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Numero do processo: 10120.914811/2009-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.082
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2005 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 91 48 11 /2 00 9- 23 Fl. 65DF CARF MF Processo nº 10120.914811/200923 Acórdão n.º 3401004.082 S3C4T1 Fl. 3 2 Não tendo sido localizado tal pagamento nos sistemas da RFB, a empresa foi intimada a se manifestar, e, diante de seu silêncio, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação de Inconformidade, na qual alegou, em síntese, que: (a) é inconstitucional a majoração de alíquota promovida pelos Decretos no 2.445/1988 e no 2.449/1998, já reconhecida pelo Poder Judiciário e declarada por ato do Senado (Resolução no 49, de 9/10/1995), e a aplicação retroativa (sistemática da semestralidade) do art. 18 da Lei no 9.715/1998 (conforme ADIn no 1.4170, publicada em 23/03/2011 e também reconhecida por ato do Senado – Resolução no 10, de 08/06/2005); e (b) o prazo para pedir a restituição é fixado a partir da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa / judicial / Resolução do Senado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) a empresa não alegou nem comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido que teria efetuado, a despeito de ter sido intimada para tanto; (b) em pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse a existência de DARF de recolhimento com a data de arrecadação diversa da indicada no pedido, parecendo a empresa buscar com a data incorreta em seu pedido frustrar eventual extinção de prazo para pedir restituição, que ocorre após cinco anos do pagamento indevido, com vem decidindo o STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.110.578/SP) e o CARF. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, basicamente repisando o argumento de que não poderia o artigo 18 da norma legal (hoje Lei no 9.715/1998) ter retroagido, como decidiu o STF na ADIn no 1.417 (e Resolução no 10/2005), e reconheceu a própria Receita Federal, na IN SRF no 6/2000; e acrescentando que a Lei no 9.715/1998 revogou a Lei Complementar no 7/70, e que a cobrança também estaria com prazo decaído. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.025, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.901000/200962, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.025): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Diante da imputação fiscal e das defesas apresentadas, há pouco a discutir no presente processo. Isso porque em nenhuma das peças de defesa a empresa informa, objetivamente, aquilo que foi intimada a esclarecer desde antes do início do contencioso: qual Fl. 66DF CARF MF Processo nº 10120.914811/200923 Acórdão n.º 3401004.082 S3C4T1 Fl. 4 3 foi exatamente o recolhimento indevido e qual o motivo para que especificamente essa quantia seja considerada de fato indevida. Enquanto a defesa se alonga em discussões de direito que, em geral, já estão pacificadas administrativa e judicialmente, não dedica uma linha sequer a informar como os valores que entende indevidos o são pela ocorrência, no caso concreto, de tais situações jurídicas genericamente descritas. Como bem destacou a instância de piso, a empresa jamais comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido, mesmo tendo sido intimada a tanto, na fase précontenciosa. Persiste, assim, a ausência de liquidez e certeza sobre o débito, ainda antes de se iniciar a discussão jurídica, que deixa de ser relevante, por não se saber, de forma peremptória, se é relacionada ao caso concreto aqui narrado. Não se desincumbe, assim, a postulante ao crédito, de seu ônus probatório, acreditando que as alegações de direito genéricas socorrem sua demanda, sem realizar qualquer esforço para vincular tais discussões jurídicas ao caso em análise, dotando de certeza e de liquidez o crédito. Em relação a alegação de decadência para cobrança, cabe destacar que não se está aqui a analisar lançamento, mas pedido de restituição, cumulado com compensação. E, como destacou a DRJ, a existência de Resolução do Senado reconhecendo eventual inconstitucionalidade é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional (REsp no 1.110.578SP, julgado na sistemática dos recursos repetitivos). Poderseia agregar aos argumentos de defesa, de ofício, o tratamento reconhecido aos pedidos administrativos pelo STF (RE no 566.621/RS) e pelo CARF (Súmula CARF no 91). No entanto, como destacado de início, a discussão sobre haver ou não expirado o prazo para pedir restituição se afigura secundária, diante da ausência de liquidez e certeza do crédito. E a comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 67DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.723332/2013-69
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2009
AGRAVAMENTO DA MULTA DE OFÍCIO. ASPECTO OBJETIVO.
Ao contrário do tipo previsto na qualificação da multa de ofício, no qual cabe apreciação de aspecto subjetivo, a respeito do intuito doloso na conduta do agente, o tipo do agravamento da multa de ofício comporta apenas aspecto de ordem objetiva, expresso no diploma legal.
Numero da decisão: 9101-003.426
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra (relator), Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto e Daniele Souto Rodrigues Amadio, que lhe deram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro André Mendes de Moura.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator
(assinado digitalmente)
André Mendes Moura - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2009 AGRAVAMENTO DA MULTA DE OFÍCIO. ASPECTO OBJETIVO. Ao contrário do tipo previsto na qualificação da multa de ofício, no qual cabe apreciação de aspecto subjetivo, a respeito do intuito doloso na conduta do agente, o tipo do agravamento da multa de ofício comporta apenas aspecto de ordem objetiva, expresso no diploma legal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra (relator), Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto e Daniele Souto Rodrigues Amadio, que lhe deram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro André Mendes de Moura. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Presidente (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra - Relator (assinado digitalmente) André Mendes Moura - Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
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ASPECTO OBJETIVO. Ao contrário do tipo previsto na qualificação da multa de ofício, no qual cabe apreciação de aspecto subjetivo, a respeito do intuito doloso na conduta do agente, o tipo do agravamento da multa de ofício comporta apenas aspecto de ordem objetiva, expresso no diploma legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Gerson Macedo Guerra (relator), Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto e Daniele Souto Rodrigues Amadio, que lhe deram provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro André Mendes de Moura. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 33 32 /2 01 3- 69 Fl. 1200DF CARF MF Processo nº 10580.723332/201369 Acórdão n.º 9101003.426 CSRFT1 Fl. 1.201 2 (assinado digitalmente) André Mendes Moura Redator designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pelo Contribuinte contra Acórdão 1301001.748 que manteve lançamento de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS pelo lucro arbitrado, bem como multa agravada pela falta de prestação de informações no curso do procedimento fiscal. A par de pretender discutir ambas matérias o Recurso do Contribuinte apenas foi conhecido quanto ao agravamento da multa. Portanto, o relatório focará apenas nessa questão. Contra o contribuinte em epígrafe foi lavrado o Auto de Infração em virtude da não apresentação da ECD, cobrandose os tributos com base no artigo 530, III, do RIR/99, que determina o arbitramento quando o contribuinte deixar de apresentar à fiscalização livros e documentos da escrituração comercial e fiscal. Importante frisar que a receita do Contribuinte era conhecido, dado haverem sido entregues as DACON's e DIPJ do ano calendário 2009. Sobre os tributos apurados, foi aplicada multa de ofício (75%), que fora agravada, pela ausência de esclarecimentos sobre a divergência de valores devidos de PIS e COFINS constantes em suas DACON's e DCTF's do ano calendário 2009 (efls. 55). Apresentada impugnação, o lançamento foi mantido pela DRJ, de modo que foi interposto, tempestivamente, Recurso Voluntário. No julgamento, a Turma a quo negou provimento ao Voluntário, conforme ementa e decisão abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2009 Arbitramento do Lucro. A falta de apresentação da escrita contábil à autoridade tributária enseja o lançamento na forma do lucro arbitrado. Normas Gerais de Direito Tributário Ano calendário: 2009 Fl. 1201DF CARF MF Processo nº 10580.723332/201369 Acórdão n.º 9101003.426 CSRFT1 Fl. 1.202 3 Agravamento da Multa de Ofício. Não Apresentação de Esclarecimentos. A falta de apresentação de esclarecimentos, embora com reiteradas intimações, enseja o agravamento da multa de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Inconformado com essa decisão o Contribuinte, tempestivamente, apresentou Recurso Especial de divergência, que, como já dito anteriormente, apenas foi admitido em relação à matéria agravamento da multa, conforme despacho de admissibilidade e reexame necessário. A Fazenda Nacional, regularmente intimada, apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Divergência nitidamente demonstrada, dúvidas não há quanto à admissibilidade do Recurso Especial. Como mencionado, sobre os tributos apurados, foi aplicada multa de ofício agravada, pela ausência de esclarecimentos sobre a divergência de valores devidos de PIS e COFINS constantes em suas DACON's e DCTF's do ano calendário 2009 (efls. 55). Sobre o agravamento da multa assim dispunha o § 2º, do artigo 44, da Lei 9430/96 vigente à época: “§ 2º As multas a que se referem os incisos I e II do caput passarão a ser de cento e doze inteiros e cinco décimos por cento e duzentos e vinte e cinco por cento, respectivamente, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: a) prestar esclarecimentos;” De fato, objetiva é a redação da norma em questão. Logo, interpretandose literalmente seus termos, a conclusão óbvia é de que não prestados os esclarecimentos pelo sujeito passivo, aplicase o agravamento. Contudo, essa a interpretação não é compartilhada por todas as Turmas desse Tribunal. Fl. 1202DF CARF MF Processo nº 10580.723332/201369 Acórdão n.º 9101003.426 CSRFT1 Fl. 1.203 4 Por exemplo, no acórdão 9202003.507, em sessão de 11/12/2014, a 2ª Turma, da CSRF entendeu, por maioria de votos, que o agravamento da multa de ofício em razão do não atendimento à intimação para prestar esclarecimentos não se aplica nos casos em que a omissão do contribuinte já tenha consequências específicas previstas na legislação. Tratavase de Auto de Infração onde se buscava avaliar a documentação de despesas deduzidas pelo contribuinte na apuração de seu IRPF. No caso, o contribuinte foi intimado por duas vezes para apresentar a documentação e não se manifestou. Assim, foi lavrado o Auto de Infração cobrandolhe o imposto, acompanhado da multa agravada de 112,5% Conforme o voto vencedor do acórdão, nesse caso a ausência de resposta ao quanto solicitado pela fiscalização já possuía consequência específica (a glosa das referidas despesas), não havendo sentido lógico sistemático em que a essa consequência se acresça o agravamento da penalidade. Não se configurando, assim´, o embaraço à fiscalização. No voto vencedor ficou evidente o pensamento do Conselheiro, no seguinte sentido: “A ratio do dispositivo em questão é bem clara em inibir a conduta do contribuinte que, sob ação fiscal, deixa de responder a intimações da fiscalização, dificultando o procedimento fiscal. Entendo, no entendo, que tal motivação deve ser examinada sempre à luz de outros princípios, inclusive os de direito penal no sentido do direito ao silêncio.” Penso que essa conclusão bem se aplica nas hipóteses de silêncio do contribuinte quando intimado à prestação de informações que apenas podem lhe conduzir à incriminação. Em meu entendimento a autoridade fiscal deve sim observar o direito ao silêncio constitucionalmente garantido aos contribuintes, mas estes também devem respeitar o trabalho da fiscalização e não procurar dificultálo ou obstálo. Foi com base nisso que decidi em ocasião passada que na hipótese em que o contribuinte se manifesta no procedimento de fiscalização no sentido de que não produzirá provas contra si, não é cabível o agravamento da multa. Acho que essa foi a intenção da lei. Garantir o direito do contribuinte a não se incriminar, permitindo, contudo, sua convivência com o direito da União de fiscalizar e cobrar os tributos de sua competência. Contudo, se o silêncio do contribuinte não impede que a autoridade fiscal chegue no resultado que chegaria na hipótese de sua resposta ser dada, entendo descabido agravamento da multa. No presente caso, diante da ausência de respostas do contribuinte a autoridade fiscal possuía elementos suficientes para encontrar os elementos da obrigação tributária (fato gerador e base imponível), com base nas regras do lucro arbitrado e da receita conhecida do contribuinte. Fl. 1203DF CARF MF Processo nº 10580.723332/201369 Acórdão n.º 9101003.426 CSRFT1 Fl. 1.204 5 Nesse contexto, tendo ocorrido a aplicação das regras de arbitramento do lucro para apuração dos tributos, como consequência pela falta de resposta do contribuinte é de se afastar o agravamento da multa. Assim, voto por dar provimento ao recurso do Contribuinte. (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Voto Vencedor Conselheiro André Mendes de Moura, Redator designado. Não obstante o substancioso voto o I. conselheiro, peço vênia para discordar em relação ao mérito. Tratase de agravamento da multa de ofício (112,5%), com base no art. 44, I, § 2º, I, da Lei n° 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007); (...) § 2º Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1º deste artigo serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I prestar esclarecimentos; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) b) apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, com as alterações introduzidas pelo art. 62 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991; (Incluída pela Lei nº 9.532, de 1997 c) apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38. (Incluída pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Fl. 1204DF CARF MF Processo nº 10580.723332/201369 Acórdão n.º 9101003.426 CSRFT1 Fl. 1.205 6 Verificase que a qualificação da multa de ofício, para 150%, encontrase prevista no inciso II do caput, que faz remissão direta aos artigos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, no qual tratam de aspecto subjetivo da conduta (dolo). Por outro lado, o tipo previsto no § 2º, que trata do agravamento da multa de ofício, é de ordem objetiva, não por acaso pela técnica do imperativo dos comandos normativos, ou seja, cabe a penalidade pelo não atendimento pelo sujeito passivo no prazo marcado para prestar esclarecimentos, apresentar arquivos ou sistemas ou apresentar documentação técnica. E, no caso concreto, é fato incontroverso que, de fato, a Contribuinte, em diversas oportunidades, não atendeu às intimações, não obstante várias intimações no decorrer da ação fiscal. O voto recorrido descreve os fatos com objetividade: Tal como descrito no relatório acima circunstanciado, após os procedimentos de ciência do início dos trabalhos de fiscalização, a recorrente apresentou solicitação de dilação de prazo, por 15 dias, para apresentação dos documentos e esclarecimentos requeridos no Termo de Início do Procedimento Fiscal e em 25/10/2012, apresentando o seu Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) referente ao anocalendário 2009, bem como cópia do seu Contrato Social e de cinco Alterações Contratuais, não apresentando, todavia, o comprovante de entrega da Escrituração Contábil Digital (ECD) referente ao período em questão, nos termos da Instrução Normativa RFB n° 787, de 19/11/2007, bem como sem justificar divergências entre os valores informados nos seus DACON’s e nas suas DCTF's referentes aos valores devidos a título de PIS e Cofins, tendo sido lavrado, em 25/10/2012, o Termo de Reintimação Fiscal n° 0001. Diante do não atendimento ao Termo de Reintimação Fiscal n° 0001, foi lavrado, em 07/12/2012, o Termo de Reintimação Fiscal n° 0002, reiterando o quanto disposto na intimação anterior. Pontuou a Fiscalização que mais uma vez, o contribuinte não apresentou os documentos e esclarecimentos requeridos, tendo sido lavrado então, em 25/01/2013, o Termo de Reintimação Fiscal n° 0003. Por fim, em virtude de continuar sem apresentar os elementos requeridos, foi lavrado, em 06/03/2013, o Termo de Reintimação Fiscal n° 0004. Nesse contexto, entendo não haver reparos ao procedimento da Fiscalização, ao agravar a multa de ofício, devendo ser mantido entendimento da decisão recorrida. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso especial da Contribuinte. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Fl. 1205DF CARF MF Processo nº 10580.723332/201369 Acórdão n.º 9101003.426 CSRFT1 Fl. 1.206 7 Fl. 1206DF CARF MF
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Numero do processo: 10280.001574/2003-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano calendário:1999
LUCRO PRESUMIDO. COEFICIENTE DE PRESUNÇÃO. SERVIÇO DE TRANSPORTE DE VALORES. O serviço de transporte de valores tem por principal objetivo a segurança dos bens transportados, razão pela qual as
receitas dele decorrentes sujeitam-se ao coeficiente de 32% para presunção do lucro.
Recurso voluntário Negado.
Numero da decisão: 1402-000.610
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Carlos Pelá. Participou do julgamento, o Conselheiro Sérgio Luiz Bezerra Presta.
Nome do relator: Antônio José Praga de Souza
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COEFICIENTE DE PRESUNÇÃO. SERVIÇO DE TRANSPORTE DE VALORES. O serviço de transporte de valores tem por principal objetivo a segurança dos bens transportados, razão pela qual as receitas dele decorrentes sujeitamse ao coeficiente de 32% para presunção do lucro. Recurso voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausente o Conselheiro Carlos Pelá. Participou do julgamento, o Conselheiro Sérgio Luiz Bezerra Presta. (assinado digitalmente) Albertina Silva Santos de Lima Presidente (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga de Souza, Carlos Pelá, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Albertina Silva Santos de Lima. Fl. 429DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 2 Relatório PUMA SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE VIGILÂNCIA E TRANSPORTE DE VALORES S/C LTDA, já qualificada nos autos, recorre de decisão proferida pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Belém/PA, que por maioria de votos, INDEFERIU a manifestação de inconformidade interposta contra o despacho decisório que indeferiu o pedido de restituição e não homologou as compensações a ele vinculadas. Consta da decisão recorrida o seguinte relato: Versa o presente litígio sobre manifestação de inconformidade em face do despacho decisório de fls. 94 e 95. Nesta decisão não foi homologada a compensação pleiteada pela contribuinte tendo em vista que a interessada além de não apresentar os comprovantes da segregação dos serviços, na medida em que não apresentou qualquer documento fiscal, apresentou cópia do Livro Razão no qual foi constatado que não há emissão de duas notas fiscais segregando os serviços de transporte e vigilância, não sendo possível aferir a alegação da interessada. Cientificada em 07/05/2008 (fl. 96) do despacho decisório de fls. 94 e 95, a empresa, inconformada, apresentou em 02/06/2008, a manifestação de inconformidade de fls. 97 a 109, na qual alega em síntese que: em relação ao serviço de transporte de valores (cargas), o percentual de presunção do lucro tributável é de 8% (oito por cento), uma vez que se trata o transporte de valores de transporte de carga; tendo presumido o lucro tributável aplicando sobre a receita bruta obtida pela prestação de serviço de transporte de carga (valores) o percentual de 32% obrou a impugnante em flagrante e inequívoco erro tendo, em decorrência, sido tributada em excesso pelo IRPJ; incide SELIC no crédito pleiteado; junta as notas fiscais de prestação de serviço de transporte de cargas para comprovar a origem da base da cálculo que levou ao pagamento a maior de IRPJ. A interessada ainda requer perícia contábil ou diligência fiscal em caso de dúvida para comprovar a utilização exclusiva de retenções sobre receitas de prestação de serviços, e que seja, por fim, deferido o pedido de restituição e homologadas as compensações a ele vinculadas. A decisão recorrida está assim ementada: SERVIÇO DE TRANSPORTE DE VALORES. A Lei nº 7.102 de 20 de junho de 1983 equiparou o serviço de transporte de valores ao serviço de vigilância ao dispor expressamente que se trata de segurança privada. Solicitação Indeferida. Fl. 430DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 3 Cientificada da decisão de primeira instância, a contribuinte interpôs recurso voluntário, esclarecendo, em síntese, que optando pela sistemática do lucro presumido, e exercendo atividades diversificadas, equivocouse ao aplicar o coeficiente de 32% também sobre as receitas obtidas pela prestação de serviços de transporte de valores, na medida em que a legislação fixa em 8% o coeficiente para transporte de carga. Consigna que apurou os valores recolhidos equivocadamente, demonstrando os em documento anexo ao pedido originário, o qual é suportando pelos registros do razão auxiliar da conta contábil que registra as receitas obtidas pela prestação de serviço de transporte de carga. Ainda, sua DIPJ confirmaria que todas as receitas da empresa sofreram a aplicação do coeficiente de 32% no período. Entende equivocadas a decisão proferida pela autoridade fiscal, bem como o acórdão que, em 1a instância, indeferiu sua solicitação, reafirmando ter promovido recolhimento indevido, em razão de erro no cálculo do montante do débito, o que lhe autoriza o pedido de restituição e a compensação na forma da Instrução Normativa SRF nº 210/2002. Assevera que a própria norma trazida pela autoridade fiscalizadora expressamente depõe em contrário à pretensão sustentada de negar ao transporte de valores a condição de transporte de cargas. O inciso II do art. 10 da Lei nº 7.102/83 caracteriza como segurança privada atividades desenvolvidas, dentre outras, com a finalidade de realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga, a evidenciar que valor e carga tem a mesma natureza jurídica. A interpretação em sentido contrário não poderia prosperar sob pena de distorção da legalidade e da tipicidade. A Lei nº 7.102/83 teria natureza meramente civil e administrativa, sem qualquer relação com a disciplina tributária. Tal norma de direito administrativo, ao vincular o transporte de valores como espécie do gênero segurança privada, não tem o condão de modificar a definição e a natureza jurídica das espécies. A associação ali promovida teria se dado em razão de tais atividades guardarem alguma relação comum, no caso a necessidade de controle Estatal via direito Administrativo. Todavia, excluído aquele interesse Estatal nenhum outro elo os liga e seus conceitos jurídicos e definições como espécies não são afetados. A teor do art. 110 do CTN, a interpretação fiscal não poderia alterar a definição civil de transporte de cargas meramente para fins arrecadatórios. Reproduz as razões do voto vencido inserto na decisão recorrida e, entendendo que a prestação de serviços de transporte de valores está regularmente demonstrada, conclui que não é lícito que a definição da espécie seja usurpada pela definição do gênero, especialmente em direito tributário que tem regras próprias que a lei pretendida não alcança, sendo incontestável o recolhimento a maior de IRPJ, motivo pelo qual merece ter seu pleito reconhecido, homologadas suas compensações e ressarcido de imediato o saldo remanescente. Aborda o princípio da primazia da realidade a imporse sobre outros elementos (especialmente de cunho burocrático) que de alguma forma distorcem os eventos efetivamente ocorridos). Em função deste cede a forma, sobre a essência, importando o que Fl. 431DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 4 ocorre na prática, muitas vezes mascarada pelo manto fugaz do emaranhado burocrático emanado do diversos entes tributantes, não raras vezes quase impraticável em sua plenitude ou ainda discrepantes entre si. Ressalta a falta de diligência fiscal aprofundada e decorrente certificação da efetiva condição de transportadora de cargas (valores) da Impugnante. Reproduz doutrina que aborda o princípio da tipicidade cerrada, e conclui que sua atividade não pode ser classificada como outra que não como o transporte de carga. Assevera, também, que a pretensão fiscal afronta o princípio da razoabilidade, transcrevendo manifestações doutrinárias acerca do tema, para reafirmar o descabimento da argumentação fundada na distorção de conceito civil e em norma de cunho administrativo que sequer tem como objetivo definir aquele conceito, mas tão somente regular a atividade. Conclui que a manutenção do indeferimento combatido implicaria na admissão que estão os agentes fazendários outorgados de poder discricionário de estabelecer conceitos de acordo com seus interesses o que não é legal razoável. Defende a atualização de seu crédito pela variação da taxa SELIC e requer perícia contábil para, caso necessário, a autoridade julgadora certifiquese da procedência de seu pedido. Deferido seu pedido, pede prazo para formulação de quesitos. Ao final requer (verbis): V DO PEDIDO Pelo tanto quanto restou averbado, considerando: a) que a Recorrente efetivamente sujeitase à tributação pelo Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas; b) que a Recorrente, como lhe faculta o RIR/99 apurou, no ano de 1999 o IRPJ devido utilizandose do Lucro Presumido, apurando e recolhendo trimestralmente o IRPJ devido; c) que a atividade desenvolvida pela Recorrente caracterizase por ser complexa, ou seja, desenvolve tipos distintos de atividade; d) que o por aplicar o percentual de 32% par presunção lucro sobre receita cujo percentual aplicável seria de 8% apurou crédito de IRP3 corresponde, em valores nominais, a R$ 136.837,39 (cento e trinta e seis mill oitocentos e trinta e sete reais e trinta e nove centavos); REQUERSE: 1) SEJA RECONHECIDA A NULIDADE DA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA QUE INOVOU QUANTO AO MOTIVO DO INDEFERIMENTO DO PLEITO ORIGINÁRIO BASEANDOSE EM ELEMENTO NÃO CONSTANTE DO LITIGIO ADMINISTRATIVO LEVADO A PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ADMINISTRATIVA REFORMANDOSE A MESMA PARA 0 FIM DE QUE: a. SEJA DEFERIDO INTEGRALMENTE O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO NOS TERMOS REQUERIDOS NO FORMULÁRIO (CONSTANTE NO ANEXO I DA IN/SRF N.0210/02); Fl. 432DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 5 b. HOMOLOGADAS AS COMPENSAÇÕES A ELE VINCULADAS C. E SUBSEQUENTEMENTE EFETUESE A RESTITUIÇÃO IMEDIATA DO SALDO REMANESCENTE DEVIDAMENTE ATUALIZADO PELA SELIC; 2) SEJA EM CASO DE DÚVIDAS DEFERIDO A PERÍCIA CONTÁBIL OU DELIGÊNCIA FISCAL PARA COMPROVAR A EFETIVA REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE TRANSPORTE DE CARGAS NOS TERMOS EM QUE SUSTENTADO; 3) QUE TODOS OS ATOS DE INTIMACÃO OU PUBLICAÇÃO SEJAM VEICULADOS EM NOME DO REPRESENTANTE LEGAL, NO ENDEREÇO CITADO NO PREAMBULO. É o relatório. Fl. 433DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 6 Voto Conselheiro Antonio Jose Praga de Souza, Relator. O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos legais e regimentais para sua admissibilidade, dele conheço. Conforme relatado, versa o presente processo sobre pedido de reconhecimento de direito creditorio em que o contribuinte informa possuir crédito de imposto de renda da pessoa jurídica – IRPJ, o qual seria referente a pagamento a maior efetuado nos quatro trimestres do anocalendário 1999 em decorrência de aplicação de alíquota incorreta para fins de apuração do IRPJ apurado com base no lucro presumido. Na fundamentação do pleito fls. 1/15. o contribuinte afirma que exerce dois tipos de serviços: vigilância e transporte de valores. Diz que incorreu em equívoco uma vez que não fez distinção entre as receitas obtidas pela prestação de serviços de transporte de valores e aquelas referentes à prestação de serviço de vigilância, tendo utilizado, para ambas, o percentual de presunção aplicável á prestação de serviço de vigilância, qual seja, 32%. Transcreve o artigo 15 da Lei 9.249/95 para comprovar que, em relação ao serviço de transporte de valores, o