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Numero do processo: 11041.000642/2004-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Mar 07 00:00:00 UTC 2008
Data da publicação: Fri Mar 07 00:00:00 UTC 2008
Ementa: NORMAS PROCESSUAIS- PRAZO - PRECLUSÃO - Escoado o prazo previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72, opera-se a decadência do direito da parte para interposição do recurso voluntário, consolidando-se a situação jurídica consubstanciada na decisão de primeira instância.
Recurso Voluntário não Conhecido..
Numero da decisão: 101-96.622
Decisão: ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de
Contribuintes, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Matéria: IRPJ - multa por atraso na entrega da DIPJ
Nome do relator: Sandra Maria Faroni
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NORMAS PROCESSUAIS- PRAZO - PRECLUSÃO - Escoado o prazo previsto no art. 33 do Decreto n° 70.235/72, opera-se a decadéncia do direito da parte para interposição do recurso voluntário, consolidando-se a situação jurídica consubstanciada na decisão de primeira instância. Recurso Voluntário não Conhecido.. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por Sociedade Espírita Leon Denis. ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do recurso por intempestivo, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. PRAG P ESIDENTE SANDRA MARIA FARONI RELATORA FORMALIZADO EM: 0 .4 JUN2008 t(-)17 , Processo n.° 11041.000642/2004-81 Acórdão n.° 101-96.622 Fls. 2 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros VALMIR SANDRI, JOSÉ RICARDO DA SILVA e ALOYSIO JOSÉ PERCÍNIO DA SILVA. Ausentes, momentaneamente e justificadamente, os Conselheiros CAIO MARCOS CÂNDIDO, JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR E ALEXANDRE ANDRADE Vt- . • Processo n.° 11041.000642/2004-81 Acórdão n.° 101-96.622 Fls. 3 Relatório Sociedade Espírita Leon Denis recorre da decisão da l' Turma de Julgamento da DRJ em Santa Maria, que manteve os autos de infração lavrados para impor a multa regulamentar mínima, em razão do atraso na entrega das declarações de informação econômico-fiscais (DIPJ) dos anos-calendário de 1998, 1999, 2000, 2001 e 2002. Em impugnação tempestiva, a interessada alegou ser entidade religiosa, de ordem cultural, filantrópica e de assistência social, considerada de Utilidade Pública Municipal, sem fins lucrativos. Diz que as irrisórias quantias que arrecada são utilizadas nos objetivos de caridade a que se propõe, e que não em condições de efetuar o pagamento. Pondera que o atraso na entrega das declarações não acarretou prejuízo à Receita Federal, e pediu o cancelamento das multas. A Turma de Julgamento manteve o lançamento ao argumento de que não há lei autorizando a autoridade administrativa a conceder a remissão do crédito tributário. Ciente da decisão em 09 de maio de 2007, a interessada ingressou com recurso em 14 de junho, argumentando, em síntese, que a decisão parte de uma interpretação equivocada da palavra LEI, atribuindo-lhe a significação exclusiva de uma norma específica, quando a intenção do legislador foi o significado amplo que a expressão comporta. Qual seja, ordenamento jurídico, repertório legal, legislação. t-É o Relatório. .iir r . • • , . Processo n.° 11041.000642/2004-81 Acórdão n.° 101-96.622 Fls. 4 Voto Conselheira SANDRA MARIA FARONI, Relatora O artigo 33 do Decreto n° 70.235/72 faculta a interposição de recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. O Acórdão da DRESTM n° 6.833, de 28 de março de 2007, (fls. 39 a 42) manteve o lançamento. A interessada foi intimada dessa decisão por via postal, tendo recebido a correspondência em 09/05/2007, quarta feira (fls. 45). Assim, o dies a quo para contagem do prazo para recurso é o dia 10 de maio, quinta-feira, encerrando-se o prazo para recurso em 8 de junho, sexta feira. O recurso foi protocolizado em 14 de junho, conforme carimbo aposto à fl. 47, quando já havia se esgotado o prazo para sua apresentação. Pelo exposto, deixo de tomar conhecimento do recurso, por intempestivo. Sala das Sessões, DF, em 07 de março de 2008 .___, ,_.)5 ,p • a:- (Le,..-----SANDRA MARIA FARONI 1 Page 1 _0040000.PDF Page 1 _0040100.PDF Page 1 _0040200.PDF Page 1
score : 1.0
Numero do processo: 10708.001508/2002-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997
DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO.
As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento.
Numero da decisão: 3101-001.344
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 19/03/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Marinheiro Fernandes, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO. As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Henrique Pinheiro Torres - Presidente. Corintho Oliveira Machado - Relator. EDITADO EM: 19/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Marinheiro Fernandes, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1643; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T1 Fl. 85 1 84 S3C1T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10708.001508/200291 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3101001.344 – 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 28 de fevereiro de 2013 Matéria PIS Recorrente MARTE ENGENHARIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 DECLARAÇÃO EQUIVOCADA. PROVAS INSUFICIENTES. LANÇAMENTO MANTIDO. As provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso voluntário. Henrique Pinheiro Torres Presidente. Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 19/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Marinheiro Fernandes, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 70 8. 00 15 08 /2 00 2- 91 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 11/19, em virtude da apuração de falta de recolhimento do PIS no período de apuração (PA) 09/97, exigindolhe contribuição de R$ 5.041,41, multa de ofício de R$ 3.781,06 e juros de mora (calculados até 31/05/2002) de R$ 4.714,22, perfazendo o total de R$ 13.536,69. O enquadramento legal encontrase às fls. 14 e 16. Após ter sido cientificado do auto de infração em 10/06/2002 (cf. Aviso de Recebimento – AR à fl. 20), o autuado, irresignado, apresentou, em 03/07/2002, a impugnação acostada às fls. 01/02 e documentos anexos de fls. 03/19 (cópia do Contrato Social; cópia da carteira de identidade do sócio e signatário da impugnação; cópia do CPF do sócio; cópia do cartão do CNPJ; cópia do cartão do CNPJ; cópia de Darf; Auto de Infração e anexos), argumentando, em síntese, que: Em que pese a repartição fiscalizadora não ter localizado o Darf de recolhimento do PIS informado na DCTF do 3º trimestre de 1997, o recolhimento foi efetuado pelo Darf anexo (fl. 10), não alocado pela repartição, originando a autuação, que se faz, assim, indevida; Em face do exposto, está certo o impugnante sejam acolhidas as razões e provas que importem o cancelamento total do Auto de Infração lavrado. Após a impugnação de fls. 01/19, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Volta Redonda Rio de Janeiro (DRF/VRA/RJ) determinou à fl. 39, em procedimento de revisão de lançamento (revisão de ofício), o prosseguimento da cobrança do crédito tributário nos exatos termos e valores em que lançado, conforme demonstrativos de fls. 36/38, ao argumento de que o pagamento apresentado pelo autuado à fl. 10 já se encontrava previamente alocado a crédito tributário da matriz em consonância com o que fora informado em DCTF pela matriz (cf. fls. 24 e 30), não havendo, desse modo, pagamento disponível para quitar o crédito tributário de responsabilidade da filial, segundo as informações prestadas em DCTF por esta (cf. fls. 25 e 33), além do que no ano calendário de 1997 a DCTF não era centralizada pela matriz, cientificandose o autuado do despacho exarado. Intimado da exigência acima mencionada em 29/10/2007, conforme Aviso de Recebimento (AR) de fl. 44, o autuado apresentou, em 13/11/2007, contestação de fls. 49/50 contra a cobrança perpetrada pela Administração – por ele denominada de “recurso voluntário” e documentos anexos de fls. 51/78 (cópia de procuração, fl. 51; cópia de folhas do Livro Diário da matriz, fls. 52/55; cópia de recibo de entrega e da DCTF referente ao 3º trimestre de 1997, fls. 56/74; cópia de recibo de Fl. 106DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10708.001508/200291 Acórdão n.º 3101001.344 S3C1T1 Fl. 86 3 entrega e da Ficha 12 da DIRPJ/98, exercício 98, anobase 99, fls. 75/78), argumentando, em síntese, que: A DCTF da filial de Angra (referindose ao autuado, com número no CNPJ de ordem 0004, v. fl. 84) relativa ao 3º trimestre de 1997 foi preenchida indevidamente, já que não havia valor de PIS a recolher referente à citada filial, havendo somente PIS a recolher da sede localizada no Município do Rio de Janeiro (referindose à matriz, com CNPJ de ordem 0001); Podese comprovar a afirmativa acima através do Livro Diário (fls. 52/55) e da DIPJ do anocalendário 1997 (fls. 75/78); Naquela época, a entrega da DCTF não era centralizada, mas a DIPJ e a contabilidade da empresa já eram centralizadas; Conferindose o faturamento do Livro Diário e a DIPJ, podese verificar que o valor do PIS a recolher está mencionado na matriz, não existindo o valor (PIS) atribuído a recolher na filial de Angra, inexistindo, portanto, o débito mencionado na autuação; À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer o recorrente seja acolhido o presente recurso, cancelandose ou modificandose o débito fiscal reclamado. A DRJ no RIO DE JANEIRO II/RJ julgou o lançamento procedente em parte, ficando a ementa do acórdão com a seguinte dicção: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/09/1997 a 30/09/1997 PIS. AUTO DE INFRAÇÃO. DCTF. É cabível o lançamento formalizado para exigir débito do PIS vinculado em DCTF a pagamento, quando não se comprove a existência do referido recolhimento. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. JULGAMENTO. Embora o débito declarado, a princípio, dispense o lançamento, os procedimentos fiscais perpetrados, assim como eventuais impugnações ou recursos tempestivos apresentados pelo sujeito passivo no curso do processo administrativo fiscal, constituemse atos perfeitos, motivo pelo qual devem ser apreciados pelas instâncias julgadoras administrativas. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Em face da retroatividade benigna, cancelase a multa de lançamento de ofício. Lançamento Procedente em Parte. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário, no qual invoca prescrição intercorrente, reprisa os argumentos esgrimidos na peça vestibular de defesa e aduz que houve má vontade dos julgadores a quo, ao analisar os documentos, pois no livro Diário estão todas as receitas da pessoa jurídica, que não recolhia de forma centralizada à época, porém escriturava centralizadamente, e as notas fiscais acostadas aos autos referemse apenas à receita da filial autuada. Ainda sugere realização de diligência, de maneira genérica. Por fim, requer a reforma do acórdão a quo, para que seja cancelado o auto de infração. Ato seguido, a Repartição de origem encaminhou os presentes autos para apreciação do órgão julgador de segundo grau. Relatados, passo a votar. Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Embora tenha ocorrido um error in procedendo neste expediente, no momento em que a Delegacia da Receita Federal em Volta Redonda/RJ operou revisão de ofício sem que houvesse competência para tanto (uma vez que a impugnação estava tempestiva), penso que o vício veio de ser sanado ao longo do contencioso, na medida em que o lançamento não foi alterado, e os elementos de fato trazidos com a revisão de ofício foram objeto de análise por parte da recorrente, durante a manifestação nominada de recurso. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento levou tudo isso em consideração quando do julgamento em primeiro grau. E a recorrente, em sua defesa efetiva, não mencionou qualquer cerceamento do direito de defesa. Aplicase ao caso vertente o princípio pas de nullité sans grief, porquanto não houve prejuízo algum para as partes; ao revés, houve sim mais oportunidade para a busca da verdade material. Fl. 108DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10708.001508/200291 Acórdão n.