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Numero do processo: 10865.901132/2009-81
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Dec 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 31/05/1996
PRAZO. PRESCRIÇÃO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. ENTENDIMENTO DO STF. RE 556.621/RS. CPC, ART. 543-B. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CARF. REGIMENTO INTERNO, ART. 62-A.
O exame do prazo de prescrição para a repetição do indébito tributário, em face do disposto no art. 62-A do Regimento Interno , deve ser pautado pelo entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário no RE 566.621/RS, julgado no regime do art. 543-B do Código de Processo Civil. Portanto, para as ações ajuizadas a partir de 09/06/2005, deve ser aplicado o art. 3º da Lei Complementar nº 118/2005, adotando-se como termo inicial do prazo de cinco anos para repetição do indébito a data do pagamento antecipado (CTN, art. 150, §1º). Para as ações anteriores, por sua vez, o termo inicial será a data da homologação.
Recurso Voluntário Negado.
Direito Creditório Não Reconhecido.
Numero da decisão: 3802-001.212
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
REGIS XAVIER HOLANDA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
EDITADO EM: 21/09/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Regis Xavier Holanda (presidente da turma), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento e Solon Sehn.
Nome do relator: SOLON SEHN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 31/05/1996 PRAZO. PRESCRIÇÃO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. ENTENDIMENTO DO STF. RE 556.621/RS. CPC, ART. 543-B. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CARF. REGIMENTO INTERNO, ART. 62-A. O exame do prazo de prescrição para a repetição do indébito tributário, em face do disposto no art. 62-A do Regimento Interno , deve ser pautado pelo entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário no RE 566.621/RS, julgado no regime do art. 543-B do Código de Processo Civil. Portanto, para as ações ajuizadas a partir de 09/06/2005, deve ser aplicado o art. 3º da Lei Complementar nº 118/2005, adotando-se como termo inicial do prazo de cinco anos para repetição do indébito a data do pagamento antecipado (CTN, art. 150, §1º). Para as ações anteriores, por sua vez, o termo inicial será a data da homologação. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) REGIS XAVIER HOLANDA - Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN - Relator. EDITADO EM: 21/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Regis Xavier Holanda (presidente da turma), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento e Solon Sehn.
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PRESCRIÇÃO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. ENTENDIMENTO DO STF. RE 556.621/RS. CPC, ART. 543B. APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA PELO CARF. REGIMENTO INTERNO, ART. 62A. O exame do prazo de prescrição para a repetição do indébito tributário, em face do disposto no art. 62A do Regimento Interno , deve ser pautado pelo entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário no RE 566.621/RS, julgado no regime do art. 543B do Código de Processo Civil. Portanto, para as ações ajuizadas a partir de 09/06/2005, deve ser aplicado o art. 3º da Lei Complementar nº 118/2005, adotandose como termo inicial do prazo de cinco anos para repetição do indébito a data do pagamento antecipado (CTN, art. 150, §1º). Para as ações anteriores, por sua vez, o termo inicial será a data da homologação. Recurso Voluntário Negado. Direito Creditório Não Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) REGIS XAVIER HOLANDA Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 11 32 /2 00 9- 81 Fl. 67DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA 2 SOLON SEHN Relator. EDITADO EM: 21/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Regis Xavier Holanda (presidente da turma), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, José Fernandes do Nascimento e Solon Sehn. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, assentada nos fundamentos resumidos na ementa a seguir transcrita (fls. 39): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/05/1996 COMPENSAÇÃO. PIS. INDEFERIMENTO. DECADÊNCIA. O direito de pleitear a restituição/compensação extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados da data de extinção do cred́ito tributário, assim entendido o pagamento antecipado, nos casos de lançamento por homologação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O Recorrente, nas razões recursais de fls. 4960, após discorrer sobre a inconstitucionalidade dos DecretosLei nº 2.445/1988 e 2.449/1988, dos efeitos do Parecer da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional nº 437/1998 e da Resolução do Senado Federal nº 49/1995, sustenta que teria direito de repetir o indébito da contribuição ao PIS decorrente da aplicação dos dispositivos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Aduz que, em se tratando de tributo lançado por homologação, o prazo para o exercício de tal direito seria de 10 anos, uma vez que o termo inicial prazo quinquenal do art. 150, § 1º, do CTN, teria início apenas após o decurso do prazo de cinco anos para a homologação tácita do lançamento. É o Relatório. Voto Conselheiro Solon Sehn A ciência da decisão se deu no dia 22/09/2011 (fls. 48) e o protocolo do recurso, em 20/10/2011 (fls. 49). Tratase, portanto, de recurso tempestivo que pode ser conhecido, uma vez que versa sobre matéria da competência da Terceira Seção e reúne os demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto no 70.235/1972. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA Processo nº 10865.901132/200981 Acórdão n.º 3802001.212 S3TE02 Fl. 68 3 O exame do prazo de prescrição para a repetição do indébito tributário, em face do disposto no art. 62A do Regimento Interno1, deve ser pautado pelo entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário no RE 566.621/RS, julgado no regime do art. 543B do Código de Processo Civil: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. 1 "Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF." Fl. 69DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA 4 O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (STF. Tribunal Pleno. RE nº566.621/RS. Rel. Min. ELLEN GRACIE. DJe11/10/2011. g.n.). Portanto, para as ações ajuizadas a partir de 09/06/2005, deve ser aplicado o art. 3º da Lei Complementar nº 118/2005, adotandose como termo inicial do prazo de cinco anos para repetição do indébito a data do pagamento antecipado (CTN, art. 150, §1º). Para as ações anteriores, por sua vez, o termo inicial será a data da homologação. Assim, nos casos de homologação tácita pelo decurso de cinco anos, o interessado tem um prazo final de dez anos contados do evento imponível (CTN, arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I). No caso em exame, é evidente a ocorrência da prescrição, uma vez que o pagamento ocorreu em 14/06/1996 e o PER/Dcomp foi transmitido em 18/12/2006, ou seja, quando já estava prescrito o direito, mesmo aplicandose o prazo anterior de dez anos. Votase, portanto, pelo conhecimento do recurso e pelo desprovimento, com a consequente manutenção do acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Solon Sehn Relator Fl. 70DF CARF MF Impresso em 20/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 25/09/2012 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 18/12/2012 por REGIS XAVIER HOLANDA
score : 1.0
Numero do processo: 10283.721214/2008-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2005, 2006, 2007
Ementa:
IRRF NÃO DECLARADO EM DCTF. RECOLHIMENTO COMPROVADO. Comprovado o recolhimento do IRRF devido, antes do início do procedimento fiscal, mesmo que não declarado em DCTF, improcedente o lançamento de oficio para cobrança do imposto.
Recurso de Ofício Negado.
Numero da decisão: 2201-001.866
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente
(assinado digitalmente)
RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA Relatora
EDITADO EM: 24/01/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente).
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 2005, 2006, 2007 Ementa: IRRF NÃO DECLARADO EM DCTF. RECOLHIMENTO COMPROVADO. Comprovado o recolhimento do IRRF devido, antes do início do procedimento fiscal, mesmo que não declarado em DCTF, improcedente o lançamento de oficio para cobrança do imposto. Recurso de Ofício Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA Relatora EDITADO EM: 24/01/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente).
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RECOLHIMENTO COMPROVADO. Comprovado o recolhimento do IRRF devido, antes do início do procedimento fiscal, mesmo que não declarado em DCTF, improcedente o lançamento de oficio para cobrança do imposto. Recurso de Ofício Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de oficio, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 24/01/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 12 14 /2 00 8- 11 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/0 2/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por RAYANA ALVES DE OLIVE IRA FRANCA 2 Contra a contribuinte acima identificada foi lavrado Auto de Infração (fls.11/17), relativo aos anoscalendários 2005, 2006 e 2007, para exigir crédito tributário no montante de R$3.396.612,15, incluindo multa de oficio e multa de mora. Conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fls. 13, o lançamento restou assim justificado: 001 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE APURAÇÃO DIÁRIA DIFERENÇA APURADA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO Durante o procedimento de verificações obrigatórias foram constatadas divergências entre os valores declarados e os valores escriturados. No cotejo dos lançamentos efetuados no livro razão, detectamos que o valor escriturado como pagamento do IRRF, não foi informado na DCTF do respectivo período de apuração,conforme planilha anexa, o que resultou na presente autuação. Os valores constantes da citada planilha são os seguintes: A cópia do razão está acostada às fls.19/24 e dos extratos da DCTF da contribuinte ás fls.25/68. Cientificada do lançamento, a contribuinte apresentou tempestetivamente impugnação de fls.72/76, acompanhado dos documentos de fls.XX, afirmando que “os valores de IRRF apontados no auto de infração lavrado pela d.fiscalização foram devidamente recolhidos pela Impugnante, tendo ocorrido uma mera omissão no preenchimento de tais informações nas respectivas DCTF, fato este que não trouxe qualquer prejuízo ao Erário, em razão do tempestivo recolhimento de todos os valores de IRRF apontados pela d. fiscalização.” Para comprovar os pagamentos dos impostos, a contribuinte anexa, às fls103/118, DARF nos exatos valores apontados no demonstrativo acima, que acompanhou o auto de infração. O voto de primeira instância julgou procedente o lançamento, nos termos do Acórdão DRJ/BEL II n° 18/01/2012, em decisão assim ementada: “EXIGÊNCIA DE DÉBITOS COMPROVADAMENTE PAGOS ANTES DO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. IMPROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Comprovado nos autos que os débitos lançados de ofício foram pagos antes do início da ação fiscal, impõese a declaração de improcedência do lançamento.” Fl. 134DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/0 2/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por RAYANA ALVES DE OLIVE IRA FRANCA Processo nº 10283.721214/200811 Acórdão n.º 2201001.866 S2C2T1 Fl. 134 3 Em razão do valor exonerado ter ultrapassado o limite de alçada, foi interposto Recurso de Ofício pela própria autoridade julgadora. É a síntese do necessário. Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora Tratase de Recurso de Ofício contra a decisão da DRJ em Belém/PA que julgou procedente “a Impugnação do contribuinte, do cotejo entre os débitos ora exigidos (fls. 13), com os pagamentos(DARF´S) apresentados às fls. 104 a 119, percebese que inexistem débitos a cobrar do sujeito passivo. Os pagamentos apresentados encontramse confirmados às fls. 121/122.” Em seu relatório apresenta o resumo dos pagamentos: Comprovados os pagamentos, evidente a improcedência do lançamento realizado, restando incabível a manutenção do Auto de Infração lavrado. Pelo exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Fl. 135DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/0 2/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por RAYANA ALVES DE OLIVE IRA FRANCA 4 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 24/01/2013 __________(assinado digitalmente)_____________ MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente da Segunda Câmara / Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 136DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/0 2/2013 por MARIA HELENA COTTA CARDOZO, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por RAYANA ALVES DE OLIVE IRA FRANCA
score : 1.0
Numero do processo: 13334.000276/2009-12
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Exercício: 2009
REDUÇÃO DE ALÍQUOTA DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - RECONHECIMENTO
O benefício da redução de alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI incide sobre refrigerantes somente pode ser reconhecida após a apresentação do pleito na SRF.
Numero da decisão: 3801-001.600
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
SIDNEY EDUARDO STAHL - Relator.