percentual de presunção do lucro tributável é de 8% (oito por cento), uma vez que se trata de transporte de carga. O contribuinte apresentou pleito idêntico para o anocalendário de 2000, tratado no processo 10280.001575/200355, que também foi indeferido pela DRF/DRJ, sendo que o recurso voluntário foi julgado neste Conselho em 5/8/2010 e negado provimento, conforme acórdão 110100.339, cujos fundamentos do voto condutor, da lavra da ilustre conselheira Edeli Pereira Bessa, transcrevo a seguir: A Lei nº 9.249/95, ao fixar os coeficientes de presunção do lucro, estabeleceu como regra geral o coeficiente de 8%, mas ressalvou algumas atividades sujeitas a coeficiente diferenciado. Os motivos destas distinções não foram explicitadas pelo legislador, razão pela qual o lucro presumido foi instituído como regime optativo para apuração da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, permanecendo a sistemática do lucro real à disposição daqueles que vislumbram outra realidade na apuração de seus resultados. De toda sorte, inferese dos termos da lei que as atividades de prestação de serviços sempre mereceram um tratamento diferenciado, porque seu preço, em regra, é definido mais em razão da habilidade e do conhecimento técnico empregados, do que dos custos/despesas incorridos. Assemelhouse às atividades comerciais apenas os serviços de transporte de cargas, possivelmente em razão da maior representatividade dos insumos aplicados para sua consecução, como em geral ocorre nas atividades mercantis. A recorrente aduz que ao realizar o transporte de valores, inserese no conceito de transporte de cargas e tem o direito de apurar o lucro presumido mediante aplicação do coeficiente de 8%. Um de seus argumentos é formado a partir da interpretação, a contrario sensu, do que dispõe o inciso II do art. 10 da Lei nº 7.102/83: Fl. 434DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 7 Art. 10. São considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 1994) I proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; II realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga. [...] Em seu entendimento, ao mencionar qualquer outro tipo de carga o legislador teria evidenciado que o transporte de valores é transporte de carga. E, de fato, não há como negar que o referido serviço é prestado mediante o deslocamento, em veículo da transportadora, de uma carga que pode ser composta por bens de diversas espécies, mas cuja principal característica é o valor financeiro por eles representado. Ocorre que este serviço de transporte, especificamente, não tem seu preço mensurado tão só a partir da distância percorrida ou do volume/peso da carga transportada, mas sim em razão do risco presente durante a retirada, percurso e entrega dos valores, e a capacidade do transportador de lograr êxito nesta atividade. Estas características, por sua vez, tornam o serviço prestado preponderantemente de segurança, e não meramente de transporte de cargas. Tal equiparação não é promovida pela lei tributária, mas sim pela lei especial que rege os serviços de vigilância e de transporte de valores, ao dispor, no próprio caput de seu art. 10 antes citado, o que considera serviços de segurança privada. Irrelevante se tal lei tem cunho administrativo, na medida em que ela dispõe especificamente sobre o conceito das atividades assim praticadas. É justamente a preponderância do serviço de segurança que estabelece a relação comum entre as atividades disciplinadas na Lei nº 7.102/83, a ensejar a necessidade de controle Estatal via direito Administrativo. Não é necessário que exista outro elo ligando tais atividades. Sua equiparação a serviço de segurança atrai a especialização pertinente à execução desta atividade, e assim evidencia as características necessárias para conformála às atividades de prestação de serviços em geral, e afastála das atividades comuns de transporte de cargas. De toda sorte, vejase o que dispõe o Decreto no 89.056/83, ao regulamentar a Lei no 7.102/83, acerca das especificidades do serviço de transporte de valores, integrante da vigilância ostensiva exigida dos estabelecimentos financeiros que mantêm a guarda de valores ou movimento de numerário: Art 5º. Vigilância ostensiva, para os efeitos deste Regulamento, consiste em atividade exercida no interior dos estabelecimentos e em transporte de valores, por pessoas uniformizadas e adequadamente preparadas para impedir ou inibir ação criminosa. [...] Fl. 435DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 8 Art. 9º O transporte de numerário em montante superior a 20.000 (vinte mil) Unidades Fiscais de Referência (UFIR), para suprimento ou recolhimento do movimento diário dos estabelecimentos financeiros, será efetuado em veículo especial da própria instituição ou de empresa especializada. (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) § 1º. Consideramse especiais para os efeitos, deste Regulamento, os veículos com especificações de segurança e dotados de guarnição mínima de vigilantes a serem estabelecidas pelo Ministério da Justiça. § 2º. Os veículos especiais para transporte de valores deverão ser mantidos em perfeito estado de conservação. § 3º. Os veículos especiais para transporte de valores serão periodicamente vistoriados pelos órgãos de trânsito e policial competentes. [...] Art. 11. O transporte de numerário entre 7.000 (sete mil) e 20.000 (vinte mil) UFIR poderá ser efetuado em veículo comum, com a presença de dois vigilantes. (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) Art 12. A vigilância ostensiva e o transporte de valores serão executados: I por empresa especializada contratada; ou II pelo próprio estabelecimento financeiro, desde que organizado e preparado para tal fim, com pessoal próprio, e cujo sistema de segurança tenha parecer favorável à sua aprovação, emitido pelo Ministério da Justiça. (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) [...] § 3º. Os serviços de vigilância ostensiva em estabelecimentos financeiros e o de transporte de valores poderão ser prestados por uma mesma empresa especializada. [...] Art 22. Será permitido ao vigilante, quando em efetivo serviço, portar revólver calibre 32 ou 38 e utilizar cassetete de madeira ou de borracha. Parágrafo único. Os vigilantes, quando empenhados em transporte de valores, poderão, também, portar espingarda de uso permitido, de calibre 12, 16 ou 20, de fabricação nacional. [...] Art. 30. São considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de: (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) I proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, e à segurança de pessoas físicas; (Incluído pelo Decreto nº 1.592, de 1995) II realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga. (Incluído pelo Decreto nº 1.592, de 1995) § 1º As atividades de segurança privada desenvolvidas por empresas especializadas em prestação de serviços, com a finalidade de proceder à segurança de pessoas físicas e de garantir o transporte de valores ou de qualquer outro tipo de carga, serão consideradas, para os efeitos deste Regulamento, segurança pessoal privada e escolta armada, respectivamente. (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) Fl. 436DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 9 § 2º As empresas especializadas em prestação de serviços de segurança, vigilância e transporte de valores, constituídas sob a forma de empresas privadas, além das hipóteses previstas nos incisos I e II deste artigo, poderão se prestar: (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) a) ao exercício das atividades de segurança privada a pessoas; b) a estabelecimentos comerciais, indústrias, de prestação de serviços e residências; c) a entidades sem fins lucrativos; d) a órgãos e empresas públicas. § 3º Os serviços de vigilância e de transporte de valores poderão ser executados por uma mesma empresa. (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) § 4º As empresas de que trata o § 2º deste artigo serão regidas pela Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983, por este Regulamento e pelas normas da legislação civil, comercial, trabalhista, previdenciária e penal. (Incluído pelo Decreto nº 1.592, de 1995) § 5º A propriedade e a administração das empresas especializadas que vierem a se constituir são vedadas a estrangeiros. (Incluído pelo Decreto nº 1.592, de 1995) § 6º Os diretores e demais empregados das empresas especializadas não poderão ter antecedentes criminais registrados. (Incluído pelo Decreto nº 1.592, de 1995) § 7º O capital integralizado das empresas especializadas não poderá ser inferior a 100.000 (cem mil) UFIR. (Incluído pelo Decreto nº 1.592, de 1995) [...] Art. 36. Não será autorizado o funcionamento de empresa especializada em transporte de valores e de empresa que executa serviços orgânicos de transporte de valores sem a apresentação dos certificados de propriedade e dos laudos de vistoria dos veículos especiais. (Redação dada pelo Decreto nº 1.592, de 1995) Notase, nestas determinações, todo o aparato necessário para a realização do transporte de valores, a evidenciar que, na verdade, tratase apenas de um serviço de segurança privada móvel, distinguindose das demais atividades desta espécie apenas quanto ao local da prestação. Acrescentese, ainda, que a discussão acerca da equiparação do serviço de transporte de valores ao transporte de cargas não é nova, e já mereceu, sob outros aspectos, atenção da Administração Tributária. Isto porque, na vigência do Decretolei nº 401/68, havia previsão de retenção de imposto de renda na fonte quando do pagamento de fretes e carretos em geral, nos seguintes termos: Art 10. Estão sujeitas ao desconto do imposto de renda na fonte, à alíquota de 3% (três por cento), como antecipação do imposto devido na declaração do beneficiado, as importâncias pagas ou creditadas por pessoas jurídicas, a pessoas físicas ou jurídicas, relativas a fretes e carretos em geral. Fl. 437DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 10 § 1º O impôsto será descontado no ato do pagamento ou crédito, qualquer que seja o valor do frete pago ou creditado. § 2º O recolhimento do impôsto será feito dentro do mês seguinte àquele em que se verificar a retenção. § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos fretes pagos ou creditados às emprêsas, de transporte ferroviário, aéreo, marítimo, fluvial e lacustre. (Incluído pelo DecretoLei nº 484, de 1969) § 4º As pessoas jurídicas que pagarem ou creditarem os rendimentos de que trata êste artigo fornecerão aos beneficiários dos pagamentos ou créditos, documento comprobatório da retenção do impôsto na fonte. (Incluído pelo DecretoLei nº 484, de 1969) Contudo, o serviço de transporte de valores foi excluído da incidência desta norma, justamente por se configurar serviço de segurança, consoante expresso no Parecer Normativo CST nº 176/71: 2. Como bem esclarece a consulente, a retribuição é mais em função da garantia e responsabilidade assumida pela transportadora do que propriamente pelo valor do transporte, não se afigurando o trabalho executado, para os efeitos do imposto de renda, como fretes e carretos em geral, de que trata o art. 10 do Decretolei n° 401/68. Ainda, como mencionado na decisão recorrida, dúvidas surgiram quanto à aplicação da retenção de imposto de renda na fonte assim determinada na Lei nº 7.713/88: Art. 55. Fica reduzida para um por cento a alíquota aplicável às importâncias pagas ou creditadas, a partir do mês de janeiro de 1989, a pessoas jurídicas, civis ou mercantis, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, segurança, vigilância e por locação de mãodeobra, de que trata o art. 3° do Decretolei n° 2.462, de 30 de agosto de 1988 (negrejouse) E a Administração Tributária, coerentemente, manteve o entendimento de que o serviço de transporte de valores deveria sofrer esta retenção de imposto de renda, por nele preponderar o serviço de segurança. É o que restou firmado no Ato Declaratório Normativo COSIT nº 6, de 2 de maio de 2000: DECLARA, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Secretaria da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados que estão sujeitos à incidência do imposto de renda na fonte, à alíquota de um por cento, os rendimentos pagos ou creditados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas pela prestação de serviços de transporte de valores, uma vez que o principal objetivo da empresa transportadora de valores é a segurança dos bens transportados, considerandose os serviços prestados, portanto, como de segurança e não de transporte. (negrejouse). Frente a este contexto, demonstrada está a ênfase do serviço de segurança privada na atividade de transporte de valores, hábil a submeter esta atividade ao coeficiente de presunção do lucro aplicável à prestação de serviços em geral, e não a transporte de cargas. Fl. 438DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Processo nº 10280.001574/200319 Acórdão n.º 140200.610 S1C4T2 Fl. 0 11 Imprópria, assim, a alegação de ofensa aos princípios da legalidade, da tipicidade e da razoabilidade, bem como a acusação de atuação discricionária dos órgãos fazendários. No mais, importa esclarecer à recorrente: • Quanto ao fato de a Fiscalização ter admitido, em outro processo administrativo, que os serviços de transporte sujeitamse ao coeficiente de 8% para presunção do lucro, somente se vê, no excerto transcrito na defesa, a cogitação, em tese, desta hipótese, sem qualquer referência à sua efetiva aplicação sobre as atividades desenvolvidas pela recorrente. • É justamente o princípio da primazia da realidade que impõe a desqualificação da atividade da recorrente do conceito pretendido de “transporte de cargas”. Somente em desprestígio à sua essência seria possível ignorar a ênfase da vigilância/segurança assegurada por meio do serviço prestado. • Desnecessário abordar o cabimento da taxa SELIC na atualização do crédito, se o indébito não foi reconhecido. • Desnecessária a perícia contábil, na medida em que o contexto jurídico antes expresso sujeita ao coeficiente de 32% a receita decorrente da prestação de serviços de transporte de valores. As razões de decidir acima transcritas não merecem qualquer reparo e se aplicam integralmente a este litígio, pelo que peço vênia para adotálas. Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antônio José Praga de Souza Fl. 439DF CARF MF Emitido em 15/07/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA Assinado digitalmente em 15/07/2011 por ALBERTINA SILVA SANTOS DE LIMA, 14/07/2011 por ANTONIO JOSE PRAGA DE SOUZA
score : 1.0
Numero do processo: 10835.902586/2009-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2000
SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO
À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão serviços hospitalares para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como clínicas.
Numero da decisão: 1401-002.229
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito da recorrente de tributar suas receitas em relação ao IRPJ e à CSLL, pelas alíquotas reduzidas de 8% e 12% respectivamente, na forma Lei nº 9.249/95, art. 15, III, "a" e art. 20. Ausente momentaneamente a Conselheira Lívia De Carli Germano.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram do presente Julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito da recorrente de tributar suas receitas em relação ao IRPJ e à CSLL, pelas alíquotas reduzidas de 8% e 12% respectivamente, na forma Lei nº 9.249/95, art. 15, III, "a" e art. 20. Ausente momentaneamente a Conselheira Lívia De Carli Germano. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram do presente Julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Letícia Domingues Costa Braga, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 5. 90 25 86 /2 00 9- 26 Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10835.902586/200926 Acórdão n.º 1401002.229 S1C4T1 Fl. 0 2 Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP apresentado pela empresa no qual solicita a compensação de pretensos créditos relativos a pagamento a maior de IRPJ/CSLL. A origem dos créditos, consoante informado pelo recorrente desde sua impugnação, baseiamse no entendimento que, sendo empresa prestadora de serviços de radiologia, estes seriam equivalentes aos serviços hospitalares prestados e, assim, ao invés de estar sujeito às alíquotas de lucro presumido no percentual de 32%, estaria submetida às alíquotas de 8% para o IRPJ e 12% para a CSLL. A compensação não foi homologada pela Delegacia de Origem com base na alegação constante no Despacho Decisório. Ou seja, os serviços prestados pela recorrente não seriam caracterizados como serviços hospitalares em função de a empresa não possuir estrutura permanente e de funcionamento ininterrupto para atendimento de casos de internação de pacientes para tratamento de saúde. Assim, os serviços por ela prestados não poderiam se submeter aos percentuais estabelecidos para os serviços hospitalares. Inconformada com a nãohomologação das compensações a empresa apresentou manifestação de inconformidade na qual argumenta que realizou consulta à SRRF, formulada sob o nº 10835.001313/200610, com vistas a esclarecer o seu enquadramento como prestadora de serviços hospitalares e argumentou que realizou a retificação de suas DIPJ, DCTF para que pudesse usufruir dos créditos. A delegacia de julgamento considerou improcedente a manifestação de inconformidade emitindo a seguinte decisão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 DCOMP. CRÉDITO. INDEFERIMENTO. Pendente, nos autos, a comprovação do crédito indicado na declaração de compensação formalizada, impõese o seu indeferimento. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTARIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Ou seja, a Delegacia de Julgamento entendeu que os créditos da empresa não estariam devidamente comprovados com a documentação apresentada pela recorrente. Inconformada com a decisão a empresa apresentou recurso voluntário no qual apresenta as seguintes alegações: Da apresentação de novos documentos. Alega que a decisão recorrida considerou que não foi comprovado que os serviços prestados referiamse apenas a serviços de Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10835.902586/200926 Acórdão n.º 1401002.229 S1C4T1 Fl. 0 3 radiologia e radiodiagnóstico inseridos em seu objeto social. Mas que a documentação apresentada comprovaria o exercício destas atividades e, ainda, apresenta cópia do razão e declaração do contador da empresa, pelo que suscita que seja aceita a referida documentação como suficiente para caracterização dos serviços da empresa; Da realização de diligência. Entende que tendo em vista a apresentação dos novos documentos e que essa apresentação é possível em sede de recurso voluntário, haja vista que essa alegação somente foi trazida pela decisão da DRJ e, mais ainda, conforme farta jurisprudência que admite esta apresentação posterior. Do ônus da apresentação de prova impossível. Entende a empresa que a Delegacia de Julgamento pretende a formação de prova impossível visto que, mesmo que apresentasse todas as notas fiscais da empresa ainda assim não seria possível comprovar que somente realizou serviços indicados no seu objeto social. Nulidade por vícios formais. Entende que a decisão que considerou não homologadas as compensações padece de vícios, vez que indicou apenas o dispositivos que tratam da não homologação das compensações sem que exista dispositivo legal que constitua o crédito tributário. Do fato de a empresa não ser sociedade empresária e dos serviços realizados. Neste ponto apresenta farta jurisprudência deste CARF e do STJ, nos quais encontrase o entendimento de que a redução de alíquota decorre da efetiva prestação de serviços de natureza hospitalar e não do local em que se realizam, com exceção da realização de consultas. Com relação à natureza da sociedade entende que a decisão do STJ, relativa a sociedade simples e que este fato não foi impeditivo do direito, visto que a base para a sua concessão foi a natureza objetiva dos serviços realizados. Traz colações da doutrina no sentido de que a empresa se define mais pela verificação das atividades que desenvolve do que pelo seu simples registro formal. Assim eventual irregularidade seria apenas formal e não impeditiva do exercício do direito. Da natureza dos serviços prestados. Repisa os argumentos já trazidos para indicar que os serviços prestados pela sociedade são, efetivamente de radiologia e radiodiagnóstico. É o Relatório Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.211, de 22.02.2018, proferido no julgamento do processo nº 10835.901959/200941, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.211): A análise do presente processo prendese, em síntese, à verificação acerca de, em face de solução de consulta que reconheceu a possibilidade de a empresa tributar seus lucros pelas alíquotas equivalentes a 8%, poder a Receita Federal desconsiderar este direito em razão de alegar a não Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10835.902586/200926 Acórdão n.º 1401002.229 S1C4T1 Fl. 0 4 comprovação da inscrição da empresa como sociedade empresária e do exercício de atividades que possam ser consideradas como hospitalares. Vejamos o que determina a norma relativa à aplicação das alíquotas de serviços hospitalares: Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto no art. 12 do DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, sem prejuízo do disposto nos arts. 30, 32, 34 e 35 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: ..... III trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) ..... Art. 20. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal a que se referem os arts. 27 e 29 a 34 da Lei no 8.981, de 20 de janeiro de 1995, e pelas pessoas jurídicas desobrigadas de escrituração contábil, corresponderá a doze por cento da receita bruta, na forma definida na legislação vigente, auferida em cada mês do anocalendário, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual corresponderá a trinta e dois por cento. (Redação dada Lei nº 10.684, de 2003) (Vide Medida Provisória nº 232, de 2004) (Vide Lei nº 11.119, de 205) Base de cálculo da CSLL Estimativa e Presumido Art. 20. A base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido devida pelas pessoas jurídicas que efetuarem o pagamento mensal ou trimestral a que se referem os arts. 2º, 25 e 27 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, corresponderá a 12% (doze por cento) sobre a receita bruta definida pelo art. 12 do DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, auferida no período, deduzida das devoluções, vendas canceladas e dos descontos incondicionais concedidos, exceto para as pessoas jurídicas que exerçam as atividades a que se refere o inciso III do § 1o do art. 15, cujo percentual Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10835.902586/200926 Acórdão n.º 1401002.229 S1C4T1 Fl. 0 5 corresponderá a 32% (trinta e dois por cento). (Redação dada pela Lei nº 12.973, de 2014) (Vigência) Pelo que se depreende da norma acima, a redação da norma ao tempo dos fatos geradores dos pagamentos a maior realizados apenas estabelecia a aplicação da alíquota reduzida àqueles que realizassem o exercício de serviços hospitalares. A solução de consulta em que se baseou a empresa para a apuração dos seus créditos assim dispôs sobre os requisitos a serem atendidos para fins de fruição dos benefícios da alíquota reduzida. Em contraparida, verificase a existência de Recurso Repetitivo nº 217, do STJ que, tratando do assunto, assim dispôs sobre os serviços hospitalares sujeitos à alíquota reduzida do lucro presumido. Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10835.902586/200926 Acórdão n.º 1401002.229 S1C4T1 Fl. 0 6 Vejase que o critério apresentado pelo STJ, seguindo o critério da Lei nº 9.249/95, é simples e objetivo. São enquadrados como serviços hospitalares os serviços de atendimento à saúde independentemente do local de prestação, excluindose, apenas, os serviços de simples consulta que não se identificam com as atividades prestadas em âmbito hospitalar. Inobstante, a Delegacia de Julgamento, ao analisar o caso do contribuinte baseou sua decisão nas diversas instruções normativas e atosdeclaratórios existentes a respeito da definição de serviços hospitalares para fins de aplicação da alíquota de presunção. Desta forma, fundamentou a improcedência na necessidade de o contribuinte atender a três requisitos, conforme abaixo apresentados: Ocorre, no entanto que não comungo do entendimento exposado pelo referido órgão julgador. A decisão proferida pelo STJ, aplicável ao caso dos autos, trata a norma redutora da alíquota de forma objetiva. Assim, o serviço que tenha natureza hospitalar, qual seja, diagnóstico, tratamento, internação, quer seja desenvolvido nos hospitais ou fora deles, com exceção apenas das simples consultas, devem ser considerados serviços hospitalares e, assim, estão sujeitos à alíquota reduzida estabelecida pela Lei nº 9.249/95, art. 15, III, "a" e art. 20. Comungam deste entendimento os seguintes julgados, inclusive desta mesma câmara em época anterior à entrada deste relator no colegiado. Acórdão nº 1401001.434 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de dezembro de 2015 Matéria Imposto de Renda Pessoa Jurídica Recorrente Instituto Guaçuano de Orrino laringologia S/S Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2006 SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10835.902586/200926 Acórdão n.º 1401002.229 S1C4T1 Fl. 0 7 À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como clínicas. Acórdão nº 1401001.433 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 09 de dezembro de 2015 Matéria Imposto de Renda Pessoa Jurídica Recorrentes Hemoclínica Serviços de Hemoterapia Ltda Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:2006, 2007, 2008, 2009 SERVIÇOS HOSPITALARES CARACTERIZAÇÃO À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão “serviços hospitalares” para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas em ambientes externos ou por outras pessoas, como hemoclínicas. Acórdão nº 9101001.559 – 1ª Turma Sessão de 23 de janeiro de 2013 Matéria IRPJ Exercícios 1999 a 2001 Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CAMP IMAGEM NUCLEAR S/C LTDA ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1998, 1999, 2000 SERVIÇOS HOSPITALARES. SERVIÇOS DE DIAGNÓSTICOS POR IMAGEM MEDICINA NUCLEAR. LUCRO PRESUMIDO. DETERMINAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. COEFICIENTE DE 8%. No julgamento do Recurso Especial nº 1.116.399/BA (2009/00064810), na sistemática dos recursos especiais repetitivos, o STJ decidiu que a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei nº 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Do exposto, comungando do entendimento exposado pelo STJ no sentido de que a redução de alíquota tem caráter objetivo em razão do tipo de serviços prestados pela empresa. No caso dos autos, inobstante a argumentação da Decisão atacada de que não restou comprovado a prestação de serviços relacionados a hospitalares pelo contribuinte, havemos de esclarecer que a Fl. 175DF CARF MF Processo nº 10835.902586/200926 Acórdão n.º 1401002.229 S1C4T1 Fl. 0 8 Decisão da DRJ não pode inovar nos fundamentos utilizados pela Delegacia de Origem para o não reconhecimento dos créditos. Vejase que na decisão original o não reconhecimento dos créditos deveuse ao fato de a autoridade administrativa entender que a recorrente não possuía estrutura hospitalar para internação e tratamento e não pelo fato de não ter comprovado as atividades, até mesmo porque sequer foi intimada para tanto. Mais ainda, a decisão emitida na solução de consulta, corroborada pela Decisão da Delegacia de Julgamento corroborou o entendimento de que o requisito de estrutura estaria suprido pela apresentação de laudo da vigilância sanitária da jurisdição da recorrente. Assim, verificandose que o contribuinte, exercer atividades exclusivamente de radiologia e diagnóstico por imagem, atividades essas que estão incluídas no conceito de serviços de atendimento à saúde, voto no sentido de dar provimento ao recurso para reconhecer o direito da recorrente de tributar suas receitas em relação ao IRPJ e à CSLL, pelas alíquotas reduzidas de 8% e 12% respectivamente, na forma Lei nº 9.249/95, art. 15, III, "a" e art. 20. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dou provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito da recorrente de tributar suas receitas em relação ao IRPJ e à CSLL, pelas alíquotas reduzidas de 8% e 12% respectivamente, na forma Lei nº 9.249/95, art. 15, III, "a" e art. 20. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 176DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13836.720478/2011-30
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2008
DIPJ. MULTA POR ATRASO. OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL. INÍCIO DE ATIVIDADES.
