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Numero do processo: 10880.679824/2011-63
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 14/12/2006
ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). IMPOSSIBILIDADE.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
Numero da decisão: 3302-005.975
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e José Renato Pereira de Deus, que davam provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 14/12/2006 ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). IMPOSSIBILIDADE. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e José Renato Pereira de Deus, que davam provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 67 98 24 /2 01 1- 63 Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10880.679824/201163 Acórdão n.º 3302005.975 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de indeferir o Pedido de Restituição (PER) da contribuição (PIS/Cofins), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já se encontrava utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte alegou que o direito creditório decorria do pagamento a maior da contribuição, dada a inclusão indevida do ICMS em sua base de cálculo. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 09061.732, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando ser incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS ou da Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário, o que não consta ser o caso da interessada. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e reiterou os argumentos trazidos na Manifestação de Inconformidade, especialmente o novel posicionamento do STF no sentido de declarar a inconstitucionalidade da manutenção do ICMS na base de cálculo das contribuições. É o relatório. Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10880.679824/201163 Acórdão n.º 3302005.975 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3302005.969, de 26/09/2018, proferida no julgamento do processo nº 10880.679818/201114, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3302005.969): O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, se reveste dos demais requisitos de admissibilidade previstos na legislação de regência e a matéria é de competência deste Colegiado. A presente discussão jurídica gravita exclusivamente em torno da possibilidade jurídica de se computar, na base de cálculo do PIS e da COFINS, o ICMS incidente sobre as mercadorias vendidas ou dos serviços prestados. A recorrente insurgese contra a inclusão do ICMS no faturamento, base de cálculo das contribuições exigidas, no caso específico Cofins e PIS, argüindo ser inconstitucional sua cobrança. Ressalta que o parágrafo primeiro do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, norma conhecida como alargamento da base de cálculo dessas contribuições, foi reconhecida como inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Assim concluindo ser inconstitucional a cobrança da Cofins e do PIS sobre os valores indevidos na base de cálculo do faturamento, mais precisamente do ICMS. Argumenta que o valor do ICMS não revela medida de riqueza. Em razão da similitude com o presente caso concreto, adoto as razões de decidir da I. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302 004.158), que também foi adotado pelo I. Conselheiro Walker Araújo, processo administrativo nº 13609.000892/200998 (acórdão 3302005.708), que peço venia para transcrever: "II Mérito II.3 ICMS/ISSQN na base de cálculo do PIS/COFINS Conforme relatado anteriormente, alega a Recorrente que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS/ISSQN na base de cálculo das contribuições. Cita e pede aplicação do RE 240.7852/MS. Para dirimir a controvérsia sobre a inclusão ou não do ICMS/ISSQN na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS e afastar a aplicação da decisão proferida pela Suprema Corte ao presente caso, empresto as razões de decidir da i. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302004.158): Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10880.679824/201163 Acórdão n.º 3302005.975 S3C3T2 Fl. 5 4 A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1144469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMSST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros ingressos na contabilidade da Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10880.679824/201163 Acórdão n.º 3302005.975 S3C3T2 Fl. 6 5 empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da nãocumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃOAPLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.15835, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Fl. 173DF CARF MF Processo nº 10880.679824/201163 Acórdão n.º 3302005.975 S3C3T2 Fl. 7 6 Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente, no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10880.679824/201163 Acórdão n.º 3302005.975 S3C3T2 Fl. 8 7 julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento ficam, desde já, encontramse fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. Aplicase ao ISSQN, os mesmos fundamentos explicitados pelo Superior Tribunal de Justiça para manter o ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, considerando, inclusive, que o RESP 1.144.469/PR tratou dos referidos impostos. III. Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Assim, pelas já esposadas razões, voto por negar provimento ao presente Recurso Voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 175DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.901511/2013-06
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
ÁLCOOL ANIDRO. INSUMO PARA PRODUÇÃO DE GASOLINA TIOPO C. CREDITAMENTO. COFINS. POSSIBILIDADE. CRÉDITO EXTEMPORÂNEO. APROVEITAMENTO.
Na forma do art. 3º, § 4º, da Lei nº 10.833/2003, desde que respeitado o prazo de cinco anos a contar da aquisição do insumo e demonstrado a inexistência de aproveitamento em outros períodos, o crédito extemporâneo decorrente da não-cumulatividade do PIS e da Cofins pode ser aproveitado nos meses seguintes, sem necessidade prévia retificação do Dacon por parte do contribuinte.
Numero da decisão: 3402-006.000
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração. Por maioria de votos, em dar provimento aos embargos para suprir a omissão apontada, sem efeitos infringentes. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Pedro Sousa Bispo e Waldir Navarro Bezerra que atribuíam efeitos infringentes para negar provimento ao Recurso Voluntário, face a necessidade de retificação do DACON para aproveitamento do crédito extemporâneo.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Diego Diniz Ribeiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Avila (suplente convocado).
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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INSUMO PARA PRODUÇÃO DE GASOLINA TIOPO C. CREDITAMENTO. COFINS. POSSIBILIDADE. CRÉDITO EXTEMPORÂNEO. APROVEITAMENTO. Na forma do art. 3º, § 4º, da Lei nº 10.833/2003, desde que respeitado o prazo de cinco anos a contar da aquisição do insumo e demonstrado a inexistência de aproveitamento em outros períodos, o crédito extemporâneo decorrente da nãocumulatividade do PIS e da Cofins pode ser aproveitado nos meses seguintes, sem necessidade prévia retificação do Dacon por parte do contribuinte. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos Embargos de Declaração. Por maioria de votos, em dar provimento aos embargos para suprir a omissão apontada, sem efeitos infringentes. Vencidos os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Pedro Sousa Bispo e Waldir Navarro Bezerra que atribuíam efeitos infringentes para negar provimento ao Recurso Voluntário, face a necessidade de retificação do DACON para aproveitamento do crédito extemporâneo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 15 11 /2 01 3- 06 Fl. 741DF CARF MF 2 Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Cynthia Elena de Campos. Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, sendo substituída pelo Conselheiro Renato Vieira de Avila (suplente convocado). Relatório 1. Por bem retratar o caso em julgamento, emprego parte do relatório desenvolvido pela DRJ Fortaleza quando da veiculação do acórdão n. 0833.513 (fls. 583/599), o que passo a fazer nos seguintes termos: Tratase de manifestação de inconformidade contra o Despacho Decisório de fl. 489, emitido em 07/02/2014 pela Delegacia da Receita Federal em Manaus, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento – PER nº 33723.17274.301009.1.1.115377 e não homologou as compensações correspondentes. Através do referido PER, o contribuinte pleiteou o ressarcimento de um crédito no valor de R$ 29.623.199,04, declarado a título de Cofins Não Cumulativa – Mercado Interno do – 3º Trimestre/2009. DAS RAZÕES DO INDEFERIMENTO DO CRÉDITO. O PER foi objeto de auditoria, levada a efeito pelo Serviço de Orientação de Análise Tributária – Seort da DRF Manaus, que culminou no Parecer de fls. 491 a 503, o qual concluiu no sentido de que o contribuinte não logrou comprovar o direito creditório. Em síntese, o Parecer Seort propugna que: · na condição de distribuidor de combustível, o contribuinte não faz jus ao desconto de crédito de Cofins na aquisição álcool anidro destinado à adição à gasolina A para obtenção da gasolina C, já que o produto não se caracteriza como insumo e há previsão legal expressa vedando esse tipo de crédito, valendo essa regra para as aquisições realizadas até 30/09/2008; · também não são passiveis de créditos de Cofins até 30/09/2008 os custos de frete e armazenamento vinculados à aquisição de álcool anidro destinado à adição à adição à gasolina A, seja por vedação legal expressa, seja porque o contribuinte não logrou comprovar tais custos; · nas aquisições a partir de 30/09/2008, o contribuinte não logrou demonstrar nem comprovar que a apuração dos créditos atendeu à sistemática prevista na Lei nº 11.727/2008 c/c o Decreto 6.573/2008; · em se tratando de pedido de ressarcimento, o dever de comprovação da liquidez e certeza do crédito recai Fl. 742DF CARF MF Processo nº 10283.901511/201306 Acórdão n.º 3402006.000 S3C4T2 Fl. 676 3 sobre o contribuinte, que no presente caso não logrou tal comprovação; · por tais razões, o crédito pleiteado pelo contribuinte foi integralmente indeferido. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. Ciente do Despacho Decisório em 17/03/2014 (fl. 511), o contribuinte apresentou em 16/04/2014 a Manifestação de Inconformidade de fls. 2 a 45. São as seguintes, em síntese, as alegações manifestante: DAS PRELIMINARES: · Impossibilidade de exigência da observância das alterações trazidas no ADE Cofis nº 15/01 pelo ADE Cofis nº 25/10, para direito creditório referente a fatos geradores de setembro de 2004 a setembro de 2008. · a autoridade fiscal indeferiu o crédito pelo fato de que, em relação aos créditos compreendidos entre o 3º trimestre de 2004 e o 3º trimestre de 2008, não foram observadas as exigências e alterações efetuadas no ADE Cofis nº 15/01 pelo ADE COFIS nº 25/01. (...). NO MÉRITO. Do direito ao crédito sobre a aquisição de álcool anidro – principio da não cumulatividade – posicionamento da RFB na matéria: · a requerente está sujeita ao recolhimento da Cofins na sistemática não cumulativa. Desta forma, na apuração do quantum devido devem ser descontados os créditos previstos em lei, de acordo com o art. 3º da Lei nº 10.833/2003; · toda aquisição de bens e serviços que se caracterize como custo de produção, sendo necessário à operacionalidade da empresa poderá ser enquadrado como insumo; · todos os insumos que foram objeto de glosa se enquadram no conceito de insumo definidos na legislação tributária; · há Soluções de Consulta Interna SCI emanadas da RFB no sentido de que na apuração da Cofins não cumulativa as distribuidoras podem descontar créditos na aquisição de álcool combustível para revenda (SCI nº 201 de 25/05/2009; SCI nº 224 de 04/07/2009; SCI nº 126 de 13/04/2009 e SCI nº 85/2009); Fl. 743DF CARF MF 4 · os posicionamentos manifestados nas SCI acima identificadas, embora editados em períodos posteriores à edição da Lei nº 11.727/08, demonstram a materialidade do direito creditório pleiteado; · a alteração trazida pela Lei nº 11.727/08 não passou a prever que o álcool anidro passaria a ser considerado insumo para fins de aproveitamento de crédito da Cofins, mas, sim, estabeleceu uma nova fórmula de apropriação desses créditos (alíquotas ad rem) · diante do exposto é de se concluir que a aquisição de álcool anidro, desde a edição da Lei nº 10.833/2003, passou a gerar crédito quando da sua aquisição para adição à gasolina A, para obtenção da gasolina C; (...). Da ausência da análise acerca das planilhas correspondentes aos créditos decorrentes de despesas como frete a armazenagem: · as planilhas que continham o discriminativo da composição dos créditos decorrentes das despesas com frete e armazenagem, as quais serviram para comprovar efetivamente a higidez e idoneidade dos mesmos, restaram ignoradas em sede de fiscalização; · tal fato acarretou prejuízo à requerente, na medida em que seria impossível a comprovação da subsistência dos valores dos custos de fretes e armazenagens, sem a verificação das planilhas apresentadas; · desta forma, a requerente volta a anexar ao presente as vias impressas da planilha contendo a discriminação dos créditos de armazenagem e frete do período de janeiro de 2007 a setembro de 2009; (...). 2. Devidamente processada, a citada manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pelo acórdão n. 0833.513, conforme se observa da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 NÃO CUMULATIVIDADE. EMPRESA DISTRIBUIDORA DE COMBUSTÍVEIS. DESCONTO DE CRÉDITO NA AQUISIÇÃO ÁLCOOL ANIDRO. As empresas distribuidoras de combustível, por expressa vedação legal, não fazem jus ao desconto de crédito de Cofins nas aquisições de álcool anidro destinado à adição à gasolina “A” para obtenção da gasolina “C” realizadas até 30/09/2008. Fl. 744DF CARF MF Processo nº 10283.901511/201306 Acórdão n.º 3402006.000 S3C4T2 Fl. 677 5 CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. ÔNUS DA PROVA. A certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte são condições essenciais ao seu reconhecimento, incumbindolhe o ônus da prova. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. 