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Numero do processo: 11030.722126/2016-73
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2015
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. JUROS.
Serão classificados como rendimentos do trabalho assalariado todas as espécies de remuneração por trabalho ou serviços prestados. A não incidência do IR sobre juros de mora a duas hipóteses: quando recebidos por causa de demissão e quando houver isenção tributária concedida por lei.
Numero da decisão: 2001-000.791
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira que lhe negou provimento.
(assinado digitalmente)
Jorge Henrique Backes - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernanda Melo Leal - Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira e Jorge Henrique Backes.
Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL
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RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. JUROS. Serão classificados como rendimentos do trabalho assalariado todas as espécies de remuneração por trabalho ou serviços prestados. A não incidência do IR sobre juros de mora a duas hipóteses: quando recebidos por causa de demissão e quando houver isenção tributária concedida por lei. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em DAR provimento ao Recurso Voluntário, vencido o conselheiro José Ricardo Moreira que lhe negou provimento. (assinado digitalmente) Jorge Henrique Backes Presidente (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, Jose Alfredo Duarte Filho, Jose Ricardo Moreira e Jorge Henrique Backes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 03 0. 72 21 26 /2 01 6- 73 Fl. 82DF CARF MF 2 Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi emitida Notificação de Lançamento, exercício de 2015, ano calendário de 2014, por meio da qual exigese R$ 15.766,18 de imposto suplementar, com multa de ofício e juros de mora. Conforme descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fls. 09 a 14, foi apurada omissão de rendimentos recebidos acumuladamente (RRA) de tributação exclusiva, no valor de R$ 128.896,82. Consta do lançamento que o valor dos rendimentos tributáveis recebidos judicialmente foi de R$ 599.247,73, ao invés dos R$ 470.350,91 declarados, sendo a diferença correspondente à não inclusão do IRRF de R$ 107.260,54 aos rendimentos tributáveis e da dedução da totalidade dos honorários advocatícios, sem deduzir a parcela proporcional aos rendimentos isentos. Cientificado do lançamento em 13/10/2016, o contribuinte apresentou, em 26/10/2016, a impugnação de fl. 02 alegando, em síntese, ser contra a tributação dos juros sobre o principal, no valor de R$ 136.696,58, afirmando que são isentos e, conseqüentemente, alterariam a proporção dos rendimentos tributáveis para 69,97% e dos isentos para 30,03%, ao invés dos 89,14% e 10,86% apurados no lançamento. A DRJ Curitiba manifestou seu entendimento no sentido de que os juros moratórios, têm a mesma natureza tributária dos rendimentos que lhe deram causa e são tributáveis na declaração de ajuste anual do exercício referente ao seu efetivo pagamento. Ou seja, se a verba trabalhista é tributada, os juros a ela correspondentes também o são. Em sede de Recurso Voluntário o contribuinte deixa claro que a parte que solicita isenção referese a indenização decorrente de despedida do contrato do trabalho. O STJ já decidiu que são isentos os juros de mora decorrentes de verbas trabalhistas pagas no contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho. Pede que seja reconhecido o seu direito. É o relatório. Voto Conselheira Fernanda Melo Leal Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Mérito Omissão de rendimentos RRA Conforme mencionado no relatório acima, a discussão administrativa reside apenas no ponto é referente à incidência de imposto de renda sobre juros moratórios pagos em demanda trabalhista, decorrente de despedida e rescisão de contrato de trabalho. Fl. 83DF CARF MF Processo nº 11030.722126/201673 Acórdão n.º 2001000.791 S2C0T1 Fl. 3 3 O STJ, Em Recurso Especial julgado sob o rito dos recursos repetitivos, através da 1ª Seção seguiu o entendimento do ministro Mauro Campbell e restringiu a não incidência do IR sobre juros de mora a duas hipóteses: quando recebidos por causa de demissão e quando houver isenção tributária concedida por lei. Ou seja, a não incidência é uma exceção. A regra geral definida pelo STJ se baseou no artigo 16 da Lei 4.506/1964 e em seu parágrafo único. A lei define o imposto sobre a renda e sua incidência. O caput do artigo 16 diz que “serão classificados como rendimentos do trabalho assalariado todas as espécies de remuneração por trabalho ou serviços prestados”. Já o parágrafo único define que os juros de mora e “quaisquer outras indenizações pelo atraso no pagamento das remunerações previstas neste artigo”. O STJ também explicou, na decisão, que o caso dos juros de mora incidentes em indenização paga pelo atraso no pagamento do salário se enquadra no inciso II do artigo 43 do Código Tributário Nacional. O artigo e seus incisos dizem que o imposto sobre a renda tem como fato gerador a aquisição de renda (inciso I) e de “proventos de qualquer natureza” (inciso II). Como considerou os juros de mora como acréscimo patrimonial, o STJ os classificou como “proventos de qualquer natureza”. O ministro Mauro Campbell Marques, destacou que a regra geral, prevista no artigo 16, caput e parágrafo único, da Lei 4.506/64, é a incidência do IR sobre os juros de mora, inclusive quando reconhecidos em reclamatórias trabalhistas, apesar de sua natureza indenizatória. Entretanto, segundo o ministro, há duas exceções: são isentos de IR os juros de mora pagos no contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho, em reclamatórias trabalhistas ou não; e quando incidentes sobre verba principal isenta ou fora do campo de incidência do IR, mesmo quando pagos fora do contexto de despedida ou rescisão do contrato de trabalho — regra do acessório segue o principal. No caso de perda do emprego, segundo o ministro, o objetivo da isenção é “proteger o trabalhador em uma situação sócio econômica desfavorável”, razão pela qual incide a previsão do artigo 6º, V, da Lei 7.713/88. Nessas situações, os juros de mora incidentes sobre as verbas pagas ao trabalhador em decorrência da perda do emprego são isentos de IR, independentemente da natureza jurídica da verba principal (remuneratória ou indenizatória) e mesmo que essa verba principal não seja isenta. Segundo o ministro, para garantir a isenção em reclamatória trabalhista, é preciso que esta se refira às verbas decorrentes da perda do emprego, conforme já decidiu o STJ no julgamento do REsp 1.227.133. Ou seja, é indiscutível que quando se trata de demissão e quando houver isenção tributária concedida por lei, a isenção já foi reconhecida posto que não representam um acréscimo patrimonial mas uma reparação. A jurisprudência colacionada pelo contribuinte ratifica esse entendimento. No caso em comento, de acordo com os documentos juntados aos autos do processo, verificase estarmos diante de verbas trabalhistas pagas em decorrência de despedida e rescisão de contrato de trabalho. Assim sendo, entendo que se enquadra na exceção apregoada na decisão do STJ. Fl. 84DF CARF MF 4 Por tudo quanto exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário e para reformar a decisão a quo no sentido de considerar a isenção dos juros por se tratar de uma das exceções para a sua tributação. CONCLUSÃO: Diante tudo o quanto exposto, voto no sentido de, CONHECER e DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos moldes acima expostos. (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal. Fl. 85DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.901856/2014-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.485
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência, nos termos do voto da relatora, vencidos os conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula e Pedro Sousa Bispo, que entenderam ser desnecessária a diligência proposta.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Relatório
A Contribuinte formalizou perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil PERD/COMP objetivando a restituição dos créditos escriturais de PIS e COFINS que alega ter recolhido a maior, relativos às comissões pagas aos seus representantes comerciais.
O Despacho Decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal de Jundiaí, indeferiu o Pedido de Restituição por considerar inexistente o crédito, fundamentando pela aplicação do Art. 165 do Código Tributário Nacional.
Inconformada com esta decisão, a recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, julgada improcedente pela DRJ Fortaleza, através do Acórdão nº 08-038.809.
Devidamente notificada desta decisão, a contribuinte interpôs o Recurso Voluntário ora em apreço, pugnando pela procedência da manifestação de inconformidade para que seja reconhecido o direito aos créditos requeridos a título de pagamento indevido ou a maior.
Em síntese, a Recorrente abordou as seguintes matérias em razões de defesa:
* Tem por objeto social a atividades no mercado interno e externo, sobretudo, fabricação de artefatos de cimento para uso na construção, depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis, comércio atacadista especializado de materiais de construção não especificados anteriormente; fabricação de material sanitário de cerâmica; comércio varejista de ferragens e ferramentas; fabricação de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, peças e acessórios.
* Houve pedido de restituição de pagamento indevido ou a maior a título de COFINS/PIS no regime não cumulativo em razão de créditos decorrentes de pagamentos de comissões para pessoas jurídicas representantes comerciais, o qual foi indeferido pela DRJ.
* Fundamentou pela improcedência da glosa, demonstrando os aspectos legais e constitucionais do PIS-COFINS: artigos 149, 195, I -"b" e parágrafo 12º, 239, todos da Constituição Federal, bem como pelas seguintes legislações: Leis Complementares n. 7/70 e 70/91; Leis Ordinárias n. 9.715/95, 9.718/98, 10.637/2002, 10.833/2003.
* Apresentou a hipótese de incidência tributária da seguinte forma:
"O PIS/PASEP no regime cumulativo está estruturado da seguinte forma: (i) sujeito ativo: União; (ii) sujeito passivo: pessoa jurídica; (iii) critério material: faturamento de mercadorias e/ou serviços; (iv) critério quantitativo: base de cálculo (valor do faturamento) e alíquota (0,65%); (v) critério territorial: território nacional; (vi) critério temporal: faturamento mensal (critério da competência).
Do mesmo modo, a COFINS no regime cumulativo tem a seguinte regra-matriz de incidência: (i) sujeito ativo: União; (ii) sujeito passivo: pessoa jurídica; (iii) critério material: faturamento de mercadorias e/ou serviços; (iv) critério quantitativo: base de cálculo (valor do faturamento) e alíquota (3%); (v) critério territorial: território nacional; (vi) critério temporal: faturamento mensal (critério da competência)."
* Argumentou pelo regime da não-cumulatividade para o PIS/COFINS.
* Argumentou que, diante de gastos, custo, pagamento realizado pelo contribuinte de PIS e COFINS para uma pessoa jurídica que exerça atividade econômica capaz de contribuir, de forma direta ou indireta, para a obtenção de receita daquela, há de se considerar um insumo, nos moldes do art. 3º, das Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003, gerando crédito para abatimento das contribuições referidas. A única possibilidade de se vedar crédito no raciocínio descrito seria a existência de uma previsão legal expressa impedindo o exercício desse direito, embora, mesmo nesta hipótese, seja possível dependendo do caso questionar a constitucionalidade da lei.
* As comissões de representantes comerciais nada mais são do que a remuneração pelo resultado obtido pela venda de produtos ou mercadorias da pessoa jurídica que representa, tendo como base de cálculo o preço do negocio jurídico.
É o relatório.
Voto
Conselheiro Waldir Navarro Bezerra
O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido n Resolução 3402-001.475 de 25 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 13839.901466/2014-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
Transcrevem-se, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402-001.475):
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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Relatório A Contribuinte formalizou perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil PERD/COMP objetivando a restituição dos créditos escriturais de PIS e COFINS que alega ter recolhido a maior, relativos às comissões pagas aos seus representantes comerciais. O Despacho Decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal de Jundiaí, indeferiu o Pedido de Restituição por considerar inexistente o crédito, fundamentando pela aplicação do Art. 165 do Código Tributário Nacional. Inconformada com esta decisão, a recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, julgada improcedente pela DRJ Fortaleza, através do Acórdão nº 08-038.809. Devidamente notificada desta decisão, a contribuinte interpôs o Recurso Voluntário ora em apreço, pugnando pela procedência da manifestação de inconformidade para que seja reconhecido o direito aos créditos requeridos a título de pagamento indevido ou a maior. Em síntese, a Recorrente abordou as seguintes matérias em razões de defesa: * Tem por objeto social a atividades no mercado interno e externo, sobretudo, fabricação de artefatos de cimento para uso na construção, depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guarda-móveis, comércio atacadista especializado de materiais de construção não especificados anteriormente; fabricação de material sanitário de cerâmica; comércio varejista de ferragens e ferramentas; fabricação de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, peças e acessórios. * Houve pedido de restituição de pagamento indevido ou a maior a título de COFINS/PIS no regime não cumulativo em razão de créditos decorrentes de pagamentos de comissões para pessoas jurídicas representantes comerciais, o qual foi indeferido pela DRJ. * Fundamentou pela improcedência da glosa, demonstrando os aspectos legais e constitucionais do PIS-COFINS: artigos 149, 195, I -"b" e parágrafo 12º, 239, todos da Constituição Federal, bem como pelas seguintes legislações: Leis Complementares n. 7/70 e 70/91; Leis Ordinárias n. 9.715/95, 9.718/98, 10.637/2002, 10.833/2003. * Apresentou a hipótese de incidência tributária da seguinte forma: "O PIS/PASEP no regime cumulativo está estruturado da seguinte forma: (i) sujeito ativo: União; (ii) sujeito passivo: pessoa jurídica; (iii) critério material: faturamento de mercadorias e/ou serviços; (iv) critério quantitativo: base de cálculo (valor do faturamento) e alíquota (0,65%); (v) critério territorial: território nacional; (vi) critério temporal: faturamento mensal (critério da competência). Do mesmo modo, a COFINS no regime cumulativo tem a seguinte regra-matriz de incidência: (i) sujeito ativo: União; (ii) sujeito passivo: pessoa jurídica; (iii) critério material: faturamento de mercadorias e/ou serviços; (iv) critério quantitativo: base de cálculo (valor do faturamento) e alíquota (3%); (v) critério territorial: território nacional; (vi) critério temporal: faturamento mensal (critério da competência)." * Argumentou pelo regime da não-cumulatividade para o PIS/COFINS. * Argumentou que, diante de gastos, custo, pagamento realizado pelo contribuinte de PIS e COFINS para uma pessoa jurídica que exerça atividade econômica capaz de contribuir, de forma direta ou indireta, para a obtenção de receita daquela, há de se considerar um insumo, nos moldes do art. 3º, das Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003, gerando crédito para abatimento das contribuições referidas. A única possibilidade de se vedar crédito no raciocínio descrito seria a existência de uma previsão legal expressa impedindo o exercício desse direito, embora, mesmo nesta hipótese, seja possível dependendo do caso questionar a constitucionalidade da lei. * As comissões de representantes comerciais nada mais são do que a remuneração pelo resultado obtido pela venda de produtos ou mercadorias da pessoa jurídica que representa, tendo como base de cálculo o preço do negocio jurídico. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplica-se o decidido n Resolução 3402-001.475 de 25 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 13839.901466/2014-27, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. 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Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência, nos termos do voto da relatora, vencidos os conselheiros Maria Aparecida Martins de Paula e Pedro Sousa Bispo, que entenderam ser desnecessária a diligência proposta. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório A Contribuinte formalizou perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil PERD/COMP objetivando a restituição dos créditos escriturais de PIS e COFINS que alega ter recolhido a maior, relativos às comissões pagas aos seus representantes comerciais. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 39 .9 01 85 6/ 20 14 -0 5 Fl. 125DF CARF MF Processo nº 13839.901856/201405 Resolução nº 3402001.485 S3C4T2 Fl. 3 2 O Despacho Decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal de Jundiaí, indeferiu o Pedido de Restituição por considerar inexistente o crédito, fundamentando pela aplicação do Art. 165 do Código Tributário Nacional. Inconformada com esta decisão, a recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, julgada improcedente pela DRJ Fortaleza, através do Acórdão nº 08038.809. Devidamente notificada desta decisão, a contribuinte interpôs o Recurso Voluntário ora em apreço, pugnando pela procedência da manifestação de inconformidade para que seja reconhecido o direito aos créditos requeridos a título de pagamento indevido ou a maior. Em síntese, a Recorrente abordou as seguintes matérias em razões de defesa: * Tem por objeto social a atividades no mercado interno e externo, sobretudo, fabricação de artefatos de cimento para uso na construção, depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guardamóveis, comércio atacadista especializado de materiais de construção não especificados anteriormente; fabricação de material sanitário de cerâmica; comércio varejista de ferragens e ferramentas; fabricação de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, peças e acessórios. * Houve pedido de restituição de pagamento indevido ou a maior a título de COFINS/PIS no regime não cumulativo em razão de créditos decorrentes de pagamentos de comissões para pessoas jurídicas representantes comerciais, o qual foi indeferido pela DRJ. * Fundamentou pela improcedência da glosa, demonstrando os aspectos legais e constitucionais do PISCOFINS: artigos 149, 195, I "b" e parágrafo 12º, 239, todos da Constituição Federal, bem como pelas seguintes legislações: Leis Complementares n. 7/70 e 70/91; Leis Ordinárias n. 9.715/95, 9.718/98, 10.637/2002, 10.833/2003. * Apresentou a hipótese de incidência tributária da seguinte forma: "O PIS/PASEP no regime cumulativo está estruturado da seguinte forma: (i) – sujeito ativo: União; (ii) – sujeito passivo: pessoa jurídica; (iii) – critério material: faturamento de mercadorias e/ou serviços; (iv) – critério quantitativo: base de cálculo (valor do faturamento) e alíquota (0,65%); (v) – critério territorial: território nacional; (vi) – critério temporal: faturamento mensal (critério da competência). Do mesmo modo, a COFINS no regime cumulativo tem a seguinte regramatriz de incidência: (i) – sujeito ativo: União; (ii) – sujeito passivo: pessoa jurídica; (iii) – critério material: faturamento de mercadorias e/ou serviços; (iv) – critério quantitativo: base de cálculo (valor do faturamento) e alíquota (3%); (v) – critério territorial: território nacional; (vi) – critério temporal: faturamento mensal (critério da competência)." * Argumentou pelo regime da nãocumulatividade para o PIS/COFINS. * Argumentou que, diante de gastos, custo, pagamento realizado pelo contribuinte de PIS e COFINS para uma pessoa jurídica que exerça atividade econômica capaz Fl. 126DF CARF MF Processo nº 13839.901856/201405 Resolução nº 3402001.485 S3C4T2 Fl. 4 3 de contribuir, de forma direta ou indireta, para a obtenção de receita daquela, há de se considerar um insumo, nos moldes do art. 3º, das Leis n. 10.637/2002 e 10.833/2003, gerando crédito para abatimento das contribuições referidas. A única possibilidade de se vedar crédito no raciocínio descrito seria a existência de uma previsão legal expressa impedindo o exercício desse direito, embora, mesmo nesta hipótese, seja possível – dependendo do caso – questionar a constitucionalidade da lei. * As comissões de representantes comerciais nada mais são do que a remuneração pelo resultado obtido pela venda de produtos ou mercadorias da pessoa jurídica que representa, tendo como base de cálculo o preço do negocio jurídico. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido n Resolução 3402001.475 de 25 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 13839.901466/201427, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402001.475): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Da necessidade de diligência para julgamento do recurso Como observado pela 5ª Turma da DRJ/FOR em decisão recorrida, a análise da questão está relacionada à classificação das comissões pagas a representantes comerciais como insumos, que geram direito ao crédito das contribuições, ou como despesas necessárias à atividade da empresa, sem vinculação ao processo produtivo e incapazes de gerar crédito na sistemática nãocumulativa. Assim alega a Contribuinte: i) Que é pessoa jurídica de direito privado e, na consecução de suas atividades comerciais, procede à contratação de representantes comerciais para escoamento de sua produção própria, sendo que tal modalidade de venda representa aproximadamente 87% do faturamento. Fl. 127DF CARF MF Processo nº 13839.901856/201405 Resolução nº 3402001.485 S3C4T2 Fl. 5 4 ii) Que a função desempenhada por tais representantes é notadamente imprescindível para sua cadeia produtiva, na medida em que estes são responsáveis pela intermediação dos negócios, com a prospecção de clientes e desenvolvimento do mercado, assim como participam diretamente no processo negocial, lançando os pedidos aceitos no sistema e formatando as cargas. Além do mais, frequentemente efetua a contratação do transporte das mercadorias vendidas. iii) Em razão do critério da essencialidade, é incontestável que os valores desembolsados quanto à atividade realizada pelos representantes comerciais devem ser entendidos como insumo na cadeia de produção e vendas dos produtos que fabrica, conformando base de cálculo para a assunção de créditos escriturais relativos às contribuições destinadas ao Programa de Integração Social (PIS) e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS), já que está sujeita à sistemática de apuração nãocumulativa das referidas contribuições. Outrossim, a Recorrente apresenta em razões de recurso, o seguinte comparativo entre empresas que não possuem representantes comerciais, em especial no tocante ao direito de crédito: (i) – as pessoas jurídicas sem representante comercial terão 100% da receita para si; (ii) – já aquelas que se utilizam dos representantes não terão 100% das receitas para si, uma vez que uma parte ficará com eles a título de comissão, sendo de total plausibilidade assim o crédito par a bater PIS e COFINS. Constatase que o fundamento pelo qual a DRJ/FOR julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade se atém ao critério estabelecido pelo artigos 2º e 3º, II da Lei nº 10.637/2002, bem como da INSRF nº 247/2002. Vejamos: No presente caso, as comissões pagas aos representantes comerciais não podem ser consideradas como aplicadas ou consumidas diretamente na fabricação de bens destinados à venda. Tampouco podem ser considerados serviços adquiridos de pessoas jurídicas para a consecução das atividades principais da empresa. Assim, as comissões pagas aos representantes comerciais são despesas que não se caracterizam como insumos, não sendo admissível, portanto, a apuração de créditos relativamente a esses dispêndios. Este também é o entendimento da Solução de Consulta nº 98, da SRRF07/Disit, transcrito abaixo: (...) 17. Dessa forma, os bens e serviços que forem necessários ou essenciais para o desempenho da atividade da empresa mas que não puderem ser considerados como aplicados ou consumidos diretamente na fabricação de bens destinados à venda ou na prestação de serviços não se caracterizam como “insumos”, não sendo admissível, portanto, a apuração de créditos relativamente a esses dispêndios. Fl. 128DF CARF MF Processo nº 13839.901856/201405 Resolução nº 3402001.485 S3C4T2 Fl. 6 5 18. Isso distingue os “insumos” das despesas dedutíveis para efeitos de apuração da base de cálculo do Imposto de Renda, que, de acordo com o art. 299 do Decreto nº. 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR/99), são todas aquelas despesas necessárias, usuais e normais para as operações da empresa. (...) Isso posto, julgo improcedente a manifestação de inconformidade. Inicialmente, consignase que o contribuinte do PIS e da COFINS nãocumulativos, segundo as Leis 10.637/02, 10.833/03 e 10.865/04, tem direito de tomar créditos calculados em relação a bens e serviços utilizados como “insumos” na fabricação de produtos destinados à venda. De fato havia divergências quanto ao conceito de insumos aplicável às contribuições sociais. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça concluiu através do julgamento do Recurso Especial nº 1.221.170 PR, processado em sede de recurso representativo de controvérsia, que o conceito de insumo, para efeito de tomada de crédito das contribuições na forma dos artigo 3º, inciso II, das Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003, deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerando a imprescindibilidade ou a importância de determinado item – bem ou serviço – para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. Por este precedente, o STJ declarou a ilegalidade da Instrução Normativa SRF nº 247/2002, invocada para fundamentar a decisão recorrida, bem como declarou a ilegalidade da Instrução Normativa SRF nº 404/2004, as quais restringiam o direito de crédito aos insumos que fossem diretamente agregados ao produto final, ou que se desgastassem com o contato físico com o produto ou serviço final. Outrossim, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional publicou em data de 03/10/2018 a Nota Explicativa SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFNMF, aceitando o conceito de insumos para crédito de PIS e Cofins fixado pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme Ementa abaixo transcrita: Documento público. Ausência de sigilo. Recurso Especial nº 1.221.170/PR Recurso representativo de controvérsia. Ilegalidade da disciplina de creditamento prevista nas IN SRF nº 247/2002 e 404/2004. Aferição do conceito de insumo à luz dos critérios de essencialidade ou relevância. Tese definida em sentido desfavorável à Fazenda Nacional. Autorização para dispensa de contestar e recorrer com fulcro no art. 19, IV, da Lei n° 10.522, de 2002, e art. 2º, V, da Portaria PGFN n° 502, de 2016. Fl. 129DF CARF MF Processo nº 13839.901856/201405 Resolução nº 3402001.485 S3C4T2 Fl. 7 6 Nota Explicativa do art. 3º da Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 01/2014. Em síntese, "insumos", para efeitos do art. 3º, II, da Lei 10.637/2002, e art. 3º, II, da Lei 10.833/2003, são "todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes". Os critérios em referência devem ser aplicados casuisticamente, utilizandose do chamado “teste de subtração” do insumo, de modo a verificar a imprescindibilidade e a importância de determinado item para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. Neste sentido, transcrevo os itens 14 a 17 da SEI nº 63/2018/CRJ/PGACET/PGFNMF: "14. Consoante se depreende do Acórdão publicado, os Ministros do STJ adotara m a interpretação intermediária, considerando que o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância. Dessa forma, tal aferição deve se dar considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item para o desenvolvimento da atividade produtiva, consistente na produção de bens destinados à venda ou de prestação de serviços. 15. Devese, pois, levar em conta as particularidades de cada processo produtivo, na medida em que determinado bem pode fazer parte de vários processos produtivos, porém, com diferentes níveis de importância, sendo certo que o raciocínio hipotético levado a efeito por meio do “teste de subtração” serviria como um dos mecanismos aptos a revelar a imprescindibilidade e a importância para o processo produtivo. 16. Nesse diapasão, poderseia caracterizar como insumo aquele i tem – bem ou serviço utilizado direta ou indiretamente cuja subtração implique a impossibilidade da realização da atividade empresarial ou, pelo menos, cause perda de qualidade substancial que torne o serviço ou produto inútil. 17. Observase que o ponto fulcral da decisão do STJ é a definição de insumos como sendo aqueles bens ou serviços que, uma vez retirados do processo produtivo, comprometem a consecução da atividadefim da empresa, estejam eles empregados direta ou indiretamente em tal processo. É o raciocínio que decorre do mencionado “teste d e subtração” a que se refere o voto do Ministro Mauro Campbell Marques." Fl. 130DF CARF MF Processo nº 13839.901856/201405 Resolução nº 3402001.485 S3C4T2 Fl. 8 7 Superada a discussão em referência, cabe a análise quanto à configuração da essencialidade ou relevância do representante comercial às atividades desenvolvidas pela empresa. Através do atos constitutivos, é possível verificar que a Recorrente tem por objeto social as seguintes atividades: Constatase, ainda, como atividade econômica principal a fabricação de artefatos de cimento para uso na construção (CNAE 23 30302) e, por atividade econômica secundária a seguinte descrição: CÓDIGO E DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS 52.11799 Depósitos de mercadorias para terceiros, exceto armazéns gerais e guardamóveis 46.79604 Comércio atacadista especializado de materiais de construção não especificados anteriormente 23.49401 Fabricação de material sanitário de cerâmica 47.44001 Comércio varejista de ferragens e ferramentas 28.13500 Fabricação de válvulas, registros e dispositivos semelhantes, peças e acessórios Por sua vez, a Contribuinte argumenta desde a Manifestação de Inconformidade que mais de 80% (oitenta por cento) das vendas de produtos que comercializa ocorre por meio de representantes comerciais autônomos, que assumem papel imprescindível na consecução da atividade comercial da empresa, representando esta modalidade de venda em aproximadamente 87% (oitenta e sete por cento) do seu faturamento. Não obstante os fundamentos que embasam as razões recursais, o fato é que neste processo administrativo não há nenhuma prova que ateste a essencialidade da representação comercial na atividade da empresa Recorrente. Todavia, considerando a recente decisão proferida em sede de repercussão geral pelo Superior Tribunal de Justiça, resultando na incidência do artigo 62, § 2º do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e, em atenção à busca pela verdade material, fazse necessária a realização de diligência para uma melhor compreensão sobre as características da atividade desenvolvida pela empresa, possibilitando identificar se as despesas em análise configuram insumos que permitam o direito ao crédito em análise. Por tais motivos, nos termos previstos pelo artigo 29 do Decreto nº 70.235/1972, proponho a conversão do julgamento em diligência para que a Autoridade Fiscal da Unidade de Origem intime a Fl. 131DF CARF MF Processo nº 13839.901856/201405 Resolução nº 3402001.485 S3C4T2 Fl. 9 8 Contribuinte para apresentar nos autos a comprovação de que os serviços prestados por representantes comerciais em sua atividade empresarial são essenciais e relevantes, em especial: Notas Fiscais, Balanço Analítico, Livros Diário e Razão, bem como demais documentos que se fizerem necessários para a elucidação sobre o objeto deste litígio. Com a apresentação dos documentos pela Contribuinte e elaboração de Relatório Fiscal com os esclarecimentos necessários pela Autoridade Fiscal, intimar a Recorrente e a Fazenda Nacional do resultado da diligência para, querendo, se manifestarem no prazo de 30 (trinta) dias. Após as providências acima, com ou sem manifestação, retorne os autos a este Colegiado para julgamento." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu converter o presente processo em diligência para que a Autoridade Fiscal da Unidade de Origem intime a Contribuinte para apresentar nos autos a comprovação de que os serviços prestados por representantes comerciais em sua atividade empresarial são essenciais e relevantes, em especial: Notas Fiscais, Balanço Analítico, Livros Diário e Razão, bem como demais documentos que se fizerem necessários para a elucidação sobre o objeto deste litígio. Com a apresentação dos documentos pela Contribuinte e elaboração de Relatório Fiscal com os esclarecimentos necessários pela Autoridade Fiscal, intimar a Recorrente e a Fazenda Nacional do resultado da diligência para, querendo, se manifestarem no prazo de 30 (trinta) dias. Após as providências acima, com ou sem manifestação, retorne os autos a este Colegiado para julgamento. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 132DF CARF MF
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Numero do processo: 11080.722944/2013-38
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2010
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. ELEMENTOS INTERNOS E EXTERNOS DA DECISÃO.
De acordo com o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciar-se a Turma. Somente a contradição, omissão ou obscuridade interna é embargável, não alcançando eventual os elementos externos da decisão, circunstância que configura mera irresignação.
ACÓRDÃO. FUNDAMENTAÇÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS INFRINGENTES. PROVIMENTO.
Deve ser dado efeitos infringentes aos embargos que verifica erro material na decisão, e sua conclusão, sanando vício de julgamento anterior.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO ALEGADA NA IMPUGNAÇÃO QUE INSTAUROU O LITÍGIO.O contencioso administrativo fiscal instaura-se com a impugnação ou manifestação de inconformidade, que devem ser expressas, considerando-se preclusa a matéria que não tenha sido alegada, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72. Assim, quando a matéria não for contestada, não há como instaurar a fase litigiosa processual, conforme impõe o artigo 14 do Decreto Lei 70.235/72, configurando, portanto, a preclusão consumativa processual. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não apresentada por ocasião da impugnação ou manifestação de inconformidade.
Nessas circunstâncias, não se pode conhecer das razões de mérito contidas no recurso voluntário naquilo que não foi expressamente alegado, que fica limitado à contrariedade dos demais pontos do recurso, salvo casos específicos a exemplo de matérias de ordem pública.
Numero da decisão: 2301-005.593
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acórdão
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos com efeitos infringentes para, sanando os vícios apontados no Acórdão nº2803-003.906, de 03/12/2014, retificar o seu dispositivo, a fim de que conste o não conhecimento da matéria relativa à multa, não impugnada em sede de primeira instância, em face da preclusão consumativa, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
João Bellini Júnior Presidente.
(assinado digitalmente)
Wesley Rocha - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Marcelo Freitas de Souza Costa, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Reginaldo Paixão Emos, Juliana Marteli Fais Feriato e Wesley Rocha.
Nome do relator: WESLEY ROCHA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2010 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. ELEMENTOS INTERNOS E EXTERNOS DA DECISÃO. De acordo com o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciar-se a Turma. Somente a contradição, omissão ou obscuridade interna é embargável, não alcançando eventual os elementos externos da decisão, circunstância que configura mera irresignação. ACÓRDÃO. FUNDAMENTAÇÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS INFRINGENTES. PROVIMENTO. Deve ser dado efeitos infringentes aos embargos que verifica erro material na decisão, e sua conclusão, sanando vício de julgamento anterior. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO ALEGADA NA IMPUGNAÇÃO QUE INSTAUROU O LITÍGIO.O contencioso administrativo fiscal instaura-se com a impugnação ou manifestação de inconformidade, que devem ser expressas, considerando-se preclusa a matéria que não tenha sido alegada, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72. Assim, quando a matéria não for contestada, não há como instaurar a fase litigiosa processual, conforme impõe o artigo 14 do Decreto Lei 70.235/72, configurando, portanto, a preclusão consumativa processual. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não apresentada por ocasião da impugnação ou manifestação de inconformidade. Nessas circunstâncias, não se pode conhecer das razões de mérito contidas no recurso voluntário naquilo que não foi expressamente alegado, que fica limitado à contrariedade dos demais pontos do recurso, salvo casos específicos a exemplo de matérias de ordem pública.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acórdão Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos com efeitos infringentes para, sanando os vícios apontados no Acórdão nº2803-003.906, de 03/12/2014, retificar o seu dispositivo, a fim de que conste o não conhecimento da matéria relativa à multa, não impugnada em sede de primeira instância, em face da preclusão consumativa, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior Presidente. (assinado digitalmente) Wesley Rocha - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Marcelo Freitas de Souza Costa, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Reginaldo Paixão Emos, Juliana Marteli Fais Feriato e Wesley Rocha.