Insubsistente a exigência de entrega de declaração por outro regime de apuração do lucro, bem como da multa pelo atraso nesta entrega, para suprir o intervalo entre o início da atividade e o deferimento da opção do Simples Nacional, pois a norma de regência estipula que nos casos de empresas em início de atividade até 31/12/2007, considera-se a data do último registro municipal ou estadual deferido como a data de início de atividade e para os efeitos da opção, forçando a concomitância das datas.
Numero da decisão: 1002-000.033
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e Voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Julio Lima Souza Martins - Presidente.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Aílton Neves da Silva, e Leonam Rocha de Medeiros.
Nome do relator: AILTON NEVES DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2008 DIPJ. MULTA POR ATRASO. OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL. INÍCIO DE ATIVIDADES. Insubsistente a exigência de entrega de declaração por outro regime de apuração do lucro, bem como da multa pelo atraso nesta entrega, para suprir o intervalo entre o início da atividade e o deferimento da opção do Simples Nacional, pois a norma de regência estipula que nos casos de empresas em início de atividade até 31/12/2007, considera-se a data do último registro municipal ou estadual deferido como a data de início de atividade e para os efeitos da opção, forçando a concomitância das datas.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e Voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins - Presidente. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Aílton Neves da Silva, e Leonam Rocha de Medeiros.
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MULTA POR ATRASO. OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL. INÍCIO DE ATIVIDADES. Insubsistente a exigência de entrega de declaração por outro regime de apuração do lucro, bem como da multa pelo atraso nesta entrega, para suprir o intervalo entre o início da atividade e o deferimento da opção do Simples Nacional, pois a norma de regência estipula que nos casos de empresas em início de atividade até 31/12/2007, considerase a data do último registro municipal ou estadual deferido como a data de início de atividade e para os efeitos da opção, forçando a concomitância das datas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e Voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Julio Lima Souza Martins Presidente. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 6. 72 04 78 /2 01 1- 30 Fl. 41DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Julio Lima Souza Martins (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Aílton Neves da Silva, e Leonam Rocha de Medeiros. Relatório Por economia processual, adoto o relatório produzido pela DRJ/CPS: Versa o presente processo de notificação de lançamento (fl. 05), mediante a qual é exigido do interessado crédito tributário relativo à multa por atraso na entrega da DIPJ relativa ao ano calendário de 2008, no valor de R$ 500,00. Ciente do lançamento, o interessado ingressou com impugnação (fl. 2), alegando em breve síntese, que fez sua opção pelo Simples Nacional como manda a legislação vigente no dia 28/12/2007, ou seja, dentro do prazo legal, e que apenas foi confirmada no dia 02 de janeiro de 2008, ao invés do dia 01 de janeiro de 2008. Que diante desse lapso foi gerada notificação de lançamento – DIPJ. Que em conseqüência desse erro material não pode a empresa ser responsabilizada e multada, pois não foi a causadora desse lapso. Busca o cancelamento do débito fiscal reclamado. A DRJ/CPS, através do acórdão nº 0538.784, de 24 de agosto de 2012 (efl. 28), julgou improcedente a impugnação, ementando a decisão nos seguintes termos: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2008 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DIPJ. A empresa incluída no Simples Nacional não está dispensada da apresentação da DIPJ relativa ao período anterior a adesão por esse regime, portanto, cabível é a aplicação da multa prevista no art. 7º da Lei nº 10.426/2002. Inconformado com a decisão de primeira instância, o Recorrente apresentou recurso voluntário, sintetizado na seguinte argumentação (in verbis): 1) A solicitação de opção pelo Simples nacional foi enviada, como manda a legislação vigente no dia 28 de dezembro de 2007, ou seja, dentro do prazo. Sendo que a opção pelo Simples Nacional somente poderá ser realizada no mês de janeiro (tendo sido efetuada no mês anterior), até o seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção. 2) Ocorre que apenas foi confirmada opção pelo Simples nacional no dia 02 de janeiro de 2.008, ao invés do 01 de janeiro de 2.008. Acreditamos que isso aconteceu em virtude do feriado Fl. 42DF CARF MF Processo nº 13836.720478/201130 Acórdão n.º 1002000.033 S1C0T2 Fl. 3 3 comemorativo do Ano Novo. Diante deste lapso foi gerada notificação de lançamento DIPJ. 3) Diante do erro material ter sido apontado e da ora Empresa Impugnante não ter sido a causadora do lapso, não pode a mesma ser responsabilizada e multada. (...) Em vista disso, solicita o cancelamento da multa por considerála improcedente. E o Relatório. Voto Conselheiro Aílton Neves da Silva Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Primeiramente é de se destacar que o Recorrente optou pelo Simples Nacional no anocalendário de 2008, porém, apresentou, em 29/09/2011, declaração de pessoa jurídica pelo regime de lucro presumido com valores zerados para o período de 01/01/2008 a 01/01/2008 (efl. 6), o que gerou a notificação de lançamento da multa questionada, eis que o termo final do prazo de entrega dessa declaração expirou em 15/07/2009 (efl. 5). Assim, o atraso na entrega da declaração é um fato incontroverso e não é alvo de discussão nesses autos. A questão central é verificar o porquê de o recorrente ter apresentado a declaração no regime de lucro presumido com valores zerados para o período que consta da declaração de 01/01/2008 a 01/01/2008 e se esta declaração possui validade jurídica para o efeito de legitimar a incidência da multa. A DRJ/CPS considerou legítima a exigência da declaração em outro regime tributário no período que antecedeu a opção pelo Simples Nacional, bem como da multa gerada pelo atraso na sua entrega, com fundamento no parágrafo único do art. 1º, da Instrução Normativa RFB nº 877 e no art. 7º, § 3º, inciso V, alínea “a”, da Resolução CGSN n° 4, de 30 de maio de 2007, reproduzidos na sequência: Parágrafo único do art. 1º, da Instrução Normativa RFB nº 877: (...) Parágrafo único. O ingresso no Simples Nacional não dispensa as ME e EPP da obrigação de apresentar as demais declarações devidas à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), bem como as informações referentes a terceiros, relativamente aos períodos que antecederem os efeitos da opção pelo Simples Nacional.(grifos do original) Fl. 43DF CARF MF 4 Art. 7º, § 3º, inciso V, alínea “a”, da Resolução CGSN n° 4/2007 (...) § 3º No caso de início de atividade da ME ou EPP no ano calendário da opção, deverá ser observado o seguinte: V a opção produzirá efeitos: (Redação dada pela Resolução CGSN n° 29, de 21 de janeiro de 2008) a) para as empresas com data de abertura constante do CNPJ até 31 de dezembro de 2007, a partir da data do último deferimento da inscrição nos cadastros estadual e municipal, salvo se o ente federativo considerar inválidas as informações prestadas pela ME ou EPP, hipótese em que a opção será considerada indeferida; (Incluída pela Resolução CGSN n° 29, de 21 de janeiro de 2008) (...) Em que pese a conclusão da DRJ quanto a legitimidade da multa ser logicamente sustentável, entendo que para o deslinde da questão o art. 7º, § 3º, inciso V, alínea “a”, da Resolução CGSN n° 4/2007 não deve ser interpretado de forma isolada, mas em conjunto com o inciso VI do § 3° do mesmo artigo, abaixo reproduzido: (...) VI validadas as informações, considerase data de início de atividade: a) para as empresas com data de abertura constante do CNPJ até 31 de dezembro de 2007, a do último deferimento da inscrição nos cadastros estadual e municipal; (grifos nossos) Assim, da interpretação sistemática dos dois incisos em questão, extraise que para as empresas com início de atividade até 31 de dezembro de 2007, a data de início de atividades a ser considerada é aquela que constar no deferimento do último cadastro fiscal, seja ele municipal ou estadual. Logo, é licito entender que a opção pelo Simples Nacional de empresa com início de atividade até 31/12/2007 também surte seus efeitos a partir do último deferimento, sendo desimportante para os efeitos de que trata o texto normativo, o fato de a empresa ter efetivamente iniciado suas atividades em data anterior àquela. Assim, embora conste do cadastro da RFB como data de abertura da empresa do contribuinte o dia 23/11/2007 (efl. 23) a data de início de atividade a ser considerada para efeitos fiscais, de acordo com os dispositivos interpretados, é o dia 02/01/2008, razão pela qual considero indevida a apresentação da declaração de lucro presumido do períodobase de 01/01/2008 a 01/01/2008 e, por conseqüência, improcedente a multa. Em apoio a essa interpretação, aduzo que a opção pelo regime de apuração do Lucro Presumido só se concretiza com o pagamento da primeira ou única quota (arts. 516, §§1° e 4°, e 517 do Regulamento do Imposto de Renda vigente RIR/99), o que não ocorreu no presente caso porque, além de a recorrente ter entregue a declaração de lucro presumido do Fl. 44DF CARF MF Processo nº 13836.720478/201130 Acórdão n.º 1002000.033 S1C0T2 Fl. 4 5 períodobase de 01/01/2008 a 01/01/2008 totalmente "zerada", optou pelo Simples Nacional no períodobase de 02 de janeiro a 31 de dezembro de 2008. Com relação à apuração do motivo da entrega indevida da DIPJ do lucro presumido no ano de 2008, considero dispensável verificar se ocorreu por erro do próprio contribuinte, cobrança interna dos sistemas de controle da RFB para fins de emissão de Certidão Negativa de Débito (CND), ou falha do sistema de cadastro sincronizado dos entes federativos no momento da opção pelo Simples Nacional, eis que os fundamentos de fato e de direito expendidos já são suficientes para exoneração da multa questionada. Pelas razões expostas, voto em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Relator Fl. 45DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.720183/2016-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Apr 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2012
NULIDADE ACÓRDÃO DRJ. FALTA DE ENFRENTAMENTO DE TODOS OS ARGUMENTOS SOBRE A MESMA MATÉRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. DESNECESSIDADE. INOCORRÊNCIA.
A decisão administrativa não precisa enfrentar todos os argumentos trazidos na peça recursal sobre uma mesma matéria se os seus fundamentos são suficientes para afastar a pretensão da parte recorrente e arrimar juridicamente o posicionamento adotado.
NULIDADE DO LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA OU DEFICIÊNCIA NA IDENTIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO. CLAREZA DE FUNDAMENTOS JURÍDICOS NO TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL. INOCORRÊNCIA.
A nulidade do lançamento de ofício, sob o argumento de violação aos requisitos do art. 142 do CTN, diante da suposta deficiência na identificação da infração ou da legislação aplicável, não se sustenta quando verificada a adequada instrução da Autuação, constando no TVF a conclusão de sua analise técnica, bem como fundamentação jurídica clara.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2012
ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA. RECIPROCIDADE INTERNACIONAL. NORMA DE DIREITO INTERNO. PRESCINDIBILIDADE DE ACORDO OU TRATADO. PLENA VALIDADE E VIGÊNCIA.
A dispensa do pagamento de IRPJ pelas companhias estrangeiras de navegação aérea por meio de isenção está prevista no art. 30 do Decreto-Lei nº 5.844/43 (art. 176, caput, RIR/99), denotando tratar-se de renúncia prevista em regra de Direito doméstico, sendo desnecessária a existência de acordou ou tratado para sua validade, vigência e aplicação, assim como qualquer medida de internalização.
O requisito legal para a fruição de tal isenção é a existência de reciprocidade na desoneração da tributação da renda percebida pelas companhias brasileiras de navegação aérea no país de origem da empresa estrangeira, que desempenha a mesma atividade no Brasil.
Em relação ao Panamá, a troca de Notas Diplomáticas, efetuada pelo Ministerio de las Relaciones Exteriores e a Embaixada do Brasil entre 1994 e 1995, comprova e confirma a existência de reciprocidade entre os países no tratamento tributário das companhias aéreas, inclusive revestindo-se de acordo simplificado.
ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA. EFEITOS TEMPORAIS. RECONHECIMENTO PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. RETROATIVIDADE. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO DESDE A EXISTÊNCIA DE RECIPROCIDADE. PREVISÃO OBJETIVA E EXPRESSA NA LEGISLAÇÃO.
A isenção das companhias estrangeiras de navegação aérea está sujeita apenas ao reconhecimento pela Receita Federal do Brasil (em contraposição a natureza constitutiva da concessão ou da efetivação) e alcança os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade internacional de desoneração tributária, independentemente do momento do pronunciamento do órgão fiscalizador, como expressamente disposto no parágrafo único do art. 181 do RIR/99 e no art. 104 da IN nº 267/2002.
Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2012
ISENÇÃO. APLICAÇÃO À CSLL POR EXPRESSA DISPOSIÇÃO NORMATIVA. IDENTIDADE DE IMPUTAÇÃO NO LANÇAMENTO. CANCELAMENTO DO CRÉDITO.
O parágrafo único do art. 11 da Lei nº 13.202/15, expressa e retroativamente, estende à CSLL a isenção de IRPJ prevista no art. 30 do Decreto-Lei nº 5.844/43.
Decorrendo a exigência de CSLL da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada, no mérito, a mesma decisão, desde que ausentes arguições especificas e elementos de prova distintos.
Numero da decisão: 1402-002.900
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade e no mérito, dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Caio Cesar Nader Quintella - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogério Borges, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado em substituição ao Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves), Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves.
Nome do relator: CAIO CESAR NADER QUINTELLA
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2012 NULIDADE ACÓRDÃO DRJ. FALTA DE ENFRENTAMENTO DE TODOS OS ARGUMENTOS SOBRE A MESMA MATÉRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. DESNECESSIDADE. INOCORRÊNCIA. A decisão administrativa não precisa enfrentar todos os argumentos trazidos na peça recursal sobre uma mesma matéria se os seus fundamentos são suficientes para afastar a pretensão da parte recorrente e arrimar juridicamente o posicionamento adotado. NULIDADE DO LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA OU DEFICIÊNCIA NA IDENTIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO. CLAREZA DE FUNDAMENTOS JURÍDICOS NO TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL. INOCORRÊNCIA. A nulidade do lançamento de ofício, sob o argumento de violação aos requisitos do art. 142 do CTN, diante da suposta deficiência na identificação da infração ou da legislação aplicável, não se sustenta quando verificada a adequada instrução da Autuação, constando no TVF a conclusão de sua analise técnica, bem como fundamentação jurídica clara. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2012 ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA. RECIPROCIDADE INTERNACIONAL. NORMA DE DIREITO INTERNO. PRESCINDIBILIDADE DE ACORDO OU TRATADO. PLENA VALIDADE E VIGÊNCIA. A dispensa do pagamento de IRPJ pelas companhias estrangeiras de navegação aérea por meio de isenção está prevista no art. 30 do Decreto-Lei nº 5.844/43 (art. 176, caput, RIR/99), denotando tratar-se de renúncia prevista em regra de Direito doméstico, sendo desnecessária a existência de acordou ou tratado para sua validade, vigência e aplicação, assim como qualquer medida de internalização. O requisito legal para a fruição de tal isenção é a existência de reciprocidade na desoneração da tributação da renda percebida pelas companhias brasileiras de navegação aérea no país de origem da empresa estrangeira, que desempenha a mesma atividade no Brasil. Em relação ao Panamá, a troca de Notas Diplomáticas, efetuada pelo Ministerio de las Relaciones Exteriores e a Embaixada do Brasil entre 1994 e 1995, comprova e confirma a existência de reciprocidade entre os países no tratamento tributário das companhias aéreas, inclusive revestindo-se de acordo simplificado. ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA. EFEITOS TEMPORAIS. RECONHECIMENTO PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. RETROATIVIDADE. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO DESDE A EXISTÊNCIA DE RECIPROCIDADE. PREVISÃO OBJETIVA E EXPRESSA NA LEGISLAÇÃO. A isenção das companhias estrangeiras de navegação aérea está sujeita apenas ao reconhecimento pela Receita Federal do Brasil (em contraposição a natureza constitutiva da concessão ou da efetivação) e alcança os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade internacional de desoneração tributária, independentemente do momento do pronunciamento do órgão fiscalizador, como expressamente disposto no parágrafo único do art. 181 do RIR/99 e no art. 104 da IN nº 267/2002. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2012 ISENÇÃO. APLICAÇÃO À CSLL POR EXPRESSA DISPOSIÇÃO NORMATIVA. IDENTIDADE DE IMPUTAÇÃO NO LANÇAMENTO. CANCELAMENTO DO CRÉDITO. O parágrafo único do art. 11 da Lei nº 13.202/15, expressa e retroativamente, estende à CSLL a isenção de IRPJ prevista no art. 30 do Decreto-Lei nº 5.844/43. Decorrendo a exigência de CSLL da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada, no mérito, a mesma decisão, desde que ausentes arguições especificas e elementos de prova distintos.