º 3101001.344 S3C1T1 Fl. 87 5 Sem embargo disso, as provas carreadas aos autos pela recorrente não tem o condão de demonstrar que a DCTF apresentada pela filial da pessoa jurídica (ora autuada) foi somente um equívoco, e que o lançamento exarado em 2002, com base na declaração de 1997, merece cancelamento. Nesse desiderato, a recorrente trouxe duas folhas do livro Diário da matriz da pessoa jurídica, que não está escriturado por estabelecimentos, e cópias de notas fiscais de prestação de serviços da filial autuada, as quais não se encontram reportadas no livro Diário da matriz, como afirma a recorrente. Demais disso, o valor da contribuição devida em função das receitas registradas no Diário não fecha com o valor do DARF de PIS pago pela recorrente. Vale aqui trazer as observações da decisão recorrida: Inicialmente, analisandose os elementos constantes da impugnação de fls. 01/02 e demais documentos a ela anexados (fls. 03/19), vislumbrase que o autuado nela alega não ter havido a falta de pagamento, que consiste na infração apontada pelo auto de infração. Apresenta, nesse sentido, o Darf de fl. 10, arrecadado pela matriz do autuado, que, todavia, não se faz hábil ao pretendido cancelamento do lançamento, porquanto citado pagamento prestase, em verdade, à extinção de débito da matriz declarado em DCTF, e que possui valor inteiramente diverso daquele débito do PIS, também declarado em DCTF pela filial (autuado), mas que, por sua vez, ensejou essa última DCTF (da filial) a presente autuação, em função da constatada inexistência do pagamento vinculado na referida DCTF (v. fls. 24/25). Por sua vez, a documentação anexada ao denominado “recurso voluntário” de fls. 49/50 também não comprova, por si só, o alegado erro de preenchimento na DCTF da filial (autuado), na qual se declarou PIS para o PA 09/97, no valor de R$ 5.041,41. É que as cópias anexadas às fls. 52/55 referemse a Livro Diário, escriturado exclusivamente para a matriz da empresa. Ora, como esta informou à RFB a centralização do recolhimento da contribuição somente a partir de 01/03/1998 (cf. pesquisa no sistema CENTRIB de fl. 83), nada impede – e, até mesmo em contrário, tudo indica que matriz e filial, à época de ocorrência dos fatos geradores do PIS objeto de autuação, mantivessem escrituração contábil distinta, sendo que aquela (escrituração) correspondente ao autuado (filial de ordem 0004 no CNPJ) em momento nenhum foi carreada pelo impugnante ao presente processo. Além disso, muito embora o valor da base de cálculo da contribuição informado na DIRPJ/98 (anobase 1997), R$ 1.184.970,82 (v. fl. 78), coincida com a totalidade das receitas de vendas anotadas no Livro Diário da matriz, fato é que o PIS resultante de citada base perfaz a importância de R$ 7.702,31, a qual, por sua vez, não guarda conformidade com o PIS recolhido pela matriz da empresa, R$ 7.591,52 (v. Darf de fl. 10). Ou seja, e em resumo: não há comprovação de que as receitas de vendas anotadas no Diário às fls. 53/54 contemplem a totalidade das receitas auferidas não somente pela matriz, mas também por todos os estabelecimentos da empresa, até mesmo porque o Livro em questão referese exclusivamente à matriz da empresa, além do que, no citado Diário, as receitas em comento não se Fl. 109DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 6 encontram, vale registrar, escrituradas para cada um dos estabelecimentos da empresa. Cabível, por conseguinte, a manutenção do lançamento fiscal aqui em análise. Ante o exposto, voto por DESPROVER do recurso voluntário, prejudicados os demais argumentos. Sala das Sessões, em 28 de fevereiro de 2013. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 110DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 28/03 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 11/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 16327.906391/2008-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Numero da decisão: 3102-000.180
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA FILHO
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Relator (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro – Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Luis Marcelo Guerra de Castro(presidente), Ricardo Paulo Rosa, Nanci Gama, Álvaro Almeida Filho e Mara Cristina Sifuentes. Relatório O recurso voluntário visa a reforma do acórdão nº 0531.283 da 3ª Turma da DRJ/CPS, que entendeu pela improcedência da manifestação de inconformidade procedência parcial do lançamento. Observando o relato da decisão recorrida é possível constatar que: Tratase de Despacho Decisório que não homologou Declaração de Compensação eletrônica. Na fundamentação do ato, consta: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do Fl. 214DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 2 2 contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. (...) Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. Cientificada, a interessada apresentou Manifestação de Inconformidade alegando, em síntese, que efetuou recolhimento a maior e que apresentou outra declaração de compensação a partir do mesmo recolhimento que dá suporte à que é objeto do presente processo. As duas declarações não foram homologadas por falta de demonstração do crédito em DCTF. Prossegue a contribuinte: Tendo em vista que as duas Per/Dcomps acima mencionadas decorrem do mesmo crédito e também porque ambas foram transmitidas de forma autônoma, a requerente demonstrará a necessidade de análise conjunta (...) Mas o fundamental é que o pagamento a maior realmente existe e a Requerente tem direito de crédito sobre tais valores, como se pode depreender nos argumentos a seguir demonstrados. Antes da demonstração da origem do crédito, cabe uma explicação sobre as Operações de Crédito efetuadas entre a Requerente e seus clientes, bem como a incidência do 10F sabre tais operações. A Requerente, Instituição Financeira, efetuou operações de crédito (empréstimo) com diversos clientes (pessoas jurídicas). Para tais operações, o art. 7°, I, 'b', do Decreto n° 4.494/02 previu a incidência do 10F: Art.7° A base de cálculo e respectiva alíquotas reduzida do IOF são (Lei n° 8.894, de 1994, art. 1°, parágrafo único, e Lei no 5.172, dc 1966, art. 64, inciso I): I na operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: () b) quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada urna das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia; 0 mesmo Decreto, no art. 7°, § 1°, limitou a incidência do I0F sobre as operações de crédito financiamento ao 'valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias (365 dias x 0,0041%). Tal limitação ocorre, inclusive, quando há prorrogação da operação de crédito. o que diz o § 7º do art. 7° do Decreto n°4.494/02: Fl. 215DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 3 3 § 7º Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de divida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicandose a aliquota em vigor it época da operação inicial. Conclusão: nas operações de crédito (empréstimos) efetuadas pela Requerente com seus clientes, o IOF devido é aquele relativo ao valor objeto do empréstimo a alíquota diária de 0,0041% (limitada a 365 dias). 0 referido recolhimento a maior ocorreu sobre operações de crédito (...), onde a Requerente recolheu valor de 10F em montante superior à alíquota máxima prevista no decreto citado no item anterior. 0 valor original indevidamente retido a titulo de IOF foi de: Quebecor (R$ 4.343,33) e (R$ 2.675,25) e (Vide planilha de cálculo do 10F e extrato da conta corrente demonstrando a retenção do 10F — Doc. 4). Tal equivoco ocorreu por erro de sistema, que considerou novamente o IOF em cada prorrogação do prazo da operação, dessa forma não limitou o cálculo do IOF até a alíquota máxima de 0,0041% x 365 dias (Vide comprovantes da prorrogação — Doc. 5). Diante disso, para que pudesse fazer jus ao direito de restituição/compensação dos créditos decorrentes dos pagamentos a maior de I0F, a Requerente apurou os pagamentos efetuados a maior, ou seja, aqueles cuja alíquota aplicada ultrapassou o limite de 0,0041% x 365 dias, previsto no Decreto do I0F. Por ser mera responsável pela retenção do I0F, a Requerente providenciou, ainda, a devolução dos valores indevidamente retidos aos clientes, acrescidos de juros e correção monetária (Vide extrato da conta corrente — Doc. 6). Logo, a Requerente demonstra que, de fato, assumiu o encargo financeiro do recolhimento a maior do I0F indevidamente recolhido, razão pela qual tem direito a sua restituição/compensação. Vale ressaltar que, o JOE discutido no presente processo (R$ 7.018,58) foi recolhido a maior em conjunto com o montante de R$ 28.276,54 (...) bem como com outros débitos de 10F decorrentes de diversas retenções ocorridas no mesmo período de apuração, o qual resultou no recolhimento de R$ 586.402,03. Analisada a impugnação ao auto de infração e a informação fiscal, decidiu a 3ª Turma da DRJ/CPS, pela improcedência da manifestação de inconformidade, conforme demonstra ementa abaixo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF Data do fato gerador: 12/02/2003 DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. Fl. 216DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 4 4 O reconhecimento do direito creditório pleiteado requer a prova de sua existência e montante, sem o que não pode ser restituído ou utilizado em compensação. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos pela interessada elemento que permita a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Na fundamentação do acórdão recorrido se observa que dentre os documentos apresentados não se identifica o extrato bancário que demonstre o depósito inicial dos recursos emprestados, o que teria comprometido a comprovação do próprio empréstimo, bem como a identificação da renovação que seria objeto do próprio crédito. Inconformada com a decisão acima a contribuinte apresentou recurso voluntário alegando que: 1) Decorre o presente de DECOMP formulada pela recorrente visando compensar crédito de IOF com débito do mesmo imposto, a qual não foi homologada por inexistência de crédito; 2) O crédito é proveniente do recolhimento realizado com base em alíquota superior à prevista na legislação de 0,0041% (limitada a 365 dias), em operações de crédito realizadas junto a cliente pessoas jurídicas; 3) Realizou a retificação de sua DCTF para excluir R$ 7.018,58 (sete mil, dezoito reais e cinquenta e oito centavos), indicados erroneamente como débito do IOF, entretanto esse valor não foi reconhecido, pois a decisão recorrida entendeu necessário a comprovação do depósito inicial dos recursos emprestados. 4) Preliminarmente existe a necessidade do julgamento ser realizado em conjunto com demais processos administrativos referentes a compensação de IOF, decorrentes de operações de mútuo bancário cujo o prazo ultrapassou 365 dias, relacionando todos os processo decididos pela DRJ/CPS, os quais se identificam quanto à matéria e aos elementos de prova, e foram julgados simultaneamente pela DRJ, obstando assim decisões distintas sobre a mesma matéria; 5) No mérito alega que foi reconhecida pela DRJ a limitação de 365(trezentos e sessenta e cinco) dias para a aplicação da alíquota diária do IOF, e que na respectiva decisão restou consignado que os valores guardam coerência numérica com as alegações formuladas, entretanto, a decisão de piso, entendeu que não é possível identificar a concessão do empréstimo pela fatal de apresentação dos extratos constando o depósito inicial dos recursos emprestados, fundamentação Fl. 217DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 5 5 essa que não poderia prosperar, já que a documentação é capaz de demonstrar o empréstimo e as renovações; 6) Em 01/02/2002 e 13/02/2002 foram celebrados contratos de mútuo com a empresa Quebecor, nos valores respectivamente de R$ 674.743,90 e R$ 450.000,00. 7) O IOF foi recolhido de acordo com cada período da seguinte forma “R$[valor do contrato] x 0,0041% x quantidade de dias de cada período contratado”, assim após os 365(trezentos e sessenta e cinco dias) não há mais o que recolher, entretanto continuou erradamente a debitar de sua cliente. 