EDITADO EM: 18/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros, José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) SIDNEY EDUARDO STAHL Relator. EDITADO EM: 18/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros, José Luiz Bordignon, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 33 4. 00 02 76 /2 00 9- 12 Fl. 212DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 Relatório Trata o presente processo administrativo de pedido de reconhecimento e declaração de redução de alíquota do IPI – exercício de 2009 – realizado em 03.11.2009 (fls. 1/3) incidente sobre a produção de refrigerantes, com base no artigo 65 do Decreto nº 4.544/02 (Regulamento do IPI de 2002), mais precisamente nos termos da Norma Complementar “NC 221”, que embora indeferido por despacho decisório da autoridade administrativa, sob o fundamento de ausência de fundamentação legal (fls. 103), restou parcialmente deferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento de origem (fls. 157/162), em sede de manifestação de inconformidade, para reconhecer a referida redução apenas a partir do efetivo protocolo do pedido administrativo perante a Delegacia da Receita Federal de origem. Para a exata verificação acerca das características do refrigerante produzido pelo contribuinte e adequação aos termos da “NC 221”, a autoridade fiscal de origem requereu às fls. 17 a manifestação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, que por sua vez atestou às fls. 22 que o referido produto, registrado em 05.05.2009, “enquadrase aos Padrões de Identidade e Qualidade exigidos por este Ministério”. Os autos do processo transitaram por diferentes órgãos da Receita Federal, onde foram requeridas informações relativas à regularidade e antecedentes fiscais do contribuinte, até finalmente serem remetidos à Delegacia da Receita Federal em Niterói – RJ, onde foi proferido o despacho decisório de fls. 103, que após discorrer acerca da legislação do IPI desde o Decreto nº 75.659/75, e diversas outras normas que lhe seguiram posteriormente, indeferiu o pedido de declaração para a redução da alíquota por entender que o Decreto nº 7.212/2010 (Regulamento do IPI) “nada dispõe acerca da prévia declaração da Secretaria da Receita Federal do Brasil em relação ao disposto na Nota Complementar NC (221) da TIPI.” Inconformado, apresentou o contribuinte manifestação de inconformidade às fls105/118, que foi julgada parcialmente procedente através do acórdão de fls. 157/162, assim ementado: “Assunto: Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI Exercício: 2009 IPI. REDUÇÃO DE ALÍQUOTA. NC (221). RECONHECIMENTO É de se reconhecer, a partir da data de protocolo do pedido, o direito à redução de alíquota para refrigerante que atenda Às condições da NC (221) da TIPI e que, à data de apresentação do pleito perante a Receita Federal, encontravase devidamente registrado no órgão competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte. Sem Crédito em Litígio” O acórdão acima entendeu que embora após o advento do Regulamento do IPI de 2010 (Decreto nº 7.212/2010) realmente não haja a necessidade de declaração pela Receita Federal para o aproveitamento da alíquota reduzida nos termos da NC 221, diante do Fl. 213DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13334.000276/200912 Acórdão n.º 3801001.600 S3TE01 Fl. 214 3 pedido do contribuinte deveria ter sido proferida manifestação quanto ao direito pleiteado. Nesse sentido, manifestado o entendimento de que “(...) no caso específico da declaração da redução de alíquota com amparo na NC (221), o ato declaratório deve retroagir seus efeitos à data do protocolo, na Receita Federal, do pedido de redução da alíquota, desde que, nesta data, já se encontre devidamente registrado perante o MAPA.” O entendimento da DRJ de origem acima consubstanciase, essencialmente, no argumento de que a desoneração relativa à alíquota com base no NC 221 não é autoaplicável, dependendo de manifestação do contribuinte para a sua fruição. Nesse sentido restou consignado no voto condutor no acórdão recorrido que “Essa manifestação ser concretiza com a apresentação do pedido de redução de alíquota perante a Receita Federal, órgão competente para declarar o direito a essa redução. Ocorre que, por tratarse de um benefício, sua utilização é opcional, sendo que apenas a partir da formalização do pleito perante a administração tributária fica consignada a vontade do contribuinte de usufruir a redução. Desta forma, não vejo como retroagir o direito à redução de alíquota à data de registro do refrigerante no Ministério da Agricultura.” Discordando do posicionamento acima, apresenta o contribuinte o Recurso Voluntário de fls. 178/192 através do qual requer seja reconhecida a redução da alíquota do refrigerante objeto desses autos a partir da data do seu registro no “MAPA”, e não a partir da data do protocolo do pedido administrativo, pois entende que o direito à redução da alíquota deve ser apenas declarado pela autoridade administrativa através do ato competente, que por sua vez, apenas confirma direito objetivo e preexistente, e não o constitui. Entende que “O direito à aplicação da alíquota reduzida decorre apenas e tão somente do reconhecimento dos critérios vinculados ao PRODUTO (...)” É o relatório. Fl. 214DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. A questão sob análise cingese à momento que se autoriza a redução de alíquota do IPI incidente sobre a produção de refrigerantes e refrescos. Se, conforme a RFB, somente a partir da formalização do pleito perante a própria SRF ou a partir do registro do produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, nos termos apontados pela contribuinte. O pedido do contribuinte encontra fundamento no artigo 65 do Decreto nº 4.544/02 cumulado com a Norma Complementar “NC 221”, que assim dispõe: “Art. 65. Haverá redução: I das alíquotas de que tratam as Notas Complementares NC (211) e NC (221) da TIPI, que serão declaradas, em cada caso, pela SRF, após audiência do órgão competente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA, quanto ao cumprimento dos requisitos previstos para a concessão do beneficio;” “NC (221) Ficam reduzidas de cinqüenta por cento as alíquotas do IPI relativas aos refrigerantes e refrescos, contendo suco de fruta ou extrato de sementes de guaraná, classificados no código 2202.10.00, que atendam aos padrões de identidade e qualidade exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e estejam registrados no órgão competente desse Ministério.” Não há no presente processo qualquer negativa por parte do fisco quanto à fruição da redução de alíquota por parte do contribuinte, somente o momento em que a redução de alíquota pode ser aproveitada é que é objeto de discussão. O benefício, como visto, foi instituído conforme o artigo 65 do Decreto nº 4.544/02 cumulado com a Norma Complementar “NC 221, supra citado. A norma não informa que a SRF pode determinar o momento em que se possa utilizar o benefício, mas é claro que o contribuinte precisa do respectivo ato declaratório emitido pela SRF porque a norma estabelece que cabe a SRF declarar que a empresa está apta a utilizálo, ouvido o Ministério competente. A declaração por parte da Receita Federal é cumprimento de obrigação acessória fundamental à fruição do benefício. O inadimplemento da obrigação acessória prejudica o sujeito ativo na medida em que deixa de cumprir a finalidade controlística para a qual foi criada e priva o contribuinte da benesse constante da prestação principal com efeitos ex tunc do seu protocolo, porque a lei a exige. Fl. 215DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13334.000276/200912 Acórdão n.º 3801001.600 S3TE01 Fl. 215 5 Portanto, em razão da redução da alíquota do IPI nos termos do artigo 65 do Decreto nº 4.544/02 e da “NC (221)” estar condicionada à qualidade dos produtos contemplados em referidas normas atestado pelo MAPA e à declaração da Secretaria da Receita Federal até a expedição do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010. Como a opção do contribuinte ocorre somente quando do pedido realizado na SRF, o prazo para usufruir desse benefício igualmente só pode ocorrer a partir do protocolo do pleito, como corretamente decidiu a DRJ. Desse modo, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl, Fl. 216DF CARF MF Impresso em 27/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 19/12/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10768.900418/2006-02
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Aug 31 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/2002 a 31/08/2002
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO DEMONSTRADA. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento.
Numero da decisão: 3802-001.207
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda - Presidente (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios - Relator EDITADO EM: 29/08/2012 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, José Fernandes do Nascimento e Solon Sehn.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/08/2002 a 31/08/2002 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO DEMONSTRADA. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento.
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LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO DEMONSTRADA. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator EDITADO EM: 29/08/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 90 04 18 /2 00 6- 02 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 31/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 2 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, José Fernandes do Nascimento e Solon Sehn. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 4ª Turma da DRJ Rio de Janeiro II (fls. 65/68), a qual, por unanimidade de votos, indeferiu a manifestação de inconformidade apresentada pela interessada contra o despacho decisório de fls. 31, que não homologou a compensação pleiteada pela mesma sob o argumento de que não fora comprovado o alegado pagamento indevido, fonte do direito creditório reclamado. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: Tratase de litígio administrativo, instaurado com a manifestação de inconformidade apresentada por CAIXA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL (fls. 3843) ao despacho decisório proferido pelo titular da unidade da RFB competente em relação ao sujeito passivo, não homologando o pedido de compensação (fl. 31). O PERDCOMP nº 17140.26169.190405.1.7.045810 foi transmitido em 19/04/2005. Com este PERDCOMP, o sujeito passivo retificou o PERDCOMP nº 31932.38917.151003.1.3.043053, o qual está cancelado (fls. 0610 e fls. 2728). Apenso ao presente processo, encontramse os autos do p.a. nº 19740.000021/200774, que tratam do PERDCOMP nº 31932.38917.151003.1.3.043053 (cancelado e substituído pelo PERDCOMP nº 17140.26169.190405.1.7.045810 – que substituiu o PERDCOMP nº 31932.38917.151003.1.3.043053). Também apenso ao presente processo principal se acha o p.a. nº 19740.000276/200656, o qual se refere a pedido de compensação manual de crédito decorrente de pagamento a maior de Cofins com débitos de contribuição para o PIS e para a Cofins apurados em 30112002 (fls. 0203), o qual foi deferido pela DEINF/RIO à fl. 06. Por meio do PERDCOMP nº 17140.26169.190405.1.7.045810 – de que trata o presente processo , anexado às fls. 0105, de natureza retificadora – objeto da atual lide administrativa , o contribuinte tenciona compensar suposto crédito havido em função de pagamento a maior de PIS, no valor original de crédito inicial de R$ 178.369,62 (fl. 02). Este valor atualizado na data da transmissão remonta a R$ 218.930,87, de cujo total pretende o sujeito passivo ver compensados R$ 217.468,30 (fl. 02) com débito de Cofins do mesmo valor relativo ao período de apuração de setembro de 2003 (fl. 04). O pedido de compensação em apreço foi convertido para análise manual, que originou em despacho decisório que não homologou a compensação, sob a fundamentação de que alegado crédito se acha integralmente utilizado para quitação do débito do contribuinte de PIS relativo a agosto de 2002 (fl. 29), conforme demonstração SIEF (fl. 24). Inconformado com a decisão citada, o sujeito passivo apresentou manifestação de inconformidade, na qual alega, em síntese, que (fls. 3843): · O manifestante incorreu em erro no cálculo do montante devido de Cofins, tendo recolhido valor a maior. Quanto à diferença encontrada entre o valor devido de Cofins e o crédito de PIS utilizado para pagamento – R$ Fl. 133DF CARF MF Impresso em 31/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 10768.900418/200602 Acórdão n.º 3802001.207 S3TE02 Fl. 127 3 673,28 (valor histórico do principal), informa o manifestante que tão logo foi cientificada da existência de diferença a pagar, providenciou o recolhimento, conforme DARF anexo. · O manifestante reconhece que deixou de apresentar DCTF retificadora, com a qual poderia ser demonstrada a regularidade da compensação, mas isto ocorreu porque estava sendo fiscalizado pela RFB com relação ao IR fonte. · Com o objetivo de regularizar a situação, juntou DCTF e PER/DCOMP dos períodos em referência. Mesmo assim, a RFB não homologou a compensação. · O valor total originariamente declarado e pago para o período de agosto de 2002 foi de R$ 231.589,84, composto por dois DARFs, um de R$ 1.191,60 e outro de R$ 230.398,24. Após revisão interna, constatouse que o valor efetivamente devido era de R$ 53.220,22, conforme informado na DIPJ. Assim, restou um saldo credor de R$ 178.369,62, pago a maior. No PER/DCOMP glosado, foi utilizado o valor de R$ 177.178,02, que, corrigido, até a data da compensação, atingiu o valor de R$ 217.468,30. · Em casos como o presente, o professor Ives Gandra Martins explica que o indébito tributário sequer possui natureza tributária. A quantia recolhida a título de tributo a maior deve ser restituída sob pena de afronta ao princípio da legalidade e da moralidade administrativas. · Por fim, a confissão do contribuinte, quando não estiver de acordo com a lei, nenhum valor terá para o juízo tributário. Considerando que parte do valor confessado pela manifestante não corresponde às hipóteses de incidência tributária, a confissão de dívida e o pagamento são absolutamente irrelevantes, não gerando qualquer obrigação tributária, prevalecendo os fatos sobre o confessado. · Requer o impugnante, por fim, que seja julgada procedente a manifestação de inconformidade. Os argumentos aduzidos pela interessada, no entanto, não foram acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/2002 a 31/08/2002 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. Cabe ao contribuinte no momento da apresentação da manifestação de inconformidade trazer ao julgado todos os dados e documentos que entende comprovadores dos fatos que alega. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificada da referida decisão em 21/06/2011 (fls. 74), a interessada, em 14/07/2011 (fls. 03 do arquivo 10247151 anexado ao eprocesso), apresentou o recurso voluntário de fls. 03/10 (mesmo arquivo do eprocesso), onde se insurge contra o indeferimento de seu pleito com fundamento nos mesmos argumentos já expostos na primeira instância recursal, destacando ainda que “[...] juntou sim farta documentação e procedeu à minuciosa explicação do erro material ocorrido [...]”, razão pela qual não se conforma com a Fl. 134DF CARF MF Impresso em 31/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 4 decisão de primeira instância, que, antes de proferir a decisão denegatória, ao menos deveria ter baixado o processo em diligência para se certificar do direito reclamado. Anexa aos autos planilha de apuração do aduzido crédito (fls. 11 do arquivo 10247151 anexado ao eprocesso), bem como balancete do período (fls. 12 a 46 do mesmo arquivo). Diante do exposto, pede seja provido integralmente seu recurso e homologada a compensação pleiteada, ou, alternativamente, seja o processo baixado em diligência para que sejam verificados os elementos adicionais da escrituração contábil da empresa e apuração da verdade material, nos termos do permissivo artigo 18 do Decreto no 70.235/72. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco José Barroso Rios O recurso é tempestivo e merece ser conhecido por preencher os demais requisitos de admissibilidade do pleito. Conforme relatado, a interessada, a título de comprovação do alegado direito, anexou aos autos planilha de apuração do aduzido crédito (fls. 11 do arquivo 10247151 anexado ao eprocesso) bem como o balancete do período (fls. 12 a 46 do mesmo arquivo). Além disso, já constava dos autos impresso parcial da DIPJ correspondente. Relativamente ao demonstrativo de cálculos (fls. 11 do arquivo 10247151) e à DIPJ referenciada (fls. 56 do arquivo 10239186), reproduzo, abaixo, imagem dos correspondentes documentos integrantes do processo eletrônico: Fl. 135DF CARF MF Impresso em 31/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 10768.900418/200602 Acórdão n.º 3802001.207 S3TE02 Fl. 128 5 Não obstante a interessada defenda que a planilha e os documentos acima referenciados sejam suficientes para a comprovação de seus argumentos, tal não se confirma quando do exame da documentação acostada. Por exemplo, confrontando os documentos acima com os registros efetuados no balancete do período (fls. 12 a 46 do arquivo 10247151), não se consegue chegar ao montante correspondente ao total das receitas (faturamento/receita bruta na DIPJ). Ademais, deveria a recorrente, nas suas alegações, ter apontado especificamente o aduzido erro no qual incorrera que justificasse a alteração do valor devido do PIS de ago/2002 de R$ 231.589,84, para R$ 53.220,22. Com efeito, não há demonstração nesse sentido, mas apenas apresentação de planilha onde muito embora sejam reproduzidos alguns dos montantes declarados na DIPJ, está desacompanhada do necessário alicerce com indicação específica da composição dos valores nela declarados e sua correspondente escrituração pela empresa. O motivo do indeferimento da manifestação de inconformidade pela instância recorrida foi, justamente, a não comprovação da liquidez e certeza do crédito destinado a compensação na DCOMP. A interessada, portanto, ficou integralmente ciente das razões que Fl. 136DF CARF MF Impresso em 31/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 6 levaram ao indeferimento de seu pedido e comparece agora, novamente, sem apresentar a prova do crédito alegado, cujo ônus é da própria recorrente. Não custa lembrar que a compensação, como uma das formas de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Assim, a certeza e a liquidez do direito creditório alegado deverá ser cabalmente demonstrada pela interessada na extinção do crédito tributário mediante compensação. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito não poderia redundar na extinção do débito para com a Fazenda Pública mediante compensação. Finalmente, considerando que a interessada foi devidamente esclarecida das razões do indeferimento de seu pleito – a não comprovação da liquidez e certeza do crédito pela não apresentação de documentação contábil e fiscal suficientes para tanto – é que, entendo, não é a presente hipótese que exija a baixa do processo em diligência. Efetivamente, a Lei no 9.784/99, aplicável subsidiariamente ao Processo Administrativo Fiscal, em seu artigo 3º, inciso III, ao admitir a juntada de documentos e a formulação de alegações pelo interessado, desde que antes da decisão, acompanhou a inclinação doutrinária e jurisprudencial moderna de se abrandar os rigores das regras preclusivas prescritas no Direito Administrativo, e isso diante do princípio da efetividade do processo, que tem como norte um processo menos formalista, mais participativo e mais orientado a um desiderato de cunho social1. No caso presente, contudo, como já afirmado, foi oportunizado à reclamante a apresentação dos documentos necessários à comprovação do alegado direito. Esta, mesmo ciente das razões do indeferimento do pleito na primeira instância, recorre da correspondente decisão sem contudo demonstrar de plano o alegado crédito tributário, encargo de seu interesse, cujo ônus comprobatório não pode ser repassado para o Fisco. Da Conclusão Por todo o exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário interposto pela interessada. Sala de Sessões, em 22 de agosto de 2012. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator 1 Tal viés, porém, deve ser conduzido de forma a conciliar, com razoabilidade, os valores e os princípios que norteiam o processo administrativo, procurando harmonizar a verdade material com a segurança e a celeridade exigidas nas lides administrativas. Com o foco em tais objetivos é que a Lei prevê a recusa de documentos que se enquadrem como provas “ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias”, a teor do disposto no artigo 38, § 2o, da Lei no 9.784/99. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 31/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 10768.900418/200602 Acórdão n.º 3802001.207 S3TE02 Fl. 129 7 Fl. 138DF CARF MF Impresso em 31/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/ 08/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 30/08/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A
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Numero do processo: 14041.000175/2009-91
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1997 a 30/11/1998
DECADÊNCIA.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional.