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CABIMENTO. ELEMENTOS INTERNOS E EXTERNOS DA DECISÃO. De acordo com o Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma. Somente a contradição, omissão ou obscuridade interna é embargável, não alcançando eventual os elementos externos da decisão, circunstância que configura mera irresignação. ACÓRDÃO. FUNDAMENTAÇÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO COM EFEITOS INFRINGENTES. PROVIMENTO. Deve ser dado efeitos infringentes aos embargos que verifica erro material na decisão, e sua conclusão, sanando vício de julgamento anterior. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO ALEGADA NA IMPUGNAÇÃO QUE INSTAUROU O LITÍGIO.O contencioso administrativo fiscal instaurase com a impugnação ou manifestação de inconformidade, que devem ser expressas, considerandose preclusa a matéria que não tenha sido alegada, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72. Assim, quando a matéria não for contestada, não há como instaurar a fase litigiosa processual, conforme impõe o artigo 14 do Decreto Lei 70.235/72, configurando, portanto, a preclusão consumativa processual. Inadmissível a apreciação em grau de recurso de matéria não apresentada por ocasião da impugnação ou manifestação de inconformidade. Nessas circunstâncias, não se pode conhecer das razões de mérito contidas no recurso voluntário naquilo que não foi expressamente alegado, que fica limitado à contrariedade dos demais pontos do recurso, salvo casos específicos a exemplo de matérias de ordem pública. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 29 44 /2 01 3- 38 Fl. 251DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acórdão Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos com efeitos infringentes para, sanando os vícios apontados no Acórdão nº2803 003.906, de 03/12/2014, retificar o seu dispositivo, a fim de que conste o não conhecimento da matéria relativa à multa, não impugnada em sede de primeira instância, em face da preclusão consumativa, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) João Bellini Júnior – Presidente. (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Alexandre Evaristo Pinto, João Maurício Vital, Marcelo Freitas de Souza Costa, Mônica Renata Mello Ferreira Stoll, Reginaldo Paixão Emos, Juliana Marteli Fais Feriato e Wesley Rocha. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos tempestivamente pelo Contribuinte e pela Fazenda Nacional, contra decisão de Recurso Voluntário, Acórdão n.º 2803003.906, proferido pelo colegiado da 3ª Turma Especial, em 03 de dezembro de 2014, que deu parcial provimento ao Recurso Voluntário, tendo a seguinte ementa: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2010 NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Estando o relatório fiscal apresentado pelo auditor com todos os elementos necessários da infração, bem como todas as oportunidades dada à contribuinte para carrear os autos a documentação necessária para a elaboração de sua defesa, não há nulidade. MULTA. APLICAÇÃO DA MAIS BENÉFICA. Podese aplicar a multa de forma retroativa se for mais benéfica ao contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte". A Fazenda Nacional opõe embargos de declaração apontando obscuridade na decisão lançada uma vez que segundo seu recurso, "Esse eg. Colegiado deu provimento ao recurso voluntário para “que seja aplicada a multa prevista no artigo 32A, I, da lei 8.212/91, caso seja mais benéfica da norma em favor do contribuinte”. Fl. 252DF CARF MF Processo nº 11080.722944/201338 Acórdão n.º 2301005.593 S2C3T1 Fl. 3 3 Ocorre que o auto de lançamento não decorre de multa imposta em razão de descumprimento de obrigação acessória. Conforme se constata do relatório fiscal, os DEBCADs são em decorrência de: a) DEBCAD nº 51.037.0250, referente a contribuições previdenciárias patronais, devidas pela empresa incidentes sobre a remuneração de segurados empregados e contribuintes individuais – alíquota de 20%. Além delas, também foi lançada a contribuição para o financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios devidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa associado aos riscos ambientais do trabalho (SAT/RAT) incidente sobre a remuneração paga aos segurados empregados – alíquota de 2% no ano de 2009 e 3% no ano de 2010; b) DEBCAD nº 21.037.0268 referente a contribuições para outras entidades e fundos com alíquota de 5,8% assim distribuídas: FNDE Salário Educação = 2,5%, INCRA = 0,2%, SENAI = 1,%, SESI = 1,5%, SEBRAE = 0,6%; c) DEBCAD nº 51.037.0276 referente a contribuições previdenciárias devidas pelos segurados empregados e contribuintes individuais, cuja responsabilidade pela arrecadação e recolhimento é atribuída pela lei à empresa, incidente sobre as remunerações lançadas nas folhas de pagamento; d) DEBCAD nº 51.037.0284 referente a multa por ter a empresa dado ou atribuído cotas ou participação nos lucros a sócio cotista, diretor ou outro membro do órgão dirigente, fiscal ou consultivo, quando a empresa estiver em débito para com a Seguridade Social, infringindo o art. 52 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, com redação da MP nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, combinado com a Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964, art.32, alínea “b”. É o relatório. Voto Conselheiro Wesley Rocha Relator Os embargos são tempestivos. Assim, passo a analisálos. Os artigos 64 e 65, do Regimento Interno deste Conselho (RICARF Portaria mf nº 343, de 09 de junho de 2015). assim dispõe: "Art. 64. Contra as decisões proferidas pelos colegiados do CARF são cabíveis os seguintes recursos: I Embargos de Declaração; Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e Fl. 253DF CARF MF 4 os seus fundamentos, ou for omitido ponto 53 sobre o qual deveria pronunciarse a turma". Os embargos de declaração se prestam para sanar contradição, omissão ou obscuridade, e não possui efeitos modificativos da decisão recorrida, salvo casos específicos que pode resultar em efeitos infringentes do julgamento. Esse instrumento, por vezes pode ser considerado sensível em sua análise, uma vez que excepcionalmente pode contribuir com a modificação de interpretação ou resultado anteriormente esposado. Nesse sentido, os embargos servem exatamente para trazer compreensão e clarificação pelo órgão julgador ao resultado final do julgamento proferido, privilegiando, inclusive, ao princípio do devido processo legal, entregando às partes e interessados de forma clara e precisa a o entendimento do colegiado julgador. Como se sabe, “a contradição que autoriza o acolhimento dos aclaratórios é aquela interna, havida entre a fundamentação e o dispositivo ou entre fragmentos da decisão embargada, e não o descompasso entre a conclusão adotada pelo Tribunal e o entendimento apresentado pela parte” (Inq. 4106 ED, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 2ª Turma, DJ 19/02/2018). Assim, podese verificar que o Acórdão guerreado de fato julgou matéria que não estava no processo. Isso porque a multa a que se refere o DEBCAD nº 51.037.0284 é em razão de "a empresa ter dado ou atribuído cotas ou participação nos lucros a sócio cotista, diretor ou outro membro do órgão dirigente, fiscal ou consultivo, quando a empresa estiver em débito para com a Seguridade Social, infringindo o art. 52 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, com redação da MP nº 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, combinado com a Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964, art.32, alínea b", sendo matéria alheia ao processo, portanto. Nesse sentido, os embargos devem ser acolhidos para identificar a matéria correta ao feito, qual seja multa por descumprimento em razão da contribuinte distribuir lucros estando em débito com a seguridade, mas não por ter o contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas (...), previsto no art. 32A, da Lei 8212/1991. Por outro lado, verifico que este Colegiado estaria impedido de analisar a matéria sobre a multa aplicada, bem como também dos valores principais autuados, uma vez que conforme se verifica da decisão de primeira instância a recorrente não teria impugnado certas matérias, conforme transcrição abaixo (fl. 142): "Como se lê no relatório, a impugnação não contestou o débito autuado nem apresenta qualquer argumento contra o lançamento da multa. Centrase no argumento de que a fiscalização da Receita Federal do Brasil lavrou o Auto de Infração em razão de a empresa supostamente deixar de recolher as contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de salários, tendo sido inserida nas bases de cálculo parcelas de natureza indenizatória, aviso prévio e férias indenizadas. Entretanto, não há nos autos elementos que comprovem ter a fiscalização inserido na base de cálculo das contribuições lançadas as referidas parcelas. Caso o contribuinte houvesse incluído as referidas parcelas na base de Fl. 254DF CARF MF Processo nº 11080.722944/201338 Acórdão n.º 2301005.593 S2C3T1 Fl. 4 5 cálculo declarada em GFIP e na folha de pagamento, caberia a ele o ônus da comprovação deste fato". Grifouse. Analisando da impugnação apresentada nas fls. 92/102, encontrase a mesma conclusão da DRJ de origem. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada em impugnação, verificandose a preclusão consumativa em relação ao tema, em razão da recorrente não ter manifestadose sobre o principal e multa. A possibilidade de conhecimento e apreciação de novas alegações e novos documentos deve ser avaliada à luz das normas que regem o processo Administrativo Fiscal PAF, instituído pelo Decreto n.º 70.235, de 1972, in verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei n.º 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei n.º 9.532, de 1997). Nesse contexto, o recurso voluntário não apresentou fase litigiosa em relação ao lançamento do valor principal e multa, definindo outros limites à lide, em relação à questão específica de nulidades, mas nas demais temáticas. O CARF não pode julgar matéria não contestada em primeira instância, sob pena de supressão de instâncias, onde não foi devolvida a matéria para julgamento. Diversos precedentes são nesse sentido, a exemplo do Acórdão ns.º 9303004.566, da 3.ª Turma, do CSRF. Fl. 255DF CARF MF 6 Portanto, restou somente o conhecimento do Recurso Voluntário quanto às matérias de nulidades, e que não foram providas no julgamento anterior, mas que devem ser mantidas, uma vez que foi abordada e julgada dentro dos limites permitidos no processo administrativo fiscal, eis que podem ser evidenciadas até circunstâncias de ordem pública nas alegações da recorrente contribuinte. Conclusão Nessas circunstâncias, voto por DAR PROVIMENTO aos embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, atribuindo efeitos infringentes à decisão proferida no Acórdão n.º 2803003.906, pelo colegiado da 3ª Turma Especial, em 03 de dezembro de 2014, retificando o dispositivo que julgou a multa do presente processo, a fim de que conste o não conhecimento da matéria quanto à multa, bem como ao principal não impugnado em sede de primeira instância, operandose a preclusão consumativa, nos termos do presente voto, a qual passa a conhecer somente as matérias de nulidades e que foi negada pelo Acórdão mencionado, diante do presente julgamento que passa a integrar o anterior. (assinado digitalmente) Wesley Rocha Relator Fl. 256DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.904420/2009-21
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 1999
SIMPLES. MICRO EMPRESA. ALÍQUOTA DE 3%. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE PJ 2000 SIMPLES APÓS DESPACHO DECISÓRIO. CRÉDITO COMPROVADO. HOMOLOGAÇÃO DE DCOMP DEVIDA.
No ano calendário 1999, as micro empresas deveriam recolher o SIMPLES à alíquota de 3%. A devida comprovação do pagamento com base na alíquota de 4% caracteriza pagamento indevido ou a maior, o que assegura à contribuinte o direito à compensação (DCOMP) ou à restituição (PER), ainda que a retificação da Declaração Anual Simplificada (PJ 2000) tenha ocorrido após despacho decisório eletrônico. Homologação da DCOMP devida.
Numero da decisão: 1302-003.139
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10640.904413/2009-20, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos César Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 1999 SIMPLES. MICRO EMPRESA. ALÍQUOTA DE 3%. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE PJ 2000 SIMPLES APÓS DESPACHO DECISÓRIO. CRÉDITO COMPROVADO. HOMOLOGAÇÃO DE DCOMP DEVIDA. No ano calendário 1999, as micro empresas deveriam recolher o SIMPLES à alíquota de 3%. A devida comprovação do pagamento com base na alíquota de 4% caracteriza pagamento indevido ou a maior, o que assegura à contribuinte o direito à compensação (DCOMP) ou à restituição (PER), ainda que a retificação da Declaração Anual Simplificada (PJ 2000) tenha ocorrido após despacho decisório eletrônico. Homologação da DCOMP devida.
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COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF E PJ 2000 APÓS DESPACHO DECISÓRIO Recorrente IRMÃOS ORNELLAS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 1999 SIMPLES. MICRO EMPRESA. ALÍQUOTA DE 3%. PAGAMENTO A MAIOR. COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE PJ 2000 SIMPLES APÓS DESPACHO DECISÓRIO. CRÉDITO COMPROVADO. HOMOLOGAÇÃO DE DCOMP DEVIDA. No ano calendário 1999, as micro empresas deveriam recolher o SIMPLES à alíquota de 3%. A devida comprovação do pagamento com base na alíquota de 4% caracteriza pagamento indevido ou a maior, o que assegura à contribuinte o direito à compensação (DCOMP) ou à restituição (PER), ainda que a retificação da Declaração Anual Simplificada (PJ 2000) tenha ocorrido após despacho decisório eletrônico. Homologação da DCOMP devida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10640.904413/200920, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos César Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 90 44 20 /2 00 9- 21 Fl. 35DF CARF MF Processo nº 10640.904420/200921 Acórdão n.º 1302003.139 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto face de Acórdão da 2a. Turma da DRJ de Juiz de Fora (MG) que, por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade, registrandose a seguinte ementa: COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito creditório líquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à DCOMP. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A recorrente, empresa varejista de produtos alimentícios e outros, alega que pagou SIMPLES à alíquota de 4% (que correspondia ao percentual acumulado, relativo a 1998), quando deveria pagar 3%, devidos em 1999, em conformidade com as disposições do art. 5º da Lei nº 9.317/96, vigente à época. Para evidenciar esse pagamento indevido ou a maior e para compensálo, enviou a DCOMP e na sequência retificou a Declaração Simplificada de Pessoa Jurídica (DSPJ) originalmente transmitida. Anexou Recibo de Entrega da PJ 2000 Simples normal, retificadora e Darfs. A DRJ manteve o despacho decisório eletrônico e declarou não homologada a DCOMP. Entendeu que a recorrente não demonstrou que haveria pagamento indevido ou a maior. Desconsiderou a declaração simplificada retificadora de 2004. Não examinou a alegação da recorrente de que a alíquota correta do SIMPLES para 1999 seria de 3% e não de 4%. Não analisou os DARFs por meio dos quais a recorrente pretende demonstrar tal pagamento a maior. Concluiu que o valor contido na declaração simplificada da PJ corresponde ao valor pago e devido, pois considerou somente a PJ 2000 Simples original. Assim, concluiu que não haveria crédito disponível. Intimou a recorrente a pagar o principal, multa e juros. Diante do acórdão de manifestação de inconformidade, a recorrente interpôs recurso voluntário tempestivamente, reforçando que, ao analisar e confrontar com a Declaração Simplificada PJ, ano calendário 1999, a fiscalização deveria ter considerado os débitos declarados na segunda declaração retificadora PJ Simplificada entregue em 11/04/2004 (cancelada no sistema da Secretaria da Receita Federal do Brasil) e não a primeira, entregue cerca de nove minutos antes, na mesma data. É o breve relatório. Fl. 36DF CARF MF Processo nº 10640.904420/200921 Acórdão n.º 1302003.139 S1C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302003.132, de 20/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10640.904413/2009 20, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302003.132): "Conheço do recurso voluntário, à vista da interposição tempestiva e do atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade. A recorrente atua no comércio varejista de gêneros alimentícios, perfumaria, papelaria, armarinho, louças e legumes (cláus. III, contrato social, fl. 3). Sustenta que dispunha do crédito pleiteado, pois ao detectar o erro, entregou PJ 2000 Simples retificadora em 11/04/2004, sob n° de controle 10.02.38.90.27. Embora a DCOMP tenha sido entregue antes da PJ retificadora, defende que a IN 210/2002 seria omissa quanto à retificação de declarações. Com esse entendimento, afirma que não poderia concordar com o não reconhecimento do crédito. Alega que a fiscalização deveria ter considerado a declaração retificadora, ainda que realizada posteriormente à avaliação de seu pedido (despacho decisório eletrônico). Ressalta que, a IN SRF nº 210/2002, vigente à época, não mencionava como condição para o deferimento que a retificação fosse em data anterior à entrega da DCOMP. Com base em tais fatos e fundamentos, a recorrente, em 10/12/2003, utilizouse da DCOMP n° 36194.68673.101203.1.3.047949 para compensar débito com os supostos créditos de pagamento a maior de SIMPLES (alíquota de 4%, em vez de 3%). Observase, portanto, que independentemente de ter havido a retificação da DSPJ somente após a transmissão da DCOMP, não se verificou se, de fato, houve ou não pagamento a maior ou indevido pela recorrente. Para essa análise, é necessário verificar se procede a alegação da recorrente de que a alíquota do SIMPLES para o ano calendário 1999 seria realmente de 3% e não de 4%. No link idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/tributaria/.../capitulov Fl. 37DF CARF MF Processo nº 10640.904420/200921 Acórdão n.º 1302003.139 S1C3T2 Fl. 5 4 simples2008.pdf, a Receita Federal do Brasil (RFB) orienta que, Para a determinação do percentual a ser utilizado pelas Micro Empresas (ME), é necessário identificar, primeiramente, a faixa de receita bruta acumulada em que se encontra a ME, com o auxílio da Tabela S1, abaixo transcrita. Nesse caso, a pessoa jurídica deverá verificar o total da receita bruta acumulada, dentro do ano calendário, até o próprio mês em que está fazendo a apuração. Já o valor devido mensalmente, a ser recolhido pela ME, será o resultante da aplicação sobre a receita bruta mensal auferida da alíquota correspondente. Tabela S1: Percentuais aplicáveis às ME (regra geral) Receita Bruta Acumulada (em R$) Alíquotas Até 60.000,00 3% De 60.000,01a 90.000,00 4% De 90.000,01 a 120.000,00 5% De 120.000,01 a 240.000,00 5,4% O Estatuto da Microempresa de 1999 Lei nº 9.841, de 5 de outubro de 1999, estabeleceu que (art. 2º), para os efeitos desta Lei, ressalvado o disposto no art. 3º, considerase: I microempresa, a pessoa jurídica e a firma mercantil individual que tiver receita bruta anual igual ou inferior a R$ 244.000,00 (duzentos e quarenta e quatro mil reais); (Vide Decreto nº 5.028, de 31.3.2004). Conforme Declaração Anual Simplificada (PJ 2000 SIMPLES), fl. 14, a razão social da recorrente é: Irmãos Ornellas Ltda. ME; natureza jurídica: sociedade por cotas de responsabilidade limitada empresa privada. Os valores declarados pela recorrente em 1999 são a seguir reproduzidos, demonstrando que realmente se enquadrava como Micro Empresa: Fl. 38DF CARF MF Processo nº 10640.904420/200921 Acórdão n.º 1302003.139 S1C3T2 Fl. 6 5 Verificase, portanto, que procede a alegação da recorrente de que a alíquota do SIMPLES (cód. rec. 61060) que deveria pagar em 1999 era de 3% (art. 5º da Lei nº 9.317/96, vigente à época ) e não de 4%. Os dois DARFs anexados ao processo indicam pagamento à alíquota de 4%. Demonstrado, dessa forma, que houve pagamento a maior ou indevido, fazendo jus à compensação pleiteada. No caso, portanto, entendo que o fato de Declaração PJ 2000 Simples ter sido retificada após a utilização do valor pago a maior não pode retirar o direito creditório da recorrente, em cumprimento ao princípio da verdade material, pois comprovados a certeza, liquidez e disponibilidade do crédito utilizado na DCOMP em questão. Assim, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o crédito pleiteado e homologar a compensação pleiteada até o limite do direito creditório reconhecido." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 39DF CARF MF
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Numero do processo: 11020.900605/2016-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Dec 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2013
DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE.
Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte.
ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972.
Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicando-se o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil.
MULTA E JUROS DE MORA.
Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.722
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. COFINS Recorrente KEKO ACESSORIOS S.A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2013 DESPACHO DECISÓRIO. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade o despacho decisório que esteja devidamente motivado e fundamentado, possibilitando o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. ÔNUS DA PROVA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ARTIGOS 16 E 17 DO DECRETO Nº 70.235/1972. Nos processos em que as declarações de compensação não são homologadas por constar perante a Secretaria da Receita Federal do Brasil a utilização integral do crédito para quitação de outro débito, é ônus do Contribuinte apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito creditório, aplicandose o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil. MULTA E JUROS DE MORA. Débitos indevidamente compensados por meio de Declaração de Compensação não homologada sofrem incidência de multa e juros de mora. Artigo 61 da Lei nº 9.430/1996. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA. SÚMULA CARF Nº 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 90 06 05 /2 01 6- 56 Fl. 159DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 2 Direito Creditório Não Reconhecido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (suplente convocado em substituição à conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz). Ausente, justificadamente, a conselheira Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Recorrente, rejeitando as preliminares da defesa e não homologando as compensações apresentadas por não reconhecer o direito creditório postulado. O Despacho Decisório negou a homologação por considerar que o crédito informado no PER/DCOMP foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo remanescente para a compensação declarada, resultando na cobrança do valor consolidado correspondente aos débitos indevidamente compensados. Em manifestação de inconformidade alegou preliminarmente a Contribuinte que é legítima detentora de créditos apresentados para compensação originados de pagamentos realizados de maneira indevida e a maior, sendo que o despacho decisório impugnado deve ser declarado nulo em razão de: i)Ausência de fundamentação, resultando em desvio de finalidade na busca pela verdade material, uma vez que não foi diligenciado para aferição do crédito pleiteado e não intimou a Contribuinte a prestar informações; ii) É dever da Autoridade fiscal, por aplicação do artigo 7º do Decreto nº 70.235/72, instruir o procedimento fiscal, como a solicitação de informações ao Contribuinte, apreensão de documentos fiscais, diligências até a sede da Empresa, entre outros expedientes; Fl. 160DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 3 iii) Não foi respeitado o contraditório, o devido processo legal e a ampla defesa. No mérito, alegou a Contribuinte que: iv) Deve ser possibilitada posterior juntada de documentos que comprovem as alegações trazidas em manifestação de inconformidade, em respeito ao princípio administrativo da verdade material, possibilitando a comprovação do direito creditório; v) É ilegal e inconstitucional a multa aplicada sobre o montante do tributo devido, devendo ser aplicados os princípios constitucionais do não confisco, razoabilidade e proporcionalidade; vi) O percentual de multa aplicado para o caso de descumprimento de obrigação principal, mesmo que expressamente previsto na legislação pertinente, deveria sempre guardar proporção com o valor da prestação tributária exigida, bem como adequarse e/ou assemelharse aos novos critérios de aplicação de multas estabelecidos para as relações contratuais que envolvem questões de direito privado. O Acórdão nº 02073.112 considerou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada face a ausência de comprovação de direito creditório líquido e certo. Regularmente cientificada desta decisão, a Recorrente interpôs tempestivamente o Recurso Voluntário ora em apreço, onde repisa os argumentos expostos em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.721, de 24 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 11020.900604/201610, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.721): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 4 Preliminares A Recorrente alega preliminarmente que o despacho decisório é nulo por não ser fundamentado e ferir aos princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório e devido processo legal, resultando em desvio de finalidade. Sem razão. Está correta a decisão recorrida ao concluir pela aplicação do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Com a detida análise dos autos é possível constatar que tanto o PERD/COMP, quanto a Manifestação de Inconformidade e o Recurso Voluntário, não estão instruídos com documentos passíveis de corroborar com as alegações da defesa. Ao invés de comprovar a certeza e liquidez ou, ainda, proceder à retificação da DCTF, demonstrando a suficiência do direito creditório para contrapor ao despacho decisório que não homologou a compensação, a Recorrente cingiuse em alegar a ausência das razões da não homologação, invocando os Princípios Constitucionais do Contraditório, Ampla Defesa e Devido Processo Legal, atribuindo o ônus da prova à Autoridade Fazendária. Ao contrário do que alega a Recorrente, aplicase o artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito. Neste sentido, a 4ª Câmara da 1ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais proferiu o Acórdão nº 3401003.907, acatando por unanimidade o voto do Conselheiro Relator Augusto Fiel Jorge D'Oliveira ao negar provimento ao Recurso Voluntário interposto no Processo Administrativo Fiscal nº 13832.000095/9970, conforme Ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1991 a 30/06/1992 ÔNUS DA PROVA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ARTIGO 170 DO CTN. Em processos que decorrem do indeferimento de pedido de restituição/compensação, o ônus da prova recai sobre o contribuinte, que deverá apresentar e produzir todas as provas necessárias para demonstrar a liquidez e certeza de seu direito de crédito (artigo 170, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário interposto. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 5 Transcrevese abaixo parte do fundamento que embasou o respeitável voto do julgado acima citado: Em se tratando de pedido de restituição combinado com pedido de compensação, é ônus do contribuinte provar que possui o direito de crédito e no montante por ele alegado, o que implica a guarda da documentação necessária para tanto não pelo prazo de 5 (cinco) anos da realização dos pagamentos, como pretende ver reconhecido o Recorrente, mas até o encerramento da discussão administrativa ou judicial em que pretende ver aquele direito de crédito reconhecido. Nesse sentido, vejam os dispositivos legais a seguir: CTN: "Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos. Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram". (grifos nossos) Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil): "Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados" . (grifos nossos) Decreto nº 3.000, de 1999 (RIR/99): "Art. 264. A pessoa jurídica é obrigada a conservar em ordem, enquanto não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, os livros, documentos e papéis relativos a sua atividade, ou que se refiram a atos ou operações que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial (DecretoLei nº 486, de 1969, art. 4º). (...) Art.923.A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais. (DecretoLei nº1.598, de 1977, art. 9º, §1º)". (grifos nossos) Neste caso, não se aplicam as hipóteses de nulidade previstas pelo artigo 59 do Decreto nº 70.235/1972, uma vez que tanto o despacho decisório, quanto o acórdão recorrido estão motivados pela ausência de crédito suficiente para compensação com os débitos declarados. E não há que se falar em preterição do direito de defesa da Contribuinte. Portanto, afasto as preliminares invocadas no recurso em análise. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 6 Mérito Do Princípio da Verdade Material A Recorrente invoca o Princípio da Verdade Material para alegar que deveria o Agente Fiscal apurar os fatos independentemente de suposições ou indícios, possibilitando à manifestante a posterior juntada de documentos para comprovar o direito creditório. Com efeito, a busca pela verdade material deve prevalecer, possibilitando ao Contribuinte apresentar todos os meios de provas necessários para comprovação de seu direito. No entanto, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, o que não ocorreu no presente caso, pois a Recorrente não apresentou qualquer documento passível de comprovar o direito alegado, tampouco procedeu à Retificação da DCTF no prazo concedido para manifestação de inconformidade. O Artigo 37 da Lei nº 9.430/1996 prevê que "Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios". Reiterase a aplicação do artigo 373, inciso I do Código de Processo Civil, que atribui o ônus da prova ao autor quanto ao fato constitutivo de seu direito, bem como a incidência do artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. Neste sentido, citase o Acórdão nº 3302005.292, proferido pela 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 3ª Seção deste Tribuna Administrativo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. AUSÊNCIA DE PROVA. INDEFERIMENTO. O direito creditório objeto de pedido de ressarcimento de créditos da Contribuição para o PIS/Pasep será indeferido se o contribuinte não apresentar os documentos necessários a análise e confirmação do valor do crédito pleiteado/compensado. Para esse fim, o postulante deve apresentar à fiscalização, quando solicitado, os arquivos digitais e os documentos fiscais e contábeis necessários à comprovação dos créditos apropriados. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 164DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 7 Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 CRÉDITO ESCRITURAL DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP E COFINS. DEDUÇÃO, RESSARCIMENTO OU COMPENSAÇÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. O aproveitamento de crédito decorrente do regime não cumulativo da Contribuição para o PIS/Pasep e Cofins, seja sob a forma de dedução, compensação ou ressarcimento, não ensejará atualização monetária ou incidência de juros moratórios. COMPENSAÇÃO DECLARADA. ANÁLISE ANTES DE COMPLETADO O PRAZO DE CINCO ANOS. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Não há homologação tácita da compensação declarada quando o contribuinte é cientificado do despacho decisório não homologatório da compensação antes de completado o prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da correspondente declaração de compensação. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 PEDIDO DE PERÍCIA/DILIGÊNCIA.. IMPRESCINDIBILIDADE DA NOVA PROVA. INDEFERIMENTO. Se nos autos há todos os elementos probatórios necessários e suficientes à formação da convicção do julgador quanto às questões de fato objeto da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência e perícia formulado. PEDIDO DE PERÍCIA E DILIGÊNCIA. INDEFERIMENTO PELA AUTORIDADE JULGADORA. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE E ADEQUADA. INEXISTÊNCIA DE CERCEAMENTO AO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE DA DECISÃO A QUO. IMPOSSIBILIDADE. 1. No âmbito do processo administrativo fiscal, a produção da prova pericial somente se justifica nos casos a análise da prova exige conhecimento técnico especializado. Por não atender tal condição, a apreciação de documentos contábeis e fiscais prescinde de realização de perícia técnica. 2. O indeferimento de pedido de diligência ou perícia não configura vício de nulidade da decisão de primeira instância, por cerceamento ao direito de defesa, nos casos em que a autoridade julgadora, fundamentadamente, demonstra que a produção da prova pericial e realização da diligência eram desnecessárias e prescindíveis para o deslinde da controvérsia. Fl. 165DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 8 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO. NÃO APRESENTAÇÃO NA FASE PROCEDIMENTAL DE FORMA DELIBERADA E INTENCIONAL. PRINCÍPIO DO NEMO AUDITUR PROPRIAM TURPITUDINEM ALLEGANS. REABERTURA DA INSTRUÇÃO PROBATÓRIA NA FASE RECURSAL. NÃO CABIMENTO. Se no curso do procedimento fiscal, após ser intimada e reintimada a recorrente, de forma deliberada e como estratégia de defesa, omitese de apresentar os arquivos digitais e a documentação contábil e fiscal necessária à apuração da certeza e liquidez do crédito da Cofins pleiteado, a reabertura da instrução probatória na fase recursal, inequivocamente, implicaria clara afronta ao princípio jurídico de que ninguém pode se beneficiar de sua própria torpeza (ou nemo auditur propriam turpitudinem allegans). DESPACHO DECISÓRIO PROFERIDO POR AUTORIDADE COMPETENTE. CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA INEXISTENTE. NULIDADE. IMPOSSIBILIDAE. Não é passível de nulidade o despacho decisório proferido por autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e que contenha todos os fundamentos fáticos e jurídicos suficientes para o pleno exercício do direito de defesa do contribuinte. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. No âmbito do processo administrativo fiscal, em que formalizado pedido de ressarcimento de direito creditório, o ônus da prova recai sobre o contribuinte autor pedido. Recurso Voluntário Negado. Com isso, está correta a decisão de primeira instância. Da alegação de Inaplicabilidade da multa em face do Princípio Constitucional do Não Confisco e dos Princípios Administrativos da Razoabilidade e da Proporcionalidade. A Recorrente questiona a multa aplicada, alegando tratar se de penalidade confiscatória, ilegal e inconstitucional. Alega que: O valor lançado a título de multa, flagrantemente ilegal como a seguir demonstrarseá, é manifestamente excessivo, ferindo, desta maneira o princípio constitucional do não confisco e dos princípios administrativos da razoabilidade e da proporcionalidade. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 9 Neste contexto, é princípio básico que a pena, no caso a multa aplicada em face de infrações, não pode ultrapassar os estritos limites da lei – ou ainda, do direito como um todo valendo para o caso específico do direito tributário, a definição legal do tributo como insuscetível de servir como instrumento de penalização do contribuinte. (...) De outra banda, importa consignar que as obrigações acessórias, entre elas a multa, podem ter duas naturezas, sendo uma tributária e, neste caso, converterse em principal, e a outra de natureza punitiva, que, ipso jure, convertese também em principal. No primeiro caso, o que era princípio na legislação esparsa, convertese em mandamento constitucional e legal impeditivo da bitributação com a mesma base de cálculo, vedando o bis in idem a partir do mesmo fato gerador, expresso no art. 150, I da CF/88, antes focado. Ora ainda que tolerado durante a vigência da Constituição anterior e ainda que contrário ao princípio da tributação, o Código Tributário Nacional, como antes dito, mandava converter a obrigação acessória, qualquer que fosse sua natureza, administrativa ou punitiva, em obrigação principal. Contudo, a tolerância tinha origem na idéia de que a obrigação principal art. 113, 3º, do CTN surge com a ocorrência do fato gerador, e tinha por objeto não apenas o pagamento do tributo, mas também a penalidade pecuniária. (...) Assim, a multa em questão é totalmente inexigível, uma vez que fere explicitamente os princípios legais e constitucionais acima referidos, devendo ser reformado o acórdão recorrido também neste ponto. Ocorre que o artigo 61 da Lei nº 9.430/1996 é taxativo ao estabelecer a fixação de juros de mora e multa. Vejamos: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 11020.900605/201656 Acórdão n.º 3402005.722 S3C4T2 Fl. 0 10 § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A multa aplicada atende ao limite de 20% (vinte por cento) estabelecido pelo § 2º acima transcrito. Portanto, não há que se alegar caráter confiscatório, tampouco ausência de razoabilidade e proporcionalidade. Por outro lado, incide a Súmula CARF nº 2, uma vez que este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário, rejeito as preliminares suscitadas e, no mérito, NEGO PROVIMENTO para manter na íntegra o acórdão recorrido." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, negar provimento para manter na íntegra o acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 168DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.903060/2011-32
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/03/2005
COFINS. INCIDÊNCIA SOBRE SOCIEDADES UNIPROFISSIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO POR FORÇA DA SÚMULA CARF N. 02.
Em conformidade com a Súmula CARF n. 02 é vedado a este colegiado analisar a constitucionalidade de norma tributária em vigor.
REMISSÃO DE DÉBITOS
Dentre as competências atribuídas ao julgador de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento não se inclui a concessão de remissão de débitos.
Numero da decisão: 3302-005.942
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10880.903059/2011-16, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimaraes (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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INCIDÊNCIA SOBRE SOCIEDADES UNIPROFISSIONAIS. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO POR FORÇA DA SÚMULA CARF N. 02. Em conformidade com a Súmula CARF n. 02 é vedado a este colegiado analisar a constitucionalidade de norma tributária em vigor. REMISSÃO DE DÉBITOS Dentre as competências atribuídas ao julgador de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento não se inclui a concessão de remissão de débitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10880.903059/201116, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimaraes (Suplente Convocado), Jose Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior, Raphael Madeira Abad AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 30 60 /2 01 1- 32 Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10880.903060/201132 Acórdão n.º 3302005.942 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório A recorrente acima qualificada apresentou Declaração de Compensação pleiteando a compensação de débitos referentes a impostos e contribuições administrados pela RFB com créditos decorrentes de pagamento supostamente indevido ou a maior. Por meio de Despacho Decisório Eletrônico, a compensação pleiteada não foi homologada ante a ausência/insuficiência de créditos oponíveis contra a Fazenda Pública, uma vez que o pagamento indicado foi encontrado, encontrandose, todavia, totalmente alocado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Cientificado da decisão o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade. Sinteticamente, sustenta a inconstitucionalidade da COFINS recolhida em razão de no período estar em vigor a Súmula STJ n. 276 e entender que a exigência da contribuição sobre sociedades uniprofissionais seria indevida até 17 de setembro de 2008, quando admite que tributo finalmente teve sua constitucionalidade declarada pelo STF, quando do julgamento da ADI 4071. Sobreveio então o julgamento da DRJ, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 16038.290. Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário ao CARF, por meio do qual suscitou os argumentos já submetidos à DRJ, enfatizando a inconstitucionalidade da exação bem como a existência de remissão promovida pela lei 11.941/2009. É o relatório. Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10880.903060/201132 Acórdão n.º 3302005.942 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.932, de 26 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.903059/201116, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.932): "O Recurso Voluntário foi apresentado de forma tempestiva e revestese dos demais requisitos legais, razão pela qual o admito. Não tendo sido arguidas preliminares, é de se passar à análise do mérito. O cerne da controvérsia é deveras interessante, não é de competência deste colegiado, mas sim do Poder Judiciário, contudo merece ser mencionada para a devida contextualização da matéria em discussão: Tratase da à possibilidade ou não de uma lei formalmente complementar, contudo materialmente ordinária, ser revogada por uma lei ordinária. Da solução desta polêmica decorre a tributação, ou não, das sociedades uniprofissionais, isentadas da COFINS pela Lei Complementar n. 70/91, mas que a referida isenção foi revogada pela Lei Ordinária n. 9.430/96. Na tentativa de pacificar a matéria, no dia 14.05.2003 o STJ editou a Súmula n. 276 que dispunha que "As sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas de COFINS, irrelevante o regime tributário adotado". Contudo, no julgamento do RE 377.457/PR e RE 381.964/MG o STF admitiu a constitucionalidade da revogação da Lei Complementar (materialmente ordinária) pela Lei Ordinária e a Súmula STJ 276, o que na prática chancelou a tributação das sociedades uniprofissionais pela COFINS desde a entrada em vigor da Lei Ordinária n. 9.430/96. Em que pese o fato da enorme insegurança jurídica promovida pela alteração jurisprudencial, por força da SÚMULA CARF N. 02 a este Colegiado é vedado apreciar eventual inconstitucionalidade de norma jurídica em vigor. Em relação à exigência da COFINS sobre as sociedades uniprofissionais, este Colegiado possui entendimento consolidado no sentido de que deve ser reconhecida a isenção para sociedade civil prestadora de serviços profissionais em período anterior à publicação da Lei 9.430/96, sendo irrelevante o regime tributário que esta adote para fins do Imposto de Renda, conforme prevê a Súmula 276 do STJ, como se aduz do Acórdão n. 9303 Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10880.903060/201132 Acórdão n.º 3302005.942 S3C3T2 Fl. 5 4 002.036 proferido no Recurso Especial n. 15374.002049/0063, de relatoria da Ilma. Conselheira Nanci Gama, julgado em 10 de julho de 2012. Contudo, os valores tratados nos presentes autos dizem respeito a período posterior, no qual encontrase em vigor legislação que determina a tributação das sociedades uniprofissionais pela COFINS, cuja constitucionalidade foi reconhecida pelo Pretório Excelso. Neste sentido vale destacar que a declaração da constitucionalidade da revogação pelo STF, por ter natureza declaratória, possui efeitos ex tunc, ou seja, retroagido à data da entrada em vigor da norma revogante. Estando a atividade da Recorrente na região de incidência de norma fiscal impositiva, não há de se reformar a decisão atacada, que nega direito ao crédito tributário pretendido pela Recorrente. Em relação ao argumento da existência de remissão promovida pela lei 11.941/2009, também é certo que a concessão ou o reconhecimento da remissão não é matéria de competência da Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil, razão pela qual deve ser mantida a r. decisão atacada. Pelos motivos já expostos é de se negar provimento ao Recurso Voluntário." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 87DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.907863/2009-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS A MAIOR QUE O DEVIDO. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 84.
O valor do recolhimento a titulo de estimativa que supera o valor devido de antecipação do imposto de renda (ou da contribuição social sobre o lucro) de acordo com as regras previstas na legislação aplicável é passível de compensação/restituição como pagamento indevido de tributo.
