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Numero do processo: 10930.904510/2012-52
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Sep 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 26/10/2010
COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado sob pena de desprovimento do recurso.
PROVAS. PRODUÇÃO. MOMENTO POSTERIOR AO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE.
O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o processo administrativo fiscal, em especial no Decreto 70.235/72. Não há como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal.
Numero da decisão: 3803-004.860
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: João Alfredo Eduão Ferreira
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GONCALVES & CIA LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. Para a homologação da DCOMP transmitida pelo sujeito passivo, é necessária a demonstração da liquidez e certeza do crédito de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 26/10/2010 COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. COMPROVAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. Compete ao contribuinte a apresentação de livros de escrituração comercial e fiscal ou de documentos hábeis e idôneos à comprovação do crédito alegado sob pena de desprovimento do recurso. PROVAS. PRODUÇÃO. MOMENTO POSTERIOR AO RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. O momento de apresentação das provas está determinado nas normas que regem o processo administrativo fiscal, em especial no Decreto 70.235/72. Não há como deferir produção de provas posteriormente ao Recurso Voluntário por absoluta falta de previsão legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 45 10 /2 01 2- 52 Fl. 87DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 18/ 08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 2 Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. Relatório Trata o presente processo de PER/DCOMP, transmitido pelo contribuinte, em que pretende compensar apontado crédito de natureza tributária para com débito por ele apurado, ambos indicados em PER/DCOMP (efl 2/6), referente aos períodos e valores ali descritos e analisados no bojo deste processo. O pagamento foi identificado, mas constatouse que o mesmo foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, segundo dados do Despacho Decisório, dessa forma, o direito creditório não foi reconhecido e a compensação declarada resultou não homologada. Intimado a recolher o crédito tributário decorrente da não homologação da compensação, o contribuinte manifestou a sua inconformidade tempestivamente, argumentando o que se segue: a) Afirma seu direito ao recebimento do recurso, bem assim o regular processamento dos autos para julgamento pelo órgão competente; b) Alega que o despacho decisório está eivado de nulidades, pois não houve esclarecimentos quanto à suposta indisponibilidade de crédito e não foi analisada qualquer situação que legitima o crédito postulado; c) Alega não ter meio de se defender por desconhecimento da indisponibilidade e que o despacho decisório não dispõe de qualquer esclarecimento, inclusive em relação ao significado de “disponibilidade de crédito”, o que lhe parece se tratar do encontro de contas realizado pelo sistema da Receita Federal entre o débito recolhido através do Darf e o Crédito declarado em DCTF. Não restando crédito disponível para ser restituído; d) Alega o cerceamento ao seu direito de ampla defesa, pois não foi intimado a fazer os esclarecimentos necessários e a autoridade administrativa não motivou sua decisão, a qual não passou pelo crivo de um Auditor Fiscal para confirmar a suposta indisponibilidade, dessa forma a não homologação desta compensação ocorreu por uma questão de sistema de informática, sendo assim o crédito sequer foi apreciado; e) Afirma, quanto ao mérito, que utilizou de valores que indevidamente integravam a base de cálculo do tributo, conforme teses já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, e que por esta razão postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior; f) Alega que não há como apresentar os documentos comprobatórios do direito alegado, já que nem a autoridade administrativa sabe ao certo o motivo do indeferimento, tampouco a interessada, devendo ser aplicada a regra autorizadora de produção posterior das provas. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 18/ 08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904510/201252 Acórdão n.º 3803004.860 S3TE03 Fl. 11 3 A 3ª Turma da DRJ/CTA julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório, ementando sua decisão nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO [...] NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INTIMAÇÃO PARA ESCLARECIMENTOS. A ausência de pedido de esclarecimentos na fase preparatória do procedimento fiscal não caracteriza cerceamento do direito de defesa, que é assegurado na fase do contraditório, inaugurada com a manifestação de inconformidade. COFINS. BASE DE CÁLCULO. JULGAMENTO PELO STF. Aplicase a disposição do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, até a sua revogação pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que o julgamento do STF pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo contida naquele dispositivo não tem efeito erga omnes, pois a decisão foi em Recurso Extraordinário e não em ADIN, só aproveitando, por isso, às partes envolvidas, não podendo beneficiar ou prejudicar terceiros. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformado, o sujeito passivo protocolou recurso voluntário, por meio do qual repete os argumentos expostos em manifestação de inconformidade, chegando a afirmar tratarse de um acórdão eletrônico, à semelhança do despacho decisório, sem que tenha sido submetido ao crivo de um auditor fiscal/colegiado para analisar essas situações. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Dos pedidos de nulidade. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 18/ 08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 4 O contribuinte defende a nulidade do despacho decisório e do acórdão da DRJ por falta de motivação de seus atos, o que impossibilitou sua defesa. Entendemos que não seja obrigatória, na fundamentação do despacho decisório, a indicação expressa dos dispositivos legais e constitucionais em que se sustenta, desde que haja consonância dos argumentos utilizados com a jurisprudência e com o ordenamento jurídico vigente. Ressaltamos que o despacho decisório é processado de forma eletrônica, realizando o encontro dos valores constantes no sistema da Receita Federal do Brasil RFB. Como confessado pelo próprio contribuinte sua DCTF do período estava erroneamente preenchida, e esta informação estava inserida no sistema da RFB, ou seja, de fato o contribuinte não possuía créditos a serem ressarcidos no confronto dos valores declarados como devidos (DCTF) e daqueles que efetivamente foram recolhidos (DARF). As principais nulidades no processo administrativo fiscal estão disciplinadas nos artigos 59 e 60 do Decreto n.º 70.2351, de 1972, não identificamos nenhuma das hipóteses de nulidade presente no despacho decisório, muito menos ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa, tanto que o recorrente pode fazer sua defesa de forma ampla e teve a oportunidade de provar seu direito creditório em pelo menos duas oportunidades distintas, uma quando da manifestação de inconformidade e outra quando interpôs recurso voluntário. O Despacho Decisório aponta como enquadramento legal os artigos 165 e 170 do CTN e artigo 74 da Lei 9.430/96. Tanto o artigo 170 do CTN quanto o 74 da Lei 9.430/96, reforçam o direito do contribuinte em compensar os seus débitos com crédito líquidos e certos, fica claro que a liquidez e certeza do crédito tributário é que ficou comprometida ante as informações prestadas pelo contribuinte, em especial no confronto da DCTF com o DARF recolhido, portanto, entendemos que não há que se falar em nulidade do Despacho Decisório por falta de fundamentação. Da mesma sorte, não identificamos qualquer hipótese de nulidade no acórdão proferido pela DRJ. A manifestação de inconformidade foi devidamente submetida ao crivo de um colegiado que fundamentou coerentemente sua decisão com base no Decreto 70.235, de 1972, além de trazer decisão da Câmara Superior de Recursos Fiscais do então Conselho de Contribuintes. Dessa forma a recorrente poderia usufruir do direito ao contraditório e à ampla defesa. Não identificamos qualquer cerceamento à defesa do contribuinte. Mérito e comprovação do crédito. 1 Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) Art. 60. As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 18/ 08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904510/201252 Acórdão n.º 3803004.860 S3TE03 Fl. 12 5 As compensações se prestam ao encontro de contas, entre um débito tributário e um crédito líquido e certo da contribuinte contra a Fazenda Pública, conforme determina o artigo 170 do CTN. “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.” Neste mesmo sentido expressase o artigo 74 da Lei 9.430. Daí concluirse que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior do tributo, desse modo, a fim de comprovar a existência do crédito alegado, a interessada deve instruir sua defesa, em especial a manifestação de inconformidade, com documentos que respaldem suas afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972: “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” O recorrente afirma que utilizou de valores que indevidamente integraram a base de cálculo do tributo, conforme teses já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal, e que por esta razão postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior. Apesar de se referir a algumas teses de forma genérica, o contribuinte não expôs com exatidão quais delas teria usado para justificar a redução da base de cálculo. Muito menos demonstrou quais os valores que acredita não integrarem a referida base de cálculo, o que de fato impede a análise dos argumentos expostos e não prova a disponibilidade de crédito. Na mesma esteira, admitindose por hipótese, o direito subjetivo do contribuinte, o que não é o caso, mais uma barreira se ergueria em desfavor da requerente, qual seja, a absoluta falta de provas da existência do crédito requerido. O inciso III do artigo 16 do Decreto 70.235/72 determina que as provas que justifiquem as alegações do contribuinte devem ser trazidas na impugnação. Não há nos autos qualquer elemento de prova que ateste o crédito pretendido, não identificamos Notas Fiscais, Escrita Fiscal, Escrita Contábil, Livro de Apuração, Livro Diário, Livro Razão, planilhas demonstrativas, ou qualquer outro documento que possibilite, minimamente que seja, a sua aferição. No processo administrativo fiscal, assim como no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é de quem alega a sua existência, ou seja, do interessado, é assim que dispõe a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 no seu artigo 36: Fl. 91DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 18/ 08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 6 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido os artigos 330 e 396 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973CPC: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar lhe as alegações. Quem alegou a existência de crédito foi o contribuinte, portanto, cabe a este provar o alegado crédito e não transferir tal ônus para a RFB. Da apresentação das provas. O artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 em seu § 4º determina, ainda, o momento processual para a apresentação de provas no processo administrativo fiscal, bem como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir: “§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” A análise da norma supracitada é clara e direta ao estabelecer o momento correto a serem carreadas as provas a fim de substanciar os argumentos da interessada, qual seja, na manifestação de inconformidade, contudo, esta turma recursal tem firmado entendimento no sentido de admitir, excepcionalmente, a análise de provas trazidas em sede de recurso voluntário, quando estas não dependam de análise técnica aprofundada e sejam complementares às provas trazidas em Manifestação de Inconformidade, entretanto, mesmo neste momento processual, nenhuma prova foi carreada aos autos. Não há como deferir o pedido do contribuinte por produção de provas posteriores a este ato, por absoluta falta de previsão legal. Conclusão. Pelo exposto, rejeito as preliminares de nulidade e no mérito NEGO PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 92DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 18/ 08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 10930.904510/201252 Acórdão n.º 3803004.860 S3TE03 Fl. 13 7 João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 93DF CARF MF Impresso em 16/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 18/ 08/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/09/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10073.720010/2011-26
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 29 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1302-000.288
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria, converter o julgamento em diligência, vencido o Relator que a propunha em outros termos. Designado Redator para a resolução o Conselheiro Márcio Frizzo.
(assinado digitalmente)
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Presidente e relator.
(assinado digitalmente)
MARCIO RODRIGO FRIZZO Relator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR (Presidente), EDUARDO DE ANDRADE, HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, MARCIO RODRIGO FRIZZO, LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, WALDIR VEIGA ROCHA, GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA.
Ausente momentaneamente o Conselheiro HELIO EDUARDO DE PAIVA.
Relatório
Nome do relator: Não se aplica
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria, converter o julgamento em diligência, vencido o Relator que a propunha em outros termos. Designado Redator para a resolução o Conselheiro Márcio Frizzo. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Presidente e relator. (assinado digitalmente) MARCIO RODRIGO FRIZZO Relator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR (Presidente), EDUARDO DE ANDRADE, HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, MARCIO RODRIGO FRIZZO, LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, WALDIR VEIGA ROCHA, GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA. Ausente momentaneamente o Conselheiro HELIO EDUARDO DE PAIVA. Relatório
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Recorrente BR METALS FUNDIÇÕES LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria, converter o julgamento em diligência, vencido o Relator que a propunha em outros termos. Designado Redator para a resolução o Conselheiro Márcio Frizzo. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR – Presidente e relator. (assinado digitalmente) MARCIO RODRIGO FRIZZO – Relator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR (Presidente), EDUARDO DE ANDRADE, HELIO EDUARDO DE PAIVA ARAUJO, MARCIO RODRIGO FRIZZO, LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, WALDIR VEIGA ROCHA, GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA. Ausente momentaneamente o Conselheiro HELIO EDUARDO DE PAIVA. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 00 73 .7 20 01 0/ 20 11 -2 6 Fl. 375DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2014 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 13/06/201 4 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10073.720010/201126 Resolução nº 1302000.288 S1C3T2 Fl. 370 2 Relatório Versa o presente processo sobre recurso de voluntário, interposto pelo contribuinte em face do Acórdão nº 1253.174 da 5ª Turma da DRJ/RJ1, cuja ementa assim dispõe: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 MULTA ISOLADA. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. APRECIAÇÃO. VEDAÇÃO. Não compete à autoridade administrativa manifestarse quanto à inconstitucionalidade ou ilegalidade das leis, por ser essa prerrogativa exclusiva do Poder Judiciário. MULTA ISOLADA. AUDITORIA DIGITAL. NÃO APRESENTAÇÃO DE ARQUIVOS OU INOBSERVÂNCIA AO PRAZO PARA APRESENTAÇÃO. PROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO. A não apresentação de arquivos digitais, ou a inobservância ao prazo em que devem ser apresentados, acarreta a imposição de multa de dois centesimos por cento do valor da receita bruta da pessoa jurídica do anocalendário a que se referem os arquivos exigidos, por dia de atraso, limitados ao percentual de um por cento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido”. A recorrente tomou ciência da decisão recorrida em 03/05/2013 (cf. Termo a fls. 350) e interpôs recurso voluntário em 04/06/2013 (cf. Termos a fls. 351 e 368), no qual alega, em apertada síntese, as seguintes razões de defesa: a) que o castigo da multa regulamentar passível de redução fora aplicado à Recorrente em virtude de suposto não fornecimento no prazo estabelecido das informações solicitadas no curso do procedimento fiscal, através dos termos de intimação fiscais de 14/04/2009 e 14/08/2009; b) que restou fixado a Contribuinte a multa regulamentar de 1% da receita bruta do período relacionado, indicado como o anocalendário de 2007, no importe de R$ 4.036.386,51 (quatro milhões e trinta e seis mil e trezentos e oitenta e seis reais e cinqu enta e um centavos); c) que a Recorrente havia cumprido com as solicitações formuladas pelo Auditor Fiscal no curso do procedimento fiscal, entregando, tempestivamente os arquivos com informações contábeis dos períodos requeridos, conforme comprova a documentação carreada aos autos; d) que há descrição no Auto de mais de um dispositivo legal punitivo e, num mesmo dispositivo, de mais de uma capitulação com idêntica penalização, impedindo assim a tipificação da infração administrativa e a especificação Fl. 376DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2014 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 13/06/201 4 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10073.720010/201126 Resolução nº 1302000.288 S1C3T2 Fl. 371 3 do comando legal em debate e promovendo o cerceamento da defesa da Contribuinte Recorrente, tornando o Auto nulo; e) que dentre todas as diferentes bases legais invocadas pelo Sr. Fiscal deveria ter sido aplicada a mais benéfica ao contribuinte, o que não ocorreu; f) que, à parte as discussões fáticas e de nulidade, é declarado que não há vínculo entre as bases de cálculos eleitas às penalidades e os desvalores a serem repelidos, mostrandose inconstitucionais os dispositivos atacados; g) que o Sr. Fiscal se furtou a especificar qual a capitulação da penalidade imposta, seja ao indicar mais de um artigo de lei punitiva, seja ao indicar artigo com mais de uma capitulação em seu bojo; h) que, em um parágrafo, o Agente Autuador indica que a punição aplicada é de 1% (um por cento) da receita bruta do anocalendário de 2007 e no seguinte, quando descreve o enquadramento legal, apregoa um sem fim de capitulações, sendo de R$ 5.000,00 de multa por mês de descumprimento, quantum descrito no art. 57 da MP 215835/01, à punições em percentuais que variam de 0,2% a 5%, determinadas pelo art. 12º da Lei Federal n.º 8.218/1991 e com bases de cálculo diferenciadas entre si; i) que, mesmo que se diga que o deslize do Auditor Fiscal não foi capaz de causar prejuízo ao direito fundamental de ampla defesa da Recorrente porque esta indicou o quantum percentual da penalidade aplicada, de 1% (um por cento), implicando a aplicabilidade do art. 12 da Lei Federal n.º 8.218/1991, outro fator deve ser considerado, qual seja, que o mencionado artigo contém mais de um inciso com a indicação de mesmo percentual, porém ambos contendo bases de cálculo distintas: uma, calculada sobre os dias de atraso; outra, imputável sobre o valor da operação; j) que a deficiência na tipificação do ilícito administrativo cometido escancara a deficiência material do auto e promove o cerceamento da defesa da Recorrente, justificando a declaração de nulidade do Auto de Infração e Imposição de Multa atacado; k) que é manifesto que os documentos foram entregues ao Sr. Auditor no decorrer do procedimento fiscalizador, permitindo o escopo da averiguação pretendida; l) que, 11 de maio de 2009, a Recorrente tempestivamente entregou à fiscalização quase todos os arquivos com informações contábeis dos períodos requeridos, conforme comprova a documentação carreada aos autos, respeitando o prazo regulamentar de 20 dias, faltando apenas a validação de alguns deles; m) que, em 03/09/2009 a Recorrente, após requerer duas dilações de prazo, apresentou os arquivos faltantes; n) que, porém, parte dos arquivos, apesar de gerados, formatados e transmitidos, não haviam sido validados pelo programa da Receita Federal criado para tal em função de incompatibilidades técnicas; o) que, em virtude desta situação, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento concluiu pela manutenção do auto de infração, alegando que os arquivos seriam imprestáveis, e, portanto, considerados não entregues; p) que, no escopo do § 3.º do art. 11 da Lei Federal n.º 8.218/1991, a própria regulamentação da forma e do prazo em que os arquivos digitais e os Fl. 377DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2014 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 13/06/201 4 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10073.720010/201126 Resolução nº 1302000.288 S1C3T2 Fl. 372 4 sistemas de processamento eletrônico de dados contábeis e fiscais deveriam ser apresentados é maleável, de forma a permitir a apresentação em formato diverso daquele definido em normativo infralegal, pois é o que determina, por exemplo, o § 2.º do art. 3.º da IN SRF n.º 86/2001 e o art. 2.º do Ato Declaratório Executivo COFIS n.º 15/2001; q) que fosse superada a ausência de suporte fático a penalidade aplicada, é necessário que se diga que padecem de inconstitucionalidade as bases de cálculo possíveis, já que indeterminada, para mensurar a punição imposta; r) que o art. 57 da Medida Provisória n.º 2.15833, também relatado pelo Agente Autuador no enquadramento legal da penalidade, apregoa multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mêscalendário àqueles que não fornecerem tempestivamente informações ou esclarecimentos necessários, logo, a multa deveria ser mensurada no montante de R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), equivalente aos meses de janeiro a setembro de 2007, cujos arquivos relacionados não teriam sido entregues no prazo exigido, e não na quantia de mais de quatro milhões de reais, absurdo valor exigido; s) que a própria Delegacia de Julgamento ratificou o entendimento do Sr. Fiscal de que a autuação teria estes diversos fundamentos; t) que havendo qualquer tipo de dúvida no enquadramento legal da penalidade, deve ser aplicada aquela mais benéfica; u) que, caso não se entenda aplicável a penalidade prevista no artigo 57, I, da MP 215835/01, temos que no bojo do artigo 12 da Lei 8.218/91 existem três tipos de penalidade, sendo que os fatos narrados pelo Sr. Fiscal não apontam para a multa aplicada; v) que interpretação dos três incisos acima citados, evidenciase que os fatos narrados pelo Sr. Fiscal e pela Delegacia de Julgamento, apontam para a infração prevista no inciso I, isto é: “aos que não atenderem à forma em que devem ser apresentados os registros e respectivos arquivos”, pois de tudo que consta nos autos verificase que a Recorrente apresentou os arquivos magnéticos solicitados, no entanto, parte deles não estavam validados pelo sistema da Receita Federal; w) caso se entenda que a Recorrente praticou algum tipo de infração, seria esta quando à forma de entrega dos arquivos, não podendo ser desconsideradas as informações prestadas no curso da fiscalização e, sendo este o caso, a multa deveria ser de 0,5% da receita bruta anual, e não 1% como aplicado no presente. É o relatório. Fl. 378DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2014 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 13/06/201 4 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10073.720010/201126 Resolução nº 1302000.288 S1C3T2 Fl. 373 5 Voto Conselheiro Marcio Rodrigo Frizzo. Notase dos autos que a impugnação foi assinada pela Dra. Nathália Guedes Brum (fl.241), cuja procuração encontrase juntada aos autos (fl. 249), enquanto o recurso voluntário foi assinado pela Dra. Marli Emiko Ferrari Okasako, cujo nome não consta na procuração juntada aos autos (fls. 249) e nem há procuração anexada ao recurso voluntário. Em tempo, o protocolo do recurso voluntário foi realizado por meio do portal e Cac, o que indica a existência de procuração em seu favor. Todavia, em consulta realizada durante a sessão, foi verificada a ausência de poderes para apresentar recurso voluntário. Dessa forma, considerando o princípio da instrumentalidade, segundo o qual o processo não é um fim em si mesmo, mas um instrumento para realização do direito material, e aplicando subsidiariamente o art. 13 do Código de Processo Civil, esta Turma, por maioria, entendeu necessário converter o julgamento em diligência, a fim intimar a parte para regularizar a representação processual em 30 (trinta) dias, sob as penas legais. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto. (assinado digitalmente) Márcio Rodrigo Frizzo Relator Fl. 379DF CARF MF Impresso em 29/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2014 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 13/06/201 4 por MARCIO RODRIGO FRIZZO, Assinado digitalmente em 28/09/2014 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13888.917218/2011-70
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001
Ementa:
COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE.
Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3801-003.954
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário no sentido de se reconhecer o direito à restituição dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001 Ementa: COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberando-se, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixa-se de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário no sentido de se reconhecer o direito à restituição dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1948; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 69 1 68 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.917218/201170 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3801003.954 – 1ª Turma Especial Sessão de 24 de julho de 2014 Matéria Receitas Financeiras Recorrente ROMINOR COMÉRCIO, EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2001 a 31/12/2001 Ementa: COFINS. BASE DE CÁLCULO. ALTERAÇÃO DA LEI Nº 9.718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. Declarada a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo plenário do STF, em sede de controle difuso, e tendo sido, posteriormente, reconhecida por aquele Tribunal a repercussão geral da matéria em questão e reafirmada a jurisprudência adotada, deliberandose, inclusive, pela edição de súmula vinculante, deixase de aplicar o referido dispositivo, conforme autorizado pelos Decretos nºs 2.346/97 e 70.235/72 e pelo Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário no sentido de se reconhecer o direito à restituição dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 91 72 18 /2 01 1- 70 Fl. 69DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13888.917218/201170 Acórdão n.º 3801003.954 S3TE01 Fl. 70 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). Fl. 70DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13888.917218/201170 Acórdão n.º 3801003.954 S3TE01 Fl. 71 3 Relatório Por bem relatar os fatos transcrevo o relatório da DRJ de Ribeirão Preto, assim expresso: Trata o presente de PER/DCOMP (Pedido de Ressarcimento ou Restituição e Declaração de Compensação), cujo crédito provém de pagamento indevido ou a maior da Cofins referente ao fato gerador de... A DRF/Piracicaba, por meio do despacho decisório (eletrônico) de fl., indeferiu o pedido de restituição, porquanto o Darf relativo ao crédito indicado no PER/DCOMP já havia sido utilizado para extinguir a própria contribuição, não restando crédito a restituir. Cientificada do despacho e inconformada com o indeferimento de seu pedido, a interessada apresentou a manifestação de inconformidade às fls. 2/8, alegando, em resumo, que a ampliação da base de cálculo da contribuição, prevista no § 1o do art. 3o da Lei no 9.718, de 1998, foi declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) no 346.084/PR. Assim, somente seriam tributáveis as receitas provenientes da venda de bens e serviços, o faturamento propriamente dito, sendo excluídos os valores recebidos a título de receitas financeiras e outras receitas. Tanto é assim que o referido § 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718, de 1998, foi revogado pelo art. 79 da Lei n.º 11.941, de 2009. Argumenta também que o Conselho de Contribuintes vem decidindo nesse sentido, conforme julgados cujas ementas transcreve. Conclui requerendo a reforma da decisão combatida com o conseqüente deferimento do pedido de restituição da parcela da contribuição indevidamente paga. A DRJ julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade com base na seguinte ementa: CONSTITUCIONALIDADE. DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ALCANCE. A decisão do Supremo Tribunal Federal, prolatada em Recurso Extraordinário, não possui efeito erga omnes. CONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13888.917218/201170 Acórdão n.º 3801003.954 S3TE01 Fl. 72 4 A instância administrativa não possui competência para se manifestar sobre a constitucionalidade das leis. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório não Reconhecido A Recorrente apresenta o presente Recurso Voluntário se valendo dos mesmo argumentos apontados na Manifestação de Inconformidade. É o que importa relatar. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13888.917218/201170 Acórdão n.º 3801003.954 S3TE01 Fl. 73 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, relator. Conforme apontado tratamse de pedidos de Restituição/Compensação de valores pagos a maior em decorrência da indevida ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS pelo § 1º do art. 3º da Lei n.º 9.718/1998, declarada inconstitucional pelo Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, Relator Ministro Marco Aurélio, conforme ementa abaixo colacionada: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. Destacase, nesse aspecto, que a matéria foi reconhecida como de “Repercussão Geral” e julgada pelo Supremo Tribunal Federal, conforme decisão proferida no RE 585.235. Assim, considerandose o disposto no art. 62A da Portaria MF n.º 256, de 22 de junho de 2009, alterada pela Portaria MF n.º 586, de 21 de dezembro de 20101 (Regimento 1 Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (alterações introduzidas pela Port. MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010). Fl. 73DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13888.917218/201170 Acórdão n.º 3801003.954 S3TE01 Fl. 74 6 Interno do CARF), devese afastar a tributação do PIS e da COFINS exigidas com base no disposto no art. 3º, § 1º, da Lei n.º 9.718, de 1998. Evidentemente, tais decisões vinculam a autoridade administrativa. Nada obstante, o órgão judicante a quo esqueceuse do dever da autoridade preparadora em zelar pela instrução na busca da verdade material, a teor do disposto na Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, artigo 292, artigo 36, inteligência do artigo 37, artigo 38 e artigo 393. Negar o direito da contribuinte ao aproveitamento de seu crédito configuraria enriquecimento sem causa do Estado. Especificamente quanto à verdade material, transcrevo oportunas lições de Marcos Vinicius Neder e de Maria Tereza Martinez López: Em decorrência do princípio da legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fato gerador e a constituição do crédito tributário, devendo o julgador pesquisar, exaustivamente se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade, independente do alegado e provado, Odete Medauar preceitua que "o princípio da verdade material ou verdade real, vinculado ao princípio da oficialidade, exprime que a Administração deve tomar decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos sujeitos Para tanto, tem o direito de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos. 2 Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizamse de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias. § 1º. O órgão competente para a instrução fará constar dos autos os dados necessários à decisão do processo. § 2º. Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados devem realizarse do modo menos oneroso para estes. 3 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo. § 1º. Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão. § 2º. Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias. Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13888.917218/201170 Acórdão n.º 3801003.954 S3TE01 Fl. 75 7 Segundo Alberto Xavier, a lei concede ao órgão fiscal meios instrutórios amplos para que venha formar sua livre convicção sobre os verdadeiros fatos praticados pelo contribuinte. Nesta perspectiva, é lícito ao órgão fiscal agir sponte sua com vistas a corrigir os fatos inveridicamente postos ou suprir lacunas na matéria de fato, podendo ser obtidas novas provas por meio de diligências e perícias. 4 Em que pese o direito da interessada, do exame dos elementos comprobatórios, constatase que, no caso vertente, os documentos apresentados devem ser devidamente examinados para se apurar se os referidos créditos estão corretos. É importante consignar que compete a autoridade administrativa, com base na escrita fiscal e contábil, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. Ante ao exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário interposto pela interessada para reconhecer o direito à restituição dos pagamentos a maior da contribuição, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998. É como voto. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator 4 NEDER, Marcos Vinicius; LOPEZ, Maria Tereza Martinez. Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado 2ª ed. São Paulo: Dialética, 2004, p. 74. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 29/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 22/08/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/08/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10880.915894/2008-95
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Sep 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/07/2002
CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE.
Os órgãos julgadores administrativos não estão obrigados a examinar as teses, em todas as extensões possíveis, apresentadas pelas recorrentes, sendo necessário apenas que as decisões estejam suficientemente motivadas e fundamentadas.
ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO.
A partir da edição da Medida Provisória nº 1.858-6, de 29 de Junho de 1999, não são isentas das contribuições PIS e Cofins as receitas decorrentes de vendas de mercadorias às empresas situadas na Zona Franca de Manaus.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.841
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Sidney Eduardo Stahl que davam provimento integral, e a Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva que convertia em diligência para a apuração do direito creditório. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl fará declaração de voto. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Catarina Cavalcanti de Carvalho da Fonte, OAB/PE nº 30.248.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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NULIDADE. Os órgãos julgadores administrativos não estão obrigados a examinar as teses, em todas as extensões possíveis, apresentadas pelas recorrentes, sendo necessário apenas que as decisões estejam suficientemente motivadas e fundamentadas. ZONA FRANCA DE MANAUS. ISENÇÃO. A partir da edição da Medida Provisória nº 1.8586, de 29 de Junho de 1999, não são isentas das contribuições PIS e Cofins as receitas decorrentes de vendas de mercadorias às empresas situadas na Zona Franca de Manaus. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Sidney Eduardo Stahl que davam provimento integral, e a Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva que convertia em diligência para a apuração do direito creditório. O Conselheiro Sidney Eduardo Stahl fará declaração de voto. Fez sustentação oral pela recorrente a Dra. Catarina Cavalcanti de Carvalho da Fonte, OAB/PE nº 30.248. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes– Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 58 94 /2 00 8- 95 Fl. 126DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 11 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 12 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, uma vez que narra bem os fatos: Em 26/8/2008, Despacho Decisório não homologa Pedido Eletrônico de Restituição (PER)/Declaração de Compensação (DComp) de fl 1, por falta de crédito no Darf da contribuição acima citada (código de receita: 2172; fato gerador: 31/07/2002). O valor foi todo usado para quitar débitos e não restou saldo compensável. O débito confessado nesta declaração é de: Cofins Não Cumulativa; código de receita: 5856; de fevereiro de 2004; no valor de R$ 23.173,31 (fl 9). A base da decisão são os artigos 165 e 170, do CTN, e o art. 74, da Lei 9.430/96. Foram emitidas mais 90 Decisões, cada qual formando um processo (de 10880.915886 até 10880.915976, conjunto ao qual estes autos pertencem). Em 24/9/2008, a empresa deduz sua inconformidade (fl 11 e seguintes) na qual: diz que as Declarações de Compensação tratam de créditos do mesmo tipo e prova, não fracionáveis; pede para apensar todos os autos em um, para análise conjunta da defesa e das provas; argui: nulidade, pela falta de intimação prévia para prestar esclarecimentos; que devem ser apreciados os documentos ora juntados, sob pena de cerceamento; que recolheu indevidamente Pis e Cofins de abril de 1999 a fevereiro de 2004 em vendas à ZFM que não geram obrigação fiscal, pois equiparadas a exportação (DL 288/67); diz juntar as notas fiscais e demonstrativos da base da compensação, planilhas das bases de cálculo e demonstrativo contábil. Ao final, requer emissão de novo Despacho em face da prova e/ou homologação das compensações deste e dos demais autos que pleiteia anexar. Junta documentos da representação processual e societários. A DRJ em São Paulo I (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. Se o ato administrativo obedece às suas formalidades essenciais não há nulidade. CERCEAMENTO. INOCORRÊNCIA. Não fica configurado cerceamento quando o interessado é regularmente cientificado do despacho decisório, e lhe é possível apresentar sua irresignação no prazo legal. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. NÃO COMPROVAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). IMPOSSIBILIDADE. A vinculação total de pagamento a um débito próprio expressa a inexistência de direito creditório compensável e é circunstância apta a embasar Fl. 128DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 13 4 a nãohomologação de compensação. A alegação da existência de pagamento indevido ou a maior, desacompanhada de suficientes elementos comprobatórios, não é suficiente para reformar a decisão. VENDAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. DL 288/67. CONTRIBUIÇÃO SUPERVENIENTE. ISENÇÃO. DESCABIMENTO. O art. 4o do DecretoLei no 288/67 aplica a equiparação a tributo vigente em 28/2/67 e não projeta isenções futuras. A restrição era para os tributos existentes em vigor à época e não para contribuição social superveniente. Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário, instruído com diversos documentos, cujo teor é sintetizado a seguir. Em breve arrazoado, inicialmente, descreve os fatos inconformada com as premissas do acórdão recorrido. Em preliminar sustenta a nulidade do acórdão recorrido. Menciona que a leitura da decisão em referência não possibilita apontar com clareza e precisão qual a fundamentação utilizada pela autoridade julgadora para negar provimento à manifestação de inconformidade e não homologar o crédito compensado. Destaca que a referida decisão não deixa claro se a premissa para negar provimento à manifestação de inconformidade foi (i) a falta de comprovação de que a recorrente realizou operações de vendas com destino à Zona Franca de Manaus; (ii) se a recorrente não demonstra no mérito qual o fundamento de sua pretensão; (iii) ou se a recorrente não tinha direito à isenção da contribuição sobre as vendas com destino à Zona Franca de Manaus, ou qualquer outra. Insiste que a decisão foi construída com base em afirmações descuidadas, “soltas”, caracterizando verdadeiras ilações, mencionando institutos tributários (imunidade, isenção, alíquota zero) não discutidos na manifestação de inconformidade. No mérito, alega que recolheu indevidamente a contribuição, tendo em vista que suas operações de venda com destino à Zona Franca de Manaus estavam alcançadas por norma de isenção, conforme estabelecem o artigo 4º do DecretoLei n° 288/67 c/c art. 40, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) e art. 14, inciso II, da Medida Provisória nº 2.13535. Pontua que o artigo 4º do DecretoLei n° 288/67 equiparou mencionadas vendas à ZFM as operações de exportações para o exterior e que o art. 40, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) manteve os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. Após histórico da evolução legislativa, esclarece que dentre as hipóteses de exclusão das isenções estabelecidas pelo § 2º, do art. 14, da Medida Provisória n° 2.158, vigente no período no período de apuração em estudo, não se inserem as receitas de vendas efetuadas à Zona Franca de Manaus. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 14 5 Colaciona jurisprudência administrativa. Aduz que não se aplica a este caso o entendimento consolidado através da Solução de Divergência Cosit nº 07. Demonstra a internação das mercadorias vendidas à ZFM no período sob exame. Por fim, requer a reforma integral do acórdão recorrido para que seja homologado o crédito compensado. Por meio de petição e em razão dos julgamentos dos diversos processos por colegiados diferentes, a interessada junta cópias das notas fiscais e planilha de recomposição da base de cálculo das contribuições sociais. É o relatório. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 15 6 Voto Conselheiro Flávio de Castro Pontes O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto, dele tomase conhecimento. A interessada sustenta a nulidade da decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) em face de que a decisão recorrida foi construída com base em premissas confusas e obscuras o que impossibilitou o pleno exercício do direito de defesa. Não merece prosperar essa tese. Ao contrário do alegado, o colegiado de primeira instância discutiu todas as teses necessárias e suficientes para a solução da lide administrativa. Exemplificando, a propósito da alegada isenção, o julgador “a quo” motivou sua convicção de forma clara e precisa. Confirase trecho do voto condutor: Mas a empresa parece não estar falando de Isenção ou de Alíquota Zero, pois estes institutos jurídicos pressupõem a incidência e afetam o crédito tributário nascido do fato gerador, ou seja a obrigação surge e o crédito tributário dela decorrente não é cobrado, ou por que é excluído (e.g.: Isenção) ou por que o produto da Base de Cálculo pela Alíquota é nulo (Alíquota Zero). Ao dizer que não gerava obrigação fiscal e que havia equiparação à exportação, o defensor da inconformada parece querer falar de Imunidade. A Imunidade é instituto constitucional. Logo, se a empresa estiver desejando alegar inconstitucionalidade deverá fazêlo perante o Judiciário, pois a DRJ não é o foro competente para apreciar esse pleito. Além do mais, como bem colocado pela decisão de primeira instância, não fica comprovado o alegado pagamento indevido ou a maior. Ademais, os órgãos julgadores administrativos não estão obrigados a examinar as teses, em todas as extensões possíveis, apresentadas pelas recorrentes, sendo necessário apenas que as decisões estejam suficientemente motivadas e fundamentadas. Nessa esteira, o julgador não tem a obrigação de rebater, um a um, todos os argumentos apresentados pela interessada na manifestação de inconformidade. Não se pode perder de vista que a decisão recorrida apreciou todas as questões relevantes necessárias a solução do litígio, em especial o fato de que o direito creditório não foi comprovado por documentação hábil e idônea, tanto é assim que as notas fiscais de venda de produtos à Zona Franca de Manaus somente foram juntadas posteriormente Fl. 131DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 16 7 a apresentação do recurso voluntário. Assim, eventual omissão sobre argumentos do sujeito passivo não acarreta a nulidade da decisão recorrida, visto que o julgador apresentou razões coerentes e suficientes para embasar a decisão. Além disso, no âmbito do processo administrativo fiscal as hipóteses de nulidade são tratadas de forma específica no art. 59 do Decreto nº 70.235/72: "Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa." No caso vertente, nenhum dos pressupostos acima encontrase presente, uma vez que não ficou evidenciada a preterição do direito de defesa, tendo em vista que a decisão recorrida motivadamente demonstrou de forma clara e concreta os motivos pelos quais o direito creditório não foi reconhecido. Por tais razões não há que se falar em nulidade da decisão guerreada por cerceamento de direito de defesa. No mérito, a controvérsia cingese em definir se as receitas de vendas as empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus estão isentas das contribuições PIS e Cofins. A interessada sustenta que a isenção das contribuições teria como fundamento legal o art. 4º do DecretoLei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, abaixo transcrito: “Art. 4° A exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro.” (Grifouse) Esta tese não pode prevalecer, visto que o próprio dispositivo legal estabeleceu um limite temporal, qual seja, nos termos da legislação em vigor, isto é, a legislação tributária vigente em 1967. Assim sendo, este diploma legal e o DecretoLei nº 356/1968, que estendeu às áreas pioneiras, zonas de fronteira e outras localidades da Amazônia Ocidental os favores fiscais concedidos pelo DecretoLei nº 288/67, não têm o condão de produzir efeitos em relação à legislação superveniente. É certo que se interpreta literalmente a lei que dispõe sobre outorga de isenção, segundo dispõe o Código Tributário Nacional no art. 111, inciso II. Em relação à isenção da Cofins, no período objeto do lançamento, estava em vigor o art. 14 da Medida Provisória no 2.15835, de 2001. Art.14.Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da Cofins as receitas: Fl. 132DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 17 8 I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial BrasileiroREB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. § 1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. § 2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do art. 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992.(grifouse) Fl. 133DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 18 9 Mister se faz ressaltar que este diploma legal já havia sido ajustado de acordo com a medida cautelar deferida pelo Excelso Supremo Tribunal Federal STF, na ADI n° 2.3489, impetrada pelo Governador do Estado do Amazonas, quanto ao disposto no inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória n° 2.03724, de 2000, suspendendo ex nunc a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus”. Este diploma legal foi ajustado na Medida Provisória nº 2.03725, de 21 de dezembro de 2000, em razão de medida cautelar deferida pelo Excelso Supremo Tribunal Federal STF, na ADI n° 2.3489, impetrada pelo Governador do Estado do Amazonas, quanto ao disposto no inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória n° 2.03724, de 2000, suspendendo ex nunc a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus”. Não se pode perder de vista que o Supremo Tribunal Federal em 02 de fevereiro de 2005 declarou a perda de objeto da referida ADI, decisão transitada em julgado. Destarte, da inteligência do artigo citado, concluise que até a edição da Medida Provisória nº 2.03725, de 21 de dezembro de 2000, em relação às vendas para empresas situadas na Zona Franca de Manaus, não havia isenção da contribuição e posteriormente a esta data a isenção alcança somente as receitas de vendas enquadradas nos incisos IV, VI, VIII e IX do citado diploma legal. Além do mais, em face de entendimentos divergentes, a então Secretaria da Receita Federal por meio da Solução de Divergência Cosit nº 22, de 19 de agosto de 2002, DOU de 22/08/2002, pacificou no âmbito da administração a tese de que não há isenção específica para as vendas realizadas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus. SOLUÇÕES DE DIVERGÊNCIA DE 19 DE AGOSTO DE 2002 Nº 22 ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep EMENTA: A isenção do PIS/Pasep prevista no art. 14 da Medida Provisória nº2.03725, de 2000, atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001, quando se tratar de vendas realizadas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus, aplicase somente para os fatos geradores ocorridos a partir do dia 18 de dezembro de 2000, e, exclusivamente, sobre às receitas de vendas enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido artigo. DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº7.714, de 1988; Lei nº9.004, de 1995; Medida Provisória nº1.212, de 1995, e reedições, atual Lei nº9.715, de 1995; Art. 14 da Medida Provisória nº1.8586, de 1999, e reedições, e da Medida Provisória nº2.03725, de 2000, atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001; Medida liminar deferida pelo STF, na ADI nº2.3489; e Parecer/PGFN/CAT/Nº1.769, de 2002. ASSUNTO: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins EMENTA: A isenção da Cofins prevista no art. 14 da Medida Provisória nº2.03725, de 2000, atual Medida Provisória Fl. 134DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 19 10 nº2.15835, de 2001, quando se tratar de vendas realizadas para empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus, aplicase, exclusivamente, às receitas de vendas enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos IV, VI, VIII e IX, do referido artigo. A isenção da Cofins não alcança os fatos geradores ocorridos entre 1o de fevereiro de 1999 e 17 de dezembro de 2000, período em que produziu efeitos a vedação contida no inciso I do § 2º do art. 14 da Medida Provisória nº1.8586, de 1999, e reedições, (atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001). DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei Complementar nº70, de 1991; Lei Complementar nº85, de 1996; Art. 14 da Medida Provisória nº 1.8586, de 1999, e reedições, e da Medida Provisória nº 2.037 25, de 2000, atual Medida Provisória nº2.15835, de 2001; Medida liminar deferida pelo STF, na ADI nº 2.3489; e Parecer/PGFN/CAT/n º1.769, de 2002. Registrese, por oportuno que as jurisprudências administrativas e judiciais colacionadas no recurso voluntário não se constituem em normas gerais de direito tributário, e produzem efeitos apenas em relação às partes que integram os processos e com estrita observância do conteúdo dos julgados. Vale lembrar, que esse status somente foi modificado pela Lei 10.996/2004, com vigência em 16/12/2004, que estabeleceu a alíquota zero da contribuição em tela incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus: “Art. 2o Ficam reduzidas a 0 (zero) as alíquotas da Contribuição para o PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS incidentes sobre as receitas de vendas de mercadorias destinadas ao consumo ou à industrialização na Zona Franca de Manaus ZFM, por pessoa jurídica estabelecida fora da ZFM. § 1o Para os efeitos deste artigo, entendemse como vendas de mercadorias de consumo na Zona Franca de Manaus ZFM as que tenham como destinatárias pessoas jurídicas que as venham utilizar diretamente ou para comercialização por atacado ou a varejo. § 2o Aplicamse às operações de que trata o caput deste artigo as disposições do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e do inciso II do § 2o do art. 3o da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003.” Como visto, o legislador de forma acertada reconheceu que não havia isenção das contribuições para o PIS e da Cofins sobre a receita de vendas de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, pois não tinha lógica reduzir a alíquota zero uma receita que, em tese, estava isenta, como defendeu a interessada. Em suma, a receita de vendas de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus no período de apuração em discussão não era isenta ou imune da mencionada contribuição, nos termos da legislação de regência. Fl. 135DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 20 11 Por fim, resta evidente que as alegações sobre o direto creditório ficaram prejudicadas. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 136DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 21 12 Declaração de Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, Em que pesem os argumentos apontados pelo ilustre relator ouso dele discordar. Conforme bem apontado a controvérsia cingese em definir se as receitas de vendas as empresas estabelecidas na Zona Franca de Manaus estão isentas das contribuições PIS e Cofins e já é conhecido por essa turma o meu entendimento referente à questão, pois entendo que às mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus, deve ser aplicado o disposto no artigo 149, § 2º da Constituição Federal c/c. o artigo 40 do ADCT considerandose que, a partir da análise do Decretolei 288/67, o legislador claramente objetivou que todos os benefícios fiscais instituídos para incentivar a exportação fossem aplicados, também, à mencionada localidade. Desta forma, a destinação de mercadorias para a Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais. A questão se origina na Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, que criou a COFINS, o dispositivo que tratou da isenção para as vendas de mercadorias ou serviços destinados ao exterior, como pode se ver, não fez qualquer menção expressa àquelas realizadas para a Zona Franca de Manaus: “Artigo 7º São também isentas da contribuição as receitas decorrentes: (Redação dada pela LCP nº 85, de 15/02/96) I de vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; II de exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes; III de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras, nos termos do Decretolei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IV de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; V de fornecimentos de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações ou aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; VI das demais vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo.” Na regulamentação de referido dispositivo, o artigo 1º do Decreto nº 1.030, de 1993, referiuse expressamente às vendas realizadas para a Zona Franca de Manaus, para a Amazônia Ocidental e para as Áreas de Livre Comércio, não reconhecendo a isenção, consoante se vê abaixo: Fl. 137DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 22 13 “Art. 1º Na determinação da base de cálculo da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social COFINS, instituída pelo artigo 1º da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de 1991, serão excluídas as receitas decorrentes da exportação de mercadorias ou serviços, assim entendidas: I vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; II exportações realizadas por intermédio de cooperativas, consórcios ou entidades semelhantes; III vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras, nos termos do Decretolei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IV vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras, registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo; e V fornecimentos de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível. Parágrafo único. A exclusão de que trata este artigo não alcança as vendas efetuadas: a) a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em Área de Livre Comércio; b) a empresa estabelecida em Zona de Processamento de Exportação; c) a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados a exportação, ao amparo do artigo 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992. d) no mercado interno, às quais sejam atribuídos incentivos concedidos à exportação.”(grifos e destaques meus) Posteriormente, com a edição da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, que também cuidou das regras da Cofins, não se verificou a existência de qualquer dispositivo versando sobre a incidência ou da não incidência de tais contribuições nas as receitas de exportação, o que, presumese, tenha sido feito com a edição da Medida Provisória nº 1.8586, de 29/06/1999, e reedições, até a Medida Provisória nº 2.03724, de 23/11/2000, ao dispor, no seu artigo 14, caput e parágrafos sobre tais casos, revogando expressamente todos os dispositivos legais relacionados à exclusão de base de cálculo e isenção existentes até 30/06/1999, senão vejamos: “Artigo 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: (...) II da exportação de mercadorias para o exterior; Fl. 138DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 23 14 (...) § 1º (...) § 2º As isenções previstas no caput e no parágrafo anterior não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; “(grifei) Até aqui, resta claro que a intenção do legislador fora a de não estender a isenção da COFINS às receitas de vendas a empresa estabelecida na Zona Franca de Manaus, na Amazônia Ocidental e nas áreas de livre comércio. Entretanto, tal regramento veio a ser contestado quando, em 07/11/2000, alegando afronta ao DecretoLei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, bem como às determinações constitucionais que garantem tratamento beneficiado à Zona Franca de Manaus, o Governador do Estado de Amazonas, Sr. Amazonino Mendes, impetrou a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI nº 2.3489 (DOU de 18/12/2000) –, requerendo a declaração de inconstitucionalidade e ilegalidade da restrição feita à Zona Franca de Manaus e que constou da citada MP nº 2.037. Neste sentido, o Supremo Tribunal Federal STF deferiu medida cautelar suspendendo a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus”, disposta no inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.03724/00. A essa decisão foi conferido, expressamente, efeito ex nunc. Da consulta no sítio do Supremo Tribunal Federal na Internet, obtémse a informação de que, de fato, em 7/12/2000 (DOU 14/12/2000) fora deferida a Medida Cautelar pelo Pleno, com efeitos ex nunc, suspendendo a eficácia da expressão “na Zona Franca de Manaus” constante do inciso I, do § 2º, do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.03724, de 23/11/2000. Certamente por conta de tal decisão, o Executivo editou a Medida Provisória nº 1.95231, de 14/12/2000, modificando aquele dispositivo cuja eficácia fora suspensa pelo STF, da seguinte forma: “Art. 11. O inciso I do § 2º do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.03724, de 23 de novembro de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; (NR)” Notese que foi retirada a expressão “na Zona Franca de Manaus”, o que indica que não mais estava estabelecida em lei a vedação expressa da isenção dessas operações. Assim, esteve em vigor a referida liminar de 14/12/2000 até 02/02/2005, quando o processo foi encerrado. Logo em seguida, editouse a Medida Provisória nº 2.03725, de 21 de dezembro de 2000, atual Medida Provisória no 2.15835, de 2001, que manteve a supressão apenas da expressão “na Zona Franca de Manaus”, retroagindo seus efeitos aos fatos geradores a partir de 1º de fevereiro de 1999. Vale a pena transcrever tal enunciado: Fl. 139DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 24 15 “Artigo 14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial BrasileiroREB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o artigo 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o artigo 13. §1o São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. §2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; II a empresa estabelecida em zona de processamento de exportação; Revogado pela Lei no 11.508, de 2007 ; Fl. 140DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 25 16 III a estabelecimento industrial, para industrialização de produtos destinados à exportação, ao amparo do artigo 3o da Lei no 8.402, de 8 de janeiro de 1992.”(grifei) Com base nessas breves considerações sobre a evolução legislativa, podemos afirmar que à época da ocorrência do fato gerador em comento havia, de um lado, uma disposição expressa não estendendo a isenção das vendas de mercadorias ao exterior para as vendas para a Amazônia Ocidental e para as Áreas de Livre Comércio, e, de outro, inexistindo qualquer menção à incidência ou não das vendas para a Zona Franca de Manaus. Verdade seja dita, essa “omissão” do legislador decorreu de uma adequação à referida decisão do STF, e, de qualquer modo, a não ser por conta dessa peculiaridade, a de ter o poder público se ajustado ao caminho delineado pelo STF, o rumo tomado pelo citado julgamento da Adin nº 2.3489 pouca ou nenhuma influência há de exercer neste julgamento, seja por que a mesma foi arquivada, seja porque o Poder Executivo acabou por curvarse ao entendimento do STF e tratou de retirar a expressão considerada inconstitucional (“Zona Franca de Manaus”), do dispositivo que vedava a isenção da COFINS. Assim, o que está em vigor desde 1º de fevereiro de 1999 e que abrangeu o período de apuração objeto deste julgamento, é a seguinte regra, na parte que nos interessa: “Art.14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I – (...) II da exportação de mercadorias para o exterior; (...) § 2o As isenções previstas no caput e no § 1o não alcançam as receitas de vendas efetuadas: I a empresa estabelecida na Amazônia Ocidental ou em área de livre comércio; (...) “ Na verdade, a celeuma só existe por conta dessa omissão, aparentemente deliberada do legislador, pois, mesmo conhecendo a posição do STF acerca da desvinculação das receitas para a Zona Franca de Manaus das receitas de exportação em geral, preferiu não enfrentar diretamente a questão ao estabelecer a vedação expressa da isenção apenas para as vendas efetuadas para a Amazônia Ocidental e para as áreas de livre comércio, quedandose inerte, ou melhor, omisso, em relação às vendas para a Zona Franca de Manaus. Lembremonos que, para fins de interpretação da regra, estamos sob a égide da Constituição Federal e com a instituição de um novo ordenamento jurídico pela Constituição Federal de 1988, o artigo 40 do ADCT expressamente prorrogou os benefícios fiscais concedidos anteriormente à Zona Franca de Manaus, in verbis : Art. 40. É mantida a Zona Franca de Manaus, com suas características de área livre de comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, pelo prazo de vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 26 17 Parágrafo único. Somente por lei federal podem ser modificados os critérios que disciplinaram ou venham a disciplinar a aprovação dos projetos na Zona Franca de Manaus. A aludida norma, ao preservar a Zona Franca de Manaus como área de livre comércio, recepcionou expressamente o Decretolei nº 288/67, que prevê que a exportação de mercadorias de origem nacional para a Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será, para todos os efeitos fiscais, equivalente a uma exportação brasileira para o exterior. Após, a Emenda Constitucional nº 42, de 19/12/2003, que acrescentou o artigo 92 ao ADCT, prorrogou por mais 10 (dez) anos o prazo fixado no mencionado artigo 40. No que se refere ao PIS, a Lei nº 7.714/88, com a redação dada pela Lei nº 9.004/95, dispôs que: Art. 5º Para efeito de cálculo da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) e para o Programa de Integração Social (PIS), de que trata o DecretoLei nº 2.445, de 29 de junho de 1988, o valor da receita de exportação de produtos manufaturados nacionais poderá ser excluído da receita operacional bruta. Prevê, ainda, a Lei nº 10.637/2002, em seu art. 5º: Art. 5º A contribuição para o PIS/Pasep não incidirá sobre as receitas decorrentes das operações de: I exportação de mercadorias para o exterior; Em relação à COFINS, a Lei Complementar nº 70/91, com as modificações trazidas pela Lei Complementar nº 85/96, afirmou expressamente que: Art. 7º São também isentas da contribuição as receitas decorrentes: I – de vendas de mercadorias ou serviços para o exterior, realizadas diretamente pelo exportador; Da leitura das normas acima, verifico que os valores resultantes de exportações foram excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS e, por extensão, em razão do disposto no Decretolei nº 288/67 e nos artigos 40 e 92 do ADCT, da CF/88, às operações destinadas à Zona Franca de Manaus. Essa disposição se reforça pela interpretação da determinação dada pelo artigo 149, § 2º, I da Carta Magna: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 27 18 (...) § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) I não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) A regra constitucional desonerativa, conforme visto, foi devidamente observada pela legislação infraconstitucional, a exemplo do artigo 7º da LC 70/91 (COFINS) e do artigo 5º da Lei 10.637/02 (PIS). Diante desse quadro e, especialmente, em razão da forma contundente e reiterada com que tem se posicionado nossas cortes judiciais superiores, tenho que considerar que as receitas de vendas para a Zona Franca de Manaus estão isentas das contribuições para o PIS e a COFINS em face da regras constantes do inciso II do caput, e do inciso I, do § 2º, ambas do artigo 14 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001, combinadas com as do artigo 4º do DecretoLei nº 288/67 e do artigo 40 do ADCT da Constituição Federal de 1988. Vejamos algumas decisões do Superior Tribunal de Justiça (cujos destaques são meus): PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ART. 535, II, DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. ARTS. 110, 111, 176 E 177, DO CTN. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 211/STJ. DESONERAÇÃO DO PIS E DA COFINS. PRODUTOS DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. ART. 4º DO DL 288/67. INTERPRETAÇÃO. EMPRESAS SEDIADAS NA PRÓPRIA ZONA FRANCA. CABIMENTO. 1. O provimento do recurso especial por contrariedade ao art. 535, II, do CPC pressupõe seja demonstrado, fundamentadamente, entre outros, os seguintes motivos: (a) a questão supostamente omitida foi tratada na apelação, no agravo ou nas contrarrazões a estes recursos, ou, ainda, que se cuida de matéria de ordem pública a ser examinada de ofício, a qualquer tempo, pelas instâncias ordinárias; (b) houve interposição de aclaratórios para indicar à Corte local a necessidade de sanear a omissão; (c) a tese omitida é fundamental à conclusão do julgado e, se examinada, poderia levar à sua anulação ou reforma; e (d) não há outro fundamento autônomo, suficiente para manter o acórdão. Esses requisitos são cumulativos e devem ser abordados de maneira fundamentada na petição recursal, sob pena de não se conhecer da alegativa por deficiência de fundamentação, dada a generalidade dos argumentos apresentados. 2. No caso, a recorrente apontou violação do art. 535, II, do CPC, porque o aresto impugnado teria sido omisso quanto aos arts. 110, 111, 176 e 177, do CTN, sem explicitar, contudo, os diversos requisitos acima mencionados. Limitouse a defender a Fl. 143DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 28 19 necessidade de prequestionamento para fins de interposição dos recursos extremos. Incidência da Súmula 284/STF. 3. A ausência de prequestionamento – arts. 110, 111, 176 e 177, do CTN – obsta a admissão do apelo, nos termos da Súmula 211/STJ. 4. A tese de violação do art. 110 do CTN não se comporta nos estreitos limites do recurso especial, já que, para tanto, fazse necessário examinar a regra constitucional de competência, tarefa reservada à Suprema Corte, nos termos do art. 102 da CF/88. Precedentes. 5. As operações com mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus são equiparadas à exportação para efeitos fiscais, conforme disposto no art. 4o do DecretoLei 288/67, de modo que sobre elas não incidem as contribuições ao PIS e à Cofins. Precedentes do STJ. 6. O benefício fiscal também alcança as empresas sediadas na própria Zona Franca de Manaus que vendem seus produtos para outras na mesma localidade. Interpretação calcada nas finalidades que presidiram a criação da Zona Franca, estampadas no próprio DL 288/67, e na observância irrestrita dos princípios constitucionais que impõem o combate às desigualdades sócioregionais. 7. Recurso especial conhecido em parte e não provido. STJ 2º TURMA RECURSO ESPECIAL Nº 1.276.540 AM (2011/00820963) – Rel: MIN. CASTRO MEIRA. PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. ART. 3º DA LEI COMPLEMENTAR 118/2005. PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. MERCADORIAS DESTINADAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. PIS E COFINS. NÃOINCIDÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REVISÃO. SÚMULA 7/STJ. 1. A questão do prazo prescricional das Ações de Repetição de Indébito Tributário, à luz do art. 3º da Lei Complementar 118/2005, não foi atacada no Recurso Especial. A discussão do tema em Agravo Regimental encontrase vedada, diante da preclusão. 2. Não se conhece de Recurso Especial quanto a matéria não especificamente enfrentada pelo Tribunal de origem, dada a ausência de prequestionamento. Incidência, por analogia, da Súmula 282/STF. 3. As operações com mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus são equiparadas à exportação para efeitos fiscais, conforme disposições do DecretoLei 288/1967. Não incidem Fl. 144DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 29 20 sobre elas as contribuições ao PIS e à Cofins. Precedentes do STJ. 4. A revisão da verba honorária implica, como regra, reexame da matéria fáticoprobatória, o que é vedado em Recurso Especial (Súmula 7/STJ). Excepcionamse apenas as hipóteses de valor irrisório ou exorbitante, o que não ocorreu no caso dos autos. 5. Agravo Regimental parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (AgRg no Ag 1.295.452/DF, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 01.07.10) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 535. INEXISTÊNCIA DE INDICAÇÃO DE VÍCIO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. MERAS CONSIDERAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA N. 284 DO STF, POR ANALOGIA. PRESCRIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. APLICAÇÃO DA TESE DOS CINCO MAIS CINCO. PRECEDENTE DO RECURSO ESPECIAL REPETITIVO N. 1002932/SP. OBEDIÊNCIA AO ART. 97 DA CR/88. PIS E COFINS. RECEITA DA VENDA DE PRODUTOS DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. EQUIPARAÇÃO À EXPORTAÇÃO. ISENÇÃO. 1. Não merece acolhida a pretensão da recorrente, na medida em que não indicou nas razões nas razões do apelo nobre em que consistiria exatamente o vício existente no acórdão recorrido que ensejaria a violação ao art. 535 do CPC. Desta forma, há óbice ao conhecimento da irresignação por violação ao disposto na Súmula n. 284 do STF, por analogia. 2. Consolidado no âmbito desta Corte que nos casos de tributo sujeito a lançamento por homologação, a prescrição da pretensão relativa à sua restituição, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da Lei Complementar n. 118/05 (em 9.6.2005), somente ocorre após expirado o prazo de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita. 3. Precedente da Primeira Seção no REsp n. 1.002.932/SP, julgado pelo rito do art. 543C do CPC, que atendeu ao disposto no art. 97 da Constituição da República, consignando expressamente a análise da inconstitucionalidade da Lei Complementar n. 118/05 pela Corte Especial (AI nos ERESP 644736/PE, Relator Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 06.06.2007). 4. A jurisprudência da Corte assentou o entendimento de que a venda de mercadorias para empresas situadas na Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais, segundo interpretação do Decretolei n. 288/67, não incidindo a contribuição social do PIS nem a Cofins sobre tais receitas. Fl. 145DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 30 21 5. Precedentes: REsp 1084380/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 26.3.2009; REsp 982.666/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 18.9.2008; AgRg no REsp 1058206/CE, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 12.9.2008; e REsp 859.745/SC, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 3.3.2008. 6. Recurso especial não provido. (REsp 817.847/SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 25.10.10) TRIBUTÁRIO ZONA FRANCA DE MANAUS PRESCRIÇÃO REMESSA DE MERCADORIAS EQUIPARADA À EXPORTAÇÃO CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI ISENÇÃO DO PIS E DA COFINS. 1. Prevalência da tese dos “cinco mais cinco” na hipótese dos autos, relativa à prescrição dos tributos sujeitos à lançamento por homologação Inaplicabilidade da Lei Complementar 118/2005. 2. A destinação de mercadorias para a Zona Franca de Manaus equivale à exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, em termos de efeitos fiscais, segundo interpretação do Decreto lei 288/67. 3. Direito da empresa ao crédito presumido do IPI, nos termos do art. 1o da Lei 9.363/96, e à isenção relativa às contribuições do PIS e da COFINS. 4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, improvido. (REsp 653.975/RS, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJ 16.02.07) TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. TESE DOS “CINCO MAIS CINCO”. RESP 1.002.932/SP. PIS. COFINS. VERBAS PROVENIENTES DE VENDAS REALIZADAS À ZONA FRANCA DE MANAUS. NÃO INCIDÊNCIA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. O prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, referente a pagamento indevido efetuado antes da entrada em vigor da LC 118/05, continua observando a “tese dos cinco mais cinco” (REsp 1.002.932/SP, Rel Min. LUIZ FUX, Primeira Seção, DJ 18/12/09). 2. A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça declarou a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4o da LC 118/05, que estabelece aplicação retroativa de seu art. 3o, por ofensa dos princípios da autonomia, da independência dos poderes, da garantia do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa Fl. 146DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 31 22 julgada (AI nos EREsp 644.736/PE, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, Corte Especial, DJ 27/8/07). 3. Este Superior Tribunal possui entendimento assente no sentido de que as operações envolvendo mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus são equiparadas à exportação, para efeitos fiscais, conforme disposições do DecretoLei 288/67 (REsp 802.474/RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MARQUES, Segunda Turma, DJe 13/11/09). 4. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1.141.285/RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 26.05.11) PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282/STF. DEFICIÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. SÚMULA 284/STF. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. ISENÇÃO. PIS E COFINS. PRODUTOS DESTINADOS À ZONA FRANCA DE MANAUS. 1. A interposição de embargos declaratórios é pressuposto do especial fundado na violação ao art. 535 do CPC, sob pena de não conhecimento do recurso quanto ao ponto, dada a ausência de prequestionamento. 2. A ausência de debate, na instância recorrida, sobre os dispositivos legais cuja violação se alega no recurso especial atrai, por analogia, a incidência da Súmula 282 do STF. 3. Sobre a prescrição da ação de repetição de indébito tributário de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a jurisprudência do STJ (1a Seção) assentou o entendimento de que, no regime anterior ao do art. 3o da LC 118/05, o prazo de cinco anos, previsto no art. 168 do CTN, tem início, não na data do recolhimento do tributo indevido, e sim na data da homologação – expressa ou tácita do lançamento. Assim, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba sendo de dez anos a contar do fato gerador. 4. Nos termos do art. 40 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ADCT, da Constituição de 1988, a Zona Franca de Manaus ficou mantida “com suas características de área de livre comércio, de exportação e importação, e de incentivos fiscais, por vinte e cinco anos, a partir da promulgação da Constituição”. Ora, entre as “características” que tipificam a Zona Franca destacase esta de que trata o art. 4º do Decreto lei 288/67, segundo o qual “a exportação de mercadorias de origem nacional para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro”. Portanto, durante o período previsto no art. 40 do ADCT e Fl. 147DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10880.915894/200895 Acórdão n.º 3801003.841 S3TE01 Fl. 32 23 enquanto não alterado ou revogado o art. 4º do DL 288/67, há de se considerar que, conceitualmente, as exportações para a Zona Franca de Manaus são, para efeitos fiscais, exportações para o exterior. Logo, a isenção relativa à COFINS e ao PIS é extensiva à mercadoria destinada à Zona Franca. Precedentes: RESP. 223.405, 1a T. Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, DJ de 01.09.2003 e RESP. 653.721/RS, 1a T., Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 26.10.2004) 5. “O Supremo Tribunal Federal, em sede de medida cautelar na ADI n. 23489, suspendeu a eficácia da expressão 'na Zona Franca de Manaus', contida no inciso I do § 2o do art. 14 da MP n.o 2.03724, de 23.11.2000, que revogou a isenção relativa à COFINS e ao PIS sobre receitas de vendas efetuadas na Zona Franca de Manaus.” (REsp 823.954/SC, 1a T. Rel. Min. Francisco Falcão, DJ de 25.05.2006). 6. “Assim, considerando o caráter vinculante da decisão liminar proferida pelo E. STF, e, ainda, que a referida ação direta de inconstitucionalidade esteja pendente de julgamento final, restam afastados, no caso concreto, os dispositivos da MP 2.037 24 que tiveram sua eficácia normativa suspensa” (REsp n.º 677.209/SC, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 28/02/2005). 7. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. (REsp 1.084.380/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 26.03.09) Assim, evidente que, enquanto não alterado o artigo 4º do Decretolei 288/1967 que equiparou as vendas destinadas à Zona Franca de Manaus às exportações, as vendas destinadas à região estão desoneradas das contribuições para o PIS e a COFINS. Nesse sentido, voto pela procedência do presente recurso voluntário para reconhecer o direito creditório da Recorrente decorrente dos valores indevidamente pagos. É como voto, (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Fl. 148DF CARF MF Impresso em 25/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 22/09/2 014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10925.002976/2007-23
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Aug 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2006
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. PIS. CRÉDITO. BENS RELACIONADOS AO PROCESSO PRODUTIVO. COMPROVAÇÃO PELA FISCALIZAÇÃO.