Numero da decisão: 2403-001.725
Decisão: Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari
Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula Vinculante n° 08, declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212, de 24/07/91, devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos dar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 01 75 /2 00 9- 91 Fl. 106DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI (Presidente), IVACIR JULIO DE SOUZA, CAROLINA WANDERLEY LANDIM, PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, MARCELO MAGALHAES PEIXOTO e MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000175/200991 Acórdão n.º 2403001.725 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília, Acórdão 0337.415 da 7ª Turma, que julgou improcedente a impugnação. A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido: Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal — AIOP, lavrado em nome do contribuinte em epígrafe, sob DEBCAD n° 37.210.0309, em 03/02/2009, no qual foram incluídas as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga a segurados (cota dos segurados), além dos juros e multa correspondentes, totalizando o crédito tributário no valor de R$ 14.503,30. 0 período fiscalizado é de 03/1996 a 03/2001, sendo que o lançamento abrange a(s) competência(s) 02/1997 a 05/1997, 07/1997 a 02/1998 e 08/1998 a 11/1998. O Relatório Fiscal de fls. 26/34 informa que o presente lançamento é realizado em substituição As Notificações de Lançamento de Débito — NFLD, no 35.019.6095 e 35.019.608 7, lavradas em nome do contribuinte Via Engenharia S/A. Referidas notificações foram anuladas pelo Conselho de Recursos da Previdência Social — CRPS por erro de fundamentação legal. A anulação das NFLD mencionadas foi cientificada A Via Engenharia S/A a partir de 18/02/2004, de forma, que, considerando o disposto no artigo 173, II, do CTN, a Fazendo Pública pode constituir o crédito em epígrafe ematé5 anos contados da dataem que se tomar definitiva a decisão que houver anulado, por vicio formal, o lançamento anteriormente efetuado. Nas notificações julgadas nulas considerouse a existência da responsabilidade solidária entre os prestadores (e subempreiteiros) e o tomador de serviços por cessão de mãode obra (Via Engenharia S/A), diante da ausência de recolhimentos pelos prestadores e em razão de o tomador não ter apresentado os documentos de elisão da responsabilidade solidária (folha de pagamento, GFIP, GRPS/GPS, etc). Fl. 108DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 4 As NFLD foram julgadas nulas por erro de fundamentação legal, já que estavam amparadas somente no artigo 30, VI da Lei 8.212/91, e deveriam, no caso de solidariedade de subempreitada, estar fundamentadas também no artigo 124, I, do Código Tributário Nacional — CTN. Isto porque o artigo 30, VI, da Lei 8.212/91, A. época do período lançado, não tratava de subempreitada, tratando apenas de cessão de mãodeobra. Assim, para aquela parcela do débito, a fundamentação legal seria a aplicação da solidariedade em razão da existência de interesse em comum na situação que constitui o fato gerador, prevista no artigo 124, I, do CTN. O Relatório Fiscal informa ainda que os fatos geradores foram verificados mediante análise dos seguintes elementos: Livros Diário e Razão, Notas Fiscais de serviço/faturas, Contratos de prestação de serviços, Folhas de Pagamentos e Guias de recolhimento de prestadores de serviço/subempreiteiros, contas correntes de prestadores de serviço/subempreiteiros, Declarações de existência de contabilidade formalizada dos prestadores de serviço/subempreiteiros, apresentados pela empresa Via Engenharia S/A na ocasião da lavratura das NFLD substituídas. Nas NFLD substituídas também consta planilha, na qual foram relacionados os pagamentos de faturas/notas fiscais de prestadores de serviço de mãodeobra e subempreiteiras, contendo informaçõès referentes a data do pagamento, conta em que foi efetuado o lançamento, centro de custo, valor da nota fiscal/fatura, observações sobre o serviço prestado, número da nota fiscal/fatura, prestador de serviço/CNPJ, percentual aplicado sobre o valor da nota fiscal, salário de contribuição apurado, abatimento de eventuais salários de contribuição contidos em guias apresentadas e salário de contribuição do débito apurado. A empresa Via Engenharia S/A foi intimada a apresentar as Guias de Recolhimento e folhas de pagamento ou GFIP referentes aos pagamentos constantes da planilha, com fins de elidir a responsabilidade solidária. Também foi oportunizada a referida empresa a apresentação de outros elementos, caso discordasse dos percentuais aplicados para efeitos de aferição do salário de contribuição. Em análise dos contacorrentes dos prestadores de serviços, verificouse que a maior parte não apresentava recolhimentos compatíveis com os serviços prestados e outros sequer apresentavam recolhimento. Não foram incluídos para efeito de aferição indireta os prestadores de serviços que apresentaram recolhimento compatível com os valores das notas fiscais/faturas, desde que a natureza dos mesmos permitia a apresentação de uma guia de recolhimento(genérica com recolhimento englobado no CGC/CNPJ, e os prestadores de serviços que, mesmo tendo apresentado guia de recolhimento com valor inferior ao previsto, apresentaram declaração de contabilidade firmada pelo responsável pela empresa e pelo contador. Por fim, foram abatidos do débito os recolhimentos efetuados por aqueles Fl. 109DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000175/200991 Acórdão n.º 2403001.725 S2C4T3 Fl. 4 5 prestadores que apresentaram recolhimentosinferiores e não houve apresentação de declaração de contabilidade. Na substituição dos débitos anulados, foram excluídos os períodos em que as prestadoras de serviço eram optantes pelo SIMPLES e os levantamentos atinentes a prestadores de serviço que, no período, tiveram seus débitos incluídos no REFIS. Portanto, diante da não elisão da responsabilidade solidária, o presente débito foi apurado por aferição indireta, sendo que o salário de contribuição foi calculado aplicando percentuais sobre os valores das notas fiscais/faturas, conforme detalhado nas planilhas anexadas pela autoridade fiscal. No que concerne h. responsabilidade solidária, o Relatório Fiscal acrescenta que, conforme artigo 896 do Código Civil, a mesma não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes. No caso, o arbitramento pelo faturamento para apurar a base de cálculo das contribuições previdencidrias, na hipótese de fiscalização de prestadores de serviços mediante cessão de mão deobra, está previsto no artigo 33 da Lei 8.212/91. 0 procedimento previsto no diploma legal foi detalhado, na época do lançamento, na OS/INSS/DAF n° 176/1997 e, antes, pela OS/LNSS/DAF if 83/1993. Para o período anterior a vigência da Lei 9.528/97, a solidariedade de débitos de subempreiteiros está fundamentada no artigo 124, inciso I, do Código Tributário Nacional. A partir da Lei 9.528/97, o fundamento legal da solidariedade de débitos de subempreiteiros passa a ser o artigo 30, inciso VI, da Lei 8.212/91. Em relação a solidariedade de débitos de empresas contratantes de serviços por cessão de mãodeobra, seu fundamento legal, para os fatos geradores ocorridos até 01/1999, é o artigo 31 da Lei 8.212/91. Consta, às fls. 35/36, Termo de Sujeição Passiva Solidária, cientificado em 23/03/2009 ao sujeito passivo solidário TURMAN CONSTRUÇÕES LTDA, 59.575.258/0001 69, conforme documento de fls. 37, juntamente com o Auto de Infração sob comento. Do resultado do julgamento foi dado ciência exclusivamente à Via Engenharia. Inconformada com a decisão, a empresa Via Engenharia apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese, que: · Nulidade do crédito lançado. · Decadência. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 6 · Até o momento da apresentação da impugnação não havia sido notificado o contribuinte do lançamento do crédito tributário em discussão. Disso decorre que o crédito, indiscutivelmente, também já decaiu para o contribuinte. · A cobrança da multa é indevida por que a contribuinte não participou do comportamento, nada sonegou, nenhum ato ilícito cometeu daí a inviabilidade de ser punida por ato de terceiro. É o relatório. Fl. 111DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000175/200991 Acórdão n.º 2403001.725 S2C4T3 Fl. 5 7 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator Apesar do vício constatado, somente dar ciência a 1 devedor do resultado do julgamento de primeira instância, por economia processual, passo a analisar o presente processo. DECADÊNCIA – PRESTADOR DO SERVIÇO Consta do processo, folhas 35/36, Termo de Sujeição Passiva Solidária lavrado contra a empresa TURMAN CONSTRUÇÕES LTDA em 03/02/2009. A ciência ao contribuinte foi dada em 23/03/2009. Os fatos geradores ocorreram entre 02/1997 e 11/1998. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do prazo decenal para a decadência dos créditos previdenciários devendo, portanto, ser aplicada a regra qüinqüenal da decadência do Código Tributário Nacional. Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Pelo intervalo de tempo decorrido entre os fatos geradores e a ciência do sujeito passivo constatase que ocorreu a decadência do crédito tributário por qualquer critério estabelecido pelo CTN. DECADÊNCIA – TOMADOR DO SERVIÇO O acórdão administrativo de última instância (CaJ/CRPS) que reconheceu a nulidade do crédito lançado foi prolatado em 31 de outubro de 2003. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI 8 A notificação do contribuinte ocorreu em 2004. Segundo o CTN, a decadência opera decorridos 5 anos da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Estabelece o Decreto 70.235/72 que são definitivas as decisões de segunda instância de que não caiba recurso. Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; II de segunda instância de que não caiba recurso ou, se cabível, quando decorrido o prazo sem sua interposição; III de instância especial. Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. O Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS, vigente à época da anulação, estabelecia a Câmara de Julgamento como única instância para julgar os recursos interpostos contra decisões do INSS, nos processos de interesse dos contribuintes. PORTARIA MPAS Nº 2.740, DE 26 DE JULHO DE 2001 DOU DE 03/08/2001 Art. 13.Compete às Câmaras de Julgamento: Fl. 113DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 14041.000175/200991 Acórdão n.º 2403001.725 S2C4T3 Fl. 6 9 I julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões proferidas pelas Juntas de Recursos que infringirem lei, regulamento ou ato normativo ministerial; e II julgar, em única instância, os recursos interpostos contra decisões do INSS, nos processos de interesse dos contribuintes, inclusive a que indefere o pedido de isenção de contribuições, bem como, com efeito suspensivo, a decisão cancelatória da isenção já concedida podendo, para tanto, anular os atos da constituição do crédito previdenciário e os que impõem penalidade administrativa. Entendo que quando prolatada a decisão pela Câmara de Julgamento do CRPS, a decisão tornouse definitiva. Com base no acima exposto, entendo que se operou a decadência visto que o prazo, da data em que se tornou definitiva a decisão que anulou, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado (31/10/2003) até o novo lançamento (18/02/2009) foi maior que 5 anos. CONCLUSÃO Voto pelo provimento do recurso em razão da decadência. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 114DF CARF MF Impresso em 04/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 2 8/11/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Numero do processo: 13854.000600/2007-53
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 14 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2003
EMBARGOS. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE
Devem ser rejeitados os embargos fundamentados em omissão, contradição ou obscuridade no acórdão quando estas figuras inexistem e o recurso integrativo é empregado com o intuito de reabrir o mérito da causa.
Embargos rejeitados
Numero da decisão: 2102-002.391
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR os embargos opostos pela PGFN.
Assinado digitalmente.
Giovanni Christian Nunes Campos - Presidente.
Assinado digitalmente.
Rubens Maurício Carvalho - Relator.
EDITADO EM: 21/12/2012
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eivanice Canário da Silva , Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho.