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FALTA DE ENFRENTAMENTO DE TODOS OS ARGUMENTOS SOBRE A MESMA MATÉRIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. DESNECESSIDADE. INOCORRÊNCIA. A decisão administrativa não precisa enfrentar todos os argumentos trazidos na peça recursal sobre uma mesma matéria se os seus fundamentos são suficientes para afastar a pretensão da parte recorrente e arrimar juridicamente o posicionamento adotado. NULIDADE DO LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA OU DEFICIÊNCIA NA IDENTIFICAÇÃO DA INFRAÇÃO. CLAREZA DE FUNDAMENTOS JURÍDICOS NO TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL. INOCORRÊNCIA. A nulidade do lançamento de ofício, sob o argumento de violação aos requisitos do art. 142 do CTN, diante da suposta deficiência na identificação da infração ou da legislação aplicável, não se sustenta quando verificada a adequada instrução da Autuação, constando no TVF a conclusão de sua analise técnica, bem como fundamentação jurídica clara. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2012 ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA. RECIPROCIDADE INTERNACIONAL. NORMA DE DIREITO INTERNO. PRESCINDIBILIDADE DE ACORDO OU TRATADO. PLENA VALIDADE E VIGÊNCIA. A dispensa do pagamento de IRPJ pelas companhias estrangeiras de navegação aérea por meio de isenção está prevista no art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43 (art. 176, caput, RIR/99), denotando tratarse de renúncia prevista em regra de Direito doméstico, sendo desnecessária a existência de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 01 83 /2 01 6- 87 Fl. 931DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 931 2 acordou ou tratado para sua validade, vigência e aplicação, assim como qualquer medida de internalização. O requisito legal para a fruição de tal isenção é a existência de reciprocidade na desoneração da tributação da renda percebida pelas companhias brasileiras de navegação aérea no país de origem da empresa estrangeira, que desempenha a mesma atividade no Brasil. Em relação ao Panamá, a troca de Notas Diplomáticas, efetuada pelo Ministerio de las Relaciones Exteriores e a Embaixada do Brasil entre 1994 e 1995, comprova e confirma a existência de reciprocidade entre os países no tratamento tributário das companhias aéreas, inclusive revestindose de acordo simplificado. ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA. EFEITOS TEMPORAIS. RECONHECIMENTO PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. RETROATIVIDADE. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO DESDE A EXISTÊNCIA DE RECIPROCIDADE. PREVISÃO OBJETIVA E EXPRESSA NA LEGISLAÇÃO. A isenção das companhias estrangeiras de navegação aérea está sujeita apenas ao reconhecimento pela Receita Federal do Brasil (em contraposição a natureza constitutiva da concessão ou da efetivação) e alcança os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade internacional de desoneração tributária, independentemente do momento do pronunciamento do órgão fiscalizador, como expressamente disposto no parágrafo único do art. 181 do RIR/99 e no art. 104 da IN nº 267/2002. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2012 ISENÇÃO. APLICAÇÃO À CSLL POR EXPRESSA DISPOSIÇÃO NORMATIVA. IDENTIDADE DE IMPUTAÇÃO NO LANÇAMENTO. CANCELAMENTO DO CRÉDITO. O parágrafo único do art. 11 da Lei nº 13.202/15, expressa e retroativamente, estende à CSLL a isenção de IRPJ prevista no art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43. Decorrendo a exigência de CSLL da mesma imputação que fundamentou o lançamento do IRPJ, deve ser adotada, no mérito, a mesma decisão, desde que ausentes arguições especificas e elementos de prova distintos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares de nulidade e no mérito, dar provimento ao recurso voluntário. Fl. 932DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 932 3 (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogério Borges, Eduardo Morgado Rodrigues (suplente convocado em substituição ao Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves), Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Leonardo Luis Pagano Gonçalves. Fl. 933DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 933 4 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 782 a 850) interpostos contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Belo Horizonte/MG (fls. 752 a 769) que manteve integralmente as Autuações sofridas pela Contribuinte (fls. 550 a 582), rejeitando os termos da Impugnação apresentada (fls. 604 a 745). O processo versa sobre exações de IRPJ e CSLL, referentes ao ano calendário de 2012, acompanhadas de multa de ofício, cumulada com multa isolada pela consequente ausência de recolhimento de estimativas, lançadas em face da empresa COMPANIA PANAMEÑA DE AVIACION S/A (COPA), a qual, como relatado preliminarmente no TVF (570 a 582), defende ser isenta do pagamento de tais tributos. As acusações fiscais que sustentam as Autuações se resumem, à constatação de que o contribuinte não tem isenção do IRPJ e da CSLL sobre os rendimentos e lucros auferidos no Brasil por empresa aérea internacional oriundos da atividade de transporte internacional de passageiros e cargas, e portanto há incidência do IRPJ e da CSLL sobre os rendimentos e lucros nos termos da legislação brasileira (TVF fls. 575). Fundamentase tal averiguação na ausência de um Acordo internacional para evitar a dupla tributação, tampouco existindo tal pacto na sua forma simplificada, concluindo se que NÃO FOI EFETIVADO O ACORDO , PROPOSTO pelo Governo Panamenho, pois o Governo brasileiro entendeu desnecessária a existência de um Acordo a esse respeito, já que a legislação brasileira prevê, na base da reciprocidade, essas condições, observadas as prerrogativas legais acima expostas para a isenção de impostos, previstas no atual Regulamento do Imposto de Renda, Decreto 3.000/1999, artigo 176 caput (DecretoLei nr. 5.844, de 1943, art. 30) combinado com artigo 181 caput e parágrafo único (DecretoLei nr. 1.228, de 1972, art. 2° e parágrafo único) (TVF fls. 576). Acrescentase que não existe reconhecimento expresso da Secretaria da Receita Federal do Brasil de tal isenção e que no processo de consulta nº 10880.016331/0011 não fora reconhecida tal desoneração, ao passo que a Autoridade Fiscal responsável se posicionou no sentido de que não será analisada, nesta consulta, se no Panamá as companhias brasileiras de navegação marítima e aérea estão isentas do imposto, posto que a isenção deve ser reconhecida pela Secretaria da Receita Federal em processo específico, que não o processo de consulta. Fl. 934DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 934 5 Ainda, afirmase que o Acordo sobre Serviços Aéreos entre a República Federativa do Brasil e a República do Panamá, celebrado em Brasília, em 25 de maio de 2007, não menciona em seu texto a isenção do IRPJ e da CSLL. Mas, no parágrafo seguinte do TVF, consignase que tal Acordo é inaplicável por falta de promulgação por Decreto do Poder Executivo. Por fim, defendese a interpretação literal das isenções, como previsto no art. 111 do CTN, afastando os argumentos prestado pela Contribuinte durante a ação fiscal sobre a isenção que entende estar abarcada, inclusive em relação ao gozo desta por outras companhias estrangeiras, bem como a extensão de tal suposta desoneração à CSLL. Intimado do lançamento de ofício, a Contribuinte ofertou Impugnação (fls. 604 a 745) alegando, em suma, que: A argumentação do Fisco sobre a inexistência de acordo firmado entre os dois países para evitar a dupla tributação da renda não merece prosperar, uma vez que a Convenção de Chicago (Convenção sobre Aviação Civil Internacional – Decreto nº. 21.713 de 27 de agosto de 1946) prevê, além da prestação de serviços aéreos, regras para evitar a dupla tributação. Entre o Brasil e o Panamá não é diferente, haja vista que ambos os países firmaram acordo sobre serviços aéreos, aprovado pelo Decreto Legislativo nº. 704/2009, que prevê, em seu art. 8º, a isenção sobre os rendimentos auferidos com a exploração do tráfego aéreo no Brasil. Não obstante a isso, sempre houve, segundo o impugnante, acordo de reciprocidade para não se tributar riquezas auferidas pelas companhias áreas estrangeiras nos territórios do Brasil e do Panamá. Para corroborar esse entendimento, foram apresentadas notas diplomáticas trocadas entre as respectivas embaixadas, documentos anexados às fls. 718 a 720 e 744 a 745. Nessa seara, o impugnante fundamenta seu entendimento no art. 30 do Decreto Lei nº. 5.844/43 que dispõe: “as companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea estarão isentas do imposto de renda, se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa.” Ainda, foi apresentado manifestação do Ministério de Economia e Finanças da República do Panamá, fls. 721 a 730, com tradução juramentada, a qual comprova que, no Panamá, as companhias aéreas brasileiras estão desoneradas da tributação sobre a renda, desde que o Brasil dispense o mesmo tratamento à companhia aérea panamenha. Fl. 935DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 935 6 Em conseqüência, o impugnante informa que a isenção do IRPJ foi ampliado para a CSLL conforme art. 11 da Lei nº. 13.202 de 08 de dezembro de 2015 (...) Alegando que, pela legislação exposta, bastaria que “a isenção fosse aplicada pelo outro país às companhias aéreas brasileiras, para que o Brasil também aplicasse a isenção à companhia aérea estrangeira, (...)”. Historicamente, a extinta Varig, durante quase trinta anos, sempre se viu eximida do pagamento do imposto sobre a renda no Panamá. E que o Auto de Infração se levado adiante, causaria não só um acidente diplomático como retiraria as pilastras da legislação dos Estados e das Convenções de Chicago e de Viena. Afirma ainda que o Auto de Infração infringiu o art. 142 do CTN, art. 10º do Decreto nº. 70.235/1972 e art. 50 da Lei nº. 9.784/99, uma vez que para determinar a matéria tributária é imprescindível a prova de não reciprocidade no tratamento e que os atos administrativos devem ser motivados. Requisitos de validade não preenchidos pela Autoridade Fiscal, segundo o impugnante. Também não merece prosperar a alegação do Fisco de que a isenção necessita de processo administrativo próprio, uma vez que o Regulamento do Imposto de Renda, art. 176 combinado com o art. 181, apenas cita a existência de reciprocidade para que a isenção seja reconhecida pela Receita Federal do Brasil, sendo que a interpretação deve ser feita de forma que não invalide o preceito legal. Ainda, houve em 2013 fiscalização encerrada, MPF nº. 0819000.2012.05149, fls. 732 a 733, na qual concluiuse pela isenção do IRPJ e da CSLL. E salientou que há Solução de Consulta SRRF/8ª RF/DISIT nº. 29, de 28 de fevereiro de 2001, fls. 735 a 738, na qual se depreende que havendo isenção no exterior, a benesse fiscal seria igualmente observada no Brasil, desde que houvesse reconhecimento em processo específico. Esse último requisito, necessidade de processo específico, contraria, segundo o impugnante, o art. 181 caput e parágrafo único do RIR/99. Apesar de não concordar com a citada consulta na parte de que a isenção só poderia ser reconhecida em processo próprio, foi protocolado, antes da lavratura do auto de infração e após início do procedimento fiscal, pedido de reconhecimento de isenção, processo administrativo nº. 18186.721980/201698, tal pedido, pelo princípio da eventualidade, deve suspender este processo, embasando esse entendimento no art. 313, inciso V, alínea “a” do Novo Código de Processo Civil. Na interpretação dada pelo impugnante ao Decreto Legislativo nº. 704/2009, os tributos tratados no parágrafo 9º do artigo 8º, já transcritos, se referem a impostos, taxas ou contribuições que incidam sobre as remessas ao exterior, como por exemplo Fl. 936DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 936 7 Imposto sobre Operações Financeiras, Imposto de Renda retido na Fonte, entre outros. Sendo assim, o decreto prevê isenção aos impostos que incidem sobre a renda. Afirma que a Secretaria da Receita Federal do Brasil já analisou Acordo semelhante e reconheceu a isenção entre Brasil e Estados Unidos da América, conforme Parecer MF/SRF/COSIT/DIPAC nº. 464/94 e Decreto Legislativo nº. 220, de 11 de dezembro de 1991. O impugnante clama pela anulação do auto de infração uma vez que há, segundo ele, contradição insanável do relatório fiscal, uma vez que a Autoridade Fiscal utiliza o Decreto Legislativo nº. 704/2009 para lançar o auto de infração e, ao mesmo tempo, não considera internalizado tal instituto normativo. Não obstante a isso, pelo amor ao debate, o impugnante afirma que o decreto legislativo citado foi internalizado no ordenamento jurídico brasileiros conforme previsão do art. 84, inciso VIII e art. 49, inciso I da Constituição Federal e observância do artigo 26 e 27 do Decreto nº. 7.030, de 14 de dezembro de 2009, Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados. Ressalta que o Fisco não pode alegar interpretação literal sobre isenção para não conceder esse instituto para a CSLL, ignorando, assim, o art. 11 da Lei nº. 13.202/15. Além disso, há, vigente, o Decreto Legislativo nº. 704/2009 e a Convenção de Chicago. Nesse ponto traz decisão do Carf para caso semelhante. Ainda segundo o impugnante, o Parecer Normativo CST nº 95/1970 afirma que “basta o gozo da isenção, no Brasil, por parte da companhia aérea estrangeira, para que a empresa brasileira goze do mesmo tratamento”. E, caso o auto de infração seja julgado procedente, a cobrança da multa isolada não merece prosperar pela observância do inciso III combinado com parágrafo único do art. 100 do CTN, uma vez que desde a instalação da empresa no Brasil, ano de 2000, nunca houve cobrança de impostos sobre a renda, tendo inclusive fiscalização encerrada sem lavratura de auto. Além disso, a multa isolada, segundo o contribuinte, não pode ser acumulada com a multa de ofício sob o fundamento da prática de bis in iden, para corroborar esse entendimento, apresenta várias jurisprudências e solicita, por fim, o cancelamento da primeira. Em sua impugnação insurge, também, sobre a incidência de juros Selic sobre a multa de ofício, apresentando jurisprudência administrativa e judicial. Ao finalizar sua impugnação, o contribuinte solicita o cancelamento integral do lançamento tributário ora combatido, seja pelos vícios de fundamentação ou mesmo pela comprovação irrefutável da reciprocidade de tratamento entre Brasil e Fl. 937DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 937 8 Panamá. Caso assim não se entenda, as penalidades exigidas na autuação não se sustentam por inobservância do art. 100 do CTN e pela impossibilidade de se aplicar multa isolada e multa de ofício, concomitantemente. Por fim, há de se excluir a incidência de juros sobre a multa de ofício, tendo em visa a inexistência de previsão legal. (extraído do relatório da DRJ a quo fls. 757 a 759) Ato contínuo, o processo foi encaminhado à 2ª Turma de Julgamento da DRJ/BHE, que julgou improcedente a Impugnação, mantendo integralmente o lançamento de ofício combatido. Confirase a ementa daquele julgado a quo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2012 ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO AÉREA. Estão isentas do imposto de renda as companhias de navegação aérea desde que haja reciprocidade de tratamento às empresas brasileiras de igual objetivo operando naquele país, devendo a isenção ser reconhecida por meio de processo administrativo específico para tal fim. MULTA ISOLADA. INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO MENSAL DAS ESTIMATIVAS. A insuficiência de pagamento da CSLL e do IRPJ mensal devido por estimativa, após o término do anocalendário, por pessoa jurídica que optou pela tributação com base no lucro real anual, enseja a aplicação da multa de ofício isolada. CONCOMITÂNCIA DE MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO POR ESTIMATIVA COM MULTA DE OFÍCIO. Por decorrerem de infrações distintas, é cabível a aplicação da multa isolada por falta de pagamento do IRPJ e da CSLL, determinada sobre a base de cálculo estimada, e da multa de ofício aplicada sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição não recolhida. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Fl. 938DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 938 9 Anocalendário: 2012 CONSULTA TRIBUTÁRIA ESCRITA. EFEITOS. A solução de consulta tributária escrita opera efeitos inter parts, ou seja, surte efeitos em relação ao sujeito passivo e a Fazenda Pública nos estritos termos da descrição da hipótese a que se referir. PRÁTICAS REITERADAS DA ADMINISTRAÇÃO. Só se configura a excludente de penalidade quando presentes o uso e a convicção jurídica da necessidade da conduta, sendo inadmissível sua formação contra legem. CSLL. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Aplicase à tributação reflexa idêntica solução dada ao lançamento principal, em face da estreita relação de causa e efeito entre ambos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Diante de tal revés parcial, a ora Recorrente apresentou Recurso Voluntário (fls. 2956 a 2981), reiterando integramente as alegações da Impugnação e especificamente apontando os motivos de reforma do v. Acórdão. Traz argumentação em relação à suposta nulidade do Acórdão da DRJ, que teria deixado de analisar parte de suas alegações e provas, especialmente sobre a dinâmica da isenção conferida pela sistemática da reciprocidade, assim como seria contraditório em sua fundamentação, por afirmar textualmente a existência de tal desoneração tributária. Ao seu turno, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional apresentou Contrarrazões (fls. 871 a 915), contestando todas as alegações da Contribuinte, reafirmando a total procedência do lançamento e a necessidade de manutenção do Acórdão da instância anterior, destacando a ausência tanto de Acordos internacionais sobre a isenção alegada, como do reconhecimento dessa isenção em processo específico perante a Receita Federal do Brasil. Posteriormente, apresentou a Contribuinte Petição (fls. 919 a 930), invocando a prerrogativa da alínea "b" do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, noticiando fato novo, diretamente incidente à demanda, ao passo que no Processo Administrativo nº 18186.721980/201698, a DRF/DIORT/SPO teria sido reconhecida a existência do seu direito ao gozo da isenção prevista no art. 176 do RIR/99, desde de 1994, possuindo tal declaração retroatividade ao momento da constatação da reciprocidade internacional, por força da Fl. 939DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 939 10 disposição expressa no art. 181 do RIR/99, o que fulminaria a pretensão do Fisco expressa nos Autos de Infração ora combatidos. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Fl. 940DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 940 11 Voto Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella Relator O Recurso Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse N. Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Como relatado, existem matérias preliminares em relação a suposta nulidade do v. Acórdão recorrido, o que fundamenta pedido da Recorrente de retorno dos autos à DRJ a quo para a prolatação de novo decisório que aprecie temas sobre os quais não houve pronunciamento, como também em relação a nulidade do próprio lançamento de ofício, por supostos vícios referentes ao atendimento das prescrições do art. 142 do CTN. Inicialmente, em relação ao suposto lapso do v. Acórdão da DRJ, a Recorrente afirma que aquele N. Colegiado a quo teria deixado de apreciar sua alegação sobre a existência de reciprocidade de tratamento entre Brasil e Panamá, legislativa e usual, em não se tributar a renda das companhias aéreas estrangeiras que operam em seus respectivos territórios, e que tal tratamento mútuo, com base no art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43, bastaria para a efetivação material de tal desoneração, não demandando Acordo, Tratado e nem outros procedimentos. Também não teria havido a apreciação das Notas Diplomáticas trocadas entre estas duas nações, que comprovariam que, no Panamá, as companhias aéreas brasileiras estão isentas da tributação sobre a renda. Igualmente, seria omisso tal r. decisum em relação ao artigo 11 da Lei nº 13.202/15, o qual reconhece se estender à CSLL os efeitos dos Acordos e Tratados internacionais para evitar a dupla tributação, fazendo o dispositivo menção expressa a tal equiparação de tratamento fiscal, para fins do disposto no art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43 (art. 176, caput, do RIR/99). Teriam também aqueles I. Julgadores ficado silentes sobre o suposto vício do lançamento de ofício, por não ter sido fundamentado na ausência de reciprocidade, como deveria ter sido feito diante da dinâmica específica dessa isenção. Fl. 941DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 941 12 Afirma que a DRJ ao dizer que o MPF nº 0819000.2012.05149 (fiscalização anterior de IRPJ e CSLL, encerrada em 24/10/2013, sem qualquer lançamento) é autônomo e alheio à presente demanda, também incorre em vício de apreciação de suas razões, devendo ser anulado e prolatado novo decisório. Por fim, acrescenta a presença de contrariedade, ao passo que, ao analisar a Solução de Consulta SRRF/8ª RF/DISIT nº 29/2001, houve o reconhecimento, sem dúvidas, do direito à isenção. Pois bem, analisando o v. Acórdão recorrido temos que, de fato, tal decisão focouse principalmente na avaliação de existência de tratados internacionais, específicos sobre a isenção defendida pela Contribuinte e na ausência de um procedimento específico, perante a Receita Federal do Brasil, para o reconhecimento dessa desoneração. Alguns elementos da Impugnação, realmente, não foram diretamente contestados e mencionados. Todavia, o que se revela é que os temas apontados como ausentes na r. decisão a quo revestemse de argumentos sobre a mesma matéria de Direito, qual seja: a existência e o gozo da isenção, tanto do IRPJ como da CSLL, não podendo ser exigidos da Contribuinte, como procedido nas Autuações. Assim, as matéria jurídicas, per si consideradas, individualizadas sob um ponto de vista processual (o direito à isenção e a consequente improcedência da cobrança dos tributos, a impossibilidade de aplicação de multas no caso concreto, a impossibilidade de cumulação de multa de ofício com multa isolada, a ilegalidade de incidência de juros sobre a multa e a utilização da Taxa SELIC para tanto) foram efetiva e satisfatoriamente enfrentadas. A fundamentação do v. Acórdão (independentemente de se procedente ou não, o que não se confunde com sua validade) foi clara e trouxe elementos bastantes para afastar a pretensão da Contribuinte em relação à matéria de Direito relacionada à isenção. Ainda que uma defesa possa ser rica, trazendo inúmeras arguições sobre uma determinada matéria específica, a multiplicidade argumentativa não obriga o julgador a esgotá la em seu decidir. E, mesmo que a parte possa atribuir um alto valor postulatório a uma determina alegação e à documentação que lhe suporta, o convencimento motivado é livre, desde que devidamente fundamentado, muitas vezes culminando na superação e no prejuízo do confronto de determinados pontos alegados pelo reconhecimento de procedência de outros. Fl. 942DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 942 13 Nesse mesmo sentido é o Acórdão nº 1401002.094, proferido pela 1ª Turma Ordinária dessa 4ª Câmara, de relatoria do I. Conselheiro Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, publicado em 21/09/2017: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 1997, 1998 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. FALTA DE ENFRENTAMENTO DE TODOS OS ARGUMENTOS. DESNECESSIDADE. A decisão não precisa enfrentar todas as questões trazidas na peça recursal, se os fundamentos constantes no voto são suficientes para afastar a pretensão da parte recorrente. Assim, a requisitada nulidade por cerceamento do direito de defesa deve ser afastada. Posto isso, não procede a alegação de nulidade do v. Acórdão recorrido, não havendo a necessidade de ser exarada decisão complementar, podendo se prosseguir normalmente com o julgamento da presente demanda nessa Instância. Em relação à nulidade do próprio lançamento de ofício, primeiro alega a Recorrente que este teria violado o previsto no art. 142 do CTN por não ter demonstrado em seus fundamentos que a República do Panamá não teria aplicado a isenção sobre os rendimentos e lucros auferidos por empresas aéreas brasileiras naquele país, sendo critério fundamental da identificação da matéria tributável e da legislação aplicável, vez que especificamente previsto no art. 176, caput, do RIR/99 (art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43). Desse modo, só poderia a Fiscalização afastar a isenção se feita tal demonstração de inexistência de reciprocidade. Para a Contribuinte, não houve a necessária exploração desse mecanismo legal pela Autoridade Fiscal. Alega também que existe contraditoriedade nas Autuações, trazendo o Fisco elementos que se contrapõem, na medida em que no item 5.4 afirmase que no Decreto Legislativo nº 709/2004 (que internalizaria o Acordo sobre Serviços Aéreos entre o Brasil e Panamá) não contempla a alegada isenção em seu texto e, por sua vez, no item 5.5 constatase que tal DecretoLegislativo seria inaplicável por falta de promulgação por Decreto do Poder Executivo. Fl. 943DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 943 14 Dessa forma, a Autoridade Fiscal se valeria um normativo para negar a existência da isenção e, no momento imediatamente seguinte, negaria a produção de quaisquer de seus efeitos. Tal ocorrência furtaria a solidez lógica do fundamento do lançamento de ofício, assim como atesta em seu próprio corpo que está fundamentando em legislação que não é vigente, contrariando o art. 144 do CTN. Primeiramente, deve se reconhecer que o Termo de Verificação Fiscal pode não trazer a melhor organização de seus argumentos e fundamentos. Porém, assim, como já afirmado sobre o v. Acórdão recorrido, estão presentes todos os seus elementos para a sua validade, como ato administrativo tributário. Nesse sentido, está muito clara a matéria tributável, com vasta explicação dos fatos e relato dos atos que precederam a lavratura dos Autos de Infração, não restando qualquer dúvida sobre os tributos exigidos da Contribuinte e sob quais circunstâncias foram apurados. Da mesma forma, é devidamente fundamentada a razão de sua exigência, que tem como cerne o não reconhecimento da isenção que a ora Recorrente afirma possuir historicamente. Digase que sua fundamentação foi construída sobre múltiplas razões e explicações da Autoridade Fiscal para não ter constatado que essa Empresa estrangeira esta isenta do recolhimento do IRPJ e da CSLL. Comprovando o alegado e já afastando a verificação da ocorrência de qualquer cerceamento de direito postulatório, a Contribuinte foi capaz de apresentar defesas profundas, complexas e extensas, munidas de documentação adequada, combatendo todo o conteúdo acusatório do lançamento de ofício. A procedência jurídica dos fundamentos utilizados pela Fiscalização nas Autuações não se confunde com a sua validade. Especificamente, a ausência de demonstração de reciprocidade na renúncia de tributação entre os países envolvidos ou a pobre exploração de tal fato/previsão legal se relaciona ao mérito da exação e à sua conformidade jurídica, material, mas não com os requisitos de validade do art. 142 do CTN. Fl. 944DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 944 15 Em relação à suposta contrariedade lógica e utilização de normativo sem vigência para fundamentar as Autuações, temos que os itens 5.4 e 5.5 prestamse para justificar constatações diferentes, ainda que relacionadas, guardando até subsidiariedade entre si. No item 5.4 afirmase, simplesmente, que não está previstos no Acordo sobre Serviços Aéreos entre o Brasil e Panamá a isenção alegada. Assim, ainda que vigente ou não, não estaria lá contemplado o direito da Contribuinte não pagar tais tributos. E, por sua vez, no item 5.5 afirmase que o Acordo em questão não é aplicável, vez que no seu próprio texto ficou isso condicionado à promulgação por Decreto do Poder Executivo. Ainda que a organização dos argumentos e sua redação possa ser objeto de críticas, de forma alguma padece o lançamento de ofício de nulidade material, como alegado pela Recorrente, devendo ser igualmente afastada tal preliminar. Adentrando agora o mérito, como relatado e lembrado na apreciação das preliminares, o fundamento central da exigência tributária em tela é o não reconhecimento pela Fiscalização do gozo pela Recorrente de isenção de IRPJ e CSLL. Tal negativa foi fundamentada, textualmente no TFV (fls. 575 a 580), nas constatações de: 1) inexistência de Acordo internacional para evitar a dupla tributação, entre Brasil e Panamá; 2) inexistência de Acordo internacional simplificado para evitar a dupla tributação, entre Brasil e Panamá; 3) ausência de reconhecimento da isenção pela Receita Federal do Brasil por meio de processo administrativo próprio; 4) que o existente Acordo sobre Serviços Aéreos entre o Brasil e Panamá não prevê expressamente tal isenção; 5) que o referido Acordo sobre Serviços Aéreos entre o Brasil e Panamá não é aplicável por falta de Decreto do Poder Executivo, promulgandoo; 6) que interpretase literalmente a legislação tributária (art. 111 do CTN), não podendo ser concedida isenção por analogia, e não podendo se estender à CSLL a isenção de IRPJ sem a existência de Acordo internacional, mesmo que simplificado. Fl. 945DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 945 16 Dito isso, temos que, desde a fase fiscalizatória, a principal alegação da Recorrente sobre seu direito ao gozo da isenção é a previsão contida no art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43 (art. 176, caput, RIR/99), tendo como requisito a simples existência de reciprocidade na desoneração tributária dos rendimentos de companhias aéreas de ambas as nações, não demandando Acordo ou Tratado para a sua aplicação no território nacional, bem como teria havido troca de Notas Diplomáticas, entre 1994 e 1995, e novamente em 2015, nas quais tais países reconhecem a préexistência dessa mutualidade. Ainda traz entendimentos da própria Receita Federal do Brasil que corroborariam com tal posição e a afirma que a reciprocidade estaria estampada no Acordo sobre Serviços Aéreos entre o Brasil e Panamá (fato este que também é reconhecido pelas Autoridades Diplomáticas em trocas de Notas, acostadas aos autos) e que a Convenção de Chicago obriga os signatários ao tratamento recíproco. Posto isso, inicialmente entendese que o fulcro da matéria jurídica sob análise é o