3. Um vez intimado acerca desta decisão, o contribuinte interpôs o recurso voluntário de fls. 602/642, oportunidade em que repisou os fundamentos colacionados em sede de manifestação de inconformidade. Por sua vez, processado o recurso voluntário, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões de fls. 655/673. 4. Em sessão de julgamento ocorrida em 29 de agosto de 2017, esta Turma julgadora, por unanimidade de votos (acórdão n. 3402004.356 fls. 683/704), deu parcial provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, conforme se observa da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 Ementa: ÁLCOOL ANIDRO. INSUMO PARA PRODUÇÃO DE GASOLINA TIPO C. CREDITAMENTO. COFINS. POSSIBILIDADE. Por se tratar de insumo para a produção de gasolina tipo C, é possível que o contribuinte se credite das operações com aquisição de álcool anidro, nos termos do que dispõe o art. 3o, inciso II da lei n. 10.833/04, com a redação que lhe fora dada pela lei n. lei 10.865/04. COFINS. CRÉDITOS. NÃOCUMULATIVIDADE E REGIME MONOFÁSICO. POSSIBILIDADE. A incidência monofásica da COFINS não é impedimento para o creditamento do contribuinte. Não há uma dependência entre monofasia e creditamento, já que tais normativas apresentam funções jurídicas distintas. Precedentes do TJ (AgRg no REsp 1.051.634/CE). CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. ÔNUS DA PROVA. A certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte são condições essenciais ao seu reconhecimento, incumbindolhe o ônus da prova. Recurso voluntário parcialmente provido. Direito creditório reconhecido em parte. Fl. 745DF CARF MF 6 5. Diante deste quadro, a Fazenda Nacional interpôs os embargos de declaração de fls. 706/711 alegando a omissão do julgado, uma vez que, segundo a recorrente, o acórdão atacado não teria se manifestado acerca do fundamento quanto ao crédito vindicado ser extemporâneo. 6. O sobredito recurso foi admitido pelo despacho de fls. 714/717. Não obstante, ante o potencial efeito infringente do aludido recurso, foi dado vista ao contribuinte (despacho de fls. 718/720), o qual se manifestou em petição de fls. 729/736. 7. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Diego Diniz Ribeiro 8. Os embargos de declaração são tempestivos e preenchem os demais pressupostos de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. 9. De fato o acórdão recorrido incorreu em omissão, conforme asseverado pelo embargante em suas razões recursais. Vejamos. 10. Conforme se observa dos autos, um dos fundamentos invocados para a glosa dos créditos vindicados decorreria do fato da fiscalização concluir pela impossibilidade de creditamento de álcool anidro para a produção de gasolina tipo C. Acontece que, além deste fundamento, existe outro suficiente para a eventual manutenção da glosa perpetrada, qual seja, o pretenso fato do crédito pleiteado ser extemporâneo. É o que se observa do seguinte trecho do parecer exarado pela fiscalização: 11. Assim, segundo a fiscalização, a não comprovação de questão estritamente formal retificação de DACON's impediria a tomada dos créditos extemporâneos. 12. Logo, superado o fundamento empregado pela DRJ para a manutenção da glosa perpetrada pela fiscalização (impossibilidade de creditamento de álcool anidro para a Fl. 746DF CARF MF Processo nº 10283.901511/201306 Acórdão n.º 3402006.000 S3C4T2 Fl. 678 7 produção de gasolina tipo C), este colegiado deveria ter analisado o outro fundamento autônomo e suficiente para a manutenção desta glosa, o que passo a fazer no presente voto. 13. É consabido que a jurisprudência consagrada deste Tribunal1 é no sentido de admitir o creditamento extemporâneo desde que presentes dois requisitos, quais sejam: (i) o crédito vindicado deve ser aproveitado dentro do prazo de 05 anos; e (ii) inexistindo as retificações pertinentes, o contribuinte deve comprovar que não utilizou o crédito pleiteado em outros períodos. 14. No caso decidendo o primeiro requisito alhures mencionado resta devidamente cumprido, já que o álcool anidro foi adquirido pelo contribuinte entre 01/09/2004 e 30/09/2008, sendo o correspondente PER apresentado em setembro de 2009, i.e., dentro do quinquênio prescricional. Nesse sentido, inclusive, é a manifestação do despacho decisório, in verbis: 15. Já em relação ao segundo requisito, convém destacar que a glosa não foi motivada pelo fato de o contribuinte não ter feito prova da não utilização do crédito em outros períodos, mas tãosomente por uma questão de forma, i.e., pelo fato do contribuinte não ter retificado seus DACON's para o período em comento. É o que se observa dos seguintes trechos do parecer de fls. 491/503 e que fundamenta a glosa: (...). 1 "Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006, 01/01/2008 a 31/12/2008 CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. Na forma do art. 3º, § 4º, da Lei nº 10.833/2003, desde que respeitado o prazo de cinco anos a contar da aquisição do insumo, o crédito apurado nãocumulatividade do PIS e Cofins pode ser aproveitado nos meses seguintes, sem necessidade prévia retificação do Dacon por parte do contribuinte ou da apresentação de PER único para cada trimestre. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006, 01/01/2008 a 31/12/2008 CRÉDITOS DA CONTRIBUIÇÃO NÃO CUMULATIVA. RESSARCIMENTO. CRÉDITOS EXTEMPORÂNEOS. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. Na forma do art. 3º, § 4º, da Lei nº 10.833/2003, desde que respeitado o prazo de cinco anos a contar da aquisição do insumo, o crédito apurado nãocumulatividade do PIS e Cofins pode ser aproveitado nos meses seguintes, sem necessidade prévia retificação do Dacon por parte do contribuinte ou da apresentação de PER único para cada trimestre." Fl. 747DF CARF MF 8 (...). (...). Fl. 748DF CARF MF Processo nº 10283.901511/201306 Acórdão n.º 3402006.000 S3C4T2 Fl. 679 9 17. Em verdade, quer parecer que tal glosa não se fundamentou em tal aspecto, uma vez que a própria fiscalização, antes de proferir o despacho de indeferimento, atestou a inexistência de tal aproveitamento em outros períodos, conforme se observa dos seguintes trechos da sua manifestação: 18. Em outros termos, resta positivado nos autos que em fase fiscalizatória acerca da certeza e liquidez do crédito vindicado, o contribuinte foi questionado acerca do PER nº 41105.92767.290409.1.1.115700, i.e., para saber se tal PER contemplaria ou não os créditos aqui debatidos (PER nº 33723.17274.301009.1.1.115377) o que implicaria um indevido aproveitamento em duplicidade, oportunidade em que o contribuinte esclareceu e comprovou de que se tratavam de outros créditos gerados no 4º trimestre de 2006, o que foi acatado pela fiscalização, já que tal questão não foi repitase o fundamento da glosa do presente crédito. 19. Diante deste quadro, conheço os embargos de declaração interpostos para integrar a decisão embargada nos termos aqui expostos. Dispositivo 20. Ex positis, voto por conhecer e dar provimento aos embargos de declaração interpostos para suprir a omissão apontada, porém, sem efeitos infringentes, mantendose, portanto, o resultado do julgamento exarado no acórdão n. 3402004.356. 21. É como voto. (assinado digitalmente) Diego Diniz Ribeiro. Fl. 749DF CARF MF
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Numero do processo: 10580.724207/2017-08
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2015
ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE.
A isenção deve ser concedida, haja vista que a moléstia está descrita no texto legal.
Numero da decisão: 2002-000.451
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil e Thiago Duca Amoni. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2015 ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. A isenção deve ser concedida, haja vista que a moléstia está descrita no texto legal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil e Thiago Duca Amoni. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1241; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 2 1 1 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.724207/201708 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002000.451 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 25 de outubro de 2018 Matéria IRPF Recorrente WALTER DUNHAM COELHO FILHO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2015 ISENÇÃO POR MOLÉSTIA GRAVE. A isenção deve ser concedida, haja vista que a moléstia está descrita no texto legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro Thiago Duca Amoni que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil e Thiago Duca Amoni. Ausente justificadamente a conselheira Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 42 07 /2 01 7- 08 Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10580.724207/201708 Acórdão n.º 2002000.451 S2C0T2 Fl. 3 2 Tratase de Recurso Voluntário (fls. 36/39) contra decisão de primeira instância (fls. 27/30), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: Contra o contribuinte foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls.19/22 relativa ao Imposto Sobre a Renda de Pessoa Física, anocalendário 2015, para cobrança do crédito tributário de R$ 7.000,75. O lançamento é decorrente das seguintes infrações: *rendimentos indevidamente considerados como isentos por moléstia grave das seguintes fontes pagadoras: 1. Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos de R$ 34.294,56 e IRRF de R$ 935,52; 2. Fundo do Regime Geral de Previdência Social R$ 39.091,34 e IRRF R$ 1.624,84. O enquadramento legal encontrase às fls. 20 e 22. Inconformado, o interessado ingressou com a impugnação de fls. 04/05, alegando que o laudo médico foi entregue com data que não contempla o anocalendário objeto do presente processo. Para provar que não omitiu os rendimentos lançados na Notificação de que trata o presente, o interessado está juntando cópia do laudo médico, atestado de dependentes do Fundo Financeiro da Previdência Social do Estado da Bahia e Extrato do Fundo do Regime Geral de Previdência Social, conforme documentos inclusos. Por fim, solicita o cancelamento do débito fiscal reclamado. Em 24/08/2017, o processo foi encaminhado a esta Delegacia de Julgamento para solução da lide (fl.26). O resumo da decisão revisanda está condensado na seguinte ementa do julgamento: RENDIMENTOS INDEVIDAMENTE CONSIDERADOS COMO ISENTOS POR MOLÉSTIA GRAVE. A isenção para portadores de moléstia grave só poderá ser concedida quando o contribuinte preenche os dois requisitos cumulativos indispensáveis à concessão da isenção: a natureza dos valores recebidos, que devem ser proventos de aposentadoria/reforma ou pensão, e o outro que relacionase à existência da moléstia tipificada no texto legal. Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10580.724207/201708 Acórdão n.º 2002000.451 S2C0T2 Fl. 4 3 Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando as alegações da impugnação e juntando documentos. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. O contribuinte foi cientificado em 09/10/2017 (fl. 33); Recurso Voluntário protocolado em 30/10/2017 (fl. 36), assinado pelo próprio contribuinte. Responde nestes autos o contribuinte, pela seguinte infração: Rendimentos Indevidamente Considerados como Isentos por Moléstia Grave – Não Comprovação da Moléstia ou sua condição de Aposentado, Pensionista ou Reformado. O recorrente é portador da moléstia classificada no CID sob o código N18.0 (doença renal crônica em hemodiálise, desde 01/02/1997). A r. decisão revisanda, teve como estribo, o fato da referida doença não estar tipificada na norma que rege a matéria. Irresignado, o recorrente maneja Recurso Voluntário, alegando razões preliminares e combatendo o mérito. O CTN coloca sobre a rubrica “exclusão do crédito tributário”, dois institutos diversos em sua natureza, a isenção e a anistia. Diante de um dos dois institutos, o contribuinte está exonerado de efetuar o pagamento do tributo e da penalidade pecuniária. O art. 150, §6º, da Constituição Federal dispõe que “qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia, remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei especial, que seja federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas, ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, §2º, XII, g”. A isenção é instituto de natureza jurídica polêmica, classicamente definida como “hipótese de não incidência legalmente classificada”. A outorga de isenção deve ser necessariamente fundada em razões de interesse público, sob pena de vulnerarse o princípio da isonomia e, mais especificamente, uma de suas manifestações no campo tributário, qual seja, o princípio da generalidade da tributação. A Lei de isenção deve identificar precisamente o tributo a que se refere e as condições à sua fruição. Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10580.724207/201708 Acórdão n.º 2002000.451 S2C0T2 Fl. 5 4 As isenções podem ser classificadas em isenções técnicas e isenções políticas. Vamos nos ater a primeira, são aquelas legitimamente reconhecidas diante da ausência de capacidade contributiva, como é o caso da isenção destinada à preservação do mínimo de riqueza para uma pessoa física sustentar a si e a sua família com dignidade, ou para uma pessoa jurídica desenvolver suas atividades. Em sua peça de resistência o contribuinte, lança razões preliminares que se confundem com o mérito, assim sendo, serão analisadas em conjunto. Diz o recorrente, existir nos autos um laudo informando ser o autor portador de uma moléstia grave, identificada com CID – Código N18.0 (doença renal crônica em hemodiálise desde 1997), este fato é incontroverso. Segue adiante dizendo que, o art. 6º, inc. XIV e XXI da Lei nº 11.052/04, aponta nefropatia grave como moléstia passível de isenção do IR. Se a lei determina desta forma e as provas nos autos para tanto, não pode o intérprete isentarse na linha da lei. Pois bem, a Lei nº 11.052 de 29/12/2004, em seu art. 6º, inc. XIV, diz que os portadores de nefropatia grave, terão seus rendimentos a título de aposentadoria cobertos pela isenção. Nefropatia é um termo médico usado para denotar a doença ou o dano do rim, que pode eventualmente conduzir a insuficiência renal. O documento de fl. 42, muito embora seja não oficial, dá conta que o recorrente possui um único rim. Assim sendo, entende este relator que o recorrente faz jus a isenção. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, e no mérito dáse provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 54DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.924577/2011-43
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006
PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA.