8) Percebido o erro o IOF deduzido da empresa foi devolvido acrescido de SELIC, e assim a recorrente apresenta autorização nos termos do art. 166 do CTN para requerer o IOF recolhido a maior; 9) As planilhas, as declarações, os contratos e extratos analisados em conjunto, são capazes de comprovar o empréstimo, independentemente prova da materialização do empréstimo. Após os argumentos acima busca a recorrente a reforma decisão recorrida para homologar integralmente a declaração de compensação; VOTO Conselheiro Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Como demonstrado o cerne do recurso apresentado é o reconhecimento do crédito de IOF sob o argumento de que há elementos nos autos capazes de comprovar o empréstimo realizado com as empresas Quebecor., no qual teria ocorrido um recolhimento a maior de IOF no montante de R$ 7.018,58 (sete mil e dezoito reais e cinquenta e oito centavos). A Constituição, no inciso V art. 153, atribuiu competência a União para instituir imposto sobre operações financeiras, o qual já havia sido instituído através do Código Tributário Nacional, recepcionado como lei complementar, nos termos do art. 63 a 67 do CTN. O critério material do IOF é a formalização das operações definidas nos incisos do art. 63 do CTN, já a base de cálculo é o valor da respectiva operação, cabendo ao poder executivo alterar as alíquotas e base de cálculo nos limites legais, objetivando os ajustes a política monetária, dentro desta ótica foi editado o decreto 6.306/2007, que revogou o decreto 4.494/2002, em vigor a época dos fatos, o qual quanto à alíquota e ao limite legal sobre as operações de crédito assim disciplinava : Art.6º O IOF será cobrado à alíquota máxima de um vírgula cinco por cento ao dia sobre o valor das operações de crédito (Lei nº 8.894, de 1994, art. 1º). Fl. 218DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 6 6 Art.7º A base de cálculo e respectiva alíquota reduzida do IOF são: Ina operação de empréstimo, sob qualquer modalidade, inclusive abertura de crédito: ... b)quando ficar definido o valor do principal a ser utilizado pelo mutuário, a base de cálculo é o principal entregue ou colocado à sua disposição, ou quando previsto mais de um pagamento, o valor do principal de cada uma das parcelas: 1. mutuário pessoa jurídica: 0,0041% ao dia; §1º O IOF, cuja base de cálculo não seja apurada por somatório de saldos devedores diários, não excederá o valor resultante da aplicação da alíquota diária a cada valor de principal, prevista para a operação, multiplicada por trezentos e sessenta e cinco dias, ainda que a operação seja de pagamento parcelado.(grifo nosso) §2º No caso de operação de crédito não liquidada no vencimento, cuja tributação não tenha atingido a limitação prevista no §1º, a exigência do IOF fica suspensa entre a data do vencimento original da obrigação e a da sua liquidação ou a data em que ocorrer qualquer das hipóteses previstas no §7º. §3º Na hipótese do §2º, será cobrado o IOF complementar, relativamente ao período em que ficou suspensa a exigência, mediante a aplicação da mesma alíquota sobre o valor não liquidado da obrigação vencida, até atingir a limitação prevista no §1º. ... §7º Na prorrogação, renovação, novação, composição, consolidação, confissão de dívida e negócios assemelhados, de operação de crédito em que não haja substituição de devedor, a base de cálculo do IOF será o valor não liquidado da operação anteriormente tributada, sendo essa tributação considerada complementar à anteriormente feita, aplicandose a alíquota em vigor à época da operação inicial. Observando as normas acima, no tocante incidência do IOF nas hipóteses de renovação de contrato com o mesmo mutuário, a decisão singular concluiu que: Nesses termos, o disposto no referido artigo regulamentar citado define a aplicação de tratamento de tributação complementar à renovação do contrato junto ao mesmo mutuário, sem a liberação de novo valor. Nessa hipótese, o § 7º do art. 7º, acima transcrito, aplicase a alíquota vigente à época da operação originária multiplicada pelo número de dias pactuados na renovação. Esse cômputo dos dias repactuados, para efeitos de determinação de alíquota, fica limitado a um total de 365 (trezentos e sessenta e cinco), levados em conta os dias do prazo já vencido e já objeto da tributação originária. Vale dizer, a tributação, incluída a originária e a complementar, não pode ultrapassar o limite máximo de 365 dias multiplicados pela alíquota vigente. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16327.904318/200884 Resolução n.º 3102000.180 S3C1T2 Fl. 7 7 Como a prorrogação se trata, na realidade, de uma extensão da mesma operação de crédito, o limite máximo também inclui a tributação complementar, que é apenas a correção do aumento de prazo em relação à tributação originalmente prevista. Esse aumento de prazo não traz nenhuma repercussão em termos de IOF se o prazo original sobre o qual foi pago o imposto for superior a 365 dias. A partir da premissa, acima referida, a DRJ passou a examinar todos os créditos de IOF requeridos pela recorrente, observando se a documentação apresentada permite identificar os empréstimos da contribuinte com renovação/prorrogação, sem a substituição do devedor e que tenham ultrapassado o limite de 365(trezentos e sessenta e cinco) dias com a dedução do IOF. Utilizando as planilhas anexas a declaração de fls. 198 assinadas pela cliente Quebecor World São Paulo S/A, a recorrente procura provar a existência dos mútuos, entretanto, apesar de juntar os contratos aos autos não comprova se houve a efetiva transferência dos valores, o que poderia ter sido realizado com o extrato do cliente ou com o comprovante de transferência da própria recorrente, assim não há como identificar se houve ingresso da quantia nos cofres de suas clientes, e quando foi esse ingresso. Ora a data do empréstimo é imprescindível para demonstrar o prazo de dedução errônea do IOF após decorridos os 365(trezentos e sessenta e cinco) dias, e assim identificar o crédito tributário. Acontece que, em sessão o contribuinte através de seu patrono demonstra que os extratos foram protocolados, em 06/10/2011, na sede do CARF, razão pela qual, portanto convertese o presente julgamento em diligência para determinar que a secretaria proceda a juntada e posteriormente intimação da Procuradoria da Fazenda Nacional para conhecimento dos documentos apresentados. Sala de sessões 06 de outubro de 2011. (assinado digitalmente) Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho – Relator Fl. 220DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 13/06/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 05/07/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 10510.721228/2011-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Mar 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 2007, 2008 IRPF. OMISSÃO. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. APURAÇÃO COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. Em apuração de acréscimo patrimonial a descoberto a partir de fluxo de caixa que confronta origens e aplicações de recursos, os saques ou transferências bancárias, quando não comprovada a destinação, efetividade da despesa, aplicação ou consumo, não podem lastrear lançamento fiscal. Aplicação da Súmula CARF nº 67.
Numero da decisão: 2102-001.860
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso.
Nome do relator: ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGETTI
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OMISSÃO. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. APURAÇÃO COM BASE EM MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. Em apuração de acréscimo patrimonial a descoberto a partir de fluxo de caixa que confronta origens e aplicações de recursos, os saques ou transferências bancárias, quando não comprovada a destinação, efetividade da despesa, aplicação ou consumo, não podem lastrear lançamento fiscal. Aplicação da Súmula CARF nº 67. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso. Assinado Digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Presidente Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Relatora EDITADO EM: 12/03/2012 Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Giovanni Christian Nunes Campos (Presidente), Rubens Mauricio Carvalho, Nubia Matos Moura, Atilio Pitarelli, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Carlos André Rodrigues Pereira Lima. Fl. 1846DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 Relatório Em face do contribuinte acima identificado foi lavrada o Auto de Infração de fls. 03/07 para exigência de IRPF em razão da presunção da omissão de rendimentos pela apuração de acréscimo patrimonial a descoberto em relação aos Exercícios 2007 e 2008. O Relatório Fiscal de fls. 887/894 esclarece a origem do lançamento, verbis: Com base nas declarações de rendimentos e de bens, nas informações internas da Receita Federal e nos elementos apresentados pelas instituições financeiras e pelo próprio interessado, foi elaborado o Demonstrativo de Evolução Patrimonial, comparando os recursos e origens com os dispêndios e aplicações mensalmente, com a finalidade de apurar omissão de rendimentos. Para o preenchimento do Demonstrativo de Evolução Patrimonial, foram considerados como RECURSOS ou ORIGENS no mês: ü Os resgates de aplicações financeiras, obtidos a partir dos extratos da conta corrente; ü Os saldos bancários, credores no início do mês e devedores no final do mês, também obtidos a partir dos extratos da conta corrente; ü Os empréstimos obtidos e comprovados através dos extratos bancários; ü O saldo positivo do mês anterior da diferença entre as origens e aplicações. Para os DISPÊNDIOS ou APLICAÇÕES, foram considerados no mês: ü A aquisição de bens e direitos, apurada com a documentação apresentada; ü Saldos bancários, devedores no início do mês e credores no final; ü Os depósitos em conta de poupança; ü Os débitos em conta corrente, tais como cheques emitidos, ordens de pagamento, DOC, etc. À época do procedimento fiscal as justificativas apresentadas pelo contribuinte para acobertar o apontado acréscimo patrimonial não foram acolhidas pela autoridade autuante. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresentou a impugnação de fls. 898/920, por meio da qual suscitou os argumentos que foram assim sintetizados pela decisão recorrida: Os argumentos do impugnante são, em síntese, os seguintes. Fl. 1847DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10510.721228/201100 Acórdão n.º 210201.860 S2C1T2 Fl. 1.843 3 1. Depósitos bancários não correspondem necessariamente a rendimentos tributáveis, sendo indispensável para caracterização do fato gerador do tributo a prova da variação patrimonial. 2. Os lucros distribuídos pelas pessoas jurídicas são rendimentos isentos do imposto de renda. Recebera a este título R$ 3.117.656,20 em 2006, e R$ 1.467.801,70 em 2007. 3. Os lucros distribuídos pelas suas empresas se comprovam pela escrituração contábil, pelos extratos bancários das pessoas jurídicas e pelas cópias dos cheques utilizados para tanto. Se nem todos os cheques foram depositados em sua conta, é porque muitos foram sacados em espécie. Nos casos em que os lucros foram creditados diretamente em sua conta, os documentos bancários comprovam as transferências. 4. Não foram consideradas como origem de recursos os seguintes resgates de aplicações financeiras, para os quais afirma apresentar extratos: (...) 5. As seguintes transferências em junho de 2006, apesar de creditadas em conta de sua própria titularidade, foram consideradas como dispêndio pelo autuante: R$ 35.790,44, R$ 95.262,04 e R$ 82.534,50 (extrato fls. 1762). 6. A aquisição de imóvel por R$ 14.000,00 em janeiro de 2006 foi realizada com três cheques sacados de sua conta no Banco do Brasil, que também foram incluídos como dispêndio na apuração da variação patrimonial. 