conteúdo do art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43, fazendose necessária a sua pormenorizada análise. À época de sua edição, o DecretoLei nº 5.844/43 revestiase de Regulamento de Imposto de Renda. Em seu artigo 30, ainda plenamente vigente, traz a previsão de isenção para as companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea, sob o critério da reciprocidade: DecretoLei nº 5.844, de 23 de setembro de 1943 Dispõe sôbre a cobrança e fiscalização do imposto de renda (...) Art. 30 As companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea estarão isentas do imposto de renda, se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa. (destacamos) Diante disso, temos uma disposição clara e objetiva que desonera da tributação pelo imposto de renda as atividades das aerolinhas estrangeiras, diante da simples condição de, igualmente, as companhias brasileiras, com mesmo objeto empresarial, não serem obrigadas em seu país de origem ao recolhimento desse mesmo tributo. Fl. 946DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 946 17 Não fora estabelecido pelo Legislador qualquer outra obrigação legal para o gozo de tal benefício. Antes de qualquer pretensão doutrinária de classificar com precisão essa renúncia tributária de 1943, podese constatar que esta modalidade de isenção é bastante sui generis, sendo veiculada por norma interna, com disposições próprias, especificamente direcionadas às empresas estrangeiras que exploram navegação marítima e aérea no Brasil, que remetem diretamente a um fato jurídico de ocorrência fora do território nacional, estabelecendo exclusivamente como requisito de sua fruição a postura tributária dos países de origem dessas companhias com os empreendedores brasileiros que exploram a mesma atividade (e não atos, condutas individuais e características próprias desse ente privado estrangeiro, operante no Brasil). Como mencionado, tal disposição prevaleceu incólume, sem revogação ou alteração até a presente data, sendo repetida integralmente no caput do art. 176 do RIR/99: Art. 176. Estão isentas do imposto as companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa. O acima colacionado já basta para a verificação da desnecessidade de um Acordo ou Tratado internacional para que a empresa estrangeira de aviação goze da isenção, como então defendido no fundamento das Autuações, no v. Acórdão recorrido e nas Contrarrazões da Fazenda Nacional. Certamente, não se está diante de uma norma internacional, firmada entre governos, que traz em si uma limitação externa ao poder soberano de tributar, que, por isso, precisaria ser internalizada por Decreto legislativo ou do Poder Executivo. Ora, o que temos aqui é uma renuncia de tributação diretamente inserida no sistema tributário nacional, por veiculo normativo doméstico, de plena hierarquia e vigência de Lei (reafirmadas pela sua constante manutenção até a edição do RIR/99 vigente). Fl. 947DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 947 18 A lição de José Souto Maior Borges1, em sua clássica obra sobre o instituto da isenção, explica com clareza a exata situação jurídica sob análise no presente caso e confirma tal afirmação acima expendida: Nessas condições, as isenções tributárias decorrentes de tratados ou convenções internacionais, celebrados sub spres rati, não poderão afetar o regime interno da tributação, antes de serem ratificados. A eficácia ou o efeito jurídico especial da ratificação, pretendese, consiste em transformar o convênio em norma de direito interno. O direito constitucional brasileiro firma a competência exclusiva do Congresso Nacional para decidir sobre a validade (não sobre a existência) do tratado ou convenção internacional, ligando em definitivo o país, pela troca de ratificação entre as partes contratantes. As isenções reconhecidas pelo direito internacional podem basearse e geralmente isso acontece na regra da reciprocidade. A isenção outorgada pelo Estado, com fundamento no critério da reciprocidade, pressupõe a isenção concedida em idênticas circunstâncias, por parte de outro ou de outros Estados. Derivam, essas isenções, ora de regra de direito interno, ora de convênios internacionais, somente cabendo falarse em limitação internacional ao poder de tributar na última hipótese. Assim, a isenção sob condição de reciprocidade tanto pode derivar de tratados internacionais quanto de regras de direito interno. A lei interna pode condicionar a isenção, e.g., para evitar a bitributação internacional, à reciprocidade de tratamento por parte da nação estrangeira. (destacamos) Diante disso, não restam dúvidas que a isenção concedida às empresas estrangeiras de navegação aérea, como é o caso da Recorrente, não é fruto, não tem origem ou mesmo possui qualquer relação de dependência com Acordo, Tratado ou Convênio internacional. Diferentemente daquilo defendido textualmente nas Contrarrazões da Fazenda Nacional, não existe aqui qualquer violação (ou mesmo relação) de soberania e jurisdição tributária nacional. A norma contida no art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43 foi regularmente inserida no Direito nacional, produzindo, desde 1943 até a presente data, seus efeitos típicos, 1 Teoria Geral da Isenção Tributária. 3ª Edição. São Paulo : Malheiros Editores, 2007. p. 242. Fl. 948DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 948 19 imbuída de plena vigência e eficácia. O requisito legal estabelecido como critério material para que a Contribuinte usufrua de tal isenção é a reciprocidade do seu país natal in casu, o Panamá dessa desoneração em relação às atividades das aerolinhas brasileiras em seu território. E, da mesma forma, a validade dessa norma que concede a isenção não depende de sua internalização por ratificação ou qualquer outra medida legal. Como corretamente alegado pela Recorrente, não atentouse a Fiscalização à natureza da isenção sob debate, sua condição e dinâmica normativa. Diante de disso, os fundamentos do lançamento de ofício referentes a inexistência de Acordo Internacional para evitar a dupla tributação, desde já, podem ser afastados (acima listados como fundamentos 1 e 2 do lançamento de ofício). E, em relação à fundamentação fiscal da ausência de previsão de isenção no Acordo sobre Serviços Aéreos entre o Brasil e Panamá, veiculado pelo Decreto Legislativo nº 709/2004, bem como a da ausência de um Decreto do Poder Executivo para promulgálo, ficam estas diretamente prejudicadas, uma vez que já demonstrada a desnecessidade de veiculação em pacto internacional e, logicamente, da sua internalização, posto que há muito presente a desoneração no sistema jurídico nacional (acima listada como fundamentos 4 e 5 do lançamento de ofício). Contudo, em acréscimo substancial a tal constatação e motivação decisória, a própria decisão diplomática, dos governos brasileiro e panamenho, de dispensa de celebração de Acordo ou outro instrumento internacional foi fundamentada justamente no reconhecimento mútuo da existência, nas suas jurisdições domésticas, de efetiva reciprocidade da desoneração da tributação dos rendimentos das suas companhias aéreas, desde 1994, como documentado nos autos às fls. 744 a 755: Fl. 949DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 949 20 Interessante notar que a troca de Notas Diplomáticas, como acima colacionada, é exatamente o que se define como acordo simplificado. Mais uma vez, mostrase profundamente equivocada a conclusão da Fiscalização da sua inexistência. Confirase a explicação e a definição de Alberto Xavier2 sobre os acordos simplificados: A par dos tratados gerais, o Brasil celebrou acordos especiais para evitar a dupla tributação das empresas de navegação 2 Direito Tributário Internacional no Brasil. 8ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 82. Fl. 950DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 950 21 aérea e marítima, que se podem desdobrar em 03 (três) categorias: (i) acordos simplificados, que não revestem a forma de tratado nos termos constitucionais, mas de instrumentos diplomáticos, (troca de notas, por ex.), limitandose a uma descrição bilateral de reciprocidade de tratamento com base na norma interna do art. 30 do DecretoLei nº 5.844/1993 (...). (destacamos) Ainda, em comunicação diplomática de 2015, tal constatação de existência foi plenamente reafirmada, inclusive, nesse caso, entendendo os Agentes Diplomáticos, brasileiros e panamenhos, (diferentemente da Fiscalização) que o mencionado Acordo sobre Serviços Aéreos entre o Brasil e Panamá traria, sim, em seu bojo previsão e garantia da reciprocidade tributária (tradução fls. 726 a 729): (...) Fl. 951DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 951 22 Observase que os próprios governos envolvidos reconhecem a efetividade da desoneração mutua das companhias aéreas originárias de seus países, especificamente mencionando que as previsões da legislação interna brasileira bastam para tanto. Mesmo se ainda houvesse dúvida sobre a efetiva isenção das empresas brasileira de mesmo objeto social no Panamá, tais documentos diplomáticos comprovam cabalmente a antiga existência da renúncia mútua de taxação, como singularmente exigido para o gozo da isenção em tela. Assim, diante de tão clara previsão legal e do reconhecimento governamental oficial, também podese afastar qualquer argumento no sentido de que uma interpretação literal, nos moldes do art. 111 do CTN não permitiria seu gozo. Pelo contrário: a interpretação literal do art. 30 do DecretoLei nº 5.488/43, mesmo dentro de uma ótica restritiva, possibilita o direito da Recorrente à isenção, com base apenas na confirmação da existência de reciprocidade (acima listado como fundamento 6 do lançamento de ofício). Não obstante, o entendimento da 8ª Região Fiscal da RFB convalida a isenção prevista art. 30 do DecretoLei nº 5.488/43, sem mencionar a necessidade de qualquer outro veículo legal para seu reconhecimento, além da existência de reciprocidade: SOLUÇÃO DE CONSULTA SRRF/8ª RF/DISIT Nº 29, de 28 de fevereiro de 2001 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ementa: ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO MARÍTIMA E AÉREA. Estão isentas do imposto as companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa, sendo que a isenção será reconhecida pela Secretaria da Receita Federal e alcançará os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade de tratamento, não podendo originar, em qualquer caso, direito à restituição de receita. O benefício somente alcança os lucros, receitas e ganhos de capital auferidos na exploração dos objetos específicos da empresa, não abrangendo os provenientes de atividades diversas aos seus fins sociais. Dispositivos Legais: Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/1999), arts. 176 e 181, parágrafo único, e Pareceres Normativos CST nº 95 e nº 451, ambos de 1970. (destacamos) Fl. 952DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 952 23 SOLUÇÃO DE CONSULTA SRRF/8ª RF/DISIT Nº 228, de 06 de agosto de 2004 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ementa: ISENÇÃO. COMPANHIAS ESTRANGEIRAS DE NAVEGAÇÃO MARÍTIMA E AÉREA. Estão isentas do imposto de renda as companhias de navegação aérea australianas desde que haja reciprocidade de tratamento às empresas brasileiras de igual objetivo operando naquele país, devendo a isenção ser reconhecida por meio de processo administrativo específico para tal fim. Reconhecida, a isenção alcançará os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade, não podendo originar, em qualquer caso, direito à restituição de receitas. O benefício abrange somente os lucros, receitas e ganhos de capital auferidos na exploração dos objetivos específicos da empresa, não incluindo os provenientes de atividades diversas aos seus fins sociais. Dispositivos Legais: DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 30; DecretoLei nº 1.228, de 3 de julho de 1972, art. 1º., art. 2º e parágrafo único; Decreto n.º 3.000, de 1999, art. 176 e 181; Parecer Normativo n.º 95, de 1970; Parecer Normativo n.º 451, de 1970. (destacamos) E, por fim, a própria Unidade Local de Fiscalização (DIORT/SPO) recentemente reconheceu direito da Recorrente à isenção, conforme r. Despacho Decisório proferido no Processo Administrativo nº 18186.721980/201698, inaugurado pela Contribuinte em fevereiro de 2016, revogando decisão anterior que havia negado seu gozo (fls. 922 a 930): 15. A partir das notas trocadas entre os governos do Brasil e do Panamá, juntadas pela requerente a seu pedido de isenção, fls. 58/61, fica claro o reconhecimento de reciprocidade de tratamento em relação às companhias de transporte aéreo operando nos dois países, Cumpre destacar que esse reconhecimento ocorreu na troca ocorrida entre 1994 e 1995, tendo sido reconfirmado pela administração tributária panamenha mediante o pronunciamento emitido em 2015, juntado à fl. 58/62. Esse último pronunciamento, porém, devese enfatizar, não se deu pela via diplomática, que seria a pertinente em questões envolvendo direito internacional. 16. Em relação à CSLL, devese considerar o que estabeleceu o art. 11 da Lei nº 13.202, de 2014: “Art. 11. Para efeito de interpretação, os acordos e convenções internacionais celebrados pelo Governo da República Federativa do Brasil para evitar dupla tributação da renda abrangem a CSLL. Fl. 953DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 953 24 Parágrafo único. O disposto no caput alcança igualmente os acordos em forma simplificada firmados com base no disposto no art. 30 do DecretoLei nº 30 do Decretolei nº 5.844, de 23 de setembro de 1943“ (grifei) 17. Convém transcrever o referido art. 30 do Decretolei nº 5.844, de 23 de setembro de 1943: “Art. 30 As companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea estarão isentas do imposto de renda, se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa.“ 18. Da leitura conjunta dos dispositivos legais mencionados nos dois itens anteriores, entendese que os acordos em forma simplificada a que se refere o parágrafo único do art. 11 seriam os atos mediante os quais os respectivos representantes diplomáticos reconhecem a existência de reciprocidade para efeito da isenção do imposto sobre a renda. Em princípio, depreendese que tais atos seriam os acordos por troca de notas. 19. Como observado na decisão da Diort, não existe tratado para evitar a bitributação firmado entre o Brasil e o Panamá. Todavia, ocorreu uma troca de notas diplomáticas entre os dois países entre 1994 e 1995 (fls 54/57), nas quais se verifica ter existido uma proposta panamenha de celebração de acordo sobre a isenção do imposto sobre a renda às receitas provenientes da exploração internacional de aeronaves, com base na reciprocidade, considerando que esse tratamento teria amparo na legislação daquele país. Nos termos dessa proposta, a resposta confirmativa do lado brasileiro constituiria o acordo. A nota emitida em resposta pela Embaixada do Brasil no Panamá deixou claro que havia reciprocidade, em consonância com a legislação tributária brasileira. Todavia, em face dessa previsão legal, expressou que considerava ser desnecessária a celebração formal de um acordo a esse respeito. Em tal cenário, adotando uma interpretação teleológica para os retrocitados dispositivos legais, podese entender que as tratativas decorrentes dessas notas teria o valor de um “acordo” entre os dois países para efeito de aplicação da isenção do imposto sobre a renda, em que pese ter o Brasil descartado necessidade de um acordo sticto sensu para formalizála, considerando que esse acordo seria redundante em face do que já dispunha a legislação tributária brasileira. Por conseguinte, é de se concluir que seria aplicável, no caso, o que dispõe o art. 11 da Lei nº 13.202, de 2015. 20. Tendo em vista o exposto, é forçoso admitir que, de fato, houve uma interpretação equivocada da Diort quando vinculou a possibilidade de reconhecimento da isenção prevista no art. 176 do RIR à existência de um acordo para evitar a bitributação vigor entre o Brasil e o respectivo país de nacionalidade da empresa aérea interessada. O benefício invocado decorre unicamente da legislação do IRPJ, que não Fl. 954DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 954 25 cogita de tal vinculação, cabendo ser reconhecido desde que atendidas as condições nela estabelecidas. 21. Esclareçase que quando existe e vigora um acordo para evitar a bitributação, norma específica, observamse suas disposições no que tange à tributação da renda das companhias de navegação aérea e marítima, se previstas em tal ato. Inexistindo semelhante tratado, ou quando o mesmo não se encontra ainda em vigor, ou deixa de vigorar, observamse as normas gerais que estabelecem as isenções do Imposto de Renda brasileiro. E essas normas, como visto, garantem a isenção do tributo, condicionada à existência de reciprocidade de tratamento. 22. Cumpre ressaltar que o art. 53 da Lei nº 9.784, de 30 de dezembro de 1999, estabelece ter a Administração o poder/dever de anular seus próprios atos quando eivados de vício de legalidade, bem como que tem o poder de revogálos por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. Ressaltese também que tais prerrogativas derivam dos princípios da legalidade, finalidade, moralidade, segurança jurídica, interesse público e eficiência pelos quais deve pautarse sua atuação. 23. Por todo o exposto, concluise que deve ser revista e revogada a decisão da Diort/Derat/SPO consubstanciada no despacho decisório de fls. 71/73, datado de 07/07/2017, e, em seu lugar, proferida nova decisão, reconhecendose a isenção do IRPJ para a Compañía Panameña de Aviación/Copa Airlines/Copa nos termos do art. 176 do Decreto nº 3.000, de 1999, observandose que, de acordo com o art. 11, caput e parágrafo único, da Lei nº 13.202, de 2015, com a entrada em vigor dessa lei, a empresa poderá também se beneficiar de isenção da CSLL. (destacamos) Para evitar eventuais alegações futuras de contrariedade a norma processual e omissão no presente julgado, devese frisar que tal r. Despacho Decisório foi acostado aos autos pela Contribuinte imediatamente após sua prolatação, depois da apresentação do Recurso Voluntário, invocando a prerrogativa da alínea "b" do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72. Claramente, tal decisão se enquadra na excepcionalidade do dispositivo invocado, devendo, então, ser conhecido, enquadrandose como fato novo e possuindo direta e total relevância para a presente contenda, por força da disposição expressa do art. 181 do RIR/99, que rege os efeitos temporais do reconhecimento dessa modalidade específica de isenção. Aproveitando, então, tal decisão para adentrar o último fundamento das Autuações que ainda não fora expressamente refutado, referente a necessidade da existência de Fl. 955DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 955 26 processo administrativo próprio e seu alcance temporal (acima listado como fundamento 3 do lançamento de ofício), temos que, desde a edição do RIR/94 (Decreto nº 1.041, de 11 de janeiro de 1994), teria sido acrescido às disposição sobre a isenção de companhias de navegação marítima e aérea o procedimento do seu reconhecimento pela Receita Federal do Brasil. Confirase a redação vigente do RIR/99: Art. 176. Estão isentas do imposto as companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 30). Parágrafo único. A isenção de que trata este artigo alcança os rendimentos auferidos no tráfego internacional por empresas estrangeiras de transporte terrestre, desde que, no país de sua nacionalidade, tratamento idêntico seja dispensado às empresas brasileiras que tenham o mesmo objeto, observado o disposto no parágrafo único do art. 181 (DecretoLei nº 1.228, de 3 de julho de 1972, art. 1º). (...) Art. 181. As isenções de que trata esta Seção independem de prévio reconhecimento. Parágrafo único. No caso do art. 176, a isenção será reconhecida pela Secretaria da Receita Federal e alcançará os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade de tratamento, não podendo originar, em qualquer caso, direito à restituição de receita (DecretoLei nº 1.228, de 1972, art. 2º e parágrafo único). (destacamos) Tal disposição está estampada também na Instrução Normativa nº 267/2002: CAPÍTULO VI EMPRESAS ESTRANGEIRAS DE TRANSPORTES Art. 104. Estão isentas do imposto as companhias estrangeiras de navegação marítima e aérea se, no país de sua nacionalidade, as companhias brasileiras de igual objetivo gozarem da mesma prerrogativa. § 1º A isenção alcança os rendimentos auferidos no tráfego internacional por empresas estrangeiras de transporte terrestre, desde que, no país de sua nacionalidade, tratamento idêntico Fl. 956DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 956 27 seja dispensado às empresas brasileiras que tenham o mesmo objeto, observado o disposto no § 2º. § 2º A isenção será reconhecida pela SRF e alcançará os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade de tratamento, não podendo originar, em qualquer caso, direito à restituição de receita. (destacamos) Primeiramente, antes de ser necessário verificar a legalidade e a possibilidade de aplicação do parágrafo único do art. 181 do RIR3 e do art. 104 da IN nº 267/2002 às empresas estrangeiras especificamente dedicadas ao transporte aéreo, deve se atentar para a previsão de produção de efeitos temporais desse reconhecimento de isenção pela RFB. É clara e objetiva a sua redação: a isenção será reconhecida pela Secretaria da Receita Federal e alcançará os rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade de tratamento, não podendo originar, em qualquer caso, direito à restituição de receita. Esta regra específica para essa modalidade de isenção (que, como já demonstrado, depende exclusivamente da mutual idade de desoneração fiscal) condiciona a produção dos seus efeitos exclusivamente à reciprocidade de tratamento tributário. Assim, não resta dúvida que o reconhecimento pela Receita Federal do Brasil é meramente formal e declaratório (não sendo constitutivo, nesse caso de isenção, o que se diferencia da isenção individual), retroagindo os efeitos da renúncia fiscal reconhecida à data da existência de reciprocidade na jurisdição estrangeira. Nessa esteira, observe que tanto o parágrafo único do art. 181 do RIR/99, quanto a IN nº 267/2002, utilizam o termo a isenção será reconhecida pela SRF e não concedida, outorgada ou mesmo efetivada. Confirmando a semântica jurídica de tais termos, confirase as definições técnicas de De Plácido e Silva4: 3 Tal questionamento de legalidade e aplicabilidade se justificaria ao passo que as disposições do parágrafo único do art. 181 do RIR/99 tem como base o DecretoLei nº 1.228/72, o qual versa exclusivamente sobre a isenção do imposto de renda das empresas estrangeiras de transporte terrestre, não havendo fundamento legal ou motivação adequada para a sua extensão à isenção das companhias estrangeiras de transporte marítimo e aéreo (prevista e regulada no art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43), conforme efetivamente ocorreu a partir da compilação do RIR/94. 4 Vocabulário Jurídico. 27ª Edição. Rio de Janeiro : Forense, 2007, s. v. Reconhecimento e Conceder. Fl. 957DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 957 28 RECONHECIMENTO: Do latim (...) No entanto, em qualquer circunstância em que se apresente o vocábulo, revelará sempre a existência de fato anterior, que vem comprovar, atestar, certificar, confirmar ou autenticar. O reconhecimento, pois, nada gera de novo isto é, não formula direito nem estrutura fato ou coisa, que já não fosse efetiva ou existente. recognito nil dat novi, é o princípio que se firmou. (destacamos) (...) CONCEDER: Do latim (...) No entanto, quer no sentido que lhe empresta o Direito Público, quer no que tem no Direito Privado, possui as imutáveis acepções de permitir, outorgar ou facultar. (...) Conceder, assim, serve para determinar a liberalidade, o consentimento ou a outorga de uma pessoa para outra, seja para que possa praticar um ato, seja para que possa estabelecer um negócio, ou para que a ela se confira um benefício. (destacamos) Posto isso, aquilo que apenas será reconhecido pela Receita Federal do Brasil já é existente e eficaz. Digase mais: tal disposição está perfeitamente alinhada com os princípios internacionais de reciprocidade, boafé e lealdade. Explicando, como o único requisito para que se efetive a isenção é a renúncia da tributação das companhias estrangeiras desse setor entre as nações, não poderia ser imposto pela legislação brasileira outro critério, com mesmo valor jurídico e importância para a sua concessão às empresas, além da reciprocidade de seu governo. O que se observa com tal mecanismo é que, sem que a Receita Federal do Brasil abra mão de sua fiscalização e controle, a isenção também não fica materialmente limitada e condicionada ao momento do reconhecimento pelo órgão interno, mas apenas pela existência da postura governamental estrangeira que a Lei isentiva elegeu como requisito a mesma Lei que, por sua vez, dá margem para que no outro país exista e perdure a desoneração das empresas brasileira do mesmo setor. Fl. 958DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 958 29 Diante disso, como exaustivamente acima demonstrado, a ausência de reconhecimento da isenção pela Receita Federal do Brasil por meio de processo administrativo não pode obstar o direito de isenção da Recorrente. Como se observa, dentro da análise meritória, todos os fundamentos do lançamento de ofício apresentamse improcedentes, podendo aqui já se concluir pelo cancelamento integral das Autuações. Derradeiramente reforçando tal posição e conclusão, essa interpretação sobre os efeitos temporais da isenção está expressamente registrada no r. Despacho Decisório da própria DIORT/SPO: 14. Observese que os dispositivos antes transcritos [art. 176 e art. 181 RIR/99 e art. 104 da IN nº 267/2002] deixam claro que a isenção em pauta deve ser objeto reconhecimento pela RFB, o qual se dá mediante um pedido específico com essa finalidade. Como se conclui, a Copa Airlines não havia antes apresentado esse pedido, limitandose à formulação de uma consulta tributária em 2001, o que considerava ser suficiente. A solução dessa consulta, dentro dos limites desse tipo de processo, forneceu a interpretação adotada por esta Secretaria acerca da norma tributária invocada. Esclareceu, todavia, que não seria ela o instrumento apropriado para o reconhecimento da isenção. Observese, por outro lado, que os dispositivos antes transcritos [art. 176 e art. 181 RIR/99 e art. 104 da IN nº 267/2002] deixam claro que a isenção em pauta, uma vez reconhecida, aplicase aos rendimentos obtidos a partir da existência da reciprocidade, conforme comprovada. Dessa forma, seus limites temporais estão fixados na própria norma de regência, não podendo a autoridade administrativa estabelecêlos discricionariamente. 15. A partir das notas trocadas entre os governos do Brasil e do Panamá, juntadas pela requerente a seu pedido de isenção, fls. 58/61, fica claro o reconhecimento de reciprocidade de tratamento em relação às companhias de transporte aéreo operando nos dois países, Cumpre destacar que esse reconhecimento ocorreu na troca ocorrida entre 1994 e 1995, tendo sido reconfirmado pela administração tributária panamenha mediante o pronunciamento emitido em 2015, juntado à fl. 58/62. Esse último pronunciamento, porém, devese enfatizar, não se deu pela via diplomática, que seria a pertinente em questões envolvendo direito internacional. (destacamos) Diante disso, também temos um cenário de incidência do conteúdo de tal decisão da Unidade Local de fiscalização na resolução da presente demanda, inclusive por Fl. 959DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 959 30 força da aplicação de expressa determinação de dispositivos exarados pela própria Administração Tributária. Como visto, foi reconhecido pela DIORT/SPO a comprovação da existência da reciprocidade de isenção desde 1995 (como já colacionado aos autos). E, por sua vez, a própria Autoridade Fiscal afirma que a isenção é valida dentro dos limites temporais fixados no art. 181 do RIR/99 e do art. 104 da IN nº 267/2002, que objetivamente remetem o momento da exclusão do crédito tributário à existência da reciprocidade. Posto isso, mediante confirmação oficial da própria Fiscalização, todo o suposto crédito tributário expresso nas Autuações, à época dos fatos gerados, estava legalmente excluído pela disposição do art. 30 do DecretoLei nº 5.844/43, considerando o regramento da produção de efeitos vigente na legislação, inclusive infralegal. Cabe refletir que, em face da posição da DIORT/SPO, permitir a prevalência desse lançamento representaria uma verdadeira contradição nos atos da Administração Tributária, ao passo que, de um lado é reconhecido como existente, desde 1995, o único critério necessário para que a Contribuinte seja isenta de IRPJ e CSLL sobre suas atividades operacionais, mas, de outro lado, exigilhe o pagamento de tais tributos sobre tais receitas em relação ao anocalendário de 2012, sob a justificativa de inexistência da isenção no período. Eis aqui uma clara incidência do instituto nemo potest venire contra factum proprium, que rege todos os atos da Administração Pública, não podendo haver comportamento contraditório ou desleal. Igualmente, a presente exação tem o potencial de representar a quebra dessa reciprocidade internacional reconhecida em 1995 e reafirma em 2015, vez que se exige o pagamento de tributos sobre a renda da companhia aérea panamenha por outro motivo, que não a cobrança de tributos sobre a renda de companhia aérea brasileira no Panamá, não devendo ser confirmada a procedência de tal obrigação. Em relação à exação de CSLL, primeiramente por valerse a Autoridade Fiscal dos mesmo fundamentos para a sua cobrança e, principalmente, por força do disposto do parágrafo único do art. 11 da Lei nº 13.202/15, em havendo acordo simplificado entre Brasil e Panamá por meio de Notas Diplomáticas, aplicamse a tais créditos os mesmo fundamento já apresentados neste decisório. Fl. 960DF CARF MF Processo nº 19515.720183/201687 Acórdão n.º 1402002.900 S1C4T2 Fl. 960 31 Afastados todos os fundamentos do lançamento de ofício, deve ser totalmente exonerado o crédito tributário em tela. Diante do exposto, voto no sentido de rejeitar as preliminares alegadas e, no mérito, dar provimento integral ao Recurso de Voluntário, reformandose o v. Acórdão recorrido, para cancelar as Autuações. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Fl. 961DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.005084/2005-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 10/05/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL COM O MESMO OBJETO. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. NÃO CONHECIMENTO DOS EMBARGOS INTERPOSTOS POR PERDA DO OBJETO.