O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 1003-000.308
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2006 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório A Recorrente formalizou o Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) nº 42382.72333.250407.1.2.032865 em 25.04.2007, fls. 357371, utilizandose do saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no valor original de R$38.238,85 apurado pelo regime de tributação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 92 45 77 /2 01 1- 43 Fl. 412DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 413 2 com base no lucro real do 3º trimestre do anocalendário de 2006, para compensação dos débitos ali confessados. Em conformidade com o Despacho Decisório Eletrônico, efl. 338, cientificado a Recorrente em 27.12.2011, efl. 380, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado não foi possível confirmar a apuração do crédito informado na Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) não corresponde ao valor do saldo negativo informado no PER/DCOMP. [...] Enquadramento Legal: Parágrafo 1º do art. 6º e art. 28 da Lei 9.430, de 1996. Art. 5º da IN SRF 600, de 2005. Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade. Está registrado na ementa do Acórdão da 3ª Turma/DRJ/REC/PE nº 1145.200, de 27.02.2014, efls. 383391: COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. É reconhecido o direito creditório até o limite das retenções comprovadas. Carece de certeza e liquidez a parcela do crédito pleiteado utilizada para compor o saldo negativo da CSLL que não teve sua retenção na fonte comprovada. RETENÇÃO NA FONTE. COMPROVAÇÃO. A contribuição retida na fonte sobre quaisquer rendimentos somente poderá ser compensada se o contribuinte possuir comprovante hábil da retenção em seu nome. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte [...] Acordam os membros da 3ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar procedente em parte a manifestação de inconformidade, para reconhecer, adicionalmente ao despacho, o direito creditório no montante de R$ 3.305,94. Notificada em 15.05.2014, efl. 396, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 13.06.2014, efls. 398409, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Relativamente aos fatos expõe que: DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE A Lei Federal número 9.873/99 estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, direta e indireta e Fl. 413DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 414 3 cuida da prescrição, inclusive intercorrente, do prazo da suspensão e da interrupção [...] Há, portanto, evidente a prescrição intercorrente. Desta forma, como assenta a Lei 9.873/99, o procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho (Lei 9.873/99 art. 1º, parágrafo 1º), prescrito estará. Entrementes, o instituto da prescrição importa em não deixar o administrado perpetuamente sujeito à faculdade administrativa de praticar ou deixar de praticar certos atos, ou até se digne o administrador apurar a formalização da compensação. [...] E não se diga da súmula 11 do CARF, pois esta não pode contrariar texto de Lei ordinária. Logo, a súmula é completamente contrária a Legislação em vigor e traz à atividade empresarial a necessidade de manutenção de documentação por anos, tornandose por vezes necessária tal manutenção ad eternum. [...] In casu, estamos tratando de CSLL de 2006, com manifestação de inconformidade protocolada em agosto de 2008 relativo à atividade empresarial pretérita, ou seja, de documentação de quase 10 (dez) anos atrás. Portanto, diante das elucidações retro, concernentes precipuamente, de uma análise, temporal pretérita, resta configurada, pois, a prescrição intercorrente administrativa. Pelo retro exposto, a recorrente requer o reconhecimento da prescrição intercorrente. DA DECADÊNCIA Se extrai dos documentos já anexados, que se está diante de pedidos de compensação formulados em julho/setembro de 2006, decididos e cientificados ao recorrente em 22 de agosto de 2011, ou seja, fora do prazo quinquenal previsto na Lei 9.430/96, [...] Há, portanto, decadência a atingir o pretenso crédito tributário em debate. DO MÉRITO A controvérsia cingese em torno dos comprovantes de retenção na fonte e demais documentos anexados na manifestação de inconformidade (Comprovantes de rendimentos, Notas fiscais e Livro Razão). A fundamentação invocada pelo Fisco para as glosas consistiu na não confirmação da retenção na fonte de várias das parcelas de composição do crédito informadas pela recorrente nas PER/DCOMP. O Fisco, no Acórdão que julgou a manifestação de inconformidade, opõese à possibilidade de comprovação das retenções na fonte por meio de documentação outra, que não DIRFs de recolhimento, manifestandose nestes termos: [...] Em diversas demandas que espelham situação idêntica a presente, ou seja, pedido de compensação de CSLL e admissibilidade dos registros contábeis do Fl. 414DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 415 4 prestador de serviços/recorrente, como meio de prova das retenções, têmse dado acolhimento à pretensão na via judicial. [...] Portanto, a exigência de que a empresa recorrente prove a retenção exclusivamente por meio de um documento, cuja produção cabe ao terceiro é no mínimo teratológica, contrária aos princípios mais elementares, norteadores da nossa Carta Maior. Evidente assim, tratarse de previsão não sistemática, porque proíbe a compensação do imposto/contribuição, legalmente hábil a compensar. Insofismável que o critério utilizado pelo Fisco revelase, não só, ato de intransigência, de medida extrema, como também, implica tratamento muito mais rigoroso para as empresas cumpridoras de suas obrigações ficais e tributárias, como a ora recorrente, prejudicadas por uma gama imensa de outras empresas que, por inúmeras razões, não logram uma administração fiscal bem sucedida e regular perante o Fisco. [...] Portanto, pelo retro asseverado, deve o Fisco, ante aos atuais posicionamentos jurisprudenciais, bem como pelo já declinado na manifestação de inconformidade, não limitar à utilização de outros documentos ou provas que não o Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte. Com o devido acolhimento dos demais documentos (Notas fiscais e Livro Razão, etc), fazendose uma análise percuciente, bem como, com o cotejamento destes com a tabela elaborada, trazidos na manifestação de inconformidade, Vossas Excelências verão que o saldo de R$8.367,85 da diferença não confirmada de R$12.535,90 (R$15.841,84 R$3.305,94), deverá também ser reconhecido como direito creditório. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Concernente ao pedido expõe que: Ante ao todo exposto, a recorrente requer dignese Preclaro Julgador em julgar procedente o Recurso Voluntário para reconhecer as preliminares ou caso não prospere, que seja reconhecido o direito creditório postulado. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento. Fl. 415DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 416 5 A Recorrente alega que os atos administrativos são nulos. O Per/DComp e revestido das formalidades legais com a regular intimação para que a Recorrente pudesse cumprilo ou impugnálo no prazo legal. A decisão de primeira instância está motivada de forma explícita, clara e congruente e da qual a pessoa jurídica foi regularmente cientificada. Assim, estes atos contêm todos os requisitos legais, o que lhes conferem existência, validade e eficácia. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes foram observadas. Ademais os atos administrativos estão motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos decidam recursos administrativos. O enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos e dos enquadramentos legais que ensejaram os procedimentos de ofício, que foi regularmente analisado pela autoridade de primeira instância. Ademais, a decisão administrativa não precisa enfrentar todos os argumentos trazidos na peça recursal sobre a mesma matéria, principalmente quando os fundamentos expressamente adotados são suficientes para afastar a pretensão da Recorrente e arrimar juridicamente o posicionamento adotado. Sobre a matéria, cabe indicar o entendimento emanado em algumas oportunidade pelo Supremo Tribunal Federal1: Não há falar em negativa de prestação jurisdicional quando, como ocorre na espécie vertente, "a parte teve acesso aos recursos cabíveis na espécie e a jurisdição foi prestada (...) mediante decisão suficientemente motivada, não obstante contrária à pretensão do recorrente" (AI 650.375 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 1082007), e "o órgão judicante não é obrigado a se manifestar sobre todas as teses apresentadas pela defesa, bastando que aponte fundamentadamente as razões de seu convencimento" (AI 690.504 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 2352008).[AI 747.611 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 13102009,1ª T, DJE de 13112009.] =AI 811.144 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 2822012, 1ª T, DJE de 1532012 = AI 791.149 ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 1782010, 1ª T, DJE de 2492010 (grifos do original) As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos nos autos do processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes foram observadas2. O de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio. A proposição afirmada na peça recursal, desse modo, não tem cabimento. 1 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. A constituição e o supremo do art. 93. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp#visualizar>. Acesso em: 30 mai. 2018. 2 Fundamentação legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996, art 6º da Lei nº 10.593, de 06 de dezembro de 2001, art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 e art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 416DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 417 6 A Recorrente afirma que houve prescrição intercorrente da ação de cobrança do crédito tributário. A objeção de prescrição por ser matéria de ordem pública pode ser conhecida a requerimento da parte ou de ofício e a qualquer tempo e em qualquer instância de julgamento. Este instituto pode ser definido como a perda da pretensão do direito de a Fazenda Pública cobrar o crédito tributário já constituído pelo lançamento, tendo em vista o decurso do prazo de cinco anos previsto em lei. Constituído definitivamente o crédito não tributário, após o término regular do processo administrativo, prescreve em 5 (cinco) anos a ação de execução da administração pública federal.3 No presente caso, tratandose de Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) os débitos indicados pela Recorrente passíveis de compensação devem ser observados o art. 195 do Código Tributário Nacional e o art. 4º do DecretoLei nº 486, de 03 de março de 1969, que prevêem, em última análise, "que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram." A Lei nº 9.873, de 23 de novembro de 1999, que estabelece o prazo de cinco anos de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, determina que "incide a prescrição no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento". Ocorre que no presente caso não se trata de ação punitiva, uma vez que o tributo" é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada" (art. 3º do Código Tributário Nacional). Ademais, a legislação específica tratada no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, não fixa o prazo e o termo inicial da prescrição intercorrente da ação referente ao processo administrativo fiscal da União. A Súmula CARF nº 11, que é de observância obrigatória pelos membros do CARF (art. 72 do Anexo II do Regimento Interno do CARF e Portaria MF nº 277, de 07 de junho de 2018) prevê: "não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal." A afirmação suscitada na peça recursal destarte não é pertinente. A Recorrente diz que tem direito ao reconhecimento da decadência do direito de lançar. A objeção de decadência por ser matéria de ordem pública pode ser conhecida a requerimento da parte ou de ofício e a qualquer tempo e em qualquer instância de julgamento. Este instituto pode ser definido como a perda do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário pelo lançamento, tendo em vista decurso do lapso temporal de cinco anos previsto em lei. Em se tratando de tributo sujeito ao lançamento por homologação, no caso em que o sujeito passivo efetue o pagamento antecipado sem a necessidade do exame prévio por parte da Administração Pública, o prazo decadencial começa a fluir da ocorrência do fato gerador. Por seu turno, comprovada a conduta dolosa qualificada pela sonegação, pela 3 Fundamentação Legal: art. 174 do Código Tributário Nacional. Fl. 417DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 418 7 fraude ou pela simulação, bem como se verificada a inexistência do pagamento antecipado, o prazo de cinco anos se inicia a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Este é o entendimento constante na decisão definitiva de mérito proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em recurso especial representativo da controvérsia nº 973.733/SC4, cujo trânsito em julgado ocorreu em 29.10.2009 e que deve ser reproduzido pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF5. No presente caso, tratase de exame de Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) (art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996) e não de constituição de crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível (art. 142 do Código Tributário Nacional). Por conseguinte, no contexto do trâmite do contencioso administrativo, ou seja, na fase litigiosa do procedimento, instaurada pela regular apresentação da manifestação de inconformidade, não tem aplicação as determinações do §4º do art. 150 e inciso I do art. 170 do Código Tributário Nacional (art. 14 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972). A instauração na fase litigiosa no procedimento implementase plenamente as garantias do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório com a citação válida para o aperfeiçoamento da relação processual e com a observância de todos os requisitos legais que conferem existência, validade e eficácia ao ato administrativo. A partir da notificação, de acordo com as formalidades legais, o crédito tributário já existe não podendo se cogitar do transcurso da decadência. A contestação aduzida na peça recursal, por isso, não pode ser ratificada. A Recorrente suscita que o direito creditório deve ser reconhecido. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em de 30.12.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, bem como que o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o 4 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial Repetitivo nº 973733/SC. Ministro Relator: Luiz Fux, Primeira Seção, Brasília, DF, 12 de agosto de 2009. Dsponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/relatoriovoto resp973733stjrecurso.pdf> .Acesso em: 26 nov. 2018. 5 Fundamentação Legal: § 4° do art. 150 e inciso I do art. 173 do Código Tributário Nacional. Fl. 418DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 419 8 procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. 6. O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais7. Instaurada a fase litigiosa do procedimento, cabe à Recorrente detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. Cabe à Recorrente produzir o conjunto probatório nos autos de suas alegações, já que o procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal8. A pessoa jurídica pode deduzir do tributo devido o valor dos incentivos fiscais previstos na legislação de regência, do tributo pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real, bem como a CSLL determinada sobre a base de cálculo estimada no caso utilização do regime com base no lucro real anual, para efeito de determinação do saldo de CSLL a pagar ou a ser compensado no encerramento do ano calendário, ocasião em que se verifica a sua liquidez e certeza9. Apenas nas situações comprovadas de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculos existentes no Per/DComp podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento da Requerente. O erro de fato é aquele que se situa no conhecimento e compreensão das características da situação fática tais como inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos. A Administração Tributária tem o 6 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A do Códido Tributário Nacional, art. 9º do Decreto Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, 1º e art. 2º, art. 51 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. 7 Fundamentação legal : art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995, art. 6º e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 8 Fundamentação legal: art. 170 do Código Tributário Nacional, art. 