Matéria: IRPF- auto de infração eletronico (exceto multa DIRPF)
Nome do relator: RUBENS MAURICIO CARVALHO
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AUSÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE Devem ser rejeitados os embargos fundamentados em omissão, contradição ou obscuridade no acórdão quando estas figuras inexistem e o recurso integrativo é empregado com o intuito de reabrir o mérito da causa. Embargos rejeitados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR os embargos opostos pela PGFN. Assinado digitalmente. Giovanni Christian Nunes Campos Presidente. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. EDITADO EM: 21/12/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Eivanice Canário da Silva , Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 85 4. 00 06 00 /2 00 7- 53 Fl. 140DF CARF MF Impresso em 19/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13854.000600/200753 Acórdão n.º 2102002.391 S2C1T2 Fl. 11 2 Relatório Em sessão plenária realizada em 4 de dezembro de 2009, essa Turma de Julgamento, apreciou o recurso apresentado pelo contribuinte no Acórdão nº 210200.438, ocasião em que deu provimento, por unanimidade de votos. O acórdão está assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 PAF. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. AUSÊNCIA DE LITÍGIO. Não se conhece de recurso pela falta de discordância com o mérito do lançamento ou com a conclusão da decisão recorrida, pela inexistência de litígio. ISENÇÃO. CONTRIBUINTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE. Fazem jus A isenção do imposto os proventos de aposentadoria, pensão ou reforma recebidos por contribuinte portador de doença especificada em lei, comprovada por meio de laudo emitido por serviço médico oficial da Unido, dos Estados e dos Municípios. Recurso voluntário provido Cientificado do referido Acórdão, a douta PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL, apresentou Embargos de Declaração, fls. 67/68, onde afirma que no mencionado acórdão houve omissão pela ausência de apreciação acerca da temática da origem dos proventos, se de aposentadoria ou não, verbis: Em seu voto condutor, o relator, acompanhado por seus pares, entendeu que o sujeito passivo superou os motivos do indeferimento em la instância, quando apresentou o laudo médico oficial em sede recursal. A falta de apresentação do aludido laudo em 1° grau, contudo, não foi o único motivo para o indeferimento da isenção postulada. Para não reconhecer a isenção por moléstia grave, a DRJ também se fundamentou na ausência de documentos probatórios de que os rendimentos em tela são proventos de aposentadoria, condição legal para fruição do beneficio. Sobre este ponto, o colegiado não se manifestou, incorrendo em omissão sobre importante questão para o deslinde da lide. Para sanar o vicio apontado, viabilizando o conhecimento das razões de convencimento do órgão Julgador, é que a União interpõe os presentes embargos. Diante disso, a União (Fazenda Nacional) requer sejam conhecidos e providos os presentes Embargos de Declaração, para sanar a omissão acima indicada. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 19/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13854.000600/200753 Acórdão n.º 2102002.391 S2C1T2 Fl. 12 3 Diante dos fatos apresentados o presente processo retornou para que o Colegiado da Turma se manifeste, conforme o previsto no art. 65 do RICARF. É o Relatório. Voto Conselheiro Rubens Maurício Carvalho. No presente caso, o voto condutor da decisão recorrida trouxe em seu bojo as razões que fundamentaram a decisão no ponto discutido, fl. 63°, verbis: Pela análise dos documentos de fls. 50 a 53, inconteste que os rendimentos auferidos pelo requerente são provenientes de aposentadoria, inclusive o rendimento omisso. Revendo o que foi decidido, data vênia, a posição da d. PFN, conforme parágrafo supra foi apreciada a questão da origem dos proventos e estando inconteste que se tratavam de proventos de aposentadoria, estando correto o julgado embargado. Ou seja, nenhuma omissão ou obscuridade se vê no acórdão debatido. Os embargos são cabíveis apenas quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos ou for omisso quanto a ponto sobre o qual deveria se pronunciar, o que não foi o caso do acórdão embargado. Assim sendo, VOTO POR REJEITAR OS EMBARGOS de declaração, em razão da não ocorrência de erro de cálculo ou obscuridade, no Acórdão nº 210200.438. Assinado digitalmente. Rubens Maurício Carvalho Relator. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 19/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13854.000600/200753 Acórdão n.º 2102002.391 S2C1T2 Fl. 13 4 Fl. 143DF CARF MF Impresso em 19/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/ 2012 por RUBENS MAURICIO CARVALHO, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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Numero do processo: 10850.002288/2004-31
Turma: Primeira Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 06 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. PROVA DO INTERESSE COMUM. DEMONSTRAÇÃO DE VÍNCULO E BENEFICIAMENTO.
A imputação de responsabilidade solidária por interesse comum exige a demonstração cabal e inequívoca da relação do sujeito com o fato gerador ou de seu beneficiamento direto ou indireto a partir da ocorrência da infração tributária. A falta de comprovação desse vínculo não permite a responsabilização.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA PESSOAL. PROVA DO VÍNCULO.
Descabe a responsabilização pessoal, nos termos do art. 135, II, do CTN, sem a prova do vínculo inicial com o contribuinte, a título de mandatário, preposto ou empregado.
Numero da decisão: 1202-000.929
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para afastar a responsabilidade tributária do Sr. Décio Castilho Alonso.
(assinado digitalmente)
Nelson Lósso Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Viviane Vidal Wagner - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno.
Matéria: IRPJ - AF - lucro arbitrado
Nome do relator: VIVIANE VIDAL WAGNER
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. PROVA DO INTERESSE COMUM. DEMONSTRAÇÃO DE VÍNCULO E BENEFICIAMENTO. A imputação de responsabilidade solidária por interesse comum exige a demonstração cabal e inequívoca da relação do sujeito com o fato gerador ou de seu beneficiamento direto ou indireto a partir da ocorrência da infração tributária. A falta de comprovação desse vínculo não permite a responsabilização. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA PESSOAL. PROVA DO VÍNCULO. Descabe a responsabilização pessoal, nos termos do art. 135, II, do CTN, sem a prova do vínculo inicial com o contribuinte, a título de mandatário, preposto ou empregado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para afastar a responsabilidade tributária do Sr. Décio Castilho Alonso. (assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho - Presidente (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno.
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PROVA DO INTERESSE COMUM. DEMONSTRAÇÃO DE VÍNCULO E BENEFICIAMENTO. A imputação de responsabilidade solidária por interesse comum exige a demonstração cabal e inequívoca da relação do sujeito com o fato gerador ou de seu beneficiamento direto ou indireto a partir da ocorrência da infração tributária. A falta de comprovação desse vínculo não permite a responsabilização. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA PESSOAL. PROVA DO VÍNCULO. Descabe a responsabilização pessoal, nos termos do art. 135, II, do CTN, sem a prova do vínculo inicial com o contribuinte, a título de mandatário, preposto ou empregado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para afastar a responsabilidade tributária do Sr. Décio Castilho Alonso. (assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 00 22 88 /2 00 4- 31 Fl. 4692DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno. Fl. 4693DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado em face de decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação. A autuação fiscal de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, no montante de R$ 69.556.005,98 (sessenta e nove milhões quinhentos e cinquenta e seis mil e cinco reais e noventa e oito centavos), atualizado até a data da ciência, decorreu de: arbitramento do lucro, no período compreendido entre o primeiro trimestre de 1998 ao último trimestre de 2002, por falta de apresentação dos livros e documentos de escrituração, com base na Lei nº 8.981/95, art. 47, III, e no RIR/99, art. 530, III; omissão de receitas da venda de produtos de fabricação própria, decorrente da falta de recolhimento e declaração em DCTF dos tributos devidos no período de janeiro de 1998 a novembro de 2002. De acordo com o termo de constatação fiscal (fls.18081813), o contribuinte foi intimado a comprovar a origem dos valores depositados em sua contacorrente, após constatação de que manteve expressiva movimentação financeira no anocalendário de 1998, e não apresentou esclarecimentos satisfatórios, nem juntou nenhum documento. Em face da ausência de DIRPJ, relativa ao anocalendário de 1998, e de DIPJ, relativa ao anocalendário de 1999, bem como falta de recolhimento e declaração em DCTF dos tributos devidos no período de janeiro de 1998 a novembro de 2002, a fiscalização baseouse em cópias das GIA (Guia de informação e apuração do ICMS) solicitadas ao Fisco estadual, em que consta expressivo faturamento declarado. Com fulcro na Lei nº 9.430/96, foram lançadas: a) multa agravada, por ter havido o evidente intuito de fraude por parte do contribuinte, conforme Lei nº 4.502/64, arts. 71 a 73, uma vez que deixou de apresentar suas DIPJ e DCTF, tentando retardar por parte da autoridade fazendária o conhecimento da ocorrência do fato gerador; e b) multa majorada, pela falta de apresentação de qualquer documento, após diversas intimações e o lapso de três anos desde a solicitação inicial. A fiscalização ainda lavrou termos de declaração de sujeição passiva solidária (fls.18291832), onde demonstrou o interesse comum das pessoas físicas Sebastião Giacheto Ferreira e Décio Castilho Alonso, como prepostos da fiscalizada, na situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária, nos termos do art. 124, inciso I, bem como a responsabilidade tributária pessoal, conforme disposto no art. 135, inciso, II, ambos do CTN. Fl. 4694DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 5 4 O contribuinte apresentou impugnação, sem identificação de seu subscritor, requerendo que fosse declarada a improcedência da acusação fiscal, cancelandose os autos de infração impugnados, extinguindose o crédito tributário em constituição e determinandose o arquivamento do processo. O Sr. Décio Castilho Alonso apresentou impugnação com suas razões de defesa e solicitando que fosse julgada insubsistente a sujeição/responsabilização, com o conseqüente reconhecimento de seu direito a ser excluído do pólo passivo do procedimento fiscal objeto da impugnação. O Sr. Sebastião Giacheto Ferreira também apresentou impugnação com suas razões de defesa e solicitando que fossem julgadas insubsistentes ambas as responsabilizações, com o consequente reconhecimento de seu direito a restabelecer o prejuízo que fora reduzido na ação fiscal. A 3ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto não conheceu da impugnação apresentada pelo contribuinte, por falta de capacidade postulatória do signatário, mesmo após solicitação de regularização, e não conheceu das impugnações apresentadas pelos responsáveis tributários, por considerar incabível discutirse responsabilidade no processo administrativo fiscal, vez que a questão estaria adstrita à fase de cobrança do crédito tributário. Cientificado da decisão, o contribuinte, inconformado, apresentou recurso voluntário ao CARF, em que contestava a decisão recorrida. Inconformados, os responsáveis tributários, Srs. Sebastião Giacheto Ferreira e Décio Castilho Alonso (em 16/08/2005, fls.2085 e ss), também apresentaram recurso voluntário ao CARF. No recurso voluntário, o Sr. Décio Castilho Alonso aponta que a impugnação apresentada contra a responsabilização não foi apreciada, sob o argumento de que a circunstância de haver sido arrolado como responsável solidário só autoriza a formação de litisconsórcio passivo no momento da cobrança do débito, quando seria apropriado discutir se possui interesse comum na situação que constitui o fato gerador da obrigação principal, a ser apreciado pelo Poder Judiciário. Pede o reparo desse ato e solicita que a impugnação apresentada na primeira instância seja considerada parte integrante do recurso. Ao final, requer seja julgada insubsistente a sujeição/responsabilização, com o consequente reconhecimento de seu direito a ser excluído do pólo passivo do procedimento fiscal objeto da presente, e que o processo seja devolvido para apreciação pela DRJ de Ribeirão PretoSP. O acórdão da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, não conheceu dos recursos, nos termos da seguinte ementa: NORMAS PROCESSUAIS: RESPONSABILIDADE Incabível discutirse responsabilidade solidária no processo administrativo fiscal, pois tal questão está adstrita à fase de cobrança do crédito tributário. PEREMPÇÃO Não se conhece do recurso apresentado após o decurso do prazo legal. Fl. 4695DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 6 5 Cientificados dessa decisão (fls.2172 e 2173), apenas o responsável Décio Castilho Alonso apresentou recurso especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF). Através do acórdão nº 910100.988, a 1ª Turma da CSRF, em sessão de julgamento realizada em 24 de maio de 2011, decidiu, por unanimidade de votos, reconhecer a nulidade do acórdão recorrido, determinando o retorno dos autos à Câmara a quo, a fim de que fosse conhecido o recurso voluntário do responsável solidário Décio Castilho Afonso e apreciado o seu mérito, fazendo constar a seguinte ementa: PAF SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA – DIREITO DE DEFESA NECESSIDADE DE CONHECIMENTO DOS ARGUMENTOS NA FASE LITIGIOSA. É nula a decisão que deixa de apreciar os argumentos das impugnações dos responsáveis incluídos pela fiscalização no pólo passivo da obrigação tributária Os autos foram redistribuídos através de sorteio, haja vista que a relatora original não fazia mais parte do colegiado. É o relatório. Fl. 4696DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 7 6 Voto Conselheira Viviane Vidal Wagner, Relatora A partir da decisão da E. Câmara Superior no acórdão nº 910100.988, a questão ora em litígio restringese à imputação de responsabilidade solidária ao Sr. Décio Castilho Afonso, vez que se encontra definitivamente julgado o mérito do lançamento em relação a todos os sujeitos passivos (contribuinte e demais responsáveis tributários). Atendendo à decisão referida, que determinou o retorno dos autos à Câmara a quo para julgamento do recurso voluntário do Sr. Décio Castilho Afonso, conhecese do recurso, por cumprir os requisitos legais, e passase a apreciálo. No Termo de Constatação Fiscal (fl.1812), a título de “responsabilidade pessoal de terceiros”, a autoridade fiscal justifica o arrolamento do recorrente apontando o interesse comum, por ter atuado “como preposto da empresa fiscalizada, na situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária nos termos do inciso I do art. 124, bem como a responsabilidade tributária pessoal conforme disposto no art. 135 inciso II, ambos da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional)”. A responsabilidade solidária em matéria tributária somente se aplica aos sujeitos que possam ser enquadrados no pólo passivo da relação obrigacional e decorre sempre de lei, não podendo ser presumida ou resultar de acordo das partes. Além das definições legais, nos termos do art. 124, inciso II, do CTN, a solidariedade tributária é atribuída às pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, consoante o inciso I do mesmo artigo. Repisando a lição de Marcos Vinícius Neder (in Responsabilidade Tributária, Editora Dialética, 2007. Coord. Maria Rita Ferragut e Marcos Vinícius Neder, p. 47), "as pessoas portadoras de interesses comuns são vinculadas por pessoas externas formadoras de solidariedade (consciência de grupo) que as une; enquanto, nos interesses coincidentes, o vínculo pessoal visa apenas atender a uma necessidade específica (tarefa) [...]