Uma vez ocorrida o trânsito em julgado da decisão final com o mesmo objeto do processo administrativo, eventual recurso interposto na esfera administrativa pendente de julgamento perde o seu objeto, em decorrência, os autos devem retorna a unidade de origem da Receita Federal do Brasil, para cumprimento da decisão judicial.
Embargos Não Conhecidos.
Numero da decisão: 3302-005.323
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer dos embargos de declaração.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Paulo Guilherme Déroulède, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo, José Fernandes do Nascimento, Diego Weis Júnior, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad e José Renato Pereira de Deus.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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score : 1.0
Numero do processo: 10120.003259/2006-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 01 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 01 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2002
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
VÍCIO NO ATO ADMINISTRATIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
A motivação e finalidade do ato administrativo são supridas quando da elaboração do relatório fiscal que detalham as conclusões do trabalho fiscal e as provas dos fatos constatados. As discordâncias quanto às conclusões do trabalho fiscal são matérias inerentes ao Processo Administrativo Fiscal e a existência de vícios no auto de infração deve apresentar-se comprovada no processo.
VENDAS PARA EXPORTAÇÃO. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA EXPORTAÇÃO. ESPONSABILIDADE. EMPRESA PRODUTORA VENDEDORA.
A isenção do PIS Faturamento e Cofins concedidas nas operações de exportação contempla apenas aquelas efetuadas com finalidade específica de exportação, demonstrada quando as vendas realizadas pela empresa produtora-vendedora forem diretamente remetidas do seu estabelecimento para (i) embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora ou (ii) depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação. Não atendidas nenhuma das condições, a responsabilidade pelas Contribuições é da empresa produtora vendedora.
BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE MERCADORIAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO.
Não basta que a mercadoria tenha sido vendida para a empresa comercial exportadora, para que a contribuinte possa gozar da isenção de receita de vendas de mercadorias exportadas, deve restar comprovada a ocorrência da efetiva exportação. Não restando comprovado, nos autos, que as mercadorias da empresa-produtora, revendidas para as comercias exportadoras, foram efetivamente exportadas, as receitas serão tributadas como se fossem destinadas ao mercado interno, devendo compor a base de cálculo da contribuição.
VENDAS PARA EMPRESAS ESTABELECIDAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO.
Esclarece a Solução de Consulta Cosit n° 08/2002 que as receitas de vendas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus são isentas apenas se auferidas no contexto de uma das hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e LX, do artigo 14 da MP n° 2.158-35/2001, tendo em vista que o comando do art. 4o do Decreto-Lei n° 288/1967, que equipara a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus a uma exportação brasileira para o estrangeiro, aplica-se somente aos impostos e contribuições constantes da legislação vigente em 28 de fevereiro de 1967. Ou seja, os efeitos de tal equiparação não alcançam o PIS e a Cofins.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
VÍCIO NO ATO ADMINISTRATIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
A motivação e finalidade do ato administrativo são supridas quando da elaboração do relatório fiscal que detalham as conclusões do trabalho fiscal e as provas dos fatos constatados. As discordâncias quanto às conclusões do trabalho fiscal são matérias inerentes ao Processo Administrativo Fiscal e a existência de vícios no auto de infração deve apresentar-se comprovada no processo.
BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE MERCADORIAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO.
Não basta que a mercadoria tenha sido vendida para a empresa comercial exportadora, para que a contribuinte possa gozar da isenção de receita de vendas de mercadorias exportadas, deve restar comprovada a ocorrência da efetiva exportação. Não restando comprovado, nos autos, que as mercadorias da empresa-produtora, revendidas para as comercias exportadoras, foram efetivamente exportadas, as receitas serão tributadas como se fossem destinadas ao mercado interno, devendo compor a base de cálculo da contribuição.
VENDAS PARA EMPRESAS ESTABELECIDAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO.
Esclarece a Solução de Consulta Cosit n° 08/2002 que as receitas de vendas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus são isentas apenas se auferidas no contexto de uma das hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e LX, do artigo 14 da MP n° 2.158-35/2001, tendo em vista que o comando do art. 4o do Decreto-Lei n° 288/1967, que equipara a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus a uma exportação brasileira para o estrangeiro, aplica-se somente aos impostos e contribuições constantes da legislação vigente em 28 de fevereiro de 1967. Ou seja, os efeitos de tal equiparação não alcançam o PIS e a Cofins.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.390
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que davam provimento para excluir as vedas para a Zona Franca de Manaus da base de cálculo da Contribuição. O conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima ficou de apresentar declaração de voto. Acompanhou o julgamento o patrono do contribuinte, Dr. Olavo Marsura Rosa, OAB/GO 18.023, escritório Marsura, Melo Alves e Fernandes.
Winderley Morais Pereira - Presidente substituto e Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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A isenção do PIS Faturamento e Cofins concedidas nas operações de exportação contempla apenas aquelas efetuadas com finalidade específica de exportação, demonstrada quando as vendas realizadas pela empresa produtora-vendedora forem diretamente remetidas do seu estabelecimento para (i) embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora ou (ii) depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação. Não atendidas nenhuma das condições, a responsabilidade pelas Contribuições é da empresa produtora vendedora. BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE MERCADORIAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Não basta que a mercadoria tenha sido vendida para a empresa comercial exportadora, para que a contribuinte possa gozar da isenção de receita de vendas de mercadorias exportadas, deve restar comprovada a ocorrência da efetiva exportação. Não restando comprovado, nos autos, que as mercadorias da empresa-produtora, revendidas para as comercias exportadoras, foram efetivamente exportadas, as receitas serão tributadas como se fossem destinadas ao mercado interno, devendo compor a base de cálculo da contribuição. VENDAS PARA EMPRESAS ESTABELECIDAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO. Esclarece a Solução de Consulta Cosit n° 08/2002 que as receitas de vendas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus são isentas apenas se auferidas no contexto de uma das hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e LX, do artigo 14 da MP n° 2.158-35/2001, tendo em vista que o comando do art. 4o do Decreto-Lei n° 288/1967, que equipara a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus a uma exportação brasileira para o estrangeiro, aplica-se somente aos impostos e contribuições constantes da legislação vigente em 28 de fevereiro de 1967. Ou seja, os efeitos de tal equiparação não alcançam o PIS e a Cofins. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2009 INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. VÍCIO NO ATO ADMINISTRATIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. A motivação e finalidade do ato administrativo são supridas quando da elaboração do relatório fiscal que detalham as conclusões do trabalho fiscal e as provas dos fatos constatados. As discordâncias quanto às conclusões do trabalho fiscal são matérias inerentes ao Processo Administrativo Fiscal e a existência de vícios no auto de infração deve apresentar-se comprovada no processo. BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE MERCADORIAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Não basta que a mercadoria tenha sido vendida para a empresa comercial exportadora, para que a contribuinte possa gozar da isenção de receita de vendas de mercadorias exportadas, deve restar comprovada a ocorrência da efetiva exportação. Não restando comprovado, nos autos, que as mercadorias da empresa-produtora, revendidas para as comercias exportadoras, foram efetivamente exportadas, as receitas serão tributadas como se fossem destinadas ao mercado interno, devendo compor a base de cálculo da contribuição. VENDAS PARA EMPRESAS ESTABELECIDAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO. Esclarece a Solução de Consulta Cosit n° 08/2002 que as receitas de vendas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus são isentas apenas se auferidas no contexto de uma das hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e LX, do artigo 14 da MP n° 2.158-35/2001, tendo em vista que o comando do art. 4o do Decreto-Lei n° 288/1967, que equipara a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus a uma exportação brasileira para o estrangeiro, aplica-se somente aos impostos e contribuições constantes da legislação vigente em 28 de fevereiro de 1967. Ou seja, os efeitos de tal equiparação não alcançam o PIS e a Cofins. Recurso Voluntário Negado
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INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. VÍCIO NO ATO ADMINISTRATIVO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. A motivação e finalidade do ato administrativo são supridas quando da elaboração do relatório fiscal que detalham as conclusões do trabalho fiscal e as provas dos fatos constatados. As discordâncias quanto às conclusões do trabalho fiscal são matérias inerentes ao Processo Administrativo Fiscal e a existência de vícios no auto de infração deve apresentarse comprovada no processo. VENDAS PARA EXPORTAÇÃO. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA EXPORTAÇÃO. ESPONSABILIDADE. EMPRESA PRODUTORA VENDEDORA. A isenção do PIS Faturamento e Cofins concedidas nas operações de exportação contempla apenas aquelas efetuadas com finalidade específica de exportação, demonstrada quando as vendas realizadas pela empresa produtoravendedora forem diretamente remetidas do seu estabelecimento para (i) embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora ou (ii) depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação. Não atendidas nenhuma das condições, a responsabilidade pelas Contribuições é da empresa produtora vendedora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 00 32 59 /2 00 6- 01 Fl. 2798DF CARF MF 2 BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE MERCADORIAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Não basta que a mercadoria tenha sido vendida para a empresa comercial exportadora, para que a contribuinte possa gozar da isenção de receita de vendas de mercadorias exportadas, deve restar comprovada a ocorrência da efetiva exportação. Não restando comprovado, nos autos, que as mercadorias da empresaprodutora, revendidas para as comercias exportadoras, foram efetivamente exportadas, as receitas serão tributadas como se fossem destinadas ao mercado interno, devendo compor a base de cálculo da contribuição. VENDAS PARA EMPRESAS ESTABELECIDAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO. 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NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. A motivação e finalidade do ato administrativo são supridas quando da elaboração do relatório fiscal que detalham as conclusões do trabalho fiscal e as provas dos fatos constatados. As discordâncias quanto às conclusões do trabalho fiscal são matérias inerentes ao Processo Administrativo Fiscal e a existência de vícios no auto de infração deve apresentarse comprovada no processo. BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE MERCADORIAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Não basta que a mercadoria tenha sido vendida para a empresa comercial exportadora, para que a contribuinte possa gozar da isenção de receita de vendas de mercadorias exportadas, deve restar comprovada a ocorrência da efetiva exportação. Não restando comprovado, nos autos, que as mercadorias da empresaprodutora, revendidas para as comercias exportadoras, foram efetivamente exportadas, as receitas serão tributadas como se fossem destinadas ao mercado interno, devendo compor a base de cálculo da contribuição. Fl. 2799DF CARF MF Processo nº 10120.003259/200601 Acórdão n.º 3201003.390 S3C2T1 Fl. 3 3 VENDAS PARA EMPRESAS ESTABELECIDAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO. Esclarece a Solução de Consulta Cosit n° 08/2002 que as receitas de vendas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus são isentas apenas se auferidas no contexto de uma das hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e LX, do artigo 14 da MP n° 2.15835/2001, tendo em vista que o comando do art. 4o do DecretoLei n° 288/1967, que equipara a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus a uma exportação brasileira para o estrangeiro, aplicase somente aos impostos e contribuições constantes da legislação vigente em 28 de fevereiro de 1967. Ou seja, os efeitos de tal equiparação não alcançam o PIS e a Cofins. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que davam provimento para excluir as vedas para a Zona Franca de Manaus da base de cálculo da Contribuição. O conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima ficou de apresentar declaração de voto. Acompanhou o julgamento o patrono do contribuinte, Dr. Olavo Marsura Rosa, OAB/GO 18.023, escritório Marsura, Melo Alves e Fernandes. Winderley Morais Pereira Presidente substituto e Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira. Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração para exigência do PIS e da COFINS referentes a diferenças apuradas em relação aos valores declarados e aqueles apurados no trabalho fiscal. A origem das diferenças apuradas pela auditoria da RFB, referemse a falta de comprovação das operações de venda realizadas para empresas comerciais exportadoras e destinadas à Zona Franca de Manaus. Fl. 2800DF CARF MF 4 A Recorrente, em sede de impugnação, alegou que o lançamento não descreveu de forma clara e suficiente as motivações e fundamentação para a exigência fiscal, não indicando de forma clara os valores glosados e os cálculos realizados para identificar os valores que foram objeto do lançamento fiscal, também não foram indicados corretamente . Ainda em sede preliminar, alega a Recorrente, a ilegitimidade passiva, haja vista, que as operações realizadas com as comerciais exportadoras podem ser comprovadas e caso a exportação não se confirme, a Receita Federal deveria exigir os tributos das empresas comerciais exportadoras que não efetivaram a exportação. Quanto ao mérito a Recorrente alegou que as vendas a comerciais exportadoras justificam a exclusão destas receitas da base de cálculo das contribuições e que as vendas para empresas sediadas na Zona Franca de Manaus e Áreas de Livre Comércio equiparamse a exportação e portanto, estariam isentas do PIS e da COFINS não cumulativas. Foram juntadas à impugnação, documentos fiscais para comprovar as operações realizadas. A Delegacia de julgamento converteu os autos em diligência para que a Unidade de Origem verificase a pertinência da documentação apresentada pela Recorrente e procedesse a separação dos lançamentos, visto que originalmente constava do presente processo também Auto de Infração para exigência do IPI. O lançamento referente ao IPI foi apartado do presente processo e deu origem ao Processo Administrativo 10120.016137/2008 39. A Unidade de Origem acatou parte dos documentos apresentados, concluindo pela exclusão parcial da exigência fiscal para estas operações. O restante do lançamento foi mantido parte por não estarem comprovadas as exportações pelas comerciais exportadoras e parte em razão de não serem consideradas como exportação as vendas à ZFM. A decisão da DRJ foi assim ementada. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Tendo em vista que o procedimento fiscal foi instaurado conforme a legislação vigente, e o lançamento fiscal encontrase devidamente motivado, com descrição dos fatos precisa e detalhada, trazendo todas as informações necessárias para a sua devida compreensão, não se concretiza a hipótese de nulidade do Auto de Infração, e muito menos cerceamento do direito de defesa do contribuinte. LEGISLAÇÃO LNFRACONSTITUCIONAL. RECEPÇÃO POR CONSTITUIÇÃO POSTERIOR. Cabe exame de constitucionalidade de lei apenas perante Constituição de sua época. Confronto entre ordenamento infraconstitucional e Constituição futura se resolve pela revogação ou recepção, sendo tal análise competência do Poder Judiciário, (i) tanto no controle difuso, diante da análise do caso concreto, (ii) quanto no controle abstrato, por meio de arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF), proposta Fl. 2801DF CARF MF Processo nº 10120.003259/200601 Acórdão n.º 3201003.390 S3C2T1 Fl. 4 5 por um dos legitimados no art. 103 da Constituição Federal de 1988, perante o STF. VENDAS PARA EXPORTAÇÃO. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA EFETIVA EXPORTAÇÃO. ESPONSABILIDADE. EMPRESA PRODUTORA VENDEDORA. A isenção do PIS Faturamento e Cofins concedidas nas operações de exportação contempla apenas aquelas efetuadas com finalidade específica de exportação, demonstrada quando as vendas realizadas pela empresa produtoravendedora forem diretamente remetidas do seu estabelecimento para (i) embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora ou (ii) depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação. Não atendidas nenhuma das condições, a responsabilidade pelas Contribuições é da empresa produtora vendedora. BASE DE CÁLCULO. ISENÇÃO. RECEITAS DE VENDAS DE MERCADORIAS COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Não basta que a mercadoria tenha sido vendida para a empresa comercial exportadora, para que a contribuinte possa gozar da isenção de receita de vendas de mercadorias exportadas, deve restar comprovada a ocorrência da efetiva exportação. Não restando comprovado, nos autos, que as mercadorias da empresaprodutora, revendidas para as comercias exportadoras, foram efetivamente exportadas, as receitas serão tributadas como se fossem destinadas ao mercado interno, devendo compor a base de cálculo da contribuição. VENDAS PARA EMPRESAS ESTABELECIDAS NA ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. HIPÓTESES PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO. Esclarece a Solução de Consulta Cosit n° 08/2002 que as receitas de vendas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus são isentas apenas se auferidas no contexto de uma das hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e LX, do artigo 14 da MP n° 2.15835/2001, tendo em vista que o comando do art. 4o do DecretoLei n° 288/1967, que equipara a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus a uma exportação brasileira para o estrangeiro, aplicase somente aos impostos e contribuições constantes da legislação vigente em 28 de fevereiro de 1967. Ou seja, os efeitos de tal equiparação não alcançam o PIS e a Cofins. DILIGÊNCIA. PERÍCIA. DESNECESSIDADE. Sendo os documentos claros, permitindo um adequado julgamento, tornase prescindível a realização de perícia ou diligência para a solução da controvérsia. Além disso, não cumpridos os requisitos estipulados no inciso IV do art. 16 do PAF, cabe considerar não formulados quaisquer pedidos de diligência ou perícia, consoante § I o do mesmo art. 16 do citado diploma normativo. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002 LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Fl. 2802DF CARF MF 6 Aplicase à Cofins o disposto em relação ao lançamento do PIS, por decorrer dos mesmos elementos de prova e se referir à mesma matéria tributável. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Cientificada da decisão a contribuinte interpôs recurso voluntário, em que repisa alegações já trazidas na impugnação. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. Em sede preliminar existem questionamentos sobre a constitucionalidade da exigência fiscal, que não serão objeto de análise neste julgamento, em razão da incompetência deste colegiado para decidir sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Conforme a súmula CARF nº 2, publicada no DOU de 22/12/2009. “Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária” Ainda em sede preliminar, alegase a existência de vícios no ato administrativo que não teria atendido aos requesitos de motivação e finalidade. Não vislumbro assistir razão ao recursos. O auto de infração teve origem em auditoria realizada pela Fiscalização da Receita Federa, fartamente detalhada em relatório fiscal, onde consta a motivação para o lançamento e as provas que conduziram a autoridade autuante a lavratura do auto de infração. A Recorrente foi cientificada da exigência fiscal e apresentou impugnação que foi apreciado em julgamento realizado na primeira instância. Irresignado com o resultado do julgamento da autoridade a quo, protocolou recurso voluntário, rebatendo as posições adotadas pela primeira instância, combatendo as razões de decidir daquela autoridade, portanto, as motivações para o lançamento, bem como, as do julgamento na primeira instância foram claramente identificadas. Com todo este histórico de discussão administrativa, não se pode falar em cerceamento de direito de defesa ou quaisquer outros vícios no lançamento ou no julgamento da primeira instância, todo o procedimento previsto no Decreto 70.235/72 foi observado, tanto quanto ao lançamento tributário, bem como, o devido processo administrativo fiscal. A decisão de piso ao analisar as alegações da Recorrente descreveu de forma cristalina as motivações e fundamentos do lançamento fiscal, conforme pode ser verificado no trecho abaixo extraído do voto condutor da decisão guerreada. Fl. 2803DF CARF MF Processo nº 10120.003259/200601 Acórdão n.º 3201003.390 S3C2T1 Fl. 5 7 Por fim, vale esclarecer que os autos do processo encontramse carreados com documentos probatórios robustos, como cópias das notas fiscais, extratos de telas de consulta dos sistemas internos, planilhas de cálculo demonstrativas, dentre outros, suficientes para suportar o lançamento fiscal. Durante a ação fiscal, valeuse a autoridade fiscal não apenas de informações prestadas pela contribuinte, como alegado na peça de defesa; tratou de averiguar os fatos com a prudência necessária, podendose citar como exemplos as pesquisas realizadas no SISCOMEX para verificar a existência dos DDE e DSE informados nas Notas Fiscais, e a intimação realizada junto à empresa Quick Operadora Logística Ltda, no sentido de confirmar o transporte das mercadorias produzidas pela contribuinte, inclusive com apresentação dos correspondentes Conhecimentos de Transporte Rodoviário de Carga, como se pode observar às fls. 339/341. Ainda, ao contrário do que alega a impugnante, as planilhas de fls. 2088 e 2090 apresentam o demonstrativo de apuração da base de cálculo efetuado pela Fiscalização, e as de fls. 2089 e 2091 apresentam a diferença entre o valor apurado pela autoridade fiscal e o contribuinte. Por sua vez, as planilhas de fls. 2086 apresentam os valores consolidados das receitas de exportações não comprovadas, e as de fls. 447, 450, 454, 458, 462, 467, 474, 482, 488, 497 e 503, as receitas decorrentes de vendas a Zona Franca de Manaus, que passaram a integrar a base de cálculo apurada nas planilhas de fls. 2088 e 2090. Traz ainda o recurso, alegação de ilegitimidade passiva Recorrente, sob o arrimo que a responsabilidade tributária deve recair sobre as comerciais exportadoras que não comprovaram a exportação dos produtos. Entendo não assistir razão a Recorrente. A operação de venda a comercial exportadora necessita ser realizada dentro das exigências legais para afastar a responsabilidade do vendedor, quais sejam, a transferência de mercadoria para recinto alfandegado, por ordem da comercial exportadora ou a transferência das mercadorias diretamente para embarque ao exterior. No caso em tela, a Fiscalização identificou que as mercadorias foram transferidas para a sede das comerciais exportadoras, o que afasta a presunção de exportação exigida pela legislação para afastar a responsabilidade do vendedor. Portanto a Recorrente nestas operações é o legítimo sujeito passivo. Estando correto o entendimento adotada pela Autoridade Autuante. Quanto ao mérito o cerne da discussão é a exclusão da base de cálculo do PIS e da COFINS nas operações de venda a comerciais exportadoras e empresas sediadas na Zona Franca de Manaus. A previsão constitucional da imunidade para as vendas ao exterior consta do art. 149, § 2º da Constituição Federal. "Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o Fl. 2804DF CARF MF 8 disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) II incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)" A previsão da isenção da COFINS consta do art. 14, incisos II, VIII, IX da MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. “Art. 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; Fl. 2805DF CARF MF Processo nº 10120.003259/200601 Acórdão n.º 3201003.390 S3C2T1 Fl. 6 9 III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;(grifei) X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. § 1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. § 2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; Revogado pela Lei nº 11.508, de 2007 III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do art. 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992.” Alega a Fiscalização que a Recorrente não comprovou a efetiva exportação das mercadorias vendidas a comerciais exportadoras e portanto, não poderia considerar isenta tais operações. A Recorrente afirma que comprovada a operação de venda à comercial exportadora, restaria configurada a previsão legal da isenção. Fl. 2806DF CARF MF 10 A venda para comercial exportadora com o fim especifico de exportação é exigência da norma legal para configurar a isenção da operação. O fim especifico de exportação deixa claro que o legislador não quis abarcar na isenção toda e qualquer operação realizada com a comercial exportadora. É necessário restar comprovado que a operação foi com fim especifico de exportação. o art. 1ª do Decreto 1.248/72 prevê a forma de comprovar que a operação foi realizada com o fim especifico de exportação. Art.1º As operações decorrentes de compra de mercadorias no mercado interno, quando realizadas por empresa comercial exportadora, para o fim específico de exportação, terão o tratamento tributário previsto neste DecretoLei. Parágrafo único. Consideramse destinadas ao fim específico de exportação as mercadorias que forem diretamente remetidas do estabelecimento do produtorvendedor para: a) embarque de exportação por conta e ordem da empresa comercial exportadora; b) depósito em entreposto, por conta e ordem da empresa comercial exportadora, sob regime aduaneiro extraordinário de exportação, nas condições estabelecidas em regulamento A legislação prevê duas situações em que o fim especifico de exportação fica claramente comprovado. A primeira quando a mercadoria e remetida diretamente a recinto alfandegado com a finalidade especifica de exportação. A movimentação da carga para um recinto alfandegado configura que os bens a ele destinados terão em regra destinação à exportação. Aquele que realiza uma operação com uma empresa comercial exportadora e remete sua mercadoria diretamente a um recinto alfandegado comprova de forma evidente a destinação a exportação e para estes casos, entendo não existir nenhum outro procedimento a ser exigido do vendedor. A outra situação diz respeito a operações em que a mercadoria é remetida diretamente para embarque para o exterior por conta e ordem da empresa comercial exportadora. Aqui também existe uma exigência imposta ao vendedor, que ele encaminhe a mercadoria diretamente para embarque em veiculo internacional destinado a exportação. Também para esta situação, estando comprovado por meio de documentação fiscal inidônea a operação, resta configurada o fim especifico de exportação. Fora destas duas situações previstas na norma, entendo que é necessário a comprovação efetiva da exportação, não basta simplesmente comprovar que a mercadoria foi entregue no endereço da comercial exportadora. Nos fatos descritos no presente processo as mercadoria vendidas as comerciais exportadora foram entregues nos endereços das comerciais exportadoras, portanto para estas operações a comprovação efetiva da exportação e condição sine qua non para confirmar a isenção da operação. Consultando os autos é possível identificar que todas as operações em que houve a comprovação efetiva da exportação foram acatados na decisão da primeira instância, restando aquelas operações em que não existiu a efetiva comprovação da exportação. Fl. 2807DF CARF MF Processo nº 10120.003259/200601 Acórdão n.º 3201003.390 S3C2T1 Fl. 7 11 A Recorrente alega que caberia a Receita Federal depreender as diligências necessárias para comprovar as exportações e mesmo que não sendo comprovadas, o fato da operação ter sido realizada com uma comercial exportadora seria suficiente para comprovar a isenção. Entendo de forma diversa, conforme já explicitado neste voto, a ausência de comprovação efetiva da exportação das mercadorias afasta a aplicação do instituto da isenção à operação. Quanto as vendas para a Zona Franca de Manaus é mister fazer um histórico da legislação que trata da matéria. Art. 4º. A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro. Com a edição da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, foi instituída a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS, que isentou as vendas para a exportação e não citou em nenhum momento o tratamento a ser dado as vendas para as empresas localizadas na ZFM. Disciplinando a matéria, posteriormente foi editado o Decreto nº 1.030, de 29 de dezembro de 1993 que no seu art. 1º, Parágrafo único, excluiu da isenção da COFINS, as receitas referentes as vendas a ZFM. In verbis. “Art. 1º Na determinação da base de cálculo da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS, instituída pelo art. 1º da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, serão excluídas as receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, assim entendidas: I vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; II exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes; III vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras, nos termos do DecretoLei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IV vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo;e V fornecimentos de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível. Parágrafo único. A exclusão de que trata este artigo não alcança as vendas efetuadas: Fl. 2808DF CARF MF 12 a) a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em Área de Livre Comércio;(grifei) b) a empresa estabelecida em Zona de Processamento de Exportação; c) a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados a exportação, ao amparo do artigo 3º da Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de 1992; d) no mercado interno, às quais sejam atribuídos incentivos concedidos à exportação. Em seguida, foi editada a Lei nº 9.718/98, que ao disciplinar a COFINS alterou toda a legislação vigente. A referida lei não trouxe nenhuma indicação sobre o tratamento a ser aplicado às vendas a ZFM, entretanto, a discussão não foi adiante, em razão da edição da MP nº 1.8586, de 29 de junho de 1999 que no seu artigo 14, vedou expressamente a isenção da COFINS para as vendas realizadas para a ZFM e mantida pela MP nº 2.0372. Art.14.Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial Brasileiro REB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; Fl. 2809DF CARF MF Processo nº 10120.003259/200601 Acórdão n.º 3201003.390 S3C2T1 Fl. 8 13 X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. § 1º São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. § 2º As isenções previstas no caput e no parágrafo anterior não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio;(grifei) II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados a exportação, ao amparo do art. 3o da Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de 1992. Na edição seguinte da Medida Provisória, retirou a restrição que continha o art. 14. Assim, a Medida Provisória com nº 2.03725, de 21/12/2000 e suas reedições excluíram a restrição para as vendas a empresas localizadas na ZFM. Analisando a legislação aplicável a matéria, podese inferir que o posicionamento de conceder a isenção ou não para as operações de venda à Zona Franca de Manaus, em que pese seus diversas posições no tempo, no momento atual não possui nenhum ordenamento normativo especifico. Diante do silêncio da norma é necessário que o interpetre busque outros caminhos para determinar a solução da lide. Consultando o DecretoLei nº 288/67, diploma normativo instituidor da ZFM, identificase no art. 14 a equiparação da vendas à ZFM a exportações para benefícios fiscais. Art 4º A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro. O artigo em comento traduz expressamente a isenção para todos os tributos instituídos até a data da edição do Decreto. Quanto a aplicação de isenção para tributos instituídos após a lei isentiva, foi tratada de forma específica no art. 177 do CTN. Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I às taxas e às contribuições de melhoria; Fl. 2810DF CARF MF 14 II aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. (grifo nosso) O inciso II do art. 177 do CTN determina que a isenção não é extensiva aos tributos instituídos posteriormente à edição da lei que cria a isenção. Assim, todo o arcabouço legal que trata da exoneração tributária somente aplicase aos tributos vigentes na data sua edição. Tributos instituídos posteriormente para terem o mesmo tratamento tributário, necessitam de determinação legal específica. Destarte, no caso em tela, considerando que a equiparação à exportação prevista no DecretoLei 288/67 somente foi consignada para os tributos vigentes na data da sua edição, a equiparação a exportação para efeitos da incidência do PIS e da COFINS não é aplicável, pois, estes tributos foram posteriormente à edição do DecretoLei . Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 2811DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.689992/2009-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Mar 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
NULIDADE. DECISÃO COM TERMOS IGUAIS AOS DE OUTRAS PROFERIDAS EM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DO MESMO CONTRIBUINTE. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
A simples verificação da existência de decisões de mesmo teor e termos em processos administrativos distintos, mas de um mesmo contribuinte, não configura, objetivamente, cerceamento de defesa.