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 2º da Lei nº 9.430, 27 de dezembro de 1996. 9 Fundamentação legal: art. 170 do Código Tributário Nacional, art. 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 2º da Lei nº 9.430, 27 de dezembro de 1996. Fl. 419DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 420 9 poder/dever de revisar de ofício o procedimento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. A este poder/dever corresponde o direito de a Recorrente retificar e ver retificada de ofício a informação fornecida com erro de fato, desde que devidamente comprovado (art. 32 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e incisos I e III do art. 145 e inciso IV do art. 149 do Código Tributário Nacional). Em relação à dedução do valor de tributo retido na fonte, a legislação prevê que no regime de tributação com base no lucro real a pessoa jurídica pode deduzir do valor apurado no encerramento do período, o valor retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo correspondente10. Para tanto, as pessoas jurídicas são obrigadas a prestar aos órgãos da RFB, no prazo legal, informações sobre os rendimentos que pagaram ou creditaram no anocalendário anterior, por si ou como representantes de terceiros, com indicação da natureza das respectivas importâncias, do nome, endereço e número de inscrição no CNPJ, das pessoas que o receberam, bem como o imposto de renda retido da fonte, mediante a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF). Também as pessoas jurídicas que efetuarem pagamentos com retenção do imposto na fonte devem fornecer à pessoa jurídica beneficiária, até o dia 31 de janeiro, documento comprobatório, em duas vias, com indicação da natureza e do montante do pagamento, das deduções e do imposto retido no anocalendário anterior, que no caso é o Informe de Rendimentos. Assim, o valor retido na fonte somente pode ser compensado se a pessoa jurídica possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora para fins de apuração do saldo negativo de CSLL no encerramento do período11. A legislação expressamente permite a dedução dos valores de retenção conjunta da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mãodeobra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, e pela remuneração de serviços profissionais referentes ao código de arrecadação nº 5952 a título de remuneração de serviços profissionais prestados por pessoa jurídica (art. 30, art. 31, art. 32, art. 35 e art. 36 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, Instrução Normativa SRF nº 459, de 18 de outubro de 2004). O valor da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, código ser determinado mediante a aplicação, sobre o montante a ser pago, do percentual de 4,65% (quatro inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento), correspondente à soma das seguintes alíquotas: a) 1% (um por cento), a título de CSLL; b) 3% (três por cento), a título de Cofins; e 10 Fundamentação legal: Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003. 11 Fundamentação Legal: art. 86 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, art. 11 do DecretoLei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982 e art. 10 do DecretoLei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983. Fl. 420DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 421 10 c) 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), a título de PIS/Pasep. Os valores retidos devem ser considerados como antecipação do que for devido pelo sujeito passivo que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições. Os valores retidos podem ser deduzidos, pelo sujeito passivo, das contribuições devidas de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção. Ademais, na apuração da CSLL, a pessoa jurídica poderá deduzir da CSLL devida o valor retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo (Súmula CARF nº 80). Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. Sobre a alegação de que os débitos foram alcançados pela homologação tácita, temse que a Recorrente formalizou o Per/DComp nº 42382.72333.250407.1.2.032865 em 25.04.2007, fls. 357371, e foi cientificada do Despacho Decisório Eletrônico, fl. 338, em 27.12.2011, efl. 380, com as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo deferimento parcial do pedido. Logo não se verifica o interregno no cinco anos entre a apresentação do Per/DComp e a notificação do Despacho Decisório. O código 5952 está regulamentado pela Instrução Normativa SRF nº 459, de 17 de outubro de 2004, e versa sobre os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas de direito privado a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mãodeobra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais, estão sujeitos à retenção na fonte da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep (art. 30 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003). Neste caso, o regime de tributação previsto é no sentido de que os valores retidos serão considerados como antecipação do que for devido pela pessoa jurídica que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições em separado, bem como podem ser deduzidos das contribuições devidas de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção (art. 7º da Instrução Normativa SRF nº 459, de 17 de outubro de 2004). Assim, o Per/DComp previsto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deve ter como direito creditório a identificação discriminada de cada contribuição (CSLL, Cofins e Contribuição para o PIS/Pasep), no caso em que a antecipação superar o valor devido. Na Análise das Parcelas de Crédito Contribuição Social Retida na Fonte, e fls. 339346, estão discriminadas as parcelas confirmadas, confirmadas parcialmente e não confirmadas em conformidade com as informações constantes nos registros internos da RFB apresentadas pelas fontes pagadoras. A Recorrente procura demonstrar a tese de defesa apresentando planilha de lançamentos contábeis, Notas Fiscais e os Informes de Rendimentos efls. 22337. Estes documentos foram correta e devidamente considerados pela autoridade Fl. 421DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 422 11 julgadora de primeira instância, que na apreciação dessas provas formou livremente sua convicção, conforme o regime de tributação previsto (art. 7º da Instrução Normativa SRF nº 459, de 17 de outubro de 2004 e art. 29 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972). Assim, as alegadas diferenças apontadas pela Recorrente na peça recursal não foram demonstradas de modo que os fundamentos de fato e direito constantes no Acórdão da 3ª Turma/DRJ/REC/PE nº 1145.200, de 27.02.2014, efls. 383391, são acolhidos de plano nessa segunda instância de julgamento (art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999): Nos termos do art. 170 do CTN, para que o sujeito passivo postule a restituição/compensação de tributos é necessário que seu direito seja líquido e certo. Assim é que, em se tratando de restituição ou compensação, é dever da Administração investigar a certeza e liquidez do crédito suplicado, independentemente de estar ele consignado em declaração apresentada pelo contribuinte. Assim, compete ao interessado na restituição/compensação, como se apresenta o presente pleito, fazer prova da efetiva apuração de saldo negativo do tributo, mediante comprovação de todas as parcelas que lhe deram origem, além de evidenciar sua efetiva disponibilidade para a aspirada utilização. No caso concreto, conforme se relatou, o saldo negativo da CSLL informado no PER/DCOMP foi formado em sua totalidade por retenções na fonte desse tributo, no código 59523, num montante de R$ 58.933,61, tendo sido confirmado, no procedimento eletrônico de investigação dos atributos do crédito, apenas, um total de R$ 43.091,77, razão pela qual não se reconheceu, relativamente à parcela de R$ 15.841,84, a certeza e liquidez necessárias à pretendida compensação. Nesse procedimento eletrônico de reconhecimento do direito creditório e a consequente homologação (total ou parcial) ou não de uma compensação, a Receita Federal, através de uma seqüência contínua de operações, cruza dados dos diversos sistemas da RFB, informações prestadas através das diversas declarações do contribuinte ou de terceiros (DCOMP, DIPJ, DCTF, DIRF etc.), além das próprias retenções (Sistemas Sinal 04, 1RPE e SIEF Pagamentos), procedimento cuja participação da postulante é primordial, materializandose através da correção dos valores informados no PER/DCOMP e nos diversos sistemas envolvidos, além do atendimento às intimações, quando necessárias, no intuito de comprovar o pretendido direito. De acordo com a manifestante, a desconsideração da parcela acima não pode prosperar por se tratar de CSLL retida na fonte pelas tomadoras do serviço, consoante comprovação nos autos através de Cartas de Rendimentos Pagos e/ou creditados (Comprovante de Rendimentos), Notas Fiscais e Livro Razão, cabendo a si utilizar os referidos créditos, pois já laborou, sofreu retenções e cumpriu com todos os seus deveres. Quanto à prova das retenções, há de observar legislação própria, [...]. Vêse, portanto, que a compensação do imposto/contribuição na fonte está condicionada à existência do respectivo comprovante de retenção, cujo modelo é aprovado mediante ato normativo baixado pela Administração Tributária. Logo, os demais documentos anexados pela defesa (Notas Fiscais e Livro Razão) não constituem comprovantes de retenção do imposto na fonte, nos termos da legislação de regência. Fl. 422DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 423 12 Ademais, no que concerne à legislação dos elementos envolvidos na presente análise: Comprovantes de retenção, DIRF e DIPJ, de acordo com a Instrução Normativa SRF nº 127, de 30 de outubro de 1998, que instituiu a Declaração Integrada de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ e estabeleceu normas para a sua apresentação, A partir do anocalendário de 1999, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a DIPJ, centralizada pela matriz. (Art. 2º), entendimento este seguido pela IN RFB nº 1.028, de 30 de abril de 20107, que revogou a primeira. Nesse mesmo diapasão, dispõe a legislação sobre a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, desde sua criação (IN SRF nº 3, de 2 de janeiro de 2001): [...] Quanto ao comprovante de retenção, a Instrução Normativa SRF n.º 119, de 28 de dezembro de 2000, ao aprovar o modelo de Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, relativo a rendimentos pagos ou creditados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, sujeitas à retenção na fonte, assim determinou: [...] Dessa forma, verificase que, no comprovante de retenção, deve constar, entre elementos, as informações relativas ao nome empresarial e ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do estabelecimento matriz, tanto da fonte pagadora quanto da que prestou o serviço. Logo, informações dos comprovantes de rendimento relativas às filiais das empresas envolvidas serão consideradas como concernentes às matrizes. De acordo com a planilha de cálculo elaborada pelo próprio contribuinte foram observadas, em alguns situações a seguir transcritas, retenções de CSLL na fonte de determinadas fontes pagadoras, informadas no PER/DCOMP, não consideradas no procedimento de análise do crédito, que resultou no despacho decisório em litígio, quando comparadas aos comprovantes de rendimentos anexados: CNPJ PROVA VALOR NO PER/DCOMP VALOR CONFIRMADO CARTA DE RENDIMENTO DIFERENÇA A SER CONSIDERADA 00.773.639/001343 FL.38 128,82 0,00 128,82 128,82 02.896.118/000175 FL.39 27,23 0,00 27,23 27,23 06.198.929/000153 FL.41 162,87 0,00 162,29 162,29 07.167.485/000151 FL.42 173,01 168,94 168,94 0,00 61.082.822/000820 FL.43 3.442,35 0,00 2.973,68 2.973,68 74.874.603/000159 FL.44 175,29 121,63 121,63 0,00 74.874.967/000139 FL.45 185,26 181,08 181,08 0,00 86.183.449/000662 FL.46 156,41 0,00 0,00 0,00 90.091.018/000139 FL.47 196,01 191,64 191,64 0,00 93.365.690/000163 FL.48 30,03 0,00 13,92 13,92 93.857.605/000184 FL.49 253,58 247,95 247,95 0,00 TOTAL 3.305,94 Fl. 423DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 424 13 Quanto à não apresentação de documentos comprovadores destaco, em função do Princípio da Verdade Material, regulador do Processo Administrativo Fiscal (Decreto nº 70.235/72), além dos próprios comandos ali existentes, dos quais destaco o art. 16, que a manifestação de inconformidade deverá vir acompanhada com os elementos de prova que possuir, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. [...] O dispositivo acima, é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. Esta formulação foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída tanto ao autor do procedimento, a autoridade fiscal, quanto ao contribuinte que contesta. Prevalecendo, sempre, no processo administrativotributário, a máxima ônus probandi incumbit ei qui dicit. Portanto, aquele que argúi direito em seu favor deverá demonstrar e provar esse direito, seja ele o sujeito ativo ou o sujeito passivo da relação jurídicotributária. Esclarecese, por fim, quanto à alegada prescrição dos débitos, que não é da competência dos órgãos da RFB ligados ao julgamento (DRJ e CARF) qualquer referência ao débito relativamente a sua cobrança – fase posterior ao julgamento. É da competência dos órgãos ligados ao julgamento apenas investigar os atributos do direito creditório (certeza e liquidez). Quanto à exigibilidade do débito cuja compensação não foi homologada, ela permanecerá suspensa no curso da discussão administrativa, à vista do que prescreve o § 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, incluído pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Logo, carecendo de certeza e liquidez a maior parcela do crédito pleiteado utilizada para compor o saldo negativo da CSLL cuja retenção na fonte não ficou comprovada, não há como postular a sua restituição, em função do que dispõe o art. 170 do CTN. Ante o exposto, voto no sentido de julgar procedente em parte a manifestação de inconformidade, para reconhecer, adicionalmente ao despacho, o direito creditório no montante de R$ 3.305,94. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso, nos termos do art. 100 do Código Tributário Nacional. Atinente aos princípios constitucionais, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade12. Temse que nos estritos termos legais o procedimento fiscal está correto, conforme o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 12 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF e Súmula CARF nº 2. Fl. 424DF CARF MF Processo nº 11080.924577/201143 Acórdão n.º 1003000.308 S1C0T3 Fl. 425 14 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015). Em assim sucedendo, voto em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 425DF CARF MF
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Numero do processo: 12571.720247/2011-11
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2007, 2008
RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. MATÉRIA SUMULADA.
Não se conhece recurso especial de divergência cujo paradigma, à época da análise da admissibilidade pela Turma de julgamento, contrariar súmula do CARF, conforme artigo 67, §12, do RICARF.
Logo, não se conhece de recurso cujo paradigma contraria a súmula CARF 108.
RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA.
São requisitos para admissibilidade do recurso especial de divergência a semelhança fática entre os casos e a divergência de interpretação da norma jurídica.
No presente caso, entendo que nenhum dos dois requisitos foram observados pelo Contribuinte em relação à matéria cumulação de multa pela entrega de arquivos magnéticos com dados incorretos, com multa de ofício.
Numero da decisão: 9101-003.833
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rego - Presidente
(assinado digitalmente)
Gerson Macedo Guerra - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), Adriana Gomes Rego (Presidente).
Nome do relator: GERSON MACEDO GUERRA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2007, 2008 RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. MATÉRIA SUMULADA. Não se conhece recurso especial de divergência cujo paradigma, à época da análise da admissibilidade pela Turma de julgamento, contrariar súmula do CARF, conforme artigo 67, §12, do RICARF. Logo, não se conhece de recurso cujo paradigma contraria a súmula CARF 108. RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. São requisitos para admissibilidade do recurso especial de divergência a semelhança fática entre os casos e a divergência de interpretação da norma jurídica. No presente caso, entendo que nenhum dos dois requisitos foram observados pelo Contribuinte em relação à matéria cumulação de multa pela entrega de arquivos magnéticos com dados incorretos, com multa de ofício.