7. A multa de 75% é exagerada e confiscatória, e por isso inconstitucional. Na análise de suas alegações, os membros da DRJ em Salvador decidiram pela manutenção parcial do lançamento, em julgamento do qual se extrai a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2006, 2007 RENDIMENTOS ISENTOS. LUCROS DISTRIBUÍDOS. O recebimento de rendimentos isentos, pagos a título de lucros distribuídos, deve ser comprovado com documentação hábil e idônea, do contrário não podem servir para justificar gastos ou variação patrimonial. Impugnação Procedente em Parte Foram acolhidos como origem para os dispêndios parte dos valores recebidos a título de distribuição de lucros, bem como valores considerados em duplicidade para o ano de 2006, e valores relativos a transferências entre contas de sua própria titularidade. O contribuinte teve ciência de tal decisão e contra ela interpôs o Recurso Voluntário de fls. 1795/1839, por meio do qual alegou que seria insubsistente o lançamento, na Fl. 1848DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 medida em que os depósitos bancários cuja origem a fiscalização reputou como não comprovada estariam devidamente comprovados pela documentação acostada aos autos (distribuição de lucros, resgate de aplicações financeiras e transferência entre contas da mesma titularidade). Discorreu sobre a presunção do art. 42 da Lei nº 9.430/96, alegando se tratar de presunção relativa, e ainda sobre o conceito de acréscimo patrimonial, cuja caracterização seria necessária para que se pudesse tributar a renda – trazendo jurisprudência administrativa a respeito da matéria. Reiterou que parte dos valores recebidos se referia ao recebimento de lucros distribuídos pelas pessoas jurídicas das quais era sócio, e que tais lucros estão isentos do imposto sobre a renda. Elaborou quadros demonstrativos dos lucros recebidos e trouxe cópia dos Livros Razão das pessoas jurídicas, os quais demonstrariam o pagamento dos referidos lucros. Demonstra em todos os casos como se deu o pagamento dos referidos lucros, mesmo naqueles em que não foi encontrada a transferência em valores exatos para suas contas bancárias. O restante (não comprovado pela distribuição) seria acobertado pelo resgate de aplicações financeiras. Afirmou ser desproporcional e desarrazoada a multa de ofício aplicada ao lançamento (de 75%), e requereu que a mesma não fosse exigida em patamar superior a 20%. Os autos então foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o Relatório. Voto Conselheira Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti, Relatora O contribuinte teve ciência da decisão recorrida em 14.07.2011, como atesta o AR de fls. 1793. O Recurso Voluntário foi interposto em 12.08.2011 (dentro do prazo legal para tanto), e preenche os requisitos legais por isso dele conheço. Conforme relatado, tratase de lançamento por meio do qual se exige do Recorrente IRPF em razão da presunção de omissão de rendimentos fundada na variação patrimonial a descoberto. De acordo com os esclarecimentos constantes do Termo de Verificação Fiscal e dos quadros de fls. 663/664 (bem como da leitura da própria documentação que embasou a lavratura do Auto), a apuração da variação patrimonial do Recorrente levou em consideração majoritariamente a sua movimentação bancária, considerando os débitos em contacorrente como verdadeiros dispêndios, independentemente de qualquer prova de que tais recursos tivessem sido consumidos pelo Recorrente. A despeito de tal questão não ter sido suscitada pelo Recorrente, mas considerando que cabe a este Conselho analisar a legalidade dos lançamentos cuja apreciação lhe é submetida, há que se analisar se está correta a apuração do imposto da forma como realizada pela autoridade lançadora. Fl. 1849DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10510.721228/201100 Acórdão n.º 210201.860 S2C1T2 Fl. 1.844 5 Para lançamentos baseados na apuração de variação patrimonial é assente neste Conselho que não se pode tomar origens e dispêndios sem prova efetiva de sua ocorrência. Assim, não se prestam para utilização como “aplicação” os valores cujo dispêndio não foi devidamente comprovado pela autoridade fiscal, sob pena de se exigir imposto sobre uma “presunção” de dispêndio, inadmissível sem uma lei que a estabeleça. Neste sentido: (...) ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO — SAQUES E DÉBITOS BANCÁRIOS — NECESSIDADE DE VINCULAÇÃO DOS SAQUES BANCÁRIOS COM RENDA CONSUMIDA OU AUMENTO PATRIMONIAL SEM LASTRO EM RENDIMENTOS DECLARADOS A autoridade autuante vinculou alguns saques nas contas de depósito com despesas que geraram consumo em prol do recorrente. Tais saques podem ser validamente lançados como dispêndio no fluxo de caixa que apurou o acréscimo patrimonial a descoberto. De outra banda, toda a relação de débitos em contas bancárias do contribuinte em que não se vinculou a que titulo tais despesas foram efetuadas não pode ser considerada como aplicação no fluxo de caixa que apurou o acréscimo patrimonial a descoberto. Neste caso, caberia a fiscalização circularizar os beneficiários dos cheques emitidos, buscando comprovar que tais dispêndios favoreceram o recorrente, quer por consumo, quer por aumento patrimonial. (...) (Acórdão nº 10617.146, julgado em 05.11.2008 – Rel. Cons. Giovanni Christian Nunes Campos) Do voto condutor do referido acórdão é possível extrair o seguinte trecho: A partir de um extrato bancário, podese tributar como rendimento omitido as entradas de origem não comprovada, como hodiernamente autorizado pelo art. 42 da Lei n° 9.430/96, ou tributar pela linha do débito (saídas), esta considerada como consumo ou aquisição patrimonial não alicerçada em rendimentos declarados, na metodologia do acréscimo patrimonial a descoberto. Vêse que o recorrente foi tributado a partir dos saques em suas contas de depósitos, que geraram dispêndios em fluxo de caixa que apurou acréscimo patrimonial a descoberto, e não pela presunção de rendimentos omitidos caracterizados pelos depósitos bancários de origem não comprovada. Por tudo, inegavelmente, percebese que o recorrente foi tributado a partir de informações constantes em extratos bancários. Esta é exatamente a situação destes autos. Releva destacar, aliás, que esta matéria já foi objeto de longos debates no âmbito deste Conselho, tendose consolidado o entendimento de que os lançamentos decorrentes da omissão de rendimento apurada com base na variação patrimonial a descoberto Fl. 1850DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 6 não pode ser feito simplesmente com base em movimentação bancária. É o que estabelece a Súmula 67, segundo a qual: Em apuração de acréscimo patrimonial a descoberto a partir de fluxo de caixa que confronta origens e aplicações de recursos, os saques ou transferências bancárias, quando não comprovada a destinação, efetividade da despesa, aplicação ou consumo, não podem lastrear lançamento fiscal. Sendo assim, deve ser aplicado ao caso vertente o caput art. 72 do Regimento Interno deste Conselho de Contribuintes, que assim determina: Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF Por tudo isso, o lançamento, da forma como foi efetuado, não pode prosperar. Diante do exposto, VOTO no sentido de DAR provimento ao Recurso. Assinado Digitalmente Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti Fl. 1851DF CARF MF Impresso em 11/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente e m 06/06/2012 por ROBERTA DE AZEREDO FERREIRA PAGE, Assinado digitalmente em 06/06/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 13820.000134/2006-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2002
RENDIMENTOS ISENTOS OU NÃO-TRIBUTÁVEIS. MOLÉSTIA
GRAVE. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto os proventos de
aposentadoria, desde que percebidos pelos portadores de moléstia indicada na legislação de regência, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2101-001.622
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para reconhecer a isenção dos rendimentos do contribuinte a partir de 07 de maio de 2001.
Nome do relator: JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 RENDIMENTOS ISENTOS OU NÃO-TRIBUTÁVEIS. MOLÉSTIA GRAVE. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto os proventos de aposentadoria, desde que percebidos pelos portadores de moléstia indicada na legislação de regência, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria. Recurso Voluntário Provido.
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MOLÉSTIA GRAVE. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto os proventos de aposentadoria, desde que percebidos pelos portadores de moléstia indicada na legislação de regência, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, para reconhecer a isenção dos rendimentos do contribuinte a partir de 07 de maio de 2001. (assinado digitalmente) ___________________________________ Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Célia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Fl. 45DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 6/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS 2 O recurso voluntário em exame pretende a reforma do Acórdão nº 0327.290 (fl. 22), que, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, realizado para incluir na tributação rendimentos informados pelo contribuinte em sua DIRPF do exercício de 2002 como isentos, por ser aposentado e portador de moléstia grave. A decisão recorrida possui a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física – IRPF Exercício: 2002 Ementa: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ISENÇÃO. \ MOLÉSTIA GRAVE. COMPROVAÇÃO INSUFICIENTE. Inexistindo nos autos comprovação suficiente de ser o contribuinte portador de moléstia grave, constatada em laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, não há Como ser reconhecida a isenção prevista em lei. Lançamento Procedente Em seu apelo ao CARF o recorrente reafirma que é aposentado e portador de moléstia grave, já em estado de metástase. Junta aos autos os seguintes documentos: a) Comprovantes de rendimentos pagos para PREVI — Ano calendário 2001; b) Cópias da Carteira Profissional — páginas 10 e 7 comprobatórias de ser aposentado. c) Cópia do laudo de biópsia datado de 08/05/01. É o Relatório. Voto Conselheiro José Raimundo Tosta Santos, Relator. O recurso atende os requisitos de admissibilidade. Conforme assentado na ementa da decisão recorrida, para serem isentos do imposto de renda pessoa fisica, os rendimentos deverão necessariamente ser provenientes de pensão, aposentadoria ou reforma, assim como deve estar comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que o interessado é portador de uma das moléstias apontadas na legislação de regência. Inicialmente, cumpre observar que os rendimentos excluídos da tributação no anocalendário de 2001, exercício de 2002, referemse a proventos de aposentadoria. De fato, o documento à fl. 09 comprova que o interessado é aposentado por tempo de serviço desde 07/07/1980, e o Comprovante de Rendimentos Pagos e de Imposto de Renda Retido na fonte à fl. 35 informa que no anocalendário de 2001 o contribuinte já era favorecido com a parcela da isenção dos proventos de aposentadoria para os maiores de 65 anos. Fl. 46DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 6/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS Processo nº 13820.000134/200612 Acórdão n.º 210101.622 S2C1T1 Fl. 2 3 Em relação ao outro requisito indispensável, entendo que os documentos às fls. 02/06 espancam qualquer dúvida quando ao diagnóstico da moléstia grave neoplasia maligna de cólon transvesso, com metástase de adenocarcinoma em um lifonodo. Com efeito, o exame Anátomo Patológico e os Relatórios Médicos apresentados são conclusivos acerca da neoplasia maligna e do tratamento oncológico ao qual se submete o recorrente, nos termos artigo 6º, inciso XIV, da Lei n° 7.713, de 1988: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV — os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteite deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; Em face ao exposto, dou provimento ao recurso, para reconhecer a isenção dos rendimentos do contribuinte a partir de 07/05/2001. (assinado digitalmente) JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS Fl. 47DF CARF MF Impresso em 05/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/06/2012 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS, Assinado digitalmente em 05/0 6/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 01/06/2012 por JOSE RAIMUNDO TO STA SANTOS
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Numero do processo: 10730.012444/2010-87
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 03/02/2006, 06/02/2006, 09/02/2006, 10/02/2006, 15/02/2006, 21/02/2006, 23/02/2006, 24/02/2006, 06/03/2006, 07/03/2006, 09/03/2006, 10/03/2006, 15/03/2006, 17/03/2006, 20/03/2006, 21/03/2006, 22/03/2006, 23/03/2006, 24/03/2006, 29/03/2006, 30/03/2006, 31/03/2006, 03/04/2006, 05/04/2006, 06/04/2006, 10/04/2006, 12/04/2006, 17/04/2006, 18/04/2006, 19/04/2006, 20/04/2006, 25/04/2006, 26/04/2006, 28/04/2006, 26/05/2006, 01/06/2006, 02/06/2006, 05/06/2006, 06/06/2006, 08/06/2006, 09/06/2006, 12/06/2006, 14/06/2006, 16/06/2006, 20/06/2006, 21/06/2006, 23/06/2006, 26/06/2006, 28/06/2006, 29/06/2006, 06/07/2006, 07/07/2006, 11/07/2006, 12/07/2006, 13/07/2006, 14/07/2006, 18/07/2006, 19/07/2006, 20/07/2006, 21/07/2006, 24/07/2006, 25/07/2006, 26/07/2006, 04/08/2006, 07/08/2006, 08/08/2006, 09/08/2006, 10/08/2006, 11/08/2006, 15/08/2006, 08/04/2008
MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DAS MERCADORIAS IMPORTADAS. PROVA.
Uma vez que a fiscalização não juntou aos autos prova capaz de demonstrar que a declarante tenha incorrido numa das condutas que dão ensejo à aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas e, por via de conseqüência, da conversão desta em multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias, o lançamento não tem como se sustentar.
Numero da decisão: 3101-001.366
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso de ofício.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente.
Corintho Oliveira Machado - Relator.
EDITADO EM: 13/04/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, Leonardo Mussi da Silva, Valdete Aparecida Marinheiro, e Corintho Oliveira Machado. O Conselheiro Rodrigo Mineiro declarou-se impedido de participar do julgamento.