A verificação de nulidade das decisões administrativas pela constatação de ocorrência de cerceamento de defesa depende, primeiramente, da demonstração clara, concreta e específica de como o decisório causou prejuízo às prerrogativas postulatórias da parte e seu direito.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2007
CRÉDITO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. DÉBITO DECLARADO EM DCTF. AUSÊNCIA DE RETIFICADORA. NECESSIDADE DE PROVA HÁBIL.
O reconhecimento de direito creditório oriundo pagamento utilizado para a quitação de débito declarado e constituído pelo próprio o contribuinte demanda a comprovação, mediante documentação adequada, hábil e pertinente, da ocorrência de recolhimento a maior ou indevido.
Numero da decisão: 1402-002.871
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007 NULIDADE. DECISÃO COM TERMOS IGUAIS AOS DE OUTRAS PROFERIDAS EM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DO MESMO CONTRIBUINTE. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. A simples verificação da existência de decisões de mesmo teor e termos em processos administrativos distintos, mas de um mesmo contribuinte, não configura, objetivamente, cerceamento de defesa. A verificação de nulidade das decisões administrativas pela constatação de ocorrência de cerceamento de defesa depende, primeiramente, da demonstração clara, concreta e específica de como o decisório causou prejuízo às prerrogativas postulatórias da parte e seu direito. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007 CRÉDITO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. DÉBITO DECLARADO EM DCTF. AUSÊNCIA DE RETIFICADORA. NECESSIDADE DE PROVA HÁBIL. O reconhecimento de direito creditório oriundo pagamento utilizado para a quitação de débito declarado e constituído pelo próprio o contribuinte demanda a comprovação, mediante documentação adequada, hábil e pertinente, da ocorrência de recolhimento a maior ou indevido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
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DECISÃO COM TERMOS IGUAIS AOS DE OUTRAS PROFERIDAS EM PROCESSOS ADMINISTRATIVOS DO MESMO CONTRIBUINTE. CERCEAMENTO DE DEFESA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. A simples verificação da existência de decisões de mesmo teor e termos em processos administrativos distintos, mas de um mesmo contribuinte, não configura, objetivamente, cerceamento de defesa. A verificação de nulidade das decisões administrativas pela constatação de ocorrência de cerceamento de defesa depende, primeiramente, da demonstração clara, concreta e específica de como o decisório causou prejuízo às prerrogativas postulatórias da parte e seu direito. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 CRÉDITO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. DÉBITO DECLARADO EM DCTF. AUSÊNCIA DE RETIFICADORA. NECESSIDADE DE PROVA HÁBIL. O reconhecimento de direito creditório oriundo pagamento utilizado para a quitação de débito declarado e constituído pelo próprio o contribuinte demanda a comprovação, mediante documentação adequada, hábil e pertinente, da ocorrência de recolhimento a maior ou indevido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 68 99 92 /2 00 9- 42 Fl. 2447DF CARF MF Processo nº 10880.689992/200942 Acórdão n.º 1402002.871 S1C4T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Julio Lima Souza Martins, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Lizandro Rodrigues de Sousa, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a quo, que negou provimento à Manifestação de Inconformidade apresentada pela Contribuinte, mantendo o r. Despacho Decisório que expressamente deixou de homologar suposto crédito de IRPJ, declarado em DCOMP, por não ter sido constatada qualquer monta de recolhimento a maior ou indevido. Em sua Manifestação de Inconformidade, em suma, alegou a ora Recorrente que apurou novos valores para seus débitos de PIS e de COFINS do período, verificando que havia recolhido tais tributos indevidamente ou a maior sobre receitas derivadas da venda de alguns produtos sujeitos à alíquota zero e por não ter excluído o ICMS sobre vendas das bases de cálculo dessas contribuições. Também afirma que teve reconhecido em Ação Declaratória cumulada com Repetição de Indébito n° 94.00116799, créditos de FINSOCIAL compensados com débitos da mesma espécie. Tal suposto recolhimento indevido ou a maior teria gerado uma base de cálculo de IRPJ e CSLL (lucro) maior e incorreta, devido ao estornos dos créditos de PIS e de COFINS sobre receitas sujeitas a alíquota zero, gerando um aumento do custo. Assim, procedeu o Contribuinte a dezenas de compensações de PIS, COFINS, IRPJ e CSLL, incluindo a presente. Também relata que fora indevidamente autuada (Processo Administrativo n° 19515.000772/200754), sendo na ocasião alertada pelo próprio Agente Fiscal que estava recolhendo tributos sobre uma base de cálculo majorada, especificamente em relação àquelas contribuições. Alega que procedeu à retificação das DACONs correspondentes, mas não foi possível retificar a DCTF pois estava sob fiscalização naquela época. Afirma que o processo deve ser baixado em diligência para que seja confirmada a regularidade das compensações efetuadas e, ao final, requer a homologação integral da compensação em tela. Ao seu turno, a DRJ a quo proferiu o v. Acórdão, ora recorrido, negando provimento integral à defesa, por não ter a Contribuinte logrado êxito na comprovação da sua pretensão creditória. Diante de tal revés, a Contribuinte interpôs o Recurso Voluntário, agora sob análise, alegando, preliminarmente, a nulidade do v. Acórdão recorrido e de outros, pelo fato destas decisões possuírem termos idênticos em suas razões. No mérito, em suma, limitase a repetir as razões da Manifestação de Inconformidade. Fl. 2448DF CARF MF Processo nº 10880.689992/200942 Acórdão n.º 1402002.871 S1C4T2 Fl. 4 3 Ainda, acostou complementos ao Recurso Voluntário, referentes a estudo e Laudo emitido por Auditores Independentes, acostandoos aos autos, bem como noticiando o julgamento do E. Supremo Tribunal Federal referente à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto Relator Nos presentes autos o contribuinte solicita a restituição do pretenso pagamento indevido de IRPJ. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402002.855, de 26.01.2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.689993/200997. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402002.855): O Recurso Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse N. Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Preliminarmente, alega a Recorrente ser nulo o v. Acórdão recorrido (bem outros decisórios de mesma instância, proferidos em feitos atinentes a outras de suas DCOMPs noticiadas nestes autos) pelo fato destes repetirem ipsis litteris seus termos, denotando teor idêntico. O ocorrido implicaria em cerceamento de defesa. Primeiramente, temos que atualmente, no processamento e julgamento de causas, administrativas e judiciais, a adoção de decisões repetitivas, ou mesmo de minutas padrão, é a inquestionável realidade, erigida sobre os corolários da praticidade, da racionalidade, da economia processual e da duração razoável do processo. Per si, o fato de decisões possuírem semelhante ou até igual teor não é capaz de representar, objetivamente, cerceamento de defesa do contribuinte (ou mesmo da Fazenda Nacional). Para tanto seria necessária a demonstração, concreta e específica, pela parte, da ocorrência de prejuízo ao seu direito, explicando e apontando como tal repetição feriu a defesa empreendida na demanda. Fl. 2449DF CARF MF Processo nº 10880.689992/200942 Acórdão n.º 1402002.871 S1C4T2 Fl. 5 4 Posto isso, ausente tal demonstração, deve ser rejeitada a preliminar alegada pela Recorrente. Ainda, deve anteceder a devida apreciação do mérito a decisão sobre o conhecimento da nova documentação acostada pela Recorrente, inclusive após seu Recurso Voluntário, tratandose de Laudos emitidos por Auditores Independentes. Este Conselheiro entende que o § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 deve ser interpretado à luz do princípio da busca pela verdade material, vez que na esfera administrativa de jurisdição não pode prevalecer o prestígio da instrumentalidade do processo em detrimento do materialidade dos direitos alegados no curso do processo. Também deve ser feita uma interpretação sistemática do referido Decreto, que não só veicula exceções ao determinado no § 4º de seu art. 16, assim como autoriza o Julgador a solicitar diligências quando mostramse necessários outros elementos e providências para a formação da sua livre convicção. Assim, apresentase viável o conhecimento de documentação após a apresentação da Impugnação ou da Manifestação de Inconformidade. Porém, cabe ao Julgador, nesse caso, uma verificação prévia de pertinência, necessidade e colaboração dos elementos novos acostados com o desfecho técnico da demanda. Tais Laudos acostados neste feito resumemse a planilhas elaboradas pelos Auditores Independentes, com breves e poucos comentários, sem conter qualquer documentação contábil ou fiscal, bem como, expressamente, versam sobre cálculos referente a apuração de PIS e COFINS. Nada se menciona sobre o IRPJ e eventuais reflexos. Primeiramente, tabelas elaboradas pelo próprio contribuinte, ou mesmo por terceiros, têm valor probante extremamente relativo (ou nenhum, digase) se desacompanhados da documentação contábil e fiscal em que foram baseados. Não obstante e principalmente, o processo administrativo em tela tem como origem suposto crédito de IRPJ, o qual não fora homologado por ausência de verificação e comprovação da existência de recolhimento a maior ou indevido em relação ao documento de arrecadação apontado. Dessa forma, o novo cálculo de apuração de PIS e COFINS devidos no período, seja por exclusão de operações sujeitas à alíquota zero ou pela exclusão do ICMS da sua base de cálculo, não possui qualquer relevância ou conexão direta para a demonstração de que o recolhimento de IRPJ, que especificamente teria dado origem ao crédito pretendido, foi efetuado a maior ou indevidamente. Posto isso, não se conhece da documentação acostada após a interposição do Recurso Voluntário. No que tange ao mérito, assim como procedido pela DRJ a quo, todas as matérias alheias a esta demanda, referentes as informações e alegações trazidas pela Recorrente acerca de Fl. 2450DF CARF MF Processo nº 10880.689992/200942 Acórdão n.º 1402002.871 S1C4T2 Fl. 6 5 supostos créditos de FINSOCIAL, de PIS e de COFINS, Autuações e Ações Judiciais relacionadas a tais tributos, que não são objeto do DCOMP apreciado, serão devidamente desconsideradas e não conhecidas, inclusive colaborando para uma decisão mais hígida e clara. O que fora alegado pela Contribuinte que realmente se relaciona com seu pleito compensatório é que, ao constatar que considerou indevidamente créditos de PIS e COFINS sobre produtos tributadas sob alíquota zero, efetuou o estorno desses créditos em sua contabilidade, o que teria resultado na redução do lucro e, consequentemente, ao pagamento de IRPJ e CSLL a maior no mesmo período, dando margem, então, ao seu pretendido crédito. É certo que tal alegação é plausível. Todavia, o Recorrente não procedeu a qualquer demonstração de como, efetivamente, teria se operado tal redução em sua apuração do IRPJ e muito menos produzido qualquer prova sobre tal ocorrência contábil, com reflexos tributários. Em suas razões consta apenas tal afirmação, abstrata e genérica, de redução das bases tributáveis do IRPJ pelo estorno de crédito de PIS e COFINS. Ora, a simples afirmação textual em peças de defesas da ocorrência de um fato que levou à redução da apuração de um determinado tributo, claramente, não basta para configurar e provar um recolhimento a maior ou indevido, sobretudo quando confirmada pela Unidade de Fiscalização a precisão quantitativa do débito que o recolhimento em questão extinguiu. Nos processos administrativos referente a restituição e compensação é ônus do contribuinte a prova de seu crédito, devendo trazer aos autos demonstrações precisas e conjunto fáticoprobatório que ateste cabalmente sua existência, certeza e liquidez, desconstruindo, assim, os fundamentos de sua não homologação. Em acréscimo, frisese que a própria Contribuinte afirma que não teria procedido à retificação da DCTF em que o débito de IRPJ, saldado com o DARF que teria dado origem ao crédito agora perquirido (vez que supostamente alterada a monta de tal débito, revelando pagamento a maior/indevido). Em momento algum foi acostada sua versão retificadora. Por sua vez, a entrega de DCTF constitui confissão de débito tributário. E, como já mencionado, o pagamento supostamente a maior/indevido que gerou o crédito ora pleiteado foi precisamente alocado para saldar tal obrigação constituída, perfeitamente no seu valor. Assim, juridicamente e para todos os fins fiscais, não foi apresentado nenhum elemento (DCTF retificadora ou provas contábeis) que possa desconstituir ou alterar tal débito, devido e exigível monta pela qual declarado na DCTF do período. Desse modo, não foi devidamente comprovada a existência crédito de IRPJ alegado na DCOMP em tela. Fl. 2451DF CARF MF Processo nº 10880.689992/200942 Acórdão n.º 1402002.871 S1C4T2 Fl. 7 6 E digase que, ainda que a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS possa, em alguns casos, ter reflexos diretos na apuração do IRPJ, não foi devidamente alegado, demonstrado ou mesmo provado pela Contribuinte como tal redução teria, também, culminado no recolhimento a maior/indevido que originou crédito especificamente pleiteado na DCOMP objeto do presente feito. Por fim, frisese que não há qualquer necessidade da realização de diligência, vez que presentes e demonstrados todos elementos necessários ao convencimento motivado e à devida fundamentação do presente voto, observado o disposto no art. 18 do Decreto nº 70.235/72. Diante de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo o v. Acórdão recorrido, para não reconhecer o crédito pretendido. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Fl. 2452DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.728110/2012-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 31 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 01 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2009
CIDE-ROYALTIES. REMESSA DE ROYALTIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR - INCIDÊNCIA.
O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior corresponde à hipótese de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000, com as alterações da Lei 10.332/2001.
CIDE ROYALTIES. DIREITOS AUTORAIS. INCIDÊNCIA.
Os rendimentos decorrentes da exploração de direito autoral classificam-se como royalties, salvo se recebidos pelo autor ou criador da obra. A autoria necessariamente recai sobre a pessoa natural que cria o bem ou a obra, não sendo considerado autor a pessoa jurídica detentora dos direitos.
CIDE-REMESSAS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTE. ÔNUS ASSUMIDO PELA FONTE PAGADORA.
O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no exterior compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Remessas) instituída pelo art. 2º da Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, nas hipóteses em que esta seja devida, ainda que a fonte pagadora brasileira tenha assumido o ônus do imposto.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF.
Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias.
DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO.
Não se justifica a diligência para apurar informações quando os documentos e fatos constantes do processo são suficientes para convencimento do julgador.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3201-003.346
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que davam parcial provimento ao recurso.