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Recorrente CHAPADA COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007, 2008 RECURSO ESPECIAL. NÃO CONHECIMENTO. MATÉRIA SUMULADA. Não se conhece recurso especial de divergência cujo paradigma, à época da análise da admissibilidade pela Turma de julgamento, contrariar súmula do CARF, conforme artigo 67, §12, do RICARF. Logo, não se conhece de recurso cujo paradigma contraria a súmula CARF 108. RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. São requisitos para admissibilidade do recurso especial de divergência a semelhança fática entre os casos e a divergência de interpretação da norma jurídica. No presente caso, entendo que nenhum dos dois requisitos foram observados pelo Contribuinte em relação à matéria cumulação de multa pela entrega de arquivos magnéticos com dados incorretos, com multa de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 57 1. 72 02 47 /2 01 1- 11 Fl. 3813DF CARF MF Processo nº 12571.720247/201111 Acórdão n.º 9101003.833 CSRFT1 Fl. 3.814 2 (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado), Adriana Gomes Rego (Presidente). Relatório Tratase de recurso especial interposto pelo Contribuinte em epígrafe, em face do acórdão nº 140201.063, onde se entendeu, no que interessa ao presente julgamento, que (i) é juridicamente possível a aplicação cumulativa de Multa Independente, assim entendida aquela prevista no artigo 12, da Lei 8.218/91 (multa por falta de entrega de arquivos magnéticos) com a Multa de Ofício de 150%, pois as infrações que elas visam sancionar são distintas, devidamente enquadradas nos fundamentos legais respectivos, de modo que não há óbice de suas cobranças no mesmo instrumento fiscal; e (ii) sobre a multa de oficio proporcional é cabível a incidência de juros à taxa de 1% ao mês. O recurso especial versa sobre a impossibilidade de exigência da multa de ofício de 150% concomitantemente com a multa pela entrega de arquivos magnéticos com dados incorretos, prevista no artigo 12, da Lei 8.218/91; bem como sobre a não incidência de juros moratórios sobre multa de ofício. Na origem, foi lavrado auto de infração para cobrança de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS em decorrência da presunção de omissão de receita pela apuração de saldo credor de caixa, acrescidos de multa qualificada de 150%; bem como para imposição de multa independente, pela entrega de arquivos digitais com informações incorretas. Mais precisamente, os arquivos das notas fiscais não continham a classificação fiscal das mercadorias o que impediu a análise dos créditos de PIS/COFINS tomados pelo Contribuinte; e quanto aos arquivos contábeis, inicialmente foram entregues arquivos contendo vários saldos credores na conta caixa e posteriormente tais arquivos foram substituídos por outros contendo suprimentos de caixa pelos sócios. O contribuinte apresentou impugnação, que foi julgada improcedente pela DRJ. Nesse seguir, foi interposto recurso voluntário pelo contribuinte. Ao julgar esse recurso, a Turma a quo decidiu por negarlhe provimento. O acórdão recorrido restou assim ementado: Fl. 3814DF CARF MF Processo nº 12571.720247/201111 Acórdão n.º 9101003.833 CSRFT1 Fl. 3.815 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:2007, 2008 SALDO CREDOR DE CAIXA. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RECEITA. Caracteriza presunção de omissão de receitas a existência de Saldo Credor de Caixa, que não é justificado mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas. RECOMPOSIÇÃO MENSAL DO SALDO DA CONTA CAIXA. PJ OPTANTE PELO LUCRO REAL ANUAL. A recomposição da conta Caixa, apurando Saldos Credores mensalmente, não prejudica a formação da base tributável, quando a cada maior Saldo Credor mensal apurado ocorre um “zeramento” da conta, visando não contaminar os períodos seguintes; e, tais valores, apurados mensalmente, são tributados como fatos geradores de 31 de dezembro. Além do que a soma de todos os maiores saldos credores mensais coincide com o valor do maior saldo credor anual, no caso da recomposição ser realizada de forma contínua ao longo de todo o ano. MULTA POR FALTA DE ENTREGA DE ARQUIVOS MAGNÉTICOS. Cabível a multa nos termos dos artigos 11 e 12, inciso II, da Lei 8.218/91, com redação dada pela Medida Provisória nº 2.15834/ 2011 e reedições; arts. 265, 266 e inciso II, e 980 do RIR/99, quando a empresa, regularmente intimada e reintimada, entrega arquivos magnéticos com informações faltantes e incorretas. MULTA QUALIFICADA. ARQUIVOS MAGNÉTICOS ADULTERADOS. Cabe qualificação da Multa de Ofício quando arquivos magnéticos da contabilidade são entregues à Fiscalização contendo dados adulterados, saltando claro o ânimo de impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFICIO PROPORCIONAL. Sobre a multa de oficio proporcional é cabível a incidência de juros à taxa de 1% ao mês. Preliminares Rejeitadas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares de nulidade e, no mérito, negar Fl. 3815DF CARF MF Processo nº 12571.720247/201111 Acórdão n.º 9101003.833 CSRFT1 Fl. 3.816 4 provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passa a integrar o presente julgado. Cientificado da decisão o Contribuinte interpôs recurso especial, arguindo divergência de interpretação em relação às seguintes matérias: (i) Cerceamento de Defesa; (ii) Multa Qualificada; (iii) Multas Cumulativas; e (iv) Juros de Mora Sobre a Multa. O recurso do Contribuinte foi parcialmente conhecido pelo despacho do presidente da Câmara, apenas em relação às matérias: (iii) Multas Cumulativas; e (iv) Juros de Mora Sobre a Multa. O conhecimento parcial foi mantido pelo Presidente do CARF, conforme despecho de reexame. Cientificada do recurso especial, a Fazenda apresentou contrarrazões, pugnando pelo não conhecimento do recurso ou, se conhecido, pelo seu não provimento. É o relatório. Voto Conselheiro Gerson Macedo Guerra, Relator Com relação ao conhecimento do Recurso do Contribuinte, diante da pretensão Fazendária, entendo prudente o debate. Em relação à primeira matéria, a Turma a quo compreendeu que sobre a multa de oficio proporcional é cabível a incidência de juros à taxa de 1% ao mês Entende o Contribuinte, por sua vez, não haver base legal que admita tal incidência, trazendo decisão paradigma nesse sentido. Alega a Fazenda, por outro lado, que todas as Turmas da Câmara Superior do CARF possuem entendimento semelhante ao do STJ, no sentido de ser legítima a incidência de juros de mora calculado à taxa SELIC sobre multa fiscal punitiva, a qual integra o crédito tributário. Ocorre quem foi publicada a súmula CARF 108, segundo a qual incidem juros moratórios, calculados à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, sobre o valor correspondente à multa de ofício. O RICARF, por sua vez, impede o conhecimento de recurso quando o paradigma contrarie súmula do CARF, no seguinte sentido: §12. Não servirá como paradigma acórdão proferido pelas turmas extraordinárias de julgamento de que trata o art. 23A, ou que, na data da análise da admissibilidade do recurso especial, contrariar: III Súmula ou Resolução do Pleno do CARF, e Fl. 3816DF CARF MF Processo nº 12571.720247/201111 Acórdão n.º 9101003.833 CSRFT1 Fl. 3.817 5 Nesse contexto, como no presente julgamento se faz análise de admissibilidade do Recurso Especial, não pode ser conhecido o recurso do Contribuinte quanto a essa matéria. Quanto a matéria aplicação cumulativa de multas, assim se manifestou a Fazenda em seu recurso: Quanto à matéria concomitância de multas, verificase que o contexto fático e jurídico perfilhado pelos acórdãos confrontados é distinto. No presente caso, foi aplicada Multa de Ofício de 150% e Multa Independente, pela entrega de arquivos magnéticos com dados incorretos, infrações e atuação totalmente distinta da que foi tratada no acórdão indicado como paradigma. No acórdão n. 210201.291 tratouse da aplicação concomitante da multa de ofício e da multa isolada pela falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão. Portanto, as penalidades são inteiramente diversas, fundamentadas em dispositivos jurídicos diversos e a razão para manutenção ou cancelamento nos dois casos confrontados foram inteiramente diferentes, haja vista a total diversidade dos contextos fático e jurídico. Penso que cabe razão à Fazenda. São requisitos para admissibilidade do recurso especial de divergência a semelhança fática entre os casos e a divergência de interpretação da norma jurídica. No presente caso, entendo que nenhum dos dois requisitos foram observados pelo Contribuinte. Quanto à semelhança fática, no caso dos autos o que ocorreu foi a entrega de arquivos digitais com informações incorretas, enquanto que no caso do paradigma a ausência de recolhimento de IRPF pelo carnê leão. Quanto às normas jurídicas cuja interpretação se julga divergente, no presente caso foram aplicados os artigos 11 e 12, da Lei 8.218/91 em concomitância com o artigo 44, I e §1º, já consideradas as alterações promovidas pela Lei 11.488/07, enquanto que no caso do paradigma foi aplicado o artigo 44, § 1º, inciso III, da Lei nº 9.430/96 (para a multa isolada) e artigo 44, I, também da Lei 9.430/96 (multa de ofício), em sua redação anterior às alterações promovidas pela Lei 11.488/07. Portanto, não se pode também compreender que foram interpretadas as mesmas normas jurídicas de forma divergente pelas Turmas de julgamento. Assim, não conheço do recurso do Contribuinte também quanto a essa segunda matéria. Desse modo, voto por não conhecer do recurso especial do Contribuinte, Fl. 3817DF CARF MF Processo nº 12571.720247/201111 Acórdão n.º 9101003.833 CSRFT1 Fl. 3.818 6 Nesse contexto, não conheço o recurso especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Gerson Macedo Guerra Fl. 3818DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13819.900861/2008-82
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/01/2004
INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 3302-006.078
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente).
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ME Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/01/2004 INEXISTÊNCIA DE LITÍGIO. CONHECIMENTO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. Não se toma conhecimento de recurso voluntário em que a própria recorrente não contesta a inexistência do crédito, que motivou a não homologação da compensação declarada. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Gilson Macedo Rosenburg Filho, Walker Araujo, Corintho Oliveira Machado, Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad e Paulo Guilherme Deroulede (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 9. 90 08 61 /2 00 8- 82 Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13819.900861/200882 Acórdão n.º 3302006.078 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de não homologar a compensação declarada (DCOMP), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já se encontrava utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte não havia sustentado a existência do crédito declarado na DCOMP não homologada, tendo apenas informado que "temendo que a Receita Federal não processasse o citado PER/DCOMP, a mesma por sua liberalidade quitou este débito com multa e juros, (...) portanto não há o que se falar em valores devidos, ou seja, a empresa não é devedora de débito algum, pois foi devidamente quitado, conforme cópia em anexo" (sic). Ao fim, pediu o contribuinte, em manifestação de inconformidade, que fosse feita revisão de ofício, contemplando o cancelamento da DCOMP em comento e, por via de conseqüência, cancelada a cobrança decorrente da não homologação. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 05035.481, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando a ausência de prova do direito creditório pleiteado. Ressaltou a DRJ que o contencioso administrativo não se prestava ao pedido formulado pelo contribuinte, havendo rito específico para pedido de cancelamento, e que a autoridade encarregada da cobrança haveria de cuidar para que, comprovada a coincidência entre os débitos exigidos por meio da DCOMP e os relacionados com o pagamento alegado, não houvesse cobrança duplicada do débito tributário. Inconformado, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, ratificando os argumentos da Manifestação de Inconformidade e alegando não ter se utilizado do crédito apontado na DCOMP, vez que promovera o pagamento integral do débito cuja compensação se pleiteava, o que materializaria erro de fato e não ausência de pagamento. Destacou o recorrente que o pagamento integral do débito ocorrera antes mesmo da ciência da não homologação da compensação declarada, não podendo ser compelido ao pagamento em duplicidade do citado débito. Sustentou, ainda, que o pagamento é causa de extinção do crédito tributário e que, muito embora a DCOMP constitua confissão de dívida, tal preceito não pode ferir o art. 149, II e IV do CTN, no sentido de que fosse promovida a revisão de ofício. Por fim, pediu que, em caso de não se entender pelo cancelamento da DCOMP, fosse a repartição de origem oficiada para que não houvesse cobrança duplicada do débito tributário. É o relatório. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13819.900861/200882 Acórdão n.º 3302006.078 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3302006.068, de 24/10/2018, proferida no julgamento do processo nº 13819.900462/200811, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3302006.068): O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os pressupostos e requisitos de admissibilidade, portanto, passo a apreciálo. Do Contencioso Administrativo. A compensação enquanto modalidade de extinção do crédito tributário, prevista no art. 156, II, do CTN, operase mediante a existência de crédito líquido e certo oponível à fazenda pública, sem o que não há como efetivar o encontro de contas pretendido pelo contribuinte. Assim, têmse que o direito à compensação existe na medida exata da certeza e liquidez do crédito declarado. Não restando comprovadas a certeza e liquidez do crédito do contribuinte, não há como operacionalizar a compensação. Atualmente, a compensação pode ser declarada pelo próprio sujeito passivo, em meio eletrônico, mediante preenchimento e transmissão de Declaração de Compensação DCOMP, na qual se indicará, em detalhes, o crédito existente e o débito a ser compensado, sujeitandose a ulterior homologação por verificação fiscal. A verificação fiscal das compensações declaradas pelos contribuintes se opera em dois momentos distintos, a saber: 1) Verificação Eletrônica: Consiste no cruzamento de informações fiscais do contribuinte, disponíveis na base de dados dos sistemas utilizados pela Receita Federal do Brasil, objetivando verificar a consistência e coerência da compensação declarada. Detectada, nesta fase de verificação, qualquer inconsistência ou divergência entre valores e informações do contribuinte, não homologase a compensação realizada, oportunizando ao interessado o contraditório e ampla defesa em processo administrativo fiscal específico. 2) Verificação Documental: Uma vez instaurada a fase litigiosa do processo administrativo fiscal, pela apresentação de Manifestação de Inconformidade à não homologação decorrente da verificação eletrônica, tem início a nova etapa de análise do direito creditório, que passa a se operar mediante verificação de documentos hábeis e idôneos que Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13819.900861/200882 Acórdão n.º 3302006.078 S3C3T2 Fl. 5 4 comprovem a existência do crédito utilizado pelo contribuinte. Neste segundo momento de verificação, devem ser observadas todas as regras e princípios aplicáveis ao processo administrativo fiscal. Em outras palavras, na etapa de verificação eletrônica antes de instaurado o contencioso administrativo são consideradas somente as informações e dados constantes dos sistemas utilizados pela Receita Federal do Brasil. Contudo, uma vez constatada a inconsistência/divergência das informações existentes nos sistemas informatizados, não homologase a compensação declarada e iniciase a etapa de verificação documental, nos autos de processo administrativo fiscal, onde incumbe ao contribuinte comprovar a existência de certeza e liquidez do crédito que pretende utilizar. No caso em estudo, o contribuinte informou, em sua primeira oportunidade de manifestação nestes autos, ter efetuado, por meio de DARF, o pagamento integral do débito que pretendia compensar, bem como pediu, de modo suficientemente claro, a revisão de ofício para fins de cancelamento da DCOMP. Assim, no que cinge ao suposto crédito declarado na DCOMP em comento, o próprio contribuinte reconheceu sua inexistência, ainda em sede de manifestação de inconformidade, fazendo com que sequer tenha se instaurado controvérsia administrativa sobre tal matéria, não havendo que se falar em reconhecimento ou não de direito creditório, pois não há crédito em litígio. A DRJ conheceu da Manifestação de Inconformidade e ratificou a decisão da DRF, não reconhecendo o direito creditório, sob o fundamento de que o contencioso administrativo não se presta ao pedido formulado pela contribuinte, havendo rito específico para o pedido de cancelamento. No recurso voluntário, o contribuinte ratificou todos os argumentos produzidos por ocasião da manifestação de inconformidade, renovando o pedido de revisão de ofício para o cancelamento da DCOMP e, por conseguinte, da cobrança decorrente de sua não homologação, sob pena de pagamento em duplicidade. Repisese que desde sua primeira manifestação neste PAF, a empresa reconheceu a inexistência do direito creditório antes alegado e pugnou pela revisão de ofício, com o cancelamento da DCOMP e extinção da cobrança decorrente de sua não homologação. Segundo previsão legal do § 9º do art. 74 da Lei nº 9.430/1996, com alterações introduzidas pela Lei nº 10.833/2003, é facultado ao sujeito passivo se insurgir, por meio de Manifestação de Inconformidade, contra a não homologação da declaração de compensação. Nesse sentido, temse que a competência dos órgãos de julgamento administrativo, no que diz respeito às declarações de compensação, está adstrita ao reconhecimento ou não do direito creditório, que terá por consectário a homologação, ou não, da compensação declarada. Ocorre que o caso em estudo não versa sobre a não homologação da DCOMP, vez que o próprio contribuinte reconheceu a inexistência de direito creditório, tendo pleiteado a revisão de ofício para que fosse realizado o Fl. 62DF CARF MF Processo nº 13819.900861/200882 Acórdão n.º 3302006.078 S3C3T2 Fl. 6 5 cancelamento da DCOMP, o que escapa à competência dos julgadores administrativos. Não estando a retificação ou o cancelamento de declarações, entregues pelo sujeito passivo, inseridos na esfera de competências do julgador administrativo, não se pode decidir sobre tal matéria. Tampouco faz sentido decidir sobre matéria não impugnada pelo contribuinte em suas peças, como é o caso do reconhecimento do direito creditório e conseqüente homologação da DCOMP em comento, sobre o que, conforme já visto, sequer se instaurou litígio. Noutras palavras, não tendo o contribuinte pugnado pelo reconhecimento do direito creditório não homologado pelo Despacho Decisório, não há e nunca houve litígio administrativo quanto a não homologação, esvaziando a competência dos órgãos de julgamento administrativo, vez que também não podem estes decidir sobre os pedidos formulados nas peças produzidas pelo contribuinte nestes autos. Observese, entretanto, que há indícios de que o débito antes pretendido compensar foi pago por meio de DARF pelo contribuinte antes da emissão do despacho decisório, devendo a unidade responsável avaliar se o referido pagamento é passível de alocação ao débito oriundo da DCOMP em comento. Diante de todo o exposto, voto por não conhecer do recurso voluntário. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 63DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.903063/2011-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/10/2003
COFINS. INCIDÊNCIA SOBRE SOCIEDADES UNIPROFISSIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO POR FORÇA DA SÚMULA CARF N. 02.
