da interposição do recurso (30/07/2007) ou o vigente à data do seu julgamento (12/04/2011). A questão já foi pacificada no âmbito deste Conselho em entendimento consolidado na Súmula CARF nº 103, que tem o seguinte enunciado: Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Aplicase, portanto, na espécie, o limite de alçada de R$ 1.000.000,00, vigente à data da apreciação do recurso de oficio pela segunda instância. Foi o que se decidiu no recurso voluntário. Ante o exposto, conheço do recurso e, no mérito, negolhe provimento. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Fl. 252DF CARF MF 4 Fl. 253DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.653317/2016-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013
NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. CRÉDITOS. CONCEITO.
O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de determinado item - bem ou serviço - para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte (STJ, do Recurso Especial nº 1.221.170/PR).
NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. AGROINDÚSTRIA. PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR E DE ÁLCOOL.
A fase agrícola do processo produtivo de cana-de-açúcar que produz o açúcar e álcool (etanol) também pode ser levada em consideração para fins de apuração de créditos para a Contribuição em destaque. Precedentes deste CARF.
CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR. EMPRESA VENDEDORA QUE NÃO EXERCE ATIVIDADE AGROPECUÁRIA. IMPOSSIBILIDADE.
O art. 8º da lei nº 10.925/04 prevê que a aquisição de mercadorias de origem vegetal destinados à alimentação humana dá direito a crédito presumido ao adquirente. O fato da empresa vendedora não desenvolver uma atividade agropecuária impede o respectivo creditamento.
SERVIÇO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS. PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR E ÁLCOOL.
O tratamento de resíduos é necessário para evitar danos ambientais decorrentes da colheita e da etapa industrial de produção de cana-de-açúcar e álcool.
NÃO CUMULATIVIDADE. MATERIAIS DE EMBALAGEM OU DE TRANSPORTE QUE NÃO SÃO ATIVÁVEIS. DIREITO AO CREDITAMENTO.
É considerado como insumo, para fins de creditamento das contribuições sociais, o material de embalagem ou de transporte desde que não sejam bens ativáveis, uma vez que a proteção ou acondicionamento do produto final para transporte também é um gasto essencial e pertinente ao processo produtivo, já que garante que o produto final chegará ao seu destino com as características almejadas pelo comprador.
NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. CAPATAZIA.
Os serviços de capatazia e estivas geram créditos de PIS, no regime não-cumulativo, como serviços de logística, respeitados os demais requisitos da Lei.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013
PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.
Deve ser indeferido o pedido de perícia/diligência, quando tal providência se revela prescindível para instrução e julgamento do processo.
Numero da decisão: 3201-004.215
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade. A conselheira Tatiana Josefovicz Belisario acompanhou o relator, no ponto, pelas conclusões e ficou de apresentar declaração de voto. E, no mérito, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, nos termos seguintes: I - Por unanimidade de votos: a) reverter todas as glosas de créditos decorrentes dos gastos sobre os seguintes itens: (1) embalagens de transporte ("big-bag"); (2) serviços de mecanização agrícola (preparação do solo, plantio, cultivo, adubação, pulverização de inseticidas e colheita mecanizada da cana de açúcar); (3) materiais diversos aplicados na lavoura de cana; (4) serviços de transporte da cana colhida nas lavouras do contribuinte até a usina de açúcar e álcool; (5) itens diversos não identificados na EFD - Contribuições como insumos (rolamentos, arruelas, parafusos, válvulas, correntes, pinos, acoplamentos, buchas, mancais, chapas, perfis, cantoneiras, tubos e barras de aço); (6) Desconto de créditos sobre serviços, peças de manutenção, pneus, óleo diesel, graxas e lubrificantes para tratores, colhedoras de cana, ônibus e caminhões; (7) encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais e contêineres utilizados em transporte de açúcar; (8) gastos com o tratamento de água, de resíduos e análises laboratoriais; b) manter a decisão da DRJ quanto à não consideração do saldo de crédito de períodos anteriores para o cálculo dos valores lançados no auto de infração de que trata este processo, e, finalmente, II - Por maioria de votos, reverter todas as glosas de créditos sobre os serviços de estufagem de containeres, transbordos e elevação portuária. Vencidos os conselheiros Charles Mayer de Castro Souza (relator) e Leonardo Correia Lima Macedo que, no ponto, negavam provimento ao Recurso Voluntário. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Giovani Vieira.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
(assinado digitalmente)
Marcelo Giovani Vieira - Redator Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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INSUMO Recorrente RAIZEN ENERGIA S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013 NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. CRÉDITOS. CONCEITO. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte (STJ, do Recurso Especial nº 1.221.170/PR). NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMOS. AGROINDÚSTRIA. PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR E DE ÁLCOOL. A fase agrícola do processo produtivo de canadeaçúcar que produz o açúcar e álcool (etanol) também pode ser levada em consideração para fins de apuração de créditos para a Contribuição em destaque. Precedentes deste CARF. CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÃO DE CANADEAÇÚCAR. EMPRESA VENDEDORA QUE NÃO EXERCE ATIVIDADE AGROPECUÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O art. 8º da lei nº 10.925/04 prevê que a aquisição de mercadorias de origem vegetal destinados à alimentação humana dá direito a crédito presumido ao adquirente. O fato da empresa vendedora não desenvolver uma atividade agropecuária impede o respectivo creditamento. SERVIÇO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS. PRODUÇÃO DE CANA DEAÇÚCAR E ÁLCOOL. O tratamento de resíduos é necessário para evitar danos ambientais decorrentes da colheita e da etapa industrial de produção de canadeaçúcar e álcool. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 65 33 17 /2 01 6- 12 Fl. 609DF CARF MF 2 NÃO CUMULATIVIDADE. MATERIAIS DE EMBALAGEM OU DE TRANSPORTE QUE NÃO SÃO ATIVÁVEIS. DIREITO AO CREDITAMENTO. É considerado como insumo, para fins de creditamento das contribuições sociais, o material de embalagem ou de transporte desde que não sejam bens ativáveis, uma vez que a proteção ou acondicionamento do produto final para transporte também é um gasto essencial e pertinente ao processo produtivo, já que garante que o produto final chegará ao seu destino com as características almejadas pelo comprador. NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. CAPATAZIA. Os serviços de capatazia e estivas geram créditos de PIS, no regime não cumulativo, como serviços de logística, respeitados os demais requisitos da Lei. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA. Deve ser indeferido o pedido de perícia/diligência, quando tal providência se revela prescindível para instrução e julgamento do processo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade. A conselheira Tatiana Josefovicz Belisario acompanhou o relator, no ponto, pelas conclusões e ficou de apresentar declaração de voto. E, no mérito, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, nos termos seguintes: I Por unanimidade de votos: a) reverter todas as glosas de créditos decorrentes dos gastos sobre os seguintes itens: (1) embalagens de transporte ("bigbag"); (2) serviços de mecanização agrícola (preparação do solo, plantio, cultivo, adubação, pulverização de inseticidas e colheita mecanizada da cana de açúcar); (3) materiais diversos aplicados na lavoura de cana; (4) serviços de transporte da cana colhida nas lavouras do contribuinte até a usina de açúcar e álcool; (5) itens diversos não identificados na EFD Contribuições como insumos (rolamentos, arruelas, parafusos, válvulas, correntes, pinos, acoplamentos, buchas, mancais, chapas, perfis, cantoneiras, tubos e barras de aço); (6) Desconto de créditos sobre serviços, peças de manutenção, pneus, óleo diesel, graxas e lubrificantes para tratores, colhedoras de cana, ônibus e caminhões; (7) encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais e contêineres utilizados em transporte de açúcar; (8) gastos com o tratamento de água, de resíduos e análises laboratoriais; b) manter a decisão da DRJ quanto à não consideração do saldo de crédito de períodos anteriores para o cálculo dos valores lançados no auto de infração de que trata este processo, e, finalmente, II Por maioria de votos, reverter todas as glosas de créditos sobre os serviços de estufagem de containeres, transbordos e elevação portuária. Vencidos os conselheiros Charles Mayer de Castro Souza (relator) e Leonardo Correia Lima Macedo que, no ponto, negavam provimento ao Recurso Voluntário. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Giovani Vieira. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. (assinado digitalmente) Fl. 610DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 3 3 Marcelo Giovani Vieira Redator Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório A interessada apresentou pedido eletrônico de ressarcimento de créditos oriundos do PIS, apurado no 1º trimestre de 2013. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, passamos a transcrever o Relatório da decisão de primeira instância administrativa: Trata o presente Processo Administrativo Fiscal da análise do crédito demonstrado no PER/DCOMP com Demonstrativo de Crédito nº 23855.06559.140114.1.1.109160 referente a PIS/PASEP Não Cumulativo Mercado Interno, 1º Trimestre de 2013, transmitido em 14/01/2014. Cabe observar que tal PER/DCOMP com Demonstrativo de Crédito possui Declarações de Compensação (DCOMP) a ele vinculadas. Anteriormente a essa ação em curso, foi realizada neste interessado a ação fiscal comandada pelo Termo de Distribuição de Procedimento Fiscal TDPF n° 0816500.2015.01044, concluída em 04/11/2016 pelo Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil Carlos Alberto de Toledo da DRF/Jundiaí, com emissão de Autos de Infração lançando contribuições devidas de PIS e COFINS não cumulativos, gerando o Processo Administrativo Fiscal nº 19311.720238/201645, impugnado pelo interessado e já julgado por esta 16ª Turma de Julgamento na qual foi proferido o Acórdão nº 1293.315 em 30 de outubro de 2017 por esta Turma de Julgamento. Naquele processo, em procedimento de fiscalização, a DRF/Jundiaí não aceitou, na apuração da empresa, a tomada de crédito sobre diversos gastos que entende não serem passíveis de creditamento. O entendimento da DRF/Jundiaí resultou em glosas nos créditos, que resultaram menores que os calculados e informados pela empresa em seus DACON e EFD Contribuições. Então, ainda naquele procedimento de fiscalização executado pela DRF/Jundiaí, os créditos reapurados de ofício após as glosas sofridas foram rateados conforme as suas formas passíveis de utilização. As parcelas desses créditos passíveis de serem utilizados somente para deduções das contribuições, ou seja, os “Créditos Vinculados à Receita Tributada no Mercado Interno” e os “Créditos Presumidos da Agroindústria” foram utilizados para a dedução do valor das Contribuições Apuradas pelo interessado, resultando, para maioria dos meses, em Fl. 611DF CARF MF 4 Contribuições a Pagar lançadas em Autos de Infração de PIS e COFINS com multa e juros. Já as parcelas desses mesmos créditos, reapurados de ofício pela DRF/Jundiaí, que são passíveis de ressarcimento/compensação, ou seja, os “Créditos Vinculados à Receita de Exportação” e os “Créditos Vinculados à Receita Não Tributada no Mercado Interno”, tiveram apenas os seus valores indicados para serem utilizados em procedimentos específicos de análise de PER/DCOMP por parte da DRF/Bauru. Está informado no item 10.1 do Termo de Verificação Fiscal dos Autos de Infração da DRF/Jundiaí, sob o TDPF n° 0816500.2015.01044 : "10.1 Os Pedidos de Ressarcimento do PIS e da Cofins e as Declarações de Compensação (PER/Dcomp) apresentados pelo contribuinte, relativos aos períodos fiscalizados, serão analisados em procedimento específico, a ser realizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Bauru SP. " Neste presente processo é tratado o procedimento específico de análise do pedido de ressarcimento/compensação de créditos de PIS/PASEP vinculados à Receita Não Tributada no Mercado Interno do 2º Trimestre de 2013. No procedimento deste presente processo, e nos demais procedimentos conexos, a DRF/Bauru subtraiu do pedido de ressarcimento/compensação do interessado, os valores de glosa determinados pela DRF/Jundiaí. Os valores de glosa determinados pela DRF/Jundiaí são os valores das “Glosas de Créditos Vinculados à Receita Não Tributada no Mercado Interno”, detalhadas mensalmente em linhas da planilha denominada “Demonstrativo Anexo ao Termo de Verifical Fiscal” às fls 906 a 925 do processo administrativo fiscal nº 19311.720238/201645, originado a partir da sua já citada ação fiscal comandada pelo TDPF n° 0816500.2015.01044. Assim, para esse período e tipo de crédito, do Valor de Crédito Pedido pelo interessado de R$ 894.706,30, a DRF/Bauru subtraiu o valor de glosa determinado pela DRF/Jundiaí no valor de R$ 587.456,11 e chegou ao Valor de Crédito Cofirmado no valor de R$ 307.250,19. O interessado se insurge através de Manifestação de Inconformidade, tempestiva, na qual pede o julgamento em conjunto desta Manifestação de Inconformidade com outras defesas apresentadas em Processos Administrativos conexos, oriundos do mesmo “TDPF” nº 0816500.2015.01044, manejado pela Fiscalização da DRF/Jundiaí, eis que conexos, uma vez que possuem idênticos: (i) quadro fático e discussão de direito (similitude de objetos creditórios / conceito de insumos para crédito de “PIS” e “COFINS” / depreciação de ativo imobilizado), e (ii) pedido e causa de pedir, apenas diferenciandose com relação aos trimestres dos anoscalendário de 2012 e 2013 e alternando as referidas Contribuições Sociais. Fl. 612DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 4 5 (omissis) Dessa forma, com base nos artigos 55, parágrafos 1º e 3º, 56 e 58, do Código de Processo Civil, e supedâneo no artigo 15, do mesmo Código e com o objetivo de evitar decisões conflitantes, bem como facilitar o trâmite processual e organização do julgamento desta “DRJ”, requer o processamento e julgamento da presente Manifestação de Inconformidade com as defesas dos demais Processos Administrativos acima indicados. O interessado, em sua Manifestação de Inconformidade, também apresenta síntese dos fatos. Reafirma que o presente processo que trata da negativa de reconhecimento integral do direito creditório que pleiteia decorre do resultado da já citada ação fiscal realizada pela DRF/Jundiaí. E que o próprio Termo de Verificação Fiscal – “TVF” do Despacho Decisório deste período, emitido pela DRF/Bauru, adota os termos e os montantes deferidos e indeferidos indicados no Termo de Verificação Fiscal da já citada ação fiscal realizada pela DRF/Jundiaí. Entretanto, o interessado, em sua Manifestação de Inconformidade, também alega que haveria diversas diferenças técnicas entre o procedimento de lançamento e constituição do crédito tributário por meio de Auto de Infração, como executado pela DRF/Jundiaí, e os procedimentos de cobrança de valores devidos decorrente das não homologações de Pedidos de Ressarcimento/Compensação, executados pela DRF/Bauru. E, mais adiante, em sua Manifestação de Inconformidade, o interessado repete as alegações de preliminar e de mérito que trouxe aos autos da já citada ação fiscal realizada pela DRF/Jundiaí, sob o processo administrativo fiscal nº 19311.720238/201645 e requer a homologação integral do direito creditório originalmente pleiteado. A 16ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/RJO n.º 1293.789, de 22/11//2017 (fls. 412 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2013 a 31/03/2013 JULGAMENTO EM CONJUNTO Devem ser julgados em conjunto processos conexos que possuem idênticos quadro fático e discussão de direito, e pedido e causa de pedir. APURAÇÃO DE CRÉDITO NÃO CUMULATIVO. GLOSAS. MATÉRIA JÁ APRECIADA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO DIVERSO. Fl. 613DF CARF MF 6 Incabível nova apreciação de matéria já analisada em processo administrativo diverso, relativo aos mesmos fatos, ao mesmo período de apuração e ao mesmo tributo. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 427 e ss., por meio do qual repete, basicamente, os mesmos argumentos já delineados em sua manifestação de inconformidade. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou vários pedidos de ressarcimento e, após analisálos, a unidade de origem promoveu lançamento do PIS/Cofins devidos nos períodos de apuração de 01/2012 a 12/2013 (processo administrativo nº 19311.720238/201645, ora também examinado), em face da escrituração de créditos indevidamente descontados na apuração. Deferido em parte o crédito e interposta manifestação de inconformidade, a DRJ julgoua parcialmente procedente, daí a interposição do recurso voluntário. Em síntese, a Recorrente, grosso modo, repete, no recurso voluntário, os mesmos argumentos já declinados na sua primeira peça de defesa. E pede o julgamento conjunto do presente processo com outros de seu interesse em que se debatem as mesmas matérias. É o que se fará nesta assentada. Preliminarmente, a Recorrente sustenta a nulidade do Despacho Decisório, ao argumento de carência de motivação e de que não haveria a necessária individualização das glosas de créditos. Não é o que se vê dos autos. No próprio Despacho Decisório, consta a orientação de que maiores informações sobre a análise dos créditos poderiam ser obtidas no sítio eletrônico da RFB: Para informações complementares da análise de crédito, detalhamento da compensação efetuada e identificação dos PER/DCOMP objeto da análise, verificação de valores devedores e emissão de DARF, consultar o endereço www.receita.fazenda.gov.br, menu "Onde Encontro", opção "PERDCOMP", item "PER/DCOMPDespacho Decisório". Base Legal: Lei nº 10.637, de 2002, Lei nº 10.865, de 2004, art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, e o art. 16 da Lei nº 11.116, de 2005. Art. 74 da Lei 9.430, de 1996. Art. 43 da IN RFB nº 1.300, de 2012. Fl. 614DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 5 7 Não fosse o bastante, como a própria Recorrente já indica, no bojo da mesma ação fiscal foram analisados vários outros processos de mesma natureza e efetuado um lançamento de PIS/Cofins integrado por Termo de Verificação Fiscal onde a mesma análise também foi depurada. Cabe ressaltar, ademais, que a eventual correção do Despacho Decisório (e também do lançamento) pelos órgãos que compõem o Contencioso Administrativa, mediante a reversão de créditos glosados pela fiscalização, não macula a decisão (ou mesmo o lançamento), senão que o conforma à legislação aplicável, considerada a jurisprudência administrativa e judicial. Rejeitada a preliminar de nulidade, passamos a reproduzir, pelos motivos já declinados, o nosso voto proferido no processo administrativo nº 19311.720238/201645, adotandoo, também aqui, como razão de decidir: Rejeitada a preliminar de nulidade, vemos que o litígio versa sobre o conceito de insumos para o efeito da apuração do PIS/Cofins não cumulativo, definição que, no entender do Superior Tribunal de Justiça STJ, em decisão proferida na sistemática dos recursos repetitivos (portanto, de observância aqui obrigatória, conforme art. 62 do RICARF/2015), deve atender aos critérios da essencialidade e da relevância, considerandose a imprescindibilidade ou a importância do bem ou serviço na atividade econômica realizada pelo contribuinte (Recurso Especial nº 1.221.170/PR): TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃOCUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para Fl. 615DF CARF MF 8 determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos realtivos a custo e despesas com: água, combustíveis e lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individual EPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. No caso específico, a fiscalização aplicou o conceito mais restritivo ao conceito de insumos – aquele que se extrai dos atos normativos expedidos pela RFB. E aí glosou os seguintes créditos (consoante Termo de Verificação Fiscal): a) Desconto de créditos sobre embalagens de transporte (“big bag”); b) Desconto de créditos sobre serviços de mecanização agrícola (preparação do solo, plantio, cultivo, adubação, pulverização de inseticidas e colheita mecanizada da cana de açúcar); c) Desconto de créditos sobre materiais diversos aplicados na lavoura de cana; d) Desconto de créditos sobre serviços de transporte da cana colhida nas lavouras do contribuinte até a usina de açúcar e álcool; e) Desconto de créditos sobre serviços de estufagem de containeres, transbordos e elevação portuária, cabendo neste caso ser ressaltado que a legislação prevê o creditamento das contribuições apenas somente sobre os dispêndios com armazenagem e fretes sobre vendas; f) Desconto de créditos sobre itens diversos não identificados na EFD – Contribuições como insumos (rolamentos, arruelas, parafusos, válvulas, correntes, pinos, acoplamentos, buchas, mancais, chapas, perfis, cantoneiras, tubos e barras de aço); g) Desconto de créditos sobre serviços, peças de manutenção, pneus, óleo diesel, graxas e lubrificantes para tratores, colhedoras de cana, ônibus e caminhões; h) Desconto de crédito sobre encargos de depreciação calculados sobre o custo corrigido de máquinas, equipamentos, instalações, benfeitorias e edifícios, conforme registros contábeis nas contas 1030202002 – Máquinas e Equipamentos – Depreciação Acumulada, 1030214002 – Instalações – Depreciação Acumulada, 1030206002 – Benfeitorias – Fl. 616DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 6 9 Depreciação Acumulada, 1030205002 – Edifícios – Depreciação Acumulada, e 3040699007 – Depreciações – Custo Corrigido, o que contraria a vedação expressa contida no artigo 2º, § 1º da IN SRF nº 457, de 2004; i) Desconto de crédito sobre encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais, aeronaves e containeres utilizados em transporte de açúcar (tipo bigbag); j) Desconto de crédito presumido sobre aquisição de cana de açúcar de pessoa jurídica não agroindústria; k) Desconto de crédito presumido sobre o PIS e a Cofins apurados sobre a Receita de Vendas de Açucar não destinado à alimentação humana, mas sim à fabricação de bebidas e refrigerantes; l) Desconto de crédito presumido sobre valor superior ao PIS e à Cofins apurados sobre a Receita de Vendas de Açucar. Consideradas as razões que fundamentaram a impugnação, a DRJ baixou os autos em diligência, a fim de dirimir algumas dúvidas. Foram elas: I. Quanto ao item “H” – “NULIDADE PARCIAL– INEXISTÊNCIA DE REAVALIAÇÃO DOS ATIVOS” (fls. 981 a 988), considerando as alegações e documentos trazidos pela IMPUGNANTE, apresentar planilhas ou memórias de cálculo acompanhados de documentos que demonstrem que a IMPUGNANTE tenha reavaliado seus ativos e que tenha tomado crédito em relação a tais valores. Apresentar também a relação desses lançamentos com totalização, mês a mês, de modo a ficar apurado o cálculo da glosa em relação a esse item “H”. II. Quanto ao item “I” – “DAS GLOSAS SOBRE ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO” (fls. 1041 a 1047), considerando as alegações e documentos trazidos pela IMPUGNANTE, apresentar planilhas ou memórias de cálculo, acompanhados de documentos que demonstrem que a IMPUGNANTE tenha se creditado sobre encargos de depreciação do ativo imobilizado sobre os bens citados no referido item “I”, em desacordo com a legislação de regência. Também apresentar a totalização dos valores desses lançamentos, mês a mês, de modo a ficar apurado o cálculo da glosa em relação a esse item “I”. III. Por fim, dar ciência do resultado da diligência acima solicitada ao interessado, para que esse, se assim desejar, se manifeste sobre esta documentação no prazo de trinta dias, retornando, então, os autos a esta DRJ/RJO para julgamento. E no Relatório de Diligência Fiscal, a autoridade que a realizou prestou as seguintes informações: Quanto ao item I, esclarece a fiscalização que, muito embora os registros feitos pelo contribuinte de créditos do PIS e da Cofins Fl. 617DF CARF MF 10 sobre os valores escriturados na conta contábil 3040699007 com denominação “Depreciações Custo Corrigido”, as novas informações apresentadas na impugnação comprovam que, de fato, não ocorreu reavaliação do valor dos ativos. No entanto, essas mesmas informações mostram que parte dos bens que serviram de base de cálculo do PIS e da Cofins e que foram classificados como máquinas e equipamentos, na verdade tratamse de outros veículos ou seus componentes, tais como tratores, dollys, transbordos, carregadeiras, carrocerias, reboques e semireboques. Sendo assim, não podem compor a base de cálculo dos créditos sobre depreciação, por falta de previsão legal. Quanto ao item II, segue anexo demonstrativo com planilha do recálculo das diferenças do PIS e da Cofins devidas, consideradas as exclusões das glosas sobre a reavaliação de ativos e levando em conta a memória de cálculo da depreciação apresentada pelo contribuinte às fls. 1453/1481 destes autos. A DRJ, então, julgou parcialmente procedente a impugnação, nos termos seguintes: Manter integralmente as glosas relacionadas ao conceito de insumo nos itens “A” a “G” do Termo de Verificação Fiscal. Afastar a glosa relacionada à reavaliação de ativos no item “H” do Termo de Verificação Fiscal. Manter parcialmente a glosa relacionada aos encargos de depreciação do ativo imobilizado no item “I” do Termo de Verificação Fiscal, de acordo com os novos valores de glosa apresentados após a diligência (desconsiderados os valores inovados na diligência). Afastar integralmente todas as glosas efetuadas em relação aos créditos presumidos apurados pelo contribuinte nos itens “J” a “L” do Termo de Verificação Fiscal. Manter o critério adotado de não considerar o saldo de crédito de períodos anteriores para o cálculo dos valores lançados no auto de infração de que trata este processo. O recurso de ofício, esclareçamos melhor, teve por fundamentos as seguintes matérias, que totalizaram a exoneração de crédito em limite superior ao de alçada: a) a reversão de créditos do PIS/Cofins sobre os valores escriturados na conta contábil 3040699007 com denominação “Depreciações Custo Corrigido”, uma vez que as informações apresentadas na impugnação, e confirmadas na diligência, comprovam que não ocorreu a reavaliação do valor dos ativos; b) a manutenção parcial da glosa relacionada aos encargos de depreciação do ativo imobilizado no item “I” do Termo de Verificação Fiscal, de acordo com os novos valores de glosa apresentados após a diligência (foram desconsiderados os valores inovados na diligência, uma vez que a DRJ Fl. 618DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 7 11 acertadamente entendeu que tal procedimento equivaleria a alterar o lançamento originário); c) a reversão da glosa de créditos presumidos oriundos de aquisição de cana de açúcar de pessoa jurídica "não agroindustrial"; d) a reversão da glosa sobre crédito presumido oriundo de receita de vendas de açúcar não destinado à alimentação humana, mas à fabricação de bebidas e refrigerantes; e) a reversão sobre o desconto de crédito presumido superior ao PIS/Cofins apurados sobre a receita de vendas de açúcar. Os motivos da exoneração de parte do crédito foram muito bem enfrentados no acórdão recorrido, razão pela qual passamos a adotálos, também aqui, como fundamento desta decisão, mas a respeito dos quais faremos, ao final de sua transcrição, importante consideração, que, como se verá, nos levarão a adotar, no ponto a ser suscitado, entendimento dele divergente (todavia, transcreveremos na íntegra o voto, apenas quanto às matérias que levaram à exoneração de parte do crédito lançado, para que aos demais integrantes da Turma seja dado pleno conhecimento das controvérsias): DAS GLOSAS SOBRE REAVALIAÇÃO DOS ATIVOS Ítem “H” do Termo de Verificação Fiscal: Sobre essa glosa que a AUTORIDADE FISCAL chamou no Termo de Verificação Fiscal de “Desconto de crédito sobre encargos de depreciação calculados sobre o custo corrigido”, não haviam informações suficientes para afirmar que os valores glosados eram créditos apurados e descontados pela IMPUGNANTE sobre encargos de depreciação calculados sobre a reavaliação de seus ativos. A IMPUGNANTE contestou que não reavaliou seus ativos. Então, esta 16ª Turma de Julgamento converteu o julgamento em diligência a fim de que a unidade de origem apresentasse planilhas ou memórias de cálculo acompanhados de documentos que demonstrassem que a IMPUGNANTE tenha reavaliado seus ativos e que tenha tomado crédito em relação a tais valores e apresentar também a relação desses lançamentos com totalização, mês a mês, de modo a ficar apurado o cálculo da glosa em relação a esse item “H”. A unidade de origem lavrou Termo de Intimação Fiscal (fls. 1371 a 1374), contra a IMPUGNANTE, que atendeu e apresentou os documentos solicitados. Então, a unidade de origem, a DRF/JundiaíSP, no Relatório de Diligência Fiscal (fls. 1482 a 1484), conclui e esclarece que, muito embora os registros feitos pelo contribuinte de créditos do PIS e da Cofins sobre os valores escriturados na conta contábil 3040699007 com denominação “Depreciações Custo Corrigido”, as novas informações apresentadas na impugnação Fl. 619DF CARF MF 12 comprovam que, de fato, não ocorreu reavaliação do valor dos ativos. Por esse motivo voto por afastar a glosa em relação a este item. (...) DAS GLOSAS SOBRE ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO Ítem “I” do Termo de Verificação Fiscal: Cabe analisar as glosas sobre encargos de depreciação do ativo imobilizado nos valores recalculados após a diligência. A unidade de origem, glosou créditos sobre encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais, aeronaves e containeres utilizados em transporte de açúcar (tipo bigbag) por entender não que não estão listados nas hipóteses que a legislação permite o creditamento do PIS e da Cofins. A IMPUGNANTE contestou. Afirma que foram realizadas glosas sobre depreciação de ativos imobilizados que sequer se creditou. Como os documentos anexados aos autos não deixaram claro que essas glosas foram efetuadas apenas sobre os creditos de PIS e COFINS efetivamente apurados pela IMPUGNANTE sobre a depreciação dos seus ativos, foi determinado em resolução à unidade de origem, que essa apresentasse planilhas ou memórias de cálculo, acompanhados de documentos que demonstrem que a IMPUGNANTE tenha se creditado sobre encargos de depreciação do ativo imobilizado em desacordo com a legislação de regência e também apresentasse a totalização dos valores desses lançamentos, mês a mês, de modo a ficar apurado o cálculo da glosa. De modo a atender o que lhe fora exigido por meio de Resolução desta 16ª Turma de Julgamento, a DRF/Jundiaí intimou a IMPUGNANTE a apresentar demonstrativo das bases de cálculo dos descontos de créditos do PIS e Cofins sobre o Imobilizado Então, tendo a IMPUGNANTE atendido a intimação, a AUTORIDADE FISCAL da unidade de origem substituiu a base de glosas anteriormente efetuadas pelo demonstrativo apresentado pela IMPUGNANTE na intimação fiscal. Nesse demonstrativo em forma de planilha (fl.1485), foram glosados os créditos de depreciação tomado em relação aos ítens listados como: veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais e containers bigbag. A IMPUGNANTE afirma que em relação aos bens sobre os quais de fato tomou crédito relativos a sua depreciação, todos são essenciais ao desenvolvimento do seu processo produtivo diante da já demonstrada relevância da etapa agrícola no referido ciclo agroindustrial, e tendo em vista a disposição contida nos artigos 3º, parágrafo 1º, inciso III de ambas as Leis 10.637/02 e 10.833/03, imperativo o cancelamento dessas glosas . Fl. 620DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 8 13 Art. 3º das Leis nº 10.637, de 2002 e nº 10.833, de 2003: Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: ... VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) ... § 1º O crédito será determinado mediante a aplicação da alíquota prevista no caput do art. 2º desta Lei sobre o valor: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) ... III dos encargos de depreciação e amortização dos bens mencionados nos incisos VI e VII do caput, incorridos no mês; A discriminação dos bens para os quais foram apurados encargos de depreciação, constante do Auto de Infração – veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais e containers bigbag, embora todos utilizados em algum processo da IMPUGNANTE, não são utilizados no processo industrial de fabricação de açúcar e álcool. Assim, por infringência ao dispositivo legal acima transcrito, corretas as glosas efetuadas. (...) DAS GLOSAS SOBRE CRÉDITOS PRESUMIDOS ORIUNDOS DE AQUISIÇÃO DE CANA DE AÇÚCAR DE PESSOA JURÍDICA ͞”NÃO AGROINDUSTRIAL” Item “J” do Termo de Verificação Fiscal. Conforme relatado, AUTORIDADE FISCAL em seu Termo de Verificação Fiscal, ítm “J” (fl.903) glosou o “Desconto de crédito presumido sobre aquisição de cana de açúcar de pessoa jurídica não agroindústria”, pois segundo seu entendimento, não poderiam ter sido apurados créditos de pessoas jurídicas não agroindustriais. Foram elaboradas pela AUTORIDADE FISCAL as planilhas, “Raizen glosas crédito presumido pj não agroindústria 2012.xlsx” e “Raizen glosas crédito presumido pj não agroindústria 2013.xlsx”, anexadas ao presente processo na forma de arquivos não pagináveis vinculados aos documentos nominados de “Termo de Anexação de Arquivo Não Paginável Plan de cálculo das glosas de créd. presumido 2012” e “Termo de Anexação de Arquivo Não Paginável Plan de cálculo das glosas créd. presumido 2013” (fls. 932 a 933). Fl. 621DF CARF MF 14 Nessas planilhas, a AUTORIDADE FISCAL apurou os totais mensais de PIS e Cofins apurados sobre os valores de compra de cana de açúcar da IMPUGNANTE, cujos fornecedores têm pelo menos um CNAE não relacionado à atividade agroindustrial. Esses totais mensais foram levados para os “Detalhamentos das diferenças de PIS e COFINS devidas apuradas pela fiscalização” no ‘Demonstrativo anexo ao Termo de Verificação Fiscal” (fls. 906 a 925), cujos valores servem de base para os lançamentos no Auto de Infração. Da forma como essa glosa foi sucintamente descrita no Termo de Verificação Fiscal e da forma como foi apurado o cálculo dessa glosa nas planilhas “Raizen glosas crédito presumido pj não agroindústria 2012.xlsx” e “Raizen glosas crédito presumido pj não agroindústria 2013.xlsx” bastou a presença de um CNAE não relacionado à atividade agroindustrial em um fornecedor de cana de açúcar para a AUTORIDADE FISCAL automaticamente considerar tal fornecedor “pessoa jurídica não agroindústria” e conseqüentemente glosar os créditos referentes às aquisições de cana de açúcar de fornecedores em tal situação. A IMPUGNANTE destaca que nada impede que as pessoas jurídicas que tenham as mais diversas atividades principais, exerçam, em caráter secundário, a atividade venda de canade açúcar caracterizandose como comercial agropecuária (ou agroindústria), permitindose tal creditamento. Conforme a Lei nº 10.925/2004, base legal citada pela AUTORIDADE FISCAL em seu Termo de Verificação Fiscal: Art. 8o As pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, que produzam mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas nos capítulos 2, 3, exceto os produtos vivos desse capítulo, e 4, 8 a 12, 15, 16 e 23, e ..., destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens referidos noinciso II do caput do art. 3º das Leis nºs 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e10.833, de 29 de dezembro de 2003, adquiridos de pessoa física ou recebidos de cooperado pessoa física. § 1º O disposto no caput deste artigo aplicase também às aquisições efetuadas de: ... III pessoa jurídica que exerça atividade agropecuária e cooperativa de produção agropecuária. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) ... Cumpre ressaltar que em nenhum momento a AUTORIDADE FISCAL buscou afastar o direito ao crédito em razão de que tais operações não teriam sido relacionadas com a venda de canadeaçúcar, mas, sim, pelo simples fato de terem sido firmadas com pessoas jurídicas que não seriam agroindústrias. Fl. 622DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 9 15 Além de inexistente a restrição apontada pela AUTORIDADE FISCAL da DRF/Jundiaí, cabe verificar o método que adotou para tal glosa. Conforme amostragem realizada pela IMPUGNANTE as fls. 1054 e 1055 desse processo, as pessoas jurídicas, de cujas compras os créditos apurados foram glosados, são produtores de canadeaçúcar, conforme critério adotado AUTORIDADE FISCAL da DRF/Jundiaí: possuem pelo menos um CNAE em que consta tal atividade. Pesquisas feitas por amostragem nos sistemas internos da RFB a partir da relação das pessoas jurídicas, de cujas compras os créditos apurados foram glosados, também apontam possuir, além do CNAE relacionado pela AUTORIDADE FISCAL da DRF/Jundiaí, CNAE relacionado à atividade agroindustrial ou agropecuária. Além disso a informação que consta no CNAE não é por si só suficiente para caracterizar que a empresa não exerça atividade agropecuária. Errada, portanto, a acusação fiscal nessa questão, devendo ser cancelada essa glosa. (...) DA GLOSA SOBRE CRÉDITO PRESUMIDO ORIUNDO DE RECEITA DE VENDAS DE AÇÚCAR NÃO DESTINADO À ALIMENTAÇÃO HUMANA, MAS À FABRICAÇÃO DE BEBIDAS E REFRIGERANTES Item “K” do Termo de Verificação Fiscal. Conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal, pode ser descontado crédito presumido sobre as compras de cana de açúcar para a produção de açúcar destinado diretamente à alimentação humana e é glosado, conforme descrito no item “k)” desse termo, o desconto de crédito presumido sobre o PIS e a Cofins apurados sobre a Receita de Vendas de Açucar não destinado à alimentação humana, mas sim à fabricação de bebidas e refrigerantes. O crédito presumido condicionado a venda de açúcar é calculado sobre a aquisição dos insumos, como a cana de açúcar, destinados a sua produção. No Termo de Verificação Fiscal, é citada pela AUTORIDADE FISCAL, a Lei 10.925/2004, que em seu artigo 8º, passou a permitir apuração desse crédito em relação a aquisição de insumos de pessoa física, cooperado pessoa física e de pessoas jurídicas exercendo algumas condições. A possibilidade de desconto desses créditos está de forma mais clara no artigo 5º da IN 660/2006, também citado pela AUTORIDADE FISCAL em seu Termo de Verificação Fiscal: Fl. 623DF CARF MF 16 Art. 5º A pessoa jurídica que exerça atividade agroindustrial, na determinação do valor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins a pagar no regime de nãocumulatividade, pode descontar créditos presumidos calculados sobre o valor dos produtos agropecuários utilizados como insumos na fabricação de produtos: I destinados à alimentação humana ou animal, classificados na NCM: (...) Nas “Plan de cálc glosas cred. Presumido 2012” e “Plan de cálc glosas cred. Presumido 2013” arquivos não pagináveis correspondentes aos seu respectivos Termos de Anexação de Arquivo Não Paginável, anexados às folhas 934 a 935 desse processo, são apresentadas as planilhas “Raizen vendas açucar para ind bebidas 2012.xlsx” e “Raizen vendas açucar para ind bebidas 2013.xlsx”. Nessas planilhas, a AUTORIDADE FISCAL, ao invés de calcular crédito presumido sobre o valor da cana de açúcar utilizada como insumos na fabricação de açúcar destinado à alimentação humana ou animal, calculou crédito sobre o valor de venda do açúcar a produtores de bebidas destinadas ao consumo humano. Mas não é sobre a venda de açúcar que esse crédito é calculado, na verdade, essa operação de venda apenas condiciona a tomada do crédito sobre a operação anterior de aquisição da cana. Também foram efetuadas glosas sobre os períodos entre agosto de 2013 e dezembro de 2013, hiato no qual a IMPUGNANTE sequer registrou créditos referentes a esse crédito presumido. Conforme os já mencionados artigo 8º da Lei 10.925/2004 e artigo 5º da IN 660/2006, esse crédito presumido é decorrente das compras de cana de açúcar para a produção de açúcar destinado à alimentação humana ou animal. Da forma como foi sucintamente descrita a glosa desse crédito no Termo de Verificação Fiscal, ainda que fosse calculada corretamente sobre as compras e não sobre as vendas, como de fato aconteceu, o açúcar vendido para as indústrias de bebidas e refrigerantes é destinado à alimentação humana. Errada, portanto, a acusação fiscal nessa questão, devendo ser cancelada essa glosa. (...) DO DESCONTO DE CRÉDITO PRESUMIDO SUPERIOR AO PIS E À COFINS APURADOS SOBRE A RECEITA DE VENDAS DE AÇÚCAR Ítem “L” do Termo de Verificação Fiscal: Conforme descrito no Termo de Verificação Fiscal, o aproveitamento do crédito presumido sobre as compras de cana de açúcar para a produção de açúcar está limitado ao PIS e à Cofins apurados sobre as Receitas de Vendas de Açucar destinado à alimentação humana. Nesse item “L”, a AUTORIDADE FISCAL glosou a diferença entre o que ela entendeu ser os créditos presumidos apurados pela IMPUGNANTE na aquisição de cana de açúcar menos o que ele entendeu ser a contribuição (Pis ou Cofins) apurada pela Fl. 624DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 10 17 IMPUGNANTE sobre sua receita de venda de açúcar a partir das informações prestadas nos Dacon. O que a AUTORIDADE FISCAL entendeu ser a contribuição (Pis ou Cofins) apurada pela IMPUGNANTE sobre sua receita de venda de açúcar não foi especificamente contestada pela IMPUGNANTE. As somas mensais dessa contribuição sobre a receita de venda de açúcar com as somas mensais das contribuições sobre as demais receitas (como da receita de venda de álcool, de etanol, de melaço, etc.) estão de acordo com os totais mensais das contribuições apuradas conforme fichas 15B e 25B do Dacon. O que a AUTORIDADE FISCAL entendeu serem os créditos presumidos apurados pela IMPUGNANTE na aquisição de cana de açúcar foram os valores da linha 29 da Ficha 06A (Pis) e 16A (Cofins) do Dacon. Essa linha corresponde ao somatório dos créditos presumidos de atividades agroindustriais, incluídos os calculados sobre os insumos de origem animal, origem vegetal e os ajustes positivos e negativos de créditos. Pelas informações prestadas nos Dacons e pelos cálculos no Termo de Verificação Fiscal, a AUTORIDADE FISCAL entende como créditos presumidos apurados pela IMPUGNANTE na aquisição de cana de açúcar para a produção de açúcar os créditos presumidos calculados sobre os insumos de origem vegetal e os ajustes positivos de créditos. Entretanto, para a IMPUGNANTE os ajustes positivos de créditos correspondem aos créditos apurados sobre a venda de etanol no mercado interno, conforme expressa disposição contida no artigo 1º, da Lei n° 12.859/13, conversão da Medida Provisória n° 613/13. E, de fato, a IMPUGNANTE, coerentemente com sua impugnação, passou a apurar os créditos apurados sobre a venda de etanol e demonstrálos em seus Dacon somente a partir da publicação da referida medida provisória, em junho de 2013. No Termo de Verificação Fiscal, para fundamentar a glosa sobre o desconto de crédito presumido superior ao Pis e à Cofins apurados sobre a receita de vendas de açúcar, além de descrever os principais dispositivos legais em seu início, a AUTORIDADE FISCAL cita especificamente o trecho da ementa da Solução de Consulta nº 24, de 21 de janeiro de 2010, expedida pela Divisão de Tributação da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 9ª Região Fiscal, in verbis: (...) O crédito presumido antes mencionado somente pode ser utilizado para desconto dos valores devidos a título de Cofins resultantes da comercialização das mercadorias produzidas com os produtos in natura adquiridos, não podendo ser objeto de compensação com outros tributos ou de ressarcimento. A construção dessa Solução de Consulta nº 24/2010 da Disit da 9ª RF, foi feita a partir dos seguintes dispositivos legais: Lei nº 10.637/2002, art. 3o , Lei nº 10.833/2002, art. 3o; Lei nº 10.925/2004, art. 8o, caput, e §§ 1o e 4o; IN SRF nº 660/2006, Fl. 625DF CARF MF 18 art. 2o, I e IV, e § 1o; art. 3o, I, §§ 1o e 2o; art. 5o, I, “d”; e art. 6o, I. Quanto à utilização do crédito presumido pelas agroindústrias (item 16, fl.12, dessa SC), o caput do art. 8o da Lei nº 10.925, de 2004, citado tanto pela AUTORIDADE FISCAL em seu Termo de Verificação Fiscal, quanto pela citada Solução de Consulta referida acima, é claro em definir a utilização permitida para o crédito em questão: “deduzir da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, devidas em cada período de apuração”. Tal imposição significa que do valor devido a título de PIS/Pasep e de Cofins, pela comercialização das mercadorias industrializadas com os produtos in natura adquiridos, a agroindústria poderá descontar o crédito presumido apurado. E a IN SRF nº 660, de 2004, citada no Termo de Verificação Fiscal, deixa o assunto bem evidenciado: Art.8º Até que sejam fixados os valores dos insumos de que trata o art. 7º, o crédito presumido da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins será apurado com base no seu custo de aquisição. [...]§3º O valor dos créditos apurados de acordo com este artigo: I não constitui receita bruta da pessoa jurídica agroindustrial, servindo somente para dedução do valor devido de cada contribuição; e II não poderá ser objeto de compensação com outros tributos ou de pedido de ressarcimento. §4º O crédito presumido deve ser apurado de forma segregada e seu saldo deve ser controlado durante todo o período de sua utilização. Assim, de acordo com a Lei nº 10.925/04 e com a IN 660/04, o crédito presumido da agroindústria não pode ser utilizado para compensação ou ressarcimento, pode apenas ser utilizado para dedução de cada contribuição. E caso não possa ser aproveitado para dedução de cada contribuição no período, seu saldo deve ser controlado segregadamente, até ser totalmente utilizado nos períodos seguintes. A AUTORIDADE FISCAL, diferentemente do disposto na Lei nº 10.925/04 na IN 660/04 e na Solução de Consulta nº 24/2010 da Disit da 9ª RF, para cada mês em que esse crédito presumido foi apurado em valor maior do que a contribuição apurada sobre a receita de venda de açúcar glosou a diferença a maior do valor do crédito. Esse crédito, apurado sobre a aquisição de cana de açúcar, não pode ser utilizado para compensação ou ressarcimento, mas pode ser utilizado para dedução da contribuição devida apurada em relação às mercadorias produzidas, não apenas sobre a contribuição devida sobre a receita de venda da mercadoria “açúcar”. E sobrando saldo, esse não deve ser glosado, esse saldo deve ser controlado e utilizado nos períodos seguintes. Errada, portanto, a acusação fiscal nessa questão, devendo ser cancelada essa glosa. Fl. 626DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 11 19 Discordamos, no entanto, quanto ao entendimento em relação aos créditos presumidos oriundos de aquisição de cana de açúcar de pessoa jurídica ͞"não agroindustrial". Não obstante admitidos no acórdão recorrido, ao fundamento de que o fato de a empresa vendedora não desenvolver atividade agropecuária não impediria o creditamento, uma vez não haver qualquer exigência legal no sentido de qualificar o vendedor dos bens que ensejariam o crédito presumido em tela, a verdade é que somente a aquisição da canadeaçúcar efetuada junto a pessoa jurídica ou cooperativa de produção que exerça atividade agropecuária dá direito à apuração e à dedução do crédito presumido de que trata o art. 8º da lei nº 10.925, de 2004. É o que se extrai da própria lei (inciso III do § 1º, supra), daí que, ao menos quanto a esta matéria, divergimos do voto acima reproduzido, para manter a glosa efetuada pela fiscalização, de sorte que ao recurso de ofício deve ser dado parcial provimento. Recentemente, nesta mesma Turma, assim também se decidiu: CRÉDITO PRESUMIDO. AQUISIÇÃO DE CANADE AÇÚCAR. EMPRESA VENDEDORA QUE NÃO EXERCE ATIVIDADE AGROPECUÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O art. 8º da lei nº 10.925/04 prevê que a aquisição de mercadorias de origem vegetal destinados à alimentação humana dá direito a crédito presumido ao adquirente. O fato da empresa vendedora não desenvolver uma atividade agropecuária impede o respectivo creditamento. (Acórdão nº 3201004.161, de 28/08/2018) As matérias cuja apreciação remanesce no recurso voluntário são as seguintes: a) Desconto de créditos sobre embalagens de transporte (“big bag”); b) Desconto de créditos sobre serviços de mecanização agrícola (preparação do solo, plantio, cultivo, adubação, pulverização de inseticidas e colheita mecanizada da cana de açúcar); c) Desconto de créditos sobre materiais diversos aplicados na lavoura de cana; d) Desconto de créditos sobre serviços de transporte da cana colhida nas lavouras do contribuinte até a usina de açúcar e álcool; e) Desconto de créditos sobre serviços de estufagem de containeres, transbordos e elevação portuária, cabendo neste caso ser ressaltado que a legislação prevê o creditamento das contribuições apenas somente sobre os dispêndios com armazenagem e fretes sobre vendas; f) Desconto de créditos sobre itens diversos não identificados na EFD – Contribuições como insumos (rolamentos, arruelas, Fl. 627DF CARF MF 20 parafusos, válvulas, correntes, pinos, acoplamentos, buchas, mancais, chapas, perfis, cantoneiras, tubos e barras de aço); g) Desconto de créditos sobre serviços, peças de manutenção, pneus, óleo diesel, graxas e lubrificantes para tratores, colhedoras de cana, ônibus e caminhões; i) Desconto de crédito sobre encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais, aeronaves e containeres utilizados em transporte de açúcar (tipo bigbag). E, finalmente, como se demonstrará ao final, também discordamos das glosas de despesas com o tratamento de água, resíduos e análises laboratoriais. Conforme já expusemos noutros votos, os bens e serviços utilizados na fase agrícola, assim como a depreciação de tais bens, não ensejam, a nosso juízo, o creditamento de PIS/Cofins. É que, segundo o art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, somente geram o direito ao crédito, no regime não cumulativo, os bens e serviços utilizados como insumos na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Vejam: Art. 3oDo valor apurado na forma do art. 2oa pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: (Regulamento) I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) a) no inciso III do § 3odo art. 1odesta Lei; e (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) (Produção de efeitos) b) nos §§ 1oe 1oA do art. 2odesta Lei; (Redação dada pela lei nº 11.787, de 2008) II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata oart. 2oda Lei no10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 daTipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) III energia elétrica e energia térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) IV aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoa jurídica, utilizados nas atividades da empresa; V valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoa jurídica, exceto de optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Fl. 628DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 12 21 Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) VI máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;(Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) VII edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa; VIII bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nesta Lei; IX armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos dos incisos I e II, quando o ônus for suportado pelo vendedor. X valetransporte, valerefeição ou valealimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção.(Incluído pela Lei nº 11.898, de 2009) XI bens incorporados ao ativo intangível, adquiridos para utilização na produção de bens destinados a venda ou na prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 12.973, de 2014) (g.n.) Notese que o dispositivo legal descreve de forma exaustiva todas as possibilidades de creditamento. Se se pretendesse abarcar todos as despesas realizadas para a obtenção da receita, não veríamos o elenco de hipóteses que vemos na norma. Ademais, consoante deixou cristalino o legislador na Exposição de Motivos da Medida Provisória – MP n.º 135, de 30/10/2003, posteriormente convertida na Lei n.º 10.833, de 2003, um dos principais motivos para o estabelecimento do regime não cumulativo na apuração do PIS e da Cofins foi combater a verticalização artificial das empresas, a fim de que as diversas etapas da fabricação de um produto ou da prestação de um serviço pudesse ser realizado por empresas diversas, de sorte a gerar condições para o crescimento da economia. 1 Admitir que, no cálculo dos créditos, se incluam os dispêndios na aquisição daqueles bens ou serviços só remotamente empregados na produção do produto final ou no serviço prestado – os chamados "insumos dos insumos" – é não apenas permitir o que o legislador pretendeu desestimular, mas é também legislar. 1 Exposição de Motivos da Medida Provisória – MP n.º 135, de 2003: 1.1. O principal objetivo das medidas ora propostas é o de estimular a eficiência econômica, gerando condições para um crescimento mais acelerado da economia brasileira nos próximos anos. Neste sentido, a instituição da Cofins nãocumulativa visa corrigir distorções relevantes decorrentes da cobrança cumulativa do tributo, como por exemplo a indução a uma verticalização artificial das empresas, em detrimento da distribuição da produção por um número maior de empresas mais eficientes – em particular empresas de pequeno e médio porte, que usualmente são mais intensivas em mão de obra. Fl. 629DF CARF MF 22 Afinal, os diplomas legais aqui referidos delimitaram os insumos àqueles bens e serviços utilizados na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, é dizer, aqueles insumos efetivamente empregados no produto final do processo de industrialização ou no serviço prestado ao tomador, não aqueles bens ou serviços consumidos, pela próprio contribuinte, em etapas anteriores, aqueles, enfim, só remotamente empregados. No caso em tela, como já antecipamos, os créditos pretendidos pela Recorrente têm origem nos gastos realizados na produção da canadeaçúcar, ou seja, na fase agrícola, não na industrial (é só nesta fase que se pode permitir o creditamento com fundamento no inciso II do art. 3º). Considerando que tais despesas não foram utilizadas diretamente na fabricação dos produtos vendidos (v.g., nem por hipótese o defensivo agrícola por entrar na fabricação do açúcar, do álcool ou de subprodutos da indústria sucralcooleira), não se faz possível o creditamento. É como vem entendendo a 3ª Turma da CSRF. Exemplificativamente: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 29/02/2004 COFINS. REGIME NÃO CUMULATIVO. CONCEITO DE INSUMOS. CRÉDITO. INSUMO DE INSUMO. IMPOSSIBILIDADE A legislação das Contribuições Sociais não cumulativas PIS/COFINS informa de maneira exaustiva todas as possibilidades de aproveitamento de créditos. Não há previsão legal para creditamento sobre gastos com serviços de transporte de funcionários, combustíveis e lubrificantes para o maquinário agrícola e aquisições de adesivos, corretivos, cupinicidas, fertilizantes, herbicidas e inseticidas utilizados nas lavouras de canadeaçúcar. (Redator Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, Acórdão nº 9303005.541, de 16/08/2017) Esse, contudo, não é, como todos sabemos, o entendimento dos demais integrantes desta Turma2, de modo que, somente por economia processual e apreço ao princípio da colegialidade, também passamos a adotar aqui aquele plasmado nos fundamentos que vimos de reproduzir. Assim, os gastos realizados na fase agrícola para o cultivo de canadeaçúcar a ser utilizado na produção do açúcar e do álcool também podem ser levados em consideração para fins de apuração de créditos para o PIS/Cofins. No caso aqui julgado, referemse aos seguintes itens (consoante alíneas acima): 2 PROCESSO PRODUTIVO. PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL. ETAPA AGRÍCOLA. CUSTOS. CRÉDITO. Os custos incorridos com bens e serviços aplicados no cultivo da cana de açúcar guardam estreita relação de pertinência, emprego e essencialidade com o processo produtivo das variadas formas e composição do álcool e do açúcar e configuram custo de produção, razão pela qual integram a base de cálculo do crédito das contribuições não cumulativas. (Rel. Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Acórdão nº 3201003.411, 02/02/2018) Fl. 630DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 13 23 b) Desconto de créditos sobre serviços de mecanização agrícola (preparação do solo, plantio, cultivo, adubação, pulverização de inseticidas e colheita mecanizada da cana de açúcar); c) Desconto de créditos sobre materiais diversos aplicados na lavoura de cana; d) Desconto de créditos sobre serviços de transporte da cana colhida nas lavouras do contribuinte até a usina de açúcar e álcool; f) Desconto de créditos sobre itens diversos não identificados na EFD – Contribuições como insumos (rolamentos, arruelas, parafusos, válvulas, correntes, pinos, acoplamentos, buchas, mancais, chapas, perfis, cantoneiras, tubos e barras de aço); g) Desconto de créditos sobre serviços, peças de manutenção, pneus, óleo diesel, graxas e lubrificantes para tratores, colhedoras de cana, ônibus e caminhões; i) Desconto de crédito sobre encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais e containeres utilizados em transporte de açúcar (embora conste da alínea "i", na redação anteriormente transcrita, retiramos as aeronaves, porque, conforme ela própria assevera e consta de um dos demonstrativos que integram o acórdão recorrido, a Recorrente sobre elas nada se creditou). Há de se registrar, para melhor esclarecimento do que se trata, algumas observações a respeito dos itens relacionados na mesma alínea "i". Segundo a Recorrente, a) os veículos são aqueles utilizados na fase agrícola, como tratores e colheitadeiras, ônibus para transporte, dollys etc. (conta contábil 1030203002); b) os móveis e utensílios são materiais e equipamentos utilizados no processo produtivo da cana, bem como no seu acondicionamento, processamento e pesagens, tais como estufa, centrífuga, balança etc. (conta contábil 1030204002); c) as licenças e softwares são ativos tecnológicos aplicados no maquinário aplicados na lavoura (conta contábil 1030210002); d) as embarcações são utilizadas no transporte da cana entre a lavoura e a unidade produtora (conta contábil 1030212002). Tais informações, acompanhadas de registros fotográficos no recurso voluntário, em nenhum momento foram antes contraditadas pela fiscalização, quer por ocasião do lançamento, quer na diligência. Concordamos, todavia, com a glosa do crédito em relação aos serviços de estufagem de containeres, transbordos e elevação portuária, pois, com efeito, a legislação não prevê o creditamento das contribuições sobre os serviços de capatazia (alínea "e", supra). Comunga do mesmo entendimento a 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF: PIS. SERVIÇOS DE CAPATAZIA E ESTIVAS. CRÉDITOS DA NÃO CUMULATIVIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 631DF CARF MF 24 Os serviços de capatazia e estivas por não serem utilizados no processo produtivo, não geram créditos de PIS no regime não cumulativo, por absoluta falta de previsão legal. (Acórdão nº 9303004.383, de 08/11/2016) Prosseguindo, agora sobre os crédito tomados em relação às embalagens de transporte ("bigbag"), como é de todos conhecido, temos entendido — e recentemente também assim fizemos noutro processo envolvendo a mesma empresa — que se deve considerálas insumo, no regime não cumulativo de PIS/Cofins, pois destinadas à proteção ou ao acondicionamento do produto final no seu transporte. Conforme Acórdão nº 3201 004.164, de 28/08/2018: NÃO CUMULATIVIDADE. MATERIAIS DE EMBALAGEM OU DE TRANSPORTE QUE NÃO SÃO ATIVÁVEIS. DIREITO AO CREDITAMENTO. É considerado como insumo, para fins de creditamento das contribuições sociais, o material de embalagem ou de transporte desde que não sejam bens ativáveis, uma vez que a proteção ou acondicionamento do produto final para transporte também é um gasto essencial e pertinente ao processo produtivo, já que garante que o produto final chegará ao seu destino com as características almejadas pelo comprador. Finalmente, cumpre registrar que os créditos tomados em relação aos gastos com o tratamento de água, de resíduos e com análises laboratoriais não foram expressamente citados no texto que encerra o Termo de Verificação Fiscal, mas consta das planilhas a ele e ao acórdão recorrido anexadas. Contudo, mesmo que os considerássemos não originalmente apreciados, se é entendimento dos demais conselheiros que compõem esta Turma que os gastos realizados na fase agrícola para o cultivo de canadeaçúcar podem ser considerados na apuração de créditos para o PIS/Cofins, não há razão para afastar a possibilidade de craditamento quanto os gastos com o tratamento de água (fase agrícola e industrial) e de resíduos (fase industrial) e análises laboratoriais (fase agrícola e industrial). Aliás, é cediço, constitui importante requisito para a produção de açúcar e álcool o tratamento de seus resíduos industriais e o seu constante monitoramento. E, por último, quanto ao não reconhecimento dos saldos de créditos de períodos anteriores, cumpre observar que, com efeito, conforme destacado na decisão recorrida, a consequência é o não aproveitamento dos mesmos saldos para a dedução de valores devidos em períodos subsequentes. Todavia, tais saldos ficam subordinados ao que aqui decidido, já que o entendimento será replicado nos processos a este conexos. O pedido de realização de nova diligência (ou de perícia) afigurase absolutamente desnecessário em face de tudo o que expusemos aqui e das informações já carreadas aos autos (art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972). Fl. 632DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 14 25 Ante o exposto, rejeito a preliminar de nulidade e NEGO PROVIMENTO ao Recurso de Ofício. E DOU PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário, para: (i) reverter todas as glosas de créditos decorrentes dos gastos sobre os seguintes itens: (i.1) embalagens de transporte (“bigbag”); (i.2) serviços de mecanização agrícola (preparação do solo, plantio, cultivo, adubação, pulverização de inseticidas e colheita mecanizada da cana de açúcar); (i.3) materiais diversos aplicados na lavoura de cana; (i.4) serviços de transporte da cana colhida nas lavouras do contribuinte até a usina de açúcar e álcool; (i.5) itens diversos não identificados na EFD – Contribuições como insumos (rolamentos, arruelas, parafusos, válvulas, correntes, pinos, acoplamentos, buchas, mancais, chapas, perfis, cantoneiras, tubos e barras de aço); (i.6) Desconto de créditos sobre serviços, peças de manutenção, pneus, óleo diesel, graxas e lubrificantes para tratores, colhedoras de cana, ônibus e caminhões; (i.7) encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais e contêineres utilizados em transporte de açúcar; (i.8) gastos com o tratamento de água, de resíduos e análises laboratoriais; (ii) manter a decisão da DRJ quanto à não consideração do saldo de crédito de períodos anteriores para o cálculo dos valores lançados no auto de infração de que trata este processo, e, finalmente, (iii) manter todas as glosas de créditos sobre os serviços de estufagem de containeres, transbordos e elevação portuária. Ante o exposto, DOU PROVIMENTO PARCIAL ao Recurso Voluntário, para: (i) reverter todas as glosas de créditos decorrentes dos gastos sobre os seguintes itens: (i.1) embalagens de transporte (“bigbag”); (i.2) serviços de mecanização agrícola (preparação do solo, plantio, cultivo, adubação, pulverização de inseticidas e colheita mecanizada da cana de açúcar); (i.3) materiais diversos aplicados na lavoura de cana; (i.4) serviços de transporte da cana colhida nas lavouras do contribuinte até a usina de açúcar e álcool; Fl. 633DF CARF MF 26 (i.5) itens diversos não identificados na EFD – Contribuições como insumos (rolamentos, arruelas, parafusos, válvulas, correntes, pinos, acoplamentos, buchas, mancais, chapas, perfis, cantoneiras, tubos e barras de aço); (i.6) Desconto de créditos sobre serviços, peças de manutenção, pneus, óleo diesel, graxas e lubrificantes para tratores, colhedoras de cana, ônibus e caminhões; (i.7) encargos de depreciação calculados sobre veículos automotores, móveis e utensílios, licenças e softwares, equipamentos de informática, embarcações fluviais e contêineres utilizados em transporte de açúcar; (i.8) gastos com o tratamento de água, de resíduos e análises laboratoriais; (ii) manter a decisão da DRJ quanto à não consideração do saldo de crédito de períodos anteriores para o cálculo dos valores lançados no auto de infração de que trata este processo, e, finalmente, (iii) manter todas as glosas de créditos sobre os serviços de estufagem de containeres, transbordos e elevação portuária. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 634DF CARF MF Processo nº 10880.653317/201612 Acórdão n.º 3201004.215 S3C2T1 Fl. 15 27 Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Giovani Vieira, Redator Designado O presidente incumbiume de redigir o acórdão na parte pertinente aos gastos de capatazia e estiva. Os gastos com logística, na operação de aquisição de insumos, geram direito a crédito por comporem o conceito contábil de custo de aquisição de mercadoria3. Os gastos logísticos para movimentação de insumos, internamente ou entre estabelecimentos da mesma empresa, inseremse no contexto de produção do bem, porque inerentes e relevantes ao respectivo processo produtivo. Desse modo, devem gerar direito de crédito, na esteira do Resp 1.221.170/PR, que tramitou sob o regime dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), e que vincula o Carf (art. 62, §2º, do Anexo II do Regimento Interno). No caso dos gastos logísticos na venda, entendo que estão abrangidos pela expressão “armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda”, conforme consta no inciso IX do artigo 3º das Leis 10.833/2003 e 10.637/2002. Entendo que são termos cuja semântica abrange a movimentação das cargas na operação de venda. Assim, tais dispêndios logísticos estão inseridos no direito de crédito, respeitados os demais requisitos da Lei, como, por exemplo, que o serviço seja feito por pessoas jurídicas tributadas pelo Pis e Cofins. (assinatura digital) Marcelo Giovani Vieira, Redator Designado. 3 11. O custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis perante o fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.273/10) Fl. 635DF CARF MF 28 Declaração de Voto Conselheiro Tatiana Josefovicz Belisário. A presente declaração de voto tem por objetivo externar o posicionamento pelo qual acompanhei o Relator "pelas conclusões" relativamente à preliminar de nulidade suscitada pelo contribuinte. Em seu Recurso Voluntário o contribuinte demonstra que a Fiscalização, ao efetuar a lavratura do Auto de Infração, deixou de individualizar as glosas realizadas, deixando, inclusive, de lavrar Termo de Verificação Fiscal próprio, fazendo simples remissão a TVFs de períodos de apuração diversos. Além disso, deixou de indicar a espécie dos créditos glosados (crédito de insumos ou créditos presumidos). Ao assim proceder, a Fiscalização imputou à Recorrente excessivo ônus de defesa que, ainda que cumprido adequadamente pelo contribuinte, não afasta o excesso fiscal, passível de reconhecimento de nulidade do procedimento. Não obstante ao exposto, há que se considerar que, na hipótese dos autos, o mérito da demanda foi resolvido de modo favorável ao contribuinte, incorrendose em hipótese típica de aplicação do §3º do art. 59 do Decreto nº 70.235/72: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Desse modo, externo meu posicionamento não pela improcedência da preliminar de mérito, mas, sim, pela possibilidade de sua superação, no presente julgamento, nos exatos termos do §3º do art. 59 do Decreto nº 70.235/72. (assinado digitalmente) Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 636DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15940.720003/2017-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.469