Tendo a fiscalização comprovado que os bens que determinados bens estão ligados diretamente á produção, deve ser deferido o direto creditório, já que inexistente a controvérsia.
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. PIS. CRÉDITO. BENS RELACIONADOS AO PROCESSO PRODUTIVO. NÃO COMPROVAÇÃO PELA FISCALIZAÇÃO. APLICAÇÃO AO PROCESSO PRODUTIVO. DIREITO AO CRÉDITO.
O entendimento exposto pela fiscalização em relação a estes itens não condiz com a previsão legal, motivo pelo qual o crédito deve ser deferido.
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. PIS. CRÉDITO. BENS RELACIONADOS AO PROCESSO PRODUTIVO. NÃO COMPROVAÇÃO PELA FISCALIZAÇÃO. NÃO APLICAÇÃO AO PROCESSO PRODUTIVO. DIREITO AO CRÉDITO NEGADO.
Não é possível o creditamento sobre despesas que não guardam relação direta com o processo produtivo do contribuinte ou que não foram devidamente comprovadas.
RECURSO VOLUNTÁRIO PARCIALMENTE PROVIDO.
Numero da decisão: 3201-001.591
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator, vencido o conselheiro José Luis Feistauer de Oliveira, que negava e do Conselheiro Daniel Mariz Gudiño, que dava integral provimento.
JOEL MIYAZAKI Presidente
LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES - Relator.
EDITADO EM: 27/05/2014
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: José Luis Feistauer de Oliveira, Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudiño e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo.
Nome do relator: LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2006 TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. PIS. CRÉDITO. BENS RELACIONADOS AO PROCESSO PRODUTIVO. COMPROVAÇÃO PELA FISCALIZAÇÃO. Tendo a fiscalização comprovado que os bens que determinados bens estão ligados diretamente á produção, deve ser deferido o direto creditório, já que inexistente a controvérsia. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. PIS. CRÉDITO. BENS RELACIONADOS AO PROCESSO PRODUTIVO. NÃO COMPROVAÇÃO PELA FISCALIZAÇÃO. APLICAÇÃO AO PROCESSO PRODUTIVO. DIREITO AO CRÉDITO. O entendimento exposto pela fiscalização em relação a estes itens não condiz com a previsão legal, motivo pelo qual o crédito deve ser deferido. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. PIS. CRÉDITO. BENS RELACIONADOS AO PROCESSO PRODUTIVO. NÃO COMPROVAÇÃO PELA FISCALIZAÇÃO. NÃO APLICAÇÃO AO PROCESSO PRODUTIVO. DIREITO AO CRÉDITO NEGADO. Não é possível o creditamento sobre despesas que não guardam relação direta com o processo produtivo do contribuinte ou que não foram devidamente comprovadas. RECURSO VOLUNTÁRIO PARCIALMENTE PROVIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 29 76 /2 00 7- 23 Fl. 773DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.587 2 ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator, vencido o conselheiro José Luis Feistauer de Oliveira, que negava e do Conselheiro Daniel Mariz Gudiño, que dava integral provimento. JOEL MIYAZAKI – Presidente LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES Relator. EDITADO EM: 27/05/2014 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros: José Luis Feistauer de Oliveira, Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudiño e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Relatório Por bem descrever os fatos relativos ao contencioso, adoto o relato do órgão julgador de primeira instância até aquela fase: Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento de créditos, cumulado com declaração de compensação, de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, nãocumulativa, decorrentes de operações no mercado interno, que remanesceram ao final do segundo trimestre de 2006, após as deduções do valor das contribuições a recolher, concernentes às demais operações. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal em Joaçaba/SC pelo seu deferimento parcial, fazendoo com base no não acatamento da apuração de créditos em relação às seguintes operações: (a) aquisição de embalagens destinadas ao transporte dos produtos industrializados: entendeu a autoridade fiscal que não geram direito de crédito, por não se enquadram no conceito de insumo, as aquisições de materiais empregados em embalagens exclusivamente de transporte. (b) duplicidades: foram glosados valores referentes a despesas com empilhadeiras, informados como insumos no DACON, por já terem sido declarados em linha própria Linha 06 – Despesas de alugueis de máquinas e equipamentos locados de pessoa jurídica; (c) depreciação sobre máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado: foram glosados os créditos efetuados a título de depreciação relativos a bens do ativo imobilizado adquiridos antes de 01/05/2004, face a limitação da Fl. 774DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.588 3 utilização desse tipo de crédito imposta pela Lei nº 10.865/2004; os demais créditos foram glosados em razão de a autoridade fiscal considerar que as máquinas e equipamentos não são utilizados na produção de bens destinados à venda, no caso, a produção de maçã. Irresignada com o deferimento apenas parcial de seu pleito, encaminhou a contribuinte sua manifestação de inconformidade, por meio da qual contesta a decisão da DRF/Joaçaba/SC, pelas razões a seguir expostas. A contribuinte inicia contestando a glosa dos créditos relativos às aquisições de embalagens. Primeiro, esclarece que parte do total glosado referese a embalagens de transporte, que independentemente de sua função, consistem de insumos consumidos no processo de industrialização. Em relação à outra parte do valor glosado, afirma referiremse a embalagens aplicadas no acondicionamento de seu produto, que por objetivarem destacar e valorizar as frutas aos olhos do consumidor, caracterizamse como sendo de apresentação, e, portanto, dando direito de crédito. Assim argumenta: O acondicionamento da fruta ocorre após ultrapassado a fase de beneficiamento, as frutas dentro das caixas, são dispostas em camadas, assentadas em bandejas especialmente projetadas para separar, em cavidades, uma fruta da outra, mostrando ao consumidor o bom porte da maçã. Inclusive objetivando acentuar a característica da fruta, promovendo o produto. A própria cor da bandeja merece menção em razão de sua notória influência da apresentação da maçã frente ao consumidor, destacando a fruta, de cor vermelha em oposição a cor da bandeja. Referido acondicionamento é feito em caixas de papelão com bom acabamento em sua parte externa, contendo dizeres, figuras e símbolos de fins promocionais, impressos com a finalidade de valorizar o produto. Conforme pode ser observado, o processo de acondicionamento aos quais as maçãs são submetidas possui o objetivo de promover o produto através de sua apuradas apresentação aos olhos dos potenciais consumidores, preservando, também, a sua integridade, mas não somente isso. Argumenta que a legislação em vigor permite a utilização de créditos das compras de embalagens, considerada insumos pela requerente, sem a restrição imposta pela autoridade fiscal. Nesse sentido, faz expressa remissão ao inciso II do art. 3º da Lei nº 10.833 e ao Art. 8º na IN/SRF 404/2004 para fins de afirmar que tanto a Lei quanto os atos da Receita Federal, quando tratam de insumos, o fazem incluindo entre eles as embalagens, sem quaisquer restrições, já que elas (as embalagens) fazem parte do produto final destinado à venda. Traz a consulta respondida pela SRRF da 8.a Região Fiscal, a fim de corroborar a acepção ampla para o conceito de insumo. Fl. 775DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.589 4 Menciona, ainda, a contribuinte, dispositivo legal que trata do IPI, no caso o Decreto 4.544/2002, que, a seu juízo, define o que se deve considerar como operação de industrialização (art. 4º) e como embalagem de transporte (art. 6º); e faz referência a uma decisão da DRJ/Juiz de Fora/MG para respaldar seu entendimento de que não cumpridos os requisitos postos no citado decreto, restam caracterizadas as embalagens de que se utiliza como de apresentação. Ao final, alternativamente pugna, caso não se entenda que as embalagens sejam de apresentação, pela realização de diligência à SAORT a fim de que se possa comprovar tal fato. Por fim, contesta a glosa dos créditos relativos aos encargos com depreciação e amortização de bens incorporados ao ativo imobilizado argumentando que estes são empregados em sua atividade produtiva, que esclarece, pode ser dividida em duas partes: pomares e “packinghouse”. Assim explica: a)Bens utilizados nos pomares: nesse grupo podese dar destaque aos tratores e implementos agrícolas utilizados para produção e desenvolvimento dos frutos. Tais implementos são utilizados no transporte, adubação do solo e na aplicação de defensivos usados no controle de pragas e desenvolvimento dos frutos. Esses procedimentos são efetuados a cada nova safra e visam especificamente a produção dos frutos. Também foram glosadas caixas de apicultura, cujas abelhas são utilizadas para a polinização dos pomares, caixa d’água e poços artesianos usados para irrigação das plantas e diluição de defensivos e sanitários utilizados nos pomares. Os bens do ativo imobilizado utilizados nos pomares são de fundamental de fundamental importância para o cultivo e produção da maçã, tendo, portanto, ação efetiva sobre o produto final. b) Bens utilizados no “packinghouse”: também foram glosados bens inclusos no packinghouse, tais são utilizados no processo final da industrialização dos frutos aprimorando o processo produtivo. Entre os bens que se encontram no packinghouse, podese dar destaque as estruturas de aço que ficam dentro das câmaras frigoríficas para armazenagem de Bins com frutas sendo uma espécie de “prateleira gigante” (Conjunto porta pallets em aço galvanizado a fogo (drivein), adquirido em 16/12/2004), bem como as peças utilizadas na classificadora de frutas (inversor de frequência e câmara com lente e filtro) que servem para separar os frutos por cor e calibre. (...) Fl. 776DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.590 5 Nos pomares ocorre todo o cultivo das plantas desde sua implantação até o momento da colheita. Ao longo do ano são realizados vários procedimentos (poda, adubação, irrigação, polinização, tratamentos fotossanitários e colheita) tendo como objetivo chegar a uma safra de qualidade. No “packinghouse” ocorre a industrialização dos frutos produzidos nos pomares. São lavados, selecionados e classificados de acordo com a cor e calibre, e embalados. Após estas etapas são vendidos ou acondicionados em câmaras frias que possuem o objetivo de conservar os produtos para que a venda possa ocorrer ao longo do ano. (...) A descrição dos bens glosados acima demonstra que estes são essenciais ao cultivo e industrialização da maçã, sendo aplicados diretamente no processo produtivo da empresa.... Afirma a contribuinte que seu direito ao crédito está expresso “na Lei n.o 10.833/2003, no seu art. 3º, VI e VII e art. 15, II, que possibilita a apuração de créditos sobre máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, utilizados na fabricação de produtos destinados à venda e também edificações e benfeitorias utilizadas nas atividades da empresa”. A corroborar seu entendimento, transcreve a ementa da Solução de Consulta nº 182 de 27 de dezembro de 2007. Ante essas alegações, pede, a contribuinte, que seja reformado o Despacho Decisório para que sejam incluídos na base de cálculo dos créditos de PIS nãocumulativo os valores contestados. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Florianópolis/SC manteve o lançamento realizado, conforme Decisão DRJ/FNS nº 20.144, de 04/06/2010, fls. 384/398, assim ementada: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2006 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, é ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Anocalendário: 2006 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. CONCEITO DE INSUMOS. Fl. 777DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.591 6 No regime da nãocumulatividade, só são considerados como insumos, para fins de creditamento de valores: aqueles utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda; as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; e os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. EMBALAGENS. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. Apenas as embalagens que se caracterizam como insumos, ou seja, que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, é que dão direito a crédito. As embalagens que não são incorporadas ao produto durante o processo de industrialização (embalagens de apresentação), mas apenas depois de concluído o processo produtivo e que se destinam tãosomente ao transporte dos produtos acabados (embalagens para transporte), não podem gerar direito a creditamento relativo às suas aquisições. REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE. DESPESAS COM DEPRECIAÇÃO. CONDIÇÕES DE CREDITAMENTO. No âmbito do regime da nãocomutatividade, a pessoa jurídica poderá descontar créditos a título de depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado que estejam diretamente associados ao processo produtivo de bens destinados à venda. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Às fls. 399 o contribuinte é intimado, apresentado recurso voluntário de fls. 418/429. Com a apresentação do recurso, é dado seguimento ao processo. Iniciado o julgamento, o processo foi convertido em diligência e, após realizado e intimadas as partes, retorna para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Luciano Lopes de Almeida Moraes, Relator Fl. 778DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.592 7 Discutese nos autos a possibilidade de creditamento de COFINS não cumulativo sobre a aquisição de embalagens destinadas ao transporte e apresentação dos produtos industrializados e da depreciação sobre máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado. A decisão da DRJ afastou a glosa relativa aos bens que entendeu tenha sido comprovada sua utilização na industrialização dos produtos. A recorrente se irresigna, pleiteando o direito integral ao seu crédito. Como vemos, o debate se restringe a questões mais materiais que formais, pois a base da decisão proferida foi de negar provimento ao pleito da contribuinte porque esta não logrou comprovar suas alegações, como vemos às fls.381: A razão pela qual estas considerações são feitas neste item preambular do voto é a de que, como se verá em relação a grande parte dos créditos pleiteados no presente processo (ver itens a seguir), a contribuinte se limita a apresentar listagens, registros contábeis e documentos nos quais a falta de vinculação entre eles e a imprecisa identificação dos serviços e/ou bens adquiridos como pretensos insumos, impossibilita a perfeita e minudente cognição do conteúdo das operações negociais instrumentadas por aqueles registros, listagens e documentos. O que se dizer aqui firmar, portanto, é que quando tal imprecisão na identificação da origem e natureza do crédito atinge de modo generalizado o pedido formulado pelo contribuinte, não há como, em sede de julgamento administrativo, suprir esta omissão do contribuinte (em termos de cumprimento de seus ónus probandí) por via, por exemplo, de diligências ou perícias, já que, como acima já foi exposto, tais institutos não se destinam a tanto. Vemos que o contribuinte logrou juntar aos autos diversos documentos que, no seu entender, comprovariam o seu direito. A fiscalização, a contrario sensu, entendeu que aquelas informações e documentos não a satisfaziam, não sendo as necessárias para comprovar os referidos bens como insumos e, assim, deferir o direito de crédito pleiteado. Baixado em diligência, entendo que o processo restou devidamente instruído e, desta forma, comporta julgamento. Do direito ao crédito Uma análise fria da letra da lei quanto à não cumulatividade do PIS e da COFINS nos permite amplas discussões sobre o real alcance do direito ao creditamento daquelas parcelas na sistemática não cumulativa. Alguns entendem que o conceito de insumo deva ser equiparada às despesas necessárias (operacionais) utilizadas para fins de Imposto de Renda; outros, deve ser somente aqueles bens consumidos no processo produtivo, como o IPI, com ênfase para o Parecer Normativo CST nº 65 de 1979. Fl. 779DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.593 8 Entretanto, a jurisprudência e a doutrina estão caminhando para um meio termo, qual seja, utilizando o conceito de insumos frente ao grau de dependência que as despesas em questão guardam com o processo produtivo da Recorrente, a fim de avaliar se a glosa mantida pela decisão recorrida deve prosperar. Em outras palavras, as glosas deverão ser revistas sempre que a seguinte pergunta for respondida negativamente: o serviço poderia ser prestado sem que essa despesa fosse incorrida? Se o grau de dependência é tão grande que a ausência dessa despesa inviabiliza a própria prestação de serviços, tal despesa seguramente deve ensejar o direito ao crédito, ainda que o critério adotado pela autoridade julgadora não seja plenamente atendido. Um bom exemplo disso é a despesa com equipamentos de proteção individual que afastam a contaminação por cola dos empregados que atuam na industrialização de sapatos. Além de ser uma exigência legal, a não utilização dos equipamentos de proteção do trabalhador podem leválo, no mais extremo dos casos, à morte por intoxicação. Desse modo, como não considerar indispensável a aquisição de equipamentos de proteção individual que visam proteger o trabalhador e possibilitar a confecção do calçado, objetivo social da empresa? Tais despesas, por verto, são imprescindíveis à autuação da empresa, gerando então créditos de PIS e COFINS. Este é o entendimento que deve permear a discussão sobre o direito de crédito de PIS e COFINS, sendo esta a base do meu voto ao analisar os diferentes tipos de créditos pleiteados. Assim, a análise deve ser realizada casuisticamente, considerando o grau de dependência da despesas/serviço com a atividade prestada pelo potencial beneficiário do crédito da contribuição analisada. Neste sentido, a diligência realizada foi clara ao entender que os bens abaixo discriminados estão diretamente ligados ao processo produtivo da Recorrente: BENS: • Etiquetas; • Defensivos agrícolas. ITENS DO ATIVO IMOBILIZADO: • Disjuntor • Exaustor industrial; Fl. 780DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.594 9 • Medidor de diâmetro de fruta; • Motobomba; • Motor trifásico; • Separador magnético; • Navalhas para máquina picador; • Máquina classificadora; • Aparelho pulverizador; • Motosserra; • Panela isotérmica; • Pulmipur com campana; • Pulverizador; • Pulverizador jacto; • Escadas de ferro; • Adubadeira; • Centrífuga radial motorizada; • Hidroejetor; • Torneira de corte rápido; • Máquina semiautomática; • Refratômetro; • Decantador em aço inox; • Desoperculadora; e, • Distribuidor de calcário. Assim, sem maiores delongas, entendo que estes créditos dão direito ao crédito pretendido. Agora trataremos dos itens dos quais a fiscalização entendeu não serem considerados insumos para fins de creditamento. Abaixo de cada item há o entendimento deste relator. BENS: Fl. 781DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.595 10 • Caixa Tampa: embalagem utilizada precipuamente para acondicionamento dos produtos e transporte: O conceito de embalagem, segundo o Ministério do Meio Ambiente é1: A embalagem é essencial para a proteção dos produtos durante a sua etapa de distribuição, armazenamento, comercialização, manuseio e consumo. (...) Cabe à embalagem proporcionar segurança no manuseio do produto, manutenção de suas propriedades e informações legais sobre sua composição e validade, e mesmo rastreabilidade do lote de produção. Em certos casos cabe ainda à embalagem estender o prazo de vida dos produtos, evitando o seu desperdício. Lembramos, inclusive, que a legislação local de ICMS, usualmente mais restritiva que a legislação federal, entende que tais produtos dão direito a crédito, classificando os como material auxiliar. Neste sentido é o que abstraímos da Instrução Normativa nº 45/98, Título I, Capítulo V, seção 2.0, item 2.1.2, neste sentido: 2.1.2 Não se incluem entre as mercadorias usadas ou consumidas no estabelecimento: a)as matériasprimas e os materiais secundários, assim entendidas as mercadorias que se destinem a ser transformadas em constituintes do objeto central da produção, integrandose, agregandose ou incorporandose ao produto final por meio de qualquer processo, inclusive aquelas utilizadas na embalagem ou acondicionamento de mercadorias; (...) Ademais, a própria RFB permite o amplo e geral crédito sobre as compras de embalagem, entendoas como insumos, como vemos na IN 247/2002: Art. 66. A pessoa jurídica que apura o PIS/Pasep nãocumulativo com a alíquota prevista no art. 60 pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores: (...) § 5º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entendese como insumos: ( Incluído pela IN SRF 358, de 09/09/2003 ) I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: ( Incluído pela IN SRF 358, de 09/09/2003 ) 1 http://www.mma.gov.br/responsabilidadesocioambiental/producaoeconsumosustentavel/consumoconsciente deembalagem/oqueeembalagem, acessado em 10/10/2013. Fl. 782DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.596 11 a) as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; (Incluído pela IN SRF 358, de 09/09/2003 ) (...) (grifo nosso) Assim, descabe qualquer outro debate sobre o tema. • Caixa Fundo: embalagem utilizada precipuamente para acondicionamento dos produtos e transporte: Conforme mencionado no item anterior, o direito de crédito é devido, ainda mais conforme a IN 247/2002 prevê. •Caixa Refrai: embalagem utilizada precipuamente para acondicionamento dos produtos e transporte: Conforme mencionado no item anterior, o direito de crédito é devido, ainda mais conforme a IN 247/2002 prevê. • Caixa Renar: embalagem utilizada precipuamente para acondicionamento dos produtos e transporte: Conforme mencionado no item anterior, o direito de crédito é devido, ainda mais conforme a IN 247/2002 prevê. • Caixa Natura: embalagem utilizada precipuamente para acondicionamento dos produtos e transporte: Conforme mencionado no item anterior, o direito de crédito é devido, ainda mais conforme a IN 247/2002 prevê. • Plásticos: utilizados na proteção dentro das caixas; A aplicação do produto está claramente identificado na proteção do produto para venda, sendo também enquadrado como material de embalagem, para que este chegue ao consumidor intacto, motivo pelo qual o crédito é devido, como bem prevê a legislação específica. • Sacolas Plásticas: embalagem utilizada precipuamente para acondicionamento e transporte: Idem ao anterior, pois se trata de material de embalagem. • Chapéu de Papelão: utilizado para proteção da fruta; Despesa inerente ao processo produtivo, destinado à proteger o produto até o seu consumidor final, motivo pelo qual dá direito à crédito, até porque também pode ser considerado material de embalagem, forte nas Leis n.