Nome do relator: CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 03/02/2006, 06/02/2006, 09/02/2006, 10/02/2006, 15/02/2006, 21/02/2006, 23/02/2006, 24/02/2006, 06/03/2006, 07/03/2006, 09/03/2006, 10/03/2006, 15/03/2006, 17/03/2006, 20/03/2006, 21/03/2006, 22/03/2006, 23/03/2006, 24/03/2006, 29/03/2006, 30/03/2006, 31/03/2006, 03/04/2006, 05/04/2006, 06/04/2006, 10/04/2006, 12/04/2006, 17/04/2006, 18/04/2006, 19/04/2006, 20/04/2006, 25/04/2006, 26/04/2006, 28/04/2006, 26/05/2006, 01/06/2006, 02/06/2006, 05/06/2006, 06/06/2006, 08/06/2006, 09/06/2006, 12/06/2006, 14/06/2006, 16/06/2006, 20/06/2006, 21/06/2006, 23/06/2006, 26/06/2006, 28/06/2006, 29/06/2006, 06/07/2006, 07/07/2006, 11/07/2006, 12/07/2006, 13/07/2006, 14/07/2006, 18/07/2006, 19/07/2006, 20/07/2006, 21/07/2006, 24/07/2006, 25/07/2006, 26/07/2006, 04/08/2006, 07/08/2006, 08/08/2006, 09/08/2006, 10/08/2006, 11/08/2006, 15/08/2006, 08/04/2008 MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO DAS MERCADORIAS IMPORTADAS. PROVA. 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AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 01 24 44 /2 01 0- 87 Fl. 4080DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 2 Corintho Oliveira Machado Relator. EDITADO EM: 13/04/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Luiz Roberto Domingo, Leonardo Mussi da Silva, Valdete Aparecida Marinheiro, e Corintho Oliveira Machado. O Conselheiro Rodrigo Mineiro declarouse impedido de participar do julgamento. Relatório Adoto o relato do órgão julgador de primeiro grau até aquela fase: Trata o presente processo de auto de infração de fls. 01 a 42, lavrado para a cobrança de crédito tributário no valor de R$ 42.567.009,00 (quarenta e dois milhões, quinhentos e sessenta e sete mil e nove reais), referente à exigência da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas, prevista no artigo 23, inciso V e §§ 1º e 3º, do DecretoLei nº 1.455/1976, com a redação dada pelo artigo 59 da Lei nº 10.637/2002. Do relatório de fls. 09 a 18 depreendese que o lançamento em apreço decorreu da suspeita suscitada com a deflagração da denominada “Operação Dilúvio”, que tinha por finalidade investigar e desarticular as ações perpetradas pelo denominado “Grupo Man”, liderado pelo Sr. Marco Antônio Mansur, acusado de ser o mandante de um grupo de empresas constituídas, em diversas regiões do país, para a prática de diversos crimes econômicotributários e demais ilícitos fiscais. Diante desse panorama, a fiscalização esclarece que a ora autuada permaneceu, de 05.01.2007 a 11.06.2007, em procedimento especial de fiscalização de que trata a IN/SRF nº 228/2002 (Interposição Fraudulenta de Terceiros), que foi encerrado sem resultado. Não obstante, evidencia que a fiscalizada permaneceu em procedimento especial por conta de que realizava importação por conta e ordem de empresas que se encontravam, à época, sob fiscalização especial. Inúmeros expedientes, solicitações e diligências foram efetuadas e as respostas e documentos apresentados, tanto entre a fiscalização e a contribuinte, quanto entre as diversas unidades fiscais que jurisdicionavam as empresas suspeitas de irregularidade fiscal ou que participavam direta ou indiretamente do mencionado “Grupo Man”. Fl. 4081DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 3 3 Nesse sentido, visando fundamentar a ocultação do real adquirente, as autoridades lançadoras assim se manifestam no citado relatório (fls. 17/18): “As operações realizadas pela fiscalizada, por conta e ordem da empresa Support Importação e Exportação Ltda. – CNPJ: 07.551.496/000130, ocorreram no período de 01/02;/2006 a 15/08/2006, perfazendo um total de 285 (Duzentas e oitenta e cinco) Declarações de Importação somando um valor aduaneiro total de US$ 18.836.392,00 (Dezoito milhões, oitocentos e trinta e seis mil, trezentos e noventa e dois dólares americanos), equivalente a R$ 42.535.449,00 (Quarenta e dois milhões, quinhentos e trinta e cinco mil, quatrocentos e quarenta e nove reais). Em todas estas importações, pelo exame apurado da documentação apreendida pela DPF no estabelecimento do importador, bem como nos demais documentos apreendidos, em função do IPL nº 009/2006DPF/PRA/PR e amparado pelo mandado de Busca e Apreensão nº 129/06DILÚVIO, os quais se encontravam na empresa INTERLOGISTIC CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA. – CNPJ: 06.974.682/000110, que então se localizava na Av. das Américas, 500, Bloco 2, sala 313, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ, ficou evidente, evidência esta que se comprova pelas cópias extraídas dos documentos componentes do citado IPL e que compõem este Auto de Infração, que nos denominados “processos de importação”, ou sejam, os conjuntos de documentos reunidos relativos a cada uma das operações que resultariam em um despacho de importação, já constavam nitidamente informações sobre os reais adquirentes das mercadorias importadas pela RIO LAGOS, mas que, indicava como adquirente perante a Receita Federal a empresa SUPPORT. Estas informações ora apareciam sob a forma de siglas de três letras acompanhada de números de controle, relacionadas a cada um dos adquirentes finais que as obtinham mediante o adquirente “disfarçado” SUPPORT, e ora eram explicitadas mediante planilhas denominadas “Fechamento” constantes dos mesmos processos, nas quais figuram a informação Empresa Destino, além do código já mencionado. Ainda que o importador, ora autuado, alegue seu desconhecimento do “modus operandi”, que se deve frisar foi autorizado por ele próprio, através da prestação de serviços mantida pela empresa INTERLOGISTIC em seu favor, verifica se ainda que nas Notas Fiscais de Entrada e Saída emitidas pela RIO LAGOS, em todas constam as mesmas siglas informadas nos processos de importação confeccionados pela INTERLOGISTIC.”. Diante dos fatos acima narrados, a fiscalização conclui seu relatório final nos seguintes termos (fl. 18): “Dos fatos acima narrados, comprovados pelos documentos anexos a este Auto de Infração, extraídos do material apreendido e constantes dos Autos do IPL nº 009/2006, concluise que Fl. 4082DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 4 ocorreu de fato a ocultação dos reais adquirentes das mercadorias, apresentandose ficticiamente como adquirente, responsável solidário nas operações por conta e ordem de terceiros a empresa Support Importação e Exportação Ltda. – CNPJ: 07.551.496/000130, utilizandose como importador o contribuinte definido em lei a empresa ora autuada, conforme preceituam os artigos 31, inciso I, do DecretoLei nº 37/66 (com redação dada pelo DecretoLei nº 2.472/88, art. 1º) e 32, § único, alínea “c” do DecretoLei nº 37/66 (com redação dada pela Lei nº 11.281/06, art. 12). A lei vigente imputa a responsabilidade pela infração conjuntamente ao importador e ao adquirente de mercadorias de procedência estrangeira, no caso de importação por conta e ordem deste, por intermédio de pessoa jurídica importadora, conforme o artigo 95, inciso V, do DecretoLei nº 37/66 (com redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835/01, art. 78), ainda que de forma involuntária e independendo da intenção do agente de acordo com o artigo 94, caput e § 2º do mesmo DecretoLei nº 37/66. Portanto, lavrase o presente Auto de Infração para constituição do crédito tributário incorrido por infringir DANO AO ERÁRIO, nos termos do art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76 (com redação dada pela Lei nº 10.637/02, art. 59), convertido e multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias já consumidas, determinado pelo § 3º, do artigo 59 da Lei nº 10.637/02.”. Cientificada do lançamento em questão, a interessada apresentou a impugnação de fls. 4002 a 4012, acompanhada dos documentos de fls. 4013 a 4018. A impugnante relata o histórico do procedimento especial de fiscalização a que foi submetida, defendendo, basicamente, que atendeu às intimações e os questionamentos feitos pela fiscalização. Discorda das conclusões da fiscalização, especialmente porque referido procedimento fiscal valeuse tão somente de relatório produzido e fornecido pela IRF/RJ, que trata de uma suposta triangulação entre empresas do denominado “Grupo Principal”, cujos produtos importados teriam sido destinado à empresa Sharp, ocasião em que concluiu que a “Rio Lagos” utilizase de empresa que controla, a “Support”, para constar como falso adquirente. Assevera que os fundamentos da presente autuação não são aptos para sustentála porque não foram carreadas aos autos qualquer prova de que agiu como interposta pessoa da adquirente (Support) no mercado interno, nem mesmo nas importações dos produtos Sharp. A impugnante aduz que além da ausência de prova da interposição, esclarece que a Support não é empresa controlada pela Rio Lagos, que por sua vez não pertence ao Grupo Principal ou tem qualquer relação com a empresa Plena. Alerta que o próprio relatório produzido pela outra repartição fiscal (IRF/RJ) aponta que a Support realizava importações por meio Fl. 4083DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 4 5 de diversas trading companies, sendo a Rio Lagos apenas uma dentre tantas outras. Ademais, salienta a absoluta falta de individualização das condutas dos agentes citados na autuação, pois a fiscalização apenas estendeu a acusação de fraude para considerar que todas as importações feitas pela autuada (Rio Lagos) para a adquirente (Support) foram fraudulentas. Afirma também não existir prova que a “Rio Lagos” tivesse, ela própria e não a “Support”, agido como interposta pessoa desses terceiros agentes, os compradores no mercado interno, quer fosse a Sharp ou qualquer outro. Salienta que a “Rio Lagos” atuou nas importações em causa na condição de prestador de serviços, não tendo, portanto, qualquer participação quanto à destinação das mercadorias depois de nacionalizadas. Adverte que nenhuma das observações constantes do relatório fiscal são suficientes para desqualificar sua condição de importadora por conta e ordem e tampouco de ser acusada de ter agido irregularmente. Acrescenta que não existe conexão entre a autuada e as empresas Support, Plena, Principal ou qualquer outra que eventualmente tenha adquirido mercadorias no mercado interno. Portanto, o fato de a fiscalização constatar a existência de siglas nas notas fiscais emitidas pela impugnante tampouco é prova da interposição fraudulenta da impugnante. Ademais, como já explicitado, tais menções tratamse apenas de uma referência informada pelo cliente, para que o mesmo possa identificar a operação com melhor clareza junto aos seus próprios controles. Igualmente o fato de a Interlogistic prestar serviços à impugnante não autoriza àquela utilizar esta como interposta pessoa de quem quer que seja. Prosseguindo, aduz que se a fiscalização tivesse agido corretamente em relação à demonstração do ilícito fiscal em comento, ainda assim não caberia a imposição da multa de 100% e, sim, a de 10% do valor aduaneiro de que trata a Lei nº 11.488/2007, posto que foi autuada sob a acusação de haver cometido a infração descrita como interposição fraudulenta de terceiros na importação, não podendo ser considerada o real sujeito passivo da obrigação tributária. Por fim, adverte que em decorrência da decisão proferida pelo STJ, nos autos do Hábeas Corpus nº 142.045PR (2009/01377931), publicada no DJE em 28.06.2010, que considerou ilícitas as provas resultantes de interceptação das comunicações telefônicas, ocorridas no bojo da operação policial denominada “Dilúvio”, é de se concluir que os documentos resultantes desta são inaproveitáveis e não podem servir como suporte ao lançamento. Pelo exposto, requer seja declarado improcedente o auto de infração, exonerandose a impugnante do crédito tributário lançado. Fl. 4084DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 