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RESSARCIMENTO Recorrente USINA ALTO ALEGRE S/A AÇÚCAR E ÁLCOOL Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório A interessada apresentou pedido eletrônico de ressarcimento de créditos oriundos da Cofins, apurada no 3º trimestre de 2014. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, passamos a transcrever o Relatório da decisão de primeira instância administrativa: Trata o presente processo do PER nº 01231.19118.240315.1.1.196270 (fls. 02 a 15), envolvendo crédito relativo à COFINS incidência não cumulativa, referente ao 3º trimestre de 2014, no total de R$ 6.158.406,02, transmitido em 24/03/2015. Trata ainda, das DCOMP's nºs 42062.83389.301116.1.3.192518, 20485.16456.291216.1.3.19 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 59 40 .7 20 00 3/ 20 17 -7 7 Fl. 3315DF CARF MF Processo nº 15940.720003/201777 Resolução nº 3201001.469 S3C2T1 Fl. 3.308 2 0969 e 15354.59452.240217.1.3.191006 que citam aquele PER como possuidor das informações sobre o crédito (PER inicial). O Despacho Decisório nº 106/2017 SAORT/DRF/PPE (fls. 3.131/3.134) exarado pela Delegacia da Receita Federal em Presidente Prudente/SP deferiu em parte o Pedido de Ressarcimento.No referido Despacho Decisório encontrase consignado, resumidamente, que: · O processo administrativo nº 10835.720014/201757 trata da verificação dos créditos de PIS e COFINS não cumulativos períodos 01/2013 a 06/2015, que resultou em Auto de Infração fls. 16/59, em decorrência da constituição indevida de créditos sobre dispêndios no cultivo de canadeaçúcar e transporte de mercadorias entre estabelecimentos; · Segundo o Relatório de Fiscalização daquele Auto de Infração, anexado às fls. 60 a 125, os créditos apurados indevidamente de COFINS não cumulativa, foram glosados de forma proporcional (rateio) às espécies de receitas (crédito vinculado à receita tributada no mercado interno, crédito vinculado à receita não tributada no mercado interno; crédito vinculado à receita de exportação); ∙ Foi reconhecido o direito ao ressarcimento de R$ 3.257.648,55 a título de COFINS não cumulativa para o 3º trimestre de 2014 e homologadas as compensações. (...) Cientificada da decisão, a interessada apresentou manifestação de inconformidade (fls. 3.139/3.146). Transcrevese abaixo os itens que sintetizam toda a argumentação: 1. Dos fundamentos do Despacho Decisório 1.2. Depreendese ... do Despacho que, em razão das glosas de créditos aproveitados de PIS e COFINS ..., processo administrativo n° 15940.720014/201757, o valor de COFINS mercado interno passível de ressarcimento, no PER/DCOMP nº 13763.32767.240315.1.1.191791, seria de apenas R$ 4.176.300,51. Por isso, não foi deferido o pedido de ressarcimento referente ao valor de R$ 2.535.869,11, objeto de glosa no citado procedimento fiscal. Apesar do deferimento parcial do pedido de ressarcimento, o crédito nele reconhecido seria suficiente para a compensação declarada pela Requerente, de modo que as declarações de compensação foram totalmente homologadas. 2. Das razões pelas quais o Despacho Decisório deve ser reformado 2.1. Conforme se demonstrará, é equivocado o deferimento parcial do pedido de ressarcimento ..., pautado nas glosas promovidas no procedimento fiscal n° 0810500.2016.00475, processo administrativo n°15940.720014/201757... a Requerente apresentou impugnação ao Auto de Infração lavrado .... Nos termos da impugnação apresentada, a Requerente defende a legalidade e regularidade dos créditos apurados e postula o cancelamento do auto de infração. Sucessivamente, ainda que mantidas Fl. 3316DF CARF MF Processo nº 15940.720003/201777 Resolução nº 3201001.469 S3C2T1 Fl. 3.309 3 as glosas, a Requerente sustenta que não poderá ser mantido o critério adotado pela Autoridade Fiscal para refazer a apuração das contribuições devidas e o saldo de crédito de PIS e COFINS. Com efeito, o deferimento do pedido de ressarcimento pressupõe a existência de saldos de contribuições superiores àquelas devidas pelo contribuinte, ou seja, a ausência de débitos em nome do sujeito passivo credor da Fazenda Nacional (Instrução Normativa n° 1060/2010, art. 5o; c.c. Instrução Normativa n° 1.300/2012, arts. 62 a 66). Diante disso, após o julgamento da impugnação ao auto de infração n° 0810500.2016.00475, terseá uma das três situações: i) Se a impugnação for acolhida e o auto de infração ... for cancelado, não subsistirá a glosa ... Nessa hipótese, o pedido de ressarcimento PER/DComp nº 12163.42492.150415.1.5.199672 deverá ser integralmente deferimento; ii) Se for acolhida a tese sucessiva desenvolvida na impugnação, confirmandose as glosas de crédito e/ou os lançamentos por suposta omissão de receita, as apurações da contribuição para o PIS e da COFINS deverão ser refeitas, de modo a imputar os créditos apropriados primeiro para a compensação das contribuições devidas, e, depois, ajustar o pedido de ressarcimento, a depender do saldo remanescente dos créditos reconhecidos. Nessa hipótese, os créditos passíveis de deferimento no pedido de ressarcimento PER/DComp nº 13763.32767.240315.1.1.191791 também deverão ser ajustados, pois o saldo disponível para ressarcimento, provavelmente, será inferior ao ora deferido; iii) Se a impugnação ao auto de infração não for acolhida, aí sim, e somente assim, o Despacho Decisório ora atacado não será afetado. 2.2. Embora o mérito da defesa ao auto de infração ... processo administrativo n° 15940.720014/201757, deva ser apreciado naquele processo, por cautela, passase a tecer alguns esclarecimentos ... 2.2.1. Colhese do relatório de fiscalização que a Requerente teria cometido as seguintes infrações relativas à contribuição para o PIS e à COFINS: a) Nos períodos de apuração 04/2012, 04/2013 e 01/2014: não oferecimento à tributação de receitas decorrentes da baixa de dívidas de IPI, que teriam sido lançadas em conta do passivo e posteriormente baixadas, após perda do direito do fisco de cobrálas; b) No período de apuração 01/2013 a 06/2015: b.1) apuração de créditos sobre aquisição de bens e serviços empregados no cultivo de canadeaçúcar, que não teriam sido direta e imediatamente utilizados na fabricação de açúcar e álcool, e, por isso, não poderiam ser entendidos como insumos; b.2) apuração de créditos sobre despesas de transporte entre seus estabelecimentos de produtos acabados ou em elaboração, consistentes em i) Fl. 3317DF CARF MF Processo nº 15940.720003/201777 Resolução nº 3201001.469 S3C2T1 Fl. 3.310 4 industrialização efetuada para outra empresa; ii) remessa para industrialização por encomenda; iii) retorno de mercadoria utilizada na industrialização por encomenda; iv) transferência de material de uso ou consumo; e v) transferência de produção do estabelecimento; b.3) utilização dos créditos presumidos sobre compra de canade açúcar de pessoas físicas, em parte, nos pedidos de ressarcimento. 2.2.2. No que concerne ao item "a" acima, a Requerente esclareceu que o Auditor Fiscal partiu de premissa de que a baixa da provisão contábil de valores relativos ao IPI incidente na venda de açúcar, atingidos pela decadência, configuraria extinção de um passivo, sem o correspondente desaparecimento de um ativo e, por isso, deveria ser reconhecida como nova receita. A partir dessa proposição, o Agente Autuante afastou o tratamento contábil dado pela Requerente, transformando provisão em passivo. Ocorre que, mesmo que se admita a existência de passivo e a geração de receita em função da reversão da provisão, é forçoso reconhecer que aqueles valores provisionados correspondentes ao IPI não destacado já tinham sido oferecidos à tributação. É que todo o valor da venda do açúcar, inclusive aquele relativo ao IPI supostamente incidente, era oferecido à tributação do PIS e da COFINS, embora o mencionado imposto não compusesse a base de cálculo dessas contribuições. Portanto, como detalhadamente demonstrado na impugnação ao auto de infração, a receita composta pelo valor que corresponderia ao IPI (que não foi recolhido) sofreu a incidência do PIS e da COFINS, no momento da saída do açúcar, mesmo não integrando a base de cálculo das contribuições. Sendo assim, o lançamento lá combatido caracteriza bis in idem, o que leva à necessidade de seu cancelamento. 2.2.3. Em relação à apuração de créditos sobre aquisição de bens e serviços empregados no cultivo de canadeaçúcar (item b.1 acima), a Requerente demonstrou a insubsistência dos fundamentos adotados... Como demonstrado na impugnação, os fundamentos adotados na autuação, primeiro, desconsideram as peculiaridades do processo produtivo ..., segregando, indevidamente, a etapa agrícola da produção; depois, estão pautados na interpretação equivocada da legislação do PIS e COFINS, ao "conceituar" insumo de forma contrária à lei; por fim, a autuação está em desacordo com o entendimento recente e reiteradamente manifestado pelo ... (CARF), assim como do ... (STJ). Portanto, ... nem a glosa dos créditos apurados, nem tampouco o lançamento de débitos decorrentes dessa glosa, poderão ser mantidos. 2.2.3. ... a Requerente demonstrou a insubsistência do fundamento, também amparado na legislação do IPI, para glosar créditos apurados sobre despesas de transporte entre os estabelecimentos da Requerente Fl. 3318DF CARF MF Processo nº 15940.720003/201777 Resolução nº 3201001.469 S3C2T1 Fl. 3.311 5 de produtos acabados ou em elaboração, além de material de uso ou consumo (item b.2 acima). Mais uma vez a posição do Auditor Fiscal se dissociou do entendimento adotado pelo CARF, que, reiteradamente, vem admitindo a apuração de créditos de PIS e COFINS na remessa de insumos de um estabelecimento a outro do mesmo contribuinte, de produtos em elaboração, assim como de produtos acabados. Além disso, mesmo que se entenda que a apuração de créditos de PIS e COFINS sobre as despesas com transporte não pode ser admitida em todas as hipóteses consideradas pela Requerente, ainda assim a autuação não poderá ser integralmente mantida, porque, ao contrário do que relatado pelo Auditor Fiscal, a maior parte dos créditos apurados pela Requerente sob essa rubrica se refere, na realidade, ao frete utilizado na remessa para industrialização. E como observado, essa operação é expressamente prevista e disciplinada na legislação do ICMS (RICMS/SP. art. 401: RICMS/PR, art. 334), e também está expressamente prevista no Decreto nº 7.212/2010, que regulamenta o IPI. 2.2.4. No que toca à utilização dos créditos presumidos (item b.3 acima), a Requerente esclareceu que, ao apresentar o pedido de ressarcimento dos créditos..., deixou de distinguir os créditos presumidos apurados sobre a canadeaçúcar adquirida de pessoas físicas. Por isso, foi postulado o ressarcimento indevido de crédito presumido nas competências abril/2013 a julho/2013. ... os créditos apropriados pela Requerente eram significativamente superiores às contribuições devidas. Sendo assim, se procedente a impugnação ao auto de infração, os créditos presumidos excluídos do pedido de ressarcimento serão computados na compensação de contribuições devidas e os demais créditos que assim haviam sido computados integrarão o pedido de ressarcimento. Logo, com o cancelamento do auto de infração, o saldo de créditos passíveis de ressarcimento, ... não sofrerá alteração. 2.3. Portanto, a procedência da defesa ao auto de infração n° 0810500.2016.00475, ainda que parcial, implicará, necessariamente, na reforma do Despacho Decisório n° 108/2017... ... o julgamento desta manifestação de inconformidade deverá aguardar o julgamento da impugnação apresentada no processo administrativo n° 15940.720014/201757... É o relatório. A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora julgou improcedente em parte a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/JFA n.º 0965.694, de 15/02/2018 (fls. 3228 e ss.), assim ementado: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 30/04/2012, 30/04/2013, 31/01/2014 BASE DE CÁLCULO. EXTINÇÃO DE PASSIVO. RECEITA. CARACTERIZAÇÃO. Fl. 3319DF CARF MF Processo nº 15940.720003/201777 Resolução nº 3201001.469 S3C2T1 Fl. 3.312 6 Constitui receita tributável na sistemática de apuração não cumulativa a receita decorrente da extinção de uma obrigação constante do Passivo sem a correspondente extinção de item do Ativo. O registro de obrigações tributárias no Passivo não constitui Provisão, na medida em que não há incerteza acerca da constituição, tempo ou dimensão do débito. Período de apuração: 01/07/2014 a 30/09/2014 CRÉDITOS. INSUMOS. FABRICAÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL. PRODUÇÃO DE CANADEAÇÚCAR. 1. No cálculo da Cofins nãocumulativa somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. 2. Bens e serviços empregados no cultivo de canadeaçúcar não se classificam como insumos na fabricação de açúcar e álcool, por se tratarem de processos produtivos diversos. As despesas com aqueles itens não geram direito à apuração de créditos na determinação da contribuição devida sobre as receitas auferidas com vendas de açúcar e álcool produzidos. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2014 a 30/06/2014 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA. 1.Não cabe apreciar questões relativas a ofensa a princípios constitucionais, tais como da legalidade, da razoabilidade, do não confisco ou da capacidade contributiva, dentre outros, competindo, no âmbito administrativo, tão somente aplicar o direito tributário positivado. 2.A doutrina trazida ao processo, não é texto normativo, não ensejando, pois, subordinação administrativa. 3.A jurisprudência judicial colacionada não possui legalmente eficácia normativa, não se constituindo em norma geral de direito tributário se não atendidos nenhum dos requisitos previstos no § 6º do art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972. 4. As decisões administrativas não se constituem em normas gerais, salvo quando da existência de Súmula do CARF vinculando a administração tributária federal. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 3259 e ss., por meio do qual repete, basicamente, os mesmos argumentos já declinados em sua impugnação. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Fl. 3320DF CARF MF Processo nº 15940.720003/201777 Resolução nº 3201001.469 S3C2T1 Fl. 3.313 7 Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou diversos pedidos eletrônicos de ressarcimento de créditos de PIS/Cofins, os quais também serão, nesta mesma assentada, julgados em conjunto com os autos de infração dessas contribuições lavrados em decorrência da insuficiência de recolhimento. Contestado o lançamento, a DRJ manteveo na integralidade. Em síntese, foram as seguintes as infrações verificadas: a) não oferecimento à tributação das receitas decorrentes das baixas das obrigações de IPI a pagar/recolher; b) créditos indevidos sobre gastos realizados no cultivo da canadeaçúcar; c) créditos indevidos sobre despesas de transporte de mercadorias entre estabelecimentos da Recorrente; d) crédito presumido indevido sobre a aquisição de canadeaçúcar de pessoas físicas para dedução das contribuições apuradas ao invés de utilizálos nos pedidos de ressarcimento. No respeitante à primeira matéria, alega a Recorrente que, em apreço ao princípio da prudência, fez uma mera transferência de receita (que, no período em que auferida, teria sido tributada pelo PIS/Cofins), não uma transferência de IPI (que não teria sido cobrado!), de uma conta contábil para uma conta de provisão deste imposto, em face da possibilidade de vir a ser cobrada pelo Fisco dos valores que deixaram de ser exigidos de seus clientes nas operações de venda que realizou. Para Recorrente, portanto, haveria, se mantida a autuação, a tributação da mesma receita duas vezes: quando do seu efetivo auferimento e quando da reversão da "provisão do IPI". É, com efeito, o que ocorreria, se os fatos se verificaram conforme descritos no recurso. Ante o exposto, voto para CONVERTER o julgamento em diligência, a fim de que a autoridade preparadora verifique: a) se em todos os meses em que houve a constituição da provisão do IPI a base de cálculo do PIS/Cofins informada no Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais Dacon correspondia ao faturamento antes da contabilização desta provisão; b) se o total das receitas auferidas em cada um desses meses foi oferecido à tributação pelo PIS/Cofins. Por fim, a Recorrente deve ser intimada para que, se assim desejar, manifestese sobre o resultado da diligência. Após, retornem os autos a este colegiado para continuidade do presente julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 3321DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.903061/2009-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Aug 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1302-000.636
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em declinar a competência em prol da 3ª Seção de Julgamento, vencido o conselheiro Rogério Aparecido Gil, que conheceu do recurso por entender que a matéria era competência desta Seção. Ausente, justificadamente, o conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa que foi substituído no colegiado pela conselheira Bárbara Santos Guedes (suplente convocada). O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.902770/2009-62, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Bárbara Santos Guedes (suplente convocada para substituir o conselheiro ausente), Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), a fim de ser realizada a presente Sessão Extraordinária (Ausência justificada do conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em declinar a competência em prol da 3ª Seção de Julgamento, vencido o conselheiro Rogério Aparecido Gil, que conheceu do recurso por entender que a matéria era competência desta Seção. Ausente, justificadamente, o conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa que foi substituído no colegiado pela conselheira Bárbara Santos Guedes (suplente convocada). O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13819.902770/2009-62, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Bárbara Santos Guedes (suplente convocada para substituir o conselheiro ausente), Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), a fim de ser realizada a presente Sessão Extraordinária (Ausência justificada do conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa).