. A situação a despertar o interesse comum referido no art. 124 do CTN é aquela consubstanciada na relação jurídica privada subjacente ao fato gerador do tributo [...]". Assim, a imputação de responsabilidade solidária por interesse comum exige a demonstração cabal e inequívoca da relação do sujeito com o fato gerador e seu beneficiamento direto ou indireto a partir da ocorrência da infração tributária, o que deve ser apreciado em conjunto com os argumentos da defesa. No Termo de Constatação Fiscal destinado ao Sr. Décio (fls. 1791/1799), a autoridade fiscal fez constar expressamente: O procedimento fiscal originouse a partir da operação desenvolvida pela SRF, denominada MFI Movimentação Financeira Incompatível, onde foram cruzados os dados obtidos na forma do art. 11, § 2º da Lei 9.311/96 com a situação fiscal da contribuinte, que se encontrava com a situação cadastral de "OMISSO" na entrega de declaração de rendimentos do ano Fl. 4697DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 8 7 calendário de 1998, não obstante de manter expressiva movimentação financeira em suas contascorrentes (R$23.610.058,34). [...] Da análise das cópias dos cheques emitidos pela empresa, encontramos como beneficiário do chq n° 1185 no valor de R$ 60.000,00, do Banco Bradesco a empresa Açougue Renata SS Ltda CNPJ 48.126.007/000180, cujo sócio proprietário é o contribuinte, o Sr. Décio. Intimado a esclarecer a natureza da operação em que resultou a emissão deste cheque tendo como beneficiário a Açougue Renata SS Ltda, a mesma informou: Com relação a natureza da operação do desconto do cheque n° 00185 do banco 237 ag. 2031 c/c/ 000002125 data 09/02/98 no valor de R$ 60.000,00, o mesmo referese a TROCA DE CHEQUES PARA AMENIZAR O SALDO DEVEDOR DA EMPRESA Valentim Gentil junto ao Banco Bradesco, ou seja emprestamos o referido cheque para a cobertura da conta e em seguida depositamos em nossa conta um cheque no mesmo valor apenas alguns dias depois, conforme extrato em anexo. (grifei). Ora, o contribuinte de forma inequívoca está declarando o seu interesse na empresa Comercial de Carnes Valentim, e tamanho é o seu grau de envolvimento que sabia até mesmo o destino dado a seu SUPOSTO empréstimo, AMENIZAR o saldo devedor da empresa, ou seja cobertura da conta da empresa junto ao banco Bradesco. Apesar de saber detalhes da operação e até mesmo a situação da conta corrente da empresa no Banco Bradesco, não sabe informar o óbvio, os dados da pessoa com quem foi tratada a operação restringindose a dizer os nomes dos sócios da empresa Comercial Valentim Gentil. Constatamos ainda diversos depósitos no valor total de R$ 233.831,64 que foram efetuados pelo Sr. Décio na conta da empresa fiscalizada, conforme abaixo: [...] [relação de 12 depósitos realizados no período de julho a dezembro de 1998] Em seguida, a autoridade fiscal lavrou o Termo de Declaração de Sujeição Passiva Solidária (fls.18311832), por considerar que o interessado, após intimado a manifestarse a respeito da constatação acima referida, não logrou êxito em elidila com suas respostas (fls.18031804). Como fundamentos da responsabilização do recorrente foram considerados: (i) o depósito efetuado na conta do contribuinte pelo Açougue Renata SS Ltda, de R$ 60.000,00 e depósitos efetuados na mesma conta pelo recorrente, no valor de R$ 233.831,64; (ii) a procuração outorgada ao Sr. Décio Castilho Afonso; (iii) a incapacidade econômica/financeira dos sócios da empresa Comercial de Carnes e Derivados Valentim Gentil Ltda; (iv) a declaração dos sócios da fiscalizada; (v) a comprovação de integralização de capital na fiscalizada e de obtenção de empréstimos bancários pelos sócios; (vi) a procuração Fl. 4698DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 9 8 outorgada para Sebastião Giacheto Ferreira, sócio do Frigorífico N.D. Ltda.; (vii) a GIA entregue para a Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo; (viii) a movimentação da conta corrente e gerência dos negócios pelo sócio do Frigorífico N.D. Ltda – Sr . Sebastião Giacheto Ferreira. Como se vê, de todas as “evidências” de interesse comum apontadas pela fiscalização para justificar a responsabilização do recorrente, apenas se referem a ele, direta ou indiretamente, os depósitos (item i), a procuração (item ii) e a GIA (item vii). Em sua defesa (fls.1926 e ss), o recorrente sustenta: a) ausência de interesse na empresa autuada em razão da troca de cheques, no valor de R$ 60.000,00, para amenizar o saldo devedor da autuada junto ao Banco Bradesco, visto que o impugnante emprestou o referido cheque para a cobertura da conta e em seguida foi depositado na conta da empresa do impugnante um cheque no mesmo valor, apenas alguns dias depois, conforme extrato às fls. 1013. Aduz que a relação entre as empresas era apenas comercial, por se tratar de ramos de atividade que se completam: frigorífico e açougue; b) sobre os depósitos por ele efetuados, alega que na época dos referidos depósitos, era cliente do frigorífico fiscalizado, e como possuía um caminhão, ao efetuar compra de carne para seu açougue, aproveitava para completar a sua lotação, levando carne para outros clientes, fazendo a distribuição na capital e região e dividindo os custos do frete entre os açougues que recebiam a carne transportada. Após a entrega da mercadoria, recebia os cheques dos clientes dos frigoríficos e os enviava via depósito bancário; c) sobre a procuração a ele outorgada, esclarece que se tratou de procuração específica para tratar da transmissão de determinado imóvel. Afirma o recorrente que a conclusão do agente fiscal quanto ao seu interesse como preposto da empresa fiscalizada foi equivocada, principalmente por constar do Termo de Constatação Fiscal que teria efetuado depósitos no valor de R$ 233.831,64 no ano de 1998 para a empresa fiscalizada, porém sua soma não atinge sequer 1,00% (um por cento) do valor da movimentação bancária do ano de 1998, foi de R$ 23.610.068,34. Cabe referir que esse argumento sobre a desproporção dos valores envolvidos, todavia, não tem qualquer relevância para a caracterização da responsabilidade. Em seguida, o recorrente alega que, ainda que fosse possível vinculálo ao fato gerador – por conta dos referidos depósitos – tal vinculação somente se daria no ano de 1998, já que nos demais anos fiscalizados, nenhum depósito foi encontrado, assim, não há qualquer vínculo obrigacional do impugnante com o fato gerador da obrigação tributária. Neste ponto, o recorrente tem razão. Inexiste nos autos qualquer referência a suas atividades ou operações com o contribuinte nos anoscalendário subsequentes a 1998. Vejase: (i) a operação do desconto do cheque no valor de R$ 60.000,00, ocorreu em fevereiro de 1998; (ii) os depósitos na conta da empresa fiscalizada, no valor de R$ 233.831,64, foram realizados entre julho e dezembro de 1998, e (iii) a procuração foi outorgada em março de 1998. Assim, sua responsabilidade, se existir, o que será perquirido adiante, devese limitar ao crédito tributário decorrente de fatos geradores do ano calendário de 1998, exonerandose sua responsabilidade em relação aos fatos geradores ocorridos nos demais anoscalendário, por falta de comprovação de vínculo legal ou de interesse comum. Fl. 4699DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 10 9 Considerandose os elementos trazidos aos autos, todavia, mesmo em relação ao ano calendário de 1998, a responsabilização do Sr. Décio Castilho Alonso, nos termos em que realizada, revelase frágil. Senão, vejamos. Formalmente, o Sr. Décio não é sócio da Comercial de Carnes Valentim Gentil Ltda. (contribuinte autuado). A fiscalização o acusa de ser preposto da empresa, com interesse comum nos fatos geradores objetos da autuação. Ao ser questionado pela fiscalização sobre as GIA entregues pelo contribuinte autuado, referentes ao período de 09/97 a 12/97, onde constava seu nome como sócio gerente, o recorrente respondeu que não fazia ideia do motivo de sua inclusão, visto que seu relacionamento era apenas comercial, sem qualquer vínculo trabalhista ou societário, que nunca desempenhou nenhuma função no contribuinte, nem recebeu remuneração a qualquer título. Como a informação constante da GIA referese a período anterior ao da autuação, tratase de prova meramente indiciária, que deve ser complementada com outros elementos. Verificase dos autos que a única procuração outorgada ao recorrente, em 2 de março de 1998 (fl.1637), destinouse especificamente à assinatura de escritura pública de hipoteca de imóvel situado em MauáSP. Por não ter qualquer relação com as atividades operacionais do contribuinte, esse documento não serve de prova do vínculo do recorrente como preposto do autuado. Assim, verificase que a autoridade fiscal não logrou comprovar o vínculo societário ou funcional do interessado com o contribuinte autuado. Quanto à troca de cheques no valor de R$ 60.000,00, ainda que o recorrente tivesse conhecimento de que seria para “cobrir” eventual saldo negativo da autuada, o fato de efetuar um simples depósito em conta bancária da autuada não se presta a confirmar qualquer interesse na omissão da receita correspondente, visto que não se tratava de depósito realizado por sócio ou preposto. Ademais, houve um depósito equivalente na conta devedora, logo em seguida, indicando que a operação se tratou de um empréstimo informal com terceiro não vinculado. No Termo de Intimação Fiscal (fls.1744), o recorrente foi intimado a esclarecer sobre os depósitos efetuados em 1998. A partir de sua resposta, a autoridade fiscal consignou: Desta forma, o contribuinte esta novamente declarando o seu interesse na empresa fiscalizada, pois o mesmo informa em sua resposta, que distribuía carnes do frigorífico em São Paulo, promovia o recebimento e depositava na conta do frigorífico. O Sr. Décio não apresentou nenhum documento que demonstre o fato dele apenas repassar o dinheiro que recebia dos CLIENTES DO FRIGORÍFICO para a conta corrente do frigorífico. É no mínimo de se estranhar estas transações , pois conforme se verifica no item abaixo, o Sr. Décio declarou que nunca Fl. 4700DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 11 10 desempenhou função na empresa e nunca recebeu nenhuma remuneração. Esta fiscalização não pode aceitar que as transações efetuadas pelo Sr. DÉCIO, ou seja , transporte, distribuição, recebimento pela carne e posterior depósito na conta corrente do frigorífico, bem como empréstimo para amenizar saldo devedor do frigorífico tenha sido efetuado sem nenhum interesse nos negócios da empresa Comercial de Carnes e Derivados Valentim Gentil Ltda, muito pelo contrário, estas atitudes demonstram o interesse comum do Sr. DÉCIO CASTILHO ALONSO CPF 592.768.60878, na situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária. Numa autuação decorrente de depósitos bancários não comprovados, a utilização em benefício próprio e o manuseio, pela pessoa física, de recursos movimentados em conta corrente de pessoa jurídica para tanto utilizada, seria prova do interesse comum por parte de quem teria movimentado recursos omitidos em benefício próprio, como se verificou no acórdão nº 120200030, de 12/05/2009, de relatoria da ilustre Conselheira Karen Jureidini Dias. Todavia, não é isso que demonstram os elementos juntados aos autos. Inexiste, nos autos, procuração outorgada ao recorrente para movimentação das contas bancárias do contribuinte. No presente caso, a fiscalização pautouse apenas na efetivação de depósitos pelo recorrente na conta bancária do contribuinte, de forma sistemática, em determinado período de tempo, sem que houvesse, no seu entender, uma contrapartida equivalente. Contudo, em nenhum momento foi demostrado o vínculo do recorrente com os fatos geradores dos tributos, durante o período fiscalizado, ou seu beneficiamento em momento posterior. Assim, resta patente que as provas carreadas pela fiscalização são frágeis no sentido de sustentar a acusação de responsabilidade tributária por solidariedade contra o recorrente. A questão da necessidade de prova do vínculo de responsabilidade já foi objeto de recurso apreciado em diversos julgados no âmbito do CARF, dos quais, podem ser referidos os julgados abaixo, que apreciaram situações semelhantes: RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA — HIPOTESES DE IMPUTAÇÃO — A imputação de responsabilidade solidária por crédito tributário somente pode ocorrer nas hipóteses e limites fixados em lei, que a restringe às pessoas expressamente ali designadas e que tenham interesse comum na situação que, constitua o fato gerador da obrigação principal. (Acórdão n° 10196.425, de 08/11/2007) RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA Comprovado nos autos os verdadeiros sócios da pessoa jurídica, pessoas físicas, acobertados por terceiras pessoas ("laranjas") que apenas emprestavam o nome para que eles realizassem operações em nome da pessoa jurídica, da qual tinham ampla procuração para Fl. 4701DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 12 11 gerir seus