º 10.833/2003 e 10.637/2002 e IN 247/2002, respectivamente: Fl. 783DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.597 12 Art. 3º Lei 10.833/2003 II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2º da Lei nº10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; Art. 3º Lei 10.637/2002 II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da TIPI; IN 247/2002 Art. 66. A pessoa jurídica que apura o PIS/Pasep nãocumulativo com a alíquota prevista no art. 60 pode descontar créditos, determinados mediante a aplicação da mesma alíquota, sobre os valores: (...) § 5º Para os efeitos da alínea "b" do inciso I do caput, entendese como insumos: ( Incluído pela IN SRF 358, de 09/09/2003 ) I utilizados na fabricação ou produção de bens destinados à venda: ( Incluído pela IN SRF 358, de 09/09/2003 ) a) as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado; (Incluído pela IN SRF 358, de 09/09/2003 ) (...) (grifo nosso) • Bandejas: utilizadas precipuamente para transporte e proteção; Idem à explanação anterior, podendo tanto ser classificado como bens utilizados na produção quanto embalagem; Fl. 784DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.598 13 • Rede poliéster: utilizada como embalagem de transporte; Tratase de embalagem, dando direito à crédito, como já explanado. • Papel: utilizado como proteção dentro das embalagens de transporte; Tratase de embalagem, dando direito à crédito, como já explanado. • Arame: utilizado para montagem de caixas de madeira; Tratase de embalagem, dando direito à crédito, como já explanado. • Cola: utilizado para montagem das caixas de papelão; Tratase de embalagem, dando direito à crédito, como já explanado. • Termógrafos descartáveis: utilizados para controlar a temperatura durante o transporte: Despesa relacionada diretamente com o processo produtivo, pois sem a referida despesa o produto pode se deteriorar, o que impossibilitaria a própria existência da empresa. • Madeira bruta: utilizada na reforma dos bins; Os bins nada mais são do que caixas de madeira utilizadas para acondicionamento e transporte de maçãs diretamente dos pomares para os armazéns. Sendo despesa relacionada diretamente ao setor produtivo, dá direito ao crédito. • Alça plástica: compõe embalagem de transporte; Por se tratar de embalagem, dá direito ao crédito. • Rótulos: utilizados na identificação de embalagens de transporte; O rótulo dos produtos é também parte integrante do processo produtivo da empresa, motivo pelo qual dá direito ao crédito. Não há como pensar na venda do produto sem a sua correta identificação, bem como com todas as informações exigidas pela legislação. • Papel de seda: utilizado precipuamente para proteção do produto; Material de embalagem, dando direito ao crédito. • Plástico bolha: utilizado precipuamente para proteção do produto. Além de ser material de embalagem, é imperiosa a sua utilização para que o produto chegue de forma íntegra ao consumidor, motivo pelo qual gera direito ao crédito. ITENS DO ATIVO IMOBILIZADO: Fl. 785DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.599 14 • Analisador de gás: ativo utilizado para analisar e controlar os teores de gases no interior das câmaras de armazenagem dos produtos; Novamente, despesas relevante e imperiosa para que o produto produzido possa chegar íntegro ao consumidor final, motivo pelo qual gera direito ao crédito. • Termonebulizador marca Pulsfog modelo K 2: utilizado para desinfecção; Idem ao anterior, já que é despesa necessária, como já explanado anteriormente. • Aquecedor Britânia: utilizado para manter a temperatura em salas de teste; Idem ao anterior, já que é despesa necessária, como já explanado anteriormente. • Balança: utilizada para atender a requisitos de pesagem estabelecidos pelo Inmetro; Idem ao anterior, já que é despesa necessária, como já explanado anteriormente. • Bin: recipiente utilizado no acondicionamento da fruta até um momento anterior à embalagem final. Além de entender ser despesa necessária, como já explanado anteriormente, é também material de embalagem. • Bombas: utilizadas para o recalque de água dos poços; Entendo que esta despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Bureta: utilizada para análise laboratorial; Idem ao anterior, a despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Caçamba: usado para depósito temporário de lixo; A despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Carro hidráulico: utilizado para transportes internos; A despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Carro hidrocooler: utilizado para transportes internos; Fl. 786DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.600 15 A despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Chuveiro com lava olhos: equipamento de segurança; Por ser equipamento de segurança necessária á atividade da empresa, deve ser dado direito ao crédito, como bem já decidiu esta Corte quanto aos equipamentos de segurança, como bem decidiu a CSRF, ao julgar o processo 13053.000211/200672: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006 PIS. INDUMENTÁRIA. INSUMOS. DIREITO DE CRÉDITO.ART. 3º LEI 10.637/02. Os dispêndios, denominados insumos, dedutíveis do PIS não cumulativo, são todos aqueles relacionados diretamente com a produção do contribuinte e que participem, afetem, o universo das receitas tributáveis pela referida contribuição social. A indumentária imposta pelo próprio Poder Público na indústria de processamento de alimentos exigência sanitária que deve ser obrigatoriamente cumprida é insumo inerente à produção da indústria avícola, e, portanto, pode ser abatida no cômputo de referido tributo. Recurso Especial do Procurador Negado. • Costuradeira elétrica: equipamento utilizado em consertos e reformas; A despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Disco com suporte de análise de cloro: equipamento de análise de índice de cloro em embalagens; Despesa relacionada ao processo produtivo, já que visa atestar e manter a qualidade do produto, gerando direito ao crédito. • Escada: utilizada em deslocamentos internos de funcionários na empresa; A despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Esmerilhadeira: ferramenta elétrica para trabalhos em metais; A despesa não restou definitivamente comprovada a aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Evaporador: equipamento utilizado para auxiliar o resfriamento das câmaras de armazenagem; Fl. 787DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.601 16 Despesa relacionada diretamente ao setor produtivo, utilizado para manter o produto até sua venda, motivo pelo qual dá direito ao crédito. • Furadeira: ferramenta utilizada precipuamente para consertos ou instalações; Despesa não comprovada quanto à aplicação direta ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Grampeador: equipamento para utilização em escritório; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Guarda roupa: utilizado para guardar pertences dos funcionários; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Hidrolavadora: utilizada para lavagem de bins; Sendo a despesa comprovadamente aplicada na manutenção das embalagens para transporte, gera direito à crédito. • Impulsora pneumática: grampeador de etiquetas nos bins, de utilização interna na empresa; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Lavadora alta pressão: utilizada na limpeza de pisos, paredes, máquinas e bins; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Máquina de grampear: utilizada na confecção de caixas de papelão; Despesa relacionada à montagem das embalagens, o que gera direito ao crédito. • Máquina de lavar: utilizada para lavar roupas e tecidos; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Máquina semi S10: utilizada para o fechamento de embalagens de transporte; Despesa relacionada à montagem das embalagens, o que gera direito ao crédito. Fl. 788DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.602 17 • Mesa: utilizada para o controle de qualidade das frutas; Despesa relacionada ao setor produtivo, gerando direito ao crédito. • Módulo controller TSM: utilizado para monitorar as câmaras frigoríficas de armazenagem de frutas; Despesa relacionada ao setor produtivo e manutenção da qualidade do produto, gerando direito ao crédito. • Módulo indicador 9091: utilizado na logística, após o processo produtivo; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Penetrômetro: utilizado para controle de qualidade; Despesa relacionada ao setor produtivo e manutenção da qualidade do produto, gerando direito ao crédito. • Phmetro: utilizado em laboratório e para controle de qualidade; Despesa relacionada ao setor produtivo e manutenção da qualidade do produto, gerando direito ao crédito. • Portapalete: utilizado para transporte de pallets; Comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual gera direito ao crédito. • Pulverizador: utilizado para aplicar defensivos na maçã; Despesa relacionada ao setor produtivo e manutenção da qualidade do produto, gerando direito ao crédito. • Selador: utilizado para selar as embalagens de transporte; Despesa utilizada diretamente nas embalagens, gerando direito à crédito. • Serra tico: serra utilizada para madeira e ferro; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Unidade saída de usuário elo: utilizado para controle de gasto de energia; Não restou definitivamente comprovada a aplicação direta da despesa ao setor produtivo, motivo pelo qual não gera direito ao crédito. • Ventilador beija flor: utilizado para umidificação das câmaras frigoríficas de armazenagem; Fl. 789DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.603 18 Despesa relacionada ao setor produtivo e manutenção da qualidade do produto, gerando direito ao crédito. • ventilador Britânia: utilizado para conforto dos funcionários; Despesa não relacionada ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Kit exaustor eólico: utilizado para conforto dos funcionários; Despesa não relacionada ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Abraçadeira com guia: utilizada em instalações da empresa de maneira geral; Despesa não relacionada ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Aspersores: utilizados nas câmaras de armazenagem; Despesa relacionada ao setor produtivo e manutenção da qualidade do produto, gerando direito ao crédito. • Caixas racks: utilizadas para acondicionamento; Despesa com material de embalagem, o que gera direito ao crédito. • Mangueiras para hidrantes: utilizadas para combate a incêndio; Despesa não relacionada ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Caixas plásticas: utilizadas na logística interna da empresa; Despesa não relacionada ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Aparelho de solda: utilizado em reparos de máquinas, equipamentos e barracões; Despesa não relacionada ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Bancada penetrômetro: utilizado no controle de qualidade; Despesa ligada à atividade produtiva, gerando direito ao crédito. • Carrinhos comboio: utilizados no transporte interno na empresa; Despesa não relacionada ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Condensador evaporativo: utilizado nas câmaras de armazenagem; Despesa ligada à atividade produtiva, gerando direito ao crédito. • Controlador de fator de potência: utilizado para controlar banco de capacitores; Fl. 790DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.604 19 Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Esticador: utilizado para esticar fitas nos pallets; Despesa devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, gerando direito a crédito. • Termômetro: utilizado para controlar a temperatura ambiente; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Ventilador centrífugo: utilizado para conforto térmico; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Inversor eletrônico: equipamento responsável por converter a frequência em equipamentos eletrônicos; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Multímetro: utilizado para medição de tensão e corrente; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Alicate tensionador: utilizado para tensionamento de fivelas ou fitas plásticas ou de aço, para a paletização; Despesa devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, gerando direito a crédito. • Aquecedor: equipamento de conforto térmico utilizado nos escritórios; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Arado: utilizado na preparação do solo para plantio; Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Armário: utilizado para armazenagem; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Balanças: utilizadas no controle fitossanitário e fertilização; Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. Fl. 791DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.605 20 • Banca: utilizado para acondicionamento de peças ou produtos; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Bomba: utilizada em poços artesianos ou bombas de combustível; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Cabina para trator: utilizada na proteção do operador; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Carrinho plataforma base madeira : utilizado no transporte interno na empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Coveador duplo com adubadeira: utilizado durante o preparo do solo para o plantio. Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Fogão: utilizado para prepara alimentos não ligados à produção; Despesa não relacionada ao processo produtivo, não gerando direito a crédito. • Grade niveladora leve: utilizada durante o preparo do solo para o plantio. Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Hidrômetro: utilizado na medição de consumo de água; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Lavadora universal: utilizada para limpezas em geral; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Macaco: utilizado em manutenção de máquinas; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Máquina alceadora: utilizada em combinação com máquina copiadora; Fl. 792DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.606 21 Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Máquina enxertia: utilizada no período de formação de mudas para plantio. Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Rádio: utilizado para comunicação entre funcionários; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Roçadeira: utilizada para limpeza dos pomares; Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Tanque: utilizado no tratamento de plantas de maçã. Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Transportador florestal: utilizada na remoção de madeira; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Carreta agrícola: utilizada para transportes internos na empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Montaria simples: utilizada para vigilância dos pomares; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Balde: utilizado na logística interna da empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Empilhadeira agrícola: utilizada para carga e descarga de bins; Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Perfurador solo: utilizado durante o preparo do solo para o plantio. Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Semeadeira: utilizada para lançar sementes ao solo. Fl. 793DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.607 22 Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. • Torre montada sem carro: utilizada para deslocamentos internos na empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Transceptor VHF: utilizado na transmissão de mensagens; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Lava jato alta potência: utilizado na lavagem de tratores e pulverizadores; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Semireboque: utilizado para transporte interno na empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Triturador de galhos: utilizado para triturar galhos nas podas; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Plataforma traseira: utilizado para transporte interno na empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Carreta agrícola: utilizado para transporte interno na empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Reboque: utilizado para transporte interno na empresa; Despesa não devidamente comprovada com relação ao setor produtivo, não gerando direito a crédito. • Adubadeira de cova para plantio: utilizada durante o preparo do solo para o plantio. Despesa ligada ao processo produtivo, gerando direito ao crédito. Assim, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. Fl. 794DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES Processo nº 10925.002976/200723 Acórdão n.º 3201001.591 S3C2T1 Fl. 1.608 23 Sala das Sessões, em 25 de março de 2014. Luciano Lopes de Almeida Moraes Fl. 795DF CARF MF Impresso em 18/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORAES, Assinado digitalmente em 15/08/2014 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por LUCIANO LOPES DE ALMEIDA MORA ES
score : 1.0
Numero do processo: 10380.001146/2009-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Aug 19 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. NULIDADE. LANÇAMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO. VÍCIO FORMAL. INCOMPETÊNCIA. Padece de nulidade o auto de infração lavrado em decorrência de lançamento feito por autoridade incompetente. Inobservância das formalidades legais na constituição do crédito tributário. Vício insanável. A Administração deve anular seus atos quando eivados de vícios de legalidade. Observância das hipóteses de nulidade elencadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72.
Recurso de Ofício Negado.