Numero da decisão: 1301-003.578
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para afastar a negativa do pedido de compensação com base no fundamento de não ser possível restituir/compensar valores pagos a maior a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que sejam analisadas as demais questões de mérito do pedido de compensação e emita novo despacho decisório, retomando-se, a partir daí, o rito processual de praxe, nos termos do voto relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10283.903399/2009-53, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(Assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Bianca Felícia Rothschild, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Carlos Augusto Daniel Neto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 84. O valor do recolhimento a titulo de estimativa que supera o valor devido de antecipação do imposto de renda (ou da contribuição social sobre o lucro) de acordo com as regras previstas na legislação aplicável é passível de compensação/restituição como pagamento indevido de tributo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para afastar a negativa do pedido de compensação com base no fundamento de não ser possível restituir/compensar valores pagos a maior a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que sejam analisadas as demais questões de mérito do pedido de compensação e emita novo despacho decisório, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe, nos termos do voto relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10283.903399/200953, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (Assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Bianca Felícia Rothschild, Giovana Pereira de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 78 63 /2 00 9- 81 Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10283.907863/200981 Acórdão n.º 1301003.578 S1C3T1 Fl. 3 2 Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Carlos Augusto Daniel Neto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Compensação protocolado através de Declaração de Compensação DCOMP, no qual se pleiteia compensação de crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior de IRPJ Estimativa mensal (código 2362). O pedido de compensação foi indeferido através de Despacho Decisório Eletrônico, sob o argumento de que o crédito informado no PER/DCOMP, por tratarse de pagamento a titulo de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, somente poderia ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período. A empresa apresentou manifestação de inconformidade onde afirma que as compensações foram realizadas em completa harmonia com a legislação vigente. Isto porque calculou e recolheu um determinado valor de IRPJ, com código de arrecadação de estimativa mensal e, posteriormente ao recolhimento, verificou que o valor de IRPJ efetivamente devido montava um valor inferior àquele originalmente pago através de DARF. Acrescenta que o valor recalculado está de acordo com os valores declarados em DCTF e que, uma vez confessada uma dívida efetiva em valor inferior àquele recolhido, teria nascido um crédito tributário. O sujeito passivo alega que por equívoco procedeu ao recolhimento num valor superior àquele efetivamente devido. Argumenta também que não se trata de pagamento por estimativa mensal, uma vez que foi realizado com base em balanço de suspensão ou redução. A DRJ julgou improcedente a manifestação sob o fundamento de que os valores apurados a partir da receita bruta em função de balancete redução correspondem a estimativa mensal e que não havia previsão legal para utilização em DCOMP, de crédito referente a estimativa mensal de IRPJ. Inconformado com a decisão da DRJ, a empresa apresentou Recurso Voluntário, no qual reafirma a existência de pagamento indevido ou a maior de IRPJ, reitera os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade, declara que a decisão da DRJ vai de encontro a jurisprudência do CARF e, ao final, requer o reconhecimento da homologação das compensações em litígio. É o relatório. Voto Fl. 111DF CARF MF Processo nº 10283.907863/200981 Acórdão n.º 1301003.578 S1C3T1 Fl. 4 3 Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301003.563, de 22/11/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10283.903399/2009 53, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301003.563): "O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme se depreende do relatório, o cerne da discussão no presente processo é a possibilidade ou não de se compensar pagamento indevido ou a maior recolhido a título de estimativa mensal para aquelas pessoas jurídicas sujeitas à apuração do IRPJ pelo lucro real. O pedido de compensação foi indeferido liminarmente, através de Despacho Decisório Eletrônico, a partir do momento em que o sistema constatou tratarse de recolhimento efetivado sob o código de arrecadação 2362 (IRPJ PJ OBRIGADAS AO LUCRO REAL ENTIDADES NÃO FINANCEIRAS ESTIMATIVA MENSAL). A Unidade de Origem não se adentrou no mérito do direito creditório, e por conseguinte, não deu oportunidade para o contribuinte produzir provas. O Despacho Eletrônico, bem como o acórdão da DRJ, fundamentaram o indeferimento do pedido de compensação no artigo 74 da Lei nº 9.430/96, em concomitância com o art. 10 da IN SRF nº 600/2005. O §14º do art.74 da citada lei atribuiu competência a Secretaria da Receita Federal para disciplinar a compensação e, o órgão emitiu instrução normativa que disciplinou a matéria. O art. 10 da IN SRF nº 600/2005, vigente à época, determinava: Art. 10. A pessoa jurídica tributada pelo lucro real, presumido ou arbitrado que sofrer retenção indevida ou a maior de imposto de renda ou de CSLL sobre rendimentos que integram a base de cálculo do imposto ou da contribuição, bem assim a pessoa jurídica tributada pelo lucro real anual que efetuar pagamento indevido ou a maior de imposto de renda ou de CSLL a título de estimativa mensal, somente poderá utilizar o valor pago ou retido na dedução do IRPJ ou da CSLL devida ao final do período de apuração em que houve a retenção ou pagamento indevido ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou de CSLL do período. Contudo o art.74, §3º, da Lei nº 9.430/96 que tratou das vedações à compensação através de DCOMP, dispôs em seu Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10283.907863/200981 Acórdão n.º 1301003.578 S1C3T1 Fl. 5 4 inciso IX dos débitos relativos ao pagamento mensal por estimativa do IRPJ ou da CSLL, mas nada dispondo acerca de créditos oriundos de pagamento indevido de estimativa mensal, in verbis: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. ......... § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pela sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) ........ IX os débitos relativos ao recolhimento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurados na forma do art. 2º desta Lei. (grifei) É de se observar que a Instrução Normativa fez uma interpretação restritiva de Lei nº 9.430/96, a qual não encontrou guarida na jurisprudência do CARF, que acerca da matéria proferiu a Súmula CARF nº 84: Súmula CARF nº 84: É possível a caracterização de indébito, para fins de restituição ou compensação, na data do recolhimento de estimativa. (Súmula revisada conforme Ata da Sessão Extraordinária de 03/09/2018, DOU de 11/09/2018). Transcrevese ainda a redação anterior da súmula: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Para melhor esclarecer a aplicação da súmula, trago à baila trecho do acórdão da CSRF nº 910100.406, de 02/10/2009, utilizado como precedente para elaboração da jurisprudência: Ementa: RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS A MAIOR QUE O DEVIDO. O valor do recolhimento a titulo de estimativa que supera o valor devido a titulo de antecipação do imposto de renda (ou da contribuição Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10283.907863/200981 Acórdão n.º 1301003.578 S1C3T1 Fl. 6 5 social sobre o lucro) de acordo com as regras previstas na legislação aplicável é passível de compensação/restituição corno pagamento indevido de tributo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, (...) De acordo com o acórdão recorrido, não seria possível caracterizar como indevido o recolhimento da antecipação mensal por estimativa de CSLL efetuado a maior, apenas confrontando referido pagamento com as regras para apuração do valor devido a titulo de antecipação mensal. (...) É o relatório. (...) Nos termos da lei, a pessoa jurídica que opta pelo lucro real anual está obrigada a antecipar, mensalmente, o IRPJ calculado por estimativa. Referida obrigação de antecipar a cada mês uma parcela do IRPJ que será devido ao fim do ano calendário é apurada sobre a base de cálculo estimada, calculada conforme percentuais definidos em lei aplicados sobre a receita bruta do Contribuinte até o mês em que a antecipação é realizada. Ainda nos termos da lei, a obrigação de antecipar o imposto pode ser reduzida ou suspensa, conforme o Contribuinte comprove, mediante levantamento de balanços ou balancetes, que o IRPJ, se calculado sobre o lucro real verificado até o momento da apuração da antecipação, é menor do que o valor devido de acordo com o cálculo sobre a base estimada. Em apertada síntese, esse é o regime legal da obrigação de antecipar, mensalmente, o IRPJ, em caso de opção pela apuração do lucro real em base anual. Diferentemente do acórdão recorrido, entendo que o Contribuinte está obrigado ao recolhimento das antecipações mensais nos termos estabelecidos na legislação, seja sobre as bases estimadas, seja sobre a base de cálculo apurada em balanço ou balancete de suspensão ou redução. A meu ver, havendo recolhimento superior àquele imposto por lei, ainda que sob a alcunha de "estimativa", resta caracterizado o recolhimento a maior passível de restituição ou compensação. Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10283.907863/200981 Acórdão n.º 1301003.578 S1C3T1 Fl. 7 6 Como bem observou o acórdão paradigma, a legislação não estabelece que recolhimentos a maior que os estabelecidos pelas regras da apuração da antecipação mensal por estimativa também devem ser considerados como antecipação do imposto. Em outros termos, o recolhimento que exceda o valor apurado de acordo com as regras para o cálculo das antecipações mensais por estimativa não tem natureza de antecipação do imposto, mas de pagamento indevido, restituível nos termos do art. 165 do CTN.(grifei) Nesse diapasão, em observância à Súmula CARF nº 84, reconhecese que é possível a caracterização de indébito a partir de recolhimento de estimativa. Todavia, para fins de homologação da DCOMP, fazse mister a apreciação do direito creditório, ou seja, a comprovação por parte do contribuinte da existência de pagamento indevido, ou seja, que o valor recolhido a título de estimativa mensal, ainda que através de balanço ou balancete suspensão/redução, foi calculado e efetivado em valores acima daqueles prescritos em lei. Logo, entendo não ser possível homologar, nesse momento, a compensação declarada pelo Contribuinte, uma vez que a única questão submetida ao contraditório nos autos foi a possibilidade (ou não) de compensação de pagamento da estimativa recolhida a maior. Além do que tal fato implicaria supressão da competência da Unidade de Origem para análise do direito creditório. Nesse sentido, considerando ser possível a restituição/compensação de recolhimento de estimativa mensal, desde que reste caracterizado o indébito, voto no sentido de retornar o processo à Unidade de Origem para examinar o mérito do pedido, nos termos do art. 170 do CTN e proferir Despacho Decisório complementar. Posteriormente, podese seguir o rito processual habitual. Diante de todo o acima exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, e DARLHE PARCIAL PROVIMENTO para reconhecer a possibilidade de compensar recolhimentos a título de estimativa mensal de IRPJ ou CSLL, desde que reste caracterizado o indébito, mas sem homologar a compensação, com o conseqüente retorno dos autos à jurisdição da contribuinte, para que a Unidade de Origem analise o mérito do pedido e emita despacho decisório complementar, prosseguindo se assim, o processo de praxe." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a negativa do pedido de compensação com base no fundamento de não ser possível restituir/compensar valores pagos a maior a título Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10283.907863/200981 Acórdão n.º 1301003.578 S1C3T1 Fl. 8 7 de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que sejam analisadas as demais questões de mérito do pedido de compensação e emita novo despacho decisório, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 116DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10830.005037/2005-28
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. NÃO CONHECIMENTO.
A divergência na aplicação do direito, entre diferentes colegiados do CARF, condição para conhecimento do Recurso Especial, somente se estabelece no caso em que os colegiados, frente a situações fáticas semelhantes, aplicam o direito de forma diversa, gerando decisões divergentes. No caso, as situações fáticas enfrentadas pelos acórdãos paradigma eram diferentes daquela discutida no acórdão recorrido.
Numero da decisão: 9303-007.519
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
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DIREITO DE CRÉDITO. FRETE DE TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS SEMIACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA EMPRESA. Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado BENTELER COMPONENTES AUTOMOTIVOS LTDA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIA NÃO COMPROVADA. NÃO CONHECIMENTO. A divergência na aplicação do direito, entre diferentes colegiados do CARF, condição para conhecimento do Recurso Especial, somente se estabelece no caso em que os colegiados, frente a situações fáticas semelhantes, aplicam o direito de forma diversa, gerando decisões divergentes. No caso, as situações fáticas enfrentadas pelos acórdãos paradigma eram diferentes daquela discutida no acórdão recorrido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 50 37 /2 00 5- 28 Fl. 531DF CARF MF Processo nº 10830.005037/200528 Acórdão n.º 9303007.519 CSRFT3 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo de ressarcimento de créditos de PIS oriundos da incidência não cumulativa em operações do mercado interno. O recurso voluntário apresentado pela contribuinte foi apreciado pela 1ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, resultando no acórdão nº 3801003.597, que, na parte de interesse ao presente julgamento, possui a seguinte ementa: (...) CRÉDITOS. INSUMOS. NÃO CUMULATIVIDADE. FRETE DE TRANSFERÊNCIA. POSSIBILIDADE. Frete na transferência de produtos semielaborados entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica integra o processo produtivo e configura insumo para o fim de creditamento na apuração da contribuição devida. (...) Recurso especial de Fazenda Intimada para ciência do acórdão a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência. Os acórdãos paradigmas de nº 3302002.025, nº 3302 01.166 e nº 220100.081 não admitem direito a crédito pelos valores das despesas com fretes contratados para transferência de produtos acabados ou em elaboração entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica, diferentemente do acórdão recorrido, que vê tais serviços como insumos. O Presidente da 1ª Câmara de Terceira Seção de Julgamento do CARF, apreciou o recurso especial de divergência do Procurador, com base nos arts. 67 e 68 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 343 de 09/06/2015, dandolhe seguimento. Contrarrazões da contribuinte A contribuinte foi intimada do acórdão de recurso voluntário, do recurso especial de divergência da Fazenda Nacional e do despacho de sua admissibilidade, apresentando contrarrazões. Inicia pleiteando que não se conheça do recurso especial do Procurador, pois não haveria similitude fática entre os paradigmas e o recorrido, pois neste estarseia tratando de frete para transferência de produtos semielaborados e naqueles de produtos acabados. No mérito, afirma que o fisco está a utilizar de conceito de insumo ligado à tributação do IPI, excessivamente restritiva no tocante ao PIS e Cofins que visam a abranger os custos e encargos imprescindíveis e essenciais para a consecução da atividade empresarial causando um alargamento da interpretação fiscal. Tal interpretação seria prestigiada pela doutrina e jurisprudência administrativa e judicial. No caso concreto, se trata de peças Fl. 532DF CARF MF Processo nº 10830.005037/200528 Acórdão n.º 9303007.519 CSRFT3 Fl. 4 3 automotivas que são transportadas entre São Paulo e Camaçari na Bahia, para ali agregar outros componentes, finalizando sua produção. Em vista disso, haveria que se considerar o frete como despesa de insumo para o produto final. Recurso especial da contribuinte Na mesma data em que apresentou contrarrazões, a contribuinte interpôs recurso especial de divergência. Todavia, nos termos do despacho de admissibilidade do Presidente da 1ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF, foi negado seguimento ao recurso especial. Inconformada, a contribuinte apresentou agravo ao despacho que negou seguimento a seu recurso especial de divergência relativamente às mesmas matérias recorridas. Em novo despacho, agora pelo Presidente do CARF, houve rejeição do agravo. É o relatório. Fl. 533DF CARF MF Processo nº 10830.005037/200528 Acórdão n.º 9303007.519 CSRFT3 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303007.514, de 17/10/2018, proferido no julgamento do processo 10830.000525/200620, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303007.514): "O recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional é tempestivo. Conhecimento No tocante ao conhecimento do recurso há que se realizar análise preliminar em face de alegada não similitude fática entre os paradigmas e o recorrido, aduzido pela contribuinte em suas contrarrazões. A diferença, no entender da contribuinte residiria no fato de os paradigmas tratarem de produtos acabados e no caso do recorrido estarseia tratando de produtos semi elaborados, insumos sujeitos a processo produtivo final no destino. Os paradigmas sob análise seriam os de nº 3302002.025 e nº 330201.166, admitidos no despacho de admissibilidade, pela regra do § 7º do art. 67 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria n° 343 de 09/06/2015. De início, há que se reconhecer que os julgados são definidos pelos seus dispositivos e não pelas razões de decidir postas no voto condutor. Justamente, o que está explicitado na parte dispositiva dos acórdãos é que faz a coisa julgada. No tocante à matéria aqui em litígio, o acórdão nº 3302002.025 tinha a seguinte redação: Acordam os membros do Colegiado em dar provimento parcial ao recurso voluntário nos seguintes termos: (...) 3 por maioria de votos, para negar o direito ao crédito nas despesas com fretes entre estabelecimentos da recorrente; (...) Até aqui não há referência quanto a se tratar de produtos acabados ou não. A ementa, por sua vez dispunha: CRÉDITOS DE DESPESAS COM FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS. Fl. 534DF CARF MF Processo nº 10830.005037/200528 Acórdão n.º 9303007.519 CSRFT3 Fl. 6 5 Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados para as transferências de mercadorias (produtos acabados ou em elaboração) entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não geram direito a créditos da Cofins e da Contribuição ao PIS. (Negritei) Nesse ponto é que se centrou o Procurador para firmar a similitude fática. Contudo, ao observarmos o relatório do acórdão, encontramos a seguinte passagem: Entende a ora Impugnante que o direito aos créditos da Cofins e da Contribuição ao PIS decorrentes das despesas com fretes, quando da transferência de mercadorias (produtos acabados) entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica encontra amparo no ordenamento jurídico, em vista da sistemática da nãocumulatividade, adotada para a Cofins e para a Contribuição ao PIS para impedir a “incidência em cascata” de tributos. Segundo a impugnante, a transferência de produtos entre estabelecimentos industriais se faz necessária para otimizar a logística de circulação de bens destinados à revenda e, portanto, o frete contratado pela Perdigão, por exemplo, é despesa indireta da subsequente venda e não poderia o direito ao crédito ser vedado quando de sua passagem por mais de um estabelecimento industrial, dentro da cadeia de vendas. (Negritei.) Aqui se observa, que realmente aquele acórdão tratava de produtos acabados e mais, no voto vencedor quanto a esta matéria estava transcrito: O frete é um serviço que, em regra, não ocorre durante o processo de industrialização, uma vez que a movimentação durante o ciclo é efetuada pela própria empresa. O frete entre estabelecimentos não diz respeito ao ciclo de produção e a legislação, conforme já ressaltada pelas instâncias pretéritas, somente admite o crédito relativo ao frete na operação de venda. As alegações da Interessada quanto às normas da Anvisa já foram analisadas em itens anteriores e raciocínio semelhante aplicase neste caso, destacandose que seria especial em relação ao processo de produção da Interessada a refrigeração, por exemplo, e não o frete propriamente dito. Vale dizer, é possível entender que a manutenção dos produtos em temperaturas baixas ou em outro estado exigido pela legislação represente etapa da produção, mas não é essa a despesa que a Interessada alegou gerar o direito de crédito e, sim, o transporte. No caso, a refrigeração tornaria o transporte possível, que não é um procedimento da produção. Portanto, não se admite, neste caso, que o frete seja considerado insumo utilizado na produção. O sujeito passivo daquele processo industrializava produtos alimentícios sujeitos ao transporte refrigerado, ficando evidenciado que se tratava de produto acabado, para o qual o Fl. 535DF CARF MF Processo nº 10830.005037/200528 Acórdão n.º 9303007.519 CSRFT3 Fl. 7 6 transporte ente estabelecimentos não visava à produção, mas à logística de circulação dos bens para revenda. No segundo acórdão admitido, de nº 330201.166, está indicado no relatório: Constatouse também que a empresa calculou créditos sobre valores escriturados nas contas "Fretes Transferências para Vendas". Esses fretes referemse à transferência de produtos acabados entre diversos estabelecimentos da empresa ou então para estabelecimentos de terceiros não clientes, caracterizando fretes não vinculados a operações de venda e, portanto, não geram créditos, por falta de previsão legal. Sendo assim, essa parcela foi glosada pela Fiscalização. (Negritei.) A ementa do paradigma, no tocante a matéria, dispunha: CRÉDITO. INSUMOS. Os gastos com frete de produtos entre estabelecimentos não geram direito ao crédito de PIS não cumulativo, eis que tal serviço não é utilizado como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda Recurso Voluntário Negado. (Negritei.) Já no voto se pode observar o seguinte entendimento: Tais gastos não têm amparo legal para o seu creditamento, por absoluta falta de previsão legal, eis que os fretes em apreço são despesas realizadas após a fase de produção, portanto não geram crédito visto que, conforme dispõe a lei, para que o frete gere direito ao creditamento é necessário que esse serviço seja utilizado como insumo ou na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, ou, ainda, se a despesa estiver ressalvada na relação taxativa de bens e serviços que geram direito ao crédito, o que não é o caso. (Negritei.) Aqui, mais uma vez, tratase de produto acabado. Ocorre ainda que o representante da contribuinte afirmou em sede de manifestação de inconformidade: 52. Ocorre que, o que se verifica, na realidade, não é a mera transferência de produtos entre estabelecimentos, mas, sim, de operação da seguinte forma concebida: o estabelecimento da Requerente, localizado em São Paulo, remete peças automotivas denominadas de "eixos traseiros", soldados e pintados, para seu outro estabelecimento, localizado em CamaçariBA, sendo que neste local serão agregados diversos outros componentes para finalização da industrialização do referido "eixo traseiro", transformandoo em "módulo de suspensão", produto final este que será vendido para a empresa automobilística "Ford", (doc. 06) 53. Como se vê, o frete realizado entre os estabelecimentos de São Paulo e Camaçari na realidade transfere de São Paulo um produto semielaborado ("eixo traseiro"), o qual será utilizado como Fl. 536DF CARF MF Processo nº 10830.005037/200528 Acórdão n.º 9303007.519 CSRFT3 Fl. 8 7 INSUMO no próximo estabelecimento da cadeia da Requerente, tendo sua industrialização finalizada com a agregação de diversos outros componentes àquele produto em Camaçari, local este onde efetivamente se tem o produto acabado ("módulo de suspensão"), sendo que nesta etapa é que se tem o produto finalizado e que será repassado ao consumidor final. 54. Portanto, o que se pode verificar é que o frete utilizado pela Requerente para composição de seu saldo credor de COFINS é efetivamente o de um "serviço utilizado como insumo", haja vista que a transferência de um produto semielaborado para industrialização final em outro estabelecimento nada mais é senão um insumo na cadeia econômica da Requerente e assim deve ser considerado para fins de aproveitamento dos créditos. (Negritos do original, sublinhei.) Tais afirmações não foram contraditadas em momento posterior, em qualquer decisão, logo, admitese neste processo que seja esse o processo produtivo até a obtenção do produto a ser vendido. Dessa forma, não há como paragonar os acórdãos que tratam de fretes de produtos acabados com o aresto recorrido que se estabeleceu na análise de fretes dos insumos de produção entre estabelecimentos da contribuinte. Além disso, na própria discussão da matéria de direito, o Procurador afirma: Com efeito, o frete de mercadorias é um serviço utilizado na distribuição/reorganização das mercadorias, e não na produção delas. Por isso os referidos fretes não podem ser considerados insumos e gerar créditos com base no inciso II do artigo 3º das Leis 10637/02 e 10833/03. Os custos de distribuição de mercadorias não se subsumem ao conceito de insumo utilizado no processo produtivo. Ora, se o conceito de insumos utilizados na produção envolvesse também os custos de distribuição da mercadoria, seria completamente desnecessária a previsão do inciso IX, que menciona custos específicos desta etapa, razão pela qual, repitase, o frete usado para a distribuição das mercadorias não está inserido na hipótese do inciso II. Tratandose, então, do inciso IX, mister registrar que ele também não alcança o valor do frete contratado para a realização de transferências de mercadorias dos estabelecimentos industriais aos estabelecimentos distribuidores, já que tais custos não integram a operação de venda a ser realizada posteriormente. Apenas daria direito ao crédito o frete contratado para a entrega de mercadorias diretamente aos clientes. (Negritei.) Essas passagens evidenciam que o Procurador encarava os produtos como mercadorias a serem distribuídas, ou seja produtos acabados. Além disso, tratando a seguir de conclusões da Solução de Divergência COSIT nº 11, de 2007, pacificando a matéria, transcreve: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Cofins Apuração nãocumulativa. Créditos de despesas com fretes. Fl. 537DF CARF MF Processo nº 10830.005037/200528 Acórdão n.º 9303007.519 CSRFT3 Fl. 9 8 Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados, ainda, que pagos ou creditados a pessoas jurídicas domiciliadas no país para realização de transferências de mercadorias (produtos acabados) dos estabelecimentos industriais para os estabelecimentos distribuidores da mesma pessoa jurídica, não geram direito a créditos a serem descontados da Cofins devida. (Destaquei.) Logo, os argumentos utilizados para sustentar a divergência, igualmente se apóiam em situação fática distinta daquela do recorrido. Tendo em vista essas observações, entendo que assiste razão à contribuinte, quando não vê similitude fática entre os acórdão paradigmas e o acórdão a quo. Por essas razões, voto por não conhecer do recurso especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional. CONCLUSÃO Em face do exposto, voto por não conhecer do recurso especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado não conheceu do recurso especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 538DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.002073/2008-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006
RECURSO VOLUNTÁRIO. PRESSUPOSTOS DE INTERPOSIÇÃO.