Em conformidade com a Súmula CARF n. 02 é vedado a este colegiado analisar a constitucionalidade de norma tributária em vigor.
REMISSÃO DE DÉBITOS
Dentre as competências atribuídas ao julgador de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento não se inclui a concessão de remissão de débitos.
Numero da decisão: 3302-005.945
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.903059/2011-16, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimaraes (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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INCIDÊNCIA SOBRE SOCIEDADES UNIPROFISSIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO POR FORÇA DA SÚMULA CARF N. 02. Em conformidade com a Súmula CARF n. 02 é vedado a este colegiado analisar a constitucionalidade de norma tributária em vigor. REMISSÃO DE DÉBITOS Dentre as competências atribuídas ao julgador de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento não se inclui a concessão de remissão de débitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10880.903059/201116, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimaraes (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 30 63 /2 01 1- 76 Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10880.903063/201176 Acórdão n.º 3302005.945 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório A recorrente acima qualificada apresentou Declaração de Compensação pleiteando a compensação de débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB com créditos decorrentes de pagamento supostamente indevido ou a maior. Por meio de Despacho Decisório Eletrônico, a compensação pleiteada não foi homologada ante a ausência/insuficiência de créditos oponíveis contra a Fazenda Pública, uma vez que o pagamento indicado foi encontrado, encontrandose, todavia, totalmente alocado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado da decisão o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade. Sinteticamente, sustenta a inconstitucionalidade da COFINS recolhida em razão de no período estar em vigor a Súmula STJ n. 276 e entender que a exigência da contribuição sobre sociedades uniprofissionais seria indevida até 17 de setembro de 2008, quando admite que tributo finalmente teve sua constitucionalidade declarada pelo STF, quando do julgamento da ADI 4071. Sobreveio então o julgamento da DRJ, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 16038.293. Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário ao CARF, por meio do qual suscitou os argumentos já submetidos à DRJ, enfatizando a inconstitucionalidade da exação bem como a existência de remissão promovida pela lei 11.941/2009. É o relatório. Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10880.903063/201176 Acórdão n.º 3302005.945 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.932, de 26 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.903059/201116, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.932): "O Recurso Voluntário foi apresentado de forma tempestiva e revestese dos demais requisitos legais, razão pela qual o admito. Não tendo sido arguidas preliminares, é de se passar à análise do mérito. O cerne da controvérsia é deveras interessante, não é de competência deste colegiado, mas sim do Poder Judiciário, contudo merece ser mencionada para a devida contextualização da matéria em discussão: Tratase da à possibilidade ou não de uma lei formalmente complementar, contudo materialmente ordinária, ser revogada por uma lei ordinária. Da solução desta polêmica decorre a tributação, ou não, das sociedades uniprofissionais, isentadas da COFINS pela Lei Complementar n. 70/91, mas que a referida isenção foi revogada pela Lei Ordinária n. 9.430/96. Na tentativa de pacificar a matéria, no dia 14.05.2003 o STJ editou a Súmula n. 276 que dispunha que "As sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas de COFINS, irrelevante o regime tributário adotado". Contudo, no julgamento do RE 377.457/PR e RE 381.964/MG o STF admitiu a constitucionalidade da revogação da Lei Complementar (materialmente ordinária) pela Lei Ordinária e a Súmula STJ 276, o que na prática chancelou a tributação das sociedades uniprofissionais pela COFINS desde a entrada em vigor da Lei Ordinária n. 9.430/96. Em que pese o fato da enorme insegurança jurídica promovida pela alteração jurisprudencial, por força da SÚMULA CARF N. 02 a este Colegiado é vedado apreciar eventual inconstitucionalidade de norma jurídica em vigor. Em relação à exigência da COFINS sobre as sociedades uniprofissionais, este Colegiado possui entendimento consolidado no sentido de que deve ser reconhecida a isenção para sociedade civil prestadora de serviços profissionais em período anterior à publicação da Lei 9.430/96, sendo irrelevante o regime tributário que esta adote para fins do Imposto de Renda, conforme prevê a Súmula 276 do STJ, como se aduz do Acórdão n. 9303 Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10880.903063/201176 Acórdão n.º 3302005.945 S3C3T2 Fl. 5 4 002.036 proferido no Recurso Especial n. 15374.002049/0063, de relatoria da Ilma. Conselheira Nanci Gama, julgado em 10 de julho de 2012. Contudo, os valores tratados nos presentes autos dizem respeito a período posterior, no qual encontrase em vigor legislação que determina a tributação das sociedades uniprofissionais pela COFINS, cuja constitucionalidade foi reconhecida pelo Pretório Excelso. Neste sentido vale destacar que a declaração da constitucionalidade da revogação pelo STF, por ter natureza declaratória, possui efeitos ex tunc, ou seja, retroagido à data da entrada em vigor da norma revogante. Estando a atividade da Recorrente na região de incidência de norma fiscal impositiva, não há de se reformar a decisão atacada, que nega direito ao crédito tributário pretendido pela Recorrente. Em relação ao argumento da existência de remissão promovida pela lei 11.941/2009, também é certo que a concessão ou o reconhecimento da remissão não é matéria de competência da Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil, razão pela qual deve ser mantida a r. decisão atacada. Pelos motivos já expostos é de se negar provimento ao Recurso Voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 86DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10921.720231/2016-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 21/08/2012
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVO.
Não se conhece de recurso voluntário interposto fora do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/72.
Numero da decisão: 3302-006.041
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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INTEMPESTIVO. Não se conhece de recurso voluntário interposto fora do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Gilson Macedo Rosenburg Filho, Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 1. 72 02 31 /2 01 6- 71 Fl. 127DF CARF MF Processo nº 10921.720231/201671 Acórdão n.º 3302006.041 S3C3T2 Fl. 128 2 Relatório Por bem descrever a realidade dos fatos, adoto e transcrevo do relatório da decisão de piso de fls. 8285: Trata o presente processo de auto de infração lavrado para constituição de crédito tributário referente multa de ofício no valor de R$264.785,74 pela falta de recolhimento do Imposto sobre Produtos Industrializados na importação – IPI importação, multa de ofício e juros de mora. Depreendese da descrição dos fatos do auto de infração que o autuado registrou as Declarações de Importação DI nº 12/15350696 e a DI nº 12/1535081 5, ambas em 21/08/2012, para amparar a importação de veículo automotor, deixando de recolher o IPI Imposto sobre Produtos Industrializados incidente sobre a operação de importação, por força da liminar concedida ao amparo do Mandado de Segurança nº 501109331.2012.404.7201/SC. A ação judicial foi ajuizada no intuito de obter provimento jurisdicional para reconhecer a inexigibilidade do IPI, no caso de importação de veículo para uso próprio, por ferir o princípio da nãocumulatividade previsto no art. 153, §3º, inciso II da Constituição Federal de 1988, para a importação do bem realizado pelo impetrante. Em 07/08/2012 foi deferida liminar, na qual este solicitava a declaração da inexigibilidade do IPI na importação dos bens descritos acima. Em 11/09/2012 foi prolatada a sentença com resolução de mérito, mantendo a segurança pleiteada pelo contribuinte e confirmando a procedência do pedido de inexigibilidade do IPI na importação de bens procedentes do exterior. Em reexame, após apelação da União, em 14/03/2013, o Tribunal Regional Federal da 4a Região (TRF4) reformou a sentença de primeiro grau para denegar a segurança, declarando, assim, a exigibilidade do IPI na importação de veículo para uso próprio. Os embargos de declaração interpostos pelo contribuinte contra a decisão foram rejeitados. Os Recursos Extraordinário e Especial encontramse sobrestados, assim como o mérito, que aguarda decisão de tribunal superior. Segundo a fiscalização, o presente Auto de Infração não se encontra com a exigibilidade suspensa,visto que a interposição dos recursos extraordinário e especial, por si só, não tem o condão de suspender a exigibilidade do crédito. Sendo incidente o IPI na importação em tela e não havendo impeditivo para sua exigibilidade, foi lavrado auto de infração para exigência do tributo acrescido de multa de ofício, prevista no art. 80 da Lei nº 4.502/1964. Cientificado, o interessado apresentou impugnação em 27/05/2016 (fls. 64 a 73) na qual alega, em síntese que: o tributo está com a exigibilidade suspensa em virtude de depósito judicial integral do valor do tributo, realizado com intuito de pagamento, por certo que depositou o valor e renunciou ao direito que se funda a ação. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 10921.720231/201671 Acórdão n.º 3302006.041 S3C3T2 Fl. 129 3 muito embora o tributo estivesse exigível, o fisco em nenhum momento anterior ao depósito judicial e ao ato de desistência da ação, realizou qualquer ato de cobrança, de modo que o depósito integral do tributo cumulado com a renúncia ao direito que funda ação deve ser entendido como denúncia espontânea, nos termos do art. 138 do Código Tributário Nacional. é indevida a multa de ofício posto que a denúncia espontânea exclui a exigência de multa de ofício. Ao final solicita o acolhimento da presente impugnação, para que seja anulada a aplicação da multa de ofício, a suspensão do andamento do presente processo e reconhecida a denúncia espontânea do interessado. Em 16/06/2016, a unidade de origem intimou a contribuinte a sanear o processo, apresentando documentos de identificação que comprovassem assinaturas do representante legal e do interessado (fl. 77). A contribuinte foi cientificada dessa intimação por aviso de recebimento postal, em 27/06/2016 (fls. 78/79), não a tendo atendido até 27/07/2016, data do encaminhamento do processo para julgamento (fl. 80). Em 08 de março de 2017, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por unanimidade de votos, não conheceu da impugnação, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 21/08/2012 COMPROVAÇÃO DE LEGITIMIDADE. ASSINATURA E DOCUMENTAÇÃO DO REPRESENTANTE LEGAL E DO INTERESSADO. Não é conhecida impugnação que não é acompanhada de documentos de identificação que comprovem as assinaturas do representante legal e do interessado Intimado da decisão em 17.07.2017 (fls.91), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 25.08.2017 (fls. 8596), reproduzindo os mesmos argumentos tecidos em sede de impugnação, exceção apenas em relação a matéria concernente a regularização da representação processual. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator Conforme relatado anteriormente, o recurso voluntário interposto pela devedora solidária, ora Recorrente, foi protocolado em 25.08.2017 (fls. 8596), sendo esta data considerada como data de entrega para fins de exame de admissibilidade do referido recurso. Todavia, o prazo final para interposição do recurso voluntário era 16.08.2017, quartafeira, considerando que o contribuinte foi cientificado da decisão de piso em 17.07.2017, segunda, conforme Aviso de Recebimento de fl. 91. A planilha abaixo demonstra a cronologia dos atos procedimentais ocorridos nos autos: Fl. 129DF CARF MF Processo nº 10921.720231/201671 Acórdão n.º 3302006.041 S3C3T2 Fl. 130 4 Intimação Início do prazo Término do Prazo 30 dias Protocolo Recurso 17.07.2017 (segundafeira) 18.07.2014 (quartafeira) 16.08.2017 (quartafeira) 25.08.2017 (sextafeira) Com relação ao prazo para apresentar recurso voluntário, dispõe o artigo 33 do Decreto nº 70.235/72, a saber: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. A contagem do prazo previsto no dispositivo anteriormente citado, deve observar as determinações contidas no artigo 5º do mesmo diploma legal, "in verbis": Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Deste modo, considerando que a Recorrente foi cientificada da decisão de primeira instância em 17.07.2017, e somente apresentou recurso voluntário em 25.08.2017, depois de ultrapassado o prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência, concluise pela intempestividade do referido recurso. Ante o exposto, voto em não conhecer do recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Fl. 130DF CARF MF
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Numero do processo: 16095.000246/2008-75
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Sep 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. INSUFICIÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO.
Quando o recurso especial de divergência se refere a matéria que não afeta a denegação do direito material pleiteado, não há razão de pedir no recurso especial que justifique seu conhecimento. No caso, foi dado provimento ao Recurso Voluntário por motivo autônomo e suficiente, contudo, a recorrente somente se insurge contra um aspecto do lançamento que só afetaria o resultado da decisão se aquela matéria fosse também revista. Inexistindo recurso especial de divergência com relação àquele motivo autônomo, é despiciendo o presente recurso especial.