negócios e suas contascorrentes bancárias, fica caracterizada a hipótese prevista no art. 124, I, do Código Tributário Nacional, pelo interesse comum na situação que constituía o fato gerador da obrigação principal. Esse interesse comum inexistia nas empresas que com eles apenas realizavam operações comerciais normais, não se podendo, "ipso facto", responsabilizálas solidariamente pelo crédito tributário da fiscalizada. (Acórdão nº 10708692, de 16/08/2006) RESPONSABILIDADE SOLIDARIA — DESCABIMENTO A responsabilidade solidária prevista no artigo 124, inciso I do Código Tributário Nacional enseja comprovação do interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. (Acórdão nº 10809.263, de 28/03/2007) CRÉDITO TRIBUTÁRIO RESPONSABILIDADE ATRIBUÍDA A TERCEIROS É válida a atribuição a terceiro de responsabilidade pelo crédito tributário quando as provas dos autos revelam interesse comum nas situações que constituam fato gerador da obrigação principal. Excluemse, entretanto, as responsabilidades atribuídas com base em indícios não relevantes a ponto de serem tomados como prova, já na fase de formação do título executivo. (Acórdão n° 10709.232, de 05/12/2007) PAF — NORMAS PROCESSUAL — RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO — INDICAÇÃO NO AUTO DE INFRAÇÃO — LEGITIMADADE PROCESSUAL Figurando no lançamento, como sujeito passivo, além do próprio contribuinte, sócios ou representantes de pessoas jurídicas e terceiros, partícipes das relações jurídicas que deram ensejo ao auto de infração, em face da lei geral do processo (lei 9.784/99, art. 90, II e 58, cc. art. 69) e do CTN, art. 142 (que impõe à autoridade administrativa a indicação, no lançamento, do sujeito passivo gênero, do qual contribuinte e responsável são espécies), estes, de forma autônoma, podem postular nos autos do processo administrativo na defesa de seus interesses, ainda que o contribuinte, quanto aos tributos devidos, desista do processo. RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO — TERCEIROS — CTN, ART. 124, I — ACUSAÇÃO — INEXISTÊNCIA DE PROVA — IMPROCEDÊNCIA— A configuração da responsabilidade solidária de que trata o art.124, I, do CTN, depende da prova inequívoca de que os acusados teriam tido interesse comum na situação que constituía o fato gerador. (Acórdão n° 107 08.791, de 16/10/2006) De outro lado, a responsabilidade pessoal referida pela autoridade fiscal, prevista no art. 135, inciso II, do CTN, decorre da prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, por parte de “mandatários, prepostos e empregados”. Fl. 4702DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 10850.002288/200431 Acórdão n.º 1202000.929 S1C2T2 Fl. 13 12 No presente caso, como se vê, tampouco caberia responsabilizar o recorrente a título de responsabilidade pessoal, nos termos do art. 135 do CTN, sem a prova do vínculo inicial, a título de mandatário, preposto ou empregado. Inexiste nos autos sequer a acusação da prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. Ainda que existisse tal acusação, repita se, as provas carreadas não atestam que o recorrente detivesse a qualidade de qualquer daquelas pessoas referidas no dispositivo legal durante o período autuado. Nos autos, não se verificam dados que denunciem ser essa pessoa sócia de fato do contribuinte, nem administrador ou preposto com prática de atos geradores das obrigações tributárias em virtude de excesso de poderes, o que afasta a responsabilidade pessoal no caso. Assim, votase pelo provimento ao recurso voluntário para afastar a responsabilidade tributária do recorrente, Sr. Décio Castilho Alonso. (assinado digitalmente) Viviane Vidal Wagner Fl. 4703DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 25/01/2013 por VIVIANE VIDAL WAGNER, Assinado digitalmente em 05/02/2013 por NELSON LOSSO FILHO
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Numero do processo: 13707.004705/2007-75
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Oct 31 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2801-000.164
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Antonio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis. Relatório Tratase de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 19.701,65, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. O crédito tributário foi constituído em razão de ter sido apurado, na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte, exercício 2004, os seguintes fatos: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 37 07 .0 04 70 5/ 20 07 -7 5 Fl. 62DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 13707.004705/200775 Resolução nº 2801000.164 S2TE01 Fl. 63 2 omissão de rendimentos de trabalho no valor de R$ 10.826,40, recebidos da Fundação Petrobrás de Seguridade Social – PETROS; compensação indevida de imposto de renda retido na fonte – IRRF, no valor de R$ 8.250,02. Após ser intimado, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 3, por meio da qual alegou não reconhecer a dívida, haja vista ter demandado em juízo contra a tributação do benefício que recebeu da PETROS e ter obtido êxito com sentença já transitada em julgado. Acrescentou, ainda, que o valor de R$ 2.806,69 tem origem no mesmo benefício PETROS tributado indevidamente. A 3ª Turma da DRJ/RJ2 julgou a impugnação improcedente, nos termos da seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2004 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Os rendimentos tributáveis omitidos da Declaração Anual de Ajuste sujeitamse ao lançamento de ofício. IRRF. MEDIDA JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA COM A ESFERA ADMINISTRATIVA. Não compete à Delegacia de Julgamento da Receita Feral apreciar impugnação contra matéria submetida à decisão do Poder Judiciário. Cientificado da decisão de primeira instância em 11/04/2011 (fl. 54), o interessado interpôs, em 25/04/2011, o recurso de fls. 55/57. Na peça recursal aduz, em síntese, que: Em relação à omissão de rendimentos A decisão recorrida negou procedência à impugnação sob o argumento de que não se trata de rendimento pago por entidade de previdência privada, mas sim de benefício pago pela previdência pública, não estando abrangido pela ação judicial ajuizada. No entanto, os valores recebidos da previdência estatal não geram, por si só, imposto devido, pois são insuficientes para alcançar o mínimo tributável. Somados aos rendimentos pagos pela previdência privada, aí sim, tornamse tributáveis. Entretanto, estes últimos rendimentos estão com a exigibilidade suspensa, posto que contestados judicialmente. Entende que não há como prevalecer o lançamento referente aos rendimentos omitidos. Em relação ao desconto na fonte O Fisco glosou os valores retidos por não ter constatado o ingresso nos cofres públicos e lançou o imposto que entendeu devido (R$ 8.250,02). Fl. 63DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 13707.004705/200775 Resolução nº 2801000.164 S2TE01 Fl. 64 3 Entretanto, incabível o lançamento pelos seguintes motivos: a) os valores, por determinação judicial, foram depositados em juízo, não havendo falta de recolhimento destes; e b) não havia como informar a Receita Federal o depósito judicial da retenção, uma vez que apenas em 2008 foi criado espaço para tal na declaração de ajuste anual. Não cabe ao contribuinte a responsabilidade fiscal pelo destino dado à retenção pelo responsável tributário. Não concorda com as razões para a negativa da impugnação. A suspensão da exigibilidade do tributo, em razão de contestação judicial, importa em obrigação do Fisco de absterse de qualquer lançamento de ofício. O Fisco lança ilegalmente o tributo que está com exigibilidade suspensa, mas o contribuinte não pode recorrer administrativamente do lançamento. Se não cabe a discussão administrativa, também não cabe o lançamento. Esta questão não viola a proibição contida no Ato Declaratório Normativo nº 3. Este veda ao contribuinte o questionamento administrativo de tributo objeto de contestação judicial. Entretanto, não veda nem poderia vedar, que a Turma da DRJ, usando dos poderes legais que lhe foram conferidos, como instância administrativa recursal, de determinar o cancelamento de lançamento tributário ilegal. Pedidos Pleiteia o Recorrente: Em relação à omissão de rendimentos Seja autorizada a retificação da Declaração de Renda do anocalendário 2003, fazendo nela constar os valores pagos pelo INSS. Seja cancelado o lançamento no valor de R$ 2.806,69 e seus acréscimos legais, em razão de não haver obtido renda tributável no referido ano, uma vez que suspensa a exigibilidade dos rendimentos previdenciários privados. Em relação ao desconto na fonte Seja dada procedência ao recurso para se cancelar o lançamento fiscal impugnado. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. O Recorrente ajuizou, no ano de 2002, ação judicial objetivando a declaração de não incidência do imposto de renda sobre a complementação de aposentadoria e a suspensão de sua exigibilidade, bem como a devolução de todo o imposto descontado a partir do recolhimento indevido. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 13707.004705/200775 Resolução nº 2801000.164 S2TE01 Fl. 65 4 De acordo com o voto do Relator proferido no julgamento da apelação civil 2002.51.01.0157100 (fls. 26/33), que transitou em julgado em 31 de maio de 2005 (Certidão de Trânsito em Julgado à fl. 34), foi dado provimento parcial à apelação interposta para declarar a inexistência de relação jurídica tributária à incidência de imposto de renda em relação às contribuições exclusivas dos autores vertidas ao plano, no período de 01.01.89 a 31.12.95, e condenar a União a restituir o imposto cobrado indevidamente, apurada a respectiva proporcionalidade, atualizado monetariamente e com juros da taxa SELIC. Observo que o voto do Relator foi acostado aos autos do processo judicial às fls. 261/268 e a certidão de trânsito em julgado à fl. 271. Não foi juntado aos autos do processo administrativo o dispositivo do acórdão do processo judicial, com o qual se poderia ter certeza absoluta sobre o resultado do julgamento. Em pesquisa realizada no site do TRF da 2ª Região também não obtive acesso ao dispositivo do acórdão que transitou em julgado em 31/05/2005. Nada obstante, se o resultado do julgamento coincidiu com o voto do Relator, o êxito do contribuinte foi parcial, alcançando tão somente o período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Os valores cobrados na presente Notificação de Lançamento, no entanto, referem se ao anocalendário 2003 e a mesma foi lavrada em 22/10/2007 (fl. 6). Significa dizer que, à época da lavratura da presente Notificação de Lançamento (22/10/2007), não havia determinação judicial albergando a pretensão do Recorrente de não se tributar os valores por ele recebidos a título de complementação de aposentadoria no ano de 2003. Ao contrário, penso que a decisão transitada em julgado em 31/05/2005 já autorizava o Fisco a tributar tais valores, porquanto o provimento dado ao apelo do Recorrente, pelo TRF da 2ª Região, se confirmado, foi parcial e se referia apenas ao período de 01/01/1989 a 31/12/1995. Anoto, por oportuno, que os valores objeto da ação judicial, relativo ao ano calendário de 2003, foram depositados em juízo pela fonte pagadora em face da tutela antecipada deferida pelo juízo de 1º grau (fl. 24). Assim, caberia à PGFN, smj, requerer ao juízo competente a conversão em renda dos depósitos efetuados pela Fundação PETROS no valor total de R$ 8.250,02 (DIRF da fonte pagadora à fl. 42), relativos ao anocalendário de 2003, haja vista o trânsito em julgado desfavorável ao Recorrente, relativamente aos depósitos efetuados no referido anocalendário. Nessa linha de raciocínio, entendo que o Fisco não poderia ter efetuado o lançamento do IRRF pela PETROS e que fora depositado em juízo em face da antecipação de tutela deferida pelo Poder Judiciário (fl. 24). Ocorre, porém, que não existem elementos nos autos que confirme o resultado do julgamento, tampouco que certifique o destino dado aos depósitos realizados pela Fundação PETROS. Apenas consta da “CONCLUSÃO” do acórdão recorrido a seguinte observação: “Observese à unidade de origem o depósito judicial informado pela fonte pagadora, às fls. 30 e 37, no valor de R$ 8.250,02; bem como a existência de trânsito em julgado de decisão judicial pertinente ao IRRF incidente sobre os benefícios de previdência privada pagos pela PETROS, às fls. 21/29, a ensejar possível revisão de ofício do lançamento”. Fl. 65DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 13707.004705/200775 Resolução nº 2801000.164 S2TE01 Fl. 66 5 Neste cenário de incertezas, sou pela conversão do presente julgamento em diligência, a fim de que a Delegacia que jurisdiciona o domicilio fiscal do Recorrente informe o resultado do julgamento do processo judicial (preferencialmente mediante juntada do dispositivo do acórdão) e certifique se os depósitos judiciais efetuados pela PETROS foram ou não convertidos em renda da União. Após as providências mencionadas, o contribuinte deve ser intimado para, caso queira, apresentar novas alegações circunscritas aos fatos objeto da presente Resolução. De seguida, os autos deverão retornar a este Conselho para a conclusão do julgamento. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 66DF CARF MF Impresso em 01/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/10/2012 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES
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Numero do processo: 15983.000288/2010-53
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 28 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - A elaboração de Folhas de Pagamento em desacordo com os padrões e normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil, sujeita o contribuinte ao pagamento de multa por descumprimento de obrigação acessória.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2401-002.532
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Marcelo Freitas de Souza Costa- Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira; Kleber Ferreira de Araújo; Igor de Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Marcelo Freitas de Souza Costa.
Nome do relator: MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - A elaboração de Folhas de Pagamento em desacordo com os padrões e normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil, sujeita o contribuinte ao pagamento de multa por descumprimento de obrigação acessória. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire - Presidente Marcelo Freitas de Souza Costa- Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira; Kleber Ferreira de Araújo; Igor de Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Marcelo Freitas de Souza Costa.