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CONTRIBUIÇÕES RETIDAS NA FONTE CSLL, PIS/PASEP E COFINS (CÓD. 5952). PAGAMENTO A MAIOR. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO Recorrente FORD MOTOR COMPANY BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em declinar a competência em prol da 3ª Seção de Julgamento, vencido o conselheiro Rogério Aparecido Gil, que conheceu do recurso por entender que a matéria era competência desta Seção. Ausente, justificadamente, o conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa que foi substituído no colegiado pela conselheira Bárbara Santos Guedes (suplente convocada). O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13819.902770/200962, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Gustavo Guimarães da Fonseca, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Bárbara Santos Guedes (suplente convocada para substituir o conselheiro ausente), Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), a fim de ser realizada a presente Sessão Extraordinária (Ausência justificada do conselheiro Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 19 .9 03 06 1/ 20 09 -0 2 Fl. 104DF CARF MF Processo nº 13819.903061/200902 Resolução nº 1302000.636 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto face ao Acórdão da DRJ de Campinas que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, registrando a seguinte ementa: COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. ALEGAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR. CÓDIGO 5952. DARF VINCULADO A DÉBITO DECLARADO EM DCTF. AUSÊNCIA DE PROVA. Recolhimentos efetuados sob código 5952 são referentes a retenções de CSLL, PIS e COFINS previstas no art. 30 e 31 da Lei 10.833/2003, à alíquota total de 4,65% (1%, 0,65% e 3%), não se justificando a alegação de que outras seriam as alíquotas. Se o crédito pretendido decorre de retenções na fonte previstas em outros dispositivos legais, correspondentes a códigos de receita diferentes do que aquele indicado no DARF apontado como origem do crédito, necessária seria a identificação dos fatos geradores envolvidos e a apresentação das respectivas provas documentais. Não apresentados esclarecimentos que permitam acatar a alegação de erro no preenchimento da DCTF, não há como reconhecer direito creditório. Cabe ao contribuinte anexar à impugnação as provas documentais referentes aos fatos por ele alegados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A recorrente alega que teria recolhido indevidamente PIS/COFINS/CSLL SERVIÇOS (Código 5952 Contribuições Sociais Retidas na Fonte CSRF). Sustenta que, o correto seria o recolhimento de PIS e COFINS incidentes na aquisição de peças automotivas (e não retenção de prestadores de serviços). Salientou que, os valores devidos teriam sido recolhidos em duplicidade (as alíquotas de PIS e COFINS foram alteradas de 0,50% para 1,00% e 2,50% para 5,0%. No Despacho Decisório Eletrônico, verificase que a não homologação fundamentouse na inexistência de crédito, face à utilização integral do valor, na forma confessada pela recorrente, em DCTF. A recorrente alega que, esse resultado decorre do fato de que, não teria sido possível retificar a DCTF, anteriormente ao Despacho Decisório, pelo fato de que havia procedimento de fiscalização em andamento, referente ao período de apuração em questão. A retificação de DCTF resultou na redução da CSRF devida. A DRJ não acolheu os argumentos de que teria havido recolhimento em duplicidade, pelo fato de que a recorrente apresentou os PER/DCOMP sem retificar as DCTF para aflorar o direito creditório que pleiteava. Assim, manteve a não homologação da DCOMP em questão. Fl. 105DF CARF MF Processo nº 13819.903061/200902 Resolução nº 1302000.636 S1C3T2 Fl. 4 3 Devidamente intimada dessa decisão, apresentou recurso voluntário, tempestivamente, por meio do qual reforçou seus argumento de que teria crédito de pagamento a maior de CSLL, PIS e COFINS. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 1302000.634, de 17/08/2018, proferido no julgamento do Processo nº 13819.902770/200962, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento, contido no voto vencedor, que prevaleceu naquela decisão (Resolução nº 1302 000.634): "Com a devida vênia ao entendimento externado pelo D. Relator, e entendendo a sua preocupação com a eficiência deste órgão na prestação jurisdicional administrativa, de fato a posição originariamente assumida pela 2ª da Turma Ordinária da 4ª Câmara estava, realmente, correta. Isto porque, não obstante consignar no DARF, origem pretensa do crédito postulado neste feito, código de receita que remete ao recolhimento, por retenção da CSLL, conjuntamente, com a contribuição para o PIS e para a COFINS, é inegável que o próprio contribuinte limite o seu direito creditório a um alegado indébito relativo, exclusivamente, às duas últimas exações. Nesta esteira, a teor dos preceitos do art. 4º, I, observase a competência exclusiva da 3ª Seção para o julgamento de feitos que revolvam as contribuições; como, no caso, não existe, no direito creditório pretendido, a concorrência de outras espécies tributárias, afeitas à competência das demais seções (repitase, a despeito de tratar das Contribuições retidas na fonte, a origem do crédito postulado cinge à contribuição para o PIS e à COFINS), não se aplicam à espécie a regra excepcional dos arts. 7º e 8º, prevalecendo a norma geral de competência preconizada pelo mencionado. art. 4º. É, portanto, inegável a incompetência desta turma para apreciação da matéria em testilha. A luz do exposto, voto por converter o julgamento em diligência a fim de, declinando a competência para a análise da matéria posta em exame, determinar a remessa dos autos à 3ª Seção de julgamentos deste CARF." Fl. 106DF CARF MF Processo nº 13819.903061/200902 Resolução nº 1302000.636 S1C3T2 Fl. 5 4 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por declinar a competência em prol da 3ª Seção de Julgamento. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 107DF CARF MF
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Numero do processo: 11971.001367/2008-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2008
CONSTRUÇÃO CIVIL. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. AFERIÇÃO INDIRETA. APLICABILIDADE.
O Fisco é autorizado, para fins previdenciários, a aferir indiretamente a remuneração dos segurados em obra de construção civil, com o percentual previsto na legislação de regência, quando os valores declarados como pagos aos obreiros forem inferiores à metade do valor bruto da respectiva Nota Fiscal de Serviços.
CONSTRUÇÃO CIVIL. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. AFERIÇÃO INDIRETA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA NORMA. IMPROCEDÊNCIA.
Não há que se falar em retroatividade indevida quando a sistemática adotada no procedimento fiscal, em especial no que toca à aferição da remuneração da mão-de-obra, está alicerçado na mesma norma que se fez expressa nas Normas Complementares anteriores que trataram do assunto.
Numero da decisão: 2402-006.835
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Denny Medeiros da Silveira - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Mauricio Nogueira Righetti - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
Nome do relator: MAURICIO NOGUEIRA RIGHETTI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2008 CONSTRUÇÃO CIVIL. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. AFERIÇÃO INDIRETA. APLICABILIDADE. O Fisco é autorizado, para fins previdenciários, a aferir indiretamente a remuneração dos segurados em obra de construção civil, com o percentual previsto na legislação de regência, quando os valores declarados como pagos aos obreiros forem inferiores à metade do valor bruto da respectiva Nota Fiscal de Serviços. CONSTRUÇÃO CIVIL. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. AFERIÇÃO INDIRETA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA NORMA. IMPROCEDÊNCIA. Não há que se falar em retroatividade indevida quando a sistemática adotada no procedimento fiscal, em especial no que toca à aferição da remuneração da mão-de-obra, está alicerçado na mesma norma que se fez expressa nas Normas Complementares anteriores que trataram do assunto.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior.
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SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. AFERIÇÃO INDIRETA. APLICABILIDADE. O Fisco é autorizado, para fins previdenciários, a aferir indiretamente a remuneração dos segurados em obra de construção civil, com o percentual previsto na legislação de regência, quando os valores declarados como pagos aos obreiros forem inferiores à metade do valor bruto da respectiva Nota Fiscal de Serviços. CONSTRUÇÃO CIVIL. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. AFERIÇÃO INDIRETA. APLICAÇÃO RETROATIVA DA NORMA. IMPROCEDÊNCIA. Não há que se falar em retroatividade indevida quando a sistemática adotada no procedimento fiscal, em especial no que toca à aferição da remuneração da mãodeobra, está alicerçado na mesma norma que se fez expressa nas Normas Complementares anteriores que trataram do assunto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Denny Medeiros da Silveira Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 97 1. 00 13 67 /2 00 8- 45 Fl. 729DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 730 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Sergio da Silva, Denny Medeiros da Silveira, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Gregorio Rechmann Junior. Relatório Cuida o presente de Recurso Voluntário em face do Acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, que considerou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo sujeito passivo, contra decisão proferida pela DRF/RECIFE que, neste processo, indeferiu o Pedido de Restituição do contribuinte em 02.08.2011. Por bem relatar o caso, valhome do relatório do acórdão de piso, a diante colacionado: (...) Como já dito, A DRJ julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade no que toca ao discutido nestes autos (fls. 695/700), com a seguinte ementa: Fl. 730DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 731 3 O contribuinte apresentou Recurso Voluntário em face do referido acórdão, por meio do qual aduziu, em resumo, a impossibilidade de aplicação retroativa da aferição indireta nos moldes previsto na IN 971/2009, na medida em que os fatos geradores seriam todos anteriores à sua vigência. (fls. 709/712). É o relatório. Voto Conselheiro Mauricio Nogueira Righetti, Relator De início, cumpre destacar, que em pese o dispositivo do acórdão recorrido consignar a improcedência da Manifestação de Inconformidade, acabou por reconhecer parcialmente o direito creditório no montante de R$ 843,43. Contudo, referido valor já havia sido reconhecido pela autoridade fiscal quando da análise dos Pedidos de Restituição que tiveram suas análises agrupadas. Vejamos: A decisão de fls. 679 reconheceu o direito creditório do contribuinte e deferiu parcialmente o pedido de restituição na monta de R$ 1.829,93, que, em verdade, é o somatório do apurado nos processos 11971.000577/200816 (R$ 372,55), 11971.000721/200903 (R$ 613,95) e nestes auto (R$ 843,43). Nessa linha, a rigor, a conclusão do julgamento de piso não reconheceu direito crédito além daquele já anteriormente reconhecido. A recorrente tomou ciência do acórdão de piso em 27.04.2017, consoante se denota de fls. 706 e apresentou, tempestivamente, seu Recurso Voluntário em 29.05.2017 (fls. 708). Nesse sentido, dele passo a conhecer. Como mencionado alhures, cuida o presente caso de Pedidos de Restituição de Contribuição Previdenciária resultante do confronto entre as retenções sofridas (11%) por conta da emissão de suas notas fiscais de prestação de serviços e o valor devido sobre sua folha de pagamento do mesmo período e com relação à mesma obra de construção civil. Fl. 731DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 732 4 A discussão em tela abarca 8 (oito) obras no período de janeiro a setembro de 2008, consoante abaixo sintetizado. COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO VLR NF COMPETÊNCIA CEI RETENÇÕES *COMPENSAÇÃO CRÉDITO SOFREU RETENÇÃO jan/08 37.310.00513/74 56.049,46 10.415,37 45.634,09 1.019.081,02 fev/08 37.310.00513/74 17.167,12 6.152,57 11.014,55 312.129,52 mar/08 37.310.00513/74 22.345,96 11.345,96 11.000,00 415.504,27 mar/08 37.310.00041/73 5.624,82 1.773,82 3.851,00 189.177,76 abr/08 37.310.00045/72 2.704,35 1.887,85 816,50 49.170,02 abr/08 37.310.00513/74 20.448,66 8.162,96 12.285,70 371.793,78 abr/08 37.310.00891/73 4.209,58 1.379,18 2.830,40 76.537,74 mai/08 37.310.00513/74 24.528,85 9.287,99 15.240,86 445.888,17 jun/08 37.310.00513/74 26.232,04 9.591,68 16.640,36 476.946,07 jul/08 37.310.00608/72 1.895,90 284,59 1.611,31 34.470,97 jul/08 37.310.00891/73 4.209,57 142,29 4.067,28 76.537,74 jul/08 37.310.00513/74 21.955,27 9.551,96 12.403,31 399.186,79 ago/08 37.310.00513/74 15.128,69 9.367,69 5.761,00 275.067,02 ago/08 46.020.00049/72 2.575,36 284,59 2.290,77 46.824,62 set/08 46.020.00069/76 567,25 195,99 371,26 10.313,69 set/08 37.310.00513/74 16.021,98 5.036,06 10.985,92 291.308,74 set/08 46.002.00070/72 10.060,57 4.239,31 5.821,26 182.919,40 Ao longo do procedimento, a autoridade fiscal emitiu Termos de Intimação para que fossem apresentados os seguintes documentos/esclarecimentos: TIF de 01.07.2011 relativo a este e aos demais processos fls. 7 do PAF 10480.724677/201104: Planilhas discriminadas dos valores compensados, no período de 01/2005 a atual, informando a origem do crédito, o período do crédito e o valor compensado, principalmente das compensações efetuadas nas diversas matrículas CEI, para as quais são requeridas as restituições. Após a apresentação de documentos/esclarecimentos, a autoridade fiscal procedeu à análise e apurou o crédito, no que toca à aferição da remuneração da mãodeobra, à luz da sistemática, prevista nos artigos 618, I da Instrução Normativa INSS/DC nº 100, de 18/12/20031, 427 da Instrução Normativa SRP nº 3, de 14/07/20052 e 450, I da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13/11/20093, da seguinte forma: 1 INSTRUÇÃO NORMATIVA INSS/DC Nº 100, DE 18 DE DEZEMBRO DE 2003 Art. 618. Para fins de aferição, a remuneração da mãodeobra utilizada na prestação de serviços por empresa corresponde ao mínimo de: I quarenta por cento do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços; II cinqüenta por cento do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo, no caso de trabalho temporário. Fl. 732DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 733 5 1 Para determinação do valor de retenção: Aplicou 11% sobre 50% do valor bruto das notas fiscais. Ou seja, aplicou 5,5% sobre o valor bruto estampado naqueles documentos fiscais. 2 Para determinação do valor da mãodeobra: Aplicou 40% sobre 50% do valor bruto das notas fiscais. Ou seja, aplicou 20% sobre o valor bruto estampado naqueles documentos fiscais. 3 Para apuração do crédito: Aplicou sobre o valor determinado para mãodeobra, a alíquota concentrada de 31 % (Patronal de 20% + Segurados de 8% + RAT de 3%) e comparou com o resultado do item 1 acima. Quanto à sistemática adotada para a determinação do valor de retenção, cumpre salientar que é, a rigor, a mesma adotada pelo recorrente quando promoveu o destaque em suas notas fiscais, o que pode ser verificado pela razão entre os valores das colunas "RETENÇÕES" e "VLR NF SOFREU RETENÇÃO" constantes da planilha acima, da ordem de 5,5%. A título ilustrativo, sintetizo a seguir 3 (três) apurações nos autos dos processos infra citados, que serão julgados nesta mesma sessão e que constaram nas tabelas integrantes do Despacho Decisório questionado. A B C D E F G H I J K L M COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO CONF PEDIDO VLR NF % SAL. DE CONTRIBUIÇÃO CP DEVIDA CRÉDITO PROCESSO COMP CEI RETENÇÕES COMPENSA CRÉDITO RETENÇÃO (D / G) (J / G) VALOR ALÍQUOTA VALOR (D L) RESULTADO 10480.724677/201104 jan/09 46.020.00082/73 10.783,51 4.873,62 5.909,89 196.063,77 5,50% 20,00% 39.212,75 36,80% 14.430,29 3.646,78 NÃO HÁ 10480.724677/201104 fev/09 46.020.00082/73 6.135,48 5.203,29 932,19 111.554,21 5,50% 20,00% 22.310,84 36,80% 8.210,39 2.074,91 NÃO HÁ 10480.724677/201104 mai/09 46.020.00082/73 9.750,81 4.148,00 5.602,81 177.287,51 5,50% 20,00% 35.457,50 36,80% 13.048,36 3.297,55 NÃO HÁ 11971.000552/200812 out/06 37.310.00014/70 1.406,30 250,67 1.155,63 25.569,10 5,50% 20,00% 5.113,82 31,00% 1.585,28 178,98 NÃO HÁ 11971.000552/200812 out/06 37.310.00016/74 561,65 250,67 310,98 10.211,86 5,50% 20,00% 2.042,37 31,00% 633,14 71,49 NÃO HÁ 11971.000552/200812 dez/06 37.310.00050/77 9.143,77 4.079,09 5.064,68 166.250,38 5,50% 20,00% 33.250,08 31,00% 10.307,52 1.163,75 NÃO HÁ 2 INSTRUÇÃO NORMATIVA SRP Nº 3, DE 14 DE JULHO DE 2005 Art. 427. O valor da remuneração da mãodeobra utilizada na execução dos serviços contratados, aferido indiretamente, corresponde no mínimo a quarenta por cento do valor dos serviços contidos na nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços. 3 INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 971, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2009 Art. 450. Para fins de aferição, a remuneração da mãodeobra utilizada na prestação de serviços por empresa corresponde, no mínimo, ao percentual de: I 40% (quarenta por cento) do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços; II 50% (cinquenta por cento) do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou do recibo, no caso de trabalho temporário. Fl. 733DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 734 6 11971.000556/200809 abr/06 37.310.00014/70 4.768,45 1.071,64 3.696,81 86.699,15 5,50% 20,00% 17.339,83 31,00% 5.375,35 606,90 NÃO HÁ 11971.000556/200809 abr/06 37.310.00016/74 5.773,43 2.484,79 3.288,64 104.971,52 5,50% 20,00% 20.994,30 31,00% 6.508,23 734,80 NÃO HÁ 11971.000556/200809 abr/06 37.310.00025/79 4.585,59 1.889,22 2.696,37 83.374,41 5,50% 20,00% 16.674,88 31,00% 5.169,21 583,62 NÃO HÁ 11971.000557/200845 ago/06 37.310.00016/74 7.823,36 3.348,05 4.475,31 142.242,95 5,50% 20,00% 28.448,59 31,00% 8.819,06 995,70 NÃO HÁ 11971.000557/200845 set/06 37.310.00016/74 2.229,07 794,37 1.434,70 40.528,64 5,50% 20,00% 8.105,73 31,00% 2.512,78 283,71 NÃO HÁ 11971.000557/200845 set/06 37.310.00466/71 2.900,25 167,68 2.732,57 52.731,75 5,50% 20,00% 10.546,35 31,00% 3.269,37 369,12 NÃO HÁ 11971.000783/200826 mar/07 37.310.00507/77 809,55 262,96 546,59 14.719,16 5,50% 20,00% 2.943,83 31,00% 912,59 103,04 NÃO HÁ 11971.000783/200826 mar/07 37.310.00513/74 6.494,32 1.382,48 5.111,84 118.078,49 5,50% 20,00% 23.615,70 31,00% 7.320,87 826,55 NÃO HÁ 11971.000783/200826 mar/07 37.310.00525/76 3.648,43 1.624,30 2.024,13 66.335,11 5,50% 20,00% 13.267,02 31,00% 4.112,78 464,35 NÃO HÁ 11971.001367/200845 jan/08 37.310.00513/74 56.049,46 10.415,37 45.634,09 1.019.081,02 5,50% 20,00% 203.816,20 31,00% 63.183,02 7.133,56 NÃO HÁ 11971.001367/200845 jun/08 37.310.00513/74 26.232,04 9.591,68 16.640,36 476.946,07 5,50% 20,00% 95.389,21 31,00% 29.570,66 3.338,62 NÃO HÁ 11971.001367/200845 set/08 46.020.00069/76 567,25 195,99 371,26 10.313,69 5,50% 20,00% 2.062,74 31,00% 639,45 72,20 NÃO HÁ 35212.000356/200636 ago/05 37.310.00492/72 6.096,51 1.357,60 4.738,91 110.845,64 5,50% 20,00% 22.169,13 31,00% 6.872,43 775,92 NÃO HÁ 35212.000356/200636 set/05 37.310.00492/72 3.875,05 2.074,61 1.800,44 70.455,45 5,50% 20,00% 14.091,09 31,00% 4.368,24 493,19 NÃO HÁ 35212.000356/200636 set/05 37.310.00486/75 1.473,94 272,58 1.201,36 26.798,91 5,50% 20,00% 5.359,78 31,00% 1.661,53 187,59 NÃO HÁ Todavia, na sequência do indeferimento de seus pleitos, o recorrente sustentou, em sua impugnação, a impossibilidade de aferição fixa (40% do faturamento) para todo o tipo de obra de construção, ponderando pela utilização da verdade material, que levaria em consideração a mãodeobra efetivamente trabalhada. De plano, cumpre ressaltar que o procedimento de arbitramento tem supedâneo legal no artigo 148 do CTN, que assim estabelece: Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Referido argumento defensivo foi corretamente afastado pela decisão de piso, nos seguintes termos: Fl. 734DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 735 7 Fl. 735DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 736 8 Somemse aos fundamentos acima, as constatações promovidas pela autoridade fiscal no sentido de que "os valores dos salários de contribuição foram apurados pelo sistema, sendo considerado para tanto as informações prestadas pela empresa através das Guias de Recolhimentos do Fundo de Garantia e Informações para a Previdência social GFIP, como retenção sofrida no mês. Mesmo porque a empresa se contradiz quando declara nas notas fiscais de serviço o valor referente a mão de obra e declara em GFIP, como salário de contribuição para a mesma competência um valor bem inferior." Já em seu Recurso Voluntário em função do então assentado pela DRJ passou a tão somente sustentar a impossibilidade de aplicação retroativa da aferição indireta nos moldes previsto na IN 971/2009, na medida em que os fatos geradores seriam todos anteriores à sua vigência. Nesse ponto, cumpre destacar que a sistemática adotada no procedimento fiscal, em especial no que toca à aferição da remuneração da mãodeobra, está alicerçado na mesma norma que se fez expressa nas Normas Complementares anteriores que trataram do assunto, a saber, nos artigos 618, I c/c 159, I4, ambos da Instrução Normativa INSS/DC nº 100, de 18/12/2003, 427 c/c 150, I5, ambos da Instrução Normativa SRP nº 3, de 14/07/2005 e 4 Art. 159. Quando o fornecimento de material ou a utilização de equipamento próprio ou de terceiros, exceto o manual, estiver previsto em contrato, mas sem discriminação dos valores de material ou equipamento, a base de cálculo da retenção corresponderá, no mínimo, a: I cinqüenta por cento do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços; 5 Art. 150. Os valores de materiais ou de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, cujo fornecimento pela contratada esteja apenas previsto em contrato, desde que discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não integram a base de cálculo da retenção, devendo o valor desta corresponder no mínimo a: I cinqüenta por cento do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços; Fl. 736DF CARF MF Processo nº 11971.001367/200845 Acórdão n.º 2402006.835 S2C4T2 Fl. 737 9 450, I c/c 122, I6, ambos da Instrução Normativa RFB nº 971, de 13/11/2009, não havendo que se falar, assim sendo, em aplicação retroativa do dispositivo citado naquela decisão. Face ao exposto, VOTO no sentido de CONHECER do recurso apresentado para NEGARLHE provimento. (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti 6 Art. 122. Os valores de materiais ou de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, cujo fornecimento esteja previsto em contrato, sem a respectiva discriminação de valores, desde que discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não integram a base de cálculo da retenção, devendo o valor desta corresponder no mínimo a: I 50% (cinquenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços; Fl. 737DF CARF MF
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Numero do processo: 11050.001411/2009-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 02/08/2004 a 29/08/2004
INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 DO ANEXO II DO RICARF.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas no artigo 62 do Anexo II do RICARF.
REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, E DO DL 37/1966 (IN SRF 28, de 1994, IN SRF 510, de 2005 e IN SRF nº 1.096, de 2.010). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. NOTÍCIA SISCOMEX.
A expressão imediatamente após, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF nº 28, de 1994, traduz subjetividade e não possui delimitação jurídica objetiva a determinar o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, inciso IV, alínea e do Decreto-lei nº 37, de 1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 2003, somente começou a ser passível de aplicação a partir de fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF nº 510, de 2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex.
Numero da decisão: 3302-006.098
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1993; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 187 1 186 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11050.001411/200990 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302006.098 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 25 de outubro de 2018 Matéria Multa Aduaneira Recorrente CTIL LOGISTICA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 02/08/2004 a 29/08/2004 INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. SÚMULA CARF Nº 2. EXCEÇÕES PREVISTAS NOS ARTIGOS 62 DO ANEXO II DO RICARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, ressalvadas as hipóteses previstas no artigo 62 do Anexo II do RICARF. REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN SRF 28, de 1994, IN SRF 510, de 2005 e IN SRF nº 1.096, de 2.010). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. NOTÍCIA SISCOMEX. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF nº 28, de 1994, traduz subjetividade e não possui delimitação jurídica objetiva a determinar o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37, de 1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 2003, somente começou a ser passível de aplicação a partir de fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF nº 510, de 2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 0. 00 14 11 /2 00 9- 90 Fl. 187DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 188 2 (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad. Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado para a cobrança da multa prevista no artigo 107, IV, "e" do Decretolei nº 37 de 18/11/1966, pela informação de embarque de mercadorias objeto de despacho de exportação, fora do prazo estabelecido pela RFB. Em impugnação, a recorrente deduziu: 1. Antes de o agente marítimo informar os dados de embarque, a autoridade fiscal aduaneira já possui conhecimento dos referidos dados e que o atraso no registro não implica em qualquer prejuízo ao controle de carga; 2. Ausência de responsabilidade direta da recorrente, em razão de não possuir dentro do prazo de sete dias, as informações necessárias ao registro no SISCOMEX; 3. A impossibilidade de aplicação da multa cominada por falta de tipificação legal e ilegitimidade passiva da recorrente; 4. A nulidade do Auto de Infração por aplicação de norma inexistente à data de ocorrência dos fatos (IN SRF nº 510/2005), com ofensa ao artigo 144 do CTN; 5. A impossibilidade de aplicação da multa por ofensa às limitações constitucionais ao poder de tributar e ao princípio da proporcionalidade e da razoabilidade; 6. A inexistência de prejuízo ao erário e a aplicação do artigo 112 do CTN; 7. A possibilidade de análise de inconstitucionalidade no âmbito administrativo. A Quarta Turma da DRJ no Rio de Janeiro proferiu o Acórdão nº 12086.573, julgando a impugnação parcialmente procedente, mantendo apenas o fato gerador de 29/08/2004, nos termos da ementa abaixo: Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2009 INFRAÇÕES DE NATUREZA TRIBUTÁRIA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. A responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente. Fl. 188DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 189 3 ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DAS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS PARA APRECIAÇÃO. Não compete às autoridades administrativas proceder à análise da constitucionalidade ou legalidade das normas tributárias que regem a matéria sob apreço, posto que essa atividade é de competência exclusiva do Poder Judiciário; logo resta incabível afastar sua aplicação, sob pena de responsabilidade funcional. PRESTAÇÃO EXTEMPORÂNEA DOS DADOS DE EMBARQUE. A partir da vigência da Medida Provisória 135/03, a prestação extemporânea da informação dos dados de embarque por parte do transportador ou de seu agente é infração tipificada no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do DecretoLei 37/66, com a nova redação dada pelo artigo 61 da MP citada, que foi posteriormente convertida na Lei 10.833/03. DADOS DE EMBARQUE. INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. PENALIDADE APLICADA POR VIAGEM EM VEÍCULO TRANSPORTADOR. A penalidade que comina a prestação intempestiva de informação referente aos dados de embarque de mercadorias destinadas à exportação é aplicada por viagem do veículo transportador. AGENTE DE CARGA. INOBSERVÂNCIA DO PRAZO PARA PRESTAR INFORMAÇÃO. RESPONSABILIDADE. O agente de carga submetese às regras da IN RFB nº 800/2007, pois é expressamente incluído entre as espécies de transportador ali definidas, devendo o significado do termo transportador ser compreendido levando em consideração o contexto em que ele foi empregado. Assunto: Obrigações Acessórias Anocalendário: 2009 INFORMAÇÕES SOBRE VEÍCULO, OPERAÇÃO OU CARGA. PRAZO PARA APRESENTAÇÃO. Até a entrada em vigor dos prazos estabelecidos no art. 22 da Instrução Normativa RFB nº 800/2007, as informações exigidas pela Aduana referentes ao transporte internacional de mercadorias, inclusive as de responsabilidade do agente de carga, deveriam ser prestadas antes da atracação ou desatracação da embarcação em porto no País. PRESTAÇÃO INTEMPESTIVA DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA TRANSPORTADA. MULTA. DELIMITAÇÃO DA INCIDÊNCIA. Fl. 189DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 190 4 Em conformidade com o disposto no Ato Declaratório Executivo Corep nº 3, de 28/3/2008 (DOU 1/4/2008), a prestação intempestiva de dados sobre veículo, operação ou carga transportada é punida com multa específica que, em regra, é aplicável em relação a cada escala, manifesto, conhecimento ou item incluído ou retificado após o prazo para prestar a devida informação, independente da quantidade de campos alterados. NORMA EM PLENO VIGOR. INOBSERVÂNCIA POR CONTA DE SUPOSTO VÍCIO NAS OBRIGAÇÕES INSTITUÍDAS. VEDAÇÃO. A IN RFB nº 800/2007 está em pleno vigor, logo não pode ser afastada pelo julgador administrativo, cuja atuação é pautada pelo princípio da legalidade, nem descumprida pelos seus destinatários por conta de suposto vício nas obrigações estabelecidas. DECADÊNCIA. OCORRÊNCIA. SOLUÇÃO DE CONSULTA INTERNA 32/2013. O prazo para efetuar lançamento de multas relacionadas ao controle aduaneiro das importações é de 5 anos contado da data da infração. Impugnação Improcedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformada, a recorrente interpôs recurso voluntário, reiterando as alegações deduzidas na impugnação, resumidas abaixo: 1. A impossibilidade de aplicação de multa cominada por falta de tipificação legal e ilegitimidade passiva; 2. A imprecisão contida no Auto de Infração sobre como a mesma agiu, se como transportador ou agente ou outra hipótese, ou seja, a comprovação da sujeição passiva; 3. O princípio da razoabilidade e as multas fiscais e sua violação no caso concreto limitações constitucionais ao poder de tributar; 4. A inexistência de prejuízo ao erário e aplicação do artigo 122 do CTN e ausência de dolo ou máfé; 5. A possibilidade de análise de inconstitucionalidade no âmbito administrativo. Na forma regimental, o processo foi distribuído a este relator. É o relatório. . Voto Fl. 190DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 191 5 Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O recurso voluntário atende aos pressupostos processuais e dele tomo conhecimento. Inicialmente, cabe ressalvar que as alegações de inconstitucionalidade não podem ser conhecidas por este colegiado, em razão da Súmula CARF nº 02: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Assim, as alegações concernentes à ilegalidade de dispositivos legais por ofensa ao princípio da razoabilidade, princípio de vedação ao confisco, à reserva de lei complementar, às limitações constitucionais ao poder de tributar e, por óbvio, concernentes à possibilidade de análise de inconstitucionalidade no âmbito administrativo não serão conhecidas. De forma complementar, adoto as razões da decisão recorrida quanto às alegações de violações de princípios efetuadas pela recorrente, conforme disposto no §1º do artigo 50 da Lei nº 9.784/1999. A autoridade fiscal fundamentou a autuação no art. 37 da IN SRF nº 28, de 1994, na IN SRF nº 510/2005 e no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37, de 1966 e nos artigos 15, 17, 24, 27, 30 a 32, 36 a 43, 52 a 55, 59, 60 do Decreto nº 4.543, de 2002. Dentre as alegações da recorrente, está a falta de tipificação legal para a cominação da penalidade. No caso, a infração remanescente neste processo reporta a 29/08/2004, período anterior à vigência da IN SRF nº 510/2005, que foi a primeira instrução a estabelecer um prazo determinado de dois ou sete dias para a prestação das informações, substituindo a expressão "imediatamente" que constava na redação original do artigo 37 da IN SRF nº 28/1994. A respeito da interpretação da expressão "imediatamente", este relator já proferiu voto no Acórdão nº 3302002.721, de 18/09/2014, no processo 10689.000010/2009 53, cujas ementa e razões reitero abaixo: Ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/02/2004 a 24/12/2004, 12/09/2008 a 21/09/2008 REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN SRF 28, de 1994, IN SRF 510, de 2005 e IN SRF nº 1.096, de 2.010). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. NOTÍCIA SISCOMEX. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF nº 28, de 1994, traduz subjetividade e não possui delimitação jurídica objetiva a determinar o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe Fl. 191DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 192 6 corresponde, instituída no art. 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37, de 1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 2003, somente começou a ser passível de aplicação a partir de fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF nº 510, de 2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex. Razões: DA IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO RETROATIVA DA IN SRF nº 510, de 2005 E DA IN RFB Nº 1.096, DE 2010 A autoridade fiscal fundamentou a autuação no art. 37 da IN SRF nº 28, de 1994, na IN SRF nº 510, de 2005 e no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37, de 1966 e nos artigos 15, 17, 24, 27, 30 a 32, 36 a 43, 52 a 55, 59, 60 do Decreto nº 4.543, de 2002. Durante o trâmite processual sobreveio a IN RFB nº 1.096, de 2010, alterando o artigo 37 da IN SRF 28, de 1994, aumentando o prazo de dois para sete dias, após o embarque, para registro das informações. A recorrente alega que a aplicação retroativa das referidas instruções normativas não a beneficia, em razão de que o termo “imediatamente” da redação original do artigo 37 não corresponde a prazo específico para cumprimento da obrigação e, portanto, seria inaplicável. Afirma que a interpretação deste termo como sendo vinte e quatro horas, dada pela Notícia SISCOMEX nº 105, de 1994, não é normativa, pois que tal nota não se insere no conceito de legislação interpretativa. O caput do artigo 37 da IN SRF nº 28, de 1994, teve sua redação alterada ao longo do tempo conforme abaixo: Art. 37. Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes, no SISCOMEX, com base nos documentos por ele emitidos. Parágrafo único. Na hipótese de embarque de mercadoria em viagem internacional, por via rodoviária, fluvial ou lacustre, o registro de dados do embarque, no SISCOMEX, será de responsabilidade do exportador ou do transportador, e deverá ser realizado antes da apresentação da mercadoria e dos documentos à unidade da SRF de despacho. Art. 37. O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque. (Redação dada pela IN 510, de 2005) § 1º Na hipótese de embarque de mercadoria em viagem internacional, por via rodoviária, fluvial ou lacustre, o registro de dados do embarque, no Siscomex, será de responsabilidade do exportador ou do transportador, e deverá ser realizado antes Fl. 192DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 193 7 da apresentação da mercadoria e dos documentos na unidade da SRF de despacho. § 2º Na hipótese de embarque marítimo, o transportador terá o prazo de sete dias para o registro no sistema dos dados mencionados no caput deste artigo. Art. 37 . O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de 7 (sete) dias, contados da data da realização do embarque. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010) § 1º Na hipótese de embarque de mercadoria em viagem internacional, por via rodoviária, ferroviária, fluvial ou lacustre, o registro de dados do embarque, no Siscomex, será de responsabilidade do exportador ou do transportador, e deverá ser realizado antes da apresentação da mercadoria e dos documentos na unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) de despacho. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010 ) § 1º Na hipótese de embarque de mercadoria em viagem internacional, por via rodoviária, ferroviária, fluvial ou lacustre, o registro de dados do embarque, no SISCOMEX, será de responsabilidade do exportador ou do transportador, e deverá ser realizado antes da apresentação da mercadoria e do Envio de Declaração para Despacho Aduaneiro. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.407, de 4 de novembro de 2013) § 2º Na hipótese de o registro da declaração para despacho aduaneiro de exportação ser efetuado depois do embarque da mercadoria ou de sua saída do território nacional, nos termos do art. 52, o prazo a que se refere o caput será contado da data do registro da declaração. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010) § 3º Os dados de embarque da mercadoria poderão ser informados pela fiscalização aduaneira nas hipóteses estabelecidas em ato da CoordenaçãoGeral de Administração Aduaneira (Coana).