Numero da decisão: 2402-003.645
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
Júlio César Vieira Gomes - Presidente
Thiago Taborda Simões Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes (Presidente), Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Ana Maria Bandeira, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: THIAGO TABORDA SIMOES
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OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CANCELAMENTO DE CERTIFICADO DE ISENÇÃO. Recorrente FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. NULIDADE. LANÇAMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO. VÍCIO FORMAL. INCOMPETÊNCIA. Padece de nulidade o auto de infração lavrado em decorrência de lançamento feito por autoridade incompetente. Inobservância das formalidades legais na constituição do crédito tributário. Vício insanável. A Administração deve anular seus atos quando eivados de vícios de legalidade. Observância das hipóteses de nulidade elencadas no art. 59 do Decreto nº 70.235/72. Recurso de Ofício Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Júlio César Vieira Gomes Presidente Thiago Taborda Simões – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 11 46 /2 00 9- 45 Fl. 246DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 08/08/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes (Presidente), Carlos Henrique de Oliveira, Thiago Taborda Simões, Ana Maria Bandeira, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 247DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 08/08/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10380.001146/200945 Acórdão n.º 2402003.645 S2C4T2 Fl. 246 3 Relatório Tratase de auto de infração de obrigação principal DEBCAD n° 37.183.971 8, lavrado em virtude do não recolhimento de valores devidos à Seguridade Social referentes às contribuições sociais destinadas aos Terceiros FNDE, INCRA, SESC e SEBRAE, no período de 01/2004 a 13/2004. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 20/24, “a Fundação Edson Queiroz ingressou com Mandado de Segurança n° 99.00096231, no sentido de afastar a aplicação das alterações promovidas no art. 55 da Lei n° 8.212, de 1991 pela Lei 9.732 de 1998 e das próprias disposições contidas no citado art. 55 e assegurar a manutenção do benefício de isenção, a qual entende tratarse de imunidade, com base tão somente no disposto no art. 14 do Código Tributário Nacional e na Lei n° 3.577, de 04 de julho de 1959m revogada pelo DecretoLei n° 1.572, de 01 de setembro de 1977. (...)” Ainda de acordo com o REFISC, apesar de ter sido concedido o benefício da imunidade condicionado ao cumprimento dos dispositivos recémcriados, em sede de decisão judicial, constatouse que a Recorrente não atendeu às exigências previstas nos incisos I e II do Art. 14 do CTN e da Lei n° 3.577/59, revogada pelo Decreto n° 1.572/77. Intimada da autuação, a Recorrente apresentou impugnação total tempestiva às fls. 78/95, a qual fora submetida a julgamento de fls. 113/117, que decidiu pela nulidade por vício formal do lançamento realizado, bem como recorreu de ofício da decisão, nos termos da Portaria MF n° 3/2008. Os fundamentos apresentados pela autoridade julgadora para fins de reconhecer a nulidade formal do auto de infração se sustentam na nulidade do auto de infração por descumprimento dos requisitos do ato de lançamento, nos termos do art. 59, §§ 1° e 2°, do Decreto n° 70.235/72, em razão de incompetência do agente que assinou o ato declaratório executivo DRF/FOR n° 42/2008; Os autos foram remetidos ao CARF para julgamento do Recurso de Ofício. É o relatório. Fl. 248DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 08/08/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Voto Conselheiro Thiago Taborda Simões, Relator Inicialmente, o recurso de ofício atende a todos os requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Da Nulidade do Ato Declaratório A Lei n° 12.101/2009, ao tratar das autoridades competentes à verificação de prática de irregularidades por entidade beneficiada pela isenção de contribuições em razão de seu caráter beneficente, prevê: Art. 27. Verificado prática de irregularidade na entidade certificada, são competentes para representar, motivadamente, ao Ministério responsável pela sua área de atuação, sem prejuízo das atribuições do Ministério Público: I o gestor municipal ou estadual do SUS ou do SUAS, de acordo com a sua condição de gestão, bem como o gestor da educação municipal, distrital ou estadual; II a Secretaria da Receita Federal do Brasil; III os conselhos de acompanhamento e controle social previstos na Lei n° 11.494, de 20 de junho de 2007, e os Conselhos de Assistência Social e de Saúde; e IV o Tribunal de Contas da União. Em complemento, a Lei n° 9.430/96, no parágrafo 3° do artigo 32, dispõe que cabe ao Delegado ou ao Inspetor da Receita Federal decidir sobre a procedência das alegações, expedindo o ato declaratório suspensivo do benefício: Art. 32. A suspensão da imunidade tributária, em virtude de falta de observância de requisitos legais, deve ser procedida de conformidade com o disposto neste artigo. § 1º Constatado que entidade beneficiária de imunidade de tributos federais de que trata a alínea c do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal não está observando requisito ou condição previsto nos arts. 9º, § 1º, e 14, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, a fiscalização tributária expedirá notificação fiscal, na qual relatará os fatos que determinam a suspensão do benefício, indicando inclusive a data da ocorrência da infração. §2º A entidade poderá, no prazo de trinta dias da ciência da notificação, apresentar as alegações e provas que entender necessárias. §3º O Delegado ou Inspetor da Receita Federal decidirá sobre a procedência das alegações, expedindo o ato declaratório Fl. 249DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 08/08/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10380.001146/200945 Acórdão n.º 2402003.645 S2C4T2 Fl. 247 5 suspensivo do benefício, no caso de improcedência, dando, de sua decisão, ciência à entidade. No caso em tela, o Ato Declaratório de n° 42, de 17 de julho de 2008, que declarou suspensa a imunidade da Recorrente, foi assinado pelo Chefe do Serviço de Orientação e Análise Tributária – SEORT (fls. 119 dos autos do PAF n° 10380.001142/2009 67), que justificou sua conduta invocando o quanto previsto pelo art. 7°, III, da Portaria n° 74/2007 (DRF/Fortaleza), que assim prevê: Das atribuições específicas Art., 7° Ao Chefe do Serviço de Orientação e Análise Tributária – Seort, para: I – decidir sobre a inclusão e exclusão de contribuintes em regimes de tributação diferenciados, exceto regime de tributação simplificada; II – decidir sobre restituição, compensação, ressarcimento e reembolso de tributos até o montante de R$ 500.000,00; III – decidir sobre o reconhecimento de imunidades e isenções; IV – negar o seguimento de manifestação de inconformidade do sujeito passivo quando não atendidos os requisitos legais; V – decidir sobre pedidos de cancelamento ou reativação de declarações, no âmbito de sua competência. Conforme se observa, entretanto, a competência atribuída ao Chefe do SEORT pela Portaria DRF, no que tange às imunidades e isenções, limitase ao reconhecimento dos benefícios, não havendo previsão quanto a eventuais suspensões ou cancelamentos, enquanto que a Lei n° 9.430/96, no parágrafo 3° do artigo 32 (transcrita acima) concede expressamente ao Delegado ou Inspetor da Receita Federal a competência para tanto. Pois bem. O Decreto n° 70.235/72, descrevendo as hipóteses de nulidade do auto de infração impõe: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1º A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. Ou seja, todo e qualquer ato administrativo emitido por autoridade que não possua competência para tanto deve ser considerado nulo e, nos termos do § 1° do art. 59, a decretação de nulidade prejudicará todos os atos a ele posteriores, que dele dependa ou seja conseqüência. Fl. 250DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 08/08/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Desta forma, tendo em vista que o auto de infração sob análise está totalmente pautado no Ato Declaratório Executivo n° 42/2008, necessário seja reconhecida a nulidade do mesmo, em respeito ao disposto no § 1°, art. 59, do Decreto n° 70.235/72. Conclusão Por todo o exposto, conheço do recurso de ofício e a ele nego provimento em razão do reconhecimento da nulidade formal do auto de infração. É como voto. Thiago Taborda Simões. Fl. 251DF CARF MF Impresso em 19/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/08/2014 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 08/08/201 4 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 13/08/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10925.901453/2012-29
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 21 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO DE FATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO NÃO-HOMOLOGADA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.248
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório.
(assinado digitalmente)
Flávio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. ERRO DE FATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO NÃO-HOMOLOGADA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira.
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ERRO DE FATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Vencido(a)s o(a)s Conselheiro(a)s Sidney Eduardo Stahl, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel que convertiam o processo em diligência para a apuração do direito creditório. (assinado digitalmente) Flávio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 90 14 53 /2 01 2- 29 Fl. 48DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901453/201229 Acórdão n.º 3801004.248 S3TE01 Fl. 49 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antonio Borges e Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira. Fl. 49DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901453/201229 Acórdão n.º 3801004.248 S3TE01 Fl. 50 3 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos, em razão do princípio da economia processual: Trata o presente processo de Declaração de Compensação – PER/Dcomp nº 21415.47624.181209.1.3.045595, por meio da qual a contribuinte, acima identificada, intenta compensar débito próprio com crédito relativo a pagamento indevido ou efetuado a maior a título de Contribuição para o PIS não cumulativa, com apuração em 28/02/2007. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil – DRF pela não homologação da compensação (Despacho Decisório juntado aos autos), fazendo o com base na constatação da inexistência do crédito informado, pois o valor do “DARF discriminado no PER/DCOMP” havia sido “integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Irresignada com a não homologação de sua compensação, a contribuinte manifestouse alegando: que retificou o Dacon do período para efetuar a inclusão de todos os créditos a que tinha direito, anteriormente não declarados; que no ajuste entre débitos e créditos verificou que efetuara pagamentos a maior da contribuição; e que para, recuperar tal valor, protocolou pedido de restituição e, posteriormente, utilizou o crédito em compensação de débitos próprios. Assim, defende que o crédito utilizado na Dcomp em debate pode ser confirmado no Dacon retificador do período e que não se justifica sua não homologação sob a alegação de falta de crédito, considerando que não foi analisado o pedido de restituição referente ao Darf pago a maior e, tampouco, o Dacon retificador que demonstra os valores de débitos e créditos. Requer o acolhimento da manifestação de inconformidade e homologação da compensação.. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade sob o argumento de que o recolhimento alegado como origem do crédito estava alocado para a quitação de débito confessado e que só a partir da retificação da DCTF é que a contribuinte passa a ter o pretendido crédito contra a Fazenda devidamente conformado na forma da lei: Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário repisando, na essência, as razões apresentadas por ocasião da manifestação de inconformidade. É o Relatório. Fl. 50DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901453/201229 Acórdão n.º 3801004.248 S3TE01 Fl. 51 4 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A recorrente sustenta que o seu direito creditório decorre da apuração do PIS e da Cofins não cumulativos que teriam sido pagos a maior. Alega ainda que ao descobrir o erro procedeu a retificação da respectiva DACON. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. Diante da inexistência do crédito, a compensação declarada não foi homologada. Por certo, a análise automática do crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior pleiteado em restituição ou utilizado em declaração de compensação é realizada considerando o saldo disponível do pagamento nos sistemas de cobrança, não se verificando efetivamente o mérito da questão, o que será viável somente a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. A recorrente alega que o crédito em debate teve origem na correta constituição de créditos de PIS e Cofins autorizados pelas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, os quais a Recorrente havia constituído apenas parcialmente na Dacon original, que retificou a Dacon do período para a inclusão dos créditos e que não retificou as DCTFs por julgar o Dacon o documento demonstrativo suficiente para este fim. De fato, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, que ademais é um dos princípios que regem o processo administrativo, não havendo norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à prévia retificação de DCTF, embora seja este um procedimento lógico, devendo ser consideradas as declarações apresentadas como indício de prova dos créditos sem no entanto conferir a liquidez e certeza necessários ao reconhecimento do direito creditório advindo do pagamento a maior e a homologação das compensações. No entanto, o Recorrente não trouxe aos autos elementos suficientes para comprovar a origem do seu crédito. Não apresentou nenhuma prova do seu direito creditório, em especial, a escrituração fiscal e contábil do período de apuração em que se pleiteou o crédito. Se limitou, tãosomente, a argumentar que houve um erro no preenchimento da DACON original e que, por isso, faz jus ao reconhecimento do crédito. Para que se possa superar a questão de eventual erro de fato e analisar efetivamente o mérito da questão, deveriam estar presentes nos autos os elementos comprobatórios dos créditos alegados e necessários para que o julgador possa aferir a pertinência do crédito declarado, o que não se verifica no caso em tela. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10925.901453/201229 Acórdão n.º 3801004.248 S3TE01 Fl. 52 5 No mais, considerandose que as informações prestadas na DCTF ou na DACON situamse na esfera de responsabilidade do próprio contribuinte, cabe a este demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. (...) Assim, nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, falta ao crédito indicado pelo contribuinte certeza e liquidez, que são indispensáveis para a compensação pleiteada. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, para NÃO HOMOLOGAR o pedido de compensação. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 52DF CARF MF Impresso em 10/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 04/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 09/09/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000940/2007-10
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 26 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF
Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO.
Restando configurado o lançamento por homologação pelo pagamento antecipado do tributo, o prazo de decadência do direito do Fisco efetuar o lançamento de ofício rege-se pela regra do art. 150, § 4º do CTN, operando-se em cinco anos, contados da data do fato gerador. Inexistindo a antecipação do pagamento, aplica-se a regra do art. 173, I, do CTN, contando-se o prazo de cinco anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Precedente do STJ RESP 973.733.
PAGAMENTO PARCIAL DO AUTO DE INFRAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA IMPUGNAÇÃO.
O recurso voluntário não é o instrumento legal hábil para o contribuinte formalizar pedido de restituição de valores pagos em relação a infrações que foram julgadas improcedentes pela DRJ.
NÃO INCIDÊNCIA. CONTAS DE TITULARIDADE DA UNIÃO.
Com base no art. 3º, I da Lei nº 9.311/96 devem ser excluídos do lançamento de ofício os valores relativos às movimentações nas contas "333" e "555", que comprovadamente pertencem à União.
ALÍQUOTA ZERO. MOVIMENTAÇÃO ENTRE CONTAS DE MESMA TITULARIDADE. BNDESPAR.
A alíquota fica reduzida a zero nos lançamentos relativos a movimentação de valores de conta corrente de depósito, para conta de idêntica natureza, dos mesmos titulares.
IMUNIDADE RECÍPROCA.
A imunidade recíproca de que trata o art. 150, VI da CF/88 só alcança os impostos.
NÃO INCIDÊNCIA. ENTIDADES BENEFICENTES.
Com base no art. 3º, V, da Lei nº 9.311/96 devem ser excluídos do lançamento de ofício os valores em relação aos quais o banco comprovou não estar obrigado a efetuar a retenção, em razão das contas pertencerem a entidades beneficentes.
PAGAMENTO DE TÍTULOS COM CHEQUES DE TERCEIROS.
A liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados na conta corrente do beneficiário, constitui fato gerador da contribuição.
Recursos de ofício e voluntário negados.
Numero da decisão: 3403-003.270
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. Sustentou pela recorrente o Dr. Wilcherson Botto, OAB/MG 66.037.
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO. Restando configurado o lançamento por homologação pelo pagamento antecipado do tributo, o prazo de decadência do direito do Fisco efetuar o lançamento de ofício rege-se pela regra do art. 150, § 4º do CTN, operando-se em cinco anos, contados da data do fato gerador. Inexistindo a antecipação do pagamento, aplica-se a regra do art. 173, I, do CTN, contando-se o prazo de cinco anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Precedente do STJ RESP 973.733. PAGAMENTO PARCIAL DO AUTO DE INFRAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA IMPUGNAÇÃO. O recurso voluntário não é o instrumento legal hábil para o contribuinte formalizar pedido de restituição de valores pagos em relação a infrações que foram julgadas improcedentes pela DRJ. NÃO INCIDÊNCIA. CONTAS DE TITULARIDADE DA UNIÃO. Com base no art. 3º, I da Lei nº 9.311/96 devem ser excluídos do lançamento de ofício os valores relativos às movimentações nas contas "333" e "555", que comprovadamente pertencem à União. ALÍQUOTA ZERO. MOVIMENTAÇÃO ENTRE CONTAS DE MESMA TITULARIDADE. BNDESPAR. A alíquota fica reduzida a zero nos lançamentos relativos a movimentação de valores de conta corrente de depósito, para conta de idêntica natureza, dos mesmos titulares. IMUNIDADE RECÍPROCA. A imunidade recíproca de que trata o art. 150, VI da CF/88 só alcança os impostos. NÃO INCIDÊNCIA. ENTIDADES BENEFICENTES. Com base no art. 3º, V, da Lei nº 9.311/96 devem ser excluídos do lançamento de ofício os valores em relação aos quais o banco comprovou não estar obrigado a efetuar a retenção, em razão das contas pertencerem a entidades beneficentes. PAGAMENTO DE TÍTULOS COM CHEQUES DE TERCEIROS. A liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados na conta corrente do beneficiário, constitui fato gerador da contribuição. Recursos de ofício e voluntário negados.
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DECADÊNCIA DO DIREITO DO FISCO. Restando configurado o lançamento por homologação pelo pagamento antecipado do tributo, o prazo de decadência do direito do Fisco efetuar o lançamento de ofício regese pela regra do art. 150, § 4º do CTN, operando se em cinco anos, contados da data do fato gerador. Inexistindo a antecipação do pagamento, aplicase a regra do art. 173, I, do CTN, contandose o prazo de cinco anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Precedente do STJ RESP 973.733. PAGAMENTO PARCIAL DO AUTO DE INFRAÇÃO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PROCEDÊNCIA PARCIAL DA IMPUGNAÇÃO. O recurso voluntário não é o instrumento legal hábil para o contribuinte formalizar pedido de restituição de valores pagos em relação a infrações que foram julgadas improcedentes pela DRJ. NÃO INCIDÊNCIA. CONTAS DE TITULARIDADE DA UNIÃO. Com base no art. 3º, I da Lei nº 9.311/96 devem ser excluídos do lançamento de ofício os valores relativos às movimentações nas contas "333" e "555", que comprovadamente pertencem à União. ALÍQUOTA ZERO. MOVIMENTAÇÃO ENTRE CONTAS DE MESMA TITULARIDADE. BNDESPAR. A alíquota fica reduzida a zero nos lançamentos relativos a movimentação de valores de conta corrente de depósito, para conta de idêntica natureza, dos mesmos titulares. IMUNIDADE RECÍPROCA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 09 40 /2 00 7- 10 Fl. 4157DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 A imunidade recíproca de que trata o art. 150, VI da CF/88 só alcança os impostos. NÃO INCIDÊNCIA. ENTIDADES BENEFICENTES. Com base no art. 3º, V, da Lei nº 9.311/96 devem ser excluídos do lançamento de ofício os valores em relação aos quais o banco comprovou não estar obrigado a efetuar a retenção, em razão das contas pertencerem a entidades beneficentes. PAGAMENTO DE TÍTULOS COM CHEQUES DE TERCEIROS. A liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados na conta corrente do beneficiário, constitui fato gerador da contribuição. Recursos de ofício e voluntário negados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. Sustentou pela recorrente o Dr. Wilcherson Botto, OAB/MG 66.037. Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Tratase de auto de infração com ciência pessoal do contribuinte em 15/10/2007, lavrado para exigir o crédito tributário relativo à Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão Financeira – CPMF, multa de ofício e juros de mora, em razão da falta de recolhimento do tributo, em relação aos períodos de apuração compreendidos entre 23/06/1999 e 01/01/2003. As citações dos números de folhas do processo se referem à imagem PDF e não ao processo físico. Segundo o termo de verificação fiscal de fls. 114 a 162, a fiscalização detectou que houve falta de retenção da CPMF em 22.580 contas sem embasamento legal para tal procedimento. As contas que deixaram de sofrer a retenção da CPMF foram agrupadas com base nos motivos que levaram à autuação. Os grupos e as motivações apresentadas pela fiscalização são, resumidamente, os seguintes: A Contas de titulares declarados como sendo pertencentes à administração pública direta e indireta. Segundo a fiscalização, este grupo contém contas cujos titulares são pessoas Fl. 4158DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 14041.000940/200710 Acórdão n.º 3403003.270 S3C4T3 Fl. 7 3 físicas, empresas públicas, sociedades de economia mista, entidades empresariais e afins, empresas de educação ou congêneres, entidades de previdência privada, cartórios e demais atividades jurídicas, fundações privadas, organizações religiosas, sindicatos, organizações políticas, associações, cooperativas e outras formas de organizações sem fins lucrativos. Segundo a fiscalização, não há previsão legal para que o banco deixe de fazer a retenção da CPMF em relação a essas entidades; B Contas de titulares declarados como entidades referidas no art. 8º, III, da Lei nº 9.311/96 (instituições financeiras, bolsas e cooperativas de crédito). Segundo a fiscalização, este grupo contém contas cujos titulares não são instituições financeiras, tais como administradoras de consórcio, empresas de previdência privada fechada e aberta, gestão de participações societárias (holdings). Alega a fiscalização que nenhum dos titulares dessas contas está cadastrado no Banco Central ou na Comissão de Valores Mobiliários, assim, não se enquadram na hipótese prevista no art. 8º, III, da Lei nº 9.311/96 (alíquota zero); C Contas de titulares declarados como sendo entidades beneficentes. Foram autuadas contas em relação às quais o banco não apresentou as declarações de entidade beneficente exigidas pelas Instruções Normativas da Receita Federal ou em relação às quais as declarações apresentadas eram inválidas; D Contas em relação às quais o banco não declinou os motivos para a não cobrança da CPMF. Foi detectado, ainda, que houve falta de recolhimento da CPMF em razão da instituição financeira ter oferecido a alguns clientes serviços de liquidação de compromissos com a utilização de cheques de terceiros, diretamente no caixa, sem que esses cheques de terceiros fossem depositados na conta corrente dos clientes e, portanto, sem a retenção da CPMF, violando o disposto no art. 2º, III, da Lei nº 9.311/96. Em sede de impugnação a defesa alegou em síntese o seguinte: 1) Recolheu o crédito tributário lançado pela falta de retenção do tributo das contas de entidades beneficentes em relação às quais não conseguiu localizar ou regularizar as declarações exigidas pelas Instruções Normativas; 2) Decadência do direito do fisco efetuar o lançamento em relação aos fatos geradores ocorridos até 14/10/2002, com base na regra do art. 150, § 4º do CTN; 3) Exigência de tributo fora do período fiscalizado, pois o procedimento fiscal teve por escopo o período de 17/06/1999 a 31/12/2002, mas o auto de infração abarcou também o período de 01/01/2003 a 08/01/2003; 4) Inadmissibilidade de tributação das contas de titularidade da União vinculadas ao título contábil 3120100007 do plano geral de contas do banco. As contas cujos números iniciam com “333” ou “555” são de titularidade da União, representadas por pessoas físicas e/ou jurídicas autorizadas a movimentálas. Eram movimentadas por pessoas físicas das unidades gestoras da administração direta e indireta, integrantes do SIAFI. Eram abertas por solicitação da STN e não admitiam nenhuma espécie de débito para pagamento de despesas, uma vez que destinadas exclusivamente à movimentação dos recursos do orçamento da União (IN STN nº 9/1992). Atualmente essas contas não mais Fl. 4159DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 existem, pois os recursos da União passaram a ser movimentados em conta única da União, conforme disciplinado na IN STN nº 4/1998; 5) Inadmissibilidade de tributação das contas da Paranaprevidência. Segundo os arts. 2º e 3º da Lei Estadual nº 12.398, de 30/12/1998, essa entidade possui personalidade jurídica de direito privado e não tem fins lucrativos. Ela surgiu no lugar do antigo Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado do Paraná, visando abrigar o sistema de seguridade social dos agentes públicos estaduais, seus dependentes e pensionistas. A Paranaprevidência faz jus à imunidade recíproca do art. 150, VI, “a” da CF/88, pois exerce, por delegação, atividade típica do Estado do Paraná; 6) Inadmissibilidade de tributação das contas do BNDESPAR. A fiscalização fundamentou o lançamento na violação do art. 8º, III, da Lei nº 9.311/96, por entender que os lançamentos efetuados nessas contas não se sujeitavam à alíquota zero. Entretanto, o caso é de alíquota zero porque se tratam de movimentações de valores de conta corrente de depósito para conta de idêntica natureza do mesmo titular (transferências entre contas correntes 5.0326 e 715.0210, ambas de titularidade da BNDESPAR), nos termos do art. 8º, II, da Lei nº 9.311/96; 7) Comprovação da isenção de entidades beneficentes. A fiscalização efetuou o lançamento em razão da ausência de apresentação das declarações de entidade beneficente previstas nas Instruções Normativas da Receita Federal. A defesa conseguiu obter parte das declarações comprobatórias, requerendo a desconstituição do crédito tributário em relação às contas das entidades a que se referem as declarações anexadas com a impugnação; 8) Impossibilidade de tributação das operações de liquidação de compromissos/títulos de clientes com cheques de terceiros. Essas operações estão fora do campo de incidência da CPMF. Entende a recorrente que a entrega de cheques nominais endossados ao banco para pagamento de compromissos, objetivando a não incidência tributária, não caracteriza ilicitude. Essas operações estão no campo da elisão fiscal, isso porque tal procedimento compreende exatamente um ato de antecipação à ocorrência do fato gerador da CPMF, por meio da via legal disponível (art. 17, I, da Lei nº 9.311/96), evitando legitimamente a ocorrência do fato gerador. De acordo com o art. 2º, III, da Lei nº 9.311/96, o fato gerador só ocorrerá se os pagamentos forem efetuados por conta e ordem de terceiros, diversamente do que ocorre na situação fática autuada, onde o pagamento é efetuado pelo próprio cliente, beneficiário dos cheques nominais que são endossados ao Banco. Ainda que se admita que tal operação possa ser enquadrada no art. 2º, III, da Lei nº 9.311/96, no caso, não haveria tributo a recolher, pois a liquidação/pagamento de cheque está indicada na lei em hipótese de aplicação de alíquota zero de CPMF (art. 8º, V, da Lei nº 9.311/96). Por meio do despacho de fls. 1554 a 1564 a DRJ – Brasília converteu o julgamento em diligência. Os autos retornaram com os documentos de fls. 1568 a 1626 e com o relatório de diligência de fls. 1628 a 1649. Regularmente notificado do relatório de diligência em 31/01/2012 (fl. 1650), o contribuinte apresentou manifestação às fls. 1654 a 1670, onde reforçou as alegações de decadência parcial e da não tributação das contas “333” e “555”, fato que fora reconhecido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais em processo relativo ao próprio Banco do Brasil, por meio do Acórdão 930301.185 de (fls. 1706 a 1724). Fl. 4160DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 14041.000940/200710 Acórdão n.