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Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Marcelo Freitas de Souza Costa Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira; Kleber Ferreira de Araújo; Igor de Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira e Marcelo Freitas de Souza Costa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 02 88 /2 01 0- 53 Fl. 263DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA 2 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado contra o contribuinte acima identificado por descumprimento de obrigação acessória, referente elaboração de Folhas de Pagamento em desacordo com os padrões e normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil, afrontando o que determina o art. 32, I da Lei no 8.212/91. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 05 a 06, a autuada apresentou as Folhas de Pagamento de 01/2005 a 12/2005 (inclusive a do 13° Salário/2005). No entanto, as referidas Folhas de Pagamento foram elaboradas em desacordo com os padrões e normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil, tendo em vista que não foram contemplados os segurados contribuintes individuais, constantes dos levantamentos Cl — Contribuintes Individuais 1 (prestadores de serviço extraídos da escrituração contábil) e HA — Honorários Advocatícios (verificados através de relações mensais de Certidões de Honorários Advocatícios). Acrescenta ainda que não foram considerados como base de cálculo de contribuição previdenciária o auxilio alimentação fornecido habitualmente aos segurados empregados (pagamento em pecúnia), bem como as remunerações dos segurados empregados que compunham as chamadas Frentes de Trabalho. Inconformado com a decisão de fls. 221/204 que julgou procedente o lançamento, o contribuinte recorre a este conselho alegando em síntese: Alega que a norma constitucional é expressa no sentido de que a contribuição previdenciária somente incide sobre pagamentos de rendimentos decorrentes da prestação de serviço, fato que não pode ser alterado pela legislação ordinária Que a turma julgadora de primeira instância acabou por entender que o Município estaria sujeito a relação jurídico/tributária em questão, deixando de apreciar argüição de inconstitucionalidade da norma tributária, sob o fundamento de que tal controvérsia poderia ser dirimida tão somente na esfera judicial, com o que a recorrente não concorda, pois, a Administração Pública esta sujeita a inúmeros princípios., dentre os quais o principio da legalidade e da auto tutela. Defende que no presente caso também não se vislumbra pagamento ou crédito realizado a favor de qualquer pessoa física que tenha prestado o serviço apontado pela d. fiscalização, mas sim a satisfação de preço estabelecido, em função da cessão, ou seja, transferência de pessoal para a realização de serviço contratado pelo ente municipal. Sustenta que o r. decisório entendeu que os documentos analisados foram bastantes para se constatar o fato gerador tributário, contudo se omitiu quanto a inexistência da solidariedade imputada para se exigir o tributo em comento. Que a mera análise de livros e documentos pela agente fiscalizadora não revelou a existência de remuneração paga por empregador (ou Pessoa a. ela equiparada) aos seus empregados (ou prestadores de serviço), fato este que afasta a possibilidade de se constituir crédito tributário em desfavor do Município de Santos. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Processo nº 15983.000288/201053 Acórdão n.º 2401002.532 S2C4T1 Fl. 248 3 Requer a reforma da decisão guerreada, com o provimento do recurso para anular ou cancelar o débito fiscal. É o relatório. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA 4 Voto Conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa Relator O recurso é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Em que pese o inconformismo do município recorrente, suas alegações não merecem ser acolhidas. Os presentes autos versam sobre débitos previdenciários consubstanciados na preparação de folhas de pagamento em desacordo com os padrões e normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil, tendo em vista que não foram contemplados os segurados contribuintes individuais, constantes dos levantamentos Cl — Contribuintes Individuais 1 (prestadores de serviço extraídos da escrituração contábil) e HA — Honorários Advocatícios (verificados através de relações mensais de Certidões de Honorários Advocatícios). Também não foram considerados em folha, os valores pagos a título de Alimentação e a remuneração dos trabalhadores das chamadas “Frentes de Trabalho”. As alegações contidas no recurso já foram objeto de análise no recurso do processo 15983.000282/201086 relativo às obrigações principais e julgado nesta assentada, onde a decisão final foi pelo reconhecimento da procedência parcial da autuação. O recurso é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Do levantamento FT – Frentes de Trabalho Insurgese a recorrente quanto ao levantamento efetuado pela fiscalização, alegando tratase de uma Bolsa que consiste na execução de cursos de qualificação profissional e, desta forma, os valores não estariam sujeitos à incidência de contribuições previdenciárias. Para fundamentar seu entendimento, cita a Lei Municipal que instituiu referido programa, onde consta cláusula que define a não existência de vínculo empregatício ou profissional entre os beneficiados e a prefeitura. Em que pese os argumentos da recorrente, estes não são capazes de excluir do levantamento, os valores pagos aos segurados. Como bem salientou o Auditor Fiscal, embora houvesse referida cláusula, restou comprovados os requisitos que caracterizam os trabalhadores como segurados obrigatórios do Regime Geral de Previdência Social – RGPS. Referidos laboristas, cumpriam jornada de trabalho pré fixada, recebiam remuneração, havia a pessoalidade já que não poderiam se fazer substituir por outro e recebiam ordens a serem cumpridas, o que demonstra claramente a subordinação. Fl. 266DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Processo nº 15983.000288/201053 Acórdão n.º 2401002.532 S2C4T1 Fl. 249 5 Ademais, pelo próprio termo utilizado na lei municipal, verifica se que não haveria como os trabalhos serem realizados sem a subordinação, conforme quer fazer entender o recorrente. Senão, quais seriam as atividades práticas realizadas em prol da municipalidade? Seriam os próprios trabalhadores a definir o que, como e onde realizálas? Certamente que não. Embora conste na lei municipal que a concessão das referidas bolsas não geraria vínculo empregatício com a prefeitura, os trabalhadores se enquadram perfeitamente na qualidade de segurados obrigatórios da Previdência Social, devendo haver o recolhimento das contribuições incidentes sobre as remunerações auferidas. Vejamos o que diz a Lei 8212/91, em seu art. 12, inciso I: "Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: 1 como empregado: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;" No caso concreto, como já mencionado na decisão de primeira instância, temos que os "bolsistas" do Município de Santos não correspondem à figura descrita no art. 10 da Lei n° 11.788/2008, ou seja, eles não prestam serviços de acordo com tal normativo. Sendo assim, são segurados obrigatórios do RGPS e, consequentemente as importâncias recebidas pelo exercício de suas atividades laborativas não se subsumem à norma excepcional contida na alínea "i" do § 90 do art. 28 da Lei n° 8.212/91, mas sim ao contido no inciso I do mesmo artigo, in verbis: Art. 28. Entendese por salário de contribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em zuna ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer titulo, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo 12 disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; Logo, embora revestida da nomenclatura de “Bolsas”, tais verbas estão sujeitas à incidência de contribuições sociais, devendo ser mantido o levantamento efetuado. Levantamentos AF – Alimentação Frentes de Trabalho e AE – Alimentação Empregados No caso do levantamentos AF – Fl. 267DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA 6 Alimentação Frentes de Trabalho Auxílio alimentação fornecidos aos segurados através de cestas básicas e AE – Alimentação Empregados – Valores creditados em folha de pagamento para custear alimentação, sem que o Contribuinte estivesse inscrito no Programa de Alimentação do Trabalhador — PAT, estando a empresa, inscrita ou não no PAT, estas verbas somente não sofrem incidência de contribuição se não forem paga em dinheiro. A Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN, também reconheceu este entendimento, tendo publicado o Ato Declaratório nº 03/2011, que assim dispõe: “nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílioalimentação não há incidência de contribuição previdenciária” O Superior Tribunal de Justiça – STJ, tem o entendimento de que o pagamento in natura é aquele onde a alimentação é fornecida pela empresa, não se enquadrando em tal posicionamento as verbas pagas através de Tickets e em dinheiro. Vejamos um julgado a respeito da matéria: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR – PAT . AUXÍLIOALIMENTAÇÃO PAGO EM ESPÉCIE AOS EMPREGADOS. OBRIGATORIEDADE DE RECOLHIMENTO DO FGTS. LEI Nº 6.321/76. LIMITAÇÃO. PORTARIA Nº 326/77. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA HIERARQUIA DAS LEIS. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS MORATÓRIOS PELA TR/TRD. APLICABILIDADE. 1. A falta de prequestionamento da questão federal impede o conhecimento do recurso especial (Súmulas 282 e 356 do STF). 2. Não viola o artigo 535 do CPC, nem importa negativa de prestação jurisdicional, o acórdão que, mesmo sem ter examinado individualmente cada um dos argumentos trazidos pelo vencido, adotou, entretanto, fundamentação suficiente para decidir de modo integral a controvérsia posta. 3. O STJ, em inúmeros julgados, assentou o entendimento de que o pagamento in natura do auxílioalimentação não tem natureza salarial e, como tal, não integra a base de cálculo da contribuição previdenciária. Pela mesma razão, não integra a base de cálculo das contribuições para o FGTS, igualmente assentado no conceito de "remuneração" (Lei 8.036/90, art. 15). O auxílio alimentação pago em espécie e com habitualidade integra o salário e como tal sofre a incidência da contribuição previdenciária. Precedentes do STJ (REsp 674.999/CE, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ de 30.05.2005; REsp 611.406/CE, Rel. Min. Franciulli Netto, 2ª Turma, DJ de 02.05.2005; EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, 1ª Seção, DJ de 08.11.2004; REsp 643.820/CE, Rel. Min. José Delgado, 1ª Turma, DJ de 18.10.2004; REsp 510.070/DF, Rel. Min. Luiz Fl. 268DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Processo nº 15983.000288/201053 Acórdão n.º 2401002.532 S2C4T1 Fl. 250 7 Fux, 1ª Turma, DJ de 31.05.2004). Por tal razão, o auxílio alimentação pago em espécie com habitualidade também sofrerá a incidência do FGTS. 4. "O pagamento in natura do auxílioalimentação, vale dizer, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT" (EREsp 603.509/CE, Rel. Min.Castro Meira, 1ª Seção, DJ de 08.11.2004) Grifei. 5. "As limitações impostas pela Portaria nº 326/77 e pela Instrução Normativa nº 143/86, fixando custos máximos para cada refeição individual oferecida pelo PAT, são ilegais, porquanto estabelecem restrições que não foram previstas na Lei nº 6.321/76, nem no Decreto nº 78.676/76 que a regulamentou, violando, com isso, o princípio da hierarquia das leis" (REsp 157.990/SP, Rel. Min. Francisco Falcão, 1ª Turma, DJ de 17.05.2004). 6. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça orientase no sentido da legitimidade da aplicação de juros moratórios calculados com base da Taxa Referencial Diária (TRD), nos termos do art. 9º da Lei 8.177/91, alterado pelo art. 30 da Lei 8.218/91. O período da incidência da TRD sobre os débitos fiscais como juros de mora tem início em fevereiro de 1991. 7. Recursos especiais aos quais se nega provimento. E ainda: TRIBUTÁRIO. FGTS. AUXÍLIOALIMENTAÇÃO. PAT. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR. NÃO INSCRIÇÃO. TICKETS. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO RELATIVA AO FGTS. 1. O auxílio alimentação, quando pago em espécie e com habitualidade, passa a integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária, assumindo, pois, feição salarial, afastandose, somente, de referida incidência quando o pagamento é efetuado in natura, ou seja, quando o próprio empregador fornece a alimentação aos seus empregados, estando ou não inscrito no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. 2. Aplicação ao Enunciado n.° 241, do TST. Há incidência da contribuição social, do FGTS, sobre o valor representado pelo fornecimento ao empregado, por força do contrato de trabalho, de vale refeição. 3. Recurso Especial desprovido. Restando comprovado que o levantamento AF – Alimentação Frentes de Trabalho, fora feito através de cestas básicas, devem ser excluídos da autuação. Fl. 269DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA 8 Já o levantamento AE – Alimentação Empregados, auxílio alimentação efetuados aos segurados empregados, que não eram feitos através de refeições ou alimentação fornecida pela própria empresa, mas sim através de dinheiro creditado aos empregados, devem tais verbas sofrer incidência de contribuições. Levantamento CI – Contribuintes Individuais Dos levantamentos efetuados com esta rubrica, consta no Relatório Fiscal que se tratam de serviços prestados por pessoas físicas ao recorrente, não contestados quando da intimação para esclarecimentos acerca da planilha elaborada pelo Auditor Fiscal. Há também a informação de que os lançamentos que não correspondiam a fatos geradores de contribuição previdenciária foram excluídos da referida planilha. A fiscalização juntou ainda nos autos, recibos de Pagamentos a Autônomos e outros documentos que comprovam a prestação de serviços por contribuintes individuais, identificados por CPF ou nomes de pessoas físicas. O recorrente confunde o presente levantamento com o relativo à rubrica HA – Honorários Advocatícios, quando afirma não haver qualquer correlação entre o valor pago , à pessoa jurídica contratada e a contraprestação devida . pela empregadora às pessoas físicas que .lhe prestaram serviços. No presente caso, também não se está falando de relação entre remuneração paga por:empregador aos seus empregados, mas sim do pagamento das importâncias a prestadores de serviços pessoas físicas, conforme demonstrado pela fiscalização. Levantamento HA – Honorários Advocatícios Embora alegue não efetuar diretamente o pagamento aos advogados, temos que a OAB é mera repassadora dos recursos, recebendo mensalmente da Prefeitura Municipal de Santos, os recursos financeiros, com a previsão dos repasses necessários para o pagamento da remuneração dos Advogados. A OAB recebe um valor a título de taxa de administração, o que confirma ser apenas a repassadora dos recursos financeiros advindos da Prefeitura Municipal para o pagamento dos profissionais, não possuindo prerrogativas de gestão ou direção e, pela definição de empresa do art. 15 da Lei n. 8212/91 é o Município que assume o "risco" da atividade, ou seja, é ele quem traz a si a responsabilidade pelo desenvolvimento da projeto de assistência jurídica e o respectivo pagamento. Assim, as verbas pagas à título de honorários advocatícios, ainda que efetuada através de convênio, deve sofrer a incidência de contribuições previdenciárias. Ante ao exposto, Voto no sentido de Conhecer do Recurso e no mérito Darlhe provimento parcial para excluir do levantamento os valores referentes à rubrica AF – Alimentação Frentes de Trabalho. Fl. 270DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Processo nº 15983.000288/201053 Acórdão n.º 2401002.532 S2C4T1 Fl. 251 9 Desta forma, correto o procedimento fiscal, bem como o lançamento efetuado em face do descumprimento da obrigação contida no art.. 32, I da Lei 8.212/91. Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhasdepagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; Com relação à multa a penalidade aplicada pela fiscalização está contida no art. 92 da Lei n° 8.212/91 e no art. 283, inciso I, alínea "g" do RPS, no valor mínimo, com a atualização feita de acordo com a atualização da Portaria MPS/MF nº 350/2009. Lei n° 8.212/91 Art. 92 A infração de qualquer dispositivo desta Lei para a qual não haja penalidade expressamente cominada sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, a multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros), conforme dispuser o regulamento. RPS Art. 283.Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da infração, aplicandoselhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores: I a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) nas seguintes infrações: (...) g) deixar a empresa de efetuar os descontos das contribuições devidas pelos segurados a seu serviço; Portaria MPS/MF n° 350/09 Art. 8°A partir de 1° de janeiro de 2010: V o valor da multa pela infração a qualquer dispositivo do RPS, para a qual não haja penalidade expressamente cominada (art. 283), varia, conforme a gravidade da infração, de R$ 1.410,79 (um mil quatrocentos e dez reais e setenta e nove centavos) a R$ 141.077,93 (cento e quarenta e um mil setenta e sete reais e noventa e três centavos); Fl. 271DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA 10 Ante ao exposto, Voto no sentido de Conhecer do Recurso e no mérito Negarlhe provimento. Marcelo Freitas de Souza Costa Fl. 272DF CARF MF Impresso em 28/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 20/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
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Numero do processo: 13830.001655/2003-25
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 01 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 1999
ITR - ÁREA DE RESERVA LEGAL - NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL PARA FRUIÇÃO DA ISENÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 11 DA LEI N° 8.847/94.
Para que a área de reserva legal possa ser excluída da base de cálculo do ITR ela deve estar averbada à margem da matrícula do imóvel. Esta obrigação decorre da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nos 9.393, de 1996, e 4.771, de 1965 (Código Florestal).