Winderley Morais Pereira - Presidente Substituto e Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE Ano-calendário: 2009 CIDE-ROYALTIES. REMESSA DE ROYALTIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR - INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior corresponde à hipótese de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000, com as alterações da Lei 10.332/2001. CIDE ROYALTIES. DIREITOS AUTORAIS. INCIDÊNCIA. Os rendimentos decorrentes da exploração de direito autoral classificam-se como royalties, salvo se recebidos pelo autor ou criador da obra. A autoria necessariamente recai sobre a pessoa natural que cria o bem ou a obra, não sendo considerado autor a pessoa jurídica detentora dos direitos. CIDE-REMESSAS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTE. ÔNUS ASSUMIDO PELA FONTE PAGADORA. O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no exterior compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide-Remessas) instituída pelo art. 2º da Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, nas hipóteses em que esta seja devida, ainda que a fonte pagadora brasileira tenha assumido o ônus do imposto. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. Não se justifica a diligência para apurar informações quando os documentos e fatos constantes do processo são suficientes para convencimento do julgador. Recurso Voluntário Negado
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REMESSA DE ROYALTIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior corresponde à hipótese de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000, com as alterações da Lei 10.332/2001. CIDE ROYALTIES. DIREITOS AUTORAIS. INCIDÊNCIA. Os rendimentos decorrentes da exploração de direito autoral classificamse como royalties, salvo se recebidos pelo autor ou criador da obra. A autoria necessariamente recai sobre a pessoa natural que cria o bem ou a obra, não sendo considerado autor a pessoa jurídica detentora dos direitos. CIDEREMESSAS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTE. ÔNUS ASSUMIDO PELA FONTE PAGADORA. O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no exterior compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CideRemessas) instituída pelo art. 2º da Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, nas hipóteses em que esta seja devida, ainda que a fonte pagadora brasileira tenha assumido o ônus do imposto. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS TRIBUTÁRIAS. INCOMPETÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 2 DO CARF. Este Colegiado é incompetente para apreciar questões que versem sobre constitucionalidade das leis tributárias. DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 81 10 /2 01 2- 10 Fl. 1229DF CARF MF 2 Não se justifica a diligência para apurar informações quando os documentos e fatos constantes do processo são suficientes para convencimento do julgador. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Tatiana Josefovicz Belisário, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima e Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, que davam parcial provimento ao recurso. Winderley Morais Pereira Presidente Substituto e Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Winderley Morais Pereira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Marcelo Giovani Vieira. Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração para exigência da CIDE sobre as remessas ao exterior), lavrado em 27/06/2012, formalizando crédito tributário no valor total de R$ 213.856,80, sendo R$ 104.623,41 de CIDE, R$ 30.765,83 de juros de mora, e R$ 78.467,56 de multa de ofício (calculados até a data da lavratura), em virtude da falta/insuficiência de recolhimento da contribuição referente a fatos geradores ocorridos no ano de 2009 (fls. 846/851). A Fiscalização entendeu que o pagamento pela exploração de direitos autorais está abrangido no conceito de royalties, e, considerando o disposto no art. 2º da Lei nº 10.168/2000, concluiu que as remessas ao exterior pagas a título de royalties (exploração de direitos autorais) configuram o fato gerador da CIDE. A Recorrente apresentou impugnação tempestiva onde questiona o lançamento, que foram assim relatados na primeira instância: Em relação ao questionamento sobre o não recolhimento da CIDE, o interessado explicou que não é obrigado ao recolhimento desta contribuição, pois, devido as suas características, é uma pessoa jurídica isenta, conforme art. 174 do Decreto nº 3.000/1999. Informa que é uma associação sem fins lucrativos voltada exclusivamente a administrar os direitos de reprodução, exercendo suas atividades com a finalidade de controlar, administrar e cobrar os direitos autorais de seus associados. Fl. 1230DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 3 3 Em seguida, esclarece que os contratos que possui com as sociedades estrangeiras, os quais resultaram nas remessas em análise, tem o intuito de conceder uma representação recíproca para a fiscalização e arrecadação dos direitos autorais dos associados de ambas associações. Afirma que as remessas em tela nada mais são do que repasses de valores arrecadados a titulo de direitos autorais para os autores sediados no exterior. A partir daí, defende que não há incidência da CIDE sobre contratos de direitos autorais, em virtude da listagem taxativa das hipóteses de incidência da CIDE constantes do art. 10 do Decreto nº 4.195/2002, o qual foi elaborado com a finalidade de regulamentar a matéria trazida pela Lei nº 10.168/2000. Transcreve o art. 10 deste Decreto, afirmando que tal rol taxativo não contempla a hipótese de incidência da CIDE sobre contratos que envolvem direitos autorais, e cita ementa de Acórdão do 3º Conselho de Contribuintes (atual CARF) que expressa o mesmo entendimento. Em seguida, alega a impossibilidade de se equiparar direito autoral a royalty, assegurando que a legislação brasileira acolheu a expressão royalty para aplicação exclusiva à remuneração pelo uso de patentes, uso de marca de indústria e comércio, assistência técnica e científica, incluindo a transferência de tecnologia, porém, nunca para a utilização de obras protegidas pelo Direito Autoral. E ainda requer que a conversão do julgamento em diligência a fim de que seja expedido mandado de intimação ao Ministério da Cultura em Brasília, no endereço Esplanada dos Ministérios, Bloco B, Térreo, CEP: 70068900 Brasília/Distrito Federal para esclarecer a diferença entre os conceitos de royalties e direito autoral, nos termos do artigo 39, da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999: Prossegue na peça impugnatória, defendendo a não incidência de CIDE nas remessas de capital para países com os quais o Brasil possui Tratado Internacional visando evitar a dupla tributação. Por fim, contesta o procedimento da fiscalização de computar o IRRF (incidente na remessas) na base de cálculo da CIDE. Afirma que a não inclusão do IRRF sobre a base de cálculo da CIDE é entendimento pacificado no CARF, citando ementa deste Conselho. Argumenta ainda que tal inclusão gera o bis in idem. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento negou provimento a impugnação, mantendo integralmente o lançamento. A decisão da DRJ foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2009 Fl. 1231DF CARF MF 4 CIDEROYALTIES. REMESSA DE ROYALTIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE. DIREITO AUTORAL. ROYALTIES. Os rendimentos decorrentes da exploração de direito autoral classificamse como royalties, exceto nos casos em que pagos diretamente ao autor ou criador da obra (Art. 22, alínea “d” da Lei nº 4.506/1964). CIDEREMESSAS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO IMPOSTO RETIDO NA FONTE. ÔNUS ASSUMIDO PELA FONTE PAGADORA. O Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) incidente sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos a residentes ou domiciliados no exterior compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide Remessas) instituída pelo art. 2º da Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, nas hipóteses em que esta seja devida, ainda que a fonte pagadora brasileira tenha assumido o ônus do imposto. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009 DILIGÊNCIAS Indeferese o pedido de diligência quando presentes nos autos elementos capazes de formar a convicção do julgador. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da decisão a contribuinte interpôs recurso voluntário, em que repisa alegações já trazidas na impugnação. É o Relatório. Fl. 1232DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. Isenção por ser sociedade isenta, conforme art. 174 do Decreto nº 3.000/1999. Não assiste razão ao recurso, a isenção prevista no Decreto que trata do IRPJ diz respeito exclusivamente aos impostos e o tributo discutido no presente lançamento trata de CIDE, contribuição diversa do conceito de imposto e portanto, não alcançado pela isenção prevista na legislação do IRPJ. Pedido de diligência ao Ministério da Cultura em Brasília. A Recorrente pede a realização de diligência para questionamento ao Ministério da Cultura para delimitação do conceito de direito autoral e royalties. Entendo não ser necessária informação adicional alem daquelas constantes dos autos. A diligência tem como pressuposto a busca de esclarecimentos para subsidiar o julgador na sua decisão e não se presta a produção de provas que devem ser apresentadas em sede de impugnação. No caso em tela, os documentos acostados ao processo e os esclarecimentos prestados são suficientes para a convicção do julgador, não sendo necessária nenhuma informação adicional para solução da lide. Diante do exposto, indefiro o pedido de diligência. Não incidência sobre remessas para paises com os quais o Brasil possui Tratado de Internacional visando evitar a dupla tributação. Nos termos constantes dos autos foram feitas transferências para paises com existência de tratados de facilitação tributária. Tal fato foi considerado pela Autoridade Fiscal Autuante, conforme se verifica no trecho abaixo, extraído do Termo de Verificação Fiscal. Fl. 1233DF CARF MF 6 Nos termos do relatório fiscal, a Fiscalização adotou a tributação do valores de IRRF com patamares reduzidos, em consonância com os acordos internacionais. A Recorrente pede que diante da existência destes acordos de tributação, a redução aplicada ao IRRF também seja aplicado a CIDE e considerando o patamar de 10% para o IRRF, não existiriam valores a serem recolhidos de CIDE. Entendo não assistir razão à Recorrente, os tratados internacionais definem tributação diferenciada para os tributos incidentes sobre a renda, in casu, o IRRF. Não existindo a previsão de tributação diferenciada para a CIDE, visto que, as bases de exigência não são as mesmas do IRRF. De outro giro, acordos que afastam a bitrubatação visam evitar que o mesmo tributo seja exigido por dois Países distintos. A partir de discussões entre os Estados são definidos regramentos legais para tributação diferenciada nas relações que envolvem os signatários do acordo. Para o caso em tela, a CIDE é exigida dentro do Brasil, não existindo nos acordos internacionais trazidos pela Recorrente, um tratamento diferenciado para esta Contribuição. Assim, correto o procedimento adotado pela Autoridade Fiscal para exigência integral da CIDE sobre as remessas ao exterior. Não incidência sobre remessa de direito autorais que não se enquadram no conceito de royalties Fl. 1234DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 5 7 O matéria já foi enfrentada por esta turma no Acórdão nº 3201001.702, de relatoria do i. Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, onde foi decidido pela incidência da CIDEROYALTIES sobre as remessas ao exterior para pagamento de direitos autorais. Os motivos de decidir deste Acórdão caminham no mesmo entendimento deste Relator, assim, peço vênia para incluir no meu voto e fazer dele minhas razões de decidir quanto a esta matéria. A recorrente contesta a autuação, apresentando como principal argumento de sua defesa o entendimento que os valores ora tributados tem por objetivo o pagamento de direitos autorais, que estariam fora do campo de incidência da CIDE. A definição da lide exige que se analise se os fatos praticados pela recorrente enquadramse nas hipóteses previstas no artigo 2º da Lei nº 10.168/2000, com a redação dada pela Lei nº 10.332/2001, vigente à época dos fatos geradores deste processo, que assim dispõe: Art. 2o Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. § 1o Consideramse, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. § 2o A partir de 1o de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. § 3o A contribuição incidirá sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações indicadas no caput e no § 2 o deste artigo. § 4o A alíquota da contribuição será de 10% (dez por cento). § 5o O pagamento da contribuição será efetuado até o último dia útil da quinzena subseqüente ao mês de ocorrência do fato gerador. (grifo nosso) Da leitura do dispositivo acima constatase que a CIDERoyalties é devida sempre que houver pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa de royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. Fl. 1235DF CARF MF 8 Ressaltese, em se tratando da hipótese prevista no §2º do artigo 2º desta lei, ser desnecessário que os contratos impliquem transferência de tecnologia para que ocorra a incidência da Contribuição. O termo royalty tem origem na Ciência da Economia, sendo conceituado por Arthur Seldon nestes termos: ROYALTY. Pagamento feito, por uma pessoa, física ou jurídica, ao dono de propriedade ou ao criador de um trabalho original, para o privilégio de explorálo comercialmente. É, essencialmente, um método de partilhar o rendimento das vendas de um produto entre os que concorrem com o financiamento e a habilidade de comercialização e os que contribuem com a propriedade intelectual sob a forma de uma realização original. O sistema de royalty é comumente usado, por exemplo, quando um autor ou tradutor é pago por um editor segundo uma percentagem do preço de capa de um livro; quando um proprietário fundiário é pago por uma companhia mineradora para o privilégio de explorar o subsolo da sua terra; quando o dono de uma patente é pago por um fabricante pelo direito de reproduzir sua invenção. (Dicionário de Economia, Editora Bloch) O pagamento de royalties, portanto, objetiva partilhar o rendimento de um produto entre aquele que detém a propriedade intelectual deste e aquele que efetivamente explora este produto, colocandoo no mercado consumidor. O conceito de royalties para fins tributários encontrase previsto no artigo 22 da Lei nº 4.506/64: Art. 22. Serão classificados como "royalties" os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: a) direito de colhêr ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos minerais; c) uso ou exploraçâo de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra. Parágrafo único. Os juros de mora e quaisquer outras compensações pelo atraso no pagamento dos "royalties" acompanharão a classificação dêstes. (grifo nosso) Do exposto, extraise que o conceito legal de royalties corresponde a rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, da fruição, ou da exploração de direitos. O professor Alberto Xavier, em análise ao tema, esclarece que: À luz do direito interno, o royalty é uma categoria de rendimentos que representa a remuneração pelo uso, fruição e exploração de determinados direitos, diferenciandose assim dos aluguéis que representam a retribuição do capital aplicado em bens corpóreos, e dos juros, que exprimem a contrapartida do capital financeiro. [...] Fl. 1236DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 6 9 No direito interno, os direitos que dão lugar à percepção de royalties são o direito de colher ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; o direito de pesquisar e extrair recursos minerais; o uso ou exploração de invenções , processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; a exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou da obra (art. 22 da Lei 4.506, de 1964). (Direito Tributário Internacional do Brasil. Rio de Janeiro, Forense, pg. 617/618) Dito isto, temos que os rendimentos decorrentes da exploração de direito autoral classificamse como royalties, salvo se recebidos pelo autor ou criador da obra. Verificase ainda que a Lei nº 9.610/98 em seu artigo 7º, XIII, inclui os programas de computador e as obras audiovisuais entre as obras intelectuais com direitos autorais protegidos: Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: [...] VI as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; [...] XII os programas de computador; [...] §1º Os programas de computador são objeto de legislação específica, observadas as disposições desta Lei que lhes sejam aplicáveis.(grifo nosso) O artigo 11 da citada lei, por sua vez, restringe o conceito de autor à pessoa física criadora da obra: Art. 11. Autor é a pessoa física criadora de obra literária, artística ou científica. Parágrafo único. A proteção concedida ao autor poderá aplicar se às pessoas jurídicas nos casos previstos nesta Lei. Do exposto, resta claro que as remessas referentes à licença para distribuição de sinais de televisão por assinatura correspondem ao pagamento de direitos autorais, enquadrando se como royalties, a luz da alínea “d” do artigo 22 da Lei nº 4.506/64 quando efetuados a pessoa jurídica detentora dos direitos. .... A matéria também foi enfrentada na 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF, no Acórdão 930301.864, de Relatório do i. Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, onde também foi mantida a incidência da CIDERoyalties sobre as remessas para pagamento de royalties a residentes e domiciliados no exterior. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 28/02/2002, 31/03/2002, 30/04/2002 Fl. 1237DF CARF MF 10 CIDEROYALTIES. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE. Recurso Especial do Procurador Provido. A Recorrente, alega ainda, a existência de limitações para a exigência da CIDE sobre remessas para pagamentos de direitos autorais existente no art. 2º do Decreto nº 4.195/2002, onde estariam relacionados taxativamente às hipóteses em que seria devido a CIDE Royalties. O referido artigo possui a seguinte redação. Art. 10. A contribuição de que trata o art. 2º da Lei no 10.168, de 2000, incidirá sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração, previstos nos respectivos contratos, que tenham por objeto: I fornecimento de tecnologia; II prestação de assistência técnica: a) serviços de assistência técnica; b) serviços técnicos especializados; III serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes; IV cessão e licença de uso de marcas; e V cessão e licença de exploração de patentes." Em que pese os argumentos do recurso, entendo que não assiste razão as afirmações da Recorrente. O art. 2º da Lei nº 10.168/2000, define como fato gerador da CIDE, quaisquer transferências de valores ao exterior a título de royalties. O instrumento primário, introdutor da obrigação tributária principal é a Lei, nos termos do art. 97, 98 e 99 do Código Tributário Nacional. " Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I a instituição de tributos, ou a sua extinção; II a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; III a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; IV a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; Fl. 1238DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 7 11 V a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; VI as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. § 1º Equiparase à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que importe em tornálo mais oneroso. § 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringemse aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei." O art. 99 do CTN é cristalino ao definir o alcance dos decretos em função das leis em que sejam expedidas. Entender que o Decreto nº 4.195/2002 possui o poder de limitar o alcance da Lei não pode ser a interpretação a ser dada nesta situação. O decreto é instrumento de disciplinamento da Lei e não o contrário. O decreto somente pode disciplinar o conteúdo legal, jamais poderia servir de instrumento para alterar as disposições do fato gerador da CIDE, reduzindo o seu alcance, por meio de um artigo em que delimitaria a situações a serem consideradas para o fato gerador. A Lei nº 10.168/2000, conforme já ressaltado, definiu como contribuintes da CIDE as pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. A impossibilidade do decreto em alterar as hipóteses do fato gerador da obrigação principal é posição pacifica dentro da doutrina, conforme a lição de Paulo de Barros Carvalho. Por estar adstrito ao âmbito de lei determinada, o decreto regulamentar não poderá ampliála ou reduzila, modificando de qualquer foram o conteúdo dos comandos que regulamenta. Não lhe é dado, por conseguinte, inovar a ordem jurídica, fazendo surgir novos direitos e obrigações. Daí sua condição de instrumento secundário de introdução de regras tributárias."(Carvalho, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 19ª ed. rev. São Paulo. Saraiva. 2007. p.75 a 76.) Da impossibilidade do reajustamento da base de cálculo da CIDE com a inclusão do IRRF. Fl. 1239DF CARF MF 12 Por fim questionando o mérito, consta do recurso, a alegação que os valores do IRRF não pedem ser incluídas na base de cálculo da CIDE. Quanto a esta matéria a posição que vem sendo adotado por este Conselho é de manter na base de cálculo da CIDE os valores recolhidos de IRRF. A Matéria foi enfrentada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão 9303.004.142, de relatoria do Conselheiro Demis Brito, que consignou a legalidade da inclusão do IRRF na base de cálculo da CIDE, por concordar plenamente com a posição adotado no voto conduto daquele Acórdão, peço vênia para incluir no meu voto e fazer dele as minhas razões de decidir quanto a esta matéria. Trata o presente processo de ação fiscal levada a efeito em relação à Contribuinte em epígrafe da qual resultou Lançamento, consubstanciado no "Auto de Infração" de fls. 362/367, da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CIDE no que tange a períodos de apuração dos anoscalendário de 2005 a 2008. A discussão cingese ao reajustamento da base de cálculo da CIDE, bem como, da obrigação do recolhimento do Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF sobre os valores remetidos ao exterior. A turma julgadora a quo em apertada votação deu provimento ao recurso voluntário da Contribuinte para, no mérito, determinar a exclusão do lançamento do crédito tributário apurado em decorrência do reajustamento da base de cálculo da CIDE, não obstante, não concordo com tal entendimento. Vejamos: Superada questões amiúdes, passase adiante na análise da divergência posta a esta Câmara Superior, observando que o cerne do litígio consiste na correta determinação da base de cálculo da CIDE Remessa incidente sobre os pagamentos efetuados a domiciliados no exterior, quando a fonte pagadora assume o ônus do pagamento do Imposto de Renda Retido na Fonte IRRF. Para melhor nitidez, convém transcrever o art. 2° da Lei n.° 10.168, de 29/12/2000, com a redação dada pelo art. 6º da Lei n.° 10.332/01: Art. 2. Para fins de atendimento ao Programa de que trata o artigo anterior, fica instituída contribuição de intervenção no domínio econômico, devida pela pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior. § 1° Consideramse, para fins desta Lei, contratos de transferência de tecnologia os relativos à exploração de patentes ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia e prestação de assistência técnica. § 1A. A contribuição de que trata este artigo não incide sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia. (Incluído pela Lei n" 11.452, de 2007) § 2° A partir de 1° de janeiro de 2002, a contribuição de que trata o caput deste artigo passa a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por objeto Fl. 1240DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 8 13 serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem assim pelas pessoas jurídicas que pagarem,creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior. (Redação dada pela Lei n° 10.332, de 19.12.2001) (...) Nos termos do §3o do artigo acima transcrito, a base de cálculo da contribuição é o valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido ao residente no exterior em virtude das obrigações decorrentes de contratos que tenham por objeto, dentre outros, a prestação de serviços técnicos e a assistência administrativa. O ponto é, o que vem a ser realmente esse valor pago, creditado, entregue, empregado ou remetido ao exterior, nos casos em que o ônus do IRRF é assumido pela fonte pagadora? Para dirimir a essa questão, se faz necessário analisar a natureza da despesa representada pelo IRRF assumido pela fonte pagadora dos rendimentos, a qual é trazida pelo art. 344, § 3o , do Regulamento do Imposto de Renda RIR/ 99 (Decreto 3000/1999; Texto Republicado no D.O.U. de 17.6.99), aplicado subsidiariamente a CIDE. Vejamos: Art. 344. Os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime de competência (Lei n8.981, de 1995, art. 41). (...) § 3 A dedutibilidade, como custo ou despesa, de rendimentos pagos ou creditados a terceiros abrange o imposto sobre os rendimentos que o contribuinte, como fonte pagadora, tiver o dever legal de reter e recolher, ainda que assuma o ônus do imposto (Lei n 8.981, de 1995, art. 41, § 3). (...) Com efeito, o referido dispositivo, indica quando a fonte pagadora dos rendimentos assume o ônus do imposto de renda na fonte, a legislação considera tal parcela parte integrante do rendimento pago ou creditado. Ou seja, se o contribuinte do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica IRPJ paga remuneração, por exemplo, por serviços técnicos prestados e toma para si o ônus do imposto de renda na fonte, o valor deste passa a integrar aquela remuneração, tanto que a fonte pagadora pode deduzilo na apuração do seu próprio Imposto de Renda. Destarte, uma vez que a legislação considera o imposto assumido pela fonte pagadora como despesa de mesma natureza dos rendimentos efetivamente pagos ou creditados, no caso, remetidos ao exterior, temse que a base de cálculo dá ÇIDI rendimento enviado ao exterior considerado líquido acrescido do imposto de renda na fonte assumido pela fonte pagadora. E não poderia ser diferente, pois o IRRF nasce do rendimento, tratase o IRRF de um imposto sobre a renda. Portanto, o valor correspondente ao IRRF está entranhado no rendimento total e dele faz parte. O artigo 725 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99, leva a conclusão, quando a fonte pagadora toma para si o ônus do imposto devido pelo beneficiário, a importância paga, creditada, Fl. 1241DF CARF MF 14 empregada, remetida ou entregue é considerada líquida. Vejamos: "Art. 725. Quando a fonte pagadora assumir o ônus do imposto devido pelo beneficiário, a importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, será considerada líquida, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto, sobre o qual recairá o imposto, ressalvadas as hipóteses a que se referem os arts. 677 e 703, parágrafo único (Lei n° 4.154, de 1962, art. 5o, e Lei n°8.981, de 1995, art. 63, § 2o). " Os dispositivos estabelecem que a importância remetida ao exterior é considerada líquida, enquanto o rendimento total, ou seja, o valor da operação, o valor do contrato de prestação de serviços, por exemplo, que será contabilizado como despesa dedutível pelo contribuinte, será o valor remetido ao exterior mais o imposto retido na fonte, fazendose necessário, pois, o reajustamento do rendimento. Logo, a inclusão no montante tributado pela CIDE dos valores retidos a título de imposto de renda é conseqüência da base de cálculo prevista no art. 2o , § 3o , da Lei n.° 10.168/2000. Tal assertiva é convalidada pelo art. 3o da mesma Lei n.° 10.168/2000: Art. 3 Compete à Secretaria da Receita Federal a administração e a fiscalização da contribuição de que trata esta Lei. Parágrafo único. A contribuição de que trata esta Lei sujeitase às normas relativas ao processo administrativo fiscal de determinação e exigência de créditos tributários federais, previstas no Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações posteriores, bem como, subsidiariamente e no que couber, às disposições da legislação do imposto de renda, especialmente quanto a penalidades e demais acréscimos aplicáveis. Sem embargo, a contribuição (CIDE) sujeitase, subsidiariamente e no que couber, às disposições da legislação do imposto de renda, a qual que conceitua o IRRF como integrante da importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, razão pela qual, mais uma vez na apuração da CIDE igualmente devese considerar o IRRF como integrante da importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue. Como a Contribuinte guerreia que se mantenha a decisão da turma baixa pelo reajustamento da base de cálculo da CIDE, convém verificar mais didaticamente se de fato há esse reajustamento. Para tanto, trago a declaração de voto do Ilustre Ex. CONSELHEIRO DOS CONTRIBUINTES Luiz Rogério Sawaya Batista, que discorda de todos os fundamentos utilizados pelo Relator do presente processo. Destaco: DECLARAÇÃO DE VOTO Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista, "Ouso discordar do Emitente Relator. E o faço utilizando simples raciocínio matemático e lógico, com todo o respeito ao voto lançado. Isso porque, objetivamente, não há que se falar em aplicação cronológica da Lei no tempo, mas sim de se analisar com vagar como se dá a tributação do Imposto de Renda na Fonte e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Primeiro que tudo, há que se fixar a premissa singela de que o Imposto de Renda, como o seu próprio nome está a dizer, incide sobre a renda, o rendimento e/ou o provento de qualquer Fl. 1242DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 9 15 natureza. O Imposto sobre a Renda na Fonte incide, pois, no presente caso, sobre a renda percebida pelo não residente. Portanto, o contribuinte do Imposto de Renda na Fonte é o não residente, que aufere rendimento/renda decorrente de fonte pagadora situada no País (e, conforme a corrente adotada, que tenha fonte de produção no País, discussão esta que não pertence à presente Declaração de Voto). Pois bem, a legislação, ciente da dificuldade prática de se cobrar o Imposto de Renda do não residente, contribuinte deste Imposto, ressalto, previu o Imposto de Renda na Fonte, determinando que a fonte pagadora seja a responsável, na imensa maioria dos casos, pela retenção e pelo pagamento do Imposto ao Erário. Ora, e qual a noção mais básica acerca do responsável tributário. Sim. O Responsável tributário, designado como tal expressamente pela Lei, não sobre o ônus econômico do tributo, cabendolhe apenas a responsabilidade legal de reter, quando do pagamento, crédito, entrega, remessa ou emprego, do valor a pagar ao não residente, contribuinte, o Imposto de Renda na Fonte incidente e recolhêlo ao Fisco. Num exemplo matemático, assumindose uma alíquota de 15% do Imposto de Renda na Fonte e um contrato entre fonte pagadora brasileira e o não residente com valor de serviço de R$ 10.000,00, temse, pois, que o Imposto de Renda na Fonte a ser retido e recolhido pela fonte será de R$ 1.500,00, ao passo que o contribuinte, que auferiu renda de R$ 10.000,00, irá receber a quantia líquida de R$ 8.500,00. E qual seria o valor suportado pelo responsável tributário. Nenhum! O responsável tributário não sofre o ônus econômico do Imposto.Nesse patamar, fazse necessário apenas um parêntese para observar que com a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico a situação é completamente distinta, pois ainda que seu fato gerador, na realidade, seu aspecto temporal, seja idêntico ao Imposto de Renda na Fonte pagamento, remessa, crédito, entrega e/ou emprego nos contratos por ela abrangidos, o contribuinte, aquele que sofre o ônus econômico do tributo, é a pessoa jurídica brasileira, não guardando o não residente nenhuma relação com o Erário brasileiro. Dessa forma, no exemplo acima, tendo em vista que o valor contratado, a remuneração estabelecida entre as partes era de R$ 10.000,00, tendo em vista a aplicação da alíquota de 10% da CIDE, o valor a ser recolhido pela pessoa jurídica brasileira, contribuinte, é de exatamente R$ 1.000,00 aos cofres públicos. Verificase, pois, que são dois tributos totalmente distintos, com contribuintes diferentes, que possuem em comum apenas o aspecto temporal, pois tanto a CIDE como o IR Fonte devem ser pagos no momento do pagamento, remessa, crédito, entrega e/ou emprego, conforme estabelecem as respectivas legislações. Por vezes, dependendo da negociação entre o contratante brasileiro e o não residente, por exigência comercia expressa do não residente, as partes estabelecem que o encargo econômico do Imposto de Renda na Fonte será totalmente suportado pela pessoa jurídica brasileira. Fl. 1243DF CARF MF 16 A legislação do Imposto de Renda na Fonte prevê tal possibilidade, inclusive na hipótese em que a fonte pagadora falhar em não reter e recolher o tributo, sendo relevante mencionar que tal convenção privada não tem o condão de alterar a natureza do tributo nem seus elementos essenciais, o que significa dizer, em outras palavras, que o contribuinte do Imposto de Renda na Fonte continuará sendo o não residente. Porém, nesse caso, obviamente, há uma alteração na condição comercial da negociação, pois uma vez que o não residente exige receber a quantia o preço contratado livre do Imposto de Renda na Fonte, significa, utilizando o exemplo acima, que ele não deseja receber R$ 8.500,00 líquido, mas sim R$ 10.000,00, livre de Imposto. Ora, não há mágica e sequer aplicação cronológica da Lei, mera neblina diante de situação tão clara, pois nesse caso, na realidade, a pessoa jurídica brasileira concordou, ao aceitar a referida cláusula, em pagar não R$ 10.000,00 ao não residente, mas sim R$ 11.764,71, que é justamente o valor com o denominado cálculo por dentro do Imposto de Renda na Fonte, também denominado “gross up”. Ou seja, a empresa brasileira toma os R$ 10.000,00 e divide a referida quantia por 85% (ou por 0,85) que é justamente 100% 15% ou – 0,85 — para incluir o Imposto de Renda na Fonte no preço, de modo que quando ela multiplicar os R$ 11.764,71 por 15%, a quantia resultante de R$ 1.764,71, após subtraída, seja exatamente os R$ 10.000,00 líquidos a serem recebidos pelo não residente. Portanto, a pessoa jurídica brasileira concordou em pagar R$ 11.764,71 na contratação ao assumir o encargo econômico do Imposto, que é simplesmente incluído no preço, não alterando o fato de que o não residente continua sendo o contribuinte do Imposto, podendo, inclusive, se aproveitar, caso haja Tratado para Evitar a Dupla Tributação de seu país com o Brasil, se aproveitar dos R$ 1.764,71 pago por ele aqui no Brasil a título de Imposto de Renda na Fonte. E sobre essa nova quantia de R$ 11.764,71, que é justamente o valor do contrato entre as partes, que irá incidir a CIDE, pois assim como na contratação de R$ 10.000,00, essa é a base de cálculo estipulada pelas partes. Dessa forma, por essas razões não tenho como concordar com o Relator, motivo pelo qual nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Luiz Rogério Sawaya Batista" Com isso, não há dúvidas da incidência do IRRF nas remessas em questão e, por conseqüência, também não há que ser discutir a inclusão do valor daquele imposto da base de cálculo da CIDE. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. Fl. 1244DF CARF MF Processo nº 12448.728110/201210 Acórdão n.º 3201003.346 S3C2T1 Fl. 10 17 Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. Winderley Morais Pereira Fl. 1245DF CARF MF
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