º 3403003.270 S3C4T3 Fl. 8 5 Por meio do Acórdão 48.975, de 20 de julho de 2012, a 2ª Turma da DRJ Brasília julgou a impugnação parcialmente procedente, decidindo o seguinte: 1) Em relação ao pagamento parcial do valor lançado, no montante de R$ 8.610.846,64, ficou decidido que o procedimento da DRF em ter alocado o referido valor aos períodos de apuração mais antigos não tem nenhum amparo legal, pois o contribuinte indicou no arquivo denominado “Demonstração Valor Pago Analítica e Consolidado (anexado à fl. 796 do processo físico), a quais períodos e a quais matérias se referiam os aludidos pagamentos; 2) O pagamento efetuado alcançou valores devidos por fatos geradores cujo crédito tributário já havia sido extinto pela decadência do direito do fisco, cabendo à autoridade administrativa, encarregada da execução do acórdão, alocar esses pagamentos indevidos aos períodos de apuração remanescentes mais antigos; 3) Embora o sujeito passivo tenha identificado claramente na impugnação as matérias sobre as quais apresentou seu inconformismo, o próprio autuado recolheu certas exigências de CPMF referentes a parte de algumas das matérias impugnadas. Existem casos em que serão consideradas procedentes (ainda que em parte) as razões de impugnação em relação a determinadas matérias. Entretanto, no que tange a essas certas exigências de CPMF que foram pagas, é forçoso concluir que não se instaurou o litígio, não cabendo cogitar, nessa hipótese, de pagamento indevido; 4) Foi reconhecida a decadência em relação aos fatos geradores semanais, correspondentes aos períodos de apuração semanal nº 1 (de 17/06/1999 a 23/06/1999) até o de número 173 (de 03/10/2002 a 09/10/2002), restando não alcançadas pela decadência as exigências referentes ao período de apuração semanal nº 174 (de 10/10/2002 a 16/10/2002) até o de número 185 (de 26/12/2002 a 01/01/2003), conforme planilha elaborada pela fiscalização às fls. 1631 a 1642; 5) Foi rejeitada a alegação de que a autuação englobou fatos geradores não incluídos no MPF, pois o MPF de fl. 08, cientificado ao contribuinte em 06/07/2004, incluiu na fiscalização os períodos de janeiro de 2003 a junho de 2004; 6) Em relação às contas “333” e “555” de titularidade da União foi considerada não impugnada a parcela recolhida pelo contribuinte sob esta rubrica. Quanto à parte não recolhida, a DRJ reconheceu o direito à não incidência da CPMF, com base no entendimento vertido no Acórdão 20179.608 (que foi mantido pela CSRF por meio do Acórdão 930301.185). A tabela contendo os valores não impugnados e os excluídos encontrase nas fls. 3928 e 3929; 7) Foi mantido o lançamento em relação às contas da Paranaprevidência, sob o argumento de que a imunidade recíproca só se refere aos impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços da União, Estados e Municípios. Além disso, não se aplica ao caso o art. 150, § 2º, da CF/88, pois a Paranaprevidência possui personalidade jurídica de direito privado, não se confundindo com autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público. Também é inaplicável ao caso o art. 3º, I e V, da Lei nº 9.311/96, pois a Paranaprevidência não é uma entidade beneficente de assistência social; 8) Foi cancelado o lançamento em relação às contas do BNDSPAR, pois com base nos extratos bancários anexados com a impugnação, a DRJ entendeu que os lançamentos a Fl. 4161DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 débito na conta corrente 5.0326 tiveram como histórico “transferência de saldo” desta conta para a conta 715.0210, ambas de titularidade do BNDSPAR. A tabela contendo o valor exonerado encontrase às fls. 3931 a 3932; 9) Relativamente às contas de entidades beneficentes, entendeu a DRJ que embora o contribuinte tenha apresentado diversas declarações firmadas por entidades beneficentes para fins de não incidência da CPMF, uma parte do crédito tributário lançado sob esta rubrica foi atingido pela decadência e outra parte não foi impugnado, em razão do contribuinte ter efetuado o recolhimento parcial. Assim, concluiu a DRJ que só restaram para analise as declarações de entidades beneficentes relativas ao período de 01/01/2002 a 31/12/2002. A defesa apresentou à fl. 1480 uma relação de 24 contascorrentes de entidades beneficentes e as correspondentes declarações foram anexadas às fls. 1482 a 1524. A DRJ considerou que das 24 contas impugnadas, cinco delas não foram objeto da autuação (contas nº 2217, 5148, 15425, 18608 e 31730) e, portanto, não teriam as declarações de entidades beneficentes analisadas. Em relação às demais declarações apresentadas, a DRJ entendeu que estavam de acordo com os requisitos estabelecidos no art. 1º, §§ 1º e 2º da IN SRF nº 44, de 02/05/2001 combinado com o Ato Declaratório Executivo SRF nº 69, de 31/12/2001. A tabela contendo os valores lançados, não impugnados (recolhidos) e excluídos sob esta rubrica encontrase na fl. 3934; 10) Foi mantida a exigência da contribuição sobre as operações de liquidação de compromissos/títulos de clientes com cheques de terceiros, sob o argumento de que a utilização de créditos, direitos ou valores, não creditados em contacorrente de depósitos de seu titular, para liquidação, compensação ou pagamento de obrigações desse mesmo titular, sem a correspondente cobrança da contribuição, constituía violação do art. 2º, III, da Lei nº 9.311/96 (conforme Ato Declaratório nº 33, de 17/05/2000 e art. 3º, § 8º da IN SRF nº 173, de 11/07/2002, aos quais a DRJ está vinculada). Regularmente notificado do acórdão de primeira instância em 23/08/2012 (fl. 3963), o contribuinte apresentou recurso voluntário de fls. 3964 a 3985 alegando, em síntese, o seguinte: 1) Em face do cancelamento da exigência sobre as contas de titularidade da União, os valores recolhidos parcialmente tornaramse indébitos tributários, uma vez que devem ser excluídos da autuação, não havendo que se falar em parcela não impugnada; 2) Em relação às entidades beneficentes, não há que se falar em valores não impugnados. Aqui também surgiu um indébito tributário que deve ser restituído à recorrente, pois uma parte do crédito foi exonerado pela decadência e a outra parte porque se considerou que as contas eram de titularidade das entidades beneficentes, conforme as declarações que foram aceitas pela DRJ; 3) Reiterou a alegação de decadência do direito do fisco e pleiteou a manutenção do acórdão recorrido nesta parte; 4) Pleiteou a restituição do indébito resultante do pagamento efetuado antes do julgamento de primeira instância, sob o argumento de que o lançamento já foi declarado indevido e que a não devolução do valor pago configura a violação de vários princípios jurídicos, além de enriquecimento sem causa da União; Fl. 4162DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 14041.000940/200710 Acórdão n.º 3403003.270 S3C4T3 Fl. 9 7 5) Relativamente às contas da Paranaprevidência, reprisou que se trata de uma entidade que faz jus à imunidade recíproca do art. 150, VI, “a” da CF/88, pois é uma entidade que exerce, por delegação, atividade típica do Estado do Paraná. Também faz jus à imunidade do inciso VI, “c” e § 2º do mesmo dispositivo constitucional, pois se qualifica como instituição de assistência social sem fins lucrativos. A DRF – Curitiba, escorada na Solução de Consulta Interna nº 31, de 02/12/2003 e na Solução de Consulta SRRF/9ª RF/DISIT nº 205, de 04/12/2003, reconheceu o caráter público dos recursos movimentados pela entidade, os quais comprovadamente pertencem ao Estado do Paraná e destinamse aos pagamentos de benefícios previdenciários dos segurados inativos e pensionistas daquele ente federativo (Anexo 2 ao recurso); 6) No que tange às operações de liquidação de compromissos/títulos de clientes com cheques de terceiros, reprisou e reforçou as alegações de impugnação, no sentido de que se trata de planejamento tributário e que tais operações não são alcançadas pela incidência prevista no art. 2º, III, da Lei nº 9.311/96. Caso esse argumento seja superado, reiterou que se trata de operação sujeita à alíquota zero, enquadrandose no art. 8º, V, da Lei nº 9.311/96; 7) Alegou que o auto de infração deve ser revisto de ofício, pois afrontou o princípio da verdade material. É inadmissível que se considere válido um lançamento maculado por vício e incorreção que comprometem a essência da cobrança do crédito. Por meio da Resolução 3403000.487 o julgamento foi convertido em diligência a fim de que a autoridade administrativa informasse quanto a existência ou não de pagamentos antecipados nos períodos de apuração excluídos pela DRJ, em razão da decadência. Os autos retornaram com o relatório de diligência de fls. 4133/4134 e com a manifestação do contribuinte de fls. 4140/4152. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. O recurso de ofício preenche o requisito formal de admissibilidade, pois os valores da contribuição e da multa de ofício exonerados pelo acórdão de primeira instância superaram o limite de alçada, conforme se pode comprovar no demonstrativo “B”, de fls. 3955 a 3961. O recurso voluntário também preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, merece ser conhecido e julgado por este colegiado. RREECCUURRSSOO DDEE OOFFÍÍCCIIOO Iniciase a análise pelo recurso de ofício. As matérias sujeitas à revisão por parte deste colegiado são as seguintes: a) decadência do direito do fisco efetuar o lançamento de ofício; b) exoneração do crédito tributário lançado com base nas contas “333” e “555” de titularidade da União; c) exoneração do crédito tributário relativo às contas do BNDSPAR; e d) Fl. 4163DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 exoneração do crédito tributário exigido sobre as movimentações em contas de entidades beneficentes, em relação às quais foram apresentadas as declarações filantrópicas. A 2ª Turma da DRJ – Brasília considerou que embora se trate de uma contribuição, deveriam ser aplicados ao caso concreto a Súmula Vinculante nº 8 do STF e o Parecer PGFN/CAT nº 1617/2008, que foi aprovado pelo Ministro da Fazenda em 18 de agosto de 2008. O Parecer PGFN/CAT nº 1.617/2008, estabelece, quanto à contagem do prazo de decadência, que (i) inexistindo pagamento antecipado, aplicase a regra do art. 173, I, do CTN, pouco importando se houve ou não declaração do débito ao fisco; e (ii) se houve pagamento antecipado, aplicase a regra do art. 150, § 4º do CTN. O entendimento da Procuradoria da Fazenda Nacional está conforme ao que restou decidido no RESP 973.733 pelo STJ na sistemática do art. 543C do CPC. Com o advento do art. 62A do Regimento Interno do CARF a questão da decadência do direito do fisco efetuar o lançamento dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação está pacificada. Este Colegiado deve obrigatoriamente aplicar a Súmula Vinculante nº 8 do STF e a decisão do STJ proferida no RESP nº 973.733, sob o regime do art. 543C do CPC, que considera que o pagamento antecipado do tributo, antes de qualquer iniciativa do fisco, é relevante para caracterizar o lançamento por homologação. Eis a ementa do referido julgado: “RECURSO ESPECIAL Nº 973.733 SC (2007/01769940) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS REPR. POR : PROCURADORIAGERAL FEDERAL PROCURADOR : MARINA CÂMARA ALBUQUERQUE E OUTRO(S) RECORRIDO : ESTADO DE SANTA CATARINA PROCURADOR : CARLOS ALBERTO PRESTES E OUTRO(S) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo Fl. 4164DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 14041.000940/200710 Acórdão n.º 3403003.270 S3C4T3 Fl. 10 9 lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” No relatório de diligência de fls. 4133/4134 a autoridade administrativa informou a existência dos pagamentos antecipados por código de arrecadação da contribuição. O fato de eventualmente não ter ocorrido o pagamento antecipado em relação a determinados códigos de arrecadação e de ter havido em relação a outros é irrelevante para o fim de contagem do prazo de decadência, pois a partir da Súmula CARF nº 99, restou superado o entendimento (minoritário) que vigorou neste CARF, no sentido de considerar a existência ou inexistência de pagamento antecipado apenas em relação à rubrica lançada no auto de infração. A Sumula CARF nº 99, acertadamente, fixou entendimento segundo o qual se deve considerar como pagamento antecipado qualquer recolhimento do tributo na competência do fato gerador a que se referir a autuação. O entendimento minoritário era totalmente antijurídico, pois tornava letra morta o art. 150, § 4º do CTN. Sendo assim, se a autoridade administrativa informou que houve recolhimento da CPMF em relação aos códigos 5869 e 5871 em todos os períodos de apuração relativos às semanas de 1 a 173, está correta a exoneração promovida pela DRJ Brasília, pois o prazo de decadência é de cinco anos (Súmula Vinculante do STJ nº 8) e a regra aplicável ao caso concreto é a do art. 150, § 4º do CTN. Fl. 4165DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 Se o auto de infração foi notificado ao contribuinte em 15/10/2007, então o direito do fisco efetuar o lançamento estava caduco em relação aos períodos de apuração encerrados até 15/10/2002, o que engloba o período compreendido entre a semana 1 (de 17/06/1999 a 23/06/1999) e a semana 173 (de 03/10/2002 a 09/10/2002). Relativamente à exoneração do crédito tributário lançado com base nas contas “333” e “555” pertencentes ao grupo contábil 3120100007, verificase que a situação fática destes autos é semelhante à do processo 10166.007928/200337, decidido por meio do do Acórdão 20179.608, relatado pelo Conselheiro José Antonio Francisco, cujo entendimento foi confirmado pelo Acórdão CSRF 930301.185. Sendo assim, está correta a exoneração do crédito tributário, pois os recursos da União não estão sujeitos à incidência da CPMF a teor do art. 3º, I, da Lei nº 9.311/96. No que tange à exoneração do crédito tributário relativo às contas do BNDSPAR, verificase que por meio do documento de fl. 1366 o Banco do Brasil comprovou que o BNDESPAR aparece como titular das duas contascorrentes 5.0326 e 715.0210. Sendo assim, os valores transferidos estavam sujeitos à alíquota zero, a teor do art. 8º, II, da Lei nº 9.311/96, sendo correta a exoneração promovida pela DRJ. No que concerne à exoneração do crédito tributário exigido sobre as movimentações em contas de entidades beneficentes, as declarações apresentadas a partir da fl. 1480, comprovam que as entidades beneficentes faziam jus à não incidência da contribuição durante o anocalendário de 2002, com base no art. 3º, V, da Lei nº 9.311/96, estando correto o acórdão de primeira instância. Com base nesses fundamentos, voto no sentido de negar provimento ao recurso de ofício para ratificar as exonerações promovidas pela DRJBrasília por estarem conforme a lei. RREECCUURRSSOO VVOOLLUUNNTTÁÁRRIIOO No que tange ao recurso voluntário, o contribuinte insurgiuse contra o acórdão de primeira instância na parte em que considerou não impugnadas as matérias que foram objeto de pagamento parcial e cujas imputações foram julgadas improcedentes ou parcialmente procedentes pela DRJ. Em outras palavras: a DRJ considerou improcedente uma parte das acusações fiscais, mas considerou que o que foi pago pelo contribuinte em relação a essas rubricas não constitui indébito porque o contribuinte concordou com o lançamento ao efetuar o pagamento. Temos ai uma discussão jurídica fantástica que confronta o art. 17 do Decreto nº 70.235/72 com o art. 503, parágrafo único do CPC e com o art. 78, § 2º do RICARF, pois ao mesmo tempo em que se considera não impugnada apenas a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte, o pagamento se constitui num ato incompatível com a vontade de recorrer. Contudo, este colegiado não pode solucionar essa questão em sede do recurso voluntário ora analisado, pois seu objeto consiste na determinação e exigência do crédito tributário relativo à CPMF e não em pedido de restituição de indébito. Nem mesmo a DRJ tinha competência para se manifestar acerca do direito de restituição dos valores que foram pagos, pois essa competência é da Delegacia da Receita Federal. Fl. 4166DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 14041.000940/200710 Acórdão n.º 3403003.270 S3C4T3 Fl. 11 11 Desse modo, se o contribuinte entende que tem direito à devolução dos valores pagos neste processo em relação às infrações julgadas improcedentes pela DRJ, o caminho a ser trilhado é o do pedido de restituição a ser submetido à autoridade administrativa de seu domicílio. A DRJ e o CARF somente poderão se manifestar se porventura houver interposição dos recursos administrativos em razão de indeferimento daquele pedido. Resta analisar as questões da PARANÁ PREVIDÊNCIA e da não ocorrência do fato gerador da CPMF sobre os pagamentos com os cheques de terceiros endossados ao banco. O contribuinte invoca a imunidade recíproca e sustenta que os recursos movimentados pela PARANÁ PREVIDÊNCIA são recursos públicos pertencentes ao Estado do Paraná. Por tal motivo, as movimentações da PARANÁ PREVIDÊNCIA não poderiam ser tributadas pela CPMF. A Coordenação Geral do Sistema de Tributação, por meio da Solução de Consulta Interna Cosit nº 31/2003, realmente reconheceu que os recursos financeiros movimentados pela PARANÁ PREVIDÊNCIA pertencem ao Estado do Paraná. De fato, a leitura da Lei Estadual nº 12.825/99 revela que a PARANÁ PREVIDÊNCIA foi constituída sob a forma de serviço social autônomo sem fins lucrativos, constituindose em verdadeira "longa manus" da pessoa jurídica de direito público Estado do Paraná (art. 2º). O Estado do Paraná atua por meio da PARANÁPREVIDÊNCIA e os recursos movimentados por esse serviço social autônomo são recursos públicos. A Coordenação do Sistema de Tributação não poderia ter solucionado a SCI nº 31/2003 de forma diferente: o imposto de renda retido na fonte sobre os proventos pagos aos servidores aposentados e pensionistas da PARANÁ PREVIDÊNCIA pertence ao Estado do Paraná como forma de antecipação das quotas do fundo de participação dos Estados. Entretanto, do fato da PARANÁ PREVIDÊNCIA movimentar recursos que pertencem ao Estado, não decorre logicamente a conclusão de que tais movimentações não estão sujeitas à CPMF por força da imunidade recíproca. Isto porque o art. 150, VI, "a" e "c", da Constituição Federal imunizou o patrimônio, a renda e os serviços da União, Estados, Municípios e entidades de assistência social apenas em relação aos impostos que incidam sobre as referidas bases econômicas. Quando a constituição quis abarcar outras espécies tributárias ela utilizou o termo "tributo", como no art. 150, I e III. Mas no caso da imunidade recíproca, o constituinte excluiu as demais espécies tributárias, restringindo a imunidade apenas aos impostos. Sendo assim, também é inaplicável o art. 150, VI, "c", da CF/88, pois além da PARANÁ PREVIDÊNCIA não ser uma entidade de assistência social, o § 4º do mesmo dispositivo constitucional reforça que a imunidade só alcança o patrimônio, a renda e os serviços vinculados às atividades essenciais das entidades mencionadas. Considerando que a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira foi instituída com amparo no art. 149 da Constituição, é evidente que não está abrangida pela imunidade recíproca, pois não é imposto e nem incide sobre patrimônio, renda ou serviço. Fl. 4167DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 12 No que tange aos pagamentos efetuados por clientes com cheques de terceiros endossados ao banco, é incontroverso que o banco ofereceu a clientes preferenciais serviços de liquidação de compromissos com a utilização de cheques de terceiros, sem retenção da CPMF. A defesa alegou que a entrega dos cheques de terceiros endossados ao banco para pagamento dos compromissos de seus clientes está fora do campo de incidência da CPMF, constituindose em típico planejamento tributário, uma vez que o art. 17, I, da Lei nº 9.311/96 permite a utilização de um endosso. O art. 2º, III, da Lei nº 9.311/96 estabelece o seguinte: Art. 2° O fato gerador da contribuição é: I omissis... II omissis... III a liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados, em nome do beneficiário, nas contas referidas nos incisos anteriores; Ora, a situação narrada pela fiscalização e confirmada pelo contribuinte enquadrase perfeitamente na hipótese descrita no inciso III, que rende ensejo à incidência da CPMF. Isto porque o Banco (instituição financeira) liquidou obrigações de seus clientes (beneficiários) por conta e ordem de terceiros (emissores dos cheques endossados ao banco) os quais não foram depositados nas contascorrentes dos clientes (benefíciários). Esta conclusão é reforçada pela Exposição de Motivos nº 355, de 21/08/1996 ao Projeto de Lei da CPMF: "(...) Em consonância com o princípio da universalidade, que lhe é conferido, a contribuição terá como fato gerador os lançamentos a débito em contas especificadas, bem como qualquer pagamento efetuado pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive por endosso de cheque. Incluise nesse contexto, igualmente, quaisquer outras movimentações financeiras que presumam a existência de sistemas organizados para efetiválas, como salvaguarda contra a sonegação.(...)" Sendo assim, ainda que o art. 17, I da Lei nº 9.311/96 reconheça a possibilidade de um único endosso de cheque enquanto esteve em vigor a cobrança da CPMF, a entrega dos cheques endossados ao banco para liquidação de obrigações do cliente, ainda que não tenham sido depositados em conta, constitui fato gerador da CPMF a teor do art. 2º, III, da Lei nº 9.311/96, tal como já reiteradamente vem sendo decidido neste CARF: CPMF. FATO GERADOR. A utilização interna, por instituição financeira, de cheques que não tenham sido creditados, em nome do beneficiário, em contas correntes de depósito, em contas correntes de Fl. 4168DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 14041.000940/200710 Acórdão n.º 3403003.270 S3C4T3 Fl. 12 13 empréstimo, em contas correntes de depósito de poupança, de decisão judicial e de depósitos em consignação de pagamento, antes de apresentados aos respectivos bancos sacados, para quitação de obrigações do beneficiário junto a terceiros, traduz na "liquidação", pelo Banco, desses recursos, concretizando o elemento temporal previsto na hipótese de incidência tributária de que cuida o inciso III do artigo 2° da Lei n°9.311/96. (....) (Ac. 20215.861, Rel. designado Cons. Antonio Carlos Bueno Ribeiro, votação por maioria. Mantido pelo Acórdão CSRF/0202.896. Assunto: Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira CPMF Anocalendário: 2002 (...) FATO GERADOR. PAGAMENTOS DE CRÉDITOS, DIREITOS E VALORES. INCIDÊNCIA. A liquidação ou pagamento, por instituição financeira, de quaisquer créditos, direitos ou valores, por conta e ordem de terceiros, que não tenham sido creditados na conta corrente do beneficiário, constitui fato gerador da contribuição. Recurso provido em parte. (Ac. 20219.160, Rel. Cons. Antonio Zomer, unânime.) O contribuinte pleiteou a aplicação da alíquota zero a essas operações com base no art. 8º, V, da Lei nº 9.311/96. Entretanto, esse dispositivo se aplica apenas ao pagamento de cheques que o beneficiário desconte na "boca do caixa" em vez de depositálos em sua contacorrente. No caso concreto os cheques não foram descontados pelo beneficiário, mas sim endossados e entregues ao banco, o que não se enquadra na hipótese de alíquota zero. Com esses fundamentos, voto no sentido de negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. Antonio Carlos Atulim Fl. 4169DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 14 Fl. 4170DF CARF MF Impresso em 26/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 20/09/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10935.906311/2012-39
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 01 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 23/01/2012
Recurso Voluntário não conhecido
A manifestação de inconformidade apresentada fora do prazo legal não instaura a fase litigiosa do procedimento nem comporta julgamento de primeira instância quanto às alegações de mérito.