6 A DRJ em FLORIANÓPOLIS/SC julgou a Impugnação Procedente, ficando a ementa do acórdão com a seguinte dicção: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 03/02/2006, 06/02/2006, 09/02/2006, 10/02/2006, 15/02/2006, 21/02/2006, 23/02/2006, 24/02/2006, 06/03/2006, 07/03/2006, 09/03/2006, 10/03/2006, 15/03/2006, 17/03/2006, 20/03/2006, 21/03/2006, 22/03/2006, 23/03/2006, 24/03/2006, 29/03/2006, 30/03/2006, 31/03/2006, 03/04/2006, 05/04/2006, 06/04/2006, 10/04/2006, 12/04/2006, 17/04/2006, 18/04/2006, 19/04/2006, 20/04/2006, 25/04/2006, 26/04/2006, 28/04/2006, 26/05/2006, 01/06/2006, 02/06/2006, 05/06/2006, 06/06/2006, 08/06/2006, 09/06/2006, 12/06/2006, 14/06/2006, 16/06/2006, 20/06/2006, 21/06/2006, 23/06/2006, 26/06/2006, 28/06/2006, 29/06/2006, 06/07/2006, 07/07/2006, 11/07/2006, 12/07/2006, 13/07/2006, 14/07/2006, 18/07/2006, 19/07/2006, 20/07/2006, 21/07/2006, 24/07/2006, 25/07/2006, 26/07/2006, 04/08/2006, 07/08/2006, 08/08/2006, 09/08/2006, 10/08/2006, 11/08/2006, 15/08/2006, 08/04/2008 INFRAÇÃO. PROVAS. PENALIDADE. É ônus da fiscalização instruir o lançamento com todos os elementos de prova dos fatos constituintes do direito da Fazenda, sem as quais a penalidade respectiva não pode ser aplicada. Impugnação Procedente. Crédito Tributário Exonerado. Após intimação da autuada, do resultado do julgamento de primeiro grau, a Repartição de origem encaminhou os presentes autos para apreciação do órgão julgador de segundo grau em virtude do recurso necessário (exoneração de crédito tributário superior ao valor de alçada). É o relatório. Voto Conselheiro Corintho Oliveira Machado, Relator Fl. 4085DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 5 7 O crédito tributário exonerado no julgamento de primeira instância supera o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008 (um milhão de reais), razão pela qual tomo conhecimento do Recurso de Ofício. Para exonerar o valor da multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias importadas pela autuada, a decisão recorrida, após tecer longas considerações acerca da legislação aplicada ao caso, assim fundamentou: Verificandose o caso sob exame à luz da legislação aplicável, temse que o procedimento especial de fiscalização levado a efeito na fiscalizada (Rio Lagos), ocorrido entre “05/01/2007 a 11/06/2007”, “por determinação da COANA/SRRF 7ª RF”, foi “encerrado à época sem resultado, permanecendo, entretanto, em procedimento especial devido ao fato dela estar importando, por conta e ordem, par empresas também sob fiscalização especial” (fl. 10). Iniciada a ação fiscal em 26.02.2007, foi solicitada a apresentação da última alteração contratual e os balanços de 2005 e 2006, entregues em 08.03.2007 e lavrada a Representação Fiscal em 22.05.2007, cuja documentação foi encaminhada para análise fiscal, bem assim aquela recebida de Curitiba, a fiscalização procedeu ao levantamento das “empresas que apresentavam prováveis sinais de envolvimento ilícito com a fiscalizada” e em 17.09.2008, por meio da expedição de diversos memorando, acionou as chefias das Equipes de Fiscalização Aduaneira das unidades com jurisdição sobre referidas empresas (DRF/Nova Iguaçu, IRF/São Paulo, IRF/Rio de Janeiro, DRF/Campinas, ALF/Aeroporto de Viracopos, DRF/Taubaté, DRF/RJ/Corat, DRF/Varginha, ALF/Porto Itaguaí, DRF/Volta Redonda, ALF/Porto Santos e AFL/Porto Vitória), a fim de informarem sobre possíveis irregularidades encontradas em relação à fiscalizada. Em resposta aos referidos expedientes, dentre as unidades que responderam, observouse a inexistência, sequer, de indícios de irregularidade por parte da Rio Lagos. Prosseguindo, a fiscalização, por meio das intimações expedidas em 04.02.2009, 17.03.2009 e 31.03.2009, solicitou à fiscalizada a apresentação dos Livros Registros de Saídas referentes aos anos de 2005 e 2006, a documentação comprobatória das respectivas movimentações financeiras e a elaboração de fluxograma retratando o modusoperandi da empresa em relação aos demais intervenientes nas operações de comércio exterior, bem assim a apresentação dos talonários de Notas Fiscais de Entrada e Saída, referentes aos anos de 2005 e 2006. Em relação ao seu modusoperandi, a fiscalizada explicou que efetuou exclusivamente exportações e importações sob a modalidade por conta e ordem de terceiros, conforme disciplinada pela IN/SRF nº 225/2002 e que nunca constou como adquirente em qualquer contrato de câmbio e que todos os recursos empregados nas operações foram depositados pelo adquirente em contacorrente da Rio Lagos. Fl. 4086DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 8 Com relação aos “Dados Adicionais” contidos nas Notas Fiscais auditadas explicou que “A Rio lagos, ao receber a primeira comunicação do seu adquirente sobre a existência de algum processo que a ela se destina para o desembaraço aduaneiro, juntamente com o primeiro documento (que pode ser a cópia de um BL, cópia de uma “invoice”, etc) ao mesmo tempo, já recebe de seu adquirente uma referência para acompanhamento do processo, pois é através desta referência que o cliente solicita informações sobre o andamento e as providências já tomadas visando o desembaraço da carga. Para manter os controles internos do cliente, no campo observações complementares, a Rio Lagos, além de colocar as informações exigidas pela norma legal, também mantém a referência informada pelo cliente, para que o mesmo possa identificar a operação com melhor clareza junto aos seus próprios controles”. Diante dessas informações a fiscalização, com amparo nas mencionadas referências (siglas) concluíra, a título de exemplo, que uma parcela das importações sob análise, registradas pela Rio Lagos e por conta e ordem da Support eram de fato adquiridas pela empresa Agis, haja vista constar “nas notas fiscais de Saída da Rio Lagos nº 1351 e 1352, no campo “Dados Adicionais” as seguintes informações: PROC.REF. AGI012/06 e 06/09164699; nas notas de saída Nº 1261, 1262 e 1263 temse: PROC.REF. AGI011/06 e 06/08468503”. No entanto, referidas autoridades lançadoras, mesmo diante da mencionada suspeição concluem afirmando que: “Embora tudo fez crer, que estas observações seriem “lembretes” para a Support, indicações dos reais adquirentes, não se conseguiu comprovar, que a fiscalizada tivesse conhecimento desta irregularidade, ou seja, de que o real adquirente na transação seria a empresa representada por aquela sigla, no caso “AGI” (AGIS). Não foi identificado qualquer repasse financeiro direto entre Agis e a fiscalizada, isto é, somente se verificou a fiscalizada atuando dentro dos limites de seus contratos “Por Conta e Ordem”.” Ademais, conforme se depreende do relatório, a descrição dos fatos e enquadramento legal que justificaram a lavratura do auto de infração do presente processo foram amparados basicamente em conclusões advindas de procedimentos fiscais diversos do presente, em especial os afetos à IRFRJO/SEFIA e às operações “Dilúvio”, que tratam dos denominados Grupos “Man”, “Principal” e “Plena”. Igualmente, é incontroverso que, além das respectivas declarações de importação e cópia dos memorandos enviados às chefias de equipes de fiscalização de diversas unidades da Receita Federal, as autoridades lançadoras sustentaram a ação fiscal ora questionada tão somente nos documentos colhidos das operações realizadas conjuntamente com a Polícia Federal, no âmbito do IPL nº 009/2006DPF/PRA/PR e da diligência realizada com amparo no Mandado de Busca e Apreensão nº 129/DILÚVIO, para, ao final, de forma desconexa, concluir pela ocultação, mediante simulação, da real adquirente, qual seja a Interlogistic, sob a mera alegação de que as notas fiscais de entrada e de saída emitidas pela ora autuada, constam siglas Fl. 4087DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 10730.012444/201087 Acórdão n.º 3101001.366 S3C1T1 Fl. 6 9 semelhantes às informadas nos processos de importação confeccionados pela referida empresa (Interlogistic). A impugnante (Rio Lagos), por sua vez, traz vários argumentos tendentes a demonstrar a legalidade de suas operações e principalmente com relação às mencionadas referências (siglas), entendendo que as operações que realizou são legais e perfeitamente normais nas relações comerciais. Em síntese, a Rio Lagos afirma que para aplicação da pena de perdimento, tendo em conta a acusação de ocultação do real adquirente, é preciso que a conduta se enquadre em infrações como a fraude e simulação, de apuração subjetiva, sendo indispensável a prova concreta de sua ocorrência; razão pela qual, a presunção do artigo 27 da Lei nº 10.637/2002 é inaplicável e como não foi comprovada a fraude ou simulação, é indevida a aplicação da pena em comento. De fato, tem razão a autuada. Os autos não foram instruídos com os elementos de prova das acusações consubstanciadas no auto de infração. A fiscalização não juntou aos autos prova capaz de demonstrar que a declarante tenha incorrido numa das condutas que dão ensejo à aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas e, por via de conseqüência, da conversão desta em multa equivalente ao valor aduaneiro das mercadorias. Assim, não havendo nos autos prova, sequer indícios de que a autuada (Rio Lagos) agiu intencionalmente para acobertar a Interlogistic, ou seja, que nas operações de importação processadas pelas declarações de importação registradas pela Rio Lagos por conta e ordem da Support se deu de forma irregular ou fraudulentamente, é de se concluir por sua regularidade, pois como se sabe, no direito penal vigora o princípio “In Dubio Pro Reu”. Logo, no campo das infrações e das sanções tributárias, preceito análogo é utilizado ao prescrever o Código Tributário Nacional a interpretação benigna, isto é, favorável ao acusado, quando houver dúvida acerca da capitulação do fato, sua natureza ou circunstâncias materiais, ou sobre a natureza ou extensão dos seus efeitos, bem como sobre a autoria, imputabilidade ou punibilidade e ainda sobre a natureza ou graduação da penalidade aplicável (artigo 112). Dessa forma, ainda que, restassem dúvidas, o que a meu ver não é o caso dos presentes autos, ou que eventualmente persistissem indícios de irregularidade cometida pela autuada (Rio Lagos), os fatos apontados para caracterizar a infração imputada são insuficientes, uma vez que a exação deve necessariamente estar embasada em provas que demonstrem, inclusive, o intuito doloso da, no caso, da declarante. Diante do exposto, voto por considerar improcedente o presente lançamento por falta de prova da infração acusada, exonerando, Fl. 4088DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S 10 por conseguinte, o crédito tributário constituído no valor de R$ 42.567.009,00. Do trecho do voto explicitado supra, resta claro que o lançamento não se sustentou porque à míngua de provas de que a autuada agiu de forma irregular ou fraudulenta, não há razão para aplicação da pena de perdimento, e por via de consequência a multa resultante da conversão. Assim é que a fundamentação lançada naquela instância merece ser ratificada em segundo grau. No vinco do exposto, voto por DESPROVER o recurso de ofício. Sala das Sessões, em 20 de março de 2013. CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Fl. 4089DF CARF MF Impresso em 18/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/04 /2013 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 16/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 10580.002851/2005-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 14 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Exercício: 2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO PARA FINS DE INTIMAÇÃO. ENDEREÇO CADASTRAL FORNECIDO PELO CONTRIBUINTE.
Para fins de intimação, o domicílio tributário do sujeito passivo é, regra geral, aquele por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal.