(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.096, de 13 de dezembro de 2010 ) Inicialmente, o artigo não trazia um prazo máximo determinado a partir do embarque para a prestação das informações pertinentes ao embarque, mas se referia à expressão “imediatamente após”. O entendimento sobre o termo “imediatamente” foi trazido pela Notícia SISCOMEX nº 105, de 1994, como informado no voto do acórdão recorrido: “E, o sentido do vocábulo “imediatamente” do artigo 37 foi esclarecido no item 2 da Notícia Siscomex no 105, de 27 de julho de 1994, conforme segue: “2) Por oportuno, esclarecemos que o termo imediatamente, contido no art. 37 da IN 28/94, deve ser interpretado como “em Fl. 193DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 194 8 até 24 horas da data do efetivo embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes no Siscomex, com base nos documentos por ele emitidos”. Salientamos o disposto no art. 44 da referida IN, ou seja, a revisão legal para autuação do transportador no caso de descumprimento do previsto no artigo acima referenciado.” Verificase, de plano, a inadequação do meio utilizado para interpretar a palavra “imediatamente”. A legislação tributária compreende, consoante o art. 96 do CTN, as leis, tratados e convenções internacionais, decretos e as normas complementares especificadas no art. 100 do mesmo diploma, dentre elas, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas. A Portaria SRF nº 001, de 2001 (revogada pela Portaria nº 1.098, de 2013) relacionava os atos tributários e aduaneiros, não comportando a Nota SISCOMEX. Defluise que estas notas são orientações e entendimentos internos, sem eficácia normativa, e, portanto, não poderiam fundamentar o cumprimento de obrigação acessória, conforme disposto no artigo 94 do Decretolei nº 37, de 1966: Art.94 Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste DecretoLei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completálos. § 1º O regulamento e demais atos administrativos não poderão estabelecer ou disciplinar obrigação, nem definir infração ou cominar penalidade que estejam autorizadas ou previstas em lei. Destarte, inferese que o termo “imediatamente” possui uma indefinição quanto ao prazo que a prestação da informação deveria ser prestada. Seria de vinte e quatro horas? Ou dois dias? Ou sete dias? Assim, é incabível a aplicação da penalidade, posto que a norma que a instituiu não trouxe delimitação jurídica objetiva a determinar o cumprimento da obrigação. Nesta matéria, citase precedente do CARF no Acórdão nº 3102 002.075, cuja parte da ementa transcrevese abaixo: REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (INS SRF 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro do prazo de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei no Fl. 194DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 195 9 10.833/2003, somente começou a ser passível de aplicação a partir de fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex. O voto proferido pelo Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro adotou as razões expostas no Acórdão nº 3202000.241, em voto condutor do Conselheiro José Luiz Novo Rossari, que, com a devida vênia, transcrevese: “[...] Feitas essas transcrições, impõese ressaltar que na vigência da IN SRF no 28/1994 a inobservância da obrigação estabelecida no seu art. 37 era entendida pela SRF como caracterizadora de embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, conforme disposto em seu art. 44. No entanto, a partir da superveniência da Medida Provisória no 135/2003, convertida na Lei no 10.833/2003, foi estabelecida para o transportador a obrigação de “prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas”, como se verifica da redação retrotranscrita, emprestada ao art. 37 do Decretolei no 37/1966 pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003. Destarte, com a entrada em vigor dessa nova norma legal, o descumprimento da obrigação de prestar à SRF, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, passou a ser cominada com a multa de R$ 5.000,00 prevista no inciso IV, “e”, do art. 107 do Decretolei no 37/1966, e não mais aquela prevista por embaraço, que veio a ser tipificada no inciso IV, “c”. Para a caracterização de ilícito sujeito à aplicação da referida multa, há que ser apurado o descumprimento da obrigação, o que implica, no caso, a inobservância de prazo fixado pela SRF para a apresentação dos dados relativos ao embarque. Verificase que, por ocasião dos fatos que geraram a aplicação das multas, vigia a redação original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, que estabelecia que a obrigação devia ser satisfeita “imediatamente após realizado o embarque da mercadoria”. Ora, têmse por evidente que, por não conter regramento certo e inequívoco que permita seu cumprimento sem a permanência de dúvidas, a imposição normativa constante desse ato administrativo é destituída de força cogente para a finalidade a que se propõe, de imposição de penalidade. Com efeito, não se encontra, em quaisquer dos códigos pátrios, norma semelhante que tenha fixado prazo não revestido de certeza e não expresso em quantidade de dias, meses ou anos. A matéria deve ser tratada com rigor ainda mais acentuado em se tratando de norma tributáriapenal, que deve obedecer ao princípio insculpido no art. 97, inciso V do CTN, devendo o elaborador usar, em sua redação legislativa, dos cuidados básicos pertinentes à matéria, de forma a evitar o surgimento de Fl. 195DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 196 10 dúvidas e questionamentos elementares que venham a permitir a aplicação das regras mais benéficas ao autuado, previstas no art. 112 desse mesmo Código. O caso em exame é exemplo da falta desse cuidado, ao apontar prazo incerto para o cumprimento de norma, visto que “imediatamente após” não pode ser considerado como um prazo regulamentar. Daí que, na vigência original da IN SRF no 28/1994, não havia norma que impusesse prazo para que as empresas aéreas procedessem ao registro no Siscomex, visto que a expressão “imediatamente após” não se traduz em prazo certo para o cumprimento de obrigação. Resta acrescentar, por oportuno, que a interpretação dada a essa expressão pela Notícia Siscomex no 105/1994, no sentido de que deve ser entendida como “em até 24 horas da data do efetivo embarque da mercadoria” não tem base legal para os efeitos da lide, visto não estar compreendida entre os atos normativos de que trata o art. 100 do CTN. Tratase, no caso, de veiculação destinada à orientação do Fisco e dos usuários do Siscomex, mas sem que possua as características essenciais de ato normativo, razão pela qual sequer foi referida na autuação. De outra parte, também cumpre acrescentar que o art. 37 da IN SRF no 28/1994 foi objeto de nova alteração pela IN RFB no 1.096, de 13/12/2010, que aumentou o prazo para a apresentação de dados pertinentes ao embarque para 7 (sete) dias. Ressaltese que esse ato normativo continua fazendo em seu art. 44 remissão ao art. 37, de forma a tratar a infração como de embaraço, o que bem demonstra a falta de atenção à legislação vigente, que desde a Medida Provisória no 135/2003 tem tipificação legal distinta. Retornando à lide, resta que, em não havendo regra fixadora de prazo para que se implementasse a eficácia do art. 37 do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu a Lei no 10.833/2003, por ocasião de sua publicação, há que se concluir que o primeiro ato administrativo que veio a disciplinar esse artigo foi a IN SRF no 510, de 14/2/2005, antes transcrita, que em seu art. 1o alterou a redação do art. 37 da IN SRF no 28/1994, de forma a fixar o prazo de 2 (dois) dias para o registro dos dados pertinentes ao embarque. Desse modo, há que se concluir que a multa objeto de lide somente tem aplicação nos casos em que a inobservância da prestação de informações refirase a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e produziu efeitos. Como os fatos que originaram este processo ocorreram entre 4/6 e 27/6/2004, quando ainda não existia essa Instrução Normativa, são descabidas a sua argüição e a sua trazida ao mundo jurídico, de forma a alicerçar a caracterização de infrações e a legitimar a cominação de penalidades que lhe correspondam. Fl. 196DF CARF MF Processo nº 11050.001411/200990 Acórdão n.º 3302006.098 S3C3T2 Fl. 197 11 Em face dos elementos constantes dos autos e da legislação aplicável à espécie, entendo que não se vislumbram os elementos básicos tendentes à caracterização de infração e julgo prejudicadas as diversas outras alegações da recorrente, por não influírem na solução da lide.” Portanto, concluise que a aplicação da multa prevista no art. 107, IV, “e” do Decretolei nº 37, de 1966, deveria ser aplicada na inobservância da obrigação contida no art. 37 da IN SRF nº 28, de 1994, a partir de 15/02/2005, data em que produziu efeitos a IN SRF 510, de 2005, sendo, portanto, improcedentes os lançamentos relativos aos fatos geradores de 1º/02/2004 a 24/12/2004. Destarte, antes da vigência dos efeitos da IN SRF nº 510/2005, em 15/02/2005, não há elementos objetivos legais para a caracterização da infração, devendo o lançamento ser exonerado, por se referir ao fato gerador de 29/08/2004. Diante do exposto, voto para dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 197DF CARF MF
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Numero do processo: 13819.900592/2008-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 16/04/2004
INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 3302-006.075
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente).
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 16/04/2004 INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 05 92 /2 00 8- 54 Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13819.900592/200854 Acórdão n.º 3302006.075 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de não homologar a compensação declarada (DCOMP), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já se encontrava utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte não havia sustentado a existência do crédito declarado na DCOMP não homologada, tendo apenas informado que "temendo que a Receita Federal não processasse o citado PER/DCOMP, a mesma por sua liberalidade quitou este débito com multa e juros, (...) portanto não há o que se falar em valores devidos, ou seja, a empresa não é devedora de débito algum, pois foi devidamente quitado, conforme cópia em anexo" (sic). Ao fim, pediu o contribuinte, em manifestação de inconformidade, que fosse feita revisão de ofício, contemplando o cancelamento da DCOMP em comento e, por via de conseqüência, cancelada a cobrança decorrente da não homologação. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 05035.478, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando a ausência de prova do direito creditório pleiteado. Ressaltou a DRJ que o contencioso administrativo não se prestava ao pedido formulado pelo contribuinte, havendo rito específico para pedido de cancelamento, e que a autoridade encarregada da cobrança haveria de cuidar para que, comprovada a coincidência entre os débitos exigidos por meio da DCOMP e os relacionados com o pagamento alegado, não houvesse cobrança duplicada do débito tributário. Inconformado, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, ratificando os argumentos da Manifestação de Inconformidade e alegando não ter se utilizado do crédito apontado na DCOMP, vez que promovera o pagamento integral do débito cuja compensação se pleiteava, o que materializaria erro de fato e não ausência de pagamento. Destacou o recorrente que o pagamento integral do débito ocorrera antes mesmo da ciência da não homologação da compensação declarada, não podendo ser compelido ao pagamento em duplicidade do citado débito. Sustentou, ainda, que o pagamento é causa de extinção do crédito tributário e que, muito embora a DCOMP constitua confissão de dívida, tal preceito não pode ferir o art. 149, II e IV do CTN, no sentido de que fosse promovida a revisão de ofício. Por fim, pediu que, em caso de não se entender pelo cancelamento da DCOMP, fosse a repartição de origem oficiada para que não houvesse cobrança duplicada do débito tributário. É o relatório. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13819.900592/200854 Acórdão n.º 3302006.075 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3302006.068, de 24/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 13819.900462/200811, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3302006.068): O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos e requisitos de admissibilidade, portanto, passo a apreciálo. Do Contencioso Administrativo. A compensação enquanto modalidade de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156, II, do CTN, operase mediante a existência de crédito líquido e certo oponível à fazenda pública, sem o que não há como efetivar o encontro de contas pretendido pelo contribuinte. Assim, têmse que o direito à compensação existe na medida exata da certeza e liquidez do crédito declarado. Não restando comprovadas a certeza e liquidez do crédito do contribuinte, não há como operacionalizar a compensação. Atualmente, a compensação pode ser declarada pelo próprio sujeito passivo, em meio eletrônico, mediante preenchimento e transmissão de Declaração de Compensação DCOMP, na qual se indicará, em detalhes, o crédito existente e o débito a ser compensado, sujeitandose a ulterior homologação por verificação fiscal. A verificação fiscal das compensações declaradas pelos contribuintes se opera em dois momentos distintos, a saber: 1) Verificação Eletrônica: Consiste no cruzamento de informações fiscais do contribuinte, disponíveis na base de dados dos sistemas utilizados pela Receita Federal do Brasil, objetivando verificar a consistência e coerência da compensação declarada. Detectada, nesta fase de verificação, qualquer inconsistência ou divergência entre valores e informações do contribuinte, não homologase a compensação realizada, oportunizando ao interessado o contraditório e ampla defesa em processo administrativo fiscal específico. 2) Verificação Documental: Uma vez instaurada a fase litigiosa do processo administrativo fiscal, pela apresentação de Manifestação de Inconformidade à não homologação decorrente da verificação eletrônica, tem início a nova etapa de análise do direito creditório, que passa a se operar mediante verificação de documentos hábeis e idôneos que Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13819.900592/200854 Acórdão n.º 3302006.075 S3C3T2 Fl. 5 4 comprovem a existência do crédito utilizado pelo contribuinte. Neste segundo momento de verificação, devem ser observadas todas as regras e princípios aplicáveis ao processo administrativo fiscal. Em outras palavras, na etapa de verificação eletrônica antes de instaurado o contencioso administrativo são consideradas somente as informações e dados constantes dos sistemas utilizados pela Receita Federal do Brasil. Contudo, uma vez constatada a inconsistência/divergência das informações existentes nos sistemas informatizados, não homologase a compensação declarada e iniciase a etapa de verificação documental, nos autos de processo administrativo fiscal, onde incumbe ao contribuinte comprovar a existência de certeza e liquidez do crédito que pretende utilizar. No caso em estudo, o contribuinte informou, em sua primeira oportunidade de manifestação nestes autos, ter efetuado, por meio de DARF, o pagamento integral do débito que pretendia compensar, bem como pediu, de modo suficientemente claro, a revisão de ofício para fins de cancelamento da DCOMP. Assim, no que cinge ao suposto crédito declarado na DCOMP em comento, o próprio contribuinte reconheceu sua inexistência, ainda em sede de manifestação de inconformidade, fazendo com que sequer tenha se instaurado controvérsia administrativa sobre tal matéria, não havendo que se falar em reconhecimento ou não de direito creditório, pois não há crédito em litígio. A DRJ conheceu da Manifestação de Inconformidade e ratificou a decisão da DRF, não reconhecendo o direito creditório, sob o fundamento de que o contencioso administrativo não se presta ao pedido formulado pela contribuinte, havendo rito específico para o pedido de cancelamento. No recurso voluntário, o contribuinte ratificou todos os argumentos produzidos por ocasião da manifestação de inconformidade, renovando o pedido de revisão de ofício para o cancelamento da DCOMP e, por conseguinte, da cobrança decorrente de sua não homologação, sob pena de pagamento em duplicidade. Repisese que desde sua primeira manifestação neste PAF, a empresa reconheceu a inexistência do direito creditório antes alegado e pugnou pela revisão de ofício, com o cancelamento da DCOMP e extinção da cobrança decorrente de sua não homologação. Segundo previsão legal do § 9º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, com alterações introduzidas pela Lei nº 10.833/2003, é facultado ao sujeito passivo se insurgir, por meio de Manifestação de Inconformidade, contra a não homologação da declaração de compensação. Nesse sentido, temse que a competência dos órgãos de julgamento administrativo, no que diz respeito às declarações de compensação, está adstrita ao reconhecimento ou não do direito creditório, que terá por consectário a homologação, ou não, da compensação declarada. Ocorre que o caso em estudo não versa sobre a não homologação da DCOMP, vez que o próprio contribuinte reconheceu a inexistência de direito creditório, tendo pleiteado a revisão de ofício para que fosse realizado o Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13819.900592/200854 Acórdão n.º 3302006.075 S3C3T2 Fl. 6 5 cancelamento da DCOMP, o que escapa à competência dos julgadores administrativos. Não estando a retificação ou o cancelamento de declarações, entregues pelo sujeito passivo, inseridos na esfera de competências do julgador administrativo, não se pode decidir sobre tal matéria. Tampouco faz sentido decidir sobre matéria não impugnada pelo contribuinte em suas peças, como é o caso do reconhecimento do direito creditório e conseqüente homologação da DCOMP em comento, sobre o que, conforme já visto, sequer se instaurou litígio. Noutras palavras, não tendo o contribuinte pugnado pelo reconhecimento do direito creditório não homologado pelo Despacho Decisório, não há e nunca houve litígio administrativo quanto a não homologação, esvaziando a competência dos órgãos de julgamento administrativo, vez que também não podem estes decidir sobre os pedidos formulados nas peças produzidas pelo contribuinte nestes autos. Observese, entretanto, que há indícios de que o débito antes pretendido compensar foi pago por meio de DARF pelo contribuinte antes da emissão do despacho decisório, devendo a unidade responsável avaliar se o referido pagamento é passível de alocação ao débito oriundo da DCOMP em comento. Diante de todo o exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 63DF CARF MF
score : 1.0