Apresentação de Recurso Especial para a Câmara Superior em face de acórdão proferido por turma da DRJ. A peça recursal é inexistente, pois seria adequada para atacar decisão de turma ordinária de Câmara do CARF. A discussão no recurso especial é mais restrita, pois não se discute matéria de fato, apenas divergências de interpretação de norma tributária. Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 3301-005.170
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
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PRESSUPOSTOS DE INTERPOSIÇÃO. Apresentação de Recurso Especial para a Câmara Superior em face de acórdão proferido por turma da DRJ. A peça recursal é inexistente, pois seria adequada para atacar decisão de turma ordinária de Câmara do CARF. A discussão no recurso especial é mais restrita, pois não se discute matéria de fato, apenas divergências de interpretação de norma tributária. Recurso não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 20 73 /2 00 8- 80 Fl. 352DF CARF MF 2 Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de crédito acumulado de COFINS em razão de receitas de exportação, pleiteada no PER/DCOMP 16479.60013.271107.1.1.097492 (fls 0710), com fundamento no artigo 5º da Lei nº 10.637/2002 e artigo 6º da Lei nº 10.833/2003 que permitem o pedido de ressarcimento do saldo de crédito das contribuições ao fim do trimestre neste caso. O pedido foi indeferido em razão de glosas de crédito realizadas no auto de infração no processo nº 11020.003343/200951, da qual o presente processo é totalmente vinculado, por isso, será chamado de "processo principal". Referido auto de infração foi copiado aos autos (fls. 1434), mas todo o acervo probatório para as glosas e para a lavratura do auto ficaram no processo nº 11020.003343/200951. O referido auto de infração foi lavrado para constituição do crédito tributário de PIS e COFINS não cumulativos sobre receitas no mercado interno (declaradas pela contribuinte como de exportação) e glosas de crédito que culminou na redução de saldo credor das contribuições. Conforme se destaca do Relatório de Verificação Fiscal (fls. 3550), o período fiscalizado compreende os meses de janeiro/2005 até 12/2006. A fiscalização entendeu que as receitas no período de apuração não podem ser consideradas como de exportação, pois foram remetidas para empresas comerciais exportadoras e, ainda, a contribuinte incluiu como receitas de exportações os produtos adquiridos de terceiros com o fim específico de exportação. Assim, o auto de infração concentrase em dois aspectos: I) Glosas de créditos de PIS e COFINS não cumulativos sobre: a) combustíveis e lubrificantes, tanto para veículos, como para limpeza e lubrificação dos equipamentos ligados ao setor produtivo; b) partes e peças e despesas diversas, como material de construção, EPI, material de escritório e de consumo (postit, papel higiênico), além de aluguel e custos com serviço de armazém de comercial exportadora; c) serviços não utilizados no processo produtivo (serviços de roça, limpeza de floresta, extração de toras, carpintaria, manutenção de benfeitorias etc.). Há serviços que devem ser ativados, como os de construção civil para manutenção de casas e há serviços em que a nota fiscal foi emitida com irregularidade, sem indicação do CNPJ do emissor (Manoel Antônio Pereira & CIA LTDA); d) fretes de produtos acabados entre estabelecimentos e frete de bens do imobilizado (fornalhas, estufa e máquinas em março, maio e junho de 2006); e) aquisição de insumos sujeitos à alíquota zero (formicidas e defensivos agrícolas nos termos do art. 1º da Lei nº 10.925/2004. II) Receitas que não foram consideradas receitas de exportação a) vendas de produtos à comercial exportadora com fim específico de exportação, dando o tratamento de venda no mercado interno diante da insuficiência de provas Fl. 353DF CARF MF Processo nº 11020.002073/200880 Acórdão n.º 3301005.170 S3C3T1 Fl. 353 3 de uma efetiva exportação e porque as mercadorias, em muitos casos, foram enviadas para armazéns privados e não para recintos alfandegados; b) inclusão de receitas de exportação de mercadorias recebidas com o fim específico de exportação nos cálculos do rateio proporcional. Com a autuação a fiscalização juntou diversos documentos elaborados por ela (demonstrativos) ou pela própria contribuinte em respostas às diversas intimações realizadas durante o procedimento de fiscalização, tais como contratos, memórias de cálculo, notas fiscais e demonstrativos contábeis (fls. 383.674 do processo principal). Por se tratar de PER/DCOMP, cabe ressaltar que o presente processo discute apenas o crédito glosado no processo onde se discute o auto de infração. Com isso, o resultado sobre a manutenção ou a reversão das glosas devem ser aplicadas para este processo. Notificada do auto de infração em 10/11/2009, a contribuinte apresentou tempestivamente uma impugnação para a COFINS (fls. 5875), defendendo, em breve síntese, um conceito mais alargado de insumos, devendose considerar despesa passível de crédito todos os gastos necessários para a obtenção da receita, sendo ilegal a instrução normativa SRF 404/2004: a) combustível e lubrificante: afirmou que os combustíveis e lubrificantes são utilizados no processo produtivo. Embora admita a aquisição de combustível para uso em atividade alheia à produção, afirma que o volume para este fim alheio é ínfimo. Grande parte do consumo do combustível e lubrificante está relacionado com o processo produtivo. Todas as máquinas cortantes, tais como serrasfitas, motoserras, destopadeiras e plaina, requer a utilização de combustível e lubrificantes tanto para o funcionamento, quanto para limpeza e lubrificação. b) partes e peças: todos os itens relacionados pela fiscalização são onerados ao longo da cadeia produtiva pela COFINS, do que se conclui a possibilidade de crédito. As partes e peças são rolamentos, retentores, arroelas, parafusos, correntes, porcas, correias, arame farpado, pregos, e são itens obrigatórios e essenciais para o desenvolvimento de sua atividade produtiva. c) quanto aos serviços, argumenta que são atividades preparatórias para a produção e que, sem estes serviços, há inviabilidade de início do processo produtivo. Argumenta que as notas fiscais já juntadas com a autuação e juntadas novamente com a impugnação demonstram que os serviços são roçadas de campo, roçada para o plantio de pinus elliots, extração de toras, abertura de mata e roçadas para abrir caminho na floresta, arrasto e empilhamento de toras. Estes serviços são etapas de seu processo produtivo, merecendo ser admitido o crédito, pois insumos de sua produção. Quanto aos documentos que não constam CNPJ do prestador (Manoel Antônio Pereira), ou mesmo número de autorização do fisco para confecção do bloco de notas, afirma que esse formalismo não pode prejudicar o adquirente de boafé, ora Recorrente, pois foi apresentado o contrato que subsidia a operação, bem como os pagamentos e lançamentos contábeis respectivos. A Recorrente é parte estranha na confecção e emissão da nota fiscal, faltandolhe poder de polícia para verificar a regularidade de tais documento. Fl. 354DF CARF MF 4 d) fretes de produtos acabados entre estabelecimentos e fretes de bens do imobilizado: estes fretes ocorrem como etapa precedente à exportação. É necessário enviar os produtos acabados para suas filiais localizadas nas proximidades dos portos de Itajaí, Paranaguá, Rio Grande e São Francisco. Assim, os fretes de transferência ocorriam unicamente por questão de logística, etapa essencial à atividade da impugnante. Defende que estes créditos são possíveis porque são insumos de sua atividade industrial. Transcreve algumas soluções de consulta da RFB autorizando o crédito. e) insumos adquiridos e sujeitos à alíquota zero: mesmo sujeitos à alíquota zero são insumos de sua produção. A não cumulatividade da COFINS é mais ampla e calculada sobre a base e não sobre o tributo que incidiu na etapa anterior. Em 27/09/2011, a 2ª Turma da DRJ/CGE proferiu o acórdão número 04 26.081 (fls. 134146), julgando improcedente a impugnação para manter a totalidade do auto de infração. Cabe esclarecer que a decisão trata não apenas dos créditos, mas também das receitas de exportação, objeto do processo principal. Afirma que as exportações não foram suficientemente comprovadas, pois, os documentos trazidos pela contribuinte na impugnação não estabelecem um vínculo seguro entre as exportações consignadas nestes documentos e as mercadorias remetidas pela impugnante. Sobre este ponto, sublinhou: Ocorre que as operações foram realizadas com empresas que não revestiam a condição de comercial exportadora. Além disso, as mercadorias adquiridas por Prime Timber Indústria e Comércio de Madeiras S/A e Prime Lumber Indústria e Comércio de Madeiras Ltda. não foram remetidas a recinto alfandegado, mas a armazéns gerais, que são locais destinados à recepção, movimentação e guarda de mercadorias de terceiros, sobre os quais não há, em princípio, nenhum controle alfandegário. No que concerne às vendas para Lprado Indústria de Madeiras Ltda. e Lprado Comércio Exterior Ltda., observouse que nas respectivas notas fiscais foram consignados códigos de operação que não se refletiam remessas para exportação. A nota característica tanto da primeira, quanto da segunda situação são a obscuridade e a incerteza das circunstâncias que envolvem as operações. Quanto às aquisições de produtos de terceiros para fim específico de exportação, o v. acórdão consignou que a própria contribuinte admitiu a existência destas operações em demonstrativo de fls. 217219 (do processo princpal) apresentados como resposta às intimação realizada durante a fiscalização, segregando as receitas próprias das receitas de vendas de produtos adquiridos de terceiro. Quanto às glosas de crédito, o entendimento da r. decisão restou assim consignado, em síntese? a) Combustíveis e lubrificantes: falta de demonstração da quantidade efetivamente empregada no processo produtivo e de quanto foi utilizado em outras atividades de natureza administrativa, como veículo da diretoria e ônibus para transporte de empregados. A Recorrente foi intimada para fazer esta comprovação e separação, mas não apresentou resposta esclarecedora, afirmando que não possuía estes controles. Fl. 355DF CARF MF Processo nº 11020.002073/200880 Acórdão n.º 3301005.170 S3C3T1 Fl. 354 5 b) Partes e peças: não se enquadram no conceito de insumos, devendo ser contabilizadas como ativo imobilizado. Afirma que o art. 3º, II, da Lei nº 10.833/2003 permite descontar créditos calculados sobre os bens e serviços utilizados como insumos na produção ou prestação de serviços. O conceito de insumos para fins tributários é aquele dado pela Instrução Normativa SRF nº 404/2004, isto é, devem ser consumidos no processo produtivo, sofrendo desgaste, alterações, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Com este raciocínio, estas partes e peças, por serem utilizadas na manutenção do ativo utilizados na produção, se incorporam ao bem e aumentam sua vida útil. Não sendo consumidos no processo produtivo, não podem ser classificados como insumos, mas sim como ativo imobilizado, sujeitandose à depreciação ao longo do seu período de vida útil. c) serviços não utilizados no processo produtivo: só pode ser calculado crédito sobre os serviços aplicados no processo produtivo. Nota fiscal que descreve de modo vago os serviços prestados não permite verificar se o serviço integra ou não o processo produtivo do tomador. Ainda, para gerar crédito, os serviços devem ser sujeitos à incidência das contribuições. Os documentos fiscais que representam as prestações de serviços são irregulares (sem número de autorização para impressão ou sem CNPJ do prestador) ou prestados por pessoas físicas, apenas formalmente constituídas como pessoa jurídica. Citando o doutrina de direito civil, afirma que toda atividade empresarial requer coordenação de fatores de produção, entre os quais a mãodeobra. Assim, se alguém dizendo ser empresário individual presta serviço com pessoalidade, sem emprego de trabalho alheio, esse serviço é de pessoa física e não de empresa. Diante desta ausência de um dos fatores de produção que necessariamente integram a organização empresarial impede que se reconheça ali a existência de empresa. d) frete de produtos entre estabelecimentos do mesmo titular: impossibilidade de creditamento sobre as despesas de frete entre estabelecimentos do mesmo titular, tendo em vista que o art. 3º, IX da Lei nº 10.833/2003 apenas permite o crédito nos fretes contratados em operações de venda. as transferências de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo titular, não produzindo a mudança de titularidade dos bens, não permite o crédito. e) insumos sujeitos à alíquota zero: impossibilidade do crédito em aquisições de produtos sujeitos à alíquota zero nos termos do art. 3º, § 2º, II da Lei nº 10.833/2003. Inconformada da decisão, a contribuinte apresentou Recurso Especial (fls. 151161). Na admissibilidade, este detalhe não foi tratado e o processo foi enviado ao E.CARF como recurso voluntário (fls. 172173). Traz decisões paradigmas para reforçar seus argumentos da impugnação em relação ao conceito de insumos, acrescentando alguns julgados do E. CARF que aplicou o conceito de despesa necessária do art. 299 do RIR para aplicação do conceito de insumos de PIS e COFINS, acrescentando que foi provada a utilização de combustíveis e lubrificantes no processo produtivo e a utilização em outros setores, por ser mínima, não pode afastar o crédito, já que a destinação foi comprovada pelos registro contábeis; as partes e peças utilizadas para utilização em seu processo produtivo também deve ser reconhecido o crédito, já que a própria atividade da Recorrente exige tais itens para a manutenção de seu processo produtivo (arroelas, porcas, rolamentos, parafusos etc.); sobre as prestações de serviço, também afirma a essencialidade destes serviços para atividade produtiva, pois antes de serrar a madeira é preciso extrair, arrastar e empilhar as toras e, antes disso, é Fl. 356DF CARF MF 6 necessário serviços de roçada para abrir caminho na floresta; traz decisão de despesa com armazéns e fretes entre estabelecimentos admitindo tais despesas como insumos. A mesma diligência aplicada ao processo principal, foi resolvida também nos presentes autos. Na mesma data, em 24 de abril de 2013, a 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção deste E. CARF, proferiu Resolução nº 3101000.275 para converter o feito em diligência, requerendo a análise pela autoridade de origem dos seguintes aspectos: a) relacione as aquisições que entende não aparadas por documento válido, indicando: fornecedor, descrição do serviço ou bem, data do recibo/nota; valor e página do documento no processo, indicando se foram contabilizadas como ativo permanente ou custo de produção; b) relacione as aquisições registradas na contabilidade como ativo permanente e as contabilizadas no custo de produção, com as informações de: fornecedor, descrição do serviço ou bem, data do recibo/nota; valor e página do documento no processo, excluindo as indicado na alínea “a” acima; c) concluídas as planilhas previstas nos itens “a” e “b” acima, intimar o contribuinte para que, querendo, apresente, no prazo de 60 dias, laudo técnico de descrição e avaliação do processo produtivo da empresa, subscrito por profissional habilitado e com anotação de responsabilidade técnica no CREA, no qual deverá descrever o processo produtivo e indicar em que fase da produção os insumos adquiridos são utilizados, a função de cada produto ou serviços dentro do processo. Para início da diligência fiscal, a autoridade administrativa intimou a Recorrente para cumprir o item "c" acima (fls. 179178), porém, não foi atendida. Ainda, em fls. 184185 intimou a Recorrente para apresentar algumas notas fiscais faltantes para comprovar a venda para fins específicos de exportação, situação totalmente alheia aos autos, pois referente ao processo principal, mas atendida pela Recorrente. Em 06 de fevereiro de 2016 (três anos depois), a autoridade de origem apresentou seu relatório de diligência fiscal com as planilhas contendo as informações solicitadas pelo r. despacho de diligência nas alíneas "a", "b", bem como sobre as receitas de exportação ventiladas no processo principal (fls. 224266), explicando as informações que buscou evidenciar em cada coluna da planilha. A Recorrente apresentou sua resposta à diligência, informando que não apresentou o laudo elaborado por engenheiro conforme alínea "c" porque a empresa não se encontra mais em funcionamento há aproximadamente 05 anos. Quanto à planilha de exportações afirmou que a autoridade não atendeu à diligência neste item pois ocultou a informação de que todas as notas fiscais ali discriminadas foram emitidas com o CFOP 5501 ou 6501 (remessa de produção do estabelecimento com o fim específico de exportação). Com isso, requer o complemento desta informação para atendimento da diligência. A autoridade fiscal apresentou o complemento da diligência fiscal em fls. 286344, repetindo todas as informações apresentadas, apenas adicionando na planilha referente à alínea "d" (receitas de exportação) as colunas com as informações dos CFOPs 5501 ou 6501 conforme argumentado pela Recorrente. É o relatório, passase ao mérito. Fl. 357DF CARF MF Processo nº 11020.002073/200880 Acórdão n.º 3301005.170 S3C3T1 Fl. 355 7 Voto Conselheiro SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Salientese que o presente recurso é um Recurso Especial. O fundamento utilizado pela recorrente foi o art. 64, II, 67 e 68 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Sua interposição seguiu os requisitos de interposição desta peça recursal, dirigindo seu recurso à Primeira Turma Ordinária do CARF, sendo que a decisão guerreada é um acórdão proferido pela 2ª Turma da DRJ de Campo Grande. Ainda, a Recorrente pretendeu demonstrar que preenche os requisitos do Recurso Especial previstos do art. 67 do RICARF, argumentando a existência de divergência de interpretação das turmas de Câmara do E. CARF acerca do conceito de insumos das contribuições, cumprindo, ainda, os requisitos de demonstrar os paradigmas, com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. Assim, percebese que Recorrente não apresentou recurso contra a decisão da DRJ, mas sim contra uma inexistente decisão de turma do CARF e não discutiu questões de fato e de direito, nem as provas carreadas aos autos, pois tratou seu recurso como recurso especial. Pela análise do recurso, não é possível aplicar a fungibilidade para admitilo como recurso voluntário, tendo em vista que toda a argumentação foi montada para um outros recurso, bem diverso do voluntário. Nesta medida, há que se reconhecer que não houve a interposição de recurso voluntário, com o que, não é possível conhecer do recurso especial. Isto posto, nego conhecimento ao recurso. SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator Fl. 358DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.730096/2017-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 1201-000.638
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento do processo até 29/12/2018, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gisele Barra Bossa - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituic¸a~o ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituic¸a~o ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimara~es), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Jose Carlos de Assis Guimara~es e Luis Fabiano Alves Penteado.