Numero da decisão: 9202-001.911
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a tributação da área de reserva legal. Vencidos os Conselheiros Marcelo Oliveira (Relator), Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Henrique Pinheiro Torres que davam provimento e os Conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Gustavo Lian Haddad.
(Assinado digitalmente)
Henrique Pinheiro Torres Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Relator
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad - Redator Designado
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente), Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti (Conselheira Convocada), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire. Declarou-se impedido o Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka (conselheiro convocado). Ausente momentaneamente o Presidente Otacílio Dantas Cartaxo
Matéria: ITR - ação fiscal - outros (inclusive penalidades)
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a tributação da área de reserva legal. Vencidos os Conselheiros Marcelo Oliveira (Relator), Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Henrique Pinheiro Torres que davam provimento e os Conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Marcelo Oliveira - Relator (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad - Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente), Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti (Conselheira Convocada), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire. Declarou-se impedido o Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka (conselheiro convocado). Ausente momentaneamente o Presidente Otacílio Dantas Cartaxo
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 1999 ITR ÁREA DE RESERVA LEGAL NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO NA MATRÍCULA DO IMÓVEL PARA FRUIÇÃO DA ISENÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 11 DA LEI N° 8.847/94. Para que a área de reserva legal possa ser excluída da base de cálculo do ITR ela deve estar averbada à margem da matrícula do imóvel. Esta obrigação decorre da interpretação harmônica e conjunta do disposto nas Leis nos 9.393, de 1996, e 4.771, de 1965 (Código Florestal). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso, para restabelecer a tributação da área de reserva legal. Vencidos os Conselheiros Marcelo Oliveira (Relator), Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Henrique Pinheiro Torres que davam provimento e os Conselheiros Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Gustavo Lian Haddad. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 00 16 55 /2 00 3- 25 Fl. 296DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 (Assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres – Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente), Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti (Conselheira Convocada), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Francisco Assis de Oliveira Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Elias Sampaio Freire. Declarouse impedido o Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka (conselheiro convocado). Ausente momentaneamente o Presidente Otacílio Dantas Cartaxo Relatório Tratase de Recurso Especial por divergência, fls. 0211, interposto pela nobre Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão, fls. 0201, que decidiu, por maioria de votos, dar provimento ao recurso. O acórdão em questão possui as seguintes ementa e decisão: ASSUNTO: ITR. Exercício: 1999 COMPROVAÇÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVA LEGAL. No caso dos autos, o laudo técnico fundamentado, com ART, atesta a existência de áreas de preservação permanente e reserva legal/utilização limitada para fins de isenção de ITR no exercício de 1999 conforme já declarado pelo contribuinte na respectiva DITR. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13830.001655/200325 Acórdão n.º 9202001.911 CSRFT2 Fl. 267 3 Vencidos os Conselheiros Corintho Oliveira Machado e Ricardo Paulo Rosa. Em seu recurso especial a Procuradoria alega, em síntese, que: 1. Quanto ao decidido sobre a área de reserva legal, não pode prosperar o entendimento constante do acórdão; 2. A averbação da área de reserva legal é indispensável para sua configuração e respectiva isenção de ITR, conforme determinação da Lei 4771/1965; 3. O STF tem posição firmada (MS 22.688) de que a área de reserva legal florestal não identificada no registro imobiliário não é de ser subtraída da área total do imóvel para fins de cálculo de produtividade; 4. Pelo exposto, solicita o conhecimento e o provimento de seu recurso. Por despacho, fls. 0253, deuse seguimento ao recurso especial. O sujeito passivo apresentou suas contra razões, fls. 0260, argumentando, em síntese, que: 1. O recurso não deve ser conhecido, pois não está comprovada a divergência; 2. Não cabe ao recorrente trazer provas (averbação) nesta fase processual, outro motivo para o não conhecimento do recurso; 3. A averbação da área de reserva legal não é necessária, bastando a simples declaração do contribuinte sobre sua existência; 4. Ante o exposto, deve ser mantido o acórdão. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 Voto Vencido Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Quanto à admissibilidade, devemos resolver duas questões suscitadas pelo Contribuinte: 1. Não ficou comprovada a divergência jurisprudencial; e 2. Não cabe ao contribuinte trazer provas (averbação) nesta fase processual. Quanto a comprovação de divergência, o próprio contribuinte, em suas contrarrazões traz solução para a questão. O próprio contribuinte afirma que para o acórdão recorrido apenas o laudo basta para a comprovação das áreas. Já no acórdão paradigma há a necessidade de averbação da área de reserva legal para a isenção. Como podemos notar, há diferentes decisões sobre o mesmo ponto: o que é necessário para que o contribuinte usufrua da isenção. Portanto, configurada a divergência. Quanto á necessidade de demonstração da averbação, verificamos que o Fisco, no início da ação fiscal, fls. 017, já vinha solicitando essa prova/informação. Portanto, não há que se argumentar sobre nova prova solicitada, pois a informação contida nessa prova já vem sendo solicitada antes mesmo da lavratura do lançamento. Para esclarecimento, o Fisco, na verificação da DITR/1999, solicitou documentos para a comprovação da área de reserva legal de 219,2 há, em área total de 1040,2 há, conforme declaração prestada pelo contribuinte à Receita Federal. O contribuinte não apresentou documentação alguma e, consequentmente, o Fisco considerou a área como não isenta de ITR. O Contribuinte, em sua impugnação, apresentou: 1. Ato Declaratório Ambiental (ADA), de 1997, onde informa que 54,1 há estão em área de preservação permanente (APP) e 165,1 há estão em área de reserva legal (ARL), fls. 058, entregue em 20/01/2003; 2. Laudo que apresenta as mesmas informações contidas no ADA/1997, fls. 070 Ressaltamos que a fiscalização iniciouse em 12/09/2003, fls. 019, e terminou em 20/11/2003, fls. 009. O acórdão recorrido excluiu do lançamento a área de reserva legal, pela existência de laudo. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13830.001655/200325 Acórdão n.º 9202001.911 CSRFT2 Fl. 268 5 Sobre a necessidade de averbação da reserva legal, a nobre PGFN possui razão, pois essa determinação consta da legislação. Lei 4771/1965: Art. 16. As florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente, previstas nos artigos 2° e 3° desta lei, são suscetíveis de exploração, obedecidas as seguintes restrições: ... § 2º A reserva legal, assim entendida a área de , no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada, a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área. (Incluído pela Lei nº 7.803 de 18.7.1989) Como bem cita a PGFN, o STF já decidiu que a averbação é necessária para a configuração da área de reserva legal. Assim, pela ausência de averbação da área de reserva legal, a razão está com a nobre PGFN. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto em dar provimento ao recurso da PGFN, nos termos do voto. (Assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 300DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 6 Voto Vencedor Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Designado. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR tem como hipótese de incidência tributável a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano (art. 1º da Lei nº 9.393/96). A base de cálculo dessa exação, por sua vez, é resultado de operação por meio da qual se aplica sobre o Valor da Terra Nua Tributável – VTNt determina alíquota prevista no anexo da Lei nº 9.393/96, que varia em função da área total do imóvel e do seu Grau de Utilização – GU (art. 11º, da Lei nº 9.393/96). O VTNt é obtido por meio da multiplicação do Valor da Terra Nua – VTN pelo quociente entre a área tributável e a área total do imóvel (art. 10º, §1º, III, da Lei nº 9.393/96), sendo que o VTN corresponde ao valor do imóvel, devidamente declarado pelo contribuinte, deduzido dos valores correspondentes a: a) construções, instalações e benfeitoras; b) culturas permanentes e temporárias; c) pastagens cultivadas e melhoradas; e d) florestas plantadas. A área tributável do imóvel, por sua vez, na época da ocorrência do fato gerador (em 1999), correspondia à área total do imóvel com exclusão das seguintes: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; e c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual. Tratase, nos termos da legislação em vigor, de tributo sujeito ao lançamento por homologação, sendo sua apuração e recolhimento de responsabilidade do contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, sujeitandose a posterior homologação como explicitado no art. 10º, da Lei nº 9.393/96. No presente caso, no entanto, o contribuinte, tinha pleiteado a redução do tributo em decorrência da existência de área de reserva legal sendo que após intimação da autoridade fiscal, não trouxe aos autos qualquer elemento de prova da existência da reserva legal. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13830.001655/200325 Acórdão n.º 9202001.911 CSRFT2 Fl. 269 7 A chamada área de reserva legal ou de utilização limitada tem seus contornos estabelecidos pelo artigo 16 do Código Florestal, cuja redação à época do fato gerador, antes da alteração promovida pela Medida Provisória n° 2.16667/2001, era a seguinte: “Art. 16. As florestas de domínio privado, não sujeitas ao regime de utilização limitada e ressalvadas as de preservação permanente, previstas nos artigos 2º e 3º desta lei, são suscetíveis de exploração, obedecidas as seguintes restrições: a) nas regiões Leste Meridional, Sul e CentroOeste, esta na parte sul, as derrubadas de florestas nativas, primitivas ou regeneradas, só serão permitidas, desde que seja, em qualquer caso, respeitado o limite mínimo de 20% da área de cada propriedade com cobertura arbórea localizada, a critério da autoridade competente; b) nas regiões citadas na letra anterior, nas áreas já desbravadas e previamente delimitadas pela autoridade competente, ficam proibidas as derrubadas de florestas primitivas, quando feitas para ocupação do solo com cultura e pastagens, permitindose, nesses casos, apenas a extração de árvores para produção de madeira. Nas áreas ainda incultas, sujeitas a formas de desbravamento, as derrubadas de florestas primitivas, nos trabalhos de instalação de novas propriedades agrícolas, só serão toleradas até o máximo de 30% da área da propriedade; c) na região Sul as áreas atualmente revestidas de formações florestais em que ocorre o pinheiro brasileiro, "Araucaria angustifolia", não poderão ser desflorestadas de forma a provocar a eliminação permanente das florestas, tolerandose, somente a exploração racional destas, observadas as prescrições ditadas pela técnica, com a garantia de permanência dos maciços em boas condições de desenvolvimento e produção; d) nas regiões Nordeste e Leste Setentrional, inclusive nos Estados do Maranhão e Piauí, o corte de árvores e a exploração de florestas só será permitida com observância de normas técnicas a serem estabelecidas por ato do Poder Público, na forma do art. 15. § 1º Nas propriedades rurais, compreendidas na alínea a deste artigo, com área entre vinte (20) a cinqüenta (50) hectares computarseão, para efeito de fixação do limite percentual, além da cobertura florestal de qualquer natureza, os maciços de porte arbóreo, sejam frutícolas, ornamentais ou industriais. § 2º A reserva legal, assim entendida a área de, no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada propriedade, onde não é permitido o corte raso, deverá ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada, a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento da área. § 3º Aplicase às áreas de cerrado a reserva legal de 20% (vinte por cento) para todos os efeitos legais.” Fl. 302DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD 8 (original sem grifo) Diante do disposto nos artigos 10 da Lei n. 9.393, de 1996, e 16, § 2º, da Lei n. 4.771, de 1965 (Código Florestal), debatemse a doutrina e a jurisprudência acerca da imprescindibilidade ou não da exigência da averbação da área de reserva legal na matrícula do imóvel para fins de exclusão da tributação pelo ITR. O debate historicamente tem se pautado pela dicotomia de posições quanto ao efeito constitutivo ou declaratório, quanto à existência da reserva legal, da averbação à margem da matrícula do imóvel, com consequências diametralmente opostas na apuração do ITR, a saber: (i) para os que entendem ser constitutivo o efeito da averbação, só existe direito à isenção da área de reserva legal se ela estiver averbada à margem da matrícula anteriormente à data do fato gerador; e, (ii) para os que advogam o efeito declaratório da averbação, ela seria dispensável para amparar a isenção do ITR aplicável à area de reserva legal, cabendo neste caso ao contribuinte provar a existência da referida área por outros meios de prova (laudo, etc.). A meu ver, ambas as soluções propugnadas não se sustentam a partir da consideração do viés indutivo de comportamento de que se reveste o conjunto normativo acima referido aplicável à espécie. Por óbvio que a isenção do ITR aplicável à área de reserva legal condicionada à averbação à margem da matrícula do imóvel atende ao desiderato de preservação ambiental, eis que, como se sabe, o ônus de utilização limitada, uma vez efetuada a averbação, perenizase e se transmite a quaisquer adquirentes futuras. Assim, aceitar a isenção do ITR da área de reserva legal independemente da prova da averbação (e ainda que haja prova da existência da área preservada) frusta o propósito extrafiscal de criação do ônus de preservação ambiental para as gerações futuras, em confronto com a exigência do artigo 16, parágrafo 2º do Código Florestal. No presente caso, verificase que o contribuinte informou em sua DITR/1999 tempestivamente apresentada a existência de uma reserva legal de 219,2ha, em uma propriedade cuja área total declarada foi de 1.040,2. Tendo em vista a ausência de apresentação de ADA, bem como a ausência de averbação da reserva legal à margem da matrícula do imóvel, a área de 219,2ha foi glosada pela autoridade fiscal. O v. acórdão recorrido restabeleceu a dedução da área de 219,2ha da área tributável tendo, no entanto, reconhecido que desse montante 54,1ha correspondem a área de preservação permanente (APP) e 165,1 há estão em área de reserva legal (ARL), conforme documento de fls. 058. Destaco que o recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional foi admitido objetivando o reexame por este Colegiado da exclusão do lançamento da área de reserva legal. Assim diversamente do voto vencedor proferido pelo I. Conselheiro Marcelo Oliveira, entendo que somente deve ser restabelecido o lançamento em relação o montante de 165,1ha que corresponde a área de reserva legal, mantendose o v. acórdão em relação à exclusão da área de APP de 54,1ha. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13830.001655/200325 Acórdão n.º 9202001.911 CSRFT2 Fl. 270 9 Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de conhecer do recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional para, no mérito, DAR LHE PARCIAL PROVIMENTO para restabelecer a glosa da área de reserva legal de 165,1ha. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 304DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/12/2 012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 21/11/2012 por GUSTAVO LIAN HADDAD
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