Numero da decisão: 9303-007.399
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (relator) e Jorge Olmiro Lock Freire. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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INSUFICIÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO. Quando o recurso especial de divergência se refere a matéria que não afeta a denegação do direito material pleiteado, não há razão de pedir no recurso especial que justifique seu conhecimento. No caso, foi dado provimento ao Recurso Voluntário por motivo autônomo e suficiente, contudo, a recorrente somente se insurge contra um aspecto do lançamento que só afetaria o resultado da decisão se aquela matéria fosse também revista. Inexistindo recurso especial de divergência com relação àquele motivo autônomo, é despiciendo o presente recurso especial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencidos os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (relator) e Jorge Olmiro Lock Freire. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Redator designado Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 02 46 /2 00 8- 75 Fl. 934DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 935 2 Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional (fls. 884 a 899), contra o Acórdão 3402004.392, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Sejul do CARF (fls. 863 a 882), sob a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2003, 2004, 2005 NULIDADE. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA. Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais e não se tratando das situações previstas no art. 59 do Decreto n. 70.235/1972, incabível falar em nulidade do lançamento tributário. CIDE. ROYALTIES. REMESSAS PARA O EXTERIOR. MOMENTO DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. O lançamento contábil (crédito em conta do passivo) não constitui, por si só, fato gerador da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, instituída pelo art. 2º da Lei nº 10.168, de 2000. A hipótese de incidência da CIDEroyalties exige que as importâncias sejam efetivamente pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a beneficiários domiciliados no exterior, por fonte situada no País. CIDE. ROYALTIES. REMESSAS PARA O EXTERIOR. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO IRRF. ILEGALIDADE. A base de cálculo da CIDE é o valor da remuneração do fornecedor domiciliado no exterior estipulada em contrato. Assim, a adição do IRRF a sua base de cálculo não possui amparo legal. Recuso voluntário provido. No seu Recurso Especial, ao qual foi dado seguimento (fls. 902 a 904), a PGFN contesta tãosomente a não inclusão do Imposto de Renda Retido na Fonte na base de cálculo da CIDE. O contribuinte apresentou Contrarrazões (fls. 915 a 928). É o Relatório. Voto Vencido Fl. 935DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 936 3 Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas Relator Preenchidos todos os requisitos e respeitadas as formalidades regimentais, conheço do Recurso Especial. No mérito – cabendo a esta instância julgadora tãosomente posicionarse quanto à divergência que lhe foi trazida à apreciação –, a discussão cingese à inclusão ("gross up") ou não do IRRF na base de cálculo da CIDERemessas ao Exterior. Este assunto, no âmbito da RFB, encontrase pacificado, via Solução de Divergência Cosit nº 17, de 29/06/2011: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE BASE DE CÁLCULO CIDE. PESSOA JURÍDICA BRASILEIRA. ASSUNÇÃO DO ÔNUS DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF). O valor do Imposto de Renda na Fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior compõe a base de cálculo da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE), independentemente de a fonte pagadora assumir o ônus imposto do IRRF. Dispositivos Legais: arts. 97 e 123 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; art. 682, inciso I, do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999; Art. 2º da Lei nº 10.168, de 29 de dezembro de 2000, com a redação dada pela Lei nº 10.332, de 19 de dezembro de 2001, e pela Lei nº 11.452, de 27 de fevereiro de 2007. A Jurisprudência majoritária desta 3ª Turma é no mesmo sentido, conforme Acórdão recente, de minha lavra (nº 9303005.982, de 29/11/2017), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2002, 2003, 2004 BASE DE CÁLCULO. CIDEREMESSAS AO EXTERIOR. VALOR TOTAL DA OPERAÇÃO, INCLUINDO O IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE COMO ANTECIPAÇÃO DO DEVIDO PELO DESTINATÁRIO. FATOS GERADORES E SUJEITOS PASSIVOS DIVERSOS, MAS COM INCIDÊNCIA SIMULTÂNEA. O valor do Imposto de Renda na Fonte incidente sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas ao exterior compõe a base de cálculo da contribuição, independentemente de a fonte pagadora assumir o ônus do imposto. Apesar de terem fatos geradores e sujeitos passivos diversos, ambos os tributos incidem de forma simultânea, quando realizado o pagamento. Caberá ao adquirente, na Fl. 936DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 937 4 qualidade de contribuinte, recolher a CIDE, e, na qualidade de responsável tributário, reter o imposto de renda. O valor da operação não se altera pela retenção, pois o instituto tem por fulcro apenas antecipar o devido pelo beneficiário no exterior em razão da obtenção da renda, já no momento do pagamento, para fins de facilitar o recolhimento do imposto e a sua fiscalização. Outro Acórdão, de 09/06/2016 (nº 9303004.142), em um Processo da NESTLÉ BRASIL, de relatoria do ilustre Conselheiro Demes Brito, também espelha este entendimento: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Anocalendário: 2005, 2006, 2007, 2008 CIDE. BASE DE CÁLCULO. A contribuição incide sobre as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas, a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente das obrigações contraídas, sendo considerada líquida a quantia enviada ao exterior. Sujeitase, subsidiariamente e no que couber, às disposições da legislação do imposto de renda, a qual que conceitua o IRRF como integrante da importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue, razão pela qual, na apuração da CIDE devese considerar o IRRF como integrante da importância paga, creditada, empregada, remetida ou entregue. A mesma empresa (gigante mundial do ramo alimentício) discutiu a mesma questão no Judiciário, tendo sido o TRF da 3ª Região claríssimo sobre a inclusão do IRRF da base de Cálculo da CIDE, em decisão publicada em 20/04/2016 (contra a qual foram opostos Embargos de Declaração pela autora, os quais foram pouco depois rejeitados, e interpostos Recursos Especial e Extraordinário, cuja admissibilidade ainda se encontra sujeita a apreciação pelo TRF): APELAÇÃO E REEXAME NECESSÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUTÁRIO. EXCLUSÃO DO IRRF DA BASE DE CÁLCULO DA CIDEROYALTIES PREVISTA NA LEI 10.168/00. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA SIMULTÂNEA, ENVOLVENDO SUJEITOS PASSIVOS DIVERSOS. CONCEITO DE RENDA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. SEGURANÇA DENEGADA. (grifei) 1. Nos termos da Lei 10.168/00, a CIDE tem por objetivo o custeio do Programa de Estímulo à Interação UniversidadeEmpresa para o Apoio à Inovação, tendo por fato gerador a transferência onerosa de tecnologia detida por residente ou domiciliado no exterior para pessoa jurídica. Sua base de cálculo será a contraprestação ofertada, a título de remuneração pela transferência. Fl. 937DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 938 5 2. O imposto de renda retido na operação, por força do art. 710 do RIR/99, tem por fato gerador a disponibilidade econômica ou jurídica da renda auferida pelo residente no exterior, tendo por base de cálculo também a contraprestação alcançada pela transferência. 3. Na espécie, não obstante terem fatos geradores e sujeitos passivos diversos, ambos os tributos incidem de forma simultânea, quando realizado o pagamento pela transferência da tecnologia. Caberá ao adquirente da tecnologia, na qualidade de contribuinte, recolher a CIDE, e, na qualidade de responsável tributário, reter o imposto de renda, tomando por base de cálculo de ambos o pagamento efetuado. 4. O valor da operação não se altera pela retenção, pois o instituto tem por fulcro apenas antecipar o que seria devido pelo titular da tecnologia no exterior pela obtenção da renda, já no momento do pagamento, para fins de facilitar o recolhimento do imposto e a sua fiscalização. 5. Entendimento obediente do previsto no art. 43 do CTN, pois nosso ordenamento adota um conceito de renda amplo para fins de tributação, bastando a sua disponibilidade econômica ou jurídica para a incidência tributária, independentemente do valor efetivamente auferido pelo contribuinte. Apesar do artigo questionado referirse ao imposto de renda, é plenamente aplicável à CIDE ROYALTIES, visto se valer do mesmo conceito ao caracterizar a base de cálculo da contribuição, como se percebe da redação idêntica utilizada no art. 2°, § 3°, da Lei 10.168/00 e no art. 710 do RIR/99. Ademais, o legislador não instituiu a dedução do IRRF do valor da operação para fins de incidência da CIDE, ou o inverso, até porque os contribuintes não são os mesmos. 6. Recurso de apelação e reexame necessário providos, denegandose a segurança com cassação da liminar. (Apelação/Reexame Necessário Nº 0016434 92.2011.4.03.6100/SP, Rel. Des. Federal Johonsom di Salvio, Publicação 20/04/2016) A transcrição de excertos do Voto do eminente Relator dispensa qualquer argumentação adicional: "O raciocínio fica mais claro se mantivermos o recolhimento do imposto de renda no momento do pagamento, mas agora de responsabilidade de seu contribuinte. Nesse caso, receberia os royalties devidos e recolheria a tributação, e tomaríamos como valor da operação aquele determinado no contrato, não descontando o Fl. 938DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 939 6 imposto de renda recolhido. Por que, tornando o adquirente o responsável tributário pelo recolhimento, o raciocínio seria diferente ? Não o é, até porque o valor pago é sim aquele acordado pelas partes contratantes, recaindo sobre o mesmo os tributos devidos. Tudo o que o adquirente faz é reter o imposto de renda devido pelo titular da tecnologia justamente em razão do valor recebido. Ao contrário do alegado pelas impetrantes, as normas em comento não trouxeram como base de cálculo o valor efetivamente pago, excluída a retenção, mas sim a disponibilidade de renda decorrente do contrato de transferência de tecnologia. Isso porque, conforme previsto no art. 43 do CTN, nosso ordenamento adota um conceito de renda amplo para fins de tributação, bastando a sua disponibilidade econômica ou jurídica para a incidência tributária, independentemente do valor efetivamente auferido pelo contribuinte. Apesar do artigo legal referirse ao imposto de renda, é plenamente aplicável à CIDE ROYALTIES, visto se valer do mesmo conceito ao caracterizar a base de cálculo da contribuição, como se percebe da redação idêntica utilizada no art. 2°, § 3°, da Lei 10.168/00 e no art. 710 do RIR/99. De forma a tornar a tributação mais próxima da realidade e atender à capacidade contributiva, o legislador elenca uma série de deduções da base de cálculo, possibilitando ao contribuinte reduzir o quantum tributário devido. O legislador não fez qualquer ressalva nesse sentido no caso, não permitindo a dedução do IRRF do valor da operação para fins de incidência da CIDE, ou o inverso, até porque os contribuintes não são os mesmos. Assim, ambos devem recair sobre o valor total do contrato, em respeito às normas de incidência em comento.” Matematicamente, teríamos o seguinte: Para se encontrar a base de cálculo da CIDE, há que tomar como referência o valor efetivamente remetido e fazer a recomposição (“cálculo por dentro” ou “gross up”) do valor bruto, antes da retenção do IRRF. Exemplifico: Valor do Contrato de Câmbio (Valor "Líquido" da Remessa): R$ 17.000,00 IRRF: 15 % Valor Bruto (Base de Cálculo da CIDE): R$ 17.000,00 / (10,15) = R$ 17.000,00 / 0,85 = R$ 20.000,00 Valor da CIDE: R$ 20.000,00 x 10 % = R$ 2.000,00. À vista do exposto, voto por dar provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 939DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 940 7 Voto Vencedor Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Redator designado Com a devida vênia ao i. Relator, tenho entendimento diverso em relação ao conhecimento do recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional. A autuação decorreu da remessa, a titulo de royalties, a beneficiários domiciliados no exterior, de valores correspondentes a 3% do faturamento bruto, sobre essas remessas a contribuinte recolheria o Imposto de Renda na Fonte e o CIDE. Ocorre que se observarmos o recurso voluntário que deu azo à decisão recorrida, veremos que ele conclui com os seguintes pedidos, à efl. 784: a) Preliminarmente, seja dado provimento ao presente Recurso Voluntário, cancelandose o Auto de Infração lavrado em face de sua patente iliquidez e da decadência dos débitos relativos aos meses de 1o de janeiro a 8 de maio de 2003; b) Caso este E. Tribunal supere as preliminares acima, por não acatálas ou por juízo de mérito favorável á Recorrente (art. 59, §3° do Decreto n° 70.235/72). requer seja julgada a matéria de fundo, dando provimento ao presente Recurso Voluntário, reformandose a r. decisão a quo para que sejam cancelados os débitos lançados, ante à impossibilidade de se interpretar o mero registro contábil como fato gerador da CIDERoyalties. c) Caso indeferidos os pedidos acima, requer seja cancelada a autuação para que se efetue a cobrança pura e simplesmente dos juros de mora, e, d) Por fim, como na remota hipótese de não se acatar os fundamentos anteriores, requer seja reconhecida a impossibilidade de inclusão do IRRF na base de cálculo da CIDE. (Negritei.) O acórdão recorrido apreciando o recurso e seus pedidos, que delimitariam a lide, deulhe provimento, sem indicar expressamente quaisquer das razões de decidir no dispositivo. Todavia, as ementas deixam claras essas razões: (a) inocorrência do fato gerador da CIDE , pelo mero crédito contábil da contribuição, no passivo e (b) exclusão do IRRF da base de cálculo da CIDE. A seguir, para fins de esclarecimento, encontramse reproduzidos as ementas da decisão recorrida: NULIDADE. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. INEXISTÊNCIA. Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais e não se tratando das situações previstas no art. 59 do Decreto n. 70.235/1972, incabível falar em nulidade do lançamento tributário. Fl. 940DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 941 8 CIDE. ROYALTIES. REMESSAS PARA O EXTERIOR. MOMENTO DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. O lançamento contábil (crédito em conta do passivo) não constitui, por si só, fato gerador da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, instituída pelo art. 2º da Lei nº 10.168, de 2000. A hipótese de incidência da CIDEroyalties exige que as importâncias sejam efetivamente pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a beneficiários domiciliados no exterior, por fonte situada no País. CIDE. ROYALTIES. REMESSAS PARA O EXTERIOR. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DO IRRF. ILEGALIDADE. A base de cálculo da CIDE é o valor da remuneração do fornecedor domiciliado no exterior estipulada em contrato. Assim, a adição do IRRF a sua base de cálculo não possui amparo legal. Daí se pode observar que à contribuinte, dos quatro pedidos constantes no recurso voluntário, somente não lhe foi favorável aquele relativo à preliminar de nulidade (item "a"), conforme se extrai do voto do relator, à efl. 873: Assim, o trabalho de apuração do crédito da CIDE pela Fiscalização no presente lançamento foi equivocada. Contudo, não é o caso de nulidade do auto de infração, mas sim da necessidade de a unidade de origem ajustar os montantes sob cobrança para considerar os créditos da contribuição na forma estabelecida pela da Solução de Consulta COSIT n. 113/2015, de 11 de maio de 2015. De toda sorte, como se verá a seguir, a Recorrente possui razão quanto ao mérito de seu recurso, de modo que a questão preliminar do crédito fica prejudica, nos moldes do artigo 59, §3º do Decreto 70.235/72. (Negritei.) Quanto ao mérito, o pedido relativo à simples incidência de juros, item "c" não foi sequer apreciado no acórdão. Portanto, restaram os pedidos dos itens "b" e "d" do recurso voluntário. A requisição da contribuinte em seu recurso voluntário, relativa à não inclusão do IRRF na base de cálculo da CIDE, pedido d), decorria apenas da eventualidade de não ser acatado o argumento quanto à impossibilidade de aceitar os registros contábeis como momento da ocorrência do fato gerador do tributo, vinculada ao pedido b). Como o próprio fato gerador não foi acatado pelo acórdão a quo, em decorrência da decisão relativa ao pedido b), obviamente a argumentação quanto a estar ou não o IRRF incluso na base de cálculo da CIDE passou a ser desnecessária. Cancelar a autuação nesse ponto, como fez o acórdão, implicaria o cancelamento da exação. Tratarseia de eventual alteração do lançamento, com relação ao IRRF, apenas em caso de alteração do entendimento quanto ao fato gerador em sede de recurso especial de divergência, mas isso seria obter dictum relativamente ao próprio acórdão a Fl. 941DF CARF MF Processo nº 16095.000246/200875 Acórdão n.º 9303007.399 CSRFT3 Fl. 942 9 quo.Tanto é assim, que a questão dos juros, também posta entre os pedidos, nem mesmo foi abordada no aresto recorrido, nem necessitaria, pois a base de cálculo do principal foi afastada. Quando a Procuradora apresenta divergência apenas quanto ao IRRF ser ou não matéria tributável, sem apresentar qualquer divergência quanto ao decisum no tocante à manutenção do fato gerador da CIDEroyalties, conforme lançada, em nada se pode alterar o resultado do acórdão recorrido. Dessarte, sendo a única divergência suscitada despicienda para a alteração do conteúdo do acórdão, voto por não conhecer do recurso especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional, haja vista que a alegada divergência não implica qualquer alteração em relação ao decidido no aresto combatido. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 942DF CARF MF
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Numero do processo: 10783.905484/2009-15
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
CRÉDITOS BÁSICOS. CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC.