Relatório
Nome do relator: GISELE BARRA BOSSA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, sobrestar o julgamento do processo até 29/12/2018, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eva Maria Los, Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado), Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituicã̧o ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Gisele Barra Bossa e Ester Marques Lins de Sousa (Presidente). Ausentes, justificadamente, os conselheiros Jose Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Relatório 1. Tratase de processo administrativo decorrente de autos de infração lavrados para a cobrança de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS no montante de R$ 21.711.328,04, já acrescido de multa proporcional de 75%, multa isolada e juros de mora, conforme o quadro abaixo: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 80 .7 30 09 6/ 20 17 -1 7 Fl. 319DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 3 2 Imposto/ Contribuição Juros de Mora Multa Isolada Multa Proporcional TOTAL IRPJ 5.165.548,13 2.731.560,88 1.174.356,29 3.874.188,09 12.945.653,39 CSLL 1.868.250,28 987.930,74 63.694,39 1.401.187,71 4.321.063,12 PIS 342.512,51 193.425,62 0,00 256.884,35 792.822,48 COFINS 1.577.633,54 890.930,39 0,00 1.183.225,12 3.651.789,05 21.711.328,04 2. Por economia processual e por bem retratar os fatos, transcrevo abaixo trecho do Termo de Verificação Fiscal: “Dos Fatos e dos Fundamentos 3. O Governo do Estado do Ceará e a empresa Grande Moinho Cearense celebraram entre si Protocolo de Intenções, em 21 de dezembro de 2004, pelo qual comprometeuse a sociedade empresária a ampliar uma unidade industrial, no município de Fortaleza/CE, destinada à comercialização e industrialização de moagem de trigo e de seus subprodutos, devendo ser carreado para dita ampliação o investimento de capital no montante de R$ 8.210.000,00 (oito milhões e duzentos e dez mil reais), obrigandose ainda a empresa a produzir anualmente cerca de 160.000 toneladas de trigo e subprodutos, além de gerar 106 empregos diretos na fase inicial, e 128 na fase de expansão do projeto. 4. O prazo para execução do projeto de expansão mencionado foi de 12 (doze) meses, contados da data de assinatura do Protocolo de Intenções, que se deu em 21 de dezembro de 2004. 5. Os recursos públicos para a consecução do projeto foram fornecidos, por prazo de 10 (dez) anos, pelo Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Industrial/Fundo de desenvolvimento Industrial PROVIN/FDI, criado pela Lei n°10.367/79, e alterações posteriores, e regulamentada pelo Decreto n° 27.206/03, e consistiram no montante equivalente a 60% (sessenta por cento) do valor do ICMS recolhido dentro do prazo legal, incidente sobre as entradas mensais de trigo em grão no estabelecimento industrial, excluindose o ICMS retido de terceiros, decorrente do regime de substituição tributário; cabendo à empresa reembolsar, mensalmente, o equivalente a 25% (vinte e cinco por cento) do imposto diferido, com as atualizações previstas na legislação do FDI. 6. A Resolução do Conselho Estadual de Desenvolvimento Industrial – CEDIN nº 082/2004 aprovou a realização da operação de financiamento em favor da sociedade empresária, a ser formalizada através de Contrato de Mútuo de Execução Periódica, estabelecendo que os recursos teriam por finalidade a formação e/ou complementação do CAPITAL DE TRABALHO. 7. Constou ainda da Resolução CEDIN n° 82/2004, nos termos do Protocolo de Intenções celebrado entre as partes, que o desembolso, a encargo do então Banco do Estado do Ceará, se daria em parcelas mensais, mediante entrega de Notas Promissórias ou Termo de Declaração do ICMS Diferido, e recolhimento da parcela Fl. 320DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 4 3 complementar do ICMS pela sociedade empresária, pelo prazo de 10 anos, contados de janeiro/2005 a dezembro/2014. Já o reembolso, a encargo da sociedade empresária, correspondente a 25% da parcela desembolsada, se daria em parcelas mensais a serem pagas após 36 meses contados da entrega das Notas Promissórias ou Termo de Declaração do ICMS Diferido. 8. Nos moldes esquadrinhados pela Resolução nº 082/2004, foi celebrado entre as partes o Termo de Acordo CEDIN n° 005/2005. 9. Destaquese ainda que o Ato Normativo FDI nº 005/06, autorizou as sociedades empresárias industriais do setor moageiro de trigo em grão, beneficiárias do FDI/PROVIN, requerer ao CEDIN alteração do percentual de reembolso da parcela do ICMS diferido, de 25% (vinte e cinco por cento) para 15% (quinze por cento), condicionada à ampliação da capacidade de moagem e do correspondente volume de aquisição de trigo em percentual superior a 30% (trinta por cento). 10. Com fulcro no Ato Normativo FDI 005/06, o Grande Moinho Cearense S/A celebrou com o Estado do Ceará, em 18 de dezembro de 2006, o Segundo Aditivo ao Termo de Acordo CEDIN n° 005/2005, pelo qual o financiamento constante do Programa FDI/PROVIN passou do percentual de 60% (sessenta por cento) para 75% (setenta e cinco por cento) do valor do ICMS recolhido dentro prazo legal, sobre as entradas de trigo em grão no estabelecimento, com retorno equivalente a 15% (quinze por cento) da parcela do ICMS diferido. 11. Nos termos constantes do Segundo Aditivo ao Acordo CEDIN n° 005/2005, a empresa beneficiouse, no anocalendário de 2012, do diferimento de 75% do ICMS incidente sobre as entradas de trigo, equivalente ao montante de R$ 24.421.572,52. Sobre tal montante, representativo do ICMS diferido, foi recolhido o valor de R$ 3.663.235,88 (15% x R$ 24.421.572,52), restando a título de subvenção o valor de R$ 20.758.336,55 (85% x R$ 24.421.572,52). 12. Os valores de ICMS subvencionados, que em 2012 totalizaram R$ 20.758.336,55, representativos do percentual de 85% do ICMS diferido, foram lançados na conta contábil 41102003 – () Receita de ICMS diferido, pertencente ao subgrupo Dedução de Impostos s/ vendas, do grupo Receita líquida das Vendas. Após apuração do resultado, o montante dos recursos daquele ano foi transferido para a conta 23401005 – Subvenção do Governo do Estado do Ceará, pertencente a subgrupo da conta Reserva de Lucros, do Patrimônio Líquido; sendo depois novamente transferido para a conta 23101001 – Capital Social Subscrito, pertencente a subgrupo da conta Capital Social, também do Patrimônio Líquido. 13. Em suma, a sociedade empresária, após trânsito em conta de resultado, contabilizou a parcela subvencionada do ICMS diferido como Reserva de Lucros, com intuito de mais tarde aumentar seu Capital Social”. 3. Em síntese, a fiscalização constatou o seguinte: Fl. 321DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 5 4 3.1. A contribuinte, em afronta à legislação em vigor, excluiu do lucro líquido e não ofereceu à tributação a parcela subvencionada de ICMS diferido. 3.2. A Resolução do Conselho Estadual de Desenvolvimento Industrial – CEDIN nº 082/2004 desfigurou a subvenção para investimento estabelecida no Protocolo de Intenções, visto que aprovou a entrega de recursos para a contribuinte com finalidade de complementar seu capital de trabalho. Dessa forma, não estaria mais obrigada a comprovar os investimentos no empreendimento econômico. 3.3. A partir dessa desfiguração, conclui que o acordo entre o Estado do Ceará e a empresa Grande Moinho não preenche os requisitos para que o benefício seja considerado subvenção para investimento. Considera que não há perfeita sincronia entre os recursos transferidos para o ente privado e a realização do empreendimento econômico e, portanto, tem natureza de subvenção para custeio. 3.4. A partir da análise dos Balanços das DIPJ dos anoscalendário 2011 e 2012, a fiscalização conclui que a diminuição do ativo imobilizado da empresa fortalece a tese de que a autuada não utilizou os recursos para aumentar suas inversões fixas, com vistas à concretização do empreendimento (ampliação) com o qual se comprometera. 4. Diante das constatações acima indicadas, a fiscalização concluiu que o montante relativo à exclusão de valores de ICMS diferido consiste em receita omitida e, portanto, realizou os lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS conforme consta nos Autos de Infração (fls. 2/36). 5. Devidamente intimada do lançamento (AR de 27/11/2017, fl. 177), a contribuinte apresentou impugnação em 20/12/2017 (fls. 181/188), na qual trouxe as seguintes razões de defesa: (i) não procede a afirmação da fiscalização no sentido de que a subvenção recebida tem natureza de custeio e não investimento, tampouco que esta poderia ser utilizada livremente pela empresa; (ii) a lei não exige total sincronia e correspondência entre o valor da subvenção e os investimentos correspondentes; (iii) existem reiterados precedentes do CARF que consideram insubsistentes lançamentos semelhantes ao presente; e (iv) caso o lançamento seja mantido (se a subvenção integral o lucro real), é preciso considerar a isenção à qual a autuada faz jus, por desenvolver empreendimento aprovado pela SUDENE. 6. Em sessão de 25 de abril de 2018 a 3ª Turma da DRJ/FOR, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação, nos termos do voto relator, Acórdão nº 0842.755 (fls. 252/276), cuja ementa recebeu o seguinte descritivo, verbis: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2013 SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTOS. DESCARACTERIZAÇÃO. INCENTIVOS FISCAIS. INEXISTÊNCIA DE VINCULAÇÃO. DESCARACTERIZAÇÃO. O recurso subvencionado por EstadoMembro que não possua vinculação com a aplicação exclusiva e específica em bens ou direitos referentes à implantação ou expansão de empreendimento econômico Fl. 322DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 6 5 não se caracteriza como subvenção para investimentos, devendo ser computado na determinação do lucro real. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RECOMPOSIÇÃO DO LUCRO DE EXPLORAÇÃO. INADMISSIBILIDADE. Por disposição expressa na legislação tributária, não será admitida a recomposição do lucro da exploração referente ao período abrangido pelo lançamento de ofício para fins de novo cálculo dos incentivos de isenção ou redução do imposto de renda como incentivo ao desenvolvimento regional. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2013 DECORRÊNCIA. Aplicamse à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuição social sobre o lucro líquido as normas da legislação vigente para apuração do IRPJ. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Exercício: 2013 SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTOS. DESCARACTERIZAÇÃO. O benefício fiscal descaracterizado como subvenção para investimento submetese à incidência da contribuição, porquanto abrangido pelo conceito de receita e não expressamente contemplado nas hipóteses de exclusão e isenção dessa espécie tributária. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Exercício: 2013 DECORRÊNCIA. Aplicamse à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuição ao PIS/Pasep as normas da legislação vigente para apuração da Cofins. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2013 JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. INDEFERIMENTO. Inadmissível a juntada de provas, em momento posterior à manifestação do interessado, sem que se comprove a ocorrência das situações excepcionadas pela legislação de regência do processo administrativo fiscal no âmbito da Receita Federal do Brasil. PEDIDO DE PERÍCIA. NÃO FORMULADO. Fl. 323DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 7 6 Considerarseá não formulado o pedido de perícia técnica que deixar de atender aos requisitos previstos na legislação de regência: a exposição de motivos, a formulação dos quesitos e o nome, o endereço e a qualificação profissional do perito. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido”. 7. Cientificada da decisão (AR de 14/05/2018, fl.286), a Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 28/05/2018 (fls. 289/300) reiterando as razões já expostas em sua Impugnação (item 5) e complementando sua defesa com os seguintes pontos: 7.1. Diferente do consignado na decisão recorrida, o simples fato do presente processo tratar de ampliação de empreendimento préexistente (e não de novo empreendimento) não afasta a aplicação de entendimento calcado em acórdãos do CARF. 7.2. Como em nenhum momento esses investimentos foram postos em dúvida pela fiscalização, não cabe afastar entendimento do CARF adotado em caso análogo ao presente sob a justificativa de que não restou aqui comprovada a realização de investimentos no Estado. 7.3. Sobre o argumento subsidiário do benefício fiscal referente à SUDENE, afirma que a instrução normativa utilizada pela decisão recorrida foi interpretada de forma equivocada. A finalidade da instrução é vedar a recomposição do lucro da exploração no caso de autos de infração lavrados em face de irregularidades detectadas na escrituração do contribuinte, o que não ocorreu in casu. 7.4. Por fim, requer que o crédito tributário seja extinto nos termos do artigo 156, inciso IX, do CTN. É o relatório. Voto Conselheira Gisele Barra Bossa, Relatora. 8. O Recurso Voluntário interposto é tempestivo e cumpre os demais requisitos legais de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento e passo a apreciar. 9. Em virtude da necessidade de sobrestar os autos, deixo de apreciar as demais razões suscitadas em sede de Recurso Voluntário e atenhome aos pressupostos e fundamentos hábeis a justificar tal providência. 10. Conforme relatado, o presente caso trata da matéria de subvenção para investimentos e de suas consequências fiscais no que tange a inclusão dos valores correspondentes no lucro passível de tributação pela empresa. 11. A subvenção tem a natureza de auxílio, no qual o ente público direciona investimentos e/ou valores ao ente privado com o objetivo de atingir um interesse público previamente acordado. Fl. 324DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 8 7 12. A subvenção para investimento tem como finalidade o estímulo ao desenvolvimento regional. Por meio desse instrumento o ente público oferece auxílio, seja por isenção ou redução de impostos, ou ainda por transferência de valores, e o ente privado fica obrigado a expandir ou implementar empreendimentos econômicos. Os recursos relativos à subvenção para investimentos estão atrelados à implementação e expansão desses empreendimentos. 13. Para a determinação do lucro real, as subvenções para investimento não são consideradas, conforme expressamente disposto no artigo 443 e 545 do RIR/99 e do artigo 38 do DecretoLei nº 1.598/77, verbis: RIR/99 (Decreto nº 3.000 de 1999) “Art. 443. Não serão computadas na determinação do lucro real as subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, e as doações, feitas pelo Poder Público, desde que (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 38, § 2º, e DecretoLei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso VIII): I registradas como reserva de capital que somente poderá ser utilizada para absorver prejuízos ou ser incorporada ao capital social, observado o disposto no art. 545 e seus parágrafos; ou II feitas em cumprimento de obrigação de garantir a exatidão do balanço do contribuinte e utilizadas para absorver superveniências passivas ou insuficiências ativas”. (grifos nossos) Art. 545. O valor do imposto que deixar de ser pago em virtude das isenções e reduções de que tratam os arts. 546, 547, 551, 554, 555, 559, 564 e 567 não poderá ser distribuído aos sócios e constituirá reserva de capital da pessoa jurídica, que somente poderá ser utilizada para absorção de prejuízos ou aumento do capital social (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 19, § 3º, e DecretoLei nº 1.730, de 1979, art. 1º, inciso I). § 1º Consideramse distribuição do valor do imposto (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 19, § 4º, e DecretoLei nº 1.825, de 22 de dezembro de 1980, art. 2º, § 3º): I a restituição de capital aos sócios, em casos de redução do capital social, até o montante do aumento com incorporação da reserva; II a partilha do acervo líquido da sociedade dissolvida, até o valor do saldo da reserva de capital. § 2º A inobservância do disposto neste artigo importa perda da isenção e obrigação de recolher, com relação à importância distribuída, o imposto que a pessoa jurídica tiver deixado de pagar, sem prejuízo da incidência do imposto sobre o lucro distribuído, quando for o caso, como rendimento do beneficiário, e das penalidades cabíveis (Decreto Lei nº 1.598, de 1977, art. 19, § 5º, DecretoLei nº 1.825, de 1980, art. 2º, § 2º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 10). Fl. 325DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 9 8 § 3º O valor da isenção ou redução, lançado em contrapartida à conta de reserva de capital nos termos deste artigo, não será dedutível na determinação do lucro real. Decreto Lei nº 1.598 de 1977: “Art 38 Não serão computadas na determinação do lucro real as importâncias, creditadas a reservas de capital, que o contribuinte com a forma de companhia receber dos subscritores de valores mobiliários de sua emissão a título de: (...) § 2º As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos, e as doações, feitas pelo Poder Público, não serão computadas na determinação do lucro real, desde que: a) registradas como reserva de capital, que somente poderá ser utilizada para absorver prejuízos ou ser incorporada ao capital social, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do artigo 19; ou (Redação dada pelo Decretolei nº 1.730, 1979) b) feitas em cumprimento de obrigação de garantir a exatidão do balanço do contribuinte e utilizadas para absorver superveniências passivas ou insuficiências ativas”. (grifos nossos) 14. Por outro lado, as subvenções de custeio estão relacionadas ao suporte dos gastos ligados à atividade da empresa. E, conforme o artigo 392, inciso I, do RIR/99 e artigo 44, inciso IV, da Lei nº 4.506/64, os valores referentes a subvenções correntes devem ser considerados para a determinação do lucro operacional, verbis: RIR/99 (Decreto nº 3.000 de 1999) “Art. 392. Serão computadas na determinação do lucro operacional: I as subvenções correntes para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais (Lei nº 4.506, de 1964, art. 44, inciso IV)” Lei nº 4.506/64 “Art. 44. Integram a receita bruta operacional: (...) IV As subvenções correntes, para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais". 