Não é obrigação da Receita Federal buscar as informações sobre o
falecimento dos contribuintes, e atualizar, de ofício, sua base de dados. Esse é um ônus do sujeito passivo por meio de seus representantes, que deve arcar com as consequências de não ter atualizado as informações cadastrais.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2101-001.084
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO
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DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO PARA FINS DE INTIMAÇÃO. ENDEREÇO CADASTRAL FORNECIDO PELO CONTRIBUINTE. Para fins de intimação, o domicílio tributário do sujeito passivo é, regra geral, aquele por ele fornecido, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal. Não é obrigação da Receita Federal buscar as informações sobre o falecimento dos contribuintes, e atualizar, de ofício, sua base de dados. Esse é um ônus do sujeito passivo por meio de seus representantes, que deve arcar com as consequências de não ter atualizado as informações cadastrais. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Raimundo Tosta Santos Presidente. (assinado digitalmente) ___________________________________ José Evande Carvalho Araujo Relator. EDITADO EM: 16/05/2011 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Naoki Nishioka, Gonçalo Bonet Allage, José Evande Carvalho Araujo (convocado), José Raimundo Tosta Santos, Odmir Fernandes (convocado) e Walter Reinaldo Falcão Lima (convocado). Relatório AUTUAÇÃO Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de fls. 20 a 26, referente a Imposto de Renda Pessoa Física, exercício 2002, formalizando a exigência de imposto suplementar no valor de R$12.827,84, acrescido de multa de ofício e juros de mora. IMPUGNAÇÃO Cientificado do lançamento, o recorrente apresentou impugnação (fl. 1 a 15). Alegou, consoante relatório do acórdão de primeira instância (fl. 92), que “o contribuinte falecera em 2003; que a impugnação fora encaminhada ao endereço do falecido, quando se deveria notificar o inventariante, que reside em São Paulo; que a esposa do contribuinte, que residia no mesmo endereço, havia também falecido; que a Receita Federal tem conhecimento da morte dos contribuintes através das informações de diversos órgãos, como o INSS, Cartório de Registro Civil, etc., por isso não poderia utilizar o endereço antigo.” ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento não conheceu da impugnação, por considerála intempestiva, em julgamento consubstanciado na seguinte ementa (fls. 91 a 92): Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2001 IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. Não se aprecia o mérito de impugnação intempestiva. Impugnação não Conhecida O julgador de 1a instância fundamentou sua decisão da seguinte maneira (fl. 92): O endereço utilizado para a notificação fora aquele eleito pelo espólio e informado em suas declarações do imposto de renda. Não caberia à Receita Federal desatender esta informação e notificar o responsável em endereço diverso, mesmo que estivessem disponíveis informações de outros órgãos quanto à morte do contribuinte, como argumenta o interessado. Nada impede que o espólio tenha endereço diverso do endereço do inventariante. Concluise que foi regular a notificação em 23/02/2005, e que a impugnação foi apresentada intempestivamente 06/04/2005, não cabendo a análise das questões de mérito. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10580.002851/200580 Acórdão n.º 210101.084 S2C1T1 Fl. 143 3 RECURSO AO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS (CARF) Cientificado da decisão de primeira instância em 26/02/2008 (fl. 140), o contribuinte apresentou, em 13/03/2008, o recurso de fls. 97 a 139, onde reafirma: a) que, como o contribuinte já tinha falecido por ocasião da ciência do auto de infração, a intimação deveria ter sido dirigida para o endereço da inventariante, que representava o espólio, o responsável pelo tributo; b) que o auto de infração foi enviado para a antiga residência do autuado, onde residia sua esposa, que também veio a falecer em 24/03/2005; c) que foi nula a intimação não enviada para o domicílio tributário do sujeito passivo; d) que a Receita Federal tem o conhecimento do falecimento dos contribuintes por informações de outros órgãos. Após acrescentar a defesa referente ao mérito da autuação, pugna para que se reconheça a tempestividade da impugnação e se retornem os autos para apreciação do mérito pelo julgador de 1a instância, ou que se aprecie de imediato o mérito do recurso e se julgue improcedente o auto de infração. O processo foi distribuído a este Conselheiro, numerado até a fl. 141, que também trata do envio dos autos ao então Primeiro Conselho de Contribuintes. É o Relatório. Voto Conselheiro José Evande Carvalho Araujo, Relator. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. Não há arguição de qualquer preliminar. O recorrente fundamenta seu recurso na alegação de que o domicílio tributário do espólio é o do inventariante, e que somente a intimação efetuada na pessoa do inventariante seria válida. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regulamenta o processo administrativo fiscal, traz as regras para a intimação em seu art. 23, abaixo transcrito: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS 4 no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (...) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) (...) Assim, para fins de intimação, o domicílio tributário do sujeito passivo é, regra geral, aquele fornecido por ele ou seu representante, para fins cadastrais, à Secretaria da Receita Federal. Verifico que, neste processo, todos os extratos de sistema, tanto os da época da autuação (fl. 70), quanto aqueles emitidos por ocasião do julgamento de 1a instância (fl. 95), contém o mesmo endereço da autuação, o que demonstra que nunca se alterou o endereço do sujeito passivo nas bases de dados da Receita Federal. Equivocase o recorrente ao atribuir à Receita Federal a obrigação de buscar as informações sobre o falecimento dos contribuintes, e atualizar, de ofício, sua base de dados. Esse é um ônus do sujeito passivo por meio de seus representantes, que deve arcar com as consequências de não ter atualizado as informações cadastrais. Desta forma, reputo válida a intimação do auto de infração dirigida ao endereço cadastral do contribuinte, e, por consequência, considero irreparável o julgamento de 1a instância que não conheceu da impugnação por sua intempestividade. Diante do exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) José Evande Carvalho Araujo Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS Processo nº 10580.002851/200580 Acórdão n.º 210101.084 S2C1T1 Fl. 144 5 Fl. 5DF CARF MF Impresso em 12/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 16/ 05/2011 por JOSE EVANDE CARVALHO ARAUJO, Assinado digitalmente em 10/06/2011 por JOSE RAIMUNDO TOSTA SANTOS
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Numero do processo: 10283.900063/2009-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3101-000.203
Decisão: Resolvem os membros Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: LUIZ ROBERTO DOMINGO
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Recorrida DRJ/BELÉMPA Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. Henrique Pinheiro Torres Presidente Luiz Roberto Domingo Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Tarásio Campelo Borges, Valdete Aparecida Marinheiro, Corintho Oliveira Machado, Vanessa Albuquerque Valente, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres (Presidente) Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente contra decisão proferida pela DRJ que indeferiu a Manifestação de Inconformidade apresentada contra o despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação pela suposta ausência de crédito de COFINS. Contra o referido despacho decisório, a Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade alegando que, de forma equivocada, declarou em sua DCTF o valor a pagar de R$ 4.768,34, referente à COFINS do mês de fevereiro de 2003. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 117 2 Alega a Recorrente que o pagamento de COFINS considerado indevido decorre da isenção que possuí em razão dos benefícios fiscais concedidos na Zona Franca de Manaus, e, por isso, pleiteou a restituição do pagamento de COFINS – fevereiro de 2003 mediante a transmissão do PER/DCOMP nº 36248.45415.280105.1.3.041818, para compensação com débito de IRPJ referente ao 4º trimestre de 2004. Ocorre que, como a Recorrente somente retificou sua DCTF após perceber que seu pedido de compensação não foi homologado, a compensação foi indeferida por ausência de crédito, já que o pagamento indevido estava integralmente relacionado ao débito da COFINS. Ao analisar a Manifestação de Inconformidade da Recorrente, a DRJ proferiu decisão no sentido de indeferir o pedido com base nos fundamentos consubstanciados na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PROVA. O crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de dívida previstas pela legislação tributária, como é o caso da DCTF. Tratandose de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Contra decisão proferida pela DRJ, foi interposto Recurso Voluntário requerendo a juntada de novos documentos, uma vez que a alegação de que a Recorrente não apresentou os documentos fiscais hábeis a comprovar o direito creditório constituí argumento novo, abrindo a oportunidade para apresentação de documentos para “contrapor fatos ou razões trazidas aos autos”, conforme alínea ‘c’ do §4º do art. 16 do Decreto 70.235/72, bem como a homologação da compensação efetuada. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Roberto Domingo, Relator Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo Recorrente requerendo a juntada de novos documentos para contrapor novos fatos ou razões, artigo 16, § 4º, alínea ‘c’ do Decreto nº 70.235/72, e, consequentemente, o reconhecimento do direito creditório. O §4º do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 estabelece a preclusão ao direito de produzir provas após a apresentação da Impugnação pelo Autuado, ressalvada as exceções previstas em suas alíneas. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 118 3 Para afastar a preclusão e juntar documentos extemporaneamente, a Recorrente fundamenta seu pedido sob alegação de que a DRJ, ao julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade pela falta de comprovação do direito creditório, trouxe argumento novo aos autos, passível de contraposição. No entanto, muito embora a DRJ tenha indeferido o pleito por falta de documentos “capazes de indicar o quantum do tributo efetivamente devido”, entendo que os documentos necessários para comprovação do direito creditório foram devidamente apresentados na Manifestação de Inconformidade, quais sejam, o PER/DCOMP (fls. 12/17), o comprovante de recolhimento do tributo (fls. 18) e a DCTF retificadora (fls. 19/37), devendo ser confirmados pela Fiscalização, como será demonstrado a seguir. A compensação é hipótese de extinção do crédito tributário – artigo 156, II do CTN, disciplinada pelo artigo 170 do mesmo diploma, que estabelece o princípio da estrita legalidade: “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Parágrafo único. Sendo vincendo o crédito do sujeito passivo, a lei determinará, para os efeitos deste artigo, a apuração do seu montante, não podendo, porém, cominar redução maior que a correspondente ao juro de 1% (um por cento) ao mês pelo tempo a decorrer entre a data da compensação e a do vencimento.” Analisandose o dispositivo acima, verificase que a compensação pressupõe a constituição de credor (sujeito ativo) e devedor (sujeito passivo) recíprocos, condicionada a existência de norma reconhecendo o direito aos Contribuintes de efetuarem a compensação. Na época do encontro de contas – transmissão do PER/DCOMP , a restituição, ressarcimento e compensação era disciplinada pelo artigo 74 da Lei nº 9.430/96, alterado pela Lei nº 10.637/2002: “Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.” [...] Assim, a compensação poderia ser utilizada no caso de credor e devedor recíprocos, de créditos passíveis de restituição ou ressarcimento apurados pelo Contribuinte. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 119 4 No caso em tela, o direito creditório pleiteado pela Recorrente decorre de pagamento a maior, previsto como hipótese de restituição pelo inciso I do artigo 2º da IN SRF nº 460/2004: “Art. 2º Poderão ser restituídas pela SRF as quantias recolhidas a título de tributo ou contribuição sob sua administração, nas seguintes hipóteses: I – cobrança ou pagamento espontâneo, indevido ou em valor maior que o devido;” Demonstrado que a Recorrente possuía o direito de efetuar a compensação dos valores supostamente recolhidos a maior, basta verificar a existência do direito creditório pleiteado. O crédito objeto da presente compensação não homologada decorre de suposto pagamento a maior a título de COFINS, espécie de tributo sujeito ao lançamento por homologação, jungido às regras previstas no art. 150, §§ 1º a 4º do CTN, e segundo as quais a atividade do Contribuinte compreende a de apurar o montante do tributo devido e efetuar o recolhimento antecipado. Para estes casos, o crédito tributário propriamente dito constituise com a formalização da obrigação tributária mediante a apuração e entrega pelo sujeito passivo da Declaração de Débitos e Créditos Tributário Federais – DCTF. A DCTF, inicialmente denominada Declaração de Contribuições e Tributos Federais foi instituída pela IN SRF nº 129/1986 para prestação de informações de débitos, e, posteriormente, substituída pela Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais instituída pela já revogada IN SRF nº 126/1998, a qual, na época dos fatos, era regulamentada pela IN SRF nº 255/2002, instrumento este que tem o condão de confissão de dívida e constituição do crédito tributário. Os efeitos de constituição do crédito e confissão de dívida das declarações prestadas pelo Contribuinte estão previstos no § 1º do artigo 5º do DecretoLei nº 2.124/84: “Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. § 1º O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. § 2º Não pago no prazo estabelecido pela legislação o crédito, corrigido monetariamente e acrescido da multa de vinte por cento e dos juros de mora devidos, poderá ser imediatamente inscrito em dívida ativa, para efeito de cobrança executiva, observado o disposto no § 2º do artigo 7º do Decretolei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983.” Corroborando o Decretolei nº 2.341/84, foi editada a IN SRF nº 77/98, que veio justamente confirmar a constituição do crédito pela DCTF, determinando a remessa direta dos Fl. 124DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10283.900063/200939 Resolução n.º 3101000.203 S1‐C1T1 Fl. 120 5 débitos declarados e não quitados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa: “Art. 1º Os saldos a pagar, relativos a tributos e contribuições, constantes das declarações de rendimentos das pessoas físicas e jurídicas e da declaração do ITR, quando não quitados nos prazos estabelecidos na legislação, e da DCTF, serão comunicados à Procuradoria da Fazenda Nacional para fins de inscrição como Dívida Ativa da União.” Constatado que a DCTF é o instrumento que constituí o crédito tributário e confissão de dívida, é consequência lógica que a restituição/compensação de eventual pagamento a maior se apura com o confronto do montante recolhido com os valores constituídos em sua DCTF. No presente caso, o recolhimento a maior se concretizou no momento em que a Recorrente retificou sua DCTF para isentála do pagamento da COFINS, já que a retificadora substituí integralmente a original, podendo inclusive reduzir o valor do crédito tributário confessado, conforme §1º do artigo 11 da IN SRF nº 903/2008 (vigente à época da declaração retificadora): “Art. 11. A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados.” Diante do exposto, apesar de reconhecer que a DCTF retificadora é bastante e suficiente para retificar a confissão de dívida, em prol da segurança jurídica da Fazenda e do Contribuinte, entendo necessário converter o julgamento em diligência a fim de que a repartição de origem confirme na escrituração contábil e fiscal da Recorrente a correlação entre a materialidade da base de cálculo declarada, confirmando sua procedência e informando qual o valor do crédito tributário devido decorrente dessa apuração. Concluída a diligência, intimese a Recorrente para, querendo, manifestarse acerca da diligência, no prazo de 30 dias, sendo que, após, os autos devem retornar para julgamento Luiz Roberto Domingo Fl. 125DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 20/03/2012 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 28/05/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10855.004897/2003-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 01/01/1999
NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DRAWBACK. DECADÊNCIA.
A Câmara Superior de Recursos Fiscais pacificou o entendimento que a contagem do prazo decadencial no Drawback inadimplido é regulada pelo art. 173, inciso I, do CTN (Acórdão n° 9303-00.147), inclusive aplicável o entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça (REsp 973733/SC) segundo o qual, não havendo antecipação do pagamento nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo decadencial é deslocado para o art. 173, inciso I, do CTN.