Nos termos do REsp. 1.035.847/RS, é devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ilegítima do Fisco ao seu aproveitamento. Ausente a hipótese de oposição nos presentes autos em que fora pleiteada a incidência da taxa SELIC.
REMISSÃO. ART. 14 DA MP No 449/08 CONVERTIDA NA LEI No 11.941/2009. CONDIÇÕES. NÃO ATENDIMENTO. MATÉRIA ESTRANHA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL.
Uma das condições para o benefício da remissão de débitos concedida pela MP nº 449/08 era que os débitos em 31/12/2007 deveriam estar vencidos há mais de cinco anos. Incabível cogitar em remissão tendo em vista o não atendimento de qualquer das condições.
Para aplicação do benefício é necessário que o sujeito passivo comprove que os débitos sejam alcançados pelo marco temporal do vencimento. As Turmas de Julgamento do CARF não têm competência para a análise da aplicação de remissões definidas em lei.
Numero da decisão: 3001-000.581
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Roberto da Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Marcos Roberto da Silva, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante.
Nome do relator: MARCOS ROBERTO DA SILVA
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CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Nos termos do REsp. 1.035.847/RS, é devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ilegítima do Fisco ao seu aproveitamento. Ausente a hipótese de oposição nos presentes autos em que fora pleiteada a incidência da taxa SELIC. REMISSÃO. ART. 14 DA MP No 449/08 CONVERTIDA NA LEI No 11.941/2009. CONDIÇÕES. NÃO ATENDIMENTO. MATÉRIA ESTRANHA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Uma das condições para o benefício da remissão de débitos concedida pela MP nº 449/08 era que os débitos em 31/12/2007 deveriam estar vencidos há mais de cinco anos. Incabível cogitar em remissão tendo em vista o não atendimento de qualquer das condições. Para aplicação do benefício é necessário que o sujeito passivo comprove que os débitos sejam alcançados pelo marco temporal do vencimento. As Turmas de Julgamento do CARF não têm competência para a análise da aplicação de remissões definidas em lei. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 90 54 84 /2 00 9- 15 Fl. 105DF CARF MF 2 Orlando Rutigliani Berri Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri (Presidente), Marcos Roberto da Silva, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Leite Cavalcante. Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação com saldo credor de IPI no 1º Trimestre de 2005, tendo por base o art. 11 da Lei nº 9.779/99, no valor de R$30.070,79 por meio da DCOMP 31249.56213.110805.1.3.017918. A DRF de Vitória/ES, em apreciação ao pleito da contribuinte, proferiu Despacho Decisório Eletrônico (efls. 12) homologando parcialmente a compensação declarada tendo em vista que o valor do crédito reconhecido foi insuficiente para compensar os débitos informados na PER/DCOMP em virtude de os débitos declarados se encontrarem vencidos. Com isso, a fiscalização efetuou o ajuste do referido valor com cobrança de multa de mora e juros de mora. Não satisfeita com a resposta do fisco, a Recorrente apresentou sua Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que (i) com a demora do fisco em reconhecer o Crédito Presumido do IPI do contribuinte (após 4 anos de sua solicitação), seria justo a atualização do crédito com correção monetária pela taxa Selic; (ii) que todo o saldo devedor seria amortizado se ocorresse a atualização monetária do crédito pela taxa Selic, restando, ainda, saldo credor; (iii) que a jurisprudência tem reconhecido o direito à correção monetária diante da demora do Fisco em reconhecer o crédito; (iv) que caso se entenda pela impossibilidade da correção do crédito, afirma que não poderia prosperar a cobrança, uma vez que o art. 14 da MP no 449/08 concede remissão a débitos de valor igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). A DRJ de Juiz de Fora julgou improcedente a manifestação de inconformidade, convalidando integralmente a homologação parcial consubstanciada no despacho decisório, conforme Acórdão no 0936.465 a seguir transcrito: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 COMPENSAÇÃO. DÉBITOS VENCIDOS. ACRÉSCIMOS MORATORIOS. INCIDÊNCIA. Na compensação, sobre os débitos vencidos, na data do encontro de contas (data de valoração) incidem multa de mora de 0,33% ao dia, limitada a 20%, e juros de mora calculados com base na taxa Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10783.905484/200915 Acórdão n.º 3001000.581 S3C0T1 Fl. 326 3 referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC. A falta de consignação dos acréscimos moratórios na DCOMP implicará a nãohomologação parcial da compensação e a exigência do tributo objeto da compensação não homologada com os respectivos acréscimos legais. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito em Litígio Inconformada com a decisão da DRJ, a Recorrente apresenta Recurso Voluntário contra a decisão de primeira instância alegando basicamente a atualização do crédito pela taxa Selic e a remissão dos débitos nos termos do art. 14 da MP 449/2008. Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Marcos Roberto da Silva Da competência para julgamento do feito O presente colegiado é competente para apreciar o presente feito, em conformidade com o prescrito no artigo 23B do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, com redação da Portaria MF nº 329, de 2017. Conhecimento O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Mérito A discussão objeto da presente demanda versa sobre a possibilidade de efetuar a correção monetária do crédito objeto do pedido de ressarcimento por intermédio da taxa Selic e, não sendo concedido, a remissão dos débitos da Recorrente. Fl. 107DF CARF MF 4 Inicialmente cabe destacar que a Recorrente pleiteou a compensação de débito de IRPJ no valor principal de R$30.070,79 vencido em 29/07/2005, cujo pedido de compensação ocorreu somente em 11/08/2005, data em que foi transmitida a Declaração de Compensação. Podese afirmar que tal fato é incontroverso visto que a própria recorrente confirma que os débitos estavam vencidos. Portanto, inevitavelmente cabe a aplicação da multa de mora e juros de mora sobre os referidos débitos. A DRF Vitória reconheceu a integralidade do crédito pleiteado pela Recorrente. Entretanto, observando a mora por parte da Recorrente, apurou o valor do débito de IRPJ acrescido de multa de mora e juros de mora, ocasionando uma diferença a pagar na qual não foi acobertada com o valor constante do crédito reconhecido. O argumento da Recorrente diante desta situação cingese na possibilidade de atualização monetária pela taxa Selic do crédito reconhecido pela administração pública após decorrido o lapso temporal de 44 (quarenta e quatro) meses. Segundo a Recorrente, esta atualização seria suficiente para cobrir o débito corrigido e que ainda restaria um saldo credor a seu favor. Cumpre, então, analisar a possibilidade jurídica da atualização dos créditos de ressarcimento de IPI nas circunstâncias em tela. A presente matéria foi objeto de análise por parte do Superior Tribunal de Justiça no REsp. no 1.035.847/RS, julgado na sistemática estabelecida pelo art. 543C do CPC, nos seguintes termos abaixo reproduzidos: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. “1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da não cumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. [...] Portanto, ficou decidido pelo STJ que não cabe correção monetária dos créditos escriturais de IPI. Entretanto, ocorrendo oposição administrativa ou normativa para utilização destes créditos, haveria uma descaracterização destes como escritural e, por conseguinte, poderia ocorrer a correção monetária. Retornando ao presente caso concreto, evidenciase que o ente estatal reconheceu a integralidade do crédito pleiteado pela Recorrente, o que descaracteriza a oposição ilegítima por parte da administração pública. Portanto, não há que se falar em Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10783.905484/200915 Acórdão n.º 3001000.581 S3C0T1 Fl. 327 5 aplicação da taxa Selic para atualização de créditos oriundos de pedidos de ressarcimento de IPI por ausência de previsão legal. Destaquese que este entendimento tem prevalecido nos julgados da Câmara Superior de Recursos Fiscais conforme o recente Acórdão de no 9303007.336 decidido em sessão realizada em 15/08/2018, in verbis: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÃO DE INSUMOS PERANTE PESSOAS FÍSICAS. POSSIBILIDADE DE APROVEITAMENTO. PRECEDENTE VINCULATIVO DO STJ. A restrição imposta pela IN/SRF nº 23/97 para fins de fruição de crédito presumido do IPI é indevida, sendo admissível o creditamento também na hipótese de aquisição de insumos de pessoas físicas. Precedente do STJ retratado no REsp nº 993.164 (MG), julgado sob o rito de recursos repetitivos, apto, portanto, para vincular este Tribunal Administrativo, nos termos do art. 62, §2° do RICARF. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INSUMOS ADQUIRIDOS VIA IMPORTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Somente geram direito ao crédito presumido de IPI os insumos adquiridos no mercado interno. Disposição expressa do art. 1º da Lei nº 9.363/96. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. FRETE. POSSIBILIDADE. Incluemse no cálculo do crédito presumido de IPI os valores dos fretes cobrados do Recorrente, referentes às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos exportados, cujas notas fiscais de aquisição se encontram identificadas nos documentos comprobatórios da prestação do serviço de transporte. CRÉDITO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. Não existe previsão legal para incidência da taxa Selic nos pedidos de ressarcimento de IPI. O reconhecimento da correção monetária com base na taxa Selic só é possível em face das decisões do STJ na sistemática dos recursos repetitivos, quando existentes atos administrativos que glosaram parcialmente ou integralmente os créditos, cujo entendimento neles consubstanciados foram revertidos nas instâncias administrativas de julgamento, sendo assim considerados oposição ilegítima ao aproveitamento de referidos créditos. (grifo da reprodução) CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. TAXA SELIC. OPOSIÇÃO ILEGÍTIMA DO FISCO. TERMO INICIAL. Fl. 109DF CARF MF 6 A aplicação da taxa Selic, nos pedidos de ressarcimento de IPI, nos casos de oposição ilegítima do Fisco, incide somente a partir de 360 (trezentos e sessenta) dias contados do protocolo do pedido. Antes deste prazo não existe permissivo legal e nem jurisprudencial, com efeito vinculante, para sua incidência. (grifo da reprodução) Analisemos, então, o questionamento da Requerente no que se refere a remissão dos débitos objeto da presente demanda por força do art. 14 da MP no 449/08, convertida na Lei no 11.941/09. Vejamos o que dispõe a citada norma: “Art. 14. Ficam remitidos os débitos com a Fazenda Nacional, inclusive aqueles com exigibilidade suspensa que, em 31 de dezembro de 2007, estejam vencidos há cinco anos ou mais e cujo valor total consolidado, nessa mesma data, seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais)” Fica claro que, extraindose da letra da lei, somente houve remissão dos débitos vencidos há cinco anos ou mais em 31 de dezembro de 2007, ou seja, vencidos até 31 de dezembro de 2002. O débito objeto da presente análise teve seu marco temporal de vencimentos ocorridos em 29/07/2005, portanto posteriores a data estabelecida na mencionada MP e, por conseguinte, excluído da norma de remissão. Há de se destacar que a situação de fato não se subsume ao disposto na lei. Outro sim, entendo ser correto o entendimento esposado na decisão de piso, na qual defende que a presente matéria de remissão é atinente a cobrança e, portanto, não pode ser objeto de análise por intermédio de recurso administrativo. Sendo da unidade da Receita Federal que circunscriciona o contribuinte a competência para análise de sua aplicação. Diante do exposto, voto negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Fl. 110DF CARF MF
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