15. A Lei Complementar nº 160, de 07 de agosto 2017, ao alterar a Lei 12.973/14, deixa claro que os incentivos e benefícios fiscais de ICMS devem ser considerados subvenções para investimentos. O artigo 9º da LC 160/2017 inclui os parágrafos §4º e §5º no artigo 30 da Lei 12.973/14, verbis: “Art. 30. As subvenções para investimento, inclusive mediante isenção ou redução de impostos, concedidas como estímulo à implantação ou expansão de empreendimentos econômicos e as doações feitas pelo poder público não serão computadas na Fl. 326DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 10 9 determinação do lucro real, desde que seja registrada em reserva de lucros a que se refere o art. 195A da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que somente poderá ser utilizada para: I absorção de prejuízos, desde que anteriormente já tenham sido totalmente absorvidas as demais Reservas de Lucros, com exceção da Reserva Legal; ou II aumento do capital social. § 1º Na hipótese do inciso I do caput, a pessoa jurídica deverá recompor a reserva à medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes. § 2º As doações e subvenções de que trata o caput serão tributadas caso não seja observado o disposto no § 1o ou seja dada destinação diversa da que está prevista no caput, inclusive nas hipóteses de: I capitalização do valor e posterior restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitado ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou subvenções governamentais para investimentos; II restituição de capital aos sócios ou ao titular, mediante redução do capital social, nos 5 (cinco) anos anteriores à data da doação ou da subvenção, com posterior capitalização do valor da doação ou da subvenção, hipótese em que a base para a incidência será o valor restituído, limitada ao valor total das exclusões decorrentes de doações ou de subvenções governamentais para investimentos; ou III integração à base de cálculo dos dividendos obrigatórios. § 3º Se, no período de apuração, a pessoa jurídica apurar prejuízo contábil ou lucro líquido contábil inferior à parcela decorrente de doações e de subvenções governamentais e, nesse caso, não puder ser constituída como parcela de lucros nos termos do caput, esta deverá ocorrer à medida que forem apurados lucros nos períodos subsequentes. § 4º Os incentivos e os benefícios fiscais ou financeirofiscais relativos ao imposto previsto no inciso II do caput do art. 155 da Constituição Federal, concedidos pelos Estados e pelo Distrito Federal, são considerados subvenções para investimento, vedada a exigência de outros requisitos ou condições não previstos neste artigo. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 2017) § 5º O disposto no § 4º deste artigo aplicase inclusive aos processos administrativos e judiciais ainda não definitivamente julgados. (Incluído pela Lei Complementar nº 160, de 2017) (grifos nossos).” 16. O dispositivo transcrito aponta que não serão exigidos outros requisitos ou condições, além dos constantes do artigo 155, inciso II, da CF/881, para que os incentivos fiscais sejam caracterizados como subvenções para investimento. 1 CF/88: “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) (...) II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior;” Fl. 327DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 11 10 17. Ademais, o §5º do artigo 30 da Lei 12.973/14 prevê, expressamente, a aplicabilidade do dispositivo nos processos administrativos e judiciais ainda não definitivamente julgados. Logo, os processos cujo lançamento foi realizado em face de valores relativos a incentivos fiscais tributados, em decorrência de equivocada classificação do benefício enquanto subvenções de custeio, são passíveis de revisão. 18. Contudo, a aplicação do artigo 30 da Lei 12.973, §§ 4º e 5º, se encontra condicionada à observância dos artigos 10 e 3º, da LC nº 160/2017. Confirase: LC nº 160/2017 Art. 10. O disposto nos §§ 4º e 5º do art. 30 da Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, aplicase inclusive aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeirofiscais de ICMS instituídos em desacordo com o disposto na alínea ‘g’ do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal por legislação estadual publicada até a data de início de produção de efeitos desta Lei Complementar, desde que atendidas as respectivas exigências de registro e depósito, nos termos do art. 3º desta Lei Complementar. Art. 3o O convênio de que trata o art. 1o desta Lei Complementar atenderá, no mínimo, às seguintes condicionantes, a serem observadas pelas unidades federadas: I publicar, em seus respectivos diários oficiais, relação com a identificação de todos os atos normativos relativos às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeirofiscais abrangidos pelo art. 1o desta Lei Complementar; II efetuar o registro e o depósito, na Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeirofiscais mencionados no inciso I deste artigo, que serão publicados no Portal Nacional da Transparência Tributária, que será instituído pelo Confaz e disponibilizado em seu sítio eletrônico. § 1º O disposto no art. 1º desta Lei Complementar não se aplica aos atos relativos às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, não tenham sido atendidas, devendo ser revogados os respectivos atos concessivos. § 2º A unidade federada que editou o ato concessivo relativo às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao ICMS de que trata o art. 1º desta Lei Complementar cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, foram atendidas é autorizada a concedêlos e a prorrogálos, nos termos do ato vigente na data de publicação do respectivo convênio, não podendo seu prazo de fruição ultrapassar: Fl. 328DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 12 11 I 31 de dezembro do décimo quinto ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados ao fomento das atividades agropecuária e industrial, inclusive agroindustrial, e ao investimento em infraestrutura rodoviária, aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de transporte urbano; II 31 de dezembro do oitavo ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados à manutenção ou ao incremento das atividades portuária e aeroportuária vinculadas ao comércio internacional, incluída a operação subsequente à da importação, praticada pelo contribuinte importador; III 31 de dezembro do quinto ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados à manutenção ou ao incremento das atividades comerciais, desde que o beneficiário seja o real remetente da mercadoria; IV 31 de dezembro do terceiro ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto àqueles destinados às operações e prestações interestaduais com produtos agropecuários e extrativos vegetais in natura; V 31 de dezembro do primeiro ano posterior à produção de efeitos do respectivo convênio, quanto aos demais. §3º Os atos concessivos cujas exigências de publicação, registro e depósito, nos termos deste artigo, foram atendidas permanecerão vigentes e produzindo efeitos como normas regulamentadoras nas respectivas unidades federadas concedentes das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao ICMS, nos termos do § 2º deste artigo. §4º A unidade federada concedente poderá revogar ou modificar o ato concessivo ou reduzir o seu alcance ou o montante das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais antes do termo final de fruição. §5º O disposto no § 4º deste artigo não poderá resultar em isenções, incentivos ou benefícios fiscais ou financeiro fiscais em valor superior ao que o contribuinte podia usufruir antes da modificação do ato concessivo. §6º As unidades federadas deverão prestar informações sobre as isenções, os incentivos e os benefícios fiscais ou financeiro fiscais vinculados ao ICMS e mantêlas atualizadas no Portal Nacional da Transparência Tributária a que se refere o inciso II do caput deste artigo. §7º As unidades federadas poderão estender a concessão das isenções, dos incentivos e dos benefícios fiscais ou financeiro fiscais referidos no § 2º deste artigo a outros contribuintes estabelecidos em seu território, sob as mesmas condições e nos prazos limites de fruição. §8º As unidades federadas poderão aderir às isenções, aos incentivos e aos benefícios fiscais ou financeiro fiscais concedidos ou prorrogados Fl. 329DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 13 12 por outra unidade federada da mesma região na forma do § 2º, enquanto vigentes. CF/88 Artigo 155, §2º, inciso XII, alínea "g" "Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) II operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (...) §2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...) XII cabe à lei complementar: (...) g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. §2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: XII cabe à lei complementar: g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados." 19. Como bem concluiu o Conselheiro Relator Gustavo Guimarães da Fonseca, no processo 10280.722443/201171, cujo acórdão nº 1302002.726 foi publicado em 11/05/2018, a aplicação da interpretação tratada no artigo 30 da Lei 12.973, §§ 4º e 5º, se encontra condicionada à observância de dois pressupostos, verbis: " (...) a) que eventual incentivo tenha sido autorizado e/ou, quando menos, regulado por Convênio firmado como determina o art. 155, § 2º, XII, "g", da CF88 e na conformidade dos regramentos insertos na Lei Complementar 24; b) que, caso o incentivo não tenha atendido aos ditames do regramento constitucional tratado em "a", supra (e que, portanto, tenham sido concedidos unilateralmente), que os Estados os ratifiquem na forma do art. 3º, da norma complementar em análise. (...) Em resumo, se o benefício fiscal estiver, desde a sua concessão, regrado por meio de Convênio (e, portanto, na forma da LC 24/75 e do art. 155, XII, "g", da CF88), a regra interpretativa do art. 30 da Lei 12.973 se aplicará irrestrita, imediata e/ou retroativamente, sem que se observe qualquer ato, requisito ou condicionante adicional (como disposto no próprio § 4º do aludido art. 30); lado outro, tendo sido concedido unilateralmente pelo ente federado, e, portanto, apenas por lei estadual (sem o crivo do CONFAZ), os ditames do por vezes Fl. 330DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 14 13 mencionado art. 30 somente se aplicarão se e quando cumpridos os requisitos tratados na LC 160/17." (Processo nº 10280.722443/201171, Acórdão nº 1302002.726, 3ª Câmara da 2ª Turma Ordinária da 1ª Seção, Sessão de 11 de abril de 2018).(grifos nossos) 20. In casu, o incentivo fiscal foi inicialmente acordado entre o Estado do Ceará e a empresa Grande Moinho a partir do Protocolo de Intenções (fls.145/150), posteriormente consolidado na Resolução 082/2004 (fls.151/153). 21. Logo, estamos diante de benefício concedido unilateralmente pelo Estado do Ceará e, assim sendo, as prerrogativas constantes do art. 30 da Lei 12.973, §§ 4º e 5º, somente serão aplicadas quando cumpridos os requisitos do artigo 10, da LC nº 160/2017 c/c o artigo 3º do mesmo diploma legal. 22. Nessa esteira, cabe reproduzir excerto da Resolução 9101000.039 da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, prolatada em 18 de janeiro de 2018: “Ocorre que foi recentemente aprovada a Lei Complementar nº 160/2017, que alterou a Lei nº 12.973/2014, inserindo os §4º e §5º ao artigo 30. O artigo 30 restou assim expresso em sua integralidade: (...) As novas regras, estabelecidas pela Lei Complementar nº 160, portanto, tem efeitos retroativos para aplicação aos processos administrativos pendentes, para que se considerem subvenções para investimento os benefícios concedidos pelos Estados e Distrito Federal, na forma do artigo 155, II, da Constituição Federal, sem a exigência de requisitos não previstos no próprio artigo 30. Remanesce, quando concedido benefício na forma do artigo 155, II, a exigência de cumprimento dos requisitos do caput do artigo 30, quais sejam: (i) intenção do Estado da em estimular a implantação e expansão de empreendimentos (ii) registro em reserva de lucros. Vale lembrar, ainda, a previsão do artigo 155, II, §2º, inciso XII, alínea g, da Constituição Federal: (...) Ademais, a Lei Complementar estabeleceu a aplicação das regras dos §§ 4º e 5º, do artigo 30, aos benefícios anteriormente concedidos, em desacordo com o artigo 155, desde que atendidas exigências de registro e depósito de novo Convênio entre os Estados, nos termos dos artigos 10 e 3º: (...) Diante de tais exigências, foi editado o Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017, que estabelece procedimento para a remissão, a anistia e a reinstituição regrada pelo convênio: Cláusula segunda. As unidades federadas, para a remissão, para a anistia e para a reinstituição de que trata este convênio, devem atender as seguintes condicionantes: I publicar, em seus respectivos diários oficiais, relação com a identificação de todos os atos normativos, conforme modelo constante no Anexo Único, relativos aos benefícios fiscais, instituídos por legislação estadual ou distrital publicada até 8 de agosto de 2017, em Fl. 331DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 15 14 desacordo com o disposto na alínea “g” do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federal; II efetuar o registro e o depósito, na Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Política Fazendária CONFAZ, da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos dos benefícios fiscais mencionados no inciso I do caput desta cláusula, inclusive os correspondentes atos normativos, que devem ser publicados no Portal Nacional da Transparência Tributária instituído nos termos da cláusula sétima e disponibilizado no sítio eletrônico do CONFAZ. §1º O disposto nos incisos I e II do caput estendem se aos atos que não se encontrem mais em vigor, observando quanto à reinstituição o disposto na cláusula nona. §2º Na hipótese de um ato ser, cumulativamente, de natureza normativa e concessiva, devese atender ao disposto nos incisos I e II do caput desta cláusula. §3º A Secretaria Executiva do CONFAZ responsabilizase pela guarda da relação e da documentação comprobatória de que trata o inciso III do § 2º da cláusula primeira e deve certificar o registro e o depósito. O prazo para o atendimento aos requisitos está tratado pela Cláusula Terceira do Convênio: Cláusula terceira. A publicação no Diário Oficial do Estado ou do Distrito Federal da relação com a identificação de todos os atos normativos de que trata o inciso I do caput da cláusula segunda deve ser feita até as seguintes datas: I 29 de março de 2018, para os atos vigentes em 8 de agosto de 2017; II 30 de setembro de 2018, para os atos não vigentes em 8 de agosto de 2017. Parágrafo único. O CONFAZ pode, em casos específicos, observado o quórum de maioria simples, autorizar que o cumprimento da exigência prevista no caput desta cláusula seja feita até 28 de dezembro de 2018, devendo o pedido da unidade federada requerente se fazer acompanhar da identificação dos atos normativos objeto da solicitação, na forma do modelo constante no Anexo Único. Cláusula quarta. O registro e o depósito na Secretaria Executiva do CONFAZ da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos dos benefícios fiscais de que trata o inciso II do caput da cláusula segunda, devem ser feitas até as seguintes datas: I 29 de junho de 2018, para os atos vigentes na data do registro e do depósito; II 28 de dezembro de 2018, para os atos não vigentes na data do registro e do depósito. Parágrafo único. O CONFAZ pode, em casos específicos, observado o quórum de maioria simples, autorizar que o cumprimento da exigência prevista no caput desta cláusula seja feita até 28 de dezembro de 2018, Fl. 332DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 16 15 devendo o pedido da unidade federada requerente se fazer acompanhar da documentação comprobatória correspondente aos atos concessivos dos benefícios fiscais. Após a publicação dos atos normativos no diário oficial do Estado, como prevê o inciso I, da Cláusula Segunda, e o registro destas normas perante o CONFAZ, como estabelece o inciso II, a publicação será disponibilizada pelo próprio Portal Nacional da Transparência Tributária no prazo de 30 dias, como estabelece a Cláusula Quinta: Cláusula quinta. A publicação no Portal Nacional da Transparência Tributária de que trata o inciso II do caput da cláusula segunda deve ser realizada pela Secretaria Executiva do CONFAZ até 30 (trinta) dias após o respectivo registro e depósito. Os citados prazos ainda não decorreram com relação ao benefício fiscal ora analisado (Desenvolve). Ademais, pondero que não há notícias de registro e disponibilização das normas relacionadas ao citado benefício fiscal no sítio do CONFAZ. Não obstante isso, há regras claras sobre a aplicação da Lei Complementar aos processos em curso e, ainda, definidora de prazos para publicação das normas (pelo Estado) e registro perante o CONFAZ até 28/12/2018. Nesse contexto, após debates entre os componentes do Colegiado, a maioria ponderou pelo sobrestamento do processo até 29/12/2018, dia seguinte ao prazo para registro referido. Com efeito, a providência revelase cautelosa, na medida em que a própria Lei Complementar nº 160/2017 prevê a sua aplicação aos processos em curso. Assim, é razoável aguardar as providências pelos Estados da Federação para, desta forma, assegurar a aplicação regular das disposições da Lei Complementar e Convênio ICMS acima citados, A despeito da falta de previsão expressa para suspensão do processo administrativo no Decreto nº 70.235/1972 e RICARF (Portaria MF 343/2015), o sobrestamento é autorizado pelo Código de Processo Civil, verbis: Art. 313. Suspendese o processo: (...) V quando a sentença de mérito: a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; Diante disso, voto pelo sobrestamento do processo e remessa dos autos à unidade de origem, que deve intimar o contribuinte em 29/12/2018 para que comprove o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017. Conclusão Por tais razões, voto pelo conhecimento do recurso e sobrestamento até 29/12/2018, intimandose o contribuinte para que Fl. 333DF CARF MF Processo nº 10380.730096/201717 Resolução nº 1201000.638 S1C2T1 Fl. 17 16 comprove o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa" (grifos nossos) 23. Em vista das circunstâncias fáticas e jurídicas aqui apresentadas, voto por conhecer do recurso voluntário e SOBRESTAR o julgamento em virtude dos efeitos da Lei Complementar nº 160/2017 e art. 10 do Convênio Confaz nº 190 de 15 de dezembro de 2017, até a data de 29 de dezembro de 2018, intimandose o contribuinte para que comprove o cumprimento dos requisitos tratados pelas Cláusulas 2ª, 3ª e 4ª do Convênio ICMS 190, de 15 de dezembro de 2017. É como voto. (assinado digitalmente) Gisele Barra Bossa Fl. 334DF CARF MF
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