Numero da decisão: 3802-003.277
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o presente recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim- Presidente.
(assinado digitalmente)
Cláudio Augusto Gonçalves Pereira- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o presente recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (presidente da turma), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Sólon Sehn, Bruno Maurício Macedo Curi e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 90 63 11 /2 01 2- 39 Fl. 53DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 3a Turma da DRJ/CTA, a qual, por unanimidade de votos julgou pelo não acolhimento da manifestação de inconformidade apresentada. Em ato contínuo, o despacho decisório pela DRF de Cascavel/PR, que indeferiu o pedido de restituição formulado por meio do PER/DCOMP, devido à inexistência de crédito pleiteado, já que o pagamento de PIS/PASEP, do período acima indicado, estaria totalmente utilizado na extinção, por pagamento, de débito da contribuinte o mesmo fato gerador, nos termos do Acórdão assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 23/01/2012 PIS/PASEP. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO EM PER/DCOMP. Inexistindo o direito creditório informado em PERD/DCOMP, é de se indeferir o pedido de restituição apresentado. EXCLUSÃO DO ICMS DA BASE DE CÁLCULO Incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e à COFINS, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando for cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário. CONTESTAÇÃO DE VALIDADE NORMAS VIGENTES JULGAMENTO ADMINISTRATIVO. COMPETÊNCIA. Compete à autoridade administrativa de julgamento a análise da conformidade da atividade de lançamento com as normas vigentes, às quais não se pode, em âmbito administrativo, negar validade sob o argumento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Direito Creditório Não Reconhecimento. Em sede de impugnação e de recurso, o contribuinte apresenta os mesmos argumentos, que, em síntese, se referem à inconstitucionalidade da cobrança do PIS e da COFINS, sem a exclusão do ICMS da base de cálculo, já que o conceito de faturamento trazido pela Lei nº 9.718, de 1998 não pode ser alargado ao ponto de abranger o conceito de ingresso. É o relatório. Voto Admissibilidade do Recurso. Tendo em vista que a matéria posta para análise – inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS, não está afeta à competência desse Fl. 54DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10935.906311/201239 Acórdão n.º 1802003.277 S1TE02 Fl. 12 3 colegiado, já que não é permitido aos Conselheiros do CARF se pronunciarem sobre os aspectos constitucionais de lei tributária. É de rigor a aplicação da Súmula CARF nº 02 que determina: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Precedentes: Acórdão nº 10194876, de 25/02/2005 Acórdão nº 10321568, de 18/03/2004 Acórdão nº 10514586, de 11/08/2004 Acórdão nº 10806035, de 14/03/2000 Acórdão nº 10246146, de 15/10/2003 Acórdão nº 20309298, de 05/11/2003 Acórdão nº 201 77691, de 16/06/2004 Acórdão nº 20215674, de 06/07/2004 Acórdão nº 20178180, de 27/01/2005 Acórdão nº 20400115, de 17/05/2005. Portanto, pelas razões por mim aqui expostas, NÃO CONHEÇO do recurso ora interposto (assinado digitalmente) Cláudio Augusto Gonçalves Pereira Relator Fl. 55DF CARF MF Impresso em 01/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por CLAUDIO AUGUSTO GONCALVES PEREIRA, Assinado digitalmente em 29/08/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 10218.001291/2007-46
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 28 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Sep 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2004
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO.
A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração (Súmula CARF nº 49).
DCTF. ATRASO. MULTA.
Tratando-se de mais de uma Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) entregue em atraso, aplica-se, a cada uma delas, a multa correspondente ao atraso respectivo.
INEXISTÊNCIA DE INTIMAÇÃO PRÉVIA. ENTREGA ANTES DE QUALQUER PROCEDIMENTO DE OFÍCIO.
A inexistência de intimação prévia para apresentação de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) caracteriza a entrega desta antes de qualquer procedimento de ofício, pelo que a multa aplicada é reduzida em 50% (cinquenta por cento), na forma do art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002.
ATRASO NA ENTREGA DE DCTF. BASE DE CÁLCULO DA MULTA. VALOR DA MULTA.
Tratando-se de atraso na entrega de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF), a base de cálculo da multa aplicada incide sobre o montante dos tributos e contribuições nela informados, na forma do art. 7º, inciso II, da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, devendo ser exigida no limite mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais) apenas se inferior a este limite.
Numero da decisão: 1803-002.343
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Cármen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto e Ricardo Diefenthaeler. Ausente justificadamente o Conselheiro Henrique Heiji Erbano.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 2004 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração (Súmula CARF nº 49). DCTF. ATRASO. MULTA. Tratando-se de mais de uma Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) entregue em atraso, aplica-se, a cada uma delas, a multa correspondente ao atraso respectivo. INEXISTÊNCIA DE INTIMAÇÃO PRÉVIA. ENTREGA ANTES DE QUALQUER PROCEDIMENTO DE OFÍCIO. A inexistência de intimação prévia para apresentação de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) caracteriza a entrega desta antes de qualquer procedimento de ofício, pelo que a multa aplicada é reduzida em 50% (cinquenta por cento), na forma do art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002. ATRASO NA ENTREGA DE DCTF. BASE DE CÁLCULO DA MULTA. VALOR DA MULTA. Tratando-se de atraso na entrega de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF), a base de cálculo da multa aplicada incide sobre o montante dos tributos e contribuições nela informados, na forma do art. 7º, inciso II, da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, devendo ser exigida no limite mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais) apenas se inferior a este limite.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Cármen Ferreira Saraiva Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto e Ricardo Diefenthaeler. Ausente justificadamente o Conselheiro Henrique Heiji Erbano.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2004 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO. A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração (Súmula CARF nº 49). DCTF. ATRASO. MULTA. Tratandose de mais de uma Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) entregue em atraso, aplicase, a cada uma delas, a multa correspondente ao atraso respectivo. INEXISTÊNCIA DE INTIMAÇÃO PRÉVIA. ENTREGA ANTES DE QUALQUER PROCEDIMENTO DE OFÍCIO. A inexistência de intimação prévia para apresentação de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) caracteriza a entrega desta antes de qualquer procedimento de ofício, pelo que a multa aplicada é reduzida em 50% (cinquenta por cento), na forma do art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002. ATRASO NA ENTREGA DE DCTF. BASE DE CÁLCULO DA MULTA. VALOR DA MULTA. Tratandose de atraso na entrega de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF), a base de cálculo da multa aplicada incide sobre o montante dos tributos e contribuições nela informados, na forma do art. 7º, inciso II, da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002, devendo ser exigida no limite mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais) apenas se inferior a este limite. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 21 8. 00 12 91 /2 00 7- 46 Fl. 77DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.001291/200746 Acórdão n.º 1803002.343 S1TE03 Fl. 78 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Cármen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Meigan Sack Rodrigues, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto e Ricardo Diefenthaeler. Ausente justificadamente o Conselheiro Henrique Heiji Erbano. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.001291/200746 Acórdão n.º 1803002.343 S1TE03 Fl. 79 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 39 a 41): I – DO LANÇAMENTO Tratase de auto de infração de Multa por atraso na entrega da DCTF, do ano calendário de 2003 (1º, 2º, 3º e 4º trimestre de 2003), no valor de R$ 355.610,79 (fls. 33). A impugnante tomou ciência do auto de Infração em 05/10/2007 (fls. 31/32). II DA IMPUGNAÇÃO Em 05/10/2007, a Empresa apresentou impugnação ao Auto de infração (fls. 03/30), e alega em síntese: 1 – Da Incidência do Art. 138 do CTN. ....................................................................................................................... Formalizada a denúncia espontânea, suprimese, por força do que preconiza o art. 138 do CTN, qualquer possibilidade de aplicação de penalidades ao contribuinte. Afigurase, como corolário, manifestamente ilegítima a inclusão de parcelas pecuniárias concernentes a multa punitiva em face do ilícito (atraso na entrega da DCTF) confessado pela Impugnante. ............................................................................................................................ a elisão da possibilidade da imputação da multa isolada em face da espontaneidade no cumprimento da obrigação acessória objeto desta autuação, a teor do art. 138 do CTN. 2 – Da Nulidade da Autuação. Da Caracterização de Infração Continuada. Consoante os termos em que foi vertido o Auto de Infração guerreado, a aplicação da penalidade pecuniária deveuse à omissão da Impugnante na emissão das DCTF's relativas ao anocalendário de 2003, omissão essa verificada em períodos sucessivos e contínuos. Na hipótese, a Impugnante atrasou em 47, 44, 41 e 38 [dias] a entrega das DCTF's relativas aos trimestres de 2003, de forma que a autuação lançou (absurdamente) multa no valor de R$ 355.610,79, relativa à incidência de multa sobre cada mês de atraso, ao reverso de considerar a infração isoladamente. Em todos os períodos (sucessivos), identificou o agente de fiscalização responsável pela lavratura do Auto de Infração hostilizado o cometimento, pela Impugnante, da mesma infração, não sendo lícito, para cada uma delas, a aplicação de multa autônoma. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.001291/200746 Acórdão n.º 1803002.343 S1TE03 Fl. 80 4 Com efeito, estáse diante de omissões sequenciais, continuadas, tendo o mesmo substrato fático, que guarda identidade com a figura do crime continuado (art. 71 do Código Penal), sendo punível com penalidade única, ainda que se admita seu agravamento. ............................................................................................................................ a ilegalidade da aplicação de penalidades múltiplas sobre uma única infração (infração continuada) 3 – Da Ausência da Intimação Específica para a Apresentação da DCTF. ......... fugindo ao figurino traçado pelo referido art. 7º, § 2º, II, da Lei nº 10.426/2002, dês que não formalizada intimação prévia ensejando prazo para a entrega das DCTF's em tela, afigurase nula a imposição fiscal fustigada. .......................................................................................................................... a ausência da intimação prévia prevista no art. 7º, § 2º, II, da Lei nº 10.426/2002, depreca para que seja conhecida e provida a presente impugnação, anulandose integralmente o lançamento da penalidade pecuniária hostilizada. 4 Para melhor fundamentar a sua defesa, a Impugnante menciona Julgados Judiciais. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 38): ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2003 DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. ENTENDIMENTO DOMINANTE DOS TRIBUNAIS SUPERIORES. VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA. É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais, quando comprovado que o contribuinte não figurou como parte na referida ação judicial. A autoridade julgadora administrativa não se encontra vinculada ao entendimento dos Tribunais Superiores, pois não faz parte da legislação tributária de que fala o artigo 96 do Código Tributário Nacional, salvo quando tenha gerado uma súmula vinculante, nos termos da Emenda Constitucional nº 45, DOU de 31/12/2004. DCTF. ENTREGA INTEMPESTIVA. PRÉVIA INTIMAÇÃO FISCAL. ESCLARECIMENTOS. IMPUGNAÇÃO. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. PREJUÍZO. NULIDADE. No caso de entrega intempestiva da DCTF, mesmo sem prévia intimação fiscal, a multa por atraso na apresentação deve ser mantida. A falta de intimação para prestar esclarecimentos não invalida o lançamento, se ao contribuinte for oferecida a oportunidade de impugnação (rito do Decreto nº 70.235/1972, que garante contraditório e ampla defesa), na qual ele pode prestar todos os esclarecimentos e informações em seu favor. No caso de ausência de prejuízo ao sujeito passivo, não há falar em nulidade. DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA. ESPONTANEIDADE. INFRAÇÃO DE NATUREZA FORMAL. Fl. 80DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.001291/200746 Acórdão n.º 1803002.343 S1TE03 Fl. 81 5 O princípio da denúncia espontânea não inclui a prática de ato formal, como é o caso da entrega de DCTF, não estando alcançado pelos ditames do art. 138 do Código Tributário. APRESENTAÇÕES DE DCTF EM ATRASO. INOCORRÊNCIA DE INFRAÇÃO CONTINUADA. As apresentações de DCTF em atraso são fatos independentes, não constituindo infração continuada, uma vez que cada DCTF que deixa de ser enviada, ou que é enviada após o prazo estabelecido, representa uma infração a ser punida através do lançamento da multa isolada correspondente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido 3. Cientificada da referida decisão em 06/08/2013 (fls. 50), a tempo, em 05/09/2013, apresenta a interessada Recurso de fls. 52 a 74, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos e aduzindo mais os seguintes: a) que a base de cálculo da multa aplicada envolvendo DCTF deve incidir, em princípio, sobre o montante dos tributos e contribuições nela informados; b) que, porém, tratandose de falta de entrega de DCTF, não é possível se exigir a multa correspondente sobre os valores que deveriam ter sido informados na DCTF, a saber, os valores apurados pela fiscalização; e c) que deve se aplicar, em casos como os destes autos, a multa mínima de R$ 500,00, e não a que está sendo imputada, caracterizandose claramente erro na capitulação legal do lançamento. Em mesa para julgamento. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.001291/200746 Acórdão n.º 1803002.343 S1TE03 Fl. 82 6 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Denúncia espontânea x multa por atraso na entrega de declaração 4. Tratandose, no presente caso, de aplicação de multa por atraso na entrega de Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF), incide na espécie a Súmula CARF nº 49, de seguinte teor: “A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração.” Infração continuada 5. Tratandose, no presente caso, de 4 (quatro) DCTFs entregues em atraso – e não apenas 1 (uma) – aplicase, a cada uma delas, a multa correspondente ao atraso respectivo. 6. Já com relação à alegada figura da “infração continuada”, sempre quando quis o legislador ordinário aplicála às multas tributárias, ele expressamente o fez, como se verifica, por exemplo, na legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – art. 565 do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010 , o que, porém, não é o presente caso, por possuir regramento legal próprio: Infrações Continuadas Art. 565. As infrações continuadas, punidas de conformidade com o art. 597, estão sujeitas a uma pena única, com o aumento de dez por cento para cada repetição da falta, não podendo o valor total exceder o dobro da pena básica (Lei nº 4.502, de 1964, art. 74, caput e § 1º, e DecretoLei nº 34, de 1966, art. 2º, alteração 20ª). § 1º Se tiverem sido lavrados mais de um auto ou notificação de lançamento, serão eles reunidos em um só processo, para imposição da pena (Lei nº 4.502, de 1964, art. 74, § 3º). §2º Não se considera infração continuada a repetição de falta já arrolada em processo fiscal de cuja instauração o infrator tenha sido intimado (Lei nº 4.502, de 1964, art. 74, § 4º). Intimação prévia 7. A inexistência de intimação prévia para apresentação de DCTF longe de implicar nulidade do lançamento caracteriza a entrega desta antes de qualquer procedimento de ofício, pelo que a multa aplicada é reduzida em 50 % (cinquenta por cento), na forma do art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei nº 10.426, de 24 de abril de 2002 (exigência de metade de seu valor). Fl. 82DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10218.001291/200746 Acórdão n.º 1803002.343 S1TE03 Fl. 83 7 8. Apresentada a declaração no prazo fixado em intimação, essa redução corresponderia a apenas 25% (vinte e cinco por cento) da multa aplicada, na forma do art. 7º, § 2º, inciso II, da mesma Lei (exigência de setenta e cinco por cento de seu valor, e não redução nesse percentual, como apressadamente entendeu a Recorrente). Multa mínima 9. Tratandose de atraso na entrega de DCTF – e não de sua falta de entrega , a base de cálculo da multa aplicada incide sobre o montante dos tributos e contribuições nela informados, na forma do art. 7º, inciso II, da Lei nº 10.426, de 2002, devendo ser exigida no limite mínimo de R$ 500,00 (quinhentos reais) apenas se inferior a este limite, o que não é o presente caso. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 83DF CARF MF Impresso em 05/09/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/09/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 05/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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