EMBARGOS PROVIDOS PARA SUPRIR A OBSCURIDADE
Numero da decisão: 3101-001.278
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento parcial aos embargos de declaração, para suprir a obscuridade.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente
Luiz Roberto Domingo - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Mineiro Fernandes (Suplente), Leonardo Mussi da Silva (Suplente), Luiz Roberto Domingo (Relator) e Henrique Pinheiro Torres (Presidente).
Nome do relator: LUIZ ROBERTO DOMINGO
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ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Data do fato gerador: 01/01/1999 NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DRAWBACK. DECADÊNCIA. A Câmara Superior de Recursos Fiscais pacificou o entendimento que a contagem do prazo decadencial no Drawback inadimplido é regulada pelo art. 173, inciso I, do CTN (Acórdão n° 9303-00.147), inclusive aplicável o entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça (REsp 973733/SC) segundo o qual, não havendo antecipação do pagamento nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo decadencial é deslocado para o art. 173, inciso I, do CTN. EMBARGOS PROVIDOS PARA SUPRIR A OBSCURIDADE
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Interessado DRJSÃO PAULO/SP ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Data do fato gerador: 01/01/1999 NORMAS PROCESSUAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DRAWBACK. DECADÊNCIA. A Câmara Superior de Recursos Fiscais pacificou o entendimento que a contagem do prazo decadencial no Drawback inadimplido é regulada pelo art. 173, inciso I, do CTN (Acórdão n° 930300.147), inclusive aplicável o entendimento pacificado no Superior Tribunal de Justiça (REsp 973733/SC) segundo o qual, não havendo antecipação do pagamento nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o prazo decadencial é deslocado para o art. 173, inciso I, do CTN. EMBARGOS PROVIDOS PARA SUPRIR A OBSCURIDADE Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento parcial aos embargos de declaração, para suprir a obscuridade. Henrique Pinheiro Torres Presidente Luiz Roberto Domingo Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Rodrigo Mineiro Fernandes (Suplente), Leonardo Mussi da Silva (Suplente), Luiz Roberto Domingo (Relator) e Henrique Pinheiro Torres (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 48 97 /2 00 3- 02 Fl. 417DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 418 2 Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pela Contribuinte no qual aduz que o Relator , ao tratar da decadência, não fundamentou as razões para aplicação do prazo decadencial com base no art, 173, inciso I do CTN, limitandose ao que segue: "Inicialmente, no que concerne A ocorrência da decadência, sem maior embargos de argumentação e em que pese meu entendimento contrário da questão, tem sido pacifico neste Conselho, em especial a Câmara Superior de Recursos Fiscais que o termo "a quo" do prazo decadencial em caso de drawback deve ser contado a partir do primeiro dia útil ao ano seguinte da data do recebimento do relatório de comprovação de drawback, aplicandose ao caso o artigo 173, inciso I, do CTN. (...) em face da impossibilidade de ser aferido o adimplemento do compromisso vinculado ao regime aduaneiro especial antes de esgotado o prazo concedido no ato administrativo de outorga do beneficio". Aduz que, desta forma, resta omisso o acórdão, requerendo seja aplicado ao caso o art. 150, § 4o, do CTN, por tratarse de lançamento por homologação. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Roberto Domingo, Relator Conheço do Recurso por ser tempestivo. Cabe razão à Recorrente quando aduz que o Acórdão não explicitou os fundamentos para deslocar o prazo decadencial do art. 150, §4o, para o art. 173, inciso I, do CTN. Ocorre que, a par de minha opinião pessoal, a questão da decadência nos casos de descumprimento de DRAWBACK já foi pacificado pela CSRF, No Acórdão n° 930300.147, de 11/08/2009, cujo voto condutor foi do Ilustre Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, colho os fundamentos da aplicação do regime jurídico da decadência com base no art. 173, inciso I: “A primeira questão que se apresenta a debate diz respeito à decadência para lançamento do crédito tributário quando o sujeito passivo encontrase ao abrigo de regime aduaneiro especial em que o lançamento fiscal não pode ser feito enquanto durar o RAE. Aqui, não se pode falar em homologação de pagamentos ou de atos preparatórios efetuados pelo sujeito passivo, pois, na vigência do regime, não há Fl. 418DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 419 3 lançamento ou atos preparatórios a serem praticados. Desta feita, o § 4° do art. 150 não se aplica ao caso em discussão, o qual é regido pelo disposto no inciso I do artigo 173 do CTN, ou seja, o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento já poderia haver sido efetuado. De outro lado, temse que, nas hipóteses de drawback, modalidade suspensão, o lançamento não pode ser efetuado na data da importação vinculada ao ato concessório, em virtude da suspensão, mas, tãosomente, a partir do momento em que se encerra o regime, posto que, até essa data, o sujeito passivo poderia adimplir as condições, e, com isso, resolver a pertinente obrigação tributária. Já no caso de drawback isenção, o prazo da Fazenda tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao do registro da Declaração de Importação. Assim, como os registros das declarações de importação ocorreram nos dias 29 (DIs n° 9703433456, 9703432719 e 9703433170) e 30 de abril (DIs n° 9703486827, 9703487130 e 9703492070) e 2 de maio de 1997 (Dl n° 9703506500), fl. 293, o termo inicial da decadência é 1° de janeiro de 1998 e o final, 1° de janeiro de 2003. Compulsandose os autos, verificase que a ciência do lançamento foi dada em 20 de dezembro de 2002, portanto, antes de exaurido o prazo decadencial. Esclareçase, por oportuno, que a exigência do tributo ora em comento refere se a fatos geradores ocorridos quando da entrada no território aduaneiro das mercadorias estrangeiras acobertadas pelas DIs listadas no parágrafo precedente, que foram registradas nas datas anotadas linhas acima. As importações foram realizadas sob o regime de drawback, modalidade isenção. Não se está aqui tratando das importações de mercadorias desembaraçadas com pagamentos de tributos e que, supostamente, foram utilizadas na fabricação de produtos que vieram a ser exportados pela reclamante, e, por conseguinte, habilitaram a reclamante a pleitear o ato concessório do aludido drawback isenção. Assim, não se pode pretender, como o fez a reclamante, que o termo inicial da decadência seja contado da data do registro das Dls das mercadorias desembaraçadas com tributação normal, posto que os tributos que se está exigindo nestes autos não são os incidentes nessas importações mais remotas (realizadas com pagamento dos impostos aduaneiros), mas sim, nas mais recentes (desembaraçadas com isenção). Inobstante, o STJ já pacificou o entendimento acerca da contagem do prazo decadencial, quando o contribuinte não antecipa o pagamento, como é o caso: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou Fl. 419DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 420 4 simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973733/SC, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 12/08/2009, DJe 18/09/2009) e Fl. 420DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.004897/200302 Acórdão n.º 3101001.278 S3C1T1 Fl. 421 5 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. INADIMPLEMENTO DO REGIME DE DRAWBACK, MODALIDADE SUSPENSÃO. DESNECESSIDADE DE LANÇAMENTO. NÃOOCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA. OMISSÃO QUANTO À PRESCRIÇÃO. INEXISTÊNCIA. REJEIÇÃO DOS EMBARGOS. 1. Não há omissão deste Tribunal Superior quanto à verificação da ocorrência de prescrição para a cobrança do crédito tributário se, ao interpor o recurso especial, o contribuinte limitase a indicar violação e interpretação divergente do art. 173, I, do CTN (que estabelece o prazo decadencial para a Fazenda Pública constituir o crédito), requerendo, ao final, o conhecimento e provimento do recurso "a fim de que seja reconhecida a decadência". 2. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no REsp 658.404/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 16/02/2006, DJ 13/03/2006, p. 198) Diante do exposto, dou provimento aos Embargos de Declaração, sem efeitos infringentes, para ratificar o Acórdão recorrido e suprir a obscuridade acerca do fundamento para aplicação do art. 173, inciso I, do CTN, na apreciação da decadência. Luiz Roberto Domingo Fl. 421DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 31/01/2013 por LUIZ ROBERTO DOMINGO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10830.007755/2007-09
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Ano-calendário: 1999, 2000, 2001, 2002, 2003
EMBARGOS
Rejeitam-se os embargos quando a omissão apontada não se configura.
Numero da decisão: 1103-000.697
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos.
Matéria: Cofins - ação fiscal (todas)
Nome do relator: MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
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ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade, rejeitar os embargos. (assinado digitalmente) Aloysio José Percínio da Silva Presidente (assinado digitalmente) Mário Sérgio Fernandes Barroso Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mário Sérgio Fernandes Barroso, Marcos Shigueo Takata, José Sérgio Gomes, Eric Moraes de Castro e Silva, Hugo Correia Sotero e Aloysio José Percínio da Silva. Relatório Trata o presente processo de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO da Fazenda Nacional a respeito do acórdão 110300.173 da lavra desta turma. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 2 O auto de infração de arbitramento de Cofins foi decorrente de exclusão do SIMPLES por meio do Ato Declaratório Executivo n.º 41 datado de 21/10/2004, fl. 16. O lançamento foi refeito, pois, a 5.ª câmara do 1.º Conselho dos Contribuintes anulara o anterior por entender que não havia sido feita à exclusão no SIMPLES. A exclusão foi decorrente da fiscalização ter apurado no anocalendário de 1998 uma receita bruta não declarada de R$ 949.035,93. A contribuinte fora intimada (e reintimada) a apresentar os livros fiscais e documentos relativos aos anoscalendário de 1999 a 2003. Pelo fato da não apresentação foi arbitrado seu lucro operacional, e lavrado os autos de infração de IRPJ, CSLL, PIS, Cofins. A contribuinte impugnou alegando (resumo): Decadência de 1999 até 2002 por força do art. 173 do CTN; Sigilo dos dados bancários; Prova emprestada; Selic; Multa de 112% confiscatória; A 4ª turma da DRJ decidiu (resumo): Que não havia decadência, pois, a ciência fora 24/09/2007 e o acórdão que anulara 21/09/2006. Quanto à nulidade, os fatos foram descritos e juridicamente qualificados; Não fora utilizada prova emprestada, pois, fora o próprio contribuinte que produzira as provas. A DRJ excluiu do valor da Cofins já paga na sistemática do SIMPLES e/ou declarada no PAES. A contribuinte, ora, recorrente, alega (resumo): Decadência das parcelas de janeiro a outubro de 1999; Prova emprestada; Ilegalidade da taxa Selic. A multa majorada é absurda, confiscatória; O mandado de fiscalização é nulo de pleno direito. A 3ª turma da 1ª Câmara do CARF decidiu: “PROVA EMPRESTADA Fl. 2DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO Processo nº 10830.007755/200709 Acórdão n.º 110300.697 S1C1T3 Fl. 2 3 Ocorre prova emprestada quando há utilização de prova produzida em outro processo. Nos autos, as provas foram produzidas pela própria contribuinte. DECADÊNCIA O direito de a Fazenda constituir o crédito tributário extinguise após cinco anos, contados do fato gerador. Adicionase que, no caso, de nulidade por vício formal temos cinco anos da data que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado.” A PFN embargou alegando que o acórdão atacado não identificara os pagamentos que fundamentaram o deslocamento da decadência para o art. 150. No fim de março de 2012 retornaram para mim os autos deste processo. Voto Conselheiro Mário Sérgio Fernandes Barroso, Relator Os embargos preenchem os requisitos de admissibilidade, assim, dele conheço. De fato, ao ler o voto do acórdão só identifico a menção dos pagamentos, contudo, uma simples leitura do relatório identifico que lá está explicado que o acórdão da DRJ já teria excluído do valor lançado o valor da Cofins pago pela sistemática do SIMPLES. Do acórdão da 4ª turma DRJ de Campinas –SP, fl. 192 tem inclusive uma tabela onde explicita os valores recolhidos pelo SIMPLES. Dessa forma, foi utilizado o art. 150 do CTN para a decadência, pois, houvera pagamentos. Assim, entendo não haver omissão, pois, o relatório apontara que o acórdão da DRJ excluíra os valores pagos. De todo o exposto, conheço dos embargos para rejeitálos. Sala das Sessões, em 10 de maio de 2012 Mário Sérgio Fernandes Barroso Fl. 3DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO 4 Fl. 4DF CARF MF Impresso em 06/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO, Assinado digitalmente em 26/06/2012 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/06/2012 por MARIO SERGIO FERNANDES BARROSO
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